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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para
tilápia do Nilo
ELTON LIMA SANTOS
Recife - PE
Fevereiro, 2010
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ii
ELTON LIMA SANTOS
Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para
tilápia do Nilo
Orientadora: Profª. Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke, D.Sc.
Co-orientadores: Profº. José Milton Barbosa, D.Sc.
Profª. Mônica Calixto Ribeiro de Holanda, D.Sc.
Recife - PE
Fevereiro, 2010
Tese de doutorado apresentada ao
Programa de Doutorado Integrado em
Zootecnia UFRPE/UFPB/UFC,
como requisito para obtenção do
título de Doutor em Zootecnia.
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SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
iii
Ficha catalográfica
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central – UFRPE
CDD 636. 085 2
1. Aqüicultura
2. Nutrição
3. Alho
4. Propólis
5. Digestibilidade
6. Tilápia do Nilo
7. Desempenho
8. Oreochromis niloticus
9. Allium sativum
10. Piscicultura
I. Ludke, Maria do Carmo Mohaupt Marques
II. Título
S237a Santos, Elton Lima
Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para
tilápia do Nilo / Elton Lima Santos.
- 2010.
73 f. : il.
Orientadora : Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke
Tese (Doutorado em Zootecnia ) Universidade Federal
Rural de Pernambuco. Departamento de Zootecnia. 73p.
Inclui referencia.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
iv
Aditivos naturais promotores do crescimento em dietas para tilápia do
Nilo
ELTON LIMA SANTOS
Tese defendida e aprovada em 23 de fevereiro de 2010, pela banca examinadora:
Orientadora: ________________________________________
Maria do Carmo Mohaupt Ludke (DSc., UFRPE)
Banca examinadora:
________________________________________
Carlos Boa Viagem Rabello (DSc., UFRPE)
________________________________________
Fernando Figueiredo de Porto Neto (DSc, UFRPE)
________________________________________
Wilson Moreira Dutra Junior (DSc, UFRPE)
________________________________________
Emerson Carlos Soares e Silva (DSc, UFAL)
Recife-2010
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
v
BIOGRAFIA
Elton Lima Santos nasceu em 20 de setembro de 1982 em Maceió-AL, Brasil, Filho
de Ederaldo dos Santos e Maria Betania de Lima Santos. Graduado em Zootecnia pela
Universidade Federal de Alagoas em Fevereiro de 2005. Em Fevereiro de 2007 obteve o
título de Mestre em Zootecnia na área de concentração Nutrição de Não Ruminantes, pelo
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Neste mesmo ano ingressou no Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia da
Universidade Federal Rural de Pernambuco, na área de concentração Nutrição de Não
Ruminantes. Foi professor substituto no curso de Zootecnia da Universidade Federal de
Alagoas - UFAL no período de setembro de 2006 a outubro de 2007. Atualmente, é
Professor Assistente do Curso de Zootecnia e Agronomia da Universidade Federal de
Alagoas – UFAL. Em fevereiro de 2010 defendeu sua tese de Doutorado com título:
Aditivos Naturais Promotores de Crescimento em Dietas para tilápia do Nilo.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
vi
Dedicatória
A Waleska de Melo Costa (in memoriam)
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
vii
AGRADECIMENTOS
A Deus, por está sempre ao meu lado me protegendo e me orientando, por eu saber
honrar meus familiares, meus mestres e meus amigos
; pela virtude da honestidade acima de
tudo, pela força para enfrentar o dia a dia na universidade, por sempre me escutar, por abrir
meus olhos nos momentos de decisão e por trazer pessoas tão especiais para minha vida,
enfim, por tudo.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE, pela oportunidade de fazer
parte de sua família, como discente deste Programa de Pós – Graduação.
A minha família, especialmente a minha mãe que fez o possível para que eu
chegasse até aqui, só tenho a agradecer. Ao meu filho, pai e noiva.
A minha querida e compreensiva orientadora Prof
a
. D.Sc. Maria do Carmo Mohaupt
Marques Ludke, pela grande paciência, dedicação, amizade e motivação, que contribuiu
com seu conhecimento para a concretização deste trabalho, eu não poderia escolher melhor
orientadora.
Ao Prof. Co-orientador e amigo D.Sc. José Milton Barbosa pelo voto de confiança,
amizade, convivência, orientação, aprendizado e grande respeito.
Ao Professor e sempre Co-orientador D.Sc. Carlos Bôa-Viagem Rabelo, pela
credibilidade, motivação, convivência, orientação e apoio.
Ao D.Sc. Jorge Vitor Ludke e o Prof. Fernando Porto pela orientação, incentivo,
amizade e apoio, que com muita seriedade e competência
, profissionalmente foram
ofertados.
A Profª. D.Sc. Edma Carvalho de Miranda pelo aprendizado adquirido ao longo da
minha vida acadêmica na graduação, na área de nutrição animal.
A Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco
(FACEPE) pela concessão da bolsa de estudo.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
viii
A todos os professores, funcionários, colegas e amigos, em especial a seu Nicácio,
Biu, Wagner e Cristina que contribuíram direto e indiretamente na realização deste trabalho,
ficando a saudade e a sensação de dever cumprido.
Aos meus queridos colegas de Pós-Graduação e graduação em Zootecnia e em
Engenharia de pesca: Waleska (in memoriam), Misleni, Aleksander, Marco Aurélio, Thaysa,
Tetty, Emanuela, Rodrigo, Saulo, Amanda, Valéria, Chiara, Josilaine, Fabiana, Alcilene,
Welington, Edmilson, André Pimentel, Maria Caroline, Cleber Rondinelli, Guilherme Lira,
Kedes Paulo, Lígia Costa, Mônica Alixandrina, Safira Bispo, Sharliton, Stélio Lima,
Alenice, Walmir e a todos os outros a quem esqueci de mencionar pela amizade e apoio.
A equipe responsável pela coordenação do Programa de Doutorado Integrado em
Zootecnia UFRPE/UFC/UFPB no período de 2007 a 2010, pelo progresso conquistado
nestes anos, assim como pela atenção nos momentos difíceis.
A todo o corpo docente do curso de Pós-graduação em Zootecnia, da UFRPE pelos
conhecimentos transmitidos.
A todos os professores e funcionários da Universidade Federal de Alagoas (UFAL),
pelo incentivo e grande amizade, cultivada ao longo destes anos, nos nomes dos Professores
Paulo Vanderlei Ferreira e Rosa Cavalcanti Lira, obrigado.
Ao Prof. Gaus Andrade e Prof. Marcos do Departamento de Fitopatologia
Vegetal/UFRPE e ao Prof. Alex do Departamento de Farmácia/UFPE pela ajuda na
microscopia.
A todos que direto ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho e
que puderam ajudar na minha permanência como aluno desta instituição. Quero agradecer
também a todos que podem não estar aqui citados com o mesmo reconhecimento.
OBRIGADO!
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
ix
"Consulte não a seus medos, mas a suas esperanças e
sonhos. Pense não sobre suas frustrações, mas sobre seu
potencial não usado. Preocupe-se não com o que você tentou e
falhou, mas com aquilo que ainda é possível a você fazer."
Papa João XXIII
“Um dos grandes deveres da Universidade é implantar
suas práticas profissionais ao seio do povo."
Che Guevara
“Sois meu refugio e minha cidadela,
meu Deus, em quem eu confio”
Salmo 90.2.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
11
INDICE
Página
Resumo Geral ............................................................................................................. 14
General Abstract ......................................................................................................... 15
Introdução Geral.......................................................................................................... 16
Referencias.................................................................................................................. 26
Capitulo I Própolis como aditivo em rações para tilápia do Nilo
(Oreochromis niloticus Linnaeus 1758) ...................................................................
30
Resumo ....................................................................................................................... 31
Abstract ...................................................................................................................... 32
1. Introdução .............................................................................................................. 32
2. Material e métodos ................................................................................................. 34
2.1. Preparação das dietas e arraçoamento .............................................................. 34
2.2. Digestibilidade................................................................................................... 34
2.3. Desempenho produtivo. .................................................................................... 35
2.4. Morfometria da mucosa intestinal .................................................................... 37
2.5. Análises estatísticas........................................................................................... 37
3. Resultados ............................................................................................................... 38
4. Discussão ................................................................................................................ 40
5. Conclusões .............................................................................................................. 44
6. Referencias Bibliográficas ...................................................................................... 45
Capitulo II Alho em (Allium sativum) em rações para tilápia do Nilo
(Oreochromis niloticus, Linnaeus 1758) ..................................................................
48
Resumo ....................................................................................................................... 49
Abstract ...................................................................................................................... 50
1. Introdução ............................................................................................................... 50
2. Material e métodos ................................................................................................. 53
2.1. Preparação das dietas e arraçoamento .............................................................. 53
2.2. Digestibilidade................................................................................................... 53
2.3. Desempenho produtivo. .................................................................................... 55
2.4. Morfometria da mucosa intestinal .................................................................... 56
2.5. Análises estatísticas........................................................................................... 56
3. Resultados ............................................................................................................... 57
4. Discussão ................................................................................................................ 59
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
12
5. Conclusões .............................................................................................................. 65
6. Referencias Bibliográficas ...................................................................................... 65
Considerações Finais .................................................................................................. 71
Anexos ........................................................................................................................ 72
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
13
LISTA DE TABELAS
CAPITULO I
Página
1
. Composição química e percentual das dietas experimentais ...............................................
36
2
.
Valores médios de ganho de peso (GPM), consumo médio de ração (CMR), conversão
alimentar aparente (CA), Peso final (PF) e Taxa de eficiência protéica (TEP) de tilápia do
Nilo, de acordo com os níveis própolis na ração ......................................................................
39
3
.
Valores médios índice hepato-somático (IHS), de índice digestivo-somático (IDS),
comprimento total (CTOTAL), padrão (CPADRÃO) e altura de tilápia do Nilo, de acordo
com os níveis de própolis na ração ...........................................................................................
39
4
.
Coeficiente de Digestibilidade Aparente (CDa) da Matéria Seca (MS), da Proteína Bruta
(PB) e da Energia Bruta (EB), a Energia Digestível (EDa) e a Proteína Digestível (PDa) das
dietas com diferentes níveis de própolis na ração em tilápia do Nilo ......................................
40
CAPÍTULO 2
1
. Composição química e percentual das dietas experimentais ...............................................
56
2
.
Valores médios de ganho de peso (GPM), consumo médio de ração (CMR), conversão
alimentar aparente (CA), Peso final (PF) e Taxa de eficiência protéica (TEP) de tilápia do
Nilo, de acordo com os níveis de alho em pó na ração ............................................................
58
3
.
Valores médios de peso dos órgãos (PO), índice de gordura viscero-somática (IGVS) e
índice hepato-somático (IHS) de tilápia do Nilo, de acordo com os níveis de alho em na
ração .........................................................................................................................................
59
4
.
Coeficiente de Digestibilidade Aparente (CDa) da Matéria Seca (MS), da Proteína Bruta
(PB), da Energia Bruta (EB), Energia Digestível (EDa) e a Proteína Digestível (PDa) das
dietas com diferentes níveis de alho em pó na ração em tilápia do Nilo
..................................
59
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
14
LISTA DE FIGURAS
CAPITULO I
Página
1
.
Média da altura de vilosidades de tilápia do Nilo alimentados com níveis
crescentes de extrato alcoólico de própolis na ração.................................................
41
ANEXOS
2
.
Fotomicrografia (40x) das
vilosidades dos animais alimentados com diferentes
níveis de alho em na ração (valores médios das alturas das vilosidades: T1
286,52; T2 292,88; T3 279,15 e T4 318,29 µm) .......................................................
73
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
15
RESUMO GERAL
Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Avaliação Ponderal em
Animais Aquáticos (LaAqua), localizado no Departamento de Pesca e Aqüicultura da
UFRPE, com o objetivo de estudar os efeitos da adição de aditivos naturais promotores de
crescimento na alimentação de tilápia do Nilo, através da avaliação da digestibilidade da
matéria seca, da proteína e da energia das rações, do desempenho produtivo e da
morfometria da mucosa intestinal de tilápia do Nilo. Os aditivos naturais utilizados foram o
extrato alcoólico de própolis e alho em pó nos níveis de 0,0; 0,5; 1,0 e 1,5,% e 0,0; 1,0; 2,0 e
3,0 % de inclusão na ração, respectivamente, arranjados num delineamento inteiramente
casualizado com quatro tratamentos e seis repetições, tanto para digestibilidade, quanto para
o desempenho. No desempenho, que foi realizado em aquários de 70L, em um sistema de
circulação fechada de água com a utilização de biofiltro, foram avaliados o ganho de peso,
conversão alimentar aparente, consumo de ração aparente, índice hepato-somático, taxa de
eficiência protéica, índice de gordura viscero-somática, índice digestivo-somático e a
morfometria da mucosa intestinal, com base na altura das vilosidades. No experimento de
digestibilidade foram utilizados 320 juvenis de tilápia do Nilo com peso médio inicial de
20,00 ± 5,0g. As rações foram fornecidas ad libitum” (de 45 em 45 minutos) em pequenas
porções, no período das 8h às 17h. As fezes foram coletadas no fundo dos aquários,
diariamente, a cada seis horas. Nas condições em que foram realizados os experimentos,
pode-se concluir que o uso do extrato alcoólico de própolis, como aditivo promotor de
crescimento para tilápia do Nilo, não implicou em melhora no desempenho, porém,
proporcionou um melhor aproveitamento energético da ração. O alho em pó, como aditivo
em rações para juvenis de tilápia do Nilo, não proporcionou efeito
positivo como promotor
de crescimento, nos níveis estudados.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
16
Palavras-chaves: Aditivos naturais, desempenho, digestibilidade, nutrição, Oreochromis
niloticus.
GENERAL ABSTRACT
The research was developed in Laboratory of Ponderal Evaluation in aquatic Animals
(LaAqua), located in the Department of Fisheries and Aquaculture of the UFRPE, with the
aim to study the effect of the natural promoter growth additive in feed for Nile tilapia,
through the evaluation of the digestibility of the dry matter, crude protein and crude energy
of the rations, the performance and the morfometry of the mucosa gut of Nile tilapia. The
used natural additives had been the alcoholic extract of propolis and garlic powder in the
levels of 0.0, 0.5, 1.0 and 1.5 % and 0.0, 1.0, 2.0 and 3.0% of inclusion in the ration,
respectively, arranged in a design randomized with four treatments and six repetitions. In
the performance, that was carried through in aquariums of 70L, in a system of closed water
circulation with the use of biofilter, the profit of weight, apparent alimentary conversion,
consumption of apparent ration, hepatossomatic index, protein efficiency tax, viscero-
somatic fat index, digestives somatic index and the morfometry of the mucosa gut had been
evaluated, on the basis of the intestinal villus height. In the digestibility experiment had
been used 320 juveniles of Nile tilapia with initial average weight of 20,00 ±5,0g The
rations had been supplied ad libitum(of 45 in 45 minutes) in small portions, in the period
of the 8:00 to 17:00 h. The excrements had been collected in the deep one of the aquariums,
daily, to each six hours. In the condition where the experiment was carried through, the use
of the alcoholic extract of propolis that as additive promoter of growth for Nile tilapia, did
not imply in improvement in the performance, however it provided one better energy
exploitation of the ration. The garlic powder as additive in rations for youthful the Nile
tilapia, did not provide positive effect as promotional of growth, in the studied levels.
Keywords: Natural additives feed, digestibility, performance, nutrition, Oreochromis
niloticus.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
17
1. INTRODUÇÃO GERAL
A piscicultura é uma das atividades que mais se desenvolve no Brasil,
principalmente devido a alguns fatores peculiares, destacadamente as condições climáticas
favoráveis e a abundância de recursos hídricos. Destaca-se que esse crescimento é
fortemente ancorado no cultivo de tilápias, que é a espécie de peixe mais produzida no
Brasil.
Tilápia é a denominação comum de uma grande gama de espécies de peixes
ciclídeos, que conforme POPMA & PHELPS (1998) distribuem-se originalmente do centro-
sul da África até o norte da Síria. A tilápia do Nilo, (Oreochromis niloticus) é uma espécie
de peixe bastante versátil na piscicultura, pois se adapta tanto ao cultivo extensivo sem
qualquer tecnologia empregada, quanto ao sistema de criação em tanques-rede com rações
completas e com alta tecnologia de produção (MEURER et al. 2002).
A tilápia também é a segunda espécie de peixe mais cultivada em água doce do
mundo (BORGUETTI et al. 2003). Tem boa aceitação no mercado consumidor, destacando-
se em cultivos por apresentar crescimento rápido, rusticidade, carne de ótima qualidade e
por não apresentarem espinhos na forma de “Y” no seu filé (SANTOS et al. 2009). Segundo
BOSCOLO et al. (2002), é apropriada para a filetagem, tornando-se uma espécie de grande
interesse para a piscicultura. No Brasil, as estatísticas são imprecisas, mas, acredita-se que
as tilápias sejam o grupo de peixes mais cultivado no país desde a metade da década passada
(ZIMMERMANN & HASPER, 2004).
A produção de tilápias no mundo alcançou 2.025.560 toneladas em 2005, e foi
responsável por 6,7% da produção global de peixes cultivados. O Brasil está em sexto lugar
na escala mundial dos maiores produtores de tilápia, responsável por 3,3% do total da
produção (FAO, 2007).
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
18
Por ser uma espécie apropriada para a piscicultura de subsistência, nos países em
desenvolvimento, tiveram sua distribuição expandida nos últimos anos (LOVSHIN, 1998).
Devido à importância desta espécie na aqüicultura, muitos aspectos na nutrição vêm
sendo estudados (DEGANI & REVACH, 1991).
ZIMMERMANN (2004) afirma que a partir do final dos anos 60 e início dos anos
70, a situação começou a mudar com a introdução da tilápia do Nilo, ou tilápia nilótica
(Oreochromis niloticus) em alguns países da América Latina, que acabou por revolucionar
nos últimos 20 anos (destacando-se os anos 90) a piscicultura na América Latina,
principalmente no Equador, México, Panamá, Costa Rica e Brasil. Recentemente, houve a
expansão do cultivo na Colômbia, Peru e Honduras. Ainda segundo o Autor, durante essas
décadas, o cultivo de tilápia praticamente não avançou. Isso se deveu à inexperiência dos
pesquisadores, dos extensionistas e dos produtores do nosso continente. A tilápia
introduzida era geralmente de origem desconhecida, e não havia documentos sobre seu
potencial de crescimento e sobre os impactos ambientais que ela podia ocasionar.
Outro ponto para o sucesso alcançado pela tilápia do Nilo está relacionado às
características de adaptação
, tanto à alimentação natural quanto à artificial, bem como, o seu
consórcio desde o período larval; alto desempenho e a resistência a baixos níveis de
oxigênio dissolvido (MEURER et al. 2002). Outros fatores importantes foram: facilidade de
obtenção de alevinos, grande aceitação no mercado do lazer (pesque-pagues), bem como
, o
alimentício (frigoríficos) em que, durante a fase larval pode utilizar pelo menos 50% da
proteína da sua dieta proveniente de fontes vegetais (SOUZA et al. 2000). Durante a fase de
alevino, pode desenvolver-se adequadamente somente com a proteína da ração proveniente
de fontes vegetais (BOSCOLO et al. 2001).
No Nordeste brasileiro
, por apresentar temperaturas favoráveis durante todo o ano, a
produção de tilápia se torna viável e com custos mais baixos, quando comparados aos de
outras regiões brasileiras. Segundo KUBTIZA (2000), a zona de conforto térmico para
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
19
tilápia está entre 27°C a 32°C, com medidas abaixo de 20°C e acima de 32°C, o apetite fica
extremamente reduzido consequentemente o crescimento diminui.
A piscicultura tem tido nos últimos anos um sensível crescimento de variedades de
organismos aquáticos que proporcionam proteína de origem animal, um aumento dos
sistemas de cultivo com as altas densidades de populações
, o que muitas vezes proporciona
uma limitada qualidade da água. Desta forma, os organismos se encontram sujeitos a um
constante estresse que se traduz por baixas taxas de crescimento e eficiência alimentar,
assim como
, a presença de enfermidades oportunistas (GRAEF & MODARDO, 2006).
O mercado consumidor está cada vez mais exigente e existe uma demanda crescente
por alimentos mais saudáveis, sem resíduos de antibióticos e agrotóxicos. Assim, algumas
substâncias imunoestimulantes vêm sendo utilizadas como alternativa aos antibióticos,
promotores de crescimento nas rações, entre elas,
determinados probióticos e prebióticos
(FABREGAT, 2006). Porém, na piscicultura a utilização de alimentos para promover a
saúde dos animais ainda é fato recente.
Na categoria de aditivos promotores de crescimento
, agrupam-se os compostos
usados como microingredientes na ração e que tem a propriedade de promover o
crescimento atuando por: modificar diretamente o processo metabólico do hospedeiro;
reduzir a disponibilidade de nutrientes que são metabolizados durante a fase de crescimento
de microrganismos prejudiciais ao metabolismo (síntese de vitaminas, microminerais e
aminoácidos); aumentar a capacidade de absorção de nutrientes do trato digestório;
funcionar como quelantes intracelulares de microminerais essenciais para o metabolismo de
microrganismos patogênicos; agir como antimicrobianos de largo espectro com pronunciada
ação contra bactérias, fungos e alguns protozoários; modificação do ecossistema
microbiano do trato gastrintestinais para aumento da produção e eficiência (BELLAVER,
2000).
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
20
Com o aumento da densidade de cultivo em função da necessidade do maior
aproveitamento dos tanques escavados ou mesmo na utilização de tanques-rede, problemas
relacionados ao aumento de doenças são mais freqüentes, levando à necessidade do aumento
da utilização de antibióticos. Em função dos problemas advindos da utilização de
antibióticos, sejam eles de ordem econômica, mercadológica ou sanitárias, devem ser
estudadas alternativas à utilização desses quimioterapicos na aquicultura, como os
prebióticos e/ou probióticos (MEURER et al. 2006), os extratos herbais e vegetais
(OETTING et al. 2006).
Situações comuns como a transferência de peixes do ambiente natural para o
cativeiro ou entre diferentes criações, as altas densidades de cultivos e o manejo intensivo
com os animais são fatores determinantes de estresse
, e assim, a consequente depressão dos
mecanismos de defesa, tornando os peixes mais susceptíveis a doenças infecciosas
(MARTINS et al. 2000), afetando diretamente o crescimento desses animais.
Recentemente, o uso de imunoestimulantes na piscicultura, tornou-se popular na
Ásia e nos cultivos de alta tecnologia por aumentar as atividades não espec
íficas dos
sistemas de defesa e conferir
proteção contra algumas doenças (SHALABY et al. 2006).
Vários experimentos indicam que os aditivos promotores de crescimento
proporcionam diminuição do número de bactérias aderidas à mucosa intestinal, o que reduz
a competição por nutrientes com o hospedeiro, diminuição de bactérias produtoras de
toxinas e amônia, que prejudicam a absorção dos nutrientes, e conseqüentemente
,
diminuição das células inflamatórias na parede intestinal e do grau de descamação e
renovação das vilosidades intestinais (PESSANHA & GONTIJO FILHO, 2001).
O uso de antibióticos como promotores de crescimento está sendo gradualmente
banido por países da Comunidade Européia, e poderá ser eliminado definitivamente das
rações para monogástricos em pouco tempo (FUKAYAMA et al. 2005).
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
21
Uma das alternativas quanto ao o uso dos antibióticos é a utilização de extratos
vegetais, que apesar de ainda não existir um consenso sobre a ação dos óleos essenciais,
algumas hipóteses têm sido sugeridas, entre elas, o controle de patógenos pela atividade
antimicrobiana, a atividade antioxidante, a melhora na digestão por meio do estímulo da
atividade enzimática e da absorção de nitrogênio, além de outros efeitos relacionados a
alterações na histologia do epitélio intestinal, a morfometria dos órgãos e ao controle da
produção de amônia (OETTING et al. 2006).
Embora os efeitos antimicrobianos de diversos extratos vegetais tenham sido
comprovados em experimentos in vitro (ESSAWI & SROUR, 2000; LAMBERT et al.
2001; KALEMBA & KUNICKA, 2003), seu mecanismo de ação ainda é pouco
compreendido. Segundo ROURA et al. (1992), a eficácia de um promotor de crescimento
depende da contaminação ambiental e da intensidade do desafio que o organismo animal
está exposto.
Assim, o alho (Alium sativum) conhecido popularmente por suas propriedades
medicinais para humanos, se destaca como um aditivo natural promotor de crescimento
também para animais. O alho em pó foi usado como promotor de crescimento em tilápias do
Nilo, com resultados significativos de aumento do ganho de peso, consumo de ração e
conversão alimentar (DIAB et al 2002).
O alho contém a alicina, sintetizada pela enzima alinase a partir da alina (CECI et al.
1991) com o rompimento das células do bulbo (PRASAD et al. 1996). A alicina é
reconhecida como bactericida, fungicida e antioxidante pelo menos 5000 anos por
babilônicos, egípcios, fenícios, vikingues, chineses, gregos, romanos e hindus (SONG &
MILNER, 2001), exibindo ação antibiótica de largo espectro contra as bactérias gram
positivas e gram negativas, sem contribuir para aumentar a resistência bacteriana e, em
combinação com antibióticos, resulta em sinergismo de ação parcial ou total contra bactérias
(SIVAM, 2001).
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
22
Assim, como vários outros pesquisadores, HEINERMAN (1997) e SATO &
MIYATA (2000) atribuem ao alho várias propriedades biológicas, destacando dentre elas as
suas ações antibacteriana, anti-inflamatória, analgésica, antitérmica, antiparasitária,
antiséptica,
anti-oxidante, estimulante circulatório, diurética, hipotensora, purificadora do
sangue, antitumoral, imunomoduladora e hipocolesterolêmica (SIVAM et al. 1997;
CANIZARES et al. 2004).
O Alium sativum é conhecido também por diminuir os teores de colesterol total e
colesterol LDL e diminuir a pressão sanguínea (ADLER, et al. 1997). O consumo
ponderado pode diminuir o acúmulo de gordura no fígado, aumentar a excreção de ácidos
biliares nas fezes e incrementar a capacidade antioxidante como observado com hamisters
por YAOLING, et al, 1998).
Desta forma, FERNANDEZ et al. (2007) estudando a adição de extrato de alho
como aditivo em rações para o Jundiá (Rhamdia quelen) não observaram efeitos da
infestação proposital pelo protozoário Ichthyophthirius multifilis, sugerindo que mais
estudos devem ser realizados para a avaliação desse aditivo sobre parâmetros produtivos.
SHALABY et al. (2006), estudando a utilização do alho como promotor de
crescimento em dietas para tilápia do Nilo, verificaram melhora no desempenho dos
animais, sugerindo que a adição de 3% de alho pode aumentar o ganho de peso, reduzir a
quantidade de bactérias patógenas totais e melhora
r a saúde dos peixes.
Outro aditivo natural promotor de crescimento bastante promissor é a própolis, que é
um produto que vem sendo testado recentemente como promotor de crescimento em dietas
de animais monogástricos e ruminantes, o que vem a causar uma demanda crescente deste
produto, tanto no mercado externo como interno e tem motivado os apicultores a
diversificarem suas atividades, que não somente a retirada do mel.
As abelhas usam a própolis para protegê-las contra insetos e microrganismos,
empregando-a como antiséptico em finas camadas nas paredes internas das colmeias para
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
23
vedar buracos e rachaduras, reparar e fortalecer os favos de mel, proteger a entrada da
colmeia, no preparo de locais assépticos para a postura da abelha rainha e na mumificação
de insetos invasores (BANKOVA et al. 2000).
A amplitude das atividades farmacológicas da própolis é maior em regiões tropicais
do planeta e menor nas regiões temperadas, refletindo a diversidade vegetal, nas tropicais a
diversidade vegetal é muito superior à diversidade observada nas regiões temperadas
(BANKOVA, 2005).
A própolis é um produto de origem vegetal, oriunda de substâncias resinosas,
gomosas e balsâmicas, coletadas pelas abelhas de brotos de flores, exudatos de plantas, e
modificadas na colmeia por adição de secreções salivares e cera (PINHEIRO-FILHO,
1998). É utilizada pelas abelhas na proteção da colmeia contra o ataque de outros insetos e a
proliferação de micro-organismos, incluindo fungos e bactérias (GHISALBERTI, 1979).
As propriedades biológicas da própolis obviamente estão diretamente ligadas a sua
composição química, e este possivelmente é o maior problema para sua utilização em
fitoterapia, tendo em vista que a sua composição química varia com a flora da região e
época da colheita, com a técnica empregada, assim como com a espécie da abelha (grau de
"africanização" da Apis melífera); conjunto de fatores que exerce uma enorme importância
nas propriedades físicas, químicas e biológicas da própolis (ADELMANN, 2005).
A própolis vem sendo utilizada na medicina popular desde 300 a.C. Porém, somente
nos últimos anos tem havido maiores interesses em estudar sua composição química,
relacionando-a as atividades farmacológicas (MARCUCCI, 1995).
De acordo com MARCUCCI (1995) foram detectados mais de 50 flavonóides na
própolis, entre os quais
, compostos pertencentes aos grupos dos polifenóis vegetais, ácidos
aromáticos e oléicos.
ARAUCO et al. (2007), citam que melhorias no desempenho dos animais
tratados com extrato de própolis em suas dietas e que podem ser justificadas pela melhora
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
24
nas respostas imunológicas dos mesmos, após o consumo de própolis. O aumento da
atividade fagocítica de antígenos bacterianos pode ser induzida pela liberação de patógenos
mortos ou de seus produtos (ROITT et al. 1998) assim como da aplicação de
imunoestimuladores e adjuvantes (SIWICKI et al. 1998).
A própolis tem se demonstrado efetiva contra bactérias gram positivas, fungos e
pode também agir como promotor de crescimento e imunoestimulante (SFORCIN et al.
2004). Desta forma, alguns estudos vêm sendo realizados como forma de avaliar os efeitos
da própolis na alimentação animal, assim, SANTOS et al. (2003), estudando o extrato de
própolis na alimentação de frangos de corte, recomendam
a utilização de até 2,86% na dieta
de frangos de corte, no período de 1 a 21 dias de idade, para um melhor desempenho
produtivo.
PEREZ et al. (1989), estudando a dose parenteral da própolis sobre a resposta imune
em coelhos, observou que doses mais altas sugerem uma influência inibitória e as mais
baixas mostraram melhores resultados, refletindo-se em níveis mais elevados de
imunoglobulinas e anticorpos. ARAUCO et al. (2007) encontraram
diferenças na
composição leucocitária com Rana catesbeiana quando esses animais foram alimentados
com própolis na dieta, revelando a ação imunomoduladora da própolis.
Ainda que este assunto mereça ser mais explorado, esses produtos alternativos
capazes de manter o equilíbrio da microbiota sem causar prejuízos à saúde, tais como os
prebióticos, probióticos, extratos vegetais e herbais vêm sendo pesquisados e desenvolvidos,
principalmente para aves e suínos.
Porém, pesquisas com peixes tropicais ainda são poucos exploradas. Isto se baseia
em novos conceitos de segurança alimentar e evidencia a necessidade de um melhor
entendimento sobre a natureza, modo de ação e reflexos do uso destes compostos sobre o
desenvolvimento dos animais.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
25
Com base no exposto, podemos considerar que muitas pesquisas deverão ser
realizadas no sentido de se determinar o potencial uso de muitos aditivos promotores de
crescimento. Seus efeitos na fisiologia dos animais são ainda muito incipientes para as
diversas espécies de peixes tropicais, considerando-se o potencial produtivo aquícola do
Brasil.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
26
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SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
31
CAPITULO 1
PROPÓLIS COMO ADITIVO EM RAÇÕES DE TILÁPIA DO NILO (Oreochromis
niloticus LINNAEUS 1758)
1
(1) Artigo a ser submetido à avaliação e publicação da Revista Aquaculture Nutrition
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
32
Própolis como aditivo em rações para tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus Linnaeus
1758)
1
Propolis with additive in ration for Nile tilapia (Oreochromis niloticus Linnaeus 1758)
RESUMO: Objetivando avaliar a adição do extrato alcoólico de própolis como promotor de
crescimento em rações para tilápia do Nilo foram avaliados a digestibilidade, o desempenho
e a histologia do intestino, onde foram utilizados 120 alevinos, revertidos sexualmente, com
peso médio inicial de 1,41 ± 0,3g, distribuídos em 24 aquários de 70 L, em delineamento
inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e seis repetições, num sistema de
recirculação fechado de água com aeração constante. Os tratamentos constaram de quatro
rações, peletizadas, diferindo quanto aos níveis de adição do extrato alcoólico (0,0; 0,5; 1,0
e 1,5%). O período experimental foi de 45 dias. Não foram observadas diferenças
significativas (P>0,05) quanto aos parâmetros de desempenho, digestibilidade da proteína
bruta (PB) e da matéria seca (MS) das rações e nem sobre os parâmetros morfométrico e os
índices hepato-somático (IHS) e digestivo-somatico (IDS)
, com a utilização de diferentes
níveis da adição do extrato alcoólico de própolis na ração. No entanto, houve um efeito
linear crescente sobre a digestibilidade da energia com o aumento dos níveis de própolis nas
rações, e um efeito quadrático sobre a altura de vilosidades, sendo o tratamento com 0,8%
de própolis na ração o melhor resultado.
Palavras-chaves: aquicultura, desempenho, morfometria intestinal, Oreochromis niloticus,
promotor de crescimento
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
33
ABSTRACT: The aim to evaluate the productive performance for Nile tilapia fed with
different of alcoholic extract of propolis as growth promoter in complete rations. 120
fingerlings, reverted sexually, with initial average weight of 1,41 ± 0,3g, distributed had
been used in 24 aquariums of 70 L, in design randomized, with four treatments and six
repetitions, in a closed system of water recirculation with constant aeration. the treatments
had consisted of four rations differing how much to the addition levels of alcoholic extract
(0.0, 0.5, 1.0 and 1.5%). the experimental period was of 45 days. significant differences had
not been observed (P>0,05) how much to the parameters of performance, digestibility of
crude protein and dry matter and nor on the parameters morfometric and hepatossomatic
index (HSI) and digestive-somatic index (DIS) with the use of different levels of the
addition of the alcoholic extract of propolis in feed. it had an increasing linear effect on the
digestibilidade of the energy with the increase of the propolis levels in the rations and the
effect quadratic on intestinal villus height.
Key words: Aquaculture, Oreochromis niloticus, performance, growth promoter, intestinal
morfometry
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
34
INTRODUÇÃO
O aumento da piscicultura no Brasil e no mundo é um fenômeno crescente e
necessariamente duradouro, o que se principalmente pelo aumento nas criações
intensivas. Por outro lado,
a intensividade na produção animal pode levar ao surgimento de
enfermidades que possam vir
a acometer os peixes, por causa principalmente da maior
densidade de estocagem e manejo intenso nas criações, ocasionando assim, diminuição na
imunidade natural dos animais e consequentemente menor desenvolvimento, devido a
proliferação de agentes patogénos oportunistas.
Desta forma, a utilização de quimioterapicos usados
como promotor de crescimento
nas rações para peixes, vem
ocupando cada vez mais espaço, entretanto, o uso desses
produtos pode causar resistência cruzada às bactérias pelo ser humano. Por isso,
alguns
países restringem ou proíbem o uso dessas substâncias em rações para peixes, como é o
caso dos países da União Européia. Sendo assim, a busca por substâncias naturais que
possam ser utilizadas como promotores de crescimento em rações para peixes é constante no
meio científico.
Desta maneira, a própolis é um aditivo natural que vem sendo testado recentemente
como promotor de crescimento em dietas de monogástricos e ruminantes, o que vem a
causar uma demanda crescente deste aditivo, tanto no mercado externo como interno, e tem
motivado os apicultores a diversificarem suas atividades, que não somente a retirada do mel.
A própolis possui várias propriedades biológicas, sendo utilizada na medicina popular desde
300 a.C. Porém, somente recentemente tem havido maiores interesses em estudar sua
composição química, relacionando-a as
atividades farmacológicas (Abd-El-Rhman , 2009).
A própolis é um produto de origem vegetal, oriunda de substâncias resinosas,
gomosas e balsâmicas, coletadas pelas abelhas de brotos de flores, exudatos de plantas, e
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
35
modificadas na colmeia por adição de secreções salivares e cera (Arauco et al. 2007). É
utilizada pelas abelhas na proteção da colmeia, contra o ataque de outros insetos e a
proliferação de microorganismos, incluindo fungos e bactérias (Ghisalberti, 1979). De
acordo com Marcucci (1996), foram detectados mais de 50 flavonóides na própolis, entre
os quais compostos pertencentes aos grupos dos polifenóis vegetais, ácidos aromáticos e
oléicos.
Arauco et al. (2007), citam que melhorias no desempenho dos animais tratados
com extrato de própolis em suas dietas, o que pode ser consequência da melhora nas
respostas imunológicas dos mesmos, após o consumo de própolis. O aumento da atividade
fagocítica de antígenos bacterianos pode ser induzida pela liberação de patógenos mortos ou
de seus produtos (Roitt et al. 1998), assim
, como da aplicação de imunoestimuladores e
adjuvantes (Siwicki et al. 1998).
Portanto, realizou-se este trabalho com o objetivo de avaliar os efeitos da utilização
do extrato alcoólico de própolis, como aditivo em rações para alevinos de tilápia do Nilo.
MATERIAL E MÉTODOS
1 – Dietas experimentais – processamento e arraçoamento
As rações foram formuladas de acordo com as exigências nutricionais para tilápia
conforme (NRC, 1993). As mesmas foram a base de farelo de soja, milho e farinha de peixe
e com diferentes veis da adição do extrato alcoólico de própolis (0; 0,5; 1,0 e 1,5%).
Utilizou-se caulim como material inerte, reduzindo seus níveis ao adicionar o extrato
alcoólico de própolis (tabela 1).
Na preparação das dietas, os ingredientes foram pré-secos em estufa de circulação de
ar forçado à 55ºC por 48h. Posteriormente,
os ingredientes foram moídos, em moinho tipo
Willey, com peneira de 2 mm, homogeneizados. Em seguida, a mistura foi peletizada em
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
36
moinho de carne e desidratada em estufa de ventilação forçada (55 ºC) durante um período
de 48 h, triturada e selecionada de acordo com o tamanho dos animais.
Foram realizadas as análises de composição química das rações, tal como: Matéria
seca (MS), Fibra Bruta (FB), Proteína Bruta (PB), Extrato Etéreo (EE) e Cinzas (CZ) sendo
determinadas segundo as recomendações da AOAC (1995); e para a avaliação do óxido
crômico (Cr
2
O
3
) como indicador pelo método descrito por Silva (2005).
Tabela 1 Composição percentual das dietas
experimentais
Ingredientes
Tratamentos (%)
T1 T2 T3 T4
Farelo de soja 53,97
53,97
53,97
53,97
Milho 29,35
29,35
29,35
29,35
Farinha de peixe 8,91
8,91 8,91 8,91
Própolis 0,0 0,5 1,0 1,5
Óleo de soja 2,92
2,92 2,92 2,92
Fosfato bicálcico 0,68
0,68 0,68 0,68
Calcário calcítico 0,81
0,81 0,81 0,81
Sal (NaCl) 0,35 0,35 0,35 0,35
DL-metionina 0,08 0,08 0,08 0,08
Premix vitaminico e mineral
*
0,50 0,50 0,50 0,50
Inerte (caulim) 1,5
1,0 0,5 0,0
Nutrientes
ED (kcal/kg)
+
3.144
3.144
3.144
3.144
MS - Matéria seca (%)
#
96,06
96,20
95,58
95,98
PB- Proteína bruta (%)* 32,5
32,5 32,5 32,5
PB- Proteína bruta (%)
#
33,35
33,55
33,57
33,61
FB – Fibra Bruta (%)* 3,83 3,83 3,83 3,83
EE – Extrato etéreo (%)*
4,70 4,70 4,70 4,70
Amido (%)* 25,58
25,58
25,58
25,58
Metionina +cistina (%)* 1,08 1,08 1,08 1,08
Metionina total (%)* 0,62
0,62 0,62 0,62
Lisina (%)* 1,91
1,91 1,91 1,91
Triptofano (%)* 0,41
0,41 0,41 0,41
Valina (%)* 1,71
1,71 1,71 1,71
Treonina (%)* 1,27
1,27 1,27 1,27
Arginina (%)* 2,41
2,41 2,41 2,41
Leucina (%)* 2,57
2,57 2,57 2,57
Fenilalanina (%)* 1,55
1,55 1,55 1,55
Histidina (%)* 0,84
0,84 0,84 0,84
Isoleucina (%)* 1,54
1,54 1,54 1,54
Cálcio (%)* 1,20
1,20 1,20 1,20
Fósforo disponível (%)* 0,59
0,59 0,59 0,59
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
37
*
Níveis de garantia por kg do produto: vit. A = 900.000 UI; vit.
D
3
= 50.000 UI; vit. E = 6.000 mg; vit. K
3
= 1200 mg; vit. B
1
=
2400 mg; vit. B
2
= 2400 mg; vit. B
6
= 2000 mg; vit.B
12
= 4800 mg;
folic acid = 1200 mg; calcium pantothenate = 12.000 mg; vit. C =
24.000 mg; biotina = 6,0 mg; choline = 65.000 mg; niacin= 24.000
mg; Fe = 10.000 mg; Cu = 600 mg; Mn = 4000 mg; Zn = 6000 mg;
I = 20 mg; Co = 2,0 mg e Se = 25mg).
*De acordo com
Rostagno et al. (2005).
+
De acordo com Pezzato et al.
(2000).
#
Análises realizadas no Laboratório de Animal
Nutrição Animal/Dep.Zootecnia/UFRPE.
O extrato alcoólico de própolis utilizado foi adquirido da empresa Apis Flora
Industrial e Comercial LTDA, localizada em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo,
apresentando as seguintes características: aspecto - líquido límpido, sem partículas em
suspensão; cor âmbar; pH 5,35; teor alcoólico 56%; propriedade antioxidante 8 segundos;
sólidos solúveis 11 P/V%; flavonóides totais 5,45 mg L
-1
. As rações foram ofertadas três
vezes ao dia (8h, 12h e 17h), por arraçoamento manual até a aparente saciedade do animal.
2 – Digestibilidade
O ensaio de digestibilidade foi conduzido no Laboratório de Digestibilidade de Não
Ruminantes do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco,
no período de fevereiro a março de 2009, para determinar os coeficientes de digestibilidade
aparente (CDa) da matéria seca (MS), da proteína bruta (PB) e da energia bruta (EB) das
rações com a adição de diferentes níveis de extrato alcoólico de própolis (0,0; 0,5; 1,0 e
1,5%) para juvenis de tilápia do Nilo (tabela 1) acrescidos de 0,5% do marcador inerte óxido
crômico (Cr
2
O
3
).
Foram utilizados 240 animais, machos, distribuídos em doze aquários modificados
para a coleta de fezes de 80 L de água cada. Antes do período experimental os peixes foram
mantidos por 15 dias, para aclimatização as condições laboratoriais.
Durante o dia, os peixes eram mantidos nos aquários de alimentação (três gaiolas por
aquário de 500 L), onde recebiam refeições à vontade das 7h às 16h, com maior freqüência
durante o período vespertino. Posteriormente, eram transferidos para os aquários de coleta
de fezes (uma gaiola por aquário) confeccionados em fibra de vidro e capacidade de 300 L,
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
38
com a parte inferior em formato cônico, provido de registro acoplado a um frasco de 200,00
ml de vinil transparente (para coleta de fezes). Permaneciam nos aquários de coleta de fezes
até a manhã do dia subseqüente (8h), quando retornavam aos aquários de alimentação para
início de um novo ciclo. Tal procedimento possibilitou a obtenção de fezes, sem que
houvesse contaminação dessas com a ração, direta e/ou indiretamente.
Diariamente foram tomadas as medidas de oxigênio dissolvido e pH, e a cada 3 dias
foram mensuradas a amônia total e dureza total, por testes químicos colorimétricos. Os
coeficientes de digestibilidade aparente da energia e proteína bruta das rações foram
determinados de acordo com as fórmulas descritas por Nose (1960).
3 - Desempenho
O experimento foi realizado no Laboratório de Avaliação Ponderal em Animais
Aquáticos (LaAqua), do Departamento de Pesca e Aqüicultura da Universidade Federal
Rural de Pernambuco, no período de 4 fevereiro a 20 de março de 2009. Foram utilizados
120 alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), machos, masculinizados, com peso
médio inicial de 1,41 ± 0,3g.
Os alevinos foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com quatro
tratamentos, seis repetições e cinco animais por unidade experimental, sendo a unidade
experimental constituída por um aquário com capacidade para 70L. Os aquários possuíam
aeração constante por meio de pedra microporosa ligada a um compressor de ar.
Ao final do desempenho
, os peixes foram mantidos em jejum por 24 horas,
posteriormente sacrificados por meio de choque térmico, até que tivessem parado por
completo seus sinais vitais, e em seguida foram submetidos à biometria
. Foi então, realizado
um corte longitudinal na região ventral para a retirada e pesagem do gado e dos órgãos do
sistema digestório.
As variáveis avaliadas foram: ganho de peso médio (GPM), consumo médio de ração
(CMR), conversão alimentar aparente (CA), taxa de eficiência protéica (ganho de
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
39
peso/proteína consumida) (TEP) e Peso final (PF). Também foram avaliados os parâmetros
de: índice hepato-somático (peso do fígado/peso do corpo)x100 (IHS), índice digestivo-
somático (peso dos órgãos do sistema digestório/peso do corpo)x100 (IDS), comprimento
total (CTOTAL), comprimento padrão (CPADRÃO) e altura.
Diariamente foram realizados as mensurações de oxigênio dissolvido e pH através de
oxímetro e pHmetro digital, temperatura da água dos aquários (através de termômetro com
bulbo de mercúrio) e a cada dois dias foram feitas as avaliações de nitrito e amônia tóxica
com a utilização de kits colorimétricos.
4 – Morfometria da mucosa intestinal
A morfometria da mucosa intestinal foi realizada no Laboratório de Histotécnica do
Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Pernambuco
; sendo recolhidas, após
o final do experimento de desempenho, porções de aproximadamente 5 cm de comprimento
da porção inicial do intestino (5 cm abaixo da junção do estômago com o intestino), de 5
peixes por tratamento. As amostras foram colocadas, abertas longitudinalmente, lavadas
com solução salina, fixado em solução de “Bouin” por seis horas, desidratadas em série
ascendente de álcool, diafanizadas em xilol, e incluídas em parafina, para a obtenção de
cortes histológicos semiseriados, conforme descrito por Silva (2008).
Foram realizados cortes de 7 µm de espessura que foram corados pelo método de
hematoxilina-eosina. A fotodocumentação (captura de imagens) foi realizada em
fotomicroscópio Olympus
®
BX50 em objetiva de 4X, utilizando-se sistema de imagens
computadorizado (Image Pro Plus Versão 5.2- Media Cibernética). A morfometria da
mucosa intestinal foi realizada em 16 vilos por animal, perfazendo um total de 80 medidas
por tratamento, onde foi mensurada a altura dos vilos.
4. Análises estatísticas
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado (DIC), com 4 tratamentos e 6
repetições. Todos os dados obtidos (desempenho, digestibilidade e morfometria da mucosa
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
40
intestinal) foram submetidos à análise de variância (P>0,05) e regressão, utilizando-se o
programa SAEG (Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas, versão 2000) (UFV,
1997).
RESULTADOS
Durante o período experimental
, os parâmetros de qualidade de água do sistema
mantiveram-se dentro da faixa de conforto para a tilápia do Nilo, conforme relatado por
Boyd (1990) com valores médios de temperatura, oxigênio dissolvido, pH e amônia de:
26,0º C ±1,0; 6,0 mg/L ± 0,2; 6,8 ± 0,2; 0,01 ± 0,1; respectivamente.
Os valores médios das características de desempenho, obtidos ao final do
experimento estão apresentados na Tabela 2.
Tabela 2 Valores médios de peso inicial (PI), ganho de peso médio
(GPM), consumo médio de ração (CMR), conversão
alimentar aparente (CA), peso final (PF) e taxa de eficiência
protéica (TEP) de tilápia do Nilo, de acordo com os níveis
de própolis na ração.
Tratamentos
Variáveis 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% CV(%)
Teste F Regressão
PI (g) 1,41 1,41 1,41 1,41 0,00 ns Y=1,41
GPM (g)
4,66 4,80 4,78 4,72 9,56 ns Y=4,74
CMR (g)
4,28 4,21 4,46 4,44 5,18 ns Y=4,35
CA 0,92 0,88 0,93 0,94 11,09 ns Y=0,92
PF (g) 6,07 6,21 6,19 6,13 7,30 ns Y=6,15
TEP 1,58 1,61 1,60 1,58 9,67 ns Y=1,59
ns = não significativo, (P>0,05),
CV=Coeficiente de variação
Os valores médios obtidos ao final do experimento para índice hepato-somático, de
índice digestivo-somático, comprimento total, padrão e altura estão apresentados na Tabela
3.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
41
Tabela 3 Valores médios índice hepato-somático (IHS), de índice digestivo-
somático (IDS), comprimento total (CTOTAL), padrão
(CPADRÃO) e altura de tilápia do Nilo, de acordo com os níveis
de própolis na ração.
Tratamentos
Variáveis 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% CV(%)
Teste F Regressão
IHS (%) 0,80 0,78 0,88 0,72 21,60 ns Y=0,80
IDS (%) 9,44 9,42 9,64 9,63 5,56 ns Y= 9,53
C TOTAL (cm) 5,39 5,41 5,36 5,34 2,57 ns Y=5,38
C PADRÃO (cm) 3,59 3,61 3,58 3,52 3,77 ns Y=3,58
ALTURA (cm) 1,90 1,94 1,94 1,89 11,38 ns Y=1,92
ns = não significativo, (P>0,05),
CV= Coeficiente de variação
Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas para os parâmetros de
desempenho e nem para os resultados obtidos de índice digestivo-somático, índice hepato-
somático, comprimento total, comprimento padrão e altura dos peixes submetidos aos
diferentes tratamentos.
Os resultados verificados dos coeficientes de digestibilidade aparente das rações, com
a adição de diferentes níveis de extrato alcoólico de própolis, encontram-se na Tabela 4.
Tabela 4. Coeficiente de Digestibilidade Aparente (CDa) da Matéria Seca (MS), da
Proteína Bruta (PB), da Energia Bruta (EB), Energia digestível (EDa) e
Proteína digestível (PDa) das dietas com diferentes níveis de própolis na
ração em tilápia do Nilo.
Tratamentos
CDa (%)
EDa
(kcal.kg
-1
)
PDa
(%)
MS PB EB
0,0 % 74,60 89,54 79,78 3082,23 29,86
0,5 % 79,69 92,19 83,76 3259,94 30,92
1,0 % 82,21 92,04 85,36 3313,88 30,89
1,5 % 82,00 91,64 85,89 3322,95 30,79
Teste F ns ns 8,07 8,57 ns
Regressão Y=79,70 Y=91,35 Y=78,98+1,83x Y=3050,7+77,61 Y=30,62
R
2
- - 0,87 0,80 -
CV %
5,43 2,07 3,24 3,16 2,08
ns = não significativo, (P>0,05),
CV= Coeficiente de variação.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
42
Não houve diferenças significativas quanto aos coeficientes de digestibilidade da
MS, PB e PDa das rações com os diferentes níveis de extrato de própolis para tilápia do Nilo,
porém houve um aumento linear na digestibilidade da EB e ED com o acréscimo dos níveis
de extrato alcoólico de própolis na ração de tilápia do Nilo.
y = 83,257+179,77x-34,553x
2
R
2
= 0,95, CV =11,56%
0
50
100
150
200
250
300
350
0 0,5 1 1,5 2
Extrato alcoolico de propolis (%)
Altura de vilosidades (µm)
Figura 1 Média da altura de vilosidades de tilápia do Nilo
alimentados com níveis crescentes de extrato alcoólico de
própolis na ração.
De acordo com as análises morfométricas das vilosidades, um efeito quadrático foi
verificado com a suplementação de extrato alcoólico de própolis para a altura das
vilosidades, sendo o tratamento com 1,0% o que apresentou melhor resultado (Figura 1),
observado valores médios de 232,06; 293,85; 322.35 e 245,93 µm, com a adição dos níveis
de 0,0; 0,5; 1,0 e 1,5% de extrato alcoólico de própolis na ração, respectivamente.
DISCUSSÃO
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
43
A própolis é um prebiótico, sendo assim, tem sido muito utilizada na medicina
humana e veterinária, e tem se mostrado eficaz como forma de combater uma série de
microorganismos indesejáveis do trato gastrintestinal. A principal forma de ação dos
prebióticos é sobre a modulação benéfica da microbiota nativa presente no hospedeiro.
Especula-se, também, que alguns prebióticos específicos poderiam agir diretamente sobre a
translocação intestinal de patógenos, impedindo a sua aderência às células epiteliais e
ativando a resposta imune adquirida (Silva, 2000).
Os efeitos resultantes do uso de prebióticos são evidenciados pelo crescimento das
populações microbianas benéficas, pela melhora nas condições luminais, nas características
anatômicas do trato gastrintestinal e no sistema imune e, em alguns casos,
consequentemente
, espera-se que isso se reflita positivamente no desempenho produtivo do
animal.
A própolis tem também se mostrada efetiva contra bactérias gram positivas, fungos e
pode também agir como promotor de crescimento e imunoestimulante, segundo relata
Sforcin et al. (2004). Porém, no presente experimento
, as condições eram as mesmas para
todos os tratamentos, e neste caso não houve nenhum tipo de desafio sanitário que poderia
potencializar a ação de moduladora da microbiota que o extrato alcoólico de própolis
poderia causar. Assim, a adição da própolis nas rações não provocou efeito positivo sobre o
desempenho, nem sobre os parâmetros morfométrico de HIS e IDS e nem sobre a
digestibilidade da PB e da MS das rações, provavelmente, por que as condições eram ideais
para o bom desenvolvimento dos animais.
Corroborando esses resultados, Cuesta et al. (2005), também não observaram
diferenças significativas sobre o desempenho produtivo de Spaurus aurata L. alimentados
com extrato alcoólico de própolis na ração. Resultado semelhante foi obtido por Dierckx &
Funari (1999), trabalhando com leitões desmamados, os quais afirmaram que as rações com
própolis não diferiram do tratamento testemunha (sem a adição de própolis), quanto aos
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
44
parâmetros de desempenho. Assim também, como Ito et al. (2009), que não verificaram
diferenças significativas sobre as características de desempenho de leitões desmamados da
inclusão de própolis bruto na ração nos níveis de 0,2 e 0,4%, afirmando ainda que altas
concentrações afetam negativamente a palatabilidade da ração.
Scapinello et al. (1998), avaliando a influência de uma solução hidroalcoólica de
própolis sobre desempenho de coelhos Nova Zelândia Branco de 40 a 90 dias de idade,
afirmaram que o desempenho dos coelhos foi prejudicado pela inclusão da solução
hidroalcoolica de própolis na água de bebida, tanto no período de 40 a 70 dias
, como no
período total do experimento, de 40 a 90 dias de idade; o mesmo não ocorreu no presente
trabalho, onde a adição do extrato alcoólico de própolis não afetou negativamente o
desempenho.
Deve-se também levar em consideração que existe uma grande variação nos tipos de
própolis
, e dependendo da flora apícola em que ela foi produzida, pode diversificar seus
efeitos, como relatado por Hay & Greig, (1990). Esses mesmos autores afirmaram que
quando utilizada em dose exagerada, a própolis, pode proporcionar efeitos colaterais
negativos. A própolis contém também
, alguns compostos que podem ocasionar algum efeito
tóxico, como a dermatite, que ocorre em apicultores, e que é bem conhecida pela medicina
humana (Oliveira et al. 2005).
Todavia, Perez (1989), estudando a dose parenteral da própolis sobre a resposta
imune em coelhos, observou que doses mais altas sugerem uma influência inibitória e as
mais baixas mostraram melhores resultados, refletindo-se em níveis mais elevados de
imunoglobulinas e anticorpos. Ratificando
esses efeitos, Coloni et al. (2007) verificaram
que o extrato etanolico de própolis como aditivo na ração de coelhos em crescimento, não
expressou influência sobre o ganho de peso, os parâmetros de carcaça e o pH cecal dos
coelhos, sendo semelhantes aos animais que receberam as dietas com o álcool etílico e sem
nenhum aditivo.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
45
Porém, resultados encontrados por Buhatel et al. (1983), afirmaram que a utilização
de emulsão alcoólica de própolis em rações de leitões e frangos de corte melhorou o ganho
de peso diário em 41 e 18% respectivamente, quando comparado aos animais que não
receberam própolis.
Esses autores concluíram ainda que a própolis preveniu desordens digestivas e
proporcionou melhor conversão alimentar. Tal fato corrobora com os resultados encontrados
por Meurer et al. (2009), que avaliando o extrato de própolis marrom, sobre o desempenho
de alevinos de tilápia do Nilo (4,1 ± 0,1g) observaram que o tratamento com a adição de
2,22% foi o que implicou em melhor desempenho, provavelmente devido as propriedades
particulares da própolis marrom, produzida na Serra do Araripe, Região do Cariri no Sul do
Estado do Ceará (Brasil).
A própolis utilizada na presente pesquisa foi coletada da região Sudeste do Brasil,
contendo diferenças quanto a sua flora apícola em relação à própolis marrom utilizada por
Meurer et al. (2009) acima citada, porém foi a mesma utilizada por Arauco et al. (2007),
que contradiz os resultados encontrados no presente estudo, pois, observaram que a adição
de extrato hidroalcoólico de própolis na ração melhorou o ganho de peso de girinos de rã-
touro e influenciou a porcentagem de monócitos no sangue periférico, apresentando
possivelmente efeito imunoestimulante nas doses mais baixas (0,2 e 0,5%).
Outro efeito imunoestimulante também foi evidenciado por Abd-El-Rhman (2009),
quando estudando os efeitos do extrato alcoólico de própolis verde e da própolis bruta,
proveniente do Egito, em rações de juvenis de tilápia do Nilo infectadas por Aeromonas
hydrophila, onde se observaram um melhor desempenho do extrato alcoólico de própolis em
relação ao tratamento testemunha e com o própolis bruto.
Embora não tenha sofrido efeito significativo (P<0,05) sobre o desempenho e sobre
os valores da digestibilidade da PB e MS, foi observado no presente experimento, uma
melhora (P>0,5) na digestibilidade da energia bruta das rações com o aumento dos níveis de
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
46
extrato alcoólico de própolis, ressaltando um efeito positivo da sua utilização,
provavelmente pela seleção de bactérias benéficas que auxiliem no melhor aproveitamento
das fibras e dos carboidratos mais complexos.
Deste modo, o mecanismo de atividade antibacteriana é considerado complexo e de
difícil entendimento, podendo ser atribuído ao sinergismo entre flavonóides, hidroxiácidos e
sesquiterpenos (Krol et al. 1993). A proporção destas substâncias presentes na própolis é
variável em função do local e da época de coleta da mesma (Stepanovic et al. 2003).
Portanto, os efeitos da própolis como aditivo promotor de crescimento é variável e podem
ser diferentes dependendo da região e da vegetação onde ela foi produzida, o que resulta em
diferentes tipos de própolis, como relata Fernandes Júnior et al. (2006).
A mucosa intestinal apresentou vilosidades de aspecto foliáceo e irregular quanto a
sua altura e integridade. Não foi observada a presença de criptas intestinais. Estas
características são descritas para peixes teleósteos em geral (Takashima & Hibiya, 1995) e
especificamente para tilápias (Gargiulo et al. 1998). No presente experimento
, o efeito
quadrático encontrado no aumento das vilosidades ocorreu provavelmente devido a melhor
disponibilização das fontes energéticas para os enterócitos, provenientes da seleção
microbiana, ocorrida no lúmen intestinal com o uso de própolis na ração (Marcucci, 1995;
Menezes, 2005), o que consequentemente aumentou linearmente a digestibilidade da
energia pelos peixes.
Os estudos com o uso de aditivos naturais como promotores de crescimento em
rações para peixes e seus efeitos sobre o desempenho produtivo
, ainda são muitos
contraditórios, sendo necessários mais estudos para a melhor elucidação dos efeitos dos
diferentes tipos de própolis e de sua eficácia na piscicultura.
CONCLUSÃO
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
47
O uso do extrato alcoólico de própolis como aditivo promotor de crescimento para
tilápia do Nilo, não implicou em melhora no desempenho, porém
, proporcionou um melhor
aproveitamento energético da ração.
REFERÊNCIAS
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SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
50
CAPITULO 2
ALHO EM PÓ (ALLIUM SATIVUM) COMO ADITIVO EM RAÇÕES PARA TILÁPIA
DO NILO (OREOCHROMIS NILOTICUS, LINNAEUS 1758)
1
.
1
Artigo a ser submetido à avaliação e publicação da Revista Aquaculture Research.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
51
Alho em pó (Allium sativum) em rações para tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus,
Linnaeus 1758)
Resumo: Esta pesquisa foi realizada para avaliar a adição de diferentes níveis de alho em
(0, 1, 2 e 3%) em dietas para tilápia do Nilo (peso médio inicial de 4,20 ± 0,4 g) com base
no desempenho dos animais e na digestibilidade das rações. Todas as rações foram
peletizadas e fornecidas até a aparente saciedade durante 60 dias. Foram utilizados 120
alevinos, revertidos sexualmente, distribuídos em 24 aquários de 70 L, em delineamento
inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e seis repetições, num sistema de
circulação fechado de água com aeração constante. A coleta de fezes para determinação dos
coeficientes de digestibilidade aparente foi feita por metodologia indireta, tendo sido
utilizado 0,5% de Cr
2
O
3
como indicador incorporado à ração. Não foram observadas
diferenças significativas (P>0,05) quanto ao desempenho, quanto às
variáveis de peso dos
órgãos (PO), índice hepatosomáticos (IHS), índice de gordura vícerosomático (IGVS) e
altura de vilosidades. No entanto, os coeficientes de digestibilidade aparente das rações
forma influenciados negativamente (P>0,05) com a adição de alho em nas rações. O
alho em pó como aditivo em rações para juvenis de tilápia do Nilo, não proporcionou efeitos
positivos como promotor de crescimento, nos níveis estudados.
Palavras–chave: aditivo, desempenho, digestibilidade, Oreochromis niloticus
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
52
Garlic powder (Allium sativum) in feed of Nile tilapia (Oreochromis niloticus, Linnaeus
1758)
Abstract: This research was carried to evaluate on the addition of different levels garlic
powder (0, 1, 2 and 3%) in diets for Nile tilapia (initial average weight of 4,20 ± 0,4 g) the
performance of the animals and in the digestibilidade of the rations. All the rations had been
supplied until the apparent saciedade during 60 days. 120 alevinos, reverted sexually, with,
distributed had been used in 24 aquariums of 70 L, in design randomized, with four
treatments and six repetitions, in a closed system of water circulation with constant aeration.
Feces collection for apparent digestibility coefficients and were determined by indirect
method, 0,5% of Cr
2
0
3
was used as an indicator. Significant differences (P>0,05) had not
been observed; the how much to the performance and how much variable of weight organ
(WO), fat cerosomátic index (FVSI), hepatosomatic index (HSI) and intestinal villus
height. The coefficients of apparent digestibility of the rations form negative influenced
(P>0,05) with the addition of garlic powder in the rations. The garlic powder as additive in
rations for Nile tilapia, did not provide positive effect as growth promoter, in the studied
levels.
Keywords: Digestibility, Feed additive, Oreochromis niloticus, Weigh gain.
Introdução
A aquicultura no Brasil, principalmente na região Nordeste, vem impetrando uma
especial atenção devido às condições favoráveis de disponibilidade de água e clima para a
expansão e crescimento desta atividade, particularmente na criação de peixes tropicais, onde
desta forma, destaca-se a tilápia do Nilo, por ter um rápido ganho de peso, alta rusticidade e
prolificidade, ótima aceitação pelo mercado consumidor e adaptar-se bem as condições
climáticas desta região (Boscolo, Hayashi & Meurer et al. 2002; Santos et al. 2009).
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
53
A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é nativa do continente Africano, adapta-se
bem tanto em grandes criações intensivas
, quanto em criações de pequenas escala de nível
familiar, sendo uma das espécies que mais se adaptou ao clima do Brasil. Atualmente
,
corresponde a espécie dulciaquicola mais produzida no Brasil, e a segunda de maior
importância no mundo (FAO, 2007).
No entanto, com o aumento da densidade de cultivo, problemas relacionados ao
aumento de doenças são mais freqüentes, levando à necessidade do aumento da utilização
de antibióticos. Situações comuns como a transferência de peixes do ambiente natural para o
cativeiro ou entre diferentes criações, as altas densidades de cultivos e o intensivo manejo
com os animais são fatores determinantes de estresse e assim
, a conseqüente depressão dos
mecanismos de defesa, tornando os peixes mais susceptíveis às doenças infecciosas
(Martins et al. 2000), e afetando diretamente o crescimento desses animais.
Assim, para um bom desenvolvimento da tilapicultura, principalmente nos cultivos
intensivos com alta densidade de estocagem, é necessário o uso de rações que proporcionem
um rápido crescimento
, aliado a benefícios a saúde dos animais. Desta forma, o uso de
antibióticos tem sido utilizado nas rações
, como forma de prevenir a proliferação de
patógenos oportunistas e promover assim, um maior crescimento dos animais. Porém, o uso
desses quimioterápicos vem sendo combatido devido a causar resistência cruzada a bactérias
e outros microorganismos ao seres humanos.
Algumas substâncias imunoestimulantes vêm sendo utilizadas como alternativa aos
antibióticos utilizados como promotores de crescimento, entre elas
, determinados
probióticos e prebióticos. Porém, na piscicultura, a utilização de aditivos para promover a
saúde dos animais ainda é fato recente. Apesar do mercado consumidor está cada vez mais
exigente
, uma demanda crescente por alimentos mais saudáveis, sem resíduos de
antibióticos e agrotóxicos.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
54
Em função dos problemas advindos da utilização de antibióticos, sejam eles de ordem
econômica, mercadológica ou sanitárias, devem ser estudadas alternativas à utilização de
antibióticos na aqüicultura, como os prebióticos, probióticos (Meurer et al. 2006), os
extratos herbais e vegetais (Oetting et al. 2006).
Uma dessas alternativas é a utilização de extratos vegetais, onde se destaca o alho,
que é conhecido popularmente amplamente pela suas propriedades medicinais. Apesar de
ainda não existir um consenso sobre a ação efetiva dessas substancias naturais, algumas
hipóteses têm sido sugeridas, entre elas, o controle de patógenos pela atividade
antimicrobiana, a atividade antioxidante, a melhora na digestão por meio do estímulo da
atividade enzimática e da absorção de nitrogênio, além de outros efeitos relacionados a
alterações na histologia do epitélio intestinal, à morfometria dos órgãos e ao controle da
produção de amônia (Oetting et al. 2006).
Embora os efeitos antimicrobianos de diversos extratos vegetais tenham sido
comprovados em experimentos in vitro (Essawi & Srour, 2000; Lambert et al. 2001;
Kalemba & Kunicka, 2003), seu mecanismo de ação ainda é pouco compreendido.
Sendo assim, o alho (Alium sativum) vem sendo testado como promotor de
crescimento em frangos de corte (Freitas et al. 2001; Carrijo et al. 2005; Togashi et al.
2008; Onibi et al. 2009), suínos (Donzele, Costa & Mello, 1978; Lovatto et al. 2005) e
também em peixes (Diab, El-Nagar & Abd-El-Hady 2002; Shalaby, Khattab & Rahman,
2006)
Como alternativa ao uso desses quimioterápicos, o alho dentre outros extratos
vegetais, surge como alternativa natural para rações de peixes como substitutos aos
antibióticos, e de menor custo, além de não causar malefícios ao ser humano.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização do alho em pó em rações
de alevinos de tilápia do Nilo sobre o desempenho produtivo, digestibilidade e
características anatomo-morfologicas.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
55
Material e Métodos
1 – Dietas experimentais – processamento e arraçoamento
As rações foram formuladas de acordo com as exigências nutricionais para tilápia
conforme (NRC, 1993). As mesmas foram a base de farelo de soja, milho e farinha de peixe,
com diferentes níveis de alho em (0, 1, 2 e 3%). Utilizou-se caulim como material inerte,
reduzindo seus níveis ao adicionar o alho em pó (tabela 1).
Tabela 1 Composição percentual das dietas experimentais
Ingredientes
Tratamentos (%)
T1 T2 T3 T4
Farelo de soja 53,97
53,97
53,97
53,97
Milho 29,35
29,35
29,35
29,35
Farinha de peixe 8,91
8,91 8,91 8,91
Alho em pó 0,0 1,0 2,0 3,0
Óleo de soja 2,92
2,92 2,92 2,92
Fosfato bicalcico 0,68
0,68 0,68 0,68
Calcário calcítico 0,81
0,81 0,81 0,81
Sal (NaCl) 0,35 0,35 0,35 0,35
DL-metionina 0,08 0,08 0,08 0,08
Premix vitaminico e mineral
*
0,50 0,50 0,50 0,50
Inerte (caulim) 3,0
2,0 1,0 0,0
Nutrientes
ED (kcal/kg)
+
3.144
3.144
3.144
3.144
MS - Matéria seca (%)
#
96,06
96,20
95,58
95,98
PB - Proteína bruta (%)* 32,50
32,50
32,50
32,50
PB - Proteína bruta (%)
#
33,45
33,55
33,57
33,61
FB – Fibra Bruta (%)* 3,83 3,83 3,83 3,83
EE – Extrato etéreo (%)*
4,70 4,70 4,70 4,70
Amido (%)* 25,58
25,58
25,58
25,58
Metionina +cistina (%)* 1,08 1,08 1,08 1,08
Metionina total (%)* 0,62
0,62 0,62 0,62
Lisina (%)* 1,91
1,91 1,91 1,91
Triptofano (%)* 0,41
0,41 0,41 0,41
Valina (%)* 1,71
1,71 1,71 1,71
Treonina (%)* 1,27
1,27 1,27 1,27
Arginina (%)* 2,41
2,41 2,41 2,41
Leucina (%)* 2,57
2,57 2,57 2,57
Fenilalanina (%)* 1,55
1,55 1,55 1,55
Histidina (%)* 0,84
0,84 0,84 0,84
Isoleucina (%)* 1,54
1,54 1,54 1,54
Cálcio (%)* 1,20
1,20 1,20 1,20
Fósforo disponível (%)* 0,59
0,59 0,59 0,59
*
Niveis de garantia por kg do produto: vit. A = 900.000 UI;
vit. D
3
= 50.000 UI; vit. E = 6.000 mg; vit. K
3
= 1200 mg;
vit. B
1
= 2400 mg; vit. B
2
= 2400 mg; vit. B
6
= 2000 mg;
vit.B
12
= 4800 mg; folic acid = 1200 mg; calcium
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
56
pantothenate = 12.000 mg; vit. C = 24.000 mg; biotina = 6,0
mg; choline = 65.000 mg; niacin= 24.000 mg; Fe = 10.000
mg; Cu = 600 mg; Mn = 4000 mg; Zn = 6000 mg; I = 20
mg; Co = 2,0 mg e Se = 25mg). *De acordo com Rostagno
et al. (2005).
+
De acordo com Pezzato et al. (2000).
#
Análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal
/Dept. Zootecnia/UFRPE.
Na preparação das dietas, os ingredientes foram pré-secos em estufa de circulação de
ar forçado à 55ºC por 48h. Posteriormente
, os ingredientes foram moídos, em moinho tipo
Willey, em peneira de 2 mm, homogeneizados. Em seguida, a mistura foi peletizada em
moinho de carne e desidratada em estufa de ventilação forçada (55 ºC) durante um período de
48 h, triturada e selecionadas de acordo com o tamanho dos animais. As rações foram
ofertadas três vezes ao dia (8h, 12h e 17h), por arraçoamento manual até a aparente saciedade
do animal. Foi utilizado o alho em cru, triturado e posteriormente desidratado, sendo
proveniente da feira livre da cidade de Recife, Pernambuco, Brasil, sem especificações de
variedade.
Foram realizadas as análises de composição química das rações, quanto aos teores
de: Matéria seca (MS), Fibra Bruta (FB), Proteína Bruta (PB), Extrato Etéreo (EE) e Cinzas
(CZ) conforme metodologias descritas pela AOAC (1995) e para a avaliação do óxido
crômico (Cr
2
O
3
) pelo método descrito por Silva (2005).
2 – Digestibilidade
O ensaio de digestibilidade foi conduzido no Laboratório de Digestibilidade de Não
Ruminantes do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco,
no período de fevereiro a março de 2009, objetivando avaliar os coeficientes de
digestibilidade aparente (CDa) da matéria seca (MS), da proteína bruta (PB) e da energia
bruta (EB) das rações com a adição de diferentes níveis de alho em (0,0; 1,0; 2,0 e 3,0%)
para juvenis de tilápia do Nilo (tabela 1) acrescidos de 0,5% do marcador inerte oxido
crômico (Cr
2
O
3
).
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
57
Foram utilizados 240 tilápias do Nilo (Oreocromis niloticus), machos, revertidos
sexualmente, distribuídos em doze aquários modificados para a coleta de fezes de 80 L de
água. Antes do período experimental
, os peixes foram mantidos por 15 dias, para
aclimatização as condições laboratoriais.
Durante o dia, os peixes eram mantidos nos aquários de alimentação (três gaiolas por
aquário de 500 L), onde recebiam refeições à vontade das 7h às 16h, com maior freqüência
durante o período vespertino. Após, eram transferidos para os aquários de coleta de fezes
(uma gaiola por aquário) confeccionados em fibra de vidro e capacidade de 300 L, com a
parte inferior em formato cônico, provido de registro acoplado a um frasco de 200 ml de
vinil transparente (para coleta de fezes). Permanecendo até a manhã do dia subseqüente
(8h), quando retornavam aos aquários de alimentação para início de um novo ciclo. Tal
procedimento possibilitou a obtenção de fezes, sem que houvesse contaminação dessas com
a ração, direta e ou indiretamente.
Diariamente foram tomadas as medidas de oxigênio dissolvido e pH, e a cada 3 dias
foram mensuradas a amônia total e dureza total, por testes químicos colorimétricos. Os
coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) da energia e proteína bruta das rações foram
determinados de acordo com a fórmula descrita por Nose (1960).
3 – Desempenho produtivo
O experimento foi realizado no Laboratório de Avaliação Ponderal em Animais
Aquáticos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (LaAqua/UFRPE), no período de
18 de novembro de 2008 a 18 de janeiro de 2009.
Foram utilizados 120 alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), machos,
revertidos sexualmente, com peso médio inicial de 4,20 ± 0,4g. Os animais foram
distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e seis
repetições, sendo a unidade experimental constituída por um aquário com capacidade para
70L com cinco animais cada. Os aquários possuíam aeração constante, por meio de pedra
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
58
porosa ligada a um compressor de ar, e estavam dispostos em um sistema fechado de
circulação contínua de água com a utilização de biofiltro.
Ao final do desempenho, os peixes foram mantidos em jejum por 24 horas,
posteriormente sacrificados por meio de choque térmico, até que tivessem parado por
completo seus sinais vitais e em seguida foram submetidos à biometria e realizado um corte
longitudinal na região ventral para a retirada e pesagem do fígado, das vísceras e da gordura
visceral.
As características avaliadas foram: ganho de peso médio (GPM), consumo médio de
ração (CMR), conversão alimentar aparente (CA). Também foram avaliados os parâmetros
de: índice hepato-somático (peso do fígado/peso do corpo)x100, índice de gordura viscero-
somática (peso da gordura retirada na região ventral/peso do corpo)x100 e peso dos órgãos.
3 – Morfometria da mucosa intestinal
A morfometria da mucosa intestinal foi realizada no Laboratório de Histotécnica do
Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Pernambuco, sendo recolhidas, após
o final do experimento de desempenho, porções de aproximadamente 5 cm de comprimento
da porção inicial do intestino (5 cm abaixo da junção do estômago com o intestino), de 5
peixes por tratamento. As amostras foram abertas longitudinalmente, lavadas com solução
salina, fixado em solução de “Bouin” por seis horas, desidratadas em série ascendente de
álcool, diafanizadas em xilol, e incluídas em parafina, para a obtenção de cortes histológicos
semiseriados, conforme descrito por Silva (2008).
Foram realizados cortes de 7 µm de espessura que foram corados pelo método de
hematoxilina-eosina. A fotodocumentação (captura de imagens) foi realizada em
fotomicroscópio Olympus
®
BX50 em objetiva de 4X, utilizando-se sistema de imagens
computadorizado (Image Pro Plus Versão 5.2- Media Cibernética). A morfometria da
mucosa intestinal foi realizada em 16 vilos por animal perfazendo um total de 80 medidas
por tratamento onde foi mensurada a altura dos vilos.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
59
4. Análises estatísticas
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado (DIC) com 4 tratamentos e 6
repetições e todos os dados obtidos (desempenho, digestibilidade e morfometria da mucosa
intestinal), foram submetidos à análise de variância e regressão ao nível de 5% de
probabilidade, utilizando-se o programa computacional Sistema para Análises Estatísticas e
Genéticas – SAEG (UFV, 2004).
Resultados
Os valores médios de temperatura, pH, nitrito, amônia tóxica e OD durante o período
experimental® foram respectivamente: 27º ± 0,5ºC; 6,8 ± 0,3; 0,15 ± 0,05; 0,25 ± 0,25;
6,50 ± 0,25 permanecendo estável e dentro da faixa recomendada para a espécie (Boyd,
1990).
Os valores médios das características de desempenho, obtidos ao final do experimento
para ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar aparente estão apresentados
na Tabela 2.
Tabela 2 Valores médios de peso inicial (PI), peso final (PF), ganho de
peso (GP), consumo de ração (CR), conversão alimentar
aparente (CA) e taxa de eficiência protéica (TEP) de tilápia
do Nilo, de acordo com os níveis de alho em pó na ração.
Tratamentos
Variaveis 0,0% 1,0% 2,0% 3,0% CV(%)
#
Teste F Regressão
PI (g) 4,21 4,20 4,21 4,20 0,66 ns* Y= 4,20
PF(g) 24,46 24,88 25,36 23,72 13,77 ns Y= 24,60
GP (g)
20,25 20,68 21,15 19,52 16,24 ns Y=20,40
CR (g)
28,00 28,54 27,76 26,99 10,73 ns Y=27,82
CA 1,43 1,39 1,34 1,38 14,34 ns Y=1,38
TEP 1,35 1,39 1,42 1,31 16,61 ns Y= 1,37
*ns = não significativo, (P>0,05),
#
CV = coeficiente de variação.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
60
Os valores médios obtidos ao final do experimento para peso dos órgãos, índice de
gordura viscero-somática e índice hepato-somático estão apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 Valores médios de peso dos órgãos (PO), índice de
gordura viscero-somática (IGVS) e índice hepato-
somático (IHS) de tilápia do Nilo, de acordo com os
níveis de alho em pó na ração.
Tratamentos
Variáveis 0,0% 1,0% 2,0% 3,0% CV(%)
#
Teste F Regressão
PO (g)
2,333 2,362 2,532 2,286 29,97 ns* Y= 2,378
IGVS (%)
0,035 0,030 0,031 0,035 27,12 ns Y = 0,033
IHS (%) 0,717 0,631 0,617 0,659 11,31 ns Y=0,656
*ns = não significativo, (P>0,05),
#
CV = coeficiente de variação.
Não houve diferenças estatísticas nos resultados obtidos de desempenho e de peso
dos órgãos, índice de gordura viscero-somática e índice hepato-somático dos peixes
submetidos aos diferentes tratamentos.
Tabela 4. Valores Médios dos Coeficiente de Digestibilidade Aparente (CDa) da
Matéria Seca (MS), da Proteína Bruta (PB), da Energia Bruta (EB), Energia
Digestível (EDa) e a Proteína Digestível (PDa), com seus respectivos desvios
padrão, das dietas com diferentes níveis de alho em pó na ração em tilápia do
Nilo.
Tratamentos
CDa (%)
EDa
(kcal.kg
-1
)
PDa
(%)
MS PB EB
0,0 % 79,54 90,88 84,04 3115,12 29,52
1,0 % 76,28 89,14 81,81 3105,38 28,82
2,0 % 78,01 88,34 81,60 3091,13 28,13
3,0 % 72,46 87,30 75,98 2821,14 28,05
Teste F 13,1648 13,4711 26,89 20,52 25,31
Regressão* Y=79,90-2,177x Y=90,65-1,15x Y=84,51-2,44x Y=3257,2-89,62x Y=29,90-0,51x
R
2
0,88 0,97 0,84 0,67 0,92
CV %
#
2,84 1,37 2,25 2,57 1,37
* efeito linear (P>0,05),
#
CV = coeficiente de variação.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
61
Foi observado um decréscimo linear (P>0,05) quanto aos coeficientes de
digestibilidade da MS, PB, EB e também para os resultados de EDa e PDa das rações com os
diferentes níveis de alho em pó para tilápia do Nilo.
As análises morfometricas das vilosidades revelaram ausência de efeito trófico da
suplementação de alho em (P>0,05; CV=22,30%) para a altura das vilosidades, sendo
observado valores de 286,52; 292,88; 279,15 e 318,29 µm com a adição dos níveis de 0, 1, 2
e 3% de alho em pó na ração, respectivamente.
Discussão
O alho contém a alicina, sintetizada pela enzima alinase a partir da alina (Ceci,
Curzio & Pomilio. 1991) com o rompimento das células do bulbo (Prasad et al. 1996). A
alicina é reconhecida como bactericida, fungicida e antioxidante pelo menos 5000 anos,
por babilônicos, egípcios, fenícios, viquingues, chineses, gregos, romanos e hindus (Song &
Milner, 2001), exibindo ação antibiótica de largo espectro contra as bactérias gram positiva
e gram negativa, sem contribuir para aumentar a resistência bacteriana e, em combinação
com antibióticos, resulta em sinergismo de ação parcial ou total contra bactérias (Sivam,
2001).
Entretanto, não houve diferenças estatísticas entre os resultados obtidos de
desempenho dos peixes submetidos aos diferentes tratamentos, talvez devido às boas
condições de criação, as quais não permitiram a manifestação de desafios sanitários que
pudessem criar condições para se observar efeitos benéficos significativo do uso do alho
como promotor de crescimento. Corroborando com esses resultados, Ndong & Fall (2007),
também, não encontraram efeito sobre o desempenho de juvenis híbridos de tilápia
(Oreochromis niloticus x Oreochromis aureus) alimentados durante quatro semanas com
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
62
níveis de até 1% de alho na ração. Assim como, Freitas et al. (2001), estudando o alho como
promotor de crescimento para aves de corte, também, não observou efeitos significativos
sobre o desempenho desses animais, relatando que provavelmente a ausência de condições
de desafio sanitário tenham influenciado os resultados.
Silva et al. (2003) também observaram que o alho utilizado como aditivo em rações,
não expressa efeito significativo sobre o desempenho de aves poedeiras
, semi pesadas,
submetidas ao estresse.
Porém, Diab et al. (2008), estudando os efeitos do alho em 1,0 e 3,0% na ração de
tilápia do Nilo, observaram que durante o verão
, quando os animais que se alimentaram com
o alho como aditivo promotor de crescimento
, não expressaram melhor desempenho quando
comparada ao grupo controle, sem alho na ração. Contudo, este mesmo estudo foi realizado
no período de inverno, que houve uma maior oscilação da temperatura da água e uma maior
efetividade proporcionada pela infecção proposital por Pseudomonas fluorescens,
provocando estresse ao animal
; o desempenho e a sobrevivência dos peixes alimentados
com alho na ração foi superior. Desta forma, para a melhor eficiência de prebióticos são
necessárias condições que favoreçam a ação dos mesmos.
Já Shalaby, Khattab & Abdel Rahman (2006) verificaram um aumento linear crescente
sobre os parâmetros de desempenho em juvenis de tilápia do Nilo, alimentados com alho em
pó, sendo o tratamento com 3% de alho o que apresentou o melhor resultado, recomendando
o alho como promotor de crescimento, para a prevenção de doenças oportunistas e para
realçar a tolerância ao estresse do manejo intensivo e as mudanças de ambiente.
Corroborando
esses resultados foi observado por Metwally (2009) que ao incluir 250mg/kg
de alho em pó na ração para tilápia do Nilo, obtiveram-se os melhores resultados de
desempenho.
Fernandez et al. (2007) estudando a adição de extrato de alho como aditivo em
rações para o Jundiá (Rhamdia quelen) não observaram efeitos da infestação proposital pelo
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
63
protozoário Ichthyophthirius multifilis, sugerindo que mais estudos devem ser realizados
para a avaliação desse aditivo sobre parâmetros produtivos.
Apesar do alho ser utilizado no combate e prevenção a várias doenças em peixes com
resultados satisfatórios, principalmente na Ásia (Chitmanat, Tongdonmuan & Nunsong,
2005), seu efeito sobre o desempenho produtivo
, ainda é controverso, necessitando assim,
de estudos mais aprofundados sobre o modo de ação do alho para peixes em diferentes
condições de cultivo.
Também não foi possível observar diferenças estatísticas entre os resultados obtidos
no peso dos órgãos, índice de gordura viscero-somática e índice hepato-somático dos
animais alimentados com alho em pó no presente experimento.
Fato esse que poderia ser esperado, pois, geralmente as modificações que podem
ocorrer nos valores dos IHS e IGVS estão associadas ao acúmulo de reservas energéticas ou
a problemas no metabolismo lipídico ou protéico, que podem vir a ocasionar uma
hipertrofia do fígado e um maior acúmulo de gordura na região ventral inferior. Todavia, o
acúmulo de gordura em peixes começa a ser mais evidente na fase de terminação dos
animais. Portanto, os animais utilizados neste experimento, que estavam na fase inicial de
crescimento, apresentaram uma baixa deposição de gordura. Assim como, relatado por
Santos et al. (2009), quando trabalharam com alevinos de tilápia do Nilo. Corroborando
com esses resultados deste trabalho realizado, Elias & Ghany (2008) também não
encontraram diferenças significativas no peso do fígado de Clarias gariepinus alimentados
com alho na ração e infectados com Fusarium moniliform.
Yaoling et al. (1998) relatam que os efeitos do Alium sativum na alimentação é bem
conhecido sobre o metabolismo lipídico e que o consumo ponderado pode diminuir o
acúmulo de gordura no fígado, aumentar a excreção de ácidos biliares nas fezes e
incrementar a capacidade antioxidante como observado com hamisters. Sugerindo uma
diminuição da hipertrofia do fígado e uma melhora no metabolismo energético no animal.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
64
O desenvolvimento da mucosa intestinal consiste no aumento da altura e densidade
dos vilos, o que corresponde a um aumento no número de suas células epiteliais
(enterócitos, células caliciformes e enteroendócrinas). Isso ocorre, devido a renovação
celular (proliferação e diferenciação) com mitoses ou por perda de células (extrusão) que
ocorrem nas criptas (Maiorka et al. 2000), ou no caso dos peixes na base das vilosidades
(Silva, 2008). Sendo assim, pode ser observada uma grande variação na integridade e no
tamanho das vilosidades em todos os tratamentos, também não foi observada presença de
criptas intestinais e nem diferenças significativas na altura das vilosidades dos animais
alimentados com diferentes níveis de alho em pó na ração.
A ausência de resposta na altura e largura das vilosidades, a qual poderia indicar
alterações funcionais na capacidade absortiva da mesma, corrobora com o fato desta não
apresentarem alterações significativas no desempenho, e pode, também, ser justificada pela
falta de desafio nas condições experimentais, conforme já foi relatado.
De forma geral, os resultados encontrados de desempenho e das características
anatomo-morflógicas de alevinos de tilápia do Nilo
, não foram influenciados pelos
diferentes níveis de alho em utilizados durante o experimento, o que pode ser
conseqüência da atividade bactericida do alho sobre a água, que o sistema de
recirculação, utilizado no presente experimento, poderia ter prejudicado a ação benéfica dos
microorganismos do biofiltro. Houve, porém, um efeito depressivo na digestibilidade das
rações com o aumento dos níveis de alho em pó na ração.
Segundo O’gara, Hill & Maslin (2000), relatos também, de irritação gástrica em
certos pacientes, quando da administração de alho na forma oral para humanos, logo a
alicina deve ser usada com cautela especial em pacientes com lesão na mucosa gástrica ou
inflamação. Desta forma, o uso excessivo de extrato ou cápsulas de alho pode causar
irritação gástrica, algumas vezes com febre, cólicas intestinais, cistite e vômitos (Costa,
2005). Fato esse confirmado por Graham, Anderson & Lang (1999) que observaram efeitos
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
65
colaterais como diarréia, flatulência, hálito de alho, bem como odor de alho pelo corpo, em
pacientes tratados com o alho. Joseph, Rao & Sundaresh (1989) relataram também que a
ingestão de pequenas quantidades de alho cru pode provocar ferimentos no fígado de ratos,
já Hoshino, Kashimoto & Kasuga (2001) descrevem que em humanos a ingestão do alho cru
pode provocar distúrbios gastrintestinais, e que influenciar diretamente a digestibilidade e o
aproveitamento dos nutrientes da dieta.
A redução na digestibilidade das rações observada nos animais alimentados com
dietas contendo alho no presente estudo
, não é amparada na literatura. Uma hipótese a ser
considerada para esse efeito
é a presença no alho de propriedades ou princípios que
deprimem a ingestão voluntária, e assim diminuem a digestibilidade dos nutrientes das
rações (Lovatto et al. 2005).
Deste modo, são necessários mais estudos a respeito dos efeitos do alho em em
rações para de tilápia do Nilo, em diferentes níveis e condições experimentais.
Conclusão
O alho em como aditivo em rações para juvenis de tilápia do Nilo, não
proporcionou efeitos positivos como promotor de crescimento e piorou a digestibilidade dos
nutrientes nos níveis estudados.
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SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
71
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso do extrato alcoólico de própolis como aditivo promotor de crescimento para
tilápia do Nilo, não implicou em melhora no desempenho, porém proporcionou um melhor
aproveitamento energético da ração.
O alho em como aditivo em rações para juvenis de tilápia do Nilo, não
proporcionou efeitos positivos como promotor de crescimento e piorou a digestibilidade dos
nutrientes nos níveis estudados.
Mais estudos devem ser realizados para melhor
esclarecimento dos resultados
obtidos com a utilização de aditivos naturais promotores de crescimento na piscicultura.
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
72
ANEXOS
SANTOS, E. L. Aditivos naturais promotores de crescimento em dietas para tilápia do Nilo
73
Figura 1. Fotomicrografia (40x) das
vilosidades dos animais alimentados com
diferentes níveis de alho em na ração
(valores médios das alturas das
vilosidades: T1 286,52; T2 292,88; T3
279,15 e T4 318,29 µm).
T1
T2
T3
T4
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