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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA LINGUAGEM
FREDERICO HENRIQUE RODRIGUES BARROS
O PAPEL COESIVO DAS CONJUNÇÕES NA PRODUÇÃO DE
TEXTOS ESCRITOS POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO
LÍNGUA ESTRANGEIRA.
RECIFE,
2008.
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FREDERICO HENRIQUE RODRIGUES BARROS
O PAPEL COESIVO DAS CONJUNÇÕES NA PRODUÇÃO DE TEXTOS
ESCRITOS POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO LÌNGUA ESTRANGEIRA.
Dissertação apresentada à Universidade
Católica de Pernambuco como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre em Ciências
da Linguagem, na área de concentração
Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
nas suas diversas manifestações, sob
orientação dos Professores Marígia Ana de
Moura Aguiar e Francisco Madeiro Bernadino
Junior.
Recife,
2008
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3
O PAPEL COESIVO DAS CONJUNÇÕES NA PRODUÇÃO DE
TEXTOS ESCRITOS POR APRENDIZES DE INGLÊS COMO
LÍNGUA ESTRANGEIRA.
FREDERICO HENRIQUE RODRIGUES BARROS
Prof.ª Marigia Ana de Moura Aguiar e Francisco Madeiro
Dissertação de Mestrado submetida à Banca Examinadora, como requisito
parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências da Linguagem.
Data ___/____/_____
Banca examinadora
________________________________
Prof. Dr. Marigia Ana de Moura Aguiar
Universidade Católica de Pernambuco
Orientadora
Profª. Drª. Wanilda Maria Alves Cavalcante
Universidade Católica de Pernambuco
Examinadora Interna
Stella Maria Miranda Viera
Universidade Federal de Pernambuco
Examinadora Externa
Recife,
2008
4
AGRADECIMENTOS
A Deus e a todos,
Que de forma direta e indireta ajudaram-me a realizar esta dissertação de
Mestrado;
Às minhas duas filhas, Nathalie S. Barros e Emillie P. Barros
por terem me inspirado a ir além dos meus limites;
a meu pai e à minha mãe em especial,
por ter sempre me mostrado o valor do estudo;
à minha orientadora e ao meu co-orientador, pelas sugestões, incentivos
e contribuições durante a pesquisa;
aos meus colegas de turma, Shalimar, Jane, Paulo e Carlos por todos os
nossos momentos de compartilha.
5
“If I can put one touch rosy sunset into the life
of any man or woman, I shall feel that I have
worked with God. As God´s fellow workers,
we urge you not to receive God´s grace in
vain”.
(George Macdonald
)
6
RESUMO
Um problema comum a muitos alunos de inglês como língua estrangeira EFL
(English as Foreign Language) é a dificuldade em elaborar um discurso objetivo
ou se expressar de uma forma coesa, clara e compreensiva. Acreditamos que
parte do problema reside na dificuldade em empregar elementos de ligação
que estabeleçam a coesão seqüencial entre sentenças e orações. Por essa
razão, analisamos tanto o papel das conjunções nas produções escritas dos
aprendizes como também o tratamento dado à coesão intersentencial e
intrasentencial nos livros didáticos de EFL em três escolas de idiomas do
estado de Pernambuco. Através da análise dos dados coletados nesta
pesquisa (27 aprendizes), conclui-se que há uma limitação em relação ao uso
das conjunções em produções escritas dos aprendizes de inglês como língua
estrangeira, tomando como base a Lingüística Textual e a tabela das
conjunções de Halliday e Hasan (1982). Observou-se que a produção escrita
dos aprendizes soa, na maioria das vezes, desordenada, repetitiva e
desconexa, limitando-se ao uso das conjunções and, but, so e because.
Espera-se, com os resultados aqui obtidos, chamar a atenção de professores
de inglês, pesquisadores e autores de livros didáticos (EFL) para a importância
dos conectivos no processo de ensino-aprendizagem da língua Inglesa em sala
de aula.
Palavras-chave: produção escrita, coesão, elementos de ligação, conjunções.
7
ABSTRACT
Most EFL students fail to elaborate an objective discourse and express
themselves in a cohesive, clear and understandable way. We assume that part
of the problem resides in their difficulty to use linking words to join simple and
complex sentences. For this reason, we analyzed the role of conjunctions in
written texts and how the EFL books deal with them. This research has been
done with the participation of 27 EFL students who study at three different
private English schools in the state of Pernambuco. As a result of this work, we
conclude that there is a sort of limitation on the use of the conjunctions (linking
words) in written texts produced by Brazilian EFL students. As a result of this
research, we conclude that the use of conjunctions by the EFL students at
these three schools is limited to: “and” – “but” – “so” – “because”. This research
work has been based on Text Linguistics, as well as the chart of conjunctions
by Halliday and Hasan (1982). It’s hoped that this work may call teacher and
researchers´ attention to the importance of the cohesive ties in the teaching and
learning of the English language.
Key-words: written productions, cohesion, linking words,
conjunctions.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................ .09
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. .11
1.1.Teorias de Aquisição de segunda língua...........................................11
1.2. Breve histórico teórico sobre ensino de L2 .....................................15
1.3 Lingüística textual................................................................................16
1.3.1Conceito de Texto...............................................................................20
1.3.2 Coesão ...............................................................................................27
1.3.2.1 Tipos de Conjunção........................................................................44
1.3.2.2 Classificação das Conjunções......................................................47
1.3.2.3 Adverbiais Conjuntivos.............................................48
1.2.3.4 Tabela das relações conjuntivas de Halliday..........65
2. METODOLOGIA.......................................................................................68
2.1 Objetivos..........................................................................71
2.2 Procedimentos de coleta dos dados.............................73
2.3 Procedimento de coleta dos dados referente à
1ª pergunta .................................................................................................75
2.4 Procedimento de coleta de dados referente à
2ª pergunta..................................................................................................78
2.5. Procedimento de coleta de dados referente à
3ª pergunta..................................................................................................78
2.6 As categorias das conjunções...................................... 80
3. ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS...............................................86
CONCLUSÕES..............................................................................................115
Referência Bibliográfica..............................................................................122
Anexos...........................................................................................................
9
INTRODUÇÃO
Conceitos, teorias e práticas pedagógicas têm definido os rumos para o
ensino de língua estrangeira. O ponto crucial para algumas mudanças em
procedimentos didáticos foi o momento em que se percebeu a língua como um
elemento histórico e contínuo. De um lado, havia a psicologia, preocupada com
o desenvolvimento cognitivo do ser humano; do outro lado, a lingüística, cujo
objeto de estudo era a sentença descontextulizada. Na abordagem
Estruturalista Gerativista, a produção de sentenças era feita com base em uma
sentença declarativa sobre a qual regras eram aplicadas de forma a gerar um
número infinito de novas sentenças, como proposto pela Gramática Gerativa
Transformacional de Noam Chomsky (1957; 1965).
Posteriormente, ao conhecimento para essa geração de sentenças
denominou-se competência, que com Hymes (1964) partiu da perspectiva de
se considerar, além do conhecimento gramatical, da interação social e da
interpretação, a expressão e negociação nas produções orais e escritas e
passou a chamar de competência comunicativa. No discurso, seja ele oral ou
escrito, emprego de elementos de ligação garante a coesão textual e contribui
para uma melhor compreensão do enunciado. A lingüistica Textual que veio em
seguida deu novo rumo à forma de estudar a linguagem, oferecendo suporte
para o tratamento do texto escrito.
Neste trabalho, destaca-se a preocupação dos professores de língua
inglesa com relação à coesão nos textos escritos pelos alunos e o papel que os
organizadores textuais exercem na negociação de sentido do texto. Esses
conceitos, tradicionalmente relacionados ao processo de leitura, têm-se
10
tornado uma ferramenta importante para o ensino de como escrever um texto,
de forma a levar os alunos a compreender o papel da coesão e da coerência
na construção de sentido.
O foco desta pesquisa está no tratamento dado à coesão na produção
textual em aulas de língua inglesa para falantes Brasileiros de língua
portuguesa. Busca-se investigar as habilidades e/ou as dificuldades dos
aprendizes de EFL (English as a Foreign Language) referente ao uso dos elos
coesivos (linking-words) nas suas produções escritas.
O capítulo 1 traz uma revisão da literatura pertinente ao ensino de EFL
(English as a foreign language), bem como a contribuição da L. T. (Lingüística
Textual) para a organização textual na produção escrita do aprendiz de língua
inglesa como língua estrangeira.
No capítulo 2, são apresentados os procedimentos metodológicos
utilizados para o desenvolvimento da pesquisa, bem como a perspectiva
teórica adotada para análise dos dados.
O capítulo 3 apresenta os resultados obtidos na análise e as
considerações sobre estes dados.
Nas considerações finais, faz-se uma reflexão sobre o uso dos elos
coesivos e sugere-se o desenvolvimento de trabalhos futuros.
11
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo tem como objetivo descrever os pressupostos teóricos que
embasam esta pesquisa, e alguns enfoques analíticos em que se fundamenta
este trabalho: As teorias de aquisição de segunda língua (L2) nas perspectivas
Behaviorista, Cognitivista e Interacionista. Em seguida, apresentamos
considerações teóricas a respeito da Lingüística Textual com relação ao seu
histórico, a noção de coesão e coerência, como fatores textuais, e os conceitos
de elos coesivos. Serão, também, debatidos o uso dos conectivos (linking-
words) e sua relevância em um texto escrito por aprendizes de EFL / ILE.
1.1 Teorias de aquisição de segunda língua
As teorias que tentam explicar o processo de aquisição de uma L2 –
SLA / ASL (second language acquisition / aquisição de segunda língua)
possuem muitas similaridades com as teorias de aquisição de uma L1. Desta
forma, a fonte dos teóricos de SLA / ASL foi embasada nas teorias de
aquisição de L1, ou seja, Behaviorismo, Cognitivismo e Interacionismo.
Algumas teorias enfatizam as características inatas do aprendiz; há teorias que
destacam o papel do contexto no processo de aprendizagem e outras
procuram enfatizar a interação do contexto com as características do aprendiz.
12
É valido salientar que se adota, aqui, o termo aquisição que abrange
também a aprendizagem. De acordo com Krashen (1982, p. 27), uma L2 é
adquirida quando há uma comunicação fluente e natural, semelhante ao
processo de uma criança adquirindo a sua L1, isto é, sem se dar muita atenção
à forma ou às regras que compõem o sistema da língua em foco. Por outro
lado, o termo aprendizagem refere-se ao conhecimento das regras e da forma
que compõem a língua em foco.
Todos os aprendizes de segunda língua, independente de sua idade,
têm, por pressuposto, adquirido, no mínimo, uma língua. Este conhecimento
anterior pode vir a ser uma vantagem no sentido de ter uma idéia de como um
sistema lingüístico funciona. Por outro lado, o conhecimento prévio de uma
língua pode levar aprendizes a cometer adivinhações errôneas, da mesma
forma que o fazem no processo de aquisição de sua primeira língua (L1),
quando não há conhecimento prévio de um outro sistema lingüístico. A grande
diferença entre os aprendizes de L1 e os aprendizes de uma L2 é o fato de que
crianças adquirindo sua L1 não possuem maturidade cognitiva, conhecimento
metalingüístico ou um conhecimento de mundo, comparados ao conhecimento
dos aprendizes que já tenham adquirido um sistema lingüístico, e dos adultos
no processo de aquisição de uma segunda língua (L2).
Um problema que aparenta ser bem comum é a realidade enfrentada
pelos aprendizes de qualquer idade no processo de aquisição de uma L2: a
fala do professor (Teacher talk) dirigida aos aprendizes é simplificada para
facilitar a compreensão. Isto ocorre também na fala de um nativo dirigida a um
estrangeiro (foreigner talk). Em ambos os casos são feitos ajustes na língua
para facilitar a compreensão dos interlocutores, o que provoca uma forma
13
simplificada ou modificada de interagir utilizando uma L2. Isto também ocorre
durante a aquisição de uma L1, nos diálogos entre uma mãe e o seu bebê nos
seus primeiros anos de vida, conhecido como manhês (mother talk). Estes
fenômenos, na sua maioria, podem levar os aprendizes a adquirir uma
comunicação do tipo telegráfica, ou seja, uma comunicação realizada através
de frases curtas, desconectadas e não coesas.
A seguir, são apresentadas as teorias de aprendizagem que têm
estudado esses fenômenos numa tentativa de melhor entendê-los: Na visão
Behaviorista, de acordo com Patsy M. Lghtbown and Nina Spada (1997), a
aprendizagem é compreendida como um processo de adquirir novos hábitos
lingüísticos. Os aprendizes recebem input lingüístico dos falantes nos seus
ambientes e elogios por suas produções corretas (outputs) e imitações dos
falantes da língua em foco. O desenvolvimento em uma língua estrangeira,
para os Behavioristas, é descrito com a aquisição de um conjunto de hábitos.
Este processo ocorreria por meio de automatização desses novos hábitos,
usando o elogio como estímulo principal para a exposição do aluno a um
determinado item lexical, através de respostas e reforço dos professores.
De acordo com esta concepção, os erros são visto como resultado da
interferência da L1 (primeira língua) durante o processo de aprendizagem de
uma segunda língua. A hipótese da Análise Contrastiva que propõe esta teoria
acredita que, quando há similaridades entre a L1 e a L2, o aprendiz irá
aprender com mais facilidade. Entretanto, quando há divergências entre a L1 e
uma L2, o aprendiz irá ter mais dificuldade no aprendizado.
Em comparação com a teoria de aquisição da língua materna (L1), os
Behavioristas têm afirmado que o processo de aprendizagem de uma segunda
14
língua (L2) estaria limitado ao conhecimento adquirido em uma L1. Os
psicólogos e os pesquisadores, que tratavam de entender o processo de
aquisição de uma L2, tiveram que ir mais adiante e procurar explicações mais
complexas para o processo.
A concepção Cognitivista, contrariamente à visão Behaviorista, vê os
como parte do processo da aprendizagem. O foco desloca-se para o aluno, ou
para as estratégias que ele utiliza, na construção de sua aprendizagem.
Entende-se que a mente humana está cognitivamente apta para a
aprendizagem. Ao ser exposto a um determinado dado lingüístico, o aluno
elabora hipóteses sobre este novo dado e o emprega em atos comunicativos.
Uma característica importante do enfoque cognitivista foi chamar atenção para
a questão dos diferentes estilos individuais de aprendizagem que as pessoas
possuem.
Na visão Interacionista, o processo mediado pela interação vai levar à
construção de um conhecimento conjunto entre o aluno e o professor. Na
verdade, a aprendizagem em sala de aula é uma extensão de um desafio
diário, da necessidade de interagir a partir de percepções de mundo partilhadas
ou da construção de perspectivas comuns. A diferença é que, na sala de aula,
o propósito do evento interacional é de ensino e aprendizagem e se baseia,
quase sempre, em uma relação interacional assimétrica. Com freqüência, a
metodologia que o professor usa se apóia na interação através da definição de
poder, isto é, entre ele e o aprendiz.
1.2. Breve Histórico Teórico de ensino de uma L2.
15
As principais iniciativas no ensino de línguas estrangeiras eram
baseadas na Metodologia Tradicional (MT), que ficou em evidência entre o
período de 1840 até 1940. Era conhecida, também, como o método da
Gramática-Tradução, a mais antiga, que servia para ensinar as línguas
clássicas. O foco dessa teoria era transmitir um conhecimento sobre a língua,
fundamentada no modelo estruturalista (Germain,1993).
Posteriormente, surgiu a Metodologia Direta (MD), utilizada de 1900 até
1920. Tinha como principal objetivo o ensino do vocabulário. A ênfase era dada
à palavra escrita, enquanto as habilidades de audição e de fala eram ignoradas
(Martins-Cestaro, 1997)
A metodologia Áudio-oral (MAO), de 1943 até 1980 foi a próxima teoria
que deu continuidade aos estudos de aquisição de uma L2. Esta metodologia
deu origem ao “método do exército”. O princípio básico desta abordagem era: a
língua é fala e não escrita (Puren, 1998).
A partir de 1950 até 1980, a metodologia mais popular foi a Audiovisual
(MAV). Esta metodologia está ligada ao conceito da fala em situação de
comunicação. A imagem é introduzida e desempenha o papel de estimuladora
e “provocadora” (Galisson,1980).
Finalmente, surgiu a metodologia Comunicativa (MC), a partir dos anos
60. A MC enfoca o ensino da L2 através de um processo comunicativo. Tem
como objetivo ensinar o aluno a se comunicar em L2 e adquirir uma
competência comunicativa (Hymes, 1991). Desta forma, os indivíduos falam
através de textos e não através só de frases. Foi justamente neste período que
surgiu a Lingüística Textual, com o objetivo de tratar do funcionamento do texto
16
como um todo, e não só das partes (palavras) que compunham os textos. É
nesta teoria que esta pesquisa fundamenta-se.
1.3 Lingüística Textual
Um novo ramo da lingüística, a Lingüística Textual (a partir da década
de 60 na Europa - Alemanha) surgiu com uma hipótese de trabalho que
consiste em tomar como unidade básica, ou seja, como objeto particular de
investigação, não mais a palavra ou a frase, mas o texto, por constituir-se a
forma específica de manifestação da comunicação oral ou escrita entre os
seres humanos. Desta forma, devido à transferência de foco das atenções no
desenvovimento das frases, que nos remete à Saussure, para construção de
textos, surgiu um maior interesse pelas palavras (linking-words) que têm como
função ligar as sentenças, parágrafos e idéias. Estas palavras ficavam fora do
foco da Lingüística Estruturalista e também da Gerativista por estarem
posicionadas, geralmente, entre uma frase e outra.
O termo Lingüística Textual foi citado, pela primeira vez, por Weinrich
(apud, Fávero e Koch, p. 11,1966). Entre as causas que levaram os lingüistas
a desenvolverem gramáticas textuais estão as lacunas das gramáticas de frase
no tratamento de fenômenos como as relações entre as sentenças, a
pronominalização, a relação tópico-comentário, as relações das sentenças não
ligadas por conjunções que só podem ser devidamente explicados em forma de
texto. Há variadas denominações para esta área relativamente nova da
Lingüística pelos autores das diversas correntes: Análise transfrástica,
gramática de texto, Textologia (Harweg), Teoria do texto (Schmidt),
17
Translingüística (Barthes), Hipersintaxe (Palek), Teoria da Estrutura do Texto
Estrutura do Mundo (Petöfi), entre outras.
Na Lingüística Gerativa-Transformacional, segundo Chomsky (1965, p.
14), as “sentenças” ou "enunciados" ou "frases" das línguas naturais teriam que
ser interpretados de duas formas diferentes: a primeira, a "estrutura
superficial", correspondendo à estrutura patente das frases, ou seja, à
microestrutura do texto; a segunda, a "estrutura profunda", ou seja, uma
macroestrutura textual que corresponde a uma representação abstrata das
relações lógico-semânticas ao longo de um texto. De acordo com Chomsky,
Sendo o texto muito mais que uma simples seqüência de
enunciados, a sua compreensão e a sua produção deriva
de uma competência específica do falante ou do escritor -
a competência textual – que se distingue da competência
frasal ou lingüística em sentido estrito. Todo falante de
uma língua tem a capacidade de distinguir um texto coeso
e coerente de um aglomerado incoerente de enunciados, e
esta competência é, também, especificamente lingüística –
em sentido amplo, (Chomsky, 1965, p. 14).
Para esse autor, era a competência lingüística, mais do que o
desempenho lingüístico, que os lingüistas estavam tentando modelar; a
competência explica e caracteriza o conhecimento da linguagem do falante,
seja voltada para a oralidade ou para a escrita.
Para Wolfgang U. Dressler (1997, p. 12),
Nas gramáticas das frases, ficam excluídas vastas partes
da morfologia, da fonologia e da lexicologia. Já a
lingüística textual abrange diversas manifestações:
Semântica do texto; a pragmática do texto; a sintaxe do
texto e a fonética do texto. Sendo assim, a lingüística
textual tem um papel interdisciplinar.
Em relação a este momento de transição entre a teoria da frase e a
teoria do texto, enfatizam-se, principalmente, as relações entre as seqüências
18
de enunciados. As teorias do texto têm como principal objetivo estudar os tipos
de relações que se pode estabelecer entre os diversos enunciados que possam
compor uma seqüência significativa. Na passagem da teoria da frase à teoria
do texto, conhecida como Análise Transfrástica, estão as Gramáticas Textuais,
definidas não como um tipo específico de gramática, como a estrutural, a
gerativo-transformacional ou a funcional, mas como uma gramática com a
finalidade de descrever, de maneira explícita, o texto, ou o discurso, no sentido
mais amplo.
As relações referenciais que ocupavam o primeiro plano levavam em
consideração, principalmente, a correferência, considerada como um dos
fatores de extrema importância na coesão textual.
Para Van Dijk (1978, p. 17),
Existem propriedades gramaticais que vão além dos
limites da sentença, por exemplo, as relações
semânticas entre as sentenças. Certas propriedades
lingüísticas fazem parte de unidades supra-
sentenciais, por exemplo, fragmentos, parágrafos de
um discurso, como também a noção de
macroestrutura.
Na citação, observa-se que o autor já mencionava a importância dos
conectivos, ou seja, as formas como os fragmentos e os parágrafos ou as
idéias poderiam estar ligados um ao outro.
De acordo com Harweg (apud, Fávero e Koch, p. 13, 1968), “O texto é
uma sucessão de unidades lingüísticas construídas mediante uma
concatenação pronominal ininterrupta”. O autor classifica como pronome toda e
qualquer expressão lingüística que retoma outra expressão lingüística co-
referencial.
19
Com o surgimento da gramática textual, o texto não era mais visto como
sendo apenas uma simples seqüência de enunciados, tornando necessária
uma reflexão sobre os fenômenos inexplicáveis por meio de uma gramática do
enunciado, levando em consideração a descontinuidade existente entre o
enunciado e o texto, resultando em questões do tipo: o que faz com que o texto
seja um texto e quais os critérios para as delimitações de textos, visto que a
completude é uma das principais características do texto.
De acordo com Petöfi (1971, p. 14), “A base textual consta de uma
representação semântica, indeterminada com respeito às manifestações
lineares das seqüências de enunciados”. O autor considera a gramática de
texto apenas como um dos componentes da Teoria de Texto. Essa posição
leva à questão de que os estudiosos acreditavam que a melhor maneira de
descrever a língua era observar como os falantes e escritores a utilizavam.
Assim, os textos são muito mais do que apenas um conjunto de palavras
seqüenciadas.
Com o surgimento das teorias textuais, do tratamento de textos em seu
contexto pragmático, o texto passa a ser entendido como um conjunto de
condições internas e externas, adquirindo o contexto uma importância
particular.
1.3.1. Conceito de Texto
A lingüística textual, no início, arriscou buscar normas para um conjunto
de sentenças, para, dessa maneira, poder manter os métodos da análise frasal,
ampliando-os, para atingir uma análise de pares de frases. Os textos, sejam
eles orais ou escritos, tinham que ter como expansão mínima dois signos
20
lingüísticos (com exceção dos textos de uma só palavra como “Socorro”;
“Fogo”), embora a sua extensão máxima seja indeterminada.
De acordo com Isasenko, (apud Fávero e Koch, p. 19, 1965), A frase
precedente constitui o contexto mínimo ao qual está ligada a estrutura
gramatical da frase subseqüente. Contudo, as tentativas de desenvolver a
lingüística textual como uma lingüística da frase estendida foram sendo
repudiadas, devido a sua má adequação, e o texto passou a ser visto como
uma série de signos verbais sistematicamente ordenados.
Uma outra corrente teórica (bottom up and top down), de Rumelhart
(1980, p. 06), distingue dois processos de ativação do conhecimento durante o
processamento da leitura: Bottom up, que seria o processo linear ascendente,
sintético e indutivo - parte das unidades menores do texto – níveis gráfico-
fonêmicos, morfêmico, sintático, semântico, para chegar ao todo, e o Top-
down, que seria o processo não-linear, descendente, analítico e dedutivo -
parte do todo para chegar às unidades constitutivas do texto. Este novo estilo
leva à implicação metodológica de que a análise de elementos isolados, como
frases, palavras, apenas é possível se as condições de seu afastamento do
conjunto do texto forem analisadas simultaneamente. Isto nos remete ao que
Chomsky já comentava em relação às estruturas superficiais e às estruturas
profundas dos textos.
De acordo com Brinkman (apud, Fávero e Koch, p. 20. 1971),
É discutível, no âmbito da lingüística textual, se, dentro do
texto, a unidade frase deve ou não ter um estatuto especial.
Há concordância, porém, em admitir que muitos elementos
estruturadores do texto atuam como conectores além da
fronteira da frase; ou , de maneira retroativa, sobre a
informação anterior do contexto já enunciado (anafóricos), ou,
de maneira projetiva, sobre a informação a ser veiculada no
contexto subseqüente (catafóricos). Esses conectores tanto
podem ser acréscimos (juntores, redudâncias, dêiticos etc.),
21
como reduções (pronomes, pró-formas, elipses etc.).
Caracterizam-se os textos não só por aquilo que neles ocorre,
como também pelo que deixa de ocorrer.
Para esse autor, observa-se a relevância que os conectores podem
assumir dentro de um determinado texto.
Como um dos primeiros conceitos de texto contempla que os elementos
lingüísticos só podem ocorrer interligados e dotados de significação e de
sentido. Seria aceitável afirmar, de forma geral, que foi a noção resultante da
análise semântico-sintática de frases que fortaleceu a necessidade de
ultrapassar tais limites, passando-se a uma lingüística textual. Sendo assim, o
texto, em sentido lato, indica toda e qualquer manifestação da habilidade
textual do ser humano. Neste sentido, o texto incide em qualquer passagem,
falada ou escrita, que forma um todo significativo, independente de sua
extensão. Deste modo, as palavras ocupam uma posição no sintagma, os
sintagmas, nas orações, e as orações, nos períodos, que ocupam uma posição
nos parágrafos e estes, nos textos. Conseqüentemente, o texto é uma unidade
de sentido contínua que se caracteriza por um conjunto de relações
responsáveis pelos critérios de textualidade, entre os quais se destaca a
coesão.
De acordo com Danes (apud Fávero e Koch1970, p 35), a distinção
entre Tema (tópico) e Rema (comentário) só se torna admissível levando em
conta um contexto mais extenso que o da frase. Assim, a frase ficaria limitada a
uma parte do texto, dependo de outras frases para desenvolver um todo.
Para Marcuschi (1983, p. 1), O texto é uma unidade lingüística superior à
frase, e gramática de frase não dá conta do texto. Para este autor, a lingüística
textual oferece soluções que poderão contribuir para o estudo da comunicação
22
humana, seja ela escrita ou oral, no ensino de línguas. Embora a maioria das
pessoas saiba distinguir, intuitivamente, um texto de um não texto, não saberia
definir intuitivamente o que é que faz de uma seqüência lingüística um texto. O
autor sugere duas alternativas básicas para definir o texto: primeiro, os critérios
internos ao texto (sistema lingüístico como uma seqüência coerente e coesa de
sentenças), e, segundo, os critérios transcendentes ao sistema (o texto como
uma unidade de uso), nesse caso, estariam presentes os textos compostos de
uma só palavra (ex. fogo). Isso nos remete novamente à distinção de Chomsky
entre “estrutura superficial”, ou seja, um conjunto linear de sentenças
interligadas que são o objeto de estudo das gramáticas de texto, fazendo
predominar os aspectos sintáticos do texto, e a “estrutura profunda”, que tem
como foco principal os níveis cognitivo-conceitual e pragmático do texto.
Para Weinrich (apud, Marcushi, 1975 p. 186-187), “O texto é uma
seqüência ordenada de signos lingüísticos entre duas interrupções
comunicativas importantes”. Este autor acredita que toda lingüística é
lingüística de texto, todo tratamento de categorias gramaticais é um tratamento
textual dos artigos, dos pronomes, dos verbos e todos os fenômenos
gramaticais.
É notória a presença da palavra “seqüência” na maioria das definições
de textos dos autores já mencionados, como também a palavra “sentença”.
Tais termos apontam para a necessidade de haver um conjunto linear, onde
são analisados tanto os aspectos morfológicos como os sintáticos.
Para Van Dijk (1978, p. 9), “O texto é uma estrutura superficial
governada por uma estrutura semântica profunda motivada, ou seja, um
conjunto ordenado de sentenças da estrutura profunda”. O autor acredita que
23
são estas estruturas que possibilitam a coerência do texto, ou seja, que
permitem que se consiga resumir um texto, que se memorizem conteúdos de
textos longos e que se escrevam textos superficialmente diversos com o
mesmo conteúdo. De acordo com Halliday e Hasan (1976, p. 1-2),
Um texto é uma unidade em uso. Não é uma unidade
gramatical como uma frase ou uma sentença; e não é definido
por sua extensão. Um texto é, melhor dizendo, uma unidade
semântica: não uma unidade de forma e sim de sentido.
Para os autores, o texto não consiste apenas de sentenças, embora ele
se realize nas sentenças. A unidade de texto é de outra natureza que a da
sentença. É a textura que distingue um texto de um não texto, sendo que a
textura é formada pela relação semântica de coesão. Para Halliday e Hasan, a
coesão não é uma relação sintática e sim semântica, determinada pela
interpenetração e pela pressuposição.
Com todas estas diversas definições aqui dadas ao texto por diferentes
lingüistas, podemos concluir que parece impossível uma teoria formal e geral
que permita a geração ou a explicação de todos os textos possíveis de uma
determinada língua. Também, parece impossível aplicar ao texto as mesmas
categorias gramaticais que existem para o estudo da frase, porque o texto
sugere que os elementos lingüísticos só podem ocorrer interligados e dotados
de significação e de sentido. O complexo informacional do texto seria mais
dotado de intencionalidade do que a frase ou a palavra.
Embora este trabalho tenha como base principal a lingüística textual, um
maior foco será dado às definições de texto dos autores Halliday e Hasan
(1976), devido ao tratamento dado à importância do papel da coesão, ou seja,
dos elos coesivos em um texto escrito ou oral.
24
É valido salientar que há diferentes concepções sobre a definição dos
termos texto e discurso, ora empregados como sinônimos, ora usados para
designar entidades diferentes. Uma das origens destas divergências é o fato de
que, em algumas línguas, como o alemão e o holandês, adota-se o termo texto,
do qual se criaram as denominações “gramática de texto” e “lingüística de
texto”. Porém, já na língua inglesa, existem os termos discurso e texto. De
acordo com Van Dijk (1971, p.23), o discurso seria a unidade passível de
observação, aquela que se interpreta quando se vê ou se ouve uma
enunciação. O texto seria a unidade teoricamente reconstruída, subjacente ao
discurso. O termo texto, na língua inglesa, é mais usado para referir-se ao
discurso escrito. E é nesta perspectiva que este trabalho está fundamentado,
ou seja, o termo texto como produção escrita.
Para os partidários da análise do discurso, o termo discurso parece ter
significado mais amplo que texto, visto englobar tanto os enunciados
pertencentes a uma mesma formação discursiva como as suas condições de
produção. O texto seria apenas a manifestação verbal resultante. Seria
possível concluir, portanto, que o termo texto pode designar toda e qualquer
manifestação da capacidade textual do ser humano tais como: poema, música,
pintura, filme ou escultura (Fávero e Koch, 1983), isto é, qualquer tipo de
comunicação realizada através de um sistema de signos. Já o discurso,
poderia ser definido como uma atividade comunicativa de um falante, numa
situação de comunicação dada, englobando o conjunto de enunciados
produzidos durante um diálogo por seus interlocutores. O discurso é
manifestado, lingüisticamente, por meio de textos em sentido estrito. Desta
forma, o texto é tratado como uma unidade de sentido, de um contínuo
25
comunicativo que se caracteriza por um conjunto de relações responsáveis
pela textura do texto, entre os quais se destacam, em especial, os critérios ou
padrões de textualidade e coesão.
Lingüistas de todas as áreas parecem concordar que a língua deve ser
vista como um sistema, ou seja, um conjunto de elementos no qual cada um
tem sua função de contribuir para o funcionamento do todo. A noção de coesão
só pode ganhar relevância em estudos de textos que abordam como as
relações e as conexões entre as ocorrências comunicativas são montadas. Na
Abordagem Procedimental, de Beaugrande e de Dressler (1981. p. 46), por
exemplo, os autores consideram a coesão, como um dos principais padrões
constituintes de um texto. Desta forma, de acordo com os autores, os padrões
textuais que fazem parte do processo construtivo de um texto são: a
Intencionalidade (inserida no papel do autor do texto); a Aceitabilidade (inserida
no papel do receptor); e a Situacionalidade (inserida no ambiente
comunicativo); a Intertextualidade (inserida na relevância mútua de textos
separados); a Coerência (inserida nas dependências conceituais dos leitores
do texto); a Informatividade e a Coesão (inserida nas dependências gramaticais
na superfície do texto).
É valido enfatizar que esta pesquisa tem como objetivo principal o
tratamento dado à Coesão (elos coesivos) em textos escritos pelos aprendizes
de EFL / ILE. Assim, os demais fatores textuais que, de fato, fazem parte do
processo da construção de um texto não serão analisados durante este
trabalho.
26
Para Walker (1978, p. 32), “Não há dúvida que o real comportamento
comunicativo só pode ser explicado se a língua for modelada como um sistema
interativo”.
Beaugrande (1980, p. 35) propõe que o texto é um sistema real de
elementos funcionando todos juntos. Assim, a linguagem seria um sistema
virtual de opções disponíveis de uso, e um texto seria um sistema real, no qual
o repertório das disponibilidades de uso da linguagem seria retirado e utilizado
numa estrutura específica baseada nas relações entre os elementos
componentes do texto.
Este autor acredita na existência de fases que estruturam a produção de
um texto. São elas: Planejamento (Planning) - a intenção do autor de expor
alguma meta via um tipo de texto; Estrutura interna de idéias (Ideation) - serve
como uma configuração do conteúdo na produção; Desenvolvimento
(Development) - serve como uma expansão, elaboração e uma interconexão
entre as idéias obtidas; Expressões que criam caminhos ou as seqüências dos
eventos entre os níveis de organização dentro de um texto (Expression); e
Dependências gramaticais (Parsing), que serviria para colocar e relacionar as
expressões num formato linear na superfície do texto.
Observa-se que nas três últimas fases das produções textuais
mencionadas por Beaugrande (Development; Expression e Parsing) há uma
preocupação do autor em relação à forma como as idéias do texto estão
interconectadas e seqüenciadas dentro de uma superfície textual, e as
dependências gramaticais ao longo de um texto. De acordo com ele, o
procedimento do leitor em comparação ao autor de um texto aconteceria de
forma inversa, ou seja, o processo de leitura é iniciado pela superfície (Parsing
27
e Expression) e pela apresentação do texto para, em seguida, aprofundar-se
nas demais fases (Planning e Ideation). A superfície do texto seria analisada
pelo leitor a partir de uma corrente linear de informações para as demais
dependências gramaticais.
Dessa forma, a coesão (elos coesivos) encontra-se presente tanto nas
fases de Development e Expression, como também na fase de Parsing,
demonstrando, assim, a relevância da coesão na textualidade, tanto no
processo de construção como no processo de interpretação de um texto
escrito.
1.3.2 Coesão
Levando em consideração o papel relevante do fator textual coesão nos
processos de leitura e de construção de um texto, esta seção tem como
objetivo tratar alguns conceitos de coesão. Para Beaugrande e Dressler,
A coesão, manifestada no nível microtextual, refere-se
aos modos como os componentes do universo textual,
isto é, as palavras que ouvimos ou vemos, estão ligados
entre si dentro de uma seqüência. A coerência, por sua
vez, manifestada em grande parte macrotextualmente,
refere-se aos modos como os componentes do universo
textual, isto é, os conceitos e as relações subjacentes ao
texto de superfície, se unem numa configuração, de
maneira reciprocamente acessível e relevante. Assim a
coerência é o resultado de processos cognitivos
operantes entre os usuários e não mero traço dos textos
(Beaugrande e Dressler 1981, p. 11).
A dificuldade de se expressar de forma coesa em uma língua materna,
tanto no discurso oral quanto no escrito, tem-se constituído uma fonte para o
desenvolvimento de trabalhos de pesquisa tanto em língua materna quanto no
28
ensino de segunda língua. Por outro lado, a forma como este assunto vem
sendo abordado em sala de aula chama a atenção para a necessidade de um
estudo sobre o tratamento dado à coesão nos livros didáticos para orientação
aos professores de língua inglesa, como segunda língua.
Na prática docente, percebe-se que o aprendiz de língua Inglesa, na
maioria das vezes, tem dificuldade em realizar um discurso objetivo ou se
expressar de uma forma mais coesa, clara e compreensiva junto a seus
leitores, especialmente na prática de longos textos. O aluno tende a elaborar o
texto escrito do tipo “telegráfico” com frases curtas, independentes e
desconectadas, demonstrando, assim, uma grande dificuldade em ligar as
sentenças, parágrafos e idéias. Com isso, sua fluência fica limitada, na maioria
dos casos, apenas ao uso de poucos conectivos (but...and...so), e o seu
discurso soa pouco compreensível, desordenado e repetitivo. Para Halliday e
Hasan (1976, p. 12),
O que permite determinar se uma série de sentenças constitui
ou não um texto são as relações coesivas com e entre as
sentenças, que criam uma textura: um texto tem uma textura e
é isso que o distingue de um não texto. O texto é formado pela
relação semântica de Coesão (Halliday and Hasan, 1976).
De acordo com Fávero (1983, p. 71), “A coesão é recurso lingüístico de
natureza sintático-semântica que assegura a continuidade, a seqüência e a
unidade de um texto”.
A estabilidade de um texto funcionando como um sistema é
assegurada pela continuidade das ocorrências nele encontradas. A noção,
aqui, de ocorrência está baseada na suposição de que várias ocorrências num
texto estão relacionadas umas com as outras, sejam elas através das funções
da sintaxe ou através de um processo cognitivo. Cada ocorrência serve como
29
instrumento de acessibilidade a pelo menos uma outra ocorrência dentro de um
sistema textual. A função da sintaxe, em uma língua natural, se caracteriza
pelas dependências gramaticais entre os elementos constitutivos de uma frase
ou sentença. Uma vez que as dependências gramaticais entre os elementos
constitutivos de um texto não estão diretamente ligadas uma com a outra, cabe
ao fator textual coesão a responsabilidade de unir as frases, parágrafos e
idéias ao longo de um texto.
De acordo com Halliday e Hasan (1976, p.09), a textura de um texto se
dá por itens lingüísticos e pela relação de coesão que existe entre eles. Os
autores avaliam a coesão como um conceito semântico referente às relações
de sentido que se estabelecem entre os enunciados que compõem o texto.
Assim, a interpretação de um elemento depende da interpretação de outro.
Halliday e Hasan (1976, p.11) categorizam o sistema lingüístico em três
níveis: o fonológico-ortográfico (expressão); o léxico-gramatical (formal) e o
semântico (significado). Desta forma, a coesão é obtida parcialmente através
da gramática e parcialmente através do léxico. Entretanto, eles reconhecem
que a noção de coesão precisa ser “complementada” pela noção de registro,
entendido como uma série de configurações semânticas que estão associadas
a classes específicas de contextos de situação, incluindo todos os
componentes de seu significado social, expressivo, comunicativo e
representacional. Tomamos como exemplo a seguinte passagem:
O presidente do Brasil viajou ao Chile para se reunir com o presidente chileno
com o objetivo de definir as leis migratórias entre os países. O barbudo vai
tentar fechar um acordo internacional entre o Chile e o Brasil”.
30
Observa-se que o processo de coesão léxica entre o presidente do
Brasil e o barbudo, nas duas frases, não seria suficiente para a compreensão.
Se o leitor fosse de origem estrangeira, ou se não tivesse o conhecimento das
características físicas dos respectivos presidentes, poderia ocorrer uma
confusão, uma vez que o mesmo não saberia a quem o item lexical “barbudo”
estava se referindo: se ao presidente do Brasil ou ao presidente do Chile. O
exemplo demonstra a importância do contexto situacional (conhecimento
partilhado dos interlocutores), na compreensão desse texto.
Isenberg (apud Fávero 1968, p. 09) destaca os fenômenos somente
explicáveis no âmbito da estrutura textual e cita os fatores coesivos, como
anáfora, catáfora, pronominalização, elementos pro-adverbiais e a sucessão de
tempos, ou seja, as relações entre os enunciados que são chamadas, por
exemplo, de conexões casuais ou conexões motivacionais. Este processo
contribui com a estabilidade, a continuidade e a economia de palavras dentro
de um texto, e é chamado de recorrência.
De acordo com Halliday e Hasan (1976, p. 13), a coesão textual
depende de cinco categorias de procedimento: a referência, a substituição, a
elipse, a conjunção e a lexical.
A referência tem como função relacionar um signo lingüístico a um
objeto extralingüístico. Ela pode ser situacional ou exofórica (extratextual) e
endofórica (textual). A endofórica divide-se em duas categorias: a) a anafórica,
ou seja, quando o item de referência retoma um signo já expresso no texto,
como no exemplo:
31
Ex: Paulo é um bom estudante. Ele sempre me deu provas disso.
e b) a catafórica, ou seja, quando o item de referência antecipa um signo ainda
não expresso no texto, como no exemplo:
Ex: Só desejo isto: que você nunca desapareça da minha vida.
três tipos de referência, de acordo com os autores: pessoal, ou seja,
a utilização de pronomes pessoais e possessivos; demonstrativa, ou seja, o
uso dos pronomes demonstrativos e advérbios indicativos de lugar; e a
comparativa, ou seja, é feita por via indireta, através de identidades ou
similaridades.
A substituição tem como função a colocação de um item no lugar do(s)
outro(s) ou até de uma oração inteira. Pode ser nominal, ou seja, feita por meio
de pronomes pessoais, numerais, indefinidos, nomes genéricos como coisa,
gente, pessoa etc; e a verbal, ou seja, a utilização do verbo “fazer” (você fez
isto!) na função de substituto dos causativos, e o verbo “ser” na função de um
substituto existencial (sim! Ele é
um desses caras).
A elipse tem como função a omissão de um item lexical recuperável pelo
contexto, ou seja, a substituição por zero. Pode ocorrer elipse de elementos
nominais, verbais e oracionais ao longo de um texto.
A conjunção tem um caráter diferente das outras relações coesivas por
não se tratar apenas de uma relação anafórica. Os elementos conjuntivos são
coesivos não por si mesmos, mas indiretamente, em virtude das relações
específicas que estabelecem entre as orações, períodos e parágrafos. As
32
conjunções expressam certos significados que pressupõem a presença de
outros componentes em um texto como por exemplo:
a) Depois da chuva, houve um trovão.
b) Depois de chover muito, ocorreu um trovão.
c) Choveu muito. Depois trovejou.
Os principais elementos conjuntivos são: advérbios e locuções
adverbiais; conjunções coordenativas; conjunções subordinativas locuções
conjuntivas, preposições e locuções prepositivas e os seqüenciadores como
então, daí etc.
Para se obter a coesão, é importante a utilização do conectivo
apropriado para expressar as diversas relações semânticas. O mesmo
conectivo pode anunciar relações semânticas diferentes. É necessário, no
entanto, ter conhecimento de seu uso. A omissão de conectivos, apesar de
cabível, só deve ser feita quando a relação semântica estiver bem clara para
evitar a ambigüidade – a não ser que esta seja intencional.
A coesão xica tem como função a reiteração de itens lexicais idênticos
ou que possuam o mesmo referente. Gramaticalmente, os nomes como a
gente, a pessoa, a coisa, o negócio etc, funcionam como itens de referência
anafórica. Já lexicalmente, são membros superordenados (hiperônimos),
agindo como categorias mais amplas dos itens a eles subordinados
(hipônimos).
33
Para Marcuschi (1983, p. 16, 35), “Um texto não pode manter o tempo
todo suas entidades indefinidas, pois elas não seriam localizáveis no universo
cognitivo”. Os elos coesivos são, para este autor, os princípios constitutivos da
textualidade expressos sob forma de marcas na superfície do texto. Assim,
a) Os Repetidores têm como característica a recorrência, o paralelismo e a
definitivação;
b) Os Substituidores têm como característica a paráfrase, pró-formas
(nominais, verbais, adverbiais e pro-sintagmas), a pronominalização
(anáfora, catáfora e exófora) e a elipse.
c) Os Seqüenciadores têm como característica tempo, aspecto, disjunção,
conjunção, contrajunção, subordinação e tema-rema.
d) Os Moduladores têm como característica a entoação e as modalidades.
para Mira Mateus et Alii (apud Fávero, 1983 p. 16), a coesão pode
ser gramatical e lexical. A gramatical divide-se em frásica, interfrásica (junção),
temporal e referencial, que engloba a referência, a substituição e a elipse.
Fávero e Koch (1985, p. 17) classificam a coesão em:
a) Referencial, onde estaria presente a referência (exofórica e endofórica)
a exofórica se opõe à endofórica que se divide em anafórica e
catafórica, a elipse e a definitivação;
b) Lexical, que englobaria a reiteração e a substituição;
c) Seqüencial, englobando a temporal e a conjunção.
34
Propõem classificar a coesão em termos da função que exercem na
construção do texto e não de classes de palavras, de léxico etc, sugerindo três
tipos de coesão:
a) Referencial;
Ex: “Os pais de Pedro morreram. Ele os amava muito”.
E não:
“Pedro é órfão. Ele os amava muito”.
b) Recorrencial;
Ex: “Pedro pedreiro, pedreiro esperando o trem que já vem,que já vem, que
já vem...”
c) Seqüencial stricto sensu.
Ex: “Levantou cedo, tomou banho e saiu”.
E não:
“Saiu, tomou banho e levantou”
Embora esta pesquisa esteja focalizada apenas na análise do tipo de
coesão seqüencial em textos escritos, serão apresentados, rapidamente, os
conceitos sobre a referencial e a recorrencial.
Na coesão referencial, certos itens na língua que têm como função
constituir referência, isto é, não são interpretados semanticamente por seu
sentido próprio, mas fazem referência a alguma coisa necessária a sua
interpretação. É o caso do exemplo citado anteriormente:
O presidente do Brasil viajou ao Chile para se reunir com o presidente chileno
para tratar das leis migratórias entre os países. O barbudo vai tentar fechar um
35
acordo internacional entre o Chile e o Brasil. Ele está muito esperançoso a
respeito deste encontro”.
Observa-se, nesta passagem, uma série de elementos referenciais
(presidente = barbudo = ele). O item referencial ele, tomado isoladamente, é
vazio e remete à procura de informação em outro lugar. Neste caso, ele =
presidente do Brasil.
A coesão referencial pode ser analisada como uma forma de
substituição e de reiteração. A substituição se dá quando um componente é
retomado (anáfora) ou precedido (catáfora) por uma pro-forma. A reiteração dá-
se pela repetição de expressões ao longo de um texto, ou seja, através de
sinônimos, hiperônimos, hipônimos, expressões nominais e nomes genéricos.
Os autores citados Halliday e Hasan (1976); Isenberg (1968); Marcuschi
(1983); Mira Mateus et Alii (1983)|; Fávero e Koch (2000); Beaugrande e
Dressler (1981) possuem conceitos convergentes a respeito da definição e da
classificação do elemento textual coesão, principalmente com relação à coesão
seqüencial. Estes são os autores adotados nesta pesquisa, que enfoca,
apenas, a coesão seqüencial.
A coesão seqüencial tem como função fazer progredir o texto, ou seja,
fazer caminhar o fluxo informacional ao longo do texto. Este tipo de coesão, por
sua vez, pode ocorrer por seqüenciação temporal e por conexão. Todo texto
coeso possui uma seqüenciação temporal, visto que a coesão é linear. De
acordo com Mira Mateus et Alii (1983),
Qualquer seqüência textual só é coesa e coerente se a
seqüencialização dos enunciados satisfazer as condições
conceptuais sobre localização temporal e ordenação
relativa que sabemos serem características dos estados de
coisas no mundo do selecionado pela referida seqüência
textual. (Mira Mateus et Alii 1983, p. 197).
36
A seqüência temporal pode ser expressa pela relação entre predicados,
em que uma sentença demonstra uma dependência com a outra por meio de
uma conjunção. Algumas vezes, mas não em todos os casos, os mesmos
conectivos podem ser categorizados como conjunções ou preposições. Desta
forma, na língua inglesa, a seqüenciação temporal pode ser obtida por:
1. Ordenação linear dos elementos que torna possível dizer, por exemplo:
- “Mary woke up early, took a shower and left to work”.
E não:
- “Mary left to work, took a shower and woke up”.
2. Expressões que assinalam a ordenação ou continuação das seqüências
temporais, como exemplo, na passagem:
- “First Paul saw a motorcycle, and then he saw a bus”.
3. Partículas temporais nas frases, por exemplo:
- “We’re going to the theatre tonight.
- “She’s coming over tomorrow”.
4. Expressões que fazem a correlação dos tempos verbais, por exemplo:
- “Although Mary left early for school, she hasn’t got there yet”.
Na seqüenciação por conexão, de acordo com Fávero (1983, p. 69),
tudo que está num texto está relacionado: um enunciado está subordinado a
outros à medida que não só se compreende por si mesmo, mas ajuda na
compreensão dos demais. Esta interdependência semântica e/ou pragmática é
expressa por operadores do tipo lógico, operadores discursivos e pausas.
Os operadores do tipo lógico têm por função fornecer o tipo de
relação lógica que o escritor estabelece entre duas proposições. São eles:
37
a) Disjunção: caracteriza-se pelas combinações entre as proposições por meio
do conector “or”, que pode ser inclusivo, correspondendo ao latim “vel” e
significando um ou outro, possivelmente ambos; essa relação só é verdadeira
se uma das proposições ou ambas forem verdadeiras. Por exemplo:
- Would you like some ice cream or chocolate?
- I want both.
No exemplo seguinte, o leitor pode interpretar a pergunta como uma
seqüência de alternativas compatíveis. A expressão and/or explicita esse
sentido:
- “There are rooms for men and/or women”.
As proposições podem, porém, ser combinadas por “or” exclusivo,
correspondendo ao latim “aut”, indicando que somente uma das duas é
verdadeira, nunca ambas:
-Paul or Mary will be elected to be the president of the club”.
b) Condicionalidade: têm como função conectar proposições que mantêm
uma relação de dependência entre a antecedente e a conseqüente. Afirma-se
não que ambas são verdadeiras, mas que a conseqüente será verdadeira se a
antecedente o for. Ela pode se apresentar sob três formas:
Factual ou real, como por exemplo: “If it rains, I won’t go out”.
Não factual ou irreal, como por exemplo: “If it rained, I wouldn’t go
out”.
Contrafactual ou irreal, como por exemplo: “If it had rained, I wouldn’t
have gone out”.
38
c) Causalidade: Este tipo de relação está inserida no tipo factual ou real da
condicionalidade. Existe relação de causalidade sempre que se verifica que
entre duas proposições A e B há uma relação de causa e conseqüência:
c.1) Mary is a human being so she is mortal.
c.2) The water frozed over because it got a 0º C temperature.
Podemos observar, nestes exemplos, uma relação de implicação lógica:
um das proposições implica necessariamente a outra proposição. No primeiro
exemplo, se Mary é um ser humano, necessariamente é mortal. Portanto,
certas construções exprimem tanto uma relação de causa como uma
conseqüência. Há casos que acontecem de forma inversa, ou seja, a oração da
causa após a da conseqüência, porém sem uma relação de implicação entre as
proposições:
c.3) They were speaking so low because there were people sleeping.
c.4) He didn’t study therefore he failed.
A relação de causalidade é expressa pelas construções que a gramática
chama de causais, conclusivas e consecutivas.
d) Mediação: este tipo de relação, do mesmo modo que a de causalidade, faz
parte da condicionalidade, destacada por razões didáticas. Este tipo de relação
é expressa por duas proposições, uma das quais exprime o meio para atingir
um determinado fim:
- He left early in order to arrive on time at the meeting.
39
e) Complementação: este tipo de relação se expressa por duas proposições,
uma das quais complementa o sentido de um termo da outra. Funciona como
um elemento de referência e ocorre no discurso subseqüentemente àquele em
que surge o termo anafórico. Exemplo:
- I need to tell you something: the boss isn’t coming today.
f) Restrição ou Delimitação: está presente na relação de duas proposições, em
que uma restringe, limita a extensão de um termo da outra. Por exemplo:
- We saw the girl who plays the piano.
g) Os operadores do discurso têm por função estruturar, através de
encadeamentos, os enunciados em textos, dando-lhes uma direção
argumentativa, isto é, orientando o seu sentido em uma dada direção. São
divididos em categorias: Conjunção, Disjunção, Contrajunção, Aplicação,
Conclusão e Comparação.
Conjunção (“junção”, na terminologia de Beaugrande e Dressler, 1981;
“conjunção”, na de Halliday e Hasan ,1976; e “conexão”, na de van Dick,1977).
Designa o tipo de conexão cujos conteúdos se adicionam e se baseia na
relação semântica de compatibilidade. Por exemplo:
- It rains and it´s cold.
Disjunção: trata-se da disjunção de enunciados que têm orientações
discursivas diferentes, e não da disjunção lógica já examinada em “operadores
do tipo lógico”. Por exemplo:
40
- You must study harder. Or have you forgotten what happened to you last
year?
Contrajunção: designa o tipo de conexão que articula seqüencialmente frases
cujos conteúdos se opõem.
- All the fruits were ok, but the pineapple went bad.
- We played very well, however we didn’t win the game.
Os casos de contrajunção but” e ”however”, nos exemplos anteriores,
ocorrem sempre em enunciados factuais e de condições para que uma
situação venha frustrar ou não uma expectativa que se cria no leitor/alocutário:
- Although he was sick, he went to the party.
- Despite all our efforts to save money, we can’t afford traveling this year.
Nesses exemplos, uma situação inesperada ou não desejada; ocorre
em enunciados factuais, hipotéticos ou contrafactuais, porém mantém-se uma
expectativa no alocutário. Uma diferença básica entre os segmentos
introduzidos por “but” e os introduzidos por “although/despite/in spite of” etc. é
que, com o primeiro, só é possível a ordem A but B e nunca B but A, e com os
segundos é possível a ordem A although B e although B, A. Neste último,
enuncia-se, com antecedência, que o argumento se manterá.
h) Explicação ou justificação: tem como função introduzir uma explicação de
um ato anteriormente realizado:
41
- There must have been an accident, since there is an ambulance on the
corner.
Nesse caso, não se trata de uma relação de causa e conseqüência, isto
é, não se trata de relação de causalidade, mas de explicação, justificação.
i) Pausas: têm como função, principalmente na modalidade do texto escrito,
indicar pausas: dois pontos, vírgulas, ponto-e-vírgula ou ponto final. Estes
podem substituir os conectores frásicos, podendo assinalar relações diferentes,
facilmente explicitadas: Exemplo:
- Dont´t touch it; you may get a shock. (condicionalidade)
- I didn´t go to the wedding; I sent an e-mail. (contrajunção)
- It´s ten o´clock. I must go. The train leaves at ten-thirty. (causalidade)
- I was tired; I decided not to go to the party. (conclusão).
Mackay e Mountfore (1987) distinguem dois tipos de coesão seqüencial:
a coesão pronominal, representada através dos dispositivos anafóricos de
pronominalização e substituição (he, she, it, them, us etc.); e a coesão retórica,
que é subordinada a dois aspectos: a coesão intra-sentencial, observada no
relacionamento existente entre os termos, dentro das sentenças (because,
although, in spite of etc.); e a coesão intersentencial, observada no
relacionamento entre as sentenças de um parágrafo, através dos conectivos
(moreover, besides, for example etc).
Neste estudo, busca-se fazer um levantamento, apenas, dos elos
coesivos no nível das relações intra-sentenciais e intersentenciais, também
conhecidos como adverbiais conjuntivos, ao longo de um texto escrito por
42
aprendizes da língua inglesa como língua estrangeira. Sendo assim, os demais
elementos de ligação, que apresentam também relações coesivas ao longo de
um texto, não foram analisados.
Por outro lado, torna-se necessária uma análise mais aprofundada das
definições de uso destes conectivos intersentenciais e intra-sentenciais à luz de
duas gramáticas: A University Grammar of English (Quirk e Greenbaum, 1973)
e Longman Grammar of Spoken and Written English (Biber et al. 1999).
Quirk et al (1973), que representam a corrente tradicional, de cunho
mais prescritivo, priorizando a competência do falante, definiram os adverbiais
conjuntivos como sendo componentes independentes da oração.
Semanticamente, os conjuntivos têm função conectiva. Indicam a conexão entre
o que está sendo dito ou escrito naquele momento, e o que foi dito ou escrito
antes. Da mesma forma, Biber et al (1999), que representam a corrente
empiricista, pois se baseiam em corpora eletrônicos de grandes proporções,
definem os adverbiais conjuntivos como elementos que têm como função básica
estabelecer a percepção do falante ou escritor da relação entre duas unidades
do discurso ou texto. Esses conectivos sinalisam as conexões entre as
passagens do texto, pois são ferramentas importantes que criam coesão textual,
assim como as conjunções coordenativas e subordinativas.
Embora as definições de adverbiais conjuntivos apresentadas nessas
duas gramáticas sejam similares, para esta pesquisa foi adotada a definição de
Biber et al. (1999), que apresenta os conjuntivos como ferramentas de coesão
textual.
É lido, ainda, mencionar que os advérbiais conjuntivos abordam duas
perspectivas: no nível da frase (gramática) e no nível de texto (sentido/gênero). A
43
gramática de Quirk et al. (1995) destaca esses itens gramaticais apenas no nível
da frase; já Biber et al. (1999) se mostraram preocupados com as diferenças de
uso dos adverbiais de um registro para outro, revelando a necessidade de um
estudo gramatical que descreva o comportamento das diferentes classes
gramaticais, conforme a funcionalidade de seu emprego nos diferentes registros
em que atuam e de acordo com as relações de sentido que os conjuntivos, em
questão, expressam.
Torna-se necessário, também, mencionar que existe a preocupação dos
estudiosos em relação ao uso de itens-gramaticais que auxiliam a comunicação
efetiva, nos textos escritos por alunos de inglês como língua estrangeira. O uso
apropriado dos conjuntivos tem um efeito positivo na compreensão do texto.
Entretanto, a presença desses mecanismos não garante a qualidade do texto.
Portanto, o escritor deve usá-los com cuidado, pois, por um lado, a alta
freqüência desses mecanismos não assegura um texto com boa comunicação e
compreensão, e, por outro lado, o subuso ou mau uso desses conjuntivos pode
simplesmente confundir o leitor. Os autores levantam a problemática do uso de
conjuntivos, principalmente pelos aprendizes de língua estrangeira, que parecem
que não são conscientizados sobre o uso dos adverbiais conjuntivos na
conversação e no texto escrito. Isso significa que o fato de aprender a usar
adequadamente esses elementos está relacionado à aprendizagem da produção
de tipos e gêneros de textos diferentes. Ou seja, o emprego adequado dos
conjuntivos depende do desenvolvimento da competência comunicativa do
aprendiz e do modo como a língua foi ensinada.
Nesta pesquisa, será destacado o papel dos seguintes elementos de
ligação ao longo de textos escritos:
44
A) Conjunções;
B) Adverbiais Conjuntivos.
Adota-se, aqui, a perspectiva de que as conjunções não só têm como
função unir as orações, mas também demonstram como o significado das duas
orações está relacionado entre si. Por exemplo, através das conjunções BUT /
AND / OR é possível estabelecer relações de adversidade, adição e
alternância, respectivamente. Estas conjunções unem orações que são
gramaticalmente independentes umas da outras, ou seja, orações coordenadas
Por exemplo:
- She works hard, but she doesn’t make a good salary.
Algumas conjunções são conhecidas como “conjunções múltiplas”,
porque são formadas por mais de uma palavra, como: SO THAT / AS LONG
AS. Elas têm como função unir orações que não são independentes
gramaticalmente, como por exemplo:
- I stayed an extra night so that I could see Paul.
- You can take my car as long as you drive carefully.
1.3.2.1 Tipos de Conjunções:
Existem dois tipos de conjunções: Coordenativas e Subordinativas.
Conjunções Coordenativas
As conjunções coordenativas têm como principal função unir os
componentes lingüísticos de uma construção maior. A estrutura desses
componentes corresponde ao agrupamento de unidades lingüísticas dentro de
uma oração ou sentença. Servem também para demonstrar a relação entre as
45
frases que compõem um período (PARROT, 2000) e estabelecem, portanto, as
conexões entre as idéias de um determinado contexto, seja ele oral ou escrito.
Quando uma conjunção coordenativa une duas orações, a última torna-se a
sentença constituída. As principais conjunções coordenadas são and, but, e
or. Por exemplo:
- I thought she would come and arrive on time!
Uma característica que distingue as conjunções coordenativas dos
adverbiais conjuntivos é que esses últimos podem ser seguidos por vírgulas
(no inglês), o que não acontece com as conjunções coordenadas. Além disso,
as conjunções coordenadas também não têm flexibilidade sobre a posição na
oração, como têm os conjuntivos. Por exemplo:
- Nevertheless, they carved out a 6.3 per cent of the overall vote.
- * But they carved out a 6.3 per cent share of the overall market.
Essas frases estão exemplificando a posição do conjuntivo, que é
flexível, e a posição da conjunção coordenada, que não é aceitável na língua
inglesa:
- They nevertheless carved out a 6.3 per cent share of the overall food
market.
- * They but carved out a 6.3 per cent of the overall food market.
46
Conjunções Subordinativas
Também conhecidas como “subordinadoras” ou subordinativas, as
conjunções subordinativas têm como função unir orações independentes a
orações dependentes. A oração dependente é aquela que deve ser usada com
uma outra oração com o objetivo de formar uma completa construção
gramatical. Estabelecem conexões entre uma oração principal e uma
dependente. Por exemplo:
- Lock the door when you leave.
A primeira oração é independente (Lock the door) em relação à segunda
oração. Mas a segunda oração é dependente em relação à primeira (When you
leave), ou seja, é subordinada à primeira. As conjunções subordinadas deixam
marcas estruturais nas orações; portanto, não podem ser omitidas.
1.3.2.2 Classificação das Conjunções
Tentar categorizar as conjunções por significado e usos pode parecer
apenas uma visão superficial, entretanto, as gramáticas inglesas as classificam
das mais variadas formas (PARROT, 2000): como conjunções atitudinais
(expressam a atitude do falante diante do enunciado), conjunções de
gerenciamento de diálogo: monitorizam um tópico discutido; conjunções
preparatórias: influenciam as reações dos ouvintes ou dos leitores e
conjunções Textuais: expressam a seqüência temporal nas sentenças.
Há de se mencionar que uma conjunção subordinativa também pode ser
usada como adverbial conjuntivo: é o caso de though. Como conjunção
subordinada, introduz uma oração de circunstância concessiva, como em:
- The elections were peaceful, though hampered by delays.
47
Como adverbial conjuntivo, though marca uma relação de sentido de
contraste entre duas unidades de discurso. É o caso de:
- ...few of these articles are about the different economic and
organizational context federal management. There are exceptions, though.
1.3.2.3 Adverbiais conjuntivos
Os adverbiais conjuntivos diferem das conjunções, por serem mais
abrangentes ao longo de um texto. As conjunções são relacionadas à sintaxe
da oração, principalmente as subordinadas, enquanto que os adverbiais
conjuntivos são relacionados à estrutura do texto.
De acordo com Quirk et al. (1973, p. 40), os adverbiais conjuntivos são
elementos independentes da oração. Semanticamente, os adverbiais
conjuntivos têm uma função conectiva. Indicam uma relação de conexão entre
o que está sendo dito ou escrito naquele momento com o que foi dito ou escrito
antes. Para Biber et al (1999, p. 40),
Os adverbiais conjuntivos são definidos como
elementos que têm a função básica de estabelecer a
percepção do falante ou escritor da relação entre
duas unidades do discurso. Os conjuntivos sinalizam
as conexões entre as passagens do texto, pois são
ferramentas importantes que criam coesão textual,
assim como as conjunções coordenativas e
subordinativas.
1.3.2.3.1 Funções lexicais dos adverbiais conjuntivos por categorias
a) Função Lexical - Ordenar e numerar os fatos em um contexto:
Nomeadas por Halliday de conjunções temporais, e podendo ser usadas
em contexto formal ou informal, num texto oral ou escrito, têm como objetivo
organizar o tempo disponível que o escritor ou orador venha a ter. Geralmente
48
a segunda sentença refere-se a um evento que ocorre após o evento da
primeira sentença. É o caso de Firstly; secondly; lastly; next; then;
one…two…three; for one thing …for another (thing); to begin with
Firstly, I´ll go over the bank, then to the supermarket.
Entretanto, a segunda sentença também pode indicar um acontecimento
de um evento simultâneo em relação à primeira sentença.
Exemplos: (just) then; at the same time; simultaneously; meanwhile; all this
time; on this occasion; this time; by this time.
“…That will be a queer thing, to be sure! However, everything is queer
today…Just then she heard something splashing about in the pool…”
casos em que um determinado evento pode acontecer anteriormente
em relação à segunda sentença. É o caso, por exemplo de Earlier; before that;
previously; (just) before; five minutes earlier; on a previous occasion; until then;
up till that time.
Exemplo:
“The weather cleared just as the party approached the summit, until then they
had seen nothing of the panorama around them”.
Existem situações em que as sentenças não estão relacionadas umas
com as outras em uma determinada relação temporal, mas sim por marcar o
final de uma série de processos. Neste caso, os conectivos são conhecidos
como temporal–conclusivos: Finally; at last; in the end; at the end; eventually.
- “All this time the policeman was looking at him, first through a telescope, then
through a microscope, and then through an opera-glass. At last he said you’re
traveling the wrong way sir!”
49
As conjunções temporais diferem das demais pelo fato de haver uma
correlação entre uma sentença contendo uma expressão anafórica antecipando
uma outra expressão catafórica que a segue. As conjunções temporais
catafóricas típicas são: at first; fisrt of all; to begin with; in the first place.
Um outro tipo de relação que ocorre nas sentenças que são ligadas por
conjunções temporais é a relação entre o que está sendo dito em um dado
momento no texto com o que já foi obtido ou alcançado dentro de um processo
comunicativo. Elas podem requerer os tempos verbais no passado: so far, up to
now, up to this point, hitherto, heretofore; no presente: at this point, here; ou no
futuro: from now on, henceforward, hereunder.
Exemplo:
“…So far we have tried to imagine the way an interested but uninstructed
listener might react, in general terms, to early Renaissance music. From now
on it’ll be time to go into greater detail…”
No caso das conjunções temporais finally, in conclusion, to conclude, to
sum up, in short, in a word e to put it briefly são usadas em um sentido
culminativo, ou seja, no final de uma série de eventos.
Exemplo:
“...The foods you eat can make the difference between your day ending with
freshness which lets you enjoy a delightful evening or with exhaustion which
forces you to bed with the chickens. To a considerable degree, your nutrition
can give you a coddled-egg personality or make you a human dynamo. In short
/ to conclude / to sum up / in conclusion it can determine your rest of life,
the good you put into it, and the fulfillment you get from it…”
50
E finalmente, podemos incluir nesta categoria das conjunções temporais
as que possuem um sentido de “reatamento, recomeçar ou retorno a um ponto
anterior”, onde o locutor indica que está reatando, recomeçando ou retornando
ao propósito principal da comunicação. Esta relação de reatamento de
recomeço ou de retorno é expressa pelas conjunções anyway, to resume, to
come back to the point.
Exemplo:
“...Anyway the main point of this talk is not what has been said recently…it
was said in the beginning of this conversation…”
De acordo com Halliday e Hasan (1982), entre as relações temporais
destacam-se:
Relação Temporal Simples:
Seqüencial: (and) then, next, afterwards, after that, subsequently.
Simultânea: (just) then, at the same time, simultaneously.
Precedente: earlier, before then/that, previously.
Relação Temporal Complexa:
Imediata: at once, thereupon, on which, just before.
Interrupção: soon, presently, later; after a time; some time earlier;
formely.
Repetitiva; next time, on another occasion, the last time, on a
previous occasion.
Específica: next day, five minutes later, five minutes earlier.
Durativa: meanwhile, all this time.
Terminal: by this time, up till that time, until then.
Exata/ Pontuada: next moment, at this point, the previous moment.
51
Relação Temporal Conclusiva:
Simples: finally, at last, in the end, eventually.
Seqüencial/ Conclusivas: First…in the end.; first…next; first…second,
at first…finally, at first…in
Correlação/Seqüencial; in the first place…., to begin with
Conclusiva: finally, ……,to conclude with.
Relação Temporal do “aqui e agora”:
Passado: so far; up to now, up to this point, hitherto,
heretofore.
Presente: at this point, here.
Futuro: from now on, henceforward.
Relação Temporal de Resumo:
Culminância: to sum up, in short, briefly.
Reatamento: to resume, to get back to the point, anyway.
b) Função Lexical – Adicionar informações.
As conjunções aditivas são um tipo de conjunções coordenativas. Estas
palavras têm como função introduzir uma extensão ao texto ou dar início a uma
outra frase. Quanto às relações de estrutura, há conjunções adittivas que se
encontram dentro de uma sentença, e as responsáveis por relações coesivas,
que se encontram entre as sentenças. Estas conjunções, consideradas como
relações coesivas, podem ser agrupadas em duas categorias, ou seja, nas
categorias que aparecem estruturalmente como as conjunções coordenativas
do tipo “and” e do tipo “or”. As palavras “and”, “or” e “nor” são classificadas aqui
como aditivas. Os pares correlativos both...and; either...or e neither...nor não
52
ocorrem, geralmente, como uma função coesiva. Eles ficam restritos às
estruturas coordenativas dentro de uma mesma sentença. Isto porque estes
pares funcionam como uma única unidade, como uma sucessão de dois
elementos independentes, onde o segundo elemento está atrelado ao primeiro.
Existem outras formas conhecidas, como as formas enfáticas do “and”.
São elas: further; furthemore; again, also, moroever, what is more; on the top of
this; besides, additionally; in addition, in addition to this; not only that but.
Exemplo:
She speaks French, German and Spanish. In addition to (that) she’s
able to understand Japanese.
Os conectivos mais comuns encontrados, principalmente num contexto
oral e informal, são os seguintes:
Alternatively, besides, what is more, on the top of this / that.
What is more / on the top of this - dão ênfase e adicionam as partes
mais importantes de um contexto.
Exemplo:
Teachers are important to the society. What is more, without teachers,
no one would learn.
Besides - adiciona mais peso àquilo que foi dito.
Ex: Besides the violin, he plays the piano and the flute
Já no caso das relações derivadas do “or”, o significado básico da
conjunção é a relação de alternatividade, ou seja, adquirir um sentido de uma
interpretação alternativa ou de outra opinião. Esta palavra pode, também, vir
acompanhada de “else” no sentido de perguntas, solicitações, permissões ou
53
previsões (conhecidas nas maiorias das gramáticas como orações interrogativas
e imperativas).
Exemplo:
Perhaps she missed her train. Or else she’s changed her mind and
isn’t coming…
Fazem parte, também, do grupo das conjunções aditivas as conjunções
que possuem um sentido de simultaneidade, na qual a fonte da relação de
coesão é a comparação do que está sendo escrito/dito com o que já tinha sido
escrito/ dito durante um discurso. As conjunções mais comuns desta categoria
são: similarly, likewise e in the same way. Estas conjunções enfatizam que a
relevância da oração introduzida é a sua semelhança de importância com a
sentença precedente.
Exemplo:
Treating people as responsible citizens brings out the best in them; they
behave as such. In the same way if you treat them as criminals they will soon
begin to act like criminals.”
conjunções que possuem um sentido negativo em relação às de
similaridade, ou seja, são conjunções que possuem um sentido de
dissimilaridade. Estas são expressas freqüentemente pela frase “on the other
hand”, como também, pelas conjunções: by contrast, as opposed to this e
outras.
Exemplo:
Our garden didn’t do very well this year. By contrast, the orchard is looking
very healthy”.
54
É lido enfatizar que a frase “on the other hand” perde um pouco o
sentindo de dissimilaridade entre as demais conjunções quando a sua forma
correlativa “on the one hand” permanece dentro de um mesmo contexto.
Exemplo:
Why aren’t you going for a swim? – On the one hand, the air’s too cold; I like
to be warm when I come out. On the other hand, the current’s too strong; I like
to be sure I shall come out”.
Ainda pertencendo à categoria das aditivas, encontramos a
subcategoria das conjunções apositivas, as quais possuem um sentido de expor
algo a mais ao que foi dito anteriormente. As conjunções apositivas são: I mean;
that is; that is to say, in other words e to put it another way. Além dessas, há
conjunções que têm um sentido de exemplificação, que têm ligação com o que
foi dito anteriormente: for instance; for example, such as e thus.
Exemplo:
In the Index of Railroad Stations the names of many rail-roads are
followed by small numerals. These are time-tables numbers indicating the table in
which a given station is shown in the railroad´s representation. For example,
under Danbury, Ct., is shown “N.Y. New Hav. And H.12. “This means Danbury is
found on the time-table No. 12 of that railroad”.
São encontradas, também, dentro da categoria das aditivas, as
conjunções que possuem um sentido de adicionar algo ao que já foi dito, ou seja,
após uma informação anterior já completa sem pressupor que ainda haverá algo
há ser dito pelo escritor ou pelo locutor. É o caso das conjunções: incidentally e
by the way.
Exemplo:
55
You’ll see me there, said the cat, and vanished...While she was looking
at the place where it had been, it suddenly appeared again. By the way, what
became of the baby? Said the cat, I’d nearly forgotten to ask.”
As relações aditivas, podem ser resumidas da seguinte forma:
Relações Aditivas Simples:
Aditivas: and, and also, and...too;
Negativas: nor, and…not, not…either, neither;
Alternativas: or, or else.
Relações Aditivas Complexas:
Aditiva: Furthermore, moreover, additionally, besides
that, add to this, in addition, and another thing.
Alternativa: Alternatively.
Relações Aditivas Pós-enfáticas:
Afterthought (pós-pensamento): Incidentally, by the way.
Relações Aditivas Comparativas:
Similares: Likewise, similarly, in the same way, in
(just) this way.
Dissimilares: On the other hand, by contrast,
conversely.
Relações Aditivas Apositivas:
Expositórias: That is, I mean, in other words, to put it
another way.
Exemplificatórias: For instance, for example, thus.
56
c) Função Lexical - Adversativa
As conjunções adversativas têm como objetivo dar ênfase a uma
inconsistência aparente em um contexto escrito ou oral. A função básica destas
conjunções é criar uma expectativa contrária a que o leitor ou ouvinte cria em
relação à continuidade do texto. Esta expectativa pode ser derivada do
conteúdo do texto ou de um processo comunicativo entre falante e ouvinte. As
conjunções mais comuns desta categoria são: but, however, though e yet.
A conjunção adversativa “yet” tem uma característica diferente das
demais porque é encontrada no início das sentenças e pode vir acompanhada
ou não da conjunção “and” (and yet), diferentemente, da conjunção adversativa
“but” que nunca é encontrada iniciando uma oração, porque deve ser ligada à
sentença anterior acompanhada da conjunção “and” (and but).
Exemplo: “All the figures were correct; they´d been checked. Yet the
total came out wrong”.
a da conjunção adversativa however”, ocorre regulamente como um
grupo fonológico separado do que se segue em um discurso oral. Ela também
pode vir a ser substituída por expressões como anyhow e at any rate, no
sentido de que algo que foi dito anteriormente tornou-se irrelevante e com o
objetivo de mudar de um assunto para um outro.
Exemplo:
“...The March Hare said – I didn´t!
- the March Hare interrupted in a great hurry…
- Well, at any rate, the Dormouse said – the Hatter went on…”.
57
A da conjunção “though”, pode ocorrer inicialmente em uma frase (=
although), porém a sua posição normal é no final das sentenças.
Exemplos:
a) “All this time John was trying his best to fold up the umbrella,
with himself in it…But he couldn’t quite succeed and it ended in
his rolling over…”.
b) “…it swept her straight off the seat, and down among the heap
of rushes. However, she wasn’t a bit hurt, and was soon up
again.”
c) “I like the Walrus best, said Alice – because, you see, he was a
little sorry for the poor oysters”. - He ate more than the
Carpenter though, said Tweedledee”. (a-b-c: Trechos do livro
Alice in Wonderland, citado por Halliday e Hasan – 1976)
outras conjunções adversativas e expressões preposicionais como
nevertheless, still, in spite of this e despite of this que são diferentes das
demais conjunções adversativas pelo fato de serem muito acentuadas no
momento de um discurso oral.
Em alguns momentos, a relação adversativa entre duas sentenças
aparece como uma seqüência revertida dos fatos, com a conjunção although
funcionando como a conjunção yet.
Exemplo:
The total came wrong. Yet all the figures were correct.
(The total came out wrong, although all the figures were correct).
58
É válido salientar que a conjunção although pode ser caracterizada
como uma adversativa, de fato, quando puder ser substituída por “in spite of
ou “as against” e se a conjunção although preceder a oração principal. Caso
contrário, ela é caracterizada com uma conjunção concessiva.
Exemplo:
She failed, although she’d tried her best. (She failed in spite of the fact/as
against that…)
Although she tried her best, she failed. (nesse caso não há sentido
substituir por as against).
também casos em que ocorre com outras conjunções adversativas
um sentido similar ao da conjunção “as against”, ou seja, o sentido fica como
se ao contrário da realidade que o processo comunicativo nos conduz a tal
expectativa, o fato não ocorreu como se esperava. As expressões mais
utilizadas neste sentido são: in fact, as a matter of fact, actually e to tell the
truth. Existe uma distinção entre a conjunção in fact, no sentido de acerto
dos fatos que o ouvinte ou o locutor possam imaginar uma expectativa, e
outras conjunções do tipo instead (of), rather, on the contrary, at least e I
mean, que têm como característica o sentido de certificar se do o que já foi
dito ou escrito, ou seja, não dar margem à imaginação do leitor ou ouvinte.
Exemplo:
He showed no pleasure at hearing the news. Instead he looked even
gloomier.
Finalmente, aparecem, na categoria das conjunções adversativas, as
expressões conhecidas por Halliday como alternativas, que pressupõem que
59
alguma informação perdeu a sua relevância e, em seguida, se tornaram
irrelevantes e podem ser substituídas por “no matter under what
circunstances,...still” . As expressões mais comuns desta subcategoria são:
in any case, either case, any way, either way, whichever happens, whether....
or not.
Exemplo:
We may be back tonight; I’m not sure. Either way, just make yourselves at
home.
A categorização das conjunções adversativas, segundo Halliday e
Hasan (1982), é:
Relações Adversativas: (substituída porin spite of”)
Simples: yet, though, only;
Contendo “and” (iniciando frases): and but;
Enfática: However, nevertheless, despite this, all the
same.
Relações Contrastivas: (substituída por as against”)
Simples: but, and;
Enfática: however, on the other hand, at the same
time, as against that;
Declarativas: in fact, as a matter of fact, to tell the truth,
actually, in point of fact;
Relações Adversativas Corretivas:
60
Correção de sentido: instead, rather, on the contrary;
Correção de texto: at least, rather, I mean.
Relações Adversativas Alternativas:
Fechada: in any/either case/event, any/either way,
whichever;
Aberta: anyhow, at any rate, in any case,
however that may be.
d) Função Lexical - Causa e efeito
Estas conjunções são palavras que têm como finalidade introduzir
planos ou intenções e geralmente respondem ao que foi levantado
anteriormente, podendo ser encontradas em contexto oral ou escrito. As
conjunções que mais representam esta categoria são: so, hence, therefore,
consequently, accordingly, as a result (of that), in consequence (of that),
because of that – e todas elas podem ser combinadas com a conjunção and no
início.
Exemplos:
“I studied engineering at university and as a result, I am now an
engineer”.
“Doctors save lives therefore, I think it’s the most important job”.
É valido salientar que as conjunções causais se diferenciam das demais
categorias não só pela sua função coesiva causal, mas também por exigirem
um nível de interpretação maior do contexto em que o escritor ou locutor
estejam inseridos. Neste sentido, também são encontradas as conjunções:
61
arising out of this; following from this; it follows that; from this it appears that, we
may conclude that. Já no sentido de “the reason was that” (a razão foi que), a
preposição “for” pode ser usada com este mesmo significado. Apesar de não
ser muito utilizada na oralidade, é bastante comum nos textos escritos,
adquirindo um sentido similar ao da conjunção because. A diferença entre for e
because, neste sentido, é que a palavra for adquiriu um sentido de “this is the
reason for what was just said” (esta é a razão pelo que foi dito), enquanto a
palavra because adquire um sentido de “this is why I´m asking” (isto é porque
eu estou perguntando).
Exemplo:
a) “You aren’t leaving, are you? Because I’ve got something to say to
you”.
b) “The next morning she was glad and proud that she had not yielded to
a scare. For she was obviously better”.
Há uma outra subcategoria que está inserida na categoria das causais,
nomeada de condicionais. Esta subcategoria se diferencia das demais pelo fato
de que pode ser substituída pela expressão “under these circunstances”. A
forma mais simples de uma relação condicional é com a utilização da
conjunção then.
Exemplo:
Have some wine, her friend said. - Alice looked around the table, but
there was nothing on it but tea. I don’t see any, she remarked! – then / under
these circumstances it wasn’t very civil of you to offer it, said Alice angrily”.
62
Outras palavras são também encontradras com significado similares, por
exemplo: in that case; in such event; that being the case. A relação equivalente
seria na relação de: if/since there isn´t any,....then/it wasn´t very civil of you to
offer it.
A forma negativa da subcategoria condicional é representada pela
conjunção “otherwise”, podendo ser substituída por “under other
circunstances”. Chama-se de forma negativa, mas na verdade o que ela
representa é uma troca de polaridade, ou de uma forma positiva para uma
negativa ou de uma forma negativa para uma positiva. A conjunção “otherwise
é equivalente às expressões: in other respects; aside/apart from this.
Exemplo:
I was not informed. Otherwise I should have taken some action”.
As conjunções causais são, portanto, segundo (Halliday e Hasan, 1982):
Relações Causais Gerais:
Simples: so, thus, hence, therefore, because;
Enfática: consequently, accordingly, because of this.
Relações Causais Específicas:
Razão: for this reason, on account of this, it follows from
this, on this basis;
Resultado: as a result of this, in consequence of this;
Propósito: for this purpose, with this in mind/view, with this
intention, to this end.
Relações Causais Conditionais:
Simples: if.....,then;
63
Enfática: in that case, that being the case, in such an
event, under those circumstances;
Gerais: under the circuntances;
Polaridade revertida: otherwise;
Relações Causais Respectivas:
Diretas: in this respect/connection, with regard to
this; here;
Polaridade revertida: in other respects, aside/apart from this,
otherwise.
É importante salientar que o fator textual coesão, por se tratar de um
terreno tão vasto e complexo, motivou esta pesquisa que teve como objetivo
analisar, apenas, os fatores da coesão que têm como função prover uma
seqüência de informações, ou seja, os elos coesivos intra-sentenciais e inter-
sentenciais presentes nos textos escritos dos aprendizes da língua inglesa
como língua estrangeira (EFL). Portanto, outros fatores da coesão tais como
pronominalização, substituição e elipse e os demais fatores gramaticais ficaram
fora da análise desta pesquisa.
Em seguida, encontra-se um resumo total das categorias e
subcategorias das relações conjuntivas apresentadas ao longo deste trabalho.
TABELA 1. RELAÇÕES CONJUNTIVAS DE ACORDO COM HALLIDAY/
HASAN – RESUMO
RELAÇÕES TEMPORAIS
Relação Temporal Simples:
Seqüencial: (and) then;
next; afterwards; after that;
subsequently.
Simultânea: (just) then; at
the same time, simultaneously.
64
Precedente: earlier; before
then/that; previously.
Imediata: at once;
thereupon, on which; just before.
Relação Temporal Complexa:
Interrupção: soon;
presently, later; after a time; some
time earlier; formerly.
Repetitiva: next time; on
another occasion; the last time; on
a previous occasion.
Específica: next day; five
minutes later; five minutes earlier.
Durativa: meanwhile, all
this time.
Terminal: by this time;
up till that time; until then.
Exata/ Pontuada: next moment;
at this point; the previous moment
Relação Temporal Conclusiva:
Simples: finally, at last, in the
end, eventually.
Seqüencial/ Conclusivas:
First…then; first…next;
first…second; at first…finally; at
first…in the end.
Correlação/Seqüencial; in the
first place….; to begin with
Conclusiva:
….finally; ……to conclude with.
Relação Temporal do “aqui e agora”:
Passado: so far; up to now;
up to this point; hitherto;
heretofore.
Presente: at this point; here.
Futuro: from now on;
henceforward.
Relação Temporal de Resumo:
Culminância: to sum up, in
short, briefly.
Reatamento: to resume; to get
back to the point; anyway
RELAÇÕES ADITIVAS
Relações Aditivas Simples
Aditivas: and, and also,
and...too;
Negativas: nor, and…not,
not…either, neither;
Alternativas: or, or else.
65
Relações Aditivas Complexas:
Aditiva: Furthermore,
moreover, additionally, besides
that, add to this, in addition, and
another thing.
Alternativa: Alternatively
Relações Aditivas Pós-enfáticas:
Afterthought (adicionadas a um
pensamento): Incidentally, by the
way.
Relações Aditivas Comparativas:
Similares: Likewise,
similarly, in the same way, in (just)
this way.
Dissimilares: On the
other hand, by contrast, conversely
Relações Aditivas Apositivas:
Expositórias: That is, I
mean, in other words, to put it
another way.
Exemplificatórias: For
instance, for example, thus
RELAÇÕES ADVERSATIVAS
(substituída porin spite of”)
Simples: yet, though, only;
Acompanhada de “and”; but;
Enfática: However, nevertheless, despite this, all the same
(substiuída poras against”)
Relações Contrastivas:
Simples: but,
and;
Enfática:
however, on the other hand, at the
same time, as against that;
Declarativas: in fact,
as a matter of fact, to tell the truth,
actually, in point of fact;
Relações Adversativas Corretivas:
Correção de sentido:
instead, rather, on the contrary;
Correção de texto: at
least, rather, I mean.
Relações Adversativas Dissmissivas:
Fechada: in
any/either case/event, any/either
way, whichever;
Aberta:
anyhow, at any rate, in any case,
however that may be
66
RELAÇÕES DE CAUSA E EFEITO
Relações Causais Gerais
Simples: so, thus, hence,
therefore, because;
Enfática: consequently,
accordingly, because of this.
Relações Causais Específicas:
Razão: for this reason, on
account of this, it follows from
this, on this basis;
Resultado: as a result of this,
in consequence of this;
Propósito: for this purpose,
with this in mind/view, with this
intention, to this end.
Simples: if.....,then;
Enfática: in that case,
that being the case, in such an
event, under those circunstances;
Relações Respectivas:
Gerais: under the
circumstances;
Polaridade revertida: otherwise;
Diretas: in this
respect/connection, with regard to
this; here;
Polaridade revertida: in other
respects, aside/apart from this,
otherwise
É relevante salientar que este estudo parte do uso concreto da
linguagem em uma segunda língua (língua inglesa) pelos aprendizes, para uma
descrição real da linguagem na modalidade escrita.
67
CAPÍTULO 2
METODOLOGIA
Este capítulo possui dois objetivos principais: primeiramente, descrever
o material utilizado para a pesquisa, a coleta de dados e a sua estrutura de
organização. Em seguida, demonstrar a metodologia empregada para a análise
dos dados. Será necessário retomar, em um primeiro momento, o objetivo
deste trabalho e as perguntas que o guiaram, para, em seguida, ser
apresentada a coleta de dados, expondo as produções escritas dos alunos que
fizeram parte desta pesquisa. Em um próximo momento, estarão descritos os
passos utilizados para analisar os dados.
O trabalho está dividido em duas etapas: a primeira traz um
levantamento das produções escritas dos aprendizes de EFL, em sala de aula,
e das principais dificuldades de uso dos elos coesivos; a segunda, uma análise
do tratamento dispensado à coesão nos livros didáticos de língua inglesa para
alunos de EFL. Todos os livros escolhidos e alunos observados em sala de
aula estão nos níveis Inicial, Intermediário e Avançado. Inicialmente, foi
realizado um levantamento das ocorrências dos elos coesivos, para, em
seguida, selecionar as mais relevantes para este estudo, cujo caráter será
exclusivamente exploratório.
O foco principal é a questão da comunicação escrita eficiente e coesa,
embora nem sempre esta ocorra, mesmo entre falantes nativos. Portanto, não
se espera aqui que os alunos tenham a mesma competência no idioma que os
nativos da língua Inglesa, visto que nem todos os nativos da língua se
68
comunicam eficiente e coesamente. Considera-se, aqui, comunicação eficiente
e coesa a competência comunicativa da Lingüística Textual no tratamento com
gêneros textuais como adequação aos diversos usos da lingua, ou seja, o
domínio apropriado e adequado às diferentes situações. Os aprendizes devem
aprender a expressar o que desejam e serem compreendidos pelos seus
leitores em diferentes contextos de uso.
Neste trabalho, foram observados 45 (quarenta e cinco) aprendizes de
EFL / ILE, dos níveis iniciante, intermediário e avançado, devidamente
matriculados em 03 (três) escolas particulares de idioma da Cidade do Recife.
O critério utilizado na seleção dos aprendizes foi aleatório. No que diz respeito
às escolas, a seleção baseou-se na tradição, na quantidade de unidades
escolares filiadas a uma só instituição de ensino de idiomas dentro do nosso
Estado e como também o consentimento dos diretores pedagógicos na
participação desta pesquisa.
As escolas, os alunos e os livros selecionados foram nomeados através
de códigos com o intuito de preservar as identidades dos participantes. Os
códigos que representaram as escolas foram: E1 (escola 01); E2 (escola 02) e
E3 (escola nº 03). Os códigos que representaram os alunos selecionados
foram: A1 (aluno nº 01); A2 (aluno nº 02) e assim por diante. Os códigos que
representaram os livros selecionados foram: L1 (livro nº 01); L2 (livro nº 02) e
assim sucessivamente.
Assim, ficou prevista a participação, neste trabalho, de 15 (quinze)
alunos de cada escola de idiomas, subdivididos em: 05 alunos do estágio
Inicial, 05 alunos do estágio Intermediário e 05 alunos do estágio Avançado. As
variáveis foram: Gênero, definido como masculino ou feminino e Idade,
69
participaram da pesquisa alunos entre 15 e 25 anos de acordo com as
informações que constam nos seus respectivos RG e a Autenticidade de
registros de matrícula, tendo sido consideradas declarações de matrículas das
escolas participantes.
em relação à coleta de dados, na primeira etapa, foram utilizadas
produções escritas narrativas e dissertativo-argumentativas dos aprendizes em
diferentes estágios de aprendizagem. O tema proposto aos alunos concluintes
do nível Iniciante foi a criação de uma história baseada numa seqüência de
figuras, distribuída individualmente para cada participante do estágio Iniciante
de todas as escolas. Para os níveis Intermediário e Avançado, o proposto foi a
produção escrita de um mesmo tema argumentativo-dissertativo para cada
individuo destes estágios de todas a escolas participantes. Todos os
participantes, antes de se submeterem à pesquisa, receberam um termo de
consentimento livre e esclarecido que foi previamente lido e assinado, em
duas cópias (uma para o participante e outra para o pesquisador). Na segunda
etapa, foi feita uma análise dos livros didáticos das respectivas escolas,
anonimato também mantido.
70
2.1 Objetivos
Esta pesquisa teve como objetivo geral investigar o uso de conjunções
INTRA-SENTENCIAIS e INTERSENTENCIAIS, que sinalizam as relações
lógicas entre as partes de um texto expressas por palavras de ligação ou
conectivos textuais na produção textual escrita de alunos de EFL / ILE.
Esta pesquisa tem como objetivos específicos:
Investigar, em textos escritos produzidos por alunos de EFL, a
ocorrência de elos coesivos;
Fazer um levantamento dos elos mais freqüentes nos estágios Inicial,
Intermediário e Avançado;
Verificar o tratamento dado aos elos coesivos nos livros didáticos dos
diferentes estágios.
O foco desta pesquisa foi identificar como os alunos do Estado de
Pernambuco, que estudam em escolas particulares de idiomas, fazem uso das
conjunções em textos narrativos no estágio Iniciante, e dissertativo-
argumentativos nos estágios Intermediário e Avançado. Para isso, foi
selecionada uma mesma seqüência de figuras para os textos narrativos para
os aprendizes iniciantes, e um único tema para as produções escritas
dissertativo-argumentativas dos aprendizes do intermediário e Avançado. Com
o intuito de evitar que temas diferentes pudessem influenciar a escolha e
freqüência de uso das conjunções. Esta análise propõe-se responder, por meio
das evidências mostradas nas produções escritas dos aprendizes de EFL, as
seguintes questões:
71
a) Quais são as conjunções mais utilizadas pelos aprendizes de EFL nas
produções escritas narrativas e dissertativo–argumentativas?
b) Qual a freqüência das conjunções nas produções escritas nos diferentes
estágios de aprendizagem: Iniciante; Intermediário e Avançado?
c) Como os livros didáticos de língua Inglesa enfatizam o papel das
conjunções em produções escritas?
2. 2. Procedimento de Coleta dos Dados
Esta pesquisa contou com a contribuição de alguns professores e
coordenadores de três escolas particulares de idiomas localizadas no estado de
Pernambuco, que concordaram em coletar as composições escritas que agora
fazem parte dos dados analisados neste trabalho. Os procedimentos de coleta
de dados da produção escrita dos alunos foram os seguintes:
a) Preenchimento individual e assinatura dos participantes (alunos) ou
responsáveis (caso os participantes sejam menores de 18 anos) do
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, modelo do
projeto;
b) Produção individual de um texto escrito narrativo no estagio iniciante e
dissertativo–argumentativo nos estágios intermediário e avançado,
sem auxílio de materiais de referência, tais como dicionários,
gramáticas ou livros didáticos. O texto manuscrito deveria abranger, no
máximo, duas folhas de papel pautado e, no mínimo, uma página
inteira do mesmo papel, distribuída pelo professor ou pelo pesquisador
no momento da produção;
72
O tema dissertativo proposto pelo projeto para os níveis Intermediário e
Avançado para todas as escolas participantes foi: “Loan words: a threat to
the language or just a matter of borrowing words? Give your opinion
about the advantages and/or disadvantages of using foreign words in our
society”, que abrange discussões polêmicas a respeito de termos estrangeiros
no Português do Brasil.
Em relação ao nível Iniciante, o tema sugerido para todas as escolas
participantes foi: “The daily activities of Mr. Climpton”, que sugere a criação
de uma produção escrita fundamentada em uma seqüência de figuras de um
personagem nas suas atividades diárias.
Foi entregue a cada aluno de cada estágio das escolas participantes
um kit contendo: o termo de consentimento livre e esclarecido; a folha de papel
oficial da produção escrita e duas folhas de papel pautado que serviram para
rascunho das composições. Os textos tinham que ser manuscritos, com o
intuito de evitar o acesso a outros recursos que por ventura podem auxiliar os
alunos durante a suas produções escritas, tais como: dicionários eletrônicos;
Internet ou tradutores eletrônicos. O tempo sugerido para cada aluno foi de 01
(uma hora) e 15 (quinze) minutos para a realização das produções escritas
individuais. Em relação à quantidade de palavras, o pesquisador não limitou um
número máximo, nem um número mínimo para a realização das produções
escritas dos alunos participantes.
73
2.3. Procedimento de Coleta de dados referentes à 1ª pergunta:
a) Quais são as conjunções mais utilizadas pelos aprendizes de EFL nas
produções escritas dissertativa – argumentativas?
Para responder quais são os elos coesivos mais usados pelos 45
(quarenta cinco) aprendizes de inglês como segundangua, foi preparada uma
atividade de produção escrita para todos os participantes da pesquisa. Para
analisar o uso dos elos coesivos no estágio Iniciante, foi entregue a cada
participante um kit de trabalho no qual constava uma folha oficial de papel
ofício com o tema já impresso “The daily activities of Mr. Climpton according to
the pictures”, juntamente com duas folhas de papel pautado e o termo de
consentimento livre e esclarecido para ser lido e assinado. Em seguida, os
cinco alunos do estágio Iniciante foram reunidos em uma sala de aula fornecida
por cada escola participante.
Estavam presentes no momento das produções escritas os respectivos
professores colaboradores, que também assinaram o termo de consentimento
livre e esclarecido fornecido pelo pesquisador. O tempo disponibilizado para a
produção escrita foi de 01 (uma) hora e 15 (quinze) minutos para todos os
participantes. Não foi dado o direito aos alunos de consultar qualquer material
didático, de qualquer natureza. Só foi permitido aos alunos o uso de lápis,
borrachas e canetas pretas ou azuis. Todo o preenchimento da folha oficial da
atividade de produção escrita teve que ser escrita de caneta azul ou preta,
salvo as folhas de rascunho fornecidas pelo pesquisador, que puderam ser
preenchidas a lápis.
74
Após o recolhimento das redações oficiais dos participantes pelos
professores, o pesquisador as organizou para serem analisadas
individualmente. O foco da análise ficou limitado, apenas, a categorias e à
quantidade das conjunções utilizadas nas produções escritas dos participantes.
Portanto, todos os outros fatores textuais, gramaticais, ortográficos e
semânticos encontrados nas produções escritas não foram analisados pelo
pesquisador.
Na análise dos textos, o pesquisador se preocupou em observar as
conjunções utilizadas, a freqüência de uso ao longo de cada texto escrito, para,
em seguida, agrupar os elos coesivos em suas respectivas categorias e
comparar com a tabela-resumo dos elos coesivos de Halliday e Hasan,
encontrada da página 63 até a 66, no primeiro capítulo desta pesquisa. A
tabela serviu como parâmetro de comparações dos elos coesivos utilizados
pelos participantes com os elos coesivos existentes na língua inglesa, de
acordo com Halliday e Hasan.
No caso dos níveis Intermediário e Avançado, o processo foi bastante
similar ao nível Iniciante, ou seja, foi entregue a cada participante da pesquisa
um kit de trabalho no qual constava: o termo de consentimento livre e
esclarecido, a folha oficial com o tema da produção escrita já impresso
(conforme anexo) e duas folhas de papel pautado que serviram de rascunho. O
tempo estabelecido foi, também, de 01 (uma) hora e 15 (quinze) minutos.
Entretanto, o tema para os participantes dos níveis intermediário e
avançado não foi uma tema para ser redigido com o auxílio de figuras. O tema
sugerido foi um tema dissertativo-argumentativo que abrange um assunto
polêmico da atualidade relacionado às áreas de: educação, comunicação,
75
política, sociedade e globalização: “Loan words: a threat to the language or just
a matter of borrowing words? Give your opinion about the advantages and/or
disadvantages of using foreign words in our society”.
O processo de análise dos níveis intermediário e avançado esteve
baseado nas categorias e nas subcategorias às quais as conjunções
pertencem, considerando-se os elos coesivos mais usados ao longo de um
texto dissertativo, como também se ocorreu um uso abusivo ou um desuso das
mesmas durante as produções escritas dos participantes.
2.4. Análise dos dados tendo em vista a segunda questão:
b) Qual a freqüência de uso dos elos coesivos nas produções escritas nos
diferentes estágios de aprendizagem: iniciante; intermediário e
avançado?
Para responder à segunda questão, foi feita uma análise comparativa
dos elos coesivos encontrados nas produções escritas dos alunos participantes
dos diferentes estágios de aprendizagem, observando-se sua freqüência nas
atividades escritas por todos os participantes dos níveis iniciante, intermediário
e avançado.
Esta análise teve como objetivo avaliar a hierarquia de acessibilidade
dos elos coesivos pelos alunos em diferentes estágios de aprendizagem, para,
em seguida, ser feito um paralelo com o conteúdo dos livros didáticos nos
diferentes níveis, em relação aos elos coesivos.
76
2.5. Coleta de dados referentes à terceira questão:
c) Como os livros didáticos de língua Inglesa enfatizam o papel dos elos
coesivos em produções escritas?
Para responder à terceira questão, foi realizada uma análise dos livros
didáticos que concluem os diferentes estágios de aprendizagem, ou seja, os
estágios iniciante, intermediário e avançado. O pesquisador contou com a
colaboração dos coordenadores dos cursos de inglês no que diz respeito ao
acesso aos livros didáticos dos professores dos diferentes estágios em fase de
conclusão. O foco da análise foram as atividades voltadas ao uso das
conjunções, buscando verificar quais das categorias e subcategorias referentes
à tabela-resumo de Halliday e Hasan foram encontrada nos livros didáticos das
escolas participantes desta pesquisa. Além disso, verificou-se, também, a
forma como é tratado o tema pelos livros didáticos e como ocorre a orientação
aos professores em relação ao papel, à função e à relevância das conjunções
em um texto escrito para os alunos de EFL / ILE.
Nesta seção, são fornecidas as etapas no procedimento de análise dos
dados desta pesquisa. Com o objetivo de categorizar as conjunções, elas são
apresentadas separadamente, em suas respectivas categorias e
subcategorias. Também será mencionada a forma como foi feito o
levantamento das conjunções nos 09 (nove) corpora que fizeram parte deste
trabalho, sendo 03 (três) corpora de cada escola participante, divididas nos
estágios iniciante, intermediário e avançado. Para este procedimento, primeiro
foi necessário a leitura de cada produção escrita dos participantes pelo
pesquisador, objetivando investigar as conjunções utilizadas pelos aprendizes,
para, em seguida, serem destacadas com canetas marca-texto.
77
Após destacar as conjunções utilizadas, o pesquisador fez uma análise
comparativa com as conjunções sugeridas na tabela-resumo dos autores
Halliday e Hasan. Este procedimento foi realizado com o intuito de averiguar
quais as conjunções mais utilizadas, as menos utilizadas ou as conjunções não
utilizadas durante uma produção escrita por aluno de EFL nos diferentes níveis
de aprendizagem. Em seguida, foi criada uma tabela com objetivo de classificar
as conjunções e suas respectivas categorias e subcategorias para demonstrar
os dados coletados.
2.6 As categorias das conjunções
De acordo com Halliday e Hasan (1993), existe uma variedade de tipos
das relações conjuntivas divida em 04 (quatro) categorias e cada categoria
subdividida em 04 (quatro) subcategorias. Aqui é apresentada uma tabela para
cada categoria separadamente, com todos os itens, seguindo o modelo
proposto pelos autores.
A tabela 2 apresenta as categorias e as subcategorias das conjunções
temporais que expressam as relações de sentido de ordenar e numerar os
fatos em um contexto.
Tabela 2 – Conjunções temporais (Halliday and Hasan, 1993).
Seqüencial:
(and) then; next;
afterwards; after
that; subsequently.
Simultânea:
(just) then; at the
same time;
simultaneously.
Precedente:
Earlier; before
then/that;
previously.
Imediata:
at once;
thereupon,
on which; just
before.
Interrupção
soon;
presently;
formerly;,
later; after a
time; some
time earlier.
Repetitiva:
next time; on
another occasion;
the last time; on a
previous occasion.
Específica:
next day; five
minutes later; five
minutes earlier.
Durativa:
meanwhile; all
this time.
Terminal:
by this time;
up till that
time; until
then.
Exata/
Pontuada:
next moment;
at this point;
the previous
78
moment.
Conclusivas
simples:
Finally; at last; in the
end; eventually.
Seqüencial/Concl
usivas:
First…then the
end.; first…next;
first/second; at
first…finally; at
first…in
Correlação/
Seqüencial;
in the first
place….; to begin
with.
Conclusiva:
finally; to
conclude
with.
Relação de
Resumo:
Culminância:
to sum up; in short;
briefly.
Relação de
Resumo
Reatamento:
to resume; to get
back to the point;
anyway.
Relação“aqu
i e agora”:
Passado:
so far; up to
now; up to
this point;
hitherto;
heretofore.
Presente:
at this point;
here.
Futuro:
from now on;
henceforward
.
A tabela 2.1, apresenta a categoria das conjunções aditivas e suas
respectivas subcategorias, cuja função é adicionar informações ao texto.
Tabela 2.1 Conjunções aditivas (Halliday and Hasan, 1993)
Adit.
Simples:
And; and
also;
and...too;
Adit. negativas:
Nor; and…not;
not…either; neither
Adit. Alternativas:
Or; or else.
Adit.Complexas
Furthermore;
moreover;
additionally;
besides that; add
to this; in
addition; and
another thing.
Adit.Comple
xas
Alternativa:
Alternatively
Adit. Pós-
enfáticas
Incidentally;
by the way
.Adit.
Comparativas
Similares:
Likewise; simiraly,
in the same way; in
(just ) this way.
Adit. Comparativas
Dissimilares:
On the other hand; by
contrast; conversely
Adit. Apositivas
Expositórias:
That is,; I mean;
in other words; to
put it another
way.
Adit.
Apositivas
Exemplificat
órias:
For instance;
for example;
thus.
79
A categoria das conjunções adversativas e suas subcategorias, cuja
função básica é a criação de uma expectativa contrária a que o leitor ou ouvinte
cria em relação à continuidade do texto, estão na tabela 2.3.
Tabela 2.3 Conjunções Adversativas (Halliday and Hasan, 1993).
Adversativas:
Simples:
yet; though; only;
Contedendo
“and”: but;
Advers. Enfáticas:
However; on the other
hand; at the same time;
as against that.
Advers. Declarativas:
in fact; as a matter of
fact; to tell the truth;
actually; in point of fact.
Advers.
Corretivas:
Correção de
sentido:
Instead;
rather; on the
contrary.
Advers.
Corretiva
s:
Correção
de texto:
at least;
rather; I
mean.
Advers.Dissmissi
vas
Fechadas:
in any/either
case/event;
any/either way;
whichever;
Advers. Dissmissivas
Abertas:
Anyhow; at any rate; in
any case; however that
may be.
A categoria e as subcategorias apresentadas, em seguida, das
conjunções de causa e efeito, têm como finalidade introduzir planos ou
intenções, e geralmente respondem ao que foi levantado anteriormente, como
destacadas na tabela 2.4.
Tabela 2.4 Conjunções de Causa e Efeito (Halliday and Hasan, 1993).
Causais Gerais
Simples:
So; thus; hence;
therefore;
because.
Causais Gerais
Enfática:
Consequently;
accordingly;
because of this.
Causais
Específicas -
Razão:
for this
reason; on
account of this;
it follows from
this; on this
basis.
Relações Causais
Específicas -
Resultado:
as a result of this;
in consequence of
this.
Relações Causais
Específicas -
Propósito:
for this purpose;
with this in
mind/view; with this
intention; to this end.
Causais
Condicionais
Simples:
Causais
Condicionais
Enfáticas: in that
Causais
Condicionais
Gerais: under
Causais
Respectivas
Diretas: in this
Causais
Respectivas
Polaridade
80
If...then
Polaridade
revertida:
Otherwise
case, that being,
the case, under
those
circumstances.
the
circumstances.
respect/connction,
with regard to this
here.
revertida:
In other respect,
aside/apart from this,
Para a realização do levantamento de todas as conjunções utilizadas
pelos participantes desta pesquisa, nas 45 (quarenta e cinco) produções
escritas dos alunos dos níveis Iniciante, Intermediário e Avançado das três
escolas participantes, utilizou-se como referência as tabelas de Halliday e
Hasan.
O procedimento utilizado pelo pesquisador foi a leitura de todas as
produções escritas separadamente, destacando todas as conjunções presentes
nas produções com canetas marca-texto, conforme anexo, para, em seguida,
classificar as conjunções em suas respectivas categorias e subcategorias,
tomando como base as tabelas mencionadas anteriormente. Com base nos
dados coletados, foi elaborada uma tabela das conjunções mais usadas
durante as produções escritas. Há 03 (três) tabelas, uma para cada escola,
subdivididas pelos níveis de aprendizagem, contendo as conjunções mais
utilizadas, as menos utilizadas e as não utilizadas pelos alunos, devidamente
categorizadas e subcategorizadas de acordo com as Tabelas 2.1; 2.2; 2.3 e 2.4
de Halliday e Hasan.
O método utilizado, nesta pesquisa, para o procedimento de análise das
conjunções e de suas categorias utilizadas nas produções escritas pelos
participantes de todos os níveis das três escolas participantes, foi resumido
conforme está demonstrado na tabela 2.5 de Halliday e Hasan (1993):
81
Tabela 2.5 – Resumo, por quantidade, das categorias das conjunções de Halliday e Hasan,
1993.
Conjunções Temporais 61 conjunções
Conjunções Aditivas 35 conjunções
Conjunções Adversativas 28 conjunções
Conjunções de Causa e Efeito 33 conjunções
Total de conjunções 157 conjunções
Finalmente, foi feito um levantamento das conjunções (categorias e
subcategorias) mais utilizadas por cada nível de aprendizagem das 03 (três)
escolas participantes.
Na segunda parte desta pesquisa, foi realizada uma análise dos livros
didáticos das escolas participantes, com o intuito de investigar os
procedimentos didáticos que estes livros abordam em relação à aprendizagem,
ao papel, à importância do uso dos elos coesivos ao longo de uma
comunicação escrita realizada por alunos de EFL, como também, as categorias
e subcategorias, de acordo com a abordagem dos autores Halliday e Hasan,
dos elos coesivos lecionados aos aprendizes nos três diferentes estágios de
aprendizagem.
É válido salientar que a análise dos livros didáticos ficou restrita aos
tipos de abordagens que os livros didáticos adotam a respeito do uso dos elos
coesivos para uma comunicação escrita por alunos de EFL.
Foram analisados todos os 09 (nove) livros didáticos dos alunos
participantes, sendo 03 (três) livros de cada escola, e 09 (nove) livros didáticos
dos professores dos 03 (três) diferentes estágios de aprendizagem de cada
escola. Esta análise foi realizada com o objetivo de fazer um paralelo entre o
conteúdo que aborda o tema a respeito dos elos coesivos nos livros didáticos
dos professores com os elos coesivos encontrados nas produções escritas dos
participantes desta pesquisa. Em seguida, foi verificado, nas produções
82
escritas dos participantes, se os elos coesivos utilizados são os que fazem
parte do conteúdo programático dos livros didáticos dos diferentes estágios de
aprendizagem ou não.
O procedimento adotado para analisar o tratamento dado aos elos
coesivos (conjunções) nos livros didáticos, sejam eles dos alunos ou dos
professores, foi dividido em 04 (quatro) etapas: primeiro, foi solicitado pelo
pesquisador um acesso livre aos livros dos professores aos coordenadores
colaboradores desta pesquisa de cada escola participante. Segundo, foram
selecionados, nos índices de cada livro, os temas que abordam e enfatizam o
papel das conjunções em uma comunicação escrita. Terceiro, foram analisadas
as atividades voltadas ao uso dos elos coesivos encontradas nos livros
didáticos dos professores. E finalmente, foram verificadas as categorias e
subcategorias das conjunções presentes nos livros didáticos de cada escola
participante.
Com base nessas informações, passa-se à análise dos dados coletados
e apresentação dos resultados no capítulo 03.
83
CAPÍTULO 3
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Este capítulo apresenta a análise dos dados coletados ao longo desta
pesquisa nas duas etapas: análise nos livros didáticos dos três níveis de
aprendizagem, Iniciante, Intermediário e Avançado das três escolas
participantes, em relação ao tratamento dos elos coesivos. Na segunda etapa,
foi realizada a coleta de dados de composições escritas dos alunos
participantes dos três níveis de aprendizagem das três escolas colaboradoras.
Esses dados são então discutidos à luz das teorias apresentadas no capítulo
da fundamentação teórica.
É válido enfatizar que esta pesquisa se originou da hipótese de que a
maioria dos aprendizes de EFL e dos livros didáticos dos cursos particulares de
idiomas não enfatiza ou não destaca a importância de um uso adequado das
conjunções e suas respectivas categorias em produções escritas, ficando, na
maioria das vezes, limitada ao uso das conjunções but,na categoria das
adversativas; and, na categoria das aditivas; so e because, na categoria de
causa e efeito e after that, na categoria das temporais.
O primeiro livro analisado (L 1/3), pelo pesquisador, foi o livro do estágio
Iniciante da escola 03. Para tanto, foi necessário analisar o livro do professor
com o objetivo de verificar o papel e a ênfase dada às conjunções (linking
words) dentro do processo de aprendizagem da língua inglesa como segunda
língua.
84
Neste livro (L 1/3), as categorias das conjunções lecionadas aos alunos
ao longo do estágio Iniciante foram: Aditiva Simples, Adversativa Simples e
Temporal Simples.
Na categoria das Aditivas, das 27 (vinte e sete) conjunções propostas
pelo modelo de Halliday e Hasan, conforme a tabela 1 no capítulo teórico,
foram identificadas apenas 02 (duas) conjunções – and e or. Na categoria das
Adversativas, das 29 (vinte e nove) conjunções propostas por Halliday e
Hasan, foi identificada 01 (uma) conjunção – but. Na categoria das Temporais,
das 43 (quarenta e três) conjunções propostas, foram identificadas 04 (quatro)
conjunções – after that, then, later e finally. Na categoria das Causais, das 37
(trinta e sete) conjunções propostas, foram identificadas 02 (duas) conjunções
so e because.
No segundo livro analisado, do nível Intermediário da escola 03 (L 2/3),
as categorias das conjunções lecionadas ao longo do estágio Intermediário
foram: Aditiva e Adversativa. Na categoria das Aditivas, das 27 (vinte e sete)
conjunções propostas por Halliday e Hasan, foram identificadas 02 (duas)
conjunções – also e as well . Na categoria Adversativa, das 29 (vinte e nove)
conjunções propostas pelos autores que embasaram esta pesquisa, foram
identificadas 04 (quatro) conjunções – although, though, on the other hand,
however.
O terceiro livro analisado, da escola 03, foi do nível Avançado (L 3/3). As
categorias das conjunções lecionadas ao longo deste nível foram Adversativa e
Causal. Na categoria das Adversativas, das 27 (vinte e sete) conjunções
propostas por Halliday e Hasan, foram identificadas 03 (três) conjunções –
even though, despite, in spite of – em comparação ao nível Intermediário. No
85
caso da categoria Causal, das 37 conjunções propostas pelos mesmos
autores, foram identificadas 03 (três) conjunções – in order to, because of, for
em comparação às conjunções lecionadas no nível Intermediário.
Na tabela 3, se observa, de forma resumida, todas as conjunções
encontradas nos livros didáticos dos níveis Iniciante, Intermediário e Avançado
da Escola 03:
Tabela 3 das conjunções identificadas nos livros didáticos dos três níveis de aprendizagem da
escola 03.
Livros da escola
03
(L 1/3)
Iniciante
(L 2/3)
Intermediário
(L 3/3)
Avançado
Conj. Temporais
After that, then,
later, finally.
0 0
Conj. Aditivas and, or.
Also, as well.
0
Conj.
Adversativas
But Although,
though, on the
other hand,
however.
Even though,
despite, in spite
of.
Conj.
Causa/Efeito
So, because
0
In order to,
because of, for.
Total das
Conjunções
9 6 6 = 21
Conclui-se que, em relação à Tabela 1 proposta, das 136 (cento e trinta
e seis) conjunções da língua Inglesa proposta por Halliday e Hasan, foram
encontradas 21 (vinte e uma) conjunções nos livros didáticos dos professores
na fase de conclusão dos níveis Iniciante, Intermediário e Avançado da Escola
03.
Análise dos livros dos professores da Escola 02.
Os livros didáticos dos professores da segunda escola participante
foram codificados como: L 1/2; L 2/2 e L 3/2.
As lições dos livros didáticos dos professores desta escola são
acompanhadas por aulas de vídeo baseadas em diálogos e repetições do
86
conteúdo dos diálogos apresentados. No livro do professor, é recomendado
que, a cada surgimento de um novo item gramatical ao longo dos diálogos, o
professor enfatize os novos itens para os alunos através de outros exemplos
sugeridos no próprio livro.
No nível iniciante, foram encontradas, nos livros didáticos dos
professores (teacher´s guide), as conjunções but – and – because - so. Embora
estas conjunções estivessem presentes nos diálogos do livro, não foi
encontrada nenhuma atividade voltada para o seu uso, exceto nas atividades
de ditados que requer a transcrição de pequenos textos. No índice do livro dos
iniciantes, não se enfatiza o uso de conectivos. Porém, é dada ênfase às
conjunções - as a matter of fact e instead of, em lições independentes no livro.
Desta forma, as categorias lecionadas neste nível foram: (01)
Adversativa simples; (01) Adversativa contrastiva ; (01) Adversativa corretiva;
(01) Aditiva simples e (02) Causal simples.
No nível intermediário, embora as conjunções but, because, so e and
estivessem sempre presentes nos textos das lições do livro, foi dada ênfase às
conjunções: until (till); from now on; meanwhile e though. Assim, as categorias
lecionadas neste nível intermediário foram: (01) Aditiva simples; (01)
Adversativa simples; (01) Adversativa contrastiva e (01) Temporal complexa
terminal.
No nível avançado, a novidade em relação às conjunções dos níveis
anteriores foram as conjunções although e however. Assim, as categorias
lecionadas neste nível avançado foram: (01) Adversativa simples e (01)
Adversativa enfática.
87
As categorias das conjunções lecionadas ao longo destes livros foram:
na categoria das Adversativas, das 27 (vinte e sete) conjunções propostas por
Halliday e Hasan, foram identificadas 03 (três) conjunções no nível básico, 02
(duas) no nível intermediário e 02 (duas) no nível avançado.
Na tabela 1.2, se observa, de forma resumida, todas as conjunções
encontradas nos livros didáticos dos níveis Iniciante, Intermediário e Avançado
da escola 02:
Tabela 3.1 das conjunções identificadas nos livros didáticos dos três níveis de aprendizagem
da escola 02.
Livros da escola
02
(L 1/2)
Iniciante
(L 2/2)
Intermediário
(L 3/2)
Avançado
Conj. Temporais Meanwhile Until 0
Conj. Aditivas
and and
0
Conj.
Adversativas
But, as a
matter of fact,
instead.
Though, as
matter of fact.
However,
though
Conj.
Causa/Efeito
So, because
0
0
Total das
Conjunções
7 4 2 = 13
.
Conclui-se que, em relação à Tabela 1, das 136 (cento e trinta e seis)
conjunções da língua Inglesa proposta por Halliday e Hasan, foram
encontradas 13 (treze) conjunções nos livros didáticos dos professores na fase
de conclusão dos níveis Iniciante, Intermediário e Avançado da Escola 02.
Análise dos livros didáticos dos professores da Escola 01
Os livros didáticos dos professores da terceira (E/ 01) escola
participante foram codificados como: L 1/1; L 2/1 e L 3/1.
No nível iniciante, foram identificadas as seguintes conjunções: na
categoria da Aditivas, a conjunção and; na categoria das Adversativas, as
88
conjunções but e however; na categoria das Causais, a conjunção because e
na categoria das Temporais, as conjunções then, after (that), finally, later on.
É valido salientar que as atividades voltadas ao uso das conjunções
encontradas nos livros didáticos dos professores (teacher´s guide) são do tipo
preencher os espaços em brancos.
No nível intermediário, não foi encontrada nenhuma atividade ou ênfase
voltada ao uso das conjunções.
Já no livro didático do nível avançado, foram encontradas as seguintes
conjunções: na categoria das Aditivas, as conjunções also, in addition, on the
other hand, this means; na categoria das Adversativas, as conjunções
nevertheless, although e however; na categoria das Causais, as conjunções
because, so; na categoria das temporais, a conjunção while.
Na Tabela 3.2, observa-se, de forma resumida, todas as conjunções
encontradas nos livros didáticos dos professores na fase de conclusão dos
níveis Iniciante, Intermediário e Avançado da Escola 01.
Tabela 3.2 das conjunções identificadas nos livros didáticos dos três níveis de aprendizagem
da escola 01.
Livros da escola
01
(L 1/1)
Iniciante
(L 2/1)
Intermediário
(L 3/1)
Avançado
Conj. Temporais
Then, after (that)
finally, later on.
0
while
Conj. Aditivas
And
0 On the
other hand, this
means
Conj.
Adversativas
But, however
0
Nevertheless,
although
Conj.
Causa/Efeito
Because
0
So
Total das
Conjunções
8 0 5 = 13
89
Conclui-se que, em relação à tabela 1, das 136 (cento e trinta e seis)
distintas conjunções da língua Inglesa propostas por Halliday e Hasan, foram
encontradas 13 (treze) conjunções nos livros didático dos professores na fase
de conclusão dos níveis Iniciante, Intermediário e Avançado da Escola 01.
Na segunda etapa desta análise, foi feita uma distribuição das
conjunções utilizadas, por categorias, nas produções escritas propostas aos
aprendizes de EFL pelo pesquisador. Discute-se o resultado quanto às
conjunções encontradas e suas categorias nas produções escritas dos
participantes, em comparação com as conjunções presentes nos livros
didáticos e lecionadas aos alunos dos diferentes estágios de aprendizagem:
Iniciante Intermediário e Avançado.
1ª ESCOLA - (E/01)
A primeira escola pesquisada foi a escola codificada como “escola 01”.
O coordenador da escola agendou o horário da coletas dos dados de acordo
com o horário das aulas dos alunos participantes, que foi de 45 (quarenta e
cinco) minutos antes do início das aulas. Desta forma, os alunos não teriam
que perder parte do conteúdo programático da aula. Nesta escola, o
coordenador já havia escolhido os alunos “voluntários” para participar da
pesquisa. Assim, o pesquisador não teve que se preocupar com a seleção dos
participantes para realizar composições. Embora houvesse a expectativa do
comparecimento de 05 (cinco) alunos de cada estágio de aprendizagem,
apenas 03 (três) compareceram.
O primeiro nível participante foi o estágio Iniciante. O coordenador
agendou o encontro para a produção textual dos participantes no dia da
90
avaliação final do semestre. Foi acordado com os sujeitos chegar à sala de
aula 45 (quarenta e cinco) minutos antes do início da avaliação final.
Entretanto, os alunos chegaram atrasados. Os participantes deste nível não
estavam bem cientes no que diz respeito ao objetivo da pesquisa, e o
pesquisador teve que fazer uma breve explanação, em português, para os
voluntários.
Na produção escrita do aluno do nível Iniciante, codificado como A 1/1,
formada por 58 palavras, foram encontrados duas ocorrências da conjunção:
after (2x); and (3x); then ; finally. Estas, respectivamente, fazem parte da
categoria Temporal Simples; Aditiva simples e Temporal Conclusiva.
Na produção escrita do aluno codificado como A 2/1, composta de 74
palavras, foram identificadas as seguintes conjunções: after (3x) e and, estas
pertencentes à categoria das Aditivas Simples.
Na terceira e última produção escrita do aluno do nível Iniciante
codificado como A 3/1, composta de 60 palavras, foram identificadas as
seguintes conjunções: after (2x) e and (4x), parte da categoria das conjunções
Aditivas Simples. Com o intuito de compactar as conjunções utilizadas pelos
participantes do nível Iniciante, a Tabela 4 traz um resumo.
Tabela - 4 dos alunos do Iniciante da escola 01: A 11/1; A 12/1 e A 13/1.
Alunos Iniciante A 1/1 A 2/1 A 3/1
Conj. Temporais After (2x); then;
finally.
after (3x) after (2x)
Conj. Aditivas and (3x)
and
and (4x)
Conj.
Adversativas
0 0 0
Conj.
Causa/Efeito
0 0 0
Total de
Conjunções
2 4 6
91
Observa-se que, por um lado, houve uma ausência das conjunções de
todas as categorias, exceto da categoria das Aditivas Simples e Temporais
Simples. Por outro lado, nas categorias Temporais e Aditivas, utilizadas pelos
aprendizes do nível Iniciante da escola 01, ocorreu um maior uso das
conjunções: After e and.
O segundo nível participante da pesquisa foi o Intermediário. No início,
os participantes ficaram ansiosos, provavelmente em virtude dos possíveis
erros gramaticais e ortográficos que poderiam ocorrer ao longo de suas
composições. Após uma explanação mais detalhada da pesquisa pelo
pesquisador, o ambiente ficou mais favorável para a realização da tarefa. A
faixa etária estava bastante variada (entre 18 e 25 anos), sendo a sua maioria
estudantes universitários. Dos cincos voluntários previstos na participação da
pesquisa, apenas 03 (três) compareceram.
Na produção escrita do primeiro aluno participante do nível intermediário
da escola 01 (A 4/1), composta de 104 palavras, foram encontradas 04 (quatro)
conjunções, conforme anexo. As conjunções observadas foram: for example;
and; consequently e however, estas pertencendo, respectivamente, às
categorias Aditiva exemplificatórias; Aditiva simples, Causal enfática e
Adversativa enfática, conforme se pode observar na Tabela 4.2.
Na produção escrita do segundo aluno participante do nível
intermediário da escola 01 (A 5/1), composta de 103 palavras, foram
encontradas 02 (duas) conjunções, conforme anexo. As conjunções
observadas foram: and e from now, pertencendo, respectivamente, às
categorias Aditiva simples e Temporal, conforme a tabela 1.6 a seguir.
92
No caso da produção escrita do último participante do nível intermediário
da escola 01 (A 6/1), composta de 94 palavras, conforme anexo do aluno – A
6/1, foram observadas 4 (quatro) conjunções ao longo da sua composição. As
conjunções analisadas foram: because, therefore, so e and. As três primeiras
pertencem à categoria Causal simples, e a última (and) é uma Aditiva simples,
conforme se observa na tabela 4.2.
Tabela – 4.2: Conjunções dos alunos do Intermediário da escola 01: A 14/1; A 15/1 e A 16/1
.
Alunos
Intermediário
A 4/1 A 5/1 A 6/1
Conj. Temporais 0
From now
0
Conj. Aditivas
and; for
example
And And
Conj.
Adversativas
However.
0 0
Conj.
Causa/Efeito
Consequently
0
Because,
therefore, so.
Total de
Conjunções
4 2 6
Neste nível, ocorreram duas conjunções novas que fazem parte da
categoria das Causais – consequently e therefore - em relação ao nível dos
Iniciantes. Em relação à categoria das conjunções temporais, houve a
ocorrência da primeira conjunção até o momento nesta categoria – from now.
Nas demais categorias não ocorreu nenhuma conjunção nova que ainda não
tivesse sido utilizada pelos outros participantes.
É válido salientar que, embora a explanação a respeito desta pesquisa
para os níveis Iniciante, Intermediário e Avançado, tenha sido feita pelo
coordenador da escola codificada como “Escola 01”, o pesquisador, na hora da
realização das composições, esclareceu em maiores detalhes o conteúdo
desta pesquisa, como também tirou algumas dúvidas dos alunos referentes a
possíveis erros gramaticais. O esclarecimento da pesquisa foi feito, oralmente,
93
em Português nos níveis Iniciante e Intermediário. Porém, no nível Avançado o
esclarecimento foi feito em Inglês pelo pesquisador.
Os participantes do nível avançado também tiveram o encontro
agendado de acordo com o horário da aula. O encontro para a realização das
composições ficou marcado para começar 30 (trinta) minutos antes do início da
aula. Dos 05 (cinco) participantes previstos para participar desta pesquisa,
apenas 03 (três) compareceram ao local. A faixa etária predominante dos
participantes do nível avançado era maior de idade. As composições
dissertativo-argumentativas foram realizadas na biblioteca da escola.
Neste nível, ocorreu algo interessante em relação aos demais níveis de
aprendizagem desta escola. Os participantes gostaram muito do tema da
redação, de modo que ultrapassaram o limite de tempo estabelecido, que era
de 45 (quarenta e cinco minutos), concluindo as suas composições em
aproximadamente 60 (sessenta) minutos. Desta forma, as composições foram
bem mais longas em comparação com as dos outros níveis de aprendizagem.
É relevante enfatizar que os alunos do nível avançado foram bem mais
receptivos no que diz respeito à realização das composições que os outros
alunos dos demais níveis de aprendizagem.
A composição escrita do primeiro aluno participante do nível avançado
da escola 03 (A 7/1) foi de 147 palavras, conforme anexo do aluno – A7/1. As
conjunções encontradas ao longo desta composição foram: and (4x), On the
other hand, however e for example, pertencendo, respectivamente, às
categorias Aditiva simples, Adversativa enfática, Adversativa enfática e Aditiva
exemplificatória.
94
A composição do segundo aluno participante do nível avançado (A 8/1)
foi composta de 165 palavras, conforme anexo do aluno – A 8/1. As conjunções
observadas ao longo desta composição foram: and (3x), however (2x), so that
(2x), therefore, but, pertencendo às categorias Aditiva simples, Adversativa
enfática, Causal simples, Causal simples e Adversativa simples,
respectivamente, conforme se observa na Tabela 4.3.
A composição escrita do último participante do nível avançado (A 9/1),
formada de 159 palavras, conforme anexo do aluno – A 9/1. As conjunções
encontradas ao longo desta composição foram: as a result of (2x), after, and
(3x), pertencendo, respectivamente, às categorias Causal específica,
Temporal simples e Aditiva simples, conforme se observa na Tabela 4.3.
Tabela – 4.3: Conjunções dos alunos do Avançado da escola 01: A 17/1; A 18/1 e A 19/1.
Alunos
Intermediário
A 7/1 A 8/1 A 9/1
Conj. Temporais 0 0
After
Conj. Aditivas
And (4x); for
example
and (3x) and (3x)
Conj.
Adversativas
However; on
the other hand.
however (2x),
but.
However (2x),
but
Conj.
Causa/Efeito
0 So (2x);
therefore
As a result of.
Total de
Conjunções
7 9 8
CONTEUDO DOS LIVROS DIDÁTICOS X OCORRÊNCIA DE CONJUNÇÕES
NAS PRODUÇÕES ESCRITAS.
A relação entre as conjunções enfatizadas no livro didático (teacher´s
guide) dos professores do nível Iniciante da escola 01, e as ocorrências
identificadas nas produções escritas foi a seguinte: na categoria Temporal, das
04 (quatro) conjunções enfatizadas pelo livro, três foram identificadas – after
95
(7x), then (1x) e finally (1x). Na categoria Aditiva, a conjunção enfatizada foi
apenas – and, assim, a ocorrência foi apenas da conjunção – and (8x). Na
categoria Adversativas, embora duas conjunções tivessem sido enfatizadas –
but e however, não houve ocorrência de conjunções desta categoria nas
produções escritas. Na categoria Causa e Efeito, apenas a conjunção because
foi enfatizada, porém não houve ocorrências de conjunções desta categoria.
Portanto, das 08 (oito) conjunções enfatizadas pelo livro do nível
Iniciante, apenas 04 (quatro) foram identificadas ao longo das produções
escritas.
No nível Intermediário, na categoria das Temporais, não há outras
conjunções enfatizadas além daquelas do nível Iniciante, porém houve a
ocorrência de uma nova conjunção – from now (1x). Na categoria das Aditivas,
não foram enfatizadas outras conjunções além daquelas do nível Iniciante,
porém houve a ocorrência das conjunções and e for example. Na categoria
Adversativa, das duas conjunções enfatizadas pelo o livro – but e however ,
apenas foi identificada a ocorrência de uma conjunção: however (1x). Na
categoria Causa e Efeito, embora a única conjunção enfatizada tenha sido
because, houve a ocorrência das conjunções consequently (1x), therefore (1x)
e so (1x).
Das 03 (três) novas conjunções enfatizadas pelo livro do nível
Intermediário, observou-se apenas 01 (uma) conjunção. Porém foram
identificadas 03 (três) novas conjunções neste estágio.
No nível avançado, na categoria Temporal, embora a conjunção
enfatizada tenha sido while, não houve ocorrência da mesma, apenas a
ocorrência da conjunção after (1x). Na categoria Aditiva, as conjunções
96
enfatizadas foram on the other hand e this means, mas o uso ficou restrito à
conjunção and (10x). Na categoria Adversativas, as conjunções enfatizadas
foram nevertheless e although, e as utilizadas foram however (5x), but (2x) e
on the other hand (1x). Na categoria Causa e Efeito, so e because foram as
conjunções enfatizadas, embora tenham sido identificadas duas novas
conjunções – therefore e as a result.
Portanto, das 05 (cinco) conjunções enfatizadas ao longo deste nível,
não houve ocorrências. Porém, observou-se o uso de duas novas conjunções
(therefore e as a result) que não faziam parte do conteúdo do livro.
2ª Escola - (E/ 02)
A segunda escola pesquisada foi a escola codificada como “E/02”. Nesta
escola, a seleção dos sujeitos para a pesquisa foi realizada pelo coordenador.
Desta forma, o pesquisador compareceu nos horários marcados pelo
coordenador da escola “E/02” para fazer um acompanhamento da realização
das produções escritas dos sujeitos participantes. Os horários foram variados e
de acordo com as aulas dos participantes. Os indivíduos, de uma maneira
geral, foram receptivos no que diz respeito à produção das composições.
O primeiro nível analisado foi o nível Iniciante. Embora o coordenador já
houvesse feito uma explanação da pesquisa, os alunos solicitaram alguns
esclarecimentos. As dúvidas, na sua maioria, eram em relação ao objetivo da
pesquisa e a sua divulgação na mídia. O pesquisador teve que esclarecer
todas as dúvidas surgidas dos alunos participantes.
Na produção escrita do primeiro aluno do nível Iniciante (A 1/2),
composta de 107 palavras, foram observadas as conjunções, conforme anexo
97
do aluno – A 1/2: and (6x); because (3x); after (2x), estas pertencendo às
categorias, respectivamente, Aditivas Simples, Causal Simples e Temporal
Simples.
Na produção escrita do segundo aluno participante do nível Iniciante (A
2/2), formada por 88 palavras, foram encontradas as conjunções, conforme
anexo do aluno – A 2/2: first; because; and (4x); after (2x); in the end. Estas
pertencendo às categorias Temporal Simples, Causal Simples, Aditiva Simples
e Temporal Conclusiva Simples, respectivamente.
Na produção escrita do terceiro e último aluno participante do nível
Iniciante (A 3/2), composta de 72 palavras, foram observadas as conjunções,
conforme anexo do aluno – A 3/2: and (4x); after (2x). Estas conjunções fazem
parte, respectivamente, das categorias Aditiva Simples e Temporal Simples,
conforme se observa na Tabela-resumo 5 das conjunções utilizadas pelos
sujeitos participantes do nível Iniciante.
Tabela - 5: Conjunções dos alunos do Iniciante da escola 02: A 20/2; A 21/2 e A 22/22.
Alunos Iniciante A 10/2 A11/2 A 12/2
Conj. Temporais After (2x)
First; after; in
the end
after (2x)
Conj. Aditivas
and (6x)
and (4x) and (4x)
Conj.
Adversativas
0 0 0
Conj.
Causa/Efeito
Because (3x) 0 0
Total de
Conjunções
11 7 6
Podemos observar que neste nível do Iniciante da escola 02, ocorreu o
surgimento de duas novas conjunções da categoria Temporal – first; e in the
end, em relação aos níveis do Iniciante das duas outras escolas participantes.
Em relação à categoria das Aditivas, ocorreu um maior uso da conjunção –
98
and. Na categoria das Adversativas, não houve ocorrências de conjunções. Na
categoria de Causa/efeito, ocorreu um maior uso da conjunção – because - na
produção escrita do aluno A 10/2, e um não uso nas composições dos alunos A
11/2 e A 12/2.
O segundo vel participante da escola 02 foi o Intermediário. Embora o
coordenador da escola já houvesse feito a explanação deste trabalho, foi
necessário esclarecer as dúvidas levantadas pelos alunos. As dúvidas, na sua
maioria, eram a respeito dos erros gramaticais e se os participantes desta
pesquisa iriam ser avaliados com notas. Após os esclarecimentos, desta
pesquisa, a realização das produções escritas começou. Dos 05 (cinco) alunos
previstos na participação da pesquisa, apenas 03 (três) compareceram ao
local, que foi uma sala de aula disponibilizada pela escola.
Na produção escrita do primeiro aluno participante do nível Intermediário
(A 4/2), composta de 97 palavras, conforme anexo, foram identificadas as
seguintes conjunções: but (2x), so (2x), estas pertencendo, respectivamente,
às categorias da Adversativa Simples e da Causal Simples.
Na produção escrita do segundo aluno participante do nível
Intermediário (A 5/2), composta de 213 palavras, conforme anexo, foram
encontradas as seguintes conjunções: but, for example, and (3x), estas
pertencendo, respectivamente, às categorias Adversativa Simples, Aditiva
Exemplificatória e Aditiva Simples.
Na produção escrita do terceiro aluno participante do nível Intermediário
(A 6/2), composta de 177 palavras, conforme anexo, foram identificadas as
seguintes conjunções: In fact, because, and (5x), for example (2x), in this case,
pertencendo, respectivamente, às categorias Adversativa Contrastiva, Causal
99
Simples, Aditiva Simples, Aditiva Exemplificatória e Aditiva Simples, conforme a
Tabela 5.1.
Tabela – 5.1: Conjunções dos alunos do Intermediário da escola 02: A 23/2; A 24/2 e A 25/2.
Alunos
Intermediário
A 4/2 A 5/2 A 6/2
Conj. Temporais 0 0 0
Conj. Aditivas 0 and (3x), for
example.
and (5x), for
example.
Conj.
Adversativas
but (2x)
But In fact,
Conj.
Causa/Efeito
so (2x) 0
Because, in this
case.
Total de
Conjunções
4 5 9
O último nível participante, da escola 02, foi o nível Avançado. Os alunos
já tinham sido selecionados pelo coordenador da escola, como também os
horários das coletas de dados. Por não haver um horário convergente entre os
níveis de aprendizagem, foi necessário que o pesquisador se deslocasse a
esta escola em três dias diferentes. Embora os alunos participantes já
soubessem do que tratava a pesquisa, foram necessários alguns
esclarecimentos por parte do pesquisador durante as realizações das
produções escritas. O local escolhido pelo coordenador para a coleta de dados,
foi o mesmo dos demais níveis participante, ou seja, uma sala de aula.
Na produção escrita do primeiro aluno participante do nível Avançado (A
7/2), composta de 96 palavras, conforme anexo, foram identificadas as
seguintes conjunções: and, so (2x), but e because, pertencendo,
respectivamente, às categorias Aditivas Simples, Causal Simples, Adversativa
Simples e Causal Simples.
Na produção escrita do segundo aluno participante do nível Avançado
(A 8/2), formada por 152 palavras, conforme anexo, foram encontradas as
100
seguintes conjunções: so (3x), and (4x), on the other hand, because, therefore,
although, pertencendo, respectivamente, às categorias Causal Simples, Aditiva
Simples, Adversativa Enfática, Adversativa Simples e Causal Simples.
Na produção escrita do terceiro (A 9/2) e último aluno participante do
nível Avançado, composta de 205 palavras, conforme anexo, foram
encontradas as seguintes conjunções: on the other hand, because (2x), and
(3x), for example, so, e then, estas pertencendo respectivamente às categorias:
Adversativa Enfática, Causal Simples, Aditiva Simples, Aditiva Exemplificatória
e Causal Simples, conforme se observa na Tabela 5.2.
Tabela – 5.2: Conjunções dos alunos do nível Avançado da escola 02: A 26/2; A 27/2 e A 28/2.
Alunos Avançado A 7/2 A 8/2 A 9/2
Conj. Temporais 0 0 0
Conj. Aditivas
And
And (4x). and (3x), for
example.
Conj.
Adversativas
but On the
other hand,
although.
On the other
hand
Conj.
Causa/Efeito
because, so
(2x)
So (3x),
because,
therefore.
Because (2x),
so, then.
Total de
Conjunções
5 11 9
CONTEÚDO DOS LIVROS DIDÁTICOS X OCORRÊNCIA DE CONJUNÇÕES
NAS PRODUÇÕES ESCRITAS.
A relação entre as conjunções lecionadas no nível Iniciante da escola 02
e as ocorrências encontradas nas produções escritas dos alunos foi: na
categoria das Temporais, a conjunção enfatizada foi meanwhile, porém foram
encontradas as conjunções after (5x), first (1x), in the end (1x). Na categoria
das Aditivas, a conjunção enfatizada pelo livro foi and, e também foi a
101
conjunção mais utilizada (14x) nas produções escritas. Na categoria das
Adversativas, as conjunções enfatizadas foram but, instead, e as a matter of
fact, porém não houve nenhuma ocorrência de conjunções desta categoria. Na
categoria Causa e Efeito, embora tivesse sido enfatizado pelo livro as
conjunções so e because, apenas houve a ocorrência da conjunção – because
(3x).
Conclui-se que das 07 (sete) conjunções enfatizadas ao longo do nível
Iniciante da Escola 02, foram identificadas apenas 2 (duas) and e because,
embora houve ocorrências de conjunções que não tinham sido enfatizadas no
livro (after 5x, first 1x , in the end 1x).
No nível Intermediário, a relação foi a seguinte: Na categoria das
Temporais, a conjunção enfatizada foi until, porém não houve ocorrência de
conjunções desta categoria. Na categoria das Aditivas, a conjunção enfatizada
foi and, porém além desta, foi encontrada a conjunção for example. Na
categoria das Adversativas, das duas conjunções enfatizadas as a matter of
fact e though, foram encontradas apenas a ocorrência das conjunções but e in
fact. Na categoria Causa e Efeito, não foram enfatizadas outras conjunções
além das conjunções so e because, porém foi encontrada 01 (uma) conjunção
in this case.
Conclui-se que, das 04 (quatro) novas conjunções enfatizadas ao longo
do nível Intermediário no livro da Escola 02, nenhuma ocorrência foi
identificada além das conjunções lecionadas no nível Iniciante. Porém foram
encontradas duas conjunções novas in this case e in fact.
No nível Avançado, a relação foi a seguinte: na categoria das
Temporais, não foram enfatizadas novas conjunções nos livros didáticos em
102
relação ao nível intermediário, e também, não houve ocorrência de conjunções
desta categoria. Na categoria das Aditivas, também, não foram enfatizadas
outras conjunções além daquelas do nível Intermediário, assim, foi identificado
à ocorrência de duas conjunções for example e and. Na categoria das
Adversativas, as conjunções enfatizadas pelo o livro foram however e though,
porém houve a ocorrência de duas novas conjunções – on the other hand e
although. Na categoria Causa e Efeito, não foram enfatizadas outras
conjunções além daquelas do nível Intermediário, porém houve a ocorrência da
conjunção then.
Conclui-se que, das duas novas conjunções enfatizadas ao longo do
nível Avançado, não houve ocorrência das mesmas. Porém foram identificadas
duas novas conjunções on the other hand (2x) e although (1x).
3ª Escola -(E/03)
A última escola participante desta pesquisa está codificada como
“escola 03”. A coordenadora agendou a visita do pesquisador para a aplicação
das produções escritas com os alunos participantes dos três níveis de
aprendizagem em um mesmo dia, visto que, naquele dia, havia aula dos três
níveis de aprendizagem, em horários subseqüentes. Desta forma, não seria
necessário que os alunos se deslocassem para a instituição de ensino em
outros horários que não estivessem dentro da programação de ensino. Todos
os sujeitos participaram de forma voluntária. Entretanto, o pesquisador teve
que fazer uma explanação da pesquisa em cada sala de aula dos diferentes
estágios, com objetivo de conseguir, no mínimo, 05 (cinco) alunos de cada
103
nível para participar da pesquisa, conforme ficou determinado no capítulo da
metodologia.
O primeiro estágio visitado pelo pesquisador, devidamente autorizado
pela coordenadora e pela professora da escola, foi o estágio Iniciante. No
momento da apresentação da proposta desta pesquisa aos alunos, muitos
deles hesitaram em fazer a produção escrita, provavelmente para não se
expor, além do que a coordenadora não conseguiu disponibilizar um horário
convergente para os participantes, que, na sua maioria, eram jovens e
dependiam de transporte de terceiros para se deslocarem. A única alternativa
que restou foi realizar as produções escritas no mesmo dia em que haveria
aulas. Embora a professora tivesse dito que não iria adiantar nenhum assunto
novo, durante a realização das produções escritas, muitos deles evitaram
perder o conteúdo programático daquela aula. O pesquisador, então, sugeriu
aplicar a composição durante o intervalo deles, que seria de 15 (quinze)
minutos, com possibilidade de se estender por mais 15 (quinze) minutos,
conforme autorização prévia dos professores colaboradores desta pesquisa.
Mesmo assim, a resistência esteve presente entre eles pelo fato de que a
maioria não queria perder o intervalo de descanso para ter que escrever uma
redação.
Finalmente, o pesquisador conseguiu 04 (quatro) candidatos para
participar desta coleta, os quais ficaram na sala de aula no momento do
intervalo das aulas para a realização da pesquisa. Dentre os 04 (quatro)
participantes, 01 (um) participante desistiu, argumentado que estava cansado e
não estava com “cabeça” para escrever uma redação. Enfim, restaram 03 (três)
participantes que finalizaram as produções escritas propostas pelo pesquisador
104
para o estágio Iniciante, baseadas em uma seqüência de figuras, na seção de
anexos, com a folha oficial da composição.
É valido salientar que a explanação desta pesquisa no nível Iniciante foi
feita oralmente, em português, pelo pesquisador no dia da realização das
composições. Baseado nas informações a respeito das conjunções utilizadas
nas composições dos 03 (três) alunos participantes do estágio Iniciante da
escola codificada como escola 03, serão apresentados os primeiros resultados.
Tendo em vista a primeira pergunta desta pesquisa (Quais são as
conjunções mais utilizadas por alunos de EFL nas produções escritas
dissertativa - argumentativas?), serão apresentados os primeiros dados em
forma de tabela.
Na produção escrita do primeiro aluno (A 1/3) do nível Iniciante, ao
longo de um texto formado por 85 palavras, foram identificadas, conforme
anexo do aluno – A 1/3, duas conjunções de forma repetida: and (4x); after that
(2x). As conjunções encontradas na produção escrita do aluno A1/3 fazem
parte da categoria das conjunções Aditivas Simples, conforme a tabela de
Halliday e Hasan encontrada no capítulo teórico desta pesquisa. Todas as
outras categorias de conjunções do modelo de Halliday e Hasan não estavam
presentes ao longo desta produção escrita.
Na produção escrita do segundo aluno (A 2/3) do nível Iniciante, ao
longo de um texto formado por 79 palavras, foram identificadas, conforme
anexo aluno – A2/3, três conjunções: and/ after that (2x)/ but. As conjunções
encontradas fazem parte das categorias das conjunções aditivas simples e da
categoria das conjunções Adversativas Simples. Não foram encontradas
conjunções das demais categorias do modelo de Halliday e Hasan.
105
No caso do terceiro aluno participante (A3/3) do nível Iniciante, foram
encontradas três conjunções ao longo de um texto formado por 75 palavras,
conforme anexo do aluno – A3/3. As conjunções foram: after that (4x); and e
but. As duas primeiras fazem parte das categorias das conjunções Aditivas
Simples e a última faz parte da categoria das Adversativas Simples. Mais uma
vez, não foram identificadas as demais categorias de conjunções do modelo de
Halliday e Hasan no texto do aluno A3/3, conforme atesta a Tabela 6.
Tabela - 6: Conjunções utilizadas pelos alunos do nível Iniciante da escola 3: A 1/3; A2/3 e A
3/3.
Alunos - Iniciante (A 1/3) (A 2/3) (A 3/3)
Conj. Temporais after that (2x). After that (2x) After that (4x)
Conj. Aditivas and (4x)
and And
Conj.
Adversativas
0
But but
Conj.
Causa/Efeito
0 0 0
Total das
Conjunções
4 4 6
Observa-se que, de um lado, no estágio Iniciante, de acordo com a
tabela 6, não foram usados conjunções categorizadas como de Causa e Efeito.
Entretanto, por outro lado, ocorreu um maior uso das conjunções categorizadas
como Aditivas Simples e temporais Simples. Em relação à categoria das
Adversativas, só foi encontrada a conjunção – but.
O segundo estágio visitado foi o nível Intermediário. A turma era
formada de 10 (dez) alunos dentro de uma faixa etária jovem, porém mais
adulta em comparação ao estágio Iniciante. Os alunos do nível Intermediário
foram, na sua maioria, mais receptivos no que diz respeito à realização das
composições. Entretanto, a relutância em se expor foi uma agravante constante
durante a procura de participantes. Apenas 04 (quatro) alunos, dos 5 (cinco)
106
esperados na participação, aceitaram fazer parte da pesquisa, e durante a
realização da mesma, 01 (uma) aluna desistiu argumentando que estava muito
cansada e não conseguiria finalizar a redação. Como se trata de candidatos
voluntários, o pesquisador fica sem poder no que diz respeito ao término das
composições pelos candidatos. No final, apenas 03 (três) realizaram as
composições dissertativo-argumentativas proposta pelo pesquisador.
É válido salientar que a explanação desta pesquisa foi feita oralmente,
em inglês, pelo pesquisador em sala de aula.
Tendo em vista a primeira pergunta desta pesquisa (Quais são as
conjunções mais utilizadas por alunos de EFL nas produções escritas
dissertativas - argumentativas?), serão apresentados os primeiros dados em
forma de tabela.
Na produção escrita do aluno do nível Intermediário, codificado como
A4/3, composta de 82 palavras, foram identificadas 03 conjunções, conforme
anexo do aluno – A 4/3. As conjunções encontradas foram: so; and e but. Estas
pertencem, respectivamente, às categorias Conjunções Causais, Aditiva
Simples e Adversativa Simples, conforme a Tabela 6.1.
Na produção escrita do segundo aluno do nível Intermediário codificado
como A5/3, composta de 53 palavras, foram observadas 2 conjunções,
conforme anexo do aluno – A 5/3. As conjunções identificadas foram: and e
but, pertencentes, respectivamente, às categorias de conjunções Aditiva
Simples e Adversativa Simples, conforme a Tabela 6.1.
No caso da produção escrita do terceiro participante do nível
Intermediário (A6/3), composta de 102 palavras, foram encontradas 06
conjunções, sendo 03 repetidas conforme anexo do aluno – A 6/3: because;
107
and (3x); for example e but, que fazem parte da categoria Causal, Aditiva
Simples e Adversativa Simples, respectivamente, conforme a Tabela 6.1.
Tabela – 6.1: Conjunções utilizadas pelos alunos do Intermediário da escola 03: A 4/3; A5/3 e A
6/3.
Alunos -
Intermediários
(A 4/3) (A 5/3) (A 6/3)
Conj. Temporais 0 0 0
Conj. Aditivas
and And
and (3x); for
example
Conj.
Adversativas
But But but
Conj.
Causa/Efeito
So
0 Because
Total das
Conjunções
3 2 5
Neste estágio Intermediário, não se observa o uso das conjunções da
categoria Temporal. Em relação à categoria das Aditivas, permaneceu o uso
das mesmas conjunções utilizadas nas produções escritas do nível Iniciante,
ou seja, - and. Nesta categoria, ocorreu o surgimento da conjunção aditiva - for
example, provavelmente pela conjunção correspondente na língua portuguesa
”por exemplo”. No caso da categoria das Adversativas, também não foi
utilizada nenhuma outra conjunção além da conjunção but, que ocorreu
também no nível Iniciante. A novidade surgiu na categoria das conjunções de
Causa/Efeito, em relação ao nível Iniciante: foram encontradas 02 (duas)
conjunções diferentes – because e so.
Finalmente, o último estágio visitado pelo pesquisador na escola 03 (três)
foi o nível Avançado. A turma era composta por 10 (dez) alunos e tinha, na sua
maioria, alunos mais adultos em comparação com os estágios anteriores.
Neste estágio, a aceitação da participação da pesquisa foi bem maior em
relação aos demais estágios e facilitou a coleta de dados. Porém, dentre os 05
(cinco) candidatos que se disponibilizaram para a realização das composições,
108
apenas 04 (quatro) conseguiram finalizar as composições dissertativo-
argumentativas.
É válido salientar que a explanação desta pesquisa no nível Avançado
foi feita oralmente, em Inglês, pelo pesquisador.
Na produção escrita do primeiro aluno do nível Avançado, codificado
como (A7/3), composta de 93 palavras, foram observadas 04 conjunções,
conforme anexo do aluno – A 7/3: and, however, because e but, pertencendo,
respectivamente, às categorias de conjunções Aditivas Simples, Adversativa
Enfática, Causal e Adversativa Simples, conforme a Tabela 6.2.
Na produção escrita do segundo aluno do nível avançado (A 8/3),
composta de 77 palavras, foi observada a presença de 02 conjunções, sendo
uma conjunção repetida três vezes, conforme anexo do aluno 8/3. Estas foram:
and (3x) e for example. Essas conjunções pertencem às categorias da Aditiva
Simples e Aditiva Exemplificadora, respectivamente.
No caso da produção escrita do terceiro aluno do nível avançado (A9/3),
composta de 111 palavras, foram identificadas 04 conjunções conforme anexo:
and (2x); then; because, pertencentes, respectivamente, às categorias Aditiva
Simples, Causal Simples e Causal Enfática.
Na produção escrita do quarto e último aluno do nível Avançado (A10/3)
e, como também, do último participante da escola 03, composta de 172
palavras, foram observadas 06 conjunções, sendo 03 repetidas, conforme
anexo. As conjunções encontradas foram: Because (2x); But (2x); So (2x); I
mean; and (3x) e Then, pertencendo, respectivamente, à categoria Causal
Simples, Adversativa Simples, Causal Simples, Aditiva Expositiva, Aditiva
Simples e Causal Simples. A tabela 6.2 apresenta um resumo de todas as
109
conjunções encontradas nas produções escritas dos participantes do nível
Avançado.
Tabela – 6.2.: Conjunções dos alunos do nível Avançado da escola 3: A7/3; A8/3; A9/3 e
A10/3
.
A
luno do
Avançado
A7/3 A 8/3 A 9/3 A 10/3
Conj.Temporais 0 0 0 0
Conj. Adittivas
And
and (3x);
for example.
And (2x) and (3x); I
mean.
Conj.
Adversativas
but; however
0 0 But (2x)
Conj.
Causa/Efeito
Because
0 Then;
because
Because
(2x); so (2x) ;
then
Total das
conjunções
4 4 4 10
Observa-se, na Tabela 6.2, dos alunos do nível Avançado da escola
participante codificada como escola 03, que não houve nenhuma ocorrência
das conjunções do tipo Temporais. Entretanto, na categoria das Aditivas,
embora houvesse a presença da conjunção Aditiva Simples - and – foram
utilizadas duas novas conjunções, uma pertencendo à categoria Aditiva
exemplificadora – for example -, e a outra pertencendo à categoria Aditiva
Expositiva – I mean. No caso da categoria Adversativa, ocorreu uma outra
conjunção – hovewer – que até então não tinha surgido nos níveis anteriores.
Em relação à categoria da Causal/efeito, houve a ocorrência de uma outra
conjunção – then que até então não tinha ocorrido nos níveis anteriores.
110
CONTEÚDO DOS LIVROS DIDÁTICOS X OCORRÊNCIA DE CONJUNÇÕES
NAS PRODUÇÕES ESCRITAS.
A relação entre as conjunções lecionadas nos livros didáticos do nível
Iniciante, e as ocorrências encontradas nas produções escritas dos aprendizes
da escola 03 foi a seguinte: na categoria das Temporais, observou-se que das
04 (quatro) conjunções lecionadas (after that, then , later e finally), apenas 1
(uma) ocorrência foi identificada after (that). Na categoria das Aditivas, das
duas conjunções lecionadas (and e or) apenas 1 (uma) foi identificada and. Na
categoria das Adversativas, a única conjunção lecionada foi a but, porém não
houve ocorrência desta conjunção. Na categoria de Causa e Efeito, embora as
conjunções lecionadas tivessem sido so e because, não houve nenhuma
ocorrência desta categoria.
Conclui-se que das 09 (nove) conjunções das categorias Temporal,
Aditiva, Adversativa e Causa e Efeito enfatizadas pelos livros didáticos dos
professores em relação a nível Iniciante da escola 03, foram identificadas
apenas 02 (duas) conjunções after (that) e and nas produções escritas.
No nível Intermediário da escola 03, na categoria das Temporais, não
houve outras novas conjunções, além das lecionadas no nível Iniciante. Neste
estágio, não foi identificada nenhuma ocorrência de conjunção da categoria das
Temporais. Na categoria das Aditivas, das duas conjunções lecionadas, além
das presentes no nível Iniciante also e as wel, foram identificadas apenas 2
(duas) ocorrências de conjunção and e for example. Na categoria das
Adversativas, embora 4 (quatro) novas conjunções tivessem sido (although,
though, on the other hande however) neste estágio, não houve nenhuma
ocorrência destas, apenas a conjunção but foi identificada. Na categoria de
111
Causa e Efeito, não foi lecionada nenhuma conjunção nova, além das do nível
Iniciante, porém houve a ocorrência de duas conjunções so e because.
Conclui-se que das 06 conjunções enfatizadas das categorias Temporal,
Aditiva, Adversativa e Causa e Efeito no nível Intermediário, foram identificadas
apenas as conjunções lecionadas no nível Iniciante, com exceção da
conjunção for example.
No nível Avançado da escola 03, na categoria das Temporais, não foram
enfatizadas novas conjunções no conteúdo dos livros didáticos, e como
também, não houve ocorrência de conjunções Temporais nas produções
escritas. Na categoria das Aditivas, embora não houveram novas conjunções
lecionadas, houve a ocorrência de uma nova conjunção I mean. Na categoria
das Adversativas, embora três novas conjunções tivessem sido lecionadas em
relação ao nível Intermediário despite of, in spite of e even though, apenas
houve a ocorrência das conjunções but e however (1x). Na categoria de Causa
e Efeito, 3 (três) novas conjunções foram lecionadas because of, in order to e
for example, porém foram identificadas apenas as conjunções – so, because e
then.
Conclui-se que das 06 (seis) novas conjunções lecionadas no nível
Avançado na Escola 03, foram identificadas apenas 02 (duas) conjunções
novas em relação ao nível Intermediário: I mean e however.
É valido salientar que, de acordo com os coordenadores das três
escolas participantes desta pesquisa, esta foi a primeira vez que estas escolas
fizeram parte de uma pesquisa de mestrado.
Este capítulo apresentou e discutiu a análise dos dados resultantes da
comparação entre a tabela de conjunções dos autores Halliday and Hasan com
112
o conteúdo didático dos livros dos professores voltado ao uso de conjunções
(linking words) em produções escritas, e uso destas conjunções em produções
escritas de aprendizes de inglês como língua estrangeira de 03 (três) escolas
particulares de Inglês do estado de Pernambuco.
113
CONCLUSÂO
A presente seção apresenta um fechamento desta pesquisa, retomando
os pontos principais deste trabalho, apontando limitações, e a necessidade de
realização de futuras pesquisas com possíveis aplicações pedagógicas, em
relação ao uso das conjunções em uma comunicação escrita por aprendizes de
EFL / ILE.
De acordo com o que foi mencionado na Introdução, a prática da
comunicação escrita é, em relação ao que se requer dos aprendizes no que diz
respeito à coesão, um problema muito comum no processo de aprendizagem
de inglês como língua estrangeira.
A metodologia empregada nesta pesquisa consistiu na coleta de um
corpus de 27 (vinte e sete) produções escritas dos aprendizes - e de 09 (nove)
livros didáticos de professores de EFL das escolas participantes.
As questões de pesquisa analisadas foram:
a) Quais são as conjunções mais utilizadas pelos aprendizes de EFL nas
produções escritas narrativas no nível iniciante e dissertativo–argumentativas
nos níveis intermediário e avançado?
b) Qual a freqüência das conjunções nas produções escritas nos
diferentes estágios de aprendizagem: Iniciante; Intermediário e Avançado?
c) Como os livros didáticos de língua Inglesa enfatizam o papel das conjunções
em produções escritas?
Os resultados indicaram que, em relação à primeira pergunta da
pesquisa, as conjunções mais utilizadas pelos 09 (nove) participantes da
pesquisa das três escolas do nível iniciante, foram: na categoria das
114
Temporais, das 45 (quarenta e cinco) conjunções encontradas na tabela de
Halliday e Hasan, apenas 03 (três) conjunções ao longo das produções
escritas: after that (21x) – first (1x) - in the end (1x). Na categoria das Aditivas,
das 23 sugeridas na tabela de Halliday and Hasan, foi identificado apenas 01
(uma) – and. Na categoria das Adversativas, das 29 sugeridas na tabela de
Halliday e Hasan, foi identificada apenas 01 (uma) – but. Na categoria das de
Causa e Efeito, das 36 conjunções sugeridas por Halliday e Hasan, foi
identificada apenas 01 (uma) – because, conforme o gráfico 1.
Gráfico 01 – Nível Iniciante (03 Escolas)
0
2
4
6
8
10
12
14
Escola 1 Escola 2 Escola 3
after
then
finally
and
in the end
but
because
first
No nível intermediário, as conjunções utilizadas pelos 09 (nove)
indivíduos participantes foram: na categoria das Temporais, das 45 (quarenta e
cinco) sugeridas na tabela de Halliday e Hasan, foi identificada apenas 01
(uma) conjunção – from now. Na categoria das Aditivas, das 23 sugeridas na
tabela dos autores, foram encontradas 02 (duas) conjunções – and (16x) - for
example (4x). Na categoria das Adversativas, das 29 (vinte e nove) sugeridas,
foram identificadas 03 (três) conjunções - but (6x) – however in fact (1x). Na
categoria das de Causa e Efeito, das 36 conjunções sugeridas pelos autores
115
que embasaram esta pesquisa, foram identificadas 10 (dez) conjunções, sendo
que 04 (quatro) delas foram a conjunção – so- 03 (três) foram a conjunção –
because – 01 (uma) foi a conjunção – consequently – 01 (uma) foi a conjunção
therefore e 01 (uma) a conjunção – in this case, conforme o gráfico 2.
Gráfico 2 – Nível Intermediário (03 Escolas)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Escola 1Escola 2Escola 3
from now
for example
however
and
consequently
but
because
so
in fac t
in t his c ase
therefore
no nível avançado, as conjunções utilizadas pelos 09 (nove)
indivíduos que fizeram parte desta pesquisa foram: na categoria das
Temporais, das 45 (quarenta e cinco) sugeridas pelos autores foram
identificadas apenas a conjunção – from now; na categoria das Aditivas, das 23
(vinte e três) sugeridas pelos os autores que embasaram esta pesquisa, foram
encontradas apenas 03 (três) conjunções ao longo das produções: and (3x) -
for example (3x) - I mean (1x); na categoria das Adversativas, das 29 (vinte e
nove) sugeridas pelos autores, foram identificadas apenas 04 (quatro): but (6x)
however (6x) – although (2x) – on the other hand (4x). Na categoria de Causa
e Efeito, das 36 sugeridas pelos autores, foram identificadas apenas 05 (cinco)
116
conjunções: because (8x) – then (3x) – so (10x) – therefore (2x) – as a result
(1x), conforme o gráfico 3.
Gráfico 3 – Nível Avançado (03 Escolas)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Escola
1
Escola
2
Escola
3
from now
for exam ple
however
and
consequently
but
because
so
in fact
in this case
therefore
on the onther
hand
as a result of
although
then
I m ean
Os resultados indicaram que, em relação à segunda pergunta, a
freqüência de uso das conjunções foram: no nível iniciante, todas as 23 (vinte e
três) conjunções encontradas nas produções escritas fazem parte da categoria
das Temporais Simples, sendo que 21 (vinte e uma) das utilizadas pelos
aprendizes foi a conjunção - after that - , ocorrendo, desta forma, um sobreuso
da conjunção e um subuso das conjunções – first (1x) – in the end (1x).
Conclui-se que os aprendizes do nível iniciante das três escolas participantes,
ficaram limitados ao uso de apenas três conjunções da categoria das
Temporais. Na categoria das Aditivas, apenas ao uso da conjunção – and. Na
categoria das Adversativas, apenas ao uso da conjunção – but. E na categoria
de Causa e Efeito, apenas ao uso da conjunção – because.
117
Em relação ao nível intermediário, a freqüência de uso das conjunções
foi: das 38 (trinta e oito) conjunções encontradas nas produções escritas, 01
(uma) foi da categoria das Temporais - from now; 02 (duas) fazem parte da
categoria das Aditivas – and (16x) – for example (4x); 03 (três) fazem parte da
categoria das Adversativas – but (6x) – however (1x) – in fact (1x); e 10 (dez)
fazem parte da categorias de Causa e Efeito - so (4x) – because (3x) –
consequently (1x) – therefore (1x) – in this case (1x).
no nível avançado, a freqüência de uso das conjunções foi: das 48
(quarenta e oito) conjunções encontradas nas produções escritas, 01 (uma) faz
parte da categoria das Temporais – after, 03 (três) fazem parte da categoria
das Aditivas – and (3x) – for example (3x) – I mean (1x); e 04 (quatro) fazem
parte das Adversativas – but (6x) – however (6x) – although (4x) – on the other
hand (4x).
Em relação ao resultado referente à resposta da terceira pergunta, todos
os livros analisados nos três níveis de aprendizagem enfatizam o uso de
conjunções através de exercícios do tipo preencher os espaços em brancos,
associar a primeira coluna com uma segunda coluna, ou seja, ligar as partes
das frases que estão embaralhadas na segunda coluna, e composições
escritas para serem feitas na casa dos alunos (homework).
Conclui-se que, das 170 (cento e setenta) ocorrências de conjunções
nas composições escritas dos 27 (vinte e sete) alunos participantes desta
pesquisa dos estágios Iniciante, Intermediário e Avançado de três escolas de
idioma do Estado de Pernambuco, 73 (setenta e três) foi a conjunção – and; 16
(dezesseis) foi à conjunção – so; 15 (quinze) foi a conjunção – because e 15
(quinze) foi a conjunção – but. Desta forma, das 170 conjunções utilizadas
118
pelos participantes, 119 (cento e dezenove) foram as conjunções and; so ;but e
because que fazem parte da hipótese desta pesquisa. Sendo assim, 70% das
ocorrências de conjunções nos três níveis de aprendizagem, ou seja, Iniciante,
Intermediário e Avançado pelos aprendizes Brasileiros de inglês como língua
estrangeira de três escolas de idiomas do Estado de Pernambuco estão
representadas pelo uso das conjunções: and – so - because e but.
Espera-se que, com os resultados obtidos com esta pesquisa, que este
trabalho sirva de subsídio para a realização de futuros trabalhos voltados à
análise dos conectivos (liking words) em textos escritos por alunos de EFL, e
que venham surgir com o intuito de desenvolver uma prática e um uso mais
variado dos conectivos em textos escritos.
Existe um mito no Brasil que os alunos de EFL não conseguem, na sua
maioria, adquirir fluência na comunicação escrita e oral no uso da língua
inglesa. Além disso, é dito com freqüência que os alunos só adquirem fluência
em uma LE quando os aprendizes possuem experiências internacionais, ou
seja, aprendem o idioma onde ele é falado como língua nativa.
Fluência em uma língua estrangeira de acordo com Marcushi (1983), é a
capacidade do aprendiz de expressar-se, passando, de um assunto para um
outro com naturalidade ao longo das suas produções escritas ou orais. Sendo
assim, o papel dos conectivos nas produções escritas adquire funções extrema
importância no que diz respeito à passagem de um assunto para outro nas
práticas escritas dos aprendizes de EFL / ILE.
Como professor de inglês há mais de dez anos, acredito que um dos
problemas que, provavelmente, pode limitar a fluência escrita ou oral dos
alunos é a ausência de maior atenção aos papéis dos conectivos
119
intrasentenciais e intersentenciais nas atividades de produções escritas
praticados em sala de aula e nas atividades propostas nos livros didáticos de
EFL
Com este trabalho espero ter contribuído para chamar a atenção de
outros professores de inglês como língua estrangeira, para a importância do
fator textual coesão, do qual faz parte o uso adequado das conjunções, nas
produções escritas dos aprendizes de ILE.
Levando em conta a escassez de trabalhos sobre coesão na escrita de
aprendizes de ILE, sugiro que futuras investigações abordem os aspectos
coesivos referenciais que não contemplamos na presente pesquisa.
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122
ANEXOS
123
124
125
126
127
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