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RESUMO
PAULA, Jacqueline Borges de. A Avaliação em Matemática: concepções de ensino, de
aprendizagem e de avaliação dos professores e presentes nos relatórios descritivos avaliativos
da aprendizagem de seus alunos. 2010, 383f. Dissertação (Mestrado em Educação)
Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2010.
Neste trabalho buscamos interpretar as concepções de ensino, de aprendizagem e de avaliação
matemática presentes nas falas dos professores do 6º ano do Ensino Fundamental e nos
relatórios descritivos avaliativos da aprendizagem de seus alunos. Realizamos a pesquisa de
caráter qualitativo, análise de cunho interpretativo no contexto de cinco escolas públicas
estaduais, zona urbana, do Município de Rondonópolis – Mato Grosso, no período de Janeiro
a Dezembro de 2009, com cinco professores de matemática. Para coleta de dados utilizamos
os seguintes procedimentos e instrumentos: diário de campo, questionários abertos,
entrevistas semiestruturadas e os relatórios descritivos avaliativos da aprendizagem dos
alunos. Fomos guiados pela questão: Que concepções de ensino, de aprendizagem e de
avaliação em Matemática estão presentes nas falas dos professores e nos relatórios
descritivos avaliativos de seus alunos? Nos reportamos para discutir sobre a avaliação em
Matemática aos teóricos: Arrantes (2004), Bicudo (1999), Darsie (1996, 1998), Demo
(2006), Despresbiteris (2003), Hadji (1994), Haydt (2004), Hoffmann (2005), Esteban
(2003), Luckesi (2006), Mainarde (2007), Perrenoud (1999, 2004), Villas Boas (2002) e
outros. Relacionados ao processo ensino-aprendizagem em Matemática e sobre conhecimento
matemático, nos respaldamos em Baraldi (1999), Becker (1993, 1994), Bicudo (1996, 1998,
2005), D‟Ambrósio (1986, 1993, 1996), Darsie (1998, 1996, 2000), Fiorentini (1994, 1995),
Piaget (1975, 1976), Ponte (1992, 1997), Schneider (2007) e outros. Aprofundamos a
discussão sobre os relatórios descritivos avaliativos da aprendizagem dos alunos aportados em
D‟Ambrósio (1986, 2007), Darsie (1996, 1998), Despresbiteris (2004), Hadji (1994), Haydt
(2004), Hofmann (1993, 2001), Kessler (2009), Silva (2003), Villas Boas (2004) dentre
outros. À análise e interpretação dos dados coletados elegemos duas categorias: Concepções
Tradicionais e Concepções Construtivistas. Nossa intenção não esteve pautada em enquadrar
os sujeitos numa ou outra categoria, mesmo porque acreditamos que essas concepções não
surgem ou se revelam nos sujeitos de maneira pura, mas sim interpretar a partir de suas falas e
presentes nos relatórios de seus alunos aproximações com essas, em relação ao processo
ensino-aprendizagem e avaliação em Matemática. Como resultados, temos que, a análise dos
dados, das concepções expressas nas falas dos professores, indica que todos eles transitam,
em maior ou menor grau, entre as duas perspectivas, com maior indicação a uma delas.
Assim, é possível dizer que para dois sujeitos há uma tendência à perspectiva Tradicional,
enquanto para os outros três sujeitos há uma tendência à perspectiva Construtivista. Já nos
relatórios descritivos avaliativos da aprendizagem dos alunos, elaborados pelos cinco
professores, encontramos uma forte tendência a concepções Tradicionais, neles expressas.
Isso nos remete a inferir que as concepções e práticas avaliativas dos professores estão, em
sua maioria, em desencontro.
Palavras-chave: Avaliação em Matemática. Concepções. Relatório Descritivo Avaliativo da
Aprendizagem dos Alunos.