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INSTITUTO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
MESTRADO EM GERONTOLOGOIA BIOMÉDICA
SANDRA BARP FAGHERAZZI
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES FATORES SOBRE AS PRESSÕES
VENTILATÓRIAS MÁXIMAS EM IDOSOS DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE - BRASIL
Porto Alegre
2010
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PONTIFÍCIA UINIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GERONTOLOGIA BIOMÉDICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES FATORES SOBRE
AS PRESSÕES VENTILATÓRIAS MÁXIMAS EM IDOSOS DO
MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE - BRASIL
SANDRA BARP FAGHERAZZI
Orientadora: Profa. Dra. CARLA HELENA AUGUSTIN SCHWANKE.
Co-orientador: Prof. Dr. IRENIO GOMES DA SILVA FILHO.
Porto Alegre / RS
2010
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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Rosaria Maria Lúcia Prenna Geremia
Bibliotecária CRB 10/196
F154a Fagherazzi, Sandra Barp
Análise da influência de diferentes fatores sobre as pressões ventilatórias
máximas em idosos do município de Porto Alegre - Brasil/ Sandra Barp
Fagherazzi. Porto Alegre: PUCRS, 2010.
104 f.: gráf. il. tab.
Orientadora: Profª. Drª. Carla Helena Augustin Schwanke.
Coorientador: Prof.. Dr. Irênio Gomes da Silva Filho
Dissertação (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul. Instituto de Geriatria e Gerontologia. Mestrado em
Gerontologia Biomédica.
1. CAPACIDADE INSPIRATÓRIA. 2. RESPIRAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA. 4.
VOLUME DE VENTILAÇÃO PULMONAR. 5. VENTILAÇÃO PULMONAR. 6. FORÇA
MUSCULAR. 7. ENVELHECIMENTO. 8. IDOSO. 9. QUALIDADE DE VIDA. 10.
FATORES SOCIO-ECONÔMICOS. 11. CARACTERÍSTICAS CULTURAIS. 12.
ANTROPOMETRIA. 13. ATIVIDADES COTIDIANAS. 14. ATIVIDADE MOTORA.
15. ESTUDOS TRANSVERSAIS. I. Schwanke, Carla Helena Augustin. II. Silva
Filho, Irênio Gomes da. III. Título.
C.D.D. 618.9762
C.D.U. 616.24:616-053.9 (816.51)(043.3)
N.L.M. WT 30
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES FATORES SOBRE
AS PRESSÕES VENTILATÓRIAS MÁXIMAS EM IDOSOS DO
MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE - BRASIL
Dissertação apresentada como
requisito para obtenção do grau de
Mestre, pelo Programa de Pós-
Graduação em Gerontologia
Biomédica do Instituto de Geriatria e
Gerontologia da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande
do Sul.
Dedico esta dissertação a minha
orientadora, profª. Dra. Carla Helena
Augustin Schwanke, que me acolheu,
me trouxe ao universo da pesquisa e
me ajudou a desvendar o que é o
envelhecimento, com confiança e
dedicação para concluir este
Mestrado.
AGRADECIMENTOS
Seria impossível passar por essa etapa da vida sem contar com pessoas muito
especiais, dando apoio, carinho, idéias, conselhos e até mesmo uns puxões de orelha. E
é nessa hora, de trabalho realizado, que conseguimos parar um pouco e refletir sobre
tudo que passamos.
Algumas coisas passam e por pouco tempo conseguimos apreciá-las, outras nos
seguem até o final, assim acontece com as pessoas, os sentimentos, as oportunidades e o
tempo.
Dentre tantas pessoas que me acompanharam junto ao Mestrado, quero
agradecer a minha Família, que em momentos difíceis sempre me acolhe, mesmo que
seja em silêncio, em meus próprios pensamentos, consigo criar forças para continuar
batalhando, aqueles que se foram e os que ainda estão por perto rezando e desejando
o melhor para mim. À minha mãe e pai, que pela distância não sentiram tão de perto a
tensão e dedicação desse estudo, mas que sabiam que por aqui estava sendo construída
mais uma conquista da filha.
Ao meu esposo Nicolas, por compartilhar comigo os momentos especiais e
importantes de minha vida, pela paciência quando eu estava cheia de artigos e livros
para ler e pelo apoio que me nas minhas decisões, pela compreensão e pelo carinho
dados durante esse tempo.
Ao meu filho Gabriel, o qual me acompanha de perto desde o tempo da
Graduação e sempre comemora minhas conquistas, que muitas vezes queria estar mais
próximo, mas teve que ficar ao lado observando enquanto eu estudava, muito obrigada
por ser esse filho maravilhoso, carinhoso e cheio de amor, que você consiga conquistar
todo o conhecimento que desejas e que tenhas um futuro brilhante.
Aos professores do Instituto de Geriatria e Gerontologia que sempre nos deram
as bases para o conhecimento e nos abriram janelas para um assunto tão interessante e
belo que é o processo do envelhecimento.
À Profª. Dra Carla Helena Augustin Schwanke, pela oportunidade de concretizar
minha dissertação, pelo acolhimento dado desde o início, pelo incentivo, pelos
conselhos e pela confiança depositada. Abriu-me caminhos sobre o envelhecimento
humano e colaborou para meu crescimento tanto pessoal como intelectual.
Ao Prof. Dr. Irênio Gomes Filho, pela ajuda na elaboração e análise do trabalho,
sempre passando tranqüilidade e segurança aos alunos.
Aos meus velhos amigos que não pude dar tanta atenção nos últimos meses, mas
mesmo assim, quero dizer que sem vocês seria mais turbulenta a passagem pela Pós-
Graduação.
Aos colegas da turma de Mestrado e Doutorado do IGG, que se tornaram amigos
pela convivência, divisão de angústias, de medos e dúvidas, pelo compartilhamento de
boas notícias, novas conquistas, de rodas de chimarrão e momentos de descontração.
Nesse último ano, passamos mais afastados, mas podemos perceber que fizemos da
turma de desconhecidos que iniciou em 2008, uma turma de amigos e companheiros
que continuarão com esse sentimento de amizade que sentimos até hoje.
Aos secretários Cletiane, Mônica e Paulo pela paciência que sempre tiveram
com todos e pela atenção que nos recebem.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram ou participaram de
minha formação, mas que não foram citadas aqui, um sincero muito obrigado a todos!
“A coisa mais bela que podemos experimentar é o mistério. Essa é a fonte de toda
a arte e ciências verdadeiras.”
Albert Einstein
RESUMO
Introdução: com o processo de envelhecimento, o indivíduo vai sofrendo alterações,
que, se associadas às doenças crônicas não transmissíveis, poderão trazer prejuízos na
qualidade de vida e capacidade funcional do idoso. Entendendo as alterações
pulmonares do envelhecimento e os fatores que influenciam na função pulmonar,
podemos agir para diminuir o impacto destas sobre a capacidade funcional do idoso.
Um parâmetro para avaliar a função pulmonar, que no idoso está diminuída, é a medida
das pressões ventilatórias máximas, que mensura a força dos músculos ventilatórios, a
qual se apresenta alterada tanto pelas modificações no sistema músculo-esquelético
quanto no sistema respiratório pelo envelhecimento. Objetivos: determinar as pressões
respiratórias máximas dos idosos do Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto
Alegre Brasil (EMIPOA), e analisar sua associação com variáveis sócio-culturais,
econômicas, antropométricas, qualidade de vida, atividade física e atividades de vida
diária. Materiais e Métodos: trata-se de um estudo transversal, realizado através de
análise de um banco de dados de uma amostra de base populacional dos idosos do
EMIPOA. Foram avaliados 396 idosos, entre os anos de 2005 e 2006, onde
responderam a um questionário de avaliação com as informações sociodemográficas,
percepção de saúde e demais informações sobre doenças. As pressões ventilatórias
máximas foram mensuradas através de manovacuometria. Também foram empregados
os instrumentos Questionário Internacional de Atividades Físicas (IPAQ), Escala de
Competência para o Auto Cuidado (ECDAC), World Health Organization Quality of
Life (WHOQOL-Bref), Índice de Barthel, Timed Up and Go Test (TUG) e teste do
alcance funcional. Resultados: os valores de PIM e PEM obtidos para a população em
estudo foram respectivamente 62,1±28 cmH
2
O e 83,8±35,9 cmH
2
O. Homens
apresentaram valores significativamente superiores ao das mulheres (PIM=76,9±29,9
cmH
2
O contra 54,5±23,7 cmH
2
O; p<0,001 e PEM=111,2±37,4 cmH
2
O contra
69,7±25,5 cmH
2
O; p<0,001). Algumas variáveis tiveram diferença significativa de
influência em ambas pressões ventilatórias máximas, tais como escolaridade (p=0,008),
renda (p<0,001), necessidade de auxílio para ao menos uma atividade habitual (PIM
p=0,003 e PEM p=0,036), doenças crônicas, prática de atividades físicas, auto
percepção de saúde, independência e qualidade de vida. Conclusão: o estudo mostrou
que as medidas avaliadas de força muscular ventilatória sofrem alterações com o
envelhecimento e também diretamente de algumas variáveis, como escolaridade, renda,
nível de independência, nível de atividade física, qualidade de vida e capacidade
funcional.
Palavras chave: Pressão Inspiratória Máxima (PIM); Pressão Expiratória Máxima
(PEM); Envelhecimento; Força Muscular Ventilatória, Idosos.
ABSTRACT
Introduction: with the aging process, the individual is undergoing changes, which are
associated with chronic non-communicable diseases, may bring harm quality of life and
functional capacity of the elderly. Understanding pulmonary changes of aging and the
factors that influence pulmonary function, we can act to reduce their impact on functional
capacity of the elderly. A parameter to assess lung function, which is diminished in the
elderly, is a measure of the maximum pressure ventilation, which measures the strength of
the ventilatory muscles, which is altered both by changes in the musculoskeletal system and
in the respiratory system by aging. Objective: to determine the maximal ventilatory
pressures from elderly Multidimensional Study of the Elderly in Porto Alegre (EMIPOA) –
Brazil, and analyze its relationship with socio-cultural, economic, anthropometric, quality
of life, activities of daily living and physical activity. Materials and Methods: this is a
cross-sectional study by analysis of a database of a population-based sample of elderly
EMIPOA. We evaluated 396 people, between the years 2005 and 2006, where he responded
to an evaluation questionnaire with demographic information, perception of health and
other information about diseases. The variables were measured by a pressure transducer for
maximum ventilatory pressures, and the instruments used were International Physical
Activity Questionnaire (IPAQ), Diabetes Self Care Scale (DSCS), World Health
Organization Quality of Life (WHOQOL-Bref), the Barthel Index, Timed Up and Go Test
(TUG test) and functional reach. Results: the values of MIP and MEP obtained for the
study population were respectively 62,1± 28cmH
2
O and 83,8±35,9 cmH
2
O, men had
higher values than the women (PIM = 76,9± 29,9cmH
2
O versus 54,5± 23,7cmH
2
O; p
<0.001 and PEM=111,2 ± 37,4 cmH
2
O against 69,7 ±25,5 cmH
2
O; p <0,001). Some
variables had significant differences of influence in both maximum pressure ventilation,
such as schooling (p=0,008), income (p<0,001), need for help in at least one usual activity
(PIM p = 0,003 and PEM p = 0,036), chronic diseases, physical activity, self-perception of
health, independence and quality of life. Conclusion: the study showed that the measures
assesses ventilatory muscle strength change with aging and also directly from some
variables such as income, level of independence, physical activity level, quality of life and
functional capacity.
Keywords: Maximum Inspiratory Pressure (MIP); Expiratory Maximum Pressure
(MEP); Aging; Ventilatory Muscle Strenght, Elderly.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIVDs: atividades instrumentais de vida diária
AVDs: atividades de vida diária
cmH
2
O: centímetros de água
CONEP: Conselho Nacional de Ética em Pesquisa
CPT: Capacidade Pulmonar Total
CRF: Capacidade Residual Forçada
CV: Capacidade Vital
CVF: Capacidade Vital Forçada
DM: Diabetes Mellitus
DCNT: Doenças Crônicas não Transmissíveis
dp: desvio padrão
ECDAC: Escala de Capacidade de Auto Cuidado
EMIPOA: Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre
EST: estatura
FEF
25-75%
: Fluxo Expiratório Forçado 25-75% da CVF
HAS: hipertensão arterial sistêmica
HDL: High Density Lipoprotein
IB: Índice de Barthel
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IGG: Instituto de Geriatria e Gerontologia
IMC: índice de massa corpórea
INMETRO: Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
IPAC: Questionário Internacional de Nível de Atividade Física
LAPAFI: Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física
m: média
MC: massa corporal
n: amostra populacional estudada
OMS: Organização Mundial de Saúde
p: nível de significância
Pc: perimetria da cintura
PEM: Pressão Expiratória Máxima
PIM: Pressão Inspiratória Máxima
Pq: perimetria do quadril
PUCRS: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
QV: qualidade de vida
r: coeficiente de correlação
RCQ: relação cintura-quadril
SNC: Sistema Nervoso Central
SPSS 17: Statistical Package of the Social Sciences versão17
SR: Sistema Respiratório
TDG: Tolerância diminuída à glicose
TUG: Timed Up and Go Test
VEF
1
: Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo
VR: Volume Residual
WHOQOL: World Health Organization - Quality of Life
LISTA DE FIGURAS
Pág.
Figura 1
Estimativa da população brasileira acima de 80 anos entre 1980 e
2050, para ambos os sexos...................................................................
16
Figura 2
Proporção da população brasileira idosa e muito idosa................... 17
Figura 3
Deformidade gradativa da coluna vertebral, em pós-menopausa,
com perda da estatura...........................................................................
25
Figura 4
Alterações estruturais do sistema respiratório no idoso................... 26
Figura 5
Proporção de idosos brasileiros que declarou o seu estado de saúde
como muito bom ou bom, por idade e sexo........................................
34
Figura 6
Indicadores de percepção de saúde e capacidade funcional. Segundo
faixa etária, em amostra representativa da população brasileira com
60 anos ou mais de idade..................................................................... 36
Figura 7
Proporção de idosos brasileiros com alguma dificuldade para
alimentar-se, tomar banho ou ir ao banheiro...................................... 38
Figura 8
Relação entre treinamento musculoesquelético e a manutenção da
independência funcional nas diferentes faixas etárias...................... 40
Figura 9
Equação para cálculo do índice de massa corporal..............................
49
Figura 10
Pontos de corte do IMC para classificação de obesidade.................... 50
Figura 11
Equação para cálculo da relação cintura-quadril................................. 50
LISTA DE QUADROS
Pág.
Quadro 1
Alterações funcionais do sistema respiratório no idoso.................... 27
Quadro 2
Valores de referência para classificação da força muscular
ventilatória..........................................................................................
30
Quadro 3
Morbidade auto-referida em amostra populacional de idosos
brasileiros com 60 anos ou mais de idade.........................................
32
LISTA DE TABELAS
Pág.
Tabela 1
Variação da PIM e PEM pelos dados demográficos e sócio
econômicos e valor de PIM e PEM obtidos de uma amostra de idosos
da cidade de Porto Alegre....................................................................... 57
Tabela 2
Comparação dos valores de PIM e PEM em relação à saúde geral de
uma amostra de idosos da cidade de Porto Alegre.................................
59
Tabela 3
Necessidade de auxílio para atividades habituais e motivação para o
auto cuidado, relacionadas com os valores de PIM e PEM, de uma
amostra de idosos da cidade de Porto Alegre......................................... 61
Tabela 4
Variação das pressões ventilatórias máximas em comparação com os
dados antropométricos, independência, auto cuidado e capacidade
funcional, de uma amostra de idosos da cidade de Porto Alegre.......... 62
Tabela 5
Influência da qualidade de vida nos valores de PIM e PEM de uma
amostra de idosos da cidade de Porto Alegre.........................................
63
Tabela 6
Equações de referência para cálculo de PIM e PEM na população
brasileira e outra referência internacional...............................................
68
Tabela 7a
Valores de referência para PIM e PEM em estudos na população
brasileira..................................................................................................
69
Tabela 7b
Valores de referência para PIM e PEM em estudos na população
brasileira (continuação)...........................................................................
70
Tabela 8a
Valores de PIM e PEM descritos na literatura
internacional............................................................................................
71
Tabela 8b
Valores de PIM e PEM descritos na literatura internacional
(continuação)..........................................................................................
72
Tabela 8c
Valores de PIM e PEM descritos na literatura internacional
(continuação)..........................................................................................
73
SUMÁRIO
Pág.
1
INTRODUÇÃO...................................................................................... 16
2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................
21
2.1
ENVELHECIMENTO HUMANO....................................................... 21
2.1.1
Alterações Biológicas no Envelhecimento.............................................. 23
2.1.2
Alterações Pulmonares no Envelhecimento............................................ 25
2.1.3
Doenças Crônicas não Transmissíveis..................................................... 31
2.1.4
Capacidade Funcional e Qualidade de Vida em Idosos........................ 34
2.1.5
Atividade Física no Envelhecimento........................................................ 39
3
JUSTIFICATIVA................................................................................... 42
4
OBJETIVOS........................................................................................... 43
4.1
OBJETIVO GERAL.............................................................................. 43
4.2
OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................... 43
5
MÉTODOS............................................................................................. 45
5.1
DELINEAMENTO DO ESTUDO........................................................ 45
5.2
POPULAÇÃO E AMOSTRA.............................................................. 45
5.2.1
Seleção da Amostra................................................................................. 45
5.2.2
Critérios de Inclusão............................................................................... 46
5.2.3
Critérios de Exclusão............................................................................... 46
5.3
VARIÁVEIS EM INVESTIGAÇÃO................................................... 47
5.4
INSTRUMENTOS..................................................................................
48
5.4.1
Medida das Pressões Pulmonares Máximas.......................................... 48
5.4.2
Dados Antropométricos............................................................................ 49
5.4.3
Diagnóstico de Diabetes Mellitus.............................................................
50
5.4.4
Capacidade Funcional.............................................................................. 51
5.4.5
Escala de Auto Cuidado – ECDAC.......................................................... 52
5.4.6
Nível de Atividade Física – IPAQ............................................................ 53
5.4.7
Qualidade de Vida – WHOQOL-Bref...................................................... 53
5.5
LOGÍSTICA........................................................................................... 53
5.5.1
Rotina de Coleta de Dados....................................................................... 53
5.6
ANÁLISE ESTATÍSTICA.................................................................... 55
5.7
ASPECTOS ÉTICOS............................................................................. 55
6
RESULTADOS....................................................................................... 57
7
DISCUSSÃO........................................................................................... 64
8
CONCLUSÃO........................................................................................ 75
9
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................
76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 77
ANEXOS................................................................................................. 84
Anexo A – Índice de Barthel Modificado............................................. 85
Anexo B – Escala de Competência para Auto Cuidado - ECDAC.... 86
Anexo C Questionário Internacional de Atividades Físicas
IPAQ........................................................................................................ 87
Anexo D – WHOQOL-Bref................................................................... 90
Anexo E – Questionário do Projeto Idosos de Porto Alegre...............
92
Anexo F– Termo de Consentimento Livre e Esclarecido................... 101
Anexo G – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.................. 102
Anexo H – Aprovação no comitê de Ética............................................ 104
16
1 INTRODUÇÃO
A evolução da medicina e os bons resultados no controle das doenças
infecciosas contribuem para o aumento na expectativa de vida no mundo.
(1)
A ciência tem avançado através das descobertas que vêm proporcionando ao
homem oportunidades de prolongar seu tempo vital, refletindo na sua expectativa de
vida.
(2)
Os países em desenvolvimento convivem com uma crescente modificação no
perfil de saúde da população, pela maior longevidade e aumento da prevalência de
doenças crônico-degenerativas que se não devidamente tratadas e acompanhadas ao
longo dos anos, poderão originar complicações e seqüelas, comprometendo a
independência e a autonomia de pacientes idosos.
(3)
A população brasileira tem sofrido um rápido envelhecimento, com aumento da
expectativa de vida e diminuição da população jovem no país. Até os anos 70, a
composição da população brasileira manteve-se estável, e a partir de então foi sofrendo
tal envelhecimento, como mostra o gráfico do IBGE
(4)
com projeções desde o ano de
1980 ate 2050 (Figura 1).
Figura 1. Estimativa da população brasileira acima de 80 anos entre 1980 e 2050, para
ambos os sexos. Fonte: IBGE
(4)
17
No Brasil, é esperado que em 2050, os idosos sejam aproximadamente 19% da
população do país, e destes, cerca de 28% terão idade superior a 80 anos,
(5,6)
uma vez
que a população acima de 60 anos é a que mais cresce no país,
(7)
como representado pela
Figura 2.
(8)
Figura 2. Proporção da população brasileira idosa e muito idosa
(8)
Este crescimento da população idosa trará impactos na assistência à saúde desta
população, que requer grandes gastos em equipamentos, medicamentos e recursos
humanos capacitados.
(9)
Dentre as prioridades da saúde pública no Brasil nos próximos
anos, está a formação de recursos humanos capacitados para atuar em serviços
geriátricos e gerontológicos, desde o nível primário à atenção à saúde, até os
tratamentos de alta complexidade.
(9)
Os idosos são uma população que apresenta alto índice de doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT), que afetam sua qualidade de vida (QV).
(10)
Se o
desenvolvimento humano inicia na concepção e encerra na morte, não é no
envelhecimento que o desenvolvimento termina.
(11)
18
Após a chegada da terceira década de vida, nosso organismo tem um declínio
funcional fisiológico que pode favorecer o aparecimento de inúmeras doenças e
distúrbios.
As DCNT são doenças que se caracterizam pela longa latência e pela
participação de diversos fatores de risco, que oscilam dependentes de muitas variáveis,
são exemplos a resistência à insulina, doença cardiovascular, hipertensão arterial
sistêmica e artrose.
(12)
A identificação destas DCNT é importante para o direcionamento das ações de
saúde de prevenção.
(12)
A vida prolongada conseqüentemente aumenta a necessidade de indicadores de
QV.
(1)
A elevação da expectativa de vida da população mundial faz crescer o interesse
dos profissionais da saúde em empregar medidas que mantenham a independência,
autonomia e qualidade de vida dos idosos.
(13,14)
A QV é a percepção do indivíduo sobre a sua vida em relação à saúde, lazer,
família, entre outros.
(10,15,16)
Para os idosos, a QV deve descrever o estado funcional, independência e
capacidade para realizar as atividades de vida diária (AVDs). Para permitir que os
idosos mantenham sua mobilidade, independência e atividades sociais, e ainda,
enfrentarem os desafios do envelhecimento, é importante que seja avaliada a QV nessa
população.
(10)
Para alguns casos é necessária a utilização de instrumentos para a avaliação de
funcionalidade a fim de propor uma conduta preventiva ou um tratamento, procurando
desta forma melhorar a QV desta população em crescimento.
(17)
Para este fim, são
necessárias algumas intervenções, dentre elas está a prevenção de doenças e
deformidades; tratamento de incapacidades e reabilitação para retorno às AVDs.
(18,19)
19
Alguns fatores que interferem na QV são a idade, sexo, alfabetização e
principalmente condição econômica. Mulheres demonstram pior QV que homens, talvez
pelo fato de viverem mais, acabam apresentando mais DCNT que os homens da mesma
idade.
(10)
Investigar a QV dos idosos é importante para melhor reconhecer as alterações e
distúrbios de saúde que limitam sua independência e capacidade de realizar AVDs.
(10)
Algumas alterações presentes no envelhecimento, e que interferem na
capacidade funcional do idoso, ocorrem no sistema respiratório (SR). Um estudo
realizado na cidade de São Paulo diz que as doenças pulmonares aumentam em 50% a
chance do idoso ser dependente nas AVDs.
(20)
O envelhecimento traz um decréscimo no desempenho pulmonar, entretanto se
não afetado por doenças, o SR é capaz de manter adequada troca gasosa durante a
senescência.
(21)
A alteração mais importante é a diminuição da retração elástica dos pulmões,
diminuição da complacência da caixa torácica e a diminuição da força muscular
ventilatória.
(21)
O tamanho máximo dos pulmões, ou a capacidade pulmonar total (CPT)
não muda com a idade, mas a capacidade residual funcional (CRF) e o volume residual
(VR) aumentam, além de que a capacidade inspiratória e a capacidade vital (CV)
diminuem.
(22)
O SR sofre também com as alterações musculoesqueléticas do envelhecimento,
onde a força muscular ventilatória diminui, podendo afetar o desempenho ventilatório e
causar limitações funcionais nos idosos.
(23)
Partindo desse ponto é que se faz necessária
a mensuração da força muscular ventilatória e a identificação das possíveis variáveis
que interferem na força muscular ventilatória.
(21)
20
A força muscular ventilatória pode ser medida e representada pelas pressões
respiratórias máximas, as quais são pressão inspiratória máxima (PIM) e pressão
expiratória máxima (PEM), medidas através de um manovacuômetro.
A sociedade deve despertar para o fato de que os jovens de hoje serão os idosos
do futuro, e neste sentido, campanhas para melhorar a QV, cultivar hábitos saudáveis e
orientar à prevenção das doenças, são importantes para que, no futuro, os impactos
negativos da superpopulação idosa sobre a assistência a saúde não seja tão assustador.
21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ENVELHECIMENTO HUMANO
O envelhecimento é o acúmulo de eventos biológicos que ocorrem ao longo do
tempo, caracterizado por alterações fisiológicas que podem acometer diversos órgãos e
sistemas, com prejuízo de suas funções.
(8,13,24-26)
É um processo natural, não uniforme,
influenciado pelos fatores genéticos e fatores externos, como doenças, dieta, hábitos e
estilo de vida
(8,27)
. Representa a passagem do tempo e não apenas a presença de doenças,
uma vez que o idoso é capaz de apresentar estratégias para garantir sua independência e
cabe aos profissionais da saúde potencializar essas estratégias e trazer uma melhor
qualidade de vida aos idosos.
(11)
É um processo dinâmico e progressivo, no qual alterações morfológicas,
funcionais e bioquímicas. Durante este processo, ocorre a redução da capacidade de
adaptação homeostática às situações de sobrecarga funcional, alterando
progressivamente o organismo, tornando o organismo mais susceptível às agressões
intrínsecas e extrínsecas.
(18,19,28-31)
É considerado um fenômeno natural, que varia de indivíduo para indivíduo. Os
hábitos de vida e herança genética são fatores que influenciam esta condição fisiológica,
existem teorias que tentam explicar ou justificar o envelhecimento, mas nenhuma
consegue explicar por si esse complexo processo, assim, é possível que todas
consigam explicar parte dele, embora nenhuma esteja completamente correta
(32)
.
Essas teorias examinam o envelhecimento como sendo um declínio e
degeneração da função e estrutura dos sistemas orgânicos e celulares. Tendem a focar os
22
problemas que afetam a precisão do sistema orgânico durante o processo de
envelhecimento, seja de origem genética, metabólica, celular ou molecular.
(33)
No processo de envelhecimento fisiológico, ocorrem alterações envolvendo
aspectos psicológicos e patológicos, com conseqüentes alterações na funcionalidade e
na QV.
(28)
Diversas perdas de função nas células, quando atingem a senescência, aumentam
a vulnerabilidade do organismo a doenças comuns na velhice.
(32)
O envelhecimento
normal leva a diminuição das reservas funcionais do organismo, este efeito pode ser
observado em todos os sistemas do corpo humano em um processo de envelhecimento
celular. Muitas alterações fisiológicas podem ser atribuídas às mudanças da composição
corporal, como o aumento do tecido adiposo e na diminuição da massa muscular e
óssea.
Essas alterações produzidas pela senescência, pela senilidade e pelo
descondicionamento são difíceis de serem diferenciadas uma da outra, pois estão
estreitamente relacionadas.
(8,34)
O descondicionamento físico em parte ocorre porque as
pessoas idosas freqüentemente não são incentivadas a realizar atividades físicas
vigorosas, em comparação com pessoas mais jovens, nos idosos o sistema respiratório é
um dos limitadores desses exercícios.
(34)
A identificação dos mecanismos causadores de padrões patológicos, e a distância
da normalidade, devem ser avaliadas, para que possam ser realizados programas de
tratamentos direcionados para se obter sucesso na reabilitação.
(27)
A alta prevalência de
doenças crônico-degenerativas no idoso, associada a inatividade, faz com que esses
indivíduos apresentem maior comprometimento das funções pulmonares.
(13)
Recomendações para formação de políticas de saúde ao idoso devem ser
baseadas nas reais necessidades dessa população, serviços especializados, profissionais
23
capacitados e estudos que analisem as mudanças que acontecem com o envelhecimento
para melhor organizar e planejar as ações de prevenção, reabilitação e tratamento, bem
como dispor de suporte às atividades sociais, transporte e moradia.
(8,27,35)
É preciso investir no idoso saudável, seja este sem doenças ou em tratamento. O
envelhecimento saudável envolve ações que promovam uma vida mais saudável em
todas as suas etapas, favorecendo a prática de atividades físicas e lazer, acesso a
alimentação saudável, redução de fatores de risco como o consumo de tabaco e álcool,
entre outros, trazendo ao indivíduo ganhos na QV e na saúde geral.
(8)
2.1.1 Alterações Biológicas no Envelhecimento
O envelhecimento muitas vezes tem sido estudado de forma isolada, tratando-se
seus constituintes como se eles não fizessem parte de uma rede de interações.
(3)
Este processo causa modificações em todos os sistemas do corpo, de forma
variável de indivíduo para indivíduo, trazendo perdas progressivas de função.
(26,36)
Entender essas alterações nos ajuda a planejar formas de prevenção das chamadas
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), e também facilita diferenciar o que seria
normal do processo de envelhecimento do patológico. Muitas alterações do
envelhecimento normal não estão relacionadas com a mortalidade,
(35)
ao contrário do
que a maioria das pessoas acredita.
O envelhecimento afeta o desempenho físico do idoso, limitando suas interações
com o meio ambiente, desde o sistema músculo-esquelético, neurológico, pulmonar,
cardiocirculatório e outros, trazendo dificuldades no cotidiano e gerando às vezes
dependência de outras pessoas.
(37)
24
A força muscular diminui com o avançar da idade, sendo que esta atinge seu
pico por volta dos 30 anos e é mantida até os 50 anos. A partir dos 60 anos, a força entra
em declínio e após os 70 anos ela vai mais rapidamente se enfraquecendo
(21,37)
. Outros
atributos musculares são perdidos ao longo do envelhecimento, como a potência e
resistência musculares. A primeira se deve a alterações no sistema nervoso central
(SNC), com retardo na velocidade de condução das fibras nervosas e um retardo na
junção neuromuscular. A segunda é a que realmente faz que o idoso perca sua
funcionalidade e o leve a incapacitações, onde o músculo perde sua capacidade de
resistir à fadiga.
(21,37)
Além da força, os idosos têm perda lenta e progressiva de massa muscular, que
vai sendo substituída por colágeno e gordura. Essa substituição é chamada sarcopenia,
onde perdas de fibras musculares, aumento da gordura subcutânea e
intramuscular.
(3,37)
O tecido ósseo também sofre a perda de sua massa, ocasionando a osteopenia e
osteoporose, essas são diagnosticadas por densitometria óssea onde valores de perda
óssea entre 1 a 2,5 sugerem osteopenia e valores maiores que 2,5 é considerada
osteoporose, essa situação aumenta o risco de fraturas.
(38)
A coluna vertebral sobre alterações anatômicas durante o envelhecimento que
reduzem a estatura do indivíduo, principalmente no sexo feminino pela menopausa
como mostra a Figura 3. Essa perda na altura acontece pela osteoporose e doenças
discoartrósicas das vértebras, alterações dos espaços intercostais e pela modificação na
curvatura da coluna. É comum os idosos apresentarem cifose na região cérvico-dorsal e
o aumento do diâmetro do tórax.
(8)
25
Figura 3. Deformidade gradativa da coluna vertebral, em pós-menopausa, com perda de
estatura. Fonte: de Feitas et al
(8)
2.1.2 Alterações Pulmonares no Envelhecimento
O sistema respiratório apresenta modificações anatômicas a funcionais que são
inerentes ao processo de envelhecimento normal, variando em amplitude e de indivíduo
para indivíduo.
(25)
Alterações estruturais do sistema respiratório no envelhecimento caracterizam-se
por um conjunto de mudanças fisiológicas que acometem os pulmões, caixa torácica,
vasos sangüíneos pulmonares e sistema musculoesquelético, acarretando prejuízo da
função pulmonar, com intensidade variável e dependente de fatores endógenos e
exógenos,
(8,25,26,34)
essas alterações relacionadas à idade são lentas e progressivas
(19)
e
estão
descritas na Figura 4.
26
Figura 4. Alterações estruturais do sistema respiratório no idoso
(8)
Vários fatores podem alterar a função pulmonar, sendo também agravantes do
processo de envelhecimento, tais como tabagismo, poluição ambiental, exposição
profissional, doenças pregressas pulmonares ou não, diferenças socioeconômicas,
constitucionais e raciais.
(8)
Porém, o enfraquecimento da estrutura pulmonar e o decaimento do desempenho
que ocorrem com o envelhecimento tendem a ter um impacto mínimo sobre a
capacidade funcional do idoso saudável.
(39)
As principais alterações funcionais
decorrentes do envelhecimento no SR estão listadas no Quadro 1.
Essas alterações caracterizam-se principalmente por perda das propriedades
elásticas do pulmão, enrijecimento da parede torácica e diminuição da potência motora
e muscular,
(8,21,22,24,34,40)
e influenciam a função pulmonar, com alterações na freqüência
respiratória, nos volumes pulmonares, nos fluxos e em outros testes de função
pulmonar.
(24,34)
27
Quadro 1. Alterações funcionais do sistema respiratório no idoso.
(8)
Redução da complacência da parede torácica
Aumento da complacência pulmonar
Redução da capacidade vital
Aumento dos volumes residuais
Manutenção da capacidade pulmonar total
Redução da relação VEF
1
/CVF
Aumento do gradiente artério-alveolar de oxigênio
Redução da pressão arterial de oxigênio
Redução da taxa de fluxo expiratório
Redução da difusão pulmonar de CO
2
Redução da sensibilidade respiratória à hipóxia e à hipercapnia
VEF
1
= volume expiratório forçado no primeiro segundo;CVF=capacidade vital forçada;
CO
2
=gás carbônico
A redução progressiva da função pulmonar durante o envelhecimento acontece,
mas mantém adequada capacidade de trocas gasosas dentro da perspectiva de vida
máxima de pessoas saudáveis,
(8,21)
uma vez que o sistema respiratório possui reservas
ventilatórias que compensam as conseqüências estruturais e fisiológicas do
envelhecimento, e
normalmente não são percebidas antes dos 60-70 anos, ou até mesmo
dos 80 anos.
(25,39)
um alargamento dos alvéolos e ductos alveolares, uma diminuição na
atividade e número de células mucociliares do epitélio de revestimento brônquico com
espessamento da camada mucosa, que leva a maior dificuldade de clareamento das vias
aéreas, predispondo a maior incidência de infecções em idosos.
(8,13,34,39,41)
28
As alterações incluem ainda, aumento da cifose torácica, encurtamento da
coluna vertebral torácica e aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax (tórax em
barril) e diminuição da mobilidade torácica, gerando um aumento do trabalho da
musculatura ventilatória durante a ventilação.
(24,34,39)
A complacência da parede torácica diminui com a idade,
(13,19,24,34)
e isso faz com
que os músculos ventilatórios exerçam forças maiores para alcançar alterações
semelhantes no volume torácico.
(34)
Em idosos o fechamento natural das vias aéreas ao final de uma expiração
forçada, pode acontecer durante uma respiração com volumes correntes normais.
(34,41)
Isto ocorre pela fraqueza das paredes torácica e brônquica, perda de retração elástica e
estreitamento das vias aéreas por alterações dos tecidos conectivos de suporte.
(8,21,34)
O
colabamento precoce das vias aéreas por perda da elasticidade dos tecidos alveolares,
acaba gerando um desequilíbrio de ventilação/perfusão.
(39)
Uma perda progressiva da retração elástica dos pulmões inicia por volta dos 25
anos, os pulmões são alongados durante a inspiração, e as forças de retração resultantes
que ocorrem na expiração, diminuem, conseqüentemente, mais ar é retido nos pulmões
ao final de cada expiração.
(25,34)
Isso significa que a diminuição da retração elástica dos
pulmões, aumenta o volume residual (VR).
(34,39)
A capacidade pulmonar total (CPT) se mantém com o envelhecimento, sendo o
somatório do VR com a capacidade vital (CV). A CV diminui com a idade, uma vez
que o VR aumenta.
(13,22,24,26,34)
diminuição na capacidade vital forçada (CVF),
volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF
1
) e no fluxo expiratório forçado
25 a 75% da CVF (FEF
25-75%
).
(13,22,26,34)
O diafragma tem sua curvatura modificada, tornando-se plano,
conseqüentemente, modificando sua mecânica. Sua excursão máxima diminui,
29
tornando-se menos eficiente na ventilação.
(13,21,34,39)
Para compensar, um aumento no
trabalho ventilatório,
(39)
os músculos acessórios da ventilação são recrutados,
especialmente durante atividades físicas.
(34)
As alterações do posicionamento do
diafragma acontecem por aumento dos volumes pulmonares
(34,39)
e por modificações no
arcabouço torácico.
(13)
Os pulmões, diafragma e parede torácica trabalham como uma unidade
integrada, quando há alterações de suas características físicas, há prejuízo das funções.
Durante o processo de envelhecimento, os músculos ventilatórios apresentam
redução de força, o que pode afetar o desempenho ventilatório e comprometer a
capacidade funcional dos idosos,
(8,21-23,40-45)
essa redução de função muscular está
associada à sarcopenia.
(23)
Essas modificações na função muscular fazem com que as
pressões ventilatórias máximas diminuam com o avançar da idade.
(23,42,46,47)
O desempenho dos músculos respiratórios é afetado pelo envelhecimento. Pelo
aumento no VR, diminuição da complacência torácica, mudanças no formato do tórax,
por alterações na coluna vertebral e posição das costelas, o diafragma tem sua força
diminuída.
(21)
Essa disfunção dos músculos ventilatórios pode causar hipoventilação, redução
na tolerância física, e até mesmo, falência respiratória.
(21)
Para mensurar essa força,
empregamos a manovacuometria, na qual é um exame simples que mede as pressões
ventilatórias máximas, PIM e PEM, onde a PIM é usada para avaliar em fraqueza,
fadiga ou falência muscular, considerando os valores do Quadro 2.
(45)
30
Quadro 2. Valores de referência para classificar a força muscular ventilatória.
(45)
Força Muscular Ventilatória
PIM
Fraqueza muscular 70-45 cmH
2
O
Fadiga muscular 44-25cmH
2
O
Falência muscular <24cmH
2
O
PIM=pressão inspiratória máxima; cmH
2
O=centímetros de água
Ainda com o envelhecimento, ocorre um espessamento da camada mucosa,
perda dos cílios e de função ciliar nas vias aéreas, redução da efetividade da tosse, por
enfraquecimento muscular e fechamento precoce de vias aéreas, combinado com
aumento do VR, aumentando assim o risco de pneumonias, sendo ainda agravado pelo
declínio do desempenho imunológico associado à idade, predisporia ainda mais os
pulmões senescentes às infecções.
(39)
A inclusão de um programa de treinamento da musculatura inspiratória nos
programas de treinamento físico de idosos poderá contribuir para a melhoria da
capacidade funcional, independência e qualidade de vida.
(23,40)
Caminhadas são
exercícios aeróbicos que tem por finalidade trabalhar os músculos periféricos e
músculos ventilatórios.
(13)
O conhecimento dessas mudanças e a identificação dos padrões ventilatórios do
envelhecimento saudável são importantes para detectar e/ou prevenir disfunções
respiratórias e contribuir para a elaboração de protocolos.
(25)
É preciso conhecer o
indivíduo para saber se as restrições impostas pelo envelhecimento serão significativas
ou não para a manutenção de funções adequadas dentro de seu contexto de vida.
(13)
Rogliani et al (2009) sugerem uma correlação entre síndrome metabólica e a
função pulmonar, onde o HDL, circunferência abdominal, HAS, resistência à insulina e
triglicerídeos estão associados ao VEF
1;
a obesidade está inversamente proporcional à
31
função pulmonar e a prevalência de síndrome metabólica é independente associada a um
distúrbio ventilatório restritivo.
(48)
2.1.3 Doenças Crônicas não Transmissíveis
No campo da saúde coletiva, a informação epidemiológica deve ser valorizada
pela capacidade de prever eventos e possibilitar o diagnóstico precoce, em especial às
DCNT, e assim retardar o aparecimento de agravos, melhorar a QV e aperfeiçoar a
abordagem terapêutica.
(8)
As DCNT representam a principal causa de mortalidade e incapacidade no
idoso, sendo que, cerca de 85% dos idosos apresentam ao menos uma doença crônica.
Em geral, os idosos apresentam doenças crônicas e múltiplas, que duram anos e exigem
acompanhamento médico e uso de medicação constante.
(49)
A prevalência das DCNT aumenta com a idade em ambos os sexos, porém as
mulheres são as que mais apresentam essa condição, acredita-se que isso ocorra por elas
viverem mais que os homens.
(49,50)
Esse aumento se deve ao próprio processo de
envelhecimento e pelos períodos que o indivíduo esteve exposto aos patógenos.
(49)
A maioria das DCNT tem como fator de risco a idade, mas isso não impossibilita
o idoso de ser autônomo e independente, porém existem DCNT que constituem uma
ameaça a autonomia e independência do indivíduo, sem representar risco de vida.
(8)
A prevalência das DCNT está associada às variáveis psicossociais, tais como
depressão, solidão e renda.
(49)
As DCNT necessitam acompanhamento e adequada avaliação, assim é possível
controlar a sua progressão, reduzindo o risco de incapacidades e aumentando a QV.
(8)
32
As doenças mais relatadas pelos idosos freqüentemente são HAS,
(8,51,52)
artrite
ou reumatismo e doenças cardíacas, como mostra o Quadro 3. As doenças
cerebrovasculares aparecem como principal grupo de causa de morte para os idosos de
ambos os sexos, seguidos de doenças isquêmicas, diabetes, pneumonias e
neoplasias.
(8,20)
Quadro 3. Morbidade auto-referida em amostra populacional de idosos brasileiros com
60 anos ou mais de idade
(8)
Morbidade %
Hipertensão
Artrite ou reumatismo
Doença do coração
Diabetes Mellito
Asma ou bronquite
Doença renal crônica
Câncer
Cirrose
Pelo menos uma destas
44
38
19
10
8
7
1
0,3
69
Dados da pesquisa Nacional por Domicílios, realizada em 1998.
Adaptado de Lima e Costa e cols., 2003
O auto cuidado é uma estratégia para a manutenção da saúde, uma vez que é
definido como a participação ativa das pessoas no cuidado de sua saúde como
responsáveis pelas decisões que condicionam sua promoção da saúde.
(8)
É uma
atividade racional em resposta a necessidades conhecidas, aprendidas através de
33
relações interpessoais, estabelecido como uma meta para o indivíduo, sendo
influenciado também pelo nível educacional.
(8,51)
Esta atividade inclui saúde funcional, social e cognitiva, segurança, ambiente
adequado às necessidades do indivíduo e um bom nível educacional, ter acesso aos
recursos comunitários e/ou outras formas de suporte.
(8)
Atitudes de auto cuidado devem ser desenvolvidas durante toda a vida,
garantindo assim uma vida e velhice saudáveis por meio de hábitos saudáveis.
(8)
As
piores condições de vida favorecem a ocorrência de doenças e dificultam a adoção de
hábitos saudáveis de vida.
(49)
Lebrão, et al (2005) observou que 80,7% da população idosa apresenta
limitações funcionais que impeçam seu auto cuidado.
(51)
A maneira como o indivíduo avalia sua saúde tem forte relação com seu
comportamento de auto cuidado, sendo este, basicamente o cuidado primário em
saúde.
(8)
A auto percepção de saúde contém aspectos de saúde física, cognitiva e
emocional e tem se mostrado um método confiável para a avaliação da saúde do idoso,
pois associa-se fortemente com o estado real de saúde da pessoa.
(53)
Indivíduos que relatam baixa condição de saúde tem risco mortalidade mais alto
que os que relatam melhor estado de saúde.
(51,53)
No que diz respeito ao estado de saúde do idoso, as mulheres se declaram com
um estado de saúde inferior ao homens, e como era esperado, o avançar da idade leva a
uma diminuição da proporção de pessoas que relatam boa ou ótima saúde, como
mostrado na Figura 5.
(8,51,53,54)
34
Figura 5. Proporção de idosos brasileiros que declarou o seu estado de saúde como
muito bom ou bom, por idade e sexo
(8)
Viver sozinho favorece a auto avaliação de saúde.
(49,51)
Pereira, et al (2009)
sugerem que, pelo fato de viver esta pessoa possui uma melhor condição, ou por
não receberem ajuda de um companheiro ou cuidador, se cuidam melhor.
(49)
Outro fator que interfere na auto avaliação de saúde é a presença de
incapacidades, uma vez que estas interferem nas AVDs, principalmente as DCNT,
afetando mais mulheres que homens.
(51,53)
2.1.4 Capacidade Funcional e Qualidade de Vida em Idosos
Para a sociedade e para os indivíduos, o desafio de chegar a idade avançada é
cada vez maior, com uma QV cada vez maior, para que os anos vividos sejam dignos e
tenham um real significado.
(8)
Muitos idosos permanecem saudáveis e com boa capacidade funcional até os
anos tardios, mantendo estáveis suas características físicas mentais, de personalidade e
sociais. Se hábitos e estilos de vida saudáveis, e na ausência de uma doença, haverá
35
uma adaptação e uma reserva funcional suficientes para a maioria das atividades
exercidas pelo idoso.
(8)
A capacidade funcional é a capacidade de um indivíduo em manter as suas
habilidades físicas e mentais necessárias à uma vida independente e
autônoma,
(8,14,50,52,55-57)
é descrita como a interação entre as demandas ou restrições
ambientais e a capacidade em realizá-las. Manter essa capacidade é importante para
manter a independência e auto-estima do idoso.
(29,58,59)
O conceito de saúde do idoso está relacionado à sua capacidade funcional, sua
capacidade em cuidar de si mesmo, de determinar a executar AVDs com autonomia e
independência
(14)
e não apenas pela presença ou não de doenças.
(3)
A avaliação da capacidade funcional é um importante indicativo de QV e saúde
do idoso, sendo o desempenho das AVDs um parâmetro amplamente aceito e
reconhecido, o qual permite ao profissional da saúde uma melhor visão das
incapacidades decorrentes do envelhecimento ou de algumas doenças.
(6,8,59-61)
Identificar a real condição funcional do idoso, associada ou não a doenças,
facilita o planejamento de intervenções e de tratamentos, evitando o agravamento destas
e retardando o aparecimento de complicações. O declínio funcional do idoso pressupõe
a existência de doença, que às vezes ainda não foi diagnosticada.
(8)
As principais causas de incapacidades são as DCNT, incluindo as seqüelas de
acidente vascular cerebral, fraturas, doenças reumáticas e doenças cardiovasculares.
(8,20)
Na
Figura 6 podemos observar as principais alterações na capacidade funcional do idoso
e o relato de satisfação com a sua saúde.
36
Figura 6. Indicadores de percepção de saúde e capacidade funcional, segundo faixa etária,
em amostra representativa da população brasileira com 60 anos ou mais de idade
(8)
No estudo realizado por Alves, et al (2007), foi descrito que os idosos
dependentes nas AVDs apresentavam maior prevalência de doenças pulmonares,
seguidas pelas doenças cardíacas e artropatias. Neste estudo ainda relata que as doenças
pulmonares aumentam em 50% a chance do idoso ser dependente nas AVDs.
(20)
Existe uma relação de hierarquia sobre a perda de habilidades funcionais que
ocorrem fisiologicamente durante o envelhecimento, que se direciona, normalmente, das
atividades instrumentais para as atividades básicas da vida diária.
(50,51)
O objetivo das intervenções no idoso é a manutenção da máxima capacidade
funcional pelo maior tempo possível. A dependência, física ou mental, é um fator de
risco para a mortalidade, mais até que as próprias doenças que levaram à dependência,
já que nem todo doente se torna dependente.
(8)
A qualidade de vida (QV) pode ser definida como a percepção do indivíduo
sobre a sua posição na vida, no contexto da cultura e dos sistemas de valores dos quais
ele viva, em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
(8,15,16)
Inclui domínio como o físico, psicológico, social e espiritual.
(8)
Um grupo de especialistas em QV da Organização Mundial de Saúde (OMS)
elaborou um instrumento genérico de avaliação de QV, usando um enfoque
37
transcultural. O World Health Organization Quality of Life Group (WHOQOL Group)
propões que as questões do instrumento se preocupem com as percepções das pessoas,
em níveis diferentes de questionamento, fazendo distinção entre percepções de
condições objetivas e subjetivas.
(15,62)
A avaliação da QV na velhice é multidimensional, realizada a partir de critérios
intrapessoais e sócio-normativos, a respeito do sistema pessoa-ambiente de um
indivíduo, no momento atual, no passado e no futuro. Envolve a comparação com
critérios objetivos e subjetivos, associados a normas e valores sociais, individuais,
podendo assim ser alterado no decorrer do tempo.
(16)
Para os idosos, a determinação de QV tem influência da percepção de saúde que
consiste em sentir-se bem na ausência de agravos e doenças significativas que possam
tornar-se impedimento para a realização de habilidades e capacidades.
(16)
Ter acesso aos
serviços adequados ás suas necessidades é um fator importante para a manutenção da
QV dos idosos.
(49)
A gravidade e o número de deficiências determinam a capacidade do indivíduo
em desempenhar as AVDs de forma independente, porém, a presença de morbidades
não significa que o idoso tenha redução de sua autonomia, como mostra a figura 7.
(8,20)
Grande parte da população idosa requer ajuda parcial ou total para realizar ao menos
uma dessas atividades.
A incapacidade funcional, também chamada de desabilidade, é um processo
dinâmico e progressivo, conseqüência das DCNT e de mudanças fisiológicas associadas
ao envelhecimento, podendo até mesmo ocorrer de forma aguda. No idoso a
desabilidade limita sua autonomia, reduz a QV, aumenta o risco de dependência, de
institucionalização e até mesmo de morte prematura.
(3,55)
38
A desabilidade está associada com a presença de morbidades e deficiências, e é
influenciada também por fatores sócio-demográficos, comportamentais e psicossociais,
sendo mais comum nos indivíduos mais velhos e no sexo feminino, com menor
escolaridade, nas classes econômicas menos favorecidas, com baixa QV e saúde
referida como ruim.
(52,56,59,63)
Figura 7. Proporção de idosos da população brasileira com alguma dificuldade para
alimentar-se, tomar banho ou ir ao banheiro
(8)
Vários são os fatores responsáveis pela condição crônica de saúde, estilo de vida
(sedentarismo, obesidade, abuso de álcool e drogas, hipercolesterolemia), nível de
estresse, fatores ambientais (exposição a toxinas, ondas eletromagnéticas, minas de
carvão), além de condições resultantes do avanço tecnológico e acidentes.
(2)
As atividades mais afetadas pelas DCNT são caminhar, deitar/levantar-se da
cama, viajar, fazer compras, preparar a própria refeição, realizar serviços domésticos e
lidar com o próprio dinheiro.
(61)
39
Atividades como alimentar-se, vestir-se, despir-se, cuidar da aparência, tomar
banho, usar o telefone e tomar remédios, somente estarão afetadas se o indivíduo
apresentar desabilidade grave, em um estágio avançado de declínio funcional.
(20,61)
Pode-se observar que com o crescimento da população idosa, a preocupação
com o envelhecimento saudável e do prolongar da vida faz com que a avaliação da QV
seja cada vez mais pesquisada. A avaliação da QV do paciente, amplia as decisões
clínicas, programas e políticas assistenciais
.(16)
2.1.5 Atividade Física no Envelhecimento
A manutenção da autonomia dos idosos está relacionada com seu padrão de
atividade física exercida durante toda a vida. Cada vez mais é recomendada a prática de
atividades físicas para a população idosa, para manutenção da saúde, favorecendo um
envelhecimento saudável, com autonomia e mantendo seu desempenho nas AVDs.
(64)
A população idosa muitas vezes se apresenta sedentária ou apenas com níveis
baixos de atividade física, insuficientes para trazer algum benefício para sua saúde,
aumentando a incidência de doenças associadas ao estilo de vida sedentário.
(64,65)
O objetivo da atividade física no idoso é melhorar ao máximo sua capacidade
funcional, visando aumentar a capacidade aeróbica, força muscular e flexibilidade.
(8)
A atividade física regular favorece a manutenção da capacidade física em idosos,
atenua ou reverte a perda de massa muscular, contribuindo para preservar a autonomia e
favorecer um envelhecimento saudável.
(56,66)
O risco de morte por DCNT é diminuído pela atividade física. Ambos homens e
mulheres que aumentam seu nível de atividade física, reduzem o risco relativo de morte,
reduzem o risco de desenvolver DCNT e melhoram seu estado geral de saúde.
(64,66)
40
Doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose e câncer têm sua incidência
diminuída em praticantes de atividades físicas, e ainda podem influenciar positivamente
o curso da doença, melhorando, por exemplo, a densidade óssea em idosas com
osteoporose, controlando a homeostase da glicose, reduzindo a recorrência de câncer e
atenuando ou revertendo doenças cardiovasculares.
(66)
Sabendo que a atividade física é essencial para a prevenção de DCNT e
diminuição do risco de morte, deve-se destacar o quanto é necessário para esse
benefício se tornar real. Segundo Warburton, et al (2006), a intensidade da atividade
física realizada é inversa e linearmente proporcional à mortalidade, e relata que
atividades regulares podem aumentar em 2 anos a expectativa de vida.
(66)
A Figura 8 mostra a influência do treinamento músculo esquelético com a
independência funcional dos indivíduos durante a vida, e sugere que esse treinamento
aumenta a capacidade de realizar as AVDs, mantendo sua autonomia por um maior
período.
(66)
Figura 8. Relação entre treinamento musculoesquelético e a manutenção da
independência funcional nas diferentes faixas etárias
(66)
41
No estudo realizado por Guimarães et al (2008), foi descrito que após inserir um
programa de treinamento para idosos sedentários, houve melhora no tempo e na
velocidade de execução das AVDs, e refere que a dependência pode ser considerada
uma situação mutável se realizada correta prevenção e reabilitação, melhorando a
autonomia e independência da população idosa.
(64,67)
Pelos benefícios da atividade física no controle das DCNT, a percepção de QV e
saúde dos idosos é influenciada de maneira positiva pela adoção de exercícios físicos,
pois o idosos melhora sua realização de AVDs e diminui a chance de necessitar de
auxílio.
(65,68)
Além de favorecer questões relacionadas às doenças, a atividade física
desempenha papel nas atividades sociais, profissionais, amigáveis e familiares dos
idosos.
(65)
Realizando atividades físicas três vezes por semana é suficiente para manter a
força muscular ventilatória e trazer benefícios ao organismo.
(67,68)
42
4 JUSTIFICATIVA
O aumento da população idosa exige mudanças nos modelos de assistência e
prevenção de doenças que acometem esta população, por isso devemos desenvolver
programas de tratamentos preventivos para toda a população idosa. Estudos de amostras
populacionais de idosos são importantes para o entendimento dessas alterações
decorrentes do processo de envelhecimento
Conhecer os principais limitantes do envelhecimento saudável, e as possíveis
doenças e suas conseqüências, nos permitem estabelecer melhores condições de
atendimento e ajuda a diferenciar alterações normais que muitas vezes se confundem e
se mesclam às alterações patológicas.
Entendendo as alterações pulmonares e definindo quais fatores exercem maior
influência sobre as pressões ventilatórias máximas, poderemos agir para diminuir o
impacto sobre a capacidade funcional do idoso e favorecer um envelhecimento
saudável.
Um parâmetro para avaliar a função pulmonar, que no idoso está diminuída, é a
medida das pressões ventilatórias máximas, que mensura a força dos músculos
ventilatórios, a qual se apresenta alterada tanto pelas modificações no sistema músculo-
esquelético quanto no sistema respiratório pelo envelhecimento.
Os resultados deste estudo podem ser úteis para o conhecimento dos valores
normais das pressões ventilatórias máximas na população idosa, e quais são os fatores
modificáveis para a manutenção ou melhora destas.
43
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Determinar as pressões ventilatórias máximas (PIM e PEM) e analisar sua
associação com variáveis sócio-culturais, antropométricas, econômicas, qualidade de
vida, atividade física e atividades de vida diária.
4.2 Objetivos Específicos
Em idosos do Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre (EMIPOA):
a – determinar PIM e PEM
b – analisar a associação da PIM e PEM com:
1. Idade
2. Sexo
3. Faixa etária
4. Cor/raça
5. Escolaridade
6. Renda
7. Auto percepção de saúde
8. Doenças crônico degenerativas
9. Fraturas de costela
10. Diabetes Mellitus
11. Índice de Massa Corpórea
12. Altura
44
13. Relação Cintura Quadril
14. Índice de Barthel
15. Nível de atividade física
16. Escala de Capacidade de Auto Cuidado
17. Qualidade de Vida
18. Capacidade Funcional
19. Auxílio em atividades habituais
45
5 MÉTODOS
5.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Este é um estudo transversal, realizado em uma amostra de base populacional
dos idosos residentes no município de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul,
desenvolvido com base nos dados oriundos do Estudo Multidimensional dos Idosos de
Porto Alegre (EMIPOA) e realizado pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), no período de
dezembro de 2005 a setembro de 2006.
5.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
5.2.1 Seleção da Amostra
A população-alvo é de idosos, com 60 anos ou mais, residentes no município de
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, os critérios de escolha da amostra foram os mesmos
empregados no Levantamento de 1995 e baseado no censo populacional de 2000.
A determinação do n da amostra para o estudo baseou-se no número de
indivíduos avaliados no estudo anterior para cada bairro da cidade de Porto Alegre,
atualizados pelo IBGE de acordo com as estimativas de variação populacional para
2005 que foram calculadas a partir dos resultados do censo de 2000.
O número de indivíduos necessários para constituir uma amostra representativa
da população idosa de Porto Alegre em 1995 foi definido como sendo de 880 indivíduos
ou 0,69% da população idosa estimada de 132.965 habitantes para 1995.
46
O mesmo percentual foi calculado para a população idosa estimada em 2005,
resultando em uma amostra de 1164 indivíduos, os quais foram avaliados em seus
domicílios.
Em uma segunda fase do estudo estes indivíduos foram convidados a participar
de uma avaliação abrangente na PUCRS. Para esta fase o projeto disponibilizou
transporte individualizado do domicílio para a Universidade e vice versa, de forma a
reduzir os índices de desistências por problemas de locomoção.
Do total de indivíduos da amostra inicial, 483 participantes, sendo 137 homens e
346 mulheres, compareceram à segunda avaliação.
5.2.2 Critérios de Inclusão
Foram incluídos indivíduos socialmente ativos selecionados na Fase I e que
compareceram à Fase II deste estudo o qual obedeceu a um critério de amostra
populacional com base no censo do IBGE.
5.2.3 Critérios de Exclusão
Idosos acamados e com impossibilidade de locomoção, déficit cognitivo ou
transtornos psiquiátricos severos, não conseguir ficar na posição reta bípede para a
aferição das variáveis, portadores de deformidades físicas congênitas ou adquiridas com
uso de próteses, portadores de doenças neurológicas ou degenerativas graves.
47
5.3 VARIÁVEIS EM INVESTIGAÇÃO
As variáveis selecionadas para este estudo estão citadas abaixo:
a) Variáveis dependentes:
- Pressão inspiratória máxima;
- Pressão expiratória máxima;
- Autopercepção de saúde;
b) Variáveis independentes:
- Variáveis demográficas como sexo, faixa etária, cor/raça, escolaridade e renda;
- Variáveis relacionadas à saúde como internação no último ano; atividade física
regular; fraturas de costelas; IMC;
- Relato de doença ou problema de saúde nos últimos 6 meses como
reumatismo; bronquite; HAS; DM; problema de coluna; pneumonia; cardiopatia e
osteoporose;
- Necessidades de auxílio para as atividades habituais, como atividades de casa,
tomar remédios, higiene, alimentação e mobilidade; auto-cuidado; independência;
AVDs;
- Escalas e testes de avaliação como: Índice de Barthel; IPAQ; WHOQOL;
ECDAC; TUG; teste do alcance funcional.
48
5.4 INSTRUMENTOS
5.4.1 Medida das Pressões Pulmonares Máximas
A manovacuometria é um teste usado para medir as pressões ventilatórias
máximas PIM e PEM, através de um manovacuômetro. Os procedimentos realizados
para mensuração da PIM e PEM seguiram as orientações das Diretrizes para Testes de
Função Pulmonar de 2002
(69)
.
Os indivíduos foram avaliados na posição sentada, com o quadril fletido a 90° e
os braços apoiados nas coxas. O nariz foi ocluído por um clipe nasal. Antes de executar
as manobras, os indivíduos receberam informações sobre como executá-las e, durante o
teste, receberam estímulo verbal.
Mensuração da PIM
A PIM foi medida a partir do volume pulmonar próximo ao residual. Foram
realizadas quatro manobras inspiratórias, com um minuto de intervalo entre cada
manobra, excluindo-se valores maiores que 10% entre cada medida, através de um bucal
conectado a um manovacuômetro digital (Globalmed®). As curvas de pressão foram
armazenadas em um computador através do software MVD300® para posterior análise.
O platô das curvas com a pressão máxima foi mantido por pelo menos um segundo.
Mensuração da PEM
A PEM foi medida a partir do volume pulmonar próximo da capacidade
pulmonar total. Foram realizadas quatro manobras expiratórias, excluindo-se valores
maiores que 10% entre cada medida, através de um bucal conectado a um
49
manovacuômetro digital (Globalmed®). As curvas de pressão foram armazenadas em
um computador através do software MVD300® para posterior análise, respeitando o
intervalo de 1 minuto entre cada medida. O platô das curvas com a pressão máxima foi
mantido por pelo menos um segundo.
5.4.2 Dados Antropométricos
Estatura em posição ortostática
A avaliação da altura foi feita através de instrumento de medida métrica validada
pelo INMETRO (trena metálica antropométrica marca Sanny) e com estadiômetro.
A avaliação foi feita com os indivíduos descalços e com menor volume de
roupas quanto possível.
Cálculo e classificação do IMC
O índice de massa corporal foi calculado utilizando-se as medidas obtidas de
estatura e de massa corporal. Inicialmente, a estatura foi convertida de centímetros para
metros e aplicada na equação conforme Figura 9
(70)
, na qual: IMC é o índice de massa
corporal; MC é o valor de massa corporal e EST a estatura:
Figura 9. Equação para cálculo do índice de massa corporal.
(70)
Os indivíduos foram classificados em baixo peso, peso normal, sobrepeso e
obeso, conforme classificação como mostra a Figura 10.
50
Figura 10. Pontos de corte do IMC para a classificação de obesidade
Cálculo da RCQ
A relação cintura-quadril foi calculada baseada na equação conforme Figura
11,
(70)
na qual: RCQ é a relação cintura-quadril; PC é a perimetria da cintura em cm e PQ
a perimetria do quadril em cm:
Figura 11 Equação para cálculo da relação cintura-quadril.
(70)
5.4.3 Diagnóstico de Diabetes Mellitus
Todos os idosos foram questionados sobre ter diagnóstico médico de diabetes e
orientações terapêuticas recebidas, incluindo medicamentos que utiliza, e submetidos à
coleta de sangue venoso para dosagem de glicose plasmática. Para os participantes
selecionados para avaliação pela manhã (62%), foi orientado o jejum mínimo de oito
horas. Para aqueles selecionados para avaliação à tarde (38%), a coleta de sangue foi
pós-prandial.
Aqueles que não tinham diagnóstico médico prévio de DM e que apresentaram
alteração glicêmica na primeira coleta conforme critério da Sociedade Brasileira de
Diabete
(71)
(glicemia em jejum >110mg/dl ou pós-prandial 140mg/dl), foram
submetidos à nova coleta de amostra sanguínea em jejum.
51
Os idosos foram definidos como portadores de DM se satisfizessem um dos
critérios a seguir: (i) diagnóstico médico prévio de DM; (ii) duas glicemias de jejum >
126 mg/dl; (iii) uma glicemia pós-prandial 140 mg/dl e uma glicemia de jejum > 126
mg/dl; (iv) uma glicemia qualquer 200 mg/dl. Aqueles que não tinham diagnóstico
prévio de DM e que apresentaram apenas uma glicemia alterada, porém abaixo de 200
mg/dl, foram definidos como idosos com provável tolerância diminuída à glicose
(TDG).
5.4.4 Capacidade Funcional
Independência
O diagnóstico clínico da Incapacidade Funcional foi feito segundo a escala do
Índice de Barthel modificado (Anexo A). O IB avalia as AVDs, as quais correspondem
à capacidade de alimentar-se, banhar-se, realizar higiene pessoal, vestir-se, transferir-se
de local e controle de esfíncteres.
(72)
A pontuação da escala ocorre em cinco níveis
variando de 0 a 100 pontos, sendo que indivíduos idosos com escore de 0 a 20 são
considerados totalmente dependentes, de 21 a 60 considerados com dependência grave,
de 61 a 90 dependentes moderados, de 91 a 99 com dependência leve e de 100
independentes.
Mobilidade
A mobilidade é um componente essencial da avaliação funcional, refere-se a
capacidade de sair da residência, podendo ser mensurada de várias formas, desde a
capacidade de transferir-se da cama para a cadeira até tarefas mais complexas como
caminhar longas e curtas distâncias, subir e descer escadas.
(20)
52
Para análise da mobilidade dos participantes foram utilizados: o Teste Timed Up
and Go (TUG) o qual mede o tempo em segundos que o idoso levanta da cadeira,
deambula três metros e retorna, quanto maior o tempo na realização do teste sugere
risco no comprometimento da mobilidade.
(73,74)
Teste do Alcance Funcional
O teste de alcance funcional representa a máxima distância que o indivíduo
atinge enquanto mantém o braço estendido em uma base de suporte, na posição
ortostática.
(73)
5.4.5 Escala de Auto Cuidado – ECDAC
Para a verificação da motivação dos indivíduos para o auto cuidado, foi
empregada a subescala III da Escala para Determinação da Competência do Diabético
para o Auto Cuidado (Anexo B). A ECDAC subescala III determina as capacidades
motivacionais e emocionais para o auto cuidado,
(72)
relaciona em 11 itens: auto-estima,
auto-valorização, controle emocional para fazer julgamentos e executar ações,
autodisciplina e aceitação de sua situação de pessoa portadora de diabetes. A cada
alternativa é atribuído um escore de 1 a 4, sendo aceita somente uma resposta.
5.4.6 Nível de atividade Física – IPAQ
O instrumento utilizado para avaliar o nível de atividade física dos idosos foi o
IPAQ (Anexo C) o qual permite estimar o tempo gasto na realização de atividades
físicas de intensidade moderada a vigorosa e em diferentes contextos da vida. É um
53
índice indicado para uso quando não se necessita detalhamento das atividades físicas
realizadas pelo indivíduo.
(75)
5.4.7 Qualidade de Vida – WHOQOL-Bref
Para avaliar a QV foi utilizado o WHOQOL-Bref (Anexo D), que é uma versão
abreviada, com 26 questões, do WHOQOL-100, que surgiu da necessidade de
instrumentos de rápida aplicação para avaliar a QV, desenvolvido pelo World Health
Organization Quality of Life Group (WHOQOL Group). Mede a QV de uma
perspectiva transcultural, englobando aspectos relativos aos domínios físico,
psicológico, relações sociais e ambiente. O instrumento não possui um ponto de corte,
entretanto quanto mais alto seu escore, melhor é a Qualidade de Vida.
(62,72)
5.5 LOGÍSTICA
5.5.1 Rotina de coleta dos dados
Nesse estudo, foi realizado um inquérito populacional em uma amostra
representativa de 1078 idosos do município de Porto Alegre.
Na primeira fase do estudo, os idosos foram entrevistados em suas residências,
por uma equipe treinada do serviço social da PUCRS, nos períodos de dezembro de
2005 a janeiro de 2006, e de maio a julho de 2006, através de um questionário
específico (Anexo E). Os entrevistados foram informados dos objetivos do projeto e
assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo F), em duas vias,
sendo que uma via ficou com os pesquisadores e a outra com os idosos.
54
Depois da entrevista, os idosos foram convidados a participar de uma avaliação
transdisciplinar, realizada em uma área física destinada somente à coleta dos dados
(Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física da Faculdade de Educação
Física e Ciências do Desporto da PUCRS - LAPAFI), com a finalidade de garantir as
melhores condições ambientais para os idosos.
Uma segunda etapa de avaliação foi realizada na Universidade por um grupo de
profissionais multidisciplinar, na qual compareceram 483 idosos da amostra inicial,
sendo para a análise deste estudo 396 idosos. A perda amostral foi provavelmente
aleatória, tendo o grupo de idosos avaliados características demográficas,
socioeconômicas e de saúde semelhantes aos não avaliados, exceto por um
comparecimento discretamente menor dos idosos mais velhos e dos que não tinham
rendimento próprio.
A coleta de dados dessa segunda fase foi realizada nos meses de janeiro, abril,
maio e setembro de 2006. Os idosos que aceitaram participar foram transportados em
casa, em veículo cedido pela Prefeitura de Porto Alegre. Inicialmente, foram feitas uma
descrição oral e uma explicação do propósito, bem como dos procedimentos. Foram
assegurados os direitos legais dos idosos que participaram, sem comprometimento da
sua integridade física e mental.
Todos os idosos eram identificados com um crachá contendo nome e um
número. Em seguida, eram encaminhados para a coleta de sangue venoso. Após a coleta
da manhã, era distribuído um lanche a todos os idosos que estavam em jejum. A
distribuição dos idosos nas estações de trabalho (enfermagem, psicologia, nutrição,
farmácia, fisioterapia, geriatria, educação física e arquitetura) se dava de acordo com a
seqüência numérica, com tempo limitado em 25 minutos. Ao final das entrevistas, os
idosos eram novamente transportados para suas residências.
55
5.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram armazenados em uma planilha Excel e analisados através de
estatística descritiva e analítica.
As análises foram realizadas no programa SPSS (Statistical Package for the
Social Sciences) versão 17.
Para verificar a influência do gênero nos valores médios das variáveis
mensuradas, utilizou-se o teste t de Student para amostras independentes (p≤0,05).
Para verificação da influência das variáveis nas pressões ventilatórias máximas
mensuradas, utilizou-se o teste ANOVA Oneway (p≤0,05) com Bonferroni post hoc
test, para grupos com distribuição paramétrica, ou Kruskal-Wallis (p≤0,05) com Dunn
post hoc test, para conjunto de dados com distribuição não-paramétrica.
Adotou-se um nível de significância de 5% (p≤0,05).
As relações entre as variáveis foram verificadas, utilizando-se o procedimento
estatístico de correlação de Pearson (p≤0,05), quando as amostras apresentaram
distribuição paramétrica, ou Spearman (p≤0,05), quando o conjunto de dados
apresentou distribuição não-paramétrica.
5.7 ASPECTOS ÉTICOS
A realização do Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre
(EMIPOA) foi efetuada após a aprovação da Comissão Científica do Instituto de
Geriatria e Gerontologia da PUCRS e do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS.
Os voluntários da pesquisa assinaram Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Anexo G).
56
A pesquisa foi conduzida dentro das normas da Resolução 196/1996 do
Conselho Nacional de Saúde/MS sob número de aprovação 1066/05-CEP, em 07 de
novembro de 2005 (Anexo H) com o título “Estudo Multidimensional Comparativo de
10 anos: 1995-2005”.
57
6 RESULTADOS
A análise dos resultados foi realizada por agrupamento dos valores de PIM e
PEM com as variáveis analisadas.
A influência dos dados demográficos e sócio-econômicos em relação a PIM e
PEM podem ser observados na Tabela 1. Os valores obtidos para a população idosa
estudada foram PIM=62,1±28cmH
2
O e PEM 83,8±35,9 cmH
2
O.
Tabela 1 Variação da PIM e PEM pelos dados demográficos e sócio econômicos e
valor de PIM e PEM obtidos de uma amostra de idosos da cidade de Porto Alegre.
PIM PEM Variável n
média ±
±±
±dp
p
média ±
±±
±dp
p
Fem 262
54,5 ±23,7
69,7 ±25,5
Sexo
Masc 134
76,9 ±29,9
<0,001
111,2 ±37,4
<0,001
60-69 156
68,2 ±28,9
91,9 ±36,5
70-79 128
58,4 ±27,5
76,2 ±33,7
Faixa etária
80 ou + 43
54,8 ±22,2
0,002
74,7 ±33,1
<0,001
Branca/amarela 275
62,4 ±28,5
83 ±36,3
Cor/ Raça
Parda/negra 52
63,5 ±25
0,802
86,2 ±33,3
0,547
1° grau incompl 224
59,7 ±25,9
79,3 ±33,1
1° grau compl 45
65 ±29,9
90,1 ±37,2
Escolaridade
2° grau compl 57
72,2 ±32,7
0,008
94 ±42,2
0,008
Até 1 sal. mín 113
54,5 ±24,6
75 ±27,7
Até 3 sal. mín 107
60,9 ±26,5
80,6 ±36,1
Renda
+ de 3 sal. mín 101
71,7 ±30
<0,001
93,6 ±40,3
<0,001
TOTAL*
396
62,1 ±28
-
83,8 ±35,9
-
n=amostra; PIM=pressão inspiratória máxima; PEM=pressão expiratória máxima;
dp=desvio padrão; p=nível de significância; sal. mín=salário mínimo. P= ANOVA
*P= Teste t de Student.
Os idosos do sexo masculino apresentaram valores de PIM e PEM superiores
aos valores da população idosa feminina, com diferença estatisticamente significativa
(PIM=76,9±29,9cmH
2
O contra 54,5±23,7 cmH
2
O; p<0,001 e PEM= 111,2±37,4cmH
2
O
58
contra 69,7±25,5 cmH
2
O; p<0,001). Para faixa etária, os valores se apresentaram de
forma inversa a idade, tanto PIM quanto PEM diminuem à medida que a idade aumenta.
Não houve diferença estatisticamente significativa em relação a cor/raça
(PIM=62,4±28,5cmH
2
O para branca/amarela e PEM=63,5±25cmH
2
O para parda/negra;
p=0,802 e PIM=83±36,3cmH
2
O para branca/amarela PEM=86,2±33,3cmH
2
O para
parda/negra; p=0547).
Escolaridade e renda tiveram diferença estatisticamente significativa sobre os
valores das pressões ventilatórias máximas. A escolaridade mostrou que quanto maior o
número de os anos de estudo, maiores serão os valores da manovacuometria (p=0,008),
e demonstrou que quanto menor a renda, memores serão os valores de PIM e PEM
(p<0,001).
Os resultados referentes à saúde do idoso podem ser observados na Tabela 2.
Segundo a auto percepção de saúde do idoso e a prática de atividades físicas, quanto
melhor ele se avalia e mais pratica atividades físicas, melhores são os valores da
manovacuometria, com diferença estatisticamente significativa. Porém, foi observado
uma redução nos valores de PIM e PEM quando o idoso refere praticar atividade física
mais de 3 vezes por semana.
Quando relacionado com o número de internações no último ano, as medidas
não tiveram diferença se o idoso internou ou não.
Se comparado com o relato de doenças, os valores de PIM e PEM não foram
significativos para HAS, pneumonias, fraturas de costelas. para problemas de coluna
e DM, os valores de PIM não foram significativos, porém a PEM demonstrou diferença
nessas duas variáveis (p=0,090 e p=0,015 respectivamente). Na variável relato de
bronquite, a PIM teve diferença significativa (p=0,032) e a PEM não se relacionou com
mudança de valores (p=0,535).
59
As variáveis reumatismo, cardiopatias e osteoporose tiveram diferença
significativa em PIM e PEM, onde os valores foram maiores quando os idosos não
referiram essas doenças.
Tabela 2. Comparação dos valores de PIM e PEM em relação à saúde geral de uma
amostra de idosos da cidade de Porto Alegre.
PIM PEM
Variável n
média±
±±
±dp
p
média±
±±
±dp
p
Boa/ ótima 143
70,9 ±30,4
91,7 ±39,2
Regular 152
58 ±24,9
79,1 ±31,9
Auto percepção
de saúde
Má/ péssima 32
47 ±18,1
<0,001
67,9 ±29,3
<0,001
Não 204
58 ±26,4
78,6 ±32,8
1-3X / sem 61
71,7 ±30,1
91,2 ±41,7
Prática de
atividade física
+ de 3X / sem 60
69 ±28,4
<0,001
93 ±36,9
0,004
Sim 53
65,5 ±30,9
84,2 ±37,8
Internações no
último ano
Não 272
61,9 ±27,5
0,391
83,4 ±35,5
0,883
Sim 119
57,9 ±25,9
78,4 ±32,7
Relato de
reumatismo
Não 201
64,7 ±29
0,035
86 ±37,4
0,066
Sim 68
56,1 ±22,7
80,9 ±32,3
Relato de
bronquite
Não 251
64,3 ±29
0,032
84 ±36,6
0,535
Sim 167
62,9 ±27,3
80,5 ±33
Relato de HAS
Não 153
62,3 ±28,6
0,842
86,5 ±38,4
0,135
Sim 136
61,3 ±26,5
79,6 ±32,2
Relato de
problemas na
coluna
Não 189
63,6 ±29,1
0,473
86,5 ±38,1
0,090
Sim 20
58,9 ±26,4
74 ±34,9
Relato de
pneumonia
Não 305
62,9 ±28,1
0,540
84,2 ±35,9
0,218
Sim 91
57,9 ±28,2
76,1 ±31,2
Relato de
cardiopatias
Não 228
64,2 ±27,9
0,071
86,1 ±37,4
0,025
Sim 81
55,3 ±24,5
70,8 ±26
Relato de
osteoporose
Não 214
65,5 ±29,2
0,006
88,5 ±38,4
<0,001
Sim 6
63 ±38,4
80,2 ±39,9
Relato de fraturas
costelas
Não 321
62,6 ±27,8
0,971
83,5 ±35,8
0,819
Sim 72
58,3 ±23,9
74,1 ±30,5
Diabetes mellitus
Não 247
63,4 ±29,1
0,170
85,8 ±37
0,015
Normal 112
60,5 ±27
81,5 ±35,6
Sobrepeso 150
64,9 ±30,1
86,8 ±38,2
Classificação do
IMC
Obesidade 122
60 ±26,9
0,279
82,2 ±34,2
0,430
n=amostra; PIM=pressão inspiratória máxima; PEM= pressão expiratória máxima;
dp=desvio padrão; p=nível de significância; HAS=hipertensão arterial sistêmica;
IMC=índice de massa corporal; X/sem=vezes por semana. P= ANOVA.
60
Referente ao IMC, não foi encontrada diferença significativa entre as
subdivisões de peso, nem para PIM e nem para PEM (p=0,279 e p=0,430
respectivamente).
A necessidade de auxílio para atividades habituais e motivação para o auto
cuidado estão relacionadas com a PIM e PEM na Tabela 3.
As atividades habituais analisadas sobre auxílio em sua realização foram
atividades de casa, tomar remédios, higiene, alimentar-se e movimentar-se. Se o idoso
teve necessidade de auxílio nas atividades de casa ou algumas das citadas, suas medidas
de PIM e PEM tiveram diferença significativa (p=0,006; p=0,024 e p=0,003; p= 0,036
respectivamente), se comparado a necessidade de auxílio para higiene, alimentar-se e
movimentar-se, não houve relação significativa com os valores da manovacuometria.
Sobre a variável tomar remédios, a PIM foi maior para aqueles que não necessitam
auxílio com diferença significativa (p=0,051), para a PEM não houve diferença.
Em relação ao auto cuidado, medida pelo ECDAC e dividido em comportamento
positivo, déficit moderado ou déficit severo, as medidas de PIM e PEM não mostraram
diferença significativa em seus valores, independente da motivação do idoso para seu
auto cuidado.
Para o escore do IB houve diferença significativa nas pressões ventilatórias
máximas, sendo que estas diminuem na medida que a independência vai sendo perdida
pelo idoso. Seguindo a classificação do IPAQ, o nível de atividade física não altera os
valores de PIM nem de PEM.
Na Tabela 4 estão definidas as variáveis antropométricas que influenciam nas
pressões máximas pulmonares. Correlacionando a PIM e PEM com peso, altura, RCQ,
IB, e teste do alcance, encontramos uma relação diretamente proporcional, onde as
pressões aumentam na proporção que as variáveis também aumentam.
61
Tabela 3. Necessidade de auxílio para atividades habituais e motivação para o auto
cuidado, relacionadas com os valores obtidos de PIM e PEM, de uma amostra de idosos
da cidade de Porto Alegre.
PIM PEM
Variáveis
m ±
±±
±dp
p
m ±
±±
±dp
p
Sim
54,9 ±26,9
75,2 ±34,8
Atividades da casa
Não
65 ±28,1
0,006
85,9 ±36,1
0,024
Sim
50,7 ±19,7
72 ±23,8
Tomar remédios
Não
36,3 ±28,2
0,051
84 ±36,3
0,149
Sim
48 ±28,5
67,4 ±30,9
Higiene
Não
63 ±28
0,136
83,9 ±35,9
0,198
Sim
47,7 ±18
68,1 ±22,6
Alimentar-se
Não
62,9 ±28,1
0,156
83,8 ±36
0,253
Sim
55 ±26,4
71,4 ±31,1
Movimentar-se
Não
63 ±28,1
0,300
84 ±36
0,196
Sim
55 ±26,2
76,6 ±33,8
Necessita de auxílio para
Alguma das acima
Não
65,3 ±28,2
0,003
86 ±36,3
0,036
Comportamento Positivo
65,9 ±27,6
87,8 ±36,2
Déficit moderado
60,5 ±27,8
79,9 ±34,8
ECDAC
Déficit severo
59,7 ±35,9
0,244
87,6 ±44,1
0,154
Independente
66,4 ±29,9
89,4 ±37,9
Dep. Leve
56 ±22,6
74,1 ±26,8
Dep. Moderada
53 ±22,3
67,9 ±30,9
Índice de Barthel
Dep. Severa
25 ±5,6
0,002
35 ±5,6
<0,001
Muito ativo/ativo
60,6 ±31,1
90,2 ±40,3
Insuficiente ativo
61,3 ±27,2
81,5 ±35,1
IPAQ
Sedentário
68,4 ±38
0,494
95,6 ±47,4
0,094
n=amostra; PIM=pressão inspiratória máxima; PEM= pressão expiratória máxima;
m=média; dp=desvio padrão; p=nível de significância; ECDAC= Escala de Capacidade
de Auto Cuidado; IPAQ=Questionário Internacional de Nível de Atividade Física. P=
ANOVA.
62
A idade e o TUG tiveram uma relação inversamente proporcional às pressões,
onde o aumento das variáveis leva a uma diminuição das pressões.
Referente ao IMC e ECADC, não houve relação destas variáveis com as
pressões ventilatórias máximas.
Tabela 4. Variação das pressões ventilatórias máximas em comparação com os dados
antropométricos, independência funcional, auto cuidado e capacidade funcional, de uma
amostra de idosos da cidade de Porto Alegre.
Variáveis PIM
PEM
r p
r p
Idade -0,199
<0,001
-0,216
<0,001
Peso 0,213
<0,001
0,292
<0,001
Altura 0,383
<0,001
0,495
<0,001
RCQ 0,175
0,001
0,303
<0,001
IMC 0,038
0,456
0,029
0,567
Índice de Barthel 0,182
0,001
0,192
0,001
ECDAC 0,074
0,192
0,055
0,335
TUG -0,261
<0,001
-0,253
<0,001
Teste do Alcance 0,182
<0,001
0,279
<0,001
PIM= pressão inspiratória máxima; PEM= pressão expiratória máxima; r= coeficiente
de correlação; p=nível de significância; RCQ=relação cintura quadril; ECDAC= Escala
de Capacidade de Auto Cuidado; TUG=Timed Up and Go test. P= teste de correlação
de Pearson.
No que diz respeito à QV, segundo o WHOQOL, o único domínio que não tem
relação com as pressões ventilatórias máximas é o domínio 3 que diz respeito às
relações pessoais. Nas outras questões e domínios, a PIM e PEM mantêm uma relação
diretamente proporcional às seguintes variáveis: auto-avaliação de QV, satisfação com a
saúde, domínio físico, domínio psicológico, domínio meio ambiente e escore total
(Tabela 5).
63
Tabela 5. Influência da qualidade de vida nos valores de PIM e PEM de uma amostra
de idosos da cidade de Porto Alegre.
Domínios PIM PEM
r p r p
Questão 1 – QV
Questão 2 - Saúde
Geral
Domínio 1 - Físico
Domínio 2 - Psicológico
Domínio 3 – Relações Pessoais
Domínio 4 – Meio ambiente
0,218
0,211
0,245
0,286
0,162
0,070
0,217
<0,001
<0,001
<0,001
<0,001
0,006
0,229
<0,001
0,155
0,146
0,172
0,239
0,147
0,091
0,183
0,007
0,010
0,003
<0,001
0,012
0,118
0,002
TOTAL 0,249
<0,001
0,202
0,001
PIM= pressão inspiratória máxima; PEM= pressão expiratória máxima; r= coeficiente
de correlação; p=nível de significância; QV=qualidade de vida. P= teste de correlação
de Pearson.
64
7 DISCUSSÃO
O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de construir pontos de
referência que auxiliem na compreensão da função pulmonar dos idosos através da
mensuração das pressões ventilatórias máximas, identificando e analisando que fatores
geram maior influência sobre a PIM e PEM nessa população.
Na intenção de melhorar a capacidade funcional dos idosos, é que se fazem
necessárias a correta avaliação e identificação dos fatores que causam prejuízo nos
diversos domínios da saúde do idoso, para melhor prevenir e tratar as possíveis
alterações e manifestações de desabilidade dessa população.
É sabido que o envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, que gera
alterações influenciadas por fatores externos de maneira positiva ou negativa. Esses
fatores externos negativos, como fumo, sedentarismo, exposição ocupacional, entre
outros, influenciam na capacidade pulmonar e no organismo do idoso como um todo.
As DCNT causam limitações nas atividades habituais e muitas vezes tornam o
idoso dependente de auxílio e fazendo com que ele sofra a diminuição progressiva de
sua capacidade funcional.
Um sistema importante na manutenção da capacidade funcional é o sistema
respiratório, que é afetado tanto pelas alterações pulmonares da senescência, quanto
pela alteração de outros sistemas, como no músculo-esquelético e cardiocirculatório.
Para avaliar a condição do SR empregamos a manovacuometria para mensurar as forças
da musculatura ventilatória através da medida da PIM e PEM.
As variáveis levantadas por este estudo mostram que essas pressões sofrem
influência direta de diferentes fatores.
65
Os valores obtidos para PIM e PEM na população idosa estudada foram
respectivamente 62,1±28cmH
2
O e 83,8±35,9cmH
2
O. Esses valores foram menores dos
encontrados no estudo realizado por Neder et al,
(76)
em 1999, no qual propuseram uma
tabela de referência para valores de PIM e PEM para a população brasileira e que é
usada atualmente como referência nacional. Porém no estudo de Gonçalves et al,
(45)
de
2006, os valores encontrados também foram abaixo dos encontrados por Neder et al,
(76)
sugerindo que tal resultado pode estar relacionado com a homogeneidade da amostra
coletada por eles.
(45)
Os indivíduos do sexo masculino apresentaram valores maiores, tanto de PIM
quanto de PEM, do que indivíduos do sexo feminino, este achado também foi descrito
em outros trabalhos, os quais referem que o sexo é um fator associado com os valores
de PIM e PEM.
(43,44,76-78)
Como já era esperada, a idade mostrou ser um fator inversamente proporcional a
PIM e PEM, uma vez que seu aumento faz diminuir os valores dessas pressões. É
comum na literatura esse mesmo resultado de os valores diminuírem a medida que a
idade avança.
(43-45,76-78)
Outros fatores como peso, altura, RCQ, escolaridade e renda tiveram uma
ligação diretamente proporcional com o aumento da PIM e PEM.
A escolaridade e renda sugeriram que quanto mais tempo de estudos e maior a
renda do indivíduo, melhores serão seus valores atingidos de PIM e PEM. Um fator
para esta constatação é de quem tem uma maior renda, teve uma maior alfabetização, e
por conseguinte, sua capacidade de entendimento do exame seria melhor e seu
desempenho obteria maiores valores na manovacuometria. Outro fator que essas
variáveis oferecem aos indivíduos é uma melhor capacidade de cuidado com a saúde e
uma melhor nutrição, fatores estes que influenciam positivamente a função pulmonar.
66
Na mensuração das pressões no EMIPOA, os indivíduos não foram treinados por
um tempo adequado antes da obtenção dos valores finais de PIM e PEM. O
entendimento da manovacuometria é necessário para obtermos valores adequados, bem
como a compreensão do teste pelo indivíduo. Nesta coleta, os participantes apenas
realizaram a manovacuometria, sem um período de adaptação e treinamento do teste.
Esta atitude, pode ser a responsável pelos valores obtidos estarem abaixo dos obtidos
por Neder et al
(76)
em seu estudo.
Peso e altura demonstraram ter relação com os valores das pressões ventilatórias
máximas neste estudo, concordando com os achados descritos por Neder et al
(76)
e por
Santana et al.
(79)
Apesar do peso e altura serem proporcionais às pressões, o IMC mostrou não ter
ligação com os valores da manovacuometria. Neder et al,
(76)
relatou em seu estudo uma
estreita ligação apenas entre IMC e PIM.
Segundo Neder et al, a PIM e PEM estão associadas com a idade e variáveis
antropométricas de forma que explicam 56% da variabilidade dos valores dessas
pressões.
(76)
Outros fatores que não modificam as pressões no presente estudo foram raça/cor,
HAS, fraturas de costelas, hospitalizações no último ano, pneumonias, necessidade de
auxílio para higiene, alimentar-se e movimentar-se.
A escala ECDAC não mostrou influência nas pressões, e não foram encontrados
trabalhos que relacionassem a escala com a medida de PIM e PEM.
O IB, TUG e teste de alcance funcional apresentaram uma relação diretamente
proporcional com as pressões ventilatórias máximas.
Em relação à prática de atividades físicas, a freqüência semanal influencia
positivamente nas pressões, embora quando relacionadas com o IPAQ, a relação não se
67
manteve. No estudo de Gonçalves et al
(45)
a prática de atividades físicas teve relação
com o incremento da força muscular ventilatória.
Algumas variáveis mostraram influenciar apenas a PIM, estas foram relato de
bronquite e a necessidade de auxílio para tomar remédios, enquanto DM e relato de
problemas na coluna tiveram relação com alterações de PEM.
Relato de cardiopatias, osteoporose, reumatismo, necessidade de auxílio das
atividades da casa ou alguma outra atividade habitual influenciou as duas pressões
máximas.
No que se refere à QV, os resultados do WHOQOL influenciam nos valores de
PIM e PEM em todos os domínios, somente no domínio 3 que se refere às relações
pessoais, essa relação não se faz presente.
Não foram encontrados estudos que relacionassem a medida da força muscular
ventilatória com a QV, IB, relato de doenças, teste do alcance funcional e necessidade
de auxílio para atividades habituais.
Alguns estudos relacionam a diminuição da força muscular ventilatória com a
diminuição da força muscular periférica, onde a força de contração do quadríceps está
relacionada com as pressões PIM e PEM.
(21,76)
Na literatura existem valores de referência para as pressões ventilatórias
máximas, que são definidos através de equações que levam em consideração a idade,
peso e até mesmo a altura. Essas variáveis podem ser as responsáveis pelos valores
descritos às vezes serem mais elevados em alguns estudos do que em outros. Na Tabela
6 estão demonstrados dois exemplos dessas equações, onde Neder et al
(76)
é a referência
para a população brasileira, e Harik-Kahn et al
(80)
é uma das referência na literatura
internacional.
68
Tabela 6. Equações de referência para cálculo de PIM e PEM na população brasileira
(Neder et al
(76)
) e outra referência internacional (Harik-khan
(80)
).
Autor Equações para cálculo de PIM e PEM
M
PIM (cmH
2
O) = -0,80 x idade + 155,3 SEE = 17,3
PEM (cmH
2
O) = -0,81 x idade + 165,3 SEE = 15,6
Neder et al,
1999
F
PIM (cmH
2
O) = - 0,49 x idade + 110,4 SEE = 9,1
PEM (cmH
2
O) = - 0,61 x idade + 115,6 SEE = 11,2
M
PIM (cmH
2
O) = 126 – 1,028 x idade + 0,343 x peso (kg) SEE = 22,4
Harik-Khan
et al,
1998
F
PIM (cmH
2
O) = 171 – 0,694 x idade + 0,861 x peso (kg) x altura (cm)
SEE = 18,5
PIM=pressão inspiratória máxima; PEM=pressão expiratória máxima; M= masculino;
F= feminino; cmH
2
O=centímetros de água; kg=quilograma; cm=centímetros; SEE=erro
padrão da estimativa
Do mesmo modo, existem autores que sugerem valores normais para PIM e
PEM, tanto na literatura internacional, quanto na nacional. Serão exemplificados nas
Tabela 7a e 7b para população brasileira, e Tabela 8a, 8b e 8c para as demais
publicações, classificados por autores e suas subdivisões por sexo, faixa etária, grupo
experimental/controle, ou etnia.
Depois de analisar as tabelas, encontramos diferenças, em todos os trabalhos,
sobre os valores da PIM e PEM pelos sexos, onde o sexo feminino apresenta menores
valores de pressões que a população masculina, independente de faixa etária, prática de
atividades físicas ou etnia.
69
Tabela 7a. Valores de referência para PIM e PEM em estudos na população brasileira.
Autor Amostra Idade PIM PEM
Grupo 1 19
20-59
91,11 ± 43,22 107,37 ± 39,59
Grupo 2 12
60-69
54,58 ± 32,37 102,08 ± 47,89
Britto et
al
(25)
2007
Grupo 3
43
12
>69
54,58 ± 33,61 87,92 ± 59,71
El Hajjal
(81)
2007
Mulheres 325 68,6
56 ± 17 62 ± 17
Homens 16
Fiore
Junior et
al
(82)
2004
Mulheres
30
14
55,9 ± 15,7
58,5 ± 27,7 73,3 ± 27,16
43
65-69
56,28 ± 6,95 59,54 ± 4,21
24
70-74
48,58 ± 7,15 62,92 ± 6,26
Mulheres
Ativas
12
75-80
47,27 ± 10,78 61,25 ± 9,87
32
65-69
40,94 ± 2,99 56,88 ± 4,19
13
70-74
38,46 ± 4,51 50,77 ± 8,97
Gonçalves
et al
(45)
2006
Mulheres
sedentárias
(Controle)
136
12
75-80
35 ± 3,58 47,5 ± 6,97
20-30
112 ± 19 149 ± 44
31-40
105 ± 24 143 ± 27
41-50
97 ± 36 136 ± 46
51-60
65 ± 23 89 ± 31
Homens 284
61-70
57 ± 24 80 ± 31
20-30
68 ± 21 88 ± 25
31-40
67 ± 19 97 ± 26
41-50
63 ± 22 80 ± 29
51-60
46 ± 19 55 ± 16
Leal et al
(68)
2007
Mulheres
495
211
61-70
38 ± 18 47 ± 20
PIM=pressão inspiratória máxima; PEM=pressão expiratória máxima
70
Tabela 7b. Valores de referência para PIM e PEM em estudos na população brasileira
(continuação).
Autor Amostra Idade PIM PEM
20-29
129,3 ± 17,6 147,3 ± 11
30-39 136,1 22
140,3 ± 21,7
40-49
115,8 ± 87 126,3 ± 18
50-59
118,1 ± 17,6 114,7 ± 6,9
60-69
100 ± 10,6 111,2 ± 10,9
Homens 50
70-80
92,8 ± 72,8 111,5 ± 21
20-29
101,6 ± 13,1 114,1 ± 14,8
30-39
91,5 ± 10,1 100,6 ± 12,1
40-49
87 ± 9,1 85,4 ± 13,6
50-59
79,3 ± 9,5 83 ± 6,2
60-69
85,3 ± 5,5 75,6 ± 10,7
Neder et
al
(76)
1999
Mulheres
100
50
70-80
72,7 ± 3,9 69,6 ± 6,7
Homens 46
48,16 ±
17,9
104,67 ± 42,66 142,28 ± 43,89
Parreira et
al
(43)
2007
Mulheres
100
54
48,72 ±
18,21
68,24 ± 29,48 80,37 ± 33,32
Vasconcelo
s et al
(23)
2007
Mulheres 39
70,4 ± 3,1 55,6 ± 21 71,3 ± 22
PIM=pressão inspiratória máxima; PEM=pressão expiratória máxima
71
Tabela 8a. Valores de PIM e PEM descritos na literatura internacional.
Autor Amostra Idade PIM PEM
Dependente 270
82,9 ± 6,84 33 ± 18 59 ± 21,5
Buchman et
al
(46)
2009
Estados
Unidos
Independente
844
574
79,5 ± 7,09 44 ± 20,2 70 ± 24,7
Homens 112
72,4 97 163
Enright et
al
(42)
1995
Estados
Unidos
Mulheres
288
176
75,2 65 107
65-69 84 188
70-74 81 179
75-79 74 161
80-84 64 142
Homens 756
>85 56 131
65-69 59 125
70-74 56 121
75-79 49 102
80-84 45 84
Enright et
al, 1994
apud
Janssens
(83)
Estados
Unidos
Mulheres 5201
>85 40 94
Normais 8
67 ± 4 91 ± 28 154 ± 37
Morroson
et al
(47)
1989
Canadá
DPOC
16
8
67 ± 8 60 ± 19 138 ± 65
Homens 48
34,7
106 ± 31 148 ± 34
Wilson et
al
(44)
1984
Inglaterra
Mulheres
135
87
36,8
72,9 ± 22 93 ± 17
Ativos 18
64,6 ± 8,8 98,3 ± 16,1 140,2 ± 20,9
M
Sedentários 18
65,2 ± 8,7 86,3 ± 18,3 112,2 ± 35,4
Ativas 18
64,8 ± 8,8 66,9 ± 23 83,9 ± 30,8
Watsford et
al
(67)
2005
Austrália
F
Sedentárias
72
18
65,2 ± 10,3 52,3 ± 19 68,7 ± 26,7
PIM= pressão inspiratória máxima; PEM=pressão expiratória máxima; M=masculino;
F=feminino
72
Tabela 8b. Valores de PIM e PEM descritos na literatura internacional (continuação).
Autor Amostra Idade PIM PEM
Homens
saudáveis
139
51,8 ± 17,3 101,2 ± 29,4
-
Mulheres
saudáveis
267
128
47,2 ± 15,6 72,4 ± 23,3
-
M 56
30,5
117,6 ± 28,8
-
F
124
68
<39,9
29,9
79,5 ± 20,4
-
M 89
46,4
107,4 ± 23,7
-
F
178
89
40-
54,9
47
73,7 ± 20,3
-
M 72
60
94,4 ± 27,3
-
F
118
46
55-
64,9
59,2
64,6 ± 17,9
-
M 95
68,9
81,9 ± 21,4
-
F
140
45
65-
74,9
69,5
55,7 ± 17,4
-
M 69
80,1
66 ± 19,4
-
Total
F
668
108
39
>74,9
80
45,5 ± 17,5
-
M 38
30,4
120,5 ± 26,9
-
F
78
40
<39,9
29,6
79,7 ± 17,6
-
M 40
46,4
111,6 ± 22,6
-
F
90
50
40-
54,9
46,9
75,8 ± 23,1
-
M 22
60,2
91,7 ± 23,4
-
F
39
17
55-
64,9
57,8
68,3 ± 20,9
-
M 24
69,3
84,1 ± 19,9
-
F
35
11
65-
74,9
67,1
60,8 ± 16,5
-
M 15
80,3
65,4 ± 19,4
-
Harik-Khan
et al
(80)
1998
Estados
Unidos
Saudáveis
F
267
25
10
>74,9
78,6
46 ± 20
-
PIM= pressão inspiratória máxima; PEM=pressão expiratória máxima; M=masculino;
F=feminino
73
Tabela 8c. Valores de PIM e PEM descritos na literatura internacional (continuação).
Autor Amostra Idade PIM PEM
M
131
40,8 ± 13,4
88,7 ± 32,5 113,4 ± 41,5
China
F
221
90
38,9 ± 11,8
53,6 ± 20,3 68,3 ± 24
M
69
37,3 ± 11,5
74 ± 22,7 94,7 ± 23,4
Malásia
F
111
42
33,4 ± 9,6 50,7 ± 18,3 63,6 ± 21,6
M
77
39,1 ± 11,5
83,7 ± 30 98,4 ± 29,2
Johan et al
(84)
1997
População
Asiática
Índia
F
452
120
43
35,1 ± 11,8
50 ± 15,2 60,7 ± 20,4
Homens 17
71,3 ± 6,9 96,9 ± 26,3 123,3 ± 27,1
McConnell e
Copestake
(85)
1999
Inglaterra
Mulheres
39
22
70,4 ± 5,2 76,3 ± 27,2 81 ± 29,9
Mulheres
ativas
27
67,5 ± 5,1 76,6 ± 25 107,7 ± 37,3
Rendas et
al
(86)
Portugal
Mulheres
sedentárias
52
25
67,6 ± 4,5 67,4 ± 20,9 87,4 ± 22,8
M
20
26
109,5 ± 27 127,5 ± 23
Grupo
1
F
40
20
20-35
23
77,5 ± 18 84 ± 15,5
M
20
39
105 ± 34 131,5 ± 34
Grupo
2
F
40
20
36-50
41
86,5 ± 21 94,5 ± 24,5
M
20
59,5
103,5 ± 21,5 129 ± 22
Grupo
3
F
40
20
51-65
57
79,5 ± 17 80,5 ± 15,5
M
20
70,5
82,5 ± 22,5 102,5 ± 32
Uldry e
Fitting
(87)
1995
Suíça
Grupo
4
F
160
40
20
66-80
7
58 ± 16 69 ± 18
PIM= pressão inspiratória máxima; PEM=pressão expiratória máxima; M=masculino;
F=feminino
Os estudos mostram que as pressões decrescem com o avançar da idade. Porém,
alguns não mantiveram este padrão, como o estudo de Britto et al
(25)
em que a PIM dos
grupos etários de 60-69 e >69 tiveram o mesmo valor; no estudo de Neder et al
(76)
os
valores de PIM para mulheres com idade de 60-69 anos foi maior que aquelas com
74
idade entre 70-80 anos, e nos homens a PEM teve pouca diferença entre as idades 60-69
e 70-80 anos; Janssens
(83)
descreveu as pressões obtidas por Enright et al em 1994, e
podemos observar que a PEM em mulheres com idade >85 anos foi maior que a
apresentada nas idades entre 80-84 anos; a PIM e PEM das mulheres de faixa etária
entre 20-35 anos do estudo de Uldry e Fitting
(87)
foi menor da apresentada pelas de
idade entre 36-50 anos, e para os homens, a PEM do grupo de idades entre 20-35 anos
foi menor que a apresentada na faixa entre 36-50 anos.
Com essa análise de valores obtidos em outros trabalhos, podemos rever os
nossos valores de PIM e PEM para a população idosa de Porto Alegre, os quais foram
62,1±28cmH
2
O e 83,8±35,9cmH
2
O para PIM e PEM respectivamente, e constatar que
nossos resultados coincidem com a maioria dos trabalhos publicados referentes a
população brasileira
(20,25,45,68,81,82)
e em três publicações internacionais.
(46,67,80)
Referente aos valores encontrados por Neder et al,
(76)
podemos salientar que a
amostra estudada por eles foi composta por indivíduos sem histórico de doenças
cardíacas, pulmonares ou neuromusculares, não houve presença de fumantes ou ex-
fumantes, indivíduos com baixo peso, sobrepeso ou obesos, o perfil racial foi
homogêneo e os grupos foram divididos por faixa etária e sexo.
(88)
As mensurações
foram realizadas todas no mesmo dia, pelo menos 3 horas depois de refeições e 12 horas
após exercícios. Foram realizadas pelo menos 5 medidas, descartadas 3 e aceitas as 2
com diferenças menores que 10% entre elas, e o maior valor selecionado.
(76)
Tal escolha da amostra possa ser a explicação para que os valores tenham sido
mais elevados que os encontrados no EMIPOA.
75
8 CONCLUSÃO
Na amostra investigada, os valores das pressões ventilatórias máximas na
população idosa de Porto Alegre, onde os valores encontrados foram 62,1±28 cmH
2
O
para PIM e 83,8 ± 35,9 cmH
2
O para a PEM.
Os resultados indicam que para a população idosa, os valores das pressões
ventilatórias máximas estão abaixo do predito para a população adulta, com diminuição
progressiva com o avançar da idade.
As pressões ventilatórias máximas se diferenciaram em relação ao sexo e idade,
sendo as mulheres e os mais idosos portadores das menores pressões.
A força muscular ventilatória sofreu a influência também das variáveis
antropométricas, escolaridade, renda, nível de independência, nível de atividade física,
QV e capacidade funcional.
Não se observou associação entre as pressões ventilatórias máximas e raça/cor,
IMC, HAS, fraturas de costela, relato de doenças ou hospitalizações ou necessidade de
auxílio em atividades habituais.
76
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação da PIM e PEM depende de alguns fatores como a compreensão e
colaboração do indivíduo, levando isso em consideração, é possível que os valores
encontrados tenham sido baixos pela não compreensão do exame pelos sujeitos da
pesquisa, podendo ser de maior confiabilidade os valores de testes realizados após um
treinamento com o indivíduo.
Por ser uma avaliação da função pulmonar, sugere-se que para estudos futuros
seja empregada além da manovacuometria, a espirometria para avaliar os volumes
pulmonares e a cirtometria de tórax para avaliar a amplitude torácica durante o ciclo
ventilatório, com o objetivo de obter mais dados sobre a função pulmonar na população
idosa brasileira.
Outra variável que pode ser de grande utilidade é a mensuração da força
muscular periférica e da nutrição do idoso em associação com as provas de função
pulmonar, para fornecer maiores dados para a elaboração de programas de tratamento,
reabilitação e prevenção de distúrbios que interferem na QV da população idosa.
77
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84
ANEXOS
85
ANEXO A – ÍNDICE DE BARTHEL MODIFICADO
86
ANEXO B – ECDAC – ESCALA PARA DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA
DO DIABÉTICO PARA O AUTO CUIDADO – Subescala III – Capacidades
Motivacionais, Emocionais para o Auto Cuidado.
87
Anexo C – IPAQ
88
89
90
ANEXO D – WHOQOL-BREF
91
92
ANEXO E – QUESTIONÁRIO DO PROJETO IDOSOS DE PORTO ALEGRE
93
94
95
96
97
98
99
100
101
ANEXO F TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO
INQUÉRITO DOMICILIAR
Idosos de Porto Alegre: Estudo Multidimensional Comparativo de 10 anos (1995
2005)
Justificativa e objetivos: Estamos desenvolvendo um estudo Multidimensional
do idoso de Porto Alegre Estudo Comparativo de dez anos (1995-2005), que tem
como objetivo avaliar aspectos bio-psico-sociais de uma amostra de idosos de ambos os
sexos residentes em Porto Alegre e relacioná-los a resultados encontrados em um estudo
de políticas específicas para os idosos especialmente relacionadas à saúde, que sejam
adequadas as suas necessidades.
Procedimento: A avaliação proposta consiste em uma entrevista que será feita
com o senhor (a) que não deve lhe causar constrangimento, para identificar questões
relacionadas às suas condições de saúde, sociais e econômicas. Os dados obtidos nas
entrevistas são de responsabilidade dos pesquisadores envolvidos e do Instituto de
Geriatria e Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Declaro que fui esclarecido:
 Sobre os procedimentos médicos e outros assuntos relacionados à pesquisa;
 Quanto à possibilidade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de
participar do estudo sem que isso me traga qualquer prejuízo;
Que não serei identificado (a) nominalmente e do caráter confidencial das
informações relacionadas à minha privacidade;
Que fui esclarecido sobre os objetivos da pesquisa acima mencionada de maneira
clara e detalhada;
 Que sanei minhas dúvidas e que em qualquer momento poderei solicitar novas
informações, fazer perguntas sobre os meus direitos como participante deste estudo e, se
me sentir prejudicado(a), posso entrar em contato com o Dr. Antônio Carlos Araújo de
Souza (Coordenador Geral da pesquisa) no telefone 3336.8153.
Tendo em vista os itens acima apresentados, eu________________________________,
de forma livre e esclarecida, manifesto meu interesse em participar da pesquisa e
declaro que recebi cópia do presente Termo de Consentimento.
________________________________ ______________________________
Assinatura de Entrevistado Assinatura do Entrevistador
Porto Alegre, ______________________ de 2005.
102
ANEXO G - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Estudo Multidimensional do Idoso de Porto Alegre - Fase II
Justificativa e Objetivos: Estamos desenvolvendo uma pesquisa chamada
Estudo Multidimensional do Idoso de Porto Alegre que tem como objetivo avaliar
aspectos bio-psico-sociais de idosos de ambos os sexos residentes em Porto Alegre.
Procedimento: A avaliação proposta consiste em um exame físico realizado por
geriatras, onde será verificada a pressão arterial, realizado um eletrocardiograma e um
exame para avaliar a massa óssea que será feito no pé direito.
O voluntário também participará de outras avaliações que tem como objetivo
determinar a capacidade de levantar de uma cadeira, de caminhar por poucos metros e
voltar a sentar.
Outro teste consiste em avaliar o equilíbrio, devendo para isto encostar-se de
lado em uma parede e com os pés levemente afastados inclinar o braço direito esticado
para frente.
A força de preensão da mão, fundamental para segurar objetos e segurar-se
quando for cair será avaliada apertando um aparelho medidor de força com a mão que
será complementado pela avaliação do músculo feito por um aparelho parecido com um
eletrocardiograma.
Um teste para avaliar a capacidade do pulmão para inspirar e expirar será feito
através de um aparelho onde deverá assoprar por um pequeno tubo ligado ao aparelho.
Na hora de assoprar, para que parte do ar não saia pelo nariz, precisamos apertar o nariz
com os dedos ou de outra forma que não seja desconfortável.
Também será feita uma avaliação postural onde você ficará de com os pés
afastados naturalmente e posicionado atrás um equipamento parecido com uma tela
sobre uma base giratória sem o perigo de cair. Serão tiradas fotos de costas e de lado.
Para medir o quanto de gordura tem o corpo do voluntário, a altura e demais
medidas corporais utilizando os seguintes equipamentos uma balança, um papel
milimetrado colado a uma parece onde será fotografado para posteriormente obter todas
as medidas necessárias, A medida da gordura corporal deverá ser estimada pela medida
de dobras de pele em alguns pontos do corpo e por um aparelho semelhante ao um
volante em que o voluntário segura com as mãos. Para a medida da altura, cintura e
quadril será utilizada uma fita métrica (estadiômetro).
Todas estas medidas serão realizadas tomando-se o máximo cuidado de não
constranger o voluntário.
A avaliação da memória e capacidade de pensar será feita por um questionário
onde o voluntário descreve sua capacidade para lembrar nomes, números de telefone,
notícias, onde guarda objetos e de realizar cálculos. O teste fluência verbal avalia à
habilidade de produzir fala espontânea.
A parte nutricional será avaliada por meio de duas entrevistas diretas com o
voluntário, uma que o mesmo contará exatamente o quer comeu e bebeu no dia anterior
e a outra será para conhecer o que o voluntário costuma ingerir em cada refeição, a
quantidade, como são preparados os alimentos e bebidas consumidas.
A avaliação farmacêutica é composta por um questionário sobre quais os
medicamentos utilizados, a forma de uso e se ocorre algum efeito colateral.
Faremos uma coleta de sangue para avaliar açúcar no sangue, níveis de
colesterol. Como não dispomos no momento de recursos, uma parte do sangue será
guardado para posteriormente ser analisado. Da mesma forma estudos de genes para
doenças poderão ser pesquisados neste material.
103
Para isto precisaremos da sua autorização, assim como precisamos saber se o
Senhor (a) tem interesse de saber dos resultados quando tivermos. A identificação deste
sangue coletado ficará sob a guarda do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS.
Qualquer tipo de avaliação deste material será possível mediante a
autorização expressa do Comitê de Ética da PUCRS.
O voluntário será avaliado por meio de perguntas em relação à capacidade de
estar independente, seu auto cuidado, a qualidade de vida, sobre a vacinação e o uso de
preservativo nas relações sexuais. O voluntário terá a liberdade de responder ou não as
perguntas.
Os dados obtidos nas entrevistas são de responsabilidade dos pesquisadores
envolvidos e a Pontifícia Universidade Católica do RS.
Fui igualmente informada/o:
da garantia de receber resposta a qualquer esclarecimento acerca dos
procedimentos e outros assuntos relacionados à pesquisa;
da liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de
participar do estudo sem que isto traga prejuízo ao cuidado e tratamento no
serviço de saúde;
da segurança de que não serei identificada/o e o caráter confidencial das
informações relacionadas a minha privacidade;
de que se existirem gastos para a minha participação estes serão absorvidos pelo
orçamento da pesquisa.
Eu, _________________________________ fui informado (a) dos objetivos da
pesquisa acima de maneira clara e detalhada. Esclareci minhas dúvidas. Sei que em
qualquer momento poderei solicitar novas informações.
Para qualquer pergunta sobre os meus direitos como participante deste estudo ou
se penso que fui prejudicado pela minha participação ou ainda, se quiser fazer novas
perguntas sobre este estudo, posso chamar Dr. Antonio Carlos Araújo de Souza
(pesquisador responsável) no telefone (51) 3336 -8153 ou o Comitê de Ética e Pesquisa
da PUCRS pelo telefone: (51) 3320 - 3345.
Declaro que recebi cópia do presente Termo de Compromisso.
________________________ ______________________ ____________
Assinatura do Paciente Nome Data
___________________________ __________________________ ______________
Assinatura do Pesquisador Nome Data
Este formulário foi lido para _________________________________ (nome do paciente) em
____/____/______ pelo ________________________ (nome do pesquisador) enquanto eu
estava presente.
__________________________ ___________________________ _____________
Assinatura da testemunha Nome Data
104
ANEXO H - APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
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