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A colocação dos eletrodos foi semelhante à utilizada na maioria dos estudos (BASTA,
TODT e ERNST, 2005; HUANG, SU e CHENG, 2005; MUROFUSHI, MATSUZAKI e WU,
1999; SAKAKURA et al., 2005) e, durante a captação do potencial, o paciente deveria manter
contração tônica do músculo em torno de 60 a 80 µV, para que não existissem interferências
no parâmetro amplitude (AKIN et al., 2004).
Para o registro do potencial, foram utilizadas janelas de 50 ms, apesar de a literatura
difundir tempo de janelas de 100 ms. Além de a janela utilizada apresentar tempo suficiente
para englobar todas as respostas, visto que é um potencial de média latência, melhora a
exatidão da mensuração das nos traçados (ALMEIDA, 1999).
Na captação do VEMP, como o eletrodo inversor foi posicionado no músculo ECM,
considerou-se o primeiro pico como positivo (p), uma vez que configura a descontração do
músculo (potencial negativo), como resultado do reflexo vestíbulo-cervical (HALL, 2006).
Assim, apesar de existir grande variação na nomenclatura das ondas do VEMP, as mesmas
foram designadas como p13 e n23 (COLEBATCH, HALMAGYI e SKUSE, 1994; HALL,
2006; WELGAMPOLA e COLEBATCH, 2005).
Nesse estudo, optou-se por analisar apenas o primeiro complexo de ondas p13/n23,
uma vez que a componente p34/n44 nem sempre aparece em sujeitos normais e são mais bem
estimuladas por meio da captação contralateral (WANG e YOUNG, 2004).
Nesse estudo, não foram verificadas diferenças significativas nos parâmetros do
VEMP, entre os gêneros, para estímulos tone-bursts de 500 Hz, concordando com BASTA,
TODT e ERNEST (2005), que verificou valores médios de latência de p13 e n23, no gênero
feminino, iguais a 16,3 ± 2,3/23,9 ± 2,0 ms e, no masculino, iguais a 15,9 ± 1,9/23,6 ± 2,4 ms,
em que os valores de p13 são maiores que nosso estudo, enquanto os relacionados à onda n23
são menores.
BRANTBERG e FRANSSON (2001) verificaram que existem menores latências de
p13, em média de 0,73 ms, nas mulheres, quando comparadas aos homens, o que foi
observado no presente estudo (média de 0,41 ms para frequências de 500, 1.000 e 2.000 Hz),
com exceção da frequência de 250 Hz.
Para estímulos na frequência de 1.000 Hz, foram verificadas diferenças significativas
entre homens e mulheres para latências e amplitudes de n23 e latências e amplitudes inter-
pico, com exceção da latência e amplitude de p13. Observou-se, em estudo anterior (FELIPE,
SANTOS e GONÇALVES, 2008), que apenas o parâmetro amplitude apresentou-se diferente
entre os gêneros, com semelhança para as latências.