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Selma Auxiliadora de Oliveira Marques
Análise da Cobertura Vacinal de Hepatite B, em
Cuiabá - Mato Grosso, 2000 a 2008.
Dissertação apresentada ao curso de Pós Graduação
em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção
do título de Mestre em Saúde Coletiva.
São Paulo - SP
2010
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Selma Auxiliadora de Oliveira Marques
Análise da Cobertura Vacinal de Hepatite B, em
Cuiabá Mato Grosso, 2000 a 2008.
Dissertação apresentada ao curso de Pós Graduação
em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção
do título de Mestre em Saúde Coletiva.
Área de concentração: Saúde Coletiva
Orientador: Prof.Dr. José Cássio de Moraes
São Paulo - SP
2010
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FICHA CATALOGRÁFICA
Preparada pela Biblioteca Central da
Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Marques, Selma Auxiliadora de Oliveira
Análise da cobertura vacinal da hepatite B, em Cuiabá-MT, 2000 a 2008./
Selma Auxiliadora de Oliveira Marques. São Paulo, 2010.
Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Curso de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Saúde Coletiva
Orientador: José Cássio de Moraes
1. Hepatite B 2. Vacina 3. Cobertura vacinal 4. Epidemiologia descritiva
BC-FCMSCSP/27-10
Dedico primeiramente a Deus, porque sem ele não
somos nada.
Ao meu esposo Wilson pela paciência, compreensão e
apoio.
Às minhas filhas Gabrielle (em memória) e Lisandra por
serem exemplos de superação, atitude, alegria mesmo na
adversidade, e muito amor.
Aos meus pais Joaquim (em memória) e Neide, pelo
exemplo de responsabilidade, honestidade e respeito ao
próximo.
Aos colegas que me apoiaram e me motivaram durante
todo este processo especialmente Joelma.
15
AGRADECIMENTOS
Não foi fácil esta caminhada, pelo contrário, uma luta travada diariamente,
para que o mesmo vislumbrasse um fim. Não foram poucos aqueles que me
motivaram, apoiaram, compreenderam, compartilharam; seria injusto citar alguns
somente, pois foram exemplos de muita solidariedade, enfim minha eterna gratidão.
Agradeço à Secretaria de Vigilância em Saúde/MS pela oportunidade de
valorização e realização profissional deste curso.
À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e à
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Aos professores que constantemente nos ensinaram muito, compartilhando
seu conhecimento e nos fornecendo importantes ferramentas no aprendizado da
pesquisa, incansáveis para que os objetivos propostos fossem alcançados.
Agradeço institucionalmente à Secretaria de Estado de Saúde de Mato
Grosso, na pessoa da Conceição e minha coordenadora Siriana, pela tolerância e
contribuição, facilitando todo este processo.
Aos funcionários Daniel e Jurema pela extrema paciência e colaboração.
A todos os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá,
Vigilância Epidemiológica, na pessoa da Ivanete e equipe, Kátia e Rogério do
SINASC, e a Hugna do Planejamento, que colaboraram prontamente na obtenção e
esclarecimento dos dados.
Aos colegas de trabalho, todos muito especiais, pelo incentivo, carinho,
atenção e sobrecarga das atividades ocasionadas pela nossa ausência.
Aos queridos colegas do curso que fizeram parte desta caminhada em busca
de maior conhecimento, valorização profissional, formando grandes amizades.
Agradecimento especial ao orientador que acreditou, valorizou, estimulou,
recomendou, certamente com uma grande dose de paciência, segurança e
tranquilidade. A professora Marina Atanaka, como grande colaboradora.
Enfim, à minha família que contornou nesta caminhada uma luta pela vida,
momentos críticos e dolorosos, perdas, ausências, e unidos como nunca, crescemos,
valorizando cada instante vivido, e embora em planos diferentes, muitas saudades.
Marques SAO. Análise da cobertura vacinal de hepatite B em Cuiabá-MT, 2000 a
2008 [dissertação de mestrado]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da
Santa Casa de São Paulo, 2010.
RESUMO
Introdução: A Hepatite B é um agravo com graves complicações, cronificação,
forma fulminante e uma das principais causas do câncer hepático. Quanto mais
precoce a infecção, maior o risco de cronificação. A vacinação é a estratégia mais
eficaz de prevenção contra Hepatite B. O Estado de Mato Grosso apresenta
prevalência de baixa e moderada endemicidade, e Cuiabá a capital, possui um
histórico de baixas coberturas e altas taxas de abandono segundo dados registrados
no sistema de informação SI-API. Objetivo: Analisar a tendência temporal, 2000-
2008, da cobertura vacinal, homogeneidade entre as regiões, e comparar os
resultados administrativos e os obtidos pelo inquérito domiciliar de cobertura sob a
perspectiva dos indicadores do Programa Nacional de Imunizações. Método: Estudo
descritivo, e agregado populacional, baseado em dados secundários, em crianças
menores de um ano de Cuiabá, no período de 2000 a 2008. Compara os resultados da
cobertura vacinal, por diferentes fontes: o método administrativo com dados do
sistema de informação SI-API usando os denominadores SINASC/IBGE e o método
estatístico com resultados do inquérito de cobertura vacinal para coorte de nascidos
vivos em 2005 realizado em todas as capitais do país em 2007. Resultados:
Observa-se uma variação da cobertura vacinal ao longo do período analisado, pelo
denominador SINASC, entre 71,7% a 87,4% e pelo IBGE, entre 71,7% a 91,2%. No
entanto, ao desagregar o município de Cuiabá em quatro regiões, duas destas estão
abaixo da média do município, entre 59% a 90%, e duas aumentam entre 69 a 102%
estas duas têm maior número de bairros, e proporcionalmente possuem menor
número de unidades de saúde. Na análise temporal observa-se tendência crescente
desde 2004 pelo IBGE e de 2004 a 2007 pelo SINASC. Apesar da tendência em
elevação, não foi alcançado 95% de cobertura nas quatro regiões, com exceção da
Região Leste em 2007. As coberturas vacinais em todas as regiões nos anos
avaliados foram inferiores à meta preconizada e, portanto sem o alcance da
homogeneidade de 70%. A taxa de abandono no período foi consideravelmente alta
entre 21 e 43% para a terceira dose e um valor baixo entre a segunda e terceira dose.
O número de primeiras doses aplicadas foram muito superiores às metas previstas.
Com os dados do inquérito as coberturas foram superiores a 90% e se assemelham
com o dado obtido com a população do IBGE. Não se verificou associação entre a
distribuição das coberturas vacinais segundo estratos amostrais nem com as variáveis
socioeconômicas estudadas de caracterização do núcleo familiar. A idade de
aplicação da primeira dose da vacina de hepatite ocorre ao longo dos primeiros 30
dias (90%) e menos de 10% ocorreram em tempo hábil, nas primeiras 24h.
Evidenciou baixa taxa de abandono para o município de 0,6%. Discussão e
Conclusões: As discrepâncias entre as duas fontes são comumente observadas assim
como uma menor cobertura para a vacina contra a hepatite B indicando um problema
do numerador e do denominador da cobertura vacinal e um problema de adesão da
vacina. As diferenças observadas nos resultados entre cobertura administrativa e
cobertura do inquérito, além das diferenças de metodologia reforçam a inconsistência
dos dados. As coberturas vacinais nas regiões são sempre inferiores a
95% indicando que há necessidade de uma intervenção em todo o município. A
constatação do início tardio da aplicação da primeira dose vem de encontro há
necessidade do município em reavaliar as estratégias utilizadas, como a implantação
nas maternidades da vacinação de rotina. necessidade de estudos que
identifiquem com maior profundidade as divergências encontradas. É prioritária a
integração dos serviços que atuam no contexto da atenção primária, para que haja
efetividade e resolutividade do Programa de Imunização.
Descritores: 1.Hepatite B, 2.Vacina, 3.Cobertura Vacinal, 4.Epidemiologia
descritiva.
Marques SAO. Analysis of the coverage of hepatitis B in Cuiabá-MT, from 2000
to 2008 [dissertation of master’s]. São Paulo: School of Medical Sciences of
Santa Casa de São Paulo, 2010.
ABSTRACT
Introduction: Hepatitis B is a disease than can result in serious complications, and
also progress to a fulminant form or chronicity. It is also considered as one of the
main causes of liver cancer. The earlier the infection occurs, the greater the risk of
chronicity. Vaccination is the most effective strategy for preventing hepatitis B. The
state of Mato Grosso presents low to medium level of endemicity of hepatitis B,
while the state capital, Cuiabá, has historically registered low rates of vaccination
coverage and high percentages of abandonment, according to data registered by the
system SI-API. Objective: To analyze the temporal trends of the immunization
coverage rate in the period of 2000-2008, to assess the homogeneity across the
regions, and to compare the administrative results with the data obtained by the
population-based household survey, using the indicators of the National
Immunization Program. Method: This is a descriptive study, based on secondary
data, including children less than one year of age, living in Cuiabá-MT, in the period
from 2000 to 2008. It compares the results of immunization coverage using the
denominators SINASC/IBGE, according to different sources of information:
administrative data from the information system SI-API and results of population-
based household survey on immunization coverage carried out in 2007, for the cohort
of live births born in 2005. Results: Vaccination coverage rates calculated using
administrative data ranged between 71.73% and 87.43% with SINASC
denominators, and between 71.69% and 91.24%, when IBGE denominators were
utilized. In the analysis of the coverage in 4 regions of Cuiabá, two of them presented
rates lower than the average value for the city between 59% and 90%, while the two
other regions show average values ranging between 69% and 102%; these two
regions have more neighborhoods, and proportionally a lower number of health
assistance units. There was an increasing trend in vaccination coverage rates in the
period between 2004 and 2008, when utilizing IBGE denominators, and from 2004
to 2007, when SINASC was used. In spite of this increasing trend, the coverage did
not reach 95%. In all years and regions assessed, coverage was below the
recommended level and homogeneity was below 70%. The abandonment rate in the
period was considerably high for the third dose (between 21% and 43%) and a low
value between the second and the third dose. We emphasize that the number of first
doses applied were higher than the established goals. According to the survey results,
coverage rates were higher than 90%, being similar to results obtained with the IBGE
denominators. There were no associations between socioeconomic status and
vaccination coverage, either using socioeconomic stratum or variables classifying the
household. Ninety percent of the children received the first dose of the hepatitis B
vaccine up to 1 month of age, and only 10% of these received the vaccine in during
71
the first 24-hour period after birth. Low abandonment rates were observed in the city
(0.6%). Discussion and Conclusions: In spite of the different methodologies, the
differences observed in the results obtained through administrative data or
population-based household survey revealed the inconsistency of data. Vaccination
coverage in the city districts is lower than 95%, indicating that there is a need for
intervention in all regions of the city. The delayed application of the first dose
denotes the need to re-evaluate the strategies utilized, such as the implantation of the
routine immunization in maternities. There is a need for studies to identify in a
greater detail the observed differences. Priority is the integration of primary care
services in order to achieve effectiveness and resoluteness in the performance of the
Immunization Program.
Keywords: 1. Hepatitis B 2. Vaccines 3. Vaccine Coverage 4. Descriptive
epidemiology
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO
1.1
HEPATITES VIRAIS
1.2
PREVENÇÃO
1.3
VACINAS DE HEPATITE B
1.3.1
Histórico da Produção
1.3.2
Histórico da Introdução da Vacina: Brasil e Mato Grosso
1.4
OBJETIVO DO PROGRAMA DE VACINAÇÃO DE HEPATITE B
1.5
CALENDÁRIO DA VACINA DE HEPATITE B
1.5.1
Faixas Etárias Específicas
1.5.2
Todas as Faixas Etárias
1.6
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO
1.6.1
Método Administrativo
1.6.2
Inquérito de Cobertura Vacinal
1.7
JUSTIFICATIVA
2
OBJETIVOS
3
MATERIAL E MÉTODO
3.1
TIPO DE ESTUDO
3.2
LOCAL DE ESTUDO
3.3
INFRA ESTRUTURA DISPONÍVEL PARA VACINAÇÃO NO
MUNICÍPIO
3.4
POPULAÇÃO DE ESTUDO
45
3.5
VARIÁVEIS SELECIONADAS
45
3.6
FONTES E COLETA DE DADOS
45
3.7
ANÁLISE DOS DADOS
46
3.7.1
Cobertura Vacinal com Dados Administrativos
46
3.7.2
Cobertura Vacinal por Regiões Administrativas
46
3.7.3
Tendência da Cobertura Vacinal
47
3.7.4
Homogeneidade da Cobertura Vacinal
47
3.7.5
Taxa de Abandono com Dados Administrativos e Inquérito
47
3.7.6
Cobertura Vacinal segundo Inquérito Domiciliar
49
3.7.7
Idade de Aplicação da 1ª Dose
50
3.7.8
Comparação dos Resultados
50
3.8
PROCESSAMENTO DAS INFORMAÇÕES
51
3.9
ASPECTOS ÉTICOS
51
4
ARTIGO
52
5
CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
71
6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
74
ANEXOS 79
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1
LISTA DE TABELAS DO ANEXO 1
Tabela 1.
Número de unidades com salas de vacinas em funcionamento
Por regiões em Cuiabá-MT
82
Tabela 2.
Características das regiões administrativas de Cuiabá-MT.
82
Tabela 3.
População menor de um ano, segundo SINASC e IBGE
83
Tabela 4.
Número e percentual de nascidos vivos da zona rural de Cuiabá
83
Tabela 5.
Cobertura vacinal de hepatite B, por regiões administrativas
83
Tabela 6.
Taxa de cobertura vacinal com hepatite B, segundo SINASC e
IBGE em Cuiabá-MT.
84
Tabela 7.
mero de nascidos vivos do SINASC, cobertura e doses
aplicadas de vacina de hepatite B em Cuiabá-MT.
84
ANEXO 2
1.
Parecer da Comissão Científica
85
2.
Autorização para publicação da dissertação
86
1.
Número e Distribuição das Unidades Básicas de Saúde
79
2.
Mapa das Regiões administrativas de Cuiabá
81
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADRO
Figura 1
Cobertura Vacinal de Hepatite B em Crianças < 1 ano,
SINASC/IBGE, em Cuiabá, 2000 a 2008.
60
Figura 2
Cobertura de Hepatite B, em menores de um ano,
segundo as Regiões de Cuiabá, 2000 a 2008.
61
Figura 3
Cobertura de Hepatite B, em menores de um ano,
segundo inquérito de cobertura vacinal, 2007.
62
Figura 4
Taxa de Abandono da Vacina de Hepatite B, em
menores de um ano, Cuiabá em 2000 a 2008.
63
Figura 5a
Taxa de Abandono da terceira dose, segundo as
Regiões de Cuiabá, 2000 a 2008.
64
Figura 5b
Taxa de Abandono da segunda dose, segundo as
Regiões de Cuiabá, 2000 a 2008.
64
Figura 6
Taxa de Abandono da Vacina de Hepatite, segundo
Inquérito de Cobertura vacinal em Cuiabá, 2007.
65
Figura 7
Idade do Início da Aplicação da Vacina de Hepatite B,
segundo inquérito por estrato sócio econômico, 2007.
66
Quadro 1
Cobertura da Vacina de Hepatite B, em menores de
Um Ano, Cuiabá e Mato Grosso, no período de 2000 a
2008
19
Quadro 2
Características da Amostra do Inquérito Domiciliar de
Cobertura Vacinal em Cuiabá- MT, 2007
19
Quadro 3
Calendário de Vacinação contra Hepatite B
32
LISTA DE SIGLAS
HDV
Vírus da Hepatite D.
ACIP
Comitê Assessor de Práticas de Imunização dos Estados
Unidos. (Advisory Committee on Immunization Practices)
Anti-HBs
Anticorpo da Hepatite B.
AgHBe
Antígeno Marcador de Replicação Viral.
CABS
Coordenação de Atenção Básica de Saúde de Cuiabá.
CDC
Centers for Disease Control
CGPNI
Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações.
COVEPI
Coordenação de Vigilância Epidemiológica.
CRIE
Centro de Referência de Imunobiológico Especial
CV
Cobertura Vacinal.
DATASUS
Departamento de Informática do SUS.
DMSFCMSCSP
Departamento de Medicina Social Faculdade Ciências Médicas
da Santa Casa de São Paulo.
DN
Declaração de Nascidos.
DNA
Ácido Desoxirribonucléico.
DSEI
Distrito Sanitário Especial Indígena.
DTP
Difteria, Tétano, Pertussis.
ESF
Estratégia de Saúde da Família
GM
Gabinete Ministro.
HBsAg
Antígeno de superfície do Vírus da Hepatite B.
HAV
Vírus da Hepatite A
HBV
Vírus da Hepatite B.
HCV
Vírus da Hepatite C.
HEV
Vírus da Hepatite E.
HiB
Haemófilo influenza tipo B.
HIV
Vírus da Imunodeficiência Humana.
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
MS
Ministério da Saúde.
MS DOS
Sistema Operacional em Disco da Microsoft.
MT
Mato Grosso.
NV
Nascidos Vivos
OMS
Organização Mundial da Saúde.
OPAS
Organização Panamericana de Saúde.
PMI
Programa Municipal de Imunizações
PNI
Programa Nacional de Imunizações.
SCR
Sarampo, Caxumba, Rubéola.
SES
Secretaria Estadual de Saúde.
SIAB
Sistema de Informação da Atenção básica.
SI-API
Sistema de informação de avaliação do Programa de
Imunização.
SINASC
Sistema de Informação de Nascidos Vivos.
SMS
Secretaria Municipal de Saúde.
SUS
Sistema Único de Saúde.
SVS
Secretaria de Vigilância em Saúde.
TETRAVALENTE
Vacina combinada DPT + HiB.
17
1 INTRODUÇÃO
A infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) é um importante problema de
saúde pública em todo o mundo, especialmente entre os países subdesenvolvidos e
em desenvolvimento.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que aproximadamente
um terço da população mundial tenha sido infectado e milhões de indivíduos sejam
portadores crônicos do vírus. Anualmente ocorrem em torno de um milhão de mortes
devido a complicações como cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. A hepatite
B é apontada como uma das principais causas do câncer hepático (CDC, 2001; Lai et
al, 2003).
A prevalência de hepatite B está sendo reduzida em países onde a
vacinação foi implantada, porém ainda continua alta nas populações de alto risco e
em diversos países onde as formas de transmissão vertical e horizontal intradomiciliar
ainda não estão controladas. A transmissão infantil precoce pelo HBV antes do uso da
vacina foi responsável por 30 % das infecções crônicas (Margolis et al,1991).
Conforme a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), no Brasil, alguns
estudos do final da década de 80 e início dos anos 90 sugeriram uma tendência
crescente da infecção pelo HBV em direção às Regiões Sul e Norte. Considerando-se
que ocorriam três padrões de distribuição da hepatite B: alta endemicidade, com
prevalência superior a 7%, presente na Região Amazônica, alguns locais do Espírito
Santo e Oeste de Santa Catarina; endemicidade intermediária, e com prevalência entre
2% e 7% nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste; e baixa endemicidade, com
prevalência abaixo de 2%, na Região Sul do País...
18
Estas prevalências se reduziram de acordo com estudos mais recentes,
após a introdução da vacina contra Hepatite B (Secretaria Vigilância em Saúde,
2009).
O Estado de Mato Grosso é uma vasta área de 903.357.908 km², do Centro
Sul-americano, que abrange o Sul da Bacia Amazônica. Estudos mostraram que a
Região Sul do Estado, apresenta baixa prevalência da infecção pelo VHB, estando
presentes os marcadores da infecção em 20% da população. Mas, a região Norte do
Estado, considerada como parte da Região Amazônica e colonizada mais
recentemente, com a vinda de migrantes de outras regiões do país, tem índices bem
mais elevados de infecção pelo VHB, entre 54 até 75% (Souto et al, 2001).
Em Mato Grosso no período de 2001 a 2006, foram confirmados 4.865
casos de hepatite virais, sendo destes; 40,7% de hepatite A, 34,5% hepatite B e 0,042%
hepatite B-D. registro de casos confirmados de hepatite B em 75% dos municípios
do Estado, predominando a Região Norte e seguida pela Baixada Cuiabana.
*
O município de Cuiabá, capital do Estado, localizado no Centro Sul Mato-
grossense, é um dos principais pólos de desenvolvimento da Região Centro Oeste e no
Estado é referência em todas as áreas.
A Secretaria de Estado da Saúde com base no Sistema de Informação de
Avaliação do Programa de Imunização (SI-API) identificou um histórico de baixas
coberturas e altas taxas de abandono, com a vacina contra hepatite B em Cuiabá, no
período de 2001 a 2008, após dez anos da sua implantação, não acompanhando os
níveis de cobertura alcançados pelo Estado no mesmo período, (quadro 1).
*
Dados analisados do SINANW, 2007; Coordenação de Vigilância Epidemiológica/ SES-MT.
19
Quadro 1 - Cobertura da vacina de hepatite B em menores de um ano, Cuiabá e
Mato Grosso, no período de 2000 a 2008.
Fonte: SI-API/ COVEPI/ SES- MT.
*Anos 2000 a 2005: Pop. IBGE; 2006 a 2008: Pop.SINASC
A determinação da real cobertura vacinal têm sido alvo de debates em
todo o país, por problemas decorrentes do registro de vacinas aplicadas e das
estimativas populacionais. No intuito de contribuir para a discussão do problema o
MS solicitou ao DMSFCMSCSP a realização de um inquérito de cobertura vacinal
em todas as capitais do país. Os resultados do inquérito foram obtidos, segundo
estratos socioeconômicos da coorte de nascimentos em 2005. Os estratos foram
definidos segundo as características: renda nominal do chefe da família, percentual de
chefes de família com escolaridade mais de 17 anos de estudo e percentual de chefe
de família com renda superior a 20 salários mínimos, (quadro 2).
Quadro 2 - Características da amostra do inquérito domiciliar de cobertura
vacinal em Cuiabá, MT em 2007.
Estratos
Renda
Média
Escolaridade >17ª
(%)
Renda >20SM
(%)
A
2710,17
6,57
24,52
B
1313,42
2,35
7,59
C
804,14
0,85
2,34
D
540,51
1,01
0,98
E
392,17
0,51
0,08
Fonte: Inquérito de Cobertura Vacinal/DMSFCMSCSP/SVS/OPAS
Local
Anos
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Cuiabá
90,53
82,2
74,69
73,34
71,71
74,69
77,92
85,62
85,12
MT
81,27
90,21
88,4
89,73
90,12
91,7
101,12
100,14
96,63
20
1.1 HEPATITES VIRAIS
A hepatite viral aguda é uma doença antiga, no entanto acredita-se que o
primeiro surto de hepatite B tenha ocorrido cerca de 100 anos, na Alemanha. O
primeiro destes episódios, que atingiu proporções de uma verdadeira epidemia,
ocorreu em Bremen, na Alemanha, entre 1883 e 1884, envolvendo um grande
estaleiro naval em trabalhadores que receberam vacina contra varíola preparada com
linfa humana. Esta epidemia foi estudada por Lüdman e publicado em 1885, citado
por Freitas (2009). Este relatório, ainda é considerado como um modelo de estudo
epidemiológico da hepatite (Freitas, 2009, p 17).
Ela é definida como uma infecção que compromete primordialmente o
fígado, e hoje aceita-se como agente etiológico seis tipos de vírus, com características
imunológicas próprias e atributos epidemiológicos específicos.
Os vírus da hepatite são: HAV (vírus da hepatite A), HBV (vírus da
hepatite B), HCV (vírus da hepatite C), HDV (vírus da hepatite D, ou DELTA), HEV
(vírus da hepatite E) e HGV (vírus da hepatite G). Os agentes virais possuem ação
hepatotrópica, determinando uma infecção sistêmica com lesão do hepatócito,
seguida de reação inflamatória (Cruz et al, 2000).
A infectividade do vírus da Hepatite B é 100 vezes maior que o vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV) e 10 vezes maior que o vírus da Hepatite C (HCV),
(CDC, 2001).
A transmissão do vírus da hepatite B (VHB) acontece de várias formas, e a
via sexual, é considerada como a principal, e está melhor evidenciada em áreas de
baixa transmissão. A hepatite B pode ser transmitida por solução de continuidade
21
(pele e mucosa), relações sexuais desprotegidas e por via parenteral
(compartilhamento de agulhas e seringas, tatuagens, piercings, procedimentos
odontológicos ou cirúrgicos, etc.). Outros líquidos orgânicos, como sêmen, secreção
vaginal e leite materno, também podem conter o vírus. A transmissão vertical (de mãe
para filho) também é causa frequente de disseminação do VHB em áreas de alta
endemicidade (Miguel, 2005).
O momento da infecção inicial, é importante quanto ao risco de
cronificação, uma vez que ocorre entre 70% a 90% das crianças infectadas ao
nascimento, diminuindo progressivamente com o aumento da idade (Pinhata, 2004);
(Ferreira e Silveira, 2006).
A maior parte das infecções pelo VHB são anictéricas e apenas 30% dos
infectados expressam clinicamente a doença. Nos adultos em 5% a 10% a doença se
cronifica. Este risco é maior quando ocorre a transmissão vertical para recém
nascidos. Em gestantes com replicação viral ela é de 70% a 90% e sem evidências de
replicação de 10% a 40% (Ministério da Saúde, 2005). O carcinoma hepato celular
devido à infecção pelo VHB pode ocorrer independentemente da presença da cirrose
hepática ao contrario de outras infecções virais (Ministério da Saúde, 2008).
Os quadros clínicos agudos são variáveis, ocorrem desde formas
subclínicas ou oligossintomáticas até formas graves e fulminantes. (Ministério da
Saúde, 2008).
22
1.2 PREVENÇÃO
Além da vacinação, que é a mais importante e eficaz forma de prevenção
primária, outras medidas de precaução quanto à exposição ao vírus devem ser
adotadas: cuidados com a contaminação, através das ações educativas, informações
quanto aos modos de transmissão, necessidade do uso de proteção com preservativos
e sexo seguro. Outras formas de prevenção é a esterilização de materiais ou uso de
descartáveis. Transfusões somente com sangue analisado. Nos casos de abuso sexual,
é importante a imunoprofilaxia com imunoglobulina humana anti-hepatite B como
prevenção imediata, concomitante a vacina de Hepatite B, em vítimas não imunizadas
ou com esquema vacinal incompleto. Orientações à mãe portadora do vírus hepatite B
enquanto gestante, da necessidade do recém-nascido ser submetido à imunoprofilaxia
específica nas primeiras horas de vida (Cruz et al, 2000).
A estratégia de prevenção mais eficaz é a vacinação universal, mas ainda é
um enorme desafio para o sistema de saúde.
1.3 VACINAS DE HEPATITE B
É evidente através de vários estudos a contribuição da vacinação contra o
VHB na prevenção da doença aguda, evitando a cronificação e sua evolução para
complicações como cirrose e/ou hepatocarcinoma e, minimizando a transmissão viral,
(Miguel, 2005). Como diversas formas de transmissão do VHB, faz-se necessário
varias estratégias de vacinação, para proteção dos recém-nascidos, adolescentes e
23
adultos (CDC, 1991). A estratégia utilizada e incorporada pelas organizações oficiais
a OMS, para o controle da infecção pelo vírus B, foi a introdução da vacinação para
todas as crianças ao nascimento.
No Brasil, a vacinação dos recém-nascidos é usada para prevenção da
infecção no início da vida e subsequentes complicações.
O risco de desenvolver a infecção crônica está inversamente relacionado
com a idade. Com a vacinação das crianças no início da vida, diminui também a
contaminação horizontal, frequente nos domicílios onde há portador de VHB. Além
disso, quando o esquema vacinal é instituído nessa fase da vida, maior probabilidade
da realização de séries completas de vacinação (Ferreira e Silveira, 2006).
A vacina de Hepatite B protege também contra infecção pelo vírus da
hepatite D, uma vez que este vírus só existe em pessoas infectadas pelo VHB.
As vacinas contra Hepatite B comercializadas no Brasil são produzidas
por engenharia genética, com altos índices de segurança, e pouco reatogênicas. As
dosagens recomendadas variam de acordo com o laboratório produtor (Ministério da
Saúde, 2006).
A vacina é apresentada em frascos uni ou multidose, isolada ou combinada
com outros Imunobiológicos:
- Hepatite B (monovalente disponível no SUS),
- DPT/HiB/hepatite B (pentavalente disponível nos Centros de Referência
para Imunobiológicos Especiais CRIES e população indígena),
- DPaT/Hib/Salk/hepatite B (hexavalente),
- Hepatite B /hepatite A.
A proteção da vacina contra Hepatite B é, duradoura estabelecida pela
memória imunológica. Os níveis de anticorpos embora declinem com o passar do
24
tempo, permanecem aproximadamente por um grande período, com a série completa
de vacinação (Ferreira e Silveira, 2006). A terceira dose confere proteção de longa
duração, através da reativação, da memória imunológica (Miguel, 2005). Por este
motivo, não são recomendadas habitualmente doses de reforço, com exceção para
alguns grupos especiais, de risco.
No âmbito da saúde pública, não se preconiza a avaliação rotineira dos
marcadores sorológicos da infecção nos candidatos à vacinação, assim como a
pesquisa de anti-HBs pós vacinal para indivíduos imunocompetentes que não
pertencem aos grupos de risco, devida à alta eficácia da vacina. À semelhança dos
esquemas utilizados com a vacina tetravalente e pólio, não existe intervalo máximo
entre as doses, prosseguindo com o esquema da vacinação a partir da interrupção.
Entretanto, intervalos mínimos entre as doses são preconizados: de um mês entre a
primeira e a segunda dose, de seis meses entre a primeira e a terceira dose (Weckx et
al, 1999).
Muitos estudos em relação à vacinação de recém nascidos a termo
mostram percentuais de soroproteção acima de 95% com início no primeiro dia de
vida. Segundo Sadeck e Ramos (2004), produção de anticorpos anti-HBs com
títulos protetores, inclusive em recém-nascidos com peso < 1500g, embora com
títulos mais baixos. Recomendam para este grupo monitoramento por 1 a 3 meses
após o termino da vacinação e aos não respondedores, uma dose suplementar da
vacina recombinante. Em locais com maior dificuldade para realização do
monitoramento, pode-se optar por um esquema vacinal com quatro doses.
Dentre os fatores que podem interferir na eficácia da vacina incluem:
modo de conservação da vacina, local da aplicação, sexo, idade, obesidade, fumo,
25
fatores genéticos, doenças crônicas e condição nutricional e imunológica (Feijó et al,
2006).
Para a conservação adequada, está preconizado em toda cadeia da rede de
frio, até a sua utilização uma temperatura entre +2ºC e +8ºC e não podem ser
congeladas (Ministério da Saúde, 2001).
1.3.1 Histórico da Produção
As primeiras vacinas contra Hepatite B foram licenciadas em 1981 e eram
derivadas de plasma de pacientes com infecção crônica, com AgHBs inativados por
métodos físico-químicos durante o processo de fabricação da vacina.
Desde 1986, utilizam-se vacinas produzidas a partir de tecnologia de DNA
recombinante. A vacina Engerix B
e Recombivax- HB produzida com a inserção do
plasmídeo contendo o gene para o AgHBs dentro de uma levedura (Sacharomices
cerevisiae). A vacina Butang
R
apresenta HbsAg recombinante purificado produzido
na levedura (Hansenula polymorpha) e hidróxido de alumínio como adjuvante
(Miguel, 2005).
O produto final contém mais de 95% de proteína HBsAg, e menos de 5%
de proteínas derivadas do fungo e sem DNA do fungo detectável. As vacinas
Recombivax-HB são formuladas sem preservativos, e as vacinas Engerix-B são
consideradas livres de preservativos, apesar de poderem conter traços de mercúrio
após a remoção do timerosal. Essas vacinas sofrem a remoção do timerosal, pós
produção, que é considerado sem efeito biológico (Ferreira e Silveira, 2006).
26
1.3.2 Histórico da Introdução da Vacina de Hepatite B, no Brasil e Mato
Grosso
Segundo o PNI-30 anos (MS, 2003); a vacinação começou a ser
implantada gradativamente nos Estados, conforme a situação epidemiológica das
hepatites virais com características muito diversas nas diferentes regiões do país.
1989. Iniciou a vacinação na Amazônia Legal sob a forma de campanhas.
1991. A Organização Mundial de Saúde recomenda a inclusão da vacina
contra Hepatite B nos programas nacionais.
A vacina contra Hepatite B entra no calendário básico do Amazonas, para
crianças menores de um ano.
1992. A vacina contra Hepatite B, produzida por engenharia genética,
passa a ser adquirida no Brasil e faz parte do calendário básico da Amazônia Legal,
Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina e Distrito Federal, para menores de cinco anos.
1994. A vacina contra Hepatite B tem sua oferta ampliada aos
profissionais de saúde do setor privado, bombeiros, policiais, militares, estudantes de
medicina, Odontologia, enfermagem e bioquímica.
1995. A vacina de Hepatite B é implantada no Distrito Federal para
menores de um ano de idade.
O Butantã desenvolve projeto e inicia a produção industrial da vacina
contra Hepatite B por engenharia genética.
1996. Redefinição das recomendações para a vacinação contra Hepatite B.
Ampliação da oferta da vacina para toda a população brasileira menor de 1 ano de
idade, com exceção dos Estados da Amazônia Legal, Espírito Santo, Santa Catarina,
27
Paraná e Distrito Federal, onde a oferta passou a ser aos menores de 15 anos de idade.
A efetivação dessas novas recomendações acontece dois anos após, tendo em vista a
falta do produto.
1997. O País adquire a vacina contra Hepatite B e inicia a implementação
conforme as recomendações definidas em 1996.
Campanhas de vacinação contra Hepatite B para odontólogos, estudantes
de odontologia e escolares.
Definição de um Plano Estratégico pela iniciativa para a Vacinação
Infantil para o controle global efetivo do sarampo, hepatite B, infecções por
haemóphilus influenza b e rubéola, mediante a implementação das vacinas em todas
as regiões até 2005.
No Estado de Mato Grosso existem registros de vacinação após
identificação de epidemia comunitária de hepatite B na região Noroeste do Estado em
1995 (Souto et al, 2004).
A vacina contra Hepatite B foi implantada em 1997 no serviço de rotina
de imunização das unidades básicas de saúde; dos municípios do Estado, dentre eles
Cuiabá, somente para menores de 15 anos; e em um Centro de Referência de
Imunobiológicos Especiais (CRIE) para usuários de maior vulnerabilidade em todas
as faixas etárias, porém com sua distribuição muito irregular, devido à falta do
Imunobiológico no país.
1998-1999. Normalização da oferta desta vacina após regularização na
aquisição e distribuição pelo PNI.
2001. Com o intuito de rapidamente imunizar toda a população, a SVS
passa a recomendar a vacina para outras faixas etárias.
28
Seguindo as recomendações do Programa Nacional de Imunizações, a
vacina contra Hepatite B tem sua oferta ampliada para menores de 20 anos
gradativamente até 2003 para todo o país, (Ministério da Saúde, 2003).
1.4 OBJETIVO DO PROGRAMA DE VACINAÇÃO DE HEPATITE B
A vacinação, uma das principais formas de prevenção, controle e
consequentemente de redução na incidência da doença, através de vacinação
sistemática da população, têm por objetivo, alcançar níveis adequados de coberturas
iguais ou maiores que 95%, conforme indicação da Organização Panamericana de
Saúde (OPAS).
O Programa Nacional de Imunizações adota como modelo tecnológico
uma combinação de elementos para o controle da hepatite B, como: a vacinação de
rotina, de grupos de risco de maior vulnerabilidade, e campanhas periódicas.
A vacinação de rotina consiste na adesão ao calendário nacional de
vacinações que deve ser aplicado a todo indivíduo a partir de seu nascimento, e visa
garantir, proteção em âmbito individual, a prevenção específica e, em nível coletivo, a
indução da imunidade de massa, responsável pela interrupção da transmissão (Moraes
et al, 2003).
As campanhas periódicas somadas à vacinação de rotina visam garantir e
inserir determinados grupos de risco, bem como aqueles em que dificuldades de
acesso, intensificando os serviços de rotina.
29
Como estratégia para vacinação dos grupos especiais de maior
vulnerabilidade, em maiores de 20 anos, é utilizada o CRIE.
A vigilância epidemiológica é estratégia complementar, uma vez que, a
partir de um caso de hepatite B, são desencadeadas ações que impedem o
aparecimento de outros casos, ou seja, interrompem a cadeia de transmissão (Moraes
et al, 2003).
A vigilância permite acompanhar a tendência, avaliar as medidas de
prevenção e controle da doença.
1.5 CALENDÁRIO DA VACINA DE HEPATITE B
A vacina contra Hepatite B está disponível nas salas de vacinação do
Sistema Único de Saúde para faixas etárias específicas e situações de maior
vulnerabilidade, conforme as seguintes situações (Ministério da Saúde, 2008).
1.5.1 Faixas Etárias Específicas
Menores de um ano de idade, preferencialmente nas primeiras 12 horas após
parto;
Crianças e adolescentes entre um e 19 anos de idade.
30
1.5.2 Todas as Faixas Etárias
A vacina contra a Hepatite B está disponível, para os seguintes casos:
vítimas de abuso sexual;
vítimas de acidentes com material biológico positivo ou fortemente
suspeito de infecção por VHB;
comunicantes sexuais de portadores de VHB;
hepatopatias crônicas e portadores de hepatite C;
doadores de sangue;
transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea;
doadores de órgãos sólidos ou de medula óssea;
potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou
politransfundidos;
nefropatias crônicas, dialisados, síndrome nefrótica;
convívio domiciliar contínuo com pessoas portadoras de VHB;
asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas;
fibrose cística (mucoviscidose);
doença de depósito;
imunodeprimidos;
usuários de drogas injetáveis e inaláveis;
pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de
menores, forças armadas, etc.);
carcereiros de delegacias e penitenciárias;
31
homens que fazem sexo com homens;
profissionais do sexo;
profissionais de saúde;
coletadores de lixo hospitalar e domiciliar;
bombeiros;
policiais: militares, civis, e rodoviários;
profissionais envolvidos em atividades de resgate;
populações indígenas.
Em Mato Grosso esta população indígena é vacinada rotineiramente pelos
Distritos sanitários Indígenas (DSEI).
A vacina contra Hepatite B pode ser administrada em qualquer idade e
simultaneamente com outras vacinas do calendário básico (Ministério da Saúde,
2008).
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda que a primeira
dose da vacina deva ser administrada na maternidade nas primeiras 12 horas de vida
do recém-nascido. A dose da vacina varia de acordo com o fabricante. Após
administração do esquema completo, em 90% a 95% dos indivíduos saudáveis, ocorre
indução da imunidade. Não é necessária a pesquisa de marcadores virais para hepatite
B, uma vez que não contra-indicação para a vacina em pessoas que possuam
anticorpos ou antígenos específicos.
O esquema de imunização de rotina recomendado contra Hepatite B é de
três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose, e de seis
meses entre a primeira e a terceira dose (0, 1 e 6 meses), (Ministério da Saúde, 2006).
32
Segundo (Feijó et al, 2006) diversas questões devem ser consideradas, ao
estabelecer um calendário, como: situação epidemiológica, evitar grandes intervalos
entre as vacinas sucessivas, início precoce, aceitabilidade, otimização na
administração de várias vacinas, bem como avaliação e revisão periódica em acordo
com as respostas obtidas.
Desde 2004 o calendário oficial está sendo divulgado, e ratificado através
da Portaria Nº. 1602, de 17 de Julho 2006. Onde institui em todo o território nacional
os calendários de vacinação da criança, do adolescente, do adulto e do idoso,
(Ministério da Saúde, 2006).
Quadro 3 - Calendário de vacinação contra Hepatite B
Fonte:Extraído da Portaria Nº 1602, julho/2006/MS.
Notas:
(1) Prematuros menores de 33 semanas ou 2.000g devem receber uma dose extra com dois meses de
idade (0, 1, 2, e 6 meses).(2) Para indivíduos de maior vulnerabilidade como imunocomprometidos,
portadores de insuficiência renal e bebês prematuros a avaliação para esquemas especiais da vacina
são realizados conforme manual do CRIE, 3ª edição, MS (Ministério da Saúde, 2006).
Se os adolescentes não tiverem comprovação de vacina anterior, deve ser
iniciada a série. Se o esquema de três doses foi interrompido, considerar a dose
aplicada e completar o esquema. Se a série foi interrompida após a primeira dose, a
segunda deve ser dada logo que possível, e a terceira pelo menos 2 meses após a
Idade
Dose
Intervalo entre as Doses
Ao nascer
1ª dose
-
1 mês
2ª dose
1 mês após a 1ª dose
6 meses
3ª dose
6 meses após a 1ª dose
De 11a 19 anos
1ª dose
-
2ª dose
1 mês após a 1ª dose
3ª dose
6 meses após a 1ª dose
33
segunda. Se apenas estiver faltando a terceira dose, ela deve ser administrada
imediatamente.
A vacina de Hepatite B, deve ser aplicada em crianças na região do vasto
lateral da coxa e em adultos no deltóide. Deve-se evitar a aplicação na região glútea,
por resultar em menor imunogenicidade (Ministério da Saúde, 2006).
1.6 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO
É um componente utilizado de modo sistemático e rotineiro, para avaliar o
funcionamento do Programa de Imunização e permitir adoção de medidas para a sua
melhora (Verani, 2005). O Programa Nacional de Imunizações PNI, para hepatite B
busca vacinar no mínimo 95% e de modo homogêneo a população menor de 20 anos
de idade contra a Hepatite B, para reduzir a incidência e a prevalência da doença, e
imunizar também a população em condições especiais, como forma de reduzir a
vulnerabilidade a esse agravo.
Por meio do sistema de avaliação do programa de imunização SI-API
acompanha-se sistematicamente o quantitativo populacional vacinado por faixa etária,
a homogeneidade das coberturas e as taxas de abandono nas esferas: Federal,
Estadual e Municipal.
A avaliação da cobertura vacinal medida com precisão é essencial para
prever a dimensão da redução da morbi-mortalidade das doenças Imunopreveníveis, o
34
acesso da população ao serviço, além de medir a efetividade dos programas de
controle das mesmas (Moraes e Ribeiro, 2008).
O método mais utilizado para avaliar a cobertura vacinal tem sido obtido
do Método administrativo, quando a análise da cobertura vacinal é feita por meio de
registro das doses aplicadas nos serviços de saúde no sistema de informação, SI-API.
Estes registros nem sempre fornecem informações precisas e ou completas. Pode
haver sub ou super registro das doses aplicadas para as vacinas com múltiplas doses,
erros no registro da idade da pessoa que recebe a vacina.
Além do erro de registro outro problema no cálculo da cobertura vacinal é
relativo às estimativas da população alvo (Moraes et al, 2003).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras agências internacionais
têm recomendado o uso do Método estatístico, para avaliação da cobertura vacinal
por meio de levantamentos domiciliares, entre eles o inquérito de cobertura vacinal,
cujas informações obtidas geram dados de melhor qualidade (Barata et al, 2005).
A realização de inquéritos domiciliares para o conhecimento da cobertura
vacinal tem sido um dos instrumentos utilizados na avaliação do cumprimento da
meta de vacinar 100% dos menores de um ano com todas as vacinas do esquema
básico.
O indicador de cobertura vacinal é definido pelo percentual de crianças
com esquema básico completo na faixa etária alvo em uma unidade geográfica
delimitada, e em um período considerado. Ele estima o nível de proteção com a
vacina de Hepatite B, quando cumprido o esquema básico, com três doses e com
intervalos recomendados (Ministério da Saúde, 2001).
35
A homogeneidade é obtida com o percentual de municípios ou áreas que
atingem 95% ou mais de cobertura vacinal na faixa etária analisada. O valor aceitável
deste indicador de homogeneidade é de 70% para a vacina de hepatite B.
1.6.1 Método Administrativo
Os dados provenientes das salas de vacina em Estabelecimentos de Saúde
são registrados no Boletim diário de doses aplicadas de vacinas, e posteriormente
consolidadas no Boletim Mensal, segundo o tipo de vacina, faixa etária e a dose, são
digitadas no sistema de avaliação do programa de imunização (SI-API).
Seu objetivo: registrar as doses aplicadas das vacinas de rotina e das
campanhas, por faixa etária e Imunobiológicos, e calcular a cobertura vacinal e a taxa
de abandono. Os boletins são consolidados em cada esfera de gestão e enviado aos
níveis superiores com um fluxo definido: Serviço de Saúde Secretaria Municipal
de Saúde Regional Secretaria Estadual de Saúde Programa Nacional de
Imunizações/ MS (Ministério da Saúde, 2003).
1.6.1.1 Características do SI-API
O SI-API é um sistema de informação de avaliação do programa nacional
de imunização, oficializado em 1999, pela Portaria Ministerial 130/GM, de 12 de
fevereiro. Descentralizado para 100% dos municípios, integra o elenco de sistemas de
informações, concebido ainda em plataforma operacional MS-DOS (Teixeira, 2008).
36
O sistema de avaliação do programa de imunização é constituído por
quatro módulos: Entrada de dados, Produtos, Base de dados, Segurança.
1. O módulo Entrada de dados: com três funções; digitar boletins,
receber dados e controle dos boletins.
2. O módulo Produto: possui duas funções; relatórios e exportação
dos dados.
3. O módulo Base de dados: tem três funções; doses aplicadas,
tabelas e população.
4. O módulo Segurança: possui três funções; senhas, cópia de
arquivos e utilitários.
Este sistema apresenta os seguintes relatórios: doses aplicadas, taxa de
abandono, acompanhamento mensal da cobertura por imunos (Ministério da Saúde,
2001).
1.6.1.2 Limitações do SI-API
A forma como é constituído o numerador para o cálculo de cobertura
vacinal; número de doses aplicadas e não criança vacinada, registro por local de
vacinação e não por procedência do vacinado podem acarretar erros no cálculo da
cobertura. A garantia de qualidade destes dados se constitui de fundamental
importância no processamento deste indicador. Somam-se a estes, a interferência da
mobilidade e migração entre municípios, estados, país e até fronteiras internacionais,
geram inconsistências nos dados registrados (Mota; Teixeira, 2008). A não
37
identificação da procedência impossibilita a avaliação da cobertura por área de
residência.
Quanto ao denominador, o problema mais frequente diz respeito às
estimativas populacionais. As estimativas demográficas realizadas baseiam-se em
dados dos últimos censos. Em algumas regiões, as mudanças no crescimento
populacional, devido a redução acentuada na taxa de mortalidade e natalidade,
transformações abruptas nos perfis migratórios, interferem intensamente nas
estimativas.
A população alvo da vacinação, até no ano de 2005, era estimada com os
dados fornecidos pelo IBGE/DATASUS, porém, devido a imprecisões desta
estimativa em anos intercensitários, gerando denominadores superestimados ou
subestimados, o PNI a partir de 2006 passou a utilizar o número de nascidos vivos
registrados no SINASC.
Questiona-se ainda com relação ao denominador, a parcela da população
que utiliza os serviços públicos de vacinação, quando os dados do numerador têm
como base vacinas aplicadas pelos serviços públicos. O acréscimo das informações de
todos os serviços privados solucionaria este problema (Moraes et al, 2003).
1.6.2 Inquérito de Cobertura Vacinal
A realização de inquéritos domiciliares para o conhecimento da cobertura
vacinal real tem sido um dos instrumentos utilizados na avaliação do cumprimento da
meta, conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
38
Os resultados dos inquéritos domiciliares apresentam geralmente
divergências com os dados administrativos, assim como problemas de acesso ou
adesão ao programa. Com maior precisão os inquéritos domiciliares captam uma
proporção de crianças que recebem vacinas em serviços privados, cujos dados não
estão disponíveis, nos registros do sistema de informação, SI-API, além de diferenças
intramunicipais e intra-estaduais importantes, obscurecidas pelos valores médios. Em
1978, a OMS propôs uma metodologia de amostragem por conglomerados para a
realização de inquéritos de cobertura vacinal. Essa metodologia, reconhecida como
amostra por conglomerados 30 por 7, baseou-se em uma técnica de inquérito
populacional usada nos Estados Unidos em 1965 e, posteriormente, na África. Desde
então, esta metodologia vem sendo aplicada com pequenas variações em várias partes
do mundo (Barata et al, 2005).
1.6.2.1 Características do Inquérito
No inquérito domiciliar, como as informações são obtidas por meio das
cadernetas de vacinação das crianças por amostragem, a mesma fonte de informações
é utilizada para definir o numerador e o denominador, eliminando o problema das
estimativas.
A cobertura é analisada através de inquérito de crianças residentes nos
domicílios inclusos na amostra, eliminando as questões da mobilidade populacional
intermunicipal. O resultado do estudo não é influenciado, nas coberturas encontradas,
39
pela invasão ou evasão da demanda, que os dados do numerador estão sempre
contidos no denominador.
São consideradas como crianças vacinadas aquelas que receberam o
esquema completo, com três doses de Hepatite B, preconizadas pelo PNI, cujas doses
foram aplicadas nas idades corretas e com os intervalos corretos. Eliminando o
subregistro e a duplicidade de dados, presentes no método administrativo.
Metodologicamente, o propósito da amostragem nos inquéritos é obter
estimativas com grau de precisão aceitável em uma parcela representativa da população.
Dessa forma, não é necessário avaliar toda a população, evitando desperdício de tempo e
de recursos materiais e financeiros e garantindo maior qualidade às medidas, uma vez que
um número menor de entrevistas permite maior cuidado em sua realização. (Barata et
al, 2005).
1.6.2.2 Limitações do Inquérito
Sua realização é de elevado custo operacional, ocorrem dificuldades por
ser de execução com recursos humanos especializados, e os resultados têm utilidade
por um tempo relativamente curto. De maneira geral, carência de pessoal
capacitado para planejar, executar e analisar os dados obtidos, o que com frequência,
leva a formulação e aplicação de perguntas e quesitos, provocando distorções nos
resultados. Os resultados apresentam a situação de um dado momento preciso
(prevalência instantânea) tendo utilidade por um tempo relativamente curto,
perdendo, com isso, muitas das suas vantagens para o trabalho de vacinação: uma
atividade bastante dinâmica com renovação rápida da população alvo (Ministério da
Saúde, 2001).
A não localização da amostra sorteada, perdas e recusas, interferem na
representatividade da amostra, prejudicando o resultado do Inquérito domiciliar.
40
1.7 JUSTIFICATIVA
Analisar o Programa Municipal de Imunização por meio da tendência da
cobertura vacinal de Hepatite B, em Cuiabá e sua homogeneidade segundo as regiões
do município é importante pela não implantação da vacinação de rotina nas
maternidades propiciando um maior risco de cronificação da infecção, pelo histórico
de baixas coberturas, pela importância da vacinação como medida de maior eficácia
para controle e redução dos suscetíveis, e a magnitude e gravidade da hepatite B. Ela
permite a identificação dos problemas no desempenho das atividades de imunização e
a proposição de recomendações que poderão impactar e contribuir com a melhoria do
programa.
41
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Analisar o Programa municipal de Imunização contra Hepatite B, em
Cuiabá, no período 2000 a 2008.
2.2 ESPECÍFICOS
Analisar a tendência temporal da cobertura vacinal de Hepatite B, no
município de Cuiabá, segundo as regiões administrativas;
Analisar a homogeneidade da cobertura, entre as regiões do município;
Analisar a taxa de abandono por doses aplicadas nas regiões
administrativas;
Analisar a cobertura vacinal segundo estrato socioeconômico da coorte
de nascidos vivos em 2005;
Analisar a idade de aplicação da dose na coorte de nascidos vivos em
2005;
Comparar os dados de cobertura estimados pelo SI-API e o Inquérito de
cobertura vacinal para o ano de 2005.
42
3 MATERIAL E MÉTODO
3.1 TIPO DE ESTUDO
Estudo descritivo, de cobertura vacinal de Hepatite B, baseado em dados
secundários em menores de um ano, no período de 2000 a 2008, em Cuiabá/MT.
3.2 LOCAL DE ESTUDO
Cuiabá localiza-se na Região Centro-Oeste do Brasil, microrregião
Cuiabá. Esta microrregião é formada pelos municípios de Chapada dos Guimarães,
Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antonio de Leverger e rzea Grande.
A sede municipal, encontra-se no Centro Geodésico da América do Sul, possui área
de 3.538,17 km², correspondendo 254,57 km² à Macrozona Urbana e 3.283,60 km² à
Área Rural. Além do distrito-sede de Cuiabá, integram o município os distritos
Coxipó da Ponte, Coxipó do Ouro e Guia. Em 1994, a Macrozona Urbana de Cuiabá
foi dividida em quatro Regiões Administrativas; Norte, Sul, Leste e Oeste (Cuiabá,
2007).
A população de 483.346 habitantes, em 2000, apresentou uma taxa anual
de crescimento de 2,04% no período de 1991 a 2000 (IBGE, 2000). A contagem
populacional de 2007 nos mostra uma redução importante nesta taxa no período de
2000 a 2007, 1,3% e uma população de 526.830 habitantes.
43
Cuiabá é sede na estrutura administrativa de saúde do estado e do
Escritório Regional de Saúde da Baixada Cuiabana, bem como referência nas áreas
de média e alta complexidade.
3.3 INFRA-ESTRUTURA DISPONÍVEL PARA VACINAÇÃO NO
MUNICÍPIO DE CUIABÁ
O município de Cuiabá possui 01 rede de frio com câmara positiva para
acondicionamento das vacinas, refrigeradores, ar condicionado, caixas térmicas, e
termômetros de máxima e mínima. Os estabelecimentos públicos de atenção básica a
saúde, são: 05 Policlínicas, 27 Centros de Saúde, 33 Unidades de Saúde da Família
com um total de 65 unidades, todos equipados com salas de vacina (SMS, 2008).
O município está dividido em quatro regiões: Norte, Sul, Leste e Oeste.
Cada região administrativa conta com, Unidades de saúde da Família, Centros de
Saúde e Policlínicas com salas de vacinação e com as seguintes proporções pelo
número de bairros:
Percentuais do total de Unidades de Saúde Ativas, com aplicação de
vacinas pelo total de bairros da região administrativa: Norte 180%, Sul 32%, Leste
36% e Oeste com 92%.
Percentuais de Estratégia de Saúde da Família (ESF), em relação a
composição do número de bairros de abrangência das regiões administrativas são:
Norte 110%, Sul 9%, Leste 18% e Oeste com 37%.
44
O Programa Municipal de Imunização conta com uma gerência na área de
Vigilância Epidemiológica e de Imunização responsável por toda a demanda de
atividades geradas no setor.
O fluxo de informação do serviço de vacinação ocorre da seguinte
forma:Vacinação → Registro Diário das Doses Aplicadas em sala de vacina
Consolidação mensal em Impresso padronizado SMS-Gerência de Imunização→
Digitação no SI-APIERS→SES/MT→PNI/MS.
O SI-API está centralizado na Gerência de Imunização, as unidades
registram os dados de vacinas aplicadas em impresso padronizado pelo município,
mensalmente. Os dados devem ser encaminhados como determinado no fluxo
municipal e na Gerência são avaliados previamente em relação à qualidade,
inconsistências e posteriormente digitados. Conforme as informações do setor,
quando o fluxo de dados não é cumprido em tempo hábil os mesmos são cobrados, de
forma que todas as vacinas aplicadas na rotina dos serviços de saúde são digitadas no
sistema informatizado e repassado ao nível Estadual.
O cumprimento das metas de cobertura vacinal são avaliadas pela
Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica municipal, usando como numerador as
doses aplicadas e como denominador a população conforme o banco do Sistema de
informação da atenção básica (SIAB), nas unidades da Estratégia de Saúde da Família
(ESF). Entretanto nos centros de saúde e outras unidades de saúde são avaliados
conforme as estimativas do IBGE disponibilizadas pelo setor de planejamento da
Secretaria Municipal de Saúde.
A atual gestão está direcionando a aplicação das vacinas somente nas
unidades da atenção básica, procurando dessa forma redirecionar a população a ser
45
atendida em unidades próximas de sua residência, diminuindo a grande demanda para
vacinação nas policlínicas.
3.4 POPULAÇÃO DE ESTUDO
É composta por crianças menores de um ano, e residentes no município de
Cuiabá.
3.5 VARIÁVEIS SELECIONADAS
Doses Aplicadas por Unidade de Saúde
Nascidos Vivos por Bairro de residência da mãe
População de menores de um ano
Cobertura vacinal de hepatite B em menores de um ano, para coorte de
Nascidos Vivos em 2005, segundo estrato socioeconômico
Taxa de abandono, segundo estrato socioeconômico
Idade de Aplicação da 1ª dose da vacina de Hepatite B.
3.6 FONTES E COLETA DE DADOS
Sistema de informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-API),
População do IBGE, DATASUS; estimativa da população por faixa
etária, baseada na estimativa da população total fornecida pelo IBGE,
46
Nascidos vivos de mães residentes no município de Cuiabá,
registrados no SINASC,
Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal/DMSFCMSCSP/ SVS/MS,
Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá Gerência de Planejamento,
Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Gerência de imunização.
3.7 ANÁLISE DOS DADOS
3.7.1 Cobertura Vacinal com Dados Administrativos
Como cobertura vacinal com dados administrativos, adotou-se o
percentual de crianças imunizadas com a vacina de Hepatite B, considerando-se como
esquema básico completo, a aplicação de três doses, para a população alvo para o
período de 2000 a 2008.
O método de cálculo 1, o número de 3ªs doses aplicadas em crianças
menores de um ano multiplicado por 100, e dividido pela população de menores de
um ano.
O método de cálculo 2, o número de 3ªs doses aplicadas em crianças
menores de um ano multiplicado por 100, e dividido pelo número de nascidos vivos.
3.7.2 Cobertura Vacinal por Regiões Administrativas
O percentual de crianças vacinadas com terceira dose de Hepatite B por
regiões administrativas em relação à população de crianças do Sinasc residentes da
47
mesma área, foi utilizado para comparar a cobertura vacinal de Hepatite B em
diferentes regiões administrativas de Cuiabá.
3.7.3 Tendência da Cobertura Vacinal
O comportamento da cobertura vacinal de Hepatite B, durante o período
de 2000 a 2008, por município e regiões administrativas.
3.7.4 Homogeneidade da Cobertura Vacinal
lculo da Homogeneidade da Cobertura Vacinal de Hepatite B no
município de Cuiabá, no período de 2000 a 2008.
Numerador
Número de regiões com cobertura vacinal maior ou igual a 95%
multiplicado por cem.
Denominador
Total de regiões do município
O valor padronizado pelo PNI é de 70%
3.7.5 Taxa de Abandono com dados Administrativo, e pelo inquérito de
cobertura vacinal.
A taxa de abandono foi calculada para a terceira e segunda dose da vacina
de Hepatite B
48
O número de primeiras doses, subtraindo o número de terceiras doses
multiplicado por 100 e dividido pelo número de primeiras doses. O mesmo cálculo é
utilizado para segunda dose em relação a primeira
A análise das taxas de abandono baseou-se nos seguintes parâmetros
estabelecidos no Manual de Capacitação em Sala de Vacinação (Ministério da Saúde,
2001).
Alta: ≥15%;
Média: 10% a < 15%;
Baixa: < 10%.
49
3.7.6 Cobertura Vacinal segundo Inquérito Domiciliar.
Foi utilizado os dados coletados em inquérito epidemiológico domiciliar,
realizado em 2007, que teve como objetivo estimar a cobertura vacinal de crianças
residentes na zona urbana das capitais dos 26 estados brasileiros dentre eles Cuiabá.
A amostra foi selecionada da coorte de nascidos vivos em 2005 e
residentes em Cuiabá no momento da entrevista. O inquérito consistiu em visita
domiciliar de crianças relacionadas na amostra no qual obteve-se dados de
identificação da criança, questões relativas a vacinação e as condições
socioeconômicas da família.
A cobertura vacinal da coorte de nascidos em 2005 para crianças menores
de um ano, foram categorizadas em 5 estratos sócio econômicos
Para o cálculo de cobertura vacinal foi utilizado como informação
exclusivamente, as doses registradas na carteira de vacina. Considerou-se como
esquema completo as crianças que receberam três doses conforme o preconizado pelo
Programa Nacional de Imunização (PNI).
O cálculo da Cobertura Vacinal de hepatite B, em menores de um ano,
segundo dados do inquérito, em Cuiabá, 2007.
Numerador
Número de crianças < 1 ano, com esquema completo para hepatite B,
multiplicado por cem;
Denominador
Número de crianças < 1 ano da amostra entrevistadas.
50
3.7.7 Idade de Aplicação da 1ª dose Segundo Inquérito Domiciliar
Buscou-se analisar em que período estaria sendo aplicada a primeira dose,
da vacina contra hepatite B. Como o SI-API não contempla nos seus registros esta
informação, utilizou-se somente os dados obtidos através do inquérito de cobertura.
lculo do percentual acumulado de 1ªs doses aplicadas, segundo os dias
de idade
Numerador
Número de crianças vacinadas com 1ª dose segundo a idade em dias,
multiplicado por 100
Denominador
Número de crianças vacinadas com 1ª dose
3.7.8 Comparação dos Resultados.
Com os diferentes resultados alcançados utilizando as diferentes fontes de
dados, inquérito domiciliar e administrativo, e por diferentes denominadores: IBGE e
SINASC, analisamos a consistência entre os mesmos. Utilizando-se a cobertura
vacinal e a taxa de abandono.
51
3.8 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
Dados codificados, agregados e tabulados no Programa Microsoft Office
Excel, versão 3.0.
3.9 ASPECTOS ÉTICOS:
O presente estudo está baseado em dados secundários, sem identificação e
não constrangedor a grupos populacionais e ou usuários, seguindo o que determina a
resolução 196/96, não há necessidade de aprovação pelo Comitê de ética em Pesquisa
em seres humanos da Irmandade da Santa Casa de São Paulo.
52
4. ARTIGO
Cobertura Vacinal de Hepatite B em Cuiabá - MT,
2000 a 2008.
53
Cobertura Vacinal de Hepatite B em Cuiabá - MT, 2000 a 2008.
Selma Auxiliadora de Oliveira Marques
Gerência de Imunopreveníveis, Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica,
Superintendência de Vigilância em Saúde, Secretaria Estadual de Saúde de MT.
José Cássio de Moraes
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa
de São Paulo-SP
RESUMO
Introdução: A vacina contra Hepatite B é a melhor arma de controle desta doença, a
avaliação do seu uso é de fundamental importância. Objetivos: conhecer a tendência
da cobertura vacinal no período 2000 a 2008, homogeneidade entre as regiões, taxa
de abandono, idade de aplicação da dose e comparar os dados de cobertura com
diferentes denominadores (SINASC/IBGE) e com os resultados do inquérito.
Metodologia: É um estudo descritivo, de agregado populacional, com base em dados
secundários de duas fontes: o Sistema de Informação do PNI, e inquérito de
cobertura vacinal realizado em 2007, para coorte de nascidos vivos em 2005. Com
os dados administrativos calculamos a cobertura usando dois denominadores: a
população menor de um ano e número de nascidos vivos. Resultados: A cobertura
do município com denominador IBGE, apresentou uma tendência crescente entre
2004 a 2008 e entre 2004 a 2007 pelo SINASC, mas não atingindo 95% de cobertura.
Interferem as altas taxas de abandono entre 17% a 42%, o número desproporcional
de primeiras doses aplicadas em relação às metas nos anos avaliados. Em relação ao
inquérito a cobertura vacinal foi de 95%. Em Cuiabá não se observaram associações
entre os indicadores de condições socioeconômicas e as coberturas vacinais.
Discussão: As discrepâncias das coberturas encontradas entre as duas fontes e a
menor cobertura para a vacina contra hepatite B em comparação às demais, indica
além de um problema de numerador e de denominador, uma menor aderência da
população à vacina. É prioritária a integração dos serviços que atuam no contexto da
atenção primária, para que haja efetividade e resolutividade no Programa de
Imunização. Conclusão: O programa municipal de imunização para hepatite B
necessita de uma profunda e detalhada revisão principalmente no que se refere à
qualidade da informação.
Descritores: 1.Hepatite B, 2. Vacina, 3. Cobertura Vacinal, 4. Epidemiologia
Descritiva
54
ABSTRACT
Coverage of Hepatite B in Cuiabá-MT, from 2000 to 2008.
Introduction: Hepatitis B is a disease than can result in serious complications, and
also progress to a fulminant form or chronicity. It is also considered as one of the
main causes of liver cancer. The earlier the infection occurs, the greater the risk of
chronicity. Vaccination is the most effective strategy for preventing hepatitis B. The
state of Mato Grosso presents low to medium level of endemicity of hepatitis B,
while the state capital, Cuiabá, has historically registered low rates of vaccination
coverage and high percentages of abandonment, according to data registered by the
system SI-API. Objective: To analyze the temporal trends of the immunization
coverage rate in the period of 2000-2008, to assess the homogeneity across the
regions, and to compare the administrative results with the data obtained by the
population-based household survey, using the indicators of the National
Immunization Program. Method: This is a descriptive study, based on secondary
data, including children less than one year of age, living in Cuiabá-MT, in the period
from 2000 to 2008. It compares the results of immunization coverage using the
denominators SINASC/IBGE, according to different sources of information:
administrative data from the information system SI-API and results of population-
based household survey on immunization coverage carried out in 2007, for the cohort
of live births born in 2005. Results: Vaccination coverage rates calculated using
administrative data ranged between 71.73% and 87.43% with SINASC
denominators, and between 71.69% and 91.24%, when IBGE denominators were
utilized. In the analysis of the coverage in 4 regions of Cuiabá, two of them presented
rates lower than the average value for the city (between 59% and 90%), while the
two other regions show average values ranging between 69% and 102%; these two
regions have more neighborhoods, and proportionally a lower number of health
assistance units. There was an increasing trend in vaccination coverage rates in the
period between 2004 and 2008, when utilizing IBGE denominators, and from 2004
to 2007, when SINASC was used. In spite of this increasing trend, the coverage did
not reach 95%. In all years and regions assessed, coverage was below the
recommended level and homogeneity was below 70%. The abandonment rate in the
period was considerably high for the third dose (between 21% and 43%) and a low
value between the second and the third dose. We emphasize that the number of first
doses applied were higher than the established goals. According to the survey results,
coverage rates were higher than 90%, being similar to results obtained with the IBGE
denominators. There were no associations between socioeconomic status and
vaccination coverage, either using socioeconomic stratum or variables classifying the
household. Ninety percent of the children received the first dose of the hepatitis B
vaccine up to 1 month of age, and only 10% of these received the vaccine in during
the first 24-hour period after birth. Low abandonment rates were observed in the city
(0.6%). Discussion and Conclusions: In spite of the different methodologies, the
differences observed in the results obtained through administrative data or
population-based household survey revealed the inconsistency of data. Vaccination
coverage in the city districts is lower than 95%, indicating that there is a need for
intervention in all regions of the city. The delayed application of the first dose
55
denotes the need to re-evaluate the strategies utilized, such as the implantation of the
routine immunization in maternities. There is a need for studies to identify in a
greater detail the observed differences. Priority is the integration of primary care
services in order to achieve effectiveness and resoluteness in the performance of the
Immunization Program.
Descriptors: 1.Hepatitis B, 2.Vaccines, 3.Vaccine Coverage, 4.Descriptive
epidemiology
Introdução
A Hepatite B é um grave problema de saúde pública, por ser de alta
infectividade, com severas complicações, alto risco de cronificação, evolução para
hepatocarcinoma, bem como formas fulminantes
1
.
Dentre as mais variadas formas de prevenção, a vacinação universal é
considerada a estratégia, mais importante e eficaz.
As principais finalidades da vacinação são: prevenir a doença, evitar a
cronificação e sua evolução para cirrose e ou hepatocarcinoma e, contribuir para
minimizar a transmissão viral
2
.
Nos países onde a vacinação está implantada, apresenta uma
prevalência reduzida, porém ainda permanece alta em populações de risco e em
países aonde não há controle da transmissão vertical e horizontal intradomiciliar
3
.
Em Mato Grosso, na Região Norte a porção amazônica do Estado é a que
apresenta índices mais elevados da infecção e a Região Sul é de baixa prevalência
4
.
56
Dados do sistema de notificação revelam que no período de 2001 a 2006, foram
confirmados 4.865 casos de hepatites virais, destes 34,5% de hepatite B, com maior
concentração na Região Norte seguido pela Baixada Cuiabana.
O município de Cuiabá apresenta um histórico de baixas coberturas e altas
taxas de abandono
5
.
Estudos realizados indicam que quanto menor a idade de infecção,
maiores os riscos de cronificação, e com a vacinação o mais precoce possível,
diminui a transmissão horizontal, freqüentemente observado onde há o portador do
vírus da hepatite B. Logo, a vacinação é priorizada nas primeiras horas de vida, sendo
que nas primeiras 24 h, resulta em alta eficácia na prevenção da transmissão vertical
2
.
Desde 1986, vacinas seguras e de alta eficácia, contra hepatite B tem sido
produzidas e, desde 1991, a Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda aos
países a introdução da vacinação nos Programas de Imunização
6
. No Brasil, sua
introdução foi gradativa, conforme a situação epidemiológica da Hepatite B. Nos
estados prioritários a implantação da vacinação iniciou em 1989, porém somente após
uma década normalização com a aquisição e distribuição do imunobiológico. Em
Mato Grosso sua implantação, também ocorreu de forma gradativa a partir de 1997,
estabelecendo definitivamente na rotina das unidades de saúde em 1999. Seguindo
recomendações do Programa a oferta foi ampliada para a faixa etária de menores de
20 anos em 2003
6
.
É objetivo do Programa o alcance de níveis de cobertura 95% com a
vacina de hepatite B. O esquema de rotina recomenda três doses, com intervalo de um
mês entre a primeira e a segunda dose, e de seis meses entre a primeira e terceira
57
dose, podendo ser administrada em qualquer idade e simultânea com outras vacinas
do calendário básico
7
.
A avaliação do desempenho do Programa permite a proposição de
recomendações que contribuam para a resolução de problemas que impeçam o
alcance das metas estabelecidas
8
. Esta avaliação é, portanto, essencial para redução
dos suscetíveis, e consequente diminuição da morbi mortalidade.
Diversos métodos de avaliação de cobertura vacinal têm sido utilizados,
dentre eles, o método administrativo que tem como base os dados registrados no
sistema de informação do programa de imunização. Todavia, nesta forma de
processamento tem sido detectadas imprecisões do numerador como erros de registros
e de consolidação dos dados, e do denominador como erros na estimativa
populacional, os quais repercutem na qualidade e exatidão deste método
9
. A
Organização Mundial de Saúde, em busca de avaliações com maior confiabilidade,
tem recomendado a avaliação através de Inquérito de Cobertura vacinal, cujas
informações eliminam inconsistências e vieses, gerando dados de melhor qualidade
9
.
O indicador de cobertura vacinal expressa o percentual de crianças
vacinadas com esquema básico completo para cada vacina, na faixa etária alvo em
uma unidade geográfica delimitada.
O indicador de homogeneidade expressa o percentual de municípios que
atingem cobertura ≥ a 95%. Esta homogeneidade é determinada pelo programa,
quando 70% dos municípios apresentam altas coberturas.
Em 2007, foi realizado um Inquérito de cobertura vacinal domiciliar, com
o objetivo de estimar a cobertura vacinal de crianças residentes na zona urbana das
58
capitais dos 26 Estados do país, dentre estes Cuiabá, para a coorte de nascidos em
2005, cujos resultados obtidos foram utilizados neste estudo para comparações.
Este estudo teve como objetivo a análise do comportamento da cobertura
vacinal, conhecer a homogeneidade entre as regiões, do município de Cuiabá, a taxa
de abandono, idade de aplicação da dose, e comparação dos indicadores obtidos
por meio das diferentes fontes de dados, no período de 2000 a 2008.
59
Metodologia
É um estudo descritivo, de agregado populacional, com base em dados
secundários.
Para o processamento das coberturas, pelo Método Administrativo foi
utilizado os dados referentes às doses aplicadas e registradas no Sistema de
Informação de Avaliação do Programa de Imunização (SI-API). A população de
crianças menor de um ano foi coletada do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE/DATASUS) e do Sistema de Nascidos Vivos (SINASC).
A população obtida do SINASC foi empregada para o cálculo das
coberturas vacinais no município e por regiões. As doses aplicadas e o número de
nascidos vivos foram tabulados e agregados segundo as regiões administrativas de
residência.
A população do IBGE foi utilizada para realizar a análise comparativa
entre as coberturas calculadas através dos diferentes denominadores (SINASC e
IBGE).
Os dados do Inquérito de cobertura vacinal realizado em 2007 foram
utilizados para identificação da idade da aplicação da dose em dias, e para
comparações da cobertura vacinal e a taxa de abandono.
Considerou-se como aceitável na análise do Programa Municipal de
Imunização:
Cobertura vacinal ≥ 95%
Homogeneidade 70%
Taxa de abandono < 10%.
60
Resultados
Na comparação entre as coberturas vacinais de hepatite B, calculadas
através do SINASC/IBGE no município, observou-se uma variação, segundo o
SINASC de 71,7% a 87,4% em 2004 e 2007, e pela estimativa IBGE entre 71,7% a
91,2% em 2004 e 2000 respectivamente, vide anexo (tabela 6). No entanto, ocorrem
variações entre 2000 a 2001, com um leve aumento da cobertura com denominador
SINASC, em seguida 2002 a 2004 um declínio, enquanto pelo IBGE no período
2000 a 2004 houve queda da cobertura. Em 2004 a 2007 as coberturas têm uma
tendência de aumento e estão muito próximas. Ressalta-se a menor cobertura em
2004 foi observada pelos dois denominadores (figura1).
Figura 1 - Cobertura vacinal de hepatite B em crianças < 1 ano, SINASC x
IBGE, em Cuiabá-MT, 2000 a 2008.
84,22
91,24
91,05
77,86
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Período
Cobertura
COB(3ª D)
SINASC
COB(3ª D)
IBGE
Fonte: IBGE/DATASUS-SINASC/SI-API/SMS de Cuiabá-MT.
61
Na análise das coberturas vacinais segundo as regiões verificou-se que a
Região Leste apresentou variações entre 80,6% a 102,2% e a Região Sul variações
entre 68,9% a 94,2% valores acima da média da cobertura do município. As Regiões
Norte com variações entre 58,5% a 74,4% e Região Oeste com variações entre 63,1%
a 89,8% é geralmente abaixo da média da cobertura da vacina de hepatite B no
município, vide anexo (tabela 5). A homogeneidade entre as regiões foi sempre
inferior a 70%, (figura 2).
Figura 2 - Cobertura vacinal de hepatite B, em menores de um ano, segundo as
regiões de Cuiabá-MT, 2000 a 2008.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
PERÍODO
COBERTURA VACINAL 3ª D
LESTE NORTE SUL OESTE MUNICÍPIO
TENDÊNCIA
Fonte: SI-API/SINASC/SMS de Cuiabá-MT.
A cobertura vacinal, com dados do inquérito (figura 3), foi adequada para o
município e homogênea para os estratos socioeconômicos.
62
Figura 3 - Cobertura vacinal de hepatite B em menores de um ano, segundo
Inquérito de cobertura vacinal e estratos socioeconômicos em Cuiabá-MT, 2007.
50,0
55,0
60,0
65,0
70,0
75,0
80,0
85,0
90,0
95,0
100,0
A B C D E CUIABÁ
Estratos
%
LS
LI
CV
Fonte: Inquérito de Cobertura Vacinal/DMSFCMSCSP/SVS/MS/OPAS.
As taxas de abandono foram altas e variaram entre a segunda e a primeira
dose de 17,8% a 41,4% e entre 21,1% e 42,9% entre a terceira e primeira no período
de 2000 a 2008 (figura 4). A taxa de abandono entre a segunda e terceira dose está
entre 1,5% e 5,4%.
63
Figura 4 Taxa de abandono da vacina de hepatite B em menores de um ano,
Cuiabá- MT, 2000 a 2008.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Período
Taxa de Abandono
TXABAN(3ª) TXABAN(2ª)
Fonte: SI-API/Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá-MT.
A taxa de abandono de todas as regiões foi alta para terceira dose. A
Região Norte variou entre 15,6% e 53,3%. Região Leste entre 22,1% e 51,5%.
Região Oeste entre 18,1% e 44,2% e na Região Sul entre 13,5% e 33,0%, (figura 5a).
Nas taxas observadas para a segunda dose são maiores na Região Norte;
seguida pelas Regiões Leste, Oeste e Sul. A menor taxa obtida foi de 9,15% na
Região Norte em 2003. As maiores taxas foram evidenciadas em, 2006, 2007 e 2008,
(figura 5b).
64
Figura 5ª Taxa de abandono entre terceira e primeira dose segundo as regiões
de Cuiabá-MT, 2000 a 2008.
0 10 20 30 40 50 60
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Anos
Tx de Abandono 3ªd
LESTE TXABAN(3ª) NORTE TXABAN(3ª) SUL TXABAN(3ª) OESTE TXABAN(3ª)
Fonte: SI-API/Imunização/Secretaria Municipal de Saúde, Cuiabá-MT.
Figura 5b Taxa de abandono entre segunda e primeira dose segundo as
regiões de Cuiabá-MT, 2000 a 2008.
0 10 20 30 40 50 60
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Anos
Tx de Abandono 2ªd
LESTETXABAN(2ª) NORTETXABAN(2ª) SULTXABAN(2ª) OESTETXABAN(2ª)
Fonte: SIAPI/Imunização/Secretaria Municipal de Saúde, Cuiabá-MT.
65
A taxa de abandono registradas no inquérito de cobertura foi desprezível
não chegando a 1% no município, (figura 6).
Figura 6 - Taxa de abandono da vacina de hepatite B, segundo inquérito de
cobertura vacinal e estratos socioeconômicos em Cuiabá, 2007.
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
ESTRATOS
TX DE ABANDONO
Lim Superior Lim Inferior .Tx Aban
Lim Superior
0,0
4,8
0,0
0,0
2,4
1,5
Lim Inferior
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
0,0
.Tx Aban
0,0
2,0
0,0
0,0
0,8
0,6
A
B
C
D
E
CUIABÁ
Fonte: Inquérito de Cobertura/DMSFCMSCSP/SVS/MS/OPAS.
A idade de aplicação da primeira dose da vacina de hepatite B foi tardia.
Um percentual inferior a 10%, em todos os estratos, recebeu a dose até 24h de
nascido. Aproximadamente 90% são vacinadas no primeiro mês de vida, (figura 7).
66
Figura 7 - Início da aplicação da vacina de hepatite B, por idade em dias de
aplicação, e estratos socioeconômicos, Cuiabá-MT, 2007.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
<180
>1A
A B C D E CUIABÁ
%
Fonte: Inquérito de Cobertura/DMSFCMSCSP/SVS/MS/OPAS.
Comparação: Método Administrativo X Inquérito de Cobertura
Analisando a cobertura de terceira dose, utilizando os dados
administrativos comparando IBGE e SINASC, observou-se coberturas semelhantes
de 74,6% e 74,5% respectivamente. Por outro lado, o resultado encontrado com o
inquérito revelou uma cobertura de 95,7% (93,8 97,6), na coorte de nascidos em
2005 e significantemente diferente.
Quando se comparou a cobertura de primeiras doses em 2005, os
resultados obtidos estão muito próximos, com os diferentes denominadores e nas
diferentes fontes de dados, o SINASC 102,6%, IBGE 102,7% e pelo INQUÉRITO
100,00%. Demonstrando que embora a captação não ocorra na maternidade, a
cobertura do município para a primeira dose está muito próxima a 100% no período
analisado. Ressalte-se, estão muito elevadas nos anos de 2006, 2007 e 2008 quando
atingem: 118; 143 e 147% respectivamente.
67
Comparando as taxas de abandono, obtidas pelo método administrativo
na terceira dose, houve uma variação entre 21,0% em 2001 a 42,8% em 2008,
considerado como altas taxas no período. A taxa de abandono obtida pelo inquérito
foi de 0,6% (0,0 1,5).
Discussão
As diferentes fontes de dados para análise da cobertura geraram grandes
discrepâncias de resultados. A cobertura vacinal pelo inquérito era adequada e pelos
dados administrativos inadequadas independentemente do denominador.
As divergências dos dados entre as duas fontes são comumente
encontradas, e se atribui a um problema de denominador e inconsistência de registro
das doses aplicadas
10
.
Os dados do inquérito refletem uma cobertura vacinal homogênea nos
diferentes estratos socioeconômicos e nas variáveis que refletem o núcleo familiar
11
.
A cobertura vacinal utilizando como denominador a população menor de
um ano ou a população nascidos vivos registrou a menor cobertura em 2004 e as
diferenças observadas entre os diferentes denominadores são pequenas.
A cobertura vacinal para Cuiabá é inferior a observada pelo Estado e se
classifica entre as piores capitais
5
. Dados do Inquérito no país registrou 86,7% de
cobertura para hepatite B
12
. Em relação aos dados administrativos de outras capitais,
Cuiabá se situa no 21ª lugar, na seqüência encontram-se: Teresina, Manaus, Porto
Alegre, Salvador, Natal e Maceió. Segundo os dados da Organização Mundial de
Saúde, dentre os países que registram coberturas de hepatite B em crianças nos
68
últimos cinco anos entre 70% a 80% estão: Uganda-AFR, Áustria-EUR, Bolívia-
AMR, Republica Dominicana-AMR, Indonésia-SEAR, Iraque-EMR, Quênia-AFR
13
.
Analisando por regiões observamos tendência de elevação nas
coberturas administrativas, no entanto estas não atingem 95%, com exceção para a
Região Leste em 2007.
Esta baixa cobertura não apresenta relação com o número de unidades por
bairros. As Regiões Leste e Sul apresentam pior relação unidades/bairro, e melhores
coberturas.
Se considerarmos o número de crianças a serem vacinadas, o número de
unidades existentes, o mero de doses a serem aplicadas e o número de dias úteis,
cada unidade aplicaria somente 7 doses por dia e portanto a baixa cobertura vacinal
não pode ser justificada pelo número de salas.
A cobertura vacinal não se altera se contabilizarmos a zona rural, uma vez
que a proporção dos nascidos vivos registrados no SINASC no período analisado é
inferior a 0,3%.
Somente 10% das crianças recebem a primeira dose da vacina contra
hepatite B nas primeiras 24 horas. Não sabemos se neste contingente estão as
crianças fihas de mães HbsAg positivas que correm maior risco de cronificação da
doença ou não.
Dados do Inquérito de cobertura no país registrou 40,4% dos recém-
nascidos, receberam uma dose da vacina dentro das primeiras 12h, e 45,1% até o
segundo dia após o nascimento. O maior percentual de crianças vacinadas nos
primeiros dias de vida 75,9% foi obtido nas três capitais do Sul do país, e apenas
19,2% nas capitais da Região Centro Oeste
12
69
As taxas de abandono são incrivelmente altas. Interferem neste valor o
número desproporcionalmente alto de 1ªs doses aplicadas nos anos avaliados, com
exceção de 2004.
Este evento pode estar refletindo possivelmente uma invasão populacional
devido em parte, ao fato do município ser uma área de referência de média e alta
complexidade no Estado, e a interferência no número de nascidos vivos. Contudo
esta justificativa, classicamente mencionada, esbarra no pequeno número de doses de
vacina de Hepatite B aplicadas nos primeiros dias de vida.
Taxas de abandono iguais ou acima de 15% são consideradas elevadas
segundo o parâmetro do PNI. Atribui-se como causa a esta altas taxas o fato do
calendário prever a aplicação da dose aos 6 meses de idade concomitantemente
com outras vacinas. O pessoal da sala de vacina protelaria seu uso para redução do
número de injeções ou então por não ter transcorrido 5 meses da segunda dose.
A busca de solução para este problema é dificultada pela ausência da ficha
espelho e a busca de faltosos.
As taxas de abandono deste município são maiores que as do Estado. Os
dados obtidos em Mato Grosso, para vacina de hepatite B, no período de 2006, 2007,
2008 foram de 9,7%, 10,9% e 15,7% respectivamente.
Resultado diferente foi obtido no inquérito com taxas de abandono
praticamente nula.
Ao considerarmos as atividades de vacinação como um serviço de caráter
preventivo e que a busca do serviço pelo usuário, acontece somente se esta for
priorizada, como uma necessidade de saúde, uma proporção da população que não
entende a prevenção contra hepatite B como relevante
11
.
70
Diversos fatores podem estar interferindo nos resultados da cobertura de
vacinação contra hepatite B, encontrada neste município, que não estão
exclusivamente relacionados à questões discutidas de registro dos dados, qualidade da
informação, forma de avaliação destes, e a estruturação dos serviços.
Há necessidade de aprofundamento e de avaliação dos diversos fatores que
implicam estes resultados.
Limitações do Estudo
É importante ressaltar a análise com base em dados secundários deve ser
vista, com precaução, devido a qualidade e a confiabilidade dos sistemas de
informação. Os dados são registrados à mão nos impressos por profissionais nem
sempre treinados e supervisionados aliados a alta rotatividade de pessoal em todos os
níveis podem interferir na qualidade dos mesmos.
A dificuldade na integração dos níveis produtores destes dados e dos
níveis responsáveis pela critica e análise dos indicadores, de monitoramento,
treinamento, supervisão, a falta de identificação oportuna dos problemas e de adoção
de medidas corretivas mantem e agravam a baixa qualidade dos dados gerando sérias
dúvidas sobre a eficiência do programa de imunização.
Houve dificuldade na obtenção dos dados de cobertura vacinal para 2008
devido a várias correções realizadas pela gerência municipal.
A determinação do número de nascidos vivos por região foi também
dificultada pelo fato de trabalharmos com nascidos vivos por bairros. Em alguns deles
o bairro de residência da mãe pertenciam a duas regiões e alguns não foram
encontrados em nenhuma das regiões.
71
Conclusão e Recomendações
As diferenças observadas nos resultados entre cobertura administrativa e
cobertura do inquérito, refletem uma inconsistência do numerador, gerados pelo sub-
registro de doses aplicadas ou equívoco no registro das doses.
A análise com o dado administrativo demonstra os possíveis pontos de
estrangulamento como: capacitação, supervisão e avaliação que refletem na grande
dificuldade da melhora do programa de imunização e em especial com a vacina de
Hepatite B.
O resultado com o inquérito nos mostra uma situação melhor que com os
dados administrativos, colocando em evidência a disparidade no registro dos dados.
No entanto ele evidencia a pequena proporção de doses aplicadas nos primeiros dias
de vida.
As baixas coberturas encontradas nas regiões do município, com o dado
administrativo fazem com que haja uma inexistência da homogeneidade de altas
coberturas, uma vez que as mesmas estão entre 70% a 89% de cobertura.
No período estudado, embora observamos uma ligeira tendência de
elevação das coberturas nos últimos anos eles não alcançam a meta prevista. Por
outro lado nota-se um aumento importante das taxas de abandono pelo dado
administrativo.
A estratégia atualmente adotada para garantir a aplicação precoce da
primeira dose tem se revelado ineficiente.
72
Deve-se considerar a implantação da vacinação contra hepatite B nas
maternidades públicas e privadas de Cuiabá.
O programa municipal de imunização necessita de uma detalhada revisão
para identificar os fatores que geram a baixa cobertura e a alta taxa de abandono e
identificação de medidas que possam sanar estes problemas. Qualquer programa de
saúde somente se mantem com desempenho adequado se for continuadamente
monitorado e aperfeiçoado.
O treinamento e supervisão das unidades de vacinação devem ser um
esforço continuo para evitar que o PNI caia em um marasmo burocrático onde a única
preocupação é enviar os dados, sem qualquer análise para os níveis superiores e sem
se preocupar com sua eficiência.
O envolvimento e a integração dos serviços que atuam no contexto da
atenção primária são imprescindíveis na efetividade do Programa de Imunização.
O investimento no alcance e manutenção de altas coberturas assegura em
longo prazo, o controle, a eliminação e até mesmo a erradicação das doenças
imunopreveníveis.
Espero que este trabalho seja um incentivo para o município de Cuiabá
melhorar o desempenho do seu programa de vacinação.
73
AGRADECIMENTOS
Agradeço a oportunidade de realização do Mestrado Profissional em
Cuiabá ao Ministério da Saúde, aos professores da FCMSCSP, colaboradores. À
Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso, Universidade Federal de Mato Grosso,
pela contribuição com a logística na realização profissional do curso. À Secretaria
Municipal de Saúde, Vigilância Epidemiológica, Vigilância de Nascimentos, e ao
Planejamento pela atenção, contribuição, disponibilização dos dados, a importância
dada ao estudo e ao compromisso voltado ao atendimento da população.
74
REFERÊNCIAS
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Ministério da Saúde; 2005. (MS- Série A. Normas e Manuais Técnicos).
2. Ferreira CT, Silveira TR. Prevenção das hepatites virais através de imunização. J
de Pediatr. 2006;82(3 Supl):55-66.
3. Margolis HS, Alter MJ, Hadler SC. Hepatitis B: evolving epidemiology and
implications for control. Semin Liver Dis. 1991; 11:84-92
4. Souto FJD, Espírito Santo GA, Philippi JC, Pietro BRC, Azevedo RB, Gaspar
AMC. Prevalência e fatores associados a marcadores do vírus da hepatite B em
população rural do Brasil central. Rev Panam Salud Publica. 2001; 10(6):388-94.
5. Ministério da Saúde. DATASUS acessado em 15/11/2009: htpp\\www.datasus.
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Ministério da Saúde;2003. (MS- Serie C. Projetos e Programas e Relatórios).
7. Weckx LY, Carvalho ES. Calendário Vacinal: Dinâmica e atualização. J de
Pediatr. 1999;75(supl. 1):149-54
8. Verani JFS. Crítica Metodológica sobre Avaliação de Programa de Imunização:
Contribuições para a Construção de um Novo Modelo [tese de doutorado] Rio de
Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca-ENSP, 2005.
9. Barata RB, Moraes JC, Antonio PRA, Dominguez M. Inquérito de cobertura
vacinal: Avaliação empírica da técnica de amostragem por conglomerados proposta
pela Organização Mundial de Saúde. Rev Panam Salud Publica. 2005;17(3):18490.
10. Moraes JC, Ribeiro MCSA, Simões O, Castro PC, Barata RB. Qual é a cobertura
vacinal real? Epidemiol Serv Saúde. 2003;12( 3):147-53.
11. Moraes JC, Sampaio MC. Desigualdades Sociais e Cobertura Vacinal: Uso de
inquéritos domiciliares. Rev Bras Epidemiol. São Paulo. 2008;11(supl11):113-24.
12. Luna EJA, Veras MASM, Flannery B, Moraes JC. Inquérito domiciliar de
cobertura vacinal contra hepatite B em Crianças Brasileiras. Vaccine. (2009), [acesso
em 20/12/09]; journal homepage: WWW.elsevier.com/locate/ vaccine.
13. Organização Mundial da Saúde. Monitering/data/coverage series.xls [accessed
21/01/2010] site: http://www.who.int/immunization
75
8.0 REFERÊNCIAS DA DISSERTAÇÃO
1. Barata RB, Moraes JC, Antonio PRA, Dominguez M. Inquérito de cobertura
vacinal: Avaliação empírica da técnica de amostragem por conglomerados proposta
pela Organização Mundial de Saúde. Rev Panam Salud Publica. 2005;17(3):18490.
2. Centers for Disease Control and Prevention. Hepatitis B Virus: a comprehensive
strategy for eliminating transmission in the United States through universal childhood
vaccination recommendations of the Immunizations Practices Advisory Committee
(ACIP). MMWR 1991; 40 (RR13): 1-25. Disponível em: http:// www.cdc.gov/
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3. Centers for Disease Control and Prevention. Updated U.S Public Health Service
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and recommendations for post exposure prophylaxis. MMWR 2001; 50(11):1-42.
Disponível em: HTTP://WWW.cdc.gov
4. Cruz FMM, Bonetto D, Carneiro RM. Hepatite viral aguda: novo enfoque para
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7. Ferreira CT, Silveira TR. Prevenção das hepatites virais através de imunização. J
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9. Lai CL et al. Seminário The Lancet.vol362. Dezembro, 20/27, 2003. [citado 2009
11 18]. www.the Lancet.com
10. Luna EJA, Veras MASM, Flannery B, Moraes JC. Inquérito domiciliar de
cobertura vacinal contra hepatite B em Crianças Brasileiras. Vaccine (2009), [acesso
em 20/12/09]; journal homepage: WWW.elsevier.com/locate/ vaccine.
11. Margolis HS, Alter MJ, Hadler SC. Hepatitis B: evolving epidemiology and
implications for control. Semin Liver Dis. 1991;11:84-92
12. Miguel JC. Avaliação da imunogenicidade de vacina recombinante Brasileira
(BUTANG) [dissertação de mestrado], Rio de Janeiro:Instituto Oswaldo Cruz, 2005.
13. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria Nº 130, de 12 de fevereiro de
1999, Criação do SI-PNI/API.
14. Ministério da Saúde. Fundação Nacional De Saúde. Capacitação de Pessoal em
Sala de Vacinação-Manual do Treinando, 2 ed. rev. e ampl- Brasília: 2001; p. 127.
15. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde- Sistema de Informações do
Programa Nacional de Imunizações/ Avaliação do Programa de Imunizações- Manual
do Usuário versão 6.0. Brasília. 2001.
16. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Imunizações 30 anos/MS Secretaria
de Vigilância em Saúde Brasília: Ministério da Saúde, 2003.
17. Ministério da Saúde. Hepatites Virais: O Brasil está atento. 2 ed. Brasília:
Ministério da Saúde; 2005.(Série B. Textos Básicos de Saúde).
77
18. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.602, de 17 de julho de 2006. Institui em todo o
território nacional, os Calendários de Vacinação da Criança, do Adolescente, do
Adulto e do Idoso. Diário Oficial União. 18 jul 2006;Seção1.
19. Ministério da Saúde. Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos
Especiais. 3 ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.(MS Série A. Normas e Manuais
Técnicos 188).
20. Ministério da Saúde. Hepatites Virais: O Brasil está atento. 3 ed. Brasília:
Ministério da Saúde; 2008.(Série B. Textos Básicos de Saúde).
21. Ministério da Saúde. DATASUS, acessado em 15/11/2009: htpp\\
www.datasus.gov.br
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ano de vida em quatro cidades do Estado de São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud
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vacinal real? Epidemiol Serv Saúde. 2003;12( 3):147-53.
24. Moraes JC, Ribeiro MCSA. Desigualdades Sociais e Cobertura Vacinal: Uso de
inquéritos domiciliares. Rev Bras Epidemiol. 2008;11(supl1):113-24.
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desigualdades sociais no acesso à imunização básica infantil. Rev.Bras.
Epidemiol. 2008;11(suppl.1): 125-8.
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precocemente em Pré- termos. J Pediatr. 2004;80(2):91-113.
27. Sadeck LSR, Ramos JLA. Resposta imune à vacinação contra hepatite B em
recém-nascidos pré-termo, iniciada no primeiro dia de vida. J. Pediatr.
2004;80(2):113-118.
78
28. Souto FJD, Espírito Santo GA, Philippi JC, Pietro BRC, Azevedo RB, Gaspar
AMC. Prevalência e fatores associados a marcadores do vírus da hepatite B em
população rural do Brasil central. Rev Panam de Salud Pública. 2001;10(6):388-94.
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Mato-grossense: situação epidemiológica. Epidemiol Serv Saúde. 2004;13(2):95-
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[acessado em 19 11 09] site: portal saúde. gov.br/ SVS.
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das bases de dados para estimar a população de menores de um ano de idade
[dissertação de mestrado], Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2008.
32. Weckx LY, Carvalho ES. Calendário Vacinal: Dinâmica e atualização. J Pediatr.
1999;75(supl. 1):149-54.
33. Organização Mundial de Saúde. Monitering/data/coverage series.xls [accessed
21/01/2010] site: http://www.who.int/immunization.
34. Verani JFS. Crítica Metodológica sobre Avaliação de Programa de Imunização:
Contribuições para a Construção de um Novo Modelo [tese de doutorado] Rio de
Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca-ENSP, 2005.
79
9.0 ANEXOS.
Anexo 1
1. NÚMERO E DISTRIBUIÇÃO DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
1.1 Regional Norte:
01 policlínica: CPA I- Morada da Serra,
03 centros de saúde: CPA III - setor 2 Morada da Serra, Dr. Virgílio A
Correa Neto-3ª et Morada da Serra, Paiaguás;
11 unidades de saúde da família: PSF Três Barras, PSF Jardim Florianópolis,
PSF Jardim União, PSF Jardim Vitória I, PSF Jardim Vitória II, PSF Jardim
Vitória III, PSF Novo Paraíso I, PSF Novo Paraíso II, PSF Ouro Fino - Nova
Conquista, PSF Primeiro de Março, PSF João Bosco Pinheiro;
1.2 Regional Sul:
02 policlínicas: Coxipó, Pascoal Ramos;
06 centros de saúde: Osmar Cabral, Parque Cuiabá, Pedra 90 I, Pedra 90 II,
São Gonçalo, Tijucal;
03 unidades de saúde da família: Residencial Coxipó I, Residencial Coxipó II,
Residencial Coxipó III;
80
1.3 Regional Leste:
01 policlínica: Planalto;
10 centros de saúde: Bela Vista, Campo Velho, Grande Terceiro, Planalto,
Dom Aquino, Jardim Imperial, Jardim Leblon, Lixeira, Pico do Amor, Várzea
Ana Poupino;
09 unidades de saúde da família: PSF Dr. Fabio I, PSF Dr. FabioII, PSF Altos
da Serra, PSF Areão, PSF Canjica, PSF Novo Horizonte, PSF Novo Mato
Grosso, PSF Praeiro, PSF Pedregal;
1.4 Regional Oeste:
01 policlínica: Policlínica do Verdão,
09 centros de saúde: Verdão, Cidade Alta, Cidade Verde, Alvorada, Aníbal
Molina, Jardim Independência, Novo Terceiro, Ribeirão do Lipa, Sucuri;
09 unidades de saúde da família: PSF Jardim Araçá, PSF Ribeirão da Ponte,
PSF Santa Amália, PSF Santa Isabel I, PSF Santa Isabel II, PSF Santa Isabel
III, PSF Nossa Senhora da Guia, PSF Novo Colorado, PSF Novo Despraiado;
Fonte: CABS/Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá-MT.
81
Fonte: Cuiabá. Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano: Perfil sócio econômico de Cuiabá. 2007; 3.
80
Fonte: SI-API/Imunização/ SMS de Cuiabá-MT.
* Unidades do SUS e particulares
Fonte:SI-API/SINASC/CABS/Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá-MT.
Tabela 1. Número de unidades com salas de vacinas em funcionamento, por
Regiões em Cuiabá-MT, no período de 2000 a 2008.
Regiões/
Anos
Leste
Sul
Norte
Oeste
TOTAL
2000
13
9
7
14
43
2001
13
11
14
19
57
2002
15
11
16
15
57
2003
15
11
14
22
62
2004
17
11
16
21
65
2005
15
11
16
20
62
2006
17
11
18
23
69
2007
17
11
18
22
68
2008
18
11
18
22
69
Tabela 2. Características das regiões administrativas, Cuiabá-MT, nos anos de
2007 e 2008.
Estrutura da Rede
Região
Total
Norte
Sul
Leste
Oeste
PSF
11
3
9
9
32
C. SAÚDE
3
6
10
9
28
POLICLIN.
1
2
1
1
5
TOTAL/ CABS.
15
11
20
19
65
Nº BAIRROS
10
34
50
24
118
POP SINASC 2008<1 Ano
2328
2560
2242
2072
9202
COBERTURA HEP B
74,44
93,24
87,96
80,02
84,22
TX DE ABANDONO 3ªd
52,3
33
51,5
28
42,9
79
80
82
81
Tabela 3. População de menores de um ano, segundo IBGE e nascidos vivos do
SINASC, zona urbana de Cuiabá-MT, 2000-2008.
Fonte: DATASUS-MS /SINASC- SMS de Cuiabá-MT.
Fonte: SINASC/Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá-MT.
Tabela 5. Cobertura vacinal de hepatite B, em menores de um ano, segundo as
regiões administrativas de Cuiabá, no período 2000 a 2008.
ANO
Regiões
Município
Leste
Norte
Sul
Oeste
2000
84,36
68,96
68,86
89,83
77,86
2001
94,54
59,18
84,59
81,6
80,27
2002
93,28
64,64
87,52
69,94
79,27
2003
90,85
58,53
91,56
66,09
77,28
2004
80,57
62,17
79,73
63,07
71,73
2005
80,57
59,88
89,13
66,97
74,45
2006
88,02
67,04
82,12
76,76
78,54
2007
102,18
69,14
94,22
84,33
87,43
2008
87,96
74,44
93,24
80,02
84,22
Fonte: SI API/SINASC/Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá-MT.
Anos
POPULAÇÂO < 1 ano
IBGE
Nascidos Vivos
2000
8459
9877
2001
8626
8816
2002
8756
8225
2003
8893
8450
2004
9031
8999
2005
9342
9338
2006
9501
9170
2007
8936
8927
2008
8529
9202
Tabela 4. Número e percentual de nascidos vivos da zona rural do município
de Cuiabá, 2000 a 2008.
NV/Período
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Nº NV
22
26
11
14
10
13
8
8
13
% NV
0,22
0,29
0,13
0,17
0,11
0,14
0,09
0.09
0,14
83
82
Tabela 6. Taxa de cobertura vacinal com hepatite B, segundo SINASC e IBGE
em Cuiabá MT, 2000 a 2008.
Fonte: SI-API/SINASC/IBGE/Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá-MT.
Tabela 7. Número de Nascidos vivos, do SINASC, cobertura vacinal e doses
aplicadas de hepatite B, Cuiabá-MT, 2000 a 2008.
Fonte: SI-API/SINASC/Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá-MT.
Anos
Taxa de cobertura
SINASC (ZU)
Taxa de cobertura
IBGE
2000
77,86
91,24
2001
80,27
82,20
2002
79,27
74,63
2003
77,28
73,34
2004
71,73
71,69
2005
74,45
74,56
2006
78,54
76,02
2007
87,43
87,42
2008
84,22
91,05
Anos
Meta
SINASC
(ZU)
% Cobertura
3ª dose
N1ª Doses
N2 ª Doses
N3ª Doses
2000
9877
77,86
10022
8230
7691
2001
8816
80,27
8972
7312
7077
2002
8225
79,27
8687
6969
6520
2003
8450
77,28
8754
6814
6519
2004
8999
71,73
8925
6788
6455
2005
9338
74,45
9580
7269
6952
2006
9170
78,54
10834
7621
7202
2007
8927
87,43
12770
8007
7805
2008
9202
84,22
13576
7943
7750
84
83
ANEXO 2
85
84
Termo de Compromisso de Divulgação e Publicação dos Resultados da Pesquisa
Eu, Selma Auxiliadora de Oliveira Marques, pesquisadora no
tema: Análise da Cobertura vacinal de hepatite B, em
Cuiabá-MT, 2000 a 2008, declaro meu compromisso e dos
meus colaboradores, em divulgar e publicar quaisquer que
sejam os resultados encontrados na pesquisa acima referida,
resguardando, no entanto, os interesses dos sujeitos envolvidos,
os quais terão suas identidades preservadas e mantidas em
sigilo.
Por ser a expressão da verdade, firmo o presente.
Selma Auxiliadora de Oliveira Marques
Discente do Curso Mestrado Profissional da FCMSCSP
Programa de pós-graduação em Saúde Coletiva
86
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