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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE LINGÜÍSTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SEMIÓTICA E LINGÜÍSTICA
GERAL
Laura de Almeida
À GUISA DE UMA TIPOLOGIA PARA OS TABUS
LINGÜÍSTICOS - PROPOSTA PARA UM GLOSSÁRIO
V.1
SÃO PAULO
2007
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE LINGÜÍSTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SEMIÓTICA E LINGÜÍSTICA GERAL
À GUISA DE UMA TIPOLOGIA PARA OS TABUS LINGÜÍSTICOS
- PROPOSTA PARA UM GLOSSÁRIO
Laura de Almeida
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Semiótica e Lingüística Geral, do Departamento de
Lingüística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo, para obtenção do
título de Doutora em Lingüística
Orientador: Prof. Dr. Francis Henrik Aubert
SÃO PAULO
2007
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE LINGÜÍSTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SEMIÓTICA E LINGÜÍSTICA GERAL
À GUISA DE UMA TIPOLOGIA PARA OS TABUS
LINGÜÍSTICOS - PROPOSTA PARA UM GLOSSÁRIO
Laura de Almeida
V.1
SÃO PAULO
2007
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Laura de Almeida
À guisa de uma tipologia dos tabus lingüísticos
- proposta para um glossário
Tese apresentada à Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da
Universidade de São Paulo para obtenção
do título de doutora
Área de concentração: Semiótica e
Lingüística Geral
Aprovado em:
Banca examinadora
Prof.Dr._____________________________________________________________
Instituição: ____________________________________ Assinatura: ____________
Prof.Dr._____________________________________________________________
Instituição: ____________________________________ Assinatura: ____________
Prof.Dr._____________________________________________________________
Instituição: ____________________________________ Assinatura: ____________
Prof.Dr._____________________________________________________________
Instituição: ____________________________________ Assinatura: ____________
Prof.Dr._____________________________________________________________
Instituição: ____________________________________ Assinatura: ____________
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EPÍGRAFE
“Some words are considered so holy that they must never be spoken
aloud, such as the ancient Hebrew word for God. Some words are so
shocking that they must be spoken only in subterranean circles. Some
words are so magical that people believe they can cause injury,
dementia, even death. Some words can make us sick, and other can
make us well.”
“Algumas palavras são consideradas tão sagradas que elas não
deveriam nunca ser faladas em voz alta, tais como a palavra em
hebraico para Deus. Algumas palavras são tão ofensivas que elas
deveriam ser faladas apenas em círculos fechados. Algumas palavras
são tão mágicas que as pessoas acreditam que elas possam causar
injúria, demência, até mesmo a morte. Algumas palavras podem nos
deixar doentes, e outras podem nos deixar bem.”
Chase (1954:4)
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AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Francis Henrik Aubert, pela atenção e apoio durante o processo de
definição e orientação
Ao Departamento de Lingüística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas pela oportunidade de realização do curso de Doutorado, em especial à
Profa. Dra. Irenilde Pereira dos Santos por ter me auxiliado na escolha do tema
Ao Mark John Laidlaw, meu marido, pessoa que me acompanhou e motivou
Aos meus pais: Antonio Nunes de Almeida e Anastácia Hilko de Almeida
Aos amigos que acompanharam de perto esta trajetória, incentivando-me, Divaneza
Colaneri, Emiliana Fernandes Bonalumi e Michaela Kahn
Ao professor José Oliveira de Paula por ter me auxiliado na confecção de alguns
gráficos
Às professoras: Marli Oliveira de Carvalho pela assistência técnica e Sonia Maria
Murad pelo auxílio na parte da língua portuguesa
e
Ao Márcio Solano Martins pelo auxílio na parte de confecção de gráficos e também
na parte da diagramação
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SUMÁRIO
Item
Resumo
Abstract
Introdução……………………….................……………......……………………....….....9
Capítulo I - Fundamentação Teórica…………………………………………......…...14
Capítulo II – Métodos e procedimentos..................................................................29
Capítulo III – Panorama histórico da produção geolingüística…….....................37
1.1.Precursores da pesquisa dialetológica no Brasil……………......………...…….....37
1.2. Breve relato dos atlas lingüísticos publicados no Brasil……….......……….........41
1.3. Atlas lingüísticos em andamento (não publicados)………………….....….......….55
Capítulo IV – Análise comparativa dos tabus lingüísticos em atlas
lingüísticos estaduais brasileiros ……………………………………………......…...64
4.1.1. Fenômenos atmosféricos………………………………………………...….....….65
4.1.2. Ciclos da vida……………………………………………………………….......…109
4.1.3. Convívio e comportamento social………………………………………........….124
4.1.4. Doenças……………………………………………………………………............128
4.1.5. Corpo humano………………………………………………………………......…144
4.1.6. Religião e crenças……………………………………………………….........…..158
Capítulo V - Considerações finais……………………………………………...........166
Bibliografia………………………………………………………………......…………...172
Anexo I - Questionário Semântico-Lexical (QSL) …………………………….......178
Apêndice - Quadro-resumo dos atlas lingüísticos analisados …………….......179
9
RESUMO
O objetivo central desta pesquisa é apresentar uma tipologia dos tabus
lingüísticos presentes em atlas lingüísticos brasileiros. O corpus do trabalho
constitui-se das respostas apresentadas por sujeitos em seis atlas lingüísticos
brasileiros, a saber, Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB), Atlas Lingüístico de
Sergipe I (ALS I), Atlas Lingüístico de Sergipe II (ALS II), Esboço para um Atlas
Lingüístico de Minas Gerais (EALMG), Atlas Lingüístico da Paraíba (ALPB) e o Atlas
Lingüístico do Paraná (ALPR). Tomamos por base o Questionário Semântico-lexical
(QSL) que consta dos “Questionários 2001- Projeto Atlas Lingüístico do Brasil
(ALiB)”, do qual destacamos apenas a questão referente ao campo semântico
proposto. Foram selecionados seis campos semânticos para a realização da
presente análise, sendo eles: fenômenos atmosféricos, corpo humano, religião e
crenças, doenças, ciclos da vida e convívio e comportamento social. Com base em
Guérios (1979) fizemos um estudo preliminar das manifestações do tabu lingüístico
em língua portuguesa e apresentaremos os meios de substituição dos vocábulos
tabus que se manifestaram nas variantes lingüísticas encontradas em atlas
lingüísticos. Ao final deste estudo, elaboramos um glossário constante de fichas
terminológicas devidamente catalogadas referente aos termos denominados como
tabus lingüísticos das variantes lingüísticas elencadas. Por meio deste trabalho,
pretendemos contribuir em certa medida para a análise deste rico material que são
os atlas lingüísticos.
PALAVRAS-CHAVES: tabu lingüístico, palavra tabu, terminologia, língua e cultura,
variantes lingüísticas
10
ABSTRACT
The main objective of this research is to present a typology of the linguistics
taboos existent in the Brazilian Linguistic Atlases. The corpus of this paper is made
up of the answers presented by the interviewers in six Brazilian Linguistics Atlases,
that is to say, Atlas Prévio dos Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB), Atlas
Lingüístico de Sergipe I (ALS I), Atlas Lingüístico de Sergipe II (ALS II), Esboço para
um Atlas Lingüístico de Minas Gerais (EALMG), Atlas Lingüístico da Paraíba (ALPB)
e o Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR). It will be based on the questionnaire
“Questionário Semântico-lexical (QSL)” that consists of “Questionários 2001- Projeto
Atlas Lingüístico do Brasil (ALiB)”, from which we will use only the questions referring
to the semantics field worked on. We selected six semantic fields to work on in this
analysis, which are: atmosphere phenomena, human body, religion and beliefs,
diseases, cycles of life and living and social behavior. Based on Guérios (1979), we
will make a preliminary study of the linguistic taboo manifestation in the Portuguese
language and we will present the means of substitution of the linguistic variants found
in the linguistic atlases. A glossary having terminological files about the linguistics
taboo typology will be presented at the very end. Finally, this paper tends to
contribute, to a small extent, to the richness of these linguistic taboos.
KEY-WORDS: linguistic taboo, word taboo, terminology, language and culture,
linguistics variation.
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INTRODUÇÃO
O interesse pessoal pelo tema escolhido, no que diz respeito aos tabus
lingüísticos existentes nos seguintes atlas lingüísticos brasileiros: Atlas Prévio dos
Falares Baianos (APFB), Atlas Lingüístico de Sergipe (ALS I), Atlas Lingüístico de
Sergipe (ALS II), Esboço para um Atlas Lingüístico de Minas Gerais (EALMG), Atlas
Lingüístico da Paraíba (ALPB) e Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR), torna-se de
importância social na medida em que procura avaliar a ocorrência desses tabus
lingüísticos nos atlas mencionados com sua cultura e visão de mundo próprias.
Afora o interesse pessoal pelo tema, a presente investigação reveste-se de
importância científica na medida em que um mapeamento dos tabus lingüísticos,
principalmente se postos em perspectiva contrastiva, pode representar uma
significativa contribuição para a compreensão das mentalidades, das cosmovisões
dos diversos grupos analisados. Nossa hipótese de base, enfim, é que o não dito
diz da relação língua/cultura tanto quanto o dito” (DUCROT: 1972).
A escolha do tema recai na constatação da carência de estudos acerca da
linguagem e de seus usos, suas variantes lingüísticas, principalmente os referentes
ao tabu lingüístico. Em nossas leituras e pesquisas bibliográficas encontramos
poucas referências a esse tema no estudo da língua portuguesa. Contudo, faz-se
necessário um direcionamento diversificado dos estudos da linguagem no sentido de
que seja aproveitado o material disponível pertencente a estudos já realizados sobre
as variações dialetais como, por exemplo, o corpus dos atlas lingüísticos estaduais.
Além da riqueza que nos foi proporcionada pelos atlas lingüísticos existentes no
Brasil, observamos que eles podem conduzir a estudos futuros sobre a linguagem e
suas variações dialetais.
12
Dentre os estudos realizados sobre os tabus lingüísticos, destacaremos
GUÉRIOS (1979). Em suas pesquisas sobre os tabus lingüísticos, o autor apresenta
uma definição para o termo, assim como uma classificação dos mesmos. Uma coisa
que podemos observar em seu estudo sobre este tema é a carência de exemplos de
tabus lingüísticos presentes na língua portuguesa. O autor cita exemplos de diversos
lugares da Polinésia e outros, porém são muito escassos os exemplos referentes ao
Brasil.
Nos atlas lingüísticos já publicados, observamos que existe pouca ou
nenhuma referência aos tabus lingüísticos detectados durante as entrevistas
realizadas. Em pesquisas mais recentes, Imaguire (1999) faz referência ao tema
proposto em sua dissertação de Mestrado intitulada “Estudo com vistas a um atlas
lingüístico da ilha de Santa Catarina – abordagem dos aspectos lexicais”. Segundo a
autora, em algumas questões como as de número 2.1.33 sobre “ramela”, 2.1.39
sobre “ ranho”, 2.1.40 sobre “ceroto”, 2.1.61 sobre “seio”, 2.1.62 sobre “sutiã”, 2.1.76
sobre “ mau cheiro do corpo”, 2.2.3 sobre “ cueca”, observamos que, para muitos
informantes, estas perguntas têm sentido vexatório, evidenciado no nojo ou
vergonha que muitos expressavam.
No Atlas Lingüístico do Amazonas (ALAM), Cruz (2004: 119) afirma que a
produtividade de algumas questões do Questionário Semântico-Lexical (QSL) foram
prejudicadas por questões de natureza extra-lingüística, tais como o
constrangimento de determinados informantes especialmente os do sexo masculino
ao responderem questões que ainda constituem tabu nas áreas rurais –
Menstruação (QSL/ 208), Abortar (QSL/ 211), Corno (QSL/ 214) e Prostituta (QSL/
215) – sobretudo sendo a pesquisadora do sexo feminino.
Nos atlas supracitados, observamos a constatação da existência dos tabus
lingüísticos pelas pesquisadoras, porém não foi realizado um questionamento acerca
13
das conseqüências, ou das causas da utilização dos mesmos pelos informantes
entrevistados. Reconhecemos que tal propósito não fazia parte dos objetivos das
pesquisas realizadas nos referidos atlas. Contudo, consideramos que tal estudo é
pertinente para as pesquisas de cunho dialetológico, pois propicia um
aprofundamento das escolhas do falante frente às variantes lingüísticas realizadas.
Com o intuito de termos uma linha mestra que norteie nossa pesquisa,
faremos o levantamento prévio de hipóteses que poderão ser confirmadas ou não ao
término deste trabalho:
- Até que ponto a visão de mundo de cada localidade (Estado) incide na
escolha desses tabus pelo falante?
- A incidência dos tabus lingüísticos nas respostas dos entrevistados
proporciona a ocorrência de neologismos e de um maior número de variantes
lingüísticas?
- Pode a variante lingüística influenciar na transformação do tabu em
vocabulário passivo?
Neste presente estudo, temos por objetivo geral elaborar um glossário de
tabus lingüísticos a fim de fornecer material de pesquisa a tradutores, intérpretes e
pesquisadores de áreas afins.
Por objeticos específicos visamos descrever aspectos semântico-lexicais no
que tange à língua portuguesa, com enfoque na identificação dos tabus lingüísticos
manifestados nos Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB), Atlas lingüístico de
Sergipe I (ALS), Atlas lingüístico de Sergipe II (ALS II), Esboço de um Atlas
Lingüístico de Minas Gerais (EALMG) e do Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR) e o
Atlas Lingüístico da Paraíba (ALPB). Além disso, em nossos objetivos, buscamos:
1) contribuir para o entendimento dos mecanismos de controle social existentes na
Língua Portuguesa que se impõem ao falante por meio dos tabus;
14
2) oferecer aos interessados uma amostragem de estudo possível sobre as
variantes lingüísticas do Brasil e uma reflexão sobre elas ampliando o universo de
estudo existente;
3) examinar os dados selecionados na perspectiva de sua relação com outras áreas
do conhecimento, tais como, sociologia, antropologia e outras, por meio do
estabelecimento de semelhanças e diferenças nos dados selecionados para análise;
4) proporcionar aos estudiosos da Língua Portuguesa e de áreas afins, materiais de
análise para o entendimento e uma melhor interação do uso da língua de caráter
dialetal;
O trabalho está organizado em cinco capítulos, a saber, no primeiro capítulo
intitulado “Fundamentação Teórica”, abordamos os teóricos nos quais nos apoiamos
para construir o arcabouço teórico desta pesquisa, no segundo capítulo “Métodos e
Procedimentos”, explicitam-se informações referentes à elaboração e confecção da
pesquisa, no terceiro capítulo “Panorama histórico da produção geolingüística no
Brasil”, relatamos os precursores da pesquisa dialetológica no Brasil seguido de um
breve histórico dos atlas lingüísticos publicados no Brasil; no quarto capítulo “Análise
comparativa dos tabus lingüísticos em atlas lingüísticos estaduais brasileiros”,
demonstramos, com base nos pressupostos Guérios (1979), quais os meios de
substituição dos tabus lingüísticos e verificamos como o tabu lingüístico contribui
para a produtividade lingüística; no quinto capítulo “Considerações finais”, são
citadas as conclusões elaboradas para a tese, na Bibliografia, constam os teóricos
consultados e utilizados para a elaboração deste trabalho; no Anexo I encontra-se o
quadro-resumo dos atlas lingüísticos estudados e no Apêndice temos as perguntas
do Questionário Semântico-Lexical (QSL).
15
Capítulo I - Fundamentação teórica
Toda língua é um ‘museu histórico e
cultural’, um documento do relevante ou do
modesto papel que desempenharam os
povos que a falam na vida do mundo.
Cunha (1968: 31)
Preliminares
Inicialmente, abordamos os fundamentos teóricos utilizados para análise do
corpus da nossa pesquisa, os teóricos nos quais apoiamo-nos para a análise
qualitativa e quantitativa e fazemos referência às categorizações que adotamos para
a realização das análises.
Todo sujeito nativo de um certo lugar e falante da língua local depara-se com
expressões, palavras que não podem ser proferidas, nem evitadas. Para não sofrer
alguma sanção social ou mesmo individual, procura formas de amenizar ou atenuar
o que diz por meio de substitutos aos tabus lingüísticos. Mas o que leva uma pessoa
a acreditar nesse "poder" da palavra? Para poder compreendê-lo, antes mesmo de
discorrer sobre tabus lingüísticos, mostramos a relação entre linguagem e ideologia.
A teoria ideológica marxista, segundo a qual as bases dos estudos sobre o
conhecimento científico, a literatura, a religião e a moral, entre outras, estão
estreitamente ligadas aos problemas de filosofia da linguagem, é contestada por
BAKHTIN (1979: 33). Este aponta o signo como algo ideológico, parte de uma
realidade, natural ou social, mas que também reflete e refrata uma outra realidade
que lhe é exterior. Ou seja, tudo que é ideológico possui um significado, é um signo
e remete a algo exteriorizado. BAKHTIN (1979) afirma que é na palavra que melhor
se revelam as formas básicas, as formas ideológicas gerais da comunicação
semiótica. Existe uma parte muito importante da comunicação ideológica que não
pode ser vinculada a uma esfera ideológica particular: trata-se da comunicação na
vida cotidiana. Esse tipo de comunicação está, por um lado, diretamente vinculado
16
aos processos de produção e, por outro, diz respeito às esferas das diversas
ideologias especializadas e formalizadas. O material privilegiado da comunicação,
na vida cotidiana, é a palavra; domínio em que se situam a conversação e suas
formas discursivas.
Todas as propriedades da palavra: - sua pureza semiótica, sua neutralidade
ideológica, sua implicação na comunicação humana ordinária, sua possibilidade de
interiorização e sua presença obrigatória - fazem dela o objeto fundamental do
estudo das ideologias. Com relação ao que foi exposto sobre a pureza semiótica da
palavra, reportamo-nos às seguintes colocações de BAKHTIN (1979:36): “(...) a
palavra é o fenômeno ideológico por excelência. A realidade toda da palavra não
comporta nada que não esteja ligado a essa função, nada que não tenha sido
gerado por ela. A palavra é o modo mais puro e sensível de relação social”. Já a
neutralidade ideológica da palavra, é explicada por BAKHTIN (1979:37) por meio da
seguinte afirmação: “(...) O signo, então, é criado por uma função ideológica precisa
e permanece inseparável dela. A palavra, ao contrário, é neutra em relação a
qualquer função ideológica, específica. Pode preencher qualquer espécie de função
ideológica: estética, científica, moral, religiosa”.
Dessa forma, as leis da refração ideológica da existência em signos e em
consciência, devem ser estudados a partir da palavra. Dentre as características da
palavra enquanto signo ideológico, BAKHTIN (1979:38) afirma que ao interesse da
pureza semiótica da palavra impõe-se, na relação em foco, sua ubiqüidade social.
Pelo fato da palavra penetrar literalmente em todas as relações entre indivíduos,
tece, a partir de uma multidão de fios ideológicos, a urdidura da trama de todas as
relações sociais em todos os domínios.
17
Ainda nos dizeres de BAKHTIN (1979: 41), a palavra será sempre o indicador
mais sensível das transformações sociais, mesmo das que apenas despontam, ou
ainda não tomaram forma, não abriram caminho para sistemas estruturados e bem
formados. Ela constitui o meio no qual se produzem lentas mudanças quantitativas
que ainda não tiveram tempo de engendrar uma forma ideológica nova e acabada. É
capaz de registrar as fases mais transitórias, mais íntimas, mais efêmeras, das
mudanças sociais. Constata-se que o ser, refletido no signo, não apenas nele se
reflete, mas também se refrata. O que determina esta refração do ser no signo
ideológico é o confronto de interesses sociais nos limites de uma só e mesma
comunidade semiótica.
A chamada “individualidade criadora”, segundo BAHKTIN, constitui a
expressão do núcleo central sólido e durável da orientação social do indivíduo. Aí se
localizam não apenas os estratos superiores melhor formados do discurso interior
(ideologia do cotidiano), como também as palavras, as entoações e os movimentos
interiores que passaram com sucesso pela prova da expressão externa numa escala
social mais ou menos ampla, adquirindo um grande polimento e lustro social, pelo
efeito das reações e réplicas, pela rejeição ou apoio do auditório social.
Tomando por base os textos “Língua e cultura”, “A objetividade do
conhecimento” e “Linguagem, conhecimento e cultura”, de SCHAFF, buscamos
centrar a questão da linguagem, a visão de mundo por ela concebida e as
repercussões de diferenciações encontradas de povo para povo. Ressaltamos aqui
as afirmações de SCHAFF quando enfoca a influência que a linguagem exerce
sobre o comportamento humano, na medida em que a linguagem influi sobre o
pensamento. O autor defende a tese de que o comportamento humano vem
condicionado por impulsos mentais, orientadores do pensamento, em uma direção
determinada.
18
Com base nas considerações levantadas, podemos expor o papel ativo da
linguagem, no processo do pensamento, em três acepções. A primeira reduz-se à
constatação fundamental de que a existência da linguagem é a condição necessária
do pensamento conceptual; a segunda refere-se à linguagem, enquanto fator
mediador entre o indivíduo e o mundo dos objetos; e a terceira, a existência, em
cada língua, de um estereótipo determinado da intuição do mundo das coisas. A
linguagem é, portanto, a mediadora entre o social e o individual. As línguas se
distinguem não só pela fonética, pela morfologia, pela sintaxe ou pelo vocabulário,
mas também pela qualidade desse vocabulário, quanto ao reflexo mais ou menos
generalizado do mundo. Para ilustrar essa colocação remetemo-nos a SCHAFF
quando ele analisa o papel ativo da linguagem no conhecimento (1976: 254-255):
“1) a linguagem influencia o nosso modo de percepção da realidade;
2) a linguagem é um reflexo específico da realidade e a criadora da nossa
imagem do mundo;
3) nossa articulação do mundo é a função da experiência não só
individual, mas também social transmitida ao indivíduo pela educação,
pela linguagem.”
Em relação a isso, ERVIN (1966: 87) ressalta que as coisas que pensamos e
sentimos podem ser influenciadas pelo que dizemos, fazendo-nos entrever um efeito
inesperado e sutil da linguagem. A idéia de que a linguagem não é só formada, mas
formativa, já formulada por HUMBOLDT (1810) que defendia a tese, conforme
LOHMANN (1977:153) de que as línguas humanas diferenciam-se não apenas
externamente (do ponto de vista fonético) mas também na sua “forma interna”, isto
é, no seu espírito, a ponto de se poder e dever dizer que, assim como a língua faz
com que cada homem seja o que é, da mesma forma o homem coletivamente
formou e continua a formar a língua. Posteriormente, este tema foi abordado por
meio da chamada hipótese de WHORF, também conhecida como hipótese de
SAPIR-WHORF. Apresentada inicialmente em 1921 por SAPIR (1884-1939) e
19
reformulada por WHORF (1897-1941), ela afirma que cada uma das diferentes
culturas humanas tem seu próprio universo mental, o qual, por sua vez é expresso e,
portanto, condicionado por sua língua. A idéia dessa íntima relação entre, de um
lado, os planos da cultura e do pensamento e, de outro lado, o plano da linguagem –
para muitos, uma determinação – consiste no chamado relativismo lingüístico.
Assim, esta hipótese postula que as conceituações sobre a natureza do mundo
intrínsecas à estrutura da linguagem influenciam a forma pela qual as pessoas vêem
o universo, percebem relações e conduzem suas vidas. De acordo com esta
hipótese, a linguagem realiza esse feito não apenas através do vocabulário (i.e., a
denotação e conotação de palavras e frases), mas também através da gramática, da
sintaxe e da fonética. Para ERVIN segundo essa teoria:
“(...) o homem só consegue pensar o que consegue dizer, e que as categorias
da linguagem fornecem ao homem as categorias de sua percepção, memória, de
suas metáforas e de sua imaginação”.(1966: 87)
A linguagem, meio de comunicação entre os homens, nunca corresponde,
nem pode corresponder, a um plano estritamente individual, uma vez que se forma
na prática social, e serve para a transmissão do conhecimento armazenado
socialmente, passando de uma geração a outra no processo social de formação e
“culturalização”. O conhecimento não é perfeito e definitivo, sendo, portanto, relativo,
podendo sofrer deformações. SCHAFF (1973:163) centraliza sua análise na
discutida possibilidade de alcançar a verdade objetiva no processo do
conhecimento, dado o condicionamento deste pelo interesse de um grupo e pela
influência da linguagem.
Buscamos, por meio dos autores elencados, demonstrar a relação existente
entre língua e cultura e sua influência no pensamento humano. Considerando a
natureza das relações entre língua, cultura, conhecimento e comportamento social
20
como um todo, propomos o estudo do tabu lingüístico por acreditarmos que este
fenômeno esteja inserido na problemática que foi exposta anteriormente.
Inicialmente, procuramos uma definição para o termo a fim de delinearmos melhor
nossa linha de pensamento.
À guisa de uma definição para “tabus lingüísticos”, buscamos em outras áreas
do conhecimento subsídios que contribuíssem para a formação de nosso arcabouço
teórico. Dessa forma, o campo de estudo que mais se aproximou de nosso interesse
foram os estudos sobre tabu realizados na Antropologia. Assim, partindo desta área
de conhecimento, buscamos posteriormente pautar nossos estudos pelos tabus
lingüísticos na Lingüística. Inicialmente, examinamos o estudo do tabu na
Antropologia.
Em seu ensaio sobre os aspectos antropológicos da linguagem, LEACH
(1983:170) aborda como tema central o tópico antropológico clássico do tabu.
Ressalta que, para os antropólogos, a linguagem é uma parte da cultura, não uma
coisa em si própria e que a maior parte dos problemas dos antropólogos está ligada
à comunicação humana. O autor afirma que vai falar sobre coisas que não são ditas
nem feitas e que seu tema é aquele do tabu, cuja expressão é sempre inibida.
Observa que o tabu pode ser, na literatura psicológica e antropológica,
comportamental e lingüístico, e que as sanções protetoras são, em qualquer caso,
muitas vezes as mesmas.
LEACH (1983: 171) aponta o trocadilho como um tipo familiar de tabu
puramente lingüístico. Segundo ele, o trocadilho parece engraçado ou chocante
porque desafia o tabu que normalmente nos proíbe reconhecer que o padrão de som
é ambíguo. Em muitos casos, tais tabus verbais têm tanto aspectos sociais quanto
lingüísticos. Cita, como exemplo, a palavra em inglês queen (rainha), que tem por
21
homônimo quean (prostituta). Após essas considerações, conclui que o tabu é
simultaneamente comportamental e lingüístico, social e psicológico e todas essas
variedades de repressão estão tão enredadas na trama da linguagem, que qualquer
discussão sobre uma das três molduras deve considerar as outras duas.
Em relação ao que acontece quando os tabus verbais são rompidos, LEACH
(1983: 173) observa que o resultado é um fenômeno social específico que afeta
tanto o ator quanto seus ouvintes de um modo bastante previsível. O autor
denomina esse fenômeno obscenidade, o qual distribui em categorias: palavrões,
blasfêmia e profanação; insulto animal – em que um ser é equiparado a um animal
de outra espécie.
Apresentamos a concepção de tabu proposta por LEACH (1983: 175):
“Tabu não é uma palavra autenticamente inglesa, mas uma categoria importada da
Polinésia. Seu significado não é precisamente definido no inglês convencional. Os
antropólogos comumente usam a palavra para se referir a proibições que são explícitas
e sustentadas por sentimentos de pecado e sanções sobrenaturais a um nível
consciente”.
A origem da palavra tabu também é explicada na Antropologia por AUGRAS
(1989: 13-14). Ela afirma que foi o navegante inglês James Cook (1728-1779) quem,
no relato de sua última viagem na Oceania, registrou o comportamento chamado
Tapu. Os nativos das ilhas Tonga usavam essa palavra para adjetivar tudo aquilo
que era ao mesmo tempo sagrado e proibido. AUGRAS ressalta que o Tapu (que o
capitão Cook anglicizou em taboo, daí o português tabu) não designa apenas o
caráter sagrado, perigoso de uma pessoa ou de uma coisa, mas também os
dispositivos montados para lidar com ela. Como exemplo tem-se a cabeça do rei que
era tão sagrada, que nem ele próprio estava livre de preceitos para tocá-la. Se
encostava o dedo em sua testa, logo em seguida ele era obrigado a levar esse dedo
22
até as narinas, para, ao inspirar, “recuperar”, por assim dizer, a energia sagrada que
acabara de gastar.
Em seu estudo sobre os tabus alimentares, LEACH (1983: 177) afirma que
todas essas regras, preconceitos e convenções são de origem social e, no entanto,
os tabus sociais têm suas contrapartes lingüísticas. LEACH (1983: 178) relata um
dos tipos de percepção observada por meio do uso simultâneo da linguagem e do
tabu. A linguagem nos fornece os nomes para distinguir as coisas; o tabu inibe e
reconhece aquelas partes do contínuo que separam as coisas. Conclui que a
linguagem faz mais do que nos prover com uma classificação das coisas. Ela
realmente molda nosso ambiente e coloca cada indivíduo no centro de um espaço
social ordenado de maneira lógica e segura. Transcrevemos aqui uma observação
importante de LEACH (1983: 180) quanto à sua teoria do tabu:
“À parte o fato de que toda pesquisa científica se devota a ‘descobrir’ aquelas
partes do ambiente que jazem nas fronteiras do que é ‘conhecido’, temos o
fenômeno que é descrito tanto por antropólogos quanto por psicólogos, no qual
tudo o que é tabu é foco não só de interesse especial, mas também de
ansiedade. Tudo o que é tabu é sagrado, valioso, importante, poderoso,
intocável, imundo, infando”.
LEACH ilustra o dado “imundo” citando as exsudações do corpo humano que
são universalmente objeto de intenso tabu – em particular as fezes, urina, sêmen,
sangue menstrual, mechas de cabelo, pedaços de unha, sujeira corporal, saliva, leite
materno. No entanto, tais substâncias constituem se nos ingredientes primários dos
“remédios” mágicos. Não é que tais substâncias sejam consideradas como sujas –
elas são poderosas. Reportamo-nos aqui à teoria geral apresentada por LEACH
(1983: 181) sobre o tabu:
“(...) o tabu é dirigido às categorias que são anômalas em relação àquelas que
estão nitidamente em oposição. Se A e B são duas categorias verbais de tal
modo que B é definido como ‘aquilo que A não é’ e vice-versa, e se existe uma
terceira categoria, com C compartilhando os atributos de A e B, então C será
tabu”.
23
AUGRAS (1989: 17) reporta-se a FRAZER no que tange às analogias que
esse sistema oferece com as superstições, não apenas dos povos menos evoluídos
de outras partes do mundo, mas até mesmo das etnias das civilizações da
Antigüidade. Estas eram por demais numerosas e significativas para serem deixadas
de lado, o que leva a concluir que, o tabu é apenas um dos numerosos sistemas
análogos de superstições que, em muitas etnias, senão em todas, contribuíram, sob
nomes diversos e com muitas diferenças de detalhes, para construir o complexo
edifício da sociedade, com os vários elementos que chamamos de religiosos,
sociais, políticos, morais e econômicos. Adiante, veremos que, na visão de lingüistas
como DUCROT, este assunto trata-se de uma controvérsia, pois segundo o autor os
tabus são extremamente numerosos.
AUGRAS discute a contradição existente no tabu. Segundo ela (1989: 42),
em latim, “sagrado” e “imundo” são a mesma coisa, uma vez que ambos os
conceitos designam a mesma situação – quando opostos se fundem, a ordem
classificatória se dilui em desordem e as mensagens contraditórias convivem no
mesmo espaço, o espaço da contradição passa a ser o espaço do poder. Sob este
prisma, o tabu constitui eficiente mecanismo de controle social.
AUGRAS aborda os seguintes tópicos: a) transgressão de normas, b) se
haverá sempre reforço do tabu pela expiação ou pela reparação e, c) como lidar
politicamente com a transgressão. Para a autora, o tabu estabelece distinções, cria
diferenças, fixa limites. O jogo da transgressão consiste em ultrapassar os limites,
não para abolir a separação, mas sim reafirmá-la. Assim, para ela, quanto mais
tratamos do tabu, mais falamos de transgressão, uma vez que no jogo do poder,
ambos concorrem para o mesmo fim. Além disso, os tabus foram feitos para serem
violados.
24
Após discorrermos sobre o significado de tabu na Antropologia, abordamos o
termo desde o seu significado expresso pelo dicionário, assim como o sentido que é
adotado pelas ciências da linguagem. Por meio da Antropologia buscamos
estabelecer um ponto de partida para o estudo do fenômeno no comportamento
humano, a fim de relacionarmos a visão do que é tabu para esta área do
conhecimento. Em síntese, para os autores abordados na Antropologia, o conceito
de tabu remete à dicotomia do sagrado/ proibido e à idéia de transgressão de
normas e a sanção aplicada para quem transgredi-las. Com essas idéias em mente,
passamos ao estudo do tabu nas ciências da linguagem quando procuramos
estabelecer uma ponte entre a visão antropológica e a visão lingüística.
Em CASCUDO (1962: 840), tabu é definido da seguinte maneira:
“É uma palavra da Polinésia, cuja tradução nos é difícil, por isso que não
possuímos mais a noção correspondente. Essa noção fora ainda familiar aos
romanos, cujo sacer eqüivalia ao tabu dos polinésios; também o hágios dos
gregos e o kodauch dos hebreus deviam ter o mesmo sentido que o tabu dos
polinésios e outras expressões análogas, usadas por diversos povos da
América, África (Madagascar) e da Ásia setentrional e central. Para nós, o tabu
representa duas significações opostas: a do sagrado ou consagrado e a do
lúgubre, perigoso, proibido ou impuro. O contrário de tabu entre os polinésios é
noa, quer dizer, ordinário, acessível a todos. O conceito reserva; e, de fato,
manifesta-se a ele, essencialmente, em proibições e restrições (...)”.
Nas ciências da linguagem, há poucos estudos sobre tabus. Podemos
destacar os estudos de IORDAN (1962), DUCROT (1972). Além disso, ressaltamos
as pesquisas de GUÉRIOS (1979), COSERIU (1982) e DUBOIS (1993). A seguir,
apresentamos as definições propostas por alguns lingüistas que abordaram esse
tema em suas pesquisas.
IORDAN (1962: 406-409), ao discutir as evoluções semânticas, refere-se
àquilo que ele denomina de tabus. O conceito de tabu pode ter um significado muito
mais amplo do que o expresso na definição de MEILLET, o qual menciona que, na
conversação de pessoas civilizadas, os nomes de determinadas funções fisiológicas
25
são sistematicamente evitados. IORDAN salienta que, entre os europeus são pouco
numerosos os exemplos deste gênero e no geral, reportam-se a seres cujos nomes
muitas pessoas, por diversos motivos, receiam pronunciar. No entanto, como tais
pessoas têm que falar nesses seres, resolvem a situação dando-lhes um outro nome
ou modificando, de uma forma ou de outra, a sua designação habitual. Mais
interessantes do que o fenômeno em si, que pode ser explicado psicológica e
socialmente, são as suas conseqüências lingüísticas, nomeadamente o
desaparecimento de algumas palavras em circunstâncias invulgares.
DUCROT (1972: 12) reporta-se ao implícito e à pressuposição lingüística
antes de tratar do tabu lingüístico propriamente dito. DUCROT afirma que as
relações intersubjetivas inerentes à fala não se reduzem à comunicação tomada no
sentido escrito, isto é, à troca de conhecimentos: ao contrário, introduz-se entre elas
uma grande variedade de relações inter-humanas, para as quais a língua oferece
não apenas a ocasião e o meio, mas também o quadro institucional, a regra.
Segundo DUCROT, a língua não é mais apenas o lugar onde os indivíduos se
encontram; ela impõe também, a esse encontro, formas bem definidas.
Acrescentamos que a língua, ao perder sua inocência, deixará de ser definida à
moda de Saussure, como um código, isto é, como um instrumento de comunicação.
Mas ela será considerada como um jogo, ou melhor, como o estabelecimento das
regras de um jogo, e de um jogo que se confunde amplamente com a existência
cotidiana.
Antes de definir os tabus lingüísticos, DUCROT (1972: 13) ressalta que
muitas vezes temos necessidade, ao mesmo tempo, de dizer certas coisas e de
poder fazer como se não as tivéssemos dito; de dizê-las, mas de tal forma que
possamos recusar a responsabilidade de tê-las dito. Segundo o autor, há em toda
coletividade, mesmo nas aparentemente mais liberais ou livres, um conjunto não-
26
negligenciável de tabus lingüísticos. Pensamento este controverso à concepção de
tabu para a Antropologia, como vimos anteriormente. Para DUCROT não significa
apenas a existência de palavras – no sentido lexicográfico do termo – que não
devem ser pronunciadas, ou que, em certas circunstâncias bem definidas, não
podem ser pronunciadas. Considerando-se o fato de não poder falar tal coisa, torna-
se necessário ter à disposição modos implícitos de expressão, que permitam deixar
entender sem acarretar a responsabilidade de ter dito. DUCROT apresenta uma
outra razão para a existência de formas implícitas de falar; e de uma certa utilização
da linguagem que não pode ser compreendida como uma codificação, isto é, como a
manifestação de um pensamento escondido em si mesmo, por meio de símbolos
que o tornam acessível.
Segundo GUÉRIOS (1979:5), foi MEILLET (1906) quem introduziu na
Lingüística o conceito de tabu (tabou de vocabulaire) em uma comunicação de
fevereiro de 1906 à Sociedade de Lingüística de Paris, e a três de julho do mesmo
ano, publicada em brochura, extra comércio, dedicada a VENDRYÈS, por ocasião
do matrimônio deste. Ainda conforme fontes apontadas por GUÉRIOS (1979: 5),
ficamos cientes de que a expressão tabu lingüístico em português foi usada pela
primeira vez por João da Silva Correia, então assistente na Faculdade de Letras de
Lisboa, o qual foi também o primeiro a tratar do assunto, embora superficialmente,
qualificado de “nota filológica”, intitulado “Tabus Lingüísticos”, publicado no Diário de
Notícias de Lisboa, e reproduzido no estudo “O Eufemismo e o Disfemismo na
Língua e na Literatura Portuguesa”, no Arquivo da Universidade de Lisboa, Lisboa,
1927, vol. XII p.455-56.
GUÉRIOS (1979:1) define tabu dizendo que as palavras exteriorizadas podem
ter forças sobrenaturais benéficas ou maléficas, porém há palavras que não devem
ser exteriorizadas, a fim de se evitarem malefícios. Esses vocábulos são tabus.
27
Primeiramente, o autor desenvolve o significado da palavra tabu propriamente dito
para, posteriormente, se deter no termo tabu lingüístico. Para ele, a palavra tabu
pode ser traduzida por “sagrado-proibido” ou “proibido-sagrado”. Segundo ele, ao se
cometer um ato contrário ao que é tido como coisa sagrada ou temida, ficam sujeitos
a desgraças, a coletividade, a família ou o indivíduo.
A seguir, GUÉRIOS (1979: 5) apresenta diferentes tipos de tabus:
- objetos-tabus: que não devem ser tocados;
- lugares-tabus: que não devem ser pisados ou apenas de que se não deve
avizinhar;
- ações-tabu: que não devem ser praticadas;
- palavras-tabu: que não devem ser proferidas.
Ao definir o tabu lingüístico, GUÉRIOS estabelece a existência de dois tipos:
próprio e impróprio. O primeiro refere-se à proibição de dizer certo nome ou certa
palavra, aos quais se atribui poder sobrenatural, e cuja infração causa infelicidade
ou desgraça, é mágico religioso ou de crença. Por sua vez, o segundo tipo refere-se
a proibição de dizer qualquer expressão imoral ou grosseira, é, portanto, moral ou de
sentimento.
Além do significado que GUÉRIOS atribui para tabu lingüístico, vejamos como
outros autores abordaram este assunto. Reportamo-nos aqui à definição de
COSERIU (1982: 68-71), o qual define o tabu lingüístico como fenômeno pelos quais
certas palavras relacionadas com superstições e crenças são evitadas e substituídas
por empréstimos, eufemismos, circunlóquios, metáforas, antíteses, etc. Porém, para
o autor, o tabu lingüístico é apenas um aspecto de um fenômeno mais amplo, que é
a interdição de vocabulário e que possivelmente se deve não só a superstições ou
crendices, mas também a várias outras razões de índole emotiva ou social; razões
de educação, cortesia, boas maneiras, decência, amabilidade, etc. O tabu
28
lingüístico deve-se, essencialmente, à crença (muito arraigada nas sociedades
menos evoluídas, mas documentável também em sociedades mais adiantadas) em
certa “magia das palavras”, a certa identificação entre o nome e a coisa nomeada:
considera-se que nomear uma coisa com o termo próprio que lhe corresponde pode
ser perigoso, porque o nomear a coisa traz consigo a própria coisa (a bem
conhecida locução latina lupus in fabula significa justamente isto: ao nomear o lobo,
o lobo aparece) e que, portanto, é preferível empregar palavras ou expressões
menos próprias, que nomeiem “sem nomear”.
Ao depararmo-nos com sentidos diferentes atribuídos ao tabu lingüístico,
sentimos a necessidade de recorrer ao significado do termo em questão no
Dicionário de Lingüística de DUBOIS (1993: 580), em que encontramos a seguinte
definição:
“Há coerções sociais que, em certas circunstâncias, impedem ou tendem a
impedir a utilização de certas palavras; esses tabus lingüísticos são
caracterizados pelo fato de que a palavra existe realmente, mas não pode ser
usada: é vedado”nomear” a coisa (...) A não-observância do tabu lingüístico leva
os falantes a considerar certas frases como inaceitáveis (...) o reconhecimento
dos tabus lingüísticos é de grande importância para o pesquisador que tenta
estabelecer um corpus da língua. Na cultura das comunidades dos países
desenvolvidos, existem também palavras tabus (tabus sexuais, religiosos e
políticos): a transgressão dos tabus comporta, conseqüentemente, a rejeição do
falante pelo grupo social ou, pelo menos, a depreciação então ligada a seu
comportamento.”.
Com base no que foi exposto, explanamos agora o que entendemos por
tabu lingüístico. Para nós é a palavra, o termo ou a expressão que é, de certa
forma, evitada e não deve ser proferida por se acreditar que tenha o poder de
causar-lhe algum malefício.
Apesar da importância de que se reveste cada um desses estudos como fonte
de conhecimento para a reconstituição da história do português do Brasil, nenhum
se deteve em analisar as palavras e expressões “tabuizadas” que muito
colaborariam para o estudo das variantes lingüísticas.
29
Capítulo II – Métodos e procedimentos
Nesta parte, descreveremos como o trabalho foi estruturado em termos do
método e procedimentos utilizados. O corpus é constituído pelas respostas dadas
nas entrevistas realizadas para seis atlas lingüísticos estaduais: o Atlas Prévio dos
Falares Baianos (APFB), Atlas lingüístico de Sergipe I (ALS I), Atlas lingüístico de
Sergipe II (ALS II), Esboço de um Atlas Lingüístico de Minas Gerais (EALMG), Atlas
Lingüístico da Paraíba (ALPB) e Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR). Cada atlas
lingüístico foi primeiramente analisado isoladamente para depois efetuarmos um
estudo comparativo dos mesmos.
Foi elaborado um banco de dados para armazenar os dados coletados. Para
levantamento e análise dos dados foram considerados como parâmetro os modelos de
estrutura dos tabus lingüísticos encontrados, a tipologia desses tabus, a estrutura
lexical e gramatical e os universos de discurso, tudo sob a luz dos estudos
lexicológicos e terminológicos.
A fim de podermos visualizar melhor a ocorrência dos tabus lingüísticos nos
atlas lingüísticos propostos, fizemos um levantamento da freqüência destes nos dois
atlas, utilizando o aplicativo da Microsoft Excel, versão 2003. Uma vez feita a
freqüência dos dados coletados, pudemos estabelecer um quadro comparativo em
nível de freqüência que nos possibilite o estudo comparativo dos dados coletados.
Apresentamos uma taxionomia dos processos dos tabus lingüísticos, bem
como dos graus de integração e aceitabilidade pelos informantes nos atlas
lingüísticos pesquisados.
A pesquisa compreendeu as seguintes etapas:
a) levantamento das cartas lexicais que apresentam registros de respostas
“tabuizadas” conforme o contexto apresentado;
b) seleção de respostas / palavras “tabuizadas” para comporem o corpus de
investigação;
30
c) estudo e registro da etimologia das palavras selecionadas consultando
dicionários da língua portuguesa e dicionários especializados: dicionários gerais,
etimológicos, de folclore, a saber:
- Dicionário Caldas Aulete (1958) – 2ª edição;
- Dicionário de Folclore Brasileiro de Câmara Cascudo (1962) – 2ª edição;
- Dicionário Aurélio (1999)– Século XXI - 2ª e 3ª edição;
- Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa de Celso Cunha
(1999) – 2ª edição;
- Dicionário Houaiss (2001) – 1ª edição;
- análise da correlação: palavra ‘tabuizada’ X variantes lingüísticas;
e) pesquisa em dicionários para verificar o registro ou não dessas palavras;
f) verificação quanto à ocorrência / incidência da lexia ‘tabuizada’ e de suas
variantes.
Os significados das lexias pertencentes às áreas semânticas selecionadas
serão verificados nos dicionários já mencionados. Outros dicionários foram
consultados conforme a necessidade e posteriormente relacionados tanto no corpo
do trabalho quanto na bibliografia consultada.
A análise baseou-se apenas nas respostas dadas ao QSL. Em alguns casos
como no ALPR, as notas são utilizadas. Quanto ao Questionário Semântico-Lexical
(QSL), usamos a versão 2001 do questionário do AliB. Selecionamos algumas áreas
semânticas. O critério para a escolha das áreas semânticas que fizeram parte do
corpus da pesquisa foi a presença de tabus lingüísticos nas respostas dos
informantes ao questionário semântico-lexical. Os campos semânticos escolhidos
para análise são as seguintes: fenômenos atmosféricos, corpo humano, doenças,
religião e crenças, ciclos da vida, convívio e comportamento social.
31
Como não tivemos acesso direto aos dados e respostas dos informantes dos
questionários, optamos pelos atlas lingüísticos que trouxessem informações sobre
eles (suas reações às respostas constantes nas notas dos questionários semântico-
lexicais. Assim, o corpus constitui-se dos dados constantes das cartas
geolingüísticas dos seguintes atlas lingüísticos estaduais: Atlas Prévio dos Falares
Baianos (APFB), Atlas Lingüístico de Sergipe (ALS I), Atlas Lingüístico de Sergipe
(ALS II)Esboço para um Atlas Lingüístico de Minas Gerais (EALMG), Atlas
Lingüístico da Paraíba (ALPB) e Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR). O critério para
a escolha destes atlas lingüísticos foi a ocorrência de pelo menos uma área
semântica que tivesse, pelo menos, uma lexia denominada por nós de tabu
lingüístico, em ao menos dois atlas lingüísticos diferentes. Alguns atlas auxiliaram-
nos nesta busca como o Atlas Prévio do Falares Baianos (APFB), Atlas Lingüístico
de Sergipe (ALS I) e o Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR) que traziam registros nas
notas que precedem cada carta e das informações contidas nas entrevistas
classificando as variantes lingüísticas como tabus.
O agrupamento em campo semântico correspondeu às seguintes divisões:
a) fenômenos atmosféricos: chuva-de-pedra, arco-íris, eclipse, tempestade,
estrela cadente, relâmpago, trovão e trovoada;
b) corpo humano: pomo-de-adão, útero e verruga;
c) religião e crenças: entidade-tabu que anima o redemoinho;
d) doenças: tuberculose, erisipela;
e) ciclos da vida: menstruação, entrar na menopausa;
f) convívio: prostituta.
O campo semântico foi separado em dois itens, o primeiro diz respeito a terra
e o segundo ao homem. Assim, apresentamos a divisão dos dois itens e os termos
que foram selecionados para a análise.
Para cada campo semântico fizemos dois tipos de análises, isto é, uma
análise quantitativa, elaborada com base em tabelas que demonstrem as variantes
32
lingüísticas, suas ocorrências e freqüências a fim de constatarmos quais os termos
de maior incidência em cada atlas lingüístico, e uma análise qualitativa, onde
propomos uma tipologia dos tabus lingüísticos com base na tipologia de GUÉRIOS
(1979:12) classificamos os tabus lingüísticos como: eufemismos, disfemismos,
diminutivos, neutro, expressões genéricas com ou sem restrição, particularidades
físicas, metonímia e metáfora. Da tipologia citada excluímos as modificações
fonéticas, pois muitas delas demonstravam o falar rural típico da região. Guérios
ressalta que o recurso empregado são meios indiretos e meios diretos dissimulados,
i.e., substitutos que velem de qualquer modo o ser sagrado-proibido. Nosso objetivo
é detectar a tipologia utilizada, a freqüência e qual o campo semântico mais
tabuizado.
Apresentamos, a seguir, tabelas que trazem os tabus lingüísticos pesquisados
em cada campo semântico e em que atlas lingüísticos respectivamente. As tabelas
são divididas em dois itens: Terra (fenômenos atmosféricos) e Homem (corpo
humano, religião e crenças, doenças, ciclos da vida e convívio e comportamento
social).
Item I – Terra:
1. fenômenos atmosféricos: chuva-de-pedra, arco-íris, eclipse, tempestade, estrela
cadente, relâmpago, trovão e trovoada.
33
Tabela de tabus lingüísticos coincidentes nos diferentes atlas
tabus
lingüísticos
APFB ALS I EALMG ALPB ALPR
chuva-de-
pedra
XX
arco-íris XXXX X
tempestade XX X
eclipse XX
estrela
cadente
XX
relâmpago XX
trovoada XX X
trovão XX
item II – Homem:
2. Corpo humano
Além dos fenômenos atmosféricos, observamos um outro assunto que
também é vítima do tabu, a do corpo humano. As lexias que apresentaram essa
característica foram:
Tabela das lexias nos diferentes atlas
Tabus
lingüísticos
APFB ALS I ALPB ALPR
útero
XX XX
Pomo-de-Adão
X
Verruga
X
34
3. Religião e crenças
No campo semântico religião e crenças destacamos os seguintes termos:
entidade-tabu que anima o redemoinho, diabo e verruga.
Tabela das lexias nos diferentes atlas
Tabus lingüísticos ALPR
entidade-tabu X
4. Doenças
Esse campo semântico é tabuizado, principalmente se se trata de doença
grave, sem cura. As pessoas evitam falar no nome da doença de medo que algo de
pior lhes aconteça. Vamos ressaltar aqui as seguintes doenças: tuberculose e
erisipela, sendo que ambas pertencem a atlas lingüísticos.
Tabela das lexias nos diferentes atlas
Tabus lingüísticos
ALS ALPR
erisipela
XX
tuberculose
XX
5. Ciclos da vida
No campo semântico referente aos ciclos da vida, selecionamos dois termos:
menstruação e entrar na menopausa. Abaixo a tabela que mostra os atlas em que
estes termos aparecem:
Tabela das lexias nos diferentes atlas
Tabus lingüísticos APFB ALS I ALPB
menstruação X X X
Entrar na menopausa X
35
6. Convívio
No campo semântico denominado convívio, selecionamos a lexia prostituta
que aparece em dois atlas lingüísticos.
Tabela das lexias na literatura
Tabus lingüísticos APFB ALS I
prostituta X X
A análise do corpus foi feita da seguinte maneira: elaboração das tabelas com
as perguntas do questionário, levantamento estatístico, análise dos fenômenos
lexicais e agrupamento das variantes e das invariantes. Com vistas a um tratamento
interpretativo, observou-se a etimologia e a origem de algumas palavras em
dicionários portugueses e brasileiros e, desse modo, agrupamos as palavras de
mesma origem; fizemos o levantamento de obras de estudos dialetológicos
brasileiros para observação da presença do vocábulo em outras regiões a fim de
realizar o necessário reagrupamento.
No volume dois desta tese apresentamos o glossário o qual armazena os
tabus lingüísticos em fichas terminológicas. Algumas considerações são importantes
em relação aos campos utilizados na referida ficha. Os campos devem ser
preenchidos da seguinte maneira:
Entrada: a palavra com freqüência mais comum dentro do campo semântico
pesquisado;
Campo semântico: partindo do Questionário Semântico-Lexical, temos seis sub-
áreas: fenômenos atmosféricos, corpo humano, doenças, ciclos da vida, convívio
e comportamento social, religião e crenças
36
Unidade fixa ou termo: coloca-se, na seqüência e em ordem de freqüência o
termo a ser analisado;
Tipologia tabu: classificação do termo;
Cat. Gram. (categoria gramatical), cujas formas possíveis são: sm (substantivo
masculino), sf (substantivo feminino), adj. (adjetivo), v. (verbo);
Pergunta do QSL: reproduzimos as perguntas referentes ao campo semântico
em questão;
Contexto: reproduzimos o contexto dos Atlas Lingüísticos, quando não existit
escreveremos S/C;
Identificador da fonte sigla do Atlas Lingüístico;
Variante Lingüística: referência à resposta sugerida do QSL;
Uso geográfico: sigla da região referente ao Atlas Lingüístico.
37
Capítulo III - Panorama histórico da produção geolingüística no
Brasil
3.1. Precursores da pesquisa dialetológica no Brasil
Apresentamos aqui uma retrospectiva da Dialetologia e da Geolingüística, sua
importância e interesse. Ressaltamos pesquisadores que colaboraram nessa área,
tais como: Jules Gilliéron, na França, Amadeu Amaral, Serafim da Silva Neto e
Antenor Nascentes no Brasil, além de Nelson Rossi, que elaborou o primeiro atlas
lingüístico, o APFB (1963), e Celso Cunha (1968), ambos no Brasil.
Gilliéron, considerado por Coseriu (1979) como fundador da geografia
lingüística, é autor do Atlas Linguistique de la France (ALF). O projeto do ALF
inaugurou uma nova etapa na história da lingüística, constituindo o modelo de uma
série muito ampla de obras análogas. Embora as outras obras introduzam inovações
e procurem aperfeiçoá-lo, salientamos aqui que nem sempre aceitam como dogmas
alguns dos critérios gilliéronianos (particularmente o critério do investigador não
lingüista). A obra completa compreende 36 fascículos, com um total de 1920 mapas,
ordenados em três séries alfabéticas, respectivamente de 1421, 326 e 173 mapas. A
primeira série (abeille-vrille) abrange todo o território francês; a segunda (sábriter-
vous autres), apenas a zona meridional; e a terceira (abricot-voler), apenas uma
desta. Conforme COSERIU (1982:88), na concepção de GILLIÉRON constitui um
atlas lingüístico de todo o território francês, realizado com base em um material
homogêneo recolhido mediante pesquisa direta e por uma única pessoa. O
estudioso pensava que, para assegurar em alto grau a “objetividade” da pesquisa e
para que a realidade da fala fosse captada em sua genuína espontaneidade, o
investigador não devia ser um lingüista ou um dialetólogo de profissão, suscetível de
se deixar dominar ou desviar por idéias “pré-concebidas” de caráter histórico ou
38
teórico. A pessoa que se adequava a esses propósitos era, para o autor, Edmont
Edmont
1
. O projeto da pesquisa deveria abranger 639 pontos (entre eles, dois de
fala italiana) e ser levada a cabo em cinco anos. Porém, em menos de quatro anos
(1897-1901), investigou todos os pontos previstos, interrogando mais de 720 sujeitos
(em cerca de 550 casos, até quatro sujeitos) e registrando mais de um milhão de
respostas. Em 1902, começou a publicação em fascículos do material elaborado já
indicado e com Gilléron e Edmont como autores, segundo COSERIU (1982:88).
BRANDÃO (1991) destaca AMARAL como o primeiro dialetólogo brasileiro
devido a sua tentativa de descrever um falar regional ao editar O dialeto caipira. A
autora aponta que neste trabalho, AMARAL procura dar conta das peculiaridades
fônicas, mórficas, sintáticas e lexicais de um aspecto de dialetação portuguesa em
São Paulo. AMARAL é quem lança a semente da geografia lingüística como método
para conhecimento das variedades dialetais.
SILVA NETO (1957) é retratado por BRANDÃO (1991:43) como um dos
grandes precursores dos estudos dialetológicos no Brasil. Publicou o Guia para
estudos dialetológicos, o que mais se destaca em sua obra é o inquérito lingüístico,
um esboço de um questionário e anexa um questionário – dividido em três grandes
campos semânticos (terra, animais e homem) para ser aplicado ao Amazonas.
NASCENTES (1958) discute, em sua obra intitulada Bases para a Elaboração
do Atlas Lingüístico do Brasil, as vantagens de um atlas feito ao mesmo tempo para
todo o país. O autor divide o Brasil em seis subfalares: amazônico, nordestino,
baiano, mineiro, fluminense e sulista, além de um território não caracterizado. Sua
obra divide-se em dois volumes. O primeiro apresenta as orientações
metodológicas, técnicas e fundamentais para a elaboração de um atlas lingüístico,
1 Conforme COSERIU (1982:82), Edmont era um simples comerciante da pequena cidade de Saint-Pol
(Pás-de-Calais) que já não era indiferente aos interesses dialetológicos e que possuía uma notável capacidade
39
com sugestões de quatro pontos fundamentais na realização da pesquisa dialetal:
notas sobre o inquirido, notas sobre a localidade, o questionário, ponto dos
inquéritos. Compõe-se de 606 pontos de inquérito distribuídos pelos diferentes
estados e territórios para a recolha de dados. Já o segundo volume constitui-se de
um questionário completo nos aspectos de Fonética, Morfologia, Sintaxe e Léxico,
além de apresentar um vocabulário de locuções populares de diferentes localidades.
Uma das principais contribuições de Nascentes (1958) concentra-se no fato de ser
o ponto de partida de todos os estudos de português do Brasil.
ROSSI (1955) tinha por objetivo inicial instalar na Faculdade de Filosofia da
Universidade da Bahia (UFBA) um laboratório de fonética experimental. Destaca-se
em sua vertente a dialetologia e a criação de uma equipe estável, primeiro de
estudantes e depois de colegas e ex-alunos, imbuída do mesmo espírito e voltada
para os mesmos ideais. Ele adota como objeto da dialetologia o levantamento de
pontos relativos à realização de atlas nacionais ou por regiões. Seu trabalho é
pioneiro no Brasil, pois ele elabora o primeiro atlas lingüístico do Brasil, o Atlas
Prévio dos Falares Baianos (APFB), composto de dois volumes: Cartas Lingüísticas
(1963) e Introdução (1965) que traz linhas gerais do trabalho, questionário
comentado e o elenco das formas transcritas. O APFB é composto de 9 inquiridores,
mais de 3000 perguntas, 198 cartas lingüísticas, informações gerais sobre a
distribuição geográfica dos pontos, os nomes oficiais, regionais e anteriores das
localidades, dados da situação administrativa, atividades econômicas
predominantes. Apresenta, ainda, 44 cartas-resumo com dados que constam nas
cartas a que se referem: cartas-convenção ( fonéticas, lexicais, dados indicados com
legenda); cartas acompanhadas de notas ( retratam ambiente cultural em que vive o
informante, a sua visão do mundo bio-social e da própria língua). Apresenta uma
para perceber e distinguir os matizes fonéticos.
40
perspectiva diatópica, diacrônica ou diastrática. Segundo descrito por FERREIRA
(1994) esse atlas foi iniciado em 1960, concluído em 1962, e editado em 1963.
CUNHA (1968), conforme relatado por FERREIRA (1994), preocupa-se com
as questões relativas a uma política de conhecimento e ensino da língua portuguesa
em seu livro Uma política do idioma. Reconhece, no capítulo “A Geografia
lingüística”, que a impraticabilidade de realização de um atlas nacional indicava o
caminho de construção de atlas regionais. Foi um dos principais responsáveis pelo
desenvolvimento do Projeto de Estudo da Norma Urbana Culta, o Projeto NURC, o
qual parte de uma metodologia comum que permite confrontar a variedade culta de
cinco capitais (Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) levando
em consideração algumas variáveis extra-lingüísticas como sexo, idade e tipo de
registro.
41
3.2. Breve relato dos atlas lingüísticos publicados no Brasil
3.2.1. Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB)
BRANDÃO (1991:50) informa que o APFB publicado, em 1963, teve sua
origem nos cursos de dialetologia ministrados por Nelson Rossi, na UFBA, em 1955,
e em especial no trabalho “Aspectos do léxico regional da Bahia”, elaborado por
estudantes sob sua orientação e apresentado no IV Colóquio Internacional de
Estudos Luso-brasileiros, em 1959. Alguns dos estudantes, co-autores do trabalho,
serão futuros inquiridores do APFB, e o léxico estudado orientou a organização do
Extrato de Questionário utilizado para o atlas. Entre 1956 e 1959, foram feitas
sondagens por Rossi e seus alunos, e no período de 1956 a 1959, realizaram-se
alguns trabalhos de dialetologia baseados nos dados já recolhidos.
O APFB era de um trabalho experimental, sem intenção de esgotar o assunto,
com objetivo de fazer uma sondagem de campo preliminar sobre a variante
brasileira do português. Antes desse atlas, tudo o que se sabia sobre a dialetação
diatópica da variante brasileira do português se devia à observação assistemática de
curiosos ou a hipóteses sugeridas por especialistas, mas sem confirmação de fato
pelo trabalho in loco. A obra é pioneira e, como tal, possui seu mérito, mas carrega
em si muitas limitações.
Para organização do atlas, foram selecionadas 50 localidades (30 sedes de
municípios, 15 vilas e 5 povoados). O ponto de partida para a escolha das
localidades foi a proposta de Antenor Nascentes em Bases para Elaboração do
Atlas lingüístico do Brasil (1958). Os pontos de Nascentes reduziam-se a 39 e nem
sempre atendiam aos pressupostos teóricos de escolha de uma localidade
(antigüidade, vida própria, relativo isolamento, população numericamente
representativa), além do critério, adotado pelo APFB, da eqüidistância versus
42
densidade demográfica. Apenas 13 pontos, sedes dos municípios ao final, coincidem
com os sugeridos por Nascentes, aparecem no APFB.
Após uma pesquisa prévia em leitura das obras de viajantes, historiadores,
geógrafos e consulta em trabalhos recentes que forneciam dados histórico-
geográficos e sócio-econômicos, arrolaram-se 1076 topônimos, dos quais resultaram
599 pontos, que foram catalogados em fichas com informações pertinentes, como:
nome atual, nomes anteriores, súmula histórica, grau de isolamento, etc.
Como não havia modelos anteriores no Brasil para espelhar-se, a equipe
elaborou um questionário a partir de experiências dialetais anteriores e adaptou-o à
realidade baiana. Ao final, elaborou-se o “Extrato de Questionário” (EQ) a partir do
estudo detalhado de várias lexias obtidas como respostas dos informantes de quatro
localidades: Bom Despacho (1958), São José das Itaporocas, Tanquinho e São
Vicente (1959). O EQ é composto de 182 perguntas, apesar de a numeração
finalizar em 164 (algumas dessas perguntas estão subdivididas e indexadas como A,
B, C e D), e é basicamente léxico-semântico (os dados fonéticos seriam analisados
a partir das várias realizações dos itens lexicais).
Para seleção dos informantes, foram determinados os seguintes critérios:
exigência de serem naturais do lugar; terem pais da localidade; terem feito poucas
ou nenhuma viagem; recomendação de que fossem dois informantes de sexo e
idade diferentes (com limites entre 25 e 60 anos), em relação ao último critério, isso
nem sempre aconteceu. Ao final, ouviram-se 100 informantes (na sua maioria
analfabetos), sendo o primeiro realizado em 31/10/1960 e o último em 07/04/1961.
Para formular as perguntas, optou-se pela interrogação indireta, transcrição imediata
e sem retoque posterior da resposta, sempre em dosagem cautelosa para não
provocar cansaço.
43
Como resultado, elaboraram-se 154 cartas lingüísticas, em transcrição
fonética, e outras poucas com sinais convencionais, e mais 44 cartas-resumo das
cartas que contém um acúmulo de informações. Todas são precedidas de páginas
que dão conta da história das localidades e informantes, esquema de apresentação,
transcrição fonética, critérios de apresentação das respostas e 11 cartas
introdutórias.
O APFB foi o primeiro atlas lingüístico publicado no Brasil e passou a ser
também o primeiro editado eletronicamente no país. Sua inegável importância
científica e histórica e a falta de perspectiva de uma nova edição em papel fizeram
que se planejasse a execução desse empreendimento, certamente, de grande
contribuição para os estudos lingüísticos nacionais.
3.2.2. Atlas lingüístico de Sergipe (ALS I)
O Atlas lingüístico de Sergipe (ALS I) foi organizado por FERREIRA e outros
pesquisadores (1987). A metodologia aplicada e os procedimentos preparatórios na
elaboração foram baseados no APFB, porém com inovações, como na forma de
apresentar as cartas. Segundo BRANDÃO (1991:58) quase a totalidade das cartas
vem acompanhada de comentários sobre o modo de formulação da pergunta que
motivou a forma recolhida, o contexto frásico em que ela apareceu em alguns ou em
todos os informantes ou, ainda, esclarecimentos sobre as acepções com que
ocorreu. Além disso, percebe-se maior homogeneidade em relação à faixa etária dos
informantes, que diferentemente do APFB, oscila entre 35 4 65 anos de idade, com
maior incidência da faixa de 35 a 50 anos. Outra inovação importante é o
mapeamento das atividades predominantes nas localidades, dado de grande valia
para a melhor interpretação dos condicionamentos culturais das lexias registradas.
44
A escolha e apresentação das localidades foram definidas de acordo com as
zonas fisiográficas e micro-regiões homogêneas (estabelecidas por critérios
ecológicos, populacionais, econômicos e de infra-estrutura de transportes). A
escolha dos informantes foi estabelecida com base nos princípios adotados para o
APFB.
O questionário constituiu-se de três fases e foi composto de três diferentes
questionários, sendo dois preliminares de sondagem e um definitivo. Os inquéritos
foram preliminares e definitivos As cartas foram lingüísticas e não lingüísticas
(introdutórias). As cartas lingüísticas são exclusivamente fonéticas, e lexicais, com
dados socioculturais ou etnográficos, cartas-resumo, cartas-conjuntas. Nelas
encontram-se comentários contextuais, transcrição fonética, semas diversos para
um mesmo item lexical, desprezo pela variação fônica, casos de não
correspondência entre cartas do APFB e do ALS I. Os inquéritos preliminares
apresentam duas etapas: a primeira tem um questionário de mais de 300 perguntas
em quatro localidades; a segunda tem um questionário de cerca de 800 perguntas
em 15 pontos. Todas as localidades (pontos dos atlas) são submetidas a uma
aplicação do questionário experimental reduzido e um questionário definitivo que é
mais amplo do que o da Bahia com 700 perguntas.
3.2.3. Esboço de um Atlas Lingüístico do Estado de Minas Gerais
(EALMG)
2
Em 1969 teve início, em Juiz de Fora (MG), o projeto para o Atlas Lingüístico
do Estado de Minas Gerais, tendo por professores pesquisadores Mário Roberto
Lobuglio Zágari e José Ribeiro. Após a aprovação do projeto, houve o ingresso do
45
professor Antonio Pereira Gaio, e em 1973, o do professor José Passini. Em 1977,
deu-se a apresentação do primeiro volume dos quatro previstos.
O questionário previamente elaborado seguiu as Bases para a Elaboração do
Atlas Lingüístico do Brasil, de Nascentes. Após muitas alterações, foi reduzido a 415
perguntas relativas a tempo, moradia, utensílios, animais, etc. Para obter os dados,
o entrevistado completava frases: “quem não ouve bem é ...”, “que animais existem
aqui?”, com auxílio dos pesquisadores, que utilizavam fotografias e desenhos de
objetos, e quando não obtinham êxito, mostravam miniatura do objeto.
O informante recebia um valor correspondente ao salário-hora de Minas
Gerais. Eram entrevistados homens ou mulheres, casados ou solteiros, com idade
entre 30 e 50 anos, analfabetos ou com escolaridade não superior à 4
a
série do 1
o
grau, nascidos na localidade ou que tivesses vivido em outro município, sempre
apresentado por alguém. O local da entrevista era variado: na Prefeitura ou na casa
do entrevistado.
A pesquisa também foi indireta, isto é, um questionário próprio por
correspondência, com 21 perguntas e 8 desenhos foram enviados à Prefeitura para
que se entregasse ao professor de Português do município uma carta com as
instruções e com as indagações que se buscavam. Receberam 409 retornos, dos
quais 107 foram desconsiderados por não atenderem a critérios de seleção do
informante.
O EALMG teve uma pesquisa sociolingüística, para verificar até que ponto os
antigos quilombos ou negros alforriados influenciaram a fala de certos locais, ou o
tipo de linguajar tais negros conservaram.
2 Os dados do EALMG foram obtidos na apresentação de Homero Senna, diretor do centro de pesquisas,
em ZÁGARI (1977).
46
3.2.4. O Atlas lingüístico da Paraíba (ALPB)
3
O Atlas Lingüístico da Paraíba (ALPB), dos quais já se publicaram dois dos
três volumes previstos (1984), faz parte de um projeto de pesquisa mais amplo, o do
Paradigmo-Sintagmático do Léxico Paraibano, que compreende, ainda, a análise da
língua falada por pessoas de nível cultural mais alto – norma culta – e a linguagem
regional escrita, por meio da análise de jornais, crônicas, contos populares, etc., com
o fim de se obter uma descrição completa do português falado e escrito na região.
A equipe encarregada de viabilizar o projeto foi coordenado por Maria do
Socorro ARAGÃO que, com Cleusa Palmeira de MENEZES, em 1976. Este projeto
inova ao entrevistar de três a dez informantes em cada uma das 25 sedes de
município que constituíram os pontos de entrevista e o de ter se elaborado o
questionário em duas partes: a geral, com 289 questões, abarcou sete campos
semânticos; a específica, com 588 questões, abordou o léxico relativo aos cinco
principais produtos agrícolas da Paraíba (mandioca, cana-de-açúcar, agave,
algodão, abacaxi). Os resultados obtidos com a aplicação desta última parte do
questionário comporão o terceiro volume do ALPB.
Ressaltamos nas cartas lexicais do ALPB já publicadas a gama de variações
para um mesmo referente, como é o caso da carta no. 19, correspondente à
“tempestade”, e que apresenta vinte e duas variantes, havendo localidades em que
ocorrem até lexias diferentes.
O segundo volume do ALPB contém a análise e a sistematização dos
aspectos fonético-fonológicos e morfossintáticos, específicos e determinantes do
falar paraibano, e, ainda, um glossário, em que se colocam em relevo as formas
não-dicionarizadas.
3 BRANDÃO (1991:61)
47
3.2.5. Esboço de um Atlas Lingüístico de Londrina (EALLO)
4
O Esboço de um Atlas Lingüístico de Londrina (EALLO) é resultado do
trabalho da professora Dr.ª Vanderci de Andrade AGUILERA e refere-se à fala rural
do município de Londrina. Seu corpus é composto de entrevistas feitas em 12
pontos lingüísticos desse município, de acordo com a divisão político-administrativa
e a origem dos habitantes. Considerando-se que essa região foi colonizada por
grupos diversos de migrantes e imigrantes, o trabalho procura localizar as marcas
deixadas no léxico e na fonologia da fala rural londrinense.
O questionário do EALLO, composto de 310 questões indiretas, envolve duas
grandes áreas semânticas: o homem (partes do corpo, funções, doenças, vestuário,
agricultura, jogos e brinquedos infantis) e a terra (natureza, flora, plantas medicinais,
fauna). Os informantes dessa pesquisa de 1987 são de origem rural e de
escolaridade mínima. Este questionário foi retomado quando da pesquisa para o
Atlas Lingüístico do Paraná (1990), da mesma autora, e do qual fez parte o EALLO.
Além dessas questões, há as do tipo narrativa sobre lendas, crendices e
experiências pessoais, que, além de dados lexicais, oferecem subsídios para o
estudo de fenômenos morfossintáticos.
Seu glossário é composto de 229 itens, também retirados dos dados colhidos
por sua autora. A importância do EALLO para o conhecimento da fala paranaense
reside na exaustiva descrição que sua autora faz do léxico londrinense, bastante
coincidente com o que foi encontrado depois na pesquisa para o atlas do Paraná.
3.2.6. Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR)
5
4 Informações obtidas no site: www.ufpa.br/alipa/teses_mestrado/londrina acessado em 11/02/05.
48
O Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR), organizado por Aguilera e publicado
em 1994 , com 191 cartas, das quais 92 são lexicais, 70 fonéticas e 29 isoglossas
(isófonas e isoléxicas), é resultado de sua tese de doutorado, defendida em 1990 na
UNESP/ Assis. O primeiro volume da tese de doutoramento da Profª. Dr.ª Vanderci
de Andrade Aguilera foi o texto utilizado para a realização deste trabalho. Da tese
originaram-se o Atlas propriamente dito, publicado em 1994, contendo as cartas
geolingüísticas e, mais tarde (1996), um volume de apresentação, com o
questionário, a metodologia de construção do Atlas, uma síntese da história do
Paraná e dados acerca dos pontos lingüísticos do ALPR. Segundo Aguilera (2002:
406), os fatos lexicais e fonéticas registrados nas cartas têm proporcionado estudos
variados ao longo desses anos: uma tentativa de definição de áreas de isoléxicas e
de isófonas e sua associação com os períodos de ocupação sucessiva do território
(Aguilera, 1997); estudos específicos sobre determinados campos semânticos, como
a análise da distribuição espacial das variantes lexicais referentes ao campo
semântico milho (Aguilera e Oliveira, 1999b); a iotização como fenômeno rural
brasileiro (Aguilera, 1989 e 1999a ); o processo de criação sígnica em torno das
variantes lexicais para alpargatas (Aguilera, 1998), entre outros.
O estudo de Aguilera (1990) foi elaborado com base nos pressupostos
teóricos da dialetologia, tendo como objetivo a documentação cartográfica da
variação lexical e fonética de lexias significativas, bem como a delimitação de zonas
de isoglossas do falar paranaense nos campos lexical e fonético. Seu glossário
(1163 entradas) registra os itens encontrados nas cartas geolingüísticas e nas notas
que acompanham essas cartas a partir de um recorte léxico-dialetal, isto é, compõe-
se somente por unidades cuja forma e/ ou sentido não corresponde ao vocabulário
5 Dados obtidos no site: www.ufba.br/alipa/teses_mestrado/londrina acessado em 11/02/05.
49
ativo da norma padrão urbana (Aguilera 1990, p. 81), de acordo com sua
produtividade no corpus.
Os informantes do Atlas têm origem rural e pouca ou nenhuma escolaridade,
o que colabora para uniformizar o vocabulário compilado. Esse perfil, se não
consegue anular por completo fatores “naturais” de homogeneização da fala
rural/urbana, como a presença da escola ou dos meios de comunicação, concorre
para diminuir seus efeitos e para a obtenção de um corpus bastante representativo
da formação da população rural paranaense.
O ALPR é a obra geolingüística, publicada até a presente data, mais
representativa em termos da linguagem do Paraná e foi elaborado a partir de
entrevistas estruturadas com 130 informantes de ambos os sexos em 65 pontos
lingüísticos e da aplicação de um questionário composto de 325 questões divididas
em dois grandes campos semânticos: terra e homem, em oito sub-campos,
organizados da seguinte maneira:
- terra: natureza (fenômenos atmosféricos, astros, tempo, etc.) flora (árvore,
frutos, etc.) plantas medicinais; fauna
- homem: partes do corpo, doenças, etc.; vestuário e calçados; agricultura e
instrumentos agrícolas, etc.; brinquedos e jogos infantis; lendas e
superstições (narrativas)
Os dados do ALPR têm como especificidade a referência ao mundo rural,
tanto em relação aos seus informantes quanto aos campos semântico com que
trabalha.
50
- Atlas Lingüístico da Ilha de Santa Catarina (ALISC)
6
Esse atlas é o resultado da dissertação de Mestrado elaborada por Lígia
Maria Campos Imaguire, intitulada “Estudo com vistas a um atlas lingüístico da ilha
de Santa Catarina – abordagem dos aspectos lexicais, defendida em 1999 na
Universidade de São Paulo, consta de dois volumes.
A partir de uma abordagem lexical, Imaguire buscou determinar as variantes
usadas pelos informantes moradores nessa localidade. Baseando-se nos
pressupostos teóricos da Dialetologia e da Geografia Lingüística, delimitou-se a Ilha
de Santa Catarina em 35 pontos lingüísticos, entrevistando-se em cada ponto dois
informantes, um de cada sexo, em faixas etárias variadas até 69 anos, em um total
de 70 informantes. Aplicou-se um questionário composto de 315 perguntas,
distribuídas em duas áreas semânticas: a terra e o homem.
O material colhido nas entrevistas foi agrupado em tabelas lexicais e
analisado sob os seguintes aspectos: a freqüência das variantes, a estruturação das
lexias, o uso do diminutivo bem como de adjetivos qualificativos. Resultaram 100
cartas lexicais e 10 isoléxicas, com numeração devidamente demarcada, seguindo a
ordem das entrevistas, que certamente contribuem para a elaboração de um Atlas
Lingüístico da Ilha de Santa Catarina.
- Atlas Lingüístico-Etnográfico da Região Sul (ALERS)
7
Tem como coordenador-geral Walter KOCH e foi desenvolvido por equipes
coordenadas: no Rio Grande do Sul, por Mário Silfredo Klassmann; no Paraná, por
José Luiz da Veiga Mercer; e, em Santa Catarina, por Oswaldo Antônio Furlan.
6 Dados obtidos na dissertação de Mestrado de Imaguire (1999)
51
O questionário compreende três partes: a) questionário semântico-lexical
(QSL), subdividida em geral e específica; b) questionário fonético-fonológico (QFF),
que objetivava o registro de certos traços fonético-fonológicos: segmentais (vogais,
semivogais e consoantes) e supra-segmentais (acentos); c) questionário
morfossintático (QMS), que contêm certos traços morfossintáticos, tais como formas
de tratamento, o sistema de pronomes pessoais, a concordância verbal, a flexão
nominal e verbal.
- Atlas Lingüístico Sonoro do Pará (ALISPA)
Conforme RASKY (2003: 174), o Atlas Lingüístico do Pará é o primeiro atlas
“falante” do Brasil, publicado em CD-ROM em 2004. O programa de CD-ROM
permite a visualização das cartas com os vocábulos do QFF (num total de 157
vocábulos) foneticamente transcritos, por meio dos quais, ao clicar em qualquer uma
das realizações fonéticas, é possível ouvir a voz do sujeito. Realizou-se uma
pesquisa em 10 cidades do Estado do Pará, onde se aplicou o questionário fonético-
fonológico (QFF), composto por 157 questões. Foram entrevistados quatro sujeitos
em cada ponto, dois de cada sexo, nas faixas de 18 a 30 e 40 a 70 anos.
3.2.10. Atlas Lingüístico de Sergipe II (ALS II)
O ALS II é resultado da tese de doutorado de Cardoso defendida em 2002.
Resolveu-se dar continuidade à pesquisa realizada para o atlas anterior, ou seja, o
ALS I, abordando os dados coletados que não haviam sido abordados. As cartas
cobrem a área semântica “homem”, cujos registros formaram um total de 108, das
quais 105 são semântico-lexicais e 3 introdutórias.
7 KOCH (2002)
52
O segundo volume do ALS contém comentários às cartas, o que difere dos
demais Atlas publicados anteriormente, inclusive do volume I do ALS. Constitui-se
de duas seções, sendo a primeira de caráter introdutório, com informações
metodológicas e as interpretações das cartas, e a segunda, de cartas semântico-
lexicais. Acompanha um CD com trechos do inquérito.
3.2.11. Atlas Lingüístico do Amazonas (ALAM)
O Atlas Lingüístico do Amazonas é fruto da tese de doutorado em Língua
Portuguesa de Maria L. de C. Cruz, defendida na Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) em 2004.
Baseando-nos no resumo de Cruz (2004:157), apresenta mos aqui as
principais características do ALAM. O atlas em questão registra em 107 cartas
fonéticas e 152 cartas semântico-lexicais os falares de nove municípios
representativos das nove Micro-regiões do Estado do Amazonas. Realizado na
perspectiva da Geografia Lingüística, constitui o primeiro atlas lingüístico no Brasil a
controlar, de forma sistemática, a variável faixa etária. As localidades selecionadas
seguiram critérios de natureza sócio-histórico-político-cultural, assim como as
sugestões de Antenor Nascentes (1958) e as recomendações do Projeto do Atlas
Lingüístico do Brasil (ALiB).
Cruz (2004: 114) esclarece que o ALAM, propriamente dito – que constitui o
volume II desta pesquisa – é apresentado em dois tomos: no primeiro há uma
introdução, basicamente de caráter metodológico; no segundo, há 107 Cartas
Fonéticas e 152 cartas Semântico-lexicais (QSL). Assim, de um questionário de 483
questões (QFF/QSL), 257 resultaram em cartas lingüísticas.
53
Dentre as contribuições do ALAM, destacamos o conhecimento de uma região
pouco explorada do ponto de vista dialetal, como também a delimitação das áreas
da língua brasileira. Cruz (2004: 138) salienta no ALAM a primeira modesta
contribuição para o conhecimento de peculiaridades da fala amazonense. A
pesquisadora observa, nas 107 Cartas Fonéticas que compõem o ALAM e nos
gráficos que os complementam, a existência da difusão regional e genérico-
geracional das variantes relacionadas a variáveis lingüística consideradas
fundamentais para o conhecimento das áreas dialetais brasileiras, entre elas
destacando-se as vogais pretônicas médias e os segmentos em cada silábica.
54
3.2.12. Estudo geolingüístico de aspectos semântico-lexicais nas
comunidades tradicionais do município de Ilhabela
Esta dissertação de mestrado de Márcia Regina Teixeira da Encarnação,
defendida na Universidade de São Paulo em 2005, tem por objetivo o estudo
geolingüístico de aspectos semântico-lexicais do falar dos caiçaras que vivem nas
comunidades tradicionais do município de Ilhabela, litoral norte do Estado São
Paulo. Realizou-se pesquisa in loco e foi utilizado o questionário semântico-lexical
do Projeto ALiB, especificamente a subárea Flora. Os dados obtidos foram
registrados em fitas cassetes e transpostos para uma planilha do aplicativo Excel
da Microsoft. As variantes foram analisadas e posteriormente documentadas em
cartas temáticas, possibilitando uma visualização da distribuição do fenômeno na
região estudada. Foram observadas lexias de freqüência elevada que aparecem em
todos os pontos, representando elementos comuns aos falantes da região
pesquisada e indicando o dialeto da região. Foi realizada a análise semântico-
lexical da lexia amendoim e da lexia umbigo, sendo que esta última possibilitou
também a abordagem da questão da parassinonímia com vistas a mostrar a
ampliação de sentidos que as lexias adquirem e o princípio de que toda relação de
sentidos conduz a uma mobilização de unidades lingüísticas no plano do
significado.
55
- Breve relato dos Atlas lingüísticos no Brasil em andamento
3.3.1. Atlas Lingüístico do Ceará (ALECE)
O Atlas Lingüístico do Estado do Ceará (ALECE) conta com a participação
dos professores José Rogério Bessa, José Alves Fernandes, Alexandre F. Caskey,
Hamilton Cavalcante de Andrade, Mário Roberto Lobuglio Zágari, Ignácio Ribeiro
Pessoa Montenegro e Luiz Tavares Júnior.
O questionário já se encontra publicado desde 1982 e consta de 306
perguntas, distribuídas pelos campos semânticos: natureza, tempo, o homem,
parentesco, partes do corpo, funções do corpo; o homem: características físicas,
tipos sociais, jogos, objetos de uso pessoal, atividade e utensílios domésticos,
comida, religião, animais e outros.
O ALECE consta de três volumes. No primeiro, de caráter introdutório, tratará
“...dos antecedentes e da orientação teórica do projeto, dos atlas regionais, da
bibliografia dialetal cearense dos objetivos e metodologia dos informantes e das
localidades”. O segundo contém as cartas lingüísticas (fonéticas e léxicas).O
terceiro, um glossário e um apêndice que recolhem as respostas que, do ponto de
vista dos critérios lexicográficos estabelecidos, não são itens lexicais.
3.3.2. Atlas Etnolingüístico dos Pescadores do Estado do Rio de
Janeiro (APERJ)
O projeto para a elaboração do APERJ existe desde 1985 e vem sendo
desenvolvido no Departamento de Letras Vernáculas da Faculdade de Letras da
UFRJ. Apresenta por objetivos fixar não só a linguagem, mas também a cultura do
pescador fluminense. Para o trabalho, foram selecionadas três localidades: Atafona,
56
Caju e Parati. Os sujeitos distribuíram-se por três faixas etárias: de 18 a 30 anos; de
31 a 50 anos e com mais de 50 anos. O nível de escolarização não foi alvo desta
pesquisa.
Atlas Lingüístico do Estado de São Paulo (ALESP)
Este projeto foi idealizado por Pedro Caruso e está com a etapa de inquérito
terminada, encontrando-se o material em fase de transcrição fonética. O
questionário publicado em 1983 está organizado em duas grandes áreas
semânticas: terra e homem. A primeira conta com 149 perguntas divididas em quatro
subáreas: natureza (fenômenos atmosféricos, astros, tempo); flora (árvore, frutos) e
plantas medicinais; fauna. A segunda, com 161 questões divide-se em quatro
subáreas: partes do corpo, funções e doenças; vestuário, calçados; agricultura,
instrumentos agrícolas e brinquedos e jogos infantis. Existem ainda perguntas sobre
lendas e superstições e uma denominada Experiência Pessoal, que se constitui por
uma única pergunta (317), e cujo objetivo é recolher subsídios para o estudo das
variações morfossintáticas.
Atlas Geo-Sociolingüístico do Pará
8
(ALISPA)
Este Atlas é o resultado de um projeto do Professor Abdelhak Razky, da
Universidade Federal do Pará, e é parte do Atlas Geo-Sociolingüístico do Pará,
que se encontra em fase avançada de realização.
A obra está assim estruturada: a) 10 Localidades pertencentes às seis
Mesorregiões do Estado do Pará. b) 40 Informantes de 18 a 30 e 40 a 70 anos. c)
8 Baseado nas informações obtidas no site:
/www.reacao.com.br/programa_sbpc57ra/sbpccontrole/textos/msocorroaragao1.htm#_ftn1
57
Nível de instrução: até a 4ª série do primeiro grau. d) homens e mulheres. e)
Questionário Fonético – Fonológico com 157 questões. f) O Atlas é o primeiro Atlas
sonoro do Brasil contém 600 cartas lingüísticas e o Menu apresenta os seguintes
itens: a) Entrevistas; b) Informantes; c) Realização; d) Análise Acústica; e) Palavras.
Através desses itens pode-se buscar as cartas por localidades, por informantes, por
faixas etárias, por sexo, podendo-se ouvir as realizações fonéticas produzidas pelos
informantes, para cada item do questionário, além da possibilidade de uma busca
automática da variação fonética, em certos contextos, e sua relação com os fatores
sociolingüísticos. Pode-se, também, ouvir as entrevistas integrais dos 40
informantes.
Sob a coordenação de RASKY este atlas pesquisou 57 pontos das seis
microrregiões do Estado do Pará. O questionário, dividido em duas partes, abordou
aspectos de caráter geral nas áreas semânticas de terra, homem, lendas,
superstições, com narrativa pessoal, e outro, com aspectos específicos de cada
região. Os sujeitos, de ambos os sexos, são da zona urbana e da rural.
3.3.5. Atlas Lingüístico do Mato Grosso do Sul (ALMS)
Sob a coordenação de Dercir Oliveira, Aparecida Negri Isquierdo, Maria José
Gomes e Albana Xavier Nogueira, o projeto propõe-se a pesquisar 33 pontos,
aplicando um questionário lexical, com 510 questões e um questionário fonético,
com 47 questões, e ainda uma narrativa. Serão entrevistados quatro sujeitos, de
ambos os sexos, por localidade, selecionados segundo a variável grau de instrução
analfabetos ou até a 4ª série do Ensino Fundamental e na faixa etária entre 18 a 30
anos e 45 a 70 anos.
58
3.3.6. Atlas Lingüístico do Mato Grosso (ALIMAT)
Sob a coordenação da equipe formada por José Leonildo Lima, Antônio
Tadeu de Azevedo, Cássia Regina Tomanin, Liliane Batista Barros, Maria José
Marques, Valéria Cardoso, Wellington Quintino e Zenaide Souza, o projeto propõem-
se a abordar 22 pontos e conta com uma versão preliminar do questionário.
- Atlas Lingüístico do Acre
9
A pesquisa Estudo Etnolingüístico do Vale do Acre, Juruá e Purus visa
contribuir com os estudos dialectológicos do Acre, colaborar na elaboração do Atlas
Lingüístico do Acre - ALAC e do Atlas Lingüístico do Brasil - ALiB. Recolheu-se,
através desse estudo, dados a respeito da vida e dos costumes do seringueiro
acreano em seu dia-a-dia e as dificuldades enfrentadas por ele na floresta. Para tal,
utilizou-se dezoito inquéritos do questionário geral (já publicados) que descreve a
linguagem falada pelo seringueiro acreano nos três Vales delimitados pela pesquisa
nas nove Zonas a saber: Vale do Acre (Rio Branco, Plácido de Castro e Xapuri);
Vale do Purus (Sena Madureira, Manuel Urbano e Assis Brasil); Vale do Juruá
(Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul). Foram entrevistados informantes dos sexos
masculino e feminino, todos acreanos, filhos de pais acreanos, analfabetos e nas
faixas-etárias A (18 a 25 anos), B (26 a 35 anos) e C (36 a 80 anos). A confecção e
análise das cartas léxicas foram baseadas nos pressupostos teóricos da
Dialectologia Social, da Lexicografia e da Lexicologia.
9 Dados obtidos no site:
http://ambienteacreano.blogspot.com/2006/08/estudo-etnolingstico-do-vale-do-acre.html
59
Obteve-se da pesquisa um total aproximado de 490 lexias, a maioria simples
como lamparina, suador, estopa, mastruz e bandeira, outras compostas como quina
quina, vento caído, pano virgem, perna direita, estrada bruta, e algumas complexas
cara-de-gato, mãe-da-seringueira e boca-da-estrada. Fez-se também, uma análise
comparativa diatópica, diafásica e diastrática nas Zonas de pesquisa, através de
planil has específicas para este fim.
Conclui-se que a linguagem do seringueiro acreano está intrinsecamente
ligada ao meio físico-social ao qual ele pertence, pois seu vocabulário reflete seus
hábitos, costumes, modo de viver e de ver as coisas. Verificou-se, ainda, que a
linguagem do seringueiro do Vale do Acre, próxima da capital Rio Branco é mais
inovadora que a do seringueiro que vive nos Vales do Purus e Juruá que é mais
conservadora.
Sob a coordenação de Luísa Galvão Lessa, conta com uma rede de 18
pontos distribuída por três áreas: Vale do Acre, Vale do Juruá e Vale do Purus. O
questionário, dividido em duas partes, aborda aspectos de caráter geral e específico.
Os dados já coletados estão armazenados em fitas cassetes e aguardando a fase
de análise.
60
- Atlas Lingüístico do Maranhão (ALiMA)
10
A Universidade Federal do Maranhão, através do Departamento de Letras e
em convênio com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), está participando da
elaboração do Atlas Lingüístico do Brasil (ALiB).
Para o projeto maranhense, que vem sendo posto em prática desde 1999, foi
elaborado um questionário próprio, relacionando elementos culturais específicos:
bumba-boi, produtos do agro-extrativismo (babaçu, arroz e mandioca), culinária,
manifestações afro-religiosas e reggae. Num momento posterior, será estudada a
contribuição lingüística dos povos indígenas.
No Maranhão, a professora Conceição Ramos, do Departamento de Letras
da UFMA, é a coordenadora do projeto. Além da UFMA, a Faculdade Atenas
Maranhense (FAMA) também integra o projeto local.
Participam da equipe técnica do Atlas Lingüístico do Maranhão (ALiMA)
seis professores – quatro de Letras/UFMA, um de Geografia/UFMA e um de
Letras/FAMA – e onze estudantes, tendo a professora Mundicarmo Ferretti
(Antropologia/UFMA) como assessora. Nove municípios maranhenses compõem a
rede de pontos nacional do ALiB: Alto Parnaíba, Bacabal, Balsas, Barra do Corda,
Brejo, Imperatriz, São João dos Patos, São Luís e Turiaçu. A estes, se somam mais
oito para a elaboração do ALiMA: Raposa, Pinheiro, Carutapera, Maracaçumé,
Santa Luzia do Tide, Caxias, Carolina e Araióses.
10 Dados obtidos no site: http://www.alib.ufba.br/atlasemandamento.asp
e o site: http://www.ufma.br/canais/alima/metodologia.htm
61
Em algumas localidades já foram concluídas as entrevistas. Noutras, ainda
precisam ser selecionados os informantes. De acordo com a professora Conceição
Ramos, o Maranhão não pode ficar ausente deste empreendimento.
Definiu-se a rede de pontos levando-se em consideração a distribuição
geográfica, a densidade populacional, o processo de povoamento e o
desenvolvimento sócio-político-econômico de cada localidade. Os dados
gravados serão transcritos (fonética e/ou grafematicamente) e analisados, para
que se possa elaborar as cartas lingüísticas e fazer os comentários sobre os fatos
lingüísticos observados.
- O projeto AliB
11
O projeto ALiB é um projeto que visa elaborar o Atlas Lingüístico do Brasil. O atlas
é um mapeamento das variações da língua e do falar existentes em todas as
regiões do país. Já foram publicados atlas lingüísticos estaduais na Bahia, em
Minas Gerais, no Paraná, em Sergipe. Outros estão em andamento, como o da
Paraíba e o do Rio Grande do Sul, além do Maranhão.
A idéia de elaboração deste atlas iniciou em 1952, com o Decreto 30.643, Art.
3º, que o indicava como prioridade da Comissão de Filologia da Casa Rui Barbosa.
Em 1957, Serafim da Silva Neto e Celso Cunha apresentaram no II Colóquio
Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, em Lisboa, o projeto de um atlas
lingüístico nacional, mostrando a necessidade desses se organizarem em atlas
lingüísticos regionais, devido à imensidão territorial brasileira.
Os principais objetivos descritos no documento-base do projeto nacional são:
11 Dados obtidos no site: http://www.alib.ufba.br/referencias.asp (acessado em 03/10/06, 17:13)
62
- descrever a realidade lingüística do Brasil e apontar as diferenças regionais quanto
às variáveis de sotaque, significação, morfossintaxe e altura, intensidade, tom,
duração e ritmo da fala;
- oferecer aos estudiosos da língua portuguesa (lingüistas, lexicólogos, etimólogos,
filólogos, etc.), aos pesquisadores de áreas afins (história, antropologia, sociologia,
etc.) e aos pedagogos (gramáticos, autores de livros-texto, professores) subsídios
para o aprimoramento do ensino/aprendizagem e para uma melhor interpretação do
caráter multidialetal do Brasil;
- oferecer aos interessados nos estudos lingüísticos um considerável volume de
dados que permita aos lexicógrafos aprimorarem os dicionários, ampliando o campo
de informações; aos gramáticos atualizarem as informações com base na realidade
documentada pela pesquisa empírica; aos autores de livros didáticos adequarem a
sua produção à realidade cultural de cada região; aos professores aprofundar o
conhecimento da realidade lingüística;
- contribuir para o entendimento da língua portuguesa no Brasil como instrumento
social de comunicação diversificado, possuidor de várias normas de uso mas dotado
de uma unidade sistêmica.
O trabalho do ALiB é desenvolvido através de entrevistas com pessoas em
250 localidades do Brasil, formando uma “rede de pontos”. As localidades da rede
foram definidas segundo critérios de extensão de cada região, aspectos
demográficos, culturais, históricos e a natureza do processo de povoamento da área.
Em cada localidade estão sendo selecionados quatro “informantes” a serem
entrevistados, divididos em duas faixas etárias – 18 a 30 anos e 50 a 65 anos –,
abrangendo os dois sexos e respeitando alguns pré-requisitos: serem nascidos na
localidade, filhos de pais também nascidos na região ou que tenham passado a
maior parte da vida lá, possuidores de uma profissão definida, que não requeira
63
grande mobilidade e que se encontre inserida no contexto social local e, por último,
serem alfabetizados, tendo cursado no máximo a quarta série do ensino básico.
Todas as capitais foram incluídas, exceto Brasília e Palmas, que ainda não possuem
tempo suficiente para terem desenvolvido características lingüísticas próprias. Nas
capitais, serão selecionados mais quatro informantes de nível universitário,
obedecendo aos demais critérios descritos acima. As entrevistas seguem um
modelo padrão de questionário, com mais de 400 perguntas, que podem durar até
três horas para serem respondidas. Ao final da entrevista, é pedido que os
informantes leiam o texto “Parábola de sete vimes”, que visa principalmente
identificar a dificuldade na utilização de pronomes que caíram em desuso na fala
comum dos brasileiros.
64
Capítulo IV – Análise comparativa dos tabus lingüísticos em atlas
lingüísticos estaduais brasileiros
4.1. Preliminares
Nesta análise temos por objetivo geral a elaboração de um glossário de tabus
lingüísticos a fim de fornecer material de pesquisa a lingüistas, tradutores,
intérpretes e pesquisadores de áreas afins. O citado glossário será apresentado no
segundo volume do trabalho sendo que os dados coletados foram armazenados em
forma de fichas terminológicas.
A presente análise está estruturada da seguinte forma: o corpus coletado foi
organizado em seis campos semânticos conforme sugerido no Questionário
Semântico-Lexical (QSL), a saber, fenômenos atmosféricos, corpo humano, religião
e crenças, doenças, ciclos da vida e convívio.
Dos exemplos selecionados como tabus lingüísticos, observamos uma grande
quantidade referente aos fenômenos atmosféricos. Por se tratar de uma comunidade
rural que vive da lavoura, esse assunto era visto “com reservas”. Conforme Aguilera
(1994:70) “tal fenômeno natural, pelos prejuízos que provoca na lavoura, é visto com
reservas – portanto tabuizado – sobretudo entre os informantes mais idosos e de
menos escolaridade”. O entrevistador precisava reformular a pergunta várias vezes
para obter alguma resposta. Essa hesitação em responder e a variedade de
variantes apresentadas a fim de não se pronunciar a palavra esperada nos levou a
caracterizar as lexias mencionadas anteriormente como tabus lingüísticos.
65
4.1.1. Campo semântico: Fenômenos atmosféricos
Tabela de tabus lingüísticos coincidentes nos diferentes atlas
tabus
lingüísticos
APF
B
ALS I EALM
G
ALP
B
ALPR
chuva-de-
pedra
XX
arco-íris
XX X X X
eclipse
XX
tempestade
XX X
estrela
cadente
XX
relâmpago
XX
trovão
XX
trovoada
XX
Dos exemplos selecionados como tabus lingüísticos, observamos uma
grande quantidade referente aos fenômenos atmosféricos. Por se tratar de uma
comunidade rural que vive da lavoura, esse assunto era visto “com reservas”.
Conforme Aguilera (1994:70) “tal fenômeno natural, pelos prejuízos que provoca na
lavoura, é visto com reservas – portanto tabuizado – sobretudo entre os informantes
mais idosos e de menos escolaridade”. O entrevistador precisava reformular a
pergunta várias vezes para obter alguma resposta. Essa hesitação em responder e a
diversidade de variantes apresentadas a fim de não se pronunciar a palavra
esperada, levou-nos a caracterizar as lexias a seguir como tabus lingüísticos:
“chuva-de-pedra”, “arco-íris”, “eclipse”, “tempestade”, “estrela cadente”, “trovoada” e
“trovão”.
66
4.1.1.1. Chuva-de-pedra
Começaremos a análise pelo primeiro termo selecionado do campo semântico
dos fenômenos atmosféricos, “chuva-de-pedra”. Tomaremos por base o
Questionário semântico-lexical (QSL) que consta dos Questionários 2001 do Projeto
Atlas Lingüístico do Brasil (ALiB), do qual destacamos apenas a questão referente à
lexia “chuva-de-pedra”. Deteremo-nos neste momento na seguinte pergunta do QSL:
“Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
Essa pergunta esteve presente no Atlas lingüístico do Paraná (ALPR) e no
Esboço do Atlas Lingüístico de Minas Gerais (EALMG). Nossa análise será baseada
na resposta proposta pelo QSL, que seria “chuva-de-pedra”.
O ALPR apresenta vinte e seis variantes lingüísticas para a lexia composta
“chuva-de-pedra”, enquanto no EALMG verificamos a presença de nove ocorrências,
ou seja, o ALPR possui mais variantes lingüísticas. Embora o EALMG tenha maior
número de informantes (302), maior número de pontos lingüísticos (116) e maior
número de questões (415), temos aqui o indício de que no ALPR há mais tabus
lingüísticos do que no EALMG.
67
Análise Qualitativa
Para realizarmos uma análise qualitativa do corpus, baseamo-nos nos
estudos de Guérios (1979:12), que postula que o vocábulo tabu pode ser substituído
por eufemismos, disfemismos, diminutivos, expressões genéricas e outros termos.
Abaixo apresentamos um quadro exibindo a tipologia no ALPR e EALMG.
Eufemismo
Disfemismo Diminutivo
hipocorístic
o
Expr.gen. com
ou sem
restrição
-chuva-de-flor
(ALPR/EALMG)
-chuva-de-rosa
(ALPR/EALMG)
-flor (ALPR)
-ave-Maria (ALPR)
-chuva-de-flore(s)
(ALPR)
-flores (ALPR)
-rosa (ALPR)
-chuva de neve
(ALPR)
chuva-de-feijão
(ALPR)
-chuva-de-arroz
(ALPR)
-manga de chuva -
de-pedra (ALPR)
-chuva-de-pingo
(EALMG)
-chuva-de-sal
(EALMG)
-tempo feio (ALPR)
-pedra/ de pedra
(ALPR)
-granizo (ALPR)
-chuva-de-granizo
(ALPR)
-chuva-de-granito
(ALPR)
-granito (ALPR)
-chuva com granito
(ALPR)
-tormenta (ALPR)
-rajada (ALPR)
-tempestade (ALPR)
-granizo (EALMG)
-rosinha
(ALPR)
-neve (ALPR)
-caieira (ALPR)
-geada (EALMG)
Na lexia composta “chuva-de-pedra”, observamos a ocorrência de várias
lexias diferenciadas, como: “chuva de flor”, “chuva-de-rosa”, “rosinha”, “flor”, “rosa”,
“chuva de arroz”, “chuva de feijão”, “ave-Maria”, “fror”, “flores”, “manga de chuva”,
“chuva de neve”. Embora diferentes no significado ou na forma, muitas delas tem
68
algo em comum: atenuar a forma original que acreditam que não deve ser
pronunciada. Usam, assim, recursos variados.
Observamos, na utilização da lexia composta “tempo feio”, que o vocábulo
tabu é substituído por um disfemismo. A tipologia de Guérios (1979:12) descreve
disfemismo como uma expressão agravante, e que não deixa de ser um substituto
para o falante não dizer a expressão tabuizada “chuva-de-pedra”.
Na variante “rosinha”, notamos que o vocábulo tabu apresenta-se no
diminutivo como substituto para “chuva-de-pedra”. O uso do diminutivo também é
um recurso lingüístico apresentado por Guérios (1979:12) em substituição ao termo
tabu. Ao utilizarmos o diminutivo, damos um “tom” mais infantil, pueril, inofensivo à
expressão.
Quando o sujeito entrevistado responde com as variantes descritas
anteriormente, ele tenta, por meio da palavra, evitar aquela expressão, no caso,
“chuva-de-pedra”, que ele sabe que só traz prejuízos para a lavoura, usando assim
outra lexia que atraia tudo aquilo que a chuva-de-pedra lhe impede de ter: rosa, flor,
arroz, feijão, manga. Isso pode ser observado por meio dos exemplos do atlas
(p.70):
“47 (inf. B): Inicialmente: chuva-de-pedra”. Para outro nome: “tempestade,
pedrera e tempo feio”. Quando indagado se se podia falar chuva-de-pedra,
comentou: ‘agora o certo mesmo num poide falá, né, quela [porque ela]
ingrossa. Então a gente diz chuva de arroz, chuva de feijão, quarqué coisa, em
nome de Deus. Daí ele já passa.”
“52 (inf. B): Na pergunta e repergunta ocorreu: ‘nóis falamo que caiu pedra,
né”. Comentou-se que havia pessoas que diziam não ser bom falar que caiu
pedra: ‘nóis, não, nóis falamo que caiu pedra (...) aquela outra já diz que caiu
chuva de granilho, né.”
69
Dos exemplos acima mencionados, salientamos a resposta 47: “agora o certo
num poide falá, né, quela [porque ela] ingrossa”. Vemos aqui o poder atribuído à
lexia “chuva-de-pedra” de interferir na intensidade da chuva. Nos exemplos 52 e 62,
temos: “não ser bom falar que caiu pedra”, mostra um certo medo, hesitação do que
pode acontecer.
A seguir, procuramos o significado das variantes lingüísticas elencadas em
dicionários a fim de podermos estabelecer relações de sentido.
As definições aqui utilizadas foram extraídas dos dicionários que constam da
bibliografia. Toda vez que alguma definição do dicionário for utilizada, o nome do
referido dicionário será mencionado.
O dicionário Ferreira (2004:461) traz “chuva-de-pedra” como sub-entrada da
entrada “chuva”. Assim, chuva-de-pedra é definida da seguinte forma (Ferreira:
2004, 1000):
“[Do esp. Granizo. S.m.¹ Met. Tipo de precipitação atmosférica na qual as gotas
de água se congelam ao atravessar uma camada de ar frio, caindo sob a forma de
glóbulos ou pedaços de gelo, separadamente ou aglomerados em blocos
irregulares; saraiva, chuva-de-pedra (...)”.
No Dicionário do Chevalier (1989: 235), a lexia simples “chuva” recebe vários
significados. Destacaremos aqui aqueles que são pertinentes à nossa proposta de
estudo. Para Chevalier (1989: 235-237):
“A chuva é universalmente considerada o símbolo das influências celestes
recebidas pela terra. É um fato evidente o de que ela é o agente fecundador
do solo, o qual obtém a sua fertilidade dela. Daí os inúmeros ritos agrários
com vistas a chamar a chuva: exposição ao Sol, chamamento da tempestade
através da forja, montes de areia cambojanos, danças e diversas. Mas essa
fertilidade do espírito, a luz, as influências espirituais.” (...)
“A chuva é a graça, e também a sabedoria: A sabedoria suprema, ensina o
mestre Huei-neng, imanente à própria natureza de cada um, é comparável à
chuva ...”
(...)
70
“Na Índia, diz-se da mulher que fecunda que ela é a chuva, isto é, a fonte de
toda prosperidade (BOUA).
A chuva, filha das nuvens pesadas e da tempestade, reúne os símbolos do
fogo (relâmpago) e da água. Ela apresenta também a dupla significação de
fertilização espiritual e material. (...)”
Consultando as respostas dadas pelos informantes, assim como as notas
apresentadas pelo pesquisador, que teve de repetir a pergunta diante de uma certa
resistência do informante em dizer “chuva-de-pedra”, constatou-se que essa lexia
era um tabu para aquela comunidade entrevistada. Guérios (1979:79) não faz
referência direta à lexia simples “chuva”, nem tampouco à lexia composta “chuva-de-
pedra”. Porém, o autor reporta-se ao “trovão como divindade” no capítulo 16.
Segundo o autor, entre os helenos e os eslavos, o granizo era personificado como
bruxa da tempestade. Portanto, evitava-se nomeá-lo diretamente, sob nominativo,
como causador de devastação. Para ele, trata-se de prudência. No ALPR, os
informantes optam por variantes como: “chuva-de-flor”, “ chuva-de-rosa”, “rosa”,
“chuva-de-arroz”, “chuva de feijão”, como forma de evitar a lexia composta “chuva-
de-pedra”, talvez como forma de abrandar a chuva que devasta a plantação e afeta
significativamente a vida dos agricultores da região pesquisada.
Em outros dois atlas lingüísticos, o APFB e o ALS I, não encontramos a lexia
composta “chuva-de-pedra”, mesmo porque não deve fazer parte da realidade dessa
comunidade pesquisada.
Podemos verificar que a maioria das ocorrências no ALPR formam três
conjuntos, cujos núcleos são: “chuva”, “pedra” e “granito/granizo”, variando somente
os itens lexicais. Os sujeitos utilizam-se de metonímia para designar “chuva-de-
pedra”. De acordo com a Moderna Gramática Portuguesa, de Bechara (1992:341), a
metonímia é a translação de sentido pela proximidade de idéias”. Pautando-nos
nesse conceito, vemos que os sujeitos da pesquisa associam “chuva” e “pedra” ao
71
seu efeito oposto, ou seja, aos benefícios trazidos por ela para a agricultura como
“chuva de arroz”, “chuva de feijão”, “chuva de rosa”, “chuva de flor”, “manga de
chuva-de-pedra”. Também podemos associar esse mecanismo lingüístico com a
antítese, ou seja, a chuva-de-pedra, ao invés de malefícios para a agricultura, traz
feijão, arroz, flores, rosas, manga. Isso remete ao conceito sobre o poder mágico
que a palavra assume ao fazer com que o falante opte pelo seu oposto como forma
de atenuar o que pode ser causado por esse tabu lingüístico.
Buscamos, por meio da pesquisa em dicionários, estabelecer alguma relação
entre “manga de chuva-de-pedra” e o tipo de chuva que essa lexia composta
designa. Nos dicionários pesquisados, encontramos apenas a lexia composta “chuva
de manga”.
Em alguns dicionários, como no de Nascentes (1986:68), a lexia composta
em questão aparece apenas como sub-entrada de “chuva”:
“__ de manga (Ceará e Goiás). A que cai de setembro a novembro, boa para a
maturação de mangas”.
Já nos dicionários de Ferreira (1999:466) e Houaiss (2001: 710), a lexia
composta “ chuva-de-manga” aparece como entrada:
“chuva-de-manga. s.f. Bras. GO. As primeiras chuvas da estação chuvosa,
que caem em setembro e outubro. [Pl.: chuvas-de-manga.]
“ (...) chuva que cai no começo da estação chuvosa. gram. pl. chuvas-de-manga.”
No dicionário de sinônimos de Fernandes (2002: 592) apenas a descrição:
“rancho, bando, ajuntamento, magote, turma, troço: Manga de povo, de
trabalhadores. Manga d´água: tromba d´água.” Nos dicionários pesquisados
encontramos apenas a lexia composta “chuva de manga”.
72
Nos dicionários abaixo relacionados, a lexia composta aparece apenas como
sub-entrada da entrada “chuva”:
Houaiss (2001: 710) “c. de pedra MET. m.q. GRANIZO.”
Nascentes (1986: 68) “ – de pedra. Queda de granizos.”
Ferreira (1999: 465): “s.f. chuva-de-pedra. V. granizo (1)”
Aulete (1964):
“(...) Tudo o que cai em grande quantidade, à maneira de 'gôtas´ de chuva; abundância,
ocorrência simultânea e sucessiva de muitas coisas: chuva-de-pedras, de balas (...)”
Ao pesquisarmos o termo no dicionário de sinônimos e antônimos de
Fernandes (2002: 205), encontramos as várias acepções:
“chuva, sin. água (s), aguaceiro, borraceiro, chuv (ar) ada; chuva-de-pedra,
granizo, saraiva (da); chuvisco, garoa; xixixi, arenga-de-mulher, morrinha,
molhe-molhe; bruega, ondeirada, pancada; bátega. Embriaguez, bebedeira.
Abundância. beberrão, pau-d´-água.”
Segundo Roquete & Fonseca (1985:150), as definições de “chuva-de-pedra”,
“granizo” e “saraiva” vêm a ser a mesma coisa:
“Meteoros aquosos formados por água que congela no ar e cai no solo.
Parece que caem do céu pedras, pequenos grãos; daí os nomes.”
Variantes presentes apenas no ALPR:
O ALPR apresenta, sem dúvida, um número maior de variantes lingüísticas,
sendo que muitas delas não ocorrem no EALMG. Citamos aqui: “ave-Maria”, “gelo”,
“granito”, “rajada”.
A expressão “ave-Maria”, apesar de apresentar uma freqüência pequena, é
bastante significativa, pois como vimos anteriormente, o tabu, na Antropologia,
reporta-se à dicotomia: sagrado X profano. Assim, o fato de o falante buscar no
poder divino, mais especificamente, no poder de Maria, a proteção contra a chuva
que destrói a plantação, mostra que o falante acredita que aquilo que ele diz pode
73
repercutir de alguma forma sobre a realidade que ele vive. A seguir, verificaremos no
dicionário se existe alguma alusão à expressão “ave-Maria” com “chuva-de-pedra”.
Segundo afirmam alguns lexicógrafos, uma lexia consagra-se à língua
portuguesa quando está dicionarizada. Portanto, com o intuito de sabermos se a
variante já consta da língua portuguesa e também de investigarmos mais sobre o
seu significado, pesquisamos nos dicionários de língua, nos analógicos e de
sinônimos. Buscamos também verificar se essa lexia composta aparecia com a
acepção relativa à chuva. No entanto, apenas encontramos essa acepção em Cunha
(1982: 86):
“ave-Maria. s.f. ´oração em louvor da Virgem Maria, e que começa com estas
palavras/ avemaria XIII. / do lat. ecles. Ave Maria, do lat ave (fórmula de
saudação) e do Antrop. Maria.”
No ALPR, temos a ocorrência das lexias simples “gelo” e “granito” que não
aparecem no EALMG. Optamos pelas definições de “gelo” que fossem relacionadas
ao tempo, temperatura:
Bivar (1948: 1608): “ (...) Frio excessivo (...)”
Cunha (1982: 381): “
(...) ´ext. frio excessivo´ (...)”
Ferreira (1999: 979) “ (...) 2. Frio excessivo: Não vou sair: lá fora está um gelo.”
Houaiss (2001: 1439): “ 4. fig. temperatura excessivamente baixa, frio intenso (...)”
Fernandes (2002: 485):
“sin. Geleira; caram (b) elo; neve. Frio. Frieza, frialdade, indiferença,
insensibilidade, desamor (...)”
No dicionário analógico de Bivar (1948: 1651) encontramos a seguinte
acepção para granito:
74
“ s.m. (...) Bras. de Minas. Sol ou calor intenso depois de muitos dias de
chuva.”
Ferreira (1999: 1005) traz uma acepção semelhante:
“ granito ³. s.m. Bras. MG sol ou calor forte, após muitos dias chuvosos.”
A lexia simples “pedra” apenas aparece no ALPR. Pesquisamos nos
dicionários a lexia simples “pedra” com o intuito de verificarmos se existia alguma
relação de “pedra” com “chuva-de-pedra”.
No dicionário de Ferreira (1999: 1526), temos uma pequena alusão ao que
buscamos:
“ (...) as pedras de gelo do granizo: Ontem choveu pedra (...)”
Houaiss (2001: 2165) traz uma definição mais detalhada, porém menciona
“chuva-de-pedra” explicitamente:
21. MET. pedregulhos de gelo, formado nas nuvens, devido à queda brusca
de temperatura; granizo < as pedras da chuva causaram grandes estragos>”.
Apenas no dicionário de Fernandes (2002: 663) encontramos referência à
lexia “chuva-de-pedra”, embora o autor não traga sua definição:
“ sin. (...) granizo, saraiva, pedrisco, pedraço: chuva-de-pedra (...)”
A variante lingüística “rajada”, apesar de apresentar uma freqüência baixa, foi
pesquisada quanto ao seu significado. Em alguns dicionários, como no de Cunha
(1982: 661), no de Ferreira (1999: 1701) e no de Fernandes (2002: 716),
encontramos a seguinte acepção relacionada apenas a “vento”, não havendo
nenhuma referência à “chuva-de-pedra”:
“ s.f. ´vento forte e de curta duração´ XVI. De etimologia incerta, talvez do cast.
ou lat. ratxada (...)” (Cunha, 1982: 661)
75
Dos dicionários pesquisados, apenas o Houaiss (2001: 2379) traz uma
acepção relacionada à chuva:
“ 1. aumento súbito e de curta duração de força e intensidade do vento. 2. p.
ana. ímpeto violento < r. fortes de chuva> sin 0 var. ver sinonímia de pé-de-
vento”
Análise quantitativa
Elaboramos duas tabelas distintas de freqüência, uma para o EALMG e outra
para o ALPR, que mostrassem as variantes lingüísticas, suas ocorrências e
respectiva freqüência, a fim de podermos estabelecer comparações entre os dois
atlas lingüísticos mencionados. Abaixo, apresentamos as tabelas citadas:
Inicialmente, apresentamos uma tabela que contém a distribuição da
ocorrência, bem como outras informações relativas a algumas variáveis e sua
distribuição, e a análise delas. A seguir, a carta lexical que mostra a distribuição das
ocorrências no ALPR e no EALMG.
76
Chuva de Pedra – ALPR – carta 24 e 25
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
Pedra/ de pedra 23 19,01%
Chuva-de-flor 16 13,22%
granito 12 9,92%
granizo 11 9,09%
Chuva-de-granito 7 5,79%
chuva-de-rosa 6 4,96%
Flor 5 4,13%
Chuva-de-granizo 5 4,13%
Neve 5 4,13%
Rosinha 4 3,31%
Caieira 3 2,48%
Tormenta 2 1,65%
Ave-maria 2 1,65%
Gelo 2 1,65%
Chuva-de-flore (s) 2 1,65%
Flores 2 1,65%
Manga de chuva de pedra 1 0,83%
Rosa 1 0,83%
Tempestade 1 0,83%
Tempo feio 1 0,83%
Chuva de arroz 1 0,83%
Chuva de feijão 1 0,83%
Pe (dra) de gelo 1 0,83%
Chuva de neve 1 0,83%
Chuva com granito 1 0,83%
Rajada 1 0,83%
Total de variantes
121 100%
Chuva de Pedra - EALMG
Variante lingüística Ocorncia Freqüência
chuva-de-gelo 16 22,86%
saraiva 16 22,86%
chuva de granito 8 11,43%
chuva-de-flor 8 11,43%
granizo 8 11,43%
chuva-de-rosa 6 8,57%
chuva-de-pingo 6 8,57%
geada 1 1,43%
chuva-de-sal 1 1,43%
Total de variantes
70 100%
77
Análise lingüística das tabelas
Para a presente análise, foram consideradas todas as ocorrências obtidas no
corpus da pesquisa em ambos os atlas lingüísticos pesquisados, excluímos apenas
as de cunho regional que se manifestaram por modificações fonéticas.
Inicialmente, discorreremos brevemente sobre os dados do ALPR. Foram
obtidas vinte e seis variantes. Podemos observar que a lexia “pedra” obteve o maior
número de ocorrências no corpus, equivalendo a 19,01% do total. Em segundo
lugar, com 13,22%, aparece o termo “chuva-de-flor”. Em terceiro lugar, com 9,92%,
aparece o termo “granito”. O termo “granizo” aparece em quarto lugar, com 9,09% .
Outros termos, como “chuva de granito”, figura em sexto lugar, com 5,79%. Em
quinto lugar, aparece o termo “chuva-de-rosa”, com 4,96%. Em sétimo lugar, com
4,13%, os seguintes termos: “flor”, “chuva de granizo” e “neve”. Em oitavo lugar, com
quatro ocorrências cada, o que representa 3,31% do total, temos “rosinha”. Apenas
um termo,“caieira”, apresentou três ocorrências, representando 2,48%. Temos vários
termos com duas ocorrências (1,65% de freqüência): “tormenta”, “ave-Maria”, “gelo”,
“chuva-de-flore(s)”, “flores”. O restante, dez termos, com apenas uma ocorrênica, o
que significa 0,83%, foram: “manga de chuva-de-pedra”, “rosa”, “tempestade”,
“tempo feio”, “chuva de arroz”, “chuva de feijão”, “pe(dra) de gelo”, “chuva de neve”,
“chuva com granito”, e “rajada”.
Variantes presentes apenas no EALMG:
No EALMG, na carta 12, também encontramos várias denominações
semelhantes às que ocorrem no ALPR, porém em quantidade menor. Constatamos
nove ocorrências: “granizo”, “chuva-de-gelo”, “chuva-de-rosa”, “chuva-de-flor”,
“chuva-de-granito”, “geada”, “saraiva”, “chuva-de-pingo” e “chuva-de-sal”.
78
Iniciaremos pela variante lingüística que obteve um número maior de
ocorrências, ou seja, “saraiva”. Procuramos o significado em dicionários para
verificar possíveis proximidades com “chuva-de-pedra”. A maior parte dos
dicionários pesquisados faz alusão à lexia composta “chuva-de-pedra”:
Cunha (1982: 705): “ sf. ´chuva-de-pedra, granizo´(...)”
Houaiss (2001: 2519): “(...) 1. chuva-de-pedra; granizo. (...)”
Fernandes (2002: 769): “Sin. Granizo, pedrisco, chuva-de-pedra, saraivada (...)”
Apenas o dicionário de Ferreira (1999: 1818) não faz referência à “chuva-de-pedra”:
“ [De or. obscura] S. f. 1. V. granizo (1) 2. Saraivada.”
No EALMG, temos a ocorrência de “geada”, citada pelos entrevistados para
se reportarem à “chuva-de-pedra”. Essa variante lingüística não ocorre no ALPR.
Observamos que, devido aos prejuízos que a geada causa à lavoura, esse termo
não é bem visto, e, portanto, evitado de certa forma.
Dos dicionários pesquisados, o Houaiss (2001: 1437) é o que traz o
significado mais completo:
“ s.f. (...) 1. MET. orvalho congelado que, sob a forma de fina camada branca, recobre as
superfícies onde cai. geada branca. MET. Depósito de gelo cristalino, formado de
maneira análoga ao orvalho, mas sob temperaturas inferiores a 0° C; branquinha, dona-
branca. (...)”
As variantes “chuva-de-pingo” e “chuva-de-sal” desempenham uma função
importante que é iludir o falante/ ouvinte da língua com a idéia que a chuva que cai
não é forte (pingo) e pode ajudar na lavoura (sal).
Variantes comuns ao ALPR e ao EALMG:
Verificamos que algumas variantes lingüísticas eram comuns ao ALPR e ao
EALMG, a saber, “granizo”, “chuva de flor”, “chuva-de-rosa”. Iniciaremos nosso
79
estudo verificando a freqüência desses termos em ambos os atlas mencionados, a
fim de podermos detectar qual a variante mais utilizada entre eles.
A primeira variante lingüística a ser analisada é a lexia simples “granizo”.
Pesquisamos no dicionário de Bivar (1948:1651) e encontramos a acepção:
“ s.m. chuva-de-pedra, saraiva 00 Fig,. Grande Quantidade de coisas miúdas.”
Já o dicionário de Ferreira (1999:1005) traz uma acepção mais extensa e
completa, pois apresenta algumas variantes lingüísticas:
“ [Do esp. granizo] s.m. 1. Met.Tipo de precipitação atmosférica na qual as gotas de
água se congelam ao atravessar uma camada de ar frio,caindo sob a forma de
glóbulos ou pedaços de gelo, separadamente ou aglomerados em blocos irregulares;
saraiva, chuva-de-pedra.”
Houaiss (2001: 1477) traz uma acepção semelhante à de Ferreira:
“(...) 1. MET. Precipitação atmosférica constituída de pedregulhos de gelo, formados
nas nuvens, devido à queda brusca de temperatura; saraiva. (...) 3. Grão miúdo;
granito, grânulo (...)”
Buscamos no dicionário de Fernandes (2002: 490) os possíveis sinônimos
para granizo:
“ sin. Saraiva, saraivada, pedrisco, pedraça, chuva-de-pedra.”
O dicionário Houaiss (2001: 1477) apresenta três acepções de granito; porém,
apenas a terceira acepção está relacionada à temperatura:
“ ³ granito. s.m. MG dia ensolarado ou de temperatura quente, após longo
período de chuvas. Etim. orig. obsc. (...)”.
TABELA COMPARATIVA ENTRE AS FAIXAS DE FREQÜÊNCIA DO ALPR E DO EALMG
Chuva de Pedra
Variante lingüística ALPR EALMG ALPR EALMG
chuva-de-flor 17 8 19,54% 4,15%
granizo 3 8 3,45% 4,15%
chuva-de-rosa 4 6 4,60% 3,11%
Total de variantes 24
22 100% 100%
80
Pode-se dizer que o tabu lingüístico “chuva-de-pedra”, ao mesmo tempo em
que denota um certo teor de “conservadorismo” do falante, proporciona também
momentos de inovação lingüística, como observamos nas lexias compostas “ chuva-
de-flor” e “chuva-de-rosa” que não se encontram dicionarizadas e são, portanto,
neologismos criados pelos falantes.
Em relação à lexia composta “chuva de flor”, observamos que no ALPR esse
termo ocorreu em substituição à “chuva-de-pedra”. Aqui destacaremos essa
preferência declarada por alguns informantes:
“01 (inf. A): (...) Perguntou-se qual o melhor nome para o fenômeno: “chuva-
de-pedra, [por que] diz que 'num´ é bom 'falá´ chuva-de-pedra”.
“12 (inf. A): ‘nói´ (s) 'fala´ rosinha”. Perguntou-se porque não falavam chuva-
de-pedra: ‘porque diz que não presta, né ... um fala granizo, né, 'otos´ fala
rosinha, 'nóis´ fala rosinha”.
“30 (inf. A): (...) eles 'fala´ que é 'frores´ que tá caindo, 'mai´ (s) de medo
'memo´ (...), de medo de cair 'mai´ .. diz que se a gente 'dizê´ que tá caindo
pedra cai mais”.
“11 (inf. B): “[ baixa o tom de voz e vira-se contra o gravador] ah,deu uma
chuva-de-pedra, 'mais´ eu já não falo. Falo [que] deu uma chuva-de-flor. (...) A
gente sabe, 'mais´ às 'veiz´ não pode falá. Se a gente fala :: deu uma chuva-
de-pedra aí a gente tá ... tá brigando com Deus, né, tá chamando mais. Então
a flor... a flor é um troço 'cheroso´, um troço da terra, né”.
Na resposta 11, nota-se o medo de lidar com o desconhecido, com o sagrado
(Deus), ao passo que a flor pertence ao seu universo de mundo.
Pesquisamos a origem do medo na literatura de modo que é possível fazer
algumas referências a Delumeau (1989) em sua obra sobre o medo no ocidente. O
autor (1989:15) ressalta as razões ideológicas do longo silêncio sobre o papel e a
importância do medo na história dos homens. Salienta (1989: 21) que o historiador
81
não precisa procurar muito para identificar a presença do medo nos comportamentos
de grupos, pois é possível encontrá-lo dos povos ditos “primitivos” às sociedades
contemporâneas nos setores mais diversos da existência cotidiana. Ressalta a
existência do medo das forças da natureza e medo dos mortos, dentre outros e,
acima de tudo, medo do desconhecido, de tudo que precede e segue a existência do
homem.
Como vimos anteriormente, o dicionário é considerado fonte fidedigna para
considerar se determinada palavra, termo ou expressão faz parte da língua
portuguesa. Contudo, analisando o corpus selecionado, verifica-se a existência de
outras variantes lingüísticas que, apesar de não estarem dicionarizadas, são formas
que foram comprovadas pela pesquisadora.
Considerações preliminares
Com base nas tabelas apresentadas, constatamos que o ALPR apresenta
vinte e seis variantes lingüísticas para a lexia composta “chuva-de-pedra”, enquanto
no EALMG verificamos a presença de nove ocorrências, ou seja, o ALPR possui
mais variantes lingüísticas que podem ser classificadas como tabus lingüísticos.
Conforme Guérios (1979:12) , os vocábulos tabu podem ser substituídos por:
- diminutivo, como em “rosinha” (hipocorístico);
Também observamos a existência de eufemismos no ALPR, ou seja, “chuva-
de-flor”, “tempo feio”, “rosa”, “chuva de neve”, “chuva-de-feijão”, “chuva-de-arroz”.
Neste pequeno estudo sobre os processos de variação lingüística no
português existentes nos dois atlas pesquisados (EALMG e ALPR), alguns pontos
podem ser ressaltados. Observamos que a primeira hipótese por nós levantada, a
de que existe uma diversidade lingüística no Português do Brasil e que fatores
82
extralingüísticos podem influenciar nesta diversidade, pode ser por nós confirmada,
pelo menos até este ponto da pesquisa. Também constatamos que os tabus
lingüísticos ocorrem de forma distinta em diferentes regiões do Brasil, no caso, em
Minas Gerais e no Paraná. Com isso, é possível afirmar que os tabus lingüísticos
fazem parte destes fatores extralingüísticos e que proporcionam a variação
lingüística em diferentes regiões brasileiras.
A segunda hipótese proposta confirmou que é possível que atlas lingüísticos
diferentes revelem um maior ou menor número de variáveis lingüísticas devido à
existência dos tabus lingüísticos. Assim, constatamos que o número de variantes
lingüísticas aumenta na medida em que existe um maior número de tabus
lingüísticos. Portanto, os tabus lingüísticos podem ser considerados como elementos
que contribuem para a produtividade lingüística.
83
4.1.1.2. ARCO-ÍRIS
A pergunta do QSL é: “17. Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no
céu uma faixa com listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa
faixa?”
Esta pergunta ocorreu em cinco atlas lingüísticos: três do nordeste - Atlas
Lingüístico da Paraíba (ALPB), Atlas Lingüístico de Sergipe I (ALS I) e Atlas Prévio
dos Falares Baianos (APFB) -; um do sudeste - Minas Gerais (EALMG) - e outro no
sul (ALPR). Faremos uma análise quantitativa e qualitativa das variantes lingüísticas
encontradas.
Análise quantitativa
Apresentamos a seguir as tabelas com as respectivas ocorrências de cada
atlas lingüístico pesquisado:
ARCO-ÍRIS EALMG
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
arco-da-velha 55 78,57%
rabo-de-galo 5 7,14%
arco-da-aliança 3 4,29%
arco-do-sol 3 4,29%
olho-de-boi 1 1,43%
mãe-d´água 1 1,43%
rabo-de-pavão 1 1,43%
navio 1 1,43%
Total de variantes 70 100,00%
84
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
arco-da-velha 13 59,09%
arco-de-velho 9 40,91%
Total de variantes 22 100,00%
Arco-íris – APFB
Arco-íris – ALPB
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
arco celeste 24 57,14%
olho de boi 7 16,67%
as barras 4 9,52%
as torres 2 4,76%
sub-dourada 1 2,38%
os vieiras 1 2,38%
arco 1 2,38%
cu de boi 1 2,38%
os véus 1 2,38%
Total de Variantes 42 100,00%
ARCO-
Í
RIS – ALPR - Carta 18
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
circo 3 16,67%
arco-de-velho 3 16,67%
arco-da-velha 2 11,11%
aliança 1 5,56%
chama-chuva 1 5,56%
sartera 1 5,56%
arco-celeste 1 5,56%
aquela coisa 1 5,56%
aliança de Jesus 1 5,56%
arca da aliança 1 5,56%
arco-da-nova-aliança 1 5,56%
aliança de Cristo com os homens 1 5,56%
arca-de-N 1 5,56%
Total de variantes 18 100,00%
Arco-íris - carta 4
Variante lingüística Ocorncia Freqüência
arco inselent (e) 1 50,00%
arco-celeste 1 50,00%
Total de variantes 2 100,00%
85
Dos atlas da região do nordeste, o ALPB teve mais variantes lingüísticas do
que o ALS I e o APFB, ambos com duas variantes lingüísticas diferentes. De todos
os atlas lingüísticos pesquisados, o ALPR foi o que apresentou mais variantes
lingüísticas (21), seguido do ALPB (9), do EALMG (8) e, por fim, figuram o ALS I e o
APFB, com duas ocorrências cada. Embora o EALMG tenha um maior número de
ocorrências do que o ALPR (56), o que mais nos interessa nesta pesquisa é a
variedade de termos que aparecem e não a quantidade em si mesma. Até o
presente momento, o ALPR destaca-se dos outros atlas em termos de variedade
lingüística das variantes lingüísticas. A seguir, buscamos traçar uma comparação
entre os termos nos cinco atlas distintos:
variante lingüística ALPB ALS I APFB EALMG ALPR
arco-da-velha X X X
arco-da-velha X X X
arco celeste X X X
arco-de-velho X X
olho de boi X X
arco-da-aliança X X
arcu-da-aliança /aleança
Nesse quadro comparativo, notamos, mais uma vez, que o ALPR destaca-se
com maior número de termos coincidentes nos dois atlas. Talvez por uma questão
de proximidade geográfica, os atlas EALMG e ALPR apresentam mais termos
coincidentes. Contudo, o mesmo não ocorre com os atlas do nordeste (ALPB, ALS I
e APFB).
86
Análise qualitativa
Neste segundo momento da análise de “arco-íris” e de suas variantes
lingüísticas, mostramos a pesquisa feita em dicionários sobre o significado do termo
e a classificação dos mesmos com base na tipologia de Guérios (1979).
Consultamos a lexia composta “arco-íris” no dicionário de superstições e
crendices de Oliveira (1940:180), a fim de conhecermos o referente cultural para
essa palavra:
“o arco-da-velha da imaginação popular fornece motivo para diversos
abusões; assim é que, achando-se voltado sôbre alguma correnteza, esta a
sugar-lhe as águas que, levadas às nuvens, transformam-se em chuvas; se
se aproxima alguém nesse momento, corre o risco de ser arrebatado pelos
ares onde é consumido. É êle que conduz os peixes dos rios para os regatos
e lagoas, explicando-se, assim, a existência dêsses pequenos vertebrados
nos lagos e lagunas isolados de outras correntes aquáticas.”
No entanto, no dicionário do folclore de Cascudo (1962:101), arco-íris é
explicado com mais detalhes:
“arco, arco celeste, arco-da-chuva, Olho-de-boi, conhecido em Portugal e no
sul do Brasil como arco-da-velha. (...) sobre o arco-íris, Luís da Câmara
Cascudo (Informação de História e Etnografia): ‘O sertanejo não gosta do
arco-íris porque furta água.(...). O arco-íris víbora é a materialização mais
espalhada do mundo. Na terra americana é sempre maléfico e odiado. Na
Europa é figura de carinho e com respeitos sobrenaturais. Os gregos e
romanos diziam-no sinal luminoso da passagem de íris, voando do Olimpo à
terra, com mensagem de Juno (...). Quem passa por debaixo do arco-íris
muda de sexo e o recobrará, se o repassar em sentido contrário. (...). A
serpente, personalizando um fenômeno meteorológico, é universal (...).O
arco-íris serpente desapareceu nas tradições brasileiras mas sobrevive a
impressão indecisa e vaga de uma grandeza maléfica. Arco-da-velha, comum
em Portugal e Brasil (...). A idéia de velha, reunida a arco, provém da corcova
ou corcunda que é própria tanto do arco como da velha ...(...)”
87
Já o dicionário Ferreira (1999:44) traz uma explicação mais ligada a uma
visão bíblica e que explica a ocorrência da variante “aliança”, “aliança de Jesus”,
“aliança de Cristo com os homens”:
“Na Bíblia, é o sinal da aliança e da benevolência divina. Aparecendo
depois do dilúvio aponta um novo começo da vida sob a complacência de
Deus (Gn 9, 12-17). Na tradição bíblica e rabínica é o traço permanente da
extenção da misericórdia divina sobre o mundo. (...) os cristãos bizantinos e
romanos retomaram a idéia bíblica e reproduziram em obras de arte a
figura de Cristo, autor da nova aliança, coroado com um arco-íris.”
As variações registradas no Atlas Lingüístico do Paraná para “arco-íris” foram:
“arco-da-velha”, “arco-da-aliança”, “arco-de-velho”, “sartera”, “arco-celeste”, “aliança-
de-Jesus”, “arco-da-nova-aliança”, “arca-de-Noé”, “aliança”, “aliança de Cristo com
os homens”. Dessas ocorrências, verificamos quais delas eram realmente
registradas como variantes. Para tanto, utilizamos dicionário da língua portuguesa
como fonte de pesquisa. Verificamos as seguintes lexias consideradas como
variantes lingüísticas pelos dicionários pesquisados:
Lexia Significados do dicionário Ferreira
Arco-da-velha [De arco+da+velha (lei)] S.m. V. arco-íris
Arco-da-nova-aliança [De arco+da+aliança (a aliança que, segundo a
Gênese, Deus fez com os homens após o dilúvio)]
Arco-celeste s.m. V. arco-íris
As lexias compostas: “arca da Aliança”, “arca de Noé” e “aliança”, apesar de
estarem dicionarizadas, não apresentam o mesmo significado de “arco-íris”,
conforme este foi descrito anteriormente. Assim, consideramos essas formas como
neologismos, pois não estão dicionarizados.
Nas respostas do atlas, há referência às crendices de se passar por baixo do
arco-íris que correspondem ao que encontramos nos dicionários supra citados:
88
“14 (inf. B): ‘(...) [se] um home passá dibaixo vira muié; agora, isso daí (vo) ce
num pode dizê nada, né”. (p.58)
“23 (inf. B): Sobre o que o arco-íris faz no rio, comentou: ‘muitos fala que ele
tá chupano a água, otos fala que é pa dismanchá tempestade, quele [= que
eles] diz.”
“65 (inf. A): (...) ‘no meu tempo [o] pai dizia que aonde que era, a criança
tomando água ... era pirigoso que :: ela chupava a gente né, ingulia, né,
porque se (es) tivesse perto, né ... ela tem uma grande pressão assim que
chupava, né (...), perto é pirigoso (...)”.
Observamos que nas respostas existe uma incidência maior das variantes de
“arco-íris” e não da lexia em si. Muitos citam as crendices, e talvez evitem a palavra
por causa do medo que têm do fenômeno causar a suposta mudança de sexo ou de
“chupar a água”. O desconhecimento da origem do fenômeno provoca esse temor.
Algumas respostas evitaram repetir a lexia e usaram substitutos como “esse negócio
aí” e “aquela coisa”:
“15 (inf. B): (...) ‘mais é criança, né, eles vai na escola e eles vêm quesse [
com esse] negócio aí”. (...)”
“44 (inf. B): (...) ‘ali os antigo já dizia que s’importa, aquela coisa engole a
pessoa, engole e sorta do otro lado (...)”.
A seguir, apresentamos um quadro-resumo da tipologia das variantes
lingüísticas, realizada com base em Guérios (1979):
89
Tabela da tipologia de arco-íris
eufemiso Disfem. Hipo. Expr. gen. metonímia metáfora
-Arco-celeste
(ALPR/ALPB)
-aliança de Cristo
com os homens
(ALPR)
-arca-da-nova-
aliança (ALPR)
-aliança de Jesus
(ALPR)
-arca da aliança
(ALPR)
-aliança (ALPR)
-chama-chuva
(ALPR)
-mãe-d'água
(ALPR)
-Aquela
coisa
(ALPR)
-arco-de / di-velho
(ALPR/ APFB)
-arco-da-velha
(ALPR/APFB/
EALMG)
-Cu de boi (ALPB)
-arco-inselent (e)
(ALS I)
-sub-dourada
(ALPB)
-os vieiras (ALPB)
-navio (EALMG)
-circo (ALPR)
-sartera (ALPR)
-arco (ALPB)
-as barras (ALPB)
-as torres (ALPB)
-arco-do-sol
(ALPR)
-arca-de-Noé
(ALPR)
-rabo-de-galo
(EALMG)
-rabo-de-pavão
(EALMG)
-olho-de-boi
(ALPB)
-os véus
(ALPB)
Com base no quadro acima, notamos que as tipologias podem ser resumidas
da seguinte forma:
Eufemismo Disfemismo Hipocorístico Expr. gen. metonímia metáfora
81 3636
Os eufemismos sobressaem-se dentre toda a tipologia com oito ocorrências,
seguida das expressões genéricas e das metáforas (6), das metonímias (3) e dos
hipocorísticos (3). Por último, temos os disfemismos (1). De forma geral, os termos
são classificados de forma a atenuar o sentido da palavra tabu.
O temor da humanidade pelo arco-íris é confirmado por Delumeau (1989:78),
ao ressaltar que, sendo um fenômeno celeste incomum, causava temor na
sociedade. Exemplifica com o anúncio que Lutero tem da morte do príncipe-eleitor
de Saxe, em maio de 1525, ao avistar um arco-íris no último inverno.
90
4.1.1.3. ECLIPSE
A pergunta do QSL é a seguinte: “o sol que desapareceu atrás da lua,
escurecendo a terra por uns minutos.”
A presente pergunta apareceu em dois atlas lingüísticos: o Atlas Lingüístico
da Paraíba (ALPB) e o Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR).
Análise quantitativa
Apresentamos as duas tabelas referentes às variantes lingüísticas de eclipse:
Faremos uma análise comparativa entre os dois atlas em questão. Embora o
ALPB tenha mais ocorrências do que o ALPR, este apresenta maior número de
variantes lingüísticas para “eclipse”, ou seja, treze, enquanto no ALPB temos cinco
variantes lingüísticas. Não existem termos coincidentes entre os dois atlas.
Posteriormente, veremos a tipologia destes termos.
ECLIPSE - ALPR - carta 152
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
circo 3 25,00%
criso/cris 3 25,00%
iscuridão / (e) scuridão 3 25,00%
tempo dos fogo 1 8,33%
deu um circo na lua 1 8,33%
dilúvio 1 8,33%
Total de variantes 12 100,00%
Eclipse – ALPB
Variante lingüística Ocorncia Freqüência
planeta 16 51,61%
sol eclipse 8 25,81%
lua eclipse 6 19,35%
briga da lua mais sol 1 3,23%
Total de Variantes 31 100,00%
91
Análise qualitativa
O dicionário Ferreira (2004: 711) traz a seguinte acepção para eclipse:
“S.m. 1. Astr. Fenômeno em que um astro deixa de ser visível totalmente
ou em parte, ou pela interposição de outro astro entre ele e o observador,
ou porque, não tendo luz própria, deixa de ser iluminado ao colocar-se no
cone de sombra de outro astro (...). Eclipse da Lua. Astr. Aquele em que a
Lua penetra no cone de sombra da Terra, deixando de ser visível para
todos os observadores terrestres que a têm acima do horizonte naquele
intervalo de tempo; eclipse lunar (...). Eclipse do sol. Astr. Aquele em que
o Sol deixa de ser total ou parcialmente visível, por haver a Lua ficado entre
o Sol e os observadores terrestres situados em uma região interceptada
pelo cone de sombra da Lua; eclipse solar (...)”.
Essa lexia é explicada por Cascudo (1962) em seu dicionário do folclore:
“Os eclipses, inexplicáveis para os sertanejos, importam sempre conseqüências
calamitosas. Quando a folhinha marca um eclipse lunar, para que não morram os
algodoais, os agricultores vão acordar os algodoeiros a gritos, pancadaria em latas,
tiros de espingarda e clamores de búzios: a lua Cris só será funesta se surpreender
adormecidos os capulhos (Leonardo da Mota, Violeiros do Norte, 220, São Paulo,
1925). Criança morena de pais brancos nasceu durante o eclipse. Os gritos, tiros,
alarmas, seriam para afastar do astro a sombra do monstro ameaçador. É uma
tradição quase universal e já adotada no Brasil.”
Constatou-se a presença das seguintes variantes: “circo/ deu um circo na
lua”, “criso”, “escuridão”. Das lexias mencionadas, apenas “criso” e “escuridão”
aparecem dicionarizados. No dicionário Ferreira (1999:580), encontramos apenas a
lexia “Cris” e que apresenta um significado condizente com o de eclipse:
“cris3. [De elipse, com aférese, rotacismo e síncope] Adj. 2g. 1. Ant. que
está em eclipse (1) lua Cris 2. P. ext. que causa medo; medonho,
terrível. S.m. 3. Ant. Eclipse [Sin. Brás., nesta acepç.: criso] [Pl.: crises.]”
Existe uma nota no ALPR (carta 152, p. 326) que cita a dificuldade de se
obter a resposta desejada, talvez devido aos danos provocados pelo eclipse na
92
lavoura. O entrevistador relata que teve que reformular a questão várias vezes (17,
22, 22, 31, 52, 59). Os informantes mostram uma certa hesitação em responder
como vemos em: “17 (inf. A): Inicialmente declarou não saber responder. (...)” (p.
326)
No final das respostas, o entrevistador comenta que alguns entrevistados
declararam não lembrar ou não saber o nome. Observou-se nas respostas que,
apesar de desconhecerem a palavra, muitos conhecem as simpatias para acabar
com o eclipse. As respostas evidenciam que se trata de um fenômeno temido, e
talvez falar nele “atraia” mais. Por esse motivo, o jeito é tentar espantá-lo de alguma
forma.
Mostramos abaixo a tipologia das variantes lingüísticas de “eclipse” nos dois
atlas lingüísticos analisados:
Disfemismo Diminutivo
Hipocorístico
Expr. gen. com ou sem
restrição
-dilúvio (ALPR)
-tempo dosfogo
(ALPR)
-criso (ALPR)
-escuridão (ALPR)
-um bicho comendo a
luma (ALPR)
-briga da lua mais sol
(ALPB)
-deu um circo na lua
(ALPR)
-circo (ALPR)
-sol eclipse (ALPB)
-lua eclipse (ALPB)
-planeta (ALPB)
Por uma questão de melhor visualização, apresentamos um quadro-resumo
da tipologia acima:
Disfemismo Hipocorístico Expr. gen.
04 03 03
É possível resumir dizendo que disfemismos predominam, seguidas das
expressões genéricas e dos hipocorísticos.
93
Buscamos na literatura da história do medo indícios que talvez justifiquem o
receio do eclipse para a sociedade. Delumeau (1989:79-80) ressalta que os eclipses
inquietavam as populações e exemplifica com o fato de que o sol, a 12 de agosto de
1654, despertou um verdadeiro pânico europeu porque astrológicos haviam
multiplicado anteriormente sombrias previsões. Comenta que na Baviera, na Suécia,
na Polônia e na França, raras foram as pessoas lúcidas que mantiveram o sangue-
frio, e que foram inúmeros aqueles que acreditaram na iminência do fim do mundo.
O autor explica que o pavor provocado pelo eclipse de 1654 tem uma causa
particular: peritos astrólogos haviam calculado que, tendo o dilúvio ocorrido em 1656
a.C., o fim do mundo aconteceria simetricamente 1656 anos após nascimento do
Salvador; o eclipse marcaria então o começo do cataclismo final.
4.1.1.4. TEMPESTADE
Baseado na pergunta do QSL: “11. Temporal/ tempestade/ vendaval: Existem
outros nomes para _____?”
Essa pergunta esteve presente em três atlas lingüísticos: Atlas lingüístico do
Paraná (ALPR), Esboço de um Atlas Lingüístico de Minas Gerais (EALMG) e Atlas
Lingüístico da Paraíba (ALPB).
Análise qualitativa
O dicionário Ferreira (2004:1930) traz a seguinte definição:
“[Do lat. Tempestade] S.f. agitação violenta da atmosfera, às vezes
acompanhada de chuva, vento, granizo ou trovões; procela, temporal. 2.
Grande estrondo (...)”
No dicionário de folclore de Oliveira (1940:217) encontramos a seguinte
referência quanto à lexia tempestade e às simpatias para evitá-la:
94
“aplaca-se: 1- queimando-se restos de lenha carborizada que serviu para a
fogueira de São João; 2- incinerar, no momento da convulsão dos elementos,
palmas bentas em Domingo de Ramos; 3- sobre vindo tempestade durante
uma festa, servir primeiramente a comida aos cachorros que aí se acharem; 4-
queimar sementes de algodão, ou então, trapos velhos; 5- não é conveniente
ter fermentas de aço e até espelhos próximos a nós, por ocasião de violenta
tempestade.”
Observamos que muitos informantes no ALPR evitam falar em tempestade,
usam substitutos que acreditam que atenuem o fenômeno:
“22 (inf. B): ‘só fala (as) sim dá (a) queles ... fala raio essas coisa que ... quando é
... pelo trovão, né’. Reperguntando-se, ocorreu: ‘nói (a) qui fala trovejano, otos
fala trovejada, otos ... bastante, já fala as coisa que num pricisa de fala, a gente
fala tamém, né”. (p.78)
Tabela da tipologia de tempestade
euf. Disfem. Hipocorístico/
Antífrase
Expr. gen. com ou sem
restrição
-chuva passageira
(ALPB)
-chuva boa (ALPB)
-chuva de repente
(ALPB)
-pé d’água (ALPB)
-chuva-de-pedra (ALPB)
-dilúvio (ALPB)
-tromba d’água (ALPB)
-chuva forte (ALPB)
-tempo brabo (ALPR)
-chuva grossa (ALPB)
-chuva pesada (ALPB)
-chuva de vento (ALPB)
-chuva braba (ALPB)
-chuva grande (ALPB)
-chuvada (ALPB)
-bastante trovão(ALPR)
-temporal (EALMG/ALPR /ALPB)
-terremoto (ALPR)
-rebento (ALPR)
-aguaceiro (ALPB) -raio (ALPR)
-corisco/ curisco (ALPR)
-relâmpago (ALPR)
-nuvem mariante
(ALPB)
Apresentamos agora um quadro-resumo da tipologia:
Eufemismo
Disfemismo Hipocorístic
o
Expr. gen.
04
15 01 04
O quadro-resumo acima mostra a predominância de disfemismos, seguidos
das expressões genéricas e, em menor escala, os eufemismos e os hipocorísticos.
95
Em relação a isso, podemos remeter a Delumeau (1989:47), ao relatar que os
elementos desencadeados – tempestade ou dilúvio – evocavam para os homens de
outrora o retorno ao caos primitivo. Exemplifica com o relato de que as populações
costeiras na Bretanha comparavam o mar em fúria a um cavalo que salta para fora
de seu campo ou a uma égua enfurecida. Finaliza com o comentário de que a
tempestade não era um fenômeno natural. Adiante, o autor (p. 49) descreve que,
nos romances medievais, volta como um topos o episódio da tempestade que se
forma por causa da presença de um grande pecador – ou de uma mulher grávida, e
portanto impura – a bordo do navio assaltado pelas ondas, como se o mal atraísse o
mal.
Análise quantitativa
Trabalharemos com três atlas lingüísticos que apresentam o termo
“tempestade”, o Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR), Esboço de um Atlas Lingüístico
de Minas Gerais (EALMG) e o Atlas Lingüístico do Paraíba (ALPB).
Tempestade - ALPR - CARTA 28
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
trovão/ truvão 23 43,40%
raio 9 16,98%
trovuada/ truvuada/ trovoada 9 16,98%
corisco/ curisco 4 7,55%
relâmpago 2 3,77%
rebento 2 3,77%
tempo brabo 1 1,89%
terremoto 1 1,89%
temporal 1 1,89%
bastante trovão 1 1,89%
Total de variantes 53 100,00%
Tempestade - EALMG
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
tempestadi 142 85,54%
temporal 24 14,46%
Total de variantes 166 100,00%
96
Em relação às tabelas acima, observamos que o ALPB apresenta maior
número de variantes lingüísticas para “tempestade”, com dezessete variantes e
quarenta e nove ocorrências. Embora o EALMG apresente maior número de
ocorrências (166) do que o ALPB, possui apenas duas variantes lingüísticas (nesta
pesquisa, como já foi mencionado, consideramos produtividade lingüística o maior
número de variantes lingüísticas diferentes presentes nos atlas). Já o ALPR
apresenta maior número de variantes lingüísticas (10) do que o EALMG, com
cinquenta e três ocorrências. Nesta análise quantitativa, o ALPB mostrou-se mais
produtivo por apresentar maior número de variantes lingüísticas do que os outros
atlas citados.
4.1.1.5. Estrela cadente
A pergunta do QSL que motivou este item foi: “De noite, muitas vezes no céu
pode-se observar uma estrela que se desloca no céu assim (mímica) e faz um risco
de luz. Como chamam isso?”
Tempestade - ALPB
V
ariante lingüística Ocorrência Freqüência
chuva grossa 9 18,37%
chuva de pedra 6 12,24%
dilúvio 6 12,24%
chuva pesada 4 8,16%
chuva de vent
o
48,16
%
chuva passageir
a
36,12
%
tromba d´ águ
a
36,12
%
pé d´água 3 6,12%
chuva forte 2 4,08%
chuva braba 2 4,08%
chuva boa 1 2,04%
chuva grand
e
12,04
%
chuva de repent
e
12,04
%
aguaceir
o
12,04
%
temporal 1 2,04%
nuvem mariante 1 2,04%
chuvada 1 2,04%
Total de Variantes 49 100,00%
97
Esta pergunta ocorreu em dois atlas lingüísticos distintos, o Esboço do Atlas
Lingüístico de Minas Gerais (EALMG) e o Atlas Lingüístico da Paraíba (ALPB).
Análise quantitativa
Estrela cadente - EALMG - carta 22
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
mãe-do-ouro 25 30,12%
cometa 15 18,07%
planeta 13 15,66%
zelão 13 15,66%
estrela-de-rabo 6 7,23%
salite 6 7,23%
diamante 3 3,61%
papa-ceia 2 2,41%
Total de variantes 83 100,00%
Estrela cadente – ALPB
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
estrela dalva 13 22,03%
planeta 13 22,03%
zelação 12 20,34%
papa-ceia 7 11,86%
estrela se mudando 4 6,78%
rabisca 2 3,39%
elevão 2 3,39%
sete estrelas 1 1,69%
viração 1 1,69%
mercúrio 1 1,69%
barca 1 1,69%
Deus te abrande 1 1,69%
estrela mariana 1 1,69%
Total de Variantes 59 100,00%
98
No EALMG, temos oito variantes lingüísticas para “estrela cadente”,
totalizando oitenta e três ocorrências. Já no ALPB, temos treze variantes lingüísticas
e cinqüenta e nove ocorrências. Comparando os termos coincidentes nos dois atlas,
notamos a existência de apenas dois termos: “planeta” e “zelação”. Percebe-se, com
isso, que, em termos quantitativos, que o ALPB é o atlas com mais variantes
lingüísticas e, portanto, mais produtivo, em termos de diversidade lingüística.
Análise qualitativa
Nesta parte, apresentamos um quadro em que aparecem as variantes
lingüísticas e sua respectiva tipologia:
Eufemismo
Hipocorístico
Antífrase
Expr. gen. com ou sem
restrição
-diamante (EALMG)
-mãe-do-ouro
(EALMG)
-Deus te abrande
(ALPB)
-estrela dalva
(ALPB)
-zelação
(ALPB/EALMG)
-estrela-de-rabo (EALMG)
-elevação (ALPB)
-estrela se mudando
(ALPB)
-papa-ceia (ALPB/EALMG)
-rabisca (ALPB)
-sete estrelas (ALPB)
-viração (ALPB)
-cometa (EALMG)
-satélite (EALMG)
-planeta (EALMG/ALPB)
-mercúrio (ALPB)
Com base no quadro acima, observamos a predominância dos hipocorísticos
(07) seguidas dos eufemismos (05) e das expressões genéricas (04).
Segundo Delumeau (1989:80-81), a crença no poder das estrelas aumentou
na cultura vigente depois do século XIII. Segundo o autor, o medo das estrelas
tornava-as seres mais fortes que a esperança cristã – isso especialmente nos meios
cultos da Itália da Renascença. A astrologia aproveitou-se da crise da Igreja para
invadir as consciências, assediando o saber.
99
4.1.1.6. RELÂMPAGO
Vamos nos basear na seguinte pergunta do QSL: “... um clarão que surge no
céu em dias de chuva?”.
Essa pergunta esteve presente em dois atlas lingüísticos: o Esboço de um
Atlas lingüístico de Minas Gerais (EALMG) e o Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR).
Análise quantitativa
Nesta parte, mostramos as tabelas correspondentes às variantes lingüísticas
dos dois atlas analisados, o EALMG e o ALPR, suas ocorrências e respectivas
freqüências.
Relâmpago - carta 30 -
ALPR
Variante
lingüística
Ocorrênci
a Freqüência
relampo 12 38,71%
curisco 9 29,03%
relampear 1 3,23%
vuesca 1 3,23%
lampezo 1 3,23%
fuzil 1 3,23%
corisco 1 3,23%
raio 1 3,23%
arrebento 1 3,23%
lampo de trovoada 1 3,23%
lampo 1 3,23%
trovoada do fuzilo 1 3,23%
Total de variantes 31 100,00%
RELÂMPAGO - carta 18 – EALMG
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
corisco 22 52,38%
raio 11 26,19%
faísca 9 21,43%
Total de variantes
42 100,00%
100
O ALPR apresentou um maior número variantes lingüísticas (26) do que o
EALMG, no qual temos apenas três variantes. Comparativamente, os dois atlas não
têm muitos termos em comum. Apenas dois: “corisco” e “raio” estão presentes em
ambos.
Análise qualitativa
Com base na tipologia de Guérios, faremos um quadro mostrando a
classificação das variantes lingüísticas encontradas nos dois atlas em questão.
Eufemismo Estrangeirismo disfemismo Expr. gen. com
ou sem restrição
-faísca
(EALMG)
vuesca (ALPR)
lampezo (ALPR)
-relampo (ALPR)
-fuzil (ALPR)
-fuzila(ALPR)
-trovoada do fuzilo(ALPR)
-lampo (ALPR)
-lampo de trovoada
(ALPR)
-relampear (ALPR)
-raio (ALPR)
-corisco (ALPR)
-arrebento (ALPR)
101
4.1.1.7. TROVÃO
Atentamos aqui para a seguinte pergunta do QSL: “... o barulho forte que se
escuta logo depois de um raio?”.
Essa pergunta foi realizada em dois atlas lingüísticos: o Esboço para um Atlas
Lingüístico de Minas Gerais (EALMG) e o Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR).
Análise quantitativa
Exibimos aqui as tabelas dos dois atlas lingüísticos em questão e que trazem
as variantes lingüísticas, suas ocorrências e freqüências.
Trovão - carta 16 – EALMG
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
trovão 78 63,41%
trovoada 45 36,59%
Total de variantes
123 100,00%
Trovão - carta 27 – ALPR
Variante lingüística Ocorncia Freqüência
raio 6 17,65%
ronco 4 11,76%
arrebento 4 11,76%
rebento 4 11,76%
relampo 4 11,76%
trovejo 3 8,82%
trovejada 3 8,82%
tempestade 2 5,88%
tá brabo 1 2,94%
trovoada 1 2,94%
arrevento 1 2,94%
fuzil 1 2,94%
Total de variantes 34 100,00%
102
No ALPR, temos doze variantes lingüísticas, com trinta ocorrências, ao passo
que no EALMG temos apenas duas variantes lingüísticas para “trovão”. Notamos a
existência de apenas um termo coincidente entre os dois atlas lingüísticos:
“trovoada”. O que nos interessa nesta pesquisa é a quantidade de variantes
lingüísticas e não o número de ocorrências. Por esse motivo, pode-se dizer que o
ALPR mostrou mais produtividade lingüística do que o EALMG.
Análise qualitativa
Por meio de um quadro, mostraremos a tipologia dos tabus lingüísticos para
“trovão”:
disfemismo metáfora expr. gen. com ou sem restrição
-tá brabo (ALPR)
-trovejo (ALPR)
-trovejada(ALPR)
-trovoada (ALPR/ EALMG)
-fuzil (ALPR)
-raio (ALPR)
-relampo (ALPR)
-rebento (ALPR)
-arrevento (ALPR)
-ronco (ALPR) -tempestade(ALPR)
-arrebento (ALPR)
Com base no quadro acima, observamos que temos um maior número de
disfemismos (9), seguidos das expressões genéricas (2) e das metáforas (1).
4.1.1.8. TROVOADA
O fenômeno atmosférico “trovoada” apareceu em dois atlas lingüísticos, o
Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB) e o Atlas Lingüístico da Paraíba (ALPB).
Faremos uma análise quantitativa e qualitativa das variantes lingüísticas
encontradas.
Análise quantitativa
Exibimos aqui as tabelas correspondentes às ocorrências e às freqüências
dos dois atlas pesquisados:
103
Trovoada – ALPB
Variante
lingüística
Ocorrênci
a
Freqüênci
a
chuva forte 3 25,00%
chuvinha 2 16,67%
cai algum corisco 1 8,33%
chuva um pouco
grossa 1 8,33%
corisco 1 8,33%
cambueiro 1 8,33%
chuvas de
aguaceiros fortes 1 8,33%
trovão 1 8,33%
tempo de
trovoada 1 8,33%
Total de
variantes 12 100,00%
Análise qualitativa
Por meio de um quadro, mostraremos a tipologia dos tabus lingüísticos
correspondentes aos atlas lingüísticos analisados:
eufemismo Disfemismo Diminutivo
Hipocorístico
Expr. gen. com ou
sem restrição
-cai algum corisco
(ALPB)
-chuva um pouco
grossa (ALPB)
-chuva forte (ALPB)
-chuva de aguaceiros fortes
(ALPB)
-trovão (ALPB)
-tempo de trovoada (ALPB)
-cambueiro (ALPB)
-chuvinha (ALPB)
-corisco (ALPB)
Temos um maior número de disfemismos (5), seguidos dos eufemismos (2),
por fim, temos um exemplo de diminutivo e de expressão genérica. Embora os
Trovoada - APFB
Variante linística Ocorrência Freqüência
trovuada 14 45,16%
truvuada 9 29,03%
trivada 5 16,13%
trevuada 3 9,68%
Total de variante
s
31 100,00%
104
eufemismos estejam em menor número, ressaltamos o seguinte: em “cai algum
corisco” e “chuva um pouco grossa”, os termos “algum” e “um pouco” servem para
atenuar o efeito da trovoada, enquanto nos disfemismos, “forte” acentua o efeito
dela. Quando o entrevistado diz “chuvinha” para “trovoada”, ele realmente não faz
uma identificação exata do efeito real do termo.
105
Conclusões preliminares
Nosso propósito é verificar a tipologia dos tabus lingüísticos. Para tanto,
apresentamos um quadro dos diferentes termos pesquisados e as tipologias:
Fen. Atm. Euf. Disf. Dim. Hipo. Estran. Expr.gen Metáfora Meton. TT
chuva-de-
pedra
13 10 1 / / 3 / / 27
arco-íris 9 1 / 03 / 5 6 3 27
Eclipse / 4 / 3 / 3 / / 10
tempestade 5 15 / 2 / 4 / / 24
Estrela
cadente
5/ /7 / 4 / / 16
relâmpago 1 8 / / 2 2 / / 13
Trovão / 9 / / / 2 1 / 12
Trovoada 02 05 01 / / 01 / / 09
TT= 33 53 2 14 2 25 7 3 130
106
FEMENOS ATMOSFÉRICOS
Euf.
25%
Disf.
38%
Dim.
1%
Hipo.
11%
Estran.
1%
expr.gen.
17%
metáf.
5%
meton.
2%
Euf. Disf. Dim. Hipo. Estran. expr.gen. metáf. meton.
107
O campo semântico dos fenômenos atmosféricos foi analisado em oito
perguntas diferentes do QSL. Ao ser aplicada a tipologia dos tabus lingüísticos,
obtivemos nove tipos diferentes de classificação deles.
Observando o quadro acima, percebemos que, em termos de número de
variantes lingüísticas classificadas como tabus para os fenômenos atmosféricos,
temos o seguinte: em primeiro lugar, temos “arco-íris” e “chuva-de-pedra”, com vinte
e sete ocorrências; em segundo lugar temos “tempestade” com vinte e quatro
ocorrências; em terceiro lugar, temos “estrela cadente” com dezeseis ocorrências;
em quarto lugar, “relâmpago”, com treze ocorrências; em quinto lugar, “trovão”, com
doze ocorrências; em sexto lugar, “eclipse”, com dez ocorrências; em sétimo lugar,
“eclipse”, com dez ocorrências.
Pesquisamos a origem do medo na literatura de modo que é possível fazer
algumas referências a Delumeau (1989) em sua obra sobre o medo no ocidente. O
autor (1989:15) ressalta as razões ideológicas do longo silêncio sobre o papel e a
importância do medo na história dos homens. Salienta (1989: 21) que o historiador
não precisa procurar muito para identificar a presença do medo nos comportamentos
de grupos, pois é possível encontrá-lo dos povos ditos “primitivos” às sociedades
contemporâneas nos setores mais diversos da existência cotidiana. Ressalta a
existência do medo das forças da natureza e medo dos mortos, dentre outros e,
acima de tudo, medo do desconhecido, de tudo que precede e segue a existência do
homem.
Delumeau (1989:43) afirma que a literatura de ficção e as crônicas
apresentam uma visão estereotipada da tempestade no mar. Descreve-a da
seguinte forma: “ela se levanta de modo brutal e cai de repente. Vem acompanhada
de trevas (...). Os ventos sopram em todos os sentidos. Desencadeiam-se raios e
108
trovões.” Cita Rabelais no Quart Livre (cap. XVIII): “O céu começou a trovejar do
alto, fulminar, brilhar, chover, granizar; o ar a perder sua transparência, tornar-se
opaco, tenebroso e escurecido, sem que outra luz nos parecesse que não a dos
raios, clarões e refrações das flamantes nuvens.” Nos Lusíadas, Camões faz Vasco
da Gama dizer:
“[...] contarte longamente as perigosas cousas do mar, que os homens não
entendem, súbitas trovoadas tenebrosas, relâmpados
que o ar em fogo acendem:
negros chuveiros, noites tenebrosas, bramidos de trovões que o mundo fendem,
não menos te trabalho, que grande erro. Ainda que tivesse a voz de ferro.”
Delumeau ainda (1989:45) afirma que em A tempestade, de Shakespeare,
Gonzalo, no coração do perigo, declara preferir ao oceano a terra mais ingrata: “a
essa hora, daria bem mil jeiras de mar por um acre de terra estéril: uma grande
charneca, pinheiros queimados, qualquer coisa [...]”. Adiante, o autor (p.47) comenta
que os elementos desencadeados – tempestade ou dilúvio – evocavam para os
homens de outrora o retorno ao caos primitivo. Deus, no segundo dia da criação,
separara “as águas que estão sobre o firmamento” (Gênesis, 1:7). Se, com a
permissão divina, está claro, elas transbordam novamente os limites que lhes
haviam sido designados, o caos se reconstitui. A propósito da tempestade
enfrentada por Pantagruell e seus companheiros, Rabelais escreve: “Crede que
aquilo nos parecia ser fogo, ar, mar, terra, todos os elementos em refratária
confusão.” (cap. XVIII) ”
Delumeau (1989: 48) ressalta que as populações costeiras, na Bretanha, por
exemplo, comparavam o mar em fúria a um cavalo sem cavaleiro, ou a um cavalo
que salta para fora de seu campo ou, ainda, a uma égua enfurecida. A tempestade
não era, portanto, considerada – e vivida – como um fenômeno natural. Na origem
de sua demência, suspeitava-se facilmente de feiticeiras e demônios (...).”
109
Ainda em A tempestade, Ariel, espírito do ar, conta a Próspero como, segundo
as instruções deste, ele “organizou o furacão:
(...) Fiz flamejar o terror. Por vezes eu me dividia e queimava em toda parte: no
mastro, na gávea, nas vergas, no gurupé, acendia chamas distintas que se
reencontravam para juntar-se. Os raios de Júpiter, precursores do terrível trovão,
não são mais instantâneos, nem mais fugidios ao olhar.
Delumeau (1989:50) relata que em meio à tempestade contada por Ariel na
peça de Shakespeare, o filho do rei, Ferdinando, tomado de pavor, lança-se à água
gritando: “O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui.”
Ligado a esse tema, em nossa pesquisa fomos surpreendidos por um grande
número de variantes lingüísticas referentes a fenômenos atmosféricos, ou seja,
detectamos oito tipos diferentes relacionados à natureza: chuva-de-pedra, arco-íris,
eclipse, tempestade, estrela cadente, relâmpago, trovão e trovoada. Delumeau
(1989:70) reafirma a presença do medo em relação às forças da natureza
(tempestade, etc) à nossa volta:
Um medo por toda parte e sempre presente porque a natureza não obedece a
leis, porque tudo nela é animado, suscetível de volições inesperadas e
sobretudo de inquietantes manipulações por parte daquelas e daqueles que têm
pacto com os seres misteriosos que dominam o espaço sublunar e são portanto
capazes de provocar loucura, doenças e tempestades.
110
4.1.2. Campo semântico: ciclos da vida
Neste capítulo, trabalharemos com o campo semântico “ciclos da vida”.
Baseando-nos no Questionário Semântico-Lexical (QSL), abordaremos dois termos
que pertencem ao campo em questão: “menstruação” e “entrar na menopausa”. No
item “menstruação”, faremos um estudo comparativo entre três atlas lingüísticos:
Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB), Atlas Lingüístico de Sergipe (ALS I) e
Atlas Lingüístico da Paraíba (ALPB), bem como as variantes lingüísticas presentes
nas cartas dos atlas selecionados.
O segundo termo a ser estudado é “entrar na menopausa”, que ocorreu em
dois atlas do nordeste: Atlas Lingüístico de Sergipe (ALS I) e Atlas Prévio dos
Falares Baianos (APFB). No final da análise dos dois termos pesquisados, faremos
uma análise comparativa entre eles a fim de verificarmos qual foi a tipologia do tabu
lingüístico que predominou nessa análise e qual termo teve maior incidência de
variantes lingüísticas classificadas como tabus lingüísticos.
4.1.2.1. Menstruação
0. Preliminares
O corpus é constituído das ocorrências das respostas dadas pelos
entrevistados nos seguintes atlas lingüísticos: Atlas Prévio dos Falares Baianos
(APFB), Atlas Lingüístico de Sergipe I (ALS I), Atlas Lingüístico da Paraíba (ALPB),
e que demonstrem esses tabus. Tomaremos por base o Questionário Semânitco-
Lexical (QSL) que consta dos Questionários 2001 do Projeto Atlas Lingüístico do
Brasil (ALiB). No presente trabalho, iremos analisar a seguinte pergunta do QSL:
“As mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
111
Centraremos nossa análise na resposta sugerida pelo QSL, ou seja,
“menstruação”.
O presente trabalho será norteado pela seguinte hipótese inicial:
- Quanto à variabilidade / diversidade lingüística, podemos, baseando-nos nos tabus
lingüísticos, fazer induções de natureza histórica a respeito do caráter “conservador”
ou “inovador” de um dialeto. Se os tabus lingüísticos contribuem para esta mudança
lingüística, então podemos afirmar que os tabus lingüísticos são fenômenos
lingüísticos de inovação ou de conservação?
Primeiramente, esta pesquisa reporta-se à Antropologia, pois, nessa área do
conhecimento, a questão do tabu aparece de forma contundente. Douglas
(1966:148) classificou cuidadosamente os contextos nos quais a sujeira corporal é
considerada poderosa. Segundo a autora, ela pode ser usada ritualmente para o
bem nas mãos daqueles investidos com poder de benção. O sangue, na religião
hebraica, era visto como fonte da vida, e não deveria ser tocado, exceto em
condições sagradas de sacrifício. Para Douglas (1966:149), a experiência social e
cultural é a chave que explica a irregularidade com que diferentes aspectos do corpo
são tratados nos rituais do mundo. Em alguns, a poluição menstrual é temida como
um perigo letal; em outros, isso não ocorre. Freud (1950) também compartilha da
mesma visão de Douglas, referente aos tabus, quando ele faz a distinção entre
tabus permanentes e tabus temporários. O primeiro refere-se aos ligados aos padres
e chefes, assim como às pessoas mortas e qualquer coisa pertencente a elas. Os
tabus temporários, por outro lado, podem ser ligados a certos particulares, tais como
a menstruação e o parto, aos guerreiros antes e depois de uma expedição, ou a
atividades especiais, tais como a pesca e a caça.
Dentre os estudos realizados sobre tabus lingüísticos, que são poucos,
apoiaremos nossas análises em Guérios (1979). Em suas pesquisas sobre o referido
112
tema, o autor apresenta uma definição e uma classificação para o termo. É
interessante observar em seu estudo sobre este tema que há uma carência de
exemplos de tabus lingüísticos presentes na língua portuguesa. O autor cita
exemplos de diversos lugares da Polinésia e outros, porém são muito escassos os
exemplos referentes ao Brasil.
Consultando as respostas dadas pelos informantes, assim como as notas
apresentadas pelo pesquisador, que teve que repetir a pergunta diante de uma certa
resistência do informante em dizer “menstruação”, constatou-se que essa lexia era
um tabu para aquela comunidade entrevistada. Guérios (1979: 77) não faz
referência direta à lexia simples “menstruação”, nem tampouco às suas variantes
lingüísticas. Porém, quando o autor reporta-se aos “tabus em nomes de membros do
corpo” (124), no capítulo 19, ele discute a questão do sangue e seu significado para
os diferentes povos:
“O sangue, em todos os povos, sempre representou papel importante – foi
considerado a sede da vida, da alma, ou confundido com a própria vida,
atribuindo-se-lhe força mágica ou sobrenatural, e, por conseqüência,
sujeito a tabuagem – sangue da vítima sacrificada, sangue de vítima de
homicídio, sangue de animal consagrado ou não.”
Análise qualitativa das variantes lingüísticas encontradas
Ressaltamos, aqui, que o dicionário é considerado fonte fidedigna para
considerar se determinada palavra, termo ou expressão faz parte da língua
portuguesa. Contudo, analisando o corpus selecionado, verificamos a existência de
outras variantes lingüísticas que, apesar de não estarem dicionarizadas, são formas
que foram comprovadas pela pesquisadora. A análise mais detalhada dessas outras
variantes lingüísticas será realizada posteriormente. Consultamos dicionários da
língua portuguesa a fim de verificar quais variantes lingüísticas já estavam
113
dicionarizadas. Constatamos em Ferreira (1999) que já existem variações
dicionarizadas para menstruação: “regra”, boi”, “chico”, “incômodo”, “lua”, dentre
outras que serão mencionadas posteriormente.
Uma prova de que o tabu lingüístico “menstruação”, ao mesmo tempo em que
denota um certo teor de “conservadorismo” do falante, proporciona também
momentos de inovação lingüística, pôde ser observada nas variantes lingüísticas
que não estão dicionarizadas e que apareceram nos atlas lingüísticos analisados:
APFB: “flor vermelha”, “matou o pinto”, “pote quebrado”, “quebrou o pote”;
ALS I: “estar movida”, “estar ofendida”, “estar de férias”, “meus tempo”, “estar sem
poder”;
ALPB: “tá de bode”, “tá de vaca”, “tá choca”.
De acordo com Guérios, existem meios de substituição dos vocábulos tabus,
pois, segundo ele:
“Se é vedado pronunciar uma palavra, se esta é tabu, então qual é o recurso
ou processo de que se lança mão para exteriorizar a idéia
expressa por ela,
uma vez que se faz mister exprimi-la?” (Guérios, 1979, p.11).
O autor ressalta que o recurso empregado são os meios indiretos e os meios
diretos dissimulados, i.e., substitutos que velem de qualquer modo o ser sagrado-
proibido. Para realizarmos uma análise qualitativa do corpus, baseamo-nos nos
estudos de Guérios (1979: 12) e elaboramos a seguinte tipologia:
114
eufem. ironia metáfora disfem. dim. Expr. gen.
-estar de
férias (ALS I)
-estar
ofendida
(ALS I)
-flor
vermelha
(APFB)
-estar de boi
(ALS I)
-matou o pinto
(APFB)
-boiada (APFB)
-boi (APFB)
-tá de boi
(ALPB)
-tá de vaca
(ALPB)
-tá choca
(ALPB)
-pote
quebrado
(APFB)
-quebrou o
pote (APFB)
-paquete
(TB)
-estar doente
(ALSI)
-doente (ALPB)
-estar assistida
(ALSI)
-tem que berrar
todo mês
(ALS I)
-estar movida
(ALSI)
-incomodada
(ALPB)
-estar incomodada
(ALSI)
-estar sem poder
(ALS I)
-lua (APFB)
-tá de bode (ALPB)
-chico
(APFB/
ALPB)
-os tempos (ALPB)
-meus tempos (ALS
I)
-menstruada (ALPB)
-estar de regra
-regra (ALS I)
- regular (ALS I)
-as regras (ALPB)
-regula (APFB/
ALS I)
-estar menstruada
(ALSI)
-ter as regras
(TIETA)
Consultamos o dicionário a fim de verificar a existência de sinônimos da lexia
simples “menstruação” já dicionarizados. Dessa forma, confirmamos as variantes
constantes em Ferreira (1999:1317) e que coincidem com as variantes dos atlas
estudados, ou seja, “regras, boi, chico, lua, paquete, incômodo”.
“[De menstruar + - cão] S. f. Fisiol. Gim. 1. Perda fisiológica de sangue de origem
uterina, de caráter cíclico, e que, habitualmente a cada período de cerca de quatro
semanas (...)".
[Sin.: catamênio, menorréia, menarquia, mênstruo, regras e (pop.) boi, chico¹,
conjunção, costume¹, embaraço, escorrência, incômodo, lua, mês, paquete,
período, pingadeira, purgação do mês, sangue, veículo, visita, volta-da-lua] 2.
Período menstrual (q.v.)”
Análise quantitativa
Realizamos a coleta do corpus seguindo algumas etapas: leitura criteriosa
das cartas lingüísticas e organização de tabelas que demonstrassem a ocorrência
tanto do tabu lingüístico quanto das variantes relacionadas à mesma lexia que
correspondia ao tabu. Em seguida, elaboramos tabelas que mostrassem, por meio
de um levantamento estatístico, os tabus que tivessem o maior número de variantes
lingüísticas. Com vistas a um tratamento interpretativo, observou-se a etimologia e a
origem de algumas palavras em dicionários da língua portuguesa. Inicialmente,
115
apresentamos uma tabela que contém a distribuição da ocorrência, bem como
outras informações relativas a algumas variáveis e sua distribuição, e a análise dela.
A seguir, apresentamos as tabelas que mostram a distribuição das ocorrências nos
atlas em questão.
Menstruação - APFB
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
boi 37 74,00%
lua 6 12,00%
boiada 1 2,00%
flor vermelha 1 2,00%
matou o pinto (1a menstruação) 1 2,00%
pote quebrado 1 2,00%
quebrou o pote 1 2,00%
regula 1 2,00%
chico 1 2,00%
Total de variantes 50 100,00%
Menstruação - ALS I
Variante lingüística Ocorncia Freqüência
estar doente 5 16,67%
estar assistida 4 13,33%
estar menstruada/ estou menstruada 4 13,33%
estar de boi 3 10,00%
estar incomodada 2 6,67%
estar de regra 2 6,67%
estar movida 2 6,67%
tem que berrar todo o mês 1 3,33%
estar ofendida 1 3,33%
estar de férias 1 3,33%
regula 1 3,33%
meus tempo 1 3,33%
incomodada 1 3,33%
regra 1 3,33%
estar sem poder 1 3,33%
Total de variantes 30 100,00%
116
A lexia de maior freqüência é a mesma em dois dos três atlas pesquisados,
ou seja, “boi”, para o ALPB com 23,33% , e o APFB com 74%. Já no ALS I
encontramos a expressão “estar de boi” com 10% de freqüência. Como pudemos
observar, a alusão ao “boi” aparece nos três atlas pesquisados. A figura do boi está
presente no folclore baiano e Vianna (1981: 33) disserta sobre os folguedos
folclóricos, como o bumba-meu-boi, e sobre o folclore infantil, como o acalanto, que,
segundo a autora (1981: 51), estão em franco desaparecimento nas zonas urbanas,
quiçá até nas rurais. Ao falar da linguagem popular baiana, Vianna (1981:12)
ressalta que, para doenças, o baiano comum tem o seu ementário, sendo que se
refere a "dor-de-madre”, “dor-do-mês” ou “dor-de-boi” para cólica menstrual.
Menstruação - ALPB
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
boi 14 23,33%
doente 10 16,67%
tá de boi 9 15,00%
os tempos 6 10,00%
chico 5 8,33%
tá de bode 5 8,33%
as regras 4 6,67%
menstruada 3 5,00%
incomodada 2 3,33%
tá de vaca 1 1,67%
tá choca 1 1,67%
Total de Variantes 60 100,00%
117
4.1.2.2. ENTRAR NA MENOPAUSA
A pergunta 122 do QSL é:
“Numa certa idade acaba a/ o __________ (cf. item 121). Quando isso
acontece se diz que a mulher ____?”
A expressão “entrar na menopausa” ocorreu em dois atlas do Nordeste, o
Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB) e o Atlas Lingüístico de Sergipe (ALS I). O
primeiro atlas apresentou três variantes lingüísticas para o termo em questão.
Análise quantitativa
Apresentamos duas tabelas em que aparecem as variantes lingüísticas e as
ocorrências para o termo em questão:
Menopausa- APFB
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
amarrar o facão 41 95,35%
cair o facão 1 2,33%
quebrar o facão 1 2,33%
Total de variantes 43 100%
Menopausa - ALS I – carta 92
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
amarrar o facão 17 85,00%
tirar o facão 1 5,00%
vai amarrar 1 5,00%
se amarrou 1 5,00%
Total de variantes 20 100%
118
Nas tabelas acima, observamos que no APFB temos a seguinte disposição:
“amarrar o facão” (41), “cair o facão” (1) e “quebrar o facão” (1), totalizando 43
ocorrências. Já o ALSI mostra quatro variantes lingüísticas, sendo que a de maior
ocorrência, “amarrar o facão” (17), é igual a de maior ocorrência no APFB.
Seguindo, temos: “tirar o facão”, “vai amarrar” e “se amarrou”, todas com uma
ocorrência apenas.
Análise qualitativa
Comparando os dois atlas, APFB e ALSI, observamos semelhanças, como a
presença da palavra “facão” em diferentes formações: “amarrar o facão”, “cair o
facão”, “quebrar o facão” e “tirar o facão”.
Consultamos no dicionário a definição do termo a fim de nos auxiliar nas
classificações. Conforme Ferreira (2004: 1311):
“[De men (o)-+- pausa- s.f. Fisiol.Gin. Cessação da menstruação; menostasia
[cf. Climatério]”
Buscamos classificar essas expressões conforme a proposta de Guérios,
contudo, percebemos que elas não se enquadraram exatamente na tipologia
apresentada. Os termos elencados foram, em sua totalidade, classificados como
metáforas.
A expressão “amarrar o facão” está dicionarizada em Ferreira (1999: 870) sob
a entrada “facão”:
“[De faca¹
+ ão¹] s.m. 1.v. faca¹ (1) (...) * Amarrar o facão. Brás. Pop. BA. Chegar
ao climatério (...)”.
119
Consideramos as expressões elencadas metáforas, pois existe uma
comparação implícita com “facão” e “amarrar”, simbolizando o fim da atividade
sexual da mulher. No documento escrito por Rossi (1965), autor do APFB, a
expressão “amarrou o facão” foi classificada como metáfora, nos pontos
questionados em São José das Itapororocas e Tanquinho. Nas notas referentes à
carta 96 do ALS I, não há explicação referente à origem das expressões registradas
no atlas. O contexto dos informantes também não auxilia muito em relação à origem,
nem dá explicações quanto à utilização das expressões elencadas no ALS I:
“29 (inf. B): Disse antes: ‘vai amarrar’.”
“53 (inf. A): ‘se amarrou’”.
As notas do ALS I apenas nos informam que, “em virtude do interesse
predominante e prioritariamente lexical da informação contida nesta carta, não se
leva em conta a diversidade de formas flexionais anotadas.” Concluímos que entre
os dois atlas, APFB e ALS I, existem muitas semelhanças nas ocorrências
encontradas que podem se dar devido a dados extra lingüísticos, tais como, a
história política dos Estados da Bahia e do Sergipe, a sua formação populacional, a
semelhança de colonização, a vizinhança geográfica e, numa perspectiva sincrônica,
a atividade de pequena lavoura predominante na área rural. Tais fatos podem
explicar as coincidências já ressaltadas por Antenor Nascentes (1958) ao considerar
como um único falar, o “falar baiano”, a realidade lingüística dos dois Estados,
evidenciada pelas cartas dos atlas lingüísticos da Bahia (APFB) e do Sergipe (ALS
I). De acordo com Carlota (1987)
12
, existe um grande número de isoglossas,
confirmando a classificação do mestre filólogo. Ela afirma, contudo, que há
isoglossas de menor amplitude, que demonstram a existência de diversidade dentro
12 Diversidade do português do Brasil
120
da área, e que detectamos como as diferenças entre os dois atlas lingüísticos
pesquisados.
Considerações finais
Apresentamos uma análise comparativa entre os dois termos pesquisados:
“menstruação” e “entrar na menopausa”. O primeiro termo apresentou maior número
de variantes lingüísticas, além do fato de que pudemos classificar um maior número
de tabus lingüísticos. Estes foram classificados como: eufemismos, hipocorísticos,
disfemismos, diminutivos, modificados foneticamente e expressões genéricas com
ou sem restrição. As variantes lingüísticas para “entrar na menopausa”, por outro
lado, foram apenas classificadas como metáforas.
Tivemos por objetivo descrever os aspectos semântico-lexicais no que tange
à língua portuguesa, com enfoque na identificação dos tabus lingüísticos
manifestados no Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB), no Atlas Lingüístico de
Sergipe I (ALS I) e no Atlas Lingüístico da Paraíba (ALPB). Oferecemos, assim, aos
interessados, uma amostragem de estudo possível sobre as variantes lingüísticas do
Brasil e uma reflexão sobre elas, ampliando o universo de estudo existente.
Buscamos também contribuir para o entendimento dos mecanismos de controle
social existente na língua portuguesa que se impõem ao falante por meio dos tabus.
Podemos observar que, no que se refere ao termo “menstruação”, a lexia
“boi” teve o maior número de ocorrências no corpus, equivalente a 69,81% de todas
as ocorrências. Observamos que algumas palavras elencadas por alguns dicionários
como sinônimos de menstruação apareceram também nesse corpus. Constatamos,
ainda, que as formas: “regras”, “boi”, “chico”, “incômodo”, “lua” e “paquete” estão
dicionarizadas. Relatamos a existência de neologismos, isto é, criações
apresentadas pelo informante pesquisado, ou seja, “flor vermelha”, “matou o pinto”,
121
“pote quebrado”, “quebrou o pote”, “estar movida”, “estar ofendida”, “estar de férias”,
“meus tempo”, “estar sem poder”, “tá de bode”, “tá de vaca” e “tá choca”.
No início deste trabalho, levantamos a seguinte hipótese: se os tabus
lingüísticos contribuem para a mudança lingüística, então podemos afirmar que os
tabus lingüísticos são fenômenos lingüísticos de inovação ou de conservação.
Verificamos, no caso dos atlas lingüísticos analisados, que o tabu lingüístico
apresenta indícios tanto de inovação quanto de conservação lingüística, pois
existem variantes lingüísticas que se utilizam dos meios de substituição do tabu
lingüístico apresentados por Guérios, como no caso dos hipocorísticos, dos
disfemismos, do diminutivo, da substituição por um sinônimo simples ou locucional.
Finalizando, citamos o caso em que o vocábulo tabu é substituído por uma
expressão genérica com ou sem restrição. Em relação aos elementos de
conservação lingüística, confirmamos a hipótese de que, no caso do tabu lingüístico
“menstruação”, os informantes optam pelo uso das variantes.
Buscamos, por meio deste trabalho, contribuir para os estudos dos aspectos
semântico-lexicais dos atlas lingüísticos e esperamos que estudos posteriores
venham a ampliar o campo de estudos geolingüísticos e dialetológicos. Ressaltamos
que, embora existam peculiaridades na constituição dos diferentes atlas lingüísticos
publicados no Brasil, é possível que façamos estudos acerca de semelhanças e
diferenças presentes neles.
Em nossa hipótese sobre a variabilidade lingüística e o caráter de inovação
ou de conservação de um tabu lingüístico, entendemos que, para se referir à
“menstruação”, os informantes mostraram-se mais conservadores, utilizando-se de
mais variantes lingüísticas do que para se referir a “entrar na menopausa”.
Na primeira hipótese, referente à diversidade lingüística e à ocorrência de
tabus lingüísticos de forma diferenciada em diferentes regiões do Brasil, observamos
122
que, no campo semântico “ciclos da vida”, o termo menstruação apresentou mais
variantes lingüísticas em diferentes atlas lingüísticos na região Nordeste do Brasil
(BA, SE, PB). Comportamento similar aplica-se ao termo “entrar para a menopausa”,
que aparece na mesma região do Brasil (BA e SE). Desta forma, não pudemos
comprovar a primeira hipótese totalmente, pois os termos estudados não ocorreram
em atlas lingüísticos de outras regiões brasileiras. Na segunda hipótese, salientamos
que os atlas apresentam um maior número de variantes lingüísticas para
“menstruação”, como observamos no quadro abaixo:
MENSTRUAÇÃO
atlas lingüístico nº ocorrência nº variante
lingüística
ALS I 32 15
APFB 50 09
ALPB 60 11
MENOPAUSA
atlas lingüístico nº ocorrência nº variante
lingüística
ALS I 20 04
APFB 43 03
A seguir, apresentamos um quadro-resumo da tipologia dos tabus lingüísticos
e, com isso, pretendemos verificar qual foi a que predominou nesta análise:
123
ciclos da vida eufem. disfem. dim. ironia Expr. gen. metáfora TT
menstruação 03 11 01 07 10 03 35
entrar na
menopausa
/ / / / / 06 06
Total 0311010710 0941
CICLOS DA VIDA
eufem.
7%
disfem.
28%
dim. hipo.
2%
antífrase ironia
17%
Expr. gen.
24%
metáfora
22%
eufem.
7%
eufem. disfem. dim. hipo. antífrase ironia Expr. gen. metáfora
124
Com base no quadro-resumo acima apresentado, observamos que os
disfemismos (11) e as expressões genéricas (10) aparecem em maior quantidade,
seguidas dos das antífrases/ironias (04), e, por último, dos eufemismos (03) e
diminutivos (01).
Assim, observamos que os disfemismos apareceram em maior quantidade,
seguidos das expressões genéricas, das ironias, dos diminutivos e dos
hipocorísticos. Concluindo, podemos afirmar, com base nos dados levantados, que
os disfemismos predominam no campo semântico “ciclos da vida”, lembrando que o
emprego do disfemismo tem por função agravar o termo tabuizado.
125
4.1.3. Campo semântico: convívio e comportamento social
A presente pesquisa iniciou-se, primeiramente, com o estudo das variantes
lingüísticas referentes à pergunta 142 do QSL, do campo semântico “convívio e
comportamento social”, encontradas nos seguintes altas lingüísticos: Atlas
Lingüístico dos Falares Baianos (APFB) e Atlas Lingüístico de Sergipe (ALS I):
“... a mulher que se vende para qualquer homem?”
A resposta sugerida pelo QSL é “prostituta”.
Análise quantitativa
Primeiramente, apresentamos as tabelas que mostram as variantes
lingüísticas, suas ocorrências e respectiva freqüência.
Prostituta - ALS I - Carta 112
Variante lingüística OcorrênciaFreqüência
Solteira 9 30,00%
Quenga 5 16,67%
mulher solteira 4 13,33%
Mulher dama 3 10,00%
Dama 3 10,00%
meretriz 3 10,00%
Mulher (es) da rua 2 6,67%
À-toa 1 3,33%
Total de variantes
30 100%
Prostituta - APFB
Variante lingüística Ocorncia Freqüência
rapariga 21 30,00%
barredeira 10 14,29%
meretriz 9 12,86%
vasora 9 12,86%
quenga 7 10,00%
mulher dama 4 5,71%
dama 3 4,29%
mulher soltera / solteira 2 2,86%
fora do lugar 1 1,43%
quando é muito devassa 1 1,43%
Total de variantes
70 100%
126
O APFB apresentou dez variantes lingüísticas para prostituta: “rapariga” com
vinte e uma ocorrências e 30% de freqüência, “barredeira” com dez e 14,29%,
“meretriz” e “vasora” com nove ocorrências e 12,86%, “quenga” com sete e 10%,
“mulher dama” com quatro e 5,71%, “dama” com três e 4,29%, “mulher solteira” com
duas e 2,86%, “fora do lugar” e “quando é muito devassa” com uma ocorrência e
1,43%. O ALS I, por sua vez, possui nove variantes. Mostraremos, por meio de um
quadro comparativo entre os dois atlas, termos que coincidiram entre eles e a
respectiva ocorrência:
APFB ALS I
Quenga 07 05
Mulher soltera/ solteira 02 04
Dama 03 03
Mulher dama 04 03
Meretriz 09 03
Total 25 27
Na análise comparativa, os termos em comum nos dois atlas são cinco:
“quenga”, “mulher solteira/soltera”, “dama”, “mulher dama” e “meretriz”. Dos termos
não coincidentes, observamos nos atlas o seguinte:
No APFB: “rapariga”, “barredeira”, “vasora”, “fora do lugar”, “quando é muito
devassa”;
No ALS I: “à-toa”, “mulher”, “mulher (es) da rua”.
Com base na tipologia de Guérios (1979), temos a seguinte classificação das
variantes elencadas :
127
Antífrase Disfemismo hipocorístico Expressão genérica com
ou sem restrição
Elipse
-Dama
(APFB/ALS I)
-mulher dama
(APFB/
ALS I)
-fora do lugar (APFB)
-quando é muito devassa
(APFB)
-mulheres da rua (ALS I)
-meretriz (ALS I/ APFB)
-rapariga (APFB)
-vasora (APFB)
-vasora (APFB)
-mulher (ALSI)
-mulher solteira (APFB/ALS
I)
-barredeira (APFB)
-solteira
(ALS I)
- à toa (ALSI)
Exibimos um quadro-resumo da tipologia do termo “prostituta”:
tipologia
disfem. hipo. antífrase
ironia
Expr.
gen.
elipse TT
prostituta
05 02 02 04 01 14
CONVÍVIO
disfem.
53%
hipo.
17%
antífrase ironia
9%
Expr. gen.
17%
elipse
4%
disfem.
53%
disfem. hipo. antífrase ironia Expr. gen. elipse
No corpus conjunto, constante das duas obras literárias analisadas e dos atlas
lingüísticos, observamos que, nas classificações, temos um número maior de
disfemismos (05): “fora do lugar”, “quando é muito devassa”, “mulheres da rua”,
“meretriz”, “rapariga”. Em seguida, temos os hipocorísticos: “quenga”, “vasora”.
128
Depois, temos expressões genéricas com ou sem restrição: “mulher” (ALSI), “mulher
solteira” (APFB/ALS I), “barredeira” (APFB). E, com dois exemplos, a antífrase ou
eufemismo: “mulher-dama”, “dama”.
Nos dois atlas lingüísticos analisados, APFB e ALSI, também classificamos
um maior número de variantes como expressões genéricas com ou sem restrição:
“mulher solteira”, “solteira”, “mulher”. Em número igual de ocorrências, temos os
eufemismos, disfemismos e hipocorísticos. Nos atlas encontramos a elipse “à-toa”
que, corresponde à expressão “mulher-à-toa”.
Consultamos os dicionários de língua geral a fim de verificarmos se os termos
já estavam dicionarizados e, em caso afirmativo, se o sentido era o mesmo nos dois
casos. Os termos não dicionarizados por Ferreira são quatro: “barredeira”, “fora do
lugar”, “quando é muito devassa”, “mulher solteira”, sendo, portanto, neologismos.
Os termos dicionarizados por Ferreira são cinco: “dama”, “mulher-dama”,
“rapariga”, “mulher da rua” e “meretriz”. Todos os termos remetem à “meretriz”, que,
conforme o Ferreira (1999:1320), seria: “[Do lat. Meretrice] s.f. Mulher que pratica o
ato sexual por dinheiro (...)”.
Em número maior estão os termos dicionarizados, o que indica que a língua já
consagrou essas variantes como parte dela.
De todas as variantes lingüísticas, notamos a predominância do núcleo
“mulher” que formará os sintagmas: “mulher dama”, “mulher solteira”, “mulher da
rua”. Consultamos a definição dos termos nos dicionários de língua geral a fim de
verificar as semelhanças entre as variantes encontradas referentes à “prostituta”.
129
4.1.4. Campo semântico: Doenças
0. Preliminares
Primeiramente, buscamos na literatura disponível autores que discutissem o
tema da doença. Deparamo-nos com a história da doença. Esta introdução será
baseada, principalmente, nos estudos realizados por François Laplantine, em sua
obra Antropologia da doença (1991), e em Dilene Raimundo Nascimento et alli, no
que diz respeito à história brasileira das doenças. Conforme Laplantine (1991:27), os
escritores que melhor descreveram e analisaram o tema da doença foram: Kafka,
Proust, Katherine Mansfield, Virgínia Woolf e Celine Thomas Mann. Tais autores, por
sua capacidade de criação artística, tendem a uma exigência de verdade que
confere à literatura um valor científico inegável.
Na literatura, Laplantine (1991:54) ressalta que, em algumas obras, a doença
é vista como “coisa”. O autor afirma estar impressionado pelo fato de um grande
número de escritores utilizarem o termo “coisa” para designar a doença. Rilke
reporta-se à doença como a “grande coisa” (1941:86), enquanto Tolstoi (1979:48)
descreve-a como “coisa horrível que havia tomado corpo no organismo” de Ivan
Illitch.
Por meio de Laplantine (1991:125), pudemos compreender que o tema da
doença e da dor em La recherche du temps perdu (1927) é um dos maiores dos
quinze volumes da obra-prima de Marcel Proust.
Em uma nota de rodapé, mais precisamente a nota 7, Laplantine (1991:136)
afirma que a literatura romanesca fornece-nos numerosos exemplos em que o
escritor, o narrador e o herói apreendem com facilidade a doença. Assim, temos, por
exemplo, o ceticismo calmo e resignado de Tchekhov (particularmente em Ivanov e
130
Uma história banal), a atitude de Stevenson diante da tuberculose que suprime “a
paixão de viver”, o personagem de Michael Furey em The Dead (1978), de Joyce ou,
ainda, os romances de Virgínia Woolf.
Em suas pesquisas sobre a antropologia da doença, Laplantine (1991:149)
conclui que a vitória pela doença que caracterizava o romance de Proust, de
Thomas Mann, de Hermann Hesse, é substituída, a partir de então, pela vitória
sobre a doença. O autor (1991:102), ao tratar do modelo da doença maléfica,
observa que: “A doença é nociva, perniciosa, indesejável. Ela é completamente
privadora: é a anormalidade ou a anomalia que deve ser evitada – por ser uma rede
muito densa de tabus nas sociedades tradicionais, pela profilaxia e a prevenção em
nossas sociedades – e, quando ela se produz, deve ser combatida seja frontalmente
por uma contra-agressão, como no caso da terapia antibiótica, seja lateralmente por
uma correção quantitativa, como no caso das terapias de inspiração psicológica.”
Ele questiona a procedência da extrema dificuldade de ser canceroso em nossa
sociedade (como, com efeito, o ser humano poderia conseguir uma identificação
satisfatória com aquilo que é percebido por todos como o próprio mal em seu
princípio, e continuar a viver em sociedade?) e a repugnância que quase todos nós
sentimos ao pronunciar a própria palavra “câncer”.
Laplantine (1991:242) considera que o fato de hoje assistirmos a uma
desmistificação do progresso infinito da medicina, bem como da utopia de um
indivíduo sem males e de uma sociedade perfeitamente sã, não invalida, na opinião
do autor, o caráter eminentemente religioso do fenômeno considerado. A
transgressão do tabu – ou seja, as críticas vindas, ao mesmo tempo, do interior da
medicina (e que são julgadas como um ato de traição) e de seu exterior (que
aparecem desta feita como uma suprema ignorância reforçada por uma imensa
131
ingratidão) – implicam, com efeito, a existência do sagrado, que alguns adoram e
outros profanam.
Reportamo-nos, neste momento, ao livro de Nascimento (2004) sobre a
história brasileira das doenças. A autora inicia sua discussão apontando para os
significados distintos de morte a cada época. No caso das epidemias, por exemplo –
cujas características são o grande número de vítimas, a impotência diante da morte
e a exclusão dos doentes -, a explicação para a morte pode mudar: da
inevitabilidade do castigo divino, numa época, passa-se à revolta, ao terror e à
discriminação, em outra. Ângela Pôrto (2004:20), outra contribuidora deste livro,
buscará na obra poética de Manuel Bandeira a fonte para construir sua história de
doenças. Sem negar o valor das abordagens que se utilizam de fontes científicas
sobre a tuberculose, a autora aponta uma lacuna existente nesses trabalhos: a
ausência da experiência individual e intransferível de se estar tuberculoso. Assim,
ela utiliza o conceito de “trajetória de vida” para compreender como o impacto da
tuberculose sobre a vida de Bandeira desencadeou um movimento de destruição e
reconstrução de si, de forma a lhe garantir, ainda que marcado pela doença, a
sobrevivência e a lhe permitir afirmar-se no mundo que o circundava. A autora
mostra que o projeto poético de Manuel Bandeira é a chave para a superação de
sua condição de tísico.
Barbosa (2004:83) menciona a publicação (no final de julho de 1855, e por
duas vezes no mês de setembro) de um artigo em O comercial que tenta exprimir o
clima de expectativa e de temor quanto à possibilidade de uma epidemia no Ceará:
“O cólera ... a esta palavra de temor e de morte não há quem se não sinta abalar-lhe
o ânimo, quem se não sinta possuir de uma apreensão de dor e de recordação
afetiva...”. Mais adiante, Barbosa (2004:84) reporta-se ao artigo publicado no mesmo
jornal, porém em data diferente – 20/09/1855 – em que a simples pronúncia da
132
palavra referente à doença é capaz de gerar incômodo: “Ao som da palavra cólera
quem se não sente comover profundamente! Quem pode ouvir tranqüilamente o
horrível grito de morte! Todos estremecem perguntando interiormente a Deus, com
os olhos no Céu: - Senhor qual será a minha sorte?”.
Pôrto (2004:103), no artigo Tuberculose: a peregrinação em busca da cura e
de uma nova sensibilidade, ressalta que a tísica aparece como símbolo de tudo o
que, requintado e delicado, não se enquadra no padrão social vigente. Salienta que
a literatura romântica da primeira metade do século XIX representará os tísicos
como indivíduos libertos de quaisquer preocupações materiais, unicamente
envolvidos com a redefinição de sua individualidade ou de sua identidade num
mundo em que tudo é estranho, e até mesmo adverso, à sua sensibilidade. Por
outro lado, a experiência da doença será trabalhada com o objetivo de afirmação da
vida criadora. Doença e arte, neste caso, aliam-se quase que misticamente em
função da representação de um ideal que se expressaria socialmente pelo
rompimento das convenções. A autora atesta que, mesmo depois de o período
romântico haver cedido lugar a uma outra forma de sentimento do mundo – desta
vez mais realista e consentânea com o que poderíamos chamar de mentalidade
burguesa -, era comum identificar, em alguns jovens escritores, estágios de uma
sensibilidade para com a doença, mais própria dos inícios do século XIX, a ponto de
“ser escritor” e “morrer tuberculoso” se constituírem em aspirações intimamente
associadas nos sonhos dos intelectuais de dezoito anos. A autora (2004:106) retrata
a evolução da imagem da tuberculose, na virada do século XIX para o século XX
que, embora ainda se encontrem, nos inícios do século XX, reminiscências de uma
aura romântica desenvolvendo a figura do tuberculoso, a doença tende a ser tratada
muito mais como fruto de condições sócio-econômicas precárias. A literatura
realista-naturalista, quando tematiza a tuberculose, tirará partido da equação miséria
133
/ doença / decadência moral como uma forma de leitura da sociedade, buscando,
sem necessariamente desculpar o doente pelo seu mal, chamar a atenção para a
urgência de intervenções médico-institucionais que refreiem a disseminação da
dupla miséria humana.
É ainda Pôrto (2004:107) quem afirma que doentes e sadios procuram
sistematicamente a redefinição de suas identidades, valendo-se para tal de toda
ordem de expedientes, como a estigmatização e a metaforização, pela qual se torna
possível falar sobre a doença, resguardando-se ao mesmo tempo de uma intimidade
indesejável ao nível da linguagem.
Neste mesmo contexto, Ricardo Augusto dos Santos, em Representações
sociais da peste e da gripe espanhola (2004:128), salienta que:
apesar das diferenças de tempo e espaço, não há como negar as
manifestações simbólicas coletivas invariáveis nas epidemias. Por
exemplo, em várias ocorrências de peste, gripe ou cólera, a
associação entre a doença e castigo divino está presente. De forma
análoga, indivíduos de comportamento “suspeito” foram e são
apontados como propagadores do mal, sejam pobres, judeus,
irlandeses ou negros, mas, sempre existe um elemento sempre
constante: o medo (...).
Santos (2004: 129) ressalta que está nos textos e na iconografia medieval a
presença da justiça divina imposta aos mortais como a razão para as epidemias. O
flagelo era explicado como um castigo dos deuses contra os pecados cometidos
pelos homens. Nota-se um grande número de imagens representando criaturas
divinas lançando flechas contra as pessoas.
No campo semântico denominado por nós como “doenças”, verificamos a
incidência dos seguintes exemplos:
1.Tuberculose
2. Erisipela
134
4.1.4.1. Tuberculose
O corpus é constituído pelas respostas dadas nas entrevistas realizadas para
dois atlas lingüísticos estaduais: Atlas lingüístico de Sergipe II (ALS II) e o Atlas
Lingüístico do Paraná (ALPR). A pergunta do QSL que motivou a presente pesquisa
é a seguinte: “Uma doença que a pessoa fica magra, amarela, tosse muito, às vezes
escarra sangue?” A resposta sugerida para a pergunta citada é “Tuberculose”.
No ALSE II, há uma nota do autor referente ao tabu do termo citado "um
número considerável de informantes disse não conhecer lexia específica para
designar a pessoa acometida de tuberculose, o que se pode explicar pelo tabu que
existe em pronunciar o nome da doença ou o portador dela. Registraram-se dez
ocorrências de tuberculoso e uma de tísico”.
Análise qualitativa
Com base na classificação de Guérios (1979:12), adaptamos, ou melhor,
condensamos os processos de substituição do tabu lingüístico para os seguintes
itens de substituição da palavra tabu conforme mostra a tabela abaixo:
135
Tabela 1. classificação dos tabus lingüísticos
Eufemismo
disfem. Dim./
hipo.
metonímia Expr. genérica
-bronquite (ALPR)
-mancha/ Mancha no
purmão (ALPR)
-doença/duença da
magra/ magra(ALPR)
-a fina (ALS II)
-(a)taca os pulmões
(ALPR)
-tá duen (te) dos pormão
(ALPR)
-fraqueza nos purmão
(ALPR)
-purmão fraco (ALPR)
-Duença dos purmão
(ALPR)
-tá sofrendo do pulmão
(ALPR)
-tísico (ALPR)
-Doença ruim
(ALS II/)
-Nó na tripa
(ALPR)
-Aquela doença
(ALPR)
-Corpo seco
(ALPR)
-tuberculoso (a)
(ALS I/ ALPR)
-a fininha
(ALS II)
-Duença de
seca (ALPR)
-dos pulmão/
dos purmão
(ALPR)
-diabete (ALPR)
-tiriça (ALPR)
-hepatite (ALPR)
-Chaga (ALPR)
-Hética (ALPR)
Além de apresentar um maior número de variantes lingüísticas, o ALPR
apresenta um maior número de termos que podem ser classificados como tabus
lingüísticos, como vimos na tabela acima. O ALPR apresenta os seguintes
substitutos para a palavra tabu: eufemismos, disfemismos e expressões compostas
formadas pelo termo “doença”. Enquanto que o ALS II apresenta apenas dois
substitutos para a palavra tabu: o disfemismo “doença ruim” e a diminutiva “fininha”.
Recorremos ao dicionário Ferreira (1999:2013) a fim de verificar se as
variantes lingüísticas encontradas nos dois atlas correspondem aos sinônimos do
dicionário pesquisado. Reproduzimos aqui os sinônimos constantes no dicionário
para “tuberculose”:
“[(...) A tuberculose pulmonar, ou simplesmente tuberculose, é conhecida, ainda, por
tísica pulmonar, ou apenas tísica e pelas denominações populares e eufêmicas
(delicada, doença do peito, doença-ruim, fininha, fraqueza do peito, magra, magrinha,
moléstia-magra, mal-de-secar, mal-dos-peitos, queixa do peito,seca (ê) (...) ]”).
136
Dos sinônimos dicionarizados que coincidem com as variantes lingüísticas
encontradas nos atlas lingüísticos temos:
ALPR: “magra”, “doença ruim”;
ALS II: “fininha”, “doença ruim”.
Análise quantitativa
TUBERCULOSE -ALS II
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
a fininha 2 40,00%
a fina 1 20,00%
doença ruim 1 20,00%
tuberculoso (a) 1 20,00%
Total de variantes 5 100,00%
TUBERCULOSE - ALPR - carta 72
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
bronquite 15 23,08%
magra 8 12,31%
doença/ duença do (s) purmão 7 10,77%
tá sofren do (s) pulmão 6 9,23%
duença/ doença (da) magra 6 9,23%
dos pulmão/ dos purmão 4 6,15%
diabete 2 3,08%
mancha/ mancha no purmão 2 3,08%
atacar os pulmões 1 1,54%
aquela doença 1 1,54%
chaga 1 1,54%
tá duen (te) dos pormão 1 1,54%
tiriça 1 1,54%
hepatite 1 1,54%
corpo seco 1 1,54%
purmão fraco 1 1,54%
nó na tripa 1 1,54%
hética 1 1,54%
duença de secá 1 1,54%
fraqueza nos purmão 1 1,54%
duença ruim 1 1,54%
(a) taca os purmão 1 1,54%
(a) quela doença 1 1,54%
Total de variantes 65 100,00%
137
O ALPR apresenta vinte e três variantes lingüísticas diferentes, ao passo que
o ALS II possui apenas quatro variantes lingüística para o termo “tuberculose”.
Com base nos dados coletados, observamos que os tabus lingüísticos estão
concentrados em maior número no ALPR do que no ALS II. Acreditamos, pautando-
nos também em pesquisas anteriores realizadas por nós, que o ALPR é mais
influenciado pelos tabus lingüísticos por apresentar mais variantes lingüísticas para
designar o termo “tuberculose”, confirmando, assim, a primeira hipótese. A segunda
hipótese está interligada à primeira, ou seja, os tabus lingüísticos colaboram para a
produtividade lingüística, como observado no caso do ALPR.
Não pretendemos esgotar o assunto por meio desta pesquisa, pois
apresentamos uma pequena faceta de estudo possível para o tema em pauta.
Trabalhamos com as variantes lingüísticas de dois atlas lingüísticos, a saber, o
ALPR e o ALS II, e buscamos estabelecer uma tipologia dos tabus lingüísticos
presentes em ambos os atlas mencionados com base em Guérios (1979).
Realizamos dois tipos de análises distintas: quantitativa e qualitativa. Na primeira,
verificamos que o ALPR é o atlas que apresenta um maior número de variantes
lingüísticas. Na segunda análise, constatamos que o ALPR apresenta um maior
número de tabus lingüísticos, classificados conforme os critérios por nós
estabelecidos no início da pesquisa.
Ressaltamos que o presente estudo pretende colaborar com subsídios
teóricos para os profissionais da área de ensino / aprendizagem da língua
portuguesa que atualmente tem apresentado uma vertente que tende a aplicar
estudos lingüísticos em sala de aula. Salientamos também que as gramáticas, assim
como os dicionários de língua, podem utilizar-se desta pesquisa para aprofundar o
138
estudo da palavra e de seu significado, assim como o estudo do emprego de
variantes lingüísticas é de grande valia para tradutores e terminólogos/ lexicógrafos.
139
4.1.4.2. ERISIPELA
A doença “erisipela” apareceu apenas no ALPR, carta 161. Aguilera (1994)
afirma, nas notas do referido atlas, que a questão foi formulada com base nos
semas: “doença pouco comum”, “inchaço”, “dor”, “vermelhidão na pela”, “cura
apenas com benzimento”.
Análise quantitativa
ERISIPELA - ALPR – Carta 161
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
Reumatismo 22 32,35%
Cobreiro 11 16,18%
Varizes 10 14,71%
Eczema 6 8,82%
Sarna 2 2,94%
Alergia 2 2,94%
Aquilo 2 2,94%
Grosserão 2 2,94%
Sarampo 1 1,47%
Mal de peles 1 1,47%
Trombose 1 1,47%
Sangue novo 1 1,47%
Duença ruim 1 1,47%
Ispinhela caída 1 1,47%
Esse coiso 1 1,47%
Inchação 1 1,47%
Inchaço 1 1,47%
Aquela duença 1 1,47%
As coisa 1 1,47%
Total de variantes
68 100%
Constatamos a ocorrência de dezenove variantes lingüísticas para “erisipela”
no ALPR, das quais as que obtiveram maior ocorrência foram: “reumatismo” (22),
“cobreiro” (11), “varizes” (10) e “eczema” (60), seguidos de “sarna”, “alergia”,
“aquilo”, “grosserão”, com duas ocorrências cada uma. As que tiveram menor
ocorrência foram: “sarampo”, “mal de peles”, “trombose”, “sangue novo”, “duença
140
ruim”, “ispinhela caída”, “esse coiso”, “inchação”, “inchaço”, “aquela duença”, “as
coisa” com apenas uma ocorrência cada uma. Com base na classificação proposta
por Guérios (1979:11-17), obtivemos a seguinte tipologia:
tabela da tipologia de erisipela
Eufemismo
Disfemismo Hipocorístico Expressão genérica
com ou sem
restrição
-sangue novo -cobreiro
-sarna
-trombose
-aquilo
-duença ruim
-aquela duença
-as coisa
-esse coiso
-grosserão
-mal de peles
-inchação
ispinhela caída -alergia
-inchaço
-reumatismo
-varizes
-eczema
-sarampo
Consultamos dicionários a fim de checar se os termos encontrados teriam
alguma relação com “erisipela”. Conforme Ferreira (2004: 786):
“[Do gr. Erysípelas, enrubescimento da pela; pelo lat. Erysipelas (com e breve)]
s.f. Med. Doença infecciosa contagiosa, estreptocócica, que atinge pele e plano
subcutâneo, e se caracteriza, clinicamente, pelo rubor e tumefação das áreas
lesadas, além de acarretar sintomas constitucionais [sin. (pop.): mal de ponte ou
mal-de-monte e (bras.) mal-da-praia, maldita e esipra]. A melhor forma seria
erisípela, mas o uso consagrou a forma paroxítona]”
Guérios (1979:14) ressalta que, no Brasil, a erisipela é chamada de maldita,
porém, em nosso corpus, constatamos a ocorrência de “as coisa” e “esse coiso”. O
autor (1979:138), ao tratar dos tabus em nomes de doenças, salienta, novamente,
que no Brasil falamos maldita para nos referirmos à erisipela. Já em latim,
empregou-se a locução sacer ignis, “sagrado fogo”, para a erisipela. Adiante,
Guérios comenta que, na Alemanha, tratam a erisipela por “a bela, a linda, a benta”,
com ou sem junção da palavra “doença”. Em nossa pesquisa, observamos a
ocorrência de “duença ruim” sem menção às outras formas mencionadas. O autor
comenta que há doenças que têm nomes de santos, que são empregados em vez
141
das denominações próprias, e são aqueles invocados como protetores. Em relação
à erisipela, o autor relata, que na Idade Média, chamou-se fogo de Santo Antão a
uma espécie de erisipela epidêmica. Não constatamos qualquer referência a nomes
de santos para denominar erisipela em nosso corpus. Na Alemanha, ele cita Sankt-
Ruprechts-Plage.
O termo “reumatismo” foi o que obteve a maior ocorrência dentre todas as
variantes lingüísticas. Buscamos, no dicionário, a definição desse termo a fim de
verificar se há alguma semelhança com “erisipela”. Ferreira (2004:1754) define
“reumatismo” da seguinte forma:
“(...) s.m. Med. designação imprecisa comum a várias doenças que se
caracterizam por inflamação, degeneração ou distúrbios metabólicos de tecido
conjuntivo principalmente articulações, músculos, bolsas sinoviais, e tendões (...)”.
Percebemos que isso não corresponde à definição de Ferreira para erisipela.
Nas notas do Atlas do Paraná (ALPR), a autora descreve uma das ocorrências da
seguinte forma: o entrevistador relata a dificuldade em se obter a resposta esperada
quando diz que teve que reformular a questão e que a resposta só foi dada na
revisão final. Além disso, algumas vezes a doença é descrita, mas não nomeada ou
então referem- se a ela como “aquilo lá”, como se, ao falar o nome da doença,
pudesse produzir algum efeito indesejado (p. 344, carta 161):
“21 (inf. A): Inicialmente observou: ‘aquilo minha tia sempre binzia aquilo
lá”.
“23 (inf. B): A resposta só foi obtida depois de se reformular duas vezes a
questão.”
“44 (inf. B): A doença foi assim descrita: ‘é as coisa que dá cocera e
fareleia a perna da pessoa”.
“03 (inf. B): Decodificou apenas como: ´reumatismo ... quinzema`.”
Baseando-nos nas respostas dos informantes acima explicitados, podemos
observar que o termo “erisipela” ou mesmo falar na própria doença é evitado e eles
utilizam-se de várias outras formas para se referir à doença em si.
142
1.4. Considerações finais
Retomamos aqui que, segundo Laplantine (1991:54), em algumas obras a
doença é vista como “coisa” e esse fato tem grande repercussão entre uma grande
parte de escritores que utilizam o termo “coisa” para designar a doença em si. Em
nosso estudo sobre doenças, também verificamos a ocorrência do termo “coisa”
para a doença “erisipela”, em que detectamos a incidência de “esse coiso” e “as
coisa”.
Apresentamos um quadro-resumo das doenças e da tipologia dos tabus
lingüísticos:
Tipologia hipo. disfem. eufem. dim. expr. gen. TT
tuberculose
/061201 05 24
erisipela
01 11 01 / 06 19
Total
01 17 13 01 11 43
DOENÇAS
hipo.
2%
disfem.
43%
eufem.
29%
dim.
2%
expr. gen.
24%
hipo. disfem. eufem. dim. expr. gen.
143
Das duas doenças em questão, tuberculose e erisipela, a primeira, com vinte
e três variantes lingüísticas no ALPR e quatro no ALS I, apresentou maior número
de ocorrências do que erisipela (19 ocorrências no ALPR) e bexiga na obra literária
Teresa Batista, com duas variantes. Considerando o corpus levantado e analisado,
podemos ressaltar que a região do Paraná destacou-se por ser a mais tabuizada,
apresentando maior número de variantes lingüísticas. O termo tuberculose
manifestou-se veementemente em nossas pesquisas, assim como observamos nos
estudos realizados sobre a história das doenças no início deste trabalho.
144
4.1.5.Campo semântico: corpo humano
No campo semântico “corpo humano”, trabalhamos com os seguintes termos:
“pomo-de-adão”, “verruga” e “útero”. O primeiro termo, embora ocorra apenas no
Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR), apresenta uma grande produtividade de
variantes lingüísticas, ao passo que o terceiro termo, apesar de estar presente em
três atlas lingüísticos, a saber, Atlas Lingüístico da Paraíba (ALPB), Atlas Lingüístico
do Paraná (ALPR) e o Atlas Prévio dos Falares Baianos (APFB), não apresenta
muitas variantes lingüísticas. Quanto ao segundo termo, detectamos também menos
ocorrências do que no primeiro caso. Iniciaremos este estudo com o termo “pomo-
de-adão”.
-
- 4.1.5.1. Pomo-de-adão
O corpus constituí-se dos dados constantes das cartas geolingüísticas do
ALPR, dos registros nas notas que precedem cada carta e das informações contidas
nas entrevistas. Utilizamos a pergunta 2.1.3. “esta parte alta do pescoço do homem?
(apontar)”, constante do item II: Homem, área semântica: corpo humano, do
Questionário Semântico Lexical (QSL). A resposta sugerida pelo questionário é
“pomo-de-adão”.
Primeiramente, buscamos o significado das expressões por meio do
dicionário da língua portuguesa e do dicionário de folclore e crenças.
Posteriormente, fizemos uma classificação das lexias selecionadas segundo a
classificação apresentada por Guérios (1979).
O Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR), publicado em 1994, com 191 cartas,
das quais 92 são lexicais, 70 fonéticas e 29 isoglossas (isófonas e isoléxicas), é
resultado da tese de doutorado de Aguilera, defendida em 1990 na UNESP/Assis.
145
Segundo a pesquisadora (2002:406), os fatos lexicais e fonéticos registrados nas
cartas têm proporcionado estudos variados ao longo desses anos: uma tentativa de
definição de áreas de isoléxicas e de isófonas e sua associação com os períodos de
ocupação sucessiva do território (Aguilera, 1997); estudos específicos sobre
determinados campos semânticos, como a análise da distribuição espacial das
variantes lexicais referentes ao campo semântico milho (Aguilera e Oliveira, 1999b);
a iotização como fenômeno rural brasileiro (Aguilera, 1989 e 1999a); o processo de
criação sígnica, em torno das variantes lexicais para alpargatas (Aguilera, 1998),
entre outros.
Apesar da importância de que se reveste cada um desses estudos como fonte
de conhecimento para a reconstituição da história do português do Paraná, nenhum
se deteve em analisar as palavras e expressões tabuizadas que muito colaborariam
para o estudo das variantes lingüísticas. Dessa forma, a linguagem, enquanto meio
de comunicação entre os homens, nunca corresponde, nem pode corresponder, a
um plano estritamente individual, pois forma-se na prática social, e serve para a
transmissão do conhecimento armazenado socialmente, passando de uma geração
a outra no processo social de formação e “culturalização”. O conhecimento não é
perfeito e definitivo, nem, portanto, absoluto, podendo sofrer deformações.
Centraliza sua análise na discutida possibilidade de alcançar a verdade objetiva no
processo do conhecimento, dado o condicionamento deste pelo interesse de um
grupo e pela influência da linguagem.
146
Análise quantitativa:
Apresentamos a tabela do ALPR com os dados encontrados:
POMO DE ADÃO-ALPR - Carta 69
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
garganta 9 13,04%
adão 6 8,70%
gogó 5 7,25%
caroço 5 7,25%
papo 4 5,80%
fruta do Adão 3 4,35%
(o) osso 2 2,90%
2 2,90%
pelote 2 2,90%
pecado 2 2,90%
gongo (s) 2 2,90%
nó do pecado 1 1,45%
pelota 1 1,45%
a papa 1 1,45%
fruta do pecado 1 1,45%
fruta 1 1,45%
jaca 1 1,45%
coiso de Adão 1 1,45%
congo 1 1,45%
fruitinha do pecado 1 1,45%
carocinho 1 1,45%
güela 1 1,45%
caro do pecado 1 1,45%
Crao de Pêssego 1 1,45%
fruto do pecado 1 1,45%
caro do pesco 1 1,45%
bola do pecado 1 1,45%
bola no pesco 1 1,45%
fruta que o Adão comeu 1 1,45%
gurgulinha 1 1,45%
ganga 1 1,45%
caroço da maçã 1 1,45%
gargalo 1 1,45%
gargalho 1 1,45%
osso da garganta 1 1,45%
gogozinho 1 1,45%
congó 1 1,45%
caro da garganta 1 1,45%
Total 69 100,00%
147
Análise qualitativa
Analisando o corpus selecionado, verificamos a existência de outras variantes
lingüísticas, que, apesar de não estarem dicionarizadas, são formas que foram
comprovadas pela pesquisadora.
A lexia composta “pomo-de-adão” apareceu muito pouco, de modo que
praticamente deu lugar para outras ocorrências como: “garganta”, “pelota”, “gongo”,
“a papa”, “fruta” de Adão”, “caroço da garganta”, “o osso”, “fruta”, “papo”, “gogó”,
“jaca”, “coiso de Adão”, “nó”, “pelote”, “congo”, “fruitinha do pecado”, “carocinho”,
“Adão”, “güela”, “caroço do pecado”, “crao de pêssego”, “nó do pecado”, “bola do
pecado”, “caroço”, “bola no pescoço”, “fruta que o Adão comeu”, “gurgulinha”,
“ganga”, “caroço da maçã”, “gargalo”, “gargalho”, “osso da garganta”, “gogozinho”,
“congo”, “pecado”, “fruta do pecado”, “fruto do pecado”, “caroço do pecado”. De
todas essas ocorrências, apenas “gogó” é apontado como variante pelo dicionário
Ferreira (2004). É ainda necessário observar que lexias como “garganta”, “papo”,
“gargalo” e “gargalho” não apresentam o mesmo significado. Contudo, podemos
dizer que “caroço”, pela definição do dicionário, mostra alguma semelhança com o
“pomo-de-adão”.
Muitas respostas remetem à história bíblica sobre Adão e o caroço da fruta do
pecado que ficou presa na garganta e originou o “gogó”. Outros informantes
mostram- se hesitantes em se referir a esse assunto e dizem desconhecer a palavra,
utilizando-se de formas equivalentes (p. 160, carta 69):
43 (inf. A): A resposta foi imediata: ‘fruto do pecado’.
“46 (inf. B): Hesitando: (...) gurgulinha, que eu sei que dizem (...)”.
“55 (inf. B): (...) isso aí que é formado do tempo de Adão e Eva qu(e)
inguliu a fruta e parô e ficô esse caroço aqui, né, mas o nome eu num
lembro o nome disso aí, não”.
“61 (inf. A): Hesitante, referiu-se à garganta e papo.”
148
Consultamos o dicionário Ferreira (2004) para verificar se as variantes constantes
no Atlas são consideradas como sinônimos e para conferir a explicação da lexia
composta:
“[De pomo+de+antr. Adão. (v. adâmico).] S.m. A saliência da cartilagem
tireóide (...) [Tb. Se diz apenas adão; sin.: gogó, maçã-de-adão, nó-da-
garganta, nó-da-goela, nó-de-adão. Pl.: pomos-de-adão.]
Lexia - Significado do dicionário Ferreira
Gogó “[alter-de-goela] S.m. Brás. Fam. V. pomo-de-adão” (p.994)
caroço (...)S.m. 4. pó. Glândula enfartada e endurecida; íngua. 5. Pop. Tumor ou
erupção cutânea (...)” (p.413)
Papo “papo1 [Dev. De papar] S.m. (...) 5. Pó. Aumento de volume do pescoço ,
provocado por diversas causas, esp. O bócio.”(p. 1491)
gargalho [Do rad. onom. Garg-, como no esp. Gargajo e no port. Garganta+ - alho]
S.m. escarro espesso, que se expele a custo.” (p. 970)
gargalo (...) S.m. 2. Burl. Pescoço, garganta 3. Fig. Obstáculo, empecilho [Cf.
gargalho.] (p.940)
garganta “(...) S.f. 1. Pó. Segmento anterior do pescoço contendo as vias que levam
da boca e do nariz, respectivamente, ao estômago e aos pulmões
(...)”(p.970)
Para realizarmos uma análise qualitativa do corpus, baseamo-nos nos
estudos de Guérios (1979: 12) a fim de apresentarmos a tipologia dos termos:
Hipo. Disfem. Dim. Exp. gen. com
ou sem restrição
meton. metáfora elipse
-coiso de Adão
-gogó
-crao de
Pêssego
-caroço da maçã
-congó
-caroço da
garganta
-nó do
pecado
-bola no
pescoço
-bola do
pecado
-papo
-jaca
-osso da
garganta
-pecado
-carocinho
-fruitinha do
pecado
-gurgulinha
-gogozinho
-garganta
-pelota
-güela
-gargalo
-a papa
-caroço
-congo
-ganga
-gargalho
-o osso
-pelote
-Adão
-fruta
-fruta do
Adão
-gongo (s)
-fruta que o
Adão comeu
-fruto do
pecado
-caroço do
pecado
-caroço do
pescoço
-fruta do
pecado
-nó
Considerações preliminares
Neste trabalho, elencamos alguns exemplos de tabus lingüísticos detectados
no Atlas Lingüístico do Paraná. Não nos comprometemos, porém, com uma análise
de todas as ocorrências possíveis, mas salientamos as que julgamos mais
149
representativas para esse estudo. Ressaltamos, aqui, a importante contribuição de
Augras (1989) ao afirmar que o tabu não designa apenas o caráter sagrado ou
perigoso de uma pessoa ou de uma coisa, mas também os dispositivos montados
para lidar com esses elementos.
Buscando um direcionamento dessa definição de “tabu” para “tabu
lingüístico”, podemos dizer que esses dispositivos montados para lidar com o
proibido são os meios de substituição dos vocábulos tabus. Baseando-nos em
Guérios (1979: 11-17), observamos que o recurso ou processo de que se lança mão
para exteriorizar a idéia expressa pela palavra tabu manifestou-se por meio dos
seguintes processos exemplificados com as respostas dadas no Atlas Lingüístico do
Paraná:
o vocábulo tabu é: substituído por um hipocorístico ou por uma antífrase;
substituído por um disfemismo; apresentado no diminutivo (como em: “carocinho”,
“fruitinha do pecado”, “gurgulinha” e “gogozinho”). De todos os substitutos
elencados, os relativos ao diminutivo e ao disfemismo apresentam maior número de
variantes lingüísticas.
A respeito desses substitutos apresentados por Guérios, podemos relacionar
ao que Ducrot (1972: 13) chama de “formas implícitas de falar”. A existência dessas
formas permite-nos dizer o que queremos quando temos a necessidade de dizer
coisas que não podem ser pronunciadas. Dessa forma, segundo Ducrot, essas
expressões permitem deixar entender sem acarretar a responsabilidade de ter dito,
por se acreditar que esse substituto seja neutro e não possa acarretar nenhum
malefício a quem o profere. Porém, podemos acreditar na neutralidade da palavra?
Os critérios que definem o que se pode ou não falar estão ligados, em parte, à
transferência de conhecimentos e cultura de um indivíduo para outro. Retomando o
150
que foi dito anteriormente, a linguagem, enquanto meio de comunicação entre os
homens, nunca corresponde, nem pode corresponder, a um plano estritamente
individual, pois forma-se na prática social e serve para a transmissão do
conhecimento armazenado socialmente, passando de uma geração a outra no
processo social de formação e “culturalização”. O conhecimento não é perfeito e
definitivo, nem, portanto, absoluto, podendo sofrer deformações. Centraliza sua
análise na discutida possibilidade de alcançar a verdade objetiva no processo do
conhecimento, dado o condicionamento deste pelo interesse de um grupo e pela
influência da linguagem.
O intuito desta pesquisa não é elaborar um modelo teórico relativo ao léxico.
Mas sim, por meio de um estudo diacrônico, apresentar uma abordagem de
avaliação da incidência de tabus lingüísticos e das variações produzidas em
decorrência deles.
Devido à pequena amostragem, não pudemos analisar a situação dos tabus
lingüísticos como um todo. Baseamo-nos em um corpus restrito para abordar, sob
diferentes ângulos, a tipologia desses tabus lingüísticos e sua influência na língua de
uma determinada região, com sua cultura própria.
Julgamos ter apresentado elementos que resultaram de uma abordagem
inicial e desprovida de qualquer pretensão conclusiva e esperamos vê-los discutidos
à luz de novas idéias que venham possibilitar a abertura de outras perspectivas,
como, por exemplo, comparar os tabus lingüísticos detectados no Atlas Lingüístico
do Paraná com a ocorrência ou não dos mesmos em outros atlas lingüísticos. Um
estudo comparativo semelhante foi elaborado por Aguilera (1999c) que, ao comparar
os dados do Atlas prévio dos falares baianos (Rossi et al., 1963) e do Atlas
lingüístico de Sergipe (Ferreira et al., 1987), constatou que, quanto às variantes para
151
os conceitos de lua, calcanhar e útero, que a fala paranaense revelou-se mais
conservadora do que em ambos os estados nordestinos.
4.1.5.2. ÚTERO
Baseamo-nos na pergunta 113 do QSL: “... parte do corpo da mãe onde fica o
nenê/ bebê antes de nascer?” e cuja resposta sugerida é “útero”. Este termo esteve
presente em três atlas lingüísticos: Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR), Atlas
Lingüístico dos Falares Baianos (APFB) e no Atlas lingüístico da Paraíba (ALPB).
Análise quantitativa
Inicialmente, apresentamos um levantamento quantitativo das variantes
lingüísticas encontradas por meio de tabelas que mostram a ocorrência e a
freqüência dos termos nos atlas em questão:
UTERO - APFB
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
dona do corpo 22 66,67%
mãe-do-corpo 6 18,18%
bacia 2 6,06%
uma bola que tem dentro da
mulher
1 3,03%
é uma peça que a mulher tem
no ventre
1 3,03%
onde se criam as crianças
antes de nascer 1 3,03%
Total de variantes
33 100,00%
UTERO – ALPB
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
ventre 6 66,67%
bacia 1 11,11%
mãe de corpo 1 11,11%
ventre da mãe 1 11,11%
Total de variantes 9 100,00%
152
A lexia “útero” praticamente não apareceu no corpus consultado. Esse termo
pode ser, sem dúvida, classificado como um tabu lingüístico, pois ocorreram várias
variantes do termo mas ele próprio praticamente não ocorreu. Arriscaremos o palpite
de que esse termo, ligado a um tema relativo a sexo, é assunto considerado tabu,
pelo menos pela Antropologia. Assim, das várias ocorrências, temos: “ventre”, “mãe
do corpo”, “barriga”, “barriga da mãe”, “ovário”, “placenta”, “bolsa”, “trompa”, “seio da
mãe”, “bacia”, “amada”, “útero”, “bolsa”. O dicionário de Celso Luft (1991) da língua
portuguesa define “útero” da seguinte forma:
“mãe-do-corpo: útero.” (p.460).
Alguns informantes declararam não saber o nome: 19A, 40B, 45B, 49B e 63A.
Outros se negaram a responder ou se mostraram hesitantes (168):
“64 (inf. A): Devido à presença de uma acompanhante adolescente, a
informante negou-se a responder. Quando ficou a sós com a
pesquisadora, observou: ‘pos [= pois] dizem que a gente tem a tar de
overa tamém, diz que tem uma overa. Eu co essa idade que tô inda
num sei o que que é a mãe do corpo (...)”.
“24 (inf. B): (...) ‘mãe do corpo é :: dispois que a criança nasce, né”.
Demonstrou-se hesitante em reconhecer útero e mãe do corpo como
sinônimos”.
UTERO - ALPR
Variante lingüística Ocorncia Freqüência
mãe de corpo 36 62,07%
barriga 4 6,90%
bolsa 4 6,90%
bacia 3 5,17%
trompa 3 5,17%
seio da mãe 2 3,45%
ovário 2 3,45%
barriga da mãe 1 1,72%
ventre 1 1,72%
amada 1 1,72%
placenta 1 1,72%
Total de variantes 58 100,00%
153
Dentre os três atlas lingüísticos em questão, o ALPR é o que apresenta maior
número de variantes lingüísticas, ou seja, onze variantes para “útero”, totalizando
cinqüenta e nove ocorrências. O APFB apresenta seis variantes lingüísticas e trinta
e três ocorrências; já o ALPB registra quatro variantes lingüísticas e nove
ocorrências. Apresentamos um quadro-comparativo entre os três atlas com os
termos coincidentes e suas respectivas ocorrências:
Atlas lingüístico ALPR APFB ALPB
Mãe-do/de-corpo 36 06 01
Bacia 03 02 01
Ventre 01 / 06
Os termos de maior incidência não aparecem nos três atlas de forma igual.
Temos apenas três termos coincidentes: “mãe-do-corpo”, “bacia” e “ventre”.
Mesmo sendo ambos o APFB e o ALPB da região nordeste, também não
apresentam dados muito semelhantes, pois detectamos apenas “mãe-do-corpo” e
“bacia” como termos coincidentes. Apesar de o ALPR e do ALPB pertencerem a
regiões geográficas distintas, notamos a existência de mais termos coincidentes
entre eles: “mãe-do-corpo”, “bacia” e “ventre”.
Consultamos a definição de “útero” a fim de estabelecer analogias entre a
definição e o que foi encontrado nos atlas lingüísticos. Conforme o dicionário
Ferreira (1999: 2038), temos outras significações para a lexia: “[Do lat. Uteru] S.m.
Anat. Órgão onde se gera o feto dos mamíferos [Sin (pop.): matriz, madre, ventre e
(bras.) mãe-do-corpo (...)”. Dos termos elencados como sinônimos por Ferreira,
apenas dois estão presentes nos atlas: “mãe-do-corpo” (ALPR), com trinta e seis
ocorrências e ventre, no APFB, com a segunda maior ocorrência.
Apresentamos um quadro-resumo da tipologia dos tabus lingüísticos de
“útero” em todos os atlas pesquisados:
eufemismo disfem. expr. gen.
154
-mãe do corpo
(ALPR/APFB/ALPB)
-amada (ALPR)
-dona do corpo (APFB)
-onde se criam as crianças
antes de nascer (APFB)
-é uma peça que a mulher
tem no ventre (APFB)
-ventre da mãe (ALPB)
-seio da mãe (ALPR)
-barriga da mãe (ALPR)
-uma bola que tem
dentro da mulher
(APFB)
-bolsa (ALPR)
-barriga (ALPR)
-bacia
(ALPR/ALPB/APFB)
-placenta (ALPB/ALPR)
-ventre (ALPR/ALPB)
-trompa (ALPR)
-ovário (ALPR)
4.1.5.3. Verruga
Essa questão apareceu apenas no ALPR, carta 136. As notas do atlas
informam que a questão era formulada inicialmente através dos semas: “carne meio
mole”, “qualquer parte do corpo”, “aparece quando se apontam as estrelas”. Nas
últimas entrevistas, passou-se a formulá-la apenas com o último sema: “dizem que,
quando se apontam as estrelas, nasce o quê na pessoa?”
Análise quantitativa
Fizemos um levantamento das variantes lingüísticas referentes à verruga.
Apresentamos a seguir uma análise quantitativa que mostre as variantes
lingüísticas, o número de ocorrências e suas freqüências. Abaixo apresentamos a
tabela que exibe os dados mencionados:
V
ERRUGA - ALPR
Variante lingüística Ocorrência Freqüência
espinha 8 47,06%
berruga 3 17,65%
cravo 2 11,76%
sinal 1 5,88%
pinta 1 5,88%
berruguinha 1 5,88%
figuera 1 5,88%
Total de variantes 17 100,00%
155
Com base na tabela acima, verificamos que verruga apresenta sete variantes
lingüísticas, com dezesete ocorrências. Com maior número de ocorrências e 47,06%
de freqüência temos espinha; em segundo lugar, com três ocorrências, temos
berruga; em terceiro lugar, com 11,76%, temos cravo; em quarto lugar, com 5,88%,
temos quatro termos, a saber, sinal, pinta, berruguinha e figuera.
Análise qualitativa
No dicionário de folclore de Oliveira (1940), encontramos uma explicação para
verruga:
“curam-se, passando sôbre elas o primeiro ramo que se encontrar ao
clarear o dia de São João. O hábito de contar estrêlas, apontando-as
com o dedo, provoca o aparecimento de verrugas nos pés”.
Durante a entrevista para o atlas, o entrevistador teve que reformular a
questão para obter a resposta. Notamos isso quando ele diz “repergunta”. Esse
receio de se falar em algo como a verruga, que, conforme diz a crença, surge após
apontar as estrelas (medo do desconhecido), pode ser notado em:
“29 (inf. A): Na repergunta acrescentou: ‘uns fala – otos fala figuera,
assim pa num aumentá.” (p. 294)
Apresentamos abaixo um quadro em que mostramos a tipologia das variantes
lingüísticas, baseada na proposta de Guérios (1979):
156
Tabela da tipologia de verruga
Metáfora Disfemismo Diminutivo
Hipocorístico
Expressão genérica
com ou sem restrição
figuera berruga berruguinha espinha
cravo
sinal
pinta
Sintetizando o quadro acima, temos quatro incidências de expressões
genéricas, seguidas de um diminutivo, um disfemismo e uma metáfora.
tipologia hipo. disfem. eufem. dim. meton. expr.
gen.
metáf. elipse TT
pomo-de-
adão
06 07 0 04 04 11 05 01 38
útero
0 01 08 01 0 07 0 0 17
- verru
ga
0 01 0 01 0 04 01 0 07
total
06 09 08 06 04 22 06 01 62
CORPO HUMANO
hipo.
15%
disfem.
15%
eufem.
21%
dim.
13%
meton.
3%
mef.
0%
expr. gen.
33%
hipo.
15%
hipo. disfem. eufem. dim. meton. metáf. expr. gen.
157
Com base nos dados acima descritos, observamos que a lexia “pomo-de-
adão” apresenta uma tipologia diversificada, ou seja, uma variedade maior de
variantes lingüísticas, ocorrendo hipocorísticos, disfemismos, diminutivos,
metonímias, e expressões genéricas. Por outro lado, “útero” apresenta apenas duas
classificações: eufemismos e expressões genéricas. Concluímos que “pomo-de-
adão”, embora presente apenas em um altas lingüístico (ALPR), apresenta trinta e
oito formas diferentes de tabus lingüísticos. Já “útero” apesar de estar presente em
três atlas diferentes (ALPR, ALPB,APFB) apresenta menos tipos de tabus
lingüísticos, ou seja, dezoito. Enquanto que “verruga” possui apenas quatro tipos
diferentes.
158
4.1.6. Campo semântico: Religião e crenças
No campo semântico “religião e crenças”, observamos termos que eram
vistos com reservas a ponto de quase não serem usados e aparecerem várias
variantes do termo. Neste campo semântico analisamos os termos: entidade-tabu
que anima o redemoinho presente apenas no Atlas Lingüístico do Paraná (ALPR).
4.1.6.1. Entidade-tabu que causa o redemoinho:
O termo que analisamos a seguir diz respeito à sub-questão que surgiu sobre
a entidade-tabu que animaria o redemoinho. Esta questão apareceu apenas no Atlas
Lingüístico do Paraná (ALPR), na carta 132. Conforme observamos nas notas do
atlas, Aguilera (1994:286) esclarece que, com a evolução da pesquisa que versava
sobre as variantes fonéticas para o redemoinho, acrescentou-se uma sub-questão
acerca de uma crendice popular infantil sobre a entidade-tabu que animaria o
redemoinho.
Análise quantitativa
No ALPR, temos vinte e uma variantes lingüísticas em resposta à sub-questão
sobre a entidade-tabu que anima o redemoinho. Elaboramos uma tabela a fim de
podermos quantificar as ocorrências e verificar as variantes e suas freqüências:
159
Constatamos que saci obteve maior freqüência com 24,24%, seguido de
capeta ( 18,18%), diabinho (15,15%), bichinho (6,06%), sacizinho e cão (4,55%),
capetinha e bicho (3,03%). Os termos de menor freqüência obtiveram uma
ocorrência apenas de 1,52%, são os seguintes: aquilo, bicho feio, bicho ruim,
caramujo, chifrudo, coisa feio, demônio, demuninho, fantasma, pé-de-pato, rabudo
e tentação.
Análise qualitativa
Inicialmente, partimos da explicação presente no dicionário de folclore de
Cascudo (1962) e Oliveira (1940) sobre a origem do redemoinho. Ambos atribuem
ao Saci-Pererê o responsável pelos remoinhos. No dicionário de Cascudo (1962),
encontramos uma explicação pertinente para redemoinho:
Entidade-tabu - ALPR
Variante linística Ocorrência Freqüência
saci 16 24,24%
capeta 12 18,18%
diabinho 10 15,15%
bichinho 4 6,06%
sacizinho 3 4,55%
cão 3 4,55%
capetinha 2 3,03%
bicho 2 3,03%
aquilo 1 1,52%
bicho feio 1 1,52%
bicho ruim 1 1,52%
caramujo 1 1,52%
chifrudo 1 1,52%
coisa feio 1 1,52%
demônio 1 1,52%
demuninho 1 1,52%
fantasma 1 1,52%
pé-de-pato 1 1,52%
rabudo 1 1,52%
que não prestava 1 1,52%
tentão 1 1,52%
coisinha feio 1 1,52%
Total de variantes 66 100,00%
160
“Redemoinho, vento circular. Remoinho, redemoinho, rodamoinho não é o
pé-de-vento. (...) A origem, diz o povo, é o encontro de dois ventos. Briga de
ventos, duelo, vadiação. No sul do Brasil é o Saci-Pererê o responsável
pelos remoinhos. Salta no meio dos ventos e roda, gira, corcoveia,
arrebatando folhas, garranchos, poeiras. Atira-se um rosário de contas
brancas ou uma palha benta e tudo cessa. Ou se dá o alarma: Aqui tem
Maria! Aqui tem Maria! Aqui tem Maria. Com o nome de Nossa Senhora, o
Saci-Pererê não quer confiança (...)” (p. 771)
Oliveira (1940: 213) exemplifica remoinho como o provável causador desse
fenômeno:
“ou redemoinho, nada mais é que espírito de alguém que passa em
torvelinho ao cumprir seu fadário. Também pode ser o Saci-pererê a praticar
suas costumeiras diabruras. Quem possui remoinho no cabelo, ou seja, em
forma de espiral, é pessoa geniosa, atrabiária e irrequieta.”
No dicionário FERREIRA (2004: 1787), encontramos a seguinte definição
para saci:
“[Do tupi] s.m. Bras. 1. Etmogr. Uma das mais populares entidades
fantásticas do Brasil, negrinho de uma só perna, de cachimbo e com
barrete vermelho (fonte, este último, de seus poderes mágicos) e que,
consoante a crença popular, persegue os viajantes ou lhes arma ciladas
pelo caminho; saci-cererê, saci-pererê, matim-pererê, martim-pererê,
matinta pereira, matintaperera e matitaperê (...).”
A lexia diabo, ou mesmo, saci-pererê, praticamente não ocorrem. Isso pode
ser considerado um exemplo típico de tabu. As ocorrências manifestadas são:
capetinha, saci/ sacizinho, capeta, diabinho, cão, bichinho, bicho, bicho feio, bicho
ruim, caramujo, chifrudo, coisa feio, demonho, demônio, demuninho, dítico,
fantasma, pé-de-pato, que não prestava, rabaner, rabudo, tentação. Os
entrevistados detiveram-se mais em descrever do que em nomear propriamente.
Acredita-se que, ao pronunciar o nome do diabo ou do saci, eles apareçam.
De acordo com Cascudo (1962:238) a palavra “cão” assume os seguintes
significados:
161
“no seio do povo brasileiro diz-se sempre como sinônimo demoníaco, Satanás,
Diabo, Lúcifer, Belzebu. Cachorro pertence ao vocabulário socialmente superior (...)”
No ALPR o informante dá a seguinte informação relacionando a entidade-tabu
com a crença, ao mesmo tempo que demonstra o receio em falar sobre o caso:
65 (inf. A): Sobre a crendice explicou: ‘a siora me desculpa, mas vô falá o
que eles falavam. Diz que era o capeta que passava por perto”.
Ao tratar dos meios de substituição dos vocábulos tabus, Guérios (1979:14)
ressalta que o vocábulo tabu é substituído por um hipocorístico ou por uma
antífrase. Segundo o autor, por ser a coisa tabu perniciosa ou tida como tal, não há
propriamente substituição por hipocorístico, mas, sim, por uma antífrase. Cita como
isso se manifesta em alguns países (p.14): 'o demônio é chamado ded, “avô”, didko,
“avozinho”, entre os eslavos orientais; “os melhores que nós”, na Armênia; daeva,
“deus”, no avéstico; boginká, “deusinha” (di. De bogini, “deusa”), na Polônia; “o alto
espírito”, o jacútico; “o justo”, na Rússia. No oeste do Paraná, o saci-pererê é
chamado tiozinho.” Ele apresenta como exemplos disfêmicos no português: coisa-
ruim, malvado, maldito, etc, referentes ao demônio. Em nosso corpus encontramos:
bicho ruim, coisa feio, bicho, cão e tentação.
eufem. Disfem. Diminutivo Expr. gen. com
ou sem
restrição
Part. físicas
-saci -bicho
-coisa feio
-bicho feio
-bicho ruim
-capeta
-demônio
-que não
prestava
-fantasma
-cão
-tentação
-bichinho
-sacizinho
- capetinha
-demuninho
-coisinha feio
–diabinho
-aquilo
-caramujo
-chifrudo
-rabudo
-pé-de-pato
162
Outro recurso apontado por Guérios (1979:15) é o uso do diminutivo. Em
português, cita: diabinho, demoninho, etc; italiano diavoletto, demonietto, etc.
O diminutivo também serve para atenuar a forma original. Assim, temos várias
ocorrências dele: capetinha, bichinho, coisinha feio, demuninho, sacizinho, como em
(p. 286, carta 132):
“02 (inf. B):” (...) diz que parece, que o capetinha tá aí dentro aí, né “.
No campo lexical, Guérios (1979:19) afirma que, nas formas derivadas, os
diminutivos são empregados com freqüência, pois: “Foge-se a pronunciar o nome do
diabo, mas diz-se afoitamente – diabito, diabinho, diabrete. Em nossas pesquisas,
constatamos um grande número de diminutivos: bichinho, sacizinho, capetinha,
demuninho, coizinha feio, diabinho. Guérios também salienta o uso de termos
genéricos que, muitas vezes, substituem os vocábulos ou expressões próprias e
cujo significado facilmente ressalta a situação ou o momento especial em que foram
empregados. Por exemplo, em vez de diabo o uso de o inimigo, o pecado, etc. Em
nosso corpus encontramos: tentação, aquilo.
Guérios (1979:20) apresenta alguns aspectos da deformação eufêmica, dos
quais destacamos a mutação de fonemas, que consiste em substituir um ou mais
fonemas de uma palavra por outra. São principalmente as terminações que sofrem a
troca. Segundo ele, este processo eufêmico é usado largamente no campo dos
eufemismos de superstição, e cita, como exemplos: dialho, democho, demongres
em vez de diabo, demônio. Temos, como ocorrência em nosso corpus, demonho, ao
invés de demônio.
No capítulo intitulado “Tabus em nomes de espíritos malignos”, Guérios
(1979:53) salienta que evitam-se as palavras diabo, demônio e satanás. Conforme o
autor, existem muitos nomes substituidores que podem ser classificados como: 1º)
os deformados, de propósito, fônica ou morfologicamente; 2º) os metalexismos –
163
que se subdividem em: hipocorísticos (eufêmicos); b) antifrásticos ou irônicos; 3º)
disfêmicos; 4º) qualificativos. São desfigurações voluntárias, na língua portuguesa:
diá, diacho, diamo, dianho, diangras, diangas, diango e outros. Não detectamos a
presença destes termos em nosso corpus, porém, é conveniente informarmos de
outros tipos de manifestações dos tabus lingüísticos além dos presentes aqui.
Guérios (1979:54) considera eufêmicos hipocorísticos no português: diabinho,
diabrete, diabilho, demoninho, demonete, maioral, compadre. Dos termos citados,
coincidem com nosso corpus: diabinho e demuninho.
Segundo aponta Guérios (1979:55), os disfêmicos são muito numerosos. Dos
exemplos citados, os coincidentes em nosso corpus são: bicho, cão, bicho-feio,
tentação. Nas línguas eslavas, cita fantasma, que nós também encontramos. O
autor destaca que várias designações se referem a particularidades físicas. Das
citadas, coincidem com nosso corpus: chifrudo, rabudo, pé-de-pato. Atenta-se para
outras designações substituidoras, sendo que, dentre elas, coincide conosco:
capeta.
Para Guérios (1979:17), o vocábulo tabu apresenta-se no gênero neutro, pois,
contrariamente ao gênero masculino-feminino ou animado, é o dos seres
inanimados ou inertes, desprovidos de fluido vital ou mana ou “alma”, e que, por
conseguinte, não têm força para agir, e as entidades sobrenaturais não podem
servir-se dos seres neutros para malefícios. Segundo ele, se explica, por tabu, os
neutros daemonium, como no grego, de onde proveio dimónion – além de
diminutivo; diabolum. Cita, ainda, que em Shakespeare, o espírito é muitas vezes
designado com o pronome neutro it, e também com o substantivo thing, como no
português coisa (=demônio). Do que foi exposto, encontramos coisa feio em nosso
corpus. Discordamos de Guérios, ou seja, classificar “fantasma” como neutro pois de
164
acordo com a definição do termo constante na ficha terminológica presente no
volume II da tese:
“[Do gr. phántasma, pelo lat. phantasma. s.m. 1. Imagem ilusória;
fantasmagoria (...) 4. Coisa espantosa, medonha (...)” (AUR:1999, p.878)
Retomamos que, em se tratando das substituições, o demônio tem
designações no gênero neutro, pois neste gênero acredita-se que isso possa
destruir-lhe as forças malévolas. Guérios (1979: 58) apresenta exemplos no gênero
neutro em vocábulos referentes a espíritos em geral, tais como, o grego phásma,
phántasma; latim spetrum, terriculum, terriculamentaum, monstrum, mostellum; no
alemão Gespenst; no holandês spook, gespuis; etc.
A seguir, apresentamos um quadro-resumo que mostra a tipologia de tabus
lingüísticos das variantes lingüísticas referentes à entidade-tabu. Dentre os que se
destacam com maior incidência, temos os termos classificados como: diminutivos (7)
e os disfemismos (05). A fim de visualizarmos melhor, temos as ocorrências e suas
respectivas freqüências:
tipologia tabu ocorrência
diminutivo 07
disfemismo 07
part. físicas 04
mod. fon. 03
expr. gen. 04
neutro 01
Metáfora 01
eufemismo 02
Considerações preliminares
No campo semântico “religião e crenças”, analisamos o termo: entidade-tabu
que anima o redemoinho. Nosso objetivo é realizar uma análise comparativa entre
os dois e verificar qual dos dois teve maior número de tabus lingüísticos.
Apresentamos um quadro-resumo da tipologia dos tabus lingüísticos:
165
tipologia eufem.
disfem. dim. Expr. gen. Part. físicas
entidade-tabu
01
10 06 02 03
total
1
10 06 02 03
RELIGIÃO E CRENÇAS
eufem.
3%
disfem.
59%
dim. Hipo.
21%
neutro
0%
Expr. gen.
7%
Part. físicas
10%
eufem. disfem. dim. Hipo. neutro Expr. gen. Part. físicas metáfora
Com base no quadro acima, notamos que entidade-tabu, com vinte e nove
ocorrências obteve grande número de tabus. No total, temos a seguinte tipologia:
com dez ocorrências temos os disfemismos, seis diminutivos/ hipocorísticos e duas
expressões genéricas. Com três ocorrências, as particularidades físicas e com uma
temos os eufemismos.
166
Capítulo V - Considerações finais
Considerando-se que nosso estudo possui uma linha mestra constituída por
hipóteses que visam a nortear nossa pesquisa e dar-nos a diretriz necessária a fim
de que possamos constatar ou não a veracidade das conjecturas propostas,
buscamos realizar um estudo comparativo do corpus coletado almejando a aplicação
das suposições por nós pré-estabelecidas. Tomamos por parâmetro a tipologia
apresentada por Guérios (1979) para podermos classificar as variantes lingüísticas
detectadas.
Ao buscar um significado para o tabu, Guérios (1979:2) reporta-se a Josué de
Castro, segundo o qual os tabus são “produtos de reflexos condicionados, nos quais
a coisa, pessoa ou palavra, isto é, o objeto tabu desempenha o papel de estímulo
condicionado a outro estímulo reflexo, provocador de um reflexo de medo”. Em
alguns exemplos de nosso corpus, detectamos a questão do medo como um dos
fatores que influenciam o tabu lingüístico. Para ilustrar o que foi dito, reproduzimos
alguns exemplos da relação entre o tabu lingüístico e o medo em “chuva-de-pedra”
no ALPR:
“30 (inf. A): (...) eles 'fala´ que é 'frores´ que tá caindo, 'mai´ (s) de medo 'memo´
(...), de medo de cair 'mai´ .. diz que se a gente 'dizê´ que tá caindo pedra cai
mais”.
“01 (inf. A): (...) Perguntou-se qual o melhor nome para o fenômeno: “chuva de
pedra, [por que] diz que 'num´ é bom 'falá´ chuva de pedra”.
“12 (inf. A): ‘nói´ (s) 'fala´ rosinha”. Perguntou-se porque não falavam chuva de
pedra: ‘porque diz que não presta, né ... um fala granizo, né, 'otos´ fala rosinha,
'nóis´ fala rosinha”.
“11 (inf. B): “[ baixa o tom de voz e vira-se contra o gravador] ah,deu uma chuva
de pedra, 'mais´ eu já não falo. Falo [que] deu uma chuva-de-flor. (...) A gente
sabe, 'mais´ às 'veiz´ não pode falá. Se a gente fala :: deu uma chuva de pedra aí
167
a gente tá ... tá brigando com Deus, né, tá chamando mais. Então a flor... a flor é
um troço 'cheroso´, um troço da terra, né”.
Em nosso corpus, encontramos indícios de tabus lingüísticos provenientes
dessa relação entre medo e religião em algumas variantes de “pomo-de-Adão”
(caroço do pecado, nó do pecado, etc), “chuva-de-pedra” (ave-Maria), “arco-íris”
(aliança de Cristo com os homens, arca-de-Noé, aliança de Jesus).
Ao abordarmos o campo semântico das doenças, retomamos aqui a relação
entre doença e religião retratada por Ricardo Augusto dos Santos, em
Representações sociais da peste e da gripe espanhola (2004:128):
apesar das diferenças de tempo e espaço, não há como negar as manifestações
simbólicas coletivas invariáveis nas epidemias. Por exemplo, em várias
ocorrências de peste, gripe ou cólera, a associação entre a doença e castigo
divino está presente. De forma análoga, indivíduos de comportamento
“suspeito” foram e são apontados como propagadores do mal, sejam pobres,
judeus, irlandeses ou negros, mas, sempre existe um elemento sempre
constante: o medo (...).
Como resultados potenciais da pesquisa, espera-se que possamos contribuir
com mais um estudo da língua portuguesa. Desta maneira, os resultados do
presente estudo viriam a suprir, em parte, a escassez de estudos sobre tabus
lingüísticos, pesquisas que colaboram para o conhecimento do comportamento da
sociedade e da cultura brasileira.
O intuito desta pesquisa é contribuir não apenas para o aprofundamento das
pesquisas lingüísticas de cunho dialetológico, como também fornecer elementos a
uma vertente de estudo que vise a aprofundar os ensinamentos da língua
portuguesa. Esperamos que, com base neste estudo realizado aqui, outras linhas de
pesquisa referentes ao mesmo tema possam surgir.
168
Tivemos como objetivo abordar os seguintes campos semânticos: religião e
crenças, corpo humano, convívio, ciclos da vida, doenças e fenômenos
atmosféricos.
As tabelas apresentada no capítulo IV da análise tiveram por função auxiliar a
graduação dos campos semântico em níveis a fim de detectar o campo mais e o
menos tabuizado. Com base nas tabelas supra, observamos que o campo
semântico mais tabuizado foi, em primeiro lugar, o dos fenômenos atmosféricos,
com 140 ocorrências; em segundo lugar, temos o do corpo humano, com 62
ocorrências; em terceiro, o das doenças, com 43 variantes; em quarto lugar, o
campo dos ciclos da vida, com 41; em quinto lugar, o campo da religião e das
crenças, com 22 ocorrências; e, por último, o campo do convívio e comportamento
social, com 14 ocorrências.
Considerando-se a primeira hipótese por nós levantada, ressaltamos a
questão do medo como um dos fatores extralingüísticos que influenciaram a
ocorrência maior dos tabus lingüísticos no campo semântico dos fenômenos
atmosféricos. Pautando-nos nos dizeres de Castro (1979) e Delumeau (1989),
referentes ao tabu e ao medo em relação aos fenômenos da natureza, ou seja, o
medo pode ser apontado como um dos fatores que influenciam a criação e a
utlização dos tabus lingüísticos. O campo do corpo humano demonstrou muitas
variantes lingüísticas ligadas à questão do medo e da religião, como observamos em
vários exemplos quando analisamos o campo citado. Da mesma forma, o campo das
doenças também manifestou-se contundente com a questão do medo de lidar com o
desconhecido, assim como o campo dos ciclos da vida e o da religião.
Com o intuito de respondermos à segunda hipótese por nós levantadas com
relação ao atlas lingüístico que apresenta maior número de tabus lingüísticos,
169
apresentamos um quadro que contém os campos semânticos e o número de
ocorrências nos atlas lingüísticos pesquisados:
campo semântico ALPR EALMG APFB ALPB ALS I ALS II total
fen. atm.
78 36 02 52 02 0 170
corpo humano
56 0 06 04 0 0 66
Doenças
42 0 0000446
ciclos da vida
0 0 12 11 19 0 42
religião e crenças
22 0 0 0 0 0 22
convívio e
comportamento social
0 0 10 0 08 0 18
total=
198 36 30 67 29 04 364
Ao apresentarmos o quadro referente aos campos semânticos e à incidência nos
diferentes atlas lingüísticos brasileiros, observamos que:
1- O atlas lingüístico que se mostrou mais tabuizado foi o ALPR, pois, no resultado
de todos os campos semânticos pesquisados, obteve um total de 198 ocorrências.
Além disso, no ALPR notamos exemplos em quase todos os campos, com exceção
do campo dos ciclos da vida e do convívio e comportamento social. No campo
semântico dos fenômenos atmosféricos, o ALPR apresentou 78 variantes, ou seja,
mais do que o ALPB (52) e o EALMG (36). O APFB e o ALS I apresentaram apenas
duas ocorrências;
2- O campo referente ao corpo humano apresentou 66 ocorrências, sendo que o
ALPR foi o atlas com maior número de ocorrências (56), seguido do APFB, com 6, e
do ALPB, com 4 ocorrências;
3- No campo das doenças temos 46 ocorrências, sendo 42 no ALPR e 4 no ALS II;
4- No campo dos ciclos da vida temos 42 tabus lingüísticos, sendo que o ALS I tem
o maior número, com 19, o APFB com 12 e o ALPB com 11;
5- No campo da religião e crenças temos apenas o ALPR com 22 ocorrências;
170
6- No campo do convívio e comportamento social temos 18 ocorrências, sendo 10
no APFB e 8 no ALS I.
Diante do exposto, constatamos a veracidade da segunda hipótese, isto é,
que os atlas revelam número maior ou menor de variáveis lingüísticas devido à
existência de tabus lingüísticos. De todos os atlas lingüísticos, o ALPR foi o que
apresentou incidência maior na maioria dos campos semânticos com 198 variantes
do total nos seguintes campos semânticos: fenômenos atmosféricos, corpo humano,
doenças, religião e crenças. Podemos afirmar, portanto, que o ALPR mostrou-se
mais produtivo em termos lingüísticos. O segundo atlas mais produtivo foi o ALPB
com 67 variantes do total dos campos semânticos: fenômenos atmosféricos, corpo
humano e ciclos da vida. O terceiro atlas mais produtivo foi o EALMG com 36
variantes apenas no campo dos fenômenos atmosféricos. Em quarto lugar temos o
APFB com 30 ocorrências do total de fenômenos atmosféricos (2), corpo humano
(6), ciclos da vida (12) e convívio 10). Em quinto lugar temos o ALS I com 29
ocorrências do total de fenômenos atmosféricos (2), ciclos da vida (19) e convívio
(8). Por último, temos o ALS II com 4 ocorrências apenas.
Este estudo teve por objetivo principal contribuir para o entendimento dos
mecanismos de controle social existentes na Língua Portuguesa, que se impõem ao
falante por meio dos tabus. Além disso, buscou oferecer aos interessados uma
amostragem de estudo possível sobre as variantes lingüísticas do Brasil e uma
reflexão sobre elas, ampliando o universo de estudo existente. Também pretendeu
examinar os dados selecionados na perspectiva de sua relação com outras áreas do
conhecimento, tais como, sociologia, antropologia e outras, por meio do
estabelecimento de semelhanças e diferenças nos dados selecionados para análise.
Por fim, teve ainda o objetivo de proporcionar aos estudiosos da Língua Portuguesa
171
e de áreas afins, materiais de análise para o entendimento e uma melhor interação
do uso da língua de caráter dialetal.
As observações e afirmações que aqui fazemos limitam-se a uma
amostragem de nosso corpus coletado, restrito aos seis atlas lingüísticos
pesquisados. Outras conclusões podem, contudo, ser colocadas conforme o
referencial para o qual queremos atingir. Neste estudo, concentramo-nos nas duas
hipóteses e nos objetivos gerais e específicos. No final, elaboramos um glossário
que visa a colaborar com estudiosos de estudos de língua em geral. Contudo, é
válido não descartamos a possibilidade de que a pesquisa apresentada possa
proporcionar outras visões, assim como incentivar outros estudos a serem
realizados sobre o assunto, como, por exemplo, aprofundar o estudo dos tabus
lingüístico na literatura, assim como realizar pesquisas de campo sobre o assunto.
172
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ANEXO I - Questionário Semântico-Lexical (QSL)
I – Terra
1.2. FENÔMENOS ATMOSFÉRICOS
Relâmpago
... um clarão que surge no céu em dias de chuva?
Trovão
... o barulho forte que se escuta logo depois de um ... (cf. item 1.2.3)?
Nomes específicos para temporal/ tempestade
Existem outros nomes para ... (cf. item 1.2.5)?
Chuva de pedra
Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa chuva?
Arco-íris
Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras coloridas e curvas
(mímica). Que nomes dão a essa faixa?
Eclipse
O sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns minutos
Estrela cadente
De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca e faz um risco no céu assim
(mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?
2. CORPO HUMANO
Pomo-de-adão/gogó
(...) esta parte alta do pescoço do homem? Apontar
Útero
(...) a parte do corpo da mãe onde fica o nenê/ bebê antes de nascer?
Verruga
Pergunta formulada com base nos seguintes semas: “carne meio mole, qualquer parte do corpo,
aparece quando se apontam as estrelas”
3. CICLOS DA VIDA
Menstruação
“As mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
Entrar na menopausa
“Numa certa idade acaba a/o ___ (cf. item 121). Quando isso acontece, se diz que a mulher _”
4. CONVÍVIO E COMPORTAMENTO SOCIAL
Prostituta
“... a mulher que se vende para qualquer homem?”
5. RELIGIÃO E CRENÇAS
Entidade-tabu
“entidade-tabu que anima o redemoinho”
6. DOENÇAS
Tuberculose
“Uma doença que a pessoa fica magra, amarela, tosse muito, às vezes escarra sangue?”
Erisipela
Pergunta formulada com base nos seguintes semas: “doença pouco comum, inchaço, dor, vermelhidão
na pele, cura apenas com benzimento”
179
APÊNDICE :Quadro-resumo dos atlas analisados
APFB ALSE I EALMG ALPa ALPR ALSE II
Publicação
1963 1987 1977 1984 1994 2002
Localidades
50 15 Direta: 116
Indireta: 672
100 65
15
Pontos
599 15 116 25 65
15
nº perguntas
EQ= 182 700 415 289 (geral)
588
(específica)
325 questões
700
Informantes
100 30 302 107 130
Homem
Nº /tipo cartas
154 cartas
lingüísticas
44 cartas-
resumo
182
Lingüísticas e
não lingüísticas
73 cartas
45 onomasiológicas
28 isófonas
149 cartas
léxicas e
fonéticas
191 cartas:
92= lexicais
70= fonéticas
29 isoglossas
108 -105 das quais
são semântico-
lexicais e 3
introdutórias
Autores
Rossi, Nelson
et alii
Ferreira, C. da
S. et alii
Zágari, Mário et alii
A
ragão, Mª
do S. S. de
A
guilera,
Vanderci
Cardoso, Suzana
Faixa etária
25 a 60 anos 30 a 60 anos 30 a 50 anos 30 a 75 anos 30 a 60 anos 30 a 60 anos
Metodologia
Interrogação
indireta/
transcrição
imediata
Baseada no
APFB
Pesquisa direta
(116)
entrevistas entrevistas entrevistas
Áreas
semânticas
Terra e homem Terra e homemTempo e folguedos
infantis de rua
Terra,
homem,
família e
utensílios
domésticos,a
ves e
animais,
plantação e
atividades
sociais
Terra e homemTerra e homem
Tempo de
confecção
1960-1963
(03 anos)
1973-1987
14 anos
6 anos 1979-1984
5 anos
4 anos Nada consta
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE LINGÜÍSTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SEMIÓTICA E LINGÜÍSTICA
GERAL
Laura de Almeida
À GUISA DE UMA TIPOLOGIA PARA OS TABUS
LINGÜÍSTICOS - PROPOSTA PARA UM GLOSSÁRIO
V.2
SÃO PAULO
2007
1
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE LINGÜÍSTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SEMIÓTICA E LINGÜÍSTICA GERAL
À GUISA DE UMA TIPOLOGIA PARA OS TABUS LINGÜÍSTICOS
- PROPOSTA PARA UM GLOSSÁRIO
Laura de Almeida
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Semiótica e Lingüística Geral, do Departamento de
Lingüística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo, para obtenção do
título de Doutora em Lingüística
Orientador: Prof. Dr. Francis Henrik Aubert
v.2
SÃO PAULO
2007
2
Glossário das expressões tabuizadas do português
(contemporâneo) do Brasil
As convenções adotadas no Paradigma Pragmático (PP) são:
Nome da Fonte Abreviaturas utilizadas
Atlas Prévio dos Falares Baianos APFB
Atlas Lingüístico de Sergipe I ALS I
Atlas Lingüístico de Sergipe II ALS II
Atlas Lingüístico da Paraíba ALPB
Atlas Lingüístico do Paraná ALPR
Atlas Lingüístico de Minas Gerais EALMG
Dicionário Aurélio B. H. Ferreira FERREIRA
Dicionário Francisco Fernandes FERNANDES
Questionário semântico-lexical QSL
Teresa Batista Cansada de Guerra TB
Tieta do Agreste, pastora de cabras
ou a volta da filha pródiga
TIETA
Dicionário Cascudo Cascudo
Dicionário Oliveira Oliveira
As convenções adotadas no Paradigma Remissional (PR) são:
Adjetivo adj.
Advérbio adv.
Antífrase ant.
Artigo art.
Diminutivo dim.
Disfemismo disf.
Estrangeirismo estrang.
Eufemismo euf.
Fenômenos atmosféricos fen. atm.
Hipocorístico hipo.
Metáfora metáf.
Metonímia meton.
Particularidades físicas part. fís.
Sintagma nominal SN
Sintagma verbal SV
Substantivo feminino s.f
Substantivo masculino s.m.
Verbo transitivo direto v.t.d.
Verbo intransitivo v.int.
3
1 nº de entrada 02 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
ADÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metonímia
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “...esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)
8 contexto “20 (INF. B): Adão´. Referiu-se a seguir à história bílbica, completando: ´diz que é o
pecado, né.´”
“25 (INF. B): ´isso eles fala que é :: de Adão, né (...).”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 49)
13 definição dicionarizada
“adão². s.m. S.C.O. Pop. F. red. de pomo-de-
adão (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 06
20 freqüência 8,70%
4
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
A FINA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
eufem.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL doença que ataca os pulmões deixa a pessoa muito fraca e tossindo muito
8 contexto sc
9 característica
10 identificador de fonte ALSE II
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 20%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
A FININHA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL doença que ataca os pulmões , deixa a pessoa muito magra e tossindo
muito
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALSE II
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 901)
13 definição dicionarizada
“[F. subst. do dim. do adj. fino¹] s.f. Bras.
N.E. Pop. V. tuberculose]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 02
20 freqüência 40%
5
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
AGUACEIRO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
eufemismo
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “uma chuva com vento forte que vem de repente?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 25
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:75)
13 definição dicionarizada
“[De aguaça+-eiro] s.m. 1. Chuva repentina
e de pouca duração; cordoada, manga
d'água, pé d'água. V. salseiro (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16variante lingüística
TEMPESTADE
17nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 2,04%
6
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
ALERGIA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL: 261
8 contexto “01 (INF. A): Só decodificou como cobreiro e alergia.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 162, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:91)
13 definição dicionarizada
“[De al (0)-+erg (o)+-ia] s .f. 1. Med.
Designação de estado de
hipersensibilidade causado por exposição a
determinado antígeno, dito alergênico,
sendo observadas reações imunológicas
nocivas se houver subseqüentes
exposições a este mesmo alergênico.
]Designa, atualmente, hipersensibilidade a
antígeno ambiental ou medicamentoso (..)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ERISIPELA
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 2,94%
21 obs:
7
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ALIANÇA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “17 (inf. B): Na seqüência: ´aquilo uns trata arcuíris, né otrus trata aliança, agora
num sei o qual é que tá certo, né´ (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:98)
13 definição dicionarizada
“[Do fr. alliance] s.f. 1. Ato ou efeito de aliar
(-se). [Sin. p.us.): alliagem] 2. Ajuste,
acordo, pacto (...0. 5. Rel. Cada um dos
pactos que, segundo as Escrituras, Deus
fez com os homens (...)”
14 forma completa 15forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,56%
8
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ALIANÇA DE CRISTO COM
OS HOMENS
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metonímia
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “65 (inf. B): Comentou que a esposa tem uma bíblia que diz ser aquilo ´a aliança de
Cristo com os homens´e que ´arco-de-velho´ era o pai que dizia. Observou também que: ´no
meu tempo [o] pai dizia que aonde que era, a criança tomando água ... era pirigoso que :: ela
chupava a gente né, ingulia, né, porque se (es) tivesse perto, né ... ela tem uma grande pressão
assim que chupava, né (...), perto é pirigoso (...).´ ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,56%
21 obs:
9
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ALIANÇA DE JESUS
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
s.c.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras
coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “53 (inf. A): Na seqüência: ´arco-de-velho, arc (o) íli, aliança de Jesus.´ “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:98)
13 definição dicionarizada
“[Do fr. alliance] s.f. 1. Ato ou efeito de aliar (-
se). [Sin. p.us.): alliagem] 2. Ajuste, acordo,
pacto (...0. 5. Rel. Cada um dos pactos que,
segundo as Escrituras, Deus fez com os homens
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,56%
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
AMADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
eufem.
6 categoria gramatical
part. de amar
7 pergunta do QSL “como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de nascer?”
8 contexto “ 23 (inf. B): A primeira resposta foi: ´amada´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ÚTERO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,72%
10
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
AMARRAR O FACÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “Numa certa idade acaba a menstruação. Quando isso acontece, se diz que
a mulher ...”
8contexto “63 Uma vez mais, espontaneamente, a propósito da pergunta 176 (MENOPAUSA):
´justamente, quando a mulher perde os tempo, a gente falamos que ela amarrou o facão (cf.
carta 96), não é?´”
9 característica
10 identificador de fonte ALS, carta 92, APFB
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999; 870)
13 definição dicionarizada
facão [De faca¹+ão¹] s.m. 1.V. faca¹ (...)
amarrar o facão. Bras. Pop. BA. Chegar ao
climatério (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16variante lingüística
ENTRAR NA MENOPAUSA
17nota de uso
18 uso geográfico ALSI, BA
19 registro 17 (ALSI), 41 (APFB)
20 freqüência 85% (ALSI), 95,35% (APFB)
11
1 nº de entrada:
01
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
A PAPA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “...esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)
8 contexto “04 (inf. B): Antes de responder que não sabia o nome, perguntou ´ a papa´?”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1481)
13 definição dicionarizada
“papa2 [Do lat. pappa ou papa, 'comida (na
linguagem infantil)'] s.f. (...) 2. qualquer
substância mole e desfeita, quanod cozida.
3. Qualquer sólido reduzido a consistência
pastosa (...)”
14 forma
completa
15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
12
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
AQUELA COISA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfemismo
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “44 (inf. B): No decorrer do comentário sobre os costumes dos antigos, observou: 'ali
os antigo já dizia que se si importá, aquela coisa engole a pessoa, engole e sorta do otro lado
(...).”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,56%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
AQUELA DOENÇA¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença pouco comum”, ´inchaço´, ´dor´, ´vermelhidão na pele´, ´cura
apenas com benzimento´
8 contexto “39. (inf. B): Sobre remédios caseiros contra a erisipela, explicou: ‘quando dá aquela
duença si ce tá no sítio, que mora, tem que lidá com foia de tartarova. Corta um pedaço de foia
de bananera, põe um imprasto, quarqué coisa ... que seje de mel, coisa quente, pa i (r)
disinchano. Intão desse jeito que nóis fazia.’ “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16variante lingüística
ERISIPELA
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
13
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
AQUELA DOENÇA²/
(A)QUELA DOENÇA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito fraca e tossindo
muito”
8 contexto: “65 (inf. B): ‘(...) nós chamava pra (a) quela doença ... meu pai dizia qu(e) era ...
doença do purmão. No final da elocução, observou: ‘hoje tem [outro nome], a tuberculose, né”.
9 característica
10 identificador de fonte: ALPR, p. 166, carta 72
11termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12fonte 13 definição dicionarizada
14forma completa 15forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
AQUILO¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
pron.dem.
7 pergunta do QSL “doença pouco comum”, ´inchaço´, ´dor´, ´vermelhidão na pele´, ´cura
apenas com benzimento´
8 contexto “21 (inf. A): Inicialmente observou: ‘aquilo minha tia sempre binzia aquilo lá’ ”.
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 176)
13 definição dicionarizada “aquilo [Do lat.
eccum, part. enfática + illud, ´aquilo´] Pron. dem.
1. Aquela (s) coisa (s) (...) 2. Deprec ou ao invés,
apreciat. Aquela pessoa (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ERISIPELA
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 2,94%
14
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião e crenças
3 unidade fixa ou termo
AQUILO²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
pron. dem.
7 pergunta do QSL “entidade-tabu que animaria o redemoinho?”
8 contexto “03 (inf. B): Sobre a crendice expôs: 'falava que aquilo era um saci que tava no
meio que vinha, carregava a gente.”
9 característica
10 identificador de fonte
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 176)
13 definição dicionarizada
“aquilo [Do lat. eccum, part. enfática + illud, ´aquilo´]
Pron. dem. 1. Aquela (s) coisa (s) (...) 2. Deprec ou ao
invés, apreciat. Aquela pessoa (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
entidade-tabu
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
21 obs:
15
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARCA DA ALIANÇA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “56 (inf. B): Indagado pelo ´nome mais antigo´: ´nos [tempos] antigo tratava uma
arca da aliança´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte FERREIRA (1999: 182) 13 definição dicionarizadaArco [Do lat.
arca] (...) Arca da Aliaa. Arca onde os
hebreus guardavam as tábuas da lei (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,56%
21 obs:
16
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARCA-DE-NOÉ
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
s.c.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “Os informantes 22B e 49B referiram-se à arca-de-Noé´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 182)
13 definição dicionarizada
Arca. [Do lat. arca (...) Arca de N.
Embarção que, segundo a Bíblia, Noé
construiu por ordem de Deus, e onde
refugiou-se com sua família, e casais de
animais, para sobreviver ao dilúvio [cf. arca-
de-noé] (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,56%
21 obs:
17
1 nº de entrada 2campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARCO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metonímia
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 30
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte FERREIRA (1999: 184) 13 definição dicionarizada “[De arco+ o
mit. Íris (a mensageira da deusa Juno) que
vinha do céu caminhando por este arco]
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 2,38%
21 obs:
18
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARCO-CELESTE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
eufem.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “44 (inf. A): A resposta ocorreu na repergunta: ´nós no mato falava arco-de-
véio, mas aí é arco-celeste.´ ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58 / ALPB, carta 30/ ALS I, carta 4
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 184)
13 definição dicionarizadaarco-celeste.
S.m. V. arco-íris [Pl.: arcos-celestes]:
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PR, PB
19 registro 01 (ALPR)/ 24 (ALPB) ; ALS I (01)
20 freqüência 5,56% (ALPR); 57,14% (ALPB); 50% (ALS I)
21 obs:
19
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. Atm.
3 unidade fixa ou termo
ARCO-DA-ALIANÇA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 1
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 184)
13 definição dicionarizada “[De
arco+da+aliança (a aliança que, segundo
o Gênese, Deus fez com os homens, após
o dilúvio)] S.m. V. arco-íris [Pl.: arcos-da-
aliança]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico MG
19 registro 03
20 freqüência 4,29%
21 obs:
20
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARCO-DA-NOVA-ALIANÇA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “62 (inf. A): Indagada ´por outro nome´: ´arco-da-nova-aliança, tamém.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13definição dicionarizada
14forma completa 15forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,56%
21 obs:
1 nº de entrada 2campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARCO-DE-VELHO
4 córpus nº
5 tipologia tabu
met[áfora
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “ 53 (inf. A): Na seqüência: ´arco-de velho, arc (o) íli, aliança de Jesus´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58 / APFB [11] [T126]
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PR/BA
19 registro 03 (ALPR) / 09 (APFB)
20 freqüência 16,67% (ALPR)/ 40,91% (APFB)
21
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARCO-DA-VELHA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “15 (inf.B): Sobre o arco-da-velha, comentou: ´mais é criança, né, els vai na escola
e eles vêm quesse [= com ess] negócio aí? Sobre crendices: ´(...) então eles fala assim: que o
lugá queli [= em que ele] desce ali é onde que tem, vai, que tem um pote de oru.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58 / APFB/ EALMG
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:184)
13 definição dicionarizada “[De
arco+da+velha (lei)] s.m. Pop. V. arco-íris
[Pl. arcos-da-velha]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso ““o arco-da-velha da imaginação popular fornece motivo para diversos abusões;
assim é que, achando-se voltado sôbre alguma correnteza, esta a sugar-lhe as águas que,
levadas às nuvens, transformam-se em chuvas; se se aproxima alguém nesse momento, corre
o risco de ser arrebatado pelos ares onde é consumido. É êle que conduz os peixes dos rios
para os regatos e lagoas, explicando-se, assim, a existência dêsses pequenos vertebrados nos
lagos e lagunas isolados de outras correntes aquáticas.” (p.180)
18 uso geográfico PR, MG, BA
19 registro 01 (ALPR); 55 (EALMG); 13 (APFB)
20 freqüência 11,11% (ALPR); 78,57% (EALMG); 59,09% (APFB)
21 obs:
22
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARCO-DO-SOL
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 1
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma
completa
15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico MG
19 registro 03
20 freqüência
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARCO INSELENT (E)
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 4
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 50%
23
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARREBENTO¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “... o barulho forte que se escuta logo depois de um raio?”
8 contexto “42 (inf. A): ´raio´. Reperguntando: ´daí é arrebento´. “
“41 (inf. A): ´ Trevuada´. Na repergunta: ´arrebento, né?´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76
11 termo dicionarizado ( X ) sim mas com outro sentido ( ) não
12 fonte
*FERREIRA (1999: 1713)
**FERREIRA (1999:1713)
13 definição dicionarizada * “arrebento.
[De ar²+ rebento] s.m. V. rebento.”
** “rebento. [Dev. de rebentar] s.m. 1. Bot.
Broto (2) que dá origem a outra planta;
retilho, renovo. 2. V. broto (2). 3. V. gema
(3). 4. Fir. Filho; descendente (...) 5. Fig.
Fruto, produto [Var.: arrebento]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
TROVÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 11,76%
24
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARREBENTO²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “ ... um clarão que surge no céu em dias de chuva?´”
8 contexto “31 (inf. B): Inicialmente decodificou como estiagem. Na repergunta, registrou: ´ah,
a carmariada (...) ô dize curisco. Curisco, qué dizê quando dá (a) quele arrebento.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30
11 termo dicionarizado ( X ) sim mas com outro sentido ( ) não
12 fonte
*FERREIRA (1999: 198)
**FERREIRA (1999:1713)
13 definição dicionarizada * “arrebento. [De
ar²+ rebento] s.m. V. rebento.”
** “rebento. [Dev. de rebentar] s.m. 1. Bot.
Broto (2) que dá origem a outra planta; retilho,
renovo. 2. V. broto (2). 3. V. gema (3). 4. Fir.
Filho; descendente (...) 5. Fig. Fruto, produto
[Var.: arrebento]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
RELÂMPAGO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 3,23%
21 obs:
25
1 nº de entrada 2 campo
semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ARREVENTO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
mod. fon.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “... o barulho forte que se escuta logo depois de um raio?”
8 contexto “53 (inf. A): Inicialmente: ´trevuada´. Na repergunta: ´(a) quele é um arrevento
que dá´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 2,94%
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
AS BARRAS
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metonímia
6 categoria gramatical
SN.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 30
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 272)
13 definição dicionarizadabarras. [Pl.
de barra] s.f. pl. A primeira claridade do dia,
ou a cor avermelhada do céu, ao pôr-do-
sol. V. barra.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 04
20 freqüência 9,52%
26
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
AS COISA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença pouco comum”, “inchaço”, “dor”, “vermelhidão na pele”, “cura
apenas com benzimento”
8 contexto “44 (inf. B): A doença foi assim descrita: é as coisa que dá cocera e fareleia a
perna da pessoa.’ “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 498)
13 definição dicionarizada “coisa [Var. de
cousa] s.f. 1. Aquilo que existe ou pode
existir (...) 10. Pop. Perda dos sentidos, ou
mal-estar ou indisposição indeterminada;
troço (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ERISIPELA
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
27
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
AS REGRAS
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr.gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1732)
13 definição dicionarizada “regras [Pl. de
regra] s.f. pl. 1. Pop. V. menstruação (1)
[Tb. us. no sing] (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 04
20 freqüência 6,67%
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
AS TORRES
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metonímia
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 30
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1977)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. turre (cláss. tunim] s.f. 1. Edifício
alto que se construía principalmente para
defesa em caso de guerra; fortaleza (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 02
20 freqüência 4,76%
28
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
(A) TACA OS PURMÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões deixa a pessoa muito fraca e tossindo
muito”
8 contexto “51 (inf. A): A resposta inicial completa foi: ´da gripe dá pantamonia. Às vezes dá ::
(a) taca os purmão, né, daí ... vai vê que os que tem farta de ar daí escarra sangue, né´. Na
repergutna: ´doença da magra´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
TUBERCULOSE
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
ATACAR OS PULMÕES
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões deixa a pessoa muito fraca e tossindo
muito”
8 contexto “09 (inf.B): Inicialmente respondeu: ´animia, tiriça e hepatite é braba tamém´. A
resposta adequada ocorreu na repergunta, insistindo-se no sema ´atacar os pulmões.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
TUBERCULOSE
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
21 obs:
29
1 nº de entrada:
01
2 campo semântico
convívio
3 unidade fixa ou termo
À-TOA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
elipse
6 categoria gramatical
loc. adv.
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 112
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 223)
13 definição dicionarizada
à-toa [De à1 + toa] (...) 6. Diz-se de pessoa que se
prostitui [cf. à toa, loc. adv., e atoa, do v. atoar]”
14 forma
completa
15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
PROSTITUTA
17nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 3,33%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
AVE-MARIA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
eufem.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “06 (inf.A): ´aqui nóis fala ave-Maria (...) falo que choveu ave-Maria né, custume da
gente´. Perguntou-se por simpatias para fazer a chuva parar: ´(...) é jogé um punha (do) de mio
[=milho], né, jogá litro branco tamém é bom, quan (do) ta caino assim´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 25, p. 72
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:239)
13 definição dicionarizada “[De ave²+hier. Maria] s.f. Rel.
Oração católica em louvor de Nossa Senhora, e que
começa com a saudação: Ave, Maria (...)”
14 forma
completa
15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 1,65%
30
1 nº de
entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
BACIA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de
nascer?”
8 contexto “18 (inf. A): A primeira resposta foi: ´bacia´. “
“43 (inf.A): Indagada por um nome mais comum: ´uns fala bacia, otros fala utro´(...).”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 250)
13 definição dicionarizada Bacia [Do lat. tard. bacia,
pelo fr. ant. bassie, poss.] s.f. 12. Anat. Porção inferior do
esqueleto do tronco, limitada, anterior e lateralmente, pelos
ossos ilíacos, e, posteriormente, pelo sacro e pelo cóccix;
pelve (...)”
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17nota de uso
18 uso geográfico PR, BA, PB
19 registro 03 (ALPR); 02 (APFB); 01 (ALPB)
20 freqüência 5,17% (ALPR); 5,56% (APFB); 11,11% (ALPB)
31
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. Atm.
3 unidade fixa ou
termo
BARCA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSLDe noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no
céu assim (Mímica) e faz um risco de luz. Como chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 38
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:270)
13 definição dicionarizada barca. [ Do lat. tard.
barca] s.f. Antigo navio à vela, de mastreação constituída
por gurupês e três mastros latinos; brigue-barca (...),”
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,69%
1 nº de entrada 2 campo semântico
convívio
3 unidade fixa ou termo
BARREDEIRA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem¨
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB [82]
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
17nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 10
20 freqüência 14,29%
32
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
BARRIGA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de nascer?”
8 contexto “12 (inf. B): Para o nome mais comum ocorreu: ´barriga´.”
“20 (inf. B): A resposta completa foi: ´ovaro, num é, num intendo muito (...) a gente falava barriga, mais num
sabe o nome da peça´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
Bacia”: FERREIRA (1999: 273)
“ventre”: FERREIRA (1999: 2057)
13 definição dicionarizada “[De barrica] s.f. 1. V.
abdome. 2. Bojo, saliência, protuberância. 3. Ventre
(3) (...)”
“[Do lat. ventre] s.m. 1. Cavidade abdominal 2.
Abdome (1). 3. A proeminência externa do abdome;
barriga. 4. Poét. V. útero (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 6,90%
33
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
BARRIGA DA MÃE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
S.ADV.
7 pergunta do QSL “Como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de
nascer?”
8 contexto “16 (inf. B): Reformulando-se duas vezes a questão registrou: ´fica na
barriga da mãe´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,72%
1 nº de entrada 2 campo
semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
BASTANTE TROVÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
adv. + s.m.
7 pergunta do QSL
8 contexto “16 (inf. A): 'relâmpio. Repetiu-se a pergunta três vezes e em cada uma
ocorreu uma resposta diferente: 'raio', 'trovejando', 'bastante trovão'.
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 28
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,89%
34
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
BERRUGA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “dizem que, quando se apontam as estrelas, nasce o quê na
pessoa?”
8 contexto
9 característica “carne meio mole”, “aparece quando se apontam as estrelas”
10 identificador de fonte ALPR, carta 136
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 292)
13 definição dicionarizada
“Berruga [Do lat. verruca] s.f. 1. Derm. Tumor
epidérmico de origem virótica. 2. Derm. P. ext.
Ploriferação epidérmica de que há vários tipos,
semelhante à verruga (1) benigma, de origem outra
que não virótica. 3. Bot. Pequena protuberância
rugosa [ Var. (bras. pop.): berruga]”
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
VERRUGA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 17,65%
35
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
BERRUGUINHA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “dizem que quando se apontam as estrelas, nasce o quê na
pessoa?”
8 contexto “25 (inf. A): Na repergunta registrou ainda: ´berruguinha´.”
9 característica “carne meio mole”, “aparece quando se apontam as estrelas”
10 identificador de fonte ALPR, carta 136, p. 294
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 292)
13 definição dicionarizada
“Berruga [Do lat. verruca] s.f. 1. Derm. Tumor
epidérmico de origem virótica. 2. Derm. p. ext.
Ploriferação epidérmica de vários tipos, semelhante
à verruga (1) benigma, de origem outra que não
virótica. 3. Bot. Pequena protuberância rugosa [ Var.
(bras. pop.): berruga]”
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
VERRUGA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,88%
21 obs:
36
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
BICHINHO
4 córpus nº
5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 296)
13 definição dicionarizada
“[Dim. de bicho] El. s.m. Us. na loc. s.m. meu bichinho
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 6,06%
1 nº de entrada
2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
BICHO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 296)
13 definição dicionarizada bicho [Do lat. vulg. bestiu < lat. bestia
S.m. (...) 17. Bras. V. diabo (2) (...)”
Diabo [Do gr. diábolos, pelo lat. ecles. diabolu. S.m. 1. V. demônio
(...) [Para não enunciar o nome diabo, a superstição popular
substitui-o por muitos outros, como : (...) bicho (...) (A palavra
diabo, e bem assim a quase totalidade dos seus sinônimos,
escreve-se comumente com cap.)] (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
37
20 freqüência 3,03%
38
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou
termo
BICHO FEIO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
BICHO RUIM
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
39
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
BOI
4 córpus nº 5 tipologia tabu
ironia
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama
isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB, [67], [H322] / ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 312)
13 definição dicionarizada
“boi¹ [ Do lat. bove] s.m. (...) 10. Bras. Gír. Meretriz
11. Bras. N.E. V. menstruação (1) (...)”
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico BA, PB
19 registro 37 (APFB) / 14 (ALPB)
20 freqüência 74% (APFB); 23,33% (ALPB)
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
BOIADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
ironia
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama
isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 313)
13 definição dicionarizada “boiada [ De boi¹+
-ada¹] S.m. Bras. Boiada grande.”
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 2,00%
40
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
BOLA DO PECADO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)
8 contexto “37 (inf. A): nóis dizemo que é o pecado ... a bola do pecado.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
BOLA NO PESCOÇO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)
8 contexto “45 (inf. A): ´esse é uma bola no pescoço (...). Fruta que o Adão
comeu.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
41
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
BOLSA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê
antes de nascer?”
8 contexto “15 (inf. A): No teste de identificação para mãe do corpo relatou: ´a mãe
do corpo diz que é a bolsa que tem den (tro) da barriga né, que alimenta a criança.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:
316)
13 definição dicionarizada
“bolsa¹ ´Do gr. býrsa odre de vinho´, pelo lat. bursa] (...)
6. Cavidade que contém secreção, ou outro fluido (...)”
14 forma
completa
15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 6,90%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. Atm.
3 unidade fixa ou termo
BRIGA DA LUA MAIS
SOL
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipocorístico
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “o sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns
minutos”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ECLIPSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 3,23%
42
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
BRONQUITE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo
muito.”
8 contexto “25 (inf. A): A resposta completa foi: ´tem o bronquite que ataca o purmão
tamém (...) a duença dos purmão que ataca muito e fica muito magro e a pessoa cai.
Se num tratá morre memo (...) otos fala hética, otos fala duença dos purmão.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 335)
13 definição dicionarizada
“[De bronqu (i)- + =ite¹. s.f. Pneum. Inflamação
brônquica [ Sin `brs. pop.): carregação do peito]”
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 15
20 freqüência 23,08%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CAI ALGUM CORISCO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 7
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVOADA
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 7,69%
43
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CAIEIRA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “51 (inf. B): 'tição de fogo de caieira de São João Maria tamém é bom (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004:360)
13 definição dicionarizada
“[De caleira², poss. ] s.f. 1. Fábrica de cal. Forno onde se calcina o
calcáro para a fabricação da cal. 3. Bras. Forno de olaria
construído com os próprios tijolos que vão cozer. 4. Bras. V.
sambaqui. 5. Bras. SP. V. carvoeira (1). 6. Bras. V. balão (11).”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 2,48%
44
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
CAIR O FACÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “numa certa idade acaba a menstruação. Quando isso acontece,se diz que
a mulher ...”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTRAR NA MENOPAUSA
17 nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 2,33%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CAMBUEIRO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 7
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 376)
13 definição dicionarizada “[De cambueiras] s.m. 1.
Bras. Vento tempestuoso que sopra do Sul. 2. Bras.
BA. Aguaceiro que cai antes das primeiras trovoadas
do ano. [cf. cambueiras]. “
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TROVOADA
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 7,69%
45
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
CAPETA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto . “65 (inf. A): Sobre a crendice explicou: ‘a siora me desculpa, mas vô falá o que
eles falavam. Diz que era o capeta que passava por perto”.
“7 (inf. B): ´tinh (a) o capeta lá dentro.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(1999:396)
13 definição dicionarizada
“[De capa1 + eta (ê)] s.m. Fam. 1. V. diabo (2). 2. Traquinas,
capetinha.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 12
20 freqüência 18,18%
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
CAPETINHA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto “02 (inf. B):” (...) diz que parece, que o capetinha ta aí dentro aí, né”
“03 (inf.A): ´(...) alembro quano minha mãe falava que num podia ir na __ que tinha o capetinha
lá.´ ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 396)
13 definição dicionarizadacapetinha [De capeta + -
inha] S. 2g. Bras. V. capeta (2)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 3,03%
46
1 nº de entrada
2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
CARAMUJO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto N/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 403)
13 definição dicionarizada
“[Do esp. escaramujo, 'roseira silvestre de fruto edule';
'caramujo', com aférese, poss.] s.m. 5. Bras. esquisitão,
ensimesmado.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
CAROCINHO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “59 (inf. A): Registrou inicialmente como gogó referindo que Adão: ‘inguliu a fruta do
pecado (...) paro (...) fico ali (a) quele carocinho.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
47
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
CAROÇO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “41 (inf.b) Depois de se reformular várias vezes a questão respondeu: ´dizemo
garganta. Insistindo-se para ´outro nome´> ´diz caroço, né.”
“55 (inf.B): A resposta completa foi: ´isso aí diz que é formado do tempo de Adão e Eva qu (e)
inguliu a fruta e par}o aqui e fico esse caroço aqui, né, mas o nome eu num lembro o nome disso
aí, não.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(1999: 413)
13 definição dicionarizada “(...) s.m. (...) 4. Pop. Glândula enfartada e
endurecida; íngua s. Pop. Tumor ou erupção cutânea (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 05
20 freqüência 7,25%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
CAROÇO DA GARGANTA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “05 (inf. B): Na repergunta a resposta completa foi: ´eis fala que só home tem por
causo da fruta do Adão. Insistindo-se. Num lembro ... caroço da garganta, caroço da fruita.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p.160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
48
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
CAROÇO DA MAÇÃ
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “54 (inf. B): Na repergunta: ´é caroço, né (...) caroço da maça.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p.160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
CAROÇO DO PECADO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “29 (inf. B): ´esse caroço aí é o caroço do pecado, Adão, né, Adão.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p.160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
49
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
CAROÇO DO PESCOÇO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “44 (inf. B): Na repergunta: ´é a fruita do Adão que ele ... Eu conheço por caroço
do pescoço isso aí.´ ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p.160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
CHAGA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo
muito.”
8 contexto “04 (inf. B): Decodificou inicialmente como: ´chaga, câncer´. Reformulando-se
registrou: ´bronquite´”.
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 451)
13 definição dicionarizada “(...) s.f. 1. Ferida aberta;
úlcera. 2. A cicatriz deixada por essa ferida. 4. Fig.
Coisa que penaliza. 5. Fig. Aquilo que produz males ou
prejuízos (...) 6. Fig. Desgraça, infortúnio ~V. Chagas.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
50
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHAMA-CHUVA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
s.comp.
7 pergunta do QSL ”Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “24 (inf.A): Sobre o arco-íris, comentou: ´eles fala que é chama-chuva, um que dá
um lado do outro assim, que é amarelo e azul, o arco, o arco-da-véia, né, que eles fala. É, eis [
= eles] come assim, né, dum coro no outro. Eles fala que é o arco-da-véia, né. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta18, P. 58
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,56%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
CHICO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “ as mulheres perdem sangue todos os dias. Como se chama isso?”
8 contexto S/ C
9 característica
10 identificador de fonte APFB, carta 67/ ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte FERREIRA (2004: 455) 13 definição dicionarizada “chico1
[hipocorístico de Francisco] s.m. (...) 2.
Bras. Pop. V. menstruação (1) (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico BA/ PB
19 registro 01 APFB / 05 ALPB
20 freqüência 1,89% (APFB); 8,33% (ALPB)
51
1 nº de entrada
2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
CHIFRUDO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
part. fís.
6 categoria gramatical
adj.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto N/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( x ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 460)
13 definição dicionarizada
“[De chifre + -udo] Adj. 1. Bras. Que tem chifres. 2. Bras.
Chulo V. corno (11). S.m. 3. Bras. Chulo V. corno. (9)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA BOA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 25
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 2,04%
52
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA BRABA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 25
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 02
20 freqüência 4,08%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA COM GRANITO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “54 (inf. B): Respondeu de início: 'é granito, né chuva com granito (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 0,83%
53
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA DE ARROZ
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL 10 “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “47 (inf.B): Inicialmente: ´chuva de pedra´. Para outro nome: `tempestade, pedrera e
tempo feio´. Quando indagado se se podia falar chuva de pedra, comentou: `agora o certo num
pode falá, né, quela [ = porque ela] ingrossa. Então a gente diz chuva de arroz, chuva de feijão,
quarqué coisa, em nome de Deus. Daí ele já pasa.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso “as principais simpatias para afastar a chuva de pedra foram apresentadas
pelos informantes dos pontos lingüísicos e das formas seguintes: a) jogar, no terreiro, uma
peneira de taquara trançada em cruz, de boca para cima; b) atirar sal no fogo, no quintal ou no
telado; d) acender uma vela benta (...)”
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 0,83%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA DE FEIJÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “47 (inf.B): Inicialmente: ´chuva de pedra´. Para outro nome: `tempestade, pedrera e
tempo feio´. Quando indagado se se podia falar chuva de pedra, comentou: `agora o certo num
pode falá, né, quela [ = porque ela] ingrossa. Então a gente diz chuva de arroz, chuva de feijão,
quarqué coisa, em nome de Deus. Daí ele já pasa.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso “as principais simpatias para afastar a chuva de pdera foram apresentadas
pelos informantes dos pontos lingüísicos e das formas seguintes: a) jogar, no terreiro, uma
peneira de taquara trançada em cruz, de boca para cima; b) atirar sal no fogo, no quintal ou no
telado; d) acender uma vela benta (...)”
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 0,83%
54
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA-DE-FLOR
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “01 (inf. A): Como 'outro nome' ocorreu: “tem chuva-de-flor, né. Perguntouse qual o
melhor nome para o fenômeno: 'chuva-de-flor [por que] diz que num é bom falá chuva de
pedra'.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 25, p. 72
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso ALPR, carta 25: “Tal fenômeno natural, pelos prejuízos que provoca na lavoura,
é visto com reservas – portanto tabuizado – sobretudo entre os informantes mais idosos e de
menos escolaridade. Por isso, optamos por elabortar uma carta especialmente com os registros
de chuva-de-flor e chuva-de-rosa, acompanhada das notas que abordem as crendices e
simpatias mais usadas para evitar tal desastre na agricultura.”
“as principais simpatias para afastar a chuva de pdera foram apresentadas pelos informantes dos
pontos lingüísicos e das formas seguintes: a) jogar, no terreiro, uma peneira de taquara trançada
em cruz, de boca para cima; b) atirar sal no fogo, no quintal ou no telado; d) acender uma vela
benta (...)”
18 uso geográfico PR
19 registro 16
20 freqüência 13,22%
55
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA-DE-FLORE (S)
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “28 (inf. A): 'eu falo chuva-de-pedra, mai (s) no sítio nói (s) falava chuva-de-flor (s)
'.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 25
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 1,65%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA DE GRANITO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “08 (inf. B): 'aí, se chama chuva de granito.' “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 07
20 freqüência 5,79%
56
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA DE GRANIZO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “06 (inf. B): 'na repergunta: 'nói (s) fala granismo (...) tem gente que fala pedra, né
mais a gente viu falá na televisão aí é granizo, né, chuva de granizo.' “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24 e 25
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 05
20 freqüência 4,13%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA DE NEVE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “53 (INF. a): ´... pedra, que cai aquela ped (dra) de gelo, né´. Ao mencionar a neve,
perguntou-se se eram iguais: ´não é ... a chuva de neve é aquelas manga ... vai caindo, né ...
chuva de pedra cai as pedra mesmo.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 0,83%
57
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA DE REPENTE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 2,04%
58
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA-DE-ROSA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto
”16 (inf.B): Perguntado se se podia falar chuva d epdera, comentou: ´é diz que num pode falá (...)
eles fala, acho que pe granízio, né, chuva de :: chuva-de-rosa´. Sobre simpatias para parar a
chuva de pedra, retalou: ´meu vô, ele tem uma simpatia (...) ele pegava e rezava, ficava rezano
assim no quarto, mais não dexava a gente escutá nada quele [= o que ele] falava ... ele tinha um
:: papelzinho na mão escritinho ... então ele rezava ali e ali ele escondia (a) quele lá.” carta 25
“ 33 (inf. B): ´Nóis si tratamo (...) granito. Deu uma chuva de granito, rosa, uma chuva de
rosa.” carta 24
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 25 (p. 72) e carta 24 (p. 70)
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso
ALPR, carta 25: “Tal fenômeno natural, pelos prejuízos que provoca na lavoura, é visto com
reservas – portanto tabuizado – sobretudo entre os informantes mais idosos e de menos
escolaridade. Por isso, optamos por elabortar uma carta especialmente com os registros de
chuva-de-flor e chuva-de-rosa, acompanhada das notas que abordem as crendices e simpatias
mais usadas para evitar tal desastre na agricultura.”
“as principais simpatias para afastar a chuva de pedra foram apresentadas pelos informantes dos
pontos lingüísticos e das formas seguintes: a) jogar, no terreiro, uma peneira de taquara trançada
em cruz, de boca para cima; b) atirar sal no fogo, no quintal ou no telado; d) acender uma vela
benta (...)”
18 uso geográfico PR
19 registro 02 (carta 24, p. 70) / 04 (carta 25, p. 72) total= 06
20 freqüência 4,96%
21 obs
59
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA DE VENTO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 04
20 freqüência 8,16%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA FORTE¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVOADA
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 03
20 freqüência 23,08%
60
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA FORTE²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 02
20 freqüência 4,08%
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA GRANDE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 2,04%
61
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA GROSSA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 09
20 freqüência 18,37%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA PASSAGEIRA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 03
20 freqüência 6,12%
62
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA PESADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 04
20 freqüência 8,16%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVA UM POUCO GROSSA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 7
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVOADA
17nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 7,69%
63
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 2,04%
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVAS DE AGUACEIROS
FORTES
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 7
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16variante lingüística
TROVOADA
17nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 7,69%
64
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CHUVINHA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 7
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:462): chuvinha
FERREIRA (2004: 462): chuvisco
13 definição dicionarizada
“[De chuva + -inha] s.f.V. chuvisco (1)”
chuvisco [De chuva + -isco] s.m.1. Chuva
miúda, fina (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVOADA
17nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 02
20 freqüência 15,38%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CIRCO¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
meton.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL ”Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “04 (inf. A): Inicialmente, afirmou que se tratava do: ´circo, a gente trata pelo circo,
aquele que (a) parece de assim, de várias cores.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 16,67%
65
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou
termo
CIRCO²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “o sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns minutos”
8 contexto “11 (inf. B): ´A resposta comleta foi: ´nóis tratamo circo (...) deu um circo na lua,
deu um ... iscuridão.´”
“31 (inf.B): Referiu-se incialmente ao ´tempo dos fogo´[incênciio nas mata] e quando ´circo no
sol´. Reformulando-se a questão, decofificou como: ´daí o tempo ta de chuva, daí tem uma nuve
em frente o sol´. Foi necessário reformular novamente a questão para que respondesse: ´é o __
da lua (...) diz que é uma serpente que diz que qué come à lua (...)´”.
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 152, p. 326
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ECLIPSE
17 nota de uso ALPR, carta 152, p. 326: “Inicialmente formulava-se a questão com base nos
semas ´escurecer de dia´, ´lua tapando o sol´. Dada a dificuldade de se obter a resposta
desejada, talvez por insuficiência de dados que permitissem a pronta decodificação – por
sugestão de um informante – acrecentaram-se dados relativos aos danos provocados pelo
eclipse na lavoura, tais como ´amarelar a plantação do feijão, ´enrolar as folhas das plantas´,
entre outros. ^
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 25%
21 obs “Referiram-se ainda à simpatia de colocar litros incolores cheios de água, em cruz, na
roça para evitar danos à lavoura (...) ou acender vela benta...; ou ainda colocar enxada ou foice
velhas, com a lâmina para cima na roça ...”
66
1 nº de entrada
2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
COBREIRO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL 261
8 contexto “01 (inf. A): Só decodificou como cobreiro e alergia.”
9 característica semas “doença pouco comum”, “inchaço”, “dore”, “vermelhidão na pele”,”cura
apenas com benzimento”.
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( x ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 488)
13 definição dicionarizada
“[De cobra + -eiro] s.m. Bras. V. cobrelo.”
FERREIRA (2004:488): “(...) s.m. Pop. O herpes-zoster,
assim dito por se afigurar ao povo ser essa dermatose
produzida pelo contato da roupa sobre a qual passasse
alguma cobra; cobreiro, cobro.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 11
20 freqüência 16,18%
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
COISA FEIO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto N/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE TABU
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
67
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/crenças
3 unidade fixa ou termo
COISA RUIM
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL
8 contexto “Trincheiras conquistadas, destruídas uma a uma pelo Coisa Ruim.”
9 característica
10 identificador de fonte TIETA, p. 183, 1º§
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 494)
13 definição dicionarizada
coisa-ruim [Var. de cousa-ruim] s.m. Bras. Cabo-ver.
Pop. V. diabo (2) [Pl: coisas-ruins]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou sigla 16 variante lingüística
DIABO
17 nota de uso
18 uso geográfico NE
19 registro 01
20 freqüência
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
COISINHA FEIO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE TABU
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
68
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
COISO DE ADÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “ 13 (inf. A): A resposta completa foi: ´esse é o :: jaca, o coiso de Adão (...) a fruta do
Adão, né, (a) gora num sei.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
COMETA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no
céu assim (mímica) e faz um risco d eluz. Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 22
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 504)
13 definição dicionarizada
“[Do gr. kométes, pelo lat. cometa] S.m.1. Astr. Astro de
luminosidade fraca, formado por um grupo de pequenas partículas
sólidas, com envoltório gasoso, e que gira em torno do Sol em
órbitas elípticas muito alongadas, algumas das quais praticamente
parabólicas, e nalguns casos aparentemente hiperbólicas. Na
proximidade do Sol, por efeito da pressão de radiação, forma-se em
grande número de cometas uma longa cauda, que se estende a
milhões de quilômetros (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico MG
19 registro 15
20 freqüência 18,07%
69
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
CONGO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “ 17 (inf. A): congo.’ “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 528)
13 definição dicionarizada
“congo
1
[Do top. Congo (África] s.m. 1. V. congolês (3).
2. V. banto (3) 3. Designação genérica de escravo banto
dos antigos reinos do Congo e do Cacongo (...)”.
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
CONGÓ
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “64 (inf.A): ´congó´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
70
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CORISCO¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “como se chama o clarão que se forma no céu antes de chover ou durante a
chuva?”
8 contexto “ 19 (inf. B): Inquirido por ´outro nome´: ´ah, eles falam relampo, otos dizem que
aquele relampo é corisco, né.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30, questão 43
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 553)
13 definição dicionarizada
“[Dev. de coriscar] S.m. 1. Faísca elétrica. 2.
Centelha que fende as nuvens eletrizadas sem se
ouvirem trovões [sin. pop. (nesta acepç, no RS):
mandado de-deus ou apenas mandado] (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 3,23%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CORISCO
2
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 553)
13 definição dicionarizada
“[Dev. de coriscar] s.m. 1. Faísca elétrica 2.
centelha que fende a nuvens eletrizadas sem se
ouvirem trovões [sin. pop. (nesta acepç. no RS]
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVOADA
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 7,69%
71
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CORISCO
3
/ CURISCO
3
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL
8 contexto “23 (inf. B): 'é às veiz eles fala trevuada, às veiz é o raio, curisco, né, pirigosos que tá
sempre tá seno pirigoso (a)qui pra nóis '.”
“13 (inf.B): Demonstrou não entender a pergunta então reperguntou-se: 'é, memo, né, dá corisco
né, é istralo queis fala, né.” Insistiu-se nos semas 'seguido' e 'bastante': 'istralo, né, dicerto.' “
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 28, p. 78
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 553)
13 definição dicionarizada
“[Dev. de coriscar] S.m. 1. Faísca elétrica. 2. Centelha
que fende as nuvens eletrizadas sem se ouvirem
trovões [sin. pop. (nesta acepç, no RS): mandado de-
deus ou apenas mandado] (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 7,55%
72
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
CORPO SECO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo
muito.”
8 contexto “11 (inf. B): ´corpo seco´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 557)
13 definição dicionarizada
corpo-seco. [De corpo + seco (ê) s.m.. Brás. S. 1.
V. esqueleto (2). Folcl. Duende das matas, em
forma de esqueleto (2) [Pl. corpos-secos]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
CRAO DE PÊSSEGO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “ 32 (inf. A): crao [ = grão] de pêssego.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
73
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
CRAVO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “dizem que, quando se apontam as estrelas nasce o quê na pessoa?”
8 contexto “57 (inf. B): 'nós chamemo de cravo (...) uns diz cravo, otro diz __, pra mim é mesma
coisa.' ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 136, p. 294
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 571)
13 definição dicionarizada
“cravo² [Do lat., 'prego] s.m. (...) 4. Derm. calo doloroso e aprofundado
no derma, na planta do pé, como um cone.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
VERRUGA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 11,76%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CRISO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “o sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns minutos”
8 contexto “37 (inf. A): A resposta inicial foi: ´(e)scuridão ... que diz que o tempo virava (...) dava
o criso, né, criso no sor e :: tem o criso na luma do luar tamém.´ ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 152, p. 326
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(1999: 580)
13 definição dicionarizada
“cris³ [De eclipse, com aférese, rotacismo e síncope[ Adj. 2g. 1. Ant.
que está em eclipse (1) lua cris². 2. Ant. Eclipse [Sin. Brás. nesta acepc.:
criso] [Pl.: crises]
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ECLIPSE
17 nota de uso ALPR, carta 152, p. 326: “Inicialmente formulava-se a questão com base nos
semas ´escurecer de dia´, ´lua tapando o sol´. Dada a dificuldade de se obter a resposta
desejada, talvez por insuficiência de dados que permitissem a pronta decodificação – por
sugestão de um informante – acrecentaram-se dados relativos aos danos provocados pelo
eclipse na lavoura, tais como ´amarelar a plantação do feijão, ´enrolar as folhas das plantas´,
entre outros. “
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 25%
21 obs “Referiram-se ainda à simpatia de colocar litros incolores cheios de água, em cruz, na
roça para evitar danos à lavoura (...) ou acender vela benta...; ou ainda colocar enxada ou foice
velhas, com a lâmina para cima na roça ...”
74
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CU DE BOI
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com
listras coloridas e curvas (Mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 589)
13 definição dicionarizada
“s.m.1. Bras. Pop. V. rolo1 (16) 2. Bras. BA.
Garrucha (3) (...) “
rolo
1
(16) Bras. Pop. Conflito ou briga em que se
envolvem numerosas pessoas (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 2,38%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen.atm.
3 unidade fixa ou termo
CURISCO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “como se chama o clarão que se forma no céu antes de chover ou durante a
chuva?”
8 contexto “ 13 (inf. B): Na repergunta ocorreu também curisco.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30, questão 43
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 09
20 freqüência 29.03%
75
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
DAMA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
antífrase
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende por qualquer preço?”
8 contexto N/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB/ ALS I
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:599)
13 definição dicionarizada “dama
1
[Do fr. dame] s.f. (...) 7.
Bras. N.E. MG GO Meretriz (...)”
“meretriz [Do lat. meretrice] s.f. Mulher que pratica o ato
sexual por dinheiro [Dim.: meretrícula]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
17 nota de uso
18 uso geográfico BA/ SE
19 registro 03 APFB/ 03 ALS I
20 freqüência 4,29% (APFB) ; 10% (ALS I)
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
DEMÔNIO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 616)
13 definição dicionarizada “Do gr. daimónion, pelo lat.
tard. daeomiun) s.m.1. (...) 8. Força ou estímulo interior que
excita ou conturba os sentimentos e paixões. O demônio
da ira; o demônio da dúvida.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
DIABO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01 ALPR
20 freqüência 1,52% (ALPR)
76
1 nº de entrada
2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
DEMUNINHO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. Atm.
3 unidade fixa ou termo
DEU UM CIRCO NA LUA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “o sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns minutos.”
8 contexto “11 (inf. B): A resposta completa foi: ´nóis tratamo circo (...) deu um circo na lua, deu um
... iscuridão.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 152, p. 326
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ECLIPSE
17 nota de uso “(...) Dada a dificuldade de se obter a resposta desejada, talvez por insuficiência de
dados relativos aos danos provocados pelo eclipse na lavoura, tais como ´amarelar a plantação do
feijão´, ´enrolar as folhas das plantas´, entre outros.”
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 8,33%
21 obs: (simpatias, ALPR): “colocar enxada ou foice velhas, com a lâmina para cima na roça/
colocar litros incolores cheios de água, em cruz, na roça para evitar danos á lavoura/ acender vela
benta”
77
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. Atm.
3 unidade fixa ou termo
DEUS TE ABRANDE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
eufem.
6 categoria gramatical
loc.interjectiva
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 38
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 1,69%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
DIABETE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr.gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo muito”
8 contexto “14 (inf.A): Inicialmente decodificou como diabete.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:670)
13 definição dicionarizada
“diabete. s.m. e f. V. diabetes.”
“diabetes [Do gr. diabétes, pelo lat. diabetes] s.m. e f. e 2n.
Med. 1. Síndrome caracterizada por uma eliminação
exagerada e permanente na urina (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 3,08%
78
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
DIABINHO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim..
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto “15 (inf. B): ´(...) joga uma penera, pega o diaBin (ho)´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 670)
13 definição dicionarizada
“diabinho [Dim. de diabo] s.m. 1. Diabete. 2. Bras. N.E. Um dos fogos de João;
espécie de pequenino busca-pé (q.v.) sem bomba, usado pelas crianças.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 11
20 freqüência 15,15%
21 obs: ALPR: “crendice popular infantil”
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. Atm.
3 unidade fixa ou termo
DIAMANTE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 22
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 672)
13 definição dicionarizada “[do lat. vulg diamante, alter. do lat. adamas,
antis < gr. adámas, antos, índomável', 'aço', 'diamante'] s.m. 1. Min. Mineral
monométrico, carbono puro, a mais dura e brilhante das pedras preciosas. 2.
(...)”
14 forma
completa
15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
18 uso geográfico MG
19 registro 03
20 freqüência 3,61%
79
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. Atm.
3 unidade fixa ou termo
DILÚVIO¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “o sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns minutos.”
8 contexto “54 (inf. A): Decodificou inicialmente como ´dilúvio´. No teste de identificação ocorreu:
´o __ acho que [é] quando dá (a) queles, aqueles tipo dum triângulo que quando dá (a) queles
chuvisqueiro, chove, fica sol, não é isso? Dá tipo __, né.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 152, p. 326
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 683)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. diluviu] s.m. 1. Inundação universal; cataclismo.
2. Grande chuva; inundação. 3. V. quantidade (3)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ECLIPSE
17 nota de uso “(...) Dada a dificuldade de se obter a resposta desejada, talvez por insuficiência de
dados relativos aos danos provocados pelo eclipse na lavoura, tais como ´amarelar a plantação do
feijão´, ´enrolar as folhas das plantas´, entre outros.”
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 8,33%
21 obs: (simpatias, ALPR): “colocar enxada ou foice velhas, com a lâmina para cima na roça/
colocar litros incolores cheios de água, em cruz, na roça para evitar danos á lavoura/ acender vela
benta”
80
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. Atm.
3 unidade fixa ou termo
DILÚVIO²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL N/C
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 25
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 683)
13 definição dicionarizada “[Do lat. diluviu] s.m. 1.
Inundação universal; cataclismo. 2. Grande chuva;
inundação. 3. V. quantidade (3)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 06
20 freqüência 12,24%
81
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
DOENÇA/DUENÇA DA
MAGRA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa pessoa muito magra e tossindo muito"
8 contexto “51 (inf. A): A resposta inicial completa foi; ‘ da gripe dá pantamonia. Às vezes dá :: (a)
taca os purmão, né, daí ... vai vê que os que tem farta de ar daí escarra sangue, né.´Na repergunta:
´doença da magra´.”
“40 (inf. B): ´aquela diz a doença magra´. Na repergunta: ´doença magra, sofe dos pormão
tamém´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA, 1999: 2013
13 definição dicionarizada
“Tuberculose ... s.f. (...) [A tuberculose pulmonar, ou
simplesmente tuberculose, é conhecida, ainda, por tísica
pulmonar, ou ainda tísica, e pelas denominações populares e
eufêmicas -: delicada, doença do peito, doença ruim, fininha,
fraqueza do peito, magra, magrinha, moléstia magra, mal-de-
secar, mal-dos-peitos, queixa do peito, seca (ê) (...).
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 06
20 freqüência 9,23%
21 obs:
82
1 nº de entrada
2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
DOENÇA RUIM
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa pessoa muito magra e tossindo muito"
8 contexto “Que doença a matava ou a estava matando? Nenhuma referência ouvira, a mãe e tia
Elisa devem saber mas guardam segredo, na certa por se trata de doença ruim, cujo nome não se
pronuncia, tísica ou câncer.”
9 característica
10 identificador de fonte TIET, p.26,10º§ / ALS II
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA, 1999: 701 e 2013
13 definição dicionarizada
“Doença [Do lat. Dolentia (...) Doença ruim. Brás. Pop.
Doença incurável, ou de cura difícil, como, por exemplo,
o câncer, a lepra, a tuberculose (...).” (p. 701)
“Tuberculose ... s.f. (...) [A tuberculose pulmonar, ou
simplesmente tuberculose, é conhecida, ainda, por tísica
pulmonar, ou ainda tísica, e pelas denominações
populares e eufêmicas -: delicada, doença do peito,
doença ruim, fininha, fraqueza do peito, magra, magrinha,
moléstia magra, mal-de-secar, mal-dos-peitos, queixa do
peito, seca (ê) (...).” (p. 2013)
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01 (TIET) / 10 (ALS II)
20 freqüência 20%
21 obs:
83
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
DOENTE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
adj.
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 701)
13 definição dicionarizada
“doente [Do lat. dolente] adj. 2g. 1. Que tem doença; enfermo. 2.
Fraco, achacadiço; doentio. 3. P. ext. Que sofre mal moral. 4.
Bras. apaixonado, louco, maníaco (...) s. 2. 5. Pessoa doente
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 10
20 freqüência 16,67%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
DONA DO CORPO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de nascer?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB, carta 75
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou sigla 16 variante lingüística
ÚTERO
18 uso geográfico BA
19 registro 22
20 freqüência 66,67%
84
1 nº de entrada
2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
DOS PULMÃO/ DOS PURMÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
meton.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa pessoa muito magra e tossindo muito"
8 contexto “21 (inf. B): A primeira resposta foi: ´é dos pulmão.´”
“26 (inf. B): Inicialmente a resposta foi: ´essa duença é cunhicido : trata dos purmão.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso “a decodificação inadequada da pergunta suscitou inúmera reformulações.´”
18 uso geográfico
19 registro 04
20 freqüência 6,15%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
DUENÇA DE SECÁ
4 córpus nº 5 tipologia tabu
meton.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa pessoa muito magra e tossindo muito"
8 contexto “25 (inf. B): Na repergunta e para o ´nome mais antigo´registrou ´duença de secá´,
insistindo que: ´o mais cunhecido é tuberculoso, memo.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
85
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
DOENÇA/DUENÇA DOS
PURMÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf..
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa pessoa muito magra e tossindo muito"
8 contexto . “55 (inf. A): A primeira resposta foi: ‘duença do purmão’. Na repergunta: ‘tem duença
do peito que diz”.
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, P. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17nota de uso “a decodificação inadequada da pergunta suscitou inúmeras reormulações’
18 uso geográfico PR
19 registro 07
20 freqüência 10,77%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
DUENÇA MAGRA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
mod. fon.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa pessoa muito magra e tossindo muito"
8 contexto “59 (inf. A): Na repergunta registrou: ´(...) é magra, nós dizemo também duença
magra.´”
“17 (inf. B): A resposta completa foi: ´, nós conhece por duença magra, ô essa duença dos purmão
memo, né.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17nota de uso “a decodificação inadequada da pergunta suscitou inúmeras reormulações’
18 uso geográfico PR
19 registro 06
20 freqüência 6,25%
86
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
DUENÇA RUIM¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença pouco comum, inchaço, dor, vermelhidão na pele, cura apenas com
benzimento.”
8 contexto “24 (inf. A): A primeira resposta foi quinzema. Indagada sobre a diferença entre a
erisipela e a eczema, explicou: ‘ a ___ se dexá, ela vira duença ruim, e a quinzema, não. Benze e
sara, fica só vermeia a perna.’ “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p.344
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
DUENÇA RUIM²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa pessoa muito magra e tossindo muito"
8 contexto “46 (inf. B): ´aí muitos diz que é dos purmão (...) diz duença ruim, né.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 701)
13 definição dicionarizada
Doença [Do lat. Dolentia (...) Doença ruim. Bras. Pop.
Doença incurável, ou de cura difícil, como, por exemplo,
o câncer, a lepra, a tuberculose (...).”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
87
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
É UMA PEÇA QUE A
MULHER TEM NO VENTRE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Como se chama a parte do corpo da mãe onde fica o nenê ante de nascer?”
8 contexto “9 (inf. B): ´é uma peça que a mulher tem no ventre.´”
9 característica
10 identificador de fonte APFB, carta 75
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 3,03%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
ECZEMA [kizema]
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL
8 contexto 24 (INF. A): ‘A primeira resposta foi: ‘quizema’. Indagada sobre a diferença entre a
erisipela e a eczema, explicou: ‘a __ se dexá, ela vira duença ruim, e a quinzema, não. Benze e
sara, fica só vermeia a perna.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004:71)
13 definição dicionarizada
“[Do gr. ékzema (nom)] S.m. Derm. Dermatose inflamatória caracterizada
pela formação de vesículas confluentes exsudatos e crostas, causando
prurido, e provocada por diferentes causas.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
18 uso geográfico PR
19 registro 06
20 freqüência 8,82%
88
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ELEVAÇÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 38
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 728)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. elevatione] s.f. 1. ato ou efeito de elevar-se;
ascensão, subida, levantamento (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 02
20 freqüência 3,39%
89
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
(E)SCURIDÃO/ISCURIDÃO/
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “o sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns minutos”
8 contexto “42 (inf. A): A primeira resposta foi: ´(e)scuridão´”.
“11 (inf.B): a resposta completa foi: ´nóis tratamo circo (...) deu um circo na lua, deu um ...
iscuridão´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 152, p. 326
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(1999: 803)
13 definição dicionarizada
“[Do latim obscuritudine, com mudança de pref.] s.f. 1. Estado do que é
escuro; falta de luz; trevas, escuridade, escuro.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ECLIPSE
17 nota de uso “Inicialmente formulava-se a questão com base nosa semas ´escurecer de dia´, ´lua
tapando o sol´. Dada a dificuldade de se obter a rsposta desejada, talvez por insuficiência de dados
que permitissem a pronta decodificação – po sugestão de um informante – acrescentaram-se dados
relativos aos danos provocados pelo eclipse na lavoura, tais como ´amarelar a plantação do feijão´,
´enrolar as folhas das plantas´, entre outros.”
“colocar litros incolores cheios de água, em cruz, na roça para evitar danos à lavoura/ acender vela
benta/ colocar enxada ou foice velhas, coma lãmina para cima na roça.”
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 25%
21 obs:
90
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
ESPINHA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “dizem que, quando se apontam as estrelas, nasce o quê na pessoa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 136
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 810)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. spina] s.f. (...) 4. Designação comum a certas
borbulhas da pele, principalmente as do rosto (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
VERRUGA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 08
20 freqüência 47,06%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
ESSE COISO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL
8 contexto “37 (INF. A): No teste de identificação comentou: ‘ ___ é esse coiso que dá um tipo de
um grosserão assim de se coçá e daí parte tudo ... eu digo __ pa (a) quilo.’ “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
91
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
ESTAR ASSISTIDA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto “A segunda resposta, a propósito do teste de identificação de estar assistida: ´na _.”
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 92
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 04
20 freqüência 13,33%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
ESTAR DE BOI
4 córpus nº 5 tipologia tabu
ironia
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 92
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 03
20 freqüência 10%
92
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
ESTAR DE FÉRIAS
4 córpus nº 5 tipologia tabu
estar de férias
6 categoria gramatical
SV+ SP
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 92
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 3,33%
1 nº de entrada 2 campo semântico ciclos
da vida
3 unidade fixa ou termo
ESTAR DE REGRA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 92
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 02
20 freqüência 6,67%
93
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
ESTAR DOENTE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto “61 (inf. a): ´eu chamo menstruação; muitos chama estar doente, outros chama meus
tempo; agora, eu, digo: estou menstruada.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 92
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 06
20 freqüência 16,67%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
ESTAR INCOMODADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 92
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1094)
13 definição dicionarizada
“Incomodado [Part. de incomodar. Adj. 1. Que sofre
incômodo ou sente incomodidade (...) 4. Bras. Menstruado
(diz-se da mulher)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 02
20 freqüência 6,67%
94
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
ESTAR/ ESTOU
MENSTRUADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto “61 (inf. a): ´eu chamo menstruação; muitos chama estar doente, outros chama meus
tempo; agora, eu, digo: estou menstruada´”
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 92
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 04
20 freqüência 13,33%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
ESTAR MOVIDA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto “54 (inf. A): A primeira forma ocorreu espontaneamente a propósito da pergunta 170
(ENJÔO) [ da gravidez]): ´é o negócio d´_ dela que falta´, e a propósito do teste de identificação de
movido: ´mulher está movida quando __ chegar.”
9 característica
10 identificador de fonte ALS I
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 02
20 freqüência 6,67%
95
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
ESTAR OFENDIDA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I , carta 92
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 3,33%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
ESTAR SEM PODER
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 3,33%
96
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ESTRELA DALVA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 38
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 842)
13 definição dicionarizada
“[De estrela+de+alva¹] s.f. Astr. V. Vênus¹ (...) [Pl.:
estrelas-d'alva]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 13
20 freqüência 22,03%
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ESTRELA-DE-RABO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 22
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 842)
13 definição dicionarizada
“s.f. Bras. pop. Cometa (1) [Pl. estrelas-de-rabo]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico MG
19 registro 06
20 freqüência 7,23%
97
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ESTRELA MARIANA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 38
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 1,69%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ESTRELA SE MUDANDO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 38
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) o
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 04
20 freqüência 6,78%
98
nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
FAÍSCA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
meton.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “um clarão que surge no céu em dias de chuva?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 18, pergunta 18
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:873)
13 definição dicionarizada
“[Do germ. falaviska, poss.] s.f. 1. Partícula que salta de uma
substância candente ou em atrito com outro corpo; chispa,
fagulha, centelha. 2. Fenômeno luminoso que acompanha
uma descarga elétrica (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
17 nota de uso
18 uso geográfico MG
19 registro 11
20 freqüência 21,43%
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
FANTASMA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:878)
13 definição dicionarizada
“[Do gr. phántasma, pelo lat. phantasma. S.m. 1.
Imagem ilusória; fantasmagoria (...) 4. Coisa
espantosa, medonha (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
99
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
FIGUERA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “dizem que, quando se apontam as estrelas, nasce o quê na pessoa?”
8 contexto “29 (inf.A): Na repergunta acrescentou: ´uns fala figuera – otos fala figuera, assim pa num
aumentá.”
9 característica “semas ´carne meio mole´, ´aparece quando se apontam as estrelas´. “
10 identificador de fonte ALPR, carta 136, p. 294
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
VERRUGA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,88%
21 obs: “31 (inf. B): Referiu-se a simpatias para acabar com a verruga: contar, até se cansar, as
estrelas da constelação das Três Marias, pedindo que levem a verruga; ´tirá o sangue da berruga e
ponhá na figuera ou só trocá, ponhá o sangue da berruga na figuera e o leite da figuera enterrá; ou
ainda ´a gente tá indo, tá andand (o) assim, se a gente vê um osso de alimar, a gente pega aquele
osso e passa bem passado ali, onde foi a berruga (...) e pega e ponha (a) aquele osso do jeito que
pegõ e ponh (a) ali e não óia pa trais. Se acaba a berruga.”
100
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
FLOR
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa chuva?”
8 contexto “11 (inf. B): ´ah, eu trato de flor.´Para ´outro nome´: ´tem outro nome, eu acho que ao meu
ver não posso falá porque a gente já tá, então tem uns que fala ...[baixa o tom de voz e vira-se contra
o gravador] ah, deu uma chuva de pedra, mais eu já falo. Falo [que] deu uma chuva-de-flor (...). A
gente sabe mais às veiz não pode falá. Se a gente fala ... deu uma chuva-de-pedra aí a gente tá ... tá
brigando com Deus, né, tá chamando mais. Então a flor... a flor é um troço cheroso, um troço da terra,
né.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 25, p. 72
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:946)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. flos, floris, por via erudita] s.f. 1. Bot. Órgão da reprodução
sexuada das plantas superiores (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
18 uso geográfico PR
19 registro 05
20 freqüência 4,13%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
FLOR VERMELHA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB, [67[, [H322]
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 2,0%
101
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
FLORES
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
s.f.pl.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa chuva?”
8 contexto “30 (inf. B): ´ah, sempre nós fala é chuva de pedra, chuva-de-flores. A gente não fala
pedra porque diz que não presta, né, tem que falá flores, né, senão aumenta, né, então (vo) cê tem
que falá flores, né?”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 25, p. 72
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 1,65%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
FORA DO LUGAR
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto “6 (inf. C): Ouvida a forma, disse que chamam assim, mas ´fora do lugar´. “
9 característica
10 identificador de fonte APFB [82]
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
17 nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 1,43%
102
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
FRAQUEZA NOS PURMÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo muito”
8 contexto “42 (inf. B): Inicialmente decodificou como ´cânce´. Na repergunta referiu-se a: ´deve sê
fraqueza nos purmão, né´. Na revisão final, e apenas no teste de identificação, é que registrou o
termo tuberculoso.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
FRUITINHA DO PECADO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “18 (inf. A): Na repergunta: ´é a fruitinha do pecado, né?”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
103
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
FRUTA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
meton.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “ 07 (inf. A): De início: ´o osso?´. Perguntou-se o que as pessoas falavam daquele osso:
´eles falava que isso daí pe a fruta que ... que feiz o pecado, que num era pra eles, preles comê ô
dá, e Adão deu né.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 946)
13 definição dicionarizada
fruta [Do lat. fruta, pl. de fructum] s.f.1. Designação comum
aos frutos, pseudofrutos e infrutescências comestíveis,
adocicados; fruto (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
FRUTA DO ADÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
meton.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “05 (inf. B): Na repergunta a resposta completa foi: ´eis fala que só home tem por causo
da fruta do Adão (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 4,35%
104
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
FRUTA DO PECADO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “06 (inf. A): 'ele fala que é a fruta do pecado, né. adão (en)guliu e parô aqui.' ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
FRUTA QUE O ADÃO COMEU
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “45 (inf. inf. A): ´esse é uma bola no pescoço (...). Fruta que o Adão comeu.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
105
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
FRUTO DO PECADO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “43 (inf. A): A resposta foi imediata: ‘fruto do pecado’
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
FUZIL¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “ ... o barulho forte que se escuta logo depois de um raio?”
8 contexto “54 (inf. B): ´é os trovão e os fuzil.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 957)
13 definição dicionarizada
“[Do fr. fusil] s.m. 9...) 5. Relâmpago (1) (...) [a boa grafia
seria com s cf. fúsil] ~ V. fuzis.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 2,94%
106
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
FUZIL²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “um clarão que surge no céu em dias de chuva?”
8 contexto “54 (inf. A): Na seqüência: fuzilando, fuzil”.
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 957)
13 definição dicionarizada
“[Do fr. fusil] s.m. 9...) 5. Relâmpago (1) (...) [a boa grafia
seria com s cf. fúsil] ~ V. fuzis.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 3,23%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
FUZILA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
mod. fon.
6 categoria gramatical
v.t.d.
7 pergunta do QSL “um clarão que surge no céu em dias de chuva?”
8 contexto “61 (inf. B): ´ah fuzila, né (...) é, otros diz que tá relampiando; é quase o mesmo´.
Perguntou-se sobre o nome mais comum: ´eu digo tá fuzilano. Vai chovê, tá fuzilano.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30, p. 82
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 952)
13 definição dicionarizada
“[De fuzil+ -ar²] v.t.d. (...) 4. Produzirem-se relâmpagos,
relampejar; cintilar. 5. Brilhar intensamente (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
107
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
GANGA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “52 (inf. A): Na revisão final registrou: ´ganga do home´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
GARGALHO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “57 (inf. B): ´gargalho que dize.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 970)
13 definição dicionarizada “[Do rad. anom,
Garg-, como no esp. gargajo e no por. Garganta
+ -alho] S.m. escarro espesso, que se expele a
custo.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
108
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
GARGALO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “57 (inf. A): ´gargalo.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 970)
13 definição dicionarizada “Do rad. onom. garg.-, como em
garganta (q.v.)] S.m. 2. Burl. Pescoço, garganta 3. Fig.
Obstáculo, empecilho [Cf. gargalho.]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada 2 campo semântico corpo
humano
3 unidade fixa ou termo
GARGANTA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “61 (inf. A): Hesitante, referiu-se à garganta e papo.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 970)
13 definição dicionarizada “(...) S.f. 1. Pó. Segmento
anterior do pescoço contendo as vias que levam da boca
e do nariz, respectivamente, ao estômago e aos pulmões
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 09
20 freqüência 13,04%
109
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
GELO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa chuva?”
8 contexto “38 (inf. B): Respondeu inicialmente e reiterou na repergunta: ´aqui, nóis chamamo de gelo.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1005)
13 definição dicionarizada
“(...) 2. Frio excessivo (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso “As cartas 24, 25, e 26 apresentam a distribuição diatópica das variantes lexicais registradas nas
respstas à questão ´a chuva que cai com pedacinhos de gelo´. (...) Tal fenômeno natural, pelos prejuízos que
provoca na lavoura, é visto com reservas _ portanto, tabuizado _ sobretudo entre os informantes mais idosos e de
menor escolaridade (...).”
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 1,65%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
GOGÓ
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “16 (inf. A): Depois de se reformular a questão duas vezes: ´eu falo pelote´. Ouviu-se um
circunstante: ´gogó´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 994)
13 definição dicionarizada
“gogó” é apontado como variante pelo dicionário
FERREIRAélio. “[alter-de-goela] S.m. Brás. Fam. V. pomo-
de-adão”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 05
20 freqüência 7,25%
110
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
GOGOZINHO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “63 (inf. A): ´eles fala gogozinho.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada 2 campo semântico corpo
humano
3 unidade fixa ou termo
GONGO (S)
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metonímia
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto
“17 (inf.B): ´nós trata (a)ssim... uns trata gongos ... num é, da garganta.´”
“25 (inf. A): “Na repergunta, explicou: 'é, argum fala gongo, oto fala gogó, agora num sei qual é o
mais certo'. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 992)
13 definição dicionarizada
“[Do mal. gong. S.m. 1. Instrumento de percussão, de origem
animal (...) 3. Bras. Pop. Sinal (de campainha, sirena, etc)
que dá início ou marca o fim da disputa, tarefa, etc, com
tempo marcado previamente (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 2,90%
111
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
GRANITO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa chuva?”
8 contexto “19 (inf. B): Para ´outro nome´: ´antigamente o pessuar falava chuva de pedra, ho (je) já
fala granito, né.´”
08 (inf. A): Perguntou-se por ´outro nome´: ´fror, granito, né, mais a gente não gosta muito de falar,
a gente mai (s) de falá é fror, né.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24 e carta 25, p. 70
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1005)
13 definição dicionarizada
“[Do it. granito] s.m. Geol. Rocha magmática granular, de
profundidade caracterizada essencialmente por quartzo e
por um feldspato alcalino.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso “As cartas 24, 25, e 26 apresentam a distribuição diatópica das variantes lexicais
registradas nas respstas à questão ´a chuva que cai com pedacinhos de gelo´. (...) Tal fenômeno
natural, pelos prejuízos que provoca na lavoura, é visto com reservas _ portanto, tabuizado _
sobretudo entre os informantes mais idosos e de menor escolaridade (...).”
18 uso geográfico PR
19 registro 12
20 freqüência 9,92%
21 obs:
112
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
GRANIZO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa chuva?”
8 contexto “42 (inf. B): Na seqüência: ´granizo, pedrera´.”
24 (inf. B): ´é, aqui conformea chuva, nóis fala que é granizo quecai, né? (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24 e carta 25, p. 70
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:1005)
13 definição dicionarizada
“[Do esp.. granizo] s.m. 1. Met. Tipo de precipitação atmosférica na
qual as gotas de água se congelam ao atravessar uma camada de
ar frio caindo sob a forma de glóbulos ou pedaços de gelo,
separadamente ou aglomerados em blocos irregulares; saraiva,
chuva de pedra.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso “As cartas 24, 25, e 26 apresentam a distribuição diatópica das variantes lexicais registradas nas
respstas à questão ´a chuva que cai com pedacinhos de gelo´. (...) Tal fenômeno natural, pelos prejuízos que
provoca na lavoura, é visto com reservas _ portanto, tabuizado _ sobretudo entre os informantes mais idosos e de
menor escolaridade (...).”
18 uso geográfico PR
19 registro 11
20 freqüência 9,09%
113
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
GROSSERÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “doença muito pouco comum ´inchaço´, ´dor´, ´vermelhidão na pele´, ´cura apenas com
benzimento´”
8 contexto “37 (inf. A): No teste de identificação comentou: ‘é esse coiso que dá um tipo de um grosserão assim
de se coçá e daí parte tudo ... eu digo ___ pa (a) quilo.’ “
“38 (inf. B): ‘inchação? Grosserão?”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 2,94%
1 nº de entrada 2 campo semântico corpo
humano
3 unidade fixa ou termo
GÜELA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “21 (inf. A): ´eles fala güela, num é?”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
114
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
GURGULINHA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “46 (inf. B): Hesitando: “(...) gurgulinha, que eu sei que dizem (...)”.
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, carta 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
115
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
HÉTICA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo muito.”
8 contexto “25 (inf. A): A resposta completa foi: ´tem o bronquite que ataca o purmão tamém (...)
duença dos purmão que ataca muito e fica muito magro e a pessoa vai. Se num tratá morre memo
(...) otos fala hética, otos fala duença dos purmão.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999:
1040)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. ethica < gr. ethiké] s.f. Filos. Estudo dos juízos de
apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação
do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a
determinada sociedade, seja de modo absoluto [cf. bem (1) e moral
(1)]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso “a decodificação inadequada da pergunta suscitou inúmeras redormulações”
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
INCHAÇÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “doença pouco comum`, ´inchaço`, ´dor´, ´vermelhidão na pele´, ´cura apenas
com benzimento´ “
8 contexto “38 (inf. B): ‘inchação? Grosserão?’ “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004:1087)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. inflatione] s.f. 1. Ato ou efeito de inchar; inchamento. 2.
Tumor, anasarca [sin. (pop): inchaço, inchume e (bras, N.E.)
mondrongo (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
116
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
INCHAÇO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL QSL “doença pouco comum`, ´inchaço`, ´dor´, ´vermelhidão na pele´, ´cura
apenas com benzimento´ “
8 contexto “39 (inf. A): Inicialmente: ‘sarna, daí?’. Na repregunta: ‘é inchaço.’ “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1087)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. inflatione] s.f. 1. Ato ou efeito de inchar;
inchamento. 2. Tumor, anasarca [sin. (pop):
inchaço, inchume e (bras, N.E.) mondrongo
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
INCOMODADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
adj.
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?
8 contexto
“59. A segunda resposta, na seqüência: ´umas diz incomodada, outras diz eu estou de __´. “ (ALS I)
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta / ALS I, carta 92
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1088)
13 definição dicionarizada
“incomodado [Part. de incomodar] Adj (...) 4.
Bras. Menstruado (diz-se da mulher]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PB/ SE
19 registro 02 (ALPB)/ 01 (ALS I)
20 freqüência 3,33% (ALPB); 3,33% (ALS I)
117
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
ISPINHELA CAÍDA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL QSL “doença pouco comum`, ´inchaço`, ´dor´, ´vermelhidão na pele´, ´cura
apenas com benzimento´ “
8 contexto “29 (inf. B): A única resposta foi: ‘ispinhela caída’ ”.
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:811)
13 definição dicionarizada
espinhela [De espinha + -ela] s.f. Designação
vulgar do apêndice cartilagíneo do externo.
Espinhela caída. Bras. Pop. Designação
comum a numerosas doenças atribuídas pelo
povo à queda da espinhela.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
JACA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem (apontar)”
8 contexto “13 (inf. A): A resposta completa foi: ´esse é o :: jaca, o coiso de Adão (...) a fruta do
Adão, né, (a) gora num sei´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, cata 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1144)
13 definição dicionarizada
“(...) fruto da jaqueira ... chefe superior de
tribos africanas ... “
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
118
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
LAMPEZO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
estrang.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Como se chama o clarão que se forma no céu antes de chover ou durante a
chuva?”
8 contexto “58 (inf. B): Perguntado por ´outro nome´, comentou que costumavam usar o termo
italiano lampezo´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30, questão 43
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1179)
13 definição dicionarizada
“[Dev. de lampejar] s.m. 1. Clarão ou brilho
repentino. 2. Faísca, fagulha, centelha, chispa
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 3,23%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
LAMPO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Como se chama o clarão que se forma no céu antes de chover ou durante a
chuva?”
8 contexto “46 (inf. A): ´aquele é o lampo da trovoada, né que ás veiz dá (a) quele lampo lá assim,
né ... e alumia tudo´. Para ´outro nome´: fuzilo, né, da trovoada´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30, questão 43
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1179)
13 definição dicionarizada
lampo¹ s.m. Prov. port. Relãmpago (q.v.).”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 3,23%
119
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
LAMPO DE TROVOADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
mod. fon.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Como se chama o clarão que se forma no céu antes de chover ou durante a
chuva?”
8 contexto “46 (inf. A): ´aquele é o lampo da trovoada, né que ás veiz dá (a) quele lampo lá assim,
né ... e alumia tudo´. Para ´outro nome´: fuzilo, né, da trovoada´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30, questão 43
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1179)
13 definição dicionarizada
lampo¹ s.m. Prov. port. Relãmpago (q.v.).”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
RELÃMPAGO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 3,23%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
LUA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto N/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB, [67], [H322]
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1317)
13 definição dicionarizada “menstruação (...)
[ Sin.: catamênio ... lua ...”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 06
20 freqüência 12%
120
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
LUA ECLIPSE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
mod. gram.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “o sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns minutos”
8 contexto N/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 34, pergunta 35
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA, 2004: 71
13 definição dicionarizada “S.m. Eclipse da
Lua. Astr. Aquele em que a Lua penetra no cone
de sombra da Terra, deixando de ser visível por
todos os observadores terrestres que a t~em
acima do horizonte naquele intervalo de tempo;
eclipse lunar (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ECLIPSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 06
20 freqüência 19,35%
121
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
MÃE DE CORPO/ MÃE DO
CORPO
4 córpus nº 5 tipologia
euf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de
nascer?”
8 contexto “24.(Inf. B): (...) ´mãe do corpo é :: dispois que a criança nasce, né”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1248)
13 definição dicionarizada
mãe-do-corpo. s.f. Bras. Pop. V. útero [Pl:
mães-d0-corpo]
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17 nota de uso “nota do ALPR: demonstrou-se hesitante em reconhecer útero e mãe do corpo
como sinônimos.”
18 uso geográfico PR
19 registro 36 (ALPR); 06 (APFB); 01 (ALPB)
20 freqüência 62,07% (ALPR); 18,18% (APFB); 11,11% (ALPB)
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
MÃE-D´ÁGUA
4 córpus nº 5 tipologia
euf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Quase sempre depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras
coloridas e curvas (Mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto N/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 1, pergunta 1
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 1248)
13 definição dicionarizada
mãe-d'água. s.f. Bras. 1. Folcl. Ente fantástico, espécie de sereia de rios e
lagos; iara, uiara, aiuara-aiuara, boi-açu. 2. Fonte ou reservatório de água.
3. Pop. Zool. V. água-viva (2). 4. Fig. Pessoa que chora facilmente. 5.
Constr. Arca-d'água. [Pl.: mães-d'água]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
18 uso geográfico MG
19 registro 01
20 freqüência 1,43%
122
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
MÃE-DO-OURO
4 córpus nº 5 tipologia
euf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz.Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 22
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 1248)
13 definição dicionarizada
“s.f. Bras. PR. Folcl. Ente fantástico qe, segundo a superstição popular,
guarda as minas de ouro [Pl.: mães-do-ouro]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
18 uso geográfico MG
19 registro 25
20 freqüência 30,12%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
MAGRA
4 córpus nº 5 tipologia
euf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo
muito”
8 contexto “20 (inf. A): Para o ´nome mais antigo´, observou ´como é que diziam? Tuberculosa
hoje é :: magra antigo ... é magra, tava ca. Magra lá, fulano lá morreu de magra. Antigo a penicite
[ apendicite] é a nó na tripa, murria purque num tinha médico, né.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
1999: 2013
13 definição dicionarizada
magra [F. subst. do adj. magro] s.f. Bras. Pop. 1. V. tuberculose. 2. A
morte humana; a morte (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso “a decodificação inadequada da pergunta suscitou inúmeras reformulações.”
18 uso geográfico PR
19 registro 08
20 freqüência 12,31%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
MAL DE PELES
4 córpus nº 5 tipologia 6 categoria gramatical
123
disf. SN
7 pergunta do QSL “doença pouco comum”, “inchaço”, “dor”, “vermelhidão na pela”, “cura
apenas com benzimento”
8 contexto “09 (inf. B): ´é mal de peles.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
MANCHA NO PURMÃO/
MANCHA
4 córpus nº 5 tipologia
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo
muito”
8 contexto “31 (inf. B): Reformulando-se duas vezes a questão obsevou: ´diz que é mancha,
mancha no purmão.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004; 1261)
13 definição dicionarizada
“mancha [Do lat. macula, por via popular] s.f. (...) 8. Bras.
Certa doença que ataca o fumo (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso “a decodificação inadequada da pergunta suscitou inúmeras reformulações.”
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 3,08%
124
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
MANGA DE CHUVA DE
PEDRA
4 córpus nº 5 tipologia
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “18 (inf. B): ´passô uma manga de chuva de pedra´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 462)
13 definição dicionarizada
“chuva-de-manga. s.f. Bras. as primeiras chuvas da
estação chuvosa, que caem em setembro e outubro [pl. :
chuvas-de-manga]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso “tal fenômeno natural, pelos prejuízos que provoca na lavoura, é visto com
reservas – portanto tabuizado – sobretudo entre os informantes mais idosos e de menor
escolaridade. Por isso, optamos por elaborar uma carta especialmente com os registros de chuva-
de-flor e chuva-de-rosa ...” (ALPR, carta 24)
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 0,83%
21 obs:
125
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
MATOU O PINTO
4 córpus nº 5 tipologia
ironia
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto “19 (inf. B): Disse ainda matou o pinto, que se julga aplicável apenas à primeira
menstruação.”
9 característica primeira menstruação
10 identificador de fonte APFB, carta 67
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 2,0%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
MENSTRUADA
4 córpus nº 5 tipologia
expr. gen.
6 categoria gramatical
adj.
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1311)
13 definição dicionarizada
“menstruado [Do lat. tard. menstruatu. Adj. Que está com
o mênstruo, ou que o tem regularmente/ diz-se de mulher)
[Sin. incomodado]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 03
20 freqüência 5%
126
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
MERCÚRIO
4 córpus nº 5 tipologia
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 38
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1313)
13 definição dicionarizada
“mercúrio [ Do mit. Mercúrio, o mensageiro dos deuses,
deus do comércio, da eloqüência e dos ladrões, entre os
romanos] s.m. 1. Astr. Planeta inferior, o menor do
sistema solar (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 1,69%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
MERETRIZ
4 córpus nº 5 tipologia
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 112 / APFB, carta 323
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1320)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. meretrice] s.f. Mulher que pratica o ato sexual por
dinheiro [Dim.: meretrícula]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
17 nota de uso
18 uso geográfico SE / BA
19 registro 09 (APFB) / 03 (ALS I)
20 freqüência 12,86% (APFB); 10% (ALS I)
127
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
MEUS TEMPO
4 córpus nº 5 tipologia
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto “61 (inf. A): ´eu chamo menstruação; muitos chama estar doente, outros chama meus
tempo; agora eu, digo: estou menstruada.´ ”
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 92
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 3,33%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
MULHER-DAMA
4 córpus nº 5 tipologia
antífrase
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB/ ALS I
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1377)
13 definição dicionarizada “s.f. Bras. N.E.
MG. Pop. Meretriz (...) [Pl. mulheres-damas]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
17 nota de uso
18 uso geográfico NE
19 registro 04 (APFB), 03 (ALS I)
20 freqüência 5,71% (APFB); 10% (ALS I)
128
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
MULHER (ES) DA RUA
4 córpus nº 5 tipologia
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto “54 (inf. B): ´essas mulheres da rua.´”
“64 (inf. B): ´é uma mulher da rua.´ ”
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 112
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1371)
13 definição dicionarizada
“mulher-da-rua. s.f. Bras. Pop. Meretriz. [Pl.:
mulheres-da-vida]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 02
20 freqüência 6,67%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
MULHER SOLTEIRA
4 córpus nº 5 tipologia
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto “27 (inf.A): No teste de identificação de quenga: é mulher-solteira´, anotado sem
transcrição fonética.´”
“65 Na seqüência: ´essas mulher solteir (a) é?´”
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 111 / APFB
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
17 nota de uso “ao contrário do que sucedeu em relação à carta anterior, aqui se considerou
mulher-solteira um sintagma já lexicalizado´ “
18 uso geográfico SE; BA
19 registro 04 (ALS I) / 02 (APFB)
20 freqüência 13,33% (ALS I); 2,86% (APFB)
129
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
NAVIO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras
coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 1
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 1389)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. navigeru] s.m. 1. Embarcação de grande tamanho. 2. Bras. Al.
Variedade de papagaio (5). 3. Bras. RJ. Tapume que cerca buraco aberto em
via pública (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico MG
19 registro 01
20 freqüência 1,43%
130
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
NEVE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa chuva?”
8 contexto “53 (inf. B): ´neve. É neve e pedrera junto, né; que a neve é uma e a pedreraé outra, né.
É que a neve é umaispece de farelinho,né, e a pedra é pedra mesmo, né (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERNANDES (1993: 498)
13 definição dicionarizada
“água congelada que cai da atmosfera em flocos alvos e
leves no inverno, em virtude do abaixamento da
temperatura.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso “As cartas 24, 25, e 26 apresentam a distribuição diatópica das variantes lexicais
registradas nas respstas à questão ´a chuva que cai com pedacinhos de gelo´. (...) Tal fenômeno
natural, pelos prejuízos que provoca na lavoura, é visto com reservas _ portanto, tabuizado _
sobretudo entre os informantes mais idosos e de menor escolaridade (...).”
18 uso geográfico PR
19 registro 05
20 freqüência 4,13%
21 obs:
131
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
4 córpus nº 5 tipologia tabu
elipse
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)
8 contexto “15 (inf. B): Na repergunta comentou: ´os otos falam que é que quando Adão e Eva foi
comê a maçã, lá, intão paro a maçã aqui na garganta, intão por isso que fico esse aí´. “
“16 (inf. B): ´aqui nós usa tratá de ´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1404)
FERREIRA (2004: 1404)
13 definição dicionarizada
“[De pomo+de+antr. Adão. (v. adâmico).] S.m. A saliência
da cartilagem tireóide (...) [Tb. Se diz apenas adão; sin.:
gogó, maçã-de-adão, nó-da-garganta, nó-da-goela, nó-de-
adão. Pl.: pomos-de-adão.]
“nó [Do lat. nodu, por via popular] s.m. (...) ligação, união,
vínculo (...) 5. O ponto crítico ou essencial, e que mais nos
merece a atenção num assunto, negócio, problema, etc. 6.
Embaraço, estorvo, empecilho. 7. Enredo, intriga (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 2,90%
21 obs:
132
1 nº de entrada 2 campo semântico corpo
humano
3 unidade fixa ou termo
NÓ DO PECADO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)
8 contexto “36 (inf. A): ´nó do pecado´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
NÓ NA TRIPA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo muito”
8 contexto “20 (inf. A): Para o ´nome mais antigo´, observou: ´como é que diziam? Tuberculosa
hoje é :: magra antigo ... é magra, tava ca magra lá, fulano lá morreu de magra. antigo a penicite [
apendicite] é a nó na tripa, murria purque num tinha médico, né.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
133
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
NUVEM MARIANTE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Temporal/ tempestade/ vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 25
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 2,04%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
OLHO-DE-BOI
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metaf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras
coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 30 / EALMG, carta 1
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1435)
13 definição dicionarizada
“olho-de-boi. s.m. (...) 7. Bras. BA. Arco-íris incompleto
(...) [Pl. olhos-de-boi]”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17 nota de uso
18 uso geográfico MG; PB
19 registro 01 (EALMG)/ 07 (ALPB)
20 freqüência 1,43% (EALMG); 16,67% (ALPB)
134
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
ONDE SE CRIAM AS
CRIANÇAS ANTES DE
NASCER
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SV/ loc. adv. lugar
7 pergunta do QSL “como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de nascer?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB, carta 75
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 3,03%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
OS VÉUS
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras
coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 30
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2056)
13 definição dicionarizada
“véu [Do lat. velu] s.m. (...) 6. Fig. Aquilo que serve para
ocultar algum fato; pretexto.7. Trevas, noite. 8. Aflição,
angústia, amargura (...)!
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 2,38%
135
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
OS VIEIRAS
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras
coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 30
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2060)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. veneria] s.f. 1. Lus. V. Leque (7) 2. A concha da vieira
(1), que os romeiros usavam presa ao chapéu; venera. 3. Heráld.
Ornato concoidal.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 2,38%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
O OSSO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “7 (inf. A): De início: ´o osso´? Perguntou-se o que as pessoas falavam daquele osso>
´eles falava que isso daí é a fruta que ... que fiz o pecado, que num era pra eles, preles comê ô dá, e
Adão deu né´. “
“31 (inf. A): Inicialmente respondeu: ´po (de) sê um pelote, assim , na garganta, né? um osso´.
Depois relatou sua versão da história de Adão e Eva. Na revisão final, ocorreu: ´o gogó´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 1455)
13 definição dicionarizada
osso [Do lat. tard. ossu] s.m. (...) 2. Fig. Coisa difícil; dificuldade (...) 2.
Carne de pescoço.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POM0-DE-ADÃO
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 2,90%
136
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
OSSO DA GARGANTA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)
8 contexto “58 (inf. B): ´nós tratemo de osso da garganta´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
OS TEMPOS
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 06
20 freqüência 10%
137
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
OVÁRIO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de nascer?”
8 contexto “37 (inf. A): Na repergunta considerou: ´eu acho que é o mesmo, dizem mãe do corpo,
otos dizem útero´. Na revisão final registrou: ´ovário´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1450)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. cient. ovarium < lat. tard. ovarium] s.m. 1.anat.
Cada um dos dois corpos situados de cada lado do útero.
É a glândula sexual da mulher, e nele se formam os óvulos
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 3,45%
138
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
PAPA-CEIA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 22 / ALPB carta 38
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1481)
13 definição dicionarizada
“[De papar+ceia] s.f. Bras. Pop. V. Vênus (1)(...)”
“Vênus¹ (...) s.f. (...) 2. Astr. O mais brilhante dos
planetas, com órbita situada entre a de Mercúrio e a da
Terra (...) [Com cap., nesta acepç; sin: estrela-d'alva,
estrela da manhã, estrela da tarde, estrela do pastor,
estrela matutina, estrela Vésper, estrela vespertina,
matutina Vésper, Véspero e (bras.; pop) boieira, papa-
ceia]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico MG, PB
19 registro 07 (ALPB) / 02 (EALMG)
20 freqüência 11,86% (ALPB); 2,41% (EALMG)
21 obs:
139
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
PAPO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “61 (inf. A): Hesitante, referiu-se à garganta e papo.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1491)
13 definição dicionarizada “papo¹ [Dev. De
papar] s.m. (...) 5. Pó. Aumento de volume do
pescoço, provocado por diversas causas, esp.
O bócio.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 5,80%
140
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
PAQUETE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto “Caso o capitão ordene, terá de obedecer, não há como se opor. Não adianta sequer
mentir, dizendo-se incomodada, em dia de paquete: Justiniano adora tê-la nas regras, se excita ao
ver o sangue machucado do mênstruo, dizendo ao derrubá-la: é a guerra!...”
9 característica
10 identificador de fonte TB, p. 161, 3º §
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1486)
13 definição dicionarizada
“[F. red. do ingl. packet-boat] s.m. 5. Bras. V.
menstruação (1) (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico NE
19 registro 01
20 freqüência
21 obs: Cascudo (2004:76) relata a origem da locução “estar de paquete”: “Em 19 de fevereiro de
1810, no RJ, o conde de Linhares, pelo Príncipe Regente, e Lord Strangford, por George III do
Reino Unido, assinavam uma convenção sobre o estabelecimento dos Paquetes. No artigo
primeiro anunciava-se: - A Packet shall sail from Falmounth to Rio de Janeiro once in every month.
Saiŕa de Falmouth para o Rio de Janeiro um Paquete em cada mês”. Por causa dessa visita do
Paquete, mensal e regular, e overmelho da bandeira comercial da Grà-Betanha, visível no mastro
de cada navio, nasceu a aplicação do nome, rapidamente vulgarizado.”
141
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
PECADO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “37 (inf. A): 'nóis dizemo que é o pecado ... a bola do pecado.' ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:1515)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. Peccatu] s.m. 1. Transgressão de preceito
religioso. 2. P. ext. Falta, erro; culpa, vício (...). Pecado
original. Rel. O pecado de Adão e Eva, transmitido a
todos os seus descendentes que nascem em estado de
culpa (...).”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 2,90%
142
1 nº de entrada
2 campo semântico
crenças/ religião
3 unidade fixa ou termo
PÉ-DE-PATO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
part. fís.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade-tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1518)
FERREIRA (2004: 670)
13 definição dicionarizada
“[De pé+de+pato¹] s.m. 1. Bras. Pop. V. diabo (2)”
“diabo [Do gr. diábolos, pelo lat. ecles, diabolu] s.m.
1. V. demônio (...) [Para não enunciar o nome diabo,
a superstição popular substitui-o por muitos outros,
como: (...) pé-de-pato (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
21 obs: “crendice popular infantil”
143
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
PÉ D´ÁGUA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL N/S
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 25
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1517)
FERREIRA (2004: 74)
13 definição dicionarizada
“s.m. Bras. V. aguaceiro (1) (...)”
aguaceiro [De aguaça+-eiro] s.m. 1. Chuva
repentina e de pouca duração; cordocida,
manga-d'água, pé-d'água (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 03
20 freqüência 6,12%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
PEDRA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “21 (inf. A): ´eles fala que épedra, né, que ta caino (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERNANDES (19993:534)
13 definição dicionarizada
“(...) granizo: chuva de pedra (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 23
20 freqüência 19,01%
144
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
PE (DRA) DE GELO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “53 (inf. A): ´... que cai aquela pe(dra) de gelo, né (...)´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 0,83%
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
PELOTA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem? (apontar)”
8 contexto “(inf. A): Declarou inicialmente não saber o nome. Na repergunta comentou: ´Ah, num
sei, é uma pelota que o fulano tem aqui´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1526)
13 definição dicionarizada
'pelota¹ [Do esp. pelota < fr (ant) pelote] s.f.
Bola ou péla pequena (...) 7. Bras. Qualquer
objeto com a forma de pequena bola (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,45%
145
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
PELOTE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “esta parte alta do pescoço do homem?” (apontar)
8 contexto “16 (inf. A): Depois de se reformular a questão duas vezes: ´eu falo pelote´. (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 69, p. 160
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1526)
13 definição dicionarizada
“pelote² [Do fr. pelote < lat. Vulg. pilotta, dim. do lat. pila,
'bola'] s.m. Bras. Pequena pelota¹ (1) de pêlos ou fios.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
POMO-DE-ADÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 2,90%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
PINTA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL
8 contexto “12 (inf. A): 'uns fala pinta, otros fala uma ___.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 136, p. 294
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:1562)
13 definição dicionarizada
“pinta¹ [Dev.de pintar] s.f. 1. Pequena mancha;
salpico, pingo. 2. Pequena mancha escura,
artificial ou não, na cútis; sinal (...).’
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
VERRUGA
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,88%
146
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
PLACENTA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de
nascer?”
8 contexto “28 (inf. A): Na seqüência: ´placenta, bolsa´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 574)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. cient. placenta < lat. placenta (...) s.f. 1. Embr.
Órgão discóide, localizado no útero, constituído por uma
porção fetal e por uma porção aterna, e que tem funções
metabólicas de transferências de substâncias e de
secreção endócrina (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,72%
147
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
PLANETA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “o sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns minutos”
8 contexto S/C
9 característica “pergunta formulada com base nos semas: ´escurecer de dia´, ´lua tapando o
sol´, ´amarelar a plantação do feijão´, ´enrolar as folhas das plantas´. “
10 identificador de fonte ALPB, carta 34
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1575)
13 definição dicionarizada
“[Do gr. planétes, 'errante', pelo lat. tard. planeta] s.m. 1.
Astr. sem luz própria, relativamente frio, e que gravita em
torno de uma estrela, particularmente o sol, que é a
única com a qual são observáveis diretamente os
planetas (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ECLIPSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 16
20 freqüência 51,61%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
POTE QUEBRADO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB, [67] [H322]
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 2,0%
148
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
PURMÃO FRACO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo muito”
8 contexto “18 (inf. A): ´daí nós fala ... purmão fraco.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
QUANDO É MUITO DEVASSA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
SV/ or. sub.adv. temporal
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto “19 (inf. B): Ouvida a forma: ´quando é muito devassa.”
9 característica
10 identificador de fonte APFB, [82]
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:668)
13 definição dicionarizada
“[F. subst. de devasso] (...)”
“devasso [De or. obscura] Adj. (...) 2. Dissoluto, libetino,
licencioso. (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 1,43%
149
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
QUEBRAR O FACÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “Numa certa idade acaba a menstruação. Quando isso acontece, se diz que
a mulher (...)”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 864)
13 definição dicionarizada
“facão (...) Amarrar o facão. Bras. Pop. BA.
Chegar ao climatério (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTRAR NA MENOPAUSA
17 nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 2,33%
21 obs:
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
QUEBROU O POTE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto “Disse ainda quebrou o pote, para a primeira vez.”
9 característica
10 identificador de fonte APFB, [67], [H322]
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico
19 registro 01
20 freqüência 2,0%
150
1 nº de entrada
2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
QUE NÃO PRESTAVA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
or. sub. adj. restritiva
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
QUENGA (s)
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto
9 característica
10 identificador de fonte ALS I / APFB
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1682)
13 definição dicionarizada “quenga¹ [Do
quimb. kienga, ´tacho´[ s.f. Bras. N.E. (...) 3.
Chulo. Meretriz.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
17 nota de uso
18 uso geográfico NE
19 registro 07 APFB/ 05 ALS I
20 freqüência 10 (APFB); 16,67% (ALS I)
151
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RABISCA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr.gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 38, p. 67
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 02
20 freqüência 3,39%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RABO-DE-GALO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras
coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10identificador de fonte EALMG, carta 1
11 termo dicionarizado ( X ) sim (sentido diferente) ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1687)
13 definição dicionarizada
“[De rabo+de+galo, para trad. o ingl. cocktail,
'coquetel'] s.m. 1. Bras. Bot. V. flor-da-
imperatriz. 2. Bras. Pop. Aperitivo feito com
aguardente e um pouco de vermute (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17nota de uso
18 uso geográfico MG
19 registro 05
20 freqüência 7,14%
152
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RABO-DE-PAVÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras
coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 1
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17 nota de uso
18 uso geográfico MG
19 registro 01
20 freqüência 1,43%
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
RABUDO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
part. fís.
6 categoria gramatical
adj.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1687)
13 definição dicionarizada
“[De rabo+-udo] (...) 3. Bras. sp. Pop. cruel, malvado, perverso.
s.m. 4. Bras. pop. V. diabo (2) (...)”
“diabo (...) [Para não enunciar o nome diabo, a superstição
popular substitui-o por muitos outros, como: (...) rabudo (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso “crendice popular infantil”
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
153
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RAIO¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “o barulho forte que se escuta logo depois de um raio?”
8 contexto “42 (inf. A): ´raio´. Reperguntando: ´daí é arrebento.´”
“50 (inf. B): ´é trevoada, isso.´Na repergunta: é, daí quando ele faiz aquele baruião assim, só um,
daí nós dizemo raio.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1692)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. radiu, por via popular] s.m. (...) 4. Descarga elétrica
entre uma nuvem e o solo, acompanhada de relâmpago e
trovão (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 06
20 freqüência 17,65%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RAIO²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “um clarão que surge no céu em dias de chuva?”
8 contexto “27 (inf. B): Inicialmente: ´raio´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30, p. 82 / EALMG, carta 18
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 1692)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. radiu, por via popular] s.m. (...) 4. Descarga elétrica entre uma
nuvem e o solo, acompanhada de relâmpago e trovão (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
18 uso geográfico PR; MG
19 registro 01 (ALPR) / 11 (EALMG)
20 freqüência 3,23% (ALPR); 26,19% (EALMG)
154
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RAIO³
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL
8 contexto “23 (inf.B): ´´e, às veiz eles fala trevuada, às veiz é o raio,curisco, né, pirigoso que ta
seno pirigoso (a) qui pra nóis.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 28, p. 78
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1692)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. radiu, por via popular] s.m. (...) 4.
Descarga elétrica entre uma nuvem e o solo,
acompanhada de relâmpago e trovão (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 09
20 freqüência 16,98%
21 obs:
155
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RAJADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chama essa
chuva?”
8 contexto “04 (inf. B): dá vários nomes, dá treis nome: é chuva de pedra, chuva de granito e
rajada.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1693)
13 definição dicionarizada
“rajada¹ [De or. incerta] s.f. 1. Aumento
repentino, temporário e forte da intensidade
com que o vento sopra; lufa, lufada, rabanada
(...) 2. Ímpeto arrebatado e rápido, como o da
rajada (...) 3. Fig. Sucessão contínua e
rápida (...)'
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 0,83%
21 obs:
156
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
RAPARIGA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto
9 característica
10 identificador de fonte APFB
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1705)
13 definição dicionarizada
“s.f. (...) 4. Bras. N. NE. MG GO. amante² (6)
ou concubina. 5. Bras. N. NE. MG. GO.
Meretriz (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
18 uso geográfico NE
19 registro 21 (APFB)
20 freqüência 30% (APFB)
1 nº de entrada 2 campo semântico fen.
atm.
3 unidade fixa ou termo
REBENTO¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “o barulho forte que se escuta logo depois de um raio?”
8 contexto “41 (inf. B): Na seqüência: ´trovuada, rebento.´”
“51 (inf. B): Na seqüência: ´trovuada, rebento, raio, rebento.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1705)
13 definição dicionarizada
“rebento [Dev. de rebentar] s.m. 1. Bot. Broto (2) que dá
origem a outra planta; refilho, renovo. 2. V. broto (2) 3. V.
gema (3). 4. Fig. Filho; descendente (...) [Var.: arrebento]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 11,76%
157
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
REBENTO²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Temporal/tempestade/vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto “26 (inf. A): 'fala em tempestade, quando tá demais assim é rebento.'”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 28, p. 78
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1705)
13 definição dicionarizada
“rebento [Dev. de rebentar] s.m. 1. Bot. Broto
(2) que dá origem a outra planta; refilho,
renovo. 2. V. broto (2) 3. V. gema (3). 4. Fig.
Filho; descendente (...) [Var.: arrebento]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 3,77%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
REGRA (S)
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto
9 característica
10 identificador de fonte ALS I
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1724)
13 definição dicionarizada
regras [Pl. de regra] s.f. 1. Pop. V.
menstruação (1) [Tb. us. no sing.] (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17nota de uso
18 uso geográfico NE
19 registro 01
20 freqüência 3,33% (ALS I)
158
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
REGULA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
v.t.d.
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB, [67], [H322] ; ALS I
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17nota de uso
18 uso geográfico BA/ SE
19 registro 01
20 freqüência 2,0% (APFB); 3,33% (ALS I)
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RELÂMPAGO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “Temporal/tempestade/vendaval: Existem outros nomes para __?”
8 contexto “21 (inf. A): A primeira resposta foi: 'é ralampo'. Na repergunta, ocorreu: 'relâmpago,
né'. Refez-se a pergunta: 'ah, tá istrondano'.
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 28, p. 78
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1727)
13 definição dicionarizada
“[De re-+ o rad. lat. de lampare, 'fulgir', 'brilhar'] s.m. 1. Luz
intensa e rápida produzida pela descarga elétrica entre duas
nuvens, e que, ger. precede o ruído de trovão [cf. raio (40] 2.
Fig. Clarão súbito e breve. 3. Fig. Aquilo que é rápido e efêmero.
adj. 2g. 4. Rápido como o relâmpago (1) (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 3,77%
159
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RELAMPEAR
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
v. int. e v.t.d.
7 pergunta do QSL “um clarão que surge no céu em dias de chuva?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30, p. 82
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1727)
13 definição dicionarizada
“[De relampo+-ear²] V.int. T.d. e. i. V.
relampaguear [Conjug.: V. frear Defect, us.
normalmente só na terceira pessoa sing.]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 3,23%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RELAMPO¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
mod. fon.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “um clarão que surge no céu em dias de chuva?”
8 contexto “57 (inf. A): ´trovuada, curisco, relampo´. Na repergunta: ´é o relampo primeiro que
dá, é o trovão, a trovuada que diz.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1727)
13 definição dicionarizada
relampo [De relâmpago, com síncope] s.m.
Pop. relâmpago.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 11,76%
160
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RELAMPO²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
mod. fon.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “o barulho forte que se escuta logo depois de um raio?”
8 contexto “19 (inf. B): Inquirido por ´outro nome: ´ah, eles falam relampo, otos dizem que aquele
relampo é corisco, né´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30, p. 82
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1727)
13 definição dicionarizada
“relampo [De relâmpago, com síncope] s.m.
Pop. relâmpago.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 12
20 freqüência 38,71%
161
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
REUMATISMO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL ´doença pouco comum´, ´inchaço´, ´dor´, ´vermelhidão na pele´, ´cura apenas
com benzimento´
8 contexto “03 (in. B): Decodificou apenas como: ´reumatismo ... quinzema´.”
9 característica questão formulada com base nos semas descritos no item 10
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 374
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1754)
13 definição dicionarizada
“[Do gr. rheumatismós, pelo lat. rheumatismu] S.m.
Med. Designação imprecisa comum a várias doenças
que se caracterizam por inflamação, degeneração ou
distúrbios metabólicos de tecido conjuntivo,
principalmente articulações, músculos, bolsas sinoviais,
e tendões. Clinicamente observam-se dor e diminuição
de movimentos, em grau maior ou menor, das partes
comprometidas [cf. artrite] (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 22
20 freqüência 32,35%
21 obs:
162
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
RONCO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “o barulho forte que se escuta logo depois de um raio?”
8 contexto “07 (inf. B): Antes de responder que não sabia, perguntou: ´que dá (a0 qele ronco´. “
Na questão 39 ocorreu; ´é truvão.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1773)
13 definição dicionarizada
“[Do gr. tard. rhóncos, pelo lat. tard. ronchu] s.m. 1. O
som grave, barulhento, da respiração de quem ronca
dormindo (...) 3. Ruído contínuo, cavernosos, grave,
semelhante ao ronco (1) (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 11,76%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ROSA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
eufem.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “33 (inf. B): nóis si tratamo (...) granito. Deu uma chuva de granito, rosa, uma chuva-
de-rosa.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1774)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. rosa] s.f. 1. Bot. A flor da roseira (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 0,83%
163
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ROSINHA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “12 (inf. A): ‘nói (s) fala rosinha”. Perguntou-se porque não falavam chuva de pedra:
‘porque diz que não presta, né ... um fala granizo, né, otos fala rosinha, nóis fala rosinha.”
“33 (inf. a): ´eu custumo falá rosinha´. Para simpatias comentou: ´(...) a gente sai assim, joga mio,
ô joga arroiz na chuva, né, então diz que pára; ô na hora a gente pega foia benta, ô pega foia
benta, ô vela benta e ponha [ para] queimá tamém.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 25, p. 72
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 04
20 freqüência 3,31%
164
1 nº de entrada
2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
SACI
4 córpus nº 5 tipologia tabu
eufem.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto “06 (inf. A): ´eles fala que é o saci que tá junto, né.´”
“03 (inf. A): Sobre a crendice expôs: ´falava que aquilo era um saci que tava no meio que vinha,
carregava a gente.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1787)
13 definição dicionarizada
“[Do tupi] s.m. Bras. 1. Etmogr. Uma das mais
populares entidades fantásticas do Brasil,
negrinho de uma só perna, de cachimbo e
com barrete vermelho (fonte, este último, de
seus poderes mágicos) e que, consoante a
crença popular, persegue os viajantes ou lhes
arma ciladas pelo caminho; saci-cererê, saci-
pererê, matim-pererê, martim-pererê, matinta
pereira, matintaperera e matitaperê (...).”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso “crendice popular infantil”
18 uso geográfico PR
19 registro 16
20 freqüência 24,24%
21 obs:
165
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
SACIZINHO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
dim.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho”
8 contexto “19 (inf. B): Sobre as histórias na infância comentou: ´eis dizia qu (e) é o sacizinho. As
veiz ele começa a rebojá assim, em vorta de casa .. os mai(s) veio falava: ´ó o pirigo aí, num abisa
não, não xinga.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 4,55%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
SANGUE NOVO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
eufem.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL ´doença pouco comum´, ´inchaço´, ´dor´, ´vermelhidão na pele´, ´cura apenas
com benzimento´
8 contexto “20 (inf. A): ´num é sangue novo? ... sai aqueles vergão assim´. Na repergunta é que
ocorreu a resposta desejada´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1800)
13 definição dicionarizada
“sangue-novo. s.m. Bras. Pop. Designação
comum a certas erupções cutâneas [Pl. :
sangues-novos]”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
166
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
SARAIVA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr.gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chama essa chuva?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (1999: 1818)
HOUAISS (2001:2519)
13 definição dicionarizada
“[De or. obscura] s.f. 1. V. granizo (1). 2. Saraiva.”
“(...) 1. chuva de pedra; granizo (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico MG
19 registro 16
20 freqüência 22,86%
1 nº de entrada
2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
SARAMPO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL ´doença pouco comum´, ´inchaço´, ´dor´, ´vermelhidão na pele´, ´cura apenas
com benzimento´
8 contexto “01 (inf. B): Só decodificou como sarampo´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1810)
13 definição dicionarizada
“[Der. regress. de sarampão] s.m. 1. Med. Doença infecciosa
causada por vírus de elevado poder de contágio, e que
apresenta exantema e pode complicar-se, entre outras
condições mórbidas, com bronquite e broncopneumonia
devidas a infecção bacteriana secundária (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
167
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
SARNA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL ´doença pouco comum´, ´inchaço´, ´dor´, ´vermelhidão na pele´, ´cura apenas
com benzimento´
8 contexto “04 (inf. B): A única resposta dada foi: ´(a) quele lá é sarna mesmo, gente coça dimais,
assim ... vermelha a pele´. “
“39 (inf. A): Inicialmente: ´sarna, daí´. Na repergunta: ´é inchaço´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1812)
13 definição dicionarizada
“[Do pré-romano, pelo lat. tard. sarna] s.f. 1. v. escabiose. 2.
Doença das oliveiras, que se manifesta por tubérculos
irregulares nos ramos novos. 3. Pop. Pessoa maçante,
importuna, rabugenta (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 2,94%
21 obs:
168
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
SARTERA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras
coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto “40 (inf. B): Para ´outro nome´: ´uns diz sartera, outro diz arco-de-véia, né´. Sobre as
crendices: ´diz que quando ele ta tomando água assim né, diz que engole a pessoa.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 18, p. 58
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,56%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
SATÉLITE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 22
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1812/1813)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. satellite] s.m. 1. Astr. Corpo celeste que
gravita em torno do outro, denominado principal;
secundário (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico MG
19 registro 06
20 freqüência 7,23%
21 obs:
169
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
SE AMARROU
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
v.refl.
7 pergunta do QSL “numa certa idade acaba a menstruação. Quando isso acontece, se diz que a
mulher...”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 96
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTRAR NA MENOPAUSA
17 nota de uso “Em virtude do interesse predominante e prioritariamente lexical da informação
contida nesta carta, não se leva em conta a diversidade de formas flexionais anotadas.”
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 5%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
SEIO DA MÃE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de
nascer?”
8 contexto “04 (inf. B): Na repergunta: ´no seio da mãe (...) tá den (tro) da barriga, no seio da
mãe.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 3,45%
170
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
SETE ESTRELAS
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 38, p. 67
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 1,69%
21 obs:
1 nº de entrada 2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
SINAL
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “dizem que, quando se apontam as estrelas, nasce o quê na pessoa?”
8 contexto “01 (inf. A): A primeira resposta foi 'sinal'. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 136
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1849)
13 definição dicionarizada
“[Do b.- lat. Vulg. Signale] s.m. (...)
10.Pequena mancha na pele, arredondada
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
VERRUGA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 5,88%
171
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
SOL ECLIPSE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “o sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns minutos”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 34
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ECLIPSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 08
20 freqüência 25,81%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
SOLTEIRA
4 córpus nº 5 tipologia
expr. gen.
6 categoria gramatical
adj.
7 pergunta do QSL “a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 111
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERNANDES (1993:645)
13 definição dicionarizada
¨adj. f. Diz-se da mulher que ainda não casou;
(...) meretriz (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 09
20 freqüência 30%
172
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
SUB-DOURADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Quase sempre, depois de uma chuva, aparece no céu uma faixa com listras
coloridas e curvas (mímica). Que nomes dão a essa faixa?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 30, p. 59
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ARCO-ÍRIS
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 2,38%
173
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TÁ BRABO
4 córpus nº
5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “um barulho forte que se escuta logo depois de um raio”
8 contexto “43 (inf. B): ´diz ... que tá roncano né ... burcão forte, ta roncano o vento. Intão
nós dizemo que ta roncano, ta brabo´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 326)
13 definição dicionarizada
“brabo [De brabo¹] Adj. (...) V. bravo¹ (1 a 3) (...) 5. Muito forte; intenso
(...)”
“bravo¹ [Do lat. barbaru, 'selvagem'] Adj. (...) 5. Muito Agitado;
tumultuoso, tempestuoso; bravio (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 2,94%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
TÁ CHOCA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
ironia
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 1,67%
174
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
TÁ DE BODE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 308)
13 definição dicionarizada
“bode¹ [De or. incerta] s.m. (...) 13. Bras.
gír. Estado depressivo, ou de sonolênca,
provocado por droga (4), ou não (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 05
20 freqüência 8,33%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
TÁ DE BOI
4 córpus nº 5 tipologia tabu
ironia
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 309)
13 definição dicionarizada
“boi¹ [Do lat. bove] s.m. (...) Estar de boi.
Bras. N.E. Estar menstruada (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 09
20 freqüência 15%
175
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
TÁ DE VACA.
4 córpus nº 5 tipologia tabu
ironia
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “as mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 94
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 1,67%
1 nº de entrada
2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
TÁ DUEN (TE) DOS
PORMÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
eufem.
6 categoria gramatical
v. + o.i.
7 pergunta do QSL “doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo
muito”
8 contexto “08 (inf. A): Para ´outro nome´ respondeu: ´tá duen (te) dos pormão´.
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
176
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
TÁ SOFREN (DO)(NO)
DO PORMÃO/DOS
PULMÃO/PURMÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
mod. fon.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “ doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo
muito”
8 contexto “37 (inf. A): A resposta comleta foi: ´nóis dizemo tubeculoso... outro diz, é :: aque
(le) lá ta sofren (do) do pormão, num é?´”
“63 (inf. A): ´é, a gente fala que ta sofreno dos pulmão.´”
“06 (inf. A): ´uns fala que ta sofreno dos pulmão, otos fala tuberculoso.´”
06 (inf. B): a que eu conheço é :: sofreno dos purmão, né.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 06
20 freqüência 9,23%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TEMPESTADE¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “um barulho forte que se escuta logo depois de um raio”
8 contexto “11 (inf. A): A resposta completa foi: ´tempestade ... aquele lá é trovão, tamém
istralo nós fala, né.´ ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p.76
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRAélio (2004: 1930)
13 definição dicionarizada “[Do lat.
Tempestade] S.f. agitação violenta da
atmosfera, às vezes acompanhada de
chuva, vento, granizo ou trovões; procela,
temporal. 2. Grande estrondo (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 5,88%
177
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TEMPESTADE²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa
chuva?”
8 contexto “47 (inf. B): Inicialmente: 'chuva de pedra'. Para outro nome; 'tempestade, pedrera e
tempo feio' (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRAélio (2004: 1930)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. Tempestade] S.f. agitação violenta da
atmosfera, às vezes acompanhada de chuva, vento,
granizo ou trovões; procela, temporal. 2. Grande
estrondo (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 0,83%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou
termo
TEMPO DE TROVOADA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL N/C
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 7
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TROVOADA
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 7,69%
178
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TEMPO DOS FOGO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “o sol que desapareceu atrás da lua, escurecendo a terra por uns minutos”
8 contexto
“31 (inf. B): Referiu-se inicialmente ao ´tempodos fogo´[incêndio nas matas] (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 152
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ECLIPSE
17 nota de uso “Inicialmente formulava-se a questão com base nos semas ´escurecer de dia´, ´lua
tapando o sol´. Dada a dificuldade de se obter a respostas desejada, talvez por insuficiência de dados
que permitissem a pronta decodificação – por sugestão de um informante – acrescentaram-se dados
relativos aos danos provocados pelo eclipse na lavoura, tais como ´amarelar a plantação do feijão´,
´enrolar as folhas das plantas´, entre outros.”
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 8,33%
21 obs: “Referiram-se ainda à simpatia de colocar litros incolores cheios de água, em cruz, na roça
para evitar danos à lavoura (...) / ou acender vela benta (...) ou ainda colocar enxada ou foice velhas,
com a lâmina para cima na roça (...)”
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TEMPO BRABO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “uma chuva com vento forte que vem de repente?”
8 contexto “(inf. B): 'tempo brabo, né'. ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 28
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,89%
179
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TEMPO FEIO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa chuva?”
8 contexto “47 (inf.B): Inicialmente: ´chuva de pedra´. Para outro nome: ´tempestade, pedrera, e
tempo feio. (...)”. Quando indagado se se podia falar chuva de pedra, comentou: 'agora o certo mesmo
num pode falá, né, quela [=porque ela] ingrossa. Então a gente diz chuva de arroz, chuva de feijão,
quarqué coisa, em nome de Deus. Daí ele já passa.' ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24, p. 70
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 884)
13 definição dicionarizada
“feio [Do lat. foedu] Adj. (...0 6. Diz-se do
tempo mau, chuvoso ou ventoso; fechado
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA DE PEDRA
17 nota de uso “Tal fenômeno natural, pelos prejuízos que provoca na lavoura, é visto com reservas –
portanto tabuizado – sobretudo entre os informantes mais idosos e de menor escolaridade. Por isso,
optamos por elaborar uma carta especialmente com os registros de chuva-de-flor e chuva-de-rosa,
acompanhada das notas que abordam as crendices e simpatias mais usadas para evitar tal desastre
na agricultura.”
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 0,83%
21 obs:
180
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TEMPORAL
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
adj.
7 pergunta do QSL “uma chuva com vento forte que vem de repente?”
8 contexto “14 (inf. A): 'temporal'.”
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 14; ALPR, carta 28; ALPB carta 25
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1931)
13 definição dicionarizada
“temporal¹ [Do lat. temporale] Adj. (...) 5. V.
tempestade (1) 6. Vendaval (1) (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico MG; PR; PB
19 registro 24 (EALMG); 1 (ALPR); 01 (ALPB)
20 freqüência 14,46% (EALMG); 1,89% (ALPR); 2,04% (ALPB)
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
TEM QUE BERRAR TODO MÊS
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “As mulheres perdem sangue todos os meses. Como se chama isso?”
8 contexto “51 (inf. B) com a explicação: 'ela [a mulher] tem que berrar todo o mês.' “
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 92
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
MENSTRUAÇÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 3,33%
181
1 nº de entrada
2 campo semântico
religião/ crenças
3 unidade fixa ou termo
TENTAÇÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “entidade tabu que animaria o redemoinho
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 132, p. 286
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1933)
FERREIRA (2004: 670)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. tentatione] s.f. (...) s.m. 5. Bras. Pop. V.
diabo (2)”
“diabo (...) (2) (...) [Para não enunciar o nome
diabo, a superstição popular substitui-o por muitos
outros, como (...) tentação (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ENTIDADE-TABU
17 nota de uso “crendice popular infantil”
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,52%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TERREMOTO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “uma chuva com vento forte que vem de repente?”
8 contexto “13 (inf. A): 'bom, a gente fala trovão, otos fala terremoto, (a) quele barulhão; nós fala
trovão memo, assim, tá trovejano'. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 28
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA
(2004: 1940)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. Terrae motu, ´movimentoda terra´, pelo it. Terremoto] s.m. Geofís.V.
sismo [Var. terramoto].”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,89%
182
1 nº de entrada
2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
TIRAR O FACÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “numa certa idade acaba a menstruação. Quando isso acontece, se diz que a
mulher...”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 96
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 864)
FERREIRA (2004: 482)
13 definição dicionarizada
“facão [De faca¹ + -ão¹] s.m. (...) Amarrar o facão.
Bras. Pop. BA chegar ao climatério (...)”
climatério (...) s.m. med. cj. de altErações
somáticas e psíquicas que se observam, na
mulher, no final de seu período reprodutor, e no
homem, quando diminui progressivamente a sua
atividade sexual normal.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTRAR NA MENOPAUSA
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 5%
21 obs:
183
1 nº de entrada
2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
TIRIÇA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “ doença que ataca os pulmões, deixa a pessoa muito magra e tossindo muito”
8 contexto “09 (inf. B); Inicialmente respondeu: ´animia, tiriça e hepatite é braba tamém´. A resposta
adequada ocorreu na repergunta, insistindo-se no sema ´atacar os pulmões.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 72, p. 166
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TUBERCULOSE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,54%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TORMENTA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “Durante uma chuva podem cair bolinhas de gelo. Como chamam essa chuva?”
8 contexto “48 (inf. A): Na seqüência; 'pedra, chuva de pedra, tormenta (...)”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 24
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1965)
13 definição dicionarizada
“tormenta [Do lat. tard. tormenta] s.f. 1. Temporal
violento. 2. Fig. Grande barulho. 3. Fig.
Desordem, agitação.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
CHUVA-DE-PEDRA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 02
20 freqüência 1,65%
184
1 nº de entrada 2 campo semântico
FEN. ATM.
3 unidade fixa ou termo
TROMBA D´ ÁGUA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “uma chuva com vento forte que vem de repente?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 25
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:1998)
13 definição dicionarizada
“s.f. 1. Fenômeno meteorológico que ocorre no mar e consiste
numa grande nuvem negra, donde vai saindo um prolongamento
parecido a uma tromba de elefante, o qual, girando rápido em
torno do seu eixo, desde até a superfície onde produz forte
redemoinho e eleva a água, na forma de um cone com o vértice
voltado para cima (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 03
20 freqüência 6,12%
1 nº de entrada 2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
TROMBOSE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disf.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL ´doença pouco comum´, ´inchaço´, ´dor´, ´vermelhidão na pela´, ´cura apenas
com benzimneto´
8 contexto “15 (inf.B): A resposta inicial foi: ´trombose.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1999)
13 definição dicionarizada
“[Do gr. thrombósis, 'coagulação'] s.f. Patol.
Coagulação do sangue processada, durante a
vida, dentro do aparelho circulatório e em
extensão e localização variáveis.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 1,47%
185
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
TROMPA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de nascer?”
8 contexto
“65 (inf. A): Inicialmente registrou: 'fica nas trompa né, ele se cria ali, mas alí ele fica numa parte
separado.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 1999)
13 definição dicionarizada
“Trompa¹ [Da onom. trrump, imitativa do som do instrumento] s.f.
(...) 4. V. trompa de Falópio: ligar as trompas (...). Trompa de
Falópio. Anat. Cada um de dois canais que se estendem de cada
lado do útero ao ovário homolateral [Tb. se diz apenas trompa.
Sin.: trompa uterina, salpinge, tuba uterina] (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 4,41%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TROVÃO¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL N/C
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPB, carta 7
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2001)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. turbone, 'turbilhão', pelo arc. torvão] s.m.
1. Estrondo causado por descarga de eletricidade
atmosférica; trovoada. 2. Grande estrondo;
trovoada. 3. Coisa ruidosa ou espantosa.”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVOADA
17 nota de uso
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 7,69%
186
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TROVÃO²/ TRUVÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
mod. fon.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “uma chuva com vento forte que vem de repente?”
8 contexto “03 (inf. B): eu conheço só por truvão, né, truvão.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 28
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2001)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. turbone, 'turbilhão', pelo arc. torvão] s.m.
1. Estrondo causado por descarga de eletricidade
atmosférica; trovoada. 2. Grande estrondo;
trovoada. 3. Coisa ruidosa ou espantosa.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TEMPESTADE
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 23
20 freqüência 43,40%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TROVEJADA¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “um barulho forte que se escuta logo depois de um raio”
8 contexto “03 Inf. A): Inicialmente: trovejada. Transcreveu-se a resposta da questão 39. ´”
“22 (inf. B): ´só fala (assim dá (a) queles ... fala raio essas coisa que ... quando é ... pelo trovão, né´.
Reperguntando-se, ocorreu: ´nói (a) qui fala trovejano, otos fala trovejada, otos ... bastante, já fala
as coisa que num pricisa de fala,a gente fala tamém, né.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 8,22%
187
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TROVEJO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
mod. fon.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “um barulho forte que se escuta logo depois de um raio”
8 contexto “48 (inf. B): ah, sempre falo ta trovejando, trovejo.´”
“39 (inf. B): é o trovejo, nóis trata mais o trovejo, a :: ta trovejano. Na repergunta : é istoro.´”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2001)
13 definição dicionarizada
“[Dev. de trovejar] s.m. Bras. PB. Fig. Pop.
Disputa, altercação.”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 03
20 freqüência 8,82%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TROVOADA¹
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “um barulho forte que se escuta logo depois de um raio”
8 contexto “48 (inf. A): na seqüência: trovoada, istoro´. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 27, p. 76 / EALMG, carta 16
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2001)
13 definição dicionarizada
“trovoada [De trovão+ -ada, com desnasalização]
s.f. 1. Sucessão de descargar elétricas e trovões,
acompanhada geralmente, de chuvas (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
17 nota de uso
18 uso geográfico MG, PR
19 registro 45 (EALMG); 01 (ALPR)
20 freqüência 36,59% (EALMG); 2,94% (ALPR)
188
1 nº de entrada
2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TROVOADA²
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL
8 contexto “34 (INF. B): ´aquele jeito memo, nós fala trovão mesma coisa, bastante trovuada´.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 29
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2001)
13 definição dicionarizada
“trovoada [De trovão+ -ada, com desnasalização] s.f. 1.
Sucessão de descargar elétricas e trovões, acompanhada
geralmente, de chuvas (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
TROVÃO
18 uso geográfico PR
19 registro 09
20 freqüência 16,98%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
TROVOADA DO FUZILO
4 córpus nº 5 tipologia tabu 6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “um clarão que surge no céu em dias de chuva?”
8 contexto “46 (inf. B): ´(a) quilo é :: trovoada do fuzilo, né´. Na repergunta: ´(...) a trovoada que dá
aquele fuzilo, assim claria tudo.´ ”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30, p. 82
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:2001)
FERREIRA (2004: 952)
13 definição dicionarizada
“trovoada [De trovão+ -ada, com desnasalização] s.f. 1.
Sucessão de descargar elétricas e trovões, acompanhada
geralmente, de chuvas (...)”
“fuzil [Do fr. fusil] s.m. (...) 5. Relâmpago (1) (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 3,23%
189
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
UMA BOLA QUE TEM DENTRO
DA MULHER
4 córpus nº 5 tipologia tabu
disfem.
6 categoria gramatical
SN + SV
7 pergunta do QSL “como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de
nascer?”
8 contexto “36: 'uma bola que tem dentro da mulher'.”
9 característica
10 identificador de fonte APFB, carta 75
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17 nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 01
20 freqüência 3,03%
1 nº de entrada 2 campo semântico
ciclos da vida
3 unidade fixa ou termo
VAI AMARRAR
4 córpus nº 5 tipologia tabu
metáfora
6 categoria gramatical
SV
7 pergunta do QSL “numa certa idade acaba a menstruação. Quando isso acontece se diz que a
mulher __?”
8 contexto “29 (inf. B) - Disse antes: 'vai amarrar'. “
9 característica
10 identificador de fonte ALS I, carta 96
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ENTRAR NA MENOPAUSA
17 nota de uso
18 uso geográfico SE
19 registro 01
20 freqüência 5%
190
1 nº de entrada
2 campo semântico
doenças
3 unidade fixa ou termo
VARIZES
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.pl.
7 pergunta do QSL “doença pouco comum”, “inchaço”, “dor”, “vermelhidão na pele”, “cura apenas
com benzimento”
8 contexto S/C/
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 161, p. 344
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2038)
13 definição dicionarizada
“variz [Do lat. varice] s.f. 1. Med. Dilatação de
vaso arterial, linfático ou venoso, e que resulta
em tortuosidade no trajeto dele (s) (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ERISIPELA
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 10
20 freqüência 14,71%
191
1 nº de entrada 2 campo semântico
convívio
3 unidade fixa ou termo
VASORA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
hipo.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “... a mulher que se vende para qualquer homem?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte APFB [82]
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2039)
13 definição dicionarizada
“vassoura [Var. de vassoira (q.v.)] s.f. (...) 7.
Bras. Gír. Pessoa que troca muito de
namorados, ou de amantes; pentefino (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
PROSTITUTA
17 nota de uso
18 uso geográfico BA
19 registro 09
20 freqüência 12,86%
1 nº de entrada 2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
VENTRE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.m.
7 pergunta do QSL “como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de
nascer?”
8 contexto “02 (inf. B): 'é o útero, ventre'. Perguntou-se por 'outro nome': 'que eu vejo falá
sempre quano a vaca põe a mãe do corpo pa fora. Intão sem dúvida é a mãe do corpo -
também'. “
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 73, p. 168; ALPA, carta 57
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004; 2046)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. Uteru] S.m. Anat. Órgão onde se gera o feto
dos mamíferos [Sin (pop.): matriz, madre, ventre e
(bras.) mãe-do-corpo (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR; PB
19 registro 01 (ALPR); 06 (ALPA)
20 freqüência 1,72% (ALPR); 66,67% (ALPA)
192
1 nº de entrada
2 campo semântico
corpo humano
3 unidade fixa ou termo
VENTRE DA MÃE
4 córpus nº 5 tipologia tabu
euf.
6 categoria gramatical
SN
7 pergunta do QSL “como se chama o lugar, no corpo da mãe, onde fica o nenê antes de nascer?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPA, CARTA 57
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2027)
FERREIRA (2004:2046)
13 definição dicionarizada
“[Do lat. Uteru] S.m. Anat. Órgão onde se gera o feto dos
mamíferos [Sin (pop.): matriz, madre, ventre e (bras.) mãe-
do-corpo (...)”
“ventre [Do lat. Ventre s.m. (...)4. Poét. V. útero (...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ÚTERO
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 11,11%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
VIRAÇÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte ALPA, carta 38
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004: 2065)
13 definição dicionarizada
“[De virar + cão] s.f. 1. vento brando e fresco que, à tarde,
costuma soprar do mar para a terra; aragem, brisa marítima
(...)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
18 uso geográfico PB
19 registro 01
20 freqüência 1,69%
193
1 nº de entrada 2 campo
semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
VUESCA
4 córpus nº 5 tipologia tabu
estrangeirismo
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL 'Como se chama o clarão que se forma no céu antes de chover ou
durante a chuva?”
8 contexto “Inicialmente registrou”'relampo´ . Para 'outro nome', ocorreu: 'em polonês
também tem, é vuesca.”
9 característica
10 identificador de fonte ALPR, carta 30
11 termo dicionarizado ( ) sim ( X ) não
12 fonte 13 definição dicionarizada
14 forma
completa
15 forma abreviada
ou sigla
16 variante lingüística
RELÂMPAGO
17 nota de uso
18 uso geográfico PR
19 registro 01
20 freqüência 3,23%
1 nº de entrada 2 campo semântico
fen. atm.
3 unidade fixa ou termo
ZELAÇÃO
4 córpus nº 5 tipologia tabu
expr. gen.
6 categoria gramatical
s.f.
7 pergunta do QSL “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu
assim (mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?”
8 contexto S/C
9 característica
10 identificador de fonte EALMG, carta 22; ALPA, carta 38
11 termo dicionarizado ( X ) sim ( ) não
12 fonte
FERREIRA (2004:2092)
13 definição dicionarizada
“[De exalação, ´ato ou efeito de exalar´,
certamente por analogia com zelar] s.f. Brás.
N.E.Pop.V. meteoro (2)”
14 forma completa 15 forma abreviada ou
sigla
16 variante lingüística
ESTRELA CADENTE
17 nota de uso
18 uso geográfico MG, PB
19 registro 12 (ALPA); 13 (EALMG)
20 freqüência 20,34% (ALPA); 15,66% (EALMG)
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