Download PDF
ads:
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação –VRPPG
Centro de Ciências da Saúde – CCS
Mestrado em Saúde Coletiva – MSC
PREVENÇÃO E CONTROLE DO RISCO DA SINDROME
HIPERTENSIVA ESPECIFICA DA GRAVIDEZ EM
ADOLESCENTES
Marlucilena Pinheiro da Silva
Fortaleza-Ceará
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
MARLUCILENA PINHEIRO DA SILVA
PREVENÇÃO E CONTROLE DO RISCO DA SINDROME
HIPERTENSIVA ESPECIFICA DA GRAVIDEZ EM
ADOLESCENTES
Dissertação apresentada ao Mestrado em
Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza -
UNIFOR, como requisito para obtenção do
título de Mestre.
Grupo de Pesquisa - Políticas e Práticas na Promoção da Saúde.
Linha de Pesquisa - Políticas e Prática na Promoção da Saúde.
Núcleo de Estudo e Pesquisa na Promoção da Saúde de Pessoas
com Hipertensão Arterial – NUESPHA
Orientadora: Profª. PhD. Zélia Maria de Sousa Araújo Santos.
FORTALEZA – CEARÁ
2009
ads:
_____________________________________________________________________
S586p Silva, Marlucilena Pinheiro da.
Prevençao e controle do risco da síndrome hipertensiva específica
da gravidez em adolescentes / Marlucilena Pinheiro da Silva. - 2009.
78 f.
Dissertação (mestrado) – Universidade de Fortaleza, 2009.
“Orientação : Profa. Zélia Maria de Sousa Araújo Santos, PhD.”
1.Gravidez na adolescência. 2. Hipertensão induzida pela gravidez.
3. Educação em saúde. I. Título.
CDU 618.2-053.6
_____________________________________________________________________
MARLUCILENA PINHEIRO DA SILVA
PREVENÇÃO E CONTROLE DO RISCO DA SINDROME
HIPERTENSIVA ESPECIFICA DA GRAVIDEZ EM ADOLESCENTES
Data de Aprovação: 30 de março de 2009
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________
Profª. PhD. Zélia Maria de Sousa Araújo Santos
Presidente / Orientadora/UNIFOR
___________________________________
Profª Drª Ana Virgínia de Melo Fialho
Examinadora/ UECE
_________________________________
Profª Drª Raimunda Magalhães da Silva
Examinadora/ UNIFOR
___________________________________
Profª Dr Helvécio Neves Feitosa
Suplente/ UNIFOR
Dedico este estudo aos meus pais, que, com o
espírito de pessoas trabalhadoras e humildes,
deram-me todas as condições para que eu pudesse
acreditar sempre em mim, ensinando-me
principalmente a não ter medo na vida, onde
continuo trilhando o caminho das minhas
conquistas.
AGRADECIMENTOS
Primeiro, a Deus, depois, ao meu marido (Bruce Leite), aos meus filhos (Daniel e
Daniela Leite), pela força, alegria e amor, que sempre me deram em todos os momentos
difíceis e vitoriosos da minha vida.
Aos meus irmãos Francisco da Silva, Sandra Santos e Regina Eclache, com suas
respectivas famílias, por sempre acreditarem em mim.
À Profª.
PhD. Zélia Santos, minha orientadora, pela dedicação, profissionalismo,
atenção, paciência e pelas diversas oportunidades de formular e reformular meu
conhecimento.
Aos professores do Mestrado em Saúde Coletiva - Ana Maria de Fontenele Catrib,
Fátima Luna Pinheiro Landim, Mirna Albuquerque Frota, Raimunda Magalhães da
Silva, Maria Teresa Moreno Valdéz, Anya Vieira, Marcelo Campos, Rosendo Amorim
e Carlos Bruno, pelos ensinamentos que muito contribuíram para minha formação de
mestre e feitura da dissertação.
Aos colegas de turma, de modo particular a Ana Luiza Campos, pela troca de
experiências, cumplicidade e gostosas risadas. De modo mais que especial, a Juliana
Fonteles, pela pessoa e irmã transparente, espontânea e amiga que é.
Às colegas do NUESPHA, Amabili Couto, Janaina Feitoza e Jennara Cândido, que me
acolheram de maneira muito carinhosa, facilitando meu ingresso no grupo de estudos;
Helexiana T. Fernandes e Joanalice Pimentel, que me ajudaram na coleta de dados.
Aos funcionários do Mestrado, pela dedicação e disponibilidade sempre que foram
requisitados.
Aos que colaboraram como facilitadores nos encontros educativos realizados durante
esta pesquisa: Professor Eder Evangelista (Educador Físico), Sandra Santos
(Nutricionista) Ana Luíza Campos (Psicóloga e mestra em Saúde Coletiva), Professora
Francisca Dantas (Psicopedagoga), Helena Feitosa acadêmica de Nutrição, Daniel Neto
e José Carlos Silva, acadêmicos de Fisioterapia.
À Coordenadora do Centro de Saúde da Família, Terezinha Parente; à Drª Sílvia Amélia
Feitosa, em nome da qual estendo os meus agradecimentos a todos os funcionários desta
unidade, pelo apoio, colaboração e respeito a minha pesquisa, especialmente aos
enfermeiros e agentes de saúde, sem os quais não teria acesso à comunidade.
Às gestantes que participaram e colaboraram com esta pesquisa, pela disponibilidade,
confiança e questionamentos que me incentivaram a buscar respostas, mas
principalmente por ter tido a oportunidade de refazer meus conceitos de vida.
Aos colegas docentes e companheiros do Colegiado do Curso de Bacharelado e
Licenciatura em Enfermagem da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), pelo
apoio e incentivo que deles sempre recebi.
Aos amigos do Movimento de Cursilho de Macapá, pois os nossos encontros me
fortaleceram a edificar cada momento deste trabalho.
Às minhas amigas de todos os momentos, cada uma de seu jeito, mas sempre muito
verdadeiras, Maria Raimunda N. da Costa, Maria das Dores da Costa Mendes, Elza
Arruda, Rivanete Corina Alves e Mª do Socorro Pantoja.
A todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para realização deste estudo.
RESUMO
A gravidez na adolescência não é apenas um problema clínico, é também um sério
problema de saúde blica, pelo aumento crescente de sua incidência e pela
complexidade de vários fatores, tais como os socioeconômicos e educacionais, que
põem em risco à maternidade precoce. Essa situação torna-se mais precária, quando
associada às gestantes de alto risco para o desenvolvimento da Síndrome Hipertensiva
Especifica da Gravidez (SHEG), o desconhecimento sobre esse agravo e sobre as
condutas de prevenção e/ou de controle dos fatores de riscos. A SHEG contribuí
significativamente para o aumento da mortalidade materna em mulheres em idade entre
dez a dezenove anos,representando assim um dos maiores desafios para os serviços e
profissionais de saúde. A etiologia da SHEG ainda é descrita por muitos estudiosos
como desconhecida, mas sabe-se que alguns fatores exercem certa influência na
ocorrência deste agravo, como os comportamentos insalubres dessas gestantes em
relação ao cuidado da sua saúde e de seu filho.Esse estudo constitui-se de uma pesquisa-
participante, com vinte e cinco gestantes adolescentes que estavam entre o primeiro e o
segundo trimestre gestacional realizando o pré-natal, em um Centro de Saúde da
Família, em Fortaleza-Ce que possibilitou a elaboração de dois artigos. O primeiro
pautou-se em um estudo descritivo com a abordagem quantitativa, com o objetivo de
analisar as ações de adolescentes grávidas na prevenção e/ou no controle dos riscos da
SHEG, com enfoque na Educação em Saúde, onde se constatou que o saber das
gestantes acerca da prevenção e do controle da SHEG era muito fragmentado,
reduzindo-se a informações relacionadas à alimentação e ao uso de anti-hipertensivos.
Constatou-se também que, embora elas possuíssem esse saber, as condutas não eram
seguidas, comprometendo a prevenção e/ou controle do risco da SHEG. Neste contexto,
o pré-natal (PN) deve ampliar suas ações transpondo a questão meramente curativa,
capacitando essas adolescentes para o autocuidado e, consequentemente, manutenção de
sua saúde. O segundo artigo teve como objetivo avaliar as mudanças comportamentais
em gestantes adolescentes na prevenção e/ou controle dos fatores de risco para a SHEG,
com a aplicação de uma tecnologia educativa embasada no Modelo de Crença em Saúde
(MCS), podendo-se observar mudanças significativas no comportamento das gestantes,
contribuindo para uma vida mais saudável e para a prevenção e/ou controle dos fatores
de risco da SGEG. Identificou-se, também, que, embora todas tenham participado
ativamente da aplicação da tecnologia educativa, algumas não conseguiram quebrar
hábitos arraigados em sua vida diária, sendo que isso não a impede de futuramente
mudar este quadro através de uma tomada de decisão para a promoção de sua saúde.
Nesse contexto, a proposta mostrou-se eficiente, pois permitiu modificações
comportamentais, principalmente no que se refere à adesão de medidas de prevenção
e/ou controle do aumento da pressão arterial na gravidez.
Palavras chaves: Gravidez na adolescência; Hipertensão induzida pela gravidez;
Educação em Saúde.
ABSTRACT
Pregnancy in the adolescence is not only a clinical problem but it is also a serious public
health problem because of the growing increase in its incidence and the complexity of
several factors, such as socioeconomic and education factors that endanger precocious
maternity. That situation becomes even worse when associated to the high risk
pregnancy, the development of the Gestational Hypertension Syndrome (GHS), the
ignorance about that issue and the procedures of prevention and/or control of the risk
factors. The GHS has contributed significantly to the increase in maternal mortality in
women aged 10-19 years, representing therefore one of the largest challenges for the
health services and professionals. The etiology of GHS is still described by many
specialists as ignored, but one knows that some factors have a certain influence on the
occurrence of this problem, such as the unhealthy behavior of those pregnant women
concerning her own health and that of her child. This study consisted of a participative
research, with twenty-five adolescent pregnant women who were between the first and
second quarter of their gestation and undergoing a prenatal program in a Basic Unit of
Family Health, what enabled the preparation of two articles. The first one consisted of a
descriptive study with a quantitative approach, with the objective of analyzing the
acions of pregnant adolescents in the prevention and/or control of GHS risks, focusing
on health education. In that study, we noticed that the pregnant women's knowledge
concerning the prevention and control of GHS was very fragmented, being limited to
information related to food and the use of antihypertensive drugs. We also observed that
although those women had that knowledge, they did not act according to it and,
therefore, the prevention and/or control of the GHS risks were hindered. In this context,
the prenatal (PN) program should extend their actions beyond the merely healing
subject, enabling those adolescents for her self care and, as a result, to keep her health.
The second article aimed at evaluating the behavioral changes in pregnant adolescents
in the prevention and/or control of the risk factors of the GHS with the application of an
educational technology based on the Health Belief Model (HBM). Through that study,
we can observe significant changes in the behavior of pregnant women that contributed
to a healthier life and to the prevention and/or control of the risk factors of GHS. We
also noticed that, although all of them participated actively in the application of the
educational technology, some were not able to break with deep-rooted habits of their
daily lives, but that does not prevent them from changing this scenario by taking a
decision that will promote their health. In that context, the proposal turned out to be
efficient as it allowed behavioral changes, mainly concerning the adoption of measures
of prevention and/or control of the increase in the blood pressure during pregnancy.
Keywords: Pregnancy in adolescence; Pregnancy-induced hypertension; health
education.
LISTA DE TABELAS e QUADROS
Artigo 1
QUADRO 1 - Distribuição das gestantes segundo as características
sociodemográficas. Fortaleza – Ce, 2008. n = 25 ...................... 23
QUADRO 2 - Distribuição das gestantes adolescentes, segundo a
identificação e conhecimento dos fatores de risco da
SHEG. Fortaleza – CE, 2008. n = 25 ........................................... 25
TABELA 1 – Distribuição das gestantes adolescentes, segundo o saber e
o fazer sobre as condutas de prevenção e/ ou controle
dos riscos da SHEG. Fortaleza – CE, 2008. n = 25 ................... 27
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
EC Eclampsia
HA Hipertensão Arterial
IMC Índice de Massa Corporal
MCS Modelo de Crença em Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
PA Pressão Arterial
PAISM Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher
PNAISM Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
PE Pré-Eclampsia
PROSAD Programa de Saúde do Adolescente
SER VI Secretaria Executiva Regional VI
SHEG Síndrome Hipertensiva Específica da Gravidez
SUS Sistema Único de Saúde
TS Tecnologia em Saúde
TES Tecnologia Educativa em Saúde
CSF Centro de Saúde da Família
V DBHA V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................................. 11
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15
3 ARTIGOS ............................................................................................................... 16
3.1 Adolescentes grávidas análise das ações na prevenção e/ou controle
da Síndrome Hipertensiva Especifica da Gravidez (SHEG). ................................... 16
3.2 Prevenção dos Riscos da Síndrome Hipertensiva Específica da
Gestação em Adolescentes – Uma Tecnologia em Saúde ......................................... 35
4 CONSIDERAÇÕES REFLEXIVAS ...................................................................... 58
5 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 59
APÊNDICES ............................................................................................................. 63
ANEXOS ................................................................................................................... 73
11
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Vários estudos demonstram que os estados hipertensivos durante o período
gestacional são os grandes responsáveis pela ocorrência da morte materna e da
morbidade e mortalidade perinatais, Borne,2007 relata que de 5 a 10% das gestações
acabam sendo complicadas pela hipertensão, fato que enseja grande prejuízo à saúde
pública e à saúde da mulher.
De acordo com as recomendações da Sociedade Internacional para o Estudo
da Hipertensão Arterial na Gravidez, o diagnóstico é realizado quando, em qualquer
época da gestação, a pressão arterial sistólica é maior ou igual a 140 mmHg e/ou a
pressão arterial diastólica maior ou igual a 90mmHg. A gestante com hipertensão
arterial (HA) que precede a gravidez tem incidência mais alta de pré-eclâmpsia (PE), e
também maior probabilidade de parto prematuro e de recém-nascidos pequenos para a
idade gestacional (SASS e ATALLAH, 2005).
O Ministério da Saúde revela que as adolescentes grávidas de menos de 19
anos representam um percentual de 15,8% do total de partos de nascidos vivos no
Brasil. Deste elevado dado epidemiológico, 479.511 grávidas de menos de 19 anos
foram atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2005, sendo que 26,7% tinham
entre dez e quatorze anos, fato caracterizado como gravidez precoce (BRASIL, 2006).
Estudos realizados por Vieira (2007) demonstraram que a gravidez em
adolescentes menores de 16 anos pode desencadear complicações, como aborto
espontâneo, parto prematuro, ruptura da vagina e dos músculos do períneo, HA e crises
de depressão.
Recentemente foi realizado pela Sociedade Brasileira de Hipertensão de
Sorocaba-SP um evento relacionado à atenção especial à saúde da mulher, onde se
alertou para o fato de que não é apenas no período da menopausa que os profissionais
de saúde devem se preocupar com a saúde do coração das mulheres, pois alguns estudos
confirmam que o risco para doenças cardiovasculares sempre existe, e em todas as
faixas etárias. Sendo assim, de se redobrar os cuidados com o coração das gestantes
adolescentes para evitar complicações a ela e ao seu filho.
12
Faz-se necessário o profissional de saúde estar integrado a esta realidade, que
ainda maltrata as mulheres em um período tão importante e de transformações, que é a
gravidez. Para tal, é imprescindível o acompanhamento da evolução da circunstancia
política da saúde das mulheres desde a década de 1980, mais precisamente, em 1983,
quando foi criado o Programa de Atenção Integral a Saúde da Mulher (PAISM), sendo
priorizada a promoção da saúde das mulheres, ultrapassando sua especificidade
reprodutiva e enfatizando a dimensão educativa como forma de alterar valores, práticas
e comportamentos de saúde.
A posição do PAISM nesse momento é uma ressonância daquela expressa
pelo Brasil na Conferência Mundial de População de Bucareste, em 1974; ou seja, ao
Estado cabe proporcionar meios e informações para que todos os brasileiros possam
planejar suas famílias. Nesse contexto, a atenção à mulher deve ser integral, clínico-
ginecológica e educativa, voltada ao aperfeiçoamento do controle pré-natal, do parto e
do puerpério; à abordagem dos problemas presentes desde a adolescência até a terceira
idade; ao controle das doenças transmitidas sexualmente, do câncer cérvico-uterino e
mamário e à assistência para concepção e contracepção.
Após o surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o PAISM recebeu
influência de sua política, sendo incorporada a reorganização da atenção básica por
intermédio do Programa Saúde da Família (PSF). Este, atualmente em vigor, traz entre
suas prioridades a redução da mortalidade materna mediante assistência à gestante
(BRASIL, 2006).
Dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), demonstram que as
mulheres em idade reprodutiva, ou seja, de dez a quarenta e nove anos, eram
58.404.409 e representam 65% do total da população feminina, sendo 16.524.926
adolescentes, conformando um segmento social importante para a elaboração e
efetivação das políticas de saúde, informação que chama atenção para um dos objetivos
gerais da Política Nacional de Ação Integral a Saúde da Mulher (PNAISM, 2004) de
contribuir efetivamente para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil,
especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos
populacionais, sem discriminação de qualquer espécie (BRASIL, 2007).
Outro fato a considerar é que a falta de prevenção da gravidez é uma
realidade entre as adolescentes, estando vinculada a diversos fatores, como
13
desinformação, dificuldade de acesso aos métodos contraceptivos, falta de estrutura
familiar e violência doméstica, entre outros transtornos de ordem social, econômica e
política.
Embora existam políticas públicas relevantes como a criação do Programa
de Atenção Integral a Saúde do adolescente (PROSAD) que, segundo o Ministério da
Saúde, foi criado fundamentando-se numa política de Promoção de Saúde com o
enfoque educativo, este não tem conseguido garantir ao adolescente o acesso à saúde e,
consequentemente problema como a hipertensão na gravidez acaba tornando uma
situação de dimensão difícil de controle, provocando graves prejuízos sociais e físicos à
mãe adolescente e ao seu filho.
É necessário considerar o fato de que muitas mudanças aconteceram, para
contribuir com a melhora da qualidade de vida da mulher; os diversos investimentos
políticos e sociais que viabilizam as ações de saúde da mulher, passam por
investimentos e se começa a vislumbrar uma melhor qualidade de assistência à saúde
dessa população, sendo que, para a concretude dessas políticas precisa-se, como
profissionais de saúde, promover pesquisas e ações que favoreçam a transformação da
política intencional e a prática aplicada junto às mulheres.
Nesse contexto, percebe-se a necessidade do uso de uma tecnologia como
instrumento que venha colaborar com a conquista do conhecimento, das gestantes, pois
tecnologia se refere a algo que desenvolvido pelo próprio homem, venha facilitar a
realização de um trabalho, bem como viabilizar o entendimento e aplicação de uma ação
(SCHALL E MODENA, 2005).
Diante da abrangência deste assunto, reporta-se ao que seja Tecnologia em
Saúde, como uma forma de intervenção usada para promoção, prevenção, diagnóstico
ou tratamento de doenças; ou para promover a reabilitação ou cuidados a curto, médio e
longo prazo (BRASIL, 2005).
Pelos motivos mencionados e em virtude da proporção crescente de
adolescentes grávidas, é importante que sejam desenvolvidas estratégias mais efetivas
para prevenção e controle da SHEG, nesta clientela. Para contribuir com a solução da
problemática, alguns modelos teóricos tentam explicar a adoção de comportamentos
preventivos, ao estabelecer ralações entre o comportamento e algumas crenças
individuais.
14
Para compreender essas atitudes, busca-se então, o referencial teórico de
promoção da saúde - Modelo de Crenças em Saúde (MCS), que possibilita explicar o
comportamento preventivo em saúde, especificamente quanto à mudança
comportamental para promoção de hábitos saudáveis e aderência a tratamentos.
As pessoas podem mudar seu comportamento mediante a análise do custo-
benefício dessa situação. Essa teoria serve de base para mostrar que o comportamento
das pessoas é dirigido pelas consequências de seus atos.
O MCS é fundamentado na Educação em Saúde, e envolve uma prática
interdisciplinar, que possibilite a empatia entre os indivíduos e os profissionais de
saúde, facilitando o alcance dos objetivos relacionados às mudanças comportamentais
para a promoção de saúde.
Educar para a saúde é mudar o comportamento para o exercício da
cidadania. Essa mudança é viabilizada quando o profissional de saúde reconhece e
valoriza o saber socialmente constituído pelo indivíduo em seu ambiente. Com suporte
nesse conhecimento, ocorrerá a produção afetiva de mais conhecimentos, objetivando
atingir um melhor nível de bem-estar (SANTOS; BARROSO, 2003: p.36).
Diante do exposto e pela vivência do atendimento na atenção básica,
observa-se que muitas usuárias da assistência pré-natal são adolescentes e possuem
risco para a SHEG, fato que conduziu a que se despertasse para os questionamentos:
Qual o conhecimento que estas adolescentes têm sobre os fatores de risco da SHEG?
Quais os cuidados que as adolescentes grávidas estão desenvolvendo para a prevenção
e/ou controle dos fatores de risco para a SHEG?. Mediante estes questionamentos,
optou-se por este estudo, com o objetivo de analisar as mudanças comportamentais em
gestantes adolescentes na prevenção e/ou no controle dos fatores de risco para a SHEG,
com a aplicação de uma tecnologia educativa embasada no Modelo de Crença em Saúde
(MCS).
Justifica-se a relevância deste estudo em detrimento da necessidade de
capacitar estas adolescentes para a prevenção e/ou controle dos fatores de risco da
SHEG, uma vez que estas constituem um grupo suscetível a este agravo, além da
frequência cada vez mais elevada de gravidez.
15
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Analisar as mudanças comportamentais em gestantes adolescentes na
prevenção e/ou controle dos fatores de risco para a SHEG, com a aplicação de uma
tecnologia educativa embasada no Modelo de Crença em Saúde (MCS).
2.2 Específicos
1. Caracterizar as gestantes adolescentes;
2. Identificar os fatores de risco da SHEG nas gestantes adolescentes;
3. Averiguar o conhecimento e as ações das adolescentes grávidas em relação à
prevenção e/ou controle dos riscos da SHEG; e
4. Avaliar as mudanças comportamentais com a aplicação da tecnologia educativa.
16
3 ARTIGOS
3.1 Adolescentes grávidas análise das ações na prevenção e/ou controle da
Síndrome Hipertensiva Especifica da Gravidez (SHEG).
Este artigo atende ao seguinte objetivo:
Analisar as ações de adolescentes grávidas na prevenção e/ou no controle
dos riscos da SHEG, com enfoque na Educação em Saúde.
17
Adolescentes grávidas – análise das ações na prevenção e/ou controle da Síndrome
Hipertensiva Especifica da Gravidez (SHEG).
Pregnant adolescents - Analysis of the actions in the prevention and/or control of
the Hypertensive Syndrome Pregnancy related.
Marlucilena Pinheiro da Silva¹.
Zélia Maria de Sousa Araújo Santos².
RESUMO:
Estudo descritivo, com abordagem quantitativa, cujo objetivo é analisar as ações de
adolescentes grávidas na prevenção e/ou no controle dos riscos da Síndrome
Hipertensiva Especifica da Gravidez, com enfoque na Educação em Saúde, realizado
em um Centro de Saúde da Família, da Secretaria Executiva Regional VI (SER VI), em
Fortaleza-CE. Participaram do estudo vinte e cinco gestantes do Programa de Pré-Natal.
Os dados foram coletados durante dois meses, por meio de entrevista estruturada.
Observaram-se precárias condições socioeconômicas, baixa escolaridade e outros
fatores de risco para SHEG, além da idade, história familiar, hipertensão arterial,
história pregressa de pré-eclampsia e conflitos emocionais. O saber das gestantes acerca
da prevenção e do controle da SHEG era inexistente ou fragmentado, reduzindo-se a
informações relacionadas à alimentação e ao uso de anti-hipertensivos. Constatou-se
que, embora possuíssem um saber elementar, as condutas não eram seguidas,
comprometendo a prevenção e/ou controle do risco da SHEG. Neste contexto, o pré-
natal deve ampliar suas ações além da questão meramente curativa, capacitando essas
adolescentes para o autocuidado e, consequentemente a, manutenção de sua saúde e de
seu concepto.
Descritores: Gravidez; Gravidez na Adolescência; Hipertensão Induzida pela Gravidez.
18
ABSTRACT
This is a descriptive study having a quantitative approach with the objective of
analyzing the knowledge and practice of pregnant teenagers in relation to the prevention
and/or control of the Gestational Hypertension Syndrome (GHS) risks. It was conducted
in a Family Health Basic Unit (FHBU) belonging to the Regional Executive Secretary
VI (RES VI), in Fortaleza - CE. Twenty-five pregnant women enrolled in the Prenatal
Program participated in the study. The data were collected for two months through the
structured interview. The pregnant women had precarious socioeconomic conditions,
low education level and other risk factors for GHS besides their age, such as family
history, high blood pressure (there is), past history of pre-eclampsia and emotional
conflicts. The pregnant women’s knowledge concerning prevention and control of GHS
was very fragmented and was limited to information related to food and the
antihypertensive drugs. It was also observed that, although they had that knowledge,
they did not follow the adequate procedures and therefore prevention and/or control of
GHS risks were hindered. In this context, the prenatal (PN) program should improve
their actions beyond the merely healing subject, enabling those teenagers for their self
care and consequently for maintenance of their health.
Keywords: Pregnancy; Pregnancy in adolescence; pregnancy-induced hypertension
INTRODUÇÃO
A adolescência corresponde a um período do desenvolvimento humano que
se estende dos dez aos dezenove anos de idade e se caracteriza por grandes
transformações físicas e psicológicas. Este período é didaticamente dividido em três
fases: a primeira ocorre dos 10 aos 14 anos, chamada de adolescência precoce, a
segunda, dos 15 aos 17 anos adolescência média, e a terceira, dos 17 aos 19, anos
adolescência tardia (SOUZA, 2004). Para as sociedades em geral, a gravidez nesta etapa
da vida reprodutiva representa um instigante desafio, pois surge como um evento
precoce e inoportuno, que compromete a perspectiva de se alcançar a promoção de
saúde integral dos adolescentes e o desenvolvimento da juventude (SILVA, 2001).
Nos Estados Unidos, 77% das mulheres adolescentes tiveram a primeira
relação sexual, mas somente 17% ficam grávidas; por outro lado, na América Latina e
Caribe, 56% foram iniciadas sexualmente, mas 34% tiveram um filho antes dos 19 anos
(OPAS, 2007). Em consequência, observa-se aumento progressivo de gravidez em
19
adolescentes, como mostram os dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos
(SINASC). Em 2007, os registros identificaram em torno de 1.868.029 gestações em
mulheres antes dos 20 anos de idade, no plano nacional, 118.055 no Estado do Ceará
e 5.366 em Fortaleza (BRASIL, 2009)
As adolescentes grávidas são especialmente mais vulneráveis à ocorrência
de agravos durante a gestação, tais como a Síndrome Hipertensiva Específica da
Gravidez (SHEG), por acumularem características desfavoráveis, como, por exemplo, a
imaturidade de órgãos e sistemas, a desinformação e dificuldade de acesso ao sistema
de saúde. Segundo Born (2007), esse agravo é a “principal causa de morbimortalidade
materna e mortalidade perinatais, pois cerca de 5 a 10% das gestações são complicadas
pela hipertensão arterial (HA).
A SHEG pode ser classificada em HA crônica, HA crônica com pré-
eclampsia (PE) superajuntada, HA gestacional, PE e eclampsia (EC) (NHBPEP, 2000).
A primeira corresponde à HA de qualquer etiologia, presente antes da gravidez ou
diagnosticada até a vigésima semana da gestação, persistindo além de seis semanas após
o parto (SBC, 2006). Quando associada a PE, o prognóstico é grave, tanto do ponto de
vista materno quanto perinatal. Seu diagnóstico é definido quando ocorre aumento dos
níveis pressóricos associados à proteinúria antes não detectada, sendo então denominada
HA crônica com PE superajuntada (MONTENEGRO, REZENDE e LIMA, 2003).
Denomina-se PE o aumento gradual da pressão arterial (PA), acompanhado
de proteinúria (maior ou igual a 0,30g/24h) e/ou edema. A ocorrência de edema está
associada a aumento da permeabilidade capilar, queda de pressão osmótica plasmática e
por fatores hormonais (GANDELSMAN et al, 2002).Os valores tencionais ficam iguais
ou acima de 140mmHg (PA sistólica) e 90mmHg (PA diastólica), em duas aferições
sucessivas no intervalo de 4h. Habitualmente, a patologia se instala na segunda metade
da gestação, mais especificamente após 24 semanas (FERREIRA; ROCHA ; SANTOS,
2001).
A EC é definida pela presença de convulsões tônico-clônicas generalizadas
e/ou coma em mulher com qualquer quadro hipertensivo, não causado por epilepsia ou
qualquer outra doença convulsiva (Brasil, 2006). Evolui de forma insidiosa, podendo
ocorrer durante a gestação, parto e puerpério e, muito raramente, até depois de 72 horas
20
pós-parto, acompanhada ou não por descolamento prematuro de placenta (FERREIRA;
ROCHA; SANTOS, 2001).
A etiologia da HA durante a gravidez é descrita por muitos estudiosos como
desconhecida, mas sabe-se que alguns fatores exercem certa influência na ocorrência
destes agravos. Primigestação, nuliparidade, gemelaridade, antecedentes pessoais e
familiares de PE ou EC, história de síndrome hipertensiva em gestações prévias,
presença de HA, neuropatia, lúpus ou diabetes, gestação nos extremos de idade e
paternidade diversa, são conhecidos como fatores de risco para ocorrência e
agravamento da SHEG (BORN, 2007). Então, mediante este fato, a equipe de saúde
envolvida na implementação do pré-natal (PN), deve também priorizar as ações de
Educação em Saúde, dentre as demais condutas inerentes a esta assistência.
No atendimento às mulheres no ambulatório de pré-natal, no entanto, estas
têm manifestado déficit de conhecimento e prática de condutas insalubres em relação à
promoção da saúde e do bem-estar, inclusive à prevenção e controle do risco da SHEG.
Diante deste fato, questiona-se: no PN, foram implementadas ações de educação em
saúde com vista à prevenção e ao controle do risco da SHEG? Se foram implementadas,
será que as gestantes foram orientadas sobre os fatores de risco da SHEG? Se foram
orientadas, elas compreenderam estas orientações? Então, com base nestes
questionamentos, optou-se por este estudo, com o objetivo de analisar as ações de
adolescentes grávidas na prevenção e/ou no controle dos riscos da SHEG, com enfoque
na Educação em Saúde.
Entre as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a saúde
da mulher é destacada como uma das áreas de maior significância para atuação das
várias esferas do governo, tanto no contexto municipal quanto estadual e federal, para a
redução de agravos à saúde desse grupo tão vulnerável, e, no Pacto pela Saúde, está
enfatizada a melhor assistência à mulher em todas as fases do ciclo vital (BRASIL,
2007).
21
MATERIAL E MÉTODOS
Tratou-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado
no Centro de Saúde da Família Terezinha Parente, pertencente à Secretaria Executiva
Regional VI (SER VI), em Fortaleza-CE. Este Centro é uma organização pública da
Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF), que presta serviços de saúde do tipo
ambulatorial e domiciliar e se inclui no nível da atenção básica de saúde do Sistema
Único de Saúde (SUS); possui seis Equipes Saúde da Família (ESF), que eram
identificadas pelas tonalidades: amarela, azul, branca, vinho, verde, rosa e laranja.
Participaram do estudo vinte e cinco gestantes do Programa de Pré-natal,
independentemente de estado civil, cor e escolaridade, que apresentavam condições
físicas e emocionais para responder aos questionamentos, e que aceitaram participar do
estudo.
Os dados foram coletados durante dois meses, mediante entrevista
estruturada, cujo roteiro conteve os dados sociodemográficos, identificação e
conhecimento dos fatores de risco da SHEG, e saber e fazer sobre as condutas
preventivas e/ou de controle destes fatores de risco. As informações das entrevistas
foram gravadas e algumas manuscritas no diário de campo.
Os dados foram organizados no programa Statistic Package for Social
Science SPSS (versão13), representados em quadros, e a análise baseou-se nas
informações das participantes e na literatura selecionada.
Esta pesquisa foi desenvolvida de acordo com a Resolução 196/96 da
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa CONEP, que regulamenta a pesquisa com
seres humanos. Às participantes, pais e também aos responsáveis, foram assegurados,
pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o anonimato e o direito de retirar o
consentimento na ocasião que desejassem. Os dados foram coletados após emissão do
parecer favorável da Comissão de Ética da UNIFOR, sob o número 008/2008.
22
RESULTADOS
Para o processamento da análise, organizaram-se os dados em:
caracterização das gestantes adolescentes, identificação e conhecimento dos fatores de
risco da SHEG e saber e fazer na prevenção e/ou controle dos riscos da SHEG.
Caracterização das gestantes adolescentes
De acordo com o Quadro 1, as gestantes estavam na faixa etária de 13 a 19
anos; a maioria era de cor parda (60%), nascera e residia em Fortaleza-CE (92%),
habitava em imóveis pertencentes a parentes e familiares do cônjuge ou companheiro
(68%), informara o catolicismo (56%), vivia em união estável (60%), renda familiar
mensal de um salário mínimo vigente (60%) e cursara até o ensino fundamental (60%).
Segundo Magalhães et al (2006), a SHEG é particularmente mais incidente
nas adolescentes mais jovens (menor de 16 anos) porque, neste grupo, é maior o número
de nulíparas, com estado nutricional deficiente e ausência de cuidado pré-natal. a
baixa escolaridade é descrita como fator de risco para a gravidez na adolescência, bem
como motivo de saída da escola, principalmente para aquelas que estão com a
escolaridade atrasada (GUIMARÃES, 2001), comprometendo a saúde desse grupo.
Os aspectos sociodemograficos são importantes fontes de informações sobre
a saúde da população, pois, como acentua (Antunes, 2008), as condições
socioeconômicas podem ser aferidas por meio de vários indicadores, como renda,
escolaridade e ocupação.
A condição socioeconômica da gestante adolescente também pode
influenciar de várias maneiras o risco da SHEG. Por exemplo, o nível educacional
dificulta o relacionamento do profissional de saúde e a gestante e pode levar a uma
menor aderência aos medicamentos e orientações utilizadas para o controle dos fatores
de risco vascular, como os anti-hipertensivos. A baixa renda pode levar a uma
dificuldade maior no acesso à assistência por um serviço de saúde adequado. Aas
condições socioeconômicas também estão diretamente ligadas aos fatores de risco
23
relacionados aos hábitos de vida, que podem comprometer a saúde da mãe e de seu
filho.
Estas informações são importantes, inclusive na análise das condições de
vida e saúde das gestantes adolescentes, bem como para a tomada de decisões políticas
à saúde da população.
Quadro 1 - Distribuição das gestantes segundo as car
acterísticas sociodemograficas.
Fortaleza – CE, 2008 n = 25.
Características sociodemograficas
Idade
13 – 16
17 - 19
Cor
Parda
Branca
Negra
Ocupação
Prendas do lar
Estudante
Outras
1
Religião
Catolicismo
Protestantismo
Nenhum
Renda familiar
mensal²
Abaixo de 1
1
Acima de 1
Naturalidade
Fortaleza
OM³
f
11
14
15
08
02
12
08
05
14
05
06
06
15
04
23
04
%
44,0
56,0
60,0
32,0
8,0
48,0
32,0
20,0
56,0
20,0
24,0
24,6
60,0
16,0
92,0
8,0
Procedência
Fortaleza
OM
³
Condições de moradia
Própria
4
Alugada
Com quem mora
Conjugue
Pais
Outros
5
Estado civil
Casada
Solteira
União Estável
Escolaridade
Analfabeto
Ensino fundamental
Ensino médio
f
23
02
17
08
08
05
12
02
08
15
01
15
09
%
92,0
8,0
68,0
32,0
32,0
20,0
48,0
8,0
32,0
60,0
4,0
60,0
36,0
Legenda:
1
Manicure, Costureira e Doceira
2
Em salário mínimo vigente (R$ 415,00)
3
Outros
municípios do Estado do Ceará
4
Pertencentes aos pais, avós, sogros e cunhados
5
Companheiro e/ou
sogra, avos, mãe, irmãos, sobrinhos, cunhados.
24
Identificação e conhecimento dos fatores de risco da SHEG
No Quadro 2, as gestantes apresentavam os fatores de riscos para SHEG,
exceto eclampsia; contudo, a minoria conhecia alguns destes fatores. Quanto à
identificação destes entre as gestantes, a condição socioeconômica precária era comum
(100,0%), a maioria vivenciava conflitos emocionais (88,0%), era de cor parda (50,0%),
multípara (52,0%), e tinha idade abaixo de 17 anos (52,0%). Os conflitos emocionais
também exercem influência na saúde das gestantes. Eles são situacionais e transitórios,
decorrentes de condições orgânicas, psicológicas ou sociais sobrepostas (Tedesco,
2002). Preocupações de ordem familiar são mais referenciadas pelas gestantes como
sendo precipitadoras de alterações que vão repercutir de forma negativa nos níveis
tensionais.
Embora apresentassem risco para a SHEG, uma, entre oito gestantes,
conhecia um fator de risco, a saber: cor parda; elevação da pressão arterial na gravidez
anterior; elevação da pressão arterial na gravidez atual e anterior; pré-eclampsia na
gravidez atual e anterior, história familiar de SHEG, diabetes mellitus,
sobrepeso/obesidade, e idade inferior a 17 anos.
25
Quadro 2 - Distribuição das gestantes adolescentes, segundo a identificação e o
conhecimento dos fatores de risco da SHEG. Fortaleza – CE, 2008. n = 25
Fatores de riscos
Identificação Saber
f % f %
Cor Parda
Negra
Condição socioeconômica precária
Elevação da Pressão arterial
Gravidez anterior
Gravidez atual
Pré-eclampsia na gravidez anterior
História familiar de SHEG
Diabetes mellitus
Hipertensão arterial sistêmica
Multiparidade
Paternidade diversa
Conflitos emocionais
Eclampsia
Primiparidade
Sobrepeso/Obesidade
Uso de bebidas alcoólicas
Idade (menor de 17 anos)
15 60,0 01 4,0
02 8,0 -- --
25 100,0 -- --
04 16,0 01 4,0
03 12,0 01 4,0
04 16,0 01 4,0
03 12,0 01 4,0
01 4,0 01 4,0
01 4,0 -- --
13 52,0 -- --
03 12,0 -- --
22 88,0 -- --
-- -- -- --
12 48,0 -- --
02 8,0 01 4,0
04 16,0 -- --
13
52,0 01 4,0
Saber e fazer na prevenção e/ou controle dos riscos da SHEG
De acordo com a Tabela 1, 15 (60,0%) gestantes sabiam sobre a redução do
consumo de sal e, destas somente 3 (12%) aderiam a esta conduta. Os demais
procedimentos, excetuando a redução de carboidratos complexos, foram informados
pelas gestantes, numa frequência que variava de 01 (4,0%) a 5 (20,0%). Também, de 1
(4,0%) a 5 (20,0%) gestantes seguiam as condutas - controle da pressão arterial, uso de
gordura vegetal, uso adequado de café (100ml ao dia), refeições fracionadas (5 a 6 vezes
ao/dia), comparecimento regular a consulta do pré-natal, uso regular de anti-
hipertensivo e uso regular de hipoglicemiante oral.
Ressalta-se que este saber implicava noções e quase todos reproduzidos de
informações oriundas das pessoas do seu convívio e/ou do que entendiam sobre as
orientações fornecidas pela Equipe de saúde do Pré-natal. “... o médico disse para não
fumar e não beber porque vai fazer mal para o meu filho...”.
26
Entre as adolescentes, que não souberam informar sobre as condutas, e que
predominaram neste contexto, seguiam 12 condutas, estas em sua maioria
correspondiam a um hábito anterior à gravidez, tais como o tabagismo e o alcoolismo.
Muitas das adolescentes que realizavam alguns desses procedimentos não o faziam com
o propósito de prevenir agravos à saúde, mas para preservar a auto-imagem perante o
companheiro. ...”sinto muita falta do meu namorado, to fazendo tudo p/ não ficar gorda
se não ai é que ele não vai me querer”.
A educação em saúde, como pluralidade de ações para promoção da saúde,
necessita utilizar de estratégias didáticas que transformem os indivíduos socialmente
inseridos no mundo, ampliando sua capacidade de compreensão da complexidade dos
determinantes de ser saudável (CATRIB et al, 2003)). Segundo Acioli (2008), muitas
das práticas educativas desenvolvidas por enfermeiros mantêm este enfoque educativo-
preventivo, mas sem incorporar a compreensão dos fatores determinantes dos problemas
de saúde ou, ainda, as necessidades e saberes da população trabalhada. É necessário,
portanto, que os profissionais atuem junto a essas adolescentes de modo mais efetivo,
assegurando, assim, que elas adquiram condições favoráveis à adoção de hábitos de
vida mais salubres.
27
Tabela 1 Distribuição das gestantes adolescentes, segundo o saber e o fazer sobre as
condutas de prevenção e/ou controle dos riscos da SHEG. Fortaleza CE, 2008. n
= 25.
Saber
Fazer
Condutas de prevenção e controle
Sim Não TOTAL
Sim Não Sim Não
f %
Redução do consumo de sal
Controle do peso
Controle da pressão arterial
Exercício físico regular
Abstenção do tabagismo
Abstenção do alcoolismo
Gerenciamento do estresse
Uso de gordura vegetal
Uso adequado de café (100ml ao dia)
Preferência por carnes brancas
Preferências por vegetais
Uso de adoçantes dietéticos
Redução de carboidratos simples
Redução de carboidratos complexos
Refeições fracionadas (5 a 6 vezes ao/dia)
Comparecimento regular a consulta do pré-natal
Uso regular de anti-hipertensivo
Uso regular de hipoglicemiante oral
03 12 02 08
- 03 06 16
05 - 15 05
- 04 - 21
- 01 23 01
- - 23 02
- 01 07 17
02 - 13 10
01 - 10 15
- - 02 23
- 01 04 20
- 01 - 24
- 01 - 24
- - - 25
01 02 01 21
04 - 19 02
02 - - 23
01 - - 24
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
25 100,0
DISCUSSÃO
Alguns fatores são descritos como de risco para a ocorrência da prenhes em
adolescentes, tais como a iniciação precoce da atividade sexual, baixa condição
socioeconômica, baixa escolaridade, falta de informações e história familiar de gravidez
na adolescência (GUIMARÃES, 2001). Esse início precoce da atividade sexual sem
orientação adequada expõe a adolescente à gravidez, infecções pelo HIV e outras DST,
refletindo o despreparo dessas para o inicio da vida sexual (BRASIL, 2005a). Muitas
engravidam na primeira relação e o casamento nem sempre é consequência natural deste
evento.
O aumento da gravidez nessa fase de vida prejudica a preparação destas
jovens para a vida adulta, principalmente no quesito estudo. O ônus relacionado à
28
maternidade e à constituição da família pode dificultar o progresso da escolarização das
mães, afetando a sua inserção exitosa no mercado de trabalho, colaborando para a
continuidade do ciclo de pobreza (BRASIL, 2005b).
No Brasil, a razão de mortalidade materna na faixa etária de 15 a 19 anos
(38%) é duas vezes maior se comparada à de outros países, como Argentina, México e
Chile, e geralmente está associada a complicações relacionadas ao estado gravídico, ao
parto e puerpério (OPAS, 2007).
Como agravante desta situação, observa-se a baixa escolaridade destas
jovens, fruto da suspensão ou abandono definitivo da escola por conta do estado
gravídico, principalmente entre aquelas que vivenciam esta situação pela primeira vez.
Guimarães (2001) acrescenta que a maternidade precoce é fator relevante para a
escolaridade final alcançada pela adolescente. Esta situação demonstra quão danoso
para o futuro dessas jovens é a gravidez não planejada, uma vez que ela limita as
chances daquelas de obter sucesso no campo profissional e, consequentemente melhor
qualidade de vida.
Em relação ao estado civil destas adolescentes, foi observado um número
significativo vivendo em união estável com seu parceiro, 15 (60,0%), 8 (32,0%) na
condição de solteiras, e apenas 2 (8,0%) casadas. Esta realidade pode ser justificada
quando se recorda que o parceiro desta jovem nem sempre possui condição emocional
para assumir a gestação, pois isto implica um compromisso em que as responsabilidades
serão dividas (MONTES et al, 2006). Outras situações também podem influenciar no
tipo de união conjugal da adolescente, tais como a busca de aceitação, carinho, amor e
também a esperança de ascensão social. Heidemann (2006) acrescenta que, em
comunidades carentes, a única expectativa da mulher é seu rito de passagem para a vida
adulta através da ocorrência da gravidez.
O número de pessoas que coabitam com a adolescente também é um reflexo
das uniões firmadas ante a gestação precoce. A maioria 18 (72,0%) vivia com outras
pessoas, favorecendo o surgimento de vários núcleos familiares, compostos por pessoas
de gerações diferentes, com e sem nculo consanguíneo (SANTOS et al, 2007). Esse
fenômeno fortalece o ciclo de pobreza constantemente atrelado a esse tipo de realidade.
A renda familiar se torna então um fator determinante da qualidade de vida dessas
gestantes (PINTO et al, 2005). Quanto maior a família, maiores são as dificuldades de
29
aquisição e distribuição da renda mensal, dificultando a manutenção da saúde. Como
resposta, surge a necessidade de complementar a renda com atividades de caráter
informal, muitas vezes realizada no próprio domicilio da adolescente.
Resultados obstétricos desfavoráveis são cada vez mais comuns entre as
gestações precoces e estes parecem receber influência de vários fatores. De acordo com
Brasil (2006), os transtornos hipertensivos, com grande destaque para a pré-eclampsia e
eclampsia, correspondem a 37,0% de todas as mortes obstétricas diretas. Outras
patologias, como anemia, prematuridade e baixo peso ao nascer, parecem estar mais
fortemente associados à baixa idade e às condições psicossociais (SILVA, 2001). As
adolescentes do estudo em sua maioria apresentavam fatores de risco para a ocorrência
da SHEG, bem como de outras patologias, e, o mais grave, o saber acerca desta
condição e da forma de prevenção era fragmentado ou inexistente.
Essa realidade reforça o pressuposto de que a educação e a assistência
especializada devem estar cada vez mais presentes na vida dessas jovens. O
acompanhamento sistemático deve ser realizado por uma equipe multiprofissional e esta
deve estabelecer com a família uma parceria para que os objetivos traçados sejam
alcançados. É recomendável que os profissionais que atendem esta clientela adquiram
uma série de competências que permitam a realização adequada das ações de promoção
da saúde, prevenção de agravos, assistência e reabilitação (BRASIL, 2005b).
Os conflitos emocionais ilustram a realidade do grupo estudado,
contribuindo para o surgimento e o agravamento de múltiplos quadros patológicos. A
não-aceitação da gravidez pela família, pelo seu parceiro e até pela própria gestante,
aumenta as chances de ocorrência de agravos. Segundo Montes et al. (2006), na maioria
dos casos, a gravidez não desejada pode resultar em abandono do concepto ou em
abortos mal praticados.
Em relação à multiparidade, 13 (52,0%) adolescentes encontravam-se nesta
condição. Conforme Rezende (2005), é considerada multípara toda mulher que pariu
acima de duas vezes. Esta condição representa risco para a ocorrência de agravos à
saúde do binômio mãe-feto. As multíparas adolescentes apresentam risco duas vezes
maior para recém-nascidos PIG (pequenos para a idade gestacional) do que as
multíparas adultas (SILVA, 2001). Os distúrbios de cunho hipertensivo também são
30
objeto da influência desta condição, tornando-se mais frequentes entre as gestantes que
se enquadram neste contexto.
A instalação da PE está frequentemente relacionada à instalação da
primiparidade. Incide em cerca de 10% das primiparas e constitui a maior causa de
morte materna e perinatal (MONTENEGRO; REZENDE FILHO; LIMA, 2004). Esta
incidência é significativamente maior entre as filhas de mulheres pré-eclampticas do
que naquelas em que nãoesse antecedente (BRASIL, 2004), estabelecendo assim um
elo entre a história familiar e a perpetuação desta patologia.
A experiência sexual das adolescentes está se processando cada vez mais
cedo e geralmente favorece o estabelecimento de vínculos temporários com o sexo
oposto. Esta condição colabora para a manutenção de um evento denominado
paternidade diversa. Na amostra deste estudo, observou-se que três (12,0%)
adolescentes se enquadravam nesta situação. Este evento desperta interesse por
influenciar de certa forma na ocorrência da PE. Ainda não se conhece o mecanismo
desencadeador deste processo na integra, mas sabe-se que uma reação imunológica
provocada pela exposição materna ao líquido seminal e ao esperma dos vários parceiros,
seriam os principais responsáveis pela ocorrência de PE (BRASIL, 2004).
Os jovens, em razão da sua inexperiência muitas vezes engajam-se em
comportamentos potencialmente destrutivos (GUIMARÃES, 2001). O consumo de
cigarro e de álcool está inserido muitas vezes no contexto de vida destas jovens, mesmo
na vigência da gravidez. Isso compromete a evolução favorável da gestação, expondo
não apenas a mãe, mas também o feto, ao desenvolvimento de patologias graves.
Gestantes fumantes possuem chance de gerar filhos de baixo peso, além de
apresentarem predisposição aumentada para abortos espontâneos e parto precoce. Já o
etilismo contribui para o desenvolvimento de anomalias em membros, órgão e
principalmente na face.
31
CONCLUSÕES
A gestação na adolescência, antes reconhecida como um problema
exclusivamente familiar, agora assume proporções maiores, exigindo não dos
profissionais da saúde, mas também da sociedade um maior engajamento para modificar
essa realidade.
A qualidade da atenção prestada aos adolescentes é primordial para a
manutenção da saúde e prevenção de agravos e constituí grande desafio para os serviços
de saúde, principalmente no que se refere à gestação na adolescência. A organização
dos serviços de saúde deve favorecer o acesso da adolescente grávida a ações de
promoção à saúde, prevenção de agravos e doenças, respeitando os princípios
organizativos e operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nos dados deste ensaio notou-se que as gestantes possuíam fatores de risco
para a ocorrência da SHEG, além de apresentarem fragmentação do saber em relação às
condutas de prevenção da doença, favorecendo a instalação de agravos que
comprometem a evolução favorável da gestação. Esse saber elementar recebe influência
de fatores como a baixa escolaridade, falta de informações, condição socioeconômica
desfavorável, dentre outros.
O acesso a informações acerca de sua condição de saúde e dos métodos
anticoncepcionais auxilia as pessoas na adoção de hábitos saudáveis e a constituir uma
vida sexual e reprodutiva mais responsável e satisfatória. Muitas vezes esse acesso é
negligenciado, favorecendo o estabelecimento de vínculos de risco, predispondo a
adolescente a gravidez precoce e aquisição das DST/AIDS.
Neste contexto, o pré-natal (PN) surge como instrumento para controle e
prevenção de problemas relacionados à mulher e ao concepto durante o ciclo gravídico
puerperal, reduzindo a morbimortalidade entre esse grupo tão vulnerável. A assistência
PN deve ampliar suas ações para além da questão meramente curativa, capacitando essa
adolescente para o autocuidado e, consequentemente, manutenção de sua saúde.
32
REFERÊNCIAS
ACIOLI, S. A prática educativa como expressão do cuidado em saúde pública. Rev.
Bras Enferm. v. 61, n. 1, p. 117-121. 2008.
BORN, D. Hipertensão em situações especiais na gravidez. In: PÓVOA, R (ORG.).
Hipertensão arterial na prática clínica. São Paulo: Atheneu, 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de informação e informática do SUS
(DATASUS). Sistema de informações de nascidos vivos (SINASC). Disponível em: <
http:// www.datasus.gov.br >. Acesso em: 02 mar. 2009.
________. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria
de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 4. ed. Brasília: Ministério da
Saúde, 2007. 68p.
________. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de ações programáticas e
estratégicas. Estudo da mortalidade de mulheres de 10 a 49 anos, com ênfase na
mortalidade materna: relatório final / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de ações programáticas e estratégicas. Brasília: Ministério da
Saúde, 2006. 126p.
________. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de ações programáticas e
estratégicas. Área temática de saúde da mulher. Pré-natal e puerpério: atenção
qualificada e humanizada – manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2005 a.
163p.
________. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde integral de
adolescentes e jovens: orientações para organização de serviços de saúde / Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2005 b. 44p.
________. Ministério da Saúde. Diabetes e hipertensão na gravidez: manual técnico /
Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde/FEBRASGO. São Paulo (SP): Ponto,
2004. 99p.
________. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96. Decreto 93.933 de
janeiro de 1987. Estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo seres humanos.
Brasília. v. 4, n. 2, p. 15-25, 1996.
CATRIB, A. M. F; PORDEUS, A. M. J; ATAÍDE, M. B. C; ALBUQUERQUE, V.L M;
VIEIRA, N. F. C. Promoção da saúde: saber fazer em construção. In: BARROSO, G. T;
VIEIRA, N. F; VARELA, Z. M [org.]. Educação em saúde no contexto da promoção
humana. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2003.
FERREIRA, R. G; ROCHA, T; SANTOS, W. Mortalidade materna por eclâmpsia.
Ginecol obstet atual. v. 10, n. 6, p. 28-33, jun. 2001.
33
GANDELSMAN, A; CARVALHO, B. O; CHAKR, R. M. S; LOPES, R. N. T. A
disfunção endotelial na pré-eclâmpsia. Femina. v. 30, n. 7, p. 455-460, ago. 2002.
GUIMARÃES, E. B. Gravidez na adolescência: fatores de risco. In: SAITO, M. I;
SILVA, L. E. Adolescência: prevenção e risco. São Paulo: Atheneu, 2001.
HEIDEMANN, M. Adolescência e saúde: uma visão preventiva para profissionais de
saúde e educação. Petrópolis: Vozes, 2006.
MAGALHÃES, M. L. C; FURTADO, F. M; NOGUEIRA, M. B; CARVALHO, F. H.
C; ALMEIDA, F. M. L; MATTAR, R; CAMANO, L. Gestação na adolescência
precoce e tardia – diferença nos riscos obstétricos? Rev Bras Ginecol Obstet. v. 28,
n. 8, p. 446-452. 2006.
MONTENEGRO, C. A. B; REZENDE FILHO, J; LIMA, M. L. A. Hipertensão crônica
e gravidez. Femina. v. 31, n. 8, p. 729-723, set. 2004.
MONTES V, M. M; ALVAREZ, G. C; ARGOTE O, L. A; OSORIO A, A; OSORIO M,
O. La adolescente grávida: um desafio para la família en el afrontamiento de su
autoestima. Cogitare. v. 11, n. 2, p. 105-112, ago. 2006.
NATIONAL HIGH BLOOD PRESSURE EDUCATION PROGRAM NHBPEP
[slide] Disponível : <http://hp2010.nhlbihin.net/nhbpep_slds/hbppreg_ss/main.htm>.
Acesso em: 28 mai. 2008.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE - OPAS. Saúde nas Américas.
Washington (D.C): 2007. Publicação científica e técnica. n. 622. Vol. I – Regional. CD-
ROM.
PINTO, L.F; MALAFAIA, M.F; BORGE, J. A; BACCARRO, A;SORANV, D.R. Rev
Ciência e Saúde Coletiva n.10, p.205-213, 2005
REZENDE, J. Obstetrícia. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
SANTOS, Z. M. S. A; NEVES, M. G; NASCIMENTO, J. C; FERNANDEZ, H. T;
FEITOZA, J. S. Autocuidado da gestante adolescente na prevenção dos fatores de risco
na Síndrome Específica da Gravidez - SHEG. RBPS. v. 20, n. 3, p. 173-180, 2007.
SILVA, J. L. P. A gravidez na adolescência: uma visão multidisciplinar. In: SAITO, M.
I; SILVA, L. E. Adolescência: prevenção e risco. São Paulo: Atheneu, 2001.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA - SBC. V Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial. 2006
SOUZA, R. P. Adolescência: abordagem do adolescente. In: DUNCAN, B. B;
SCHMIDT, M. I; GIUGLIANI, E. R. J [Col]. Medicina ambulatorial: condutas de
atenção primária baseadas em evidência. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
34
TEDESCO, J. J. A. Gravidez de alto risco: fatores psicossociais. In: ______. A
grávida: suas indagações e as dúvidas do obstetra. São Paulo (SP): Atheneu, 2002.
35
3.2
Prevenção dos Riscos da Síndrome Hipertensiva Específica da Gestação em
Adolescentes – Uma Tecnologia em Saúde
Este artigo atende ao seguinte objetivo:
Avaliar as mudanças comportamentais em gestantes adolescentes na
prevenção e/ou controle dos fatores de risco para a SHEG, com a aplicação de uma
tecnologia educativa embasada no Modelo de Crença em Saúde (MCS).
36
PREVENÇÃO DOS RISCOS DA SÍNDROME HIPERTENSIVA ESPECÍFICA
DA GESTAÇÃO EM ADOLESCENTES – UMA TECNOLOGIA EM SAÚDE
PREVENTION OF THE RISK OF THE GESTATIONAL HYPERTENSION
SYNDROME IN TEENAGERS – A TECHNOLOGY IN HEALTH
DE LOS RIESGOS DEL SÍNDROME ESPECÍFICO HIPERTENSIVA DE LA
GESTACIÓN EN ADOLESCENTES - UNA TECNOLOGÍA EN SALUD
Marlucilena Pinheiro da Silva. Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva. Docente do
Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP. Macapá-AP
Zélia Maria de Sousa Araújo Santos. Enfermeira. PhD em Saúde Coletiva. Docente do
Curso de Enfermagem e do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade de Fortaleza-
UNIFOR. Fortaleza-CE.
Endereço para correspondência
Marlucilena Pinheiro da Silva
Rua:
Fone
email :
37
Resumo: Pesquisa participante com o objetivo de avaliar as mudanças
comportamentais em gestantes adolescentes na prevenção e/ou controle dos fatores de
risco da SHEG, com a aplicação de uma tecnologia educativa em saúde, embasada no
Modelo de Crenças. Participaram do estudo, vinte e cinco gestantes acompanhadas no
pré-natal em uma Unidade Básica de Saúde da Família, em Fortaleza-CE.Com a
aplicação da TES, percebemos mudanças significativas nas condutas das gestantes, em
relação a sua saúde, inclusive como agentes multiplicadoras das ações educativas no
ambiente em que viviam. Contudo, percebemos que houve dificuldades no processo de
mudança em algumas e houve predomínio na motivação para a adoção de condutas
promotoras de saúde, entre estas as inerentes à prevenção e/ou controle dos fatores de
risco da SHEG. Sendo assim, a TES aplicada mostrou-se eficaz, uma vez que contribuiu
para torná-las agentes de autocuidado e multiplicadoras das ações de saúde na família e
na comunidade.
Palavras-chave: Cuidado Pré-natal; Atenção Primária à Saúde; Hipertensão Induzida
na gravidez; Educação em saúde.
Abstract: This is a participative research aiming to evaluate the behavioral changes in
pregnant teenagers in the prevention and/or control of the risk factors of the Gestational
Hypertension Syndrome (GHS), and we applied a health education technology (HET),
based on the Health Belief Model (HBM). Twenty-five pregnant women who were
undergoing a pre-natal program in a Basic Unit of the Family Health Program in
Fortaleza, Ceará, took part in the study. With the application of HET, we observed
significant changes in the pregnant women’ behavior concerning their health, also as
multiplying agents of education actions in the environment in which they lived.
However, we noticed some difficulties in the change process for some of them, but for
most of them there was motivation for adopting attitudes that would promote health,
among which were related to prevention and/or control of the risk factors of GHS.
Therefore, the HET showed itself as efficient since it contributed to making pregnant
women self-care agents and multipliers of health actions in family and in community.
Keywords: Pre-natal Care; primary health care; Pregnancy-induced hypertension;
Health education..
Resumen: Investigación del participante con el objetivo para evaluar los cambios
mannering en gestantes adolescentes en la prevención y/o el control de los factores de
riesgo del SHEG, con el uso de una tecnología educativa en salud, basado en el modelo
de la creencia. Habían participado del estudio, veinte y cinco gestantes folloied en el
prenatal en una unidad básica de salud de la familia, en fortaleza-CE.Com el uso del
TES, percibimos cambios significativos en los comportamientos de los gestantes, en la
relación su salud, también como multiplicar los agentes de las acciones educativas en el
ambiente donde vivieron. Sin embargo, percibimos que tenía dificultades en curso de
cambio en alguno, no obstante tenía predominio en la motivación para la adopción de
comportamientos promocionales de la salud, entra en éstos a ése inherente a la
prevención y/o al control de los factores de riesgo del SHEG. Siendo así, TES aplicó
eficiente revelador, una época que contribuyó para convertirse en él los agentes del
autocuidado y de multiplicarse de las acciones de la salud en la familia y la comunidad.
Palablas clave - Atención Prenatal; Atención Primaria de Salud; Hipertensión Inducida
en el Embarazo Educación en Salud.
38
INTRODUÇÃO
A mortalidade materna no Estado do Ceará, no período de 1997 a 2005, teve
como causa predominante a Síndrome Hipertensiva Específica da Gravidez (SHEG)
com 280 (25,5%) óbitos, ficando as causas obstétricas indiretas, com destaque às
doenças do aparelho circulatório com 73 (6,6%) do total de 229 óbitos (CEARÁ, 2007).
Os estados hipertensivos na gravidez, segundo Born (2007), têm sido a principal
causa de morte materna e de morbidade e mortalidade perinatais. O mesmo autor estima
que cerca de 10% das gestações são complicadas pela hipertensão, o que reforça a
necessidade de uma política de saúde da mulher mais eficiente e eficaz, preocupada com
esse quadro devastador.
A hipertensão arterial (HA) na gestação é um agravo obstétrico que
geralmente surge após a 20ª semana de gestação ou com mais frequência,
caracterizando-se pela tríade sintomática HA, edema e proteinúria, neste caso,
denominado de pré-eclampsia (PE), forma não convulsiva e eclampsia (EC) forma
convulsiva, acrescida a sintomatologia da PE de encefalopatia, manifestando-se a partir
da 21ª semana gestacional ou nas primeiras 48 horas do puerpério, é mais comum em
primíparas, acometendo assim mulheres mais jovens (BORN, 2007).
Se a elevação da pressão arterial aparecer antes do período gestacional, é
dita HA crônica, ou seja, refere à presença de HA antes da gravidez ou da 20ª semana
de gestação. A HA que persiste além de seis semanas após o parto pode também ser
considerada HA crônica. Sendo, assim, o conjunto de eventos ocorridos na gestação
devido à HA é dito como Síndrome Hipertensiva Específica da Gravidez (SHEG)
(BORN, 2007). O diagnóstico da HA na gestação é realizado quando a Pressão Arterial
(PA) sistólica é maior ou igual a 140 mmHg e/ou a PA diastólica maior ou igual a
90mmHg. A gestante com HA que precede a gravidez tem incidência mais alta de PE e
também maior probabilidade de parto prematuro e de recém-nascidos pequenos para a
idade gestacional.
A etiologia da HA durante a gravidez é descrita por muitos estudiosos como
desconhecida, mas sabe-se que alguns fatores exercem certa influência na ocorrência
destes agravos. Os fatores de risco para SHEG são: gestantes de baixa estatura, obesas e
39
tensas com oscilações na PA, em particular as grávidas brevilíneas (o tronco maior que
os membros), com tendência ou tipo constitucional cushingóide; nível socioeconômico;
primiparidade; raça negra; idades extremas (menores de 17 anos e maiores de 35 anos);
hereditariedade; diabetes mellitus; proteinúria de 24h maior que 3g; gestação gemelar;
disfunção hepática; ascendentes familiares com PE ou EC; HA transitória ou crônica;
PE sobreposta em gestação prévia (70 % de ocorrência); gestação molar; nova
paternidade e ganho excessivo de peso ( GREGÓRIO2007).
Pôde-se perceber o alto índice de SHEG em adolescentes, como demonstra
a pesquisa realizada em uma instituição hospitalar pública, na cidade de São Paulo, no
ano de 2002, em que 45,45% eram adolescentes e as principais complicações
apresentadas foram: a crise hipertensiva a eclampsia, o óbito fetal intra-uterino, o óbito
neonatal, o sofrimento fetal crônico e a prematuridade (GONÇALVES; QUINTELLA e
HENRIQUES, 2005).
Neste contexto, torna-se cada vez mais necessário o uso de uma tecnologia
em saúde como instrumento que venha colaborar com a construção do conhecimento da
população para disseminar as informações, como forma de mecanismo protetor contra
os agravos da SHEG. Constituindo-se assim em algo que desenvolvida com e para as
gestantes venha facilitar a realização de um trabalho, bem como viabilizar o
entendimento e aplicação de uma ação (SCHALL e MODENA, 2005).
Para entender como se comportam as pessoas no espaço da saúde,
Rosenstock (1974) apresenta o Modelo de Crença em Saúde (MCS), que inclui um forte
componente de motivação e do mundo perceptual do indivíduo. É uma teoria que não só
tenta explicar um problema particular de saúde, mas que também pode ser adaptada a
outras áreas de comportamento.
Partindo desse contexto, da severidade da SHEG e das doenças
cardiovasculares que vem acometendo as mulheres em idade fértil, ou seja, dos 10 aos
49 anos, e em especial as adolescentes, optamos por este estudo com o objetivo de
avaliar as mudanças comportamentais em gestantes adolescentes na prevenção e/ou
controle dos fatores de risco da SHEG, com a aplicação de uma tecnologia educativa em
saúde (TES) embasada no MCS.
40
TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Pesquisa participante, realizada no Centro de Saúde da Família Terezinha
Parente, pertencente à Secretaria Executiva Regional VI (SER VI), em Fortaleza - CE.
Participaram do estudo vinte e cinco gestantes adolescentes, entre o
primeiro e segundo trimestre gestacional, com condições psicoemocionais para
participarem da pesquisa. A idade destas adolescentes variou entre 13 e 19 anos. Quanto
à cor, quinze eram pardas, oito brancas e duas negras. Vinte e três adolescentes residiam
em Fortaleza - CE e duas em outros municípios do Estado. Quanto ao estado civil, duas
eram casadas, oito solteiras e quinze viviam consensualmente com o companheiro. A
renda familiar mensal oscilava entre meio a um salário mínimo vigente na época da
pesquisa (R$ 415,00). Em relação à ocupação, cinco eram manicuras, oito eram
estudantes e doze se dedicavam às atividades próprias do lar. Quanto à escolaridade,
duas eram analfabetas, oito estavam cursando o ensino fundamental e as demais
abandonaram os estudos, em decorrência da gravidez. Em relação à condição de
moradia, dezessete residiam em casa própria e oito em imóvel alugado. Entre as
adolescentes, doze co-habitavam com familiares, tais como sogra, mãe, avós e irmãos, e
oito somente com o cônjuge ou companheiro.
A pesquisa de campo aconteceu em três etapas, entre março e julho de 2008,
quando foi aplicada uma tecnologia educativa em saúde (TES). Esta TES foi elaborada
com base no MCS, fundamentada nos pressupostos da educação em saúde e constou de
dez encontros educativos, facilitados por meio de dinâmicas de grupo e de uma
tecnologia em saúde - TS (SANTOS et al,2007). Deste modo, favorecemos a construção
individual e coletiva do conhecimento sobre as condutas de prevenção e/ou de controle
dos fatores de risco da SHEG e a incorporação dessas condutas no cotidiano das
gestantes.
Utilizamos o MCS como referencial teórico metodológico, em detrimento
da adoção de comportamento preventivo em saúde depender do indivíduo se considerar
suscetível a um problema de saúde; de associar o problema de saúde à gravidade de suas
consequências e acreditar que esse problema de saúde pode ser prevenido por uma ação,
41
embora esta ação envolva aspectos negativos, tais como impedimentos, obstáculos,
desconfortos, gastos financeiros, entre outros.
As etapas da pesquisa de campo foram desenvolvidas do seguinte modo:
Primeira etapa Realizamos reunião com as adolescentes, pais ou
responsáveis para esclarecimento da natureza e objetivos do estudo, e registro da
anuência de participação destas na pesquisa.
Segunda etapa - Aplicamos a TES proposta, como segue, em dez encontros:
No primeiro encontro, iniciamos a apresentação entre as gestantes,
pesquisadora e os demais envolvidos na pesquisa. Nesta ocasião, acordamos as datas e
horários, respeitando a comodidade das adolescentes, para a aplicação da primeira
entrevista, cujo roteiro conteve os dados sociodemográficos, identificação dos fatores de
risco para SHEG, conhecimento e as condutas sobre a prevenção e/ou controle dos
fatores de risco deste agravo, além do aprazamento semanal dos encontros educativos.
No segundo e terceiro encontros, abordamos a primeira fase do MCS -
percepção da susceptibilidade, com a exposição sobre os fatores de risco da SHEG, e
conduzimos as adolescentes a se auto-avaliarem quanto à identificação destes. Também,
abordamos a importância do cartão da gestante, para a promoção de sua saúde e bem-
estar.
No quarto e quinto encontro nos baseamos na segunda fase do MCS -
percepção da severidade dos riscos da SHEG para mãe e filho.
Entre o sexto e nono encontros, nos norteamos pela terceira fase do MCS-
custos e benefícios das mudanças na promoção da saúde materno-fetal. Nesta ocasião,
aconteceram três oficinas educativas para adoção de um estilo de vida saudável, com
vista à prevenção e/ou controle dos fatores de risco da SHEG: uma conduzida por uma
psicóloga sobre o gerenciamento do estresse, a outra por um educador físico sobre a
prática regular de exercício físico e a última por uma nutricionista sobre a alimentação
saudável.
No décimo encontro, desenvolvemos a última fase do MCS -
Sugestionamento ou motivação para mudanças, com a aplicação de uma dinâmica para
resgate do saber apreendido nos encontros anteriores, e construção de um Plano de
Metas pelas adolescentes com vista à prevenção e/ou controle dos fatores de risco da
SHEG. Também, foram acordados as datas e horários para a entrevista final, com o
42
objetivo de avaliar as mudanças comportamentais ocorridas com a implementação do
plano de metas.
Finalizamos esta etapa da pesquisa com uma confraternização para
manutenção do vínculo entre a pesquisadora, as gestantes e familiares.
Terceira etapa - Realizamos duas entrevistas após a aplicação da TES. A
primeira logo após o último encontro, com as questões norteadoras: Relate o que você
aprendeu sobre SHEG., Em sua opinião, quais as condutas que você deve adotar para
prevenir e/ou controlar os fatores de risco da SHEG ?, Comente sobre suas expectativas
com relação à implementação do Plano de Metas. A segunda entrevista foi realizada
dois meses após o último encontro educativo, com as questões norteadoras: Comente
sobre suas experiências vivenciadas com a implementação do Plano de Metas; Com
base na sua participação nos encontros e no seu Plano de Metas, relate sobre as suas
perspectivas com vista à prevenção e/ou controle da SHEG.
Vale ressaltar que as entrevistas foram gravadas, após as devidas
autorizações. Durante a pesquisa, utilizou-se o diário de campo para o registro de
informações relevantes à complementação da análise dos dados.
Os resultados foram organizados em categorias empíricas, analisados
conforme a técnica de análise de conteúdo de Bardin (1977), fundamentando-se nas
experiências vivenciadas pelas gestantes na aplicação da TES, no referencial teórico de
Becker (1974)
e nos pressupostos da educação em saúde.
Os aspectos ético-legais desta pesquisa obedeceram à Resolução 196/96 da
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP (Brasil, 1996). Ressaltamos que a
coleta de dados foi realizada após a assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido pelos pais ou responsáveis pelas adolescentes, e a emissão do parecer
favorável pelo Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza - UNIFOR, sob o n
o
.
008/2008. Para respeitar o anonimato, identificamos as gestantes pela letra G.
43
Prevenção e Controle do Risco da SHEG em Adolescentes – Tecnologia Educativa em Saúde Norteada no MCS
Encontros
ETAPAS
DO MCS
Assuntos
OBJETIVOS ESTRATÉGIAS RECURSOS
MATERIAIS
AVALIAÇÃO
-------------
-Apresentação entre sujeitas e a
pesquisadora
-Exposição da proposta da
tecnologia educativa e plano
das atividades educativas
-1ª Entrevista (marcar)
-Encontros (marcar)
-Estabelecer
interação/vínculo
-Informar a importância da
participação na implantação
da tecnologia em saúde
-Dinâmicas de
apresentação -
“Entrevista”
-Discussão circular
-Demonstração do
roteiro de entrevista
-Agendar entrevistas e
encontros
Aparelho de som
CD, caneta
colorida, papel
colorido, papel
A4
Cartilha TES.
A dinâmica gerou breve
relação entre os
presentes, o que deve
facilitar outros
momentos.
Definido local, dia
e hora das entrevistas e
encontros.
2º 3º Susceptibi-
lidade
SHEG e seus fatores de risco
Cartão da gestante e saúde.
-Conhecer os fatores de
risco da SHEG
-Identificação dos registros
no cartão da gestante.
-Auto-identificar os FR
-Reflexão do texto Ver
– Vendo
Canetas e papéis
coloridos
Cartilha TES.
Produção do saber
Feedback por meio
de perguntas ao
grupo/pesquisadora
4º 5º Severidade -Risco da SHEG para saúde
materno-fetal
-Complicações agudas e
crônicas
-Informar e sensibilizar as
gestantes sobre o risco
materno fetal
-Gestantes descrevem
experiências com
SHEG
-Divulgar dados
epidemiológicos
Cartazes feitos
pelas
expositora
Cartilha TES
Discussão circular
Técnica de relaxamento
6º 7º Benefícios
Custo
p/mudança
-Promoção da saúde materno-
fetal
-Ruptura de hábitos insalubres
-Valorizar os benefícios em
detrimento aos custos
-Estimular a adoção de
condutas para redução da
morbimortalidade.
Discussão Circular
Gerenciamento do
stress
Orientação de
exercícios físicos.
Aparelho de som,
CD
Colchonetes,
Caixas, etc..
Cartilha TES
Realizada com a
dinâmica de
aprendizado caixa de
surpresa.
8º 9º Sugestiona
mento para
mudança
-Alimentação saudável
-Explicar plano de metas
-Valorizar benefícios
-Elaborar um plano de
metas
Trabalho em grupos
Construção das metas
e apresentação
Canetas, papéis
coloridos
Cartilha TES.
Discussão circular
Interagindo com as
apresentações.
10º
-------------
-Encaminhamentos
aprazamento p/ EF.
-Manter o vínculo -Confraternização
Lanche, brindes Avaliação dos
encontros c/ a dinâmica
Repolho.
44
ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o processamento da análise, organizamos os resultados nas categorias:
descrição do saber e das condutas de prevenção e/ou controle dos fatores de risco da SHEG;
percepção da suscetibilidade e severidade da SHEG; percepção dos benefícios com a
prevenção da SHEG; percepção dos custos das mudanças com vista à prevenção da SHEG;
descrição das mudanças ocorridas com a implementação do Plano de Metas e motivação para
manter as metas de mudança, com vista à prevenção da SHEG.
Descrição do saber sobre as ações de prevenção e/ou controle dos fatores de risco da
SHEG
As gestantes desconheciam as condutas de prevenção e/ou de controle dos fatores
de risco para SHEG, porém relacionavam o uso excessivo de sal com danos à saúde.
[...] não uso muito sal ... me disseram que faz muito mal para saúde, mais de vez
enquanto, acho que não! (G1,18 anos)
[...] a doutora disse para mim não abusar de sal, porque posso ficar inchada e
feia. Deus me livre [...] (G8, 13 anos)
A associação do sal com a HA é muito presente no entendimento mal formulado
das pessoas. A redução da ingestão do sal à prevenção e controle deste agravo é confuso,
uma vez que a HA é assintomática (V DBHA, 2006).
[...] eu acho que tive esse problema de pressão alta quando tive grávida da
outra vez, fiquei muito ruim, muito agoniada até perdi o meu filho, acho que foi
por causa disso[...] (G4, 18 anos)
[...] eu não sei, mais sei que esse problema de pressão alta é perigoso para todo
mundo [...] mais eu estou muito bem, estou curtindo minha gravidez com o meu
gatinho, não tenho nada não, pressão alta é coisa de velho. (G 25, 14 anos)
Nestas falas, percebemos um saber fragmentado, dando espaço a um vago
entendimento sobre a HA na gravidez, necessitando de intervenção com ações de educação
em saúde (ACIOLI, 2008 p.119). Esta situação necessita da ação compartilhada, nascendo do
conhecimento superficial das gestantes e o conhecimento e prática científica dos profissionais
de saúde, buscando a interação de dúvidas e saberes diferentes.
45
Aplicação da TES norteada no MCS
Uma pessoa será motivada a tomar decisões preventivas em ações de saúde
quando ela acredita realmente na sua suscetibilidade em contrair um dano ou nas
consequências graves que poderão advir de tal situação, ou ainda que a ação tomada possa
reduzir essa ameaça. Assim, as crenças do indivíduo, em relação ao comportamento
preventivo, são demonstradas por quatro variáveis: suscetibilidade e seriedade percebida,
benefícios percebidos, barreiras percebidas e tomada de decisão. Essas percepções são
influenciadas por fatores como sexo, idade, raça, condições socioeconômicas e culturais
(ROSENSTOCK,1974).
Percepção da suscetibilidade e severidade da SHEG
A susceptibilidade percebida é a variável que avalia a aceitação da possibilidade
do individuo em contrair uma determinada condição, ou patologia, ou seja, avalia a percepção
subjetiva do risco pessoal dessa possibilidade. Portanto a ênfase é dada à realidade subjetiva e
não a objetiva, considerando-se que as pessoas reagem de forma mais intensa na interpretação
de uma realidade objetiva.
Quando as adolescentes perceberam-se suscetíveis ao risco da SHEG, mediante a
identificação das situações e dos comportamentos de risco, demonstraram preocupação e
medo. Diante disso, as incentivamos a auto-identificação dos fatores de risco da SHEG, a
percepção da necessidade de preveni-los e/ou de controlá-los, e a importância do pré-natal,
como mediador da promoção de sua saúde.
As adolescentes relataram o uso excessivo e rotineiro de sal, quando a quantidade
diária indicada é em torno de 500mg. Todavia, Nakasato (2004) afirma que o consumo médio
dos brasileiros é de 12,3 g por dia.
[...] ai meu pai, se entendi, a nossa idade e o uso de muito sal na comida da
gente pode provocar SHEG, estou com sorte [...] sou branca. A Paula é bem
preta. Será que é isso o que causa SHEG? (G2, 18 anos)
[...] esses fatores não sei todos, mas vou dizer o que lembro: cor negra e morena,
ser gorda, e ter gestação de homens diferentes, isso para mim foi a maior
novidade [...] (G16, 19 anos)
[...] a minha mãe teve pré- eclampsia, e isso também, é um risco pra mim não é?.
(G3, 16 anos)
46
Podemos perceber que entre os fatores de risco para SHEG, a paternidade diversa
foi a grande novidade para as adolescentes. Neste sentido, Duncam, Shmidt e Giuliane (2004)
e Gregório (2007) afirmam que a exposição materna a novos antígenos fetais oriundos de
outro parceiro é um fator predisponente à PE.
Mulheres com história familiar de SHEG terão maior risco de apresentar esta
síndrome (GREGÓRIO, 2007 ). Isto se deve ao fato da existência de fatores genéticos
envolvidos no desenvolvimento deste agravo.
As mulheres com gestação dupla ou tripla têm maior probabilidade de apresentar
HA e diabete mellitus na gestação. Sendo assim, estes dois problemas de saúde devem ser
prevenidos e detectados precocemente, além de controlados imediatamente.
[...] eu tenho tudo para ter uma gravidez complicada, sou diabética, tenho
pressão alta, e tive pré-eclâmpsia na gravidez anterior. Então, Deus para me
proteger [...] (G 6,19 anos)
De forma ainda tímida, as gestantes conseguiam estabelecer situações de risco
para SHEG, a partir das experiências do cotidiano.
[...] tudo aquilo que coloca em risco a minha vida, como a minha idade, tomar
bebida alcoólica, fumar cigarro, usar coca ou pedra [...] todas essas coisas ruins,
pode provocar SHEG na gente. (G20, 16 anos)
A percepção da gestante sobre a suscetibilidade em desenvolver SHEG e o seu
empoderamento mediado pelas ações de educação em saúde são condições favoráveis à
adesão de condutas de prevenção e/ou de controle dos fatores de riscos para este agravo, bem
como para a manutenção da saúde em geral.
A severidade percebida é percepção da gravidade de uma dada condição de
saúde. O grau de severidade pode ser percebido pelo simples conhecimento das complicações
que determinada condição ou doença poderá trazer para a saúde e qualidade de vida de uma
pessoa (BECKER, 1974).
As gestantes do estudo ao perceberem a severidade da SHEG reagiram
demonstrando medo, desconforto, incertezas, insegurança, curiosidade e principalmente
déficit de conhecimento sobre o assunto. Todavia, dezoito adolescente percebiam o pré-natal,
como o mediador da promoção da saúde.
47
[...] eu não quero ter pressão alta, pois isso vai prejudicar a gente [...] eu tenho
muito medo, por isso eu corri para vim fazer o pré-natal... tudo tem que da certo
... eu só tenho 14 anos, mais sei me cuidar” (G25, 14 anos)
[...] mulher eu sou muito jovem, eu achava que pressão alta dava em velho,
fiquei assustada de saber que pode também ser uma bronca durante a gravidez,
minha mãe está no meu ... eu gosto muito de sal, como com o saleiro do meu
lado, agora eu sei que é perigoso para nós ... mais eta coisa difícil, aqueles nomes
pré-eclâmpsia e eclampsia, ficam na minha cabeça martelando. (G3, 16 anos)
A percepção da severidade da SHEG despertou em algumas gestantes a
necessidade de divulgação em massa de medidas preventivas desse agravo.
[...] mulher que coisa ... quem bem souber... tem que ter muito cuidado antes de
ficar grávida ... ai, essa síndrome da gravidez devia sai até no radio, na televisão
no jornal, porque nós temos que saber disso e pensar que faz muito mal para a
gente e para o meu bichinho.Já pensou ter aquele negócio todo, a convulsão... ah!
eu preciso me cuidar, estou grávida por descuido, mais não posso ter essa
síndrome não, pelo amor de Deus. (G10, 16 anos)
Observamos que a rotina das ações e possivelmente a banalização dos casos de
SHEG em adolescentes pelos serviços de saúde podem contribuir com o déficit de
conhecimento da gestante sobre este agravo.
[...] para mim o nome é novidade, tive esse problema na gravidez passada, e não
sabia como é complicado. Também tive diabete e pressão alta desde o começo. E
agora nessa a mesma coisa de novo. (G6, 19 anos)
Quando a severidade da doença é percebida, ela passa a constituir um fator
importante, estimulando o indivíduo a adotar um novo comportamento de vida. A combinação
das percepções individuais de suscetibilidade de um problema de saúde e da severidade das
consequências de se contrair esse problema gera uma percepção de ameaça que irá determinar
uma reação no indivíduo para adotar uma ação (BECKER, 1974).
Percepção dos benefícios e custos das mudanças com vista à prevenção da SHEG
Trata-se de benefícios toda situação que minimize ou elimine os riscos de
complicações do estado de saúde, portanto para a percepção dos benefícios é necessário que
as pessoas tenham pelo menos uma ação que indique subjetividade relacionada à redução da
susceptibilidade ou da severidade da SHEG (BECKER, 1974).
48
Para a implementação desta etapa do MCS, foi aplicada estratégia educativa
voltada à prevenção e/ou controle dos fatores de riscos da SHEG. Entre as medidas
direcionadas à prevenção, destacam-se o gerenciamento do estresse, a prática de atividade
física, a adoção de hábitos alimentares saudáveis e o abandono ao tabagismo e alcoolismo (V
DBHA, 2006).
Percebemos nos relatos que inúmeros fatores contribuíram para o estresse
emocional, sendo confirmado por Nobrega; Castro; Souza (2007) que evidências entre a
relação do estresse com o desenvolvimento da hipertensão arterial.
[...] o que está me deixando triste é que o pai do meu filho foi embora!
Justamente agora que preciso mais dele. Estou muito estressada e não consigo
evitar isso ... mas isso me faz muito mal” (G13, 18 anos)
[...] eu dependo do meu companheiro, e ele ganha pouco. Sabe, eu queria me
casar... mas eu sou a outra, e isso é me estressa. Mas eu procuro me acalmar,
fecho os olhos e respiro fundo, por enquanto não tem jeito. (G14, 17 anos)
[...] eu sou muito estressada, o pai do meu filho me abandonou, moro com a
minha sogra, isso me incomoda muito ... ainda bem que estou aprendendo a lidar
com isso. (G2, 18 anos)
As adolescentes referiram como estressores frequentes o abandono pelo
companheiro, interrupção do estudo, o distanciamento das amigas, a dificuldade financeira e a
dependência econômica de outras pessoas. No entanto, a realização da oficina gerenciamento
do estresse despertou nas adolescentes as condutas gerenciadoras desses estressores lazer,
prática religiosa, atividade laborativa para aquisição de recursos financeiros, e retorno à
escola, pois como é afirmado por Nóbrega; Castro; Souza (2007): “reagimos diante de
desafios comuns, podendo desenvolver o chamado distresse.
[...] escrevi junto com a minha colega o que eu poderia fazer para melhorar a
minha gravidez, ,buscar alguma diversão saudável, e a ir para a igreja para
ficar mais em paz comigo mesma.Pode acreditar mulher, isso não é fácil. (G2, 18
anos)
[...] estou fazendo o curso de bijuteria da unidade e estou ganhando até um
dinheirinho, e também revendo roupa usada ... tem dado certo, pois consegui
comprar umas frutas, e posso ajudar a minha mãe ... estou me sentindo mais
importante. (G3, 16 anos)
[...] eu tinha parado de estudar e isso estava me deixando bem para baixo
...então voltei para o colégio, pois não vou ficar com vergonha da minha gravidez
... também vi que não sou a única. (G18,15 anos)
49
O consumo de alguns alimentos ditos recreacionais era muito comum entre as
gestantes (JENKINS, 2007). Estes alimentos são cheios de calorias, mas relativamente vazios
de nutrientes essenciais como aminoácidos, vitaminas, sais minerais e anti-oxidantes,
importantes no estado nutricional das mulheres em qualquer fase de suas vidas. O prognóstico
da gestação sofre influência do estado nutricional materno antes e durante a gestação.
Durante e após os encontros educativos, as adolescentes questionaram sobre as
possíveis dificuldades (custos ou barreiras) para adoção de hábitos saudáveis, inclusive a
ingestão de água, sendo que os benefícios foram percebidos, restando apenas a sua inserção
no estilo de vida.
[...] eu que quero parar de comer pirão salgado ... diminuir o sal é bastante
difícil. Eu não sou chegada à coisa doce, mas salgada pode mandar que eu como
qualquer coisa ... laranja com sal, manga com sal... chega a dar água na boca.
(G21, 16 anos)
[...] adoro refrigerante e batata frita com katchup ...já estou mais do que viciada
... está muito difícil deixar de comer. (G23, 15 anos)
Os custos para as mudanças estão explícitos nesses depoimentos. Para Becker
(1974) estes custos constituem os aspectos negativos percebidos pelas pessoas em relação às
ações em saúde, elas podem perceber essas ações como caras, inconvenientes, desagradáveis,
dolorosas ou que exige muito tempo disponível para realizá-las, o que pode levar a criação de
barreiras e conflitos de comportamentos.
Para o abrandamento das várias barreiras apresentadas, as adolescentes foram
incentivadas a construir juntamente com a nutricionista uma relação de alimentos que
deveriam ser consumidos por elas para garantir e manter os benefícios de uma alimentação
saudável, favorecendo a restrição ou a abstinência de alimentos que não vão contribuir com a
promoção da saúde dessas gestantes e de seus filhos.
Na realização da oficina sobre a prática regular do exercício físico, as
adolescentes se preocuparam com a auto-imagem e negligenciaram os benefícios desta prática
na promoção de sua saúde e do concepto. Para Jenkins (2007), a prática regular do exercício
favorece a queima de calorias, ajuda a controlar a pressão sanguínea, fortalece os músculos e
os ossos, e melhora a função respiratória e a atividade intestinal.
50
[...] preciso caminhar e não tenho com quem deixar o meu filho ... ainda mais
agora que ele está doente ... vou acabar engordando.(G5,19 anos)
[...] quero caminhar, pois tenho pavor de ficar gorda e feia. (G4, 18 anos)
[...] tenho que me cuidar, não posso engordar muito. Pois, eu não engordei do
meu primeiro filho... então, como ia arranjar outro marido? (G21,16 anos)
Duas gestantes estavam com sobrepeso, porém o percebiam o risco desta
condição para a sua saúde. Jenkins (2007) diz que a elevação do peso corporal é alvo de
doenças, e a pessoa que foge do padrão de elegância acaba sendo excluída da sociedade.
Muitas vezes o culto ao corpo e ao belo passa a ser o mais importante em vez da busca pelo
peso e corpo saudável. Jardim, Monego e Sousa (2004) dizem que o aumento de peso pode
tornar-se um fator predisponente ao aumento da pressão em adolescentes, agravando-se com a
existência de uma gravidez.
Entre as adolescentes, uma era tabagista e quatro consumiam bebidas alcoólicas
nos fins de semana. O fumo é o único fator de risco totalmente evitável e causador de doenças
e morte cardiovasculares (V DBH, 2006). O consumo de bebidas alcoólicas, tais como
cerveja, aumenta a pressão arterial e alguns estudos que estão ainda em fase de observação do
problema informam que beber é um risco potencial pra provocar a HA independentemente
da quantidade ingerida.
[...] O difícil vai ser largar o meu cigarro, fumo muito tempo... outra coisa
vai ser parar de comer couro de galhinha frito e bem salgadinho... como quase
todo dia ... é gostoso e mais barato também. (G1, 18 anos)
[...] meu único divertimento é tomar cerveja com os meus colegas nos fins de
semana. (G19, 17 anos)
[...] o problema é que meu companheiro não dispensa uma, ai eu vou com ele, a
concorrência está grande, bebo até três garrafas e depois fico enrolando. (G11,
19 anos).
Descrição das mudanças ocorridas com a implementação do Plano de Metas
Após a realização das oficinas, as gestantes foram incentivadas a construírem um
plano de metas para mudanças comportamentais salubres, com vista à prevenção e/ou
controle dos fatores de risco da SHEG e manutenção da saúde em geral. O plano de metas é
uma ferramenta para garantir o alcance dos objetivos, ou seja, a mudança ou eliminação de
51
ações insalubres pelas gestantes, excluir soluções impensadas ou parcialmente aderentes à
meta central - prevenção e/ou controle da SHEG.
O ato de mudança requer das gestantes uma tomada de decisão que as conduza à
seleção de atitudes que devem ser adotados por elas, haja vista que as adolescentes foram
capacitadas mediante aplicação da TES para este ato.
Na execução do Plano de Metas para Mudanças, embora surgissem algumas
dificuldades entre as gestantes, elas se revelaram como agentes de mudanças e
multiplicadoras do saber entre familiares e outras pessoas do convívio. Estas estavam
relacionadas com a ruptura de hábitos insalubres, dependência financeira e resistências dos
familiares.
[...] ai meu pai, que vergonha ... não consegui parar de fumar ainda, mais deu
para diminui um pouco. Agora estou fumando só três vezes no dia ... mas isso está
bem difícil. (G1, 18 anos)
[...] nessa parte já não deu para fazer muita coisa ... a minha sogra tem os
costumes dela e não da para mexer muito, não posso brigar com ela [...] (G5, 19
anos)
[...] não consegui realizar minhas caminhadas, pois estou sempre tão cansada e
sem companhia para andar... queria fazer uma academia, mais não tenho
dinheiro. (G7, 19 anos)
[...] consegui diminui o refrigerante, não tirar totalmente ... mais é um avanço
acho. (G8, 13 anos)
A mudança de comportamento estava condicionada momentaneamente a situações
de dificuldades, que as impediam de efetiva transformação. Todavia, esta condição pode ser
reversível, diante da possibilidade de surgirem fatores facilitadores.
Percebemos assim um indício positivo e favorável a mudanças de
comportamentos das gestantes envolvidas na produção de sua saúde, onde não se faz
necessária uma mudança brusca de comportamento da vida diária, e sim uma mudança
voluntária e gradativa.
Mesmo com algumas dificuldades, as gestantes passavam a desenvolver a
disseminação de seus conhecimentos apreendidos nos encontros junto a familiares,
companheiros, namorados e amigos, reforçando dessa maneira as experiências como
“processo estimulador de mudanças individuais e coletivas” (ACIOLI, 2008).
52
[...] em casa apesar das dificuldades financeiras todos estão me ajudando, e eu
estou conseguindo fazer o certo para evitar a SHEG, eu li com eles o nosso
livrinho e falei de algumas coisa que aprendi nos encontros. (G17, 19 anos)
[...] conversei com o meu marido e a minha sogra para eles me ajudarem, e
graças a Deus está dando certo, tenho acompanhado a minha sogra nas compras
para poder aprender a escolher as frutas, verduras, carnes, e o que der para
gente compra ... eu ensino para ela e ela me ensina. (G18, 15 anos)
[...] a solidariedade é a palavra certa para falar do meu plano, pois ele acabou
não sendo meu ... ele é do voinho, da voinha e do meu namorado também ...
nós estamos estudando o livrinho para saber o que fazer (G8, 13 anos)
A presença de estímulos à ação é um fator decisivo para despertar as percepções
de susceptibilidade e severidade e motivar o indivíduo a agir. Nesse caso, os estímulos podem
ser internos, aqueles que têm origem na pessoa, e externo, aqueles oriundos do cotidiano
(BECKER, 1974). Portanto, neste estudo, consideramos como estímulos externos os
encontros ou oficinas educativas e o Plano de Metas de Mudanças.
[...] preciso me cuidar, não quero passar pelo sufoco que as coleguinhas
passaram com esta SHEG. (G24, 14 anos)
[...] Deus me livre dessa SHEG,, mulher isso é muito ruim, tenho que mudar, não
posso morrer ... já tenho o outro para cuidar, coitada das meninas. (G 18, 15
anos).
As metas estabelecidas estavam relacionadas com as medidas de prevenção e
controle dos fatores de risco da SHEG, que constituem um estilo de vida saudável:
alimentação saudável; gerenciamento do estresse; exercício físico; combate ao sedentarismo;
abolição do alcoolismo e do tabagismo e frequência às consultas com seguimento das
condutas pertinentes ao pré-natal.
Passamos a perceber com mais consistência porque algumas mudanças foram
possíveis e outras não, confirmando o nosso entendimento de que a educação em saúde
considera que as ações para aderência de hábitos saudáveis devam ser estabelecidas em
conjunto com as pessoas, sendo assim a mudança de comportamento valoriza o saber
socialmente construído pelo individuo no seu meio social.
A prática regular de exercícios físicos aeróbico foi recomendada e encorajada às
gestantes, tais como: caminhar, pedalar, dançar, hidroginástica ou natação, conforme
orientação do educador físico e avaliação médica realizada. No entanto, a caminhada foi a
modalidade preferida.
53
Os exercícios aeróbicos praticados no nimo três vezes por semana, com duração
de 20 a 30 minutos, vão contribuir para melhora da resistência cardiovascular e a aptidão
física dessas gestantes (JARDIM, MONEGO e SOUSA, 2004).
[...] mesmo com as minhas dificuldades estou caminhando três vezes por semana,
com minha amiga e a vizinha. (G3,16 anos).
[...] passei a conhecer as coisas simples que podemos fazer como uma caminhada
que ajuda a relaxar, que ajuda na perda de peso, que ajuda também a baixar a
pressão, posso também ajudar minha mãe, pois ela é hipertensa. (G23,15 anos).
Observamos que a mudança em relação ao consumo de alimentos saudáveis passa
em algumas famílias a ser um fator importante de aproximação de seus membros,
favorecendo a troca de experiências e promovendo a saúde da gestante.
[...] sabe passei até fazer as compras da minha casa, estou tendo muito cuidado
no que vou comprar, tenho acompanhado a minha mãe. E ela está muito
admirada, pois estou escolhendo os alimentos que vou comprar, colocando mais
frutas, verduras, mais frango e peixe [...]. Em casa todos eram resistentes às
mudanças, mais a mãe me ajudou a explicar para eles, que era para melhorar a
nossa saúde. (G3, 16 anos).
[...] sabe que eu nem acredito, pois parei de comer aqueles salgados de pacote, e
diminui os biscoitos recheado ..., conhecer as coisas é bom, hoje estou mais
preparada para viver a minha gravidez, como até legumes de vez em quando.
(G24, 14 anos)
Entre os vícios, o alcoolismo foi relatado por quatro gestantes inicialmente, e após
o período de acompanhamento, duas aboliram esse vício, e uma reduziu o consumo. O uso
excessivo de álcool compromete o controle da pressão arterial, causando alterações
significativas nos níveis pressóricos, embora seus efeitos sejam reversíveis (JARDIM,
MONEGO e SOUSA, 2004).
A única gestante tabagista diminuiu a quantidade de cigarros usados ao dia.
[...] estou firme, continuo fumando só três vezes por dia. (G1, 18 anos)
A consulta do pré-natal é o espaço que inclui o comparecimento da gestante na
unidade de saúde, em no mínimo seis consultas, sendo preferencialmente uma no primeiro
trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação. Esses momentos
54
devem estar voltados para a avaliação, clínica ginecológica e obstétrica das gestantes,
permeados pelo processo educativo.
Apesar das gestantes estarem sempre com os seus cartões e até usarem como
documento de identidade, essas mulheres não demonstravam o entendimento necessário dos
registros ali contidos, sendo, portanto trabalhado em um encontro a importância desse
documento para o monitoramento de suas condições de saúde. A educação em saúde deve
contribuir para a conscientização individual e coletiva sobre as responsabilidades e direitos
relacionados à saúde, bem como necessita utilizar estratégias didáticas que transformem os
indivíduos socialmente inseridos em um contexto, ampliando sua capacidade de compreensão
da complexidade dos determinantes de ser saudável (CATRIB ET AL, 2003).
Ao encerramento do estudo, percebemos gestantes adeptas à consulta de pré-natal,
parcialmente esclarecidas e fortalecidas como cidadãs, preparadas para a interação mútua
entre profissional, gestantes e seus familiares.
Por meio de comportamentos adotados, a partir da tecnologia educativa
desenvolvida, percebemos nas gestantes a apreensão do saber construído ao longo dos
encontros educativos, traçados para que elas possam conquistar e desenvolver uma gravidez
livre de danos a sua saúde e a de seu filho. Para essa realidade, foi necessário empoderar essas
gestantes adolescentes mediante ações de educação em saúde, que são responsáveis pelas
mudanças de comportamentos para o exercício da cidadania, tornando-as responsáveis por sua
própria ação de saúde.
Apesar dos benefícios das mudanças, algumas gestantes adolescentes não
conseguiram alcançar os fatores protetores da SHEG, portanto mudar comportamentos não é
algo tão simplista, porque a mudança implica, em si mesma, uma constante ruptura, ora lenta,
ora brusca, da inércia à estabilidade (FREIRE,2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Trabalhar com uma população tão especial, como gestantes adolescentes, nos
remete a pensar sobre o que representa para ela esta gravidez. Devemos, também, avaliar
quais são realmente as suas necessidades, verificando assim o que é para ela promover sua
saúde e prevenir e/ou controlar a SHEG e quanto esta afeta a saúde do binômio mãe-filho.
Conhecer o comportamento dessas gestantes, para as quais desenvolvemos uma TES, objetiva
55
a valorização destas, para que sejam atuantes e participativas em todo o processo e não meras
espectadoras dos acontecimentos.
A TES possibilitou às gestantes, familiares, companheiros e outras pessoas,
condições para reflexão quanto à suscetibilidade e severidade da SHEG, como também passa
a mediar as possíveis mudanças, encorajando-os para a tomada de decisão e adoção de
condutas saudáveis.
Podemos perceber, por meio da aplicação da TES, que algumas condutas
saudáveis não eram seguidas por todas gestantes, embora estivessem conscientizadas sobre a
importância destas para a prevenção e/ou controle da SHEG.
Frente aos resultados alcançados, consideramos a aplicação da TES, embasada no
MCS, como de singular validade, assim fazendo-se necessário inseri-la no acompanhamento
do pré-natal destas mulheres, proporcionando uma assistência eficaz e integralizada.
56
REFERÊNCIAS
ACIOLI, S. A prática educativa como expressão do cuidado em saúde pública. Rev Bras
Enferm. v. 61, n. 1, p. 117-121, 2008.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Portugal: Edições 70, 1977.
BECKER, M. H. The Heart Belief Model and Personal Heart Behaviour. New Jersey:
Thorofare, 1974.
BORN, D. Hipertensão em situações especiais: na gravidez. In: PÓVOA, R. (Org.).
Hipertensão Arterial na Prática Clínica. São Paulo: Atheneu, 2007
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96. Decreto 93.933 de janeiro
de 1987. Estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília. v. 4, n. 2, p.
15-25, 1996
CATRIB, A.M.F.; PORDEUS, A. M. J.; ATAIDE, M. B. C.; VIEIRA, N. F. C.;
ALBUQUERQUE, V. L. M. Saúde no espaço escolar. In: Barroso, MGT; Vieira, NFC.;
Varela, MZV. Educação em saúde no contexto da promoção humana. Fortaleza: Demócrito
Rocha. 2003.
DUNCAN, B. B.; SHMIDT, M. I.; GIULIANE, E. R. J. Medicina Ambulatorial: condutas de
atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2004.
CEARÁ, Secretaria da Saúde do Estado. Mortalidade Materna - análise da situação no Ceará
de 1997 – 2005. Fortaleza, 2007.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz
e Terra, 2005.
GONÇALVES, R.; QUINTELLA, F. R. A.; SOBRAL, D. H. Prevalência da doença
hipertensiva específica da gestação em hospital público de São Paulo. Rev. Bras. de
Enfermagem. v. 58, n. 1, p. 61-64, jan./fev. 2005.
GREGÓRIO, V. R. P. Doença Hipertensiva Específica da Gestação. In: OLIVEIRA, M. E.;
MONTICELLI, M.; BRÜGGEMANN, O. M. (Org.). Enfermagem obstétrica e
neonatológica: textos fundamentais. 2. ed. Florianópolis: Cidade Futura, 2007.
JARDIM, P. C. B. V.; MONEGO, E. T.; SOUSA, A .L. L. A abordagem não medicamentosa
do paciente com hipertensão arterial. In: PIERIN, A. M. G. Hipertensão arterial: uma proposta
para o cuidar. Barueri: Manole, 2004.
JENKIS, C. D. Construindo uma saúde melhor: um guia para a mudança de comportamento.
Porto Alegre: Artmed, 2007.
NAKASATO, M. Sal e hipertensão arterial. Rev Bras Hipertensão. v. 11, n. 2, p. 95-97, [s.d.].
2004.
57
NOBREGA, A. C. L.; CASTRO, R. R. T.; SOUZA, A. C. Estresse mental e hipertensão
arterial sistêmica. Rev Brasileira de Hipertensão. v. 14 n. 2 p. 94 – 97, 2007.
ROSENSTOCK, I. M. Historical origins of th e health belief model. In: _______. The health
belief model and personal health behavior. United States, Copyright, 1974.
SANTOS, Z. M. S. A. et al. Cartilha Gravidez saudável e parto seguro: prevenção da DHEG.
Fortaleza: Elsan, 2007.
SCHAL, V. T.; MODENA, C. M. As novas tecnologias de informação e comunicação em
educação em saúde. In: MINAYO, M. C. S.; COIMBRA JUNIOR, C. E. A. (Org.). Críticas e
atenuantes Ciências Sociais e Humanas em Saúde na América Latina. Rio de Janeiro:
FIOCRUZ, 2005.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. V diretrizes brasileiras de hipertensão
arterial. 2006
58
4 CONSIDERAÇÕES REFLEXIVAS
Ao realizar este estudo, logrou-se perceber que desenvolver ações educativas com
gestantes adolescentes é bastante complexo, em decorrência da fase de transição no ciclo vital
que vivenciam. Esta fase é permeada por conflitos e transformações biológicas e culturais,
contudo, a aplicação de uma tecnologia educativa (TE), embasada no Modelo de Crença em
Saúde, facilitou a realização deste trabalho, como também estimulou as adolescentes na busca
de comportamentos adequados de prevenção e/ou controle dos fatores de risco para a SHEG.
Procurou-se desenvolver as ações educativas, sem alardear o fato de uma gravidez
precoce, mais sim contribuir para que essas mulheres consigam realizar práticas que
promovam a saúde do binômio mãe-filho, valorizando e respeitando a lição de vida de cada
uma.
A TES proposta foi percebida, por elas e por alguns membros familiares, como
necessária aos esclarecimentos de situações muitas vezes omitidas de um atendimento pelos
profissionais de saúde, em razão do seu volume de trabalho, remetendo, assim, a um
atendimento impessoal e sem realização das ações de Educação em Saúde que deveriam
contribuir com a promoção da saúde e do bem - estar destas mulheres.
Notou-se que as gestantes adolescentes estavam inseridas em espaços constituídos
de fatores de risco para SHEG, “como se vivessem cercadas por explosivos, prestem a
provocar um grande acidente”, mas a aplicação da TES produziu mudanças comportamentais
significantes nestas mulheres, bem como em seus componentes familiares e em outras pessoas
do seu convívio. Logo, recomenda-se a inserção desta tecnologia no atendimento sistemático
a estas mulheres na rotina do pré-natal.
No estudo, as situações que interferiram na não-adesão de algumas condutas para
prevenção e/ou controle da SHEG estão relacionadas com a ruptura de hábitos insalubres,
dependência financeira e resistência da família, além da baixa escolaridade, porém as
mudanças necessárias a uma melhor qualidade de vida podem ainda ser implementadas, de
acordo com alterações e respostas sociais futuras na vida dessas gestantes.
59
REFERÊNCIAS
ACIOLI, S. A prática educativa como expressão do cuidado em saúde pública. Rev Bras
Enferm. v.61, n.1, p.117-121, 2008.
ANTUNES, J.L.F. Condições socioeconômicas em saúde: discussão de dois paradigmas. Rev
de Saúde Publica v. 42, n.3, p. 562 – 567 , 2008
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Portugal: Edições 70, 1977.
BECKER, M. H. The Heart Belief Model and Personal Heart Behaviour. New Jersey:
Thorofare, 1974.
BORN, D. Hipertensão em situações especiais na gravidez. In: PÓVOA, R (ORG.).
Hipertensão Arterial na Prática Clínica. São Paulo: Atheneu, 2007.
BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de informação e informática do SUS
(DATASUS). Sistema de informações de nascidos vivos (SINASC). Extraído de: http://
www.datasus.gov.br, acessado em: 02 de março de 2009.
________, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 4. Ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2007. 68p.
________, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de ações programáticas e
estratégicas. Estudo da mortalidade de mulheres de 10 a 49 anos, com ênfase na
mortalidade materna: relatório final / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de ações programáticas e estratégicas Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
126p.
________, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de ações programáticas e
estratégicas. Área temática de saúde da mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada
e humanizada – manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2005 a. 163p.
________, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde integral de
adolescentes e jovens: orientações para organização de serviços de saúde / Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. - Brasília: Ministério da Saúde, 2005 b. 44p.
________, Ministério da Saúde. Diabetes e hipertensão na gravidez: manual técnico /
Ministério da Saúde. - Brasília: Ministério da Saúde/FEBRASGO. São Paulo (SP): Ponto;
2004. 99p.
________, Conselho Nacional de Saúde. Resolução 196/96. Decreto 93.933 de janeiro
de 1987. Estabelece critérios sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília. v. 4, n. 2, p.
15-25, 1996
60
CATRIB, A. M. F; PORDEUS, A. M. J; ATAÍDE, M. B. C; ALBUQUERQUE, V.L M;
VIEIRA, N. F. C. Promoção da saúde: saber fazer em construção. In: BARROSO, G. T;
VIEIRA, N. F; VARELA, Z. M [org.]. Educação em saúde no contexto da promoção
humana. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2003.
CEARÁ, Secretaria da Saúde do Estado. Mortalidade Materna - análise da situação no Ceará
de 1997 – 2005. Fortaleza, 2007.
DUNCAN, B. B.; SHMIDT, M. I.; GIULIANE, E. R. J. Medicina Ambulatorial: condutas de
atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2004.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz
e Terra, 2005.
FERREIRA, R. G; ROCHA, T; SANTOS, W. Mortalidade materna por eclâmpsia. Ginecol
obstet atual. v.10, n.6, p.28-33, jun., 2001.
GANDELSMAN, A; CARVALHO, B. O; CHAKR, R. M. S; LOPES, R. N. T. A disfunção
endotelial na pré-eclampsia. Femina. V.30, n.7, p.455-460, ago.; 2002.
GONÇALVES, R.; QUINTELLA, F. R. A.; SOBRAL, D. H. Prevalência da doença
hipertensiva específica da gestação em hospital público de São Paulo. Rev. Bras. de
Enfermagem. v. 58, n. 1, p. 61-64, jan./fev. 2005.
GREGÓRIO, V. R. P. Doença Hipertensiva Específica da Gestação. In: OLIVEIRA, M. E.;
MONTICELLI, M.; BRÜGGEMANN, O. M. (Org.). Enfermagem obstétrica e
neonatológica: textos fundamentais. 2. ed. Florianópolis: Cidade Futura, 2007.
GUIMARÃES, E. B. Gravidez na adolescência: fatores de risco. In: SAITO, M. I; SILVA, L.
E. Adolescência: prevenção e risco. São Paulo: Atheneu, 2001.
HEIDEMANN, M. Adolescência e saúde: uma visão preventiva para profissionais de
saúde e educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
JARDIM, P. C. B. V.; MONEGO, E. T.; SOUSA, A .L. L. A abordagem não medicamentosa
do paciente com hipertensão arterial. In: PIERIN, A. M. G. Hipertensão arterial: uma proposta
para o cuidar. Barueri: Manole, 2004.
JENKIS, C. D. Construindo uma saúde melhor: um guia para a mudança de comportamento.
Porto Alegre: Artmed, 2007.
MAGALHÃES, M. L. C; FURTADO, F. M; NOGUEIRA, M. B; CARVALHO, F. H. C;
ALMEIDA, F. M. L; MATTAR, R; CAMANO, L. Gestação na adolescência precoce e tardia
– há diferença nos riscos obstétricos? Rev Bras Ginecol Obstet. V28, n.8, p.446-452, 2006.
MONTENEGRO, C. A. B; REZENDE FILHO, J; LIMA, M. L. A. Hipertensão crônica e
gravidez. Femina. v.31, n.8, p729-723, set.; 2003.
61
MONTES V, M . M; ALVAREZ, G. C; ARGOTE O, L. A; OSORIO A, A; OSORIO M, O.
La adolescente grávida: um desafio para la família en el afrontamiento de su autoestima.
Cogitare. V.11, n.2, p.105-112, ago. 2006.
NAKASATO, M. Sal e hipertensão arterial. Rev Bras Hipertensão. v. 11, n. 2, p. 95-97, [s.d.].
2004.
NATIONAL HIGH BLOOD PRESSURE EDUCATION PROGRAM – NHBPEP [slide]
Disponível em: <http://hp2010.nhlbihin.net/nhbpep_slds/hbppreg_ss/main.htm>. Acessado
em 28 Mai. 2008.
NOBREGA, A. C. L.; CASTRO, R. R. T.; SOUZA, A. C. Estresse mental e hipertensão
arterial sistêmica. Rev Brasileira de Hipertensão. v. 14 n. 2 p. 94 – 97, 2007.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE - OPAS. Saúde nas Américas.
Washington (D.C): 2007. Publicação científica e técnica. n.622. Vol. I – Regional. CD-ROM.
PINTO, L.F; MALAFAIA, M.F; BORGE, J. A; BACCARRO, A;SORANV, D.R. Rev
Ciência e Saúde Coletiva n.10, p.205-213, 2005
REZENDE, J. Obstetrícia. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
ROSENSTOCK, I. M. Historical origins of th e health belief model. In: _______. The health
belief model and personal health behavior. United States, Copyright, 1974.
SANTOS, Z. M. S.; BARROSO, M. G. T.; VIEIRA, N. F. C. A interdisciplinaridade na
fundamentação da promoção da saúde. In: BARROSO, M. G. T.; VIEIRA, N. F. C.;
VARELA, M. Z. V. Educação em saúde no contexto da promoção humana. Fortaleza:
Demócrito Rocha, 2003. p. 55-58
SANTOS, Z. M. S. A; NEVES, M. G; NASCIMENTO, J. C; FERNANDEZ, H. T;
FEITOZA, J. S. Autocuidado da gestante adolescente na prevenção dos fatores de risco na
Síndrome Específica da Gravidez - SHEG. RBPS v.20, n.3, p.173-180, 2007.
SANTOS, Z. M. S. A. et al. Cartilha Gravidez saudável e parto seguro: prevenção da DHEG.
Fortaleza: Elsan, 2007.
SCHAL, V. T.; MODENA, C. M. As novas tecnologias de informação e comunicação em
educação em saúde. In: MINAYO, M. C. S.; COIMBRA JUNIOR, C. E. A. (Org.). Críticas e
atenuantes Ciências Sociais e Humanas em Saúde na América Latina. Rio de Janeiro:
FIOCRUZ, 2005.
SASS, N.; ATALLAH, A. N. Fisiopatologia da pré-eclampsia. Revista Hipertensão. v. 8, n.
3, p. 103-106, [s.d.]. 2005.
SILVA, J. L. P. A gravidez na adolescência: uma visão multidisciplinar. In: SAITO, M. I;
SILVA, L. E. Adolescência: prevenção e risco. São Paulo: Atheneu, 2001.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. V diretrizes brasileiras de hipertensão
arterial. 2006
62
SOUZA, R. P. Adolescência: abordagem do adolescente. In: DUNCAN, B. B; SCHMIDT, M.
I; GIUGLIANI, E. R. J [Col]. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária
baseadas em evidência. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
TEDESCO, J. J. A. Gravidez de alto risco: fatores psicossociais. In: ______. A Grávida:
suas indagações e as dúvidas do obstetra. São Paulo (SP): Atheneu; 2002
VIEIRA, C. Gravidez Precoce. Núcleo de Educação e Prevenção, 2007.
63
APÊNDICES
64
Apêndice 1
ENTREVISTA INICIAL
I. Características sócio-demográficas das gestantes
1. Nome:____________________________________________________________________
2. Idade:____________________________________________________________________
3. Raça/cor__________________________________________________________________
4. Profissão:_________________________________________________________________
5. Ocupação:_________________________________________________________________
6. Religião:__________________________________________________________________
7. Renda familiar:_____________________________________________________________
8. Naturalidade: Capital ( ) Interior ( )
9. Procedência: Capital ( ) Interior ( )
10. Estado civil: Casada ( ) Separada ( ) União estável ( )
Solteira ( ) Viúva ( )
11. Escolaridade: Analfabeta ( ) Ensino Fundamental ( )
12. Condições de moradia: Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( )
Casa própria ( ) Casa alugada
( )
Outros:_____________________________________________________________________
13. Com quem mora __________________________________________________________
II. Fatores de risco da SHEG
1. GPA _____________________________________________________________________
2. Idade da 1ª gestação:________________________________________________________
3. Tipo de parto:______________________________________________________________
4. Houve alteração de PA nas gestações anteriores?
Sim ( ) Não ( ) Quais?______________________________________________________
5. E na atual? Sim ( ) Não ( ) Pressão arterial: ______________________
6. Teve pré-eclâmpsia?
Sim ( ) Não ( ) Em quais das gestações? _______________________ Idade: ______
7. Teve eclâmpsia:
Sim ( ) Não ( ) Em quais das gestações?_____________________ Idade:__________
65
8. História familiar: Sim ( ) Não ( )
9. Doença vascular: DM ( ) HAS ( ) Doença renal ( )
10. Gestação múltipla: Sim ( ) Não ( )
11. Conflitos emocionais na gestação atual: Sim ( ) Não ( ) Especificar _______________
___________________________________________________________________________
Causas dos conflitos __________________________________________________________
___________________________________________________________________________
12. Paternidade diversa: Sim ( ) Não ( )
III. Conhecimento das gestantes sobre prevenção e/ou controle dos fatores de risco da
SHEG
1.O que você sabe sobre a SHEG?_______________________________________________
2. Quais os fatores de risco da SHEG?
( ) Hipertensão
( ) Diabetes mellitus
( ) Gestações múltiplas
( ) Gravidez em idades extremas
( ) Conflitos emocionais
( ) Nível socioeconômico
( ) Raça/cor negra
( ) Sobrepeso/obesidade
( ) Multiparidade
( ) História familiar
( ) Paternidade diversa
( ) História pregressa de SHEG
( ) Elevação de Pressão arterial em gravidez
anterior
( ) Alcoolismo
( ) Elevação de Pressão arterial em gravidez
atual
( ) Doença renal
( ) Primiparidade
3. Qual (is) conduta (s) de prevenção dos fatores de risco?
( ) Redução do sal
( ) Controle do peso
( ) Controle da pressão arterial
( ) Exercício físico regular
( ) Abolição do tabagismo
( ) Abolição do álcool
( ) Gerenciamento do estresse
( ) Uso de gordura vegetal
( ) Uso de até 100ml de café/dia
( ) Preferência por carnes brancas
( ) Preferência por vegetais
( ) Uso de adoçantes dietéticos
( ) Redução de carbo
idratos simples e complexos
( ) Refeições fracionadas (5 a 6/dia)
( ) Gerenciamento do estresse
( ) Diversidade de laser
( ) Comparecimento às consultas do Pré-natal
66
4.Que condutas são adotadas para o controle dos fatores de risco:
Hipertensão arterial
( ) Redução do sal
( ) Controle do peso
( ) Controle da pressão arterial
( ) Exercício físico regular
( ) Abolição do tabagismo
( ) Abolição do álcool
( ) Gerenciamento do estresse
( ) Uso de gordura vegetal
( ) Uso de até 100ml de café/dia
( ) Preferência por carnes brancas
( ) Preferência por vegetais
( ) Uso de adoçantes dietéticos
( ) Uso adequado de antihipertrensivos
( ) Comparecimento às consultas
Diabetes Mellitus
( ) Redução do sal
( ) Uso de gordura vegetal
( ) Uso de adoçantes dietéticos
( ) Preferência por carnes brancas
( ) Controle do peso
( ) Preferência por vegetais
( ) Controle da pressão arterial
( ) Abolição do tabagismo
( ) Abolição do álcool
( ) Uso adequado de hipoglicemiantes
( ) Comparecimento às consultas
( ) Controle da pressão arterial
( ) Exercício físico regular
Sobrepeso/ Obesidade
( ) Controle do peso
( ) Uso de gordura vegetal
( ) Uso de adoçantes dietéticos
( ) Preferência por vegetais
( ) Exercício físico regular
( ) Redução de carboidratos complexos
( ) Refeições fracionadas ( 5 a 6/dia)
67
Multiparidade
( ) Fazer planejamento familiar
A. Contraceptivos naturais:
( ) Preservativo ( ) Coito interrompido ( ) Tabela ( ) Ovolução
B. Contraceptivo de barreira:
( ) Diafragma ( ) DIU
C. Contraceptivo químico:
( ) Esponja vaginal ( ) Geléia espermicida ( ) Vasectomia ( ) Laqueadura
( ) Anticoncepcional oral ( ) Anticoncepcional injetável ( ) Adesivo intradérmico
Conflitos emocionais
( ) União estável ( ) Gerenciamento do estresse ( ) Dinâmica familiar estável
( ) Diversidade de laser ( ) Evitar a ociosidade
5. Você recebeu orientações sobre a prevenção?
Sim ( ) Não ( ) Quais?______________________________________________________
___________________________________________________________________________
E sobre o controle?
Sim ( ) Não ( ) Quais? _______________________________________________________
___________________________________________________________________________
6. Quem orientou?
( ) Enfermeiros ( ) Médico ( ) Agente de saúde ( ) Amigos
( ) Familiares ( ) Outros Especifique_______________________________
7. Foi orientada em relação à:
( ) Hábito alimentar: Justifique:______________________________________________
___________________________________________________________________________
( )Abolição do tabagismo: Justifique:__________________________________________
___________________________________________________________________________
( ) Abolição do álcool: Justifique_____________________________________________
___________________________________________________________________________
( ) Uso de bebidas contendo cafeína: Justifique__________________________________
___________________________________________________________________________
68
( ) Prática regular de exercício físico: Justifique: _______________________________
( )Sono e repouso: Justifique _______________________________________________
___________________________________________________________________________
( )Uso de medicamentos: Justifique __________________________________________
III. Condutas relacionadas à prevenção e ao controle dos fatores de risco da SHEG
1. Uso do sal: Nenhum ( ) Pouco ( ) Muito ( )
2 Uso de gordura: Animal ( ) Vegetal ( ) Ambas ( )
3. Preferência por vegetais: Sim ( ) Não ( )
4. Preferência por carnes: Brancas ( ) Vermelha ( ) Ambas ( )
5. Outras preferências alimentares: ______________________________________________
6. Abstenção do tabagismo: Sim ( ) Não ( )
7. Uso de bebidas alcoólicas: Sim ( ) Não ( )
8. Ingesta de café: (até 100 ml/ dia): Sim ( ) Não ( )
9. Sono e repouso adequado: Sim ( ) Não ( )
10. Ingesta hídrica ( a partir de 2.500 ml/dia ): Sim ( ) Não ( )
11. Gerenciamento do estresse: Sim ( ) Não ( )
12. Controle do peso: Sim ( ) Não ( )
Peso: antes da gestação________ atual_______
13. Exercício físico regular: Sim ( ) Não ( )
14. Automedicação: Sim ( ) Não ( )
Qual (is)?________________________________
69
Apêndice 2
ENTREVISTA FINAL 1
DIMENSÃO DO MODELO DE CRENÇAS
I. Percepção da susceptibilidade
1. Comente sobre SHEG.
2. Discorra sobre os fatores de risco da SHEG.
3. No seu entendimento, fale sobre as condutas de prevenção dos fatores de risco
4. E sobre as condutas de controle.
II. Percepção de severidade
1. O que você acha que pode acontecer se você tiver SHEG? Com você? Com seu filho?
2. Você tem algum fator de risco para SHEG?
III. Avaliação do impacto da tecnologia em saúde na prevenção e/ou controle dos fatores
de risco da SHEG.
1. Benefícios percebidos e dificuldades percebidas
2. Comente sobre o seu “Plano de Metas”
3. Descreva as suas experiências com a execução deste plano.
4. Comente sobre suas expectativas de mudanças nos seus hábitos com relação ao estilo de
vida saudável, tendo como base o seu Plano de Metas.
70
Apêndice 3
ENTREVISTA FINAL 2
Motivação para mudanças.
I. Avaliação do impacto da tecnologia em saúde na prevenção e/ou controle dos fatores
de risco da SHEG.
1) Você continuou com o Plano de metas? Fale sobre suas experiências
2) Com a implementação do plano de metas, houve mudanças nos seus hábitos com vista a
prevenir e/ou controlar os fatores de risco da SHEG?.
3) E na família, houve repercussão mediante a implementação das metas de mudanças?
4) Qual sua intenção com vista à prevenção e controle da SHEG?
71
Apêndice 4
CONVITE
72
Apêndice 5
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, Marlucilena Pinheiro da Silva, aluna do Mestrado em Saúde Coletiva da
Universidade de Fortaleza - UNIFOR, estou desenvolvendo uma pesquisa intitulada
Prevenção e/ou controle dos fatores de risco da ndrome Hipertensiva Específica da
Gravidez uma tecnologia em saúde embasada no modelo de crença. Portanto, venho
solicitar sua colaboração para participar da pesquisa, respondendo as entrevistas, participando
de encontros educativos, relacionados ao objetivo geral do estudo Analisar o impacto da
aplicação de uma tecnologia em saúde na prevenção e/ou controle dos fatores de risco da
SHEG, em adolescentes embasada no modelo de crenças. Esclareço que as menores de 18
anos precisam da autorização dos pais ou responsáveis e informações coletadas nas
entrevistas e encontros, somente serão utilizadas para os objetivos da pesquisa; você tem a
liberdade de desistir a qualquer momento de participar da pesquisa. Também esclareço que
seu anonimato será preservado e em nenhum momento você terá prejuízo financeiro. Em caso
de esclarecimento entrar em contato com a pesquisadora responsável, no endereço: Av.
Washington Soares, 1321. Edson Queiroz Fortaleza – Ceará. (85) 3477-3280.
Gostaria de colocar que a sua participação será de extrema importância para o
desenvolvimento da pesquisa, e para aplicação dos seus resultados, que subsidiarão o
planejamento de estratégias de educação em saúde, numa parceria universidade/UBASF, para
fins de promoção da saúde da adolescente grávida.
Dados da entrevistada
Nome:_________________________________________________________________
Endereço: ______________________________________________________________
Telefone para contato:_______________________
Consentimento pós-esclarecimento
Declaro que após convenientemente esclarecido pela pesquisadora e ter entendido o
que me foi explicado, concordo em participar da pesquisa.
Fortaleza, ____ de _______________de_________
__________________________ _____________________________
Assinatura da entrevistada Assinatura do (a) responsável pela menor
________________________________________
Assinatura da Pesquisador
73
ANEXOS
74
Anexo 1
DINÂMICAS DE GRUPO
1 CARINHOS QUENTES Powerpoint - Marlucilena
janeiro de 2008 ... Era fácil receber Carinhos Quentes, sempre que alguém queria,... Os
Carinhos Quentes faziam as pessoas se sentirem felizes e protegidas,...
Objetivo – Promover a relação interpessoal, interação e vinculo.
2 ENTREVISTA
Objetivo: Iniciar o processo de integração do grupo, partindo da forma mais elementar de se
estabelecer um relacionamento: a conversa a dois.
Tempo Previsto: 30 minutos.
Procedimentos: O facilitador deve dar todo o esclarecimento necessário antes de iniciar a
dinâmica. É importante a participação integral para que, ao final, todos saibam quem é quem.
Os participantes devem se agrupar em duplas, de preferência desconhecidas. As duplas
deverão conversar durante cinco minutos, em forma de entrevista. Ao término do tempo,
todos voltarão ao grupo, onde cada membro fará a apresentação de seu novo colega. Não é
permitida a auto-apresentação.
3 VER VENDO... Para Reflexão.
De tanto ver, a gente banaliza o olhar;
Vê...não vendo.
Experimente ver, pela primeira vez, o que você vê todo dia, sem ver.
Parece fácil, mas não é;
O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa retina é como um vazio.
Você sai todos os dias, pela mesma porta...
Se alguém lhe perguntar o que vê no caminho, você não sabe.
O hábito suja os olhos e baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver: Gente, coisas, bichos.
E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que um adulto não vê.
Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo.
O poeta é capaz de ver pela primeira vez, o que, de tão visto, ninguém vê.
Há pai que raramente vê o próprio filho.
Marido que nunca viu a própria esposa.
Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. ...
É por aí que se instala o "monstro da indiferença". Autor Desconhecido
75
4 PAPEL AMASSADO
Objetivo: Levar os participantes a refletir sobre o seu aprendizado e avaliar a experiência
vivenciada o quanto foi válida e o quanto agregou de novo ao seu nível de conhecimento
anterior.
Tempo Previsto: 15 minutos.
Procedimento: O facilitador informa a todos que se preparem, pois “iremos realizar a nossa
prova final de mensuração do nível de aprendizado do grupo”. Depois, distribui uma folha de
papel em branco para cada participante, orientando que todos formem um grande círculo. Em
seguida, pede que amassem o máximo que puderem a folha de papel. Por último, inicia-se a
música e, em seguida, solicita-se que os participantes tentem fazer com que as folhas ao que
era antes, ou seja, desamassadas. Deixa-se a música tocar por algum tempo.
5 O REPOLHO
Objetivo: Avaliar o aprendizado do grupo.
Tempo Previsto: 15 minutos.
Procedimentos: O grupo deverá ficar em círculo, quando circulará uma bola formada com
folhas de papel contendo perguntas sobre o encontro. A bola de papel deverá circular pelo
grupo, quando estiver tocando uma música. Quando o som parar, o participante que estiver
com a bola, tirará uma folha e responderá à pergunta.
76
Anexo 2
CARTÃO DA GESTANTE
77
Anexo 3
TECNOLOGIA EM SAÚDE – GRAVIDEZ SAUDÁVEL E PARTO SEGURO:
PREVENÇÃO DA DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECIFICA DA GRAVIDEZ.
78
Anexo 4
PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo