Download PDF
ads:
Pontifícia Universidade Católica De Minas Gerais
Faculdade de Odontologia
ANÁLISE DE TENSÕES EM PRÓTESE FIXA DENTO IMPLANTO
SUPORTADA COM IMPLANTE COMO PILAR INTERMEDIÁRIO PELO
MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
LUIS GUSTAVO LIMA LARA
Belo Horizonte
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Luis Gustavo Lima Lara
ANÁLISE DE TENSÕES EM PRÓTESE FIXA DENTO IMPLANTO
SUPORTADA COM IMPLANTE COMO PILAR INTERMEDIÁRIO PELO
MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Belo Horizonte
2010
Dissertação apresentada ao Programa
de Mestrado em Odontologia da
Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais, como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre em
Odontologia, área de concentração em
Clínicas Odontológicas com ênfase em
Prótese Dentária.
Orientador: Prof. Dr. Marcos Dias Lanza
ads:
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Lara, Luis Gustavo Lima
L318a Análise de tensões em prótese fixa dento implanto suportada com implante como pilar
intermediário pelo método dos elementos finitos / Luis Gustavo Lima Lara. Belo Horizonte,
2010.
86f. : il.
Orientador: Marcos Dias Lanza
Dissertação (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa
de Pós-Graduação em Odontologia.
1. Implante dentário. 2. Prótese parcial fixa. 3. Dente. 4. Análise de elemento finito. I.
Lanza, Marco Dias. II. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Programa de Pós-
Graduação em Odontologia. III. Título.
CDU: 616.314-089.28
Folha de Aprovação
DEDICATÓRIA
Dedico
este trabalho a minha querida mãe Laurita, exemplo de honestidade,
inteligência e amor, que não mediu esforços para me ajudar na realização desse
sonho.
Ao meu pai Fernando, que com muita bondade, amor e carinho me ajudou a
chegar até aqui. Vocês são os melhores pais que um filho poderia ter. Por isso
agradeço a Deus todos os dias por tudo na minha vida. Muito Obrigado!
Aos meus irmãos que sempre acreditaram em mim, por serem referência de
eterna amizade e companheirismo.
À minha querida madrinha Nanã e ao meu padrinho Sérgio por me apoiarem
e sempre acreditarem no meu crescimento profissional.
À minha querida Ariana por sempre me incentivar a continuar os estudos,
para que um dia possa me tornar professor.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por estar sempre presente em minha vida todos os
dias, me protegendo, abençoando e me guiando no caminho para realização desse
sonho.
Ao meu orientador Prof. Dr. Marcos Dias Lanza, por todos os ensinamentos
desde o curso de Especialização, por me mostrar uma visão especial a respeito do
planejamento em reabilitação oral, por ser um excelente profissional a quem procuro
me espelhar e por me incentivar sempre nesse curso de Mestrado. Agradeço
também a paciência e dedicação na correção deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Wellington Jansen, profissional cujo extraordinário conhecimento
dos materiais dentários modificou minha visão no que se refere à odontologia
restauradora. Pude perceber a importância dessa disciplina que se tornou
imprescindível na minha vida profissional. Obrigado por me acolher na Disciplina
Estágio Docente, me orientando todas as quintas-feiras à tarde na clínica da
graduação. Muito obrigado.
Ao Prof. Dr. Paulo Isaías Seraidarian, profissional com conhecimento notável
que atende o paciente não com as mãos, mas também com o coração. Exemplo
de humildade e respeito para com o paciente e aluno. Obrigado pelos ensinamentos
nas aulas teóricas e principalmente nas clínicas, onde nunca vou esquecer o brilho
no olhar dos pacientes após o atendimento. Agradeço pelo grande desenvolvimento
profissional que me proporcionaste.
Ao amigo Marcos Daniel Septímio Lanza por me auxiliar na realização deste
trabalho e por ser um exemplo de profissional estudioso e dedicado. Muito obrigado
por tudo, principalmente por me acompanhar nas visitas ao nosso colega Antônio
Vieira (Calé), Mestre em Engenharia, que também agradeço pela confecção dos
modelos desse trabalho e pela paciência em me ensinar sobre o Método dos
Elementos Finitos.
Aos colegas do curso de Mestrado, pela companhia e aprendizado ao longo
desses dois anos. Obrigado pelas aulas e seminários ministrados onde pude
aprender muito com cada um de vocês.
Aos professores do Curso de Especialização, Eduardo Lemos, Wellington
Santos Rocha e Rômulo Hissa, pelos ensinamentos nas aulas teóricas e práticas e
por me incentivarem a continuar sempre estudando.
Aos funcionários da PUC, por me ajudarem na realização desse sonho.
Aos pacientes, pela disponibilidade, paciência e pontualidade com que
compareceram aos atendimentos. Obrigado pela confiança.
Aos meus familiares, aos familiares da Ariana, aos meus amigos de Banda e
aqueles que não foram citados, mas que de forma direta ou indireta, apoiaram o
meu crescimento profissional.
Muito Obrigado a todos vocês!
EPÍGRAFE
“Nem tudo o que se tenta se consegue,
Mas todos os que conseguiram tentaram.”
“Viver é mais que um sonho, viver é mais que só
existir.”
“Para um breve tempo, nascemos; para uma
eternidade, haveremos de viver.”
Padre Airton Freire
RESUMO
Em algumas situações clínicas, ocorrem casos de pacientes parcialmente edêntulos
com indicação para prótese através da união de dentes com implantes. Entretanto,
esse tipo de conexão ainda é controverso na literatura, tendo em vista possíveis
complicações biomecânicas, pelas diferenças de mobilidade e forma de absorver e
distribuir as cargas funcionais. O objetivo desse trabalho foi analisar as tensões
geradas em uma prótese fixa dento implanto suportada de cinco elementos com
conexão rígida onde o implante é pilar intermediário entre dois dentes pilares
terminais, por meio do Método dos Elementos Finitos (MEF). Foi utilizado o
programa Ansys Revisão 5.7 como ferramenta computacional para modelar uma
prótese fixa de cinco elementos composta por dois dentes como pilares terminais,
dois pônticos e um implante como pilar intermediário unidos de forma rígida. Foi
aplicada uma carga vertical com um valor nominal de 100 N, distribuída
uniformemente nas superfícies oclusais dos dentes posteriores (modelo 1) e carga
horizontal de 10N simulando guia canina (modelo 2). Pode-se observar numa
análise qualitativa que a prótese no modelo 1 teve um maior deslocamento no
sentido ocluso gengival na região dos pônticos, com valor máximo de deslocamento
de 6,4µm. no modelo 2, a prótese sofreu um deslocamento máximo no sentido
palatino vestibular de 3,5µm na região do canino. A tensão equivalente de Von
Mises SEQV para o modelo 1 foi de 77,4MPa notando uma distribuição de tensões
semelhante por toda infra estrutura metálica, na região entre as coroas protéticas.
Para o modelo 2, o valor da SEQV foi de 12,3MPa localizado na distal do canino.
Conclui-se que a infra-estrutura metálica exerce papel fundamental na distribuição a
absorção das tensões e no deslocamento do conjunto protético.
Palavras chaves: Pilar intermediário. Implante dentário. Prótese parcial. Dente
natural.
ABSTRACT
In some clinical occurrences, one may find patients partially edentulous, which may
have orientation to prosthesis, such like the link of teeth and implants. However, this
type of link is still controversial in literature, mainly based on possible biomechanical
uncertainties, due to different displacement behaviors and the distribution of the
functional loads involved in the process. The aim of this work was to analyze and
understand the global behavior of stresses and displacements involved in an implant-
tooth-supported fixed prosthesis with five elements using a rigid connection and the
intermediate implant among two posterior teeth, applying the Finite Element Method
(FEM). The Ansys 5.7program has been used as a computational tool in order to
simulate a fixed prosthesis with five elements and built by two teeth as terminal
abutment, two bridges and an implant working as an intermediate abutment rigidly
joined. A nominal vertical of 100 N has been applied, uniformly distributed, on the
occlusive surfaces in the posterior teeth (model 1) and a horizontal load of 10 N has
been applied to simulate a canine guide (model 2). It is possible to conclude, in a
qualitative analysis, that the prosthesis in model 1 showed a higher displacement in
the occlusion-gingival direction of the bridges, with a value around 6,4 µm. Model 2
has showed a higher displacement around 3,5 µm in the vestibular-palatine direction.
The equivalent stress of Von Mises (SEQV) showed a maximum value of 77,4 MPa
for model 1 in the metallic bar among the prosthetic crowns. Model 2 showed a value
of 12,3 MPa concentrated on the canine distal region. It can be concluded that the
infra-structure has an important function in the distribution and absorption of stresses
and displacements of the whole prosthetic set.
Key-words: Pier abutment. Dental Implants. Parcial Prosthesis. Natural Teeth.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 Linhas.........................................................................................
37
FIGURA 2 Volumes (dentes e implante)..................................................... 38
FIGURA 3 Volumes do modelo original do pré-molar................................. 39
FIGURA 4 Volumes das coroas em porcelana............................................ 39
FIGURA 5 Volumes (perspectiva da infra-estrutura metálica).....................
40
FIGURA 6 Volumes do implante (em perspectiva)...................................... 41
FIGURA 7 Volumes do implante (vista disto-mesial)...................................
41
FIGURA 8 Volumes do modelo com pônticos............................................. 42
FIGURA 9 Volumes (modelo com osso cortical)......................................... 43
FIGURA 10 Volumes do modelo completo (vista vestibular) ......................
43
FIGURA 11 SOLID92 (tetraédrico).............................................................. 44
FIGURA 12 SHELL 93 (quadrático).............................................................
45
FIGURA 13 Malha de elementos finitos no modelo.....................................
47
FIGURA 14 Carregamento nodal equivalente a 100N para cargas axiais.. 48
FIGURA 15 Carregamento nodal equivalente a 10N para guia canina....... 48
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Propriedades elásticas dos vários materiais que compõem o
modelo
46
TABELA 2 Dados quantitativos do modelo. 46
LISTA DE ABREVIATURAS
MEF - Método dos Elementos Finitos
N - Newton
mm - Milímetro
µm - Micrometro
MPa - Mega Pascal
PFDIS - Prótese Fixa Dento Implanto Suportada
SEQV - Tensão Equivalente de Von Mises
MX - Valor Máximo
DMX - Deslocamento Máximo
UY - Deslocamentos Verticais
UX - Deslocamentos Horizontais
UZ - Deslocamentos Mesio Distal
3D - Tridimensional (planos XYZ)
Ni-Cr - Liga de Níquel Cromo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................
1.1 Objetivos....................................................................................................
13
16
2 REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................
2.1 União dente implante.................................................................................
2.2 Pilar intermediário em prótese fixa dento suportada.................................
2.3 Pilar intermediário em prótese fixa dento implanto suportada...................
17
17
30
34
3- METODOLOGIA.......................................................................................... 36
REFERÊNCIAS...............................................................................................
50
ANEXOS.......................................................................................................... 55
13
1INTRODUÇÃO
É comum no dia a dia da odontologia o atendimento a pacientes que ao
exame clínico intra-oral, nota-se a ausência de alguns dentes, classificando esse
paciente como endentado parcial. Por meio da necessidade de substituir esses
dentes ausentes, um planejamento protético deve ser feito para que de alguma
maneira essas áreas edêntulas sejam substituídas por prótese.
Quando pensamos em substituir dentes ausentes, várias alternativas de
tratamento são possíveis, como prótese fixa dento suportada, extração dos dentes
remanescentes com confecção de próteses fixa implanto suportada, ou até mesmo a
união dos remanescentes dentários a implantes e confecção de prótese fixa dento
implanto suportada (CORDARO e outros, 2005). Nesses casos, dente e implante
funcionariam juntos como pilares de uma prótese fixa dento implanto suportada.
É evidente que, atualmente, quando consideramos uma área edêntula onde
os dentes vizinhos a essa área estão hígidos, o implante osseointegrado e
posteriormente a prótese unitária implanto suportada seria a primeira opção de
tratamento, pois assim preservaria a estrutura dentária dos dentes remanescentes,
com custo biológico baixo. Alguns autores relatam também que se deve escolher
como primeira opção, a confecção de uma prótese implanto suportada, mas se não
for possível, pode-se confeccionar uma prótese dento implanto suportada (DALKIZ,
2002; LANG 2004; LINDH 2008).
Existem algumas razões para a união de dentes e implantes como, por
exemplo: limitações das áreas anatômicas para colocação de um numero ideal de
implantes devido à proximidade do nervo alveolar na mandíbula e altura óssea
insuficiente por projeção do seio maxilar (RANGERT, 1991, DALKS, 2002).
Podemos considerar também a falha de algum implante na osseointegração dentro
de um planejamento de prótese implanto suportada (DALKS, 2002) e a distribuição e
localização desfavorável dos pilares ao longo do arco (LAUFER, B.Z. E GROSS, M.,
1998). Além disso, se os dentes adjacentes ao espaço protético requerem
intervenção restauradora, a utilização destes associados aos implantes torna-se
viável (PAREL, 1996).
A grande diferença entre um implante osseointegrado e um dente natural está
na forma de união estrutural, além do diferente mecanismo de absorção e
14
dissipação de forças (SHEETS & EARTHMAN, 1997). Entretanto, ao unir um dente
natural a um implante, inevitavelmente serão produzidas tensões na cortical que
envolve o implante, como conseqüência da mobilidade dentária e da imobilidade do
implante. Todavia, as pesquisas demonstram que, em princípio, essas diferenças
não representariam maior importância, pois poderiam ser compensadas pelo grau de
mobilidade dentária; elasticidade óssea; flexão da infra-estrutura e flexão dos
componentes protéticos (RANGERT, 1991; NAERT, 1992; BECHELLI, 2006).
O uso de conexão não-rigida também poderia compensar essa diferença de
mobilidade entre dente e implante (LIN e outros 2008), entretanto, deve ser utilizado
com cautela devido ao aumento de tensões na prótese (LIN e outros, 2006; LIN e
outros 2008) e devido ao aumento significativo de falhas quando comparadas às
conexões do tipo rígida (NICKENING e outros 2006). As conexões rígidas teriam
preferência (LANG, 2004) e poderiam evitar uma possível intrusão dentária (NAERT,
2001; CORDARO, et al. 2005; LINDH, 2008).
Uma prótese fixa de cinco elementos seja dento suportada ou dento implanto
suportada geralmente possui dois pilares terminais, dois pônticos e um pilar
intermediário (central). Pilar intermediário é definido no glossary of prosthodontic
(2005) como um pilar (dente ou implante) localizado entre dois pilares terminais e
que serve para suportar uma prótese fixa
(
SAVION e outros, 2006).
Quando consideramos uma prótese fixa dento suportada com pilar
intermediário, vários autores acreditam que esse pilar atua como fulcro de uma
alavanca classe I (SHILLINGBURG, H.T., FISCHER, D.W., 1973; ZIADA, H.M.ORR,
J.F., BENINGTON, I.C., 1998; ORUC e outros, 2008) e que se for utilizado uma
conexão semi gida, poderá evitar que o pilar intermediário atue como fulcro
(MOULDING, 1988; ORUC e outros, 2008). Porém, outros autores afirmam que não
evidência que o pilar intermediário atue como fulcro (SAVION e outros, 2006),
mas que o encaixe de semi-precisão restringe as tensões no lado da aplicação da
carga (STANDLEE, 1988)
O pilar intermediário de uma prótese fixa pode ser um dente ou um implante
e é necessário relatar duas situações: A primeira, se um implante for pilar
intermediário de uma prótese fixa dento implanto suportada com dois dentes como
pilares terminais. A segunda, de maneira oposta, se um dente for pilar intermediário
15
de uma prótese fixa dento implanto suportada com dois implantes como pilares
terminais.
Na primeira situação, o implante sendo pilar intermediário apresenta menos
movimento do que os pilares naturais terminais, podendo agir como fulcro de uma
alavanca classe I (MISCH,2006). Esse implante recebe forças de rotação e torção
que são transmitidas ao osso e aos componentes protéticos (LAUFER E GROSS,
1998). Segundo alguns autores (MISCH, 2006, BECHELLI, 2006), pode-se utilizar
conexão semi-rígida entre o implante e o pôntico para evitar que o implante
intermediário atue como fulcro
Na segunda situação, quando dois ou mais implantes podem suportar
sozinhos a carga da prótese, o dente natural intermediário torna-se um pôntico vivo
(também chamado de pôntico com raiz) e ajuda a manter a propriocepção. Sendo
assim, o dente por ter maior mobilidade que o implante, contribui muito pouco para
para sustentar a carga protética. Essa carga é sustentada pelos implantes (MISCH,
2006).
Diante de tal situação, o presente estudo propõe estudar o comportamento
biomecânico de uma protese fixa dento implanto suportada com conexão gida e
implante como pilar intermediário, a partir de uma carga nominal vertical de 100N
nos dentes posteriores e horizontal de 10N no pilar canino, por meio do Método dos
Elementos Finitos (MEF). Esse método (MEF) envolve uma série de procedimentos
computacionais utilizados para calcular aspectos biomecânicos como tensão e
deformação dos biomateriais e tecidos humanos, que dificilmente podem ser
mensurados in vivo (WAKABAYACHI e outros, 2008, GENG, 2001).
16
1.2 Objetivos
Objetivo geral:
Analisar as tensões geradas em uma prótese fixa dento implanto suportada
(PFIDS) de conexão rígida com um implante intermediário entre dois pilares naturais
a partir do Método dos Elementos Finitos (MEF), em uma região posterior e anterior
da maxila.
Objetivos específicos:
1- Avaliar o comportamento biomecânico dessa prótese sob carregamento
vertical de 100 N na face oclusal dos dentes posteriores.
2- Avaliar o comportamento biomecânico dessa prótese sob carregamento
horizontal de 10 N na face palatina do canino.
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 União dente implante
Rangert e outros (1991) relataram em seu estudo, a respeito de união dente
implante, que a diferença de mobilidade entre dente e implante poderia ser
compensada pela flexibilidade do sistema protético (junção aparafusada do cilindro
de ouro e o intermediário protético transmucoso), pois as propriedades mecânicas
do implante em prótese fixa dento implanto suportada, sob força vertical, forma um
sistema flexível compatível com a mobilidade do dente, considerando que esse
dente tenha uma mobilidade normal.
Naert e outros (1992) afirmaram que a elasticidade do sistema de implante
osseointegrado poderia se aproximar do potencial de movimento fisiológico do
ligamento periodontal. Assim, as próteses fixas dento implanto suportadas também
apresentariam movimentos, devido a flexão da estrutura e do parafuso protético
abutment. Dessa forma, o movimento da prótese ajudaria a compensar alguma
diferença entre a mobilidade de um dente saudável e o implante.
Hobkirk e Tanner (1995) afirmaram em seu estudo que, quando se considera
uma prótese fixa dento implanto suportada, o deslocamento da estrutura ou de seus
componentes de suporte depende de variáveis como: comprimento dessa prótese e
do implante, viscosidade do ligamento periodontal, distribuição desfavorável dos
dentes remanescentes no arco e, que mesmo o dente contribuindo como suporte de
uma prótese, ele ainda continua possuindo micro movimentos quando unidos a
implantes, contradizendo a possibilidade de anquilose dental, sendo proposta uma
técnica de conexão semi rígida onde a fêmea é confeccionada na coroa do implante
para reduzir o possível efeito de cantilever e melhorar o direcionamento de forças
diante da combinação de dente com implante
Chee e Cho em 1997 afirmaram a respeito da união dente implante que
devido ao movimento fisiológico do dente natural, deve ocorrer alguma flexibilidade
no sistema de implante durante a carga oclusal, sendo que essa flexibilidade vem do
osso ou dos componentes internos do implante. Se esses componentes estão
sujeitos a flexões repetidas, podem levar à perda do parafuso ou pior, a fadiga do
metal e fratura de um componente do implante. Qualquer acréscimo na mobilidade
18
do dente natural poderá resultar em aumento de tensão sobre o implante. No
presente estudo, foi relatado o problema da intrusão dental, em prótese dento
implanto suportada, de conexão semi-rígida, ao final de doze meses de
observações.
Sheets e Earthman (1997) afirmaram em seu estudo que as mudanças no
protocolo original de Branemark, que recomendava o isolamento de implantes dos
dentes naturais, trouxeram algumas complicações interessantes. Uma dessas
complicações seria a intrusão dentária. Após revisarem a literatura a respeito da
união entre dente e implante e o fenômeno de intrusão, os autores concluíram que
quando a intrusão ocorrer, o desenho da prótese deve ser modificado para tentar
reverter essa intrusão, além de recomendar o uso de placa protetora oclusal para
minimizar a carga na parafunção, ajustar a oclusão para minimizar forças
desagradáveis e até modificar o tipo de abutment, escolhendo um que absorve
melhor a carga mecânica.
Laufer e Gross em 1998 apresentaram uma revisão dos aspectos
biomecânicos da união dente implante e relataram situações clínicas que requerem
o planejamento dessa união, como por exemplo:
1) Um insuficiente número de pilares naturais ou implantes para
suportar uma prótese fixa independente.
2) Distribuição e localização desfavorável dos pilares ao longo do
arco, situação essa que favorece a união de dentes com implantes.
3) Dentes remanescentes com o periodonto comprometido, sendo
assim, esses dentes requerem um suporte adicional que pode derivar da
estabilidade dos implantes.
4) Versatilidade protética. Quando dois implantes sustentam uma
prótese fixa e um deles falha, o que sobrou pode ser unido ao pilar natural até
que aquele que falhou seja substituído por outro implante.
Os autores concluíram que ao unir dente com implante ocorre um aumento de
stress ao redor do implante. Entretanto, existe uma carência de informações clínicas
válidas em torno da união de dentes com implantes por meio de próteses fixas em
pacientes parcialmente edentados.
Schlumberger, Bowley e Maze (1998) revisaram a literatura a respeito da
união dente com implante e o efeito da intrusão dentária. Nesse estudo, os autores
19
afirmaram que apesar de muitas teorias terem sido propostas, a real causa da
intrusão do dente natural unido ao implante permanece desconhecida. Apesar de
muitos estudos longitudinais demonstrarem que essa união biomecanicamente
funciona muito bem, a intrusão dentária não pode ser ignorada. Os autores
concluíram que ao restaurar espaços edêntulos com prótese fixa, a primeira escolha
deve ser próteses implanto suportadas. Em casos onde isso não for possível, e
existir a real necessidade de unir dente com implante, um correto planejamento
dessa prótese deve ser feito para reduzir a probabilidade de ocorrer intrusão.
Num trabalho realizado para avaliar o tecido periodontal dos dentes naturais
após cargas funcionais em próteses dento implanto suportadas durante 24 meses,
Pesun e outros (1999) afirmaram que a presença do ligamento periodontal promove
absorção e neutralização do impacto das forças mastigatórias e transforma as
tensões em estímulo à remodelação óssea. Na ausência de ligamento periodontal,
na osseointegração, uma diferença significativa da dissipação de forças
mastigatórias, que, nos implantes, são transmitidas de forma direta aos
componentes protéticos e ao tecido ósseo. O quadro histológico da amostra no
estudo se apresentou com mínima quantidade de células inflamatórias, crista óssea
saudável e fibras periodontais indicando mínima remodelação. Os autores
concluíram que no modelo animal, os dentes devem ser restaurados de forma que
forças sejam direcionadas com magnitude suficiente para se enquadrar dentro da
capacidade adaptativa dos tecidos periodontais. Assim, com minuciosa análise
oclusal, dente natural e implante podem ser combinados no planejamento de prótese
fixa.
Lindh e outros (2001) compararam as conseqüências biomecânicas quando
implantes são colocados na região posterior da maxila e o unidos ao dente por
meio de uma prótese fixa. 26 pacientes foram selecionados para o estudo, sendo
todos classe 1 de Kennedy. De um lado foi confeccionada uma prótese fixa implanto
suportada e do outro lado, uma prótese fixa dento implanto suportada. Os pacientes
foram avaliados clinicamente em intervalos de 3, 6, 12 e 24 meses e
radiograficamente em 6, 12 e 24 meses. Esse estudo mostrou que a prótese fixa
dento implanto suportada pode ser uma opção na restauração de pacientes
desdentados posterior na maxila. Não houve diferenças significativas entre os dois
tipos de prótese em relação ao risco de complicação e reação do tecido gengival
20
marginal, entretanto, a resposta a perda óssea foi mais favorável quando dentes
foram combinados com implantes. Uma prótese implanto suportada ainda é a
primeira escolha se dois ou mais implantes puderem ser colocados, entretanto, em
casos que o seio maxilar impeça a colocação de mais de um implante e quando o
arco curto é aceitável para o paciente, o tratamento com uma prótese fixa dento
implanto suportada é aceitável e previsível, devendo optar por conexão rígida, pois
ajuda a prevenir a intrusão dental.
Comparando prótese implanto suportada e prótese dento implanto suportada,
Naert e outros (2001) afirmaram em seu estudo que, após avaliar e comparar esses
dois tipos de próteses durante 15 anos de acompanhamento, houve mais
complicações nas próteses com implantes unido a dentes do que nas próteses com
implantes unido a implantes, mas nada estatisticamente significante. Ele concluiu
que se deve preferencialmente optar por prótese com implante unido a implante,
mas se for confeccionar prótese de implante unido a dente, o tipo de conexão deve
ser do tipo rígida para evitar intrusão dentária.
Dalkiz e outros (2002) analisaram uma prótese fixa dento implanto suportada
pelo método dos elementos finitos variando a quantidade dos dentes pilares e a
direção e quantidade de carga. Foram construídos três modelos nos quais todos
possuíam uma prótese fixa dento implanto suportada. Essa prótese tinha como pilar
posterior um implante na região de segundo molar, e como pilares anteriores,
dentes, sendo de canino a incisivo central do mesmo hemiarco. A variação dos
dentes pilares foi da seguinte forma: a primeira prótese ia até canino, a segunda até
incisivo lateral e a terceira até incisivo central. Em todos os casos o estresse ao
redor das raízes foi mais alto que ao redor do implante, e foi maior também na
prótese que tinha somente um dente como pilar natural se comparado com aquelas
que possuíam mais dentes como pilares. Os autores concluíram que quando for
restaurar uma região edêntula, a primeira escolha deve ser uma prótese implanto
suportada. Se não for possível, e a única opção for unir dente com implante, devem-
se desenvolver mecanismos para reduzir a sobrecarga sobre a prótese, como
colocar um número maior de pilares para suportar essa prótese, pois assim reduziria
as tensões no osso ao redor do implante e do dente.
Por meio da análise de elemento finito de dois modelos, sendo um
bidimensional e outro tridimensional de uma mandíbula com um dente e um implante
21
unido de forma rígida por uma ponte fixa de três elementos na região entre primeiro
pré-molar e primeiro molar, Menicucci e outros (2002) avaliaram a tensão no osso
peri-implantar por meio da aplicação de uma carga direcionada sobre o dente. Essa
carga foi transmitida de duas maneiras. A primeira foi de 50 kg durante 10 segundos
e a segunda foi de 50 kg durante 5 milésimos de segundos. O autor concluiu que a
distribuição da tensão sobre o osso peri-implantar parece ser mais influenciada pela
duração do que pela intensidade. Quanto maior a duração da carga, maior é a
deformação do ligamento periodontal, e como resultado, o dente tende a entrar no
alvéolo, a ponte age como cantilever e a tensão se acumula ao redor do osso peri-
implantar. Por outro lado, quando a carga é aplicada de maneira rápida, as
propriedades visco-elásticas do ligamento periodontal fazem com que o dente haja
como um pilar rígido dividindo a carga com o implante, sendo menos prejudicial.
Ochai e outros (2003) compararam em um estudo fotoelástico o tipo de
intermediário protético, utilizando um modelo com o desenho de uma prótese que
continha dois implantes unidos a um dente. Os implantes estavam localizados na
região de primeiro e segundo molar e o dente na região de primeiro pré-molar. Os
intermediários protéticos utilizados foram o pilar UCLA e o pilar cônico. Aplicaram
carga em seis pontos diferentes no desenho da prótese, variando de 133N na região
dos implantes e 89N na região do dente, sendo observada uma mínima diferença de
distribuição das tensões entre os dois tipos de pilares protéticos estudados. Os
autores afirmaram que nas condições onde o prognóstico do implante ou do dente é
questionável ou quando a prótese tiver uma função considerada alta, o uso de um
intermediário (pilar cônico) entre o implante e a prótese é mais indicado, devido a
uma ligeira diminuição da distribuição das tensões em regiões mais distantes do
ponto de carga.
Lang e outros (2004), por meio de uma revisão sistemática da literatura,
selecionaram 176 artigos e analisaram somente 13 (que passaram no critério de
inclusão) referente as possíveis causas de falhas na união dente implante. Foi
avaliada a sobrevivência dos implantes, das próteses fixas, dos pilares,
complicações biológicas, complicações técnicas e intrusão dentária.Os estudos de
meta-análise indicaram que a taxa de sucesso dos implantes unidos a dentes foram
de 90,1% após 5 anos e de 82,1% após 10 anos. Em relação à prótese fixa, a taxa
de sucesso após 5 anos foi de 94,1% e após 10 anos foi de 77,8%. Em relação a
22
sobrevivência dos pilares, depois de um período de observação de 5 anos, 3,2% dos
pilares naturais e 3,4% dos implantes carregados funcionalmente foram perdidos, e
após 10 anos, o valor foi de 10,6% e 15,6% respectivamente. As razões relatadas
para a perda dos pilares naturais foram fraturas, cáries, complicações endodônticas
e periodontais. Em relação às complicações biológicas, após 5 anos, 10% dos
pacientes possuíam periimplantite com profundidade de sondagem 5 mm e
sangramento a sondagem. 13.6% dos implantes receberam tratamento específico
para periimplantite após 10 anos. A complicação técnica mais comum foi fratura da
coroa com percentual de 9,1% após 10 anos e perda de retenção no pilar natural
com percentual de 6,2% após 5 anos e 24,9% após 10 anos. A perda do parafuso do
intermediário protético após 5 anos foi de 3,6% e após 10 anos de 26,4%. A fratura
do intermediário ou do parafuso protético foi relatada no valor de 0,7% após 5 anos
de observação. Por fim, em relação à intrusão do pilar natural, foi encontrado uma
taxa de 5,2% após um período de 5 anos de acompanhamento, somente em
conexão não-rígida. Por meio desse estudo, os autores concluíram que o
planejamento da reabilitação oral deve incluir próteses fixas somente implanto
suportadas, mas por razões anatômicas ou preferências do paciente para evitar
próteses removíveis, a combinação de dente e implante pode ser planejada, dando
preferência para conexão rígida.
Cordaro e outros (2005) avaliaram clinicamente os resultados de próteses
dento implanto suportadas (de 10 a 14 unidades protéticas) num arco inteiro em
pacientes com periodonto de suporte normal e reduzido. Nesse estudo, um total de
19 pacientes foram incluídos sendo 10 pacientes com periodonto de suporte normal
(presença de mais de 2/3 de inserção periodontal em cada dente) e 9 pacientes com
periodonto reduzido (presença de menos de 2/3 de inserção periodontal em cada
dente). Após a instalação das próteses, os pacientes fizeram avaliação de 6 em 6
meses por um período médio de 36,5 meses (24 a 94 meses). Essa avaliação tinha
como parâmetros observar a estabilidade dos implantes, perda óssea marginal e
intrusão dentária. Os autores puderam concluir que praticamente todos os implantes
estavam estáveis (96% de taxa de sucesso), com exceção de um implante, que
apresentou mobilidade após 7 meses de instalação da prótese. Este implante foi
removido e após cicatrização óssea, foi colocado outro no lugar e uma nova prótese
foi instalada, que não apresentou alteração ate o fim do estudo. No total de 72
23
dentes pilares utilizado nesse estudo, apenas quatro (5,6%) sofreram intrusão,
sendo que essa intrusão ocorreu na prótese unida com conexão semi-rígida e com
suporte periodontal normal.
Lin e outros (2006) avaliaram a partir de oito modelos de elemento finito 2D, a
dissipação das tensões em dois tipos de próteses fixas de quatro elementos,
composto por dois dentes naturais (primeiro e segundo pré-molar), um pôntico
(primeiro molar) e um implante (segundo molar), variando o suporte periodontal,
esplintagem dos dentes e o tipo de conexão. Os modelos também possuíam
ligamento periodontal e osso alveolar. Todos os modelos receberam cargas oclusais
de 50 N em cada cúspide para calcular a distribuição de tensão no osso alveolar,
sistema de implante e prótese. Os resultados mostraram que em relação à
distribuição da carga sobre o implante, os valores de tensão diminuíram quando a
prótese tinha suporte periodontal normal com os dois dentes unidos utilizando
conector gido. Em relação a distribuição de carga sobre a prótese, ao variar o
periodonto de suporte e a esplintagem dos dentes, não houve mudança significativa
nos valores de stress, entretanto, esses valores diminuíram quando uma conexão
rígida foi usada. Os autores concluíram que a conexão do tipo não-rígida deve ser
usada com cautela, pois pode acrescentar maior tensão para o implante e prótese e
que o sistema dento implanto suportado com os dois dentes unidos, é
funcionalmente mais eficiente.
Misch (2006) afirma que quando não for possível a realização de enxerto
ósseo numa área para colocação de implante, uma das opções seria inserir um
implante mais distal e confeccionar uma prótese parcial fixa que conecte um
implante a um dente sem mobilidade. Do ponto de vista biológico, a grande
diferença entre um implante osseointegrado e o dente natural está na forma de
união estrutural com o osso. Pode-se dizer que os dentes não estão em contato
direto com o osso, pois possuem o ligamento periodontal entre eles. Enquanto que
os implantes estão unidos estruturalmente em seu interior, osseointegrados, tendo
contato direto com o tecido ósseo. O movimento real vertical inicial dos dentes
posteriores e anteriores são por volta de 28µm. O movimento de um implante em
direção vertical foi considerado entre 2 a 3µm e devem-se principalmente as
propriedades visco-elásticas do osso subjacente. A prótese fixa que une o dente e o
implante também apresenta movimento, devido à flexão do parafuso protético do
24
abutment. Dessa forma, o movimento de uma prótese parcial fixa dento implanto
suportada, auxilia a compensar alguma diferença na mobilidade vertical de um dente
saudável e do implante. Por tanto, a flexibilidade inerente é compatível com a
mobilidade vertical do dente natural. O autor ainda afirma que a mobilidade dental
horizontal é maior que o movimento vertical, porém a interface implante/osso
também apresenta Micron movimento lateral, desta forma, implante, osso e prótese
compensam o leve movimento dental, se o mesmo não apresentar mobilidade
clínica. Em relação ao tipo de conexão entre implante e dente, têm sido abordadas
as conexões do tipo rígidas e semi rígidas. Os implantes não devem ser unidos a
dentes com mobilidade, por adicionar um cantilever no implante. Assim, o pilar
natural conectado a um implante fixado de forma gida não deve apresentar
mobilidade clinica. Próteses sobre implantes podem usar pilares naturais
secundários adicionais para diminuir o movimento da prótese, de forma que a
fixação rígida do implante não será comprometida. Considerando a possibilidade de
uma união gida entre o dente e o implante, se ocorrer um aumento da mobilidade
dentária, isto é, mobilidade progressiva, poderia ocorrer à perda da osseointegração
do implante por deformação plástica das trabéculas em torno dele. Por fim, o autor
ainda relata que embora tenham sido preconizadas as conexões semi gidas na
literatura, raramente está indicada em protese fixa unilateral. Esse tipo de conexão
não melhora a distribuição de estresse entre os pilares, sendo causadora de
migração de dentes naturais.
Bechelli e outros (2006) afirmaram que a transformação de tensões de
pressão em tração é uma das funções mais importantes do ligamento periodontal do
ponto de vista biológico. Quando a força mastigatória é axializada, ela é transmitida
ao ligamento periodontal e transformada em uma tração uniforme sobre a cortical
alveolar. Dentro de um sistema de coordenadas, observa-se que no dente ocorre um
rápido deslocamento no sentido da força, até o limite máximo de elasticidade do
ligamento. No implante, o deslocamento vertical é praticamente nulo e limitado
exclusivamente pela elasticidade óssea. Em relação ao tipo de conexão, o autor
ainda afirma que ao se considerar uma conexão semi-rígida entre o dente e o
implante, se o sistema fêmea se localizar no dente e a parte macho no pôntico,
frente às cargas mastigatórias, o dente poderá sofrer um movimento de intrusão e,
como a prótese não é elástica e o implante não possui mobilidade, haverá uma
25
relativa liberdade de movimento para o dente. Por outro lado, se utilizarmos a
conexao semi-rígida junto ao implante, com localização do sistema fêmea no
implante atuando como apoio, ao aplicar cargas mastigatórias, todo conjunto
composto por dentes e pônticos poderá movimentar-se o permitido pelo ligamento
periodontal, axializando melhor as cargas transmitidas ao implante.
Akça e outros (2006) analisaram a relação entre a força máxima de mordida e
o osso marginal de 29 pacientes parcialmente edêntulos, que receberam tratamento
com prótese fixa dento implanto suportada, com acompanhamento de dois anos,
sendo o implante mais para posterior e unido de forma rígida ao dente. Foi verificado
que a força de mordida é maior na região dos implantes (353,61N) do que na região
dos dentes (275,45N) e que conectando implantes a dentes de forma rígida tem sido
promissor em relação à estabilidade do nível do osso marginal peri implantares,
apesar do estudo ter demonstrado uma maior perda óssea na mesial (0,28mm) do
que na distal (0,097mm) do implante.
Nickening e outros (2006) avaliaram a incidência de complicações técnicas e
biológicas nos casos de tratamento com próteses fixas dento implanto suportadas
durante um período médio de 4,7 anos de acompanhamento (2,2 a 8,3 anos). Um
total de 84 próteses fixas unindo dente com implante foram avaliadas, sendo que
dos 132 dentes utilizados como pilares naturais, 37% eram pré-molares inferiores
onde os implantes (em sua maioria 43,5% Nobel Biocare e 41,2% ITI Strauman)
foram colocados adjacentes a eles. A maioria das restaurações foi aparafusada
(45,3%), um terço era cimentada enquanto 26% foram tratados com sistema
telescópico. A extensão das próteses variou de três (39,3%) ou mais elementos. Das
84 próteses dento implanto suportadas, um terço era unida com conexão semi-
rígida. Os autores relataram que após o período de 5 anos, cerca de 10% das
próteses apresentaram modificações técnicas como o a necessidade de apertar
novamente o parafuso do abutment, fratura da coroa e fratura da prótese. Após o
oitavo ano, aproximadamente 13% das próteses foram afetadas. Em relação ao tipo
de conexão, apenas 3 das 56 conexões rígidas foram afetadas por algum tipo de
complicação técnica, enquanto 8 das 28 conexões não rígidas necessitaram de
modificações. Das 47 próteses aparafusadas, 8 foram afetadas por complicações
enquanto das 26 próteses cimentadas, somente 3 foram afetadas. Os problemas
mais encontrados nos pilares naturais após o período de cinco anos foram
26
complicações periodontais e necessidade de tratamento endodôntico por causa de
cáries recorrentes. para os implantes osseointegrados, algumas complicações de
técnica foram observadas como perda ou fratura do abutment e fratura do parafuso
do abutment. Também foram observados falha na cimentação nos casos de
próteses cimentadas. Os autores concluíram que nos casos onde se utilizaram
conexões semi-rígidas, houve um aumento significativo de falhas quando
comparadas àquelas que foram utilizadas conexões rígidas. Puderam concluir
também que as taxas de sucesso entre PFIDS e PFIS foram similares quando
utilizaram conexão rígida em ambas as próteses.
Ozçelik. e Ersoy (2007) analizaram as tensões ao redor de implante e dente
em prótese fixa dento implanto suportada utilizando dois métodos diferentes (Método
dos Elementos Finitos e Método Fotoelástico). Três modelos foram preparados cada
um com uma conexão diferente, da seguinte forma: modelo 1: conexão rígida;
modelo 2: conexão não rígida na região distal do pilar anterior (2º pré-molar); modelo
3: conexão não rígida na mesial do pilar posterior (molar). Força vertical de 50N
foi aplicada sobre os três modelos. Os resultados mostraram grandes tensões no
osso ao redor do implante na prótese de conexão gida, por outro lado, o uso de
conexão não-rígida mostrou menores valores de tensões ao redor do osso peri
implantar. Nenhuma diferença significativa foi observado entre os modelos 1 e 2 em
ambos os métodos, porém uma menor tensão foi observado no modelo 3. Os
autores concluíram que pode ser sugerido que dentes e implantes podem ser unidos
para suportar uma prótese dento implanto suportada, onde a conexão não gida
deveria ser colocada no lado do implante.
Maezawa e outros (2007) construíram quatro modelos tridimensionais de uma
mandíbula e incluíram os dois caninos naturais, seis implantes (sendo dois
anteriores e quatro posteriores) e uma infraestrutura metálica. Os implantes
localizavam-se na região de incisivos laterais, primeiros pré-molares e primeiros
molares. Por meio desse modelo, os autores analisaram pelo método dos elementos
finitos o estresse no osso periimplantar e a influência do canino natural unido de
várias formas aos implantes. Os quatro tipos de modelos eram: 1- Dentes e
implantes unidos numa infraestrutura só. 2- Dentes e implantes não conectados,
sendo uma infraestrutura anterior e duas posteriores isoladas. 3- três partes da
infraestrutura com os dentes conectados na parte posterior. 4- três partes da
27
infraestrutura com os dentes conectados na parte anterior. Também foi simulado
guia canina, função em grupo e M.I.H. O maior estresse no osso foi verificado na
região adjacente ao canino no modelo quatro. A carga máxima ao redor do implante
foi observada na região adjacente a região dos pré-molares implantados, no modelo
três. Os autores concluíram que menos estresse é conduzido para o ligamento
periodontal quando o canino está conectado aos dois segmentos (anterior e
posterior), entretanto, a união ao canino não está associada com o surgimento
perceptível do tensão máxima no osso peri implantar. A inclusão do canino natural
em uma prótese fixa dento implanto suportada não aumenta o estresse nas
estruturas de suporte podendo ser uma opção de tratamento.
Lin e outros (2008) construíram um modelo de elemento finito de uma
prótese fixa dento implanto suportada composto por dois dentes, um pôntico e um
implante sendo que o implante substituía o segundo molar inferior, o pôntico se
localizava na região de primeiro molar e os dentes eram os dois pré-molares
inferiores. Os autores investigaram os efeitos da variação na direção e intensidade
da carga sobre essa prótese, variando também o número de dentes esplintados e o
tipo de conexão (rígida / não rígida) e observaram as respostas mecânicas do osso,
prótese e implante. Em uma primeira análise, aplicaram cargas verticais e oblíquas
de 200N simultaneamente em toda extensão da prótese. Em outra análise aplicaram
cargas verticais e oblíquas também de 200N apenas nos pilares naturais e num
terceiro momento, as cargas verticais e oblíquas de 200N foram aplicadas no
implante e dentes naturais simultaneamente a uma carga de 40N sobre o pôntico.
Os resultados mostraram que o número de dentes esplintados não afeta os valores
de tensões sobre o implante, osso alveolar e prótese, e que o uso de conexão não
rígida aumenta os valores médios de stress sobre a prótese (mais de 3 a 4 vezes se
comparada a conexão rígida). Os autores concluíram que:
- em próteses implanto suportadas, os valores de tensão são menores do que
nos casos de união dente implante, independente do tipo de conexão.
- a condição da aplicação da carga é o fator preponderante na distribuição
das tensões no implante, osso alveolar e prótese sem levar em consideração o tipo
de conector e o número de dentes unidos.
28
- o uso de conectores não rígidos pode ser mais eficiente em termos de
compensar a diferença de mobilidade entre o dente natural e o implante, entretanto,
deve ser utilizado com cautela devido ao aumento de tensões na prótese.
Nickening e outros (2008) avaliaram clinicamente 229 próteses dento implanto
suportadas instaladas em 224 pacientes (50 mulheres e 174 homens) sendo que
dessas 229 próteses, 178 eram fixas e 51 eram removíveis apoiadas por um sistema
de coroa telescópica. A média de tempo avaliado foi de 6,7 anos (2,1 a 15,8) e a
média de idade dos pacientes foi de 51,3 anos (21,7 a 78,0). Os resultados
mostraram que após 10 anos a substituição da prótese foi necessária em 8,3% dos
casos e somente 3 dos 459 implantes foram removidos devido a não
osseointegração. Dos 449 dentes utilizados nas próteses, 23 foram removidos em
sua maioria devido a problemas no tratamento endodôntico. Em relação as
complicações biológicas nos pilares naturais, após 10 anos, 11% dos dentes
necessitaram de algum tipo de tratamento periodontal, endodôntico ou restaurador.
Nos implantes, após 10 anos, menos de 5% apresentaram algum problema
biomecânico ou complicações técnicas. Durante o estudo, somente 3 parafusos do
intermediário fraturaram, 9 entre 276 parafusos afrouxaram e 6 entre 67 próteses
cimentadas fracassaram na cimentação. Os autores concluíram que não existe
diferença estatística relacionada a complicações técnicas entre prótese dento
implanto suportada fixa e/ou removíveis, entretanto, maior risco de complicações
biológicas quando se utiliza dentes tratados endodonticamente e dentes com
reduzido suporte de ancoragem.
Lindh (2008) apontou algumas discussões a respeito da união de implante
com dente em relação ao tipo de conexão usada, a ocorrência ou não de intrusão do
dente usado como pilar, a perda óssea ao redor do implante e as complicações
relacionadas à prótese implanto-dento- suportada. Em relação ao tipo de conexão,
se rígida ou semi rígida, afirmou que estudos in vitro e in vivo, mostram que a
mobilidade nos componentes do implante é suficiente para compensar a diferença
na mobilidade entre o implante e o dente. Igualmente mostrou-se que a carga
funcional sob circunstâncias clínicas está distribuída uniformemente entre os dois
tipos de conexões. Não razão para afirmar que as próteses dento/implanto
suportadas são inferiores as implanto suportadas em relação à sobrevida dessa
prótese. A respeito da intrusão dentária, o autor afirma que o mecanismo
29
responsável ainda não foi totalmente explicado. Evidências clínicas e experimentais
parecem apontar que conexão rígida entre o implante e o dente irá prevenir a
maioria dos casos de intrusão dentária. Comparando próteses fixas dento implanto
suportadas com prótese implanto suportadas, mostraram que as complicações e a
previsibilidade de ambas são similares. Além das complicações relacionadas ao
implante, as próteses dento implanto suportadas correm sempre o risco de
complicações relacionadas ao dente tais como lesões cariadas, perda de vitalidade
e a doença periodontal. O autor conclui que não suporte científico para que
algum dente deva ser extraído para se colocar implante e confeccionar uma prótese
implanto suportada, evitando assim a confecção de prótese dento/implanto
suportada. O autor ainda relata que a maioria dos estudos revisados se refere a
próteses confeccionadas principalmente na região de pré-molar em mandíbula,
portanto os resultados podem não ser possíveis de extensão a uma escala mais
larga de situações clínicas.
Hita, Hernádez e Calvo (2009) revisaram a literatura a partir do ano 2000 a
respeito da conexão de dentes com implantes por meio de uma prótese fixa dento
implanto suportada, com o objetivo de determinar se essa união é uma opção de
tratamento viável ou não. Os artigos revisados foram classificados pelo tipo, como
sendo: estudos biomecânicos (40%), estudos clínicos (50%) e revisão bibliográfica
(10%). De todos os artigos, 50% defende a conexão rígida, 10% defende a conexão
não-rígida e 40% não mencionaram ou não fizeram diferença entre as duas. Os
dados mais significantes obtidos pelos estudos clínicos e revisões bibliográficas
indicam que a taxa de sucesso dos implantes foi de 84,4%-100%, a taxa de sucesso
da prótese foi de 80-94,1% e o fenômeno da intrusão ocorreu principalmente em
próteses com conexão não-rígida variando de 0 a 5,6%. Os autores concluíram que
conexão rígida obteve melhores resultados em relação prevenção da intrusão
dentária, entretanto, poderá produzir maior perda óssea marginal, que corresponde
a um aumento na profundidade de sondagem ao redor dos pilares, seja dente ou
implante. Concluíram também que prótese implanto suportada é a opção mais
segura num planejamento protético, entretanto, dependendo da situação clínica, a
união de dente com implante por meio de uma prótese fixa é uma alternativa viável e
com uma taxa de sucesso aceitável.
30
Lanza e outros (2009) analisaram as tensões de uma prótese fixa dento
implanto suportada de três elementos (dente/ pôntico/ implante) por meio do Método
dos Elementos Finitos, variando o local do carregamento. No modelo 1 foi aplicado
100N distribuído por toda prótese, e no modelo 2, 100N no pôntico. Os autores
observaram que a tensão equivalente de Von Mises no modelo 1 foi de 47,84MPa e
no modelo 2 foi cerca de três vezes maior (148,29MPa). Entretanto, as tensões
foram distribuídas igualitariamente nas mesmas regiões, porém com magnitudes
diferentes. Essa comparação permitiu avaliar as conseqüências geradas em uma
PFIDS caso os pacientes desenvolvam um hábito parafuncional ou na presença de
interferências na região do pôntico, justificando a perda de implantes e fraturas dos
componentes protéticos. Concluíram que a liga utilizada na infra-estrutura metálica
exerce papel fundamental no deslocamento da prótese, devendo preferir as de maior
módulo de elasticidade. E deve-se obter uma estabilidade harmoniosa evitando
sobrecarga da prótese.
2.2 Pilar intermediário em prótese fixa dento suportada
Shillingburg (1973), afirmou que dentes em diferentes posições no arco se
movem em diferentes direções. Esses movimentos de magnitude mensurável, em
direções divergentes, podem criar sobre uma prótese extensa, tensões que serão
transmitidas aos pilares. Segundo uma teoria, as forças são transmitidas aos pilares
terminais porque o pilar intermediário atua como fulcro, provocando o colapso do
retentor mais fraco. Por causa da extensão da prótese, da diferença de mobilidade
dos dentes pilares e da tendência do pilar intermediário atuar como fulcro, tensões
geradas nos pilares de uma prótese de cinco elementos com pilar intermediário
podem alcançar níveis destrutíveis. Como há limites para aumentar a capacidade de
um retentor para suportar forças de deslocamento, é preciso usar algum meio que
neutralize os efeitos dessas forças. Recomendou-se o uso de conector não gido
para reduzir esse risco. O autor ainda afirma que apesar do ajuste íntimo, o
movimento dos conectores é suficiente para prevenir que o pilar intermediário atue
como fulcro e para impedir a transmissão das tensões do segmento que está
recebendo a carga, passe para o restante da PPF. O encaixe rompe forças
geralmente é colocado no pilar intermediário, com a parte da fêmea localizada na
31
distal desse pilar e a parte macho localizado na mesial do pôntico mais posterior.
Isso se dá, pois 98% dos dentes inclinam-se mesialmente quando submetidos a
forças oclusais, sendo assim, quando o encaixe se localizar dessa forma, esse
movimento para mesial manterá o macho no encaixe fêmea. Mas se a colocação do
encaixe for na face mesial do pilar intermediário, fará com que o macho se desaloje
do encaixe fêmea durante seus movimentos mesiais. Com o tempo isso poderia
produzir mobilidade patológica ou falha do pilar terminal mais anterior, por exemplo,
o canino.
De acordo com o mesmo autor (SHILLINGBURG, 1973), o uso de conector
não-rígido em prótese fixa de cinco elementos com pilar intermediário é contra-
indicado quando: (1) se o pilar apresentar significante mobilidade; (2) se o pôntico
for substituir mais de um dente; e (3) se o pilar posterior e o pôntico não tiverem
dentes antagonistas ou, se tiverem, e este for uma PPR, e se as três unidades
anteriores da PPF tiverem como antagonistas dentes naturais, a parte posterior
dessa prótese poderá apresentar extrusão. A prótese rígida distribui a carga mais
uniformemente que a o-rígida, o que a torna preferível para dentes com pequena
inserção periodontal.
Moulding (1988) examinou seis próteses parciais fixas de cinco elementos
com pilar intermediário, de canino a segundo molar, por meio de modelos
fotoelásticos, usando diferentes materiais. Esse estudo comparou qualitativamente
as tensões geradas no periodonto dos pilares dessas próteses variando o local e a
forma de conexão entre pilares da seguinte forma: (1) todos conectores rígidos, (2)
Conector não rígido localizado na distal do canino com a fêmea no pilar, (3) conector
não rígido localizado na mesial do segundo pré-molar com a fêmea no pilar
intermediário, (4) conector localizado na distal do segundo pré-molar com a fêmea
no pilar intermediário, (5) conector localizado na distal do segundo pré-molar com a
fêmea ntico e o macho no pilar intermediário, e (6) conector não rígido localizado
na mesial do segundo molar com a fêmea nesse pilar. Todas as próteses foram
carregadas individualmente com 198N, variando o local da aplicação. Somente a
prótese de união rígida (1) foi carregada com 66N em toda a prótese para servir de
comparação. Os resultados foram gravados por uma câmera. Na prótese gida, as
tensões foram em geral similares, se concentrando mais no ápice dos pilares.
Quando um conector não rígido foi usado no pilar intermediário e esse pilar foi
32
carregado, foi observada maior tensão ao redor de sua raiz devido à incapacidade
da conexão de transmitir as tensões para os pilares terminais. Esse resultado sugere
que colocar uma conexão não rígida no pilar intermediário deve ser considerado
com cautela, entretanto, colocar a conexão na distal do pila intermediário é preferível
a colocá-la na mesial desse mesmo pilar. Os autores concluíram que o padrão de
distribuição de tensão é dependente da localização do conector não rígido, mas
independe da orientação do conector não rígido na distal do pilar intermediário, ou
seja, independe se o macho esta no pilar ou no pôntico.
Standlee, Holland e Sulik (1988) construíram três modelos de próteses
parciais fixas de cinco elementos, com pilar intermediário, na região posterior de
mandíbula para analisarem, por meio de exame fotoelástico as tensões geradas
sobre essas próteses. Todas as próteses possuíam o canino, segundo pré-molar e
segundo molar como pilares e o primeiro pré-molar e primeiro molar como pônticos,
variando apenas a posição do conector semi-rígido. No primeiro modelo, todos os
pilares estavam unidos de forma rígida; no segundo o encaixe era na mesial do pilar
intermediário (segundo pré-molar) e no terceiro, o encaixe localizava-se na distal do
pilar intermediário. Cargas verticais de 30 lb. foram aplicadas separadamente em
cada parte da prótese. Os autores observaram que ao incluir um encaixe semi-
rígido, as tensões aumentam na região do dente que recebeu a carga enquanto que
no lado de não carregamento, as tensões diminuem, pois o encaixe permite que o
pilar funcione como um dente individual ou uma prótese simples de três elementos.
Puderam concluir que não evidencia que o pré-molar intermediário atue como
fulcro e que o encaixe de semi-precisão restringe as tensões no lado da aplicação
da carga.
Ziada e outros (1998) analisaram as tensões geradas em duas próteses
parciais fixas adesivas confeccionada em resina, na região anterior por meio da foto
elasticidade, sendo uma prótese de três elementos e outra de cinco. Essa prótese
de cinco elementos possuía dois pilares terminais (dente 12 e 23), um pilar
intermediário (dente 21) e dois pônticos (dentes 11 e 22). Os autores concluíram que
ao se confeccionar uma prótese fixa adesiva de três elementos, as tensões são
concentradas na região proximoligual dos pilares, mas sem maiores problemas, ao
contrario de prótese fixa de cinco elementos com pilar intermediário, onde as
tensões foram concentradas ao redor de toda superfície desse pilar intermediário,
33
resultando num aumento potencial de falha. Sendo assim, esse estudo experimental
revelou que um pilar intermediário numa prótese fixa adesiva anterior em resina
deve ser usado com cautela, pois as tensões geradas se localizaram sobre toda
superfície desse pilar intermediário, tendo o potencial de falhar a adesão, enquanto
os outros pilares (terminais) permaneceriam intactos.
Savion e outros (2006) revisaram a literatura buscando estudos a respeito do
uso de pilares intermediários em prótese fixa. Os autores encontraram um estudo
que descrevia a longevidade de implantes utilizados como pilar intermediário e 4
estudos in vitro utilizando teste de fotoelasticidade de próteses fixas de 5 elementos
com pilar intermediário. Concluíram que nenhum estudo demonstrou de fato que o
pilar intermediário age como fulcro e que ao utilizar conexão não-rígida, quando o
pilar recebe uma determinada carga, ocorre um aumento das tensões sobre esse
pilar. Em relação à PPF de cinco elementos de canino a segundo molar com pilar
intermediário, não é suportada pela literatura por nenhum estudo in vitro,
observações clinicas ou análise matemática que o pilar intermediário age como
fulcro aumentando o risco de falha na cimentação no retentor mais fraco, no caso o
canino. E que o risco potencial de perda de cimentação no canino originado por
forças extrusivas quando o pôntico molar recebe uma carga, seria devido a forcas
flexurais desenvolvidas na prótese fixa. Entretanto, a magnitude da forca e a
significância clínica devem ser determinadas por mais estudos in vitro e in vivo.
Oruc e outros (2008) analisaram, por meio do MEF, os efeitos da distribuição
de tensões sobre um PPF de cinco elementos com pilar intermediário, variando o
tipo de conexão (se rígida ou o rígida) e o local dessa conexão não rígida. Os
autores construíram cinco modelos 3-D de uma PPF com dois pilares terminais
(Canino e segundo molar), dois pônticos (primeiro pré-molar e primeiro molar) e um
pilar intermediário (segundo pré-molar). Uma PPF tinha conexão rígida e as outras
quatro conexão não rígida, sendo (1) a conexão na mesial do pilar terminal posterior,
(2) a conexão na distal do pilar intermediário, (3) a conexão na mesial do pilar
intermediário e (4) a conexão na distal do canino. Uma carga vertical de 50N foi
aplicada em cada cúspide sendo três métodos diferentes de aplicação de carga: (1)
aplicação de carga em todos os dentes para simular a máxima oclusão ntrica, (2)
aplicação de carga no canino para simular contato anterior e (3) aplicação de carga
no segundo molar para simular contato único posterior. Foi observado que as
34
tensões sobre a PPF de união rígida foi distribuída de maneira semelhante quando
todos os dentes receberam carga e que a distribuição das tensões variou conforme
o local do conector não gido. Os autores consideraram que quando uma PPF com
conexão gida com pilar intermediário atua como uma alavanca, altas
concentrações de tensões podem ocorrer no pilar intermediário, e grandes
deslocamentos podem ser observados nos pilares terminais, resultando em dano
para os dentes pilares. Assim, um conector não gido pode ser usado para eliminar
a ação de fulcro do pilar intermediário. Concluíram que a distribuição das tensões na
PPF com pilar intermediário é afetada pela presença e localização da conexão não
rígida e o pilar intermediário recebeu menor tensão quando o conector não rígido
estava na distal desse pilar, sendo assim, o melhor lugar para o conector não gido
é na distal do pilar intermediário.
2.3 Pilar intermediário em prótese fixa dento implanto suportada
Fugazzotto (1993) citado por Savion e outros (2006), descreveu a
longevidade de implantes usados como pilar intermediário. Esse estudo descreveu o
sucesso e a falha de implantes colocados em desdentados totais e parciais. 974
pacientes tratados com 2.023 implantes foram acompanhados por 6 a 60 meses.
Dentre esses implantes, 53 eram utilizados como pilar intermediário entre dentes
pilares naturais. Essa prótese incluiu o uso de um elemento intramóvel, e o implante
era unido aos pilares naturais/dentes por uma PPF de forma rígida. Todos os
implantes apresentaram sucesso, entretanto não se podem tirar conclusões a
respeito do sistema intramóvel e a respeito do sucesso com prótese com implante
como pilar intermediário.
Em 1998, Laufer e Gross, afirmaram que ao unir dente com implante, o
implante pode agir como pilar intermediário ou pilar terminal. Quando for pilar
intermediário, esse implante receberá força de rotação e de torção que serão
transmitidas ao osso e ao componente protético em casos de sobrecarga.
Misch (2006) afirmou que quando um implante serve como pilar intermediário
entre dois dentes naturais, a diferença no movimento entre o dente e o implante
pode gerar complicações. Esse implante intermediário apresenta menos movimento
do que os dentes pilares terminais, tornando o fulcro de uma alavanca classe I,
35
aumentando o risco biomecânico de falha na cimentação do pilar menos retentivo,
principalmente sob cargas laterais. O autor afirma ainda que o implante intermediário
pode provocar complicações mesmo quando está unido a dentes sem mobilidade
como pilares terminais. Pode-se utilizar conexão semi-rígida entre o implante e a
coroa menos retentiva para evitar que o implante intermediário atue como fulcro.
quando um dente natural serve como pilar intermediário entre dois ou mais
implantes, o autor enfatiza que a situação é totalmente diferente da anterior. Quando
dois ou mais implantes podem suportar sozinhos a carga da prótese, o dente natural
se torna pôntico vivo (também chamado de pôntico com raiz), ou seja, o dente por
ter maior mobilidade que o implante, contribui muito pouco para sustentar a carga
protética. Essa carga será sustentada pelos implantes. O autor afirma que para um
pilar intermediário natural entre dois implantes, um encaixe do tipo rompe forças não
está indicado. O autor ainda cita que uma vantagem ao utilizar um dente natural
como pilar intermediário entre dois implantes, embora não contribua na sustentação
da prótese, é o aspecto proprioceptivo do complexo periodontal. Devido a diminuição
da consciência oclusal, próteses sobre implantes possuem forças de mordida mais
elevadas durante a mastigação quando comparadas as forças aplicadas sobre
próteses em dentes naturais. Esse pôntico vivo pode afetar a interação das forças
encontradas durante a função podendo proporcionar alguma propriocepção à
restauração.
Bechelli (2006), relatou duas situações clínicas nas quais foi necessário
utilizar um implante como pilar entre dois dentes naturais, por se tratar de uma ponte
de grande extensão. Segundo o autor, a conexão semi-rígida deve estar no implante
e em casos de pilar intermediário, deve ter duas conexões, uma por mesial e outra
por distal, confeccionando a ponte em duas extensões.
36
3 METODOLOGIA
Nas últimas duas décadas, o Método dos Elementos Finitos (MEF), aplicado à
Biomecânica, vem se destacando como uma ferramenta extremamente útil utilizada
para calcular numericamente, aspectos mecânicos como tensões e deformações, e
para avaliar o comportamento mecânico dos biomateriais e tecidos humanos, tendo
em vista a dificuldade de se fazer tal avaliação in vivo (WAKABAYACHI, et al.,
2008). Dessa forma, tenta simular e compreender o comportamento estrutural e
possíveis implicações de tensões geradas durante uma atividade funcional e/ou
parafuncional, nas diversas áreas da Odontologia. Também é relatada que a
utilização do MEF pode permitir uma visão de como a variação nas propriedades
dos materiais e configurações geométricas afetam os níveis de tensões,
proporcionando uma amostragem que nos informa sobre quais variáveis devem ser
considerados para validação de trabalhos in vitro.
Para cada aplicação específica, as diversas variáveis que envolvem o
problema devem ser cuidadosamente analisadas e fornecidas como dados a um
programa computacional (GENG et al. 2001). Essa análise inclui etapas que podem
ser classificadas em cinco grupos básicos:
a) Levantamento de dados e criação da geometria, aplicando-se aos volumes
as propriedades elásticas dos diversos materiais e tecidos que compõem o
domínio do problema;
b) Geração da malha dos elementos finitos;
c) Aplicação das condições de contorno, na forma de deslocamentos
impostos (iguais a zero);
d) Aplicação de cargas atuantes e processamento para obtenção das tensões
e deformações;
e) Análise de resultados.
O MEF é uma técnica numérica, largamente utilizada, para obter-se a solução
de problemas mecânicos, idealizados a partir de pontos virtuais (nós), e da
conectividade de regiões discretas (elementos), que representam o domínio do
problema. Esse conjunto gerado de nós e elementos, chamado de malha de
elementos finitos representa, numericamente, o modelo sico real. Após a solução
37
numérica do sistema de equações, a resposta encontrada está diretamente
relacionada ao grau de simplificações impostas à natureza do problema, a partir da
geometria estabelecida. Simplificações da geometria podem implicar em alterações
na rigidez local e global do corpo elástico, o que por sua vez, conduz a erros
numéricos, típicos do método (VIEIRA, A. C. B. 2002).
Neste trabalho, o programa Ansys Revisão 5.7 (ANSYS Inc
®
, Pennsylvania;
USA) foi utilizado para desenvolver a modelagem tridimensional de um modelo de
segmento posterior e anterior de uma maxila, composta por uma prótese fixa metalo
porcelana de cinco elementos com um canino como pilar terminal anterior, um pré-
molar como pilar terminal posterior, duas coroas de pré-molares como pônticos e um
implante como pilar intermediário. A partir de keypoints conectados por linhas
(figuras 1), esses pontos foram interpolados através de splines (união de dois ou
mais pontos através de linhas curvas), que determinam as superfícies (áreas) e, a
seguir, os volumes que compõem as estruturas a serem analisadas. Nestes
volumes, as cores estão associadas aos diversos tipos de materiais (figuras 2).
Figura 1- Linhas (modelo 1)
38
Figura 2- Volumes (dentes e implante)
A criação de um modelo matemático de elemento finito passa inicialmente,
pela definição do objeto a ser pesquisado, podendo ser qualquer estrutura dento
maxilo facial. O objeto será desenhado graficamente em um programa
computacional específico, onde a morfologia das estruturas representadas podem
ser baseadas em tomografias computadorizadas, atlas de anatomia, crânios secos
e/ou dentes extraídos (LOTTI, 2006).
O modelo 3-D do MEF é uma representação aproximada de uma geometria in
vivo, com características físicas de um modelo real. O modelo original do pré-molar,
incluindo o esmalte, dentina, ligamento periodontal, osso cortical e esponjoso foi
obtido através da rotina desenvolvida por Vieira (2002) conforme mostrado na figura
3. O modelo do canino foi confeccionado por meio de informações retiradas de atlas
(WHEELER, R.C., 1969) e radiografia.
Os volumes e as superfícies gerados a partir da rotina citada foram utilizados
para gerar os domínios representativos do modelo proposto. A região do esmalte foi
39
substituída por porcelana (figura 4). Para compor uma coroa metalo porcelana foi
simulada uma superficial metálica de uma liga não nobre de NiCr (figura 5).
Figura 3- Volumes do modelo original do pré-molar
Figura 4 Volumes das coroas em porcelana
40
Figura 5- Volumes (perspectiva da infra-estrutura metálica)
O implante que foi modelado é do tipo ITI Straumann
®
, de 10,00 mm de
comprimento, 4,1 mm de diâmetro, com plataforma de 4,8 mm. Adaptado ao
implante existe um intermediário protético do tipo pilar sólido (ITI Strauman
®
) com
uma altura de 4,0 mm, que recebeu uma coroa protética de um pré-molar superior,
seguindo as especificações do fabricante de acordo com o diâmetro da plataforma
(figuras 6 e 7). O modelo apresenta algumas simplificações em sua geometria, sem
incorrer riscos de alterar os resultados em relação à forma dos implantes, com e sem
roscas inserido no osso, pelo simples fato de que a avaliação de tensões resultantes
não será realizada em um ponto da rosca, mas na sua distribuição da interface
osso/implante, maxila, componentes protéticos, dente e cortical que envolve o
implante.
41
Figura 6- Volumes do implante (em perspectiva)
Figura 7- Volumes do implante (vista disto-mesial)
42
Foi modelada uma coroa protética na forma de pôntico (pré-molar) com as
mesmas dimensões das coroas presentes no dente e no implante. Esse pôntico
serviu como meio de união entre os elementos pilares apresentando uma conexão
rígida (figura 8). A conexão do tipo rígida foi escolhida, pois alguns estudos
justificam e orientam a escolha dessa conexão (NAERT, 2001; LANG, 2004; AKÇA,
2006; NICKENIG, 2006; LIN e outros, 2006; LINDH, 2008; LIN e outros, 2008).
Figura 8- Volumes do modelo com pônticos
A interface osso/implante foi considerada homogênea, isotrópica e
linearmente elástica com 100% de osseointegração, com 1,0 mm de espessura da
cortical alveolar, simulando a lâmina dura constituída por uma camada contínua em
toda a superfície do implante e cuja propriedade elástica é de osso cortical maduro,
ilustrado na figura 9.
43
Figura 9- Volumes (modelo com osso cortical)
Após a criação de todos os volumes apresentados, o modelo foi finalizado
contendo dois dentes e um implante intermediário conforme ilustrado na figura 10.
Figura 10- Volumes do modelo completo (vista vestibular)
44
A partir da geometria básica criada e a atribuição das propriedades elásticas
dos diversos materiais e estruturas associadas, procede-se a geração da malha de
elementos finitos.
Para a geração da malha, foram adotados os elementos SOLID92 e
SHELL93. A figura 11 ilustra a configuração do elemento SOLID92 que simula o
comportamento estrutural para modelos 3-D. Este elemento (tetraédrico) é
constituído por 10 nós, e os números inscritos nos círculos mostram as faces
passíveis de aplicação de pressão.
Figura 11- SOLID92 (tetraédrico)
A configuração do elemento SHELL93 (quadrático) que simula o
comportamento estrutural para cascas finas para modelos 3-D é constituído por 8
nós, e os números mostrados, nos círculos mostram as faces passíveis de aplicação
de pressões (figura 12).
45
Figura 12- SHELL 93 (quadrático)
O critério utilizado para a geração da malha de elementos finitos é baseado
no tamanho máximo da aresta do elemento. Esse critério é especificado através de
uma variável denominada ESIZE, que determina, em última análise, a quantidade de
nós e elementos da malha.
Tendo em vista as variações de dimensões dos elementos e curvatura das
linhas (splines) foram adotados os seguintes valores:
ESIZE = 1,0 mm em todo o domínio dos volumes que representam osso
cortical e esponjoso;
ESIZE = 0,5 mm em todo o domínio dos volumes que representam tecidos do
dente, estruturas da prótese e implante.
A modelagem geométrica em 3-D de uma PFIDS, composta por implante,
dente e estruturas protéticas, foi realizada, atribuindo-se aos diversos materiais as
suas respectivas propriedades elásticas e coeficiente de Poisson, utilizando-se
valores aproximados encontrados na literatura (BENZING e outros,1995; VAN
ROSSEN e outros, 1990; CARTER E HAYES,1977; MOFFA e outros,1973;
LEWINSTEIN e outros,1995; SUANSUWAN E SWAIN, 1999; WEINSTEIN e
outros,1980; SITE:www.matweb.com; MIDDLENTON e outros,1996; GALLOZA,
2004), conforme Tabela 1.
46
TABELA 1
Propriedades elásticas dos vários materiais que compõem o modelo
MATERIAL MÓDULO DE
ELASTICIDADE
(MPa)
COEFICIENTE DE
POISSON
Titânio 110.000,0 0.35
Osso cortical 13.700,0 0.30
Osso esponjoso 1.370,0 0.30
Ligamento periodontal 170,0 0.45
Niquel-Cromo 204.000,0 0.30
Dentina 18.600,0 0.31
Porcelana 66.900,0 0.29
A Tabela 2 ilustra os dados relativos à geração do modelo geométrico e a
malha de elementos finitos no modelo correspondente a figura 13.
TABELA 2
Dados quantitativos do modelo.
Keypoints 644
Linhas 1558
Áreas 1081
Volumes 176
Nós 409.042
Elementos 289.701
47
Figura 13- Malha de elementos finitos no modelo
As propriedades elásticas dos materiais foram adotadas no regime linear, em
cuja hipótese, a deformação dos corpos elásticos é proporcional à força aplicada.
Além disso, essas propriedades foram consideradas constantes e isotrópicas (iguais
em todas as direções). As estruturas foram modeladas como um corpo único,
considerando-se as uniões entre os componentes como rígidas, não permitindo
qualquer movimentação entre os mesmos, ou seja, ausência de desajuste (gap),
resultando numa análise estática (cargas constantes ao longo do tempo) e linear
(deformações proporcionais às tensões).
Foi aplicada uma carga vertical, considerada nominal de 100 N na face
oclusal dos dentes posteriores, em todo o conjunto protético, distribuída
uniformemente, simulando uma função mastigatória com bolo alimentar interposto,
para posterior análise de tensões e deformações das estruturas (figura 14). Esse
conceito de carga nominal refere-se a uma carga para comparações a partir da
tensão de escoamento dos materiais contidos neste modelo com a força de mordida
fisiológica unilateral (van der BILT, 2008). A carga de 100 N foi dividida pelas
superfícies oclusais, proporcionalmente, de acordo com a quantidade de elementos
das respectivas superfícies. Foi aplicada também uma carga horizontal, de 10 N na
face palatina do canino, simulando a guia canina (figura 15).
48
Figura 14- Carregamento nodal equivalente a 100N para cargas axiais
Figura 15- Carregamento nodal equivalente a 10N para guia canina
A distribuição interna de tensões e deformações obtida via MEF quantifica a
magnitude destas tensões no modelo, proporcionando dados para comparação com
observações clínicas. Trata-se apenas de um método de simulação matemática da
49
realidade e, portanto, não invasivo. De posse dos resultados qualitativos e
quantitativos, passa-se à fase de interpretação dos mesmos, para posterior análise e
discussão.
50
REFERÊNCIAS
AKÇA,K.; UYSAL,S.; ÇEHRELI,M.C. Implant-tooth supported fixed
partial prostheses: correlations between in vivo occlusal bite forces
and marinal bone reactions. Clin Oral Impl Res, n.17, p.331-336,
2006.
BECHELLI,A.H.
Prótese implantosuportada e carga imediata.
In:BECHELLI, A.H. Carga imediata em implantologia oral. São
Paulo: Santos, 2006. cap8, p.186-215.
BENZING UR, GALL H, WEBER H. Biomechanical aspects of two
different implant-prosthetic concepts for edentulous maxillae. Int J
Oral Maxillofac Implants, n.10, p.188–198, Feb.1995.
CARTER DR, HAYES WC. Compressive behavior of bone as a two-
phase porous structure. J Bone Joint Surg [Am], n.59, p.954–962,
1977.
CHEE, W.W.L. & CHO, G.C. A rationale for not connecting implants
to natural teeth. Journal Prosthodontics, v.6,p.7-10,1997.
CORDARO, L. et al. Retrospective evaluation of complete-arch fixed
partial dentures connecting teeth and implant abutments in patients
with normal and reduced periodontal supported. J Prosthet Dent,
n.94, p. 313-20, 2005.
DALKIZ, M., et al. The three-dimensional finite element analysis of
fixed bridge restoration supported by combination of teeth and
osseointegrated implants. Implant Dentistry, v.11, n.3, p.293-300,
2002.
GALLOZA, A.; et al. Biomechanics of implants and dental materials.
Applications of engeneering mechanics in medicine. GED-
University of Puerto Rico, May, 2004.
GENG,J.P., TAN,K.B., LIU,G.R. Application of finite element analysis
in implant dentistry: a review of the literature. J Prosthet Dent, n.85,
p.585-598, 2001.
HITA-CARRILLO C, HERNANDEZ-ALIAGA M, CALVO-GUIRADO
JL, Tooth-Implant connection: A bibliographic review. Med Oral Patol
Oral Cir Bucal. Sep. 2009.
51
HOBKIRK, J.& TANNER,S.R.R. Load transmission in implants
superstructures supported by natural teeth and osseointegrated
dental implants.A preliminary report. Int J Periodont Rest Dent, v.3,
n.3, p.101-105,1995.
LANG, N.; et al. A systematic review of the survival and complication
rates of fixed partial dentures (FDPs) after an observation period of at
least 5 years. II: Combined tooth-implant-supported FDPs. Clin Oral
Impl Res, n.15, p.643-653, 2004.
LAUFER,Z. & GROOS,M. Splinting osseointegrated implants and
natural teeth in reabilitation of partially edentulous patient.Part II:
principles and applications.Journal of Oral Reabilitation. Londres,
v.25, p.69-80,1998.
LANZA, M. D. ; LANZA, M. D. S. ; JANSEN, W. C. ; SARAIDARIAN,
P. I. . Comportamento biomecânico de uma prótese fixa implanto
dento suportada com variação na localização do carregamento.
Revista Dental Press de periodontia e implantologia, v. 3, p. 36-
46, 2009.
LEWINSTEIN, I., et al., Finite elements analysis of a new system (JL)
for supporting an implant-retained cantilever prosthesis. Int J Oral
Maxillofac Implants, n.10, p.355-366,1995.
LIN, C.L., et al. Biomechanical interactions in tooth-implant-supported
fixed partial dentures with variations in the number of splinted teeth
and connector type: a finite element analysis, Clin Oral Impl Res,
n.19, p.107-117, 2008.
LIN, C.L., et al. Mechanical interaction of an implant/tooh-supported
system under different periodontal supports and numbers of splinted
teeth with rigid and nonrigid conections. J Dent, n. 34, p. 682-691,
2006.
LINDH, T. Shold we extract teeth to avoid tooth-implant
combinations? Journal of oral rehabilitation. Londres, v. 35, p. 44-
54, 2008.
LINDH, T., et al. Implant versus tooth-implant supported prostheses
in the posterior maxilla: a 2-year report. Clin Oral Impl Res, p.441-
449, 2001
LOTTI, R.S., et al. Aplicabilidade científica do método dos elementos
finites. Rev. Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial, v.11, n.2,
52
p.35-43, Mar/Abril, 2006.
MAEZAWA, N., et al. Three-dimensional stress analysis of
tooth/implant-retained long-span fixed dentures. Int J Oral Maxillofac
Impl, v.22, n.5, p.710-718, 2007.
MENICUCCI,G. el al. Tooth-implant connection: some biomechanical
aspectc based on finite element analyses. Clinical oral implants
research. Turin, v. 13, p. 334-341, 2002.
MICH, C.E. Dentes naturais adjacentes a tios multiimplantares:
Efeito no diagnóstico e plano de tratamento In: MICH,C.E. Prótese
sobre Implantes. SãoPaulo: Santos, 2006. cap12, p.180-195.
MIDDLETON J, JONES M, WILSON A. The role of the periodontal
ligament in
bone modeling: The initial development of a time-dependent finite
element model. Am J
Orthod Dentofac Orthop;109:155–162, 1996.
MOFFA, J.P.; LUGASSY, A.A.; GUCKES, A.D.; GETTLEMAN, L. An
evaluation of nonprecious alloys for use with porcelain veneers. Part
I. Physical properties. J Prosthet Dent ,;30:424–431,1973.
MOUDING, M.B., HOLLAND, G.A., SULIK, W.D. Photoelastic stress
analysis of supporting alveolar bone as modified connectors. J
Prosthet Dent, v.59, n.3, p.263-274; Mar.1988.
NAERT, I.E. et al. A six-year prosthodontic study of 509 consecutively
inserted implants for the treatment of partial edentulism. The journal
of prosthetic dentistry. Leuven, v. 67, n.2, p.236-245, Feb. 1992.
NAERT, I.E. et al. Freestanding and tooth-implant connected
prostheses in the treatment of partially edentulous patients.Part I: An
up to 15-years clinical evaluation. Clinical Oral Implant Research.
v.12, p.237-244, 2001
NICKENING, H.J.;et al. Survival and complication rates of combined
tooth-implant-supported fixed and removable partial dentures. Int J
Prosthodont, n.21, p.131-137, 2008.
NICKENING, H.J.;et al. Survival and complication rates of combined
tooth-implant-supported fixed partial dentures.
Clin Oral Impl Res,
.17, p.506-511, 2006.
53
OCHIAI, K.T., et al. Photoelastic stress analysis of tooth-implant
connected prostheses with segmented and nonsegment abutment. J
Prosthet Dent, n.89, p.495-502,2003.
ORUC, S.et al. Stress analysis of effects of nonrigid connectors on
fixed parcial dentures with pier abutments. J Prosthet Dent, v.99,
n.3, p.185-192; Mar.2008
OZÇELIK, T. B.; ERSOY, A. E. An investigation of tooth/implant-
supported fixed prosthesis designs with two different stress analysis
methods: an in vitro study. Journal of Prosthodontics, v.16, n.2,
p.107-116, Mar/Abril, 2007
PAREL,S.M. Prothesis design and treatment planning for the partially
edentulous implant patient. J Oral Implantol,v.22,n.1,p.31-33,1996.
PESUN,I.J., et al. Histologic evaluation of the periodotium of
abutment teeth combination implant/tooth fixed partial denture.Int
Journal of Oral Maxillofacial Implants, v.14, n.3, p.342-350,1999.
RANGERT,B.,et al. Mechanical a implant of a Branemarkn connected
to a natural tooth: An in vitro study. Int J Oral Maxillofac Implants,
v.6, p.177-186,1991.
SALVION, I., et al. The pier abutment: a review of the literature and a
suggested mathematical model. Quintessence, v.37, n.5, p.345-352;
2006.
SCHLUMBERGER,T.L., BOWLEY, J.F.; MAZE, G.I. Intrusion
phenomenon in combination tooth-implant restorations: A review of
the literature. Journal Prosthetic Dentistry, v.80, n.2, p.199-203,
Aug,1998.
SHEETS,C.G. & EARTHMAN,J.C. Tooth intrusion in implant-assisted
prostheses. J Prosthet Dent, v.77, n.1, p.39-45, Jan,1997.
SHILLINGBURG, H.T, Plano de tratamento para substituir dentes
anteriores in SHILLINGBURG, H.T Fundamentos de prótese fixa,
São Paulo: Santos, p.77-78.
SHILLINGBURG, H.T., FISCHER, D.W. Nonrigid conectors for fixed
partial dentures. JADA, v.87, p.1195-1199; Nov. 1973.
SITE:www.matweb.com
54
STANDLEE, J.P. Load transfer by fixed partial dentures with three
abutments. Quintessence international, v.9, n.6, p.403-410; 1988.
SUANSUWAN,S.; SWAIN, M. New approach for evaluating
metalporcelain interface bonding. Int J Prosthodont, n.12, p.547-
552, 1999.
The Academy of Prosthodontics. The glossary of prosthodontic terms.
J Prosthet Dent, v.9, n.1, 2005.
Van der BILT, A. et al. Bite force and eletromyograpy during
maximum unilateral and bilateral clenching. Eur J Oral Sci, v.116,
p.217-222, 2008.
VAN ROSSEN IP, BRAAK LH, DE PUTTER C, DE GROOT K.
Stressabsorbing elements in dental implants. J Prosthet Dent; n.64;
p. 198–205; 1990.
VIEIRA, A.C.B.
Modelagem Tridimensional parametrizada do
primeiro Pré- Molar superior pelo método dos elementos finitos.
Dissertação (Mestrado)- Universidade Federal de Minas Gerais,
101fls, 2002.
WAKABAYASHI, N. et al. Nonlinear finite element analyses:
Advances and challenges in dental applications. J Dent, n.36, p.463-
471, 2008.
WEINSTEIN, A.M.; KLAWITTER, J.J.; COOK S.D. Implant-bone
interface characteristics of bioglass dental implants. J Biomed Mater
Res,;14:23–29, 1980
WHEELER, R.C. An Atlas of tooth form. W.B. Saunders, 4th
edition, London,1969.
ZIADA, H.M.ORR, J.F., BENINGTON, I.C., Photoelastic stress
analysis in a pres retainer of an anterior resin-bonded fixed partial
denture. J Prosthet Dent, v.8, n.6, p.661-665; 1998.
55
ANEXO- Artigo
ANÁLISE DE TENSÕES EM PRÓTESE FIXA DENTO IMPLANTO SUPORTADA
COM PILAR INTERMEDIÁRIO PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
LUIS GUSTAVO LIMA LARA¹; PAULO ISAIAS SERAIDARIAN²; WELLINGTON
CORREA JANSEN
3
; MARCOS DANIEL SEPTÍMIO LANZA
4
; ANTÔNIO CARLOS
VIEIRA
5
; MARCOS DIAS LANZA
6
.
1: Endereço para correspondência: Rua Professora Josefina Bento da Costa, nº 215,
Bairro Angola, CEP 32630-260, Betim-MG/ Brasil
Telefone: (31) 3532 4465/ (31) 9695 4465.
Titulação: Especialista em Prótese Dentária (UFMG); Mestre em Clínicas
Odontológicas com Ênfase em Prótese Dentária (PUC-MG).
2: Titulação: Professor Pós-graduação PUC-MG; Doutor em Odontologia
Restauradora (UNESP).
3: Titulação: Professor Pós-graduação PUC-MG; Doutor em Materiais Dentários
(USP-São Paulo).
4: Mestre em Clínicas Odontológicas com ênfase em Prótese Dentária (PUC-MG).
Aluno de pós-graduação nível Doutorado (FOB-USP)
5: Titulação: Mestre em Engenharia de Estruturas (UFMG)
6: Titulação: Professor Pós-graduação PUC-MG; Doutor em Reabilitação Oral (FOB-
USP).
56
ANÁLISE DE TENSÕES EM PRÓTESE FIXA DENTO IMPLANTO SUPORTADA
COM IMPLANTE COMO PILAR INTERMEDIÁRIO PELO MÉTODO DOS
ELEMENTOS FINITOS
Proposição: O objetivo desse estudo foi avaliar o comportamento biomecânico de
uma prótese fixa extensa dento implanto suportada, tendo um implante como pilar
intermediário, pelo método dos elementos finitos.
Materiais e Métodos: Foi modelado uma prótese fixa metalo porcelana de cinco
elementos sendo composta por dois dentes como pilares terminais, dois pônticos e
um implante como pilar intermediário. Foi aplicada carga vertical de 100N distribuída
uniformemente na face oclusal de todos os dentes posteriores (modelo 1), simulando
uma mastigação funcional e carga horizontal de 10N no canino simulando a guia
canina (modelo2), para posterior análise do deslocamento e da tensão equivalente
SEQV (Von Mises).
Resultados: O maior deslocamento no sentido ocluso-cervical observado no modelo
1 foi nos pônticos, com valores 6,4µm a 6,2µm. No modelo 2, o maior deslocamento
no sentido palatino-vestibular foi no canino, com valor de 3,5µm. A tensão
equivalente de Von Mises SEQV no o modelo 1 foi de 77,4MPa (N/mm2) e no
modelo 2 foi de 12,3MPa (N/mm2). Nota-se uma distribuição de tensões semelhante
por toda infra-estrutura metálica, na região entre as coroas protéticas.
Conclusão: A liga de NiCr utilizada na infra-estrutura metálica deste trabalho
exerceu papel fundamental na distribuição e absorção das tensões e no
deslocamento do conjunto protético.
Implicações Clínicas: Prótese fixa dento implanto suportada de conexão rígida com
implante como pilar intermediário pode ser uma opção de tratamento confiável.
Unitermos: Pilar intermediário, Implantes dentários, Dente natural.
57
Introdução
Em algumas situações clínicas, ocorrem casos de pacientes parcialmente
edêntulos com indicação para prótese através da união de dentes com implantes.
Entretanto, esse tipo de conexão ainda é controverso na literatura, tendo em vista
possíveis complicações biomecânicas, pelas diferenças de mobilidade e forma de
absorver e distribuir as cargas funcionais (SHEETS & EARTHMAN, 1997). O
sucesso de tal procedimento está diretamente associado aos cuidados especiais no
planejamento criterioso visando a minimização de possíveis incompatibilidades.
Uma prótese fixa de cinco elementos seja dento suportada ou dento implanto
suportada geralmente possui dois pilares terminais, dois pônticos e um pilar
intermediário (central). Pilar intermediário é definido no glossary of prosthodontic
(2005) como um pilar (dente ou implante) localizado entre dois pilares terminais e
que serve para suportar uma prótese fixa
(
SAVION, et al., 2006).
Alguns autores relatam que devido ao implante possuir menos movimentos
que os dentes pilares terminais, por causa da diferença de união ao osso, poderia
agir como fulcro de uma alavanca classe I (Misch, 2006), recebendo maior tensão
que seria transmitida ao osso e componentes protéticos ( Laufer e Gross, 1998),
aumentando o risco de complicações, como a perda da cimentação, que
normalmente ocorre no pilar terminal menos retentivo, principalmente sob cargas
laterais ( Misch, 2006).
Outros autores relatam que poderia ser utilizado uma conexão semi-rígida
quando o implante for pilar intermediário, para evitar que ele atue como fulcro
(Bechelli, 2006 e Misch, 2006). O uso de conexão não-rigida também poderia
compensar a diferença de mobilidade entre dente e implante (LIN, et al. 2008),
entretanto, deve ser utilizado com cautela devido ao aumento de tensões na prótese
(LIN, et al, 2006; LIN, et al., 2008) e devido ao aumento significativo de falhas
quando comparadas às conexões do tipo rígida (NICKENING, et al 2006).
Existe também um risco de intrusão dentária quando se utiliza união semi
rígida em prótese fixa dento implanto suportada (MICH,2006, Bechelli, 2006).
Portanto, as conexões rígidas teriam preferência (LANG, 2004, AKÇA, 2006;
NICKENING, 2006; HITA, C.C; HERNÁDEZ, A.M; CALVO, G.J.L., 2009) e poderiam
evitar essa possível intrusão dentária (NAERT, 2001; LINDH, 2008).
58
Esse estudo tem por objetivo avaliar pelo Método dos Elementos Finito a
geração de tensões em uma prótese fixa dento implanto suportada de conexão
rígida com implante como pilar intermediário.
Materiais e métodos
Neste trabalho, o programa Ansys Revisão 5.7 (ANSYS Inc
®
, Pennsylvania;
USA) foi utilizado para desenvolver a modelagem tridimensional de um modelo de
segmento posterior e anterior de uma maxila, composta por uma prótese fixa metalo
porcelana de cinco elementos com um canino como pilar terminal anterior, um pré-
molar como pilar terminal posterior, duas coroas de pré-molares como pônticos e um
implante como pilar intermediário.
O primeiro pré-molar superior e o canino superior foram modelados utilizando
as medidas anatômicas descritas previamente por Wheeler (1969). Foi desenvolvido
também as estruturas anatômicas adjacentes como osso alveolar cortical, osso
esponjoso e ligamento periodontal. O implante que foi modelado era da ITI
Straumann
®
, de 10,00 mm de comprimento, 4,1 mm de diâmetro, com plataforma de
4,8 mm.
Adaptado ao implante existe um intermediário protético do tipo pilar sólido (ITI
Strauman
®
) com uma altura de 4,0 mm, que recebeu uma coroa protética de um pré-
molar superior, seguindo as especificações do fabricante de acordo com o diâmetro
da plataforma. A partir de keypoints conectados por linhas, esses pontos foram
interpolados através de splines (união de dois ou mais pontos através de linhas
curvas), que determinam as superfícies (áreas) e, a seguir, os volumes que
compõem as estruturas a serem analisadas (figuras 1 e 2).
59
Figura 1- Volumes
Figura 2- Volumes (modelo completo).
60
A conexão do tipo rígida foi escolhida para esse estudo, por existir
consenso na literatura mostrando que a conexão semi-rígida em PFIDS gera níveis
mais elevados de tensões (LIN, C.L., 2006; LIN, C.L., 2008) sendo preferível a
conexão rígida (LANG, 2004; AKÇA, 2006; NICKENING, 2006). Essa união rígida foi
simulada por meio de uma infra estrutura metálica de liga não nobre de NiCr.
A interface osso/implante foi considerada homogênea, isotrópica e
linearmente elástica com 100% de osseointegração, com 1,0 mm de espessura da
cortical alveolar, simulando a lâmina dura constituída por uma camada contínua em
toda a superfície do implante e cuja propriedade elástica é de osso cortical maduro.
A partir da geometria básica criada e a atribuição das propriedades elásticas
dos diversos materiais e estruturas associadas (Tabela 1), procede-se a geração da
malha de elementos finitos. A análise pelo MEF ocorre por cálculos matemáticos e
se baseia no princípio de que figuras complexas podem ser divididas em um número
finitos de elementos os quais são interligados por pontos denominados de nós”.
Neste estudo, foram adotados os elementos SOLID92 e SHELL93. O elemento
SOLID92 simula o comportamento estrutural para modelos 3-D. Este elemento
(tetraédrico) é constituído por 10 nós. A configuração do elemento SHELL93
(quadrático) que simula o comportamento estrutural de cascas finas para modelos 3-
D é constituído por 8 nós.
MATERIAL
MÓDULO DE
ELASTICIDADE
(MPa)
COEFICIENTE DE
POISSON
Titânio 110.000,0 0.35
BENZING, et al.,1995;
VAN ROSSEN, et al., 1990
Osso cortical 13.700,0 0.30 CARTER E HAYES,1977
Osso esponjoso 1.370,0 0.30 SUANSUWAN; SWAIN, 1999
Ligamento Periodontal 170,0 0.45 WEINSTEIN, et al.,1980
Niquel-Cromo 204.000,0 0.30 www.matweb.com
Dentina 18.600,0 0.31 MIDDLENTON, et al.,1996
Porcelana 66.900,0 0.29 GALLOZA, 2004
Tabela 1-Propriedades elásticas dos diversos materiais e estruturas
associadas
O critério utilizado para a geração da malha de elementos finitos é baseado no
tamanho máximo da aresta do elemento. Esse critério é especificado através de
uma variável denominada ESIZE, que determina, em última análise, a quantidade de
61
nós e elementos da malha. Para esse estudo, foram adotados os seguintes valores:
ESIZE = 1,0 mm em todo o domínio dos volumes que representam osso cortical e
esponjoso; ESIZE = 0.5 mm em todo o domínio dos volumes que representam
tecidos do dente, estruturas da prótese e implante. Esse critério contempla, além do
exposto, a necessidade de evitar a geração de elementos distorcidos. Desta maneira
os modelos são compostos por 409.042 nós e 289.701 elementos no modelo (Figura
3).
Figura 3- Malha de elementos finitos no modelo
As propriedades elásticas dos materiais foram adotadas no regime linear, em
cuja hipótese, a deformação dos corpos elásticos é proporcional à força aplicada.
Além disso, essas propriedades foram consideradas constantes e isotrópicas (iguais
em todas as direções).
Uma carga vertical considerada nominal de 100N foi aplicada na face oclusal
de todos os dentes posteriores, distribuída uniformemente, simulando uma função
mastigatória com bolo alimentar interposto, para posterior análise de tensões e
deformações das estruturas (Figura 4). Esse conceito de carga nominal refere-se a
uma carga para comparações a partir da tensão de escoamento dos materiais
contidos neste modelo com a força de mordida fisiológica unilateral (VAN DER BILT,
2008). A carga de 100 N foi dividida pelas superfícies oclusais dos dentes
posteriores, proporcionalmente, de acordo com a quantidade de elementos das
62
respectivas superfícies. Foi aplicada também uma carga horizontal de 10N na
superfície palatina do canino simulando a guia canina (Figura 5).
Figura 4- Carregamento nodal equivalente a 100N para cargas axiais
Figura 5- Carregamento nodal equivalente a 10N para guia canina
Na análise quantitativa linear física (regime elástico para os materiais) e
geométrica (pequenos deslocamentos), os valores de tensão são linearmente
63
proporcionais às deformações dos elementos. Os resultados fornecidos pelo
programa de elementos finitos mostram um estado triplo de tensões (XYZ) para
cada um dos elementos que compõem a malha
A interpretação qualitativa de resultados é realizada através do gradiente de
cores que representam níveis que estão entre o valor máximo e mínimo, indicando a
intensidade de tensão ocorrida em uma região. As tensões denominadas de SEQV
correspondem à equivalente de Von Mises, onde a cor vermelha indica o nível
máximo e o azul o nível mínimo.
Resultados e Discussão
O modelo foi assim idealizado e submetido a uma carga vertical e horizontal
onde seu efeito foi avaliado quantitativamente em MPa (N/mm²) e qualitativamente
por meio do gradiente de cores das imagens geradas, possibilitando uma
compreensão ampla e significativa da distribuição destas tensões no tecido ósseo
bem como nos componentes protéticos e estruturas associadas.
Os resultados quantitativos estão resumidos nas tabelas 2 e 3 mostrando os
valores de deslocamento vertical (UY), horizontal (UZ) e tensão equivalente de Von
Mises (SEQV), para o modelo 1 (carga aplicada verticalmente de 100N sobre as
superfícies oclusais dos dentes posteriores) e modelo 2 (carga horizontal de 10N
aplicado sobre o canino simulando guia canina).
MATERIAL DESLOCAMENTO
VERTICAL
UY (µm)
TENSÃO
SEQV (MPa)
PFIDS (pôntico posterior) 6,4 77,46
METAL 8,4 78,06
PORCELANA 10,0 69,69
CORTICAL/IMPLANTE/DENTE
4,1 20,29
Tabela 2- Análise quantitativa (modelo 1)
64
MATERIAL DESLOCAMENTO
HORIZONTAL
UZ (µm)
TENSÃO
SEQV (MPa)
PFIDS (canino) 3,5 13,34
METAL 2,8 12,73
PORCELANA 3,5 12,69
CORTICAL/IMPLANTE/DENTE
2,8 6,3
Tabela 3- Análise quantitativa (modelo 2)
Na análise da biomecânica de modelos de elemento finito, pode-se observar
que as estruturas se deslocam de acordo com a direção do carregamento. No
modelo 1, os maiores deslocamentos verticais (UY) de baixa intensidade, foram
observados nos dois pônticos da prótese. O pôntico localizado na distal do implante
deslocou 6,4µm e o pôntico localizado na mesial do implante deslocou 6,2µm,
ambos no sentido ocluso-gengival (UY) (figura 6).
Figura 6– Deslocamento vertical (UY).
65
Nota-se uma flexão de toda a prótese no mesmo sentido da aplicação da
carga, ou seja, de oclusal para gengival, principalmente nos dentes posteriores. O
canino deslocou menos, pois não recebeu carga axial diretamente. Na figura 7
também é possível verificar que os pônticos deslocaram mais após a aplicação da
carga vertical.
Figura 7- Perspectiva do deslocamento vertical máximo (UY)
As figuras 8 e 9 mostram o deslocamento no sentido mésio-distal (UX), onde
pode-se notar que a região cervical do canino, a região medial do implante e a
região mais apical do pré-molar apresentaram menor valor de deslocamento nesse
sentido, pois segundo o gradiente de cores, está na faixa de transição entre o maior
valor de deslocamento negativo e o menor valor de deslocamento positivo, ou seja,
mais próximo de zero. Sabe-se que todo dente possui um eixo de rotação (fulcro)
dentro da raiz clínica que é determinado pela altura do osso alveolar remanescente
(COHEN, D.W. 2007). Para esse modelo, pôde ser evidenciado que o fulcro pode
ocorrer em mais de uma região, dependendo da direção e localização do
carregamento. Diferentemente da teoria que o implante funcionaria como fulcro de
uma alavanca classe 1 (Misch, 2006).
Linha preta: ___Posição inicial
Linha vermelha:
___
Posição final de maior deslocamento
66
Figura 8- Deslocamento mésio distal (UX)
Figura 9- Deslocamento no sentido sio distal (UX). Faixa colorida
representa região mais próxima de zero, sendo consideradas as prováveis regiões
de fulcro.
67
No modelo 2 (carregamento horizontal) pode-se observar um valor maior de
deslocamento do canino no sentido palatino-vestibular (UZ), com valor de 3,4µm e
um menor deslocamento no mesmo sentido do pôntico adjacente, com valor de
1,9µm (fig.10). Nota-se também um deslocamento do ápice da raiz do canino no
sentido contrário a força, mas com valor desconsiderável, segundo o gradiente de
cores. Houve um menor deslocamento do implante intermediário e menor ainda do
pôntico posterior, sendo considerado desprezível. Não houve deslocamento do pilar
terminal posterior.
Figura 10- Deslocamento horizontal (UZ)
Na figura 11 é possível verificar um pequeno deslocamento do canino e do
pôntico, observando a posição inicial (linha preta) em que eles se encontravam e a
posição final (linha vermelha) de maior deslocamento. As forças horizontais causam
um movimento de inclinação ao redor do eixo rotacional de um dente (fulcro),
resultando em duas áreas de compressão e tração diametralmente opostas do
68
ligamento periodontal (COHEN, D.W.2007).
Nesse estudo, notou-se que somente o
canino recebendo carga lateral, e estando unido de forma rígida em toda prótese,
realizou um movimento de inclinação ao redor do seu eixo de rotação (fulcro), com
deslocamento da coroa na mesma direção da força e deslocamento da raiz em
direção contrária (figura 12). Sendo assim, contradiz também a teoria que o implante
como pilar intermediário, seria o fulcro de uma alavanca classe 1, aumentando o
risco biomecânico de falha na cimentação do pilar menos retentivo, especialmente
sob cargas laterais (MISCH, C. 2006)
Figura 11- Perspectiva do deslocamento horizontal (UZ)
Linha preta: ___Posição inicial
L
inha vermelha:
___
Posição final de maior deslocamento
69
Figura 12- Região de fulcro (eixo de rotação) do canino.
Em uma análise qualitativa no modelo 1, a tensão SEQV de Von Mises foi de
77,46MPa, localizada na região de interseção entre a coroa do implante e o pôntico
mais posterior (figura 13 e 14). Todavia, pode-se observar que existe uma
distribuição de tensão semelhante em todo conjunto, entre pilares e pônticos unidos
de forma rígida, segundo o gradiente de cores.
70
Figura 13- Modelo 1 completo mostrando tensão SEQV.
71
Figura 14- Modelo 1 sem osso
Esse resultado vai de acordo com outros estudos que justificam e orientam a
escolha pela conexão rígida (LANG, 2004; AKÇA, 2006; NICKENIG, 2006; LINDH,
2008), uma vez que as tensões foram bem distribuídas de maneira uniforme por
toda prótese, contradizendo estudos que indicariam a conexão semi-rígida para
evitar que o implante intermediário atue como fulcro (MISCH, 2006; BECHELLI,
2006). Além disso, ao utilizar a conexão rígida, estaria prevenindo uma possível
intrusão dentária (NAERT, 2001; LINDH, 2008) e um provável aumento de tensões
na prótese (LIN, et al, 2006; LIN, et al., 2008). Portanto, justifica-se o uso de
conexão rígida, visto que a conexão semi-rígida apresenta um aumento significativo
de falhas quando comparadas às do tipo rígida (NICKENING, et al 2006).
Na plotagem do modelo 1, quando se remove as estruturas metálicas e
cervicais que compõem a PFIDS, podemos verificar que a tensão máxima (MX)
SEQV ocorre na face vestibular da região da plataforma do implante, na junção com
a cortical óssea, com valores de 20,29 MPa (figuras 15 e 16). Podem-se considerar
tensões geradas nos pilares terminais (dentes) como mínimas, de acordo com o
gradiente de cores.
72
Figura 15- Tensão SEQV no implante.
Figura 16- Tensão SEQV no implante (visão ampliada)
73
Na análise das tensões equivalentes de Von Mises (SEQV) geradas no metal
após a remoção das demais estruturas protéticas, nota-se que a tensão máxima
encontra-se na região entre pilar natural posterior e pôntico mais posterior, com valor
de 78,06MPa. No entanto, pode-se notar, segundo o gradiente de cores, uma
distribuição uniforme de tensão por toda barra metálica, na interseção entre cada
coroa protética. É possível observar também a flexão da infra-estrutura metálica com
uma maior intrusão dos pônticos (figura 17). Estudos relatam que a diferença de
mobilidade entre dente e implante e a diferença no mecanismo de absorção e
dissipação das tensões, poderiam ser compensadas por vários fatores, como por
exemplo, a flexão da infra estrutura metálica (RANGERT,1991; NAERT,1992;
BECHELLI, 2006). Esse estudo confirma essa afirmação visto que a pequena flexão
da barra de NiCr, devido ao seu alto módulo de elasticidade, desempenhou papel
importante na absorção e distribuição das tensões, visualizada de maneira uniforme
por toda barra metálica, concordando com estudos que justificam o uso de ligas com
alto módulo de elasticidade para tal finalidade (LANZA, 2009).
74
Figura 17- Tensão SEQV na infra estrutura metálica.
Na análise de tensão máxima de Von Mises (MX) gerado na porcelana
isoladamente, foi de 69,69MPa localizada na distal do pilar canino, entretanto,
analisada a distribuição de tensões em todo conjunto protético, pode-se observar
uma homogeneidade de valores nas interseções entre pônticos e pilares (figura 18).
75
Figura 18- Tensão SEQV na porcelana
No trabalho de eletro miografia (VAN DER BILT, 2008) avaliando a
intensidade de força fisiológica bilateral e unilateral, foi encontrado um resultado de
430N unilateralmente. Dessa forma, de acordo com a tabela 3, pode-se fazer uma
comparação para as cargas funcionais a partir do limite de escoamento dos
materiais. Essa tabela permite observar a porcelana utilizada nesse estudo, com
propriedades específicas, quando submetida à aplicação de cargas funcionais,
apresenta valores de tensão (299,66MPa) maior que seu limite de escoamento
(140MPa). Dessa forma, o maior carregamento admissível para tal porcelana seria
de 200N, o que implica em uma menor capacidade de suportar tensões se
comparado a força gerada em uma mastigação fisiológica. Entretanto, como esse
valor de tensão de escoamento é um valor obtido da porcelana isolada, é provável
que mesmo essa porcelana, ao se unir ao metal, funcionando como um conjunto
metal/porcelana, suportem as tensões geradas dentro de um padrão funcional. O
implante e o metal utilizado nesse estudo possuem valores de tensão de
76
escoamento maiores que os valores de tensões geradas por cargas funcionais,
suportando melhor uma mastigação funcional.
MATERIAIS SEQV
(MPa)
Carga de
100N
TENSÃO DE
ESCOAMENTO
(SE) MPa
(LANZA,2008)
SEQV
(MPa)
Carga de
430 N
SE/SEQV=K K x 100N
PORCELANA
69,69 140
299,66 2,00 200
METAL
78,06 427
335,65 5,47 547
IMPLANTE
20,29 275
87,24 13,68 1.368
Tabela 3- Valores para modelo 1
Em relação ao modelo 2, ao aplicar carga horizontal no canino, a tensão
máxima de Von Mises foi de 13,34MPa localizada na distal do canino. Pode-se
observar também uma tensão localizada na mesial da coroa do implante, e valores
mínimos de tensão na região mais posterior do conjunto protético (figura 19).
Figura 19- Visão global das tensões SEQV
77
Na plotagem, quando se remove as estruturas que compõem as coroas
protéticas, podemos verificar que a tensão máxima (MX) SEQV foi localizada na face
palatina do canino, na região cervical, com valor de 6,3MPa e com valores mínimos
na região da plataforma do implante por vestibular (figura 20 e 21).
Figura 20- Tensão SEQV no canino
78
Figura 21- Tensão SEQV no canino (visão ampliada)
A tensão equivalente de Von Mises gerada no estrutura metálica
isoladamente foi de 12,73MPa, localizado na distal do canino. De acordo com o
gradiente de cor, pode ser observado mínima tensão na região posterior ao implante
(figura 22).
79
Figura 22- Tensão SEQV na infra estrutura metálica
A tensão equivalente SEQV obtida somente na plotagem da porcelana,
localizou-se na região distal de canino com valor de 12,69MPa e foi observado uma
pequena distribuição de tensão entre o pôntico mais anterior e o canino (figura 23 e
24).
80
Figura 23- Tensão SEQV na porcelana.
Figura 24- Tensão de SEQV na porcelana (visão ampliada).
81
Segundo Alonso (2005) a força lateral na região de canino é por volta de
200N, onde somente 1/3 dos músculos temporal e masseter atuam, predominando o
feixe anterior do Temporal. Diante disso, de acordo com a tabela 4 pode-se fazer
uma comparação para as cargas funcionais a partir do limite de escoamento dos
materiais. Essa tabela nos permite observar que a porcelana isoladamente utilizada
nesse estudo, com as propriedades específicas, quando submetida à aplicação de
carga horizontal funcional de 200N unilateralmente, apresenta valores de tensão
(253,8MPa) maior que o limite de escoamento (140MPa) .
Dessa forma, o maior carregamento admissível para tal porcelana seria de
110,3N, o que implica em uma menor capacidade de suportar tensão se comparado
a força gerada em uma desoclusão pelo canino. É provável que mesmo essa
porcelana, ao se unir ao metal, funcionando como um conjunto metal/porcelana,
suportem as tensões geradas dentro de um padrão funcional. O implante e o metal
utilizado nesse estudo possuem valores de tensão de escoamento maiores que os
valores de tensões geradas por cargas funcionais, suportando melhor tensão gerada
na guia canina.
MATERIAIS SEQV
(MPa)
Carga de
10N
TENSÃO DE
ESCOAMENTO
(SE) MPa
(LANZA,2008)
SEQV
(MPa)
Carga de
200 N
SE/SEQV=K K x 10N
PORCELANA
12,69 140
253,8 11,03 110,3
METAL
12,73 427
254,6 33,54 335,4
IMPLANTE
6,30 275
126 43,65 436,5
Tabela 4- Valores para modelo 2
A literatura ainda é escassa a respeito de tratamento com implante utilizado
como pilar intermediário. Deve-se aguardar mais estudos para discussões futuras no
que tange essa modalidade terapêutica.
82
Conclusão
Diante dos resultados apresentados e de posse das análises qualitativas e
quantitativas do presente estudo, podemos concluir que:
-A liga de NiCr utilizada na infra-estrutura metálica deste trabalho exerceu
papel fundamental na distribuição e absorção das tensões e no deslocamento
do conjunto protético, apresentando uma distribuição uniforme das tensões
por toda prótese.
-Sugere-se que o implante intermediário o atua como fulcro de uma
alavanca classe I.
-Todos os pilares da prótese podem apresentar uma região de fulcro
dependendo da direção e localização do carregamento.
-Sugere-se que PFIDS de conexão rígida com implante como pilar
intermediário pode ser uma opção de tratamento confiável.
-Mais estudos são necessários a respeito de PFIDS com pilar intermediário.
83
REFERÊNCIAS
AKÇA,K.; UYSAL,S.; ÇEHRELI,M.C. Implant-tooth supported fixed
partial prostheses: correlations between in vivo occlusal bite forces and
marinal bone reactions. Clin Oral Impl Res, n.17, p.331-336, 2006.
ALONSO, A.A.; ALBERTINI, J.S.; BECHELLI, A.H. Oclusion y
Diagnóstico en Reabilitacion Oral. Buenos Aires: Médica
panamericana. 652p.2005.
BECHELLI,A.H. Prótese implantosuportada e carga imediata.
In:BECHELLI, A.H. Carga imediata em implantologia oral. São
Paulo: Santos, 2006. cap8, p.186-215.
BENZING UR, GALL H, WEBER H. Biomechanical aspects of two
different implant-prosthetic concepts for edentulous maxillae. Int J Oral
Maxillofac Implants, n.10, p.188–198, Feb.1995.
CARTER DR, HAYES WC. Compressive behavior of bone as a two-
phase porous structure. J Bone Joint Surg [Am], n.59, p.954–962,
1977.
COHEN, et al, O papel da oclusão na doença periodontal, in
Periodontia: medicina, cirurgia e implantes,São Paulo: Santos,
cap.29, p.745-77, 2007.
GALLOZA, A.; et al. Biomechanics of implants and dental materials.
Applications of engeneering mechanics in medicine. GED-
University of Puerto Rico, May, 2004.
HITA-CARRILLO C, HERNANDEZ-ALIAGA M, CALVO-GUIRADO JL,
Tooth-Implant connection: A bibliographic review. Med Oral Patol Oral
Cir Bucal. Sep. 2009.
LANG, N.; et al. A systematic review of the survival and complication
rates of fixed partial dentures (FDPs) after an observation period of at
least 5 years. II: Combined tooth-implant-supported FDPs. Clin Oral
Impl Res, n.15, p.643-653, 2004.
84
LAUFER,Z. & GROOS,M. Splinting osseointegrated implants and
natural teeth in reabilitation of partially edentulous patient.Part II:
principles and applications.Journal of Oral Reabilitation. Londres,
v.25, p.69-80,1998.
LANZA, M.D.S. Análise de tensões na prótese fixa dento-implanto
suportada pelo método dos elementos finitos. 2008. Dissertação
(Mestrado) Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Faculdade de Odontologia, Belo Horizonte.
LIN, C.L., et al. Biomechanical interactions in tooth-implant-supported
fixed partial dentures with variations in the number of splinted teeth and
connector type: a finite element analysis, Clin Oral Impl Res, n.19,
p.107-117, 2008.
LIN, C.L., et al. Mechanical interaction of an implant/tooh-supported
system under different periodontal supports and numbers of splinted
teeth with rigid and nonrigid conections. J Dent, n. 34, p. 682-691,
2006.
LINDH, T. Shold we extract teeth to avoid tooth-implant combinations?
Journal of oral rehabilitation. Londres, v. 35, p. 44-54, 2008.
MICH, C.E. Dentes naturais adjacentes a sítios multiimplantares: Efeito
no diagnóstico e plano de tratamento In: MICH,C.E. Prótese sobre
Implantes. SãoPaulo: Santos, 2006. cap12, p.180-195.
MIDDLETON J, JONES M, WILSON A. The role of the periodontal
ligament in
bone modeling: The initial development of a time-dependent finite
element model. Am J
Orthod Dentofac Orthop;109:155–162, 1996.
NAERT, I.E. et al. A six-year prosthodontic study of 509 consecutively
inserted implants for the treatment of partial edentulism. The journal of
prosthetic dentistry. Leuven, v. 67, n.2, p.236-245, Feb. 1992.
85
NAERT, I.E. et al. Freestanding and tooth-implant connected
prostheses in the treatment of partially edentulous patients.Part I: An
up to 15-years clinical evaluation. Clinical Oral Implant Research.
v.12, p.237-244, 2001
NICKENING, H.J.;et al. Survival and complication rates of combined
tooth-implant-supported fixed partial dentures. Clin Oral Impl Res,
v.17, p.506-511, 2006.
RANGERT,B.,et al. Mechanical a implant of a Branemarkn connected
to a natural tooth: An in vitro study. Int J Oral Maxillofac Implants,
v.6, p.177-186,1991.
SALVION, I., et al. The pier abutment: a review of the literature and a
suggested mathematical model. Quintessence, v.37, n.5, p.345-352;
2006.
SHEETS,C.G. & EARTHMAN,J.C. Tooth intrusion in implant-assisted
prostheses. J Prosthet Dent, v.77, n.1, p.39-45, Jan,1997.
SITE:www.matweb.com
Van der BILT, A. et al. Bite force and eletromyograpy during maximum
unilateral and bilateral clenching. Eur J Oral Sci, v.116, p.217-222,
2008.
SUANSUWAN,S.; SWAIN, M. New approach for evaluating
metalporcelain interface bonding. Int J Prosthodont, n.12, p.547-552,
1999.
The Academy of Prosthodontics. The glossary of prosthodontic terms.
J Prosthet Dent, v.9, n.1, 2005.
VAN ROSSEN IP, BRAAK LH, DE PUTTER C, DE GROOT K.
Stressabsorbing elements in dental implants. J Prosthet Dent; n.64; p.
198–205; 1990.
86
WEINSTEIN, A.M.; KLAWITTER, J.J.; COOK S.D. Implant-bone
interface characteristics of bioglass dental implants. J Biomed Mater
Res,;14:23–29, 1980
WHEELER, R.C.
An Atlas of tooth form
. W.B. Saunders, 4th edition,
London,1969.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo