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atenção dada pelo Presidente Médici à nossa querida CNEC. E disse ao nosso
repórter “Como você pode notar, a bonança ocupará de agora em diante o lugar da
tempestade em nossa CAMPANHA”. E acrescentou, “Muitas novidades surgirão em
breve, os cenecistas estão de parabéns”
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Ainda no mesmo jornal, numa matéria, assinada pelo prof. Roberto Freitas, que tem
como título A Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC) e seus atuais
problemas, tece um rápido comentário sobre a situação de CNEC e suas relações no meio em
que ela atua, assim como as expectativas do fim da crise.
Toda organização que tem sua razão de ser, na solução de problemas coletivos,
jamais poderá viver se tais problemas não existirem. Entretanto, como se não
bastassem objetos de sua filosofia, ainda outras existem que afligem sua própria
subsistência que outra e que da coletividade mesma. A CNEC não há negar, na atual
conjuntura das causas esta vivendo este drama. Ante o fato da implantação da
reforma do ensino o poder público se retraiu em seus compromissos tanto na órbita
Federal como Estadual. No que tange aos municípios o fato foi acrescido das
injeções políticas locais e comunidades, se em alguns setores locais praticaram um
gesto belíssimo, em outras, seguiram a trilha iluminada pelo poder publico.
Entretanto, acervo de responsabilidade que o poder público se atribuiu pela atual
reforma extrapolou suas possibilidades atuais e novas esperanças se descortinam nos
horizontes da CNEC. O Estado já se comprometeu a saldar os débitos da campanha,
e celebrar um convenio de substancial ajuda. O governo Federal já se dispôs a
conhecer o fato, e no próximo dia 20 todos os presidentes das Diretorias Estaduais,
juntamente com a Diretoria Federal, serão recebidas pelo Senhor Presidente da
Republica, oportunidade em que o problema será convenientemente estudado,
parece que a bonança já anuncia o fim da tempestade.
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É sobre esse comprometimento do estado para com a CNEC, no que se refere a
celebração de convênios, e que o prof. Roberto Freitas se refere no texto supracitado,
encontramos em O Cenecista, órgão de divulgação da CNEC, matéria em que diz que a
Secretaria de Educação do Piauí firmou convênio com a CNEC no Piauí em 1972, no intuito
de contribuir financeiramente na manutenção das escolas cenecitas:
O Secretário de Educação do Piauí, prof. RaymundoWall Ferraz, acaba de renovar o
convenio firmado com a CNEC em 1972, pelo qual o estado assegura uma
contribuição financeira para a manutenção das escolas cenecistas. Em 1972, o
auxílio atingiu o montante de Cr$ 250.000 e atendeu às 170 turmas das 32 escolas,
já tendo sido integralmente liberado”
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Sobre a crise financeira da CNEC no período em discussão, segundo Carvalho
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percebemos que ela se caracteriza quando o General Emilio Garrastazu Médici assumiu a
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O IDEALISTA. Teresina, ano 3, n. 7, mar. 1972, p. 1.
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FREITAS, Roberto Gonçalves de. O Idealista, Teresina, mar. 1972, p. 3.
58
O CENECISTA, Rio de Janeiro, ano 30, jul. 1973, p.1.
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CARVALHO, Francisco Amorim de. CNEC – a incrível vitória do imponderável: a trajetória institucional no Piauí de
uma das mais importantes iniciativas educacionais do país. Teresina: O autor, 2008, p. 43.