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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PRODUÇÃO E VALOR NUTRITIVO DA FORRAGEM,
CARACTERÍSTICAS MORFOGÊNICAS E DE
PERFILHAMENTO DO CAPIM-TANZÂNIA FERTILIZADO
OU NÃO COM NITROGÊNIO SOB PASTEJO
Autor: Cláudio Fabrício da Cruz Roma
Orientador: Prof. Dr. Ulysses Cecato
Co-orientador: Prof. Dr. Antonio Enedi Boaretto
Dissertação apresentada, como parte
das exigências para obtenção do
título de MESTRE EM
ZOOTECNIA, no Programa de Pós-
graduação em Zootecnia da
Universidade Estadual de Maringá -
Área de concentração: Pastagens e
Forragicultura.
MARINGÁ
Estado do Paraná
Dezembro - 2009
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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil)
Roma, Cláudio Fabrício da Cruz
R756p Produção e valor nutritivo da forragem,
características morfogênicas e de perfilhamento do
capim-tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio sob
pastejo. / Cláudio Fabrício da Cruz Roma. -- Maringá,
2009.
xvii, 64 f. : il., figs., tabs.
Orientador : Prof. Dr. Ulysses Cecato.
Co-orientador : Prof. Dr. Antonio Enedi Boaretto
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de
Maringá, Departamento de Zootecnia, Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, 2009.
1. Capim-Tanzânia (Panicum maximum Jacq cv.
Tanzânia) - Morfogênese. 2. Capim-Tanzânia (Panicum
maximum Jacq cv. Tanzânia) - Valor nutritivo. 3.
Capim-Tanzânia (Panicum maximum Jacq cv. Tanzânia) -
Perfilhamento. 4. Capim-Tanzânia (Panicum maximum Jacq
cv. Tanzânia) - Adubação nitrogenada. 5.
Forragicultura - Capim-Tanzânia - Morfogênese. 6.
Forragicultura - Capim-Tanzânia - Valor nutritivo. 7.
Forragicultura - Capim-Tanzânia - Perfilhamento. I.
Cecato, Ulysses, orient. II. Boaretto, Antonio Enedi,
co-orient. III. Universidade Estadual de Maringá.
Departamento de Zootecnia. Programa de Pós-Graduação
em Zootecnia. IV. Título.
CDD 21.ed. 636.0845
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ii
"Quanto mais vivo, profundamente me
convenço de que o que faz a diferença
entre o homem e outro homem é a
energia, uma determinação invencível,
uma decisão tomada e mantida até a
vitória final."
Fowell Buxton
iii
Dedico este trabalho
aos meus pais, Cláudio Roma e Neusa Moreira da Cruz
Roma, pelos ensinamentos, dedicação e paciência;
às minhas irmãs, Carla da Cruz Roma e Karina Melchior,
pelas horas de alegria proporcionadas;
à minha namorada, Juliana Minardi Galo, pelo amor e
incentivo, além de paciência e compreensão em todos os
momentos que precisei.
Obrigado, por sempre acreditarem em mim
e me apoiarem;
Amo muito todos vocês!
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida e da sabedoria, e que me iluminou durante esta jornada, me
proporcionando tudo isso;
agradeço, em especial, à minha família e à família da minha namorada, pelo amor,
acolhimento, torcida e incentivo em todos os momentos;
à Universidade Estadual de Maringá (UEM) e ao curso de Pós-graduação em Zootecnia
que permitiram a realização de mais uma etapa da minha formação;
ao Professor Dr. Ulysses Cecato, pela orientação constante, pelo exemplo de
determinação, por todos estes anos de muita paciência, ensinamentos e acima de tudo
pela amizade;
à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, pela
concessão de bolsa de estudos;
aos Professores do Curso de Pós-graduação em Zootecnia que muito contribuíram na
transmissão do conhecimento;
à minha namorada, Juliana Minardi Galo e família, pelo companheirismo, paciência e
vitórias conseguidas juntos;
aos meus grandes amigos Cecílio Viega Soares Filho, Ossival Lolato Ribeiro e Kelen
Cristina Basso, pelo companheirismo e dedicação ao trabalho;
v
aos amigos Alexandre Lenzi, Leandro Barbeiro, José Augusto Nogueira Gomes,
Veridiana Limão, Juliana Faveri, Renato Sirena, Paulo Prohman, Wagner Paris e Ênio
Lupshinski, pela contribuição com o trabalho e amizade;
aos funcionários do Laboratório de Nutrição Animal, Cleuza Volpato e Creuza, pela
ajuda no desenvolvimento do trabalho;
a todos que contribuíram direta ou indiretamente para realização deste trabalho;
a todos os colegas do curso de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Estadual
de |Maringá;
a todos os amigos e aos colegas não mencionados que de alguma forma colaboraram
durante este trabalho, e aqueles que estiveram presentes num abraço apertado, um
cafezinho, uma boa risada ou uma conversa jogada fora, meus eternos agradecimentos!
vi
BIOGRAFIA
CLÁUDIO FABRÍCIO DA CRUZ ROMA, filho de Cláudio Roma e Neusa
Moreira da Cruz Roma, nasceu na cidade de Loanda, Estado do Paraná, aos 26 dias do
mês de agosto de 1982.
Em fevereiro de 2007, concluiu o curso de graduação em Zootecnia pela
Universidade Estadual de Maringá.
Em março de 2007, ingressou no Programa de Pós-graduação em Zootecnia da
Universidade Estadual de Maringá, em nível de mestrado, área de concentração:
Pastagem e Forragicultura.
No dia 21 de dezembro de 2009 submeteu-se à banca para defesa da Dissertação
sendo aprovado.
vii
ÍNDICE
Página
TABELAS DO APÊNDICE ............................................................................................ ix
FIGURAS DO APÊNDICE ............................................................................................ xi
RESUMO ...................................................................................................................... xiii
ABSTRACT ................................................................................................................... xv
1. Introdução Geral ......................................................................................................... 02
2. Revisão de Literatura .................................................................................................. 03
2.1. Descrição do capim-Tanzânia ................................................................................ .03
2.2. Adubação Nitrogenada ............................................................................................ 04
2.3. Valor Nutritivo da Forragem ................................................................................... 05
2.4. Características Morfogênicas e Estruturais do Pasto ............................................... 05
2.4.1. Características Morfogênicas ............................................................................... 05
2.4.1.1. Taxa de Aparecimento de Folhas e Filocromo .................................................. 06
2.4.1.2. Taxa de Alongamento de Folhas ....................................................................... 07
2.4.1.3. Duração de Vida de Folhas e Senescência ........................................................ 08
2.5. Características Estruturais ....................................................................................... 09
2.5.1. Tamanho da Folha ................................................................................................ 09
2.5.2. Densidade de Perfilhos e Padrões Demográficos de Perfilhamento ..................... 10
2.5.3. Número de Folhas por Perfilho ............................................................................ 11
2.5.4. Alongamento de Colmo ........................................................................................ 11
3. Literatura Citada ......................................................................................................... 13
OBJETIVOS GERAIS ................................................................................................... 19
CAPÍTULO II - Produção e valor nutritivo do capim-Tanzânia fertilizado ou não com
nitrogênio nas estações do ano sob pastejo ................................................................ ....20
viii
Resumo ....................................................................................................................... 21
Abstract ....................................................................................................................... 22
Introdução ................................................................................................................... 23
Material e Métodos ..................................................................................................... 23
Resultados e Discussão ............................................................................................... 27
Conclusões .................................................................................................................. 37
Literatura Citada ......................................................................................................... 38
CAPÍTULO III - Morfogênese e dinâmica do perfilhamento do capim-Tanzânia
fertilizado ou não com nitrogênio nas estações ano sob pastejo .................................... 41
Resumo ....................................................................................................................... 42
Abstract ....................................................................................................................... 43
Introdução ................................................................................................................... 44
Material e Métodos ..................................................................................................... 45
Resultados e Discussão ............................................................................................... 49
Conclusões .................................................................................................................. 60
Literatura Citada ......................................................................................................... 61
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 64
ix
TABELAS DO APÊNDICE
Página
CAPÍTULO II
Tabela 1 Componentes químicos do solo das pastagens de capim-Tanzânia
no início do período experimental, março de 2007............................
25
Tabela 2 Produção de massa seca total (PMSt - t/ha), de lâmina foliar
(PMSf- t/ha), de colmo+bainha (PMSc- t/ha), e material morto
(PMSMm- t/ha) do capim-Tanzânia fertilizado ou não com
nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.......................................
27
Tabela 3 Porcentagem de lâmina foliar (LF%), de colmo+bainha (C %) e de
material morto (MM %) do capim-Tanzânia fertilizado ou não com
nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.......................................
31
Tabela 4 Teores de fibra em detergente neutro (FDNf %), proteína bruta
(PBf %), digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMSf %) e
digestibilidade “in vitro” parede celular (DIVPCf %) de lâmina
foliar do capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas
estações do ano sob pastejo................................................................
34
Tabela 5 Teores de fibra em detergente neutro (FDNC %), proteína bruta
(PBC %), digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMSC %) e
digestibilidade “in vitro” parede celular (DIVPCC %) de colmo +
bainha do capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas
estações do ano sob pastejo...............................................................
37
CAPÍTULO III
Tabela 1 Componentes químicos do solo das pastagens de capim-Tanzânia
no início do período experimental, março de 2007............................
46
Tabela 2 Médias de comprimento final de lâminas foliares (CFLF) (cm),
filocrono, número de folhas verdes (NFV), duração de vida das
folhas (DVF) (dias), taxa de alongamento do colmo (TAlC) e taxa
x
de senescência foliar (TSeF) do capim-Tanzânia fertilizado ou não
com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo................................
52
Tabela 3
Densidade populacional de perfilhos basais (DPP, perfilhos/m
²
),
taxa de aparecimento de perfilhos (TApP), taxa de mortalidade de
perfilhos (TMoP), taxa de sobrevivência dos perfilhos (1-TMoP)
do capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações
ano sob pastejo...................................................................................
55
Tabela 4 Produção de massa seca total (PMST) em ton/ha, porcentagem de
lâmina foliar, de colmo+bainha e de material morto do capim-
Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob
pastejo.................................................................................................
58
xi
FIGURAS DO APÊNDICE
Página
CAPÍTULO II
Figura 1 Precipitação e temperaturas máximas e mínimas mensais ocorridas
durante o período experimental, 2007/2008. Fonte Laboratório de
Sementes da FEI/UEM.......................................................................
24
Figura 2 Produção de massa seca total (kg de MS/ha do capim-Tanzânia
fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo... 29
Figura 3
Produção acumulada de massa seca total (ton/ha) do capim-
Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob
pastejo.................................................................................................
31
CAPÍTULO III
Figura 1 Precipitação e temperaturas máximas e mínimas mensais ocorridas
durante o período experimental, 2007/2008. Fonte Laboratório de
Sementes da FEI/UEM......................................................................
45
Figura 2 Número total de ciclos de pastejo durante o período experimental
para o capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas
estações do ano sob pastejo...............................................................
49
Figura 3 Intervalo entre pastejos (em dias) durante o período experimental
para o capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas
estações do ano sob pastejo...............................................................
50
Figura 4 Taxa de aparecimento foliar (TapF) e taxa de alongamento foliar
(TAlF) do capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogenio nas
estações do ano sob pastejo...............................................................
51
xii
Figura 5 Densidade populacional de perfilhos basais (DPP, perfilhos/m
2
) do
capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do
ano sob pastejo...................................................................................
55
Figura 6 Dinâmica populacional de perfilhos totais do capim-Tanzânia
fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo..
57
Figura 7 Índice de estabilidade da população de perfilhos do capim-
Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano
sob pastejo.........................................................................................
59
xiii
RESUMO
O trabalho foi conduzido na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), da Universidade
Estadual de Maringá (UEM), município de Maringá-PR, de outubro de 2007 a março de
2008. Objetivou-se avaliar as características produtivas (massa de forragem e seus
componentes) e morfogênicas, valor nutritivo e perfilhamento do capim-Tanzânia
(Panicum maximum Jacq. cv Tanzânia) fertilizado ou não com nitrogênio nas estações
da primavera e do verão sob pastejo intermitente. Os tratamentos continham quatro
níveis de nitrogênio (parcelas principais), sendo: N
1
= N0, N
2
= N100, N
3
= N200 e N
4
=
N300 kg de N/ha e as estações de crescimento (subparcelas) primavera (outubro,
novembro e dezembro) e verão (janeiro, fevereiro e março). O delineamento
experimental utilizado foi o de blocos completos ao acaso, com parcelas subdivididas
no tempo (estações do ano), com quatro repetições. A aplicação do fertilizante ureia na
pastagem foi parcelada em duas vezes, sendo uma na estação da primavera e outra no
verão. O pasto foi manejado pelo método de pastejo intermitente com lotação variável e
com um dia de ocupação e o período de descanso foi variável de acordo com o tempo
necessário por cada tratamento atingir a altura (70 cm). Os animais entraram quando o
pasto atingiu, aproximadamente, 70 cm de altura e saíram com um resíduo de 30 cm,
em média. A massa de forragem foi mensurada por meio da coleta de forragem de duas
amostras de um 1 m² , por unidade experimental, representativas da altura média do
pasto. Estas amostras foram coletas à altura de 30 cm de altura acima do nível do solo,
obtendo-se assim o peso de massa verde de forragem. Para as avaliações foram retiradas
duas subamostras de forragem, sendo uma para a determinação da massa seca de
forragem e a outra para separação dos componentes morfológicos da forragem. Essa foi
separada nas frações lâmina foliar verde, pseudocolmo (colmo + bainha) e material
xiv
morto. Os perfilhos para avaliação das características morfogênicas foram marcados
logo após a saída dos animais do piquete e, inicialmente, foram anotados o número de
folhas expandidas e em expansão, comprimento e senescência. Para avaliação de
demografia de perfilhos, foram selecionadas touceiras representativas da pastagem e as
gerações de perfilho foram marcadas após, no máximo, sete dias da saída dos animais
dos piquetes, e cada geração foi marcada com fios coloridos e cada nova geração era
marcada com uma cor específica, sendo anotados também os perfilhos mortos em cada
uma delas. Para a produção de matéria seca total (PMSt t/ha) e produção de massa seca
de forragem de colmos + bainha (PMSc t/ha) foram maiores nos tratamentos que
receberam as maiores doses de N (acima de 200 kg), independentemente na estação do
ano, entretanto a menor PMSt e PMSc foi encontrada em ambas as estações, foi quando
as plantas não foram adubadas. Os teores de fibra em detergente neutro (FDNf),
digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMSf) e digestibilidade “in vitro” parede
celular (DIVPCf) apresentaram interação entre os tratamentos principais e estações do
ano, enquanto que para a proteína bruta (PBf) houve efeito para a estação do ano,
quando avaliada a fração lâmina foliar; já para a avaliação de colmo + bainha, houve
interação entre os tratamentos principais e estação do ano somente para a digestibilidade
“in vitro” da matéria seca do colmo + bainha (DIVMSC), sendo maior no verão. Para a
taxa de alongamento de folhas (TA
l
F) e taxa de aparecimento de folha (TApF),
aumentou lineamente com o incremento das doses de N. A maior densidade
populacional de perfílhos ocorreu no verão, nos tratamentos em que as plantas
receberam maiores doses de nitrogênio. O índice de estabilidade do capim-Tazânia
manteve-se acima de 1,0 m durante todo o período experimental, demonstrando que o
nascimento sempre esteve maior que a mortalidade de perfilhos. O nitrogênio aplicado à
pastagem influencia no aumento da produção de matéria seca total como um todo, na
melhoria do valor nutritivo, no aumento das taxas de alongamento e aparecimento foliar
do capim-Tanzânia. Esses resultados demonstram que, pastagens de capim-Tanzânia
adequadamente manejadas e adubadas com N, na região Noroeste do Paraná, é uma
alternativa muito interessante e viável para sistemas de produção animal a pasto.
Palavras-chave: forragicultura, massa de forragem, Panicum maximum Jacq, pastejo
intermitente, ureia
xv
ABSTRACT
This work was carried out at Iguatemi’s Experimental Farm (FEI) at Maringá State
University (UEM), Maringá city, PR, from October 2007 to March 2008. Its aim was to
evaluate both the productive (grass mass production and grass mass percentage of its
components) and qualitative characteristics, tillering and morphogenesis of Tanzania
grass (Panicum maximum Jacq. cv. Tanzania) fertilized with different doses of nitrogen
in Spring and Summer seasons under intermittent grazing. The treatments comprised 4
levels of nitrogen (main plots), being: N
1
= N0, N
2
= N100, N
3
= N200 and N
4
= N300
kg N/ha and the growth seasons (subplots): Spring (October, November and December)
and Summer (January, February and March). The design used was the randomized
block with plots subdivided by time (seasons of the year) with four replications. The use
of urea fertilizer in pasture was accomplished in 2 plots, one in Spring and one in
Summer. The pasture was managed by the intermittent grazing method with variable
occupation, with a day of occupation, and with variable resting period according to the
time needed for each treatment to reach a certain height (70 cm). The animals entered
the pasture only when it reached approximately 70 cm of height and left leaving a
residue of 30cm in average. The animals used to lower pasture in the experiments, were
300-kg young cattle in average. The forage mass was measured by collecting 21 m
2
-
forage samples per experimental unity, representing the pasture average height. These
samples were collected at 30 cm height above the soil, obtaining this way the forage
green mass weight. For the evaluation 2 forage subsamples were taken, being one for
the determination of forage dry mass and the other for the sorting of forage morphologic
xvi
components. This one was sorted by green leaf lamina, pseudo-stem (stem + sheath) and
dead matter. Initially, the tiller for evaluation of morphogenic characteristics were
marked right after the animals leaving the wooden fences, and both the number of
expanded leaves and in expansion, length and senescence were written down. For tiller
evaluation demography, some bunches of pasture and tiller generations were selected
and marked seven days at the most after the animals’ leaving the wooden fences. Each
generation was marked with colorful thread and each new generation was marked with a
specific color, being each dead tiller written down in each one of them. As for total dry
matter production (PMSt t/ha) and production of dry matter of forage stem+sheath
(PMSc t/ha), they were greater in the treatments receiving higher doses of N (above 200
kg), independently of yearly season, however, the least PMSt and PMSc were found in
both seasons, where the plants were not fertilized. Fiber content in neutral detergent
(FDNf), dry matter in vitro digestibility (DIVMSf) and cell wall in vitro digestibility
(DIVPC) showed interaction with the main treatments and seasons of the year, whist for
crude/gross protein (PBf) there was effect for the season of the year when the leaf
lamina fraction was evaluated; however, for the stem + sheath there was interaction
between the main treatments and seasons of the year only for the in vitro digestibility of
dry matter of stem + sheath (DIVMSC), being greater in Summer. Both the leaf
elongation rate (TA
l
F) and leaf appearance rate (TApF) increased linearly with the
adding/increment of N doses. The greatest populational density of tiller occurred in
Summer, in the treatments where the plants received higher doses of nitrogen. The
stability rate of Tanzania grass kept above 1.0 during the entire experimental period,
showing that growth was always greater than tiller mortality. Nitrogen applied to
pasture influences on the increase of total dry matter production as a whole, in the
improvement of the nutritional value, elongation rate increase, and Tanzania grass leaf
appearance. These results show that Tanzania grass pastures, properly managed and
fertilized with N in Northwestern Paraná, is a very interesting and viable alternative to
animal production systems dependent on pastures.
Key Words: nitrogen, Tanzania grass, crude/gross protein, leaves appearance rate,
tillering
xvii
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
2
1. Introdução Geral
O sistema de produção de carne com menor custo e maior retorno é ainda a
utilização de pasto como fonte de alimentação para os ruminantes. Mas, para que isto
continua sendo viável é necessária a otimização da utilização dos recursos forrageiros,
não apenas voltada para a maximização da produção de forragem e ingerida pelos
animais, mas também se tem que tomar cuidados quanto: à perenidade da planta, à
tolerância ao pastejo, ao valor nutritivo ao longo do ano, à cobertura de solo dentre
outros.
Estudos com diversas gramíneas forrageiras, dentre elas o Panicum maximum
Jacq, mostram elevado aumento na produção de massa de forragem quando ocorreu
aumento no intervalo entre cortes, contudo havia a queda na qualidade, isto ocorreu pelo
alongamento de colmo e pelo aumento da matéria morta.
As forragens de clima tropical possuem a habilidade de acumular muito mais
parede celular que as espécies de clima temperado (Moore & Mott, 1973). Sendo assim,
o processo de desfolhação da pastagem se torna muito complexo, pois a produção
animal obtida é influenciada pela interação ambiente-solo-planta-animal. Os animais
possuem o hábito de pastejar, primeiramente as folhas mais novas, seguidas pelas folhas
de idade mais avançadas.
Desta maneira, o hábito de crescimento entre as espécies forrageiras difere entre
si. Esse crescimento necessita ser mais bem compreendido para orientação na tomada de
decisões acerca do manejo do pastejo, visando fazer melhor aproveitamento da
forragem acumulada. Por isso, é de grande a importância do conhecimento dos teores de
proteína bruta, fibra, matéria seca e digestibilidade, quando se iniciam avaliações de
uma planta forrageira (Mott, 1970).
Nesse contexto, vários estudos já foram apresentados sobre plantas forrageiras de
clima tropical, com destaque para plantas do gênero Panicum maximum, que compõe
uma proporção significativa da área de pastagens cultivadas no Brasil. Contudo, apesar
de diversos trabalhos de pesquisa discorrer acerca da caracterização dessa planta
forrageira, inclusive valor nutritivo e desempenho animal, ainda existe uma grande
dificuldade no planejamento e definição de estratégias de manejo do pastejo do
Panicum maximum em função da grande variabilidade. E, segundo Hoeschl (2005), são
poucas as informações disponíveis com produção animal, bem como quanto à produção
3
de matéria seca e características morfológicas, utilizando-se diferentes quantidades de
nitrogênio aplicadas na pastagem na região do Noroeste do Paraná.
2. Revisão de Literatura
2.1. Descrição do capim-Tanzânia
As espécies do gênero Panicum pertencem à família Gramínea, tribo Panicea,
apresentando cerca de 81 gêneros e mais de 1.460 espécies, no qual o capim Panicum
maximum Jacq., planta de origem africana, é tido como uma das gramíneas mais
difundidas no Brasil. A cultivar, atualmente, denominado capim-Tanzânia foi coletada
por ORSTON (Institut Française de Rcherche Scientifique pour Le Développment em
Coopération) em Krogwe, na Tanzânia (Jank & Costa, 1990).
Há na literatura mais de uma versão sobre a introdução de Panicum maximum
Jacq., no Brasil, mas segundo Chase (1944), ela ocorreu por meio de navios negreiros
que vinham para o Brasil na época da escravatura. O capim era muito utilizado como
camas dos navios, logo se estabelecendo nas regiões onde os navios eram
descarregados. Depois, o vento, os pássaros, os próprios escravos e outras pessoas se
encarregavam, sem que fosse de propósito, de sua disseminação pelo País. Esta espécie
difundiu-se rapidamente pela região Noroeste do Estado de São Paulo.
Dentre as cultivares de Panicum maximum, o capim-Colonião foi considerado
insuperável em termos de qualidade para engorda de bovinos no Brasil Central, mas o
desconhecimento de suas exigências de manejo foi um dos principais determinantes na
degradação das pastagens desse capim (Corsi, 1988).
A partir da década de 80, iniciaram-se os trabalhos com melhoramento de
Panicum maximum no país e o capim-Tanzânia mostrou-se o mais eficiente na produção
de matéria seca total e foliar, maior ganho diário por bovinos e maior taxa de lotação
por área (Jank, 1994).
Com o resultado deste programa, o CNPGC lançou, em 1990, a cultivar Tanzânia-
1 que apresentou superioridade em relação ao capim-Colonião. A produtividade do
mesmo pode chegar a 26 t MS ha
-1
. A distribuição da produção ao longo do ano também
foi mais uniforme do que o capim-Colonião e semelhante ao capim-Tobiatã (Jank,
1995). Este capim tem hábito de crescimento cespitoso, podendo chegar até 2 m de
4
altura, possui folhas decumbentes apresentando lâminas foliares e bainhas glabras, com
largura média de 2,6 cm e sem serosidade. Os colmos são levemente arroxeados e as
lâminas e bainhas não possuem serosidade. A inflorescência contém espiguetas
arroxeadas e sem pilosidade (Jank & Costa, 1990)
2.2. Adubação Nitrogenada
Pelo aumento do custo da produção animal por área, tem-se procurado aumentar a
taxa lotação para diluir o custo da arroba animal produzida por hectare. Todavia, para
que isto ocorra, a produção animal a pasto está sendo intensificada, seja pela mudança
do método de pastejo, pela adubação ou pelo manejo geral no sistema de produção.
Todavia, o método como o rotacionado, exige constante acompanhamento técnico, além
de frequentes decisões de manejo que podem requerer maior emprego do capital
(Rodrigues & Reis, 1997), esse novo sistema demanda maiores cuidados para que se
alce sucesso.
A produção de carne no Brasil, nas regiões tropicais e subtropicais, é quase
sempre relegada às terras de baixa fertilidade, resultando no desenvolvimento lento das
gramíneas (Paciullo et al., 2003). A isso, se soma a degradação, em função do manejo
inadequado, principalmente, com o uso de taxas de lotação acima da capacidade de
suporte das pastagens e a falta de adubação de manutenção (Almeida et al., 2003),
especialmente do nitrogênio.
Dos nutrientes minerais essenciais às plantas e animais, o N (nitrogênio) é
considerado um dos mais importantes para produção, tendo suas formas minerais
absorvíveis (íons amônio e nitrato), extremamente variáveis e dependentes das
condições climáticas e da qualidade dos resíduos culturais (Cantarutti et al., 2002).
Assim, o uso de fertilizantes, principalmente, o nitrogenado, é uma alternativa
tecnológica muito eficaz não somente para aumentar a produção de forragem por área
(Primavesi et al., 2004), mas também porque ocorre aumento na qualidade do pasto.
Segundo Bogdan (1977), a capacidade de resposta do Panicum maximum à
adubação nitrogenada, em condições favoráveis, em geral, é de 30 kg a 65 kg de matéria
seca por quilo de nitrogênio (kg de MS.kg de N
-1
) aplicado. No entanto, Barbosa
(1998), em condições subtropicais, no Noroeste do Paraná, trabalhando com capim-
Mombaça (Panicum maximum Jacq. cv. Mombaça), verificou um incremento quase
5
linear na produção de forragem até a aplicação de 600 kg de N.ha-1. Portanto, o estudo
da eficiência do uso deste nutriente em pastagem é de extrema relevância, uma vez que
se trata de um dos elementos mais exigido pelas plantas.
2.3. Valor Nutritivo da Forragem
Além dos aspectos quantitativos do capim-Tanzânia, é de suma importância o
estudo da composição química (proteína bruta, FDN e FDA) e da digestibilidade da
pastagem, a fim de conhecer a qualidade do pasto que os animais terão acesso em
pastejo. Entretanto, existem diferenças entre as frações que compõem a estrutura da
planta (Cano et al., 2004). Assim, é importante considerar o estádio de desenvolvimento
das plantas no momento do corte ou pastejo, pois este exerce influência acentuada sobre
a composição química e digestibilidade das forrageiras (Reis et al., 1997).
Geralmente, a maior concentração da proteína bruta (PB) e melhora na
digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMS), verificada em pastagens adubadas
com N, deve-se ao aumento da participação da massa seca de folhas na massa seca total
e da formação de tecidos jovens da planta. Todavia, especialmente para a DIVMS, os
resultados são contraditórios. Para FDA e FDN, a aplicação de nitrogênio promove
incremento no acúmulo de tecidos fibrosos, e consequentemente elevação no percentual
destes na MS das plantas (Cecato et al, 2001).
No entanto, para avaliação da qualidade da pastagem, é necessária que esta seja
sob pastejo, uma vez que o animal terá influência direta sobre a qualidade da dieta
colhida do pasto, principalmente em função do pastejo seletivo, onde as folhas são
preferidas em relação ao colmo e materiais mortos (Carvalho et al., 2001). Desta forma,
podem-se obter informações sobre o material que está sendo apreendido pelos animais,
conciliando assim a altura de pastejo e a qualidade da pastagem.
2.4. Características morfogênicas e estruturais do pasto
2.4.1. Características Morfogênicas
Morfogênese pode ser definida como a dinâmica de geração (genesis) e expansão
da forma (morphos) da planta no espaço (Chapman & Lemaire, 1993). Cada planta
apresenta um mecanismo geneticamente determinado para a morfogênese cuja
6
realização é governada pela temperatura (Gillet et al., 1984) que controla as taxas de
expansão e divisão celular (Bem-Haj-Salah & Tardieu, 1995). Este programa
morfogênico determina o funcionamento e a coordenação dos meristemas em termos de
taxas de produção e expansão de novas células. Em troca, define a dinâmica de
expansão dos órgãos em crescimento (folhas, entrenós e perfilhos) e a demanda de
carbono (C) e nitrogênio (N), necessária para abastecer os órgãos para a expansão em
termos de volume (Durand et al., 1991).
Segundo Chapman & Lemaire (1993), a morfogênese pode ser expressa em
termos de taxa de aparecimento (organogênese), expansão de novos órgãos e
senescência. No pasto em crescimento vegetativo, onde apenas folhas são produzidas, a
morfogênese pode ser descrita por três características básicas: taxa de aparecimento de
folhas, taxa de alongamento de folhas e duração de vida da folha. Apesar de serem
características determinadas geneticamente, elas podem ser influenciadas por variáveis
do ambiente, como temperatura (Duru & Ducrocq, 2000), intensidade luminosa (Van
Esbroeck et al., 1989); disponibilidade hídrica (Morales, 1998), nutrientes (Garcez Neto
et al., 2002) e efeitos do pastejo (Barbosa et al., 2002; Gomide et al., 2002).
2.4.1.1. Taxa de aparecimento de folhas e filocrono
A taxa de aparecimento de folhas (TA
p
F) pode ser considerada como a
característica principal da morfogênese pela sua influência direta nos três componentes
principais da estrutura do relvado (Lemaire & Chapman, 1996). Esta é expressa como o
número médio de folhas surgidas em um perfilho por unidade de tempo (Anslow, 1966),
e o seu inverso estima o filocrono.
O manejo de desfolhação de uma forrageira pode alterar a taxa de aparecimento
de folhas. Segundo Davies (1974), esta variável é pouco afetada quando ocorre a
desfolhação de duas a três folhas em um perfilho, entretanto, é diminuída em torno de
15 a 20% quando toda a folha de um perfilho for removida. Trabalhos têm demonstrado
que os efeitos do corte ou pastejo sobre a TA
p
F frequentemente estão fundamentados na
altura de bainhas remanescentes.
De acordo com Skinner & Nelson (1995), o maior comprimento da bainha conduz
a planta à menor taxa de aparecimento de folhas, o que pode ser explicado pelo fato de
que folhas novas que surgem em um perfilho, comumente, se localizam em níveis de
7
inserção cada vez mais altos. Neste sentido, a distância percorrida pela folha do ponto
de conexão com o meristema até a extremidade do pseudocolmo é maior. Este padrão
de resposta também é encontrado em gramíneas tropicais tais como Brachiaria
decumbens sob lotação contínua (Grasseli et al., 2000). Em outro trabalho conduzido
por Gomide et al., (2002), em que se avaliou o efeito de diferentes períodos de descanso
sob pastejo rotativo em capim-mombaça, não foi verificado efeito deste tratamento
sobre a TA
p
F.
O inverso da TA
p
F estima o filocrono, ou seja, o intervalo entre o aparecimento de
duas folhas sucessivas. De forma prática, pode-se dizer que o filocrono é o tempo, em
dias, para a formação de uma folha.
2.4.1.2. Taxa de alongamento de folhas
O crescimento de folhas de gramíneas ocorre na região basal da folha, a qual é
completamente encoberta por bainha de folhas mais velhas (Davidson & Milthorpe,
1966; Kemp, 1980). Células são produzidas por um meristema intercalar que se localiza
próximo do ponto de conexão da folha com o seu eixo de origem (Volenec & Nelson,
1981). Segundo Skinner & Nelson (1995), células meristemáticas da bainha estão
presentes relativamente mais cedo nas folhas em desenvolvimento. Porém, o início da
expansão da folha ocorre, primeiramente, em sua lâmina e a expansão da bainha
começa, efetivamente, quando a expansão da lâmina começa a declinar (Schnyder et al.,
1990; Skinner & Nelson, 1995). O período de transição da expansão da lâmina para a
expansão da bainha é facilmente reconhecido pelo deslocamento da lígula, por meio da
zona de crescimento, a partir da base da folha (Schnyder et al., 2000).
A taxa de alongamento de folhas (TA
l
F) correlaciona-se positivamente com o
rendimento forrageiro (Horst et al., 1978) e o rendimento por perfilho (Nelson et al.,
1977), porém negativamente com o número de perfilhos por planta (Jones et al., 1979).
Variações nas condições do ambiente onde as plantas estão crescendo podem
alterar a TA
l
F, porém os efeitos mais pronunciados estão relacionados à temperatura e
ao nitrogênio. A TA
l
F responde prontamente a qualquer mudança de temperatura
percebida pelo meristema apical (Peacock, 1975). Segundo Parsons & Robson (1980), a
curva de resposta da TA
l
F à temperatura muda rapidamente durante a transição do
estádio vegetativo para o estádio reprodutivo. Neste contexto, Lemaire & Agnusdei
8
(2000) relataram que a TA
l
F apresenta comportamento exponencial, quando a
temperatura média diária se apresenta em torno de 5-17ºC para gramíneas C
3
e 12-20ºC
para gramíneas C
4
. Acima destas, a TA
l
F é linear até que os níveis ótimos de
temperatura sejam atingidos para cada espécie (Nabinger & Pontes, 2001).
Como mencionado anteriormente, o nitrogênio (N) tem efeito pronunciado sobre a
taxa de alongamento de folhas. Este aspecto pode estar relacionado ao grande acúmulo
de N na zona de divisão celular (Gastal & Nelson, 1994). De acordo com Gastal et al.
(1992), reduções de três a quatro vezes foram verificadas na TA
l
F quando em um nível
alto de deficiência de N foi comparado aos de condições não-limitantes.
2.4.1.3. Duração de vida de folhas e senescência
A duração de vida de folhas (DVF) representa o período durante o qual, após
completa desfolhação, tecidos verdes se acumulam em um perfilho individual adulto
sem que ocorra qualquer perda por senescência (Lemaire & Agnusdei, 2000). De acordo
com Nabinger (1997), esta variável determina o equilíbrio entre o fluxo de crescimento
e o fluxo de senescência.
Pela pequena quantidade ou nenhuma morte no estádio inicial de rebrotação, a
taxa de acúmulo líquida de forragem iguala-se à taxa de assimilação líquida do dossel
(Lemaire, 1997). Depois de atingido o período de duração de vida das folhas, a
senescência começa a surgir nas primeiras folhas produzidas. De acordo com Robson et
al. (1988), folhas de níveis de inserção inferiores são menores que as de níveis mais
altos. Desta forma, a taxa de senescência de folhas continua sendo inferior à taxa de
produção de novos tecidos, diminuindo, gradualmente, à medida que a senescência
atinge folhas do nível de inserção superior, em que o tamanho de folhas é relativamente
constante. Neste ponto, a produção líquida de forragem é zero e a taxa de senescência se
iguala à taxa de crescimento foliar (Lemaire & Chapaman, 1996), sendo denominado de
rendimento teto (Maraschin, 1996).
O efeito do corte ou pastejo pode alterar a DVF. Garcez Neto et al. (2002)
demonstraram em capim-Mombaça que cortes mais altos do solo, quando não se
observam variações na taxa de alongamento de folhas, proporcionaram aumentos da
DVF. Isto é consequência do maior tempo de alongamento de lâminas foliares, o que
atrasa o processo de senescência.
9
A senescência de folhas é um processo que implica na perda de atividade
metabólica (Patterson & Moss, 1979) e pode ser influenciado pelo ambiente, estádio de
desenvolvimento da planta e características inerentes às espécies (Hardwick &
Woolhouse, 1967).
O processo de senescência de folhas, durante o desenvolvimento da planta, pode
resultar em grande quantidade de resíduo na pastagem, expondo os animais a um
material de baixa qualidade (Wilson & t’Mannetje, 1978). Segundo Mazzanti (1993),
em nenhum sistema de pastejo é possível a colheita de 100% de material forrageiro
produzido, e um dos fenômenos que pode subtrair uma parte considerável da biomassa é
a senescência de folhas e perfilhos.
2.5. Características estruturais
Os três componentes morfogênicos das folhas (TA
p
F, TA
l
F e DVF), em
associação, determinam os componentes estruturais da pastagem (Chapman & Lemaire,
1993).
2.5.1. Tamanho da folha
O tamanho da folha é determinado pela relação entre a TA
p
F e TA
l
F, uma vez
que, para um dado genótipo, o período de alongamento de uma folha é uma fração
constante do intervalo entre o aparecimento de folhas sucessivas (Dale, 1982). Enquanto
a TA
l
F está diretamente correlacionada ao tamanho final da folha, folhas de menor
tamanho são associadas à maior TA
p
F (Nabinger & Pontes, 2001).
Outro fator que apresenta influência no tamanho final da folha é o comprimento
da bainha. Desta forma, quanto maior o comprimento da bainha, maior será a fase de
multiplicação celular promovendo maior comprimento final da folha (Duru & Ducrocq,
2000).
Também são verificadas diferenças no comprimento final da folha em função do
nível de inserção (Gomide, 1997; Oliveira et al., 2000) e do tipo de perfilho (Barbosa et
al., 2002).
10
2.5.2. Densidade de perfilhos e padrões demográficos de perfilhamento
Os perfilhos são considerados a unidade de crescimento de gramíneas forrageiras,
de forma que uma pastagem pode ser considerada como uma população de perfilhos.
Estes são constituídos de uma série de fitômeros (lâmina, bainha, lígula, nó, entrenó e
gema axilar) diferenciados de um único meristema apical (Briske, 1991).
A densidade de perfilhos em relvados pastejados é função do equilíbrio entre a
taxa de aparecimento de perfilhos e sua taxa de mortalidade (Lemaire & Chapman,
1996). Assim, de acordo com Briske (1991), mudanças na densidade de perfilhos
ocorrem quando o surgimento de novos perfilhos excede ou não a mortalidade. De
acordo com Parsons & Chapman (2000), em pastagens estabelecidas, cada perfilho
necessita formar apenas outro, em seu tempo de vida, para a manutenção de uma
população constante.
Outro aspecto importante para o entendimento da dinâmica de perfilhamento é
que o número de folhas formadas determina a taxa potencial de aparecimento de
perfilhos pela presença de uma gema vegetativa em cada axila das folhas (Nelson,
2000). A relação de aparecimento de perfilhos por aparecimento de folhas é
denominada ocupação de sítios “Site Filling”, e foi a primeira medida amplamente
utilizada da proporção de gemas formadas que, posteriormente, tornaram-se perfilhos
(Davies, 1974). Esta relação apresenta um máximo teórico de 0,693 (Neuteboom &
Lantinga, 1989), isto sendo estritamente um aparecimento sequencial de perfilhos e um
atraso de um filocrono entre o aparecimento de folha e o aparecimento do perfilho em
um dado fitômero. Mais recentemente, medidas alternativas com um máximo de 1 ou
100% também têm sido propostas tais como o uso de sítios “Site Usage” (Skinner &
Nelson, 1992), a probabilidade nodal (Matthew et al., 1998) e o uso específico de sítios
“Specific Site Usage” (Bos & Neuteboom, 1998).
Segundo Nabinger & Pontes (2001), em um sistema de pastejo rotativo, a
densidade de perfilhos aumenta, após a retirada dos animais, até o IAF atingir um valor
entre 3 e 4, quando então começa a diminuir pela mortalidade. Confirmando esta
afirmação, Barbosa et al. (2001), trabalhando com capim-Tanzânia em sistema de
pastejo sob lotação rotacionada, demonstraram que o número de perfilhos, tanto
basilares quanto axilares, decresceu linearmente em função dos dias após o pastejo.
Inversamente o IAF da pastagem aumentou com o passar do tempo após pastejo
(Barbosa et al., 2002).
11
Segundo Lemaire (1985), estatus baixo de nitrogênio determinam baixos valores
de ocupação de sítios e mantém a taxa de aparecimento de novos perfilhos abaixo de
seus valores potenciais.
2.5.3. Número de folhas vivas por perfilho
De acordo com Davies (1988), o número máximo de folhas vivas por perfilho é
uma constante genotípica e pode ser calculado pela duração de vida das folhas expressa
em número de intervalo de aparecimento de folhas (filocrono).
O número de folhas vivas por perfilho é uma característica genotípica
relativamente estável na ausência de deficiências hídricas ou nutricionais (Nabinger &
Pontes, 2001). Os mesmos autores citaram o trabalho de Pontes (2001), em que foi
demonstrado que não houve efeito das alturas do pasto de Lolium multiflorum, cujos
perfilhos apresentaram, em média, duas folhas expandidas e 1,7 folhas em expansão,
totalizando 3,7 folhas vivas/perfilho. Também Coelho et al. (2002), trabalhando com
capim-Mombaça, não verificaram efeitos da oferta de forragem, tanto no verão quanto
no inverno, para o número de folhas verdes. Porém, foi encontrada diferença para esta
característica em função do período de ocupação da pastagem durante o verão.
2.5.4. Alongamento de colmo
Gramíneas tropicais, em particular aquelas de crescimento ereto, apresentam outro
componente importante do crescimento que interfere significativamente na estrutura do
pasto e no equilíbrio do processo de competição por luz - a taxa de alongamento de
colmo (Sbrissia & Da Silva, 2001).
O desenvolvimento de colmos pode favorecer o aumento na produção de matéria
seca, em contrapartida pode apresentar efeitos negativos no aproveitamento e qualidade
da forragem (Santos, 1999), alterando o comportamento ingestivo dos animais e o
consumo de forragem.
Até um dado momento, o controle do pastejo tem sido a forma mais efetiva para
controlar o alongamento do colmo. Em estudos com capim-Elefante, Corsi et al. (1996)
e De Faria et al. (1996) demonstraram que, por algum tempo, o alongamento do colmo
pode ser controlado pela decapitação precoce de perfilhos, com subsequente
12
desfolhação mantida ao nível de decapitação original. Os autores relataram que esta
prática pode promover perdas na produção de forragem, porém os ganhos são
substancialmente aumentados em relação à eficiência de utilização de forragem, valor
nutritivo e desempenho animal.
Santos et al. (1999) observaram que a fração colmo contribuiu com 70% da
matéria seca disponível durante a fase reprodutiva em cultivares de Panicum maximum.
Os autores sugeriram que durante esta fase deve-se aumentar a frequência de pastejo,
com a finalidade de controle do desenvolvimento do colmo.
13
3. Literatura Citada
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OBJETIVOS GERAIS
Objetivou-se avaliar as características produtivas (massa no horizonte de pastejo e seus
componentes) e morfogênicas, valor nutritivo e perfilhamento do capim-Tanzânia
(Panicum maximum Jacq. cv Tanzânia) fertilizado ou não com nitrogênio nas estações
da primavera e do verão sob pastejo intermitente.
CAPÍTULO II
Produção e valor nutritivo do capim-Tanzânia fertilizado ou não com
nitrogênio nas estações do ano sob pastejo
21
Produção e valor nutritivo do capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio
nas estações do ano sob pastejo
RESUMO: O objetivo do trabalho foi avaliar a produção e o valor nutritivo do
capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações da primavera e do verão,
sob pastejo intermitente. Este trabalho foi conduzido de outubro de 2007 a março de
2008, na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), da Universidade Estadual de
Maringá (UEM), município de Maringá-PR. Os tratamentos continham quatro níveis de
nitrogênio (parcelas principais), sendo: N
1
= N0, N
2
= N100, N
3
= N200 e N
4
= N300 kg
de N/ha e as estações de crescimento (subparcelas) primavera (outubro, novembro e
dezembro) e verão (janeiro, fevereiro e março). O delineamento experimental utilizado
foi o de blocos completos ao acaso, com parcelas subdivididas no tempo (estações do
ano), com quatro repetições. A aplicação do fertilizante ureia na pastagem foi parcelada
em duas vezes, sendo uma na estação da primavera e outra do verão. Avaliou-se a
produção total e dos componentes em porcentagem: lâmina foliar, colmo+bainha e
material morto, além do valor nutritivo da forragem, os cortes foram feitos quando a
pastagem atingiu 70 cm de altura, sendo estes a 30 cm da superfície do solo. A
produção de massa seca no horizonte de pastejo total e de lâmina foliar de forragem
respondeu linearmente até 263 kg de N/ha na estação do verão. Na estação da primavera
não foram encontradas diferenças significativas para os tratamentos que receberam
adubação, exceto para o tratamento-testemunha que produziu apenas 52% da maior
produção obtida. Na estação do verão, a resposta foi significativa para o tratamento com
200 e 300 kg de N/ha em relação ao tratamento de 100 kg de N/ha e o testemunha. De
modo geral, na estação do verão, foi onde se apresentou a melhor qualidade da
forragem, tendo maior evidência para os tratamentos com maior adução 200 e 300 kg de
N/ha. Elevadas adubações nitrogenadas associada a intervalos menores de pastejo,
promovem maior porcentagem de lâmina foliar e melhor valor nutritivo da forragem, no
manejo de pastos de capim-Tanzânia sob lotação rotacionada.
Palavras-chave: valor nutritivo, DIVMS, massa seca, parede celular, Panicum
maximum, ureia
22
ABSTRACT: The objective of the work was to evaluate the production of forage
and the quality of Tanzania grass fertilized or not with nitrogen in the stations of Spring
and Summer seasons under intermittent grazing. This work was carried out from
October 2007 to March 2008, at Iguatemi Experimental Farm (FEI), Maringá State
University (UEM), Maringá, PR state. The treatments had four levels of nitrogen (main
plots), being: N
1
= N0, N
2
= N100, N
3
= N200 and N
4
= N300 kg of N/ha and the growth
seasons (subplots) Spring (October, November and December) and Summer (January,
February and March). The design used was the randomized block with plots subdivided
by time (seasons of the year) with four replications. The use of urea fertilizer on pasture
was plotted twice: one during Spring and the one during Summer. It was evaluated the
total production and components in matters of percentage: leaf lamina, stem+sheath and
dead matter, of the nutritional value of the forage. Total dry matter production and
forage leaf lamina responded linearly up to 263 kg N/ha in Summer season. In Spring
no significant differences were found for the treatments receiving fertilization, except
for the treatment with witness, which produced 52% of the majorly obtained production.
In Summer the response was significant for the 200 and 300 kg N/ha treatment when
compared to the 100 Kg N/ha one and the control. In a general way the Summer season
was the best quality forage, having greater evidence for the treatments with 200 and 300
kg of N/ha fertilization. High nitrogen fertilization associated to smaller grazing
intervals, promote a higher percentage of leaf elongation and a better nutritional value
of forage, in pasture management of Tanzania grass under rotational stocking.
Key Words: nutritional value, DIVMS, forage mass, cellular wall, Panicum maximum,
urea
23
Introdução
Apesar do grande potencial das espécies forrageiras tropicais, a sua produção,
valor nutritivo, qualidade de forragem produzida, as taxas de lotação, o desempenho
animal e a produtividade apresentada pela pecuária brasileira são bastante inferiores aos
níveis passíveis de serem obtidos, tanto do ponto de vista biológico como do ponto de
vista operacional (Valentin et al., 2001). Para alcançar bons ganhos de peso vivo ou boa
produção de carne/leite por área, os ruminantes, em pastagem, necessitam ingerir
quantidade adequada de forragem de boa qualidade em função da sua baixa conversão
alimentar.
Vários aspectos ligados ao manejo e à produção do pasto revelam que a fertilidade
do solo é um dos fatores que mais limitam a produção das forragens (Restle et al.,
2000). A produtividade e a qualidade da forragem podem ser melhoradas com a
aplicação de fertilizantes, principalmente o nitrogênio (Moreira et al., 2004). A
utilização da adubação nitrogenada é uma alternativa prática e viável para aumentar o
rendimento animal de pastagens de gramíneas tropicais utilizadas por bovinos de corte
(Canto et al., 2004). Entretanto, sob altas doses de nitrogênio pode ocorrer uma
aceleração no processo de senescência de partes da planta e mesmo de todo o perfilho, e
com isso a digestibilidade da folha pode ser comprometida (Barbosa, 2004).
Segundo Corsi & Martha Júnior (1997), o uso de adubação nitrogenada nas
pastagens tropicais eleva significativamente a produção de matéria seca das forrageiras.
No entanto, quando se adubam as pastagens com nitrogênio, pode ocorrer variação na
composição química da matéria seca das plantas. Geralmente, o nitrogênio pode
provocar incremento no teor da proteína bruta e melhora na digestibilidade de matéria
seca, pelo aumento da participação da matéria seca de folhas na matéria seca total da
planta (Cecato et al., 2001). Portanto, o presente estudo teve como objetivo a avaliação
da produção de matéria seca e qualidade do capim-Tanzânia (Panicum maximum Jacq.
cv Tanzânia) e de seus componentes estruturais fertilizados com diferentes doses de
nitrogênio durante as estações da primavera e do verão, sob pastejo intermitente.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), da
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR. A localização geográfica é 23º
25’S de latitude e 51º 57’O de longitude com uma altitude média de 550 m. O tipo
climático predominante desta região é o Cfa subtropical úmido mesotérmico, segundo a
24
classificação de Köppen, com temperatura média anual de 22°C. Este se caracteriza pela
predominância de verões quentes, baixa frequência de geadas severas e tendência de
concentração das chuvas no período do verão. O período experimental foi de outubro de
2007 a março de 2008. Os dados climáticos ocorridos no período experimental foram
coletados no Posto Meteorológico da FEI e está representado na Figura 1.
Figura 1 – Precipitação e temperaturas máximas e mínimas mensais ocorridas durante o
período experimental, 2007/2008. Fonte Laboratório de Sementes da FEI.
O solo da área experimental é classificado como Latossolo vermelho-amarelo
distrófico (EMBRAPA, 1999). Amostras de solo foram coletadas a uma profundidade
de 0 -10 e 10 – 20 cm de profundidade, cujos resultados encontram-se na Tabela 1.
25
Tabela 1 – Componentes químicos do solo das pastagens de capim-Tanzânia no início
do período experimental, março de 2007.
Dose
N
Prof. P
2
C pH H+Al Ca
3
Mg
3
K
2
SB
4
CTC
5
V
6
Kg
ha
-1
Cm mg/dm
3
g/dm
-3
CaCl
2
--------------------------mmol/dm
3
--------- %
0 0-10 24,33 7,53 5,08 3,12 1,50 0,88 0,21 2,60 5,72 45,45
0 10-20 16,95 3,23 4,63 3,23 1,01 0,40 0,09 1,50 4,73 31,51
100 0-10 21,80 2,94 5,03 3,17 1,46 0,90 0,17 2,53 5,70 44,04
100 10-20 7,70 2,94 4,60 3,18 1,11 0,47 0,06 1,64 4,81 33,94
200 0-10 22,70 10,08 4,98 3,36 1,63 0,77 0,14 2,54 5,90 43,03
200 10-20 18,20 4,11 4,80 3,06 1,25 0,38 0,06 1,68 4,74 35,44
300 0-10 20,98 7,83 5,05 3,18 1,40 0,75 0,17 2,32 5,50 41,97
300 10-20 7,17 4,21 4,75 3,11 1,11 0,47 0,07 1,64 4,75 34,39
1
Foram coletadas 20 subamostras por tratamento para compor uma amostra;
2
Extraído por Melich 1;
3
Ca e Mg - extraídos com KCl
1mol L-1;
4
Soma de Bases;
5
Capacidade de troca de cátions;
6
Porcentagem de saturação por bases.
A correção da acidez foi realizada no mês de junho com calcário dolomítico para
elevar a saturação por bases a 60%, segundo Werner et al. (1996). Na instalação do
experimento o solo foi corrigido com 40 kg/ha de P
2
O
5
na forma de superfosfato
simples. A aplicação do nitrogênio (N) foi parcelada em duas aplicações sendo, 1/2 na
primavera (12 de novembro/2007) e 1/2 no verão (24 de janeiro/2008), utilizando como
fonte de N a ureia (45% de N). Foram aplicados 60 kg/ha de K
2
O, na forma de cloreto
de potássio no mês de abril de 2007 com o intuito de corrigir o nível de potássio do
solo.
O experimento foi instalado em uma área já existente, a qual foi estabelecida com
Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia em novembro de 2003. Esta área vinha sendo
usada com trabalhos de pesquisa semelhante e, portanto, encontrava-se com bom
“stand” de plantas. O mesmo foi instalado numa área de 1.600 m
2
, dividida com 16
piquetes, contendo cada um deles uma área média de 100 m
2
.
Os tratamentos continham quatro níveis de nitrogênio (parcelas principais), sendo:
N
1
= N0, N
2
= N100, N
3
= N200 e N
4
= N300 kg de N e as estações de crescimento
(subparcelas) primavera (outubro, novembro e dezembro) e verão (janeiro, fevereiro e
março). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos ao acaso, com
parcelas subdivididas no tempo (estações do ano), com quatro repetições.
26
O pasto foi manejado pelo método de pastejo intermitente com lotação variável e
com um dia de ocupação e o período de descanso foi variável de acordo com o tempo
necessário por cada tratamento atingir a altura (70 cm). Os animais entraram quando o
pasto atingiu aproximadamente 70 cm de altura e saíram com um resíduo de 30 cm, em
média. Os animais utilizados no experimento para rebaixar a pastagem foram novilhas
com peso vivo médio de 300 kg de peso vivo.
Semanalmente, foi realizada a mensuração da altura das plantas nas parcelas
experimentais (leitura de 15 pontos representativos por parcela) e quando a pastagem
atingia aproximadamente 70 cm de altura do solo era realizada a avaliação.
A massa de forragem foi mensurada por meio da coleta de forragem de duas
amostras de um 1 m², por unidade experimental, representativas da altura média do
pasto. Estas amostras foram colhidas à altura de 30 cm de altura acima do nível do solo,
obtendo-se e o peso de massa verde de forragem. Para as avaliações foram retiradas
duas subamostras de forragem, sendo uma para a determinação da massa seca de
forragem e a outra para separação dos componentes morfológicos da forragem. Essa foi
separada nas frações lâmina foliar verde, pseudocolmo (colmo + bainha) e material
morto, os quais foram pesados e secos em estufa de circulação forçada de ar a 55ºC, por
72 h. Os valores de massa de forragem foram convertidos para kg MS/ha e os
componentes morfológicos expressos em proporção (%) da massa de forragem. O
experimento proporcionou quatro cortes para a dose zero, cinco cortes para a dose 100
kg de N/ha e seis cortes para as doses de 200 e 300 kg de N/ha.
Após a separação das frações, o material foi moído em peneira de 1 mm e
acondicionadas em potes plásticos e, em seguida, realizadas as análises dos teores de
matéria seca em estufa a 105
o
C, de PB pelo método micro Kjeldhal (AOAC, 1990), da
FDN pelo método de partição de fibras proposta por Van Soest et al. (1991) e os valores
DIVMS e DIVPC de acordo com a metodologia de Tilley & Terry (1963), adaptada
para a utilização do rúmen artificial, desenvolvida por ANKON
®
, conforme descrito por
Garman et al. (1997), das frações descritas acima. Para determinação do teor de FDN
foi utilizado o aparelho Fiber Analyser (ANKON).
A análise de variância foi realizada com o auxílio do pacote estatístico SAS
(Statistical Analysis System) (SAS INSTITUTE, 1999), versão 8.2 para Windows,
utilizando-se o procedimento GLM para o modelo de parcelas subdivididas no tempo,
sendo as doses de nitrogênio consideradas como tratamentos principais e as estações do
ano (primavera e verão) como subparcela. As médias foram comparadas pelo teste F e
27
pelo teste de médias SNK ao nível de significância de 5%. Foram realizadas as análises
de regressão em função das doses de nitrogênio. Para encontrar a resposta máxima da
fertilização nitrogenada em cada estação do ano foram adotados os modelos de
regressão não-lineares, segundo Vedenov & Pesti (2007).
Resultados e Discussão
Os dados de produção de massa seca total (PMSt - t/ha), de lâmina foliar (PMSf –
t/ha), de colmo + bainha PMSc- t/ha) e massa de material morto (PMSMm- t/ha), na
estação, estão representados na Tabela 2.
Tabela 2 – Produção de massa seca total (PMSt - t/ha), de lâmina foliar (PMSf- t/ha),
de colmo+bainha (PMSc- t/ha), e material morto (PMSMm- t/ha) do
capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob
pastejo.
Estação Doses de N (kg/ha)
do ano 0 100 200 300
PMSt (t/ha)
Primavera 2,96 (0,36)Bb 4,93 (1,02)Ba 5,25 (1,76)Ba 5,60 (0,74)Ba
Verão 4,48 (0,48)AC 6,55 (1,00)Ab 8,53 (1,08)Aa 8,22 (0,44)Aa
PMSf (t/ha)
Primavera 2,61 (0,33)Bb 4,44 (0,82)Ba 4,82 (1,62)Ba 5,22 (0,48)Ba
Verão 3,95 (0,32)Ac 5,95 (0,88)Ab 7,31 (0,68)Aa 7,06 (0,64)Aa
PMSc (t/ha)
Primavera 0,06 (0,03)Bb 0,11 (0,08)Ba 0,11 (0,08)Ba 0,13 (0,06)BCa
Verão 0,37 (0,17)Ac 0,50 (0,12)Ab 0,83 (0,37)Aa 0,80 (0,08)Aa
PMSMm (t/ha)
Primavera 0,29 (0,17) 0,39 (0,20) 0,30 (0,09) 0,25 (0,21)
Verão 0,16 (0,12) 0,10 (0,02) 0,39 (0,22) 0,36 (0,37)
Médias seguidas de letras distintas maiúscula na coluna e minúscula, na linha diferem entre si pelo teste de SNK (P<0,05). Valor
entre parênteses representa o erro-padrão da média.
A produção de massa seca total (PMSt) apresentou interação entre tratamentos x
estações do ano (Tabela 2). A PMSt foi maior nos tratamentos que receberam os
maiores doses de N (acima de 200 kg), independentemente da estação do ano, entretanto
a menor PMSt em ambas as estações, foi quando as plantas não foram adubadas. Fato
esse comprovado por Ribeiro et al. 2008 que, trabalhando com capim coastcross
28
adubado ate 200 kg de N/ha conduzido na cidade de Paranavaí – PR, demonstrou que a
aplicação do nitrogênio à pastagem associada a condições adequadas de umidade e
temperatura promove o incremento da produção de massa seca da forrageira.
Nas estações avaliadas a que obteve a maior PMSt foi a do verão,
independentemente da doses de N aplicada, fato esse que se deve às temperaturas mais
apropriadas e maior precipitação pluvial ocorrida nesta estação (Figura 1) e também
pela segunda aplicação da adubação nitrogenada que fez um processo acumulativo no
pasto, tendo melhor aproveitamento por este nesta estação
O capim-Tanzânia respondeu exponencialmente até 180 kg/ha de N aplicado na
estação da primavera, e do verão a resposta à adubação nitrogenada foi maior (263
kg/ha de N). Isto demonstra que o capim-Tanzânia responde bem à adubação
produzindo 32% a mais de massa seca nesta época do ano.
Na estação da primavera não foram encontradas diferenças significativas de
produção nas doses de N empregadas (100, 200 e 300 kg/ha de N), exceto para o não
adubado que produziu 52% da maior produção obtida (Tabela 2). No verão, os
tratamentos que receberam 300 e 200 kg de N/ha apresentaram PMSt semelhante. Em
média, a PMSt ocorrida durante o verão foi 33% maior do que a obtida na primavera.
Para encontrar a resposta máxima da fertilização nitrogenada em cada estação do ano
foram adotados os modelos de regressão não-lineares, segundo Vedenov & Pesti (2007).
Sendo assim, foram ajustadas as equações de regressão quadrática porque apresentaram
alto grau de correlação (Figura 2).
29
Figura 2 – Produção de massa seca total (kg de MS/ha) do capim-Tanzânia fertilizado
ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
30
Na estação da primavera, a resposta foi até 180 kg/ha de N, representada pela
equação Y = 4,68- 0,0002x - 0,2391x
2
(R
2
=53%) e na estação do verão a resposta
máxima foi de 263 kg/ha de N, representada pela equação Y = 0,389 – 0,0001x +
66,910x
2
(R
2
=82%).
A PMSLf apresentou interação para tratamentos e para as estações do ano
(Tabela 2). Resultados similares foram relatados por Cecato et al. (2000), em que a
aplicação de N promoveu na planta um aumento dos constituintes celulares, e do vigor
de rebrota resultando na melhoria da produção de massa de forragem e lâminas foliares.
Na estação da primavera, não foram observadas diferenças entre as doses de N
utilizadas, com exceção do tratamento sem adubação que produziu 50% menos que o
tratamento com 300 kg/ha de N. Na estação do verão, o tratamento com 200 kg/ha de N
produziu 46% a mais que o sem adubação. Verificou-se uma resposta ao incremento da
fertilização N nas estações da primavera e do verão para os componentes de massa de
forragem total e massa de lâmina foliar (Tabela 2). A produção de MS de forragem de
lâmina foliar obtida no verão apresentou um incremento da ordem de 30% em relação à
obtida na estação da primavera.
Dentre as práticas de manejo, a utilização de nitrogênio em pastagens é uma das
medidas que mais incrementa a produção, pois o nitrogênio é um macronutriente muito
importante para o aumento do número, tamanho e crescimento e desenvolvimento de
folhas e dos perfilhos na pastagem, proporcionando à planta maior velocidade de
crescimento e também longevidade das lâminas foliares. A produção de massa seca de
gramíneas tropicais em resposta a níveis crescentes de nitrogênio é, normalmente, linear
até certo limite, pois variam, principalmente, com o potencial genético forrageiro e com
as condições climáticas.
Barbosa (1997), trabalhado com o capim-Mombaça em condições subtropicais,
verificaram que a máxima capacidade de resposta foi obtida com a aplicação de 600
kg/ha de N por ano. No entanto, Cecato et al. (2000), trabalhando com capim-Marandu
com níveis crescentes de N no período do verão, obtiveram aumento na produção de
matéria seca total e de lâmina foliar até aproximadamente 433 kg/ha de N. No presente
experimento, obteve-se maior PMSt na estação do verão com 263 kg/ha de N e com
resposta maior na época do verão.
A produção de massa seca de forragem de colmos + bainha (PMSc) apresentou
interação entre tratamentos x estações do ano (Tabela 2). Com relação às épocas de
31
avaliação, foi observado efeito significativo das doses de N para a estação do verão em
quando o acúmulo de colmo + bainha foi mais pronunciado. Para o efeito dos
tratamentos na estação da primavera não foi encontrada diferença significativa apenas
para o tratamento sem adubação quando comparado aos demais, e na estação do verão o
acúmulo de colmos + bainha foi maior nas doses de N de 200 e 300 kg N/ha,
respectivamente.
A PMSMm foi semelhante entre tratamentos e estações do ano, pela avaliação da
produção de massa ter sido feita em nível de altura de pastejo residual e altura de
entrada, em que este manejo proporcionou baixa presença de MM, e consequentemente
houve elevado aproveitamento de forragem por parte do animal.
A porcentagem de lâmina foliar (LF %), de colmo+bainha (C %) e de material
morto (MM %) foi semelhante entre os tratamentos principais, porém ocorreu efeito
para as estações do ano. (Tabela 3).
Tabela 3 – Porcentagem de lâmina foliar (LF%), de colmo+bainha (C %) e de material
morto (MM %) do capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas
estações do ano sob pastejo.
Estação Doses de N (kg/ha)
do ano 0 100 200 300
LF %
Primavera 88,17 (5,40) A 90,33 (3,05) A 92,06 (1,34) A 93,59 (3,73) A
Verão 88,66 (5,51) A 90,90 (1,07) A 86,00 (5,50) B 85,80 (5,60) B
C %
Primavera 2,04 (0,67) B 2,00 (1,32) B 1,95 (0,91) B 2,17 (0,70) B
Verão 7,99 (3,15) A 7,57 (0,99) A 9,52 (3,43) A 9,77 (1,11) A
MM %
Primavera 9,78 (5,55) A 7,66 (2,85) A 5,99 (1,50) A 4,24 (3,04) A
Verão 3,34 (2,40) B 1,52 (0,11)B 4,48 (2,08) A 4,42 (4,59) A
Médias seguidas de letras distintas maiúscula na coluna diferem entre si pelo teste de SNK (P<0,05). Valores entre parênteses
desvio-padrão da média.
Com a adequação do manejo imposto na condução do experimento, observou-se
que a estrutura da pastagem foi fortemente modificada e que o acúmulo líquido de
forragem produzida apresentava elevada proporção de lâminas foliares, característica
essa altamente desejável de ser obtida num programa de manejo sustentável de
pastagens para animais de alta performance, e que durante as estações da primavera e do
32
verão ocorreu a manutenção da porcentagem de lâmina foliar acima de 85% a qual é
considerada muito boa. Estes resultados foram superiores aos encontrados por Brâncio
et al. (2003) que avaliaram três cultivares de Panicum maximum sob pastejo.
A porcentagem de colmos + bainha na estação do verão, a porcentagem de colmos
+ bainha presente na pastagem foi maior pelas condições de manejo que estavam sendo
estabelecidas à época de maior taxa de crescimento do capim-Tanzânia. Na estação do
verão, observou-se que com o aumento das doses de N este componente passou de 7,99
para 9,77 ton/ha, sem adubação e 300 kg N/ha, respectivamente.
A porcentagem de material morto foi menor quando a pastagem recebeu a
aplicação de até 100 kg de N/ha no verão em relação à primavera. Pelas condições de
manejo que estavam sendo estabelecidas, observou-se que a partir da aplicação de 200
kg de N/ha houve aumento da MM% na composição da forragem, fato este explicado
pelo maior crescimento da forragem nas adubações mais elevadas. A porcentagem
média de material morto (MM), nos meses da primavera, teve maior participação ao
redor de 7%, mas com o manejo correto da pastagem este reduziu sensivelmente nas
estações do verão para 3,4%, da composição da forragem, demonstrando que é possível
através do manejo aumentar a oferta de forragem e o consumo pelos animais.
A produção acumulada de massa seca de forragem total durante o período de
out/2007 a março/2008 está representada nas equações de regressão na Figura 3. Barros
et al. (2000), trabalhando com capim-Tanzânia, obtiveram valores inferiores para
produção de massa seca, variando de 7,6 a 11,34 t/ha com aplicação de 60 e 180 kg/ha
de N, respectivamente.
33
Figura 3 – Produção acumulada de massa seca total (ton/ha) do capim-Tanzânia
fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
A produtividade do capim pode ser controlada pelo fornecimento de nitrogênio,
seja pela matéria orgânica ou por adubos, desde que fatores do solo, do clima e da
planta não sejam limitantes. O capim-Tanzânia responde bem à adubação N, pois
produziu 2,8 e 4,1 ton/ha de massa seca de forragem (pré-pastejo), no período de
crescimento de 26 e 27 dias da primavera e do verão, respectivamente com o uso de 150
kg/ha de N por aplicação durante a estação. Resultados semelhantes foram obtidos na
região Noroeste do Paraná por Lugão et al. (2003) que trabalharam com o acesso BRA-
006998 de Panicum maximum, chegando a produzir 5,02 ton/ha de MS no período de
crescimento de 40 dias no verão, com o uso de 398 kg/ha de N por ano. Barbosa et al.
(2007), trabalhando com capim-Tanzânia, obtiveram produções inferiores às
encontradas no presente experimento.
A aplicação de doses crescentes de nitrogênio proporciona ao capim-Tanzânia
aumento do acúmulo de massa de forragem e massa de lâmina foliar verde nas estações
da primavera e do verão, porém isso não ocorre para a massa de material morto e de
colmos. Esses resultados demonstram que, pastagens de capim-Tanzânia
34
adequadamente manejadas e adubadas com N, na região Noroeste do Paraná, é uma
alternativa muito interessante e viável para sistemas de produção animal e a pasto.
Os teores de fibra em detergente neutro (FDNf), digestibilidade “in vitro” da
matéria seca (DIVMSf) e digestibilidade “in vitro” parede celular (DIVPCf)
apresentaram interação entre os tratamentos principais e estações do ano, enquanto que
para a proteína bruta (PB) houve efeito para a estação, quando avaliada a fração lâmina
foliar (Tabela 4).
Tabela 4 – Teores de fibra em detergente neutro (FDNf %), proteína bruta (PBf %),
digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMSf %) e digestibilidade
“in vitro” parede celular (DIVPCf %) de lâmina foliar do capim-Tanzânia
fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
Estação Doses de N (kg/ha)
do ano 0 100 200 300
FDNf %
Primavera 66,0(0,82)Aa 65,7(1,33)Ba 66,3(0,33)Aa 65,9(0,97)Aa
Verão 67,1(0,85)Aa 69,3(0,27)Aa 66,8(0,97)Aa 66,3(0,69)Aa
PBf %
Primavera 8,2(0,26)b 8,8(0,36)b 10,0(0,59)a 10,9(0,94)a
Verão 7,4(0,35)bc 8,3(0,25)b 10,3(0,35)a 11,1(0,53)a
DIVMSf %
Primavera 70,2(2,69)Bb 71,1(1,13)Bb 73,2(1,71)Ba 73,4(0,87)Ba
Verão 78,9(0,82)Aa 75,1(1,38)Ab 80,3(1,11)Aa 79,9(0,73)Aa
DIVPCf %
Primavera 53,9(1,04)Bb 54,8(0,61)Aa 55,5(1,01)Ba 55,4(0,50)Aa
Verão 57,2(1,50)Aa 57,5(3,89)Ab 57,6(0,86)Aa 56,6(0,93)Aa
Médias seguidas de letras distintas maiúscula na coluna e, minúscula na linha, diferem entre si pelo teste de SNK (P<0,05). Valores
entre parênteses desvio-padrão da média.
Os teores de FDNf foram semelhantes entre si. Dados estes que colaboram com o
experimento conduzido por França et al. (2007), que trabalhando com capim-Tanzânia
sob doses crescentes de nitrogênio em diferentes idades de cortes também não
encontraram diferença estatística dentro das doses de nitrogênio aplicada, encontrando
diferença apenas para as idades de corte. Os resultados obtidos discordam dos obtidos
por Brennecke (2002), que afirma que uso de fertilizantes nitrogenados tendem a
reduzir o teor de carboidratos solúveis, diminuindo assim o teor de fibra, e por Rocha et
35
al. (2002) que relataram que com o aumento das doses de nitrogênio ocorreu decréscimo
nos teores de FDN.
Na estação da primavera e do verão, as doses 200 e 300 kg de N /ha apresentaram
os maiores teores de PBf, tendo uma média de 10,6% de PBf nos respectivos
tratamentos e para o tratamento 0 e 100 Kg de N/ha foi de 8,2% PBf. Como isso, pode-
se inferir que os valores de proteína observado neste experimento, são adequados para
um bom funcionamento da microbiota ruminal que, segundo Van Soest (1994), é de, no
mínimo de 7%, sendo de fundamental importância para a alimentação dos ruminantes.
Estes resultados foram comprovados por Gonçalves et al. (2002), que
observaram uma inter-relação entre a digestibilidade e os teores de PB e de parede
celular, pois, à medida em que ocorre aumento nos teores de FDN e decréscimo na PB,
ocorre um declínio na digestibilidade. Por outro lado, os dados revelam que não existe
uma relação positiva ou negativa entre FDN e DIVMS, haja vista que estes aumentaram
concomitantemente na mesma estação, confirmando os relatos feitos por Van Soest
(1994), que existe sim uma relação entre DIVMS e a fibra em detergente ácido (FDA)
da forragem.
Na estação do verão, nas doses de 200 e 300 kg de N/ha, os valores de DIVMSf
encontrados foram maiores do que na primavera. Dados estes que corroboram com os
dados de Rêgo et al. (2003), que trabalhando com a aplicação de 250 kg de N/ha em
capim-Tanzânia em diferentes alturas de manejo, obtiveram resultados entre 68 a 75%
de DIVMS. Estes resultados demonstram que a aplicação contínua de adubação
nitrogenada pode melhorar a qualidade da pastagem, pois no dizer de Cecato et al.
(2001), quando se usa adubação nitrogenada, pode ocorrer uma variação na composição
química da massa seca das plantas, onde o nitrogênio pode provocar um incremento no
teor da PB e melhora na DIVMS, por meio do aumento da participação da massa seca
de folhas na massa seca total da planta.
Na estação do verão, para os valores de DIVPCf, obtiveram melhores resultados
quando comparado a da primavera, demonstrando assim que a qualidade da forragem
foi melhor nesta estação, pois a pastagem na primavera passou por um período de
transição do manejo, mas pela sua correta utilização na estação do verão a qualidade
melhorou sensivelmente.
Para colmo + bainha, houve interação entre os tratamentos principais e estação do
ano somente para a digestibilidade “in vitro” da matéria seca do colmo + bainha
(DIVMSc), sendo maior no verão (Tabela 5).
36
Para as estações, no verão só foi superior na maior dose, porém na primavera só
DIVMSc incrementou a partir da aplicação de 200 kg de N/ha, certamente a maior
quantidade de N, aplicada no início da estação de crescimento, favoreceu o
aparecimento de novos perfílhos e folhas mais jovens, contribuindo principalmente para
a melhora da DIVMSc. Fato este comprovado por Oliveira et al. 2007 que, trabalhando
com capim-Tanzânia submetido a adubações e intensidade de corte, constataram que o
número de perfilhos é influenciado pela adubação nitrogenada, comprovando a
importância da adubação nitrogenada para o acúmulo e qualidade da forragem.
Os teores de fibra em detergente neutro (FDNc) foi mais elevado no tratamento de
100 kg de N/ha, porém o teor proteína bruta (PBc) e digestibilidade “in vitro” parede
celular (DIVPCc) de colmo + bainha de capim-Tanzânia foi semelhante entre os
tratamentos avaliados (Tabela 5). Certamente, essas respostas da planta se devem às
práticas de manejo em que se manteve maior proporção de lâminas foliares na
pastagem, contribuindo com a melhoria no valor nutritivo da forragem e maior
consumo. Prado et al. (2003) ressaltam que as folhas, além de apresentarem maior teor
de PB, também possuem menor proporção de proteína indisponível para o animal em
comparação com a porção bainha + colmo verde.
Os teores, em geral, mais elevados encontrados de proteína bruta na fração folha
,em relação ao colmo, reforçam as afirmações de Burns et al. (1989), em que o manejo
das forrageiras que permitam maior disponibilidade da porção lâmina foliar é necessário
para o maior desempenho animal em pasto.
37
Tabela 5 – Teores de fibra em detergente neutro (FDNc %), proteína bruta (PBc %),
digestibilidade “in vitro” da matéria seca (DIVMSc %) e digestibilidade “in
vitro” parede celular (DIVPCc %) de colmo + bainha do capim-Tanzânia
fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
Estação Doses de N (kg/ha)
do ano 0 100 200 300
FDNc %
Primavera 73,9(0,00)a 73,9(0,00)a 73,9(0,00)a 73,6(0,00)a
Verão 74,8(0,82)b 77,6(4,85)a 73,4(1,34)b 73,0(0,26)b
PBc %
Primavera 5,1(0,48)a 5,5(0,32)a 5,7(0,43)a 5,0(0,42)a
Verão 4,5(1,29)a 5,3(0,39)a 5,6(0,54)a 6,3(0,38)a
DIVMSc %
Primavera 67,6(0,96)Bc 70,3(1,06)Bb 73,9(0,30)Aa 73,4(1,09)Ba
Verão 72,4(1,98)Abc 72,9(1,33)Abc 74,6(0,87)Ab 77,2(1,17)Aa
DIVPCc %
Primavera 83,1(10,17) 79,2(4,62) 79,1(0,82) 75,8(1,94)
Verão 73,9(3,03) 78,5(2,58) 80,2(1,53) 77,8(2,46)
Médias seguidas de letras distintas maiúscula na coluna e minúscula na linha diferem entre si pelo teste de SNK (P<0,05). Valores
entre parênteses desvio-padrão da média.
Conclusões
Elevadas adubações nitrogenadas associada a intervalos menores de pastejo
promovem maior porcentagem de lâmina foliar, aumentando a eficiência de pastejo.
A produção de massa seca total do capim-Tanzânia respondeu linearmente até
263 kg ha
-1
de N na estação do verão e ate 180 kg ha
-1
.
A adubação nitrogenada associada ao manejo empregado na forragem melhorou o
valor nutritivo do pasto. O capim Tanzânia apresentou o teor de PB e DIVMS adequada
para atender às exigências nutricionais dos animais, demonstrando ser o manejo pela
altura a boa ferramenta para manter a qualidade da planta.
38
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41
CAPÍTULO III
Morfogênese e dinâmica do perfilhamento do capim-Tanzânia fertilizado
ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo
42
Morfogênese e dinâmica do perfilhamento do capim-Tanzânia fertilizado ou não
com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
RESUMO: O objetivo do trabalho foi avaliar as características morfogênicas e
dinâmicas do perfilhamento capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas
estações da primavera e do verão, sob pastejo intermitente. Este trabalho foi conduzido
de outubro de 2007 a março de 2008, na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), da
Universidade Estadual de Maringá (UEM), município de Maringá-PR. Os tratamentos
continham quatro níveis de nitrogênio (parcelas principais), sendo: N
1
= N0, N
2
= N100,
N
3
= N200 e N
4
= N300 kg de N/ha e as estações de crescimento (subparcelas)
primavera (outubro, novembro e dezembro) e verão (janeiro, fevereiro e março). O
delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos ao acaso, com parcelas
subdivididas no tempo (estações do ano), com quatro repetições. A aplicação do
fertilizante ureia na pastagem foi parcelada em duas vezes, sendo uma na estação da
primavera e outra do verão. A aplicação do fertilizante ureia na pastagem foi parcelada
em duas vezes. Os tratamentos adubados com 200 e 300 kg de N/ha apresentaram seis
ciclos de pastejo, com uma duração média de 27 dias de intervalo de pastejo, enquanto
que os tratamentos com zero e 100 kg/ha de N apresentaram somente quatro e cinco
ciclos de pastejo, respectivamente. Para a taxa de alongamento de folhas (TA
l
F) e taxa
de aparecimento de folha (TApF), aumentou lineamente com o incremento das doses de
N. A maior densidade populacional de perfílhos ocorreu no verão, nos tratamentos de
maiores doses de nitrogênio. O tratamento sem adubação foi o que apresentou menor
crescimento na população de perfilhos, e os demais apresentaram crescimento acima de
50%. A adubação nitrogenada exerce efeito positivo nas taxas de alongamento e
aparecimento foliar, e no número de folhas vivas em plantas de capim-Tanzânia nas
estações da primavera e do verão.
Palavras-chave: taxa de aparecimento foliar, taxa de alongamento foliar, pastejo
intermitente, Panicum maximum
43
ABSTRACT: The aim of this work was to evaluate morphogenic characteristics
and tillering dynamics in Tanzania grass fertilized or not with nitrogen in Spring and
Summer seasons under intermittent grazing. It ran from October 2007 to March 2008, at
Iguatemi Experimental Farm (FEI), at Maringá State University (UEM), Maringá, PR
state. The treatments comprised four levels of nitrogen (main plots), being: N
1
= N0, N
2
= N100, N
3
= N200 and N
4
= N300 kg N/ha and the growth seasons (subplots) Spring
(October, November and December) and Summer (January, February and March). The
experimental design used was the randomized block design with plots subdivided by
time (seasons of the year) with four replications. The use of urea fertilizer was plotted in
two turns, being one in Spring and the other in Summer. The treatments fertilized with
200 and 300 kg N/ha showed six cycles of pasture, with an average of 27 days of
pasture interval, whilst the treatments with zero and 100 kg/ha N showed only 4 or 5
cycles of pasture, respectively. As for the leaf elongation rate (TA
l
F) and leaf
appearance rate (TApF), it increased linearly the increment of N doses. The greatest
populational tillering appearance occurred in Summer in the treatments with higher
doses of nitrogen. The treatment with no fertilization showed the least growth of
tillering population, being that the others showed growth above 50%. Nitrogen
fertilization had marked effect on both leaf appearance rate and elongation rate, as well
as the number of live leaves in Tanzania grass leaves in Spring and Summer seasons.
Key Words: leaf appearance rate, leaf elongation rates, intermittent grazing, Panicum
maximum
44
Introdução
O aumento do suprimento de nitrogênio no solo é uma forma de incrementar a
produtividade das pastagens, sendo o N um elemento importante na morfogênese e no
perfilhamento (Pearse & Wilman, 1984).
A morfologia de uma espécie, em uma dada situação, é o resultado do processo
conhecido como morfogênese (Nabinger & Pontes, 2001). Este processo é definido por
Chapman & Lemaire (1993) como a dinâmica de geração e expansão da forma da planta
no espaço, sendo descrita em termos de taxa de aparecimento de novos órgãos
(organogênese), taxa de expansão (crescimento) e taxa de senescência e decomposição.
As variáveis morfogênicas são afetadas pela disponibilidade de recursos de
crescimento como água, luz, nitrogênio e temperatura. As variáveis estruturais, por sua
vez, são afetadas pelas modificações nas respostas morfogênicas e pela frequência e
intensidade de corte ou pastejo (Difante et al., 2008). Pastos mantidos sob regime
intenso de desfolhação apresentam perfilhos com folhas mais curtas e maior densidade
populacional de perfilhos pequenos, ao passo que sob regime leniente de desfolhação
são observadas menores densidades populacionais de perfilhos grandes e folhas mais
compridas (Matthew et al., 1999).
Segundo Gomide (1997), quatro tipos de folhas podem ser observadas durante o
desenvolvimento do perfilho: folhas senescentes, folhas completamente expandidas,
folhas emergentes (que estão se desenvolvendo dentro do tubo formado pelas bainhas
foliares das folhas completamente expandidas – pseudocolmo) e folhas em expansão. O
perfilhamento é uma característica de grande importância para a formação da população
de plantas e garante a perenidade destas após situações de estresse e permanência após
severas desfolhas (Bahmani et al., 2003).
O aumento no número de perfilhos por planta proporciona maior cobertura do
solo pela planta forrageira. Portanto, a adubação nitrogenada, além de aumentar a
produção de matéria seca, contribui para a redução da degradação do solo, pois diminui
a exposição ao impacto da chuva e a exposição ao sol (Da Silva et al., 2009).
O índice de estabilidade da população é um fator utilizado para medir o equilíbrio
da população de perfilhos. Segundo Bahmani et al. (2003), esse índice pode explicar
algumas variações entre o número de perfilhos, e valores abaixo de 1,0 indicam que a
sobrevivência, aliada ao aparecimento de novos perfilhos, não é suficiente para
compensar as taxas de mortalidade e que a população tenderia a diminuir (Difante et al.,
2008).
45
Essas modificações estruturais promovem a manutenção da dinâmica de
crescimento das plantas forrageiras e representam uma estratégia de adaptação ao
pastejo, garantindo produtividade pela melhor captação dos recursos do meio,
notadamente luz. Portanto, o presente estudo objetivou a avaliação da morfogênese e a
dinâmica do perfilhamento do capim-Tanzânia (Panicum maximum Jacq) durante as
estações da primavera e do verão.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), da
Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá-PR. A localização geográfica é 23º
25’S de latitude e 51º 57’O de longitude com uma altitude média de 550 m. O tipo
climático predominante desta região é o Cfa subtropical úmido mesotérmico, segundo a
classificação de Köppen, com temperatura média anual de 22°C. Este se caracteriza pela
predominância de verões quentes, baixa frequência de geadas severas e tendência de
concentração das chuvas no período do verão. O período experimental foi de outubro de
2007 a março de 2008. Os dados climáticos ocorridos no período experimental foram
coletados no Posto Meteorológico da FEI e está representado na Figura 1.
Figura 1 – Precipitação e temperaturas máximas e mínimas mensais ocorridas durante o
período experimental, 2007/2008. Fonte Laboratório de Sementes da FEI.
O solo da área experimental é classificado como Latossolo vermelho-amarelo
distrófico (EMBRAPA, 1999). Amostras de solo foram coletadas a uma profundidade
de 0 -10 e 10 – 20 cm de profundidade. Os resultados encontram-se na Tabela 1.
46
Tabela 1 – Componentes químicos do solo das pastagens de capim-Tanzânia no início
do período experimental, março de 2007.
Dose
N
Prof. P
2
C pH H+Al Ca
3
Mg
3
K
2
SB
4
CTC
5
V
6
Kg
ha
-1
cm mg/d
m
3
g/dm
-3
CaCl
2
--------------------------mmol/dm
3
--------
------------
%
0 0-10 24,33 7,53 5,08 3,12 1,50 0,88 0,21 2,60 5,72 45,45
0 10-20 16,95 3,23 4,63 3,23 1,01 0,40 0,09 1,50 4,73 31,51
100 0-10 21,80 2,94 5,03 3,17 1,46 0,90 0,17 2,53 5,70 44,04
100 10-20 7,70 2,94 4,60 3,18 1,11 0,47 0,06 1,64 4,81 33,94
200 0-10 22,70 10,08 4,98 3,36 1,63 0,77 0,14 2,54 5,90 43,03
200 10-20 18,20 4,11 4,80 3,06 1,25 0,38 0,06 1,68 4,74 35,44
300 0-10 20,98 7,83 5,05 3,18 1,40 0,75 0,17 2,32 5,50 41,97
300 10-20 7,17 4,21 4,75 3,11 1,11 0,47 0,07 1,64 4,75 34,39
1
Foram coletadas 20 subamostras por tratamento para compor uma amostra;
2
Extraído por Melich 1;
3
Ca e Mg - extraídos com KCl
1mol L-1;
4
Soma de Bases;
5
Capacidade de troca de cátions;
6
Porcentagem de saturação por bases.
A correção da acidez foi realizada no mês de junho com calcário dolomítico para
elevar a saturação por bases a 60%, segundo Werner et al. (1996). Na instalação do
experimento o solo foi corrigido com 40 kg/ha de P
2
O
5
na forma de superfosfato
simples. A aplicação do nitrogênio (N) foi parcelada em duas aplicações sendo, 1/2 na
primavera (12 de novembro/2007) e 1/2 no verão (24 de janeiro/2008), utilizando como
fonte de N a ureia (45% de N). Foram aplicados 60 kg/ha de K
2
O, na forma de cloreto
de potássio no mês de abril de 2007 com o intuito de corrigir o nível de potássio do
solo.
O experimento foi instalado em uma área já existente, estabelecida com Panicum
maximum Jacq. cv. Tanzânia em novembro de 2003. Esta área vinha sendo usada com
trabalhos de pesquisa semelhante e, portanto, encontrava-se com bom “stand” de
plantas. O mesmo foi instalado numa área de 1.600 m
2
, dividida com 16 piquetes,
contendo cada um deles uma área média de 100 m
2
.
Os tratamentos continham quatro níveis de nitrogênio (parcelas principais), sendo:
N
1
= N0, N
2
= N100, N
3
= N200 e N
4
= N300 kg de N e as estações de crescimento
(subparcelas) primavera (outubro, novembro e dezembro) e verão (janeiro, fevereiro e
47
março). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos ao acaso, com
parcelas subdivididas no tempo (estações do ano), com quatro repetições.
O pasto foi manejado pelo método de pastejo intermitente com lotação variável e
com um dia de ocupação e o período de descanso foi variável de acordo com o tempo
necessário por cada tratamento atingir a altura (70 cm). Os animais entraram quando o
pasto atingiu aproximadamente 70 cm de altura e saíram com um resíduo de 30 cm, em
média. Os animais utilizados no experimento para rebaixar a pastagem foram novilhas
com peso vivo médio de 300 kg de peso vivo.
Semanalmente foi realizada a mensuração da altura das plantas nas parcelas
experimentais (leitura de 15 pontos representativos por parcela) e era realizada a
avaliação quando a pastagem atingia aproximadamente 70 cm de altura do solo.
Para as avaliações morfogênicas foram marcados 10 perfilhos com fios coloridos,
representativos da pastagem, sendo cinco dentro da touceira e cinco ao redor da
touceira, durante o período de rebrota da pastagem. Os perfilhos foram marcados três
dias após o rebaixamento da pastagem com os animais. Foram mensurados o
comprimento das lâminas foliares e a altura da lígula da primeira folha expandida
inicialmente. Semanalmente, era realizada a mensuração para registrar o comprimento
das lâminas foliares e o número de novas folhas surgidas em cada um dos perfilhos. As
medidas foram realizadas na pastagem até atingir aproximadamente 70 cm de altura do
solo, sendo retiradas as hastes de arame, avaliada a massa de forragem e rebaixada
novamente com os animais para 30 cm e assim sucessivamente.
Para os dados obtidos na avaliação foram calculadas as seguintes variáveis:
Taxa de Aparecimento de Folhas (TapF): número de folhas surgidas por perfilho
dividido pelo número de dias do período de avaliação – folhas/perfilho/dia.
Filocrono (FIL): inverso da taxa de aparecimento de folhas indica o tempo (em dias)
necessário para o aparecimento de duas folhas consecutivas. – dias/folha/perfilho.
Taxa de Alongamento de Folhas (TA
l
F): somatório de todo alongamento da lâmina
foliar por perfilho dividido pelo número de dias do período de avaliação –
cm/perfilho/dia.
Duração de vida de folhas (DVF): período de tempo entre o aparecimento de uma
folha até sua morte. Estimada a partir da seguinte equação proposta por Lemaire &
Chapman (1996): DVF = NFV x Filocrono (dias)
Número de Folhas Verdes (NFV): número médio de folhas em alongamento e
alongadas por perfilho desconsiderando folhas senescentes de cada perfilho.
48
Comprimento final da Lâmina Foliar (CFLF): comprimento médio de todas as
folhas presentes no perfilho sendo medido do ápice foliar até a lígula (cm).
Taxa de alongamento de colmos (TAlC): somatório de todo o alongamento de
colmo/pseudocolmo por perfilho dividido pelo número de dias do período de avaliação
– cm/perfilho/dia.
Para a avaliação do perfilhamento foram marcadas duas touceiras por unidade
experimental com oito touceiras por tratamento, totalizando 32 touceiras marcadas. Na
primeira avaliação, todos os perfilhos de cada touceira selecionada foram marcados com
fios coloridos de uma única cor, identificando-se a geração de perfilhos de referência.
No pós-pastejo de cada piquete, após no máximo, sete dias da saída dos animais, uma
nova cor foi utilizada para a identificação das novas gerações surgidas durante a
rebrotação em cada procedimento de contagem e marcação de perfilhos.
A partir das marcações, obteve-se a densidade populacional de perfilhos basais
por m² (DPP). Os cálculos foram realizados da seguinte forma: TApP = perfilhos
novos/total de perfilhos vivos na marcação anterior e dividido pelo número de dias do
ciclo e TMoP = perfilhos mortos/total de perfilhos vivos na marcação anterior e
dividido pelo número de dias do ciclo.
O índice de estabilidade (P1/P0) da população de perfilhos foi calculado de
acordo com a metodologia descrita por Bahmani et al., (2003), utilizando-se a
expressão:
P1/P0 = TSoP (1+TApP), em que TSoP (taxa de sobrevivência de perfilhos) = 1-TMoP,
em que: P1/P0 = Proporção entre a população de perfilhos existentes no ciclo 1 e
população existente no ciclo 0.
A dinâmica populacional de perfilhos totais, bem como o índice de estabilidade
são apresentados utilizando-se gráficos de médias.
Os dados foram testados quanto à normalidade dos erros e homogeneidade de
variâncias e as análises estatísticas foram realizadas utilizando-se SAS (SAS
INSTITUTE, 1999), no procedimento GLM para o modelo de parcelas subdivididas no
tempo, sendo as doses de N considerada como tratamentos principais e estações do ano
como subparcela. As médias foram comparadas pelo teste F e teste de médias SNK, ao
nível de significância de 5%. Foram realizadas as análises de regressão em função das
doses de N.
49
Resultados e Discussão
O número de ciclos e os intervalos entre pastejos verificados durante todo o
período experimental foram influenciados pelas doses de N.
Os tratamentos sem adubação, 100, 200 e 300 kg de N/ha apresentaram,
respectivamente, quatro ciclos de pastejo e média de 41 dias (N0), cinco ciclos e média
de 35 dias (N100) e de seis ciclos e média 27 dias de intervalo de pastejo (N200 e
N300), estes tratamentos com maiores doses de N, nos meses de janeiro e fevereiro da
estação do verão apresentaram 22 dias de intervalo entre pastejo (Figuras 2 e 3).
Resultados semelhantes foram obtidos por Barbosa et al. (2007), trabalhando com
capim-Tanzânia adubado com 200 kg de N/ha, submetido a combinações entre
intensidade e frequência de pastejo.
0
100
200
300
0
1
2
3
Primavera
Verão
DosesdeN(kg/ha)
Númerodeciclos
Estaçõesdoano
0 100 200 300
Figura 2 – Número total de ciclos de pastejo durante o período experimental para o
capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob
pastejo.
50
0
100
200
300
0
10
20
30
40
50
Primavera
Verão
40
41,5
32,3
38,5
26,7
27,7
26,7
27,7
DosesdeN(kg/ha)
Intervaloentepastejos(dias)
Estaçõesdoano
0 100 200 300
Figura 3 – Intervalo entre pastejos (em dias) durante o período experimental para o
capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob
pastejo.
A velocidade de recuperação do pasto após a desfolhação é dependente dos
fatores edafoclimáticos vigentes em um dado momento. Flutuações nas condições
climáticas e estresses modificam a morfologia e a taxa de desenvolvimento, limitando a
produção e alterando valor nutritivo das plantas forrageiras (Buxton & Fales, 1994).
O reduzido número de ciclos de pastejo para o tratamento sem adubação (quatro
ciclos) foi consequência do longo período de rebrotação que começou na primavera e se
estendeu até o final do verão. Nesta época foram verificados intervalos entre pastejos de
até 41 dias para o tratamento N0. De acordo com Uebele (2002), a implicação prática
dos resultados é simples, ou seja, estratégias de manejo do pastejo baseadas em períodos
de descanso fixos não são as mais corretas de serem utilizadas, pois podem resultar em
perdas significativas em produção e qualidade de forragem.
Wendling et al. (2004) demonstraram em capim-Elefante que períodos de
descanso de 24 dias apresentaram menor disponibilidade de massa seca de folhas verdes
em relação a períodos de descanso de 30 dias, entretanto a massa de forragem
apresentou melhor valor nutritivo promovendo incremento na produção de leite, o que
demonstra que fixar o período de descanso dos capins em dias fixos não é a melhor
forma de se obter a maior produção e qualidade do mesmo.
As doses de N apresentaram efeito linear sobre a TApF, esta aumentou
linearmente com o incremento da dose de N (Figura 4). Os valores variaram de 0,07
51
(sem adubação nitrogenada) para 0,09 folhas/dia (300 kg N/ha), com aumento de 23%
nessa variável quando comparados à ausência de aplicação de N. Essa amplitude de
valores é inferior àquela verificada por Cavalcante et al. (2002), em Brachiaria
decumbens sob pastejo, em que os valores variaram entre 0,079 e 0,107 folhas/dia.
y=4E05 x+0,069
R
2
=0,8
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
0 100 200 300
DosesdeN(kg/ha)
TApF(folhas/perfilhos.dia)
y=0,0041x+3,996
=0,98
0
1
2
3
4
5
6
0 100 200 300
DosesdeN(kg/ha)
TAlF(cm/perfilhos.dia)
Figura 4 – Taxa de aparecimento foliar (TapF) e taxa de alongamento foliar (TAlF) do
capim-Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob
pastejo.
Para a taxa de alongamento de folhas (TA
l
F), as doses crescentes de N,
promoveram incremento linear da TA
l
F (Figura 4). Santos et. al. (2004), trabalhando
com capim-Mombaça, relataram valores de taxa de alongamento de folhas superiores
aos encontrados no presente experimento de 1,82; 1,5; 6,58 e 9,51 cm/dia.perfilho nas
estações do ano: outono, inverno, primavera e verão, respectivamente. Isto se deve pela
variação do genótipo, porque o capim-Mombaça apresenta maior produção acumulada
de matéria seca no período do que o capim-Tanzânia.
Observou-se que o incremento na TA
l
F foi de até 23% para a mais elevada dose
de N (300 kg de N/ha) em relação à ausência de adubação nitrogenada. Em alguns
trabalhos que avaliam os efeitos do N sobre a taxa de alongamento foliar, também
foram obtidos resultados semelhantes (Duru & Ducrocq, 2000). Esse aumento na TA
l
F,
promovido pela adubação nitrogenada, é atribuído por Volenec & Nelson (1994) à
maior produção de células. Em gramíneas, o alongamento foliar está restrito a uma zona
na base da folha em expansão protegida pelo pseudocolmo (Skinner & Nelson, 1995).
O comprimento final das folhas, o filocrono, o número de folhas verdes,a duração
de vida das folhas, a taxa de alongamento do colmo e a taxa de senescência foliar de
capim-Tanzânia encontram-se na Tabela 2. Os dados foram analisados considerando o
ciclo de pastejo (em dias) como covariável.
52
Tabela 2 – Médias de comprimento final de lâminas foliares (CFLF) (cm), filocrono
(dias/folha/perfilho), número de folhas verdes (NFV), duração de vida das
folhas (DVF) (dias), taxa de alongamento do colmo (TAlC)
(cm/perfilho.dia) e taxa de senescência foliar (TSeF) (cm/dia) do capim-
Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
Épocas Tratamentos Média EPM
0 100 200 300
CFLF (cm)
Primavera 26,48 26,12 24,75 26,32 25,86 3,15
Verão 25,99 27,27 23,40 25,06 25,19 3,43
Média 26,23 26,58 24,08 25,69
EPM 2,02 3,12 3,68 3,32
filocrono (dias/folha/perfilho)
Primavera 13,99 14,18 12,80 12,25 13,24 4,13
Verão 14,53 14,29 14,57 14,42 14,46 3,56
Média 14,26 14,22 13,68 13,33
EPM 3,36 4,04 4,29 3,87
NFV
Primavera 4,61 5,07 5,01 4,98 4,94 0,40
Verão 4,75 4,93 4,84 4,66 4,79 0,82
Média 4,68 5,01 4,93 4,82
EPM 0,34 0,63 0,67 0,76
DVF (dias)
Primavera 64,03 72,76 63,26 60,57 65,26 19,83
Verão 69,02 68,94 68,27 63,60 67,15 11,23
Média 66,52 71,23 65,76 62,08
EPM 15,47 21,10 15,63 12,00
TAlC (cm/perfilho.dia)
Primavera 0,02 Aa 0,04 Ba 0,02 Ba 0,02 Ba 0,02 0,04
Verão 0,07 Ab 0,23 Aa 0,12 Ab 0,12 Ab 0,13 0,12
Média 0,04 0,12 0,07 0,07
EPM 0,04 0,16 0,09 0,08
TSeF (cm/dia)
Primavera 0,40 0,31 0,24 0,36 0,31 0,21
Verão 0,25 0,37 0,37 0,26 0,32 0,20
Média 0,33 0,33 0,31 0,31
EPM 0,14 0,23 0,20 0,23
Médias seguidas de letras distintas maiúscula na coluna e minúscula na linha diferem entre si pelo teste de SNK (P<0,05). EPM:
erro-padrão da média.
A capacidade da planta em expandir suas folhas depende da taxa de alongamento
do meristema intercalar (zonas de divisão celular). Essa zona de alongamento é um local
ativo de grande demanda por nutrientes (Skinner & Nelson, 1995). Segundo Gastal &
Nelson (1994), o maior acúmulo de N encontra-se na zona de divisão, explicando a
resposta positiva do capim-Tanzânia à adubação nitrogenada. Resultados semelhantes
53
foram encontrados por Martuscello et al. (2005), que trabalharam com capim-Xaraés e
encontraram efeito positivo das doses de N sobre a TAlF.
A relação entre a TA
l
F e TApF determina o comprimento final de lâminas foliares
(CFLF). Dessa forma, variações na TA
l
F e TApF, por meio de práticas de manejo (e.g.
fertilização e frequência de desfolhação) ou flutuações climáticas, podem ocasionar
variações no CFLF. Os tratamentos com doses maiores de N foram pastejados numa
maior frequência de tempo (Figura 3) o que acarretou diminuição do comprimento da
bainha foliar, provavelmente em consequência de redução da fase de multiplicação
celular, acarretando semelhante comprimento final da lâmina como demonstrado por
Duru & Ducrocq (2000). De acordo com Lemaire & Chapman (1996), o CFLF é uma
característica plástica responsiva à intensidade de desfolhação, sendo esta característica
uma estratégia morfológica de escape da planta ao pastejo.
Em relação às épocas do ano, não foram verificadas diferenças significativas nos
valores de CFLF, sendo encontrados valores similares. O CFLF apresentou o
comportamento inverso da TA
l
F, ou seja, incrementos na TA
l
F com o aumento das
doses de N estiveram associados positivamente, no entanto, o CFLF não respondeu às
doses de N empregadas. Na estação da primavera e do verão, os maiores valores de
TA
l
F para as doses de 200 e 300 kg/ha de N não resultaram em incrementos no CFLF.
Barbosa (2004), trabalhando com capim-Tanzânia, obtiveram resposta positiva para
estes dois parâmetros avaliados em função dos seus tratamentos estudados (alturas de
resíduo (25 e 50) x IAF (90, 95 e 100% de IL).
Os valores de filocrono, DVF, NFV e TSeF foram semelhantes dentro dos
tratamentos estudados como também para as estações.
Dados semelhantes de filocromo foram relatados por Martuscello et al. (2005) que
encontraram valores de 11,45 e 8,81 dias para os tratamentos sem adubação e com 120
mg/dm
3
de N, respectivamente.
Com base nos resultados, pode-se inferir que as plantas na ausência de N
permaneceram mais tempo com suas folhas vivas em detrimento da expansão de novas
folhas. Assim, os resultados de decréscimo na DVF com as doses de N são explicados
pela maior renovação de tecidos em plantas adubadas com nitrogênio. A estimativa para
DVF variou de 66,5 dias pra as plantas sem adubação nitrogenada e 62,1 dias para as
plantas adubadas com 300 kg de N/ha. Mazzanti et al. (1994) ressaltaram que, em geral,
ocorre diminuição na DVF em alta disponibilidade de N, pelo aumento da taxa de
alongamento foliar e pelo maior tamanho final das folhas.
54
Santos et al. (2004) não encontraram efeito da interação entre pastejos e períodos
de avaliação para a TSef. Este autor encontrou um valor maior (0,74 cm/perfilho.dia)
com 28 dias de descanso do que a verificada no presente experimento. Barbosa et al.
(1996) não observaram aumento do número de folhas senescentes no capim-Mombaça
durante 35 dias de crescimento no verão e 49 dias no outono. Os resultados do presente
estudo concordam dos obtidos por esses autores, embora de magnitude menor, o que
pode ser decorrente de diferenças no período de crescimento.
A taxa de alongamento de colmo (TAlC) foi mais elevada durante o verão em
relação à primavera (Tabela 2). Todavia, na primavera, foi semelhante entre os
tratamentos que não receberam adubo e adubados. No verão, na da dose de 100 kg de N
/ha apresentou maior TAlC que os demais tratamentos. Utilizando baixas doses de N, o
intervalo entre os pastejos foi maior, 35 dias em média, contra 22 a 27 dias em média
para as doses de 200 a 300 kg de N/ha. Os dados revelam que a adubação nitrogenada
associada a intervalos menores de pastejo é uma ferramenta importante no controle e
desenvolvimento de colmos e, consequentemente, da estrutura do dossel forrageiro.
Os dados de densidade populacional de perfilhos (DPP), taxa de aparecimento de
perfilhos (TApP), taxa de mortalidade de perfilhos (TMoP) e taxa de sobrevivência dos
perfilhos (TSP) estão apresentados na Tabela 3.
Com o manejo intenso (ciclo menor), possivelmente, ocorreu maior decapitação
do meristema apical, ocorrendo uma quebra na dormência apical dos hormônios,
consequentemente ocorreu maior perfilhamento basal e lateral dos tratamentos que
receberam menor dose de nitrogênio.
55
Tabela 3 - Densidade populacional de perfilhos basais (DPP, perfilhos/m
2
), taxa de
aparecimento de perfilhos (TApP), taxa de mortalidade de perfilhos
(TMoP), taxa de sobrevivência dos perfilhos (1-TMoP) do capim-Tanzânia
fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
Épocas Tratamentos Média EPM
0 100 200 300
DPP (perfilhos/m
2
)
Primavera 229 Aa 212 Ba 223 Ba 224 Ba 222 29,06
Verão 238 Ac 256 Abc 268 Aa 275 Aa 259 39,53
Média 234 234 246 250
EPM 14,00 53,93 42,33 40,62
TApP (perfilhos/100 perfilhos.dia)
Primavera 0,17 0,20 0,32 0,26 0,24 0,11
Verão 0,12 0,18 0,28 0,32 0,23 0,09
Média 0,14 0,19 0,30 0,29
EPM 0,09 0,05 0,12 0,05
TMoP (perfilhos/100 perfilhos.dia)
Primavera 0,04 0,03 0,03 0,05 0,04 B 0,02
Verão 0,11 0,06 0,07 0,09 0,08 A 0,03
Média 0,08 0,04 0,05 0,07
EPM 0,04 0,02 0,03 0,03
TSP (1- TMoP)
Primavera 0,96 0,97 0,97 0,95 0,96 A 0,02
Verão 0,89 0,94 0,93 0,91 0,92 B 0,03
Média 0,92 0,96 0,95 0,93
EPM 0,04 0,02 0,03 0,03
EPM: erro-padrão da média. Médias seguidas de letras distintas maiúscula na coluna e minúscula na linha diferem entre si pelo
(P<0,05)
y=0,1222x+241,07
=0,96
0
50
100
150
200
250
300
0 100 200 300
DosesdeN(kg/ha)
DPP(perfilho s/m
2
)
Figura 5 - Densidade populacional de perfilhos basais (DPP, perfilhos/m
2
) do capim-
Tanzânia fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
56
A densidade populacional de perfilhos basais (DPP) apresentou interação para os
tratamentos e épocas de avaliação (Tabela 3). A maior densidade populacional de
perfílhos ocorreu no verão, nos tratamentos em que as plantas receberam maiores doses
de nitrogênio, entretanto os tratamentos sem adução e o com 100 Kg de N/ha não
diferiram entre si, tendo apresentado aumento na densidade de perfilhos/m
2
na ordem de
15,5%, o de menor para o de maior DPP. Dados estes que discordam dos encontrados
por Sarmento et al. (2005) que, ao trabalhar com IPR-86 Milênio sob doses de N (zero;
150; 300 e 450 kg/ha), evidenciaram densidades máximas estimadas de perfilhos de
239, 194 e 138 perfilhos/m², com doses de 275, 295 e 220 kg de N/ha, respectivamente,
em que demonstrou diminuição da densidade de perfilhos com o aumento nas doses de
nitrogênio.
Garcez Neto et al. (2002), em estudo com capim-Mombaça sob diferentes níveis
de suprimento de nitrogênio e alturas de corte, também verificaram que o suprimento de
nitrogênio teve efeitos significativos sobre o número total de perfilhos.
A taxa de aparecimento de perfilhos (TApP) não apresentou efeito significativo
para os tratamentos e épocas do ano avaliados. A TApP variou de 260%. Nas duas
épocas do ano houve tendência de aumento linear na TApP com o aumento das doses de
N.
A taxa de mortalidade de perfilhos (TMoP) não apresentou diferença estatística
para as doses de N, somente para as épocas do ano avaliadas. A TMoP variou de 200%
entre as estações em avaliação.
No verão foram demonstradas as maiores TMoP, fato que pode ser explicado
pelas condições de ambiente somado às adubações nitrogenadas. Carvalho et al. (2001),
avaliando o perfilhamento do capim-Tifton 85 em diferentes alturas de pastejo,
verificaram a alta renovação de perfilhos (maiores taxas de nascimento) na época do
verão, e relatam que práticas de manejo que asseguram altas taxas de natalidade durante
o verão tornam-se essenciais para a manutenção e/ou incremento da densidade
populacional de perfilhos durante as estações.
Na primavera, não foi possível a identificação da idade dos perfilhos (início das
marcações), porém, nesta época os perfilhos existentes na pastagem são geralmente
perfilhos velhos, perfilhos mais velhos foram morrendo mais rapidamente e, no verão,
houve menor taxa de sobrevivência do perfilho (TSP), fato este explicado pela maior
intensidade de pastejo e pela renovação das gerações de perfilhos que ali estavam.
57
O tratamento-testemunha (zero kg/ha de N) permitiu que houvesse apenas quatro
ciclos de pastejo durante o período experimental, enquanto que no tratamento 100 kg de
N/ha teve cinco ciclos de pastejo e os tratamentos 200 e 300 kg de N/ha foi possível a
avaliação de seis ciclos de pastejo (Figura 6).
Figura 6 – Dinâmica populacional de perfilhos totais do capim-Tanzânia fertilizado ou
não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
A geração base (Ger_B) corresponde à primeira marcação de perfilhos, estes que
são mais numerosos durante todos os ciclos e que sua data de aparecimento não tem
como identificar. De modo que todos os tratamentos aumentaram o número de perfilhos
por touceira, demonstrando assim que o simples fato de manejar corretamente o pasto,
pode aumentar o número de perfilhos, consequentemente a quantidade de matéria seca
produzida aumentou, proporcionando maior oferta de forragem para os animais.
O tratamento sem adubação foi o que apresentou menor crescimento (30%) na
população de perfilhos; os demais apresentaram crescimento de 70%, 120% e 96% para
os tratamentos 100, 200 e 300 kg de N/ha , respectivamente.
A partir do mês de fevereiro, houve estabilização na população de perfilhos da
geração base, podendo isto ser visto em todos os tratamentos, e pode ser explicado pela
diminuição da precipitação pluviométrica (Figura 1) associada à adubação nitrogenada
(24/01/2008) fazenco com que diminuísse o intervalo entre pastejo desses piquetes.
58
Conforme Difante et al. (2008), avaliando a dinâmica de perfilhamento em capim-
Marandu submetido a diferentes alturas e intervalos de corte, observaram declínio nas
taxas de aparecimento e mortalidade de perfilhos basais para todos os cortes e intervalos
avaliados, e nos meses de dezembro e janeiro foram registrados as maiores TApPa, que
se deveu à maior renovação de tecidos, favorecida pelo aumento da temperatura e
precipitação.
Na Tabela 4 estão listadas a produção de matéria seca total (PMST) e as
porcentagens de lâmina foliar (LF %), colmo +bainha (CB %) e material morto (MM
%), e houve interação entre os tratamentos e as estação do ano para a PMST. Houve
também maior PMST nos tratamentos que receberam maior quantidade de N,
especialmente na estação do verão, indicando que com o aumento da massa de forragem
houve um comportamento da planta em aumentar colmo em busca de maior quantidade
de luz, pelo sombreamento nos estratos inferiores (Da Silva & Corsi, 2003).
Tabela 4– Produção de massa seca total (PMST) em ton/ha, porcentagem de lâmina
foliar, de colmo+bainha e de material morto do capim-Tanzânia fertilizado
ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
Estação Doses de N (kg/ha)
do ano 0 100 200 300
Produção de massa seca total ton/há
Primavera 2,96 (0,36)Bb 4,93 (1,02)Ba 5,25 (1,76)Ba 5,60 (0,74)Ba
Verão 4,48 (0,48)Ac 6,55 (1,00)Ab 8,53 (1,08)Aa 8,22 (0,44)Aa
Porcentagem de lâmina foliar
Primavera 88,17 (5,40)A 90,33 (3,05)A 92,06 (1,34)A 93,59 (3,73)A
Verão 88,66 (5,51)A 90,90 (1,07)A 86,00 (5,50)B 85,80 (5,60)B
Porcentagem de colmo+bainha
Primavera 2,04 (0,67)B 2,00 (1,32)B 1,95 (0,91)B 2,17 (0,70)B
Verão 7,99 (3,15)A 7,57 (0,99)A 9,52 (3,43)A 9,77 (1,11)A
Porcentagem de material morto
Primavera 9,78 (5,55)A 7,66 (2,85)A 5,99 (1,50)A 4,24 (3,04)A
Verão 3,34 (2,40) B 1,52 (0,11)B 4,48 (2,08)A 4,42 (4,59)A
Médias seguidas de letras distintas maiúscula na coluna e minúscula na linha diferem entre si pelo teste de SNK (P<0,05). Valor
entre parênteses representa o erro-padrão da média.
Barbosa et al. (2007), avaliando intensidades de pastejo (30 e 50 cm) e frequência
(90, 95 e 100% IL) em capim-Tanzânia, verificaram que pastos pastejados com maior
frequência apresentaram as maiores porcentagens de colmo, o que no presente estudo
ocorreu de mesma maneira pelo incremento da produção com o aumento das doses de N
e número de ciclo de pastejo, que teve aumento de acordo com as adubações.
59
Na primavera houve uma tendência de acúmulo de %MM, isso porque com o
início do experimento havia grande quantidade material senescente, resultante do
acúmulo que deve ter ocorrido no inverno. A maior taxa de mortalidade de perfilhos foi
obtida no período do verão, caso contrário a %MM nessa mesma época, fato este que
pode ser explicado pelo manejo que vinha sendo dado aos tratamentos, em que os
animais entraram com 70 cm de altura e saiam com 30 cm de altura. Este manejo fez
com que houvesse períodos muito longos sem pastejo na época de outono e inverno,
proporcionando o envelhecimento desta forragem, pois o mesmo já vinha sendo
conduzido por outros experimentos neste período.
O índice de estabilidade do capim-Tazânia manteve-se acima de 1,0 durante todo
o período experimental. Porém, seus valores diminuíram à medida que o período
experimental avançou, o que pode ser resposta à época do ano e ao início do período
reprodutivo do capim, modificando as relações entre taxas de aparecimento e
mortalidade de perfilhos, tendo maior mortalidade com o avançar da estação (Figura 7).
Figura 7 – Índice de estabilidade da população de perfilhos do capim-Tanzânia
fertilizado ou não com nitrogênio nas estações do ano sob pastejo.
Para os tratamentos 200 e 300 kg de N/ha, houve comportamento semelhante para
o índice de estabilidade, apresentando valores maiores que 1,0, ao indicar que ocorreu
maiores taxas de nascimento em detrimento às taxas de mortalidade. A partir do mês de
dezembro houve diminuição no índice de estabilidade, fato que demonstra que a
60
mortalidade está maior que o nascimento, confirmado pela participação do colmo na
porcentagem de matéria da planta, e é demonstrado o amadurecimento da planta.
Como se esperava, o tratamento sem adubação (zero kg de N/ha) foi o que
apresentou tendência a índice de estabilidade menor que 1,0 ao final do período
experimental, provavelmente por características relacionadas ao intervalo de pastejo, e o
mesmo necessitava de maior tempo de repouso para atingir a altura necessária de
entrada dos animais, provocando maior mortalidade dos perfilhos. Os valores maiores
que 1,0 indicam situação inversa a valores próximos a 1,0 e indicam uma população de
perfilhos estável, em que o número de perfilhos praticamente não varia, apesar de ser
resultado de um equilíbrio dinâmico (Bahmani et al., 2003).
Conclusões
A adubação nitrogenada exerce efeito positivo nas taxas de alongamento e
aparecimento foliar, e no número de folhas vivas em plantas de capim-Tanzânia nas
estações da primavera e do verão.
A primavera proporcionou condições para que ocorresse maior taxa de
aparecimento de perfilhos.
Ocorreu aumento linear na densidade populacional de perfilhos com o aumento
da fertilização nitrogenada na estação do verão.
61
Literatura Citada
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100).
64
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção de massa seca total e de lâmina foliar de forragem respondeu
linearmente até 263 kg/ha de N na estação do verão.
A prática da adubação nitrogenada melhora o valor nutritivo do capim-Tanzânia,
aumentando positivamente o seu valor nutritivo.
As características morfogênicas são influenciadas pelas doses de nitrogênio,
exercendo efeito positivo nas taxas de aparecimento e alongamento de folhas.
Ocorreu aumento linear na densidade populacional de perfilhos com o aumento
da fertilização nitrogenada na estação do verão.
Elevadas adubações nitrogenadas associadas a intervalos menores de pastejo
promovem maior porcentagem de lâmina foliar; no manejo de pastos de capim-
Tanzânia sob lotação rotacionada com altura de 70 cm na entrada dos animais para o
pastejo e saída com 30 cm de altura do resíduo.
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