Resumo
Ambiel, R. A. M. (2010). Construção da Escala de Autoeficácia para Escolha Profissional.
Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia,
Universidade São Francisco, Itatiba.
A autoeficácia para escolha profissional diz respeito às crenças de uma pessoa sobre sua própria
capacidade para se engajar em tarefas relativas à escolha profissional e sua aplicação em
orientação profissional pode ser útil na avaliação inicial do orientando para o planejamento da
intervenção e como medida de avaliação do processo. Assim, o objetivo do presente trabalho
foi construir a Escala de Autoeficácia para Escolha Profissional, dividido em duas etapas.
Inicialmente, foram realizadas buscas bibliográficas a respeito do tema, a partir das quais foram
construídos 41 itens. Em seguida, foi realizada uma coleta com um instrumento de resposta
aberta, com 149 pessoas de características diversas. As respostas foram analisadas segundo seu
conteúdo, tendo sido formuladas quatro categorias, a saber, Autoavaliação, Informação
Profissional, Maturidade e Engajamento e Realização, a partir das quais foram construídos
outros 27 itens, com 68 itens no total. A versão inicial da escala foi submetida à aplicação
piloto em 22 estudantes (59,1% mulheres; idades entre 14 e 15 anos) da 1ª Série do Ensino
Médio de uma escola particular, visando avaliar a clareza dos itens e das instruções, sendo que
não foram necessárias mudanças substanciais. O próximo passo foi a aplicação da escala em
uma amostra de 553 estudantes das três séries do Ensino Médio (330 de escolas particulares)
com o objetivo de avaliar preliminarmente a estrutura fatorial, usando como critério para
exclusão de itens a carga fatorial de 0,40. Observou-se uma única dimensão, que explicou
30,4% da variância, com Alfa de 0,96. Segundo o critério estabelecido, 10 itens foram
eliminados, restando 58. Em seguida, os itens foram submetidos a análise de 10 juízes, mestre e
doutores com experiência em pesquisa e orientação profissional, que classificaram os itens de
acordo com as descrições das categorias geradas anteriormente. Foi adotado como critério
mínimo de concordância 70% de respostas iguais, sendo que 41 dos 58 itens obtiveram essa
porcentagem mínima. A Etapa 2 consistiu na busca por evidências de validade e fidedignidade
para a EAE-EP. Para tanto, participaram 308 jovens, estudantes das três séries do Ensino
Médio, de escolas públicas e particulares do interior do Estado de São Paulo. Foi realizada uma
nova análise fatorial exploratória, com rotação Direct Oblimin, mantendo a carga de 0,40 como
critério mínimo de manutenção dos itens. Dessa vez, 38 dos 58 itens atingiram esse critério e se
distribuíram por quatro fatores que explicaram juntos 43,57% da variância, denominados
Autoeficácia para Coleta de Informações Ocupacionais (14 itens), Autoeficácia para
Autoavaliação (oito itens), Autoeficácia para Busca de Informações Profissionais Práticas (11
itens) e Autoeficácia para Realização Profissional (5 itens). Os resultados de análises de
diferenças de média indicaram que as mulheres, estudantes da 3ª Série e de escolas particulares
tiveram melhor desempenho em autoeficácia. A EAE-EP foi correlacionada com a Escala de
Aconselhamento Profissional (EAE) e Baterial Fatorial de Personalidade (BFP) e foram
observadas várias correlações significativas, com magnitudes variando entre baixa e moderada,
com destaque para as relações positivas entre os fatores da EAE-EP com os Atividades
Burocráticas, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Extroversão, Socialização e Realização.
Quanto à fidedignidade, os Alfas variaram entre 0,72 e 0,85, sendo que no escore geral foi 0,92.
No teste-reteste, foram encontradas correlações significativas e positivas entre as aplicações e
não houve diferenças significativas. A EAE-EP mostrou ser um instrumento com características
psicométricas adequadas para o uso profissional.
Palavras-chave: Autoeficácia, Escolha profissional, Orientação profissinal, Avaliação
Psicológica
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