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Dicionário técnico-bilíngue
Inglês-Português da subárea do
Check-list
Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Letras E
Ciências Humanas
Eloiza Terezinha Fernandes da Silva
São Paulo
2009
Tese apresentada à Faculdade de Filosofia
Letras e Ciências Humanas para a
obtenção do título de mestre.
Área de concentração:
Semiótica e linguística geral
Orientadora:
Profa. Dra. Maria Aparecida Barbosa
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Agradecimentos
Agrade¸co `a minha orientadora, a prof.
a
Dr.
a
Maria Aparecida Barbosa, por aceitar-
me como sua aluna, por acreditar em mim e orientar-me sempre sobretudo.
Aos amigos Regina Santos, Tamara Zangalli, Eliana Kruger, F´atima Alves Tostes,
Mauro Gomes de Paulo, Francisco Rezende, Jonas Simpl´ıcio, Dr. Rog´erio Nasci-
mento Fabbrini, Dr. Paulo Yasbek e Alexandre Cristiano de Paula (TAM), agrade¸co
pela preciosa amizade e pelos inconaveis aux´ılios.
Ao prof. Dr. Dem´ostenes Marinotto, que me deu a oportunidade de ampliar os
meus conhecimentos sobre Guia de Apresenta¸ao de Tese e sobre Avia¸ao Comercial
no Brasil.
`
A prof.
a
Dr.
a
Stella Tagnin que gentilmente colocou `a minha disposi¸ao suas ori-
entandas para me auxiliarem, e ensinarem a utilizar o Word Smith Tool do depar-
tamento do projeto COMET, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciˆencias Humanas
da USP.
`
A prof.
a
Dr.
a
Leda Szabo, da Faculdade Metodista, que atenciosamente me auxi-
liou atrav´es de suas valiosas observoes, sugest˜oes e comenarios durante a primeira
fase de execu¸ao deste trabalho.
Ao Comandante Herbert Azzi (TAM), ao Comandante Marco Aur´elio dos San-
tos de Miranda e Castro (TAM), ao Comandante Vital Brasil (TAM), ao Major
do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), ao Major Armindo Tadeu do
Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial, ao Milton Walder Jr. do Departamento
de Publica¸oes ecnicas (TAM), ao piloto Angela Ansorge (TAM), ao Gerente Geral
do CCOA Samuel S´ergio Di Pietro Filho (TAM), ao Engenheiro do Safety Alexan-
dre S. Batista (TAM), `a professora de Inglˆes da Aviation Ground School/EWM
Cristina Toledo, que gentilmente me cederam materiais primordiais e preciosos para
a realiza¸ao deste trabalho.
Ao Comandante Francisco Domingues (TAM), ao piloto Gustavo Tannous (TAM),
ao piloto Ricardo Virgilio Castro (TAM), ao Engenheiro de Manuten¸ao Daniel
Gon¸calves (TAM), que competentemente me orientaram, me supervisionaram, me
ensinaram a “filosofia” operacional de voo do Airbus, e me explicaram detalhes de
procedimentos de rotina essenciais para o voo do Airbus, e por fim, me auxiliaram na
corre¸ao de todos os verbetes inclu´ıdos nesta pesquisa terminol´ogica/terminogr´afica.
Finalmente, sou grata ao Departamento de Lingu´ıstica da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciˆencias Humanas da USP, por ter disponibilizado importantes recursos
p´ublicos para esta pesquisa, cujos resultados foram representados em sua totalidade
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nas aginas deste trabalho.
2
Este trabalho ao teria sido poss´ıvel
sem o apoio de minha ae e irm˜as.
Por este motivo, agrade¸co a todas
e compartilho com elas, em cotas
iguais, os m´eritos deste trabalho.
1
Resumo
O objetivo deste trabalho ´e apresentar o resultado de uma pesquisa terminol´ogica/
terminogr´afica bil´ıngue Inglˆes/Portuguˆes das unidades terminol´ogicas dos Proce-
dimentos Operacionais de Cabine, da ´area de Avia¸ao Comercial, e da sub´area
do Check-list. A partir da organiza¸ao das unidades terminol´ogicas em forma al-
fab´etica constru´ımos um dicion´ario terminol´ogico dessa ´area. Para a concretiza¸ao
desse objetivo, selecionamos e escolhemos os contextos que descreveram o conte´udo
semˆantico-conceptual dos termos. Para a realiza¸ao deste trabalho utilizamos os cor-
pora documental e de parˆametro para a extra¸ao, sele¸ao e defini¸ao dos termos. A
composi¸ao do perfil tem´atico da sub´area do Check-list foi feita atraes da utiliza¸ao
de textos de car´ater definit´orios e explicativos, porque apresentam esses uma densi-
dade terminol´ogica alta. A maioria das unidades terminol´ogicas tratadas s˜ao termos
compostos que subsumem o princ´ıpio da transparˆencia, o princ´ıpio da adequa¸ao e o
princ´ıpio da produtividade. Todos os termos inclu´ıdos nesta pesquisa, para a cons-
tru¸ao do dicion´ario terminol´ogico bil´ıngue, apresentam a estrutura hier´arquica do
vocabul´aro do Check-list.
Palavras chave: perfil tem´atico, termo, defini¸ao, Check-list , Procedi-
mentos Operacionais de Cabine.
Abstract
The objective of this study is to present the result of a bilingual English-Portuguese
terminological/terminographical research, which describes the terminological units
of the Cockpit Training Procedure related to the Business Aviation area, and to the
Check-list subarea. A dictionary was done due to the organization of the terminolog-
ical units in alphabetical sequence. To achieve this goal, we selected and chose the
contexts that describe the semantic and conceptual content of all terms. To carry
out this task, the documental and the parameter corpora were used to extract,
select and to define the terms. The setting of the thematic profile of the Check-
list was done through the use of defining and explanatory texts as they present a
great terminological density. The majority of terminological units used in this study
were compound terms which subsume the principle of transparˆencia, the principle
of appropriateness and, the principle of derivability. All the terms included in this
research to build up the bilingual terminological dicitionary present a hierarchical
structure of the Check-list vocabulary.
Key words: thematic profile, term, definiton, Check-list, Cockpit Train-
ing Procedure.
ii
Lista de Siglas
ICAO - International Civil Aviation Organization 4
FAB - For¸ca erea Brasileira 6
BOAC - British Overseas Airways Corporation 7
BCA - Boeing Commercial Airplanes 8
EMBRAER - Empresa Brasileira de Aeron´autica 8
MAER - Minist´erio da Aeron´autica 11
COMAER - Comando da Aeron´autica 11
EAvN - Escola de Avia¸ao Naval 11
EACF - Esta¸ao Ant´artica Comandante Ferraz 12
CAN - Correio A´ereo Nacional 13
VARIG - Via¸ao erea Rio Grandense 14
CONAC - Conferˆencia Nacional de Avia¸ao Comercial 14
DAC - Departamento de Avia¸ao Civil 15
DECEA - Departamento de Controle do Espa¸co ereo 17
INFRAERO - Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportu´aria 17
ANAC- Agˆencia Nacional de Avia¸ao Civil 17
RBHA - Regulamentos Brasileiros de Homologa¸ao Aeron´autica . 22
RIAM - Relat´orio de Inspao Anual de Manuten¸ao 22
CPD - Certificado de Piloto Desportivo 22
CPR - Certificado de Piloto de Recreio 22
PANAIR - Pan American Airways 23
VASP - Via¸ao erea ao Paulo 23
TAM - Taxi ereo Mar´ılia 24
CENIPA - Centro de Investiga¸ao e de Preven¸ao de Acidentes Aeron´auticos 24
SIPAER - Sistema de Investiga¸ao e Preven¸ao de Acidentes Aeron´auticos 26
RELPER - Relat´orio de Perigo 27
FCOM - Fligh Crew Operating Manual 28
RMIT - Royal Melbourne Institute of Technology 37
AIMS - Airline Information Management System 59
iii
Sum´ario
1 Introdu¸ao 2
2 A Navega¸ao erea 6
2.1 Breve Hist´orico sobre a Avia¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 A Aeron´autica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3 Avia¸ao Militar e Avia¸ao Naval no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.4 Avia¸ao Civil: Avia¸ao Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.4.1 Avia¸ao Agr´ıcola no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.4.2 Avia¸ao Executiva ou Particular no Brasil . . . . . . . . . . . 19
2.4.3 Aerofotogametria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.4.4 axi A´ereo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.4.5 Avia¸ao Desportiva no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.4.6 Avia¸ao Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.5 Avia¸ao Civil: Transporte A´ereo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.5.1 Transporte de Cargas Perigosas . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.5.2 Avia¸ao Comercial no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.6 O Check-list . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.6.1 Respeito ao Check-list . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.6.2 A Utiliza¸ao do Check-list . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.7 O Teste de Proficiˆencia em L´ıngua Inglesa . . . . . . . . . . . . . . . 34
3 Fundamenta¸ao Torica 41
3.1 O L´exico e a Comunica¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
3.2 A Rela¸ao de Inclus˜ao da Palavra no exico Global e Individual . . . 42
3.3 O Enriquecimento de uma L´ıngua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.4 A Funcionalidade da L´ıngua de Especialidade com seus Termos . . . 44
3.5 O Papel da Lexicologia na Forma¸ao do L´exico Global de uma L´ıngua 46
3.6 Lexicografia e seu Lugar Hist´orico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
iv
3.7 A Terminologia e suas Aplica¸oes na Sociedade Moderna . . . . . . . 48
3.8 A Terminologia e sua Fun¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.9 Os Dicion´arios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3.10 Terminologia e Tradu¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.11 Interface entre Tradu¸ao e Terminologia . . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.12 Tradu¸ao ecnico-Cient´ıfica, Reda¸ao T´ecnica e Gest˜ao de Informa¸ao 57
3.13 Tradu¸oes, Gest˜ao e Reconhecimento de Terminologias . . . . . . . . 58
4 Metodologia e Estabelecimento do Corpus 59
4.1 O Planejamento da Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
4.2 Fundamenta¸ao Torica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
4.3 Elabora¸ao do Perfil Tem´atico do Check-list . . . . . . . . . . . . . . 61
4.4 O Estabelecimento do Corpus e Compila¸ao dos Termos . . . . . . . 64
4.4.1 O Termo Corpus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
4.4.2 Sele¸ao e Tipos de Fontes e sua Adequa¸ao . . . . . . . . . . . 64
4.5 Registro e Armazenamento das Informa¸oes Sobre os Termos . . . . . 74
4.5.1 Ficha Terminol´ogica de Extra¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.5.2 Ficha Terminol´ogica de Reda¸ao e Programa de Gerencia-
mento de Dados (Final) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.6 Elabora¸ao da Estrutura Hier´arquica do Vocabul´ario do Check-list . . 77
5 An´alise e Discuss˜ao dos Termos 80
5.1 Perfil Tem´atico do Check-list para o Procedimento Normal . . . . . . 81
5.1.1 Modo Autom´atico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
5.2 Estrutura Hier´arquica do Vocabul´ario do Check-list . . . . . . . . . . 86
5.3 Perfil Lingu´ıstico das Unidades Terminol´ogicas
do Check-list: Forma¸ao dos Termos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
5.3.1 Princ´ıpios de Forma¸ao das Unidades Terminol´ogicas do Check-
list . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.3.2 Processo de Forma¸ao dos Termos . . . . . . . . . . . . . . . . 98
5.4 Perfil das Unidades do Check-list: Aspectos Semˆanticos . . . . . . . . 104
5.4.1 Rela¸oes Conceituais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
5.4.2 As Rela¸oes Conceituais e a Estrutura Morfol´ogica das Unidades
Terminol´ogicas do Check-list . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
5.4.3 As Rela¸oes de Significado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
5.4.4 Paron´ımia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
v
5.4.5 O Caso dos Epˆonimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
5.4.6 Homon´ımia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
6 Dicion´ario ecnico-Bil´ıngue Inglˆes-Portuguˆes da Sub´area do Check-
list 113
6.1 Apresenta¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
6.2 Elabora¸ao da Obra Terminogr´afica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
6.2.1 A Macroestrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
6.2.2 A Microestrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
6.2.3 Defini¸oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
6.2.4 Abona¸oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
6.2.5 Sistema de Remissiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
6.3 Apresenta¸ao dos Verbetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
6.3.1 Abrevia¸oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
6.4 Dicion´ario T´ecnico-Bil´ıngue Inglˆes-Portuguˆes da Sub´area do Check-list 120
6.5 Lista dos Termos Apresentada por Ordem Alfab´etica . . . . . . . . . 121
6.6 Dicion´ario Final . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
7 Considera¸oes Finais 192
8 Conclus˜ao 196
vi
Lista de Figuras
2.1 O organograma ilustra como a Aeron´autica subdivide-se e de que
modo a Avia¸ao ´e tamb´em subdividida em duas categorias e como
estas se pormenorizam em atividades mais direcionadas a um deter-
minado mercado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2 O organograma ilustra como a Avia¸ao Geral subdivide-se para aten-
der atividades direcionadas a mercados espec´ıficos. . . . . . . . . . . . 11
2.3 O organograma ilustra as atividades sob a responsabilidade do Min-
ist´erio da Aeron´autica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.4 opia do Check-list encontrado no manual de opera¸ao do piloto. . . 31
4.1 O organograma ilustra as quatro grandes ´areas do Check-list. . . . . . 62
4.2 O organograma ilustra os diferentes modos operacionais de uma ae-
ronave. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.3 Modelo da ficha de consulta utilizada na pesquisa da coleta de termos. 75
4.4 Modelo de ficha terminol´ogica de gerenciamento de dados. . . . . . . 78
vii
Lista de Tabelas
4.1 Modelo de ficha terminol´ogica de gerenciamento de dados preenchida. 79
5.1 Sequˆencia dos componentes apresentada no Check-list em modo au-
tom´atico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
5.2 Componentes do sistema de ar-condicionado. . . . . . . . . . . . . . . 87
5.3 Componentes do sistema de pressuriza¸ao. . . . . . . . . . . . . . . . 87
5.4 Componentes do sistema de ventila¸ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.5 Componentes do sistema de carga. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.6 Componentes do sistema de voo autom´atico. . . . . . . . . . . . . . . 89
5.7 Componentes do sistema el´etrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
5.8 Componentes do sistema de controle de voo. . . . . . . . . . . . . . . 91
5.9 Componentes do sistema hidr´aulico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
5.10 Componentes do sistema de prote¸ao contra chuva e gelo. . . . . . . . 92
5.11 Componentes do sistema de trem de pouso. . . . . . . . . . . . . . . . 93
5.12 Componentes do sistema de navega¸ao. . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
5.13 Componentes do sistema pneum´atico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
5.14 Componentes do gerador el´etrico auxiliar. . . . . . . . . . . . . . . . 94
5.15 Componentes do motor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
5.16 Forma¸ao morfol´ogica das unidades terminol´ogicas do Check-list. . . . 101
5.17 Continua¸ao da Tabela 5.16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
5.18 Continua¸ao da Tabela 5.16. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
5.19 Continua¸ao da Tabela 5.16. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
5.20 Forma¸ao dos termos do Check-list: derivao prefixal. . . . . . . . . 105
5.21 Forma¸ao dos termos do Check-list: derivao sufixal. . . . . . . . . . 106
5.22 Diagrama explicativo sobre as poss´ıveis rela¸oes conjunto significante/conjunto
significado segundo Barros (veja referˆencia [38]). . . . . . . . . . . . 112
6.1 Abrevia¸oes utilizadas neste trabalho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120
viii
ix
1
Cap´ıtulo 1
Introdu¸ao
A globaliza¸ao cada vez mais aproxima os povos de pa´ıses distantes com suas cul-
turas, l´ınguas diferentes e costumes, gerando entre si diversas necessidades como a
pr´opria interpreta¸ao correta da comunica¸ao falada e escrita. Por exemplo, a neces-
sidade de conforto, de uma agricultura desenvolvida, de meio de transporte p´ublico
ou privado apido e eficiente, de projetos de urbanismo e paisagismo adequados,
de um sistema de sa´ude de boa qualidade, etc., obriga-nos a buscar qualifica¸oes e
atualiza¸oes em arias ´areas de conhecimento.
De forma semelhante, a necessidade de uma maior integra¸ao entre os mercados
produtores e consumidores influencia e incentiva as arias ´areas de conhecimento
a desenvolverem-se e a modernizarem-se continuamente. Na busca de aquisi¸ao
de informa¸oes e troca de tecnologias, as economias desenvolvidas e as emergentes
tornaram-se parceiras no com´ercio exterior com a finalidade de importarem produtos
e servi¸cos que possam ser usados na produ¸ao tecnol´ogica e cient´ıfica em arias
partes do mundo.
Esta integra¸ao acelerou todo o processo de importa¸ao e exporta¸ao de tec-
nologias, servi¸cos e produtos, mas ao mesmo tempo tamem gerou a necessidade
de se criar ou ampliar o l´exico global das comunidades lingu´ısticas importadoras
de tecnologias e servi¸cos. Este fenˆomeno econˆomico tamem ajudou a fortale-
cer e ampliar o mercado de Terminografia incentivando a produ¸ao de obras ter-
minogr´aficas/terminol´ogicas que apresentassem dados pr´aticos das pesquisas termi-
nol´ogicas para serem consumidos pelo mercado globalizado.
A globaliza¸ao tem como objetivo principal a negocia¸ao de bens dur´aveis, ao
dur´aveis, de consumo, de produ¸ao, etc. A aquisi¸ao e uso desses bens o ao
poss´ıveis caso o usu´ario possa entendˆe-los. Portanto, a Terminografia e Terminologia
tˆem pap´eis preponderantes na aquisi¸ao intelectual e no uso pr´atico desses bens.
2
´
E atraes dos trabalhos de terminografia/terminologia que ocorre a produ¸ao de
dicion´arios t´ecnicos/terminol´ogicos.
Essas obras de referˆencia possibilitam tradutores, professores, pesquisadores e
consumidores a entrar em contanto com as ´areas de conhecimento relacionadas a
esses bens. A partir desse contato com as obras terminol´ogicas/terminogr´aficas o
usu´ario est´a habilitado a usar quaisquer bens importados.
A globaliza¸ao importa e exporta o l´exico de uma l´ıngua de especialidade. Os
importadores desse exico, por sua vez, ao ter que nomear um conceito novo,
ainda sem designa¸ao, para o termo importado. O termo importado sempre es-
tar´a ligado a uma ´area de especialidade, ao importa o grau de especialidade
da ´area. O termo ´e um signo lingu´ıstico dotado de conte´udo e express˜ao. Essa
unidade se desdobra em denomina¸ao (s´ımbolo/express˜ao/significante) e conceito
(no¸ao/conte´udo/significado). O termo ´e um instrumento de comunica¸ao entre es-
pecialistas. Para cumprir sua fun¸ao de facilitar a comunica¸ao entre especialistas,
um termo deve (ISO 704/2000, Terminology Work - Principle and Methods) ser
linguisticamente correto, preciso, conciso, permitir a forma¸ao de derivados e ser
padronizado somente quando monorreferencial, o que raramente acontece.
O usu´ario de uma l´ıngua de especialidade pode ser o mesmo do exico global de
uma l´ıngua. A importa¸ao do l´exico da l´ıngua de especialidade influencia o princ´ıpio
de produtividade de forma¸ao de unidades terminol´ogicas na Avia¸ao Comercial.
A raz˜ao de elaborarmos um Dicion´ario Terminol´ogico Bil´ıngue da
´
Area de Avia¸ao
Comercial (Inglˆes/Portuguˆes), sub´area do Check-list, foi a carˆencia de obras organi-
zadas segundo os modelos, teorias, m´etodos e t´ecnicas da ciˆencia lexicol´ogica, lexi-
cogr´afica e terminol´ogica que atendesse a um p´ublico-alvo composto de aerovi´arios,
aeronautas, tradutores, alunos, professores universit´arios e pessoas interessadas na
´area.
A necessidade da realiza¸ao dessa obra em Portuguˆes vem preencher uma lacuna
na ´area de ensino nas escolas preparat´orias que formam usu´arios diretos, contro-
ladores de voos, pilotos e co-pilotos, bem como usu´arios indiretos, comiss´arios de
voos, agentes de tr´afego, mecˆanicos, etc. Nessa atividade, a maioria dos termos e
suas respectivas no¸oes ao publicadas em Inglˆes no Brasil.
´
E exigido do usu´ario
conhecimentos e informa¸oes corretas, para o desenvolvimento e execu¸ao de suas
tarefas di´arias, sendo necess´ario o conhecimento da L´ıngua Inglesa (adotada como
l´ıngua oficial na avia¸ao).
Portanto, a produ¸ao de uma obra que mostre a aplica¸ao pr´atica dos princ´ıpios
te´oricos utilizados na compila¸ao e descri¸ao do vocabul´ario do Check-list torna-se
3
necess´aria devido `a carˆencia de dicion´arios terminol´ogicos bil´ıngue (Inglˆes-Portuguˆes)
dessa sub´area da Avia¸ao Comercial em Portuguˆes do Brasil. A abordagem bil´ıngue
foi adotada porque a L´ıngua Inglesa ´e a mais usada em n´ıvel nacional e internacional.
Este trabalho se prop˜oe a compilar e descrever o vocabul´ario do Check-list por
meio da aplica¸ao de um modelo te´orico, criado a partir da adapta¸ao de modelos
terminol´ogicos a existentes. A aplica¸ao pr´atica desse modelo te´orico resultou na
pesquisa concreta de um relat´orio composto das seguintes partes: A Navega¸ao
A´erea, Fundamenta¸ao Torica, Metodologia e Estabelecimento do Corpus, An´alise
e Discuss˜ao dos Termos, Dicion´ario T´ecnico-Bil´ıngue Inglˆes-Portuguˆes da Sub´area
do Check-list e as Considera¸oes Finais.
No cap´ıtulo A Navega¸ao erea, ´e apresentado o lugar que a Avia¸ao Co-
mercial ocupa (que apresenta como sub´area o Check-list) na Avia¸ao Civil. Neste
cap´ıtulo apresentamos um breve relato sobre o hist´orico da Avia¸ao Militar e Naval,
e informa¸oes sobre quais ao os org˜aos respons´aveis pela Avia¸ao Civil no Brasil
e no mundo. Al´em disso, inclu´ımos informa¸oes sobre Transporte A´ereo e Avia¸ao
Geral que pertencem `a Avia¸ao Civil. Por fim, explicamos o que ´e o Check-list e
qual ´e a sua utiliza¸ao na Avia¸ao Comercial, e apresentamos informa¸oes sobre o
teste de proficiˆencia em L´ıngua Inglesa estabelecido pela ICAO (International Civil
Aviation Organization) em 2008.
O cap´ıtulo Fundamenta¸ao Torica apresenta aspectos te´oricos relacionados
`a inclus˜ao de palavras importadas de uma l´ıngua de especialidade no l´exico global de
outra l´ıngua. O cap´ıtulo relata como as principais vertentes te´oricas em lexicografia,
lexicologia, terminologia e terminografia podem ajudar no enriquecimento do l´exico
global de uma l´ıngua. A abordagem dessas correntes te´oricas prop˜oe discutir a
funcionalidade e aplicabilidade dos conceitos com o objetivo de auxiliar na cria¸ao
de um dicion´ario terminol´ogico que facilite a comunica¸ao entre especialistas.
Metodologia e Estabelecimento do Corpus descrevem o percurso pr´atico
da metodologia utilizada na pesquisa desde o seu in´ıcio at´e o seu ermino: (a) o
planejamento, (b) a fundamenta¸ao te´orica, (c) a elabora¸ao do perfil tem´atico do
Check-list, (d) o estabelecimento do corpus da pesquisa, (e) a coleta dos termos e o
armazenamento dos mesmos.
An´alise e Discuss˜ao dos Termos apresenta o crit´erio utilizado para construir
o perfil tem´atico do Check-list e sua cadeia hier´arquica de vocabul´ario, as rela¸oes
conceituais, os princ´ıpios de forma¸ao das unidades terminol´ogicas e sua estrutura
morfossinatica em Portuguˆes e Inglˆes.
O Dicion´ario T´ecnico-Bil´ıngue Inglˆes-Portuguˆes da Sub´area do Check-
4
list exibe (a) a macroestrutura e a microestrutura, (b) defini¸oes, (c) ´ındice re-
missivo, (d) abona¸oes, e as unidades terminol´ogicas do Check-list. Os termos ao
apresentados em ordem alfab´etica.
5
Cap´ıtulo 2
A Navega¸ao A´erea
2.1 Breve Hist´orico sobre a Avia¸ao
O brasileiro Santos Dumont foi o primeiro que demonstrou a viabilidade do voo
de objetos mais pesados do que o ar. Em 23 de outubro de 1906, na presen¸ca de
in´umeras testemunhas, o seu voo no 14 Bis foi um marco na avia¸ao mundial. Entre
outros aeronautas pioneiros, podemos citar: Gabriel Voisin, Louis Bl´eriot, Wilbur e
Orville Wright, Trajan Vuia e Henry Farman.
Santos Dumont realizou in´umeros voos com o monoplano Demoiselle (foto) no
per´ıodo de 1907 a 1910. Patrono da Aeron´autica e da For¸ca A´erea Brasileira (FAB),
onde recebeu a patente de Marechal-do-Ar, faleceu em ao Paulo em 1932. At´e
hoje, Dumont ´e considerado o brasileiro que mais se destacou em n´ıvel mundial na
hist´oria da avia¸ao. Quatro anos depois do feito de Santos Dumont com o 14 Bis,
o francˆes Demˆetre Sensaud de Lavaud efetuou o primeiro voo da Am´erica do Sul e
Am´erica Central com uma aeronave totalmente fabricada no Brasil.
6
A avia¸ao iniciou-se no Brasil com um voo de Edmonde Planchut em 22 de
outubro de 1911. O aviador, que fora mecˆanico de Santos Dumont em Paris, saiu
da Pra¸ca Mau´a, passou sobre a Avenida Central, indo cair ao mar nas proximidades
da antiga Praia do Zumbi.
O entusiasmo pela avia¸ao naquela ´epoca era ao grande que na reda¸ao do
jornal A Noite foi fundado o Aeroclube Brasileiro em 14 de outubro 1911. No ano
seguinte, o jornal A Noite fundou sua escola de Avia¸ao. O Capit˜ao Ricardo Kirk
aprendeu a voar nessa escola. Kirk, considerado o primeiro ´as da avia¸ao brasileira,
foi o primeiro brasileiro a morrer em desastre de avia¸ao em 28 de fevereiro de 1915.
Foram arias as iniciativas de fabrica¸ao de aeronaves no Rio de Janeiro. Os
prot´otipos de J. Alvear e Marcos Evangelista Villela Junior voaram, respectiva-
mente, em 1914 e 1918. Apesar dos esfor¸cos desses pioneiros e dos projetos do
comendador Garcia Seabra e do empres´ario portuguˆes Pedro Domingues da Silva,
todas as tentativas de instalar uma ind´ustria aeron´autica na ecada de 20 fracas-
saram. O milion´ario armador Henrique Lage (1881-1941) chegou a assinar um con-
trato com uma empresa inglesa para produzir avi˜oes no Brasil. Naquela ´epoca, dois
prot´otipos foram constru´ıdos com sucesso, o monomotor Rio de Janeiro e o bimotor
Independˆencia, mas o empreendimento malogrou por falta de encomendas. Com a
I Guerra Mundial, a avia¸ao tomaria consider´avel impulso em virtude do uso dos
avi˜oes como arma de grande poder ofensivo, mas seria na d´ecada de 1920/30 que
esse avan¸co se consolidaria.
O transporte internacional come¸cou a ser feito em larga escala depois da II
Guerra Mundial por avi˜oes cada vez maiores e mais velozes. A introdu¸ao dos
motores a jato, usados pela primeira vez em avi˜oes comerciais em 1952 pela empresa
de Avia¸ao Comercial inglesa BOAC (British Overseas Airways Corporation), deu
maior impulso `a avia¸ao como meio de transporte. No fim da d´ecada de 1950,
come¸caram a serem usados os Caravelle, motores a jato de fabrica¸ao francesa da
companhia Avions Marcel Dassault/Sud-Aviation.
Os jatos Boeing 720 e 707 entravam em servi¸co nos Estados Unidos em 1960.
Dois anos mais tarde, o Douglas DC-8 e o Convair 880 entraram em opera¸ao. Em
seguida apareceram os avi˜oes a turbo-h´elice, que eram mais econˆomicos e de maior
potˆencia. Sovi´eticos, ingleses, franceses e norte-americanos passaram a estudar a
constru¸ao de avi˜oes comerciais cada vez maiores para centenas de passageiros, os
chamados supersˆonicos, que voam com uma velocidade duas ou trˆes vezes maiores
que a do som. Os supersˆonicos mais famosos foram o Concorde (franco-britˆanico
que ao est´a mais em opera¸ao) e o russo Tupolev (em opera¸ao at´e hoje).
7
No final da d´ecada de 60 e in´ıcio da d´ecada de 70 surgiram modelos de fabrica¸ao
americana capazes de transportar at´e 400 passageiros, como por exemplo, o Boeing
747, o Douglas DC-10, o Lockheed Tristar L-1011. A empresa norte-americana
Aeroespacial fundada em 1932 por Allan e Malcolm Loughhead foi a respons´avel
pela fabrica¸ao dessas aeronaves. Os supersˆonicos comerciais, o Tupolev 144 e o
Concorde iniciaram linhas regulares em 1976. A primeira linha regular inaugurada
em janeiro de 1976 cobria o percurso Rio de Janeiro-Paris, com escala em Dacar
para o reabastecimento. Este voo era efetuado pela companhia a´erea francesa Air
France.
Posteriormente, a maioria desses voos, inclusive os da Air France, foi suspensa em
raz˜ao do alto custo com combust´ıveis, manuten¸ao, e pelo volume pequeno de carga
e de passageiros transportados por voo. A polui¸ao sonora desses avi˜oes supersˆonicos
causou tamb´em problemas ecol´ogicos. Por isso, os supersˆonicos foram proibidos de
pousar em importantes aeroportos como Nova Iorque e Dacar, que eram escalas do
voo Rio - Paris.
No in´ıcio do eculo XXI, a Boeing e a Airbus (um cons´orcio de empresas eu-
rop´eias relacionadas com a fabrica¸ao de componentes dos sistemas encontrados
na aeronave) dominaram o mercado mundial de grandes jatos. A empresa Boeing
Commercial Airplanes (BCA), montadora de avi˜oes e material aeron´autico em todo
o mundo, foi fundada por Matheus Roldan Boeing e George Conrad Westervelt em
1916. A BCA com sede em Chicago, Illinois, incorporou outras duas fabricantes
americanas de avi˜oes militares, a Douglas e a Lockheed. A principais abricas da
BCA encontram-se na regi˜ao metropolitana de Seattle, Washington, em Everett e
Renton.
Outras novas empresas chegaram ao mercado internacional com for¸ca, como a
holandesa Fokker, a Empresa Brasileira de Aeron´autica S. A. (EMBRAER) e a
canadense Bombardier com sede em Montreal, Quebec. A Bombardier, grupo de
empresas canadense, tamb´em atua no ramo de produ¸ao de vag˜oes ferrovi´arios e
avi˜oes regionais. A empresa canadense foi fundada em Valcourt, Quebec, em 1942,
por Joseph-Armand Bombardier. O mercado de jatos executivos tamb´em est´a em
alta e os maiores mercados ao Estados Unidos, Brasil, Fran¸ca, Canad´a, Alemanha,
Inglaterra, Jap˜ao e M´exico, pela ordem.
8
CivilCivil
Aeronáutica
Aeronáutica
Indústria
Espaciais
Atividades
Aviação
Militar
Naval
1 - Atividades Aeroviárias
2 - Atividades Aéreas
3 - Desportivas
Civil
1 - Formação de pilotos
2 - Competições
3 - Páraquedismo
4 - Voo a vela
5 - Ultraleve
6 - Balonismo
Atividades
Especiais
Figura 2.1: O organograma ilustra como a Aeron´autica subdivide-se e de que modo
a Avia¸ao ´e tamb´em subdividida em duas categorias e como estas se pormenorizam em
atividades mais direcionadas a um determinado mercado.
9
2.2 A Aeron´autica
A Aeron´autica ´e a ciˆencia da navega¸ao a´erea que se ocupa de dois princ´ıpios: (i)
normas e m´etodos de constru¸ao e (ii) condu¸ao de aeronaves. Ela ´e subordinada ao
Ex´ercito. A Aeron´autica ´e parte integrante das For¸cas Armadas de um pa´ıs, a For¸ca
A´erea. Podemos afirmar que a Aeron´autica possui duas ramifica¸oes bem distintas
que ao a Ind´ustria Aeron´autica e as Atividades Espaciais.
Neste mesmo universo encontra-se tamb´em situado a Avia¸ao. A Avia¸ao sendo
um conjunto de conhecimentos cient´ıficos que ´e dividida em duas categorias: a
Avia¸ao Militar/Naval e a Avia¸ao Civil.
A Avia¸ao ´e um conjunto de sistemas de navega¸ao erea realizada por meio de
aparelhos mais pesados que o ar. A Avia¸ao Militar realiza opera¸oes de combate
e prote¸ao do espa¸co a´ereo. A Avia¸ao Naval executa opera¸oes com a finalidade
de proteger e salvaguardar o espa¸co ereo brasileiro da nossa costa mar´ıtima. A
Avia¸ao Naval abrange os avi˜oes estacionados em portas-avi˜oes e os hidroavi˜oes
pertencentes `a Marinha Brasileira. Por fim, a Avia¸ao Civil, que ao serve a fins
militares, se divide basicamente em duas categorias:
(a) Transporte a´ereo que abrange todas as opera¸oes de transporte comercial de
passageiros e de cargas;
(b) Avia¸ao Geral que abrange todas as outras opera¸oes de voo comercial ou pri-
vado. Nesta categoria, est˜ao inclu´ıdas a Avia¸ao Agr´ıcola, a Experimental, a Des-
portiva, a Executiva, o axi ereo, a Aerofotogrametria, e o Transporte de Cargas
Externas, etc.
2.3 Avia¸c˜ao Militar e Avia¸ao Naval no Brasil
O Minist´erio da Aeron´autica foi criado em 20 de janeiro de 1941 durante o
governo do presidente Get´ulio Vargas, pelo decreto de lei n
2961. O Minist´erio
da Aeron´autica assumiu a responsabilidade de todos os assuntos relacionados `a
Aeron´autica Militar e `a Civil. O Minist´erio da Aeron´autica organiza, adestra e
aparelha a FAB. Esse minist´erio coopera com os demais ´org˜aos do governo para
garantir a ordem legal e assegurar a defesa nacional. Ele orienta, desenvolve e
coordena a Avia¸ao Civil e tamem a Avia¸ao Comercial, al´em de incentivar as
ind´ustrias aeron´auticas do pa´ıs.
Embora a Avia¸ao seja uma atividade participativa da vida social, pol´ıtica e
econˆomica de um pa´ıs, ela ´e organizada, regulamentada e controlada pela Aeron´auti-
10
Figura 2.2: O organograma ilustra como a Avia¸ao Geral subdivide-se para atender
atividades direcionadas a mercados espec´ıficos.
ca. Durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Minist´erio
da Aeron´autica (MAER) foi extinto, transformado no Comando da Aeron´autica
(COMAER), ficando subordinado ao Minist´erio da Defesa pela medida provis´oria
n
2.216-37 de 31 de agosto de 2001.
O in´ıcio da hist´oria Avia¸ao Militar no Brasil e da hist´oria da Avia¸ao Naval se
confundem. Essa hist´oria come¸cou em 14 de outubro de 1911, quando o oficial da
Marinha, Jorge oller, tirou o primeiro brevˆe de piloto no pa´ıs. Em 23 de agosto de
1916, com a assinatura do decreto de cria¸ao da Escola de Avia¸ao Naval (EAvN),
pelo enao presidente Wenceslau Braz, inicia-se a Avia¸ao Naval Brasileria. A EAvN
foi a primeira escola militar do Brasil, portanto, o ber¸co de nossa Avia¸ao Militar.
Durante o per´ıodo entre-guerras, a Marinha procurou fortalecer sua avia¸ao, con-
tando inclusive com a fabrica¸ao sob licen¸ca de biplanos de treinamento Focke-Wulf
Fw-44J Stieglitz e bombardeiros navais Focke-Wulf Fw-58 Weihe. Ap´os a guerra,
a Marinha brasileira iniciou a reorganiza¸ao de sua avia¸ao procurando dispor de
seus pr´oprios meios ereos de defesa e de ataque. A principal atividade da Avia¸ao
Naval ´e o guarnecimento dos navios de superf´ıcie e das aeronaves de asas rotativas
em geral. A Marinha participa de opera¸oes que visem incrementar a intercepta¸ao
11
Aviação
Experimental
Transporte de
cargas externas
Taxi
aéreo
Aviação
executiva
organiza
adestra
aparelha
Aviação
Agrícola
FAB
MAER
coordena
orienta
desenvolve
Figura 2.3: O organograma ilustra as atividades sob a responsabilidade do Minist´erio
da Aeron´autica.
de aeronaves inimigas sobrevoando a costa brasileira.
Nesses 92 anos de existˆencia, a Avia¸ao Naval vem tra¸cando um trajet´oria mar-
cada pelo pioneirismo e bravura, lembrando que apenas dez anos ap´os o primeiro
voo do 14 Bis por Santos Dumont, a Marinha do Brasil a fazia hist´oria com a aero-
nave Curtis F1916, iniciando a conquista da opera¸ao erea em proveito dos meios
da Esquadra. Fatos que ao desde a realiza¸ao do primeiro deslocamento a´ereo no
Brasil, passando pela participa¸ao na I Grande Guerra.
A Avia¸ao Naval se faz hoje presente em todo o territ´orio nacional. No mundo
verde da Amazˆonia, presta apoio na ´area da sa´ude `as popula¸oes ribeirinhas e
patrulha nossas vias fluviais. No Pantanal, protege as nossas fronteiras se esten-
dendo at´e o Continente Anartico, apoiando a Esta¸ao Anartica Comandante Ferraz
(EACF). Ela ap´oia tamem o desenvolvimento cient´ıfico no Brasil e est´a preparada
para atuar em qualquer outro cen´ario onde a sua presen¸ca se fa¸ca necess´aria.
A FAB foi criada em 1941 pela fus˜ao da Avia¸ao Naval com a Avia¸ao Militar.
Iniciou suas atividades de patrulha em princ´ıpios de 1942, quando arios navios
mercantes brasileiros foram torpedeados por submarinos italianos e alem˜aes junto
ao nosso litoral. Ap´os o ermino da guerra, a FAB interrompeu as atividades da
Avia¸ao de Patrulha e passou a empregar seus avi˜oes em miss˜oes administrativas
de transporte de pessoal e material. Atualmente, a FAB ´e um conjunto de orga-
niza¸oes, de instala¸oes, de equipamentos e de pessoal, empenhados no cumprimento
da miss˜ao militar atribu´ıda ao COMAER.
A sua unidade asica ´e o esquadr˜ao, constitu´ıdo por duas ou mais esquadrilhas de
avi˜oes do mesmo tipo. A FAB conta com os seguintes esquadr˜oes: (a) de instru¸ao,
(b) de ca¸ca, (c) de patrulha, (d) transporte de tropas, (e) transporte a´ereo, (f) busca
e salvamento, (g) reconhecimento fotogr´afico, (h) busca e distribui¸ao de submarinos,
12
(i) de araquedistas, etc. Sua fun¸ao principal ´e proteger o espa¸co a´ereo brasileiro,
resgatar v´ıtimas de acidentes a´ereos e doentes, transportar alimentos, rem´edios,
vacinas, livros, ou at´e mesmo ve´ıculo dos correios. A FAB est´a treinada para realizar
todo tipo de ajuda humanit´aria necess´aria `as comunidades brasileiras mais isoladas,
inclusive no exterior.
Al´em disso, a FAB tem a fun¸ao de exercer as seguintes tarefas:
prover seguran¸ca da navega¸ao erea;
estabelecer, equipar e operar, diretamente ou mediante concess˜ao, a infraestru-
tura aeroespacial, aeron´autica e aeroportu´aria de interese militar;
operar o Correio ereo Nacional (CAN), cooperar com o desenvolvimento
nacional e a defesa civil;
atuar de maneira de cont´ınua e permanente, por meio das oes de controle
do espa¸co a´ereo brasileiro, contra todos os tipos de tr´afego a´ereo il´ıcitos, com
ˆenfase nos envolvidos nos tr´aficos de droga, armas, muni¸oes e passageiros
ilegais, agindo em opera¸ao combinada com organismos de fiscaliza¸ao com-
petentes, aos quais caber´a a tarefa de agir ap´os a aterragem das aeronaves
envolvias em tr´afego ereo il´ıcitos;
cooperar com os ´org˜aos federais na repress˜ao aos delitos nacionais e interna-
cionais, quanto ao uso do espa¸co a´ereo e de ´areas portu´arias, na forma de apoio
log´ıstico, de inteligˆencia, de comunica¸ao e de instru¸ao;
contribuir para a formula¸ao e condi¸ao da Pol´ıtica Aeroespacial Nacional.
A prote¸ao ao voo no Brasil obedece a um sistema integrado que compreende
o controle de tr´afego ereo e a defesa erea. O COMAER, extinto Minist´erio da
Aeron´autica, ´e respons´avel pela instala¸ao, opera¸ao e manuten¸ao de extensa rede
de equipamentos, que funcionam 24 horas por dia, no aux´ılio `a navega¸ao e ao pouso,
tanto da FAB quanto da Avia¸ao Civil.
A Avia¸ao Militar ´e respons´avel pela interdi¸ao, reconhecimento de ´area, miss˜ao
de defesa a´erea, miss˜ao de superioridade a´erea, ataque, patrulha mar´ıtima, alarme
a´ereo antecipado e vigilˆancia territorial do espa¸co ereo brasileiro.
13
2.4 Avia¸c˜ao Civil: Avia¸ao Geral
A Avia¸ao Civil no Brasil come¸cou quando o governo liberou `a iniciativa pri-
vada a explora¸ao dos servi¸cos de transporte a´ereo durante as d´ecadas de 30 e de
40. As primeiras concess˜oes para explora¸ao de linhas foram autorizadas em car´ater
prec´ario `as empresas estrangeiras. As empresas Condor Syndikat (em 26 de janeiro
de 1927) e A´eropostale (em 7 de mar¸co de 1927) receberam autoriza¸ao para ope-
rarem no mercado brasileiro. A VARIG (Via¸ao erea Rio Grandense) e a empresa
Sindicato Condor (esta resultante da nacionaliza¸ao da empresa Condor Syndikat)
se organizam e se registram como empresas de avia¸ao para obter a concess˜ao para
explora¸ao de suas linhas pioneiras.
Nas ecadas de 40 e 50, o pa´ıs vivenciou uma nova fase no transporte a´ereo. No
in´ıcio da d´ecada de 60 e mesmo ao longo dela mais de 20 empresas foram criadas,
as quais concentraram suas linhas principalmente nas rotas do litoral. A cria¸ao de
novas empresas n˜ao impediu que uma crise econˆomica de graves propor¸oes afetasse
a Avia¸ao Comercial brasileira durante essa ecada.
A Avia¸ao Comercial brasileira passou por uma crise econˆomica causada pela
baixa rentabilidade do transporte a´ereo, pela concorrˆencia excessiva, pela necessi-
dade de novos investimentos na renovao da frota, pois a manuten¸ao das aerona-
ves os-guerras tornava-se deficiente por causa da baixa disponibilidade e da baixa
rentabilidade que prejudicavam a regularidade dos servi¸cos. Naquela ´epoca, outro
fator agravante neste cen´ario foram as altera¸oes na pol´ıtica econˆomica do pa´ıs,
que retiraram das empresas a´ereas o benef´ıcio do uso do olar preferencial para as
importa¸oes.
A estrat´egia adotada pelas empresas a´ereas e pelo Governo foi a de trabalharem
em conjunto para poderem escapar da crise e sobreviverem. As empresas ereas se
reuniram para discutir e encontrar solu¸oes. Elas propuseram mudan¸cas na pol´ıtica
enao vigente para garantir a continuidade dos servi¸cos de transporte a´ereo. Uma
das propostas feitas foi a de que o Governo passasse a exercer um controle mais
r´ıgido sobre as empresas ereas, mesmo que para isso fosse reduzido o n´umero de
empresas de transporte a´ereo.
Tes reuni˜oes da Conferˆencia Nacional de Avia¸ao Comercial (CONAC) foram
realizadas na d´ecada dos 60 (1961, 1963 1968), cujas delibera¸oes, conclus˜oes e re-
comenda¸oes conduziram `a ado¸ao de uma pol´ıtica de est´ımulo `a fus˜ao e `a associa¸ao
de empresas. Essa pol´ıtica de est´ımulo tinha como objetivo a redu¸ao do n´umero
de empresas prestadoras de servi¸cos de transporte a´ereo. Isto ´e, duas empresas na
14
explora¸ao do transporte internacional e trˆes no transporte dom´estico, no aximo.
Deste modo, inicia-se a segunda fase da evolu¸ao da pol´ıtica governamental para
o setor da Avia¸ao Civil que se estendeu at´e a ecada de 80. A partir dessa ´epoca,
come¸caram a ser usados os primeiros avi˜oes turbo-h´elices e a jato na Avia¸ao Civil
brasileira. Nesta fase, inicia-se o regime de competi¸ao controlada em que o Governo
passa a intervir no estabelecimento do valor das passagens, na escolha de linhas, no
reequipamento da frota, nas decis˜oes administrativas das empresas, etc.
Com a introdu¸ao de aeronaves mais modernas e de maior porte, as empresas
viram-se for¸cadas a modificar suas redes de linhas, optando por operar apenas em
cidades de maior express˜ao econˆomica, cujo mercado viabilizasse a presta¸ao do
servi¸co com as aeronaves de grande porte. As pequenas cidades do interior, dotadas
de um aeroporto precariamente equipado, com pista ao pavimentada, e que no
passado eram servidas por aeronaves de pequeno porte, passaram a n˜ao mais dispor
desse servi¸co. Por isso, das 335 cidades servidas por linhas a´ereas em 1958, apenas
92 cidades continuaram a dispor do servi¸co em 1975.
O Minist´erio da Aeron´autica, preocupado com o problema, decidiu criar uma
nova modalidade de empresa erea: as empresas regionais (como por exemplo, atu-
almente no Brasil temos a Ocean Air, a Pantanal e Trip Air) que atenderiam as
cidades interioranas. A cria¸ao da empresa regional foi regulamentada pelo Decreto
n
76.590, de 11 de novembro de 1975. Entretanto, a pol´ıtica em vigor de competi¸ao
controlada limitou a cria¸ao de novas empresas, porque cada uma delas seria obri-
gada a operar em regi˜oes diferentes. No final da d´ecada de 80, uma nova ordem
pol´ıtica, econˆomica e social come¸cou a se instalar de maneira globalizada. O novo
pensamento liberal levou os governos a reduzirem o seu controle sobre a economia
dos seus respectivos pa´ıses, possibilitando assim que a economia fosse conduzida
pela for¸cas livres do mercado.
Podemos considerar o ano de 1989 como o in´ıcio da 3
a
fase da evolu¸ao da
pol´ıtica para o transporte ereo. A partir desta data, o Minist´erio da Aeron´autica,
por interm´edio do Departamento de Avia¸ao Civil (DAC), definiu uma pol´ıtica de
flexibiliza¸ao tarif´aria. Com essa medida, abandona-se o regime de fixa¸ao dos
pre¸cos das passagens a´ereas, sendo substitu´ıdo pelo estabelecimento de uma faixa
de varia¸ao dos pre¸cos em torno de um valor fixado pelo DAC, correspondente `a
tarifa asica.
Em novembro de 1991, o Minist´erio da Aeron´autica realizou a V Conferˆencia Na-
cional de Avia¸ao Comercial com a participa¸ao de todos os segmentos da ind´ustria
do transporte a´ereo, visando definir com mais objetividade uma pol´ıtica sintonizada
15
com as tendˆencias liberalizantes, observadas em arios pa´ıses. Com base nos re-
sultados dessa conferˆencia, o Minist´erio da Aeron´autica estabeleceu diretrizes para
orientar a ao do seu ´org˜ao regulador, o DAC, que a partir desta data executaria
uma redu¸ao gradual e progressiva da regulamenta¸ao existente.
Os efeitos imediatos desta nova pol´ıtica foram aperfei¸coar o sistema de libera¸ao
monitorada das tarifas ereas dom´esticas, a abertura do mercado dom´estico, possi-
bilitando assim a entrada de novas empresas para atuarem no transporte regular ou
no transporte n˜ao-regular, permitindo a inclus˜ao de empresas regionais e cargueiras.
O n´umero de empresas regionais e cargueiras passou de 17 em 1991 para 41. Foi
abolida a delimita¸ao de ´areas para a explora¸ao e exclusividade do transporte re-
gional.
A concess˜ao de linhas a´ereas foi ampliada com a pol´ıtica de flexibiliza¸ao. No-
vas empresas nacionais foram designadas para explorar o transporte a´ereo. Foi
admitido a cria¸ao e o licenciamento de um novo tipo de empresa para explorar o
transporte ereo ao-regular de cargas e passageiros, na modalidade de fretamento
(charter). Finalmente, ocorreu um aumento de oferta ao usu´ario que de 22.560.000
assentos/km, em 1991, passou para 32.000.000, atualmente.
A tendˆencia liberalizante adotada no per´ıodo de 1997 a 2000, libera¸ao moni-
torada das tarifas e redu¸ao gradual da regulamenta¸ao, possibilitou que a empresa
Gol come¸casse a operar em rotas de servi¸co a´ereo regular a partir de 2001. A Gol foi
a primeira empresa regular a operar com passagens de baixo pre¸co, porque oferecia
servi¸co ereo terceirizado de reservas, de vendas de passagens e de apoio de pista.
Por fim, a empresa simplificou os servi¸cos de bordo de suas aeronaves.
Um dos passos mais importantes em dire¸ao `a flexibiliza¸ao da regulamenta¸ao
do transporte ereo foi a introdu¸ao das bandas tarif´arias, que ocorreu por ocasi˜ao
da introdu¸ao da nova modalidade de servi¸co a´ereo ao-regular. Em 1990, seis
empresas passaram a explorar o transporte a´ereo ao-regular e, em 1995, o n´umero
de empresas em opera¸ao no seguimento era de 25. Entretanto, a partir de 1998,
apenas 20 delas continuaram registradas e autorizadas a funcionar. A abertura para
a explora¸ao dessa nova modalidade de servi¸co despertou o interesse de in´umeros
empres´arios com capital dispon´ıvel que procuravam um setor onde pudessem investir
e obter um retorno satisfat´orio.
O mercado dispon´ıvel para a explora¸ao desse tipo de servi¸co foi superestimado
e ao comportou tanta oferta. Assim, na ecada de 90, das 20 empresas existentes,
apenas oito conseguiram operar, mas de forma prec´aria. Entretanto, apesar dos re-
sultados insatisfat´orios obtidos pelas empresas n˜ao-regulares, o DAC n˜ao considerou
16
frustrada sua iniciativa de buscar novas formas de desenvolvimento do transporte
a´ereo.
O DAC ao mediu esfor¸cos para viabilizar o transporte ereo ao-regular que
operava sem o cumprimento de hor´arios e tarifas regulares (t´axis a´ereos, fretamen-
tos tur´ısticos, avia¸ao particular, etc.), mas sem se descuidar do transporte ereo
regular (TAM Linhas A´ereas, Lufthansa Airlines, Star Alliance, Continental Air-
lines, etc.) ou das novas modalidades que poderiam ser criadas em decorrˆencia do
desenvolvimento da ind´ustria do transporte ereo naquela ´epoca.
A Avia¸ao Civil est´a subjugada a trˆes poderes politicamente diferentes. No
setor aeron´autico atuam trˆes autoridades com id´eias e perspectivas diferentes: o
DAC, o Departamento de Controle do Espa¸co A´ereo (DECEA), ligado `a autoridade
aeron´autica, ou seja, ao Comandante da Aeron´autica e `a Empresa Brasileira de
Infra-Estrutura Aeroportu´aria (INFRAERO). O setor aeron´autico ´e politicamente
manipulado pelo Governo Federal. Outro efeito direto que afeta a organiza¸ao ins-
titucional da Avia¸ao Civil ´e o ressurgimento do Conselho da Avia¸ao Civil.
O CONAC foi criado pela Lei Federal n
10.683, de 28 de maio de 2003, como
um ´org˜ao espec´ıfico do Minist´erio da Defesa. A lei disp˜oe que compete ao CONAC
propor a pol´ıtica relativa ao setor de Avia¸ao Civil, observado o disposto na Lei
Complementar n
97, de 6 de setembro de 1999. O CONAC ´e presidido pelo Ministro
de Estado da Defesa e composto na forma estabelecida em regulamento pelo Poder
Executivo.
A Lei n
11.182/05, que criou a Agˆencia Nacional de Avia¸ao Civil (ANAC),
extinto DAC, tamb´em disciplina o CONAC. Esta lei estabelece que a ANAC no
exerc´ıcio de suas competˆencias dever´a observar e implementar orienta¸oes, diretrizes
e pol´ıticas estabelecidas pelo CONAC. As diretrizes e pol´ıticas que dever˜ao ser
observadas ao especialmente as que se referem a:
1. a representa¸ao do Brasil em conven¸oes, acordos, tratados e atos de trans-
porte a´ereo internacional com outros pa´ıses ou organiza¸oes internacionais de
Avia¸ao Civil;
2. o estabelecimento do modelo de concess˜ao de infra-estrutura aeroportu´aria a
ser submetido ao Presidente da Rep´ublica;
3. a outorga de servi¸cos ereos;
4. a suplementa¸ao de recursos para aeroportos de interesse estrat´egico, econˆomico
ou tur´ıstico; e
17
5. a aplicabilidade do instituto da concess˜ao ou da permiss˜ao na explora¸ao co-
mercial de servi¸cos a´ereos.
O Decreto n
3.564, de 17 de agosto de 2000, estabeleceu o regulamento do
CONAC, que ´e um conclave de Ministros: Ministro de Estado da Defesa; Ministro
de Estado das Rela¸oes Exteriores; Ministro de Estado da Fazenda; Ministro de
Estado do Desenvolvimento, Ind´ustria e Com´ercio Exterior; Ministro de Estado
do Turismo; Chefe da Casa Civil da Presidˆencia da Rep´ublica; e Comandante da
Aeron´autica (Decreto n
5.419/05).
Quando Jos´e Viegas Filho era Ministro da Defesa, o CONAC teve intensa ativi-
dade normativa no ano de sua cria¸ao em 2003. Nesse ano, o CONAC produziu
quase vinte resolu¸oes dispondo sobre diversos aspectos da Avia¸ao Civil: regula¸ao
econˆomica, liga¸oes essenciais, mercado internacional, fundos da avia¸ao, aquisi¸ao
de passagens e transporte de carga, ind´ustria aeron´autica, tributa¸ao, aduana,
avia¸ao agr´ıcola, infra-estrutura aeroportu´aria, exporta¸ao de servi¸cos, seguran¸ca
da Avia¸ao Civil contra atos il´ıcitos, combust´ıveis de avia¸ao, recursos humanos e
diretrizes pol´ıticas da Avia¸ao Civil.
O CONAC mergulhou em absoluto torpor desde a sa´ıda de Jos´e Viegas Filho.
O Governo ativou o CONAC para assumir a ordena¸ao da avia¸ao, que a princ´ıpio
cabe `a ANAC. Com isso, atraes da resolu¸ao, o CONAC passa a estabelecer a
organiza¸ao do tr´afego a´ereo em Congonhas.
Organizar, regulamentar e organizar a Avia¸ao Civil ao tarefas complexas e
burocr´aticas que requerem muitos recursos financeiros para serem executadas. A
Avia¸ao Civil ´e uma atividade dinˆamica que emprega muitas pessoas, gerando
muitos recursos e divisas para o pa´ıs. A seguir vamos apresentar um relato breve de
cada uma dessas categorias.
2.4.1 Avia¸ao Agr´ıcola no Brasil
A Avia¸ao Civil possui uma extensa aplicabilidade na sociedade brasileira do
ponto de vista ocio-econˆomico, desportivo e do entretenimento. Podemos observar
essa sua aplicabilidade, por exemplo, na Avia¸ao Agr´ıcola. Gra¸cas ao eficiente
trabalho prestado pela Avia¸ao Agr´ıcola verificamos que muitas lavouras de caf´e,
soja, laranja e de algoao foram salvas do ataque feroz de diversas esp´ecies de insetos
que dizimam colheitas inteiras. Atualmente, existe cerca de 1.500 avi˜oes agr´ıcolas
em opera¸ao no Brasil.
O mercado potencial para essas aeronaves ´e de dez mil unidades utilizadas em
18
´areas atualmente exploradas. Existem, ainda, muitas ´areas com possibilidade de
explora¸ao por parte das prestadoras de servi¸cos agr´ıcolas. Por exemplo, o Estado
do Mato Grosso tem aproximadamente 60% do potencial de ´areas agr´ıcolas ao
exploradas pela Avia¸ao Agr´ıcola nas extensas culturas de soja e de algoao. As
aeronaves usadas na Avia¸ao Agr´ıcola realizam aplica¸oes de herbicidas, fungicidas,
inseticidas e fertilizantes em diversas culturas dentre as quais podemos citar as de
soja, algoao, milho, arroz, feij˜ao, reflorestamentos, cana entre outras, e tamb´em
aplicam adubos olidos (ur´eia e sulfato). Muitas empresas nesse setor possuem
experiˆencia em semeadura de pastagem.
2.4.2 Avia¸ao Executiva ou Particular no Brasil
Outro grande mercado em potencial que ao ara de crescer no Brasil, especial-
mente na cidade de ao Paulo, ´e o da Avia¸ao Executiva Particular. Essa ativi-
dade abrange os avi˜oes de uso particular de indiv´ıduos, de firmas comerciais ou de
ind´ustrias. O Brasil ´e detentor da 2
a
maior frota a´erea em quantidade de jatos
e helic´opteros particulares do mundo. Estima-se que a Avia¸ao Executiva dever´a
crescer mais nos pr´oximos anos. Em um prazo de cinco anos, a Avia¸ao Executiva
aumentar´a em mais de 20% a sua participa¸ao nos neg´ocios do pa´ıs. Hoje, 15% da
receita da EMBRAER se encontra lotada neste seguimento.
A EMBRAER querendo fugir da excessiva dependˆencia da sua receita, atrelada
`a produ¸ao de aeronaves para o mercado da Avia¸ao Comercial, resolveu diversificar
sua produ¸ao. Para isso, blindou a sua receita e se abriu para o mercado lucrativo da
Avia¸ao Executiva, come¸cando a produzir e a colocar no mercado os avi˜oes Legacy.
Em 2005, a empresa lan¸cou uma fam´ılia de novos produtos como o Phenom. A partir
de 2006, vem lan¸cando arios modelos de avi˜oes e est´a progressivamente preenchendo
os vazios existentes na produ¸ao de aeronaves na categoria da Avia¸ao Executiva.
2.4.3 Aerofotogametria
Outra aplica¸ao comercial da Avia¸ao Civil ´e a Aerofotogrametria. A Aero-
fotogrametria ´e a ciˆencia que elabora cartas mediante fotografias a´ereas tomadas
com amaras aerotransportadas (eixo ´otico posicionado na vertical), utilizando-se
de aparelhos e m´etodos estereosc´opicos.
A Aerofotogametria ´e tamem uma t´ecnica ou etodo para obten¸ao de medidas
de aerofotos aproveitando as propriedades geom´etricas do equipamento. Ela ´e uti-
lizada na execu¸ao e cobertura aerofotogr´afica de mapeamento de cidades, estados,
19
etc. Tanto a aerofotogametria como a fotointerpreta¸ao ao t´ecnicas ou sistemas de
obten¸ao de informa¸oes e dados quantitativos que possuem como material de base
as fotografias ereas. As informa¸oes ao registradas, com tons cinza ou cores, em
uma emuls˜ao fotosens´ıvel, atrav´es de uma amara fotogr´afica ou amara m´etrica,
que capta a energia eletromagn´etica radiante refletida pelos objetos.
2.4.4 T´axi A´ereo
O axi A´ereo ´e outra subcategoria da Avia¸ao Civil que est´a muito solidificada
como atividade comercial no Brasil. No servi¸co prestado ao executivo ao podem
ocorrer atrasos, pois esse usu´ario n˜ao tolera a espera, a lota¸ao ou longas filas. Nesse
servi¸co, o empres´ario pode decidir seu itiner´ario, controlar seu tempo, escolher em
que aeronave ele quer voar. O Taxi A´ereo pode oferecer um voo confort´avel e seguro
ao executivo sem que para isso ele seja obrigado a fazer check-in e enfrentar longas
filas. A vantagem desse sistema ´e que o usu´ario poder´a driblar o congestionamento
do trafego ereo com decolagens sem atraso. Outro ponto positivo com rela¸ao ao
Taxi A´ereo ´e a grande quantidade de aeroportos que podem ser disponibilizados para
esta atividade. Existem 2500 aeroportos no Brasil entre p´ublicos e privados. Essa
malha ´area extensa torna o trajeto entre aeroportos locais de destino mais curto.
Na Avia¸ao Civil existem apenas 66 aeroportos no territ´orio brasileiro.
Existe uma variedade de servi¸cos prestados por empresas de t´axi a´ereo. Podemos
citar aqui, por exemplo, o atendimento `as maiores empresas petrol´ıferas que deman-
dam servi¸cos offshore. Algumas das empresas de axi a´ereo, que prestam esse tipo
de servi¸co, possuem a homologa¸ao da ANAC para voos al´em da costa para atendi-
mento a navios e plataformas de petr´oleo. Elas podem atender imediatamente com
suas aeronaves equipadas com os itens exigidos pelas autoridades aeron´auticas, como
por exemplo, os sistemas de flutua¸ao, botes salva-vidas e material de sobrevivˆencia
no mar.
Muitas dessas empresas possuem aeronaves homologadas para transporte de
emergˆencia edica com todos os equipamentos necess´arios para o atendimento
apido e eficaz nos casos de urgˆencia. Os servi¸cos prestados podem ser desde uma
transferˆencia de enfermos para outros locais como at´e servi¸cos de prontid˜ao 24 ho-
ras. Al´em disso, as empresas de taxi ereo podem atender emergˆencias em navios e
plataformas em toda costa brasileira, podendo oferecer equipes pr´oprias de edicos
e enfermeiros, que poder˜ao ser integrados `as equipes em terra e `as unidades hos-
pitalares. As empresas de taxi a´ereo prestam servi¸cos de transporte de valores e
20
documentos, voos panorˆamicos de acompanhamento ereo e ecol´ogico, resgate e pa-
trulhamento, reportagens, filmagens e fotos.
2.4.5 Avia¸ao Desportiva no Brasil
Quando falamos de Avia¸ao Desportiva devemos ter em mente que ´e tamb´em
uma subcategoria da Avia¸ao Civil. Sua fun¸ao est´a relacionada `as atividades de
lazer e competi¸oes nacionais e internacionais. Existem arias modalidades nesta
subcategoria:
Balonismo: o Brasil foi o pioneiro no Balonismo com o padre Bartolomeu
de Gusm˜ao em 1709. Esta atividade teve seu renascimento no Brasil com
Vict´orio Truffi, quando construiu um bal˜ao com a ajuda de um americano,
Robert Rechs.
Voo livre: come¸cou quando, em julho de 1974, um piloto francˆes fez um voo
do alto do Corcovado no Rio de Janeiro.
araquedismo: ´e uma atividade esportiva de car´ater competitivo, que consiste
no salto de um avi˜ao e em queda livre.
Parapente: a hist´oria do parapente provavelmente come¸cou nos Alpes france-
ses, na colina de Pertuiset, perto de Mieussy, com trˆes amigos araquedistas
do clube Annemasse, que decolaram e saltaram com p´araquedas de uma colina
sem a necessidade de se usar um avi˜ao.
Voo `a vela ou volovelismo: surgiu com as primeiras experiˆencias do voo sem
motor no final do eculo passado.
´
E uma das formas mais antigas, silenciosas e
harmoniosas que o homem a descobriu para voar, porque o praticante voa em
um avi˜ao sem motor (planador), utilizando-se apenas da for¸ca das t´ermicas
(massa de ar deslocando-se na vertical) e dos ventos, velejando em meio `as
nuvens.
Voo em planadores ou ultraleves: ao avi˜oes constru´ıdos com menos de 300 kg
(peso vazio asico), usados para recrea¸ao e turismo.
Demonstra¸ao erea: No Brasil, ´e popularmente conhecida como Esquadrilha
da Fuma¸ca. Tem como finalidade: (1) aproximar os meios aeron´auticos, Civis
e Militares, (2) contribuir para a maior integra¸ao entre a Aeron´autica e as
demais For¸cas Armadas, (3) marcar a presen¸ca da FAB nos grandes eventos
21
no Brasil e no exterior, (4) despertar os jovens para a carreira da Avia¸ao
Civil e Militar, (5) mostrar a qualidade dos produtos da ind´ustria aeroespacial
nacional, (6) mostrar a capacidade e o alto grau de treinamento dos militares
da FAB.
2.4.6 Avia¸ao Experimental
A Avia¸ao Experimental ´e a pr´atica de constru¸ao caseira de avi˜oes, sendo
que para dezenas de pessoas leigas ´e um hobby. ao ´e necess´ario ser engenheiro
aeron´autico para construir um avi˜ao caseiro, pois existem centenas de plantas e
kits dispon´ıveis para os construtores amadores. A ANAC regula a avia¸ao experi-
mental atraes dos Regulamentos Brasileiros de Homologa¸ao Aeron´autica (RBHA)
38. Existem mais de 4 mil aeronaves, ao-homologadas na categoria experimen-
tal, sobrevoando o eu do Brasil. Est˜ao inclusos neste n´umero ultraleves, bal˜oes,
dirig´ıveis, helic´opteros, monoplanadores e outras aeronaves ao-homologadas. A
ANAC exige uma inspao obrigat´oria anual, denominada Relat´orio de Inspao
Anual de Manuten¸ao (RIAM). A regulamenta¸ao atual exige uma habilita¸ao de
CPD (Certificado de Piloto Desportivo) ou CPR (Certificado de Piloto de Recreio)
para se pilotar uma dessas aeronaves.
2.5 Avia¸ao Civil: Transporte A´ereo
2.5.1 Transporte de Cargas Perigosas
As empresas de avia¸ao que geralmente trabalham nesta atividade oferecem o
servi¸co de fretamento para transporte de carga para qualquer lugar do Brasil e no ex-
terior. Todas apresentam uma estrutura com armazenamento, de acesso controlado,
em prateleiras, com desembarque de mercadorias e Check-list dos itens de entrada.
Al´em disso, todas fornecem identifica¸ao por etiquetas com odigos de barras, iden-
tifica¸ao e cadastramento dos itens no sistema de controle, e de armazenamento em
local adequado, conforme especifica¸oes e caracter´ısticas do produto. Nessas empre-
sas, executa-se a separa¸ao dos produtos, conforme a requisi¸ao de mercadorias, a
conferˆencia, e o envio dos materiais at´e o local para a sua distribui¸ao. Finalmente,
a distribui¸ao do produto (carga) consiste no gerenciamento de transporte dos pro-
dutos armazenados nos dep´ositos da empresa de axi a´ereo. Outro servi¸co prestado
por essas empresas ´e a oferta de rotas para embarques fracionados de carga.
22
2.5.2 Avia¸ao Comercial no Brasil
A Avia¸ao Comercial Brasileira come¸cou em 1927. A empresa Condor Syndikat
foi a primeira empresa no Brasil a transportar passageiros no hidroavi˜ao de nome
Atlˆantico, com a matr´ıcula alem˜a D-1012. Em 1
de janeiro de 1927, o Atlˆantico
transportou, do Rio de Janeiro para Florian´opolis, o Ministro da Via¸ao e Obras
P´ublicas, Vitor Konder e outras pessoas. A primeira linha regular, Linha da Lagoa,
entrou em opera¸ao em 22 de fevereiro, com rotas nas cidades de Porto Alegre,
Pelotas e Rio Grande. Em julho de 1927, foi fundada a VARIG. No mesmo ano, a
aeronave de nome Atlˆantico foi transferida para a nova empresa (VARIG), recebendo
o prefixo nacional P-BAAA.
Em 1
de dezembro, a empresa a´erea Condor Syndikat acabara de inaugurar sua
linha Rio de Janeiro - Porto Alegre. Nesta ´epoca, foi nacionalizada como Sindicato
Condor Limitada mas, durante a II Guerra Mundial, de novo, mudou de nome para
Servi¸cos ereos Cruzeiro do Sul, a Cruzeiro, absorvida nos anos 80 pela VARIG.
Chegava ao Rio de Janeiro Jean Mermoz, que se tornaria o mais famoso aviador da
´epoca. Ele inaugurou a linha para a Am´erica do Sul da nova companhia francesa
Aeropostale, em novembro de 1927.
A Nybra do Brasil S. A., fundada no Brasil, operava a linha semanal entre Bel´em
e Santos. Em 1929, a Nybra do Brasil come¸cou operar a rota a´erea entre as cidades
de Nova Iorque - Rio de Janeiro - Buenos Aires. Mais tarde, ela se transformaria na
PANAIR do Brasil (Pan American Airways), que foi extinta em 1965.
Em 1933 uma nova empresa entra no mercado da Avia¸ao, a Aerol´oide Igua¸c´u.
A primeira linha operada pela Aerol´oide Igua¸c´u foi o trecho entre as cidades de ao
Paulo - Curitiba, que rapidamente foi estendido at´e Florian´opolis. A Via¸ao erea
ao Paulo (VASP) foi fundada por 72 empres´arios em novembro de 1933. A VASP
o iniciou suas opera¸oes em 1936, oferecendo um voo regular entre as cidades de
Rio de Janeiro - ao Paulo, pois esse trecho era a linha de maior tr´afego da Avia¸ao
Comercial brasileira.
A extens˜ao do pa´ıs e a precariedade de outros meios de transporte fizeram com
que a Avia¸ao Comercial tivesse uma expans˜ao excepcional no Brasil. Na ecada
de 1950, cerca de 20 empresas brasileiras operavam e faziam principalmente liga¸oes
regionais. Muitas dessas empresas operavam com duas ou trˆes aeronaves. Em 1960,
o pa´ıs tinha a maior rede comercial do mundo em volume de tr´afego depois dos
Estados Unidos.
A crise e o est´ımulo do governo federal `as fus˜oes de empresas reduziram o
23
n´umero de empresas comercias para apenas quatro (VARIG, VASP, TRANSBRASIL
e Cruzeiro). Com isso, muitas cidades pequenas sa´ıram do mapa aeron´autico. Nessa
mesma ecada, novas empresas regionais foram abertas. Inicialmente, elas uti-
lizaram as aeronaves turbo-h´elices fabricadas no Brasil pela Embraer, Bandeirante
EMB-110.
No in´ıcio do eculo XXI, A VARIG adquiriu empresas regionais e absorveu a
Cruzeiro, transformando-se na maior transportadora da Am´erica Latina. A TAM
(Taxi A´ereo Mar´ılia) transformou-se na segunda maior empresa do continente Sul-
Americano. A VASP e a Gol (Gol Transporte ereos) tamb´em se destacaram como
empresas ereas comerciais. A TRANSBRASIL (Transbrasil S. A. Linhas A´ereas)
paralisou suas atividades no final de 2001.
O transporte de pessoas e cargas geralmente feito pelas empresas a´ereas promove
a troca de servi¸cos, produtos e conhecimento. A Avia¸ao Comercial fomenta as
atividades comerciais, culturais e intelectuais no pa´ıs, quando colocam em contato
as pessoas e as arias regi˜oes do pa´ıs. Para que as empresas ereas consigam atingir
o usu´ario final deste mercado de maneira eficiente elas precisam: (a) oferecer servi¸cos
de boa qualidade a baixo custo; (b) desenvolver pol´ıticas internas (culture company)
que satisfa¸cam as necessidades dos usu´arios; (c) oferecer tarifas promocionais; (d)
possuir uma malha ´area cada vez mais extensa e diversificada; (e) oferecer mais
op¸oes de hor´arios de chegada e partida das aeronaves nos aeroportos do Brasil.
A mola propulsora do mercado de Avia¸ao Comercial ´e a grande demanda de
transporte e oferta das prestadoras de servi¸cos. Entretanto, as empresas ereas
precisam oferecer servi¸cos de embarque e desembarque impec´aveis aos usu´arios para
que esse sistema todo funcione. Nenhum servi¸co prestado ao cliente ter´a valor se as
empresas a´ereas ao oferecerem e ao se preocuparem com a seguran¸ca de voo.
No dia 04 de novembro de 2007, `as 14h 10min, a aeronave Lear Jet, prefixo
PTOVC, decolou do campo de Marte na cidade de ao Paulo com destino `a cidade
do Rio de Janeiro, Aeroporto Santos Dumont. A aeronave colidiu com o solo ins-
tantes ap´os a sua decolagem, causando a morte de oito pessoas, dentre essas, dois
tripulantes e seis moradores do bairro da Casa Verde, situado na Zona Norte da
cidade de ao Paulo. A maior contribui¸ao para a ocorrˆencia desse acidente foi o
descaso e desprezo com os procedimentos de seguran¸ca de pr´e-decolagem, ou seja, a
execu¸ao fiel do Check-list que ao aconteceu dentro da cabine.
Toda empresa exige o fiel cumprimento do Check-list a fim de preservar a segu-
ran¸ca de voo dos passageiros. Qualquer piloto obedece `as ordens do departamento
de opera¸oes sem questionar a hierarquia vertical existente. Em muitos casos, o
24
piloto de um jato particular ´e impelido a realizar procedimentos irregulares para
atender ao propriet´ario da aeronave. Embora, a bordo da aeronave, o comandante
seja a maior autoridade e seja a pesssoa que deve decidir se ser´a seguro ou ao
realizar tais procedimentos irregulares, em alguns casos, ele os realiza pois poder´a
perder o emprego.
Um caso que aconteceu no litoral fluminense foi o de Ulisses Guimar˜aes que
desapareceu em 12 de outubro de 1992 em um acidente com helic´optero na ba´ıa
da Guanabara, sendo que seu corpo nunca foi encontrado. Na ´epoca do acidente,
testemunhas contaram que o piloto ao julgava seguro a decolagem em raz˜ao das
condi¸oes atmosf´ericas, mas assim mesmo decolou em virtude da autoridade que era
seu passageiro. Isso influenciou na decis˜ao do excelente comandante de helic´opteros
que faleceu no acidente.
O Boeing da empresa Gol que sobrevoava o estado de Mato Grosso quando se
chocou no ar com um jato Legacy, deixando 154 pessoas mortas em 2006, ´e mais
um exemplo do desrespeito `a execu¸ao do procedimento de cabine, o Check-list.
Nesse acidente apurou-se que o transponder do Legacy estava desligado na hora do
acidente porque os tripulantes do Legacy desligaram o aparelho alegando que ao
havia necessidade de deix´a-lo ligado. A falta de comunica¸ao entre o Legacy e a
torre foi a principal causa do acidente ereo.
Foram registrados 64 acidentes a´ereos em solo brasileiro em 2006, 97 acidentes
em 2007 e 25 acidentes a´ereos com aeronaves no ano passado. Em virtude dos
acontecimentos, o Centro de Investiga¸ao e de Preven¸ao de Acidentes Aeron´auticos
(CENIPA) fez uma recomenda¸ao com 49 itens (publicados em 25/02/2008) que
dever˜ao ser cumpridos por todos profissionais da Avia¸ao Civil. O CENIPA exige
que todos os pilotos que operam no espa¸co a´ereo da cidade de ao Paulo, o espa¸co
a´ereo mais congestionado da Am´erica do Sul, fa¸cam um treinamento especial para
poder operar nesta regi˜ao. Desde o in´ıcio do ano a foram registrados 14 acidentes
a´ereos no mundo. O mais not´orio deles foi com o Airbus da Airways. A aeronave caiu
no Rio Hudson, na cidade de Nova York em 15/01/2009. A per´ıcia do comandante
a bordo permitiu que 165 passageiros sa´ıssem ilesos. Em 06/01/2009, um bimotor
caiu no mar que banha a costa da Austr´alia. Uma aeronave da Manaus AeroTaxi
caiu no Rio Maracapuru, no estado do Amazonas em 08/01/2009. Nesse acidente
24 pessoas de uma mesma fam´ılia morreram.
Em 12/02/2009, um Bombardier da Air Continental caiu na cidade de B´ufalo,
nos Estados Unidos da Am´erica. Nesse acidente ereo 40 pessoas morreram. Nove
dos 134 passageiros a bordo do Boeing 737-800 da Turkish Airlines morreram. Pelo
25
menos 50 pessoas ficaram feridas na queda da aeronave que tentou pousar no aero-
porto de Schipirol, em Amsterdam, na Holanda, `as 06h 30min da manh˜a, hor´ario
de Bras´ılia. No dia 8 de julho o Airbus da Air France que partiu do aeroporto inter-
nacional do Rio de Janeiro, caiu no litoral brasileiro, desaparecendo, vitimizando
228 pessoas. O voo do A477 se deseintegrou no Oceano Atlˆantico, decolou as
07h:30min. Segundo o SIPAER (Sistema de Investiga¸ao e Preven¸ao de Acidentes
Aeron´auticos), nos primeiros dois meses de 2009, 20 aeronaves brasileiras e duas
estrangeiras ca´ıram. As aeronaves que colidiram eram de edio e pequeno porte.
Ainda de acordo com o SIPAER, as prov´aveis causas para a ocorrˆencia desses
acidentes ereos ao: (a) o excesso de peso; (b) a falta de combust´ıvel no motor;
(c) o n´umero de passageiros acima do permitido; (d) problemas observados com os
motores das aeronaves durante decolagem ou quando colidem com o solo; (e) uso de
combust´ıvel errado; (f) falha dos pilotos; (g) falhas nos servi¸cos de manuten¸ao das
empresas.
Hoje em dia, o sucesso de uma empresa a´erea est´a diretamente ligado a sua
pol´ıtica de seguran¸ca de voo e seguran¸ca de aeroporto. A seguran¸ca de voo ´e o
ponto nevr´algico que afeta sobremaneira n˜ao s´o a tripula¸ao comercial e a tripula¸ao
t´ecnica como tamb´em o pessoal do Safety (seguran¸ca operacional) e da ´area de
manuten¸ao (engenheiros de voo, e engenheiros da manuten¸ao e de seguran¸ca) e a
equipe de linha de frente em solo ou pista (despachante operacional de voo, mecˆanico
de manuten¸ao aeron´autica, mecˆanico de voo).
O departamento de manuten¸ao de uma empresa a´erea ´e respons´avel por todos
os procedimentos de manuten¸ao realizados em todas as aeronaves em opera¸ao que
apresentaram falhas mecˆanicas, el´etricas, etc. A equipe de manuten¸ao tamem
executa verifica¸oes peri´odicas de todas as aeronaves e de seus sistemas e compo-
nentes. O departamento de manuten¸ao oferece cursos de forma¸ao, treinamento e
reciclagem de mecˆanicos, engenheiros de manuten¸ao e engenheiro de voo. Os cur-
sos ao realizados no departamento de manuten¸ao pr´oximo das garagens onde ao
guardadas muitas aeronaves e pcas de reposi¸ao. O departamento de manuten¸ao
tamem ´e respons´avel pela execu¸ao de testes de aeronavegabilidade das aeronaves
que ser˜ao compradas atrav´es dos contratos de arrendamento firmados entre a fa-
bricante de aeronave e a empresa a´erea. Quando as aeronaves chegam ao atio da
empresa, o pessoal da manuten¸ao ser´a requisitado para desmontar e montar as ae-
ronaves recebidas. Ap´os o ermino desta tarefa, a equipe de manuten¸ao estar´a em
condi¸oes de apresentar quaisquer informa¸oes t´ecnicas sobre a aeronavegabilidade
destas aeronaves.
26
O departamento de Safety de uma empresa erea existe para orientar e coor-
denar as atividades de preven¸ao e investiga¸ao de ocorrˆencias, incidentes e aci-
dentes aeron´auticos. Uma das principais ferramentas do Safety ´e o Relat´orio de
Perigo (RELPER), que ´e um documento onde qualquer funcion´ario registra uma
situa¸ao que possa comprometer a seguran¸ca de voo. Quando o RELPER chega ao
departamento do Safety, ele ´e analisado pelos profissionais do departamento. Logo
em seguida, come¸ca um trabalho de inspao feito pelos funcion´arios que analisam
e executam um trabalho investigativo onde todos os dados coletados desta pesquisa
ao registrados.
O pessoal do Safety interage com outros departamentos buscando melhorias e
sugerindo arias recomenda¸oes para evitar novas ocorrˆencias. Muitas vezes, essas
ocorrˆencias podem ocorrer fora do ˆambito da empresa o que requer a participa¸ao de
autoridades e ´org˜aos aeron´auticos (SIPAER, ANAC, CONAC e MAER, etc.) para
a solu¸ao dessas ocorrˆencias.
Temos que ter em mente que o departamento do Safety de uma empresa de
avia¸ao a´erea est´a relacionado `a preven¸ao de falhas no sistema que possam levar `a
ocorrˆencia de acidentes. As tarefas realizadas pelo Safety envolvem procedimentos e
t´ecnicas como a manuten¸ao da pista, distˆancia m´ınima entre a pista de pouso e as
pistas de rolamento, a existˆencia de equipamento de combate a incˆendio, a proibi¸ao
de obst´aculos tais como edif´ıcios nas proximidades do aer´odromo (aeroporto), a
proibi¸ao de objetos deixados ou esquecidos nas pistas e que ao est˜ao relacionados
com as opera¸oes realizadas nas pistas (FOD, Foreign Object Damage), e a proibi¸ao
de lix˜oes no entorno, que atraem assaros (BS, Bird Strike) que podem se chocar
com as aeronaves, causando panes ou danos em certas partes de uma aeronave,
acarretando em proaveis acidentes a´ereos.
Quando pensamos como poder´ıamos definir o que ´e seguran¸ca de voo e seguran¸ca
de aeroporto, devemos nos lembrar da defini¸ao dada por um cuidadoso controlador
de voo da INFRAERO que a definiu: Esse termo, nada mais ´e do que a evolu¸ao
de um processo cognitivo para a preven¸ao”. A seguran¸ca de voo tem de ser vista
pela diretoria, pelos gerentes e tripulantes, etc. como um processo produtivo com
objetivos bem definidos, e com clientes a serem respeitados e atendidos nas suas
necessidades. Por isso, o SIPAER, respons´avel pela preven¸ao de incidentes e aci-
dentes aeron´auticos, adotou como medida preventiva a utiliza¸ao do termo acidente,
que significa evento que fora previsto, ao ines de utilizar o termo desastre.
27
2.6 O Check-list
2.6.1 Respeito ao Check-list
Quando as autoridades respons´aveis pela investiga¸ao de acidentes publicam os
resultados de suas investiga¸oes, observa-se que muitos acidentes poderiam ser evi-
tados se fossem executados todos os procedimentos de seguran¸ca e operacionais
apresentados na execu¸ao do Scanflow e do Check-list. Antes da execu¸ao do Scan
Flow e do Check-list a tripula¸ao t´ecnica realiza o Briefing. O Briefing vem da
palavra brief, breve, curto.
´
E uma prepara¸ao para o voo, onde o respons´avel, o
Comandante (Flight Pilot), informa detalhes do voo, o que ser´a feito, as condi¸oes
do tempo, etc., e faz uma s´erie de recomenda¸oes `a tripula¸ao da aeronave sobre os
procedimentos de emergˆencia, tratamento dos passageiros, etc. O Briefing normal-
mente ´e realizado antes de iniciar a viagem. As instru¸oes fornecidas `a tripula¸ao,
t´ecnica ou comercial, s˜ao relacionadas `a inspao externa da aeronave, a inspao de
seguran¸ca da cabine e a prepara¸ao da cabine. Todos esses procedimentos ao obri-
gat´orios e necess´arios para a manuten¸ao da seguran¸ca da aeronave, da tripula¸ao
e dos passageiros.
O Scanflow poderia ser traduzido por fluxo da varredura, o que soa estranho para
os ao iniciados. Scan ´e a varredura visual que o piloto faz, numa sequˆencia cont´ınua
e pr´eestabelecida, que lhe permite, num movimento cont´ınuo, verificar todos os
itens que dever˜ao ser ligados, desligados ou ajustados, em cada uma das fases do
voo, seguindo os procedimentos previstos nos Standard Operating Procedures. Esses
procedimentos s˜ao encontrados no manual de treinamento do piloto FCOM 3 (Flight
Crew Operating Manual: Flight Operation n
3, na Ata de n
3.03). O Scanflow seria
a forma de executar essa sequˆencia de testes. Ele ´e realizado em todas as checagens
listadas. ao ´e um ´e uma checagem em si, mas sim uma forma de realizar as
checagens.
O Check-list ´e uma lista de itens que devem ser verificados, da´ı o seu nome (check
= verifica¸ao e list = lista). Existem duas conota¸oes diferentes para este termo.
Ele pode ser entendido tanto como o cart˜ao que conem as listas de verifica¸ao, como
pode ser usado para designar um conjunto de itens a serem verificados numa dada
fase do voo (depois do in´ıcio do Check-list, por exemplo). O objetivo do Check-list ´e
garantir que ao seja esquecido nenhum item essencial `a seguran¸ca da fase do voo a
que se refere.
´
E extremamente importante para a seguran¸ca de voo, pois ele garante
que nenhum item essencial seja esquecido. Tal verifica¸ao come¸cou a ser feita com
28
o desenvolvimento dos estudos sobre as rela¸oes entre o homem e a aquina, que
foram realizados por psic´ologos especializados. Ficou evidente que o cansa¸co e a
press˜ao, que a pr´opria fun¸ao exercida pelo piloto e a responsabilidade assumida
na rotina di´aria, influenciavam na capacidade do piloto de lembrar-se de todos os
itens de cada verifica¸ao. Muitos acidentes foram causados por esquecimento desses
itens. O Check-list veio melhorar a seguran¸ca de voo, garantindo que o piloto ao
se esque¸ca dos procedimentos importantes para a seguran¸ca. o a um perigo: ele
se esquecer de ler e cumprir o Check-list.
A necessidade da rigorosa execu¸ao do Check-list ´e enfatizada para o aluno/piloto
durante o per´ıodo de forma¸ao em aeroclubes, nas escolas de avia¸ao particulares,
e na Escola de Especialista de empresas a´ereas. O aluno/piloto ´e treinado para
executar todos os procedimentos operacionais toda vez que ele entrar na cabine.
Nas empresas a´ereas o piloto ´e treinado em um simulador (c´opia fiel das aeronaves
que estar˜ao pilotando futuramente), ou ent˜ao, nos Procedimentos Operacionais de
Cabine, uma maquete em tamanho real da cabine, usada para os pilotos treinarem
os procedimentos de verifica¸ao da aeronave, adequados a cada fase do voo. Todas
as fases do voo, treinadas em ambas as maquetes, ao executadas regularmente na
cabine. As fases de voo fazem parte dos itens encontrados no Check-list, sendo que
a execu¸ao das mesmas obedece a uma ordem padronizada e fixa, independente da
aeronave que o piloto estiver operando. A execu¸ao completa de todas as fases de
voo ´e obrigat´oria para que a seguran¸ca de voo seja mantida.
Os procedimentos treinados na maquete ao todos aqueles de um voo normal
(safety exterior inspection, preliminary cockpit preparation, before start, engine start,
after start, taxi, before takeoff, takeoff, after takeoff, climb, Cruise, descent prepara-
tion, descent, before approach, after landing, parking, securing the aircraft), alguns
constantes do Check-list, e outros ao.
Os procedimentos que ao constam no Check-list referem-se `a experiˆencia e `a
autoconfian¸ca dos pilotos, que podem gerar problemas. Um destes problemas ´e
achar que operar uma aeronave ´e um ato mecˆanico que se realiza todos os dias. Na
verdade, operar uma aeronave oferece riscos, e todos os estamos sujeitos a cometer
erros. Portanto, cabe aos pilotos procurar agir de forma equilibrada e ordenada para
ao aumentar os riscos em todas as fases do voo ou em situa¸oes at´ıpicas.
O Check-list ´e uma cartilha de verifica¸ao de opera¸oes de funcionamento de
todos os equipamentos. Para que a aeronave possa voar e ser operada com segu-
ran¸ca ´e necess´ario verificar se todos os itens est˜ao funcionando corretamente.
´
E
digno salientar que o Check-list ´e uma cartilha de verifica¸ao de oes e controle
29
de funcionamento dos sistemas e de seus componentes, cuja principal finalidade ´e
verificar se todo o ambiente operacional (todos os equipamentos) do Airbus est´a em
ordem, para que todas as fases do voo possam ser realizadas com seguran¸ca. Esta
verifica¸ao ´e obrigat´oria, ´e rotina de voo.
O Check-list (item operacional e regulamentar) sempre foi considerado um ato
de seguran¸ca na cabine. A importˆancia da utiliza¸ao desse item nada mais ´e do
que uma receita, pois apresenta arios passos a serem realizados. Inicia-se com o
comandante da aeronave entrando em cabine e termina quando o comandante sai da
cabine, e a aeronave chega ao seu destino estacionaonando no p´atio do aeroporto. A
execu¸ao do Check-list ´e ao importante que n˜ao se pode pousar ou decolar somente
com um tripulante na cabine.
´
E obrigat´oria a presen¸ca do co-piloto, justamente
para realizar na ´ıntegra todos os procedimentos descritos na cartilha, que ´e um item
operacional e regulamentar.
O Check-list faz parte da navega¸ao erea, sendo que sua execu¸ao obrigat´oria
e rotineira ´e exigida toda vez que o piloto adentrar a cabine. Desde a fase inicial
de treinamento de um piloto na Escola de Especialista ou nas aulas pr´aticas no
simulador, o piloto ´e orientado sobre a fixa¸ao dos procedimentos que o levam a
praticar uma pilotagem n˜ao o com habilidade, mas tamb´em com profissionalismo e
seguran¸ca.
´
E preciso destacar a importˆancia da correta utiliza¸ao do Check-list. O Check-list
de uma aeronave na Avia¸ao Comercial, por exemplo, re´une uma s´erie de procedi-
mentos dividida em itens, tais como: inspao externa, inspao interna, checagem
ap´os a partida, checagem ap´os o pouso, entre outros. A execu¸ao do Check-list de
uma aeronave segue uma sequˆencia pr´e-estabelecida. Ela deve ser executada com
rigor, na ordem em que est´a apresentada na cartilha, ao cabendo qualquer inter-
preta¸ao pr´opria ou pessoal ao cumpr´ı-la. Na Figura 2.4 apresentamos uma opia
do Check-list encontrado no manual de opera¸ao do piloto.
30
Figura 2.4: opia do Check-list encontrado no manual de opera¸ao do piloto.
´
E importante esclarecer que uma vez estabelecido um procedimento pelo Check-
list, este deve ser rigorosamente seguido, pois esta ´e a garantia de que nenhum
ponto ser´a esquecido. Outro aspecto importante ´e que uma vez iniciada a leitura
dos subitens, a sequˆencia ao dever´a ser interrompida. Um Boeing 737 da LAPA,
em Buenos Aires, Argentina, caiu imediatamente ap´os a sua decolagem no aeroporto
porque os pilotos interromperam a sequˆencia do Check-list. Ao reiniciar a leitura do
Check-list, os pilotos esqueceram-se de um dos procedimentos: verificar se os flapes
estavam configurados para a decolagem.
Interrup¸oes na sequˆencia da execu¸ao do Check-list exigem que a sequˆencia seja
reiniciada e que todos os subitens sejam conferidos novamente.
31
2.6.2 A Utiliza¸ao do Check-list
O Check-list ´e definido na Avia¸ao Comercial como um item obrigat´orio que
contribui para o ciclo de preven¸ao de incidentes e acidentes aeron´auticos. O Check-
list ´e um conjunto de verifica¸oes essenciais para cada fase do voo. Hoje em dia, as
aeronaves mais modernas, totalmente automatizadas e computadorizadas, exibem o
Check-list de todas as fases de voo no monitor de um dos computadores de bordo,
como pode-se observar no painel de controle do Airbus.
Os procedimentos operacionais realizados na cabine ao: (a) normais; (b) anor-
mais; (c) de emergˆencia; (d) suplementares. Para cada sequˆencia ou conjunto de
procedimentos realizados na cabine da tripula¸ao t´ecnica existe um Check-list. O
piloto treinado e com bastante experiˆencia de voo sabe que para cada conjunto de
procedimentos a ser realizado na cabine, ele dever´a saber de mem´oria qual Check-list
dever´a ser executado.
Os procedimentos normais: ao chamados de Standard Operating Procedures
(SOP) no manual de opera¸ao do piloto FCOM 3. Estes procedimentos ao rotinas
de inspe¸ao, prepara¸ao e procedimentos normais usados em opera¸oes do dia-a-
dia, como por exemplo, prepara¸ao preliminar da cabine, inspao exterior, partida
nos motores antes da decolagem, decolagem, aterrissagem, ap´os aterrissagem, etc.
A aeronave pode ser operada por dois modos diferentes: autom´atico e manual.
Esse dois modos ao executados durante a realiza¸ao dos procedimentos normais.
As oes executadas nos dois modos ao realizadas com a finalidade de preservar
a aeronavegabilidade e manter a seguran¸ca de voo. Portanto, a areonave pode
ser pilotada manualmente, ou com o piloto autom´atico, e esta tem dois modos de
opera¸ao que ao realizados da seguinte maneira:
O modo autom´atico - Este modo entra em opera¸ao quando a aeronave entra
em checagem de todos os sistemas (sistema el´etrico, sistema hidr´aulico, sistema
de pressuriza¸ao, sistema de navega¸ao, controles de comando, etc.). Isto
ocorre, desde o momento em que ao ligados os motores da aeronave. No modo
autom´atico verifica-se se todos os sistemas est˜ao operando normalmente, isto
´e, se a aeronave est´a operando seus sistemas de forma autom´atica, e se todas
as fun¸oes autom´aticas est˜ao sendo utilizadas normalmente. A interferˆencia da
tripula¸ao t´ecnica ´e praticamente zero nesta sequˆencia de opera¸ao do avi˜ao.
No modo autom´atico a aeronave ´e praticamente comanda pelos computadores
de bordo que ao checando todos os sistemas. Os pr´oprios computadores ao
acusando e mostrando nos monitores quais ao os problemas encontrados e
32
onde eles se encontram. Os computadores exibem no monitor em qual sistema
a falha ou pane apareceu. Os computadores automaticamente solucionam
arias panes e falhas apresentadas pelos sistemas quando em voo de cruzeiro.
O modo manual ocorrer´a quando em algum momento da opera¸ao do avi˜ao,
o modo autom´atico acusar alguma falha em um dos sistemas. Neste caso,
tornar-se-´a necess´aria a interferˆencia dos pilotos que dar˜ao in´ıcio ao modo ma-
nual de operara¸ao da aeronave, ou ent˜ao executar˜ao algum comando para
que a aeronave por si o fa¸ca as corre¸oes necess´arias. Isto ´e, os computa-
dores de bordo mudam as configura¸oes de voo para sanar a pane ou a falha.
Em algumas situa¸oes o comandante poder´a interferir de alguma forma na
execu¸ao do modo autom´atico. Por exemplo, o sistema de guiamento e geren-
ciamento de voo a planejou a rota, a altitude, a velocidade, a pressuriza¸ao,
a temperatura, o ´ındice de custo da aeronave, etc. para pousar no Aeroporto
Internacional de Bras´ılia (DF), Presidente Juscelino Kubitschek (JK). Alguns
minutos antes da aterrissagem, o controlador de tr´afego do JK em Bras´ılia
informa `a tripula¸ao t´ecnica que existem mais trˆes aeronaves sobrevoando o
aeroporto, e que tamem precisam pousar no aeroporto JK do DF. Neste mo-
mento, o comandante ´e obrigado a tirar a aeronave do modo autom´atico e
assumir o comando da aeronave, executando assim todos os procedimentos de
descida necess´arios listados no Check-list, em modo manual.
Os procedimentos anormais tamem ao realizados da mesma forma que
os de emergˆencia, por´em os procedimentos anormais ao impedem a aeronave de
decolar, estando em voo de cruzeiro ou pousando. O capit˜ao fica respons´avel pela
trajet´oria da aeronave e pelo controle da configura¸ao e da velocidade da aeronave.
O co-piloto ficar´a respons´avel pela leitura e execu¸ao do Check-list de procedimentos
anormais. Os procedimentos anormais ao oes que a tripula¸ao t´ecnica tem que
realizar. Esses procedimentos est˜ao geralmente associados `as panes mais simples,
alerta luminoso em cor ˆambar (Master Caution) que indicam falhas em equipamentos
que em redundˆancia (por exemplo, quando existem trˆes geradores e um deles falha).
Os procedimentos anormais ao a¸oes executadas que garantam a seguran¸ca ade-
quada e facilitem a realiza¸ao das condutas de voos posteriores, ap´os a ocorrˆencia de
uma falha ou de um defeito encontrado na aeronave. Segundo o manual de opera¸ao
do fabricante ao considerados procedimentos anormais as seguintes situa¸oes: (a)
falha no canal do estabilizador do capacitor de compensa¸ao pequeno; (b) falha no
manete de potˆencia autom´atica; (c) falha no amortecedor de guinada; (d) falha na
33
unidade de ar condicionado; (e) falha no controle de temperatura; (f) falha na pres-
suriza¸ao da cabine; (g) falha no sistema de sangria; (h) falha no gerador do motor,
etc.
Os procedimentos de emergˆencia ao tarefas que devem ser realizadas em
situa¸oes que colocam a seguran¸ca da aeronave e de seus ocupantes em risco. Os
primeiros procedimentos de emergˆencia dever˜ao ser executados pelo comandante da
aeronave. Ele dever´a se responsabilizar pela trajet´oria da aeronave e controlar a
configura¸ao e a velocidade da aeronave. Durante a emergˆencia, o co-piloto ficar´a
respons´avel pela leitura e execu¸ao do Check-list de emergˆencia. Emergˆencias asso-
ciadas `as panes mais cr´ıticas, como por exemplo, alerta luminoso em cor vermelha
(Master Warning), ou enao fogo em um motor, pane total de eletricidade, etc.
ao procedimentos at´ıpicos realizados pela tripula¸ao t´ecnica. De acordo com o fa-
bricante da aeronave, os procedimentos de emergˆencia ao os relacionados com as
seguintes situa¸oes: (a) fogo no motor; (b) avaria severa no motor, (c) superaque-
cimento do motor, (d) sobrevoar sob camada de cinzas vulcˆanicas ou em ´areas de
atividade vulcˆanica; (e) quando ambos os motores pifaram ou apagaram; (f) fogo
no gerador el´etrico auxiliar; (i) fogo no tubo do escapamento do motor a jato.
Os procedimentos suplementares ou complementares ao opera¸oes es-
peciais executadas quando a aeronave ´e obrigada a operar em alta temperatura
se estiver sobrevoando um deserto, ou quando houver ac´umulo de gelo nas partes
externas da aeronave (nas asas, por exemplo). Outra situa¸ao que necessita a exe-
cu¸ao do procedimento suplementar ´e a falta de equipamento de solo para dar a
partida de carga da aeronave (sem fonte externa), ou seja, a tripula¸ao de cabine
ser´a obrigada a utilizar a bateria da pr´opria aeronave que alimenta o gerador dos
motores. Os procedimentos suplementares chamados de t´ecnicas suplementares e
opera¸oes especiais ao procedimentos normais que ao ao de rotina, por exemplo,
dar partida no motor com fonte pneum´atica externa, ou ent˜ao, opera¸oes realizadas
em condi¸oes adversas de tempo (neve, gelo e turbulˆencia, etc.).
2.7 O Teste de Proficiˆencia em L´ıngua Inglesa
Quando olhamos quais disciplinas e treinamento pr´atico ao exigidos para que
um profissional tenha seu certificado homologado pela Agˆencia Nacional de Avia¸ao
Civil, notamos que os cursos ministrados para os pilotos, comiss´arios de voo, etc.
est˜ao relacionados `a seguran¸ca de voo e ao conhecimento da L´ıngua Inglesa.
Todas as normas de seguran¸ca de voo e de aeroporto, de presta¸ao de servi¸co
34
a´ereo ou aerovi´ario, de forma¸ao e credenciamento de aeroportos, escolas de avia¸ao e
aeroclubes s˜ao regulamentados pelo padr˜ao internacionalmente aceito e normatizado
pela ICAO.
A ICAO ´e uma agˆencia reguladora do espa¸co ereo internacional, com sede em
Montreal, Canad´a. Foi fundada em 1944 durante uma conven¸ao (Internacional
Civil Aviation Conference) realizada na cidade de Chicago, U. S. A. No final dessa
conferˆencia, dos 54 pa´ıses que participaram desse evento, 52 pa´ıses assinaram um
tratado internacional sobre Avia¸ao Civil. Ficou estabelecido pela conven¸ao inter-
nacional que a ICAO seria o ´org˜ao respons´avel pela seguran¸ca, ordem e desenvolvi-
mento econˆomico do transporte internacional ereo. Ela deveria assegurar e manter
a coopera¸ao internacional no maior n´ıvel de uniformidade poss´ıvel em rela¸ao `as
regulamenta¸oes e aos padr˜oes, e aos procedimentos e organiza¸oes referentes `a
Avia¸ao Civil.
As normas publicadas pela ICAO foram adotadas e adaptadas pela ANAC e
FAB no Brasil. Todas as informa¸oes que regulamentam a Avia¸ao Civil ao obti-
das atraes de documentos normativos operacionais, publicados pelo DECEA, cuja
finalidade ´e proporcionar e trazer o conhecimento de informa¸oes entre profissionais
desta ´area. O ICAO 100-12, Regras do Ar e Controle de Tafego ereo, ´e uma ins-
tru¸ao adotada pela ANAC, mas produzida por militares brasileiros, cuja finalidade
´e organizar o espa¸co ereo e dar cadˆencia nas instru¸oes que normatizam, regula-
mentam e direcionam a rotina operacional do tr´afego a´ereo no Brasil. A importˆancia
da ICAO na esfera da atividade militar ´e ao expressiva quanto na esfera civil.
A ICAO lan¸cou um programa chamado ICAO 2008. Este programa estabelece
os requisitos da ICAO para Proficiˆencia Lingu´ıstica em L´ıngua Inglesa e prevˆe que
pilotos, comiss´arios de voo e controladores de tr´afego ereo dever˜ao ter fluˆencia em
inglˆes a partir de mar¸co de 2008.
Uma das raz˜oes que motivou a ICAO a adotar o teste de Proficiˆencia Lingu´ıstica
em L´ıngua Inglesa foi aumentar a seguran¸ca no ar e reduzir os riscos de acidentes,
pois incidentes e incurs˜oes de pista em uso ou de taxi ao reportados anualmente.
Al´em disso, acidentes a´ereos como: (a) a colis˜ao de uma aeronave com o solo na
Espanha em 1977, onde 583 pessoas faleceram, (b) a queda de um avi˜ao antes da
pista, por causa de uma pane seca em Nova York, causando a morte de 73 pessoas,
(c) a morte de 164 pessoas a bordo de uma aeronave que desviou da rota e bateu em
uma montanha na Colˆombia, (d) uma colis˜ao no ar que matou 312 pessoas na
´
India
em 1996, for¸caram as organiza¸oes aeron´auticas a adotarem medidas mais r´ıgidas e
restritivas.
35
Em cada um desses acidentes, os investigadores conclu´ıram que um dos fatores
contribuintes foi a falta de proficiˆencia na L´ıngua Inglesa dos controladores ou dos
pilotos. A ICAO como agˆencia especialista das Na¸oes Unidas em avia¸ao interna-
cional buscou uma solu¸ao pr´atica para evitar novos desastres.
A ICAO trabalha sistematicamente desde a publica¸ao do documento A32-16
em 1998. O documento A32-16 determina que a Comiss˜ao de Navega¸ao erea
considere como prioridade a mat´eria sobre proficiˆencia na L´ıngua Inglesa. O docu-
mento determina que seja fortalecida a necessidade das comunica¸oes aeron´auticas
determinadas pelos anexos:
Anexo 1 - Licen¸ca Profissional de Pessoal de Voo;
Anexo 10 - Telecomunica¸oes Aeron´auticas, que regulamenta a mat´eria sobre
proficiˆencia em L´ıngua Inglesa de pilotos e controladores de tr´afego ereo.
No ano passado, a ICAO lan¸cou um programa chamado ICAO 2008. O programa
estabelece os requisitos da ICAO para proficiˆencia lingu´ıstica em L´ıngua Inglesa e
prevˆe que pilotos, comiss´arios de voo e controladores de tr´afego a´ereo dever˜ao ter
fluˆencia em inglˆes a partir de mar¸co de 2008. A ICAO propˆos os requisitos de
proficiˆencia de L´ıngua Inglesa para pilotos e controladores.
A norma entrou em vigor em 05 de mar¸co de 2008.
´
E importante entender quais
ao as aplica¸oes da l´ıngua em comunica¸ao radiofˆonica abordada pela ICAO:
1. O uso correto da fraseologia: A comunica¸ao errˆonea pode estar relacionada
com o uso de fraseologia ao-padr˜ao. Por exemplo, clear the runway - que
para o piloto significa abandonar a pista, para um operador de ve´ıculo de
limpeza de gelo na pista significa o contr´ario - ingressar na pista para remover
o gelo. Se ambos estiverem na escuta da frequˆencia da torre ao mesmo tempo,
o operador de ve´ıculo pode entender que a mensagem seja para ele; pois se
fosse para o piloto, a mensagem deveria ser vacate the runway, pela fraseologia
ICAO;
2. A utiliza¸ao do inglˆes ´e importante para uma comunica¸ao radiotelefˆonica se-
gura. Por mais abrangente que seja a fraseologia padr˜ao na avia¸ao comercial,
ela ao ´e suficiente para cobrir todas as situa¸oes que possam surgir.
Pilotos e controladores precisam aprender a L´ıngua Inglesa e a fraseologia pu-
blicada pela ICAO para conquistar a carreira internacional. O aprendizado de um
ao exclui a necessidade do aprendizado da outra. A proficiˆencia de um idioma
36
´e alcan¸cada ap´os a aquisi¸ao de conhecimentos, habilidades e competˆencias, que
requerem muito mais do que a memoriza¸ao de frases padr˜ao e vocabul´ario-chave.
Decorar fraseologia ao constitui proficiˆencia na l´ıngua, tanto quanto ser fluente sem
conhecer a fraseologia tamem ao constitui proficiˆencia lingu´ıstica aeron´autica.
Treinamento em inglˆes para a avia¸ao requer a pr´atica de fun¸oes abrangentes,
estruturas e vocabul´ario relacionados `a Avia¸ao Geral, e tamem a pr´atica da fraseo-
logia. Segundo Elizabeth Mathews, consultora na ´area de Lingu´ıstica Aplicada que
trabalha para a ICAO, “inglˆes para a avia¸ao pode ser definido como um abrangente
subconjunto especializado de inglˆes relacionado amplamente `a avia¸ao, incluindo
inglˆes geral para comunica¸ao radiofˆonica, quando a fraseologia ao ´e suficiente”.
A ICAO elaborou uma lista de fun¸oes e vocabul´arios para a comunica¸ao
necess´aria `a comunica¸ao radiofˆonica em inglˆes entre pilotos e controladores.
´
E
necess´ario que universidades e linguistas especializados desenvolvam material did´atico
abordando esses opicos a fim de aperfei¸coar o treinamento e aprendizado de pilotos
e controladores de tr´afego a´ereo. O material deve apresentar elementos lingu´ısticos,
como por exemplo, a estrutura das frases, a forma¸ao dos termos, sistemas de sons,
vocabul´ario, significado e uso da l´ıngua.
O desenvolvimento de um material direcionado ajuda o aluno no processo de
aprendizagem. A aquisi¸ao de conhecimento acaba sendo facilitada pelo material
que supre as necessidades das lacunas de aprendizados dos alunos. Um exemplo con-
creto ´e o material desenvolvido pela australiana RMIT University (Royal Melbourne
Institute of Technology). Esta universidade buscou solu¸oes para desenvolver uma
metodologia adequada que preenchesse a inexistˆencia de material apropriado para
a forma¸ao, treinamento e atualiza¸ao de profissionais na Avia¸ao Comercial. Um
grupo de especialistas em ensino de inglˆes para estrangeiros desenvolveu um curso
de 375 horas de estudo totalmente direcionado `a avia¸ao. O programa a est´a sendo
usado no Brasil com muito sucesso, na Escola Atos na cidade de ao Paulo.
Durante a realiza¸ao de semin´arios promovidos pela ICAO em todo o mundo
foi solicitado que a ICAO desenvolvesse um teste padr˜ao para ser usado no mundo
inteiro. A organiza¸ao acredita ser importante discutir quais ao as necessidades
de um teste de proficiˆencia em L´ıngua Inglesa, mas afirma que ao existe um teste
´unico capaz de avaliar as habilidades lingu´ısticas de todos os pilotos e controladores.
A escala de proficiˆencia desenvolvida pela ICAO foi elaborada por um grupo de
estudiosos da L´ıngua Inglesa em conjunto com a comunidade aeron´autica. Um
dos crit´erios exigidos nesta avalia¸ao ´e o uso do idioma inglˆes na comunica¸ao
aeron´autica. Os examinadores, que estar˜ao aplicando os testes nos candidatos, de-
37
ver˜ao apresentar um curr´ıculo m´ınimo para assumir essa fun¸ao. Os examinadores
precisam saber utilizar os crit´erios exigidos pelo teste para melhor avaliar o can-
didato. A ICAO ainda sugere que o examinador possua forma¸ao acadˆemica na
L´ıngua Inglesa.
O resultado negativo de um teste de proficiˆencia na carreira de um piloto ou
controlador pode ser desastroso. O examinador tem a obriga¸ao de identificar as
deficiˆencias no desempenho apresentado pelo candidato durante a avalia¸ao. O
examinador dever´a apresentar um relat´orio de orienta¸ao, mostrando as lacunas
de aprendizado e as deficiˆencias existentes na forma¸ao do candidato. Isto poder´a
auxiliar o candidato a obter um resultado positivo na pr´oxima vez que ele fizer o
teste de proficiˆencia em L´ıngua Inglesa.
O Brasil desenvolveu o seu pr´oprio teste para sua valida¸ao, o Santos Dumont
English Assessment Test. Este teste preenche os requisitos nas avalia¸oes exigidas
pela ICAO, que come¸caram a ser aplicados no primeiro semestre de 2008.
A preocupa¸ao sobre a importˆancia da proficiˆencia lingu´ıstica para a seguran¸ca
da avia¸ao levou a ICAO a revisar os requisitos relativos ao uso da l´ıngua para
comunica¸oes radiotelefˆonicas. A emenda 164 do Anexo 1 estabelece n´ıveis m´ınimos
de proficiˆencia lingu´ıstica para pilotos, controladores de tr´afego ereo e operadores
de esta¸ao aeron´autica.
A emenda 164 introduz uma escala de n´ıveis de proficiˆencia lingu´ıstica aplic´avel
a falantes nativos e n˜ao-nativos e recomenda um cronograma de testes para demons-
tra¸ao desta proficiˆencia. A ANAC ´e respons´avel apenas pela avalia¸ao e certifica¸ao
dos pilotos de avi˜ao e de helic´optero que conduzem opera¸oes internacionais. Na
legisla¸ao brasileira, o regulamento que faz referˆencia `a emenda supracitada ´e o
RBHA 61, mais especificamente no item 61.10, no Apˆendice B.
Comunica¸oes radiotelefˆonicas seguras requerem ao apenas o uso das fraseolo-
gias padronizadas, mas tamem exigem que pilotos e controladores tenham facilidade
para conseguir entendimento m´utuo atrav´es do uso de sua habilidade lingu´ıstica.
Os falantes nativos e especialistas da L´ıngua Inglesa precisam desenvolver e usar es-
trat´egias que reduzam o risco da falta de compreens˜ao, assegurando que seus conhe-
cimentos e proficiˆencia na L´ıngua Inglesa sejam compreens´ıveis para a comunidade
aeron´autica internacional.
Por este motivo, os requisitos de proficiˆencia lingu´ıstica estabelecidos pela ICAO
est˜ao relacionados com a avalia¸ao da proficiˆencia comunicativa (speaking) e de
compreens˜ao (listening). A ICAO adotou o uso de uma escala padronizada para
toda a comunidade da avia¸ao que ´e o ICAO Language Proficiency Rating Scale
38
(Apˆendice B do RBHA 61). Esta escala define seis n´ıveis de proficiˆencia lingu´ıstica,
que vai do Pr´eelementar (N´ıvel 1) ao Expert (N´ıvel 6). A escala abrange as seis
seguintes disciplinas: pron´uncia, gram´atica, vocabul´ario, fluˆencia, compreens˜ao e
intera¸oes orais. A ANAC, a partir de 05 de mar¸co de 2008, come¸cou a avaliar
os profissionais que possuem licen¸cas de piloto de avi˜ao e helic´optero, utilizando a
escala de n´ıveis de proficiˆencia da ICAO, sendo que o profissional avaliado dever´a
atingir pelo menos o N´ıvel Operacional (N´ıvel 4).
A avalia¸ao acontece em duas etapas:
1. Pr´eteste (Pretest), contendo quest˜oes de compreens˜ao escrita e oral, ´e reali-
zado em computador. O teste aborda situa¸oes vivenciadas por pilotos nas
intera¸oes piloto/controlador. O objetivo da primeira etapa ´e selecionar can-
didatos com os n´ıveis 4, 5 ou 6 para enao fazerem a segunda etapa, o Teste
de Proficiˆencia. Os candidatos que obtiveram N´ıveis 3, 2 ou 1 ser˜ao obrigados
a realizar nova prova ap´os um per´ıodo determinado pela ANAC;
2. Teste de proficiˆencia (Proficiency Test) aplicado por um examinador da ANAC,
em hor´ario e local determinados. O examinador dever´a avaliar as habilidades
de fala (speaking) e compreens˜ao (listening) do candidato.
Ap´os a primeira avalia¸ao, os candidatos com proficiˆencia lingu´ıstica abaixo do
N´ıvel N´ıvel 6 ao formalmente avaliados de acordo com o seu n´ıvel de proficiˆencia.
A ICAO recomenda que o intervalo entre uma avalia¸ao e outra seja de 6 anos
para os candidatos que apresentaram N´ıvel Avan¸cado (N´ıvel 5). Os candidatos
que obtiveram N´ıvel Operacional (N´ıvel 4) dever˜ao fazer o teste novamente em um
intervalo de 3 anos.
A L´ıngua Inglesa ´e considerada a l´ıngua oficial na Avia¸ao Comercial e o inglˆes
americano ´e o mais difundido. A L´ıngua Inglesa na Avia¸ao Comercial ´e super-
povoada de termos que apresentam elementos lingu´ısticos com ra´ızes latinas e gregas.
Por isso, talvez pela sua plasticidade, o inglˆes tenha sido adotado nos treinamentos
realizados na Escola de Especialista e nas aulas pr´aticas nos simuladores da empresas
a´ereas. Portanto, nada mais justo que um ´org˜ao ao respeitado como a ICAO para
regulamentar e ficar respons´avel pela tarefa de normatizar os testes de proficiˆencia
de L´ıngua Inglesa a serem aplicados nos comandantes, pilotos, controladores de voo
e comiss´arios de bordo.
Esta disserta¸ao tem como objetivo central, trazer um aporte, em forma de
dicion´ario lingu´ıstico para essas quest˜oes de L´ıngua Inglesa, em uma ´area que nos
parece fundamental, a do Check-list.
39
No pr´oximo cap´ıtulo, apresentamos algumas reflex˜oes te´oricas sobre o exico e
seu armazenamento.
40
Cap´ıtulo 3
Fundamenta¸ao Torica
3.1 O L´exico e a Comunica¸ao
Quando pensamos no ato da comunica¸ao escrita ou falada de uma determinada
l´ıngua n˜ao h´a como deixar de lado a importˆancia do l´exico e a contribui¸ao que pode
oferecer para o desenvolvimento e progresso da sociedade. Portanto, antes de definir-
mos o que ao as ´areas do conhecimento (Lexicologia, Lexicografia,Terminologia e
Terminografia), temos que definir o que ´e o l´exico de uma l´ıngua e como se organiza.
Para Dubois e colaboradores [1], a palavra l´exico, como termo lingu´ıstico geral,
designa o conjunto das unidades que formam a l´ıngua de uma comunidade, de uma
atividade humana, de um locutor, etc. Por essa raz˜ao, l´exico entra em diversos
sistemas de oposi¸ao, conforme o modo pelo qual ´e considerado o conceito.
Ainda segundo Dubois e colaboradores [1], em rela¸ao `a lexicografia, a palavra
l´exico pode evocar dois tipos de obras: um livro que compreenda a lista dos termos
utilizados por um autor, por uma ciˆencia ou uma ecnica, ou enao um dicion´ario
bil´ıngue reduzido `a coloca¸ao em paralelo das unidades exicas das duas l´ınguas
confrontadas. Por esse motivo, exico se op˜oe a dicion´ario. Dubois considera o termo
l´exico reservado `a l´ıngua, e o termo vocabul´ario ao discurso. Segundo Genouvrier
e Peytard [2], o exico ´e o conjunto {L} de todas as palavras que num momento
dado est´a `a disposi¸ao do falante. ao as palavras que ele pode, oportunamente,
empregar e compreender; constituem seu l´exico individual (vocabul´ario ativo).
41
3.2 A Rela¸ao de Inclus˜ao da Palavra no L´exico
Global e Individual
Genouvrier e Peytard [2] afirmam que no processo seletivo de uso do l´exico
individual feito pelo locutor, um n´umero indeterminado de palavras fica exclu´ıdo
desse l´exico, por exemplo, todas as palavras que o locutor ainda ao encontrou no
uso quotidiano de sua linguagem. Segundo Cunha [3], uma palavra ´e constitu´ıda de
elementos materiais (vogais, consoantes, semivogais, s´ılabas, acento onico) a que se
a um sentido e que se presta a uma classifica¸ao, portanto palavras ao unidades
menores com significados.
Como sugerem Isquerdo e Krieger [4], a palavra sempre foi a mensageira de
valores pessoais e sociais que traduzem a vis˜ao de mundo do homem enquanto ser
social. O homem utiliza a palavra para nomear e caracterizar o mundo que o rodeia.
A palavra exerce seu poder sobre o universo natural, registra e perpetua a cultura.
As duas pesquisadoras afirmam que estudar o l´exico, como repert´orio de palavras
das l´ınguas naturais, traduz o pensamento das diferentes sociedades no decurso da
hist´oria, e implica em resgatar a cultura de uma sociedade ou de uma civiliza¸ao.
Genouvrier e Peytard [2] afirmam que toda a sociedade disp˜oe de uma soma
consider´avel de palavras, de que se pode estabelecer em teoria o invenario de uma
determinada l´ıngua (thesaurus). O invenario de uma l´ıngua constitui o l´exico geral
ou l´exico global. Cada exico individual ao ´e sen˜ao uma parte estruturada desse
l´exico global. Para eles, o conjunto de palavras efetivamente empregadas pelo locutor
em um ato de fala preciso, exato, ´e o seu vocabul´ario.
Este vocabul´ario ´e atualizado com um n´umero de palavras pertencentes ao l´exico
individual do locutor. Entretanto, o vocabul´ario e o l´exico de uma l´ıngua acham-
se em rela¸ao de inclus˜ao, pois o vocabul´ario ´e uma parte de dimens˜oes vari´aveis
conforme as solicita¸oes de momento do exico individual, que faz parte do exico
global de uma l´ıngua [2].
3.3 O Enriquecimento de uma L´ıngua
Obras terminol´ogicas e terminogr´aficas publicadas procuram solucionar o dilema
colocado por Genouvrier e Peytard. Segundo esses autores, a riqueza (quantitativa e
qualitativa) do vocabul´ario ´e fun¸ao da riqueza do l´exico [2]. Portanto, como pode-
mos enriquecer o l´exico global de uma l´ıngua, ou o l´exico individual do falante? A
42
necessidade de aquisi¸ao de tecnologia estrangeira leva uma comunidade lingu´ıstica
importar parte do l´exico global e exico individual de outra l´ıngua estrangeira.
De acordo com Biderman [5], a palavra ajuda a transfigura¸ao da experiˆencia
humana num universo de discurso e assume diferentes dimens˜oes dependendo da
natureza do discurso. Toda a produ¸ao tecnol´ogica e cient´ıfica global gera a necessi-
dade de transferˆencia e aquisi¸ao de tecnologia de outras comunidades lingu´ısticas.
A necessidade de importar conhecimentos dos pa´ıses produtores de tecnologia e
ciˆencia desencadeia a necessidade da inclus˜ao de parte do l´exico global estrangeiro.
O intercˆambio tecnol´ogico, cient´ıfico e cultural cria a necessidade de elaborarem-se
produtos terminol´ogicos bil´ıngues ou pluril´ıngues que eem conta das terminologias
utilizadas para a consolida¸ao e solidifica¸ao do intercˆambio entre pa´ıses importa-
dores e exportadores de tecnologia.
A integra¸ao e adequa¸ao de parte do exico global importado das l´ınguas es-
trangeiras tˆem que considerar as especificidades de cada l´ıngua: (a) a delimita¸ao
dos ˆambitos especializados, (b) a identifica¸ao dos termos, (c) o estabelecimento das
defini¸oes e de equivalentes.
Portanto, a incorpora¸ao de parte do l´exico global estrangeiro ou exico global
para a L´ıngua Portuguesa poder´a acontecer com a execu¸ao de um trabalho termi-
nol´ogico e terminogr´afico sobre a ´area e a l´ıngua de especialidade. Deste modo, os
trabalhos terminol´ogicos e terminogr´aficos possibilitam a ocorrˆencia da aquisi¸ao e
utiliza¸ao de tecnologia importada. Quando isto ocorrer o exico global da L´ıngua
Portuguesa ´e ampliado, renovado e enriquecido gra¸cas `a incorpora¸ao de parte do
l´exico estrangeiro importado.
O lado positivo do intercˆambio da produ¸ao cultural, ecnica e cient´ıfica entre
pa´ıses ´e a produ¸ao e fomenta¸ao do l´exico global que acaba sendo revitalizado. O
enriquecimento do l´exico global da l´ıngua proporciona ao falante uma carga lexical
atualizada e ampliada que o ajudar´a a adquirir a ´area de conhecimento importado.
Consequentemente, o falante ampliar´a seu l´exico individual que ser´a usado nas
comunica¸oes feitas por especialistas da ´area de conhecimento. O enriquecimento
e sele¸ao do vocabul´ario ao controlados pelas rela¸oes ocio-culturais do falante.
As defini¸oes das palavras adquiridas de parte do exico global importado dever˜ao
apresentar defini¸oes a consagradas pelo uso, frequˆencia de ocorrˆencia no l´exico da
l´ıngua de chegada.
43
3.4 A Funcionalidade da L´ıngua de Especialidade
com seus Termos
Quando importamos tecnologia estamos importando uma l´ıngua estrangeira e
sua l´ıngua de especialidade tamb´em, que na busca da precis˜ao conceitual utiliza
termos pr´oprios com os quais circunscrevem conceitos e transmitem conhecimentos
espec´ıficos.
Entende-se por termo uma unidade lexical cuja caracter´ıstica principal ´e veicular
um conhecimento especializado das chamadas l´ınguas de especialidade. A utiliza¸ao
pr´atica desta l´ıngua ´e possibilitar a comunica¸ao entre especialistas. O termo como
facilitador da comunica¸ao entre os especialistas permite que profissionais possam
escapar das ambiguidades, das polissemias, dos sentidos conotados que o uso do
l´exico geral da l´ıngua favorece [6].
A utiliza¸ao adequada de termos ou de terminologias ´e essencial para a rea-
liza¸ao das comunica¸oes especializadas, pois o uso correto dos conceitos possibilita
o assentamento de todos os tipos de comunica¸ao oral ou escrita. A necessidade do
uso adequado de termos tem se intensificado com a globaliza¸ao.
Atrav´es da l´ıngua de especialidade a comunica¸ao ´e realizada de modo mais
eficiente e a transferˆencia de tecnologia torna-se mais adequada, ocorrendo assim
o estabelecimento correto de oes de coopera¸ao internacional [6]. Por isso, ´e
necess´ario o seu conhecimento e a sua divulga¸ao. A funcionalidade operada pelos
termos da l´ıngua de especialidade estrangeira ´e o grande facilitador na transmiss˜ao
de conhecimento e tecnologia.
A cria¸ao ou amplia¸ao do exico de uma l´ıngua ´e influenciada pela tecnologia
e pela ciˆencia. Cada sociedade constr´oi e cria seu instrumental lingu´ıstico para
designar ou definir conceitos novos, a partir de modelos lingu´ısticos herdados dos
seus falantes. Os termos t´ecnicos da l´ıngua de especialidade ao criados a partir dos
padr˜oes lexicais a existentes nesta l´ıngua, pois eles ao gerados com base na ogica
da l´ıngua em quest˜ao, segundo os padr˜oes lexicais nela existentes [5].
Podemos observar a frequente ocorrˆencia e execu¸ao de empr´estimos, sobretudo
os anglicismos, em consequˆencia do papel hegemˆonico exercido pelos Estados Unidos
no mundo contemporˆaneo. Com o ermino da II Grande Guerra, a L´ıngua Inglesa,
principalmente o inglˆes americano, tornou-se a l´ıngua universal, ou l´ıngua franca,
da ciˆencia e da tecnologia [5].
Importar parte do exico global de uma l´ıngua estrangeira, ou seja, a sua l´ıngua
44
de especialidade ´e uma estrat´egia que visa facilitar as condi¸oes de comunica¸ao
que se ap´oiam no acesso a repert´orios terminol´ogicos da l´ıngua estrangeira que ir˜ao
se compor como repert´orios bil´ıngues, pluril´ıngues, etc. Esses repert´orios passam a
assumir a fun¸ao de valor de referˆencia bil´ıngue ou pluril´ıngue relacionado com as
escolhas lingu´ısticas adequadas `as diferentes propostas de comunica¸ao.
A necessidade de obras bil´ıngues ou pluril´ıngues atinge um p´ublico cada vez
maior em raz˜ao da diversidade de comunica¸ao e do tipo de profiss˜ao exercida pelos
falantes. Assim, o interesse por repert´orios terminol´ogicos ao est´a mais limitado aos
especialistas, usu´arios diretos, mas aos usu´arios indiretos da terminologia que ao:
tradutores, inerpretes, redatores ecnicos, professores, documentalistas, cientistas,
jornalistas, estilistas, lexic´ografos e termin´ologos, e estudantes universit´arios [6].
A excessiva produ¸ao tecnol´ogica gera um impacto na produ¸ao e inser¸ao de
informa¸ao na sociedade. A necessidade de consumo de tecnologia acarreta na vul-
gariza¸ao dos termos t´ecnicos e cient´ıficos, que aos poucos ao sendo incorporados
ao exico comum da l´ıngua. A vulgariza¸ao dos produtos terminol´ogicos est´a rela-
cionada ao processo de alfabetiza¸ao t´ecnico - cient´ıfica do p´ublico ao especialista.
O p´ublico ao especialista passa a usar e incorporar os termos da l´ıngua de espe-
cialidade no l´exico individual.
A motivao da aquisi¸ao do produto terminol´ogico por ao especialistas nasce
da necessidade de ordem profissional ou acadˆemica. A funcionalidade dos l´exicos
tem´aticos e seu uso padronizado resultam em eficiˆencia e qualidade nos setores
produtivos, porque melhora o processo de comunica¸ao verbal e escrita entre os
usu´arios diretos (os especialistas) ou indiretos (tradutores, inerpretes, redatores
t´ecnicos, etc.). O uso de um padr˜ao terminol´ogico acaba sendo positivo do ponto de
vista econˆomico e comercial, porque aumenta a competitividade e a dinamicidade
das trocas comerciais e intelectuais entre empresas, escolas e pa´ıses.
O estudo da palavra tem arios percursos a serem percorridos ao longo da sua
trajet´oria hist´orica, e a palavra pode ser estuda por diferentes ciˆencias da linguagem:
a Lexicologia, a Lexicografia, a Terminologia e a Terminografia, sendo que as trˆes
ciˆencias que estudam o exico ao: a Lexicologia, a Lexicografia e a Terminologia.
45
3.5 O Papel da Lexicologia na Forma¸ao do L´exico
Global de uma L´ıngua
Dentre as ciˆencias da linguagem, a Lexicologia ´e uma das ciˆencias mais antigas.
A Lexicologia ´e um dos ramos da Lingu´ıstica, cujo objeto de estudo cient´ıfico ´e o
l´exico, mais especificamente, das palavras de uma l´ıngua. A Lexicologia se preocupa
com o componente lexical geral ao especializado das l´ınguas. O exico de uma
l´ıngua ´e a primeira via de acesso a um texto que o falante tem para enxergar o
mundo [5].
´
E atraes do l´exico de uma l´ıngua que o falante pode entrar em contato com
valores sociais e tecnol´ogicos. A palavra ´e o ve´ıculo de contato do falante com
os costumes, cren¸cas, inovoes tecnol´ogicas, transforma¸oes sociais, econˆomicas e
pol´ıticas de uma comunidade. Enfim, tudo que comp˜oe o universo f´ısico de uma
comunidade passa a ser representado e nomeado por meio de vocabul´arios ecnico-
cient´ıficos, vocabul´arios regionais, tecnoletos, formas verbais e sistemas onom´asticos.
A Lexicologia est´a voltada ao estudo do l´exico de arios modos e com vis˜oes
diferentes. Por exemplo, analisa o l´exico, define o universo lexical, o conjunto de vo-
cabul´ario, o l´exico efetivo e o virtual. Al´em disso, a Lexicologia conceitua e delimita
a unidade lexical de base (a lexia), analisa e descreve as estruturas morfol´ogicas,
sinaticas e semˆanticas das unidades lexicais. A Lexicologia tem-se preocupado com
o estudo da cria¸ao lexical, ou mais recentemente, os neologismos.
Segundo Biderman [5], o l´exico se relaciona com o processo de nomear os seres e
objetos. O universo lexical de um grupo sintetiza a sua maneira de ver a realidade
e a forma como estrutura o mundo que os rodeiam e designam as diferentes ´areas
de conhecimento.
O componente lexical de uma l´ıngua ´e dinˆamico, pois amplia e se transmuta
conforme crescem e se alteram as necessidades de referˆencias designativas e con-
ceituais das sociedades. Com isso, os repert´orios lexicais dos sistemas lingu´ısticos
ao universos ilimitados e, por isso, ao podem estabelecer rela¸oes sim´etricas, pois
o exico se articula em combinat´orias sintagm´aticas, gerando um vasto labirinto de
significa¸ao lingu´ıstica.
De modo geral, o estudo da Lexicologia vai desde a filologia e tradu¸ao at´e a
confec¸ao de dicion´arios. No entanto, ´e no campo dos estudos lingu´ısticos que ela
se estabelece, pois subsidia os estudos que analisam as formas lexicais associadas ao
tratamento dos repert´orios lexicais dos sistemas lingu´ısticos. Por isso, constr´oi e pos-
46
sui uma estreita rela¸ao com a ´area de Lexicografia quando se observa o tratamento
que os dicion´arios ao `as unidades lexicais sejam elas complexas ou simples.
No campo da Terminologia constatou-se que a Lexicologia ajuda no exame do
comportamento morfossint´atico das terminologias, mostrando que a constitui¸ao
estrutural das unidades terminol´ogicas sintagm´aticas, predominantes no exico es-
pecializado, ao se distingue das unidades do l´exico geral de uma l´ıngua [7].
A Lexicologia oferece uma an´alise reflexiva do termo e auxilia a Terminologia,
contribuindo com o estudo da cria¸ao lexical, os neologismos, estabelecendo ino-
voes lexicais.
3.6 Lexicografia e seu Lugar Hist´orico
Entre as disciplinas que estudam o l´exico de uma l´ıngua, a Lexicografia tem um
lugar hist´orico, pois sua atividade ´e milenar. O in´ıcio da Lexicografia come¸cou com
a elabora¸ao dos primeiros dicion´arios monol´ıngues e bil´ıngues (latim e uma l´ıngua
moderna) nos s´eculos XV e XVI [5].
A Lexicografia ´e definida como a arte ou t´ecnica de fazer dicion´arios.
´
E a ciˆencia
dos dicion´arios. A Lexicografia estuda a problem´atica dos dicion´arios e se ocupa das
t´ecnicas do trabalho dicionar´ıstico que constr´oi obras de referˆencia. A Lexicografia
´e conduzida pela Terminologia, pois orienta seus fundamentos para o estudo te´orico
e aplicado do termo. A Lexicografia se ocupa do estudo cient´ıfico da unidade lexical
em diferentes contextos de uso profissional.
O trabalho de qualquer dicionarista ´e registrar a norma lexical corrente de uma
sociedade. Para atingir esse objetivo, o lexic´ografo tem que reunir o l´exico geral de
um idioma da maneira mais abrangente poss´ıvel.
O dicion´ario geral de l´ıngua mais atualizado inclui terminologias em seus repert´o-
rios, pois estas integram o componente lexical das l´ınguas. O dicion´ario geral de
l´ıngua registra informa¸oes etimol´ogicas e gramaticais tais como: enero, ortografia,
regˆencia, indica¸ao de usos regionais e profissionais. O dicion´ario ´e enao um objeto
cultural importante, porque passa a servir como uma fonte de referˆencia sobre o
comportamento e a constitui¸ao das palavras de natureza lexical e gramatical [8].
Em sua essˆencia, a Lexicografia era considerada como uma atividade aplicada.
Durante muito tempo, ela foi vista como uma atividade desprovida de car´ater
cient´ıfico, porque desde a sua antiga origem apenas se preocupava em correla-
cionar palavras e seus respectivos significados. Por isso, ela ao apresentava um
saber te´orico, limitando-se apenas a ser vista como uma t´ecnica de interpreta¸ao
47
semˆantica, mas ao como um estudo descritivo de uma l´ıngua.
´
E a partir da d´ecada de 60 que a Lexicografia passa a se guiar por um paradigma
te´orico-semˆantico trabalhando com o funcionamento morfossint´atico do l´exico. O
estabelecimento desse paradigma conferiu `a Lexicografia um car´ater descritivo e
alavancou o advento da Lexicografia Torica, cujo objeto de estudo ´e estabele-
cer princ´ıpios e descrever os problemas e m´etodos envolvidos nas aplica¸oes lexi-
cogr´aficas. Enfim, a Lexicografia Torica passa a oferecer subs´ıdios para o de-
senvolvimento da confec¸ao de dicion´arios gerais, pois estabelece a metodologia
cient´ıfica para a cria¸ao de dicion´arios.
3.7 A Terminologia e suas Aplica¸oes na Sociedade
Moderna
O exico de uma l´ıngua ´e a pedra fundamental do estudo de todas as ciˆencias
da linguagem: a Lexicologia, a Lexicografia, a Terminologia e a Terminografia. No
caso da Terminologia n˜ao poderia ser diferente, pois o l´exico aqui estar´a inserido em
uma a´erea de conhecimento, ou seja, em um contexto ecnico. Assim, a palavra es-
pecializada ou a unidade lexical estar´a sendo estudada cientificamente nos contextos
de uso profissional e acadˆemico.
A Terminologia realiza o estudo te´orico e aplicado dos termos. Os termos ao
palavras ecnicas que o falante se depara quando entra em contato com um texto
t´ecnico ou cient´ıfico area de especialidade). Os termos revelam a especializa¸ao da
a´erea de conhecimento e a caracteriza¸ao da linguagem de especialidade.
A linguagem de especialidade ´e um sistema de comunica¸ao usado por especia-
listas de ´areas t´ecnicas, cient´ıficas, etc., em uma situa¸ao de comunica¸ao especiali-
zada. Esse repert´orio lingu´ıstico ao difere daquele usado na l´ıngua comum, porque
seu padr˜ao morfol´ogico, fonol´ogico, sint´atico e semˆantico ´e semelhante ao padr˜ao da
l´ıngua comum ou l´ıngua geral.
O padr˜ao da l´ıngua de especialidade o difere na sele¸ao lexical, pois o termo
´e sua marca registrada. O item marcado tematicamente ´e o termo. O termo ´e a
unidade lexical da linguagem de especialidade, da mesma forma que a palavra ´e a
unidade lexical da l´ıngua geral ou comum.
Segundo Cabr´e [9] os termos permitem a transferˆencia do conhecimento da ´area
de especialidade, pois ao unidades de comunica¸ao e de express˜ao de uma ´area de
conhecimento especializada. O termo ´e uma palavra “ativada por suas condi¸oes
48
pragm´aticas de adequa¸ao a um tipo de comunica¸ao”.
As “palavras”, unidades lexicais, o se tornam termos quando ao definidas e
empregadas em textos de especialidade. Os textos de especialidade tˆem por objetivo
transmitir uma informa¸ao. Os componentes lexicais especializados, presentes nesses
textos, possibilitam denominar objetos, processos e conceitos que as ´areas cient´ıficas,
t´ecnicas e tecnol´ogicas criam e delimitam.
A estudiosa Lidia Almeida Barros [10] afirma que o termo ´e a unidade padr˜ao
da Terminologia.
´
E uma unidade lexical com um conte´udo espec´ıfico dentro de um
dom´ınio espec´ıfico. Segundo Barros, o conjunto de termos de uma ´area especializada
chama-se conjunto terminol´ogico, e este conjunto denomina os seus conceitos.
O termo pode ser analisado sob o ponto de vista do significado e do significante,
das rela¸oes de sentido que mant´em com os outros termos (sinˆonimo, homˆonimos,
etc.), de seu valor sociolingu´ıstico (usos, preferˆencias, conota¸oes, processo de ba-
naliza¸ao, etc.) e outros.
Os termos o passam a existir como unidades terminol´ogicas quando estiverem
inseridos dentro de um determinado conjunto de conceitos de uma ´area especializada.
As unidades lexicais convertem-se em unidades terminol´ogicas porque se encontram
inseridas em um sistema lingu´ıstico especializado, ou seja, o estatuto de uma unidade
lexical especializada ´e definido por sua inser¸ao contextual [9].
Uma ciˆencia o come¸ca a existir ou consegue se impor na medida em que faz
existir e impor seus conceitos atrav´es das denomina¸oes. Denominar, isto ´e, criar
um conceito, ´e, ao mesmo tempo, a primeira e ´ultima opera¸ao de uma ciˆencia [11].
Uma unidade terminol´ogica consiste em uma palavra `a qual se atribui um con-
ceito com o seu significado, ao passo que, para a maioria dos linguistas atuais, a
palavra ´e uma unidade insepar´avel composta de forma e conte´udo. O conceito ´e
o componente primordial para a atribui¸ao do status terminol´ogico dado a uma
unidade lexical da l´ıngua. O entendimento de uma unidade lexical da l´ıngua, en-
quanto termo, est´a apoiado na dimens˜ao conceitual do signo lingu´ıstico, que res-
ponde, neste caso, pelo denominado conte´udo especializado.
Uma unidade lexical o adquire o status de termo quando esta se distingue con-
ceitualmente de outra unidade lexical de uma mesma terminologia. Al´em disso, as
unidades terminol´ogicas ao sofrem invariabilidade semˆantica, pois as unidades ter-
minol´ogicas ao sofrem os efeitos de adquirirem significados diferentes dependendo
do contexto discursivo que se encontram, mas limitam-se a expressar conte´udos das
ciˆencias e das ecnicas.
A precis˜ao conceitual contribui para elidir ambiguidades e jogos polissˆemicos
49
frequentes no uso do exico geral da l´ıngua, pois o objeto de interesse da Terminolo-
gia ´e somente o l´exico especializado. Por ser considerado um ramo da Lingu´ıstica
Aplicada, a Terminologia preocupa-se em organizar os termos t´ecnico-cient´ıficos de
modo a favorecer a univocidade da comunica¸ao especializada. Os termos, signos
lingu´ısticos monossˆemicos, veiculam somente o significado espec´ıfico de cada ´area.
Os termos estabelecem uma ´unica referˆencia com o mundo externo, sempre com
uma vis˜ao da ´area em que a unidade lexical est´a inserida [11].
A Terminologia passa a representar fisicamente, atrav´es dos seus componentes
lexicais especializados, os conceitos (conte´udo) de uma ciˆencia. Por isso, o de-
senvolvimento de uma ciˆencia sempre se encontra atrelado ao desenvolvimento e
estabelecimento da constitui¸ao do seu conjunto terminol´ogico.
´
E ele quem realiza
a interface de comunica¸ao entre os especialistas de um mesmo campo de atua¸ao.
Isso acaba favorecendo o processo de comunica¸ao entre especialistas, pois a exa-
tid˜ao conceitual ´e considerada como a condi¸ao necess´aria para a transmiss˜ao de
conhecimento [11].
Cada vez mais, a Terminologia assume um papel importante na sociedade porque
facilita e coopera com a integra¸ao entre as diferentes comunidades existentes e
relacionadas aos processos de desenvolvimento e transferˆencia de tecnologias. Para
os especialistas, a Terminologia ´e o reflexo formal da organiza¸ao conceitual de uma
especialidade, ´e um meio inevit´avel de express˜ao e comunica¸ao profissional [11].
3.8 A Terminologia e sua Fun¸ao
A Terminologia tem como objeto de estudo o termo de uma ´area especializada.
Todas as unidades lexicais especializadas que receberam o status de termos passam
por um recenseamento. Nesse recenseamento, todas as unidades terminol´ogicas dos
dom´ınios especializados s˜ao estudadas, em uma ou mais l´ınguas, e suas significa¸oes,
rela¸oes conceituais (onomasiologias) e profissionais ao mantidas e consideradas. O
recenseamento destas unidades terminol´ogicas tem como objetivo a cria¸ao de obras
de referˆencia especializadas (aplica¸ao pr´atico-te´orica da Terminografia).
A Terminografia procura compilar e sistematizar fisicamente o universo de ter-
mos que comp˜oem uma determinada ´area especializada. Ap´os isto, ela cria uma
obra e registra os termos de um dom´ınio com a finalidade de oferecer informa¸oes
conceituais e lingu´ısticas. A aplica¸ao pr´atica da Terminografia est´a relacionada
com a produ¸ao de gloss´arios, dicion´arios t´ecnicos ou terminol´ogicos e bancos de
dados. A Terminografia toma o termo como seu objeto de estudo para descrever,
50
formular, definir e conceituar um universo profissional.
Entre os objetivos pr´aticos da Terminografia podemos destacar: (a) a identi-
fica¸ao das terminologias, (b) o reconhecimento da variedade de suas formas, tanto
no plano lingu´ıstico como semi´otico, (c) os princ´ıpios de an´alise do funcionamento
dos termos com inten¸ao de serem registrados como instrumento de referˆencia espe-
cializado.
Neste sentido, os estudos Terminogr´aficos auxiliam na produ¸ao e no estabele-
cimento de fundamentos dos princ´ıpios te´oricos e metodol´ogicos para a aplica¸ao
pr´atica da realiza¸ao das obras de referˆencia. Os estudos terminogr´aficos buscam
a funcionalidade da obra produzida, a adequa¸ao das defini¸oes terminol´ogicas, a
pertinˆencia das informa¸oes gramaticais, etc., que comp˜oem as obras de referˆencia
tem´aticas.
A ado¸ao de uma pr´atica te´orica e metodol´ogica direciona o tratamento que deve
ser dado `as unidades terminol´ogicas pois suas estruturas variam de acordo com o
conte´udo de cada obra: gloss´ario terminol´ogico monol´ıngue, bi ou multil´ıngue, ou
ainda um banco de dados de terminologias. Cada obra recebe um tratamento ter-
minogr´afico diferente porque apresenta um universo diferente. Portanto, a Termino-
grafia busca na Terminologia a fundamenta¸ao te´orica para a pr´atica da elabora¸ao
de vocabul´arios t´ecnicos, cient´ıficos e especializados. ao estes estudos sobre os
termos que oferecem o suporte te´orico para a produ¸ao de obras terminogr´aficas.
Nesse sentido, a Terminografia cria uma metodologia pr´opria para a elabora¸ao de
dicion´arios terminol´ogicos porque prop˜oe novos modelos de tratamento de dados e
analisa seu objeto de estudo (o dicion´ario) atrav´es de uma ´otica cient´ıfica.
Portanto, podemos afirmar que a Terminografia pode ser considerada uma ciˆencia
aplicada. As obras terminogr´aficas ao elaboradas, antes de tudo, para oferecer
informa¸oes de um determinado campo de conhecimento, relacionadas ao l´exico
usado com valor especializado, e cujos conceitos ao articulados pelas defini¸oes
encontradas na pr´opria ´area de especialidade.
3.9 Os Dicion´arios
As obras de referˆencia que contˆem no seu bojo o conjunto dos termos de um
dom´ınio especializado (de uma t´ecnica, uma ciˆencia, uma profiss˜ao etc.) ao chama-
das de obras terminogr´aficas. As obras de referˆencia que registram unidades lexicais
em todas as acep¸oes em um sistema lingu´ıstico ao chamadas de obras lexicogr´aficas,
e seus representantes ao os dicion´arios de l´ıngua e os dicion´arios especiais. Para
51
Barros [12], de modo gen´erico, toda obra lexicogr´afica e terminogr´afica pode ser
chamada de repert´orio ou dicion´ario.
Dentre os produtos lexicogr´aficos e terminol´ogicos produzidos pelos lexic´ografos
e terminol´ogos podemos citar, por exemplo, as seguintes obras: (a) os dicion´arios
de l´ıngua, (b) os dicion´arios de terminologia, (c) as enciclop´edias, (d) os gloss´arios,
(e) o l´exico, etc.
Segundo Barbosa [13], um dicion´ario ´e uma obra que se situa no n´ıvel do sistema
lingu´ıstico e cont´em o conjunto das unidades lexicais de uma l´ıngua em todas as
acep¸oes e contextos. Por outro lado, o vocabul´ario situa-se no n´ıvel da norma e
recobre um ou mais universos de discurso, e o conjunto vocabular tratado nesta obra
constitui o subconjunto do universo lexical. Por fim, o gloss´ario situa-se no n´ıvel da
fala reunindo as palavras-ocorrˆencia de um texto espec´ıfico.
A realiza¸ao e produ¸ao de dicion´arios seguem certos crit´erios pr´e-estabelecidos
quando o material est´a sendo coletado e compilado para confec¸ao da obra: (a)
o p´ublico-alvo ´e um dos aspectos a serem considerados; (b) a relevˆancia das in-
forma¸oes privilegiadas que podem ser de natureza lingu´ıstica e extralingu´ıstica; (c)
a disposi¸ao das entradas pela forma ou pelo conte´udo que pode ser feita em ordem
alfab´etica ou em ordem pelo conte´udo; (d) o n´umero de unidades lingu´ısticas que
dever˜ao compor a lista de entradas pode ser extensiva ou intensiva. Caso o trabalho
terminogr´afico e ˆenfase em levantar o maior n´umero poss´ıvel de unidades de uma
l´ıngua ou de um dom´ınio, a caracteriza¸ao ser´a extensiva. Se o objetivo do tra-
balho for o de oferecer grande n´umero de informa¸oes (defini¸oes, etimologia, dados
hist´oricos, etc.), enao ela ser´a intensiva.
Na compila¸ao de vocabul´arios por dom´ınio, um dos princ´ıpios a ser adotado
´e que os vocabul´arios de base de um dom´ınio o podem ser sistem´aticos e ao-
alfab´eticos, porque os vocabul´arios especializados seguem logicamente uma clas-
sifica¸ao sistem´atica e por isso ao chamados de vocabul´arios terminol´ogicos. Por-
tanto, a organiza¸ao da macroestrutura de um vocabul´ario deve exprimir as rela¸oes
existentes entre os conceitos, mas essa rela¸ao ´e inexistente nesses vocabul´arios, pois
a classifica¸ao dos termos ´e de ordem alfab´etica.
3.10 Terminologia e Tradu¸ao
A elabora¸ao de um produto lexicogr´afico e terminol´ogico sempre est´a dire-
cionada ao p´ublico-alvo. A necessidade de consumo de obras de referˆencia ´e va-
riada podendo ser de ordem econˆomica, profissional, acadˆemica e pessoal. Por-
52
tanto, o p´ublico-alvo de obras de referˆencia ´e composto por estudantes, professores,
pesquisadores, acadˆemicos, tradutores, inerpretes, redatores, revisores de textos e
quaisquer especialistas que necessitem adquirir informa¸oes variadas sobre o dom´ınio
pesquisado.
Com a maci¸ca produ¸ao e intercˆambio de informa¸oes acadˆemicas e tecnol´ogicas,
muitas pessoas se vˆeem obrigadas a adquirir conceitos que eram desconhecidos. A
necessidade de entrar em contato com um universo novo de conhecimento de uma
´area especializada induz o falante a se familiarizar com conceitos cujos significados
ao fazem parte do seu l´exico global e do seu exico individual.
A falta de familiariza¸ao com novos conceitos e a necessidade de se consumir
tecnologias estrangeiras, cujo idioma o falante ao domina, influencia a produ¸ao
de obras de referˆencia bil´ıngues ou multil´ıngues. Portanto, as obras de referˆencia
ajudam o falante a entrar em contato com a ´area de conhecimento.
O interesse por informa¸ao tecnol´ogica e acadˆemica e as transa¸oes comerciais e
financeiras ao fatores determinantes no incremento das rela¸oes internacionais, que
influenciam a produ¸ao e o consumo de tradu¸ao t´ecnica. Na pr´atica tradut´oria de
textos especializados, os tradutores acabam deparando-se com termos com graus de
especificidade que possibilitam a veicula¸ao de conceitos pr´oprios de uma ´area de
conhecimento. Esses exicos tem´aticos representam uma forma de express˜ao t´ıpica
da comunica¸ao profissional.
As nomenclaturas cient´ıficas demonstram a necessidade dos cientistas inventarem
uma linguagem pr´opria constitu´ıda de componentes gregos e latinos. A ado¸ao de re-
cursos morfossinaticos torna a comunica¸ao un´ıvoca porque foge das ambiguidades,
das polissemias, dos sentidos conotados que a utiliza¸ao do exico geral da l´ıngua
favorece. Isto induz `a cria¸ao de l´exicos particulares por parte dos especialistas para
nomearem suas descobertas.
Neste momento, o trabalho do tradutor acaba sendo valorizado e necess´ario,
porque suas tradu¸oes t´ecnicas possibilitam as trocas de informa¸oes entre profissio-
nais. Nas tradu¸oes t´ecnicas, os tradutores s˜ao obrigados a atuar como termin´ologos
quando se deparam com termos que ao configuram nos dicion´arios terminol´ogicos
ou nos bancos de dados especializados. Os tradutores precisam ter ao o o conhe-
cimento das unidades terminol´ogicas e forma¸ao te´orico-aplicada em terminologia,
mas acesso aos repert´orios terminol´ogicos usados nas comunica¸oes especializadas
das duas l´ınguas.
O tradutor compreende que uma boa tradu¸ao ao deve apenas expressar o
mesmo conte´udo do texto de partida, mas fazˆe-lo com as formas que um falante
53
nativo da l´ıngua de chegada utilizaria, usando os mesmos recursos lexicais que o
falante nativo da l´ıngua de chegada usaria. Para isto, os tradutores se valem de
vocabul´arios monol´ıngues, bil´ıngues ou multil´ıng¨ues ou ent˜ao realizam pesquisas
terminol´ogicas para fazerem seus trabalhos [14].
Segundo Krieger e Finatto [15], os tradutores atuariam como terminol´ogos para
solucionarem problemas com termos que ao figuram nos dicion´arios terminol´ogicos
editados sobre a mat´eria ou em bancos de dados especializados. A Terminografia
como a Terminologia se relacionam com a pr´atica tradut´oria porque as ferramentas
asicas usadas pelo tradutor ao as obras de referˆencia, os dicion´arios, importantes
instrumentos de trabalho para o tradutor.
O que possibilita a ocorrˆencia da precis˜ao semˆantico-conceitual na tradu¸ao de
textos especializados ´e a utiliza¸ao de terminologia adequada. A adequa¸ao termi-
nol´ogica (precis˜ao semˆantico-conceitual) possibilita o respeito ao estilo do texto, o
que em contrapartida ajuda a aceita¸ao deste na l´ıngua de chegada. A aceita¸ao
das tradu¸oes ecnicas acontece porque o tradutor preocupa-se com a transferˆencia
conceitual e denominativa que o uso da terminologia opera [16].
Do mesmo modo que os tradutores se preocupam em entender os conhecimen-
tos te´oricos sobre a Terminologia e sua aplica¸ao pr´atica, a pr´opria Terminologia
preocupa-se e interessa-se cada vez mais com a elabora¸ao de gloss´arios, dicion´arios
t´ecnicos e bancos de dados bi ou multil´ıngues. A veicula¸ao e a divulga¸ao de Termi-
nologia atrav´es de obras de referˆencia mono, bi e multil´ıngue facilita a comunica¸ao
e a recupera¸ao da informa¸ao no ˆambito do conhecimento especializado.
A tarefa de sistematizar e organizar uma terminologia bil´ıngue o pode ser exe-
cutada adequadamente caso o termin´ologo compartilhe com um tradutor essa tarefa.
Ambas as ´areas, Terminologia e Tradu¸ao, ao se superp˜oem; pelo contr´ario, cada
uma delas apresenta finalidade e produtos diferentes. A Tradu¸ao se preocupa e
se interessa com a produ¸ao de textos em outra l´ıngua. A Terminologia Aplicada
ajuda na elabora¸ao de obras de referˆencia. Embora a Tradu¸ao e a Terminologia
possuam teorias e metodologias diferentes, as duas ciˆencias em um ponto em co-
mum, que ´e o interesse de melhorar e facilitar a comunica¸ao entre especialistas.
As duas disciplinas ao interdisciplinares porque se formaram a partir das ciˆencias
cognitivas, da lingu´ıstica e da teoria de comunica¸ao [17].
54
3.11 Interface entre Tradu¸ao e Terminologia
A finalidade da Tradu¸ao ´e a produ¸ao de textos em outra l´ıngua. A Termi-
nologia Aplicada concentra-se em gerar obras de referˆencia tem´aticas que passam
a ser instrumentos pragm´aticos facilitadores na execu¸ao do trabalho dos tradu-
tores, int´erpretes, redatores ecnicos, etc. A Terminologia realiza um trabalho de
suporte quando elabora suas obras de referˆencia para serem consumidas por esses
profissionais. Como afirma Aubert [18], os tradutores pertencem ao maior grupo
de usu´arios finais da pesquisa terminol´ogica (gloss´arios, dicion´arios ecnicos, base
de dados terminol´ogicos, etc.).
A parceria entre Tradu¸ao e Terminologia ´e muito ben´efica ao tradutor, pois na
tradu¸ao de um texto especializado, o manejo preciso dos termos ajuda a qualificar o
trabalho desenvolvido. Em contrapartida, o uso correto e frequente de terminologias
nas tradu¸oes especializadas ampliam as aplica¸oes terminol´ogicas que passam a
ganhar um alcance mais extenso quando seus elementos encontram-se presentes em
mais de um idioma.
O tradutor geralmente ao disp˜oe de obras de referˆencia que contemplem a ter-
minologia da ´area traduzida. Ele ´e obrigado a criar neologismos ou par´afrases do
termo para resolver os problemas de equivalˆencias semˆanticas. Neste caso, a termi-
nologia ´e usada como uma ferramenta de tradu¸ao que ajuda o tradutor a encontrar
a solu¸ao mais adequada. O tradutor com forma¸ao em Terminologia pode usar
metodologia e recursos da Terminologia para elaborar invenarios de termos mais
apropriados `as suas necessidades.
Em sua maioria, a estrutura¸ao dos termos ecnico-cient´ıficos ao unidades lexi-
cais complexas chamadas de sintagmas terminol´ogicos. O reconhecimento de uma
unidade terminol´ogica ´e dif´ıcil. A identifica¸ao de um termo o ocorre quando
conseguimos delimitar suas fronteiras (identificando seu in´ıcio e seu fim). Outra
dificuldade de identifica¸ao de um termo, tanto para o tradutor como para o ter-
min´ologo, est´a relacionada `a ausˆencia de uma delimita¸ao (demarca¸ao) entre os
limites r´ıgidos do l´exico especializado e do geral, uma vez que o exico especializado
vem sofrendo vulgariza¸ao devido `a ampla veicula¸ao favorecida pelas tecnologias
da informa¸ao [19].
Apesar das dificuldades apresentadas, a Terminologia amplia a competˆencia tex-
tual da produ¸ao de textos t´ecnico-cient´ıficos. A Terminologia oferece subs´ıdios
te´oricos e metodol´ogicos para que o tradutor possa produzir textos com maior rigor
terminol´ogico da l´ıngua de especialidade. Entretanto, a falta de forma¸ao te´orica em
55
Terminologia acarreta em maior tempo gasto na tradu¸ao. Isto obriga o tradutor
a montar seu pr´oprio material, podendo assim comprometer a qualidade do texto
traduzido. O fracasso do seu trabalho pode tamb´em estar associado `a falta de
supervis˜ao de um especialista da ´area de conhecimento.
O tradutor torna-se um usu´ario mais autˆonomo, competente e constante da Lexi-
cologia e Terminologia se adquirir treinamento e qualifica¸ao. Krieger e Finatto [20]
afirmam que o tradutor ao apresenta conhecimentos adequados para a utiliza¸ao
apropriada dos princ´ıpios e orienta¸oes encontrados nos dicion´arios. Por isso, o
tradutor ao consegue tirar o aximo proveito concreto da pr´atica terminol´ogica
sob a forma de dicion´arios especializados.
O tradutor necessita de forma¸ao te´orica e pr´atica de Terminologia, pois negli-
genciar as peculiaridades lingu´ıstico-terminol´ogicas de uma comunidade profissional
pode acarretar em mal sucedidas tradu¸oes que ao atendam `as expectativas dos
leitores dessas comunidades [20].
A aquisi¸ao de forma¸ao na ´area de Terminol´ogica e o conhecimento da uti-
liza¸ao de ferramentas especificamente voltadas para a gest˜ao e caracteriza¸ao de
terminologias podem abrir novas perspectivas de atua¸ao profissional ao tradutor.
Podemos citar alguns bons exemplos da utiliza¸ao e aplica¸ao pr´atica da termi-
nologia nas ind´ustrias de programas computacionais que demandam conhecimentos
te´oricos e pr´aticos de algumas ferramentas de apoio `a tradu¸ao e `a edi¸ao de tex-
tos. Essas empresas desenvolvem programas computacionais que buscam atender `as
necessidades de tradutores e de redatores.
Outra aplica¸ao pr´atica da Terminologia ´e a produ¸ao de gloss´arios, dicion´arios
eletrˆonicos e bancos de dados terminol´ogicos on-line que possibilitam ao tradutor
uma precis˜ao da escolha lexical. O recurso oferecido pelos programas de processa-
mento de texto permitiu a inclus˜ao de um termo, express˜ao ou fraseologia compilada
nos dicion´arios on-line. A Terminologia beneficia tanto a tradu¸ao como a gest˜ao
de informa¸ao porque acentua a investiga¸ao da natureza lingu´ıstico-textual dos
fenˆomenos observados nos textos ecnico-cient´ıficos, quando ´e utilizada como uma
ferramenta funcional. A Terminologia ajuda o tradutor a compreender algumas es-
pecificidades do texto da linguagem t´ecnico-cient´ıfica, pois o tradutor percebe como
os textos ao organizados tanto no plano sint´atico como semˆantico.
56
3.12 Tradu¸ao ecnico-Cient´ıfica, Reda¸ao T´ecnica
e Gest˜ao de Informa¸ao
A disciplina de Terminologia auxilia de maneira impec´avel o of´ıcio tradut´orio
porque, como a foi mencionado, amplia a competˆencia textual e o conhecimento
de uma ´area de especializa¸ao ecnico-cient´ıfica. Ao mesmo tempo, a Terminologia
tem proporcionado arias contribui¸oes ´uteis ao o `a tradu¸ao, mas como tamb´em
`a reda¸ao t´ecnica e `a gest˜ao de informa¸ao.
Krieger e Finatto [21] afirmam que o tradutor passa a ser um usu´ario completo
e competente quando estiver familiarizado e fizer uso constante da Lexicografia, da
Terminografia, da documenta¸ao terminol´ogica, de bases de dados, de tesauros, de
gloss´arios, etc. Enfim, o tradutor dever´a estar familiarizado com obras que estejam
conectadas aos bancos de dados informatizados.
Naturalmente, o uso correto desses recursos o ser´a eficaz caso o tradutor tenha
um treinamento pr´atico relacionado com a produ¸ao terminol´ogica. o assim, o
tradutor pode tirar o aximo proveito dos dicion´arios especializados gerados pela
produ¸ao terminol´ogica. O tradutor precisa conhecer melhor os recursos. Isto na
pr´atica nem sempre acontece porque muitos tradutores desconhecem esses recursos,
ou ao sabem usar corretamente os dicion´arios, porque em geral ao conhecem
muitos dos seus princ´ıpios e orienta¸oes.
O tradutor pode tamem usar ferramentas como os dicion´arios eletrˆonicos e ban-
cos de dados terminol´ogicos on-line para fazer consultas. Neste caso o tempo gasto
ser´a a metade do tempo total empregado em uma consulta a uma obra impressa.
Como sabemos, a escolha lexical mais adequada ao tradutor s´o ´e poss´ıvel se os meios
automatizados ao empregados com adequa¸ao. Atualmente o uso operacional do
computador e da INTERNET permite agilizar e gerenciar a produ¸ao textual, uma
vez que o tradutor consegue inserir nos seus textos de trabalho os recursos encon-
trados nos dicion´arios on-line sobre um termo, express˜ao ou fraseologia.
A Terminologia Aplicada, seja atrav´es do ponto de vista pr´atico ou te´orico, pode
beneficiar tanto a gest˜ao de informa¸oes como tamb´em a tradu¸ao na medida que
acentua e investiga a natureza lingu´ıstico-textual dos fenˆomenos observados nos tex-
tos ecnico-cient´ıficos. O estudo e descri¸ao sobre o texto especializado ajudam tanto
o termin´ologo como o tradutor a resgatar significados, compreender melhor as especi-
ficidades dos textos e da linguagem ecnico-cient´ıfica, pois os textos especializados
ao dinˆamicos e apresentam uma densidade de termos muito elevada [20].
57
3.13 Tradu¸oes, Gest˜ao e Reconhecimento de Ter-
minologias
A carˆencia de obras de referˆencia em portuguˆes brasileiro obriga os tradutores a
agir como pesquisadores das linguagens especializadas, criando assim seus pr´oprios
gloss´arios. Esses profissionais muitas vezes ao apresentam forma¸ao metodol´ogica
ou ferramentas apropriadas para a execu¸ao dessas tarefas [20]. A carˆencia de
recursos e instrumentos nesta ´area obriga o tradutor `a produzir seu pr´oprio material
de apoio o que acarreta em maior tempo gasto na tradu¸ao e a realizar tradu¸oes
mal sucedidas, que ao atendem `as expectativas dos leitores dessa comunidade.
Observa-se, cada vez mais, a necessidade e a demanda pelo processamento de lin-
guagem ecnico-cient´ıfico. Nessas linguagens, a terminologia tem papel importante
porque est´a relacionada `a produ¸ao de dicion´arios, de bases de dados, que operam
como verdadeiras bases de conhecimentos.
Enfim, a tradu¸ao e a gest˜ao de informa¸ao podem ser muito beneficiadas com
a pr´atica e a teoria terminol´ogica `a medida que se amplia e reafirma a investiga¸ao da
natureza lingu´ıstico-textual dos fenˆomenos encontrados nos textos t´ecnico-cient´ıficos.
Pretendemos usar essas reflex˜oes te´oricas na elabora¸ao do Dicion´ariodo Inglˆes-
Portuguˆes e, tamb´em, na an´alise dos dados. No pr´oximo cap´ıtulo descreveremos
as etapas da pesquisa, bem como faremos uma descri¸ao dos corpora utilizados na
an´alise.
58
Cap´ıtulo 4
Metodologia e Estabelecimento do
Corpus
Este cap´ıtulo tem por objetivo elucidar o percurso metodol´ogico percorrido du-
rante esta investiga¸ao: o planejamento da pesquisa, a elabora¸ao do perfil tem´atico
da ´area, a constitui¸ao dos corpora, a coleta dos termos e seu armazenamento,
a organiza¸ao das informa¸oes referentes `as unidades, a elabora¸ao da estrutura
hier´arquica do vocabul´ario do Check-list, a aplica¸ao real do uso do Check-list, bem
como a descri¸ao e an´alise das suas unidades terminol´ogicas, e a elabora¸ao da obra
terminogr´afica.
4.1 O Planejamento da Pesquisa
A proposta do nosso trabalho nasceu de uma d´uvida surgida desde a ´epoca em
que curs´avamos a disciplina de Tradu¸ao Juramentada do Curso de os-Gradua¸ao
Lato Sensu em Tradu¸ao, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciˆencias Humanas da
Universidade de ao Paulo.
Nessa ´epoca participamos do treinamento para funcion´arios realizado na Aca-
demia TAM. Observamos, durante a realiza¸ao desse semin´ario, a falta de material
de apoio, como por exemplo, dicion´arios terminol´ogicos bil´ıngues ou dicion´arios de
l´ıngua geral, gloss´arios para nos auxiliar no trabalho de interpreta¸ao dos cursos
realizados sobre sistemas operacionais do projeto AIMS (Airline Information Man-
agement System). O AIMS ´e um sistema integrado usado em plataforma Windows
2000/2003 para clientes de empresas a´ereas. A finalidade do AIMS ´e realizar as
seguintes tarefas: (a) gerenciamento de voos, (b) controlar e reduzir custos rela-
cionados com a tripula¸ao ecnica e comercial e com a aeronave, (c) fornecer apoio
59
t´ecnico para a tripula¸ao ecnica e comercial, (d) dar suporte administrativo, (e)
cuidar das reservas de hotel, de transporte e da comunica¸ao. O uso eficiente do
programa AIMS ajuda empresas a´ereas a melhorar a eficiˆencia e a produtividade
operacional, minimizando o cansa¸co da tripula¸ao ecnica e comercial, promovendo
assim a seguran¸ca de voo e aumentando o moral da tripula¸ao.
Portanto, nossa motivao foi a inexistˆencia de uma descri¸ao adequada e exten-
siva do vocabul´ario do Check-list e quais itens ao priorizados nesta lista de proce-
dimentos operacionais em l´ıngua portuguesa. Embora o mercado da Avia¸ao Civil
seja desenvolvido e economicamente muito atuante, ao existe uma pol´ıtica eficaz
no segmento de publica¸ao bil´ıngue para os profissionais e usu´arios desta atividade
comercial.
Para a elabora¸ao da metodologia deste trabalho tivemos como objetivos a com-
pila¸ao, a descri¸ao e a an´alise do vocabul´ario do Check-list em l´ıngua portuguesa e
em l´ıngua inglesa a partir dos contextos de ocorrˆencia selecionados.
O resultado pr´atico deste trabalho de investiga¸ao lingu´ıstica ´e a produ¸ao de
uma obra terminogr´afica e sua posterior publica¸ao e utiliza¸ao na Avia¸ao Comer-
cial.
O recorte da ´area, da sub´area e do tema pode ser sintetizado da seguinte maneira:
1. Tema (grande ´area de conhecimento): Ciˆencia da Aeron´autica;
2. Subtema area de conhecimento): Avia¸ao Comercial;
3.
´
Area: Procedimentos Operacionais de Cabine;
4. Sub´area: Check-list utilizado nos procedimentos executados na cabine da
aeronave;
5. Objeto de estudo: Manuais operacionais de voos para pilotos, manual de
manuten¸ao e Quick Reference Handbook ;
6. Organiza¸ao: Ordem alfab´etica;
7. Tratamento: Bil´ıngue;
8. Idiomas: Inglˆes (l´ıngua de partida), Portuguˆes (l´ıngua de chegada).
60
4.2 Fundamenta¸ao Torica
Adotamos obras das ´areas de Lingu´ıstica, Lexicologia, Terminologia e Tradu¸ao
na elabora¸ao do modelo terminogr´afico a ser adotado nesta pesquisa. O entendi-
mento inicial dos temas essenciais do Check-list e os itens nele priorizados para a
elabora¸ao do seu perfil tem´atico, que direcionou a coleta de termos, deu-se a partir
da leitura da obras:
Aeronaves e Motores: Conhecimentos ecnicos [22],
Aero Magazine (fevereiro a novembro de 2006, mar¸co, maio, junho julho e
outubro de 2007, e fevereiro de 2008),
TAM Safety Digest (n
11 de 2006 e n
6 de 2007),
TAM Safety Magazine (n
10 de 2005/2006),
TAM Safety News (outubro/2006, janeiro/2007, janeiro/2008, fevereiro/2008),
Sistema de Radar Meteorol´ogico (arquivo eletrˆonico/CD/2007),
TAM Flight Safety (arquivo eletrˆonico/CD/2007).
Com o prop´osito de obtermos subs´ıdios suficientes para a metodologia da nossa
pesquisa, foram pesquisados o manual de terminologia Pavel e Nolet [23], as normas
internacionais ISO 704/2000 e ISO 1087/2000.
4.3 Elabora¸ao do Perfil Tem´atico do Check-list
A elabora¸ao do perfil tem´atico do Check-list iniciou-se com a defini¸ao apresen-
tada no Cap´ıtulo 2 sobre a navega¸ao erea. O Check-list ´e uma s´erie de procedimen-
tos que devem ser executados e que ao divididos em arios itens: inspe¸ao externa,
inspao interna, checagem ap´os a partida, checagem durante o voo, checagem ap´os
o pouso, entre outros.
A defini¸ao acima citada nos permitiu identificar quatro grandes campos tem´aticos
para a execu¸ao do Check-list de acordo com a situa¸ao de aeronavegabilidade que
o piloto dever´a adotar: (a) procedimentos normais; (b) procedimentos anormais; (c)
procedimentos de emergˆencia e (d) procedimentos suplementares. Todos estes proce-
dimentos tˆem a finalidade de manter a integridade f´ısica da aeronave, da tripula¸ao
61
Procedimentos Normais
Quatro grandes campos temáticos doCheck-list
Procedimentos Anormais
Procedimentos de Emergência
Procedimentos Suplementares
Figura 4.1: O organograma ilustra as quatro grandes ´areas do Check-list.
e dos passageiros. Os procedimentos operacionais na ´area de Avia¸ao Comercial s˜ao
sinˆonimos de seguran¸ca.
Os procedimentos normais ao todas as atividades operacionais executadas
durante todas as fases do voo sem que haja a necessidade de executar-se qualquer
procedimento em modo manual. Procedimentos anormais ao realizados quando
acontece alguma falha de algum equipamento. Os procedimentos de emergˆencia
ocorrem quando alguma anomalia ´e descoberta na aeronave. Procedimentos su-
plementares ao propostas de melhorias executadas no equipamento como, por
exemplo, um upgrade do sistema, a redu¸ao de ru´ıdo, etc.
Todo o perfil tem´atico da sub´area percorreu um longo caminho at´e ser totalmente
elaborado. A execu¸ao de um Check-list o ocorre porque existe uma necessidade
real e obrigat´oria exigida pela ANAC, pelo fabricante da aeronave e pela empresa
a´erea. Esses procedimentos poder˜ao colocar em ao ou acionar um ou arios sis-
temas operacionais, dependendo da especificidade de navegabilidade desejada para
se operar a aeronave.
Em uma aeronave moderna, existem arios sistemas que ao operados em modo
autom´atico e manual. A utiliza¸ao do modo autom´atico ´e realizada pelos com-
putadores de bordo que executam os diferentes comandos. A execu¸ao dos coman-
62
Procedimentos Anormais
Conjunto de sistemas operacionais
Operação dos sistemas
Modo automático Modo manual
Figura 4.2: O organograma ilustra os diferentes modos operacionais de uma aeronave.
dos possibilita a navegabilidade, a eficiˆencia e a seguran¸ca de voo. A utiliza¸ao do
modo manual possibilita que a execu¸ao dos comandos seja realizada pela tripula¸ao
t´ecnica (comandante e co-piloto). A utiliza¸ao dos dois modos possibilita que a ae-
ronave seja operada com seguran¸ca proporcionando uma navegabilidade eficiente e,
ao mesmo tempo, manem a integridade f´ısica da aeronave, da tripula¸ao t´ecnica,
da tripula¸ao comercial (comiss´ario de bordo) e dos passageiros.
A aeronave pode ser pilotada em modo manual, ou com o piloto autom´atico. A
aeronave tem dois modos de opera¸ao, o modo chamado de Selected e o de Managed.
Ambos os modos ao usados com o piloto autom´atico acoplado. O modo manual
´e usado at´e ap´os a decolagem. A 500 p´es de altura (150 m), a tripula¸ao t´ecnica
acopla o piloto autom´atico e, a partir da´ı, os pilotos usam ou o modo Selected ou o
modo Managed. O modo Selected ´e usado quando o piloto seleciona as alturas, proas
e velocidades manualmente para cada trecho a ser voado. O modo Managed ´e usado
quando o piloto autom´atico recebe todas essas informa¸oes do sistema de guiamento
e gerenciamento de voo, onde todo o voo est´a previamente programado. O uso do
piloto autom´atico ´e feito logo ap´os a decolagem, e at´e bem pr´oximo ao pouso na
maior parte dos casos. Nas opera¸oes do sistema de pouso, Categoria II, o avi˜ao
pousa sozinho sob o comando do piloto autom´atico. Ap´os o pouso cabe ao piloto
apenas desacoplar o piloto autom´atico e taxiar a aeronave at´e o estacionamento.
Normalmente, o modo manual ´e usado quando, por motivos de tr´afego a´ereo ou
meteorol´ogicos, os pilotos tˆem que desviar o avi˜ao do plano de voo programado no
sistema de guiamento e gerenciamento de voo.
63
4.4 O Estabelecimento do Corpus e Compila¸ao
dos Termos
4.4.1 O Termo Corpus
Cabr´e [24] define o termo corpus como documento de pesquisa terminol´ogica,
enquanto que Sardinha [25] afirma que um corpus ´e constitu´ıdo de acordo com
crit´erios lingu´ısticos expl´ıcitos com o prop´osito expl´ıcito de ser objeto de pesquisa
lingu´ıstica, por isso ´e enriquecido com informa¸oes lingu´ısticas de arios tipos (mor-
fol´ogica, sint´atica, semˆantica, etc. Aubert [26] define corpus como sendo fontes de
pesquisa terminol´ogica, onde podemos achar os termos em contextos cuja an´alise
revela o conte´udo nocional, ou conceitual dos termos. Portanto, na constitui¸ao de
um corpus devem-se considerar arios pontos importantes: (a) os dados devem ser
autˆenticos; (b) o prop´osito do corpus ´e de ter a finalidade de ser um objeto de estudo
lingu´ıstico; (c) o conte´udo do corpus deve ser criteriosamente escolhido; (d) deve ser
representativo de uma l´ıngua de variedade ou especialidade; (e) deve ser vasto para
ser representativo; (f) seus dados devem ser leg´ıveis por computador.
Neste trabalho, a maioria dos textos utilizados para o estabelecimento dos cor-
pora e para a coleta de dados est´a dispon´ıvel em forma eletrˆonica. Eles foram cedidos
pelas empresas ereas e pelos centros de treinamento de pilotos da Avia¸ao Militar
e Civil, ou disponibilizado em sites na Internet.
4.4.2 Sele¸ao e Tipos de Fontes e sua Adequa¸ao
A pedra fundamental da nossa pesquisa ´e o conceito, o significado espec´ıfico do
termo, no ˆambito da linguagem de especialidade pesquisada. A investiga¸ao termi-
nol´ogica busca o estabelecimento de equivalˆencias (perspectivas bil´ıngues) atrav´es
da determina¸ao do termo equivalente em outra l´ıngua ou que mais se aproxime
dele.
Com o objetivo de assegurar que o procedimento de equivalˆencia fosse atingido,
inclu´ımos uma sele¸ao de fontes de consulta confi´aveis. Por isso, utilizamos textos
produzidos pelos fabricantes de aeronaves usadas na Avia¸ao Civil e Militar. Os
textos selecionados apresentam os termos mais usados por pilotos e comandantes
quer em comunica¸ao escrita quer comunica¸ao oral. Com isto, pudemos respeitar
e satisfazer o crit´erio de confiabilidade. [27]
O segundo crit´erio adotado foi a adequa¸ao das fontes selecionadas para compor
64
o corpus da pesquisa. Uma fonte de consulta adequada deve ao o confirmar a
existˆencia do termo, mas conter tamem expresso os tra¸cos conceptuais relevantes
para o estabelecimento da rela¸ao no¸ao/designa¸ao, e distinguir um termo dos
demais termos da l´ıngua de especialidade. [28]
Para o estabelecimento dos corpora utilizamos os textos de car´ater explicativo e
definit´orios. Os textos dessa natureza ao mais adequados para a investiga¸ao ter-
minol´ogica porque apresentam tra¸cos conceptuais pertinentes espec´ıficos do termo,
ou enao apresentam tra¸cos conceptuais distintos do termo sob observao. [29]
Com o prop´osito de obtermos subs´ıdios suficientes para a metodologia do nosso
trabalho, foram pesquisados in´umeros documentos publicados por fontes oficiais tais
como da ANAC, COMAER, ICAO: RBHA 01(2005), RHBA 61 (2006), RHBA 63
(2006), RHBA 65 (2001), RBHA 91 (2005), RBHA 119 (2003), RBHA 121 (2005),
RBHA 135 (2003), RBHA 137 (1999), RHBA 140 (2006), RHBA 141 (2005), RHBA
142 (2003 e 2001) e Regras do Ar e Servi¸cos de Tafego ereo (ICAO, 2007). Todos
os textos acima citados podem ser encontrados no site da ANAC.
Os Regulamentos Brasileiros de Homologa¸ao Aeron´autica (RBHA) s˜ao emitidos
em cumprimento ao Art. 1
, § 1
e ao Art. 66, § 1
, ambos pertencentes ao odigo
Brasileiro de Aeron´autica, Lei n
7565, de 19/12/86, e ao item 5 do Art. 5
, da
Portaria n
453/GM5, de 02/08/91, que disp˜oem sobre o Sistema de Seguran¸ca
de Voo. Os Regulamentos Brasileiros de Homologa¸ao Aeron´autica, denominados
simplificadamente de RBHA, em por objetivo:
1. estabelecer padr˜oes m´ınimos de seguran¸ca para a Avia¸ao Civil brasileira com
base nos padr˜oes e recomenda¸oes contidos nos Anexos 1, 6, 7, 8, 9, 14, 16, 17
e 18 da Conven¸ao da Avia¸ao Civil Internacional;
2. estabelecer padr˜oes administrativos e de homologa¸ao de empresas relativos a:
projetos, materiais, ao de obra, constru¸ao e desempenho de aeronaves,
motores, h´elices e demais componentes aeron´auticos; e
inspoes, manuten¸ao em todos os n´ıveis, reparos e opera¸ao de aero-
naves, motores, elices e demais componentes aeron´auticos.
Atendendo `a tendˆencia internacional de uniformizar os padr˜oes aeron´auticos,
como preconizados pela Organiza¸ao da Avia¸ao Civil Internacional, os RBHA ao
baseados em modelos mundialmente aceitos como os FAR (Federal Aviation Regula-
tions) dos Estados Unidos da Am´erica, os BCAR (British Civil Airworthiness Regu-
lations) e os CAIP (Civil Aircraft Inspection Procedures) ambos do Reino Unido da
65
Gr˜a-Bretanha, os R`eglement del’Air, e os JAR (Joint Airworthiness Requirements)
da Comunidade Econˆomica Europ´eia, entre outros.
O Brasil adota como forma asica dos RBHA a forma usada pelos FAR dos
Estados Unidos da Am´erica. Esta ado¸ao ´e baseada, fundamentalmente, no fato
de que, ao o em termos de importa¸ao e exporta¸ao de material aeron´autico
como tamb´em em termos do RBHA 01 das atividades da ind´ustria de transporte
a´ereo, os Estados Unidos da Am´erica constituem o maior mercado aeron´autico do
mundo. Al´em disso, por serem os FAR os regulamentos mais difundidos em todo o
mundo, essa forma asica facilita as rela¸oes internacionais aeron´auticas, sendo esse
procedimento adotado por diversos outros pa´ıses.
A ICAO 100-12 Regras do Ar e Controle de Tafego ereo ´e uma instru¸ao
adotada pela ANAC, cuja finalidade ´e organizar o espa¸co ereo e dar cadˆencia nas
instru¸oes que normatizam, regulamentam e direcionam a rotina operacional do
tr´afego ereo no Brasil. As normas estabelecidas e descritas nesta instru¸ao ao de
observˆancia obrigat´oria, aplicam-se `as aeronaves que utilizem o espa¸co a´ereo sob
jurisdi¸ao do Brasil.
A norma ISO 704/2000 apresenta os princ´ıpios terminol´ogicos e m´etodos basea-
dos nas correntes de pensamentos em vigor e as pr´aticas em terminologias. A ISO
704/2000 tem tamem a finalidade de padronizar os elementos essenciais para a
qualifica¸ao do trabalho terminol´ogico. O objetivo desta norma ´e fornecer uma
plataforma comum de pensamento e explicar como este pensamento pode ser me-
lhorado por uma organiza¸ao ou por indiv´ıduos que trabalhem com a terminologia.
O principal objetivo da norma ISO 1087/2000 ´e fornecer uma descri¸ao sistˆemica
dos conceitos no campo da terminologia e esclarecer o uso dos termos deste campo de
estudo. A compila¸ao deste vocabul´ario fornece um orum para a an´alise, discuss˜ao
e coordena¸ao dos conceitos mais relevantes estabelecidos na ISO/TC 37 (Technical
Committee).
O manual terminol´ogico [23] foi uma importante fonte de consulta para definir
a macroestrutura e a microestrutura do dicion´ario bil´ıngue Inglˆes-Portuguˆes da
sub´area do Check-list. Os dicion´arios terminol´ogicos [30–32], foram fontes ´uteis
para comparamos as defini¸oes existentes e compiladas nestes dicion´arios com as
defini¸oes das unidades terminol´ogicas estudadas e analisadas neste trabalho.
Por fim, foram pesquisados materiais did´aticos publicados por Marinoto [33] e
Homa [22], e consultamos arios especialistas da ´area que trabalham em empresas
a´ereas e desenvolvem diferentes fun¸oes nesses locais.
O livro publicado pela editora ASA, do autor Marinotto [33], apresenta um
66
curso de Inglˆes para avia¸ao com caracter´ısticas singulares, tais como: (a) o curso
´e sequenciado e possui uma linha tem´atica; (b) as partes (n´ıveis)s˜ao independentes
e apoiadas por atividades ´audio-orais, ´audio-escritas e exerc´ıcios especiais; (c) as
situa¸oes ao aquelas que normalmente ocorrem em Avia¸ao; (d) as atividades re-
querem participa¸ao ativa do aluno.
O livro do autor Homa [22], publicado pela editora ASA, apresenta um curso de
conhecimentos ecnicos sobre aeronaves e motores para pilotos privados, e destina-
se a preparar o candidato para os exames te´oricos exigidos pela ANAC. O livro
tamem inclui no seu conte´udo program´atico assuntos para preparar e informar o
piloto comercial.
Ap´os uma longa e extensa pesquisa de campo para a aquisi¸ao e sele¸ao do ma-
terial que era adequado ao nosso trabalho, selecionamos os materiais abaixo citados
para compormos os nossos corpora. Os textos que nortearam a pesquisa s˜ao aqueles
usados por profissionais da ´area de conhecimento de Avia¸ao Comercial, sub´area do
Check-list. Todos os textos fazem parte dos manuais usados por pilotos durante os
treinamentos nas Escola de Especialista e durante as pr´aticas feitas no simulador
e no Procedimentos operacionais de cabine das empresas a´ereas brasileiras. Foram
pesquisados os manuais usados na manuten¸ao das aeronaves que o departamento
de engenharia t´ecnica de voo e engenharia de manuten¸ao utilizam para fazer a
manuten¸ao peri´odica das aeronaves.
Os manuais utilizados para a elabora¸ao do corpus da nossa pesquisa foram:
FCOM 1 System Description 1,
FCOM 2 Flight Preparation 2,
FCOM 3 Flight Preparation 3,
FCOM 4FMG’s Pilot’s Guide 4,
Quick Reference Handbook (QRH),
Aircraft Maintenance Manual (AMM) A340-500-600,
TAM A319/A320/A321 Flight Crew Course Disk 1, 2, 3 e 4.
O nosso corpus documental (corpus do qual se extraem os termos) foi constitu´ıdo
pelos textos retirados do Aircraft Maintenance Manual (AMM) A340-500-600, Quick
Reference Handbook, TAM A319/A320/A321 Flight Crew Course Disk 1/4, TAM
67
A319/A320/A321 Flight Crew Course Disk 2/4, TAM A319/A320/A321 Flight
Crew Course Disk 3/4, TAM A319/A320/A321 Flight Crew Course Disk 4/4.
No estabelecimento deste corpus foram considerados os seguintes aspectos para
a extra¸ao dos termos que iriam compor o dicion´ario bil´ıngue:
o princ´ıpio da necessidade da unidade terminol´ogica, (ex: anti-skid, pack, hy-
draulic system etc.);
o princ´ıpio da utilidade da unidade terminol´ogica, (ex: Ground Positioning
Warning System (GPSW), Traffic Collision Avoidance System (TCAS));
o princ´ıpio do uso da unidade terminol´ogica, (ex: emergency procedure, normal
procedure and abnormal procedure).
O corpus parˆametro (fornece a sele¸ao e as defini¸oes dos termos, bem como a
escolha dos contextos) foi constitu´ıdo pelos FCOM 1 e FCOM 4, e posteriormente
pelos FCOM 3 e FCOM 4. No nosso corpus de an´alise (conjunto dos termos da
pesquisa), levantamos todos os termos poss´ıveis que pudessem fazer parte da nossa
pesquisa. Para isto, utilizamos os seguines crit´erios:
O quantitativo verifica a frequˆencia do termo dentro dos manuais pesquisado,
garantindo assim, o estatuto terminol´ogico da unidade lexical avaliada.
O qualitativo localiza e determina quais unidades est˜ao sendo utilizados como
termos dentro da ´area, sendo que sua utiliza¸ao depende da defini¸ao da
acep¸ao e de consultas aos dicion´arios de l´ıngua e terminol´ogicos. Al´em disso,
consideramos o aspecto de informatividade das unidades, isto ´e, unidades
com acep¸oes relacionadas diretamente ao Check-list e aquelas que adquiri-
ram novos conceitos quando utilizadas pelos pilotos. Por fim, inclu´ımos o
grau de especialidade, pois atraes dele podemos verificar quais unidades ter-
minol´ogicas ao demasiadamente especializadas porque apresentam conceitos
muitos espec´ıficos ou comuns, como por exemplo, aqueles relacionados com as
fun¸oes matem´aticas ou ormulas qu´ımicas (Mach number, ground speed mini
function, ground speed mode, cost index, etc.).
Todos os manuais, que foram usados no estabelecimento dos corpora da nossa
pesquisa, ao publica¸oes realizadas pelo fabricante do Airbus. A Airbus ´e agora uma
´unica empresa EADS (European Aeronautics Defense and Space Company), com
uma raz˜ao social ´unica para fabrica¸ao do Airbus. No in´ıcio (29 de maio de 1969) a
68
Airbus era apenas um cons´orcio firmado entre o ministro do transporte francˆes, Jean
Chamant, com o ministro da economia alem˜a, Karl Schileer. O cons´orcio firmado
entre os dois pa´ıses o aconteceu em 18 de dezembro de 1970, quando a Airbus Indus-
trie foi oficialmente criada com o nome GIE. Nesta ´epoca a empresa foi constitu´ıda
com uma raz˜ao social que abrangia o cons´orcio franco-germˆanico, formados pelos
seguintes grupos: France’s Aerospatiale (fus˜ao da SEREB, Sud Aviation e Nord
Aviation) e pelo Germany’s Deutche Airbus (grupo formado por quatro empresas
alem˜as: Messerschmittwerke, Hamburger Flugzeugbau, VFW GmbH e Siebelwerke
ATG). Essa primeira fase de parceria comercial entre todas essas empresas pos-
sibilitou a assinatura de um acordo comercial que proporcionou o lan¸camento do
A330.
Logo em seguida, a fabricante espanhola de aeronaves, Spain’s Construcciones
Aeronauticas SA (CASA) consegui o contrato para construir a cauda horizontal do
A330, e com isto, passou a ter uma participa¸ao acion´aria de 4.2% neste cons´orcio.
Os dois maiores acionistas do cons´orcio Airbus naquele momento eram as empresas
Aerospatiale e Deutsche Airbus (47,9%). Em seguida a empresa britˆanica, Hawkes
Siddeley Aviation investiu £35 milh˜oes em aquinas para desenhar e construir as
asas do A330. Por fim a empresa americana, General Electric (GE) uniu-se a este
grupo de empreendedores com a finalidade de construir o motor da aeronave (GE
CF6-50A). No entanto, hoje a Airbus ´e parte da EADS, empresa l´ıder de mercado
na produ¸ao de aeronaves equipadas com os produtos mais modernos e abrangentes
deste mercado. As aeronaves constru´ıdas pela EADS ao modernas e extremamente
caras (um Airbus 320 custa aproximadamente 50 milh˜oes de olares).
Ap´os o estudo constante e sistem´atico de todos os manuais, os pilotos est˜ao
qualificados e habilitados a operar o Airbus com seguran¸ca e destreza. O QRH
´e usado como fonte de consulta apida toda vez que o piloto ou o comandante
precisar certificar-se qual conduta deve tomar. O tripulante, geralmente, ter´a que
realizar um procedimento at´ıpico, isto ´e, realizar algo que foge da rotina operacional
normal treinada e realizada regularmente em todos os voos e nos cursos de reciclagem
(refreshing course).
O FCOM 1 System Description 1 descreve os sistemas, os componentes e quais
ao as suas fun¸oes. O piloto tem por obriga¸ao saber todo o conte´udo deste ma-
nual. Ele deve conhecer e descrever a fun¸ao dos sistemas: hidr´aulico, pneum´atico,
el´etrico, motor, pressuriza¸ao, navega¸ao, ar condicionado, etc. Ap´os ter estudado
e memorizado o conte´udo deste manual, o piloto passar´a por treinamento de cabine
no simulador. Ao t´ermino deste treinamento, ele estar´a apto a executar todos os
69
comandos e procedimentos necess´arios para garantir um voo seguro e confort´avel
aos seus passageiros e para a tripula¸ao comercial.
O FCOM 2 Flight Preparation 2 traz informa¸oes sobre procedimentos de ater-
rissagem, opera¸oes especiais, planejamento de voo, carregamento de carga, com-
bust´ıvel, temperatura, sistema de compartimento de carga, tabelas, gr´aficos, peso,
neblina, etc.
O FCOM 3 Flight Preparation 3 apresenta informa¸oes sobre procedimentos
relacionados com as fases de voo, princ´ıpios de administra¸ao do voo, planejamento
de voo tempor´ario e secund´ario, opera¸oes com um ´unico motor, desempenho em
voo, boletins sobre opera¸oes com motores, limita¸oes, etc.
Por fim, o FCOM 4 - FMG’s Pilot’s Guide 4 relata as opera¸oes de pouso
anormais e de emergˆencia, princ´ıpios de administra¸ao de voo, descri¸ao das telas
doMutifunction Control Display Unit (MCDU) do Navigation Display (ND) e do
Primary Flight Display (PFD), etc.
O Aircraft Maintenance Manual (AMM) A 340-500-600 ´e um manual de manuten-
¸ao muito utilizado pelo departamento de manuten¸ao. O manual traz a locali-
za¸ao exata e informa¸oes detalhadas de cada sistema e dos seus componentes, por-
menorizando todas as caracter´ısticas necess´arias de uso e de aplicabilidade de cada
sistema e dos componentes. Estas informa¸oes auxiliam bastante os profissionais da
engenharia de voo e da engenharia de manuten¸ao porque eles precisam desmon-
tar e montar todas as aeronaves nos hangares de manuten¸ao durante o per´ıodo
de manuten¸ao. Os departamentos de engenharia ecnica e de manuten¸ao fazem
a manuten¸ao di´aria das aeronaves que apresentaram problemas ou falhas ecnicas
durante o per´ıodo em que est˜ao em voo de cruzeiro.
Nossos corpora ao formados por textos que retratam fielmente os manuais,
opias ´eis dos usados pelos pilotos, pelo departamento do Safety e pelo depar-
tamento de manuten¸ao. A finalidade dos FCOMs ´e familiarizar os pilotos com
todos os tipos de informa¸oes necess´arias para operarem o Airbus. Os manuais de
manuten¸ao ajudam o engenheiro de voo e o engenheiro de manuten¸ao descobrir as
especificidades ou limita¸oes operacionais de cada sistema e de seus componentes.
Ao coletar material para o estabelecimento do corpus (documental) tivemos o
cuidado de levar em considera¸ao a sua finalidade. Enao, para podermos coletar
o maior n´umero de unidades terminol´ogicas, evitamos a inclus˜ao de unidades ter-
minol´ogicas desnecess´arias para a elabora¸ao do corpus e da obra terminogr´afica.
O tipo de usu´ario tamem foi um fator determinante na determina¸ao do car´ater
lingu´ıstico e na extens˜ao da obra.
70
Adotamos como medida de seguran¸ca, o rigor e a precis˜ao do tratamento das
unidades terminol´ogicas no estabelecimento dos corpora, tomando o cuidado de in-
cluirmos a publica¸ao dos textos produzidos por profissionais de empresas envolvi-
das na fabrica¸ao de aeronaves. Nesse caso, os textos utilizados ao os de fontes
prim´arias: os escritos e os digitalizados, incluindo obras de divulga¸ao, revistas espe-
cializadas, manuais, especifica¸oes t´ecnicas, vocabul´ario ou dicion´arios monol´ıngues
ou bil´ıngues espec´ıficos.
Com o objetivo de satisfazer as condi¸oes apresentadas acima, foram utilizadas
as seguintes fontes de pesquisa para a realiza¸ao da pesquisa, extra¸ao dos termos e
depreens˜ao dos tra¸cos conceituais:
Exclusivamente em l´ıngua inglesa:
EADS CASA - Operations Manual, VOL 1, System Description, May 2006;
EADS CASA - Operations Manual, VOL 2, Limitations and Procedures, May
2006;
Boeing - Flight Crew Operations Manual, Bulletim for Goal Transporte A´ereos
Ltda, April 26, 2007,
Flight Crew Operating Manual A319/A320/A321, System n
1, Airbus, 2007,
Flight Crew Training Manual A318/A319/A320/A321, Airbus, FLEET-FCTM,
2002,
Flight Crew Training Manual A330/A340, Airbus, FLEET-FCTM, 2007,
Airbus - Flight Crew Operating Manual A330/A340, Airbus training, 2003,
TAM A319/A320/A321 Flight Crew Course Disk 1/4, 2006,
TAM A319/A320/A321 Flight Crew Course Disk 2/4, 2006,
TAM A319/A320/A321 Flight Crew Course Disk 3/4, 2006,
TAM A319/A320/A321 Flight Crew Course Disk 4/4, 2006,
Technical Data Support and Services: Aircraft Maintenance Manual (AMM)
A340-500-600, AC5, Airbus, 2006;
Vendor or Manufacturer Component Maintenance Manuals, 2007,
71
Structural Repair Manual (SRM) or Nacelle Structural Repair Manual (NSRM),
2006,
MD 11 - Flight Operating Manual - Vol. III - System Description, P.T. Garuda,
Indon´esia, The Boeing Company 2002, Revision Number 52, Revision Date:
August 15, 2006,
MARINOTTO, emostene, Aviation English Course - Curso de Inglˆes para
Avia¸ao, ao Paulo, Editora Asa, 2004.
Exclusivamente em l´ıngua portuguesa:
HOMA, Jorge M., Aeronaves e Motores: Conhecimentos ecnicos, S˜ao Paulo,
Editora Asa, 2008;
RBHA 01 - Objetivo, conte´udo e forma dos RBHA (27/11/2008),
RBHA 61 - Requisito para a concess˜ao de licen¸cas de pilotos e instrutores de
voo (13/12/2006);
RBHA 63 - Mecˆanico de voo e comiss´ario de voo (13/02/2006),
RBHA 65 - Despachante operacional de voo e mecˆanico de manuten¸ao aeron´autica
(15/05/2001);
RBHA 91 - Regras gerias para opera¸ao para aeronaves civis (30/12/05),
RBHA 119 - Homologa¸ao, operadores regulares e n˜ao regulares (08/11/2003),
RBHA 121 - Requisitos operacionais: opera¸oes domesticas, por bandeiras e
suplementares, 30/12/2005;
RBHA 135 - Requisitos operacionais: opera¸oes complementares e por de-
manda (30/12/2004),
RBHA 137 - Opera¸ao de avia¸ao agr´ıcola (08/07/1999)
RBHA 140 - Autoriza¸oes, organiza¸ao e funcionamento de aeroclubes (16/03/2006)
RBHA 141 - Escola de Avia¸ao Civil (30/12/2005),
RBHA 142 - Centro de treinamento de Avia¸ao Civil, 24/04/2001.
Outras fontes de pesquisa usadas foram os dicion´arios terminol´ogicos:
72
The American Heritage Dictionary, Boston, 1985,
ANTA, Luiz Mendes, Dicion´ario de termos t´ecnicos: Portuguˆes-Inglˆes, Cole¸ao
Aeropespacial, Tomo III, 1983,
ANTA, Luiz Mendes, Dicion´ario de termos t´ecnicos: Inglˆes-Portuguˆes, Cole¸ao
Aeropespacial, Tomo III, 1983,
ASSIS, Renato Thomas, Gloss´ario t´ecnico Inglˆes-Portuguˆes, ao Paulo, vol.
I, 1975,
The Cambridge Aerospace Dictionary, New York, 2004,
CORBEIL, Jean Claude, The MacMillan Visual Dictionary, Canad´a, 1992,
F
¨
URSTENAU, Eugˆenio, Novo Dicion´ario de Termos T´ecnicos Inglˆes-Portuguˆes,
Rio de Janeiro, vol. I, 1975,
F
¨
URSTENAU, Eugˆenio, Novo Dicion´ario de Termos T´ecnicos Inglˆes-Portuguˆes,
Rio de Janeiro, vol. II, 1975.
JAMES, L. Taylor, Webster Portuguese-English Dictionary, Tomo I, Rio de
Janeiro, 2002,
Longan Dictionary of Contemporary English, Great Britain, 2005,
Michaelis: moderno dicion´ario da L´ıngua Portuguesa, ao Paulo, 1998,
Michaelis: moderno dicion´ario Inglˆes-Portuguˆes-Inglˆes, ao Paulo, 2002,
SELL, Lewis Lazarus, English-Portuguese Comprehensive Technical Dictio-
nary, ao Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 1976,
TAYLOR, J., e WEBSTER, L., English-Portuguese Dictionary, Tomo II, Rio
de Janeiro, 2002.
As defini¸oes das unidades terminol´ogicas do Check-list apresentadas nos di-
cion´arios foram confrontadas com os conceitos depreendidos dos contextos de ocorrˆen-
cia dos FCOM 1 e FCOM 4 pesquisados nos seguintes manuais: A319/A320/A321/
A330/A340.
Esse confronto possibilitou o esclarecimento de conceitos cuja caracteriza¸ao
havia d´uvidas. Em cada termo anot´avamos os diferentes conceitos e aloavamos
os atributos sˆemicos mais representativos do sistema, construindo, assim, a sua rede
nocional. Montada essa rede levant´avamos o conceito final.
73
4.5 Registro e Armazenamento das Informa¸oes
Sobre os Termos
Foram utilizadas para o registro e o armazenamento das informa¸oes sobre os
termos duas fichas terminol´ogicas: ficha de extra¸ao e ficha de reda¸ao. As fichas ter-
minol´ogicas ao instrumentos de coleta, de sistematiza¸ao, de an´alise quantitativa de
dados (os n´umeros absolutos e a frequˆencia de apari¸ao dos termos) e de an´alise qua-
litativa (a an´alise do plano morfol´ogico e semˆantico dos termos em seus respectivos
contextos, bem como sua distribui¸ao pragm´atica). Por isso, a ficha terminol´ogica
constitui uma constata¸ao do uso em situa¸ao, e a defini¸ao nela apresentada ao
constitui a parte essencial da ficha, exceto na medida em que a situa¸ao registrada
contenha a defini¸ao. A ficha terminol´ogica fundamenta-se sobre um contexto, cujos
tra¸cos semˆanticos permitem depreender a rela¸ao significado (conceito)/significante
(designa¸ao). A unidade terminol´ogica vem apresentada em sua ordem sintagm´atica
normal. [34]
4.5.1 Ficha Terminol´ogica de Extra¸ao
A finalidade da ficha de extra¸ao ´e o registro dos termos e de seus contextos de
ocorrˆencia para a depreens˜ao dos tra¸cos conceituais. Foi elaborada uma ficha para
cada termo, composta dos seguintes campos: entrada, em Inglˆes, um espa¸co para
variante, al´em do contexto, neste caso a preferˆencia foi para o contexto que subsidiou
a defini¸ao. O campo defini¸ao registra a defini¸ao organizada pela pesquisadora,
na sequˆencia, consta a avalia¸ao do especialista que pode concordar, discordar ou,
ainda, concordar parcialmente. O especialista, ainda, pode fornecer outra defini¸ao
para an´alise que dever´a ser colocada no campo defini¸ao do especialista.
4.5.2 Ficha Terminol´ogica de Reda¸ao e Programa de Geren-
ciamento de Dados (Final)
Nesta ficha terminol´ogia de reda¸ao armazenou-se o termo e organizaram-se as
informa¸oes que constitu´ıram o dicion´ario. O modelo final da ficha terminol´ogica
de reda¸ao levou em considera¸ao o p´ublico e as caracter´ısticas da obra (dicion´ario
t´ecnico - cient´ıfico, bil´ıngue, organizado em ordem alfab´etica). Cada unidade termi-
nol´ogica foi registrada em apenas uma ficha, e consta dos seguintes campos:
1. Entrada: Apresenta o termo tal como verificado o uso efetivo pelo especialista
74
FICHA DE CONSULTA
Entrada:
Variantes:
Contexto:
Definição:
Avaliação do especialista: Concorda? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) PARCIALMENTE
Definição do especialista:
Nome do especialista: Data:
Figura 4.3: Modelo da ficha de consulta utilizada na pesquisa da coleta de termos.
(na fonte), lematizado, ou seja, reduzido.
2. Categoria gramatical: Cont´em as indica¸oes gramaticais (morfol´ogicas)
para a adequada utiliza¸ao do termo na produ¸ao de texto, bem como se
configura em um substantivo (feminino ou masculino).
3. Forma equivalente em Portuguˆes: Considerou-se a equivalˆencia encon-
trada em dicion´arios t´ecnicos, gloss´arios cedidos pelas empresas ereas, ou as
tradu¸oes sugeridas pelos especialistas.
4. Variante: Cont´em formas variantes encontradas no uso efetivo, no discurso
concretizado nas fontes (indica a forma resultante do apagamento de elementos
de sintagmas).
5. Contexto: Transcreve-se o contexto em que o termo ocorre na fonte e que con-
tenha uma defini¸ao do termo ou, pelo menos, uma explica¸ao do conceito no-
75
cional. Deste contexto se retiram tra¸cos conceptuais pertinentes (composi¸ao,
finalidade, modo de utiliza¸ao ).
6. Conceito: Preenchido com os conceitos retirados dos contextos transcritos
das fontes utilizadas.
7. Fonte: Indica em qual dos manuais se encontra o contexto retirado, localizado
junto aos campos dos contextos.
8. Defini¸ao final: Ser˜ao eleitos para comporem a defini¸ao dos semas mais
frequentes encontrados e selecionados nos contextos.
9. Termo dicionarizado: Classifica o termo como dicionarizado ou como ao-
dicionarizado e indica se a defini¸ao ´e coincidente, parcial ou total, ou se ao
a coincidˆencia entre a defini¸ao dicionarizada e a defini¸ao final estabelecida.
10. odigo de localiza¸ao na estrutura do trabalho: Conem sigla que cor-
responde a um odigo convencionado pela pesquisadora para designar a locali-
za¸ao do termo na estrutura do trabalho.
11. Tipo de rela¸ao: O termo ´e classificado como pertencente ou ao a uma
hierarquia e classificado como hipˆonimo ou como hiperˆonimo, de acordo com
a fun¸ao que desempenha no contexto de ocorrˆencia selecionado.
12. Nota de car´ater lingu´ıstico: Informa¸oes complementares sobre o termo.
13. Nota de car´ater enciclop´edico: Informa¸oes complementares sobre o con-
ceito.
76
4.6 Elabora¸ao da Estrutura Hier´arquica do Vo-
cabul´ario do Check-list
A elabora¸ao da estrutura hier´arquica do vocabul´ario do Check-list foi realizada
em diversas etapas. Primeiramente, criamos uma vers˜ao bem resumida do perfil
tem´atico que ao apresentava a rela¸ao hier´arquica completa entre os seus elementos
constituintes, mas que nos auxiliou na coleta inicial das unidades terminol´ogicas. Em
uma segunda etapa, pudemos elaborar a hierarquia do perfil tem´atico, observando
as rela¸oes existentes entre os diversos temas e os tra¸cos conceituais das unidades
terminol´ogicas coletadas. Isto nos permitiu a amplia¸ao, o detalhamento dos campos
tem´aticos relacionados ao Check-list, e como os conceitos existentes nesses campos
estabeleciam rela¸oes entre si. Ap´os um longo percurso e arias tentativas, refinamos
e organizamos hierarquicamente o vocabul´ario que nos orientou na descri¸ao e an´alise
final das unidades terminol´ogicas e na realiza¸ao da obra terminogr´afica.
Com base nas informa¸oes levantadas durante o estabelecimento dos copora uti-
lizados para esta pesquisa faremos uma an´alise da forma¸ao e dos processos de
forma¸ao que envolve os termos levantados neste trabalho, e apresentaremos as
rela¸oes conceituais e semˆanticas encontradas nas unidades terminol´ogicas cujo per-
fil tem´atico est´a relacionado aos procedimentos operacionais de cabine e a execu¸ao
do Check-list.
77
Entrada: Gategoria gramatical : Forma equivalente em Português : Variante:
Contexto:
Fonte:
Contexto:
Conceito 1:
Conceito 2:
Conceito 3:
Fonte:
Conceito 4:
Fonte:
Fonte:
Fonte:
Contexto:
Contexto:
Contexto:
Definição final: Termo dicionarizado? ( )sim ( ) não
Dicionário geral: ( ) Dicionário especializado: ( )
Definições coincidentes: ( )sim ( ) não ( ) parcialmente
Fonte: Data:
Definição dicionarizada:
Código de localização na estrutura do trabalho: Classificação:Tipo de relação:
Nota:
Ficha terminológica: Modelo de exemplo.
Figura 4.4: Modelo de ficha terminol´ogica de gerenciamento de dados.
78
Contexto: The pilot has to overcome a restraining force
in order to move the sidestick when the autopilot is
engaged. If he overcomes this force and does move the
sidestick, he disconnects the autopilot.
Contexto: The pilot can also disconnect the autopilot by
pushing on the rudder pedals. The autopilot stabilizes
the aircraft around its center of gravity, flies the aircraft to
an automatic landing or go-around, and acquires and
tracks a flight path.
Contexto: The autopilot is an automatic flight control
system which keeps an aircraft in level flight or on a set
course.
Contexto: Automatic pilot can be directed by the pilot, or
it may be coupled to a radio navigation signal.
Definição final: Função que estabiliza a aeronave ao
redor do seu centro de gravidade auxiliando na navega-
ção, pouso automático ou em uma arremetida, rastrean-
do a trajetória de voo.
Conceito 1: O piloto tem que superar uma força limitante
a fim de mover o manche quando o piloto automático
está acionado. Se ele superar esta força e então mover o
manche, ele desconectará o piloto automático.
Conceito 2: O piloto pode desativar o piloto automático
com o pedal do leme de direção. O piloto automático es-
tabiliza a aeronave ao redor do seu centro de gravidade,
navega a aeronave para pouso automático ou uma
arremetida, e adquire e rastreia a trajetória de voo.
Conceito 3: O piloto automático é um sistema de contro-
le de voo automático que mantém a aeronave em voo
nivelado ou em uma rota estabelecida.
Conceito 4: O piloto automático pode ser controlado pelo
piloto, ou pode ser acoplado a um sinal de rádio-navega-
ção.
Entrada: Autopilot
Categoria gramatical: s. m.
Forma equivalente em
Português: Piloto automático
Variante: (slang) George
Contexto:
Fonte:
Fonte: Flight Crew Operating Manual
A319/A320/A321 - System 1 - Airbus, 2007
Fonte: Flight Crew Operating Manual
A330 - System 1 - Airbus, 2007
Fonte: Glider Flying Handbook 2003,
Flight Standard Services,
http://www.faa.gov/aba/html_policies/ac00_2html
Fonte: Pilot´s Handbook of Aeronautical
Knowledge, 2003
Flight Standard Services
http://www.faa.gov/aba/html_policies/ac00_2html
Termo dicionarizado? (X) sim ( ) não
Dicionário geral: ( ) Dicionário especializado: ( )
Definições coincidentes: ( ) sim (X) não
( ) parcialmente
Fonte(s): Michaelis Moderno Dicionário Inglês-Português/
Português-Inglês, Melhoramentos
Data: 2000.
Definição dicionarizada: piloto automático
Automátic Pilot (AP: Auto-Pilot): automatically controls
the main aircraft control surfaces to adjust pitch and roll.
Auto-pilot/Flight Director(AP/FD): allows automatic flight
of the aircraft by connecting the Flight Director
commands to the Automatic Pilot
Código de localização na estrutura do trabalho:
Tipo de relação: Classificação:
Nota: O piloto tem que superar uma força limitante a fim de mover o manche quando o piloto quando opiloto automático está acionado. Se ele superar esta força e então mover
o manche, ele desconectará o piloto automático. Nota 2: O piloto pode desativar o piloto automático com o pedal do leme de direção. O piloto automático estabiliza a aeronave
ao redor do seu centro de gravidade, navega a aeronave para pouso automático ou uma arremetida, e adquire e rastreia a trajetória de voo.
Ficha terminológica preenchida
Tabela 4.1: Modelo de ficha terminol´ogica de gerenciamento de dados preenchida.
79
Cap´ıtulo 5
An´alise e Discuss˜ao dos Termos
Toda a sistematiza¸ao do perfil tem´atico do Check-list foi associada `a funcionali-
dade ou `a operacionalidade dos componentes de cada sistema. Eles s˜ao apresentados
em sequˆencia, tal como a estabelecida pelo fabricante da aeronave e publicados nas
Atas. Todos os itens apresentados ordenadamente no Check-list seguem o padr˜ao
de seguran¸ca para a execu¸ao de cada procedimento operacional relacionado `a na-
vegabilidade da aeronave. Os crit´erios acima nortearam a elabora¸ao e reelabora¸ao
do perfil tem´atico da extra¸ao dos termos e conceitos relacionados com o campo de
conhecimento pesquisado (ISO 704/2000, p.5).
Os textos de car´ater definit´orios e explicativos auxiliaram na composi¸ao do
perfil tem´atico do Check-list, porque apresentam uma densidade terminol´ogica muito
alta [29]. A investiga¸ao terminol´ogica e a atividade terminogr´afica dependem do
sistema conceitual que vai se desenhando ao longo da pesquisa realizada da ´area
de conhecimento estudada. O sistema conceitual determina os limites do dom´ınio
a ser pesquisado. Por sua vez, ele ´e determinado pelo corpus da pesquisa e pela
abordagem realizada pelo pesquisador com rela¸ao ao dom´ınio pesquisado [35].
Apresentamos nas p´aginas seguintes o perfil tem´atico ampliado (vers˜ao final) e a
hierarquia estruturada do vocabul´ario que guiaram a nossa pesquisa. A hierarquia
do vocabul´ario utilizada nesta pesquisa obedeceu aos padr˜oes internacionais dos
fabricantes de aeronaves. Optamos pela ado¸ao dessa hierarquia porque ela ilustra,
de modo real, para o usu´ario dessa obra terminogr´afica, uma situa¸ao real e concreta
de como ao dispostos os sistemas operacionais que ao encontrados nas Atas do
FCOM 1 e do FCOM 4. A partir desta apresenta¸ao expandida do perfil tem´atico,
apresentaremos a an´alise das rela¸oes conceituais, o processo de identifica¸ao e de
forma¸ao dos termos em Inglˆes e Portuguˆes e a descri¸ao das rela¸oes de significa¸ao.
80
5.1 Perfil Tem´atico do Check-list para o Procedi-
mento Normal
Os procedimentos normais ao rotinas de oes que dever˜ao ser verificadas pelo
comandante e piloto da aeronave. Estas oes ao executadas obrigatoriamente em
sequˆencia, e sua finalidade ´e verificar primeiro o acionamento dos componentes dos
sistemas existentes na aeronave. Os procedimentos normais podem ser executados
em modo autom´atico ou em modo manual.
5.1.1 Modo Autom´atico
Quando a aeronave ´e operada em modo autom´atico, os sistemas e seus com-
ponentes ao verificados automaticamente, e a tripula¸ao t´ecnica praticamente ao
interfere nas opera¸oes realizadas na cabine. Os computadores de bordo da aero-
nave verificam todos os equipamentos que ao utilizados em todas as fases do voo
listadas no Check-list resumido, pois o Check-list expandido encontra-se impresso
no manual de opera¸ao do piloto (FCOM 1) que o piloto leva consigo para dentro
da aeronave. Quando a aeronave est´a sendo operada em modo autom´atico, isto
significa que todos os equipamentos est˜ao sendo operados normalmente, e que todas
as fun¸oes autom´aticas de todos os sistemas est˜ao funcionando normalmente.
No modo autom´atico, o funcionamento e acionamento de todos os sistemas e de
seus componentes ao realizados por softwares programados e instalados nos com-
putadores de bordo. O modo autom´atico inspeciona o funcionamento e as fun¸oes
operadas por cada sistema, corrigindo, modificando e arrumando quaisquer eventu-
ais panes e falhas encontradas nestes sistemas em qualquer fase do voo. Atraes dos
monitores dos computadores de bordo do Airbus, por exemplo, o comandante e o
piloto ao informados constantemente sobre as corre¸oes que est˜ao sendo realizadas
automaticamente pelos computadores.
Podemos afirmar que os sistemas ao conjuntos de fun¸oes e componentes que
recebem uma entrada, processam e devolvem um resultado (sa´ıda). Praticamente,
todos os sistemas tˆem existˆencia f´ısica. A existˆencia virtual refere-se somente ao
software utilizado pelos diversos computadores que fazem parte de praticamente
todos os sistemas que ser˜ao apresentados e descritos nas aginas seguintes (ar-
condicionado, pressuriza¸ao, ventila¸ao, computadores de bordo, controle de voo,
sistema el´etrico, etc.). Todos os sistemas ao essenciais `a opera¸ao de uma aeronave
moderna, pois eles se completam e se auxiliam. Poder´ıamos dizer que uma aeronave
81
como o Airbus ´e um supersistema, formado por diversos sistemas. Por exemplo, uma
turbina ´e extremamente eficiente em grandes altitudes, da ordem de 30 a 40.000 es
(aproximadamente 9 a 12 mil metros). Nessas altitudes, o ser humano necessita
de pressuriza¸ao para sobreviver. Por outro lado, se a aeronave tiver que voar em
altitudes onde o ser humano possa respirar normalmente, sem a pressuriza¸ao (at´e
10 mil p´es 3000 m), a turbina tornar-se invi´avel pelo seu excessivo consumo em
baixas altitudes. Assim, ´e o conjunto dos sistemas que permite que uma aeronave
como o Airbus seja vi´avel do ponto de vista tecnol´ogico e econˆomico.
Os sistemas do Airbus relacionam-se ou comunicam-se entre si por meio de barras
de dados (Data Bus), isto ´e, atraes de sinais eletrˆonicos gerados pelos computa-
dores. Embora o Airbus seja um super sistema, ao podemos afirmar que existam
pontos sens´ıveis em cada um destes sistemas em n´ıvel operacional e de manuten¸ao,
mas um piloto tem dois problemas asicos para que a aeronave voe: os motores
que tem a finalidade de deslocar a aeronave, e o sistema de comandos de voo, cuja
finalidade ´e controlar a dire¸ao da aeronave. Logo o projeto e a manuten¸ao desses
itens devem ser extremamente bem tratados, pois a falta de um deles causar´a um
desastre.
Pelo lado operacional, os pilotos tˆem que ter o conhecimento global de como
os sistemas operam, se integram ou se completam. A opera¸ao do avi˜ao ´e baseada
em conjuntos distintos de procedimentos que ao memorizados e treinados exausti-
vamente pelos pilotos durantes as aulas pr´aticas e te´oricas nos cursos de forma¸ao
para piloto na empresa erea, ou enao durante o curso de reciclagem (refreshing)
na Escola de Especialista, no simulador e na maquete. Os procedimentos ao execu-
tados pelos pilotos em fases espec´ıficas do voo. O piloto geralmente carrega consigo
na sua mala de viagem uma opia do manual de opera¸ao e descri¸ao de todos os
sistemas da aeronave (FCOM 1), cujo comandos est˜ao dispostos ordenadamente nos
pain´eis de controle do Airbus.
Na execu¸ao dos procedimentos normais, realizados em modo autom´atico, to-
dos os sistemas do FCOM 1 que participam ou que ao usados nos procedimentos
encontram-se abaixo listados:
1. GENERAL INFORMATION : Trata da organiza¸ao do manual em si. Cont´em
a lista de odigos, abreviaturas, aginas em vigor, etc.;
2. AIRCRAFT GENERAL: Fornece a descri¸ao sum´aria do avi˜ao (dimens˜oes,
compartimentos pressurizados e ao pressurizados, al´em de informa¸ao da lo-
caliza¸ao das antenas, raios de curva no solo, conex˜oes externas para eletrici-
82
dade, ar-condicionado, ar de alta press˜ao para a partida);
3. AIR-CONDITIONING/PRESSURIZATION/VENTILATION : Descreve as fon-
tes de ar que alimentam o sistema de ar- condicionado, o sistema de pressur-
iza¸ao da aeronave, e o sistema de ventila¸ao. Os trˆes sistemas trabalham em
conjunto para manter o ambiente da cabine numa temperatura agrad´avel e
numa press˜ao compat´ıvel com as necessidades do ser humano;
4. CARGO VENTILATION CONTROL: Manem a carga numa temperatura
adequada e isola os por˜oes por meio do fechamento das entradas e sa´ıdas de
ar, em caso de incˆendio nos mesmos, ou em caso de pouso na ´agua;
5. AUTO FLIGHT SYSTEM : Descreve o funcionamento do sistema de piloto
autom´atico;
6. COMMUNICATIONS: Descreve o sistema de comunica¸oes da aeronave e
como oper´a-lo (r´adios, intercomunica¸ao, comunica¸ao com passageiros dentro
da aeronave, dispositivo que grava as transmiss˜oes de r´adio e o sons na cabine,
comunica¸ao ar-solo via computador, e comunica¸ao via sat´elite);
7. ELECTRICAL SYSTEM : Descreve o sistema de gera¸ao e distribui¸ao de
energia el´etrica do avi˜ao;
8. EQUIPMENT : Descreve os itens que ao apoio ao piloto, tais como os assen-
tos, os pain´eis, as janelas e as portas internas;
9. FIRE PROTECTION : Descreve o sistema de alerta e combate ao fogo nos
motores, do gerador de for¸ca auxiliar (turbina auxiliar que fornece eletrici-
dade e ar sob press˜ao para a partida dos motores), no por˜ao de equipamentos
eletrˆonicos, nos lavat´orios e nos compartimentos de carga;
10. FLIGHT CONTROLS: Descreve o sistema de controle de voo, sua arquitetura,
as leis que regem o sistema fly-by-wire (sistema que conduz manobras feitas
pela aeronave a fim de evitar acidentes), os controles e indicadores, e os alertas
de panes;
11. FUEL SYSTEM : Descreve o sistema de combust´ıvel do avi˜ao, como ele ali-
menta os motores e o gerador de for¸ca auxiliar, o sistema de indica¸ao de
quantidade de combust´ıvel, o sistema de reabastecimento, os controles e indi-
cadores, etc.;
83
12. HYDRAULIC SYSTEM : Descreve o sistema de gera¸ao e distribui¸ao de
press˜ao hidr´aulica usado para movimentar todas as superf´ıcies de comando
da aeronave e para recolher e estender o trem de pouso;
13. ICE AND RAIN PROTECTION : Descreve os sistemas usados para evitar
e/ou remover o gelo das asas, das entradas de ar das turbinas, das janelas dos
pilotos, bem como para limpar a ´agua do arabrisa dos pilotos;
14. INDICATING/RECORDING SYSTEMS : Descreve o sistema de instrumentos
eletrˆonicos, usados pelo piloto como referˆencia de atitude, como referˆencia de
navega¸ao, para controle dos motores e para alerta e indica¸ao de panes.
´
E
composto pelo:
Electronic Flight Instruments System, apresenta os parˆametros de voo
e os dados de navega¸ao no monitor de voo prim´ario e no monitor de
navega¸ao, e
Electronic Centralized Advisory Monitor, apresenta os dados no Engine/
Warning Display (E/WD) e no System Display (SD);
15. LANDING GEAR: Descreve o trem de pouso principal, o sistema de indi-
cadores e alertas;
16. LIGHTS : Descreve os sistemas de ilumina¸ao dos pain´eis do piloto, de ilu-
mina¸ao externa, de ilumina¸ao de emergˆencia e os avisos luminosos para
tripulantes e passageiros (use cintos/n˜ao fume).
17. NAVIGATION SYSTEMS: Descreve os sistemas de dados aerodinˆamicos e
navega¸ao inercial, os instrumentos de reserva (standby), os sistemas de navega¸ao
por adio, os adioalt´ımetros, os transponders, o radar meteorol´ogico, o sistema
de alerta de proximidade do solo, o sistema de alerta de tr´afego e preven¸ao
de colis˜ao;
18. OXYGEN : Descreve os sistemas de oxigˆenio usados pelos pilotos, comiss´arios
de bordo e passageiros em caso de despressuriza¸ao do avi˜ao;
19. PNEUMATIC SYSTEM : Descreve o sistema de fornecimento de ar sob press˜ao,
produzidos pelos motores e pelo gerador de for¸ca auxiliar, seus controles e suas
indica¸oes;
84
20. WATER WASTE SYSTEM : Descreve os sistemas de fornecimento de ´agua
pot´avel e de recolhimento das ´aguas usadas;
21. ON BOARD MAINTENANCE SYSTEM : Descreve o sistema centralizado de
apresenta¸ao de falhas, destinado a realizar os testes dos sistemas, registrar os
resultados e retransmit´ı-los para terra por meio de data-links;
22. INFORMATION SYSTEM : Descreve o sistema de informa¸oes que gerencia
as comunica¸oes via data-link e fornece aos pilotos informa¸oes recebidas da
empresa;
23. AUXILIARY POWER UNIT : Descreve a turbina auxiliar, que fornece eletri-
cidade e ar sob press˜ao, para uso no solo, quando os motores est˜ao parados ou
em voo, para substituir algum dos sistemas correlatos que esteja em pane;
24. DOORS : Descreve as diversas portas da aeronave (cabine, por˜oes de carga,
acesso aos compartimentos de eletrˆonica) e o funcionamento das mesmas;
25. POWER PLANT : Descreve os motores e seus sistemas de controle, o sistema
de combust´ıvel, o sistema de ´oleo lubrificante, o sistema de fornecimento de
ar sangrado do motor, os reversores, os sistemas de igni¸ao e de partida, seus
controles e indicadores.
A sequˆencia dos sistemas e seus componentes apresentada no Check-list, em modo
autom´atico, ´e apresentada na Tabela 5.1.
85
Tabela 5.1: Sequˆencia dos componentes
apresentada no Check-list em modo au-
tom´atico.
Modo autom´atico
Ar-condicionado
Pressuriza¸ao
Ventila¸ao
Carga
Voo autom´atico
Sistema el´etrico
Controle de voo
Sistema hidr´aulico
Sistema de prote¸ao contra chuva e gelo
Trem de pouso
Sistema de navega¸ao
Sistema pneum´atico
Gerador de for¸ca auxiliar
Motores
5.2 Estrutura Hier´arquica do Vocabul´ario do Check-
list
Nas aginas seguintes, nas Tabelas 5.2 at´e 5.15, apresentamos a organiza¸ao
hier´arquica do vocabul´ario do Check-list.
5.3 Perfil Lingu´ıstico das Unidades Terminol´ogicas
do Check-list : Forma¸ao dos Termos
O perfil lingu´ıstico do Check-list representa a sequˆencia cadenciada das opera¸oes
que o pr´oprio Airbus tem que executar a partir dos comandos realizados manual-
mente pelos pilotos, ou automaticamente pelos computadores de bordo. Quando es-
86
Tabela 5.2: Componentes do sistema de ar-condicionado.
Air-conditioning system Air bleed system
air-conditioning system controller
Air cycle machine
Mixing unit
Pack
Pack controller
Pack flow control valve
Ram air inlet and outlet flaps
Temperature control system
Trim air valve
Zone controller
Tabela 5.3: Componentes do sistema de pressuriza¸ao.
Pressurization system Automatic pressure control mode
Cabin pressurization controller
Cargo pressure regulating valve
Cabin pressurization system
Ditching
Electronic centralized advisory monitoring
Engine interface unit
Manual pressure control mode
Outflow valve
Pressure controller
Residual pressure control unit
Safety valve
87
Tabela 5.4: Componentes do sistema de ventila¸ao.
Ventilation system Avionics equipment ventilation computer
Extraction fan
Extract valve
Outflow valve
Ventilation outlet isolation valve
Ventilation inlet isolation valve
Ventilation valve
Tabela 5.5: Componentes do sistema de carga.
Cargo Cargo pressure regulating valve
Cargo trim air valve
Cargo ventilation controller
Ventilation inlet isolation valve
Ventilation outlet isolation valve
tudamos as unidades terminol´ogicas extra´ıdas do AMM, QRH, Flight Crew Course
Disk 1/4 do A319/A320/A321, observamos que arios deles ao encontrados em ou-
tras ´areas da Ciˆencia da Aeron´autica (Engenharia El´etrica, Engenharia Mecˆanica,
Engenharia Eletrˆonica, Engenharia da Computa¸ao, etc.). A forma¸ao morfol´ogica
na composi¸ao de cada unidade terminol´ogica exp˜oe o grau de funcionalidade de cada
componente do Airbus. O perfil tem´atico deste trabalho est´a povoado de unidades
terminol´ogicas cuja forma¸ao ´e sintagm´atica na sua estrutura¸ao morfol´ogica. A
partir da estrutura¸ao morfol´ogica de cada termo podemos apreender os conceitos
relacionados com cada uma dessas unidades. A forma¸ao morfol´ogica na composi¸ao
de cada unidade terminol´ogica exp˜oe o grau de funcionalidade de cada componente
do Airbus.
5.3.1 Princ´ıpios de Forma¸ao das Unidades Terminol´ogicas
do Check-list
A unidade terminol´ogica (termo) ´e definida nos contextos onde aparece, ad-
quirindo significados particulares relacionados a esses discursos (contextos). A de-
limita¸ao da unidade terminol´ogica ´e realizada no interior do subconjunto lingu´ıstico
88
Tabela 5.6: Componentes do sistema de voo autom´atico.
Automatic flight Alpha floor
Autoland warning
Autopilot
Autopilot/flight director
Auto thrust warning
AP warnings
Cost index
Energy cycle
Electronic flight instrument system
Flight augmentation computer
Flight control unit
Flight director
Flight envelope function
Flight guidance
Flight management
Flight management and guidance system
Flight management guidance computer
Flight mode annunciator
Flight plan inicialization function
Flight plan report
Ground mini speed
Ground speed mini function)
Ground system positioning
Inertial reference system
Low energy warning
Minimum energy level
Multipurpose control and display unit
Navigation
Navigation display
Navigation mode
Performance data report
Performance function
Position report
Primary flight director
Primary flight display
Primary flight plan
89
continua¸ao de Voo autom´atico
Print function
Progress report
Rudder trim
Speed reference system
Takeoff data function
Temporary flight plan
Thrust lever
Yaw dumping
Yam/Yawing
Yaw dumper/Yaw dumping
Windshear detection function
Wing data function
Tabela 5.7: Componentes do sistema el´etrico.
Electrical system Battery charge limiter
Circuit braker
Circuit braker monitoring unit
Electrical contactor management unit
Electrical power system
Emergence genertator
Generator control unit
Ground control unit
Ram air turbine
Transformer rectifier
90
Tabela 5.8: Componentes do sistema de controle de voo.
Flight control Aileron
Airfoil
Alpha speed function
Alpha speed lock function
Angle of attack
Autopilot
Bank angle protection
Elevator
Flaps
Flight augmentation computer
High-speed protection
Low energy warning
Load alleviation function
Pitch trim wheel
Power control unit
Rudder
Rudder control system
Rudder pedal
Rudder trim
Sidestick
Speed brake
Spoiler
Stall
Trim
Trim tab
Trimmable horizontal stabilizer
Yaw
91
Tabela 5.9: Componentes do sistema hidr´aulico.
Hydraulic system Fire shutoff valve
Cross bleed valve
Engine fire shutoff valve
Hydraulic power system
Leak measurement valve
Load alleviation function
Pitch trim
Power transfer unit
Ram air turbine
Tabela 5.10: Componentes do sistema de prote¸ao contra chuva e gelo.
Ice and rain Anti-ice valve
protection system Electrical contactor management unit
Electrical heating
Engine anti-ice valve
Engine anti-ice valve
Ice detection system
Ice detection system
Pitot and static system and rain protection
Rain repellent
Rain repellent pushbutton
Windshied heating
Window heat computer
Wing anti-ice valve
Wiper
Wiper rotator selector
92
Tabela 5.11: Componentes do sistema de trem de pouso.
Landing gear Antiskid system
Autobrake
Autobrake system
Brake and steering control unit
Gravity extension
Landing gear control and interface unit
Main gear
Normal breaking system
Nosewheel steering
Parking brake
Rudder pedals
Rudder trim
Tabela 5.12: Componentes do sistema de navega¸ao.
Navigation system Air data system
Air data and inertial reference system
Automatic directional finder
Distance measurement equipment
Enhanced ground proximity warning system
Global positioning system
Integrated electronic standby instrument
Instrument landing system
Navigation mode
Navigation system
Terrain awareness display
Terrain clearance floor
Traffic alert and collision avoidance system
93
Tabela 5.13: Componentes do sistema pneum´atico.
Pneumatic system APU bleed valve
Bleed monitoring computer
Bleed valve
Cross bleed valve
Fan air valve
Leak measurement valve
High pressure valve
Tabela 5.14: Componentes do gerador el´etrico auxiliar.
Auxiliar power unit APU leak valve
APU bleed valve
Auxiliar power unit
Electronic control box
Inlet guide vanes
correspondente ao discurso da especialidade [36]. A finalidade da unidade termi-
nol´ogica ´e veicular conceito espec´ıfico da erea representada. O termo funciona
como unidade de conhecimento e representa¸ao, e ´e formada por termos simples
(ISO 187-1/2000 - Terminology work - Vocabulary - Part 1: Theory and applica-
tion), compostos e complexos.
A forma¸ao da unidade terminol´ogica das ´areas e sub´areas da Ciˆencia da Aeron´au-
tica segue a padroniza¸ao recomendada pela ISO 704/2000 (Terminology work - prin-
ciple and methods, p. 25-27). Segundo a ISO 704/2000 , o trabalho de forma¸ao de
termos obedece a uma escala de valores relacionados com os princ´ıpios de forma¸ao
dos termos: (a) transparˆencia, (b) consistˆencia, (c) adequa¸ao, (e) concis˜ao (linguis-
tic economy), (f) produtividade de forma¸ao de termos (derivability), (g) corre¸ao
lingu´ıstica e (h) preferˆencia pelo uso da l´ıngua nativa.
ao podemos afirmar que todas as unidades elencadas nesta pesquisa obede¸cam
ao princ´ıpio da transparˆencia. De acordo com esse princ´ıpio, o significado de um
termo deveria ser vis´ıvel na sua morfologia, isto ´e, o conceito que designa, sem a sua
defini¸ao, poderia ser compreendido.
Verificamos que arias unidades terminol´ogicas inclu´ıdas neste trabalho acatam
o princ´ıpio da transparˆencia, pois podemos depreender seus significados (conceitos)
94
Tabela 5.15: Componentes do motor.
Power plant A/THR function
Engine interface unit
Engine pressure ratio
Full autority digital engine control
Mach number
Thrust
Thrust lever
sem necessariamente termos que olhar em suas respectivas defini¸oes. O termo
automatic pressure control mode e cost index, traduzidos para o Portuguˆes como
modo autom´atico de controle de press˜ao e de ´ındice de custo (tradu¸ao literal), ao
dois exemplos que obedecem ao princ´ıpio da transparˆencia. Podemos depreender
os significados de ambos os significantes sem precisarmos olhar em suas respectivas
defini¸oes.
A sofistica¸ao do projeto arquitetˆonico e aerodinˆamico do Airbus se reflete na
localiza¸ao dos seus sistemas e componentes. A disposi¸ao f´ısica na aeronave e a
fun¸ao desempenhada por cada uma dessas unidades influenciaram o n´umero de
termos existentes na pesquisa.
A forma¸ao dos termos que nomeiam cada sistema e seus respectivos compo-
nentes encontrados no Check-list, de forma sucinta, nos manuais de opera¸ao e
manuten¸ao ao obedecem ao princ´ıpio da concis˜ao. A maioria dos termos usados
ao compostos, cuja estrutura¸ao varia de dois a seis voabulos. Neste caso, a im-
possibilidade de adotar o princ´ıpio de concis˜ao ´e contradit´oria com o princ´ıpio da
adequa¸ao. Por isso, muitos termos compostos com lexias longas ao usados em
formas abreviadas.
O princ´ıpio da consistˆencia prop˜oe que a terminologia de qualquer campo ou
esfera de atividade ao deveria ser arbitr´aria ou nem ser uma cole¸ao aleat´oria de
termos, mas sim um sistema terminol´ogico coerente correspondente a um sistema de
conceito. Ent˜ao, quando analisamos todos os sistemas existentes na cabine, que ao
encontrados no Check-list, nos manuais de opera¸ao e de manuten¸ao, verificamos
que a forma¸ao dos termos de cada sistema ao ´e arbitr´aria, pois o significado
de cada significante a exibe uma caracter´ıstica funcional, de operacionalidade do
sistema e o conceito a ele relacionado. Por exemplo, os termos pack, pack-flow
control e pack controller representam, cada um deles, um conceito. Esses termos
95
integram-se de modo coerente ao grande sistema conceitual representado pelo Check-
list. A possibilidade de acontecer uma mudan¸ca na organiza¸ao dos conceitos dessa
ciˆencia acarretaria na cria¸ao de outras designa¸oes. Uma mudan¸ca na organiza¸ao
dos conceitos nesta sub´area, na lista de procedimentos operacionais, acarretaria
na forma¸ao de outros termos que ao apresentariam coerˆencia, e ao estariam
afinados com o conceito de funcionalidade ou operacionalidade existente na aeronave.
No nosso exemplo, as unidades terminol´ogicas citadas acima fazem parte do ar-
condicionado e, mantˆem uma rela¸ao de hierarquia em n´ıvel operacional e funcional.
Na an´alise e apresenta¸ao das unidades terminol´ogicas elencadas no nosso tra-
balho, observamos que todos os sistemas estudados procuram designar seus con-
ceitos atrav´es da representa¸ao da estrutura mais adequada para a forma¸ao do
termo caracterizador, e que melhor represente o sistema conceitual de cada sis-
tema encontrado nos procedimentos de cabine inclu´ıdos no Check-list. As unidades
terminol´ogicas propostas devem agregar os padr˜oes familiares de significados a es-
tabelecidos na comunidade lingu´ıstica estudada.
Esta formalidade na cria¸ao de termos que obedece ao princ´ıpio de adequa¸ao ´e
muito respeitada pelos fabricantes de aeronaves. Quando se e o Check-list, o ma-
nual de manuten¸ao e o manual de opera¸ao dos fabricantes, nota-se que existe uma
padroniza¸ao na evolu¸ao da cria¸ao de novos termos. Na pr´atica, novos termos im-
plicam novas aplica¸oes pr´aticas relacionadas `a navegabilidade e `a operacionalidade
dos sistemas a existentes no Airbus.
Desta forma, a cria¸ao de novos termos sempre est´a relacionada ao desenvolvi-
mento de tecnologias mais modernas e eficientes que dever˜ao ser adotadas ou adap-
tadas `as aeronaves em opera¸ao. Qualquer incremento feito nesta grande a´erea do
conhecimento (Ciˆencia da Aeron´autica) e na ´area de conhecimento (Avia¸ao Comer-
cial) sempre est´a relacionado com seguran¸ca e a integridade f´ısica da aeronave, da
tripula¸ao ecnica e comercial, e dos passageiros. Por isso, a adequa¸ao de padr˜oes
familiares de significados nesta atividade ´e sinˆonimo de seguran¸ca, de responsabili-
dade Civil e Jur´ıdica.
O princ´ıpio de produtividade de forma¸ao de unidades terminol´ogicas na Avia¸ao
´e relativamente intenso porque existe o fator custo e ben´efico solicitado pelo mer-
cado de Avia¸ao Comercial. A necessidade da sofistica¸ao tecnol´ogica aeron´autica
acaba sendo a mola propulsora para o princ´ıpio da produtiva forma¸ao de unidades
terminol´ogica.
O mercado da produ¸ao terminogr´afica acaba sendo afetado pelo mercado da
Avia¸ao Comercial, cuja demanda por servi¸cos e tecnologias cada vez maior, in-
96
fluencia a produ¸ao de novos termos para nomear e conceituar novas tecnologias.
Podemos encontrar arios exemplos do princ´ıpio de produtividade na forma¸ao de
termos na Avia¸ao Comercial.
A produ¸ao de termos nasce a partir da cria¸ao e desenvolvimento de novos
sistemas operacionais usados na execu¸ao dos procedimentos de rotina do Check-
list: Electronic Centralizer Advisory Monitoring , Multipurpose Control and Display
Unit, Flight Augmentation Computer, Bleed Monitoring Computer, Flight Manage-
ment Guidance System, etc. A necessidade de nomear e conceituar tecnologias mais
modernas usadas em aeronaves e inclu´ıdas na execu¸ao de procedimentos opera-
cionais de rotina na cabine, o Check-list, proporcionou o aparecimento de novas
unidades terminol´ogicas.
A inovao tecnol´ogica introduzida no Airbus fomentou a incorpora¸ao de novos
comandos nos pain´eis da aeronave, exemplo disso ´e o o sistema eletrˆonico de moni-
toramento da aeronave. Esse componente ´e um computador de bordo que monitora
e se relaciona com quase todos os sistemas existentes e respons´aveis pela navegabili-
dade e seguran¸ca do Airbus. Aeronaves constru´ıdas a mais de 30 anos ao tinham
esse item na sua cabine de comando. A simples inven¸ao e ado¸ao deste com-
ponente na aeronave influenciou a produtividade da forma¸ao de novas unidades
terminol´ogicas que poderiam com ele estar relacionadas. O Check-list do Airbus
apresenta o sistema eletrˆonico de monitoramento da aeronave como um dos seus
itens a ser executado.
O princ´ıpio de corre¸ao lingu´ıstica usado na Avia¸ao Comercial ´e respeitado
toda vez que houver a necessidade da cria¸ao de um termo na l´ıngua de chegada.
A cria¸ao do termo dever´a refletir de maneira clara, sem ambiguidade, o conceito
essencial e aplica¸ao de nova tecnologia desenvolvida.
As empresas a´ereas brasileiras ao demonstram muita preocupa¸ao com a ado¸ao
da L´ıngua Portuguesa nas diferentes situa¸oes de comunica¸ao. A L´ıngua Inglesa ´e
usada na publica¸ao de manuais dos fabricantes de aeronaves, em treinamento de
pilotos, na manuten¸ao de aeronaves e no controle do tr´afego ereo. O uso da L´ıngua
Inglesa nas comunica¸oes entre pilotos e torre de controle em todos os aeroportos
do mundo ´e obrigat´orio, regulamentado e controlado pela ICAO. Esse ´e, talvez, um
dos motivos da inexistente produ¸ao de material bil´ıngue nesta erea. ao existe
interesse econˆomico ou investimentos para serem disponibilizados na produ¸ao e
publica¸ao de gloss´arios t´ecnicos ou dicion´ario terminol´ogico nesta grande a´erea do
conhecimento.
A ado¸ao e o uso da L´ıngua Portuguesa (l´ıngua nativa) acontecem apenas quando
97
pesquisadores da ´area terminol´ogica em conjunto com engenheiros de voo, engenhei-
ros de manuten¸ao e tradutores decidem trabalhar em parceria para produzir e criar
unidades terminol´ogicas na L´ıngua Portuguesa.
arios exemplos do uso de empr´estimo e ausˆencia do uso da l´ıngua nativa po-
dem ser encontrados, por exemplo, no sistema de trem de pouso da aeronave que
apresenta os componentes: (a) nosewheel steering (dire¸ao da roda de nariz), (b)
main landing gear (trem principal), (c) nose landing gear (trem de pouso do nariz),
(d) rudder pedals (pedal do leme de dire¸ao). Os funcion´arios do departamento de
manuten¸ao muitas vezes discutem quais servi¸cos de manuten¸ao ser˜ao feitos nestes
componentes, mas em nenhum momento usam a terminologia a consagrada em
Portuguˆes desses itens.
5.3.2 Processo de Forma¸ao dos Termos
A forma¸ao das unidades terminol´ogicas pode ocorrer com o acr´escimo de afixos
(prefixos e sufixos, desinˆencias), mudan¸ca gramatical ou redu¸ao de elementos (mor-
femas).
5.3.2.1 - Forma¸ao por acr´escimo de elementos
Existem dois processos de forma¸ao de palavras pelo acr´escimo de afixos (prefixos
e sufixos): derivao e composi¸ao.
a derivao quando, a partir de uma palavra primitiva, obtemos novas palavras
(chamadas derivadas) por meio do acr´escimo de afixos. Isso ocorre, por exemplo,
quando a partir da palavra primitiva operation, formamos operator, da qual por
sua vez se forma operating. A derivao pode ser feita pela supress˜ao de morfemas
ou pela troca de classe gramatical, mas nunca pelo acr´escimo de radicais.
A composi¸ao ocorre quando formamos palavras pela jun¸ao de pelo menos
dois radicais. As palavras resultantes do processo de composi¸ao ao chamadas
palavras compostas, em oposi¸ao `aquelas em que a um ´unico radical, chamadas
simples. Eis alguns exemplos de termos compostos: standby (stand+by), pushbot-
tom (push+bottom). Costumam-se apontar dois tipos de composi¸ao:
1. Composi¸ao por justaposi¸ao: ocorre quando os elementos que formam o
composto ao simplesmente colocados lado a lado (justapostos), sem que se
verifique qualquer altera¸ao fon´etica em algum deles, por exemplo, wing anti-
ice valve, high-speed protection, air-bleed system. O que caracteriza a
98
justaposi¸ao ´e a manuten¸ao da integridade sonora das palavras que formam
o composto, e ao a forma de graf´a-lo;
2. Composi¸ao por aglutina¸ao: ocorre quando os elementos que formam o
composto se aglutinam o que significa que pelo menos um deles perde sua
integridade sonora, sofrendo modifica¸oes, como em autopilot (automatic
+pilot), multifunction (multiple +function), ou annunciator (announce+
communicator).
Neste trabalho, a descri¸ao e an´alise do vocabul´ario do Check-list utiliza-se a seguinte
classifica¸ao:
1. Termo simples: ao aqueles formados por um ´unico radical como em: ditich-
ing, aileron, wipers, yaw e thrust.
2. Termo composto: ao aqueles formados por mais de um radical, unidos
em um conjunto indecompon´ıvel, isto ´e, ao admite a interposi¸ao de outros
elementos ou a elimina¸ao de um de seus componentes. Podem apresentar-se
separados (extraction fan/ventilador de extra¸ao) ou unidos por h´ıfen (go-
around/arremetida). Eles podem apresentar-se justapostos (crossbleed valve)
ou aglutinados(autopilot)
3. Termo complexo: ao formados por mais de um radical. Apresentam-se
unidos em uma sequˆencia constante, mas ao indecompon´ıvel de seus compo-
nentes, mas admitem a inser¸ao de outros elementos ou a supress˜ao de um de
seus componentes, sem que se altere o sentido. Por exmplo, podemos citar o
termo avionics extraction valve, onde a supress˜ao de elementos da com-
posi¸ao produz a seguinte variante extraction valve. Os termos complexos
podem tamb´em apresentar-se separados (flight management and guidance
system/sistema de guiamento e gerenciamento de voo).
O levantamento da nossa pesquisa sobre a descri¸ao e an´alise do vocabul´ario do
Check-list mostrou a seguinte composi¸ao:
(a) Inglˆes: termos simples...........7%, termos compostos.......63%,
termos complexos.......30%, siglas............................36%,
abreviaturas..............2,4%, acrogramas...................3,6%.
(b) Portuguˆes: termos simples...........6%, termos compostos.......68%,
termos complexos.......26%, siglas............................0%,
abreviaturas..............0%, acrogramas...................0%.
99
5.3.2.2 - Forma¸ao por Redu¸ao
A norma ISO 1087-1/2000 em um dos seus itens, estabelece que os termos por
redu¸ao no processo de forma¸ao de palavras ao:
1. Siglas: ocorrem pela combina¸ao das letras iniciais de uma sequˆencia de
palavras que constituem um nome, ou seja, a sigla ´e formada pela letra ini-
cial de cada voc´abulo de um termo sintagm´atico (composto ou complexo),
com articula¸ao pros´odica ou alfab´etica, sil´abicas ou ambas. Exemplos de
siglas: FADEC (Full Authorithy Digital Electronic Computer), APU (Aux-
iliary Power Unit), e AEVC (Avionics Equipment Ventilation Computer).
2. Abreviatura: ocorre quando a supress˜ao de uma parte dos elementos que
comp˜oem um termo simples, por exemplo, NAV (Navigation), THR (Thrust),
A/THR (Automatic thrust) e Autobrake (Automatic brake).
3. Acrocramas: ao formados por arios grupos de letras de um termo composto
ou complexo com articula¸ao pros´odica exclusivamente sil´abica. Por exemplo,
F-PLN (Flight-Plan) e CRZ FL (Cruize Flight Level), TMPY (Temporary
Flight Plan).
5.3.2.3 - Forma¸ao por Mudan¸ca Gramatical
A forma¸ao das unidades terminol´ogicas que comp˜oem o perfil tem´atico do
Check-list, e que estruturam a hierarquia conceitual desse universo, ´e composta,
geralmente, por termos compostos e complexos, formados a partir da coloca¸ao de
substantivos com fun¸ao qualificativa, colocada `a esquerda do n´ucleo sintagm´atico
principal da cadeia interpretante (conceitual), como em, por exemplo, brake and
steering control unit, ice detection, heat exchanger, flight guidance, pack controller,
etc. Entretanto, podemos verificar que existem verbos usados como substantivos
simples, como em pitch, thrust, trim, rudder, pack, fan, ditching, etc.
5.3.2.3 - Estrutura Morfol´ogica dos Termos do Check-list
A grande ´area do conhecimento, a Ciˆencias Aeron´autica, tem como objetivo a
forma¸ao de pilotos profissionais para atuarem em empresas a´ereas, ou como pilotos
privados. O curso universit´ario de Ciˆencia Aeron´autica preocupa-se em oferecer aos
pilotos uma vis˜ao mais administrativa e proporcionar um maior conhecimento para
os bachar´eis, al´em de ensinar todas as t´ecnicas de pilotagem necess´arias `a forma¸ao
100
de um piloto. Por isso, os alunos tˆem em seus curr´ıculos asicos de gradua¸ao as
disciplinas de Administra¸ao, Direito Aeron´autico, Aerodinˆamica, Navega¸ao A´erea
e Inglˆes. Quando analisamos os manuais usados pelos pilotos observamos que o vo-
cabul´ario da linguagem de especialidade apresenta um perfil tem´atico cuja ocorrˆencia
predominante ´e de substantivos simples ou compostos.
Os substantivos s˜ao formados por longas cadeias sintagm´aticas devido ao car´ater
de especificidade da ´area de conhecimento pesquisada. As longas cadeias sintagm´ati-
cas demonstram o alto grau de especificidade dos sistemas e dos componentes exis-
tentes na aeronave. Os sintagmas, em sua maioria, s˜ao formados por mais de duas ou
trˆes lexias. O uso de lexias longas o reflete a necessidade lingu´ıstica de usar a mor-
fologia para apresentar de maneira ordenada e ogica os conceitos ou no¸oes dessa
´area do saber. Podemos observar nas Tabelas 5.16 a 5.18 a forma¸ao morfol´ogica
das unidades terminol´ogicas do Check-list.
Tabela 5.16: Forma¸ao morfol´ogica das unidades terminol´ogicas do Check-list.
Inglˆes Portuguˆes
Adj.+N S+adj.
Antisikd system Sistema antiderrapante
N+N S+SP
Extraction fan Ventilador de extra¸ao
N+N S+Adj
Avionics ventilation Ventila¸ao eletrˆonica
N+N S+Adj.+SP+SP
Radio navegation Navega¸ao erea por meio de adio
N+N+N S+SP+SP
Ram air turbine Turbina de ar de impacto
N+N+N S+SP+S
Air cycle machine aquina de ar c´ıclico
N+N+N+ S+Adj.+SP
Pitch trim wheel Eixo longitudinal de compensa¸ao
N+N+N S+SP+Adj.
Speed brake control Controle de freio aerodinˆamico
N+N+N S+Adj.+SP+SP
Flight mode annunciator Luz indicadora do modo de voo
101
Tabela 5.17: Continua¸ao da Tabela 5.16
Inglˆes Portuguˆes
N+N+N S+SP+SP+SP
Cargo ventilation controller Controlador de ventila¸ao
do compartimento de carga
N+Adj.+N S+SP+SP+SP.
Engine anti-ice valve alvula contra forma¸ao de
gelo da turbina
N+Adj.+N S+Adj.+SP
Cargo regulating valve alvula reguladora
de press˜ao
N+N+N+N S+SP+SP+SP
Ventilation inlet isolation valve alvula de isolamento e
de sa´ıda de ventila¸ao
N+N+Adj.+N S+SP+SP+SP
Air inlet de-icing system Sistema de entrada de ar de degelo
N+N+Adj.+N S+SP+SP
Circuit braker monitoring unit Unidade de monitoramento
do disjuntor
N+N+N+N S+SP+SP+SP
Pack flow control valve alvula de controle de fluxo
do compartimento
N+N+Adj.+N S+Adj.+SP+SP
Cargo pressure regulating valve alvula reguladora de
press˜ao de carga
N+N+Adj.+N S+Adj.+SP+SP
Shutoff pressure regulating valve alvula reguladora de corte
de press˜ao
N+N+Adj.+N Adj.+S+SP+Adj.
Ground speed mini-function Mini-fun¸ao de velocidade m´ınima
102
Tabela 5.18: Continua¸ao da Tabela 5.16.
Inglˆes Portuguˆes
N+Adj.+N+N S+SP+SP+Adj.
Air-conditioning inlet valve alvula de sa´ıda do ar-condicionado
Adj+N S+Adj.
Electrical heating Aquecimento el´etrico
Adj.+N+N S+SP+Adj.
Auxiliary power unit Gerador el´etrico auxiliar
Adj+N+N S+SP+Adj.
Eletronic control box Caixa de comando eletrˆonico
Adj+N+N S+SP+Adj.
Eletronic control unit Unidade de controle eletrˆonico
Adj+N+N S+SP+Adj.
Electric Power system Sistema de energia el´etrico
Adj.+N S+SP
Mixing unit Unidade de mistura
Adj.+N+N S+Adj.+SP
Automatic brake system Sistema autom´atico de freios
Adj.+N+N+N S+SP
Electronic flight instrument system Voo por instrumento
Adj.+N+N+N S+Adj.+SP+Adj.
Automatic pressure control unit Unidade de controle
de press˜ao autom´atica
Adj.+Adj.+N S+Adj.+SP
Trimmable horizontal stabilizer Estabilizador horizontal de
compensa¸ao
Adj.+N+N+N S+SP
Electronic flight instrument system Voo por instrumento
Adj.+N+N+N S+SP+SP+Adj.
Automatic pressure control unit Unidade de controle
de press˜ao autom´atica
Adj.+N+N+N S+Adj.+SP+SP
Multipurpose control display unit Unidade multifuncional de
controle de visualiza¸ao
103
Tabela 5.19: Continua¸ao da Tabela 5.16.
Inglˆes Portuguˆes
Adj.+N+N+N+N S+SP+SP+Adj.+Adj.
Auxiliary power unit load Compressor de carga do
compressor gerador el´etrico auxiliar
Adj.+N+N+N+N S+SP+Adj.+SP+SP
Automatic pilot/flight Sitema do piloto autom´atico/
director system do diretor de voo
Adj.+N+N+N S+Adj.+SP+SP
Autopilot/flight director Piloto autom´atico/do diretor de voo
Adj.+N+N+N+N S+SP+SP+SP+SP
Landing gear control and interface unit Unidade de comunica¸ao e de
controle do trem de pouso
5.4 Perfil das Unidades do Check-list : Aspectos
Semˆanticos
5.4.1 Rela¸oes Conceituais
O principal objetivo de pesquisa desta sub´area da Avia¸ao Comercial ´e o estudo
dos procedimentos operacionais realizados por pilotos (tripula¸ao t´ecnica) na cabine.
Esses procedimentos est˜ao dispostos no Check-list. A pesquisa evidenciou os quatros
campos tem´aticos citados na defini¸ao e apontou a diretriz conceitual e hier´arquica
do trabalho terminogr´afico. Priorizamos o estudo das unidades terminol´ogicas rela-
cionado com os procedimentos operacionais executados pelos comandos localizados
nos pain´eis da cabine. Os procedimentos est˜ao impressos, na ´ıntegra, nos manuais
operacionais e sucintamente no Check-list cedido `a tripula¸ao ecnica.
A preocupa¸ao principal foi delimitar os sistemas mais importantes da aeronave
e os seus componentes sob o ponto de vista operacional e de seguran¸ca. A finalidade
dos sistemas e componentes ´e proporcionar navegabilidade segura e confort´avel para
a tripula¸ao ecnica, comercial e para os passageiros. Essa investiga¸ao permitiu
que fosse estabelecido os termos a serem pesquisados e a rela¸oes que se estabelecem
entre eles nos campos tem´aticos. Os termos ao organizados hierarquicamente de
acordo com a fun¸ao que exercem nos sistemas existentes na aeronave e com a opera-
cionalidade que possuem. Algumas unidades terminol´ogicas elencadas no trabalho
104
Tabela 5.20: Forma¸ao dos termos do Check-list : derivao prefixal.
Prefixo Significado Exemplos de termos Exemplos de termos
em Inglˆes em Portuguˆes
Anti condi¸ao contr´aria anti-ice valve alvula de prote¸ao
contra gelo
Auto pr´oprio autopilot piloto autoatico
Di antecedˆencia, anterior, de-icing wing asa de degelo
anterioridade
Electr ˆambar, eletricidade electronic centrilizer monitor eletrˆonico
aircraft monitoring central da aeronave
Extra fora de, extract fan/valve alvula/ventilador
posi¸ao exterior de extra¸ao
Multi muito, mais, arios, multifunction control unidade
display unit multifuncional
visual
Over muito, excesso, overpressure valve alvula de
mais do que, super sobrepress˜ao
Out fora de, al´em de, outlet isolation valve alvula de isolamento
mais do que externo
Pro proximidade, ground proximity unidade de controle
aproxima¸ao control de aproxima¸ao
Sys reuni˜ao, ao conjunta, hydraulic system sistema hidr´aulico
simultaneidade
105
Tabela 5.21: Forma¸ao dos termos do Check-list : derivao sufixal.
Formadores de substantivos Inglˆes Portuguˆes
a partir de substantivo: -tion, -ion, -ation -a¸ao, ao
cao, resultado da ao protection, navigation, prote¸ao, navega¸ao,
ventilation ventila¸ao
-ment -mento
manegement gerenciamento
-ance -mento
guidance guiamento
a partir de verbo: agente -er,-or -or
ou instrumento de ao controller, director controlador, diretor
Formadores de adjetivos
a partir de verbos: agente -ing -ado
air conditioning system sistema de ar
condicionado
ao multifuncionais, pois executam mais de uma fun¸ao na estrutura operacional do
Airbus.
5.4.2 As Rela¸oes Conceituais e a Estrutura Morfol´ogica
das Unidades Terminol´ogicas do Check-list
As rela¸oes conceituais da l´ıngua de especialidade encontrada na Avia¸ao Co-
mercial, e do vocabul´ario usado nos manuais de opera¸ao e manuten¸ao, inclu´ıdos
no Check-list, buscam manter uma padroniza¸ao morfol´ogica das unidades termi-
nol´ogicas. A padroniza¸ao evidencia as rela¸oes conceituais existentes nas unidades
e a posi¸ao hier´arquica de cada uma delas no sistema.
Quando analisamos os voabulos que formam cada um dos termos pesquisados,
observamos que muitos dos voc´abulos existentes exibem na sua estrutura morfol´ogica
a sua origem ou a sua fun¸ao. Por exemplo, quando estudamos a forma¸ao do termo
automatic pressure control, verificamos que o voc´abulo automatic nos informa que a
unidade ao ´e operada manualmente. Segundo, o voc´abulo pressure nos sugere que
possivelmente este termo est´a localizado ou faz parte do sistema de pressuriza¸ao
da aeronave, e, finalmente, o voc´abulo control afirma que essa unidade controla a
press˜ao interna em algum ponto da aeronave.
106
Outro exemplo que podemos estudar ´e a unidade terminol´ogica do computador
de guiamento e gerenciamento de voo. Neste caso, observamos que a estrutura mor-
fol´ogica nos sugere a fun¸ao executada pela unidade e como que se d´a essa opera¸ao.
O computador executa atividade de guiamento de voo e de posicionamento da ae-
ronave. A estrutura morfol´ogica ao deixa claro onde a unidade est´a localizada ou
em que sistema opera, ela o nos indica a fun¸ao exercida.
A estrutura¸ao morfol´ogica dos termos pesquisados demonstra que a sequˆencia
dos termos possui uma ogica conceitual, hier´arquica e funcional. A estrutura mor-
fol´ogica da unidade terminol´ogica pode exibir uma sequˆencia de voc´abulo maior ou
menor de acordo com os seguintes crit´erios: (a) funcionalidade, (b) complexidade
operacional, (c) simplicidade operacional, (d) importˆancia no desempenho global do
sistema.
A sequˆencia de voc´abulos existentes na forma¸ao das unidades terminol´ogicas
do FCOM 1, 2, 3 e 4, do AMM, e do QRH descrevem a representa¸ao prim´aria dos
atributos ou tra¸cos sˆemicos das unidades terminol´ogicas estudadas nesta l´ıngua de
especialidade. Os atributos nos possibilitaram a constru¸ao da rede nocional, e nos
auxiliaram a delimitar o conceito final. Nossa defini¸ao final foi constru´ıda a partir
dos diferentes conceitos encontrados nas Atas dos FCOMs 1 e 4 e completadas com
informa¸oes do FCOMs 2 e 4 quando houve a necessidade de se obter informa¸oes
adicionais que possibilitassem a constru¸ao da defini¸ao final.
O primeiro contato com as unidades terminol´ogicas foi a leitura dos Check-lists do
Airbus A319/A320/A321/A330/A340/A350, onde observarmos que a estrutura¸ao
morfol´ogica do Check-list era um forte indicador do perfil tem´atico existente nesta
sub´area e das no¸oes com ele relacionadas. A leitura dos FCOMs 1, 2, 3 e 4,
do AMM, e do Flight Crew Course Disks A319/320/321 evidenciaram os aspectos
predominantes na composi¸ao dos tra¸cos comuns e essenciais de cada subconjunto
lingu´ıstico. Verificamos que as unidades pesquisadas constroem redes de conex˜oes
entre si em fun¸ao da atividade exercida e do conceito de funcionalidade existente
em cada sistema operacional.
5.4.3 As Rela¸oes de Significado
Segundo Barros [37], as unidades lexicais de uma l´ıngua manem entre si rela¸oes
de sentido que ao de grande importˆancia para a elabora¸ao de um dicion´ario, uma
vez que delas depende a organiza¸ao da macroestrutura, da microestrutura e do
sistema de remissiva da obra. Compreendemos as rela¸oes exico-semˆanticas como
107
rela¸oes lingu´ıstico-matem´aticas, cujos principais tipos ao: (a) rela¸ao de oposi¸ao
de identidade, em que A = B; (b) rela¸ao de oposi¸ao transitiva em que A B, (c)
a rela¸ao oposi¸ao disjuntiva, em que A//B; (d) rela¸ao de oposi¸ao de inclus˜ao, em
que A(B).
Na Tabela 5.19 apresentamos um quadro que ilustra as poss´ıveis rela¸oes con-
junto significante/conjunto significado proposto pela Profa. Dra. Maria Aparecida
Barbosa [38].
5.4.3.1 - Monossemia
Segundo Barros [39], ocorre monossemia quando um conceito ´e designado por
uma, e somente uma express˜ao. Essa rela¸ao un´ıvoca ´e chamada em Terminologia
de monon´ımia.
De acordo com a mesma autora, um dicion´ario de l´ıngua procura registrar todas
as acep¸oes de uma unidade lexical; uma obra terminogr´afica apresenta apenas o
conte´udo espec´ıfico de um termo em um dado dom´ınio. Assim, ´e normal que o
termo tenha a tendˆencia `a monossemia, o que ao implica a inexistˆencia de termos
polissˆemicos e homˆonimos na l´ıngua de especialidade [40]. Encontramos apenas dois
casos de monossemia em nosso trabalho. Na avia¸ao os termos fuselagem e aileron
ao dois termos que, de acordo com os comandantes entrevistados do Airbus, ao
tˆem sinˆonimos. a os motores podem ser chamados tamem de turbinas, embora
motor seja um termo gen´erico e turbina seja um tipo espec´ıfico de motor.
5.4.3.2 - Homossemia
a homossemia, ou sinon´ımia, quando um mesmo conceito ´e designado por signi-
ficantes diferentes. A sinon´ımia pode ser definida como uma rela¸ao de equivalˆencia
no sentido matem´atico [41]. A homossemia total ´e muito rara, pois as unidades
lexicais ao ao permut´aveis em todos os contextos e nem possuem a mesma dis-
tribui¸ao, sentidos cognitivos e afetivos. a na homossemia parcial, as lexias apre-
sentam o mesmo significado, mas possuem distribui¸ao diferente.
Embora a ocorrˆencia de homossemia total seja rara, encontramos alguns casos
onde a unidade terminol´ogica apresenta os mesmo atributos emicos e a mesma dis-
tribui¸ao de outro, portanto ao intercambi´aveis. Ex.: mixer unit = mixing unit
(unidade mecˆanica de mistura), anti-ice valve = wing anti-ice valve (v´alvula anti-
congelante), rain repellent fluid = rain repellent liquid (l´ıquido repelente de chuva).
Um ´unico caso de homossemia parcial foi observado, pressure regulating valve =
108
hot-air pressure regulating valve. Apesar do termo apresentar o mesmo conjunto de
atributos sˆemicos do que o outro, n˜ao possui a mesma distribui¸ao. Observamos que
a primeira alvula pertence ao sistema de carga do Airbus, enquanto que a segunda
alvula pertence ao sistema de ar-condicionado do Airbus. Portanto, os dois signi-
ficantes ao apresentam o mesmo significado ou a mesma distribui¸ao, pois ambas
as alvulas possuem fun¸oes diferentes e participam de processos operacionais dis-
tintos na aeronave durante a execu¸ao dos procedimentos realizados pela tripula¸ao
t´ecnica.
5.4.3.3 - Hiperon´ımia, Hipon´ımia e Co-Hipon´ımia
Os hiperˆonimos, hipˆonimos e co-hipˆonimos apresentam uma rela¸ao hier´arquica
nocional entre si (horizontal ou vertical). Os hipˆonimos possuem uma rela¸ao de
subordina¸ao com os hiperˆonimos, e os co-hipˆonimos possuem uma rela¸ao nocional
horizontal entre si.
1. O hiperˆonimo ´e um termo definidor de uma classe de termos a ele subordinada.
Por exemplo, podemos observar que a unidade terminol´ogica flight plan, no-
cionalmente ´e um hiperˆonimo de lateral flight plan, vertical flight plan, active
flight plan, secondary flight plan e flight plan initialization function. Todos os
termos est˜ao relacionados entre si por um mesmo determinante nuclear que
indica o tipo de plano (flight). Neste caso, o definidor de classe ´e voo (flight)
e ao plano (plan).
2. O hipˆonimo ´e um termo contido numa classe, definido por um mesmo hiperˆoni-
mo e que com este mant´em uma rela¸ao de inclus˜ao. Por exemplo, quando
analisamos o hiperˆonimo Auxiliary Power Unit (APU), cuja cadeia hier´arquica
´e vertical. Podemos dizer que o hiperˆonimo APU (gerador de for¸ca auxiliar)
tem os seguintes hipˆonimos: APU warning, APU bleed air supply, APU load
compressor, APU bleed air, APU engine, APU generator. Todos eles apresen-
tam os mesmos atributos ou tra¸cos sˆemicos em comum.
Todos os hipˆonimos mantˆem entre si uma rela¸ao de hierarquia mostrando
que cada termo ocupa uma posi¸ao hier´arquica e est´avel neste sistema. O
hiperˆonimo faz parte do n´ucleo do sintagma nominal dos termos compostos
ou complexos listados na cadeia hier´arquica formada por termos da l´ıngua de
especialidade da sub´area do Check-list. Este universo detalha e exp˜oe os pro-
cedimentos operacionais executados pelos arios sistemas, como por exemplo,
109
el´etrico-mecˆanico, el´etrico-eletrˆonico, hidr´aulico, pressuriza¸ao, ventila¸ao, ar-
condicionado, etc.
A maioria dos hiperˆonimos encontrados nesta pesquisa ao termos compostos
ou complexos, mas n˜ao pudemos evitar que os seus correspondentes hipˆonimos
tivessem suas sequenciais nominais reduzidas porque elas indicam ao o suas
fun¸oes e opera¸oes, mas tamem como se relacionam com os outros sistemas
e suas localiza¸oes f´ısicas na aeronave. Neste caso, podemos observar que o
sintagma muitas vezes longo demais, com trˆes ou mais radicais, passava por
um processo de encurtamento (abrevia¸oes, siglas, etc.). Muitas unidades
terminol´ogicas acabavam sendo abreviadas sem muito crit´erio, para facilitar a
comunica¸ao apida entre os profissionais da ´area.
3. O co-hipˆonimo ´e um termo cuja no¸ao est´a parcialmente inclusa em outro de
mesmo n´ıvel e est´a subordinado ao hiperˆonimo. Os co-hipˆonimos apresentam
uma rela¸ao nocional horizontal entre si. Quando analisamos os co-hipˆonimos
dos exemplos abaixo citados, podemos verificar que eles fazem parte de um
mesmo sistema operacional do Airbus. Todos co-hipˆonimos, Autopilot, Flight
director e Autothrust fazem parte do sistema de gerenciamento e de guiamento
do Airbus. Cada um deles apresenta uma determinada fun¸ao e opera¸ao que
´e solicitada durante as diferentes fases do voo ou durante a execu¸ao dos
procedimentos (normal, anormal, de emergˆencia, suplementares). A fun¸ao de
guiamento e de gerenciamento de voo aciona e executa o comando dos trˆes
componentes acima citados.
5.4.4 Paron´ımia
Ocorre quando dois elementos do conjunto significante, em rela¸ao de oposi¸ao
transitiva, correspondem dois elementos do conjunto significado, estes em rela¸ao
disjuntiva ou transitiva. O ´unico termo que pode ser considerado um exemplo t´ıpico
de paron´ımia nesta pesquisa ´e o termo trem de pouso (landing gear). Os pilotos
chamam de trem de pouso e o p´ublico em geral chama de rodas, rodinhas, etc.
5.4.5 O Caso dos Epˆonimos
A epon´ımia ocorre quando utilizamos o nome pr´oprio para nomear ou designar
uma estrutura mecˆanica, um sistema operacional, um software ou uma aeronave,
como a ocorreu muito no passado durante a primeira e a segunda guerra mundial.
110
O epˆonimo ´e uma homenagem dada a algu´em que tenha feito uma descoberta,
desenvolvido ou descrito uma inven¸ao, aquina, etc. No nosso trabalho o ´unico
exemplo encontrado de epˆonimo foi o termo Mach (unidade de medida da velocidade
da aeronave, usando a velocidade do som como referˆencia). Mach ´e o nome do
descobridor do fenˆomeno de varia¸ao da velocidade do som com a altitude. Em
1870, Ernst Mach, f´ısico austr´ıaco, introduziu o conceito de n´umero de Mach. O
n´umero de Mach ´e adimensional e expressa uma fra¸ao da velocidade do som.
OBS.: No in´ıcio da avia¸ao, tamem se usava o termo Badin para designar o
veloc´ımetro da aeronave, mas com o passar do tempo, este caiu em desuso, e ao ´e
mais usado pelos comandantes e pilotos. Sua origem ´e do tempo da miss˜ao militar
francesa no Brasil (anos 30). O termo ainda ´e usado na Fran¸ca.
´
E um nome pr´oprio
muito comum naquele pa´ıs.
5.4.6 Homon´ımia
Temos um caso de homon´ımia quando dois ou mais conceitos, em rela¸ao de
oposi¸ao disjuntiva, ao designados por uma mesma express˜ao. Na Avia¸ao comer-
cial ou militar, de um modo geral, ´e um pecado mortal um termo (significante)
designar duas coisas diferentes (significados). Porque o piloto, numa emergˆencia,
poderia mandar o copiloto tomar uma a¸ao sobre uma delas e ele agir sobre a outra,
com poss´ıveis efeitos desastrosos porque uma express˜ao (termo) designaria dois con-
ceitos em rela¸ao de oposi¸ao disjuntiva (duas informa¸oes diferentes).
Nota-se, pelo exposto, que estamos longe da univocidade apregoada pelas unidades
terminol´ogicas na linguagem de especialidade da Avia¸ao Comercial. Verificamos
todos os tipos de rela¸oes de significa¸ao: a polissemia, a homossemia, a varia¸ao
gr´afica, a varia¸ao de remiss˜ao (omisss˜ao), dentre outros. Com as observoes feitas
neste cap´ıtulo, pudemos montar um dicion´ario Inglˆes e Portuguˆes, o qual ser´a apre-
sentado no pr´oximo cap´ıtulo, e que mais se aproximou ou respeitou os aspectos, as
rela¸oes conceituais e as rela¸oes de forma¸ao de palavras abordadas nesta parte do
trabalho.
111
Tabela 5.22: Diagrama explicativo sobre as poss´ıveis rela¸oes conjunto signif-
icante/conjunto significado segundo Barros (veja referˆencia [38]).
2. Polessemia: a um elemento do conjunto ste.
correspondem dois ou mais elementos do
conjunto sdo.
1. Monossemia: a um elemento do conjunto ste.
corresponde um e somente um elemento do
conjunto sdo.
3. Homonímia: a um elemento do conjunto ste.
correspondem dois ou mais elementos do
conjunto sdo.,estes em relação de oposição
disjuntiva.
4. Homonímia total (= sinonímia): a dois ou
mais elementos do conjunto ste., correspon-
de um e somente um elemento do conjunto
sdo.
5. Homonímia parcial (= parassinonímia): a dois
ou mais elementos do conj. ste., em relação de
oposição disjuntiva, correspondem dois ou mais
elementos do conjunto sdo., este em relação de
oposição transitiva.
6. Hiperonímia/hiponímia: a dois ou mais elemen-
tos do conj. ste., em relação de oposição disjun-
tiva, correspondem dois ou mais elementos do
conjunto sdo., estes em relação de oposição
transitiva, co-hiponimos, todos subordinados a
um sdo. mais extensivo.
7. Paronímia: a dois ou mais elementos do conj.
ste., em relação de oposição transitiva, corres-
pondem dois elementos do conjunto sdo., estes
em relação de oposição disjuntiva ou transitiva.
Significado
(Conteúdo)
Significante
(Expressão)
112
Cap´ıtulo 6
Dicion´ario T´ecnico-Bil´ıngue
Inglˆes-Portuguˆes da Sub´area do
Check-list
6.1 Apresenta¸ao
Este dicion´ario bil´ıngue Inglˆes-Portuguˆes exibe as unidades terminol´ogicas rela-
cionadas aos campos tem´aticos do Check-list: procedimentos normais, anormais, de
emergˆencia e suplementares. Nossa pesquisa priorizou as unidades terminol´ogicas
que estivessem relacionadas aos procedimentos normais (modo autom´atico) realiza-
dos na cabine porque ao os mais usados pela tripula¸ao t´ecnica (pilotos). Proce-
dimentos operacionais normais ao os mais praticados e treinados durante as aulas
te´oricas na Escola de Especialista, nas aulas pr´aticas feitas no simulador de voo e
na maquete.
Os procedimentos anormais, de emergˆencia e suplementares ao estudados e
treinados, mas ao ao procedimentos usados diariamente por pilotos. Esses pro-
cedimentos ao considerados at´ıpicos, pois ao executados em situa¸oes de perigo,
acidente e incidente a´ereos. Segundo relato feito por alguns pilotos, os procedimen-
tos anormais, de emergˆencia e suplementares, quando necess´arios, ser˜ao executados
com a ajuda do Quick Reference Handbook. Este livro apresenta todas as sequˆencias
operacionais que devem ser realizadas em situa¸oes at´ıpicas e inesperadas, nas quais
a tripula¸ao t´ecnica ao pode perder tempo ou ficar em d´uvida sobre que sistemas
dever˜ao ser acionados (engaged) ou desligados (disengaged).
As empresas ereas exigem que a tripula¸ao esteja preparada para enfrentar
113
qualquer situa¸ao, mas isto ao significa que as empresas a´ereas desejam que suas
tripula¸oes sejam obrigadas a usar tais procedimentos o tempo todo. As empresas
treinam exaustivamente seus pilotos e fazem manuten¸ao di´aria de aeronaves justa-
mente para evitar que procedimentos desta natureza ocorram com frequˆencia, o que
acarretaria em perdas de receitas e possivelmente de pessoas.
A regularidade da ocorrˆencia de procedimentos at´ıpicos significa aeronaves com
manuten¸ao irregular e tripula¸ao despreparada para exercer as atividades `as quais
a ANAC homologou. A abrangˆencia da pesquisa revelou que arias das unidades
terminol´ogicas contempladas nesta pesquisa ao usadas na execu¸ao dos outros trˆes
procedimentos operacionais.
6.2 Elabora¸ao da Obra Terminogr´afica
6.2.1 A Macroestrutura
Segundo Ligia Almeida Barros [42], a organiza¸ao interna de uma obra ter-
minogr´afica ´e a sua macroestrutura, sendo que esse tipo de organiza¸ao est´a rela-
cionada `as caracter´ısticas gerais do repert´orio retratado, ou seja, `a estrutura¸ao das
informa¸oes em verbetes (que podem ser verticais e/ou horizontais), `a presen¸ca ou
ao de anexos, ´ındices remissivos, ilustra¸oes, setores tem´aticos e mapa conceitual.
Os verbetes podem ser apresentados de duas maneiras diferentes: (a) modelo al-
fab´etico (cont´ınuo ou descont´ınuo), (b) modelo sistem´atico ou conceitual.
O primeiro modelo possibilita ao consulente o apido acesso aos termos, mas as
unidades terminol´ogicas ao apresentadas de forma descont´ınua (eixo paradigm´atico),
o que dificulta a reconstru¸ao do sistema conceitual da ´area ou sub´area do conhe-
cimento. Caso seja adotado este modelo de macroestrutura, com a finalidade de
solucionar os problemas de consulta, a obra terminogr´afica dever´a organizar um
sistema de remissiva, que permita ao consulente, visualizar a rela¸ao conceitual
existente entre os termos.
No segundo modelo, a organiza¸ao sistem´atica tem a vantagem de apresentar
o sistema conceitual da ´area ou da sub´area do conhecimento (eixo sintagm´atico)
porque possibilita relacionar as rela¸oes e as liga¸oes entre conceitos, determinando a
posi¸ao de cada um no sistema. Nesta ordena¸ao de entradas, as rela¸oes conceituais
ao preservadas, mas o consulente ter´a dificuldades de localizar os termos porque
ao possui conhecimento da ´area ou da sub´area. Para solucionar os problemas de
consulta dessa obra terminogr´afica, ´e aconselh´avel `a ado¸ao de um ´ındice alfab´etico,
114
inclu´ıdo na sec¸ao de anexo, que indique a localiza¸ao de cada unidade terminol´ogica
na estrutura do dicion´ario bil´ıngue.
Devido `a caracter´ıstica peculiar da sub´area pesquisada, e consequentemente das
fontes utilizadas para compor o corpus documental desta pesquisa, optamos por
adotar uma macroestrutura com organiza¸ao alfab´etica, que pudesse atender as
necessidades de busca do consulente. Entretanto, apesar da organiza¸ao alfab´etica
permitir o acesso apido aos termos, ela oculta as rela¸oes conceituais existentes
entre os termos.
6.2.2 A Microestrutura
A microestrutura pode ser definida como a organiza¸ao dos dados contidos no
verbete da obra terminogr´afica. O verbete m´ınimo ´e composto de um elemento
lingu´ıstico (entrada), do indicativo de gram´atica e de uma defini¸ao [43]. Entre-
tanto, o verbete tamb´em pode ser ampliado de acordo com a natureza da obra, seus
objetivos e o p´ublico-alvo. O programa de informa¸oes dos verbetes pode ir muito
al´em do verbete m´ınimo. O programa de informa¸oes previamente estabelecido varia
de acordo com o tipo de unidade lingu´ıstica descrita, mas deve ser aplic´avel a to-
dos os verbetes cuja entrada seja da mesma natureza. Este programa constante
de informa¸oes ´e tamem chamado de microestrutura asica e ´e um dos elementos
respons´aveis pela homogeneidade do repert´orio.
As informa¸oes contidas no verbete de um dicion´ario terminol´ogico ao frutos
de um recorte do conte´udo da unidade lingu´ıstica descrita em suas particularidades
dentro de um campo espec´ıfico. Portanto, a microestrutura adotada nesta pesquisa
priorizou o p´ublico-alvo e as caracter´ısticas da obra. Ent˜ao, optamos pelo seguinte
modelo de verbete nesta pesquisa:
+ entrada em Inglˆes + paradigma informacional (variantes, ± siglas ou acro-
gramas),
forma equivalente em Portuguˆes, + paradigma informacional (+ categoria gra-
matical, + gˆenero, ± variantes,± siglas ou acrogramas);
paradigma definicional (defini¸ao redigida em L´ıngua Portuguesa);
paradigma pragm´atico (abona¸oes em Inglˆes, seguidas de tradu¸ao para o
Portuguˆes);
115
paradigma remissivo (para as formas sinon´ımica e variantes preferenciais, sinˆo-
nimos, parassinˆonimos, hipˆonimos e co-hipˆonimos).
paradigma intertextual (+ coment´arios, + notas de car´ater lingu´ıstico e/ou
enciclop´edico).
6.2.3 Defini¸oes
Uma defini¸ao ´e uma descri¸ao de um conceito feita por meio de outros conceitos
conhecidos, sobretudo sob a forma de palavras e de termos. A defini¸ao ´e um
conjunto de informa¸oes que ao dadas sobre a entrada. A elabora¸ao das defini¸oes
de um trabalho terminogr´afico ´e o aspecto mais importante porque descreve e explica
o termo, que faz parte de um texto maior, isto ´e, de uma entrada (sujeito) e de um
enunciado definicional (predicado) [44].
As defini¸oes do vocabul´ario t´ecnico-cient´ıfico bil´ıngue (Inglˆes-Portuguˆes) do
Check-list foram elaboradas a partir dos conceitos-parˆametros (final), averiguados
na investiga¸ao contextual. A defini¸ao ´e iniciada por uma palavra ou termo de-
signativo (descritor, definidor) de um conceito gen´erico, seguido de caracter´ısticas
essenciais e distintivas, que permitem diferenciar o conceito de outros a ele rela-
cionados [45].
a trˆes tipos fundamentais de defini¸oes, os quais condizem com os tipos b´asicos
de obras lexicogr´aficas e terminogr´aficas (o dicion´ario de l´ıngua, a enciclop´edia e o
dicion´ario terminol´ogico): (a) a defini¸oes lexicogr´aficas caracterizam-se pela pre-
dominˆancia de informal¸oes lingu´ısticas, tratando mais da palavra; (b) defini¸oes
enciclop´edicas se ocupam mais de referentes e descri¸oes de coisas; (c) defini¸oes
terminol´ogicas trazem predominantemente conhecimentos formais sobre coisas e
fenˆomenos. [46]
No processo de elabora¸ao da defini¸ao levamos em conta que o repert´orio espe-
cializado est´a inserido em um contexto social, e, portanto, a defini¸ao deve adaptar-
se ao dom´ınio da experiˆencia ao qual o conceito descrito pertence (princ´ıpio de
adequa¸ao de dom´ınio) [47]. Dessa maneira, quando elaboramos as defini¸oes de
cada unidade terminol´ogica apresentada nesta pesquisa, levamos em conta alguns
questionamentos:
Qual ´e a fun¸ao de cada componente existente em cada sistema operacional?
Qual o seu grau de importˆancia operacional?
116
Como este componente se relaciona com os outros componentes do mesmo
sistema?
Este componente se relaciona com outros componentes de outros sistemas?
Qual ´e a fun¸ao que desenvolve nesses outros sistemas (igual ou diferente)?
Qual ´e a importˆancia deste componente nos outros sistemas em que se rela-
ciona?
Qual ´e o papel preponderante deste componente no conjunto tem´atico da obra
terminogr´afica.
Procuramos elaborar as defini¸oes, acatando o crit´erio estabelecido pela ISO
704/2000 que adota um sujeito (entrada), um predicativo (defini¸ao propriamente
dita) e copula (omiss˜ao). Notas ou abona¸oes foram usadas para complementar as
informa¸oes adicionais que pudessem ampliar o entendimento conceitual da unidade
terminol´ogica.
6.2.4 Abona¸oes
As abona¸oes foram utilizadas com a finalidade de facilitar a compreens˜ao dos
conceitos ampliando o poder explicativo das defini¸oes. Por isso, os termos ao
apresentados em ambiente textual.
6.2.5 Sistema de Remissiva
O sistema de remissiva adotado tem a finalidade de harmonizar a proposta da
macroestrutura adotada. Ele ordena os termos a partir de tra¸cos conceituais co-
muns, como podemos observar no mapa conceitual que fundamenta a estrutura do
vocabul´ario, e este por sua vez, fundamenta a macroestrutura. O sistema de remis-
siva procura resgatar as rela¸oes semˆantico-conceptuais existentes entre as unidades
lexicais ou terminogr´aficas que comp˜oem a nomenclatura de uma obra lexicogr´afica
ou terminogr´afica. Deste modo a sua fun¸ao ´e corrigir o isolamento das mensagens li-
gando variantes, criando campos semˆanticos estruturados com base em duas dire¸oes
principais: (a) as rela¸oes semˆanticas que o termo de entrada manem com os ou-
tros termos do dom´ınio repertoriado e, por vezes, com o de outros dom´ınios ou
subdom´ınios afins [47]; (b) os usos espec´ıficos do termo no interior do universo que
est´a inserido [48]. O sistema de remissiva orienta o leitor sobre o percurso a seguir
117
para obter as informa¸oes procuradas e permitir uma amplia¸ao do conhecimento,
dos pontos de vista do conte´udo e das fun¸oes do termo consultado [47].
Portanto, o sistema de remissiva, apresentado nesta pesquisa, relacionou os ter-
mos que podem estar em outra parte da rede conceitual da obra terminogr´afica. Por
isso, adotamos o sistema de rela¸oes semˆanticas entre as unidades terminol´ogicas
(sinˆonimos, parassinˆonimos, hiperˆonimos, hipˆonimos, co-hipˆonimos).
6.3 Apresenta¸ao dos Verbetes
Os verbetes do dicion´ario t´ecnico Inglˆes-Portuguˆes da sub´area do Check-list ao
apresentados em ordem alfab´etica. Todos os termos inclu´ıdos neste dicion´ario ao
sistemas e componentes essenciais para o funcionamento seguro do Airbus. Na apre-
senta¸ao dos verbetes, tendo como l´ıngua de partida o Inglˆes, adotamos a seguinte
sequˆencia de campos obrigat´orios:
Entrada: termo em L´ıngua Inglesa;
Referˆencia gramatical da entrada: categoria gramatical do termo em Por-
tuguˆes;
Termo equivalente em L´ıngua Portuguesa;
Defini¸ao: frase explicativa do conceito, encabcada por um termo gen´erico,
seguido das caracter´ısticas essenciais e distintivas do conceito definido;
Abona¸ao: registro de um contexto, em Inglˆes, em que aparece o termo, e da
identifica¸ao da fonte de onde foi extra´ıdo. Segue-se a tradu¸ao do contexto
para Portuguˆes. Os verbetes tamb´em podem apresentar eventualmente as
seguintes informa¸oes:
Sigla: redu¸ao de um sintagma;
Variantes: varia¸ao gr´afica ou morfossint´atica;
Sinˆonimo: designa¸ao referente ao mesmo conceito expresso pelo termo-
entrada, caracterizado, nas unidades terminol´ogicas compostas, por alternˆancia
lexical entre um dos elementos da composi¸ao. o um dos termos ´e definido,
e o consulente ´e informado da existˆencia de um termo sinˆonimo (Sin.).
118
Remissiva: visando resgatar as varias rela¸oes entre os conceitos definidos,
o consulente ´e remetido para formas variantes, termos sinˆonimos, hipˆonimos,
co-hipˆonimos com algum tipo de associa¸ao.
O verbete principal com a defini¸ao apenas informa o consulente da existˆencia
de um sinˆonimo (Sin.) ou da forma variante (Var.). Ver tb. remete a um hipˆonimo,
cuja defini¸ao ´e encabcada pelo termo hiperˆonimo, o que apresenta ao consulente
a rela¸ao de subordina¸ao. Cf. remete a termos co-hipˆonimos. Cf. tb. remete aos
hiperˆonimos e a outros termos relacionados `a eles.
Notas: Observao complementar, de car´ater enciclop´edico ou lingu´ıstico, a
saber: informa¸ao sobre a hist´oria do termo, recomenda¸ao dos especialistas sobre
sua aceita¸ao ou ao, informa¸oes sobre aspectos morfol´ogicos do termo etc.
A seguir, apresentamos um exemplo de um verbete.
Cabin Pressure Controllers (CPC)
Controlador da pressão da cabine de s. m.
Var. Pressure controller
Controlador de pressão da cabine que mantém a cabine em níveis confortáveis de
aclimatação e pressurização durante o voo, podendo ser operado em modo manual
pela tripulação técnica em caso de falha.
Two identical, independent, digital pressure controllers automatically control the system,
by maintaining the proper cabin pressure.
Dois controladores de pressão digitais automáticos e independentes controlam o
sistema, através da manutenção adequada da pressão na cabine.
Ver. tb.
Cf.
entrada: termo
na língua-fonte
formas variantes
cat. gram. + gênero
termo equivalente
na língua-fonte
remissão a termos
co-hipônicos
remissão a hiperônimos
e termos relacionados
remete a um hipônimo
abonação
tradução
definição
Cf. tb.
119
6.3.1 Abrevia¸oes
Na Tabela 6.1 apresentamos as abrevia¸oes utilizadas neste trabalho.
Tabela 6.1: Abrevia¸oes utilizadas neste trabalho.
Abrevia¸ao Significado
adj. adjetivo
adv. adv´erbio
cf. conferir
cf. tb. conferir tamb´em
s. substantivo
sin. sinˆonimo
s. f. substantivo feminino
s. m. substantivo masculino
v. verbo
var. variante
ver tb. ver tamb´em
6.4 Dicion´ario T´ecnico-Bil´ıngue Inglˆes-Portuguˆes
da Sub´area do Check-list
O dicion´ario bil´ıngue Inglˆes-Portuguˆes, apresentado nesta sec¸ao do nosso tra-
balho, cobre a sub´area do Check-list e reflete o universo dos procedimentos de cabine
executados pela tripula¸ao ecnica. A finalidade da execu¸ao dos procedimentos ´e
assegurar a integridade f´ısica da aeronave, da tripula¸ao e dos passageiros.
Procuramos organizar a estrutura¸ao das unidades terminol´ogicas de modo que
o consulente pudesse obter o maior n´umero de informa¸oes poss´ıveis para a com-
preens˜ao dos significados de cada termo. Atrav´es do sistema de remissiva, o con-
sulente pode visualizar com quais termos essa unidade est´a associada em n´ıvel ope-
racional/conceitual.
Como foi reiterado no in´ıcio deste trabalho, a motivao para essa pesquisa foi
a inexistˆencia de material que descrevesse o vocabul´ario do Check-list e de seus
procedimentos no Brasil. Embora a Avia¸ao Comercial seja uma atividade eco-
nomicamente importante e influente no cen´ario brasileiro, pouco se faz em termos
120
de pesquisa que privilegie de maneira adequada o estudo descritivo do vocabul´ario
usado nessa atividade.
Portanto, o trabalho investigativo realizado estabeleceu como objetivo principal
a apresenta¸ao dos termos do Check-list em sua organiza¸ao hier´arquica, procurando
caracterizar as no¸oes envolvidas e realizar descri¸oes e an´alises morfol´ogicas dos ter-
mos. Al´em disso, a pesquisa forneceu uma abordagem bil´ıngue (Inglˆes-Portuguˆes),
que mostrasse como se comportam as unidades terminol´ogicas no ambiente em que
ao usadas.
A pesquisa acatou as correntes te´oricas que estabelecem o termo como a pedra
fundamental do trabalho terminogr´afico. O termo ´e, na sua mais remota essˆencia,
uma unidade lexical pertencente ao l´exico geral de uma l´ıngua, que passa a ser usada
dentro de uma l´ıngua de especialidade por um grupo de falantes (os especialistas).
Isto, inevitavelmente, acaba revelando os tra¸cos sˆemicos daquela l´ıngua de especiali-
dade, provando, assim a homogeneidade e uniformidade interna existente na ´area de
conhecimento estudada. O termo acaba adquirindo o status de representante direto
da l´ıngua de especialidade, pois ´e a representa¸ao f´ısica de um conceito (significado)
e de uma designa¸ao (significante), cuja finalidade ´e transmitir o conhecimento de
uma ´area de especialidade.
Na nossa pesquisa, a descri¸ao e an´alise dos termos da l´ıngua de especialidade,
foram feitas com base na descri¸ao dos termos que comp˜oem o Check-list: os pro-
cedimentos de cabine executados a partir dos sistemas operacionais existentes no
Airbus. A descri¸ao desse universo demonstrou que existe uma ogica interna na
constru¸ao morfol´ogica e (semˆantica) conceitual das unidades criadas a partir dos
processos de forma¸ao de novos termos.
6.5 Lista dos Termos Apresentada por Ordem Al-
fab´etica
Os sistemas encontrados em uma aeronave ao conjuntos de fun¸oes e compo-
nentes que recebem uma entrada, processam e devolvem um resultado (sa´ıda).
´
E
praticamente imposs´ıvel dizer qual ´e o principal componente de cada sistema. Um
computador ao serve para nada sem seu software e vice-versa. Praticamente todos
os sistemas tˆem existˆencia f´ısica. A existˆencia virtual refere-se somente ao software
utilizado pelos diversos computadores que fazem parte de praticamente todos os
sistemas encontrados no Airbus.
121
Na atualidade, todos esses sistemas ao essenciais `a opera¸ao de um avi˜ao mo-
derno, pois eles se completam. Poder´ıamos dizer que uma aeronave como o Airbus ´e
um supersistema formado pelos diversos sistemas a citados (ar-condicionado, pres-
suriza¸ao, ventila¸ao, voo autom´atico, el´etrico, controle de voo, hidr´aulico, etc.).
Por exemplo, uma turbina ´e extremamente eficiente em grandes altitudes, da ordem
de 30 a 40.000 es (aproximadamente 9 a 12 mil metros). Nessas altitudes, o ser
humano necessita de pressuriza¸ao para sobreviver. Por outro lado, se a aeronave
tiver que voar em altitudes onde o ser humano possa respirar normalmente, sem a
pressuriza¸ao (at´e 10 mil p´es 3000 m), a turbina tornar-se-´a invi´avel, pelo seu
excessivo consumo em baixas altitudes. Assim, ´e o conjunto dos sistemas em sua
totalidade que permite que uma aeronave como o Airbus seja vi´avel do ponto de
vista tecnol´ogico e econˆomico.
Abaixo apresentamos uma descri¸ao sum´aria das fun¸oes executadas por cada
sistema. A sequˆencia abaixo respeita a ordem de entrada de cada sistema elencada
no manual de opera¸ao do piloto, onde cada sistema ´e apresentado sob a forma de
um cap´ıtulo enumerado, chamado Ata. O sistema e os seus componentes ao des-
critos conceitualmente ao longo do cap´ıtulo. A disposi¸ao de cada sistema obedece
`a conven¸ao internacional dos fabricantes. A finalidade de cada Ata ´e proporcionar
ao consulente o apido acesso `as informa¸oes conceituais de cada sistema e com-
ponentes separadamente. Por exemplo, a Ata de n´umero 1.21 de qualquer manual
de fabrica¸ao, de qualquer aeronave, cont´em informa¸oes sobre o ar-condicionado
da aeronave. Essa sequˆencia, acatada mundialmente, foi estabelecida pelos pr´oprios
fabricantes de aeronaves.
Air-conditioning - trocador de calor, controlador dos trocadores de calor. Os
componentes deste sistema geram ar sob press˜ao e temperatura controladas,
para manter a press˜ao e a temperatura da cabine dentro dos limites tolerados
pelo ser humano. A temperatura externa, na altitude comumente voada, varia
de 45 a 55 graus Celsius negativos.
Pressurization - v´alvulas de controle da pressuriza¸ao, controlador da pressuri-
za¸ao. Componentes que controlam a press˜ao do ar dentro da cabine, para
permitir a respira¸ao do ser humano a grandes altitudes.
Ventilation - os circuladores de ar. ao componentes que circulam o ar no in-
terior da aeronave e, em certas circunstˆancias, usam o ar externo para ventilar
a aeronave.
122
Cargo - bagagem, carga. Sistema de ventila¸ao da carga ´e uma extens˜ao do
sistema de ventila¸ao da aeronave, sendo composto por alvulas de ar, v´alvulas
de controle de press˜ao e alvula que controla a quantidade de ar quente.
Auto-flight - computador de guiamento e gerenciamento de voo. Computa-
dores que auxiliam o piloto calculando tempo de viagem e consumo de com-
bust´ıvel, bem como fornece comandos de dire¸ao aos pilotos autom´aticos.
Electrical - constitu´ıdo por geradores e barras de distribui¸ao. Esses com-
ponentes geram energia el´etrica para todos os componentes dos sistemas da
aeronave, ilumina¸ao da cabine, etc.
Flight controls - ao superf´ıcies de comando, acionadores hidr´aulicos. Per-
mitem que o piloto controle a atitude da aeronave. Eles ao acionados por
pist˜oes hidr´aulicos, devido `as grandes cargas geradas pelas press˜oes aerodinˆa-
micas sobre os mesmos.
Hydraulic - sistema formado por bombas hidr´aulicas, acumuladores de press˜ao,
cilindros de acionamento. Esses componentes geram press˜ao para atuar nas
superf´ıcies de comando que permitindo ao piloto comandar a atitude da aero-
nave.
Ice and rain protection - descreve os sistemas usados para evitar e/ou remover
o gelo das asas, das entradas de ar das turbinas, das janelas dos pilotos, bem
como para limpar a ´agua do arabrisa dos pilotos.
Landing gear - constitu´ıdo por rodas, amortecedores, acionadores hidr´aulicos.
Esses componentes permitem o deslocamento da aeronave no solo. Eles ao
recolhidos, por meio de acionadores hidr´aulicos, para diminuir a resistˆencia
aerodinˆamica.
Navigation - descreve os sistemas de dados aerodinˆamicos e navega¸ao in-
ercial, os instrumentos de reserva, os sistemas de navega¸ao por adio, os
adioalt´ımetros, os transponders, o radar meteorol´ogico, o sistema de alerta
de proximidade do solo, o sistema de alerta de tr´afego e preven¸ao de colis˜ao,
Pneumatic - computador de monitoramento de sangria, alvulas de sangria.
Esss componentes extraem parte da press˜ao dos compressores de ar das turbinas,
para enao ser usada pelos sistemas de ar-condicionado e pressuriza¸ao.
123
Auxiliary power unit - fornado pela turbina auxiliar que fornece eletricidade
e ar sob press˜ao (para dar a partida dos motores), no por˜ao de equipamentos
eletrˆonicos, nos lavat´orios e nos compartimentos de carga.
Power plant - as turbinas e o controle digital do motor. Esses componentes
geram e controlam a for¸ca necess´aria ao deslocamento do avi˜ao. O controle
digital do motor ´e um computador especializado, que controla o funcionamento
da turbina.
6.6 Dicion´ario Final
1. Aileron s. m.
Port.: aileron, eiler˜ao, eler˜ao.
Superf´ıcies oveis fixadas no bordo de fuga das asas, que auxiliam
as manobras de curva da aeronave, e controlam seu movimento no
eixo longitudinal.
The ailerons control movement around the longitudinal axis.
This is known as roll. O aileron controla o movimento ao redor
do eixo longitudinal. Isto ´e conhecido como balan¸co longitudinal ao
redor do eixo da aeronave.
2. Air-conditioning system s. m.
Port.: sistema de ar-condicionado.
Sistema que manem a cabine e demais ´areas da aeronave
pressurizadas e condicionadas, sendo composto por turbinas e
compressores, trocadores de calor, alvulas de controle de fluxo e
de temperatura.
The air-conditioning system operation is fully automatic. O
sistema de ar-condicionado ´e operado automaticamente.
3. Air-conditioning system controller s. m.
Port.: controlador de temperatura do sistema de ar-condicionado.
Modo eletrˆonico de controle do sistema de ar-condicionado, que re-
cebe instru¸oes do painel de controle do sistema de ar-condicionado
localizado, na cabine, para calcular a demanda da temperatura se-
lecionada.
124
The air-conditioning system controller computes a temperature
demand from the selected temperature and the actual temperature.
O controlador de temperatura do sistema de ar-condicionado
calcula a demanda da temperatura, da temperatura selecionada, e
da temperatura real.
Nota: Cada controlador de temperatura do sistema de ar-
condicionado regula a temperatura da sua unidade de ar condi-
cionado, atrav´es da modula¸ao da alvula de desvio e da entrada
de ar de impacto no flape.
Cf.: air-conditioning system, pack, pack flow control valve,
trim air valve.
4. Air Cycle Machine s. m.
Sigla: ACM
Port.: modo de ar-condicionado.
Equipamento que produz ar-condicionado para as arias partes da
aeronave.
The cooled bleed air enters the compressor section of the air
cycle machine and is compressed at high pressure and tempera-
ture. O ar sangrado resfriado entra no compressor do modo de
ar-condicionado onde ´e comprimido em alta press˜ao e temperatura.
5. Air Data and Inertial Reference System s. m.
Sigla: ADIRS
Port.: sistema de referˆencia de dados ereos.
125
Sistema que fornece informa¸ao espacial da aeronave, de proa
real ao ines da proa magn´etica, de temperatura, de parˆametros
anemom´etricos, barom´etricos e inerciais para o sistema eletrˆonico
de instrumenta¸ao de voo, para o sistema de guiamento e de
gerenciamento de voo, para o controle digital integral do motor, e
para o controlador de ar na cabine, etc.
Air Data and Inertial Reference System give the true heading
instead of magnetic heading. A unidade de referˆencia de dados
a´ereos fornece a proa real ao inv´es da proa magn´etica.
Nota: Cada unidade de referˆencia ´e dividida em duas partes, sendo
que cada um delas trabalham separadamente no caso de uma falha
na outra.
6. Air data system s. m.
Sigla: ADS
Port.: sistema de dados a´ereos.
Sistema de coleta e processamento de dados atmosf´ericos externos
para uso do sistema de navega¸ao.
Air data system is intended to collect external atmospheric
data and process them to be used by navigation systems. O sistema
de dados ereos ´e planejado para coletar dados atmosf´ericos exter-
nos e process´a-los para serem usados pelos sistemas de navega¸ao.
Nota 1: O sistema de dados a´ereos calcula os seguintes da-
dos: altitude padr˜ao, altitude, corrigida barometricamente,
velocidade vertical, velocidade do ar indicada e velocidade do
ar real, axima velocidade de opera¸ao e aviso de excesso de
velocidade.
Nota 2: O sistema de dados ereos opera automaticamente.
7. Air bleed system s. m.
Port.: sistema de sangria de ar.
126
Fonte de ar para o sistema de ar-condicionado.
Air bleed system is fully automatic. O sistema de ar san-
grado ´e totalmente autom´atico.
Nota: Sangria ´e um sistema que permite a pressuriza¸ao do
sistema pneum´atico da aeronave, do ar-condicionado, do sistema
antigelo, partida do motor, etc.
127
8. Airfoil s. m.
Port.: aerof´olio.
Superf´ıcie, em forma de gota, destinada `a sustenta¸ao
aerodinˆamica.
Although many different airfoil designs exist, all airfoils pro-
duce lift in a similar manner. Embora existam diferentes modelos,
todos os aerof´olios produzem inclina¸ao da mesma maneira.
9. Alpha floor s.f.
Port.: prote¸ao pr´e-estola.
Prote¸ao que comanda o empuxo de arremetida, no caso de uma
situa¸ao de pr´e-estol, independente da posi¸ao que as alavancas de
empuxo ocupem.
To cancel alpha floor, the pilot must disconnect the autothrust.
The flight augmentation computer generates the signal that triggers
the alpha-floor mode. Para cancelar a prote¸ao pr´e-estola, o piloto
deve desconectar-se da autoimpuls˜ao. O computador de voo gera o
sinal que desencadear´a o modo de prote¸ao pr´e-estola.
10. Alpha and speed function s. f.
Port.: fun¸ao de velocidade alfa.
Fun¸ao de velocidade que inibe a retra¸ao das aletas de hiper-
sustenta¸ao quando o ˆangulo de ataque ou ˆangulo de incidˆencia for
alto em velocidades baixas.
Alpha and speed function inhibits slat retraction at high angle-of-
attack and low speed. A fun¸ao de velocidade alfa inibe a retrao
da aleta de hiper-sustenta¸ao quando o ˆangulo de ataque ou de
incidˆencia ´e alto em velocidades baixas.
Nota 1: A fun¸ao de velocidade alfa ao ´e ativada se a aeronave
encontra-se no solo, e se sua velocidade for menor que 60 os.
Nota 2: A fun¸ao de velocidade alfa ao ´e ativada se o ˆangulo
de ataque ou incidˆencia exceder 8.5 graus, ou se a velocidade
aerodinˆamica estiver abaixo de 148 os, e ap´os a tripula¸ao t´ecnica
tiver movido a alavanca para zero.
128
11. Alpha and Speed Lock Function s.f.
Sigla: SLATS.
Port.: fun¸ao de bloqueio de velocidade.
Esta fun¸ao inibe a retra¸ao da aleta de hiper-sustentac˜ao em
baixas velocidades e com ˆangulos de ataque altos.
The alpha and speed lock function is not active if the aircraft
is on the ground, and its speed is less than 60 knots. A fun¸ao de
bloqueio ao est´a ativa quando a aeronave est´a no solo, e se sua
velocidade for menor que 60 os.
12. Angle Of Attack s. m.
Sigla: AOA
Port.: ˆangulo de ataque ou incidˆencia.
Sin.: ˆangulo incidˆencia
ˆ
Angulo formado entre a corda edia aerodinˆamica da asa e o
deslocamento da aeronave.
Angle of attack is the acute angle formed between the chord
line of an airfoil and the direction of the air that strikes the airfoil.
O ˆangulo de ataque ´e um angulo agudo formado entre a borda do
aerof´olio e a dirao do ar que bate no aerof´olio.
Nota: O ˆangulo de ataque ao ´e a mesma coisa que um ˆangulo de
inclina¸ao. O ˆangulo de ataque ´e uma combina¸ao espec´ıfica entre
peso e velocidade da aeronave que pode ser mudada, alterando-se
o formato da asa, isto ´e, mudando o ajuste dos flapes.
13. Anti-ice valve s. m.
Port.: alvula de prote¸ao contra a forma¸ao de gelo.
Sin.: alvula de degelo
alvulas que comandam a abertura do fornecimento de ar quente
para o sistema de antigelo, e que se fecham quando o fornecimento
de energia el´etrica falhar, e/ou o sistema de prote¸ao contra chuva
e gelo detectar um vazamento no lado afetado da asa.
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If electrical power supply fails, the anti-ice valves close. Se o for-
necimento de energia el´etrica falhar, as alvulas de prote¸ao contra
forma¸ao de gelo se fecham.
14. Antiskid system s. m.
Port.: sistema antiderrapante
Sistema que previne que as rodas da aeronave travem durante a
frenagem.
Antiskid system provides maximum braking efficiency by main-
taining the wheel at the limit of an impending skid. O sistema
antiderrapante fornece uma eficiˆencia maior na frenagem, pois
mant´em a roda no limite de uma derrapagem iminente.
Nota: O sistema antiderrapante ´e desativado abaixo de 10
os (velocidade relativa).
15. Auto-Pilot Warning s. m.
Acrograma: AP Warning
Port.: alerta do desengatamento ou desacionamento do piloto autom´atico
Aviso de desativao do piloto autom´atico provocado por ao do
piloto ou por alguma falha do sistema.
When the AP is disengaging, the system warns the pilot through
the AP Warning. Quando o piloto autom´atico ´e desativado, o
sistema adverte o piloto por meio do aviso de alerta.
Cf. tb.: Auxiliary Power Unit (APU)
16. Auxiliary Power Unit Bleed Valve s. f.
Acrograma: APU Bleed Valve
Port.: alvula de sangria de ar do gerador de for¸ca auxiliar.
alvula operada pneumaticamente e controlada eletricamente para
corte do ar sangrado proveniente do gerador de for¸ca auxiliar.
130
The APU BLEED pushbutton switch on the air-conditioning panel
controls the APU bleed valve. O bot˜ao do gerador de for¸ca auxiliar,
quando ligado no painel do ar-condicionado, controla a alvula de
sangria do gerador de potˆencia auxiliar.
Cf.: Auxiliary Power Unit (APU)
17. Auxiliary Power Unit Leak Signal s. m.
Acrograma: APU Signal
Port.: sinal de vazamento do gerador de for¸ca auxiliar.
Alerta de vazamento de ar proveniente do gerador de for¸ca auxiliar,
que auxilia o fechamento autom´atico da v´alvula de sangria cruzada
e da alvula de sangria do gerador (exceto durante a partida).
The Auxiliary Power Unit leak signal causes the x-bleed valve
to close automatically (except during an engine start). O sinal de
vazamento do gerador de for¸ca auxiliar faz com que a alvula de
sangria cruzada se feche automaticamente(exceto durante o per´ıodo
da partida do motor).
Cf.: Auxiliary Power Unit (APU)
18. Autopilot s. m.
Sigla: AP
Port.: Piloto autom´atico.
Fun¸ao de controle autom´atico das superf´ıcies de comando e
potˆencia dos motores, que garante a manuten¸ao dos parˆametros
de voo (navega¸ao vertical e horizontal) pr´e-determinados.
Automatic pilot can be directed by the pilot, or it may be coupled
to a radio navigation signal. O piloto autom´atico pode ser contro-
lado pelo piloto, ou pode ser acoplado a um sinal de radionavega¸ao.
Nota 1: O piloto tem que superar uma for¸ca limitante a fim
de mover o manche quando o piloto autom´atico est´a acionado. Se
ele superar esta for¸ca e ent˜ao mover o manche, ele desconectar´a o
piloto autom´atico.
131
Nota 2: O piloto pode desativar o piloto autom´atico com o pedal
do leme de dire¸ao. O piloto autom´atico estabiliza a aeronave ao
redor do seu centro de gravidade, navega a aeronave para pouso
autom´atico ou uma arremetida, e adquire e rastreia a trajet´oria de
voo.
19. Autobrake s. m.
Port.: freio antiderrapante.
Sistema de frenagem autom´atica que garante a manuten¸ao da taxa
de desacelera¸ao selecionada antes do pouso, a fim de melhorar
o conforto dos passageiros e, portanto, aumentar a seguran¸ca do
pouso.
The aim of the autobrake is to establish and maintain a se-
lected deceleration rate during landing, to improve comfort and
reduce crew workload. O objetivo do freio antiderrapante ´e esta-
belecer e manter uma taxa de desacelera¸ao selecionada durante
o pouso a fim de melhorar o conforto e reduzir o trabalho da
tripula¸ao.
Nota 1: O freio antiderrapante pode ser armado com os freios
de estacionamento acionados. A frenagem autom´atica dos freios
antiderrapantes permanece armada quando o espoiler de solo
estiver retra´ıdo.
Nota 2: O freio antiderrapante ´e desarmado ap´os uma decolagem,
um toque e uma arremetida.
20. Autoland warning s. m.
Port.: alerta do sistema de pouso autom´atico.
Alerta de sistema de pouso autom´atico acionado quando o piloto
autom´atico falhar, ou ent˜ao o localizador do sistema de pouso por
instrumentos falhar.
The autoland red warning flashes in land mode when both
autopilots fail. O alerta do sistema de pouso autom´atico pisca
quando ambos os pilotos autom´aticos falham.
132
21. Automatic Directional Finder s. m.
Sigla: ADF
Port.: adio goniˆometro autom´atico.
Instrumento utilizado para executar a navega¸ao da aeronave via
transmissor de adio que emite ondas de adio eletromagn´eticas
para pouso de ao precis˜ao).
The aircraft has two automatic directional finder systems. A
aeronave possui dois adios goniˆometro autom´aticos.
22. Automatic pressure control mode s. m.
Port.: modo autom´atico de controle de press˜ao.
Modo que limita a press˜ao na cabine at´e 8000 p´es de altitude no
aximo, aperfei¸coando-a durante as fases de subida e descida.
Each automatic pressure controls mode consists of a controller
and its associated motors. O odulo de controle de press˜ao ´e
constitu´ıdo de um controlador e de seus motores associados.
Nota: Se ambos os sistemas autom´aticos falham, a tripula¸ao pode
usar, no painel de controle, a tecla pressione cabine, para assumir
o controle manual da pressuriza¸ao da cabine.
23. Auto-Pilot and Flight Director System s. m.
Sigla: AP/FD
Port.: sistema de piloto autom´atico e diretor de voo.
Sistema de dire¸ao de voo que fornece controle autom´atico dos
principais comandos da aeronave por meio do piloto autom´atico.
The Auto-Pilot and Flight Director System controls the stabi-
lization of the aircraft around its centre of gravity, maintaining
as basic mode its attitude and enabling its modification by the
pilots. O sistema de piloto autom´atico e diretor de voo controla
a estabiliza¸ao da aeronave ao redor do seu centro de gravidade,
mantendo como modo asico a sua atitude, possibilitando assim,
sua modificao atrav´es dos pilotos.
133
Nota 1: O sistema de piloto autom´atico/diretor de voo auxilia
a tripula¸ao na manuten¸ao da aeronave dentro do diagrama V-
N normal, a fim de aperfei¸coar o desempenho na decolagem, ar-
remetida, e nas fases de subida e descida.
Nota 2: O piloto autom´atico pode ser ativado dentro do diagrama
V-N normal, 5 segundos ap´os a decolagem e pelo menos a 100 es.
24. Autothrust s. m.
Abreviatura: A/THR.
Port.: autoimpuls˜ao.
Fun¸ao que controla o gerenciamento de voo de uma aeronave,
podendo operar independente ou em conjunto com o piloto
autom´atico e diretor de voo.
The Autothrust system can operate independently or with au-
tomatic pilot and flight director. O sistema de autoimpuls˜ao pode
operar independentemente ou em conjunto com o piloto autom´atico
e diretor de voo.
25. Auxiliary Power Unit s. m.
Sigla: APU
Port: gerador ou unidade de for¸ca auxiliar.
Unidade de for¸ca auxiliar que permite manter o ar-condicionado e
o sistema el´etrico funcionando, enquanto a aeronave est´a em solo,
fornecendo for¸ca pneum´atica para dar partida nos motores, sendo
de grande utilidade em voo de cruzeiro, na eventualidade da perda
de motor.
The Auxiliary Power Unit supplies electrical power to the
electrical system. The Auxiliary Power Unit may obtain power for
starting from the aircraft´s batteries or normal electrical system,
or form ground service. O gerador de for¸ca auxiliar fornece energia
el´etrica para o sistema el´etrico. Ele pode conseguir energia para
dar partida na aeronave com as baterias da pr´opria aeronave, ou
atrav´es do sistema el´etrico convencional.
134
Nota 1: Durante a decolagem o gerador de for¸ca auxiliar ajuda
o ar-condicionado a funcionar, evitando assim uma redu¸ao de
impuls˜ao do motor provocado pelo uso do ar sangrado do motor,
quando ´e requisitado da aeronave um melhor desempenho.
Nota 2: O gerador ´e uma turbina simples de potˆencia a as que
envia uma transmiss˜ao mecˆanica de energia para o eixo.
Cf.: APU bleed valve, inlet guide vane, electronic control
box.
26. Avionics Equipment Ventilation Computer s. m.
Sigla: AEVC
Port.: controlador eletrˆonico de ventila¸ao.
Instrumento que controla a opera¸ao de todos os ventiladores e
alvulas no sistema eletrˆonico de ventila¸ao e oferece tamem
ventila¸ao ao sistema eletrˆonico.
The avionics equipment ventilation computer controls the ope-
ration of all fans and valves in the avionics ventilation system. O
controlador eletrˆonico de ventila¸ao controla a operao de todos
os ventiladores e alvulas no sistema eletrˆonico de ventila¸ao.
Nota: O controlador de ventila¸ao faz parte do sistema de
ventila¸ao.
Cf.: fan.
27. Bank angle protection s. m.
Port.: prote¸ao de ˆangulo de inclina¸ao.
Prote¸ao contra inclina¸oes acentuadas da aeronave no eixo
longitudinal.
The maximum achievable bank angle is around 67 degrees,
within the normal flight envelope. O ˆangulo aximo de inclina¸ao
de prote¸ao ´e aproximadamente 67 graus, dentro do diagrama V-N
normal.
135
Nota: O ˆangulo de inclina¸ao de prote¸ao fornece ao comandante
controle total para que ele consiga realizar com eficiˆencia qualquer
manobra de rolamento requisitada ou necess´aria.
28. Battery Charge Limiter s. m.
Sigla: BCL
Port.: limitador de carga da bateria.
Equipamento de monitoramento da carga das baterias.
Each battery has an associated Battery Charge Limiter. Cada
bateria tem seu pr´oprio carregador de bateria de limite.
Nota: O limitador de carga da bateria controla sua pr´opria
bateria.
29. Bleed Monitoring Computer s. m.
Sigla: BMC
Port.: computador de monitoramento de sangria.
Computador que monitora a sangria de ar dos motores e do sistema
pneum´atico.
Two Bleed Monitoring Computer control and monitor the operation
of the pneumatic system. Dois computadores de monitoramento de
sangria controlam e monitoram a operao do sistema pneum´atico.
Cf.: pneumatic system.
30. Bleed valve s. f.
Port: alvula de sangria
alvula de sangria de ar do motor que atua como alvula de corte
e controle de press˜ao, operada pneumaticamente e controlada
eletricamente.
Bleed valve is fully closed pneumatically if there is return
flow. A alvula de sangria ´e totalmente fechada pneumaticamente
se houver retorno de fluxo.
136
31. Brake and Steering Control Unit s. f.
Sigla: BSCU
Port.: unidade de controle da dire¸ao dos freios.
Unidade eletrˆonica de controle de freios e do leme da aeronave (no
solo), que monitora a press˜ao residual nas linhas hidr´aulicas do
sistema de frenagem, e da temperatura dos freios.
The brake and steering control unit is electrically-signaled.
All braking functions are controlled by a dual channel brake and
steering control unit. A unidade de controle do leme e da frenagem
´e alimentada por um sinal el´etrico. Todas as fun¸oes de frenagem
ao controladas por uma unidade de canal duplo de controle do
leme e da frenagem.
32. Cabin pressurization system s. m.
Variante.: pressurization control system.
Port.: sistema de pressuriza¸ao da cabine.
Sistema que apresenta quatro fun¸oes gerais: fun¸ao de solo,
pressuriza¸ao, pressuriza¸ao em voo, despressuriza¸ao, permitindo
o bem estar f´ısico dos passageiros (a vida) a bordo em grandes
altitudes.
In normal operation, the cabin pressurization system is fully
automatic. Em uma operao normal, o sistema de pressuriza¸ao
da cabine de passageiros ´e totalmente automatizado.
Nota: A tripula¸ao pode configurar e ajustar o sistema de
pressuriza¸ao da cabine para operar em modo autom´atico,
semiautom´atico, ou manual.
137
33. Cabin Pressure Controllers s. m.
Sigla: CPC.
Variante: pressure controller.
Port.: controlador de press˜ao da cabine.
Controlador de press˜ao da cabine que manem a cabine em n´ıveis
confort´aveis de aclimata¸ao e pressuriza¸ao durante o voo, podendo
ser operado em modo manual pela tripula¸ao ecnica em caso de
falha.
Two identical, independent, digital pressure controllers automati-
cally control the system, by maintaining the proper cabin pressure.
Dois controladores de press˜ao digitais autom´aticos e independentes
controlam o sistema, atrav´es da manuten¸ao adequada da press˜ao
na cabine.
Cf.: outflow valve, electronic centralizer advisory monitor,
safety valve.
34. Cargo pressure regulating valve s. f.
Port.: alvula reguladora de press˜ao do compartimento de carga.
alvula que regula a press˜ao do ar quente que vem dos motores,
destinado a aquecer o compartimento de carga. Este ar ´e misturado
ao ar que vem da cabine de passageiros quando se deseja que os
por˜oes sejam aquecidos (os por˜oes ao muito frios, normalmente
mais frios que a cabine).
If the inlet temperature exceeds 88
C, the controller inter-
prets this as duct overheat and closes the cargo pressure regulating
valve. Se a temperatura de entrada exceder 88
C, o controlador
interpreta isto como sendo um super aquecimento do duto e fecha
a alvula reguladora de press˜ao do compartimento de carga.
138
35. Cargo trim air valve s. f.
Port.: alvula de ajuste de temperatura do ar do compartimento de carga.
´
E uma segunda alvula, na linha de ar quente que vem do motor,
que controla a quantidade de ar quente a ser misturada com o
ar que vem da cabine, para se obter a tempertatura desejada e
adequada em diferentes partes da aeronave.
The hot air is controlled by the cargo trim valve which is
modulated electrically by the controller. O ar quente ´e controlado
pela alvula ermica reguladora de ar do compartimento de carga,
sendo modulada eletricamente pelo controlador.
Nota: Se a temperatura de entrada excede 70
C, o contro-
lador fecha a alvula.
36. Cargo Ventilation Controller s. m.
Sigla: CVC
Port.: controlador de ventila¸ao do por˜ao de carga.
Computador simples que controla a ventila¸ao da carga (ou do
compartimento de carga). Ele controla a abertura e fechamento
das alvulas de isolamento da entrada e sa´ıda de ar, bem como o
funcionamento do ventilador de extra¸ao de ar do compartimento
de carga.
The cargo ventilation controller closes the isolation valves
and stops the extraction fan, when the aft cargo smoke detection
unit detects smoke. O controlador de ventila¸ao de carga fecha a
alvula de isolamento e desliga o ventilador de extrao, quando o
detector de incˆendio do compartimento anterior (pr´oximo `a cabine
dos pilotos) detectar fuma¸ca.
Nota: O controlador de ventila¸ao de carga fecha a alvula
de isolamento e desliga o ventilador de extra¸ao.
Cf.: inlet isolation valve, extraction valve, outlet isolation
valve.
139
37. Circuit Braker Monitoring Unit s. f.
Sigla: CBMU
Port.: unidade de monitoramento dos disjuntores.
Unidade que monitora o status dos disjuntores, quando estiverem
em opera¸ao ou desarmados (“Tripados”).
Circuit braker monitoring unit is in the electronic equipment
bay. A unidade de monitoramento do disjuntor est´a localizada no
compartimento do equipamento eletrˆonico.
38. Circuit Breaker s. m.
Sigla: CB.
Port:. disjuntor.
Disjuntores que protegem os equipamentos e sistemas el´etricos
da aeronave, podendo ser desarmados em caso de excesso de
corrente el´etrica, sendo que est˜ao diretamente ligados aos diversos
barramentos el´etricos da aeronave.
The circuit breakers protect the systems and equipments by
means of not allowing over current to flow within the bus bars.
Os disjuntores controlam e protegem a conex˜ao dos sistemas
e equipamentos por meio de uma barra de distribui¸ao el´etrica
ajust´avel.
Nota 1: Os controles dos disjuntores agrupados est˜ao locali-
zados no painel superior, que ao identificados com a letra “U”
nos pain´eis laterais, identificados com a letra “D” (direito) ou
“E” (esquerdo), na cabine e no compartimento do controlador
eletrˆonico de ventila¸ao.
Nota 2: Cada disjuntor ´e identificado por uma letra e um n´umero
que ao suas coordenadas no respectivo painel onde se encontram
localizados.
140
39. Cost Index s. m.
Sigla: CI.
Port.: ´ındice de custo.
Raz˜ao entre o tempo de voo e o custo de combust´ıvel utilizado, que
permite calcular o melhor desempenho da aeronave em um dado
regime solicitado (menor tempo, menor custo, maior autonomia,
etc.)
The cost index is used to compute the best economic speed
and Mach to be flown considering the ratio between the flight time
cost and the fuel cost. O ´ındice de custo ´e usado para calcular a
velocidade mais econˆomica e o n´umero Mach para voo levando em
considerando a raz˜ao entre tempo de voo e o custo de combust´ıvel.
Nota: O n´ıvel de voo de cruzeiro adequado ´e aquele n´ıvel
em que a aeronave incorre no mais baixo custo de um plano de voo
especificado, ´ındice de custo e peso bruto.
40. Cross bleed valve s. f.
Acrograma: x-bleed valve.
Port.: alvula de sangria cruzada.
alvula que permite que o sistema de fornecimento de ar dos
dois motores e do gerador de for¸ca auxiliar sejam isolados ou
interconectados.
In automatic mode the cross bleed valve opens when the sys-
tem is using APU bleed air. It closes if the system detects an air
leak (except during engine start). No modo autom´atico a alvula
de sangria cruzada se abre, quando o sistema est´a usando o ar
sangrado do gerador de for¸ca auxiliar. A alvula se fecha se o
sistema detectar um vazamento de ar (exceto durante a partida do
motor).
Nota: Se o gerador de for¸ca auxiliar estiver ligado, e a alvula de
sangria cruzada estiver desligada, a alvula de sangria do motor 2
permanecer´a aberta.
141
41. Distance Measurement Equipment s. m.
Sigla: DME.
Port.: marcador de distˆancia de navega¸ao.
Marcador de distˆancia para aux´ılios terrestres de navega¸ao.
The aircraft has two distance measurement equipment. A
aeronave possui dois marcadores de navega¸ao.
42. Ditching s. m.
Port.: pouso for¸cado na ´agua
Pouso for¸cado na ´agua que uma aeronave faz em uma situa¸ao de
emergˆencia.
To prepare for ditching, the flight crew must press ditching
pushbutton on the cabin press control panel to close the outflow
valve. Para se preparar para um pouso for¸cado na ´agua, a
tripula¸ao ecnica pressiona o bot˜ao de pouso for¸cado na ´agua no
painel de controle, para fechar a alvula de controle de pressu-
riza¸ao.
Cf.: outflow valve.
43. Electronic Centralized Advisory Monitoring s. m.
Variante: Electronic Centralizer Advisory Monitoring.
Sigla: ECAM.
Port.: sistema eletrˆonico de monitoramento da aeronave.
Componente principal da cabine de comando que monitora e exibe
o status dos sistemas da aeronave, indicando e solicitando da
tripula¸ao oes que dever˜ao ser executadas nas situa¸oes normais,
anormais e de emergˆencias.
The purpose of the ECAM is to display aircraft system in-
formation. A finalidade sistema eletrˆonico de monitoramento da
aeronave ´e exibir informa¸ao dos sistemas.
Nota 1: O sistema eletrˆonico de monitoramento da aeronave
encontra-se dispon´ıvel na maioria das situa¸oes de pane.
142
44. Electrical Contactor Management Units s.f .
Sigla: ECMUs.
Port.: unidades de gerenciamento do contator el´etrico.
Unidades el´etricas que fornecem o controle da carga el´etrica da
cozinha, status dos contatores, e suprimento de eletricidade.
Each electrical contactor management unit sends the follow-
ing information to the ECAM: galley supply status, contactor
status and galley switch position. Cada unidade de gerenciamento
do contator el´etrico envia as seguintes informa¸oes para o sistema
eletrˆonico de monitoramento da aeronave: o status de fornecimento
da cozinha, o status do contator, e a posi¸ao do interruptor da
cozinha.
45. Electronic Control Box s. f.
Sigla: ECB.
Port.: caixa de comando eletrˆonica.
Controle eletrˆonico digital que monitora a velocidade, temperatura,
o ar sangrado, e controla o fluxo de combust´ıvel, a partida el´etrica
e o desligamento autom´atico do motor.
Electronic control box monitors speed and temperature and it
also controls the fuel flow in the aircraft. A caixa de comando
eletrˆonica monitora a velocidade e a temperatura, ela tamb´em
controla o fluxo de combust´ıvel na aeronave.
Nota: A caixa de comando eletrˆonica ´e um controlador eletrˆonico,
de poder pleno, que executa o trabalho do sistema ogico do
gerador de for¸ca auxiliar para todos os modos de opera¸ao dos
motores.
46. Eletrical heating s. m.
Port.: aquecimento el´etrico antigelo para sensores externos da aeronave.
Sistema de aquecimento el´etrico que protege os tubos de pitot, as
aletas de indica¸ao de altitude, e os sensores de temperatura total
contra o dep´osito de gelo.
143
Eletrical heating protects angle of attack probes. O aquecimento
el´etrico protege as varetas do ˆangulo de ataque.
Nota: O aquecimento el´etrico protege a vareta da tempera-
tura de ar total.
47. Electronic Flight Instrument System s. m.
Sigla: EFIS.
Port.: sistema eletrˆonico de instrumenta¸ao de voo.
Sistema formado por uma tela de raios cat´odicos ou de cristal
l´ıquido, que fornece `a tripula¸ao arias informa¸oes sobre o voo,
como por exemplo, velocidade, altitude, proa, inclina¸ao lateral e
vertical, raz˜ao de subida, navega¸ao, etc.
Electronic flight instruments panel is used to control both
primary flight display and navigation display. O painel de voo por
instrumento ´e usado para controlar tanto o monitor de navega¸ao
como tamb´em o monitor de voo prim´ario.
Nota: O painel de voo por instrumentos ´e um painel que
possui controles que elegem os diferentes modos de opera¸ao
dentro do monitor de navega¸ao.
Cf.: primary flight display (PFD), navigation display (ND).
48. Electrical Power System s. m.
Port.: sistema de energia el´etrico.
Sistema de gera¸ao de energia el´etrica da aeronave, o qual ´e
alimentado por geradores integrados.
Electrical power system consist of a three phase 115/200 volt,
400 Hertz constant frequency alternate current system and 28 volt
direct current system. O sistema de energia el´etrica possui trˆes
fases: um de 115/200 volts, um sistema de corrente alternada de
frequˆencia constante de 400 Hertz, e um sistema de corrente direta
de 28 volts.
144
Nota: Se todos os geradores de corrente alternada falharem, o
sistema de energia el´etrica pode transformar a energia de corrente
direta das baterias em corrente alternada.
Cf. tb.: window heating computer (WHC).
49. Elevator sm
Port.: profundor.
Elemento estrutural aerodinˆamico, localizado na parte posterior do
estabilizador horizontal, que quando acionado, empurra a cauda
da aeronave para baixo ou para cima fazendo, assim, a aeronave
picar (descer) ou cabrar (subir).
The elevator is attached to the back of the horizontal stabi-
lizer. The elevator controls movements around the lateral axis.
This is known as pitch.O profundor ´e fixado na parte posterior do
estabilizador horizontal. O profundor controla os movimentos ao
redor do eixo lateral. Isto ´e conhecido como inclina¸ao.
50. Emergency generator s. m.
Port.: gerador de emergˆencia
Gerador acionado hidraulicamente pela turbina de press˜ao de ar de
impacto, que fornece energia de corrente alternada para o sistema
el´etrico da aeronave, se todos os geradores normais falharem.
The green hydraulic circuit drives an emergency generator
that automatically supplies emergency alternate current power
to the aircraft electrical system if all main generators fail. O
circuito hidr´aulico verde aciona um gerador de emerencia que
automaticamente fornece energia de corrente alternada para o
sistema el´etrico da aeronave se todos os geradores principais
falharem.
145
51. Energy cycle s. m.
Port.: ciclo de energia.
Distˆancia requisitada para aterrissagem da aeronave em rela¸ao
ao aeroporto quando a aeronave est´a desenvolvendo velocidade de
aproxima¸ao.
An energy cycle is a green arc, displayed on the EFS naviga-
tion disply unit. Ciclo de energia ao arcos verdes, centralizados e
exibidos na tela de navega¸ao do sistema eletrˆonico de instrumento
de voo.
52. Engine anti-ice valve s. f.
Sin.: Wing anti-ice valve.
Port.: alvula de degelo.
alvula alimentada pelo ar sangrado provenientes dos motores
que derrete o gelo formado e depositado nas janelas, nas asas e no
arabrisa da aeronave.
The engine anti-ice valve automatically closes, if air is un-
available (engine not running). A alvula de degelo das asas fecha
automaticamente, se ao houver ar dispon´ıvel (o motor ao est´a
funcionando.
53. Engine Interface Unit s. f.
Sigla: EIU.
Port.: unidade de comunica¸ao entre o motor e o controle digital do motor.
Unidade que transmite dados para o controle digital do motor.
The engine interface unit transmits to the Full authority digital
electronic computer the data that it uses for engine management.
A unidade de comunicao transmite ao controle digital do motor
os dados que ela usa para gerenciar o motor.
146
Nota: Os dados enviados pela a unidade de comunica¸ao ser˜ao
usados pelo controle digital do motor a fim de gerenciar o motor,
fazendo a liga¸ao entre os dados anal´ogicos produzidos, e os dados
digitais usados no controle do motor.
54. Engine Pressure Ratio s. m.
Sigla: EPR
Port.: raz˜ao de press˜ao total no reator.
Raz˜ao entre a press˜ao do ar na admiss˜ao e na exaust˜ao, em pontos
definidos, e que, assim, possibilita a correla¸ao com a potˆencia
desenvolvida pela aeronave.
Engine pressure ratio mode is the normal mode to control
thrust. O modo da raz˜ao da press˜ao do motor ´e o modo normal
para controlar a impuls˜ao.
Nota: O controle digital do motor computa e comanda a
raz˜ao da press˜ao do motor como sendo uma fun¸ao do ˆangulo de
alavancagem de impuls˜ao, temperatura total de ar interno e o
servi¸co de sangria.
55. Enhanced Ground Proximity Warning System s. m.
Sigla: EGPWS.
Port.: sistema de alerta de aproxima¸ao com o solo.
Sistema que fornece fun¸oes asica de aproxima¸ao com o solo,
ou avisos de proximidade do solo, onde a trajet´oria assumida
´e plotada e confrontada com o relevo e parˆametros de voo da
aeronave, possibilitando o alerta aural, visual para a tripula¸ao
t´ecnica.
The enhanced ground proximity warning system is a terrain
awareness and alerting system providing basic functions global
ground proximity warning system function. Sistema de alerta de
aproxima¸ao com o solo que adverte e fornece as fun¸oes asicas
de aproxima¸ao de solo.
147
56. Extraction fan s. m.
Port.: ventilador de extra¸ao.
Ventilador que retira o ar do ambiente dos lavabos e das ´areas
de apoio (cozinha) localizado pr´oximo da alvula de controle de
pressuriza¸ao, que opera sem parar, quando a aeronave est´a no
solo, ou o durante o voo.
The cargo ventilation controller controls the operation of the
inlet and outlet isolation valves and the extraction fan. O contro-
lador de ventila¸ao de carga controla a operao das alvulas de
isolamento de entrada, das alvulas de sa´ıda e do ventilador de
extrao.
Nota 1: O ventilador de extra¸ao funciona sem parar quando a
energia el´etrica est´a dispon´ıvel.
57. Extract valve s. f.
Variante.: avionics extraction valve.
Port.: alvula de extra¸ao.
alvulas que admitem ar que vem de fora da aeronave e retiram o
ar quente de dentro da aeronave. Devem ser fechadas no caso de
uma amerissagem (ditching).
The skin inlet valves and extract valves admit air from out-
side the aircraft. As alvulas de revestimento e de entrada, e as
alvulas de extrao admitem ar que vem de fora da aeronave.
Nota: Para preparar-se para um pouso for¸cado na ´agua, a
tripula¸ao de bordo deve pressionar o bot˜ao de pouso for¸cado na
´agua, do painel de controle da cabine, para ent˜ao fechar a alvula
de extra¸ao, e a alvula de controle de fluxo do trocador de calor
pertencente ao ar-condicionado.
148
58. Fan s. m.
Port.:ventilador.
Ventilador que opera sem parar, fazendo o ar circular ao redor dos
equipamentos eletrˆonicos da aeronave.
Two electric fans operate continuously as long as the aircraft
electrical system is supplied. Dois ventiladores el´etricos operam
sem parar desde que o sistema el´etrico da aeronave fornece energia.
59. Fan air valve sf
Port.: alvula de extra¸ao.
alvula que controla o fluxo de ar do compressor de baixa press˜ao,
sendo mantida fechada por uma mola na ausˆencia de press˜ao.
The fan air valve controls the fan air flow. A alvula de ar
do ventilador controla o fluxo de ar do ventilador.
Cf. tb.: pneumatic system
60. Flaps
Port.: flapes.
Dispositivos hiper-sustentadores que aumentam a curvatura das
asas, e a sustenta¸ao da aeronave, que est˜ao fixados no bordo de
fuga das asas, podendo funcionar como freios aerodinˆamicos.
Flaps are the most common high-lift devices used on practi-
cally all airplanes. Each wing has two flaps surface. Flapes
ao dispositivos de eleva¸ao verticais muito comumente usados
praticamente em todas as aeronaves. Cada asa tem dois flapes.
61. Flight Augmentation Computers s. m.
Sigla: FAC.
Port.: computador de voo.
Computador que controla o leme de dire¸ao, a compensa¸ao dire-
cional, que calcula os dados do Diagrama V-N, da fun¸ao de veloci-
dade e do tunneau normal.
149
The aircraft has two flight augmentation computers. A aeronave
possui dois computadores de voo.
Nota 1: O computador de voo engata automaticamente em
alta potˆencia.
Nota 2: Cada computador de voo faz conex˜ao com o computador
do ailerom do profundor, quando os geradores de for¸ca auxiliares
est˜ao desativados, ou enao quando pelo menos o piloto autom´atico
est´a acionado.
Cf.: flight management guidance system, rudder trim, yaw
dumping, low energy warning.
62. Flight Control Unit sf
Sigla: FCU.
Port.: unidade de comando de voo.
Instru¸oes colocadas logo `a frente da tripula¸ao t´ecnica que conem
todos os comandos de comunica¸ao entre a tripula¸ao e o sistema
de guiamento e de gerenciamento de voo, para alterar a proa,
a altitude e a velocidade, quando o piloto autom´atico est´a acoplado.
Flight control unit is used to select any flight parameters or
modify those selected in the multipurpose control and disply unit.
A unidade de comando de voo ´e usada para selecionar quaisquer
parˆametros de voo ou ent˜ao para modificar os a selecionados pelo
monitor multifuncional de comunicao e de visualiza¸ao.
Nota 1: A unidade de comando de voo serve para agilizar
rapidamente a comunica¸ao feita entre a tripula¸ao e o computa-
dor de guiamento e de gerenciamento de voo.
Nota 2: Atrav´es da unidade de comando de voo diferentes modos
de gerenciamento podem ser selecionados para alterar arios
dados (velocidade, rota, ˆangulo da trajet´oria do voo da velocidade
vertical).
Cf. tb.: flight management guidance system.
150
63. Flight Director sm
Sigla: FD.
Port.: diretor de voo.
Sistema que mostra ao tripulante a rota a ser mantida, por meio
de barras, podendo receber informa¸oes dos comandos de piloto
autom´atico, do sistema de gerenciamento de voo.
Flight Director mode is available to guide the aircraft. O modo do
diretor de voo encontra-se dispon´ıvel para guiar a aeronave.
Nota: O diretor de voo fornece a altitude adequada ou or-
dens de trajet´oria de voo, e possibilita que o piloto voe com
precis˜ao em modo manual a aeronave.
64. Flight envelope function s. f.
Port.: fun¸ao diagrama V-N.
Fun¸ao de prote¸ao ao voo, que ao permite que a aeronave
entre numa atitude perigosa, em termos de velocidade, ˆangulo de
guinada, estol, etc.
When the Flight Augmentation Computer is disengaged (FAC
pushbotton set off) but still valid, the flight envelope function of the
FAC remains active. Quando o computador de voo est´a desligado
mas ainda com valida¸ao, a fun¸ao diagrama V-N permanece
ativada.
65. Flight Guidance s. m.
Sigla: FG.
Port.: orientador de voo.
Orienta¸ao de voo executada pelos os comandos do piloto au-
tom´atico.
Flight Guidance performs the Flight Directors command. Orienta-
dor de voo executa o comando do diretor de voo.
Nota: Orientador de voo ´e executado pelo comando de impuls˜ao
autom´atica.
Cf.: auto pilot, flight director, autothrust
151
66. Flight Management s. m.
Sigla: FM.
Port.: gerenciador de voo.
Instrumento respons´avel pelo planejamento de voo, pelo geren-
ciamento de combust´ıvel, pelo sistema de radio comunica¸ao,
de radio navega¸ao e de posicionamento, sendo formado por um
computador e um monitor.
Flight Management controls the navigation and management
of navigation radios. O gerenciador de voo controla a navega¸ao e
gerenciamento por adio navega¸ao.
Nota: O gerenciador controla o gerenciamento do plano de
voo e exibi¸ao deste gerenciamento.
Cf.: multipurpose control and dispaly unit (MCDU), naviga-
tion display (ND), primary flight siplay (PFD), flight management
computer.
67. Flight Management and Guidance System s. m.
Sigla: FMGS.
Port.: sistema de guiamento e de gerenciamento de voo.
O sistema de guiamento e de gerenciamento de voo fornece tempo
de voo, milhagem, velocidade, perfis de velocidade economia e
altitude.
The pilot can use two types of guidance to control the air-
craft in auto pilot. O piloto pode usar dois tipos de guiamento para
controlar a aeronave quando o piloto autom´atico est´a acionado.
Nota 1: Cada sistema de gest˜ao de voo tem seu pr´oprio banco de
dados, e cada um deles ´e constitu´ıdo por dois campos: um campo
tem dados padronizados e customizados de navega¸ao, e o segundo
possui armazenado conhecimentos asicos para o piloto.
152
68. Flight Management Guidance Computer s. m.
Sigla: FMGC.
Port.: computador de guiamento e gerenciamento de voo.
Computador que respons´avel por definir, adquirir, atualizar,
carregar e usar dados referentes ´a aeroportos, rotas, pistas, regras
para o consumo de combust´ıvel, rotas das empresas, ponto de
referˆencia na rota, etc gerenciando a navega¸ao.
Each Flight management guidance computer is divided into
two main parts: the flight management and the flight guidance
(FG). Cada computador de gest˜ao de voo apresenta duas partes: o
sistema de gerenciador de voo e o orientador de voo.
Ver tb.: flight management (FM), flight guidance (FG).
69. Flight Mode Annunicator sf
Sigla: FMA.
Port.: luz indicadora do monitor de voo prim´ario.
Luz indicadora que exibe o status da fun¸ao da impuls˜ao au-
tom´atica, do modo vertical e lateral do piloto autom´atico e do
diretor de voo.
After each mode change, the Flight Mode Annunicator dis-
plays a white box around the new annunicator for ten seconds.
Ap´os cada modo ter sido mudado, a luz indicadora de modo de voo
exibe um quadrado branco ao redor da luz indicadora de modo de
voo durante dez segundos.
70. Flight plan initialization s. f.
Acrograma: F-PLN initialization.
Port.: iniciador do plano de voo.
Fun¸ao operacional do sistema de gerenciamento de voo que pos-
sibilita a inser¸ao dos dados espec´ıficos de um voo que est´a sendo
planejado.
153
This function enables lateral and vertical flight plan data as well
as performance data to be exchanged between the aircraft and a
ground station. Esta fun¸ao possibilita que os dados do plano de
voo vertical e lateral, bem como os dados de desempenho, sejam
trocados entre a aeronave e a esta¸ao do solo.
71. Flight-Plan report s. m.
Port. relat´orio de plano de voo.
Relat´orio que fornece a rota atualizada e real da aeronave.
Flight plan report may be manually initiated by multipurpose
control and display unit. O relat´orio de plano de voo pode
ser inicializado pelo monitor multifuncional de comunicao e
visualiza¸ao.
72. Flight report s. m.
Port.: relat´orio de voo.
Relat´orio que fornece informa¸ao em tempo real ou ap´os o voo,
para equipe de solo (manuten¸ao, opera¸oes, tr´afego, despacho,
etc.) com rela¸ao `a situa¸ao e posi¸ao atual da aeronave.
Flight reports provide real time information to the ground
concerning the aircraft current situation and position. Relat´orios
de voo fornecem informa¸ao em tempo real para equipe de sole com
rela¸ao `a situa¸ao e posi¸ao atual da aeronave.
73. Fire shutoff valve s. f.
Port.: alvula de corte de incˆendio.
alvula de corte do sistema hidr´aulico da aeronave, em caso de
fogo no motor, que evita a propaga¸ao do fogo no pr´oprio sistema.
Each of the green and yellow system has a fire shutoff valve
Cada um dos sistemas hidr´aulico, o verde e o amarelo em uma
alvula de corte.
154
74. Fluid rain repellent s. m.
Variante: rain repellent.
Port.: repelente l´ıquido de chuva.
Repelente l´ıquido que facilita a remo¸ao da chuva dos pain´eis do
arabrisa.
In moderate to heavy rain, the flight crew can spray a fluid
rain repellent on the windshield. Em casos de chuvas de moderadas
a pesadas, a tripula¸ao de bordo pode pulverizar o repelente l´ıquido
de chuva no arabrisa.
75. Full Authority Digital Engine Control s. m.
Sigla: FADEC.
Sin.: electronic control unit.
Port.: controle digital do motor.
Sistema computadorizado que controla automaticamente a partida
dos motores, o fornecimento de combust´ıvel, as bombas e o
desempenho dos motores.
Each power plant has a Full Authority Digital Engine Con-
trol system. It is mounted on the fan case. Cada motopropulsor
tem um sistema de controle digital de motor, que ´e montado no
compartimento do ventilador.
Nota 1: O controle digital do motor cuida do controle da
impuls˜ao do motor.
Nota 2: O controle digital do motor executa e aciona os controles
necess´arios durante o ciclo de partida, voo, e pouso.
76. Generator Control Unit s. f.
Sigla: GCU.
Port.: unidade de controle do gerador.
Unidade el´etrica que controla o gerador de emergˆencia, mantendo-o
a uma velocidade constante e controlando a voltagem do gerador.
155
A generator control unit keeps the emergency generator at a con-
stant speed. A unidade de controle do gerador mant´em o gerador
de emerencia a uma velocidade constante.
77. Global Positioning System s. m.
Sigla: GPS.
Pot.: sistema de posicionamento global.
Sistema de navega¸ao baseado em constela¸ao de 24 sat´elites.
Global Positioning System is a satellite based radio naviga-
tion aid. O sistema de posicionamento global ´e um aux´ılio `a
navega¸ao erea, realizado por radio, e feito atrav´es de um sat´elite.
Nota: Uma aeronave tem dois receptores de sistema posi-
cionamento global.
78. Go-around s. f.
Port.: arremetida.
Manobra que pode ser usada em uma situa¸ao de emergˆencia, e que
serve como alternativa para qualquer aproxima¸ao ou aterrissagem,
consistindo na aplica¸ao de potˆencia de decolagem imediatamente
antes do pouso, e desta forma cancelando o pouso programado.
Go-around is not strictly an emergency procedure. It is a
normal maneuver that may at times be used in an emergency
situation. Arremetida ao ´e um procedimento de emerencia, ´e
uma manobra normal que pode de vez em quando ser usada em
uma situa¸ao de emerencia.
79. Gravity extension sf
Port.: extens˜ao por gravidade.
Sistema eletromecˆanico que permite que as extens˜oes do trem de
pouso principal e do trem de pouso do nariz sejam acionadas no
caso de uma falha da extens˜ao normal, por ao da gravidade.
156
The gravity extension is an electromechanical system controlled
through two selectors located on the center instrument panel. Ex-
tens˜ao de gravidade ´e um sistema eletromeanico controlado por
dois seletores localizados no centro do painel de instrumento.
80. Ground mode s. m.
Port.: modo de solo.
Regulador autom´atico do estabilizador horizontal de compensa¸ao
a zero grau (dentro da faixa verde), que acentua a rela¸ao direta
entre a deflex˜ao da alavanca de voo e a deflex˜ao do profundor, sem
a interferˆencia da compensa¸ao autom´atica.
Ground mode is active when the aircraft is on the ground.
O modo de solo encontra-se ativado apenas quando a aeronave est´a
estacionada (no solo).
81. Ground Power Control Unit s. f.
Port.: unidade de fonte externa de energia.
Sigla: GPCU.
Fonte externa que fornece energia para dar partida na aeronave.
Ground power control unit protects the network by controlling
the external power contactor. A unidade de fonte externa protege
a rede el´etrica atrav´es do controle do contator de fonte externa.
82. Ground speed mini function s. f.
Acrograma: GS mini function
Port.: fun¸ao de velocidade m´ınima no solo.
Fun¸ao do sistema computacional respons´avel por tirar a maior
vantagem da in´ercia da aeronave quando as condi¸oes do vento
forem vari´aveis durante a aproxima¸ao.
Wind is a key factor in the ground speed mini function prin-
ciple. O vento ´e fator primordial para a mini-fun¸ao da velocidade
relativa ao solo.
157
83. Ground speed mini s. f.
Acrograma: GS mini.
Port.: velocidade m´ınima em solo.
Fun¸ao do sistema computacional que previne que a velocidade da
aeronave ao caia a um valor m´ınimo durante aproxima¸ao.
Ground speed mini concept has been defined to prevent the aircraft
speed from dropping below a minimum level during final approach.
A fun¸ao m´ınima de velocidade tem a finalidade de prevenir que a
velocidade da aeronave caia a um valor m´ınimo durante a fase de
aproxima¸ao.
84. High pressure valve s. f.
Acrograma: HP valve.
Port.: alvula de alta press˜ao.
alvula que fecha automaticamente caso a press˜ao esteja alta,
impedindo que os sistemas se danifiquem.
The high pressure valve closes electrically when the bleed valve is
close electrically. A alvula de alta press˜ao fecha-se eletricamente
quando a alvula de sangria ´e fechada eletricamente.
Nota: A alvula de alta press˜ao fecha-se automaticamente
em caso de uma press˜ao excessiva acima da alvula.
85. High speed protection s. f.
Port.: fun¸ao de prote¸ao contra velocidade alta
Fun¸ao de prote¸ao que desliga o piloto autom´atico, e reduz a
velocidade da aeronave caso a aeronave esteja voando acima da
axima velocidade permitida.
The autopilot disconnects when high speed protection goes ac-
tive. O piloto autom´atico ´e desligado quando a fun¸ao de prote¸ao
contra velocidade alta ´e ativado.
158
86. Hydraulic power system s. m.
Port.: sistema de for¸ca hidr´aulica.
Sistema que tem a finalidade de fornecer for¸ca hidr´aulica necess´aria
para operar cada sistema hidraulicamente acionado, pressurizado,
armazenando, e fornecendo fluido hidr´aulico aos sistemas da aero-
nave.
The hydraulic power system supplies pressurized hydraulic fluid to
the following systems: nose-wheel steering, landing gear exten-
sion/retraction system, normal and anti-skid brakes, emergency
and parking brakes, propeller brake, flap actuation, cargo door and
ramp. O sistema de for¸ca hidr´aulica fornece fluido hidr´aulico pres-
surizado para os seguintes sistemas: dirao da roda do nariz, sis-
tema de extens˜ao/recolhimento do trem de pouso, freios normal e
antiderrapante, freios de estacionamento e de emerencia, freios da
h´elice, atua¸ao dos flapes, porta do por˜ao de carga e rampa.
87. Hydraulic system
Port. sistema hidr´aulico
Sistema de tubos que fornece fluido hidr´aulico e energia hidr´aulica,
quando requisitado, para os arios sistemas que ao acionados
hidraulicamente.
The hydraulic system has three continuously operating hydraulic
systems: blue, green and yellow. O sistema hidr´aulico possui trˆes
sistemas hidr´aulicos que operam sem parar: o azul, o verde e o
amarelo.
88. Ice detection system s. m.
Port.: sistema de detec¸ao de gelo.
Sistema de preven¸ao que ajuda e alerta o piloto a identificar a
forma¸ao e dep´ositos de gelo na aeronave.
159
The ice detection system must be connected during flight, even in
the absence of icing conditions. O sistema de deteao de gelo deve
estar acionado durante o voo, mesmo na ausˆencia de condi¸oes de
forma¸ao de gelo.
Cf.: anti-ice valve, engine anti-ice valve, window heat com-
puter
89. Ice and rain protection system s. m.
Port.: sistema de prote¸ao contra chuva e gelo.
Sistema de prote¸ao que fornece um sinal, avisando a forma¸ao de
gelo, removendo o gelo das ´areas cr´ıticas da aeronave e a chuva do
arabrisa.
The ice and rain protection systems purpose is to provide a
detection signal, prevent the aircraft from ice accretion in critical
areas. O sistema de prote¸ao contra chuva e gelo tem a finalidade
de fornecer um sinal de deteao de forma¸ao e dep´osito de gelo,
evitando assim, os dep´ositos de gelo em ´areas cr´ıticas da aeronave.
Nota: Os sistemas de prote¸ao contra chuva e gelo est˜ao
dispon´ıveis atrav´es dos seguintes meios: degelo de superf´ıcies,
degelo da entrada de ar do motor, sensor de dados aerodinˆamicos,
sistema anticongelante, prote¸ao para o p´arabrisa, degelo de h´elices
e detec¸ao de gelo.
Cf.: rain repellent button, rain repellent fluid, pitot and static
system and rain protection
90. Inertial Reference System s. m.
Sigla: IRS
Port.: sistema de referˆencia inercial.
Sistema computacional que fornece indica¸ao continua da posi¸ao
da aeronave, baseados nas for¸cas inerciais que ao usados por outros
sistemas, possibilitando assim, uma navega¸ao automaticamente, e
independente de sinais ou de referˆencias externas.
160
The inertial reference system provides the aircraft with independent
navigational capability based on inertial forces. O sistema de
referencia inercial fornece a aeronave capacidade independente de
navega¸ao baseada em for¸cas inerciais.
Nota: O sistema de navega¸ao de referencia inercial pode operar
nos seguintes modos: alinhamento de voo interno, navega¸ao,
altitude, melhor proa verdadeira dispon´ıvel, b´ussola girosc´opica ou
de alinhamento.
91. Inlet Guide Vane s. m.
Sigla:IGV.
Port.: paleta guia de entrada.
A paleta guia de entrada controla o fluxo do ar sangrado.
The Inlet Guide Vane is controlled by a fuel-pressure powered
actuator, that controls its position. A paleta guia de entrada ´e
controlada por um atuador acionado por press˜ao de combust´ıvel,
que controla sua posi¸ao.
Nota: A paleta guia de entrada controla as posi¸oes do atu-
ador acionado por press˜ao de combust´ıvel.
92. Inlet isolation valve s. f.
Variante: ventilation inlet isolation valve, ou avionics ventilation inlet valve.
Port.: alvula de isolamento e de entrada.
Tem a fun¸ao de fechar a entrada de ar para os por˜oes de carga,
impedindo assim a entrada de oxigˆenio nos por˜oes.
The cargo ventilation controller controls the operation of the
inlet isolation and outlet isolation valves and the extraction fan. O
controlador de ventila¸ao de carga controla as alvulas de entrada
e sa´ıda e o ventilador de extrao.
Nota 1: Quando as alvulas, de entrada e de sa´ıda, est˜ao total-
mente abertas, o ventilador de extra¸ao opera sem interrup¸ao, se
a aeronave estiver parada no solo e tamem durante o voo.
161
Nota 2: O controlador fecha as alvulas de isolamento, de entrada
e de sa´ıda, e interrompe o ventilador quando a unidade de detec¸ao
de fuma¸ca do por˜ao de carga anterior detecta fuma¸ca.
93. Integrated Electronic Standby Instrument s. m.
Sigla: IESI.
Port.: equipamento de reserva para emergˆencias.
Sistema respons´avel pelo fornecimento, ao piloto, dos dados
necess´arios `a manuten¸ao do voo, em caso de uma falha dos
instrumentos de voo prim´arios.
Integrated Electronic Standby Instrument, this system is in-
tended to provide the flight crew with data as required to progress
airborne in case of a primary flight instrument failure. Instru-
mento de reserva eletrˆonico integrado, cuja finalidade ´e fornecer `a
tripula¸ao de voo dados necess´arios para continuar o voo, no caso
de uma falha do instrumento de oo prim´ario.
Nota 1: Quando o equipamento de reserva para emergˆencias
est´a ativado, ele inicia o teste de checagem da fun¸ao de alin-
hamento do horizonte.
Nota 2: O equipamento de reserva para emergˆencias exibe em
um monitor os seguintes parˆametros: atitude, altitude padr˜ao
ou barom´etrica, ajuste da press˜ao barom´etrica, localizador e
trajet´oria de planeio, velocidade axima de opera¸ao, derrapagem,
luz indicadora do sistema de pouso, indicador de n´umero Mach.
94. Instrument Landing System s. m.
Sigla: ILS.
Port.: sistema de pouso.
Sistema de pouso por instrumento formado pelo ˆangulo de planeio
que emite sinais indicativos de rampa de aproxima¸ao e do
localizador.
The aircraft has two Instrument Landing System receivers.
A aeronave possui dois receptores de sistema de pouso.
162
95. Landing Gear Control and Interface Units s. f.
Sigla: LGCIUs
Port.: unidade de comunica¸ao e controle do trem de pouso
Unidade que processa as posi¸oes das portas, dos trens de pouso,
e a sequˆencia de seu acionamento, controle e sele¸ao da alavanca.
Landing Gear Control and Interface Units electrically control
the gear and door sequence. A unidade de interface e controle do
trem de pouso controla eletricamente a engrenagem e a sequˆencia
das portas..
Nota 1: Cada unidade de comunica¸ao e controle do trem
de pouso, regula um ciclo completo de engrenagem, e automatica-
mente muda cada ciclo de retra¸ao do trem de pouso.
Nota 2: A unidade de comunica¸ao e controle do trem de pouso
fornece informa¸ao sobre o trem de pouso no monitor do sistema
eletrˆonico de monitoramento da aeronave.
96. Leak Measurement Valve s. f.
Port.: alvula de medi¸ao de vazamento.
alvula que mede o vazamento hidr´aulico de cada circuito dos
controles de voo prim´ario, bloqueando a sangria descontrolada
(vazamento).
These valves measure the leakage in each circuit. Estas alvulas
medem o vazamento de cada circuito.
97. Load Alleviation Function s. f.
Sigla: LAF.
Port.: fun¸ao de al´ıvio de carga
Fun¸ao ativada apenas em condi¸oes de turbulˆencias, a fim de
aliviar as estruturas de carga das asas, quando existem mensagens
de comando se sobrepujando as corre¸oes autom´aticas, por raz˜ao
da turbulˆencia, ou de comandos bruscos.
163
Load alleviation Function becomes active when the difference be-
tween aircraft load factor and pilot demanded load factor exceeds
0.3 g. A fun¸ao de al´ıvio de carga tornar-se ativa quando a
diferen¸ca entre o coeficiente de carga e o coeficiente de carga soloc-
itado pelo piloto exceder 0.3 g.
98. Low-energy warning s. m.
Port.: aviso de n´ıvel baixo de energia
Sinal n´ıvel de energia baixo, repetido a cada 5 segundos, e que
alerta o piloto se o n´ıvel de energia est´a caindo abaixo do limite,
e se a aeronave est´a acelerando automaticamente para ao entrar
em estol.
During deceleration, the low-energy warning is triggered be-
fore alpha floor (unless alpha floor is triggered by stick deflection).
Durante a desacelerao, o aviso de n´ıvel de energia baixo ´e
desencadeado antes da fun¸ao alpha (a menos que a fun¸ao alpha
seja desencadeada pela defeao do manche).
99. Main landing gear s. m.
Variante: main gear.
Port.: trem de pouso principal.
Conjunto mecˆanico com uma pca articul´avel, formada por uma
roda na sua extremidade, operado hidraulicamente, usado para
deslocamento da aeronave no solo, localizado em cada lado da
fuselagem.
The two landing gear assemblies (left and right) are protected
by fairings and retract backwards inside the fuselage, where
they are partially covered by the fairings once retracted. Os
dois conjuntos de trem de pouso (esquerdo e direito) ao pro-
tegidos por carenagens e ao recolhidos para traz e para dentro
da fuselagem, onde eles ao parcialmente cobertos pelas carenagens.
Ver tb.: nosewheel, steering
Cf. tb.: landing gear control and interface unit
164
100. Manual pressure control mode s. m.
Port.: controle da pressuriza¸ao da cabine.
Controle manual usado com a finalidade de controlar a press˜ao da
cabine, em caso de falha dos sistemas autom´aticos de controle de
pressuriza¸ao.
If both automatic systems fail, the flight crew may use the
cabin press control panel to take over manual control of cabin
pressurization. Se ambos os sistemas autom´aticos de pressuriza¸ao
falharem, a tripula¸ao pode usar o painel de controle de pressur-
iza¸ao da cabine, assumindo assim, o controle da pressuriza¸ao da
cabine atrav´es do modo manual.
Nota 1: Pressione o bot˜ao de sele¸ao de modo, para selecionar o
modo manual de controle de press˜ao.
101. Minimum energy level s. m.
Port.: n´ıvel m´ınimo de energia.
N´ıvel m´ınimo de energia que a aeronave deve manter at´e aterrissar.
When the aircraft flies this indicated speed target, the energy
of the aircraft is maintained above minimum level ensuring stan-
dard aerodynamic margins versus stall. Quando a aeronave voa
na velocidade padr˜ao sugerida, a energia da aeronave ´e mantida
acima do n´ıvel m´ınimo seguro de margens aerodinˆamicas padr˜ao
em contraposi¸ao ao estol.
Nota 1: O n´ıvel m´ınimo de energia ´e representado pela ve-
locidade relativa ao solo que a aeronave ter´a quando tocar o solo.
Esta velocidade relativa ao solo ´e chamada de velocidade m´ınima
relativa ao solo.
165
102. Mixing unit s. f.
Port.: unidade mecˆanica de mistura
Unidade mecˆanica que mistura ar limpo e resfriado vindo dos
condicionadores de ar, com o ar em circula¸ao nas cabines, para
depois redistribu´ı-lo de novo para as cabines.
In an emergency, a ram air inlet can provide ambient air to
mixing unit. Em uma emergˆencia, a entrada de ar de impacto pode
fornecer ar em temperatura ambiente para a unidade meanica de
mistura.
Cf. tb.: air-conditioning system
103. Mach number s. m.
Port.: n´umero mach
N´umero que representa a rela¸ao entre a velocidade verdadeira da
aeronave e a velocidade do som.
Mach number is the ratio of the true airspeed of the aircraft
to the speed of sound in the same atmospheric conditions. An
aircraft flying at the speed of sound is flying at 1.0 Mach number.
O umero Mach ´e a propor¸ao real da velocidade da aeronave em
rela¸ao a velocidade do som, nas mesmas condi¸oes atmosf´ericas.
Uma aeronave voando na velocidade do som est´a voando a 1.0
umero Mach.
104. Multipurpose Control and Display Unit s. f.
Variante: Multifunctional Control and Display Unit.
Sigla: MCDU.
Port.: monitor multifuncional de comunica¸ao e visualiza¸ao.
Unidade multifuncional que permite a comunica¸ao da tripula¸ao
com o computador de gerenciamento e guiamento de voo por meio
da sele¸ao de um plano de voo para as trajet´orias vertical e lateral,
bem como para os perfis de velocidade.
166
The Multipurpose Control and Display Unit allows the flight crew
to interface with the flight management and guidance computer by
selection of a flight plan for lateral and vertical trajectories and
speed profiles. O monitor multifuncional de comunicao e visual-
iza¸ao permite que a tripula¸ao se comunique com o computador de
gerenciamento e guiamento de voo, selecionando um plano de voo
de trajet´orias vertical, lateral e com perfis de velocidade.
Nota 1: O monitor multifuncional de controle e visualiza¸ao ´e um
tubo de raios cat´odicos que gera 14 linhas de 24 caracteres cada
uma.
Nota 2: Durante a prepara¸ao da cabine, o piloto insere uma rota
pr´e-planejada, da origem ao destino, por meio desta unidade.
105. Navigation Display s. m.
Acrograma: nave display.
Sigla: ND.
Port.: monitor de navega¸ao.
Monitor de visualiza¸ao de navega¸ao erea que fornece a tripula¸ao
t´ecnica o guiamento de voo em tempo integral, e informa¸oes sobre
o sistema de assessoramento e navega¸ao para todos os tipos de
voos.
Various distance ranges can be selected on the Navigation
Display, and two toggle switches allow either the left or right
bearing pointers to be displayed on the ND. arias valores de
distˆancia podem ser selecionadas atrav´es do monitor de navega¸ao,
e dos dois interruptores de balanceiro que permitem que o ponteiro
esquerdo ou o direito do mancal (rolamento) sejam exibidos no
monitor de navega¸ao.
106. Navigation mode s. m.
Abreviatura: NAV
Port.: modo navega¸ao
Modo que move a aeronave lateralmente ao longo do plano de voo
definido no sistema de guiamento e gerenciamento de voo.
167
The navigation mode is designed to have zero cross-track error. O
modo navega¸ao ´e projetado para ter erro de trajet´oria cruzado zero.
107. Navigation system s. m.
Port.: sistema de navega¸ao.
Sistema de navega¸ao que fornece navegabilidade precisa em cada
fase de voo porque fornece informa¸ao sobre posi¸ao e orienta¸ao
da aeronave.
The navigation system has the following subsystems: envi-
ronmental flight data, attitude and direction, independent position
determining, dependent position determining, flight management
system. O sistema de navega¸ao possui os seguintes subsistemas:
dados sob condi¸oes atmosf´erica de voo, dirao e atitude, de-
termina¸ao independente, determina¸ao de posi¸ao dependente,
sistema de gerenciamento de voo.
Nota: As fun¸oes essenciais de navega¸ao ao: calculo de
posi¸ao, avalia¸ao precisa de posi¸ao, sintonia de adio-navega¸ao,
e alinhamento do sistema de referˆencia inercial.
108. Nosewheel steering s. m.
Port.: dire¸ao da roda do nariz.
Sistema que permite a dirigibilidade da aeronave no solo, sendo
que esse conjunto de dispositivos acoplados `a roda do nariz,
permitem comandar os movimentos das rodas para que a aeronave
seja movimentada ou dirigida no solo.
An internal retraction mechanism returns the nose wheel steering
to the centered position after takeoff. Um mecanismo interno de
retrao recolhe a dirao da roda de nariz para a posi¸ao central
ap´os a decolagem.
Nota 1: A dire¸ao da roda de nariz ´e eletricamente sinaliza-
da pela unidade de controle dos freios e de dire¸ao.
Ver. tb.: main landing gerar
168
109. Normal braking system s. m.
Port.: sistema de frenagem normal.
O sistema de frenagem normal, hidraulicamente operado, ´e
mecanicamente acionado pelos pedais, que ao respons´aveis pela
desacelera¸ao e desacionamento das rodas.
Normal braking system uses right and left pedals to operate
the right and left main landing gear brakes. A frenagem normal
utiliza os pedais direto e esquerdo para operar os freios direito e
esquerdo do trem de pouso principal.
Nota 1: O sistema normal de frenagem inclui os pedais dos
freios, as alvulas de controle dos freios, alvulas antiderrapagem,
medidor de press˜ao, acumulador, alvula de checagem, sensores de
velocidade, fus´ıveis hidr´aulicos e sensores de temperatura.
110. Optimum flight level in cruise s. m.
Port.: n´ıvel de voo ´otimo em cruzeiro.
O n´ıvel de voo ´otimo em cruzeiro ´e o n´ıvel de voo no qual a
aeronave incorre no menor custo para um determinado plano de
voo, ´ındice de custo, e peso bruto.
The optimum flight level in cruise is the flight level at which
the aircraft incurs the lowest cost for a given flight plan, cost
index, and gross weight. O n´ıvel de voo ´otimo em cruzeiro ´e o
n´ıvel de voo no qual a aeronave incorre no menor custo para um
determinado plano de voo, ´ındice de custo, e peso bruto.
Nota: O gerenciador de voo atualiza o n´ıvel de voo ´otimo
em cruzeiro, durante a fase de cruzeiro, e exibe na agina
progresso.
111. Outflow valve s. f.
Port.: alvula de controle de pressuriza¸ao.
alvula respons´avel pelo aumento de press˜ao (quando fechada) ou
diminui¸ao de press˜ao (quando aberta) da cabine.
169
The outflow valve assembly consists of a flush, skin mounted,
rectangular frame, carrying inward and outward flaps linked to the
actuator. A alvula de controle de pressuriza¸ao ´e composta por
uma moldura retangular, montada, nivelada com a superf´ıcie da
fuselagem, e com flapes internos e externos ligados ao atuador.
Nota 1: A alvula de controle de pressuriza¸ao encontra-se
do lado direito da fuselagem, atr´as do por˜ao de carga traseiro e
abaixo da linha de flutua¸ao. Qualquer dos trˆes motores indepen-
dentes podem acionar a alvula de controle de pressuriza¸ao.
Nota 2: Dois motores autom´aticos e seu controlador associado op-
eram a alvula de controle de pressuriza¸ao em modo autom´atico,
e um motor, em modo manual, opera a alvula em modo manual.
112. Outlet isolation valve s. f.
Port.: alvula de isolamento externo.
alvula que fecha a sa´ıda de ar do por˜ao de carga quando a
aeronave vai posar na ´agua ou em uma emergˆencia, evitando que
os por˜oes sejam inundados.
The cargo ventilation controller controls the operation of the
inlet and outlet isolation valves. O controlador de ventila¸ao do
por˜ao de carga controla a operao das alvulas de isolamento
externa e interna.
170
113. Pack s. m.
Variante: air-conditioning pack
Port.: trocador de calor do sistema de ar-condicionado.
Pca eletromecˆanica respons´avel pelo resfriamento do ar que vem
dos compressores.
The two packs operate automatically and independently of each
other. Two separate air-conditioning packs (left and right) receive
air from the compressors and cool it as required. Os dois conjuntos
de trocadores de calor do sistema do ar-condicionado operam auto-
maticamente e independentemente um do outro. Os dois trocadores
de calor do sistema do ar-condicionado separados (esquerdo e dire-
ito) recebem ar dos compressores e refrigeram-no como necess´ario
.
Nota 1: A opera¸ao dos trocadores de calor do sistema do ar-
condicionado ´e controlada por sinais emitidos pelo controlador dos
grupos de ar-condicionado.
Cf.: pack controller, pack flow control valve
114. Pack controller s. m.
Port.: controlador do trocador de calor do ar-condicionado.
Controlador eletromecˆanico que regula a temperatura do seu
pr´oprio trocador de calor de acordo com a demanda de consumo.
Each pack controller regulates the temperature of its associ-
ated pack. Cada controlador regula a temperatura do seu respectivo
trocador de calor.
Cf. tb.: pack
115. Pack flow control valve s. f.
Port.: alvula de controle do trocador de calor
alvula que regula o fluxo de ar de acordo com os sinais recebidos
dos controladores dos trocadores de calor do ar-condicionado.
171
This pack flow control valve is pneumatic-operated and electrically-
controlled. Esta alvula de controle do fluxo do trocador de calor
do ar-condicionado ´e operada pneumaticamente e controlada
eletricamente.
Cf. tb.: pack
116. Parking brake s. m.
Port.: freios de estacionamento
O freio de estacionamento destina-se a manter a aeronave parada,
sem a aplica¸ao dos freios normais, ou a parar a aeronave, em caso
de pane dos freios normais.
Parking brakes are supplied by the hydraulic system or accu-
mulator pressure via the dual shuttle. Os freios de estacionamento
ao alimentados pelo sistema hidr´aulico ou pelo acumulador de
press˜ao, atrav´es de alvulas de dupla prioridade.
Nota: Se o freio de estacionamento for ativado e o sistema
hidr´aulico azul ou acumulador de press˜ao do freio ao estiverem
dispon´ıvel, o sistema normal de freios poder´a ser aplicado atrav´es
dos pedais de freios.
117. Performance data report s. m.
Port.: relat´orio de desempenho.
Relat´orio que tem a finalidade de fornecer dados sobre o desem-
penho atual da aeronave para o sistema de gerenciamento de voo.
The performance data report is sent manually by the multi-
purpose control and disply unit prompt. O relat´orio de desempenho
´e envaido manualmente pelo monitor multifuncional de comu-
nicao e visualiza¸ao.
172
118. Performance function s. f.
Abreviatura: PERF function.
Port.: fun¸ao de desempenho.
A fun¸ao de desempenho calcula a velocidade quando a aeronave
arremete, decola, e aproxima.
The flight management and guidance computer uses the perfor-
mance functions and gross weight to compute go-around speeds. O
computador de guiamento e gerenciamento de voo usa a fun¸ao de
desempenho e o peso bruto da aeronave para calcular as velocidades
de arremetida.
119. Pitch trim wheel s. m.
Port.: volante de compensa¸ao longitudinal
Pca mecˆanica que desconecta o piloto autom´atico da aeronave
quando acionada pelo piloto.
Mechanical control of the pitch trim wheel has priority over
electrical control. Controle meanico tem prioridade sobre o
controle el´etrico do volante de compensa¸ao longitudinal.
Nota: O volante de compensa¸ao longitudinal fornece controle
mecˆanico ao estabilizador horizontal de compensa¸ao.
120. Pitot and static system ice and rain protection s. f.
Port.: prote¸ao contra chuva e gelo do sistema pitot-est´atico
Sistema de preven¸ao do dep´osito de gelo nos sensores de dados
atmosf´ericos, evitando assim leituras errˆoneas da velocidade e da
altitude da aeronave em voo.
Pitot and static ice and rain protection operation is controlled by
enlighten switches on the control panel. A prote¸ao contra chuva
e gelo do sistema pitot-est´atico ´e controlada pelos interruptores
iluminados no painel de controle.
173
121. Pneumatic system s. m.
Port.: sistema pneum´atico.
Sistema fornecedor de ar de alta press˜ao para o ar-condicionado,
para o motor de arranque, para o degelo das asas, para pressuriza-
¸ao da ´agua e pressuriza¸ao do reservat´orio hidr´aulico.
The system uses the air bleed from both engines, by means of
a cross-feed valve that lets both air-conditioning systems operating
from a single engine when the aircraft is on the ground in Hotel
mode. O sistema usa ar de sangria de ambos os motores, por
meio de uma alvula de alimenta¸ao cruzada, permite que os dois
sistemas de ar-condicionado operem com apenas um motor quando
a aeronave esta no solo, no modo Hotel.
Cf.: pack, wing anti-ice valve, ECAM, bleed valve, APU
bleed valve.
122. Position report s. m.
Port. relat´orio de posi¸ao.
Relat´orios que tem a finalidade de fornecer a posi¸ao real e
atualizada da aeronave.
Position reports are initialized from active flight plan only.
Os relat´orios de posi¸ao o podem ser inicializados a partir do
plano de voo ativo.
123. Power Transfer Unit sf
Sigla: PTU
Port.: unidade de transferˆencia de energia.
Unidade el´etrica que permite a pressuriza¸ao do sistema verde no
solo enquanto os motores da aeronave estiverem desligados.
The Power transfer unit comes into action automatically when
the differential pressure between the green and yellow system is
greater than 500 PSI. A unidade de transferˆencia de energia entra
em ao automaticamente quando a diferen¸ca de press˜ao entre o
sistema azul e o verde ´e maior que 500 PSI.
174
124. Pressure controller
Variante: cabin pressure controller.
Port.: controlador de press˜ao.
Pca eletromecˆanica digital que compara a press˜ao da cabine com
a press˜ao externa da aeronave, com a finalidade de manter um
valor adequado de press˜ao no ar-condicionado da cabine, do por˜ao
de carga e da cabine de passageiros.
The Pressure controller is located on the right-hand console
in cockpit. O controlador de press˜ao est´a localizado no lado direito
no cons´olio da cabine.
125. Primary Flight Display s. m.
Sigla: PFD
Port.: monitor de voo prim´ario.
Monitor que fornece em tempo integral aos pilotos indica¸oes
digitais de atitude, de altitude, de velocidade, de navega¸ao, de
guiamento de voo, de planos de voo e dos sistemas.
Cf.: autothrust, autopilot, flight mode annunciator, flight
director
126. Progress report s. m.
Port.: relat´orio de aterrissagem.
Relat´orio que cont´em dados relativos ao hor´ario de chegada da
aeronave no seu destino que s˜ao encontrados no plano de voo ativo.
The progress report cannot be manually sent by the crew via
a dedicated multipurpose control and display unit prompt. O
relat´orio para aterrissagem ao pode ser enviado manualmente
pela tripula¸ao atrav´es do monitor multifuncional de comunicao
e visualiza¸ao.
175
127. Pylon leak signal s. m.
Port.: sinaliza¸ao de vazamento do pilone.
Sinal el´etrico digital que provoca o fechamento autom´atico da
alvula de sangria cruzada (exceto durante a partida do motor) e
da alvula de sangria.
A pylon leak signal causes the crossbleed valve to close auto-
matically (except during an engine start). O sinal de vazamento do
pilone induz a alvula de sangria cruzada fechar automaticamente
(exceto durante a partida da aeronave).
128. Rain repellent s. m.
Variante: rain repellent liquid.
Port.: repelente de chuva.
L´ıquido aplicado no arabrisa da aeronave para melhorar a
visibilidade em caso de chuva.
Separate pushbuttons control the rain repellent application on
each side of the windshield. Bot˜oes separados controlam a
aplicao do repelente de chuva nos dois arabrisas.
129. Rain repellent pushbutton s. m.
Port.: bot˜ao repelente de chuva.
Bot˜ao que quando pressionado aplica repelente de chuva no
arabrisa da cabine de comando da aeronave.
When the flight crew pushes the button, the timer applies a
measured quantity of rain repellent to the windshield. To repeat
the cycle, the flight crew must push the button again. Quando
o tripulante pressionar o bot˜ao repelente de chuva o marcador
aplica uma quantia de repelente de chuva. Para repetir o ciclo o
tripulante tem que pressionar o bot˜ao de novo.
176
130. Ram air inlet and outlet flaps s. f.
Port.: entrada de ar de impacto do trocador de calor.
Conjunto de pcas mecˆanicas que se fecham, com a finalidade de
evitar a entrada de objetos estranhos nas turbinas da aeronave,
como por exemplo, uma ave, uma caixa met´alica deixada pr´oxima
da aeronave.
The ram air inlet flaps and outlet flap close during takeoff
and landing to avoid ingestion of foreign matter. A entrada de
ar de impacto do trocador de calor do ar-condicionado fecha-se
durante a decolagem para evitar a entrada de objetos estranhos nas
turbinas da aeronave.
131. Ram Air Turbine s. f.
Sigla: RAT
Port.: turbina de press˜ao de ar de impacto.
Turbina acoplada a uma bomba hidr´aulica que exerce press˜ao sobre
o sistema hidr´aulico azul da aeronave durante uma emergˆencia
(se a energia el´etrica acabar, ou se os dois motores falharem),
possibilitando que este sistema continue em opera¸ao.
Normal system operating pressure is 3000 PSI (2500 PSI)
when powered by the RAT. Press˜ao normal de operao do sistema
´e de 3000PSI (2500PSI) quando o sistema estiver sendo acionado
pela turbina de press˜ao.
132. Residual Pressure Control Unit s. m.
Sigla: RPCU
Port.: controle press˜ao residual
O controle de press˜ao residual despressuriza automaticamente a
aeronave se ocorrer res´ıduo de press˜ao quando a aeronave estiver
taxiada.
Residual Pressure Control Unit automatically opens the outflow
valve, when the outflow valves is not fully open. O controle de
press˜ao residual abre automaticamente a alvula de controle de pres-
suriza¸ao, quando a alvula de pressuriza¸ao ao estiver totalmente
aberta.
177
133. Rudder s. m.
Port.: leme de dire¸ao.
Superf´ıcie ovel ligada ao estabilizador vertical cujos movimentos
ao comandados pelo p´e do piloto, atraes do pedal, mantendo
assim o controle dos movimentos de guinada da aeronave.
Rudder is the movable primary control surface mounted on
the trailing edge of the vertical fin of an airplane. The movement
of the rudder rotates the airplane about its vertical axis. O leme de
dirao ´e a primeira superf´ıcie ovel de controle montada sobre o
bordo de fuga do estabilizador vertical da aeronave. O movimento
do leme de dirao gira a aeronave ao redor do seu eixo vertical.
134. Rudder control system s. m.
Port.: sistema de controle do leme de dire¸ao.
Conjunto de pedais que auxilia o piloto a reduzir o esfor¸co que
o tripulante faria para compensar a guinada provocada por uma
falha no motor, e limitar a deflex˜ao do leme de acordo com as
condi¸oes de voo.
Rudder control system is got by means of two interconnected
sets of pedals, which movements are transmitted along a series of
cables and interconnection rods to the rudder. The pedals have a
manually operated adjusting device, which allows their position,
relative to the pilots’ seats, to be adjusted. O sistema de controle
do leme de dirao ´e conseguido atrav´es de dois conjuntos de pedais
interconectados, cujos movimentos ao transmitidos ao longo de
uma erie de cabos e hastes de interconex˜ao com o leme de dirao.
Os pedais possuem um dispositivo operado manualmente, que
permite que suas posi¸oes, relativa aos assentos dos pilotos, sejam
ajustadas.
178
135. Rudder pedal s. m.
Port.: Pedal do leme de dire¸ao
Pedais por meio dos quais os controles que ao at´e leme de dire¸ao
ao operados.
When the pedals are maintained depressed, the nosewheel steering
controlled by the pedals is disconnected. Quando os pedais do leme
de dirao ao mantidos para baixo, o comando de dirao da roda
auxiliar, controlado pelo pedal do leme de dirao, ´e desengatado.
Nota: Pedais que fornecem comando de dire¸ao `a roda auxi-
liar abaixo de 100 kn´os.
136. Rudder trim s. f.
Port.: compensa¸ao direcional.
Fun¸ao que possibilita ao piloto acionar o bot˜ao de compensa¸ao
manual.
When the automatic pilot is engaged, the rudder trim knob
is inoperative: the master flight management and guidance system
sends rudder trim orders to the flight augmentation computer.
Quando o piloto autom´atico est´a engatado, o bot˜ao que aciona a
compensa¸ao direcional fica inoperante: o sistema de guiamento e
gerenciamento de voo envia ordens de compensa¸ao direcional para
o computador de voo.
Cf. tb.: flight augmentation computer
137. Safety valve s. f.
Port.: alvula de seguran¸ca.
alvula que evita que a press˜ao da cabine oscile de muito alta (psi
acima de temperatura ambiente) ou para muito baixa (psi abaixo
de temperatura ambiente).
The cabin pressurization system consists of two safety valves.
O sistema de pressuriza¸ao ´e formado por duas alvulas de
seguran¸ca.
179
138. Sidestick s. m.
Port.: alavanca de controle do avi˜ao.
Alavanca usada para controlar a arfagem e o rolamento da aeronave.
The autopilot can disconnect the sidestick. O piloto autom´atico
pode desconectar a alavanca de controle de voo.
139. Slat s. f.
Port.: aleta de hipersustenta¸ao ou hipersustentadora.
Dispositivos de hiper-sustenta¸ao, controlados eletricamente e
hidraulicamente, que cada asa tem, sendo que o piloto pode
elev´a-los acionando a alavanca dos flapes na base central.
Each wing has five slat surfaces. Cada asa tem cinco aletas
de hiper-sustenta¸ao.
140. Speed braker s. m.
Sin.: dive brake
Variante: speed brakes
Port.: freio aerodinˆamico
Freio aerodinˆamico que impede que ocorra o aumento excessivo de
velocidade durante a descida, atuando tamem na frenagem, no
solo, e em manobras de curva em voo.
The speed brakers are usually spoilers numbers 2, 3 and 5.
Os freios aerodinˆamicos ao geralmente os espoilers 2, 3 e 5.
Nota 1: O freio aerodinˆamico pode ser usado como uma su-
perf´ıcie de sustenta¸ao que possibilita o controle lateral de voo da
aeronave.
180
141. Spoilers s. m.
Sin.: Speed braker
Variante: speed brakes
Port.: espoiler ou freios aerodinˆamicos
Dispositivos, semelhantes a um freio aerodinˆamico, colocados sobre
as asas com a finalidade de exercer comando no movimento de
rolamento da aeronave, como se fosse um um aileron.
Spoilers are also used to shorten the ground roll after the
aircraft’s landing. Espoiler ao usados para diminuir o tempo de
frenagem para estacionar a aeronave, encurtando a corrida de solo
ap´os a aterrissagem.
Nota 1: Quando levantado, o espoiler elimina os filetes de ar
sobre sua superf´ıcie, causando estol suave nessa ´area da asa.
Nota 2: Os espoilers podem ser acionados a tempo, e em toda
sua amplitude, no caso de uma falha, quando ent˜ao passam a agir
como freios aerodinˆamicos, da´ı tamb´em a denomina¸ao de freios
de velocidade.
142. Stall s. m.
Port.: estol.
Perda de velocidade de voo e perda tempor´aria de sustenta¸ao da
aeronave.
It is important to remember that a stall can occur at any
airspeed and at any flight attitude or pitch altitude.
´
E importante
lembrar que o estol pode ocorrer em qualquer velocidade e em
qualquer altitude ou inclina¸ao durante o voo.
Nota 1: Situa¸ao em que a aeronave perda a capacidade de
potˆencia devido ao ˆangulo de ataque exagerado ou `a forma¸ao de
onda de choque sobre as asas.
Nota 2: Condi¸ao de um aerof´olio ou asa, na qual eles operam
num ˆangulo de ataque maior que do que o ˆangulo de ataque de
axima sustenta¸ao.
181
143. Takeoff data function s. f.
Port.: fun¸ao de dados de decolagem.
Fun¸ao usada para requisitar dados sobre pistas a serem usadas na
decolagem e a velocidade de decolagem da aeronave.
Takeoff data function is available for the active flight plan
only. A fun¸ao de velocidade de dados de decolagem o est´a
dispon´ıvel no plano ativo de voo.
144. Temperature Control System s. m.
Port.: sistema de controle de temperatura.
Sistema de controle, detecta¸ao e exibi¸ao da temperatura interna
da zona pressurizada da aeronave (cabine e cabine de passageiros).
Temperature control system is done by means of twin valves
that associated with each air-conditioning pack. O sistema de
controle de temperatura ´e realizado por duas alvulas semelhantes
que est˜ao associadas cada uma delas com um dos trocadores de
calor do ar-condicionado.
145. Terrain Awareness Display s. m.
Sigla: TAD
Port.: Sistema de alerta de proximidade com o solo.
Sistema que possibilita monitorizar e visualizar problemas no solo
com muita antecedˆencia.
Two types of Terrain Awareness Display are available de-
pending on the display system and options selected to be selected.
Dois tipos de sistema de alerta de proximidade com o solo est˜ao
dispon´ıveis na aeronave, dependendo do monitor que ser´a utilizado
e das op¸oes de exibi¸ao que ser˜ao selecionadas.
Cf.: navigation display
182
146. Terrain Clearance Floor s. m.
Sigla: TCF
Port.: sistema de indica¸ao de altura com rela¸ao ao solo.
Alt´ımetro que gera um aviso de alerta de descida prematura da
aeronave.
The Terrain Clearance Floor function operates using the flight
management system at position one. O sistema de indicao de
altura opera usando o sistema de gerenciamento de voo.
Cf.: navigation display
147. Traffic Collision Alert and Avoidance System s. m.
Sigla: TCAS
Port.: sistema de alerta de colis˜ao e de trafego.
Sistema de alerta e de evas˜ao de uma colis˜ao em voo.
Traffic Alert and Collision System issues vertical orders to
avoid conflict, and displays potential and predicted collision tar-
gets. Sistema de alerta de colis˜ao e de trafego que indica poss´ıveis
alvo de colis˜oes em potencial.
Nota: Sistema de alerta que detecta qualquer aeronave equipada
com transponder e que esteja sobrevoando pr´oximo da aeronave.
Cf.: vavigation display
148. Temporary Flight Plan s. m.
Acrograma: TMPY.
Port. plano tempor´ario de voo.
Fun¸ao que permite ao piloto verificar as revis˜oes a serem feitas
na aeronave, no monitor multifuncional de comunica¸ao, antes que
essas mudan¸cas sejam inseridas no plano de voo ativo.
183
The temporary flight plan is a copy of the active flight plan that has
been changed according to the pilot revision. O plano tempor´ario ´e
uma opia do plano de voo ativo que foi modificado de acordo com
a revis˜ao feita pelo piloto.
149. Thrust s. f.
Abreviatura: THR
Port.: for¸ca propulsora, impuls˜ao, press˜ao axial, tra¸ao.
Medida da quantidade ou de quanto um motor exerce for¸ca contra
seus pontos de fixa¸ao.
Thrust is the forward force produced by the powerplant/propeller.
It opposes or overcomes the force of drag. A trao ´e a for¸ca
ou empuxo para frente, que se op˜oe ou supera a for¸ca de arrasto
aerodinˆamico.
150. Thrust lever s. f.
Port.: alavanca de tra¸ao ou de impuls˜ao
Alavancas usadas pelo piloto para gerar tra¸ao em modo manual
na aeronave.
The thrust levers can only be moved manually. As alavancas
de trao podem ser movidas apenas manualmente.
Nota: O piloto utiliza a alavanca para colocar em modo ma-
nual a tra¸ao.
151. Transformer Rectifier s. m.
Sigla: TR
Port.: retificador do transformador.
184
Retificador usado para dar partida no gerador el´etrico auxiliar ou
para carregar a bateria do gerador el´etrico auxiliar.
A fourth TR (100 ampere) is dedicated to auxiliar power unit
start or auxiliar power unit battery charging. O quarto retificador
do transformador (de 100 amp`eres) ´e usado para dar partida
no gerador el´etrico auxiliar ou ent˜ao para carregar a bateria do
gerador de for¸ca auxiliar.
152. Trim s. m.
Port.: equil´ıbrio longitudinal
Manobra t´ecnica asica para o controle preciso e uniforme da
aeronave durante todas as fases de voo, que atenua a press˜ao nos
controles de bordo da aeronave, facilitando assim a manuten¸ao da
altutude e possibilitando maior estabilidade para a aeronave.
Trim should be used, not as a substitute for control with the
wheel (stick) and rudders, but to relieve pressures already held to
stabilize attitude. O equil´ıbrio longitudinal ao deve ser usado
como um substituto para o controle do manche do leme de dirao,
mas dever´a ser usado para liberar a press˜ao a aplicada para
estabilizar a atitude.
153. Trim air valve s. f.
Port. alvula de compensa¸ao de ar
alvulas que regulam a temperatura de cada sistema de controle
do ar-condicionado, pelo acr´escimo de ar quente nessas zonas.
These valves are electrically-controlled by the zone controller.
Estas alvulas ao eletricamente controladas pelo controlador de
zona.
Nota: alvulas controladas eletricamente
154. Trim tab s. m.
Variante: Trimming tab
Port.: compensador de arfagem
185
Superf´ıcies localizadas no bordo de fuga do leme e nos profundores,
que reduzem a quantidade de for¸ca aplicada aos comando da ae-
ronave e ajudam a mane-la em linha reta e em equil´ıbrio durante
voos prolongados.
A trim tab is a small, adjustable hinged surface, located on the trail-
ing edge of the aileron, rudder, or elevator control surface. O com-
pensador ´e uma pequena superf´ıcie articulada, ajust´avel, e inserida
no bordo de fuga de um aileron, leme de dirao ou do profundor.
155. Trimmable Horizontal Stabilizer s. m.
Sigla: THS
Port.: estabilizador horizontal de compensa¸ao.
Estabilizador horizontal que controla a inclina¸ao da aeronave em
voo.
Two elevators and Trimmable Horizontal Stabilizer control
the aircraft pitch. Os dois profundores e um estabilizador horizon-
tal de compensa¸ao controlam a inclina¸ao da aeronave.
Nota: O estabilizador horizontal, controlado eletricamente, ´e
operado hidraulicamente.
156. Yaw s. f.
Variante: yawing.
Port.: guinada.
Movimento da aeronave ao redor do eixo vertical, controlado pelo
leme de dire¸ao.
Stability about the airplane’s vertical axis (the sideways movement)
is called yawing or directional stability. A estabilidade ao redor
do eixo vertical (movimento lateral) ´e chamada de guinada ou de
estabilidade direcional.
Nota 1: A aeronave move-se sobre seu eixo vertical em um movi-
mento, que ´e chamado de guinada, ou seja, um movimento ho-
rizontal (para a direita e para a esquerda) da se¸ao dianteira da
aeronave.
186
157. Yam damping s. m.
Variante: yaw dumper.
Port.: amortecimento de guinada.
Fun¸ao que estabiliza a aeronave no eixo de guinada, coordenando
sua curva e controlando o leme de dire¸ao ap´os uma falha no motor,
quando o piloto autom´atico estiver engatado.
In automatic flight (engaged) during takeoff and GO-Around, yam
damping assists rudder application after an engine failure (short-
term yaw compensation). Em voo autom´atico (engatado) durante
a decolagem e a arremetida, o amortecimento de guinada ajuda na
manipula¸ao do leme da dirao, ap´os uma falha no motor (com-
pensa¸ao de guinada de curta durao).
158. Voice Omnidirectional Range s. f.
Sigla: VOR
Variante: VHF Omnidirectional Range.
Acrograma: VHFOR
Port.: esta¸ao de transmiss˜ao de sinal de navega¸ao erea.
Esta¸ao transmissora de sinal de alta frequˆencia utilizada para a
navega¸ao erea.
The aircraft has two Voice Omnidirectional Range receivers.
A aeronave possui dois receptores de transmiss˜ao de sinal de alta
frequˆencia.
159. Zone controller s. m.
Port.: controlador de zona.
187
O controlador de zona regula a temperatura das duas cabines: a
de passageiros e da tripula¸ao t´ecnica.
The temperature regulation is controlled by a zone controller
and two packs controllers. A regulagem de temperatura ´e contro-
lada pelo controlador de zona e por dois trocadores de calor do
sistema do ar-condicionado.
Cf.: Pack
188
160. Wing data function s. f.
Port.: fun¸ao de dados de ventos.
Fun¸ao que solicita da esta¸ao de apoio terrestre, em solo, in-
forma¸oes sobre pistas que poder˜ao ser eventualmente usadas.
Takeoff data function is available for the active flight plan
only. A fun¸ao de dados de ventos o est´a dispon´ıvel no plano de
voo ativo.
161. Wing anti-ice valve s. f.
Variante: anti-ice valve.
Port.: alvula de degelo das asas.
alvula que fornece ar quente para cada asa, se o sistema detectar
um vazamento, durante a opera¸ao normal.
In flight, hot air from the pneumatic system heats the three
outboard slats (3-4-5) of each wing. Air is supplied through one
anti-ice valve in each wing. Em voo, o ar quente do sistema
pneum´atico aquece os trˆes sistemas de aletas (3-4-5) de cada asa.
O ar ´e fornecido por uma alvula de degelo em cada asa.
Nota 1: Se o sistema detectar um vazamento durante a opera¸ao
normal do sistema de degelo, a alvula de degelo do lado afetado
fecha automaticamente.
Nota 2: Se o fornecimento de energia el´etrica falhar, as alvulas
de degelo se fecham.
162. Wiper s. m.
Port.: limpador de arabrisa
Limpador que remove a chuva dos pain´eis dianteiros do arabrisa.
Wipers and when necessary, fluid rain repellent, remove rain
from the front windshield panels. Os limpadores de arabrisa e o
fluido repelente de chuva, quando necess´ario, removem a chuva dos
pain´eis dianteiros do arabrisa.
189
Nota 1: Cada p´arabrisa dianteiro tem um limpador el´etrico de duas
velocidades.
Nota 2: Um seletor rotativo controla a velocidade de cada limpador
de arabrisa.
163. Windshear detection function s. f.
Port.: fun¸ao de detec¸ao de gradiente de vento.
O computador de bordo avisa toda vez que o n´ıvel de energia
previsto para a aeronave cai abaixo de um limite pr´e-determinado.
Whenever a flight augmentation computer detects a winds-
hear condition, it triggers a warning. Toda vez que o computador
de bordo detecta a condi¸ao de gradiente de vento, ele dispara um
alarme.
Nota 1: A fun¸ao de detec¸ao de gradiente de vento est´a ativada
durante a decolagem e aproxima¸ao,desde a decolagm at´e atingir
1300 p´es.
Nota 2: A fun¸ao de detec¸ao de gradiente de vento est´a em
opera¸ao durante a aproxima¸ao, de 1300 at´e 50 es.
164. Windshield heating s. m.
Port.: aquecimento do arabrisa.
Sistema de aquecimento da janela do arabrisa, que opera em
baixa potˆencia, enquanto a aeronave estiver no solo, operando em
potencia normal, se a aeronave estiver voando.
Windshield heating operates at low power on the ground. Aqueci-
mento de arabrisa opera com baixa potencia quando a aeronave
est´a no solo.
Nota 1: Mudan¸ca no modo de aquecimento do arabrisa ´e
feita automaticamente.
190
165. Window Heat Computers s. m.
Sigla: WHC
Port.: computador de aquecimento de janelas.
Computador, acionado automaticamente, que aquece e controla o
aquecimento das janelas.
The aircraft uses electrical heating for anti-icing each wing
and demisting the cockpit side windows by means of two Window
Heat Computers. A aeronave usa aquecimento el´etrico para evitar
dep´osito de gelo nas asas, e remover a condensa¸ao das janelas
laterais da cabine de comando, por meio de dois computadores do
aquecimento de janelas.
Nota 1: Dois computadores independentes, de aquecimento
de janelas, um de cada lado da aeronave, regulam automati-
camente o sistema, protegendo-o contra super aquecimento, e
acusando as falhas.
Nota 2: Os computadores de aquecimento de janelas ao acionados
automaticamente, quando pelo menos um dos motores est´a funcio-
nando, ou enao quando a aeronave est´a voando.
Ver. tb.: electrical heating, windshield heating
166. Wiper rotary selector s. m.
Port.: Seletor rotat´orio de palhetas
Seletor de palhetas que controla cada palheta em velocidade baixa,
alta ou em giro intermitente.
When the wiper rotary selector turned off the wipers stops
out of view. Quando o seletor rotat´orio de palhetas ´e desligado as
palhetas desaparecem do arabrisa.
Nota: O seletor rotat´orio de palhetas controla cada uma das
palhetas.
191
Cap´ıtulo 7
Considera¸oes Finais
A proposta deste trabalho foi produzir um dicion´ario bil´ıngue Inglˆes-Portuguˆes
da sub´area do Check-list, incluindo o maior umero poss´ıvel de unidades termi-
nol´ogicas da ´area do dom´ınio pesquisado.
Durante a execu¸ao deste trabalho constatamos que ao existe dicion´ario bil´ıngue
Inglˆes-Portuguˆes, publicado sobre a sub´area do Check-list e os itens por ele lista-
dos no mercado de publica¸ao brasileiro. Os dicion´arios terminol´ogicos publicados
sobre Avia¸ao Comercial no Brasil n˜ao ao direcionados as sub´areas especificas rela-
cionadas com a atividade e com a realidade t´ecnico-discursiva de uma empresa erea
(V. Cap´ıtulo IV). Os dicion´arios terminol´ogicos consultados apresentavam uma
microestrutura deficit´aria. Essas obras de referˆencia ao apresentam todos os cam-
pos necess´arios para um verbete. O verbete precisa ter todas as informa¸oes que
caracterizem o dom´ınio pesquisado, e apresentar as rela¸oes nocionais e hier´arquicas
do perfil tem´atico repertoriado (V. Cap´ıtulo VI).
Os dicion´arios terminol´ogicos bil´ıngues pesquisados apresentaram macroestru-
tura e microestrutura incompletas. Na macroestrutura dos dicion´arios utilizados ao
pudemos observar que todos apresentavam introdu¸ao, ´ındices remissivos, anexos,
ilustra¸oes, abrevia¸oes, s´ımbolos, informa¸oes asicas sobre o dom´ınio especiali-
zado, etc. Com rela¸ao `a microestrutura, a organiza¸ao dos dados contidos nos
verbetes n˜ao apresentava uniformidade com rela¸ao ao n´umero de informa¸oes trans-
mitidas pelo enunciado terminol´ogico; a constˆancia do programa de informa¸oes em
todos os verbetes dentro da mesma obra; e a ordem de sequˆencia dessas informa¸oes
(V. Cap´ıtulo VI).
Os dicion´arios bil´ıngues usados para a pesquisa apenas apresentavam na mi-
croestrutura a entrada, a referˆencia gramatical da entrada e o termo equivalente
em L´ıngua Portuguesa. Dois dicion´arios usados na pesquisa, o do autor Lewis
192
Lazarus Sell [49] e do autor Renato Thomas Assis [50] (V. Cap´ıtulo IV), possu´ıam
defini¸oes de alguns dos termos inclu´ıdos neste trabalho, mas o paradigma defini-
cional dos verbetes nem sempre possu´ıam no¸oes essˆencias ou facultativas que pudessem
ilustrar as no¸oes dos descritores dos termos, como por exemplo, sua fun¸ao, sua
localiza¸ao e natureza, e das caracter´ısticas circunstanciais como por exemplo, sua
necessidade de utiliza¸ao, o tempo de utiliza¸ao durante um determinado procedi-
mento e sua forma, etc. (V. Capitulo V e VI).
Ap´os o estabelecimento dos corpora (V. Cap´ıtulo IV), constitu´ıdo por docu-
mentos oficiais publicados pelos fabricantes de aeronaves e cedido por uma empresa
a´erea descobrimos que o perfil terminol´ogico deste trabalho estava diretamente as-
sociado `a filosofia de treinamento e opera¸ao do Airbus por parte dos pilotos. Os
pilotos priorizam o estudo e a revis˜ao constantes de determinadas Atas em detrimen-
tos de outras. Segundo eles, determinadas Atas ao mais importantes que outras,
pois possuem informa¸oes vitais para a opera¸ao do Airbus com seguran¸ca, com a
axima eficiˆencia e economia. Portanto, o estabelecimento do corpus deveria in-
cluir informa¸oes que privilegiasse, o mais fielmente poss´ıvel, a vis˜ao do pessoal da
pilotagem. Por isso, inclu´ımos informa¸oes que nos familiarizou com os sistemas
operacionais e os componentes. O departamento de opera¸ao e do Safety nos su-
geriu quais sistemas eram mais relevantes para a pesquisa. De acordo com os dois
departamentos, os sistemas que foram utilizados na pesquisa ao vitais e essenciais
para a seguran¸ca e aeronavegabilidade do Airbus (V. Cap´ıtulo VI).
O departamento de pilotagem nos sugeriu que ampli´assemos o nosso corpus ap´os
termos conclu´ıdo a primeira coleta e extra¸ao dos termos. Segundo o departamento
Safety, a amplia¸ao do corpus possibilitaria a inclus˜ao de mais informa¸ao sobre os
tra¸cos sˆemicos que melhor iriam compor as no¸oes dos caracterizadores das unidades
terminol´ogicas do paradigma definicional (V. Cap´ıtulo IV).
Quando completamos o preenchimento de todas as fichas terminol´ogicas, reali-
zamos a an´alise lingu´ıstica das unidades terminol´ogicas, e observamos que a maioria
dos termos coletados ´e formada por termos compostos e complexos.
Observamos que os termos ao formadas por mais de dois voc´abulos (V. Cap´ıtulo
V e VI). O uso de termos longos est´a relacionado `a complexa e sofisticada estru-
tura¸ao e organiza¸ao dos sistemas operacionais do Airbus. O seu uso ´e necess´ario,
e talvez, intencional, pois ajuda na localiza¸ao e identifica¸ao do componente, como
tamem explica a fun¸ao ou opera¸ao executada por determinado sistema (V.
Cap´ıtulo V). O processo de forma¸ao dos termos e a estrutura¸ao morfol´ogica
exp˜oem a especificidade e a complexidade das opera¸oes executadas pelas unidades
193
terminol´ogicas (V. Cap´ıtulo V e VI).
Os primeiros construtores de aeronaves no mundo eram engenheiros, mecˆanicos
e pilotos. Como os primeiros pioneiros a tinham forma¸ao e conhecimento t´ecnico
sobre bal˜oes, perceberam que nomear cada componente criado e desenvolvido deveria
obedecer a um padr˜ao ogico de identifica¸ao e conceitua¸ao, que pudesse auxili´a-
los na constru¸ao, na montagem, na identifica¸ao e localiza¸ao do componente, e o
entendimento de sua fun¸ao (V. Cap´ıtulo V e VI).
A an´alise da estrutura¸ao morfol´ogica dos termos longos, em Inglˆes ou em Por-
tuguˆes de origem greco-latina, comprovou que os usos desses elementos ao re-
comendados nas comunica¸oes entre especialistas porque evitam ambiguidades, deste
modo, facilitam a comunica¸ao entre os especialistas de uma mesma ´area (Cap´ıtulo
V, VI). Por um outro lado, a necessidade de comunica¸ao apida e ´agil na trans-
ferˆencia de informa¸ao, induz os especialistas a abreviarem os termos longos ou
transform´a-los em acrogramas, siglas, ou, enao, formar novos acrogramas pela fus˜ao
de outros a existentes. (V. Cap´ıtulo V e VI ).
Outro aspecto que mereceu nossa aten¸ao foi `as rela¸oes estabelecidas em n´ıvel
de conceitos e os tra¸cos que diferenciam um conceito do outro em um mesmo n´ıvel
hier´arquico. As rela¸oes tornam-se vis´ıveis a partir das estruturas morfossint´aticas
dos hipˆonimos e co-hiponimos, pois revelam como as unidades terminol´ogicas se
relacionam em n´ıvel de conceitos e de semˆantica (V. Cap´ıtulo V). Portanto pode-
mos visualizar as rela¸oes de homossemia parcial e total, hiperon´ımia/hipon´ımia,
co-hipon´ımia existente entre as unidades terminol´ogicas pesquisadas.
A rela¸ao de funcionalidade e operacionalidade dos componentes existentes na
aeronave permitiu a elabora¸ao do sistema nocional (V. Cap´ıtulo V e VI). O
sistema nocional foi sistematizado a partir da an´alise dos voabulos, dos termos
complexos, compostos cujo n´ucleo sintagm´atico constante das unidades estudadas
indicava o sistema nocional da unidade.
O perfil tem´atico do Check-list revelou os diferentes campos tem´aticos existentes
na linguagem de especializa¸ao da Avia¸ao Comercial. Isto permitiu a caracteriza¸ao
de diversas rela¸oes existentes entre esses microuniversos. Por exemplo, observamos
as atividades desenvolvidas por cada sistema e por cada componente, e de que modo
se relacionam (V. Cap´ıtulo IV e V).
Os verbos, os substantivos, os adjetivos e adv´erbios utilizados na pesquisa ca-
racterizam as rela¸oes existentes entre esses subconjuntos tem´aticos (V. Capitulo
IV, VI):
194
Os termos utilizados para caracterizar o campo tem´atico do ar-condicionado,
regulagem, controle, ciclo de ar, fluxo, motor, comunica¸ao, descrevem as ativi-
dades realizadas pelo sistema na aeronave. O sistema de ar-condicionado par-
ticipa da renovao de ar em todas as cabines e compartimentos do Airbus.
O ar condicionado al´em de controlar e regular a temperatura de arias partes
da aeronave, ajuda na regulagem e renovao de ar dessas regi˜oes.
Os termos utilizados para caracterizar o campo tem´atico do sistema de prote¸ao
contra chuva e gelo, repelente de chuva, computador de aquecimento das
janelas, palhetas, alvula anticongelante do motor, seletor rotat´orio das pa-
lhetas, descrevem tamb´em quais atividades os componentes do sistema de
prote¸ao contra chuva e gelo executam. Neste caso, protegem e evitam que
ocorra o ac´umulo de gelo no ara-brisa da aeronave, nas janelas, al´em de
eliminar o excesso de ´agua depositada nas janelas e no p´ara-brisa da aeronave.
Os campos tem´aticos, a organiza¸ao hier´arquica e a caracteriza¸ao dos termos
da l´ıngua de especialidade da Avia¸ao Comercial oferecem indicadores para: (a)
apreens˜ao dos tra¸cos caracterizadores dos conceitos de cada campo; (b) como essas
unidades terminol´ogicas se estruturam morfologicamente; e (c) onde est˜ao localiza-
das dentro do sistema hier´arquico que descrevem (V. Cap´ıtulo V e VI).
A l´ıngua de especialidade de Avia¸ao ´e muito padronizada porque todas as in-
forma¸oes publicadas nos manuais ao produzidas pelos fabricantes de aeronave e
homologadas pelas autoridades aeron´auticas internacionais e nacionais. O uso dos
originais em Inglˆes ´e necess´ario, mas muitas vezes nem todos os profissionais da
´area apresentam proficiˆencia suficiente da l´ıngua para entenderem os conceitos e a
filosofia operacional estabelecida pelo fabricante nos manuais (V. Cap´ıtulo II e
IV).
A l´ıngua de especialidade da Avia¸ao adotada por todos os paises signat´arios da
ICAO ´e o Inglˆes.
´
E a l´ıngua oficial usada em qualquer delibera¸ao ou norma publi-
cada pela ICAO. Todas as normas e delibera¸oes publicadas ao adotas e acatadas
pelos signat´arios dessa organiza¸ao com sede no Canad´a. Os termos usados na
Avia¸ao Comercial tendem a uma universalidade influenciada pela ICAO atraes de
suas delibera¸oes e pelos fabricantes de aeronaves (Cap´ıtulo II e IV). A finali-
dade dessa pesquisa foi estabelecer o conjunto das unidades terminol´ogicas (no¸oes
e denomina¸oes) ligadas a um dom´ınio de l´ıngua de especialidade, proporcionando
um tratamento bil´ıngue. A pesquisa tem´atica bil´ıngue, permite que o pesquisador
explore e decodifique o campo nocional em estruturas hier´arquicas.
195
Cap´ıtulo 8
Conclus˜ao
A conclus˜ao que ora apresentamos, mostra que as an´alises apontam para grandes
perspectivas de investimento e melhoramento na prepara¸ao de profissionais ligados
`a ´area de conhecimento recortada, Avia¸ao Comercial. Essa ´area foi retratada da
maneira o mais fiel e real poss´ıvel, procurando trazer a p´ublico a vis˜ao filos´ofica,
t´ecnica e realista de como ´e vista. O universo da pesquisa est´a devidamente retratado
nas aginas deste trabalho, em que inclu´ımos relatos ver´ıdicos que nos ajudaram a
compor e redigir boa parte da nossa metodologia, definir o perfil tem´atico da obra,
analisar e discutir as unidades terminol´ogicas, e por fim, criar e constituir o nosso
dicion´ario t´ecnico da sub´area do Check-list.
As informa¸oes e detalhes aqui apresentados s˜ao baseados em relatos de entrevis-
tas realizadas junto a profissionais muito qualificados. Estes gentilmente nos deram
a oportunidade e permiss˜ao de entrarmos em contato com o universo dinˆamico, tec-
nologicamente muito sofisticado, em que cada detalhe ´e muito importante. Acredi-
tamos que esta pesquisa possa ajudar na capacita¸ao e forma¸ao de profissionais na
´area de Avia¸ao Comercial e dos leitores especializados ou ao especializados, que
est˜ao ou ir˜ao atuar na ´area de avia¸ao como tradutores, instrutores e pesquisadores.
Alguns aspectos podem ser destacados: a) a originalidade da pesquisa, que trouxe
a ublico id´eias compartilhadas por arios profissionais da ´area de Avia¸ao Comer-
cial sobre os Procedimentos Operacionais de Cabine area) e o Check-list (sub´area);
(b) o benef´ıcio que, a cria¸ao de um dicion´ario t´ecnico-cient´ıfico (Inglˆes-Portuguˆes),
da sub´area do Check-list, para o profissionais e interessados no tema deste trabalho,
pode ocasionar; (c) a apresenta¸ao de um mais detalhado e elaborado material sobre
esse tema; chamando aten¸ao para detalhes poucos explorados, como por exemplo,
as explica¸oes sobre as diferen¸cas existentes entre o que ´e um Briefing, um Scanflow,
ou um Check-list; quantos e quais ao os modos em opera¸ao em uma aeronave (modo
196
autom´atico, modo manual); quantos procedimentos existem, e em que situa¸oes eles
ao usados (procedimentos normais, de emergˆencia, anormais, complementares); o
que ´e, e qual ´e a atua¸ao do departamento do Safety de uma empresa de avia¸ao
a´erea; e por fim, o teste de avalia¸ao de proficiˆencia em L´ıngua Inglesa, realizado e
institu´ıdo pela ANAC em mar¸co de 2008, e sua real necessidade, etc.
Acreditamos que as abordagens realizadas neste trabalho ir˜ao facilitar e abreviar
o tempo necess´ario e adequado para a capacita¸ao e forma¸ao dos profissionais
da ´area de conhecimento (Avia¸ao Comercial) e dos leitores especializados ou ao
especializados.
A organiza¸ao do presente trabalho levou em considera¸ao a somat´oria de blocos
de conhecimento que resultaram em um produto dicionar´ıstico que poder´a servir de
alicerce para novas pesquisas na ´area. Procuramos apresentar os dados - levanta-
mento e an´alise - da maneira a mais did´atica poss´ıvel, sem perder, contudo o rigor
da an´alise cient´ıfica. Com isso, acreditamos estar colaborando com a forma¸ao e
atua¸ao de profissionais da ´area.
197
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