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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
ANTONIO FLAVIO BATISTA DE ARAUJO
DEMANDA DE ÁGUA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRICOLA E
SEUS IMPACTOS: AMBIENTAIS E FINANCEIROS
FORTALEZA-CEARÁ
2009
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ANTONIO FLAVIO BATISTA DE ARAUJO
DEMANDA DE ÁGUA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRICOLA E SEUS
IMPACTOS: AMBIENTAIS E FINANCEIROS
Dissertação submetida à Coordenação do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, da Universidade
Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Engenharia Agrícola. Área de
concentração: Manejo e conservação de bacias
hidrográficas no semi-árido.
Orientador: Professora Ph.D Eunice Maia de Andrade.
FORTALEZA- CEARÁ
2009
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ANTONIO FLAVIO BATISTA DE ARAUJO
DEMANDA DE ÁGUA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRICOLA E SEUS
IMPACTOS: AMBIENTAIS E EFINANCEIROS
Dissertação submetida à Coordenação do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, da Universidade
Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Engenharia Agrícola. Área de
concentração: Irrigação e Drenagem
Aprovada em: ___ de ______ de 2009.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Profª. Ph.D. Eunice Maia de Andrade (Orientadora)
DENA/CCA/UFC
____________________________________________
Profª. Ph.D Maria Irles de Oliveira Mayorga, (Examinadora)
DEA/CCA/UFC
____________________________________________
Pesquisadora D.Sc. Ana Célia Maia Meireles, (Examinadora)
DCR CNPQ/FUNCAP, IFCE - Campus Iguatu
DEDICO
A meus pais, Francisco Aniceto de Araújo e Terezinha Batista de Araujo.
A minha esposa Silvanira Dantas de Araujo, os meus filhos: Arthur Dantas de Araujo, Eduardo
Dantas de Araujo e André Dantas de Araujo e demais familiares.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela oportunidade de uma vida saudável e pela lucidez e compreensão de
respeitar a todos com igualdade e justiça.
A minha esposa Silvanira Dantas de Araújo, aos meus filhos: Arthur Dantas de
Araújo, Eduardo Dantas de Araújo e André Dantas de Araújo.
Aos meus pais: Francisco Aniceto de Araújo e Terezinha Batista de Araújo, aos meus
irmãos e demais familiares.
Ao Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Ceará pela
dedicação e eficiência na condução do curso de mestrado.
Em especial ao professor Omar Pereira pela amizade, atenção e sua maneira peculiar
de tratar bem a todos. A professora Eunice Maia de Andrade (Orientadora), pelos os
ensinamentos, paciência, dedicação e competência de transferir conhecimentos que nos balizará
no desempenho das funções profissionais.
Aos Professores: Zé Carlos, Raimundo Nonato, Marcos Bezerra, Claudivan Lacerda,
Fernando Hernandez, Adunias Teixeira, Francisco Souza (Titico) e demais servidores do
Departamento de Engenharia Agrícola.
Ao professor Lucio meu colega de mestrado e também orientado da professora
Eunice pelo companheirismo.
Aos amigos do mestrado: Toni Tiago, Diego Natan, Cley Anderson, Yuri, Mario,
Alexandre, Dimas, Clenio, Jéferson, Levi, Edivan, Crisostomo, Fabrício, Felipe, Marcos
Mesquita, Tadeu, Regina, Eveline, Ana Paula, Andréia, Carmen, Beatriz, Olienaide, Karine,
Leila.
Especialmente aos orientados da Professora Eunice: Deodato, Fernando, Joseilson,
Luisinho, Fredson, Lobato, Marcio, Dirceu, Amauri, Nilvia, Helba pela convivência cordial e
amigável.
A todos os funcionários da EMATERCE de Tabuleiro do Norte em especial ao
Engenheiro Agrônomo José Eliaci Pinheiro Peixoto e ao técnico agrícola Josemar de Souza
Viana, pelo o trabalho conjunto realizado.
A toda equipe técnica da Secretária do Desenvolvimento Agrário – S. D. A, escritório
de Jaguaribara especialmente ao Engenheiro Agrônomo: Francisco Edésio de Oliveira e aos
técnicos Agrícolas: Cristiano Benedito da Silva, Francisco Avelino Rodrigues, Ademar Almiro
por todas as informações e pelo trabalho que executamos juntos em nível de campo e escritório.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará – EMATERCE e a
S.D.A – Secretária do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará.
À associação de produtores do Curupati irrigação que nos cederam suas áreas para a
execução do experimento da agricultura irrigada nos recebendo sempre com gentileza e
fornecendo informações precisas relativas ao processo de produção daquele perímetro. E a todos
os assentados de Lagoa Grande área do experimento da agricultura de sequeiro.
À FUNCAP – Fundação Cearense de Amparo a Pesquisa, por me Contemplar com
uma bolsa de estudos no período de vinte e quatro (24) meses.
ARAUJO, Antonio Flavio Batista, Universidade Federal do Ceará. Junho de 2009. Demanda de
água em sistemas de produção agrícola e seus impactos: ambientais e financeiros.
Orientadora: Eunice Maia de Andrade. Examinadores: Maria Irles de Oliveira Mayorga, Ana
Célia Maia Meirelas.
RESUMO
O presente trabalho teve por finalidade investigar os sistemas de produção agrícola adotados
pelos pequenos produtores em áreas de sequeiro e irrigada onde se identificasse a produtividade
da água, bem como suas perdas. O campo agrícola explorado com o sistema de agricultura
irrigada corresponde ao perímetro irrigado Curupati, localizada no Município de Jaguaribara
enquanto que o sistema de sequeiro (plantio direto) foi implantado na região da Chapada do
Apodi na porção inserida no Município de Tabuleiro do Norte. A quantificação da demanda de
água na agricultura irrigada foi realizada computando-se os números de horas de funcionamento
da unidade de bombeamento que abastece o lote, determinando-se a vazão dos gotejadores que
compunham o sistema e avaliando-se o perfil de umidade do solo até a profundidade de 120 cm.
O total de água aplicada no campo irrigado foi de 2.663.296,20 m
3
.
A cultura irrigada
considerada nessa pesquisa foi o mamão, embora os irrigantes também explorem a cultura da
goiaba. Na área com plantio de sequeiro (plantio direto), o campo agrícola correspondia a 137 ha
com a cultura do sorgo. A demanda de água foi quantificada através de pluviômetros implantados
e monitorados por todo o período chuvoso do ano de 2008. O total precipitado durante o ciclo da
cultura foi de 940 mm. A produtividade para a cultura do mamão variou de 80 ton ha
-1
a 106 ton
ha
-1
durante o ciclo da cultura. Foi identificado que para cada 1 kg de mamão produzido foram
consumidos 1,042 m
3
de água expressando uma produtividade 0,95 kg m
3
Na área de sequeiro a
produtividade do sorgo variou de 438 kg ha
-1
a 2.143 kg ha
-1
. Em decorrência do total precipitado
para o ano de 2008 ter sido superior em 27,54%, da média anual da região, não se pode de fato
avaliar a produtividade da água em sistema de plantio direto, uma vez que o total precipitado foi
superior em 280% ao requerido pela cultura.
PALAVRAS-CHAVE: Produtividade da água. Eficiência de irrigação. Técnicas de conservação
de água e solo. Sustentabilidade agrícola.
ARAUJO, Antonio Flavio Batista, Universidade Federal do Ceará. Junho de 2009. water
supplying in production systems agricultural in impact: environmental in monetary.
Orientadora: Eunice Maia de Andrade. Examinadores: Maria Irles de Oliveira Mayorga, Ana
Célia Maia Meirelas.
ABSTRACT
This work aims to investigate the agricultural production systems used by small farmers in
rainfed and irrigated areas and also to identify the water productivity. The explored irrigated
agricultural field was the Curupati irrigated perimeter, located in Jaguaribara, Ceará, Brazil. The
rainfed system (tillage) was implanted in the Chapada do Apodi region, sited in Tabuleiro do
Norte, Ceará, Brazil. The quantification of the water required to supply the irrigated crops was
quantified through the flow rate of drippers. Also, the moisture of the soil profile was evaluated
until the depth of 120 cm. The total of applied water in the irrigated field was 2,663,296.20 m
3
.
The studied crop was papaya, although the guava crop was also explored. In the rainfed crop
using tillage, the field was a 137 ha with the sorghum culture. The supplying water was
quantified by rain gate implemented and monitored throughout the rainy season of 2008. The
total rainfall during the cycle of the culture was 940 mm. The productivity for the cultivation of
papaya ranged from 80 ton ha
-1
to 106 ton ha
-1
during the it’s productivity period. It was
identified that for every 1 kg of papaya produced, 1,042 m
3
of water was consumed, expressing a
0.95 kg m
3
yield. In the rainfed area, the productivity of sorghum ranged from 438 kg ha
-1
to
2,143 kg ha
-1
. Due to the fact that the total rainfall depth in 2008 was 27.4% higher than the
annual average of the region, it was not possible to evaluate the water productivity in the tillage
system, since the total rainfall depth was 280% higher than the required by the culture.
KEYWORDS: Water productivity. Irrigation efficiency. Water and soil conservation.
Agricultural sustainability.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Localização dos Município ...................................................................................27
FIGURA 2 Precipitações Anuais – (FUNCEME, 2008), 1974-2007 ..................................... 29
FIGURA 3 Preparo do solo para plantio direto – Lagoa Grande – Tabuleiro do Norte/Ce . ... 30
FIGURA 4 Plantio Direto - Lagoa Grande – Tabuleiro do Norte/CE, 2008 .......................... . 31
FIGURA 5 Plantio do sorgo (A) Cultura do Sorgo (B) – Lagoa Grande – Tabuleiro do
Norte/CE, 2008 ....................................................................................................... 32
FIGURA 6 Colheita do mamão Projeto Curupati – Jaguaribara/CE, 2008 ............................. 33
FIGURA7 Conjunto Moto-bomba de 500cv Sobre Flutuante – Curupati
Jaguaribara/CE, 2008 ............................................................................................ 35
FIGURA 8 Tubulação adutora diâmetro de 800 mm – Curupati - Jaguaribara/CE, 2008 ..... 35
FIGURA 9 Conjuntos Moto-bomba de 75cv – Curupati Jaguaribara/CE, 2008 ................. 36
FIGURA 10 Precipitações mensais – Curupati – Jaguaribara/CE, 2007/2008 ...................... 37
FIGURA 11 Nível de escolaridade dos produtores – Lagoa Grande – Tabuleiro
do Norte/CE, 2008.............................................................................................. 43
FIGURA 12 Atividades dos produtores – Lagoa Grande – Tabuleiro do Norte/CE, 2008.....44
FIGURA 13 Pluviosidade durante o ciclo da cultura do sorgo – Lagoa Grande
Tabuleiro do Norte/CE, 2008 ............................................................................. 46
FIGURA 14 Plantio Tradicional (A) e Plantio Direto(B) – Lagoa Grande Tabuleiro
do Norte/CE, 2008 ............................................................................................. 49
FIGURA 15 Irrigantes com experiência em irrigação – Curupati –Jaguaribara/CE, 2008....54
FIGURA 16 Opinião dos irrigantes sobre o perímetro – Curupati – Jaguaribara/CE, 2008 .54
FIGURA 17 Destinação das embalagens – Curupati –Jaguaribara/ CE, 2008.......................55
FIGURA 18
Embalagens de defensivos e fertilizantes para serem recolhidas pelo
fornecedor - Perímetro Irrigado Curupati-Jaguaribara/CE, 2008 ......................55
FIGURA 19 Embalagens de defensivos e fertilizantes no Perímetro Irrigado
Curupati-Jaguaribara/CE, 2008 .........................................................................56
FIGURA 20 Resíduos sólidos nas águas do Castanhão na área do Perímetro
Irrigado Curupati – Jaguaribara/CE, 2008 ........................................................56
FIGURA 21 Perfil da umidade do solo – Curupati – Jaguaribara/CE, 2008 ........................58
FIGURA 22 Comercialização do mamão no mercado interno e externo
Curupati – Jaguaribara/CE, 2008 ..................................................................... 63
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Características climáticas –Bacia do Médio Jaguaribe/CE, 2009................... 28
TABELA 2 Pluviosidade da quadra invernosa – Lagoa Grande – Tabuleiro
do Norte/CE, 2008 ............................................................................................. 45
TABELA 3 Dados do plantio direto – Lagoa Grande – Tabuleiro do Norte/CE, 2008 ..... 47
TABELA 4 Estatística descritiva dos produtores de sorgo em plantio direto – Lagoa
Grande - Tabuleiro do Norte/CE, 2008 ............................................................. 48
TABELA 5 Demanda de água por quilo de sorgo – Lagoa Grande – Tabuleiro do
Norte/ CE, 2008 ................................................................................................. 50
TABELA 6 Custos de Produção - Lagoa Grande – Tabuleiro do Norte/ CE, 2008 ........... 51
TABELA 7 Analise financeira – Lagoa Grande – Tabuleiro do Norte, CE, 2008 ............. 52
TABELA 8 Coeficientes da avaliação do sistema de irrigação – Curupati
Jaguaribara,CE, 2008 ......................................................................................... 59
TABELA 9 Excedente da lâmina aplicada relativa a lamina do projeto
Curupati – Jaguaribara/CE, 2008 ...................................................................... 60
TABELA 10 Manejo adotado e insumos empregados no perímetro irrigado do
Curupati – Jaguaribara/Ceará, 2008 .................................................................. 61
TABELA 11 Estatística descritiva dos produtores de mamão – Curupati
Jaguaribara/CE, 2008 ..................................................................................... 62
TABELA 12 Distribuição de freqüência da produtividade do mamão irrigado
Curupati –Jaguaribara/CE, 2008.................................................................... 62
TABELA 13 Volume de água consumido da preparação das mudas até a colheita
Curupati – Jaguaribara/CE, 2007/2008 .......................................................... 63
TABELA 14 Demanda de água por quilo de mamão – Curupati – Jaguaribara/CE, 2008 64
TABELA 15 Custos de produção por hectare – Curupati – Jaguaribara/CE, 2008 ........... 65
TABELA 16 Análise econômica – Curupati – Jaguaribara/CE, 2008 ............................... 66
TABELA 17 Lucro líquido por produtor – Curupati - Jaguaribara/CE, 2008 ................... 66
TABELA 18 Impactos causados na agricultura ................................................................. 68
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 15
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 17
2.1 Recurso água e agricultura ...................................................................................... 17
2.2 Relação água agricultura de sequeiro ..................................................................... 18
2.3 Relação água agricultura irrigada .......................................................................... 21
2.4 Produtividade e rentabilidade ................................................................................. 24
2.5 Cultura do sorgo ....................................................................................................... 25
3 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 27
3.1 Localização das áreas estudadas ............................................................................. 27
3.2 Área de sequeiro – plantio direto ............................................................................ 27
3.2.1 Caracterização dos produtores da Lagoa Grande ....................................................... 27
3.2.2 Caracterização climática ............................................................................................. 28
3.2.3 Solos e vegetação ....................................................................................................... 29
3.2.4 Área experimental....................................................................................................... 30
3.2.5 Insumos e equipamentos utilizados no sistema de produção ..................................... 31
3.3 Descrição da área irrigada .......................................................................................... 32
3.3.1 Caracterização climática ............................................................................................. 33
3.3.2 Práticas culturais ......................................................................................................... 34
3.4 Fontes de dados ............................................................................................................ 37
3.5 Aplicação dos questionários ........................................................................................ 38
3.6 Métodos de Análise ...................................................................................................... 39
3.6.1 Agricultura de sequeiro .............................................................................................. 39
3.6.2 Agricultura irrigada .................................................................................................... 39
3.7 Avaliação dos sistemas de irrigação ........................................................................... 40
3.8 Análise de Produtividade ............................................................................................ 41
3.8.1 Análise Financeira ...................................................................................................... 41
3.9 Análise Ambiental ....................................................................................................... 42
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 43
4.1 Agricultura de sequeiro-sistema Plantio Direto ....................................................... 43
4.1.1 Perfil do agricultor ...................................................................................................... 43
4.1.2 Precipitações ............................................................................................................... 44
4.1.3 Produtividade do sorgo ............................................................................................... 46
4.1.4 Produtividade da água ................................................................................................ 50
4.1.5 Análise financeira do sistema plantio direto............................................................... 51
4.2 Agricultura irrigada .................................................................................................... 53
4.2.1 Perfil dos irrigantes ..................................................................................................... 53
4.2.2 Manejo de irrigação .................................................................................................... 57
4.2.3 Avaliação dos Sistemas de Irrigação .......................................................................... 59
4.2.4 Produtividade do mamão ............................................................................................ 60
4.2.5 Produtividade da água ................................................................................................ 63
4.2.6 Análise financeira da agricultura irrigada .................................................................. 65
4.2.7 Análises dos impactos da agricultura ......................................................................... 67
5 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 70
6 RECOMENDAÇÕES FINAL ....................................................................................... 71
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 72
APENDICES ...................................................................................................................... 79
15
1 INTRODUÇÃO
Com o aumento acelerado da população mundial e o crescente consumo de produtos
alimentícios, surgiram diferentes técnicas de produção agrícola e outras foram aperfeiçoadas na
busca de se obter uma maior produtividade das culturas. Entre essas técnicas, um maior destaque
é dado à agricultura irrigada que tem alcançado grande expressividade no cenário mundial, com
uma área irrigada em torno de 260 milhões de hectares, correspondente a 17% da área cultivada e
respondendo por 40% da produção total de alimentos. (BARRETO; SILVA, 2004).
Atualmente existem no mundo cerca de 800 milhões de pessoas em condições de
insegurança alimentar e as estatísticas sobre a fome e a garantia de alimentos no mundo são
estarrecedoras, conforme as previsões de crescimento populacionais e estimativas vinculadas à
produção, conservação e distribuição de alimentos. (LIMA et. al., 2008).
Um dos aspectos mais importantes, que justificam a necessidade de reformas no
planejamento do uso dos recursos hídricos, é melhorar a eficiência de uso da água para enfrentar
a crescente demanda pelos usos múltiplos, (humano, industrial, agrícola e geração de energia).
Ressaltando a relevância desta questão, Crhistofidis (2006) prever que se a população mundial
aumentar para 10 bilhões de habitantes, nos próximos 50 anos, teremos 70% dos habitantes do
planeta enfrentando deficiências no suprimento de água repercutindo em cerca de um bilhão e
seiscentos milhões de pessoas que não terão água para obtenção da alimentação básica.
A agricultura irrigada nas regiões secas requer a demanda de elevadas quantidades de
água. Enquanto que para se produzir um quilograma de grãos em regiões úmidas é requerido
menos de 0,5 m
3
de água, é comum nas regiões áridas esse volume variar de 1,5 a 2,5 m
3
(ANDRADE; D’ALMEIDA, 2006). O alto consumo de água na irrigação tem transformado rios
perenes em intermitentes ou impedido que o fluxo de água chegue a sua foz. Um exemplo desse
fato, que foi muito bem publicado e discutido, é o caso dos Rios Amu Darya e Syr Darva que
compõem a Bacia do Mar de Aral. (SMEDEMA; SHIATI, 2002).
Na busca de se reduzir o volume de água empregado na produção agrícola, novos
sistemas de produção estão sendo adotados. Entre esses sistemas que buscam um uso
conservacionista dos recursos solo-água o plantio direto tem demonstrado sua eficácia na solução
16
dos problemas de solo e retenção de umidade tanto na agricultura irrigada como no sequeiro.
(NASCIMENTO et al. 2001).
O presente trabalho foi desenvolvido com a agricultura de sequeiro no sistema plantio
direto no assentamento de Lagoa Grande, Município de Tabuleiro do Norte e com a agricultura
irrigada no Perímetro do Curupati no Município de Jaguaribara, objetivando calcular a demanda e
produtividade da água nos dois sistemas de produção e avaliar os impactos ambientais e
financeiros.
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Recurso água e agricultura
O planejamento é indispensável no sentido de compatibilizar os vários usos da água,
viabilizando os diferentes setores produtivos, monitorando a quantidade e a qualidade dos
recursos hídricos, melhorando os níveis de eficiência global de uso.
No universo, a água é o
recurso mais importante em todos os aspectos da vida; em excesso, ela causa inundações e
calamidades ambientais e sua escassez provoca fome e miséria. O manejo adequado da água pode
conduzir a excelentes resultados na produção de alimentos, porém seu mau uso provoca
degeneração do meio físico natural. (PAZ et al., 2000).
A intensidade dos impactos ambientais em decorrência das práticas agrícolas está
diretamente relacionada com o modelo de produção adotado. Modelos convencionais de
produção agrícola que, a um alto custo energético, objetivam a maximização da produção, são os
que geram maiores impactos ambientais. (GLIESSMAN, 2000). Nos dias atuais, o controle da
poluição difusa oriunda da agricultura é fundamental, uma vez que a mesma tem sido identificada
como uma das fontes de degradação da qualidade das águas quer em ecossistemas continentais ou
marítimos. Os nutrientes (nitrogênio e fósforo), agrotóxicos e metais pesados representam fontes
poluidoras sobre os quais, as ações de controle necessitam ser efetuada.
Com o objetivo de verificar a influência de remanescentes de vegetação ciliar e da
ação antrópica na qualidade da água, Donadio et al. (2005) estudou quatro nascentes, sendo duas
com a presença de vegetação natural remanescente e duas com predominância de atividades
agrícolas. Nas nascentes com vegetação natural remanescente, a qualidade da água mostrou-se
melhor que nas nascentes com uso agrícola, sendo as variáveis cores, turbidez, alcalinidade e
nitrogênio total as que mais explicaram essas diferenças.
A sustentabilidade da atividade agrícola esta muito além das práticas agrícolas, sem
um nível de educação e capacitação satisfatório dos atores envolvidos nessa atividade cada vez
mais nos distanciaremos dessa conquista, Andrade et al. (2009), concluíram que a
sustentabilidade das unidades de produção agrícola do perímetro irrigado Araras Norte, Ceará
foram determinadas principalmente por fatores que expressam o nível social e educacional das
18
famílias, o processo de comercialização, da agricultura familiar e as técnicas de conservação do
solo e da água.
2.2 Relação água agricultura de sequeiro
O modelo adotado para o aumento da produção agrícola vem gerando uma pressão
sobre os recursos naturais, superior a capacidade de suporte dos mesmos, o que é expresso pela
degradação constante das áreas agrícolas. Segundo Pretty et al. (2000), a agricultura produz
muito mais do que somente alimento, fibra ou óleo, ela resulta em grandes impactos nos
ecossistemas e economias locais, nacionais e mundiais. Os impactos chamados de externalidades
são definidos como os custos da utilização do ambiente para a produção de determinado produto,
que atualmente não estão incluídos no preço final do produto, ou seja, os recursos naturais são
utilizados gratuitamente, e degradados sem que haja recuperação.
Ainda segundo o autor supracitado, as externalidades podem ser positivas ou
negativas. Como positivas pode-se citar o valor estético da paisagem, acumulação de água nos
reservatórios naturais, reciclagem e fixação de nutrientes, formação do solo, bem-estar (animais e
organismos), proteção de chuvas intensas e controle de cheias através da vegetação, carbono
retirado da atmosfera através da vegetação e do solo. As externalidades negativas podem ser
listadas como os prejuízos causados à água, ao ar, ao solo, à biodiversidade e paisagem e à saúde
humana.
Além do mais, uma das maiores conseqüências ambientais da agricultura intensiva
pode ser a degradação da qualidade das águas. Esta degradação atinge águas superficiais e
subterrâneas, pelos aportes agrícolas (agrotóxicos, adubos minerais e aplicação de resíduos
orgânicos) (LEGG, 1997).
Os recursos hídricos são atingidos de várias formas pelo o uso de defensivos e
fertilizantes na atividade agrícola, quer seja pela aplicação ou pela inadequada destinação final
das embalagens dos químicos utilizados nos campos agrícolas irrigados ou não, que tem se
tornado um grave problema, como cita Araújo et al. (2000) no seu trabalho “Impacto dos
praguicidas na saúde: estudo da cultura de tomate em Camocim de São Félix Estado do
Pernambuco”. O descarte das embalagens dos praguicidas é um grave problema ambiental na
19
lavoura de tomate de Camocim de São Félix. A prática, entre alguns produtores agrícolas, de
deixar as embalagens vazias ou restos de produtos espalhados pelo campo, promove, certamente,
por meio das águas de chuva e de irrigação, o arraste de resíduos pelo solo até atingirem
reservatórios e cursos de água e provocarem a contaminação ambiental generalizada.
Ainda sobre os impactos nos recursos hídricos relacionados ao uso do solo, os corpos
d’agua sofrem toda a sorte de danos, resultantes da exploração dos recursos naturais e da simples
ocupação humana em determinadas áreas. Gloagen et al. (2007) constataram em diagnóstico
preliminar de impactos ambientais na micro-bacia do Ribeirão do Machado em Cruz das Almas -
BA, que a atividade agropecuária, a presença de monocultura (mandioca e horticultura irrigada) e
o lançamento de esgotos domésticos, contribuíram para compactação do solo, poluição,
eutrofização e degradação das águas, ocasionando a redução significativa da biodiversidade.
Autores como Bastos e Freitas (2000), reforçam essa afirmativa quando apontam que em áreas de
agricultura intensiva ou em processo de obras de urbanização, a carga de sedimentos que alcança
os rios sofre um aumento.
Alem da necessidade de se buscar sistemas de produção agrícolas conservacionistas,
a irregularidade na distribuição das chuvas nos remete ao desafio de conviver com as
características peculiares dos climas semi-áridos. Segundo Santos et al. (2009), a seca, embora
nem sempre seja previsível, será sempre um fenômeno provável e recorrente, portanto, não
devendo ser considerada como um fator de comoção social. Porém, a realidade climática por si só
não é suficiente para justificar a crise ambiental em que vive o Semi-árido. Entre os principais
fatores determinantes da situação crítica a que é submetido à população rural do Semi-árido
brasileiro podem-se citar os econômicos, sociais e políticos. As irregularidades do regime
pluviométrico do Semi-árido com a adoção de sistemas de produção compatíveis com as
condições climáticas, a baixa capacidade de retenção de umidade no solo e altas taxas de
evaporação e evapotranspiração, contribuem para agravar o problema (CRUZ et al., 1999).
Candido et al. (2002) em avaliação da degradação ambiental de parte do Seri
Paraibano, verificou que a vegetação natural encontra-se em número não muito significativo
devido ao uso intenso do solo na agricultura, encontrando um alto índice de degradação chegando
a quase 50% da área estudada.
A maior parte das áreas agrícolas do Brasil são áreas sensíveis à erosão e de rápida
degradação sob as ações do vento, chuva e sol quando cultivadas no sistema convencional. São
20
solos que exigem alta tecnologia e oferecem condições para múltiplas culturas. Em algumas
regiões são possíveis até três culturas por ano, devido ao clima. Mas quando o cultivo acontece
no sistema convencional, à base produtiva se degrada em poucos anos. Em uma análise
econômica da erosão, autores como Alvim e Junior (2005) verificaram um aumento dos custos de
produção das culturas, requerendo gastos adicionais para reposição da fertilidade do solo, em
quanto determina, dentre outras medidas, a adoção de técnicas de conservação que em médio
prazo diminuam custos de produção.
Ainda segundo o mesmo autor, o sistema de plantio direto (SPD) tem demonstrado
sua eficácia na solução dos problemas de solo, primeiramente, com a introdução de práticas de
cobertura de solo no inverno e a rotação de culturas, sendo que os testes feitos na cobertura de
inverno comprovaram seus efeitos nas lavouras de verão. Avaliar os efeitos da eficácia e
eficiência do SPD como contribuição decisiva para uma agricultura sustentável em termos
ambientais, economicamente competitiva e socialmente eqüitativa tem sido o foco das atenções
de pesquisadores e produtores, dentro do que se pode denominar "cadeia de sustentabilidade" da
agricultura brasileira.
A EMATERCE – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará vem
promovendo a adoção do sistema de plantio direto pelos produtores rurais, na busca de obter um
aumento na produtividade de grãos e promover a conservação do solo e água. Concluíram que no
sistema plantio direto as perdas de solo são inferiores em 24,56% e a retenção de umidade é
superior em 30,8% em relação ao plantio tradicional.
Há milhares de anos a humanidade semeia e cultiva a terra, produzindo seu próprio
alimento. Diversos sistemas de cultivo surgiram e desapareceram ao longo da história;
atualmente, entretanto, apesar do pensamento agro-conservacionista, fruto de uma tentativa de
resgate das injúrias impostas à natureza, o sistema de plantio direto tem forte penetração na
produção agrícola, em contraposição ao chamado sistema convencional, ainda em uso. Por impor
menor revolvimento do solo durante o manejo agrícola, este sistema impacta menos o meio
ambiente, através da redução do uso de combustível fóssil, bem como minimizando os processos
erosivos decorrentes da desestruturação física do solo (NETO et al., 2007).
Os Pesquisadores e economistas tentam, hoje, traduzir em valores os ganhos obtidos
com o sistema. A dificuldade é chegar a um cálculo mais próximo da realidade.
Mas, para exemplo, somente no consumo de óleo diesel na última safra o país deixou de gastar
21
R$ 1,826 bilhão, com uma economia de 59,3 litros de diesel por hectare/ano. O valor corresponde
ao diesel que se deixou de queimar em 22 milhões de hectares com o sistema, considerando um
preço médio de R$ 1,40 o litro de diesel (UNESP, 2004).
Ainda sobre sistema de produção com práticas conservacionistas segundo Carvalho et
al. (1999), em estudo comparativo do sistema convencional e do sistema de Plantio Direto
concluíram que este sistema acarreta menor desagregação do solo e proporciona maior retenção
de água.
Por sua vez a EMATERCE (2007), afirma que o sistema de plantio direto é adaptável
a qualquer cultura e apresenta as seguintes vantagens: mantem o solo coberto, controla a erosão,
diminui a temperatura do solo, aumento da retenção de umidade, eleva a fertilidade do solo,
diminui os custos de produção.
2.3 Relação água agricultura irrigada
A expansão da agricultura irrigada sem a adoção do manejo correto e uso eficiente
dos recursos solo e água vem se tornando uma questão preocupante, devido às restrições de
disponibilidade de água. Avaliando-se a necessidade de água dos cultivos, em termos médios, é
possível verificar-se que, para produzir uma tonelada de grão, são utilizadas mil toneladas de
água, sem se considerar a ineficiência dos métodos e sistemas de irrigação e o seu manejo
inadequado; avaliações de projetos de irrigação em todo o mundo indicam que mais da metade da
água derivada para irrigação se perde antes de alcançar a zona radicular dos cultivos (PAZ et al.,
2000).
O aumento da competição pelos escassos recursos hídricos tem motivado
pesquisadores e técnicos a examinar mais profundamente à eficiência do uso da água na
agricultura. (GONDIM et al., 2006).
A tão conhecida catástrofe ecológica na região do Mar de Aral é um grande exemplo
da degradação ambiental em decorrência da criação de grandes projetos agrícolas de irrigação
que não consideram, em seu planejamento, as características ecológicas de uma região ou o
impacto ambiental decorrente destas grandes obras de engenharia.
22
O Mar de Aral foi o quarto maior lago de água doce do planeta terra. Localizado em
uma bacia de água sem saída, era alimentado por dois rios em uma região de clima árido. Para
uso em agricultura irrigada os rios foram represados, reduzindo à descarga natural a jusante das
barragens com conseqüente rebaixamento do nível de água no lago de Aral, levando as águas do
mesmo a um nível de salinidade muito elevado. Ao mesmo tempo, em que nas áreas irrigadas
ocorria uma concentração de sais em decorrência das altas taxas de evapotranspiração; elevadas
quantidades de sais eram carreadas das margens do lago pela a ação dos ventos fortes em direção
as áreas agrícolas. Assim, foram salinizadas as águas do Mar de Aral e as terras irrigadas.
Um dos maiores desafios, entretanto, é ampliar o discernimento humano tornando-o
apto a adoção de práticas conservacionistas que venham a promover uma maior eficiência no
manejo da irrigação, promovendo a redução da degradação dos recursos naturais.
(CHRISTOFIDIS, 2006).
Por não adotar um método de controle de irrigação, usualmente o produtor rural irriga
em excesso, temendo que a cultura sofra estresse hídrico, que poderia comprometer a produção.
Este excesso tem como conseqüência, o desperdício de energia em bombeamento desnecessário
de água. Para exemplificar, um milímetro de lâmina excedente em uma área irrigada por um pivô
central de 100 ha, representa a condução desnecessária de um milhão de litros de água, que
consome, em média, 400 kWh de energia elétrica. É necessário, portanto, manejar racionalmente
a irrigação para que se evite o mau uso de fatores de produção tão essenciais como água solo e
energia (FARIA et al., 2002).
Outro fator que contribui sensivelmente para aplicação excessiva de água em projetos de
irrigação é a profundidade efetiva do sistema radicular das culturas a serem irrigadas, pois os
cálculos de lâminas de água a serem aplicadas levam em consideração suas profundidades, que
muitas vezes são super estimados. Coelho et al (2005) concluíram que 80% do sistema radicular
do mamoeiro irrigado por gotejadores superficiais ocorreram para profundidade de 0,45 m, sendo
que, pelo menos 60% das raizes se concentram a 0,25 m, atingindo a profundidade máxima de
0,75 m.
Também sobre a aplicação de lâmina excessiva de irrigação, Chaves (2006)
estudando o risco de degradação em solo irrigado do Distrito de Irrigação do Perímetro Araras
Norte, observou que os maiores incrementos na salinidade do solo aconteceram para a camada
23
0,90 a 1,20 m expressando a ocorrência do processo de lixiviação como conseqüência de uma
lâmina de irrigação excessiva.
Segundo a CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e Parnaíba (2004), o excesso de água aplicada na irrigação retorna aos rios, por meio
do escoamento superficial e subsuperficial ou vai para os depósitos subterrâneos, por percolação
profunda, arrastando consigo resíduos de fertilizantes, de defensivos, de herbicidas e de outros
elementos tóxicos, denominados de sais solúveis. Os recursos hídricos assim contaminados
requerem tratamento apropriado quando destinados ao suprimento de água potável.
No Rio Grande do Sul as quantidades de herbicidas usados nas lavouras de arroz
irrigado influenciam diretamente os níveis de herbicidas que ocorrem nas águas de superfície das
proximidades. Herbicidas usados na cultura do arroz irrigado têm em potencial um efeito
prejudicial para a vida aquática, pois a drenagem da água da lavoura de arroz irrigado coincide
com a época de reprodução dos peixes.
(PRIMEL et al., 2005).
Em estudo sobre a sustentabilidade dos recursos solo e água na área do Distrito de
Irrigação Baixo Acaraú – DIBAU -Ceará, Aquino et al. (2008) identificou um aumento
preocupante dos teores de nitrato nas águas dos poços em áreas irrigadas, excedendo
siginificativmente aos limites máximos aceitáveis pela resolução CONAMA 357/2005 e pela
Portaria 518/2004. Outro exemplo de risco de degradação dos recursos solo e água é o que vem
ocorrendo nas áreas irrigadas do Distrito de Irrigação Jaguaribe-Apodi (DIJA), localizado no
Baixo Jaguaribe, Ceará. Estudos comparativos da Condutividade Elétrica do extrato de saturação
(CEes ) e da Razão de Adsorção de Sódio (RAS), em áreas irrigadas e na mata nativa, identificam
aumentos na concentração dos sais totais de até 32%, expressando um aumento cumulativo dos
sais no solo ao longo do tempo. (ANDRADE; D’ALMEIDA, 2006 ).
Dentre as cinco regiões hidrográficas do Jaguaribe, a sub-bacia do Baixo Jaguaribe é
a que tem maior potencial para irrigação (ARAUJO, 2006). Com cerca de 5.371,82 ha de área
irrigada, é o maior dos sete agropólos de cultivo irrigado, implantados pela Secretária da
Agricultura e Pecuária (Seagri) do Estado do Ceará, com infra-estrutura montada pelo
Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS), cujas terras são concedidas a
grandes e pequenos produtores por meio de licitação. A região é hoje considerada o “Paraíso da
Fruticultura”. Souza et al (2006) estudando a eficiência de irrigação em perímetros irrigados do
Estado do Ceará, em solos de diferentes texturas, obtiveram resultados que demonstraram uma
24
amplitude de valores, onde a demanda de água varia significativamente de acordo com a textura
do solo, sendo que para o solo de textura argilo-siltosa produziu-se 0,5 kg de arroz em casca para
cada 1,0 m
3
de lâmina de água aplicada. Já para a textura franca, para cada 1,0 m
3
de lamina de
água aplicada produziu-se apenas 0,18 kg de arroz em casca.
Lacerda e Oliveira (2007), estudando a agricultura irrigada e as qualidades de vida
dos agricultores em perímetros do Estado do Ceará constataram que, nas duas localidades
estudadas, houve melhoria na qualidade de vida dos produtores após a implantação dos
perímetros irrigados. A melhoria da qualidade de vida dos produtores no perímetro irrigado Curu-
Pentecoste está mais associada a condições de moradia do que as atividades agrícolas
desenvolvidas no perímetro
. Constataram ainda um acréscimo na renda bruta dos produtores
entrevistados de Limoeiro do Norte na ordem de 216% quando comparado a Curu-
Pentecoste.
A história mostra que o vale do Rio Jordão foi uma terra excelente, rica em fontes de
águas profundas, terra de trigo, de cevada, vinhas, figueiras, óleo de oliva e mel. Hoje a paisagem
desértica da região contrasta com essa descrição. Os desertos do norte da China, Irã e África,
representam e retratam a mesma história de esgotamento e destruição do ambiente pela ação
antrópica. (MELO FILHO, 1999).
2.4 Produtividade e rentabilidade
Marinho et al. (2001) estudando diferentes doses de nutrientes na produtividade do
mamoeiro no Estado do Rio de Janeiro atingiram uma produtividade máxima estimada de 33,5
ton ha
-1
com a aplicação do nitrogênio na forma de nitrato de amônio, que corresponde a 360 g
planta
-1
ano
-1
de N.
Mesquita et al., (2007) testando o efeito do tipo e doses de biofertilizante nas
produtividades do mamoeiro no Estado da Paraíba no período de Maio de 2003 a Agosto de
2004, obtiveram 53.576 e 50.091 kg ha
-1
com um volume de água aplicado de 1,6 e 1,7 L por
planta, respectivamente para o biofertilizante comum supermagro.
Souza et al. (2007), estudando crescimento e produtividade do mamoeiro fertirrigado
com diferentes combinações de fontes nitrogenadas em Cruz das Almas - Ba, conseguiram uma
produtividade máxima de 30,33 ton ha
-1
no período de Fevereiro a Julho de 2005.
25
Silva et al. (2001), concluíram que o peso médio dos frutos cresceu, linearmente, com
a lâmina de água aplicada e, apesar da pequena influência do turno de rega sobre o peso
comercial dos frutos, verifica-se uma tendência para frutos menores, nos turnos de rega de dois e
cinco dias. A taxa com a qual os frutos ganharam peso foi 0,043 g/mm de água aplicada, ou seja,
um aumento de 42% na lâmina de água aplicada proporcionou um ganho de peso correspondente
a 10,2% .
Santos (2006) obteve em campo experimental no DIJA – Distrito de Irrigação
Jaguaribe – Apodi uma produtividade média de 32,66 ton ha
-1
em 57 dias de colheita. Concluiu
também que a utilização pelo produtor de maiores lâminas de irrigação aumentam o número de
frutos por planta e a produtividade. Entretanto, não altera o diâmetro do caule, o comprimento do
fruto e o teor de sólidos solúveis totais.
O Brasil é o primeiro produtor mundial de mamão, atualmente é uma fruteira
cultivada em quase todo território brasileiro com destaque para os Estados da Bahia, Espírito
Santo e Pará. A produtividade média Nacional para variedade do grupo Formosa é de 60 ton ha
-
1
(SANCHES; DANTAS, 1999).
2.5 Cultura do Sorgo
Em decorrência do menor requerimento de água pela cultura do sorgo a mesma é
adequada a exploração em regiões semi-áridas do globo. No entanto, por uma questão cultural o
sorgo não foi inserido na dieta alimentar do nordestino de menor renda. Segundo Queiroz e
Rodrigues (2008), um dos principais motivos é a falta do elo na cadeia de comercialização do
sorgo para fins alimentícios. O produtor e as indústrias não produzem sorgo e farinha de sorgo
para a alimentação humana porque não há demanda de mercado. Por outro lado, o consumidor
não compra preparações à base de sorgo porque não há o produto disponível. Um outro ponto
importante a ser considerado na cultura do sorgo é a sua tolerância a salinidade como discutido
por pesquisadores como Silva et al. (2003) e Aquino et al. (2007).
Em levantamento sobre a produtividade do sorgo, o IEA - Instituto de Economia
Agrícola (2003) identificou que a maior produtividade foi registrada no Estado de Goiás com
uma taxa de 2.300 kg ha
-1
, enquanto que a menor foi de 1.600 kg ha
-1
para o Estado da Bahia.
26
A exploração da cultura do sorgo granífero no Brasil está concentrada nos Estados
das regiões Centro-Oeste e Sudeste, os quais respondem por 85% da produção total da safra no
País (IEA, 2003). O Estado de Goiás, com uma produção de489, quatro mil toneladas, lidera o
ranking dos estados brasileiros, e detém 36% da produção do País.
Segundo a EMATERCE (2007), a produtividade média do sorgo granífero no Estado
do Ceará é 1.000 kg ha
-1
em sistema de cultivo tradicional. Com a adoção do sistema plantio
direto foi registrado um aumento da produtividade em 50%, passando a apresentar uma
produtividade de 1.500 kg ha
-1
.
Segundo a SECRETÁRIA DA AGRICULTURA DE ALAGOAS (2008), o sorgo
granífero é uma alternativa estratégica para a produção de grãos nas condições de escassez de
chuvas do semi-árido onde o milho não produz satisfatoriamente. A produção de sorgo granífero
é uma forma de reduzir a dependência às importações de milho, que representa grande parcela
dos custos da atividade pecuária alagoana. A produtividade média varia entre 1,5 a 3,0 ton ha
-1
em nível de produtor.
Segundo Magalhães e Durães (2003), na ecofisiologia da produção do sorgo descrita
no comunicado técnico do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, o sorgo, para
produzir grãos, requer cerca de 300 a 325 mm de chuva, assim distribuídos: 25 mm após o
plantio, 250 mm durante o crescimento e 25 a 50 mm durante a maturidade.
27
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização das áreas estudadas
A pesquisa foi realizada em dois sistemas de produção, irrigação e sequeiro. A área
de irrigação fica localizada no Município de Jaguaribara e a área explorada com o sistema de
sequeiro localiza-se no Município de Tabuleiro do Norte (Figura 1).
Figura 1 – Localização dos Municípios – Jaguaribara e Tabuleiro do Norte/CE, 2008
3.2 Área de sequeiro-plantio direto
3.2.1 Caracterização dos produtores da Lagoa Grande
Em decorrência do número total de produtores rurais ser igual a 12, o questionário foi
aplicado ao universo de produtores de sorgo que adotam o sistema de plantio direto. O
questionário era composto por indagações voltadas quase que exclusivamente para o sistema de
28
produção. Também foi investigado o nível de escolaridade e se já haviam adotados técnicas
conservacionistas no sistema de produção agrícola. A relação das questões aplicadas aos
produtores se encontra no Apêndice A.
3.2.2 Caracterização climática
O clima da região é do tipo Semi-Árido quente com temperaturas médias mensais
sempre superiores a 18 °C (BSw’h’). A precipitação pluviométrica média anual é de 790 mm, em
um regime unimodal com as concentrações máximas das chuvas ocorrendo nos meses de
Fevereiro a Abril (IPECE- 2007). Demais características climáticas estão inseridas na Tabela 1.
Tabela 1- Características climáticas, Bacia do Médio Jaguaribe-Ce, 2009
Parâmetros Valores Unidade
Insolação média anual 2.600 h ano
-1
Evaporação potencial média anual 2.660 mm ano
-1
Temperatura média da máxima anual 32,00 °C
Temperatura média anual 27,50 °C
Temperatura média da mínima anual 26,00 °C
Umidade relativa média anual 67,95 %
Velocidade média anual dos ventos 3,80 m s
-1
Fonte: DNOCS (2009).
A Figura 2 apresenta a variabilidade anual da precipitação pluviométrica para a o
Município de Tabuleiro do Norte, Ceará.
29
Fonte: FUNCEME (2008).
Figura 2 – Precipitações Anuais em Tabuleiro do Norte-Ce, no período de 1974 a 2007
Durante o período de estudo a altura pluviométrica foi de 940 mm, distribuída em 53
dias de chuva, superando a média da região, que é de 790 mm ano
-1
, em 18% .
3.2.3 Solos e vegetação
Os solos da Chapada do Apodi são jovens de origem local, profundos, ricos e bem
drenados os quais são classificados como Cambissolos. A vegetação predominante é
representativa da floresta Caducifólia Espinhosa, da Caatinga Arbustiva Densa, da Caatinga
Arbustiva Aberta, e da floresta Mista Dicotilo-palmácea.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
Período (1974-2007)
Precipitação (mm) .
'
30
3.2.4 Área experimental
A pesquisa foi realizada em um assentamento assistido pelo INCRA, cuja área total é
de 2.992,57 ha. A área de agricultura de sequeiro do referido assentamento fica inserida na
localidade denominada de Lagoa Grande na Chapada do Apodi, distante 30 km do Município
Tabuleiro do Norte, onde residem 92 famílias de agricultores perfazendo uma população total de
392 habitantes. A área adotada nesse estudo correspondeu a um campo agrícola de 250 ha, e o
estudo foi realizado com 12 produtores que adotaram o sistema de plantio direto numa área
correspondente a 138 ha, com a cultura do sorgo, o preparo do solo foi realizado numa única
operação: a aplicação de herbicida através de pulverizador mecanizado (Figura 3), quando a erva
daninha da área a ser plantada atinge um tamanho suficiente que evite a erosão e promova a
máxima retenção de umidade do solo.
Figura 3 - Preparo do solo para plantio direto em Lagoa Grande, Tabuleiro do Norte-Ce, 2008
O plantio direto foi realizado por plantadeiras especiais sobre o mato acamado e
dessecado pela ação do herbicida utilizado na preparação do solo, ocorrendo o revolvimento do
solo somente na linha de plantio, dispensando operações como aração e gradagem (Figura 4).
31
Figura 4 - Plantio Direto em Lagoa Grande, Tabuleiro do Norte-Ce, 2008
3.2.5 Insumos e equipamentos utilizados no sistema de produção
A primeira operação realizada foi o acamamento e dessecamento da vegetação
existente na área onde foi plantado o sorgo. O herbicida empregado foi o Glifosato, na dosagem
de 2,5 litros/ha. A preparação da dosagem consistiu na mistura de 1 litro do herbicida para cada
100 litros de água, e foi realizada com pulverizador acionado a trator na rotação entre 1500-1600
RPM, engatado na primeira marcha. Quanto maior a quantidade de vegetação melhor, pois
resultará numa maior quantidade de matéria orgânica sobre o solo.
A segunda operação realizada foi o plantio, que neste caso foi utilizado a semente do
sorgo Híbrido BR 304, operação realizada com plantadeira especial para plantio direto acionada a
trator na rotação entre 1500-1800 RPM, engatado na primeira marcha. O plantio foi realizado
oito (8) dias após a aplicação do herbicida. Para cada 100 kg de sementes, misturou-se na
plantadeira 500 g de grafite, para facilitar a distribuição da mesma, no sulco de plantio, numa
profundidade de 5-6 cm e 6-7 sementes por metro linear,em um espaçamento entre fileiras de
0,45 m, perfazendo uma população de plantas/ha em torno de 133.332 - 155.554. A germinação
ocorreu entre 5-8 dias após o plantio. Figuras 5A e 5B.
32
A B
Figura 5 - Plantio do sorgo (A) Cultura do Sorgo (B) em Lagoa Grande, Tabuleiro do Norte-Ce,
2008
A terceira e última operação foi a colheita, que como as demais também foi realizada
mecanicamente através de colheitadeiras acionadas a trator com início nos primeiros dias do mês
de julho e se encerrou no dia 26, com um dia de campo realizado pela EMATERCE. Em média
colheu-se um hectare por hora trabalhada e, posteriormente, o produto foi acondicionado em
sacos de 60 kg e comercializado.
3.3 Descrição da área irrigada
O município de Jaguaribara localiza-se na bacia do Médio Jaguaribe distando da
capital do Estado, Fortaleza, 190 km. A área estudada é o perímetro irrigado do Curupati,
composta por 144 famílias de agricultores oriundos das áreas inundadas pelas águas do
Castanhão e têm como atividade principal a agricultura irrigada, onde cultivam o mamão irrigado
por gotejamento e a goiaba por micro aspersão, sendo que somente a cultura do mamão se
encontra em fase de produção, como mostra a Figura 6. A distância do povoado até a sede do
município é de 65 km, via terrestre, tendo também como opção de transporte a embarcação.
33
Figura 6 – Colheita do mamão Projeto Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
3.3.1 Caracterização climática
O clima é do tipo Semi-Árido quente com temperaturas médias mensais sempre
superiores a 18 °C (BSw ‘h’). A precipitação media anual da região é de 810 mm, sendo que 80%
do total precipitado ocorrem durante os meses de Janeiro-Abril. É parte integrante da Depressão
Sertaneja e os solos predominantes são: Neossolos, Luvissolos e Argissolos. A vegetação nativa
predominante da região é a floresta Caducifólia Espinhosa, Caatinga Arbustiva Densa, Caatinga
Arbustiva Aberta, e floresta mista Dicotilo-palmácea, (IPECE- 2007). Demais características
climáticas da região tais como: insolação média anual; evaporação potencial média anual;
temperatura média da máxima anual; temperatura média anual; temperatura média da mínima
anual; umidade relativa média anual; velocidade média dos ventos anual; podem ser visualizada
na Tabela 1. (DNOCS, 2009).
34
3.3.2 Práticas culturais
O referido projeto está inserido numa área de 189 ha, divididos em lotes de 1,5 ha,
beneficiando 63 famílias que produzem mamão irrigado através do sistema de irrigação do tipo
gotejamento, e o restante da área está ocupado com a cultura da goiaba e se encontra em fase
inicial de produção com o sistema de irrigação do tipo micro aspersão. A fonte de água do projeto
é o açude Castanhão, bombeada através de moto-bomba elétrico sobre flutuante com potência de
500 CV, com vazão de 0,33 m
3
seg
-1
(Figura 7). Dois conjuntos de reserva, são utilizados para
alimentar o canal através de tubulação no diâmetro de 800 mm (Figura 8) e um conjunto de
quatro moto-bomba elétricas com potencia de 75 CV, que deriva a água do canal aos lotes de
irrigação (Figura 9).
35
Figura 7 – Conjunto Moto-bomba de 500cv sobre flutuante em Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
Figura 8 – Tubulação adutora diâmetro de 800 mm em Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
36
Figura 9 - Conjuntos Moto-bomba de 75cv em Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
A adução da água é conduzida aos lotes por tubulações de PVC nos diâmetros de 75
mm e 50 mm, onde através de tubos gotejadores distribuídos em setores de 0,75 ha. A cultura do
mamão foi plantada em linhas espaçadas entre si de 4 m e 1,8 m entre plantas. O espaçamento
entre os gotejadores é de 0,4 m com vazão de cada gotejador equivalente a 2,0 L h
-1
. Para uma
melhor eficiência de aplicação da água ao solo foram adotados pulsos de irrigação de hora em
hora, perfazendo um total de quatro (4) pulsos para cada setor de 0,75 ha dia
-1
. A água de chuva
da quadra invernosa também foi computada, já que no período chuvoso os conjuntos moto-
bombas são desligados. A Figura 10 mostra a precipitação para o período 2007-2008,
(FUNCEME, 2008).
37
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Meses
Precipitação (mm) .
2007 2008
Figura 10 – Precipitações mensais em Curupati, Jaguaribara-Ce, 2007/2008
3.4 Fontes de dados
Os dados utilizados neste trabalho foram adquiridos por meio de:
a) Pesquisa Documental: FUNCEME - Fundação Cearense de Meteorologia, S. D. A
– Secretária do Desenvolvimento Agrário, EMATERCE – Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Ceará, EMATER-DF-Empresa de Assistência Técnica e Extensão rural do
Distrito Federal, DNOCS – Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, IPECE – Instituto
de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, IEA – Instituto de Economia Agrícola, CODEVASF – Companhia de
Desenvolvimento do Vale do São Francisco, SEAGRI – Secretária da Agricultura de Alagoas.
b) Pesquisa de Campo: Aplicação de questionários, avaliação dos sistemas de
irrigação, coleta de solos para analises, anotação das características dos equipamentos e
acessórios de irrigação, coleta de dados de praticas agrícolas e informações gerais sobre o sistema
de produção adotado, potencia instalada, acompanhamento da equipe técnica e informações
gerais sobre o perímetro.
38
3.5 Aplicação dos questionários
Na agricultura irrigada para o cálculo amostral, utilizou-se a técnica probabilística,
em que todos os elementos da população têm igual probabilidade, diferente de zero, de serem
selecionados para compor a amostra. Considerando N, a população total de 63 elementos; d, o
erro amostral definido em 10%; Z, o desvio padrão de 1,96 o qual corresponde ao nível de
confiança de 90%; 50%, o percentuais dos elementos da amostra favoráveis (p) e desfavoráveis
(q) ao atributo pesquisado, estimou-se n, o tamanho da amostra aplicando-se o método proposto
por Fonseca e Martins (1996):
()
pqZ1Nd
pqNZ
n
22
2
+
=
(1)
Substituindo os números na formula, tem-se que:
()
5,05,096,11632,0
635,05,096,1
22
2
××+×
×××
=n
(2)
185866,17n =
Os questionários aplicados continham, além dos dados de identificação dos
produtores, 35(trinta e cinco) questões relativas ao colono, como também, ao sistema produtivo
da cultura do mamoeiro. A relação dos quesitos pode ser vista no apêndice B.
Os tópicos de interesse para pesquisa foram assim distribuídos:
- Perfil individual do irrigante, como: capacitações; experiência e práticas
conservacionistas.
- Agronômicos e Operacional, envolvendo tempo de irrigação, aplicação de
defensivos e fertilizantes, perspectivas em relação ao perímetro e outros, relacionados ao sistema
de produção.
39
O estudo de campo foi realizado no período de 30/05/07 – 20/08/08, sendo que
algumas informações complementares foram realizadas em outras datas, tais como: avaliação do
sistema de irrigação, realizada em 01/10/08 e os questionários que foram aplicados até o mês de
Fevereiro de 2009.
Para se caracterizar a classe textural e a química do solo da área irrigada efetuaram-se
coletas nas camadas de 0-30 cm; 30-60 cm; 60-90 cm; 90-120 cm. As análises foram realizadas
no Laboratório de Solo e Água da Embrapa Agroindústria Tropical, Campus do Pici –
Fortaleza/CE.
Para se caracterizar a umidade no perfil do solo da área irrigada efetuaram-se coletas
nas camadas de 0-30; 30-60; 60-90 e 90-120 cm. As análises foram realizadas no laboratório de
hidráulica do Departamento de Engenharia Agrícola do CCA da Universidade Federal do Ceará,
no Campus do Pici.
3.6 Métodos de Análise
3.6.1 Agricultura de sequeiro
Analise da produtividade média do sorgo:
x
y
Pme =
(3)
Em que:
y = produção de sorgo (kg); x = área plantada (ha)
3. 6.2 Agricultura irrigada
Analise da produtividade média do mamão:
A análise de cálculo da produtividade média do mamão irrigado segue o mesmo procedimento da
expressão (3), utilizada na agricultura de sequeiro.
3.6.3 Produtividade da água na agricultura irrigada
40
x
y
Pma =
(4)
Em que:
y = produção de mamão (kg); x = volume de água aplicada em (m
3
).
3.7 Avaliação dos sistemas de irrigação
As avaliações dos sistemas foram realizadas empregando-se a metodologia proposta
por Keller e Karmeli (1975), a qual recomenda a medição das vazões em quatro pontos ao longo
da linha, assim distribuídos: 1° emissor no inicio da linha, 2° emissor em 1/3 da linha, 3° emissor
em 2/3 da linha, último emissor no final da linha, sendo usada a mesma metodologia para
selecionar as linhas laterais. O coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) é calculado
pela expressão:
100x
qt
q
CUD
%25
= (5)
Em que:
CUD – Uniformidade de distribuição, em %,
%25
q
- Média dos 25% do total de valores coletados, menores valores, em L h
-1
,
tq - Média de todos os valores coletados, em L
h
-1
.
Merriam e Keller (1978) apresentaram como critério geral para interpretação os
valores de CUD, para sistemas que estejam em operação por um ou mais anos, os seguintes
intervalos: maior que 90%, excelente, no intervalo de 80-90%, bom e no intervalo de 70-80%
ruim.
A eficiência de aplicação (EA) foi obtida pela equação seguinte:
EA= Ka x CUD (6)
Em que:
Ka: coeficiente de transmissividade
41
CUD: Coeficiente de uniformidade de distribuição
3.8 Analise de Produtividade
3.8.1. Análise Financeira
Segundo EMATER-DF (2009), em conceitos financeiros podem ser definidos como:
RT = Preço x Quantidade.
RT =Receita total
Receita total = é o preço unitário multiplicado pela quantidade total do bem produzido, sorgo na
agricultura de sequeiro e mamão na agricultura irrigada.
Cp = Cf + Cv (7)
Em que:
Cp: custo de produção
Cf: custo fixo
Cv: custo variável
Custo de produção = São todas as despesas geradas durante o cultivo do sorgo e do mamão, tais
como: Preparo do solo, plantio, tratos culturais, despesas com herbicidas, sementes, hora
máquina, mão de obra, grafite, sacos para embalagem do produto e outras operações. Esse custo
divide-se em fixos e varáveis.
RL = RB – DP- I. (8)
Em que:
RL: receita liquida
RB: receita bruta
DP: despesas gerias no processo produtivo
I: impostos pagos
Receita liquida = É a receita bruta menos as devoluções de produtos e os impostos pagos pela
empresa.
42
3.9 Análise Ambiental
Foram realizadas através de parâmetros observados nos questionários, informações
técnicas adquiridas junto a SDA, EMATERCE, consultas bibliográficas, verificação das práticas
culturais utilizadas no processo de produção das culturas estudadas, destinação final dos resíduos
sólidos, aplicação de água, tipos de fertilizantes e defensivos aplicados, equipamentos utilizados,
destinação das águas utilizadas na retro lavagem dos equipamentos de fertirrigação e
pulverizações mecanizadas.
43
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Serão discutidos os resultados dos dois sistemas de produção estudados, da
agricultura irrigada, agricultura de sequeiro no sistema de plantio direto que aplicam técnicas de
conservação de solo e retenção de umidade.
4.1 Agricultura de sequeiro – sistema de Plantio Direto
4.1.1 Perfil do agricultor
O levantamento realizado com os produtores agrícolas da localidade Lagoa Grande
expressa um baixo nível de escolaridade (Figura 11). Dos 12 produtores estudados dez (84%) não
concluíram o ensino fundamental básico, um produtor (8%) concluiu o ensino fundamental e um
concluiu o ensino médio (8%).
84%
8%
8%
Ensino Primario Ensino Medio Ensino Fundamental
Figura 11 – Nível de escolaridade dos produtores em Lagoa Grande, Tabuleiro do Norte-Ce,
2008
44
Outro fato que se observou na aplicação dos questionários foi com relação à atividade
exercida pelos os produtores (Figura 12), onde 58% exercem suas atividades somente na
agricultura e os outros 42% ocupam parte do tempo com outras atividades tais como: comércio,
carpintaria, tratorista, etc.
58%
42%
Somente Agricultura Agricultura e outras
Figura 12 – Atividades dos produtores em Lagoa Grande, Tabuleiro do Norte-Ce, 2008
4.1.2 Precipitações
As precipitações diárias ocorridas na área do estudo estão presentes na Tabela 2.
Observa-se que a precipitação durante o período estudado foi de 940 mm (Figura 13), a qual foi
superior à média histórica dos últimos 34 anos em 27,54%. Analisando os dados da Tabelas 2,
verificou-se que a precipitação para o mês de Março foi de 300 mm e para o mês de Abril foi de
280 mm, perfazendo um total de 580 mm, equivalente a 62% de toda quadra invernosa para o ano
de 2008.
45
Tabela 2 – Pluviosidade da quadra invernosa – Lagoa Grande – Tabuleiro do Norte/CE, 2008
Dias
Meses
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai Jun. Jul.
01 45,00 4,00 6,00
02 55,00 9,00
03 3,00
04 6,00 12,00
05 12,00 6,00
06
07 4,00
08 16,00 60,00 26,00
09 15,00 33,00
10 30,00
11 40,00 19,00
12 8,00
13 10,00
14 5,00 20,00
15 35,00 22,00
16 3,00 55,00
17 15,00 6,00
18 5,00
19 6,00
20 14,00
21 16,00 5,00
22 10,00 8,00 18,00
22 86,00
23 4,00
24
25 5,00 18,00 5,00
26 78,00 10,00 8,00
27 7,00
28 12,00 12,00 6,00
29 2,00 5,00 6,00
30 14,00
TOTAL 110,00 22,00 300,00 280,00 133,00 83,00 12,00
Fonte: FUNCEME (2008)
46
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
Meses
Precipitação (mm) .
Figura 13 – Pluviosidade durante o ciclo da cultura do sorgo em Lagoa Grande, Tabuleiro do
Norte-Ce, 2008
Destaca-se que durante o período de Janeiro-Julho/2008
a chuva superou a média da
região que é de 790 mm ano
-1
(IPECE, 2007). Como também a média histórica dos últimos 34
anos, que foi igual a 737,00 mm (FUNCEME, 2008). Caracterizando bem a irregularidade na
distribuição das precipitações na região.
4.1.3 Produtividade do sorgo
O sistema de plantio direto consiste no aproveitamento da erva daninha dessecada
com a finalidade de reter umidade, prevenir a erosão, manter a fertilidade do solo, e evitar a
compactação. Foram acompanhados 12 produtores que plantaram o sorgo granífero, onde podem
ser visualizados na Tabela 3 dados referentes às áreas plantadas divididas em 12 lotes, perfazendo
uma área total de 137 ha, num campo agrícola de 250 ha.
47
Tabela 3 – Dados do plantio reto – Lagoa Grande – Tabuleiro do Norte/CE, 2008
Lote
Área plantada
(ha)
Data do plantio
Produção
(kg)
Produtividade
(kg ha
-1
)
05 8,35 22/05/08 3.660 438
06 10,67 03/06/08 5.640 529
10 16,38 02/06/08 10.020 595
07 4,80 03/06/08 2.880 600
08 18,25 17/05/08 11.220 701
09 22,05 10/05/08 15.720 713
11 8,11 17/05/08 7.080 873
01 8,62 12/05/08 8.100 940
02 15,00 01//04/08 15.480 1.032
03 12,90 27/04/08 14.220 1.102
12 9,00 26/04/08 12.300 1.367
04 4,48 20/04/08 9.600 2.143
Fonte: Dados da Pesquisa.
Embora todos os lotes tenham recebido o mesmo manejo, o solo explorado seja bem
homogêneo pode-se observar que a produtividade apresentou uma alta variabilidade apresentando
um coeficiente de variação (CV = 49%). A Tabela 4 apresenta a estatística descritiva. Com uma
produtividade média de 919 kg ha
-1
, foi registrado valores variando de 438 kg ha
-1
a 2.143 kg ha
-
1
. Embora o CV tenha apresentado um valor elevado, 75% dos valores de produtividade estão
inseridos no intervalo da média ± o desvio padrão (919±469). De todos os produtores
pesquisados 66,67% obtiveram uma produtividade inferior à média do grupo, enquanto que 18%
conseguiram uma produtividade estatisticamente superior à média ao nível de 5% de
probabilidade.
48
Tabela 4 – Estatística descritiva dos produtores de sorgo em plantio direto – Lagoa Grande -
Tabuleiro do Norte/CE, 2008
Parâmetros
Valores
(ton ha
-1
)
Média
919,42
Moda
438,00
Mediana
793,00
Desvio Padrão
469,80
Intervalo de confiança de 95%
Limite inferior
620,92
Limite superior
1.217,91
5% Trimmed Mean
878,19
Mínimo
438,00
Maximo
2.143,00
Fonte Dados da Pesquisa.
A produtividade média observada nessa pesquisa foi inferior às produtividades
registradas em outros estados brasileiros. Segundo o IEA – Instituto de Economia Agrícola
(2003), a maior produtividade do sorgo foi alcançada pelo o Estado de Goiás de 2.300 kg ha
-1
e a
menor produtividade foi obtida no Estado da Bahia de 1.600 kg ha
-1
. Acredita-se que essa baixa
produtividade e alta variabilidade estejam relacionadas com a distribuição das chuvas durante a
estação chuvosa. Pode-se observar que as máximas produtividades foram registradas quando o
plantio foi realizado na segunda quinzena do mês de abril e na primeira quinzena de maio,
enquanto que as menores produtividades ocorreram para os plantios realizados fora desse período
(Tabela 3).
Segundo a EMBRAPA milho e sorgo na safra 2001/2002, o sorgo ocupou uma área
de cerca de 550 mil hectares, apresentou, uma produção de 1.341 mil toneladas e rendimento
agrícola de 2.433 kg ha
-1
. Ainda segundo a EMBRAPA, as condições em que predominantemente
o sorgo é cultivado não possibilitam a expressão de todo o seu potencial uma vez que a
produtividade média alcançada nas lavouras brasileiras está em torno de 2,4 ton ha
-1
.
Confrontando os dados de produtividade (Tabela 3)
com as alturas pluviométricas
(Tabela 2
) observa-se a estreita relação existente entre a produtividade e o total precipitado. As
máximas produtividades foram alcançadas respectivamente nos lotes 4, 12, 3 e 2. Os três lotes
que obtiveram a máxima produtividade foram aqueles cujos plantios foram efetuados nos dias 20,
26 e 27/04/2008. Nesse período as chuvas foram mais amenas totalizando uma altura 243 mm,
49
expressando a eficiência do plantio direto na retenção da umidade do solo. Já o lote 2 foi plantado
no dia 1° de abril e apresentou a menor produtividade entre os quatro, fato que se deveu ao
grande volume de chuvas no inicio do mês de Abril, somando 242 mm de chuvas nos primeiros
quatorze dias, o que inviabilizou o sistema produtivo.
Este sistema de plantio tem se mostrado como uma opção satisfatória na produção
agrícola, em contraposição ao chamado sistema convencional. Esse sistema apresenta a vantagem
de impor um menor revolvimento do solo durante o manejo agrícola, impactando menos o meio
ambiente, através da redução do uso de combustível fóssil, minimizando os processos erosivos
decorrentes da compactação e da desestruturação física do solo (NETO et al., 2007;
CARVALHO et al. 1999).
As Figuras 14A e 14B mostram dois campos na área de estudo, um explorado em
sistema convencional e o outro com a adoção da técnica de plantio direto. Através das referidas
figuras pode-se observar claramente o controle da erosão nas áreas do Assentamento de Lagoa
Grande pela adoção do Sistema de plantio direto.
A B
Figura
14 - Plantio Tradicional (A) e Plantio Direto(B) em Lagoa Grande, Tabuleiro do Norte-
Ce, 2008
Segundo a EMATERCE (2007), o sistema de plantio direto é adaptável a qualquer
cultura e apresenta as seguintes vantagens: mantem o solo coberto, controla a erosão, diminui a
temperatura do solo, aumenta a retenção de umidade, eleva a fertilidade do solo, diminui os
custos de produção.
50
4.1.4 Produtividade da água
Para os cálculos do volume de água por quilo de sorgo produzido neste sistema foram
consideradas as alturas pluviométricas ocorridas durante o ciclo da cultura (dias) e a produção
total de cada área, conforme mostra a Tabela 5.
Tabela 5 – Demanda de água por quilo de sorgo em Lagoa Grande, Tabuleiro do Norte- CE,
2008
Lotes
Área
(ha)
Data do
plantio
Precipitação
(mm m
-3
)
Produção
(kg)
m
3
Kg
-1
01 8,62 12/05/08 133=11.465 8.100 1,63
02 15,00 01/04/08 496=74.200 15.400 4,83
03 12,90 27/04/08 243=31.347 14.220 2,20
04 4,48 20/04/08 243=10.886 9.600 1,13
05 8,35 22/05/08 113= 9.435 3.660 2,57
06 10,67 03/06/08 95 =10.137 5.640 1,80
07 4,80 03/06/08 95= 4.560 2.880 1,59
08 18,25 17/05/08 133=24.273 11.220 2,16
09 22,05 10/05/08 182=40.131 15.720 2,55
10 16,38 02/06/08 95=15.561 10.020 1,52
11 8,11 17/05/08 133=10.786 7.080 1,53
12 9,00 26/04/08 243=21.870 12.300 1,78
Fonte: Dados da Pesquisa.
Pode-se observar pela referida tabela que a produtividade da água na cultura do sorgo
apresentou uma alta variabilidade como uma decorrência natural da distribuição temporal das
chuvas durante o ciclo da cultura, mascarando assim o efeito do plantio direto na conservação da
água. Os valores elevados da relação de grão produzido e água aplicada se explica pela entrada de
uma lâmina superior a requerida pela cultura que é de 300-325 mm. A melhor relação foi
observada no lote 4, o qual apresentou a máxima produtividade, enquanto que a pior relação foi
identificada no lote 2 o qual apresentou a quarta melhor produtividade Tabela 3. Portanto
verifica-se que a melhor relação produção de grão demanda hídrica apresenta uma forte relação
com a distribuição hídrica ao longo do ciclo e não com a lâmina total.
51
Tal fato expressa o grande desafio em se praticar à agricultura de sequeiro com
sucesso, onde a irregularidade na distribuição das chuvas apresentou-se nessa pesquisa como um
fator limitante de maior peso do que a própria escassez. Torna-se necessário, portanto, a adoção
de sistemas de produção que se adapte a esta realidade, bem como trabalhar em parceria com os
órgãos de previsões do tempo, aproveitando bem a quadra invernosa prevista e adotando
calendários de plantio de conformidade com as informações e previsões fornecidas por tais
órgãos.
4.1.5 Análise financeira do sistema plantio direto.
Para as análises financeiras foram levantados os custos de produção por hectares da
cultura do sorgo, conforme mostra Tabela 6.
Tabela 6 – Custos de Produção - Lagoa Grande – Tabuleiro do Norte/ CE, 2008
Discriminação Unidade Quant.
Valor Unit.
(R$)
Valor Total
(R$)
Insumos
Sementes kg 6 12,00 72,00
Herbicida (Glifosato) Litro 3 26,00 78,00
Grafite kg 0,03 5,00 0,15
Sacos Vazios de 60 kg Saco 40 0,70 28,00
Adubo Foliar Litro 3 15,00 45,00
Subtotal 223,15
Mão de Obra
Aplicação do Herbicida Hora/máq. 0,5 70,00 35,00
Plantio Hora/máq. 1 70,00 70,00
Colheita Hora/máq. 1 80,00 80,00
Mão de Obra Ensacamento Saco 40 0,50 20,00
Transporte Verba 1 20,00 20,00
Subtotal 225,00
Total 448,15
Fonte: EMATERCE (2008).
Conforme dados visualizados na Tabela 6, verificou-se que o custo de produção para
cada hectare de sorgo plantado foi de R$ 448, 15 (Quatrocentos e quarenta e oito reais e quinze
52
centavos). O que nos condiciona a elaborar a análise financeira do sistema, conforme mostra a
Tabela 7.
Tabela 7 –
Análise financeira em Lagoa Grande, Tabuleiro do Norte, Ce, 2008
Área
(ha)
Cultura
Produção
(kg)
Preço médio
(Rs)
Valor total
(Rs)
Custo
(Rs)
Lucro
(Rs)
8,62 Sorgo 8.100 0,42
3.402,00
3.863.05 -461.05
15,00 Sorgo 15.480 0,42
6.501,60
6.722,25 -220,65
12,9 Sorgo 14.220 0,42
5.972,40
5.781,14 191,26
4,48 Sorgo 9.600 0,42
4.032,00
2.007,71 2.024,29
8,35 Sorgo 3.660 0,42
1.537,20
3.742,05 -2.204,85
10,67 Sorgo 5.640 0,42
2.368,80
4.781,76 -2.412,96
4,80 Sorgo 2.880 0,42
1.209,60
2.151,12 -941,52
18,25 Sorgo 11.220 0,42
4.712,40
8.178,74 -3.466,34
22,05 Sorgo 15.720 0,42
6.602,40
9.881,71 -3.279,31
16,38 Sorgo 10.020 0,42
4.208,40
7.340,70 -3.132,30
8,11 Sorgo 7.080 0,42
2.973,60
3.634,50 -660,90
9,00 Sorgo 12.300 0,42
5.166,00
4.033,35 1.132,65
Fonte: Dados da Pesquisa.
Conforme dados visualizados na Tabela 7, verificou-se que apenas os lotes 3, 4 e 12
apresentaram resultados econômicos positivos. Com destaque para os lotes 4 e 12, com uma boa
remuneração do capital investido, na ordem de: 100,82% e 28,11% respectivamente. Destaca-se
que esses três lotes foram os que efetuaram o plantio no final de março como já comentado no
sub-item 4.1.3.
Segundo a EMATERCE (2007), comparando o sistema convencional com o sistema
plantio direto concluíram que a perda de solo no plantio direto é inferior 24,56% e a retenção de
umidade é superior 30,8% em relação ao plantio tradicional.
O sistema de plantio direto (SPD) tem demonstrado sua eficácia na solução dos
problemas de solo, primeiramente, com a introdução de práticas de cobertura de solo no inverno e
53
a rotação de culturas, sendo que os testes feitos na cobertura de inverno comprovaram seus
efeitos nas lavouras de verão. Avaliar os efeitos da eficácia e eficiência do SPD como
contribuição decisiva para uma agricultura sustentável em termos ambientais, economicamente
competitiva e socialmente eqüitativa tem sido o foco das atenções de pesquisadores e produtores,
dentro do que se pode denominar "cadeia de sustentabilidade" da agricultura brasileira (ALVIM
JÚNIOR, 2005).
4.2 Agricultura irrigada
4.2.1 Perfil dos irrigantes
As entrevistas foram realizadas aleatoriamente no perímetro irrigado do Curupati
onde foram entrevistados 18 produtores. As respostas são muito semelhantes, face aos mesmos,
estarem ali pelo o mesmo motivo, a inundação de suas áreas com a construção da barragem do
Castanhão. A assistência técnica no projeto Curupati é realizada pela Secretária da Agricultura do
Estado, hoje denominada SDA - Secretária do Desenvolvimento Agrário e EMATERCE, ambas
com escritórios no Município de Jaguaribara, sendo permanente a presença de dois técnicos
agrícolas no projeto, onde a orientação técnica é unificada a todos os irrigantes. Portanto, todos
os irrigantes recebem a mesma orientação e adotam o mesmo manejo de irrigação.
Dos irrigantes entrevistados foi identificado que 67% (Figura 15) informaram que não
tinham experiência anterior com a agricultura irrigada, Quadro semelhante foi identificado por
Lopes et al. (2009) com os proprietários de lote do Perímetro Irrigado do Baixo Acaraú. A falta
de conhecimento e de vivência com a técnica da irrigação aumenta a probabilidade do insucesso
do produtor. Autores como Branco, 2003, Vanzela, 2003 e Andrade et al. (2009), afirmam que o
sucesso da agricultura familiar apresenta uma estreita relação com o grau de instrução e
conhecimento da técnica praticada.
54
33%
67%
Sim Não
Figura 15 – Irrigantes com experiência em irrigação no Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
Outro fator que vale ressaltar é referente à opinião sobre o perímetro irrigado, onde
66% indicaram que estão satisfeitos com a nova situação, 28% consideram que a situação é
regular e 6% classificaram como ruim a condição em que se encontra o perímetro irrigado do
Curupati (Figura 16).
66%
28%
6%
Boa Regular Ruim
Figura 16 - Opinião dos irrigantes sobre o perímetro no Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
Uma situação preocupante identificada no levantamento de campo foi o
comportamento dos produtores com relação às embalagens de defensivos agrícolas e fertilizantes
55
(Figura 17). A pesquisa identificou que 70% dos irrigantes desconsideram ou desconhecem o
destino final que deve ser dado às embalagens de defensivos e fertilizante e que os outros 30%
devolvem aos fornecedores. Verificou-se que as embalagens de fertilizantes e defensivos
aplicados no perímetro que são devolvidas aos fornecedores, são armazenadas de forma
inadequada até que os mesmos realizem a coleta, como mostra a Figura 18.
30%
70%
Sim Não
Figura 17 - Destinação das embalagens em Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
Figura 18 - Embalagens de defensivos e fertilizantes para serem recolhidas pelo fornecedor no
Perímetro Irrigado Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
Um agravante a essa situação é que as embalagens não recolhidas pelos os
fornecedores são adicionadas aos demais resíduos sólidos gerados no perímetro e dispostos
inadequadamente nos fundos dos quintais das residências (Figura 19), onde são queimados,
56
podendo as cinzas e as partes não queimadas serem carreadas para o açude Castanhão. Pode-se
observar pela Figura 20, que resíduos sólidos gerados no perímetro e dispostos inadequadamente
nos fundos dos quintais das residências, inclusive os oriundos das embalagens de defensivos e
fertilizantes aplicados na cultura do mamão, atingem as águas do açude Castanhão.
Figura 19 – Embalagens de defensivos e fertilizantes no Perímetro Irrigado Curupati,
Jaguaribara-Ce, 2008
Figura 20 Resíduos sólidos nas águas do Castanhão na área do Perímetro Irrigado Curupati,
Jaguaribara-Ce, 2008
Comportamento semelhante é praticado pelos produtores de tomate irrigada em
Camocim de São Félix Estado do Pernambuco como foi identificado por Araújo et al., (2000) em
estudo do Impacto dos praguicidas na saúde humana.
57
Ações como essa pode promover o comprometimento dos corpos hídricos quanto a
sua qualidade. Pesquisadores como Legg (1997); Primel et al.( 2005); Gomes (2001); afirmam
que uma das maiores conseqüências ambientais da agricultura intensiva pode ser a degradação da
qualidade das águas, e que essa degradação atinge águas superficiais e subterrâneas, pelos aportes
agrícolas (agrotóxicos, adubos minerais e aplicação de resíduos orgânicos).
4.2.2 Manejo da irrigação
Como os irrigantes do perímetro não dispõem de equipamentos ou acessórios que
indiquem o momento de reposição da lâmina de irrigação, determinou-se o perfil do teor de
umidade do solo até a profundidade de 120 cm, e assim identificou-se a existência ou não por
perdas de água por percolação profunda. As coletas foram realizadas nos meses de Julho de 2008
indentificado como R1, (representativo do início do período de irrigação) e em Outubro de 2008
representado por R2, (representativo do período de maior demanda de água pela cultura). O perfil
de umidade do solo para as duas datas pode ser vistos na Figuras 21.
58
Figura 21 –
Perfil da umidade do solo, R1 realizado em Julho e R2 realizado em Outubro no
Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
Verifica-se pela figura 21 que durante as duas datas, com exceção da primeira
camada (0-30 cm), para o mês de outubro, a umidade do solo apresentou valores semelhantes.
Esses resultados apontam para perda de água por percolação profunda, uma vez que o cálculo da
lâmina de irrigação era efetuado para a profundidade de 0,80 m. Coelho et al. (2005), estudando o
sistema radicular da cultura do mamoeiro em diferentes sistemas de irrigação localizada na região
Nordeste, concluíram que 80% do sistema radicular do mamoeiro irrigado por gotejadores
superficiais ocorreram para profundidade 45 cm, sendo que, pelo menos 60% das raízes se
concentram a 25 cm, atingindo a profundidade máxima de 75 cm. Observou-se assim, que os
teores de umidade no perfil de 90-120 cm, são compatíveis com os demais perfis estudados, o
que caracterizou um uso excessivo de água e fertilizante numa zona fora do alcance do sistema
radicular do mamoeiro.
Resultados semelhantes foram encontrados por Chaves (2006) estudando Risco de
degradação em solo irrigado no Distrito de Irrigação do Perímetro Araras Norte, Ceará, onde
0
15
30
45
60
75
90
105
120
11.6 11.8 12 12.2 12.4 12.6 12.8 13 13.2 13.4 13.6 13.8 14 14.2
Umidade (%)
Perfil (cm)
R1 R2
59
constatou incrementos na salinidade do solo para a camada mais profunda, expressando a
ocorrência do processo de lixiviação como conseqüência de uma lâmina de irrigação excessiva.
4.2.3 Avaliação dos Sistemas de Irrigação
Os coeficientes indicadores de avaliação do sistema empregado no Perímetro de
Irrigação do Curupati são apresentados na Tabela 8.
Tabela 8 – Coeficientes da avaliação do sistema de irrigação em Curupati, Jaguaribara,Ce, 2008
Coeficientes Unidade Valores
Vazão Media do Sistema L h
-1
2,84
CUD % 94,20
CV % 4,14
Ea % 84,78
Observa-se que o Coeficiente de Uniformidade de Distribuição – CUD apresentou um
valor de 94,20% que segundo Merriam e Keller (1978) indica um excelente desempenho do
sistema de irrigação, como também uma Eficiência de aplicação – Ea de 84,78% considerada
satisfatória. Destaca-se que de acordo com as informações obtidas através dos questionários
aplicados, a vazão de projeto dos gotejadores era de 2,0 L h
-1
.
Confrontando a vazão média encontrada na avaliação do sistema de irrigação através
do CUD-Coeficiente de Uniformidade de Distribuição que é de 2,84 L h
-1
e a vazão simulada no
projeto que é de 2,0 L h
-1
, identifica-se um excedente na aplicação da lâmina de irrigação por
gotejador na ordem de 42%, representando um significante volume de água aplicado em excesso
anualmente, conforme mostrado na Tabela 9.
Além das perdas de água computada, adiciona-se um consumo excessivo tanto de
energia elétrica quanto de fertilizantes aplicados através da fertirrigação, onerando assim os
custos de produção e diminuindo a rentabilidade econômica da atividade.
60
Tabela 9 – Excedente da lamina aplicada relativa a lamina do projeto no Curupati, Jaguaribara-
Ce, 2008
Nº de gotejadores
Vazão
(L h
-1
)
Horas Dias Ano
Volume
(m
3
)
324.000 2,00 2 90 2006 116.640,00
324.000 2,84 2 90 2006 165.628,80
Volume excedente aplicado no ano 2006 48.988,80
324.000 2,00 5 230 2007 745.200,00
324.000 2,84 5 230 2007 1.058.184,00
Volume excedente aplicado no ano 2007 312.984,00
324.000 2,00 5 223 2008 722.520,00
324.000 2,84 5 223 2008 1.025.978,40
Volume excedente aplicado no ano 2008 303.458,40
4.2.4 Produtividade do mamão
Tendo-se por base a matriz formada a partir dos questionários aplicados elaborou-se o
perfil dos irrigantes com relação ao manejo adotado para a irrigação e insumos empregados
(Tabela 10). A estatística descritiva e a distribuição de freqüência da produtividade alcançada se
encontram nas Tabelas 11 e 12 respectivamente. Analisando-se as referidas tabelas observa-se
que apesar do manejo adotado e dos insumos empregados serem os mesmos para todos os
irrigantes a produtividade variou de 80 ton ha
-1
a 106 ton ha
-1
, com uma produtividade média de
96,78 ton ha
-1
e um desvio padrão de 6,40 ton ha
-1
.
Da população estudada, 77,78% (14 irrigantes) obtiveram uma produtividade em
torno da média (96,78±6,40); 5,56% (1 irrigante) apresentou produtividade significativamente
superior a média (
α = 5%) e 16,68% (3 irrigantes) obtiveram uma produtividade menor ou igual a
90 ton ha
-1
, inferior a média (Tabela 11 e12).
61
Tabela 10 – Manejo adotado e insumos empregados no perímetro irrigado do Curupati,
Jaguaribara-Ce 2008
Irrigante Cultura
Área
(ha)
Sistema de
irrigação
Tempo de
irrigação
Adubação Agrotóxicos
Produtiv.
(t ha
-1
)
01 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 93
02 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 106
03 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 93
04 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal
93
05 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 86
06 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 93
07 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 93
08 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 80
09 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 93
10 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 93
11 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 83
12 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 100
13 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 100
14 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 100
15 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 100
16 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 100
17 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 93
18 Mamão 1,5 Gotejamento 5 h dia
-1
2ª a 6ª feira Quinzenal 93
Fonte: Dados da Pesquisa.
62
Tabela 11 – Estatística descritiva dos produtores de mamão em Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
Parâmetros
Valores
(ton ha
-1
)
Média
96,78
Moda
93,00
Mediana
93,00
Desvio Padrão
6,40
Intervalo de confiança de 95%
Limite inferior
90,38
Limite superior
103,18
Mínimo
80,00
Maximo
106,00
Fonte Dados da Pesquisa.
Tabela 12 – Distribuição de freqüência da produtividade do mamão irrigado em Curupati,
Jaguaribara-Ce, 2008
Produtividade
(ton ha
-1
)
Freqüência Percentual Percentual acumulativo
80 1 5,56 5,56
83 1 5,56 11,11
86 1 5,56 16,67
93 9 50,00 66,67
100 5 27,78 94,44
106 1 5,56 100,00
Total 18 100,00
Fonte Dados da Pesquisa.
A produtividade média encontrada nesse estudo supera a produtividade média
encontrada para a cultura do mamoeiro em outras regiões do Brasil (SOUSA et al., 2007;
MESQUITA et al., 2007; SANTOS, 2006).
O Brasil é o primeiro produtor mundial de mamão. Atualmente é uma fruteira
cultivada em quase todo território brasileiro com destaque para os Estados da Bahia, Espírito
Santo e Pará. A produtividade média Nacional para variedade do grupo Formosa é de 60 ton ha
-
1
(SANCHES; DANTAS, 1999).
63
De toda a produção obtida (2.566.713 kg de mamão formosa) durante o período de
estudo (30/05/2007 a 20/08/2008) 91% foi comercializada no mercado interno Nacional e 9% foi
destinada ao mercado Internacional (Figura 22).
91%
9%
Mercado Interno Mercado Externo
Figura 22 – Comercialização do mamão no mercado interno e externo em Curupati, Jaguaribara-
Ce, 2008
4.2.5 Produtividade da água
Para os cálculos do volume de água na produção por quilo de mamão, foi incluída
tanto a água distribuída pelo sistema de irrigação quanto à água distribuída pelas chuvas durante
todo o ciclo da cultura do mamão, como mostra a Tabela 13.
Tabela 13 - Volume de água consumido da preparação das mudas até a colheita em Curupati,
Jaguaribara-Ce, 2007/2008
Ano Volume de chuva (m
3
) Volume de irrigação (m
3
) Total (m
3
)
2006 - 165.628,80 165.628,80
2007 152.793,00 1.058.184,00 1.210. 977,00
2008 260.712,00 1.025.978,40 1.286.690,40
Volume total durante o ciclo da cultura 2.663.296,20
64
Conforme dados visualizados na Tabela 13, verificou-se que o volume total de água
em todo processo produtivo da cultura do mamão foi correspondente a 2.663.296,20 m
3
. Para os
cálculos da demanda de água para cada quilo de mamão produzido, os dados podem ser
visualizados na tabela 14.
Tabela 14 –
Demanda de água por quilo de mamão em Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
Água aplicada Volume/Produção/produtividade
Volume total de água 2.663.296,20 m
3
Produção total de mamão 2.556.713 kg
Volume total de água/produção total de mamão 2.663.296,20/2.556.713 kg = 1,042 m
3
kg
-1
Conforme a referida Tabela, verifica-se que para cada 1,042 m
3
de água aplicada se
produziu 1 kg de mamão.
Mesmo com uma aplicação excessiva da lâmina de irrigação em relação a lâmina
projetada, o volume de água por cada de quilo de mamão produzido foi inferior aos encontrados
por Souza et al. (2006) estudando a eficiência de irrigação em perímetros irrigados do Estado do
Ceará, em solos de diferentes texturas, onde obtiveram resultados que demonstraram uma
amplitude de valores, entre 0,5 e 0,18 kg m
-3
, significando que para a textura argilo-siltosa
produziu-se 0,5 kg de arroz em casca para cada 1,0 m
3
de água aplicada. Já para a textura franca,
produziu-se apenas 0,18 kg para cada 1,0 m
3
de água aplicada.
A agricultura irrigada nas regiões secas requer a demanda de elevadas quantidades de
água, enquanto que para se produzir um quilograma de grãos em regiões úmidas é requerido
menos de 0,5 m
3
de água. É comum nas regiões áridas esse volume variar de 1,5 a 2,5 m
3
(ANDRADE; D’ALMEIDA, 2006).
65
4.2.6 Análises financeira da agricultura irrigada
Para se efetivar a análise financeira da agricultura irrigada computaram-se todos os
gastos com a produção conforme mostra a Tabela 15.
Tabela 15 - Custos de produção por hectare em Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
Discriminação Unidade Quantidade
P. Unit
(R$)
P. Total
(R$)
Serviços
Aração H/M 3 60 180
Gradagem H/M 1 60 60
Marcação das linhas D/H 1 20 20
Aplicação de calcário D/H 2 20 40
Sulcamento H/M 1 60 60
Adubação de fundação D/H 6 20 120
Distribuição de esterco D/H 2 20 40
Transporte de mudas H/M 3 60 180
Distribuição de mudas D/H 3 20 60
Plantio/replantio D/H 3 20 60
Capinas D/H 4 20 80
Roço mecanizado H/M 15 60 900
Roço manual D/H 4 20 80
Adubação de cobertura D/H 6 20 120
Fertirrigação D/H 10 20 200
Pulverizações H/M 12 50 600
Técnico D/H 12 25 300
Auxiliar técnico D/H 12 20 240
Bombeiros D/H 12 25 300
Colheita/classific/embal D/H 24 20 480
Subtotal 4120
Insumos
Mudas (5%) replantio UN 3.000,00 0,25 750
Esterco m
3
14 18 252
Calcário Dolomitico Kg 1.000,00 0,1 100
Uréia Sc 10 120 1.200,00
Superfosfato Simples Sc 8,00 70 560
Cloreto de Potássio Sc 10 170 1.700,00
FTEBR12 Sc 4,00 170 680
Nitrato de Cálcio Sc 40 50 2.000,00
MAP purificado Sc 8,00 170 1.360,00
Sulfato de Amônia Sc 10 70 700,00
Sulfato de magnésio Sc 40,00 27 1.080,00
Nitrex Sc 5 12 60,00
Orthene Pc 3,00 25 75,00
Espalhante adesivo Litro 2 7 14,00
Cab 10 Litro 5,00 8 40,00
Energia Kw 17.142 0.14 2.399,88
Subtotal 12.970,88
Total 17.090,88
Fonte SDA (2007)
66
Conforme dados visualizados na Tabela 15, verificou-se que o custo de produção da
cultura do mamoeiro foi de Rs: 17.090,88 kg ha
-1
, mais os dados coletados através do
questionário aplicado, formularam-se a analise econômica dos 18 produtores distribuídos em
lotes de 1,5 ha numa área total de 27 ha, conforme mostra a Tabela 16.
Tabela 16 – Analise financeira – Curupati – Jaguaribara/CE, 2008
Área
(ha)
Cultura
Produção
(Kg)
Preço médio
(R$)
Valor total
(R$)
Custo
(R$)
Lucro
(R$)
27 Mamão 2.556.713 0,35 894.849,55 461.453,76 433.395,79
Conforme dados visualizados na Tabela 16, verificou-se um lucro liquido de R$:
433.395,79 para todo o grupo, que foram rateados entre os 18 produtores, conforme mostra a
Tabela 17.
Tabela 17 – Lucro liquido por produtor em Curupati, Jaguaribara-Ce, 2008
N° de Produtores
Lucro total
(R$)
Lucro/Produtor
Período
(30/05/07- 20/08/08).
Renda
Mensal/Produtor
18 433.395,79 24.077,16 15 meses 1.367,62
Conforme dados visualizados na Tabela 17, verificou-se uma renda mensal para os
primeiros 15 meses satisfatória, pois todos os irrigantes são remanescentes de áreas inundadas
pelas as águas do açude Castanhão e exerciam a função de agricultores sem terra e pequenos
proprietários que praticavam a agricultura de sequeiro ou irrigado como meeiros onde suas
remunerações variavam em torno de um salário mínimo.
67
Ainda referente Tabela 17, a renda individual por cada irrigante foi igual 3,29 salários
mínimos, superior ao encontrado por Silva et al (2003), estudando a composição e distribuição da
renda das famílias no meio rural agropecuário na região de Ipanguaçú – RN. Os autores supra
citados concluíram que mesmo numa região de fruticultura irrigada a renda anual foi equivalente
a R$ 4.456,41, correspondendo a uma remuneração mensal igual a 2,06 salários mínimos para o
ano de 2001, época que foi desenvolvida a pesquisa que deu origem ao trabalho referenciado.
Autores como Lacerda e Oliveira (2007), estudando a agricultura irrigada e a
qualidade de vida dos agricultores em perímetros do Estado do Ceará também constataram
melhoria da qualidade de vida dos produtores.
4.2.7 Análises dos impactos da agricultura
A agricultura de sequeiro
Em regiões de climas semi-áridos a atividade agrícola executada de forma inadequada
tem causado impactos ambientais que tem contribuído na modificação da fauna e flora acelerando
o processo de desertificação. Mas quando se adota sistemas de produção adaptados ao clima com
praticas de conservação de solo e água, a mesma apresenta resultados satisfatórios nas áreas:
social, econômica e ambiental, conforme mostra Tabela 18.
A agricultura irrigada
Tem contribuído significativamente no suprimento de alimentos e na elevação da
renda da atividade agrícola, mas inegavelmente tem se destacado como uma atividade
potencialmente poluidora, principalmente dos recursos solo e água, modificando a qualidade e
quantidade dos recursos hídricos em regiões de clima semi-árido, onde quantidades de água são
aplicadas em perímetros irrigados do nordeste de forma ineficiente, contribuindo também na
modificação da fauna e da flora com o uso excessivo dos agroquimicos, conforme dados que
podem ser visualizados na Tabela 18.
68
Tabela 18 – Impactos positivos e negativos causados na agricultura
Sistemas de
produção
Impactos
Agricultura
irrigada
Ambientais Econômicos Sociais
( - ) Desperdício de água de 42% ( + ) Elevação da renda
( + )Povoamento da área
rural
( - ) Degradação do solo
( + ) Desenvolvimento
local
( + ) Combate ao êxodo
rural
( - ) Alto consumo de Agrotóxicos
( + ) Desenvolvimento
regional
( + ) Geração de
emprego
( - ) Modificação da fauna e flora ( + ) Geração de renda.
( + ) Difusão de
tecnologia
( - ) Alto consumo de energia
( + ) Elevação da
remuneração
( + ) Melhoria na
qualidade de vida
( - ) Alto consumo de água
Agricultura de
sequeiro
( + ) Mantém o solo coberto
( + ) Diminuição do
custo de produção
( + ) Convivência com o
semi-árido
( + ) Controla a erosão
( + ) Diminui o
investimento inicial
( + ) Povoamento da área
rural
( + ) Diminui a temperatura do solo
( + ) Eleva a
produtividade
( + ) Combate ao êxodo
rural
( + ) Aumenta a retenção de água no
solo
( + ) Elevada
Remuneração do capital
investido
( + ) Geração de
emprego
( + ) Melhora a fertilidade do solo ( + ) Elevação da renda ( + ) Geração de renda
( + ) Evita a compactação -
( + ) Melhoria da
qualidade de vida
Fonte Dados da Pesquisa.
( + ) Impacto positivo.
(
- ) Impacto negativo.
Conforme a referida tabela, verifica-se os impactos ambientais, econômicos e sociais
gerados na atividade agrícola, destacando-se os impactos ambientais negativos provocados pela a
agricultura irrigada que tem contribuído para degradação do solo e água.
Segundo Gondim et al (2006), a agricultura irrigada apresenta expressivos impactos
ambientais, incluindo-se a grande demanda de água, em épocas de baixa vazão nos mananciais,
chegando a provocar a exaustão hídrica.
De acordo com Gomes (2001) a agricultura, entre outras atividades, tem sido
considerada como uma atividade potencialmente poluidora de todo sistema água-solo-planta-
atmosfera-animais, se acentuando no Brasil a partir da década de 70 com a chamada Revolução
Verde.
69
Segundo Fadini e Louzado, 2001 a aplicação de agrotóxicos tem contribuído para
modificação da fauna e flora, objetivando eliminar organismos daninhos, a aplicação de
agrotóxicos atinge também organismos benéficos ou neutros às culturas, conhecidos como
organismos “não-alvos” das aplicações. Podemos citar como organismos “não-alvos” das
aplicações de agrotóxicos os inimigos naturais, polinizadores, decompositores, o aplicador e,
eventualmente, qualquer organismo que esteja no local da aplicação ou no raio de ação desses
produtos.
Chaves (2006) em Risco de degradação em solo irrigado do Distrito de Irrigação do
Perímetro Araras Norte, encontrou uma diferença entre as médias da condutividade elétrica (CE)
da área irrigada e da mata nativa que variou de 128,45% na camada superior a 322,84% na última
camada, indicando que o maior acúmulo de sais está na camada inferior concluindo que o
impacto da irrigação mostrou-se altamente significativo expressando risco de salinização da área
irrigada.
70
5 CONCLUSÕES
Agricultura de sequeiro – Plantio direto
1.
A variabilidade na produtividade do sorgo demonstra que o problema da frustração de safras
em regiões semi-áridas não é a ausência de chuvas, mas sim irregularidade na distribuição das
mesmas no decorrer da quadra invernosa.
2.
O sistema comprovou eficiência na preservação e conservação do solo e água, sendo uma
alternativa na busca da sustentabilidade da atividade no semi-árido Nordestino.
3.
O sistema demonstrou ser uma a alternativa viável na captação de umidade adequada ofertada
pela quadra invernosa no sentido de se evitar frustrações de safra recorrentes na agricultura de
sequeiro no Nordeste Brasileiro.
Agricultura irrigada
4.
Os resultados obtidos demonstram o despreparo dos irrigantes e técnicos responsáveis pela
assistência nos perímetros. A ausência de acessórios e equipamentos indicadores de umidade
na determinação da reposição de água no solo acarreta a aplicação de lâminas de reposição
excessiva elevando o custo de produção, principalmente, pelo alto consumo de energia
elétrica e fertilizantes através da fertirrigação.
5.
Impacto: os resíduos sólidos gerados no perímetro e a reposição da água da lavagem dos
equipamentos utilizadas na aplicação de defensivos e fertilizantes que são jogadas no solo e
consequentemente atingem as águas do Castanhão podendo levar a poluição e contaminação
dessas águas.
6.
Existe discordância entre o projeto e as práticas aplicadas no perímetro irrigado, como
pressão de serviço dos emissores, lamina de irrigação, profundidade do sistema radicular,
horas de funcionamento dos equipamentos.
7.
Para se produzir 1 Kg de mamão foi aplicado 1,042 m
3
de água expressando uma
produtividade de 0,95 kg m
3
.
8.
A atividade agrícola causa impactos ambientais negativos, mas contribui para geração de
emprego, renda e o desenvolvimento local e regional.
71
6 RECOMENDAÇÕES FINAIS
Agricultura de sequeiro - plantio direto
Formar parceria entre os órgãos de assistência técnica, pesquisa e os de previsões
meteorológicas, com a finalidade de elaborar calendários de plantio a fim de minimizar os riscos
na frustração de safras.
Agricultura irrigada
Adotar práticas culturais, manutenção e aplicação de laminas de irrigações
compatíveis com o projeto técnico. Como também desenvolver pesquisas mais aprofundadas dos
impactos ambientais causados pela inadequada disposição final dos resíduos sólidos gerados na
agricultura.
72
REFERÊNCIAS
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no sistema de plantio direto no Estado de Mato Grosso do Sul,
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ANDRADE. E. M DE.; D’ALMEDA, D. M. B. A. A irrigação e os riscos de degradação dos
recursos naturais.
In: ROSA, M. F.; GONDIM, R. S.; FIGUEIRÊDO, M. C. B. (Editores Técnicos)
Gestão Sustentável no Baixo Jaguaribe, Ceará. Fortaleza: EMBRAPA Agroindústria Tropical,
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ANDRADE, et al. Fatores determinantes da qualidade das águas superficiais na bacia do Alto
Acaraú, Ceará, Brasil.
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79
APÊNDICE A -
DEMANDA DE ÁGUA NA PRODUÇÃO AGRICOLA E SEUS IMPACTOS: AMBIENTAIS E
ECONOMICOS
LOCALIDADE:
MUNICIPIO-UF:
ENTREVISTADO: DATA:
1. CULTURA: 2. ÁREA PLANTADA:
3. TIPO DE PLANTIO: 4. PRECIPITAÇÃO MENSAL:
5. PRECIPITAÇÃO TOTAL: 6. TRATOS CULTURAIS:
7. HORA HOMEM: 8. HORA MAQUINA:
9. TRAÇÃO ANIMAL: 10. COMBUSTIVEIS:
11. ADUBO
NOME: 11. QUANTIDADE: 12. PREÇO:
13. DEFENSIVO
NOME: 14. QUANTIDADE: 15. PREÇO:
16. DATA DO PLANTIO: 17. DATA DA COLHEITA:
18. PERIODO DA COLHEITA: 19. TOTAL DA PRODUÇÃO:
20. PRODUTIVIDADE: 21. CUSTO DE PRODUÇÃO:
22. PREÇO DE VENDA: 23. TOTAL DA PRODUÇÃO:
24. VALOR TOTAL DA VENDA DA PRODUÇÃO:
25. VALOR TOTAL GASTO NA PRODUÇÃO: 26. LUCRO:
OBSERVAÇÕES:
80
APENDICE B - DEMANDA DE ÁGUA NA PRODUÇÃO AGRICOLA E SEUS IMPACTOS: AMBIENTAIS E
ECONOMICOS
LOCALIDADE ____________________________
MUNICÍPIO - UF: ___________________________________
GPS – PONTO LATITUDE LONGITUDE ALTITUDE
PRODUTOR AGRÍCOLA
QUESTIONÁRIO N
O
IDENTIFICAÇÃO DO LOTE:
NOME DO ENTREVISTADO: __________________________________________________________________
NOME DO ENTREVISTADOR: _________________________________________________________________
DATA: ______/_______/_________
Observações: _________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
QUANDO ADQUIRIU A PROPRIEDADE?
COM O ÍNICIO DO PROJETO
DEPOIS - HÁ ________ ANOS
JÁ TINHA EXPERIENCIA COMO IRRIGANTE?
SIM
NÃO
O QUE VOCÊ FAZIA ANTES: _______
_____________________________________
ÁREA TOTAL: ___________________ hectares ÁREA DE PLANTIO: ___________________
hectares
1. QUAIS TREINAMENTOS JÁ RECEBERAM?
2. CULTURAS IMPLANTADAS
ORD
EM
CULTURAS ÁREA PRODUTIVIDADE
A
B
C
D
E
F
81
SEM NENHUM CULTIVO ATUAL OU EM MATA NATIVA
ÁREA EM DESCANSO
SIM NÃO
3. TIPO DE SISTEMA DE IRRIGAÇÃO?
MICROASPERSÃO
GOTEJAMENTO
MINIASPERSÃO
OUTROS:________________________________________________
4. TEMPO DE IRRIGAÇÃO:
QUANTAS HORAS?_____________________
FREQUÊNCIA?_________________________
5. HORÁRIO EM QUE REALIZA A
IRRIGAÇÃO:
(M) MANHÃ (T) TARDE (N) NOITE
6. COMO VOCÊ SABE QUE ESTÁ NA HORA DE IRRIGAR?
COM TENSIÔMETRO
SENSOR
NO OLHO
OUTROS: -
__________________________
7. COMO DETERMINA O TEMPO DE IRRIGAÇÃO?
EVAPORAÇÃO
CULTURA
FASE DA CULTURA
OUTROS:
___________________________
8. VOCÊ JÁ MEDIU A QUANTIDADE DE ÁGUA APLICADA?
SIM.
FREQUÊNCIA?_________________________
NÃO
9. CARACTERÍSTICA DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO:
PRESSÃO QUE O SISTEMA FUNCIONA______________________
VAZÃO DE UM EMISSOR__________________________________
PRESSÃO DE SERVIÇO DO EMISSOR ________________________
10. AVALIAÇÃO DO SISTEMA:
CUC__________________________
CUD__________________________
11. ABRE O SISTEMA DE IRRIGAÇÃO PARA LIMPEZA?
SIM. NÃO
FREQUÊNCIA? _________________________
12. FAZ USO DE VENENOS PARA O CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS ? SIM NÃO
82
CULTUR
A
NOME QUNTIDADE PREÇO
A
B
C
D
E
F
QUANTAS APLICAÇÕES?___________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
13. FAZ CONSÓRCIO?
SIM
NÃO
QUAIS CULTURAS:
COMO É FEITO O CONSORCIO? _______________________________
___________________________________________________________
14. QUAL DAS SEGUINTES TÉCNICAS UTILIZOU NO PERPARO DO SOLO:
GRADAGEM
SUBSOLAGEM ARAÇÃO CALAGEM
OUTROS: _________________________
___________________________________
COM: EQUIP COM TRAÇÃO ANIMAL OU EQUIPAMENTO MECANIZADO
15. QUAL DAS SEGUINTES TÉCNICAS UTILIZOU NA LIMPEZA DO TERRENO:
DESMATAMENTO MANUAL DESMATAMENTO MECANIZADO
16. COM O DESMATAMENTO O QUE FAZ COM A VEGETAÇÃO?
QUEIMA EM TODA ÁREA FAZ COIVARAS E DEIXA EM DECOMPOSIÇÃO
FAZ COIVARAS E QUEIMA OUTROS:________________________________________
17. NOTA PERDA DE QUANTIDADE NA SUA PRODUÇÃO? SIM NÃO
POR QUÊ? _________________________________________________________________________
18. QUAL DAS SEGUINTES PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO DO SOLO UTILIZA:
UTILIZA BAGANA OU RESTOS DE PLANTAS QUEBRA-VENTO PLANTIO DIRETO
PLANTA SEMPRE NO MESMO TERRENO ROTAÇÃO DE CULTURA
19. FAZ ADUBAÇÃO?
20. FAZ-SE ADUBAÇÃO ORGANICA COM ESTERCO DE ANIMAL, QUAL A ORIGEM?
BOVINA CAPRINO E OVINO GALINHA
83
OUTROS___________________________________________________________________________
21. FONTES DE ADUBO
CULTURA ADUBOS QUANTIDADE FREQUÊNCIA
A
B
C
D
E
F
G
H
I
22. FORMA DE APLICAÇÃO DOS ADUBOS
MANUAL FERTIRRIGAÇÃO MECANIZADO
23. SE FAZ FERTIRRIGAÇÃO, QUAL O EQUIPAMENTO USADO?
VENTURI BOMBA AUXILIAR OUTROS:_________________________
24. EM QUE HORA FAZ A FERTIRRIGAÇÃO?
15 MINUTOS APÓS O INÍCIO DA IRRIGAÇÃO
NO INÍCIO DA IRRIGAÇÃO
NO FINAL DA IRRIGAÇÃO
QUANDO PARA DE FERTIRRIGAR, CONTINUA COM A IRRIGAÇÃO
OUTROS:_____________________________________________________
25. COM QUE FREQUÊNCIA FAZ A FERTIRRIGAÇÃO?
______________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
26. COMO FAZ O ARMAZENAMENTO DE ADUBOS E DEFENSIVOS AGRÍCOLAS:
EM CASA EM LOCAL RESERVADO A CÉU ABERTO
SOBRE EXTRADO DE MADEIRA SOBRE O CHÃO
MATEM FORA DO ALCANCE DE CRIANÇAS E ANIMAIS AVISO DE SEGURANÇA
27. QUE TIPO DE EQUIPAMENTO USA NA
APLICAÇÃO DOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS?
_________________________
_____________________________________
1. USA
PROTEÇÃO:
AVENTAL
BOTAS
LUVAS ÓCULOS
MASCARA
28. HORÁRIOS PARA APLICAÇÃO DOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS?
84
MANHÃ TARDE NOITE
29. QUAIS OS CUIDADOS PESSOAIS APÓS A APLICAÇÃO DOS DEFENSIVOS AGRÍCOLAS OU ADUBOS?
TOMA BANHO LAVA AS ROUPAS LAVA AS MÃOS NENHUM OUTRO
30. QUE FAZ COM AS EMBALAGENS DOS
DEFENSIVOS AGRÍCOLAS?
DEIXA NO TERRENO DEPOIS ENTERRA
JOGA NO LIXÃO
DEVOLVE AO FORNECEDOR
REUTILIZA
OUTROS: _____________
31. PARA ONDE VÃO AS ÁGUAS USADAS PARA LAVAGEM DE EQUIPAMENTOS E PRODUTOS:
REUTILIZADAS LANÇADAS NO TERRENO
LANÇADAS NO DRENO OUTROS
32 COMO É REALIZADA A COMERCIALIZAÇÃO?
33 TEM DIFICULDADES?
34. QUAL A SUA OPNIÃO SOBRE O PERÍMETRO: BOA REGULAR RUIM
- TEM ALGUMA COISA QUE POSSA SER FEITA PARA MELHORAR.
___________________________________________________________________________________
35. TREINAMENTO QUE GOSTARIA DE RECEBER?
ORGANIZAÇÃO DOS PRODUTORES (ASSOCIAÇÃO/COOPERATIVAS)
TÉCNICAS DE PRODUÇÃO E CULTIVO ______________________________________________
CONSERVAÇÃO DO SOLO
APLICAÇÃO DE PESTICIDAS
CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS E DOENÇAS
OUTROS _______________________________________________________________________
OBSERVAÇÕES:
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