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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
MELHORIA DA PRODUTIVIDADE DA CADEIA
LEITEIRA POR MEIO DO DESENVOLVIMENTO DE
INDICADORES E CLASSIFICAÇÃO DOS
PRODUTORES DE LEITE
Tese apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de
Produção da Universidade
Paulista UNIP para obtenção do
título de Doutor em Engenharia de
Produção.
MARCELO TSUGUIO OKANO
SÃO PAULO
2010
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ii
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
MELHORIA DA PRODUTIVIDADE DA CADEIA
LEITEIRA POR MEIO DO DESENVOLVIMENTO DE
INDICADORES E CLASSIFICAÇÃO DOS
PRODUTORES DE LEITE
MARCELO TSUGUIO OKANO
Orientação: Prof. Dr Oduvaldo
Vendrametto.
Área de Concentração:
Engenharia de Produção
Tese apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção da
Universidade Paulista, para
obtenção do título de Doutor.
São Paulo
2010
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iii
Okano, Marcelo Tsuguio
Melhoria da produtividade da cadeia leiteira por
meio do desenvolvimento de indicadores e
classificação dos produtores de leite/Marcelo
Tsuguio Okano. São Paulo, 2010. 163 p.
Tese (Doutorado em Engenharia de Produção)
— Universidade Paulista, 2010.
Orientador: Prof. Dr. Oduvaldo Vendrametto
1. Cadeia Leiteira. 2. Agronegócios.
3. Produtividade. 4. Produção Leiteira.
iv
Dedicatória
Para minha esposa, Elisabete, e minha filha, Marcela, pelo incentivo,
respeito, compreensão e carinho, em todos os momentos.
Ao meu pai Mituo (“In memorian”), por ter me ensinado tudo que sei e
sempre lutar pelas coisas.
À minha mãe Francisca, por me educar e sempre confiar em Deus e no
próximo.
Ao Prof. Dr. Oduvaldo Vendrametto, pela sua confiança e orientação para
sucesso deste trabalho.
v
Agradecimentos
Agradeço a todas as pessoas e entidades que, direta ou indiretamente,
tornaram possível a realização deste trabalho:
Em especial, ao Prof. Dr. Oduvaldo Vendrametto, por toda sua orientação e
colaboração dedicadas ao desenvolvimento desta Tese.
Aos Professores Dr. Mario Mollo Netto e Dra. Irenilza de Alencar Nääs, que
muito me ajudaram com os conhecimentos e sugestões.
Ao meu amigo Edson Benedito Marsola, proprietário da fazenda 3J, que me
ensinou muito sobre a produção leiteira e permitiu a pesquisa na sua
fazenda.
Ao Dr. Rui de Oliveira, pelas informações e sugestões sobre as produção
leiteira.
Ao agrônomo Luiz Otavio Motta, pelos dados e informações das
propriedades leiteiras.
Aos professores, funcionários e Reitoria da Universidade Paulista.
Aos amigos de Doutorado, pela motivação e convivência.
À minha família, pai, mãe e irmão, pela paciência, apoio e amor.
Finalmente, a DEUS, pela vida, saúde, e oportunidades que me fazem
querer aprender e crescer, a cada dia, como profissional e ser humano.
vi
SUMÁRIO
SUMÁRIO ...................................................................................................... vi
A B S T R A C T .......................................................................................... xiii
Lista de Abreviaturas ................................................................................... xiv
LISTA DE EQUAÇÕES ................................................................................ xv
Lista de Figuras ........................................................................................... xvi
Lista de Tabelas ........................................................................................ xviii
Lista de Quadros ......................................................................................... xix
Lista de Anexos ............................................................................................ xx
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO .................................................................... 21
1.1 Objetivo Geral .................................................................................... 22
1.1.1 Objetivos Específicos .................................................................. 22
1.2 Metodologia ....................................................................................... 23
1.2.1 Tipo da Pesquisa ......................................................................... 23
1.2.2 Amostra e Atores da Pesquisa ................................................... 24
1.2.3 Instrumento da Pesquisa ............................................................. 24
1.2.4 Elaboração da Pesquisa .............................................................. 24
1.3 Estrutura do trabalho .......................................................................... 25
CAPÍTULO 2 – PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ............................................. 26
2.1 O leite ................................................................................................. 26
2.2 A cadeia leiteira .................................................................................. 27
2.2.1 Características da cadeia leiteira ................................................. 27
2.2.2 Cadeia produtiva do leite ............................................................ 28
2.3 Caracteristicas da produção leiteira nas três ultimas décadas .......... 30
2.3.1 Década de 80 .............................................................................. 31
vii
2.3.2 Década de 90 .............................................................................. 32
2.3.3 A partir de 2000 .......................................................................... 33
2.4 Sistema de Produção de Leite ........................................................... 34
2.4.1 Tipos de Produtores .................................................................... 34
Produtores especializados ................................................................ 34
Produtores não-especializados ......................................................... 34
Produtor moderno convencional ....................................................... 35
Produtor em transição ....................................................................... 35
Produtor tradicional ........................................................................... 36
2.4.2 Sistemas de Criação .................................................................... 36
Extensivo .......................................................................................... 37
Semi-Intensivo .................................................................................. 37
Intensivo ............................................................................................ 37
FREE-STALL .................................................................................... 38
2.4.3 Qualidade de raças leiteiras ........................................................ 40
Gir Leiteiro ........................................................................................ 40
Holandesa ......................................................................................... 41
Jersey ............................................................................................... 42
Girolando .......................................................................................... 43
Pardo-Suíço ...................................................................................... 44
Vacas Mestiças ................................................................................. 45
Melhoramento Genético .................................................................... 46
2.4.4 Ordenha ....................................................................................... 46
2.4.4.1 Sala de ordenha .................................................................... 46
2.4.4.2 Os tipos de ordenha são: ...................................................... 47
viii
Ordenha Manual: ........................................................................... 47
Ordenha Mecânica: ....................................................................... 48
Ordenha com balde-ao-pé: ............................................................ 49
Ordenha tipo espinha-de-peixe: .................................................... 50
Ordenha tipo tandem (fila indiana) ................................................ 50
Ordenha tipo lado-a-lado: .............................................................. 51
Ordenha do tipo carrossel: ............................................................ 51
2.4.5 Higienização da ordenha ............................................................. 52
2.4.6 Leite com qualidade .................................................................... 54
2.4.7 Nutrição ....................................................................................... 58
2.4.8 Mão-de-Obra ............................................................................... 58
2.5 Sanidade ............................................................................................ 59
MASTITE .......................................................................................... 59
CLÍNICA ........................................................................................ 59
SUBCLÍNICA ................................................................................. 60
LAMINITE ......................................................................................... 60
2.6 Tecnologia na Cadeia produtiva do leite ............................................ 61
2.6.1 Tecnologias para rastreabilidade ................................................. 61
RFID .................................................................................................. 62
Brincos .............................................................................................. 63
Pedômetro ........................................................................................ 66
2.7 Formação do custo do leite ................................................................ 67
2.8 Redes Interorganizacionais ................................................................ 73
2.9 Redes Sociais .................................................................................... 78
2.10 Software para Análise de Redes Sociais ......................................... 80
ix
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA ................................................................. 82
3.1 Estabelecimentos de indicadores ....................................................... 82
3.2 Entrevistas ......................................................................................... 85
3.3 Custos de produção ........................................................................... 86
3.4 Classificação das propriedades ......................................................... 86
3.5 Características dos produtores ....................................................... 87
3.5.1 Produtor não especializado ...................................................... 87
Referencial teórico......................................................................... 87
Após a pesquisa de campo ........................................................... 88
3.5.2 Produtor tradicional (P4) .......................................................... 88
Referencial teórico......................................................................... 88
Após a pesquisa de campo ........................................................... 88
3.5.3 Produtor em transição (P3) ...................................................... 89
Referencial teórico......................................................................... 89
Após a pesquisa de campo ........................................................... 89
3.5.4 Produtor moderno convencional (P2) ....................................... 90
Referencial teórico......................................................................... 90
Após a pesquisa de campo ........................................................... 91
3.5.5 Produtor moderno industrial (P1) ............................................. 92
Referencial teórico......................................................................... 92
Após a pesquisa de campo ........................................................... 92
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ............................ 96
4.1 Classificação das propriedades ......................................................... 96
4.1.1 Classificação das propriedades pesquisadas .............................. 98
4.2.1 Manejo ......................................................................................... 99
x
4.2.1.1 Sistema de criação ................................................................ 99
4.2.1.2 Tipo de retiro (sala de ordenha) .......................................... 100
4.2.1.3 Tipo de piso do retiro .......................................................... 102
4.2.1.4 Limpeza da sala de ordenha ............................................... 104
4.2.1.5 Tipo de ordenha .................................................................. 104
4.2.1.6 Quantidade de ordenhas por dia ......................................... 106
4.2.1.7 Resfriador ........................................................................... 107
4.2.1.8 Mão de obra ........................................................................ 109
4.2.1.9 Quantidade de funcionários ................................................ 110
4.2.1.10 Nível de qualificação da mão de obra ............................... 110
4.2.1.11 Limpeza e desinfecção na ordenha .................................. 111
4.2.1.12 Inseminação artificial ......................................................... 112
4.2.1.14 Rastreabilidade ................................................................. 115
4.2.1.15 Preço de venda ................................................................. 115
4.2.2 Sanidade ................................................................................... 117
4.2.3 Alojamento ................................................................................. 119
4.2.4 Genética .................................................................................... 119
4.2.5 Nutrição ..................................................................................... 120
4.2.6 Indicadores calculados .............................................................. 120
4.2.6.1 Produção média diária por vaca .......................................... 120
4.2.6.2
Resultado Operacional .................................................... 123
4.2.6.3
Custo por vaca do rebanho ............................................. 126
4.2.6.4 Produção de leite por vaca do rebanho .............................. 129
4.4 Relacionamentos interorganizacionais na cadeia produtiva do leite 136
xi
CAPÍTULO 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÃO E
RECOMENDAÇÕES ................................................................................. 142
5.1 Considerações finais ..................................................................... 142
5.1.1 Evolução na Tabela de classificação ......................................... 142
P5 (Produtor não especializado) para P4 (Produtor tradicional) ..... 142
P4 (Produtor tradicional) para P3 (Produtor em transição) ............. 142
P3 (Produtor em transição) para P2 (Produtor moderno tradicional)143
P2 (Produtor moderno tradicional) para P1 (Produtor moderno
industrial) ........................................................................................ 144
5.1.2 Resistência a mudanças ........................................................ 144
5.1.3 Relacionamentos interorganizacionais ................................... 144
5.2 Conclusões ...................................................................................... 146
5.3 Sugestões para novas pesquisas .................................................... 147
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 148
Outras obras consultadas ................................................................... 153
ANEXO 01 – Dados do perfil sanitário dos rebanhos estudados ........... 156
ANEXO 02- Respostas relativas à nutrição dos rebanhos ..................... 158
ANEXO 03 – Roteiro para entrevista ..................................................... 160
ANEXO 04 – PROGRAMAÇÃO NO EXCEL .......................................... 161
xii
R E S U M O
OKANO, M. T. MELHORIA DA PRODUTIVIDADE DA CADEIA LEITEIRA
ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES E
CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTORES DE LEITE. Tese (Doutorado em
Engenharia de Produção) - Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas,
Universidade Paulista, 2010.
Palavras-chave: cadeia leiteira, agronegócios, produtividade,
produção leiteira
A cadeia leiteira é uma das mais importantes
atividades do setor
agropecuário e desempenha função de vital relevância no processo de
desenvolvimento econômico e social do País.
Após meio século de
poucas mudanças, em grande parte explicadas pela forte intervenção do
Governo no mercado de cteos, a cadeia produtiva do leite começa, no
início dos anos 90, a experimentar profundas transformações como controle
genético, inseminação artificial, controles endêmicos, melhoria de
arraçoamento e pastagens, adoção de critérios rigorosos de inspeção, trato
e limpeza e desinfecção, avanços tecnológicos e qualidade do produto.
Essas transformações auxiliaram a aumentar a produtividade das fazendas,
que tiveram condições de investir e planejar, mas prejudicaram as
propriedades leiteiras que não tiveram condições de acompanhar as
mudanças, causando assim insatisfação dos produtores. O objetivo deste
trabalho foi o desenvolvimento de indicadores de eficiência produtiva das
propriedades leiteiras, para classificá-las em uma tabela com cinco níveis e
o estudo dos relacionamentos interorganizacionais, que influenciam na
produtividade desta cadeia. Para a coleta das informações foi usada a
pesquisa exploratória qualitativa e para estudar a rede de relacionamentos
foi utilizada a metodologia de analise de redes sociais. Os resultados
obtidos das análises dos dados da pesquisa de campo, apontaram para as
melhores práticas que os produtores podem adotar para evoluirem na
Tabela de classificação e aumentarem a eficiência produtiva.
xiii
A B S T R A C T
OKANO, M. T. IMPROVING PRODUCTIVITY OF DAIRY CHAIN THROUGH
THE DEVELOPMENT OF INDICATORS AND CLASSIFICATION OF MILK
PRODUCERS. Thesis (Ph. D. in Production Engineering) - Instituto de
Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Paulista, 2010.
Key-words: dairy chain, agribusiness, productivity, milk production
The dairy chain is one of the most important activity of the agricultural sector
and it plays a vital important role in the process of economic and social
development of the country. After half a century of little change, largely
explained by strong government intervention in the market sector, the milk
production chain begins in the early 90s to experience profound changes as
genetic control, artificial insemination, endemic controls, improvement of
feeding and grazing, establishment of strict criteria for inspection, treatment,
and sanitation, technological advances and product quality. These changes
helped to increase the productivity of farms that were able to invest and to
plan, but impaired the dairy farms which were not able to keep up with
changes, thus leading to dissatisfaction producers. The objective of this
research was to develop indicators of productive efficiency of dairy farms, to
classify them on a table with five levels and the study of inter-organizational
relationships that influence the productivity of this chain. For the collection of
information was used qualitative and exploratory research to study the
network of relationships was used social networks. The results of the
analysis of field research data pointed to the best practices that producers
can take to evolve in the league table, and, to increase the efficiency of
production.
xiv
Lista de Abreviaturas
ABCZ Associação Brasileira dos Criadores Zebu
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACGJB Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil
APL Arranjo Produtivo Local
ARS Análise de Redes Sociais
CBT Contagem bacteriana total
CCS Contagem de células somáticas
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Girolando Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica
ONU Organização das Nações Unidas
Pardo-suiço Associação Brasileira de Criadores de Gado Pardo-Suíço
PNQL Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite
RF Rádio Frequência
RFID Radio-Frequency IDentification
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas
SIO Sistemas interorganizacionais
SISBOV Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de
Origem Bovina e Bubalina
xv
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1 - Equação do resultado operacional .......................................... 72
xvi
Lista de Figuras
Figura 1 - Cadeia agroindustrial do leite ..........................................................
Figura 2 - Vista de pastagem de vaca leiteira .............................................. 37
Figura 3 - Vista interna de uma instalação de Free-Stall, com camas ......... 40
Figura 4 – Exemplar da raça GIR ....................................................................
Figura 5 – Exemplar da raça Holandesa ..................................................... 42
Figura 6 – Exemplar da raça Jersey ................................................................
Figura 7 – Exemplar da raça Girolando ...........................................................
Figura 8 – Esquema da ordenha manual ..................................................... 48
Figura 9 – Vista frontal da ordenha mecânica ............................................. 49
Figura 10 – Vista frontal da ordenha com balde-ao-pé ................................ 49
Figura 11 - Esquema da ordenha do tipo espinha-de-peixe ............................
Figura 13 – Esquema da ordenha do tipo lado-a-lado ................................. 51
Figura 12 – Esquema da ordenha do tipo tandem ...........................................
Figura 14 – Vista parcial da ordenha do tipo carrossel ................................ 52
Figura 15 – Vista frontal de desinfecção dos tetos ...................................... 54
Figura 16 – Vista geral de tanque de refrigeração ....................................... 57
Figura 17 – Vista de tanque rodoviário isotérmico ...........................................
Figura 18 - Esquema do conjunto de rastreamento .........................................
Figura 19 - Sistema de marcação padronizado para o brinco ..................... 64
Figura 20 - Tag a ser montado em conjunto com o brinco .......................... 64
Figura 21 - Instalação do brinco na orelha da vaca ..................................... 65
Figura 22 - Instalação do conjunto brinco e transponder com o uso de alicate
para fixação ................................................................................................. 65
Figura 23 - Conjunto coletor de dados e o bastão de leitura ....................... 66
xvii
Figura 24 – Vista frontal do pedômetro atado à perna da vaca ................... 67
Figura 25 - Divisão dos Estudos sobre Redes Interorganizacionais ................
Figura 26 - Sistema de criação .................................................................. 100
Figura 27 – Vista da sala de ordenha com galpão simples ....................... 101
Figura 28 – Vista da sala de ordenha com fosso (Fazenda 3J) ................. 101
Figura 29 – Vista do retiro com piso de terra ............................................. 102
Figura 30 – Vista do retiro com piso de alvenaria ...................................... 103
Figura 31 – Vista do retiro com piso metálico revestido de borracha ........ 103
Figura 32 – Vista geral da ordenha do tipo balde-ao-pé ............................ 105
Figura 33 – Vista geral da ordenha tipo espinha-de-peixe canalizada ...... 105
Figura 34 – Vista geral da ordenha tipo carrossel ..................................... 106
Figura 35 - Quantidade de ordenhas por dia ............................................. 107
Figura 36 – Vista do resfriador nas propriedades do tipo P4 e P3............. 108
Figura 37 – Vista do resfriador nas propriedades do tipo P2 e P1............. 108
Figura 38 - Tipo de mão de obra ............................................................... 109
Figura 39 - Quantidade de funcionários vinculados às propriedades
estudadas .................................................................................................. 110
Figura 40 - Limpeza e desinfecção na ordenha ......................................... 112
Figura 41 - Inseminação artificial ............................................................... 113
Figura 42 - Sociograma da rede de atores de Fartura ............................... 139
xviii
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Exemplo de bonificações no pagamento do leite ....................... 70
Tabela 2 – Leite de Qualidade: influência na produção total ....................... 70
Tabela 3 - Quantidade de propriedades pesquisadas por região ................ 85
Tabela 4 - Peso para cada um dos níveis de classificação ......................... 87
Tabela 5 - Resumo das características das diversas classificações utilizadas93
Tabela 6 - Classificação das propriedades produtoras de leite ................... 96
Tabela 7 - Indicadores, respostas e pesos (os indicadores que influenciam
na produtividade estão marcados em amarelo) ........................................... 97
Tabela 8 - Classificação das Propriedades pesquisadas ............................ 98
Tabela 9 - Quantidade de vacas lactando, total de vacas e Produção total
diária .......................................................................................................... 113
Tabela 10 - Preço de venda....................................................................... 116
Tabela 11 - Produção média (kg/vaca) ...................................................... 120
Tabela 12 - Resultado Operacional ........................................................... 124
Tabela 13 - Custo mensal por vaca do rebanho ........................................ 126
Tabela 14 Mediana, média, desvio padrão, valor mínimo e máximo dos
custos por vaca dos rebanhos das propriedades classificadas como P3, P4
e P5 ........................................................................................................... 128
Tabela 15 - Produção de leite por vaca do rebanho .................................. 129
Tabela 16 - Mediana, média, desvio padrão, valor mínimo e máximo das
produções de leite dos rebanhos das propriedades P3, P4 e P5 .............. 132
Tabela 17 - Fazendas produtoras de Leite A ............................................. 134
Tabela 18- Características de Redes da Associação de Produtores ......... 141
xix
Lista de Quadros
Quadro 1 - - Características dos tipos de redes .......................................... 77
Quadro 2 - Indicadores iniciais .................................................................... 82
Quadro 3 - Indicadores provisórios .............................................................. 83
Quadro 4 - Indicadores finais ....................................................................... 85
Quadro 5 - Características estruturais da rede .......................................... 137
Quadro 6 - Os atores com o maior numero de laços ................................. 140
xx
Lista de Anexos
ANEXO 01 – Dados do perfil sanitário dos rebanhos estudados ........... 156
ANEXO 02- Respostas relativas à nutrição dos rebanhos ..................... 158
ANEXO 03 – Roteiro para entrevista ..................................................... 160
ANEXO 04 – PROGRAMAÇÃO NO EXCEL .......................................... 161
21
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
A exploração da bovinocultura de leite no Brasil
constitui
importante atividade do setor agropecuário e desempenha função de
vital relevância no processo de desenvolvimento econômico e social do
País (Yamaguchi et al., 2001). Em 2008, foram produzidos 27,579
bilhões de litros do produto, um aumento de 5,5% sobre o volume
registrado em 2007. O preço médio do litro no ano foi de R$ 0,62. O
consumo interno per capita ficou em torno de 146 litros segundo a
Pesquisa da Pecuária Municipal, do IBGE (2008). O Brasil é o quarto
maior produtor, ficando atrás da Índia, China e Rússia.
De todas as cadeias produtivas do setor agropecuário, a que mais se
transformou, foi a do leite. Após meio século de poucas mudanças, em
grande parte explicadas pela forte intervenção do Governo no mercado de
lácteos, a cadeia produtiva do leite começa, no início dos anos 90, a
experimentar profundas transformações em todos os seus segmentos, da
produção ao consumo (GOMES, 2001).
Houve, de forma isolada, avanços significativos na fase pecuária e
industrial, com controle genético, inseminação artificial, controles
endêmicos, melhoria de arraçoamento e pastagens, adoção de critérios
rigorosos de inspeção, trato,limpeza e desinfecção. A falta de visão e
entendimento da cadeia produtiva como um todo, induziu comportamentos
assimétricos que acabaram, em algumas situações, produzindo perdas ao
longo do processo produtivo, muitas vezes, justificando o descontentamento
dos produtores.
Por outro lado, essas mudanças e avanços propiciaram melhoras na
produtividade de higienização, alimentação e manejo das propriedades,
que as adotaram .
A maioria dos produtores da cadeia produtiva do leite é composta de
pequenos produtores tradicionais, e o leite é uma das fontes de receita da
propriedade, os investimentos são reduzidos e dificultam adoção das
22
mudanças e avanços, implicando na produtividade da propriedade. Por
exemplo, existem várias propriedades leiteiras que realizam a ordenha
manualmente e a vaca serve para o leite, corte e produção de bezerros,
sendo a produtividade diária baixa.
As diferenças da tipologia dos produtores, exigência de padrões
tecnológicos, dificuldade de investimentos, do perfil das propriedades
tradicionais, da resistência a mudanças dos proprietários, barreiras culturais
e desconfiança levam ao desbalanceamento de produtividade das
propriedades e à desorganização da cadeia produtiva.
O presente estudo propõe uma investigação e classificação da
cadeia leiteira, permitindo mensurar a produtividade através de indicadores
que possibilitem a classificação dos produtores e modelar as melhores
práticas para evolução nessa classificação visando melhorar a
produtividade.
A hipótese desta pesquisa foi demonstrar que é possível organizar as
propriedades da cadeia leiteira, utilizando indicadores para classificá-las e,
modelar as melhores práticas para aperfeiçoar a produtividade.
1.1 Objetivo Geral
Contribuir para aperfeiçoar a organização das propriedades da
cadeia leiteira, através de indicadores que possibilitem a classificação dos
produtores e propor as melhores práticas para melhorar a produtividade.
1.1.1 Objetivos Específicos
1- Analisar os principais aspectos da cadeia produtiva do leite que
influenciam na produtividade.
2- Propor indicadores de eficiência para produtividade.
3- Criar uma classificação dos produtores de leite, conforme os
indicadores de eficiência para produtividade.
4- Avaliar como os relacionamentos interorganizacionais influenciam
na produtividade da cadeia produtiva do leite.
23
5- Modelar as melhores práticas para que os produtores de leite
possam evoluir na classificação proposta.
1.2 Metodologia
1.2.1 Tipo da Pesquisa
Para alcançar o objetivo deste trabalho foi realizada uma pesquisa
junto a produtores de leite de diversas regiões do estado de São Paulo.
Para a coleta das informações necessárias à análise, foi usada a pesquisa
exploratória, de natureza qualitativa.
Para Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito.
Zikmund (2002) considera que estudos exploratórios o
conduzidos para clarificar problemas ambíguos, a pesquisa é necessária
para entender melhor as dimensões dos problemas.
A abordagem qualitativa apresenta uma realidade que não pode ser
quantificada ou mensurada e envolve itens subjetivos da realidade da
pesquisa. É possível trabalhar com os dados sem tratamento estatístico
específico, buscando a compreensão da realidade (COSTA, 2001).
A pesquisa realizada pode ser categorizada como “levantamento”,
pois envolve a interrogação direta aos entrevistados , integrantes de uma
amostra significativa do universo pesquisado e cujo comportamento deseja-
se conhecer, pois seus resultados podem levar a conclusões
correspondentes aos dados coletados (GIL, 1987).
Para estudar a rede de relacionamentos foram utilizadas as redes
sociais, próprias para estudos de relacionamentos entre entidades sociais e
de implicações de seus padrões de relações. A análise de redes sociais
(ARS) consiste no mapeamento de relações entre diversas representações
de relacionamentos, na forma de matrizes, gráficos e análises. A ênfase
está nas ligações entre atores, e não em seus atributos, pois a unidade de
observação é o conjunto de atores e seus laços.
24
1.2.2 Amostra e Atores da Pesquisa
Os atores da pesquisa são:
Representantes de sindicatos rurais.
Proprietários e funcionários das fazendas de propriedades
produtoras de leite.
Consultores.
1.2.3 Instrumento da Pesquisa
Para Gil (2002), a maioria dos casos de pesquisa exploratória
envolve o levantamento bibliográfico e entrevistas.
A entrevista, para Gil (1987),é a técnica em que o investigador se
apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, como objetivo de
obtenção dos dados que interessam à investigação.
O instrumento de pesquisa deste trabalho é composto por um roteiro
de entrevistas semi-estruturadas, com perguntas abertas. Algumas das
respostas foram direcionadas pelo entrevistador, na forma de notas de
desempenho que visam detectar o grau de importância, de acordo com a
intensidade de percepção para aquele quesito.
1.2.4 Elaboração da Pesquisa
As etapas do trabalho foram as seguintes:
Levantamento teórico (revisão da literatura)
Elaboração do questionário
Aplicação em uma propriedade piloto
Adequação do questionário
Pesquisa de campo (coleta de dados)
Análise da coleta de dados e redação final da pesquisa.
25
1.3 Estrutura do trabalho
O trabalho compõe-se de cinco capítulos, sendo este o primeiro. Os
demais são:
Capítulo 2, “Pesquisa Bibliográfica”, apresenta os conceitos e
definições relacionados aos assuntos tratados neste trabalho.
Capítulo 3, “Metodologia”, o apresentadas quais as formas para
realizar a pesquisa de campo .
– Capítulo 4, “Apresentação dos resultados”, são apresentadas a
discussão e a interpretação de seus principais resultados
Capítulo 5, “Considerações finais, Conclusão e Recomendações”,
que são dedicadas ao fechamento do trabalho e as recomendações
de continuidade do trabalho.
26
CAPÍTULO 2 – PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
2.1 O leite
De acordo com Carvalho et al. (2009), o leite é um alimento natural
de grande valor nutritivo, com maior concentração de cálcio, essencial para
a formação e manutenção dos ossos. As proteínas do leite são completas,
propiciando a formação e manutenção dos tecidos. Além da vitamina A, o
leite contém vitamina B1, B2 e minerais, que favorecem o crescimento e a
manutenção de uma vida saudável. A indústria de laticínios tem
potencializado o valor nutritivo do produto. Existem no mercado uma série
de bebidas lácteas enriquecidas com vitaminas, minerais e ômegas, assim
como leites especiais, para as pessoas que não conseguem digerir a
lactose. Embora seja essencial para crianças e adolescentes, é um erro
pensar que o leite não é importante na fase adulta. Beber dois copos por dia
garante uma vida saudável na maturidade e ajuda a evitar problemas na
terceira idade. Estudos provam que o seu consumo diário reduz a incidência
de osteoporose.
O leite modernamente, devido ao relacionamento com ração,
transporte e outros fatores, é medido em massa (quilograma) e não em
volume (litros). Em respeito às referencias originais, este texto apresenta
dados em litros e também quilogramas. Uma regra de conversão simples da
grandeza massa (kg) para volume (litro, decímetro cúbico ou metro cúbico)
é aplicar a expressão da densidade (d).
Densidade (kg/L) = (massa(kg) / volume (L))
Densidade é a relação entre peso e volume. Assim, um litro de leite
normal pesa de 1.028 a 1.033 gramas. Abaixo ou acima desse intervalo, o
leite pode ter a sua qualidade comprometida e ser recusado pelas
indústrias. Deve-se considerar que um leite com um alto teor de gordura,
como por exemplo, acima de 4,5%, terá provavelmente uma densidade
abaixo de 1.028 gramas. Para evitar fraudes por aguagem, a densidade do
27
leite é medida, diariamente, na indústria (EMBRAPA AMAZÔNIA
ORIENTAL, 2010) .
Para lculo em que não se exige muito rigor, a adoção da
densidade média é um recurso que oferece boa informação quando não se
conhece a propriedades do leite em questão.
2.2 A cadeia leiteira
2.2.1 Características da cadeia leiteira
A cadeia leiteira é uma cadeia endógena, de formato tradicional
empírico com enormes dificuldades de se modernizar. Segundo Yamaguchi
et al. (2001), várias crises marcaram a sua história e diversas foram as
causas responsáveis, como: baixa produção e produtividade, reflexo do
baixo nível tecnológico; a elevada sazonalidade da produção diante da
necessidade de atender ao consumo relativamente estável, ao longo do
ano; o elevado custo de produção, quando comparado ao baixo poder
aquisitivo da população; as importações erráticas, decorrentes de
conjunturas favoráveis ao mercado internacional; as estruturas
oligopolizadas, tanto da intermediação do produto quanto do comércio de
insumos, e da ausência de uma política global bem definida de longo prazo
para o setor .
Essa cadeia é uma das mais importantes do Complexo Agroindustrial
Brasileiro, apresentando um dos maiores rebanhos do mundo com grande
potencial para abastecimento de leite no mercado interno e também
externo. O leite está entre os seis produtos mais importantes do
agronegócio brasileiro , ficando à frente de produtos tradicionais como café
beneficiado e o arroz. O Agronegócio Leite e Derivados tem um papel
relevante no suprimento de alimentos e na geração de empregos e renda
para a população.
No ano de 2008, foram produzidos 27,579 bilhões de litros do
produto, aumento de 5,5% sobre o volume registrado em 2007. O preço
médio do litro no ano foi de R$ 0,62. O consumo interno per capita de leite
28
ficou em torno de 146 litros segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal, do
IBGE (2008). Em termos mundiais, o Brasil é o quarto maior produtor, fi
cando atrás da Índia, China e Rússia.
A pecuária, responsável pela preparação da matéria prima, recebeu
de entidades como a EMBRAPA, universidades e institutos especializados,
por meio de pesquisa, conhecimentos, apoio, aprendizado e normas para
práticas sobre o acompanhamento da alimentação, higiene, saúde dos
animais que assegurassem qualidade da matéria prima. Devido ao tamanho
da cadeia, estágios econômicos e de conhecimento, ainda falta muito para
que seja possível formar uma “cadeia de fornecimento robusta” que, de
forma documentada conduza a compromissos, confiança, planejamento
garantindo a entrega em quantidade e qualidade do produto.
2.2.2 Cadeia produtiva do leite
Para Mendonça e Bitencourt (2005), a cadeia produtiva é o conjunto
de componentes interativos, incluindo os sistemas produtivos, fornecedores
de insumos e serviços, industriais de processamento e transformação,
agentes de distribuição e comercialização, além de consumidores finais.
Para Gomes e Leite (2001), a cadeia agroindustrial do leite no Brasil
envolve um número muito grande de instituições e agentes, podendo ser
representada por sete segmentos principais, como pode ser constatado na
Figura 1. Admite-se, assim, que que essa cadeia seja formada pelos
segmentos de Insumos para agropecuária e para indústria laticinista;
produção primária de leite; captação da matéria-prima; indústrias
processadoras; distribuição de produtos processados; mercado e consumo.
29
Fonte: Gomes e Leite (2001)
O segmento de insumos é muito extenso, envolvendo o fornecimento
de todos os tipos de fatores de produção necessários para os segmentos
produtivo, industrial etc. Nesse segmento, cabem os fornecedores de
sementes, adubos, rações, máquinas e equipamentos para agropecuária e
para agroindústria, produtos veterinários, sêmem, energia, embalagens,
insumos industriais e prestadores de serviços em geral, etc.
O segmento de produção gerou um valor bruto da produção da
ordem de R$ 17 bilhões no ano de 2008 (IBGE, 2008).
O segmento da captação de matéria-prima foi o que acarretou
grandes mudanças. Em 1997, as grandes industrias de laticínios lideraram
um processo acelerado de incentivo ao resfriamento do leite nas fazendas e
ao transporte a granel.
O segmento industrial ou de transformação é formado pelas
indústrias laticinistas de pequeno, médio e grande porte, miniusinas, e
cooperativas singulares e centrais.
Figura
1
-
Cadeia agroindustrial do leite
30
O segmento da distribuição também é importante, pois tem a
responsabilidade de preservar , a qualidade dos produtos no transporte
para o centro de distribuição, ou para os mercados atacadistas e varejistas.
O segmento de mercado é formado pelas grandes redes atacadistas,
supermercados, padarias e mercearias e por vendedores informais.
O segmento de consumo é o elo forte da cadeia, pois todas as
operações, serviços e produtos são para atender às exigências dos
consumidores, dependendo deles no preço, quantidade e características de
qualidade dos produtos.
Permeando todos os segmentos, encontram-se os órgãos e
instituições do plano político-institucional (Figura 1). Faz parte desse plano
as representações classistas rurais, comerciais e industriais, tais como
sindicatos, federações e confederações, associações de produtores e
indústrias, e os diferentes órgãos do Governo que formulam, aprovam,
implementam e fiscalizam leis, normas e regulamentos pertinentes à cadeia
do leite. Integram ainda o plano político-institucional as instituições de
pesquisa, assistência técnica e extensão, instituições de crédito e fomento,
entre outros.
A organização da cadeia se faz por meio dos seus componentes e,
parcialmente, pelas relações formais e informais desenvolvidas por eles. A
chamada coordenação da cadeia nada mais é do que a explicitação das
normas de relacionamento vigentes. Ela é de suma importância e não pode
ser entendida como sendo estanque.
2.3 Caracteristicas da produção leiteira nas três ultimas
décadas
Nas últimas três décadas, mudou o padrão de crescimento da
produção de leite no Brasil. Nos anos 80, as participações dos aumentos da
produtividade e do número de vacas ordenhadas foram praticamente iguais.
Nos anos 90, o aumento da produtividade fez crescer a produção de leite.
31
2.3.1 Década de 80
Durante os anos 1970/80, o funcionamento do setor cteo estava
garantido pela regulamentação do Estado, com pouco interesse na sua
modernização. Tratava-se de um mercado regional atendido por um amplo
leque de produtores tecnologicamente defasados, e as cooperativas, com
maior inserção territorial, controlavam o setor de leite fresco e algumas
empresas multinacionais, o setor de derivados (SCHUBERT e NIEDERLE,
2009).
A análise da economia leiteira do Brasil na década de 80, feito por
Gomes (1996), mostra um comportamento, aparentemente, contraditório.
Enquanto o preço recebido pelo produtor caiu 4,5% ao ano, a produção de
leite subiu 2,44% ao ano. A comparação entre o início e o final da década
indica um significativo aumento de 2,52 bilhões de litros de leite por ano.
Algumas razões m sido apontadas para explicar tal comportamento. As
principais são:
1. O setor leiteiro, como o resto de toda a agricultura brasileira,
capitalizou-se muito na década de 70, e que nos anos 80, a
atividade leiteira colheu os frutos dos investimentos realizados
anteriormente;
2. Novas regiões foram incorporadas às tradicionais bacias leiteiras,
com aumento tanto no número de vacas, quanto na produtividade
de rebanhos que antes só se destinavam ao corte e,
3. A terceira razão é chamada pelos economistas de teoria do ativo
fixo. Isso significa que, quando o preço de custo de um ativo é
maior que o preço de venda, o empresário prefere não desfazer
desse ativo, sob pena de arcar com prejuízo
Para Yamaguchi et al. (2001), quatro grandes acontecimentos podem
ser registrados no decorrer da década de 80:
1. A iniciativa de uns poucos produtores de leite com espírito
empreendedor. Insatisfeitos com os preços praticados pelas
grandes compradoras, visualizaram um interessante nicho de
32
mercado para um produto diferenciado, nos grandes centros
urbanos do País, e passaram a implantar miniusinas para
processamento e comercialização do leite tipo A.
2. O desenvolvimento de planilhas para estimar o custo de produção
de leite, pela Embrapa Gado de Leite, cujo objetivo era fornecer
valores referenciais nas negociações para reajuste de preços.
3. A tentativa de manter a política de alimento barato, por meio do
controle de preços praticados, ao mesmo tempo em que se
procurava manter a rentabilidade na atividade, preservando a
participação de produtores comerciais. No cálculo do índice de
custo de vida era utilizado como referência o leite tipo C, que tinha
o preço controlado. Para os demais tipos de leite, o controle de
preços era menos rígido.
4. A criação do programa do tíquete do leite pelo Governo Federal.
Com a implementação desse programa, o Governo tornou-se o
grande comprador de leite pasteurizado.
2.3.2 Década de 90
A maior mudança no setor lácteo no país ocorreu a partir de 1991,
quando os preços, até então tabelados pelo Governo, foram liberados
ocorrendo mudanças no ambiente das empresas, quanto à qualidade e à
competitividade, já que o setor foi exposto às leis do mercado, passando a
administrar custos e aumentar escala para se viabilizar. Esse processo fez
com que o setor tivesse que inovar e modernizar a estrutura da produção
até o consumo. E foi, a partir daí, que os consumidores tornaram-se mais
exigentes em demandar produtos a preços mais acessíveis e qualidade
assegurada, devido à concorrência com os produtos importados (PAULA et
al., 2005).
Para Gomes (1997), toda a cadeia do leite passou por profundas
transformações. Os principais determinantes dessas transformações são:
a) Liberação do preço do leite, no final de 1991;
33
b) Queda da inflação, a partir de julho de 94, com o Plano Real;
c) Maior abertura do comércio internacional, a partir do início dos
anos 90, especialmente com a efetivação do MERCOSUL; e
d) Crescimento da coleta a granel de leite.
Uma das mudanças mais significativas ocorrida no mercado de
lácteos trata da importância assumida pelos supermercados como pontos
de distribuição, a partir da entrada do leite longa vida (ou UHT) no
mercado, atendendo as exigências de comodidade e conveniência do
consumidor, cada vez mais consciente de seus direitos.
2.3.3 A partir de 2000
Segundo Carvalho (2007), a situação do mercado interno de produtos
lácteos não tem sido tão ruim quanto se apresenta . Os números mostram
que, nas duas últimas décadas, tem havido um crescimento a taxas
razoáveis. De 1989 a 2006, a média foi de 3,4% ao ano, bem mais que a do
PIB. E num período mais recente, entre 2000 e 2006, a taxa foi ainda maior,
de 4,1 % ao ano, em média. O crescimento em volume não diz tudo sobre o
setor, mas é, sem dúvida, uma notícia positiva para o setor o fato de o
crescimento do mercado de lácteos superar o da economia do País como
um todo, particularmente nos últimos anos. O consumo per capita anual
tem crescido bem menos que a produção.
O cenário atual é bastante incerto. Além da pressão do capital
externo no segmento produtivo, o controle cada vez mais forte do grande
varejo, em termos de standards privados, impõe restrições ainda mais fortes
ao segmento do cooperativismo de base na agricultura familiar, que procura
arquitetar novas estratégias competitivas. Dentre as inovações que estão
sendo processadas, as mais importantes são na esfera
institucional/organizacional. Embora os problemas de ordem tecnológica
ainda constituam um desafio à pequena produção, são as inovações no
campo institucional as principais responsáveis por garantir alguma
competitividade a esse segmento, frente aos grandes players da cadeia
produtiva (SCHUBERT e NIEDERLE, 2009).
34
2.4 Sistema de Produção de Leite
Segundo Milinski et al. (2008) e Yamaguchi et al. (2001), o segmento
de produção primária é composto por dois grandes grupos: o de produtores
empresariais especializados, encontrados em pequeno número, mas com
grande produtividade e o de pequenos produtores, pouco ou nada
especializados, com interesses na venda sazonal de pequenos volumes de
leite, de baixo custo e qualidade e respondendo por parte significativa do
mercado. A literatura tem indicado que em torno de 70 a 80% dos
produtores são responsáveis por apenas 20 a 30% da produção nacional.
Outros fatores, também, contribuem para a produtividade do leite:
2.4.1 Tipos de Produtores
Jank e Galan (1998) qualificam os produtores como especializados e
não especializados, da seguinte maneira:
Produtores especializados: são aqueles que m como atividade
principal a produção de leite, obtida a partir de rebanhos leiteiros
especializados e outros ativos específicos para esse fim, tendo investido em
know-how, tecnologia, economias de escala e até alguma diferenciação do
produto (a exemplo dos leites tipo A e B). Por especialização entende-se a
aplicação de recursos financeiros em elementos de incremento da produção
de leite em termos de volume e qualidade, como vacas especializadas de
raças européias, alimentos concentrados (farelo de soja, fubá de milho,
polpa cítrica, etc.), alimentos volumosos (pastagens e forrageiras de alta
produção, silagem, fenação, etc.), equipamentos de ordenha, misturadores,
resfriadores de leite, etc. Apesar de todos estes investimentos específicos
indicarem uma tecnificação da atividade de produção, nem todos os
produtores especializados alcançam elevada produtividade dos fatores de
produção e, principalmente, retorno adequado sobre os investimentos
realizados.
Produtores não-especializados: também chamados de “extratores”
ou “extrativistas”, os produtores não-especializados são aqueles que
35
trabalham com tecnologia extremamente rudimentar, para os quais o leite
ainda é um subproduto do bezerro de corte (ou vice-versa, dependendo da
época do ano) e, por isso mesmo, são capazes de suportar grandes
oscilações de preços. Trata-se, na sua maioria, de produtores que
encontram no leite uma atividade típica de subsistência, não-empresarial,
que serve mais como uma fonte adicional de liquidez mensal,e os custos
monetários são, no geral, bastante reduzidos. São eles os principais
responsáveis pela formação de excedentes de leite de baixa qualidade (pela
ausência de sistemas de refrigeração) na época chuvosa. Esses produtores
teriam dificuldades para sobreviver num mercado que exigisse qualidade da
matéria-prima e estabilidade de produção.
Segundo Gehlen (2000), os três Tipos Ideais constituem-se:
Produtor moderno convencional: produtor consolidado, ou seja,
que apresenta um tempo de regularidade mínimo de cinco anos na atividade
de forma comercial, identifica-se e tem uma racionalidade de produtor de
leite moderno, sua produtividade está de acordo com o padrão moderno
dentro da sua região. A produção de leite é estratégica na propriedade e
utiliza a força de trabalho principal na atividade, e essa se ocupa, na sua
maior parte, na atividade leiteira. Na organização sistêmica da propriedade
proriza-se a atividade leiteira e o reinvestimento dos rendimentos se dá, na
sua maior parte, na própria atividade. O padrão tecnológico adotado por
esse produtor segue as especificações do pacote tecnológico ditado pelas
agroindústrias, os animais são especializados na produção leiteira, a
alimentação é balanceada e controlada de acordo com critérios técnicos,
especificados pela assistência técnica (geralmente prestada pelas grandes
agroindústrias).
Produtor em transição: Também é um produtor consolidado, mas
não se identifica como produtor moderno e nem adota completamente esta
racionalidade, sua produtividade não está de acordo com o padrão moderno
dentro de sua região, pois sua média de produtividade é mais baixa. A
produção de leite está se tornando estratégica e na organização sistêmica
36
da propriedade, a força de trabalho principal está se envolvendo cada vez
mais na produção. O reinvestimento dos rendimentos acontece cada vez
mais nesse segmento, embora ainda não seja a principal atividade. No que
diz respeito ao padrão tecnológico, embora as instalações e os
equipamentos ainda sejam um pouco precários, houve aquisição de
equipamentos adequados e construções específicas para a atividade. Os
animais, embora na sua maioria mestiços, estão sendo melhorados
geneticamente, e, em alguns casos, aquisição de animais puros. A força
de trabalho está se qualificando para a atividade, existe a percepção da
necessidade de fazer um balanceamento adequado na alimentação dos
animais e de prover alimento o ano inteiro, o que já começa a ser executado
de forma gradual. Esse produtor está numa situação em que pode evoluir
para um produtor Moderno Convencional, ou de acordo com a conjuntura,
desistir da atividade.
Produtor tradicional: Também é um produtor consolidado. Identifica-
se como tradicional e tem uma racionalidade compatível com a identidade
de produtor tradicional, ou seja, sua produtividade está de acordo com o
padrão tradicional na sua região. A produção de leite não é uma atividade
estratégica dentro da propriedade, utilizando-se da força de trabalho
secundária e apenas o tempo necessário, não sendo qualificada. Na
organização sistêmica da propriedade, não prioriza a produção de leite, e o
reinvestimento dos rendimentos raramente se na atividade leiteira. No
padrão tecnológico, as instalações e equipamentos, quando existem, são
precários, os animais não são especializados, a alimentação não é
balanceada e, na maior parte do tempo, é precária.
2.4.2 Sistemas de Criação
O sistema de criação e produção a ser adotado é decorrente do
desempenho dos animais existentes e das práticas de criação e produção
utilizadas na propriedade (Carvalho et al., 2009). De acordo com Sarcinelli
et al. (2007), os sistemas de criação mais utilizados são três:
37
Extensivo - É mais usado com gado misto, sem padrão racial
definido, e consiste em criar os animais soltos no pasto (Figura 2). A
pastagem é a base da alimentação e as instalações são simples. Esse
sistema, de modo geral, se caracteriza por apresentar produção e
produtividade baixa, ocorre a falta de planejamento alimentar, profilático e
higiênico, não controle produtivo e reprodutivo, as instalações são
precárias e, algumas vezes, inadequadas e ausentes.
Figura 2 - Vista de pastagem de vaca leiteira
Semi-Intensivo - Caracterizado por melhor manejo, alimentação,
controle higiênico-profilático, produtivo, reprodutivo, consequentemente
exigindo maior trabalho, maior investimento de capital na melhoria das
condições zootécnicas no processo de instalação. Esse sistema permite a
aplicação de processos modernos de criação, não sendo incomum práticas
de aleitamento artificial e inseminação artificial. A adoção de modernas
tecnologias, nos processos produtivos e reprodutivos se faz presente,
com a adoção de transferência de embriões, nas fazendas de maior porte.
Intensivo - O sistema intensivo de criação é o mais recomendado
para gado de alto padrão racial. É adotado em regiões em que já existe área
disponível, em zonas suburbanas, junto aos centros de maior consumo,
38
onde existe área de pastoreio. Este sistema é viável somente para animais
especializados em produção de leite, exigindo manejo adequado e mão de
obra especializada. Os animais criados são de elevada produção (acima de
20 litros por dia), permanentemente confinados no próprio estábulo de
ordenha ou em galpões, dependendo da modalidade de estabulação a ser
adotada, com manejo extremamente controlado. A grande vantagem do
sistema intensivo de criação, consiste na eficiência do manejo e no
consequente aumento da produtividade, pois o alimento pode ser produzido
em áreas menores, armazenado e fornecido durante todo o ano. Os animais
são separados em instalações próprias, em lotes, de acordo com a idade e
a fase de produção.
FREE-STALL
Segundo Perssinotto (2003), a expressão free-stall vem de
“estabulação livre”, em que as vacas permanecem soltas dentro de uma
área cercada, sendo uma parte dela livre para alimentação e exercícios e a
outra parte, dividida em baias individuais forradas, com cama, destinada ao
descanso dos animais. A alimentação das vacas é, geralmente, 100%
realizada no cocho, que pode ou não ser coberto, na forma de ração e
volumoso total.
Surgido nos Estados Unidos na década de 1950, o sistema free-stall
espalhou-se rapidamente pelo país, dadas as vantagens tanto sobre a
estabulação convencional, quanto sobre o confinamento em estábulos com
área de repouso coletivo (“loose-housing”), permitindo a permanência de
animais mais limpos e o menor requerimento de material de cama
(CAMPOS et al., 2009).
No sistema free-stall, os animais permanecem lado a lado, em baias
individuais bem dimensionadas, com largura suficiente para o conforto do
animal, sem, entretanto, permitir que o mesmo se vire. O comprimento deve
ser o mínimo para que a novilha, ao deitar-se, permaneça com o úbere e as
pernas alojadas internamente à cama, enquanto os dejetos são lançadas
39
para fora da cama, no corredor , como pode ser observado na Figura 3
(CAMPOS et al., 2009).
O gado leiteiro gasta cerca de 8 a 16h por dia deitado, tornando a
qualidade da superfície de apoio importante para os animais. A superfície de
repouso pode afetar as vacas leiteiras de várias maneiras, incluindo o
comportamento, perna, pata e saúde do úbere (TUCKER et al., 2003).
Em três décadas de modificações, tendendo à eficiência operacional
e produtiva, os estudos mostram a aceitação do free-stall em um
confinamento intensivo. A atenção deve ser dada às necessidades dos
animais, quanto às dimensões das instalações e ao conforto oferecido, em
função do clima. Esses aspectos deverão ser evidenciados nos animais
através do aumento de produtividade (SOUZA, 2003).
Cook et al. (2004) consideram que um dos aspectos mais importantes
no projeto do free-stall é o piso. Areia tem sido recomendada por alguns
como um piso ideal para vacas leiteiras, com os benefícios de redução de
traumas no jarrete. No entanto, existem várias outras escolhas para o piso
como concreto, tapetes de borrachas e espuma.
Outros aspectos também são importantes como o uso de
ventiladores. Pode-se promover o resfriamento por convecção, isto é, troca
do ar mais quente existente ao redor do animal e a aplicação de água, de
diferentes formas, como agente resfriador, visando a aliviar as vacas do
estresse térmico e aumentar a produção (SOUZA, 2004).
40
Figura 3 - Vista interna de uma instalação de Free-Stall, com camas
2.4.3 Qualidade de raças leiteiras
Gir Leiteiro
A raça é originária da região de Gir, Península de Kathawar, na Índia,
em 1853, chegando ao Brasil por volta de 1906. No início das importações
mais expressivas das raças indianas, destacou-se a atuação do criador
brasileiro Teófilo de Godoy, que tendo feito várias viagens à Índia, entre
1893 e 1906, incentivou outros criadores. A Gir leiteiro, como define o
próprio nome, foi adaptada para maior produção de leite, índole natural da
raça. A produção leiteira da raça é controlada oficialmente com genealogias
registradas pela ABCZ - Associação Brasileira dos Criadores Zebu
(SARCINELLI et al., 2007).
41
Holandesa
A vaca holandesa é sinônimo de gado leiteiro, com alta habilidade de
produzir leite e lucros, é a raça mais difundida do mundo, presente em mais
de 50 países, tendo mais de 2 milhões de animais registrados no Brasil,
adaptando-se a todo tipo de região, desde que bem acondicionadascom
eficiência produtiva e resistência às enfermidades, possuindo uma excelente
relação custo x benefício (qualidade e quantidade), sendo a raça matriz para
cruzamentos absorventes ou de raças compostas (SARCINELLI et al.,
2007).
A raça apresenta as seguintes características: Idade para a primeira
cobertura de 16 a 18 meses; idade para o primeiro parto de 25 a 27 meses;
duração da gestação de 261 a 293 dias (média de 280 dias) e intervalo
entre partos de 15 a 17 meses.
Figura
4
Exemplar da raça GIR
42
Figura 5 – Exemplar da raça Holandesa
Jersey
A raça Jersey é originária da ilha de Jersey, localizada na Inglaterra.
No Brasil, a Jersey foi introduzida em 1896, no Rio Grande do Sul, pelo
grande pecuarista e embaixador J. E de Assis Brasil. Em 1938, foi fundada,
no Rio de Janeiro, a Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil
(ACGJB), a partir daí teve inicio a expansão da raça.
A raça é uma das mais eficientes e é encontrada nos cinco
continentes. Atualmente, é a segunda raça leiteira criada no mundo, devido
às características de alta precocidade, sendo possível ter maior
lucratividade com as meas, pois são precoces e oferecem bom lucro pela
venda do leite; tendo alta capacidade de adaptar-se a vários tipos de climas,
manejo e condições geográficas; além de apresentar bom desempenho em
instalações comerciais e em programa de pastoreio; com prolificidade, boa
capacidade de reprodução e facilidade de parição (perpetuada
geneticamente): aos 26 meses cria, voltando a emprenhar em 110 dias;
43
permanecendo mais tempo no plantel, sendo tolerante ao calor: escolha
lógica para os criadores de raças leiteiras em regiões tropicais,
transformando de maneira eficiente, rações e a forragem em leite,
produzindo mais por área, por tonelada de forragem; produz mais leite
corrigido em gordura, por 100 kg de peso vivo animal (SARCINELLI et
al.,2007).
Girolando
No Brasil, o surgimento do primeiro Girolando foi na década de 40.
Ele é oriundo do cruzamento da Gir com a Holandês, procurou-se preservar
a rusticidade do Gir com a produtividade da raça holandesa. A reprodução
dos animais ocorreu rapidamente, mas de forma desordenada se encontra o
gado Girolando em todos os estados do país.
Em 1989, o Ministério da Agricultura, juntamente com as Associações
representativas traçaram normas para formação do Girolando - Gado
Leiteiro Tropical (5/8 Hol + 3/8 Gir - Bi Mestiço), transformando-o em
prioridade nacional. E a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando,
devido à estrutura física e administrativa, e pelo trabalho sério e eficaz
Figura
6
Exemplar da raça Jersey
44
durante os dez anos de procura, foi dignificada para comandar e executar
as normas para formação da raça Bovina Girolando.
O vigor híbrido é um dos maiores atributos do girolando. A utilização
de Heretose é a mais útil e extensiva aplicação da moderna genética.
Processo de resposta rápida, sendo ainda o todo que pode utilizar mais
intensamente as qualidades existentes nas raças (SARCINELLI et al.,
2007).
Pardo-Suíço
A raça Pardo-Suíço é uma das raças bovinas mais antigas e mais
puras que se conhece. É uma raça muito apreciada por suas diferentes
qualidades, pela quantidade e qualidade do leite e por sua habilidade para
trabalho. Conhecido como gado Schwyz, teve a denominação de gado
Pardo-Suíço, oficialmente adotada em 1880. Nos países de língua inglesa é
conhecido como Brown Swiss, na Suíça e países de língua alemã como
Braunvieh e na Itália como raça Bruna. Por volta de 1850, a pauta de
exportação do Pardo-Suíço ampliou-se para outros países: França,
Figura
7
Exemplar da raça Girolando
45
Alemanha, Áustria, Espanha e Estados Unidos. No Brasil, os primeiros
animais da raça chegaram no início do século XX , através de importações
oficiais, sob patrocínio do Governo. Vinte e sete anos após, em 1938, foi
fundada a Associação Brasileira de Criadores de Gado Pardo-Suíço
(PARDO-SUIÇO, 2009).
O Pardo-Suíço se adaptou muito bem às diferentes regiões
brasileiras, devido às suas características (PARDO-SUIÇO CRIAR E
PLANTAR, 2009):
Melhor conversão alimentar;
Alta fertilidade de machos e fêmeas;
Precocidade sexual: as novilhas entram no cio aos 332 dias;
Rusticidade: tolerância ao frio e calor;
Camada de gordura na quantidade certa, sem excessos;
Produção leiteira: mais de 2.500 quilos de leite em 200 dias;
Habilidade materna;
Viabilidade econômica em confinamento.
Vacas Mestiças
A pecuária de leite nacional caracteriza-se por bovinos mestiços,
originados do cruzamento de raças europeias (particularmente Holandês).
Os cruzamentos entre raças podem gerar animais de maior produtividade,
por causa da combinação das características das raças utilizadas e também
do fenômeno do "vigor híbrido", ou heterose (GUIMARÃES et al., 2002).
Segundo Alvim et al. (2009), cerca de 70% da produção de leite no
Brasil provêm de vacas mestiças Holandês-Zebu. Na pecuária leiteira,
considera-se gado mestiço aqueles animais derivados do cruzamento de
uma raça pura de origem européia e que seja especializada na produção de
leite (Holandesa, Pardo-Suíço, Jersey, etc.), com uma raça de origem
indiana, uma das várias que formam o grupo Zebu (Gir, Guzerá, Indubrasil,
46
Sindi ou Nelore). A raça Holandesa predomina nos cruzamentos, e o mais
comum é o de Holandês com o Gir, mais conhecido como "Girolando".
também o ‘Guzolando’, resultado do cruzamento de Holandês com Guzerá e
há alguns produtores fazendo o ‘’Nerolando’, que é o cruzamento do
Holandês com o Nelore.
Teoricamente, quanto maior o teor genético Holandês, mais leite a
vaca vai produzir, porque a raça Holandesa tem maior especialização
leiteira do que as zebuínas. Por outro lado, quanto mais “holandesado” o
rebanho, mais exigente em trato, mais susceptível a carrapato, mais
sensível ao calor, os animais têm dificuldade em subir morros muito altos
para pastar.
Melhoramento Genético
O objetivo do melhoramento genético visa animais das gerações
futuras para que estes produzam mais eficientemente, quando comparados
à geração presente, levando-se em conta as circunstâncias naturais, sociais
e de mercado vigentes no futuro (CARDOSO et al., 2004).
Para obter um melhoramento genético rápido, o cruzamento é o
caminho, pois irá reunir em um só animal as boas características de duas ou
mais raças, aproveitando-se a heterose ou vigor híbrido. A heterose é o
fenômeno pelo qual os filhos apresentam melhor desempenho (mais vigor
ou maior produção) do que a média dos pais. A heterose é mais
pronunciada quanto mais divergentes (geneticamente diferentes) forem as
raças ou linhagens envolvidas no cruzamento (ALVIM et al., 2009).
2.4.4 Ordenha
A ordenha de vacas (tirar o leite) é o lucro da atividade leiteira. Esse
ato deve ser feito sem paradas, com os tetos limpos e secos em um
ambiente asseado, tranquilo, sem umidade e longe de outros animais.
2.4.4.1 Sala de ordenha
Conforme Ribeiro e Carvalho (2009), a sala de ordenha precisa ser
um local limpo, seco, com boa ventilação e permitindo uma ordenha mais
47
rápida e eficiente, para garantir ao leite ordenhado uma qualidade segura. O
ar da sala não representa fonte de contaminação para o leite, porém,
quando os animais recebem alimentos durante a ordenha, corre-se o risco
de contaminação por meio de moscas ou poeira dos alimentos. O acesso
dos animais à sala de ordenha deve ser livre e em nenhum momento devem
ser castigados para evitar problemas na ordenha, ou seja, vacas defecando
e urinando no local. As vacas devem permanecer entre 5 e 60 minutos no
máximo aguardando o momento de entrar na sala de ordenha. É importante
que as vacas sintam prazer de entrar na sala de ordenha, e isso se
consegue quando as pessoas que lidam diretamente com os animais
exercem a atividade com responsabilidade e conhecimento suficiente sobre
a glândula mamária. Quando se utilizam equipamentos de ordenha, a
construção de um fosso (com pisos antiderrapantes) ou de uma plataforma
elevada é indispensável. Antes de iniciar a obra, deve-se consultar um
técnico de empresa especializada em equipamentos de ordenha para
impedir erros e gastos desnecessários. Mesmo que a forma de ordenha
seja “balde ao pé”, deve-se utilizá-lo dentro do fosso, pois o conforto dos
ordenhadores permite a eficiência nas tarefas rotineiras da ordenha
higiênica e a produção de leite de melhor qualidade. Entretanto, os
ordenhadores devem ser qualificados por meio de treinamentos específicos,
pois eles determinam o sucesso do empreendimento, desde que
representam a única ligação da vaca com o equipamento de ordenha. Os
ordenhadores gerenciam o momento mais importante, ou seja, a hora em
que se colhe a receita de uma propriedade leiteira
2.4.4.2 Os tipos de ordenha são:
Ordenha Manual: É o tipo de ordenha (Figura 8) mais empregado
no Brasil. Possibilita retirar o leite quando se pressiona a base do teto
separando a cisterna da glândula da cisterna do teto; exerce-se pressão
com o resto dos dedos (pressão positiva) de cima para baixo, extraindo o
leite. É caracterizada por sua baixa eficiência e pela produção de um leite
com alto grau de contaminação, porém é possível realizar esse tipo de
48
ordenha e obter leite de qualidade, desde que seja realizada em condições
higiênicas adequadas. (VENTURINI et al., 2007).
Figura 8 – Esquema da ordenha manual
Fonte: Rosa et al. (2009)
Ordenha Mecânica: Essa ordenha é realizada pela ordenhadeira,
ficando em contato direto com a vaca de leite pelo menos duas vezes por
dia. Essa é uma importante conquista tecnológica que possibilitou o
aumento da produção e melhorou a qualidade do leite. A máquina (Figura 9)
funciona através de bombas de ar que fazem o efeito do vácuo, provocando
então a retirada do leite por sucção. Para adotar esse sistema é necessário
observar o tamanho da criação, o tamanho da área, entre outros. O gasto
com mão de obra será menor do que na ordenha manual (VENTURINI et
al., 2007).
49
Figura 9 – Vista frontal da ordenha mecânica
Ordenha com balde-ao-pé: É o tipo mais simples e mais barato de
ordenha mecanizada, podendo ser empregada tanto em galpões simples
(mais comum) quanto em salas com fosso. Seu uso é mais frequente em
rebanhos pequenos.
Figura 10 – Vista frontal da ordenha com balde-ao-
50
Fonte: Rosa et al. (2009)
Ordenha tipo espinha-de-peixe: Os animais ficam posicionados
diagonalmente em relação ao fosso de ordenha, o que facilita a visualização
do úbere e dos tetos. Além disso as vacas ocupam menor espaço na lateral
do fosso. A sala espinha-de-peixe pode ser unilateral, com as vacas
posicionadas em apenas um dos lados do fosso; ou bilateral, quando elas
ficam posicionadas nos dois lados do fosso.
Fonte: Rosa et al. (2009)
Ordenha tipo tandem (fila indiana), as vacas ficam dispostas uma
em frente da outra, em posição paralela ao fosso. É o único modelo que
possibilita a ordenha mecanizada com bezerro ao pé. Nesse tipo de sala de
ordenha, as vacas ocupam espaço maior na lateral do fosso, o que torna
difícil adotá-lo em rebanhos grandes, pois exige uma sala muito comprida,
que dificulta o trabalho do ordenhador.
Figura
11
-
Esquema da ordenha do tipo espinha
-
de
-
peixe
51
Fonte: Rosa
et al.
(2009)
Ordenha tipo lado-a-lado: As vacas ficam em posição perpendicular
ao fosso, uma ao lado da outra. Com esse posicionamento redução no
espaço ocupado por vaca durante a ordenha. Mas, por outro lado, as vacas
ficam de costas para o fosso, o que dificulta a visualização completa do
úbere e dos tetos.
Figura 13 – Esquema da ordenha do tipo lado-a-lado
Fonte: Rosa et al. (2009)
Ordenha do tipo carrossel: Todos os sistemas rotativos se baseiam
na idéia de se movimentar a vaca até o operador e não o inverso, como
ocorre nos outros sistemas. Todos eles utilizam uma plataforma móvel que
completa um giro em sete a doze minutos. A entrada na plataforma é feita
individualmente. Uma vaca é ordenhada em três minutos, por exemplo,
Figura
12
Esquema da ordenha do tipo tandem
52
permanece o mesmo tempo na plataforma que outra sendo ordenhada em
oito minutos, com isso a primeira pode ser super ordenhada. Por outro lado,
uma vaca de ordenha lenta pode ser sub-ordenhada, a menos que ela
permaneça na plataforma por um segundo giro, ou essa paralisada.
Figura 14 – Vista parcial da ordenha do tipo carrossel
2.4.5 Higienização da ordenha
É na obtenção do leite que ocorre a maior vulnerabilidade para
ocorrência de sujidades, microrganismos, substâncias químicas que estão
presentes no local da ordenha e podem ser incorporados ao leite in natura.
Para que isso não ocorra, é necessário a higienização do animal, do
ordenhador e das instalações.
Segundo AMARAL et al. (2004) apud Queiroga et al. (1997), ao
aplicar as medidas de higiene durante a ordenha em propriedades com
grande incidência de mastite subclínica em vacas lactantes, a incidência da
enfermidade reduziu de 96% para 47%.
Várias medidas devem ser tomadas durante o processo de ordenha
mecânica com a finalidade de minimizar a transmissão de agentes
53
mastitogênicos e diminuir o número de microrganismos que podem ser
transferidos ao leite, depreciando sua qualidade microbiológica. A
ordenhadeira, a mão do ordenhador, práticas de higiêne e lesões nos tetos
são fatores importantes que expõem a superfície dos tetos aos
microrganismos patogênicos contagiosos transmitidos de animais infectados
para não infectados durante o processo de ordenha (AMARAL et al., 2004).
Os princípios ativos mais utilizados para desinfecção dos tetos
(Figura 15) são o iodo, clorexidina, ácido sulfônico, cloro, peróxidos,
lauricidina e ácido cloroso. Uma pesquisa realizada por Medeiros et al.
(2009) demonstrou que a ação do iodo, ácido lático e clorexidine foram
maiores quanto maior o tempo de exposição e os resultados obtidos para o
desinfetante à base de cloro foram insatisfatórios, pois quase todas as
bactérias estudadas mostraram-se resistentes nos diferentes tempos de
análise.
Além disso, ao proceder a ordenha é necessário fazer os testes de
mastite, secar com papel toalha e, ao término da ordenha, desinfetar
novamente os tetos. Se for utilizada ordenhadeira mecânica, os
equipamentos devem ser limpos ao término de cada ordenha, evitando
contaminações do leite e entre as próprias vacas.
54
Figura 15 – Vista frontal de desinfecção dos tetos
2.4.6 Leite com qualidade
Cada vez mais torna-se importante produzir leite com qualidade e os
cuidados passam a ser com a higiene do animal, do ordenhador , das
instalações e a conservação do leite ordenhado em baixas temperaturas.
O leite com qualidade deve apresentar composição química (sólidos
totais, gordura, proteína, lactose e minerais), microbiológica (contagem total
de bactérias), organoléptica (sabor, odor, aparência) e número de lulas
somáticas que atendam os parâmetros exigidos internacionalmente
(ZANELA et al.,2006).
A discussão em torno da melhoria da qualidade do leite no Brasil
redundou na elaboração do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade
do Leite (PNQL), que tem como objetivo tornar a cadeia nacional
competitiva no mercado mundial. Partes das medidas que compõem o
PNQL foram oficializadas pela Instrução Normativa nº 51, aprovada em
55
setembro de 2002. A Instrução Normativa 51 (IN-51) é composta por
regulamentos que tratam da produção, identidade, qualidade, coleta e
transporte de leite, visando à produção de leite sadio, seguro e confiável ao
consumidor (CARVALHO et al., 2009).
Segundo a Lactea Brasil (2009), o leite é classificado de acordo com
o modo de produção, composição e requisitos físico-químicos e biológicos,
recebendo assim as denominações de A, B ou C .
O leite Pasteurizado tipo A pode ser classificado quanto ao teor de
gordura em integral, padronizado, semidesnatado ou desnatado, produzido,
beneficiado e envasado no próprio local de produção (BRASIL, 2002).
O leite Cru Refrigerado tipo B é o produto integral quanto ao teor de
gordura, refrigerado em propriedade rural produtora de leite e mantido pelo
período máximo de 48h, em temperatura igual ou inferior a 4ºC, que deve
ser atingida no máximo 3h após o término da ordenha. Esse leite é
transportado para estabelecimento industrial, para ser processado, onde
deve chegar na temperatura igual ou inferior a 7ºC (Lactea Brasil, 2009). O
leite Pasteurizado tipo B é classificado quanto ao teor de gordura como
integral, padronizado, semidesnatado ou desnatado, submetido à
temperatura de 72 a 75ºC durante 15 a 20 segundos, exclusivamente em
equipamento de pasteurização, seguindo-se resfriamento imediato até
temperatura igual ou inferior a 4ºC e envasado no menor tempo possível
(LACTEA BRASIL, 2009).
Para a produção do leite tipo C, a legislação é menos rigorosa, pois
não haverá tratamento térmico do leite na fazenda leiteira onde foi
produzido. O leite tipo C deverá ser transportado em vasilhame adequado e
individual de capacidade de até cinquenta litros ou via sistema a granel. É
obrigatório que o leite seja entregue em estabelecimento industrial
adequado até às dez horas do dia de sua obtenção, devendo ser
refrigerado e mantido em temperatura igual ou inferior a 4ºC. Quando se
trata de leite cru tipo C obtido em segunda ordenha, deverá ser refrigerado
na propriedade rural e entregue ao estabelecimento beneficiador até às dez
56
horas do dia seguinte à sua obtenção, na temperatura máxima de 10ºC. Na
indústria, o leite será submetido à pasteurização (BRASIL, 2002).
O leite pasteurizado, independente do tipo, é o resultado do processo
de tratamento térmico denominado pasteurização (HTST - High
Temperature Short Time), que consiste em elevar a temperatura do leite cru
de 72° a 75° C. por 15 a 20 segundos, resfriando-o imediatamente a C.
Após esse processo, o leite pasteurizado é embalado. A pasteurização
garante a eliminação dos microorganismos patogênicos do leite, mas nele
ainda permanecem ativos alguns microorganismos capazes de deteriorá-Io.
Para impedir a ação de tais microorganismos é que o leite pasteurizado
necessita de uma perfeita cadeia de frio a a mesa do consumidor
(MEIRELES e ALVES, 2001).
Após pasteurizados, os leites tipo A, tipo B e tipo C devem ser
envasados com materiais adequados para as condições previstas de
armazenamento e que garantam a hermeticidade da embalagem e a
proteção apropriada contra contaminações, devendo ser transportados sob
temperatura máxima de 4ºC para alcançar os pontos de venda com
temperatura não superior a 7°C (BRASIL, 2002).
Os produtores rurais deverão usar tanques de refrigeração por
expansão direta (Figura 16), desde que o leite seja mantido abaixo de C
por, no máximo, 48 horas e o leite cru refrigerado deverá ser transportado a
granel da propriedade para a indústria, em tanques rodoviários isotérmicos
(Figura 17) (DURR, 2005).
57
Figura 16 – Vista geral de tanque de refrigeração
Fonte: Durr (2005)
Figura
17
Vista de tanque rodoviário isotérmico
58
2.4.7 Nutrição
Segundo Barbosa et al. (2010), o leite produzido por uma vaca leiteira
é considerado como um subproduto de sua função reprodutiva e ambos são
dependentes de uma dieta controlada. Dessa dieta, os bovinos utilizam
nutrientes para mantença, crescimento, reprodução e produção, quer seja
na forma de leite ou carne. Manter uma alimentação adequada é de
fundamental importância, tanto do ponto de vista nutricional quanto
econômico. Em um sistema de produção de leite, a alimentação do rebanho
tem um custo efetivo representativo. Considerando o custo de produção de
leite, a alimentação representa de 40 a 60%, podendo atingir percentual
mais elevado.
As vacas devem receber uma dieta equilibrada a base de alimentos
volumosos (pastagens, fenos, silagens) de boa qualidade e uma
suplementação com alimentos concentrados, de acordo com o seu potencial
genético. O produtor rural deve planejar a produção de alimentos para o ano
todo, a fim de evitar que a produção e a composição do leite sejam
prejudicadas em determinadas épocas.
Entretanto, à medida que se busca maior produtividade por animal,
os volumosos (pasto, silagem e feno) por si sós não são suficientes para
manter essa maior produtividade. Nesse caso, além de volumosos, a
alimentação do gado de leite deve ser acrescida de uma mistura de
concentrados, minerais e algumas vitaminas.
2.4.8 Mão-de-Obra
De acordo com Gomes (2000), a sustentação dos sistemas de
produção, que operam com baixo volume, é facilitada quando a mão-de-
obra é familiar, incluindo-se aí a mulher e os filhos menores, cujas
oportunidades no mercado de trabalho são limitadas. O lucro do produtor do
sistema familiar corresponde à remuneração do trabalho dele e de sua
família. O lucro do sistema familiar é o resíduo que sobra depois que, da
59
renda bruta, retirou-se o custo de produção, exceto o pagamento da mão-
de-obra. A mão de obra contratada é a remuneração pela mão-de-obra,
especializada ou não, empregada nos sistemas de produção de dio ou
grande volume.
2.5 Sanidade
A sanidade do rebanho é um dos pontos importantes para manter
uma alta produtividade de leite. Uma vaca doente diminui a sua produção e
pode comprometer a saúde de todo o rebanho, por isso, são importantes os
cuidados com a higiene dos animais e na ordenha. As principais doenças
são:
MASTITE
Segundo Durr (2005), em caso de mastite (inflamação do úbere), as
células de defesa do animal passam do sangue para o leite em grande
quantidade. A função dessas células é combater as bactérias que estão
causando a mastite e “limpar” as áreas inflamadas. Sempre que o número
dessas células (CCS) aumentar no leite, pode-se dizer que a vaca está com
mastite.
Células somáticas são células da vaca presentes no leite. São células
de defesa (leucócitos) do organismo que migram do sangue para o interior
da glândula mamária com o objetivo de combater agentes agressores, mas
também podem ser células secretoras descamadas (PEREIRA, MACHADO
e SARRIES, 2001).
Existem duas formas de Mastite:
CLÍNICA: É cil de perceber, pois a vaca pode parar de comer, ter febre e
reduzir muito a produção de leite, o úbere fica inchado e avermelhado, e o
leite apresenta grumos, pus e outras alterações. Precisa ser tratada, pois a
vaca pode transmitir a infecção a outros animais ou, mesmo, correr risco de
morte. Essa mastite pode ser detectada pela eliminação dos primeiros jatos
de leite de cada teto em caneca de fundo escuro ou telado.
60
SUBCLÍNICA: Não apresenta nenhum dos sintomas acima, a não ser
redução da produção de leite, que quase sempre passa despercebida. Para
saber se a vaca está com mastite subclínica, é preciso observar se houve
um aumento da CCS no leite. A mastite subclínica só é detectada em
laboratórios.
Quase todos os casos de mastite o da forma subclínica, fazendo
com que o produtor, muitas vezes, não perceba que tem um problema sério
em seu rebanho: como ele não enxerga a doença, as mastites são de longa
duração e causam enormes prejuízos, principalmente pelo leite, que deixa
de ser produzido causando redução de preço pela indústria. Por isso, a
CCS é uma ferramenta muito importante no manejo do gado leiteiro.
LAMINITE
Segundo Espejo et al. (2006), a claudicação foi classificada como o
problema mais importante em vacas leiteiras e é o mais representativo
baseado em indicadores de bem-estar no gado leiteiro. E a claudicação é
uma das mais importantes doenças que causam perdas econômicas nas
propriedades leiteiras. A laminite é uma das causas desse problema.
Segundo Carvalho (2004) a laminite é a patologia de maior custo
para o gado de leite confinado. Suas causas incluem condições de
alimentação ou rações que elevam a acidose ruminal e a presença de pisos
mais abrasivos. O tipo do piso é de particular importância devido à
distribuição e redistribuição das pressões nos cascos. Quanto mais se
aprende a respeito das diversas causas de laminite, novos conceitos e
definições surgem na tentativa de elucidar a síndrome. A laminite no gado
foi descrita em 1963 como uma inflamação asséptica difusa de toda a
camada dérmica (também conhecida como pododerme ou derme) do dígito.
O processo foi descrito em três formas clínicas baseadas no princípio,
duração e sintomatologia, da seguinte forma: aguda, subaguda e crônica , e
a duração média dos processos era inferior a 10 dias, de 10 dias a 4
semanas e mais de 6 semanas, respectivamente. Uma quarta forma de
laminite, a laminite subclínica, posteriormente foi considerada a forma mais
61
prevalente em sistemas de produção e manejo intensivo. A laminite é
definida como uma inflamação asséptica das minas do rio, causada por
um distúrbio da microcirculação e degeneração na junção derme/epiderme.
Sua etiologia é multifatorial e sua patogenia bastante complexa e ainda
incerta (MOLLO NETO, 2007).
Uma forma de prevenção é o casqueamento, ou seja, é a remoção
periódica de camadas de aproximadamente 1,00 cm por casco, de forma a
mante-los com o comprimento máximo de 80 mm.
2.6 Tecnologia na Cadeia produtiva do leite
Não há consenso sobre a resposta da pergunta se a adoção de
tecnologia aumenta o custo médio (custo/litro) de produção de leite. Essa
pergunta pode ser feita de outro modo: Os sistemas de produção de leite
mais tecnificados têm maior custo médio? Alguns acham que sim, outros,
que não . Aqueles que acham que sim argumentam que a adoção de
tecnologia implica o uso de mais ração, medicamentos, fertilizantes,
corretivos, sal mineral e outros insumos dessa natureza. Assim, nível
tecnológico mais elevado implica maior custo médio (GOMES, 2001).
Por outro lado, os que acham que não argumentam que o objetivo
principal da tecnologia é aumentar a produtividade e, por extensão, reduzir o
custo médio. Além disso, o os sistemas de produção mais tecnificados,
cuja produção mais cresce, ou seja, são os mais tecnificados, que têm
maior poder de competição em razão do menor custo médio (GOMES,
2001).
Investir no aprimoramento da cadeia quanto à gestão, recursos
tecnológicos, controles e qualidade é abrir fronteiras para o aumento de
empregos, melhoria da imagem nacional e maiores receitas de exportação.
Podem ser utilizadas as seguintes tecnologias na cadeia do leite:
2.6.1 Tecnologias para rastreabilidade
Segundo Botega et al. (2008), a identificação eletrônica de animais é
um método seguro e confiável. Esse é o pré-requisito para o monitoramento,
62
tratamento e cuidados individuais de cada vaca, um dos fatores importantes
para a saúde e bom desempenho do rebanho. São vários os tipos de
identificação eletrônica. A identificação mais utilizada em rebanhos leiteiros,
mantidos em sistema intensivo de produção, é a utilização de colares
eletrônicos. Outro tipo de identificação eletrônica de animais é a
identificação por microchip, conhecido também por transponder. Existem
outros métodos de identificação eletrônica de animais como a utilização de
brincos eletrônicos.
RFID
Os digos de barra e RFID permitem a captura automática da
identidade do animal. A identificação por meio eletrônico é baseada na
utilização de um microchip ,que pode ser implantado sob a pele do animal,
colocado em brinco ou colar, ou mesmo introduzido em seu rúmen. Ela se
processa de forma similar em qualquer das três maneiras acima citadas.
Entre as possibilidades, a opção pelo brinco é a que melhor atende
aos objetivos deste projeto devido o baixo nível de intervenção e os
dispositivos de inserção e leitura dos dados. O uso do brinco com chip
parece ser também de aprendizado mais fácil por parte do pecuarista, que
não tem formação digital. A Figura 18 corresponde a um esquema do
conjunto de rastreamento.
Existem diversos tipos de leitoras para alimentar, interrogar o ID dos
microchips e transmiti-los até o equipamento hospedeiro.
63
Fonte: (Eradus, 1999)
As leitoras (manual/painel) são equipamentos utilizados para leitura
dos códigos presentes nos chips RFID implantados nos animais ou
presentes em outros subsistemas, tais como o de pesagem dos animais.
Dentro das leitoras existe um gerador de RF), que emite uma onda
eletromagnética em frequência pré-definida, cuja potência é suficiente para
energizar o microchip implantado. Esse chip, ao ser energizado, transmite
um código universal, gravado em seu interior, e é captado pela leitora,
comsoftware capaz de transmitir esta informação.
Brincos
A rastreabilidade bovina suportada por meio de brincos com tag´s
eletrônicos é implementada por meio dos seguintes passos:
a) Preparação dos brincos com tag´s;
b) Montagem e instalação dos brincos identificadores nas orelhas
dos animais;
c) Testes de funcionamento do transponder;
d) Cadastramento do animal;
e) Atualização da base de informações de trato.
A preparação dos brincos com tag´s é feita mediante a escolha dos
identificadores e as cores a serem determinadas entre as que são
Figura
18
-
Esquema do conjunto de rastreamento
64
fornecidas. Os brincos o, normalmente, fabricados em seis cores
(vermelho, amarelo, laranja, azul, branco e verde), estampados em hot
stamping com identificação alfanumérica e código de barras.
A marcação no brinco deve ser compatível com o modelo SISBOV
como ilustra a Figura 19 e a montagem do tag deve ser realizada no mesmo
conjunto antes da aplicação na orelha do animal (Figura 20).
Figura 19 - Sistema de marcação padronizado para o brinco
Figura 20 - Tag a ser montado em conjunto com o brinco
A montagem na orelha dos animais deve seguir a sequência
recomendada pelo fabricante para evitar desconforto e eventual
contaminação do animal. Essa sequência compreende em que um primeiro
passo a identificação de uma linha horizontal imaginária logo abaixo da
nervura principal como ilustra a Figura 21a. Na sequência, deverá ser
65
traçada uma linha vertical no centro da orelha do animal como mostra a
Figura 21b, e no cruzamento das duas linhas é o local aonde deve ser
instalado o brinco Figura 21c.
Figura 21 - Instalação do brinco na orelha da vaca
a b c
A instalação é feita com o uso de alicates especiais com agulhas para
a perfuração e fixação. A Figura 22 mostra o momento da colocação do
brinco numa vaca holandesa:
.
Figura 22 - Instalação do conjunto brinco e transponder com o uso de alicate para
fixação
Após esses procedimentos de instalação deve-se proceder aos testes
do transponder com o uso do equipamento de leitura e armazenamento de
dados (Coletor de dados).
Basta aproximar o bastão de leitura do brinco, pressionar o botão de
leitura e os dados deverão ser transmitidos para o coletor segundo as
66
instruções do fabricante. A Figura 23 apresenta o conjunto coletor de dados
e o bastão de leitura.
Com esse passo corretamente executado, confirmando o
funcionamento e coleta, basta providenciar o cadastramento do animal junto
ao aplicativo de controle (Software) e em todas as oportunidades notáveis,
assim como vacinações, avaliações veterinárias, inseminações,
casqueamento ou demais atividades do trato e produção, coletando as
informações para registro e atualizando-se a base por meio da comunicação
serial do coletor de dados, que efetua a transferência dos dados de todos os
animais para o microcomputador PC responsável pelo registro do rebanho.
Figura 23 - Conjunto coletor de dados e o bastão de leitura
Pedômetro
É um equipamento eletrônico (Figura 24) que registra continuamente
a movimentação de animais pela contagem de passos, é utilizado para sua
identificação e avaliação de sua movimentação (NÄÄS, 2008).
Outra aplicação é a detecção do cio, pois as vacas com alterações
hormonais – característica do período de cio – caminham mais.
A detecção de cio aumenta a eficiência reprodutiva, produzindo um
menor período de serviços e intervalos de parto. Para obter uma maior
67
eficiência reprodutiva do rebanho, é necessária uma identificação (ou
detecção) de cio eficiente e uma boa taxa de concepção. rios são os
métodos para melhorar a eficiência na identificação de cios como
pedômetros, aparelhos eletrônicos, entre outros (BOTEGA et al., 2008).
Figura 24 – Vista frontal do pedômetro atado à perna da vaca
2.7 Formação do custo do leite
A formação do custo de produção do leite de uma propriedade é
complexa, pois envolve várias características desse tipo de atividade como:
produção familiar, custos ficam subjetivos; vendas de animais como fonte de
receita, as propriedades menores vendem os novilhos para produção de
carne e as grandes propriedades descartam os novilho etc. Essas
características, também, variam de acordo com o tamanho da propriedade,
tornando algumas características de difícil consideração na formação do
custo.
Ao projetar um sistema ABC, seis etapas essenciais: (1)
identificar, definir e classificar as atividades e os atributos-chave; (2) atribuir
o custo dos recursos para as atividades; (3) atribuir o custo de atividades
secundárias para atividades primárias; (4) identificar os objetos de custo e
especificar o montante de cada atividade consumida por objeto de custo
específico; (5) calcular as taxas de atividades primárias; e (6) atribuir os
custos de atividades aos objetos de custo.
68
Toda essa complexidade implica na escolha de sistema de
contabilidade que possa analisar o valor do processo. O núcleo da análise
do valor de processo é a análise da atividade, que é o processo de
identificar, descrever e avaliar as atividades que uma organização realiza. A
análise de atividades deve produzir quatro resultados: (1) quais atividades
são realizadas, (2) quantas pessoas realizam as atividades, (3) o tempo e
os recursos necessários para realizar as atividades e (4) uma avaliação do
valor das atividades que adicionam valor (HANSEN e MOWEN, 2001).
A avaliação de quão bem as atividades (e os processos) estão sendo
executadas (os) é fundamental para os esforços da gestão em melhorar a
rentabilidade. Medidas de desempenho das atividades em formas
financeiras e não-financeiras. Essas medidas são projetadas para avaliar
quão bem uma atividade foi executada e os resultados, obtidos. Também
são projetadas para revelar se uma melhoria constante está sendo
realizada. As medidas de desempenho da atividade se concentram em três
dimensões principais: (1) eficiência, (2) qualidade e (3) tempo. A eficiência
focaliza o relacionamento de entradas com saídas de atividades. Por
exemplo, uma maneira de se melhorar a eficiência da atividade é produzir a
mesma saída de atividade por um custo mais baixo para as entradas
consumidas. A qualidade se preocupa em fazer a atividade certa da primeira
vez que é realizada. Se a saída da atividade for defeituosa ou contiver
falhas, então é possível que se tenha de repetir, causando custos
desnecessários e redução na eficiência. O tempo exigido para realizar uma
atividade também é crítico. Tempos mais longos normalmente significam
maior consumo de recursos e menos habilidade em reagir às demandas dos
clientes. As medidas de tempo do desempenho tendem a ser não-
financeiras, enquanto as medidas de eficiência e qualidade são financeiras
e não-financeiras (HANSEN e MOWEN, 2001).
Qualidade na produção leiteira difere um pouco das definições
tradicionais, pois, consideram-se itens como teor de proteína, gordura e
extrato seco total.
69
Atividades ligadas à qualidade são aquelas realizadas porque a
qualidade existe ou pode existir. Os custos para se realizar essas atividades
são referidos como custos da qualidade. Os custos da qualidade estão
associados a atividades de controles, são realizadas para prevenir ou
detectar a má qualidade, e atividades de falha, são realizadas em reação a
má qualidade (HANSEN e MOWEN, 2001).
A formação do preço pago ao produtor de leite segue critérios de
qualidade e quantidade, e, muitas vezes, a distância também interfere na
rentabilidade de algumas propriedades. As propriedades melhores
estruturadas são as privilegiadas quanto aos critérios de estabelecimento do
preço do leite pelas indústrias, e os sistemas de bonificações variam de
empresa para empresa (DUARTE, 2002).
Segundo Horta (2006), cooperativas e laticínios independentes já
começam a pagar de modo diferenciado. Em algumas regiões, o leite ainda
é pago por volume entregue. Quanto mais o produtor entregar, mais
receberá por litro, que há uma redução nos custos administrativos e de
logística do comprador. Mas nas regiões que abrigam as maiores bacias
leiteiras, o pagamento por volume vem recebendo um adicional relativo à
qualidade. Em várias regiões, se pagam bonificações por qualidade,
considerando itens como teor de proteína, gordura e extrato seco total.
Também prêmios por menor contagem bacteriana total (CBT) e menor
contagem de células somáticas (CCS). Em alguns casos, as bonificações
podem aumentar o valor recebido pelo produtor em mais de 20%. Tal
sistemática de pagamento ainda não é a regra em todo o País, mas é
crescente o número de indústrias que a vem adotando. Para o produtor, a
melhoria da renda, em razão das bonificações pela qualidade, não é o único
benefício.
Os cuidados refletem-se também na redução dos custos de
produção. Dois dos itens constantes da Tabela 1, a CBT e a CCS, explicam
isso. A contagem bacteriana total mostra o número de bactérias presentes
no leite. Em geral, a contagem ocorre após a ordenha, que se intensifica
70
em função de higiene, das condições de ordenha, do maquinário, do
resfriamento, etc. Mas antes, ainda no interior do úbere da vaca, o leite tem
certa contaminação bacteriana, considerada normal, que não significa
mastite, mas reduz a produção.
Tabela 1 - Exemplo de bonificações no pagamento do leite
Fonte: Horta (2006)
A contagem de células somáticas mostra o número de células de
descamação do epitélio (tecido que reveste as cavidades) da glândula
mamária. A contagem também registra células de defesa, que passam do
sangue para o leite. Pode-se dizer que a CCS mostra o quanto o úbere vem
sendo agredido e os esforços do organismo na defesa. Valores maiores de
CCS levam a uma perda significativa de produção. A tabela 2 mostra os
benefícios em termos de produção, que podem ser obtidos com o controle
da CCS e da CBT.
Tabela 2 – Leite de Qualidade: influência na produção total
71
Fonte: Horta (2006)
Segundo Hansen e Mowen (2001), a produtividade envolve a
produção eficiente de uma saída e considera o relacionamento entre a saída
e as entradas usadas para produzir a saída. Combinações diferentes, ou
combinações de entradas, podem ser usadas para produzir um dado nível
de saída. A eficiência produtiva total é o ponto em que duas condições são
satisfeitas: (1) para qualquer combinação de entradas que produzirão uma
dada saída, não será usada entrada mais do que o necessário para produzir
a saída e (2) dadas as combinações que satisfazem a primeira condição, a
combinação menos onerosa é a escolhida. A primeira condição é
direcionada por relacionamentos técnicos e, é conhecida como eficiência
técnica. Ao ver atividades como entradas, a primeira condição requer a
eliminação de todas as atividades que não adicionam valor, e requer que as
atividades que adicionam valor sejam executadas com as quantidades
mínimas necessárias para produzir a dada saída. A segunda condição é
direcionada por relacionamentos relativos e preço das entradas e é
chamada de eficiência da substituição de entradas. Os preços das entradas
determinam as proporções relativas de cada entrada que deve ser
consumida. O desvio dessas proporções fixas cria uma ineficiência da
substituição de entradas.
Medir a produtividade para todas as entradas de uma vez é
chamado de mensuração total da produtividade. Na prática, pode não ser
necessário medir o efeito de todas as entradas. Muitas empresas medem a
produtividade apenas daqueles fatores que são indicadores relevantes do
desempenho e sucesso organizacional. Assim, em termos práticos, a
medida total da produtividade pode ser definida como a focalização em um
número limitado de entradas, e, no todo, indica o sucesso organizacional.
Em qualquer dos casos, a medida total da produtividade requer o
desenvolvimento de uma abordagem de medida de múltiplos fatores
(HANSEN e MOWEN, 2001).
72
O cálculo do custo de produção do leite (equação 1) será realizado
através da abordagem do resultado operacional, que foca na demonstração
de resultado como uma ferramenta na organização dos custos da empresa
em categorias fixas e variáveis. A demonstração de resultado é expressa
como uma equação narrativa:
Equação 1 - Equação do resultado operacional
Resultado operacional = Receita de vendas - Despesas variáveis - Despesas
fixas
Usa-se o termo resultado operacional para denotar o resultado ou
lucro antes do imposto de renda. O resultado operacional inclui apenas
receita e despesa das operações normais da empresa. O termo resultado
líquido irá significar o resultado operacional menos o imposto de renda.
Uma vez que conseguida uma medida das unidades vendidas, pode-
se expandir a equação do resultado operacional expressando as receitas de
vendas e despesas variáveis em termos da quantidade em unidades
monetárias e o número de unidades.
Os indicadores de custos calculados serão importantes neste
trabalho de pesquisa, pois servirão como forma de correlacionar e validar
alguns outros indicadores propostos neste trabalho:
a) O indicador custo por vaca do rebanho indica quanto cada
propriedade gasta para manter o rebanho, e, haverá a
oportunidade de validar-se na prática, se as propriedades com
classificações melhores tendem a ter um custo maior por vaca,
pois envolvem maiores despesas como mão de obra profissional,
nutrição, padrões tecnológicos etc. ou não.
73
b) O indicador produção de leite por vaca do rebanho é um ótimo
indicador de eficiência produtiva e tem correlação com os custos
de produção. Quanto maior a produção de leite por vaca do
rebanho (vacas em lactação e vacas secas) menor é o custo total
de produção de leite.
2.8 Redes Interorganizacionais
Neste trabalho de pesquisa foram utilizados os conceitos de redes
interorganizacionais para analisar as relações entre os diversos atores que
compõe a cadeia leiteira.
O tema rede de empresas tem tido destaque significativo na literatura
acadêmica atual. As empresas atuam em rede quando cooperação e
comprometimento na relação existente entre elas. É crescente o uso de
sistemas de informações para interligar as empresas os chamados
sistemas interorganizacionais (SILVEIRA et al., 2009).
Em consequência disso, as empresas adotam novas formas de
gestão do trabalho, inovam na preocupação de se ajustar com as exigências
mundiais e criam as estratégias colaborativas como forma de adquirirem
habilidades que ainda não possuem, corroboram DYER e SINGH (1998).
Conforme Pereira (2005), tanto no âmbito prático quanto teórico, o
tema de relacionamentos interorganizacionais é aplicado a uma ampla
variedade de relacionamentos entre as organizações, como, por exemplo,
joint ventures, alianças estratégicas, clusters, franchising, cadeias
produtivas, grupos de exportação, redes interorganizacionais, entre outras.
As redes interorganizacionais são importantes na vida econômica,
pelo fato de facilitarem a complexa interdependência transacional e
cooperativa entre organizações. Sua importância é reconhecida do ponto de
viste teórico, pelo fato de poder ser, e na verdade são, estudadas a partir de
diferentes abordagens teóricas. Desse modo, os estudos sobre redes
oferecem uma preciosa base de interesses comuns e potencial diálogo
entre os vários ramos da ciência social (BALESTRIN e VARGAS, 2002).
74
De acordo com Baum e Ingram (2000), as redes interorganizacionais
podem ser divididas em duas classes de análise: redes verticais e redes
horizontais. As “redes verticais” envolvem a articulação das atividades de
fornecedores e distribuidores por uma empresa coordenadora, exercendo
considerável influência sobre as ações dos outros agentes a cadeia
produtiva. As “redes horizontais” atravessam organizações similares, que
combinam suas atividades para alcançar fins coletivos.
A Figura 25 reflete as principais divisões de estudos sobre redes
interorganizacionais (PEREIRA, 2005)
Fonte: Pereira (2005)
Como fatores contingenciais à formação de redes
interorganizacionais, Pereira (2005) apud Oliver (1990) apresenta seis
generalizações determinantes na formação das redes:
a) Necessidade : Uma organização frequentemente estabelece elos
ou trocas com outras organizações por necessidade. Essa
contingência está sustentada por estudos oriundos, das abordagens
de dependência de recursos;
b) Assimetria : Sob essa contingência as relações
interorganizacionais são induzidas pelo potencial exercício de poder
de uma organização sobre outra. Em contraste com os motivos de
“dependência de recursos”, a abordagem da assimetria de poder
Figura
25
-
Divisão dos Estudos sobre Redes Interorganizacionais
75
explica que a dependência de recursos promove as organizações ao
exercício do poder, influência ou controle pordaqueles que não tem
recursos;
c) Reciprocidade : Ao contrário da contingência da assimetria, uma
considerável proporção da literatura sobre redes interorganizacionais,
implícita ou explicitamente, assume que a formação das relações
está baseada na reciprocidade. Motivos de reciprocidade enfatizam a
cooperação, colaboração e a coordenação entre organizações, ao
invés de dominação, poder e controle. Acordando com essa
perspectiva, as redes interorganizacionais ocorrem para o propósito
de buscar interesses e objetivos comuns;
d) Eficiência : A eficiência é a única das seis contingências que
apresenta uma orientação interna, ao buscar uma melhor
performance na eficiência organizacional. A perspectiva dos custos
de transação é consistente com o argumento de que a eficiência
interna é uma questão fundamental para a formação de redes
interorganizacionais;
e) Estabilidade : A formação de redes tem sido caracterizada como
uma resposta à incerteza ambiental. O ambiente incerto é gerado por
recursos escassos e pela falta de perfeito conhecimento das
flutuações ambientais. Incerteza induz organizações a estabelecer e
gerenciar inter-relações para encontrar estabilidade e predicabilidade
do ambiente .
f) Legitimidade : A legitimidade é um motivo das organizações
participarem em redes. Sustentada fundamentalmente pela teoria
institucional, de que o ambiente institucional impõe pressões sobre
organizações para justificar suas atividades e resultados.
Pereira (2005) apud Oliver (1990) argumenta que essas
contingências são a causa que induz ou motiva organizações a
estabelecerem relações interorganizacionais, isto é, explicam as razões
porque organizações escolhem relacionar-se com outras. Embora cada
76
determinante seja uma causa suficientemente separada para a formação
de tais relacionamentos, essas contingências, ocorrem simultaneamente.
Entre os tipos de redes, destacam-se as chamadas redes sociais,
que apresentam características semelhantes às demais, destacando-se à
conformidade em prol de um objetivo comum entre os atores e a
descentralização na tomada de decisões com a participação de indivíduos e
organizações (CRUZ et al., 2009). O Quadro 1 descreve as principais
características dos tipos de redes.
77
Quadro 1 - - Características dos tipos de redes
Fonte: Reis (2008) apud Lemos (2004)
78
2.9 Redes Sociais
As redes sociais têm sido utilizadas para estudos de relacionamentos
entre entidades sociais e de implicações de seus padrões de relações.
Redes são conjuntos regulares de conexões sociais entre indivíduos ou
grupos, e a ação individual imerge em redes sempre que se expressa em
interações com outros indivíduos.
Conforme Wasserman e Faust (2007), rede social é um conjunto de
agentes e de relações que incluem laços familiares, amizade, contextos de
trabalho, confiança e dependência. A Análise de Redes Sociais (ARS) é
uma técnica interdisciplinar de leitura dinâmica das interações sociais, com
um vocabulário especializado, que expressa a complexidade das distintas
dimensões das relações sociais. Assim, a realização de estudos com base
em método de ARS envolve os seguintes conceitos operacionais e
indicadores:
Atores ou nós: unidades sicas das redes, correspondentes a
cada um dos agentes participantes.
Atributos: o a descrição de características que permitem a
identificação e diferenciação de atores ou grupos de atores na rede
(idade, sexo, profissão, raça,função).
Laços relacionais: conexões entre nós, ou ligações entre pares
de atores, como amizade, parentesco, ligações profissionais.
Relação: coleção de laços relacionais de um tipo específico
entre atores de um grupo.
Fluxos: tudo que circula pelos laços relacionais ou entre os nós
da rede.
Podem ser tangíveis (insumos, bens, recursos financeiros e
tecnológicos) ou intangíveis (informações, afetos e sentimentos,
credibilidade, confiança, legitimidade).
79
Posição: lugar definidor da hierarquia da rede, que demonstra
a distância do ator de um ponto estratégico.
Cliques: definidores de subgrupos de atores com nculos
diretos entre si; deve haver pelo menos três nós para compor um
clique.
Densidade: quantidade de linhas (ou conexões) que interligam
um conjunto de pontos; permite visualizar a velocidade de difusão de
informações entre os nós.
Centralidade: quantidade de relações que se coloca entre um
ator e outros. Quanto mais centrais, mais importantes os atores em
uma rede. Pode ser calculada de acordo com diferentes medidas,
que geram diferentes conceitos de centralidade.
A ARS consiste no mapeamento de relações entre diversas
representações de relacionamentos, na forma de matrizes, gráficos e
análises. Assim, a ênfase está nas ligações entre atores, e não em seus
atributos, pois a unidade de observação é o conjunto de atores e seus laços.
Quando a metodologia de ARS é aplicada como ferramenta de
diagnóstico, pode ajudar a acessar alguns dos desafios associados ao
planejamento e implementação de projetos, pela apresentação dos desafios
institucionais e identificando iniciativas que permitam duplicar os esforços e
facilitar a construção de capital social entre diferentes atores.
80
2.10 Software para Análise de Redes Sociais
O Software UCINET é um pacote bastante flexível para analisar
dados de redes sociais. Essa ferramenta aceita diversos formatos de
arquivo, podendo ler redes que tenham em média 32 mil nodos. Os métodos
de análise de redes sociais existentes no pacote UCINET incluem medidas
de centralidade, identificação de subgrupos, análise de papeis e teoria
elementar dos grafos. Além disso, a ferramenta apresenta diversas rotinas
para análise de matrizes. Possui um módulo integrado para desenhar
gráficos de redes sociais chamado NetDraw. O NetDraw permite a criação e
leitura de redes sociais, e análise dos dados.
O UCINET começou a ser utilizadaa partir do ano 2000 pela Analytic
Technologies, pequena empresa de softwares que publica programas para
análise de redes sociais e análise de domínio cultural. A Analytic
Technologies é liderada por Steve Borgatti, professor da Faculdade Gatton
de Negócios e Economia na Universidade de Kentucky (USA) e do
Departamento de Estudos Organizacionais da Faculdade de Boston (USA).
O software completo possui uma versão de teste, podendo ser adquirido
sem custo no site www.analytictech.com.
Para o desenvolvimento da ARS, utilizou-se o software Ucinet 6 for
Windows, em conjunto com o software de visualização NetDraw. O sistema
tem foco nos aspectos relacionais dos dados a serem coletados, ou seja, as
propriedades e conteúdos provenientes da interação entre unidades
independentes. A partir da elaboração da matriz de adjacência, é possível
identificar, por exemplo, traços de manutenção ou alteração nos padrões
das interações da rede no decorrer do tempo. Em estudos de redes sociais,
são considerados como elementos primários os elos entre nós da rede (sua
existência ou não), e como elementos secundários os atributos dos atores
(raça, sexo, localização geográfica, etc.) (QUANDT, 2009).
A organização de uma bacia leiteira com as características do foco
desta pesquisa é antecedida por um intenso relacionamento social de
vizinhança, troca de informações, pequenos negócios e colaborações.
81
Desse relacionamento surgem as lideranças, as ideias de ajudas mútuas, a
confiança, a cooperação e as sugestões de encarar problemas comuns ou
buscar melhorias de forma colegiada. O mapeamento da rede social se
constitui em ferramenta metodológica imprescindível para o estudo de
avaliação do estágio desse aglomerado com relação às pretensões do
grupo. No Capítulo 4, apresentar-se-á o mapeamento, decorrente da
pesquisa efetuada em Fartura, em que a organização dos empresários,
produtores de leite, avança para uma APL de sucesso, fundamentado na
evolução observada até o momento.
82
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA
3.1 Estabelecimentos de indicadores
Após a conclusão da pesquisa bibliográfica, que possibilitou o
estabelecimento dos indicadores iniciais para o desenvolvimento da
pesquisa de campo, realizaram-se várias reuniões com o proprietário da
fazenda 3J, da região de Itapetininga, SP, e também com o agronomo Luiz
Otavio Motta, consultor das Propriedades de Fartura, para validar os
indicadores escolhidos.
Ouvidos os especialistas quanto aos indicadores, a principal
referência teórica foi o trabalho de Gehlen (2000). Após os ajustes, os
indicadores se encontram descritos no Quadro 2 :
Indicador
Tempo de regularidade na atividade leiteira
Produtividade de acordo com o padrão da região
Mão de obra
Prioridade da produção leiteira
Reinvestimentos dos rendimentos
Padrão tecnológico
Especialização da raça
Alimentação
Sistema de criação
Quadro 2 - Indicadores iniciais
Uma vez definido os indicadores, agendou-se uma visita à fazenda 3J.
A Fazenda 3J é uma propriedade leiteira que produz 4200 litros por dia,
realiza 3 ordenhas diárias, a mão de obra é especializada, a sala de
ordenha é preparada, são 160 vacas holandesas em período de lactação e
é realizada toda a limpeza, e desinfecção e controle de doenças.
A visita ocorrida no mês de outubro de 2008, foi aproveitada para
realizar entrevistas com os funcionários da fazenda e o proprietário para
verificar outros indicadores que poderiam ser acrescentandos à pesquisa.
83
Após análises das sugestões de indicadores (Quadro 2), estes
foram refinados e ajustados conforme o Quadro 3
1.
Controle de custos
2.
Qualidade da Raça
3.
Nutrição
4.
Mão de obra
4.1
Quantidade
5.
Sistema de Produção (manejo)
6.
Assistência Técnica
6.1
Gestão
6.2
Controle informatizado
6.3
Veterinário
7.
Retiro
7.1
Tipo de ordenha
7.2
Limpeza do retiro
7.3
Resfriador
7.4
Limpeza e desinfecção na
ordenha
8.
Sanidade
9.
Quantidade de vacas
9.1
Total
9.2
Produzindo
10.
Área para produção de leite
11.
Fonte de renda
12.
Produção (l/dia)
13.
Resistência a mudanças
14.
Custo de produção/litro
15.
Preço de venda/litro
16.
Rastreabilidade
Quadro 3 - Indicadores provisórios
As novas informações mostrou a necessidade do aumento de
indicadores e sua classificação por atividades. Considerou-se então, para
facilitar o entendimento e a aplicabilidade, agrupar os indicadores segundo
seis atividades, conforme mostra o Quadro 4.
84
ÁREA INDICADOR
Manejo
Sistema de Criação
Retiro
Tipo de piso do retiro
Limpeza do piso do retiro
Tipo de ordenha
Qtde de ordenhas por dia
Resfriador
Mão de obra
Qtde de funcionários
Nível de qualificação da mão de obra
Limpeza e desinfecção na ordenha
Inseminação artificial
Qtde de vacas produzindo
Qtde total de vacas
Produção total (kg/dia)
Rastreabilidade
Preço de venda/kg
Sanidade
Controle de Vacinas
Controle de Mastite
Controle de Laminite
Casqueiro
Contagem Bacteriana Total (CBT),
Contagem de Células Somáticas (CCS),
Determinação dos teores de gordura, lactose,
proteína, sólidos totais, sólidos desengordurados
Acompanhamento veterinário
Alojamento Pasto
Galpão (free-stall)
Controle de temperatura
Sistema de ventiladores
Sistema de Nebulização
Tipo de telhado
Genética Qualidade da raça
Melhoramento Genético
Nutrição Ração
Silagem
Pasto
85
Melhoramento Nutricional
Calculados
Produtividade média diária por vaca
Receita Operacional
Custo por vaca do rebanho
Produção de leite por vaca do rebanho
Quadro 4 - Indicadores finais
3.2 Entrevistas
O instrumento de pesquisa deste trabalho é composto por um roteiro
de entrevistas, semi-estruturadas, com perguntas abertas com base no
Quadro 4. Esse roteiro encontra-se no anexo 01. Foi realizado um piloto no
mês de dezembro de 2008 na Fazenda 3J.
A pesquisa de campo foi realizada no período de agosto a dezembro
de 2009 e foi elaborada utilizando uma amostra de propriedades leiteiras de
diversos tamanhos das regiões de Itapetininga, Fartura (Fartura, Itapeva e
Itaporanga), Avaré (Manduri e Óleo) e São Pedro, todas no Estado de SP.
No total, foram pesquisadas 54 propriedades, divididas conforme a Tabela
3 :
Tabela 3 - Quantidade de propriedades pesquisadas por região
REGIÃO
QUANTIDADE DE PROPRIEDADES
Itapetininga
1
Fartura
(Fartura, Itapeva e Itaporanga)
50
Avaré
(Manduri/Óleo)
2
São
Pedro
1
Total
54
Essa amostra foi escolhida, conforme critério de acessibilidade do
pesquisador, ou seja, não é a rigor uma amostra probabilística.
A pesquisa foi direcionada a proprietários e administradores das
propriedades e facilitadores (agrônomos, técnicos agrícolas e formadores de
86
opiniões) por serem pessoas que detêm o conhecimento das áreas
pesquisadas da produção leiteira como manejo, sanidade, alojamento,
genética, nutrição, e custos e têm trânsito e a confiança dos sitiantes.
3.3 Custos de produção
Neste trabalho, utilizamos o método de custeio baseado em
atividades (ABC) no processo de controle e gestão dos custos de produção
do leite. Segundo Hansen e Mowen (2001), um sistema de custeio baseado
em atividades, primeiramente rastreia os custos para as atividades e, em
seguida para os produtos e outros objetos de custo. A suposição subjacente
é que as atividades consomem recursos, e os produtos e outros objetos de
custo consomem atividades.
Segundo Oliveira et al. (2001), as atividades agrícolas conduzidas
com fins lucrativos devem ser contabilizadas para periódicas análises do
desempenho econômico e técnico. Entretanto, poucas são as propriedades
rurais de pequeno e dio portes que contabilizam suas atividades para
posterior análise econômica, e, por isso, o conhecem seus custos de
produção de leite, especialmente os custos fixos. A, a inexistência de fontes
de informações confiáveis levam os produtores à tomada de decisão
condicionada à sua experiência, à tradição, ao potencial da região, à falta de
outras opções e à disponibilidade de recursos financeiros e de mão-de-obra.
A abordagem dos custos de produção é ampla, serve para o
pequeno, médio e grande produtor, além de permitir um aprendizado
evolutivo a partir de anotações em cadernetas de controles, devido à
inexistência de fontes de informações, conforme relatado acima.
3.4 Classificação das propriedades
Optou-se em desenvolver um método para classificação das
propriedades leiteiras com base nos indicadores propostos no Capitulo
anterior, tendo como próposito principal a eficiência produtiva.
87
A primeira etapa foi selecionar os indicadores que influenciam na
produtividade ou no preço do litro de leite, por exemplo, bonificações por
distância ou qualidade, indicados na Tabela 4.
Dessa medição atribuiu-se pesos as respostas para cada um dos
indicadores conforme a classificação :
Tabela 4 - Peso para cada um dos níveis de classificação
Classificação
Peso
P5
10
0
P4
10
1
P3
10
2
P2
10
3
P1
10
4
O produtor menos qualificado é o P5. A escala exponencial é
decorrente da variabilidade crescente em termos de exigências para a
mudança de classificação. A mudança de P5 para P4 requer um fator de
ordem 10¹ e de P2 para P1 de ordem 10³. Enquanto mudanças singelas
promovidas pelo produtor P5 possibilita sua reclassificação para P4, a
mudança de P2 para P1, requer processos apurados degestão, logística,
sanidade, conforto animal, tecnologias de controle e gestão, qualificação de
recursos humanos.
3.5 Características dos produtores
Os produtores foram divididos em cinco classes, de acordo com as
suas características como segue abaixo:
3.5.1 Produtor não especializado (P5)
Referencial teórico - Também chamados de “extratores” ou “extrativistas”,
os produtores não-especializados são aqueles que trabalham com
tecnologia extremamente rudimentar, para os quais o leite ainda é um
subproduto do bezerro de corte (ou vice-versa, dependendo da época do
ano) e, por isso mesmo, o capazes de suportar grandes oscilações de
88
preços. Trata-se, na sua maioria, de produtores que encontram no leite uma
atividade típica de subsistência, não-empresarial, que serve mais como uma
fonte adicional de liquidez mensal, comos custos monetários, bastante
reduzidos. São eles os principais responsáveis pela formação de
excedentes de leite de baixa qualidade (pela ausência de sistemas de
refrigeração) na época chuvosa. Esses produtores teriam dificuldades para
sobreviver num mercado que exigisse qualidade da matéria-prima e
estabilidade de produção (JANK e GALAN, 1998) .
Após a pesquisa de campo As propriedades têm no leite mais uma fonte
de renda, os animais o são de qualidade leiteira e também servem para
corte, o sistema de criação é extensivo, o retiro ou sala de ordenha é em um
galpão sem qualquer preparação, a ordenha é manual sem qualquer
preocupação com limpeza e desinfecção, o se utiliza qualquer recurso
tecnológico como resfriador, rastreabilidade, inseminação artificial ou
ordenha mecânica, a forma de administração não é empresarial e a mão de
obra é familiar, os investimentos são mínimos e não existe qualquer
preocupação com melhoramento genético ou nutricional.
3.5.2 Produtor tradicional (P4)
Referencial teórico - É um produtor consolidado. Identifica-se como
tradicional e tem uma racionalidade compatível com a identidade de
produtor tradicional, ou seja, sua produtividade está de acordo com o
padrão tradicional na sua região. A produção de leite não é uma atividade
estratégica dentro da propriedade, utilizando a força de trabalho secundária
e apenas o tempo necessário, não sendo essa qualificada. A organização
sistêmica da propriedade não prioriza a produção de leite, e o
reinvestimento dos rendimentos raramente se na atividade leiteira. No
padrão tecnológico, as instalações e equipamentos, quando existem, são
precários, os animais não são especializados, a alimentação não é
balanceada e na maior parte do tempo é precária (GEHLEN, 2000).
Após a pesquisa de campo As propriedades têm no leite mais uma
fonte de renda, os animais não são de qualidade leiteira e também servem
89
para corte, o sistema de criação é semi-intensivo, o retiro ou sala de
ordenha é em um galpão sem qualquer preparação, a ordenha pode ser
manual ou mecânica sem qualquer preocupação com limpeza e
desinfecção, utiliza-se de poucos recursos tecnológicos como resfriador e
ordenha mecanica, a forma de administração não é empresarial e a mão de
obra é familiar, os investimentos são mínimos e não existe qualquer
preocupação com melhoramento genético ou nutricional e principalmente, o
leite não é de baixa qualidade.
3.5.3 Produtor em transição (P3)
Referencial teórico - Também é um produtor consolidado, mas não se
identifica completamente como produtor moderno e nem adota
completamente essa racionalidade, sua produtividade não está de acordo
com o padrão moderno dentro de sua região, pois sua média de
produtividade é mais baixa. A produção de leite está se tornando estratégica
e na organização sistêmica da propriedade, a força de trabalho principal
está se envolvendo cada vez mais na atividade. O reinvestimento dos
rendimentos se cada vez mais na atividade, embora ainda não seja a
principal atividade. No que diz respeito ao padrão tecnológico, embora as
instalações e os equipamentos ainda sejam um pouco precários, houve
aquisição de equipamentos adequados e construções específicas para a
atividade. Os animais, embora na sua maioria sejam mestiços, estão
sendo melhorados geneticamente, e, em alguns casos, aquisição de
animais puros. A força de trabalho está se qualificando para a atividade,
existe a percepção da necessidade de fazer um balanceamento adequado
na alimentação dos animais e de prover alimento o ano inteiro, o que
começa a ser executado de forma gradual. Esse produtor está numa
situação em que pode evoluir para um produtor Moderno Convencional, ou
de acordo com a conjuntura, desistir da atividade (GEHLEN, 2000).
Após a pesquisa de campo o produtores que estão em transição,
saindo do perfil do produtor tradicional e migrando para o produtor moderno,
90
o leite deixa de ser uma simples fonte de renda e torna-se estratégica para
a propriedade, as atividades começam a exigir mais atenção, a mão de obra
passa a contar com funcionários e a administração passa a ser empresarial,
tudo isso porque precisa aumentar a produtividade
da propriedade. Além disso, inicia-se uma fase de investimentos para:
Melhoramento genético;
Melhoramento nutricional;
Limpeza e desinfecção na ordenha;
Inseminação artificial;
Qualidade, considerando itens como teor de proteína, gordura
e extrato seco total e por menor contagem bacteriana total
(cbt) e menor contagem de células somáticas (ccs);
Melhora no padrão tecnológico como resfriador e ordenha
mecânica;
Sala de ordenha apropriada;
Profissionalização da mão de obra.
3.5.4 Produtor moderno convencional (P2)
Referencial teórico - Produtor consolidado, ou seja, apresenta um tempo
de regularidade mínimo de cinco anos na atividade de forma comercial,
identifica-se e tem uma racionalidade de produtor de leite moderno, sua
produtividade está de acordo com o padrão moderno dentro da sua região.
A produção de leite é estratégica na propriedade e utiliza a força de trabalho
principal na atividade, e essa se ocupa na sua maior parte na atividade
leiteira. A organização sistêmica da propriedade prioriza a atividade leiteira
e o reinvestimento dos rendimentos se dá na sua maior parte na própria
atividade. O padrão tecnológico adotado por esse produtor segue as
especificações do pacote tecnológico ditado pelas agroindústrias, os
animais são especializados na produção leiteira, a alimentação é
balanceada e controlada de acordo com critérios técnicos especificados
91
pela assistência técnica (geralmente prestada pelas grandes agroindústrias)
(GEHLEN, 2000).
Após a pesquisa de campo –O leite é a única fonte de renda da
propriedade desses produtores, os investimentos são feitos na própria
fazenda, a propriedade passa a ser administrada como uma empresa, a
mão de obra passa a ser profissional e especializada, a quantidade de
profissionais aumenta e a produção diária passa a ser significativa,
exigindo-se uma estrutura para essa produtividade como:
Vacas com qualidade leiteira e alta produtividade diária como a
holandesa;
Sistema de criação semi-intensivo;
Sala de ordenha apropriada com fosso;
Sistema de ordenha mecanizada como espinha de peixe,
tandem e etc.
Rastreabilidade;
Resfriador;
Limpeza e desinfecção na ordenha;
Alimentação balanceada e controlada;
Controles de sanidade;
Profissionais qualificados;
Sistema de turnos, pois as vacas são ordenhadas durante as
24horas do dia.
Além disso, as atividades exigem investimentos em:
Melhoramento genético;
Melhoramento nutricional;
Inseminação artificial;
Sistemas de manejo;
Alojamento.
92
3.5.5 Produtor moderno industrial (P1)
Referencial teórico O produtor moderno industrial tem as mesmas
características do produtor moderno convencional, a diferença está na
produção da propriedade que é muito maior e para isso os sistemas e
padrões tecnológicos utilizados são preparados para essa produtividade,
como sistemas de ordenha com carrossel ou robotizadas, sistema Free-
Stall, rastreabilidade com pedômetro etc. Os altos custos desses
equipamentos justificam-se somente para propriedades com alta produção
leiteira diária.
Após a pesquisa de campo As mesmas características do produtor
moderno convencional valem para o produtor moderno industrial, exceto nos
seguintes indicadores:
Sistema de criação intensivo;
Alojamento em free-stall;
Sistema de ordenha com equipamentos de alta capacidade como
carrossel.
93
Tabela 5 - Resumo das características das diversas classificações utilizadas
Classificação
Resumo das características
P5
O leite não é a principal fonte de renda da propriedade,
Os animais não são de qualidade leiteira e também servem
para corte,
O sistema de criação é extensivo,
O retiro ou sala de ordenha é em um galpão sem qualquer
preparação,
A ordenha é manual sem qualquer preocupação com limpeza
e desinfecção,
Não utiliza-se de qualquer recurso tecnológico
A forma de administração não é empresarial e a mão de obra
é familiar,
Os investimentos são minimos
Não existe qualquer preocupação com melhoramento
genético ou nutricional
P4
O leite não é a principal fonte de renda da propriedade,
Os animais não são de qualidade leiteira e também servem
para corte,
O sistema de criação é semi-intensivo,
O retiro ou sala de ordenha é em um galpão sem qualquer
preparação,
A ordenha é manual ou mecanica sem qualquer preocupação
com limpeza e desinfecção,
Utilza-se poucos recursos tecnológicos como resfriador e
ordenha mecanica
A forma de administração não é empresarial e a mão de obra
é familiar,
Os investimentos são minimos
Não existe qualquer preocupação com melhoramento
genético ou nutricional
P3
Mão de obra passa a contar com funcionários
Administração passa a ser empresarial
Além disso, inicia-se uma fase de investimentos para:
Melhoramento genético;
Melhoramento nutricional;
94
Limpeza e desinfecção na ordenha;
Inseminação artificial;
Qualidade, considerando itens como teor de proteína, gordura
e extrato seco total e por menor contagem bacteriana total
(cbt) e menor contagem de células somáticas (ccs);
Melhora no padrão tecnológico como resfriador e ordenha
mecânica;
Sala de ordenha apropriada;
Profissionalização da mão de obra
P2
O leite é a principal e única fonte renda da propriedade,
A mão de obra passa a ser profissional e especializada,
Vacas com qualidade leiteira e alta produtividade diaria como
a holandesa;
Sistema de criação semi-intensivo;
Sala de ordenha apropriada com fosso;
Sistema de ordenha mecanizada como espinha de peixe,
tandem e etc.
Rastreabilidade;
Resfriador;
Limpeza e desinfecção na ordenha;
Alimentação balanceada e controlada;
Controles de sanidade;
Profissionais qualificados;
Sistema de turnos, pois as vacas são ordenhadas durante as
24horas do dia.
Além disso, as atividades exigem investimentos em:
Melhoramento genético;
Melhoramento nutricional;
Inseminação artificial;
Sistemas de manejo;
Alojamento.
P1
O leite é a principal e única fonte renda da propriedade,
A mão de obra passa a ser profissional e especializada,
Vacas com qualidade leiteira e alta produtividade diária como
a holandesa;
Sistema de criação intensivo – free-stall;
Sala de ordenha com sistema de ordenha mecanizada da
95
capacidade;.
Rastreabilidade;
Resfriador;
Limpeza e desinfecção na ordenha;
Alimentação balanceada e controlada;
Controles de sanidade;
Profissionais qualificados;
Sistema de turnos, pois as vacas são ordenhadas durante as
24horas do dia.
Além disso, as atividades exigem investimentos em:
Melhoramento genético;
Melhoramento nutricional;
Inseminação artificial;
Sistemas de manejo;
96
CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 Classificação das propriedades
Uma das principais contribuições deste trabalho é a classificação das
propriedades leiteiras, conforme os indicadores propostos analisados no
próximo item, tendo como propósitos principais a melhoria da eficiência
produtiva e a sugestão organizacional para agregar valores e subir no
ranking de classificação. A classificação das propriedades foi caracterizada
em cinco níveis de capacidade de produção leiteira, representadas por P1,
P2, P3, P4 e P5, respectivamente.
A denominação dos níveis foi realizada conforme os tipos de
produtores de Jank (1998) e Gehlen (2000) com adaptação do autor (Tabela
6):
Tabela 6 - Classificação das propriedades produtoras de leite
Nível Denominação
P5 não especializado
P4 Tradicional
P3 em transição
P2 moderno convencional
P1 moderno industrial
Durante a pesquisa ficou evidente que o diferencial entre os
produtores não obedeciam a uma escala linear. Objetivamente, as
mudanças físicas do ambiente e os resultados são passíveis de avaliação.
Entretanto, as iniciativas organizacionais requerem conhecimentos e
alicações para instrumentalizar aspectos de saúde, higiene, alimetação,
seleção de raça dos animais, relacionamentos com os players. A escala
exponencial expressa, no conjunto, um resultado mais próximo do
observado.
97
Quando a resposta é repetida em outra classificação, a avaliação fica
com o peso correspondente da menor classificação.
Tabela 7 - Indicadores, respostas e pesos (os indicadores que influenciam na
produtividade estão marcados em amarelo)
98
A classificação pode ser expressa com uma soma dos pesos dos
indicadores. Uma planilha desenvolvida no software Excel foi utilizada para
as pesquisas de campo.
4.1.1 Classificação das propriedades pesquisadas
As propriedades pesquisadas foram classificadas conforme a Tabela
8:
Tabela 8 - Classificação das Propriedades pesquisadas
Região N
o
de propriedades classificação
Fartura 34
7
9
P3
P4
P5
Avaré 1
1
P3
P2
Itapetininga 1 P2
São Pedro 1 P1
Total das
propriedades
analisadas
54
99
4.2 Indicadores
Os indicadores foram divididos em seis áreas específicas: manejo,
sanidade, alojamento, genética, nutrição e custos calculados, analisados a
seguir.
4.2.1 Manejo
O melhoramento do sistema de manejo possiblita garantir a qualidade
e o nível de produção da propriedade, permitindo assim, uma melhor
remuneração e produtividade. Os itens ligados ao manejo dos animais são:
4.2.1.1 Sistema de criação
Esse indicador permite a distinção clara da forma em que os animais
são criados e, consequentemente, a produtividade de cada propriedade. O
sistema de criação é decorrente do desempenho dos animais existentes e
das práticas de criação e produção utilizadas. As propriedades sem
nenhuma especialização utilizam-se do sistema extensivo. As propriedades
especializadas com foco industrial utilizam-se do sistema intensivo. As
demais propriedades especializadas utilizam-se do sistema semi-intensivo,
característica da maioria das propriedades leiteiras.
Nesta pesquisa, o sistema extensivo é utilizado pelos 16 proprietarios
classificados como P4 e P5, caracterizado pelo uso de pasto.
o sistema de criação semi-intensivo é utilizado pelas 37
propriedades classificadas como P3 e P2.
somente a propriedades do tipo P1 Moderno industrial utiliza o
sistema intensivo.
100
Figura 26 - Sistema de criação
4.2.1.2 Tipo de retiro (sala de ordenha)
A sala de ordenha ou retiro onde é realizada a ordenha, tem de ser um
ambiente asseado, tranquilo, sem umidade e longe de outros animais. Com
as visitas as fazendas, foi comprovado:
O mais comum é o galpão simples (Figura 27), sendo frequente nas
propriedades classificadas como 3, 4 e 5.
Nas propriedades com estruturas profissionais, propriedades
classificadas como P1 e P2, salas de ordenhas com fosso ou
plataforma elevado, assim, o fosso permite que o ordenhador tenha
uma postura correta para realizar o ordenha, conforme RIBEIRO E
CARVALHO (2009).
A Figura 28 mostra a sala de ordenha com fosso da Fazenda de
Itapetininga, classificada como P2.
A Figura 31 mostra a sala de ordenha com plataforma elevada da
Fazenda de São Pedro, classificada como P1.
As diferenças entre as salas de ordenhas das propriedades justificam-se
devido aos investimentos para construção e equipamentos.
Itapetininga
Fartura
Avaré
São Pedro
Extensivo
0
16
0
0
Semi-intensivo
1 34 2 0
intensivo
0 0 0 1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
101
Figura 27 – Vista da sala de ordenha com galpão simples
Figura 28 – Vista da sala de ordenha com fosso (Fazenda 3J)
102
4.2.1.3 Tipo de piso do retiro
A importância do tipo de piso do retiro é permitir a limpeza e
desinfecção, o ideal é que seja de alvenaria e permita a lavagem após cada
ordenha, pois as vacas podem defecar durante a ordenha.
Nas propriedades classificadas como 5 não especializado e 4
tradicional, o piso é de terra e prejudica a limpeza e desinfecção do retiro
(Figura 29). As propriedades classificadas como 3 em transição, podem
ter o piso de terra, mas a maioria trocou por um piso melhor. As
propriedades classificadas como 1 – moderno industrial e 2 – moderno
tradicional podem ter o piso de alvenaria (Figura 30), ou piso metálico
revestido de borracha (Figura 31) esses tipos de pisos têm a desvantagem
de colaborar para o aumento da laminite.
Figura 29 – Vista do retiro com piso de terra
103
Figura 30 – Vista do retiro com piso de alvenaria
Figura 31 – Vista do retiro com piso metálico revestido de borracha
104
4.2.1.4 Limpeza da sala de ordenha
A importância deste indicador é de verificar a questão de higienização
da ordenha.
As propriedades do tipo P5 e P4 realizam a limpeza da sala de
ordenha somente uma vez ao dia, o que impacta na higienização do retiro
como propagação de doenças como a mastite ou a contaminação do leite.
As propriedades do tipo P1, P2 e P3 realizam a limpeza da sala de
ordenha após cada ordenha, pois controlam a sanidade da ordenha.
4.2.1.5 Tipo de ordenha
A maioria das propriedades pesquisada utiliza a ordenha mecânica,
somente duas propriedades ainda realizam a ordenha manual. O que difere
é o tipo de ordenha mecânica utilizada:
Propriedades tipo P4 e P3 utilizam ordenha tipo “balde-ao-pé”
(Figura 32) e uma minoria a ordenha manual.
Propriedade tipo P2 utiliza ordenha do tipo “espinha de peixe” e o
leite é canalizado diretamente para o resfriador (Figura 33)
Propriedade tipo P1 utiliza ordenha do tipo carrossel e o leite é
canalizado diretamente para o resfriador (Figura 34).
O fator motivador para adotar um tipo de ordenha mecanizada mais
moderna é a diminuição do tempo para ordenhar as vacas.
105
Figura 32 – Vista geral da ordenha do tipo balde-ao-pé
Figura 33 – Vista geral da ordenha tipo espinha-de-peixe canalizada
106
Figura 34 – Vista geral da ordenha tipo carrossel
4.2.1.6 Quantidade de ordenhas por dia
As propriedades do tipo P5, P4 e P3 realizam duas ordenhas diárias,
as propriedades P2 realizam duas ordenhas somente quando a quantidade
de vacas do rebanho está baixa e as propriedades P1 e P2 realizam três
ordenhas diárias, graças a produtividade das vacas (qualidade da raça) e a
profissionalização da mão de obra da propriedade, ou seja, as propriedades
P1 e P2 são empresas que precisam produzir (ordenhar) em três turnos
(Figura 35).
107
Figura 35 - Quantidade de ordenhas por dia
4.2.1.7 Resfriador
O uso do resfriador tornou-se necessário por três razões principais:
Para manter o leite de um dia para outro, pois as coletas são
realizadas a cada dois dias,
Para atender a Instrução Normativa 51 (IN-51) que normatizou as
formas de armazenamento e transporte do leite sadio, seguro e
confiável ao consumidor.O leite não resfriado tem um preço menor
que o resfriado, cerca de R$ 0,10 a menos por litro. Isso significa
entre 10 e 14% de perda por litro.
A falta de resfriador classifica a propriedade como P5 produtor não
especializado. A pesquisa indicou que 10 propriedades não utilizam
resfriador e 40 propriedades utilizam resfriadores, a diferença está na sala
onde o resfriador é instalado. Nas propriedades do tipo P4 e P3 ficam no
próprio galpão de ordenha (Figura 36) e nas propriedades do tipo P2 e P1,
os resfriadores ficam fora da sala de ordenha, em uma sala própria ,
construída em alvenaria e azulejada internamente (Figura 37).
Itapeti
ninga
Fartur
a
Avaré
São
Pedro
duas ordenhas por dia
0 50 2 0
três ordenhas por dia
1
0
0
1
0
10
20
30
40
50
60
108
Figura 36 – Vista do resfriador nas propriedades do tipo P4 e P3
Figura 37 – Vista do resfriador nas propriedades do tipo P2 e P1
109
4.2.1.8 Mão de obra
Na produção leiteira foram identificados dois tipos de mão de obra: , a
familiar – característica das propriedades com baixo volume leiteiro e a
profissional – características das propriedades com alto volume de produção
leiteira.
Nas propriedades P5 e P4, a mão de obra é familiar, as próprias
famílias proprietárias incubem-se da ordenha. Nas propriedades P1 e P2,
onde a estratégia da propriedade é profissional, existem funcionários
especializados que realizam as diversas tarefas, a ordenha somente é
realizada pelo ordenhador ou leiteiro, diferenciando-se os próprios salários.
Nas propriedades em transição, classificadas como P3, encontramos
a maioria tem a mão de obra familiar, mas alguma propriedade tem um ou
dois funcionários, que não são especializados como nas propriedades P1 e
P2, que realizam todas as tarefas da propriedade como ordenha,
alimentação, inseminação etc., é uma espécie de capataz das propriedades.
Figura 38 - Tipo de mão de obra
Itapetininga Fartura Avaré São Pedro
familiar
0 34 3 0
profissional
1
16
1
1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
110
4.2.1.9 Quantidade de funcionários
A propriedade com mão de obra familiar tem zero funcionário, pois foi
considerado como funcionário a pessoa que recebe um salário mensal e a
propriedade recolhe todos os impostos, taxas e encargos da contratação.
A contratação de funcionários começa nas propriedades P3 em um
pequeno número, em torno de um ou dois. Nas propriedades P1 e P2, o
número de funcionários é maior.
Figura 39 - Quantidade de funcionários vinculados às propriedades estudadas
4.2.1.10 Nível de qualificação da mão de obra
Apesar das tarefas serem semelhantes nas propriedades leiteiras, a
forma de execução depende da qualificação da mão de obra. As
propriedades P3 têm funcionários, mas não são especializados, e seja,
realizam todas as tarefas desde a alimentação até a ordenha. Para algumas
tarefas, a mão de obra deve ser qualificada através de treinamento, como a
inseminação artificial.
Nas propriedades classificadas como P1 e P2, a mão de obra é
especializada, ou seja, algumas tarefas são realizadas por funcionários
especializados, por exemplo, ordenhador e casqueiro.
Itapetininga Fartura Avaré São Pedro
0
0 36 0 0
até 5
0 14 2 0
acima de 5
1
0
0
1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
111
4.2.1.11 Limpeza e desinfecção na ordenha
A importância da limpeza e desinfecção na ordenha está ligada
diretamente à qualidade do leite e à diminuição de doenças como a mastite.
A pesquisa apontou que as propriedades classificadas como P5 e P4 não
realizam a limpeza e desinfecção na ordenha.
Na região de Fartura, um caso interessante:, a indústria Frutap
paga de forma diferenciada o litro de leite dos produtores de Fartura com
base na qualidade do leite, sendo a diferença de até R$ 0,11 por litro. Com
esse incentivo, os produtores da associação de Fartura realizam a limpeza e
desinfecção na ordenha. Mas, na mesma região, alguns produtores que não
fornecem para Frutap. continuam não realizando a limpeza e desinfecção.
na região de Avaré, os produtores realizam a limpeza e
desinfecção, mas, o proprietário da propriedade classificada comp P3 teve
grande dificuldade de convencer o próprio administrador. Nesse caso, o
incentivo não é financeiro, pois o preço do leite é o mesmo para todos os
fornecedores, mas a mastite diminui em 50%.
As propriedades classificadas como P2 e P1 realizam a limpeza e
desinfecção como procedimento básico.
112
Figura 40 - Limpeza e desinfecção na ordenha
4.2.1.12 Inseminação artificial
A inseminação artificial é o processo de deposição de sêmen do
touro, no útero da vaca, pelo homem, usando aparelhos especiais. Esse
processo apresenta algumas desvantagens em relação à monta natural
como a falta de mão-de-obra especializada e a incorreção na utilização da
técnica.
A maioria das propriedades não utiliza a inseminação artificial,
principalmente, nas propriedades P5 e P4, pois não tem mão de obra
especializada. As propriedades classificadas como P1 e P2 utilizam esse
processo juntamente com a monta e hormônios, pois essas propriedades
têm mão de obra especializada. As propriedades em transição, classificadas
como P3, apresentam uma maioria de propriedades que começam a utilizar
a inseminação artificial, mas necessitam de treinamento para os
funcionários.
Itapetininga Fartura Avaré São Pedro
Sim
1 34 2 1
Não
0 16 0 0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
113
Figura 41 - Inseminação artificial
4.2.1.13 Quantidade de vacas lactando, total de vacas e produção total
diaria
Tabela 9 - Quantidade de vacas lactando, total de vacas e Produção total diária
Região
Quantidade de
vacas lactando
Quantidade total de
vacas
Produção Total
Diária (Kg)
Fartura
F01
23 100
185,4
F02
45 125
1008,37
F03
36 120
556,2
F04
70 176
1545
F05
22 70
154,5
F06
10 32
103
F07
44 120
628,3
F08
21 43
329,6
F09
17 34
236,9
F10
80 225
473,8
F11
18 36
154,5
Itapetininga
Fartura
Avaré
São Pedro
Sim
1
34
2
1
Não
0 16 0 0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
114
F12
15 50
51,5
F13
8 30
49,44
F14
13 50
123,6
F15
8 36
103
F16
22 61
391,4
F17
6 14
61,8
F18
8 30
53,56
F19
24 60
298,7
F20
40 140
468,65
F21
23 66
364,62
F22
10 27
169,95
F23
35 72
669,5
F24
10 35
114,33
F25
16 64
117,42
F26
39 140
947,6
F27
6 11
105,06
F28
22 80
108,15
F29
17 44
314,15
F30
20 60
216,3
F31
36 136
463,5
F32
10 35
108,15
F33
15 55
154,5
F34
22 46
442,9
F35
8 22
67,98
F36
6 36
30,9
F37
2 15
12,36
F38
2 15
8,24
F39
4 10
46,35
F40
12 30
106,09
F41
8 29
72,1
F42
2 15
10,3
F43
28 120
103
F44
3 14
27,81
F45
7 21
72,1
F46
15 60
90,64
F47
7 42
30,9
F48
13 55
72,1
F49
10 38
84,46
F50
9 36
66,95
Avaré
A01
15 45
185,4
A02
70 94
1751
Itapetininga
160 330
4635
São Pedro
314 714
9064
115
4.2.1.14 Rastreabilidade
A importância do rastreamento na cadeia produtiva do leite é que o
processo seja transparente, tendo o consumidor final a garantia da
procedência, qualidade e certificação do produto final. Para os produtores,
as tecnologias de rastreamento permitem um controle detalhado do animal,
bem como a sua origem.
Os produtores classificados como P5, P4 e P3 não utilizam qualquer
tipo de tecnologia de rastreabilidade, as razões alegadas foram:
O rebanho é pequeno e eles conhecem todos os animais sem
qualquer tipo de identificação.
Essas tecnologias geram custos e não recebem a mais por elas.
Os produtores classificados como P1 e P2 utilizam mais de uma destas
tecnologias como o brinco, chip ou pedômetro. Nestas propriedades, as
identificações são necessárias pelo tamanho dos rebanhos e também, pelos
sistemas de controles informatizados.
4.2.1.15 Preço de venda
O preço de venda do leite é um bom indicador para verificar as
diferenças de preço em relação à bonificação por qualidade Horta (2006) e
também em relação ao armazenamento em resfriador.
Na região de Fartura, as propriedades F42 a F50 foram classificadas
como P5, ou seja, não são especializadas e o principal fator é não ter
resfriador; o valor pago está entre R$ 0,61 e R$ 0,67. as propriedades
F35 a F41, classificadas como P4 e utilizam resfriadores para armazenar o
leite, recebem em média R$ 0,10 a mais por litro. E as propriedades de F01
a F34, classificadas como P3, recebem uma bonificação em relação à
qualidade do leite e chegam a valores próximos a R$ 1,00 por litro.
116
Tabela 10 - Preço de venda
Região
Preço de venda
Fartura
F01
R$ 0,80
F02
R$ 0,83
F03
R$ 0,82
F04
R$ 0,80
F05
R$ 0,86
F06
R$ 0,82
F07
R$ 0,81
F08
R$ 0,91
F09
R$ 0,83
F10
R$ 0,90
F11
R$ 0,96
F12
R$ 0,70
F13
R$ 0,82
F14
R$ 0,80
F15
R$ 0,94
F16
R$ 0,87
F17
R$ 0,81
F18
R$ 0,86
F19
R$ 0,92
F20
R$ 0,83
F21
R$ 0,84
F22
R$ 0,80
F23
R$ 0,82
F24
R$ 0,65
F25
R$ 0,83
F26
R$ 0,83
F27
R$ 0,65
F28
R$ 0,86
F29
R$ 0,81
F30
Não
117
F31
R$ 0,84
F32
R$ 1,00
F33
R$ 1,00
F34
R$ 0,86
F35
R$ 0,75
F36
R$ 0,77
F37
R$ 0,75
F38
R$ 0,75
F39
R$ 0,75
F40
R$ 0,75
F41
R$ 0,75
F42
R$ 0,60
F43
R$ 0,61
F44
R$ 0,61
F45
R$ 0,67
F46
R$ 0,61
F47
R$ 0,61
F48
R$ 0,68
F49
R$ 0,67
F50
R$ 0,61
Avaré
A01
R$
0,77
A02
R$
0,76
Itapetininga
R$ 0,75
São Pedro
R$ 0,85
4.2.2 Sanidade
A sanidade do rebanho é um dos pontos importantes para manter
uma alta produtividade de leite. Uma vaca doente diminui a sua produção e
pode comprometer a saúde de todo o rebanho, por isso são importantes os
cuidados com a higiene dos animais e na ordenha, os resultados estão na
no anexo 1.
118
Apesar da importância da sanidade para manter a alta produtividade
da propriedade, os produtores não realizam todos os procedimentos,
conforme o item 2.5 sanidade, se não tiverem um fator motivador financeiro.
1- O controle das vacinas é realizado por todos os proprietários
indistintamente.
2- A mastite é conhecida por todos os proprietários e todos
tiveram problemas com ela, mas mesmo assim, os proprietários
classificados como P5 e P4 não realizam qualquer tipo de controle
ou limpeza e desinfecção na ordenha. Os proprietários
classificados como P3 realizam os controles, pois recebem algum
motivador financeiro, é o caso dos proprietários F1 a F34 da
região de Fartura que fornecem à Frutap e de acordo com a
qualidade do leite, mensurado pelos resultados dos testes CBT e
CCS. As propriedades dos tipos P1 e P2 realizam todos os
procedimentos e controles, independente do motivador financeiro.
3- A laminite é uma preocupação para os proprietários dos tipos P1 e
P2, pois o tipo de piso dos ambientes das propriedades, como
sala de ordenha e alojamento, pode contribuir para o aumento.
Nessas propriedades, a função do casqueiro é comum e realizado
por profissionais treinados. Nas demais propriedades, a
preocupação quase não existe, pois a incidência de laminite é
mínima em decorrência do tipo de piso dos ambientes como terra.
4- A presença do veterinário nas propriedades existe, varia a
frequência de visitas. Nas propriedades P5 e P4, as visitas são
esporádicas e feitas de acordo com a necessidade. Nas
propriedades P3, a frequência de visitas aumenta e são
periódicas, pelo menos uma vez ao mês, algumas recebem o
apoio de entidades como Casa Rural ou veterinários das
cooperativas. nas propriedades P1 e P2, as visitas são
semanais.
119
4.2.3 Alojamento
Os alojamentos devem ser projetados de acordo com o sistema de
exploração. O manejo em pastos representa menos custo e requer uma
estrutura simples e o manejo em confinamento é mais cara e requer uma
estrutura mais tecnificada.
As propriedades classificadas como P4, P3 e P2 utilizam o sistema
de pastagem, mas diferenciam-se pela forma de organização dos animais
nos pastos. As propriedades dos tipos P4 e P3 organizam os animais em
piquetes sem qualquer forma de distribuição, a propriedade de tipo P2
organiza os animais em piquetes, distribuindo-os por idade, tamanho ou
produção. A propriedade classificada como P1 utiliza o sistema free-stall, a
propriedade tem três galpões com sistema com controle de temperatura,
sistema de ventiladores e sistema de nebulização.
4.2.4 Genética
Nesta área foi pesquisada a qualidade dos rebanhos e os
proprietários que investem em melhoria genética.
Pelos dados levantados, a qualidade da raça está presente nas
propriedades P1 e P2, a preferência é pela raça holandesa, mas existem
exemplares das demais raças leiteiras descritas no Capitulo 2. As
propriedades P3 têm rebanhos com animais de qualidade como holandesas,
mas são em pequeno número, por exemplo, na região de Fartura somente
três das 34 propriedades têm vacas da raça holandesa, a grande maioria
tem vacas mestiças e tem a preocupação da melhoria genética. As
propriedades P4 e P5 têm rebanhos com animais sem qualidade para leite,
na grande maioria, os animais servem para corte e leite, pois as
propriedades sobrevivem das vendas de leite e carne. Também, nessas
propriedades os bezerros o vendidos e servem como fonte de renda das
propriedades. Nas propriedades com bezerros de qualidade leiteira, os
bezerros são descartados no nascimento.
120
A melhoria genética está presente nas propriedades de classificação
P1, P2 e P3, mesmo os rebanhos com vacas de qualidade leiteira
preocupam-se em melhorar a genética dos rebanhos.
4.2.5 Nutrição
Com relação ao manejo nutricional, são feitas dietas de acordo com
a produção dos animais e época do ano. Na maioria, pastagens
rotacionadas de setembro a maio, e cana-de-açúcar com uréia no inverno.
Alguns produtores ainda fazem silagem de milho, mas diferentemente do
que acontecia no passado, quando todo rebanho era alimentado com
silagem, hoje apenas os principais lotes produtivos recebem esse alimento,
cujo custo de produção é mais elevado que o capim. A ração é balanceada
para as diferentes categorias, utilizando os produtos disponíveis na
propriedade ou comércio local, com minimização dos custos. As
propriedades classificadas como P1 e P2 investem na nutrição com a
construção de silos, fábrica de rações etc. O melhoramento nutricional esta
presente nas propriedades P1, P2 e P3. As respostas relativas à nutrição
dos rebanhos estão no anexo 02.
4.2.6 Indicadores calculados
Com base nos dados levantados, calculamos os seguintes
indicadores:
4.2.6.1 Produção média diária por vaca
Tabela 11 - Produção média (kg/vaca)
Região
Produção
média (kg/vaca)
Fartura
F01
8,06
F02
22,41
F03
15,45
F04
22,07
F05
7,02
F06
10,3
121
F07
14,28
F08
15,7
F09
13,94
F10
5,92
F11
8,58
F12
3,43
F13
6,18
F14
9,51
F15
12,88
F16
17,79
F17
10,3
F18
6,7
F19
12,45
F20
11,72
F21
15,85
F22
17
F23
19,13
F24
11,43
F25
7,34
F26
24,3
F27
17,51
F28
4,92
F29
18,48
F30
10,82
F31
12,88
F32
10,82
F33
10,3
F34
20,13
F35
8,5
F36
5,15
F37
6,18
F38
4,12
F39
11,59
122
F40
8,84
F41
9,01
F42
5,15
F43
3,68
F44
9,27
F45
10,3
F46
6,04
F47
4,41
F48
5,55
F49
8,45
F50
7,44
Avaré
A01
12,3
A02
25,01
Itapetininga
28,96
São Pedro
28,86
Os dados levantados mostram como os seguintes indicadores podem
afetar a produtividade dos animais:
1. qualidade da raça:
a. As fazendas (Itapetininga e São Pedro) com rebanhos de
vacas holandesas, ou seja, animais com alta qualidade
leiteira, têm as maiores médias 28,96 e 28,86 (kg/vaca).
b. Na região de Fartura, três propriedades com rebanhos
de vacas holandesas e as médias são 22,41, 22,07 e
24,30, são menores que as fazendas de Itapetininga e São
Pedro e estas diferenças podem ser em decorrência de
outros fatores como manejo, nutrição e padrões
tecnológicos.
c. Na mesma região, temos outras propriedades que tem
animais de outras raças e conseguem uma produtividade
próxima das holandesas.
123
4.2.6.2 Resultado Operacional
O lculo do custo de produção do leite foi realizado através da
abordagem do resultado operacional, focado na demonstração de resultado
como uma ferramenta na organização dos custos da empresa em
categorias fixas e variáveis.
Solicitou-se aos proprietários os custos envolvidos com cada área da
pesquisa e divididos em fixas e variáveis. A maioria dos proprietários tinha
somente as despesas totais das propriedades envolvidas com leite, sendo
assim, as despesas de cada propriedade foram consideradas como custo.
Isso demonstrou a falta de organização e controle das despesas dos
proprietários. Os proprietários classificados como P4 e P5 não controlam
todos os custos porque alguns o atribuídos a outras atividades. Os
proprietários P3 controlam os custos de forma simples, sem dividir por
atividades ou fixo ou variável.
O lculo da despesa foi realizado levando-se em conta a produção
do leite e o valor pago, o foram consideradas outras receitas como
bonificações por distância ou volume (Horta, 2006) ou os valores com venda
de bezerros ou outras fontes. Os resultados estão na Tabela 12.
Analisaram-se os resultados operacionais das propriedades
classificadas como P4 e P5, pode-se notar que os valores são pequenos,
bem como os custos, o que demonstra que a produção leiteira da
propriedade é mais uma fonte de receita. Nessas propriedades, alguns
custos não são considerados como despesas, por exemplo, como a o de
obra é familiar, então despesas com mão de obra não são contadas.
Os resultados operacionais das propriedades classificadas como P3
são mais realistas, mas algumas propriedades, ainda, não computam todas
as despesas. Os valores levantados apontam que em algumas propriedades
o leite passou a ser a principal fonte de renda, bem como os custos
apresentados contemplam despesas com mão de obra profissional.
124
A propriedade classificada como P2 tem o controle de todos os
custos, inclusive distinguindo entre fixo e variável, o que permite um
planejamento de investimentos
Tabela 12 - Resultado Operacional
Região
Propriedade
Receita
Custo
Resultado
Operacional
FARTURA
F1
R$ 4.320,00
R$ 2.425,00
R$ 1.895,00
F2
R$ 24.494,58
R$ 15.660,00
R$ 8.834,58
F3
R$ 13.284,00
R$ 10.295,10
R$ 2.988,90
F4
R$ 36.000,00
R$ 23.800,00
R$ 12.200,00
F5
R$ 3.870,00
R$ 1.100,00
R$ 2.770,00
F6
R$ 2.460,00
R$ 1.000,00
R$ 1.460,00
F7
R$ 14.823,00
R$ 8.000,00
R$ 6.823,00
F8
R$ 8.736,00
R$ 4.600,00
R$ 4.136,00
F9
R$ 5.727,00
R$ 4.600,00
R$ 1.127,00
F10
R$ 12.406,20
R$ 6.082,00
R$ 6.324,20
F11
R$ 4.311,00
R$ 2.200,00
R$ 2.111,00
F12
R$ 1.050,00
R$ 900,00
R$ 150,00
F13
R$
1.180,80
R$ 300,00
R$ 880,80
F14
R$ 2.880,00
R$ 1.111,00
R$ 1.769,00
F15
R$ 2.820,00
R$ 1.024,00
R$ 1.796,00
F16
R$ 9.918,00
R$ 4.800,00
R$ 5.118,00
F17
R$ 1.458,00
R$ 629,00
R$ 829,00
F18
R$ 1.341,60
R$ 350,00
R$ 991,60
F19
R$ 8.004,00
R$
4.000,00
R$ 4.004,00
F20
R$ 11.329,50
R$ 5.200,00
R$ 6.129,50
F21
R$ 8.920,80
R$ 6.804,21
R$ 2.116,59
F22
R$ 3.960,00
R$ 3.000,00
R$ 960,00
F23
R$ 15.990,00
R$ 6.500,00
R$ 9.490,00
F24
R$ 2.164,50
R$ 980,00
R$ 1.184,50
F25
R$ 2.828,34
R$
1.097,00
R$ 1.731,34
125
F26
R$ 22.908,00
R$ 14.060,00
R$ 8.848,00
F27
R$ 1.989,00
R$ 980,00
R$ 1.009,00
F28
R$ 2.709,00
R$ 950,00
R$ 1.759,00
F29
R$ 7.411,50
R$ 5.775,00
R$ 1.636,50
F30
R$ 4.095,00
R$ 3.200,00
R$ 895,00
F31
R$ 11.340,00
R$
9.000,00
R$ 2.340,00
F32
R$ 3.150,00
R$ 850,00
R$ 2.300,00
F33
R$ 4.500,00
R$ 2.500,00
R$ 2.000,00
F34
R$ 11.094,00
R$ 4.720,00
R$ 6.374,00
F35
R$ 1.485,00
R$ 810,00
R$ 675,00
F36
R$ 693,00
R$ 380,00
R$ 313,00
F37
R$ 270,00
R$ 200,00
R$ 70,00
F38
R$ 180,00
R$ 70,00
R$ 110,00
F39
R$ 1.012,50
R$ 280,00
R$ 732,50
F40
R$ 2.317,50
R$ 900,00
R$ 1.417,50
F41
R$ 1.575,00
R$ 350,00
R$ 1.225,00
F42
R$ 180,00
R$ 38,00
R$ 142,00
F43
R$ 1.830,00
R$ 500,00
R$ 1.330,00
F44
R$ 494,10
R$ 180,00
R$
314,10
F45
R$ 1.407,00
R$ 400,00
R$ 1.007,00
F46
R$ 1.610,40
R$ 174,90
R$ 1.435,50
F47
R$ 549,00
R$ 200,00
R$ 349,00
F48
R$ 1.428,00
R$ 400,00
R$ 1.028,00
F49
R$ 1.648,20
R$ 460,00
R$ 1.188,20
F50
R$ 1.189,50
R$ 360,00
R$ 829,50
AVARÉ
A1
R$ 4.158,00
R$ 2500,00
R$ 1,658
,00
A2
R$ 38.760
,00
R$28.850,00
R$ 9.910
,00
Itapetininga
R$
101.250,00
R$ 81.000,00
R$ 20.250,00
São Pedro
R$
231.132,00
R$
164
.
103,72
R$
67
.
028,28
126
4.2.6.3 Custo por vaca do rebanho
O indicador custo mensal por vaca do rebanho indica quanto cada
propriedade gasta para manter o rebanho. As propriedades com
classificações melhores tendem a ter um custo maior por vaca, pois
envolvem maiores despesas como mão de obra profissional, nutrição,
padrões tecnológicos etc.
Tabela 13 - Custo mensal por vaca do rebanho
Região
Propriedade
Custo
mensal
total de vacas
lactantes e secas
custo/vacas
FARTURA
F
1
R$ 2.425,00
46
R$ 52,72
F
2
R$ 15.660,00
61
R$ 256,72
F
3
R$ 10.295,10
41
R$ 251,10
F
4
R$
23.800,00
104
R$ 228,85
F
5
R$ 1.100,00
37
R$ 29,73
F
6
R$ 1.000,00
15
R$ 66,67
F
7
R$ 8.000,00
64
R$ 125,00
F
8
R$ 4.600,00
23
R$ 200,00
F
9
R$ 4.600,00
20
R$ 230,00
F
10
R$ 6.082,00
130
R$ 46,78
F
11
R$ 2.200,00
22
R$ 100,00
F
12
R$ 900,00
31
R$
29,03
F
13
R$ 300,00
18
R$ 16,67
F
14
R$ 1.111,00
21
R$ 52,90
F
15
R$ 1.024,00
12
R$ 85,33
F
16
R$ 4.800,00
32
R$ 150,00
F
17
R$ 629,00
9
R$ 69,89
F
18
R$ 350,00
16
R$ 21,88
F
19
R$ 4.000,00
40
R$ 100,00
127
F
20
R$ 5.200,00
60
R$ 86,67
F
21
R$
6.804,21
31
R$ 219,49
F
22
R$ 3.000,00
17
R$ 176,47
F
23
R$ 6.500,00
39
R$ 166,67
F
24
R$ 980,00
17
R$ 57,65
F
25
R$ 1.097,00
38
R$ 28,87
F
26
R$ 14.060,00
58
R$ 242,41
F
27
R$ 980,00
6
R$ 163,33
F
28
R$ 950,00
42
R$ 22,62
F
29
R$ 5.775,00
20
R$
288,75
F
30
R$ 3.200,00
30
R$ 106,67
F
31
R$ 9.000,00
54
R$ 166,67
F
32
R$ 850,00
20
R$ 42,50
F
33
R$ 2.500,00
25
R$ 100,00
F
34
R$ 4.720,00
28
R$ 168,57
F
35
R$ 810,00
12
R$ 67,50
F
36
R$ 380,00
18
R$ 21,11
F
37
R$ 200,00
7
R$ 28,57
F
38
R$ 70,00
7
R$ 10,00
F
39
R$ 280,00
6
R$ 46,67
F
40
R$ 900,00
14
R$ 64,29
F
41
R$ 350,00
14
R$ 25,00
F
42
R$ 38,00
6
R$ 6,33
F
43
R$ 500,00
50
R$ 10,00
F
44
R$ 180,00
4
R$ 45,00
F
45
R$ 400,00
9
R$ 44,44
F
46
R$ 174,90
28
R$ 6,25
F
47
R$ 200,00
15
R$ 13,33
F
48
R$ 400,00
23
R$ 17,39
F
49
R$ 460,00
27
R$ 17,04
F
50
R$ 360,00
13
R$ 27,69
AVARÉ
A1
R$ 1,658,00
22
R$ 35,76
128
A2
R$ 9.910,00
94
R$ 105,42
Itapetininga
R$ 81.000,00
210
R$ 385,71
São Pedro
430
R$ 381,63
No sentido de aperfeiçoar a análise das informações, foram
calculados os custos por vaca do rebanho das propriedades (Tabela 13)
classificadas como P3, P4 e P5 obtendo-se média, mediana, desvio padrão,
maior valor e menor valor, conforme foram evidenciados nos dados da
Tabela 14.
Tabela 14 Mediana, média, desvio padrão, valor mínimo e máximo dos custos por
vaca dos rebanhos das propriedades classificadas como P3, P4 e P5
Propriedades
classificadas
como P3
Propriedades
classificadas
como P4
Propriedades
classificadas
como P5
Mediana
R$ 100,00
R$ 28,57
R$ 17,04
Média
R$ 122,08
R$ 37,59
R$ 20,83
Desvio Padrão
81,64875
44,44
30,10
Menor
R$ 16,67
R$ 10,00
R$ 6,25
Maior
R$ 288,75
R$ 67,50
R$ 45,00
Os custos pesquisados apontam que as propriedades P5 e P4 têm os
menores custos considerando-se a média ou mediana, R$ 20,83 e R$ 17,04
e R$ 20,83, justificados pela falta ou pequeno uso de padrões tecnológicos.
As propriedades classificadas como P3 têm custos maiores, R$
100,00 de mediana e R$ 122,08 de média e a faixa de custos das
propriedades é grande, variando de R$ 16,67 a R$ 288,75, tudo isso se
deve a fase de transição que algumas propriedades estão passando e
consequentemente os investimentos. A fazenda classificada como P2 tem
um custo três vezes maior que a média das propriedades P3, pois são
propriedades que tem uma estrutura empresarial.
129
4.2.6.4 Produção de leite por vaca do rebanho
Tabela 15 - Produção de leite por vaca do rebanho
Região
Propriedade
Produção
diária (kg)
total de
vacas
lactantes e
secas
média por vaca
(kg)
FARTURA
F
1
185,4
46
4,03
F
2
1008,37
61
16,53
F
3
556,2
41
13,57
F
4
1545
104
14,86
F
5
154,5
37
4,18
F
6
103
15
6,87
F
7
628,3
64
9,82
F
8
329,6
23
14,33
F
9
236,9
20
11,85
F
10
473,8
130
3,64
F
11
154,5
22
7,02
F
12
51,5
31
1,66
F
13
49,44
18
2,75
F
14
123,6
21
5,89
F
15
103
12
8,58
F
16
391,4
32
12,23
F
17
61,8
9
6,87
F
18
53,56
16
3,35
F
19
298,7
40
7,47
F
20
468,65
60
7,81
F
21
364,62
31
11,76
F
22
169,95
17
10,00
F
23
669,5
39
17,17
F
24
114,33
17
6,73
F
25
117,42
38
3,09
F
26
947,6
58
16,34
F
27
105,06
6
17,51
130
F
28
108,15
42
2,58
F
29
314,15
20
15,71
F
30
216,3
30
7,21
F
31
463,5
54
8,58
F
32
108,15
20
5,41
F
33
154,5
25
6,18
F
34
442,9
28
15,82
F
35
67,98
12
5,67
F
36
30,9
18
1,72
F
37
12,36
7
1,77
F
38
8,24
7
1,18
F
39
46,35
6
7,73
F
40
106,09
14
7,58
F
41
72,1
14
5,15
F
42
10,3
6
1,72
F
43
103
50
2,06
F
44
27,81
4
6,95
F
45
72,1
9
8,01
F
46
90,64
28
3,24
F
47
30,9
15
2,06
F
48
72,1
23
3,13
F
49
84,46
27
3,13
F
50
66,95
13
5,15
AVARÉ
A
1
18
5,4
22
,00
8,42
A
2
17
51
94
,00
18,62
Itapetininga
4635
210,00
22,07
São Pedro
9064
430,00
21,08
A produção de leite por vaca do rebanho é um indicador apropriado
de eficiência produtiva e tem correlação com os custos de produção. Quanto
maior a produção de leite por vaca do rebanho (vacas em lactação e vacas
secas), menor é o custo total de produção de leite.
131
No sentido de aperfeiçoar a análise das informações, foi calculada a
produção de leite por vaca do rebanho das propriedades (Tabela 15)
classificadas como P3, P4 e P5, obtendo-se média, mediana, desvio
padrão, maior valor e menor valor, conforme foram evidenciados nos dados
da Tabela 16.
Essas determinações têm as seguintes justificativas:
Média: calculada para saber-se qual o porcentual central de
cada item informado pelas empresas;
Mediana: baseada em valores centrais, embora seja, em geral,
próxima à Média, pode dar uma indicação mais fidedigna
quando existem valores extremos muito afastados;
Desvio Padrão: indicador da dispersão dos valores;
Maior e Menor Valor: calculados para possibilitar visualizar os
valores extremos
132
Tabela 16 - Mediana, média, desvio padrão, valor mínimo e máximo das produções de
leite dos rebanhos das propriedades P3, P4 e P5
Propriedades P3 Propriedades P4 Propriedades P5
Mediana 11,81
5,15
3,13
Desvio padrão 4,88
2,82
2,26
Média 9,04
4,40
3,94
Menor 1,66
1,18
1,72
Maior 17,51
7,73
8,01
Analisando-se as médias e medianas das produções de leite dos
rebanhos das propriedades P3, P4 e P5, pode-se observar que as
propriedades P3 têm uma eficiência produtiva melhor que as propriedades
P4, respectivamente, 11,81kg e 9,04kg contra 5,15kg e 4,40kg e as
propriedades P4, por sua vez, tem uma eficiência produtiva melhor que as
propriedades P5, 3,13kg e 3,94kg.
Não foram calculadas as médias para propriedades classificadas
como P1 e P2, pois a amostra de cada tipo de propriedade é pequena,
comparando-se com as demais propriedades, a eficiência produtiva da P2 é
um pouco melhor que a P1, 22,07kg versus 21,07kg, e ambas são melhores
que as demais tendo uma produção maior que o dobro. A ligeira vantagem
da propriedade P2 pode ser em decorrência do alto custo da estrutura da
propriedade classificada como P1.
Esses valores comprovam que a tabela de classificação proposta
está de acordo com os indicadores de produtividade das propriedades.
133
4.3 PROPRIEDADES LEITEIRAS QUE PRODUZEM LEITE TIPO A
Este trabalho de pesquisa não conseguiu acesso a propriedades que
produzem leite tipo A. A importância dessas propriedades está no controle
mais rigoroso na produção e higienização do leite. Como a origem deve ser
de um único rebanho, a ordenha é mecanizada, o leite segue por tubulações
de aço inoxidável diretamente da ordenha para o laticínio, onde a
pasteurização, a homogeneização e o envase são realizados sem contato
manual e o número máximo de bactérias por ml é muito menor.
Todos esses processos adequam-se aos indicadores propostos para
a classificação como tipo de ordenha, limpeza e desinfecção, sanidade e
etc. Então, para avaliar a classificação proposta nesse tipo de propriedade,
realizou-se uma pesquisa bibliográfica para encontrar os valores dos
indicadores propostos. As fontes bibliográficas encontradas foram os sites
das próprias fazendas e reportagens veiculadas em jornais e revistas.
O ponto de partida foi escolher as propriedades que produzem leite A
e com uma produtividade diária alta. Utilizou-se a lista dos 100 maiores
produtores de leite do Brasil-2009, ano base 2008, do site milkpoint (2009) e
selecionaram-se os proprietários que forneciam para laticínio próprio. O
segundo passo foi verificar as informações disponíveis e se seriam
suficientes para o preenchimento do questionário. Três fazendas que
conforme a lista do top 100 estão classificadas em primeiro, segundo e
quarto respectivamente foram selecionadas. O ultimo passo foi preencher
os questionários com os valores obtidos (Tabela 17).
134
Tabela 17 - Fazendas produtoras de Leite A
135
Conforme os dados coletados nos sites das propriedades, as
fazendas foram classificadas como P1 - Produtor moderno industrial, o
tivemos acesso a custos, mas as demais características das propriedades
apresentam um perfil de propriedade não visto nas demais pesquisadas.
Dentre elas, podemos destacar:
1. O sistema de criação das três fazendas é o intensivo.
2. As salas de ordenhas são limpas após cada ordenha, a ordenha é
totalmente mecanizada e as salas são preparadas com
equipamentos automáticos que podem ordenhar uma grande
quantidade de vacas por hora, por exemplo, a Fazenda Bela Vista
tem a capacidade de ordenhar 500 vacas por hora e é construída
100% em aço inox.
3. O leite ordenhado é canalizado diretamente para as usinas de
beneficiamento ou ficam armazenados em resfriadores.
4. A quantidade de vacas em lactação são 3000, 1400 e 800, todos os
rebanhos são compostos por vacas da raça holandesa pura.
5. A média de produção diária em kg de cada fazenda é 68000, 39195 e
31835 (dados retirados da pesquisa Top 100 – 2009 da Milkpoint).
6. A média por vaca é 22,6 kg, 27,9 kg e 39,79 kg.
7. Todas as fazendas fazem inseminação artificial.
8. As vacas são alojadas no sistema free-stall, com todo conforto
animal.
9. A alimentação é balanceada com ração e silagem.
10. A rastreabilidade é necessária para automatizar todo o processo e
para isso as Fazendas utilizam pedômetros.
Algumas dessas características justificam-se somente para uma grande
produtividade diária de leite, pois os investimentos são altos.Como a sala de
ordenha e os equipamentos para alta produtividade, o sistema Free-Stall e a
alta qualidade leiteira do rebanho.
136
4.4 Relacionamentos interorganizacionais na cadeia produtiva
do leite
As várias visitas e entrevistas realizadas nas diversas propriedades
leiteiras das regiões do estado de São Paulo (Avaré, o Pedro, Fartura e
Itapetininga) apontaram que os relacionamentos interorganizacionais são
pequenos e, em grande parte, são limitados à venda do leite a cooperativas
ou laticínios. Esses relacionamentos referem-se somente a relações
comerciais entre o proprietário e a compradora do leite. Em Avaré, o
Pedro e Itapetininga não existe uma associação de produtores, dificultando
assim a caracterização de uma rede inter organizacional.
Na cidade de Fartura, há um grupo de 34 produtores de leite que se
organizaram em uma associação e fornecem para a Frutap com preços
diferenciados, de acordo com a qualidade do leite produzido, bem como
recebem auxilio e orientações de técnicos, veterinários e instituições como o
SEBRAE.
Esse grupo caracteriza-se como uma rede inter organizacional e
segundo Balestrin e Vargas (2002). As redes interorganizacionais são
crescentemente importantes na vida econômica, pelo fato de facilitarem a
complexa interdependência transacional e cooperativa entre organizações.
Para estudar a rede de relacionamentos foram utilizadas as redes
sociais, próprias para estudos de relacionamentos entre entidades sociais e
de implicações de seus padrões de relações. A análise de redes sociais
(ARS) consiste no mapeamento de relações entre diversas representações
de relacionamentos, na forma de matrizes, gráficos e análises. Assim, a
ênfase está nas ligações entre atores, e não em seus atributos, pois a
unidade de observação é o conjunto de atores e seus laços.
A análise das características estruturais da rede foi realizada com o
auxílio do software UCINET e os parâmetros analisados estão resumidos no
Quadro 3 e descritos nos parágrafos a seguir.
137
Densidade 0,1486
Distância média 1,853
Desvio padrão 0,3557
Coeficiente de agrupamento 0,379
Quadro 5 - Características estruturais da rede
A rede apresenta uma baixa densidade (0,1486), porém tem uma
distância média pequena (1,853), dessa forma é necessário apenas dois
intermediários para que ocorra o contato entre uma organização e outra que
não sejam ligadas por elos diretamente. O desvio padrão de 0,3557 sugere
uma forte tendência de centralização dos nós em torno de grupos e
subgrupos, sendo consideravelmente mais alto que a densidade média
geral da rede.
Em relação ao agrupamento da rede, um elevado coeficiente (0,379),
sugere uma proximidade elevada entre os atores, sendo que a variação do
coeficiente é de 0 a 1. Dessa forma, sugere um grupo de organizações
localmente centradas.
O sóciograma na Figura 42 ilustra de forma global as interações da
rede, onde o núcleo de nós com maior densidade de vínculos representa as
instituições principais da cadeia de relacionamento. As linhas representam
os vínculos, ou seja, as interações com os demais atores.
Associação de Produtores exerce um papel importante para ligar as
propriedades, as instituições SEBRAE e CASA da AGRICULTURA
fornecem os subsídios técnicos e estratégicos para o desenvolvimento da
rede de relacionamentos como assistência veterinária, nutrição, qualidade
do leite, etc. A Frutap tem papel importante como o relacionamento de
compra e venda da produção leiteira.
Nesta pesquisa, não foram considerados os relacionamentos de
amizade ou negócios somente entre dois atores.
138
139
Figura 42 - Sociograma da rede de atores de Fartura
140
O grau de centralidade dos atores em uma rede pode ser medido por
diversos parâmetros. O índice de centralidade de Freeman mede o grau de
centralidade local, ou seja, o número de conexões estabelecidas com os
pontos vizinhos. De acordo com o Quadro 6, que os centralizadores da
rede são a associação dos produtores, o SEBRAE, a Cada da Agricultura e
em um grau menor a FRUTAP. O SEBRAE e a Casa da Agricultura
justificam-se pelas visitas de assessoria, que o realizadas mensalmente.
A associação dos produtores tem reuniões regulares, eventos e também o
escritório na cidade que concentra as comunicações e informações aos
produtores. A FRUTAP tem o relacionamento comercial e o transporte do
leite a cada dois dias.
Degree NrmDegree Share
Associação 36.000 97.297 0.129
Casa da Agricultura 36.000 97.297 0.129
SEBRAE 36.000 97.297 0.129
FRUTAP 34.000 91.892 0.122
Quadro 6 - Os atores com o maior numero de laços
A média de centralidade da rede é de 7,13 e apresenta grau de
centralização alta (81,83%), ou seja, é a demonstração da concentração
estrutural em toda a rede.
As características dessa rede, conforme o Quadro 1 da pesquisa
bibliográfica, encontra-se na Tabela 18.
141
Tabela 18- Características de Redes da Associação de Produtores
Características Associação de produtores Tipos de rede
Tipos de atores
envolvidos
Produtores de leite, Associação
dos Produtores, empresas
privadas, instituições de apoio
Redes Sociais ou APL
Forma dos atores
Organizações e indivíduos Redes Sociais
Funções da Rede
Trocas mercantis, de informações,
de conhecimentos, de
relacionamentos, de apoio e de
contatos
Cluster ou APL
Tipologia
De mercado, apoio e
comunicação
APL
Modelo de rede
Horizontal Redes Sociais
Organizações em
uma determinada
área geográfica
Cidade de Fartura/SP Aglomerado, Clusters, APL
ou Redes Sociais
Tipos de
organizações
Publicas, privadas e terceiro setor Aglomerados e Redes
sociais
Nível das estratégias
Associação de produtores e
propriedades leiteiras
Redes Sociais ou APL
Ações
Cooperativo e competitivo Clusters ou APL
Forma de interação
Formal e informal Aglomerados ou Rede
Sociais
Fatores essenciais
de estabelecimento
Confiança, reputação e
cooperação
Redes Sociais
Estabelecimento de
objetivos
Associação com os proprietários Redes Sociais ou APL
Tipos de objetivos
Objetivos econômicos, sociais,
ambientais e políticos
APL
Responsáveis pelas
ações
Associação e os proprietários Redes Sociais ou APL
Cadeia produtiva
Desvinculada Aglomerados
Benefícios
Econômicos, sociais e ambientais Redes Sociais ou APL
Tipo de emprego
estimulado
Formal e informal Redes Sociais ou APL
Quanto ao enquadramento teórico da Associação de produtores,
verifica-se a existência de características mescladas de Redes Sociais, o
predominante, e o de Arranjo Produtivo Local.
142
CAPÍTULO 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS, CONCLUSÃO
E RECOMENDAÇÕES
5.1 Considerações finais
5.1.1 Evolução na Tabela de classificação
Ao investigar-se as características de classificação das propriedades,
bem como a importância de cada um dos indicadores, e as propriedades
podem evoluir na Tabela de classificação proposta, se houver, conforme os
relatos de produtores:
Aumento na eficácia produtiva da propriedade;
Uma motivação ou recompensa financeira, como bonificação por
volume ou qualidade;
Planejamento estratégico visando crescimento da propriedade.
Em qualquer caso, haverá a necessidade de investimentos em estrutura,
padrões tecnológicos, mão de obra etc. As melhorias podem ser realizadas
em curto, médio ou longo prazo, por exemplo, aquisição de resfriador é a
curto prazo e um melhoramento genético pode ser em médio ou longo
prazo. As boas práticas para evolução são:
P5 (Produtor não especializado) para P4 (Produtor tradicional)
A evolução do produtor P5 para P4 está nos investimentos em
padrões tecnológicos, principalmente na aquisição de resfriador, pois as
cooperativas ou laticínios pagam R$ 0,10 a menos no litro de leite não
refrigerado.
P4 (Produtor tradicional) para P3 (Produtor em transição)
Para o produtor P4 evoluir para P3, os investimentos devem ser feitos de
forma a melhorar os padrões tecnológicos e nos processos de produção, ou
seja, o proprietário deve melhorar a produtividade da propriedade focando
em:
Aquisição de padrões tecnológicos como ordenhadeira mecanizada;
143
Iniciar um programa de melhoramento genético para aumentar a
produção de leite;
Melhoramento nutricional;
Qualificação e contratação de mão de obra profissional.
Ou, então, focar nas práticas que melhoram a remuneração ou
bonificação como qualidade do leite, por exemplo:
Realizar limpeza e desinfecção na ordenha;
Controle de sanidade.
O ideal é focar nesses dois pontos, aumentar a produtividade e ter uma
remuneração melhor. É o caso dos produtores de Fartura com a Frutap que
recebem até R$0,11 a mais por litro de leite, dependendo da qualidade.
P3 (Produtor em transição) para P2 (Produtor moderno tradicional)
Nessa fase, o produtor esta deixando de enxergar a produção de leite
como mais uma renda e passa a ser a atividade principal, a produção
aumenta e, consequentemente, é necessário pensar em eficiência produtiva
para ajustar os padrões tecnológicos, processos e mão de obra de acordo
com a demanda, então, os investimentos serão em:
Profissionalização e especialização da mão de obra;
Estrutura apropriada para a sala de ordenha como construção de
fosso e sala do resfriador;
Sistema de ordenha especializada como espinha de peixe ou
tandem;
Aquisição de equipamentos maiores como resfriador;
Melhoramento genético para ter um rebanho com qualidade leiteira;
Melhoramento nutricional.
144
P2 (Produtor moderno tradicional) para P1 (Produtor moderno
industrial)
A evolução do produtor P2 para P1 está no aumento da eficiência
produtiva da propriedade, ou seja, utilizar recursos tecnológicos e processos
para suprir a demanda no menor tempo, pois a produção é alta e tem deser
realizada no menor tempo, nesse caso, os investimentos são em:
Melhoramento no alojamento, por exemplo, adotar o sistema Free-
Stall;
Melhoramento nutricional;
Melhoramento na qualidade do rebanho, como aquisição de r animais
da raça holandesa (PO);
Aquisição de padrões tecnológicos como sistema de ordenha em
carrossel ou robotizado, pedômetro para rastreabilidade etc.;
Sala de ordenha canalizada;
Sistema de controle informatizado.
5.1.2 Resistência a mudanças
Nas diversas entrevistas realizadas, constatou-se que os
proprietários classificados como P4 e P5 apresentam uma grande
resistência a mudanças, principalmente, nas questões tecnológicas e
formação de redes.
Os proprietários que estão em transição (P3) são mais acessíveis e já
superaram a fase de resistência.
Os proprietários P1 e P2 o os mais abertos a mudanças e estão
dispostos a adotá-las desde que sejam convencidos.
5.1.3 Relacionamentos interorganizacionais
Os relacionamentos interorganizacionais são em pequeno número na
cadeia produtiva do leite, os existentes o baseadas em relações
145
comerciais e fornecimento. Poucos são como o de Fartura em que se
relacionam em outras áreas como sociais, troca de informações,
conhecimentos e apoio.
Um dos motivos citados para a não formação de redes sociais são as
resistências a mudanças. A evolução dos produtores na situação em que
não nenhuma motivação externa ocorre por meio de imitação ao
observarem que uma inovação realizada por um vizinho ou formador de
opinião teve sucesso. Esse processo de difusão é extremamente lento.
Segundo os levantamentos decorrentes da pesquisa, a organização em
forma de APLs, com o uso dos valores do associativismo (colaboração,
cooperação, confiança, relacionamentos sociais e agentes estimuladores)
apresenta-se como meio que pode alavancar nesse setor, especialmente,
naqueles classificados como P5, P4 e P3, que padecem de carências que
os marginalizam como produtores e cidadãos.
146
5.2 Conclusões
Ao examinar-se os resultados e as análises finais da pesquisa
descritos nos capítulos 4 e 5, o objetivo geral foi satisfeito, contribuindo com
um conjunto de indicadores para classificar os produtores leiteiros de acordo
com manejo, sanidade, nutrição, alojamento, genética e custos. Verificou-se
a importância de cada um desses indicadores e a sua parcela de
contribuição na produtividade da propriedade.
Analisaram-se os principais aspectos influentes da cadeia produtiva,
referenciadas na pesquisa bibliográfica e foram confrontadas com a
realidade encontrada na pesquisa de campo.
Foi possível elaborar as boas práticas para evolução dos produtores
na Tabela de classificação e contribuir para melhorar a organização das
propriedades da cadeia leiteira.
Outro fator que contribui para a evolução dos produtores é a
organização das propriedades em sistemas interorganizacionais, mesmo
sem uma classificação formal como redes sociais, APLs ou associações,
como pode ser pesquisado na cidade de Fartura e relatado neste trabalho.
Entende-se ter gerado um modelo relativamente simples, que pode
ser aplicado em parcelas, conforme a competência e cultura dos produtores,
servindo como facilitador para induzir mudanças, inovações e o crescimento
econômico de pequenos empresários do ramo de leite bovino, tanto em
termos individuais como coletivo.
147
5.3 Sugestões para novas pesquisas
A presente pesquisa foi realizada seguindo as diretrizes da
metodologia e balizado pelo escopo e limites estipulados.
Este trabalho é uma pequena parcela de contribuição para os
estudos da cadeia produtiva leiteira e abre novas perspectivas para
pesquisas complementares ou mais especificas, como por exemplo:
Aplicação dos indicadores em outras regiões leiteiras do Pais como
Paraná e Mina Gerais;
Ampliar os indicadores com a inclusão da área de assistência
técnica, por exemplo, SEBRAE e outros órgãos de apoio;
Estudar e mapear os tipos de bonificações como volume, distância e
qualidade e os efeitos na produtividade;
.Analisar outras redes interorganizacionais presentes na cadeia
produtiva do leite.
148
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155
f.Dissertação de Mestrado (Mestrado em Administração) – Universidade
Federal de Santa Maria, 2008
156
ANEXO 01 – Dados do perfil sanitário dos rebanhos estudados
1
Propriedade
2
Controle de Vacinas
3
Controle de Mastite
4
Controle de Laminite
5
Casqueiro (profissional)
6
Contagem Bacteriana Total (CBT)
7
Contagem de Células Somáticas (CCS)
8
Determinação dos teores de gordura, lactose, proteína, sólidos totais, sólidos
desengordurados
9
Acompanhamento veterinário
REGIÃO DE FARTURA
Pro
p
1
Vacinas
2
Mastite
3
Laminite
4
Casqueiro
5
CBT
6
CCS
7
Outros
8
Veterinario
9
F1
sim sim Não o sim sim sim
Frequente
F2
sim sim Não o sim sim sim
Frequente
F3
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F4
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F5
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F6
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F7
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F8
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F9
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F10
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F11
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F12
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F13
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F14
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F15
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F16
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F17
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F18
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F19
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F20
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F21
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F22
sim sim não não sim sim sim
Frequente
157
F23
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F24
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F25
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F26
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F27
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F28
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F29
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F30
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F31
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F32
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F33
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F34
sim sim não não sim sim sim
Frequente
F35
sim não não não não não não
Esporádico
F36
sim não o não não não não
Esporádico
F37
sim não o não não não não
Esporádico
F38
sim não o não não não não
Esporádico
F39
sim não o não não não não
Esporádico
F40
sim não o não não não não
Esporádico
F41
sim não o não não não não
Esporádico
F42
sim não o não não não não
Esporádico
F43
sim não o não não não não
Esporádico
F44
sim não o não não não não
Esporádico
F45
sim não o não não não não
Esporádico
F46
sim não o não não não não
Esporádico
F47
sim não o não não não não
Esporádico
F48
sim não o não não não não
Esporádico
F49
sim não o não não não não
Esporádico
F50
sim não o não não não não
Esporádico
REGIÃO DE AVARÉ
Pro
p
Vacinas Mastite Laminite Casqueiro CBT CCS Outros Veterinario
A1
sim sim não não Sim sim sim
Frequente
A2
sim sim não não sim Sim Sim
Frequente
ITAPETININGA
Pro
p
Vacinas Mastite Laminite Casqueiro CBT CCS Outros Veterinario
sim sim
sim
profissio
nal
sim sim sim
Frequente
SÃO PEDRO
Pro
p
Vacinas Mastite Laminite Casqueiro CBT CCS Outros Veterinario
sim sim sim profissio
nal
sim sim sim
Frequente
158
ANEXO 02- Respostas relativas à nutrição dos rebanhos
Região
Propriedade
Ração
Silagem
Pasto
Melhoramento
Nutricional
FARTURA
F1
S
im
sim
sim
sim
F2
S
im
sim
sim
sim
F3
S
im
sim
sim
sim
F4
S
im
sim
sim
sim
F5
S
im
sim
sim
sim
F6
S
im
sim
sim
sim
F7
S
im
sim
sim
sim
F8
S
im
sim
sim
sim
F9
S
im
sim
sim
sim
F10
S
im
sim
sim
sim
F11
S
im
sim
sim
sim
F12
S
im
sim
sim
sim
F13
S
im
sim
sim
sim
F14
S
im
sim
sim
sim
F15
S
im
sim
sim
sim
F16
S
im
sim
sim
sim
F17
S
im
sim
sim
sim
F18
S
im
sim
sim
sim
F19
S
im
sim
sim
sim
F20
S
im
sim
sim
sim
F21
S
im
sim
sim
sim
F22
S
im
sim
sim
sim
F23
S
im
sim
sim
sim
F24
S
im
sim
sim
sim
F25
S
im
sim
sim
sim
F26
S
im
sim
sim
sim
F27
S
im
sim
sim
sim
F28
S
im
sim
sim
sim
F29
S
im
sim
sim
sim
F30
S
im
sim
sim
sim
F31
S
im
sim
sim
sim
F32
S
im
sim
sim
sim
F33
S
im
sim
sim
sim
F34
S
im
sim
sim
sim
F35
S
im
não
sim
não
F36
S
im
não
sim
não
F37
S
im
não
sim
não
F38
S
im
não
sim
não
F39
S
im
não
sim
não
F40
S
im
não
sim
não
159
F41
S
im
não
sim
não
F42
S
im
não
sim
não
F43
S
im
não
sim
não
F44
S
im
não
sim
não
F45
S
im
não
sim
não
F46
S
im
não
sim
não
F47
S
im
não
sim
não
F48
S
im
não
sim
não
F49
S
im
não
sim
não
F50
S
im
não
sim
não
AVARÉ
A1
S
im
sim
sim
sim
A2
S
im
sim
sim
sim
Itapetininga
S
im
sim
sim
sim
São Pedro
S
im
sim
não
sim
160
ANEXO 03 – Roteiro para entrevista
1. Nome da Fazenda:
2. Nome do proprietário:
3. Data da visita:
4. Fornecedores:
5. Localização:
6. Preencha as questões abaixo, através de observação ou
questionamento.
ÁREA INDICADOR
Sistema de Criação
extensivo semi intensivo
Retiro
galpão
fosso
Tipo de piso do retiro
terra alvenaria borracha
Limpeza do piso do retiro
após uma vez não
Tipo de ordenha
manual
mecanica - balde-ao-
mecanica- espinha
de peixe
mecanica -
tandem
mecanica- lado a
lado
mecanica -
carrossel
Qtde de ordenhas por dia
1 2 3
Resfriador
sim
não
Mão de obra
familiar profissional
Qtde de funcionários
0 1 a 5 acima de 5
Nível de qualificação da mão
de obra
especializada superficial
Assepsia na ordenha
sim
não
Inseminação artificial
sim não
Qtde de vacas produzindo
Qtde total de vacas
Produção total (kg/dia)
Rastreabilidade
não chip brinco pedômetro garganta
Preço de venda/kg
Controle de Vacinas
sim não
Controle de Mastite
sim
não
Controle de Laminite
sim
não
Casqueiro
sim não
Contagem Bacteriana Total
(CBT),
sim não
Contagem de Células
Somáticas (CCS),
sim não
Determinação dos teores de
gordura, lactose,proteína,
sólidos totais, sólidos
desengordurados
sim não
Acompanhamento
veterinario
frequente esporádico
Pasto
sim
não
Galpão (freestall)
sim não
Controle de temperatura
sim não
Sistema de ventiladores
sim
não
Sistema de Nebulização
sim
não
Tipo de telhado
Qualidade da raça
não
mestiço
alta
Melhoramento Genético
sim não
Ração
sim
não
Silagem
sim não
Pasto
sim
não
Melhoramento Nutricional
sim
não
Produtividade média diaria por
vaca
Receita Operacional
Receita Operacional por vaca
lactando
Respostas
Calculados
M
a
n
e
j
o
S
a
n
i
d
a
d
e
Alojamento
Genética
Nutrição
161
ANEXO 04 – PROGRAMAÇÃO NO EXCEL
162
163
Livros Grátis
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Milhares de Livros para Download:
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