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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Curso de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas
Tese de Doutorado
“Desgaste de Aços AISI H13 recobertos com Filmes Finos Ternários
Ti
1-x
Al
x
N com Diferentes Estruturas Cristalinas”.
Autora : Janna Kizzi de Morais Silva
Orientadora : Profª Geralda Cristina Durães de Godoy
Junho /2008
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Janaína Kizzi de Morais Silva
“Desgaste de Aços AISI H13 recobertos com Filmes Finos Ternários
Ti
1-x
Al
x
N com Diferentes Estruturas Cristalinas”.
Tese de Doutorado apresentada ao
Curso de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de
Minas da Universidade Federal de Minas Gerais
Área de Concentração : Ciência e Engenharia de Materiais
Orientadora : Profª Geralda Cristina Dues de Godoy
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2008
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AGRADECIMENTOS
Ao constante apoio da minha tia, padrinho, Gê, Flávio, Dani, toda a família e amigos;
Ao amor, apoio e companheirismo do Thiago;
À Profª Geralda Cristina Durães de Godoy, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e
de Materiais da UFMG, pela orientação;
Aos colegas do Departamento de Engenharia Metargica e de Materiais da UFMG: Rafael
Mancosu, Alan, Ricardo, And Ferreira e Cruz, Bernardo, Eustáquio, Thiagos, Hugo,
Marília e demais alunos de Iniciação Científica;
Aos professores do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG,
Vicente Buono e Dagoberto Brandão;
À professora Vanessa Lins, do Departamento de Engenharia Química da UFMG;
Aos funcionários do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG,
Patrícia, Andréia, Cida, Nelson, Dona Efigênia e Vicente;
Aos funcionários do CDTN, Mônica, Célia e Wagner.
RESUMO
A maior parte das falhas de ferramentas origina-se no femeno desgaste, cujo controle
ocorre principalmente por avaliações das taxas de desgaste. A maioria dos ensaios
experimentais utiliza a variação de massa por tempo para avaliar a taxa de desgaste,
considerando a densidade do material. A partir da densidade do material, estima-se o
volume desgastado. Como um material compósito apresenta diferença de densidade, a
aplicação desta metodologia para estimar o volume, torna-se imprecisa. O uso da
perfilometria tridimensional possibilita a avaliação direta do volume desgastado de
materiais conjugados.
O desempenho de ferramentas para trabalho a quente tem sido otimizado através de filmes
como o Ti
1-x
Al
x
N, que são aplicados contra o desgaste da ferramenta. O teor de alumínio
do filme interfere em sua estrutura cristalina, na dureza e módulo de elasticidade dos
conjugados , influenciando a resistência ao desgaste.
Este estudo consistiu na elaboração de uma metodologia através da perfilometria para
estimar o volume e assim, avaliar a taxa de desgaste por deslizamento de conjugados Ti
1-
x
Al
x
N /AISI H13 não temperado e Ti
1-x
Al
x
N /AISI H13 temperado e revenido, processados
por PAPVD. Foi avaliada a influência do teor de alumínio do filme (estrutura cristalina), no
seu desempenho em desgaste por deslizamento. Realizou-se testes de desgaste contra
esferas de Si
3
N
4
e WC-Co, utilizando o tribômetro Esfera sobre Disco”, sendo a taxa
(volume/ distância) obtida a partir do volume estimado por uma metodologia que utilizou a
perfilometria tridimensional. A elaboração desta metodologia e a avaliação da relação entre
estrutura e propriedade constituem relevâncias deste trabalho.
O trabalho demonstrou que filmes Ti
1-x
Al
x
N com ambas as estruturas cristalinas
protegeram o o H13 contra o desgaste. Os tratamentos térmicos e têmpera e revenimento
melhoraram o desempenho do aço H13 em desgaste. Os conjugados que apresentaram
maior dureza (influenciada pela estrutura cristalina do filme) e maior razão H/E, obtiveram
o melhor desempenho em desgaste.
PALAVRAS CHAVE: Perfilometria, desgaste, filmes Ti
1-x
Al
x
N.
ABSTRACT
Wear phenomena is the most common cause of the industrial materials failures. The wear
control is primary provided through of the wear rates evaluation. The experimental studies
use the weight loss for time to evaluate the wear rate. This procedure is based in material
density. An estimate of wear volume is made through of the material density. Whit respect
to compound material, this procedure is not accuracy, because this material have density
gradient. Because of the direct evaluation of the material volume, the three-dimensional
profilometry with wear and machining is a new approach. The profilometry provides the
direct evaluation of the wear volume of coupled materials.
The performance of the hot tools for work has been optimized through films deposited by
PVD, such as Ti
1-x
Al
x
N that is applied against the wear of the tool. The content of
aluminum of the film affects its crystalline structure and hardness. This factor influences
the wear resistance.
This study created a methodology through profilometry to estimate the wear volume
volume and evaluate the sliding wear rate of the coatings Ti
1-x
Al
x
N processed by PVD on
AISI H13 without treatment and AISI H13 quenched and tempered and evaluate the
influence of the aluminium content (crystalline structure) present in films, in the sliding
wear. For this, sliding wear tests against Si
3
N
4
and WC-Co balls were carried out using a
“ball-on-disc” tribometer. The wear rate (volume/sliding distance) was estimated by three-
dimensional profilometry. This methodology and the relation between structure and
properties were important facts of this work.
This work indicated that Ti
1-x
Al
x
N films with both structures improved the wear
performance of the H13 steel. The treatments of the quenched and tempered showed
superior wear resistance of the H13 steel. The compound material with highest hardness
(resulted of crystalline structure) and highest H/E, showed best wear performance.
KEYWORDS: Profilometry, wear, Ti
1-x
Al
x
N films.
SUMÁRIO
Resumo ............................................................................................................................... i
Abstract .............................................................................................................................. ii
Lista de figuras ...................................................................................................................vi
Lista de tabelas ...............................................................................................................…xix
Lista de notações ...............................................................................................................xxiii
CAPÍTULO 1 : INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1
CAPÍTULO 2 : OBJETIVO .................................................................................................. 5
CAPÍTULO 3 : REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................6
3.1 Desgaste por deslizamento...................................................................................6
3.2 Recobrimentos depositados por PVD.................................................................12
3.2.1 Recobrimentos Ti
1-x
Al
x
N...........................................................................13
3.3 Ferramentas para usinagem.................................................................................15
3.3.1 Aço ferramenta H13...................................................................................16
3.4 Ferramentas revestidas pelo filme Ti
1-x
Al
x
N......................................................18
CAPÍTULO 4: METODOLOGIA ...................................................................................... 20
4.1 Produção dos conjugados.................................................................................. 20
4.2 Difração de raios X (DRX) ..............................................................................21
4.3 Teste de adesão Rockwell C..............................................................................21
4.4 Espectroscopia de Emissão Óptica por Centelhamento.....................................23
4.5 Ensaios de Penetração Instrumentada................................................................23
4.6 Ensaios de desgaste por Deslizamento...............................................................26
4.7 Perfilometria após o desgaste.............................................................................28
4.8 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)....................................................50
4.8.1 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) antes do desgaste...............50
4.8.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) após o desgaste..................51
CAPÍTULO 5 : RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................52
5.1 Difrão de raios X (DRX)...................................................................................52
5.2 Teste de adesão Rockwell C.................................................................................57
5.3 Espectroscopia de Emissão Óptica por Centelhamento........................................71
5.4 Ensaios de Penetração Instrumentada ..................................................................74
5.4.1 Determinação da dureza e do módulo de elasticidade dos sistemas............74
5.4.2 Comparação entre os valores de dureza obtidos para os sistemas...............80
5.4.3 Valores de H/E obtidos para os sistemas....................................................82
5.5 Perfilometria após o desgaste.................................................................................84
5.5.1 Perfilometria após o desgaste contra Si
3
N
4
..................................................84
5.5.1.1 Aço H13 não temperado e seus conjugados....................................84
5.5.1.2 Aço H13 temperado e revenido e seus conjugados.......................109
5.5.1.3 Comparação entre o desgaste dos sistemas do aço H13 não
temperado e do aço H13 temperado e revenido..................................................................134
5.5.2 Perfilometria após o desgaste contra WC-Co..............................................136
5.6 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) antes do desgaste...........................144
5.7 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) as o desgaste..............................146
5.7.1 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) após o desgaste contra
Si
3
N
4
....................................................................................................................................146
5.7.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) após o desgaste contra WC-
Co........................................................................................................................................153
CAPÍTULO 6 : CONCLUSÕES.........................................................................................157
CAPÍTULO 7 : SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS....................................159
CAPÍTULO 8: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................160
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1- Estrutura cristalina dos filmes Ti
1-x
Al
N .......................................................... 14
Figura 3.2 - Dependência da dureza e do módulo de elasticidade dos filmes Ti
1-x
Al
x
N em
função do conteúdo de alumínio a uma carga de indentação de 3mN..................................15
Figura 4.1 Morfologias de falhas obtidas no teste de adesão Rockwell C.........................22
Figura 4.2- Tribômetro Esfera sobre Disco da Microphotonics...........................................28
Figura 4.3- Imagem tridimensional de uma área contendo o traço de desgaste, obtida após
as varreduras..........................................................................................................................29
Figura 4.4 - Uso de recursos para a remoção de forma da superfície...................................29
Figura 4.5- Demonstração da remoção de forma.................................................................30
Figura 4.6 - Superfície resultante após a remoção de forma................................................30
Figura 4.7 - Uso de recursos para a inversão da superfície...................................................31
Figura 4.8 - Demonstração da inversão da superfície...........................................................32
Figura 4.9- Superfície resultante após a inversão do perfil em relação ao eixo z................32
Figura 4.10- Uso de recursos para a distribuição da densidade de picos..............................33
Figura 4.11- Histograma de densidade de picos em uma superfície tridimensional.............34
Figura 4.12- Uso de recursos para a realização do corte que delimita o traço de desgaste..35
Figura 4.13- Demonstração do corte que delimita o traço de desgaste.................................35
Figura 4.14- Imagem resultante após o corte que delimita o traço de desgaste...................36
Figura 4.15- Uso dos recursos para o retorno da superfície à posição inicial.......................37
Figura 4.16- Demonstração do retorno da superfície invertida à posição inicial................. 37
Figura 4.17- Superfície resultante após a inversão para o retorno à posição inicial............38
Figura 4.18- Uso de recursos para a realização do segundo corte........................................38
Figura 4.19- Demonstração do segundo corte para delimitar o traço de desgaste................39
Figura 4.20- Perfil resultante após segundo corte que delimita o traço de desgaste............39
Figura 4.21 - Uso de recursos para excluir picos e vales localizados fora do traço de
desgaste.................................................................................................................................40
Figura 4.22 Escolha da região de exclusão de picos e vales externa ao traço de desgaste,
em relão à altura máxima da superfície.............................................................................41
Figura 4.23- Demonstração da exclusão de picos e vales na região externa ao traço de
desgaste.................................................................................................................................41
Figura 4.24- Demonstração do avanço da exclusão de picos e vales na região externa ao
traço de desgaste...................................................................................................................42
Figura 4.25- Demonstração da exclusão de picos e vales na região interna ao traço de
desgaste.................................................................................................................................42
Figura 4.26- Demonstrão do avanço da exclusão de picos e vales na região interna ao
traço de desgaste...................................................................................................................43
Figura 4.27- Demonstração do perfil final após a exclusão das irregularidades fora do traço
de desgaste............................................................................................................................43
Figura 4.28- Perfil resultante após e exclusão das irregularidades existentes fora do traço de
desgaste.................................................................................................................................44
Figura 4.29- Ilustração do método do “Plano de Mínimos Quadrados”...............................45
Figura 4.30- Uso de recursos para a estimativa do volume de desgaste...............................45
Figura 4.31- Demonstração da superfície utilizada para estimar o volume de desgaste.......46
Figura 4.32- Seleção da superfície utilizada para estimar o volume de desgaste.................46
Figura 4.33- Obtenção do volume de desgaste.....................................................................47
Figura 4.34- Uso do recurso de distância de medição..........................................................48
Figura 4.35- Determinação da largura do traço de desgaste.................................................49
Figura 4.36- Segunda determinação da largura do traço de desgaste..................................49
Figura 4.37- Estimativa e confirmação do diâmetro do traço de desgaste...........................50
Figura 5.1- Difratograma doo AISI H13 temperado e revenido......................................52
Figura 5.2 - Difratograma do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N /AISI H13 temperado e revenido..53
Figura 5.3- Difratograma do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N /AISI H13 temperado e revenido...53
Figura 5.4 - Difratograma do aço AISI H13 não temperado.................................................54
Figura 5.5- Difratograma do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N / AISI H13 não temperado.............54
Figura 5.6- Difratograma do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N / AISI H13o temperado.............55
Figura 5.7- Imagens de microscopia óptica dos testes de adesão Rockwell C dos filmes Ti
1-
x
Al
x
N em AISI H13 não temperado. 150 Kgf (100X) a) BA Ti
1-x
Al
x
N/ AISI H13 e b) AA
Ti
1-x
Al
x
N/ AISI H13..............................................................................................................57
Figura 5.8- Imagens de microscopia óptica dos testes de adesão Rockwell C dos filmes Ti
1-
x
Al
x
N em AISI H13 temperado e revenido. 150 Kgf (100X) a) BA Ti
1-x
Al
x
N/ AISI H13 e
b) AA Ti
1-x
Al
x
N/ AISI H13...................................................................................................58
Figura 5.9 Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 não temperado e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 não temperado. 62,5Kgf (70X)........60
Figura 5.10 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 não temperado e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 não temperado. 100Kgf (60X).........61
Figura 5.11 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 não temperado e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 não temperado.150Kgf (45X)..........62
Figura 5.12 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 temperado e revenido.
62,5Kgf (100X).....................................................................................................................63
Figura 5.13 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 temperado e revenido. 62,5
Kgf (170X)............................................................................................................................64
Figura 5.14 – Imagem de MEV do teste de adesão Rockwell C do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N
/ H13 temperado e revenido (demonstração das trincas radiais ). 62,5 Kgf (500X)............65
Figura 5.15 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 temperado e revenido. 100
Kgf (100X)............................................................................................................................66
Figura 5.16 – Imagem de MEV do teste de adesão Rockwell C do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N
/ H13 temperado e revenido (demonstração das trincas radiais). 100 Kgf (500X)..............67
Figura 5.17 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 temperado e revenido. 150
Kgf (100X)............................................................................................................................68
Figura 5.18 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 temperado e revenido. 150
Kgf (500X)............................................................................................................................69
Figura 5.19- Variação da composição com a profundidade para o conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13 não temperado...............................................................................................................71
Figura 5.20- Variação da composição com a profundidade para o conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13 não temperado...............................................................................................................71
Figura 5.21- Variação da composição com a profundidade para o conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13 temperado.....................................................................................................................72
Figura 5.22- Variação da composição com a profundidade para o conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13 temperado.....................................................................................................................72
Figura 5.23- Superfície após remoção de forma do aço H13 não temperado.......................85
Figura 5.24- Superfície após remoção de forma do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não
temperado (filme CFC).........................................................................................................85
Figura 5.25- Superfície as remoção de forma do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não
temperado (filme bifásico)....................................................................................................86
Figura 5.26- Superfície invertida do aço H13 não temperado.............................................87
Figura 5.27- Superfície invertida do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme
CFC)......................................................................................................................................87
Figura 5.28- Superfície invertida do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme
bifásico).................................................................................................................................88
Figura 5.29- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do o H13 não
temperado..............................................................................................................................88
Figura 5.30- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do conjugado BA
Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC)..........................................................................89
Figura 5.31- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do conjugado AA
Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico).....................................................................89
Figura 5.32- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do aço H13 não temperado....................................................................................................90
Figura 5.33- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC).............................................91
Figura 5.34- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico)........................................91
Figura 5.35- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do aço H13 não temperado.....................................................92
Figura 5.36- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme
CFC)......................................................................................................................................92
Figura 5.37- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme
bifásico).................................................................................................................................93
Figura 5.38- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do aço
H13 não temperado...............................................................................................................94
Figura 5.39- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do
conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC)..................................................94
Figura 5.40- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do
conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico).............................................95
Figura 5.41- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do aço H13 não temperado..96
Figura 5.42- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC)................................................................................96
Figura 5.43- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico)...........................................................................97
Figura 5.44- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do aço H13 não
temperado..............................................................................................................................98
Figura 5.45- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC)................................................................................98
Figura 5.46- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico)...........................................................................99
Figura 5.47- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste da superfície
do aço H13 não temperado..................................................................................................101
Figura 5.48- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste da superfície
do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC)...........................................101
Figura 5.49- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste Da superfície
do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico)......................................102
Figura 5.50- Demonstração da determinação do diâmetro do traço de desgaste da superfície
do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico)......................................104
Figura 5.51- Superfície após remoção de forma do aço H13 temperado e revenido.........110
Figura 5.52 Superfície após remoção de forma do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13
temperado e revenido (filme bifásico)................................................................................111
Figura 5.53- Superfície após remoção de forma do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13
temperado e revenido (filme hexagonal).............................................................................111
Figura 5.54- Superfície invertida do aço H13 temperado e revenido................................112
Figura 5.55- Superfície invertida do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido
(filme bifásico)....................................................................................................................113
Figura 5.56- Superfície invertida do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido
(filme hexagonal)................................................................................................................113
Figura 5.57- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do aço H13
temperado e revenido..........................................................................................................114
Figura 5.58- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do conjugado BA
Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico).......................................................114
Figura 5.59- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do conjugado AA
Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal)...................................................115
Figura 5.60- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do aço H13 temperado e revenido.......................................................................................116
Figura 5.61- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico)...........................116
Figura 5.62- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal).......................117
Figura 5.63- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do aço H13 temperado e revenido.......................................117
Figura 5.64- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme
bifásico)...............................................................................................................................118
Figura 5.65- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido
(filme hexagonal)................................................................................................................118
Figura 5.66- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do aço
H13 temperado e revenido..................................................................................................119
Figura 5.67- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do
conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico)...............................120
Figura 5.68- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do
conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal)...........................120
Figura 5.69- Superfície sem inversão após o “Erase Defects do aço H13 temperado e
revenido...............................................................................................................................121
Figura 5.70- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico).............................................................122
Figura 5.71- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal)..........................................................122
Figura 5.72- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do aço H13 temperado
e revenido............................................................................................................................123
Figura 5.73- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico).............................................................124
Figura 5.74- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal)..........................................................124
Figura 5.75- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste da superfície
do aço H13 temperado e revenido......................................................................................126
Figura 5.76- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste da superfície
do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico)..........................126
Figura 5.77- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste da superfície
do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal)......................127
Figura 5.78- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do aço H13 o temperado
após desgaste contra WC-Co..............................................................................................137
Figura 5.79- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado as desgaste contra WC-Co (filme CFC)...............................138
Figura 5.80- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado as desgaste contra WC-Co (filme bifásico).........................138
Figura 5.81- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do aço H13 não
temperado após desgaste contra WC-Co.............................................................................139
Figura 5.82- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado as desgaste contra WC-Co (filme CFC)...............................139
Figura 5.83- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado as desgaste contra WC-Co (filme bifásico).........................140
Figura 5.84- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado após o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Al. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico)...........................................................................147
Figura 5.85- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado após o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Fe. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico)............................................................................148
Figura 5.86- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado após o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Si. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme CFC)
e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico)......................................................................................149
Figura 5.87- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13
temperado após o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Al. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme hexagonal) . ...............................................................150
Figura 5.88- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13
temperado após o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Fe. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme hexagonal)..................................................................151
Figura 5.89- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13
temperado as o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Si. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme hexagonal)..................................................................152
Figura 5.90- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado após o desgaste contra WC-Co (100X)- Elemento Al. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico)...........................................................................154
Figura 5.91- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado após o desgaste contra WC-Co (100X)- Elemento Fe. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico)...........................................................................155
Figura 5.92- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado após o desgaste contra WC-Co (100X)- Elemento W. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico)...........................................................................156
LISTA DE TABELAS
Tabela III.1 - Classificação dos aços ferramenta..................................................................17
Tabela III.2 - Composição química nominal do aço H13.....................................................18
Tabela IV.1 – Durezas de esferas abrasivas..........................................................................27
Tabela V.1- Valores de dureza do substrato H13 não temperado e seus conjugados Ti
1-
x
Al
x
N.....................................................................................................................................78
Tabela V.2-Valores de dureza do substrato H13 temperado e revenido e seus conjugados
Ti
1-x
Al
x
N...............................................................................................................................78
Tabela V.3- Valores de módulos de elasticidade do substrato H13 não temperado e seus
conjugados.............................................................................................................................79
Tabela V.4-Valores de dulos de elasticidade do substrato H13 temperado e revenido e
seus
conjugados.............................................................................................................................79
Tabela V.5- Comparação entre as durezas a 1900 mN para o aço H13 temperado e revenido
e seus
conjugados.............................................................................................................................80
Tabela V.6- Comparação entre as durezas a 32 mN dos conjugados do aço temperado e
revenido.................................................................................................................................80
Tabela V.7- Comparação entre as durezas a 1900 mN para o aço H13 não temperado e seus
conjugados.............................................................................................................................81
Tabela V.8- Comparação entre as durezas a 32 mN dos conjugados do aço não
temperado..............................................................................................................................81
Tabela V.9- Razão H/E doo não temperado e seus conjugados.......................................83
Tabela V.10 Razão H/E doo temperado e revenido e seus conjugados...........................83
Tabela V.11- Volumes de desgaste estimados por perfilometria para os sistemas do aço
H13 não temperado.............................................................................................................100
Tabela V.12 - Estimativa da largura do traço de desgaste dos sistemas do aço H13 o
temperado............................................................................................................................103
Tabela V.13 - Volumes de desgaste estimados do procedimento da Norma ASTM G 99-05
para os sistemas do aço H13 não temperado.......................................................................105
Tabela V.14- Comparação entre os procedimentos de perfilometria e da Norma ASTM G
99-05 na determinação dos volumes de desgaste dos sistemas do aço não temperado......106
Tabela V.15- Taxa e coeficientes de desgaste do aço H13 não temperado e seus
conjugados...........................................................................................................................108
Tabela V.16- Resistência ao desgaste do aço H13 não temperado e seus conjugados.......116
Tabela V.17- Volumes de desgaste estimados por perfilometria para os sistemas do aço
H13 temperado e revenido..................................................................................................125
Tabela V.18- Estimativa da largura do traço de desgaste dos sistemas do aço H13
temperado e revenido..........................................................................................................128
Tabela V.19- Volumes de desgaste estimados do procedimento da Norma ASTM G 99-05
para os sistemas do aço H13 temperado e revenido............................................................129
Tabela V.20- Comparação entre os procedimentos de perfilometria e da Norma ASTM G
99-05 na determinação dos volumes de desgaste dos sistemas do o temperado e
revenido...............................................................................................................................130
Tabela V.21 - Taxa e coeficientes de desgaste do aço H13 temperado e revenido e seus
conjugados...........................................................................................................................132
Tabela V.22- Resistência ao desgaste do aço H13 temperado e revenido e seus
conjugados...........................................................................................................................133
Tabela V.23- Tabela comparativa entre a taxa e coeficiente de desgaste dimensional dos
sistemas dos aços H13 temperado e revenido e H13 não temperado...............................135
Tabela V.24 - Volumes de desgaste estimados por perfilometria para os sistemas do aço
H13 não temperado após desgaste contra WC-Co..............................................................141
Tabela V.25- Taxa e coeficientes de desgaste do aço H13 não temperado e seus conjugados
após desgaste contra WC-Co..............................................................................................142
Tabela V.26- Resistência ao desgaste do aço H13 não temperado e seus conjugados contra
WC-Co................................................................................................................................143
Tabela V.27 Composição química da região 1 dos conjugados BA Ti
1-x
Al
x
N e AA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 não temperado (considerando-se 50% atômico do filme)..............................144
Tabela V.28 Composição química da região 2 dos conjugados BA Ti
1-x
Al
x
N e AA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 não temperado (considerando-se 50% atômico do filme)..............................144
Tabela V.29 Composição qmica da região 1 dos conjugados BA Ti
1-x
Al
x
N e AA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (considerando-se 50% atômico do filme)..................145
Tabela V.30 Composição química da região 2 dos conjugados BA Ti
1-x
Al
x
N e AA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (considerando-se 50% atômico do filme)..................145
LISTA DE NOTAÇÕES
α
1
Constante empírica relacionada á geometria do indentador
1/k Resistência ao desgaste
µ Coeficiente de atrito
AA Ti
1-x
Al
x
N Nitreto de alumínio e titânio com alto teor de alumínio
Al
2
0
3
Óxido de alunio
BA Ti
1-x
Al
x
N Nitreto de alumínio e titânio com baixo teor de alumínio
C Comprimento da trinca radial
CCC Cubo de corpo centrado
CFC Cubo de face centrada
Cr
1-x
Al
x
N Nitreto de cromo e alumínio
Cr-N Nitreto de cromo
DRX Difração de raios-X
e Largura do traço de desgaste
E Módulo de elasticidade
H Dureza do material
k Coeficiente dimensional de desgaste
K Coeficiente adimensional de desgaste
Kc Tenacidade do material
MEV Microscopia Eletrônica de Varredura
P Carga de indentação ou carga aplicada
PVD Deposição Física de Vapor
PAPVD Deposição Física de Vapor Assistida por Plasma
Q Taxa de desgaste
r Raio do contra-corpo esférico
R Raio do traço de desgaste
S Comprimento desgastado
Si
3
N
4
Nitreto de silício
S
k
rugosidade do núcleo
S
pk
Altura reduzida dos picos
Svk Profundidade reduzida dos vales
t Tempo de contato
Ti
1-x
Al
x
N Nitreto de alunio e titânio
Ti
1-x
C
x
N Carbonitreto de titânio
TiN Nitreto de titânio
V Volume desgastado
W Carga normal total aplicada
w Dimensão linear da superfície desgastada
WC-Co Carbeto de tungstênio e cobalto (metal duro)
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
Muitas falhas dos componentes industriais originam-se no fenômeno de desgaste, que
consiste na remoção de material de superfícies sólidas, que resulta do contato de uma
superfície em movimento em relação à outra (HUTCHINGS, 1992).
O desenvolvimento de recobrimentos tribológicos objetiva aumentar a vida útil (diminuir o
atrito e o desgaste) de materiais utilizados em ferramentas de corte, engrenagens,
componentes de motor, bombas hidráulicas e compressores, além de reduzir custos. Ganhos
significativos em produtividade são obtidos com ferramentas recobertas, pois os
componentes de precisão funcionam por mais tempo e com mais segurança.
O controle do desgaste ocorre geralmente por avaliação da textura da superfície após o
desgaste e por avaliações das taxas de desgaste. Duas definições de taxas de desgaste são
em geral utilizadas na tentativa de avaliar quantitativamente o desgaste: uma primeira, a
taxa de desgaste Q, que é obtida a partir da determinação do volume de material removido
por desgaste por unidade de distância de escorregamento e é dada por mm
3
/m
(HUTCHINGS, 1992); e uma segunda definição, a taxa de desgaste k, dada em unidades de
mm
3
(Nm)
-1
, que representa o volume desgastado por unidade de distância (m), por unidade
de carga normal (N). Ambas as taxas são parâmetros que dependem da determinação do
volume desgastado.
A maioria dos ensaios experimentais utiliza a determinação de varião de massa por
unidade de tempo para avaliar a taxa de desgaste, considerando a densidade do material e
uma velocidade constante. A partir da densidade do material, pode-se estimar o volume
desgastado. A comparação de resposta de diferentes materiais em relação ao desgaste, neste
tipo de experimento, deve considerar as densidades diferenciadas de cada material, senão a
comparação ocorrerá de uma maneira equivocada.
Considerando materiais conjugados (recobrimento mais substrato), a avaliação deste
volume desgastado atras do uso da densidade torna-se imprecisa e complexa, devido à
combinação de materiais com densidades diferentes.
A Norma ASTM G 99-05 estabelece uma relação geométrica para a determinação do
volume de desgaste a partir de medidas lineares, como o raio e a largura do traço de
desgaste. Medidas lineares de desgaste são frequentemente usadas na prática, quando a
perda de massa do material é muito pequena, resultando em imprecisão (ASTM G 99-05).
Uma das propostas deste trabalho consiste na avaliação deste volume desgastado, através
da combinação de resultados produzidos por dois equipamentos: o perfilômetro, que
possibilita análises tridimensionais com medões de volume de uma certa região delineada
e o tribômetro Pino sob Disco, que produz desgaste com controle de carga e velocidade.
Esta abordagem tridimensional do femeno desgaste, atras do monitoramento das
variações topográficas e do estabelecimento de uma metodologia para estimar o volume de
desgaste de sistemas recobertos, constitui assim uma abordagem inovadora deste trabalho.
O volume estimado por perfilometria (nova abordagem) será comparado ao volume
estimado a partir de medidas lineares (abordagem descrita pela Norma ASTM G 99-05), o
que possibilitará validar e analisar a viabilidade da metodologia proposta.
Um trabalho realizado por Ávila et al estudou o desempenho de ferramentas de metal duro
revestidas por TiN, Ti
1-x
Al
x
N e Ti
1-x
C
x
N e chegou-se a algumas conclusões que
possibilitaram definir o sistema Ti
1-x
Al
x
N como um recobrimento de grande interesse para
o estudo de influência das propriedades de um filme no desempenho de um conjugado em
desgaste (ÁVILA, 2003).
A principal conclusão obtida a partir deste trabalho, relaciona-se ao desempenho das
ferramentas revestidas quanto a usinagem de os carbono endurecidos. A taxa de desgaste
determinada pelo volume da cratera, avaliada através de análise topográfica, indicou um
melhor desempenho das ferramentas de corte revestidas com Ti
1-x
C
x
N, TiN, Ti
1-x
Al
x
N e
sem revestimento, nesta ordem. As ferramentas revestidas com Ti
1-x
C
x
N e TiN
apresentaram desempenho bem superior à ferramenta sem revestimento (WCCo). Este
resultado indicou que a presea destes revestimentos nesta ferramenta de corte, minimiza
a evolução do desgaste de cratera e ainda, que embora tenha ocorrido delaminação parcial
do recobrimento em tempos de corte maiores, não houve um comprometimento à resposta
da ferramenta em condições reais de usinagem. No entanto, neste estudo, o recobrimento
Ti
1-x
Al
x
N depositado sobre a ferramenta não apresentou um bom desempenho em
usinagem. A literatura indica o uso do mesmo para aplicações de alta severidade mecânica
e altas temperaturas, ocorrendo simultaneamente, devido a sua alta dureza e a formação de
um óxido do tipo Al
2
0
3
. Porém, a resposta obtida nos experimentos realizados por ÁVILA
et al., 2003, não correspondeu ao esperado por resultados obtidos anteriormente por outros
autores (PALDEY, 2003; JINDAL, 1999).
A maior taxa de desgaste foi observada para a ferramenta revestida com Ti
1-x
Al
x
N, neste
trabalho. Ressalta-se a presença de uma fase hexagonal Ti
1-x
Al
x
N, baseada no protótipo
ZnS, que teria sido formada devido ao alto teor de alumínio presente no recobrimento. A
presença desta fase possibilitou refletir sobre a influência que uma estrutura bifásica
poderia apresentar no desempenho da ferramenta de corte. Assim, propriedades tais como
dureza, tenacidade, módulo de elasticidade, coeficiente de dilatação e resistência à
oxidação, podem ser modificadas, o que resulta em uma resposta diferenciada ao comparar
um recobrimento monofásico com um bifásico.
Pretende-se, através deste trabalho, consolidar a relação “estrutura e propriedades em
estudos de engenharia de superfície. Nesta área da engenharia, nãoa conscientização de
que a partir do conhecimento do tipo de recobrimento (composição química) não se pode
afirmar em qual aplicação o mesmo terá bom desempenho. Por exemplo, verifica-se
freentemente (por exemplo em manuais de produtores de recobrimentos) a afirmação de
que recobrimentos de Ti
1-x
C
x
N o mais indicados para aplicações onde há desgaste
abrasivo, devido a sua alta dureza e que, recobrimentos Ti
1-x
Al
x
N são mais indicados para
aplicações que envolvam altas temperaturas, devido à formação de um óxido protetor do
tipo Al
2
O
3
.
No entanto, como foi visto, recobrimentos Ti
1-x
Al
x
N podem apresentar-se monofásicos e/ou
bifásicos; austeníticos e/ou hexagonais e por isso, por apresentarem estruturas diferentes,
terão propriedades diferentes, como propriedades mecânicas, rmicas, de elasticidade e de
tenacidade, o que afetará o desempenho em desgaste (OHNUMA, 2004; TONSHOFF,
1997).
Espera-se assim enfatizar, com o desenvolvimento desta tese, a idéia de que, também para
novos materiais (no caso, conjugados), o binômio “estrutura-propriedade” permanece. A
incorporação deste modelo no desenvolvimento tecnológico de novos recobrimentos pode
significativamente auxiliar usuários e produtores de recobrimentos.
CAPÍTULO 2: OBJETIVO
Este trabalho possuiu o objetivo principal de estabelecer uma metodologia através da
perfilometria para verificar a influência da estrutura cristalina (que resulta do teor de
alumínio) dos filmes Ti
1-x
Al
x
N, no desgaste por deslizamento de conjugados Ti
1-
x
Al
x
N/AISI H13 temperado e não temperado. A resistência ao desgaste dos sistemas
estudados foi avaliada através do cálculo da taxa de desgaste, obtida a partir da elaboração
de uma metodologia para estimar o volume de desgaste, utilizando a técnica de
perfilometria tridimensional.
O objetivo secundário do trabalho consistiu na verificação do efeito da dureza do substrato
H13 no desgaste dos conjugados Ti
1-x
Al
x
N .
Foram comparadas as taxas de desgaste entre conjugados contendo filmes de dois teores
diferentes de alumínio e seus substratos:
Conjugados Baixo Alumínio (BA) Ti
1-x
Al
x
N/AISI H13 temperado e revenido e Alto
Alumínio (AA) Ti
1-x
Al
x
N/AISI H13 temperado e revenido;
Conjugados Baixo Alumínio (BA) Ti
1-x
Al
x
N/AISI H13 não temperado e Alto Alumínio
(AA) Ti
1-x
Al
x
N/AISI H13 não temperado;
o AISI H13 não temperado sem revestimento;
o AISI H13 temperado, revenido e sem revestimento.
CAPÍTULO 3 : REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Atrito é a resisncia ao movimento que ocorre entre duas superfícies em contato. Ele atua
quando existe movimento relativo entre os dois lidos ou quando uma tentativa de
movimento entre eles.
O desgaste pode ser definido como a remoção de material de superfícies lidas como
resultado de uma ação mecânica (RABINOWICZ, 1995).
Atrito e desgaste são respostas de um tribo-sistema. Coeficientes de atrito e desgaste são
parâmetros que descrevem o estado de contato dos corpos em um tribo-sistema. Eles não
são constantes dos materiais dos corpos em contato. Podem ser tratados como propriedades
dos materiais para conveniências técnicas em engenharia e estados de contato. Atrito e
desgaste, sendo dois tipos de resposta de um tribo-sistema, podem ser relacionados um com
o outro em um certo estado de contato no sistema (KATO, 2000).
3.1 Desgaste por deslizamento
O desgaste por deslizamento ocorre quando duas superfícies lidas deslizam uma sobre a
outra. No desgaste abrasivo, o material é removido ou deslocado da superfície por
partículas duras ou, comumente, por protuberâncias duras na contraface, forçada contra a
superfície deslizante.
Em muitas aplicações de engenharia e em muitas investigações laboratoriais, as superfícies
que escorregam não são lubrificadas. O desgaste resultante é freqüentemente chamado de
desgaste por deslizamento a seco, que normalmente ocorre em ar com certa umidade.
Algumas condições do desgaste por deslizamento podem gerar debris (fragmentos) que
ocasionam desgaste por abrasão.
Diferentes todos experimentais têm sido utilizados para estudar o desgaste por
deslizamento. Testes de desgaste de laborario são usualmente realizados para examinar
mecanismos de desgaste ou simular taxas de desgaste e coeficientes de atrito. O controle e a
medição de todas as variáveis que podem afetar o desgaste são muito importantes. A taxa
de desgaste e o coeficiente de atrito são consideravelmente dependentes das condições de
deslizamento. Pequenas alterações nestas condições podem levar a mudanças substanciais
no mecanismo predominante e na taxa de desgaste associada.
A medida contínua da foa de atrito durante o teste de desgaste é usualmente feita através
da medição da força tangencial no espécime. O atrito contínuo registra não somente valores
numéricos de coeficiente de atrito, mas também alterações no comportamento do
deslizamento. Essas alterações resultam de mudanças na natureza da superfície ou
topografia, além de mudanças no mecanismo de desgaste. O “running-in” (período de
incubação transiente ou período em que o coeficiente de atrito ou a profundidade de
desgaste não possuem comportamento definido em função do tempo) pode ser explorado
dessa forma, como a quebra de um óxido protetor ou filmes lubrificantes. O conhecimento
dessas mudaas torna-se mais viável do que a medição da taxa de desgaste absoluta. É
importante enfatizar que este período depende da rugosidade da superfície do material
sujeito ao desgaste (KATO, 2000; HARLIN, 2006).
O desgaste em condões de deslizamento depende da distância de deslizamento, da
velocidade de deslizamento e do tempo de duração do teste. A velocidade de deslizamento
afeta a taxa de dissipação de energia friccional e a temperatura da interface. O desgaste
também depende da pressão de contato nominal entre as superfícies. Diversos outros
fatores devem ser considerados e monitorados em testes de desgaste. A temperatura do teste
é importante porque influencia as propriedades mecânicas dos materiais (KATO, 2000).
Estudos realizados por Bose et al (2005) demonstraram que a taxa de desgaste e os
mecanismos de desgaste predominantes são extremamente dependentes e sensíveis às
condições de teste (BOSE, 2005).
Em condões sem lubrificação ou lubrificadas, o deslizamento de um par (usualmente
dissimilar) como em condições de contato entre dois corpos, a taxa de degradação ou
desgaste depende dos seguintes fatores: carga aplicada, dureza, pressão, limite de
escoamento, tempo, velocidade de deslizamento, coeficiente de atrito, índice de
plasticidade etc.
Quando ocorre contato entre duas superfícies (uma mais dura e a outra mais macia) sujeitas
ao carregamento, o deslizamento de uma sobre a outra pode supor que a perda de dimensão
linear da superfície desgastada dependerá da carga aplicada , da velocidade de deslizamento
imposta, do coeficiente de atrito, da dureza da superfície mais macia , do tempo de contato
e do contato medido como dimeno representativa de comprimento. A dureza, como
propriedade plástica, é mais importante que o módulo de elasticidade para materiais teis,
em que o desgaste ocorre geralmente as um significativo fluxo plástico (WILLIAMS,
2005).
O coeficiente de atrito, sendo o quociente entre a força de atrito e a força normal aplicada,
geralmente, independe da carga normal aplicada. Como a força de atrito é proporcional à
carga, o aumento da carga ocasiona aumento da força de atrito mantendo constante o
quociente entre estas forças, ou seja, mantendo o coeficiente de atrito constante.
Assim, em geral, o coeficiente de atrito permanece constante com a variação da carga
aplicada.
situações em que o coeficiente de atrito pode depender da carga. Como exemplo, pode-
se citar situações em queuma camada de óxido na superfície metálica. A cargas baixas,
a camada de óxido permanece, sendo medido o coeficiente de atrito entre o metal com o
óxido e a contraparte. A altas cargas, a camada de óxido pode ser removida ou sofrer
fratura, o que pode resultar no aumento do coeficiente de atrito, que nesta situação, refere-
se ao metal exposto “sem óxido” e a contraparte. A mudança do par que estabelece o
contato ocasiona alteração do coeficiente de atrito (HUTCHINGS, 1992).
Os debris (fragmentos ou detritos de partículas) de desgaste são gerados do ambiente
vizinho do sistema de deslizamento ou de diferentes mecanismos de desgaste. A sua
influência no atrito e no desgaste pode ser considerável em algumas condições de contato,
dependendo do diâmetro da partícula, da espessura do recobrimento e da rugosidade da
superfície, além da sua relação com a dureza do substrato. Quando uma partícula de
desgaste é liberada de certa superfície, ela pode influenciar o comportamento tribológico do
contato em duas formas. Os detritos de desgaste livres no contato podem influenciar o atrito
e o desgaste e podem se prender (aderir) à contraface para formar uma camada de
transferência em que uma significativa alteração das propriedades tribológicas da
contraface. Assim, pode-se dizer que é formada uma nova contraface, acarretando a
formação de um novo par de material (HOLMBERG, 1998).
A remoção de material no desgaste pode envolver tanto fratura dútil, quanto fratura frágil
(HUTCHINGS, 1992).
No modo de fratura til, a remoção de material envolve deformação plástica. Neste caso, a
equação 3.1, denominada de equação de Archard, estabelece que a taxa de desgaste, Q,
igual ao volume desgastado (V) por unidade de comprimento desgastado (S) é diretamente
proporcional à carga normal e inversamente proporcional à dureza do material e pode ser
escrita da seguinte forma (HUTCHINGS, 1992):
V KW
Q
S H
= =
(3.1)
onde: W é a carga normal total aplicada; K é uma constante que depende da fração de
material deslocado e da geometria das partículas, podendo ser usada como uma medida da
severidade do desgaste, sendo denominada coeficiente de desgaste adimensional; H é a
dureza da pa. Esta equação é conhecida como a equação de Archard.
Para desgaste por escorregamento, um coeficiente dimensional de desgaste, k, é mais
utilizado e é definido por (HUTCHINGS, 1992):
H
K
k =
(3.2)
Esta taxa de desgaste dimensional, k, é também expressa como Q/W, sendo a resistência ao
desgaste correspondente ao inverso desta taxa de desgaste (1/k).
Estas equações estabelecem que, para uma carga constante, a taxa de remoção de material
por distância de escorregamento, Q, é inversamente proporcional à dureza (H). Por outro
lado, esse parâmetro Q é diretamente proporcional à carga W, se um mesmo mecanismo
atua durante o processo de desgaste (HUTCHINGS, 1992).
No desgaste por fratura frágil, a taxa de desgaste depende mais da tenacidade do material
do que da dureza, pois o desgaste do material ocorre através da propagação de trincas
(HUTCHINGS, 1992).
A dureza é considerada uma propriedade do material que define a sua resistência ao
desgaste. Entretanto, a deformação elástica do material até a fratura ou inverso do índice de
plasticidade, relacionada ao quociente entre a dureza e o módulo de elasticidade, tem sido
considerada como um parâmetro mais adequado para avaliar a resistência ao desgaste do
material, do que a dureza. Este parâmetro evidencia a influência do comportamento elástico
na superfície de contato, que é claramente importante para evitar o desgaste do material
(BEAKE, 2006; LEYLAND, 2000). Estudos realizados na literatura sugerem que a
tenacidade à fratura do material (resistência à propagação de trincas), obtida por trincas
radiais criadas durante uma indentação, pode ser descrita pela seguinte equação
(LEYLAND, 2000; PHARR, 1998):
K
c
= α
1
(E / H)
½
(P/ C
3/2
) (3.3)
Onde P é a carga de indentação, C é o comprimento da trinca radial, α
1
é uma constante
empírica relacionada á geometria do indentador, E é o módulo de elasticidade do material,
H é a dureza do material e K
c
é o fator de intensidade de tensão crítica, necessário para a
trinca se propagar, sendo relacionado diretamente a tenacidade à fratura do material
(LEYLAND, 2000; PHARR, 1998).
Muitos ensaios experimentais de desgaste utilizam a determinação de variação de massa
por unidade de tempo para avaliar a taxa de desgaste (BAHRAMI, 2005; CHIU, 2002),
considerando a densidade do material e uma velocidade constante. A partir da densidade do
material, estima-se o volume desgastado.
A Norma ASTM G 99-05 utiliza uma relação geométrica para a determinão do volume
de desgaste a partir de medidas lineares, que o frequentemente usadas na prática, quando
a perda de massa do material é muito pequena, resultando em imprecisão (ASTM G 99-05).
Considerando um contra-corpo esférico de raio r e condições em que o desgaste de apenas
um membro do par é significativo, o volume de material desgastado pode ser obtido por
(ASTM G 99-05):
V = πRe
3
/ 6r (3.4)
Onde:
R = raio do traço de desgaste
e= largura do traço de desgaste
r = raio do contra-corpo esférico
Desde a cada passada, os métodos topográficos, como o uso da Microscopia de Força
Amica têm sido utilizados para avaliar o desempenho em desgaste, através da estimativa
do volume de desgaste (GAHLIN, 1998).
Estudos recentes utilizaram a técnica de perfilometria a laser para a determinação do
volume de desgaste por deslizamento de conjugados recobertos com o filme Cr
1-x
Al
x
N
contra esferas de Si
3
N
4
e Al
2
O
3
, sendo o volume determinado através do produto entre a
área média e o diâmetro do traço de desgaste (BOBZIN, 2007).
A perfilometria tridimensional também foi usada para determinar o volume de desgaste de
cratera ocorrido após a usinagem de ferramentas de metal duro recobertas Ti-N, Ti (C,N) e
Ti
1-x
Al
x
N , além de outros estudos contidos na literatura (ÁVILA, 2007; TAKADOUM,
1997).
Ressalta-se que a metodologia proposta por este trabalho diferencia-se das metodologias
adotadas na literatura, além de possibilitar a relação entre a estrutura e a propriedade dos
revestimentos.
3.2 Recobrimentos depositados por PVD
três diferentes formas de adaptar ferramentas de corte aos requerimentos da usinagem a
seco: o uso de um novo material de corte, a mudança da geometria de corte e a aplicação de
recobrimentos duros ou macios, depositados sobre as ferramentas. A última possibilidade é
a solução mais frequentemente discutida (SCHEERER, 2005).
O ramo industrial dos metais tem objetivado melhorar o desempenho da ferramenta usada
no processo de trabalho a quente. As tecnologias de trabalho a quente (moldagem, extrusão
e forjamento) envolvem temperaturas superiores a 600 °C, além de altas cargas superficiais.
Devido à enorme quantidade de produtos destas indústrias, pequenas melhorias neste
campo podem resultar em bons efeitos econômicos. No passado, as ferramentas para
trabalho a quente foram melhoradas através de uma variedade de processos de engenharia
de superfície, como a soldagem, o spray térmico, a eletrodeposição etc. Os recobrimentos
PVD tornaram-se materiais muito importantes tecnologicamente em diversas aplicações
industriais, sendo utilizados com sucesso em processos de trabalho a elevadas temperaturas.
Recobrimentos de alta dureza depositados por PVD são conhecidos por possibilitar à
superfície, melhores propriedades tribológicas em termos de baixo atrito e alta resistência
ao desgaste.
Estudos realizados indicam que os filmes Ti-N, Ti
1-x
Al
x
N e Cr-N depositados por PVD
podem reduzir o atrito do contato tribológico e aumentar a resistência ao desgaste abrasivo.
Estes recobrimentos têm possibilitado bom desempenho em aplicações com torneamento e
furação, além da melhora na resistência ao desgaste. As técnicas PVD possibilitam o
aumento da vida útil (entre 50 e 100%) de ferramentas feitas deos para trabalho a quente
(DOBRZANSKI, 2004).
3.2.1 Recobrimentos Ti
1-x
Al
x
N
O filme Ti-N tem sido usado como recobrimento protetor para ferramentas de corte. Um
dos maiores avanços no desenvolvimento de recobrimentos é o Ti
1-x
Al
x
N, que têm sido
aplicado comercialmente com muito sucesso particularmente em usinagem de alta
velocidade devido à sua alta resistência à oxidação e dureza (DING, 2005).
A incorporação de alumínio à estrutura CFC do Ti-N resulta na formação de uma solução
sólida ternária de Ti
1-x
Al
x
N. É bem conhecido que este procedimento pode melhorar o
desempenho de corte do material devido à elevada dureza a quente e excelente resistência à
oxidação a temperaturas superiores a 700 °C, o que é explicado pela formação de uma
camada protetora de óxido rico em alumínio sobre a supercie do filme.
Considerando-se uma quantidade fixa de nitrogênio (em relação a 50% atômico do filme), a
adição de alumínio à matriz da estrutura Ti-N CFC a uma faixa de até 60% de alumínio
atômico (em relação a 50% atômico do filme) resulta em uma solução sólida monofásica de
Ti
1-x
Al
x
N- CFC. O aumento do teor de alumínio em uma faixa entre 60 e 70% atômico (em
relação a 50% atômico do filme), ocasiona a precipitação do excesso de alumínio, resulta
em um filme bifásico, com estruturas Ti
1-x
Al
x
N- CFC e Ti
1-x
Al
x
N- Hexagonal. Para teores
de alumínio superiores a 70% atômico (em relação a 50% atômico do filme), observa-se
que o filme passa a ser monofásico de estrutura Ti
1-x
Al
x
N- Hexagonal (KUTSCHEJ, 2005).
As Figuras 3.1 e 3.2 demonstram a influência do teor de alumínio do filme Ti
1-x
Al
x
N na
estrutura cristalina, influenciando consequentemente, a dureza e o módulo de elasticidade, o
que deve ser considerado na avaliação do seu desempenho em desgaste.
O desempenho em desgaste de filmes Ti
1-x
Al
x
N é fortemente dependente da quantidade de
alumínio presente no filme. Dependendo do mecanismo de desgaste predominante, filmes
monofásicos CFC, filmes bifásicos ou filmes monofásicos hexagonais podem apresentar
diferentes desempenhos (OHNUMA, 2004; KUTSCHEJ, 2005).
Figura 3.1- Estrutura cristalina dos filmes Ti
1-x
Al
x
N (ZHOU, 1999).
Figura 3.2 - Dependência da dureza e do módulo de elasticidade dos filmes Ti
1-x
Al
x
N em
função do conteúdo de alumínio a uma carga de indentação de 3mN (SHUM, 2003).
3.3 Ferramentas para usinagem
O processo de usinagem, que utiliza como ferramenta um material mais duro que o da peça,
é a operação mais comum entre os processos de fabricação existentes. Baseado no princípio
da dureza relativa, o surgimento de novos materiais com excelentes propriedades de
resistência mecânica e elevada dureza contribui para o aparecimento materiais de
ferramentas mais resistentes para as operações de usinagem. Por outro lado, a usinagem de
materiais frágeis e/ou operações de cortes interrompidos (como o caso do fresamento, por
exemplo) requerem materiais de ferramentas com suficiente tenacidade para suportarem os
choques e os impactos inerentes a tais processos. Como dureza e tenacidade são duas
propriedades opostas (normalmente alta dureza significa baixa tenacidade e vice-versa), o
balanço destas propriedades nos materiais de ferramenta de corte se tornou um desafio para
os fabricantes.
As principais propriedades que um material de ferramenta de corte deve apresentar,
dependendo da aplicação são alta dureza; tenacidade suficiente para evitar falha por fratura;
alta resistência ao desgaste; boas propriedades mecânicas e rmicas a temperaturas
elevadas; alta resisncia ao impacto; inércia química etc.
3.3.1 Aço ferramenta H13
Os aços ferramenta representam um importante segmento da produção siderúrgica de aços
especiais. Estes aços são produzidos e processados para atingir um elevado padrão de
qualidade e são utilizados principalmente em: matrizes, moldes, ferramentas de corte
intermitente e contínuo, ferramentas de conformação de chapas, corte a frio, componentes
de máquina, etc. Apesar de existirem mais de 100 tipos de aços ferramenta normalizados
internacionalmente, procurando atingir as mais diversas aplicações e solicitações, a
indústria de ferramentaria trabalha com uma gama reduzida de aços que possuem suas
propriedades e desempenho consagrados ao longo do tempo, como por exemplo, os aços
AISI H13, AISI D2 e AISI M2, entre outros.
Os aços ferramenta são classificados de acordo com suas características metalúrgicas
principais ou de acordo com seu nicho de aplicação. A classificação da "American Iron and
Steel Institute", AISI, é a mais utilizada pela indústria de ferramenta e tem se mostrado útil
para a seleção de aços ferramenta. A Tabela III.1 engloba as classificações dos aços
ferramenta.
(Fonte: http://www.heattech.com.br/publicacoes/FOLDER_ACOS_FERRAMENTA.pdf).
Tabela III.1 - Classificação dos aços ferramenta.
(Fonte: http://www.heattech.com.br/publicacoes/FOLDER_ACOS_FERRAMENTA.pdf).
ome Símbolo
Nome Símbolo
Aços Ferramenta Temperáveis em Água
W
Aços Ferramenta Resistentes ao Choque
S
Aços Ferramenta para Trabalho a
Frio Temperáveis em Óleo
O
Aços Ferramenta para Trabalho a Frio
D
Aços Ferramenta para Trabalho a Quente
H
Aços Ferramenta para Moldes
P
Aços Rápido ao Molibdênio
M
Os aços ferramenta para trabalho a quente são amplamente utilizados para a fabricação de
matrizes e moldes. A principal família destes os são os ligados principalmente ao cromo,
com adições de Mo e V em menores quantidades, que constituem a falia de aços H. O
mais popular destes aços é o AISI H13. Este aço é utilizado em uma faixa ampla de dureza,
entre 44-50 HRC, a qual deve ser especificada em função das condições de aplicação da
ferramenta.
A norma da "North American Die Casting Assossiation" prevê a qualidade do aço H13
tanto no que ser refere ao material de partida quanto ao tratamento térmico.
(Fonte: http://www.heattech.com.br/publicacoes/FOLDER_ACOS_FERRAMENTA.pdf).
Ampera doo AISI H13, que resulta na formação de um estrutura martensítica, aumenta
a dureza do aço H13, o que interfere no seu desempenho em desgaste.
Estudos realizados por Bahrami et. al. comprovaram que o tratamento térmico do o H13
aumentou a sua resistência ao desgaste. Em geral, a transformação martensítica usualmente
aumenta a resistência ao desgaste dosos (BAHRAMI, 2005).
A composição química nominal do aço H13 está ilustrada na Tabela III.2.
Tabela III.2 - Composição química nominal do aço H13 (SMITH, 1993).
Elemento Composição
C 0,35%
Mo 1,5%
Cr 5%
V 1%
Outros 92,15%
3.4 Ferramentas revestidas pelo filme Ti
1-x
Al
x
N
Um trabalho do grupo de pesquisa “Modificação e Caracterização de Superfície” (Diretório
CNPq) estudou o desempenho de ferramentas de metal duro revestidas por TiN, Ti
1-x
Al
x
N e
Ti
1-x
C
x
N e chegou-se a algumas conclusões que possibilitam definir o sistema Ti
1-x
Al
x
N
como um recobrimento de grande interesse para o estudo de influência das propriedades de
um filme no desempenho de um conjugado em desgaste (ÁVILA, 2003).
A principal conclusão obtida a partir deste trabalho, relaciona-se ao desempenho das
ferramentas revestidas quanto a usinagem de os carbono endurecidos. A equipe
encontrou que a taxa de desgaste determinada pelo volume da cratera, avaliada através de
análise topográfica, indicou um melhor desempenho das ferramentas de corte revestidas
com Ti
1-x
C
x
N, TiN, Ti
1-x
Al
x
N e sem revestimento, nesta ordem. As ferramentas revestidas
com Ti
1-x
C
x
N e TiN apresentaram desempenho bem superior à ferramenta sem
revestimento (WCCo).
Este resultado indicou que a presença destes revestimentos nesta ferramenta de corte,
minimiza a evolução do desgaste de cratera e ainda, que embora tenha ocorrido
delaminação parcial do recobrimento em tempos de corte maiores, não houve um
comprometimento à resposta da ferramenta em condições reais de usinagem.
No entanto, neste estudo, a ferramenta de metal duro recoberta com Ti
1-x
Al
x
N não
apresentou um bom desempenho em usinagem. A literatura indica o uso deste filme em
aplicações de alta severidade mecânica e altas temperaturas, ocorrendo simultaneamente,
devido a sua alta dureza e a formação de um óxido do tipo Al
2
0
3
. Porém, a resposta obtida
nos experimentos realizados por ÁVILA et al., 2003, não correspondeu ao esperado por
resultados obtidos anteriormente por outros autores (PALDEY, 2003; JINDAL, 1999).
A maior taxa de desgaste foi observada para a ferramenta revestida com Ti
1-x
Al
x
N, neste
trabalho. Foi observada a presença de uma fase hexagonal Ti
1-x
Al
x
N, baseada no protótipo
ZnS, que teria sido formada devido ao alto teor de alumínio presente no recobrimento. A
presença desta fase possibilitou refletir sobre a influência que uma estrutura bifásica
poderia apresentar no desempenho da ferramenta de corte (ÁVILA, 2003). Propriedades
como dureza, tenacidade, módulo de elasticidade, coeficiente de dilatação e resistência à
oxidação, podem ser modificadas, o que resulta em uma resposta diferenciada ao comparar
um recobrimento monofásico com um bifásico (OHNUMA, 2004).
CAPÍTULO 4 : METODOLOGIA
Foram utilizados como substratos, discos de aço H13 (cortados a partir de uma barra de 1,5
m de comprimento e ¾ pol de diâmetro). Utilizou-se amostras de aço AISI H13 sem
tratamento térmico e amostras de aço AISI H13 tratadas termicamente (têmpera e
revenimento) aatingir uma dureza de 50/52 HRC, sendo o tratamento rmico realizado
em banho de sais. As amostras de AISI H13 foram lixadas e polidas até a pasta de diamante
igual a 1 µm. Foi utilizada a politriz automática PHOENIX 4000 (BUEHLER), do
Laboratório de Metalografia do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear-
CDTN.
4.1 Produção dos conjugados
A produção dos conjugados englobou a obtenção de filmes Ti
1-x
Al
x
N com dois teores de
alumínio distintos, depositados nos dois tipos de substratos estudados: AISI H13 temperado
e revenido e AISI H13 não temperado.
Foram produzidos conjugados Alto Alumínio (AA) Ti
1-x
Al
x
N /discos de AISI H13
temperado e revenido (corrida-pado), conjugados Baixo Alumínio (BA) Ti
1-x
Al
x
N
/discos de AISI H13 temperado e revenido (corrida-dedicada). Também foram obtidos
conjugados Alto Alumínio (AA) Ti
1-x
Al
x
N /discos de AISI H13 não temperado (corrida-
padrão), conjugados Baixo Alunio (BA) Ti
1-x
Al
x
N /discos de AISI H13 não temperado
(corrida-dedicada).
A produção dos conjugados foi realizada na TECVAC, Inglaterra. A deposição dos filmes
foi feita pelo processo de Evaporação por Feixe de Elétrons Assistido a Plasma
(EBPAPVD), usando o sistema TECVAC IP35L, em uma faixa de temperatura de 400-
450ºC.
Este processo consiste num processo de Deposição Física de Vapor (PVD) por Evaporação,
que envolve a obtenção da fase vapor do material que constituirá o recobrimento através do
seu aquecimento e posterior transformação para a fase vapor. A evaporação, realizada numa
câmara sob vácuo, produz um fluxo de átomos que se condensam sobre o substrato,
formando o recobrimento. Neste processo, a forma de calor empregada é por feixe de
elétrons (RICKERBY, 1991).
4.2 Difração de raios X (DRX)
Foram realizadas análises por DRX para a caracterização dos conjugados estudados em
relação às fases cristalinas presentes. Esta técnica também apresentou a finalidade de
diferenciar os filmes dos conjugados de cada aço (H13 não temperado e H13 temperado)
em relão à estrutura cristalina.
Foi utilizado o difratômetro PHILIPS, modelo PW 1710, a partir da radião de Cu-K
α
(λ
= 1,54056 Å, voltagem do tubo= 40 KV, corrente= 20 mA) e cristal monocromador de
grafita
. A varredura foi realizada em passos de 0,02°/ s, no Laboratório de Difração de
Raios-x do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG.
4.3 Teste de adesão Rockwell C
O desempenho de sistemas conjugados em várias solicitações, como o desgaste, pode ser
substancialmente influenciado pela adesão do filme ao substrato (KIM, 2006; KAO, 2006).
Assim, torna-se fundamental avaliar qualitativa ou quantitativamente a adesão de
recobrimentos.
A avaliação qualitativa da adesão de um filme tem sido avaliada industrialmente pela
técnica conhecida como ´teste de adesão Rockwell C` (HEINKE, 1995). Neste todo, é
utilizado um indentador cônico (padrão Rockwell C), que após aplicação de uma carga
máxima de 1471N (150 Kgf), pode gerar microtrincas laterais ao contorno da impressão de
indentação, que podem se visualizadas por microscopia ótica . A adesão do filme ao
substrato é classificada de acordo com um estudo comparativo dessas trincas e os padrões,
indicados na Figura 4.1.
microtrincas
delaminação
Figura 4.1 Morfologias de falhas obtidas no teste de adesão Rockwell C (HEINKE,
1995).
Os padrões de trincas, representados em HF1 a HF4, representam morfologias típicas de
revestimentos de boa adesão. As trincas representadas em HF5 e HF6 evidenciam um
aspecto de delaminação do filme. As grandes vantagens da aplicação deste método são
baixo custo e facilidade operacional, sendo a mesma preferencialmente utilizada em
controle de qualidade de revestimentos produzidos (HEINKE, 1995). Este teste de adesão
por indentação foi desenvolvido na Alemanha e padronizado na VDI guidelines 3198
(1991).
Foram realizados testes comparativos de adesão Rockwell C para comparar e avaliar
qualitativamente, a adesão dos filmes BA Ti
1-x
Al
x
N e AA Ti
1-x
Al
x
N em cada substrato
estudado, sendo usadas as cargas de 62,5 kgf, 100 Kgf e 150 kgf, sendo esta última a carga
utilizada na obteão dos padrões de trinca morfologias, descritos pela Norma (Figura 4.1).
Foram obtidas imagens de microscopia ótica após a carga de 150 Kgf (aumento de 100X)
contendo os padrões de trinca em torno de cada impressão. Para avaliar melhor os padrões
de trinca, foram obtidas imagens de MEV das indentações após o teste de adesão, sendo
usados para os conjugados do aço não temperado os aumentos de 70X (carga 62,5Kgf),
60X (carga 100Kgf) e 45X (carga 150Kgf). Os aumentos usados para os conjugados do aço
temperado foram de 100X e 170X (carga 62,5Kgf), além de 500X (carga 62,5Kgf) para
mostrar trincas radiais do conjugado BA , 100X (carga 100Kgf) , além de 500X (carga 100
Kgf) para mostrar trincas radiais do conjugado BA , e 100X e 500X (carga 150Kgf).
4.4 Espectroscopia de Emissão Óptica por Centelhamento
Esta cnica consiste no bombardeamento de íons argônio (gerados de um campo elétrico
da fonte) sobre a amostra. Estes íons (carregados positivamente) são atraídos para a amostra
(carregada negativamente) por diferença de potencial. Eles incidem a uma certa
profundidade, causando remoção de material da superfície da amostra.
Esta técnica foi utilizada nos sistemas conjugados para avaliar a variação da composição
dos elementos Al (elemento do filme) e Fe (elemento do substrato) ao longo da
profundidade do conjugado, possibilitando estimar as espessuras dos filmes estudados,
além de diferenciar os filmes BA e AA de cada sistema estudado, em relação ao teor de
alumínio. Esta alise foi feita no Laboratório de Difração de Raios-X do Departamento de
Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG, com uso do aparelho GDLS 9950.
Foram feitas duas análises para cada sistema estudado (uma análise e uma plica). Assim,
foram obtidos gráficos da intensidade de alumínio e ferro (em contagem por segundo- cps)
nos conjugados em função da profundidade (em nm).
4.5 Ensaios de Penetração Instrumentada
A dureza dos conjugados pode variar com a força aplicada (MANCOSU, 2005) e o teor de
alumínio presente nos filmes Ti
1-x
Al
x
N afeta propriedades como a dureza do conjugado
(OHNUMA, 2004; IKEDA, 1991; PALDEY, 2003).
Sendo assim, para estimar a dureza HIT dos conjugados com maiores inflncias do
substrato e do filme, realizou-se testes de penetração instrumentada no Ultra-micro-
durômetro SHIMADZU DUH-W201S, usando o penetrador Berkovich. As forças aplicadas
foram de 1900 mN, 1000 mN, 300, 100, 50 e 32 mN, sendo realizadas dez medições para
cada força aplicada. Obteve-se o valor da dureza média para cada força. Os valores de
dureza foram estimados através do software SHIMADZU DUH Test Application Versão
2.14.
O método de penetração instrumentada possibilita a medição da dureza e do módulo de
elasticidade dos materiais, a partir da curva da carga aplicada em função do deslocamento
em relação à superfície inicial não deformada, durante um ciclo de carga e descarga. Foi
determinada, para cada força aplicada, a dureza denominada HIT (em GPa), que é a dureza
instrumentada, sendo igual ao quociente entre a foa (em mN) aplicada e a área de contato
projetada (área determinada a partir da função de área do indentador) (OLIVER, 2004;
Norma ISO /FDIS 14577-1).
Assim, a dureza para cada força aplicada foi estimada por (OLIVER, 2004):
H=P
max
/A (4.1)
Onde P
max
é a carga xima da curva da carga em fuão do deslocamento, A é a área de
contato, que é função da geometria do indentador.
A influência do teor de alumínio dos filmes na propriedade dureza também foi avaliada.
Mediu-se também a dureza dos substratos H13 não temperado e H13 temperado a 1900mN,
para comparar a sua dureza com a dos conjugados e verificar se a deposição destes filmes
resultou em um valor de dureza diferente da do substrato.
Foram realizados testes estatísticos de hipótese “t student” para verificar a igualdade ou
desigualdade em relação aos valores de dureza medidos na mesma carga aplicada (a 1900
mN), comparando cada aço H13 com os seus conjugados. Este teste também foi feito para
verificar a igualdade ou desigualdade entre as durezas dos conjugados, obtidas a 32 mN
(maior inflncia do filme), além de verificar qual conjugado apresenta a maior dureza,
medida nesta carga. Utilizou-se o parâmetro valor de p para a conclusão do teste de
hipótese.
Para as durezas medidas na carga de 1900mN, as hipóteses estudadas, para 95% de
confiança, foram:
H0: µ1=µ2
H1: µ1µ2
O valor de p menor que α (0,05) indica que a hipótese H
0
deve ser rejeitada, ou seja, as
médias o são iguais, com 95% de confiança.
Para as durezas medidas na carga de 32mN, as hipóteses estudadas, para 95% de confiaa,
foram:
Um teste estatístico de hipótese realizado para verificar a diferença entre as médias:
H0: µ1=µ2
H1: µ1µ2
Outro teste estatístico de hipótese realizado para verificar qual é o maior valor de dureza:
H0: µ1=µ2
H1: µ1>µ2
O valor de p menor que α (0,05) indica, nestes dois últimos testes, que a hipótese H
0
deve
ser rejeitada, ou seja, as médias não são iguais e uma dureza é superior à outra, com 95% de
confiança.
O ensaio de penetração instrumentada também possibilitou a medição dos valores de
módulo de elasticidade em todas as profundidades de penetração dos sistemas estudados,
com o objetivo de avaliar a influência deste parâmetro no desgaste. Além disso, foi obtido o
quociente entre os valores de todas as durezas e todos os dulos de elasticidade (H/E)
medidos, para verificar qual sistema apresenta a maior dureza associada ao menor módulo
de elasticidade (maior H/E) ou maior deformação elástica até a falha em desgaste, o que
pode interferir no desempenho em desgaste (BEAKE, 2006; LEYLAND, 2000; PHARR,
1998).
O módulo de elasticidade em cada força aplicada foi determinado a partir da rigidez de
contato S ou inclinação da etapa de descarga da curva da força versus deslocamento, sendo
(OLIVER, 2004):
S=dP/dh
(4.2)
Onde h é o deslocamento em relação à superfície não deformada.
A partir de S, da área de contato A e de uma constante β, determinou-se o módulo de
elasticidade efetivo E
eff
do material, que desconta a deformação elástica do indentador, por
(OLIVER, 2004) :
AEeffS
π
β
2
=
(4.3)
4.6 Ensaios de desgaste por Deslizamento
Os ensaios de desgaste foram realizados no Tribômetro Esfera-sobre-Disco da
Microphotonics, modelo Standard (Figura 4.2), do Laboratório de Tribologia do
Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG. O contracorpo
utilizado foi o Si
3
N
4
6 mm; sendo usada a carga de 7N a 0,157 mm/s (500 rpm) e raio de
percurso igual a 3 mm. Foram realizadas 30.000 revoluções, resultando em uma distância
total de 565,8 m. O uso da carga de 7N e do tamanho da esfera, basearam-se em valores
utilizados em testes de desgaste contidos na literatura (BOBZIN, 2007; KUTSCHEJ, 2005;
CHRISTOFIDES, 2002).
A carga de 7N, usada previamente em testes realizados para verificar as condições
experimentais, possibilitou que a solicitação imposta fosse suficiente para permitir uma boa
estimativa do volume de desgaste, utilizando a perfilometria tridimensional. A escolha
inicial desta carga baseou-se em testes de desgaste de deslizamento realizados na literatura
que avaliaram o desgaste conjugados contendo recobrimentos depositados por PVD
(BOBZIN, 2007; KUTSCHEJ, 2005; CHRISTOFIDES, 2002).
A escolha da esfera ocorreu após a comparação entre as faixas de dureza de diferentes
esferas. Optou-se pelas esferas de nitreto de silício e de metal duro, devido à sua maior
faixa de dureza, o que assegura o seu maior efeito abrasivo e devido ao fato da possível
ocorrência de desgaste adesivo (HUTCHINGS, 1992) entre a esfera de alumina (que
também tem alta faixa de dureza) e o filme Ti
1-x
Al
x
N. As faixas de dureza à temperatura
ambiente de diferentes esferas abrasivas estão indicadas pela Tabela IV.1 (JIA, 1998).
Para confirmar e validar a metodologia proposta por perfilometria (cálculo do volume de
desgaste, detalhado no item 4.1.8) e corroborar a influência do teor de alunio do filme no
desgaste, realizou-se também dois testes de desgaste (um teste e uma réplica) dos
conjugados BA e AA Ti
1-x
Al
x
N/ H13 não temperado e do o contra a esfera de WC-Co 6
mm. Este contracorpo também apresenta alta faixa dureza, o que justifica a sua escolha.
Tabela IV.1 Durezas de esferas abrasivas (JIA, 1998; COSTA, 2007).
Material Dureza (GPa)
Al
2
O
3
18-20
Si
3
N
4
14-19
Aço 100 Cr6 8-9
WC-Co 10-18
Foram realizados três testes de desgaste para cada sistema conjugado estudado (1 teste e
duas réplicas) e dois testes de desgaste (um teste e uma réplica) para cada aço estudado.
Figura 4.2- Tribômetro Esfera sobre Disco da Microphotonics.
4.7 Perfilometria após o desgaste
A técnica de perfilometria tridimensional foi usada para medir o volume de desgaste,
possibilitando verificar a influência do teor de alumínio do filme na taxa de desgaste, que é
proporcional ao volume, sendo o quociente entre o volume e a distância de deslizamento
(HUTCHINGS, 1992).
Utilizou-se o perfimetro T4000 da HOMMELWERKE, com apalpador móvel TK 300/90;
a área de varredura de 81mm
2
(9 x 9 mm), sendo realizadas 200 medições com
espaçamento de 45,5
µ
m. Utilizou-se uma velocidade de medição de 0,5 mm/s. Através do
software MountainsMap Expert 3.0, elaborou-se uma metodologia para estimar o volume
de desgaste. A metodologia foi composta pelas seguintes etapas:
1- Geração de uma superfície 3-D;
A partir de varreduras bidimensionais de uma área quadrada de 9 x 9 mm da amostra após o
desgaste, obtém-se uma matriz tridimensional de pontos que produz uma imagem
tridimensional do perfil da amostra em estudo. A superfície tridimensional obtida é
demonstrada na Figura 4.3. A escala da figura (12 µm) significa a amplitude total da
superfície, que corresponde à distância entre o pico mais alto e o vale mais profundo, em
relação ao plano médio da superfície (MUMMERY, 1992).
Figura 4.3- Imagem tridimensional de uma área contendo o traço de desgaste, obtida após
as varreduras.
2- Uso do recurso de “Remoção de forma da superfície 3-D”, utilizando um polinômio de
grau 2, para excluir possíveis desníveis da superfície (ondulações). As Figuras 4.4 e 4.5
ilustram a remoção de forma da imagem da Figura 4.3. Utilizou-se os recursos “Operators
e “Form removal” após selecionar a superfície desejada.
Figura 4.4 - Uso de recursos para a remoção de forma da superfície.
Figura 4.5- Demonstração da remoção de forma.
A Figura 4.6 ilustra a superfície resultante após a remoção de forma.
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
11.9 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 30°
Figura 4.6 - Superfície resultante após a remoção de forma.
3- Inversão da superfície 3-D em relação ao eixo z, para que os vales (distância do plano
médio à parte mais baixa do perfil) tornam-se picos (distância do plano médio à parte mais
alta da superfície). Este recurso possui o objetivo de possibilitar o posterior uso de um
recurso denominado “Histograma de Densidade de picos”, que estabelece a concentração
de picos da superfície por amplitude. Como na superfície invertida, os vales passam a
corresponder a picos, o uso do “Histograma de Densidade de picos” na imagem invertida
possibilita analisar a concentração de vales por amplitude, permitindo estabelecer o corte
necessário para delimitar a região correspondente ao traço de desgaste.
As Figuras 4.7 e 4.8 ilustram a inversão da superfície selecionada, que é realizada através
do uso dos recursos “Operators” eSymmetries”, sendo escolhida a simetria em relação ao
eixo z (eixo que define os picos e os vales).
Figura 4.7 - Uso de recursos para a inversão da superfície.
Figura 4.8 - Demonstração da inversão da superfície.
A imagem resultante após a inversão (superfície invertida) está ilustrada na Figura 4.9.
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
11.9 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 4 Beta = 30°
Figura 4.9- Superfície resultante após a inversão do perfil em relação ao eixo z.
4- Obtenção de histogramas da superfície invertida, referentes à densidade de picos (que
correspondem aos vales) em função da amplitude desta superfície;
As a seleção da superfície invertida, os recursos “Studies” e “Peak Count distribution”
(Figuras 4.10 e 4.11) são usados, resultando em uma imagem correspondente à
concentração de picos (pks/ mm
2
) em cada amplitude (em µm) da superfície invertida, o
que corresponde à concentração de vales em cada amplitude, informação essencial para a
posterior delimitação do traço de desgaste. Na Figura 4.11, observa-se que a maior
concentração de picos ocorre em amplitudes em torno de 2,8 a 3 µm, que correspondem a
vales. Sugere-se que essa faixa de maiores amplitudes significa o início do traço de
desgaste (região onde há significativa) concentração de vales, em comparação com os vales
correspondentes à rugosidade da superfície.
5-Análise dos histogramas da superfície invertida, para estabelecer a faixa de amplitudes a
partir da qual há considerável aumento da densidade de picos, o que corresponde ao
aumento da concentração de vales da superfície sem inversão, relativo ao início do traço de
desgaste. O valor associado ao início desta faixa foi considerado para a delimitação do
traço de desgaste para uma posterior construção de um plano de referência na determinação
do volume de desgaste;
Figura 4.10- Uso de recursos para a distribuição da densidade de picos.
Figura 4.11- Histograma de densidade de picos em uma superfície tridimensional.
6-Realização de um corte na imagem 3D baseando-se no “Histograma de Densidade de
Picos da Superfície Invertida”, excluindo a faixa de amplitudes inferiores ao valor
correspondente ao início do traço de desgaste;
As selecionar a imagem demonstrada na Figura 4.11, realizou-se um corte, excluindo as
amplitudes inferiores a 2,8 µm neste exemplo, correspondentes à região externa ao traço de
desgaste. Este procedimento é demonstrado através das Figuras 4.12 e 4.13. Os recursos
utilizados na realização do corte são “Operations” e “Thresholding”.
Ressalta-se que o procedimento de corte é realizado através utilização de uma curva de
distribuão de material, existente no recurso Thresholding. Esta curva, demonstrada na
Figura 4.13, é usada na definição de parâmetros que descrevem a rugosidade de uma
superfície, através da perfilometria. Estes parâmetros são denominados S
k
, S
pk
e S
vk .
Eles são os parâmetros em 3D correspondentes aos parâmetros bidimensionais R
k
, R
pk
e
R
vk
. Os últimos parâmetros são, respectivamente, a profundidade da rugosidade do núcleo,
a altura reduzida dos picos e a profundidade reduzida dos vales (MUMMERY, 1992).
Figura 4.12- Uso de recursos para a realização do corte que delimita o traço de desgaste.
Figura 4.13- Demonstração do corte que delimita o traço de desgaste.
A Figura 4.14 ilustra a superfície resultante as o corte que delimita o traço de desgaste.
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
9.1 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 4.14- Imagem resultante as o corte que delimita o traço de desgaste.
7- Inversão da imagem em relação ao eixo z, para que os picos e os vales da imagem
retornem à posição inicial, para posteriormente estimar realmente o volume dos vales e não
o volume dos picos;
As Figuras 4.15, 4.16 e 4.17 demonstram a inversão da superfície após o corte em relação
ao eixo z (retorno dos picos e vales à posição inicial).
Figura 4.15- Uso dos recursos para o retorno da superfície à posição inicial.
Figura 4.16- Demonstração do retorno da superfície invertida à posição inicial.
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
9.1 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 4.17- Superfície resultante após a inversão para o retorno à posição inicial.
8- Realização de um segundo corte excluindo 10% de material (correspondente aos picos
mais altos) na superfície sem inversão (Figura 4.17), para retirar os maiores picos, que
significam a rugosidade da superfície em torno do traço de desgaste. Este corte visa a obter
uma superfície lisa ao redor do traço, minimizando a influência da rugosidade superficial na
estimativa do volume de desgaste;
As Figuras 4.18, 4.19 e 4.20 ilustram a realização do segundo corte.
Figura 4.18- Uso de recursos para a realização do segundo corte.
Figura 4.19- Demonstração do segundo corte para delimitar o traço de desgaste.
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
6.67 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 4.20- Perfil resultante após segundo corte que delimita o traço de desgaste.
9 - Utilizão do recurso “Erase Defects” na imagem 3D sem inversão obtida as o
segundo corte, para excluir (apagar) todos os picos e vales existentes fora do traço de
desgaste, estabelecendo um plano de referência para o cálculo do volume de vales
correspondente apenas à região do traço de desgaste;
As Figuras 4.21 a 4.27 demonstram este recurso, que inicia-se com o uso de um círculo
posicionado na região onde há o interesse de excluir os picos e vales existentes, em relação
à altura máxima da superfície (referência). O círculo é posicionado sobre a região de
interesse, obtendo-se a exclusão após o uso do mouse (“clique”) sobre o rculo (Figura
4.23). rios círculos são feitos sobre a imagem, nas regiões externa e interna ao traço de
desgaste, até a exclusão total das irregularidades existentes fora do traço, o que resulta em
uma superfície plana ao redor do traço de desgaste (Figura 4.27), possibilitando a posterior
estimativa mais precisa do volume de desgaste da superfície.
Figura 4.21 - Uso de recursos para excluir picos e vales localizados fora do traço de
desgaste.
Figura 4.22 Escolha da região de exclusão de picos e vales externa ao traço de desgaste,
em relação à altura máxima da superfície.
Figura 4.23- Demonstração da exclusão de picos e vales na região externa ao traço de
desgaste.
Figura 4.24- Demonstração do avanço da exclusão de picos e vales na região externa ao
traço de desgaste.
Figura 4.25- Demonstração da exclusão de picos e vales na região interna ao traço de
desgaste.
Figura 4.26- Demonstração do avanço da exclusão de picos e vales na região interna ao
traço de desgaste.
Figura 4.27- Demonstração da superfície final após a exclusão das irregularidades fora do
traço de desgaste.
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
6.67 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 4.28- Superfície resultante após e exclusão das irregularidades existentes fora do
traço de desgaste.
10- Utilização de um recurso do cálculo de volume de vales através do procedimento do
plano de mínimos quadrados do software MountainsMap 3.0. Estimou-se o volume de
vales do traço de desgaste, selecionando-se o perfil da Figura 4.28, com o uso posterior dos
recursos Studies” e “Volume of a Hole/Peak” (Figuras 4.30 a 4.33). Foi selecionada uma
área da superfície para a aplicação do recurso, através do uso do “clique com o mouse”,
sobre a região de interesse. Escolheu-se o método do Plano de Mínimos Quadrados” para
estimar o volume de picos e vales da área selecionada.
O cálculo do volume considera que cada ponto da superfície selecionada é suposto como
uma coluna retangular, em que a base da superfície é definida de acordo com os eixos X e
Y. Cada coluna possui um volume elementar entre duas altitudes. O volume dos picos e
vales corresponde à soma dos volumes elementares calculados para cada coluna.
No método do “Plano de Mínimos Quadrados” (Figura 4.29), o volume calculado é o
incluído entre a base dos vales e o plano P ou o topo dos picos e o plano P, onde P é o
Plano de Mínimos Quadrados calculado em todos os pontos externos à região selecionada.
Este método é aplicado quando a área externa ao traço é suficientemente lisa para se
considerada como o topo dos vales ou como a base dos picos, por extrapolação.
(HOMMELMAP 4.0. Help do software Mountains).
Figura 4.29- Ilustração do método do “Plano de Mínimos Quadrados.
Figura 4.30- Uso de recursos para a estimativa do volume de desgaste.
Compute volume
Compute volume
Figura 4.31- Demonstração da superfície utilizada para estimar o volume de desgaste.
Figura 4.32- Seleção da superfície utilizada para estimar o volume de desgaste.
Figura 4.33- Obtenção do volume de desgaste.
Estabeleceu-se que o volume de desgaste estimado para cada sistema estudado corresponde
à média de três valores de volumes calculados a partir de três testes de desgaste (um teste e
duas réplicas).
A partir do volume obtido por perfilometria, estimou-se a taxa de desgaste Q dos sistemas
estudados através do quociente entre o volume e a distância de deslizamento
(HUTCHINGS, 1992). Também foram calculados os coeficientes de desgaste adimensional
e dimensional (HUTCHINGS, 1992), utilizando-se a carga aplicada (7 N) e todas as
durezas HIT medidas para os sistemas estudados.
A metodologia elaborada para determinar o volume de desgaste por perfilometria foi
comparada à metodologia descrita pela Norma ASTM G 99-05, para avaliar a
aplicabilidade e confiabilidade da metodologia proposta neste trabalho. Assim, estimou-se
e comparou-se os valores dos volumes de desgaste dos sistemas através das duas
metodologias.
Para calcular o volume de desgaste através da metodologia descrita pela Norma (item 3.1),
foi utilizado o recurso “Distância de Medição” do software Mountains, que fornece as
distâncias horizontal e obliqua entre dois pontos pertencentes ao traço de desgaste e que são
selecionados. Fixando os dois pontos nas extremidades do traço de desgaste, a sua distância
horizontal e obliqua correspondem à largura do traço de desgaste (Figuras 4.34 e 4.35).
Realizou-se quatro medições da largura de cada traço de desgaste, sendo determinada a
largura média do traço para o cálculo do volume de desgaste. Considerando os três testes de
desgaste realizados em cada sistema, obteve-se o volume médio, em relação aos volumes
estimados através da metodologia proposta pela Norma. Para a obtenção deste volume
(item 3.1), utilizou-se os valores de 3 mm para o raio do traço de desgaste (confirmado
através da distância horizontal- Figura 4.37) e 3 mm para o raio da esfera de Si
3
N
4
(contra-
corpo).
Figura 4.34- Uso do recurso de distância de medição.
Cursor 1 Cursor 2
X = 0.783 mm X = 1.36 mm
Y = 4.37 mm Y = 4.37 mm
Z = 5.52 µm Z = 4.36 µm
Horizontal distance 0.58 mm
Variation in height 1.17 µm
Oblique distance 0.58 mm
Figura 4.35- Determinação da largura do traço de desgaste.
Cursor 1 Cursor 2
X = 7.02 mm X = 7.57 mm
Y = 4.32 mm Y = 4.32 mm
Z = 6.11 µm Z = 6.67 µm
Horizontal distance 0.545 mm
Variation in height 0.561 µm
Oblique distance 0.545 mm
Figura 4.36- Segunda determinação da largura do traço de desgaste.
Cursor 1 Cursor 2
X = 1.33 mm X = 7.33 mm
Y = 4.27 mm Y = 4.27 mm
Z = 3.87 µm Z = 0 µm
Horizontal distance 6 mm
Variation in height 3.87 µm
Oblique distance 6 mm
Figura 4.37- Estimativa e confirmação do diâmetro do traço de desgaste.
4.8 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
4.8.1 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) antes do desgaste
Para diferenciar os filmes dos conjugados estudados em relação ao teor de alumínio, foi
realizada uma análise de composição química de área no microscópio eletrônico atras da
ferramenta EDS, em duas regiões dos conjugados estudados utilizando o equipamento
Microssonda THERMO NORAN, modelo QUEST. Foi utilizado o Microscópio Eletrônico
de Varredura da JEOL JSM 6360LV, do Laboratório de Microscopia Eletrônica e de
Varredura do Departamento de Engenharia Metalúrgica de Materiais da UFMG. Os
elementos analisados foram Ti e Al, sendo determinadas as suas porcentagens atômicas.
4.8.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) após o desgaste
Utilizou-se a técnica de MEV após o desgaste para a obtenção de imagens de composição
por raios-x dos traços de desgaste (aumento 100 X), possibilitando verificar a presença ou
ausência do elemento do filme (Al) e do substrato (Fe), no interior e em torno do traço de
desgaste dos conjugados estudados. Também foi verificada a presença de Si (elemento da
esfera) no interior e em torno dos traços de desgaste, para detectar a existência ou o de
adesão da esfera. Esta análise objetivou avaliar e comparar a intensidade do desgaste dos
sistemas estudados.
Para validar a metodologia proposta por perfilometria (cálculo do volume de desgaste,
detalhado no item 4.7), obteve-se também imagens de composição por raios-x (aumento
100 X) dos traços de desgaste dos conjugados do o não temperado, após o desgaste
contra WC-Co, sendo verificada a presença de Al, Fe e W (elemento da esfera) no interior e
ao redor dos traços de desgaste.
CAPÍTULO 5 : RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Difração de raios X (DRX)
Nos difratogramas obtidos para os conjugados do aço AISI H13 temperado e revenido
(Figuras 5.1 a 5.3), foram identificadas as fases Fe-
α
ou Fe-CCC e Cr
7
C
3
ortorrômbico,
características do o AISI H13 temperado e revenido (KRAUSS, 1993).
O filme do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N / AISI H13 temperado e revenido cristalizou-se nas
fases Ti
1-x
Al
x
N- CFC e Ti
1-x
Al
x
N- Hexagonal, sendo portanto, bifásico. O conjugado AA
Ti
1-x
Al
x
N / AISI H13 apresentou o filme monofásico (fase Ti
1-x
Al
x
N- Hexagonal). Assim,
conclui-se que a quantidade de alumínio presente no filme do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N /
AISI H13 tratado deve estar em torno de 60 a 70% atômico, fixando-se a quantidade de
nitrogênio e considerando 50% da composição do filme (teor de alumínio correspondente à
região bifásica). Também sugere-se que o filme do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N / AISI H13
tratado deve apresentar quantidade de alumínio (Figuras 3.1 e 3.2) superior a 70% atômico
em 50% da composição de filme (teor de alumínio correspondente à fase hexagonal)
(KIMURA, 2003; ZHOU, 1999; IKEDA, 1991).
A diferença estrutural existente entre os filmes BA e AA Ti
1-x
Al
x
N, evidencia diferença em
relação a propriedades, como a dureza e o módulo de elasticidade, sugerindo diferentes
respostas dos conjugados do aço H13 temperado e revenido em desgaste (ZHOU, 1999;
IKEDA, 1991).
Os difratogramas relacionados ao o H13 não temperado e seus conjugados (Figuras 5.4 a
5.6) evidenciam que o aço H13 não temperado apresenta as mesmas fases do o H13
temperado e revenido, sendo o pico mais intenso correspondente à fase Fe- CCC (110) em
ambos (
CALLISTER, 2002;
CULLITY, 1978).
O difratograma do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N / AISI H13 não tratado demonstra que o filme
deste conjugado apresenta-se monofásico com fase Ti
1-x
Al
x
N-CFC, que corresponde ao
pico mais intenso. O filme do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N / AISI H13 não tratado é bifásico,
com estruturas Ti
1-x
Al
x
N-CFC e hexagonal, sugerindo propriedades diferentes destes filmes
como a dureza, o que provavelmente acarretará diferença de desempenho em desgaste
(ZHOU, 1999; IKEDA, 1991). Conclui-se que os teores de alumínio dos filmes dos
conjugados BA Ti
1-x
Al
x
N e AA Ti
1-x
Al
x
N/ H13 não tratado sejam, respectivamente aem
torno de 60% atômico de alumínio (teor relacionado à faixa monofásica) e em torno de 60 a
70% atômico (teor relacionado à faixa bifásica), fixando-se a quantidade de nitrogênio e
considerando 50% da composição do filme (Figuras 3.1 e 3.2) (KIMURA, 2003; ZHOU,
1999; IKEDA, 1991).
Os resultados da análise de DRX corroboram a existência de filmes Ti
1-x
Al
x
N monofásicos
(estrutura CFC), bifásicos (estruturas CFC e hexagonal) e monofásicos (estrutura
hexagonal).
Figura 5.1- Difratograma do aço AISI H13 temperado e revenido.
0
200
400
600
800
1000
1200
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Ângulo 2θ
Intensidade
Fe-α ( 1 1 0 )
Cr
7
C
3
( 0 6 0 )
Fe-α ( 2 0 0 )
Fe-α ( 2 1 1 )
Fe-α ( 2 2 0 )
Figura 5.2 - Difratograma do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N /AISI H13 temperado e revenido.
Figura 5.3- Difratograma do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N /AISI H13 temperado e revenido.
0
500
1000
1500
2000
2500
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Ângulo 2θ
Intensidade
Ti
1-x
Al
x
N CFC ( 3 1 1 )
Ti
1-x
Al
x
N Hex ( 1 0 -1 1 )
Fe-α ( 2 2 0 )
Ti
1-x
Al
x
N Hex ( 2 0 -2 2 )
Fe-α ( 2 1 1 )
Ti
1-x
Al
x
N CFC ( 1 1 1 )
Fe-α ( 1 1 0 )
Ti
1-x
Al
x
N Hex ( 0 0 0 2 )
0
200
400
600
800
1000
1200
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Ângulo 2θ
Intensidade
Ti
1-x
Al
x
N Hex ( 0 0 0 2 )
Fe-α ( 1 1 0 )
Cr
7
C
3
( 1 5 1 )
Fe-α ( 2 0 0 )
Ti
1-x
Al
x
N Hex ( 1 0 -1 3 )
Ti
1-x
Al
x
N Hex ( 2 0 -2 1 )
Ti
1-x
Al
x
N Hex ( 2 0 -2 2 )
Fe-α ( 2 2 0 )
Figura 5.4 - Difratograma do aço AISI H13 não temperado.
Figura 5.5- Difratograma do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N / AISI H13 não temperado.
Figura 5.6- Difratograma do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N / AISI H13 não temperado.
5.2 Teste de adesão Rockwell C
De acordo com as imagens de microscopia óptica (Figura 5.7) obtidas após os testes de
adesão, considerando os sistemas do o H13 não temperado, observa-se que o filme BA
Ti
1-x
Al
x
N monofásico CFC apresentou melhor adesão ao aço H13 o temperado que o
filme AA Ti
1-x
Al
x
N bifásico, o que é evidenciado pela maior delaminação do segundo filme
em relação ao primeiro (considerando a comparação de duas regiões de detalhes das
trincas), sendo a comparação baseada na Figura 4.1.
Em relação aos sistemas do aço temperado e revenido (Figura 5.8), observa-se que ambos
os filmes BA (bifásico) e AA (monofásico hexagonal) Ti
1-x
Al
x
N apresentaram boa adesão
ao substrato H13 temperado e revenido (considerando a comparação de duas regiões de
detalhes das trincas). Este fato deve ser considerado na comparação entre o desempenho
destes conjugados em desgaste.
Ambas as imagens demonstram que as trincas apresentam-se circulares. Recobrimentos
podem desenvolver trincas que se propagam inteiramente no filme (trincas coesivas) ou
trincas que se propagam ao longo da interface filme-substrato (trincas adesivas). Para
trincas coesivas, dois diferentes comportamentos podem ser usualmente observados,
dependendo das características do sistema e da indentação. Um arranjo de trincas circulares
é desenvolvido sob a ação de tensões radiais. Se as tensões tangenciais predominarem,
trincas radiais ocorreo preferencialmente. Em alguns casos, a dureza do substrato é usada
como indicador do tipo de trinca coesiva que será formada. Estudos anteriores
evidenciaram que substratos mais macios favorecem trincas circulares, enquanto trincas
radiais ocorrem preferencialmente em substratos mais duros (PIANA, 2005). Assim, os
resultados obtidos para os padrões de trinca dos conjugados estudados evidenciam que os
conjugados de substrato aço AISI H13 (mais macio em relação a outros substratos, como o
metal duro-WC-Co (DUCROS, 2003) tiveram trincas circulares, indicando que a dureza do
substrato influenciou os padrões de trinca.
Ressalta-se que as imagens dos conjugados do aço H13 temperado e revenido (Figura 5.8)
demonstram que as trincas do conjugado BA (filme bifásico) apresentam espaçamento
inferior às do conjugado AA (filme monofásico hexagonal), sugerindo que o conjugado BA
é menos tenaz ou mais duro (ZHANG, 2005), fato que provavelmente influenciará o seu
desempenho em desgaste. As imagens do teste de adesão também demonstram que as
indentações realizadas nos conjugados do aço não temperado foram bem maiores que as
indentações nos conjugados do aço temperado e revenido, o que sugere a influência da
dureza do substrato, sendo oo temperado e revenido mais duro que oo não temperado.
a)
b)
Figura 5.7- Imagens de microscopia óptica dos testes de adesão Rockwell C dos filmes Ti
1-
x
Al
x
N em AISI H13 não temperado. 150 Kgf (100X) a) BA Ti
1-x
Al
x
N/ AISI H13 e b) AA
Ti
1-x
Al
x
N/ AISI H13.
a)
b)
Figura 5.8- Imagens de microscopia óptica dos testes de adesão Rockwell C dos filmes Ti
1-
x
Al
x
N em AISI H13 temperado e revenido. 150 Kgf (100X) a) BA Ti
1-x
Al
x
N/ AISI H13 e
b) AA Ti
1-x
Al
x
N/ AISI H13.
As imagens de MEV após os testes de adesão dos conjugados BA e AA Ti
1-x
Al
x
N/ H13 não
temperado (Figuras 5.9, 5.10 e 5.11) evidenciam a existência de trincas circulares ao redor
das indentações de ambos os conjugados. A presença de trincas circulares corrobora o fato
de substratos mais macios apresentarem trincas circulares, evidenciando que a dureza do
substrato influencia os padrões de trinca existentes ao redor da indentação (DUCROS,
2003).
Em todas as cargas aplicadas, não observa-se delaminação do filme BA Ti
1-x
Al
x
N
(monofásico CFC) ao redor da indentação, sugerindo que o filme BA Ti
1-x
Al
x
N apresentou
boa adesão ao substrato H13 não temperado. Entretanto, na maior carga aplicada -150 Kgf
(Figura 5.11), observa-se uma possível delaminação do filme AA Ti
1-x
Al
x
N (bifásico), o
que pode confirmar as imagens de microscopia ótica obtidas. Este resultado evidencia que
este filme apresentou pior adesão ao aço H13 não temperado do que o filme BA, fato que
deve ser considerado na comparação entre o desempenho destes dois conjugados em
desgaste.
As imagens de MEV após os testes de adesão dos filmes ao aço temperado e revenido
(Figuras 5.12 a 5.18) corroboram as imagens de microscopia ótica no fato de ambos os
filmes BA e AA apresentarem boa adesão ao aço, em todas as cargas aplicadas.
Ressalta-se que em ambas as cargas aplicadas, as imagens do conjugado BA (filme
bifásico) com aumento de 500 X evidenciam que este conjugado apresenta trincas radiais,
características de sistemas mais duros (DUCROS, 2003). Este resultado confirma a
hipótese obtida com a imagem de microscopia ótica (Figura 5.8), que sugere maior mero
de trincas (menor tenacidade ou maior dureza) do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado
(filme bifásico) em relação ao conjugado AA (filme hexagonal).
a)
b)
Figura 5.9 Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 não temperado (filme CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 não temperado (filme
bifásico). 62,5Kgf (70X).
a)
b)
Figura 5.10 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 não temperado (filme CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 não temperado (filme
bifásico) . 100Kgf (60X).
a)
b)
Figura 5.11 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 não temperado (filme CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 não temperado (filme
bifásico) .150Kgf (45X).
a)
b)
Figura 5.12 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (filme bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 temperado e
revenido (filme hexagonal). 62,5Kgf (100X).
a)
b)
Figura 5.13 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (filme bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 temperado e
revenido (filme hexagonal). 62,5 Kgf (170X).
Figura 5.14 – Imagem de MEV do teste de adesão Rockwell C do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N
/ H13 temperado e revenido (filme bifásico) -demonstração das trincas radiais. 62,5 Kgf
(500X).
a)
b)
Figura 5.15 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (filme bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 temperado e
revenido (filme hexagonal). 100 Kgf (100X).
Figura 5.16 – Imagem de MEV do teste de adesão Rockwell C do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N
/ H13 temperado e revenido (filme bifásico) -demonstração das trincas radiais. 100 Kgf
(500X).
a)
b)
Figura 5.17 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (filme bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 temperado e
revenido (filme hexagonal). 150 Kgf (100X).
a)
b)
Figura 5.18 – Imagens de MEV dos testes de adesão Rockwell C dos conjugados a) BA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (filme bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N / H13 temperado e
revenido (filme hexagonal). 150 Kgf (500X).
5.3 Espectroscopia de Emissão Óptica por Centelhamento
As curvas obtidas por esta análise, que representam a variação dos elementos Al e Fe com a
profundidade, são descritas nas Figuras 5.19 a 5.22.
Através dos gráficos obtidos, observa-se que em todas as curvas estudadas, o teor de
alumínio inicia-se alto, diminuindo com o aumento da profundidade, demonstrando a
transição dos filmes (que contêm Al) para os substratos (que não contêm Al). O contrário
ocorre com o ferro (elemento dos substratos), cuja quantidade aumenta com a profundidade
(transição dos filmes para os substratos). Todos os conjugados AA apresentam maior teor
de alumínio em relação aos conjugados BA, corroborando os resultados da análise de DRX,
que através das estruturas cristalinas, sugeriram diferença estrutural e, consequentemente,
diferea de teor de alumínio entre os filmes, o que é confirmado pela Figura 3.1.
Em relação aos conjugados do aço não temperado, observa-se na mesma escala de
profundidade (Figuras 5.19 e 5.20), que o encontro entre os teores de Al e Fe
(correspondente à transição do filme para o substrato), ocorreu em torno de 3800 nm (3,8
µm) para o conjugado BA (filme CFC) e em torno de 3000 nm (3 µm) para o conjugado
AA (filme bifásico), sugerindo que o filme do conjugado BA apresenta espessura
ligeiramente maior. Ressalta-se que o teor de alumínio do filme AA é aproximadamente o
dobro do teor de alumínio do filme BA, o que confirma a diferença estrutural observada na
análise de DRX (filme BA é monofásico CFC e filme AA é bifásico).
Os conjugados relativos ao substrato aço temperado e revenido (Figuras 5.21 e 5.22)
apresentaram curvas de composição química evidenciando, na mesma escala de
profundidade, que o filme AA apresenta espessura de aproximadamente 3000 nm (3 µm),
consideravelmente maior que a espessura do BA, que é em torno de 1000 nm (1 µm). Este
resultado pode influenciar a análise da resistência ao desgaste dos conjugados, pois a
espessura do filme é um fator que afeta o desgaste (DIAO, 1995). Observa-se menor
diferea entre os teores de alumínio dos filmes BA e AA do aço temperado, em
comparação aos filmes do outro substrato. Esta pequena diferença de teor de alumínio dos
revestimentos do aço temperado resultou em um filme bifásico (BA) e um filme
monofásico hexagonal (AA).
Figura 5.19- Variação da composição com a profundidade para o conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13 não temperado (filme CFC).
Figura 5.20- Variação da composição com a profundidade para o conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13 não temperado (filme bifásico).
Figura 5.21- Variação da composição com a profundidade para o conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13 temperado (filme bifásico).
Figura 5.22- Variação da composição com a profundidade para o conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13 temperado (filme hexagonal).
5.4 Ensaios de Penetração Instrumentada
5.4.1 Determinação da dureza e do módulo de elasticidade dos sistemas
Os valores de dureza (em GPa), profundidade máxima de penetração (em
µ
m) e módulos
de elasticidade (em GPa) medidos na penetração instrumentada, estão nas Tabelas V.1 a
V.4.
De acordo com a penetração instrumentada (Tabela V.1), observa-se que a deposição do
filme AA Ti
1-x
Al
x
N (bifásico) sobre o aço H13 não temperado, aumentou a sua dureza
superficial, considerando a maior carga aplicada (1900 mN), com maior influência do
substrato. Entretanto, a adição do revestimento BA (monofásico CFC) não alterou
significativamente a dureza do aço H13 não temperado, pois a 1900 mN observa-se que a
dureza permaneceu praticamente constante. Ressalta-se uma influência significativa de
ambos os filmes BA e AA na dureza do aço H13 temperado, a cargas superiores, como
1900 mN (Tabela V.2). Este fato sugere que, provavelmente a deposição dos filmes Ti
1-
x
Al
x
N sobre o aço H13 temperado influenciará mais o seu desempenho em desgaste do que
a deposição dos filmes Ti
1-x
Al
x
N sobre o aço H13 não temperado.
Nas menores cargas aplicadas (32, 50 e 100 mN), em relação aos sistemas do aço não
temperado (Tabela V.1) observa-se que o filme do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N apresentou
dureza superior ao filme do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N, fator que deve ser considerado na
avaliação do desempenho dos conjugados em desgaste.
Este resultado confirma estudos realizados por (HASEGAWA, 2004; ZHOU, 1999;
SHUM, 2003), que indicaram que filmes monofásicos CFC (como o BA Ti
1-x
Al
x
N)
apresentam dureza inferior a filmes bifásicos com estruturas CFC e hexagonal (como o AA
Ti
1-x
Al
x
N), sugerindo diferentes desempenhos destes conjugados em desgaste.
Em ambos os sistemas recobertos estudados, observa-se que a diminuição da dureza com o
aumento da carga evidencia o crescimento da inflncia do substrato H13 com a
profundidade de penetração.
As Tabelas V.3 e V.4 contêm valores dos módulos de elasticidade dos sistemas estudados,
sendo a análise do módulo de elasticidade importante na avaliação do desempenho em
desgaste dos sistemas (LEYLAND, 2000; PHARR, 1998). Em relação aos conjugados do
aço não temperado (Tabela V.3), observa-se em geral, uma ligeira redução do módulo de
elasticidade com o aumento da força aplicada, pois a transição do filme cerâmico
(ligações químicas mais fortes ou maior módulo de elasticidade) para o substrato metálico
(ligações químicas mais fracas ou menor módulo de elasticidade) (CALLISTER, 2002).
Comparando os conjugados do aço não temperado estudados (Tabela V.3), o conjugado
AA, nas menores cargas aplicadas (de 32 a 100 mN- maior influência do filme), apresentou
módulos de elasticidade superiores ao conjugado BA. Este resultado corrobora o fato de
filmes bifásicos (estruturas CFC e hexagonal) apresentarem dulos de elasticidade
superiores a filmes monofásicos CFC (KUTSCHEJ, 2005; SHUM, 2003). Os valores de
módulo de elasticidade do conjugado BA/ H13 não temperado (filme CFC) não variaram
muito com a profundidade. O contrário é observado para o conjugado AA (filme bifásico),
em que variação do módulo de elasticidade com a profundidade, indicando o maior
gradiente de intensidade das ligações químicas entre o filme AA e o substrato H13 não
temperado (CALLISTER, 2002).
Os ensaios de penetração instrumentada (Tabela V.2) evidenciaram que a deposição dos
filmes Ti
1-x
Al
x
N BA e AA sobre o aço H13 temperado e revenido aumentou a sua dureza
superficial, fator que provavelmente influenciará o seu desempenho em desgaste
(WILLIAMS, 2005;
LEYLAND, 2000)
. Este fato foi observado em todas as cargas aplicadas,
inclusive na maior carga (1900 mN), correspondente à maior influência do substrato.
O aumento do teor de alumínio do filme do conjugado Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido
(Tabela V.2) diminuiu substancialmente a dureza do filme Ti
1-x
Al
x
N (durezas
correspondentes à maior influência do filme- carga 32, 50, 300 e 100 mN e profundidade
em torno de 0,2
µ
m).
A dureza obtida com a menor carga aplicada (32 mN) corresponde a uma profundidade de
penetração (aproximadamente 0,3
µ
m), que é aproximadamente, menor ou igual à um
décimo das espessuras dos filmes (em torno de 3,8 µm para o BA/H13 não temperado; 3
µm para o AA/ H13 não temperado; 1 µm para o BA/H13 temperado e revenido e 3 µm
para o AA/ H13 temperado e revenido). Assim, o efeito do substrato pode ser desprezado
na dureza medida a esta faixa de carga (SPAIN, 2005; DING, 2005).
Este resultado está de acordo com estudos realizados por (HASEGAWA, 2004; ZHOU,
1999; SHUM, 2003) que demonstraram que filmes Ti
1-x
Al
x
N com estrutura hexagonal
apresentam dureza inferior à dureza dos filmes Ti
1-x
Al
x
N com estrutura cristalina bifásica
Ti
1-x
Al
x
N-CFC e hexagonal, sendo os filmes AA e BA Ti
1-x
Al
x
N estudados,
respectivamente. Am disso, estes resultados corroboram os resultados do teste de adesão
(Figura 5.8), que demonstram que as trincas do conjugado BA apresentam espaçamento
inferior às do conjugado AA, sugerindo que o conjugado BA (filme bifásico) é menos
tenaz ou mais duro (ZHANG, 2005).
A diferença significativa observada entre os valores de dureza dos filmes BA e AA
depositados sobre o aço H13 temperado e revenido (Tabela V.2), sugere diferença entre as
resistências ao desgaste destes conjugados.
Supõe-se que o conjugado BA/ H13 temperado (filme bifásico e bem mais duro) terá
melhor desempenho em desgaste do que o conjugado AA (filme hexagonal), pois em
muitas situações, quanto maior a dureza do material, maior será a sua resistência ao
desgaste (HUTCHINGS, 1992).
A comparação entre os substratos H13 não temperado e H13 temperado evidencia que os
tratamentos de têmpera e revenimento do aço H13 aumentaram a sua dureza superficial,
fato observado a 1900 mN.
Os valores de módulos de elasticidade obtidos para o aço temperado e revenido e seus
conjugados (Tabela V.4) evidenciam que, comparando os conjugados, o sistema BA (filme
bifásico) Ti
1-x
Al
x
N apresentou módulos de elasticidade dios superiores (até a carga de
100 mN- maior influência do filme).
Considerando as cargas de maior influência do filme (32 a 100 mN), esta diferença pode ser
explicada pelo fato deste filme apresentar-se bifásico (com uma estrutura CFC e a outra
hexagonal), faixa de transição entre um filme mais metálico (com alunio em solução
sólida na estrutura do CFC), para um filme cerâmico (com solução lida na estrutura
hexagonal).
Estes resultados comprovam a literatura, que evidencia que a redução do módulo de
elasticidade com o aumento do teor de alumínio do filme Ti
1-x
Al
x
N e com a mudança de
estrutura do campo bifásico para o campo hexagonal.
Observa-se que, na carga de 1900 mN, o o H13 temperado apresentou módulo de
elasticidade inferior aos dos conjugados, provavelmente devido ao fato do aço apresentar
maior predomínio de ligações metálicas (fase Fe CCC e carbono em solução lida em
maior quantidade e a fase cerâmica Cr
7
C
3
em menor quantidade), em comparação com as
fases dos filmes, resultando em menores valores de módulo de elasticidade (KUTSCHEJ,
2005; PALDEY, 2003;
CALLISTER, 2002).
Tabela V.1- Valores de dureza do substrato H13 não temperado e seus conjugados.
Força
(mN)
H
IT
Médio
(GPa)
Desvio-padrão
(GPa)
Hmáx
(
µ
m)
Desvio-padrão
(
µ
m)
BA Ti
1
-
x
Al
x
N /H13o temperado (filme CFC)
32
30,824
5,754
0,267
0,017
50
20,145
2
,781
0,392
0,019
100
6,540
0,402
0,862
0,020
300
3,478
0,156
1,957
0,039
1000
2,752
0,041
3,937
0,091
1900
2,544
0,068
5,578
0,049
AA Ti
1
-
x
Al
x
N /H13 não temperado (filme bifásico)
32
44,265
7,997
0,231
0,015
50
32,263
5,760
0,320
0,022
100
25,508
2
,645
0,492
0,020
300
7,209
0,764
1,435
0,056
1000
3,026
0,041
3,830
0,023
1900
2,916
0,068
5,328
0,049
H13 não temperado
1900
2,536
0,10
5,71
0,14
Tabela V.2-Valores de dureza do substrato H13 temperado e revenido e seus conjugados.
Força
(mN)
H
IT
dio
(GPa)
Desvio-padrão
(GPa)
Hmáx
(
µ
m)
Desvio-padrão
(
µ
m)
BA Ti
1-x
Al
x
N /H13 temperado e revenido (filme bifásico)
32
52,43
9,29
0,22
0,01
50
42,20
5,58
0,30
0,01
100
24,43
4,12
0,51
0,03
300
15,90
2,13
1,10
0,04
1000
9,27
0,50
2,46
0,07
1900
8,08
0,36
3,54
0,12
AA Ti
1
-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (filme hexagonal)
32
14,32
1,36
0,35
0,01
50
10,76
0,99
0,48
0,02
100
8,68
0,55
0,75
0,02
300
8,38
0,41
1,31
0,02
1000
7,75
0,44
2,49
0,05
1900
7,56
0,25
3,43
0,05
H13 temperado e revenid
o
1900
6,26
0,23
6,04
0,14
Tabela V.3- Valores de módulos de elasticidade do substrato H13 não temperado e seus
conjugados.
Força
(mN)
E Médio
(GPa)
Desvio-padrão
(GPa)
hmáx
(
µ
m)
Desvio-padrão
(
µ
m)
BA Ti
1
-
x
Al
x
N /H13o temperado (filme CFC)
32
481,87
67,27
0,267
0,017
50
388,45
67,54
0,392
0,019
100
362,75
58,40
0,862
0,020
300
376,32
20,41
1,957
0,039
1000
396,33
17,36
3,937
0,091
1900
401,55
19,81
5,578
0,049
AA Ti
1
-
x
Al
x
N /H13 não temperado (filme bifásico)
32
578,59
68,04
0,231
0,015
50
536,39
68,02
0,320
0,022
100
456,68
32,28
0,492
0,020
300
246,54
21,84
1,435
0,056
1000
191,49
5,18
3,830
0,023
1900
203,90
9,81
5,328
0,049
H13 não temperado
1900
147,36
42,96
5,71
0,14
Tabela V.4-Valores de módulos de elasticidade do substrato H13 temperado e revenido e
seus conjugados.
Força
(mN)
E Médio
(GPa)
Desvio-padrão
(GPa)
hmáx
(
µ
m)
Desvio-padrão
(
µ
m)
BA Ti
1-x
Al
x
N /H13 temperado e revenido (filme bifásico)
32
707,36
85,28
0,22
0,01
50
555,99
51,41
0,30
0,01
100
412,43
49,39
0,51
0,03
300
233,59
30,54
1,10
0,04
1000
197,01
24,33
2,46
0,07
1900
207,74
35,58
3,54
0,12
AA Ti
1
-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (filme hexagonal)
32
468,25
81,40
0,35
0,01
50
420,80
82,27
0,48
0,02
100
322,35
1
1,64
0,75
0,02
300
459,49
42,07
1,31
0,02
1000
370,88
51,45
2,49
0,05
1900
470,66
25,39
3,43
0,05
H13 temperado e revenido
1900
312,43
17,86
4,88
0,53
5.4.2 Comparação entre os valores de dureza obtidos para os sistemas
A comparação realizada entre os valores médios de dureza obtidos a 1900 mN, feita através
do “Software Minitab” (teste estatístico “t sudent), para os sistemas aço H13 temperado e
seus conjugados, está mostrada nas Tabelas V.5 e V.6.
O fato dos valores de p obtidos serem menores que
α
(0,05), indica que a hipótese H
0
(as
durezas médias são iguais) deve ser rejeitada, ou seja, com 95% de confiança, as durezas
médias obtidas a 1900 mN são diferentes, quando se compara o conjugado BA com o AA/
H13 temperado e cada conjugado com o substrato aço H13 temperado (Tabela V.5)
Tabela V.5- Comparação entre as durezas a 1900 mN para o aço H13 temperado e revenido
e seus conjugados.
Força 1900mN
MÉDIAS
COMPARADAS
Valor de
p
RESULTADO
AA e H13 0,000 Não são iguais
BA e H13 0,000 Não são iguais
AA e BA 0,001 Não são iguais
Os resultados dos testes estatísticos realizados para comparar as durezas dos conjugados
obtidas a 32mN, estão contidos na Tabela V.6.
Tabela V.6- Comparação entre as durezas a 32 mN dos conjugados do aço temperado e
revenido.
Foa 32mN
MÉDIAS
COMPARADAS
Valor
de p
RESULTADO
BA e AA 0,000 Não são iguais
BA e AA 0,000 BA > AA
De acordo com a Tabela V.6, conclui-se com 95% de confiança, que as durezas dos
conjugados AA e BA Ti
1-x
Al
x
N/ H13 temperado o diferentes e o conjugado BA (filme
bifásico) apresenta dureza superior, em comparação ao conjugado AA (filme hexagonal)
(valor de p
<
que 0,05, possibilitando rejeitar a hipótese H0).
O teste estatístico t sudent”, realizado para estabelecer a comparação entre os valores
médios de dureza obtidos para os sistemas o temperados está demonstrado nas Tabelas
V.7 e V.8.
Para a carga de 1900mN, o valor de p obtido foi menor que
α
(0,05), indicando que a
hipótese H
0
deve ser rejeitada, ou seja, as dias dos valores de dureza não são iguais,
comparando o conjugado BA com o AA/ H13 não temperado e cada conjugado com o
substrato aço H13 não temperado com 95% de confiança (Tabela V.7).
Tabela V.7- Comparação entre as durezas a 1900 mN para o aço H13 não temperado e seus
conjugados.
Força 1900mN
MÉDIAS
COMPARADAS
Valor
de p
RESULTADO
AA e H13 0,000 Não são iguais
BA e H13 0,001 Não são iguais
AA e BA 0,000 Não são iguais
Na carga de 32 mN, os testes estatísticos realizados para verificar a diferença entre as
durezas dos conjugados estão demonstrados na Tabela V.8.
Tabela V.8- Comparação entre as durezas a 32 mN dos conjugados do aço não temperado.
Foa 32mN
MÉDIAS
COMPARADAS
Valor
de p
RESULTADO
BA e AA 0,001 Não são iguais
BA e AA 0,001 AA > BA
Os valores de dureza a 32 mN (maior influência do filme) dos conjugados AA e BA Ti
1-
x
Al
x
N/ H13 não temperados, com 95% de confiança, são diferentes. Além disso, pode-se
afirmar com 95% de confiança, que o valor da dureza do conjugado AA (filme bifásico) é
maior que a dureza do conjugado BA (filme CFC) (valor de p menor que 0,05, o que
implica que a hitese H0 deve ser rejeitada).
5.4.3 Valores de H/E obtidos para os sistemas
As Tabelas V.9 e V.10 contêm novamente os valores de dureza e de módulo de elasticidade
dos sistemas estudados, incluindo o quociente entre eles ou (H/E).
Em relação aos sistemas do o H13 não temperado (Tabela V.9), observa-se que o
conjugado AA (filme bifásico) apresentou razão H/E superior ao conjugado BA (filme
CFC) em todas as cargas aplicadas, sugerindo maior deformação elástica até a falha em
desgaste. Nesse caso, a razão H/E tamm constitui e deve ser considerada um fator
determinante, além da dureza dos filmes, na comparação do desempenho em desgaste dos
conjugados do aço não temperado (BEAKE, 2006; LEYLAND, 2000; PHARR, 1998).
Os valores de H/E obtidos para os sistemas do o temperado e revenido (Tabela V.10)
demonstram que o conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico) apresentou valores superiores
de H/E em comparação ao conjugado AA (filme hexagonal) , em todas as cargas e
profundidades de penetração referentes aos valores de H e E medidos. Este resultado sugere
que o conjugado BA deverá obter maior deformação elástica até a falha em desgaste, fator
positivo para otimizar o seu desempenho em desgaste, em comparação ao outro conjugado.
Ressalta-se que este conjugado BA (filme bifásico) apresenta duas caractesticas positivas
em relação ao desgaste, dureza superior e H/E superior, quando comparado ao outro
conjugado AA (filme hexagonal). Considerando a carga de 1900 mN, este conjugado
também apresentou H/E superior ao do aço H13 temperado e revenido, o que também
sugere o seu melhor desempenho em desgaste quando comparado ao aço sem revestimento.
A alta dureza do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico),
associada ao seu alto H/E podem otimizar o seu desempenho em desgaste (BEAKE, 2006;
LEYLAND, 2000; PHARR, 1998).
Tabela V.9- Razão H/E do aço não temperado e seus conjugados.
Sistema H/E
BA Ti
1-x
Al
x
N /H13
não temperado
(filme CFC)
0,0639
0,0519
0,0180
0,0092
0,0069
0,0063
AA Ti
1-x
Al
x
N /H13
não temperado
(filme bifásico)
0,0765
0,0601
0,0559
0,0292
0,0158
0,0143
H13 não temperado
0,0172
Tabela V.10- Razão H/E do aço temperado e revenido e seus conjugados.
Sistema H/E
BA Ti
1-x
Al
x
N /H13
temperado e
revenido
(filme bifásico)
0,074
0,0759
0,0592
0,0681
0,0471
0,0389
AA Ti
1-x
Al
x
N /H13
temperado e
revenido
(filme hexagonal)
0,0306
0,0256
0,0269
0,0182
0,0209
0,016
H13 temperado e
revenido
0,0296
5.5 Perfilometria após o desgaste
5.5.1 Perfilometria após o desgaste contra Si
3
N
4
5.5.1.1 Aço H13 não temperado e seus conjugados
As imagens topográficas das texturas superficiais dos sistemas estudados após o desgaste e
a metodologia para a estimativa do volume de desgaste (item 4.7) estão ilustradas nas
seguintes figuras.
Comparando os conjugados AA Ti
1-x
Al
x
N e BA Ti
1-x
Al
x
N do H13 não temperado, observa-
se que a superfície após o uso do recurso de remoção de forma do segundo conjugado
apresentou amplitude total (distância entre o pico mais alto e o vale mais profundo)
(Figuras 5.24 e 5.25) ligeiramente superior (17,5
µ
m) à superfície do primeiro conjugado
(11,9
µ
m) (HOMMELMAP 4.0). Embora o parâmetro amplitude total não esteja
diretamente associado à taxa de desgaste do material, que depende do volume
(HUTCHINGS, 1992), a maior amplitude total do perfil do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) sugere seu o maior desgaste, considerando a comparação entre estes conjugados. Este
fato é corroborado através da superfície invertida (em que os picos tornam-se vales) e de
sua densidade de picos. As imagens de ambos os conjugados após o desgaste tiveram
amplitude total inferior ao perfil do aço H13 não temperado (amplitude 31,5
µ
m- Figura
5.23), o que sugere o maior desgaste do aço sem recobrimento. Este fato também é
confirmado através das imagens dos perfis invertidos (Figuras 5.26, 5.27 E 5.28)
(HOMMELMAP 4.0).
µm
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
31.5 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 30°
Figura 5.23- Superfície após remoção de forma do aço H13 não temperado.
Figura 5.24- Superfície após remoção de forma do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não
temperado (filme CFC).
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
17.5 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 30°
Figura 5.25- Superfície após remoção de forma do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não
temperado (filme bifásico).
As densidades de picos dos perfis invertidos (que correspondem aos vales dos perfis sem
inversão) (Figuras 5.26 a 5.31) demonstram que a superfície do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N
(filme CFC) apresenta a maior concentração de picos por mm
2
(em torno de 27
picos/mm
2
) em amplitudes em torno de 5
µ
m, sendo que a superfície do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N (filme bifásico) possui a maior concentração de picos em torno de 45 picos/mm
2
em
amplitudes de aproximadamente 3
µ
m. Estes resultados indicam a superior concentração de
vales de maiores amplitudes para o conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/ H13 não temperado,
monofásico CFC, sugerindo o maior desgaste deste conjugado, em comparação ao
conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N. Comparando o o não temperado e seus conjugados, observa-se
que a superfície invertida do aço H13 sem revestimento, com maior concentração de picos
em torno de 9 picos/mm
2
em amplitudes de aproximadamente 5 a 7
µ
m e o conjugado BA,
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
11.9 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 30°
apresentaram as maiores concentrações de vales de maior amplitude, sugerindo o menor
desgaste do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/ H13 não temperado (filme bifásico).
De acordo com os histogramas de densidade de picos das superfícies invertidas, para
delimitar a região do traço de desgaste, realizou-se um corte em amplitudes
correspondentes ao início do traço de desgaste nestes perfis. Assim, o corte foi feito em
amplitudes inferiores a 4,9
µ
m no perfil do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N, a amplitudes menores
que 2,8
µ
m no perfil do AA Ti
1-x
Al
x
N e em amplitudes inferiores a 5
µ
m no perfil do aço
H13 (ver Figuras 5.29 a 5.31).
µm
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
31.5 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.26- Superfície invertida do aço H13 não temperado.
Figura 5.27- Superfície invertida do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme
CFC).
Figura 5.28- Superfície invertida do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme
bifásico).
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
17.5 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 30°
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
11.9 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 30°
0 5 10 15 20 25 30 µm
pks/mm2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Particles Count Histogram
Figura 5.29- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do aço H13 não
temperado.
0 2 4 6 8 10 12 14 16 µm
pks/mm2
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
Particles Count Histogram
Figura 5.30- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do conjugado BA
Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC).
Figura 5.31- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do conjugado AA
Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico).
As superfícies invertidas do aço H13 não temperado e de seus conjugados, obtidos após o
primeiro procedimento de corte, realizado para delimitar a região do traço de desgaste, são
ilustrados nas Figuras 5.32, 5.33 e 5.34. De acordo com estas imagens, observa-se que a
largura do traço de desgaste e a amplitude total do perfil do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13
não temperado (filme CFC) são superiores à largura do traço de desgaste e amplitude do
conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico), o que corrobora a evidência de um maior
desgaste do primeiro conjugado. Na comparação entre os três sistemas estudados, ressalta-
se que o perfil do aço H13 não temperado sem revestimento apresenta a maior amplitude
total, o que sugere o seu maior desgaste em comparação aos sistemas recobertos. Este fato é
0 2 4 6 8 10 µm
pks/mm2
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Particles Count Histogram
confirmado pelas imagens dos perfis sem inversão (retorno à posição inicial após o corte-
Figuras 5.35, 5.36 e 5.37).
µm
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
26.4 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.32- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do aço H13 não temperado.
Figura 5.33- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC).
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
12.5 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.34- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico).
As imagens sem inversão (retorno à posição inicial após o corte) estão contidas nas Figuras
5.35, 5.36 e 5.37.
µm
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
26.4 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 30°
Figura 5.35- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do aço H13 não temperado.
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
9.1 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.36- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC).
Figura 5.37- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme
bifásico).
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
12.5 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
9.1 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
As imagens após o segundo corte (de 10 a 100%) nos perfis sem inversão para excluir os
picos mais altos (10%), que provavelmente correspondem à rugosidade da superfície e que
existem na superfície mesmo as o primeiro corte realizado, estão ilustradas nas Figuras
5.38, 5.39 e 5.40.
µm
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
23.3 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 30°
Figura 5.38- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do aço
H13 não temperado.
Figura 5.39- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do
conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC).
Figura 5.40- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do
conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico).
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
7
7.5
8
8.5
8.67 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
6.67 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
As imagens das superfícies estudadas após o procedimento de “Erase Defects”, usado para
estabelecer o plano de referência e excluir toda a rugosidade externa aos traços de desgaste
estão demonstradas nas Figuras 5.41, 5.42 e 5.43. Estas imagens confirmam, após
estabelecer um plano de referência, a maior amplitude total do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N,
quando comparado ao outro conjugado, evidenciando a maior distância do plano médio ao
vale mais profundo do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N (filme CFC), o que sugere a superior
profundidade de desgaste deste conjugado. Estas imagens também corroboram a maior
amplitude e superior largura do traço de desgaste do aço H13 não temperado sem
revestimento, comparado aos sistemas recobertos.
µm
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
23.3 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 30°
Figura 5.41- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do aço H13 não temperado.
Figura 5.42- Superfície sem inversão as o “Erase Defects” do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC).
Figura 5.43- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico).
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
7
7.5
8
8.5
8.67 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
6.67 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Os volumes e profundidades de vales (correspondentes ao volumes e profundidades dos
traços de desgaste) obtidos da superfície após o “Erase Defects(Figuras 5.44, 5.45 e 5.46)
evidenciam que a superfície do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado apresentou
volume de desgaste (volume de buracos) igual a 0,0531 mm
3
, 108% superior ao volume da
superfície do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N (0,0255 mm
3
), corroborando a maior taxa de
desgaste (volume/distância de deslizamento) (HUTCHINGS, 1992) do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N monofásico CFC, que apresenta menor dureza e menor razão H/E, além de melhor
adesão do filme ao aço H13 não temperado. Ressalta-se que a superfície do conjugado BA
Ti
1-x
Al
x
N apresentou, respectivamente, profundidades de desgaste xima e média em
torno de 30% e 140 % superiores, iguais a 8,67 e 4,82
µ
m, contra 6,67 e 2,01
µ
m do
conjugado AA bifásico CFC e hexagonal, o que confirma o melhor desempenho do
conjugado AA em desgaste.
A superfície do aço H13 não temperado sem revestimento apresentou o maior volume de
desgaste (0,215 mm
3
) e as maiores profundidade xima (23,3 µm) e média (12,4 µm),
quando comparado aos conjugados (Figuras 5.44, 5.45 e 5.46), indicando que a deposição
dos filmes Ti
1-x
Al
x
N monofásicos CFC e bifásicos protegeu o aço H13 não temperado
contra o desgaste.
Hole
Surface (mm2) 17.3 0
Volume (mm³) 0.215 0
Max. depth/height (µm) 23.3 0
Mean depth/height (µm) 12.4 0
Figura 5.44- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do aço H13 não
temperado.
Figura 5.45- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC).
Hole
Surface (mm2) 11 0
Volume (mm³) 0.0531 0
Max. depth/height (µm) 8.67 0
Mean depth/height (µm) 4.82 0
Hole
Surface (mm2) 12.7 0
Volume (mm³) 0.0255 0
Max. depth/height (µm) 6.67 0
Mean depth/height (µm) 2.01 0
Figura 5.46- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico).
Os valores dos volumes de desgaste obtidos através dos três testes realizados (um teste e
duas réplicas) para cada sistema conjugado e dois testes (um teste e uma réplica) para o aço
não temperado, além do volume médio e do desvio padrão, estão contidos na Tabela V.11.
Através desta tabela, observa-se que os valores médios de volumes de desgaste e seus
desvios padrão, obtidos para os conjugados do aço não temperado corroboram o maior
desgaste do conjugado BA (filme CFC) , em relação ao conjugado AA (filme bifásico). Os
valores da tabela também corroboram o maior desgaste do aço H13 não temperado sem
revestimento, dentre os sistemas estudados.
Ressalta-se diferença considerável entre os volumes dos conjugados estudados, sendo a
diferea média de volume de aproximadamente 82%. O volume de desgaste do aço H13
é, em média, 656 % maior que o do conjugado AA e 315% superior ao do conjugado BA.
Tabela V.11- Volumes de desgaste estimados por perfilometria para os sistemas do aço
H13 não temperado.
Volumes de
desgaste
(mm
3
)
Volume
dio
Desvio
padrão
Aço H13
não temperado
0,1905
0,0346
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme CFC)
0,0459
0,0105
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme bifásico)
0,0252
0,003
Para validar a metodologia elaborada através da perfilometria para a determinação do
volume de desgaste dos sistemas, estimou-se o volume de desgaste utilizando a
metodologia proposta pela Norma ASTM G 99-05 (itens 3.1 e 4.7), que estabelece o
cálculo do volume de desgaste a partir das larguras médias e dos raios dos traços de
desgaste. As Figuras 5.47, 5.48 e 5.49 demonstram a medição das larguras dos traços de
desgaste. O valor da largura do traço de desgaste corresponde às distâncias horizontal e
obliqua entre os pontos assinalados no traço.
Cursor 1 Cursor 2
X = 7.06 mm X = 7.84 mm
Y = 3.49 mm Y = 3.49 mm
Z = 19.4 µm Z = 16.1 µm
Horizontal distance 0.784 mm
Variation in height 3.29 µm
Oblique distance 0.784 mm
Figura 5.47- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste da superfície
do aço H13 não temperado.
Figura 5.48- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste da superfície
do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme CFC).
Cursor 1 Cursor 2
X = 1.61 mm X = 1.03 mm
Y = 3.92 mm Y = 3.93 mm
Z = 4.73 µm Z = 5.25 µm
Horizontal distance 0.577 mm
Variation in height 0.52 µm
Oblique distance 0.577 mm
Figura 5.49- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste Da superfície
do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico).
A Tabela V.12 contém os valores das larguras dos traços de desgaste medidos e as larguras
médias para os sistemas do aço não temperado. Observa-se variação entre os valores de
largura do traço de desgaste de um mesmo sistema, sugerindo o desgaste o uniforme.
Além disso, ao analisar o desvio padrão dos valores da largura média dos conjugados ,
verifica-se que os traços de desgaste dos conjugados apresentaram valores muito próximos
de largura, parâmetro que não diferencia o seu desempenho em desgaste. Ressalta-se que o
traço de desgaste do o H13 não temperado sem revestimento apresentou largura média
ligeiramente maior, confirmando o seu maior desgaste na comparação entre os sistemas
estudados. Os valores de largura dos traços de desgaste estimados por perfilometria estão
na mesma ordem de grandeza de estudos recentes contidos na literatura, sobre o desgaste de
filmes Cr
1-x
Al
x
N contra esferas de Si
3
N
4
6 mm (mesmas condições experimentais deste
trabalho), cuja largura do traço de desgaste variou entre 0,26 e 0,59 mm (BOBZIN, 2007).
Cursor 1 Cursor 2
X = 7.16 mm X = 7.53 mm
Y = 4.27 mm Y = 4.38 mm
Z = 4.13 µm Z = 5.32 µm
Horizontal distance 0.392 mm
Variation in height 1.19 µm
Oblique distance 0.392 mm
Tabela V.12 - Estimativa da largura do traço de desgaste dos sistemas do aço H13 não
temperado.
Larguras
(mm)
Primeira
medição
Segunda
medição
Terceira
medão
Quarta
Medição
Largura
dia
Desvio
padrão
Aço H13
não temperado
0,683 0,734 0,924 0,784 0, 781 0,104
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme CFC)
0,645 0,47 0,699 0,577 0, 598 0,099
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme bifásico)
0,616 0,409 0,392 0,659 0, 519 0,138
A Figura 5.50 demonstra a medição por perfilometria e a conseqüente confirmação do
diâmetro do traço de desgaste do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado, dado
fornecido ao software do Tribômetro antes de iniciar o teste de desgaste. A confirmação ou
verificação do valor do diâmetro do traço ocorreu com o objetivo de aumentar a
confiabilidade do uso do raio do traço de desgaste no posterior lculo do volume através
do procedimento da Norma ASTM G 99-05. Utilizou-se o procedimento de “Distância de
Medição” do software
Mountains
, que determina a distância entre dois pontos definidos ao
longo do traço de desgaste. O raio do traço de desgaste corresponde à distância horizontal
da Figura 5.50. O valor de distância horizontal igual a 6,07 mm confirma que diâmetro do
traço de desgaste é aproximadamente 6 mm, sendo 3 mm o seu raio.
Figura 5.50- Demonstração da determinação do diâmetro do traço de desgaste da superfície
do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 não temperado (filme bifásico).
A Tabela V.13 contém os valores dos volumes de desgaste dos sistemas no aço não
temperado, estimados através do procedimento da Norma ASTM G 99-05, obtidos a partir
dos valores das larguras dias obtidas e dos raios do traço de desgaste e da esfera de
Si
3
N
4
, procedimento descrito no item 3.1. Através da tabela, observa-se que o
procedimento descrito na Norma para a determinação do volume de desgaste corrobora a
metodologia que utiliza a perfilometria, pois ambos evidenciam que o conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N (filme CFC) no aço não temperado apresentou volume de desgaste superior,
comparando os conjugados estudados e o aço H13 sem revestimento apresentou maior
volume de desgaste médio que os sistemas recobertos.
Cursor 1 Cursor 2
X = 1.16 mm X = 7.23 mm
Y = 3.98 mm Y = 4.21 mm
Z = 2.91 µm Z = 4.25 µm
Horizontal distance 6.07 mm
Variation in height 1.34 µm
Oblique distance 6.07 mm
Tabela V.13 - Volumes de desgaste estimados do procedimento da Norma ASTM G 99-05
para os sistemas do aço H13 não temperado.
Volumes de
desgaste
(mm
3
)
Volume
dio
Desvio
Padrão
Aço H13
não temperado
0,225
0,0339
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme CFC)
0,1557
0,0418
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme bifásico)
0,0828
0,0093
A Tabela V.14, para efeito de comparação, contém os volumes de desgaste estimados
através da perfilometria tridimensional e os volumes de desgaste estimados através da
Norma ASTM G 99-05. Observa-se diferenças significativas entre os valores de volume de
desgaste calculados através dos dois procedimentos, o que pode ser explicado pelo fato da
Norma ASTM G 99-05 utilizar a largura do traço de desgaste para estimar o volume. Este
procedimento considera a largura constante e o desgaste da esfera desprezível em relação
ao desgaste da amostra. Entretanto, observa-se que os traços de desgaste dos sistemas
estudados apresentaram variação de largura, fato demonstrado nas imagens de perfilometria
e nos valores de largura estimados para cada sistema (Tabela V.12). Assim, para um traço
de desgaste não-uniforme (com variação de largura), a metodologia elaborada através da
perfilometria mostrou-se mais precisa do que a metodologia descrita pela Norma ASTM G
99-05, devido ao fato da metodologia proposta estimar o volume correspondente à toda a
região do traço de desgaste, o que considera a variação de largura (heterogeneidade)
existente. Ressalta-se a menor diferença (18 %) entre os volumes obtidos através dos dois
procedimentos, para o perfil do aço H13 sem revestimento.
Tabela V.14- Comparação entre os procedimentos de perfilometria e da Norma ASTM G
99-05 na determinação dos volumes de desgaste dos sistemas doo não temperado.
Sistemas
Volume médio de
desgaste obtido por
perfilometria
Volume médio de
desgaste estimado
através da Norma
ASTM G 99-05
Diferença percentual
[(Volume Norma -
Volume perfilom)/
Volume perfilom]
x 100
Aço H13
não temperado
0,1905 ± 0,0346
0,225 ± 0,0339
18 %
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme CFC)
0,0459 ± 0,0105
0,1557 ± 0,0418
239 %
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme bifásico)
0,0252 ± 0,0030
0,0828 ± 0,0093
229 %
A Tabela V.15, que ilustra os valores das taxas e dos coeficientes de desgaste estimados
para os conjugados, demonstra que na mesma carga aplicada no teste de desgaste, o
conjugado monofásico CFC Ti
1-x
Al
x
N apresentou a maior taxa de desgaste Q (8,11 x 10
-5
mm
3
/m) e os maiores coeficientes de desgaste adimensional (K) e dimensional (k)
(HUTCHINGS, 1992), em comparação com o conjugado bifásico Ti
1-x
Al
x
N , com taxa de
desgaste Q igual a 4,45 x10
-5
mm
3
/m.
Estes resultados indicam e corroboram a menor resistência ao desgaste do conjugado BA
Ti
1-x
Al
x
N/ H13 não temperado, dentre os conjugados. Os valores obtidos para os
coeficientes de desgaste adimensional (que depende da dureza do material) evidenciam que,
em todas as durezas medidas, o conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N (filme CFC) apresentou maiores
coeficientes de desgaste, o que confirma o pior desempenho deste conjugado em desgaste.
Este fato é confirmado pelos valores de coeficiente de desgaste dimensional (k) obtidos.
Ressalta-se a diferença de uma ordem de grandeza entre os valores deste coeficiente,
obtidos quando se compara os conjugados estudados, sugerindo que o conjugado BA
monofásico CFC apresentou consideravelmente menor resistência ao desgaste do que o
conjugado bifásico, sendo a resistência ao desgaste igual a 1/k (Tabela V.16)
(HUTCHINGS, 1992). A taxa de desgaste Q do aço H13 não temperado sem revestimento
foi superior à taxa dos sistemas recobertos (Tabela V.15) e sua resistência ao desgaste 1/k
foi inferior (Tabela V.16), o que corrobora a proteção do filme Ti
1-x
Al
x
N contra o desgaste
do aço H13 não temperado.
Deve ser enfatizado que o coeficiente de desgaste dimensional (k), por o depender da
dureza do material conjugado, torna-se um parâmetro mais abrangente e preciso para a
avaliação do desgaste, devido à dificuldade existente na escolha do (s) valor (es) de dureza
do conjugado, procedimento necessário para a avaliação do desgaste através do coeficiente
de desgaste adimensional (K). Os valores de k encontrados na Tabela V.15 são
comparáveis a valores encontrados na literatura. Testes de desgaste realizados por Bobzin
et. al. (2007) de conjugados Cr
1-x
Al
x
N desgastados contra esferas de Si
3
N
4
6 mm (mesmas
condições experimentais deste trabalho), estimaram para estes conjugados valores de k
entre 0,1 e 13 x 10
-5
m
2
/ N (BOBZIN, 2007). Ressalta-se o fato do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/ H13 o temperado ter apresentado melhor desempenho em desgaste que o
conjugado BA, apesar de evidências do filme do primeiro conjugado possuir adesão pior ao
aço. Este resultado evidencia que, para os sistemas do aço não temperado, a alta dureza do
filme Ti
1-x
Al
x
N e a alta razão H/E influenciaram mais o desgaste dos conjugados do que a
adesão dos filmes em relação ao substrato.
Ressalta-se que os valores de coeficientes de desgaste K encontrados são da ordem de 10
-5
e 10
-4
, indicando que o desgaste não foi severo (não houve alta taxa de desgaste). A
literatura considera desgaste severo quando K está entre 10
-4
e 10
-2
(HUTCHINGS, 1992).
Estes resultados corroboram a validação da metodologia utilizada através da perfilometria
tridimensional para a determinação do volume de desgaste e, consequentemente, da taxa de
desgaste dos materiais estudados.
Tabela V.15- Taxa e coeficientes de desgaste do aço H13 não temperado e seus conjugados.
Sistemas W
(N)
S
(m)
V
(mm
3
)
Q
(mm
3
/m)
HIT
(GPa)
K k
(m
2
/N)
Aço H13
não temperado
7 565,8
0,1905 3,37 x 10
-4
2,536 1,22 x 10
-4
4,8 x10
-5
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme CFC)
7 565,8
0,0459
8,11 x 10
-5
30,824
20,145
6,540
3,478
2,752
2,544
3,57 x 10
-4
2,33 x 10
-4
7,5 x 10
-5
4,02 x 10
-5
3,18 x 10
-5
2,95 x 10
-5
1,16 x10
-5
1,16 x10
-5
1,16 x10
-5
1,16 x10
-5
1,16 x10
-5
1,16 x10
-5
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme bifásico)
7 565,8
0,0252
4,45 x 10
-5
44,265
32,263
25,508
7,209
3,026
2,916
2,81 x 10
-4
2,05 x 10
-4
1,62 x 10
-4
4,58 x 10
-5
1,92 x 10
-5
1,85 x 10
-5
6,4 x 10
-6
6,4 x 10
-6
6,4 x 10
-6
6,4 x 10
-6
6,4 x 10
-6
6,4 x 10
-6
W: Carga aplicada no teste de desgaste; S: Distância de deslizamento; V: Volume estimado
por perfilometeria; Q: Taxa de desgaste; HIT: Dureza medida em cada carga do teste de
dureza; K: Coeficiente de desgaste adimensional; k: Coeficiente de desgaste dimensional.
Tabela V.16- Resistência ao desgaste do aço H13 não temperado e seus conjugados.
Sistemas 1/k
(N /m
2
)
Aço H13
não temperado
2,08 x 10
4
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme CFC)
8,62 x 10
4
8,62 x 10
4
8,62 x 10
4
8,62 x 10
4
8,62 x 10
4
8,62 x 10
4
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme bifásico)
1,56 x 10
5
1,56 x 10
5
1,56 x 10
5
1,56 x 10
5
1,56 x 10
5
1,56 x 10
5
5.5.1.2 Aço H13 temperado e revenido e seus conjugados
A perfilometria após o desgaste do aço H13 temperado e revenido e seus conjugados está
demonstrada nas seguintes figuras . Através das Figuras 5.52 e 5.53, observa-se que a
superfície as o uso do recurso de remoção de forma do conjugado AA monofásico
hexagonal apresentou amplitude total (12,2
µ
m) (distância entre o maior pico e o vale mais
profundo) superior à do conjugado BA bifásico (9,21
µ
m) (HOMMELMAP 4.0), o que
pode evidenciar o maior desgaste do primeiro conjugado, comparando os conjugados
estudados. O mesmo fato é observado na comparação entre a amplitude total da superfície
do aço temperado e revenido (15,9
µ
m) em relação aos perfis dos seus conjugados (Figuras
5.51, 5.52 e 5.53). Ressalta-se a existência de picos (demonstrados pelas figuras) que
interferem na amplitude total e o fazem parte dos traços de desgaste, correspondendo à
rugosidade das superfícies. Este fato confirma a necessidade de realização dos
procedimentos de corte nas superfícies dos conjugados estudados, o que é confirmado
através das análises das superfícies invertidas em relação ao eixo z (Figuras 5.54, 5.55 e
5.56), em que os picos tornam-se vales e vice-versa. Além disso, observa-se que as imagens
sem inversão e invertidas dos conjugados demonstram a maior largura do traço de desgaste
do conjugado AA (filme monofásico hexagonal), em relação ao outro conjugado e a largura
superior do traço do aço temperado em relação aos seus conjugados, sugerindo o maior
desgaste do aço e o menor desgaste do conjugado BA (filme bifásico).
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
15.9 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.51- Superfície após remoção de forma do aço H13 temperado e revenido.
Figura 5.52 Superfície as remoção de forma do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13
temperado e revenido (filme bifásico).
Figura 5.53- Superfície após remoção de forma do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13
temperado e revenido (filme hexagonal).
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
12.2 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
9.21 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
As Figuras 5.58 e 5.59, correspondentes às densidades de picos das superfícies invertidas
dos conjugados (que correspondem aos vales das superfícies sem inversão), evidenciam
que o conjugado AA monofásico hexagonal apresenta a maior densidade de picos por mm
2
(aproximadamente 50 picos/mm
2
) em amplitudes em torno de 5,5
µ
m. A superfície do
conjugado BA bifásico possui a maior concentração de picos em torno de 55 picos/mm
2
a
amplitudes de aproximadamente 4,5
µ
m, evidenciando ligeiramente uma maior
concentração de vales de maiores amplitudes para o conjugado AA (filme hexagonal), o
que sugere e corrobora o seu maior desgaste, comparando os conjugados.
A superfície invertida do aço temperado e revenido (Figura 5.57) apresentou a maior
concentração de picos a aproximadamente 6
µ
m, amplitude ligeiramente superior às
amplitudes de maior concentração de picos dos conjugados, sugerindo o maior desgaste do
aço. Ressalta-se que a delimitação da região do traço de desgaste nos histogramas de
densidade de picos das superfícies invertidas do aço H13 temperado e revenido e seus
conjugados englobou a realização de um corte de amplitudes menores que 4
µ
m na imagem
do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico), um corte de amplitudes menores que 5
µ
m na
superfície do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N (filme hexagonal) e a amplitudes inferiores a 5,5
µ
m
no aço temperado e revenido .
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
15.9 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.54- Superfície invertida doo H13 temperado e revenido.
Figura 5.55- Superfície invertida do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido
(filme bifásico).
Figura 5.56- Superfície invertida do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido
(filme hexagonal).
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
12.2 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
9.21 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
0 2 4 6 8 10 12 14 µm
pks/mm2
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Particles Count Histogram
Figura 5.57- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do aço H13
temperado e revenido.
Figura 5.58- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do conjugado BA
Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico).
0 2 4 6 8 µm
pks/mm2
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
Particles Count Histogram
Figura 5.59- Histograma de densidade de picos da superfície invertida do conjugado AA
Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal).
As Figuras 5.60, 5.61 e 5.62 correspondem às superfícies invertidas após o primeiro corte
realizado, utilizado para delimitar a região do traço de desgaste. Estas figuras confirmam a
maior amplitude e maior largura do traço de desgaste do conjugado AA monofásico
hexagonal, comparando os conjugados estudados e a maior amplitude da superfície do aço
sem revestimento, comparando os três sistemas. Estes fatos são corroborados pelas Figuras
5.63, 5.64 e 5.65, que correspondem à inversão em relação ao eixo z, para o retorno à
posição inicial dos picos e vales.
0 2 4 6 8 10 µm
pks/mm2
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Particles Count Histogram
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
10.8 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.60- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do aço H13 temperado e revenido.
Figura 5.61- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico).
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.16 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.62- Superfície invertida após o corte para delimitar a região do traço de desgaste
do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal).
µm
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
10.8 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.63- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do aço H13 temperado e revenido.
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
7
7.2 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.64- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido
(filme bifásico).
Figura 5.65- Superfície sem inversão (retorno à posição inicial) após o corte para delimitar
a região do traço de desgaste do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido
(filme hexagonal).
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
7
7.2 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.16 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
As Figuras 5.66, 5.67 e 5.68 demonstram as superfícies após o corte de 10 a 100%,
realizado para excluir a interferência dos maiores picos na determinão do volume de
desgaste, sendo estes picos correspondentes à rugosidade superficial que existe na
superfície mesmo após o primeiro corte realizado. Estas figuras também evidenciam o
melhor desempenho em desgaste do conjugado bifásico em relação ao conjugado
monofásico hexagonal e dos conjugados estudados em relação ao aço H13 temperado e
revenido sem revestimento.
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.28 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.66- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do aço
H13 temperado e revenido.
Figura 5.67- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do
conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico).
Figura 5.68- Superfície sem inversão após o corte para excluir os picos mais altos do
conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal).
µm
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
2.2
2.27 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
µm
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.41 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
As imagens após o procedimento de “Erase Defects”, usado para estabelecer o plano de
referência e excluir tudo que está em torno do tro de desgaste, estão ilustrados nas
Figuras 5.69, 5.70 e 5.71. Estas imagens demonstram que a distância entre o plano de
referência estabelecido e o vale mais profundo é superior para o conjugado AA (filme
monofásico hexagonal), o que corrobora o seu maior desgaste em relação ao outro
conjugado. Este fato tamm corrobora o maior desgaste do o sem revestimento em
comparação aos sistemas recobertos.
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.28 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.69- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do aço H13 temperado e
revenido.
Figura 5.70- Superfície sem inversão as o “Erase Defects” do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico).
Figura 5.71- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal).
µm
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
2.2
2.27 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
µm
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
1.1
1.2
1.3
1.4
1.41 µm
8.95 mm 9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
As Figuras 5.72, 5.73 e 5.74 demonstram os volumes e profundidades de vales
(correspondentes ao volumes e profundidades dos traços de desgaste) obtidos para as
superfícies do aço H13 temperado e revenido e seus conjugados. Estas figuras sugerem que
comparando os conjugados, a superfície do conjugado AA monofásico hexagonal obteve
volume de desgaste ou vales (0,0233 mm
3
), maior que o volume do conjugado BA
bifásico (0,0105 mm
3
), indicando a maior taxa de desgaste (volume/distância de
deslizamento) (HUTCHINGS, 1992) do conjugado monofásico hexagonal, que apresenta
menor dureza. Este fato é corroborado através dos valores das profundidades média e
máxima dos traços de desgaste dos conjugados. Os parâmetros volume de desgaste (0,0443
mm
3
) e profundidades máxima (6,28 µm) e média (3,57 µm) do traço de desgaste foram
superiores para o aço sem revestimento em relação aos seus conjugados, corroborando o
pior desempenho em desgaste do aço.
Hole
Surface (mm2) 12.4 0
Volume (mm³) 0.0443 0
Max. depth/height (µm) 6.28 0
Mean depth/height (µm) 3.57 0
Figura 5.72- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do aço H13 temperado
e revenido.
Figura 5.73- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico).
Figura 5.74- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal).
Hole
Surface (mm2) 10.7 0
Volume (mm³) 0.0105 0
Max. depth/height (µm) 1.41 0
Mean depth/height (µm) 0.977 0
Hole
Surface (mm2) 12 0
Volume (mm³) 0.0233 0
Max. depth/height (µm) 2.27 0
Mean depth/height (µm) 1.94 0
Os valores dos volumes de desgaste obtidos para os sistemas do aço temperado e revenido,
com a média e o desvio padrão, estão ilustrados na Tabela V.17. Estes valores confirmam
o maior desgaste do conjugado AA monofásico hexagonal, comparando os conjugados
estudados. Observa-se uma diferença média de volume em torno de 89% entre os volumes
dos conjugados, que é significativa. Ressalta-se o fato do volume médio de desgaste do aço
temperado sem revestimento ser significativamente superior aos volumes médios de
desgaste dos sistemas recobertos.
Tabela V.17- Volumes de desgaste estimados por perfilometria para os sistemas do aço
H13 temperado e revenido.
Volumes de
desgaste
(mm
3
)
Volume
dio
Desvio
padrão
Aço H13
temperado e
revenido
0,0415 0,0039
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado e
revenido (filme
bifásico)
0,0125
0,0021
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado
e revenido
(filme
hexagonal)
0,0236
0,0048
Estimou-se o volume de desgaste através da metodologia proposta pela Norma ASTM G
99-05 (itens 3.1 e 4.7), com o objetivo de validar a metodologia elaborada através da
perfilometria. As Figuras 5.75, 5.76 e 5.77 ilustram a medição das larguras dos traços de
desgaste (correspondentes às distâncias horizontal e obliqua entre os pontos assinalados nos
traços de desgaste).
Cursor 1 Cursor 2
X = 5.71 mm X = 6.53 mm
Y = 6.11 mm Y = 6.11 mm
Z = 4.92 µm Z = 4.87 µm
Horizontal distance 0.823 mm
Variation in height 0.0435 µm
Oblique distance 0.823 mm
Figura 5.75- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste da superfície
do aço H13 temperado e revenido.
Figura 5.76- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste da superfície
do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme bifásico).
Figura 5.77- Demonstração da determinação da largura do traço de desgaste da superfície
do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N/H13 temperado e revenido (filme hexagonal).
Cursor 1 Cursor 2
X = 6.49 mm X = 7.01 mm
Y = 5.22 mm Y = 5.26 mm
Z = 1.41 µm Z = 0 µm
Horizontal distance 0.52 mm
Variation in height 1.41 µm
Oblique distance 0.52 mm
Cursor 1 Cursor 2
X = 7.91 mm X = 8.34 mm
Y = 3.91 mm Y = 3.9 mm
Z = 0 µm Z = 1.4 µm
Horizontal distance 0.435 mm
Variation in height 1.4 µm
Oblique distance 0.435 mm
Os valores das larguras dos traços de desgaste para os sistemas do aço temperado estão
demonstrados na Tabela V.18. Ressalta-se variação entre os valores de largura do traço de
desgaste do conjugado AA, o que implica em um desgaste não uniforme. Este fato é
demonstrado através da imagem tridimensional do traço de desgaste.
O traço de desgaste do conjugado AA (filme monofásico hexagonal) obteve a variação de
largura entre 0,4169 e 0,8807 mm, contra a faixa de 0,5118 e 0,6442 mm do conjugado BA
(filme bifásico), sugerindo, em dia, superior largura do traço de desgaste do primeiro
conjugado e corroborando o melhor desempenho do conjugado BA no desgaste.
Deve ser enfatizado que as larguras dos traços de desgaste estimadas por perfilometria
estão na mesma ordem de grandeza de estudos recentes contidos na literatura, sobre o
desgaste de filmes Cr
1-x
Al
x
N contra esferas de Si
3
N
4
6 mm (mesmas condições
experimentais deste trabalho), em que a largura do traço de desgaste variou entre 0,26 e
0,59 mm (BOBZIN, 2007).
Os valores dios de largura estimados para o aço temperado e revenido foram muito
próximos aos valores de largura do conjugado AA (filme hexagonal), o que demonstra que
o parâmetro largura do traço não diferenciou estes sistemas quanto ao desgaste.
Tabela V.18- Estimativa da largura do traço de desgaste dos sistemas do aço H13
temperado e revenido.
Larguras
(mm)
Primeira
Medição
Segunda
medão
Terceira
Medição
Quarta
Medição
Largura
Média
Desvio
padrão
Aço H13
temperado
e revenido
0,691 0,757 0,823 0,955 0,807
0,112
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado
e revenido
(filme bifásico)
0,531 0,613 0,654 0,52 0,579
0,065
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado
e revenido
(filme
hexagonal)
0,435 0,491 0,73 0,939 0,649
0,232
Os valores dos volumes de desgaste dos sistemas no aço temperado, estimados através do
procedimento da Norma ASTM G 99-05, estão contidos na Tabela V.19. Os volumes de
desgaste obtidos através do procedimento da Norma confirmam o maior desgaste do aço
sem revestimento, dentre os sistemas estudados e o maior desgaste do conjugado AA (filme
monofásico hexagonal), comparando os conjugados estudados. Assim, o procedimento
descrito na Norma para a determinação do volume de desgaste confirma e valida a
metodologia proposta.
Tabela V.19- Volumes de desgaste estimados do procedimento da Norma ASTM G 99-05
para os sistemas do aço H13 temperado e revenido.
Volumes de
desgaste
(mm
3
)
Volume
dio
Desvio
Padrão
Aço H13
temperado
e revenido
0,2551
0,0281
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado
e revenido
(filme bifásico)
0,0789
0,0203
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado
e revenido
(filme
hexagonal)
0,1524
0,0282
A Tabela V.20 contém a comparação entre os volumes de desgaste estimados por
perfilometria tridimensional e os volumes estimados através da Norma ASTM G 99-05,
sendo observadas diferenças entre os valores de volume obtidos nos dois procedimentos, o
que era esperado porque a metodologia da Norma ASTM G 99-05 considera a largura
constante e o desgaste da esfera desprezível em relação ao desgaste da amostra. Como os
traços de desgaste dos sistemas estudados, principalmente do conjugado AA monofásico
hexagonal, apresentaram variação de largura, a metodologia elaborada através da
perfilometria apresentou-se mais adequada do que a metodologia descrita pela Norma
ASTM G 99-05, pelo fato da perfilometria considerar toda a área do traço de desgaste para
estimar o volume.
Tabela V.20- Comparação entre os procedimentos de perfilometria e da Norma ASTM G
99-05 na determinação dos volumes de desgaste dos sistemas doo temperado e revenido.
Sistemas
Volume médio de
desgaste obtido por
perfilometria
Volume médio de
desgaste estimado
através da Norma
ASTM G 99-05
Diferea percentual
[(Volume Norma-
Volume perfilom)/
Volume perfilom]
x 100
Aço H13
temperado
e revenido
0,0415 ± 0,0039
0,2551 ± 0,0281
515 %
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado
e revenido
(filme
bifásico)
0,0125 ± 0,0021
0,0789 ± 0,0203
531 %
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado
e revenido
(filme
hexagonal)
0,0236 ± 0,0048
0,1524 ± 0,0282
546 %
As taxas e os coeficientes de desgaste estimados para os sistemas do aço temperado estão
contidos na Tabela V.21, onde observa-se que o conjugado AA monofásico hexagonal
apresentou taxa de desgaste Q (4,17 x 10
-5
mm
3
/m) e coeficientes de desgaste adimensional
(K) e dimensional (k) (HUTCHINGS, 1992) superiores aos do conjugado BA bifásico (taxa
Q igual a 2,21 x 10
-5
mm
3
/m), o que corrobora o desgaste superior do conjugado AA
monofásico hexagonal, comparando os conjugados. Ressalta-se, comparando os
conjugados, que em todas as durezas medidas, o conjugado AA obteve valores superiores
de coeficientes de desgaste adimensional (que depende da dureza do material), indicando
maior severidade de desgaste, o que é corroborado pelos coeficientes de desgaste
dimensionais (k) obtidos. Como a resistência ao desgaste é definida como 1/k, pode-se
afirmar que comparando os conjugados estudados, o conjugado AA monofásico hexagonal
apresentou menor resistência ao desgaste (Tabela V.22). O aço H13 temperado e revenido
sem revestimento obteve a menor resistência ao desgaste por deslizamento 1/k (Tabela
V.22), confirmando a viabilidade do uso do filme Ti
1-x
Al
x
N (HUTCHINGS, 1992).
Os valores de coeficiente de desgaste adimensional K obtidos são da ordem de 10
-5
e 10
-4
,
indicando que o desgaste destes sistemas não foi severo (HUTCHINGS, 1992).
Testes de desgaste realizados por Bobzin et. al. (2007) de conjugados Cr
1-x
Al
x
N
desgastados contra esferas de Si
3
N
4
6 mm (mesmas condições experimentais deste
trabalho), estimaram para estes conjugados valores de k entre 0,1 e 13 x 10
-5
m
2
/ N, o que
sugere que os valores de k (parâmetro mais abrangente para a avaliação do desgaste)
contidos na Tabela V.21 são comparáveis a valores encontrados na literatura, o que
confirma a viabilidade da metodologia proposta por perfilometria para determinar o volume
de desgaste (BOBZIN, 2007).
Os resultados obtidos por perfilometria tridimensional evidenciando que, dentre os três
sistemas do aço H13 temperado estudados, o conjugado BA (filme bifásico) apresentou o
melhor desempenho em desgaste, podem ser explicados pelo fato deste conjugado possuir
alta dureza e um alto índice H/E, o que implica em maior deformação elástica até a falha
em desgaste (BEAKE, 2006; LEYLAND, 2000; PHARR, 1998). Este conjunto de fatores
explica o seu superior desempenho em desgaste.
Tabela V.21 - Taxa e coeficientes de desgaste do aço H13 temperado e revenido e seus
conjugados.
Sistemas W
(N)
S
(m)
V
(mm
3
)
Q
(mm
3
/m)
HIT
(GPa)
K k
(m
2
/N)
Aço H13
temperado e
revenido
7 565,8
0,0415 7,33 x 10
-5
3,12 3,3 x 10
-5
1,05 x 10
-5
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado e
revenido (filme
bifásico)
7 565,8
0,0125
2,21 x 10
-5
52,43
42,20
24,43
15,90
9,27
8,08
1,66 x 10
-4
1,33 x 10
-4
7,71 x 10
-5
5,01 x 10
-5
2,92 x 10
-5
2,55 x 10
-5
3,16 x10
-6
3,16 x10
-6
3,16 x10
-6
3,16 x10
-6
3,16 x10
-6
3,16 x10
-6
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado e
revenido (filme
hexagonal)
7 565,8
0,0236
4,17 x 10
-5
14,32
10,76
8,38
8,68
7,75
7,56
8,53 x 10
-5
6,41 x 10
-5
5,17 x 10
-5
4,99 x 10
-5
4,62 x 10
-5
4,5 x 10
-5
5,96 x 10
-6
5,96 x 10
-6
5,96 x 10
-6
5,96 x 10
-6
5,96 x 10
-6
5,96 x 10
-6
W: Carga aplicada no teste de desgaste; S: Distância de deslizamento; V: Volume estimado
por perfilometeria; Q: Taxa de desgaste; HIT: Dureza medida em cada carga do teste de
dureza; K: Coeficiente de desgaste adimensional; k: Coeficiente de desgaste dimensional
Tabela V.22- Resistência ao desgaste do aço H13 temperado e revenido e seus conjugados.
Sistemas 1/k
(N /m
2
)
Aço H13
temperado
e revenido
9,52 x 10
4
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado e
revenido
(filme bifásico)
3,16 x 10
5
3,16 x 10
5
3,16 x 10
5
3,16 x 10
5
3,16 x 10
5
3,16 x 10
5
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado
e revenido
(filme
hexagonal)
1,68 x 10
5
1,68 x 10
5
1,68 x 10
5
1,68 x 10
5
1,68 x 10
5
1,68 x 10
5
5.5.1.3 Comparação entre o desgaste dos sistemas do aço H13 não temperado e do aço
H13 temperado e revenido
A Tabela V.23 contém valores comparativos dos volumes de desgaste, taxa Q e coeficiente
de desgaste dimensional k para os sistemas do aço temperado e não temperado. Através da
tabela, observa-se que a têmpera e o revenimento do aço H13 melhoraram
significativamente o seu desempenho em desgaste, resultando em menor volume, taxa e
severidade de desgaste, devido ao aumento da dureza. O desempenho em desgaste do
conjugado BA (filme bifásico) do aço temperado e revenido foi superior, em comparação
ao conjugado BA (filme monofásico CFC) doo não temperado.
Provavelmente, devido à maior dureza do substrato H13 temperado e do fato do seu filme
ser bifásico (mais duro) do que o filme do o não temperado (monofásico CFC e menos
duro). Em relação aos conjugados AA, a resistência ao desgaste (1/k) do conjugado do aço
temperado (filme monofásico hexagonal) foi ligeiramente maior, apesar da menor dureza
do seu filme, devido à influência da maior dureza do aço H13 temperado e revenido (7,56
GPa a 1900 mN), em relação ao aço não temperado (2,916 GPa a 1900 mN) (WILLIAMS,
2005; HUTCHINGS, 1992).
Tabela V.23- Tabela comparativa entre a taxa e coeficiente de desgaste dimensional dos
sistemas dos aços H13 temperado e revenido e H13 não temperado.
Sistemas V
(mm
3
)
Q
(mm
3
/m)
k
(m
2
/N)
Aço H13
não temperado
0,1905 3,37 x 10
-4
4,8 x 10
-5
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme CFC)
0,0459
8,11 x 10
-5
1,16 x 10
-5
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme bifásico)
0,0252
4,45 x 10
-5
6,4 x 10
-6
Aço H13
temperado
e revenido
0,0415 7,33 x 10
-5
1,05 x 10
-5
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado e
revenido
(filme bifásico)
0,0125
2,21 x 10
-5
3,16 x10
-6
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
temperado
e revenido
(filme hexagonal)
0,0236 4,17 x 10
-5
5,96 x 10
-6
V: Volume estimado por perfilometeria; Q: Taxa de desgaste; k: Coeficiente de desgaste
dimensional
5.5.2 Perfilometria após o desgaste contra WC-Co
Como descrito na Metodologia, foram realizados testes de desgaste dos conjugados e do
aço não temperado contra WC-Co para corroborar a metodologia utilizada para estimar o
volume de desgaste. O uso do WC-Co é explicado pela sua maior faixa de dureza dentre as
esferas disponíveis, o que assegura o seu maior efeito abrasivo (Tabela IV.1)
(HUTCHINGS, 1992). Estes testes foram feitos apenas com os sistemas do o não
temperado devido à maior disponibilidade de amostras existentes destes sistemas.
Para ilustrar o desgaste dos sistemas do aço H13 não temperado contra WC-Co, obteve-se
imagens das superfícies estudadas após o procedimento de “Erase Defects”, usado para
estabelecer o plano de referência e excluir toda a rugosidade externa aos traços de desgaste
das superfícies, demonstradas nas Figuras 5.78, 5.79 e 5.80. Comparando os conjugados
estudados, observa-se que a amplitude total do perfil do conjugado BA (conjugado de
menor dureza) é significativamente superior à do outro conjugado, sugerindo o maior
desgaste do conjugado BA (filme CFC) contra WC-Co, dentre os conjugados
(HOMMELMAP 4.0).
As Figuras 5.81, 5.82 e 5.83 ilustram os volumes e profundidades de vales obtidos para os
sistemas após o desgaste contra WC-Co. Estas imagens demonstram a menor resistência ao
desgaste (maior volume e profundidade média) do o H13 não temperado sem
revestimento e a maior resistência ao desgaste do conjugado AA (filme bifásico), que
apresenta menor volume e profundidades dia e xima da superfície, além de maior
dureza.
Os resultados obtidos para os sistemas do aço H13 não temperado após o desgaste contra
WC-Co confirmam os resultados obtidos após o desgaste contra Si
3
N
4
, em relação ao
melhor desempenho do conjugado AA (mais duro) e pior desempenho do o H13 sem
revestimento.
Ressalta-se que os volumes de desgaste obtidos para o mesmo material contra WC-Co
foram inferiores ao volumes de desgaste contra Si
3
N
4
, o que corrobora a influência do
abrasivo e do par em contato (tribo-sistema), nos resultados dos testes de desgaste (KATO,
2000).
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.07 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.78- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do aço H13 o temperado
após desgaste contra WC-Co.
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
5.5
6
6.5
7
7.5
7.77 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 3
Figura 5.79- Superfície sem inversão as o “Erase Defects” do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado as desgaste contra WC-Co (filme CFC).
µm
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
4.57 µm
8.95 mm
9 mm
Alpha = 45° Beta = 30°
Figura 5.80- Superfície sem inversão após o “Erase Defects” do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado as desgaste contra WC-Co (filme bifásico).
Hole
Surface (mm2) 8.06 0
Volume (mm³) 0.0337 0
Max. depth/height (µm) 6.07 0
Mean depth/height (µm) 4.18 0
Figura 5.81- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do aço H13 não
temperado após desgaste contra WC-Co.
Hole
Surface (mm2) 8.05 0
Volume (mm³) 0.0298 0
Max. depth/height (µm) 7.77 0
Mean depth/height (µm) 3.71 0
Figura 5.82- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado BA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado as desgaste contra WC-Co (filme CFC).
Hole
Surface (mm2) 8.18 0
Volume (mm³) 0.0152 0
Max. depth/height (µm) 4.57 0
Mean depth/height (µm) 1.86 0
Figura 5.83- Volume e profundidade de vales e picos da superfície do conjugado AA Ti
1-
x
Al
x
N/H13 não temperado as desgaste contra WC-Co (filme bifásico).
A Tabela V.24 contém os valores dos volumes de desgaste obtidos para os sistemas do aço
não temperado após o desgaste contra WC-Co, com a média e o desvio padrão,
corroborando o melhor desempenho do conjugado AA (de filme bifásico, maior dureza e
maior H/E) em desgaste, em comparação ao outro conjugado.
Tabela V.24 - Volumes de desgaste estimados por perfilometria para os sistemas do aço
H13 não temperado após desgaste contra WC-Co.
Volumes de
desgaste
(mm
3
)
Volume
dio
Desvio
padrão
Aço H13 não
temperado
0,0326
0,0015
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13 não
temperado
(filme CFC)
0,0275
0,0033
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13 não
temperado
(filme bifásico)
0,019
0,0053
As taxas e os coeficientes de desgaste estimados para os sistemas do aço não temperado
após o desgaste contra WC-Co estão contidos na Tabela V.25. Esta tabela corrobora os
resultados obtidos após o desgaste destes sistemas contra nitreto de silício, pois a deposição
de ambos os filmes aumentou a resistência ao desgaste (1/k) do aço H13 não temperado,
com o melhor desempenho do conjugado AA (filme bifásico e com maior dureza).
Ressalta-se que na maior carga aplicada para a medição de dureza (1900 mN), ambos os
conjugados apresentaram valores de coeficientes de desgaste dimensionais k inferiores ao
aço sem revestimento, evidenciando menor severidade de desgaste.
Os resultados dos testes de desgaste contra WC-Co também evidenciam que a dureza e o
fator H/E foram fatores muito importantes no desgaste dos sistemas.
A Tabela V.26 contém resultados da resistência ao desgaste (1/k) (HUTCHINGS, 1992)
dos sistemas do aço não temperado após o desgaste contra WC-Co, corroborando o melhor
desempenho (maior resistência ao desgaste) do conjugado AA (que possui maior dureza e
razão H/E).
Tabela V.25- Taxa e coeficientes de desgaste do aço H13 não temperado e seus conjugados
após desgaste contra WC-Co.
Sistemas W
(N)
S
(m)
V
(mm
3
)
Q
(mm
3
/m)
HIT
(GPa)
K k
(m
2
/N)
Aço H13
não temperado
7 565,8
0,0326
5,76 x 10
-5
2,536 2,09 x 10
-5
8,23 x 10
-6
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme CFC)
7 565,8
0,0275
4,86 x 10
-5
30,824
20,145
6,540
3,478
2,752
2,544
2,14 x 10
-4
1,4 x 10
-4
4,54 x 10
-5
2,4 x 10
-5
1,9 x 10
-5
1,77 x 10
-5
6,94 x 10
-6
6,94 x 10
-6
6,94 x 10
-6
6,94 x 10
-6
6,94 x 10
-6
6,94 x 10
-6
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme bifásico)
7 565,8
0,019
3,36 x 10
-5
44,265
32,263
25,508
7,209
3,026
2,916
2,12 x 10
-4
1,55 x 10
-4
1,2 x 10
-4
3,5 x 10
-5
1,45 x 10
-5
1,4 x 10
-5
4,8 x 10
-6
4,8 x 10
-6
4,8 x 10
-6
4,8 x 10
-6
4,8 x 10
-6
4,8 x 10
-6
W: Carga aplicada no teste de desgaste; S: Distância de deslizamento; V: Volume estimado
por perfilometeria; Q: Taxa de desgaste; HIT: Dureza medida em cada carga do teste de
dureza; K: Coeficiente de desgaste adimensional; k: Coeficiente de desgaste dimensional.
Tabela V.26- Resistência ao desgaste do aço H13 não temperado e seus conjugados contra
WC-Co.
Sistemas 1/k
(N /m
2
)
Aço H13
não
temperado
1,21 x 10
5
BA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme CFC)
1,44 x 10
5
1,44 x 10
5
1,44 x 10
5
1,44 x 10
5
1,44 x 10
5
1,44 x 10
5
AA Ti
1-x
Al
x
N/
H13
não temperado
(filme bifásico)
2,08 x 10
5
2,08 x 10
5
2,08 x 10
5
2,08 x 10
5
2,08 x 10
5
2,08 x 10
5
Os resultados obtidos por perfilometria demonstram que a resistência ao desgaste dos
conjugados estudados foi muito dependente da dureza do conjugado e da dureza do
substrato estudado. Como a estrutura cristalina afeta a dureza dos filmes e o tratamento
térmico de têmpera e revenimento afeta a dureza dos substratos, observa-se que estes dois
fatores tiveram influência significativa no desgaste dos sistemas estudados.
5.6 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) antes do desgaste
De acordo com os resultados da análise de EDS (Tabelas V.27 e V.28), observa-se que o
filme do conjugado AA Ti
1-x
Al
x
N /AISI H13 não temperado (filme bifásico) apresentou
teor superior de alumínio em comparação com o filme do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
monofásico CFC), o que é evidenciado pela maior quantidade de alumínio em relação ao
titânio, considerando 50% de filme (mantendo o nitrogênio fixo). As análises realizadas nas
duas regiões dos filmes, confirmam o maior teor de alumínio (em relação a 50% atômico
do filme) presente no filme AA Ti
1-x
Al
x
N.
Tabela V.27 Composição química da região 1 dos conjugados BA Ti
1-x
Al
x
N e AA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 não temperado (considerando-se 50% atômico do filme).
Elemento
% Atômica
BA Ti
1-x
Al
x
N
(filme CFC)
% Atômica
AA Ti
1-x
Al
x
N
(filme bifásico)
Al 15,11 48,19
Ti 84,89 51,81
Tabela V.28 Composição química da região 2 dos conjugados BA Ti
1-x
Al
x
N e AA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 não temperado (considerando-se 50% atômico do filme).
Elemento
% Atômica
BA Ti
1-x
Al
x
N
(filme CFC)
% Atômica
AA Ti
1-x
Al
x
N
(filme bifásico)
Al 15,31 47,80
Ti 84,69 52,20
Os resultados da análise de EDS obtidos para os conjugados do aço H13 temperado e
revenido (Tabelas V.29 e V.30) demonstram que esta análise o possibilitou a
diferenciação dos teores de alumínio entre os filmes BA e AA, provavelmente devido ao
fato do filme BA ser bifásico e do filme AA ser hexagonal, o que pode resultar em
quantidades bem próximas de alumínio (Figuras 3.1 e 3.2).
Outro fator que possivelmente influenciou a análise com a microssonda pode ser o fato do
filme AA (espessura de 3 µm) ser bem mais espesso que o filme BA (espessura de 1 µm), o
que é observado na análise de Espectroscopia de Emissão Óptica por Centelhamento
(Figuras 5.21 e 5.22).
Esta análise possibilitou diferenciar estes filmes em relação ao teor de alumínio.
Tabela V.29 Composição química da região 1 dos conjugados BA Ti
1-x
Al
x
N e AA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (considerando-se 50% atômico do filme).
Elemento
% Atômica
BA Ti
1-x
Al
x
N
(filme bifásico)
% Atômica
AA Ti
1-x
Al
x
N
(filme
hexagonal)
Al 38,80 43,06
Ti 61,20 56,94
Tabela V.30 Composição química da região 2 dos conjugados BA Ti
1-x
Al
x
N e AA Ti
1-
x
Al
x
N / H13 temperado e revenido (considerando-se 50% atômico do filme).
Elemento
% Atômica
BA Ti
1-x
Al
x
N
(filme bifásico)
% Atômica
AA Ti
1-x
Al
x
N
(filme
hexagonal)
Al 38,78 43,44
Ti 61,22 56,56
5.7 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) após o desgaste
5.7.1 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) após o desgaste contra Si
3
N
4
Através das imagens de composição por raios-x dos traços de desgaste dos sistemas,
observa-se (Figuras 5.84, 5.85 e 5.86) entre os sistemas do aço não temperado menor
concentração de Al (elemento do filme), além do maior teor de Fe exposto na região do
traço (elemento do substrato) no conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N (filme monofásico CFC), sendo
que o traço de desgaste deste conjugado apresenta maior largura. Este resultado sugere o
maior desgaste do conjugado BA Ti
1-x
Al
x
N, que apresenta menor dureza.
Em relação aos sistemas do aço temperado e revenido (Figuras 5.87, 5.88 e 5.89), ressalta-
se que o conjugado AA (filme monofásico hexagonal) apresentou menor quantidade de
alumínio e maior quantidade de ferro no interior do traço de desgaste, sendo o seu traço
mais largo que o do outro conjugado. As imagens também indicam adesão de silício
(elemento do abrasivo) nos traços de desgaste de ambos os conjugados estudados.
Assim, estes resultados corroboram a análise de perfilometria tridimensional, que indicou
maior desgaste do conjugado BA (filme monofásico CFC) comparando os conjugados do
aço não temperado e maior desgaste do conjugado AA (filme hexagonal) dentre os
conjugados do aço temperado.
a)
b)
Figura 5.84- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado as o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Al. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico).
a)
b)
Figura 5.85- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado as o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Fe. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico).
a)
b)
Figura 5.86- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado após o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Si. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme CFC)
e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico).
a)
b)
Figura 5.87- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13
temperado as o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Al. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme hexagonal) .
a)
b)
Figura 5.88- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13
temperado as o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Fe. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme hexagonal).
a)
b)
Figura 5.89- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13
temperado as o desgaste contra Si
3
N
4
(100X)- Elemento Si. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
bifásico) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme hexagonal).
5.7.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) após o desgaste contra WC-Co
As imagens de composição obtidas no interior e ao redor dos traços de desgaste contra WC-
Co (Figuras 5.90, 5.91 e 5.92) corroboram o menor desgaste do conjugado AA (com filme
bifásico, mais duro e com maior razão H/E) do aço o temperado em comparação ao
conjugado BA (com filme monofásico CFC). O traço do primeiro conjugado apresentou-se
menos largo, com menor área de substrato exposto (elemento Fe) e menor quantidade de
alumínio (elemento do filme) retirado.
Ressalta-se que, ambos os conjugados apresentam quantidade bem inferior de W (elemento
da esfera) aderido no traço de desgaste, em comparação com a quantidade de Si (elemento
da outra esfera) aderido, após os testes de desgaste contra nitreto de sicio. Estes
resultados evidenciam que o uso da esfera de WC-Co como torna-se mais adequado para
avaliar o desgaste dos conjugados estudados do que o uso do Si
3
N
4
, o que pode ser
explicado pela possível dureza superior da esfera de WC-Co que foi utilizada (ver item
4.6), em comparação à outra esfera, o que pode ter resultado em melhor desempenho desta
esfera de WC-Co como contracorpo (JIA, 1998; COSTA, 2007).
As imagens de composição obtidas após o desgaste contra as duas esferas, ao confirmar os
resultados obtidos pela perfilometria tridimensional, contribuem para corroborar a
validação da metodologia usada por perfilometria para estimar o volume e a consequente
taxa de desgaste dos conjugados.
a)
b)
Figura 5.90- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado após o desgaste contra WC-Co (100X)- Elemento Al. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico).
a)
b)
Figura 5.91- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado após o desgaste contra WC-Co (100X)- Elemento Fe. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico).
a)
b)
Figura 5.92- Imagens de raios-x nos traços de desgaste dos conjugados BA e AA/ H13 não
temperado após o desgaste contra WC-Co (100X)- Elemento W. a) BA Ti
1-x
Al
x
N (filme
CFC) e b) AA Ti
1-x
Al
x
N (filme bifásico).
CAPÍTULO 6 : CONCLUSÕES
1) A determinação do volume de desgaste de sistemas recobertos através da metodologia
elaborada com o uso da perfilometria mostrou-se lida, mais precisa e completa do que a
metodologia descrita pela Norma ASTM G 99-05, devido ao fato da metodologia proposta
estimar o volume correspondente à região do traço de desgaste delimitada, excluindo a
região sem desgaste, além de considerar possíveis variações da largura do traço
(heterogeneidades) e o desgaste de um ou dos dois membros do par.
2) Filmes Ti
1-x
Al
x
N podem ser monofásicos (estrutura CFC), bifásicos (estruturas CFC e
hexagonal) e monofásicos (estrutura hexagonal), o que afeta as suas propriedades e,
consequentemente, o seu desempenho em desgaste. Este fato deve ser considerado na
análise do uso e do desempenho destes filmes em engenharia.
3) O uso de filmes Ti
1-x
Al
x
N com ambas as estruturas (estrutura CFC, bifásicos ou estrutura
hexagonal) tornou-se viável para melhorar o desempenho do aço H13 com ou sem têmpera
e revenimento, em desgaste por deslizamento, nas condições testadas.
4) Os tratamentos de têmpera e o revenimento do aço H13 aumentaram a sua resistência ao
desgaste por deslizamento, devido ao aumento da dureza. A elevão de dureza resultante
destes tratamentos térmicos aumentou a profundidade de endurecimento dos conjugados
compostos pelo o temperado, o que influenciou o desempenho em desgaste, nas
condições testadas. Assim, a dureza do substrato foi um fator fundamental no desgaste dos
conjugados testados.
5) O teor de alumínio dos filmes Ti
1-x
Al
x
N influenciou a sua estrutura cristalina e,
consequentemente, a dureza do conjugado e o seu desempenho em desgaste. Para o mesmo
substrato estudado, os conjugados que apresentaram maior dureza, associada a um alto
índice H/E, o que implica maior deformação elástica a a falha, obtiveram o melhor
desempenho em desgaste, nas condões testadas.
6) Os parâmetros dureza do conjugado e o índice H/E influenciaram mais o desempenho
em desgaste dos conjugados estudados, do que a adesão e a espessura dos filmes Ti
1-x
Al
x
N,
nas condões testadas.
7) O coeficiente de desgaste dimensional (k), por não depender da dureza do material
conjugado, mostrou-se um parâmetro mais abrangente e preciso do que o coeficiente
adimensional (K) para a avaliação do desgaste dos materiais recobertos (como o o H13
revestido com Ti
1-x
Al
x
N), que possuem variação de dureza ao longo da profundidade.
CAPÍTULO 7 : SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
1)
A incorporação de átomos de alumínio a filmes de Cr-N, processados por PAPVD,
produzindo o filme Cr
1-x
Al
x
N, resulta em recobrimentos que podem apresentar alta
resistência à oxidação e aumentos significativos da dureza a quente. Atualmente,
este tipo de recobrimento, em decorrência destas propriedades, tem sido indicado
fortemente para aplicações em usinagem que envolve alta velocidade (e assim altas
temperaturas) e para uso em matrizes de forjamento a quente. Sugere-se que a
metodologia proposta por este trabalho para a determinação do volume de desgaste,
seja aplicada no estudo do desgaste de conjugados revestidos pelo filme Cr
1-x
Al
x
N.
2)
Como o teor de alumínio presente nos filmes Cr
1-x
Al
x
N também influencia a sua
estrutura cristalina, além de propriedades como a dureza e o módulo de elasticidade,
sugere-se que seja avaliada a influência do teor de alumínio deste filme no desgaste
por deslizamento.
3)
Sugere-se a realização de testes de desgaste dos conjugados do filme Ti
1-x
Al
x
N
estudados em condições mais severas (maior carga aplicada, por exemplo), com a
posterior comparação dos resultados obtidos com os resultados deste trabalho. Esta
análise possibilitará verificar a influência da severidade do desgaste no desempenho
do conjugado.
CAPÍTULO 8:
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