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não cedem sua energia, apenas mudam sua direção, e as interações inelásticas,
que são as mais interessantes para o estudo desenvolvido neste trabalho. Estas se
caracterizam pela perda total ou de parte da energia dos EP no momento da colisão.
Esta energia transmitida aos elétrons é que possibilita a emissão de elétrons
característicos, retroespalhados (ERE) e elétrons secundários (ES), os quais são
responsáveis pelos dados composicionais e topográficos de cada amostra. A técnica
de MEV se responsabiliza por informações voltadas para a topografia de um dado
material. Quando EP interagem com os elétrons das camadas mais externas do
material, estes absorvem energia e conseguem vencer a barreira de potencial que
os prendem aos átomos do material, então são atraídos para um detector acoplado
ao equipamento. Geralmente, quase a totalidade dos ES é originária das camadas
mais externas dos átomos superficiais do material. Porém, não são somente os
elétrons da superfície dos materiais analisados os responsáveis pela formação das
imagens micrográficas, há também a contribuição de elétrons das camadas mais
internas que podem se configurar ES, porém este fato é bastante raro de ocorrer,
pois quanto mais distante da superfície, maior deverá ser a quantidade de energia
transportada pelo elétron para vencer os choques com outras espécies ao longo do
caminho, bem como a barreira de potencial para escapar da amostra.
Com o auxílio de um detector de energia dispersiva por raios X (EDX) é
possível uma análise composicional das amostras, identificando os elementos
químicos envolvidos na síntese de cada material. Esta técnica contribui com
informações indispensáveis na caracterização de Fases Intermetálicas Ordenadas,
uma vez que a comprovação da estequiometria remete à eficácia no processo de
formação do material inicialmente pretendido. O detector de EDX tem a função de
acolher elétrons portadores de energia característica correspondente a cada
elemento químico componente de cada material analisado. Quando elétrons, na sua
grande maioria, das camadas mais internas dos átomos superficiais, absorvem certa
quantidade discreta de energia, eles saltam dos estados energéticos em que se
encontram e conseguem se locomover pelo interior da amostra, vencendo a barreira
de potencial que os ligam aos átomos. Nesse processo alguns fenômenos podem
ocorrer. Um deles é a liberação de elétrons do tipo Auger, que ocorre quando
elétrons tornam-se instáveis devido à presença de vacâncias (neste caso, deixadas
por elétrons que colidiram com EP) e saltam para níveis energéticos mais baixos,
liberando parte de sua energia. Esta energia liberada é absorvida por outro elétron