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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE ARTES – CEART
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA - PPGMUS
SIMONE GUTJAHR
ATUAÇÃO DE MÚSICOS EM ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS DE
DESTERRO NOS PERÍODOS COLONIAL E IMPERIAL
FLORIANÓPOLIS – SC
2010
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SIMONE GUTJAHR
ATUAÇÃO DE MÚSICOS EM ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS DE
DESTERRO NOS PERÍODOS COLONIAL E IMPERIAL
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Música do Centro de
Artes da UDESC na área de concentração
Musicologia-Etnomusicologia como requi-
sito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Música.
Orientador: Prof. Dr. Marcos Tadeu Holler
FLORIANÓPOLIS – SC
2010
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SIMONE GUTJAHR
ATUAÇÃO DE MÚSICOS EM ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS DE DESTERRO
NOS PERÍODOS COLONIAL E IMPERIAL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Música do Centro
de Artes da UDESC na área de concentração Musicologia-Etnomusicologia como
requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Música.
Florianópolis, 5 de março de 2010
Dedico este trabalho
a meus pais Alfredo e Helga
e às minhas irmãs Marisa, Valéria e Patrícia
AGRADECIMENTOS
A meu orientador, Marcos Holler, pelo auxílio e críticas construtivas e pela
amizade, dedicação, paciência, competência e orientações sempre muito
precisas: muitas vezes, obrigada!
Aos professores do PPGMUS-UDESC Sérgio Figueiredo, Maria Bernardete
Póvoas, Guilherme Barros, Acácio Piedade, Marcos Holler e Jo Soares por
dividirem seu tempo e informações.
Aos membros da banca examinadora Silvana Scarinci e Paulo Augusto
Castagna – pelas observações e valiosas contribuições.
Aos meus amigos e colegas de mestrado pelas idéias e momentos
compartilhados dentro e fora da Universidade: Andrey Garcia, Roberto Rossbach,
Júlio Córdoba, Vanilda Godoy, Rodrigo Warken, Luciana Goss, Mauro Cislaghi,
Alexandre Gonçalves, Gilberto Borges, Vânia Pontes, Cláudio Thompson, Rodrigo
Moreira, Carla Domingues, Fred Bezerra, George Farias, Ester Bencke.
Às secretárias do Programa (Lilian, Yáskara e Rosângela) e à Universidade
do Estado de Santa Catarina pela bolsa de monitoria no segundo ano do curso.
Aos funcionários da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, da Ordem
Terceira de São Francisco, Cúria Metropolitana, Biblioteca Pública e aos bolsistas
do curso de História da UDESC pela simpatia e atendimento: André, Fátima,
Wendy, D. Ivone, Nubia, Janice, D. Mercedes, Priscila.
Aos membros da Família Sousa (Sueli, Togo e Theo) pela receptividade,
tempo disponibilizado e troca de informações.
Ao Marcelo Theo pelas dicas.
A minha família e cunhados pelo apoio financeiro e emocional, incentivo,
carinho, preocupação e auxílio indispensáveis. Amo vocês!
Aos amigos, de longe e de perto, importantes em muitos momentos vividos
nesse período e na minha vida: Eugênio, Perla, Elaine, Família Raiser, Leandra e
Lizandra, Josinha, Nélia, Claudinéia e Giovane Pacheco, Simone Öelke, Iêda
Pinz, Silvana Mariani, Leonardo Barbi, Laura, Laís, Moema, Glaci, Michel, Cláudio
e Raquel, Jana, Guta, Alfredo, Sophia(étis), Smaranda e Daniel, Joan Anton
Daniel, Jordi Royo, Rogério, Marcos, Sebastian, o meu carinho, apreço e
saudades...
A Arnildo Barossi pela companhia, amizade, presteza e generosidade.
Ao Gustavo Weiss que colaborou na realização da leitura da
documentação e com o trabalho artesanal de fotografia e transcrição, obrigada
pela companhia, amizade, conversas e boas risadas.
A Deus pela saúde e pela força. Gracias a la vida!
RESUMO
Os documentos das associações religiosas são uma relevante fonte de
informações acerca da prática musical e da atuação de músicos durante os
séculos XVIII e XIX no Brasil. Neste trabalho são apresentadas informações
obtidas em documentos de três associações religiosas existentes em Desterro
(atual Florianópolis), a partir das quais é traçado um panorama musical dessas
instituições e apresentado um Te Deum que, até o momento, representa um
exemplo da produção musical sacra desterrense da primeira metade do séc. XIX.
Entremeando informações recolhidas das fontes primárias (documentação das
associações e jornais de época), os músicos são situados no contexto cio-
cultural de Desterro; também é mostrado o surgimento de outros ambientes que
representaram novas possibilidades para a prática musical e para os músicos, a
partir da segunda metade do séc. XIX, embora as associações religiosas tenham
se mantido como um local para a sua realização até o final do período imperial.
Palavras-chave: História da música em Santa Catarina. Música em associações
religiosas. Música nos períodos colonial e imperial.
ABSTRACT
Documents produced by religious associations are an important source about the
musical practice and the activities of musicians during the 18th and 19th Century
in Brazil. This dissertation investigates data obtained from documents of three
religious associations based in Desterro (today Forianópolis). From these sources,
the researcher traced a profile for those institutions and presents a Te Deum
which represents, until the present, the sacred music from Desterro in the first half
of the 19th century. Interposing information obtained from primary sources
(documents from the religious associations and newspapers), the musicians are
located in the social-cultural context of Desterro. It also shows the emergence of
others environments that represented new possibilities for the musical practice
and for musicians from the second half of the 19th century on, although the
religious associations remained as a place for their musical activities until the end
of the imperial period.
Key words: History of music in Santa Catarina. Music in religious orders,
Music in Brazilian colonial period. Music in Brazilian Imperial period.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Despesas da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de
1754-1756...... ......................................................................................... 19
Figura 2 - Recibo de pagamento ao mestre de capela José de Almeida Moura
(1766) ....................................................................................................... 20
Figura 3 – Desterro no séc. XVIII contemplada do Morro da Boa Vista .................... 27
Figura 4 - A Vila de Nossa Senhora do Desterro 1803-1810 .................................... 27
Figura 5 – Teatro Álvaro de Carvalho em fins do séc. XIX ........................................ 29
Figura 6 - Localização das capelas e igrejas do séc. XVIII ao início do séc. XX na
Ilha de Santa Catarina .............................................................................. 34
Figura 7 – Localização das capelas em mapa aproximado de Desterro
no séc. XIX .............................................................................................. 35
Figura 8 – Localização das capelas em mapa atual .................................................. 36
Figura 9 – Capela da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco da Penitência ..... 39
Figura 10 – Capela da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco da Penitência ... 40
Figura 11 – Capela de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito .......................... 42
Figura 12 – Capela de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito .......................... 43
Figura 13 – Capela do Menino Deus em seus primórdios - séc. XVIII ...................... 45
Figura 14 – José Brasilício de Sousa aos 24 anos, [1878?] ...................................... 60
Figura 15 - Manuscrito mais antigo sobre a prática musical na Venerável Ordem
Terceira de São Francisco da Penitência, 1748-1749 ............................. 65
Figura 16 – Frontispício do Te Deum em Do Maior
de João F. S. Coutinho,
anterior a 1861 ....................................................................................... 81
Figura 17 – Primeira página do Te Deum em Do Maior
de João F. S. Coutinho,
anterior a 1861 ....................................................................................... 81
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Legenda de identificação das Capelas e Igrejas do séc. XVIII ao início
do séc. XX na Ilha de Santa Catarina ..................................................... 33
Quadro 2 – Despesas com a prática musical das associações religiosas de
Desterro até 1889 ................................................................................... 62
Quadro 3 – Os músicos em associações religiosas de Desterro nos períodos
colonial e imperial ................................................................................... 67
Quadro 4 – Músicos “irmãos” em associações religiosas de Desterro ...................... 70
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 01
1.1
Referencial Teórico ........................................................................................ 04
1.2
Revisão de Literatura ..................................................................................... 07
1.2.1 Sobre a música em Desterro ................................................................. 07
1.2.2 Sobre o contexto sócio-cultural de Desterro .......................................... 09
1.2.3 Sobre as associações religiosas ............................................................ 10
1.3
Acervos e Fontes ........................................................................................... 12
1.3.1 Acervos consultados .............................................................................. 12
1.3.1.1 O acervo da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da
Penitência .................................................................................... 12
1.3.1.2 O acervo da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São
Benedito ...................................................................................... 13
1.3.1.3 O acervo da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos ................ 14
1.3.1.4 Arquivo Histórico Eclesiástico de Santa Catarina. ....................... 15
1.3.1.5 Acervos em outras irmandades. .................................................. 16
1.3.1.6 Acervo da Família Sousa ............................................................. 17
1.3.1.7 Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina.......................... 17
1.3.1.8 Biblioteca Nacional ...................................................................... 17
1.3.2 Documentação....................................................................................... 18
1.3.2.1 Documentos manuscritos ............................................................ 18
1.3.2.2 Fontes impressas ........................................................................ 21
1.3.2.3 Partituras ..................................................................................... 22
2.
AS
ASSOCIÕES
RELIGIOSAS
EM
DESTERRO
NOS
CULOS
XVIII
E
XIX ................................................................................................................ 23
2.1
Aspectos históricos de Desterro – Séculos XVIII e XIX.................................. 23
2.2
As associações religiosas .............................................................................. 30
2.3
As associações religiosas em Desterro .......................................................... 32
2.3.1 A Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência .............. 37
2.3.2 A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito ................ 40
2.3.3 A Irmandade do Senhor Jesus dos Passos ........................................... 44
2.3.4 Outras associações religiosas ............................................................... 45
3.
OS
MÚSICOS
ATUANTES
E
A
MÚSICA
EM
ASSOCIAÇÕES
RELIGIOSAS
DE
DESTERRO ........................................................................................................... 47
3.1
Músicos mencionados .................................................................................... 47
3.1.1 José de Almeida Moura. ........................................................................ 47
3.1.2 Pe. Inácio José Galvão .......................................................................... 48
3.1.3 Pe. Domingos Francisco de Souza Coutinho ........................................ 48
3.1.4 José Luiz do Livramento ........................................................................ 48
3.1.5 Domingos Gomes da Silva .................................................................... 49
3.1.6 Francisco Luiz do Livramento. ............................................................... 49
3.1.7 João Francisco de Souza Coutinho ....................................................... 49
3.1.8 José Manoel de Souza. ......................................................................... 51
3.1.9 Francisco de Paula Silveira. .................................................................. 51
3.1.10 José Maria Martins Leoni ..................................................................... 52
3.1.11 Alberto Richter ..................................................................................... 53
3.1.12 Augusto Guilherme Hautz .................................................................... 54
3.1.13 Esterlita [Estelita Selnita A [Freitas?] ................................................... 55
3.1.14 Francisco José da Costa ..................................................................... 56
3.1.15 José Brasilício de Sousa.. ................................................................... 57
3.1.16 Amâncio Antônio da Luz ...................................................................... 60
3.1.17 Joaquim Juvêncio, João Francisco e José Cidade. ............................. 61
3.1.18 Outros músicos .................................................................................... 61
3.2
A música na documentação das associações religiosas de Desterro. ........... 62
3.2.1 Os músicos e as associações................................................................ 66
3.2.2 O órgão .................................................................................................. 72
4.
AS
ASSOCIAÇÕES
RELIGIOSAS
COMO
UM
ESPAÇO
DE
ATUAÇÃO
PARA
OS
MÚSICOS ........................................................................................................ 75
4.1
O
séc. XVIII: os mestres de capela ................................................................ 76
4.2
A primeira metade do séc. XIX: o Te Deum de Coutinho ............................... 79
4.2.1 Te Deum em Do M ................................................................................ 80
4.3 Um compositor em Desterro na segunda metade do séc. XIX: José
Brasilício ......................................................................................................... 85
4.3.1 Influências externas na expansão das
atividades musicais
de Desterro ............................................................................................ 89
5.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS .................................................................................. 92
6.
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 94
6.1
Referências bibliográficas. ............................................................................. 94
6.2 Documentos manuscritos ............................................................................... 102
6.3 Documentos datilografados. .......................................................................... 105
6.4 Periódicos e Jornais ....................................................................................... 105
6.5 Partituras manuscritas ................................................................................... 105
6.6 Partituras Impressas ...................................................................................... 106
6.7 Fontes das ilustrações. .................................................................................. 106
APÊNDICE ................................................................................................................ 109
Apêndice 1 – Demonstrativo de despesas com os músicos que atuaram nas
associações religiosas de Desterro até 1889 ...................................... 110
ANEXOS ................................................................................................................... 115
Anexo 1 – Se eu fosse querido (partitura) ................................................................. 116
Anexo 2 – Os Encantos da Charton (partitura).......................................................... 120
Anexo 3 – Hymno à suas Magestades Imperiaes (autógrafo) ................................... 125
Anexo 4 – Hymno Catharinense (partitura) ............................................................... 128
Anexo 5 – Hino à Virgem Nossa Senhora das Dores (letra) ..................................... 131
Anexo 6 - Hino do Estado de Santa Catarina (fac-símile) ......................................... 132
Anexo 7 – Hino do Estado de Santa Catarina (partitura) .......................................... 135
Anexo 8 - [P]ymolin[a] (partitura) ............................................................................... 140
Anexo 9 – Transcrição dos manuscritos da VOTSF .................................................. 145
Anexo 10 – Transcrição dos manuscritos da INSR ................................................... 180
Anexo 11 – Transcrição dos manuscritos da ISJP .................................................... 183
Anexo 12 – Assinaturas ............................................................................................ 196
1
1. INTRODUÇÃO
no séc. XVIII na Vila de Nossa Senhora de Desterro (ou
simplesmente Desterro,
1
como passou a ser chamada) registros desicos
que atuavam em diferentes setores da sociedade, tanto no âmbito profano
quanto no sacro. Um dos espaços para a atuação desses músicos era
proporcionado pelas irmandades e ordens terceiras nas quais se realizava uma
série de eventos relacionados ao calendário religioso e outros comemorativos
de cunho político e social. Essas associações foram instituídas na Ilha de
Santa Catarina por meio dos imigrantes portugueses, algumas ainda no séc.
XVIII, como a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência,
instalada em 1745, a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos,
posteriormente Nossa Senhora do Rosário e São Benedito de 1750 e a
Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, instituída em 1765. Dessa forma, a
documentação dessas instituições, preservadas nas próprias capelas ou no
acervo da Cúria Metropolitana, apresenta informações relevantes sobre a
prática musical na cidade desde as primeiras décadas de sua fundação.
Para o presente trabalho foram levantadas informações sobre a atuação
de músicos nas associações religiosas de Desterro desde o séc. XVIII até o
final do Império, em 1889. Embora existissem diversas associações religiosas
em Desterro durante esse período, são focadas apenas três delas que, além de
serem as mais antigas, são as poucas que ainda preservam em seus arquivos
a documentação da época. A documentação das associações religiosas é uma
1
Atualmente Florianópolis, nome que recebeu somente em 1894; neste trabalho, devido ao
fato de o período abordado ser anterior a essa data,será mantido o nome Desterro.
2
fonte relevante sobre a prática musical e músicos
2
que atuavam nesses locais,
apesar de não ser a única. Os dados obtidos a partir dessas fontes foram
comparados a outros documentos (como os jornais) e revelam aspectos da
vida musical em Desterro nos séculos XVIII e XIX.
Com base nessas informações e em meio ao panorama discorrido,
surgem alguns questionamentos: quem foram esses músicos? Que espaços
eram disponibilizados a eles e que atuação tiveram no âmbito musical sacro e
sócio-cultural de Desterro? Quais são as fontes documentais sobre a vida e a
atuação desses músicos nesse contexto?
A dissertação está estruturada em quatro capítulos. O primeiro capítulo
trata de aspectos de cunho metodológico apresentando os objetivos, a
metodologia, justificativa, além do referencial teórico e revisão de literatura.
Com intuito de trazer maior visibilidade acadêmica ao trabalho, neste capítulo é
apresentado ainda um levantamento dos acervos e fontes consultados que
possam ser de interesse musicológico.
No segundo capítulo é apresentado o contexto histórico desterrense nos
séculos XVIII e XIX no qual as associações religiosas estavam inseridas,
baseado em trabalhos e livros que abordam aspectos históricos, sociais,
econômicos e religiosos de Desterro. O capítulo também apresenta um breve
panorama das associações religiosas de forma geral e um relato histórico das
associações envolvidas neste estudo.
O capítulo três divide-se em duas partes: na primeira delas são
apresentados dados biográficos dos músicos que atuaram nas associações
religiosas, baseado nas fontes primárias encontradas nos acervos consultados
e em referências de livros publicados e jornais da época. A segunda parte
mostra as referências sobre a música e a prática musical nesses espaços
encontradas quase que exclusivamente em fontes primárias.
O quarto capítulo tem por objetivo abordar as associações religiosas
como uma possibilidade de atuação para os músicos, buscando delinear o
surgimento de outros espaços para a prática musical e para sua atuação a
partir da segunda metade do séc. XIX. O capítulo é dividido em três partes: a
2
No contexto apresentado entende-se como “músicos” pessoas que desempenharam
atividades relacionadas à música como professores de instrumentos e canto, regentes,
compositores e instrumentistas que atuaram e viveram em Desterro.
3
primeira delas aborda os mestres de capela do séc. XVIII e a sua relação com
a situação histórica-social da época. A segunda parte enfoca o Te Deum do
compositor desterrense João Francisco de Souza Coutinho, composto no séc.
XIX, interligando-o com o meio social da época. A terceira parte aborda o
surgimento de outros espaços de atuação para os músicos e busca-se mostrar
a inserção do compositor José Brasilício de Sousa no contexto sócio-cultural de
Desterro na segunda metade do séc. XIX.
O objetivo deste trabalho é contextualizar a atuação dos músicos no
âmbito sacro e sócio-cultural de Desterro desde meados do séc. XVIII até o
final do Império no Brasil (1889), a partir das fontes sobre músicos e sobre a
prática musical encontradas nos acervos das associações religiosas. Como
objetivos secundários pretendo disponibilizar um levantamento de fontes
documentais e de referências acerca dos músicos e assuntos relacionados à
música no contexto de associações religiosas em Desterro, contribuir com
informações a respeito de aspectos musicais e culturais evidentes em Desterro
que abrangem este recorte temporal (1750-1889) e colaborar para a ampliação
de bibliografia específica e para a preservação da memória musical do Estado
de Santa Catarina.
Conforme Bispo (1983, p. 32), “tão complexo quanto o objeto de seu
estudo é o problema da metodologia a ser empregada na musicologia que é
dependente de diferentes concepções do mundo e correntes filosóficas”.
As fontes documentais primárias são o principal meio de obtenção de
dados deste trabalho, o qual, portanto, sefundamentado em princípios da
pesquisa documental que, segundo Litto (1987, p. 16), “procura descobrir
informação pertinente e transmitir os resultados a outros pesquisadores a fim
de facilitar seu trabalho”. O autor afirma que produzir obras de referência é a
meta do pesquisador que utiliza este tipo de abordagem (ibid). Para os autores
Ludke & André (1986, p. 38) a análise documental “pode se constituir numa
técnica valiosa de abordagem de dados qualitativos seja complementando as
informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de
um tema ou problema”.
Atualmente, a documentação administrativa de associações religiosas
constitui-se em uma documentação relevante para a pesquisa musicológica.
Em algumas delas os documentos perderam-se ou foram destruídos, porém
4
em outras, foram preservados como é o caso das associações em questão
neste estudo. Dentre as fontes utilizadas para este trabalho estão livros
manuscritos de registro de receitas e despesas, estatutos e compromissos,
livros de assentamento dos irmãos e de pagamentos de anuidades e outros
documentos administrativos, como recibos de pagamentos de músicos e
relatórios de festividades. Esta documentação faz parte do acervo de várias
instituições dentre as quais as mais relevantes o os acervos da Venerável
Ordem Terceira de São Francisco da Penitência de Desterro, da Irmandade de
Nossa Senhora do Rosário e o Benedito e da Irmandade do Senhor Jesus
dos Passos. Os acervos consultados localizam-se na cidade de Florianópolis e
foram visitados durante os meses de fevereiro a agosto de 2009.
Durante a consulta aos acervos, as fontes encontradas foram
fotografadas com câmera digital e em trabalho posterior transcritas, tendo
como base as regras propostas por Vera Lucia Costa Acioli (2003). A
transcrição paleográfica dos documentos referentes à prática musical, músicos,
bem como os artigos que se referem às festividades estabelecidas no
compromisso ou estatuto das associações religiosas encontram-se nos anexos
deste estudo.
Este trabalho integra o projeto de pesquisa Fontes sobre a música em
Desterro nos séculos XVIII e XIX que prevê o levantamento de fontes sobre a
prática e ensino musical em Desterro e conta com a participação de alunos dos
cursos de graduação e pós-graduação em música da UDESC, coordenado pelo
professor Marcos Holler.
1.1 R
EFERENCIAL
T
EÓRICO
Definir a natureza da pesquisa musicológica no Brasil é algo
problemático e tema discutido por especialistas da área como Bispo (1983),
Lucas (1998), Ikeda (1998), Neves (1999), Castagna (1998, 2008). poucos
pontos de apoio determinados em que estudos musicológicos possam basear-
se. Referindo-se às pesquisas, Lucas, em 1998 afirmava que era norteada “por
posicionamentos originados no pensamento positivista” (p. 66); trabalhos com
5
enfoques para o ineditismo e descoberta idealizada (C
ASTAGNA
,
1998,
p.
99),
descritivismo (restritos ao âmbito cnico-estrutural) (I
KEDA
,
1998, p. 64-65),
generalização (N
EVES
,
1999, p.
176),
problemática metodológica (B
ISPO
,
1983,
p.
32) são algumas das tendências dos trabalhos musicológicos e motivo de
preocupação para os autores citados.
Lucas (1998) e Castagna (2008) afirmam que a musicologia brasileira
teve alguns avanços na última década do século XX e que a nova musicologia
que começou a ser estabelecida “teve como metas a superação do modelo
positivista e a procura de novas teorias que pudessem explicar o significado
dos fenômenos estudados” (C
ASTAGNA
,
2008, p. 48). Para uma nova
musicologia mais preocupada com uma reflexão crítica e interpretativa, como
aponta Castagna,
é fundamental que se trabalhe na ampliação das perspectivas da
nova musicologia, sobretudo no que se refere às abordagens mais
críticas e interpretativas, ao desenvolvimento metodológico, à
formação de um maior mero de pesquisadores nos programas de
pós-graduação, ao relacionamento internacional, ao debate sobre
aspectos éticos, ao desenvolvimento dos eventos, ao aumento do
número e da qualidade dos projetos de pesquisa e das publicações, e
ao maior significado social da pesquisa musicológica. É importante,
ainda, que a história da musicologia torne-se uma linha de pesquisa
praticada em várias regiões do país, com a finalidade de se conhecer
melhor o que produzimos, compreender as relações entre a
musicologia brasileira e as tendências internacionais dessa ciência e
utilizar no presente as reflexões sobre a produção musicológica do
passado. (C
ASTAGNA
, 2008, p. 52-53)
Autores que discutem as perspectivas para o desenvolvimento da
musicologia histórica no Brasil e as tendências atuais da musicologia brasileira
(B
ISPO
,
1983;
L
UCAS
,
1998;
C
ASTAGNA
,
1998,
2008) apontam a necessidade de
um diálogo entre as áreas conforme as palavras de Bispo (1983, p. 33) um
“trabalho conjunto entre especialistas e os historiadores do país”. Segundo R.
Fux, em seu dicionário,
como ciência autônoma, a musicologia não pode dispensar das
demais ciências, pois os fenômenos musicais não podem ser
compreendidos senão pela compreensão de fenômenos históricos,
6
religiosos, psicológicos, folclóricos, sociológicos, etc. (apud I
KEDA
,
1998,
p.
65)
Em outras palavras, existe por parte do autor uma preocupação “com a
interdisciplinaridade e com a compreensão da música como fenômeno
relacionado ao social” (ibid).
Herbert (2003) afirma que os paralelos entre tendências nas disciplinas
de história e história da música são facilmente focalizados. Segundo Herbert,
alguns autores têm demonstrado que as práticas musicais são geralmente
dependentes da interação social, econômica e cultural.
A interdisciplinaridade também é discutida por Volpe (2007). Para a
autora
a valorização de abordagens alinhadas com uma história sócio-
cultural da música tem sido bem sucedida em trabalhos realizados
nos domínios institucionais da história [...] e da antropologia, [...] bem
como aqueles desenvolvidos ao abrigo institucional da musicologia
sob a orientação de historiadores de formação.
(V
OLPE
,
2007,
p.
111)
Uma forma de diálogo entre a musicologia e outras áreas é proposta
pelo pensamento da nova história em suas vertentes: a história social, a
história cultural e a micro-história (B
URKE
,
1992,
2004). “A base filosófica da
nova história, segundo o autor, é a idéia de que a realidade é social ou
culturalmente constituída” (B
URKE
,
2002,
p.
11). Em outras palavras, o
relativismo cultural é implícito e “o compartilhar dessa idéia, ou sua suposição,
por muitos historiadores sociais e antropólogos ajuda a explicar a recente
convergência entre essas duas disciplinas” (ibid).
Bispo (1983, p. 28) aponta a necessidade de levantamento documental;
segundo o autor “torna-se cada vez mais necessário o levantamento
documental e a reconsideração estética de outras épocas da História da
música do Brasil, como, por exemplo, grande parte do século XIX”.
Considerando essa informação, o levantamento de fontes documentais e
manuscritos sobre a atuação dos músicos poderá criar subsídios para o
desenvolvimento de futuros estudos e pesquisas. Conforme o autor
7
dentre as tarefas mais prioritárias da musicologia histórica no Brasil,
permanece, em primeiro lugar, a do levantamento, catalogação,
publicação e estudo das fontes musicais primárias, na tentativa de se
aprofundar o conhecimento do passado musical do país no seu todo.
(B
ISPO
,
1983,
p.
34)
Concordando com Bispo, Castagna (2008) mencionou a necessidade
atual da musicologia no Brasil de sistematizar as fontes e catalogar os acervos
o que, segundo o autor “impõe à nova musicologia [brasileira] a
responsabilidade de desenvolver trabalhos sistemáticos, e ao mesmo tempo
reflexivos” (C
ASTAGNA
,
2008, p.
52).
Em Mesa Redonda realizada no I Simpósio de Musicologia, em 1998, a
musicóloga Maria Elisabeth Lucas apontou para a necessidade de se
redirecionar o foco musicológico para “áreas periféricas” na busca de novos
assuntos e na diversificação das fontes possibilitando assim “o cruzamento de
informações, tanto no sentido da complementaridade quanto do contraste”
entre contextos regionais diferentes conforme ressalta a autora
quero [...] chamar a atenção para o fato de que não são de interesse
musicológico apenas aquelas regiões de alta visibilidade histórico-
documental. As chamadas áreas periféricas da sociedade colonial,
praticamente ausentes da historiografia musical brasileira, a exemplo
da região sulina, representam elos importantes na compreensão da
circulação internacional de músicos e repertórios musicais na
passagem da Colônia para o Império. (L
UCAS
, 1998, p. 73)
Desterro localizava-se na periférica região sul, situada fora dos centros
de pesquisa musicológica em evidência nacional, onde os estudos não são
ainda tão freqüentes sendo, portanto, válidas as colocações da autora no que
diz respeito ao período e ao lugar a ser estudado.
1.2
R
EVISÃO DE
L
ITERATURA
1.2.1 Sobre a música em Desterro
8
Existem alguns textos do historiador Oswaldo Rodrigues Cabral que
relatam fatos e reúnem informações sobre a música em Desterro durante o
séc. XIX. Em seu livro A Música em Santa Catarina no Século XIX (1951) o
autor, embora não sendo musicólogo, descreve o panorama musical da época,
em âmbito sacro e profano, enfocando alguns dos músicos que atuaram,
sobretudo em Desterro, exemplos de programas dos concertos, as atividades
musicais que eram realizadas e mencionando alguns dos artistas que por
Desterro se apresentaram. No livro Nossa Senhora do Desterro - Memória 2
(1979) o capítulo Em matéria de artes plásticas e rítmicas, houve mais notas do
que tintas apresenta informações embora com um caráter bastante descritivo,
listando os professores de música e músicos, mencionando as sociedades
musicais existentes e os freqüentes concertos musicais e espetáculos teatrais
que aconteciam na época. Outro capítulo A grande paixão do desterrense pela
Ribalta discorre sobre os espaços destinados às apresentações musicais e às
companhias de teatro. Ainda ligado à tradição historiográfica antiga, Rosa
(apud M
ELLO
, 1991) em seu artigo A História da Música expõe fatos musicais
ocorridos em Desterro, incluindo relatos dos viajantes nos sécs. XVIII e XIX.
Buscando trabalhar dentro das perspectivas da nova musicologia, que
parta de uma pesquisa sistemática, tenha como base procedimentos da
musicologia histórica e se direcione à reflexão, outros estudos vêm sendo
realizados. Trabalhos escritos recentemente em momentos e situações
diferentes dos textos citados anteriormente vêm trazendo, além de
informações, reflexões sobre a prática musical realizada em Desterro. Entre
eles menciono os trabalhos e artigos escritos pelos integrantes do grupo de
pesquisa MUSICS (Música, Cultura e Sociedade) e do curso de graduação em
música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
O artigo Programação Musical no Teatro Santa Izabel escrito por Marcos
Holler e Gustavo Weiss Freccia (2008) aponta exemplos de programas
musicais encontrados nos jornais da época (1831-1889) incluindo o repertório
dos programas de concertos e os artistas que se apresentaram neste teatro.
Os autores buscam refletir sobre as atividades realizadas no contexto histórico
e social da época. Outro artigo relevante intitulado Fontes sobre a História da
Música em Desterro do musicólogo Marcos Holler, escrito em 2008, apresenta
algumas fontes documentais que podem fornecer informações sobre a prática e
9
o ensino da música na Ilha de Santa Catarina e na Vila de Nossa Senhora do
Desterro nos séculos XVIII e XIX. Do mesmo autor, o artigo Atuação das
Sociedades Musicais e Bandas Civis em Desterro durante o Império, escrito
juntamente com Débora Pires (2008) revela as bandas e sociedades civis que
existiram em Desterro no período imperial, apontando as atuações e o seu
significado dentro da sociedade da época. Roberta Santolim e Marcos Holler
(2009) realizaram um estudo sobre a função social do piano e sua trajetória na
cidade de Desterro no séc. XIX intitulado O piano em Desterro no séc. XIX.
Referências e em raros casos uma breve biografia de alguns músicos
que atuaram em Desterro no séc. XIX aparecem no Dicionário da Música em
Santa Catarina escrito por Hélio Teixeira da Rosa (2002) como é o caso de
João Francisco de Souza Coutinho e Augusto Guilherme Hautz. Outras
referências sobre músicos e a prática musical em Desterro o mencionadas
em Memória Barriga-Verde de Manoel Gomes (1990), O Sábio e o Idioma de
Abelardo Sousa (2002), Santa Catarina: história da gente do autor Walter
Piazza (2003) e no livro ‘Capela São Sebastião’ 150 anos de história escrito por
Sara Poyares dos Reis (2006).
1.2.2 Sobre o contexto sócio-cultural de Desterro
No tocante ao contexto histórico-social de Desterro nos séculos XVIII e
XIX o livro História Sócio-cultural de Florianópolis coordenado por Oswaldo
Ferreira de Melo (1991) reúne artigos de diversos autores, a grande maioria
abordando aspectos de colonização da Ilha de Santa Catarina. A Crônica dos
Viajantes Estrangeiros escrito por Maria Regina Boppré (1991) menciona
aspectos da ilha e da vida social da sociedade desterrense ligados aos hábitos
dos moradores sob a ótica dos viajantes. Walter Piazza (1991), por sua vez,
em seu artigo O Povoamento Açoriano enfoca seu estudo no processo de
colonização das freguesias da Ilha de Santa Catarina por açorianos.
De Fernando Henrique Cardoso (2000) o livro Negros em Florianópolis:
relações econômicas e sociais, resultado de um trabalho realizado pelo autor
em 1955, é uma obra que reflete sobre o papel do negro na colonização
10
portuguesa no Brasil Meridional e sobre a presença da mão-de-obra escrava
no povoamento de Santa Catarina, especialmente em Florianópolis.
A autora Carla Laner Garcia escreveu o trabalho Nas Ruínas do
Passado: cotidiano e projeto civilizador em Desterro, 1830-1850 que trata do
cotidiano da cidade de Nossa Senhora do Desterro e objetiva compreender o
funcionamento da inter-relação Estado-sociedade e perceber o discurso e os
projetos da elite política e as modificações que foram aos poucos introduzidas
no dia-a-dia da cidade. Já o trabalho intitulado Entre a praça e o porto: grandes
fortunas nos inventários post mortem em Desterro (1860-1880) de Angelo
Biléssimo (2007), discute a organização econômica e social de Desterro no
séc. XIX, a partir do estudo de algumas das bases da sociedade desterrense.
O autor tenta compreender o que diferenciava a elite da grande base da
população.
É válido citar o artigo de Itamar Siebert (2001), Crônica jornalística,
sociabilidade e vida familiar na Desterro de meados do século XIX que relata a
vida familiar da sociedade desterrense do séc. XIX. Outro artigo escrito por
Oswaldo Cabral (1979, vol. 2), A Religião do povo suas festas, suas
crendices e suas tradições, trata de aspectos no cenário religioso de Desterro
no séc. XIX.
1.2.3 Sobre as associações religiosas
Em âmbito nacional, trabalhos como vem o meu parente: as
Irmandades de pretos e pardos no Rio de Janeiro e em Pernambuco (Século
XVIII), de Antonia Aparecida Quintão (2002) demonstram as manifestações
racistas, implícitas e explícitas, que predominaram nas relações entre os
segmentos sociais das irmandades do Rio de Janeiro e Pernambuco nos
setecentos. Irmandades, Igreja e Devoção no sul do Império do Brasil é o título
do trabalho de Mauro Tavares (2008) que investiga as manifestações de
devoção de irmandades religiosas da cidade de Porto Alegre durante o período
de 1861-1888, Bispado de Sebastião Dias Laranjeira.
Sobre as associações religiosas de Desterro, trabalhos como os de
Oswaldo Cabral intitulados A Venerável Ordem Terceira de São Francisco de
11
Assis da Ilha de Santa Catarina (1945) e Notícia Histórica sobre a Irmandade
de Nossa Senhora do Rosário e o Benedito (1950) discorrem sobre a
história e as primeiras atividades das irmandades incluindo, no primeiro deles,
um capítulo que fala da sica realizada nas missas na Ordem Terceira. Do
mesmo autor o capítulo Templos, Imagens, Confrarias e vários casos
registrados do livro Nossa Senhora do Desterro – Memória (1979) relata fatos e
aspectos históricos das irmandades e igrejas.
Maristela Simão (2006) em seu trabalho vem o dia a dia, vem a
Virge Maria agora e na hora de nossa morte: A Irmandade de Nossa Senhora
do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos discute a presença de
irmandades e confrarias religiosas organizadas por pessoas cativas, libertas ou
homens livres negros de modo a entrever formas de controle social,
organização e interação cultural desenvolvidos na Irmandade do Rosário de
Desterro no período de 1860-1880.
Ainda sobre a mesma irmandade o trabalho de Karla Leandro Raske
(2009) intitulado ““Resolveo a mesa que pelo menos tivesse huma missa
resada”: festas, procissões e celebração da morte na Irmandade de Nossa
Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos em Desterro/SC
1860 a 1890 busca entender, dentre outros aspectos, a estrutura de
funcionamento da irmandade e as festas, procissões e morte.
Referindo-se à Irmandade Senhor Jesus dos Passos o livro Memorial
Histórico da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos organizados em 2
volumes por Nereu do Vale Pereira (1997, v. I; 1998, v. II) relatam sua história,
os personagens e suas “andanças” no intuito de conseguir auxílio para a
construção da capela e do hospital. Os volumes apresentam relatórios
administrativos e financeiros da Irmandade que abrangem o período referente a
1767-1798 (vol. I) e 1892-1894 (vol. II), reprodução de parte do compromisso
de 1840 e fotos de antigos e importantes documentos históricos e outras que
retratam símbolos, procissões e arquitetura da irmandade.
1.3
A
CERVOS E
F
ONTES
D
OCUMENTAIS
12
1.3.1 Acervos consultados
Esta parte do trabalho apresenta uma descrição de acervos e fontes
localizados em Florianópolis e da situação em que se encontram, informações
que podem ser de interesse para a comunidade acadêmica e pesquisadores
em geral.
Os três principais acervos documentais consultados pertencem às
Irmandades do Senhor Jesus dos Passos, de Nossa Senhora do Rosário e São
Benedito e à Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência.
Durante o processo houve algumas dificuldades de consulta por se tratarem de
acervos religiosos e pelo fato de dois deles não estarem sistematizados,
implicando num dispêndio maior de tempo na busca de referências e num
cuidado dobrado no manuseio do material, uma vez que não se encontrando
restaurado ou bem preservado, o manuseio poderia vir a deteriorá-lo ainda
mais.
Além destes três, existem outros acervos de partituras e impressos com
informações que podem contribuir a respeito da prática musical e sicos em
Desterro. Segue abaixo uma descrição dos acervos e fontes consultados.
1.3.1.1 O acervo da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da
Penitência
Em uma das salas localizada em anexo ao prédio da Igreja de São
Francisco, no centro da cidade, está armazenado o acervo da Venerável
Ordem Terceira de São Francisco da Penitência
3
, com documentos a partir do
ano de 1745, data de sua instalação em Desterro. O acervo não es
sistematizado e tampouco recebeu algum tipo de manutenção até o momento;
normalmente não é aberto ao público.
No acervo encontram-se diferentes tipos de livros manuscritos e
documentos administrativos, sendo que parte dessa documentação está
encadernada ou protegida por material mais resistente. Demais documentos
manuscritos como notas, recibos e relatórios encontram-se agrupados ou
3
Endereço: Rua Deodoro, 135 esquina com a Rua Felipe Schmidt, centro de Florianópolis.
13
avulsos. Muitos hinários, livros impressos e folhetos o do séc. XX; registros
fotográficos também são encontrados, porém sem menção de nomes e datas,
possibilitando apenas uma idéia de quando foram feitos.
A documentação consultada refere-se ao período de interesse desta
pesquisa (séc. XVIII até 1889) e foi a seguinte:
1. Livro de Registro de Receitas e Despesas dos anos de 1745 a 1889
2. Livro de Inventário (1783-1792)
3. Estatuto (1780)
4. Auxiliar da Coluna Diária 1 (1853-1877) e 2 (1858 - ?) e Auxiliar da
Coluna do Extrato Diário Contas Correntes da VOTSF (1853-1855) e
(1855-1869)
5. Documentação avulsa recibos de pagamento e relatórios de
festividades
6. Exemplares dos livros de requerimento dos irmãos (1757-1829) e livros
de pagamento das anuidades – séc. XVIII e XIX
A documentação do acervo da Ordem foi consideravelmente relevante
para o desenvolvimento deste trabalho e percebe-se que o material é uma
fonte interessante para ulteriores pesquisas de musicólogos e historiadores.
1.3.1.2. O acervo da Irmandade Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
Esta irmandade mantém seu acervo na sede local junto à Igreja
4
de
mesmo nome. Parte da documentação deste acervo encontra-se em fase de
transcrição como atividade do projeto de pesquisa Irmandades e Confrarias
Católicas de Africanos e Afrodescendentes em Desterro século XIX sob a
orientação do professor Dr. Paulino de Jesus Francisco Cardoso, da Faculdade
de Educação (FAED) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
5
.
A consulta foi realizada via Faculdade de Educação (FAED-UDESC) no
material que estava disponível e transcrito. Neste material encontram-se os
4
Endereço: Rua Marechal Guilherme, 60 - alto da Escadaria do Rosário, centro de
Florianópolis.
5
Para outras informações consulte o site:
http://www.faed.udesc.br/multiculturalismo/irmandades/historiadairmandade.htm
14
seguintes documentos de interesse para esta pesquisa:
1. Livros de atas
2. Livro caixa 2 (1813-1828)
3. Livro caixa 4 (1829-1847)
4. Livro caixa 10 (1871-1877)
5. Livro caixa 11 (1876-1890)
Esta documentação traz informações sobre a prática musical realizada
nas atividades promovidas pela irmandade. Segundo referenciado no trabalho
de Michelle Maria Stakonski (2007, p. 14) “o acervo [...] conta com onze livros
Atas, trinta e cinco livros Caixa, quatro livros de registro de irmãos, cinco atas
‘históricas’ e noventa e uma pastas contendo documentos diversos”.
1.3.1.3 O acervo da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos
Localizado em anexo ao Hospital de Caridade, o acervo é constituído
por uma vasta documentação que pode contribuir com informações sobre a
música em Desterro nos séculos XVIII, XIX e XX. A Irmandade do Senhor dos
Passos
6
preocupa-se com a manutenção e conservação de sua
documentação. O acervo está sistematizado e disponível para consulta de
pesquisadores e público leigo. Além dos documentos históricos da irmandade e
do Hospital de Caridade, uma variedade de livros e trabalhos que estão
disponíveis para consulta e empréstimo de seus funcionários.
A consulta aos documentos deste acervo foi realizada basicamente nos
livros de registros de receitas e despesas que compreendem o período de 1787
a 1889, sendo que alguns destes apontam referências sobre a prática musical
e atuação dos sicos nesta irmandade. Além da consulta realizada nos
documentos originais, os relatórios dos anos de 1767 a 1798 puderam ser
conferidos no volume I do livro Memorial Histórico da Irmandade do Senhor
Jesus dos Passos, organizado por Nereu do Vale Pereira, com exceção do
período em que Desterro foi dominada pelos espanhóis durante a Invasão
Espanhola (1777-78).
6
Endereço: Rua Menino Deus, 376, centro de Florianópolis. Site:
http://www.hospitaldecaridade.com.br/irmandade/fundacaocultural.html
15
Encontram-se no acervo alguns livros escritos em língua alemã
contendo hinos em latim, partituras de hinos utilizados na liturgia católica e
hinários redigidos em língua alee portuguesa, ambos publicados no séc.
XX.
O incêndio ocorrido no Hospital de Caridade em 1994 que afetou várias
de suas alas destruiu também documentos do acervo que guardavam
informações referentes ao período de interesse desta pesquisa.
7
1.3.1.4 Arquivo Histórico Eclesiástico de Santa Catarina
O acervo do Arquivo Histórico Eclesiástico de Santa Catarina (AHESC)
8
localiza-se na Cúria Metropolitana no centro de Florianópolis e está em fase de
sistematização, o que o permitiu saber previamente que tipo de material
seria encontrado. A consulta foi realizada em várias visitas ao local durante o
mês de março de 2009 que recebeu o acompanhamento da funcionária
responsável pelo setor. O resultado da busca apresentou algum dado relevante
nas fontes consultadas como o que se refere à prática musical que deve ser
realizada nas festividades das irmandades.
Essas fontes são originárias de outras irmandades, capelas e igrejas de
Florianópolis (Irmandade de Nossa Senhora do Parto, Irmandade de Nossa
Senhora do Mont Serrat, Catedral Metropolitana, Capela de Nossa Senhora
das Necessidades (Santo Antonio de Lisboa), Capela de São João Batista (Rio
Vermelho), Igreja da Lagoa da Conceição, Igreja São Francisco de Paula
(Canasvieiras), Igreja da Santíssima Trindade (Trindade) e Igreja Nossa
Senhora da Lapa localizada no Ribeirão da Ilha) e em sua grande maioria
referem-se ao séc. XX. Tratam-se de documentos administrativos (cartas,
estatutos, compromissos, históricos), uma ou outra nota (recorte de jornal)
referindo-se a festividades e material iconográfico.
7
Mais informações ver Pereira (1998, p. 307-334).
8
Endereço: Rua Esteves Júnior, 447, centro de Florianópolis. Site:
http://www.convivio.org.br/arquivo/
16
1.3.1.5 Acervos em outras irmandades
Outras irmandades e uma capela foram visitadas durante a etapa
designada para esse fim: as Irmandades do Divino Espírito Santo e a de Nossa
Senhora da Conceição, localizadas no centro de Florianópolis, e a Capela de
Nossa Senhora das Necessidades
9
localizada no bairro de Santo Antônio de
Lisboa.
Pouca documentação restou destas: na Irmandade do Divino Espírito
Santo
10
, o material consultado de interesse para a pesquisa encontra-se em
fase de organização e entre ele encontram-se cópias transcritas datilografadas
do Livro do Tombo (1896), do histórico da irmandade, de notas com
informações e do Compromisso (1808). A grande maioria de sua
documentação reporta ao séc. XX.
Na Irmandade de Nossa Senhora da Conceição
11
, o material encontra-
se organizado por tipo e por ano, porém não sistematizado, sendo que foi
encontrada uma ou outra referência sobre sica da festa (1881) e nome de
músicos que atuaram em Desterro durante o período imperial como membros
da diretoria da irmandade. No caso da Capela de Nossa Senhora das
Necessidades
12
, segundo o atual provedor, a documentação anterior ao séc.
XX foi queimada e o material (que se encontra na casa paroquial) rapidamente
analisado, trata de documentação administrativa mais recente (a partir de
1920) e não está sistematizado.
Em contato com as secretarias da Igreja Santo Antônio, Catedral
Metropolitana, Capela de São Sebastião (todas localizadas no centro de
Florianópolis) e capelas localizadas no sul da Ilha (Capela de São Sebastião
(Campeche), Capela de Sant’Ana (Armação) e Igreja de Nossa Senhora da
Lapa do Ribeirão da Ilha) fui informada de que a documentação mais antiga
dessas instituições estaria na Cúria Metropolitana, (informação que pôde ser
conferida quando da consulta no AHESC) e trata de documentos
9
Atualmente, a Capela de Nossa Senhora das Necessidades está vinculada à Irmandade do
Divino Espírito Santo, que segundo o historiador Joi Cletison, foi fundada em 1927 após a
fusão de outras três irmandades. Para informações ver: http://www.nea.ufsc.br/artigos_joi.php
10
Endereço: Av. Hercílio Luz, 1249 fd, centro de Florianópolis.
11
Endereço: Rua Vítor Konder, 344, centro de Florianópolis.
12
Endereço: Santo Antônio de Lisboa – Florianópolis.
17
administrativos. Em visita à Irmandade de Nossa Senhora do Parto, o foi
encontrada nenhuma pessoa que pudesse dar informações.
1.3.1.6 Acervo da Família Sousa
O acervo particular da Família Sousa detém relevantes fontes para a
pesquisa musicológica. Trata-se de um acervo com um grande número de
partituras manuscritas de autoria da família Sousa da qual pertenceu os
compositores e músicos: José Brasilício de Sousa, Álvaro Sousa (filho) e
Abelardo Sousa (neto).
Além das partituras (aproximadamente 60 do Brasilício), a família
guarda notas e recortes de jornais mais recentes com matérias publicadas
(geralmente em jornais) sobre os compositores. Estes documentos estão sob
cuidados de Sueli Sousa Sepetiba (bisneta de José Brasilício) e apresentam-se
bem conservados.
1.3.1.7 Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina
A Biblioteca
13
, criada na segunda metade do séc. XIX, abriga um vasto
acervo de jornais antigos publicados pela imprensa desterrense a partir de
1831 e também de outras cidades catarinenses.
A coleção dos jornais encontra-se encadernada e dentre ela uns poucos
volumes apresentam folhas rasgadas ou páginas faltando. São comuns notas
sobre concertos musicais contendo a programação e algumas vezes
comentários acerca deles, anúncios, convocatórias e convites para festividades
promovidas pelas associações religiosas.
1.3.1.8 Biblioteca Nacional
13
Endereço: Rua Tenente Silveira, 343, centro de Florianópolis. Site:
http://www.alquimidia.org/bibliotecapublica4/
18
Na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
14
foram localizadas obras de
João Francisco de Souza Coutinho e Gustavo Helmold. Foi possível fotografar
as partituras encontradas, dentre elas um autógrafo do compositor desterrense
João Coutinho. A assinatura do compositor não deixa dúvidas de que se trata
de um autógrafo.
1.3.2 D
OCUMENTAÇÃO
Para esta pesquisa foram utilizadas fontes originais, documentos
manuscritos e impressos, sendo que a transcrição da documentação
manuscrita das associações religiosas em questão do período de 1745-1889
encontra-se nos anexos deste trabalho. Apresento abaixo uma descrição dos
documentos encontrados.
1.3.2.1 Documentos Manuscritos
Entre a documentação manuscrita consultada estão livros dos sécs.
XVIII e XIX referentes às receitas e despesas das irmandades, documentos
administrativos (como recibos de pagamentos de músicos e relatórios de
festividades), livros de assentamento dos irmãos, livros registros de pagamento
de anuidades, estatutos e compromissos. A seguir uma descrição dos
manuscritos encontrados nas associações:
Nos livros de receitas e despesas ou livros caixa estão registrados os
rendimentos e os gastos das associações religiosas durante um determinado
período (na maioria das vezes um ano). Tais registros geralmente eram feitos
pelo tesoureiro e para este trabalho tiveram uma importância fundamental por
indicarem a atuação de músicos nesses espaços, possibilitando a construção
de aspectos de sua vida musical durante o período em que atuaram nas
confrarias. A Figura 1 mostra uma página com as despesas feitas pela Ordem
14
Site: http://www.bn.br/portal/
19
Terceira no período de 1754-1756, inclusive com a sica, conforme indicam
as setas.
Figura 1 – Despesas da Venerável Ordem Terceira de São Francisco de 1754-1756
Fonte: V
OTSF
.L
RD
1,
f. 32v
Alguns volumes destes encontram-se danificados o que compromete a
leitura de seu conteúdo. Em situação similar encontram-se alguns recibos de
pagamentos que apresentam dados sobre a prática musical realizada no c.
20
XVIII como o que pode ser visualizado na Figura 2.
A transcrição deste recibo
bem como dos demais documentos estão transcritos e podem ser visualizados
nos anexos.
Figura 2 – Recibo de pagamento ao mestre de capela José de Almeida Moura - 1766
Fonte: V
OTSF
.R15,
1766
Os recibos, encontrados principalmente entre a documentação da
Ordem Terceira, são documentos que comprovam a atuação dos sicos nas
atividades das associações, geralmente apontando referências como valores
pagos, data, ocasião e local.
Nos livros de assentamentos estão registradas as solicitações de
pessoas que desejavam professar ou entrar para a associação religiosa. A
partir deles pode-se conhecer quem foram os interessados e quais tornaram-se
irmãos quando aceitos pela Mesa, que aprovava ou rejeitava os pedidos. Os
registros de pagamento de anuidades apontam como foi a vida financeira dos
irmãos professados em relação ao seu compromisso com a instituição.
21
O Estatuto ou Compromisso era o documento que servia para guiar as
decisões tomadas pela Mesa Administrativa; apresenta capítulos e artigos que
tratam das atribuições, objetivos e funcionamento da associação, obrigações
dos irmãos e direitos adquiridos quando estes se tornavam membros.
1.3.2.2
Fontes Impressas
Dentre as fontes impressas estão notas sobre a prática musical do séc.
XIX noticiadas em jornais da época publicados em Desterro. Geralmente as
notas escritas são curtas e apresentavam a programação musical de
concertos, críticas ou elogios, anúncios sobre o ensino de música e convites
para festividades promovidas pelas associações religiosas, muitas delas com a
atuação dos músicos locais. A grande maioria dos jornais consultados
apresenta grafia legível e fácil compreensão. Os jornais utilizados (publicados a
partir de 1831) foram os seguintes: A Província (1870 a 1872); A Regeneração
(1868 a 1889); A Voz da Verdade (1869–1870); Bota Fogo (1858); Jornal do
Commercio (1880 a 1894); O Argos da Província de Santa Catarina (1856 a
1862); O Conciliador Catharinense (1849 a 1851); O Conservador (1852 a
1855; 1871 a 1889); O Constitucional (1867 a 1868); O Correio Catarinense
(1852 a 1854); O Despertador (1863 a 1885); O Cruzeiro do Sul (1858 a 1860);
O Mensageiro (1855 a 1857); O Mercantil (1861 a 1869); O Relator
Catharinense (1845); O Santelmo (1858); Sul Americano (1900 a 190?).
Outras relevantes fontes impressas são os relatos dos viajantes
estrangeiros, que contribuem com informações acerca de aspectos de Desterro
nos sécs. XVIII e XIX. Alguns desses relatos foram publicados por Martim
Afonso Palma de Haro na obra Ilha de Santa Catarina: Relato de viajantes
estrangeiros nos séculos XVIII e XIX (1996).
As outras fontes documentais referem-se à Irmandade de Nossa
Senhora do Rosário e São Benedito e, conforme descrito anteriormente,
encontram-se transcritas contribuindo com informações acerca da prática
musical e de sicos que atuavam em suas missas e festividades. Entre o
material consultado na Irmandade do Divino Espírito Santo, encontram-se
22
cópias transcritas datilografadas do Livro do Tombo (1896), do histórico da
irmandade, de notas com informações e do Compromisso (1808).
1.3.2.3 Partituras
Algumas partituras manuscritas de autoria dos sicos mencionados na
documentação consultada foram localizadas durante a etapa de levantamento
de fontes. Muitas delas fazem parte do acervo da Família Sousa e tratam-se de
composições para variadas formações instrumentais de autoria de Jo
Brasilício de Sousa, Álvaro de Sousa e Abelardo Sousa.
Duas outras partituras foram localizadas: uma é a de um Te Deum
composto no séc. XIX pelo desterrense João Francisco de Sousa Coutinho. A
referência a esta peça musical foi encontrada no livro Acervo de Manuscritos
musicais: Coleção Francisco Curt Lange: compositores não mineiros dos
séculos XVI a XIX coordenado por Régis Duprat e seu manuscrito encontra-se
no Museu da Inconfidência em Ouro Preto, MG. Uma descrição mais detalhada
da obra encontra-se no capítulo 4.
A outra, do mesmo compositor, foi localizada na Biblioteca Nacional do
Rio de Janeiro e trata-se de um autógrafo, peça para canto e piano com o título
Hymno à suas Magestades Imperiaes (anexo 3).
As partituras impressas localizadas até o momento são de autoria de
compositores desterrenses ou que atuaram em algum momento na cidade e
são as seguintes: Hymno Catharinense (anexo 4) de João Francisco de Souza
Coutinho, Hino do Estado de Santa Catarina (anexos 6 e 7) de José Brasilício
de Sousa e as peças Se eu fosse querido e Os Encantos da Charton de
Gustavo Helmold e [P]hymolin[a] (anônimo). Todas estão reproduzidas
fotograficamente e encontram-se transcritas nos anexos deste trabalho (anexos
1, 2 e 8).
23
2. AS ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS EM DESTERRO NOS SÉCULOS XVIII
E XIX
Este capítulo tem por objetivo expor o contexto no qual as associações
religiosas estavam inseridas, abordando aspectos históricos, sócio-culturais,
econômicos e religiosos de Desterro nos períodos colonial e imperial. O
capítulo também apresenta um breve panorama das associações religiosas de
maneira geral e um relato histórico das associações religiosas envolvidas nesta
pesquisa.
2.1 A
SPECTOS HISTÓRICOS DE
D
ESTERRO
S
ÉCULOS
XVIII
E
XIX
Até meados do séc. XVII a Ilha de Santa Catarina foi denominada de
várias formas: Meiembipe (nome dado à Ilha pelos índios Carijó), Ilha dos
Patos (nome usado pelos portugueses no séc. XVI) e Ilha de Santa Catarina
(assim denominada pelo espanhol Sebastião Caboto, em 1526) (G
OMES
, 1990,
p. 17). O primeiro povoado da Ilha de Santa Catarina estabeleceu-se por meio
do bandeirante Francisco Dias Velho por volta de 1678 e foi formado por seus
familiares e índios domesticados (P
IAZZA
, 2003). Dias Velho ergueu uma capela
para devoção de Nossa Senhora do Desterro para o povoado, que por tal fato
recebeu esta denominação. Em 1689 a povoação foi invadida por piratas e
poucos de seus habitantes permaneceram na Ilha. Segundo Pereira (1997)
depois de um quase abandono da Ilha, Nossa Senhora do Desterro acolheu os
segundos povoadores nas primeiras cadas do séc. XVIII: a partir de 1700
chegaram alguns casais vindos de Lisboa; em 1715 chegaram outras pessoas
originárias das vilas de São Vicente, Santos, Cananéia, Paranaguá e São
24
Francisco do Sul, representadas por quinze famílias. Em 1726 o povoado de
Nossa Senhora de Desterro (posteriormente Desterro, como foi chamado até
1894) elevou-se à categoria de vila e no ano de 1730 tornou-se a capital da
Província de Santa Catarina (M
IRA
apud P
EREIRA
, 2002, p. 63;
P
IAZZA
, 2003).
Devido às pretensões portuguesas de consolidar seu domínio sobre a
Ilha, bem como de estendê-lo até às margens do Rio da Prata, a Ilha de Santa
Catarina representava um ponto de apoio estratégico fundamental. Para isso o
Governo Português criou a Capitania Subalterna da Ilha de Santa Catarina,
nomeando o brigadeiro e engenheiro militar José da Silva Paes como seu
primeiro governador para povoá-la, defendê-la e fortificá-la
(T
ONERA
, 2001). O
processo de ocupação do território com imigrantes oriundos dos Arquipélagos
dos Açores e da Madeira começou a consolidar-se entre 1748 e 1756 com a
chegada de mais de 6.000 portugueses. (P
EREIRA
, 2002, p. 30, 36; M
IRA
apud
P
EREIRA
, 2002, p. 63; T
ONERA
, 2001). Segundo Mira (p. 63) “a entrada maciça
de povoadores no intuito de promover o desenvolvimento do número de
habitantes e o desenvolvimento econômico [...] foi representada pela imigração
açoriana e madeirense”.
Malavota (2007, p. 42) menciona que no contexto de meados do séc.
XVIII, a população
de Desterro
era basicamente dividida entre casais da Ilha,
eclesiásticos e militares, estes últimos eram portugueses e brasileiros,
atingindo 11% da população no ano de 1750, informa Mira (apud P
EREIRA
,
2002, p. 64).
O desenvolvimento de Desterro tomou impulso no decorrer do séc. XVIII:
a vinda de funcionários civis e militares do poder público em Desterro, segundo
Cardoso (2000), causou uma diferenciação social na população e refletiu no
movimento econômico de Desterro. Na segunda metade do século XVIII as
atividades econômicas estavam baseadas na pesca, na pequena indústria rural
e no trabalho agrícola que a partir de sua ampliação originou outra fonte de
riqueza: o comércio. Ainda segundo Cardoso (2000)
a concentração da população, no decorrer do século XVIII,
possibilitou o desenvolvimento do pequeno comércio urbano e exigiu
a organização do comércio retalhista dos gêneros de primeira
necessidade (da carne e da farinha de mandioca, sobretudo).
(C
ARDOSO
,
2000,
p. 67)
25
Malavota (2007) assinala ainda que no final do séc. XVIII e primeira
metade do séc. XIX a cidade encontrava-se em processo de intensificação das
atividades comerciais e marítimas.
Embora situada longe dos grandes centros políticos e urbanos do país,
Desterro contava com localização privilegiada, próxima do mar, representando
“o melhor caminho para a civilização”, constituindo-se como lugar de encontro
e trocas e favorecendo o comércio de gêneros alimentícios o que permitiu o
enriquecimento de muitos negociantes locais (C
ARDOSO
,
2000;
C
ABRAL
,
1987).
Conforme Cabral (1987, p. 187) a vida econômica de Desterro girava em torno
do porto bem freqüentado pelos navios que “traziam da Corte as notícias que
os jornais da terra transcreviam, orientando o seu comércio e a sua política”.
No final do séc. XVIII, segundo Cardoso (2000, p. 69), “indiretamente, o
desenvolvimento do comércio contribuiu para o aumento da população escrava
de Desterro, na medida em que criou homens ricos que, por isso, podiam
dispor de recursos para inverter na escravaria doméstica”.
Os vários setores da atividade econômica da Ilha, principalmente ligados
ao comércio, permitiram a acumulação de alguma riqueza, resultando na
formação de uma camada de abastados, sobretudo nas duas últimas décadas
do séc. XVIII e início do séc. XIX. O início das construções em Desterro deu-se
ainda no séc. XVIII em meio à pobreza da população e casas mal construídas.
Começou a ser notável com a construção da Catedral em 1753, de algumas
capelas, como a do Menino Deus de 1762 e a de Nossa Senhora do Rosário,
iniciada em 1787 (indícios da religiosidade enraizada nos habitantes que na
Ilha vieram habitar) e do Hospital da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos,
concluído no final do ano de 1788 (P
EREIRA
, 1997; C
ABRAL
, 1979, vol. 1, p. 207-
214).
Mesmo sob olhares contraditórios e de diferentes lugares, Desterro foi
descrita por viajantes que a visitaram, cujos relatos nos possibilitam
acompanhar o retrato da vila na época como o do capitão Adam Johann Von
Krusenstern do início do séc. XIX:
26
A cidade, que está situada em local muito agradável, consiste de
cerca de cem casas mal construídas, e é habitada por 2000 ou 3000
portugueses pobres e escravos negros. A casa do governador e o
quartel são as únicas construções que se distinguem, por sua
aparência das outras. Eles estavam nessa época, construindo uma
igreja, que em muitos países católicos é considerada muito mais
importante do que hospitais ou outras edificações úteis. Fiquei muito
surpreendido ao ver uma noite por volta das 10 horas, diversos
escravos negros de ambos os sexos carregando pedras para aquele
propósito; mas minha admiração diminuiu um pouco, quando
considerei que a recompensa por aquele zelo religioso pertencia
menos a eles do que aos seus senhores. (K
RUSENSTERN
apud
H
ARO
,
1996,
p.
139)
O almirante e matemático russo Vassili Miahilovitch Golovnin também
descreveu a Ilha em sua estada no ano de 1808:
Por curiosidade andei pelas principais ruas da cidade. Basta meia
hora para ver toda a cidade: ao todo tem umas 400 ou 500 casas.
Todas elas são construídas de tijolos, pintadas de branco e têm um
ou dois andares com grandes janelas sem vidro. Não nada de
notável na cidade que merecesse a atenção dos viajantes [...] A baía
de Santa Catarina tem mais uma vantagem: o gênio bom e pacífico
da gente [...] supersticiosa, preguiçosa e pobre, mas honesta, amável
e serviçal [...] (G
OLOVNIN
apud H
ARO
,
1996,
p.
201-204)
As Figuras 3 e 4 mostram Desterro no final do séc. XVIII contemplada do
Morro da Boa Vista e no início do séc. XIX, respectivamente em gravuras feitas
por viajantes estrangeiros.
27
Figura 3 – Desterro no século XVIII, em gravura de Le Pagelet, 1797
Fonte: H
ARO
, 1996, p. 133
Figura 4 – Vila Nossa Senhora do Desterro (1803) por Krusenstern, publicado em São
Petersburgo, 1810
Fonte: H
ARO
, 1996, p. 135
28
As capelas eram consideradas o ponto de encontro dos moradores de
Desterro: por ocasião das festas religiosas, serviam como local onde “a arte
musical e a do canto exibiam-se em sua maior expressão”, como afirma Cabral
(1987, p. 178). Referindo-se às capelas e outras construções das associações
religiosas de Desterro nos séculos XVIII e XIX, Salles (1994) afirma que
na vida pacata de então, esses prédios cumpriram um importante
papel, pelas atividades que abrigavam e promoviam, como os cultos,
a assistência social, o ensino, as concentrações no quadro, as
procissões e os autos-de-fé [...] a igreja sempre foi o marco
referencial para os habitantes destas comunidades e, mesmo hoje
após perder parte de sua importância no panorama tanto da
sociedade quanto do urbano, permaneceu como um símbolo.
(S
ALLES
, 1994, p. 25-26)
Embora o crescimento urbano de Desterro tenha sido lento (C
ABRAL
, 1979), a
partir do final da década de 1820 os sobrados, geralmente de posse dos
integrantes da classe comerciária, surgiram na paisagem urbana de Desterro.
Robert Avé-Lallemant retrata a vila e a atividade econômica neste período:
[...] todos os edifícios e o comércio têm um desenvolvimento
uniforme, sem mostrar nenhum lado brilhante. Não faltam grandes
casas, mas faltam, ao meu ver, grandes lojas e armazéns: [...] Faltam,
aqui, o verniz de certa elegância e a aparência de prosperidade. Não
há ruas principais, mas apenas travessas; uma velha cadeia, um
velho palácio do Presidente, uma antiga agência dos correios, um
novo mercado de peixe, um teatro feio e velho e algumas igrejas
sofríveis são os edifícios principais da cidade. (A
-L
ALLEMANT
, 1980,
p. 23)
Segundo Cardoso (2000, p. 100), a atividade comercial acompanhou o
crescimento populacional, somando-se o comércio de mercadorias em geral e
o de exportação, na segunda metade do séc. XIX. O autor afirma que
paralelamente
as atividades culturais também iam marcando o cosmos urbano, de
forma a indicar que é neste período (segunda metade do século e
especialmente depois da década de setenta) que podemos qualificar
com a propriedade Desterro como vila-cidade. Vila-cidade em que,
contrastando com a antiga povoação militar, as funções militares
deixam de desempenhar o papel fundamental que desempenhavam
29
um século ou menos atrás, e onde as atividades administrativas e
comerciais a todas as outras sobrepujam. (Cardoso, 2000, p. 100)
Conforme observado nos recortes dos jornais, a partir dessa época, as
atividades relacionadas à prática musical começaram a marcar o ambiente
urbano mais evidentemente. A expansão das atividades artísticas de maneira
geral alcançou seu auge com a construção do Teatro Santa Izabel em 1875
(Figura 5), que possibilitou à sociedade desterrense assistir à diversidade das
apresentações musicais e teatrais com artistas locais e de outras localidades e
“sedimentou não somente a formação de uma elite social, mas de uma elite
cultural” (F
RECCIA
,
2008,
p.
46).
Figura 5 – Teatro Álvaro de Carvalho nos fins do séc. XIX, em gravura de Fossari
Fonte: F
OSSARI
, 1987
30
2.2
A
S ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS
A formação de associações religiosas, irmandades e confrarias
organizadas por leigos não vinculados ao clero do catolicismo tradicional
remonta à Baixa Idade Média, tendo surgido entre os sécs. XII e XV. As
irmandades e ordens terceiras chegaram ao Brasil com a colonização
portuguesa e desempenharam um importante papel no Brasil colônia,
organizando-se de forma autônoma. Tinham preocupação étnica e davam
importância aos níveis sociais e raciais de seus membros; muitas delas eram
constituídas somente de irmãos brancos, enquanto outras, como a de Nossa
Senhora do Rosário, eram formadas basicamente por escravos e homens
negros (R
EIS
, 1991; Q
UINTÃO
, 2002, T
AVARES
, 2008).
Cabral (1979, v. 2, p. 287) menciona que “a religião era do Estado” e
estava intrínseca em seu cotidiano. Para Garcia (2002, p. 67) as irmandades
intervinham de forma direta no comportamento de seus afiliados participando,
portanto “do sistema articulador da disciplina e do controle social da cidade”.
Segundo a autora, a Igreja “incumbia-se de determinar o limiar das condutas
moralmente aceitas dentro do convívio social e de condenar as práticas
taxadas de imorais, bem como, de zelar pelos chamados bons costumes”
(G
ARCIA
, 2002, p. 37).
Dentre os objetivos gerais, as associações religiosas buscavam atender
os interesses profissionais de seus associados e zelavam pela assistência
mútua entre seus integrantes (Q
UINTÃO
,
2002,
p. 73) e entre uma e outra. Para
seu funcionamento precisavam, caso ainda não tivessem sua igreja própria,
encontrar alguma que as acolhesse. Tavares (2008), em seu estudo sobre as
irmandades de Porto Alegre no séc. XIX aponta que:
as irmandades previam a solidariedade entre os irmãos, baseada nos
princípios de auxílio mútuo, mas também entre si, ao receberem
umas as outras em altares laterais. Foi muito comum a divisão do
espaço sagrado entre confrarias afins. Geralmente era na igreja
matriz da cidade que se agregavam as irmandades recém fundadas,
ali permanecendo o tempo necessário para conseguir arcar com a
construção de uma igreja própria [...] (T
AVARES
,
2008,
p.
119)
31
Entre outras cláusulas, toda a organização interna, os objetivos, o perfil
dos associados, as obrigações de seus membros bem como seus direitos
adquiridos ao iniciarem nas associações religiosas eram regulamentados pelo
Compromisso ou Estatuto, que deveria ter aprovação das autoridades
eclesiásticas ou do Estado. Este “era composto por uma série de artigos e
servia para guiar as irmandades nas suas decisões administrativas” (T
AVARES
,
2008,
p.
119).
Normalmente, um desses artigos referia-se à organização e à cerimônia
das missas. Conforme Sérgio Chahon (apud T
AVARES
, 2008, p. 192) o
cerimonial das missas solenes mantinha determinadas características próprias
que as diferenciavam das missas rezadas ou cantadas. As “solenes”,
pomposas, geralmente eram oficiadas por bispos e outros governantes da
Igreja e acompanhavam o “modelo formal das celebrações conhecidas como
pontificais”. Eram as mais refinadas: além de ornamentação do altar, flores,
castiçais, mantos e toalhas, eram “realizadas com música, acompanhamento
de coro e órgão, cantos”. Outras missas realizadas eram a missa cantada que
“incluía orações cantadas e alguns pormenores do ritual solene” e a missa
rezada, realizada sem exigência de ritos especiais, apenas com celebração de
preces litúrgicas.
As festividades também eram freqüentes nas associações religiosas,
que promoviam homenagens aos santos de devoção, funerais e procissões
acompanhadas de música, dança, banquetes e fogos de artifícios (R
EIS
, 1991,
p. 49; Q
UINTÃO
, 2002, p. 73). Além da comemoração em si e do significado de
uma oportunidade para se obter recursos financeiros, as festividades religiosas,
em geral, tinham um caráter social-familiar onde o catolicismo interpenetrava
na vida cotidiana da comunidade, como afirma Wernet:
as festas e manifestações religiosas, como procissões, por exemplo,
constituíam-se numa forma de reunião social, uma verdadeira
expressão ‘comunitária’, sobretudo nas regiões rurais com seus
engenhos e fazendas isoladas. O sagrado e o profano andavam
unidos de mãos dadas. As procissões e festas religiosas quebravam
a monotonia e a rotina da vida cotidiana, sendo muitas vezes uma
das poucas oportunidades para o povo se divertir e distrair. (W
ERNET
apud S
TAKONSKI
, 2007, p. 30)
32
Segundo Castagna (2003b, p. 4) para as festividades geralmente era
contratado um grupo de músicos e a prática era determinada pelo estatuto ou
compromisso dessas associações. Referindo-se ao contexto do estado mineiro
da primeira metade do séc. XVIII, o autor assinala que
os organismos que mais contribuíram para o desenvolvimento da
prática musical [...] foram as irmandades, e ordens terceiras.
Essas entidades asseguravam para seus irmãos todos os
benefícios da vida cristã, incluindo batismo, crisma, casamento,
extrema uão e enterro, além das missas quotidianas e um
certo número de festas por ano, desde que os irmãos
cumprissem suas obrigações para com as entidades, a principal
das quais era o pagamento da anuidade. (C
ASTAGNA
,
2003b,
p. 4)
Tais festividades mostravam as diferenças sociais da sociedade revelando, por
um lado, sua riqueza, e por outro, suas desigualdades.
Mesmo com a passagem do período colonial para o Império, as
irmandades mantiveram sua importância dentro do espaço social. Conforme
assinala Tavares (2008, p. 119) “durante todo o séc. XIX, no Brasil, as
irmandades religiosas ainda eram fundamentais para a manutenção da crença
no catolicismo nos meios populares e para a manutenção de práticas de
auxílios solidários”.
2.3
A
S ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS EM
D
ESTERRO
Assim como em outras localidades brasileiras, Desterro esteve
fortemente ligada às tradições religiosas, herdadas sobretudo da colonização
portuguesa. Em meados do culo XVIII as primeiras instituições religiosas
foram instaladas em Desterro: a Venerável Ordem Terceira de São Francisco
da Penitência em 1745; a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São
Benedito dos Homens Pretos em 1750 e a Irmandade do Senhor Jesus dos
Passos em 1765. Apesar de estas terem sido as associações religiosas mais
antigas instituídas em Desterro, as datas de instalação não correspondem às
datas de início da construção de suas capelas, que foram 1803, 1787 e 1762,
respectivamente.
33
O Quadro 1 apresenta as datas de início e rmino da construção das
mesmas capelas e igrejas; os números à frente de cada nome correspondem
aos números das igrejas e capelas que constam na Figura 6, que mostra a
localização das capelas e igrejas do século XVIII ao início do séc. XX na Ilha de
Santa Catarina. As três capelas em negrito correspondem às associações
religiosas mencionadas acima, que serão abordadas mais detalhadamente nos
tópicos seguintes.
Ano (início-
término)
Capelas e Igrejas
15
Localidade
atual
1751-1780 1. Capela de Nossa Sra. da Conceição da Lagoa
Lagoa da
Conceição
1753-?
16
2. Igreja de Nossa Senhora do Desterro Centro
1750?-1756? 3. Capela de Nossa Sra. das Necessidades Santo Antônio de
Lisboa
1762
-
?
4.
Capela do Menino Deus
Centro
1772-? 5. Capela de Sant’Ana Armação
1787
-
1830
6.
Capela de Nossa Senhora do Rosário e São
Benedito dos Homens Pretos
Centro
1803
-
1815
7.
Capela da Venerável Ordem Terceira de São
Francisco da Penitência
Ce
ntro
1763-1806 8. Igreja de Nossa Senhora da Lapa Ribeirão da Ilha
1826-? 9. Capela de São Sebastião Campeche
1830-1930 10. Capela de São Francisco de Paula Canasvieiras
1810-1831
17
11. Capela de São João Batista Rio Vermelho
1837-1861 12. Capela de Nossa Senhora do Parto Centro
1848-? 13. Igreja da Santíssima Trindade Trindade
1856-? 14. Capela de São Sebastião Centro
1881-1941 15. Capela do Sagrado Coração de Jesus
18
Ingleses
1905 16. Capela de São Bento
8
Itacorubi
1900-1910 17. Capela do Divino Espírito Santo Centro
1884-1984 18. Capela de São Pedro
8
Pântano do Sul
Quadro 1 – Legenda de identificação das Capelas e Igrejas do séc. XVIII ao início do séc.
XX na Ilha de Santa Catarina
Baseado em S
ALLES
, 1994, p. 30-34
15
Segundo Salles (1994) o termo “Igreja” é utilizado para referir-se à sede da Paróquia. As
outras igrejas vinculadas à sede denominam-se capelas.
16
Data de início da construção da segunda igreja.
17
Datas de início e término da construção da segunda capela.
18
Capelas demolidas – em seu lugar foram erguidas outras maiores e modernas.
34
Figura 6 – Localização das capelas e igrejas do século XVIII ao início do séc. XX na Ilha
de Santa Catarina
Fonte: S
ALLES
, 1994, p. 33
35
As Figuras 7 e 8 indicam a localização das capelas das associações
abordadas neste estudo em mapa aproximado do séc. XIX e em mapa atual.
As capelas da Ordem Terceira e de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
localizavam-se na Rua do Ouvidor e Rua do Rosário, respectivamente,
situadas no antigo Bairro da Figueira, atualmente centro de Florianópolis. A
Capela do Menino Deus da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos situava-se
um pouco afastada das outras duas, no alto da Ladeira do Menino Deus, no
anteriormente denominado Bairro da Toca (S
ALLES
, 1994, p. 63, 79, 124-125).
Cap. da Ven. Ordem Cap. de N. Sra. do Cap. do Menino Deus
3ª de S. Francisco da Rosário e S. Benedito da Irm. do Senhor Jesus
Penitência (1803-1815) (1787-1830) dos Passos (1762-?)
Figura 7 – Localização das capelas em mapa aproximado de Desterro no séc. XIX
Baseado em Salles (1994) e NEAB
19
(2003)
19
Mapa elaborado por Sabrina Boeira, com base na digitalização de material de Elaine da
36
Figura 8 – Localização das capelas em mapa atual
Baseado em Salles (1994)
As associações religiosas proliferaram em Desterro paralelamente ao
crescimento populacional e econômico da cidade no séc. XIX. Essas
instituições foram no séc. XVIII uma possibilidade de renda para os músicos e
assim continuaram até o final do Império, mesmo com o surgimento de outros
meios para sua atuação como compositores e instrumentistas, e constituíram-
se como espaços nos quais os músicos de Desterro puderam atuar
profissionalmente, além do meio militar.
Veiga. Acervo do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros – NEAB/UDESC, apud B
ILÉSSIMO
, 2007.
37
A seguir é mostrado em mais detalhes o contexto histórico das
associações religiosas abordadas neste trabalho.
2.3.1
A Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência
Segundo Russel-Wood (apud T
AVARES
,
2008,
p.
115) a Ordem Terceira
de São Francisco foi uma das primeiras associações religiosas criadas em
Portugal, em 1289, tendo sido precedida apenas pela Confraria dos Homens-
bons, fundada em Beja em 1297 e pela Irmandade da Imaculada Conceição,
fundada em Sintra, em 1349.
A Ordem consistia numa congregação de fiéis, da qual participavam
pessoas de ambos os sexos, independentemente de seu estado civil, que não
queriam ou não podiam assumir a vida monástica característica do protótipo de
vida da Ordem Primeira. Assim, professos que assumiam compromisso com a
Ordem eram insistentemente recomendados à prática da caridade e do amor,
“de todas as maneiras e a todas as horas” (C
ABRAL
,
1945, p. 20), como a
prática que a Igreja conferiu ao Seráfico Patriarca o Francisco “non sibi soli
vivere, sed et aliis proficere” que significa “não viver somente para si mesmo,
mas também servir aos outros”.
20
A Ordem Terceira de São Francisco chegou ao Brasil e posteriormente a
Desterro por meio dos imigrantes portugueses e instalou-se na Ilha de Santa
Catarina em 1745, após solicitações das autoridades do Senado da mara
dirigidas ao Frei Francisco das Chagas, assistente no Convento de Santo
Antônio no Rio de Janeiro, para que enviasse auxílio espiritual a seus
moradores (C
ABRAL
,
1945, p. 15). Atendendo aos pedidos, o pregador Frei
Alexandre de Santa Cruz foi enviado a Desterro pelo Ministro Frei Francisco
das Chagas, para que organizasse e edificasse uma Congregação da Ordem
Terceira da Penitência. Assim que chegou em Desterro, Frei Alexandre
incumbiu-se de sua tarefa
recrutando os primeiros noviços, instruindo-os e doutrinando-os, afim
de que pudessem professar, tendo ainda de conseguir vinte
20
Tradução feita por Marcos Holler.
38
professos para poder erigir a Ordem, eleger a Mesa, com seu
Ministro, Secretário, Síndico e dois mesários, além do sacristão que
também pudesse servir de Andador, a que [...] pudesse ter uma
diretoria mais completa. (C
ABRAL
, 1945, p. 16-17)
Em seu início, a Ordem foi “hóspede” da Igreja Matriz do Desterro
ocupando um altar privativo de espaço reduzido, permanecendo a 1753
quando se deu início a construção da nova Matriz. Durante os 16 anos
seguintes a Venerável Ordem Terceira permaneceu junto ao Hospício do
Colégio dos Padres Jesuítas
21
, onde buscou resguardo para continuar com
suas atividades práticas e espirituais. Com a expulsão dos jesuítas em 1757 e
por desordens imperantes dentro da congregação, a Ordem retornou à Igreja
Matriz no ano de 1769, permanecendo até a inauguração oficial de sua capela
na segunda década do séc. XIX para a qual se mudou e onde atualmente se
encontra.
Segundo Cabral (1945), com a vinda de mais imigrantes portugueses ao
país na década de 1770 e a sua chegada ao litoral catarinense, o mero de
irmãos e noviços na Ordem foi aumentando, crescendo também a sua
arrecadação financeira e com isso a possibilidade da construção de sua capela
que, após alguns pedidos frustrados de permissão enviados à sua majestade,
finalmente concretizou-se em 1802. Concedida a licença do Príncipe Regente
de Portugal, D. Fernando José, a construção de ser iniciada. Em 25 de
março de 1803 houve a realização da solenidade de lançamento da pedra
fundamental da nova capela e definitivamente a Ordem deixou a Matriz em
procissão levando pela primeira vez a imagem do Patriarca São Francisco.
Passados doze anos da construção do corpo central da capela e após
solene procissão, o novo templo recebeu as bênçãos, conforme o Ritual
Romano recomendado, pelo reverendo da Vara, Pe. Agostinho José Mendes
dos Reis, aos 2 dias do mês de abril de 1815.
Conforme Salles (1994) a comunidade e os irmãos da Venerável Ordem
Terceira continuamente mostraram empenho para auxiliá-la, bem como para
21
Este situava-se mais abaixo do Largo da Igreja Matriz, em local atualmente ocupado por
parte do edifício dos Correios e Telégrafos no centro de Florianópolis. (C
ABRAL
, 1979, vol. 1, p.
55)
39
auxiliar sua capela. Desde seu início a Ordem recebeu favores e doações,
inclusive de objetos sacros.
As remotas festividades e procissões que por décadas foram celebradas
pelos irmãos da Ordem atualmente não são mais realizadas. Embora situada
numa área central da cidade e particularmente comercial no presente, a Capela
de São Francisco continua sendo visitada por seus freqüentadores e por
transeuntes locais e de outras cidades. A Figura 9 mostra uma imagem da
capela em gravura de Domingos Fossari e na Figura 10 vê-se a capela no
momento da realização deste trabalho.
Figura 9 – Capela da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco
da Penitência, na primeira metade do séc. XX em gravura de Domingos Fossari
Fonte: Fossari, 1987
40
Figura 10 – Capela da Venerável Ordem Terceira de S. Francisco
da Penitência, em 2009
Fonte: foto da autora
2.3.2
A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
Por iniciativa de Domingos de Gusmão, o devoto que difundiu a oração
do Rosário de Nossa Senhora, as Irmandades do Rosário foram fundadas no
ano de 1282 em países como Portugal, Espanha, França e Alemanha (B
ARTH
apud S
TAKONSKI
, 2007, p. 39). A devoção de Nossa Senhora do Rosário dos
41
Pretos originou-se em Portugal, em processo gradativo, a partir das
irmandades de brancos que mantinham a mesma invocação. De acordo com
Julita Scarano (apud
S
TAKONSKI
, 2007, p. 41), embora as irmandades com essa
denominação tivessem tido como principal divulgadora a ordem dominicana,
foram trazidas para a América Portuguesa sobretudo pelos jesuítas.
De devoção típica do catolicismo português, a Irmandade de Nossa
Senhora do Rosário foi instituída em Desterro em 1750, recebendo o nome de
Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, alterado posteriormente
para Nossa Senhora do Rosário e São Benedito (C
ABRAL
,
1979,
v. 1, p. 426;
S
ERPA
, 1997, p. 59). Embora, no séc. XVIII a Nossa Senhora do Rosário fosse
identificada como uma irmandade formada basicamente por escravos, ex-
escravos e pessoas de origem africana, foram admitidas em seu quadro
pessoas de outras origens como o Irmão José Luiz do Livramento e Joaquim
José do Livramento
22
que “por espírito de humildade” foi aceito.
Incertezas à parte, com muitas dificuldades financeiras e após a
suspensão completa de suas atividades durante a Invasão Espanhola (1777)
que, conforme Salles (1994, p. 62) praticamente destruiu a “rústica e pequena
capela”, a Irmandade do Rosário iniciou a construção de sua capela em 1787
após as devidas licenças solicitadas e esmolas obtidas para este fim, tendo
chegado à sua conclusão possivelmente em 1830 (C
ABRAL
, 1950, p. 3-9; 1979,
p. 424-426).
Em seu trabalho sobre a Irmandade, Simão (2006) aponta algumas
informações financeiras: no início, juntamente com o recolhimento das
anuidades pagas pelos irmãos que a constituíam, a irmandade mantinha-se por
meio de outras fontes de renda como do dinheiro recebido pelo aluguel das
casas que eram de sua propriedade, de caixões funerários e de
acompanhamentos para o rito funeral, de esmolas, esmolas de bolça
23
e de
legados que recebiam de testamentos deixados por algum membro da Rosário.
Por outro lado, as despesas da irmandade incluíam gastos com impostos, com
a manutenção de obras e reparos no prédio da Igreja, com celebrações e
gratificações a alguns cargos administrativos e com as festividades para
22
Pereira (1997, v. I, p. 173; 1998, v. II, p. 109), Cabral (1950, p. 7).
23
Segundo Simão (2006, p. 65-68) as esmolas de bolça eram recolhidas pelo Irmão Andador e
talvez foram a fonte mais rentosa da irmandade até serem proibidas por lei no período de
1867-69, fato que causou um grande impacto no orçamento da irmandade.
42
homenagear seus padroeiros. O compromisso da irmandade do ano de 1842
(apud Simão, 2006) mostra os objetivos da confraria, dentre os quais eram os
de prestar devoto culto à Maria Santíssima do Rosário, sepultar os irmãos
finados e sufragar as suas almas, libertar os irmãos cativos da escravidão e
zelar pela educação dos filhos legítimos dos irmãos que falecerem em
indigência.
Além das novenas realizadas no mês de outubro (às vezes dezembro)
consagrando Nossa Senhora, procissões e festividades de São Benedito, a
Irmandade do Rosário apresentava uma característica marcante que se referia
ao dia estipulado para o sorteio de um novo alforriado, determinado no Capítulo
24 do Compromisso da Irmandade de 1842. O dia das festividades dos
Padroeiros era esperado e importante para muitos que mantinham a esperança
de serem contemplados; porém nem sempre as finanças da irmandade eram
suficientes para libertar cativos (C
ABRAL
, 1950, p. 13-17; S
ALLES
, 1994, p. 62-
66;
S
IMÃO
, 2006; R
ASKE
, 2009, p. 37).
As Figuras 11 e 12 mostram imagens da capela em gravura de
Domingos Fossari e no momento da realização deste trabalho,
respectivamente.
Figura 11 – Capela de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
concluída no séc. XIX [s.d.], em gravura de Fossari
Fonte: Fossari, 1987
43
Figura 12 – Capela de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
Fonte: foto da autora, 2009
A Irmandade do Rosário seguiu desenvolvendo trabalhos beneficentes e
assistenciais à comunidade: criou uma associação em defesa da mulher
carente visando atender não somente irmãs da congregação e oferecendo
serviços de advocacia para casos de necessidade. Conforme Salles (1994), a
última procissão de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito teve lugar na
noite de 27 de outubro de 1968.
44
2.3.3
A Irmandade do Senhor Jesus dos Passos
A história da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos funde-se à da
Capela do Menino Deus,
24
que teve sua construção iniciada em 1762.
Conforme Pereira (1998, p. 66) a Irmandade foi instalada em de janeiro de
1765 ocupando um espaço na Igreja Matriz, “sendo seu primeiro provedor o
Brigadeiro Francisco Antônio Cardoso de Meneses e Sousa”.
Logo a
Irmandade buscou ter sua própria capela para abrigar a imagem do seu orago,
que chegou em Desterro em 1764. Em 3 de julho de 1767 a Irmandade obteve
permissão para que a capela fosse construída, anexa à Capela do Menino
Deus. No ano seguinte iniciou-se sua construção, concluída em 1769.
A Irmandade do Senhor Jesus dos Passos estabeleceu-se em uma
instituição que não somente encarregou-se da vida espiritual de seus irmãos,
mas também ocupou-se de enfermos indigentes e atos caridosos. Para tanto,
instituiu a Caridade dos Pobres no ano de 1782 que tinha por finalidade:
dar esmolas aos indigentes para seu curativo e, por amor de Deus,
agasalhá-los e medicá-los em casa particular, quando fossem
totalmente destituídos de recursos, sendo aos que morressem
sepultamento na Capela da Irmandade, como se irmãos foram.
(P
EREIRA
, 1998, p. 69)
Posteriormente à decisão da Mesa em agosto de 1787 e com os
recursos financeiros arrecadados pelo Irmão Joaquim, a Irmandade deu início à
construção de um hospital antes mesmo de receber a autorização régia que
havia solicitado para esse fim. A construção foi concluída e o hospital iniciou
suas atividades no dia 1º de janeiro de 1789; inicialmente chamado Hospital de
Santa Casa da Misericórdia, elevou-se ao que atualmente é o Imperial Hospital
de Caridade, inaugurado em março de 1855, conforme informa Pereira (2002;
1998, v. II).
Além das tarefas de interesse público como a assistência médico-
hospitalar (característica das Irmandades de Misericórdia), a preocupação na
24
Para mais informações sobre a Capela do Menino Deus ver Pereira (1997) e Cabral (1979,
vol.1, p. 427-431).
45
esfera espiritual era demonstrada por meio da realização de cultos ao Senhor
dos Passos e da Vera Cruz, festividades e procissões (eventos tradicionais na
irmandade). A Procissão do Senhor Jesus dos Passos teve sua primeira
celebração em 1766 e no decorrer de mais de dois séculos de festividades
esse “evento passou a ser considerado um momento de profunda religiosidade
popular, particularmente visível nos símbolos e rituais que acompanham sua
preparação e celebração” (P
SP
,
2009,
p.
3), sendo ainda realizada no presente.
Na Figura 13 vê-se uma imagem da Capela do Menino Deus em seus
primórdios em desenho reconstituído por Moacir Coelho.
Figura 13 – Capela do Menino Deus em seus primórdios - séc. XVIII, desenho e
reconstituição de Moacir Coelho
Fonte: Pereira, 1998, v. II, p. 99
2.3.4 Outras associações religiosas de Desterro
Além das irmandades apresentadas acima, outras seis irmandades
foram instituídas em Desterro nos períodos colonial e imperial, que foram
46
ganhando reconhecimento dos devotos de Desterro e conquistando seu
espaço. Ainda no século XVIII foram fundadas as Irmandades do Divino
Espírito Santo em 1773 (I
DES
.L
T
1,
1896) e do Santíssimo Sacramento que,
segundo Cabral (1979, v. 1), existia em 1774. A Irmandade de Nossa
Senhora do Parto recebeu autorização da Secretaria do Governo da Província
para ser instalada em 5 de maio de 1837, conforme a lei 75 (I
NSP
.
N
1).
Segundo Cabral (1979, v. 1, p. 432-436) a Irmandade do Glorioso Arcanjo São
Miguel e Almas já existia em 1855; há referências sobre a Irmandade de Nossa
Senhora das Dores com data do mesmo ano e por fim a Irmandade de Nossa
Senhora da Conceição, foi fundada em 1855; segundo o autor, estas foram
instaladas no século XIX. Em pesquisa aos jornais, foram encontradas datas
que não coincidem com as datas apresentadas por Cabral.
Uma nota publicada no Correio Catharinense em 26 de outubro de 1853
convida “a todos os irmãos e devotos” para participarem da celebração da
Irmandade do Glorioso Arcanjo São Miguel e Almas, o que mostra que essa
associação existia no ano de 1853. Referindo-se à Irmandade de Nossa
Senhora da Conceição, outra nota publicada no jornal O Mensageiro (26
dez.1855) informa que “alguns pardos livres desta cidade, com desejos de
formarem uma Irmandade de N. S da Conceição” teriam se reunido “no dia 2
do corrente” data em que elegeram “um depositário, um escrivão, e três
procuradores, fazendo depois a encomenda da respectiva imagem”. Conforme
o jornal O Argos (22 jul.1856) a imagem da Virgem da Conceição “executada
na Bahia [...] veio a expensas de uma associação de pardos livres para
Padroeira da Irmandade que eles pretendem formar” (grifo meu) o que indica
que esta associação teria sido instalada após a data mencionada por Cabral
(1855), e sugere a data da fundação em 1856 ou posterior a essa.
Das associações religiosas mencionadas acima, as Irmandades do
Divino Espírito Santo e a de Nossa Senhora do Parto ainda se mantêm nos
dias atuais.
47
3. OS
MÚSICOS
ATUANTES
E
A
MÚSICA
EM
ASSOCIAÇÕES
RELIGIOSAS
DE
DESTERRO
Este capítulo reúne informações sobre os músicos que atuaram em
associações religiosas durante o período abordado neste estudo, bem como
referências sobre a sica ou temas relacionados à música nesses espaços.
As informações contidas neste capítulo foram elaboradas a partir de elementos
extraídos de informações encontradas quase que exclusivamente em fontes
primárias.
3.1
M
ÚSICOS MENCIONADOS
Os aspectos biográficos dos músicos abaixo relacionados foram
levantados a partir de informações que constam nas fontes documentais de
associações religiosas de Desterro, jornais da época e outras publicações. A
partir dessa documentação tenta-se responder a vários questionamentos, como
quem foram esses músicos, de onde vieram, onde atuaram em Desterro e
quais são mencionados como mestres de capela e organistas. Cabe observar
que nem sempre a atividade pela qual o músico foi pago é mencionada de
forma explícita no documento. Entre os que atuaram nas associações
religiosas, encontram-se os seguintes:
3.1.1 José de Almeida Moura (Ilha do Faial, Portugal, ? - ? (fl. 1760-1769)) foi
sargento militar, professor e mestre de capela em Desterro. Conforme
menciona o jornal Argos
(22 jun. 1861) teria sido o primeiro a ensinar sica
48
em Santa Catarina. Como mestre de capela atuou na Ordem Terceira de São
Francisco em sete ocasiões nos anos de 1760 a 1768 em missas e festividades
(V
OTSF
.L
RD
1,
f. 42, 45, 50, 53, 55v, 57v, 59v; V
OTSF
.R1,
1765;
V
OTSF
.R15,
1766). Segundo Pereira (1997) sua atuação musical na Irmandade do Senhor
dos Passos ocorreu na Procissão dos Passos realizada no ano de 1768 da
qual foi regente da música. Consta nos documentos administrativos que José
de Almeida Moura teria ingressado nesta associação em 1767 permanecendo
até 1769 (apud P
EREIRA
, 1997, v. I, p. 117-119).
3.1.2 Padre Inácio José Galvão (Rio de Janeiro, ? Desterro? 31/01/1786 (fl.
1751-1786)) médico e padre tendo atuado em capelas de Desterro,
apresentando-se para o ofício em 28/10/1751. Além de padre na Ordem, foi o
responsável pela música ao menos em sete missas e festividades nessa
associação no período de 1761 a 1772 (V
OTSF
.L
RD
1,
f. 45,
50,
53,
55
V
,
57v,
59v,
96), da qual foi Ministro no período de 1762, 1770 e 1782.
Seu nome
consta na lista dos colaboradores que instituíram a Irmandade do Senhor Jesus
dos Passos e como seu primeiro tesoureiro (P
EREIRA
, 1997, v. I, p. 88, 123,
238-239, 257-259).
3.1.3 Padre Domingos Francisco de Souza Coutinho (fl. 1786-1828) foi
padre na Fortaleza do Anhatomirim (1786-1791) e vigário da Enseada do Brito
(1797), músico e professor, segundo Almeida Coelho, ensinando cantochão
(apud R
OSA
, 2002, p. 76). As referências apontam que o padre teria adquirido
dois pequenos órgãos de origem portuguesa para que seu filho João Francisco
de Souza Coutinho pudesse praticar, ensinar e compôr (C
ABRAL
,
1979,
v. 2, p.
356;
R
OSA
apud M
ELO
,
1991,
p.
166;
R
OSA
,
2002,
p.
76). Na Irmandade do
Senhor Jesus dos Passos atuou como músico na festividade de 3 de maio
conforme apontam as despesas do período de 1817-1818 (I
SJP
.L
RD
2,
f. 69).
Atuou no ano de 1828 na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário pela
música executada em uma festividade (I
NSR
.L
RD
2,
f. 90).
3.1.4 José Luiz do Livramento (Desterro, ? - ? (fl. 1769-1824)), filho de pai
brasileiro e mãe portuguesa, era militar (tenente-coronel) em Desterro onde
estudou com o músico Francisco de Souza Fagundes (P
EREIRA
, 1997, v. I, p.
49
291, R
OSA
apud M
ELO
,
1991, p.
160).
A documentação aponta que José Luiz
teria atuado como mestre de capela na Ordem Terceira em três festividades
em homenagem a São Francisco entre 1769 a 1772 (V
OTSF
.L
RD
1,
f. 63v;
V
OTSF
.L
RD
2,
f. 93v, 96). Entre 1782-1784 e 1790-1792 teria ocupado o cargo
de síndico nesta associação (V
OTSF
.L
RD
2, f. 122, 124, 143). Conforme informa
Pereira (1997, 1998) professou na Irmandade do Senhor Jesus dos Passos em
1782, na qual ocupou o cargo de provedor (1815-1816; 1821-1824) e foi um
dos fundadores da Caridade dos Pobres. Ainda segundo o autor, foi tesoureiro
da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário.
3.1.5 Domingos Gomes da Silva (fl. 1789-1793), capitão e mestre de capela,
recebeu aulas de Francisco de Souza Fagundes
(R
OSA
apud M
ELO
,
1991,
p.
160). A referência mais antiga a ele foi encontrada nos documentos da Ordem
Terceira sobre os anos de 1789 e 1790 (V
OTSF
.L
RD
2,
f. 140). Domingos Gomes
atuou como mestre de capela tendo sido responsável pela música em
festividades a São Francisco e na Procissão de Cinzas realizadas entre 1789-
1793 (V
OTSF
.L
RD
2, f. 147v, 148).
3.1.6 Francisco Luiz do Livramento (Desterro, ? ? (fl. 1802-1837)), foi
major e organista, tendo sido aluno de Francisco de Souza Fagundes (R
OSA
apud M
ELO
,
1991,
p.
160).
Segundo aponta a documentação da Irmandade do
Senhor Jesus dos Passos foi o responsável pela música na festividade de Bela
Cruz em 1815 (I
SJP
.L
RD
1,
f. 39) e ocupou o cargo de provedor nos biênios
1819-1820, 1832-1833 e 1836-1837 (P
EREIRA
,
1998,
v. II, p.
261-262).
Atuou
como organista na Ordem Terceira no ano de 1802 (V
OTSF
.L
RD
2,
f. 175).
Segundo Rosa, no ano de 1816 o músico teria dirigido uma banda de música
existente em Desterro (apud M
ELO
,
1991, p.
165).
3.1.7 João Francisco de Souza Coutinho (Desterro, 29/03/1804 idem,
11/09/1869). A bibliografia disponível aponta que Coutinho foi um dos prolíficos
músicos de Desterro como compositor, regente, organista, instrumentista e
professor de música. Filho de Genoveva Francisca de Souza e do Padre
Domingos Francisco de Souza Coutinho, estudou com Francisco Luiz do
Livramento e Francisco de Souza Fagundes (R
OSA
,
2002, p. 76). Dividiu sua
50
atuação profissional entre cargos públicos (Comendador, Vice-presidente da
Província de Santa Catarina, Inspetor da Tesouraria Provincial, Secretário do
Governo), como músico, como provedor da Irmandade do Senhor Jesus dos
Passos (1845-1849) e Irmão Ministro da Ordem Terceira, tendo sido eleito em
1855 (G
OMES
, 1990, p. 111; P
EREIRA
,
1998,
v.
II,
p.
262;
V
OTSF
.L
RD
4,
f. 29v).
Coutinho iniciou sua atividade como professor de música em 1833
(R
OSA
,
2002, p.
76);
no ano de 1850
fundou a Sociedade Philarmônica a qual
também dirigiu e em algumas ocasiões participou como pianista
acompanhando cantoras (R
OSA
apud M
ELO
,
1991, p.
167).
Em seu ofício como músico atuou em festividades, missas e procissões:
na Ordem Terceira foi organista nas missas de domingo em 1834 e sico no
período de 1830 a 1844 (V
OTSF
.L
RD
3,
f. 223, 225, 227, 251, 258, 262, 273;
V
OTSF
.L
RD
4,
f. 3, 9, 11, 63). De 1830 a 1837 e em 1840 foi músico na
Irmandade do Senhor Jesus dos Passos (I
SJP
.L
RD
3,
f. 4, 21, 26, 50, 74, 102,
143, 144, 168, 192, 258). Em duas ocasiões no ano de 1844 recebeu pela
música de festividades na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário (I
NSR
.L
C
2,
f. 109, 118).
Segundo Cabral (1951, p. 13-14; 1979, v. 2, p.
57) compôs peças sacras
como um Te Deum, uma Missa do Santíssimo Sacramento (para soprano e
tenor, violino, flauta, clarinete, pistom e baixos), Semana Santa, Missa de
Réquiem e alguns hinos - entre eles a melodia do Hymno Catharinense (1834)
para comemoração do Dia da Independência (7 de setembro), o Hymno a suas
Magestades Imperiaes (presumivelmente anterior a 1845) e o Hino à Virgem
Nossa Senhora das Dores, mencionado pelo jornal O Cruzeiro do Sul como
“composição poética do [...] Manoel de Araújo Porto-Alegre, e musical do [...]
Comendador João Francisco de Souza Coutinho” (14 abr.1859).
De sua produção, até o momento foram encontrados o Te Deum em Do
Maior para vozes e instrumentos
25
e dois hinos para canto e piano: o Hymno
Catharinense (1834) e o Hymno à suas Magestades Imperiaes
26
(autógrafo)
25
Maiores detalhes no item 4.2 deste trabalho.
26
O Hymno à suas Magestades Imperiaes não se encontra editado; o Hymno Catharinense foi
“novamente editado” (o termo aponta que provavelmente houve uma edição anterior a essa,
que até o momento não foi encontrada) por seu neto João Francisco de Lacerda Coutinho no
Almanaque Brasileiro Garnier, 1914, p. 487-489. As partituras fotografadas encontram-se na
íntegra nos anexos do trabalho.
51
que até o momento não havia sido mencionado pela historiografia. A letra
27
deste último hino aponta que a peça foi escrita para a ocasião da visita do
casal imperial à capital da Província de Santa Catarina no ano de 1845.
Provavelmente referindo-se ao mesmo hino, um artigo d’O Relator Catarinense
menciona uma apresentação no dia 16 de outubro em um teatro particular, na
qual um “coro de senhoras cantou um hino, [com] letra do vigário de São José,
Joaquim Gomes de Oliveira e Paiva, e música do Ilmo. Secretário do Governo”
(22 out.1845).
3.1.8 José Manoel de Souza (fl. 1848). A única referência sobre ele foi
encontrada em documentação da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos de
abril de 1848, tendo recebido por sua música a quantia de 32$000. O
documento não menciona a ocasião
(I
SJP
.L
RD
4,
f. 126).
3.1.9 Francisco de Paula Silveira (? Desterro, ?/03/1860 (fl. 1845-1860))
viveu em Desterro, onde sua atividade como músico foi movimentada em
âmbito sacro. Atuou na Ordem Terceira e nas Irmandades do Senhor Jesus
dos Passos e de Nossa Senhora do Rosário durante o período de 1845-1856
em diversas ocasiões (I
NSR
.L
C
2,
f. 134; I
SJP
.L
RD
4,
f. 75; I
SJP
.L
RD
5,
f. 33, f. 59;
I
SPJ
.L
RD
6, f. 6).
A documentação da Ordem (V
OTSF
.L
RD
4,
f. 75, 89, 100, 116, 138, 155,
167, 189, 196; V
OTSF
.L
RD
5,
f. 3, 13;
V
OTSF
.A
CD
4,
f. 2v) indica que Silveira atuou
em festividades dentre elas a de Quarta-feira de Cinzas
do ano de 1853
(V
OTSF
.R10,
1853), ano em que entrou e professou nesta associação
(V
OTSF
.L
PA
, f. 330). Notas localizadas na documentação mostram que
Francisco Silveira faleceu no mês de março do ano de 1860 deixando “legados
a São Francisco da Penitência e a São Francisco de Paula” (V
OTSF
.A
CD
2, f.
27v).
Considerando as informações da documentação das associações
religiosas e o fato de que não foram encontradas referências relacionadas a ele
como sico em jornais da época, pondera-se que Silveira tenha atuado
somente no contexto sacro.
27
A transcrição paleográfica da letra deste hino encontra-se nos anexos do trabalho.
52
3.1.10 José Maria Martins Leoni (Lisboa, 28/07/1821 ou 1824 - ? (fl. 1821-
1863)) chegou em Desterro em 1850 onde se dividiu entre as atividades de
comerciante, compositor, regente e professor de piano, canto, flauta e rabeca
(C
ABRAL
, 1951, p. 15, 36; R
OSA
apud M
ELO
, 1991, p. 167-168). No ano seguinte
iniciou sua atividade como professor abrindo um curso de canto e piano,
lecionando também a domicílio, em colégios e em sua residência (O
D
ESPERTADOR
, 06 out. 1863).
Atuou na Irmandade do Senhor Jesus dos Passos em festividades e
procissões durante o período de 1857 a 1860 (I
SJP
.L
RD
6,
f. 28, 38, 40, 55, 58,
65, 66). Leoni foi um sico ativo na Ordem tendo participado em várias
ocasiões nos anos de 1857 a 1863 (V
OTSF
.R3,
1857;
V
OTSF
.R4,
1857;
V
OTSF
.R5,
1860;
V
OTSF
.R6,
1861;
V
OTSF
.R7,
1862;
V
OTSF
.R8,
1863;
V
OTSF
.A
CD
2.,
f. 14v).
A entrada de José Maria Leoni para a Venerável Ordem
Terceira de São Francisco da Penitência aconteceu em 1859 conforme
registrado no Livro de pagamentos de anuidades (V
OTSF
.L
PA
,
f.
380).
Como regente também atuou na ocasião da festa de Nossa Senhora das
Dores, na qual um coral cantou sob sua direção no ano de 1858 conforme
relatou o jornal O Santelmo:
Foi solene o ato, houve excelente música do côro, dirigida pelo
incansável e bil artista o Sr. Leoni, que com o maior tino reúne
outros, de modo que sempre colhe merecidos aplausos, e nós por
essa parte mais deixaremos de lh’os dar [...] (O
S
ANTELMO
,
3
out.1858)
Foi um dos personagens que abriu novos espaços para a prática musical
no âmbito profano: segundo Cabral (1979, v. 2, p. 58) incentivou o movimento
artístico organizando grupos orquestrais e sociedades. Em 1853,
conjuntamente com outros sócios, organizou a sociedade de baile chamada
Recreio Catharinense (C
ORREIO
C
ATHARINENSE
,
4
mai.1853) e em 1861 fundou
a Sociedade de Música e Dança Paraíso Desterrense a qual primava pelo
ensino de música (canto, piano, rebeca, flauta e dança) e a realização de bailes
(O
M
ERCANTIL
, 21 out.1861; R
OSA
,
2002,
p.
21,
137;
R
OSA
apud M
ELO
,
1991, p.
169).
53
Como composições suas são mencionadas peças sacras e uma melodia
fúnebre para voz e instrumento composta em parceria com Alberto Richter em
1858 (C
ABRAL
,
1979,
v.
2,
p.
58;
C
RUZEIRO DO SUL
,
16
mai.1858); estas peças
não foram encontradas até o momento.
3.1.11 Alberto Richter (fl. 1858-1871) foi compositor e maestro da banda
musical Trajano (C
ABRAL
,
1951,
p.
29)
e da Banda do Batalhão do Depósito.
Como maestro atuou em cerimônias sacras em Desterro, tendo sido
responsável pela sica da procissão em março de 1858 organizada pela
Irmandade do Senhor Jesus dos Passos (I
SJP
.L
RD
6,
f. 38) e acompanhando
uma procissão com a “música do Batalhão do Depósito” (provavelmente a de
Cinzas) na Ordem Terceira (V
OTSF
.R9,
1859).
Atuou em outras freguesias de
Desterro, uma delas noticiada pelo jornal A Provincia:
Teve lugar no dia 15 do corrente [agosto] na freguesia do Ribeirão a
Festa da Padroeira N[ossa] S[enhora] da Lapa, com novena na
véspera, missa cantada, sermão ao evangelho e procissão à tarde.
[...] e a música dirigida pelo Sr. Alberto Richter. (A
P
ROVINCIA
,
19
ago.1871)
Em âmbito profano, segundo Cabral (1951, p. 29), Richter dedicou-se a
fazer serenatas e passeios com sua banda de música. De suas composições
(além da música própria para atos fúnebres, anteriormente mencionada), os
jornais de Desterro noticiam uma Polka, oferecida a Minelvina Gonçalves (A
P
ROVÍNCIA
,
17 jan.1872) e uma quadrilha que recebeu o nome A Nossa
Directoria dedicada à Sociedade Carnaval Desterrense (O
C
RUZEIRO DO
S
UL
,
29
jan.1860). O músico também é referenciado por compor uma polca intitulada
Trem da Maxambomba, oferecida à Sociedade Maxambomba que teria sido
executada pelo Batalhão do Depósito (O
M
ERCANTIL
,
29
jun.1862).
Sobre as
peças, até o momento, não são conhecidas outras informações.
Alguns exemplares de jornais (A P
ROVÍNCIA
,
08 fev.1871; A
R
EGENERAÇÃO
,
05 fev.1871; A P
ROVÍNCIA
, nov.1871) fazem referências ao
músico de nome Carlos Alberto Richter, que propunha “ensinar música de
piano e outros instrumentos e a afiná-los” e “também se oferece para tocar em
soirés e bailes”. É plausível considerar que se trate do mesmo músico (Alberto
54
Richter-Carlos Alberto Richter), visto que a atuação como regente da banda do
Batalhão do Depósito ocorreu em períodos próximos (1859 e 1862) e pelo fato
de muitas referências a acontecimentos terem ocorrido no mesmo ano (1871)
conforme mencionado.
3.1.12 Augusto Guilherme Hautz (Alemanha, 1821? – Desterro?, 1910) Hautz
foi médico, sico, compositor, regente e professor de piano, violino e canto.
De origem germânica, chegou ao Brasil em 1851 e da Colônia Dona Francisca
(atualmente Joinville) mudou-se para Desterro, onde se casou com a soprano
Maria Silveira Hautz e onde sua atividade como músico foi intensa (C
ABRAL
,
1979, v. 2, p.
59-63;
R
OSA
,
2002,
p.
98). Embora adepto da religião luterana
(C
ABRAL
,
1945, p. 63) atuou no meio católico na Igreja da Matriz de Desterro,
nas Capelas de Nossa Senhora do Rosário e da Ordem Terceira. Desta última
recebeu 170$000 réis “pela música e Novena da festa” do Senhor Bom Jesus
de 1864, ano em que iniciou como músico nas associações religiosas de
Desterro (V
OTSF
.R11,
1864;
C
ABRAL
,
1945). De 1864 a 1870, Hautz foi o
responsável pela música das festividades de São Francisco da Ordem
(V
OTSF
.R12,
1865;
V
OTSF
.A
CD
2,
f. 121v, 142v, 161v, 180v, 198, 215v, 229v;
V
OTSF
.R13,
1868;
V
OTSF
.R14,
1870) tendo sido esta última, anunciada pelo
jornal O Despertador
de 30 setembro de 1870. No ano de 1871, o jornal A
Provincia anunciou a festividade do Senhor Bom Jesus venerada na Igreja da
Ordem Terceira que teve música “dirigida pelo hábil professor o Sr. Guilherme
Hautz” (05 ago.1871).
A documentação da Irmandade do Rosário aponta que no mesmo ano
Hautz recebeu “proveniente do Te Deum, que a música cantou a entrada do
procurador” (I
NSR
.L
C
3,
f. 13). Outra referência de sua atuação nesta irmandade
foi na festividade de São Benedito (I
NSR
.L
C
3, f. 47). Segundo Cabral, Hautz
regeu o Coro da Matriz e em 1877 “ensaiou, para as festas de Nossa Senhora
das Dores” (1979, v. 2, p.
60). Teve participação na festa do Santíssimo
Sacramento em 1888 como regente de orquestra (O
C
ONSERVADOR
, 30
mai.1888).
Sua atividade como professor não se resumiu ao ensino de piano e
violino, também foi professor de canto no Colégio de Instrução Secundária para
o sexo feminino pelo menos no ano de 1867 conforme artigo n’O Despertador
55
de 19 fevereiro de 1867.
As fontes consultadas demonstram que Hautz pôde ser visto atuando
como regente de coro e orquestra não exclusivamente em âmbito sacro; seus
vínculos com o contexto profano são evidentes. Foi um dos fundadores da
Sociedade Musical Euterpe – Quatro de Março (1871) que, conforme menciona
Cabral (1979, v. 2, p.
64), dedicava-se “ao cultivo da música” e realizava
encontros com certa freqüência. Os jornais da época mencionam a presença
de Guilherme Hautz em diversas situações como músico atuante e também
como anfitrião, possibilitando dessa maneira o contato com viajantes ou artistas
de outras localidades:
A final sempre o pianista Juvenal de Sampaio dá o seu concerto, que
deverá ter lugar sábado, 12 do corrente [de fevereiro], na casa de
residência do Sr. Guilherme Hautz, que generosamente concedeu ao
artista brasileiro. (O
D
ESPERTADOR
,
5 fev.1870)
No relato que descreve sua passagem por Desterro em 1858, Robert
Avé-Lallemant faz referência a um senhor “Bautz” e pela descrição, muito
provavelmente se trata de um erro de transcrição ou de impressão, e o
mencionado é mesmo o Sr. Hautz:
[...] aos europeus, porém, também muito comovem as velhas notas
conhecidas. Em casa do senhor Bautz [...] ouvi música de Beethoven,
“lieder” de Mendelssohn e de Schubert e acordes de Schumann!
Esses sons atingem fortemente o íntimo da alma e tanto
profundamente quanto menos eram esperados. A sagrada arte de
Orfeu anda hoje tranqüilamente em volta do globo terrestre, adoça os
costumes e amansa os selvagens e indômitos à beira da própria
floresta virgem na América do Sul. (A
-L
ALLEMANT
,
1980,
p.
25)
Tem-se notícia de uma peça de sua autoria, uma polca que recebeu o
título de Faceira e integrou o programa de um concerto vocal e instrumental do
qual participaram o flautista M. A. Reichert e a Sociedade Euterpe. Na ocasião
Hautz foi o regente, o acompanhador do flautista (como pianista) e o
executante da própria composição conforme noticiou o jornal O Despertador
em
1867
(apud
C
ABRAL
,
1979,
v.
2, p. 62).
3.1.13 Esterlita [Estelita Selnita A [Freitas?] (fl. 1865-1868) duas referências
56
foram encontradas na documentação da Ordem Terceira por ocasião da
música da Quinta-feira Santa dos anos de 1865 e 1868 (V
OTSF
.A
CD
2
,
f.
131v,
192v). Pires (2008) em seu trabalho, mostra que não muitos dados sobre o
mestre Estelita e que esse nome também aparece na documentação dos
jornais referindo-se a uma banda de música.
3.1.14 Francisco José da Costa (fl. 1872-1888) flautista, maestro e professor.
Considerando as fontes e alguns relatos da imprensa, Francisco José da Costa
transitou entre os círculos musicais sacro e profano de Desterro. A referência
mais antiga encontrada na documentação da Ordem aponta que Francisco
iniciou como músico nas associações religiosas em 1872 atuando até 1888. Na
Irmandade do Rosário recebeu por ocasião da festividade de Nossa Senhora
em 5 de outubro de 1873 e pela “música de [coro] para a festa” (1875-1876) (o
documento não especifica a ocasião) (I
NSR
.L
C
3,
f. 40, 67).
Em julho de 1863 Francisco José dirigiu as músicas e o coro na missa
de quiem realizada por alma de D. Manoel de Araújo (Bispo Conde de Irajá)
que conforme a imprensa foram “sublimes” (O
D
ESPERTADOR
,
06 out.1863
apud
C
ABRAL
, 1979, vol. 2, p. 59). Segundo O Constitucional, o músico foi regente da
música durante as novenas do Espírito Santo em maio de 1868 (21 mai. 1868).
Juntamente com o músico José Brasilício de Sousa, dirigiu a sica da capela
em festejos à Santa Rita de Cássia em 1876 (O
C
ONSERVADOR
,
24 mai.1876) e
por ocasião da Semana Santa do ano de 1877 (idem, 4 abr.1877). Outra
atuação como regente foi durante a Semana Santa do ano de 1880 segundo
noticiou o jornal O Despertador:
as senhoras D[ona] Maria Cândida Cidade Ludovico de Almeida e
d[ona] Maria Luiza Rosa de Faria cantarão os solos de soprano e
contralto nas missas de quinta e sábado de aleluia. A capela dirigida
pelo Sr. Francisco José da Costa têm se esmerado nos ensaios de
músicas para a festividade. (O
D
ESPERTADOR
,
24 mar.1880)
Paralelamente às suas atividades em âmbito sacro, atuou como
professor de música do Liceu de Artes e Ofícios pelos menos durante o ano de
1890 (J
ORNAL DO
C
OMMERCIO
, jun. 1890, nº109). Como flautista integrou o
grupo Mozart e participou de concertos vocais e instrumentais na Sociedade
57
Euterpe Quatro de Março, ambos de Desterro. Nesta Sociedade, suas
participações foram noticiadas no jornal O Despertador de 1874 (05 jul.1874,
28 nov.1874; C
ABRAL
, 1979, vol. 2, p. 63) quando em algumas ocasiões reuniu-
se para tocar com outros companheiros de música, entre eles Guilherme
Hautz, Maria da Silveira Hautz e José Brasilício de Sousa. Com o grupo Mozart
tocou no Clube Estrela D’Alva em 1886, juntamente com outros músicos
(Adolpho Ferreira de Mello, Roberto Trompowsky e Emília Schutel) em um petit
concert. (J
ORNAL DO
C
OMMERCIO
, 28 nov. 1886).
Conforme apontam as referências, Francisco José da Costa participou
da eleição da diretoria da Irmandade Nossa Senhora da Conceição para o
exercício de 1884, conforme consta em ata de 7 de dezembro de 1883
(I
NSC
.L
A
1,
f. 16v).
3.1.15 José Brasilício de Sousa (Goyana (PE), 09/01/1854 Florianópolis,
30/03/1910) foi compositor, regente, professor e instrumentista. Paralelamente
às suas atividades musicais foi também um estudioso de astronomia e do
volapük,
28
poeta, professor de cosmografia, história e geografia no Liceu de
Artes e Ofícios. O músico participou da Associação do Professorado
Catarinense e esteve envolvido na organização de sociedades musicais e
literárias nas quais ocupou cargos na diretoria.
Conforme Sousa (2002), José Brasilício era filho único de José Manuel
de Sousa Sobrinho e de Rita Inácia de Sousa e veio para Desterro com dois
anos de idade. Seu contato com a música deu-se ainda na juventude, quando
teve aulas de violino durante um ano com o professor Guilherme Hautz e
posteriormente dedicou-se ao estudo do piano.
Em 1873 viajou para o Rio de Janeiro em busca de um ambiente que lhe
proporcionasse uma vivência musical mais ampla, conforme relata sua
autobiografia escrita no idioma volapük e traduzida para o português por
Abelardo Sousa, seu neto:
28
“volapuque. [Palavra artificial <ingl. wordl, ‘mundo’, + speak, ‘fala’.] s.m. Língua auxiliar de
comunicação internacional, lançada em 1879 pelo alemão Mons. Johann Martin Schleyer
(1831-1912)” definição segundo o Novo Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa (1986, p.
1787). Conforme menciona Martinho Callado Júnior (apud S
OUSA
,
2002,
p.
24) um artigo
publicado pelo jornal A Regeneração de março de 1886 explicava a origem da língua. “É
formada de todas as línguas faladas na Europa, principalmente as românicas e germânicas,
dentre essas últimas o inglês”.
58
Em setembro de 1873, deixei a família, para ir ao Rio de Janeiro,
onde era fácil ouvir violinistas, pianistas, etc., e, principalmente
freqüentar o teatro de ópera, para apreciar as óperas compostas
pelos mestres imortais. Depois de dois movimentados meses, voltei
ao Desterro. Não possuindo inclinação para empregos públicos, nem
podendo ter qualquer pretensão honrosa a respeito da arte que
cultivava, resolvi conseqüentemente ensinar música e os
instrumentos que aprendera. Este trabalho me foi agradável por
causa da vocação que me entusiasmava. (S
OUSA
, 2002, p. 54-55)
Em sua atividade magisterial deu aulas de música, piano e violino em
domicílio (S
OUSA
, 2002, p. 55). No início do ano seguinte à sua viagem, os
jornais publicavam anúncios informando que JoBrasilício oferecia-se “para
dar particularmente lições de piano, rabeca e música, para o que se acha
competentemente habilitado” (O
CONSERVADOR
,
04 fev.1874).
Em termos comparativos a outros músicos, a atuação de José Brasilício
como regente de orquestra foi bastante diversificada. Da Irmandade do Rosário
recebeu pela música da festa do ano de 1876 (I
NSR
.L
C
4,
f. 11). De 1876 a 1878
dirigiu a música em festividades no contexto sacro conforme notas publicadas
pelos jornais (O
C
ONSERVADOR
, 03 e 06 mai.1876; 24 mai.1876; 4 abr.1877). O
mesmo jornal publica texto com os comentários sobre os festejos organizados
pela Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, durante os quais se realizou
missa cantada com participação da orquestra da capela dirigida pelo músico e
pelo Sr. Costa. Na ocasião, que teve como local a Ordem Terceira, o músico
regeu a orquestra que executou uma missa do Padre José Maurício Nunes
Garcia e arranjos do próprio compositor de trechos das óperas Sonambula e Il
Pirata executados “antes do sermão em saudação ao pregador” (O
C
ONSERVADOR
, 12 dez.1878).
Conforme a documentação, a referência mais antiga da atuação de José
Brasilício na Ordem Terceira data do período de 1879-1880 onde o músico
teria dirigido uma orquestra na festividade de São Francisco (V
OTSF
.L
RD
6,
f.
56). Foram encontradas
outras duas referências, ambas de 1882: uma por
ocasião da nomeação do comissário da Ordem, pelo Te Deum Laudamus em
ação de graças” (V
OTSF
.L
RD
6, f. 75), e outra “pela orquestra que tocou na
Festa do Patriarca São Francisco” (V
OTSF
.L
RD
6, f. 76).
Outrossim, em âmbito profano sua atuação foi notável propiciando esse
59
contexto a possibilidade do músico apresentar suas composições em várias
ocasiões, segundo noticiam os jornais: no ano de 1877 sua obra Solidão
29
descrita como um “devaneio musical para piano”, foi estreada pelo compositor
no Clube Euterpe Quatro de Março (O
C
ONSERVADOR
,
07 mar.1877). Em 1880,
apresentou a comédia opereta Os Namorados de minha Mulher com ariette de
soprano e um dueto de tenor e baixo tendo recebido elogios pela música e por
sua estréia como compositor (O
D
ESPERTADOR
,
18 e 25 ago.1880). Foi maestro
de orquestra em 1882 e 1883 por ocasião da passagem por Desterro da atriz-
mirim Julieta dos Santos tendo-se apresentado diversas vezes; numa das
récitas executou uma de suas composições, o Hino Artístico, dedicado à atriz.
Conforme aponta sua autobiografia, nos anos de 1882-1883 dirigiu a orquestra
do teatro (S
OUSA
, 2002, p. 56). Os jornais A Regeneração e O Despertador
noticiam a ópera O Ermitão de Muquem de sua autoria, que foi apresentada em
forma concerto (18 mar.1883; 17 mar. 1883). Em festas carnavalescas, têm-se
notícias de que o músico dirigiu uma orquestra no baile da Sociedade Diabo a
Quatro no ano de 1884 (O
D
ESPERTADOR
, mar.1884). Informações sobre sua
atuação musical em Desterro após o término do período imperial continuaram
sendo posteriormente publicadas nos jornais.
A produção musical de José Brasilício de Sousa foi uma das mais
fecundas dentre a produção dos compositores que atuaram em Desterro.
Em
meio a aproximadamente 60 composições, estão incluídas obras para diversas
formações musicais e estilos: música de câmara, sica para peças teatrais,
hinos, entre eles o Hino do Estado de Santa Catarina, música religiosa e peças
de gênero livre (polkas, mazurkas, valsas, quadrilhas, schottischs, havaneiras,
etc.) (S
OUSA
, 2002, p.
95-98).
Como peças sacras encontram-se referências a Tantum Ergo, Sub tuum
praesidium (um dueto para soprano e barítono, composta em outubro de 1902)
e O Salutaris Hostia para barítono, executada na festa de Santo Antônio de
Lisboa conforme noticiou o jornal Sul Americano:
celebrar-se-á hoje a festa do glorioso Santo Antônio de Lisboa.
Conta-nos que será cantada pela Exma. Sra. D[ona] Maria Eugenia
Cidade um novo O Sallutaris”, que o nosso distinto colaborador José
29
Sousa (2002, p. 95) refere-se à obra A Solidão como um capricho que o compositor ofereceu
à sua esposa.
60
Brazilicio de Souza ofereceu ao nosso colaborador Wenceslau
Bueno. A música foi escrita para a voz de barítono, para ser cantada
pelo referido amador, que, por delicadeza, desistiu do seu direito em
favor da Exma. Sra. D[ona] Maria Eugenia Cidade. A aludida
composição honra sobremodo o seu digno autor: é uma notável
música sacra, que Mercadante não teria pejo de subscrever. (S
UL
AMERICANO
,
15
jun.1902)
José Brasilício, como mostra o recorte acima, também escreveu e
publicou artigos abordando variados temas, inclusive musicais, em colunas dos
jornais desterrenses A Regeneração, Jornal do Commercio e Jornal Sul
Americano, assinando-os sob o pseudônimo Sufi Junior ou com as iniciais J.B.
Na Figura 14, vê-se o compositor em sua juventude:
Figura 14 – José Brasilício de Sousa aos 24 anos, [1878?]
Fonte: Sousa, 2002, p. 112
3.1.16 Amâncio Antonio da Luz (fl. 1857) sobre ele foi encontrada uma única
referência na documentação da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos,
informando que recebeu 45$000 réis pela música da Procissão do Senhor
Jesus dos Passos no ano de 1857 (I
SJP
.L
RD
6,
f. 26).
61
3.1.17 Joaquim Juvêncio Cidade (fl. 1844-1855) foi professor, músico,
afinador de pianos e compositor. Segundo Cabral (1951, p. 15) dava aulas de
música em sua residência por volta do ano de 1855. Até o momento localizou-
se apenas uma referência sobre ele, mencionando que se pagou 8$000 réis “a
João Francisco Cidade, Joaquim e José Cidade que fizeram parte dos músicos
por ocasião da [...] Missa Solene” na Ordem Terceira de Desterro no ano de
1844 ou 1845 (V
OTSF
.L
RD
4,
f. 68). O músico João Francisco Cidade (fl. 1837-
1857) também atuou na cerimônia administrativa no dia da entrega da mesa
[da diretoria], em 1854 (V
OTSF
.R2,
1854).
Na Irmandade do Senhor Jesus dos
Passos foi o responsável pela “música do coro nos dias 29 e 30 da Procissão
do Senhor” no ano de 1857 (I
SJP
.L
RD
6, f. 27)
e seu provedor durante o biênio
1837-1838, conforme informa Pereira (1997, v. I, p. 262). José Cidade (fl.1844-
1845) acompanhou os músicos Joaquim Juvêncio e João Francisco em Missa
Solene da Ordem Terceira (V
OTSF
.L
RD
4,
f. 68).
3.1.18 Outros Músicos
Nesta seção são listados outros nomes que contribuíram na formação de
alguns dos músicos mencionados anteriormente ou mesmo que atuaram como
professores, maestros ou compositores no período em questão e posterior,
embora não tenham sido localizadas informações na documentação das
irmandades acerca de suas atividades musicais. Este nomes são
freqüentemente apontados nos periódicos locais da época, dentre alguns deles
cito Francisco de Sousa Fagundes (Ilha do Faial, 1777- Desterro, 10/06/1861),
Capitão Hermes Ernesto da Fonseca (1824-1891), Roberto Grant (fl. 1877-
1888), Gustavo Helmold (1834-1888), Francisco Luiz dos Santos Barbosa
(1848-1892) e Benjamim Carvalho de Oliveira (fl. 1875-1878).
A seguir serão apresentadas algumas informações localizadas na
documentação das associações religiosas de Desterro acerca da prática e
eventos musicais.
62
3.2
A
MÚSICA NA DOCUMENTAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS DE
D
ESTERRO
Na documentação das associações religiosas encontram-se referências
sobre a prática musical em diversas ocasiões: missas cantadas, festividades,
procissões, cerimônias fúnebres ou eventos semelhantes e atos
administrativos. Geralmente mestres de capela e sicos são mencionados
nos livros de receitas e despesas e em recibos de pagamento. O Quadro 2
mostra as principais despesas das associações religiosas com a prática
musical e assuntos relacionados à música até o ano de 1889.
I
RMANDADE DE
N
OSSA
S
ENHORA
DO
R
OSÁRIO E
S
ÃO
B
ENEDITO
(1750-1889)
Missas cantadas
Festas: de Nossa Senhora do Rosário e de São
Benedito (outubro e dezembro, respectivamente)
Outras despesas: transporte do órgão
I
RMANDADE DO
S
ENHOR
J
ESUS
DOS
P
ASSOS
(1765-1889)
Missas cantadas
Festas: do Senhor dos Passos (março), de Santa
Cruz ou Bella Cruz ou Vera Cruz (3 de maio)
Procissões: dos Passos e de Santa Cruz
Outras ocasiões: inauguração do novo hospital
V
ENERÁVEL
O
RDEM
T
ERCEIRA
DE
S
ÃO
F
RANCISCO DA
P
ENITÊNCIA
(1745-1889)
Missas cantadas
Festas: do Senhor Bom Jesus (agosto), do Dia das
Chagas de São Francisco (setembro), de São
Francisco (outubro)
Procissões: de Cinzas
Cerimônias fúnebres: mementos (em enterros) e
dia de finados, missa em homenagem ou pela alma
dos irmãos falecidos
Outras ocasiões: música na noite de Natal,
missas solenes, música na 4ª feira de Cinzas
Atos administrativos: música no dia da posse,
ação de graças pela nomeação do Comissário da
Ordem
Outras despesas: aluguel e compra de órgão,
pagamento ao organista
Quadro 2 – Despesas com a prática musical das associações religiosas de Desterro até
1889
Baseado na documentação da V
OTSF
.L
RD
,
I
SJP
.L
RD
e
I
NSR
.L
C
63
A partir do compromisso ou estatuto de associações religiosas é que a
prática musical estava prevista nesses espaços. Os artigos 82 e 83 do Capítulo
15º do Compromisso da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos de 1840
descrevem acerca das festas da obrigação da Irmandade:
Artigo 82 - A Mesa da Irmandade festejará o seu orago o Senhor
Jesus dos Passos, no dia da Invenção da Santa Cruz com Missa
Cantada, Sermão do Evangelho, e Te Deum laudamus (obtendo para
isso as precisas licenças) e Sermão à noite. Estas Solenidades terão
lugar no todo, ou em parte, segundo as possibilidades da Irmandade.
Artigo 83 - No Domingo da Paixão, terá lugar a Procissão dos
Passos, na forma que se acha estabelecida. (I
SJP
.C
OMP
,1840;
grifo
meu)
O artigo 94 (Do que se de observar no dia da festa até publicar-se a
Eleição”), sessão 3ª, Capítulo 15º do Estatuto da Venerável Ordem Terceira de
São Francisco da Penitência datado de 1780 decreta o seguinte:
[...] ordenamos que neste dia por estar aplicada a sua festividade a
cargo do Irm[ão] Min[istro] como depois diremos, senão osente (sic) o
que ao menos haja missa cantada e sermão, quando a sua
generosidade não queira dispor a mais. Sendo tudo sem vanglória da
ostentação de maior urbanidade senão somente para edificação do
seu zelo e veneração [...] (V
OTSF
.E
ST
,1780,
f.
45,
grifo meu)
O mesmo Estatuto descreve as advertências das festas e obrigações da
ordem, na sessão 20ª do Capítulo 15º:
[...] como de costume se solenize o dia de algum Santo e Santa
da
Ordem o que cada com fraternidade
[viver?] escolta que mais por
[?]nação e com[?]ação dos ânimos dos nossos Irm[ãos]
a cuja [?] se
ordenou nas [?] fossem nesta nossa Venerável
Ordem a festividade
das Chagas a 17 de Setembro
e a Rainha Santa Izabel a 4 de
Outubro nos quais dias houvesse quando menos missa cantada e
sermão podendo ser, [?] Procissão [?] pelo nosso claustro, quando
tivermos Igreja
nossa própria, e não mais por não pa[d]ecer mais
vanglória do que auto de devoção e humildade no qual devemos ter
por zelo e cuid[ado] [...] (V
OTSF
.E
ST
,1780,
f.
85,
grifo meu)
A música é freqüentemente mencionada nos estatutos ou compromissos
das associações religiosas; esse fato é comum nesse tipo de documento e
64
pode ser observado em compromissos de irmandades de outras regiões. Os
compromissos deixam evidente que a prática depende das possibilidades
financeiras da associação no momento, embora determinem que deveria haver
pelo menos uma missa cantada nas ocasiões especiais.
O registro mais antigo sobre música localizado até o momento nas
associações religiosas foi encontrado em meio aos documentos da Ordem
Terceira. A referência consta nas despesas do período de 1748-1749 e seu
teor indica a “que se pagou ao reverendo vigário da missa cantada” e a “que se
pagou a música” (o documento não menciona nomes) provavelmente referente
à festa de São Francisco realizada costumeiramente no mês de outubro
(V
OTSF
.L
RD
1, f. 26). Este é até então o documento mais antigo sobre uma
atividade musical em Desterro e pode ser visualizado na Figura 15, com a
referência indicada pelas setas:
65
Figura 15 – Manuscrito mais antigo sobre a prática musical na Venerável Ordem Terceira
de São Francisco da Penitência, 1748-1749
Fonte: Acervo da V
OTSF
.L
DR
1,
f.
26
A documentação da Ordem assinala ainda a presença de mestre de
capela e dois coros na Procissão de Cinzas realizada possivelmente no ano de
1786 (normalmente a procissão era realizada anualmente no decorrer do mês
66
de março e as despesas relatadas se referem ao período de 05/10/1785-
04/10/1786) (V
OTSF
.L
RD
2,
f. 129). As referências nos levam a questionar qual e
como teria sido o repertório executado na ocasião; quem teria atuado como
mestre de capela e como músicos da procissão. Infelizmente, algumas destas
questões não são respondidas na documentação.
3.2.1 Os músicos e as associações
As festividades realizadas pelas associações religiosas constituíam-se
em ocasiões em que os compositores tinham a possibilidade de externar suas
obras e se promoverem como artistas. O jornal O Cruzeiro do Sul relata a
procissão do Senhor dos Passos do ano de 1859 onde o Hino à Virgem Nossa
Senhora das Dores (já mencionado anteriormente) do compositor João
Francisco de Souza Coutinho em parceria com Manoel Araújo Porto-Alegre, o
Barão de Santo Angelo, foi executado ilustrando ocasiões sacras onde os
músicos apresentavam suas composições.
Transladação da Sacratíssima Imagem do Senhor Bom Jesus dos
Passos, da capela do Menino Deus a igreja matriz. [...] Domingo a
Imagem da Augusta Mãe do Redentor foi conduzida pelos dignos
irmãos da mesma ordem que irão acompanhados pelo seu muito
digno e incansável ministro o Ilm. Sar[gento] José Gonçalves dos
Santos Silva; a mesma SENHORA seguiu d’ahi até a capela do
Menino Deus e voltando depois para a sua igreja em procissão, então
foi entoado o Hino que mais adiante nos servimos transcrever.
Composição poética do Ilm. Exm. Snr. Com[endador] Manoel de
Araujo Porto-Alegre, e musical do Ir[mão] Ex-Ministro o Comendador
João Francisco de Souza Coutinho: para, de volta ao Encontro na
procissão dos Passos recolhido o andor na capela da Ven[erável]
ordem ser cantada pela Ir[mã] Zeladora do altar D[ona] Roza Maria
da Conceição Pereira, Illm.
as
Snr.
as
D. Maria Rufina, D. Rufina Clara
Silveira de Souza, D. Joanna Emmanuela Mendes, Ir. Noviça D.
Maria Candida da Costa Pereira e o Ir. Augusto Galdino de Souza, e
acompanhada no órgão pela Ir. ex-ministra D. Perpetua Felicidade de
Souza.
Concluindo-se com o solene, beijamão da SENHORA.
A VIRGEM N. SENHORA DAS DORES
Venerada na capela da ven[erável] ordem terceira da penitencia na
cidade do Desterro. (O
C
RUZEIRO DO
S
UL
, 14 abr.1859)
67
Desse hino, é conhecido somente o texto
30
transcrito no exemplar d’ O Cruzeiro
do Sul de 14 abril de 1859; até o momento não se tem informações de registros
da música.
O Quadro 3 demonstra os músicos que atuaram em uma ou mais de
uma associação religiosa. Baseado na documentação das instituições seguem
os nomes, local e as datas da primeira e da última referência encontradas:
I
RMANDADE DE
N
OSSA
S
ENHORA DO
R
OSÁRIO E
S
ÃO
B
ENEDITO
1. Pe. Domingos Francisco S. Coutinho (1828)
2. João Francisco de Souza Coutinho (1844)
3. Francisco de Paula Silveira (1846)
4. Augusto Guilherme Hautz (1871-1874)
5. Francisco José da Costa (1873-1876)
6. José Brasilício de Sousa (1876)
I
RMANDADE DO
S
ENHOR
J
ESUS DOS
P
ASSOS
1. José de Almeida Moura (1767-1768)
2. Francisco Luiz do Livramento (1815)
3. Pe. Domingos Francisco S. Coutinho (1817-1818)
4. João Francisco de Sousa Coutinho (1830-1840)
5. José Manoel de Sousa (1848)
6. Francisco de Paula Silveira (1845-1856)
7. José Maria Martins Leoni (1857-1860)
8. Amâncio Antônio da Luz (1857)
9. João Francisco Cidade (1857)
10. Alberto Richter (1858)
V
ENERÁVEL
O
RDEM
T
ERCEIRA DE
S
ÃO
F
RANCISCO DA
P
ENITÊNCIA
1. José de Almeida Moura (1760-1768)
2. Pe. Inácio José Galvão (1761-1772)
3. José Luiz do Livramento (1769-1772)
4. Domingos Gomes da Silva (1789-1793)
5. Francisco Luiz do Livramento (1802-1803)
6. João Francisco de Souza Coutinho (1831-1854)
7. Joaquim Juvêncio Cidade (1844-1845)
8. João Francisco Cidade (1844-1845)
9. José Cidade (1844-1845)
10. Francisco de Paula Silveira (1845-1855)
11. José Maria Martins Leoni (1857-1863)
12. Alberto Richter (1859)
13. Esterlita [Estelita Selnita A [Freitas?] (1865-1868)
14. Augusto Guilherme Hautz (1864-1870)
15. Francisco José da Costa (1872-1888)
16. José Brasilício de Sousa (1879-1882)
Quadro 3 – Os músicos em associações religiosas de Desterro nos períodos colonial e
imperial
Baseado na documentação da I
NSR
,
I
SJP
e
V
OTSF
30
O texto encontra-se transcrito nos anexos.
68
As referências na documentação fornecem subsídios para algumas
interpretações; o Apêndice 1 mostra de uma forma mais detalhada as
informações sobre situações, músicos e valores recebidos.
É possível perceber uma variação dos valores médios do séc. XVIII para
o XIX que provavelmente acompanharam a economia do país e
conseqüentemente da cidade. Independentemente da associação, percebe-se
que os valores pagos por cada uma delas à medida que os anos passavam,
eram mais elevados: a primeira referência na Irmandade do Rosário datada de
1828 mostra que os gastos com a sica em uma ocasião foi de 12$800 réis
(I
NSR
.L
C
1,
f. 90); em 1844 alcançavam a quantia de 21$000 (I
NSR
.L
C
2,
f. 118) e
em 1876 chegaram a 100$000 is
(I
NSR
.L
C
4,
f. 11). No séc. XVIII a Irmandade
do Senhor dos Passos despendeu 9$000 réis com a música em 1769 (P
EREIRA
,
1997, v. I, p. 123); na terceira década do séc. XIX (em 1830) os valores
subiram para 24$000 (I
SJP
.L
RD
3,
f. 4); em meados do séc. XIX, em 1850,
foram gastos 32$000 pela música de uma ocasião (I
SJP
.L
RD
4,
f. 159). Na
Ordem Terceira os valores pagos no séc. XVIII, em 1767, somaram a
importância de 7$040 (V
OTSF
.L
RD
1,
f.
59
V
)
pela sica de uma ocasião; em
1830, 40$000 (V
OTSF
.L
RD
3,
f.
207)
e mais para o final do séc. XIX, em 1870, os
valores passavam de 100$000 réis
(V
OTSF
.A
CD
2,
f.
229
V
).
Os valores gastos com a prática musical variavam de uma associação
para a outra, ou mesmo entre diferentes ocasiões. No séc. XIX, o músico
Francisco de Paula Silveira recebeu 32$000 da Irmandade Senhor dos Passos
em março de 1845 (I
SJP
.L
RD
4,
f. 75); 40$000 da Ordem em dezembro do
mesmo ano (V
OTSF
.L
RD
4,
f.
75) e 28$000 da Rosário em janeiro de 1846
(I
NSR
.L
C
2,
f. 134). Por meio de exames comparativos dos dados, nota-se uma
diferença de cifras entre as três associações (valores despendidos
praticamente no mesmo período e com o mesmo músico) que leva a conjeturar
que os valores monetários gastos com os músicos tenham sido efetuados de
acordo com a situação econômica de cada uma delas.
Conforme apresentado no início deste tópico o Compromisso da
Irmandade do Senhor Jesus dos Passos de 1840 determinava que a
festividade do seu orago deveria incluir missa cantada “segundo as
possibilidades da Irmandade” (I
SJP
.C
OMP
,1840,
art.
82).
No Estatuto da Ordem
Terceira, o artigo 94 que estabelece acerca das festas decreta “que ao menos
69
haja missa cantada e sermão, quando a sua generosidade não queira dispor a
mais” (V
OTSF
.E
ST
,
1780,
art.
94). A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário,
por exemplo, como demonstra Raske (2009), nem sempre disponibilizava de
recursos financeiros para incluir as exigências estabelecidas pelo compromisso
e a prática musical em suas festividades:
Permeadas de muito preparo, adornos, rituais e uma linda
procissão ao santo de devoção, as festividades eram celebradas
anualmente pelos irmãos que realizavam ao menos "uma missa
resada" quando seus cofres não permitiam toda a pompa sempre
almejada. (R
ASKE
,
2009,
p. 7)
Segundo a autora “a missa era celebrada por um padre contratado pela
Irmandade, havendo na maioria das vezes um sermão após o evangelho e,
sempre que possível, música, contratada pela Mesa Diretora” (2009, p. 68). A
colocação da autora pode ser uma justificativa para as referências acerca de
gastos com a prática musical serem mencionadas menos freqüentemente nos
documentos da Irmandade do Rosário se comparada com as demais. Essas
informações demonstram que a prática musical realizada na Irmandade do
Rosário era inserida nas festividades “sempre que possível” e dependia da
situação de seus cofres. Em 1873, outro músico, Augusto Guilherme Hautz,
recebeu da Irmandade do Rosário a quantia de 90$000 réis pela música da
festividade (I
NSR
.L
C
3,
f.
32) enquanto que na Ordem Terceira havia recebido
100$000 no ano de 1870 (V
OTSF
.R14,
1870), três anos antes, indicando que a
Ordem Terceira dispunha de recursos financeiros para pagar mais.
Ainda referindo-se a valores, em se tratando da origem dos músicos,
conforme descrito nos aspectos biográficos, alguns deles não eram
desterrenses. Hautz por ser alemão, certamente deve ter tido uma formação
musical mais sólida, contudo não parece que os valores pagos ao músico se
diferenciassem dos demais, em média, em função desse aspecto.
Um aspecto que chama a atenção é uma certa exclusividade dos
músicos em determinados períodos, pelo menos entre os que compunham com
mais freqüência, pois são raras as situações em que mais de um compositor foi
pago pelas associações no mesmo ano. Independente da associação, Jode
Almeida Moura trabalhou de 1760 a 1767; José Luiz do Livramento de 1769 a
70
1771; Domingos Gomes da Silva de 1789 a 1800; Francisco Luiz do
Livramento de 1802 a 1815; Padre Domingos Coutinho de 1817 a 1828. A
partir dcomeçam períodos em que os músicos são mencionados com mais
freqüência: de 1830 a 1844, Francisco Coutinho parece ter dominado a prática
musical em todas as associações religiosas; de 1845 a 1856 isso ocorreu com
o Francisco de Paula Silveira; de 1857 a 1863 com o Leoni; 1864 a 1873 com
Hautz; de 1873 em diante com Francisco José da Costa. José Brasilício o
parecia ser exclusivo, sendo mencionado poucas vezes em termos
comparativos com os demais.
Essas considerações levam a questionar como os músicos teriam sido
escolhidos para atuarem nas associações. Até o momento, não foi possível
esclarecer essa dúvida. Pode-se supor que existia de certa forma uma
exclusividade dos compositores, pelo menos referindo-se a essas três
associações. A suposição nos leva a questionar quais seriam os motivos dessa
exclusividade.
Os indícios mostram que existe uma grande possibilidade de que para
atuarem nesses espaços, os músicos deveriam ter ligação com alguma delas.
A documentação indica que dos que foram mais atuantes, todos professaram
em alguma ou mais de uma, com raras exceções; Hautz, que segundo Cabral
(1945), era luterano e José Brasilício, conforme apontam Cabral (1945) e
Sousa (2002), era ateu.
O Quadro 4 mostra os músicos que foram “irmãos” em alguma
associação religiosa de Desterro durante o período em questão:
I
RMANDADE DO
S
ENHOR
J
ESUS DOS
P
ASSOS
Padre José Inácio Galvão
José de Almeida Moura
José Luiz do Livramento
Francisco Luiz do Livramento
João Francisco de Souza Coutinho
V
ENERÁVEL
O
RDEM
T
ERCEIRA DE
S
ÃO
F
RANCISCO DA
P
ENITÊNCIA
Padre José Inácio Galvão
José Luiz do Livramento
João Francisco de Souza Coutinho
José Maria Martins Leoni
Francisco de Paula Silveira
71
I
RMANDADE DE
N
OSSA
S
ENHORA DO
R
OSÁRIO E
S
ÃO
B
ENEDITO
José Luiz do Livramento
I
RMANDADE DE
N
OSSA
S
ENHORA DA
C
ONCEIÇÃO
Francisco José da Costa
I
RMANDADE DE
N
OSSA
S
ENHORA
DAS
D
ORES
Francisco de Paula Silveira
Quadro 4 – Músicos “irmãos” em associações religiosas de Desterro
Baseado em
V
OTSF
.L
PA
, f. 330, 380;
I
NSC
.L
A
1,
f.
15,
P
EREIRA
(1997,
v.
I;
1998,
v.
II
),
C
ORREIO
C
ATHARINENSE
(6 set. 1854)
O vínculo como associado foi uma exigência aos músicos em
instituições religiosas espalhadas em outras localidades do Brasil. Andrade
(apud C
ASTAGNA
, 2003c) aponta que o parágrafo do Capítulo 1
º do
Compromisso da Irmandade da Gloriosa Virgem e Mártir Santa Cecília do Rio
de Janeiro determinava que
toda pessoa que quiser exercitar a Profissão de Músico, ou seja
Cantor ou Instrumentista, será obrigado a entrar nesta Confraria e
para ser admitido por Confrade representará à Mesa, declarando a
qualidade do seu estado e a sua naturalidade para que a Mesa o
possa admitir ou excluir sendo notoriamente inábil ou publicamente
escandaloso pelo seu mau procedimento.
(
A
NDRADE
apud C
ASTAGNA
,
2003c, p. 7)
Mais adiante o parágrafo diz: “Não serão admitidos na Irmandade senão os
Professores que tiverem verdadeira inteligência da Música, precedendo um
breve exame na presença dos Deputados que e mesa nomear [...]” (A
NDRADE
apud C
ASTAGNA
, 2003c, p. 7).
Pelo que mostra a documentação, Francisco Coutinho foi o compositor
mais procurado e que trabalhou por longo tempo, e justamente é o mais antigo
sobre o qual se têm mais informações e partituras. Porém as referências à sua
música não passam de 1854, sendo que ele morreu 15 anos depois. Essa
colocação nos leva a questionar se após ter assumido o cargo de irmão
ministro na Ordem Terceira, eleito em 1855, o músico teria parado de compor.
Após essa data, segundo aponta Gomes (1990), Coutinho governou a
72
Província de Santa Catarina em 1862 e 1868; provavelmente o fato de haver
integrado o meio político o tenha mantido ocupado na maior parte de seu
tempo com as funções políticas deixando a atividade musical em segundo
plano ou mesmo tendo deixado de compor.
Em 1854, a documentação da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos
indica que por ocasião da inauguração do novo hospital mantido pela
Irmandade, o tesoureiro despendeu 40$000 réis com asica pela “passagem
dos doentes” e 25$000 réis “com a sica da Philarmonica no dia 5 do
corrente” (I
SJP
.L
RD
5,
f. 30). Na Ordem Terceira a última referência encontrada
data de outubro de 1888 (V
OTSF
.L
RD
7,
f. 4). Informações como estas acerca da
prática musical e da atuação dos músicos nesses espaços continuam sendo
mencionadas comprovando que durante este período as associações religiosas
mantiveram a música em seus eventos religiosos e às vezes, administrativos.
3.2.2 O órgão
Nas primeiras décadas de existência da Ordem Terceira em Desterro, a
documentação menciona gastos com “aluguer de órgão” no período de 1760-
1761 (V
OTSF
.L
RD
1,
f. 42) não detalhando a quem pertencia o instrumento,
muito embora seja pertinente conjeturar que fosse de propriedade de algum
músico ou padre que atuou na época. Após essa data, as fontes não
apresentam informações que mencionem o instrumento sendo que a próxima
referência surge somente no final do séc. XVIII.
A documentação da Ordem referente ao ano de 1798-1799 aponta
despesas feitas com o pagamento “ao organista pelos toques das missas [...]
em três meses” (V
OTSF
.L
RD
2,
f. 165v). A presença de organista nas missas
para acompanhar a música prosseguiu até 1802, data em que Francisco Luiz
do Livramento é citado como organista (V
OTSF
.L
RD
2,
f. 171, 175). Até então,
dado à inexistência de referências ou menções a nomes, não se descarta a
hipótese de que o organista que teria atuado no período de 1798 a 1802 tenha
sido o próprio Francisco. Durante as próximas três décadas não foi possível
afirmar se a Ordem teve organista em suas atividades: no material consultado,
73
as referências encontradas foram raras devido ao mau estado de conservação
dos livros de receitas e despesas.
Segundo Cabral (1945, p. 95) “só em 1830 decidiu a Mesa que se
ajustasse organista” para acompanhar as missas dominicais tradicionalmente
realizadas na Ordem. As referências indicam que havia um órgão no côro da
Igreja o qual foi utilizado por João Francisco de Souza Coutinho, seu
proprietário, para tocar as missas de domingo do ano de 1834 (V
OTSF
.L
RD
3,
f.
258). Em 1854, esse órgão, que muito tempo encontrava-se na Igreja, foi
ofertado à Ordem pelo valor de 500$000 pelo próprio Coutinho que, por meio
de um ofício enviado em 26 de janeiro do mesmo ano, propôs a venda do
instrumento afirmando que estava disposto a “aceitar a oferta” e uma vez que o
instrumento encontrava-se “no ro da Igreja”, dava preferência à Ordem. A
Mesa decidiu fazer um empréstimo e o órgão foi adquirido. Pelo menos por a
16 anos depois da compra o empréstimo ainda era mencionado na
documentação da Ordem (V
OTSF
.L
RD
5,
f. 20v, 22v, 91; V
OTSF
.A
CD
3,
f. 20-20v).
O valor pago pela compra do órgão foi bastante alto em termos
comparativos com os valores da época. No artigo O piano em Desterro no séc.
XIX de Holler e Santolin (2009, p. 3) os autores mencionam que um piano
anunciado nos jornais para venda, por exemplo, custava em torno de 100 a
150$000 réis. Os autores comparam com os valores encontrados no inventário
do Sr. Jacintho José da Luz que aponta que o valor de uma escrava de 40
anos, enferma, no ano de 1869 valia 300$000 réis. O órgão foi vendido por
200$000 réis a mais do que o valor de um escravo, doente, e 350$000 réis
mais caro do que a cotação mais elevada de um piano nada menos do que 15
anos antes. É curioso mencionar aqui que a negociação entre a Ordem e o ex-
proprietário do órgão (João Francisco de Souza Coutinho) foi realizada durante
o período em que o mesmo ocupou um cargo na Mesa Diretora da Ordem.
Algumas questões são levantadas a partir da leitura das informações como
qual teria sido o argumento para justificar um valor o elevado. Se o músico
teria aproveitado o momento para a venda e em que condições se encontrava
o instrumento; teria sido um dos instrumentos que seu pai (o padre Domingos
Francisco) solicitou vir de Portugal. Essas questões não são respondidas na
documentação.
74
Analisando as referências dos anos seguintes, informações a respeito de
organistas ou práticas musicais envolvendo o instrumento em suas atividades
não são tão freqüentes, muito embora seja provável que o órgão continuasse
“soando” pelo menos até o final do período imperial visto que a documentação
do exercício de 1887-1888 faz referência ao valor de 20$000 réis “pago a
Joaquim Natividade por conserto no órgão” (V
OTSF
.L
RD
7,
f. 2). Atualmente o
instrumento não se encontra na Igreja da Ordem e o seu paradeiro é
desconhecido.
A título informativo, uma nota sobre o afinador foi localizada no jornal A
Regeneração e menciona que o “Sr. Joaquim Rodrigues da Natividade e Silva
que trabalhou afinando pianos, criou um instrumento chamado Corista-
Harmonium.” Constitui-se de “uma caixa com teclado e um fole para ativar as
notas” (15 mai.1870).
75
4. AS
ASSOCIAÇÕES
RELIGIOSAS
COMO
UM
ESPAÇO
DE
ATUAÇÃO
PARA
OS
MÚSICOS
Neste capítulo são abordadas as associações religiosas como uma
possibilidade de atuação para os músicos, e o surgimento de outros espaços
ao longo do tempo para sua atuação e para a prática musical. Pretende-se
também levantar alguns aspectos externos que influenciaram nas atividades e
no gosto musicais de Desterro a partir da segunda metade do séc. XIX.
Como foi visto no capítulo 2, pode-se dizer que durante o séc. XVIII
Desterro era uma vila limitada em seus aspectos econômicos, sociais e
culturais. Segundo Malavota (2007) no final do séc. XVIII e começo do séc. XIX
Desterro encontrava-se em processo de intensificação das atividades
comerciais e marítimas e, ao longo deste período, foi adquirindo características
de uma vila portuária. Conforme a autora
esse espaço social, a vila portuária de Desterro, foi historicamente
produzido de forma que, além das questões econômicas, políticas ou
militares que irão determinar a sua configuração e o seu
desenvolvimento, foi construído pelas pessoas que nele viviam ou
que por eles apenas transitavam de passagem. Essas pessoas
instituíram suas marcas pelos espaços da vila continuamente,
cotidianamente. Pertencentes a diferentes origens e condições
sociais, tinham o cais do porto e as ruas da vila como lugares de
trabalho, de sobrevivência, de vivência e sociabilidade (M
ALAVOTA
,
2007, p. 60).
Tal como os espaços mencionados, as associações religiosas fizeram
parte do cotidiano dos moradores de Desterro como locais de convivência,
representando uma possibilidade para a realização da prática musical em
âmbito sacro.
76
Nessas instituições estavam inseridas pessoas de diferentes círculos
sociais, entre elas do meio militar, do mesmo modo que se configurou como
local onde atuaram mestres de capela. Os mestres de capela são
referenciados freqüentemente na sua documentação durante a segunda
metade do séc. XVIII e primeira década do séc. XIX e uma das abordagens
deste capítulo busca responder quem foram esses músicos e em que espaços
atuaram no contexto desterrense da época. O segundo enfoque trata do Te
Deum que representa, até o momento, a produção musical do repertório sacro
composto em Desterro na primeira metade do séc. XIX. Procura-se delinear o
momento em que a peça foi escrita e em que ocasião foi apresentada,
buscando interligá-la ao contexto histórico-social da cidade. A última
abordagem tem como objetivo apontar o surgimento de outros espaços para a
atuação dos músicos e para a prática musical, mostrar a inserção do
compositor José Brasilício de Sousa no âmbito sócio-cultural da segunda
metade do c. XIX bem como indicar influências externas na expansão das
atividades musicas de Desterro.
4.1
O
SÉC
.
XVIII:
OS MESTRES DE CAPELA
Bluteau (1712-1728, p. 457) no início do séc. XVIII, descreveu o termo
mestre de capela como “aquele que governa os cantores, fazendo o compasso
e emendando os que erram”. Em descrição mais recente o Dicionário Musical
Brasileiro de Mário de Andrade (1999, p. 338) define o termo mestre de capela
ou Kapellmeister (alemão), Maître de chapelle (francês), Maestro di cappella
(italiano) como sendo “o músico encarregado de organizar a orquestra e o coro
durante as funções religiosas, podendo ser o organista e o compositor”.
Castagna (2003a, 2003b, 2003c, 2003d) aponta uma prática musical no
meio sacro e a presença de mestres de capela na região sudeste do Brasil
desde os idos de 1600. Segundo o autor, em São Paulo existiam mestres de
capela responsáveis pela música religiosa desde a primeira metade do séc.
XVII. Durante a segunda metade do séc. XVIII o desenvolvimento da atividade
musical em São Paulo foi pequeno, tendo sido centralizado no mestre de
capela lisboeta André da Silva Gomes, chegado na cidade em 1774 e
77
exercendo sua função na até 1828 (2003c, p. 19-20). No estado mineiro,
durante a primeira metade do séc. XVIII, os mestres de capela utilizavam
basicamente as obras alheias para a prática musical. A partir da segunda
metade, em virtude do crescimento econômico e colonização da região a
prática musical superou a prática paulista, principalmente no surgimento da
atividade composicional (2003b, p. 2-3). No Rio de Janeiro, os mestres de
capela participaram da vida musical da cidade de uma forma mais ampla na
segunda metade dos setecentos e início dos oitocentos, destacando-se o
mestre de capela Pe. José Maurício Nunes Garcia, contratado “com as
obrigações de compor e reger música para a Catedral [da Sé] e para as
solenidades oficiais realizadas no teatro da cidade” (2003d, p. 2). Anos depois
o músico foi contratado por D. João VI para atuar na Capela Real atribuindo-
lhe, além do encargo de mestre de capela, o de organista, professor e
compositor.
Em Desterro, na documentação da Ordem Terceira os músicos
mencionados como mestres de capela no séc. XVIII o José de Almeida
Moura, José Luiz do Livramento e Domingos Gomes da Silva (V
OTSF
.R1.,
V
OTSF
.R15.,
V
OTSF
.L
RD
2.,
f.
93v, 147v), todos eles militares.
Na Irmandade do
Senhor Jesus dos Passos, a documentação faz referências a “mestres de
capela”, porém não cita nomes. Nesta associação a última referência data de
1811 (I
SJP
.L
RD
1, f. 124). Na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, não
foram encontradas menções a mestre de capela nos documentos consultados.
Após este período, informações que evidenciam o prosseguimento da prática
musical nesses espaços nas décadas seguintes continuam sendo citadas.
A definição do termo “mestre de capela” na documentação de
associações religiosas de Desterro é vaga. Analisando a documentação e os
aspectos biográficos dos músicos descritos neste trabalho, verifica-se que os
mestres de capela que atuaram nas associações de Desterro no séc. XVIII e
primeira década do séc. XIX tinham ligação com o meio militar, tendo sido
remunerados pelo trabalho que prestavam às associações. Muito
provavelmente esta não era sua principal atividade e os músicos militares
desempenhavam essa ocupação em suas horas vagas.
Os documentos consultados também apontam que os músicos que
atuaram nas associações religiosas eram padres ou militares. Em função da
78
ocupação da Ilha por militares na época, parece que somente estes ou padres
poderiam se encarregar da sica de uma cerimônia, ou seja, provavelmente
na Ilha não havia músicos que pudessem ser incumbidos da música de uma
cerimônia religiosa. Um fato bastante curioso é que os músicos mais antigos
mencionados na documentação são padres, mas a documentação não se
refere a eles como “mestres de capela”, ao contrário do que ocorre com os
militares. Essa relação leva a questionar se essa função deveria ser exercida
por um leigo e se estes desempenhavam a mesma função que os militares.
As mais antigas referências à música nos relatos dos viajantes que
estiveram na Ilha no c. XVIII mencionam atividades musicais (bailes,
concertos) no meio militar. O relato do naturalista francês Antoine Joseph
Pernetty, que esteve na Ilha de Santa Catarina em 1763 descreve “oficiais da
guarnição” que apresentaram um “pequeno concerto de música instrumental”
por ocasião de uma recepção na casa do governador em dezembro do mesmo
ano (P
ERNETTY
,
1770, p.
140). Ainda na mesma viagem, Pernetty descreve
outro jantar na casa do governador após o qual “houve um grande baile”
(P
ERNETTY
,
1770, p. 145). A partir das considerações acerca dos mestres de
capela e dos relatos acima nota-se que havia uma prática musical e a presença
de militares em ambos contextos, fazendo-se pertinente supor que esses
mesmos músicos atuavam nas associações religiosas.
Cabe ainda mencionar aqui que no séc. XIX as referências demonstram
também a participação de bandas militares em procissões de associações
religiosas.
31
Os músicos militares (aqui como instrumentistas) continuaram a
atuar em âmbito sacro no séc. XIX, o que reforça a hipótese de que seriam eles
mesmos que tocavam nas cerimônias nas associações religiosas no séc. XVIII.
Carvalho (2006) em seu artigo sobre História e Tradição da Música Militar
afirma que
os músicos militares, sempre desempenharam um papel muito amplo
em toda a sociedade brasileira desde os tempos coloniais e
principalmente após a década da exploração do ouro [..] um grande
número de músicos militares atuava em orquestras principalmente
para o serviço religioso. (C
ARVALHO
,
2006, p. 5)
31
Ver Pires (2008, p. 36-39).
79
Diante do frágil limite imposto pelas fontes, até o momento não foram
encontradas informações mais detalhadas que dêem subsídios para conhecer
mais especificamente as atividades dos mestres de capela que atuaram nas
associações religiosas de Desterro como ocorreu nas irmandades das Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, conforme visto no início deste tópico.
Segundo Castagna (2003a, p. 3), ordens terceiras e capelas das irmandades
na maioria dos casos contratavam músicos e cantores por períodos
característicos estabelecendo dessa maneira a organização musical nesses
espaços. As fontes consultadas em associações de Desterro não apontam se
houve contrato entre estas e músicos por períodos mais longos.
4.2
A
PRIMEIRA METADE DO SÉC
.
XIX:
O
T
E
D
EUM DE
C
OUTINHO
Pouco se sabe sobre o repertório e a produção musical de Desterro na
primeira metade do séc. XIX. A peça sacra de produção desterrense que nos
permite ter mais concretamente uma noção da produção musical do período, e
a mais antiga encontrada até o momento, é o Te Deum em Do Maior do
compositor João Francisco de Souza Coutinho.
O Te Deum Laudamus, segundo Bluteau (1712-1728, p. 64), podia ser
empregado “falando no Oficio Divino ou em alegres e festivas solenidades
quando depois de felizes sucessos se canta o Cântico” podendo ser, portanto,
utilizado de forma rezada ou cantada. Mais recente, o verbete em The New
Grove Dictionary of Music and Musician define o Te Deum como:
um canto de louvor a Deus cantado no final da manhã nos domingos
e dias de festa, após o último responsório (na prática medieval) ou
em seu lugar (na moderna). Também foi usado como um canto de
procissão, como conclusão para um drama litúrgico, como um canto
de ação de graças, numa ocasião como a consagração de um bispo e
como hino de vitória no campo de batalha. (S
TEINER
;
F
ALCONER
;
C
ALDWELL
,
1980,
v.18,
p.
641,
tradução nossa)
Durante a Idade Média acreditava-se que Santo Ambrósio e Santo Agostinho
teriam composto o Te Deum “como uma oração improvisada” para o batismo
de Santo Agostinho (S
TEINER
;
F
ALCONER
;
C
ALDWELL
,
1980, v. 18, p. 641).
80
Esta oração, às vezes cantada, integrada à função religiosa e composta
para ocasiões especiais, foi freqüentemente empregada no Brasil colonial e
imperial. A historiografia aponta que no séc. XVI era executada nas aldeias
jesuíticas: Holler (2006, p. 163) em seu trabalho sobre os loyolistas no Brasil
descreve uma procissão na Aldeia de São Paulo na Bahia onde o coro dos
irmãos ia “cantando Te Deum Laudamus e Laudate Domine omnes gentesno
ano de 1584.
Em Desterro, relatos de jornais mencionam a execução de Te Deum em
ocasiões comemorativas e procissões, conforme apontam Holler e Vicenzi
(2008, p. 6). A documentação de associações religiosas aponta o emprego do
Te Deum (rezado e cantado) normalmente em festividades homenageando
seus oragos e em cerimônias administrativas.
4.2.1 Te Deum em Do Maior
No acervo do Museu da Inconfidência de Ouro Preto foi encontrado um
Te Deum de autoria do compositor João Francisco de Souza Coutinho, com
data não especificada. A obra foi escrita no séc. XIX e o manuscrito apresenta
apenas uma referência de que o Te Deum teria sido “reformado pelo autor em
19 de junho de 1861, na cidade de Desterro” e copiada possivelmente no Rio
de Janeiro em 1891 por Francisco Flores, conforme indica o frontispício, que
pode ser visualizado na Figura 16. Na Figura 17, vê-se a primeira página do Te
Deum.
81
Figura 16 – Frontispício do Te Deum em Do Maior de João F. S. Coutinho, anterior a 1861
Fonte: Coleção Francisco Curt Lange, Acervo de Documentos Musicais de Ouro Preto
Figura 17 – Primeira página do Te Deum em Do Maior de João F. S. Coutinho, anterior a 1861
Fonte: Coleção Francisco Curt Lange, Acervo de Documentos Musicais de Ouro Preto
82
Uma hipótese é que este Te Deum tenha sido composto para a visita de
D. Pedro II a Desterro em 1845. Notícias descritas pelo jornal O Relator
Catharinense (criado exclusivamente para dar cobertura à vinda de D. Pedro II
à Ilha) relata sua chegada em 12 de outubro de 1845 mencionando que um
“solene Te Deum” de autoria do compositor desterrense João Francisco de
Souza Coutinho foi
dignamente executado pelo Coro de distintos empregados
públicos, e oficiais da Guarda Nacional” ao chegarem na Matriz de Desterro (O
R
ELATOR
C
ATHARINENSE
, 18 out.1845). Ainda segundo o jornal, em visita ao
Hospital de Caridade no dia 14 de outubro um Te Deum foi cantado pelos
padres jesuítas e em visita à Igreja da Lagoa, um Te Deum foi cantado pelo
“coro dos empregados públicos e oficiais da Guarda Nacional” no dia 16 de
outubro. Pela formação vocal e instrumentação utilizada (conforme a descrição
da peça feita logo adiante) esta não é uma peça cotidiana, que reforça a
hipótese de que se trata da mesma obra.
Existem exemplos de outros Te Deum compostos na época em outras
localidades do país, e apresentados em situações como a recepção ao
Imperador. Em função disso faz-se pertinente considerar que este Te Deum
tenha sido escrito para a visita de D. Pedro II a Desterro. Referências indicam
alguns compositores que escreveram obras de destaque para uma ocasião
semelhante. O compositor Marcos Portugal (1762-1840) escreveu um Te Deum
em 1817 para a aclamação de D. João VI; a folha de rosto da obra apresenta a
seguinte dedicatória: “Composto para a feliz aclamação de S.M.F. O Senhor D.
João VI”, como informado no frontispício do autógrafo.
32
André da Silva Gomes
(1752-1844) compôs um Te Deum homenageando D. Pedro I por sua presença
em São Paulo no ano de 1821 (C
ASTAGNA
, 2003c, p. 20). No ano seguinte, o
compositor mineiro Castro Lobo (1794-1832) escreveu “um Te Deum para os
festejos de recepção de D. Pedro I” a pedido da Ordem Terceira do Carmo de
Vila Rica (C
ASTAGNA
, 2003b, p. 12).
Este Te Deum é dividido em 22 seções, para coro e solistas (sem
contraltos) e conjunto instrumental. A composição apresenta uma combinação
de instrumentos de cordas de uma orquestra (violino I e II, viola, violoncelo e
32
O autógrafo encontra-se na Biblioteca Nacional de Portugal, e está disponível no site
http://purl.pt/12123
83
contrabaixo), instrumentos de sopro (flauta, clarinete, cornetim, trombone,
oficleide
33
) e percussão (bumbo), sendo que estes dois últimos grupos são
característicos da instrumentação de bandas do séc. XIX (B
INDER
,
2006;
C
ARVALHO
, 2006).
É pertinente considerar que Coutinho tenha escrito para essa formação
instrumental porque eram os instrumentos que deviam existir em Desterro.
Provavelmente este Te Deum foi escrito para banda militar, visto que a
presença deste tipo de formação durante esse período foi mais notório do que
as bandas civis que também existiram na cidade. Conforme aponta Pires
(2008, p. 23) estas estiveram ativas em Desterro em maior evidência a partir de
1870. Como visto no tópico anterior, os músicos militares foram bastante ativos
nos âmbitos sacro e profano de Desterro. Alguns deles regeram as bandas
possivelmente levando esses instrumentos para as associações religiosas.
Em termos gerais, a obra apresenta canto gregoriano com valores
rítmicos definidos no início de algumas seções; as melodias são simples
normalmente apresentando uso de desenho em graus conjuntos, com evidente
caráter operístico nos trechos solistas. um predomínio da harmonia
tradicional com utilização de determinados acordes baseando-se na cadência (I
IV V
6
4
V
7
I), que modula no início de algumas seções. O Te Deum é
dividido em seções curtas e o ritmo apresenta uso freqüente da colcheia
pontuada. As partes vocais são escritas para coro a três vozes (soprano, tenor
e baixo) com textura homofônica na maioria dos trechos e as vozes solistas
(soprano, barítono e baixo) intercalam-se com as partes do coro.
Pela instrumentação e formação vocal utilizadas, alguns detalhes o
usuais são curiosos como o uso do oficleide e a ausência do contralto.
Em termos comparativos, o oficleide utilizado no Te Deum de Coutinho
parece não ser normalmente utilizado para a execução de peças musicais
como essa. O Te Deum do compositor Manoel José (pai de Carlos Gomes)
escrito em 1845, por exemplo, apresenta formação instrumental de violinos 1 e
2, viola, flauta, clarinetes 1 e 2, trompa 1 e 2, trombone e baixo e vozes de
soprano, alto, tenor, baixo (N
OGUEIRA
,
1997, p.
104),
(exatamente a mesma
33
Conforme definição de Mário de Andrade no Dicionário Musical Brasileiro (1999), Oficleide
(s.m.) instrumento de sopro, trompa com chaves e bocal, tubo cônico dobrado em si mesmo,
em uso durante o séc. XIX. O oficleide foi substituído, na orquestra e nas bandas, pela tuba” (p.
332).
84
formação do Te Deum de Marcos Portugal de 1817, citado acima).
E o Te
Deum Laudamus escrito em 1834, conforme informa a partitura localizada no
Acervo Musical do Cabido Metropolitano do Rio de Janeiro, do compositor
Fortunato Mazziotti, é uma composição para “4 vozes e órgão, fagote e
contrabaixo” (f. 5r).
Segundo Carvalho (2006, p. 3-4) a constituição instrumental da banda
militar sofreu modificações ao longo do séc. XVIII e início do séc. XIX. Muitos
instrumentos passaram por alterações e até mesmo desapareceram, como é o
caso do oficleide, instrumento presente na formação instrumental do Te Deum.
As trompas, clarins e cornetas, após a invenção dos pistões, em 1815
passaram a fazer a escala cromática, ganhando melhores
possibilidades; o serpentão foi substituído pela oficleide, que por sua
vez desapareceu após as invenções do belga Adolph Sax (1814-
1894), que criou uma família de instrumentos, reformulando toda a
constituição das bandas. (C
ARVALHO
,
2006,
p. 4)
Em se tratando da formação vocal, é curioso mencionar a ausência de
contraltos na peça o que leva a questionar o motivo. Uma hipótese a se
considerar é que da mesma forma que Coutinho usou vários instrumentos
porque eram os que estavam disponíveis na banda (com exceção das cordas),
o compositor não deveria ter à disposição um coro completo para isso. Os
jornais se referem ao coro como sendo um “coro dos empregados públicos e
oficiais da Guarda Nacional”, ou seja, deviam ser homens em sua grande
maioria (ou até mesmo na totalidade) – essa suposição também reforça a
hipótese de que se trataria da mesma obra. Tais informações levam a outros
questionamentos como quem teriam sido as sopranos, talvez crianças?
De um amplo ponto de vista e em função da época em que foi composto
poder-se-ia mencionar que este Te Deum coincide, aproximadamente, com o
momento em que a atuação dos músicos e a prática musical se ampliam a
outros contextos mais evidentemente, expandindo do âmbito sacro e atingindo
ambientes profanos, fato revelado por meio de publicações dos jornais. A
composição localiza-se entre o sacro e o profano: apesar do caráter sacro sua
formação instrumental remete ao âmbito militar, ao mesmo tempo que
apresenta traços de caráter operístico.
85
4.3
U
M COMPOSITOR EM DESTERRO NA SEGUNDA METADE DO SÉC
.
XIX:
J
OSÉ
B
RASILÍCIO
A segunda metade do séc. XIX foi representativa no que concerne à
prática musical em Desterro, culminando com o surgimento de outros espaços
de atuação para os músicos em âmbito profano. Com o desenvolvimento dos
ambientes urbanos, a prática musical, anteriormente realizada em locais como
as associações religiosas, ampliou-se para outros espaços embora esses
locais se tivessem mantido como possibilidade para sua realização e de
atuação para os músicos.
Essa expansão se deveu às modificações que houve
na sociedade de Desterro, sobretudo no surgimento de uma elite econômica e,
conseqüentemente cultural.
No artigo Alguns aspectos da música sacra no Rio de Janeiro no final do
século XIX escrito por Mônica Vermes (2000), a autora assinala que
no século XIX, a música passa por um processo de secularização: se
até o início do século XIX a produção musical era fomentada
fundamentalmente pela Igreja, a partir daí ela conquistará outros
espaços. O crescimento e desenvolvimento dos ambientes urbanos, o
enriquecimento de uma classe média consumidora de arte acabam
estimulando o aparecimento de instituições ligadas à prática musical:
editoras, teatros, atividade didática, comércio de instrumentos
musicais. (V
ERMES
, 2000, p. 1)
Com o surgimento de outros ambientes para a prática musical, nota-se
mais evidentemente a participação de alguns músicos fora do meio sacro; esse
fato
é observado na documentação da época como os artigos de jornais que
descrevem várias outras situações para a prática musical.
Os músicos passaram a atuar em outros espaços e a dar aulas de
música, instrumento e canto em domicílio e em colégios, quando estes foram
instituídos na cidade. O ensino formal de sica e de instrumentos como o
piano foi privilégio da classe social com maior poder aquisitivo, principalmente
o aprendizado do piano, que, conforme mostram os autores Holler e Santolim
(2009, p. 6) estava associado ao conjunto de requisitos que completava a
educação da figura feminina da elite da época. Os jornais publicavam
recomendações que as moças de boa família deveriam seguir: “aprender a
86
dançar, tocar, e cantar à estrangeira, em saber francês, [...] e em fazer
bordados de lã” (C
ORREIO
C
ATHARINENSE
,
29
dez.1852).
Notas d’A Regeneração de 1869 e dO Conservador do ano de 1873
anunciavam “lições de música” particulares. Uma delas divulgava que o
professor de música Paulino da Silva Ayrão, fixando residência na Rua do
Menino Deus, oferecia-se para “lecionar sua arte” esperando acolhimento por
parte do povo catarinense (A
R
EGENERAÇÃO
, 24 nov.1869). Anúncios
publicados posteriormente denotavam a presença de aulas de música em
instituições educacionais: o Colégio Esperança que atendia o público feminino
oferecia disciplinas entre as quais constavam aulas “de português, aritmética,
caligrafia, doutrina cristã, leitura, prendas domésticas, sica, piano e canto”
(O
C
ONSERVADOR
, 22 mar.1879). O Liceu de Artes e Ofícios noticiava que “as
matrículas para as Primeiras Letras, Gramática Portuguesa, Francês, [...]
Música, Caligrafia e Tipografia encontravam-se abertas” (O
D
ESPERTADOR
,
20
set.1884).
Outra possibilidade de atuação para os músicos foi encontrada nos
espaços das várias sociedades artísticas locais que representavam um
movimento de elite e promoviam bailes, encontros e saraus residenciais. Essas
situações propiciavam aos músicos uma oportunidade de se apresentarem
publicamente e de apresentar suas composições. Como exemplo destes
espaços, cito a Sociedade de Música e Dança Paraíso Desterrense, Sociedade
Philarmônica, Sociedade Euterpe Quatro de Março; algumas destas
organizadas e dirigidas pelos próprios músicos, como indicam os aspectos
biográficos de alguns deles. Músicos como Augusto Guilherme Hautz,
freqüentemente organizavam encontros de caráter social e cultural designado a
uma parcela mínima da sociedade e certamente reunia pessoas da sociedade
elitista de Desterro: intelectuais, músicos, militares, políticos e suas famílias.
O Teatro Santa Izabel, inaugurado no último quartel do c. XIX,
também se constituiu como outro espaço que propiciou a expansão das
atividades musicais em Desterro. Freccia (2008, p. 32) assinala que o Teatro
Santa Izabel representou “um papel importante no fortalecimento das artes, de
uma maneira geral, corroborando diretamente no gosto do público desterrense
pelo teatro e pela música”. Se anteriormente as associações religiosas
constituíram-se como ponto de encontro nos tempos do Brasil-Colônia e Brasil-
87
Império, o Teatro Santa Izabel parece ter simbolizado, a partir de sua
inauguração, local de encontro, cultura e diversão representando um eficaz
agente de civilização.
O surgimento de outros espaços, a priori, parece não ter afetado a
prática musical efetuada nas associações religiosas. De acordo com o número
de referências na documentação das associações da segunda metade do séc.
XIX, em termos comparativos com o período anterior, percebe-se que a prática
musical se manteve por meio da continuidade da realização das festividades
celebradas com música. Entre 1851 a 1889, em 38 anos, a documentação
aponta um número maior de atuações nesses espaços, 67 vezes; entre o
período de 1760 a 1850 que corresponde a 90 anos a documentação aponta
64 vezes (ver Apêndice 1). Essa comparação indica que embora tenham
surgido outros espaços, tal fato parece não ter refletido na prática musical das
associações.
O conjunto de atividades (estudar música, participar de sociedades,
freqüentar bailes, saraus, teatro) realizadas nos novos espaços, demonstrava
civilidade e educação; reflexo de uma classe social que alimentava e divulgava
a ideologia da época baseada numa missão civilizadora. O conceito de civilis
que sustentava o modus vivendi parecia ter encampado na mentalidade social
da elite local que, dentre outras atitudes, exprimia seu modo de vida por meio
de atividades como as mencionadas. Segundo Garcia (2002, p. 22) “a
presença do ideário social e dos valores estéticos e morais provenientes do
modelo europeu se fazia sentir, nos discursos da elite, a partir do início do
séc. XIX”. Obedecendo o ajustamento e o ritmo de cada local, de modo geral,
pode-se dizer que foi o que ocorreu no Brasil e conseqüentemente, em
Desterro, assinala a autora.
Além do surgimento de novos espaços para a prática musical e atuação
dos músicos, os jornais noticiavam programações musicais e com freqüência
publicavam comentários a respeito. Isso resultou no surgimento de uma crítica
musical, que também representava uma forma de ditar um comportamento, um
gosto. Os comentários geralmente escritos por amantes da música enalteciam
as obras, os sicos e a música, e por conseqüência, influenciavam a
formação de opinião que obviamente favorecia o modelo propagado pela corte.
Na obra A Vitrola Nostálgica, Marcelo Téo (2007, p. 24-25) aponta que uma
88
das funções dos autores das críticas jornalísticas era “informar e convencer os
leitores da coluna” am de comentar os eventos ocorridos na cidade.
Este tipo de “discurso” pode ser conferido no exemplo abaixo, coletado
no jornal A Província:
as mais sublimes inspirações dos grandes maestros Bellini, Verdi,
Donizetti, Auber e outros, à par das melodias suaves das óperas
bufas de Offenbach e lindas polkas e valsas de outros autores m
nos deleitado soberanamente. A orquestra, apesar de pequena, pelo
belo instrumental, afinação e gosto apurado na execução das peças,
eleva-se na altura de tornar-se o fiel intérprete do pensamento dos
autores e com estas harmonias celestes arreb[á]ta-nos a alma,
trazendo-nos doces recordações das belas orquestras da corte. (A
P
ROVÍNCIA
,
1 nov.1871)
Alguns músicos participaram do meio elitista desterrense envolvendo-se
com seu ideário e com o conjunto de atividades difundido pela classe. Dentre
estes, José Brasilício de Sousa. Segundo indicam seus dados biográficos, o
compositor organizou e participou de sociedades literárias e musicais; dirigiu a
orquestra do teatro; estudou astronomia e volapük; esteve no Rio de Janeiro
adquirindo experiências e gostos musicais que certamente inspiraram asica
que compôs mais tarde e lecionou música em caráter particular.
Em 1877, o jornal O Conservador publicou uma nota pela estréia da sua
obra Solidão no Clube Euterpe Quatro de Março (O
C
ONSERVADOR
,
07
mar.1877). Freccia (2008, p. 38) menciona a montagem da peça Niniche
dirigida pelo compositor por iniciativa da Sociedade Dramática Particular
Fraternal Beneficente em junho de 1880. O mesmo jornal descreve uma
passagem na qual José Brasilício teria regido peças com características
religiosas e profanas em um ambiente sacro. Esse fato se deu na Ordem
Terceira no ano de 1878, quando o músico executou “perfeitamente uma
harmoniosa missa de [Padre] JoMaurício” com trechos que apresentavam
motivos das óperas Sonambula e Il Pirata arranjados pelo próprio compositor
(O
C
ONSERVADOR
,
12 dez.1878), já mencionado no Capítulo 3.
Os fatos acima indicam que o músico circulava nos ambientes sacro e
profano como compositor e regente; também mostram quais eram os tipos de
obras que José Brasilício apresentava: composições próprias e peças de
outros compositores.
89
Os fatos indicam ainda que a música que era composta e executada em
diferentes centros chegava em Desterro, embora tardiamente. A partir dos
relatos e de exemplos de concertos apresentados nos jornais, percebe-se que
Desterro seguia o gosto
ditado pela sociedade de algum outro centro, neste
caso do Rio de Janeiro (como a peça do Pe. José Maurício). Esta colocação se
faz pertinente em relação não somente à música em si. Fato como a execução
do Te Deum de Coutinho por ocasião da visita de D. Pedro II a Desterro,
mencionado anteriormente, representava uma ocasião similar a que ocorreu
em São Paulo em 1821 e em Vila Rica em 1822 pela visita de D. Pedro I.
A seguir são consideradas algumas influências externas que
fomentaram a expansão das atividades e se refletiram no gosto musical da
sociedade da época.
4.3.1 Influências externas na expansão das atividade musicais de
Desterro
Em se tratando da música, alguns aspectos foram fatores influentes na
sociedade desterrense a partir da segunda metade do séc. XIX.
Não é desconhecido o fato de que o Rio de Janeiro representava o
principal centro operístico do país naquele século, principalmente com a vinda
da corte portuguesa para o Brasil, que havia trazido hábitos e costumes
europeizados. Segundo aponta Castagna (2003b, p. 3) as práticas musicais
intensificaram-se com a chegada da família real na cidade “tendendo a um
certo cosmopolitismo, recebendo algumas novidades alemãs e francesas,
fortalecendo a recepção da música italiana e irradiando as novas tendências
para outras regiões do país”.
As tendências definidas pela sociedade carioca puderam ser
proeminentemente notadas em Desterro por meio do repertório, da
programação de concertos, apontados pelos jornais bem como de seus
costumes. Outrossim, a vinda de artistas de outras localidades à cidade
representou um fator influenciável. Além de ter uma localização geográfica
altamente favorável para o comércio e outras transações econômicas, Desterro
constituiu-se em um “ponto de parada” para as companhias artísticas que
90
faziam a rota Rio de Janeiro-Buenos Aires e vice-versa, fosse para apresentar-
se na Ilha ou mesmo para “pesquisar” o local com intenção de futuras
apresentações. Um relato n’O Despertador informa a passagem do Sr. Braga
Junior, diretor de uma companhia de ópera-cômica do Rio de Janeiro, formada
de “63 pessoas, incluindo cinco professores de orquestra, contando entre os
artistas de ambos os sexos nomes muito conceituados”. Segundo informa o
jornal, o Sr. Braga visitou o Teatro Santa Izabel prometendo que faria “uma
série de apresentações” quando retornasse do Rio Grande (O
D
ESPERTADOR
, 2
jul.1884). Freccia (2008, p. 32-37) aponta a vinda de uma companhia italiana
de ópera que esteve em Desterro de maio a junho de 1884. O autor mostra que
a programação musical de companhias e artistas de outras localidades
geralmente apresentava “operetas ou zarzuelas completas e cenas ou atos
inteiros de óperas consagradas”. Desse modo, o repertório executado pelas
companhias e artistas certamente refletiu no gosto musical de freqüentadores
desses espetáculos.
Outro fator que provavelmente influenciou o meio musical em Desterro
foi o comércio de instrumentos musicais (quase que exclusivamente pianos) e
partituras. Alguns anúncios apontam o comércio desses instrumentos, um
deles do ano de 1849 que noticiava a venda de um “piano por preço cômodo”
(O
C
ONCILIADOR
C
ATARINENSE
, 17 out.1849). Um outro informa a venda de um
piano pertencente ao músico José Maria Martins Leoni, de fabricação inglesa
“de 5 ½ oitavas em meio uso, de construção muito forte, conservando por longo
tempo afinação, e próprio para qualquer pessoa aprender a tocar, pelo módico
preço de 150$rs.” (C
RUZEIRO DO
S
UL
, 13 mai.1858).
O comércio de partituras incluía obras e peças avulsas, inclusive de
compositores que atuaram na cidade durante o período. Exemplares do jornal
O Conservador anunciam a venda de “músicas novíssimas”:
O professor B[enjamim] Carvalho de Oliveira, tem seu pequeno
repertório musical a disposição dos amadores da arte, escrevendo ou
prontificando qualquer encomenda que deste gênero se lhe faça.
Não instrumentadas.
Aberturas, Hinos, Hinos para sociedades
Pequenas Músicas-Sacras
Finais para o côro rs. $500
Quadrilhas rs. 2$000
Polks, Schottischs, Valsas,
91
Varsovianas, Masurks, e
Lunduns rs. 5000 1$ e 2$000
Dobrados, Marchas, Grandes
Marchas, Marchas fúnebres.
Marchas religiosas e Duetos rs. 2$a 5$
Hinos dos Reis 5$000
(O
C
ONSERVADOR
,
6 fev.1875, nº205, p.4, col.1).
Brazileira
34
- É o titulo de uma quadrilha composta pelo professor
público Sr. Benjamim Carvalho d’Oliveira, sob motivos do hino
nacional [...] (O
C
ONSERVADOR
,
19 dez.1878).
Por outro lado, os jornais também divulgavam a venda de peças de diferentes
gêneros musicais e de compositores de outras localidades. O comércio de
partituras constituiu-se como meio de difusão de gêneros e estilos musicais.
Embora tenham surgido outros espaços e se tenham notado fatores que
influeciaram o meio musical em Desterro até o final do Império, as associações
religiosas mantiveram-se como possibilidade de atuação e de fonte de renda
para os músicos e de espaços para a prática musical.
34
A peça Brazileira foi considerada a primeira edição deste gênero segundo informa o mesmo
exemplar (O
C
ONSERVADOR
,
19 dez.1878).
92
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A documentação das associações religiosas mostrou-se uma relevante
fonte de informações sobre a prática musical e atuação de músicos em
Desterro nos períodos colonial e imperial. Embora trazendo informações
fragmentadas, permitiu fazer algumas considerações sobre a prática musical,
trazer à tona nomes de músicos que atuaram nessas instituições e delinear
aspectos acerca da história da música de Desterro durante o recorte
cronológico mencionado.
Durante esse período as associações religiosas representaram uma
possibilidade de atuação para os músicos que fizeram da sica a sua fonte
de renda constituindo-se em espaços onde estes puderam mostrar o seu
trabalho.
Os documentos pesquisados revelaram a presença de mestres de
capela no séc. XVIII e primeira década do séc. XIX e que a prática musical
realizada nesses espaços deu-se predominantemente em missas cantadas,
procissões, atos fúnebres e festividades. Constatou-se que a maioria dos
músicos que atuaram nessas instituições teve outra profissão e era envolvida
em atividades que ultrapassavam o campo musical, enquanto alguns músicos
dedicaram-se mais exclusivamente à música atuando como professores,
compositores e instrumentistas.
O espaço de atuação para os músicos e para a prática musical
ampliou-se a partir de meados do séc. XIX com o ensino formal de música e de
instrumentos (particular e em colégios), com o surgimento das Sociedades
Musicais e com a inauguração do Teatro Santa Izabel. Essa expansão
93
deveu-se às modificações que houve na sociedade de Desterro, como reflexo
de uma elite econômica. As colocações deste trabalho nos auxiliam na
compreensão da maneira de viver da sociedade desterrense do séc. XIX no
que se refere ao contexto sócio-musical.
Os dados empregados nessa pesquisa demonstraram que mesmo com
o surgimento de outros espaços em âmbito profano, as associações religiosas
continuaram representando uma possibilidade para a prática musical e para a
atuação de músicos.
A produção da pesquisa musicológica no Brasil esteve voltada
basicamente aos grandes centros até poucas décadas. Como mencionado no
início desta dissertação, a musicologia catarinense vem sendo estudada de
forma sistematizada pouco tempo, sendo por este motivo um campo de
pesquisa ainda a ser explorado. Embora parte das interrogações propostas
inicialmente nesta pesquisa tenha sido investigada trazendo algum tipo de
esclarecimento, enfatizo que a documentação de associações religiosas
durante o período pesquisado juntamente com as informações recolhidas nos
periódicos desterrenses não as esclarecem totalmente, entretanto possibilitam
que outros pesquisadores possam abordar estes e outros questionamentos em
futuros trabalhos.
94
6. REFERÊNCIAS
6.1
R
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dos Homens Pretos - Desterro/Florianópolis (1880-1910). 2007. 104 p.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) – Departamento de
História/Centro de Ciências Humanas e da Educação, Universidade do Estado
de Santa Catarina, Florianópolis, 2007. Disponível em:
<http://www.pergamumweb.udesc.br/dados-
bu/000000/000000000005/000005DF.pdf> Acesso em: 3 mar. 2009.
STEINER, Ruth; FALCONER, Keith; CALDWELL, John. Te Deum. In: SADIE,
Stanley (Org.). The New Grove Dictionary of Music and Musicians.
Washington: Macmillan, 1980, vol. 18, p. 641-644.
TAVARES, Mauro Dillmann. Irmandades, Igreja e Devoção no Sul do Império
do Brasil. São Leopoldo: Oikos: Ed. Unisinos, 2008.
TAVARES, Mauro Dillmann. Irmandades Religiosas no Brasil. In: Notas sobre
História. Disponível em:
<http://notassobrehistoria.blogspot.com/2008/11/irmandades-religiosas-no-
brasil.html> Acesso em: 3 abr. 2009.
TÉO, Marcelo. A Vitrola Nostálgica: música e constituição cultural
(Florianópolis, décadas de 1930 e 1940). Florianópolis: Letras
Contemporâneas, 2007.
TONERA, Roberto. O Sistema defensivo da Ilha de Santa Catarina. In:
Fortalezas Multimídia. Florianópolis: Editora da UFSC, Projeto Fortalezas
Multimídia, 2001 (CD-ROM).Disponível em:
http://www.fortalezasmultimidia.com.br/santa_catarina/ Acesso em: 23 set.
2009.
VERMES, Monica. Alguns aspectos da música sacra no Rio de Janeiro no final
do século XIX. In: Revista Eletrônica de Musicologia do Departamento de Artes
da UFPr. Curitiba, v. 5, n. 1. Junho de 2000. Disponível em:
<http://www.rem.ufpr.br/REMv5.1/vol5-1/rio.htm> Acesso em: 3 out. 2009.
102
VOLPE, Maria Alice. Por uma Nova Musicologia. In: Música em Contexto.
Revista do Programa de Pós-Graduação Música em Contexto da Universidade
de Brasília, ano 1, vol. 1. Brasília, agosto de 2007.
6.2
D
OCUMENTOS MANUSCRITOS
VOTSF.LRD1. Livro de Receitas e Despesas (1745-1770). Arquivo de
documentos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência,
Florianópolis.
VOTSF.LRD2. Livro de Receitas e Despesas (1771-1805). Arquivo de
documentos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência,
Florianópolis.
VOTSF.LRD3. Livro de Receitas e Despesas (1805-1839). Arquivo de
documentos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência,
Florianópolis.
VOTSF.LRD4. Livro de Receitas e Despesas (1839-1852). Arquivo de
documentos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência,
Florianópolis.
VOTSF.LRD5. Livro de Receitas e Despesas (1852-1868). Arquivo de
documentos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência,
Florianópolis.
VOTSF.LRD6. Livro de Receitas e Despesas (1869-1886). Arquivo de
documentos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência,
Florianópolis.
VOTSF.LRD7. Livro de Receitas e Despesas (1887-1897). Arquivo de
documentos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência,
Florianópolis.
VOTSF.LI. Livro de Inventário (1783-1792). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.LPA. Livro de Pagamento de Anuidades. Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.ACD1. Auxiliar da Coluna do Extrato Diário 1 da VOTSF (1853-1877)
Arquivo de documentos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da
Penitência, Florianópolis.
VOTSF.ACD2. Auxiliar da Coluna do Extrato Diário 2 da VOTSF (1858-?)
Arquivo de documentos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da
Penitência, Florianópolis.
103
VOTSF.ACD3. Auxiliar da Coluna do Extrato Diário Contas Correntes da
VOTSF (1853-1855) Arquivo de documentos da Venerável Ordem Terceira de
São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.ACD4. Auxiliar da Coluna do Extrato Diário Contas Correntes da
VOTSF (1855-1869) Arquivo de documentos da Venerável Ordem Terceira de
São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.PedProv. – Pedido de Provisão (1777) Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.Est. Estatuto (1780) Arquivo de documentos da Venerável Ordem
Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R1 Recibo de pagamento (06 out.1765). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R2 - Recibo de pagamento (17 dez.1854). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R3 Recibo de pagamento (11 ago. 1857). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R4 Recibo de pagamento (07 out. 1857). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R5 Recibo de pagamento (13 ago. 1860). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R6 Recibo de pagamento (20 fev. 1861). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R7 Recibo de pagamento (12 ago. 1862). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R8 Recibo de pagamento (24 ago. 1863). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R9 Recibo de pagamento (10 mar. 1859). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R10 Recibo de pagamento (15 fev.1853). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R11 – Recibo de pagamento (08 ago.1864). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R12 – Recibo de pagamento (07 ago.1865). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R13 – Recibo de pagamento (11 ago.1868). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R14 Recibo de pagamento (10 out.1870). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
104
VOTSF.R15 Recibo de pagamento (06 out.?1766). Arquivo de documentos
da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
VOTSF.R16 Recibo de pagamento (11 out.1848). Arquivo de documentos da
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Florianópolis.
ISJP.LRD1. Livro de registros de Receitas e Despesas (1802-1815). Arquivo
de documentos da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, Florianópolis.
ISPJ.LRD2. Livro de registros de Receitas e Despesas (1808-1823). Arquivo
de documentos da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, Florianópolis.
ISPJ.LRD3. Livro de registros de Receitas e Despesas (1830-1847). Arquivo
de documentos da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, Florianópolis.
ISJP.LRD4. Livro de registros de Receitas e Despesas (1841-1852). Arquivo
de documentos da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, Florianópolis.
ISJP.LRD5. - Livro de registros de Receitas e Despesas (1852-1855). Arquivo
de documentos da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, Florianópolis.
ISJP.LRD6. - Livro de registros de Receitas e Despesas (1855-1861). Arquivo
de documentos da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, Florianópolis.
ISJP.LRD6. - Livro de registros de Receitas e Despesas (1855-1861). Arquivo
de documentos da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, Florianópolis.
ISPJ.Comp. Compromisso da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos
(1840). Arquivo de documentos da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos,
Florianópolis.
INSR.LC1. Livro caixa 2 (1813-1828). Arquivo de documentos da Irmandade
de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, Florianópolis.
INSR.LC2. Livro caixa 4 (1829-1847). Arquivo de documentos da Irmandade
de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, Florianópolis.
INSR.LC3. Livro caixa10 (1871-1877). Arquivo de documentos da Irmandade
de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, Florianópolis.
INSR.LC4. Livro caixa 11 (1876-1890). Arquivo de documentos da Irmandade
de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, Florianópolis.
INSC.LA1 Livro de Atas (1879-1892). Arquivo de documentos da Irmandade
de Nossa Senhora da Conceição, Florianópolis.
AHESC.INSP.N1 Notas históricas Irmandade de Nossa Senhora do Parto.
Pasta nº 42 do Arquivo Histórico Eclesiástico de Santa Catarina, Florianópolis.
AHESC.INSP.Comp. Compromisso da Irmandade de Nossa Senhora do
Parto (1866). Arquivo Histórico Eclesiástico de Santa Catarina, Florianópolis.
105
6.3 D
OCUMENTOS DATILOGRAFADOS
IDES.LT1. Livro do Tombo (1896). Arquivo de documentos da Irmandade do
Divino Espírito Santo, Florianópolis.
IDES.CL. Cláusula do Contrato Real com a Irmandade do Divino Espírito
Santo (1808). Arquivo de documentos da Irmandade do Divino Espírito Santo,
Florianópolis.
6.4 P
ERIÓDICOS E JORNAIS
A Província. Desterro, 1870 a 1872.
A Regeneração. Desterro, 1868 a 1889.
A Voz da Verdade. Desterro, 1869 – 1870.
Bota Fogo. Desterro, 1858.
Jornal do Commercio. Desterro, 1880 a 1894.
O Argos da Província de Santa Catarina. Desterro, 1856 a 1862.
O Conciliador Catharinense. Desterro, 1849 a 1851.
O Conservador. Desterro, 1852 a 1855.
O Conservador. Desterro, 1871 a 1889.
O Constitucional. Desterro, 1867 a 1868.
O Correio Catarinense. Desterro, 1852 a 1854.
O Cruzeiro do Sul. Desterro, 1858 a 1860.
O Despertador. Desterro, 1863 a 1885.
O Estado. Desterro, 1893.
O Mensageiro. Desterro, 1855 a 1857.
O Mercantil. Desterro, 1861 a 1869.
O Relator Catharinense. Desterro, 1845.
O Santelmo. Desterro, 1858.
Sul Americano. Desterro, 1900 a 190?
6.5 P
ARTITURAS MANUSCRITAS
COUTINHO, João Francisco de Souza. Te Deum Do Maior, [18?] 1891. 109 p.
Fotocópia em fl. avulsas. Acervo de Documentos Musicais do Museu da
Inconfidência, Coleção Francisco Curt Lange, Ouro Preto.
106
__________. Hymno a Suas Magestades Imperiaes. [184?]. autógrafo. 4 p.
Cópia fotográfica em fl avulsas. Divisão de Música da Biblioteca Nacional do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
6.6 P
ARTITURAS
I
MPRESSAS
ANÔNIMO. [P]hymolin[a]. Valsa para Piano. s.d. In: O Estado, nº275,
13/11/1893. p. 3. Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina. Florianópolis.
COUTINHO, João Francisco de Souza. Hymno Catharinense. [1834] In:
Almanaque Brasileiro Garnier, 1914. 3 p. p. 487-489. Acervo de Obras Raras
da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
HELMOLD, Gustavo. Os Encantos da Charton. Valsa para Piano. In: Música no
Rio de Janeiro Imperial (1822-70). Rio de Janeiro, Theotonio Borges Diniz,
1854. 5 p. Divisão de Música da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro.
HELMOLD, Gustavo.; DIAS, G. Se eu fosse querido. Romance para Canto e
Piano. Edição de Henri Prèalle. 5 p. Divisão de Música da Biblioteca Nacional
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
SOUSA, Abelardo. Hino do Estado de Santa Catarina. [1890] In: SOUSA,
Abelardo. O Sábio e o Idioma, 2002. 3 p. p. 357-359. Imprensa Oficial do
Estado de Santa Catarina, Florianópolis.
SOUZA, José Brazilício de.; NUNES, Horácio. Hino do Estado de Santa
Catarina. Florianópolis: Edição Especial da Secretaria de Educação e Cultura,
1964. 6 p.
6.7 F
ONTES DAS ILUSTRAÇÕES
FOSSARI, Domingos. Florianópolis de Ontem. 4ª ed. Florianópolis: Fundação
Catarinense de Cultura, Empresas Portobello, 1987.
KRUSENSTERN, Adam Johann Von. Reise um die Welt in den Jahren 1803,
1804, 1805 und 1806 auf Befehl Seiner Kaiserliche Majestät Alexanders des
Ersten auf den Schiffen Nadeschda und Newa. São Petersburgo, 1810.
Disponível em: <http://www.feriasfloripa.com.br/reportagem-a-ilha-de-santa-
catarina-atraves-do-tempo/a-ilha-atraves-do-tempo-kruzenshtern1803> Acesso:
27 set. 2009.
LE PAGELET. Atlas du Voyage de la Perouse, no. 2. Vue de l'Ile Ste.
Catherine. Dessine par Duche de Vancy. (Paris: L'Imprimerie de la Republique,
An V, 1797). Disponível em:
<http://www.davidrumsey.com/luna/servlet/detail/RUMSEY~8~1~20384~55000
2:Vue-de-l-Ile-Ste--Catherine--Dessin> Acesso: 13 jun. 2009.
107
SUMÁRIO
APÊNDICE ........................................................................................................... 109
Apêndice 1 – Demonstrativo de despesas com os músicos que atuaram nas
associações religiosas de Desterro até 1889 ................................. 110
ANEXOS .............................................................................................................. 115
Anexo 1 – Se eu fosse querido (partitura) ............................................................ 116
Anexo 2 – Os Encantos da Charton (partitura)..................................................... 120
Anexo 3 – Hymno à suas Magestades Imperiaes (autógrafo) .............................. 125
Anexo 4 – Hymno Catharinense (partitura) .......................................................... 128
Anexo 5 – Hino à Virgem Nossa Senhora das Dores (letra) ................................ 131
Anexo 6 - Hino do Estado de Santa Catarina (fac-símile) .................................... 132
Anexo 7 – Hino do Estado de Santa Catarina (partitura) ..................................... 135
Anexo 8 - [P]ymolin[a] (partitura) .......................................................................... 140
Anexo 9 – Transcrição dos manuscritos da VOTSF ............................................. 145
1.
L
IVROS DE
R
ECEITAS E
D
ESPESAS
...................................................................... 145
1.1 Livro de Receitas e Despesas (1745-1770) – LRD1 ................................. 145
1.2 Livro de Receitas e Despesas (1771-1805) – LRD2 ................................. 147
1.3 Livro de Receitas e Despesas (1806-1839) – LRD3 ................................. 155
1.4 Livro de Receitas e Despesas (1839-1852) – LRD4 ................................. 158
1.5 Livro de Receitas e Despesas (1852-1868) – LRD5 ................................. 160
1.6 Livro de Receitas e Despesas (1869-1887) – LRD6 ................................. 162
1.7 Livro de Receitas e Despesas (1887-1897) – LRD7 ................................. 164
2.
A
UXILIAR DA
C
OLUNA
.......................................................................................... 165
2.1 Auxiliar da Coluna do Extrato Diário 1 (1853 - ?) ...................................... 165
2.2 Auxiliar da Coluna do Extrato Diário 2 (1858 - ? ) ..................................... 165
2.3 Auxiliar da Coluna do Extrato Diário de Contas Correntes da VOTSF
(1853-1855) .............................................................................................. 171
2.4 Auxiliar da Coluna do Extrato Diário de Contas Correntes da VOTSF
(1855 - ?) .................................................................................................. 172
3.
R
ECIBOS
............................................................................................................ 173
3.1 Recibos Avulsos – Século XVIII ................................................................ 173
3.2 Recibos Avulsos – Século XIX .................................................................. 183
108
4.
E
STATUTO
(1780) ............................................................................................... 177
5.
L
IVRO DE
P
AGAMENTO DE
A
NUIDADES
.................................................................. 178
6.
L
IVRO DO
T
OMBO
(1863) ..................................................................................... 178
7.
A
PÓLICES
........................................................................................................... 178
8.
O
UTROS
D
OCUMENTOS
A
VULSOS
........................................................................ 179
Anexo 10 – Transcrição dos manuscritos da INSR .............................................. 180
1.
L
IVROS
C
AIXA
..................................................................................................... 180
1.1 Livro Caixa 2 (1813-1828) – LC1 ............................................................. 180
1.2 Livro Caixa 4 (1829-1847) – LC2 ............................................................. 180
1.3 Livro Caixa 10 (1871-1877) – LC3 ........................................................... 181
1.4 Livro Caixa 11 (1876-1890) – LC4 ........................................................... 182
Anexo 11 – Transcrição dos manuscritos da ISJP ............................................... 183
1.
P
ERÍODOS
.......................................................................................................... 183
1.1 Exercício de 1767-1768 ............................................................................. 183
1.2 Exercício de 1768-1769 ............................................................................. 183
1.3 Exercício de 1769-1770 ............................................................................. 183
1.4 Exercício de 1770-1771 ............................................................................. 183
1.5 Exercício de 1771-1772 ............................................................................. 184
1.6 Exercício de 1772-1773 ............................................................................. 184
1.7 Exercício de 1773-1774 ............................................................................. 184
2.
L
IVROS DE
R
ECEITAS E
D
ESPESAS
....................................................................... 184
2.1 Livro de Receitas e Despesas (1802-1815) – LRD1 ................................. 184
2.2 Livro de Receitas e Despesas (1808-1823) – LRD2 ................................. 187
2.3 Livro de Receitas e Despesas (1830-1841) – LRD3 ................................. 188
2.4 Livro de Receitas e Despesas (1841-1852) – LRD4 ................................. 191
2.5 Livro de Receitas e Despesas (1852-1855) – LRD5 ................................. 193
2.6 Livro de Receitas e Despesas (1855-1861) – LRD6 ................................. 194
3.
L
IVRO DE
I
NVENTÁRIO
(1781) .............................................................................. 195
4.
C
OMPROMISSO DA
I
RMANDADE DO
S
ENHOR
J
ESUS DOS
P
ASSOS
(1840) ................. 195
5.
R
ECIBO
(1850) ................................................................................................... 195
Anexo 12 – Assinaturas ....................................................................................... 196
109
APÊNDICE
110
APÊNDICE 1 - Demonstrativo de despesas com os músicos que atuaram nas associações religiosas de Desterro até 1889
Associação
religiosa
Ano
Músico
Ocasião
Valor
recebido
I
RMANDADE DE
N
OSSA
S
ENHORA DO
R
OSÁRIO
1828
Pe. Domingos F. de Souza Coutinho
música de uma festividade
12$800
1844
1844
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
música da festa de São Benedito
música da festa de Nossa Senhora
15$000
21$000
1846
Francisco de Paula Silveira
música e ladainha da festa de N. Senhora
28$000
1871-1872
1872-1873
1873-1874
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Te Deum e música da entrada do procurador
música de uma festividade
música da festa de São Benedito
40$000
90$000
50$000
1873-1874
1875-1876
Francisco José da Costa
Francisco José da Costa
música da festa de Nossa Senhora
música de coro de uma festividade
40$000
100$000
1876
José Brasilício de Sousa
música da festa da irmandade
100$000
I
RMANDADE DO
S
ENHOR
J
ESUS
DOS
P
ASSOS
1767-1768
José de Almeida Moura
música da Procissão do Senhor dos Passos
9$000
1815
Francisco Luiz do Livramento
música da festividade de Bela Cruz
16$000
1817-1818
Pe. Domingos F. de Souza Coutinho
música da festividade de 3 de maio
12$800
1830-1831
1830-1831
1830-1831
1831-1832
1831-1832
1832-1833
1834
1835
1835
1836
1837
1840
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
música da festa de Vera Cruz
música de uma festividade
música da festa de Vera Cruz
música da Procissão do Senhor dos Passos
música de uma missa
música da Procissão do Senhor dos Passos
música de sábado e domingo de Passos
música de sábado e domingo de Passos
música da festividade de 3 de maio
música da festa de Vera Cruz
música da festividade [3 de maio?]
música da Procissão Passos e festa de Vera Cruz
24$000
32$000
22$000
32$000
22$000
32$000
32$000
32$000
22$[000?]
22$000
22$000
50$800
111
I
RMANDADE DO
S
ENHOR
J
ESUS
DOS
P
ASSOS
1845
1846
1846
1848
1850
1854
1854
1855
1855
1856
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
música de sábado e domingo de Passos
música de sábado e domingo de Passos
música de festividade [3 de maio?]
música de festividade [3 de maio?]
música de sábado e domingo de Passos
música da festa do Senhor dos Passos
música da festa de 3 de maio
música da festa [do Senhor dos Passos?]
música da festa de Vera Cruz
música da festa [do Senhor dos Passos?]
32$000
32$000
27$000
25$000
32$000
34$000
40$000
55$000
32$000
38$000
1848
José Manoel de Souza
música
32$000
1857
Amâncio Antônio da Luz
música da Procissão do Senhor dos Passos
45$000
1857
João Francisco Cidade
música de coro da Procissão do Sr. dos Passos
36$000
1857
1858
1858
1859
1859
1860
1860
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
música da festa de 3 de maio
música de coro [festa do Senhor dos Passos?]
música da festa de Vera Cruz
música da Procissão [do Senhor dos Passos?]
música da festa de Vera Cruz
música da Procissão do Senhor dos Passos
música da festa de Vera Cruz
50$000
36$000
50$000
36$000
50$000
36$000
50$000
1858
Alberto Richter
música da Procissão [do Senhor dos Passos?]
50$000
1760-1761
1761-1762
1763-1764
1764-1765
1765
1766
1767-1768
José de Almeida Moura
José de Almeida Moura
José de Almeida Moura
José de Almeida Moura
José de Almeida Moura
José de Almeida Moura
José de Almeida Moura
música da missa e publicação da eleição
música da missa e publicação da eleição
música da missa e publicação da eleição
música da missa e publicação da eleição
música da missa e publicação da eleição
música missa cantada da festa S Francisco e
publicação da eleição
música da festa
5$280
5$280
5$280
5$[?]0
5$760
6$400
7$040
1761-1762
1763-1764
Padre Inácio José Galvão
Padre Inácio José Galvão
cantar a missa
cantar a missa
grátis
3$200
112
O
RDEM
T
ERCEIRA
1764-1765
1765-1766
1766-1767
1767-1768
1771-1772
Padre Inácio José Galvão
Padre Inácio José Galvão
Padre Inácio José Galvão
Padre Inácio José Galvão
Padre Inácio José Galvão
cantar a missa
cantar a missa
cantar a missa
cantar a missa
dizer a missa cantada
3$200
3$200
3$200
3$200
1$9[?]0
1769-1770
1770-1771
1771-1772
José Luiz do Livramento
José Luiz do Livramento
José Luiz do Livramento
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
4$6[00]
?
6$[4]00
1789-1790
1792-1793
1792-1793
Domingos Gomes da Silva
Domingos Gomes da Silva
Domingos Gomes da Silva
música
música da Procissão de Cinzas
música da festa de São Francisco
10$000
8$000
12$800
1802-1803
Francisco Luiz do Livramento
tocar o órgão no ano de 1802
8$000
1830-1831
1831
1831-1832
1833
1834-1835
?
1838-1839
1839-1840
1840-1841
1841
1844
1854
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
João Francisco de Souza Coutinho
música da Procissão de Cinzas
música para festividade
música [São Francisco?]
música da véspera e festa de São Francisco
tocar órgão missas domingos (1834)
música
música da festa de São Francisco
música de uma festividade
música de uma festividade
música de uma festividade
música da festa de São Francisco
pagamento da compra do órgão
20$000
40$000
32$000
52$000
23$600
64$000
35$000
48$000
47$000
32$000
47$000
500$000
1845
1854
João Francisco Cidade
João Francisco Cidade
missa Solene
música na entrega da Mesa
8$000
12$000
1845
Joaquim Cidade
missa Solene
8$000
1845
José Cidade
missa Solene
8$000
1845
1846
1847
1848
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
música da festa de São Francisco
músicos e órgão
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
40$000
38$000
47$000
47$000
113
O
RDEM
T
ERCEIRA
1849
1850
1851
1851
1852
1852
1853
1853
1855
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
Francisco de Paula Silveira
música da festa
música da festa de São Francisco
música da Procissão
música da festa
música da Procissão de Cinzas
música da véspera e festa de São Francisco
música de 4ª feira de Cinzas
música da véspera e festa de São Francisco
música
46$000
46$000
30$000
46$000
32$000
44$000
52$000
46$000
42$000
1857
1859
1860
1860
1861
1861
1862
1862
1862
1863
1863
1863
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
José Maria Martins Leoni
música da novena e festa do Senhor Bom Jesus
música da festa de São Francisco
música da festa do Senhor Bom Jesus
música da festa de São Francisco
música “de igreja” da Procissão de Cinzas
música da festa de São Francisco
música de 4ª feira de Cinzas
música da novena e festa do Senhor Bom Jesus
música da festa de São Francisco
música da novena e festa do Senhor Bom Jesus
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
100$000
60$000
90$000
21$000
40$000
130$000
130$000
240$000
80$000
180$000
80$000
100$000
1859
Alberto Richter
música da Procissão
40$000
1864
1864
1865
1865
1866
1867
1868
1868
1869
1870
?
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
Augusto Guilherme Hautz
música da novena e festa do Senhor Bom Jesus
música da festa de São Francisco
música da novena, festa, Te Deum do Sr Bom Jesus
música da novena, Te Deum e festa de S. Francisco
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
música da novena e festa do Senhor Bom Jesus
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
música da festa de S. Francisco, novena e Te Deum
festividade do Senhor Bom Jesus
170$000
100$000
170$000
150$000
120$000
110$000
130$000
100$000
110$000
100$000
200$000
114
O
RDEM
T
ERCEIRA
1865
1868
Esterlita [Estelita Selnita A [Freitas?]
Esterlita [Estelita Selnita A [Freitas?]
música de 5ª feira Santa
música de 5ª feira Santa
10$000
10$000
1872
1878-1879
1880-1881
1883
1883-1884
1884-1885
1885-1886
1886-1887
1887-1888
Francisco José da Costa
Francisco José da Costa
Francisco José da Costa
Francisco José da Costa
Francisco José da Costa
Francisco José da Costa
Francisco José da Costa
Francisco José da Costa
Francisco José da Costa
?
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
música da festa de São Francisco
50$000
20$000
130$000
135$000
135$000
130$000
135$000
135$000
135$000
1879-1880
1881-1882
1882
José Brasilício de Sousa
José Brasilício de Sousa
José Brasilício de Sousa
música da orquestra na festa de São Francisco
Te Deum em ação de graças
música da orquestra na festa de São Francisco
110$000
20$000
135$000
1887-1888
Joaquim Natividade
conserto do órgão
20$000
Baseado na documentação da I
SJP
,
V
OTSF
e
I
NSR
115
ANEXOS
116
Anexo 1: Se eu fosse querido, Gustavo Helmold
Edição de Henri Prèalle (H
ELMOLD
,
s.d.)
Fonte: Divisão de Música da Biblioteca Nacional – RJ
117
118
119
120
Anexo 2: Os Encantos da Charton, Gustavo Helmold
Partitura veiculada ao Estabelecimento Musical de Theotonio Borges Diniz (H
ELMOLD
,
s.d.)
Fonte: Divisão de Música da Biblioteca Nacional – RJ
121
122
123
124
125
Anexo 3: Hymno à Suas Magestades Imperiaes, João Francisco de Souza
Coutinho
Autógrafo (C
OUTINHO
,
[18?])
Fonte: Divisão de Música da Biblioteca Nacional – RJ
126
127
Salve oh! dia Salve oh! dia venturoso
Que a nossa Pátria engrandeces
De gratidão de gratidão puros votos
E mil louvores mereces
Os Catharinenses tem por brazão
Pedro Segundo Constituição Estribilho
Pedro Segundo Constituição
Do Brazil o Bom Monarcha
Deixa da Côrte os prazeres
Do Charo Filho se ausenta
Por cumprir justos deveres.
Apar da Augusta Consorte Dos leaes Catharinenses
Esquece o furor dos mares Ficará sempre em memória
Dá-nos puro regozijo Esta acção tão generoza
Visitando nossos lares Que lhe dá tão grande gloria
Transcrito por Simone Gutjahr, 2009
128
Anexo 4: Hymno Catharinense, João Francisco de Souza Coutinho
Fonte: Almanaque Garnier, 1914 (C
OUTINHO
,
1834)
Fonte: Acervo de Obras Raras da Biblioteca Nacional – RJ
129
130
131
Anexo 5: Hino à Virgem Nossa Senhora das Dores (letra)
Letra: Manoel de Araújo Porto-Alegre
Música: João Francisco de Souza Coutinho
Fonte: O
C
RUZEIRO DO
S
UL
, 14 abr.1859, nº108, p.4, col.1-2.
Salve ó Virgem dolorosa!
Amparo dos peccadores!
Dai-nos pelas vossas dores
A dôr dos nosso peccados.
I II
Infundi em nossos peitos Dai-nos Virgem, sancta, sancta.
Vosso amor tão grande e puro, Vossa dôr, vossa agonia;
Seja elle no futuro - Seja o pranto de Maria
O ostensor da nossa fé. Nossa grata expiação –
III IV
Que o pranto, que se delisa Sêde lume e santo espírito
Em vossa divina face, Na gehenna tenebrosa,
Os nossos peitos repasse Sêde estrella generosa
Orvalhando a contricção. N’esta nossa escuridão.
V VI
Virgem mãi, sagrado asilo Ah! Bani de nossos peitos
Da esperança e caridade, Todo o mal e todo o erro
Amparai, por piedade, E fasei d’este Desterro
Nosso amor ardente e fé. A mansão do amor e paz.
VII
Venham tempos de harmonia,
Marquem dias de bonança
E’sta hora de esperança,
De humildade, amor e fé.
132
Anexo 6: Hino do Estado de Santa Catarina, José Brasilício de Sousa
Fac-símile do manuscrito do Hino do Estado de Santa Catarina, (S
OUZA
,
1890)
Fonte: S
OUSA
,
2002,
p.
357-359.
133
134
135
Anexo 7: Hino do Estado de Santa Catarina, José Brasilício de Sousa
Partitura da edição especial da Secretaria da Educação e Cultura, 1964 (S
OUZA
,
1890)
Fonte: Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina
136
137
138
139
140
Anexo 8: [P]hymolin[a], anônimo
Partitura publicada no jornal O Estado, 1893.
Fonte: Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina
141
142
143
ANEXOS 9, 10 e 11
TRANSCRIÇÕES DA DOCUMENTAÇÃO DE
ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS DE DESTERRO
Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência
Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
Irmandade do Senhor Jesus dos Passos
144
NOTAS
Os anexos 9 a 11 apresentam as transcrições dos manuscritos com referências
sobre a prática e atividades musicais e músicos na Venerável Ordem Terceira
de o Francisco da Penitência (anexo 9) e nas Irmandades de Nossa
Senhora do Rosário e São Benedito (anexo 10) e do Senhor Jesus dos Passos
(anexo 11) de Desterro durante os períodos colonial e imperial (1745-1889). As
transcrições estão organizadas por ordem cronológica e por tipo de
documentação.
As transcrições paleográficas dos documentos desse anexo são baseados nas
regras propostas por Vera cia Costa Acioli no livro A escrita no Brasil colônia
(2003) e são as seguintes:
1. Os trechos com referência sobre música e músicos encontram-se
sublinhados em todas as transcrições.
2. As barras inclinadas (/) indicam mudança de linha.
3. Palavras ou partes de palavras de transcrição duvidosa são
apresentadas entre colchetes: [Despeza] que fes o Irmao sindico [?] ate
[21 de 7br.
o
de 1751].
4. Abreviaturas de clara dedução foram transcritas no formato em que
aparecem no texto: R.
do
vigr.
o
; N.P.S.Fran
co
. Abreviaturas transcritas na
forma completa são apresentadas entre colchetes, precedidas de
“abrev:”, como no exemplo a seguir: Ill.
mo
Snr.º [abrev: Ilustrissimo
Senhor].
5. Foi mantida a acentuação original: a colocação do til (~) manteve-se no
final do ditongo quando assim se apresentava: “cantaraõ a Missa...” ou
em cima da vogal “a” conforme aparecia no texto: “Despesa com a Festa
da Ordem, incluindo a armação / da Igreja, Altar, Muzica, Sermão, e
Fogo”.
145
Anexo 9
TRANSCRIÇÕES DOS DOCUMENTOS DA VENERÁVEL ORDEM
TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO DA PENITÊNCIA (VOTSFP) DE
DESTERRO (1745-1889)
1. LIVROS DE RECEITAS E DESPESAS
1.1 Livro de Receitas e Despesas (1745-1770) – LRD1
f.26
Despeza q fez o Ir. [S]indico capp.
[?]
[?] / [?] do anno de 1748 p.ª o de 1749-
P
lo
q se pagou ao R.
[edo]
vigr
o
da Missa cantada........................................//1$920
Pello q se pagou a Muz[i]ca.......................................................................//4$000
f.27
Despezas do anno de 1749 a 1750
P. [Do] q se deo a Muzica da festa do Nosso P.S.Fran
o
.........................//[6]$400
f.29
[Despeza] que fes o Irmao sindico [?] ate [21 de 7br.
o
de 1751]
P// O que deo de Esmolla da Missa cantada dia de N. P. S
Francisco.................................................................................................//1$9[2]0
P// o que se deo a Muzica pª a dita festa................................................//4$4[?]0
f.31
P//~// Que pagou a Muzica da festa [no] dito dia...............................................[?]
f.32v
[Despeza que fez o Ir. [?] / desde 4 de Outubro de 1754 / [até 5 de outubro de
[1756]
P//~// Esmola da Missa cantada ao R.
do
vigr.
o
dia do N.P.S.Fran
co
em
1754...........................................................................................................//1$920
P//~// que pagou a Muzica da dita festa
....................................................//4$000
146
P//~// Esmola da Missa Cantada ao R.
do
vigr.
o
no [dia de] N.P.
e
S.Fran.
co
a 4 /
de outubro de1755.....................................................................................//1$920
P//~// o que pagou a Muzica da dita festa com recibo...............................//4$000
P//~// q se pagou a Muzica co[m]o consta do Recibo................................//4$000
f.34
[?] 4 de 8tubr.
o
/ de 1756 até 4 de 8tubr.
o
de 1757
P// Esmolla [?] da Missa cantada dia de N. S.
to
P.
e
[com quitação].............//$960
f.40
4/10/1759 a 4/10/1760
P. que se pagou a Muzica da Missa e publicasaõ da eleicaõ dia de [Nosso] / P.
e
Saõ Fran.
co
................................................................................................[?$?]80
f.42
4/10/1760 a 4/10/1761
P que se pagou de aluguer do Orgão p.ª a Festa de N. P.
e
S. Fran.
co
.....//$[9]60
P que se pagou Ao sarg.
to
Joze de Alm.
da
pella Muzica da Missa e publicaçaõ
da festa........................................................................................................5$280
f.45
4/10/1761 a 4/10/1762
Pello que se pagou ao Nosso Irmaõ Minis[tr]o [R].
do
P. D.
or
Ignaçio Joze /
Galvaõ de cantar a Missa [e] Provizaõ [?] Expor o Santiçimo Sa / cramento e as
seis vellas da B[a]nqueta que [lhe] pertenciaõ tudo / dia da Festa de Nosso P.
e
Saõ Fran.
co
...................................................................................................Gratis
Pello que se pagou ao Sarg.
to
Joze de Alm.
da
de sua Muzica pella / Missa e
publicaçaõ da Eleiçaõ com Reçibo..............................................................5$280
f.50
04/10/1763 a 04/10/1764
Pello que [se pagou] Ao Nosso Ir. M. R.
do
D.
or
Ign.
o
Joze Gal / va
o
de cantar a
Missa e dar a sera p.ª a banqueta para a / Festa dia de Nosso S. P.
e
S.
Fran.
co
........................................................................................................//3$200
Pello que se pagou [Ao Sarg.
to
] Joze de Almeida de sua mu / zica pella Missa e
publicaçaõ da Eleiçaõ................................................................................//5$280
f.53
04/10/1764 a 04/10/1765
Pello que se pagou Ao Nosso Irmaõ M. R.
do
D.
or
Ignacio Joze Galvaõ de /
cantar a Missa e dar a sera p.ª a banqueta p.ª a Festa de Nosso Padre /
Saõ
Fran.
co
com Recibo....................................................................................//3$200
Pello que se pagou Ao Sarg.
to
Joze de Alme.
da
[?] Muzica da Missa e /
publicaçaõ da Eleiçaõ com Recibo............................................................//5$[?]0
147
f.55v
04/10/1765 a 04/10/1766
Pelo que se pagou ao nosso Irmaõ [?] R.
do
D.
or
Ignacio Joze Galvaõ de / cantar
a Missa e dar a sera p.ª a banqueta p.ª a Festa de Nosso / P.
e
S. Fran.
co
com
Recibo........................................................................................................//3$200
Pelo q. se pagou ao Sarg.
to
Joze de Almed.
a
da Muzica da Missa cantada / e
publicaçaõ da Eleyçaõ de tarde, e da assistência, do sach[ri]s / [t]aõ a Missa
tudo Com R.
co
............................................................................................//6$400
f.57v
04/10/1766 a 04/10/1767
Pelo que mais se pagou ao R.
do
D.
or
Ignacio Joze Galvaõ / de cantar a Missa
na festa de N. P.
e
S. Fran.
co
e dar / a sera para a banqueta com [R.
?
].....//3$200
Pelo que mais se pagou ao R.
do
P.
e
Coadjutor [?] Machado [?] / e ao R.
do
P.
e
Fr.
Asenço de ambos de asistirem a Missa Can / tada na mesma festa com
Recibos......................................................................................................//2$560
Pelo que mais se pagou a Jozé de Alm.
da
Moura da Muzica com que a / sestio
todo o dia na festa de N. P.
e
S. Fran.
co
com R.
co
.......................................//6$400
f.59v
1767-1768
[Pelo] q. mais se pagou ao R.
do
D.
or
Ign.
co
Jozê Galvaõ de cantar / a Missa na
d.ª festa e dar a será p.ª a banqueta Com [?]............................................//3$200
[Pelo] q. mais se pagou ao R.
do
P.
e
Coadjutor [?] e ao R.
do
P.
e
Fr. Asen[ç]o,
ambos de asistirem a Mi / ssa Cantada na mesma fe[st]a com Recibos..//2$560
[Pelo q.] se pagou a Joze de Alm.
da
da Muzica Com que asestio todo o / dia na
[d.ª] [?] ao Sachristaõ
com Recibo.............................................................//7$040
f.63v
1769-1770
Pelo q. se pagou a Jozé Luis da sua Muzica com q asestio na Festa do Nosso
P.
e
Saõ / Fran.
[co]
[?] asistencia do S[ac]hristaõ na M[iss]a Cantada consta do
[R.
?
]..........................................................................................................//4$6[00]
1.2 Livro de Receitas e Despesas (1771-1805) – LRD2
f.93v
04/10/1770 a 04/10/1771
Pello q. se pagou maiz ao M.
e
de Capela Joze Luiz do Livram.
to
/ da Muzica
com q. assestio p.ª a festividad.
e
de noço / P.
e
S. Fran.
co
[?] em alguns dous [?]
148
p.ª o gas / to da mesma e fez esta Veneravel orde som.
e
de des / pesa a q.
tia
de
785 e da muzica da 5ª dom.ª da Quaresma..............................................//1$585
f.96
04/10/1771 para o de 1772
Pelo q. se pagou a Jozé Luis do Livram.
to
pela muzica com que ases / tio todo o
dia na festivid.
e
de nosso P.
e
e S. Fran.
co
, e asistencia / na Missa
Cantada...................................................................................................//6$[4]00
Pelo q. se pagou ao R.
do
P.
e
vigr.
o
Ign.
co
Jozé Galvaõ de dizer / a Missa
Cantada na referida festa........................................................................//1$9[?]0
Pelo q. se pagou aos dous PP. q. asestiraõ a Missa Cantada..................//1$920
f.99
04/10/1772 a 04/10/1773
Pelo q se pagou ao P.
e
Fr. J[o]ze de [?] da assistencia da Missa cant.
da
....//$960
Pelo q pagou ao R.
do
Vigr.º da Missa Cantada..........................................//1$920
f.101
04/10/1773 a 04/10/1774
P// q pagou ao [?] vigr.º da missa cantada no dia de N. P.
e................................
//1$920
f.103
04/10/1774 a 04/10/1775
P. que pagou ao dito da Missa Cantada de N. S.
to
P.
e
..............................//1$920
P// q pagou ao Mestre da Capella da Muzica............................................//4$800
f.105
04/10/1775 a 04/10/1776
P// q pagou ao Mestre da Capella da Muzica............................................//4$800
f.107
04/10/1776 a 04/10/1777
P.
lo
q pagou pella muzica da festa no dia das / chagas e publicacão da
Eleicão.......................................................................................................//6$800
P.
lo
q pagou a 3 padres da Missa Cantada................................................//3$840
f.110
18/09/1777 a 04/10/1778
P.
lo
q se pagou a três Sacerdotes q cantarão a / Missa no dia S. P. S.
Fran
co
.........................................................................................................//3$840
P.
lo
q pagou a Muzica na dita festividades.................................................//8$000
f.111
03/10/1778 a 04/10/1779
149
P.
lo
que se pagou ao Mestre da Capella da Muzica / da dit[a] procição....//6$400
P.
l[a]
esmola q sederão a três Sacerdotes q cantarão / a Missa no dia de S. P.
e
S. Francisco.............................................................................................. //3$840
P.
lo
que se pagou ao Mestre da Capella da Muzica / q se fes no dito dia//6$400
f.114
05/10/1779 a 04/10/1780
P.
lo
q se pagou a dous Sacerdotes e Sacristão q / cantarão a Missa em dia Pe.
S. Fran
co
.....................................................................................................//3$520
P.
lo
que se pagou ao Mestre da Capella da Muzi / ca q fes em dia de S. Fr.
co
e
Procissão de Cin / za...............................................................................//12$800
f.116
05/10/1780 a 04/10/1781
P// Que se despendeu com dous Responços Cantados na Capel. / la e
Encomendaç[o]ns pela Almas dos nosos Irmãos em dia de / Finados.......4$160
f.116v
P.
lo
q despendeu com a Muzica na Porcicão de Cinza..............................//6$400
f.119
05/10/1781 a 04/10/1782
Idem Despendeu Com o M.
e
da Capela pela Muzica / daquele dia..........//8$000
f.119v
Id.
m
Despendeu Com o R.
do
Vigr.
o
de Cantar a Mis / sa no m.
mo
dia, [?] e
Sacristaens................................................................................................//4$480
Id.
m
Despendeu Com o M.
e
da Capela pela Mu / zica.............................//10$000
f.121
05/10/1782 a 04/10/1783
Idem com um Memento Cantado no enterro do / Ir. Henrique Luis de Azevedo,
em obzequio a uma / deixa de 10$r
s
com q[u]e erdou a ordem 3ª............//1$280
Idem Com o M.
e
da Capela pela Muzica pª a dª Prociçaõ.........................//8$000
f.121v
Idem Despendeo com o Vig.
ro
[d]e Cantar a Misa, dous / acolitos, e Sacristães
p.ª a festa de N. S. Patr.
ca
..........................................................................4$[480]
Com o M.
e
da Capela da Muzica na d.
ta
festa............................................//9$000
f.125v
05/10/1784 a 04/03/1785
P. Que despendeo com a muzica p.ª a proziçaõ / de Cinza
e huma [?] p.ª hum
/ andor da mesma como co[s]ta dos Recibos de N.º 7 e 8......................//10$800
150
f. 126v
04/03/1785 a 04/10/1785
P
elo
Que despendeu na Festividade em dia / de N. S. Padre S. Fran.
co
com
missa cantada / e muzica.........................................................................../4$480
f.129
05/10/1785 a 04/10/1786
P// q despendeu no pagam.
[to]
que fes ao M.
e
da Capela, da / Musica com q.
acompanhou[,] a dous Córos, a Prociçaõ da / Cinsa..................R
[?]
Nº 8//40$560
f.130
P// q despendeu no pagam.
[to]
que fez ao M.
e
da Capela, da / Musica que fes no
dia da festa do N. S. P.
e
, como consta do Recibo........................ Nº 22//40$000
f.132
05/10/1786 a 04/10/1787
P// que despendeu com o Mestre da capela / dos m[e]ment[os] [?] como consta
/ dos recibos [N] 5//...................................................................................[1]$000
P// que despendeu com o Mestre da capela com / a Muzica da porciçaõ de
Sinza como cons / ta do Recibo N.7//........................................................10$560
P// que despendeu com o mestre da capela com / o M[e]mento q can[to]u [?] o
falecido comiça / rio como consta do Recibo N.º 8//....................................2$000
f.132v
P// q despendeu com a muzica da fe[s]ta [?] N. P.
e
S. Fran.
co
/ como consta do
Recibo N
[º]
18................................................................................................8$000
P// q despendeu ao Rd.
[o]
Vigr.
o
p.ª a Miça Cantada do / d.
o
dia e com o diácono
e Subdiacono e Sacristaõ ...........................................................................4$480
f.134v
09/12/1787 a 04/10/1788
P// Que despendeu com o M. da Capela, da Musica q. / fes na Procisaõ de
Cinsa...........................................................................................R.
[?]
nº 5 //8$000
f.135
P// Que despendeu com os R.
dos
Sacerdotes, e Sacristaens / da Missa Cantada
no dia do S. P.
e
........................................................................R.
[?]
Nº 13 // 4$480
P// Que despendeu no pagam que fes ao M. da capela da / Muzica do mesmo
dia.............................................................................................. R.
[?]
14 // 40$000
f.136v
04/10/1788 a 04/10/1789
151
N5 Despendeo q pagou a Muzica na festividade da Missa / cantada no dia de
Cinza..........................................................................................................//4$000
f.137
N9 Despendeo em 1 Memento q pagou a musica, can / tado no dia 29 de 9br.
o
de 88, funeral p
r
todos os Ir
~
/ falecidos.....................................................//2$000
f.137v
04/10/1788 a 04/10/1789
Nº 15 Despendeu com a Muzica no d
o
dia...............................................//10$000
16 Despendeu (...) da / Missa Cantada, Diácono, Subdiácono, e Sachristão:
/ [t]udo na importancia de .......................................................//4$480 [?] 30$960
f.139v
04/10/1789 a 04/10/1790
Nº 5 Despendeo em hú Memento de musica............................................//2$000
Despendeo Com a musica no dia de Cinza / Missa Cantada e
Procissaõ...............................................................................................//12$0[00]
f.140
Despendeo com a musica que fes Dom
os
Gomes...................................//10$000
f.142
04/10/1790 a 04/10/1791
Despendeo com a Muzica da Porciçaõ de Cinza......................................//8$000
f.142v
Despendeo com o M.
e
de capela da muzica..........................................10$000
f.144v
04/10/1791 a 04/10/1792
P Que despendeu com o Mestre de Cap.
la
/ da Muzica da Procição de Cinza [?]
/ do Recibo N. 3.........................................................................................//8$000
P Que despendeo em hum Responço Cantado / em Commemoraçaõ dos
nossos Irmaons / ao Mestre da Capela.......................................................2$000
Que despendeo na Muzica de hum - / Memento que se mandou c[an]tar no /
dia do em[te]rro do falecido Sebastiaõ Jozé / de Mattos pequena
Come[mora]ção aos seus / serviços que fes nes[t]a Ordem.......................1$600
f.145v
[P.
lo
q] Despendeu com a Muzica inteira em / todo o dia da festa e na vespora
huma La / dainha como seve do Recibo N.º 9.........................................//12$800
f.147v
1792-1793
152
P.
lo
que despendeu o Ir.Cindico Pedro José da Silva / pello que pagou o R.
do
Comissario [?] Fr. Jose [?] / [?] de algumas Missas que foraõ Sellebradas na /
C[a]pela daVen.
al
ord.
em
pellos irmãos defuntos, e pello mo / mento cantado p.
lo
M.
e
da Cap.
la
como consta p.
los
/ Recibos...N.º
s
...............................1// e 2// 8$000
P.
lo
que pagou ao Ir. Dom.
os
Gomes da S.ª Mestre da / Cap.
la
da Muzica feita
em [?]
a
Pr.ª de Cinza como cons / ta p.
lo
[R.
?
]....................................N.º5// 8$000
f.148
Pagou o Ir. Cindico Pedro José da Silva ao M.
e
da Cap.
la
/ Domingos Gomes da
Silva da festivid.
e
do N. S.
to
Patriarca / como consta do seu recibo Nº 8//12$800
Pagou o Ir. Cindico Pedro José da Silva ao R.
do
Vigr.
o
/ da vara Antonio
[P]ereira de Sousa da Missa Cantada / e os dous Sacerdotes e Sacristaõ em
dia do Nosso S.
to
P.
e
/ como consta do seu Recibo nº...........................9//4$480
f.150
1793-1794
Despendeu o Ir. Cindico a quantia de seis mil / oitocentos e vinte reis 6$820 /
Que tanto pagou ao R.
do
vigário da Mi / ssa cantada no dia do N.S.P. [a 4
de8br.º] e o da pro / vizaõ para se expor o S. no m.
mo
dia e de co / mo
despendeo e assignou comigo Manoel [?] [...]
f.150v
Despendeo o Ir. Cen[e]dico Pedro José da S.ª / a quantia de dozoito mil reis
digo mil e oito / centos reis digo vinte e dous mil oitocentos reis // 2$800 / Que
tanto despendeo com a muzica / e sermão no dia do N. S.
to
P. a 4 de 8br
o
e de
como [de]spendeo e assignou comigo M.
el
Antonio de Soza Medeiros [...]
f.155
1794-1795
P.
lo
q.
e
despendeu o [?] co[m a] Muzica na Procissão / de Sinza..............//8$000
f.155v
P.
lo
q. despendeu dia de nosso P.
e
[Ir.
m
] Fran.
co
da Missa / Cantada ao Rd.
o
P.
e
Vigr.
o
..........................................................................................................//4$000
P.
lo
que despendeu com a M[u]zi[ca] em [o d.
to
d]ia.................................//42$800
f.157
1795-1796
Pelo que despendeu [o] Irmaõ S[in]dico com a Muzica q. acompa / nhou a
Procissaõ / de Cinza..................................................................................//8$000
f.158
Pelo q. despendeu o d.º em [huma] Missa e hu Responço
q.
e
mandou / dizer
pela Alma do Ir. S. M. Thomas Fran:
co
da Costa.........................................//$640
153
f.162
03/11/1797 a 04/10/1798
Pelo // que despendeu Com o M.
e
da Capela da Muzica / que fes no dito
oficio...........................................................................................................//8$000
Pelo // que despendeu Com o M.
e
da Capela[,] da Mu / zica[,] que fes na dita
Prociçaõ.....................................................................................................//8$000
f.163
18/11/1797 a 05/06/1798
Pelo // que despendeu Com o [M].
e
da Capela da Muzica / que fes, na Vespera,
em em t[o]do o dia do S. Patriarca........................................................//32$[0]00
Pelo // que despendeu Com o R.
do
Vigario e mais Sacerdo / tes, e
Sachirstanes, da Missa Cantada do Santo / Patriarca............................//7$52[0]
f.164v
20/10/1798 a 04/10/1799
Pello que Despendeu Com o M.
e
da Capela da Mu / zica que fes no dito
o[fic]io em dia de Finados........................................................................//12$000
f.165
Pelo que Despendeu com o [M].
e
da Capela da Mu / zica q. fes na d
Prociçaõ.....................................................................................................//8$000
f.165v
Pelo q[ue] Despendeu com o M.
e
da Capela do Memento que se mandou
Cantar portençaõ / do Ir. Falecido Josê Rabelo, em agradecim.
to
/ da esmola
que deixou a esta Ordem...........................................................................//2$000
Pelo que Despendeu no pa[g]am.
to
que fes ao Organista / pelos toques das
Missas desta Veneravel Or / dem em três meses.....................................//6$000
Pelo – que Despendeu com o Rd.
o
Vigario e mais Sacer / dotes e Sancristanes,
da Miça Cantada ao Santo / Patriarca.......................................................//7$520
Pelo que Despendeu com o M.
e
da Capela da Mu / zica q fes na Vespera e
em todo o dia do S.Patriarca...................................................................//32$000
f.167v
25/10/1799 a 04/10/1800
P//
lo
q.
e
despendeu com o R.
do
Vigr.º e mais Sacer / dotes[,] e Muzica[,] no oficio
q.
e
se fez no dia da Co / memoraçaõ dos nosso Ir[ma]õs
defuntos...................................................................................................//32$080
P//
lo
que despendeu com o R.
do
Vigr.º e mais Sa / cerdotes[,] [?] Muzica[,] na
Festevid.
e
q.
e
se fez na / Capela, a Sen[h]ora da Conceiçaõ..................//21$520
154
P//
lo
que despendeu na Festevid.
e
[,] e Prociçaõ q.
e
/ se fez em quartafeira de
Cinza com o R.
d
º Vi / gario e mais Sacerdotes[,] Muzica[,] e dois Ser /
moens......................................................................................................//50$960
f.168
P//
lo
que despendeu com o R.
do
Vigr.º e mais Sacer / dotes[,] da Miça Cantada
em dia do Santo / Patriarca.......................................................................//7$520
P//
lo
que despendeu com o [M.
e]
da Capela da Mu / zica q.
e
fez na vespora e em
todo o dia do Santo /Patriarca.................................................................//32$000
f.169v
24/10/1800 a 04/10/1801
P.
lo
que despendeo. no dia dois de dezbrº no ofi / cio que se fes na Nossa
Capela p
r
Alma dos / Irmaos defuntos , Com o R.
do
Vigario e os / mais
Sacerdotes em a Missa Cantada e Muzica / e outras Despesas
nesesarias................................................................................................//33$630
f.170
P
lo
– que Despendeu com [A] muzica........................................................//8$000
f.171
P
lo
que Despendeu com o organista de tocar seis / mezes e no dia de N. S
to
P
e
.............................................................................................................//11$000
P
lo
– que Despendeu com o M.
e
da Cap[e]la da Muzica..........................//32$000
f.172v
24/10/1801 a 04/10/1802
P
lo
q Despendeu Com os Sacerdotes e muzica no / officio que se fes p.
los
Ir.
os
faleçidos na nosa capela / em o dia [?] de Dezbr.º..................................//36$720
P
lo
que Despendeu Com A muzica de Prosicaõ / de Cinza.......................//6$400
f.173v
1801
P
lo
que Despendeu com [a] Muzica da Festa no dia / do Nosso S.
to
P.
e
a 4 de
8br.º..........................................................................................................//25$600
f.175
04/10/1802 a 04/10/1803
P
lo
que Despendeu com o Sermão e Muzica e Padres / e mais despeza q
e
se
fizeraõ pª a Porci[?]ao de Cinza..............................................................//23$970
P
lo
que despendeu co[m] Fran
co
Luiz do Livram
to
do trabalho / que teve em
tocar [o] orgam em o anno de 1802...........................................................//8$000
f.175v
155
P
lo
que despendeu com os Padres Sermaõ e Mu[s]ica na festa / do dia 4 de
8br.º dia d[o] Nosso Santo Padre............................................................//49$120
f.176v
05/10/1803 a 04/10/1804
Despendeu para a P[or]ciçaõ de Cinza com / [o] Rd.º Vigario e mais Pa[d]res e
Sermaõ e Mu / zica................................................................................//23[$]000
f.178
05/10/1804 a 04/10/1805
Despendeu Pelo q
e
pagou ao Rd.º Vigario / Sermaõ e Muzica da Porcicaõ de
Cin / za.....................................................................................................//21$720
f.178v
Despendeu com o RdP.
e
V[ig]ario e mais Sacer / dotes Sermaõ e Muzi[c]a
da festa do N. S. / Padre em 4 de 8brº
.
...............................................//[4]5$9[?]0
1.3 Livro de Receitas e Despesas (1806-1839) – LRD3
f.[3?]
05/10/1805 a 05/10/1806
Despendeu pel[o] que [p]agou ao R[d].º P.
e
Vigario / Sermaõ e Muzica da
Porc[i]cão de Ci[n]za..............................................................................//2[0]$720
Despendeu pelo que pagou ao Rd.º Vigario / e ma[i]s Padres e Sacristaens
[S]er[ma]õ e Muzica / da Festa do Nosso Santo [P]adre.........................//44$980
f.23
04/10/1810
A Fran
co
[Pe]d[r]o da Muzica da m
ma
f[esta............................................//25$0[0]0
Até f.181 (folhas deterioradas ou úmidas e praticamente ilegível)
f. 187
1828
Idem idem co[m a] Muzica p.ª a mesma / festa a quantia de quarenta e sette /
mil reis......................................................................................................//47$000
f.191
02/10/1828
Idem idem com a Muzica para a Festa de / S. Fran.
co
a quantia da quarenta mil
r.
s
..............................................................................................................//40$000
f.192
04/10/1829
156
Despendeu o Ir. Sindico Jozé da Cos - / ta Bastos, com a armaçaõ da Igreja, / e
com os R.
dos
Sacerdotes q
~
. cantaraõ / [a] Miss[a] no dia de S. Fran.
co
, a
quantia / de setenta nove mil cento e vinte reis.......................................//79$120
f.205
1829-1830
lançado em 27/12/1829
Idem que pagou a Muzica na noite / do Nacimento, a quant[i]a de trinta / [m]il
reis...........................................................................................................//30$000
f.207
04/11/1830
Idem que despendeu o Ir. Sindico com a / Muzica para a m
ma
festa, a quantia /
de quarenta mil reis.................................................................................//40$000
f.223
Despeza do anno de 1830 para o de 1831
I[de]m a João F[r]ancisco de Szª Coutinho pela [m]u - / zica para a Porcissaõ
de cinza a quantia de / v[i]nte [m]il reis....................................................//20$000
f.225
04/10/1831
I[dem] q[ue des]pendeu o Irº Sindico com a Muzi = / ca para a m
ma
festa a Joaõ
Fran
co
de S.
za
Coitinho / a quan[ti]a de quarenta mil reis.........................//40$000
f.227
1831-1832
lançado em 06/10/1832
Idem com a Muzica a Joaõ Fran.
co
de / Souza Coutinho, trinta e dous mil
reis...........................................................................................................//32$000
f.242
1832-1833
Idem que pagou a Musica a quantia / [de tr]inta mil reis.........................//30$000
f.251
03/10/1833
Despendeu o I.
r
Sindico Francisco / Joze [?], com a Muzica para / a Festa e
Vespora, de Saõ Francisco, [a] Joaõ Francisco de Souza Coutinho, /
cinc[oe]nta e dous mil reiz.....................................................................//5[2]$000
f.258
1834-1835
157
Idem a Joaõ Fran
co
de Souza Couti - / nho, [d]e tocar o Orgão nos domingos / a
Missas do anno de 1834: vint[e] e t[r]es mil e seis centos reis................//23$600
f.259
[?]
Idem [com] a Muzica para a m
ma
/ [Pro]cissaõ, [v]inte e dous mil reis.....//22$000
f.262
[?]
I[de]m com a Muzica, [a] Joaõ Fran
co
/ de S[z]ª Coutinho, / secenta e quatro mil
reis...........................................................................................................//64$000
OBS: volta a numeração das folhas
f.258
1835-1836
Idem com a Musica no dia da entrega / da Mesa a quantia de seis mil e qua /
tro centos reis............................................................................................//6$400
f.259
Idem com a Musica p a Procissaõ / de Sinsa [a] quantia de vinte mil
reis...........................................................................................................//20$000
f.260
1836-1837
Idem com a Mus[i]ca p.ª a vespora e dia / de S. Franc[i]sco a quantia de
quarenta / e oito mil rei[s].........................................................................//48$000
f.265
1836-1837
Co[m] a Festi[vi]dade de S. Fr.
co
em 4 de Otbr.º
Musica....................................................................................................[//]48$000
f.268
1837-1838
Despesa com a Festa da Ordem, incluindo a armação / da Igreja, Altar, Muzica,
Sermão, e Fogo...................................................................................//155$640
f.273
16/12/1838 a 22/12/1839
Idem com a Festa de S. Francisco [...]
A J[o]aõ Fran.
co
de Souza Coutinho / [pel]a Muzica................................//35$000
158
1.4 Livro de Receitas e Despesas (1839-1852) – LRD4
f.3
dezembro de 1839 a 31/10/1840
Com a Musica a Joaõ Fran.
co
de Sz.ª Coutº..........................................//48$000
f.9
1º/11/1840 a 31/10/1841
A Joaõ Fran.
co
de Souza Coutinho / pela Musica....................................//47$000
f.11
03/10/1841
Musica a Joaõ Fran.
co
de Sz.ª Coutº.......................................................//32$000
f.24
31/10/1842
Idem, á Musica, p.ª a Festa.....................................................................//50$000
f.40
06/10/1843
Idem idem com o [?] [R.
do]
/ Vigario, Sacerdotes, Sacristaens / pela Missa
Cantada no dia / 4 de Outubro corrente = a quan / tia de vinte e hum mil
reis...........................................................................................................//21$000
Idem idem com os Muzicos / no mesmo dia, a quantia de / trinta e hum mil
reis...........................................................................................................//31$000
f.63
31/10/1844
Idem idem a JoãoFran
co
de Souza Coutº / importância pagam.
to
da Muzi - /
ca na festa de S. Fran
co
..........................................................................//47$000
f.68
15/02/1845
Idem a João Fran
co
Cidade, e seus [?] / Joaquim, e José Cidade, que fize - / rão
/ parte dos muzicos po
r
occazi / ão da dita Missa Solemne......................//8$000
f.75
30/12/1845
Idem a Francisco de Paulo Silvr.ª / importancia da muzica q hou / ve na festa
de s. Fran
co
, em 21 do corr
e
.....................................................................//40$000
f.89
07/10/1846
Idem a Fran
co
de Paula / Silveira, impª [abrev: importancia] do que ganha / vão
os muzicos, e orgam prª a / m
ma
festa.....................................................//38$000
159
f.100
12/10/1847
Idem a Francisco de Paula / Silveira, importancia da Muzica / para a Festa de
S. Francisco, nos - / dias 3 e 4 de Outubro.............................................//47$000
f.116
11/10/1848
Idem a Francisco de Paula / Silveira, importancia da Muzica / que tocou na
festa do dia 4 des - / te mes de Outubro..................................................//47$000
f.138
1º/11/1849
Pago a Fran.
co
de Paula Silveira, pe - / la Muzica da festa, quarenta e seis / mil
reis, Documento N.º 44............................................................................//46$000
f.155
08/10/1850
Idem a Fran.
co
de Paula / Silveira pela Muzica do / dia da Festa, quarenta e /
seis mil reis. docum
to
N.º 57.....................................................................//46$000
f.167
11/03/1851
Idem a Fr.
co
de Paula Silvr.ª / impl. da Muzica, para a Porci - / saõ, trinta mil r.
s
Docum.
to
N.º 17........................................................................................//30$000
f.174
12/10/1851
Idem a Fr.
co
de Paula Silvei - / ra importancia da Muzica / da Festa, quarenta e
seis mil / reis. Documento Nº 50..............................................................//46$000
f.189
06/03/1852
Pago a Fran.
co
de Paula Silveira, / pelo importe da muzica p.ª a Pro / cissão de
Cinza: Doc.º nº 21....................................................................................//32$000
f.196
07/10/1852
Pago a Fran.
co
de Paula Silvrª p.
lo
/ importe da Muzica da festa e / véspera:
Docum.
to
nº 70..........................................................................................//44$000
160
1.5 Livro de Receitas e Despesas (1852-1868) – LRD5
f.3
Pago a Fran.
co
de Paula Silvr.ª importe / da mu[zi]ca da festividade de / feira
de Cinza: D.º nº 18...................................................................................//52$000
f.13
07/10/1853
Pago a Francisco de Paula / Silveira pelo importe da muzica na Vespera e dia /
da Festa do Santo Patri - / archa. Docum.
to
nº 62..................................//46$000
f.20v
31/10/1854
Deve a Gestão do Réddito
Ornamentos e Utensilios da Igreja, inclusive o Or / gao comprado por 500$000,
como do Lº auxi / liar ap. 34..................................................................//667$320
f.21
31/10/1854
Contas da Gestão do Réddito Haver
Do Emprestimo para o Orgão 23 Acções que se devem a di / versos, como do
L.º auxiliar p. 19 a prazos de 1, 2, 3, 4 e 5 anos....................................//230$000
f.22v
31/10/1854
circunstancias extra ordinarias
Da compra do órgão desde muito existente na Igreja, o / qual era inevitável
deixar sahir ou comprar.......................................................................... 500$000
f.25v
31/10/1855
Deve – balanço de encerramento das contas
Restante de 25 Apolices do Orgão ad - / quiridas para Capital devido pela
gestão annual, como de respectivo L.º / Auxiliar a f.
l
11 182$400
f.26v
23/12/1855
Muzica no dia da posse [?] 44 12$000
f.27
29/10/1855
Desconto em 2 Apolices do Orgão, Solvidas 2$560
f.32v
31/10/1856
161
Resto que lhe deve a Gestão pelas ações / p.ª o emprestimo da compra do
Órgão, / remido p
r
Capital como do L.º auxiliar f. 11..............................//182$400
f.33v
1º/11/1855 a 31/10/1856
Musica do Dia da posse dactual Administra - / ção como do L.º f. 44.....//12$000
Missa e musica solemne na Commemoração / aos Irmaõs finados em 13 de No
- / vembro do anno pp: [abrev: pretérito próximo] como do L.º f. 56........//42$500
f.35
31/10/1856
Resto pelas appolices da compra do / Orgão resgatadas.....................//182$400
Appolice do emprestimo para pagam.
to
do Orgão.................................//110$500
f.38v
1857
Resto que lhe deve a Gestão pelas acções / do emprestimo p.ª compra do
Orgão co - / mo do dito L.º f. 34.............................................................//182$400
f.42v
31/10/1858
Apolices do emprestimo p
a
a compra do órgão.....................................//182$400
f. 44
31/10/1858
Apolices do emprestimo p
a
pagam
to
do órgão (16)................................//110$000
f.46v
31/10/1859
Apolices de emprestimo p.ª o Orgaõ.....................................................//182$400
f.48
A Apolices d’emprestimo para o Orgaõ per - / tencente a Capital.........//182$400
Apólice d’emprestimo p.ª o Orgão...........................................................//80$000
f.52v
1860-1861
Apolice de emprestimo p.ª o Orgão.......................................................//182$400
f.54
31/10/1860
Apolice de emprestimo p.ª o Orgão.......................................................//182$400
162
f.55v
31/10/1861
Apolice de emprestimo p.ª o Orgão.......................................................//182$400
f.57
A apólice de emprestimo p.ª o Orgão pertencente a Capital.................//182$400
Apólice d’emprestimo p.ª o Orgão...........................................................//80$000
f.61
31/10/1862
Apólices do emprestimo p.ª pagamento do Orgão..................................//80$000
f.66
31/10/1863
Apólices de emprestimo p.ª o Orgão.......................................................//80$000
f.73
31/10/1864
Apólices de emprestimo p.ª pagto do Orgão...........................................//80$000
f.83
31/10/1866
Apólices de empréstimo p.ª o Orgão.......................................................//80$000
f.87
1867
Apólices para o órgão..............................................................................//80$000
f.91
31/10/1868
Apólices de empréstimo p.ª o Orgão.......................................................//80$000
1.6 Livro de Receitas e Despesas (1869-1887) – LRD6
f.16
31/10/1872
Francisco José da Costa......................................................................... 50$000
f.19
31/10/1872
Francisco José da Costa......................................................................... 50$000
f.47
despesas do ano de 1878 a 1879
163
Idem idem a Francisco José da Costa, pela musica da festividade do Santo /
Patriarcha, como consta do documento / sob numero =14=...................120$000
f.56
1º/11/1879 a 03/10/1880
Despendeu o Irmaõ Sindico Alexandre José / Ferreira, a quantia de cento e dez
mil reis, im - / portancia paga a JoBrasilicio de Sousa, pro - / veniente da
orchesta para a festividade de / São Francisco, como consta do documento /
sob numero =15= 110$000 / E por ter recebido assignou a presente carga /
com migo secretario
f.63
1º/11/1880 a 03/10/1881
Despendeu o Irmaõ Sindico Joaquim Antonio Jac = / quês a quantia de cento e
trinta mil reis im = / portancia paga a Francisco José da Costa, / pela musica da
festividade do Santo Pa = / triarcha,como consta do documento sob nº 9
130$000 / E por ter despendido a mencionada quantia, / e ter sido lançada
assignou a presente carga
f.75
1º/11/1881 a 31/10/1882
lançado em 15/10/1882
Despendeu o Irmaõ Sindico Alexandre Jose / Ferreira, pelo que pagou a Jose
Brasilicio / de Sousa, de Te Deum Laudamos em acçaõ / de graça pela
anomeaçaõ de actual Com / [issario] da Ordem, como consta do docu - / mento
n.º 34 lançado no [resp. livro] fl. 8 20$000 / E como despendeo, assignou com
migo / secretario José Leoncio [da Gama] / Alexandre José Ferreira
f.76
lançado 24/10/1882
Despendeu o Irmaõ Syndico Alexandre / José Ferreira, pelo que pagou a José
Brasilicio / de Sousa, da Orchesta que tocou na Festa / do Patriarca S. Fran.
co
,
como consta do documen - / to n.º 35 lançado no [supretivo livro] fl 8 135$000 /
E como despendeo, assignou com migo secre - / tario a presente carga / José
Leoncio [da Gama] / Alexandre José Ferreira
f.89
1º/11/1882 a 31/10/1883
Idem idem ao Rev.
do
Padre Comissario, / pelo Te Deum no dia da posse, e
Sermão / de Quinta Feira Maior. 60$000
f.94
31/10/1883
164
Idem idem a Francisco José da Costa, / pela Conta da Musica na festa de / Saõ
Francisco. 135$000
f.104
1º/11/1883 a 31/10/1884
Despendeu o Irmaõ Sindico Joaõ Pereira / Vidal a quantia de cento e trinta e
cinco / mil reis; importancia paga ao Francisco / José da Costa, pela musica da
festivida = / de do Santo Patriarcha; como consta / do documento sob numero
=21= 135$000 / o secretario Joziano Silvª de Sz.ª
f.112
1º/11/1884 a 31/10/1885
Despendeu o Irmaõ Sindico Domin / gos José de Sousa, a quantia de cento / e
trinta mil reis, importancia paga / a Francisco José da Costa, pela musi / ca que
tocou na festa do Nosso Pa / triarcha docum
to
nº 14 130$000
f.118
1º/11/1885 a 31/10/1886
Despendeu o Irmaõ Sindico Antonio / José Machado Carmona, a quantia / de
cento e trinta e cinco mil reis impor - / tancia paga a Francisco José da / Costa,
pela musica para a festa / do Patriarcha, docum
to
nº 5 135$000
f.123
Balanço definitivo da Receita e Despesa – 1º/11/1885 a 31/10/1886
Idem idem a Francisco José da / Costa, pela musica da festa do / Santo
Patriarcha = 135$000
f.133
12/01/1886 a 31/10/1887
lançado em 17/01/1887
Despendeo o Ir. Syndico Alexandre / José Ferreira, pelo que pagou a Fran.
co
/
José da Costa, pela musica da Festa / de S. Fran.
co
como consta do recibo / no
resp.º livro fl 30 nº16 135$000 / o Secret.º immediato [?]
f.138
Balanço em resumo da Receita e Despeza
Idem idem da musica p.ª a Festa............................................................135$000
1.7 Livro de Receitas e Despesas (1887-1897) – LRD7
f.2
1/11/1887 a 31/10/1888
165
Despendeu o Irmão Sindico Alexandre José / Ferreira a quantia de vinte mil /
reis pago a Joaq
m
Natividade por con- / certo no órgão, conforme o documento /
sob n.º 3.....................................................................................................20$000
f.4
Dispendeu o Irmão Sindico Alexandre José / Ferreira a quantia de cento e trinta
e cinco / mil réis pagos a Francisco José da Costa pe- / la Musica p
~.
a festa
celebrada a 14 de ou- / tubro [88?], conforme documento sob n.º10......135$00
2. AUXILIAR DA COLUNA
2.1 Auxiliar da Coluna do Extrato Diário 1 (1853 - ?) – ACD1
f.12
05/04/1854
Recebido do Sr. Francisco Joze de Oliveira por indenização do prazo da
Apolice nº19 do empstimo para o orgaõ em dinheiro...............................2$000
f.29v
31/10/1856
Resto que lhe deve a Gestão pelas acções p.º o em- / prestimo p.ª o Orgão,
remidos p
r
Capital como / do auxiliar a f.11.............................................182$400
f.37v
31/10/1857
Appolice do emprestimo p.ª o Orgaõ / como de f. 34..............................182$400
31/10/1858
Apolices do emprestimo pª o Orgaõ // ............34....................................182$400
f.45v
31/10/1859
Apolices d’emprestimo p.ª o Orgaõ.......................34..............................182$400
31/10/1860
Apolices d’emprestimo p.ª o Orgaõ.......................34..............................182$400
f.54v
31/10/1861
Apolices do emprestimo pª o Orgaõ........................................................182$400
2.2 Auxiliar da Coluna do Extrato Diário 2 (1858 - ?) – ACD2
f.14v
18/10/1859
166
Pagou o m.
mo
Ir. Syndico a JoMaria Mar. Lioni. / p.
r
imp.
e
[abrev:importe] da
Musica no Dia da Festa do Patriarca........ / Recebeo o m.
mo
Syndico, d’esmola
pelo m.
mo
Lioni............................................................................................21$000
Id. m.
mo
Syndico, d’esmola João Fr.
co
de S
za
Cout.
o
....................................5$000
f.17v
31/10/1859
Apolices d’emprestimo p.
a
o Orgão adqui - / ridas p
r
Capital, resto que a esta
lhe deve f. 34.........................................................................................//182$400
f.20v
1º/11/1859
A Apólices d’emprestimo p.
a
o Orgão....................................................//182$400
f.21v
Apolices d’emprestimo p.
a
o Orgão, per - / tencentes à Capital f. 17.......182$400
f.26v
21/02/1860
Idem [Idem: pagou] a José Maria Martins Leoni importancia / da musica de
Igreja na Procissão de Cinsa, documt.
o
39................................................10$000
f.27v
06/04/1860
Idem [Idem: pagou] pelo tapamento da catacumba do Ir. Fran - / cisco de Paula
Silveira, como do documt
o
nº 45..................................................................3$000
Recebeo o Irmão Syndico Manoel Antonio Ca - / minha importância liquida do
legado deixado / em testamento da finada Irmã, mulher do Ir. Joaõ / Francisco
de Sousa Coutinho....................................................................................27$000
18/04/1860
Idem [Idem: recebeu] do Irmão Camilo José de Sousa, testamen / teiro do
finado Irmão Francisco de Paula Silveira, / liquido do legado deixado pelo
mesmo a saber: / A São Francisco da Penitencia.......9:000 / A S. Francisco de
Paula.......9:000..........................................................................................18$000
f.28v
23/04/1860
[Recebeo] 10 Missa pela alma do Irmão Francisco de Paula Silveira.......10$000
f.38v
09/10/1860
Idem [Idem: pagou] a JoMaria Martins Leoni, im - / porte da musica por
occasiaõ da Festa de / S. Fran.
co
, como do documt
o
nº 107...................130$000
167
f.42v
31/10/1860
O mesmo a Apolices de emprestimo para o órgão / adquerida para
Capital......................................................................................................182$400
f.43v
Apolices de emprestimo p
a
. o orgaõ a / Balanço de enserramento das contas
da gestão / saldo por Balanço.................................................................182$400
Apolices de emprestimo para o Orgão a / Balanço de encerramento de contas
da gestão / saldo por Balanco...................................................................80$000
f.45v
1º/11/1860
Apolices do emprestimo para o órgão, o valor / das regatadas por
Capital......................................................................................................182$400
Apolices de emprestimo p
a
o orgão resgatada por /Capital.....................182$400
A Apolices de emprestimo para o orgão ainda / não pagas......................80$000
f.49v
20/02/1861
Idem Idem Idem, a J
e
Maria Martins Lioni pela muzica / de Quartafeira de
Cinza..........................................................................................................40$000
f.59v
31/10/1861
[pagou] Idem Idem Idem a Jose Maria Martins Lioni pela / muzica da Festa do
Patriarcha deduzida a quantia / de 50$000 que doou a Veneravel Ordem Como
consta / do docum
to
....................................................................................80$000
f.62v
A Apolices do emprestimo p
a
o Orgaõ.....................................................182$400
f.63v
A Apolices de Emprestimo para o Orgaõ perten - / centes a Capital, f. 17
(Apolices a Balanço)................................................................................182$400
Apolices de emprestimo p
a
orgaõ..............................................................80$000
f.64v
Apolices de emprestimo p
a
o Orgaõ........................................................182$400
f.77v
29/09/1862
168
Idem id. id. a Joia de Definidor do Ir. Jose / Maria M[?] Leoni, perten
e
c ao cor.
e
anno.............................................................................................................6$400
f.78v
05/10/1862
Recebeo Do Ir. Definidor Joaq.
m
Juvencio Cidade......................................6$400
f.79v
06/10/1862
[pagou] Idem id. id. a José Maria Mi[?] Lioni pela / musica da Festa do nosso
Patriarcha no corrente anno......................................................................80$000
f.80v
31/10/1862
Idem A Apolices do Emprestimo / p.
a
o Orgaõ adquiridas p
or
Capital f
34.................................................182$400 / Aliás esta m
ma
conta na Gestão f 17
f.83v
Apolices do Emprestimo p
a
. / pagam.
to
do Orgaõ f 31...............................80$000
f.84v
1º/11/1862
A Apolices do Emprest.
o
/ p.
a
pagam
to
do Orgão.......................................80$000
f.98v
04/10/1863
Recebeo Idem Esmola do Ir. Joaquim Juvencio Cidade.............................1$000
f.99v
04/10/1863
Recebeu o Ir. Syndico Annual do Ir Joaq
m
Juvencio Cid.
e
............................$320
07/10/1863
Pagou Idem a Jo Maria Martins Lione pela / Musica da Festa do
Patriarcha.................................................................................................100$000
f.105v
31/10/1863
Apolices de emprestimo p
a
o orgaõ f 31....................................................80$000
f.106v
1º/11/1863
A Apolices do emprestimo p.
a
o Orgaõ......................................................80$000
169
f.121v
11/10/1864
Pagou Idem a G. Hautz pela musica em toda a Solemnidade da / Festa do
Santo Patriarcha......................................................................................100$000
f.125v
31/10/1864
Diversos Devem A Balanço de Enserram
to
/ a saber: A Acções de imprestimo
para / pagam
to
do Orgaõ, import.
a
das [?] não reclamadas........................80$000
f.131v
14/10/1865
Pagou Idem a Esterlita pela musica de 5ª Feira Santa.............................10$000
f.142v
17/10/1865
Pagou Idem ao M. da Musica Guilherme Autz p.
la
musica da festa / do Santo
Patriarcha.................................................................................................150$000
f.145v
31/10/1865
Diversos Devem A Balanço de Enserram.
to
da Gestaõ / Assaber. Creadores p
r
apólices do emprestimo p
a
pagam
to
do Orgaõ f31,....................................80$000
f.147v
1º/11/1865
Balanço de Abertura das Contas da Gestaõ do anno de / 1865 para 1866. Deve
a Diversos. a saber: / A Acções do imprestimo para o Orgão...................80$000
f.159v
29/10/1866
Ornam//
tos
para o Culto Divino da Igreja, pela im - / portancia de uma casula e
seos pertences, de balbu[?]Iná preta / francesa, guarnecida de galão e franja
de retros, amarello, for / rado metim francez [?] p
a
a missa de requiem.//40$000
f.161v
09/10/1866
Pagou idem a Guilherme Hautz, a C.
ta
de musica para a fes / ta do
Patriarcha...............................................................................................//120$000
f.164v
31/10/1866
Diversos Devem a Balanço de Encerram
to
da Gestaõ s//
er
Apolices d’emprestimo p
a
o orgaõ............................................................//80$000
170
f.165v
1º/11/1866
Balanço de Abertura das Contas da Gestaõ do / anno de 1866 a 1867
D//
e
[abrev: deve] A diversos a Saber: / Acções d’emprestimo para o
Orgaõ.......................................................................................................//80$000
f.180v
14/10/1867
Pagou idem a Guilherme Hautz, a conta da Musica / para a Festa do Santo
Patriarcha...............................................................................................//110$000
f.185v
31/10/1867
Diversos Devem a Balanço d Enserram
to
/ das Contas da Gestaõ: Apolices para
o Orgão 78.................................................................................................80$000
f.186v
1º/11/1867
Balanço de Abertura das Contas da Gestaõ / do anno de 1866 a 1867 Deve A
Div asaber. / A Apolices para o Orgão.......................................................80$000
f.192v
17/04/1868
Pagou idem a Estelita Servita Freitas, pela musica de Quin - / ta Feira
Maior..........................................................................................................10$000
f.198
06/10/1868
Pagou idem a Guilherme Hautz. pela musica com instru - / mental do Santo
Patriarcha e Festa....................................................................................100$000
f.204v
31/10/1868
Diversos Devem A Balanço d’Encerra - / mento das Contas da Gestaõ Apolices
d’emprestimo para o Orgaõ folhas =78=...................................................80$000
f.205v
1
º/11/1868
Diversos Devem A Balanço d’Encer = / ramento das Contas da Gestaõ Apolice
do emprestimo para o orgaõ folhas =78=..................................................80$000
f.212v
11/09/1869
171
10 Missas por alma do Ir. Joaõ Fran.
co
de Souza Coutinho.......................10$000
f.215v
10/10/1869
Pagou idem ao pedreiro Marcos, pelo tapamento da catacumba do / Ir Joaõ
Fran//
co
de Souza Coutinho [...]..................................................................//5$500
e do menor filho da Ir Maria Augus - / ta [Gaignetta]
Pagou idem a Guilherme Hautz, sua conta de musica da / Festa do
Patriarca.................................................................................................//110$000
f.218v
31/10/1869
Diversos Devem A balanço d’Encerramento das Con - / tas da Gestão: Apolice
para o Orgaõ..............................................................................................80$000
f.229v
10/10/1870
Idem idem a Guilherme Hautz pela musica da Festa do Patriarcha......//110$000
f.231v
31/10/1870
Diversos D
e
A Balanço d’Encerramento / das Contas da Gestão Apolice para o
Orgão.......................................................................................................//80$000
f.232v
1º/11/1870
Balanço d’Abertura das Contas da Gestão: A diversos / A Apolice do
Orgão.......................................................................................................//80$000
2.3 Auxiliar da Columna do Extrato Diário Contas Correntes da VOTSFP
(1853 a 1855) – ACD3
f.11
04/03/1854
Pago à Muzica, que accompanhou a Procissaõ de Cinza.......................//40$000
f.17
30/04/1854
Pago Ditto ditto [abrev: Dinrº entregue] para pagar o órgão adiantamento /
pelas 4 Acções subscritas pelos [?] Gondim, J. [?] Bitan- / court, Alvim e A.
Lopes da Silva.........................................................................................//40$000
f.19v
172
23/03/1854
Empréstimos para pagamento do órgão
f.20-20v
Deve [?] Ir. Joaõ Francisco de Sou - za Coutinho (...) / 1854 Abril 30 Dnrº
recebido do Ir. Syndico.....................................................................//500$000 /
1854 Março 22 Importe do Orgão, que vendeo á Ven. Ordem, segundo / a sua
Carta de 26 de Janeiro e decizaõ da Mesa em 22 do p[?] [?]................ 500$000
f.45
13/05/1855
A Muzica da Procisção............................................................................//50$000
2.4 Auxiliar da Columna do Extrato Diário Contas Correntes da VOTSF
(1855 - ? ) – ACD4
f.1v
04/10/1855
Recebeu de Fran.
co
de Paula Silveira..........................................................2$000
f.2v
08/10/1855
Muzica a Fran.
co
de Paula Silveira.............................................................42$000
f.41
31/10/1861
Apolices de emprestimo para o orgão f. 34...............................................80$000
f.47
17/11/1862
Apolices de emprestimo para o orgão f. 34...............................................80$000
f.55
1º/10/1863
Apolices de emprestimo para o orgão f. 34...............................................80$000
31/10/1863
Apolices de emprestimo para o orgão f. 34...............................................80$000
f.60
1º/11/1864
Acções de emprestimos para pagamento do orgão................................//80$000
31/11/1864
Acções de emprestimos para pagamento do órgão
................................//80$000
173
f.66
31/10/1865
Acções de emprestimos para pagamento do órgão f.31.........................//80$000
f.75
31/10/1866
Apólices d’emprestimo para o órgão.......................................................//80$000
1º/11/1866
Apólices d’emprestimo para o órgão.......................................................//80$000
3. RECIBOS
3.1 Recibos Avulsos – Século XVIII
Ano de 1765
Receby do Snr. M
el
de Vargas Sindico da Veneravel Ordem 3.ª seis / mil e
quatro cento reis: a saber- 5$760 da muzica que se fes no dia de S. Franc.
o
,
e /
640 do que pertenceu ao Sac[hri]staõ da sua a Astencia na festa do d
dia e
p.
r
ter rece / bido a d.
a
quantia p.
a
sua clareza [R]epassei este por mim feito [e
asignado] Des / terro a 6 de 8br.
º
de 1765. M.
e
da Capella Jozé [de] Almeida
Moura
Ano de 1766
[Irmaõ] Sindico M.
el
Marques de S. Pay[?]
Pag[ará] [?] [Nos]sa or[dem] ao [I
r
Sg
to
]
Jozé de Alm.
da
sinco / m[i]l digo [?]
centos reis a sa[?] [da] [M]uzica da M[i] / ssa e pu[blica]ção [?] Eleyçaõ [?] [?tir]
a Mi / ssa Canta[da] [em o dia da] festa [de] [No]sso P.
e
[?] / desta Caza 6 [?] de
1766 / Saõ 6$4[00]
3.2 Recibos Avulsos – Século XIX
Ano de 1847
Recebi do Ill.
mo
Sr. Major M
el
/ Jose de Sousa Conceiçaõ Sindico / da Ordem
de S. Fr.
co
a quan / tia de quarenta e sete mil / reis, importância da musica / da
festividade da m.
ma
Ordem / nos dias 3 e 4 do corrente. / E por haver recebido
passei /o presente / Cidade do Desterro em / 12 de Outubro de 1847 / 47$000
Fr.
co
de Paula Silvr.
a
Ano de 1848
Nº33.
174
Recebi do
Ill
mo
. S
nr
. Major M.
el
Jose de / Souza e Conceiçaõ Sindico da
Ordem / a quantia de quarenta e sete mil / reis importância da musica
da fes / tividade de S. Francisco / E por haver recebido passei a presen /
te. / Cidade do Desterro
em 11 de ou / tubro de 1848 / 47$000 Fr.
co
de Paula
Silvr.
a
Ano de 1850
Nº57
Recebi do Sr Camilo J
e
de Souza / Sindico da ordem de S. Fr
co
a q
tia
/ de
quarenta e seis mil reis, impor / tancia da musica da festividade / de S. Fr.
co
nos
dias 3 e 4 do corrente. / Desterro, em 8 de 8br.
o
de 1850. / R$46$000 Fr.
co
de
Paula Silvr.
a
Ano de 1853
N18
Recebi do S
r
Antonio Jacques da / Silveira Sindico da ordem 3.ª de S. / Fran
co
a
quantia de cincuenta e / dois mil reiz importância da / musica da Festividade de
Quarta / Feira de Cinza / Desterro em 15 de Fever.
o
/ de 1853 / Fr.
co
de Paula
Silvr.
a
FONTE: Contas da Ordem 3ª de S. Francisco – Documentos de despesa
entre novembro de 1852 a outubro de 1853.
Despesas do mês de outubro de 1853
N62
Recebi do S
r
Antonio Jacques / da Silveira Sindico da ordem 3.ª / de S.
Francisco, a quantia de qua / renta e seis mil reis importância / da musica da
festividade nos dias / 3 e 4 do corrente / E por haver recebido passei o pre /
sente. / Cidade do Desterro / em 7 de 8br.
o
de 1853 / Fr.
co
de Paula Silvr.
a
Ano de 1854
f.
1854 Dez.
bro
17. / Pagam
to
da musica, pª nova / meza...................12$000 / nº5.
v.
R
by
do
Ill
mo
. S
nr
. Joaõ de Souza Freitas, Sindico da / Veneravel Ordem
de S. Fran
co
. a quantia de doze mil / r
s
, pela Musica do dia da entrega da
nossa Mesa da / mesma Ordem. Desterro 17 de Dezembro d 1854 / Saõ
12$000 Joaõ Francisco Cidade
Ano de 1855
f. 1855 Fevr.
o
22 / - Muzica - / Procisão de Sinza / Despesa q. pagou o I.
r
Minis /
tro – 60$000
v.
175
R.
bi
do
Ill.
mo
Sr. Ten.
e
C.
or
a q.
ta
de 60000 r
s
, deixan / do nos 10000 r
s
de
esmola p.ª a m
ma
ordem; do que / nos pagou pelo acompanhamento da
Procissão de Sinza / por ser verd.
e
passo o presente. Desterro 22 de
Fevr.
o
d 1855 / Saõ
r
s
60000 O Thesoureiro / Abate 10$000 Guilherme
Fran
co
de Campo / R$50$000
Ano de 1857
Recebi do
Ill
mo
. Snr.º Eliseu Antunes Pi / tangueiras, como procurador da
devoçaõ do Snr/ Bom Jesus, a quantia de cem mil reis, pro - / veniente
da musica da novena e festa que / teve lugar em a Igreja de S.
Francisco, desde / o dia a 9 do corrente. Dester.º 11 de / Agosto de
1857. José Maria Martins Leoni. / Saõ 100$000r.
s
Recebi do
Ill
mo
. Snr.º Camillo José / de Sousa, dignissimo Sindico da
Ordem / Terceira a quantia de sessenta mil / reis, proveniente da musica
da Festa / da m.
ma
Ordem em os dias tres e qua / tro do corrente. Destr.º
7 de outr.º de / 1857. José Maria Martins Leoni. / Saõ 60$000 / N.º 26 [?]
Ano de 1859
N.º27
Recebi do Snr. Antonio F.
co
de Faria / D. Syndico da Ordem a quantia de
quarenta mil reis.(40$000) de uma gratificaçao da muzica do [?Batalhão do] /
Deposito, que accompanhou a procissão. Desterro (10 de Fevereiro / de 1859)
digo 10 de março de 1859 / Rs 40$000 Alberto Richter / Mestre da [?] BD.
Ano de 1860
Recebi do Snr.º Duarte Teixeira da / Silva, como procurador da devoçaõ
do / Senhor Bom Jesus, a quantia de / noventa mil reis pela musica da /
festa da mesma devoçaõ em os dias [?] e 12 do corrente. Dester.º 13
[de] [A]gosto de 1860. / José M. M. Leoni / Saõ 90$000 r.
s
Ano de 1861
N47
Recebi do Ill
mo
. Snr.º Carlos Duarte Silva / dignissimo Sindico da
Veneravel Ordem 3. / de S. Francisco, a quantia de quarenta mil / reis, os
quaes, com a esmolia que deixei / a mesma Ordem, de vinte mil reis,
prefaz / sessenta mil reis importância da mu / sica sacra em a solemnid.
e
de Cinza. / Destr20 de Fevereiro de 1861. / José M. M. Leoni / Saõ
40$000 r.
s
N152
176
Recebi do irmaõ Syndico da Veneravel / Ordem 3.ª de S. Francisco, a quantia
de oiten / ta mil reis, que com cincoenta que Deixo / de esmolla, prefaz centro e
trinta mil / reis importância da musica em a festa / da mesma ordem no mez de
Outr.º pro / ximo pretérito. Destr.º aos sete de No / vembro de 1861. / Recebido
80:000 / Esmola 50:000 José M. M. Leoni / 130$000
Ano de 1862
Relatório das Contas da Receita e Despesas feitas da Festa do Sr. Bom Jesus
no ano de 1862 pelo Procurador Antonio Lopes da Silva.
conta da muzica, documento n
º1.......................................................153$000
Recebi do Ill
mo
. Snr.º Antonio Lopes da / Silva dignissimo Procurador da
Devoção / do Bom Jesus, a quantia de cento e / cincoenta e tres mil reis
que com a esmola que Deixo ficar de oitenta e se / te mil reis prefaz
duzentos e quaren / ta mil reis, importância da musi / ca em a novena e
festa do Bom / Jesus. Destr
o
. 12 de Agosto de 1862. / Jose M. M. Leoni /
Recebido 153$000 / Esmola 87$000 /
240$000
/
Importancia da musica.
Ano de 1863
Recebi do Ill
mo
. Snr. Jose Lopes da Silva co / mo procurador da devoção
do Senhor Bom Jesus / a quantia de cento e oitenta mil reis, import.
a
/ da
musica em a novena e festa do mesmo / Senhor Bom Jesus. Destr
o
. 24
de Agosto / de 1863. / Jose Maria Martins Leoni / Saõ 180$000 r.
s
Ano de 1864
N2
170$000
Recebi do Ill.
o
Sr. Carlos Duarte, Provedor / da Festa do Sr. Bom Jesus a
quantia de // 170$000 // / pela Musica da Novena e Festa, celebradas / na
Igreja da Ordem Terceira desta Cidade. / Desterro 8 de Agosto 1864 /
Guilherme Hautz.
Ano de 1865
Receita e despeza da Festa do Senhor Bom Jesus venerada na Igreja da
ordem 3ª de S. F. desta cidade no dia 8 de agosto de 1865.
conta paga a (...) pela musica.................................................................170$000
170$000
Recebi do Ill.
mo
Snr. Juviano Silveira de Souza, / Thesour
o
da devoção de Bom
Jezus, a quantia / de cento setenta mil reis proveniente das No / venas, Festa e
Te Deum de Bom Jezus. / Desterro em 7 de Agosto de 1865. / G. Hautz.
150$000
177
Recebi do Ill.
mo
Sr. José Caetano Cardozo, / Thezourº da Festa do Saõ
Francisco, a / quantia de cem cincoenta mil reis, / proveniente da Novena,
Festa e Te Deum. / Desterro em 17 de Outubro de 1865. / G. Hautz.
Ano de 1868
N43
Recebi do Sem.rº Patricio Marques L
[?]
/ a quantia de 10$000
mil res
de
gradeficação / da muzsica de quinta feira santa / na ordem terceira desta
capital. / Cidade do Desterro de 17 Marco de 1868 / Recebi do SenPatricio
Marques e Linhares / a quantia de 10$000 mil res de gradeficação da mus /
zica de quinta feira santa na ordem tercera desta capital / Cidade de Desterro
de 17 Abril Estelita Selnita A [F]reitas
130$000 =Nº4=
Recebi do Ill// Sn Manoel F
[co]
Pereira Netto, / Procurador da Festa de Bom
Jesus, a quantia / de Cento e trinta mil reis //130$000//, / importancia da musica
para as Novenas e / Festa de Bom Jesus do corrente anno.. / Desterro em 11
d[e] Agosto de 1868 / G. Hatuz.
Ano de 1870
A Veneravel Ordem 3.ª ao Sn
r
Guilh. Hautz / deve / pela musica da Festa de
Saõ Francisco, Novena e Te Deum / a noite 100$000 / Dest. 10 de outbr de
1870. / Recebi do Ilm Sn
r
João de Souza Freitas, / Syndico da Ven. Ordem 3
a qtª acima / Dest. 10 de Outbr. de 1870. / Guilh. Hatuz
4. ESTATUTO (junho de 1780)
Conforme Bulla de Nicolau Bispo, Servo dos servos de Deos (12?-12?)
f.45 artigo 94 (Do que se de ob[servar] no dia da festa athe publicar se a
Eleiçam), sessão 3ª, capítulo 15º
“Ordenamus que neste dia por estar aplicada a Sua festivid.
e
/ a Cargo do
Irm.[ão] Min.
o
[istro] Como depois diremoz, senão [ozente?] / o q. ao menoz haja
missa Cantada e Sermão qd.
o
a Sua ge - / nerozid.
e
naõ qr.
a
despor amais.
Sendo tudo Sem Vang[lo]ria / da Ostentaçam demaior Urbanid.
e
/ Senaõ som
te
p.
r
edificaçam d[o] seu Zello e Veneraçam [...]”
f.85 sessão 20ª, capítulo 15º (Das advertências das festas e obrigações da
ordem)
178
“Como de Custume se solenize o dia de algum / S
to
e S
ta
da Ordem o q Cada
Com fraternid.
e
[viver?] / escolta q. mais por [?]nação e Com[?]açam dos
ânimos / dos nossos Irm.
[?]
a Cuja [?] se ordenou nas [?] / [?] fossem nesta
nossa Ven.
al
Ordem a festivid.
e
das Chagas / a 17 de Setr.
o
e a Raynha Santa
Izabel a 4 de Out.
o
/ nos quais dias houvesse qd. menos missa Cantada e Ser -
/ mám podendo Ser, [?] Procissaõ [?] pelo nosso Claus - / tro, qd.
o
tivermos
Igr.
a
nossa própria, e naõ mais p
r
naõ pa - / [d]ecer mais Vangloria do q auto de
devoçam e humild.
e
no qual / devemos ter p.
or
zello e Cuid.
o
[...]”
5. LIVRO DE PAGAMENTO DE ANUIDADES
f.380
“O Ir. JoMaria Martins Lioni n.
al
da Cid.
e
de Lisboa, de 35 ann. de idade,
casado, resid.
e
nesta cid.
e
do Dest.
ro
. Entrou e professou em 5 de Março de
1859 Ann.
i
1$000”
6. LIVRO DO TOMBO (1863)
f.8
17/02/1815
Determinarão que no dia 2 de abril futuro se faria em Procissão Solemne a
transladação das imagens para a nova Capella e no dia seguinte haverá Missa
Cantada e sermão e se transladarão os oços. Livro 3º dos termos f.44.
7. APÓLICES
Pela Presente, assignada pelos Irmaõs / Ministro, Secretário e Syndico a Vene
/ ravel Ordem Terceira da Penitencia, estabelecida nesta Cidade, pagará nos /
prasos de hum, dous, trez, quatro e cinco / annos, se antes o não tiver feito, ao
Ir. / Capitão João de Souza Freitas a quan- / tia de Dez mil réis, que delle
recebeu o Ir Syndico, a qual corresponde a / Hua das cincoenta acções, de que
cons / ta o Emprestimo contrahido pela Ve / neravel para o pagamento / do
Orgão que comprou o qual por essa / circunstancia fica sujeito ao Prive / legio
do preço o pago e pela presen / te especialmente hypottecado aos /
cincoenta accionistas ate a solução do / Emprestimo. Desterro, 16 de Março de
1854. / Manoel Homem Coelho / Ministro / Joze Gonçalves dos Santos Silva /
Secretário / Joaõ de Souza Freitas / Syndico
Pela Presente, assignada pelos Irmaõs Ministro, Secretário / e Syndico, a
Veneravel Ordem Terceira da Penitencia estabe / lecida nesta Cidade, pagará
nos prasos de hum, dous, trez, / quatro e cinco annos, se antes o não tiver
feito, ao Ir. Eleo / therio Francisco de Souza a quantia de Dez mil réis, que /
delle recebeu o Ir Syndico, a qual corresponde a Huã das cincoenta acções, de
que consta o Emprestimo contrahido pe / la Veneravel para o pagamento do
179
Orgão, que / comprou: o qual por essa circunstancia fica sujeito ao Pri /vilegio
do preço não pago, e pela presente especialmente / hypotecado aos cincoenta
Accionistas ate a solução do / Emprestimo. Desterro, 30 de Março de 1854. /
Manoel Homem Coelho / Ministro / Joze Gonçalves dos Santos Silva /
Secretário / Joaõ de Souza Freitas / Syndico
8. OUTROS DOCUMENTOS AVULSOS
Ano de 1777
N. Snr.ª do Desterro 16 de 7br. de 1777
D[i]zem os I[rm]aos in[?]eiroz da Venera[ve]l ordem / 3.ª da Penitencia do
Serafico P.
e
S. Fran.
co
[colunada?] na Matriz desta [?] q no dia 17 do corr.
e
mez
per- / tendem na sua Capela festejar as chagas do s[eu] / Santo Patriarca, Com
Missa Cantada, Sermão / e o SS.
mo
Sa[cr]am.
to
expostto, e uma [?] sua M[a]g.
e
[?] / [?] seja servido [?] / se Repassem [a] Provizão da su[a] [?] / na forma q E
[?] / ERM
Dom Francisco Manuel de Andrade Vigr
o
. / Geral do Exercito de Sua
Magestade. Catolica desta / ilha de Santa Catarina [?] / Pela presente
C[onc]edo [L]icença oas Irmaons Tercei - / ros da Veneravel [o]rdem [Ter]ceira
denoss[o] Serafico Padre / Sam Francisco de[sta Vil]a para que po[ssam]
festejar / as chagas do Santo Patri[a]rcha na Sua Capella Col - / locada [na]
Igreja Matriz desta Villa Com o Santis - / simo Sacramento expos[t]o. Com
aquela decencia e Ve - / neraçam preciza; assim o cumpram. Dada na / Villa e
nossa Senhora do Desterro [I]lha de Santa / Catarina dezaseis de Setembro de
1777 / Agostinho Joze Mendes dos Reis
Ano de 1810
Que nessas Festividades as mesmas Missas Cantadas, oforão e são pelos res
/ pectivos Reverendos Vigarios, ou no seu impediment[o], [pe]los seus RR /
Coadjutorez, tendo os mês[mo]s RR Vigarios a pri[m]azia de Elege / rem o
D[ia]cono, Subdiacono e Mestre de Cerimonias
Ano de 1857
Balancete da Receita e Despesa da Festa da gloriosa imagem do Senhor Bom
Jesus - 09/08/1857 In: Documentos da festa do Senhor Bom Jesus do ano de
1857
Imp[o]rtancia despendida com a Musica, / como consta do documentº
2...............................................................................................................100$000
Ano de 1860
Conta da Despeza feita com a Festividade do Senhor Bom Jesus no dia 11 e
12 de Agosto de 1860.
Musica
........................................................................................................90$000
180
[...]
Sem data
Demonstração da Receita e Despeza com a Festividade da Imagem do /
Senhor Bom Jesus na Veneravel Ordem Terceira de São Francisco
Despeza
Conta paga a [...] / [...] a Guilherme Hautz..............................................200$000
[...]
________
Anexo 10
TRANSCRIÇÕES DOS DOCUMENTOS DA IRMANDADE DE NOSSA
SENHORA DO ROSARIO E SÃO BENEDITO (INSR) DE DESTERRO
(1813-1890)
1. LIVROS CAIXA
1.1 Livro Caixa 2 (1813-1828) – LC1
f.90
1828
l.15 a saber 12$800 pelo que pagou ao Reverendo Francisco Antonio pelo
sermão = 12$800 reis ao Reverendo Domingos Francisco pela Muzica para a
dita Festividade.
1.2 Livro Caixa 4 (1829-1847) – LC2
f.41
15/04/1834 a 14/07/1835
l.10 de carregar o órgão da matriz para esta festa para a matriz...............1$280
l.18 a musica..............................................................................................32$000
f.45
181
30/06/1835 a 10/04/183?
l.28 com a musica para a festa do Rosario no dia 26 de Dezembro.........20$000
f.97
l.5 a quantia de 34 mil reis importancia paga da musica para a Festa de N. Sra
do Rosario de 2 de outubro.......................................................................34$000
f.109
14/01/1844
l.3-13 Despendeu o Irmão Thezoureiro Domingos José de Carvalho, a quantia
de quinze mil reis importancia que pagou a João Florencio de Souza Couttinho
pela muzica da Festa de S. Benedito, como do documento nº 9..............15$000
f.118
15/10/1844
l.33-40 Despendeu o Irmão Thezoureiro a quantia de vinte e hum mil reis
importancia paga a João Fco de Souza Coutinho pela muzica da Festa de N.
Sra. no dia 6 de outubro, como do documento nº 32................................21$000
f.134
25/01/1846
l.26-37 Despendeu o Irmão Thezoureiro a quantia de vinte e oito mil reis
i[m]portancia paga a Francisco de Paula Silveira pela Musica da [dita] Festa de
Nossa Senhora e ladainha a [noite], como do documento Nº 23..............28$000
f.143
1846
l.4-9 Que despendeo na festa de nossa Senhora com Missa Cantada, Sermão,
Muzica e Ladainha a mestre, como dos documentos nº 11, 12 e 13.
1.3 Livro Caixa 10 (1871-1877) – LC3
f.12
1870-1871
l.17 importancia paga ao Rever. Vigario Sebastião Antonio Martins, proveniente
de acompanharem a Procissão e do Te Deum, como consta do documento sob
nº 28...........................................................................................................41$000
f.14
1871-1872
l.15-21 Despendeo o dito Irmaõ Thesoureiro, a quantia de quarenta mil reis.
Importancia paga a Guilherme Hautz, proveniente de Te Deum, que a musica
cantou a entrada da Procurador; como consta do documento sob numero
31...............................................................................................................40$000
182
f.32
1872-1873
l.17-18 Idem a Guilherme Hatuz pela musica da mesma festividade documento
nº 14...........................................................................................................90$000
f.36
julho de 1873 a junho de 1874
l.7-13 Despendeo o Irmão Thesoureiro Manoel Tavares Lima, a quantia de
cincoenta mil reis
Importancia que despendeu a Guilherme Hautz, com o pagamento a musica da
Festa de S. Benedito no dia 25 do corrente, digo, de janeiro do corrente anno,
documento nº 1. E como despendeu assignou comigo Escrivão.
f.40
junho de 1873 a junho de 1874
l. 6-12 Despendeo o Irmão Thesoureiro Manoel Tavares Lima, a quantia de
quarenta mil reis
Importancia paga a Francisco José da Costa, pela muzica que tocou na
festividade de Nossa Senhora a 5 de outubro de 1873, documento 13. E
como despendeu assignou comigo Escrivão. Ass.
f.47
1873-1874
l.23-28 Despendeu mais o Irmão Thesoureiro, a quantia de cincoenta mil
reis.............................................................................................................50$000
Importancia paga a Guilherme Hautz, a musica na festividade de São Benedito,
documento nº 41. E como despendeu assignou comigo Escrivão
f.67
1875-1876
l.7-13 Despendeu o Irmão Thesoureiro Antonio Rodrigues de Oliveira, a quantia
de cem mil reis
Importancia paga a Francisco Costa, pela muzica de [coro] para a festa,
conforme documento 29. E como despendeu assignou comigo
escrivão....................................................................................................100$000
1.4 Livro Caixa 11 (1876-1890) – LC4
f.11
1876
l.11 (...) a Jo Brasilicio de Sousa pela musica da festa da
irmandade................................................................................................100$000
183
Anexo 11
TRANSCRIÇÕES DOS DOCUMENTOS DA IRMANDADE DO SENHOR
JESUS DOS PASSOS (ISJP) DE DESTERRO (1767-1889)
As informações abaixo apontam gastos com a música e músicos e referem-se
ao período de 1767 a 1797. Foram extraídas do livro Memorial Histórico da
Irmandade Senhor Jesus dos Passos organizado por Nereu do Vale Pereira
(1997, v. I) e estão em português contemporâneo.
1. PERÍODOS
1.1 Exercício de 1767-1768
p. 117
Pago a José de Almeida pela música para a / procissão dos Passos..........9.000
Despendido com o Vigário e os acólitos da missa / no dia da festa da Vera Cruz
(4.480 réis); com o pregador / Padre Frei Antônio das Chagas Foz (6.400 réis);
com a / música, assistência do sacristão e aluguel dos ornamentos
(8.000).........................................................................................................18.800
1.2 Exercício de 1768-1769
p. 123
Dois sermões para a procissão dos Passos ao / Padre Frei Antônio das Chagas
(12.800 réis), música / para a procissão (9.000 réis)..................................21.800
1.3 Exercício de 1769-1770
p.126
Dois sermões no dia do Senhor dos Passos / (12.800 réis) e Mestre da capela
(9.000 réis)..................................................................................................21.800
Sermão no dia da Vera Cruz (6.400 réis), Mestre / da capela e sacristães
(5.440 réis) e assistência do Vigário / à missa (1.920 réis) e de outro Sacerdote
(1.920 réis)..................................................................................................15.680
1.4 Exercício de 1770-1771
p. 129
2 sermões no dia dos Passos (12.800 réis) e / música
(9.000 réis)...........21.800
184
Missa cantada, o Vigário e dois acólitos (3.840 / réis), música e sacristães na
dita missa (5.440 réis), / sermão (6.400 réis).............................................15.680
1.5 Exercício de 1771-1772
p. 132-133
Música na festividade do Senhor dos Passos e / também no domingo da Santa
Vera Cruz....................................................................................................14.400
Missa cantada e gasto da procissão.............................................................4.160
1.6 Exercício de 1772-1773
p. 136
Pelo que se pagou ao Mestre da Capela, da música, / dia de Passos (9.000
réis); ao Padre D. Teodósio do / sermão (6.400 réis).................................15.400
Pelo que pagou ao Padre Manuel de Sousa, de / cera e assistência da missa
de 3 de maio (7.040 réis); ao / reverendo Vigário, da dita missa cantada do
mesmo dia (1.920 / réis); à música da dita missa (5.440 réis); ao reverendo /
Coadjutor, da assistência à mesma missa (960 réis).................................15.360
1.7 Exercício de 1773-1774
p. 142
Pelo que se pagou ao reverendo Vigário-da-Vara, / da missa cantada (1.920
réis) e ao Coadjutor, da / assistência da mesma (960 réis)..........................2.880
Pelo que pagou à música da festa do dia 3 de / maio e de assistência do
sacristão........................................................................................................5.440
Pelo que pagou pela música, no dia de Passos...........................................9.000
Exercícios de 1774 a 1788
Não existe documentação referente às contas desse período em razão do
extravio dos Livros e de receita e despesa, segundo informa Pereira
(1997: 405).
2. LIVROS DE RECEITAS E DESPESAS
2.1 Livro de Receitas e Despesas (1802-1815) – LRD1
f.39
19/05/1815
Despendeu o m
mo
Thezour
e
com a / Muzica da Festivid
e
da BellaCrus / como
consta do[?].....................................................N8//16$000 / Fr
co
Luiz do Livram
to
f.105
1802-1803
Despendeu com a musica da d.
a
Procição................................................//9$000
Despendeu com a Muzica da Miça Cantada da / dita Festevid
e
.............//12$800
185
Despendeu com os Sacerdotes, q. cantarão a Miça / da mesma
Festivid
e
.....................................................................................................//8$480
f.106v
1803-1804
19/03/1804
Despendeu com a Muzica da d.
a
Procição..............................................//10$000
04/05/1804
Despendeu com os Sacerd.
es
q. cantaraõ a / Miça da Festivid.
e
do dia 3// de
Maio...........................................................................................................//8$480
Despendeu com a Muzica da Miça Cant - / tada da d.
a
Festivid.
e
...........//12$800
f.108
1804-1805
1º/04/1805
Despendeu com a Muzica da d.
a
Procição..............................................//10$000
f.108v
05/05/1805
Despendeu com o Vigr.
o
e mais Sacerd.
es
q. can - / taraõ a Miça da Festivid.
e
do
dia 3// de Maio...........................................................................................//8$480
Despendeu com a Muzica da Miça Canta - / da da dad.
a
Festevid.
e
......//12$800
f.109v
1805-1806
20/03/1806
Despendeu na Muzica da m.
ma
Procição.................................................//10$000
f.110
05/05/1806
Despendeu com o Vigr.
o
e mais Sacerd.
es
e / Saccristaens, q. Cantar.
m
a Miça
da Feste - / vid.
e
do dia 3//de maio.............................................................//8$800
Despendeu com a Muzica da Miça Canta - / da da dad.
a
Festevid.
e
.......//12$800
f.111
1806-1807
30/03/1807
Dispendeo com a Muzica da mesma Procissão........................................//9$600
04/05/1807
Dispendeo com o Vigário, e mais Sacerdotes, e Sacris - / tães que cantarão a
Missa da Festivid.
e
do dia 3 d Maio//.........................................................//8$800
Dispendeo com a Muzica da Missa Cantada da d.
a
/ Festivid.
e
..............//12$800
f.113v
186
1807-1808
Dispendeo com a Muzica da m.
ma
Procissão...........................................//10$000
Dispendeo com o R.
do
Vigario, e mais Sacerdotes, e / Sacristaens que
Cantárão a Missa da festividade do / dia 3 de Maio..................................//8$800
Dispendeo com a Muzica da m.
ma
Festivid.
e
............................................//12$800
f.114v
1808-1809
Despendeo com a Muzica da m.
ma
Procissão..........................................//----$----
Despendeo com o R.
do
Vigar.
o
, e mais Sacerdotes, e Sa - / cristaens que
cantárão a Missa da Festivid.
e
do dia / 3 de Maio.....................................//8$640
Dispendeo com a Muzica da m.
ma
Festivid.
e
............................................//12$800
f.116
1809-1810 (Santa Cathar.
a
1º de Outubro de 1810)
Pelo que d[?] a Muzica da Porciçaõ........................................................//10$000
f.116v
Despendeo Com a muzica.......................................................................//12$800
f.121
1810-1811
02/04/1811
Que Despendeu pelo que pagou do Emporte / da Porcicaõ do Snr dos Passos
a saber ao Rd.
o
/ P.
e
vigário e mais sacerdotes e sacristaens 2$880, / na
Esmola de 2 [sermoens] em 5$600, ao M.
e
da Ca - / pela da Muzica 9$600 q
tudo faz a q
ta
asi - / ma, E de como despendeu asignou Comigo / Antonio Joze
da Silver.
a
Secretario actual q escrevi e asignei / Antonio Joze da Silvr.
a
/
Secretario / Vicente Joze Duarte / Tezr.
o
04/05/1811
Despendeu o ir. Tezoreiro o Alferes Vicen - / te Joze Duarte dos Reis a quantia
de vinte / e dois mil novesentos e coarenta reis......................................//22$940
Que despendeu com o Rd.
o
P.
e
Vigario e mais / Sacerdotes e Sacristaens,
Muzica, e Provisaõ / da festividade de S.
ta
Cruz neste pres
te
anno / E de como
despendeu asignou comigo Anto = / nio Joze da Silvr.
a
Secretario actual que / o
Escrevi e asignei / Antonio Joze da Silvr.
a
/ Secretario / Vicente Joze Duarte /
Tezr.
o
f.124
1811-1812
Que despendeu p.
lo
q. pagou do emp.
e
da / Porciçaõ do S.
r
dos Passos a s.
er
ao
R.
do
P.
e
Vi - / gr.
o
e mais Sacerdotes e Sacrista 2880 na / Esmola dos 2 Serm.
es
25$600 ao m.
e
da Cape - / la da Muzica 9$600 q tudo faz a q.
ta
/ asima [...]
187
2.2 Livro de Receita e Despesa (1808-1823) – LRD2
f.49
1815
Dispendeu o I.
r
Thezour.
o
Antonio Joze Ro - / [?] com a festividade da Vera
Cruz a três de Ma - / io do corrente anno Missa Cantada, e Ser - / maõ//42$500
f.56
1816-1817
Nº5 Despendeo o d.
o
Thezr.
o
a q.
tia
de trinta e quatro / mil, e oitenta reis......
............34$080 / Que tanto importou o Sermão da Procição, / Muzica da m.
ma,
Concerto e tingir o pano / do Passo do Calvario, e pintura das Varas do / Andor
do Senhor dos Passos, e Archotes.
f.57
Despendeo o I.
r
Thezr.
o
o Then.
te
Loduvino / Jozé Prates, a q.
tia
de Sincoenta e
oito mil, / duzentos e oitenta reis.............................................................58$280 /
Imp.
te
da Muzica da Festa do dia 3 de / Maio, Com o R.
do
Vigr.
o
e Clerigos que /
oficiaraõ na d.
a
, e igualm.
te
na Prociçaõ; com / a Armação da Igreja; Expozicão
do SS.
mo
/ comais precizo p.
a
a d.
a
e o Sermaõ
f.69
1817-1818
Nº 18 Despendeo a q.
tia
de doze mil, e oito / centos reis...........................12$800
/ Com a Muzica do P.
e
Domingos / na Festa de 3 de Maio
f.99
1819-1820
Despendeo o Irm. Thezoureiro o Alferes / Jo Joze d Castro, a quantia d
quarenta e qua - / tro mil e oito centos Reis.........................................// //44$800
Que tanto Despendeo, asaber 3200 R
s
que pa - / gou ao R.
do
Vigario, e dous
Sacerdotes que acom - / panharaõ a Prociçaõ = 25$600 R
s
em dous Ser - /
mões no Passo da Matris, e do Calvario, e 16$000 = R
s
com a Muzica p.
a
a
m.
ma
Prociçaõ, Edecomo / Despendeu asignou conmigo Secretario actual /
Joaõ Joze de Castro / Tezr.
o
Jozé da Costa Pereira
f.119
1820-1821
Despendeo o Ir. Thezoureiro, a / quantia de noventa três mil, oito centos e vinte
rs 93$820 / Pela forma seguinte. Import.
a
[...] Com 2 Sermoes no dia da
Porciçaõ / aos R.
do
Doutor, e Vig.
ro
da Lagoa 25000; Com a Muzica no m.
mo
dia
16$000rs aos Padres revestidos q. acompanharaõ a Porcicaõ 3200, [...]
188
f.120
Despendêo o I.
r
Thezourero a quantia / de cento setenta oito mil, nove centos
cincoenta dois r
s
178$952 / P.
la
forma que se segue. Import.
a
[...] Com a
Provis.
[?]
de espôr o SS. Sacram.
to
/ no dia 3 de M.
o
com os Padres p.
a
a Miça
Cant.
da
da Festa da Bella Cruz 9$860, ao R.
do
Vig
o
/ do Ribr.
[?]
[Ribeirão?]
p.
lo
Sermaõ feito no mesmo dia 12.800, / Com a Muzica no m.
mo
dia 16$000; [...]
f.137
1822-1823
Dispendeu o Ir Tezoureiro Luis Antonio de Souza a / quantia de sincoenta e
nove mil settesentos e sessenta reis.......................................................//59$760
Com a Festivid.
e
no dia 3 de Mayo a saber 18:000 com a arma / çaõ da
Igreja:8:800 com os Clerigos q. foraõ ao Altar. 16000 / com a Muzica: 13000
com o Sermaõ ao P.
e
Malheiros [...]
f.153
1823-1824
Dispendeo o Ir Tizour.
o
a quantia de oitenta sinco mil duzentos e sessen - / ta
reis...........................................................................................................//85//260
A saber [...] 12:800 pelo sermaõ da Paixão ao P.
e
Caetano / 12:800 D.
o
ao P.
e
Malheiros; 6:400 imp.
e
de armar o Passo do Calvario; / 3:200 q dispendeo com
o Parocho, e mais Clerigos q acompanharão a / Procissão; 16:000 com a
muzica q acompanhou a Procissaõ; Ede como / dispendeo asignou comigo
secr.
o
da Irmd.
e
que o escrevi
2.3 Livro de Receita e Despesa (1830-1841) – LRD3
f.4
1830-1831
Que pagou a saber [...] / = 24$000 a João Fran.
co
de Souza Coutinho importe
da Mu- / zica da Festa de Vera Cruz = [...]
f.21
1830-1831
Que pagou a saber [...] = Digo 32$000Rs a / Joaõ Fran.
co
de Sz.ª Coutinho p.
la
Muzica da dª festivid
e
= [...]
[...] 90$690 Por quarenta Argoles digo p.
r
17 Vellas d ¾ cada / huma p.ª os
Clerigos e Muzicos que acompanha - / raõ a Porcissaõ do Senhor dos Passos
= [...]
f.26
7$520 Rs ao Rd.
o
Sacerdotes / que Selebraraõ a Missa Solenne = 1$700 Rs /
p.
a
a Provizaõ da Expozicaõ do Sacramento / 22$000 Rs a João Fran.
co
de Sz.
a
189
Coutinho p.
la
Muzica, tudo p.
a
a Festivid.
e
da Vera Cruz no dia 3 do corr.
e
mez
de Maio 1831, [...]
f.50
1831-1832
Despendeu o Irmão Thesoureiro a
qta
de sem - / to e dezacette mil, e oito centos
reis...........................117$800 / Que pagou asaber [...] 32:000 A João Francisco
pela Muzica, 3.840 aos Padres q / acompanharaõ o Senhor dos Passos pelas
ruas. [...]
f.53
22:000 a Joaõ Francis - / co pela Musica 22$000, 16:000 pelo Sert digo /
Sermão da Festa, 11:000 Aos Padres e / Sacristaõ q cantaraõ a mica, 1:700
pela / Provizão para expor o SS. Sacramento, / 15:360 em 24 Miças pelas
Almas de / quatro Irmaos q faleceraõ. [...]
f.74
1832-1833
Março
Dependeu o
do
Thezour
o
, asima a q
ta
/ de trinta e dois mil e duzentos
r
s
..............//32$200 / Que pagou a Jo Fan
co
de Sz
a
Coit
o
/ pela muzica e
acompanhar a m
ma
Porcissão 32$200 r
s,
[...]
f.102
1833-1834
Março de 1834
Que pagou asaber 20$
rs
/ ao P.
e
Bernardino, pelo Sermaõ q pregou Do - /
mingo de Passos na Matris, 20$000 ao P.
e
Frei / Francisco do Sermão pregado
no Menino D.
s
/ dia de Passos a noite no corr.
e
anno, 2$560
rs
ao Re - / verendo
Vigr
o,
e Sacristaõ p
r
acompanhar a Prossição dos Passos, pelas ruas, 32$000 r
s
a / Joaõ Francisco de Souza Coutinho pela / Mizica do sábado, e Domingo de
Pa - / ssos, nos Passos, e [?], no corrente anno. [...]
f.143
1834-1835
1º Abril 1835
[..] 32$000 / Pagos a I.
[rm?]
Fran
co
Coutinho da Muzica do / Sabado a noite e
domingo e o [?Mizare] / nos Passos, [...]
f.144
1º Abril 1835
Que pagou a Saber [...] 12$ rs com 4 Padres / q. cantaraõ a Festa no dia 3 de
Maio, [...] 22$ rs com a / Musica p.
a
a Festa ao I
r
. Fran.
co
Coutinho [...]
190
f.168
1835-1836
3 Maio 1836
Idem a João Francisco de Szª Cou- / tinho pela Muzica na Festa / da Vera
Cruz.........................................................................................................//22$000
f.189
1836-1837
Março 1837
Idem aos Muzicos dia de Passos............................................................//32$000
f.192
3 Maio 1837
Idem a João Fran
co
de Sz.
a
Cout
o
p
la
/ Muzica d.
o
....................................//22$000
f.206
1837-1838
30 Abril 1838
Com a Muzica, id [abrev: Procissão de Passos]......................................//32$000
f.208
3 Maio 1838
Com a Muzica, id [Festa de Vera Cruz]...................................................//22$000
f.227
1838-1839
4 Maio 1939
Com a Muzica da Festa de / Véra Cruz...................................................//22$000
f.258
1839-1840
31 M.
o
1840
A I.
rm
Fran.
co
de Sousa Coutinho / pela
[?]
/ da Musica na Procissaõ / de Passos,
e Festa da Vera Crus.............................................................................//50$800//
f.270
1840-1841
31 Março 1841
Com a Igreja, a saber: Musica.................................................................//32$000
f.272
31 Maio 1841
Com o culto: Festivida - / de da Vêra-Cruz (Sermões, Cle - / rigos, Musica
e
Fógos)....................................................................................................//147$680
191
2.4 Livro de Receita e Despesa (1841-1852) – LRD4
f.14
1841-1842
31 Maio 1842
Muzica em ambas as Festividades..........................................................//68$000
f.36
1842-1843
30 Abril1843
Com a Muzica [da Procissão]..................................................................//32$000
f.38
31 Maio1843
Com a Musica para / a mesma festa.......................................................//36$000
f.58
1843-1844
31 M.
co
1844
Com os Padres que acompanha - / raõ a Procissaõ dos Passos..........14$000 /
Com os Muzicos........................................................................................32$000
Com 28 libras de cera que de - / gastou com os Padres Sachris - / tais,
Muzicos, Matriz, e os cinco Passos...........................................................33$600
f.61
31 Maio 1844
Com os Muzicos, fogo, e Sermão / no dia 3 de Maio................................88$000
f.75
1844-1845
31 Março 1845
A Fran
co
de Paula Silvrª pela / Muzica de Sabado e Domingo / de
Passos.......................................................................................................32$000
f.78
31 Maio 1845
Com a muzica para a festa acima [obs: 3 de Maio]...................................14$000
f.94
31/03/1846
A Fran.
co
de Paula Sil - / veira, pela muzica / de Sabado e Domingo / de
Passos.....................................................................................................//32$000
192
f.97
31/05/1846
A Fran.
co
de Paula Silvrª
.
, / pela Muzica.................................................//27$000
f.110
31/03/1847
Com a Procissão / de Passos
Muzica......................................................................................................//32$000
f.113
31/05/1847
___Festa de 3 de Maio___
Muzica......................................................................................................//22$000
f.126
Abril de 1848
D.
o
[abrev: devo] da muzica a J.
e
M.
el
de Sz.
a
[?].....................................//32$000
f.128
maio de 1848
Importe da Muzica pago a / Fran.
co
de Paula da Silveira........................//25$000
f.141
março de 1849
Idem com a Muzica..................................................................................//32$000
f.143
Maio de 1849
Festa de 3 de Maio
Com a Muzica..........................................................................................//32$000
f.156
Março de 1850
Despendeo o irmão thesoureiro, as quan - / tias aqui mencionadas----------------
Com a Muzica..........................................................................................//32$000
f.159
Maio de 1850
Com a Muzica __________ idem............................................................//32$000
f.173
1851
A Muzica
..................................................................................................//34$000
193
f.185
Março de 1852
Idem idem a Muzica.................................................................................//34$000
2.5 Livro de Receita e Despesa (1852-1855) – LRD5
f.13
Maio de 1853
Idem [abrev: despendeo-se] com a Muzica na fes - / tividade de 3 de
Maio.......................................................................................................//32$000//
f.30
Março de 1854
Importancia paga a musica no dia 5 do corr
e
[abrev: corrente] p.
la
/ occasiaõ da
passaje dos doentes..................................................................................40$000
Despendido com a Musica da Philarmonica / no dia 5 do corr
e
pªticarem no
novo Hospital.............................................................................................25$000
f.32
Abril
Idem a Musica da guarda que acompa - / nhou a procissão do Snr
~
dos
Passos.......................................................................................................40$000
Pago a Fran
co
de Paula Silveira pela conta / da Musica p
a
a fésta de
Passos.......................................................................................................34$000
f.33
Maio de 1854
Pago a Francisco de Paula Silveira, importancia / da conta da Musica p.
a
a’festa de 3 de Maio...................................................................................40$000
f.55
Março de 1855
Idem a Muzica da G.N. [abrev: Guarda Nacional] que acom - / panhou a
Procissão de Passos.................................................................................60$000
Idem a Fran
co
de Paula Silvr
a
pela / Muzica da festividade no dia / 24 e 25 como
de seu recibo.............................................................................................38$000
f.59
Maio de 1855
Idem a Fran
co
de Paula Silveira / pela muzica da festa de Vera
Cruz...........................................................................................................32$000
194
2.6 Livro de Receita e Despesa (1855-1861) – LRD6
f.6
Março de 1856
Idem Idem [abrev: importancia paga] à Musica da Guarda Nc
al
/ que
acompanhou a Procissão dos Passos / como do recibo do Thesour
o
Guilherme
Francisco de Campos................................................................................40$000
f.7
Importan.
a
paga a Fran.
co
de Paula Silveira p.
la
/ Musica da Festivid.
e
nos dias 8
e 9 como da c/...........................................................................................38$000
f.26
03 Abril 1857
Idem [abrev: pagou] a Amancio An
to
/ da Luz p
lo
emporte da grã - / teficação à
Musica que acompanhou a Procissão / do cenhor docum
to
58.............................................................................................................//45$000
f.27
13 Abril 1857
Idem [abrev:pagou] a Joaõ Fran
co
Cidade, p
lo
/ emporte da muzica do Couro - /
nos dias 29 e 30 da Procissão / do Senhor, Docum
to
nº 62......................36$000
f.28
07 Maio 1857
Pagou [abrev: pagou] a Joze M
a
Martins Lio - / ne pelo emporte da musica na /
festa do dia 3 do corr
te
75........................................................................//50$000
f.38
22 Março1858
Idem [abrev: pagou] a Alberto B[R]ichter pela mu - / zica q acompanhou a
Procissão / em 21 do corr
te
dom
to
nº 54...................................................//50$000
29 Março 1858
Idem [abrev: pagou] a J
e
Maria Martins / Lione pela musica do couro / no dia 20
e 21 do presente / mês docum
to
nº 59.....................................................//36$000
f.40
15 Maio1858
Idem [abrev: pagou] a Joze M
a
Martins / Lione p
lo
importe da musica / da Festa
da Vera Cruz d= [abrev: documento] 81..................................................//50$000
f.55
16 Abril 1859
195
Idem [abrev: pagou] a José Maria Martins / Leoni, pela Musica da mês / ma
Procissão, documento N 92.......................................................................36$000
f.57
22 Maio 1859
Idem [abrev: pagou] a José Maria Mar / tins Leoni, pela Musica / da Festa da
Vera Crus, documento Nº 112.................................................................//50$000
f.65
12 Abril 1860
Pagou o mesmo Thesoureiro / a JoMaria Miz [abrev: Martins] Leoni, / pela
Musica da Festa e Pro - / cissaõ dos Passos, documen - / to
157...........................................................................................................//36$000
f.66
14 Maio 1860
Idem [abrev: pagou] a José Maria Mar - / tins Leoni, pela Musica da / Festa da
Vera Cruz, documen - / to Nº 165............................................................//50$000
3. LIVRO DE INVENTÁRIO (1781)
Ornamentos a saber:
[...] 1 trombeta, com capa e vestimenta da figura; [...]
4. COMPROMISSO DA IRMANDADE DO SENHOR JESUS DOS PASSOS
(1840)
Artigo 82. A Mesa da Irmandade festejará o seu orago o Senhor Jesus dos
Passos, no dia da Invenção da Santa Cruz com Missa Cantada, Sermão do
Evangelho, e Te Deum laudamus (obtendo para isso as precisas licenças) e
Sermão à noite. Estas Solemnidades terão logar no todo, ou em parte, segundo
as possibilidades da Irmandade.
Artigo 83 No Domingo da Paixão, telugar a Procissão dos Passos, na forma
que se acha estabelecida.
5. RECIBO (1850)
Recebi do I[u]
mo
S
r
. Martinho / Jose Callado Thesoureiro da Ir - / mandade do
S.
r
Jezus dos Pas - / sos a quantia de trinta e dois / mil reis importancia da Mu -
/ sica nos dias Sabbado e Domin - / go de Passos. / Desterro em 25 de M
ço
. /
de 1850 / Fran
co
de Paula Silvr
a
_________
196
Anexo 12
Assinaturas de alguns músicos que atuaram nas associações religiosas
Pe. Ignácio José Galvão
Fonte: VOTSF.LRD1, f. ?
José de Almeida Moura
Fonte: VOTSF.R15, 1766
José Luiz do Livramento
Fonte: VOTSF.LRD2, f. 97v
197
Domingos Gomes da Silva
Fonte: VOTSF.LRD2, f. 131
João Francisco de Souza Coutinho
Fonte: VOTSF.LRD?, f. ?
Francisco de Paula Silveira
Fonte: VOTSF.R16, 1848
198
José Maria Martins Leoni
Fonte: VOTSF.R3, 1857
Alberto Richter
Fonte: VOTSF.R9, 1859
Augusto Guilherme Hautz
Fonte: VOTSF.R14, 1870
199
Francisco José da Costa
Fonte: INSC.LA1, f. 16v
José Brazilício de Souza
Fonte: S
OUSA
, 2002, p. 239
200
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