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A INFLUÊNCIA DA LUZ NA ORGANIZAÇÃO ENDÓGENA DO CICLO
SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ
HILDENY RAPOZO DA SILVA LIMA
Dissertação apresentada ao Centro de Ciências do
Homem da Universidade Estadual do Norte
Fluminense, como parte das exigências para
obtenção do título de Mestre em Cognição e
Linguagem.
Orientadora: Profª. Drª. Sylvia Beatriz Joffily
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE – UENF
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
JANEIRO DE 2008
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DEDICO:
Aos meus tesouros, Paulo, Paulo Cezar e
Ynedih; razão da minha vida, por fazerem
a alegria preencher os meus dias.
Presentes de Deus de valor inestimável.
A todos os bebês e às mães que
participaram desta pesquisa (Rio de
Janeiro e Ariquemes/RO), por me
ensinarem lições que o tempo jamais
apagará.
Com todo o meu carinho e amor...
ii
AGRADEÇO
A Deus, meu Salvador, Senhor e Amigo, que me sustentou estando sempre ao meu
lado, permitindo-me realizar este sonho.
À minha orientadora, Profª Dra. Sylvia Beatriz Joffily, que caminhou comigo por
caminhos desconhecidos, complexos e extremamente intrigantes, pela capacidade
de fazer cada descoberta florescer e me ensinar a contemplar as suas belezas
valorizando-as como a um tesouro. Por me apontar as direções certas, por me
corrigir, como se corrige a quem se ama e por tornar possível a realização desse
trabalho.
Ao Mateus Joffily, pela dedicação e esforço empreendidos na consultoria estatística,
cujos dias de intenso trabalho, possibilitaram a apresentação dos resultados
estatísticos dessa pesquisa.
Aos meus pais Hilda e Genecy, pelos ensinamentos sólidos que me fizeram ser
quem sou, pelas palavras de ânimo, incentivo e por me “levarem no colo” quando o
peso era demais.
À minha família, por entender a minha ausência, os meus momentos difíceis, me
apoiarem e incentivarem neste percurso.
Ao meu cunhado Dr. Marcos Alberto M. Veiga e minha irmã Lucimar, pelo grande
apoio prestado à minha família em um momento de grande dor. Por me abrirem
caminhos na cidade de Ariquemes/RO, quando iniciei esta pesquisa, pelo acesso a
publicações e por colocar o Centro Médico de Ariquemes à disposição onde iniciei a
pesquisa de campo. Minha gratidão eterna...
À minha irmã Débora, e ao meu cunhado Sillas, Dra. Glória Regina de Abreu, Dra.
Andrezza Soares, Sr. Carlos Alberto Caieiro, Hospital da Criança de Ariquemes RO,
pelo grande apoio prestado neste empreendimento.
iii
Às mães do Estado de Rondônia, pioneiras na pesquisa de campo desse trabalho e
com as quais tanto aprendi.
Às mães do Estado do Rio de Janeiro, guerreiras que me ensinaram a capacidade
de avançar sempre apesar dos obstáculos que surgem ao longo do caminho.
Ao Instituto Benjamin Constant, que me abriu as portas para a realização de parte
da pesquisa de campo; à equipe do Departamento de Estimulação Precoce do IBC.
À Secretaria Municipal de Saúde de Campos dos Goytacazes, onde realizei também
parte da pesquisa de campo.
Aos colegas do NEPENC, pelo apoio que recebi; ao David Barbosa de Andrade,
Maria Júlia Gomes de Melo e Rodrigo Rodrigues Dias pelo auxílio prestado neste
trabalho.
À Profª.: Arlete Parrilha Sendra, por quem tenho profundo respeito e admiração.
À UENF, e aos professores, pelo apoio.
À Primeira Igreja Batista de Ernesto Machado, à Primeira Igreja Batista de São
Fidélis e à Quarta Igreja Batista de Itaperuna, pelo apoio, incentivo e participação
neste trabalho.
A todos vocês, minha gratidão eterna...
iv
“Assombra-me o Universo,
E eu crer procuro em vão,
Que exista um tal relógio,
E o relojoeiro não!”
(Pensamento de Voltaire, em versos)
v
SUMÁRIO
Lista de abreviaturas...................................................................................
ix
Lista de tabelas........................................................................................... x
Lista de figuras............................................................................................
xiv
RESUMO.................................................................................................... xviii
ABSTRACT................................................................................................ xix
INTRODUÇÃO............................................................................................
20
1. CRONOBIOLOGIA..................................................................................... 29
1.1. Desvendando um caminho........................................................
29
1.2. A Luz......................................................................................... 34
1.3. O Despontar da Cronobiologia..................................................
36
1.4. Explicitando Alguns Conceitos em Cronobiologia.....................
37
1.5. Influência da Luz nos Organismos Vivos.................................. 39
2. O SISTEMA CIRCADIANO........................................................................ 42
2.1. Estruturas Cerebrais Relacionadas ao Sistema Circadiano..... 42
2.2. O Ritmo Circadiano e a Privação Visual................................... 44
2.3. Moduladores Periféricos............................................................
47
2.4. O ritmo Circadiano no Bebê...................................................... 48
3. A VISÃO.................................................................................................... 52
3.1. Visão e Luz................................................................................
52
3.2. O Surgimento do Sistema Visual.............................................. 53
3.3. Visão e Percepção: Desenvolvimento perceptivo visual nos
primeiros anos de vida..............................................................
56
3.4. Visão e Tato.............................................................................. 62
3.5. Visão e Audição........................................................................ 64
3.6. Visão e Atenção........................................................................ 65
4. O SONO......................................................................................................
67
4.1. Características do Sono nos Recém-nascidos......................... 68
4.2. Sono e Desenvolvimento Cerebral............................................
71
vi
4.3. Sono, Visão e Cognição............................................................
74
5. MÉTODOS....................................................................................................
78
5.1. Tipo de Pesquisa....................................................................... 78
5.2. Amostra..................................................................................... 78
5.3. Critérios de Seleção de Sujeitos................................................
79
5.4. Coleta de Dados........................................................................ 80
5.5. Tratamento de Dados................................................................ 80
5.5.1. Análises Qualitativas................................................ 81
5.5.2. Análises Estatísticas................................................ 81
5.6. Limitações do Método................................................................
82
6. RESULTADOS............................................................................................. 85
6.1 Resultados da Análise Qualitativa................................................
85
6.1.1. Variável Gênero..........................................................
85
6.1.2. Variável Idade Gestacional (IG): Nascimento a
termo e pré-termo.......................................................
85
6.1.3. Variável Idade Cronológica (IC)................................ 86
6.1.4 Variável Idade Gestacional e Gênero.........................
87
6.1.5. Variável Amamentação.............................................. 88
6.1.6. Variáveis Amamentação e Idade Gestacional (IG).... 89
6.2. A Luminosidade e sua Relação com o Sono............................... 90
6.2.1. Luminosidade no ambiente de Sono Diurno do Bebê.. 93
6.2.2. Luminosidade no Ambiente de Sono Noturno do
Bebê..............................................................................
94
6.2.3. Luminosidade e Melhor Período de Sono.................... 95
6.2.4. Influência da Luz no Sono do Bebê..............................
96
6.3 Variável Ciclo Sono/Vigília do Bebê num período de 24 horas....
97
6.3.1. Ciclo Sono/Vigília no Bebê de 0 a 6 Meses..................
99
6.3.2. Ciclo Sono/Vigília no Bebê de 7 a 12 Meses................
100
6.3.3. Ciclo Sono/Vigília no Bebê de 13 a 24 Meses..............
101
6.3.4. Ciclo Sono/Vigília no Bebê de 25 a 36 Meses............ 102
vii
6.3.5. Ciclo Sono/Vigília no Bebê de 37 a 48 Meses............ 103
6.3.6. Ciclo Sono/Vigília no Bebê de 49 a 60 Meses............ 104
6.4. Resultados da Análise Estatística............................................. 106
6.4.1. Influência da luminosidade nas variáveis início da
vigília (IV) e início do sono noturno (ISN)....................
106
6.4.2. Influência da Luminosidade nas variáveis: Tempo
Total de Sono (TTS), tempo de Sono Diurno (SD) e
tempo de Sono Noturno (SN)......................................
108
6.4.3. Variável Tempo Total de Sono (TTS) em Relação à
Idade............................................................................
109
7. DISCUSSÃO..............................................................................................
113
7.1. Considerações Finais..................................................................
124
8. CONCLUSÕES..........................................................................................
125
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 126
APÊNDICE A – Relatos Extraídos das Entrevistas do Grupo C.......... 133
APÊNDICE B – Relatos Extraídos das Entrevistas do Grupo BV .......
190
APÊNDICE C – Relatos Extraídos das Entrevistas do Grupo V..........
233
APÊNDICE D – Termo/Autorização........................................................ 276
APÊNDICE E – Questionário Utilizado nas Entrevistas com as mães
e/ou Responsáveis pelos Bebês............................................................
277
APÊNDICE F – Tabela Geral de dados...................................................
286
viii
LISTA DE ABREVIATURAS
SNC – Sistema Nervoso Central
NSQ – Núcleo Supraquiasmático
IG – Idade Gestacional
IC – Idade Cronológica
PT – Pré-Termo
AT – A Termo
V – Vidente
C – Cego
BV – Baixa Visão
DR – Descolamento de Retina
OD – Olho Direito
OE – Olho Esquerdo
AO – Ambos os Olhos
NO – Nervo Óptico
Grau V – Grau cinco – último estágio da retinopatia da prematuridade
SD – Sono Diurno
SN – Sono Noturno
TTS – Tempo Total de Sono nas 24 horas
TTV – Tempo Total de Vigília
TSD – Tempo de Sono Diurno
TSN – Tempo de Sono Noturno
Desp. Not. – Despertar Noturno
REM – do inglês Rapid Eyes Movement
20/200 – Medida visual na qual uma pessoa é considerada de baixa visão
V1, V2... – Vidente 1, Vidente 2, etc.
C1, C2... – Cego 1, Cego 2, etc.
BV1, BV2... – Baixa Visão 1, Baixa Visão 2, etc.
PEV – Potencial Evocado Visual
INCA – Instituto Nacional do Câncer
IV – Início da vigília
ISN – Início do Sono Noturno
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 Gênero Masculino e Feminino Categorizados por Grupo.......... 85
TABELA 02 Bebês Pré-termo e a Termo Categorizados por Grupo..............
86
TABELA 03 Variável Idade Cronológica (IC) nos Grupos de Bebês..............
86
TABELA 04 Variável Idade Gestacional (IG) e Gênero nos Grupos de
Bebês.........................................................................................
87
TABELA 05 Variável Amamentação nos Grupos de Bebês...........................
88
TABELA 06 Variável Amamentação e Idade Gestacional (IG) nos Grupos
de Bebês....................................................................................
89
TABELA 07 Luz e Ambiente de Sono no Grupo C.........................................
90
TABELA 08 Luz e Ambiente de Sono no Grupo BV...................................... 91
TABELA 09 Luz e Ambiente de Sono no Grupo V.........................................
92
TABELA 10 Variável Luminosidade no Ambiente de Sono Diurno dos
Bebês.........................................................................................
93
TABELA 11 Variável Luminosidade no Ambiente de Sono Noturno dos
Bebês.........................................................................................
95
TABELA 12 Melhor Período de Sono dos Bebês: Diurno, Noturno e
Indiferente...................................................................................
96
TABELA 13 Influência da Luz no Sono dos Bebês........................................ 97
TABELA 14 Médias em Minutos dos Tempos de Sono e Vigília dos Bebês
de 0 a 60 Meses de Idade Cronológica (IC) Categorizados
Grupo..........................................................................................
105
TABELA 15 Resultado da Análise de Regressão Linear Entre o Tempo
Total de Sono (TTS) e idade para o grupo baixa
visão...........................................................................................
110
TABELA 16 Resultado da análise de regressão linear entre o tempo total
de sono (TTS) e Idade para o grupo vidente..............................
111
TABELA 17 Resultado da análise de regressão linear entre o tempo total
de sono (TTS) e Idade para o grupo cego.................................
112
TABELA 18 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 01.......................................... 134
x
TABELA 19 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 02 ......................................... 137
TABELA 20 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 03.......................................... 139
TABELA 21 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 04.......................................... 141
TABELA 22a Ciclo Sono/Vigília (01) do Bebê Cego 05................................... 144
TABELA 22b Ciclo Sono/Vigília (02) do Bebê Cego 05................................... 145
TABELA 23 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 06........................................ 147
TABELA 24 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 07.......................................... 150
TABELA 25 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 08.......................................... 152
TABELA 26 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 09 ......................................... 154
TABELA 27 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 10 ........................................ 157
TABELA 28a Ciclo Sono/Vigília (01) do Bebê Cego 11................................... 159
TABELA 28b
Ciclo Sono/Vigília (02) do Bebê Cego 11................................... 160
TABELA 29 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 12.......................................... 162
TABELA 30a Ciclo Sono/Vigília (01) do Bebê Cego 13................................... 165
TABELA 30
b
Ciclo Sono/Vigília (02) do Bebê Cego 13................................... 166
TABELA 31 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 14 ........................................ 168
TABELA 32 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 15.......................................... 171
TABELA 33 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 16......................................... 173
TABELA 34 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 17......................................... 175
TABELA 35 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 18........................................ 177
TABELA 36 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 19......................................... 179
TABELA 37 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 20......................................... 182
TABELA 38 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 21.......................................... 184
TABELA 39 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 22.......................................... 186
TABELA 40 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Cego 23.......................................... 188
TABELA 41 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 01................................ 191
xi
TABELA 42 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 02................................ 194
TABELA 43 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 03................................ 196
TABELA 44 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 04................................ 198
TABELA 45 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 05................................ 201
TABELA 46 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 06................................ 203
TABELA 47 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 07................................ 205
TABELA 48 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 08................................ 208
TABELA 49 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 09................................ 210
TABELA 50 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 10................................ 213
TABELA 51 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 11................................ 215
TABELA 52 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 12................................ 217
TABELA 53 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 13................................ 219
TABELA 54 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 14................................ 221
TABELA 55 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 15................................ 224
TABELA 56 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 16................................ 227
TABELA 57 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 17................................ 229
TABELA 58 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Baixa Visão 18................................ 231
TABELA 59 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 01.......................................
234
TABELA 60 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 02.......................................
236
TABELA 61 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 03.......................................
238
TABELA 62 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 04.......................................
240
TABELA 63 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 05.......................................
242
TABELA 64 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 06.......................................
243
TABELA 65 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 07.......................................
245
TABELA 66 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 08.......................................
247
TABELA 67 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 09.......................................
249
xii
TABELA 68 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 10.......................................
251
TABELA 69 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 11.......................................
253
TABELA 70 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 12.......................................
255
TABELA 71 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 13.......................................
257
TABELA 72 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 14......................................
258
TABELA 73 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 15.......................................
260
TABELA 74 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 16.......................................
262
TABELA 75 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 17.......................................
264
TABELA 76 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 18.......................................
266
TABELA 77 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 19.......................................
267
TABELA 78 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 20.......................................
269
TABELA 79 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 21.......................................
271
TABELA 80 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 22.......................................
273
TABELA 81 Ciclo Sono/Vigília do Bebê Vidente 23.......................................
274
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura 6.1 Média dos Tempos de Sono dos Bebês de 0 a 6 meses:
Tempo Total de Sono, Sono Noturno e Sono Diurno.................
99
Figura 6.2 Média dos Tempos de Sono dos Bebês de 7 a 12 meses:
Tempo Total de Sono, Sono Noturno e Sono Diurno.................
100
Figura 6.3 Média dos Tempos de Sono dos Bebês de 13 a 24 meses:
Tempo Total de Sono, Sono Noturno e Sono Diurno.................
101
Figura 6.4 Média dos Tempos de Sono dos Bebês de 25 a 36 meses:
Tempo Total de Sono, Sono Noturno e Sono Diurno.................
102
Figura 6.5 Média do Tempo de Sono dos Bebês de 37 a 48 meses:
Tempo Total de Sono, Sono Noturno e Sono Diurno.................
103
Figura 6.6 Média do Tempo de Sono dos Bebês de 49 a 60 meses:
Tempo Total de Sono, Sono Noturno e Sono Diurno.................
104
Figura 6.7 Diagrama em caixa das variáveis: início da vigília (IV) e início
do sono noturno (ISN) nos grupos V, BV e C............................
106
Figura 6.8 Diagramas em caixa das variáveis tempo total de sono, sono
noturno e sono diurno nos grupos V, BV e C.............................
108
Figura 6.9 Diagrama de dispersão do tempo total de sono (TTS) e da
idade para o grupo baixa-visão (BV)..........................................
110
Figura 6.10 Diagrama de dispersão do tempo total de sono (TTS) e da
idade para o grupo vidente (V)...................................................
111
Figura 6.11 Diagrama de dispersão do tempo total de sono (TTS) e da
idade para o grupo cego (C)......................................................
112
Figura A.1 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C1.....................
134
Figura A.2 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C2.....................
137
Figura A.3 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C3.....................
139
Figura A.4 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C4.....................
142
Figura A.5a
Representação do Ciclo Sono/Vigília (01) do Bebê C5............. 145
Figura A.5b
Representação do Ciclo Sono/Vigília (02) do Bebê C5............. 146
Figura A.6 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C6.....................
148
xiv
Figura A.7 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C7.....................
150
Figura A.8 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C8.....................
153
Figura A.9 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C9 ....................
155
Figura A.10 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C10...................
157
Figura A.11a
Representação do Ciclo Sono/Vigília (01) do Bebê C11........... 159
Figura A.11b
Representação do Ciclo Sono/Vigília (02) do Bebê C11........... 160
Figura A.12 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C12...................
162
Figura A.13a Representação do Ciclo Sono/Vigília (01) do Bebê C13........... 165
Figura A.13b Representação do Ciclo Sono/Vigília (02) do Bebê C13........... 166
Figura A.14 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C14...................
169
Figura A.15 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C15...................
171
Figura A.16 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C16...................
173
Figura A.17 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C17...................
175
Figura A.18 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C18...................
177
Figura A.19 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C19...................
180
Figura A.20 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C20...................
182
Figura A.21 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C21...................
184
Figura A.22 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C22...................
187
Figura A.23 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C23...................
189
Figura B.1 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV1...................
192
Figura B.2 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV2...................
194
Figura B.3 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV3...................
196
Figura B.4 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV4...................
198
Figura B5 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV5..................
201
Figura B.6 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV6..................
203
Figura B.7 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV7...................
206
xv
Figura B.8 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV8................... 208
Figura B.9 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV9................... 210
Figura B.10 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV10................. 213
Figura B.11 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV11................. 215
Figura B.12 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV12................. 217
Figura B.13 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV13................. 220
Figura B.14 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV14................. 222
Figura B.15 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV15................. 224
Figura B.16 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV16................. 227
Figura B.17 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV17................. 230
Figura B.18 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV18................... 232
Figura C.1 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V1........................ 234
Figura C.2 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V2........................ 236
Figura C.3 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V3........................ 238
Figura C.4 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V4........................ 240
Figura C.5 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V5........................ 242
Figura C.6 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V6........................ 244
Figura C.7 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V7........................ 246
Figura C.8 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V8........................ 247
Figura C.9 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V9........................ 249
Figura C.10 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V10...................... 251
Figura C.11 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V11...................... 253
Figura C.12 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V12...................... 255
Figura C.13 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V13...................... 257
Figura C.14 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V14...................... 259
Figura C.15 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V15...................... 260
xvi
Figura C.16 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V16...................... 262
Figura C.17 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V17...................... 264
Figura C.18 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V18...................... 266
Figura C.19 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V19...................... 268
Figura C.20 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V20...................... 269
Figura C.21 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V21...................... 271
Figura C.22 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V22...................... 273
Figura C.23 Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V23...................... 275
xvii
RESUMO
O ritmo circadiano, gerado endogenamente, é regulado por pistas ambientais
(Zeitgebers), dentre as quais a alternância claro/escuro é considerada a mais
importante. O sistema visual, como principal responsável pela captação da
informação luminosa, desempenha um papel fundamental na sincronia do relógio
biológico com os Zeitgebers. Na ausência dessa informação, instala-se no
organismo uma ritmicidade circadiana free-running, alterando o padrão do ciclo
sono/vigília. Nesta pesquisa investigou-se a influência da ausência e da captação
precária de luz na organização da ritmicidade circadiana dos bebês. Foram
entrevistadas sessenta e quatro mães e/ou responsáveis por bebês entre zero e
sessenta meses, do Estado do Rio de Janeiro, divididos em três grupos: vidente
(23), baixa visão (18) e cego (23). Dentre os achados mais relevantes podemos
citar: 1- o sono noturno se inicia mais tardiamente entre os bebês cegos do que
entre os bebês videntes; 2- os despertares noturnos dos bebês cegos o descritos
como mais longos do que os despertares noturnos dos outros dois grupos de bebês;
3- o sono noturno dos bebês cegos prolonga-se por até cinco horas no período
claro, caracterizando um início vigil tardio; 4- o tempo de sono diurno dos bebês
cegos é menor do que o tempo de sono diurno dos bebês videntes; 5- os bebês
cegos apresentam, em alguns casos, mais do que um padrão de sono; 6- o tempo
total do sono dos bebês cegos, ao contrário dos demais grupos, não diminui com o
avanço da idade. De maneira geral, os resultados encontrados sugerem existir uma
alteração circadiana influenciando o ciclo sono vigília dos bebês privados da visão.
Palavras-chave: ciclo sono/vigília; privação visual; cognição.
xviii
ABSTRACT
The circadian rhythm, endogenously generated, is regulated by environmental cues
(Zeitgebers), among which the light/dark cycle is considered the most important. The
visual system, as the main input of luminous information, plays a key role on the
synchronization of the biological clock with the Zeitgebers. In the absence of
luminous information, a free-running circadian rhythm is installed, changing the
sleep/wake cycle’s pattern. In the current study, we investigated how the absence
and the limited input of light affect the organization of the circadian rhythm in babies.
Sixty-four mothers and/or caregivers of babies aging between zero and sixty months
from the State of Rio de Janeiro were interviewed. Babies were divided into three
groups: intact-vision (23), low-vision (18) and blind (23). Among the results, the most
important findings were: 1- night sleep begins later among blind babies than intact-
vision babies; 2- night period awaking is longer for blind babies than for the two other
groups; 3- blind babies’ night sleep extends up to five hours over daylight,
characterizing a delayed awakening; 4- day sleep is shorter for blind babies than for
intact-vision babies; 5- blind babies show, in some cases, more than one sleep/wake
cycle pattern; 6- total sleep time doesn’t decrease over the age for blind babies, in
opposition to the other groups. In overall, the results suggest the existence of an
alteration circadian rhythm modulating the sleep/wake cycle of blind babies.
Key-words: sleep/wake cycle; visual impairment; cognition.
xix
INTRODUÇÃO
Essa pesquisa aborda a temática relacionada à influência que a luz captada
pelos olhos exerce na organização endógena do ciclo sono/vigília do bebê.
O estudo surgiu a partir da observação do não cumprimento dos horários
escolares em crianças cegas e de baixa visão atendidas pela autora desse trabalho
em um serviço de apoio pedagógico especializado de uma escola pública do Estado
do Rio de Janeiro.
As ocorrências de atraso no horário de chegada à escola foram sentidas, a
princípio, como imprevistos “normais” que ocorriam no momento em que a criança
se preparava para sair. No entanto, na medida em que o tempo foi passando a
situação tornou-se rotina acarretando prejuízos ao processo educativo do grupo. A
dificuldade de acordar a tempo de estar na escola às 7 h foi observada
principalmente em crianças cegas. Na medida em que o tempo passava, todos
sentiam as perturbações causadas pela desorganização nos horários. As próprias
crianças sentiam que suas relações interpessoais eram prejudicadas e externavam
verbalmente a sua insatisfação. Da mesma maneira, suas famílias alegavam que
seus filhos dormiam mais tarde à noite, ou seja, bem depois da hora em que
todos da casa se deitavam para dormir e dessa maneira não conseguiam acordar
cedo pela manhã. Externavam o desconforto em relação ao horário habitual de sono
apresentado pela criança. Considerando que a conciliação tardia do sono noturno
resultava também em um despertar tardio pela manhã, esse comportamento trazia
prejuízos ao sono da própria criança e também da família. Dessa maneira, tanto a
criança quanto a família se encontravam muitas vezes impedidos de assumir e
cumprir compromissos sociais.
Nos casos de baixa visão, não foram observados atrasos quanto ao horário
de chegada à escola, entretanto, as queixas de sono e “preguiça” durante as
atividades escolares eram freqüentes.
Observou-se também em um bebê cego com 13 meses, ocorrências
freqüentes de indisposição no decorrer das atividades de estimulação, durante as
20
quais sua mãe mencionava que ele estava “enjoadinho” com sono. Esse bebê trazia
um diagnóstico de cegueira (retinopatia a esclarecer) e um PEV (Potencial Evocado
Visual) com resposta cortical. Sua passividade motora evidenciava precariedade de
estímulos e sugeria alterações no seu desenvolvimento psicomotor. Durante as
atividades, quando um estímulo de luz era colocado em seu campo visual, o bebê
reagia “arranhando” o tatame com uma das os, porém, nunca tentou estender a
mão em direção ao estímulo.
Na medida em que essas situações se apresentavam, surgiam também os
questionamentos na tentativa de estabelecer uma relação entre cegueira e baixa
visão com as queixas constantes de sono e “preguiça” durante o dia e também com
as ocorrências de atraso no horário de chegada à escola às 7 h. A reação
manifestada pelo bebê ao estímulo de luz sugeria que a motivação para permanecer
em estado de vigília poderia estar relacionada com a luz.
A partir desses questionamentos, investigou-se a influência da luz na
organização endógena do ciclo sono/vigília do bebê, considerando que as alterações
comportamentais e cognitivas apresentadas pelas crianças cegas e de baixa visão,
se iniciam em algum momento nos primeiros anos de vida. Estes são
indubitavelmente cruciais para o bom desenvolvimento cognitivo, pois a
transformação de um sistema motor reflexo (subcortical) em um sistema motor
voluntário (cortical) possibilitando a expressão intencional do bebê no mundo
externo ocorre no início da vida e representa um marco no desenvolvimento
cognitivo (Flavell, Miller e Miller, 1994).
Segundo Bruno (sd), a disposição voluntária para agir é um processo ao
mesmo tempo complexo e instantâneo que tem origem na estimulação sensorial
externa (sensações) e na estimulação interna (conteúdos mnêmicos). A estimulação
sensorial externa atua como um gatilho capaz de acionar, não o sistema motor,
como também cada um dos sistemas sensoriais. Sempre que uma modalidade
sensorial é acionada um intercâmbio sensório-motor plurimodal se estabelece
possibilitando o aprimoramento do processo cognitivo como um todo.
21
Como a intensidade das atividades sensório-motoras, geralmente, varia de
acordo com o ciclo sono/vigília - maior atividade durante o dia, menor atividade
durante a noite - considera-se a luz como um fator de grande influência na
organização circadiana e conseqüentemente, no desenvolvimento cognitivo do bebê.
A organização circadiana é extremamente necessária para que se estabeleça uma
relação sincrônica entre o mundo interno (organismo) e o mundo externo (o meio). A
desorganização entre a temporalidade endógena e exógena leva o organismo a
estabelecer uma relação atípica com o meio ambiente, gerando conseqüências
físicas e mentais (Menna-Barreto e Marques, 2002; Cippola-Neto et al, 1996).
Portanto, o sono não favorece os processos cognitivos como também age sobre
o desenvolvimento cerebral dos bebês remodelando as suas estruturas (Frank, Issa
e Stryker (2001).
Durante os primeiros anos, quando os bebês passam a maior parte do tempo
em estado de sono, a plasticidade e a maturação do sistema nervoso o muito
intensas e rápidas. Os autores supracitados apontam em suas pesquisas que
estruturas do sistema visual dos mamíferos, tais como os núcleos geniculados
laterais, são especialmente vulneráveis a privação do sono. É o aperfeiçoamento da
visão juntamente com o desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC) que
permite ao bebê sentir prazer em olhar. Portanto o conteúdo objetal adquire
existência visual quando a luz captada pelos olhos do bebê é enviada, através de
estímulos elétricos, ao cérebro e transformada nas formas, cores e movimentos que
caracterizam as representações mentais.
É também a visão que leva o bebê a virar a cabeça (rotação cefálica) e a
olhar os objetos que lhe são atraentes no mundo externo. Esta atração se intensifica
quando o bebê torna-se capaz de perceber a movimentação e o colorido objetal. A
“simples” e repetitiva rotação cefálica também é importante no desenvolvimento do
tônus muscular da região do pescoço e da face, estimulando as posturas sentado e
de (Bruno (sd). Portanto, a mesma luz que alcança o núcleo supraquiasmático
regulando o ciclo sono/vigília, também estrutura os processos cognitivos.
Um dos primeiros sinais de comprometimento no funcionamento visual e
conseqüentemente nas estruturas e funções cerebrais que dele dependem é a
22
ausência ou a baixa reação do recém-nascido ao estímulo luminoso. Na ausência da
visão, a consciência de um mundo externo fica limitada. Para o bebê cego, o mundo
se torna real a partir dos sons que emite. Portanto, para a criança cega, os objetos
que não emitem sons, inexistem. Em conseqüência, a busca pelos estímulos
externos acontece no bebê cego bem mais tarde do que no bebê que enxerga
pois, inicialmente é a visão que dirige as mãos para o objeto de sua atenção
(Ochaita e Rosa, 1995).
A motivação, a vontade e o comportamento intencional que instiga o bea
se dirigir para um determinado estímulo e alcançá-lo ocorre no bebê cego com um
atraso de cerca de seis meses. Para que a busca voluntária e intencional no bebê
cego se concretize, é preciso que ele associe o estímulo sonoro ao objeto
previamente conhecido (ibid)
Também a ritmicidade circadiana dos cegos costuma apresentar um perfil
diferenciado de 24 h na ausência da estimulação fótica. Nesses sujeitos, a queixa de
sonolência diurna e/ou de insônia pode sugerir alterações na sincronia temporal.
Pergunta-se então:
Haveria diferenças significativas na organização do ritmo circadiano, ciclo
sono/vigília, de bebês cegos, de baixa visão e videntes?
Objetivo Geral:
Investigar se ocorre alterações na organização da ritmicidade circadiana ciclo
sono/vigília em bebês com privação sensorial visual (cegos e de baixa visão).
Objetivos Específicos:
Comparar o Tempo Total de Sono dos bebês cegos e de baixa visão ao
Tempo Total de Sono dos bebês videntes.
23
Comparar o Tempo de Sono Diurno dos bebês cegos e de baixa visão ao
Tempo de Sono Diurno dos bebês videntes.
Comparar o Início da Vigília dos bebês cegos, e de baixa visão ao início da
vigília dos bebês videntes.
Analisar casos de patologias retinianas em bebês de baixa visão
relacionando-os a possíveis alterações na ritmicidade circadiana desses
bebês em decorrência da limitação na captação da luz.
Analisar o tempo e o padrão de Sono Noturno dos bebês cegos e de baixa
visão comparando-os ao grupo de bebês videntes.
Questões a serem respondidas:
Existe nos bebês cegos, em decorrência da ausência da captação luminosa
pelos olhos, ocorrências de sonolências diurnas, como ocorre com os cegos
adultos ?
Existe alguma relação entre uma patologia retiniana que prejudica a captação
luminosa pelos olhos e uma possível alteração circadiana, mesmo na
presença da luz?
É possível observar, nos bebês, uma alteração na ritmicidade circadiana
ciclo sono vigília?
Hipóteses:
A ausência da captação luminosa pelos olhos altera a organização circadiana
ciclo sono/vigília nos bebês cegos.
Existe diferença entre a organização circadiana ciclo sono/vigília dos bebês
cegos, de baixa visão e videntes.
Para responder a essas questões, entrevistaram-se sessenta e quatro mães
e/ou responsáveis de bebês entre zero a sessenta meses subdivididos em três
grupos: vinte e três bebês cegos, dezoito bebês de baixa visão e vinte e três bebês
videntes.
24
Relevância do Estudo:
Diversas pesquisas apontam o sono como um fenômeno importante e
necessário para o desenvolvimento das funções mnêmicas e da aprendizagem
(FRANK, ISSA e STRYKER, 2001; FRANK, sd; EKSTRANG et al, 1997; CALVO,
1996).
Considerando que a luz é a principal responsável pela regulação do ciclo
sono/vigília, a ausência da sua captação pelos olhos pode gerar alterações no ciclo
sono/vigília e no desenvolvimento cognitivo do bebê. Portanto, as es e/ou
responsáveis devem ser esclarecidos a respeito dessas ocorrências e também a
respeito das limitações e das potencialidades dos seus bebês estimulando-os e
desenvolvendo hábitos de sono que minimizem essas alterações, proporcionando
uma melhor qualidade de sono e conseqüentemente do desenvolvimento cognitivo.
Considerando que as patologias visuais genéticas representam hoje em dia
65 à 75 % dos casos de deficiência visual segundo KAPLAN (op. cit. HATWELL
2003. p.7), faz-se necessário desenvolver-se políticas públicas de esclarecimentos à
população realizando, dessa forma, um trabalho preventivo.
São abrangentes, portanto as áreas de aplicação dessa pesquisa, uma vez
que têm implicações diretas com a educação e com a saúde física e mental dos
bebês, e busca minimizar possíveis seqüelas cognitivas, sobretudo nos bebês
privados de visão.
Para a neuropsicologia cognitiva, ramo da psicologia dedicado ao estudo dos
processos que permitem a aquisição do conhecimento, diagnosticar-se uma criança
como cega significa muito pouco. Neste caso, o mais importante é se saber o quanto
e de que forma a perda desta fonte maior de informação que é a visão interfere no
desenvolvimento cognitivo. Diagnósticos mais úteis são aqueles que distinguem os
totalmente cegos (os que o tem nenhuma percepção visual ou somente
percepções da luz) dos cegos com resíduos visuais (os cegos parciais ou de baixa
visão). Por outro lado, como são inúmeras as patologias que afetam o sistema
sensorial visual das crianças no início do seu desenvolvimento, e como em algumas
25
delas a perda da visão ocorre de forma abrupta e radical e, em outras, de forma
paulatina e progressiva, para um melhor entendimento dos prejuízos cognitivos que
decorrem dessas patologias oferece-se abaixo uma lista de suas principais
características e definições.
Definição das patologias
- Retinopatia da Prematuridade, ou Fibroplasia Retrolental: Consiste em uma
alteração retiniana característica de recém nascidos prematuros, geralmente
nascidos com menos de 1,700 kg, que necessitam permanecer na incubadora por
cerca de três semanas aproximadamente recebendo alta concentração de oxigênio.
Essa alteração do fundo do olho pode acarretar o descolamento da retina iniciando
da parte periférica para a parte central. A Retinopatia da prematuridade ocorre em
Estágios de I a V. A partir do Estágio III a retina apresenta além de alterações
anteriores, um descolamento em sua parte periférica. No Estágio IV, esse
descolamento é muito maior e vai se estendendo para o centro. No Estágio V, o
descolamento é total.
Quando não o descolamento total da retina, o bebê consegue enxergar
com dificuldades apresentando inclinações de cabeça com a finalidade de focar a
imagem na parte da retina que ainda permanece funcional. Com a evolução da
patologia, o bebê vai enxergando cada vez com mais dificuldades e evoluindo para a
cegueira. Em prematuridade extrema, essa evolução para a cegueira pode ocorrer,
rapidamente não dando tempo ao bebê de construir qualquer imagem visual.
- Leucoma: É caracterizado por uma opacificação da rnea que pode ser ou não,
de origem traumática.
- Atrofia óptica: Diminuição do globo ocular seguido de perda da sua capacidade
funcional. Definhamento.
- Anoftalmia: Privação congênita dos órgãos da visão. Ausência de um, ou ambos
os olhos.
26
- Amaurose bilateral: Cegueira nos dois olhos.
- Microftalmia: Tamanho reduzido e anormal do globo ocular devido a uma parada
no crescimento.
- Coloboma: Fissura congênita de qualquer parte do olho. Uma formação que
acarreta em um fechamento incompleto.
- Glaucoma: É caracterizado pelo aumento da pressão intra-ocular ocasionado
pelo acúmulo do humor aquoso. O glaucoma acarreta dores de cabeça, dores nos
olhos e pode provocar atrofia do nervo óptico, levando consequentemente à
cegueira.
- Buftalmia: Dilatação no globo ocular apresentado nos casos de glaucoma
congênito com a semelhança de um globo ocular bovino.
- Endoftalmia: Inflamação das partes internas do olho.
- Hipoplasia óptica bilateral: Desenvolvimento insuficiente do disco
óptico, geralmente associada a outras alterações neurológicas.
- Nistagmo: Movimentos involuntários do globo ocular. Podem estar
associados a alterações neurológicas.
- Endotropia: Estrabismo convergente (olho vesgo).
- Estafiloma: Tumor da córnea do olho.
- Papila ou disco óptico: Local de onde emerge o nervo óptico e também de onde
partem os vasos da retina. Se os neurônios ganglionares, localizados nas camadas
internas da retina e cujos axônios formam o nervo óptico estiverem comprometidos,
ocorre uma atrofia óptica e a acuidade visual também diminui, ficando dessa forma
comprometida. Nesse contexto, quando é feito uma fundoscopia, observa-se a
palidez de papila.
27
- Retinoblastoma: Tumor maligno que se desenvolve geralmente na parte posterior
da retina. Aparece até os 2 anos de idade e o diagnóstico ocorre em média, por
volta de 11 meses. É realizada a enucleação, que consiste na retirada do globo
ocular por intervenção cirúrgica.
- Hipermetropia: É caracterizada pelo pequeno diâmetro do globo ocular e a uma
menor curvatura da córnea.
Para uma melhor compreensão do tema dividiu-se o trabalho em 8 capítulos.
O primeiro capítulo está dedicado à Cronobiologia, sua origem, sua relação com a
luz, os seus principais conceitos e a sua influência nos organismos vivos. O segundo
capítulo está dedicado ao sistema circadiano, suas estruturas cerebrais, o ritmo
circadiano e a privação visual, os moduladores periféricos e o ritmo circadiano no
bebê. O terceiro capítulo está dedicado à visão e às suas relações com a luz, com a
percepção, com o tato, com a audição e com a atenção. O quarto capítulo está
dedicado ao sono, suas principais características nos recém-nascidos, o sono e o
desenvolvimento cerebral e a relação do sono com a visão e a cognição. O quinto
capítulo está dedicado aos métodos utilizados nesta pesquisa. O sexto capítulo está
dedicado aos resultados da pesquisa. O sétimo capítulo à discussão e
considerações finais e o oitavo capítulo às conclusões.
28
1 – CRONOBIOLOGIA
1.1. Desvendando um caminho
O cérebro humano é a sede de inúmeras e complexas funções mentais
afetivas e cognitivas. Entretanto, apesar de todo o esforço e trabalho dos
pesquisadores, esta estrutura do Sistema Nervoso Central SNC permanece um
manancial inesgotável de descobertas, redescobertas e questionamentos. Atuando
como um processador analógico e metafórico, que relaciona e avalia conceitos, o
cérebro, para Berthoz (2003), é antes de tudo um gerador de hipóteses, um
simulador de ações, que antecipa e prediz conseqüências. A disposição voluntária
para agir é um processo ao mesmo tempo complexo e instantâneo que tem origem
ou na estimulação sensorial externa (sensações), ou na estimulação interna dos
conteúdos mnêmicos.
Denominam-se sensações às informações captadas no ambiente externo
pelos órgãos sensoriais periféricos que compõem as diferentes modalidades
sensoriais. Para Brandão (2002), a sensação é o resultado da atividade imediata de
receptores sensoriais. Segundo Kandel, Schwartz e Jessel (2000), o relato histórico
das descobertas psicológicas evidencia que foi a partir das sensações que a ciência
chegou aos processos mentais. A sensação pode ser considerada, portanto, o
elemento desencadeador dos processos mentais que têm como clímax o
processamento cognitivo representacional.
A sensação decorrente da estimulação externa atua como um gatilho que
aciona o mecanismo de cada um dos sistemas sensoriais. No processo cognitivo, a
sensação, imediatamente após ser experimentada como estímulo, desaparece
dando lugar à percepção consciente. A sensação é, portanto, um fenômeno
extremamente efêmero que não se dá ao nível da consciência. Sempre que a
consciência é ativada, a sensação identificada transforma-se em informação. Essa
informação pode ser conhecida e logo descartada. Quando isso ocorre, a
informação não passa de uma mera informação dentre as milhares que são
captadas pelos diferentes sentidos. Porém, quando a sensação torna-se consciente,
29
ela se transforma em percepção. Quando o ato perceptivo acontece em uma fase
inicial do desenvolvimento sensório-motor, no momento em que o bebê ainda não
dispõe de recursos sensoriais racionais conceituais, mas apenas reações reflexas,
ele pode ser utilizado como um instrumento revelador da integridade ou das
dificuldades estruturais e funcionais dos diferentes sistemas sensoriais.
Cada um dos sistemas sensoriais, o visual, o tátil, o olfativo, o gustativo, o
auditivo e o proprioceptivo, se caracteriza por possuir funções únicas e específicas.
Sendo dotados de estruturas e funções que lhes são próprias nenhum deles corre o
risco de se “enganar” captando e processando estímulos destinados a outras
modalidades sensoriais. O intercâmbio que se estabelece entre os diferentes
sistemas sensoriais ocorre sempre no sentido de um maior aperfeiçoamento
cognitivo. Como isso acontece?
No caso do sistema visual, ele é organizado para captar informações
luminosas, ondas eletromagnéticas de diferentes freqüências e transformá-las nas
cores, formas, perspectivas e movimentos que constituem na classificação de
Marías (1987) a experiência do mundo. No caso do sistema tátil, ele é organizado
para captar o calor, a dor, a pressão e a textura, os quais na classificação de Marías,
(ibid) darão realidade à estimulação externa. No caso do sistema olfativo, ele é
organizado para captar as informações químicas que estão presentes no ar,
transformando-as em cheiros (agradáveis ou desagradáveis). No caso do sistema
gustativo, ele se destina a captar as informações químicas presentes no meio
aquoso e sólido transformando-as nos diversos sabores. No caso do sistema
auditivo, ele é organizado para captar informações aéreas na forma de ondas de
pressão e transformá-las em sons, os quais, na classificação de Marías (ibid),
modularão ou darão sentido à realidade mundana. (MARÍAS, ibid; KANDEL,
SCHWARTZ e JESSEL, 2000).
Cada modalidade sensorial responde, portanto, por um aspecto da condição
existencial do homem. Qualquer alteração estrutural ou funcional nos sistemas
neurais sensoriais responsáveis pelo envio dos estímulos da periferia corporal até o
cérebro, alteram o padrão cognitivo do organismo como um todo. Assim, pode-se
dizer que alterações sensoriais modais geram diferentes padrões cognitivos.
30
Resumindo: a sensação é a resposta do organismo a um determinado estímulo. O
estímulo desencadeia a sensação. Estímulo e sensação são ocorrências
praticamente simultâneas que dão origem à informação sensorial. A informação
sensorial tanto pode ser absorvida e transformada em percepção que gera
conhecimento, como descartada e esquecida como simples informação, rompendo-
se o elo da corrente: Estímulo/sensação Informação sensorial Percepção
CONHECIMENTO. Masini (2003) se refere à percepção como o solo do
conhecimento. Portanto, podemos considerar que, quando a informação é
conscientemente absorvida, ela se transforma em percepção, base de todo o
conhecimento.
No presente trabalho considera-se a cadeia acima citada como a precursora
do conhecimento e a luz o elemento ativador do sistema visual. A ênfase atribuída
ao sistema sensorial visual tem como finalidade investigar a real dimensão do
rompimento de algum elo desta cadeia durante o desenvolvimento do bebê com
privação sensorial visual, ou com precária captação luminosa.
No sistema visual, a ausência ou a baixa reação do recém-nascido ao
estímulo luminoso é o primeiro indício de comprometimento em sua estrutura e
funcionalidade. Esse indício denuncia, não só, problemas no funcionamento visual
como também possíveis comprometimentos nas estruturas e funções cerebrais
alterando o padrão cognitivo como um todo. Qual a influência do estímulo luminoso
no futuro desenvolvimento cognitivo do bebê?
Através da luz, a criança percebe o mundo como uma essência contextual,
formada por cores, formas, perspectivas e velocidades que se interligam. Portanto, a
visão nos sujeitos sensorialmente íntegros, desempenha o importante papel de
sistema sincronizador e contextualizador de informações. É também o caráter
contextual da visão que denunciando a existência de outras modalidades sensoriais
inaugura o sistema cognitivo de intercâmbio intermodal no córtex occipital (Pascual
Leone, A et al 2005). No caso dos sujeitos cegos, que outra modalidade sensorial
desempenharia o papel sincronizador e contextualizador realizado pela visão?
31
Desde 1924, a intermodalidade, ou substituição compensatória das funções
sensoriais, era motivo de preocupação do fundador da neuropsicologia, o
psicólogo russo Vygotsky (VYGOTSKY, 1989). Esse autor não usou o termo
intermodalidade sensorial, mas defendeu a função intermodal ao discordar das
teorias de substituição que até então predominavam. Segundo aquelas teorias, o
desaparecimento de uma função perceptiva, ou seja, o não funcionamento de um
sistema sensorial era compensado pela intensificação funcional dos demais
sistemas. Essas teorias se baseavam em modelos fisiológicos da duplicidade dos
órgãos tais como os pulmões e os rins. Se um órgão sofresse de uma lesão
irreversível, o outro órgão o substituiria assumindo parte de sua função. Os
defensores dessa teoria alegavam que, assim sendo, qualquer dano visual
intensificaria o desenvolvimento funcional da audição, do tato e assim por diante.
Essa teoria está na base da crença de sujeitos cegos com superpoderes auditivos e
táteis. Embora Vygotsky não negasse esses fatos, ele afirmava que eles se
baseavam em falsas interpretações.
Autores citados por Vygotsky (ibid), como J. A. Friche, L. Bachko, Stuke, H. V.
Rotermund, I. V. Klein, não observaram um superdesenvolvimento tátil e auditivo em
sujeitos cegos, tendo até constatado que esses sistemas se mostravam muitas
vezes menos desenvolvidos nos cegos do que nos videntes. Os mesmos autores
observaram que mesmo quando os cegos apresentavam um sistema tátil
comparativamente mais desenvolvido, essa modalidade era secundária uma vez que
o seu desenvolvimento decorria do mau funcionamento do sistema visual. A
intensificação no desenvolvimento tátil era conseqüência da necessidade de recorrer
a um sistema alternativo, uma vez que os cegos não possuíam o sistema visual
funcionante. A esse processo dá-se hoje, o nome de plasticidade cerebral. É ele
que, reorganizando estruturas e funções cerebrais, permite aos cegos
desenvolverem o tato de maneira significantemente superior. Vygotsky (ibid)
descreve este problema da seguinte maneira:
32
El fenômeno señalado surge no de la compensación fisiológica directa del
defecto de la vista (como el caso del riñón), sino por uma via indirecta muy
compleja de la compensación sociopsicológica general, no sustituyendo la
función que desaparecido y sin ocupar el lugar del órgano que falta. Por
lo tanto, no se puede hablar sobre niguna sustituición de los órganos de los
sentidos. Liuzardi señaló de forma correcta que el tacto nunca enseñrá al
ciego a ver realmente. E. Binder, después de Appia, demonstró que las
funciones de los órganos de los sentidos no se trasladan de um órgano a
outro y que la expresión “sustituición de los sentidos”, es decir, la
sustituición de los órganos de los sentidos se utiliza de um modo incorrecto
em la fisiologia. Um valor decisivo para la reputación de este dogma
tuvierron lãs investigaciones de Fiesbach, publicadas em el archivo
fisiológico de E. Pflüger y que demostraron su falta de fundamento. La
psicologia experimental dio uma solución a este debate: indicó la via para
compreender de forma correcta los hechos que constituían la base de esta
teoria. E. Meumann questiono el postulado de Fisbach acerca de que
cuando um sentido presenta deficiência, todos los demás sentidos sufren.
El afirmo que em realidad hay um tipo de sustituición de las funciones de la
percepción (E. Meumann, 1911). Wundt llegó a la conclusión de que la
sustituición en la esfera de las funciones fisiológicas, es um caso particular
de la ejercitación e la adaptación. Por lo tanto, la sustituición es preciso
comprenderla, no em el sentido de que otros órganos asuman directamente
las funciones fisiológicas de la vista, sino em el sentido de la organización
completa de toda la actividad psíquica, provocada por la alteración de la
función más importante, y dirigida por meio de la associación, de la
memória y de la atención, a la creación y formación de um nuevo tipo de
equilíbrio del organismo a cambio del órgano afectado. (Vygotsky, 1989.
p.76-77).
Streri (2000a) entende a intermodalidade, como um fator de intercâmbio entre
as modalidades sensoriais, no sentido de que ao longo do desenvolvimento, uma
modalidade predomina sobre a outra. Esta autora destaca as transferências
intermodais do bebê, apontando os diferentes momentos em que uma modalidade
sensorial predomina sobre outra. A transferência seria então entendida como o
momento durante o qual um sistema submete-se a um outro, ou seja, quando um
sistema cede lugar a um outro que em seguida se desenvolverá. Sobre essa
transferência, é interessante fazer referência a um assunto bastante discutido: a
questão de Molineux. Essa questão, apresentada ao filósofo John Locke por seu
amigo Molineux, se refere à possibilidade de um cego de nascença que passe a
enxergar na idade adulta, seja ou não capaz de distinguir através da visão uma
esfera de um cubo no caso de ambos serem feitos do mesmo material e de
possuírem as mesmas dimensões. Ao visualizar esses dois objetos, o cego
conseguiria distinguir qual dentre eles seria o cubo e qual seria a esfera? (Proust
(1997). Ao ver os objetos experimentados anteriormente pelo tato, o cego congênito
33
não os reconheceria visualmente, porque para reconhecê-los ele necessitaria ter tido
uma aprendizagem visual.
São as funções cognitivas decorrentes da ativação neural ou dos mapas
neurais, como definidos por Edelman (1992), que contextualizam os estímulos
externos atribuindo-lhes diferentes significados. Desta maneira, os estímulos, a priori
um mosaico sensorial, se transformariam naquilo que designamos como
conhecimento estruturado, ou, percepção cognitiva. A “simples” captação de um
estímulo por si só, o configura o ato perceptivo. Perceber é, sobretudo, um ato
consciente, representacional, que pressupõe uma contextualização temporal,
espacial e semântica do estímulo recém-captado no acervo de memórias filo e
ontogenéticas do sujeito. É também através da percepção que os seres humanos
tornam-se capazes de adquirir uma melhor compreensão dos processos neurais que
regem funções cognitivas tais como o pensamento, a atenção, a linguagem, a
memória, a vontade, a intencionalidade, etc.
Considerando que a percepção é um ato consciente, pode-se deduzir que a
luz, tal como é recebida pelos bebês, possui o caráter de informação luminosa,
embora não seja possível se afirmar que o bebê reflita conscientemente sobre o
estímulo luminoso, conceitualizando-o ou representando-o mentalmente. Existiria
alguma relação entre a luz, a visão e o sono e destes com o processo cognitivo
humano?
1.2. A luz
A luz é o que nos permite ver, mas é também o que nos priva da visão. Nós
vemos as estrelas à noite por causa da luminosidade delas. Mas também em
decorrência de sua excessiva luminosidade como acontece com o sol, ficamos
durante o dia impedidos de ver as demais estrelas. A importância da luz do sol na
vida é incontestável. Os vegetais, como que fascinados, dirigem os seus corpos para
a luz solar, transformando-a através da fotossíntese, em energia vital. Os animais,
da mesma forma, dependem dela para exercerem todos os seus processos físicos e
psicológicos.
34
Presente em todos os lugares, a luz é que dá existência e sentido ao mundo.
A sua influência nos seres vivos, considerada atualmente um fato corriqueiro, foi na
Antiguidade objeto de muitos questionamentos e estudos. Platão achava que a visão
não dependia da luz que entrava pelos olhos, mas, das partículas de luz que os
olhos projetavam nos objetos do mundo. Para Issac Newton (1642 1727) a luz se
transmitia na forma de partículas, só que, para ele, estas partículas não eram
projetadas pelos olhos. Para Cristiaan Huygens (1629 1693) a luz era uma onda
transmitida por pulsações. As duas teorias, uma para a qual a luz era composta por
ondas e a outra para a qual a luz era composta por partículas competiram durante
os últimos trezentos anos até que na primeira metade do século XX reconheceu-se a
veracidade das duas diferentes propostas. A luz se transmite tanto por ondas quanto
por partículas. Ela é composta de feixes de energia os quanta. A menor porção
possível de uma quantidade de luz é o fóton. Os bastonetes, células fotorreceptoras
localizadas na retina que respondem pela visão acromática e pela visão noturna, são
tão sensíveis, que podem ser estimulados por um único fóton. Considerando a
sensibilidade de suas células fotorreceptoras, a retina pode ser comparada ao
detector de luz mais sensível de que se tenha conhecimento. Para se experimentar
um clarão luminoso é necessário de cinco a oito fótons. Apesar de toda sensibilidade
da estrutura visual, somente 10% da luz que entra pelos olhos é captada pelos
fotorreceptores retinianos. Considerando-se que 90% da luz é absorvida e
dispersada dentro do olho, o fato de se poder detectar, em condições ideais, a luz de
uma vela colocada a uma distância equivalente a 31484 metros ou 17 milhas é
surpreendente. (GREGORY, 1979).
Outro ponto de discussão científico/filosófica foi a velocidade da luz. A luz
chegaria instantâneamente, ou viajaria a uma velocidade finita? Depois de muitos
estudos, em 1675 um astrônomo dinamarquês chamado Olaus Roemer chegou à
conclusão de que a velocidade da luz era finita. Hoje essa velocidade é calculada
em cerca de 300.000 Km por segundo (ibid). Uma vez comprovado que a velocidade
da luz é finita, e que a luz do sol só pode ser percebida com mais de oito minutos de
atraso, pode-se inferir que, tudo o que se vê refere-se a um tempo passado.
Na Antiguidade, a falta de visão foi o tema central de diversos mitos
envolvendo o fenômeno luminoso. Internalizada pelos cegos, a luz se transformava
35
em uma “visão” interior que possibilitava o conhecimento do tempo futuro. A falta de
visão tornava os cegos mais próximos de Deus e os dotava de poderes
sobrenaturais. Apesar dos cegos serem tratados como os profetas do futuro, eles
também eram reconhecidamente inválidos e a cegueira vista como sinônimo de
infelicidade. Embora o Talmude se refira aos cegos como pessoas “com abundância
de luz”, paradoxalmente eles também eram igualados aos leprosos, e ambos aos
mortos (VYGOTSKY, 1989). Em diversas culturas a luz assume uma grande
importância e é interpretada como sinônimo de saber e de conhecimento. Mas afinal,
qual a influência que a luz exerce nos processos cognitivos humanos?
Indispensável à vida, a luz exerce um papel fundamental na organização
temporal cíclica endógena dos seres vivos interconectando os mundos interno e
externo (QUINTERO, KUHLMAN e McMAHON, 2003). A sua ação no interior do
organismo ocorre através de um mecanismo endógeno. Qual seria esse
mecanismo?
1.3. O despontar da Cronobiologia
A Cronobiologia é a ciência que estuda os sistemas de organização temporal
nos organismos vivos (MENNA-BARRETO e FORTUNATO, 1988). Este ramo do
conhecimento, que surgiu como um vasto e importante campo de pesquisas em
meados do século XX considera o tempo como uma dimensão da matéria viva.
Neste sentido, o tempo é considerado um personagem que age no interior e no
exterior dos organismos vivos imprimindo-os com as marcas de sua trajetória e
regulando a duração de suas existências. (ANDRADE, 1988).
O tempo interior ou endógeno é regulado por mecanismos que possuem uma
determinada periodicidade. A esses mecanismos, Menna-Barreto e Marques (2002),
denominam relógios biológicos, de tempo interior ou de tempo dentro da vida.
A anatomia e a fisiologia das estruturas que regem estes tempos m sido
estudadas exaustivamente pela cronobiologia. O tempo endógeno, ou de dentro da
vida é um sistema complexo que segue uma organização hierárquica previamente
36
estabelecida. Ele é composto por uma infinidade de outros subsistemas
independentes e interdependentes que são coordenados por um sistema principal.
Estes subsistemas são considerados independentes porque as células
nervosas do sistema endógeno principal, o denominado cleo supraquiasmático,
exibe uma ritmicidade individual independente do grupo. Estes subsistemas são
considerados interdependentes porque o funcionamento de cada um deles possui a
objetividade e a precisão de um cronômetro complexo capaz de interagir com
diversos outros cronômetros de igual complexidade. Esses cronômetros
movimentando-se de forma sincrônica e sutil impõem ao organismo vivo tempos
internos e externos que independem de sua vontade. Para Andrade (1988), essa
programação rítmica transmite-se geneticamente de pai para filho. Dessa maneira, o
tempo interfere em todas as estruturas e funções orgânicas desde as mais simples
até as mais complexas, desde as mais fisiológicas até as mais psicológicas, como os
hábitos, os comportamentos e as atividades cognitivas.
1.4. Explicitando alguns conceitos em Cronobiologia
Denomina-se relógio biológico os mecanismos endógenos que operam
ininterruptamente indicando a duração e a rapidez do tempo interior.
Embora o conceito de relógio biológico tenha adquirido fama muito
recentemente meados do século XX ele foi inicialmente proposto em 1729, pelo
astrônomo francês Jean-Jaques Dortous de Mairam, (CIPPOLA-NETO, MARQUES,
e MENNA-BARRETO, 1988; MENNA-BARRETO e MARQUES, 2002; BEAR
CONNORS e PARADISO, 2006) que observou os movimentos de abertura e
fechamento das folhas de uma planta. J. J. D. de Mairam mostrou que os
movimentos da planta, provavelmente um exemplar da Mimosa pudica, eram não
regidos pelo ciclo dia/noite, como também, mantinham a mesma movimentação
quando a planta era enclausurada em um baú escuro. Desde então, os mecanismos
que dão origem e regulam os relógios biológicos passaram a ser estudados
cientificamente.
37
Os ritmos biológicos ocorrem em uma freqüência aproximada de 24 horas.
Eles se dividem em ritmos circadianos, ultradianos e infradianos.
O termo circadiano origina-se do latim, “circa”, que significa “em torno de”, e
“dies”, “dia”; em torno de um dia. Os ritmos circadianos têm uma duração completa
de aproximadamente 24 horas, podendo haver um diferencial para menos ou para
mais. Sendo assim, ele pode se completar num período entre 20 a 28 horas (BEAR
CONNORS e PARADISO, 2006).
Os ritmos ultradianos são ritmos que completam mais de um ciclo em um
período aproximado de 24 horas, como por exemplo, os batimentos cardíacos, a
respiração e outros.
Os ritmos infradianos são ritmos que completam um ciclo num período maior
do que 28 horas, como por exemplo, na mulher, o ciclo menstrual que se completa
em mais ou menos 28 dias.
Alguns ritmos externos ambientais têm como função arrastar os relógios
biológicos para que ambos funcionem em sincronia por isso eles são denominados
arrastadores, ou agentes sincronizadores, ou ainda Zeitgebers, palavra alemã que
significa “doador de tempo”, ou temporizador. À interação entre os relógios
biológicos e os ciclos ambientais, dá-se o nome de sincronização (CIPPOLA-NETO
et al, 1996; BEAR CONNORS e PARADISO, 2006).
O vocábulo ciclo pode ser entendido como uma rie de fatos sucessivos
ritmos – que ocorrem de forma ordenada em um determinado período. O ciclo
claro/escuro é considerado o principal sincronizador ambiental. Como exemplo cita-
se o ciclo exógeno claro/escuro regulado pelo movimento de rotação e translação da
terra. É ele que arrasta o relógio biológico do ciclo sono/vigília e sincroniza o seu
funcionamento com as alterações claro/escuro do tempo exterior. Para os humanos
e para alguns animais, claro é igual à vigília e à atividade; e escuro é igual a sono e
a repouso. Embora os fatores externos exerçam forte influência sobre o
funcionamento dos relógios biológicos, estes últimos não dependem de pistas
externas para funcionarem, mas sim para estabelecerem a sua sincronia funcional.
38
Sem essa sincronia, os relógios biológicos se alteram e na ausência dos Zeitgebers
atuariam em livre-curso, free-running. Resumindo: um relógio biológico responde por
uma sucessão de ritmos endógenos. Um grupo de ritmos forma um ciclo, que no
caso, pode ser circadiano, ultradiano ou infradiano, os quais independem da vontade
do organismo.
Existem evidências de que a ativação das áreas cerebrais que respondem
pela organização cíclica do organismo dos homens e dos animais está intimamente
relacionada à luminosidade.
1.5. Influência da luz nos organismos vivos
É o estímulo fótico que passando pela retina dirige-se para as áreas corticais
visuais promovendo a sincronicidade funcional do organismo com o meio. Essa
sincronicidade vem sendo estudada com grande interesse pela Cronobiologia.
Autores como Canal-Corretger et al (2001), constataram que o sistema
circadiano dos ratos é alterado quando eles o submetidos a uma determinada
luminosidade nos primeiros dias após o nascimento. Esse período crítico ou janela
de sensibilidade representa um tempo específico e limitado durante o qual, certas
estruturas e funções do desenvolvimento cerebral ficam sujeitas às influências
ambientais.
Bear, Connor e Paradiso (2006) definem o período crítico como o tempo no
qual as comunicações intercelulares alteram o destino da célula. Esse conceito é
geralmente creditado ao embriologista experimental Hans Spemann (ibid). Spemann
mostrou que o tecido de um embrião transplantado de um local para outro, em geral,
tomava as características do “hospedeiro”, mas somente se o transplante ocorresse
em um determinado período do desenvolvimento, o denominado período crítico.
Posteriormente, o conceito de período crítico se expandiu para além da
embriologia e alcançou diversos aspectos do desenvolvimento psicossocial dos
mamíferos. Os estudos revelam que as experiências do animal no início da vida pós-
39
natal definem não o destino dos neurônios, mas também o dos circuitos neurais
cerebrais (BEAR CONNORS e PARADISO, 2006).
As pesquisas a respeito do desenvolvimento do sistema visual efetuadas por
Hubel e Wiesel reforçam a idéia de que a atividade sináptica altera o destino da
conexão neural durante o desenvolvimento do Sistema Nervoso Central. Esses
pesquisadores constataram que a experiência visual, ou a falta dela, era crucial para
o desenvolvimento das conexões sinápticas do córtex visual primário. Eles
constataram também, que a experiência adquirida através do ambiente limitava-se
apenas a um tempo limitado aos primeiros dias pós-natal (HUBEL, 1994).
A janela crítica no rato considerada por Canal-Corretger et al (2001), situa-se
entre o décimo e o vigésimo dia pós-natal. Para esses pesquisadores, neste
período, o sistema circadiano está predisposto a “aprender” com as experiências
ambientais, como demonstrado nas pesquisas nas quais ratos recém-nascidos
ficaram expostos durante diferentes períodos a uma maior ou menor intensidade
luminosa. Dessa forma, experiências ambientais exógenas moldariam as estruturas
responsáveis pelos ritmos circadianos localizadas no cérebro.
Os autores supra citados observaram que a presença da luz logo após o
nascimento funciona como um fator de fortalecimento para o ritmo circadiano do
rato. Quando o rato é exposto a uma presença luminosa no momento do
nascimento, o limiar de reatividade se altera e o rato se torna mais tarde, pouco
responsivo para um pulso de luz na escuridão. Ratos expostos à luminosidade
durante os dias críticos do período pós-natal tiveram os seus ritmos circadianos
alterados de forma irreversível, até a idade adulta (ibid).
O desenvolvimento perinatal endógeno dos ritmos circadianos parece estar
diretamente ligado primeiramente à maturação do cérebro e posteriormente, à
exposição ambiental (RIVKEES, 2003). Os efeitos da luminosidade em bebês
prematuros foram também estudados por Mirmiran, Baldwin e Ariagno (2003). Esses
autores constataram que uma iluminação aleatória imprevisível no berçário dos
bebês prematuros, pode impedir o desenvolvimento do sono e dos ritmos
circadianos. Estes estudos sugerem também que uma iluminação regular dos ciclos
40
claro/escuro, melhora o desenvolvimento do ritmo circadiano desses bebês. Nesse
sentido, é possível observar que a organização circadiana dia/noite em bebês
prematuros, apresenta uma relação com os ciclos claro/escuro utilizados por alguns
berçários dos Estados Unidos. Entretanto, os autores acima sugerem que a
organização circadiana sono/vigília dos bebês prematuros aparentemente se
desenvolve endogenamente, independentemente da influência ambiental
(MIRMIRAN, BALDWIN E ARIAGNO, 2003).
Rivkees e cols. (2004), observaram que a manutenção de um ciclo
claro/escuro nas Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais e posteriormente nos
berçários é fundamental para a regularização dos ciclos atividade/repouso dos
bebês prematuros. Se, como afirmam Rivkees, Hofman e Fortman, (1997) e
Rivkees, (2003), o sistema circadiano é comprovadamente responsivo à luz ao
momento do nascimento, o que aconteceria com o sistema circadiano dos sujeitos
com baixa visão e com cegueira congênita? Os Zeitgebers ou agentes externos não
luminosos como os sons ambientais, os odores e também os cuidados maternos
seriam suficientes para regular os relógios biológicos destes recém-nascidos?
Considerando que os fetos sincronizam as suas atividades circadianas com
as atividades circadianas de suas mães (BEAR, CONNORS E PARADISO, 2006;
RIVKEES, 2003) e que o ritmo circadiano de bebês prematuros assim como de
bebês nascidos a termo passam após o nascimento a serem regulados
primeiramente pelo ciclo claro/escuro e também pelo ciclo ambiental de suas casas,
pergunta-se se o mesmo poderia acontecer com os bebês cegos e com os de baixa
visão.
41
2 – O SISTEMA CIRCADIANO
2.1. Estruturas cerebrais relacionadas ao sistema circadiano
Diversas estruturas compõem o sistema circadiano. Estas estruturas se
desenvolvem durante a gestação e prosseguem o seu desenvolvimento até alcançar
um padrão adulto, duas ou três semanas após o nascimento (CANAL-CORRETGER
et al, 2001; RIVKEES, HOFMAN e FORTMAN, 1997).
Diferentes áreas cerebrais relacionadas ao sono e a vigília como também aos
ritmos circadianos estabelecem relações com a luz. A luminosidade e a obscuridade
atuam nessas áreas cerebrais regulando o sistema circadiano. Uma das áreas
cerebrais que é ativada diretamente pela luz captada pelos olhos através da retina é
o hipotálamo. Situado logo abaixo do tálamo, o hipotálamo é uma pequena área do
diencéfalo que tem amplas conexões com todo o sistema nervoso. O hipotálamo
estabelece relações recíprocas com o hipocampo, que é considerado uma estrutura
chave para o armazenamento da memória. Desta forma, o hipocampo, estrutura
integrante do sistema límbico, inteiramente relacionado às emoções, relaciona-se no
homem também aos processos cognitivos. Sempre que as memórias são evocadas,
os circuitos hipocampais são ativados dotando de qualidade emocional as memórias
arquivadas no sistema límbico. Nestas ocasiões, detalhes de fatos memorizados
brotam de maneira tão vívida, que parecem reais.
O hipotálamo exerce tanto o papel de órgão regulador do sistema nervoso
quanto do sistema endócrino. Ele responde pela manutenção do equilíbrio interno,
alterando determinadas funções orgânicas visando uma resposta satisfatória às
mudanças ambientais. Um bom exemplo é a regulação da temperatura corporal.
Esta regulação ocorre no hipotálamo quando este recebe as informações enviadas
pelos termorreceptores periféricos. Essas informações são recebidas pelos
neurônios termorreceptores que se encontram localizados no hipotálamo anterior. A
temperatura do sangue é detectada pelo hipotálamo que passa a ativar mecanismos
como o centro da perda do calor ou o centro da conservação do calor, situados no
hipotálamo anterior e hipotálamo posterior, respectivamente. Quando uma pessoa é
42
exposta a uma baixa temperatura, começa a tremer e a sua pele apresenta uma
coloração arroxeada. Isso ocorre devido a vasoconstrição decorrente do mecanismo
de conservação de calor ativado pelo hipotálamo. Nesse momento os vasos
sanguíneos são comprimidos, e o sangue circula mais ativamente na parte interna
na tentativa de manter o calor no interior do corpo. Da mesma forma, sob calor
intenso, o corpo sua, e a pessoa pode ficar vermelha. Dessa forma, o sangue
permanece na parte externa do corpo e a pessoa através do suor, refresca a pele.
Esses mecanismos de perda ou de conservação do calor permitem que a
temperatura corporal normal seja preservada (MACHADO, 2001).
O hipotálamo responde também pela regulação da fome, da sede, da diurese,
do sistema endócrino, do sono e da vigília e também dos ritmos circadianos. No
caso dos últimos, o hipotálamo o os regula, mas também gera os seus ritmos.
Na região hipotalâmica apontada como responsável pela geração dos ritmos
circadianos uma pequena estrutura nervosa localizada acima do quiasma óptico
denominada núcleo supraquiasmático.
O cleo supraquiasmático funciona como um sensor que se ativa pela luz
captada pela retina, através da via retino-hipotalâmica ou tracto retino-hipotalâmico.
Este tracto consiste dos axônios das células ganglionares da retina que levam a
informação em conexões diretas para os dendritos dos neurônios do núcleo
supraquiasmático (BEAR CONNORS e PARADISO, 2006).
Além de funcionar como um sensor luminoso, o núcleo supraquiasmático
funciona também como um relógio porque cada um de seus neurônios funciona
individualmente como um marcapasso gerando ritmos individuais. O núcleo
supraquiasmático é ainda uma via eferente considerando que ele efetua e mantém
os seus ritmos sem a necessidade de uma via aferente. A sua regulação com o ciclo
exógeno claro/escuro ocorre através do tracto retino-hipotalâmico.
Uma vez ativados pela luz, os neurônios do cleo supraquiasmático
desencadeiam uma atividade regulatória que impede a atividade produtora de
melatonina da glândula pineal, a qual só recomeçará a sua produção hormonal
quando não houver mais luz. Não se sabe ainda qual o mecanismo utilizado pelo
43
núcleo supraquiasmático para coordenar seus milhares de neurônios uma vez que
cada um deles atua como um relógio em potencial, enviando ao cérebro para ser
interpretada uma única mensagem temporal (BEAR CONNORS e PARADISO,
2006).
Para Quintero, Kuhlman e McMahon (2003), o cleo do relógio biológico que
“coordena” o sistema circadiano é um oscilador multifásico regulado pela luz e que
se encontra localizado no cérebro. Em seus estudos, eles observaram também que
os neurônios do cleo supraquiasmático são marcapassos individuais que oscilam
de forma sincrônica. Esses autores observaram ainda que, como são organizados
de maneira multifásica, eles tanto podem ser modulados pelo ambiente quanto pela
experiência endógena. Todas essas estruturas se ativam na presença do estímulo
fótico que é captado pelos olhos.
2.2 . O ritmo circadiano e a privação visual
O ritmo circadiano gerado endogenamente é regulado pelos ciclos ambientais
dentre eles a alternância claro/escuro. A ritmicidade circadiana também determina
os hábitos comportamentais do organismo. No caso do ser humano além dos ciclos
ambientais, a organização social familiar também exerce a função de arrastador, ou
de Zeitgeber. Arrastando os relógios biológicos, os Zeitgebers sincronizam o
ambiente com a organização temporal endógena. É esta sincronia que caracteriza a
expressão comportamental psicológica e corporal de um organismo. Portanto, essa
sincronia é extremamente necessária para que se instale um relacionamento
adequado entre o organismo e o meio ambiente. A desorganização entre a
temporalidade endógena e exógena leva o organismo a estabelecer uma relação
atípica com o meio ambiente, gerando conseqüências que vão desde danos à
saúde, até a redução do tempo de vida (CIPPOLA-NETO, 1988; SUAREZ, 1996).
A ritmicidade circadiana dos sujeitos com privação sensorial visual apresenta
um perfil diferenciado. Nesses sujeitos, a queixa de sonolência diurna e/ou de
insônia parece sugerir alterações nessa sincronia temporal e a presença de ritmos
free-running. A ritmicidade circadiana que caracteriza a alternância claro/escuro
44
depende fundamentalmente da luz do sol porque o seu gerador endógeno situa-se
no cérebro e é formado por relógios biológicos ligados diretamente aos olhos. No
caso da privação visual, a ausência da estimulação fótica retiniana faz com que o
ritmo circadiano o obedeça ao período aproximado de 24 horas que caracteriza o
ciclo claro/escuro (SACK e LEWY, 2001; LEGGER et al 1999).
Enquanto que na retina encontram-se dois tipos de células fotorreceptoras: os
cones e os bastonetes, na fóvea, região central do olho, encontram-se
exclusivamente cones. Eles são os responsáveis pela discriminação visual, diurna,
dos detalhes, da visão cromática, da visão proximal. Os bastonetes, localizados na
parte mais periférica da retina, respondem pela visão acromática. Eles são muito
mais sensíveis à luz do que os cones, respondendo pela visão noturna. É então a
luz que entra pelos olhos e é captada pelas lulas fotorreceptoras da retina que
será transformada pelo cérebro em tudo o que vemos. Essa mesma luz que nos
presenteia com o mundo visual ativa o relógio biológico que sincroniza o ritmo
circadiano dos organismos com o ciclo claro/escuro existente na natureza.
O núcleo supraquiasmático, apontado como o principal marcapasso
circadiano recebe a luz diretamente da retina. Ocorre que as células fotorreceptoras
da retina responsáveis pela sincronização do gerador circadiano endógeno podem
não ser as mesmas células fotorreceptoras responsáveis pelo processamento visual,
os cones e os bastonetes. Em estudos realizados com ratos, foram retirados os
cones e os bastonetes da retina de ambos os olhos dos animais (BEAR CONNORS
e PARADISO, 2006; CANAL-CORRETGER et al, 2001). Apesar da ausência dos
fotorreceptores, os camundongos mantiveram os seus ritmos circadianos regulados.
Por outro lado, os camundongos sem visão, permaneceram impossibilitados de
utilizar a luz para regular os seus relógios.
Se a luz que entra nos olhos desprovidos de cones e bastonetes consegue
alcançar o núcleo supraquiasmático e estabelecer uma sincronia cíclica endógena e
exógena, qual foi o fotorreceptor que mediou esta absorção? Como se explica que a
ausência da visão possa impedir que a luz que entra pelos olhos exerça o seu papel
fundamental no mecanismo de regulação circadiana?
45
Os estudos de Bear, Connors e Paradiso, 2006; Canal-Corretger et al, 2001
colocaram em evidência uma proteína chamada criptocromo. Essa proteína,
identificada na retina neural do rato é apontada como sendo o agente responsável
pelo processo específico de captação da luz com a finalidade de regular os relógios
biológicos através do núcleo supraquiasmático. Na retina neural humana foi
identificado um pigmento denominado melanopsina, que pode ser o responsável
pela mesma regulação cíclica endógena em humanos. Segundo Hannibal et al
(2004), a melanopsina é produzida pelas células ganglionares. Essas células, cujos
axônios formam o feixe de fibras denominado nervo óptico, são as responsáveis por
enviar a informação fótica ao cérebro. A responsabilidade da captação do estímulo
fótico para a regulação cíclica endógena, pode ser compartilhada pelos cones e
bastonetes, embora os mesmos possam o exercer a responsabilidade pelo
processo primário regulatório. Os estudos realizados por Brainard e cols. (2001),
sugerem que haja fotorreceptores separados para as respostas visuais e circadianas
em humanos, e que o sistema de fotorreceptor primário para a supressão de
melatonina, seja distinto dos fotorreceptores cones e bastonetes que respondem
pela visão consciente. Entretanto esses autores apontam os cones como possíveis
envolvidos na regulação circadiana. O papel real das proteínas criptocromo e
melanopsina têm sido estudado no mecanismo de regulação do sistema circadiano
(ibid).
As células do núcleo supraquiasmático são muito mais sensíveis à luz, do
que as lulas fotorreceptoras da retina. Estas últimas respondem mais às formas e
aos movimentos. Mesmo quando isolados do rebro, os neurônios do núcleo
supraquiasmático mantêm a sua ritmicidade individual. Entretanto, quando isolados
em laboratório, os neurônios do cleo supraquiasmático não permanecem
regulados ao ciclo claro/escuro porque dependem da aferência retiniana para que
essa regulação ocorra (BEAR, CONNORS e PARADISO, 2006).
Considerando que a regulação da ritmicidade circadiana se através do
núcleo supraquiasmático na dependência da aferência retiniana, deduz-se que as
patologias retinianas que impedem a captação do estímulo fótico podem provocar
ritmo free-running em sujeitos com baixa visão.
46
A retinose pigmentar é uma patologia que atinge a retina de forma
irreversível. Esta patologia pode ocorrer de diferentes formas, sendo que na forma
clássica, a retina vai sendo atingida da periferia para o centro, ou seja, de forma
centrípeta, e a visão vai se fechando, num sentido tubular. Ela também pode
provocar o aparecimento de escotomas na retina. Segundo Ionescu e cols. (2001),
sujeitos afetados pela retinose pigmentar apresentam sono e sonolência diurna, bem
como a redução do estado de alerta, e alterações na produção e na qualidade do
sono noturno sugerindo que a degeneração retiniana influencie o ritmo circadiano.
Os sujeitos que apresentam baixa visão em decorrência da degeneração
retiniana embora vejam com dificuldade, não estão totalmente privados da visão.
Entretanto, como descrito acima, os sujeitos com retinose pigmentar, apresentam
alterações no ritmo circadiano. O campo visual desses sujeitos, danificado em
conseqüência da retinose, altera a formação das imagens visuais, embora eles
ainda possam ver, pois o estímulo tico permite que a visão se processe nos cones
e nos bastonetes.
2.3 . Moduladores periféricos
A regulação circadiana decorre da interação entre os osciladores periféricos e
o núcleo supraquiasmático. Essa interação ainda necessita ser esclarecida, contudo,
o hipotálamo tem sido apontado como sendo a estrutura responsável por esse
processo interativo. O hipotálamo envia através da medula informações do cérebro
para os órgãos periféricos e recebe-as de volta, via medula. De posse dessas
informações, o hipotálamo, como um oscilador endógeno gerencia, de alguma
maneira, a inter-relação do núcleo supraquiasmático com os osciladores periféricos.
O hipotálamo no papel de centro coordenador e integrador de informações
endógenas e exógenas nutre-se de informações exógenas ajustando-as ao
organismo. Como ocorre esse processo de integração e quais são exatamente as
vias envolvidas nele, ainda não está muito claro uma vez que os ajustes
responsáveis pela sincronia entre o organismo e o meio dependem da flexibilidade
ambiental.
47
O caráter social dos Zeitgebers, como anteriormente assinalado, também age
na regulação circadiana. Através de rotinas caseiras, dos horários de trabalho, do
lazer, da alimentação, do sono, etc., os hábitos comportamentais vão sendo
ajustados às alterações do ambiente e ao ciclo claro/escuro.
As manipulações ambientais têm servido de base para o estudo da
ritmicidade circadiana em animais e em humanos. Mirmiran, Baldwin e Ariagno
(2003), constataram que a alternância da luz com períodos escuros, claro/escuro,
aplicada em bebês prematuros, favorece o desenvolvimento do ritmo circadiano.
Essa prática tem sido confirmada recentemente como benéfica pela Guidelines for
Perinatal Care for American Academy of Pediatrics and the American College of
Obstetricians and Gynecologists através da exposição de bebês prematuros a um
ciclo regular dia/noite em suas Unidades de Cuidado Intensivo Neonatal.
2.4 . O ritmo circadiano no bebê
Os ritmos circadianos endógenos presentes em todas as estruturas dos
organismos vivos o programados e transmitidos geneticamente. Embora na fase
embrionária, os vertebrados ainda o apresentem uma ritmicidade circadiana, na
fase fetal uma ritmicidade ultradiana caracterizada por ciclos que se repetem
diversas vezes no interior de 24 horas já pode ser observada (ANDRADE, 1988).
O núcleo supraquiasmático dos primatas apresenta oscilações ainda no
período pré-natal. A neurogênese no núcleo supraquiasmático dos macacos pode
ser observada entre o vigésimo sétimo e o quadragésimo oitavo dias do período
gestacional. Nos humanos, detectou-se oscilações do núcleo supraquiasmático
ainda imaturo na décima oitava semana de gestação. A sua maturação ocorrerá
após o nascimento (RIVKEES, 2003).
Estudar a atividade do núcleo supraquiasmático em bebês não é uma tarefa
simples. Em geral, este estudo é feito, monitorando-se as mudanças na atividade
metabólica do núcleo supraquiasmático e sua responsividade à luz. A
responsividade à luz foi evidenciada no tracto retinohipotalâmico do babuíno recém-
48
nascido. Para se determinar o momento da primeira responsividade fótica em
primatas foram realizados estudos em babuínos prematuros. Esses estudos
evidenciaram que a inervação funcional dos núcleos supraquiasmáticos pela retina
acontecia nestes animais na 25ª semana após a concepção, ocorrendo o mesmo
com os bebês humanos (RIVKEES, 2003). em ratos, a projeção retino-
hipotalâmica se estabelece por volta da primeira semana pós-natal (ANDRADE,
1988).
A presença dos ritmos dia/noite também pode ser detectada nos padrões
cardíacos e respiratórios de fetos humanos. Como estes ritmos são muito difíceis de
serem detectados em bebês neonatos a termo, eles podem ser regidos, durante a
fase fetal, pelo ritmo circadiano materno. O ritmo cardíaco do feto consiste em cerca
de 140 batidas por minuto e pode ser alterado em decorrência de ruídos, do
estresse emocional da mãe e de outros fatores. O marcador que regula o sono e a
vigília do feto ainda in útero, funciona lentamente e muda a cada 30 minutos.
(KLAUS e KLAUS, 1998). A duração do sono e da vigília muda conforme a idade do
feto.
Quando nasce, o bebê apresenta horários e ritmos característicos e que
podem ser observados pelas es durante a gravidez (MIRMIRAN, MAAS E
ARIAGNO, 2003; BEAR, CONNORS E PARADISO, 2006; RIVKEES, 2003; KLAUS
E KLAUS, 1998).
Mirmiran, Maas e Ariagno (2003), sugerem que o ritmo circadiano endógeno
materno, favorece o desenvolvimento do ritmo circadiano do feto em
desenvolvimento. Esses autores registraram 24 horas dos batimentos cardíacos
fetais de gêmeos anencefálicos e compararam com 3 casos de gestação normal. O
ritmo circadiano foi encontrado em todos os fetos normais, e nenhuma ritmicidade
circadiana foi achada em fetos anencefálicos, apesar da presença deste ritmo em
todas as mães. Este achado apóia a noção de que durante a vida intra-uterina, a
presença do relógio biológico fetal localizado no cérebro é necessária para o
aparecimento desse ritmo endógeno responsivo ao ritmo materno para o ciclo
claro/escuro.
49
Mirmiran, Maas e Ariagno (2003), citam estudos realizados por Recio et al nos
quais foram observados alguns fatores que podem influenciar o desenvolvimento da
ritmicidade circadiana nos três primeiros meses de vida. Os estudos apontam que,
se os neonatos permanecem em um quarto escuro durante o dia enquanto dormem,
e se, durante a noite no momento em que estiverem sendo alimentados o ambiente
for iluminado, o ritmo endógeno do bebê reage à desorganização ambiental do ciclo
claro/escuro conflitante. Outro fator que também pode estar envolvido na
organização da ritmicidade circadiana endógena é o aleitamento materno.
Considerando que o leite humano contém melatonina e que esse hormônio é
indutor de sono, se o bebê receber leite industrializado, os níveis de melatonina no
bebê podem ser alterados, pois durante as primeiras semanas de vida ele não
produz ainda melatonina.
Como leite materno extraído durante o dia também não contém melatonina,
se o bebê for alimentado à noite com o leite materno extraído durante o dia também
não receberá a melatonina que lhe é necessária. Como esse hormônio é secretado
no escuro, ou seja, à noite e o seu índice máximo ocorre entre meia noite e quatro
horas da manhã os bebês alimentados durante a noite com leite extraído durante o
dia não ingerem melatonina. Mirmiran, Maas e Ariagno (2003) citam ainda um
estudo realizado por McGraw e cols. onde um bebê a termo foi observado desde o
momento do seu nascimento. Entre outros fatores observados, esse bebê era
amamentado quando solicitava o alimento, não sendo nunca “perturbado” pela mãe.
Também foi providenciado para que durante o dia, houvesse luz natural no ambiente
em que o bebê estava e que o houvesse nenhuma luminosidade nos momentos
em fosse alimentado durante a noite. Em apenas uma semana, os pesquisadores
observaram claramente a instalação de uma ritmicidade circadiana em sua
temperatura corporal, e a presença dos ritmos circadianos de sono/vigília antes de
completar seis semanas de vida. Também foi observada a emergência de
melatonina. Apesar de algumas diferenças individuais, a instalação de alguns ritmos
biológicos decorre do amadurecimento do sistema nervoso central. Após esse
amadurecimento, o ritmo circadiano é facilmente observado no comportamento do
bebê.
50
Entretanto, como as pistas temporais ambientais são fornecidas
sensorialmente para o organismo pode-se dizer que a regulação dos ritmos
circadianos depende do bom funcionamento dos órgãos sensoriais. Dessa forma, na
medida em que os diversos sistemas sensoriais amadurecem, estabelece-se uma
ritmicidade endógena sincrônica com as pistas oferecidas pelo ambiente externo.
Portanto, a alternância de períodos de atividade e de repouso, geralmente é
observada após o primeiro ou o segundo mês de vida pós-natal. Nas primeiras
semanas de vida, o sono dos bebês distribui-se em um período de 24 horas.
Entretanto, embora os períodos de atividade e repouso não estejam consolidados
nos dois primeiros meses de vida, alguns bebês apresentam diferenças na
atividade dia/noite durante a primeira semana de vida pós-natal. O desenvolvimento
da ritmicidade circadiana no bebê também é influenciado pelos cuidados ambientais
que ele recebe. Alguns ritmos que dependem da produção hormonal, como a
produção de melatonina, se tornam evidentes a partir do mês de vida s-natal.
(MIRMIRAN, MAAS E ARIAGNO, 2003).
51
3 – A VISÃO
3.1 . Visão e luz
O sistema visual é dotado de um complexo mecanismo capaz de captar os
estímulos luminosos e transformá-los em sinais elétricos passíveis de serem
compreendidos pelo cérebro, o qual, depois de interpretá-los, devolve-os carregados
de significados coerentes.
Através da visão, o homem torna-se capaz de detectar objetos grandes ou
pequenos, próximos ou distantes, em situações de iluminação natural ou artificial. A
possibilidade de captar os estímulos à distância para processá-los no cérebro faz
com que a visão seja reconhecida como um sentido distal e simultâneo. Dessa
maneira, a visão é a modalidade sensorial mais apta a prevenir situações de perigo
e a detectar situações de prazer estejam elas próximas ou distais.
A visão é também a principal modalidade representacional da espécie
humana. Através dela, os homens produzem imagens mentais que não
antecipam situações futuras como também se externalizam sob a forma de quadros,
esculturas e ou de diversas outras formas de arte. É também a visão que possibilita
a seleção e a busca eficaz de certos objetos circundantes, ignorando os demais.
Portanto é, sobretudo através da visão que o cérebro se alimenta dos estímulos que,
através da codificação neural, configuram o mundo e os seus conteúdos. A
importância do sistema visual no processo cognitivo do homem pode ser avaliada ao
se considerar que cerca de metade do córtex cerebral está envolvido na análise do
mundo visual (GAZZANIGA, IVRY E MANGUN, 2006; BEAR, CONNORS E
PARADISO, 2006).
Habilidades cognitivas superiores não visuais são recrutadas para atuarem de
forma intermodal compensatória em áreas cerebrais comumente associadas ao
processamento de informações visuais em indivíduos cegos (PASCUAL-LEONE et
al 2005).
52
3.2. O Surgimento do Sistema Visual
O embrião é, em seus primórdios uma placa formada por três camadas: o
ectoderma, o mesoderma e o endoderma. Do ectoderma surgirá todo o Sistema
Nervoso inclusive o órgão sensorial do sistema tátil: a pele. (KANDEL, SCHWARTZ
E JESSEL, 2000; BEAR, CONNORS E PARADISO, 2006, MACHADO, 2001). No
vigésimo nono dia de gestação, quando o embrião mede apenas 3,4 mm, surge no
diencéfalo, região anterior do tubo neural, duas pequenas vesículas laterais, as
denominadas vesículas ópticas. Essas vesículas darão origem aos órgãos
sensoriais periféricos do sistema visual, os olhos com todos os seus atributos
inclusive a retina. A retina é, portanto, uma parte exteriorizada do Sistema Nervoso
Central (MAIA, 2006; MACHADO, 2001; BEAR, CONNORS E PARADISO, 2006;
KANDEL, SCHWARTZ E JESSEL, 2000). Os olhos são, nos seres humanos, os
únicos órgãos dotados de cones e de bastonetes, células fotorreceptoras, isto é,
células de estruturas captadoras de luz.
Como anteriormente mencionado, a retina, se origina no primeiro folheto
embrionário, o ectoderma. Apesar de sua complexa estrutura, é possível distinguir
na retina dez camadas organizacionais. Portanto, o último contato que a luz
estabelece no interior dos olhos é com as células fotorreceptoras. A retina conecta-
se diretamente não com as regiões do cérebro que processam a visão como
também com o núcleo supraquiasmático que responde pelo processamento dos
ritmos circadianos, dentre os quais o ciclo sono/vigília.
Ao penetrar no olho, a luz transpõe a córnea, atravessa o cristalino, o humor
vítreo, até alcançar a retina localizada na parte posterior do olho. Na retina, a luz
ultrapassa uma rede de neurônios composta de células ganglionares, bipolares,
amácrimas, horizontais, até alcançar os cones e os bastonetes, estes, localizados na
última camada retiniana, a camada pigmentar a qual tem como função absorver o
excesso de luz que atinge a retina. Os cones e os bastonetes, ao receberem o sinal
luminoso transformam-no em sinais elétricos que são enviados de volta através de
sinapses aos neurônios bipolares e aos ganglionares, os quais o desmielinizados
53
até ao nível da papila óptica. São os axônios dos neurônios ganglionares que,
constituindo um feixe de fibras, darão origem ao nervo óptico (MACHADO, 2001).
A luz recebida pela retina segue pelo nervo óptico com duas finalidades e
conexões específicas.
Primeiro: a luz utilizada pelo sistema visual é “selecionada” pelos cones e
bastonetes e convertida em sinais elétricos para ser transformada em imagens.
Então, na forma de sinais elétricos, ela percorre o nervo óptico até alcançar o
quiasma óptico. No quiasma óptico, os neurônios que representam a retina temporal
do olho esquerdo dirigem-se para o mesmo hemisfério cerebral e ali no quiasma
óptico, juntam-se aos neurônios provindos da retina nasal do olho direito. Após o
quiasma óptico os neurônios seguem pelo hemisfério cerebral esquerdo através do
tracto óptico. Destes neurônios, 90% alcançam o núcleo geniculado lateral esquerdo
e 10% segue para o colículo superior localizado no tecto do mesencéfalo. O mesmo
processo ocorre no hemisfério direito. O núcleo geniculado lateral envia eferências
para o córtex visual primário, também conhecido como área 17 de Broadman, ou
área visual primária, ou ainda, área V1. A projeção do núcleo geniculado lateral
para o córtex visual é chamada radiação óptica e é considerada um processo
consciente (BLOND et al, 2005). Segundo: a luz recebida pela retina cuja finalidade
é a ativação do sistema circadiano pode não ser absorvida pelos cones e
bastonetes, dedicados a captar o estímulo fótico e enviá-lo para a área cortical visual
primária. A captação fótica destinada ao sistema circadiano, como indicam os
estudos citados anteriormente, pressupõe a mediação da proteína melanopsina.
O estímulo fótico que alimentará o sistema circadiano é captado pela retina,
segue diretamente pelo nervo óptico e se detém na região hipotalâmica, mais
exatamente no cleo supraquiasmático. Os neurônios do núcleo supraquiasmático
são altamente sensíveis à luz, os quais neste caso, tem como finalidade regular o
hormônio melatonina através de uma de suas aferências: a glândula pineal
(MACHADO, 2001; BEAR, CONNORS e PARADISO, 2006).
Para Descartes a glândula pineal era o centro da alma, o vestígio do terceiro
olho. Para ele, era essa glândula que recebia e controlava as informações do corpo
54
através da circulação dos espíritos animais. (COLLIN, ARENDT e GEM, 1988).
Brotando no diencéfalo, a glândula pineal é em alguns vertebrados, um órgão
sensorial que a luz ativa ao atravessar a pele e o crânio. Entretanto, nas aves e nos
mamíferos, ela é, sobretudo um órgão secretor (MACHADO, 2001). Alguns
aspectos da funcionalidade da glândula pineal ainda permanecem obscuros. O
hormônio melatonina é considerado o principal elemento responsável pelas funções
da glândula pineal.
Enquanto o núcleo supraquiasmático se ativa durante o dia com a
luminosidade, a pineal se ativa na obscuridade da noite. O pico da síntese de
melatonina ocorre durante a noite. Vinculada ao ritmo circadiano, a pineal participa
desse ritmo, mas não o controla. Ao contrário do núcleo supraquiasmático, a pineal
não exibe uma ritmicidade endógena. O seu ritmo é regido pelo núcleo
supraquiasmático. Através da inervação simpática do núcleo supraquiasmático a
pineal recebe a informação necessária para exercer ou não a sua atividade. Desta
forma, nos mamíferos, a luz não age diretamente sobre a pineal, mas indiretamente
através de um circuito nervoso do sistema simpático. Nos seres humanos, esse
circuito envolve conexões que vão da retina para o núcleo supraquiasmático, deste
para o núcleo paraventricular até a coluna intermédio-lateral (T1 T2) e daí para o
glânglio cervical superior para então alcançar a glândula pineal. (LENT, 2001).
A pineal também exerce influência em outras funções orgânicas ligadas direta
ou indiretamente aos ritmos circadianos. Desta forma, sempre que os seus
pinealócitos são destruídos pode ocorrer a puberdade precoce. Isso porque, a pineal
funciona como um freio, controlando as ações gonadotrópicas impedindo que um
quadro de puberdade precoce se instale (MACHADO, 2001).
Pesquisas realizadas com ratos revelaram que quando a pinealectomia é
realizada antes da puberdade esta se antecipa. Porém, se o rato recebe melatonina,
o processo é retardado. (MACHADO, ibid). Esse autor aponta para a possibilidade
de a pineal também exercer uma influência moduladora na puberdade de meninas
cegas congênitas.
55
A influência da luz sobre os órgãos reprodutores humanos ainda é pouco
conhecida, porém o fato da glândula pineal desempenhar no homem uma função
secretora pode contribuir para alterações observadas no ritmo circadiano dos
sujeitos com privação visual, uma vez que a melatonina, produzida pela pineal
desempenha um papel de indutor do sono. No tratamento dos distúrbios do sono,
inclusive nos casos de insônia apresentados pelos sujeitos cegos, é freqüente a
utilização de melatonina.
3.3. Visão e percepção: desenvolvimento perceptivo visual nos primeiros
anos de vida.
Por muito tempo considerou-se que ao nascer o bebê era um ser desprovido
de visão. Hoje se sabe que desde o sétimo mês de vida intra-uterina ele reage à luz
piscante (BLOND et al, 2005). Embora o sistema visual desempenhe um papel
fundamental no desenvolvimento cognitivo humano, a ponto de ser considerado o
canal perceptivo dominante que permite ao homem extrair maior número de
informações do mundo externo, ele, de fato, só começa a captar os estímulos
luminosos do mundo externo após o nascimento (DURAND, 2004). De acordo com a
escala de implantação dos sistemas sensoriais de Radeau (1997), a visão seria a
última modalidade sensorial a surgir na seqüência fixa do desenvolvimento dos
sistemas sensoriais. Para Radeau, (ibid), o primeiro sistema sensorial a se
desenvolver seria o tátil, a seguir o vestibular, depois o químico, o auditivo e por
último o sistema visual. Na verdade, a maturação visual seria concluída segundo
Hyvarinen, (s/d), por volta dos nove ou dez anos de idade. Entretanto segundo
Durand (2004), a maturação visual seria concluída por volta dos cinco ou seis anos
de idade cronológica.
O fato da acuidade visual ser tão precária no momento do nascimento pode
ser explicado pelo fato dela ser intimamente dependente do desenvolvimento do
Sistema Nervoso Central.
A acuidade visual de um recém-nascido é de 20/200 a 20/600 (DOBSON &
TELLER, 1978), e, segundo Barraga (1985), de 20/440 até 20/150, sendo possível
ocorrer a acomodação a 18 cm. Portanto, proporções muito baixas, considerando
56
que a acuidade visual normal de um adulto é de 20/20. A medida 20/200 significa
que, o que o adulto consegue ver de forma perfeita e nítida a uma distância de 200
pés, ou 60 metros, o beconsegue enxergar a uma distância de 20 pés ou 6
metros (KIRK E GALLAGHER, 1996). Essa acuidade, porém, aumenta nas primeiras
semanas de vida quando o desenvolvimento e a maturação cortical acontecem. As
poucas conexões sinápticas existentes no córtex visual do bebê por volta do
nascimento vão aumentando gradativamente à medida em que o funcionamento do
sistema visual é intensificado.
Desde as primeiras horas de vida (DURAND, 2004), o bebê manifesta reflexo
de fixação. Ele é capaz de fixar longamente o seu olhar em um alvo muito próximo,
aproximadamente 20 cm (MENA, 2003). Neste início da vida, o processo de
acomodação encontra-se extremamente limitado à uma distância focal fixa de
aproximadamente 20 cm. Esta é exatamente a distância que separa o rosto da mãe
dos olhos do bebê que a fixam enquanto é amamentado, (MENA, ibid; KLAUS e
KLAUS, 1998). Este contato “olho a olho”, para Berthoz (1997), é o que regula as
relações com o outro. Para esse autor, a troca de olhares entre a mãe e a criança,
tem como finalidade não captar informações, como também a de desempenhar
um papel fundamental no equilíbrio interacional. Sobre esse fascinante evento
denominado por Ajuriaguerra “contato olho a olho”, Berthoz (ibid) declara:
Sabe-se muito tempo que ele domina o ato da sucção. Este contato
poderia estar num enquadre dos desencadeadores inatos das respostas
maternais. Mas não é suficiente poder orientar o olhar. É preciso também
destacar do alvo o que o atrai: no mundo de pré-comunicação, ou de
comunicação entre a mãe e a criança, estudado no plano da reciprocidade
do olhar, encontramos toda uma problemática ambígua dessa
compreensão mútua: o olho que toca e que envolve, que prende e que
rejeita, que entende ou que escuta, que lambe ou que devora[...] Por
intermédio da varredura ocular a criança pode colar... do outro sem poder
deixá-lo: fascinação que se tornará inclusão. É preciso para isso que os
dois olhares se encontrem então a visão se tornará sortilégio [...]. A criança
se sentirá mais à vontade quando essa fixação se tornar reversível,
deslocável e comparativa, e quando na afetuosidade se criará ao longo da
vida, se estabelecendo trocas, salvaguardando o controle e a
intencionalidade; isto desde que a criança seja capaz de se destacar do
trabalho magnético do olhar por uma rotação da cabeça ou por um
fechamento das pálpebras... (Berthoz, ibid, p. 202 - 203)
Essas “informações visuais” enviadas ao córtex visual dão início ao processo
57
de estruturação e desenvolvimento cerebral. A importância dessas experiências
visuais, sua relação com o sono e a função de ambos no desenvolvimento cortical,
serão detalhadas no capítulo 4.
Ao completar um mês de vida, o bebê é capaz de reagir à luz e aos altos
contrastes. No fim do primeiro mês, ele consegue acompanhar de forma limitada
objetos com o olhar (seguimento visual de um objeto que se move lentamente na
horizontal). Na mesma ocasião é também capaz de olhar fixamente ao seu redor
(BRUNO, s/d; GESELL E AMATRUDA, 2000). Segundo Aslin e Salapatec (1975) op.
cit. DURAND (2004), desde as primeiras 48 horas de vida até o final da quarta
semana, os recém-nascidos, apesar de suas dificuldades motoras, estão aptos a
seguir com os olhos objetos que se deslocam tanto na horizontal, quanto na vertical.
Segundo Hyvarinen (s/d), o recém-nascido também está apto a acompanhar com o
olhar movimentos verticais. Esse funcionamento visual precoce evidencia, portanto,
a existência de reflexos oculomotores inatos; (GESELL E AMATRUDA, 2000;
BLOND et al 2005). Segundo Lècuyer (1986) op. cit Durand (2004), como o bebê
possui por volta do nascimento uma acuidade visual muito baixa, a acomodação
visual e a convergência não lhes o necessárias. Essa “precariedade” funcional do
sistema visual em parceria com o sono, tem se mostrado extremamente necessária
para a estruturação cerebral.
Bebês recém-nascidos estão aptos a perceber cores (ADAMS, MAURER &
DAVIS, 1986). A investigação da percepção das cores no bebê, baseia-se no
cumprimento de onda que eles são capazes de descriminar.
No segundo s, o bebê está apto a prestar atenção ao rosto da mãe e a
reagir a padrões de alto contraste. Também nessa fase do desenvolvimento, ele não
discrimina a maioria das cores como também inicia a coordenação binocular, a
qual lhe permite realizar a acomodação visual e a convergência da mesma forma
como fazem os adultos (ASLIN, 1977; HYVARINEN, s/d). Entretanto, outros autores,
(BRADDICK e ATKINSON, 1982), acreditam que a convergência binocular se
desenvolva por volta dos três ou quatro meses de idade. Nessa fase, provido de
uma maior acuidade visual, o bebê está apto a perceber mudanças na qualidade da
imagem em diferentes distâncias. Desta forma, o aprimoramento das imagens
58
possibilitaria ao bebê, ter uma visão mais ampla e mais nítida, uma vez que a nitidez
da imagem é capaz de despertar o desejo de mover a cabeça em busca dos
estímulos externos (HYVARINEN s/d; FLAVEL, MILLER E MILLER, 1999; DURAND,
2004).
A convergência binocular, supra citada, pode ser entendida como o momento
em que os dois olhos se voltam um para o outro quando ambos se fixam em um
objeto próximo. A convergência binocular é realizada ao nível do córtex visual
primário ou, córtex estriado, ou área V1. Para esta área, convergem as informações
dos dois olhos. É que as imagens de cada olho se fundem numa única imagem,
produzindo, então, a visão binocular que está na base da tridimensionalidade. Essa
melhora significativa na qualidade e no aperfeiçoamento da imagem indica a
maturação das áreas cerebrais envolvidas na visão. As áreas vizinhas à área V1,
são denominadas áreas de associação ou áreas secundárias. Elas são
especializadas no aprimoramento das informações perceptivas do córtex estriado,
ou área V1. A partir dela, as informações seguem para outras áreas específicas de
processamento, como a área V2 para a forma, a área V4 para a cor e a área V5
para o movimento (BLOND et al 2005). Nessa ocasião o sistema visual se apresenta
mais desenvolvido do que no momento do nascimento prosseguindo o seu
amadurecimento. (KANDEL, SHWARTZ E JESSEL, 2000; BLOND et al 2005).
No terceiro mês, a acomodação visual atinge precisão máxima permitindo ao
bebê visualizar com perfeição um objeto a uma distância de 5 cm (DURAND, 2004).
Este fato evidencia o aumento da funcionalidade dos músculos ciliares e também
oculomotores responsáveis pelo movimento de coordenação binocular e pelo reflexo
pupilar que controla a entrada de luz que incide sobre a retina. Portanto, percebe-se
nesse instante, a maturação dos colículos superiores localizados na região pré-
tectal, os quais estão diretamente implicados na funcionalidade dos movimentos
oculares (NETTER, 1994; NETTER, 2004; MACHADO, 2001). Também no terceiro
mês, o bebê torna-se capaz de o somente responder ao estímulo sorriso, como
também discriminar feições e responder a cores como o amarelo, o laranja e o
vermelho. Nesta ocasião sua acuidade visual melhorou para 20/60. Aos seis meses,
a sua acuidade se aproxima da acuidade de um adulto normal (HYVARINEN s/d).
Para outros autores embora a medida da acuidade visual atinja aproximadamente
59
20/70 por volta dos seis meses, é somente no final do primeiro ano de vida que ela
alcançará o padrão do indivíduo adulto (FLAVEL, MILLER E MILLER, 1999; BRUNO
s/d).
Portanto, três meses após o nascimento, a rede de conexões sinápticas do
sistema visual do bebê o aumentou muito, como continuará aumentando de
forma muito rápida nos anos seguintes. Durante este período, ocorrem mudanças
significativas que contribuem para o aprimoramento das funções e das estruturas
que constituem o sistema visual. Dessa forma, o bom desempenho do sistema visual
é fundamental não para a estruturação cortical como também para a
consolidação de conexões neurais e dos processos cognitivos delas dependentes.
Aos quatro meses de idade a capacidade de discriminar cores do bebê se
assemelha a de um indivíduo adulto. Teller e Bornstain, (1987), op. cit. Flavel, Miller
e Miller, (1999) concluíram que: “a visão de cores é com grande probabilidade, um
componente importante do mecanismo mental inicial da criança” (p.231). Nesta
mesma ocasião, quando o bebê é capaz de acompanhar com o olhar os
movimentos externos, ele se torna apto a agarrar com as mãos tudo aquilo que está
ao alcance delas e também ao alcance dos seus olhos. Ele olha os objetos, brinca
com as próprias mãos e também com as vestimentas que estão ao alcance de suas
mãos. Neste momento pode se observar a olho nu o surgimento da intencionalidade
na coordenação olho/mão. Nesta mesma ocasião observa-se a manutenção do
contato “olho a olho” (BRUNO s.d; BERTHOZ, 1997; GESEL E AMATRUDA, 2000).
A estimulação visual desempenha, portanto, um papel fundamental no
desenvolvimento normal dortex visual. Barraga (1985) declara: “A intensidade e a
variação na estimulação para olhar influencia o desenvolvimento dos sistemas
visuais e visomotor” (ibid, p.5).
Para Barraga et al (1983) op. cit. Mena (2003), o processo de
desenvolvimento da percepção visual ocorre segundo um sistema organizacional
pré-estabelecido. O desenvolvimento anatômico e fisiológico das funções ópticas
início a essa organização. O desenvolvimento estrutural anatômico controla os
músculos oculares internos e externos para a fixação, acompanhamento,
acomodação e também localização e movimento do olhar. Na medida em que o
60
sistema nervoso central amadurece, amadurecem também as funções ópticas que
se tornam aptas a interpretar os estímulos recebidos. Portanto, a percepção óptica
torna-se parte integrante da fisiologia cerebral. Para esta autora, as funções óptico-
perceptivas, que envolvem as cores e também o contorno das formas grosseiras, se
desenvolvem a partir da discriminação da luz. Nessa fase do desenvolvimento, o
bebê torna-se apto a reconhecer e identificar rostos. Para a autora, esse
conhecimento antecede ao desenvolvimento da memória visual, quando a criança
passa a identificar os detalhes no interior das formas. A percepção de objetos
isolados no espaço, dos objetos em relação aos outros e também dos objetos em
relação ao próprio corpo, caracterizam o desenvolvimento da percepção espacial do
bebê. O desenvolvimento da coordenação visomotora permite que o bebê imite
posições e movimentos, manipule objetos e mais tarde, copie linhas e formas.
Por fim, as funções perceptivas possibilitam que o bebê organize a
informação visual dentro de um esquema suscinto, como distinguir uma figura de
seu fundo, que realize a complementação ou fechamento visual (gestalt) e que
estabeleça a relação do todo com as partes fazendo associações visuais.
Barraga (1985), explicita ainda que essas funções visuais emergem
paralelamente e superpõe-se umas às outras, sem nunca ultrapassarem o nível de
desenvolvimento perceptivo-cognitivo do sujeito. Uma função visual específica pode
aparecer antecipada ou tardiamente e também pode desaparecer e reaparecer
periodicamente. Essas funções visuais apresentadas por Barraga et al (1983) op cit
Mena (2003), podem sofrer influências de três fatores, analisados por Mena (ibid) da
seguinte maneira: o primeiro fator relaciona-se ao tipo e alcance da estimulação e da
experiência visual; o segundo, a variedade das experiências visuais realizadas em
todas as condições ambientais e o terceiro, à capacidade do bom desenvolvimento
perceptivo cognitivo.
Como já observado, apesar de estruturalmente completo no momento do
nascimento, o sistema visual, ainda se encontra funcionalmente imaturo e precário.
Entretanto, é ele que permite ao recém-nascido realizar as suas primeiras
aprendizagens perceptivas. Através da visão o bebê percebe o ambiente de forma
coerente e estável. Para amadurecer, o sistema visual precisa interagir com outras
61
funções cerebrais, isto é, para que suas estruturas se desenvolvam e se mantenham
íntegras, ele precisa manter os seus órgãos sensoriais periféricos, no caso, os olhos,
em funcionamento. Qualquer prejuízo no sistema visual seja ele periférico ou
cortical, as funções e as estruturas do sistema nervoso central se alteram, alterando
consequentemente, o sistema cognitivo como um todo. Da mesma forma, o
amadurecimento do sistema visual depende do desenvolvimento e do
amadurecimento de todo o grupo do sistema nervoso central.
É a relação que o lobo frontal (fonte de síntese, vontade e decisão motora)
estabelece apoiado na percepção contextualizada do sistema visual com o cérebro
límbico (gerador de emoções), que possibilita a integração dos efêmeros e múltiplos
fragmentos sensoriais em um único, permanente e multifacetado cenário existencial.
(AZEVEDO e JOFFILY , 2007; no prelo). Assim, deduz-se que visão e cognição
caminham juntas numa estreita ligação e cumplicidade.
3.4 . Visão e tato
No momento em que a coordenação viso-manual aflora, por volta dos
cinco/seis meses de idade é o sentido visual que, devido às suas características
distais e simultâneas, impulsiona o bebê em sua busca por novos conhecimentos e
integração social. (HATWELL,STRERI E GENTAZ, 2000; SEGOND; WEISS e
SAMPAIO, 2007; SAMPAIO, 2005). Possibilitando o acesso a informações distantes,
a visão estimula o sujeito a se aproximar dos estímulos distais a fim de explorá-los
tatilmente. Entretanto, esta exploração ocorre de forma eficaz com a
indispensável ajuda de uma especialidade intermodal: o tato ativo, ou o sistema
háptico. Como os receptores do tato, sentido predominantemente proximal,
espalham-se por todo o corpo, mas se localizam, sobretudo, nas mãos, o campo de
captação sensorial com o estímulo é sempre muito restrito.
Se, no início da vida, é o tato passivo que está disponível ao processo
cognitivo do bebê, ou seja, ele absorve apenas os estímulos próximos que lhe são
impostos pelo toque materno, pelas suas roupas, etc., numa segunda fase, é o tato
ativo, voluntário e intencional, que através do sistema háptico, permite que o bebê
busque, ativamente, no espaço extra-corporal a informação previamente captada por
62
seu olhar. (GIBSON, 1966, op. cit. OCHAITA E ROSA, 1995). É por isso que a
capacidade do bebê cego alcançar estímulos proximais no ambiente externo torna-
se mais difícil, só ocorrendo mais tarde do que no bebê vidente. Considerando que a
busca por um determinado objeto ocorre de forma intencional, voluntária, e que essa
ação se primeiramente a partir do olhar, deduz-se que a possibilidade de um
bebê cego alcançar estímulos proximais no ambiente externo é bem menor e mais
tardia. É o olhar que dirige as mãos para um determinado ponto. Para Bruno (sd),
... à medida que a criança olha, aumenta sua atividade motora para poder
observar a repetição da ação. Por isso é que se detém por muito tempo no
jogo do olhar e de mover as mãos, abrindo e fechando-as até adquirir a
coordenação viso-tátil-cinestésica que prepara a mão para a preensão dos
objetos e para as primeiras ações intencionais. Como a criança deficiente
visual não pode ver o objeto, ela não antecipa a conduta de preensão.
Cremos que aqui se encontra o górdio do desenvolvimento sensório-
motor destas crianças. Na ausência da visão, a coordenação desses
esquemas se fará pela integração dos esquemas táteis-cinestésicos-
auditivos através das condutas de sucção e preensão. Algumas crianças
com perdas visuais severas apresentam embricamento justamente nesta
etapa... o olho guia a mão. A visão rege a preensão e aumenta a atividade
da mão e esta coordenação se estabelece pela ão na presença do objeto
no campo visual. (ibid. p.16-17).
Nos cinco primeiros meses de vida, a exploração tátil/manual também conta
com o auxílio da exploração oral. Na ânsia de melhor conhecer os objetos, o bebê
leva-os, invariavelmente, à boca, região mais sensível de seu corpo. É nesse
mesmo instante que a visão, segundo Strery (2000b), adquire um importante papel
no desenvolvimento cognitivo do bebê.
...pesquisas sobre a exploração manual e a percepção tátil no recém-
nascido sugerem duas conclusões. 1/ Contrariamente àquilo que se poderia
pensar, quando a atividade manual se realiza a serviço e sob o controle da
visão, suas capacidades de exploração desempenham um papel
fundamental. A mão produz mudanças sensoriais visuais e táteis,
permitindo extrair simultaneamente invariantes perceptivas. A dominância
da visão, hipótese que propôs Hatwell (1987), desde o estabelecimento da
coordenação preensão/visão, não se manifesta pois somente nas atividades
de jogo, mas pode aparecer em outras situações tais como os conflitos
perceptivos ou as transferências intermodais (cf cap. 10 e 11). 2/ As
condutas exploratórias do bebê no primeiro ano de vida revelam uma
extraordinária adaptação do bebê ao seu ambiente sem que se possa
distinguir se essa adaptação é a causa ou a conseqüência dessas
condutas". (STRERI. 2000b. p. 66). (grifo do autor deste trabalho).
63
3.5. Visão e audição
A audição, que na escala de desenvolvimento sensorial de Radeau (1997)
aparece em quarto lugar, começa a funcionar por volta da vigésima quinta semana
de vida intra-uterina. Neste período, o cérebro do feto está pronto para reagir ao
estímulo sonoro.
Segundo Olso, Schoon, Sakai, Turpin & Sperduto, (1982) op. cit. Flavell, Miller
e Miller, (1999), a capacidade discriminativa sonora ocorre entre os cinco e oito
meses de idade. Entretanto para Flavell, Miller e Miller (1999), para que essa
capacidade discriminativa ocorra, é necessário que o bebê além de detectar os
sons, seja capaz de diferenciá-los.
A capacidade de localizar um som, presente no momento do nascimento, é
temporária e desaparece por volta dos dois ou três meses de vida pós natal. (Muir &
Clifton, 1985 op.cit. FLAVELL, MILLER e MILLER, 1999). O desaparecimento desta
precoce, inconsciente e involuntária localização sonora coincide com o surgimento
da coordenação binocular que permite ao bebê através da acomodação e da
convergência ocular dirigir deliberadamente o seu olhar para os objetos que se
encontram à sua volta. Para Flavell, Miller e Miller (1999), entretanto, o
desaparecimento daquela capacidade primordial (busca automática da fonte sonora)
indica que o córtex do bebê está suficientemente maduro para prescindir de um
reflexo auditivo subcortical de caráter involuntário e inconsciente.
...no neonato, ela é um reflexo subcortical, análogo a outros reflexos
presentes no nascimento. Como eles, a localização é eliciada
automaticamente por estímulos ambientais particulares e, como muitos
destes reflexos, ela desaparece com a maturação biológica. No bebê mais
velho, a localização é diferente: cortical, ao invés de subcortical, e
consideravelmente mais exploratória, mais sofisticada e mais harmonizada
com as variações ambientais. (Flavell, Miller e Miller.1994. p. 29).
Portanto, em decorrência da maturação do córtex cerebral, a visão do bebê
de dois meses torna-se um poderoso instrumento cognitivo. A acomodação e a
convergência ocular decorrente da maturação do córtex auditivo e do córtex visual
64
respondem pelo aumento da capacidade discriminatória objetal observável nos
bebês de cinco meses de idade (FLAVELL MILLER E MILLER, 1999).
Da mesma forma, o reflexo de pegada manual também presente no instante
do nascimento (STRERI, 2000a), desaparece por volta dos dois meses de idade
quando se observa a transferência da predominância modal tátil para a modal visual.
Nesta ocasião quando a visão passa a dominar o processo cognitivo do bebê, a
exploração oral se intensifica e, à semelhança da capacidade de localização auditiva
que, com a maturação cortical reaparece por volta dos cinco meses de idade, o
gesto de pegada manual reaparece como uma atividade intencional, voluntária e
consciente. É, portanto, através da coordenação viso-manual, que a visão assume o
papel de instrumento integrador do processo cognitivo. A partir dela se
estabelecerão as demais coordenações. A audição, atuando de forma integrada com
a visão permite que o recém-nascido dirigindo o seu olhar para o estímulo auditivo
obtenha maiores e melhores conhecimentos a respeito da fonte sonora. Com três
meses de idade ele está apto a realizar a busca visual que lhe permitirá localizar
e, eventualmente, alcançar os estímulos ambientais proximais.
Como foi apresentada no tópico anterior, a ação de busca pelo bebê cego vai
depender da discriminação auditiva, ou seja, o bebê precisa conhecer os estímulos
sonoros e relacioná-los a um objeto conhecido. Essa discriminação auditiva depende
da maturação do sistema nervoso central e, conseqüentemente, implica em um
desenvolvimento tardio.
3.6. Visão e Atenção
A atenção desde muito cedo, influencia as ações do olhar. Olhar e atenção
mantêm uma estreita ligação. Desde o primeiro mês de vida extra-uterina o ato de
fixação do olhar é identificado como o prenúncio da atividade atencional. A partir do
segundo mês, como anteriormente dito, o bebê é capaz de prestar atenção no
rosto da mãe. A sua atenção está voltada para os estímulos móveis. Para Durand
(2004), é a percepção do estímulo em movimento que capta e mantém a atenção do
bebê. Pesquisas desenvolvidas por Aslin e Shea (1990) comprovam essas
65
evidências. Haith (1966) op. cit. Lècuyer, (2004) também observou que os bebês são
mais atraídos por objetos em movimentos do que por objetos estáticos. Entretanto,
para Dannemiller (2000, 2002 op. cit. Lècuyer, 2004) objetos estáticos dotados de
cores fortes e contrastantes exercem mais atração do que objetos menos coloridos
em movimento.
Observa-se que tanto as cores quanto os movimentos, são os principais
atributos objetais captados pela visão. É, portanto a modalidade sensorial visual que
atrai o bebê para o mundo externo. Também é a visão que em parceria com a
atenção mantém o bebê em estado de vigília. É a atração visual dos estímulos
externos que carrega a atenção para o mundo real.
Aparentemente, a atração primordial pelo mundo visual externo, que leva os
bebês videntes a desejarem permanecer em estado de vigília, inexiste nos bebês
cegos. Dessa forma, os bebês cegos podem permanecer por muito mais tempo em
estado de sono do que os videntes.
Porém, até a idade de quatro meses o desenvolvimento psicomotor do bebê
cego, calcado na predominância dos movimentos reflexos não difere do
desenvolvimento psicomotor dos bebês videntes. A partir de então, quando a
expressão voluntária de sua seletividade atencional se manifesta e ele passa a
escolher através do olhar os diferentes estímulos, o desenvolvimento do bebê cego
distancia-se progressivamente do desenvolvimento do bebê vidente. O bebê, que
por falta de visão está desprovido da estimulação externa, tende a manter sua
atenção voltada para o mundo interno, esteja, ou não, em estado de sono. Segundo
Legger e cols. (1999), devido à falta de atenção dirigida para o mundo externo, os
sujeitos cegos permanecem num estado de "não vigília" e tornam-se vulneráveis a
acidentes. Como a falta de estimulação externa também pode levar ao sono, os
bebês cegos tendem a ter o seu ritmo circadiano, alternância sono/vigília, alterado.
66
4 – O SONO
A maneira mais comum das mães identificarem se o seu beestá ou não
adormecido é constatarem se eles permanecem quietinhos com os olhos fechados e
“desligados” do mundo. Será essa condição de passividade a configuradora do
estado de sono? Seria o sono, um desligamento do mundo ou uma reconfiguração
desse mundo?
No passado, o estado de sono, ou seja, a não atividade vígil, era considerada
um processo passivo. (REIMÃO, 1996). Hoje se sabe que o sono é uma função
biológica ativa e de grande importância para o desenvolvimento cognitivo. A partir de
Aristóteles o sono passou a ser considerado uma necessidade do organismo. Foi
este filósofo quem primeiro constatou uma duração maior do sono na infância.
Naquele tempo, o cérebro não era considerado o centro do processamento
perceptivo, nem era embasado no sistema nervoso (REIMÃO E DIAMENT, 1985).
Somente no século XIX, o cérebro passa a ser reconhecido como principal órgão
nos mecanismos do sono. Desde então, o sono passa a ser considerado um
importante fator para o amadurecimento cerebral, sobretudo durante o
desenvolvimento infantil.
O sono atuando na plasticidade neural gera mudanças do desenvolvimento
cerebral desde o início da vida. O sono também desempenha uma função
importante na consolidação das sinapses duradouras, ou seja, na "potenciação de
longa duração", as quais são ativadas e reguladas durante o desenvolvimento do
sistema visual (FRANK s/d).
Segundo MAQUET (2007) o sono favorece a aprendizagem. Uma equipe da
Universidade de Lübeck, na Alemanha, demonstrou experimentalmente o papel da
atividade elétrica cerebral na consolidação das lembranças. Estudos efetuados em
ratos e humanos reforçaram o modelo proposto 20 anos atrás de que o traço
mnêmico seria transferido durante o sono, do hipocampo para o córtex, aonde as
memórias adquirem as características de longa duração.
67
Nos primeiros meses de vida, o bebê passa a maior parte do tempo dormindo.
Nesta fase do desenvolvimento a sua atenção se encontra voltada para uma
estimulação de caráter endógeno constituída pelas memórias filogenéticas
oferecidas pelo sono REM. Porém, se a estimulação visual é indispensável para a
estruturação do rtex cerebral do bebê, como ela ocorre, se o bebê permanece
dormindo a maior parte do tempo?
Pesquisas recentes apontam que o sono é, no início da vida, importante e
necessário para a estruturação dos processos cognitivos. Ele não favorece o
desenvolvimento cerebral como aumenta a plasticidade do córtex visual num
instante em que as diferentes áreas cerebrais estão disputando um espaço que lhes
é comum. Portanto, a área cortical visual, segundo Frank, Issa e Stryker, (2001) e
Jha et al, (2005), é uma região crucial para o desenvolvimento das funções
neuropsicológicas. As suspeitas de que as conexões neuronais o remodeladas
durante o sono têm sido amplamente pesquisadas pelos autores acima e sugerem
que o sono influencie tanto a aprendizagem quanto a memória. Recentes
descobertas, em roedores, pássaros e humanos, indicam que a atividade neuronal
iniciada durante a vigília é reativada e, possivelmente, consolidada através do
reforço das conexões sinápticas durante o sono subseqüente (ibid).
4.1. Características do sono nos recém-nascidos
As características do sono dos recém-nascidos diferem das características do
sono dos indivíduos adultos. Dois diferentes estágios de sono podem ser
identificados no bebê. O estado de sono Ativo, o qual ocupa aproximadamente a
metade do tempo total de sono do bebê e do qual surgirá, posteriormente, o sono
REM e o estado Quieto, o qual ocupa de 35% a 45% do tempo total de sono, o qual
dará origem ao sono não-REM. Um outro estado, Indeterminado, também pode ser
encontrado. Ocupando de 10-15% do tempo total de sono do bebê, o estado
Indeterminado corresponde a um estado não definido cuja característica não é
observada em nenhum dos dois estados citados acima, ou seja, é um estado
transicional, que não pode ser classificado nem como Ativo nem como Quieto.
(REIMÃO E DIAMENT, 1985; COSTA, 1996; WEERD e BOSSCHE, 2003).
68
O desenvolvimento e a organização endógena do ritmo de sono do recém-
nascido, que nos primeiros meses de vida não configuram um ritmo circadiano,
dependem da maturação do sistema nervoso central o qual inicia o seu
desenvolvimento ainda durante a vida intra-uterina e continua aproximadamente até
a terceira década de vida.
O sono de um recém-nascido tem freqüentemente início com um período de
sono Ativo, diferentemente do sujeito adulto, cujo sono se inicia por um período de
sono lento, ou de estágio de sono não-REM. A transição da vigília direto para o sono
Ativo, diminui nos primeiros três meses de vida, mas é apenas a partir do sexto mês
que o sono do bebê passa a apresentar todos os estágios do sono adulto, os
estágios 1, 2, 3, 4 e o sono REM (AYALA-GUERRERO E MEXICANO, 1996;
WEERD E BOSSCHE, 2003; REIMÃO E DIAMENT, 1985).
O estágio de Sono Quieto se caracteriza pelos olhos fechados e sem
movimentos oculares rápidos, ausência de movimentos de corpo, respiração regular,
e/ou sustos. O sono Ativo se caracteriza pelos olhos fechados com movimentos
oculares rápidos, presentes desde a 28ª semana de idade gestacional, respiração
irregular e aparecimento de movimentos corporais a partir da 26ª semana. Esses
movimentos antecedem, portanto, aos movimentos oculares rápidos, e a perda de
tônus muscular que aparece de forma incipiente a partir da 40ª semana. (Costa,
1996). Portanto, a movimentação ocular que caracteriza o sono REM e que estará
intimamente relacionada com as percepções visuais oníricas podem ser observadas
a partir do sétimo mês de vida intra-uterina (GOTTESMANN, 2000; REIMÃO, 1996;
MIRAMIRAN, MAAS E ARIAGNO, 2003).
Segundo Reimão e Diament, (1985), ao nascer, o bebê gasta de 16 h a 18 h
por dia adormecido, sendo que mais da metade desse tempo é ocupada pelo sono
Ativo, que corresponde ao sono REM. No primeiro mês de vida, o sono do bebê não
apresenta uma organização cíclica dia/noite, mas períodos de aproximadamente 3 h
de sono, e 1 h acordado, totalizando cada período uma média de 4 h. No final do
primeiro mês, o bebê permanece dormindo em média 8 h e 30 min à noite, e cerca
de 6 h e 30 min durante o dia. Observa-se dessa maneira, o início de uma
organização circadiana que será consolidada com o aumento do sono durante a
69
noite e diminuição do sono durante o dia. Dessa maneira, o bebê permanece em
vigília a maior parte do tempo diurno. Enquanto essa organização circadiana ocorre,
ou seja, desde o seu início aa sua consolidação, o bebê costuma fixar os seus
períodos de sono e de vigília pelo ciclo claro/escuro. Nessa fase, o sono noturno é
interrompido por períodos breves de vigília. Do segundo ao terceiro s de vida, o
bebê apresenta três períodos de vigília diurna e apenas um despertar noturno,
apresentando portanto, um sono mais prolongado à noite. No final do terceiro mês, o
bebê já se acostumou a dormir a noite toda e a acordar duas ou três vezes durante o
dia. A partir dessa idade, até completar um ano, os padrões de sono do bebê podem
sofrer influências do meio ambiente. Nesse momento, é possível observar que o
bebê apresenta um ritmo circadiano de sono e vigília sincronizado ao ciclo
claro/escuro (ibid).
Para esses autores, no sétimo mês, 75% do sono do bebê, ocorre das 21 h às
8 h da manhã. No oitavo mês, o bebê apresenta um longo período de vigília,
marcado por dois cochilos e um sono longo à noite. Aos doze meses o bebê mantém
cerca de 10 h a 12 h de sono noturno, dormindo um total de 14 h a 16 h em um dia
de 24 h. A partir de um ano até os seis anos, a tendência do sono diurno é diminuir,
diminuindo assim a quantidade de sono nas 24 horas.
Jacklin e cols. (1980), realizaram estudos com crianças de seis meses a trinta
e três meses e verificaram que esses bebês apresentaram um decréscimo
progressivo de sono. Ao atingirem trinta e três meses, essas crianças dormem cerca
de 11 h e 48 min no tempo total de sono durante um período de 24 h. Outra
pesquisa, desenvolvida por Huon e cols. op. cit. Reimão e Diament, (1985),
verificou-se que crianças com um ano de idade, dormem em média, 13 h e 30 min
por noite. Com dois anos de idade, a média de sono noturno é de 13 h; aos quatro
anos, cai para 11 h e 30 min; aos cinco anos, a criança dorme em média 11 h por
noite.
Segundo os estudos realizados por Reimão, Lefrèvre e Diament, (1982), na
cidade de São Paulo, com escolares de três a dez anos de idade, observou-se
variações no período total de sono noturno destas crianças entre 10 h e 40 min a
11 h e 30 min. Dos três aos seis anos de idade, foi observado que a criança
70
apresenta uma diminuição na quantidade de sono noturno. Dos seis aos dez anos o
sono noturno se estabiliza. Esses autores observaram também que dos três aos oito
anos de idade a maior parte das crianças já é capaz de dormir durante toda a noite.
A organização do sono diurno pode ser observada no primeiro semestre de
vida. Os períodos de sono da manhã, o do meio dia e o período de sono da tarde,
apresentam diferenças entre eles, caracterizando o sono da tarde como o mais
longo dos períodos diurnos. Até os seis meses de idade, os ciclos são iguais em
cada um desses períodos (REIMÃO E DIAMENT, 1985).
O sono diurno foi avaliado por Weissbluth e cols. (op. cit. ibid.) em crianças
dos quatro meses até os dezesseis anos de idade. Por volta de um ano de idade, o
bebê dorme cerca de 3 h; aos dois anos o bebê dorme aproximadamente 2 h, aos
três anos, cerca de 1 h e 30 min e aos quatro e cinco anos a criança dorme
menos de 1 h.
Observa-se, portanto, uma diminuição progressiva no tempo total de sono do
bebê à medida que a idade do bebê avança. O sono diurno vai diminuindo até
desaparecer completamente em algumas crianças. Desses períodos, o período de
sono da tarde é o último a desaparecer, entretanto, não ocorre um aumento no sono
noturno em função do desaparecimento do sono diurno. Dessa maneira, vai se
estabelecendo a organização endógena do ciclo sono/vigília do bebê. (REIMÃO E
DIAMENT, 1985).
4.2. Sono e desenvolvimento cerebral
Nas primeiras semanas de vida, o bebê passa a maior parte do tempo
dormindo. Esse início da vida pós-natal, como foi mostrado no capítulo 1, que define
tanto o destino dos neurônios como também os circuitos neurais cerebrais
dependentes da experiência, é o chamado “período crítico”. Esse período quando a
quantidade do tempo dormido é maior do que em qualquer época da vida é
justamente o período em que o desenvolvimento cerebral e plasticidade sináptica
ocorrem mais rapidamente do que em qualquer outra época da vida.
71
A abundância de sono durante o período de maturação cerebral indica que o
sono é um fator fundamental no desenvolvimento psicofísico do bebê. Frank (s/d)
assinala que os indícios mais confiáveis de que dormir é importante para o
desenvolvimento cerebral, vieram de estudos sobre o desenvolvimento do sistema
visual. Esses estudos apontam uma forte relação existente entre o sono, a visão e o
desenvolvimento cerebral. Nesses estudos, são mostradas as mudanças que
ocorrem no desenvolvimento do núcleo geniculado lateral e no rtex visual durante
o estado de sono e a perda de sono que decorre da privação do sono REM e da
eliminação das ondas ponto genículo occipitais (PGO). Para esse autor, sempre
que a visão de um olho é bloqueada durante o período crítico do desenvolvimento
visual, o córtex se altera, a favor do olho que enxerga. Se essa oclusão de um olho
for continuada, ou seja, um tempo maior, privando o olho ocluído de experiências
visuais, as células do cleo geniculado lateral do mesmo se atrofiam. Esse
atrofiamento é ainda maior, quando, além de ocluir um olho, combina-se, ou a
privação do sono REM, ou a privação total do sono ou a eliminação das ondas PGO
do sono REM.
No caso da oclusão de um olho mais a eliminação das ondas PGO do sono
REM, o cleo geniculado lateral que recebe as informações do olho aberto
aparentemente tornam-se maiores em seu tamanho.
Para Marks e cols. (1995), para amadurecer, o cérebro necessita de atividade
endógena neuronal. Essa atividade é alimentada pela grande quantidade de sono
REM presente nos bebês. Frank (s/d), descreve:
Nas formulações mais recentes da hipótese ontogênica, sugere-se que o
sono REM, além de promover o desenvolvimento normal do cérebro,
também o protege contra uma “excessiva” plasticidade dependente da
experiência. Acredita-se que ambas as funções sejam mediadas pelas
ondas PGO, ou por uma liberação acentuada de acetilcolina durante o sono
REM. (Frank, sd. p.95).
No bebê, a latência que antecede o sono REM é muito curta, quando
comparada ao mesmo período no adulto como foi citado anteriormente, pois o
bebê inicia o seu período de sono pelo estado de sono Ativo (REM). É curioso que o
sono REM ao promover a atividade neuronal endógena necessária ao
72
amadurecimento cerebral, esteja também promovendo a formação dos mais
rudimentares circuitos cerebrais. Ao mesmo tempo em que ele forma esses circuitos
e os organiza, a acuidade visual do bebê é precária e não é muito explorada pois é,
apenas, suficiente para que o sono REM abra os atalhos e “forme os caminhos” para
as primeiras aprendizagens que possibilitarão a construção de um mundo próprio,
diferente, singular. Para o autor supra citado, o aprofundamento desses caminhos
não caberá ao pioneiro que os organizou. Sobre isso ele argumenta:
... em nosso estudo, a plasticidade cortical teve uma correlação negativa
com a quantidade de sono REM, sugerindo que este inibe a plasticidade
dependente da experiência. Assim, é possível que nos neonatos as
entradas mais freqüentes no estágio REM e os movimentos rápidos dos
olhos na fase inicial do sono interfiram na consolidação das mudanças
dependentes da experiência nos circuitos neuronais [...] (95) vários achados
recentes associam o sono o-REM à plasticidade sináptica e ao
desenvolvimento neuronal [...] (96) Esses achados sugerem que o sono
não-REM pode consolidar as experiências que se tem quando estamos
acordados, um processo que começa durante períodos críticos do
desenvolvimento cerebral, quando o animal é mais sensível às experiências
em vigília, mas se conserva durante toda a vida. (ibid. p.98).
Também as pesquisas desenvolvidas por Frank, Issa e Stryker (2001),
fornecem evidências de que tanto a plasticidade sináptica (aprendizado e memória)
como também a consolidação destas mudanças que dependem da experiência, em
circuitos corticais, são consolidadas durante o sono não-REM. Portanto, as primeiras
informações visuais captadas pelo bebê o enviadas ao córtex visual dando
início ao complexo processo de estruturação e desenvolvimento cerebral.
As experiências sensoriais que esculpem as estruturas cerebrais em
desenvolvimento, cruciais no início da vida s-natal são predominantemente
visuais, apesar do bebê dispor de muito pouco tempo de vigília para absorvê-las,
uma vez que está a maior parte do tempo dormindo. É importante considerar que
apesar do sistema visual do bebê ser por volta do nascimento, um sistema
funcionalmente precário, ele utiliza justamente esse sistema para construir as suas
primeiras experiências exploratórias acerca do mundo (rever capítulo 2).
O papel exato de cada estágio do sono no desenvolvimento cerebral ainda é
desconhecido, entretanto, para Frank, (sd), o sono REM...
73
... parece estar mais fortemente associado às mudanças sinápticas
estimuladas pela experiência, que ele aumenta depois que os olhos se
abrem e se torna homeostaticamente regulado pelo período de vigília, de
maneira semelhante ao sono não-REM dos adultos, durante os períodos
críticos de plasticidade sináptica dependente da experiência.
Portanto, parece plausível, que tanto o sono REM quanto o o-REM
promovam a formação de circuitos rudimentares, mas que o último, de
forma adicional, consolide as mudanças nos circuitos neuronais estimuladas
pelas experiências vividas durante o estado desperto. (Ibid. p.98)
4.3. Sono, Visão e Cognição
Num momento em que o bebê ainda não dispõe de um domínio motor que lhe
possibilite apossar-se dos estímulos do mundo externo, a visão revela-se o único
canal sensorial capaz de colocá-lo frente aos estímulos que o atraem. É nesse
sentido, que a observação do desenvolvimento sensorial visual do bebê é
fundamental para compreender-se como se estruturam os processos cognitivos
humanos.
Se, a percepção é um ato consciente, que pressupõe não a atribuição de
significados lingüísticos às diferentes sensações, como também a sua
contextualização no acervo de memórias onto e filogenéticas, pode-se também dizer
que ela é a base da aprendizagem. Segundo Masini, (2003), “a experiência
perceptiva é o solo do conhecimento de pessoas com e sem deficiências sensoriais”.
Para Favell, Miller e Miller, (1999); Lècuyer, (2004); Pauen, (2003); Hatwell,
Streri Gentaz, (2000) a cognição infantil é mais “precoce” do que se acreditava, ou
seja, o bebê é muito mais capaz de “saber”, de pensar e de “agir”. Para esses
autores, o bebê.
... exibe uma espécie de funcionamento intelectual inteiramente prático,
voltado para a ão... o bebê “sabe”, no sentido de antecipar ou reconhecer
objetos e acontecimentos familiares recorrentes, ele pensa” no sentido de
agir em relação a eles com sua boca, suas mãos, seus olhos e outros
instrumentos sensório-motores, de maneiras previsíveis, organizadas e
freqüentemente adaptativas. (Flavell, Miller e Miller, 1999, p. 44).
74
Segundo Pauen (2003), os bebês pensam antes de falar. Eles são capazes
de memorizar, comparar as diferentes propriedades dos objetos observados e,
ordenando as informações que lhe chegam do ambiente externo, representar o
mundo como algo coerente.
Como anteriormente dito, a visão exerce um papel dominante e integrador em
relação aos demais sentidos. O saber, pensar e agir dos bebês que está na base de
uma representação coerente de mundo, revelam ser a visão o primeiro ativador
perceptivo capaz de levar o bebê a agir sobre o objeto do seu conhecimento. É,
portanto através da visão e principalmente do “olhar preferencial” que se estuda a
cognição nos bebês.
O denominado “olhar preferencial” é um método muito utilizado nas pesquisas
desenvolvidas com bebês. Através dele identificam-se as “preferências” dos bebês.
Este método, desenvolvido por Robert Fantz (1961) consiste em observar, dentre
vários estímulos, para qual deles o bebê olha mais demoradamente. É desta forma
que ele diferencia um objeto de um outro. Os bebês, portanto, mostram com o “olhar
preferencial” que estão aptos a selecionar o alvo da sua atenção voluntária.
Aos cinco ou seis meses de idade, o córtex visual do bebê está,
razoavelmente, estruturado e desenvolvido. Também por volta desta idade, como
descrito anteriormente, surgem o gesto de pegada coordenação viso manual e a
capacidade de localizar sons no espaço externo fortalecendo simultaneamente a
vontade e o comportamento intencional do bebê. Na criança cega, a atenção
voluntária para o mundo externo não ocorre com a mesma naturalidade, nem no
período de desenvolvimento.
Para Ochaita e Rosa (1995), a criança cega tem consciência do mundo
externo através dos sons que esse mundo emite. Portanto, os objetos que o
emitem sons inexistem no ambiente para a criança cega. Com a falta da visão
inexiste também a motivação, a vontade e o comportamento intencional que instiga
o bebê a se dirigir para um determinado estímulo e alcançá-lo. Para esses autores
na criança cega,
75
... a busca dos objetos mediante o som ocorre com um atraso de cerca de
seis meses em relação à coordenação visual-manual.
O desenvolvimento da conduta de busca dos objetos pelos bebês
cegos é o seguinte (Fraiberg, 1977). Antes dos sete meses, não indícios
de busca, quando se tira um brinquedo de sua mão, não tenta recupera-lo.
Entre os sete e os oito meses, começa a buscar objetos com os quais têm
contato tátil, mas sem se aperceber do lugar em que o perdeu e muito
brevemente: quando se faz soar o objeto perdido, não o busca, mas abre e
fecha a mão, como se quisesse agarrá-lo. Não nenhuma resposta diante
de objetos sonoros, se a criança o os tocou previamente. Entre os oito e
os onze meses, o bebê começa a buscar os objetos em torno do local onde
os perdeu; quando derruba um objeto sonoro, é capaz de utilizar o som para
buscá-lo, embora ainda não seja capaz de buscar um objeto mediante seu
som, se não o tocou previamente. Por fim, aos 12 meses, é capaz de
buscar um objeto guiando-se somente por seu som, o que pressupõe a
coordenação definitiva entre o ouvido e a mão.
Assim, a construção de um mundo de objetos permanentes e de um
espaço exterior que os contém, constituirá uma tarefa árdua para a criança
cega (Ochaita e Rosa, 1995, p. 187-188).
Portanto, as experiências visuais são fundamentais para o desenvolvimento
normal do cérebro e a sua ausência associada ao sono, podem gerar alterações nas
estruturas cerebrais corticais durante os cinco primeiros anos de vida uma vez que
experiências visuais o geradas pelo rebro através da luz que entra pelos olhos.
É a luz a matéria prima desse gerador de imagens e também a matéria prima que
alimenta a organização endógena do marcador circadiano responsável pela
regulação do sono e da vigília. Sendo o sono o responsável pela organização,
escultura e consolidação das experiências vividas transformando-as em aprendizado
através da memória, acredita-se ter fechado o circuito que integra o mecanismo da
biogênese do desenvolvimento comportamental e cognitivo da criança.
Considerando que:
1) A experiência visual depende da luz ambiental;
2) Que o desenvolvimento estrutural e funcional do cérebro depende tanto da luz
ambiental quanto do sistema visual;
3) Que a ausência de luz ambiental e/ou ausência de visão nos primeiros cinco
anos de vida altera o desenvolvimento estrutural e funcional do cérebro;
76
4) Que a luz ambiental e o sistema visual são elementos fundamentais na
regulação do ritmo circadiano ciclo sono/vigília; pergunta-se:
Haveria diferenças significativas na organização do ritmo circadiano ciclo
sono/vigília dos bebês cegos, de baixa visão e videntes?
Esta pesquisa pretende, não dar respostas definitivas à estas questões, mas,
explorando o problema, abrir novos caminhos para o surgimento de pesquisas mais
definitivas sobre o assunto.
77
5 – MÉTODOS
5. 1. Tipo de pesquisa
Considerando que o conhecimento nesta área é ainda limitado, esta pesquisa
é, segundo Vergara (1997), quanto aos fins, uma pesquisa exploratória. Ela é
também explicativa, pois tenta fornecer subsídios para se entender como a maior ou
menor intensidade da luz captada pelos olhos influencia a organização endógena do
ciclo sono/vigília.
Quanto aos meios, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, pois envolve uma
intensa e sistematizada pesquisa em livros, jornais e revistas especializadas. Trata-
se também de uma pesquisa de investigação documental, pois acessa documentos
conservados no interior de órgãos públicos e privados de acesso restrito; é uma
pesquisa de campo e participativa, pois se baseia nos dados obtidos em 64
entrevistas voluntárias realizadas com as mães e /ou responsáveis de bebês de 00
(zero) a 60 (sessenta) meses.
5.2. Amostra
A amostra foi definida de forma não probabilística por acessibilidade
representativa. Os grupos de bebês cegos e o de bebês de baixa visão foram
obtidos em instituições públicas especializadas, como o Instituto Benjamin Constant
no Rio de Janeiro e na Secretaria de Saúde de Campos dos Goytacazes. O grupo
formado pelos bebês videntes foi requisitado em diferentes municípios do estado do
Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, São Fidélis, Ernesto Machado, Itaperuna e Campos
dos Goytacazes.
A amostra constituiu-se então de sessenta e quatro mães e/ou responsáveis
por bebês de zero a sessenta meses, subdivididos em três grupos: o primeiro grupo
constituído por vinte e três bebês cegos (C) com e sem percepção de luz; o segundo
78
grupo por dezoito bebês com baixa visão (BV) e o terceiro grupo por vinte e três
bebês videntes (V), perfazendo então um total de sessenta e quatro sujeitos.
5.3. Critérios de seleção de sujeitos
Das sessenta e quatro entrevistas realizadas, trinta ocorreram no Instituto
Benjamin Constant (IBC), onze na cidade de Campos dos Goytacazes e as demais
23 em diferentes municípios do Estado do Rio de Janeiro.
As mães e/ou responsáveis pelos vinte e três bebês cegos e por sete bebês de
baixa visão freqüentavam o Departamento de Estimulação Precoce do Instituto
Benjamin Constant e optaram voluntária e anonimamente em participar da pesquisa
através de reuniões realizadas no Departamento nas quais solicitou-se mães e/ou
responsáveis voluntários para a pesquisa. As mães e/ou responsáveis pelos onze
bebês restantes de baixa visão recebiam atendimento na Secretaria de Saúde de
Campos dos Goytacazes e optaram voluntária e anonimamente em participar da
pesquisa. As mães e/ou responsáveis pelos vinte e três bebês videntes foram
escolhidas aleatoriamente em municípios vizinhos à cidade de Campos dos
Goytacazes através do método bola de neve. Todas as mães e/ou responsáveis
optaram voluntária e anonimamente em participar da pesquisa e assinaram, antes
de cada entrevista, um Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE D), no qual
aceitavam serem entrevistadas e consentiam que as respostas dadas sobre o sono
e o desenvolvimento de seus bebês fossem utilizadas, de forma anônima na
presente pesquisa.
Todos os bebês que se tornaram o objeto desta pesquisa eram nascidos e
residentes do Estado do Rio de Janeiro, oriundos de gestação única, não gemelar
(uma vez que se entendeu que as memórias maternas relativas ao desenvolvimento
e ao sono de mais do que um bebê, teriam menos exatidão do que as memórias
relativas ao desenvolvimento e ao sono de um único bebê). Excepcionalmente
foram aceitos casos de gestação gemelar quando um dos irmãos gêmeos havia
morrido ao nascer e o sobrevivente satisfazia os demais critérios estabelecidos pela
pesquisa.
79
Critérios de exclusão
Foram excluídos da amostra mães e/ou responsáveis por bebês de gestação
gemelar em que ambos (os bebês) estivessem vivos; mães e/ou responsáveis por
bebês adotados cujo convívio com a e adotiva não ocorrera desde o primeiro dia
da alta do hospital; e mães e/ou responsáveis que se recusaram conceder a
entrevista ou falar sobre o desenvolvimento do seu bebê.
5.4. Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada pelo próprio pesquisador, através de
entrevistas orais, dirigidas e individuais com cada mãe e/ou responsável por cada
bebê. As entrevistas por pautas (APÊNDICE E), foram previamente elaboradas pelo
pesquisador com a finalidade de focar os assuntos de interesse da pesquisa.
Todas as entrevistas ocorreram individualmente, tanto as que foram
realizadas nas Instituições quanto as que foram realizadas nas casas, e
posteriormente transcritas para o processo de análise dos dados. Participaram das
entrevistas, todas as mães e/ou responsáveis que voluntariamente assim desejaram
e cujos bebês preenchiam os requisitos necessários para compor os respectivos
grupos de pesquisa.
A presente pesquisa, assim como os critérios de coleta de dados foram
submetidos e aprovados pela banca de exame de qualificação da UENF e
autorizada pelas respectivas Instituições que se constituíram em campo de
pesquisa.
5.5. Tratamento de dados
As características do problema investigado permitiram que os dados fossem
tratados tanto quantitativa quanto qualitativamente. Para comparar os dados sobre a
variável independente a influência da luz e a variável dependente a
80
organização endógena do ciclo sono/vigília utilizou-se o método estatístico
descritivo.
O levantamento dos métodos quantitativos foi realizado utilizando a própria
pauta da entrevista por conter além de perguntas abertas, perguntas fechadas e
diretas (APÊNDICE E).
5.5.1. Análises Qualitativas
A partir do relato das mães, extraíram-se dados individuais referentes às
variáveis que seriam submetidas às análises estatísticas. Os dados foram
organizados em tabelas individuais, e posteriormente em uma tabela geral
(APÊNDICE F).
Os dados foram apresentados em tabelas, gráficos e quadros representativos
do sono de cada bebê. Através desses dados individuais estabeleceu-se uma
comparação entre resultados obtidos nos grupos C e BV ao grupo V.
5.5.2. Análises Estatísticas
Para as análises estatísticas os bebês foram agrupados em três grupos:
vidente (n=23), baixa-visão (n=18) e cego (n=23).
As hipóteses relacionadas à influência da luminosidade no ciclo sono/vigília
foram testadas com base nas seguintes variáveis colhidas para os três grupos de
bebês: horário de início da vigília (IV), horário de início do sono norturno (ISN),
tempo total de sono (TTS), tempo de sono noturno (SN) e tempo de sono diurno
(SD). Vale lembrar que o TTS é definido como a soma do SD e do SN, ou seja, TTS
= SD + SN. Em todas as análises foi utilizado o teste de variância não-paramétrico,
Kruskal-Wallis, seguido do teste não-paramétrico Mann-Whitney para comparações
a posteriori.
81
Para se testar a dependência do tempo total de sono (TTS) em função da
idade dos bebês, foi conduzida uma análise de regressão linear simples para cada
um dos grupos de bebês separadamente, sendo o TTS a variável dependente e a
idade dos bebês a variável independente.
Para a realização dos testes estatísticos utilizou-se o pacote estatístico R (R
Development Core Team, 2007), e foi empregado um nível de significância de 5%
em todos os testes.
5.6. Limitações do Método
Quanto à coleta faz-se necessário considerar:
1) Que os participantes da pesquisa aqui representados pelas mães e/ou
responsáveis participaram de uma entrevista cuja duração variou de vinte a
quarenta minutos e responderam, voluntariamente, a perguntas, cujo
conteúdo, muitas vezes lhes era traumático o que gerava um forte stress
emocional. Conseqüentemente, algumas respostas como, por exemplo, a que
se refere ao momento exato em que o bebê fecha os olhos e adormece, não
alcançou o desejável grau de fidelidade.
2) Que os dados relacionados ao desenvolvimento dos primeiros meses de vida
do bebê foram obtidos através de fonte secundária, memórias de mães e/ou
de responsáveis e, portanto sujeitos a distorções.
3) Que há possibilidade de interferência do contexto familiar na organização
endógena do ciclo sono/vigília do bebê, através de outras pistas ambientais
que não as visuais uma vez que os bebês cegos, ao contrário dos videntes,
podem ser, em decorrência da maturação do seu SNC, influenciados por
pistas odoríferas, auditivas e teis, pistas estas, não relacionadas
diretamente ao estímulo luminoso.
82
4) Que como os bebês cegos congênitos não apresentam um comportamento
óculo-motor ativo, fica muito difícil para um leigo, baseando-se apenas na
observação, saber o exato momento em que a criança entra em estado de
sono. Entretanto, como nos primeiros meses do desenvolvimento, o sono do
bebê é predominantemente REM, alguns sinais o reveladores, como por
exemplo: a atonia muscular, a presença de movimentos oculares rápidos,
espasmos musculares nos membros e expressões faciais.
5) Que devido aos estreitos limites estipulados nos critérios de aceitação dos
sujeitos da pesquisa, encontrou-se dificuldades para perfazer o número de
sujeitos desejável da amostra de bebês cegos e de baixa visão na faixa etária
de 00 (zero) a 60 (sessenta) meses.
6) Faz-se necessário ressaltar que se utilizou como critério de discriminação
entre bebês cegos e de baixa visão, o termo lavrado no prontuário de
diagnóstico médico: cego ou baixa visão. Quando os bebês não possuíam
ainda um diagnóstico definitivo optou-se por aceitar a justificativa do médico
relatada na solicitação de urgência dos exames: “risco de cegueira irreversível
em ambos os olhos” ou “glaucoma congênito em ambos os olhos, buftalmia e
prevenção de amaurose” como sendo um parecer de baixa visão.
7) Que alguns fatores que dificultaram o controle das variáveis, tais como: bebês
abaixo de vinte e quatro meses encontravam-se algumas vezes, em processo
de conclusão de diagnóstico. Bebês cegos e de baixa visão, de uma forma
geral, apresentavam diferentes patologias relacionadas à maior ou menor
captação da luz, ou mesmo a ausência dessa captação.
8) Que quando a pesquisa teve inicio acreditou-se que não se teria dificuldades
em conseguir Instituições especializadas com um número suficiente de bebês
cegos e de baixa visão. Isso não ocorreu. A prematuridade seria, a princípio,
um critério de exclusão, no entanto, devido a sua grande incidência nos
bebês cegos e de baixa visão atendidos no Departamento de Estimulação
Precoce do Instituto Benjamin Constant, não pôde ser descartada, pois caso
o fosse, corria-se o risco de obter-se um número pequeno de sujeitos cegos.
83
O critério de não se entrevistar bebês acima de 36 meses (três anos) também
não se manteve, uma vez que a idade cronológica de um número
considerável de bebês atendidos naquelas Instituições ultrapassava o limite
estipulado de trinta e seis meses. Objetivando aumentar o número de sujeitos
da amostra optou-se então, por ampliar a idade de trinta e seis meses para
sessenta meses e de entrevistar todas as es que voluntariamente
estivessem dispostas a participar da pesquisa cujos bebês preenchiam os
demais parâmetros estabelecidos pela pesquisa,
9) Que algumas mães de bebês diagnosticados como cegos revelaram a
existência de resíduos visuais em seus bebês. A conceituação de cegueira
de acordo com a OMS é definida por Castro (1994) da seguinte maneira: “O
paciente é portador de cegueira legal quando sua visão é igual ou menor que
20/200 no melhor olho, e com sua melhor correção, e/ou campo visual igual
ou menor que 20º em seu melhor olho” (ibid, p.1). Essa classificação tem
sido utilizada como padrão de medida, para diagnósticos médicos. Portanto,
considerou-se para a classificação do grupo (C), o diagnóstico médico com a
condição visual: cego.
10) Faz-se necessário ressaltar que, lamentavelmente, não foi possível se obter
um número de bebês distribuídos uniformemente por idade, o que facilitaria a
obtenção de resultados mais conclusivos.
11) Esclarecimento: A pesquisa de campo deste estudo teve início na cidade de
Ariquemes/RO com a participação voluntária de 64 mães e/ou responsáveis.
Devido à riqueza de informações dos dados coletados naquela região do
país, a Banca de Qualificação orientou que esses dados fossem analisados
em separado e apresentados posteriormente.
84
6. RESULTADOS
6.1. Resultados da Análise Qualitativa
6.1.1. Variável Gênero
Quanto à variável gênero, constatou-se que dentre o total de bebês, 52% (33)
dos bebês eram do sexo masculino e 48% (31), bebês do sexo feminino.
Detalhes sobre a distribuição por grupos quanto ao gênero, conferir tabela 01.
Tabela 01: GÊNERO MASCULINO E FEMININO CATEGORIZADOS POR GRUPO
Grupo V Grupo C Grupo BV Total 1
Gênero
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Masculino
13 57% 8 35% 12 67% 33 52%
Feminino
10 43% 15 65% 6 33% 31 48%
Total 2 23 100% 23 100% 18 100% 64 100%
Quant: quantidade
%: percentual
6.1.2. Variável Idade Gestacional (IG): nascimento a termo e pré-termo
Quanto à variável idade gestacional, constatou-se que 69% (44) dos bebês
eram nascidos a termo e 31% (20) eram nascidos prematuramente. Constatou-se
também que os maiores índices de prematuridades, estavam representados nos
grupos C 43% (10), e BV 44% (08) e que o menor índice de prematuridade 09%
(02), estava representado no grupo V. Constatou-se ainda que o maior índice de
bebês nascidos a termo, 91% (21) estava representado no grupo V e que o menor
índice de bebês nascidos a termo, 56% (10) estava representado no grupo BV.
Conferir tabela 02.
85
Tabela 02: BEBÊS PRÉ-TERMO E A TERMO CATEGORIZADOS POR GRUPO
Grupo V Grupo C Grupo BV Total 1
IG
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Pré-termo 2 9% 10 43% 8 44% 20 31%
A termo 21 91% 13 57% 10 56% 44 69%
Total 2 23 100% 23 100% 18 100% 64 100%
Quant: quantidade
IG: Idade Gestacional
6.1.3. Variável Idade Cronológica (IC)
Quanto à variável idade cronológica constatou-se que 08% (05) dos bebês
encontravam-se entre 0 (zero) a 6 (seis) meses, 15% (10) entre 07 a 12 meses, 28%
(18) entre 13 a 24 meses, 25% (16) entre 25 a 36 meses; 13% (08) entre 37 a 48
meses e 11% (07) encontravam-se entre 49 a 60 meses.
Constatou-se que o maior índice de bebês com IC entre 25 a 36 meses estava
representado no grupo C correspondendo a 35% (08) do seu total; o maior índice de
bebês com IC entre 13 a 24 meses estava representado no grupo V correspondendo
a 43% (10) do seu total. Conferir tabela 03.
Tabela 03: VARIÁVEL IDADE CRONOLÓGICA (IC) NOS GRUPOS DE BEBÊS
Grupo V Grupo C Grupo BV Total (1)
Idade
Cronológica
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
00 a 06
07 a 12
13 a 24
25 a 36
37 a 48
49 a 60
03
05
10
03
01
01
13%
22%
43%
13%
04%
04%
01
03
02
08
05
04
04%
13%
09%
35%
22%
17%
01
02
06
05
02
02
5.5%
11.1%
33.3%
28%
11.1%
11.1%
05
10
18
16
08
07
08%
15%
28%
25%
13%
11%
Total (2) 23 100% 23 100% 18 100% 64 100%
Quant: Quantidade
86
6.1.4. Variável Idade Gestacional (IG) e gênero
Quanto às variáveis idade gestacional e gênero, constatou-se que o maior
índice dos bebês nascidos prematuramente 20% (13) pertencia ao gênero feminino
e que o maior índice de bebês nascidos a termo 41% (26) pertencia ao gênero
masculino. Os bebês do sexo feminino nascidos a termo representavam 28% (18) do
total de bebês. Conferir tabela 04.
Quanto ao gênero masculino, constatou-se que o maior índice de
prematuridade 22% (04) estava representado no grupo BV e o menor índice de
prematuridade 00% (00) estava representado no grupo V. O maior índice de bebês
do gênero masculino nascidos a termo 56% (13) estava representado no grupo V e o
menor índice de bebês gênero masculino nascidos a termo 22% (05) estava
representado no grupo C.
Quanto ao gênero feminino, constatou-se que o maior índice de
prematuridade 30% (07) estava representado no grupo C e o menor índice de
prematuridade 09% (02) estava representado no grupo V. O grupo C e o grupo V
apresentaram os maiores índices de bebês do gênero feminino nascidos a termo
35% (08) no grupo V e 35% (08) no grupo C, e o menor índice 11% (02) estava
representado no grupo BV. Conferir tabela 04.
Tabela 04: VARIÁVEL IDADE GESTACIONAL (IG) E GÊNERO NOS GRUPOS DE BEBÊS
Grupo V Grupo C Grupo BV Total 1
Gênero / IG Quant.
% Quant.
% Quant.
% Quant.
%
Masculino pré-termo
0 0% 3 13% 4 22% 7 11%
Feminino pré-termo 2 9% 7 30% 4 22% 13 20%
Masculino a termo 13 56% 5 22% 8 44% 26 41%
Feminino a termo 8 35% 8 35% 2 11% 18 28%
Total 2 23 100% 23 100% 18 100% 64 100%
IG: Idade Gestacional
Quant: quantidade
87
6.1.5. Variável Amamentação
Nessa pesquisa, denominou-se com o termo “amamentados”, todos os bebês
que receberam leite materno durante um período mínimo de 30 dias,
independentemente de terem sido amamentados ao seio ou através do banco de
leite do hospital; do leite ter sido extraído na hora da mamada, ou estar
previamente armazenado. O termo “amamentação” foi utilizado nesse contexto
independentemente se o bebê sugou o leite diretamente do seio materno ou se o
recebeu através de uma sonda quando se encontrava impossibilitado de sugar. O
contato entre mãe e filho no ato da amamentação apesar de ser importante, não foi
considerado nesse estudo. Os bebês que receberam leite industrializado, ou que
receberam leite materno por um período inferior a 30 dias não receberam a
designação “amamentados”.
Quanto à variável “amamentação”, constatou-se que 83% (53) dos bebês
foram amamentados, e 17% (11) dos bebês não foram amamentados. O grupo V
apresentou o maior índice de bebês amamentados, representando 91% (21) do seu
total e o grupo C apresentou o menor índice de bebês amamentados representando
74% (17) do seu total. Constatou-se ainda que o maior índice de bebês não
amamentados se encontrava no grupo C, representando 26% (06) do seu total; e o
menor índice de bebês não amamentados se encontrava no grupo V, representando
09% (02) do seu total. Conferir tabela 05.
Tabela 05: VARIÁVEL AMAMENTAÇÃO NOS GRUPOS DE BEBÊS
Grupo V Grupo C Grupo BV Total (1) Amamentação
Quant.
% Quant.
% Quant.
% Quant.
%
Amamentados
Não amamentados
21
2
91%
9%
17
6
74%
26%
15
3
83%
17%
53
11
83%
17%
Total (2) 23 100% 23 100% 18 100% 64 100%
Quant: quantidade
88
6.1.6. Variáveis Amamentação e Idade Gestacional (IG)
Quanto às variáveis amamentação e idade gestacional, constatou-se que
63% (40) dos bebês amamentados eram nascidos a termo e 20% (13) dos bebês
amamentados eram nascidos prematuramente. O grupo BV apresentou o maior
índice de bebês amamentados nascidos prematuramente representando 33% (06)
do seu total e o grupo V apresentou o maior índice de bebês amamentados nascidos
a termo representando 82.8% (19) do seu total. Conferir abaixo a tabela 06.
Tabela 06: VARIÁVEL AMAMENTAÇÃO E IDADE GESTACIONAL (IG) NOS GRUPOS
DE BEBÊS
Grupo V Grupo C Grupo BV Total 1
Idade Gestacional
Quant.
% Quant.
% Quant.
% Quant.
%
Prematuros amamentados 2 8.6% 5 22% 6 33% 13 20%
Prematuros não amamentados
0 0% 5 22% 2 11% 7 11%
A termo amamentados 19 82.8%
12 52% 9 50% 40 63%
A termo não amamentados 2 8.6% 1 4% 1 6% 4 6%
Total 2 23 100%
23 100%
18 100%
64 100%
Quant: Quantidade
89
6.2. A Luminosidade e sua relação com o sono
Características Gerais do Grupo C
A captação de luz neste grupo de bebês foi entendida como totalmente
alterada, considerando que os bebês pertencentes a este grupo são bebês com
diagnóstico de cegueira, privados total ou parcialmente da captação luminosa
através dos olhos, não percebendo vultos ou imagens. Conferir tabela 07.
TABELA 07: LUZ E AMBIENTE DE SONO NO GRUPO C
Ambientes de sono
Sexo
Idade
Nasc.
Diurno Noturno
Melhor
período de
sono
Influência
da luz no
sono
C1
C2
C3
C4
C5
C6
C7
C8
C9
C10
C11
C12
C13
C14
C15
C16
C17
C18
C19
C20
C21
C22
C23
M
F
M
F
F
F
F
M
M
M
F
F
F
F
F
F
M
F
F
F
M
F
M
55m
23m
32m
38m
28m
56m
27m
34m
51m
12m
45m
25m
37m
23m
10m
45m
59m
10m
46m
06m
27m
29m
30m
PT
AT
PT
AT
PT
PT
PT
AT
AT
AT
AT
PT
PT
PT
AT
AT
AT
AT
AT
PT
AT
AT
PT
Escuro / ND
Escuro / NDD
Escuro / NDD
Escuro
Escuro / NDD
Escuro / NDD
Escuro / NDD
Claro
Escuro / NDD
Escuro
Escuro / NDD
Claro
Escuro / NDD
Claro
Escuro
Escuro / NDD
Claro / NDD
Claro
Escuro
Claro
Escuro
Claro
Claro
Escuro
Baixa lum.
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Baixa lum.
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Noturno
Noturno
Noturno
Noturno
Diurno
Noturno
Noturno
Indiferente
Indiferente
Indiferente
Diurno
Indiferente
Noturno
Indiferente
Indiferente
Noturno
Noturno
Noturno
Noturno
Noturno
Indiferente
Indiferente
Indiferente
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Não
Não
Sim
Não
Não
Não
Sim
Não
Nasc. = Nascimento
C1, C2... = Cego 01, Cego 02...
AT = A termo
PT = Pré-termo
NDD= Não Dorme Diariamente
ND= Não Dorme
90
Características Gerais do Grupo BV
A captação de luz neste grupo de bebês foi entendida como parcialmente
alterada. Os bebês pertencentes à esse grupo, apresentavam sérios
comprometimentos visuais chegando mesmo à quase cegueira, porém, sem
diagnóstico de cegueira. Os bebês desse grupo apresentavam as mais diversas
patologias entre as já definidas na introdução desse trabalho. Conferir Tabela 08.
TABELA 08: LUZ E AMBIENTE DE SONO NO GRUPO BV
Ambientes de sono
Sexo
Idade
Nasc.
Diurno Noturno
Melhor
período de
sono
Influência
da luz no
sono
BV1
BV2
BV3
BV4
BV5
BV6
BV7
BV8
BV9
BV10
BV11
BV12
BV13
BV14
BV15
BV16
BV17
BV18
M
M
M
F
F
F
M
M
M
F
M
M
F
F
M
M
M
M
34m
24m
42m
35m
24m
44m
16m
4m
30m
20m
7m
25m
12m
34m
21m
22m
51m
49m
AT
AT
AT
PT
PT
PT
AT
PT
PT
AT
AT
AT
AT
PT
PT
PT
AT
AT
Claro
Claro
Claro
Claro / NDD
Escuro
Claro
Escuro
Claro
Escuro
Claro
Claro
Claro
Claro
Claro
Escuro
Escuro
Claro / NDD
Escuro
Escuro
Baixa lum.
Escuro
Escuro
Baixa lum.
Escuro
Escuro
Baixa lum.
Baixa lum.
Escuro
Escuro
Baixa lum.
Escuro
Escuro
Baixa lum.
Escuro
Escuro
Escuro
Noturno
Noturno
Diurno
Noturno
Noturno
Indiferente
Noturno
Indiferente
Noturno
Noturno
Indiferente
Noturno
Noturno
Indiferente
Diurno
Indiferente
Indiferente
Noturno
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Nasc. = Nascimento
BV1, BV etc. = Baixa Visão 01, Baixa Visão 02, etc.
AT = A termo
PT = Pré-termo
NDD= Não Dorme Diariamente
91
Características Gerais do Grupo V
A captação de luz neste grupo de bebês foi entendida como sem alterações.
Os bebês pertencentes a esse grupo não apresentavam qualquer dificuldade ou
deficiência visual. A captação da luz, neste grupo de bebês foi entendida como
normal, uma vez que não houve queixas sobre problemas visuais nos referidos
bebês. Conferir tabela 09.
TABELA 09: LUZ E AMBIENTE DE SONO NO GRUPO V
Ambientes de sono
Sexo
Idade
Nasc.
Diurno Noturno
Melhor
período de
sono
Influência
da luz no
sono
V1
V2
V3
V4
V5
V6
V7
V8
V9
V10
V11
V12
V13
V14
V15
V16
V17
V18
V19
V20
V21
V22
V23
M
M
F
F
F
F
M
M
M
F
F
M
F
M
M
M
M
M
M
F
M
F
F
5m
16m
28m
8m
16m
8m
32m
30m
11m
41m
6m
19m
18m
18m
20m
22m
19m
7m
19m
21m
10m
3m
54m
AT
AT
PT
AT
AT
AT
AT
AT
AT
AT
PT
AT
AT
AT
AT
AT
AT
AT
AT
AT
AT
AT
AT
Escuro
Claro
Claro
Escuro
Escuro
Claro
Claro
Claro
Escuro
Claro / NDD
Claro
Claro
Escuro
Claro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Claro
Escuro
Escuro
Claro
Claro
Escuro
Escuro
Escuro
Baixa lum.
Escuro
Baixa lum.
Baixa lum.
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Escuro
Baixa lum.
Escuro
Baixa lum
Noturno
Indiferente
Noturno
Noturno
Noturno
Noturno
Indiferente
Noturno
Noturno
Noturno
Noturno
Indiferente
Diurno
Indiferente
Indiferente
Indiferente
Indiferente
Diurno
Noturno
Indiferente
Noturno
Indiferente
Noturno
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Nasc. = Nascimento
V1, V2 etc. = Vidente 01, Vidente 02, etc.
AT = A termo
PT = Pré-termo
NDD= Não Dorme Diariamente
92
6.2.1. Luminosidade no ambiente de sono diurno do bebê
Neste contexto, denominou-se “ambiente” o recinto onde o bebê dorme
durante o dia: seja varanda, quarto ou outro lugar. Denominou-se “escuro o
ambiente que de alguma maneira foi escurecido total ou parcialmente durante o
sono diurno do bebê, seja pelo uso de cortinas ou fechando a janela. Denominou-se
“claro” o ambiente no qual o bedormia sem que houvesse nenhuma vedação na
luminosidade ambiental.
Quanto à variável luminosidade no ambiente de sono diurno, constatou-se
que 44% (28) dos bebês dormiam os períodos de sono diurno em ambientes claros;
34% (22) dormiam os períodos de sono diurno em ambientes escuros; 6% (4)
dormiam o sono diurno ocasionalmente e o faziam em ambientes claros; 14% (9)
dormiam o sono diurno ocasionalmente e o faziam em ambientes escuros e 2% (1)
não dormia o sono diurno, porém quando dormia o sono diurno diariamente, dormia-
o em ambiente escuro.
Considerando os 22 bebês que dormem diariamente o sono diurno em
ambientes escuros com os 9 bebês que dormem ocasionalmente o sono diurno em
ambientes escuros, com 1 bebê que não dorme mais o sono diurno, porém, o fazia
em ambiente escuro, totalizam 32 bebês representando 50% do total de bebês.
Considerando ainda os 28 bebês que dormem diariamente o sono diurno em
ambientes claros com os 4 bebês que dormem ocasionalmente o sono diurno em
ambientes claros, totalizam 32 bebês, 50% do total de bebês. Conferir tabela 10.
Tabela 10: VARIÁVEL LUMINOSIDADE NO AMBIENTE DE SONO DIURNO DOS BEBÊS
Grupo V Grupo C Grupo BV Total 1
Dormem o
Sono Diurno
Ambiente
de Sono
Diurno
Quant. % Quant. % Quant. % Quant. %
Claro 11 48% 7 30.4% 10 56% 28 44%
Diariamente
Escuro 11 48% 5 22% 6 33% 22 34%
Claro 1 4% 1 4.3% 2 11% 4 6%
Ocasionalmente
Escuro 0 0% 9 39% 0 0% 9 14%
Claro 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Não Dormem
Escuro 0 0% 1 4.3% 0 0% 1 2%
Total 2 23 100% 23 100% 18 100% 64 100%
Quant: quantidade
93
Obs.: A tabela 10 apresenta treze bebês que dormem o sono diurno
ocasionalmente, e um bebê que não dorme mais o SD. Os bebês encontram-se
distribuídos na tabela conforme o relato de suas mães e/ou responsáveis de acordo
com o ambiente em que sempre dormiram o sono diurno. Os totais ficam assim
distribuídos por grupos: Grupo V, 12 bebês com o sono diurno em ambientes claros
e 11 bebês com o sono diurno em ambientes escuros. Grupo C, 08 bebês com o
sono diurno em ambientes claros e 15 bebês com o sono diurno em ambientes
escuros. Grupo BV, 12 bebês com o sono diurno em ambientes claros e 6 bebês
com o sono diurno em ambientes escuros.
6.2.2. Luminosidade no ambiente de sono noturno do bebê
Nesse contexto, denominou-se “ambiente” o recinto onde o bebê dorme
durante a noite. Denominou-se “iluminado”, o ambiente em que a luminosidade
artificial normal do recinto era utilizada, sem nenhuma quebra de luz que viesse
caracterizar uma baixa luminosidade durante o período de sono noturno.
Denominou-se “escuro”, o ambiente sem a utilização de luminosidade artificial no
período de sono noturno. Denominou-se “baixa luminosidade”, a existência de uma
luz fraca no ambiente de sono noturno do bebê, como um abajur, por exemplo.
Luzes acesas no banheiro ou no corredor para atender às necessidades dos demais
membros da família não foram consideradas “baixa luminosidade” por estarem fora
do ambiente de sono.
Quanto à variável luminosidade no ambiente de sono noturno do bebê,
observou-se nos resultados obtidos que 80% (51) dos bebês dormiam o sono
noturno em ambiente “escuro” enquanto que 20% (13) dos bebês dormiam o sono
noturno em ambiente com “baixa luminosidade” e nenhum bebê dormia o sono
noturno em ambiente “iluminado”.
O grupo C apresentou o maior índice de bebês que dormiam o sono noturno
em ambiente “escuro”, representando 91% (21) do seu total e o grupo BV
apresentou o menor índice de bebês que dormiam o sono noturno em ambiente
“escuro” representando 67% (12), do seu total. O grupo BV apresentou o maior
94
índice de bebês que dormiam o sono noturno em ambiente com uma “baixa
luminosidade” representando 33% (06) do seu total; e o grupo C apresentou o menor
índice de bebês que dormiam o sono noturno em ambiente com uma “baixa
luminosidade”, representando 09% (02) do seu total. Conferir tabela 11.
Tabela 11: VARIÁVEL LUMINOSIDADE NO AMBIENTE DE SONO NOTURNO
DOS BEBÊS
Grupo V Grupo C Grupo BV Total (1) Ambiente de sono
noturno
Quant.
% Quant.
% Quant.
% Quant.
%
Iluminado 0 0% 0 0% 0 0% 0 0%
Escuro 18 78% 21 91% 12 67% 51 80%
Baixa luminosidade 5 22% 2 9% 6 33% 13 20%
Total (2) 23 100% 23 100% 18 100% 64 100%
Quant: quantidade
6.2.3. Luminosidade e melhor período de sono
Considerou-se “melhor período de sono” aquele período em que o bebê
dormia mais profundamente e por mais tempo, quer seja o peodo diurno ou o
período noturno.
Quanto à variável melhor período de sono, constatou-se que 53% (34) dos
bebês dormiam mais profundamente e por mais tempo no período de sono noturno;
9% (06) dos bebês dormiam mais profundamente e por mais tempo no período de
sono diurno e 38% (24) dos bebês se apresentaram indiferentes, ou seja, dormiam
bem tanto no período de sono diurno quanto no período de sono noturno.
O grupo C e o grupo V apresentaram os mesmos resultados quanto ao
melhor período de sono. O grupo BV apresentou o maior índice de bebês 56% (10),
que dormiam melhor no período de sono noturno, 33% (06) dos bebês apresentaram
indiferença quanto ao melhor período de sono e 11% (02) dormiam melhor no
período de sono diurno. Conferir tabela 12.
95
Tabela 12: MELHOR PERÍODO DE SONO DOS BEBÊS: DIURNO, NOTURNO E
INDIFERENTE
Grupo V Grupo C Grupo BV Total (1) Melhor período de
sono
Quant.
% Quant.
% Quant.
% Quant.
%
Diurno 2 9% 2 9% 2 11% 6 9%
Noturno 12 52% 12 52% 10 56% 34 53%
Indiferente 9 39% 9 39% 6 33% 24 38%
Total (2) 23 100% 23 100% 18 100% 64 100%
Quant: quantidade
6.2.4. Influência da luz no sono do bebê
Nesse contexto, denominou-se influência da luz, a reação do bebê à presença
da luz no ambiente de sono noturno.
Considerou-se que a luz influenciava o sono do bebê, os relatos das mães
e/ou responsáveis nos quais be manifestava alguma reação comportamental
(movimentos corporais) quando uma luz era acesa ou apagada em seu “ambiente
de sono noturno. ou, se ao acordar à noite, chorasse com medo do escuro, ou ainda,
se demorasse em dormir com a luz acesa.
Considerou-se que a luz o influenciava o sono do bebê, os relatos das
mães e/ou responsáveis, nos quais o bebê não manifestava qualquer reação ao se
acender a luz em seu ambiente de sono noturno enquanto ele estivesse dormindo.
Também se não ficasse choramingando ou reclamando para dormir com a luz do
ambiente de sono acesa, ou ainda, se não demorasse em dormir com a luz acesa.
Quanto à influência da luz no sono do bebê, constatou-se que 63% (40) dos
bebês eram influenciados pela luz no seu sono e 37% (24) dos bebês não eram
influenciados pela luz no seu sono. O grupo C apresentou o maior índice de bebês
em que a luz não influencia o seu sono, representando 52% (12) do seu total e o
grupo BV apresentou o menor índice de bebês em que a luz não influencia o seu
sono, representando 22% (04) do seu total. Conferir tabela 13
96
Tabela 13: INFLUÊNCIA DA LUZ NO SONO DOS BEBÊS
Grupo V Grupo C Grupo BV Total (1) Influência da luz
Quant.
% Quant.
% Quant.
% Quant.
%
Influencia 15 65% 11 48% 14 78% 40 63%
Não influencia 8 35% 12 52% 4 22% 24 37%
Total (2) 23 100% 23 100% 18 100% 64 100%
Quant.= quantidade
6.3. Variável ciclo sono/vigília do bebê num período de 24 horas
Considerando a diversidade dos ciclos sono/vigília apresentada pelos bebês
somando-se aos fatores ambientais os mais diversos que envolviam o contexto de
vida de cada bebê, optou-se por estabelecer como referencial, o grupo de bebês
videntes (grupo V), uma vez que esses bebês não apresentavam qualquer
impedimento na captação da luz pelos olhos. Como todos os bebês, também eram
nascidos e residentes no Estado do Rio de Janeiro e sujeitos às mesmas condições
climáticas e fusos horários. Foi considerado ainda como base para análise dos
resultados do sono e da vigília nessa pesquisa o ciclo claro/escuro, ou seja, o
período claro e o período escuro distribuídos em doze horas cada período,
completando assim o ciclo de 24 horas. Dessa maneira, foi possível visualizar com
clareza quanto tempo um bebê passa dormindo no período claro e quanto tempo o
bebê passa dormindo no período escuro. O período claro foi denominado período
diurno, o período ocorrido entre 7 h e 19 h e o período escuro foi denominado
período noturno o período ocorrido entre 19 h e 7 h .
Para se estabelecer o início do período diurno, tirou-se a média do início da
primeira vigília dos bebês do grupo V, ficando estabelecido como início do período
diurno, às 7 h. O período noturno inicia-se imediatamente após o término do período
diurno, ou seja, as doze horas que se seguem ao período diurno compreendidas
entre 19 h e 7 h.
Considerou-se para apresentação e análise dos resultados desse estudo os
seguintes termos:
97
Sono Noturno (SN): qualquer estado de sono ocorrido entre o período das
19 h até às 7 h da manhã, ou iniciado neste período e terminado antes do início das
atividades diurnas daquele bebê. Por exemplo: se o bebê iniciou o seu sono pela
manhã às 5 h e 45 min e continuou dormindo até ao meio dia, este estado de sono
foi considerado sono noturno mesmo tendo ocorrido um despertar para uma
mamada de no máximo 1 h pela manhã, que interrompesse esse sono noturno. O
relato da mãe e/ou responsável ao mencionar o momento em que o bebê acordou,
evidencia o final do sono noturno e o início das atividades de vigília daquele bebê.
Sono Diurno (SD): qualquer estado de sono cujo início tenha ocorrido
necessariamente dentro do período que vai das 7 h da manhã até às 18 h e 30 min .
Se, por exemplo, o bebê começou a dormir às 18 h e 30 min e acordou às 19 h
este sono foi considerado sono diurno.
Tempo Total de Sono (TTS): somatório de todos os períodos de sono do
bebê, ou seja, diurnos e noturnos em um período de 24 horas.
Tempo Total de Vigília (TTV): somatório de todos os períodos de vigília do
bebê, ou seja, diurnos e noturnos em um período de 24 horas.
Despertar Noturno (DN) qualquer estado de vigília durante o período de sono
noturno, como por exemplo, o despertar para uma mamada.
Início da Vigília (IV) o momento em que o bebê acordava pela manhã após o
final do sono noturno e iniciava suas atividades de vigília (vigília completa).
Início do Sono Noturno (ISN) o momento em que o bebê adormecia iniciando
o seu período de sono noturno.
Uma vez que se tratava de comparar três grupos distintos (V, C e BV), o ciclo
claro/escuro, ou seja: dia/noite, foi considerado como o principal fator para a
organização circadiana do ciclo sono/vigília do bebê. Portanto, além de considerar o
sono diurno e o sono noturno, foi considerado como parte dessa análise, o tempo
98
DIA DOS TEMPOS DE SONO DOS BES DE 0 A 6 MESES
:
TEMPO TOTAL DE SONO, SONO NOTURNO E SONO DIURNO
818
920
930
565
750
540
253
170
390
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Videntes Cegos Baixa Visão
Média em Minutos
Tempo Total de Sono
Sono Noturno
Sono Diurno
em que cada bebê dormiu no período claro, mesmo se esse sono se constituiu um
prolongamento do sono noturno.
6.3.1. Ciclo sono/vigília no bebê de 0 a 06 Meses
TTS 818 +12,47% +13,70%
SN 565 +32,74% - 4,42%
SD 253 -32,81% +54,15%
Figura 6.1: Média e diferença em Percentual dos tempos de sono obtidos nos três grupos de bebês
de 0 a 6 meses, considerando o Grupo V (Videntes), como grupo controle e estabelecida a diferença
em percentual para + ou para – no grupo C (Cegos) e no grupo BV (Baixa Visão).
A figura 6.1 representa a distribuição das médias obtidas nos tempos de sono
pelos grupos de bebês de 0 a 6 meses, considerando o tempo dormido no TTS, no
SN e no SD.
A diferença apresentada no grupo C em relação ao grupo V foi de +102 min
ou +12,47% no TTS; de +185 min ou +32,74% no tempo de SN e de -83 min ou
-32,81% no tempo de SD. A diferença apresentada no grupo BV em relação ao
grupo V, foi de: +112 min ou +13,70% no TTS; -25 min ou -4,42% no tempo de SN e
+137 min ou +54,15% no tempo de SD.
99
DIA DOS TEMPOS DE SONO DOS BES DE 7 A 12 MESES
:
TEMPO TOTAL DE SONO, SONO NOTURNO E SONO DIURNO
723
602
743
567
472
533
156
130
210
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Videntes Cegos Baixa Visão
Média em Minutos
Tempo Total de Sono
Sono Noturno
SonoDiurno
6.3.2. Ciclo sono/vigília no bebê de 07 a 12 Meses
TTS 723 -16,74% +2,77%
SN 567 -16,75% -6%
SD 156 -17% +34,62%
TTS: Tempo Total de Sono
SN: Sono Noturno
SD: Sono Diurno
Figura 6.2: Média e diferença em Percentual dos tempos de sono obtidos nos três grupos de bebês
de 7 a 12 meses, considerando o Grupo V (Videntes) como grupo controle e estabelecida a diferença
em percentual para + ou para – no grupo C (Cegos) e no grupo BV (Baixa Visão).
A figura 6.2 representa a distribuição das médias obtidas nos tempos de sono
pelos grupos de bebês de 7 a 12 meses, considerando o tempo dormido no TTS, no
SN e no SD.
A diferença apresentada no grupo C em relação ao grupo V, foi de -121 min
ou -16,74% no TTS; de -95 min ou -16,75% no tempo de SN de -26 min ou – 17% no
tempo de SD. A diferença apresentada no grupo BV em relação ao grupo V, foi de:
+20 min ou +2,77% no TTS; de -34 min ou -6% no tempo de SN; e de +54 min ou
+34,62% no tempo de SD.
100
DIA DOS TEMPOS DE SONO DOS BEBÊS DE 13 A 24 MESES:
TEMPO TOTAL DE SONO, SONO NOTURNO E SONO DIURNO
787
608
665
615
563
583
172
45
103
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
Videntes Cegos Baixa Visão
Média em Minutos
Tempo Total de Sono
Sono Noturno
Sono Diurno
6.3.3. Ciclo sono/vigília no bebê de 13 a 24 Meses
TTS 787 -22,74% -16%
SN 615 -8,46% -5,20%
SD 172 -73,83% -40,11%
TTS: Tempo Total de Sono
SN: Sono Noturno
SD: Sono Diurno
Figura 6.3: Média e diferença em Percentual dos tempos de sono obtidos nos três grupos de bebês
de 13 a 24 meses, considerando o Grupo V (Videntes) como grupo controle e estabelecida a
diferença em percentual para + ou para – no grupo C (Cegos) e no grupo BV (Baixa Visão).
A figura 6.3 representa a distribuição das médias obtidas nos tempos de sono
pelos grupos de bebês de 13 a 24 meses, considerando o tempo dormido no TTS,
no SN e no SD.
A diferença apresentada no grupo C em relação ao grupo V, foi de -179 min
ou -22,74% no TTS; de -52 min ou -8,46% no tempo de SN e de -127 min ou
-73,83% no tempo de SD. A diferença apresentada no grupo BV em relação ao
grupo V, foi de: -122 min ou -16% no TTS; de -32 min ou -5,20% no tempo de SN; e
de -69 min ou -40,11% no tempo de SD.
101
DIA DOS TEMPOS DE SONO DOS BES DE 25 A 36 MESES:
TEMPO TOTAL DE SONO, SONO NOTURNO E SONO DIURNO
660
708
697
600
613
617
60
91
80
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Videntes Cegos Baixa Visão
Média em Minutos
Tempo Total de Sono
Sono Noturno
Sono Diurno
6.3.4. Ciclo sono/vigília no bebê de 25 a 36 Meses
TTS 660 +7,27% +5,60%
SN 600 +2,17% +2,83%
SD 60 +52% +33%
TTS: Tempo Total de Sono
SN: Sono Noturno
SD: Sono Diurno
Figura 6.4: Média e diferença em percentual dos tempos de sono obtidos nos três grupos de bebês
de 25 a 36 meses, considerando o Grupo V (Videntes) como grupo controle e estabelecida a
diferença em percentual para + ou para – no grupo C (Cegos) e no grupo BV (Baixa Visão).
A figura 6.4 representa a distribuição das médias obtidas nos tempos de sono
pelos grupos de bebês de 25 a 36 meses, considerando o tempo dormido no TTS,
no SN e no SD.
A diferença apresentada no grupo C em relação ao grupo V, foi de +48 min
ou +7,27% no TTS; de +13 min ou +2,17% no tempo de SN e de +31 min ou +52%
no tempo de SD. A diferença apresentada no grupo BV em relação ao grupo V, foi
de: +37 min ou +5,60% no TTS; de +17 min ou +2,83% no tempo de SN; e de +20
min ou +33% no tempo de SD.
102
DIA DO TEMPO DE SONO DOS BES DE 37 A 48 MESES
:
TEMPO TOTAL DE SONO, SONO NOTURNO E SONO DIURNO
690
672
683
690
624
488
0
48
195
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Videntes Cegos Baixa Visão
Média em Minutos
Tempo Total de Sono
Sono Noturno
Sono Diurno
6.3.5. Ciclo sono/vigília no bebê de 37 a 48 Meses
TTS 690 -2,61% -1,01%
SN 690 -10% -29,28%
SD 0 (48 min) (195 min)
TTS: Tempo Total de Sono
SN: Sono Noturno
SD: Sono Diurno
Figura 6.5: Média e diferença em Percentual dos tempos de sono obtidos nos três grupos de bebês
de 24 a 36 meses, considerando o Grupo V (Videntes) como grupo controle e estabelecida a
diferença em percentual para + ou para – no grupo C (Cegos) e no grupo BV (Baixa Visão).
A figura 6.5 representa a distribuição das médias obtidas nos tempos de sono
pelos grupos de bebês de 37 a 48 meses, considerando o tempo dormido no TTS,
no SN e no SD.
A diferença apresentada no grupo C em relação ao grupo V, foi de -18 min ou
-2,61% no TTS; de -66 min ou -10% no tempo de SN. O grupo C mantém uma
média de 48 min de SD enquanto o grupo V não apresentou SD. A diferença
apresentada no grupo BV em relação ao grupo V, foi de: -7 min ou -1,01% no TTS;
de -202 min ou -29,28% no tempo de SN. O grupo BV mantém uma média de 195
min de sono diurno enquanto o grupo V não apresentou SD.
103
DIA DO TEMPO DE SONO DOS BES DE 49 A 60 MESES:
TEMPO TOTAL DE SONO, SONO NOTURNO E SONO DIURNO
600
626
555
570
626
540
30
0
15
0
100
200
300
400
500
600
700
Videntes Cegos Baixa Visão
dia em Minutos
Tempo Total de Sono
Sono Noturno
Sono Diurno
6.3.6. Ciclo sono/vigília no bebê de 49 a 60 Meses
TTS 600 +4,33% -8%
SN 570 +10% -5,26%
SD 30 -100% -50%
TTS: Tempo Total de Sono
SN: Sono Noturno
SD: Sono Diurno
Figura 6.6: Média e diferença em Percentual dos tempos de sono obtidos nos três grupos de bebês
de 49 a 60 meses, considerando o Grupo V (Videntes) como grupo controle e estabelecida a
diferença em percentual para + ou para – no grupo C (Cegos) e no grupo BV (Baixa Visão).
A figura 6.6 representa a distribuição das médias obtidas nos tempos de sono
pelos grupos de bebês de 37 a 48 meses, considerando o tempo dormido no TTS,
no SN e no SD.
A diferença apresentada no grupo C em relação ao grupo V, foi de +26 min
ou +4,33% no TTS; de +56 min ou +10% no tempo de SN; e ausência de sono
diurno, ou -100% no tempo de SD. A diferença apresentada no grupo BV em relação
ao grupo V, foi de: -45 min ou -8% no TTS; de -30 min ou -5,26% no tempo de SN e
-15 min ou -50% no tempo de SD.
104
A tabela 14 apresenta as médias gerais em minutos dos três grupos de bebês
de bebês categorizados por idade. Conferir tabela 14.
Tabela 14: MÉDIAS EM MINUTOS DOS TEMPOS DE SONO E VIGÍLIA DOS BEBÊS DE 00
A 60 MESES DE IDADE CRONOLÓGICA (IC) CATEGORIZADOS POR GRUPO
Grupo V Grupo C Grupo BV
Tempo em minutos Tempo em Minutos Tempo em Minutos
Meses
SN SD TTS
TTV
SN SD TTS
TTV
SN SD TTS
TTV
00 a 06
07 a 12
13 a 24
25 a 36
37 a 48
49 a 60
565
567
615
600
690
570
253
156
172
60
00
30
818
723
787
660
690
600
622
717
654
780
750
840
750
472
563
613
624
626
170
130
45
91
48
00
920
602
608
708
672
626
520
838
833
732
774
814
540
533
583
617
488
540
390
210
103
80
195
15
930
743
665
697
683
555
510
698
745
755
758
885
Total 601 111 713 727 608 80 689 751 550 165 712 725
SN: Sono Noturno
SD: Sono Diurno
TTS: Tempo Total de Sono
TTV: Tempo Total de Vigília
105
6.4 Resultados da Análise Estatística:
6.4.1. Influência da luminosidade nas variáveis início da vigília (IV) e início do
sono noturno (ISN).
Na figura 6.7 são apresentados os diagramas em caixa das variáveis IV e ISN
para os três grupos de bebês: vidente, baixa-visão e cego.
Figura 6.7:
Diagrama em caixa das variáveis início da vigília (IV) (em cima) e início do sono
noturno (ISN) (em baixo) para os três grupos de bebês: vidente (V), baixa-visão (BV) e cego
(C). As medianas dos inícios de vigília e sono noturno para os três grupos foram: 7,0 e 21,0
horas (V); 6,58 e 21,0 horas (BV); e 9,0 e 22,0 horas (C), respectivamente.
106
Observou-se uma diferença significativa para o horário do início de vigília (IV)
entre os três os grupos de bebês (H
0.05,23,18,23
= 13.077, p = 0.001). O teste “post-hoc”
revelou que o grupo cego apresentava um início de vigília mais tardio do que os
grupos vidente (U
0.05(2),23,23
= 406, p < 0.001) e baixa-visão (U
0.05(2),23,18
= 320, p =
0.003). Porém, o horário do início de vigília não diferiu entre os grupos de baixa-
visão e vidente (U
0.05(2),18,23
= 177, p = 0.435).
Também foi observada uma diferença significativa para o horário do início do
sono noturno (ISN) entre os três os grupos de bebês (H
0.05,23,18,23
= 6.51, p = 0.038).
Porém, o teste “post-hoc” revelou que apenas o grupo de cegos apresentava um
início de sono noturno mais tardio do que o grupo de videntes (U
0.05(2),23,23
= 377.5, p
= 0.012); não sendo observada diferenças significativas entre os grupos de cegos e
de baixa-visão (U
0.05(2),23,18
= 271.5, p = 0.09) e entre os grupos de baixa-visão e
vidente (U
0.05(2),18,23
= 222, p = 0.7).
107
6.4.2. Influência da Luminosidade nas variáveis: Tempo Total de Sono (TTS),
tempo de Sono Diurno (SD) e tempo de Sono Noturno (SN)
Na figura 6.8 são apresentados os diagramas em caixa das variáveis TTS, SN
e SD para os três grupos de bebês: vidente, baixa-visão e cego.
Figura 6.8: Diagramas em caixa das variáveis tempo total de sono (em cima), sono noturno
(meio) e sono diurno (embaixo) para os três grupos de bebês: vidente (V), baixa-visão (BV)
e cego (C). As medianas dos tempos total de sono (TTS), sono noturno (SN) e sono diurno
(SD) para os três grupos foram: 720, 600 e 170 minutos (V); 690, 570 e 105 minutos (BV); e
705, 600 e 40 minutos (C), respectivamente.
108
Não foi observada uma diferença significativa entre os grupos de bebês para
o tempo total de sono (TTS) (H
0.05,23,18,23
= 3.958, p = 0.138). Também não foi
observada uma diferença significativa para o tempo de sono (SN) noturno entre os
três grupos (H
0.05,23,18,23
= 1.2283, p = 0.541). Porém, foi observada uma diferença
significativa para o tempo de sono diurno (SD) entre os três grupos (H
0.05,23,18,23
=
9.08, p = 0.01). Nesse caso, o teste “post-hoc” revelou que apenas o grupo cego
apresentava um tempo de sono diurno menor do que o grupo vidente (U
0.05(2),23,23
=
133, p = 0.004); não sendo observada uma diferença significativa entre os grupos
cego e baixa-visão (U
0.05(2),23,18
= 137.5, p = 0.065) e nem entre os grupos baixa-
visão e vidente (U
0.05(2),18,23
= 165.5, p = 0.279) para o tempo de sono diurno.
6.4.3. Variável Tempo Total de Sono (TTS) em relação à idade
Observou-se uma dependência significativa do tempo total de sono (TTS) em
relação à idade para o grupo baixa-visão (tabela 15 e figura 6.9) e uma dependência
marginalmente significativa para o grupo vidente, ou seja, uma tendência na queda
do sono em relação à idade (ver tabela 16 e figura 6.10). Não se observou uma
dependência significativa do tempo total de sono (TTS) em relação à idade para o
grupo cego (tabela 17 e figura 6.11).
109
0 10 20 30 40 50 60
400 600 800 1000
Grupo = BV
Idade (meses)
TTS (minutos)
Figura 6.9: Diagrama de dispersão do tempo total de sono (TTS) e da idade para o grupo
baixa-visão (BV). A reta de regressão linear de TTS em função da idade é mostrada em
vermelho (ver tabela 15).
Tabela 15. Resultado da análise de regressão linear entre o tempo total de sono
(TTS) e Idade para o grupo baixa-visão.
110
0 10 20 30 40 50 60
400 600 800 1000
Grupo = V
Idade (meses)
TTS (minutos)
Figura 6.10. Diagrama de dispersão do tempo total de sono (TTS) e da idade para o grupo
vidente (V). A reta de regressão linear de TTS em função da idade é mostrada em vermelho
(ver tabela 16).
Tabela 16. Resultado da análise de regressão linear entre o tempo total de sono
(TTS) e Idade para o grupo vidente.
111
0 10 20 30 40 50 60
400 600 800 1000
Grupo = C
Idade (meses)
TTS (minutos)
Figura 6.11. Diagrama de dispersão do tempo total de sono (TTS) e da idade para o grupo
cego (C). A reta de regressão linear de TTS em função da idade é mostrada em vermelho
(ver tabela 17).
Tabela 17. Resultado da análise de regressão linear entre o tempo total de sono
(TTS) e Idade para o grupo cego.
112
7. DISCUSSÃO:
Os dados obtidos nessa pesquisa demonstram que 50% (32) dos bebês da
amostra, dormem ou dormiam o sono diurno em ambiente claro e 50% (32) dos
bebês dormem ou dormiam o sono diurno em ambientes escuros.
É importante lembrar que o grupo V foi considerado nesta pesquisa como
referencial para análise dos dados considerando que a captação de luz neste grupo
de bebês foi entendida como sem alterações. Os bebês pertencentes a esse grupo
não apresentavam qualquer dificuldade ou deficiência visual. A captação da luz,
neste grupo de bebês foi entendida como normal, uma vez que não houve queixas
sobre problemas visuais nos referidos bebês. Conferir tabela 09.
Segundo os estudos de Mello, L., Isola, A., Louzada, F. M., & Menna-Barreto,
L. (1996) os períodos de sono diurno tendem a diminuir na medida em que o tempo
passa. A diminuição do sono diurno, entretanto, não significa um aumento no Tempo
de Sono Noturno segundo Reimão e Diament (1985), mas significa uma redução no
Tempo Total de Sono (LOUZADA, ORSONI, MELLO, BENEDITTO-SILVA, &
MENNA-BARRETO,1996),
Os dados obtidos nessa pesquisa apontam que, o tempo de sono diurno
apresentado pelo grupo C foi menor em relação ao tempo de sono diurno
apresentado pelo grupo V. Entretanto, a redução do sono diurno observada no grupo
C não significa ausência de sono no período claro. Esse grupo dorme habitualmente
no período da manhã por mais tempo do que os bebês do grupo V e do grupo BV.
Dessa maneira, a manhã encontra-se parcial ou totalmente comprometida com um
final de sono noturno e o bebê não sente necessidade de dormir ao longo do dia.
Considerando que essa diminuição no tempo de sono diurno pode estar relacionada
a um prolongamento do sono noturno pelo período claro nas primeiras horas da
manhã, esse fato pode estar sugerindo alterações no padrão de sono diurno dos
bebês do grupo C. Em conseqüência de um sono noturno prolongado pelo período
claro, o bebê pode apresentar também uma vigília mais prolongada que se
estenderá pelo período escuro, gerando alterações não no sono do bebê, como
também da família e mais diretamente da mãe.
113
O grupo C apresentou também o maior índice 65% (15) dos bebês que
dormem o sono diurno em ambiente escuro (cf . tabela 10). Considerando que
alguns bebês cegos não têm, ou têm muito pouca percepção de luz, esses
resultados podem ser interpretados como reflexo da preocupação materna em
manter os seus filhos adormecidos por mais tempo, uma vez que este grupo de
bebês apresentou um tempo de sono diurno reduzido em comparação ao grupo de
bebês videntes e também em relação ao grupo de bebês de baixa visão. Essa
preocupação também pode estar refletindo uma irregularidade ou a dificuldade
desses bebês conciliarem os seus sonos, uma vez que as mães do grupo V e do
grupo BV não revelaram em seus relatos a mesma preocupação.
Observou-se ainda no grupo C, que alguns bebês apresentaram mais de um
padrão de sono e vigília e que esses padrões se alternavam periodicamente. A
ocorrência de mais de um padrão de sono e vigília, entretanto, não foi observada
nos grupos V e BV. Esses resultados podem sugerir alterações no modo pelo qual
os relógios biológicos e os ciclos ambientais interagem na ausência da captação de
luz pelos olhos. (CIPPOLA-NETO et al, 1996).
Os bebês C5 e C11 encontram-se entre os bebês que apresentaram dois
diferentes padrões de ciclo sono/vigília. O bebê C5, com 28 meses apresentou em
seu ciclo sono/vigília 01, um sono noturno de 7 h e 30 min interrompido por um
despertar noturno com duração de 7 h e 30 min, ausência de sono diurno e uma
vigília de 9 h totalizando um ciclo sono/vigília de 24 h (cf. tabela 22a; e figura A5a).
No ciclo sono/vigília 02, o mesmo beapresentou um sono diurno com duração de
1 h, um sono noturno com duração de 11 h ininterruptas e uma vigília de 12 h
totalizando um ciclo sono/vigília de 24 h (cf. tabela 22b e figura A5b).
O bebê C11, com 45 meses, em seu ciclo sono/vigília 01, apresentou
ausência de sono diurno, um sono noturno com duração de 13 h ininterruptas e uma
vigília de 11 h totalizando um ciclo de 24 h (cf. tabela 28a e figura A.11a). No ciclo
sono/vigília 02, entretanto, o mesmo bebê apresentou um sono diurno com duração
de 3 h, um sono noturno com duração de 10 h ininterruptas e uma vigília de 15 h. A
duração do ciclo sono/vigília 02 é de 28 h, e, segundo o relato da mãe este padrão
ocorria com maior freqüência (cf. tabela 28b e figura A11b).
114
O bebê C13, com 37 meses apresentou em seu ciclo sono/vigília 01, ausência
de sono diurno, um sono noturno com duração de 12 h e 30 min ininterruptos e uma
vigília de 11 h e 30 min, totalizando um ciclo de 24 h (cf. tabela 30a e figura A13a).
Em seu ciclo sono/vigília 02, o bebê apresenta uma vigília de 14 h e 30 min
interrompida por um sono diurno de 3 h e um sono noturno de 9 h completando um
ciclo de 26 h e 30 min (cf. tabela 30b e figura A13b). Em todos os três casos
observou-se a alternância dos padrões de sono/vigília. No relato das suas mães
encontra-se presente a afirmação de que a luz não influencia o sono do bebê. A
captação de luz neste grupo de bebês foi entendida como totalmente alterada,
considerando que os bebês pertencentes a este grupo, são, bebês com diagnóstico
de cegueira, privados total ou parcialmente da captação luminosa através dos olhos,
não percebendo vultos ou imagens.
No grupo baixa visão, 67% (12) dos bebês, dormem ou dormiram o sono
diurno em ambientes claros. Dois bebês apresentaram como melhor período de
sono o sono diurno: bebê BV3 e bebê BV15. O bebê BV3, com 42 meses, dormia o
sono diurno em ambiente claro e apresentou um uma vigília de 11 h e 30 min,
interrompida por um período de sono diurno ao meio dia com duração de 3 h, padrão
e duração de sono, incomuns para bebês com essa idade uma vez que o seu sono
noturno apresentou a duração de 9 h e 15 min, interrompido por um despertar
noturno de 15 min (cf. tabela 43 e figura B.3). O bebê BV15, com 21 meses, dormia
o sono diurno em ambiente escuro e apresentou uma vigília de 14 h e 30 min,
interrompida por um sono diurno à tarde com a duração de 2 h e 30 min e um sono
noturno de 6 h, interrompido por um despertar noturno de 1 h de duração (cf. tabela
55 e figura B.15).
No bebê BV3, a mãe relata que a luz influencia o sono do bebê e no bebê
BV15, a mãe relata que a luz não influencia o sono do bebê. A captação de luz neste
grupo de bebês foi entendida como parcialmente alterada. Os bebês pertencentes à
esse grupo, apresentavam sérios comprometimentos visuais chegando mesmo à
quase cegueira, porém, sem diagnóstico de cegueira. Os bebês desse grupo
apresentam as mais diversas patologias entre as definidas na introdução desse
trabalho.
115
Observa-se no grupo baixa visão, que o bebê BV15, segundo o relato da
mãe, dormia melhor no período de sono diurno e que este ambiente era escurecido;
entretanto, o ambiente de sono noturno desse bebê possuía uma baixa
luminosidade. Apesar de relatar que o bebê dormia melhor com a luz acesa (baixa
luminosidade), a mãe relatou a seguir que a luminosidade não influencia o sono do
bebê.
É importante lembrar que o ambiente claro no sono diurno do bebê foi
considerado neste estudo, o ambiente com luminosidade diurna natural. Os dados
apresentados nos grupos: vidente, cego e baixa visão, podem sugerir que a
luminosidade natural no ambiente de sono diurno do bebê, não se constitua um fator
determinante na duração do tempo de sono diurno do bebê, porém se constitua um
fator de regulação do ciclo sono/vigília nos bebês do grupo V e BV.
Os dados obtidos apontam que o tempo de sono diurno dos bebês do grupo
baixa visão não apresentou diferença significativa em relação ao grupo cego e nem
em relação ao grupo vidente. Este resultado pode sugerir que o grupo baixa visão
apresente um padrão próprio de sono/vigília, ou seja, diferenciado dos padrões de
sono/vigília do grupo V e também diferenciado do grupo C.
O bebê BV15 apresentou comprometimento na anatomia ocular envolvida na
captação de luz que evidencia lesão retiniana podendo ser observado no diagnóstico
de retinopatia da prematuridade com descolamento de retina em ambos os olhos,
(cf. entrevista BV15 - APÊNDICE A). O bebê BV3 não apresentou comprometimento
retiniano em seu diagnóstico, sugerindo que a anatomia ocular para a captação da
luz, nesse bebê, estivesse menos, ou não comprometida (cf. entrevista BV3 -
APÊNDICE B).
No grupo de bebês cegos, o bebê C5 apresentou o diagnóstico de
descolamento de retina em ambos os olhos e o bebê C11, apresentou em seu
diagnóstico: amaurose bilateral. No relato da mãe do bebê C11, ficou evidente a
realização de exames comprovando descolamento de retina que pode ser entendido
como um descolamento total em ambos os olhos, considerando o diagnóstico
médico desse bebê (cf. entrevista C11 - APÊNDICE A).
116
Observou-se que os diagnósticos dos bebês BV15, C5 e C11 eram idênticos
e que os seus sonos diurnos, considerados como o melhor período de sono, poderia
ser entendido, ou como uma conseqüência das necessidades maternas, de estarem
livres para exercerem os seus afazeres domésticos durante o dia, ou em
conseqüência de alterações em seus próprios sonos noturnos em função da
alteração do sono do bebê. Esses dados sugerem que a alteração no sono noturno
desses bebês possa ser a responsável pela possível preferência apresentada por
estes bebês pelo período de sono diurno, segundo o relato de suas mães (cf.
entrevistas C5, C11 E BV15, APÊNDICES A e B respectivamente).
Dessa maneira, interpreta-se a luminosidade natural como um parâmetro
diferencial que regula o ciclo sono/vigília, no caso dos bebês videntes e bebês de
baixa visão, que não apresentam comprometimento nas estruturas oculares
envolvidas na captação de luz e no envio desta informação luminosa para o cérebro.
O mesmo parece não acontecer com os bebês cegos, nos quais a atuação da
luminosidade diurna como um fator regulatório do ciclo sono/vigília não ficou tão
evidente.
Os resultados obtidos o indicaram diferenças no tempo de sono noturno
entre os grupos de bebês. Embora individualmente cada bebê apresente, em
relação ao tempo e à qualidade, o seu próprio padrão de sono noturno, a maioria
dos bebês, segundo o relato das mães e/ou responsáveis, dorme melhor durante o
período de sono noturno.
Os dados da amostra apresentam uma preferência por um ambiente
escurecido no sono noturno para 80% dos bebês e uma preferência por um
ambiente com baixa luminosidade para 20% dos bebês. Em cada um dos grupos, a
maioria dos bebês dorme o sono noturno em ambientes escuros, sendo que o maior
índice de bebês encontra-se no grupo C = 91% (cf. tabela 11). Embora algumas
mães reconheçam que estes bebês não percebam a luz, elas declararam que
apagavam a luz do recinto em que seus filhos cegos dormiam porque eles preferiam
assim, ou ainda, porque eles pediam para apagar a luz, ou eles próprios apagavam
a luz, como os casos C1, C12 e C18 exemplificam (cf. APÊNDICE A). O relato da
mãe do bebê C9 revela que a luz era apagada no momento em que o bebê ia
117
dormir, em função do sono das demais pessoas da casa e do sono da mãe (cf.
entrevistas C1, C9, C12 e C18, APÊNDICE A).
O relato da e do bebê C12 parece se referir ao incômodo provocado pela
luminosidade no momento em que ele tenta conciliar o seu sono.
“A luz apagada. Pra dormir tem que apagar a luz. Tem que estar no escuro,
porque ela enxerga a claridade, então ela gosta de dormir quando está tudo
fechado. O quartinho dela. Eu percebi isso desde que eu percebi que ela
enxergava a claridade. incomodava. Ela virava pra lá, virava pra e não
conseguia dormir. Aí, quando eu fechava a janela e apagava a luz, era a hora
que ela conseguia dormir... Eu não sei se influencia, mas acho que a luz é a
hora que ela sabe que tem que acordar, porque a hora que a gente apaga a
luz, ela mesma vira para o ladinho dela e vai dormir”.
Neste relato, esta mãe deixa claro que o seu bebê percebe a luz. A figura
A.12 exibe o ciclo sono/vigília desse bebê.
A percepção da luz destinada à regulação circadiana se através da via
retinohipotalâmica, uma aferência direta da retina com o núcleo supraquiasmático.
Essa luz detém-se no núcleo supraquiasmático com a finalidade de estabelecer a
regulação circadiana e inibir a ação da glândula pineal que produz melatonina
colocando, desta forma, o organismo em vigília no período claro e sincronizando
assim, o relógio endógeno com o relógio exógeno, ou seja, com os agentes
arrastadores.
Como explicitado no capítulo dois, a identificação de um pigmento
denominado melanopsina na retina neural humana poderia justificar a queixa da
dificuldade na conciliação do sono em bebês diagnosticados como cegos quando
em presença da luz. Nesse estudo entende-se que o cego com percepção de luz
permaneça com as estruturas anatômicas do sistema visual envolvidas no processo
de captação da luz que regula o ritmo circadiano em atividade total ou parcial.
Dentre estas estruturas destacam-se, as células ganglionares da retina que,
118
segundo Hannibal et al (2004), respondem pela produção de melanopsina e pela
constituição do nervo óptico, este, formado pelos axônios das células ganglionares.
Os estudos de Brainard et al (2001) sugerem a existência de fotorreceptores
independentes para respostas visuais e circadianas em humanos. Estudos de
Hannibal et al (2004), embora considerem que os cones e bastonetes compartilhem
a captação do estímulo fótico para a regulação cíclica endógena não preconizam
que estas células do sistema visual sejam as primeiras estruturas a atuar no
processo regulatório circadiano. Considerando os estudos dos autores supra
citados, entende-se que, embora a visão cortical, também denominada visão
consciente, inexista no cego, é possível que ele permaneça apto a captar a luz
necessária para a regulação dos ritmos circadianos, mesmo quando a intensidade
dessa luz não seja suficientemente significante para regulá-los. Nesse caso, o cego
poderia sentir apenas uma leve presença daquela luminosidade.
Quando se declara neste estudo que a captação luminosa pode ocorrer de
forma precária, significa que a luz captada pelos olhos pode não ser suficiente para
estabelecer a regulação circadiana, da mesma forma como uma bateria fraca pode
não ser suficiente para r um carro em movimento, mas ser suficiente para indicar
a presença de uma carga elétrica. Dessa maneira, a luz percebida pelos bebês
cegos incomodaria, mas provavelmente não seria suficiente para regular o ritmo
circadiano, como a entrevista da mãe do bebê C13 parece sugerir. Diagnosticado
com descolamento de retina, atrofia do globo ocular do OD (olho direito) e glaucoma
congênito, o beC13 recebeu como condição visual: cego. Duas das patologias
que acometeram esse bebê seriam suficientes para comprometer as estruturas
nervosas visuais envolvidas na regulação circadiana: atrofia do globo ocular e
glaucoma congênito, cuja pressão intra-ocular provoca o atrofiamento do nervo
óptico e conseqüentemente das células ganglionares, que, segundo Hannibal et al
(2004), são as produtoras da melanopsina, primeira responsável pela captação da
luz para a regulação circadiana que é enviada através da via retinohipotalâmica ao
núcleo supraquiasmático. Considerando os estudos de Hannibal et al (ibid) em
relação à produção de melanopsina, pode-se considerar que, no glaucoma, na
medida em que o nervo óptico vai se atrofiando, a captação da informação luminosa
também poderia estar ”atrofiando-se”, uma vez que o nervo óptico é a via condutora
119
do estímulo fótico para o cérebro e as células que o constituem, as produtoras de
melanopsina. Porém, é preciso lembrar que a luz que atinge o córtex visual e é
captada pelos cones e bastonetes, células fotorreceptoras da retina, é também a luz
que permite a visão consciente.
Ao responder se a luz exerce alguma influência no sono o seu bebê, a mãe
do bebê C13 comenta:
“Acho que não. [...] quando apaga a luz ela dorme da mesma forma que
quando fica acesa. Não tem muita diferença não, com a luz apagada, acesa...
no começo tinha. Eu tinha sempre que deixar tudo escuro mesmo, porque ela
ainda tinha aquela claridade, ‘né’, o glaucoma... mas agora o. Eu percebi
que as luzes, assim... o mexem muito mais com ela”.
(Grifo do autor deste
trabalho).
O relato da mãe do bebê C13 sugere que antes o bebê percebia e reagia
mais facilmente à luz, mas aos poucos ele foi apresentando dificuldades em reagir à
luz, o que pode sugerir que a captação de luz foi se tornando precária na medida em
que o glaucoma foi se agravando. Os dois padrões de ciclo sono/vigília revelados na
fala da mãe do bebê C13 evidenciam sua desorganização circadiana.
Grande parte dos relatos das mães do grupo C indicou que estes bebês
despertavam do sono noturno bem mais tarde do que os bebês dos grupos V e BV.
O despertar do bebê cego para as suas atividades diurnas acontecia a partir das
10 h e este despertar podia se estender aàs 12 h ou 13 h (cf. o relato da mãe do
bebê C13 ‘refazendo o ciclo se o bebê cochilar’). os bebês videntes
costumavam despertar em média por volta das 7 h da manhã.
Também os bebês cegos apresentaram o início do sono noturno mais tarde
do que os bebês videntes e os bebês de baixa visão o que pode também sugerir
prenúncios de insônia.
Os resultados obtidos o indicaram diferenças no tempo de sono noturno
entre os grupos de bebês. Embora individualmente cada bebê apresente, em
120
relação ao tempo e à qualidade, o seu próprio padrão de sono noturno, a maioria
dos bebês, segundo o relato das mães e/ou responsáveis, dorme melhor durante o
período de sono noturno.
O início tardio da vigília observado no grupo C caracteriza um prolongamento
do sono noturno que se estende pela manhã durante o período claro. As horas da
manhã em que o bebê permanece dormindo uma parte do seu sono noturno
resultando em um início de vigília tardio pode sugerir sonolência diurna,
considerando que a partir das 10 h da manhã, o bebê deveria estar em vigília, ou,
dependendo da idade, já ter passado por um período de vigília e estar em um
período de sono diurno. Relatos dos responsáveis pelos bebês do grupo C, tais
como, C3, C7, C8, C11, C13, C14, C19, C22 (cf. APÊNDICE A), podem sugerir que
estes bebês apresentam dificuldade em passar do estado de sono para o estado
denominado por Reimão e Diament, (1985) de “vigília completa”, permanecendo em
estado de sonolência durante o período de vigília. Um sono longo à noite, de a
12 h ininterruptas ou mais, também foi referido pelos responsáveis pelos bebês
cegos. (cf. figuras A.11a, A.13a, A.16 - APÊNDICE A).
Segundo Reimão e Diament (ibid),
As alterações que provocam sonolência excessiva durante o dia formam
um grande grupo de condições funcionais e orgânicas, de características
variadas, nas quais os principais sintomas podem incluir sonolência
inapropriada ou indesejada durante as horas de vigília, diminuição do
desempenho cognitivo e motor, tendência excessiva a dormir, sono
inevitável de curta duração durante o dia, aumento do sono total nas 24h e
dificuldade de alcançar a vigília completa ao despertar. A alteração da
capacidade de despertar pode ser intensa, chegando a haver períodos de
vários minutos de confusão mental até o despertar completo. (ibid. p. 75).
Considerando que o sono é fundamental no desenvolvimento cognitivo, as
alterações no padrão de sono do bebê, sinalizadas nos relatos dos responsáveis do
grupo C e BV na presente pesquisa podem sugerir também atrasos no
121
desenvolvimento psicomotor de bebês cegos e de baixa visão. (Cf. relatos dos
responsáveis pelos grupos C, BV e V; APÊNDICES A, B e C respectivamente).
Mães e/ou responsáveis pelos bebês do grupo C se referiram a despertares
noturnos mais longos do que os despertares noturnos apresentados pelas mães
e/ou responsáveis dos bebês nos outros dois grupos V e BV. Dessa maneira, os
resultados desta pesquisa podem sugerir tendência para uma maior vigília noturna
nesse grupo de bebês (grupo C), o que pode caracterizar prenúncios de distúrbios
do sono e da vigília, tais como sonolência diurna e/ou insônia.
A ritmicidade circadiana apresentada em bebês do grupo C e bebês do grupo
BV pode sugerir a presença de alterações, considerando que a organização cíclica
dos ritmos circadianos surge a partir da sincronia temporal. Essa sincronia, como
especificada no capítulo 2, depende fundamentalmente da luz captada pelos olhos
uma vez que ela é capaz de acionar os relógios biológicos localizados no cérebro
ligados diretamente aos olhos. (LEGGER et al, 1999, SACK e LEWY, 2001).
Segundo Legger et al (1999), Sack e Lewy (2001) as pessoas cegas que se
queixam de sonolência diurna e/ou de insônia apresentam uma prevalência de
distúrbios do sono e da vigília.
Portanto, os bebês cegos podem apresentar uma organização circadiana
diferenciada dos bebês de baixa visão e dos bebês videntes em decorrência da
precariedade e/ou ausência da captação luminosa pelos olhos, o que pode
caracterizar alterações em sua organização circadiana.
Os resultados indicam, que os bebês cegos acordam mais tarde, no início da
vigília, do que os bebês videntes e baixa-visão, sugerindo que a luminosidade do dia
seja um fator de regulação do ciclo sono/vigília para os dois últimos grupos de
bebês, porém menos efetivo para os bebês cegos. Essa mesma independência do
ciclo sono/vigília em função da luminosidade externa para o grupo de bebês cegos
pode explicar o fato do início de sono noturno ocorrer mais tardiamente para esses
bebês em comparação aos videntes.
122
O início de vigília tardio apresentado pelos bebês cegos, em oposição ao
início de vigília dos bebês videntes e de baixa visão, pode sugerir a presença de
sonolência diurna e ser interpretado como uma extensão do sono noturno.
O tempo de sono noturno não difere entre os grupos de bebês, sugerindo que
na ausência de luminosidade externa, os três grupos apresentam padrões de sono
equivalentes. Contudo, o sono diurno é reduzido no grupo de bebês cegos em
comparação aos videntes, indicando que, quando a informação luminosa está
presente, o padrão sono/vigília entre os grupos de bebês é diferenciado. O
somatório dos tempos de sono noturno e diurno, expresso em termos do tempo total
de sono, não apresentou diferenças entre os grupos de bebês, sugerindo que, em
geral, os três grupos de bebês dormem a mesma quantidade de horas. o padrão
de sono noturno, apresentado pelos bebês cegos, podendo se estender pelo período
claro até as 12 horas, não corresponde ao padrão de sono noturno apresentado
pelos bebes videntes com a mesma idade cronológica.
Reimão, Lefèvre e Diament (1982), Jacklin e cols, (1980), Huon e cols op.cit
Reimão, e Diament (1985) observaram em seus estudos que com o avanço da idade
as crianças videntes apresentam uma queda progressiva em seu tempo total de
sono (TTS).
Na análise de regressão linear simples, observou-se uma redução no tempo
total de sono em função da idade para os bebês de baixa-visão e uma redução
marginalmente significativa para os bebês videntes. Porém, nenhuma dependência
foi observada para os bebês cegos. Esses resultados sugerem que a não
observação de uma redução no TTS em função da idade para os bebês cegos
aponte para uma alteração na organização do seu sono.
Considerando que os bebês cegos apresentam um sono diurno
significativamente menor que o dos bebês videntes; o significativamente menor
que os bebês de baixa visão; e, que de forma geral os bebês dos três grupos
apresentaram a mesma quantidade total de horas de sono, a alteração apresentada
pelos bebês cegos pode sugerir que eles apresentem uma tendência para dormir um
maior tempo de sono noturno. Pode também estar sugerindo que os bebês cegos
123
estejam tentando alcançar o padrão de tempo de sono que caracteriza o sono dos
bebês normosensoriais de sua faixa etária. Porém, nessa tentativa, a arquitetura de
seu sono se desorganiza apresentando um padrão diferente dos bebês dos demais
grupos. Nesta ocasião, sugere-se que o padrão apresentado pelos bebês cegos
possa estar refletindo uma falta de sincronia com os períodos claro e escuro. Essas
observações necessitam ser investigadas em futuras pesquisas.
Novos estudos e um aumento das amostras de cada grupo, cobrindo mais
uniformemente a faixa etária de interesse são necessários, para a confirmação das
novas hipóteses geradas no presente trabalho.
7.1. Considerações Finais
Através desta pesquisa procurou-se evidenciar a importância da visão
consciente na regulação do ciclo circadiano sono/vigília. Procurou-se também
mostrar como na ausência da visão, a maturação do Sistema Nervoso Central torna-
se o elemento fundamental para essa regulação, uma vez que é através desta
maturação que o bebê se tornará apto a identificar e a discriminar os estímulos
externos, ou as pistas ambientais auditivas e odoríferas que, na ausência ou na
precariedade da luz, nortearão o seu marcapasso circadiano endógeno. Como o
SNC dos bebês se encontra ainda em processo de maturação, a regulação de seu
ciclo circadiano sono/vigília encontra-se, ainda em desenvolvimento, portanto, em
total dependência do estímulo luminoso e, consequentemente, da eficácia do
sistema visual. Na ausência da visão consciente a ritmicidade circadiana se instala e
pode ser observada nos bebês, mas o seu padrão pode apresentar freqüentes
alterações, evidenciando a necessidade da sincronia temporal entre o “tempo
interior” (endógeno) e o “tempo exterior” (exógeno).
124
8. CONCLUSÕES
Alguns resultados tornaram-se relevantes neste estudo e merecem ser
aprofundados. Tais resultados podem estar sugerindo um início de vigília tardio nos
bebês cegos em oposição aos bebês videntes e de baixa visão. Podem sugerir
também a presença de sonolências diurnas nos bebês cegos caracterizadas pela
ausência ou precariedade da captação luminosa. Podem sugerir ainda a presença
de dois diferentes padrões de ciclo sono/vigília nos bebês cegos e que uma
patologia retiniana pode prejudicar diretamente a captação de luz pelos olhos,
gerando alterações circadianas em decorrência de uma captação precária de luz. Os
resultados sugerem também um padrão próprio de sono/vigília em bebês de baixa
visão, ou seja, um padrão diferenciado neste grupo de bebês em relação aos grupos
V e C e que é possível observar nos bebês alterações na ritmicidade circadiana ciclo
sono/vigília em decorrência da ausência ou da precariedade da luz captada pelos
olhos.
A presente pesquisa não teve a pretensão de obter resultados conclusivos a
respeito da organização do ritmo circadiano, ciclo sono/vigília em bebês privados de
visão total ou parcialmente, mas apenas apontar caminhos para a realização de
novas pesquisas mais abrangentes e definitivas sobre o tema. Novos estudos e um
aumento do tamanho das amostras para cada grupo, cobrindo mais uniformemente
a faixa etária de interesse, são necessários para a obtenção de resultados mais
conclusivos.
125
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132
APÊNDICE A – Relatos Extraídos das Entrevistas do Grupo C
CEGO 01:
C1- Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com cinqüenta e cinco meses, (quatro anos e sete
meses), nascido prematuramente pesando 560 gramas apresentando histórico de
aborto e abandono, permaneceu na incubadora por cinco meses. A mãe adotiva não
sabe se existem casos de problemas visuais na família da criança. O bebê não foi
amamentado com leite materno. Diagnóstico: Retinopatia da Prematuridade Grau V.
Condição visual: cego.
“Eu conheci o [...] com 12 dias de vida. Ele tinha 560 gramas [...] Eu conheci
ele no Hospital [...]. Ela (a e) abortou essa criança, acharam, socorreram
[...] Então, um membro da família me ligou e pediu que eu fosse ao Hospital,
pra ver, se estava e se estava viva mesmo. Então foi assim que eu o
conheci. [...] eu comecei assim a me aproximar, eu era a única pessoa que ia,
que tinha autorização pra ir, pra vê-lo, e a gente acabou se apaixonando por
ele [...]. Quando ele nasceu, ele era mais ou menos assim. (Mostra com as
mãos uma distância de aproximadamente 20 centímetros). Ele pesava 560
gramas, ele não tinha nem formação direito, entendeu? Ele ficou cinco meses
na UTI. Ele fez cirurgia da visão, mas não teve jeito [...] Hoje, graças a Deus,
o [...] anda, fala, corre, canta, é super inteligente, conhece várias coisas e...
não sei como é que eu posso te dizer... ele superou, né?”
- Constatação de um problema visual
Ele saiu do hospital, com cinco meses, eu sabia que ele o
enxergava. O médico deu o diagnóstico. Ele tem percepção de luz, não de
formas [...] eu vejo que ele percebe luz, eu sinto isso [...] os médicos dizem
que ele não nada, [...] aqui, a gente estimulando com a lanterninha, eu
vejo que ele tem percepção de luz em uma das vistas porque aonde tem luz,
ele vai atrás da luz. Chama a atenção dele, como por exemplo, assim, apagar
a luz na hora de dormir. Ele quer que apague a luz na hora de dormir.
- Luz e ambiente de sono
O bebê não dorme mais o sono diurno, porém quando o fazia diariamente, o
ambiente de sono diurno desse bebê era escuro. O seu ambiente de sono noturno é
133
escuro, segundo a mãe, por solicitação da própria criança. O melhor período de
sono é o período de sono noturno e dorme melhor com a luz apagada, mas,
segundo a mãe, a luz acesa não o impede de dormir. A luz não influencia o seu
sono. Sobre a influência da luz a mãe relata:
“Tanto dorme com a luz acesa como a luz apagada. A noite toda. Na
realidade a gente apaga a luz e ele dorme bem. Ele não chora pedindo pra
que a luz seja... até pelo contrário se a luz estiver acesa (risos) ele vai e
apaga a luz. [...]. Se a luz estiver acesa também, ele dorme também acesa”.
- Ciclo sono vigília
A e relata:
Dorme nove horas da noite (21 h) e acorda às seis da manhã (6 h).
Não dorme durante o dia. Nenhuma vez.” Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na
tabela 18 e figura A.1.
Tabela 18: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 01
Sexo Meses Ciclo sono/vigília num período de 24 horas
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C1 M 55m 21 h às 6 h 0 6 h às 21 h 0
Total 1 9 h 0 15 h 0
Total 2 TTS: 9 h TTV: 15 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C1 = Cego 01
Figura A.1: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C1.
134
- Organização familiar e os fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação. Toma banho e troca de roupa
antes de dormir.
“Logo depois do jantar ele toma banho e você fala pra ele que ele colocou o
pijaminha e aí ele já sabe que quando ele coloca o pijama é porque já está na
hora dele dormir”.
A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do bebê.
“Não porque ele acorda conosco, entendeu? Ele tem o hábito de tomar
banho às seis para ir para o colégio. em casa todo mundo acorda cedo,
pra escola, pra trabalhar”.
A família possui organização nas rotinas de alimentação, nas rotinas de
trabalho e nas rotinas de sono.
CEGO 02:
C2- Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com vinte e três meses (um ano e onze meses)
nascido a termo, pesando 3,550 kg com histórico de glaucoma congênito na família
materna. O bebê ainda está sendo amamentado ao seio com um ano e onze meses.
Diagnóstico: leucoma e atrofia óptica. Condição visual: cego.
- Constatação de um problema visual
O problema visual foi observado pela mãe quando o betinha quatro meses.
Ela relata:
“Se ela ficava deitada, ela não olhava nem para um lado nem para o outro.
Ficava só olhando pra cima, virando só o olho pra cima. Aí eu levei na
pediatra e a pediatra falou que era normal. eu fui deixando, fui deixando. E
com seis meses... depois que ela foi falar pra mim que não era normal.
me encaminhou pra cá”.
135
O bebê estava com sete meses quando o problema visual foi diagnosticado.
Nos registros do Setor de Estimulação Precoce sobre o acompanhamento do bebê
constava: Em AO, pior que 20/200.
“Lá onde eu moro [...], falaram que era baixa visão, que enxerga, mas
enxerga muito pouco, quase nada. E aqui, eu fiz exame e falou outra
coisa diferente. Eles falaram que ela enxerga, que o problema é que ela
fica virando o olho pra cima. agora eu num sei. É... mas não falaram que
era cegueira”.
- Luz e ambiente de sono
O bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz, o
ambiente é escuro como quando dormia diariamente. O seu ambiente de sono
noturno possui baixa luminosidade. A mãe relata: “... baixinha, uma luz baixinha
porque o pai não deixa apagar. Aí tem que botar um pano na luz assim, pra não ficar
totalmente escuro”. O melhor período de sono é o período de sono noturno. Dorme
melhor com a luz apagada. A luz influencia o sono desse bebê. A mãe relata: “É,
incomoda ela bastante. Se a luz estiver acesa ela não consegue dormir não.
Incomoda bastante”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda pela manhã às oito horas (8 h). E vai dormir meia noite (00 h). Ela
não dorme de tarde. Ela fica acordada e vai dormir só meia noite. Ela tem um
irmão de três anos e ele é muito bagunceiro. Se ajunta os dois, acaba que ele
dorme e ela fica acordada.[...] num dorme muito não. Quando eu fecho o
olho, que penso que vou dormir ela está gritando. Não dorme muito não.
Pouquinho, pouquinho... [...] pra dormir eu apago a luz e deixo tudo no
escuro; porque ela fica com medo, ela dorme. Tem que fazer assim,
senão ela não dorme não. Ela dorme se ela ficar no peito, mas agora se tirar,
ela continua dormindo mas daqui a pouco passa um tempo ela acorda
querendo mamar de novo. Ela não dorme a noite toda. [...] acorda umas 4 ou
5 vezes...”
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 19 e figura A.2.
136
Tabela 19: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 02
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C2 F 23m 00 h às 8 h 00 08 h às 00 h ±5
Total 1 8 h 00 16 h ±5
Total 2 TTS: 8 h TTV: 16 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C2 = Cego 02
*
O bebê dorme de meia noite às 8 h da manhã num período de sono interrompido
por quatro ou cinco despertares noturnos em momentos diversos sem um horário
aproximado. A mãe não pôde especificá-los. Portanto, ao horário do tempo total de
sono, ocorrem mais de quatro despertares noturnos.
Figura A.2: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C2
- Organização familiar e os fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação. Não toma banho ou troca de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. “Não, porque ela acorda antes do que a gente”.
A família não possui organização nas rotinas de alimentação, nem
organização nas rotinas de sono. Apenas a rotina de trabalho é organizada.
137
CEGO 3:
C3- Observações gerais:
Bebê do sexo masculino, com trinta e dois meses (dois anos e oito meses),
nascido prematuramente com 27 semanas e pesando 1,165 kg permaneceu na
incubadora por oitenta e três dias. Nesse período foi amamentado com leite materno
pelo banco de leite do hospital. Ao receber alta utilizou mamadeira com leite
industrializado. Não possui histórico de problemas visuais na família. Diagnóstico:
retinopatia da prematuridade. Condição visual: cego.
- Constatação de um problema visual.
O bebê estava com cinco meses quando foi observado o problema visual pela
pediatra. A mãe relata:
“[...] quando ele estava no hospital, o médico falou que poderia ser que ele
viesse a ter um problema, mas não disse qual seria. Ele fazia exames de
fundo de olho, até então estava tudo normal. quando ele estava com cinco
meses eu levei ele na pediatra e a pediatra percebeu que ele não estava
acompanhando as coisas, né, e eu como sou e assim de primeira viagem
ainda não tinha percebido ele ainda em casa. Pra mim, ele olhava. Porque de
fato ele olhava, que ele não acompanhava. Aí foi onde a pediatra falou pra
mim. Ela pediu que eu levasse num oftalmologista pra fazer um exame mais
apurado e ela estava desconfiada que ele tinha algum problema de visão. Aí
eu levei ele no oftalmologista e ele me falou. Primeiro ele falou pra mim que a
luz passava na retina, mas que era melhor eu procurar uma outra
oftalmologista que se aprofundasse mais nesse sentido. foi onde eu
procurei Dra [...]. E aí, ela me falou, que ele tinha retinopatia da
prematuridade... descolamento de retina. No lado esquerdo estava descolado
totalmente e o lado direito parcialmente”.
- Luz e ambiente de sono
Esse bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz,
o ambiente é escuro como quando dormia diariamente. O seu ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. O
bebê dorme melhor com a luz apagada. A luz não influencia o sono do bebê. A mãe
relata: “Porque mesmo se eu estiver num ambiente, por exemplo, num ambiente
138
claro, numa festa que tenha claridade, e ele estiver com sono assim realmente, ele
dorme”.
- Ciclo sono/vigília
A mãe relata: “Ele dorme umas onze horas (23 h ), quando umas cinco
horas da manhã (5 h) ele acorda querendo mamadeira. Aí ele mama e dorme
novamente até onze horas (11 h)”...
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 20 e na figura A.3.
Tabela 20: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 03
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C3 M 32m 23 h às 05 h
5 h e 15 min às 11 h
00 11 h às 23 h 05 h às
05 h e 15
min
Total 1 11 h e 45 min 00 12 h 15 min
Total 2 TTS: 11 h e 45 min TTV: 12 h e 15 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C3 = Cego 03
Figura A.3: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C3
139
- Organização familiar e os fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação. Não toma banho ou troca de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. A família não possui organização na rotina de alimentação, mas possui
organização na rotina de sono e na rotina de trabalho.
CEGO 04:
C4- Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com trinta e oito meses (três anos e dois meses),
nascido a termo. A mãe não se lembra do peso do bebê ao nascer. Sem histórico de
problemas visuais na família. O bebê foi amamentado ao seio até os sete meses.
Diagnóstico: atrofia bilateral do nervo óptico. Condição visual: cego.
- Constatação de um problema visual:
O bebê tinha três meses quando foi observado o seu problema visual. A mãe
relata:
“Eram mais as pessoas que ia visitar ele que ficavam meio assim... parente,
primo, e falavam assim: [nome da mãe], ela tem o olhinho bem... estranho. E
eu não percebia nada. com três meses é que eu ia notar, ‘né’? Que os
outros bebezinhos, a mãe fazia ‘gracinha’ e eles abriam um ‘sorrizinho’, ou
então, olhavam assim... pra mãe. A [nome do bebê], não. Ela nunca me olhou
assim nos olhos pra alguma coisa assim. Ela sempre ficava olhando assim,
pro... pro nada. Assim... nada fixo. foi que eu achei estranho e levei ela no
médico pediatra. ela viu que tinha alguma coisa errada mesmo me
passou pro ‘oftalmo’.eu levei ela. Acho que uns três meses, mesmo... eles
ficaram sem saber, porque era muito novinha, e o dava pra fazer muitos
exames específicos pra saber o que realmente ela tinha... aí passou
ressonância magnética do cérebro e tomografia. Quando eu fiz o exame ela
tinha de três a seis meses. Depois voltei ao oftalmologista e ele falou que ela
tinha... alguma coisa no nervo óptico. Atrofia... no nervo óptico”.
140
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. O
bebê dorme melhor com a luz apagada. A luz influencia o sono do bebê. A mãe
relata: “Quando ela quer dormir ela manda apagar tudo: ‘mãe, apaga a luz’... É isso.”
- Ciclo sono/vigília
Sobre o ciclo sono/vigília desse bebê a mãe relata:
“Acorda às seis e meia da manhã (6 h e 30 min) e vai até, uma hora e pouco ,
duas horas acordada (13 h, 14 h). [...] Acho que eles dormem (na creche) é
de meio dia, até uma hora da tarde, (12 h às 13 h)... É um período
aproximadamente de duas horas que ela dorme. Aí, ela volta para casa às
cinco horas da tarde (17 h) e permanece acordada até uma, duas horas da
manhã (1 h ou 2 h). Eu tento colocar ela pra dormir, fico lá, balançando ela e
nada: ‘ah, mãe, eu num ‘tô’ com sono!’ eu fico tentando ainda, mas aí, eu
desisto. A maior parte das vezes ela dorme pra uma ou duas horas da
manhã (1 h ou 2 h)...”
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 21 e figura A.4.
Tabela 21 CICLO SONO/VIGÍLIA FAZEM BEBÊ CEGO 04
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C4 F 38m 1 h e 30 min às 6 h
e 30 min
12 h às 14 h
6 h e 30 min às 12 h
14 h às 1 h e 30 min
00
Total 1 5 h 2 h 17 h 00
Total 2 TTS: 7 h TTV: 17 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C4 = Cego 04
141
Figura A.4: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C4
- Organização familiar e os fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação, toma banho ou troca de roupa
antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do bebê.
A família possui organização na rotina de alimentação, na rotina de sono e na rotina
de trabalho.
CEGO 05:
C5 - Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com vinte e oito meses (dois anos e quatro meses),
nascido prematuramente pesando 600 gramas. Permaneceu na incubadora por dois
meses e dez dias. Enquanto o bebê permaneceu na incubadora, a mãe extraía o
seu próprio leite para o bebê. Ao receber alta, o beaceitou bem o seio materno,
sendo amamentado por seis meses. Sem histórico de problemas visuais na família.
Diagnóstico: Descolamento de retina em ambos os olhos. Condição visual: cego.
142
- Constatação de um problema visual:
A mãe relata:
“Quando eu saí com ela do hospital, aí o médico falou assim: mãe, quando for
com 15 dias... ele falou assim: você venha para fazer fundo de olho. Quando
eu cheguei que a dica examinou, o que ela falou pra mim foi isso: mãe,
a tua filha tem as duas retinas dos olhos descoladas. Praticamente ela falou
assim pra mim. A sua filha é cega. Foi muito duro, ‘né’? Aí, eles marcaram
pra mim, no hospital [...] pra marcar uma... pra fazer um exame dela. [...] A
senhora leve ela no Benjamin. foi o tempo que eu trouxe ela pra cá.
Assim... eu consegui muita coisa aqui, mas ela estava mais ou menos
quase com um aninho já”.
- Luz e ambiente de sono
Esse bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz,
o ambiente é escuro como quando dormia diariamente. O seu ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono
noturno e dorme melhor com a luz apagada. A luz influencia o sono do bebê. A mãe
relata:
Com a luz acesa [...] ela fica muito assim, agoniada. Não gosta muito
[...] da claridade não na hora dela dormir. Quando ela vai dormir, que está
claro, aí, ela fica assim, com a mãozinha assim (ergueu o braço protegendo
os olhos). Ela até se abaixa pra dormir. Fica emborcadinha assim. Quer dizer
que incomoda, ‘né’? A claridade pra ela. Ela não gosta de luz acesa. Se eu
ligo a luz ela fica assim, agoniada. eu vou e apago a luz do quarto porque
eu sei que ela não gosta. Ela não dorme bem”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Olha hoje ela acordou cinco horas da manhã (5 h), porque eu acordei ela pra
vir pra cá, ‘né’, então eu mesma acordei, aí, eu ajeitei ela, dei um banho, dei
comidinha e quer dizer, quando eu cheguei aqui, era umas oito e pouca e
ela foi dormir. Procuraram ela aí, ela estava dormindo. Não sei nem se ela
acordou. Agora a noite ela dorme dez (22 h)... depende ‘né’, dez, onze horas
(22 h ou 23 h). Acorda no outro dia cinco horas da manhã (5 h). Mas o é
toda hora não. Não é toda noite não. Tem noite que ela é assim ó: ela dorme,
143
vamos supor: se ela for dormir dez, onze horas (22 h ou 23 h) ela dorme a
noite toda, sem acordar. Vamos supor, se ela pegar no sono oito horas (20 h),
se ela acordar... dez ou onze horas (22 h ou 23 h) ela não dorme mais.
no outro dia. É complicado, ‘né’?
(Pergunto a que horas o bebê dorme e a que horas o bebê acorda
normalmente para montar o ciclo sono/vigília habitual).
“Ela acorda nove horas da manhã (9 h) fica acordada até quatro horas da
tarde (16 h), sem dormir nem um momento. Quando seis horas (18 h) ela
quer dormir. Eu não deixo ela dormir. Porque se ela for dormir seis horas da
noite (18 h), quando for dez, onze horas (22 h ou 23 h) ela não dorme mais.
Aí, pra ela acabou. Pra ela é brincar. Às vezes eu não deixo ela dormir
não, mas às vezes, como não tem como sustentar mesmo, que eu não
consigo, brinco lá, ajeito cá, e ela caindo, aí o único jeito que eu faço é deixar
ela dormir. Aí, vamos supor, se ela dormir seis horas (18 h), quando meia
noite, uma hora (00 h, 1 h) ela acorda . E aí acabou. Aí, só vai dormir no outro
dia pras sete, sete e meia... (7 h ou 7 h e 30 min). (pergunto: e quando ela
não dorme às seis horas (18 h)? de manhã ela acorda assim umas oito
horas (8 h), fica acordada. Aí, vamos supor: quando dá assim meio dia (12
h), ou mais de meio dia ela quer dormir. ela dorme. Se ela dormir, quando
uma hora (13 h) mais ou menos, uma e meia (13 h e 30 min) ela acorda.
Aí, quando oito horas (20 h), nove horas da noite (21 h), e ela for dormir,
ela dorme a noite todinha. Aí, quando for dormir, ela vai acordar no outro dia,
sete, sete e meia (7 h ou 7 h e 30 min) às vezes até oito horas (8 h)...”
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê nas tabelas 22a e 22b; e figura A.5a,
e figura A.5b.
Tabela 22a: CICLO SONO VIGÍLIA (01) DO BEBÊ CEGO 05
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C5 F 28m 18 h às 00 h
07 h e 30 min às 09 h
0 09 h às 18 h
00 h às 07 h
e 30 min
Total 1 7 h e 30 min 0 9 h 7 h e 30 min
Total 2 TTS: 7 h e 30 min TTV: 16 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C5 = Cego 05
144
Figura A.5a: Representação do Ciclo Sono/Vigília (01) do Bebê C5
Tabela 22b: CICLO SONO/VIGÍLIA (02) DO BEBÊ CEGO 05
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C5 F 28m 21 h às 08 h 12 h às 13 h
8 h às 12 h
13 h às 21 h
00
Total 1 11 h 1 h 12 h 00
Total 2 TTS: 12 h TTV: 12 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C5 = Cego 05
Obs.: o bebê apresenta dois ciclos de sono/vigília diferenciados. Nas tabelas dos
resultados gerais, foi apresentado o primeiro ciclo apresentado pela mãe. Todos os
bebês, cujo relato da mãe apresentou dois ciclos de sono/vigília, em todos os casos,
optou-se por apresentar sempre o ciclo de cada bebê que ocorria com mais
freqüência.
145
Figura A.5b: Representação do Ciclo Sono/Vigília (02) do Bebê C5
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê não
possui horários certos de alimentação. Quanto a ser banhado ou trocar de roupa
antes de dormir, o bebê costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A
rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família,
possui organização nas rotinas de alimentação e organização nas rotinas de sono,
mas não apresenta organização quanto à rotina de sono.
CEGO 06:
C6 - Observações Gerais. (Entrevista concedida pela avó)
Bebê do sexo feminino com cinqüenta e seis meses (quatro anos e oito
meses). Nascido prematuramente pesando 595 gramas, permaneceu por três
meses na incubadora e um mês no berçário. Enquanto permaneceu na incubadora o
bebê era alimentado por uma sonda e não era o leite da própria mãe. A avó não
soube explicar se era leite materno do banco de leite do hospital ou se era leite
industrializado. Também não soube informar se há histórico de problemas visuais na
família paterna. Diagnóstico: descolamento de retina. Condição visual: cego.
146
- Constatação de um problema visual
A avó foi informada sobre o problema visual do bebê ao sair do hospital.
Ela relata:
“Quando ela saiu da maternidade, a dica mesmo me avisou e me deu o
encaminhamento pra vir pra cá. Assim que saiu. A gente sabia logo, que
ela não enxergava”.
- Luz e ambiente de sono
Esse bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz,
o ambiente é escuro como quando dormia diariamente. O seu ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno e
o bebê dorme melhor com a luz apagada. A luz influencia o sono desse bebê.
- Luz e ciclo sono/vigília
A e relata: “Ela acorda pela manhã às dez horas (10 h) e fica acordada o
dia todo, num dorme mais não. Dorme de novo às onze horas da noite (23 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 23 e figura A.6
Tabela 23: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 06
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C6 F 56m 23 h às 10 h 00 10 h às 23 h 00
Total 1 11 h 00 13 h 00
Total 2 TTS: 11 h TTV: 13 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C6 = Cego 06
147
Figura A.6: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C6.
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê não
possui horários certos de alimentação. Quanto a ser banhado ou trocar de roupa
antes de dormir, o bebê costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A
rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família,
esta não possui organização na rotina alimentar, não possui organização na rotina
de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
CEGO 07:
C7 - Observações Gerais
Bebê do sexo feminino com vinte e sete meses (dois anos e três meses)
nascido prematuramente pesando 1,490 kg ao nascimento. Permaneceu na
incubadora por um mês e quinze dias. No período em que permaneceu na
incubadora, durante alguns dias a mãe tirava o leite para o bebê, mas depois,
segundo ela relata, “o leite parou de vir”, e o bebê tomava o NAN. Não era leite
materno. Sem histórico de problemas visuais na família. Diagnóstico: retinopatia da
prematuridade. Condição visual: cego.
148
- Constatação de um problema visual
“Minha mãe tinha visto, mas a médica tinha falado : (avó) você o queria
que sua neta nascesse enxergando! Aí minha mãe falou: pôxa, eu não queria
que nascesse enxergando, mas que tem alguma coisa na vista dela, isso tem.
Minha mãe tinha visto assim que nasceu.. mas a médica falou que era assim,
mesmo. Era médica normal da parte de bebê (pediatra). Eu fui ao
oftalmologista porque eu também achei estranho o negócio no olho dela. Aí
eu fui... e fizemos o exame nela. o médico fez o exame nela e constatou
que ela é cega, que ela tem um descolamento de retina. ela pegou e
mandou uma carta pra cá. Depois da gente ter procurado em vários... ele
foi e mandou uma carta pra cá”.
- Luz e ambiente de sono
O bedorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém, quando o faz, o
ambiente é escuro como quando dormia diariamente. O ambiente de sono noturno
desse bebê é escuro, o melhor período de sono é o período de sono noturno e o
bebê dorme melhor com a luz apagada. A mãe relata que a luz influencia o sono do
bebê. “Apagada, porque a luz incomoda a ‘vistinha’ dela”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“De manela acorda onze horas (11 h). Fica acordada até de noite, ela não
dorme de tarde. Aí às vezes ela quer dormir sete horas (19 h) e eu não deixo,
porque ela acorda dez horas (22 h) e não deixa eu dormir mais. Aí, eu
não deixando ela dormir às sete horas (19 h), ela vai dormir às dez horas (22
h) no máximo. Nove (21 h)... ou dez horas (22 h). ela dormindo às dez
horas (22 h) ela dorme a noite toda e vai acordar no outro dia as onze
horas (11 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 24 e figura A.7.
149
Tabela 24: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 07
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C7 F 27m 22 h às 11 h 00 11 h às 22 h 00
Total 1 13 h 00 11 h
00
Total 2 TTS: 13 h TTV: 11 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C7 = Cego 07
Figura A.7: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C7
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
150
CEGO 08:
C8 - Observações Gerais
Bebê do sexo masculino com trinta e quatro meses (dois anos e dez meses),
nascido a termo pesando 3 kg sem histórico de problemas visuais na família. Foi
amamentado ao seio aum ano. Diagnóstico: hipoplasia óptica bilateral. Condição
visual: cego.
- Constatação de um problema visual.
“Minha mãe. A avó materna dele (do bebê). Ela ficava com ele, ‘né’? Na
época eu trabalhava, e ela ia no portão, e ele... podia passar carro, moto...
criança vê, ‘né’? Porque escuta o barulho ela vai olhar e ele não olhava, aí ela
começou a perceber e aí a gente foi conversar com o pediatra dele, porque o
pediatra não tinha percebido até então. Aí foi que ele encaminhou a gente pro
oftalmologista e aí, [...] ele orientou pra gente levar também num neurologista,
‘né’, porque podia ser algum problema neurológico, e aí o neurologista
encaminhou pro geneticista e ele encaminhou pra cá. Ele tinha 1 ano. É...
porque quando ele tinha 4 meses a gente começou a perceber, aí, levamos
no pediatra, o pediatra não falou nada, a gente esperou uma segunda
consulta e a gente foi e nesse decorrer todo, até a gente conseguir um
oftalmologista de confiança, demorou um pouquinho. Foram 6 meses”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê, tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. Também é indiferente o
sono desse bebê se a luz estiver acesa ou apagada. Contudo, a mãe relata que a
luz influencia o sono do bebê.
“É à vontade [...] o quarto é escuro. Ele dorme no meu quarto. O meu quarto
é bem escurinho, mas não tem cortina. Agora ele dorme bem, durante o dia
em lugar claro. [...] Ele não tem problema com a claridade. À noite não. À
noite eu prefiro que ele durma assim, no escuro. Quando ele acorda, por
exemplo, de madrugada, ele acordou. Se a gente acender a luz, ele percebe
151
e ele fica mais... ele sabe que tem gente acordada com ele. Se eu
continuar com a luz apagada, quieta na minha cama, ele vai ficar brincando
ali no berço, mas ele não vai ficar muito agitado, entendeu? Então é assim: se
ele acorda de noite, eu acendo a luz, eu sinto que ele fica mais agitadinho.
Ele sabe que tem alguém acordado e que pode tirar ele do berço, porque ele
fica me puxando, agora se a luz estiver apagada não. Ele fica brincando
dentro do berço. Se ele estiver no berço e a luz estiver apagada, ele dorme
mais rápido do que se a luz estiver acesa”.
- Luz e ciclo sono/vigília
Sobre o sono do bebê, a mãe relata:
“Pela manhã, ele acorda às nove horas (9 h). Permanece acordado até meio
dia (12 h). Meio dia (12 h) ele dorme aquatro, quatro e meia (16 h, 16 h e
30 min). ele acorda. Aí ele vai dormir de novo meia noite (00 h). Aí dorme
meia noite e acorda no dia seguinte às nove horas (9 h). Quando ele dorme
bem, que ele dorme a noite inteira, ele acorda nove horas... oito e meia,
nove horas (8 h e 30 min, 9 h) ele está acordando. Mas... tem períodos que
ele dorme muito bem. Tem noites que ele acorda assim... dorme... oito horas
(20 h) ele deita pra dormir. Quando duas horas da manhã (2 h) ele
acorda e aí ele vai até o dia seguinte. Às vezes, eu consigo, assim, fazer ele
dormir assim, cinco horas (5 h) da manhã, mas às vezes não. Ele vai até ao
meio dia (12 h). Aí, almoça, toma banho, e ele dorme”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 25 e figura A.8.
Tabela 25: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 08
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno
Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C8 M 34m 00 h às 9 h 12 h às 16 h e
30 m
9 h às 12 h
16 h e 30 min às 00 h
00
Total 1 9 h 4 h e 30 min 10 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 13 h e 30 min TTV: 10 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C8 = Cego 08
152
Figura A.8: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C8
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
CEGO 09:
C9 - Observações Gerais
Bebê do sexo masculino, com cinqüenta e um meses (quatro anos e três
meses). Nascido a termo pesando 3,450 kg foi amamentado até um mês e meio.
histórico de dois casos de cegueira congênita na família materna. Diagnóstico:
anoftalmia bilateral. Condição visual: cego.
- Constatação de um problema visual
A mãe relata: “Na hora, no hospital. No hospital eles me avisaram que não
existia o globo ocular”.
153
- Luz e ambiente de sono
Esse bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz,
o ambiente é escuro como quando dormia diariamente. O seu ambiente de sono
noturno também é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o
bebê, tanto o período de sono diurno quanto o período de sono noturno. A mãe
relata que o bebê dorme melhor com a luz apagada.
“Acho que é apagada, porque ele acostumou. Desde novinho é apagada a
luz. Porque eu também durmo de luz apagada, porque às vezes eu boto
ele no meu quarto e às vezes eu até esqueço, deixo ele pra e durmo...’tá’
tudo escuro...”.
A mãe relata que a luz não influencia o sono do bebê. “Não. Acho que não”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda às sete horas (7 h). Fica acordado durante o dia todo. Ele não dorme
durante a tarde. vai dormir a noite, sete horas (19 h) mais ou menos. É
muito raro ele dormir à tarde. se estiver muito cansado. Aí... acorda pra
fazer xixi, toma o leite e dorme... mais ou menos às nove horas, nove e meia
(21 h; 21 h e 30 min) na hora da novela, aí ele mama e dorme de novo. Aí ele
levanta e faz xixi, volta e já está dormindo. Aí às vezes ele até vai direto, e
só vai acordar de manhã, sete horas, sete e meia (7 h; 7 h e 30 min)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 26 e figura A.9.
Tabela 26: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 09
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C9 M 51m 19 h às 21 h
21 h e 15 min às 7 h
00 7 h às 19 h 21 h às 21 h e
15 min
Total 1 11 h e 45 min 00 12 h 15 min
Total 2 TTS: 11 h e 45 min TTV: 12 h e 15 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C9 = Cego 09
154
Figura A.9: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C9
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
CEGO 10:
C10- Observações Gerais (entrevista concedida pelo pai)
Bebê do sexo masculino com doze meses (um ano), nascido a termo pesando
2,450 kg com histórico de miopia na família materna. Ainda é amamentado ao seio
aos 12 meses. Diagnóstico: microftalmia e catarata congênita do OE (olho esquerdo)
e anoftalmia do OD (olho direito).
- Constatação de um problema visual
“No dia que ele nasceu. Quando eu o visitei eu percebi. Não sabia
exatamente o que era, mas a gente percebeu que tinha alguma diferença. O
155
médico inclusive, que acompanhou no início percebeu isso e encaminhou
para o oftalmologista, onde eles perceberam que existia a falta de um dos
globos oculares. Eu não sei exatamente quem foi o primeiro, mas eu creio
que tenha sido o médico até no momento do parto mesmo... logo após o
parto que ele tenha observado porque logo em seguida ele encaminhou para
que se passasse num oftalmologista [...] e inclusive ele recebeu alta
depois de ter sido avaliado pelo oftalmologista. [...] Logo no início ‘né’, se
foi percebendo que ele tinha alguma dificuldade com a visão no outro olhinho
e aproximadamente dois meses o médico constatou que ele tinha uma
catarata congênita no outro olhinho, e antes ainda, por volta de cinco meses,
ele percebeu que ele tinha uma microftalmia no olho esquerdo também. [...]
quando o médico diagnosticou a microftalmia ele tinha em torno de cinco a
seis meses. Anoftalmia no olho direito, e catarata congênita e microftalmia no
olho esquerdo. [...] A aceitação foi um pouco traumática, ‘né’, foi assim, um
impacto grande, alguma dificuldade até mesmo na... não na aceitação, mas
na absorção do problema. Em nenhum momento houve rejeição do bebê, em
nenhum momento houve alguma dificuldade de recebê-lo, ‘né’, e creio até,
que de maneira contrária, houve ainda uma recepção mais calorosa, mais
amorosa. Mas a hoje, ainda machuca muito, mas Deus tem fortalecido a
gente nesses momentos aí”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno do bebê é escuro e o ambiente de sono noturno é
escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê, tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. Também é indiferente
quanto a dormir com a luz acesa ou com a luz apagada. A luz não influencia o seu
sono. O pai relata: “Invariavelmente. Eu acho que o tem uma variação da
luminosidade pro tempo de sono dele não”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda às cinco horas (5 h) e fica acordado normalmente até as sete, oito
horas (7 h; 8 h). Dorme mais um período de em torno de duas horas e acorda
por volta de dez horas (10 h), mais ou menos. fica acordado até por volta
de três, quatro horas da tarde (15 h; ou 16 h). Às vezes aquele cochilo de
uma hora, uma hora e pouquinho. Ele dormindo as três (15 h), ele acorda por
volta de quatro, cinco horas (16 h; 17 h). Ele acordando em média às quatro e
meia (16 h e 30 min), ele volta a dormir naquele período normal do final da
noite, ‘né’, por volta de onze horas, onze e meia (23 h, 23 h e 30 min) com
eventuais cochilos de vez em quando, mas não regulares. ele dorme até
156
por volta das cinco horas da man(5 h). Quando ele acorda para mamar,
ele acorda por volta das três horas (3 h). E normalmente ele acorda. Ele
começou a mamar, quase que já está dormindo. Ele dorme logo...”
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 27 e figura A.10.
Tabela 27: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 10
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C9 = Cego 10
Figura A.10: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C10
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta não possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C10 M 12m 23 h e 30 min
às 3 h
3 h e 10 min
às 5 h
8 h às 10 h
15 h e 30 min às
16 h e 30 min
5 h às 8 h
10 h às 15 h e 30 min
16 h e 30 min às 23 h
e 30 min
3 h às 3 h
e 10 min
Total 1 5 h e 20 min 3 h 15 h e 30 min 10 min
Total 2 TTS: 8 h e 20 min TTV: 15 h e 40 min
157
CEGO 11:
C11- Observações Gerais
Bebê do sexo feminino com quarenta e cinco meses (três anos e nove meses)
nascido a termo pesando 3,600 kg sem histórico de problemas visuais na família. Foi
amamentado ao seio até aos quatro meses. Diagnóstico: amaurose bilateral.
Condição visual: cego.
- Constatação de um problema visual
“Ela tinha dois meses. [...] Eu achava que ela não fixava o olhar. Ela ficava
com o olhinho sempre virando assim, mexendo, mas não fixava o olhar em
nada. Daí eu falei com a pediatra dela. Aí ela me encaminhou para o hospital
pra ver esse problema. Ela me encaminhou pra um oftalmologista. Ela tinha
uns três meses. Bom, eles acharam que era catarata, mas quando fizeram
a ‘ultrassom’ (ultra-sonografia) na vista dela, falaram que ela estava com
descolamento na retina. Daí me encaminharam pra outro hospital e eu
fiquei um tempão esperando a cirurgia, mas eles nunca também examinaram.
Eles ficaram com o diagnóstico que ela tinha vindo com catarata. Daí
nesse tempo eu procurei outros hospitais pra descobrir o problema que ela
tinha, até tentar uma cirurgia pra ser mais rápida, no caso, mas aí, quando eu
estava fazendo, eu descobri que o caso dela não era catarata. Que ela
tinha nascido sem visão mesmo. Que ela tinha nascido cega. Foi o médico
que falou. Ele confirmou o descolamento de retina”.
- Luz e ambiente de sono
Esse bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz,
o ambiente é escuro como quando dormia diariamente. O seu ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono
diurno e é indiferente para o bebê dormir com a luz acesa ou com a luz apagada. A
luz não influencia o sono do bebê. A mãe relata: “Não, pra ela não faz diferença,
que ela não enxerga, então... não interfere”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda às dez horas (10 h) fica acordada até as nove da noite (21 h) sem
dormir nenhuma vez. Aí às nove horas (21 h) ela dorme e aí, acorda as oito
158
(8 h), no outro dia. Quando ela dorme as nove (21 h) ela acorda às oito horas
(8 h)... tem vez que ela troca o dia pela noite. Quando ela troca o dia pela
noite, ela fica até meia-noite, uma hora acordada (00 h, 1 h), cantando,
brincando, de dia ela quer dormir o dia todo, eu faço tudo pra acordar ela,
boto uma música, brinco com ela, mas ela fica . Sem querer acordar.
querendo dormir na maior preguiça. Tiro ela do berço, boto no sofá, mas não
adianta, mas tem vez que ela troca também. Tem vez que ela dorme bem à
noite. Às vezes durante uma semana ela dorme bem durante a noite, depois
ela muda de novo, quer dormir mais de dia do que de noite. Então ela está
sempre mudando os horários dela. Isso acontece com certa freqüência. De
um modo geral, ela costuma mais trocar o dia pela noite. Ela troca com mais
freqüência. (Refaço o ciclo do bebê trocando o dia pela noite). Quando ela
troca, ela acorda às seis horas (6 h) da manhã e fica acordada até umas
três, quatro horas da tarde (15 h ou 16 h). ela dorme. Se ela dormir às três
horas (15 h), ela acorda às seis horas (18 horas). às seis horas (18 h) ela
acorda e vai até a meia-noite (00 h) acordada. Aí meia noite ela volta a dormir
e vai até às dez horas (10 h) da manhã do outro dia. Isso acontece com mais
freqüência do que ela dormir a noite toda”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê nas tabelas 28a e 28b e A.11a; e A.11b.
Tabela 28
a
: CICLO SONO/VIGÍLIA (01) DO BEBÊ CEGO 11
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C11 F 45m 21 h às 10 h 00 10 h às 21 h 00
Total 1 13 h 00 11 h 00
Total 2 TTS: 13 h TTV: 11 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C11 = Cego11
Figura A.11a: Representação do Ciclo Sono/Vigília (01) do Bebê C11
159
Tabela 28b: CICLO SONO/VIGÍLIA (02) DO BEBÊ CEGO 11
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C11 F 45m 00 h às 10 h 15 h às 18 h 06 h às 15 h
18 h às 00 h
00
Total 1 10 h 03 h 15 h 00
Total 2 TTS: 13 h TTV: 15 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C11 = Cego 11
Obs.: A tabela 28b apresenta um ciclo de 28 horas.
Figura A.11b: Representação do Ciclo Sono/Vigília (02) do Bebê C11
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
160
Cego 12:
C12 - Observações Gerais
Bebê do sexo feminino com vinte e cinco meses (dois anos e um mês).
Nascido prematuramente pesando 1,125 kg permaneceu por dois meses e quinze
dias na incubadora e o foi amamentado ao seio em nenhum momento.
histórico de problemas visuais na família. Diagnóstico: retinopatia da prematuridade.
Condição visual: cego.
- Constatação de um problema visual
“Ah, quando ela veio pra casa estava com... três meses e até a pediatra
descobrir que ela não tinha reflexo, ela tinha o que... seis meses a sete.
Conforme ela olha muito, (o bebê), os olhos dela mexem muito, eu achei que
ela estava olhando as coisas, mas não era. Era realmente porque ela não
enxergava nada. Pediram pra eu levar ao oftalmologista, eu levei, primeiro
em um diagnosticou a doença, que ela teve retinopatia. Eles falaram pra
mim que era descolamento de retina, e que não tinha possibilidade de colocar
no lugar, eu quis saber uma segunda opinião e fui procurar o hospital [...].
de me encaminharam pro hospital [...] e foi que eles diagnosticaram
que ela tinha retinopatia da prematuridade. Ela estava com onze meses já”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê,
tanto o período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme
melhor com a luz apagada. A mãe relata:
“A luz apagada. Pra dormir tem que apagar a luz. Tem que estar no escuro,
porque ela enxerga a claridade, então ela gosta de dormir quando está tudo
fechado. O quartinho dela. Eu percebi isso desde que eu percebi que ela
enxergava a claridade. incomodava. Ela virava pra lá, virava pra e não
conseguia dormir aí, quando eu fechava a janela e apagava a luz, era a hora
que ela conseguia dormir”.
A luz influencia o sono do bebê. A mãe relata:
161
“Eu não sei se influencia, mas acho que a luz é a hora que ela sabe que tem
que acordar, porque a hora que a gente apaga a luz, ela mesma vira para o
ladinho dela e vai dormir”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda pela manhã oito e meia (8 h e 30 min) e fica acordada até depois do
almoço assim, meio dia e meia (12 h e 30 min) e depois disso, ela dorme
meio dia e meia (12 h e 30 min) até umas duas horas da tarde (14 h). Aí
acorda e fica até umas nove horas da noite (21 h) porque nove horas ela
janta e onze horas (23 h) assim, ela vai fechando os olhinhos e começando a
cochilar e aí ela vai direto e vai até as oito horas da manhã (8 h) do outro
dia”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 29 e figura A.12.
Tabela 29: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 12
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C12 F 25m 23 h às 8 h 12 h e 30 min
às 14 h
8 h às 12 h e 30 min
14 h às 23 h
00
Total 1 9 h 1 h e 30 min 13 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 10 h e 30 min TTV: 13 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C12 = Cego 12
Figura A.12: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C12
162
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta não possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
CEGO 13:
C13- Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com trinta e sete meses (três anos e um mês).
Nascido prematuramente pesando 01 kg ao nascimento permaneceu na incubadora
por dois meses. Amamentada até os oito meses a mãe relata:
“[...] quando ela estava na incubadora o leite que ela tomava era o meu
mesmo. Ela mamava de três em três horas. Então eu descia e tirava lá. A
noite a gente também descia, porque eu fiquei no hospital enquanto ela ficou
lá. E de noite na hora que ela queria mamar eu descia e tirava o leite, porque
eles davam de três em três horas mesmo. Fora isso, eu acho que eles
davam era o NAN. Não era nem o leite materno, porque lá não tinha banco de
leite. Então eles davam o NAN. A mãe que não podia dar o leite eles davam o
NAN, mas o meu bebê mamou o meu leite”.
Não há histórico de problemas visuais na família. Diagnóstico: descolamento
de retina, atrofia do globo ocular do OD (olho direito) e glaucoma congênito.
Condição visual: cego.
- Constatação de um problema visual
“Quando ela estava no hospital, eu tinha observado ela estava com dois
mesinhos. eu perguntei pra pediatra porque ela o focava as coisas. Os
outros bebês, mesmo na incubadora que tinham tirado o tapa olho, eles
focavam, observavam alguma coisa e ela nunca... eu nunca tinha observado
ela focar nada. E aí, o que aconteceu: fui pra casa, ela teve alta. A pediatra,
falou que ela era prematura e como os órgãos estavam ainda em
desenvolvimento, e como ela abria o olho e estava tudo claro, ela fechava o
olho de novo. Tudo bem. Fingi que acreditei naquilo, fui pra casa e aí procurei
163
o oftalmologista. Ela estava com o que... já ia fazer três meses, porque fomos
pra casa e falaram que ela não podia estar saindo muito. Quando ela
completou quinze dias em casa, voltou pro hospital e ficou mais uma
semana. Aí, assim que ela saiu e eu senti que ela estava um pouquinho forte
eu comecei a buscar os médicos e foi que eu consegui uma oftalmologista
que falou pra mim que realmente ela não enxergava, que ela tinha glaucoma
congênito na vista direita e na esquerda era descolamento de retina, mas
sem indicação cirúrgica, e dali pra cá, viemos fazer tratamento. Primeiro
fomos pro [...], depois viemos aqui pro [...] e de foi encaminhada pra
quando ela estava com 11 meses. Começou a fazer Estimulação Precoce no
ano passado, foi em março e esaqui até hoje e vamos ficar até se formar,
‘né’? Quando a oftalmologista disse que ela tinha glaucoma e descolamento
de retina ela estava com três meses”.
- Luz e ambiente de sono
Esse bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz,
o ambiente é escuro como quando dormia diariamente. O seu ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono
noturno. O bebê mostra-se indiferente quanto a dormir com a luz acesa ou com a luz
apagada. A luz não influencia o sono do bebê. A mãe relata:
“Acho que não. [...] quando apaga a luz ela dorme da mesma forma que
quando fica acesa. Não tem muita diferença não, com a luz apagada, acesa...
no começo tinha. Eu tinha sempre que deixar tudo escuro mesmo, porque ela
ainda tinha aquela claridade, ‘né’, o glaucoma... mas agora o. Eu percebi
que as luzes, assim... não mexem muito mais com ela”. (Grifo do autor
desse trabalho).
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda nove e meia, dez horas (9 h e 30 min ou 10 h) e fica acordada até
umas oito horas (20 h), por aí assim... nove horas (21 h), começa a querer
cochilar, se ela não dormir à tarde. Se ela dormir bem à noite, assim, se ela
dormir nove horas (21 h), dez horas (22 h), aí ela vai e dorme até nove e meia
(9 h e 30 min), dez horas (10 h) da manhã, sem acordar a noite nenhuma vez.
Ela não acorda. Aí durante o dia ela não dorme. Ela praticamente dorme nove
e meia (21 h e 30 min), dez horas (22 h) da noite e acorda nove e meia (9 h e
30 min), dez horas (10 h) da manhã. O normal dela. É sempre assim. Ela não
costuma cochilar. Se cochilar, aí é aquele problema...”
Refazendo o ciclo do bebê se o bebê cochilar.
164
“Ela levanta nove e meia (9 h e 30 min), dez horas (10 h). Se ela cochilar é
pras três horas da tarde (15 h). ela fica dormindo até umas cinco, seis
horas (17 h ou 18 h). depois ela acordou e vai dormir pras três horas
(3 h) da manhã. ela dorme às três horas da manhã (3 h) e acorda pra
meio dia (12 h), uma hora, (13 h)”.
Conferir os ciclos sono/vigília desse bebê nas tabelas 30a e 30b e nas figuras A.13a;
e A.13b.
Tabela 30
a
: CICLO SONO/VIGÍLIA (01) DO BEBÊ CEGO 13
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C13 F 37m 21 h e 30 min às 10 h 00 10 h às 21 h e
30 min
00
Total 1 12 h e 30 min 00 11 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 12 h e 30 min TTV: 11 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C13= Cego 13
Figura A.13a: Representação do Ciclo Sono/Vigília (01) do Bebê C13
165
Tabela 30b: CICLO SONO/VIGÍLIA (02) DO BEBÊ CEGO 13
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C13 F 37m 3 h às 12 h 15 h às 18 h 9 h e 30 min às 15 h
18 h às 3 h
00
Total 1 9 h 03 h 14 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 12 h TTV: 14 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C13= Cego 13
Figura A.13b: Representação do Ciclo Sono/Vigília (02) do Bebê C13
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta não possui organização na rotina alimentar, não possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
166
CEGO 14:
C14- Observações Gerais
Bebê do sexo feminino com vinte e três meses (um ano e onze meses).
Nascido prematuramente pesando 575 gramas permaneceu na incubadora por 70
dias. Foi amamentado com leite materno através de uma sonda por dois meses
enquanto permaneceu na incubadora. Sem histórico de problemas visuais na
família. Sobre a amamentação do bebê com leite industrializado a mãe relata:
“Não. Nem no hospital quando estava na incubadora. Ela [...] não tinha
força pra puxar. Eu cheguei a tirar e colocava na sonda dela e ela puxar na
hora. Fazia isso durante todo o período que ela esteve no hospital. O leite tira
na hora e dá. o deixa guardado. Eu passava o dia todo com ela. no
hospital mesmo, quando ela saiu da sonda, ‘né’, que ela se restabeleceu ela
não aceitou. A gente tentou botar, ela estava acostumada já... a ter comida
fácil, pela sonda. Então ela foi estimulada a mamar. que ela não queria
pegar, e no hospital, se leite no copinho. Não se dá na mamadeira. Então
ela não puxava... ela não puxava o peito de jeito nenhum. eu parei. ela
tomou o NAN. Quando ela saiu da incubadora ela estava com dois meses”.
Diagnóstico: Retinopatia da Prematuridade Grau V com descolamento de
retina. Condição visual: cega.
- Constatação de um problema visual
“Ela estava com dez dias de nascida, quando foi observado que ela tinha
perda da visão. Ela chegou, (a oftalmologista) me chamou, chamou a pediatra
dela, que estava cuidando dela também e os dois me chamaram numa sala e
falaram que o nível de oxigênio pra ela era muito alto, porque ela era muito
pequenininha, estava precisando de muito oxigênio e não conseguia reagir e
isso estava descolando a retina e então não tinha como reverter, não tinha
como parar e ia descolar tudo. Então desde o começo eles foram me
avisando o que estava acontecendo com ela. O médico passou ela direto pra
o Instituto Benjamin Constant. eu logo procurei, e ela era muito
pequenininha [...] Pra mim, pra minha irmã com quem eu moro, a gente
aceitou assim... bem. Não foi o que a gente queria, mas foi o que Deus achou
que tinha que ser. E o pai dela não aceitou, né, foi embora. Falou que não
estava preparado pra ter uma filha assim... e foi embora”.
167
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê, tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. Dorme melhor com a luz
apagada. A luz influencia o sono desse bebê. A mãe relata:
“Eu acho que influencia sim, porque quando está a claridade, ela se mexe
muito, e quando eu fecho a cortina, que aquela escuridãozinha, ela
relaxa mais pra dormir”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Geralmente ela acorda onze e meia (11 h e 30 min). Aí fica acordada até 4
horas da tarde (16 h). quatro horas (16 h) ela dorme e fica dormindo no
máximo acinco e meia (17 h e 30 min). cinco e meia (17 h e 30 min) ela
acorda e fica acordada até meia-noite, uma hora (00 h; 1 h). Se ela dormir
meia noite e meia (00 h e 30 min), quando ‘der’ duas horas ela acorda. Dorme
de meia noite e meia (00 h e 30 min) até duas horas da manhã (2 h), acorda e
fica acordada aumas duas e dez, duas e quinze (2 h e 20 min ou 2 h e 15
min), quinze minutos no máximo e dorme de novo. ela dorme até as onze
da manhã (11 h)”.
Conferir o ciclo sono vigília desse bebê na tabela 31 e na figura A.14.
Tabela 31: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 14
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C14 F 23m 00 h e 30 min às 2 h
2 h e 15 min às 11 h
e 30 min
16 h às 17 h
e 30 min
11 e 30 min às 16 h
17 h e 30 min às 00
h e 30 min
2 h às 2 h
e 15 min
Total 1 10 h e 45 min 1 h e 30 min 11 h e 30 min 15 min
Total 2 TTS: 12 h e 15 min TTV: 11 h e 45 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C14 = Cego 14
168
Figura A.14: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C14
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta não possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
CEGO 15:
C15 - Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino, com dez meses nascida a termo pesando 3,530 kg foi
amamentado ao seio até os três meses. Sem histórico de problemas visuais na
família. Diagnóstico: atrofia do nervo óptico em ambos os olhos, afilamento do
quiasma e nervo ópticos. Condição visual: cega.
- Constatação de um problema visual
“[...] A vista dela rodava muito. Ela não ficava prestando atenção nas coisas.
Ela rodava assim, o tempo todo. Parecia que estava sempre procurando
169
alguma coisa. [...] quando a avó suspeitou, ela tinha quatro meses. que eu
falei com o pediatra, que ele foi perceber. Ah, é, vou mandar vocês irem no
oftalmologista... O bebê estava com cinco meses, mas o pediatra falou pra
levar ele com seis meses, porque era melhor. Ele não indicou o
oftalmologista. Eu procurei no livro mesmo. Aí eu levei na oftalmologista e ela
fez os exames todos, ‘né’? E ela falou que ela tinha a visão baixa, que ela
enxergava muito pouquinho. Ela fez o PEV, fez uma ressonância, fez até um
eletroencefalograma. O PEV deu que não respondia a visão. A oftalmologista
falou que ia encaminhar a gente pra e a neuro também. Ela veio com oito
meses”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê,
tanto o período de sono diurno quanto o período de sono noturno. A mãe relata que
o bebê dorme melhor com a luz acesa e que a luz influencia o sono do bebê.
“Eu acho que sim. Às vezes eu acho que ela percebe quando a luz está
acesa. Quando eu acendo a luz, eu acho que ela percebe. Eu acho... na
minha opinião. Não sei explicar agora, mas eu acho que ela percebe sim, se
ela estiver dormindo e eu acender a luz. É... exatamente... ela sabe. Eu acho
que ela sabe quando eu entro no quarto, aí eu já acendo a luz”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Durante a manhã ela acorda às nove horas (9 h) e fica acordada até umas
onze horas (11 h). ela volta a dormir. Não dorme muito não. Dorme uma
hora, meia horinha só. Vai até meio dia (12 h). Meio dia ela acorda. Aí
almoça, toma banho e fica acordada até às três e meia (15 h e 30 min). Vai
dormir às três e meia (15 h e 30 min). dorme até às cinco (17 h).
acorda às cinco (17 h) e fica acordada. Às sete, oito horas, (19 ou 20 h) aí tira
um cochilo, porque se ela o dormir ela fica me perturbando. Então ela fica
acordada até as oito horas (20 h). Às oito (20 h) horas ela tira um cochilo de
meia hora. Acorda às oito e meia (20 h e 30 min) e fica acordada até meia-
noite (00 h), uma hora da man(1 h). Meia noite ela volta a dormir e acorda
duas e meia (2 h e 30 min), três horas (3 h) pra mamar. Três horas (3 h) ela
acorda e só mama. Volta logo a dormir e depois só acorda as oito, nove horas
(8 h ou 9 h) da manhã”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 32 e na figura A.15.
170
Tabela 32: CICLO SONO/VIGÍIA DO BEBÊ CEGO 15
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
Coch = Cochilo
C15 = Cego 15
Figura A.15: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C15
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê o costuma ser banhado ou trocar
de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono
do bebê. Quanto à família, esta possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp.Not.
C15 F 10m
20 h às 20 h e 30
min (coch)
00 h às 3 h
3 h e 15 min às 9 h
11 h às 12 h
15 h e 30
min às 17 h
9 h às 11 h
12 h às 15 h e 30 min
17 h às 20 h
20 h e 30 min às 00 h
3 h às 3 h
e 15 min
Total 1 9 h e 15 min 2 h e 30 min 12 h 15 min
Total 2 TTS: 11 h e 45 min TTV: 12 h e 15 min
171
CEGO 16:
C16- Observações Gerais
Bebê do sexo feminino com quarenta e cinco meses (três anos e nove
meses). Nascido a termo pesando 3,550 kg sem histórico de problemas visuais na
família. Foi amamentado ao seio a aos três anos de idade. Diagnóstico:
retinoblastoma bilateral. Condição visual: cego.
- Constatação de um problema visual
“Dois meses, quando eu descobri. Eu vi uma sombra branca nos dois olhos
dela. Eu levei no oftalmo por minha conta ela falou que ela tinha tumor nas
duas vistas, e falou o que era, que era retinoblastoma aí encaminhou para
o INCA eles fizeram o tratamento. Ela tinha 4 meses quando foi
encaminhada para o INCA [...]. O tratamento dela no Inca ainda dura, né?
Porque agora ela faz o controle de 1 ano. Tem que levar de ano em ano no
hospital”.
- Luz e ambiente de sono
Esse bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz,
o ambiente é escuro como quando dormia diariamente. O seu ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. É
indiferente para o bebê dormir com a luz acesa ou com a luz apagada. A luz não
influencia o sono do bebê. A mãe relata: “Eu não sei,... eu deixo a luz acesa. Ela não
enxerga, eu acho que não influencia não”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda nove, nove e meia (9 h, 9 h e 30 min) e fica acordada até dez da
noite, dez e meia (22 h ou 22 h e 30 min), não dorme mais durante o dia.
Volta a dormir dez e meia da noite (22 h e 30 min). Aí dorme até às nove e
meia (9 h e 30 min), e amais, às dez horas (10 h). Às vezes eu chamo pra
levar no banheiro, mas ela não demora a dormir. Ela logo dorme”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 33 e na figura A.16.
172
Tabela 33: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 16
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono
Diurno
Vigília Despertar
noturno
C16 F 45m 22 h e 30 min às
10 h
00 9 h e 30 min às 22 h e
30 min
00
Total 1 11 h e 30 min 00 13 h 00
Total 2 TTS: 11 h e 30 min TTV: 13 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
C16 = Cego 16
Figura A.16: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C16
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta não possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
173
CEGO 17:
C17 - Observações Gerais
Bebê do sexo masculino com cinqüenta e nove meses (quatro anos e onze
meses). Nascido a termo pesando 3,260 kg o befoi amamentado ao seio até os
quatro meses. Diagnóstico: atrofia parcial do nervo óptico. Condição visual: cego.
- Constatação de um problema visual
A mãe relata:
“Sete meses. Foi assim: eu trabalhava, ‘né’? Aí, a menina que tomava conta
dele percebeu que ele não tinha uma atenção nas coisas que ele olhava. Não
tinha atenção visual. eu levei ele no neurologista e aí foi feito uma
ressonância magnética. Aí, nessa ressonância, deu que ele tinha uma lesão
no nervo occipital direito. [...] ele não tinha atenção no que via. E ele não
virava assim de bruços, não mexia na cama... ele ficava sentado. Não
engatinhava não fez nada. Ele sentava porque alguém colocava. eu levei
no neurologista, ‘né’, que ele passou essa ressonância magnética pra ele e
passou um Potencial Evocado Visual. O PEV dele é normal. Não tem nada na
vista. O problema dele foi no cérebro mesmo. Mínima. A lesão é muito
pouquinha, ele falou que foi muita falta de sorte dele. Falta de sorte não, ‘né’?
Eu penso assim”.
- Luz e ambiente de sono
Esse bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz,
o ambiente é claro como quando dormia diariamente. O seu ambiente de sono
noturno é completamente apagado. O melhor período de sono é o período de sono
noturno e quanto a dormir melhor com a luz acesa ou com a luz apagada é
indiferente para o bebê. Sobre a influência da luz a mãe relata que a luz não
influencia o sono do bebê: “Eu sempre dormi com a luz apagada. Nunca observei
esse negócio de luz, não. Não. Não influencia em nada não”.
174
- Luz e ciclo sono/vigília
“Sete e meia (7 h e 30 min), oito horas (8 h), ele acorda. E fica acordado,
geralmente ele não dorme mais de tarde não, ‘né’, aí fica acordado até nove e
meia (21 h e 30 min), dez horas da noite (22 h). Aí vai dormir dez horas (22 h)
e aí dorme até sete e meia (7 h e 30 min), oito horas (8 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 34 e na figura A.17.
Tabela 34: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 17
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C17 M 59m 22 h às 08 h 00 8 h às 22 h 00
Total 1 10 h 00 14 h 00
Total 2 TTS: 10 h TTV: 14 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. = Despertar Noturno
C17 = Cego 17
Figura A.17: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C17
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
175
CEGO 18:
C18- Observações Gerais
Bebê do sexo feminino com dez meses, nascido a termo pesando 2,760 kg
ainda está sendo amamentada ao seio aos dez meses. Sem histórico de problemas
visuais na família. Diagnóstico: microftalmia em AO e nistagmo. Condição visual:
cega.
- Constatação de um problema visual.
A primeira pessoa que observou o problema visual do bebê foi a mãe. Ela relata:
“No primeiro dia... Fui eu. eu perguntei à pediatra e ela falou que estava...
realmente tinha alguma coisa. Porque o olho era muito pequeno. (chôro) [...] a
pediatra mesmo do Hospital... ela me encaminhou, pra eu procurar mesmo
alguém conhecido. O quanto antes, melhor, entendeu?”
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
possui uma baixa luminosidade. O período em que o bebê dorme melhor é o período
de sono noturno e o bebê dorme melhor com a luz apagada. A mãe relata que a luz
influencia o sono do bebê:
“Tanto faz. Agora... de noite na hora do sono, com a luz apagada. Isso
desde que nasceu. Eu tinha que desligar a televisão, não podia ficar com a
televisão ligada, quando ela queria dormir. Durante a noite, sim”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda às sete horas (7 h). Fica acordada até umas duas horas da tarde (14
h). tira um soninho de meia hora, uma hora, na tarde. Dorme de duas às
três horas (de 14 h às 15 h). Acorda às três horas e fica acordada até às nove
horas da noite (21 h). dorme as nove (21 h) e dorme até as duas (2 h).
acorda, mama e três horas (3 h) dorme de novo e aí é só sete horas (7 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 35 e na figura A.18.
176
Tabela 35: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 18
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C18 F 10m 21 h às 02 h
3 h às 07 h
14 h às 15 h 7 h às 14 h
15 h às 21 h
2 h às 3 h
Total 1 9 h 1 h 13 h 1 h
Total 2 TTS: 10 h TTV: 14 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C18 = Cego 18
Figura A.18: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C18
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê o costuma ser banhado ou trocar
de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã interfere no sono do
bebê. A mãe relata: “Interfere, porque ela fica conversando, gritando no berço. O
horário certo, ela já sabe: tem gente lá fora”.
Quanto à família, esta possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
177
CEGO 19:
C19 - Observações Gerais
Bebê do sexo feminino, com quarenta e cinco meses (três anos e nove
meses). Nascida a termo pesando 3,100 kg foi amamentada ao seio até os seis
meses. Sem histórico de problemas visuais na família. Diagnóstico: retinopatia a
esclarecer. Condição visual: cego.
- Constatação de um problema visual.
“Eu percebi assim que ela não olhava nada, sabe? A minha amiga falava
assim: Ah, a [...] (filha da outra amiga da mãe) adora sair e olha os matos... e
ela assim, não mexia o pescoço. Ela ficava mais com o pescoço parado, e no
berço também, não olhava pra cima, às vezes eu colocava muito pano
vermelho, pra ver se chamava a atenção, é que ela mexia assim o olhinho.
Até a minha irmã falava assim: eu acho que a (nome do bebê) tem
estrabismo; eu achava no princípio que era estrabismo, como ela olhava
assim com o olhinho... ela virava assim o olhinho às vezes, sabe? eu
estava achando que era estrabismo. Mas nunca imaginava ‘né’, de ser uma
coisa assim tão grave! foi que eu percebi que ela não olhava nada, não.
Olhava assim: coisa que eu colocava em cima do berço, sabe? quando eu
levei na pediatra, a pediatra fez assim com a mão (movimentou a mão na
frente do rosto) e ela não acompanhava nada, sabe? Mas o diagnóstico foi
feito, ela estava mais ou menos com seis meses, quando eu cheguei a levar
ela no oftalmologista e até conseguir o exame, ela estava com uns 10
meses, quase um aninho. Ele fez o fundo de olho. O fundo de olho que ela
fazia sempre dava tudo normal. Aí ele falou que ela tinha um problema assim,
de visão, mas tinha que fazer o exame que ela, ou ia enxergar muito pouco
ou não ia enxergar, que ela tinha algum problema mesmo e passou o exame
pra fazer. [...] quando eu consegui fazer esse exame, ela estava com nove
ou dez meses, quase um aninho. Primeiro passou pra ela fazer o Potencial
Evocado Visual. [...] Aí... esse deu normal. Não deu nada. Aí passou outro pra
ela fazer, é um que olha a retina lá dentro, toma anestesiazinha, eu esqueci o
nome. Eu sei que a retina dentro do olho. Aí foi nesse é que acusou,
que o médico falou que a retina dela não tinha formado. Aí tem a visão direita,
que começou a formar. Então ele falou que talvez ela possa vir a enxergar
alguma coisa... mas na época, até que ele mostrou uma luz no quarto escuro
e ela foi com a mão, mas depois, assim, não... não vejo assim diferença não,
sabe? Não sei, ela não entende ainda pra gente perguntar se ela ainda ou
não, mas a gente acha que ela alguma claridade ou vulto, a gente não
sabe, o que ela vê, ‘né’... se ela vê claridade, se ela vê vulto...”
178
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. O bebê
dorme melhor com a luz apagada. A mãe relata que a luz não influencia o sono do
bebê.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda dez e meia (10 h e 30 min), onze horas (11 h). Acordando às onze
horas (11 h), ela fica acordada, até as cinco e meia (17 h e 30 min). Volta a
dormir às cinco e meia (17 h e 30 min) e dorme até as sete e meia (19 h e
30 min). Acorda às sete e meia (19 h e 30 min) fica acordada até meia noite
e meia (00 h e 30 min). Dorme meia noite e meia (00 h e 30 min) e acorda
às nove horas (9 h). Aí eu dou o leite com nescau, que ela toma de manhã e
dorme de novo. Quando ela acorda de manhã às nove horas (9 h), ela fica
um tempinho acordada de meia hora e dorme de novo às nove e meia (9 h e
30 min). Aí ela dorme às nove e meia (9 h e 30 min) mais um soninho até às
dez e meia (10 h e 30 min) mais ou menos... onze horas (11 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 36 e na figura A.19.
Tabela 36: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 19
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C19 F 46m 00 h e 30 min às
09 h
9 h e 30 min às
11 h
17 h e 30 min
às 19 h e 30
min
11 h às 17 h e 30
min
19 h e 30 min às
00 h e 30 min
9 h às 9 h e
30 min
Total 1 10 h 2 h 11 h e 30 min 30 min
Total 2 TTS: 12 h TTV: 12 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C19 = Cego 19
179
Figura A.19: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C19
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê não
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta não possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
CEGO 20:
C20- Observações Gerais
Bebê do sexo feminino com seis meses de idade. Nascido prematuramente
pesando 1,670 kg permaneceu na incubadora por dois meses. O bebê não foi
amamentado com leite materno em nenhum momento. histórico de glaucoma na
família materna tendo o problema aparecido mais tarde. Diagnóstico: retinopatia da
prematuridade com descolamento total de retina em ambos os olhos. Condição
visual: cega.
180
- Constatação de um problema visual
“Quatro meses. No dia trinta e um de janeiro quando ela teve alta, a pediatra
deu o encaminhamento para o oftalmologista. eu perguntei: ela tem algum
problema de visão? Ela falou assim: Não. É pra acompanhar. Aí então é
que eu marquei no posto, pra no caso primeiro marcar a consulta, mas pra
mim era normal. Foi pedido a ‘ultra-som’ (ultra-sonografia) da vista dela, aí foi
que constou que ela tem problema visual. Isso foi com quatro meses que eu
fui descobrir, porque até antes disso, pra mim, ela tinha a visão normal, mas
não tinha. Se era, no hospital eles não me avisaram nada. me deram o
encaminhamento pra procurar o oftalmologista. O papel que eles me deram,
ela estava com dois meses, foi no dia trinta e um de janeiro. Eu marquei pelo
posto de saúde, e com quatro meses, o resultado constou que ela estava com
problema visual. Descolamento de retina. Ela falou assim: olha, e, a sua
filha tem descolamento total de retina e significa que ela não enxerga nada.
luzes. Eu perguntei: possibilidade dela enxergar? ela falou: olha, eu
vou dar o encaminhamento pra cirurgia... ela pode vir a enxergar, mas não
muito. Com pouca visão. Se não fizer a cirurgia, ela não vai ter visão
nenhuma”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. É indiferente para
o bebê dormir com a luz acesa ou com a luz apagada. A luz não influencia o sono do
bebê.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda sete horas, oito horas, (7 h ou 8 h. fica acordada até dez (10 h),
quase onze horas (11 h). Volta a dormir, mais ou menos dez e meia (10 h e
30 min) e dorme até meio dia e pouco (12 h)... passa um pouquinho e vai
até quase uma hora (13 h). Dá um intervalo grande. Aí fica acordada de uma
hora (13 h) até umas três horas (15 h). três horas (15 h) ela volta a
dormir, não é bem dormir. Ela cochila. aquela cochilada e fica acordada
por mais um bom tempo. Essa cochilada é de no máximo vinte minutos. Não
é aquele sono firme não. Uma cochilada, como um passarinho. ela fica
acordada de três e vinte (15 h e 20 min) e varia até o horário que ela pega
firme, entendeu? Até às seis horas (18 h). às seis horas (18 h), ela
dorme, ela sempre costuma dormir de seis horas (18 h) quando ela pega no
sono, ela vai até umas dez horas (22 h) e isso porque ela acorda pra
mamar. eu que acordo pra dar mamar. Às vezes ela demora um
pouquinho pra voltar a dormir. Uma questão de uns quinze minutos...
conversa, depois é que ela volta a dormir novamente. depois que ela
181
volta a dormir, de madrugada que ela acorda pra mamar novamente.
Umas cinco horas (5 h). mama, dorme novamente e acorda às sete
horas (7 h). Agora ela está acordando só duas vezes pra mamar”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 37 e na figura A.20.
Tabela 37: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 20
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C20 F 6m
18 h às 22 h
22 h e 15 min
às 05 h
05 h e 15 min
às 7 h
10 h e 30 min às
13 h
15 h às 15 h e 20
min
07 h às 10 h e 30
min
13 h às 15 h
15 h e 20 min às
18 h
22 h às 22
h e 15 min
05 h às 05
h e 15 min
Total 1 12 h e 30 min 2 h e 50 min 8 h e 10 min 30 min
Total 2 TTS: 15 h e 20 min TTV: 8 h e 40 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C20 = Cego 20
Figura A.20: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C20
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
182
CEGO 21:
C21- Observações Gerais
Bebê com vinte e sete meses (dois anos e três meses) do sexo masculino.
Nascido a termo pesando 3,830 kg foi amamentado até os dois meses de idade.
histórico de miopia e catarata não congênita na família. Diagnóstico: retinoblastoma,
amaurose bilateral. Condição visual: cego.
Constatação de um problema visual
“Olha, o [...], ele nasceu com câncer na retina, tá? Ele teve que tirar os dois
olhinhos, ele usa duas próteses. Então por isso ele perdeu a visão. Ele tinha
quatro meses”.
O problema foi observado primeiramente pela mãe e o primeiro sintoma ela
relata:
“Uma luz nos olhos dele. Tinha um brilho. No escuro, a gente brilhando...
que nem um olho de gato, que a gente brilhando no escuro? O [...] era
assim. Ele estava com quatro meses. levei ao oftalmologista e ele pediu
uma ‘ultra-som’ (ultra-sonografia) e disse que se tratava de uma doença
chamada retinoblastoma e que eu tinha que procurar um oncologista pra
começar o tratamento nele. Ele começou esse tratamento com quatro meses.
Ele fez a cirurgia com quatro meses mesmo. O Dr. optou por não fazer
quimioterapia, porque a doença estava dentro do olho, . Aí, tirou os
olhinhos dele, foi pra patologia e constou que não tinha mesmo saído de
dentro da retina, que não precisava fazer a ‘quimio’. [...] assim que eu
descobri que ele não ia enxergar mais, teria que tirar os olhinhos, um mês
depois que ele estava bem da cirurgia, eu mesma procurei me informar e
procurei. Quando o Dr. do INCA sugeriu, que eu viesse (procurar o Instituto
Benjamin Constant), ele (o bebê) estava aqui. Aqui ele começou o
tratamento... foi o ano passado, início do ano passado. Ele já tinha um
aninho, porque ele tirou um dos olhos com quatro meses e o outro, ele tirou,
ele ia fazer um ano”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê tanto
o período de sono diurno quanto o período de sono noturno. Dorme melhor com a
luz apagada. A mãe relata:
183
“Acho que com a luz apagada. Mesmo porque, ele sabe exatamente quando
eu apago a luz. Ele escuta eu mexer no interruptor. É um barulho mínimo,
mas ele escuta. Aí ele já sabe que é hora de dormir. (sorri)”.
A luz não influencia o sono do bebê. A mãe diz: “Não. A luz não”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Ele acorda pela manhã às dez horas (10 h). Fica acordado... brinca, vai pra
escola à tarde e fica de uma as cinco (de 13 h às 17 h) na escola. Quando
chega, ele tira um cochilinho de uns quarenta minutos... Acorda e depois ele
vai dormir onze, onze e meia (23 h ou 23 h e 30 min). Aí ele dorme direto, não
acorda pra mamar e dorme até nove e meia (9 h e 30 min), dez horas (10 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 38 e na figura A.21.
Tabela 38: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 21
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp.Not.
C21 M 27m 23 h e 30 min às
10 h
18 h às 18 h
e 40 min
10 h às 18 h
18 h e 40 min às 23 h e
30 min
00
Total 1 10 h e 30 min 40 min 12 h e 50 min 00
Total 2 TTS: 11 h e 10 min TTV: 12 h e 50 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C21 = Cego 21
Figura A.21: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C21
184
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta não possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
CEGO 22:
C22 - Observações Gerais
Bebê do sexo feminino com vinte e nove meses (dois anos e cinco meses).
Nascido a termo pesando 4,500 kg o bebê não foi amamentado com leite materno.
Bebê com histórico de dois casos de problemas visuais na família materna: um caso
de cegueira e outro de baixa visão. A mãe não soube explicar exatamente o que era
cada um deles. Também existe parentesco entre os pais. Segundo a e, “existe,
mas do último grau. do 3º ou grau”. Diagnóstico: anoftalmia. Condição
visual: cego.
- Constatação de um problema visual
Sobre quem primeiro observou o problema e com que idade, a mãe relata:
“Os médicos. eles me escondiam que ela tinha esse problema, contou
pro pai, contou pra minha irmã e depois que trouxeram pra mim, depois de
três dias que eu soube que ela era deficiente visual. Eles falaram que foi
remédio errado durante a gestação. como eu tive essa minha outra filha,
eles fizeram o teste de genética acusou o meu sangue e o do pai dela
que não combina”.
Obs.: A mãe se referia a uma filha menor que também nasceu cega.
185
- Luz e ambiente de sono.
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. Dorme melhor com a luz
apagada. A luz influencia o sono do bebê. A mãe relata: “Influencia. A gente liga a
luz, ela fica mexendo o olho, como se estivesse vendo, fala: mamãe... acendeu a
luz. Aí quando apaga, ela fala: mamãe apagou a luz”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda às onze horas (11 h). Fica acordada até umas duas horas (14 h)
ela dorme até umas três e meia (15 h e 30 min). Acorda e fica acordada até
nove e meia... dez horas (21 h e 30 min ou 22 h). Dez horas (22 h) ela volta a
dormir. Aí dorme até... tem vez que ela acorda... quando o pai dela acorda ela
pra dar um beijo nela pra ir trabalhar, ela fica acordada aí demora um
pouquinho. pras sete horas (7 h) ela dorme de novo e aí acorda pras
dez horas (10 h)... (pergunto a que horas o pai a beija). Seis horas da manhã
(6 h). Ela acorda, fica até sete horas (7 h) acordada e depois volta a dormir de
novo”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 39 e na figura A.22.
Tabela 39: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 22
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C22 F 29m 22 h às 06 h
07 h às 11 h
14 h às 15 h
e 30 min
11 h às 14 h
15 h e 30 min às 22 h
06 h às 07 h
Total 1 12 h 1 h e 30 min 9 h e 30 min 1 h
Total 2 TTS: 13 h e 30 min TTV: 10 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C22 = Cego 22
186
Figura A.22: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C22
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta não possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
CEGO 23:
C23- Observações Gerais
Bebê do sexo masculino com trinta meses (dois anos e seis meses) Nascido
prematuramente pesando 1,780 kg foi amamentado até um ano de idade.. O bebê
foi Sobre permanência na incubadora a mãe relata:
“Ficou uma semana na UTI e depois o resto ficou comigo. Ficou uma semana
na UTI, mas dois dias dentro da incubadora, e depois de uma semana ele
ficou comigo, porque ele nasceu muito pequenininho e não tinha muita força
pra puxar, aí estava tomando o leite na sonda”.
Diagnóstico: fundo de olho normal em ambos os olhos. (amaurose a
esclarecer). Condição visual: cego
187
- Constatação de um problema visual
“A minha sogra começou a observar dos nove para os dez meses, porque era
uma criança que só vivia naquele lugarzinho, era uma criança que o
pegava em nada, nenhum brinquedo, nada. Aí ela começou a falar comigo:
(nome da mãe), acho que (nome do bebê) não está vendo direito. eu fui,
perguntei a pediatra, a pediatra fez um teste e acusou que ele estava com
problema de visão”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno do bebê é claro, e o ambiente de sono noturno é
apagado. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. Também é indiferente
dormir melhor com a luz acesa ou com a luz apagada. A mãe relata que o bebê
dorme de qualquer jeito, tanto com a luz acesa quanto com a luz apagada e a luz
não influencia o seu sono.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Se ele dormir às nove horas (21 h), ele acorda seis e meia (6 h e 30 min),
sete horas (7 h). Ele acordando seis e meia (6 h e 30 min), ele fica acordado
até umas onze horas (11 h) no máximo. onze horas (11 h) ele dorme e fica
até umas duas horas, três horas (14 h ou 15 h) se não tiver barulho.
Acordando às três horas (15 h) ele fica acordado até as nove (21 h) e vai até
o outro dia”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 40 e na figura A.23.
Tabela 40: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ CEGO 23
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
C23 M 30m 21 h às 6 h e 30
min
11 h às 15 h 6 h e 30 min às 11 h
15 h às 21 h
00
Total 1 9 h e 30 min 4 h 00
Total 2 TTS: 13 h e 30 min TTV: 10 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
C23 = Cego 23
188
Figura A.23: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê C23
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. Quanto à família, esta não possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
189
APÊNDICE B – Relatos Extraídos das Entrevistas do Grupo BV
BAIXA VISÃO 01:
BV1 – Observações gerais:
Bebê do sexo masculino com trinta e quatro meses (dois anos e dez meses).
Nascido a termo pesando 3,100 kg com histórico de glaucoma congênito na família
materna. O bebê foi amamentado ao seio até os dois anos. Diagnóstico: Glaucoma
congênito.
- Constatação de um problema visual
“Ele nasceu com o olho azul. Ele nasceu com secreção, mas é normal. Aí,
conforme eu fui limpando, ele abriu o olho e era azul. Eu achei que era
cegueira, que ele era totalmente cego. Aí, levei pra pediatra, ‘né’, e a pediatra
ficou de ver, porque ele não abria o olho. Aí, quando a pediatra foi tirar o
sangue dele pra fazer teste, ‘né’, de sangue, normal ela viu que o olho dele
era azul e me encaminhou, foi conversando comigo, pra ver se eu tinha
feito o pré-natal, fez teste nele de hepatite, rubéola, porque são doenças que
apresentam cegueira ou alguma complicação e o teve. Ele não tinha nada.
Então foi aonde a gente veio ver que poderia ser genético. Veio pesquisar na
família e descobriu que tem um primo, ‘né’, e daí ela me encaminhou para o
... de Caxias. Aí eu fui na oftalmologista lá, a médica falou que ele tinha água
de parto. a pediatra não convencida com isso me levou pro outro hospital
que ela tratava em Niterói, com o oftalmologista de lá. Aí o oftalmologista de
falou que ele estava com glaucoma e estava num estágio muito grave,
porque ele foi gerado com o glaucoma. Os olhos dele, quando foi... estavam
assim... fazendo, foi feito com o glaucoma. Então ele operou assim, com
vinte e um dias logo assim que saiu do hospital. Aí teve aqueles problemas
todos, medicamento pra saber, exame e tudo e com vinte e um dias ele
operou a primeira vez. Operou os dois olhos pra abaixar a pressão porque
estava muito alta, e depois voltou a operar de novo com sete meses. De sete
pra oito meses ele operou de novo porque a pressão estava alta. [...] Agora
ele também está fazendo e provavelmente operar de novo. O diagnóstico
foi glaucoma e não tinha previsão. Que poderia saber (resíduo visual)
quando ele fizesse três, quatro anos, quando ele estivesse maior. [...] a gente
considera ele baixa visão, mas de quanto de visão ele tem ainda não foi feito,
porque é só a partir de cinco anos”.
190
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. O bebê dorme
melhor em ambiente escuro com a luz apagada. A luz influencia o sono desse bebê.
A mãe relata:
“Influencia. Porque quando está tudo escuro, ele brinca... mas não tem
confiança assim, ele acaba ficando na cama e dormindo sozinho, né, e se
tiver luz ele quer brincar. [...] Ele está dormindo e se eu estiver no quarto com
a luz acesa fazendo alguma coisa, ou arrumando pra sair, ele acaba
acordando”.
- Ciclo sono/vigília
“... cinco e meia, seis horas (5 h e 30 min ou 6 h). Ele acorda às seis horas
(6 h) e vai pra escola. Assim, né, meio dia (12 h), uma hora (13 h) se eu
não botar ele pra dormir ele não dorme. Eu tenho que botar ele assim, na
marra às vezes porque eu saio muito cedo, né, pra vir pra cá. Às vezes assim,
quando ele vai no médico, então eu tenho que botar ele pra dormir. ele
chega da escola uma hora (13 h) eu boto ele pra dormir, ele dorme entre
uma e meia (13 h e 30 min) até no máximo duas e meia (14 h e 30 min) e
acorda. Fica acordado até umas sete horas (19 h) horas e volta a dormir e
dorme até umas cinco e meia, seis horas (5 h e 30 min; 6 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 41 e na figura B.1.
Tabela 41: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 01
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV1 M 34m 19 h às 6 h 13 h e 30 min às
14 h e 30 min
6 h às 13 h e 30
min
14 h e 30 min às
19 h
00
Total 1 11 h 1 h 12 h 00
Total 2 TTS: 12 h TTV: 12 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV1 = Baixa Visão 01
191
Figura B.1: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV1
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê costuma ser banhado ou trocar de
roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã interfere no sono do
bebê. A mãe relata:
“Interfere, porque assim: quando a gente está indo ao médico, né, eles
acordam muito cedo. Acordam quatro horas (4 h) da manhã, então durante o
dia, eles se sentem muito cansados. Ele fala que está com dor, né, e é sono.
Se eu parar e deitar ali na cama com ele, ele dorme mais tempo do que o
habitual. De uma forma geral ele acorda. Acorda com o movimento”.
Quanto à família, esta possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
BAIXA VISÃO 02:
BV2: Observações Gerais
Bebê do sexo masculino com vinte e quatro meses (dois anos). Nascido a
termo pesando 2,100 kg permaneceu por 5 h na incubadora. Não apresenta histórico
192
de problemas visuais na família. O bebê foi amamentado até os cinco meses.
Diagnóstico: descolamento total de retina.
- Constatação de um problema visual
“Ele virava muito o olho. Eu vim observar... deu pra observar entre dois
e três meses, porque ele devia ser muito pequeno e então de dois para três
meses é que ele foi abrindo assim mais o olho que eu observei que ele virava
muito o olho. O olho dele era aquela coisa inquieta aí eu levei no pediatra e o
pediatra me encaminhou para o ‘oftalmo’ (oftalmologista). Foi aí que ele
passou os exames... a ultra-sonografia e que eu descobri. Quando eu
cheguei a fazer o exame dele ele estava com cinco para seis meses.
Ele falou que o (nome do bebê) tinha a retina descolada e que ele [...] não
enxergava nada. que se eu fizesse uma fisioterapia, que não deixasse a
vista dele atrofiar, ele poderia enxergar vultos e... com o andar do tratamento
ele enxergaria vultos. Mas quando eu fiz o exame o médico falou que ele não
enxergava nada, bem dizer... Nada, nada, o ‘oftalmo’. Ele falou que ele
enxergava vultos, foi o que ele falou pra mim, mas que se eu fizesse
fisioterapia com ele [...] poderia vir no caso, a ter mais visão do que ele tem,
entendeu?“
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
possui baixa luminosidade. O melhor período de sono é o período de sono noturno.
O bebê dorme melhor no escuro com a luz apagada. A luz influencia o sono do
bebê. A mãe relata:
“Eu acho que não, mas eu tenho visto que com a luz apagada ele tem o sono
melhor. Porque, no entanto quando eu acendo a luz, a luz é fluorescente, ele
acorda. À noite, se eu acender a luz, ele acorda”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda às oito horas (8 h). Fica acordado até uma hora da tarde (13 h).
dorme, acorda entre três horas, três e meia (15 h ou 15h e 30 min) e fica
acordado até nove horas da noite (21 h). Nove horas (21 h) ele dorme e vai
até as nove horas da manhã (9 h). Não acorda nenhuma vez para mamar”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 42 e na figura B.2.
193
Tabela 42: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 02
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV2 M 24m 21 h às 8 h 13 h às 15 h e
30 min
8 h às 13 h
15 h e 30 min às
21 h
00
Total 1 11 h 2 h e 30 min 11 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 13 h e 30 min TTV: 11 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV2 = Baixa Visão 02
Figura B.2: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV2
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar na rotina de alimentação do bebê, o bebê
possui horários certos de alimentação. O bebê o costuma ser banhado ou trocar
de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono
do bebê. Quanto à família, esta possui organização na rotina alimentar, possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
194
BAIXA VISÃO 03
BV3: Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com quarenta e dois meses (três anos e seis
meses). Nascido a termo pesando 3,750 kg com histórico de problemas visuais
congênitos na família paterna. O bebê foi amamentado até os sete meses.
Diagnóstico: nistagmo + endotropia alternante + hipermetropia.
- Constatação de um problema visual:
“Tinha três meses. Com três meses eu levei ao pediatra, pra mostrar, mas aí,
ele falou: espera mais um pouquinho, mas eu não quis esperar. Com cinco
meses eu consegui levar num oftalmologista e ele falou que ele tinha um
problema mesmo. Falou que tinha uma baixa visão, tinha um nistagmo, tinha
estrabismo, aí começou a botar tampão no olho...
Porque eu observava também, com outras crianças, ‘né’? A gente
chamava, a criancinha olhava, virava o olhinho, ‘né’? Pra olhar. Ele não.
Sempre permanecia... a ‘vistinha’ dele nunca estava do nosso lado, sempre
ao contrário. Aí, eu falei: não, ele tem algum problema na visão. Aí eu vim
procurar”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono diurno. Quanto a
luminosidade e a qualidade de sono, o bebê dorme melhor em ambiente escuro com
a luz apagada. A luz influencia o sono do bebê. A mãe relata: “Influencia. Se
acender a luz, ele acorda. Ele começa a se mexer e se permanecer acesa, ele
acaba acordando”.
- Ciclo sono/vigília
“Umas sete e meia (7 h e 30 min) e fica acordado até meio dia (12 h). ele
vai e dorme e quando é umas três horas (15 h) ele vai e acorda e só dorme
para as dez horas da noite (22 h). de noite ele vai acordar para as duas
horas da manhã (2 h). Ele acorda, e vai no meu quarto, pede pra ir no
banheiro ou beber água aí volta pra cama de novo e dorme de novo”.
195
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 43 e na figura B.3.
Tabela 43: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 03
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV3 M 42m 22 h às 2 h
2 h e 15 min às 7
h e 30 min
12 h às 15 h
7 h e 30 min às
12 h
15 h às 22 h
2 h às 2 h e
15 min
Total 1 9 h e 15 min 3 h 11 h e 30 min 15 min
Total 2 TTS: 12 h e 15 min TTV: 11 h e 45 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV3 = Baixa Visão 03
Figura B.3: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV3
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação e
costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início
da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta possui organização
na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho e possui organização
na rotina de sono.
196
BAIXA VISÃO 04:
BV4 – Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com trinta e cinco meses (dois anos e onze meses).
Nascido prematuramente pesando 1 kg permaneceu na incubadora por dois
meses. Não apresenta histórico de problemas visuais na família. O bebê foi
amamentado até os sete meses. A mãe relata: “Sete meses. Quando ele estava
na UTI, a amamentação era leite materno que eu tirava”. Diagnóstico:
descolamento de retina em AO.
- Constatação de um problema visual
“A gente já observou quando ela estava no berçário já. A gente via que estava
um olhinho menor do que o outro, e sempre a gente falava pra médica e a
médica: não, é porque ela é prematura... ela é muito pequenininha... e aí
depois que a gente ficou insistindo, ela fez o fundo de olho, ela viu que
estava com um... deu alteração em um olho. Aí, com oito dias ela repetiu de
novo o exame, e viu que estava com alteração nos dois olhos. de lá, ela
encaminhou para um oftalmologista, especialista em crianças prematuras e
ela viu que ela estava com hemorragia em um olho e o outro com a retina
decolada. O bebê tinha um mês e meio”.
- Luz e ambiente de sono
Esse bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz,
o ambiente é claro como quando dormia diariamente. O ambiente de sono noturno é
escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono noturno. O be
dorme melhor em ambiente escuro, com a luz apagada. A luz não influencia o sono
do bebê. A mãe relata:
“Tanto faz, se estiver acesa ou se estiver apagada não incomoda ela. Se a
televisão, uma luz ficar acesa não incomoda. Ela dorme do mesmo jeito. Se
estiver acesa ou apagada, não incomoda”.
197
- Ciclo sono/vigília
“Acorda pela manhã às oito e meia (8 h e 30 min) e fica acordada até oito e
meia da noite (20 h). Às vezes ela dorme. Dorme de uma e meia da tarde (13
h) até três horas (15 h). A maior parte das vezes ela não dorme à tarde.
Então ela dorme às oito e meia (20 h e 30 min). Sete horas (19 h) ela quer
dormir, mas ela fica escutando as coisas, a gente conversando, vendo TV, aí,
ela fica brincando, brincando e dorme oito e meia (20 h e 30 min).
dorme até cinco horas da manhã (5 h), acorda pra mamar dorme até oito e
meia da manhã (8 h e 30 min)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 44 e na figura B.4.
Tabela 44: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 04
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Despertar
noturno
BV4 F 35m 20 h e 30 min às 5 h
5 h e 15 min às 8 h e
30 min
00 8 h e 30 min às
20 h e 30 min
5 h às 5 h
e 15 min
Total 1 11 h e 45 min 00 12 h 15 min
Total 2 TTS: 11 h e 45 min TTV: 12 h e 15 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV4 = Baixa Visão 04
Figura B.4: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV4
198
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê não possui horários certos de
alimentação, bebê costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina
familiar no início da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta
não possui organização na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho
e não possui organização na rotina de sono.
BAIXA VISÃO 05:
BV5 - Observações Gerais: (entrevista concedida pela avó)
Bebê do sexo feminino com vinte e quatro meses (dois anos). Nascido
prematuramente pesando 1,025 kg permaneceu na incubadora por
aproximadamente doze dias. Não apresenta histórico de problemas visuais na
família. O bebê foi amamentado ao seio até os seis meses. Diagnóstico: retinopatia
da prematuridade.
- Constatação de um problema visual
“Quem observou foram os médicos. [...] a oftalmologista passa né, pelos
bebês e [...] no teste que ela fez deu que ela estava com um problema na
visão, que ela disse que foram feitos tudo o que se podia fazer: cirurgias,
duas a lazer, que ela não... a visão dela, a retina, no caso essas cirurgias
não adiantaram, ‘né’. Foi diagnosticado antes de vir pra casa. Depois
comunicou, já tinha avisado que ela estava com um probleminha, mas ia fazer
uma cirurgia... e não chamou, a gente, ‘né’, os avós porque a minha filha ficou
direto com a criança no hospital, mas não chamou a gente pra comunicar
nada. Então a gente ficava sabendo por ela, que é muito imatura e não
entende nada [...] No dia que teve alta, aí mandaram eu voltar três dias
depois. a oftalmologista sentou e falou: Olha, infelizmente você vai ter que
conviver com um probleminha, e tal, está tendo até uma novela, e citou a
novela, e não sei o que... pra preparar a gente, ‘né’? Mas mesmo assim a
gente teve aquele baque assim na hora, porque a gente o esperava, ‘né’?
[...] depois eu fiquei à mercê de ... é eu mesma dando tiro pra tudo quanto é
lado, porque eu sou professora, então, fala com um, fala com outro... cada um
fala uma coisa... é como se dissessem assim: Olha, vai conviver com isso e
pronto, acabou”.
199
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente noturno possui baixa
luminosidade. O melhor período de sono é o período de sono noturno. O bebê
dorme melhor em ambiente escuro com a luz apagada. A luz influencia o sono do
bebê.
“Eu acho que sim, até porque no caso, ela tem noção de claridade. Então
atrapalha, porque... ela mesma fala: claridade? Claridade? Então a gente
deixa aquela luzinha pra poder não atrapalhar. Eu acho que atrapalha sim”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda pela manhã às dez e meia (10 h e 30 min). Fica acordada até umas
cinco e meia (17 h e 30 min). volta a dormir cinco e meia (17 h e 30 min).
Aí ela é acordada pela gente às seis e meia (18 h e 30 min). A gente deixa
dormir uma horinha, porque senão ela vai dormir às três horas da manhã (3
h). a gente deixa dormir uma horinha pra descansar. ela acorda às
seis e meia (18 h e 30 min) e vai dormir às onze e meia (23 h e 30 min).
onze e meia (23 h e 30 min) ela dorme, acorda de madrugada se ele estiver
com fome umas três horas (3 h), dorme, não demora. Dorme de manhã a
gente dá uma mamadeira às sete horas (7 h), ela toma a mamadeira deitada,
assim, a gente sabe que ela está sonolenta e continua dormindo. As sete e
meia (7 h e 30 min) ela dorme de novo e acorda às dez e meia (10 h e 30
min). Isso, se não precisar ser acordada. Se tiver que sair, por exemplo: vir
pra cá hoje, aí é diferente, mas em média é isso aí que ela faz.
Quando extrapola essa rotina, hoje ela acordou às seis e meia da manhã (6 h
e 30 min). Falante, cantando, porque ontem ela dormiu eram quinze pras dez
da noite (21 h e 45 min), porque ela não dormiu à tarde. Não quis dormir à
tarde de jeito nenhum. Então dormiu quinze pras dez (21 h e 45 min).
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 45 e na figura B.5.
200
Tabela 45: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 05
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV5 F 24m 23 h e 30 min às 3 h
3 h e 15 min às 7 h
7 h e 30 min às 10 h
e 30 min
17 h e 30 min
às 18 h e 30
min
10 h e 30 min às
17 h e 30 min
18 h e 30 min às
23 h e 30 min
3 h às 3 h e
15 min
7 h às 7 h e
30 min
Total 1 10 h e 15 min 1 h 12 h 45 min
Total 2 TTS: 11 h e 15 min TTV: 12 h e 45 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV5 = Baixa Visão 05
Figura B.5: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV5
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê não possui horários certos de
alimentação, bebê costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina
familiar no início da manhã interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta não
possui organização na rotina alimentar, não possui organização na rotina de trabalho
e possui organização na rotina de sono.
201
BAIXA VISÃO 06:
BV6 - Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com quarenta e quatro meses (três anos e oito
meses). Nascido prematuramente pesando 1,900 kg permaneceu na incubadora por
um mês e três dias. histórico de glaucoma na família materna. O benão foi
amamentado. Diagnóstico: Portadora de doença ocular congênita em AO.
Persistência do vítreo primário.
- Constatação de um problema visual
“Ah, que eu percebi, foi logo assim que ela foi pra casa, com uns dois dias
que ela foi pra casa, eu percebi que ela não enxergava. eu fui e levei no
pediatra. O pediatra falou que era normal, que ela era prematura, que ia ser
devagar e que com ela tudo ia ser lento. que ela ficava o tempo todo
assim, ó, balançando, sacudindo o olho assim, às vezes ficava a bolinha
branca, a preta sumia, entendeu? Aí até na UTI mesmo eu cheguei a
perguntar, porque ela ficava muito quietinha, entendeu? Os outros bebês
agitados e ela quietinha num canto, assim, parada. quando eu ia
amamentar ela eu perguntei a doutora, ela falou que é porque a (nome do
bebê) era quietinha mesmo. Muito pelo contrário, ‘né’? A (nome do bebê) é
uma pimenta... mas é porque ela o enxergava. A gente colocava
brinquedos no berço e ela não reagia, não tentava. As outras crianças hoje
em dia já querem mexer, já fica sacudindo e ela não fazia nada disso.
Ele falou que ela não estava enxergando e que ali não tinha recursos pra
ela. Quando eu cheguei no [...] o médico falou que ela tinha... num sei o que
de funil fechado. Que não tinha claridade no olho dela e que ela não tinha
chance de enxergar e que ela ia ser cega pro resto da vida”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê, tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme melhor
com a luz acesa. A luz não influencia o sono do bebê.
202
- Ciclo sono/vigília
“Acorda sete horas (7 h). Fica acordada até as quatro e meia da tarde (16 h e
30 min). Aí quatro e meia (16 h e 30 min) ela chega, toma banho e vai
descansar. Tem dia que nem tempo tomar banho ela chega assim...
deitou num canto, dormiu. dorme quatro e meia (16 h e 30 min) e acorda
oito horas (20 h). Tem vez que acorda às seis horas (18 h)... depende muito,
entendeu? A maior parte das vezes ela acorda as oito (20 h). ela fica
acordada de oito (20 h) até meia noite (00 h) e volta a dormir meia noite (00
h). Aí ela dorme e acorda às sete horas (7 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 46 e na figura B.6.
Tabela 46: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 06
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV6 F 44m 00 h às 7 h 16 h e 30 min às
20 h
7 h às 16 h e 30
20 h às 00 h
00
Total 1 7 h 3 h e 30 min 13 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 10 h e 30 min TTV: 13 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
BV6 = Baixa Visão 06
Figura B.6: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV6
203
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação,
bebê costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no
início da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta possui
organização na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho e não
possui organização na rotina de sono.
BAIXA VISÃO 07
BV7 – Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com dezesseis meses (um ano e quatro
meses). Nascido a termo pesando 3,260 kg não apresenta histórico de
problemas visuais na família. O bebê foi amamentado ao seio a os cinco
meses. Diagnóstico: Palidez de papila + nistagmo.
- Constatação de um problema visual
dezesseis
Quando a mãe observou o problema o bebê estava com três meses. Ela
relata:
“Três meses. Ele não acompanhava os objetos coloridos, olhava pra luz.
Eu levei na pediatra, a pediatra pediu um encaminhamento pro oftalmologista
e realmente foi comprovada uma baixa de visão. Fiz um PEV, Potencial
Evocado Visual, e de lá pra cá, ele só enxergava luz mesmo. Aí agora que ele
começou a melhorar. De um bom tempo pra cá, ele começou a observar as
pessoas na claridade. No escuro ele não bem... à noite ele não
bem... bate muito com a cabeça. A gente vê ele assim procurando. Se não for
a nossa voz ele já não vira... mas na claridade ele vê direitinho. Quando fez o
PEV, ele tinha cinco pra seis meses”.
204
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono
noturno. O bebê dorme melhor em ambiente escuro com a luz apagada. A mãe
relata: “Apagada, porque se estiver claro ele não dorme. Ele fica olhando pra luz...
ele não pára”. A luz influencia o sono do bebê.
“Influencia porque, como ele mais luz, e ele gosta muito da claridade, é o
que mais chama a atenção dele, ‘né’? Enquanto tem luz, ele normalmente
não está nem de olho fechado. Muito difícil”.
- Ciclo sono vigília
“Tirando a hora do mamar? Pra acordar mesmo? Acordar mesmo, às dez
horas (10 h). fica acordado e cochila um pouquinho às vezes à tarde, que
não é sempre... entre umas três, quatro horas (15 h ou 16 h). Vamos colocar
assim... três horas (15 h). Mas assim: quinze minutos no máximo. Se ele
dormir três (15 h), ele acorda três e quinze (15 h e 15 min), mas é muito
rápido. quando umas seis, sete horas (18 h ou 19 h) ele mais uma
‘cochiladinha’. Volta a cochilar uma meia horinha... se dormir muito. De seis
(18 h) a seis e meia (18 h e 30 min) por aí. quando for umas dez horas (22
h) ele dorme direto... Nessa mamadeira das dez horas (22 h), mal ele mama e
dorme direto. O sono da noite dele é bem tranqüilo dorme bem.
acorda as seis, sete horas (6 h ou 7 h) pra mamar e dorme... ele vai
direto até as dez da manhã (10 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 47 e na figura B.7.
Tabela 47: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 07
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp.
Not.
BV7 M 16m 22 h às 7 h
7 h e 15 min às
10 h
15 h às 15 h
e 15 min
18 h às 18 h
e 30 min
10 h às 15 h
15 h e 15 min às 18 h
18 h e 30 min às 22 h
7 h às 7
h e 15
min
Total 1 11 h e 45 min 45 min 11 h e 15 min 15 min
Total 2 TTS: 12 h e 30 min TTV: 11 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
BV7 = Baixa Visão 07
205
Figura B.7: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV7
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação;
não costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no
início da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta não possui
organização na rotina alimentar, não possui organização na rotina de trabalho e não
possui organização na rotina de sono.
BAIXA VISÃO 08:
BV8 – Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com quatro meses. Nascido prematuramente
pesando 2 kg permanecendo na incubadora por vinte e um dias. Não apresenta
histórico de problemas visuais na família. Foi amamentado ao seio por trinta dias.
Diagnóstico: suspeita de retinopatia da prematuridade.
- Constatação de um problema visual
A constatação de um problema visual foi feita pela pediatra. A mãe relata:
“Estava com três meses mais ou menos... a doutora dele mesmo. Pediatra...
ela ficou passando dedinho assim na frente do olhinho dele né? pediu pra
206
eu levar ao dico de vista. Chegou fez os examezinhos ela pegou falou,
passou pra eu fazer esse tipo de exame dele no Rio. Ela falou que esse
exame faz no Rio. Também ela não falou qual é o problema falou que
não faria aqui e que era pra procurar pra fazer no Rio esse exame dele.
Exame de vista dele, não sei... esse papel aqui.... (mostra um
encaminhamento e solicitação de exame: ‘FUNDOSCOPIA de ambos os
olhos para oftalmopediatra. Suspeita: retinopatia da prematuridade’”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
possui baixa luminosidade. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o
bebê, tanto o período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê
dorme melhor com a luz acesa (baixa luminosidade). A mãe relata:
“Ah... a luz acesa. Dessa fraqueza, porque a luz forte da casa da minha mãe
ele não consegue dormir, por que... eu tenho medo, porque a minha mãe
apaga as luzes ‘todinhas’. Então eu deixo a luz do quarto acesa quando eu
estou na casa da minha mãe, ‘né’? Ele não consegue dormir, por causa
daquela claridade muita no rosto dele e quando apaga tudo, escurece tudo
‘né’? Não dorme também. Em casa ele dorme muito bem por causa da
luzinha ser fraquinha”.
A luz influencia o sono do bebê.
“Sim porque ele não consegue. Eu não sei nem porque ele não consegue
dormir com muita claridade no rosto dele, acho que ele está acostumado com
o escurinho já... eu acho que com o escurinho ele acostumou pra poder
ninar ele. Interfere. A luminosidade interfere”.
- Ciclo sono vigília
“Ele acorda de manhã às seis e meia (6 h e 30 min) e fica acordado até umas
sete horas (7 h)... sete e vinte (7 h e 20 min), sete e meia (7 h e 30 min) no
máximo ele está dormindo. nove horas (9 h) ele acorda e vai dormir meio
dia...(12 horas), por aí. dorme meio dia, o soninho é leve. Uma hora, Uma
e meia (13 h ou 13 h e 30 min) no máximo ele está acordado. quando for
umas três horas (15 h) ele dorme. dorme bem. [...] Ele fica de seis e meia
(18 h e 30 min) às nove horas (21 h) acordado. Aí dorme às nove horas (21 h)
e acorda a primeira vez pra mamar à meia noite (00 h). Aí o mamar e ele
logo dorme. Ele volta a acordar a segunda vez pra mamar às quatro horas da
manhã (4 h). Aí, mama e dorme. depois ele dorme até seis e meia da
manhã (6 h e 30 min)”.
207
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 48 e na figura B.8.
Tabela 48: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 08
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV8 M 4m
21 h às 00 h
00 h e 15 min às
4 h
4 h e 15 min às 6
h e 30 min
7 h e 30 min às
9 h
12 h às 13 h e
30 min
15 h às 18 h e
30 min
6 h e 30 min às 7 h
e 30 min
9 h às 12 h
13 h e 30 min às
15 h
18 h e 30 min às
21 h
00 h às 00
h e 15 min
4 h às 4 h e
15 min
Total 1 9 h 6 h e 30 min 8 h 30 min
Total 2 TTS: 15 h e 30 min TTV: 8 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV8 = Baixa Visão 8
Figura B.8: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV8
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação;
costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início
da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta possui organização
na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho e possui organização
na rotina de sono.
208
BAIXA VISÃO 09:
BV9 – Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com trinta meses (dois anos e seis meses). Nascido
prematuramente pesando 2,080 kg permaneceu na incubadora por um mês e quinze
dias. Não apresenta histórico de problemas visuais na família. Foi amamentado ao
seio até os nove meses. Sobre a amamentação enquanto permaneceu na
incubadora a mãe relata: “Na incubadora o leite era meu. Tirava pra armazenar.
Tirava todos os dias, uma vez só. Foi amamentado no seio. Acordava pra mamar”.
Diagnóstico provável: alteração do NO (nervo óptico); percepção de luz.
- Constatação de um problema visual
Quem primeiro observou o problema visual foi a mãe. Ela relata:
“Com uns três meses... porque ele saiu com quase dois meses do hospital,
né? Com três meses que eu percebi que ele não acompanhava. Eu
chamava... eu botava brinquedo... não se interessava pelo brinquedo, até hoje
não se interessa... foi a partir dos três meses. Eu fiz exame, o pediatra pediu
exame e constatou que realmente ele enxerga pouco que ele enxerga vultos e
que era pra mim fazer estimulação visual nele. Aí passou o tratamentopara
o Benjamin Constant, no Rio e eu estou fazendo até hoje o tratamento dele”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno possui baixa luminosidade. O melhor período de sono do bebê é o período
de sono noturno. O bebê dorme melhor em ambiente escuro com a luz apagada. A
luz influencia o sono do bebê. A mãe relata: “Com a luz apagada. [...] Ele reclama.
Eu acendo, às vezes precisa eu acender de madrugada, né... ele reclama, ele fica
‘rusmingando’, aperta a vista, ele fica reclamando.
209
- Ciclo sono/vigília
“Ele acorda pela manhã às sete e meia (7 h e 30 min) e fica acordado até
umas onze horas (11 h). Depois do almoço é que ele dorme de novo. Dorme
às onze horas (11 h) e acorda uma hora, uma e meia (13 h ou 13 h e 30 min),
aí logo eu dou almoço. Aí ele fica acordado até umas cinco horas da tarde (17
h) e depois cochila outra vez. Cochila cinco horas (17 h) uma meia horinha
só. Cinco e meia (17 h e 30 min) ele acorda e vai dormir umas oito e meia da
noite (20 h e 30 min), aí dorme até sete e meia da manhã (7 h e 30 min). Não
acorda nenhuma vez pra mamar”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 49 e na figura B.9.
Tabela 49: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 09
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV9 M 30m 20 h e 30 min
às 7 h e 30
min
11 h às 13 h
e 30 min
17 h às 17 h
e 30 min
7 h e 30 min às 11 h
13 h e 30 min às 17 h
17 h e 30 min às 20 h e
30 min
00
Total 1 11 h 3 h 10 h 00
Total 2 TTS: 14 h TTV: 10 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV9 = Baixa Visão 9
Figura B.9: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV9
210
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação;
costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início
da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta possui organização
na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho e possui organização
na rotina de sono.
BAIXA VISÃO 10
BV10 – Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com vinte meses (um ano e oito meses). Nascido a
termo pesando 2,950 kg apresenta histórico de glaucoma na família, alguns casos
congênitos e outros apareceram mais tarde. Os pais são cegos. A mãe relata:
“Existe. Na minha família: eu, é... uma prima, dois tios, . Na do pai é o
pai mesmo. Na minha, glaucoma e dos outros também. São todos glaucoma.
O meu é glaucoma congênito. Da família dele (aponta em direção ao marido)
é ele mesmo. O dele foi sarampo. O sarampo pegou na vista dele e deu
um tipo de infecção. Foi seqüela do sarampo”.
O bebê foi amamentado até os sete meses. Diagnóstico: glaucoma
congênito.
- Constatação de um problema visual
“Ela não teve nenhum sintoma não. É porque como eu tinha e o médico disse
que havia 50% de chance de nascer com o mesmo problema que eu, aí eu fui
levei ela no médico. os exames, assim... do consultório deu tudo normal e
eu sempre insistindo para ele medir a pressão da vista dela, ‘né’, porque eu
tinha glaucoma e tal... quando mediu, aí eles disseram que ela... a pressão
do olhinho dela ‘tava’ alta que ela também tinha glaucoma. Ela tinha cinco
meses. Esperou a os onze meses pra fazer a cirurgia porque teve que
correr atrás dos exames todos... [...] e também depois a gente trocou de
médico [...] e ela fez com onze meses”.
211
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse beé claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. O bebê dorme
tanto com a luz acesa quanto com a luz apagada. A luz não influencia o sono do
bebê. A mãe relata:
“Tanto faz ela não tem esse negócio de luz não... ela dorme bem dos sois
jeitos, tanto apagada como acesa... experimentei deixar a luz acesa e ela
dorme bem também. [...] eu acho que a mesma coisa”.
- Ciclo sono/vigília
A mãe relata como identifica quando o seu bebê está dormindo.
“Ah... porque geralmente a gente a mãzinha molinha a gente passa a mão
de levezinho assim perto do olhinho pra ver se ‘tá’ fechado, entendeu?
Porque se você passar perto do olho, e a criança tiver acordada vai se mexer,
‘né’... vai incomodar, mas é assim que a gente faz, a gente percebe assim,
se ela está molinha ... passa a mão perto do olhinho pra ver se está fechado...
Quando ela chegou do hospital... e hoje da mesma forma”.
Sobre o sono do bebê:
“Acorda pela manhã às seis horas da manhã (6 h)... assim: ela acorda seis
horas (6 h), até umas dez horas (10 h) ela está acordada. Dez e meia (10 h e
30 min) noximo ela deve estar dormindo. [...]meio dia (12 h) ela acorda
e almoça. Ah... ela acorda... fica brincando... se ela for dormir mais um
pouquinho, mas aí só dorme também um pouquinho; de cinco horas (17 h) até
cinco e meia no máximo (17 h e 30 min), mas normalmente ela não dorme
nesse horário. Ela fica acordada e ela dorme mais cedo. Se ela não dorme,
sete horas (19 h) ela está dormindo. Sete e meia (19 h e 30 min) no
máximo ela já está dormindo. Se ela dorme umas sete e meia (19 h e 30 min),
umas cinco e meia (17 h e 30 min), por ela está acordando. Dorme a
noite todinha. eu dou mamar pra ela dormindo, entendeu? eu dou a
última mamadeira pra ela dez horas (22 h), entendeu? Seis e pouco (18 h) ela
janta e aí com ela dormindo, nove e meia (21 h e 30 min), dez horas (22 h) eu
estou dando a última mamadeira dela. ela continua dormindo até no outro
dia, cinco e meia (5 h e 30 min), seis horas (6 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 50 e Na figura B.10.
212
Tabela 50: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 10
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV10 F 20m 19 h e 30 min às
22 h
22 h e 15 min às
6 h
10 h e 30 min às
12 h
6 h às 10 h e
30 min
12 h às 19 h e
30 min
22 h às 22 h
e 15 min
Total 1 10 h e 15 min 1 h e 30 min 12 h 15 min
Total 2 TTS: 11 h e 45 min TTV: 12 h e 15 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV10 = Baixa Visão 10
Figura B.10: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV10
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação;
costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início
da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta não possui
organização na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho e não
possui organização na rotina de sono.
213
BAIXA VISÃO 11:
BV11 – Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com sete meses. Nascido a termo pesando 3,525 kg
sem histórico de problemas visuais na família. O bebê foi amamentado ao seio por
um mês e meio. Diagnóstico: Palidez de papila.
- Constatação de um problema visual
“Eu nem entendi porque a doutora passou esse exame pra ele. [...] ele
enxerga tudo que a gente faz com ele, ele presta atenção direitinho. [o pai
fala:] O nervo ótico ‘tá’ fraco, ‘tá’ embaçado. [...] que ele não apresenta...
por enquanto. Ele não ‘tá’ apresentando sinais de que ‘tá’ com problema
visual... tudo que a gente chega... brinca com ele... o movimento que a gente
faz com mínimas... mínimos brinquedos pequenininhos, joga pra ele vê,
joga pra ele vê... então ele é... pra mim, nós ele ‘tá’... perfeito. [...] Ele saiu
do hospital com esse encaminhamento. Oftalmologista. [...] ela que passou
esse exame pra ele”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê, tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme melhor
com a luz acesa. A luz influencia o sono do bebê.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda de manhã às seis horas (6 h) e fica acordado até umas oito horas (8
h), nove horas (9 h). Oito e meia em média (8 h e 30 min)... Dorme oito e meia
(8 h e 30 min) e acorda pra onze e meia (11 h e 30 min), porque é na hora
que ele toma a sopinha dele e fica acordado até umas duas horas (14 h),
porque ele toma outra mamadeira e dorme de novo às duas horas (14 h) e
vai aumas cinco horas (17 h). Cinco horas (17 h) ele acorda, janta, toma a
mamadeira dele de oito horas (20 h) e dorme. quando for onze horas (23
h), ele acorda, toma a mamadeira e dorme de novo. ele não demora pra
dormir, é uns quinze minutos, ou então acaba de mamar a mamadeira
214
dormiu. Essa semana ele está acordando mais. Três horas (3 h)... duas e
pouca (2 h...), pra mamar de novo. E aí vai até às seis horas da manhã (6 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 51 e na figura B.11.
Tabela 51: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 11
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo
Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV11 M 7m
20 h às 23 h
23 h e 15 min às
3 h
3 h e 15 min às
6 h
8 h e 30 min às
11 h e 30 min
14 h às 17 h
6 h às 8 h e 30 min
11 h e 30 min às
14 h
17 h às 20 h
23 h às 23
h e 15 min
3 h às 3 h e
15 min
Total 1 9 h e 30 min 6 h 8 h 30 min
Total 2 TTS: 15 h e 30 min TTV: 8 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV11 = Baixa Visão 11
Figura B.11: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV11
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê não possui horários certos de
alimentação; costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina
familiar no início da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta
não possui organização na rotina alimentar, não possui organização na rotina de
trabalho e não possui organização na rotina de sono.
215
BAIXA VISÃO 12:
BV12 – Observações Gerais
Bebê o sexo masculino com vinte e cinco meses (dois anos e um mês).
Nascido a termo pesando 3,370 kg com histórico de problemas visuais na família. O
bebê ainda é amamentado ao seio aos vinte e cinco meses. Diagnóstico:
Estrabismo, ambliopia.
- Constatação de um problema visual
“Porque ele olhava com os dois olhos as duas ‘balebas’ pra frente... não
endireitava de jeito nenhum. [...] era bem pior do que é agora. com tempo
foi melhorando. Porque eu passei a fazer exercícios... agora é um olho.
Procurei um oftalmologista. que eu não consegui eu desisti eu fiquei
em casa fazendo exercício. As pessoas falavam que com o tempo ia
endireitar... e eu acreditava no que os outros falavam. que agora é que eu
passei a correr atrás... eu consegui o oftalmologista que passou o laudo
pra cá. Pra operar. [...] Estrabismo. ‘tava’ caminhando pros três meses já.
que eu não consegui porque tinha muita criança na minha frente. eu
fiquei morando uns três meses... De eu vim embora. Ele tinha um ano
já”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
possui baixa luminosidade. O melhor período de sono bebê é o período de sono
noturno. O bebê dorme melhor em ambiente escuro com a luz apagada. A mãe
relata: “com a luz apagada porque com a luz acesa ele fica mais alvoroçado”. A luz
influencia o sono do bebê. A e relata: “Influencia sim. Porque quer brincar... fica
sentado, não deita... quando apaga a luz ele sabe que é hora de dormir, ele deita
e dorme”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda seis e meia (6 h e 30 min). Se ele não dormiu durante o dia, ele pode
dormir até cinco horas da tarde (17 h). (pergunto se mais vezes ele dorme ou
não dorme de dia). Não dorme. Cochila assim no peito, se eu botar na
cama ele acorda. Na creche ele dorme sempre à tarde depois do almoço, que
216
as professoras falam, que ele come, eles dão um banho nele, aí depois
dorme. Ele não dorme direito por causa das outras crianças que choram. Uns
40 minutos. De uma hora a uma e quarenta (de 13 h às 13 h e 40 min) ele
cochila um pouquinho... e depois vai aà hora que eu chego, anove horas
(21 h). Nove horas (21 h) ele dorme e aí vai até seis e meia (6 h e 30 min),
Sete horas (7 h) de novo”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 52 e na figura B.12
Tabela 52: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 12
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV12 M 25m 21 h às 06 h e
30 min
13 h às 13 h
e 40 min
6 h e 30 min às 13 h
13 h e 40 min às 21 h
00
Total 1 9 h e 30 min 40 min 13 h e 50 min 00
Total 2 TTS: 10 h e 10 min TTV: 13 h e 50 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV12 = Baixa Visão 12
Figura B.12: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV12
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação;
costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início
da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta possui organização
na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho e não possui
organização na rotina de sono.
217
BAIXA VISÃO 13:
BV13 – Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com doze meses (um ano). Nascido a termo pesando
3,500 kg apresentando histórico de problemas visuais na família paterna. O bebê foi
amamentado a os seis meses. Diagnóstico: Glaucoma congênito, leucocoria +
câmara anterior rara + leucoma corneano em OE. Palidez de papila em OD. OE
indevassável.
- Constatação de um problema visual
“Logo que nasceu, porque uma vista era assim... um pouquinho menor que a
outra. Não é o mesmo tamanho, não era. eu percebi, eu... achei diferente,
né... eu chamei a enfermeira mostrei pra ela que eu achava que a vista
dela não era normal, igual à outra. foi onde ela logo levou pra fazer aquele
teste, não tem aquela luz? Foi que ela levou. A que era menor um pouquinho
é a que tem a pintinha branca. [...] Eu já saí de lá encaminhada com a
consulta marcada, aí, logo na data marcada eu levei. [...] Um ‘mesinho’, que
ela esperou fazer um mês, no caso ‘né’, pra marcar. Marcou consulta com um
mês ou até menos. Se eu me lembro bem ela não tinha nem um mês
completo ainda não. No caso o que eles falaram mesmo foi glaucoma, mas o
que vai confirmar mesmo vai ser o exame do fundo do olho, que no caso vai
ter que sedar pra que possa fazer, porque ela... ela não deixou fazer”.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono noturno. O bebê
dorme melhor em ambiente escuro com a luz apagada. A mãe relata:
“Tanto faz, mas eu percebo assim: com a luz apagada ela dorme mais. Agora,
luz acesa é às vezes quando ela acorda mais, assim... duas vezes na
madrugada... agora eu percebo que com a luz apagada ela dorme mais. Acho
que ela dorme melhor com a luz apagada”.
A luz influencia o sono do bebê.
218
“Acho que sim, porque eu tiro por mim, eu gosto com a luz apagada então é
onde eu apago por ela, porque eu acho que é a mesma coisa eu o sei
explicar a você ao certo”.
- Ciclo sono/vigília
“Pela manhã ela acorda antes das seis (6 h), por volta de umas cinco e meia
(5 h e 30 min). fica acordada até por volta de umas nove e meia (9 h e 30
min). Dez horas (10 h) ela esquerendo dormir de novo. Ela dorme pouco
assim durante o dia. Ela não dorme muito não. Ela dorme de dez horas (10 h)
até umas dez e meia (10 h e 30 min)... aí ela fica acordada até umas três e
meia (15 h e 30 min). Aí volta a dormir mais um soninho de uns vinte
minutos... meia hora. De três e meia (15 h e 30 min) as quatro (16 h).
acorda quatro horas (16 h) e fica acordada até quase nove (21 h). nove
horas (21 h) ela dorme. ela dorme bastante, acorda uma e pouco (1 h...)
da manhã, acorda e logo dorme. [...] Às vezes no meio da madrugada ela
acorda e mama. Às vezes não. É difícil. Uma hora (1 h) ela mama, vai
direto até cinco e meia (5 h e 30 min)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 53 e na figura B.13.
Tabela 53: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 13
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV13 F 12m 21 h à 1 h
1 h e 15 min às 5
h e 30 min
10 h às 10 h e
30 min
15 h e 30 min às
16 h
5 h e 30 min às
10 h
10 h e 30 min às
15 h e 30 min
16 h às 21 h
1 h à 1 h e
15 min
Total 1 8 h e 15 min 1 h 14 h e 30 min 15 min
Total 2 TTS: 9 h e 15 min TTV: 14 h e 45 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV13 = Baixa Visão 13
219
Figura B.13: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV13
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação;
costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início
da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta não possui
organização na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho e possui
organização na rotina de sono.
BAIXA VISÃO 14:
BV14 – Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com trinta e quatro meses (dois anos e dez meses).
Nascido prematuramente pesando 2,100 kg permaneceu por três dias na
incubadora. Não apresenta histórico de problemas visuais na família. O bebê foi
amamentado ao seio por dois meses. Diagnóstico: catarata congênita.
- Constatação de um problema visual
“Olha, não foi eu que observei quem observou foi minha cunhada... assim, foi
com seis meses que observou que ela estava começando com estrabismo aí
foi se agravando eu fui e levei ela no médico e descobri que era catarata
congênita. [...] ele pediu pra ela fazer os exames e descobriu que era
220
catarata congênita que ela tinha no olho direito. Tinha nos dois olhos, mas o
que mais estava bravo foi exatamente no olho direito . eu passei a fazer
tratamento nela [...] pra poder operar, [...] e aí, eu estou até hoje pra ela poder
operar, pra tentar operar ela que eu não estou conseguindo. [...]
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê, tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme melhor em
ambiente escuro, com a luz apagada. A luz influencia o sono do bebê.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda seis e quarenta (6 h e 40 min) e aí... ela vai pra escola. Chega onze e
meia (11 h e 30 min) da escola e almoça e se ela estiver muito agitada, se
estiver muito cansada ela vai e dorme. ela dorme uma hora... (13 h) e
acorda três horas da tarde (15 h). Uma hora da tarde (13 h) ela dorme e três
horas (15 h) ela acorda. [...]. [...] fica acordada até dez horas (22 h). ela
janta, televisão... e fica dançando, cantando... quando ela cansa [...]
ela vai dormir. Dorme dez e meia (22 h e 30 min) no máximo e acorda seis e
quarenta da manhã (6 h e 40 min)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 54 e na figura B.14.
Tabela 54: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 14
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV14 F 34m 22 h e 30 min às
6 h e 40 min
13 h às 15 h
6 h e 40 min às
13 h
15 h às 22 h e
30 min
00
Total 1 8 h e 10 min 2 h 13 h e 50 min 00
Total 2 TTS: 10 h e 10 min TTV: 13 h e 50 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV14 = Baixa Visão 14
221
Figura B.14: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV14
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação;
costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início
da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta não possui
organização na rotina alimentar, não possui organização na rotina de trabalho e não
possui organização na rotina de sono.
BAIXA VISÃO 15:
BV15 – Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com vinte e um meses (um ano e nove meses).
Nascido prematuramente pesando 2,550 kg não precisou permanecer na
incubadora. Apresenta histórico de problemas visuais na família materna e também
histórico de parentesco entre os pais. A mãe relata:
“Sim. Existe na minha família. Tem uma prima que o enxerga de uma vista
e ela foi perceber agora com trinta e três anos. Ela foi saber, porque o médico
fez os exames nela e falou que ela nunca teve visão daquela vista. Uma a
esquerda. (pergunto o que o médico falou sobre o problema da prima) Não.
ele não falou, ela é prima minha de primeiro grau. Ele disse que ela nasceu
222
assim. A genética está dizendo que nós somos primos muito longe. Eu falei
pra ele que... no caso o pai dele seria primo do meu pai, no caso a avó dele
que é prima longe do meu pai. Aí então a gente é primo bem longe”.
O bebê foi amamentado ao seio materno até os dois meses. Diagnóstico:
retinopatia da prematuridade com DR em AO.
- Constatação de um problema visual
“Ele tinha quatro meses e não fui eu que percebi. Foi a minha e. Todo
mundo quando foi ver o (nome do bebê) quando ele nasceu, percebeu que
ele ficava um pouquinho mexendo a cabeça, mas ninguém falava comigo não.
Ficaram com vergonha ou medo... é. Mexia a cabeça direto. Todo mundo
falava com ele, ele logo se assustava... e qualquer barulho ele levava um
susto. os meus vizinhos conhecidos perceberam, mas ninguém quis
comentar comigo. Aí, quando ele tinha quatro meses minha mãe falou pra eu
levar ele ao médico pedir um exame de vista, porque a minha irmã pendurava
coisas vermelhas no berço e ele não acompanhava... ela brincava com ele
bastante e ele não acompanhava. eu fui e levei. Pedi o encaminhamento
ao médico ele foi e me deu e deu descolamento de retina. Nas duas vistas.
[...] Descolamento total. encaminhou para fazer cirurgia. [...] Ele pediu (o
médico) que esperasse adois anos pra quando ele tiver dois anos, se ele
estivesse falando, fazer novos exames pra ver, mas que tem um
pedacinho colado. um pedacinho mesmo, ele acha que nesse
pedacinho ele vê algum vulto, alguma sombra...”
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno possui uma baixa luminosidade. O melhor período de sono do bebê é o
período de sono diurno. O bebê dorme melhor com a luz acesa. A luz não influencia
o sono do bebê.
- Luz e Ciclo sono/vigília
“Acorda pela manhã umas cinco horas (5 h), mais ou menos. [...] Ao meio dia
(12 h) ele almoça e dorme para o lado de duas horas (14 h). Ele fica acordado
até duas horas (14 horas) no caso. Duas horas (14 h) ele volta a dormir e
acorda aproximadamente quatro e meia (16 h e 30 min), cinco horas (17 h) no
máximo. Ele dorme mais aquatro e meia (16 h e 30 min). quatro e meia
(16 h e 30 min) ele acorda e vai dormir pro lado de dez horas (22 h).
223
Dorme dez horas (22 h) e acorda duas horas da manhã (2 h)... três horas
(3 h) ele volta a dormir e acorda às cinco (5 h) de novo”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 55 e na figura B.15.
Tabela 55: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 15
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV15 M 21m 22 h às 2 h
3 h às 5 h
14 h às 16 h e
30 min
05 h às 14 h
16 h e 30 min às 22 h
2 h às 3 h
Total 1 6 h 2 h e 30 min 14 h e 30 min 1 h
Total 2 TTS: 8 h e 30 min TTV: 15 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV15 = Baixa Visão 15
Figura B.15: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV15
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê não possui horários certos de
alimentação; costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina
familiar no início da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta
não possui organização na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho
e possui organização na rotina de sono.
224
BAIXA VISÃO 16:
BV16 – Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com vinte e dois meses (um ano e dez meses).
Nascido prematuramente pesando 1,300 kg permaneceu na incubadora por três
meses. Não apresenta histórico de problemas visuais na família. O bebê não foi
amamentado ao seio. Diagnóstico: Catarata congênita, provável alteração do NO
(nervo óptico).
- Constatação de um problema visual:
O problema visual foi observado pela primeira vez por uma prima da mãe do
bebê. A mãe relata:
“Um ano e três meses. Foi logo assim que ele começou andando que ele
começou batendo com o rosto nas paredes, nas coisas. Aí eu notei uma coisa
diferente... um tombo no carrinho... depois que ele ganhou um tombo no
mesmo dia saiu uma bolinha branca na vista dele. Aí foi onde comecei
notando diferença. eu levei no dico o médico pediu para eu levar no
oftalmologista. a doutora falou comigo que ele tava com catarata. ela
me perguntou se ele era de tempo, que ele ficou na incubadora... no banho de
luz... mas eu não entendi. (Pergunto a idade do bebê quando ele caiu e foi
levado ao médico) Um ano e três meses quando ele foi no médico. que a
doutora de do [...] falou que ele tava com catarata. Até então não sabia.
Porque eu fazia acompanhamento com ele ali, não falaram comigo que ele
tava com isso. A minha prima que viu logo assim que ele ganhou um tombo,
olhou pra ele falou assim: (nome da mãe), ‘tá’ uma bola branca na vista
dele!... eu falei: ‘né’ o, menina! Sendo que no outro dia eu olhei e falei:
nossa! A bola ‘táainda! foi onde eu levei no pediatra do postinho e ele
encaminhou pro oftalmologista. [...] falou que [...] era pra operar. Que a
catarata dele, é muito... avançou muito rápido. Aqui, assim... num tem?
(mostra o olho) ‘Tá’ tudo branco na vista dele . levei de novo no outro
oftalmologista naquele posto de saúde das crianças aí ela me deu papel
dizendo que não tinha mais o que fazer só tem que operar”.
225
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro. A mãe relata:
“Tem. Tem que escurecer. Que se ele vê a claridade ele fica olhando, assim...
entendeu? Eu sinto que ele enxerga um pouquinho de alguma coisa. Porque
se tiver escuro ele não liga não, mas quando ‘tá’ meio claro ele vê uma
sombrinha, uma bolinha do sol que na telha é um buraco, ele fica direto,
olhando”.
O ambiente de sono noturno também é escuro. Quanto ao melhor período de
sono, é indiferente para o bebê, tanto o período de sono diurno quanto o período de
sono noturno. A mãe relata: “Tanto faz. O problema dele ele gosta de ter alguém na
cama com ele. Ele não gosta de dormir sozinho. Ele pode ‘tá’ dormindo mas toda
hora ele passa a mão. Aí se ele não vê ninguém... ele fica doido”.
O bebê dorme melhor em ambiente escuro com a luz apagada. A luz
influencia o sono do bebê. A mãe relata que ele dorme melhor: “Com a luz
apagada... Que se ele a claridade ele fica querendo direto ficar olhando.
Entendeu?”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda assim... quatro, cinco horas (4 h ou 5 h), quando o dia está
amanhecendo. Acordando às quatro e meia (4 h e 30 min) ele fica acordado
até meio dia (12 h). meio dia (12 h) ele dorme e dorme auma e meia (13
h e 30 min), duas horas (14 h). fica acordado até no máximo sete horas
(19 h). ele dorme sete horas (19 h) e acorda umas nove (21 h), dez horas
(22 h) pra mamar. Ele mama e dorme. Ele mama, abre os olhos e não
nada, ele fecha os olhos de novo e dorme. Aí... uma hora (1 h) da manhã
ele acorda... mama e acorda umas três (3 h), quatro horas (4 h). tem vez
que ele emenda e fica acordado, às vezes ele dorme. (pergunto se mais
vezes ele fica acordado ou se mais vezes ele dorme). Não. Mais vezes ele
fica acordado depois das quatro (4 h). É difícil ele voltar a dormir”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 56 e na figura B.16.
226
Tabela 56: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 16
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV16 M 22m 19 h às 22 h
22 h e 15 min à 1 h
1 h e 15 min às
4 h e 30 min
12 h às 14 h
4 h e 30 min
às 12 h
14 h às 19 h
22 h às 22 h
e 15 min
1h à 1 h e 15
min
Total 1 9 h 2 h 12 h e 30 min 30 min
Total 2 TTS: 11 h TTV: 13 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV16 = Baixa Visão 16
Figura B.16: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV16
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê não possui horários certos de
alimentação; costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina
familiar no início da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta
possui organização na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho e
possui organização na rotina de sono.
227
BAIXA VISÃO 17:
BV17 – Observações Gerais
Bebê do sexo masculino com cinqüenta e um meses (quatro anos e três
meses). Nascido a termo pesando 3,390 kg o bebê apresenta histórico de miopia e
astigmatismo na família. A mãe relata: “existe miopia e astigmatismo. Glaucoma
ele”. O bebê foi amamentado ao seio até um ano e meio. Diagnóstico: Glaucoma
congênito em AO. Buftalmia.
- Constatação de um problema visual
Quem primeiro observou o problema foi a mãe. Ela relata:
“Ele quando nasceu, nasceu com a vista esquerda com um pontinho
vermelho. Aí eu comentei com o pediatra e ele falou que era normal, que era
coisa de criança mesmo. ele rejeitava a luz fraquinha, no sol, parecia que
ele estava chorando... ele gritava dia e noite com luz, televisão, não via nada.
E batia muito nas coisas. Com sete meses eu levei ele num hospital que tem
aqui [...] aí a doutora falou. A doutora que atendeu ele falou que é glaucoma e
encaminhou pro Rio. (Pergunto se a doutora era pediatra). Não. Oftalmo,
porque até o pediatra que cuidava dele na época, falou que era o canal do
olho dele entupido. Passou um colírio que ele o podia ter usado. Aí foi isso
mais que agravou mais o caso dele. o [...] encaminhou ele pro Rio e ele
está fazendo tratamento até agora. A suspeita foi a rejeição à luz. foi
diagnosticado glaucoma congênito e miopia”.
- Luz e ambiente de sono
Esse bebê dorme o sono diurno apenas ocasionalmente, porém quando o faz,
o ambiente é claro como quando dormia diariamente. O ambiente de sono noturno é
escuro. Quanto ao melhor período de sono, o bebê mostra-se indiferente, dormindo
bem tanto no período diurno quanto no período noturno. A luz influencia o sono do
bebê. A mãe relata:
“Nunca reparei isso não. Às vezes ele reclama: Mãe apaga a luz, está doendo
o meu olho. Às vezes ele reclama disso. No sol agora ele está reclamando
que o sol está doendo o olho dele de novo... a luz, quando a luz é muito forte,
228
mais forte do que essa ele reclama (estávamos em uma sala com luz
fluorescente era no período da manhã e o dia claro)”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda pela manhã às cinco horas (5 h). [...] Dorme umas seis e meia (18 h e
30 min), sete horas (19 h). O máximo que ele consegue ficar acordado é sete
horas (19 h). Se ele dorme seis e meia (18 h e 30 min), ele dorme até o outro
dia, até às cinco horas (5 h) da manhã do outro dia, mas isso assim:
acordando, chorando, reclamando... volta a dormir... não é aquela coisa que
acorda e fica aceso. Acorda, resmunga, chora e dorme. [...] É coisa de meia
hora e depois acorda cinco horas da manhã (5 h), aí tem que levantar mesmo.
No colégio ele não dorme hora nenhuma. Em casa, às vezes ele dorme duas
(14 h), três horas da tarde (15 h), e aí, quando ele não emenda ao outro
dia, ele consegue acordar e ficar acordado até as oito (20 h), oito e meia (20 h
e 30 min). Acorda é coisa rápida, coisa de meia hora, uma hora no ximo.
Ele dorme à tarde às vezes, mas isso é muito difícil. É uma em um milhão. É
quando ele está em casa, sábado e domingo”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 57 e na figura B.17.
Tabela 57: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 17
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV17 M 51m 18 h e 30 min às
5 h
00 5 h às 18 h e 30
min
± 4
Total 1 10 h e 30 min 00 13 h e 30 min ± 4
Total 2 TTS: 10 h e 30 min TTV: 13 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV17 = Baixa Visão 17
Obs.: O relato demonstra que esse bebê possui um ciclo sono/vigília irregular, com
despertares noturno que não são demonstrados na tabela 56 nem na figura B.17
pela dificuldade da mãe em relatar os horários em que ocorrem.
229
Figura B.17: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV17
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação;
costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início
da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta não possui
organização na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho e não
possui organização na rotina de sono.
BAIXA VISÃO 18:
BV18 – Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com quarenta e nove meses (quatro anos e um
mês). Nascido a termo pesando 3,350 kg apresenta histórico de problemas visuais
na família. O bebê não foi amamentado ao seio. Diagnóstico: endotropia com
catarata binocular em AO.
- Constatação de um problema visual
A mãe observou o problema e relata:
230
“Fui eu. Quando ele fez cinco meses, foi quando eu levei ao médico, fez o
exame... e acusou catarata. É... por que eu achava ele com a ‘vistinha’ assim
torta, sabe? Ele ficava olhando assim pra trás, aí eu notei uma diferença,
porque uma criança com cinco meses, ‘né’, a gente bota as coisas assim na
frente e ele logo leva a mão pra pegar, ‘né’? e ele não fazia isso. Aí foi que eu
levei ao ‘oftalmo’ e ele fez o exame, ‘né’, e acusou que ele tinha catarata”.
(Grifo do autor desse trabalho).
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono
noturno. A luz influencia o sono do bebê. A mãe relata:
“Com a luz apagada. Ele mesmo apaga quando ele quer dormir. [...]
Influencia. Eu acho que sim, porque quando às vezes ele está dormindo que
eu acendo a luz ele se espanta, e a claridade, eu não sei... ele fica
esfregando o olho... deve incomodar, ‘né’?”
- Ciclo sono/vigília
“Acorda pela manhã às sete horas (7 h) e fica acordado até... uma hora da
tarde (13 h). uma hora (13 h) ele dorme meia hora no ximo. De uma a
uma e meia (de 13 h às 13 h e 30 min). Uma e meia (13 h e 30 min) ele
acorda e fica acordado até onze e meia (13 h e 30 min). ele dorme onze e
meia (23 h e 30 min) e fica dormindo a sete horas da manhã (7 h). Não
acorda nenhuma vez durante a noite”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 58 e na figura B.18.
Tabela 58: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ BAIXA VISÃO 18
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
BV18 M 49m 23 h e 30 min às
7 h
13 h às 13 h e
30 min
7 h às 13 h
13 h e 30 min às
23 h e 30 min
00
Total 1 7 h e 30 min 30 min 16 h 00
Total 2 TTS: 8 h TTV: 16 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
BV18 = Baixa Visão 18
231
Figura B.18: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê BV18
- Organização familiar e os fatores ambientais
Quanto à organização familiar o bebê possui horários certos de alimentação;
costuma ser banhado ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início
da manhã não interfere no sono do bebê. Quanto à família, esta possui organização
na rotina alimentar, possui organização na rotina de trabalho e possui organização
na rotina de sono.
232
APÊNDICE C - Relatos Extraídos das Entrevistas do Grupo V
VIDENTE 1:
V1- Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com cinco meses, nascido a termo, pesando 2,700
kg sem histórico de problemas visuais na família. Ainda é amamentado aos cinco
meses. Não apresenta queixas de problemas visuais.
Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono de sono diurno é escuro e o ambiente de sono noturno é
escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. É indiferente para o
bebê dormir com a luz acesa ou com a luz apagada. A luz o influencia o sono do
bebê. A mãe relata: “Eu acho que não tem nada a ver nem um nem outro não.
Estando acesa ou apagada ele dorme do mesmo jeito. Tanto faz. Acredito que não”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda oito horas (8 h). Fica acordado sempre até sempre depois do almoço
né? Depois almoça, aí, umas... onze e meia (11 h e 30 min) mais ou menos ele
dorme um pouquinho até meio dia (12 h)... meia hora de sono mais ou menos.
Cochilinho. toma o banho dele umas duas horas (14 h), aí, logo depois do
banho também ele outro cochilo, de meia hora, de duas e meia (14 h e 30
min) atrês horas (15 h) ele tira outro cochilinho, fica acordado a parte da
tarde todinha, à noite depois é que ele dorme. Umas nove (21 h)... dez
horas (22 h) é que é o horário que ele vai dormir depois. Depois... ah, umas
onze horas (23 h) ele está acordado de novo. ele acorda, mama. É assim,
ele acorda, eu sinto que ele quer mamar, eu ponho pra mamar, aí ele mama,
começa a cochilar de novo, dorme... pega aquele sono pesado, continua
mamando dormindo, eu fico com ele um pouquinho pra arrotar, depois eu
ponho ele no berço e ele dorme...”
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 59 e na figura C.01.
233
Tabela 59: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 01
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V1 M 5 m 22 h às 23 h
23 h e 15 min
às 8 h
11 h e 30 min às
12 h
14 h e 30 min às
15 h
08 h às 11 h e 30
min
12 h às 14 h e 30
min
15 h às 22 h
23 h às 23 h
e 15 min
Total 1 9 h e 45 min 1 h 15 min
Total 2 TTS: 10 h e 45 min TTV: 13 h e 15 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V1 = Vidente 01
Figura C.1: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V1
- Organização familiar e os fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação, toma banho ou troca de roupa
antes de ir dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do
bebê. A família possui organização na rotina alimentar, não possui organização na
rotina de trabalho nem na rotina de sono.
234
VIDENTE 02:
V2 – Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com dezesseis meses, (um ano e quatro meses)
nascido a termo pesando 4,430 kg com histórico de catarata não congênita na
família materna. Ainda é amamentado aos dezesseis meses. Não apresenta queixas
de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê, tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme melhor em
ambiente escuro, com a luz apagada. A luz não influencia o sono do bebê. A mãe
relata: “Nunca observei, pra ser sincera. (o marido fala:) é com a luz apagada.
Geralmente, a gente deixa sempre a luz apagada”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda em média seis horas (6 h). Fica acordado até... entre nove e meia (9
h e 30 min), dez horas (10 h). Dorme por umas duas horas. Ele dormindo
nove e meia (9 h e 30 min), ele desperta por volta de onze e meia (11 h e 30
min) e fica acordado até às quatro horas (16 h) quando dorme. Se ele dormir
as quatro (16 h), aí vai até oito (20 h), nove horas da noite (21 h)... É um outro
sono curto de novo. (pergunto se a maior parte das vezes ele dorme ou ele
não dorme às quatro horas da tarde -16 h). Olha, se ele acordar mais pro
horário do almoço, eu noto isso, aí, às vezes ele não dorme à tarde e ele
dorme mais cedo. Aquele sono... ele entra no sono da noite, que mais
cedo. Tem dia que seis horas (18 h), aí ele está cansado já, ele começa a
dormir. (pergunto se mais vezes ele dorme o sono da tarde, ou se mais vezes
ele não dorme o sono da tarde). Mais vezes ele não dorme. Então, ele não
dormindo o sono da tarde, ele vai dormir à noite, às seis horas (18 h), sete
horas (19 h) no máximo. Aí começa o sono picado. Em geral é assim: se ele
dormir seis horas (18 h), ontem aconteceu isso. Ele foi dormir seis horas (18
h) antes das dez (22 h) ele acordou, e eu dou alguma coisa leve pra ele
comer, ele fica acordado um pouquinho, uma ou duas horas e depois ele
volta a dormir”.
235
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 60 e na figura C.2
Tabela 60: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 02
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V2 M 16m 18h às 21 h e 30
min
23 h e 30 min às
6 h
9 h e 30 min às 11
h e 30 min
6 h às 9 h e 30
min
11 h e 30 min
às 18 h
21 h e 30
min às 23 h
e 30 min
Total 1 10 h 2 h 10 h 2 h
Total 2 TTS: 12 h TTV: 12 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V2 = Vidente 02
Obs.: a mãe menciona despertares noturnos sem saber exatamente quantos e em
quais momentos.
Figura C.2: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V2
- Organização familiar e os fatores ambientais
O bebê possui horário certo de alimentação e costuma ser banhado ou trocar
de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã interfere no sono do
bebê.
236
“Olha no dia anterior... se tiver alguma alteração no sono dele e ele estiver
muito cansado ele não acorda... mesmo com a minha filha acordada pra ir pra
escola, eu me arrumando pra ir trabalhar... O pai chegando do trabalho... ele
continua dormindo. Mas em geral eu me levanto pra ir trabalhar ele também já
acorda”.
A família possui rotinas alimentares, rotinas de trabalho e rotinas de sono.
VIDENTE 03
V3 – Observações gerais:
Bebê do sexo feminino com vinte e oito meses (dois anos e quatro meses).
Nascido prematuramente pesando 1,850 kg permaneceu na incubadora por dezoito
dias. Foi amamentado até os seis meses e histórico de alta miopia na família
paterna. Não apresenta queixas de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. O bebê dorme
melhor em ambiente escuro, com a luz apagada. A mãe relata: “Eu acho que acalma
mais, até na hora de dormir enquanto a luz está acesa, ela fica agitada e não dorme.
Aí eu apago tudo aí logo assim, ela, parece que ela entende que vai dormir”.
Quanto à influência da luz no sono do bebê, a mãe relata: “Sim. O sono já é
perturbado com a claridade da manhã”.
- Luz e ciclo sono/vigília
“Acorda nove horas (9 h) e ela volta a dormir uma e meia (13 h), duas
horas (14 h). Bota duas horas (14 h). De duas horas (14 h) até umas três e
meia (15 h e 30 min). Aí depois à noite, onze horas da noite (23 h), e volta
a acordar só de manhã, nove horas da manhã (9 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 61 e na figura C.3.
237
Tabela 61: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 03
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V3 F 28m 23 h às 09 h 14 h às 15 h e
30 min
9 h às 14 h
15 h e 30 min às 23 h
00
Total 1 10 h 1 h e 30 min 12 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 11 h e 30 min TTV: 12 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V3 = Vidente 03
Figura C.3: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V3
- Organização familiar e os fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
seu sono. A família possui organização nas rotinas alimentares, rotinas de trabalho e
rotinas de sono.
238
VIDENTE 04:
V4 – Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com oito meses. Nascido a termo pesando 2,890 kg
não apresenta histórico de problemas visuais na família. Não foi amamentado em
nenhum momento. Não apresenta queixas de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno possui uma baixa luminosidade. O melhor período de sono é o período de
sono noturno. O bebê dorme melhor com uma baixa luminosidade. A mãe relata:
“Um abajurzinho bem fraquinho, porque se ficar no escuro também ela grita.
Não pode. Eu nunca deixei apagada. Eu não sei... às vezes eu apago o
abajur. O pai acha que vai ser pior na hora que ela acordar, mas sempre a luz
do abajur. Ela nunca dormiu no escuro não”.
A luz influencia o sono do bebê.
“Sim. Acho. Porque o berço dela está do lado da minha cama e quando ela
acorda, pra ela me ver, quando o abajur está ligado, e no escuro eu acho
que ela vai ficar assim, perdida, né? Gritando”.
- Ciclo sono/vigília
Sobre os primeiros meses a mãe relata:
“Ah... se eu tivesse a lista pra te mostrar aqui... gente! Eu tinha uma lista
pregada na geladeira. De três em três horas ela mamava. que nesse
intervalo, ela dava cólicas, ela gritava, então eu não tinha tempo nenhum pra
dormir. Era aquela luta a noite toda. Sabe o que aconteceu? Eu tive muita
visita. Como ela trocou o horário que eu te falei, à noite ela ficava acordada e
de dia ela ficava dormindo. Até no mês passado, ela recebeu visita de
nascimento. Ela tem oito meses então, durante o dia... teve um dia que tinha
sete pessoas dentro do banheiro comigo. Eu dando banho nela... sete
pessoas falando, eu acho que foi isso que irritou (nome do bebê). Às vezes
ela estava dormindo... era um custo botar ela pra dormir. Ela estava dormindo
de bruços, chegava visita, ia na cama e tirava, ela ficou uma criança
239
muito irritada. Foi isso, porque além de eu e o pai estarmos muito cansados,
imagina ela. Ela não tinha sossego. Ela o dormia durante a noite e durante
o dia os outros incomodavam, não deixavam ela dormir. Ela tomava banho
gritando. Ela grita toda hora... o dia inteiro.
Ele acorda pela manhã às sete e meia (7 h e 30 min) e volta a dormir quinze
minutos na hora do almoço, só. Umas onze e meia (11 h e 30 min), ela
cochila até as onze e quarenta e cinco (11 h e 45 min), aí não dorme mais. Só
vai dormir à noite. Ah, às vezes ela está dando uma cochilada pro lado de
seis horas também (18 h). Ela começou a dar uma ‘cochiladinha’ pro lado de
seis horas da tarde também (18 h), mas é porque eu não nino. Ela tira um
soninho de quinze minutos também e dorme nove e meia (21 h e 30 min).
Acorda três horas (3 h) pra mamar e depois acorda sete e meia (7 h e 30
min)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 62 e na figura C.4.
Tabela 62: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 04
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V4 F 8m
23 h e 30 min
às 3 h
3 h e 15 min às
7 h e 30 min
11 h e 30 min às
11 h e 45 min
18 h às 18 h e
15 min
7 h e 30 min às
11 h e 30 min
11 h e 45 min às
18 h
18 h e 15 min às
23 h e 30 min
3 h às 3 h
e 15 min
Total 1 7 h e 45 min 30 min 15 h e 30 min 15 min
Total 2 TTS: 8 h e 15 min TTV: 15 h e 45 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V4 = Vidente 04
Figura C.4: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V4.
240
- Organização familiar e fatores ambientais
O bebê não costuma ser alimentado nos mesmos horários durante o dia.
Costuma tomar banho ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início
da manhã não interfere no sono do bebê. A família possui organização na rotina de
alimentação, na rotina de trabalho, mas não possui organização na rotina de sono.
VIDENTE 05:
V5- Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com dezesseis meses (um ano e quatro meses).
Nascido a termo pesando 3,057 kg apresenta histórico de cegueira na família
paterna (mãe não soube explicar, mas a cegueira apareceu mais tarde). Foi
amamentada até os nove meses.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono
noturno. O be dorme melhor em ambiente escuro com a luz apagada. A luz
influencia o sono do bebê. A mãe relata: “Ela não consegue dormir direito com a luz
acesa, não consegue dormir direito. Só com a luz apagada”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda oito horas (8 h) e volta a dormir onze horas (11 h) até uma hora
(13 h). Dou um banho e duas horas (14 h) ela volta a dormir até as três horas
(15 h) direto. Agora ela fica acordada e vai dormir às oito horas da noite
(20 h), aí vai direto até oito horas da manhã (8 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 63 e na figura C.5.
241
Tabela 63: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 05
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V5 F 16m 20 h às 08 h 11 h às 13 h
14 h às 15 h
8 h às 11 h
13 h às 14 h
15 h às 20 h
00
Total 1 12 h 3 h 9 h 00
Total 2 TTS: 15 h TTV: 9 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V5 = Vidente 05
Figura C.5: representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V5.
- Organização familiar e fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã interfere no
sono do bebê. “Sim. Se eu acordar de manhã ela acorda também, entendeu?” A
família não possui organização na rotina alimentar; possui organização na rotina de
trabalho e não possui organização na rotina de sono.
242
VIDENTE 06
V6- Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com oito meses. Nascido a termo pesando 3,200 kg
apresenta histórico de glaucoma e catarata na família materna. As patologias não
são congênitas. Apareceram mais tarde. O bebê ainda é amamentado aos oito
meses. Não apresenta queixas de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
possui uma baixa luminosidade. O melhor período de sono do bebê é o período de
sono noturno. O bebê é indiferente quanto a dormir com a luz acesa ou com a luz
apagada. A luz não influencia o sono do bebê.
- Luz e ciclo sono/vigília
Acorda cinco horas (5 h) da manhã e volta às dormir nove horas (9 h) e dorme
até as dez (10 h). Depois dorme de meio dia (12 h) até uma hora (13 h).
Depois acorda uma hora (13 h) e volta a dormir às três horas (15 h). Acorda
no máximo quatro (16 h). acorda as quatro (16 h) e vai dormir as oito
horas da noite (20 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 64 e na figura C.6.
Tabela 64: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 06
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V6 F 08m 20 h às 5 h 9 h às 10 h
12 h às 13 h
15 h às 16 h
5 h às 9 h
10 h às 12 h
13 h às 15 h
16 h às 20 h
00
Total 1 9 h 3 h 12 h 00
Total 2 TTS: 12 h TTV: 12 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V6 = Vidente 06
243
Figura C.6: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V6.
- Organização familiar e fatores ambientais
O bebê possui não horários certos de alimentação e não costuma tomar
banho ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não
interfere no sono do bebê. A família o possui organização na rotina alimentar;
possui organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
VIDENTE 07
V7- Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com trinta e dois meses (dois anos e oito meses).
Nascido a termo pesando 3,450 kg o apresenta histórico de problemas visuais na
família. Foi amamentado até um ano. Não apresenta queixas de problemas visuais.
Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
possui baixa luminosidade. Quanto ao melhor período de sono, o bebê mostra-se
indiferente, pois dorme bem tanto no período de sono diurno, quanto no período de
sono noturno. Quanto à luminosidade e qualidade de sono, o bebê dorme melhor
em ambiente com a luz acesa.
244
“Tanto faz. Eu acho que não faz diferença não, olha como que faz
diferença isso. Eu estou assistindo filme e quero apagar a luz e ele não deixa.
Não sei se ele tem medo, ou se o escuro... a falta de claridade no quarto
com a luz da televisão causa dificuldade dele assistir, ‘né’?”
A luz luminosa influencia o sono do bebê.
“Eu acho que influencia porque às vezes durante a noite eu preciso acender a
luz do quarto pra ver alguma coisa, ele costuma mexer no berço. Então faz
diferença. Altera ‘né’, alguma coisa nele, eu não sei o que é”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda sete horas (7 h). Eu chamo ele pra escola, porque a escola é sete e
meia (7 h e 30 min). [...] Ele dorme de novo, dorme uma... duas horas à
tarde, ele fica acordado até nove (21 h), nove e meia da noite (21 h e 30 min).
Então, ele dormindo às duas e meia (14 h e 30 min) ele vai acordar às três e
meia (15 h e 30 min) e depois vai deitar às nove (21 h), nove e meia (21 h
e 30 min) e depois só vai acordar às sete horas da manhã (7 h).
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 65 e na figura C.7.
Tabela 65: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 07
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V7 M 32m 21 h e 30 min
às 7 h
14 h e 30 min
às 15 h e 30
min
7 h às 14 h e 30 min
15 h e 30 min às 21 h
e 30 min
00
Total 1 9 h e 30 min 1 h 13 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 10 h e 30 min TTV: 13 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V7 = Vidente 07
245
Figura C.7: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V7.
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã interfere no
sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; possui organização
na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
VIDENTE 08:
V8 – Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com trinta meses (dois anos e seis meses). Nascido
a termo pesando 2,370 kg não apresenta histórico de problemas visuais na família.
Foi amamentado até aos dois anos e cinco meses. Não apresenta queixas de
problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. O bebê dorme
melhor com a luz acesa. A mãe relata: “Acesa porque ele tem medo de escuro. Não
sei o porquê, mas ele tem medo de escuro”. A luz não influencia o sono do bebê. A
mãe relata: “Não. Pro meu não”.
246
- Ciclo sono/vigília
“Acorda pela manhã, oito (8 h), oito e meia (8 h e 30 min) aí fica acordado até
umas duas e meia (14 h e 30 min), três da tarde (15 h) e dorme uns quarenta
minutos, meia hora... mais ou menos isso. Se ele dormir duas horas (14 h),
duas e meia (14 h e 30 min) ele está acordado, mas só também se deitar com
ele. Se não deitar com ele, ele não dorme hora nenhuma”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 66 e na figura C.8.
Tabela 66: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 08
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V8 M 30m 21 h e 30 min às
8 h
14 h às 14 h e
30 min
8 h às 14 h
14 h e 30 min às
21 h e 30 min
00
Total 1 10 h e 30 min 30 min 13 h 00
Total 2 TTS: 11 h TTV: 13 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V8 = Vidente 08
Figura C.8: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V8.
247
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê não possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; possui organização
na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
VIDENTE 09:
V9 – Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com onze meses. Nascido a termo, pesando 2,735
kg apresenta histórico de glaucoma na família materna e também na família paterna.
Na família materna, o glaucoma levou à cegueira. O bebê foi amamentado até os
nove meses. Não apresenta queixas de problemas visuais.
Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno desse bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno também é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. O
bebê dorme melhor com a luz apagada. A mãe relata:
“Ah... eu sempre acostumei a dormir... ‘né’, com pouca claridade e eu acho
que ele acostumou assim. Quando a luz está acesa... quando tem claridade
ele... fica agitado, ‘né’... fica brincando, querendo brincar e quando escurece
eu acho que é melhor pra ele”.
A luz influencia o sono do bebê. A mãe relata: “Eu acho que sim. Logo que vai
amanhecendo o dia, mesmo se não tiver barulho nenhum ele acorda; eu acho que é
pela claridade ‘né’?
- Ciclo sono/vigília
“Acorda mais ou menos sete (7 h)... oito horas (8 h) da manhã e permanece
acordado até dez horas (10 h). dorme... uma meia hora, quarenta minutos.
ele almoça. Uma e meia (13 h e 30 min), duas horas (14 h) ele tira outro
248
cochilinho, mais ou menos meia hora, uma hora no máximo. E... agora ele
não tem dormido, agora... esses dias ele tem dormido depois só... mesmo
à noite. Às vezes ele tira um cochilinho também umas... cinco e meia (17 h e
30 min) e dorme mais uma meia horinha... até umas seis horas (18 h).
Depois, umas nove horas (21 h), nove e meia (21 h e 30 min), aí ele vai direto
e acorda só de manhã, sete (7 h)... oito horas (8 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 67 e na figura C.9.
Tabela 67: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 09
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono
Noturno
Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V9 M 11m 21 h e 30
min às 7 h
e 30 min
10 h às 10 h e 40
min
13 h e 30 min às
14 h
17 h e 30 min às
18 h
7 h e 30 min às 10 h
10 h e 40 min às 13 h
e 30 min
14 h às 17 h e 30 min
18 h às 21 h e 30 min
00
Total 1 10 h 1 h e 40 min 12 h e 20 min 00
Total 2 TTS: 11 h e 40 min TTV: 12 h e 20 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V9 = Vidente 09
Figura C.9: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V9.
249
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; possui organização
na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
VIDENTE 10:
V10 - Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com quarenta e um meses (três anos e cinco meses).
Nascido a termo pesando 3,150 kg o apresenta histórico de problemas visuais na
família. O bebê foi amamentado direto aos dois anos, porém ainda mamou até os
três anos. Não apresenta queixas de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono noturno. O bebê
dorme melhor com a luz apagada. A luz influencia o sono do bebê. A mãe relata:
“Influencia, porque se deixar a luz acesa ela fica acordando, ela acorda. Fica
inquieta”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda às sete e meia (7 h e 30 min). Fica acordada até à noite, porque é
muito difícil ela dormir durante o dia. É muito difícil ela dormir, porque ela
chega da escola e fica brincando, vai dormir à noite mesmo. ela
dorme mais cedo, dorme oito horas (20 h). Aí dorme direto até às sete e meia
da manhã (7 h e 30 min)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 68 e na figura C.10.
250
Tabela 68: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 10
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono
Diurno
Vigília Despertar
noturno
V10 F 41m 20 h às 7 h e 30 min 00 7 h e 30 min às 20 h 00
Total 1 11 h e 30 min 00 12 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 11 h e 30 min TTV: 12 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V10 = Vidente 10
Figura C.10: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V10
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; possui organização
na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
251
VIDENTE 11:
V11 - Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com seis meses. Nascida prematuramente com 2,160
kg permaneceu na incubadora por quinze dias. Sem histórico de problemas visuais
na família. O bebê ainda está sendo amamentado ao seio aos seis meses. Não
apresenta queixas de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste beé claro e o ambiente de sono noturno
é apagado. O melhor período de sono do bebê é o período de sono noturno. Quanto
à luminosidade e a qualidade do sono, o bebê dorme melhor em ambiente escuro,
com a luz apagada. A luz influencia o sono do bebê. A mãe relata: “Eu acho que
pode despertar, ‘né’? Acordar com a luz forte no rosto, deve incomodar até. eu
não deixo não”.
- Ciclo sono/ vigília
“Acorda mais ou menos entre sete e oito da manhã (7 h e 8 h).
Aproximadamente sete e meia (7 h e 30 min). fica acordado até dez pras
onze (10 h e 50 min). dorme dez pras onze (10 h e 50 min) e acorda por
volta de uma hora (13 h). fica acordada até três horas (15 h). Aí, três horas
(15 h) ela volta a dormir. Tem vez que ela dorme bastante. Dorme até... cinco
(17 h), seis horas (18 h) mais ou menos, mas tem vez que ela dorme pouco.
Uma horinha... Quando está fresco ela dorme mais, mas quando está calor
ela dorme menos. Por volta de cinco horas (17 h) ela acorda e fica acordada
um pedaço bom da noite, vai dormir pras nove (21 h). A maior parte das
vezes ela fica acordada aàs nove (21 h). Aí, ela dormindo às nove (21 h),
ela dorme um período de duas horas e meia, três horas. Dorme de nove
(21 h) , até aproximadamente onze e meia (23 h e 30 min) e acorda pra
mamar. Ela resmunga pra mamar e continua com o olho fechado, dormindo.
Mama dormindo. Depois volta a resmungar pra mamar pras duas, três
horas da manhã (2 h ou 3 h), depois tem vez que demora mais, e vai
acordar depois de manhã...”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 69 e na figura C.11.
252
Tabela 69: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 11
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V11 F 6m 21 h às 23 h e 30
min
23 h e 45 min às
3 h
3 h e 15 min às 7
h e 30 min
10 h e 50 min às
13 h
15 h às 17 h
7 h e 30 min às
10 h e 50 min
13 h às 15 h
17 h às 21 h
23 h e 30
min às 23 h
e 45 min
3 h às 3 h e
15 min
Total 1 10 h 4 h e 10 min 9 h e 20 min 30 min
Total 2 TTS: 14 h e 10 min TTV: 9 h e 50 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V11 = Vidente 11
Figura C.11: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V11.
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; possui organização
na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
253
VIDENTE 12:
V12 - Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com dezenove meses (um ano e sete meses).
Nascido a termo pesando 3,250 kg apresenta histórico de catarata senil na família.
Ainda é amamentado ao seio aos dezenove meses. Não apresenta queixas de
problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste beé claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê, tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme melhor em
ambiente escuro, com a luz apagada. A luz influencia o sono do bebê. A mãe relata:
“Ele dorme bem de qualquer jeito, mas eu acho que com a luz apagada ele
dorme melhor... Quando ele está dormindo no quartinho e estudo escuro e
chega alguém sem saber que ele está no quarto dormindo ou até mesmo
sabendo, mas por necessidade ter que acender a luz, acende, tem aquele
reflexo momentâneo, daquela piscadinha assim no olho, ou de se movimentar
na cama. Não chega a abrir os olhos, mas a gente sente que ele reagiu à
claridade imediata”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda entre seis e meia (6 h e 30 min), sete horas (7 h). Permanece
acordado e volta a dormir entre uma e meia (13 h e 30 min)... por aí. Até uma
e meia (13 h e 30 min) ele já dormiu... se a casa estiver em silêncio ele dorme
até umas quatro horas (16 h). Normalmente a casa está em silêncio porque
eu fico controlando o silêncio, ‘né’? [...]. Aí, se nós formos dormir no horário
normal aqui em casa, nove horas (21 h). [...] Normalmente, às nove horas
(21 h). [...] por exemplo: se ele estiver com fome... acorda de madrugada e
pede mamar, ou se estiver muito calor, ele acorda e pede água, mas não é a
noite toda não. É uma ‘vezinha’ só e também não é sempre.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 70 e na figura C.12.
254
Tabela 70: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 12
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V12 M 19m 21 h às
6 h e 30 min
13 h e 30 min
às 16 h
6 h e 30 min às 13 h
e 30 min
16 h às 21 h
00
Total 1 9 h e 30 min 2 h e 30 min 12 h 00
Total 2 TTS: 12 h TTV: 12 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V12 = Vidente 12
Figura C.12: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V12
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; possui organização
na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
255
VIDENTE 13:
V13 - Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com dezoito meses (um ano e seis meses). Nascida a
termo pesando 3,850 kg com histórico de glaucoma na família paterna e miopia na
família materna. Ainda é amamentada ao seio aos dezoito meses. Não apresenta
queixas de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno é escuro. O melhor período de sono do bebê é o período de sono diurno. O
bebê dorme melhor em ambiente escuro com a luz apagada. A luz influencia o sono
do bebê. A mãe relata:
“No meu bebê, sim. É, porque, por exemplo, se à noite, você precisar acender
a luz, de imediato ela mexe os olhinhos. Chega a acordar. A gente tem que
ter um cuidado imenso. Tem que acender o abajur e o abajur a gente ainda
joga um paninho que a gente tem em cima dele pra escurecer o máximo
possível”.
- Ciclo sono/vigília
“Pela manhã o bebê acorda às sete horas (7 h) e permanece acordado até
dez e meia (10 h e 30 min)... onze horas (11 h). Volta a dormir onze horas
(11 h) e dorme até meio dia (12 h)... meio dia e quinze (12 h e 15 min), ela
está acordando. ela permanece acordada até oito horas da noite direto (20
h). Ela não dorme à tarde. ela dorme às oito (20 h) e quando onze e
meia (23 h e 30 min), meia noite (00 h), é a primeira vez que ela acorda. Aí eu
dou o peito, ela pega no sono, dorme... mais tarde lá pras duas horas (2 h) ela
acorda de novo aí a gente uma mamadeira, pra ver se consegue dormir
um tempo a mais, lá pras quatro horas (4 h) ela acorda de novo... tem vez que
às cinco horas da manhã (5 h) ela acorda... e às sete horas (7 h) da manhã
ela acorda e fica. (pergunto quanto tempo ela permanece acordada nesses
despertares noturnos). No ximo de quinze a vinte minutos, não dura
horas”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 71 e na figura C.13.
256
Tabela 71: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 13
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V13 F 18m 20 h às 23 h e 30 min
23 h e 45 min às 2 h
2 h e 15 min às 5 h
5 h e 15 min às 7 h
11 h às 12 h
e 15 min
7 h às 11 h
12 h e 15 min
às 20 h
23 h e 30 min
às 23 h e 45
min
2 h às 2 h e
15 min
5 h às 5 h e
15 min
Total 1 10 h e 15 min 1 h e 15 min 11 h e 45 min 45 min
Total 2 TTS: 11 h e 30 min TTV: 12 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V13 = Vidente 13
Figura C.13: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V13.
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã interfere no
sono do bebê. A e relata: “Sim. A gente procura fazer o máximo pra não fazer
barulho pra ela acordar”.
A família possui organização na rotina alimentar; possui organização na rotina
de trabalho e possui organização na rotina de sono.
257
VIDENTE 14:
V14 - Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com dezoito meses (um ano e seis meses). Nascido
a termo pesando 3,850 kg apresenta histórico de miopia na família. Não foi
amamentado ao seio. Não apresenta queixas de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste bebê é claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê, tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme melhor em
ambiente escuro, com a luz apagada. A luz não influencia o sono do bebê.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda cinco e meia (5 h e 30 min), seis horas (6 h) e permanece acordado
até onze horas (11 h). Onze horas (11 h) ele almoça, toma o suco e dorme.
Hoje mesmo ele dormiu de onze horas (11 h) até duas e vinte (2 h e 20 min).
Agora volta a dormir seis horas (18 h), sete horas (19 h) e dorme até no
outro dia, cinco e meia (5 h e 30 min), seis horas (6 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 72 e na figura C.14
Tabela 72: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 14
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono
Noturno
Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V14 M 18m 19 h às 5 h e
30 min
11 h às 14 h e
20 min
5 h e 30 min às 11 h
14 h e 20 min às 19 h
00
Total 1 10 h e 30 min 3 h e 20 min 10 h e 10 min 00
Total 2 TTS: 13 h e 50 min TTV: 10 h e 10 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V14 = Vidente 14
258
Figura C.14: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V14.
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; possui organização
na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
VIDENTE 15:
V15 - Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com vinte meses (um ano e oito meses). Nascido a
termo pesando 2,995 kg não apresenta histórico de problemas visuais na família. O
bebê foi amamentado ao seio até os nove meses. Não apresenta queixas de
problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê,
tanto o período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme
melhor em ambiente escuro, com a luz apagada. A mãe acrescenta: “É mais é por
259
mania. Pelo fato de dormir a gente acha que tem que estar com a luz apagada...” A
luz não influencia o sono do bebê.
- Ciclo sono/vigília
“Ele acorda entre seis (6 h) e seis e meia (6 h e 30 min) e fica acordado até
nove (9 h), nove e meia da manhã (9 h e 30 min). Dorme nove e meia (9 h e
30 min) e acorda onze horas (11 h), depois, mais ou menos três e meia (15 h
e 30 min) ele volta a dormir e acorda cinco (17 h), cinco e meia (17 h e 30
min), fica acordado até nove e meia (21 h e 30 min). Dorme e acorda no
outro dia as seis (6 h)... seis e meia (6 h e 30 min)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 73 e na figura C.15
Tabela 73: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ VIDENTE 15
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V15 M 20m 21 h e 30 min
às 6 h e 30
min
9 h e 30 min às
11 h
15 h e 30 min às
17 h e 30 min
6 h e 30 min às 9 h e
30 min
11 h às 15 h e 30 min
17 h e 30 min às 21 h
e 30 min
00
Total 1 9 h 3 h e 30 min 11 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 12 h e 30 min TTV: 11 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V15 = Vidente 15
Figura C.15: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V15.
260
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; possui organização
na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
VIDENTE 16:
V16 - Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com vinte e dois meses (um ano e dez meses).
Nascido a termo pesando 3,750 kg com histórico de problemas visuais na família
paterna causado por diabetes (avó). O bebê foi amamentado ao seio até os
dezenove meses (um ano e sete meses). o apresenta queixas de problemas
visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê,
tanto o período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme
melhor em ambiente escuro, com a luz apagada. A variação na intensidade luminosa
influencia o sono do bebê. A mãe relata:
“É porque ele gosta muito de brincar, então ele fica chamando: vamos meu
irmão brincar, então eu acho que ele fica querendo brincar porque a luz está
acesa, eu acho que ele fica achando que está durante o dia, ‘né’? Eu acredito
que deve ser isso”.
- Ciclo sono/vigília
“Pela manhã, ele acorda seis horas da manhã (6 h). Fica acordado até
meio dia (12 h) Volta a dormir meio dia (12 h) e acorda três horas da
tarde (15 h) e depois ele volta a dormir oito e meia da noite (20 h e 30
261
min). Acorda às quatro e meia (4 h e 30 min) pra mamar e dorme até as
seis horas da manhã (6 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 74 e na figura C.16.
Tabela 74: CICLO SONO/VIGÍLIA DO BEBÊ VIDENTE 16
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V16 M 22m 20 h e 30 min às 4 h
e 30 min
4 h e 45 min às 6 h
12 h às 15 h 6 h às 12 h
15 h às 20 h e
30 min
4 h e 30
min às 4 h
e 45 min
Total 1 9 h e 15 min 3 h 11 h e 30 min 15 min
Total 2 TTS: 12 h e 15 min TTV: 11 h e 45 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V16 = Vidente 16
Figura C.16: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V16.
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; possui organização
na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
262
VIDENTE 17:
V17 - Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com dezenove meses (um ano e sete meses).
Nascido a termo pesando 2,470 kg o apresenta histórico de problemas visuais na
família. O bebê foi amamentado até os três meses. Não apresenta queixas de
problemas visuais.
Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno é apagado. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê,
tanto o período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme
melhor em ambiente escuro, com a luz apagada. A luz influencia o sono do bebê. A
mãe relata: “Influencia. Influencia. Até a televisão ligada... ele o dorme. dorme
com tudo bem escuro”.
- Ciclo sono/vigília
“Acorda pela manhã, geralmente umas sete (7 h), sete e meia (7 h e 30 min).
Aí só vai dormir umas nove e meia (9 h e 30 min), dez horas da manhã (10 h).
Se dormir nove e meia (9 h e 30 min) acorda onze e meia, (11 h e 30 min)
meio dia (12 h). almoça e geralmente às duas da tarde (14 h), ele dorme
de novo. às duas (14 h) ele volta a dormir e dorme até umas três (15 h),
três e meia (15 h e 30 min). Acordando três e meia (15 h e 30 min), aí fica
acordado direto até o sono da noite. Oito e meia (20 h e 30 min), nove horas
(21 h e 30 min)... depende. Se ele dormir às nove horas (21 h) ele acorda
no outro dia pela manhã, às sete (7 h), sete e meia (7 h e 30 min)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 75 e na figura C.17.
263
Tabela 75: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 17
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V17 M 19m 21 h às 7 h e 30
min
9 h e 30 min
às 12 h
14 h às 15 h e
30 min
7 h e 30 min às 9 h e 30
min
12 h às 14 h
15 h e 30 min às 21 h
00
Total 1 10 h e 30 min 4 h 9 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 14 h e 30 min TTV: 9 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V17 = Vidente 17
Figura C.17: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V17.
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê não possui horários certos de alimentação, mas costuma tomar banho
ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere
no sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
264
VIDENTE 18:
V18 - Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com sete meses. Nascido a termo pesando 3,180 kg
apresentando histórico de problemas visuais (baixa visão em um primo do grau)
na família paterna, causado por retinopatia da prematuridade. O bebê ainda é
amamentado ao seio até os sete meses. Não apresenta queixa de problemas
visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno é escuro. O melhor período de sono é o período de sono diurno. O bebê
dorme melhor com a luz acesa. A luz influencia o sono do bebê. A mãe relata:
“Eu percebia que antes, quando a luz estava acesa ele até não tinha esses
problemas de acordar chorando e coisa e tal... Não sei se transmite
segurança a luz, ele acordar e ver alguém... eu acho que, eu penso assim: o
dia que ele está meio enjoado, aí, quando ele está enjoado ele acorda muitas
vezes. Aí, com a luz apagada eu acho que ele olha e não ninguém, e com
a luz acesa ele já vê a gente ali, ‘né’, do lado dele”.
- Ciclo sono/vigília:
“Acorda seis horas (6 h) e fica acordado aumas oito horas (8 h), fica
enjoado e dorme. Aí dorme até dez horas (10 h). Acorda dez horas
(10 h), almoça, a tarde brinca e à tardinha pro lado de umas três horas
(15 h), às vezes ele dorme um pouquinho... dorme até umas seis (18 h).
Aí acorda e dorme pro lado de umas nove (21 h), dez horas (22 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 76 e na figura C.18.
265
Tabela 76: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 18
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V18 M 7m 21 h às 6 h 8 h às 10 h
15 h às 18 h
6 h às 8 h
10 h às 15 h
18 h às 21 h
00
Total 1 9 h 5 h 10 h 00
Total 2 TTS: 14 h TTV: 10 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V18 = Vidente 18
Figura C.18: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V18
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê não possui horários certos de alimentação, mas costuma tomar banho
ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere
no sono do bebê. A família não possui organização na rotina alimentar; possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
266
VIDENTE 19:
V19 - Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com dezenove meses (um ano e sete meses).
Nascido a termo pesando 3,500 kg apresenta histórico de miopia na família materna.
O bebê ainda é amamentado ao seio até os dezenove meses. Não apresenta queixa
de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste beé claro e o ambiente de sono noturno
é escuro. O melhor período de sono é o período de sono noturno. O bebê dorme
melhor em ambiente escuro com a luz apagada. A luz influencia o seu sono. A mãe
relata: “Ah... influencia, porque quando a gente acende a luz ele fica muito agitado”.
- Ciclo sono/vigília
“Ele acorda seis e meia (6 h e 30 min), vai dormir umas dez horas (10 h) e
aí... ele acorda meio dia (12 h)... uma hora (13 h)... aí já acorda, toma banho e
almoça. depois, isso, quando dorme é umas quatro horas (16 h). De quatro
às cinco e meia (de 16 h às 17 h e 30 min). E quando dorme, ‘né’, porque a
maioria das vezes é à noite mesmo. Sete e meia (19 h e 30 min)... oito horas
(20 h)... ele dorme cedo. A maior parte das vezes ele dorme esse horário
de dez horas (10 h) até meio dia (12 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 77 e na figura C.19.
Tabela 77: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 19
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V19 M 19m 20 h às 6 h e 30 min 10 h às 13 h
6 h e 30 min às
10h
13 h às 20 h
00
Total 1 10 h e 30 min 3 h 10 h e 30 min 00
Total 2 TTS: 13 h e 30 min TTV: 10 h e 30 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V19 = Vidente 19
267
Figura C.19: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V19.
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; não possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
VIDENTE 20:
V20 - Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com vinte e um meses (um ano e sete meses).
Nascido a termo pesando 4,125 kg o apresenta histórico de problemas visuais na
família. O bebê foi amamentado ao seio até os quatro meses e não apresenta
queixa de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno é escuro. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê,
tanto o período de sono diurno quanto o período de sono noturno. É indiferente
268
também para o bebê dormir com a luz acesa ou com a luz apagada. A luz não
influencia o sono do bebê.
- Ciclo sono/vigília
“Hoje ela dormiu de manhã, ela acordou oito horas (8 h), quando foi onze
horas (11 h) ela dormiu. Ela dormiu de onze horas (11 h) até duas horas
(14 h). acordou e brinca. Hoje, por exemplo, que ela não dormiu de tarde,
oito e meia (20 h e 30 min)... nove horas (21 h) ela dorme e vai até oito
horas (8 h) de novo. Quando ela dorme de tarde, acordando por volta de
cinco (17 h), seis horas (18 h), ela dorme mais tarde. Dez horas (22 h), dez
e meia(22 h, 22 h e 30 min)... e acorda às oito (8 h), nove horas da manhã
(9 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 78 e na figura C.20.
Tabela 78: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 20
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V20 F 21m 21 h às 8 h 11 h às 14 h 8 h às 11 h
14 às 21 h
00
Total 1 11 h 3 h 10 h 00
Total 2 TTS: 14 h TTV: 10 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V20 = Vidente 20
Figura C.20: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V20
269
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família não possui organização na rotina alimentar; o possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
VIDENTE 21:
V21 - Observações Gerais:
Bebê do sexo masculino com dez meses. Nascido a termo pesando 3,200 kg
não apresenta histórico de problemas visuais na família. O bebê foi amamentado ao
seio até um mês e vinte dias. Não apresenta queixa de problemas visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste bebê é escuro e o ambiente de sono
noturno possui baixa luminosidade. O melhor período de sono é durante o período
de sono noturno. Quanto à luz e à qualidade de sono, o bebê dorme melhor em
ambiente escuro com a luz apagada. Sobre a influência da luz no sono do bebê, a
mãe relata:
“Porque se estiver claro, ele dorme assim de ladinho, ele fica assim... e ele
não dorme aí onde ele dorme tem que estar meio escuro aí ele dorme
tranqüilo. Se for de dia tem que escurecer... se tiver claro ele mexe muito e
não dorme... eu acho que sim, porque, no dia, quando está muito claro, se eu
for fazer ele dormir num lugar claro, ele o dorme. Ele fica acordado. É
escurecer que ele dorme. Eu acho que a luz atrapalha sim”.
- Ciclo sono/vigília
“De manhã ele acorda oito (8 h), aoito e meia (8 h e 30 min) ele acorda. Aí
depois ele volta a dormir dez e meia (10 h e 30 min), dez e vinte (10 h e 20
min), por volta desse horário assim ele está dormindo de novo. dorme
até onze (11 h), onze e vinte (11 h e 20 min), assim. Acorda almoça e depois
270
quatro horas da tarde (16 h). Fica acordado de onze (11 h) até as quatro
(16 h). dorme de quatro (16 h) até seis (18 h), dorme... sempre ele faz
isso. Aí depois quando dá oito e meia (20 h e 30 min), nove horas (21 h), está
indo dormir de novo. vai até no outro dia, direto, acordando pra mamar
duas vezes. Ele acorda duas vezes, mas ele quando sonha, ele acorda
chorando. Às vezes, na noite ele acorda três... quatro vezes chorando,
acalma, dorme. Aí depois acorda, mama, dorme e acorda de novo”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 79 e na figura C.21.
Tabela 79: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 21
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp.Not.
V21 M 10m 21 h às 8 h e
30 min
10 h e 30 min às
11 h e 20 min
16 h às 18 h
8 h e 30 min às
10 h e 30 min
11 h e 20 min às
16 h
18 h às 21 h
* 3 a 4
Total 1 11 h e 30 min 2 h e 50 min 9 h e 40 min 3 a 4
Total 2 TTS: 14 h e 20 min TTV: 9 h e 40 min
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V21 = Vidente 21
Figura C.21: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V21.
271
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê possui horários certos de alimentação e costuma tomar banho ou
trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no
sono do bebê. A família não possui organização na rotina alimentar; possui
organização na rotina de trabalho e possui organização na rotina de sono.
VIDENTE 22:
V22 - Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino com três meses. Nascido a termo pesando 3,330 kg
não apresenta histórico de problemas visuais na família. O bebê ainda é
amamentado ao seio aos três meses de idade. Não apresenta queixa de problemas
visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste beé claro e o ambiente de sono noturno
á apagado. Quanto ao melhor período de sono, é indiferente para o bebê, tanto o
período de sono diurno quanto o período de sono noturno. O bebê dorme melhor em
ambiente escuro, com a luz apagada. A luz não influencia o sono do bebê.
“Não. Não influencia porque se ela estiver com o sono dela, estando aceso ou
apagado ela dorme. que no caso apagada eu sinto assim, que ela dorme
por mais tempo, do que se ‘tiver’ acesa. Mas de qualquer forma ela dorme”.
- Ciclo sono/ vigília
“Acorda cinco e meia (5 h e 30 min) dorme às sete horas (7 h), ela
acorda às dez horas (10 h) e dorme pro lado de meio dia (12 h) acorda
pras duas horas (14 h), uma hora (13 h)... depende. ela volta a dormir
umas três e meia (15 h e 30 min), quatro horas (16 h), aí acorda pras seis
horas (18 h) e fica acordada até umas nove horas (21 h). Praticamente
todos os dias ela dorme direto. uma vez ou outra que ela acorda. Tem dia.
A maior parte ela dorme a noite toda direto. À noite toda”.
272
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 80 e na figura C.22.
Tabela 80: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 22
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono Diurno Vigília Desp. Not.
V22 F 3m 21 h às 5 h e
30 min
7 h às 10 h
12 h às 14 h
15 h e 30 min às
18 h
5 h e 30 min às 7 h
10 h às 12 h
14 h às 15 h e 30
min
18 h às 21 h
00
Total 1 8 h e 30 min 7 h e 30 min 8 h 00
Total 2 TTS: 16 h TTV: 8 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V22 = Vidente 22
Figura C.22: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V22.
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê não possui horários certos de alimentação mas costuma tomar banho
ou trocar de roupa antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere
no sono do bebê. A família possui organização na rotina alimentar; não possui
organização na rotina de trabalho e não possui organização na rotina de sono.
273
VIDENTE 23:
V23 - Observações Gerais:
Bebê do sexo feminino, com cinqüenta e quatro meses. Nascido a termo
pesando 2,950 kg não apresenta histórico de problemas visuais na família. O bebê
foi amamentado até aos sete meses de idade. Não apresenta queixas de problemas
visuais.
- Luz e ambiente de sono
O ambiente de sono diurno deste beé claro e o ambiente de sono noturno
possui baixa luminosidade. O melhor período de sono é o período de sono noturno e
a mãe relata que o bebê dorme melhor em ambiente escuro, com a luz apagada. A
luz influencia o sono do bebê. A e relata: “Sim. Se acender a luz ela se mexe.
Parece que amanheceu, ‘né’?”
- Ciclo sono/ vigília
“Acorda umas seis e meia (6 h e 30 min)... sete horas (7 h), dorme às quatro
(16 h) uma meia hora... quarenta minutos no máximo. De quatro a quatro e
meia (de 16 h a 16 h e 30 min) e depois volta a dormir às nove, nove e
meia (21 h; 21 h e 30 min). acorda às seis e meia (6 h e 30 min), sete
horas 7 h)”.
Conferir o ciclo sono/vigília desse bebê na tabela 81 e na figura C.23.
Tabela 81: CICLO SONO/VIGILIA DO BEBÊ VIDENTE 23
Ciclo sono/vigília num período de 24 horas Sexo Meses
Sono Noturno Sono
Diurno
Vigília Desp. Not.
V23 F 54m 21 h e 30 min
às 7 h
16 h às 16
h e 30 min
7 h às 16 h
16 h e 30 min às 21 h e
30 min
00
Total 1 9 h e 30 min 30 min 14 h 00
Total 2 TTS: 10 h TTV: 14 h
TTS = Tempo Total de Sono
TTV = Tempo Total de Vigília
Desp. Not. Despertar Noturno
V23 = Vidente 23
274
Figura C.23: Representação do Ciclo Sono/Vigília do Bebê V23.
- Organização familiar e Fatores ambientais
O bebê não possui horários certos de alimentação, costuma ser banhado
antes de dormir. A rotina familiar no início da manhã não interfere no sono do bebê.
A família possui organização na rotina alimentar; possui organização na rotina de
trabalho e possui organização na rotina de sono.
275
APÊNDICE D – Termo/Autorização
UNIVERSIDADE ESTADUAL NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO/UENF
CENTRO DE CIÊNCIAS DO HOMEM/CCH/PGCL//LCL
MESTRADO EM COGNIÇÃO E LINGUAGEM
T
ERMO
/
A
UTORIZAÇÃO
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
A pesquisa "A influência da luz na regularização do ciclo sono/vigília do bebê",
desenvolvida pela mestranda Hildeny Rapozo da Silva Lima sob a orientação da
Profª. Dra. Sylvia Beatriz Joffily, foi proposta ao Programa de Pós-Graduação em
Cognição e Linguagem do Centro de Ciências do Homem - CCH, da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF, como parte do requisito para a
obtenção do título de Mestre em Cognição e Linguagem.
Essa pesquisa tem como objetivo investigar a influência da luz na
regularização do ciclo sono/vigília em três grupos de bebês. O Grupo Um, será
composto por bebês cegos, o Grupo Dois, por bebês com baixa visão e o Grupo
Três, composto por bebês videntes. Para tanto, é necessário que os responsáveis
pelos bebês concordem em responder a um questionário semi-aberto composto por
perguntas referentes ao sono e ao desenvolvimento bio-psico-comportamental dos
bebês. Assegura-se que a identidade dos participantes será mantida em sigilo.
Eu, __________________________________________________________,
tendo lido e entendido os procedimentos acima descritos, concordo em participar da
pesquisa como voluntário.
Para qualquer esclarecimento que se fizer necessário, favor entrar em contato
com Hildeny Rapozo da Silva Lima, pelo telefone (22) 27580127, ou pelo e-mail:
_______________________, _____ de _____________________ de 2007.
276
APÊNDICE E – Questionário Utilizado nas Entrevistas com as Mães
e/ou Responsáveis Pelos Bebês
Q
UESTIONÁRIO
C
OLETA DE
D
ADOS
P
ARA A
P
ESQUISA
Este questionário/entrevista tem por finalidade coletar os dados necessários à pesquisa "A
influência da luz na regularização do ciclo sono/vigília do bebê". Em se tratando de pesquisa
científica, os dados coletados neste questionário, elaborado para esse fim, destinam-se a
uma análise e tratamento quantitativo e qualitativo e assegura-se aos participantes que sua
identificação será mantida sob total e absoluto sigilo.
Obrigada pela sua participação
P
ERFIL DA
A
MOSTRA
IDENTIFICAÇÃO:
1. Cego: C ___________ Baixa Visão: BV ____________ Vidente: V _________
2. Data de Nascimento: ___/___/___ Sexo: F ( ) M ( )
3. Idade do bebê: ____________________ Data da Entrevista: __________________
4. Naturalidade: ____________________________________________________________
5. Cidade onde mora:________________________________________________________
6. Profissão do pai: _________________________________________________________
7. Profissão da mãe: ________________________________________________________
8. Idade do pai: ____________________________________________________________
9. Idade da mãe: __________________________________________________________
PRÉ NATAL:
10. A mãe fez o pré-natal? ( ) sim ( ) não
11. Consultou o ginecologista pelo menos uma vez durante a gravidez? ( ) sim ( ) não
277
12. Houve ameaça de aborto? ( ) sim ( ) não ( ) espontâneo ( ) provocado
( )1º mês ( ) 2º mês ( ) 3º mês ( ) 4º mês ( )outros
13. A mãe apresentou algum problema de saúde durante a gravidez? ( ) sim ( ) não
( ) rubéola ( ) dengue ( ) sífilis ( ) malária ( ) hanseníase
( ) tuberculose ( ) outros
14. Quais medicamentos a mãe fez uso durante a gravidez?
( ) antidepressivos ( ) vitaminas ( ) calmantes ( ) anti-abortivos
15. Período em que fez uso do medicamento.
( ) 1 a 3 meses ( ) 4 a 6 meses ( ) 6 a 9 meses
16. Usou o medicamento por quanto tempo? _____________________________________
17. O parto foi normal, cesárea ou fórceps? Como foi? ______________________________
18. Foi em ambiente hospitalar, em casa ou em outro lugar? _________________________
19. O bebê é prematuro? Nasceu com quantas semanas? ___________________________
20. Existe algum caso de problemas visuais na família materna ou paterna?
( ) sim ( ) não
21. Se existe, qual é o problema?
( ) glaucoma ( ) catarata ( ) miopia ( ) hipermetropia
( ) astigmatismo ( ) retinose pigmentar ( ) cegueira ( ) baixa visão
( ) outros
22. O problema visual é: ( ) congênito ( ) apareceu mais tarde
23. Há algum grau de parentesco entre os pais? ( ) sim ( ) não
24. Se há, qual é o grau de parentesco? _________________________________________
PÓS NATAL:
25. Resultado do teste de APGAR ______________________________________________
26. Qual o peso do bebê ao nascer? ____________________________________________
27. Com quantos centímetros ele nasceu? _______________________________________
28. Apresentou alguma complicação ao nascer? ___________________________________
29. Nasceu cianótico? _______________________________________________________
30. O bebê precisou permanecer na incubadora? __________________________________
31. Por quanto tempo permaneceu na incubadora? ______________________________
32. No hospital, o bebê: ( ) permaneceu em contato com a mãe ( ) ficou no berçário?
33. Quanto tempo permaneceu no hospital?
( ) 1 dia ( ) 2 dias ( ) 3 dias ( ) 4 dias ( ) mais
34. Apresentou algum problema de saúde nos três primeiros anos de vida?
( ) sim ( ) não
278
35. Qual o problema que apresentou e com que idade? ____________________________
36. Quantos meses tinha o seu bebê quando foi observado o seu problema visual? ______
37. Quem observou o problema? _____________________________________________
( ) Mãe ( ) Pai ( ) Responsável ( ) Outra pessoa
38. O que a pessoa notou no bebê, que a levou a suspeitar de algum problema? _________
39. Qual a idade do bebê quando foi diagnosticado pelo oftalmologista, a cegueira/baixa
visão? _________________________________________________________________
40. Qual foi o diagnóstico? ( ) cegueira ( ) baixa visão
* glaucoma congênito ( ) * catarata congênita ( )
* Retinopatia da prematuridade ( ) * Outros ( )
41. A família foi orientada a procurar algum serviço oftalmológico especializado ?
( ) sim ( ) não
42. Qual o local de atendimento indicado __________________________________
43. Quem teve melhor aceitação do diagnóstico?
( ) mãe ( ) pai ( ) irmãos ( ) babá ( ) avó ( ) outros
44. Quem teve mais dificuldades em aceitar o diagnóstico do bebê?
( ) mãe ( ) pai ( ) irmãos ( ) babá ( ) avó ( ) outros
45. O seu bebê faz algum acompanhamento clínico sistemático? ( ) sim ( ) não
46. Qual o tipo de tratamento? ________________________________________________
( ) visitas regulares ao pediatra ( ) visitas regulares ao oftalmologista
( ) programa de estimulação visual precoce. Onde? __________________________
( ) outros
47. Seu bebê faz uso de:
( ) vitaminas ( ) antialérgicos ( ) anticonvulsivante ( ) calmante ( ) outros
48. O seu bebê apresenta algum problema respiratório? ( ) sim ( ) não
49. Você alguma vez observou se o seu bebê demora a respirar em algum momento
enquanto dorme? ( ) sim ( ) não
50. Aproximadamente quanto tempo? ( ) menos de 10s ( ) mais de 10s
A MÃE E O SONO
51. Como é o sono da mãe?
( ) sente que dorme bem ( ) sente que não dorme direito ( ) não dorme
( ) precisa tomar algum remédio para dormir
52. A mãe ronca? ( ) sim ( ) não
53. A mãe revelou alguma vez sinais de depressão? ( ) sim ( ) não
279
54. Os sinais ocorreram:
( ) antes da gestação ( ) durante a gestação ( ) depois da gestação
55. Se ocorreram durante a gestação, em que período? (meses)
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
( ) ainda permanecem
56. A mãe faz tratamento médico para depressão? ( ) sim ( ) não
57. Há quanto tempo fez tratamento para depressão? ______________________________
58. A mãe precisou usar algum medicamento para dormir durante a gestação?
( ) sim ( ) não
59. Qual foi o medicamento, e por quanto tempo usou? (meses gestacionais)
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
60. A mãe faz uso de:
( ) vitaminas ( ) antialérgicos ( ) anticonvulsivante ( ) calmante
( ) outros
O BEBÊ E O SONO
61. Antes de a cegueira ser diagnosticada, você sabia identificar se o seu bebê estava
dormindo ou acordado? ( ) sim ( ) não
62. E depois do diagnóstico de cegueira, mudou alguma coisa? ______________________
63. Como você identifica se o seu bebê está dormindo? ____________________________
64. Como o bebê se comporta durante o sono?
( ) tranqüilo? ( ) agitado? ( ) emite algum som ( ) dorme em silêncio
( ) faz algum movimento rítmico durante o sono.
65. Você poderia descrever como eram os ciclos de sono/vigília do seu bebê; ou seja, os
períodos em que dormia e acordava durante os primeiros dias de vida? (4 semanas)
66. Aconteceu alguma ocorrência nestes ciclos que chamou a sua atenção? O que foi que
aconteceu?
67. Este acontecimento se dava:
( ) durante o dia ( ) durante a noite ( ) (ambos) dia e noite?
68. Esse comportamento ainda permanece? ( ) sim ( ) não
69. A que horas o seu bebê costuma dormir a noite? _______________________________
70. A que horas o seu bebê acorda pela manhã? __________________________________
71. O seu bebê dorme durante toda a noite sem acordar nenhuma vez? ( ) sim ( ) não
72. Quantas vezes o seu bebê costuma acordar durante a noite?
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) mais
280
73. Durante o dia, a que horas o bebê dorme e a que horas acorda? (montar o ciclo de sono
do bebê desde o momento em que ele acorda. De um ao outro despertar).
74. Quanto tempo o seu bebê dorme em cada período de sono diário? _________________
75. Quando o seu bebê dorme durante o dia, o ambiente em que ele dorme é escurecido
com cortina, ou com alguma outra coisa? ( ) sim ( ) não
76. Você se lembra de algum ritual que se estabeleceu para que seu bebê começasse a
dormir, ou para despertar? ( ) sim ( ) não
77. Com quantos meses esse ritual se estabeleceu? (idade do bebê) __________________
78. O seu bebê possui algum objeto "transicional" para dormir? ( ) sim ( ) não
79. Que objeto é? ( ) um paninho ( ) um bichinho ( ) chupa o dedo
( ) mexe no próprio cabelo ( ) mexe no cabelo da mãe ( ) outros
80. Com quem o seu bebê dorme durante toda a noite?
( ) sozinho ( ) com os pais ( ) com irmãos ( ) avó ( ) outros
81. Alguém dorme com o bebê durante o dia? ( ) sim ( ) não
82. Com quem o seu bebê dorme durante o dia?
( ) sozinho ( ) com os pais ( ) com irmãos ( ) outros
83. O seu bebê dorme melhor:
( ) durante o dia ( ) durante a noite ( ) ambos: dia e noite
84. O seu bebê possui um quarto só para ele? ( ) sim ( ) não
85. Possui uma cama só para ele? ( ) sim ( ) não
86. O ambiente em que o seu bebê dorme à noite:
( ) possui baixa luminosidade ( ) é completamente aceso
( ) é completamente apagado
87. Você percebe que o seu bebê dorme melhor com a luz: ( ) acesa ( ) apagada
88. Você acha que a luminosidade influencia de alguma maneira o dormir ou o acordar do
seu bebê? ( ) sim ( ) não
89. Você acha que ruídos influenciam o comportamento do seu bebê durante o sono?
( ) sim ( ) não
90. Você acha que odores influenciam o comportamento do seu bebê durante o sono?
( ) sim ( ) não
91. Você acha que a fome influencia o comportamento do seu bebê durante o sono?
( ) sim ( ) não
92. Você acha que o toque (quando seu bebê sente alguém tocá-lo) influencia o seu
comportamento durante o sono? ( ) sim ( ) não
281
FATORES SOCIAIS
93. O seu bebê quando está acordado percebe mudanças no ambiente, quando alguém
entra ou sai? ( ) sim ( ) não
94. Quando você está para sair do ambiente em que está, se o bebê estiver acordado,
como ele reage?
( ) chora ( ) apenas olha ( ) não esboça nenhuma reação
95. Desde quando você começou a observar esse comportamento no seu bebê (idade do
bebê)? _________________________________________________________________
96. Quem é responsável pelo bebê a maior parte do tempo?
( ) mãe ( ) pai ( ) babá ( ) irmã (o) ( ) avó ( ) outros
97. A pessoa que cuida do bebê é calma ou agitada? ______________________________
98. Qual a idade da pessoa que cuidava do seu bebê nos primeiros dois meses de vida?
( ) 10 – 20 anos ( ) 21 – 30 anos ( ) 31 – 40 anos ( ) mais
99. Qual o sexo da pessoa que cuidava do seu bebê nos primeiros dois meses de vida?
( ) feminino ( ) masculino
100. Qual a idade da pessoa que cuida hoje do seu bebê?
( ) 10 – 20 anos ( ) 21 – 30 anos ( ) 31 – 40 anos ( ) mais
101. Qual o sexo da pessoa que cuida hoje do seu bebê?
( ) feminino ( ) masculino
102. O seu bebê foi amamentado no seio? ( ) sim ( ) não
103. Até que idade? _________________________________________________________
104. Como era o sono do seu bebê durante o período em que foi amamentado no seio?
( ) dormia durante toda a noite ( ) acordava durante a noite
105. O sono do seu bebê se alterou após ser desmamado? ( ) sim ( ) não
106. Como foi essa alteração? _________________________________________________
107. A que horas a mãe vai se deitar? ___________________________________________
108. A que horas ela costuma se levantar pela manhã? _____________________________
109. A mãe acorda durante a noite para amamentar/alimentar o bebê? ( ) sim ( ) não
110. Quantas vezes ela acorda?
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) mais
111. A mãe acorda à noite para amamentar:
( ) sempre nos mesmos horários ( ) em qualquer horário que o bebê acordar
112. O bebê é amamentado/alimentado sempre nos mesmos horários durante o dia?
( ) sim ( ) não
113. Quantas vezes a mãe acorda à noite por motivos diversos?
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) mais
282
114. A partir de que idade seu bebê começou a receber outra alimentação além do leite
materno?
Suco: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
Sólidos: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
115. Seu bebê dá sinais de perceber a aproximação do alimento? ( ) sim ( ) não
116. Como é o apetite do seu bebê? ( ) bom ( ) ruim
117. O bebê é levado a passear ao ar livre?
( ) todos os dias ( ) 1 vez por semana ( ) 2 vezes por semana
( ) três vezes por semana ( ) mais
118. Com de que idade o passeio teve início? _____________________________________
119. Quem o levava para passear? ( ) uma pessoa ( ) várias
120. Se várias pessoas, elas conversavam:
( ) com o bebê ( ) conversavam apenas entre si?
121. Hoje, quem leva o seu bebê para passear? ( ) uma pessoa ( ) várias
122. Se várias pessoas, elas conversam:
( ) com o bebê ( ) conversam apenas entre si?
123. Hoje, o seu bebê vai passear: ( ) no colo ( ) no carrinho ( ) andando
124. A que horas normalmente o bebê é levado a passear?
( ) pela manhã ( ) à tardinha
125. Quanto tempo dura o passeio? ( ) 1 hora ( ) 2 horas ( ) 3 horas ( ) mais
126. Quando está passeando o bebê: ( ) costuma dormir ( ) se mantém desperto
VIDA FAMILIAR E MODULADORES PERIFÉRICOS / SOCIAIS
127. Quantos irmãos têm o seu bebê?
( ) nenhum ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) mais
128. Qual a idade dos irmãos? _________________________________________________
129. Ajudam a cuidar do bebê? ( ) sim ( ) não
130. A família possui rotinas alimentares (horários certos)? ( ) sim ( ) não
131. A família possui rotinas diárias de trabalho? ( ) sim ( ) não
132. A família possui rotinas diárias de sono? ( ) sim ( ) não
133. O seu bebê costuma ser banhado ou mudar de roupa antes de ir para a cama?
( ) sim ( ) não
134. A que horas habitualmente sua família costuma dormir (ir para a cama)? ___________
135. A que horas habitualmente sua família costuma acordar pela manhã? ______________
136. Esta rotina da manhã interfere no sono do seu bebê? ( ) sim ( ) não
283
137. Após o diagnóstico sobre o problema visual do seu bebê a rotina familiar se
alterou? ( ) sim ( ) não
138. Como foi essa alteração? _________________________________________________
139. A família possui o hábito de conversar com o bebê? ( ) sim ( ) não
140. A família conversa com o bebê?
( ) Desde antes de nascer (na barriga) ( ) Depois do nascimento
141. Se a família conversa com o bebê depois do nascimento, conversa em quais
momentos?
( ) Todo o tempo ( ) Apenas nos momentos de higiene
( ) Somente às refeições
142. Quando a mãe, ou o responsável conversa com o bebê, ele, o bebê, costuma
levar as mãos para tocar o rosto da pessoa que fala? ( ) sim ( ) não
143. Qual é o comportamento do bebê quando se conversa com ele?
( ) sorri ( ) balbucia ( ) outros
144. O seu bebê reconhece a voz materna? ( ) sim ( ) não
145. Com quantos meses o bebê deu sinais de reconhecimento pela voz da mãe,
diferenciando-a da voz das demais pessoas?
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
146. Com quantos meses o bebê sustentou o pescoço? _____________________________
147. Com quantos meses o bebê rolou?__________________________________________
148. Com quantos meses o bebê sentou sem apoio?_______________________________
149. Com quantos meses o bebê engatinhou? ____________________________________
150. Com quantos meses o bebê balbuciou? _____________________________________
151. Com quantos meses o bebê andou? ________________________________________
152. Com quantos meses o bebê apresentou controle esfincteriano urinário?_____________
153. Com quantos meses o bebê apresentou controle esfincteriano fecal? ______________
154. Com quantos meses o bebê falou? _________________________________________
155. Com quantos meses o bebê deu sinais de reconhecimento de estímulos auditivos
no ambiente externo? ____________________________________________________
156. Como você percebeu que o bebê estava reconhecendo sons? ____________________
157. Com quantos meses o bebê deu sinais de reconhecimento de estímulos olfativos
no ambiente externo? ___________________________________________________
158. Como você percebeu que o bebê estava reconhecendo um cheiro? _______________
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159. Com quantos meses o bebê deu sinais de reconhecimento de estímulos táteis no
ambiente externo? Ele reconhecia se era a mãe, ou quem cuidava dele, quem o
tocava? ( ) sim ( ) não
160. Como você percebeu que o bebê reconhecia o seu toque? ______________________
161. Com quantos meses o bebê deu sinais de preferência por algum brinquedo e como era
a textura desse brinquedo? (Sinais de reconhecimento de objetos no ambiente
utilizando o tato). ______________________________________________________
162. Com quantos meses o bebê levou a mão para buscar um objeto que o atraía no
ambiente através do som? ________________________________________________
163. Com quantos meses o bebê levou a mão para pegar um objeto que o atraía através do
olhar? ________________________________________________________________
164. Você gostaria de apresentar alguma crítica ou sugestão para essa pesquisa? _______
165. Você gostaria de acrescentar algo mais? _____________________________________
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