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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA
TESE DE DOUTORADO
Título:
CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO DOS FUNGOS COM
POROS (BASIDIOMYCOTA) DA REGIÃO DE SANTA MARIA,
RS, BRASIL.
Gilberto Coelho
Orientadora: Profª. Drª. Rosa Mara Borges da Silveira
Porto Alegre – Brasil
Março/2008
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
TÍTULO:
CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO DOS FUNGOS COM POROS
(BASIDIOMYCOTA) DA REGIÃO DE SANTA MARIA, RS, BRASIL.
AUTOR:
Gilberto Coelho
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Botânica do Instituto de
Biociências da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Doutor em Ciências.
Professora Orientadora: Drª. ROSA MARA BORGES DA SILVEIRA
Porto Alegre
2008
Dedico à minha esposa Greice Scremin e ao meu filho
Ítalo Scremin Coelho, que me presentearam com a
maravilhosa oportunidade de fazer parte de uma família
renovando em mim o sentido de viver e a coragem de
enfrentarmos juntos maiores desafios.
AGRADECIMENTOS
Pensando na elaboração de uma tese de doutorado como um trabalho
essencialmente coletivo, eu gostaria de expressar minha gratidão a todas as
pessoas que possibilitaram a realização desse estudo.
Gostaria de manifestar os meus agradecimentos aos Doutores e
Pesquisadores que gentil e competentemente revisaram os nossos manuscritos
para publicação: Clarice Loguercio-Leite, Cony Decock, Dennis Desjardin, Kurt
Hjorstam, Leif Ryvarden, Lorelei Norvell, Mario Rajchenberg, Yu-Cheng Dai e
demais revisores anônimos.
Agradeço ao Dr. Pedro Crous pelo incentivo e auxílio na preparação das
descrições das espécies submetidas ao Fungal Planet.
Para os doutores James Ginns, Ana Rosa Bernicchia e todos os outros que
ajudaram de uma forma ou outra para a identificação das espécies, transmito os
meus sinceros agradecimentos.
Adriano Afonso Spielmann, Clarice Loguercio-Leite, Maria Alice Neves,
Tatiana Gibertoni, e Vagner Cortez são lembrados com gratidão pelo envio de
literatura indispensável à realização deste estudo.
Expresso o meu reconhecimento aos co-autores pela decisiva colaboração
na preparação dos artigos publicados: Mario Rajchenberg, Mateus Arduvino Reck,
Vagner Cortez, Rosa Mara Borges da Silveira e Rosa Trinidad Guerrero.
Agradeço ao ex-colega e professor Dr. Vitalino Cesca pelas correções das
diagnoses em latim e por mostrar-se, sempre que possível, disposto a repartir
tão raro conhecimento de línguas.
Manifesto minha especial gratidão às orientadoras pela participação,
aconselhamento e crítica em diferentes momentos da condução deste estudo. À
professora Drª. Rosa Trinidad Guerrero, orientando-me durante a primeira parte
deste trabalho até o momento em que as condições adversas de saúde tornaram
impossíveis as suas atividades profissionais. À professora Drª. Rosa Mara Borges
da Silveira por assumir a condução oficial deste trabalho possibilitando a
conclusão do mesmo.
Agradeço efusivamente a todos os meus colegas da área de micologia da
UFRGS pela convivência científica, pela colaboração e pela contribuição de todas
as formas para a realização deste estudo.
Sou um eterno devedor à minha mãe, Eloi Fonseca, infatigável ao meu
lado, tornando-se a pessoa mais importante ao longo de toda a minha trajetória
– indubitavelmente, ela foi a mentora dos meus estudos acadêmicos e da minha
existência.
RESUMO
Este estudo apresenta a descrição de 70 espécies de fungos com poros degradadoras
de madeira encontradas em plantações de Pinus spp. ou selecionadas dentre as
espécies coletadas em mata nativa. Estes dados foram obtidos a partir de um
levantamento taxonômico de fungos com poros ou himenóforo similar
(Basidiomycota) realizado na região de Santa Maria, RS, Brasil. Os resultados
principais são relacionados a seguir. Oito novas espécies foram descritas sendo sete
oriundas de Santa Maria e uma de São Francisco de Paula (Pró-Mata), são elas:
Auriporia brasilica G. Coelho, Diplomitoporus marianoi-rochae G. Coelho, D. taquarae
G. Coelho, Echinoporia inermis G. Coelho, Gloeoporus guerreroanus G. Coelho, R. M.
Silveira & Rajchenb., Fomitiporia sanctichampagnatii G. Coelho, R. M. Silveira &
Rajchenb., Polyporus cupressi G. Coelho & R. M. Silveira e Rigidoporus digitocystis G.
Coelho & R. M. Silveira. Duas espécies de Phellinus s. l. (Hymenochaetales)
conhecidas somente sobre bambus em decomposição foram recombinadas para o
gênero Fomitiporia, quais sejam, F. spinescens (J. E. Wright & G. Coelho) G. Coelho,
Guerrero & Rajchenb., comb. nov. de Santa Maria e da Argentina e F. uncinata
(Rajchenb.) G. Coelho, Guerrero & Rajchenb., comb. nov. da Argentina. Duas
espécies interessantes pela cor amarelo intenso do basidioma e himenóforo irpicóide-
merulióide, Leucogyrophana pinastri (Fr.) Ginns & Weresub e Pseudomerulius curtisii
(Berk.) Redhead & Ginns, têm sido associadas à degradação da madeira de Pinus e
coníferas e foram notificadas pela primeira vez para a América do Sul. No Brasil, seis
espécies foram coletadas, analisadas e descritas pela primeira vez: Antrodia aurantia
Lodge, Ryvarden & Perd.-Sánch., A. variiformis (Peck) Donk, Ceriporia spissa
(Schwein. ex Fr.) Rajchenb., Ceriporiopsis subvermispora (Pilát) Gilb. & Ryvarden,
Hapalopilus albocitrinus (Petch) Ryvarden e Parmastomyces transmutans (Overh.)
Ryvarden. & Gilbn. - exceto Ceriporia spissa, encontrada em angiospermas, todas
estas espécies cresciam sobre madeira de Pinus spp. na área estudada. Como
resultados adicionais, foram construídas três chaves mundiais de fungos com poros
coletadas em Santa Maria ou registradas na literatura: uma para o gênero
Gloeoporus Mont., uma para o gênero Rigidoporus Murril, e uma terceira para as
espécies conhecidas até o momento como degradadoras de bambus.
Palavras-chave: Polyporaceae s.l., Hymenochaetaceae, Boletales, fungos
neotropicais, fitopatógenos.
ABSTRACT
This study represents a taxonomical survey of poroid Basidiomycota undertaken in
the region of Santa Maria, a municipality in Rio Grande do Sul State, southern Brazil.
It includes 70 wood-inhabiting species either from native subtropical forests
(selected species) or from Pinus spp. plantations. As main results, this work allowed
the description of eight new species of poroid fungi, being seven from Santa Maria
and one from São Francisco de Paula (Pró-Mata), namely: Auriporia brasilica G.
Coelho, Diplomitoporus marianoi-rochae G. Coelho, D. taquarae G. Coelho,
Echinoporia inermis G. Coelho, Gloeoporus guerreroanus G. Coelho, R. M. Silveira &
Rajchenb., Fomitiporia sanctichampagnatii G. Coelho, R. M. Silveira & Rajchenb.,
Polyporus cupressi G. Coelho & R. M. Silveira and Rigidoporus digitocystis G. Coelho
& R. M. Silveira. Two species of Phellinus s. l. (Hymenochaetales) so far known
growing on bamboos were recombined into Fomitiporia, i.e., F. spinescens (J. E.
Wright & G. Coelho) G. Coelho, Guerrero & Rajchenb., comb. nov. from Santa Maria
and Argentina and F. uncinata (Rajchenb.) G. Coelho, Guerrero & Rajchenb., comb.
nov. from Argentina. In Pinus plantations, specimens of Leucogyrophana pinastri
(Fr.) Ginns & Weresub and Pseudomerulius curtisii (Berk.) Redhead & Ginns, two
wood-decaying species of pines and conifers previously unrecorded from South
America, were collected and analyzed. The following six species were recorded for
the first time in the Brazilian territory: Antrodia aurantia Lodge, Ryvarden & Perd.-
Sánch., A. variiformis (Peck) Donk, Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb.,
Ceriporiopsis subvermispora (Pilát) Gilb. & Ryvarden, Hapalopilus albocitrinus (Petch)
Ryvarden, and Parmastomyces transmutans (Overh.) Ryvarden. & Gilbn., all of them
growing on wood of Pinus spp. in the study area, except for C. spissa, which was
found only on angiosperm wood. This work includes three worldwide keys based on
the literature records and field data, one being to Gloeoporus Mont., another to
Rigidoporus Murril, and another to all the species of poroid fungi known growing on
bamboos.
Key words: Polyporaceae s.l., Hymenochaetales, Boletales, Neotropical fungi, plant
pathogens.
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ................................................................................ 1
1.1. Aspectos geográficos da área estudada ................................. 1
1.2. Aspectos fitogeográficos da área estudada ............................ 6
1.3. Aspectos ecológicos e econômicos dos fungos com poros .... 11
1.4. Situação do estudo de fungos com poros ............................. 15
2. OBJETIVOS ................................................................................. 18
2.1. Objetivo Geral ...................................................................... 18
2.2. Objetivos Específicos ........................................................... 18
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................. 18
3.1. Levantamento Bibliográfico ................................................. 19
3.2. Coleta e herborização dos espécimes ................................... 19
3.3. Análise morfológica ............................................................. 19
3.4. Mensuração e apresentação dos elementos morfológicos .... 20
3.5. Identificação e caracterização morfológica das espécies .... 21
3.6. Dados de coloração dos basidiomas ..................................... 21
3.7. Análise do tipo de substrato e tipo florestal ......................... 21
3.8. Divulgação dos resultados ................................................... 21
3.9. Microscopia eletrônica de varredura .................................... 22
3.10. Ilustrações ......................................................................... 22
4. RESULTADOS ............................................................................. 23
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................... 29
6. REFERÊNCIAS ............................................................................ 33
ANEXOS
1
1. INTRODUÇÃO
Os fungos que apresentam poros são produtores de basídios e
basidiósporos na face interna de tubos que se abrem em uma superfície coberta
de poros denominada himenóforo. Estes fungos foram inicialmente agrupados na
família Polyporaceae Corda, ordem Aphyllophorales, ou seja, uma ordem que
compreendia os fungos não agaricóides, lamelados (Alexopoulos & Mins 1979).
Atualmente, esta grande família está subdividida em várias outras famílias
menores pertencentes, principalmente, às ordens Polyporales Gäum. e
Hymenochaetales Oberw., da classe Basidiomycetes G. Winter, subclasse
Agaricomycetidae Locq., e Filo Basidiomycota R. T. Moore (Kirk. et al. 2001).
Estes fungos são importantes do ponto de vista ecológico, principalmente no
processo de degradação da madeira em ambientes florestais.
Como aspecto fundamental, este estudo apresenta uma contribuição
taxonômica para o conhecimento dos fungos com poros na região do município
de Santa Maria, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Contribuição esta, de
importância para a realização de estudos adicionais com estes organismos, como
estudos de ecologia e fisiologia, de sua ação no ambiente florestal e de sua
utilização industrial. Deste modo, são apresentados alguns aspectos introdutórios
sobre estudos ecológicos envolvendo macromicetos (sua importância e
limitações), bem como alguns aspectos geográficos e ecológicos da área
estudada.
1.1. Aspectos geográficos da área de estudo
A área do município de Santa Maria compreende 1.780 km
2
e está situada
na região central do estado do Rio Grande do Sul, no baixo divisor de águas que
separa a Bacia do Vacacaí-Jacuí (Bacia Atlântica) da Bacia do Ibicuí (Bacia do
Uruguai), constituído por coxilhas associadas à faixa tectônica São Gabriel -
Santa Maria pós-cretácea (Mendes Jr. & Zibordi 1987). Antes da emancipação e
perda de alguns distritos que se tornaram novos municípios, Santa Maria
ocupava uma área localizada entre as coordenadas 53º30'22'' e 54º19'32'' de
longitude oeste e 29º20'28'' e 30º00'16'' de latitude sul com uma superfície de
3.462 Km
2
. Até o final dos anos 80, o Município era dividido nos nove distritos
2
enumerados a seguir: Santa Maria (sede), Camobi, Arroio do Só, Boca do Monte,
Santa Flora, Dilermando de Aguiar, São Martinho, Silveira Martins e Itaara
(Pereira et al. 1989). A partir de 1988, Silveira Martins foi emancipado tornando-
se um município independente, o mesmo acontecendo com os quatro últimos
distritos mencionados. Hoje, a área restante está subdividida nos distritos de
Boca do Monte, Santo Antão, Santa Maria, Arroio Grande, Palma, Arroio do Só,
Pains, Passo do Verde, Santa Flora e São Valentim (Viero 2003, ver Fig. 1). Este
trabalho foi planejado não apenas sobre a área atual do município, mas sobre a
maior amplitude na maior diversidade das formações florestais da antiga área.
Para obtenção de mapas mais detalhados da cidade, consultar o mapa da
divisão urbana e o mapa com os limites distritais de Santa Maria nos seguintes
endereços eletrônicos:
http://www.santamaria.rs.gov.br/docs/mapa_divisao_urbana.pdf e
http://www.santamaria.rs.gov.br/docs/mapa_distritos.pdf (acessado em 15 janeiro de 2008).
A área do município de Santa Maria, mais apropriadamente a área inicial,
apresenta quatro zoneamentos morfológicos distintos ou grandes unidades de
relevo, segundo Pereira et al. (1985, apud Mendes Jr. & Zibordi 1987) com
características morfoclimáticas e de vegetação distintas; estas características
foram comentadas por Mendes Jr. & Zibordi (op. cit.) e Pereira et al. (1989)
podendo ser resumidas como segue:
Topo do Planalto: corresponde ao extremo sul do Planalto Meridional
Brasileiro e setor Norte do Município abrangendo partes dos distritos de São
Martinho, Itaara e Silveira Martins. Apresenta-se suavemente ondulado, com
coxilhas (interflúvios) tabulares associadas à resistência das rochas vulcânicas da
formação Serra Geral. As altitudes variam em torno de 400 m (340-520m). A
declividade está em torno de 10% com baixa energia de relevo. É banhada por
cursos de água perenes, como a bacia do Toropi-Guassupi, apresentando um
padrão de drenagem dendrítica e retangular. Há presença de capões e matas de
galeria ligados à maior umidade do solo e formações campestres.
Rebordo do planalto: é uma zona de transição entre Topo do
Planalto/Depressão Central conhecida como Serra Geral, denominada localmente
de Serra de São Martinho e Serra do Pinhal. Abrange áreas dos distritos (direção
3
W-E) de Boca do Monte, São Martinho, Itaara, Silveira Martins e Camobi. O clima
úmido e o intemperismo químico originaram uma morfologia muito acidentada,
vertentes íngremes com degraus e patamares, alta energia de relevo (entre 5,6 e
45,5%), altitudes de 460 a 490 metros e escarpas abruptas, fruto da erosão que
depende da resistência das rochas. As camadas mais resistentes são da
Formação Botucatu (arenitos) e Serra Geral (Rochas vulcânicas). Há
individualização de morros e alto grau de festonamento com vales profundos
resultantes da erosão dos rios Ibicuí-Mirim e Arroio Grande. Há morros
testemunhos isolados (Mariano da Rocha e Cerrito, até 250 m) e engastados
(Cechela e Santa Maria), resultantes do recuo da escarpa devido à camada de
rochas mais resistentes (riólitos granofíricos e arenitos). O clima atual
determinou um intenso trabalho de dissecação fluvial e significativo
intemperismo químico, originando um conjunto de montanhas e vales classificado
como montanhas de erosão encoberto pela floresta. A formação florestal também
é reflexo das condições favoráveis como a maior umidade do ar, as chuvas
abundantes e os nevoeiros freqüentes, bem como a presença de solos ao longo
das vertentes não escarpadas. A drenagem é do tipo dendrítica, encoberta pela
floresta Subcaducifolia Subtropical, que apresenta diminuição de sua área devido
ao desmatamento por exploração imobiliária ou para uso agrícola, sendo também
responsável pela erosão de conseqüências irremediáveis.
Depressão Central: inclui a parte sul do município abrangendo parte dos
distritos de Santa Maria, Camobi, Arroio do Só, Boca do Monte, Santa Flora,
Dilermando de Aguiar e Silveira Martins. É constituída por sedimentos Triássicos
da Bacia do Paraná, com arenitos, siltitos e folhelhos da formação Santa Maria e
Rosário do Sul. Tem uma morfologia pouco variada, ondulada, formando coxilhas
(colinas alongadas suaves e contínuas), entalhadas pelos cursos d'água. A
altitude está em torno de 80-130 metros. São planícies com vertentes côncavo-
convexas e vales rasos. As coxilhas são divisores dos vários afluentes das sub-
bacias dos rios Vacacaí e Ibicuí, que apresentam um padrão dendrítico, devido a
homeogeneidade litológica. Há presença de vossorocas e sangas de fundo amplo
resultantes das chuvas que provocam finos ravinamentos. A vegetação é formada
por campos limpos (90%) utilizados na pecuária e agricultura, capões e matas de
galerias.
4
Fig. 1 – Mapa do Brasil (http://www.brasil-turismo.com/mapas/mapa-politico.htm -
acesso em 15 de janeiro 2008), Mapa da vegetação atual do Rio Grande do Sul (VIERO
2003) e Mapa das formações vegetacionais em Santa Maria (VIERO 2003).
5
6
Planícies Aluvionais: ocupam pequena área, com sedimentação fluvial
recente, morfologia suave e plana em vários setores. As altitudes são da ordem
de 50 metros, correspondendo ao leito maior dos rios e afluentes, desenvolvendo
canais do tipo meândrico com declividade média de 15%. A vegetação do tipo
mata galeria foi devastada, cedendo lugar à agricultura, por ser uma região de
várzea e solos férteis. Esta devastação provoca maior carga de detritos e
sedimentos no leito dos rios.
Pela classificação climática de Köppen, o município está na faixa de clima
temperado chuvoso e quente (mesotérmico) do tipo Cfa. As chuvas são
distribuídas anualmente em torno de 1600 mm, com verões quentes e invernos
brandos (Mendes Jr. & Zibordi, 1987, Ruhoff et al. 2003). Uma análise
complementar do quadro de atributos climáticos das unidades de paisagem do
município foi detalhada por Pereira et al. (1989):
- invernos frios, com temperatura média do mês mais frio entre
13º e 15º, média das mínimas entre 8º e 10º C;
- verões quentes, com temperatura média do mês mais quente
superior a 24º C; média das máximas variável entre 28º C, ao
norte (Planalto), e 32º C no restante do município (altitudes
menores); e máximas absolutas superiores a 40º C;
- temperaturas médias anuais entre 18º e 20ºC, no centro-sul, e
entre 18º e 16ºC, ao norte do município (mais elevado);
- as precipitações são regulares durante todo o ano, sem estação
seca definida, com índices pluviométricos anuais de 1500 mm e
1750 mm;
- os meses menos chuvosos são março, novembro e dezembro;
- os ventos são predominantes de E e SE, sendo os mais fortes
provenientes do quadrante norte (N e NW) e os mais frios de S e
SW, com ocorrência de muitas calmas (p. 57).
1.2. Aspectos fitogeográficos da área estudada
A superfície do município atinge as seguintes porções das regiões
geomorfológicas do Estado, segundo o Projeto RADAMBRASIL (1986): o Planalto
das Araucárias, com as encostas constituindo a Serra Geral, e a Depressão
Central Gaúcha. De acordo com o Projeto, as regiões fitoecológicas e áreas
ecológicas do Estado ocupadas pelo município são: a Região de Savana (em
zonas de baixa altitude ao sul e na zona de planalto ao norte); a Região da
Floresta Estacional Decidual (ao centro, na Serra Geral) e as Áreas de Tensão
7
Ecológica recobertas por uma vegetação secundária, capoeiras, originadas por
ação antrópica após abandono face às condições adversas de topografia e solo
para cultivo agrícola, situando-se entre a savana de depressão e a floresta (Fig.
1). Outra análise importante é a caracterização da vegetação na região central do
Estado onde se encontra o município de Santa Maria, também delineada no
Projeto RADAMBRASIL:
A região de floresta mais importante em termos fisionômicos e de
estado de preservação é a Região da Floresta Estacional Decidual;
ela ocupa a maior parte da vertente sul do Planalto das Araucárias
(Serra Geral) e áreas de relevo ondulado da bacia do rio Ijuí, no
Planalto das Missões, além dos terraços aluviais dos rios Jacuí,
Ibicuí e respectivos afluentes. A estrutura desta floresta é
representada por dois estratos arbóreos distintos: um emergente,
aberto e decíduo, com altura variando entre 25 e 30 m, e outro,
dominado e contínuo, de altura não superior a 20 m, formado
principalmente por espécies perenifoliadas, além de um estrato de
arvoretas. A fisionomia decidual desta floresta é determinada pelo
dossel emergente, dominado por leguminosas caducifolias onde se
destacam a Apuleia leiocarpa (grápia) e a Parapiptadenia rigida
(angico), o estrato dominado, com uma marcada diversidade
florística, apresenta fácies distintas, em função de pequenas
variações ambientais, determinadas por parâmetros litológicos,
geomorfológicos, edáficos e climáticos. (...) As unidades
fitofisionômicas desta floresta são a Floresta Aluvial, a Floresta
Submontana e a Floresta Montana. A Floresta Submontana
recobre a vertente sul da Serra Geral e Bacia do Ijuí. Na encosta
da Serra Geral, entre 30 e 400 m, ocupa formas de Relevo
Ondulado a Dissecado, o Relevo Dissecado é constituído por
patamares basálticos, recortados por canhões profundos e
estreitos por onde correm os tributários dos rios Jacuí e Ibicuí. Ali
os solos são argilosos, eutróficos, não hidromórficos, geralmente
rasos e pedregosos. Na bacia do Jacuí e no norte da Depressão
Central, o relevo é ondulado com solos distróficos profundos (p.
580).
Marchiori (2002) teceu as algumas críticas sobre a descrição da vegetação
do Estado publicada pelo Projeto RADAMBRASIL, possibilitando uma maior
compreensão do tipo de vegetação:
(...) A divisão das florestas em Ombrófilas (Densa e Mista) e
estacionais (Decidual e Semidecidual), por exemplo, é um dos
pontos que merece reparos, pois o clima é nitidamente ‘Ombrófilo’
em todo o Rio Grande do Sul, inexistindo período suficientemente
seco para a atribuição de uma verdadeira estacionalidade à
vegetação (...) a estacionalidade foliar resulta das baixas
temperaturas de inverno e não da vigência de um período com
deficientes precipitações (....) a perfeita continuidade entre as
florestas Atlântica e Estacional implica na diluição gradual dos
8
elementos tropicais, oriundos da floresta atlântica, ao longo da
escarpa sul da Serra Geral. Por sua vez, numerosas espécies da
Floresta Estacional também avançam pela Floresta Atlântica,
contribuindo para a deciduidade de parte de seu estrato superior
(p. 92).
A floresta aparece de forma predominante no Rebordo do Planalto (Serra
Geral), pois este apresenta condições essenciais ao seu desenvolvimento, como:
maior umidade do ar, chuvas abundantes, nevoeiros constantes, proteção
imposta pelos vales e concentração de húmus em escoamento pelas vertentes de
grande declividade resultante do próprio ciclo vegetativo (Mendes Jr. & Zibordi,
op. cit.).
A vegetação natural do estado do Rio Grande do Sul foi relacionada com as
disponibilidades climáticas por meio do diagrama climático de Walter e Lieth.
Foram utilizados os dados de 41 estações meteorológicas, inclusive a de Santa
Maria, no período de 1931-1960. Para cada estação meteorológica, foi traçado
um gráfico cartesiano com a temperatura média mensal do ar, a média dos totais
mensais de chuva sendo a escala da representação da chuva o dobro daquela da
temperatura. Constatou-se que o território do Estado se enquadra no Zonobioma
de clima úmido temperado quente e vegetação de florestas indicando que o
modelo fitoclimático de Walter e Lieth não é adequado para representar a
distribuição geográfica da vegetação natural do Estado, pois esta não é formada
somente por florestas, mas também por grandes áreas de vegetação do tipo
campestre (Burioll et al. 2007).
Fig. 5: Diagrama climático para a estação
meteorológica de Santa Maria, no período de 1931-
1960. Fonte: Buriol et al. 2007.
9
Fitogeograficamente, Santa Maria pertence ao Reino Neotropical, Domínio
Amazônico, e está nas Províncias Paranense e Pampeana (Cabrera & Willink
1980). Segundo Waechter (1990), a maioria dos elementos florísticos
representados no estado reflete padrões amplos ou disjuntos com outros reinos
fitogeográficos ou blocos continentais do mundo.
Um interessante resumo sobre as teorias da origem das espécies florestais
do Estado pode ser encontrado em Bergamin & Mondin (2006):
Rambo (1951) apontou duas principais rotas de migração de
espécies tropicais para o estado: a “Porta de Torres”, pelo lado
Leste, servindo de corredor para espécies tropicais atlânticas e o
“Alto Uruguai”, pelo Noroeste, constituído de espécies tipicamente
estacionais. As temperaturas médias inferiores, em função de
altitudes mais elevadas existentes no Nordeste do estado,
representam uma barreira que impede a transposição de espécies
entre os dois contingentes, sendo a região de ocorrência natural da
Araucária (Jarenkow & Waechter, 2001). A Floresta com Araucária
é constituída por espécies com origem nas montanhas do Brasil
central, nos Andes e na flora austral-antártica, tendo estes
elementos antecedido aqueles que migraram pela “Porta de
Torres” e pelo “Alto Uruguai” (Rambo, 1953) (p. 218-219).
Mais especificamente sobre a Floresta Estacional da Fralda da Serra Geral,
Klein (1983) encontrou árvores de três tipos florestais. Mais de 2/3 das espécies
são provenientes da Floresta Estacional dos Rios Paraná e Uruguai,
representando uma Floresta diluída do Alto Uruguai. Outro conjunto menor de
espécies pertencente aos subbosques da mata dos pinhais, e, finalmente, 25
espécies do total de 222 listadas oriundas da Floresta Ombrófila Densa, cuja
importância ou é apenas local, ou então inexpressiva (Itaqui 2002).
Estes dados foram aprofundados por Jarenkow & Waechter (2001) através
de um estudo de composição, estrutura e relações florísticas do componente
arbóreo de uma floresta estacional do município de Vale do Sol (região centro-
leste do Rio Grande do Sul); o estudo permite concluir como aspecto principal
que as espécies da Mata Atlântica ou Floresta Ombrófila Densa (leste)
contribuem com um grande número de indivíduos, mas predominam no sub-
bosque como árvores de tamanho médio. O conjunto de espécies da Floresta
Estacional dos rios Paraná e Uruguai (oeste), apresenta maior riqueza, mas
contribui com um menor número de indivíduos fisionomicamente mais
10
importantes, muitas vezes emergentes, aparentemente formando condições
favoráveis para o desenvolvimento de algumas espécies atlânticas tolerantes à
sombra.
Na Depressão Central, foi realizado um estudo do componente arbóreo de
uma floresta ribeirinha do arroio Passo das Tropas em Santa Maria por Budke et
al. (2004). Neste trabalho, foram identificadas 57 espécies arbóreas, a maioria
proveniente do oeste do Estado da bacia do Paraná-Uruguai (57%), enquanto
41% eram de ampla distribuição e apenas uma espécie era proveniente do
corredor atlântico.
Nakasone (1996) afirmou que a diversidade fúngica da região subtropical
da América do Norte tem suas bases nas condições climáticas favoráveis e a
variedade de substratos lenhosos da região. As temperaturas quentes e a
abundante precipitação são condições ideais para muitas espécies de fungos. O
sul dos Estados Unidos abriga a micota lignícola de maior riqueza de espécies do
País. Esta área é o limite norte para muitos Basidiomycota lignícolas tropicais e
subtropicais, como: Aleurodiscus mirabilis (Berk. & M. A. Curtis) Höhn. e
Gloeodontia discolor (Berk. & M. A. Curtis) Boidin. Do mesmo modo, muitas
espécies da faixa temperadas do norte apresentam sua distribuição meridional
extrema no sudeste; Veluticeps ambígua (Peck) Hjortstam & Tellería e Phlebia
acerina Peck são exemplos. Outras espécies, como Inonotus ludovicianus (Pat.)
Bondartsev & Singer e Resinicium meridionale (Burds. & Nakasone) Nakasone,
são endêmicas no sul dos Estados Unidos.
Os estudos sobre os componentes arbóreos florestais do estado do Rio
Grande do Sul indicam que estes são de origem principalmente tropical e
subtropical, porém os dados sobre a ocorrência de fungos lignícolas no Brasil e
no estado são ainda parcos (Lewinsohn & Prado 2005). Pode-se inferir pela
diversidade de elementos arbóreos e a distribuição das precipitações ao longo do
ano que a região subtropical apresenta condições favoráveis para o crescimento
de fungos degradadores de madeira; essa região pode também representar uma
faixa transicional para a ocorrência de fungos de regiões temperadas meridionais
e fungos de regiões tropicais setentrionais.
11
1.3. Aspectos ecológicos e econômicos dos fungos com poros
A degradação dos componentes lenhosos é uma das atividades fúngicas
mais importantes na natureza. A madeira é composta principalmente por celulose
(40-50%), hemicelulose (25-40%), e lignina (20-35%), representando os
polímeros mais abundantes na natureza. De acordo com Pointing et al. (2003),
os fungos são os maiores agentes de degradação da madeira apresentando três
estratégias reconhecidas de utilização do substrato, relatadas a seguir. A
podridão marrom é capaz de provocar uma degradação muito rápida da
celulose e hemicelulose atribuída à oxidação não enzimática com pouca ou
nenhuma degradação de lignina associada; neste caso, a madeira adquire uma
aparência escurecida e com fissuras profundas no sentido transversal ao secar.
Este tipo de decomposição é restrito a certos táxons de Basidiomycota
totalizando em torno de 6%, ou seja, entre 113 espécies registradas na América
do Norte (Gilbertson 1981) a, pelo menos, 125 espécies segundo Nakasone
(1996); pouco mais de um total de 146 espécies citadas por Ryvarden para o
mundo (1991). Em sua maioria, são fungos com poros (70%), sendo em torno
de 85% destes primariamente associados à degradação de madeira de coníferas
(Gilbertson 1980, 1981, Nakasone 1996); Estes fungos têm sido bem menos
considerados para aplicações industriais. A podridão mole (soft rot), cuja
decomposição de celulose e hemicelulose mediada por enzimas é acompanhada
por pouca ou nenhuma degradação de lignina, amolecimento das camadas
superficiais na madeira e formação de cavidades características. É típica de
muitos Ascomycetes e gêneros mitospóricos – estes fungos não têm sido usados
industrialmente. A podridão branca, na qual se observa uma extensiva
degradação de todos os componentes da madeira mediada por enzimas, resulta
em uma aparência esbranquiçada na madeira, tornando-a fibrosa ou com
manchas de decomposição. A decomposição branca é encontrada principalmente
entre os Basidiomycota, particularmente entre os Aphyllophorales. Os fungos
com poros são capazes de provocar podridão marrom ou branca.
O número de fungos causadores de podridão branca com importância
industrial ainda é limitado, apesar de suas potenciais aplicações biotecnológicas;
a identificação e a escolha de espécies melhores para uso industrial são de difícil
12
execução. A ênfase do estudo biotecnológico recai sobre a otimização de isolados
já conhecidos ou um screening geral para a obtenção de isolados mais
desejáveis. Neste caso, o estudo taxonômico pode ter um maior impacto, pois o
conhecimento das relações entre as espécies permite abreviar o processo de
screening auxiliando na seleção de organismos industrialmente úteis (Burdsall Jr.
1998).
As enzimas fúngicas têm um amplo espectro de uso na indústria, como na
indústria de detergentes, conversão de amido, tecnologia têxtil, indústria de
polpa e papel, preparação de alimento, alimentação animal, tratamento do couro,
tratamento de resíduos líquidos para reduzir a cor, toxicidade e mutagenicidade e
tratamento de solos ou água para a remoção de poluentes ambientais, como DDT
e dioxinas (Yoshida 1997; Nielsen & Oxenbol 1998).
Os fungos com poros junto com certos Ascomycota representam a maior
fonte de substâncias farmacológicas ativas. Apenas um pequeno número das
espécies mais comuns e com basidiomas mais visíveis tem sido estudado para
atividade antimicrobiana. Estima-se que 75% dos fungos com poros que têm sido
testados mostra uma forte atividade antimicrobiana e podem se constituir em
uma boa fonte para o desenvolvimento de novos antibióticos. Numerosos
compostos isolados desses organismos mostram atividades cardiovasculares,
antiinflamatórias, hemaglutinogênicas, fitotóxicas, imunomodulatórias,
analgésicas, antidiabéticas, antioxidantes, inseticidas, nematocidas, antivirais,
citotóxicas e antineoplásicas. De fato, muitas espécies têm sido utilizadas e há
muito tempo na medicina popular, tais como: Ganoderma lucidum (Curtis) P.
Karst. (Reishi ou Ling Zhi), Laetiporus sulphureus (Bull.) Murril (Chicken-of-the-
Woods), Trametes versicolor (L.) Lloyd (Yun Zhi), Grifola umbellata (Pers.) Pilat
(Zhu Lin), Inonotus obliquus (Ach. ex Pers.) Pilát (Chaga) e Wolfiporia cocos (F.
A. Wolf) Ryvarden & Gilb. (Hoelen) - (Zjawiony 2004).
Alguns exemplos de fungos com poros e seu uso potencial na medicina
partindo de compostos isolados dos basidiomas são: Ganoderma annulare (Fr.)
Gilb. (antifúngico), G. applanatum (Pers.) Pat. (antimicrobiano), G. lucidum
(Curtis) P. Karst. (cardiotônico, redutor da glicose sangüínea e colesterol,
antihepatotóxico, antitumoral, antiinflamatório, hemaglutinógeno, antiviral), G.
13
pfeifferi Bres. (antibiótico, antiviral), G. tsugae (inibidor do ciclo celular), Grifola
confluens (antibiótico), G. frondosa (Dicks) Gray (antitumoral e
antidiabetogênico), Gloeophyllum sepiarium (Wulfen) P. Karst. (antifúngico),
Inonotus obliquus (Arch. Ex. Pers) Pilát (antiviral, anticancerígeno), Piptoporus
betulinus (Bulliard) P. Karst. (anticancerígeno) e Wolfiporia cocos (F. A. Wolf)
Ryvarden & Gilb. (antitumoral) - (Kües & Liu 2000, Lindequist et al. 2005).
Os fungos degradadores de madeira, em destaque os fungos com poros,
também exercem um papel ecológico estabelecendo relações com os animais.
Com insetos arborícolas, eles são transmitidos, por exemplo, no momento da
oviposição e desenvolvem-se até pupas em câmaras contendo o micélio
inoculado; fornecem alimento a partir do micélio ou do basidioma para vários
tipos de insetos; aves como o pica-pau geralmente escolhem árvores amolecidas
por fungos degradadores de madeira quando perfuram seus ninhos. Outras
espécies têm importância nas relações micorrízicas e fitopatogênicas (Gilbertson
1980).
A realização de trabalhos de ecologia envolvendo fungos macroscópicos,
micorrízicos, lignícolas e humícolas, deve ser estimulada a fim de permitir um
maior conhecimento da participação e das relações destes organismos no
ambiente florestal. Estes trabalhos já têm sido feitos em outros países, apesar de
serem ainda poucos se comparados ao grande número de estudos
fitossociológicos envolvendo espécies florestais e de campo.
Segundo Tofts & Orton (1998), uma investigação da qualidade micológica
de um local só pode basear-se em uma boa lista de espécies presentes, ou seja,
em um conhecimento da diversidade de espécies que seja o mais completo o
possível. Neste trabalho, 502 espécies de fungos foram registradas em uma
floresta de coníferas na Inglaterra após 21 anos de estudo. A maioria delas foi
observada apenas em poucas ocasiões e enquanto a curva acumulativa de
espécies indicadoras da floresta de pinheiro caledônico parecia estar
estabilizando-se, a curva acumulativa do total das espécies (ou taxa de
crescimento de uma lista de espécies) não demonstrava nenhum sinal confiável
de atingir o valor limite. Os 21 anos de registro não foram suficientes para se
14
estabelecer uma estimativa consistente da diversidade de fungos do local
estudado.
Em outro estudo envolvendo 21 anos de coletas na reserva micológica de
La Chaneaz situada no leste da Suíça, os macromicetos foram identificados e
contados semanalmente em uma área de 1500 m
2
no período de 1975-1999
(excluindo 1980-83). A riqueza das espécies e a abundância variaram fortemente
entre os anos. Mais de 400 espécies foram encontradas, a maioria de caráter
transitório. Os anos mais ricos particularmente mostraram espécies ocorrendo
em apenas um ano. Isto indicava que o número de espécies aumentaria
substancialmente se o estudo continuasse. Anualmente, a riqueza das espécies,
abundância e períodos de frutificação foram altamente correlacionados. Os dados
de abundância das espécies pareceram simetricamente distribuídos ao longo do
seu período de frutificação (Straatsma et al. 2001).
Em outro trabalho sobre fungos macroscópicos realizado em 13 locais de
florestas e campos em Viena medindo em torno de um (1) hectare e com
duração de sete anos, foram encontradas 900 espécies; os dados foram
comparáveis àqueles do estudo suíço anterior de 21 anos de duração. A riqueza
das espécies e a abundância estavam quase linearmente correlacionadas em uma
escala log/log. Abundância e freqüência anual das espécies estavam fortemente
correlacionadas. A composição das espécies variou bastante anualmente. Muitas
espécies não atingiram sua abundância máxima no ano de maior riqueza. As
espécies mostraram suas abundâncias máximas em diferentes locais no mesmo
ano mais freqüentemente do que esperado pelo acaso. Conclui-se que a presença
e abundância das espécies depende(m) de fator(es) outro(s), que não a
produtividade geral anual e que os anos demonstraram algum(s) aspecto(s)
diferente(s) da produtividade isolada. Como estes estudos ecológicos dependem
somente da formação de “corpos de frutificação” ocorrendo esporadicamente, são
necessárias observações de longo prazo e em grandes áreas para se chegar a um
entendimento da estrutura das comunidades de fungos macroscópicos e de sua
diversidade (Straatsma & Krisai-Greilhuber 2003).
Com relação à especificidade de fungos com o substrato, Lindblad (2000)
registrou a ocorrência de basidiomas de 82 espécies de Aphyllophorales sobre 44
15
espécies arbóreas em uma floresta neotropical seca (Santa Rosa Nat. Park, Costa
Rica). Apenas duas das 32 espécies fúngicas com três ou mais registros
mostraram sinais de especificidade ao substrato arbóreo. Para as demais, o
número de espécies hospedeiras aumentou com o aumento do número de
espécies colonizadas. Estes resultados sustentam a afirmação de que a maioria
dos fungos degradadores de madeira tem limites mais amplos de escolha dos
hospedeiros, ou seja, são mais generalistas nas áreas tropicais. Mais estudos, no
entanto, são ainda necessários para se confirmar esta afirmação.
Dentre as diversas regiões mundiais, as regiões tropicais têm sido menos
estudadas não somente em relação a outros grupos organismos, mas
especialmente em termos micológicos. Assim, a execução de trabalhos de
ecologia de fungos nestas regiões deve ser precedida de por intenso trabalho
taxonômico essencial para a identificação das espécies ocorrentes.
A reserva biológica do Ibicuí-Mirim, localizada no norte do município de
Santa Maria, faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (Marcuzzo et al.
1998); é uma importante área de preservação com várias espécies florestais
comuns à Mata Atlântica devendo no futuro ser investigada em termos
micológicos. As únicas áreas verdes da área urbana de Santa Maria estão
localizadas na encosta do planalto e nos morros testemunhos ou ficando
relegados à região rural (Sartori 1986) sofrendo forte pressão do desmatamento.
Este quadro gera a necessidade de conhecermos a biodiversidade da região não
só para inventariá-la, mas para permitir a sua preservação e valorização em
termos de uso sustentável.
1.4. Situação do estudo de fungos com poros
As estimativas sobre os números de espécies de fungos em geral ainda
não descritas representam um aspecto importante a ser discutido. As estimativas
sobre o número total das espécies descritas são de pelo menos 74 mil podendo
chegar a 120 mil levando-se em conta as espécies nomeadas e sem registro
atual ("órfãs"); alguns estudos sustentam a hipótese de que 90-95% dos fungos
na Terra permanecem por serem descritos. Os inventários feitos em alguns locais
demonstram a necessidade da realização de estudos intensivos e de longo tempo
16
(mais de 20 anos) para se determinar o número de espécies de um local sendo a
percentagem dependente do uso da estimativa de 74 mil ou 120 mil. As
evidências disponíveis sugerem que a diversidade de fungos nos trópicos é maior
do que em regiões temperadas (49% dos fungos descritos de 1981-1990) e que
os poucos gêneros estudados e nichos ecológicos gerariam porcentagens de
novas espécies não discordantes com o nosso conhecimento de que apenas cerca
de 5% dos fungos do planeta tenham sido descritos. (Hawksworth & Rossman
1997, Hawksworth 2001).
Os Aphyllophorales podem ser considerados como um grupo bem
conhecido, com cerca de 20.000 espécies (Hawksworth op. cit.), no entanto, a
investigação dos fungos com poros na região neotropical feita por Ryvarden e
diversos colaboradores tem contribuído de forma sistemática com novas espécies
descritas (Ryvarden 2004).
Vários trabalhos já foram feitos sobre os fungos com poros do Brasil,
contudo são ainda muito insuficientes para se chegar a uma caracterização total
desse grupo considerando-se a extensão, as diferenças climáticas e a diversidade
de ecossistemas florestais do Brasil. Em geral, estes estudos foram realizados em
locais esparsos sem uma atividade de coleta intensiva e em períodos de longa
duração. Dentre estes, destacamos os trabalhos de Bononi (1979, 1984a; b),
Coelho (1994), Fidalgo (1968), Gerber (1996), Gerber & Loguercio-Leite (1997,
2000), Gibertoni at al. (2004a, 2004b), Góes-Neto (1999), Góes-Neto et al.
(2000), Gugliotta & Capelari (1995), Gugliotta & Bononi (1999), Jesus (1993,
1996), Larsen & Cobb-Poulle (1990), Loguercio-Leite (1990, 1992), Loguercio-
Leite & Wright (1991, 1995), Rajchenberg (1987), Rajchenberg & de Meijer
(1990), Rick (1960), Ryvarden & de Meijer (2002), Silveira & Guerrero (1989,
1991), Soares & Gugliotta (1998), Sousa (1980) e Vinha (1988).
A região do município de Santa Maria faz parte do reino neotropical
podendo contribuir com espécies novas, raras ou interessantes de fungos com
poros para a ciência. Através dos estudos taxonômicos efetuados isso já tem
acontecido, por exemplo, é o caso de Phellinus spinescens J. E. Wright & G.
Coelho, cujo holótipo argentino foi extraviado e invalidamente publicado sem
diagnose em latim apenas como um anexo em Larsen & Cobb-Poulle (1990),
17
novos espécimes foram coletados em Santa Maria e sua descrição foi
validamente publicada com indicação de um novo holótipo brasileiro (Coelho &
Wright 1996). Auriporia brasilica G. Coelho foi descrita em Santa Maria como a
única espécie neotropical em um gênero típico de clima temperado do norte
(Coelho 2005). A continuação deste estudo taxonômico na região de Santa Maria
deverá contribuir para o conhecimento da diversidade subtropical de fungos com
poros e, possivelmente, com novidades taxonômicas adicionais para a ciência.
A realização de estudos ecológicos, fisiológicos e genéticos que
ultrapassem o caráter morfológico fundamental da taxonomia é um dos grandes
objetivos da micologia, a fim permitir o conhecimento dos fatores envolvidos nas
relações dos fungos entre si e com os demais organismos. Contudo, vários
trabalhos atestam a complexidade destes estudos e a necessidade de um
conhecimento anterior mais consistente sobre a identidade das espécies
ocorrentes e de suas relações. O conhecimento micológico (especialmente na
área de taxonomia) não tem sido estimulado nos países desenvolvidos, apesar de
se poder observar o surgimento de novas escolas em alguns países em
desenvolvimento onde havia pouca ou nenhuma atividade micológica
(Hawksworth 2002). Este conhecimento deve ser estimulado em especial nas
regiões tropicais onde se estima que a maior diversidade de espécies deva
ocorrer (Lewinsohn & Prado 2005).
18
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Ampliar o conhecimento taxonômico sobre os fungos com poros na região
do Município de Santa Maria, através da coleta, observação, identificação,
descrição e ilustração de suas espécies.
2.2. Objetivos Específicos
Identificar e descrever as espécies de fungos com poros encontrados em
Santa Maria e municípios adjacentes, a fim de contribuir para o
conhecimento da comunidade fúngica da região;
contribuir para o conhecimento da micobiota riograndense permitindo,
assim, que futuros estudos fundamentados no conhecimento e
identificação das espécies, como os ecológicos, sejam realizados;
coletar e elaborar dados para uma caracterização geral dos fungos com
poros e de sua ocorrência na região de Santa Maria, a fim de possibilitar a
realização de estudos comparativos com os resultados obtidos em outros
locais do Estado e do Brasil;
incluir o material coletado no setor de micologia do herbário do
Departamento de Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
contribuindo para sua expansão e para a realização de estudos
taxonômicos e fitogeográficos em seu acervo;
divulgar os dados levantados ao longo da execução deste estudo através
da produção e publicação de artigos científicos com vistas a fomentar a
produção científica na área de taxonomia micológica nos âmbitos estadual
e nacional;
identificar e descrever espécies novas ou raras de fungos com poros da
região neotropical considerada ainda pouco estudada no aspecto
micológico.
19
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Levantamento bibliográfico
Representou um esforço contínuo de busca das descrições, discussões e
dados de ocorrência das espécies publicadas na literatura científica mundial; foi
feito através de consultas às bibliotecas do país, comutação bibliográfica,
solicitação direta aos autores, aquisição de bibliografia, pesquisa via Internet no
Portal de Periódicos CAPES, portais de micologia (Index Fungorum e Mycobank,
New Manaaki Whenua Landcare Research, etc.) e eventuais páginas da Web com
informações e artigos em PDF.
3.2. Coleta e herborização dos espécimes
A coleta se constituiu na busca de basidiomas em seu período fértil
diretamente na natureza. Os basidiomas foram acondicionados em envelopes de
papel absorvente para a absorção inicial de umidade e transporte;
subseqüentemente, foram secos em temperatura ambiente e transferidos para
envelopes de papel para preservação em herbário; os basidiomas de consistência
carnosa, com maior umidade e de mais fácil deterioração, foram secos
diretamente em estufa. Depois de preservados, os espécimes receberam um
número de registro do coletor (Nº GC), foram acondicionados em envelopes ou
caixas de papel e depositados no herbário SMDB (Santa Maria, Departamento de
Biologia - UFSM) e ICN (Instituto de Ciência Naturais - UFRGS).
3.3. Análise morfológica
O estudo das estruturas microscópicas foi realizado com microscópio óptico
(Hund) sobre cortes feitos à mão livre com lâmina de aço inoxidável. Os cortes
foram montados com lâmina e lamínula de vidro com gotas de meio líquido e
analisados geralmente sob aumento máximo do microscópio com óleo de
imersão. O meio líquido básico foi Floxina 1% e hidróxido de potássio (KOH) a
5% para análise rotineira e mensuração das estruturas microscópicas (coloração
citoplasmática e separação das hifas, respectivamente); para verificação das
reações amilóide (azulada) e dextrinóide (castanho-avermelhado), ou no caso de
dissolução das hifas em meio alcalino (KOH), foi utilizado Reagente de Melzer
20
(IKI). Azul de algodão (cotton blue, CB) foi usado para verificação da reação
cianofílica da parede. As ilustrações das estruturas foram feitas com câmara clara
acoplada ao microscópio óptico. Foi utilizado o microscópio estereoscópico
binocular (Leitz) para ampliação das estruturas macroscópicas de difícil
visualização a olho nu.
3.4. Mensuração e apresentação dos elementos morfológicos
As dimensões dos caracteres macromorfológicos foram avaliadas com
régua ou paquímetro diretamente sobre o basidioma ou sob microscópio
estereoscópico; foram medidos: número de poros por milímetro, espessura do
contexto e camada de poros. A avaliação das dimensões em nível microscópico
foi realizada com ocular milimetrada (1/10) previamente calibrada com lâmina
milimetrada Leitz (1/100). As medidas foram tomadas, na maioria dos casos, em
número próximo de 60 (sessenta) medidas de cada estrutura sobre 1 (um) ou
mais basidiomas frescos. Exceto no caso da análise de espécimes herborizados
onde as estruturas geralmente são mais difíceis de identificar em conseqüência
da dessecação, foi utilizado um número menor, próximo de 20 medidas de 1
(um) basidioma. Na descrição das espécies foram utilizadas as seguintes
abreviaturas: Azul de algodão (CB), Reativo de Melzer (IKI) e hidróxido de
potássio a 5% (KOH).
A apresentação das descrições incluiu os limites extremos superiores e
inferiores entre parênteses e os limites mais freqüentes (em torno de 5%) abaixo
do limite máximo e acima do limite mínimo. As abreviaturas dos dados
estatísticos e medidas foram apresentadas conforme Coelho (2005, modificado
de Dai 1999): n= x medidas/y basidiomas (por exemplo: n= 60/1 ou 120/2), P
m
= média dos poros/mm, D
m
= média aritmética do diâmetro; L = comprimento,
W
= largura, L
m
x W
m
= média aritmética do comprimento e largura, Q =
quociente do comprimento/largura (L/W), Q
m
= L
m
/W
m
; Q
r
= variação extrema
do Q; Q
m
= média aritmética do Q
r
; n = x/y, sendo (x) o número de medidas de
uma estrutura microscópica de um número (y) de espécimes. Em algumas
medidas foi incluído o desvio padrão (± valor).
21
A nomenclatura da forma dos basidiósporos seguiu as classificações
indicadas em Stalpers (2007), Largent et al. (1977) e Núñez & Ryvarden (2000).
3.5. Identificação e caracterização morfológica das espécies
A partir da observação dos basidiomas e seus substratos na natureza, bem
como das análises morfológicas, foi elaborada a descrição de cada espécie
acompanhada de um conjunto de ilustrações das estruturas microscópicas
diagnósticas. A identificação das espécies foi feita por comparação com as
descrições publicadas na literatura mundial, tais como: Bernicchia (1990),
Breitenbach & Kränzlin (1986), Dai (1999), Gilbertson & Ryvarden (1986, 1987),
Núñez & Ryvarden (2000, 2001), Rajchenberg (1984, 2006), Ryvarden (1976,
1978, 1991, 2004), Ryvarden & Johansen (1980), Ryvarden & Gilbertson (1993,
1994), Quanten (1997), entre outros.
3.6. Dados de coloração dos basidiomas
A nominata para classificação das cores dos basidiomas foi obtida por
comparação com a carta de cores Munsell Soil Color Charts (1994).
3.7. Análise do tipo de substrato e tipo florestal
Sempre que possível, foi efetuada a anotação dos dados do tipo de
substrato e do tipo florestal em que os espécimes foram coletados para a
diferenciação da micobiota presente nos diferentes tipos florestais: mata nativa,
mata de Pinus spp. ou mata de Eucalyptus spp. Os basidiomas em muitos casos
cresciam sobre madeira de angiospermas em decomposição caídas no chão da
mata nativa de difícil identificação de origem do substrato lenhoso. Algumas
obras serviram de referência para a identificação das árvores, por exemplo:
Backes & Irgang (2002, 2004a e 2004b).
3.8. Divulgação dos resultados
Os dados obtidos foram preparados para publicação em forma de texto
contendo as descrições e ilustrações feitas para maioria das espécies. A
22
divulgação dos resultados publicados foi realizada através de periódico impresso
indexado, tais como: Biociências, Fungal diversity, Mycologia e Mycotaxon; ou via
Internet pelo Fungal Planet.
3.9. Microscopia eletrônica de varredura
Foi retirada uma pequena amostra do himênio diretamente de um
espécime herborizado de Amauroderma brasiliense (Singer) Ryvarden e montado
sobre stubs de alumínio com fita dupla face e cobertos com uma camada de 5 nm
de espessura de ouro usando-se um metalizador (SDC 050 Sputter). Os stubs
foram examinados no microscópio eletrônico de varredura Jeol JSM 5800
operando a uma voltagem de aceleração de 20 Kv.
3.10. Ilustrações
Para apresentação das estruturas microscópicas de forma ilustrativa,
foram feitos desenhos em câmara clara acoplada no microscópio óptico; depois
finalizados com nanquim sobre papel vegetal ou com softwares de ilustração
digital, como Corel Draw
®
, Adobe Photoshop
®
e Adobe Illustrator
®
. As imagens
dos basidiomas foram obtidas para quase todas as espécies diretamente na
natureza com câmara fotográfica reflex digital (Canon) e preparadas para
apresentação em pranchas montadas com Adobe Photoshop
®
.
23
4. RESULTADOS
Os resultados estão discriminados abaixo por artigos.
Artigo I.
Coelho G. 2005. A Brazilian new species of Auriporia. Mycologia 97(1): 266–270.
Neste artigo, Auriporia brasilica G. Coelho foi proposta como uma nova
espécie de com poros coletada no sul do Brasil; ela é caracterizada pelo sistema
hifálico dimítico, presença de cistídios metulóides, basidiósporos pequenos, poros
grandes e por ser capaz de provocar podridão marrom. O artigo traz a descrição
completa, a fotografia do basidioma e a ilustração das características
microscópicas.
A publicação desta espécie representa o primeiro registro do gênero
Auriporia Ryvarden para a região Neotropical. O gênero era conhecido até o
momento da publicação somente nas regiões temperadas do Hemisfério Norte,
estes dados representam uma extensão da sua distribuição geográfica do gênero
para a região de clima subtropical da América do Sul.
O artigo apresenta um quadro comparativo das diferenças morfológicas,
distribuição geográfica e referências bibliográficas das quatro espécies conhecidas
de Auriporia (Artigo I, Tabela I, Pag. 266).
Artigo II
Coelho G., Reck M., Silveira R. M. B, Guerrero, R. T. 2005. Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb.
(Basidiomycota): first record from Brazil. Biociências 13(2): 107-111.
Como resultado principal, este artigo apresenta a primeira ocorrência no
Brasil de Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb.; uma espécie de
distribuição típica das regiões temperadas e tropicais ainda não registrada para o
país.
Os espécimes coletados no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, chamam
atenção pela beleza da coloração que vai do rosa-pálido até o vermelho-
alaranjado intenso, incomum para fungos com poros. Outras características
diagnósticas são as hifas com septo simples e os esporos alantóides.
24
Foi apresentada uma chave para as quatro espécies de Ceriporia Donk
conhecidas para o Brasil até o momento da publicação.
Artigo III
Coelho G., Silveira R. M. B, Rajchenberg M. 2006. A new Gloeoporus species growing on bamboo from
southern Brazil. Mycologia, 98(5): 821–827.
São apresentadas a descrição, fotografias e a ilustração de Gloeoporus
guerreroanus sp. nov. obtidos a partir da análise de espécimes coletados sobre
bambu no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O novo táxon apresenta himênio
contínuo ao longo da superfície interna dos tubos e dissepimentos, um caráter
morfológico típico do gênero poróide-merulióide Gloeoporus Mont. e da Família
Meruliaceae P. Karst.
O novo táxon representou a adição de uma nova espécie em um gênero
relativamente pequeno totalizando em torno de 11 espécies reconhecidas até o
momento da publicação. Foi proposta uma chave mundial para o gênero
Gloeoporus Mont.
Esta espécie é a primeira do gênero Gloeoporus Mont. registrada como
decompositora de colmos de bambus; os basidiomas de Gloeoporus guerreroanus
foram coletados sobre e exclusivamente em bambus indicando uma possível
especificidade para este substrato. O nome da espécie presta uma homenagem à
Dra. Rosa T. Guerrero, primeira orientadora deste estudo, em reconhecimento ao
seu trabalho.
Foi elaborada e proposta uma chave mundial contendo 57 espécies de
fungos com poros crescendo sobre madeira de bambus embasada no registro de
espécimes coletados em Santa Maria e em extenso levantamento da literatura
científica.
Artigo IV
Coelho G., Cortez V. G., Guerrero R. T. 2007. New morphological data on Amauroderma brasiliense
(Polyporales, Basidiomycota). Mycotaxon 100: 177–183.
Para este artigo, basidiomas frescos de Amauroderma brasiliense (Singer)
Ryvarden foram estudados permitindo a observação de novas estruturas
micromorfológicas para a espécie, ou seja, “gloeopleurous hyphae” presentes no
contexto e trama e dendrohifídios no himênio (hifas com conteúdo citoplasmático
25
corado mais intensamente e hifas com ápice ramificado no himênio,
respectivamente).
Como resultado, foi apresentado pela primeira vez uma microfotografia
dos basidiósporos feita através de microscopia eletrônica de varredura permitindo
visualizar a ornamentação levemente verrucosa dos basidiósporos.
Duas modificações para correção do epíteto específico foram apontadas
através de uma breve discussão nomenclatural; foi proposta a mudança do
epíteto “brasi
lensispara “brasiliensecomo forma correta.
Artigo V
Coelho G., Silveira R. M. B., Guerrero R. T., Rajchenberg M. 2007. On poroid Hymenochaetales growing
on bamboos in Southern Brazil and NE Argentina. Fungal Diversity.
O artigo descreveu Fomitiporia sanctichampagnatii G. Coelho, R. M.
Silveira & Rajchenb. sp. nov., coletada em São Francisco de Paula, em
conseqüência dos trabalhos de campo da Disciplina de Fungos Macroscópicos
ministrado pela Professora Rosa Mara Borges da Silveira. A nova espécie foi
comparada com outras espécies de Santa Maria e do nordeste da Argentina, pois
ambos representam os locais onde foram encontradas todas as espécies de
Phellinus com especificidade para a madeira de bambus. A espécie mais próxima
é Phellinus bambusarum (Rick) M. J. Larsen, ainda por ser recombinada para
Fomitiporia por possuir basidiósporos dextrinóides; o artigo traz ilustrações das
características morfológicas das duas espécies e fotografias de espécimes de
Phellinus s. l. coletados no estado do Rio Grande do Sul sobre colmos em
decomposição de bambus.
Fomitiporia spinescens (J.E. Wright & G. Coelho) G. Coelho, Guerrero &
Rajchenb., comb. nov. e Fomitiporia uncinata (Rajchenb.) G. Coelho, Guerrero &
Rajchenb., comb. nov. foram propostas como recombinações do gênero Phellinus
Quel. para Fomitiporia Murrill.
Neste artigo, reuniram-se em uma chave dicotômica as espécies de
Phellinus s.l. (Hymenochaetales) que crescem sobre bambus no sul do Brasil e
nordeste da Argentina juntamente com outras espécies deste substrato coletadas
em outros locais e registradas na literatura científica.
26
As diferenças morfológicas das espécies de Fomitiporia (e Phellinus
bambusarum) com setas e coletadas sobre bambus foram apresentadas em uma
tabela comparativa.
Artigo VI
Coelho G. (2008). Diplomitoporus taquarae. Fungal Planet, no. 25.
Trata-se de um artigo de duas páginas onde foi proposta uma nova espécie
de Basidiomycota, Diplomitoporus taquarae G. Coelho. O artigo apresenta uma
página contendo uma fotografia do tipo florestal onde foi coletado um dos
espécimes e uma segunda página contendo a descrição da espécie, uma breve
discussão e a literatura citada; o artigo está disponível no Portal virtual do Fungal
Planet desde 20 de Fevereiro de 2008, descrição Nº 25.
Artigo VII
Coelho G. (2008). Diplomitoporus marianoi-rochae. Fungal Planet, no. 26.
Idem ao artigo anterior para Diplomitoporus marianoi-rochae G. Coelho sp.
nov. O artigo está disponível no Portal virtual do Fungal Planet desde 20
Fevereiro de 2008, descrição Nº 26.
Artigo VIII
Coelho G. (2008). Echinoporia inermis. Fungal Planet, no. 27.
Idem ao artigo VI para Echinoporia inermis G. Coelho sp. nov. O artigo
está disponível no Portal virtual do Fungal Planet, desde 20 Fevereiro de 2008,
descrição Nº 27.
Artigo IX
Coelho G., Silveira R. M. B. 2008. The genus Rigidoporus in Santa Maria, southern Brazil: a new wood-
decaying polypore species.
O artigo ainda não publicado traz a descrição e ilustrações de sete espécies
de Rigidoporus Murrill estudadas como parte do estudo taxonômico de fungos
com poros que está sendo realizado na região de Santa Maria, RS, sul do Brasil.
Dentre as espécies analisadas, Rigidoporus digitocystis G. Coelho & R. B.
Silveira é proposta como uma nova espécie para o gênero; as características
diagnósticas descritas são: basidiomas nodulosos a pileados, himenóforo branco
a creme, poros de tamanho médio (2-6/mm), basidiósporos globosos (3–5.5 x 3–
5 µm), sistema hifálico monomítico parecendo dimítico pela presença de hifas de
27
maior diâmetro, paredes grossas e septos raros (pseudodimítico), cistídios
clavados com projeções digitiformes (20–72 x 8.5–14.5 µm), cistídios hifóides
projetando-se nos dissepimentos e cistídios incrustados esparsos na trama.
O artigo propõe de uma chave mundial para o gênero Rigidoporus Murrill
embasada na literatura científica disponível. A chave não tem caráter definitivo,
pois expressa a opinião dos autores sobre um gênero de distribuição mundial que
deve ser mais investigado tanto morfologicamente quanto com outras
metodologias para se estabelecer a identidade das espécies e os limites do
gênero.
Artigo X
Coelho G., Silveira R. M. B. 2008. Species of Polyporus and Echinochaete from the region of Santa Maria,
southern Brazil.
O artigo ainda a enviado para publicação traz as descrições, fotografias e
ilustrações de 1 (uma) espécie pertencente ao gênero Echinochaete D. A. Reid e
11 espécies pertencentes ao gênero Polyporus Fr.:Fr. coletados na região de
Santa Maria, RS, Brasil.
Apesar de que o gênero Polyporus já ter sido contemplado com alguns
estudos do Brasil e da América do Sul, propõe-se uma nova espécie no gênero,
Polyporus cupressi G. Coelho & R. M. Silveira, coletada sobre um tronco em
decomposição de Cupressus sempervirens L.
Ressalta-se Polyporus alveolaris (D. C.: Fr.) Bondartzev & Singer por ter
sido omitido das diversas chaves recentemente publicadas para fungos
neotropicais; a espécie foi registrada pela primeira vez para o Brasil (Rio Grande
do Sul) e provavelmente para a América do Sul por Rick (1960) através de um
dos sinônimos aceitos para a espécie, Favolus europaeus Fr. (Fungi Rickiani
15741, espécime analisado). Esta notificação da espécie se antepõe a de Ibañez
(1998) que assumiu o seu registro como sendo o primeiro para a espécie na
América do Sul. A presença da espécie no Brasil foi confirmada por vários
espécimes coletados e analisados.
Neste artigo, Polyporus subpurpurascens (Murril) Ryvarden é registrado
pela primeira vez para o Brasil.
28
Artigo XI
Coelho G., Silveira R. M. B. 2008. Wood-decaying species of polypores collected on Pinus spp. in Santa
Maria, southern Brazil.
O artigo ainda não publicado traz a descrição e ilustração das
características microscópicas das espécies de fungos com poros coletadas sobre
Pinus spp. na região de Santa Maria, RS, Brasil. As maioria das espécies incluídas
apresentam himenóforo poróide ou, em alguns casos, himenóforo poróide-
irpicóide e merulióide. As espécies são geralmente decompositoras diretas de
madeira de Pinus spp.; também foram incluídas algumas espécies com poros
crescendo sobre madeira decomposta dentro da mata de Pinus spp. incertamente
sobre estas gimnospermas ou sobre angiospermas invasoras da floresta
cultivada.
Como os substratos lenhosos investigados são provenientes de outros
locais, da América do Norte, algumas espécies interessantes de fungos sem
registro para o Brasil foram coletadas e analisadas: Antrodia aurantia Lodge,
Ryvarden & Perd.-Sánch., A. variiformis (Peck) Donk, Ceriporiopsis
subvermispora (Pilát) Gilb. & Ryvarden, Hapalopilus albocitrinus (Petch)
Ryvarden e Parmastomyces transmutans (Overh.) Ryvarden. & Gilbn.
Duas espécies da ordem Boletales Gilbert, Família Coniophoraceae Ulbr.,
com himenóforos poróide-irpicóide e merulióide (respectivamente) não tinham
sido registradas para a América do Sul, quais sejam: Leucogyrophana pinastri
(Fr.) Ginns & Weresub e Pseudomerulius curtisii (Berk.) Redhead & Ginns.
Das 46 espécies estudadas, 29 são associadas à decomposição branca da
madeira (63%) e 17 são associadas à decomposição marrom (37%). Estes dados
corroboram outros estudos sobre fungos lignícolas que atestam uma ocorrência
mais elevada de agentes da decomposição marrom em coníferas.
29
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo taxonômico envolveu a análise morfológica de 70 espécies de
fungos com poros; 68 espécies provenientes da área da região do município de
Santa Maria, uma do Município de São Francisco de Paula (Fomitiporia
sanctichampagnatii) e uma da Argentina (Fomitiporia uncinata). Esse número
não expressa, entretanto, a total diversidade de espécies das matas nativas, pois
foram preferencialmente enfocados alguns gêneros nos quais foram encontradas
novidades taxonômicas, outras espécies coletadas nessas áreas deverão ter a
sua análise concluída para divulgação futura. Em contrapartida, este
levantamento considerou arbitrariamente apresentar o maior número de espécies
de fungos com poros coletados nas áreas cultivadas com Pinus spp., a fim de
contribuir para os estudos futuros nas áreas de taxonomia, conservação da
madeira, de degradação dos componentes da madeira para uso industrial e etc.
Como resultados principais, este trabalho levou a descrição de oito novas
espécies sendo sete espécies oriundas da região de Santa Maria e uma espécie
do município de São Francisco de Paula (Pró-Mata). Cinco novas espécies já
foram publicadas e são advindas da região de Santa Maria, quais sejam:
Auriporia brasilica G. Coelho, Diplomitoporus marianoi-rochae G. Coelho,
Diplomitoporus taquarae G. Coelho, Echinoporia inermis G. Coelho e Gloeoporus
guerreroanus G. Coelho, R. M. Silveira & Rajchenb. Outra nova espécie aceita
para publicação em 2008 é Fomitiporia sanctichampagnatii G. Coelho, R. M.
Silveira & Rajchenb., encontrada no município de São Francisco de Paula na área
de preservação do Pró-Mata por ocasião dos estudos de campo realizados
durante a Disciplina de Fungos Macroscópicos ministrado pela Professora Rosa
Mara Borges da Silveira. Duas outras novas espécies, Polyporus cupressi G.
Coelho & R. M. Silveira e Rigidoporus digitocystis G. Coelho & M. B. Silveira,
foram coletadas em Santa Maria e deverão ser submetidas para publicação.
Fomitiporia spinescens (J.E. Wright & G. Coelho) G. Coelho, Guerrero &
Rajchenb., comb. nov. e F. uncinata (Rajchenb.) G. Coelho, Guerrero &
Rajchenb., comb. nov. foram propostas como resultados adicionais deste
trabalho. As duas espécies pertencem a um complexo de espécies lignícolas,
produtoras de basidiósporos globosos dextrinóides da ordem Hymenochaetales
30
Oberw. A fundamentação que deu suporte para realização destas combinações
são os trabalhos de Fiasson & Niemelä 1984, Fischer 1996, e Wagner & Fischer
2001 e 2002 (literatura citada no artigo V), que segregaram este complexo de
espécies de Phellinus s. l. utilizando dados morfológicos e moleculares.
Um total de seis espécies foi registrado pela primeira vez para o Brasil.
Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb. foi a única espécie encontrada
exclusivamente em madeira em decomposição de angiospermas. Cinco outras
espécies que não haviam sido ainda citadas para o Brasil foram encontradas
sobre madeira de Pinus spp, e são: Antrodia aurantia Lodge, Ryvarden & Perd.-
Sánch., A. variiformis (Peck) Donk, Ceriporiopsis subvermispora (Pilát) Gilb. &
Ryvarden, Hapalopilus albocitrinus (Petch) Ryvarden e Parmastomyces
transmutans (Overh.) Ryvarden. & Gilbn.
As espécies florestais mais cultivadas em Santa Maria de origem norte
americana são Pinus elliottii e P. taeda. Estas espécies florestais se mostraram
interessantes substratos para o desenvolvimento de fungos com poros
degradadores de madeira, saprófitos ou fitopatogênicos. A exoticidade destes
substratos lenhosos foi provavelmente responsável pela dificuldade em identificar
algumas espécies incomuns às matas nativas da área de estudo; do ponto de
vista biogeográfico, a maior quantidade de novas ocorrências foi encontrada
nessas florestas cultivadas e são tratadas no artigo XI. Leucogyrophana pinastri
(Fr.) Ginns & Weresub e Pseudomerulius curtisii (Berk.) Redhead & Ginns são
degradadoras da madeira de coníferas principalmente no Hemisfério Norte e não
haviam sido notificadas para a América do Sul. Outros fungos apresentaram-se
do ponto de vista morfológico como espécies independentes, mas não
identificadas com segurança a nível genérico ou específico; nestes casos, não
foram encontradas descrições na literatura que permitissem uma identificação
segura ou não foi possível ter-se acesso a variação morfológica pela exigüidade
de espécimes para análise, são elas: Ceriporia sp., Hapalopilus sp., Leptoporus
sp. e postia sp.
A identificação destes fungos lignícolas poderá ser utilizada como
referência para futuros estudos sobre a conservação da madeira ou para a
31
escolha de organismos mais adequados ao processamento de fibras da madeira
para a indústria em geral.
Este trabalho possibilitou a proposição de duas chaves mundiais para os
gêneros Gloeoporus Mont. e Rigidoporus Murril, respectivamente, e uma chave
para as espécies de fungos com poros encontradas sobre bambu coletadas em
Santa Maria ou registradas na literatura mundial. Estas chaves foram propostas
com a finalidade de tentar investigar as relações morfológicas entre as espécies
no âmbito mundial ainda que utilizando como ponto de partida o conhecimento
das espécies locais enfocadas em primeiro plano; Estas relações entre as
espécies podem ser de interesse da comunidade científica mundial permitindo a
busca de espécies idênticas ou similares que ocorrem nas distintas áreas da
terra. Em especial, há um interesse geral pelas espécies de fungos ocorrentes
nas áreas neotropicais menos estudadas, pelos seus substratos, pelas suas
relações com outras espécies de distribuição mundial e pela sua utilização com
fins farmacêuticos e industriais. A identificação das espécies no âmbito regional
envolve uma pesquisa contínua na literatura científica mundial tendo em vista
que as espécies ou agrupamentos de espécies de fungos têm diferentes
amplitudes de distribuição, que vão do regional até o mundial.
A utilização da morfologia como único parâmetro para separar, identificar e
relacionar evolutivamente as espécies tem se mostrado ineficiente para uma boa
parte dos organismos vivos, em especial para fungos com poros onde a similitude
macromorfológica nem sempre reflete a variação micromorfológica e vice-versa;
ou no caso de certos fungos em que a variação fisiológica não é refletida pela
similitude macromorfológica. Reconhece-se que outras metodologias se fazem
necessárias para o sucesso da investigação taxonômica e filogenética. A escolha
do uso dos aspectos morfológicos como método para este trabalho vincula-se a
possibilidade de investigação de um maior número de espécies associada à
necessidade premente de conhecer a diversidade fúngica presente nas áreas
subtropicais imposta pela devastação das áreas florestais.
Os fungos são raramente lembrados como espécies em perigo de extinção
ou como organismos de importância destacada para diferentes tipos de
ecossistemas; além do mais, as estimativas indicam a existência de mais de um
32
milhão e meio de espécies de fungos no planeta com apenas um máximo de 7%
delas descritas até o momento. Partindo desse pressuposto, o projeto Fungal
Planet foi elaborado para facilitar a descrição de novas espécies de fungos e
estabilizar a nomenclatura das espécies conhecidas. Esta iniciativa visa a facilitar
a publicação de novas espécies com descrições sucintas em duas páginas
abreviando o tempo e esforço para a completa publicação das espécies e
mantendo a excelência da descrição. As publicações, sob recomendação dos
editores, trazem uma página de texto descritivo e uma página de imagens
representando ou ultrapassando o “estado da arte” em termos de análise e
apresentação das espécies. As primeiras descrições já estão disponíveis na
internet sendo também distribuídas para 10-20 bibliotecas para satisfazer a
efetiva publicação solicitada pelo ICBN. Uma das maiores iniciativas deste projeto
será a produção de um livro em grande formato visualmente belo e
cientificamente interessante para a comunidade não especializada sobre a
diversidade de fungos e sua importância. Três novas espécies advindas da região
de Santa Maria foram submetidas e estão disponíveis no site como contribuição
ao projeto, sob os números 25-27. O estudo taxonômico traz um conhecimento
essencial sobre a biodiversidade permitindo a possibilidade da sua preservação
pela divulgação de sua importância para os ecossistemas mundiais.
33
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38
ANEXOS
Artigos:
I. Coelho G. 2005. A Brazilian new species of Auriporia. Mycologia 97(1):
266–270.
Status: publicado em 2005.
II. Coelho G., Reck M., Silveira R. M. B, Guerrero R. T. 2005. Ceriporia spissa
(Schwein. ex Fr.) Rajchenb. (Basidiomycota): first record from Brazil.
Biociências 13(2): 107-111.
Status: publicado em 2005.
III. Coelho G., Silveira R. M. B, Rajchenberg M. 2006. A new Gloeoporus
species growing on bamboo from southern Brazil. Mycologia, 98(5): 821–
827.
Status: publicado em 2006.
IV. Coelho G., Cortez V. G., Guerrero R. T. 2007. New morphological data on
Amauroderma brasiliense (Polyporales, Basidiomycota). Mycotaxon 100:
177–183.
Status: publicado em 2007.
V. Coelho G., Silveira, R. M. B., Guerrero R. T., Rajchenberg, M. 2007. On
poroid Hymenochaetales growing on bamboos in Southern Brazil and NE
Argentina. Fungal Diversity.
Status: submetido e aceito para publicação em 2008.
VI. Coelho G. (2008). Diplomitoporus taquarae. Fungal Planet, no. 25.
Status: Disponível na internet desde 20 Fevereiro de 2008.
VII. Coelho G. (2008). Diplomitoporus marianoi-rochae. Fungal Planet, no. 26.
Status: Disponível na internet desde 20 Fevereiro de 2008.
VIII. Coelho G. (2008). Echinoporia inermis. Fungal Planet, no. 27.
Status: Disponível na internet desde 20 Fevereiro de 2008.
IX. Coelho G., Silveira R. M. B. 2008. The genus Rigidoporus in Santa Maria,
southern Brazil, a new wood-decaying polypore species.
Status: a ser submetido.
X. Coelho G., Silveira R. M. B. 2008. Species of Polyporus and Echinochaete
from the region of Santa Maria, southern Brazil.
Status: a ser submetido.
XI. Coelho G., Silveira R. M. B. 2008. Wood-decaying species of polypores
collected on Pinus spp. in Santa Maria, southern Brazil.
Status: a ser submetido.
ANEXO I
Artigo: Coelho G. 2005. A Brazilian new species of Auriporia.
Mycologia 97(1): 266–270.
Status: publicado em 2005.
ANEXO II
Artigo: Coelho G., Reck M., Silveira R. M. B, Guerrero R. T. 2005.
Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb.
(Basidiomycota): first record from Brazil. Biociências 13(2):
107-111.
Status: publicado em 2005.
107
Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb. ...
BIOCIÊNCIAS, Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 107-111, dez. 2005
B
OTÂNICA
Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb. (BASIDIOMYCOTA):
FIRST RECORD FROM BRAZIL
Gilberto Coelho
1,2
Mateus Reck
2
Rosa Mara Borges da Silveira
2
Rosa Trinidad Guerrero
2
ABSTRACT
Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb., a temperate to tropical species, is recorded for the
first time in Brazil, collected in Rio Grande do Sul State. It presents simple-septate hyphae, allantoid
spores and a bright orange-red color, which is rare among polypore species. A key for the so far known
Brazilian species of the genus Ceriporia is presented.
Key words: Hapalopilaceae, Polyporales, new record, xylophilous fungi.
RESUMO
Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rachjenb. (Basidiomycota): uma espécie de fungo com poros
citada pela primeira vez no Brasil
São registrados para o Brasil os primeiros espécimes de Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.)
Rajchenb., uma espécie de distribuição em regiões temperadas e tropicais, a qual foi coletada no estado
do Rio Grande do Sul. As principais características da espécie são: hifas com septo simples, esporos
alantóides e uma coloração laranja-avermelhado brilhante, esta última incomum entre as espécies de
políporos. É incluída uma chave para as espécies de Ceriporia conhecidas para o Brasil.
Palavras-chave: Hapalopilaceae, Polyporales, nova ocorrência, fungo xilófilo.
INTRODUCTION
Ceriporia Donk is an accepted polypore genus
(RYVARDEN 1973, 1991) containing about 22 and
29 species, which has been included in the family
Hapalopilaceae Jülich (Polyporales) (KIRK et al.,
2001; SUHARA et al., 2003). In recent works on
Brazilian polypores only four species of Ceriporia
were found (LOGUERCIO-LEITE; GERBER, 1997;
LOGUERCIO-LEITE; WRIGHT, 1991; NIETIEDT;
GUERRERO, 2000; RAJCHENBERG; DE MEIJER,
1990; SILVEIRA; GUERRERO, 1991).
Several polypore studies have been made in Brazil
along the last centuries by ancient or modern authors,
but the continental dimensions of the Brazilian
territory and the diversity of tropical forest woody
hosts allow to claim that it still remains a mycologicaly
understudied country. More studies on the distribution
and taxonomy of the polypore mycota will generate a
new amount of interesting data. We present a polypore
species newly recorded in Brazil in order to contribute
to its knowledge and distribution.
MATERIALS AND METHODS
Basidiomes were collected in Santa Maria, RS
and Parque Estadual de Itapuã, Viamão, RS; in
both locations the predominant vegetation being the
Recebido em: 27.04.05; aceito em: 28.09.05.
1
Departamento de Fundamentos da Educação, CE, Universidade Federal de Santa Maria, Campus. CEP 97110-050, Santa Maria, RS, Brasil –
2
Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, UFRGS. Av. Bento Gonçalves, 9500, CEP 91501-970, Porto Alegre, RS, Brasil –
108
COELHO, G. et al.
BIOCIÊNCIAS, Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 107-111, dez. 2005
subtropical Forest making part of the rain forest
domain. Macro and microscopic analysis were made
with usual procedures in polypores fungi studies.
Specimens’ identification is according to the keys
by Rajchenberg (1984) and Suhara et al. (2003).
Description abbreviations are modified from Dai
(1999) and Coelho (2005). All the collections are
preserved at the Herbário do Departamento de
Botânica of Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (ICN).
RESULTS AND DISCUSSION
Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb.
Mycotaxon 17: 276, 1983.
Fig. 1-3
Polyporus spissus Schwein. ex Fr., Elench. Fung., p. 111. 1828.
Poria spissa (Schwein. ex Fr.) Cooke, Grevillea 14: p. 110. 1886.
Physisporinus spissus (Schwein. ex Fr.) Murrill, Mycologia 34
(5): p. 595. 1942. Meruliopsis spissa (Schwein. ex Fr.) Parmasto,
Consp. Syst. Cort., p. 103. 1968. Caloporus spissus (Schwein. ex
Fr.) Ryvarden, Norw. J. Bot. 20: p. 9. 1973. = Boletus juglandinus
Schwein., Schr. Naturf. Ges. Leipzig 1: p. 99. 1822. = Polyporus
cruentatus Mont., Ann. Sci. Nat. Bot. 4, 1: p. 129. 1854. = Poria
crocipora (Berk. & M. A. Curtis) Sacc., Syll. Fung. (Abellini) 6:
p. 300. 1888. = Polyporus crociporus Berk. & M. A. Curtis ex
M. A. Curtis, Geol. Nat. Hist. Survey N. Carol. III, p. 100. 1867.
= Polyporus laeficus Peck, N. Y. State Mus. Ann. Rept. 38: p. 91.
1885.
Basidiocarp annual, resupinate, 70 × 20 × 2 mm,
fleshy and soft when fresh, membranous to papery and
more firm when dried. Hymenophore poroid, watery,
ceraceous to fleshy, usually with a vivid orange-
red color, but also cream, reddish-cream, pink to
brownish-red, darker when dried, reddish-ochre;
pores round to elliptical, (5-)6-8(-9)/mm, P
m
= 6.85,
n = 75/2; dissepiments smooth; margin paler than the
hymenophore, whitish cream, orange, pink to pale
reddish-orange, more elevated than the hymenophore,
cottony, up to 2 mm wide or wider in sterile mycelial
growing zones. Tube layer concolor with the
hymenophore, up to 1 mm thick. Context residual, less
than 0,5 mm thick, similar in coloration with the
margin, paler than the tube layer.
Hyphal System monomitic, tramal generative
hyphae simple-septate, branched, thin to usually thick-
walled, pale-yellow to hyaline, becoming oriented in
parallel, difficult to individualize, with a ferruginous
coloration, (1.6-)2.4-4(5.5) µm in diam. in the trama,
D
m
= 3.3, n = 90/2; contextual generative hyphae
ferruginous, branched, intertwined in any direction,
some hyphae from the context can be obliterated
with yellowish material, (2-)2.4-4(-5) mm in diam.,
D
m
= 3.3, n = 91/2, there are amorphous ferruginous
crystalline bodies among hyphae.
Basidia clavate, 4-sterigmate, (8-)9.2-12.8(-14.4) ×
(2.8-)3.2-4.4(-5.2) µm, L
m
× W
m
= 10.6 × 3.99,
Q = 1.80-3.78, Q
m
= 2.70, n = 105/3; basidiopores
allantoid, hyaline, thin-walled, tiny, (3.2-)3.4-4.4(-4.8) ×
(1-)1.2(-1.6) µm, L
m
× W
m
= 3.8 × 1.26, Q = 2.00-4.00,
Q
m
= 3.11, n = 117/3. Cystidia lacking.
Associated wood-rot and cultural studies: white
(see RAJCHENBERG, 1983).
Substrate: on decayed branch of a living Schinus
terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae), decayed wood
of Senna multijuga (L. C. Rich.) Irwin & Barneby
(Fabaceae), and other decayed Angiosperms.
Geographic distribution: temperate to tro-
pical. widely distributed in Europe (Canary Islands),
Asia (Northern China and Japan), Oceania (New
Zealand) (BERNICCHIA, 1990; BUCHANAN;
RYVARDEN, 2000; CUNNINGHAM, 1965; NÚÑEZ;
RYVARDEN, 2001; RYVARDEN; GILBERTSON,
1993), and the Americas (DAVID; RAJCHENBERG,
1985; LOWE, 1966; SETLIFF; RYVARDEN, 1983;
RAJCHENBERG, 1984; AIME et al., 2003): North
America (Canada and USA), Central America (Cuba),
and South America (Colombia, Guyana, Ecuador and
Argentina).
Studied materials: BRAZIL, Rio Grande do Sul, SANTA
MARIA, Camobi, Campus da Universidade Federal de Santa Maria,
03.II.1998, leg. G. Coelho, GC 127-1, on S. terebinthifolius;
30.VI.1999, leg. G. Coelho, GC 185-3, on S. terebinthifolius;
27.IX.1999, leg. G. Coelho, GC 197-2, on S. terebinthifolius;
17.II.2000, leg. G. Coelho, GC 214-1, on S. terebinthifolius;
11.II.2003, leg. G. Coelho, GC 376-1, on S. multijuga; leg.
G. Coelho, GC 376-7, on S. multijuga; VIAMÃO, Parque Estadual
de Itapuã, 23.X.2004, leg. M. A. Reck, MR 123, on decayed
Angiosperm.
Remarks: Ceriporia spissa, recorded for the first
time in Brazil, is a remarkable species due to its beauty
and very intense reddish orange coloration, uncommon
among polypores. Some collections, however, can
present pale colors (pink to pale red). The pseudo-
parenchymatic trama with amorphous colored crystals
is a diagnostic microscopic character.
Ceriporia purpurea (Fr.) Donk presents a colored
purplish basidiome, but it differs by larger dimensions
of allantoid spores and pores (species keyed below).
Species of Pycnoporus P. Karst., a widely distributed
poroid genus, also have a brilliant red-orange color and
white wood-rotting ability, but they are quite different
109
Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb. ...
BIOCIÊNCIAS, Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 107-111, dez. 2005
from C. spissa by producing subcylindrical to
cylindrical spores in a pileate basidiome with a trimitic
hyphal system. Species of the genus Pycnoporellus
Murrill are similar to C. spissa in their red-
orange hymenophore color and monomitic hyphal
system with simple-septate generative hyphae
(GILBERTSON; RYVARDEN, 1987); those species,
however, produce brown wood-rot and cylindrical to
oblong-ellipsoid spores, further they are distributed in
the North Hemisphere. Brilliant colors also can be
observed in basidiomes of a small species group of
Tyromyces P. Karst., however, they presents clamped
generative hyphae in basidiomes usually pileate
(RYVARDEN, 1987).
Key to the species of Ceriporia reported from Brazil
Adapted from Rajchenberg (1984) and Suhara
et al. (2003).
1. Pore surface purple, orange or reddish-orange, basidiospores
allantoid ................................................................................. 2
1’. Pore surface white to tan, basidiospores cylindrical or ellipsoid
to globose ............................................................................... 3
2. Pore surface purple; basidiospores 5.5-8.5 × 1.5-2.5, pores
2-4/mm.............................................. C. purpurea (Fr.) Donk
2’. Pore surface reddish-orange when fresh; basidiospores 3-6 ×
1-2, pores 4-6/mm ........C. spissa (Schwein.: Fr.) Rajchenb.
3. Basidiospores cylindric, 5-8 × 2.5-3, pores 1-2/mm ..............
............................... C. mellea (Berk. & Broome) Ryvarden
3’. Basidiospores ellipsoid to globose 3.5-6 × 3-5, pores
3-6/mm..................... C. xylostromatoides (Berk.) Ryvarden
ACKNOWLEDGEMENTS
The authors are grateful to the anonymous reviewers for
critically revising the manuscript. The authors also thank the Federal
Universities of Rio Grande do Sul and Santa Maria for maintaining
scientific programs and making available their space and equipments.
Mateus Reck is supported by CNPq (PIBIC) and thanks to the
Scientific financial supporting program.
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110
COELHO, G. et al.
BIOCIÊNCIAS, Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 107-111, dez. 2005
Fig. 1. Microscopic characters of Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb., GC 214-1.
A. Basidia. B. Basidiospores. C. Generative hyphae from the trama. D. Generative hyphae from
the context.
111
Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb. ...
BIOCIÊNCIAS, Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 107-111, dez. 2005
Fig. 2. Ceriporia spissa (Schwein. ex Fr.) Rajchenb.: A. Basidiome on decayed
Schinus terebinthifolius Raddi. Scale bar = 10 mm. B. Basidiome on decayed
Senna multijuga (L. C. Rich.) Irwin & Barneby. Scale bar = 20 mm.
Fig. 3. Ceriporia spissa (Schw. ex Fr.) Rajchenb.: Pseudoparenchymatic
trama, with basidioles (A) and generative hyphae with simple septa (B).
Scale bar = 25 µm.
ANEXO III
Artigo: Coelho G., Silveira R. M. B, Rajchenberg M. 2006. A new
Gloeoporus species growing on bamboo from southern
Brazil. Mycologia, 98(5): 821–827.
Status: publicado em 2006.
ANEXO IV
Artigo: Coelho G., Cortez V. G., Guerrero R. T. 2007. New
morphological data on Amauroderma brasiliense
(Polyporales, Basidiomycota). Mycotaxon 100: 177–183.
Status: publicado em 2007.
ANEXO V
Artigo: Coelho G.; Silveira, R. M. B., Guerrero R. T.; Rajchenberg,
M. 2007. On poroid Hymenochaetales growing on bamboos
in Southern Brazil and NE Argentina. Fungal Diversity.
Status: submetido e aceito para ser publicado em
2008.
ANEXO VI
Artigo: Coelho G. (2008). Diplomitoporus taquarae. Fungal Planet,
no. 25.
Status: Disponível na internet desde 20 Fevereiro de
2008.
FUNGAL PLANET
A Global Initiative to Promote the Study of Fungal
Biodiversity
Crous PW, Seifert KA, Samson RA & Hawksworth DL (editors)
http://www.fungalplanet.org
Published by: Centraalbureau voor Schimmelcultures, P.O. Box 85167, 3508 AD Utrecht, Netherlands. ISBN-13: 978-90-70351-63-2.
Diplomitoporus taquarae G. Coelho, sp. nov.
MycoBank: MB505892.
Etymology: Species name derived from “taquara”, a native indigenous word for bamboo.
Latin diagnosis: Basidiomata resupinata marginibus reexis, discoidea, alba vel cremea, margine alba; poris rotundis
ad angulatis, (2–)4–5(–6) per mm. Systema hypharum dimiticum hyphis skeletalibus crassitunicatis vel solidis,
hyalinis, (1.6–)2.4–4(–4.4) µm latis; hyphis generatoriis tenuitunicatis, hyalinis, bulatis, (1.8–)2–2.8(–3.2) µm latis.
Hymenium sporis allantoideis, hyalinis, tenuitunicatis, (3.8–)4.4–6.4(–6.8) × 1.2–1.8(–2) µm. Proxima Diplomitoporo
allantosporo, sed poris et hyphis generatoriis diminutis distincta.
Description: Basidiome annual, rst resupinate, soon reexed at the margins, somewhat discoid and umbonate, up to 12.5 × 12.5
mm, 2 mm thick, cartilaginous when fresh, papery upon drying, very light in weight. Pileus surface very pale brown (8/3–8/4 10YR
1
)
to yellow (8/6 10YR), discretely zonate, with one or two slightly depressed yellow zones (7/6 10YR), glabrous to velutinous; margin
entire, slightly paler than the pileus surface, white (8/1 10YR). Hymenophore white (8/1 10YR) to very pale brown (8/2–7/4 10YR);
pores round to polygonal, (2–)4–5(–6)/mm, P
m
= 4.47, n = 61/1; dissepiments thin, velutinous, dentate; margin sterile, somewhat
elevated, velutinous, concolorous to the hymenophore. Tube layer concolorous with the hymenophore, 0.75 mm thick, non-stratied.
Context concolorous with the hymenophore, slightly darker next to the substrate, very thin, up to 0.25 mm thick, homogeneous.
Hyphal system dimitic. Tramal generative hyphae clamped, hyaline, thin- to slightly thick-walled, branched, sometimes H-shaped,
(1.8–)2–2.8(–3.2) µm diam, D
m
= 2.4, n = 60/1. Tramal skeletal hyphae hyaline to whitish-opaque, thick-walled, with a wide
lumen to solid, abundant, unbranched, interwoven, (1.6–)2.4–2.8(–3.2) µm diam, D
m
= 2.7, n = 61/1. Contextual generative hyphae
clamped, hyaline, thin- to slightly thick-walled, abundant next to the substrate, branched, (2–)2.4–2.8(–3.2) µm diam, D
m
= 2.9, n =
61/1. Contextual skeletal hyphae easily found next to the tubes, absent next to the substrate, hyaline to whitish-opaque, thick-walled,
with a narrow lumen to solid, long, straight to slightly tortuous, unbranched, interwoven, (2.8–)3.2–4(–4.4) µm diam, D
m
= 3.4, n =
61/1. Basidia clavate, four-sterigmate, (8.4–)9.6–12(–12.8) × 3.6–4.4 µm, L
m
× W
m
= 10.6 ± 1.02 × 4.02 ± 0.33, Q
r
= 2.08–4.00, Q
m
= 2.66 ± 0.34, n = 61/1. Basidiospores mostly allantoid, rarely suballantoid or cylindrical, hyaline, thin-walled, apiculum difcult to
observe, indextrinoid, acyanophilic, (3.8–)4.4–6.4(–6.8) × 1.2–1.8(–2) µm, L
m
× W
m
= 5.3 ± 0.78 × 1.56 ± 0.18, Q
r
= 2.50–4.67, Q
m
= 3.42 ± 0.51, n = 60/1. Cystidia absent. Hyphal pegs formed by conical hyphal groups scattered on the tube walls. Substrate: so far
known on decayed culms of Bambusa tuldoides Munro, a non-native species. Associated with a white-rot.
Typus: Brazil, Rio Grande do Sul State, Santa Maria, District of Boca do Monte, FEPAGRO, on Bambusa tuldoides,
2 October 2006, collected by G. Coelho, ICN 139391, holotypus.
Notes: Diplomitoporus taquarae is characterised by white to pale yellow basidiomes, that are resupinate and somewhat discoid with
reexed margins. Closely related species are: D. allantosporus Ryvarden & Iturr.
2
, which differs by having larger pores (2–3/mm)
and wider generative hyphae (3–5 µm diam) with larger conspicuous clamps; Diplomitoporus cunninghamii P. K. Buchanan. &
Ryvarden
3
, which differs by having pileate to effused-reexed basidiomes, larger pores (1–3/mm), and larger allantoid to cylindrical
basidiospores (5.5–9 × 2–3 µm); D. venezuelicus Ryvarden & Iturr.
2
, which differs by its fully adnate basidiomes, smaller pores
(6–8/mm), and cylindrical basidiospores (4–4.5 × 1.2–1.5 µm). Postia minuta Rajchenb.
4
and Oligoporus bambusicola (Corner)
T. Hatt.
5
also grow on bamboo and have white basidiomes with middle-sized pores, but are distinguished by having a monomitic
hyphal system, and being associated with brown-rot. Some species of Antrodia P. Karst., such as A. novaezelandiae P. K. Buchanan
& Ryvarden
6
, A. pseudosinuosa A. Henrici & Ryvarden
7
, A. sinuosa (Fr.) P. Karst. and A. xantha (Fr.) Ryvarden
8
, have a dimitic
hyphal system and cylindrical, suballantoid to allantoid spores, but their pore surfaces are yellow to light brown, cause a brown
cubical wood-rot, and are not related to bamboo as substrate. Antrodiella Ryvarden & I. Johans. is characterised by having a dimitic
hyphal system, and causing white-rot; it has a vague distinction with Diplomitoporus Domanski by being separated based on its
ellipsoid spores and pileate basidiomes in almost all the species, except to a few allantoid-spored species with resupinate to pileate
basidiomes.
Colour illustrations: Healthy and decayed culms of Bambusa tuldoides (G. Coelho); basidiomes of Diplomitoporus
taquarae growing on fallen culms of B. tuldoides. Scale bars = 0.5 cm. A. Basidia, B. Basidiospores, C. Generative
hyphae, D. Skeletal hyphae. Scale bar = 10 µm.
References:
1
Munsell (1994). Munsell Soil Color Charts. Macbeth (USA): Munsell Co.
2
Ryvarden L, Iturriaga T (2003). Studies
in neotropical polypores 10. New polypores from Venezuela. Mycologia 95: 1066–1077.
3
Buchanan PK, Ryvarden L (1998). New
Zealand polypore fungi. New Zealand Journal of Botany 36: 219–231.
4
Rajchenberg M (2001). Postia minuta sp. nov. from Southern
Argentina. Harvard Papers in Botany 6:183–187.
5
Hattori T (2002). Type studies of the polypores described by E. J. H. Corner from
Asia and West pacic Areas. IV. Species described in Tyromyces (1). Mycoscience 43: 307–315.
6
Buchanan PK, Ryvarden L (2000).
New Zealand polypore fungi: six new species and a redetermination. New Zealand Journal of Botany 38: 251-263.
7
Henrici A,
Ryvarden L (1997). Antrodia pseudosinuosa sp. nov. Mycologist 11: 152–154.
8
Gilbertson RL, Ryvarden L (1986). North American
polypores. Fungiora 1: 1–433.
Gilberto Coelho, Fundamentos da Educação Dept., UFSM, Campus Camobi,
CEP 97105-900, Santa Maria, RS, Brazil. Email: [email protected]
Fungal Planet: 25.
20 February 2008
Diplomitoporus taquarae
ANEXO VII
Artigo: Coelho G. (2008). Diplomitoporus marianoi-rochae. Fungal
Planet, no. 26.
Status: Disponível na internet desde 20 Fevereiro de
2008.
FUNGAL PLANET
A Global Initiative to Promote the Study of Fungal
Biodiversity
Crous PW, Seifert KA, Samson RA & Hawksworth DL (editors)
http://www.fungalplanet.org
Published by: Centraalbureau voor Schimmelcultures, P.O. Box 85167, 3508 AD Utrecht, Netherlands. ISBN-13: 978-90-70351-63-2.
Diplomitoporus marianoi-rochae G. Coelho, sp. nov.
MycoBank: MB505891.
Etymology: Species named in honour of José Mariano da Rocha Filho, founder of UFSM (Univ. Fed. of Santa Maria), and promoter
of scientic and social development in the central region of Rio Grande do Sul State, Southern Brazil.
Latin diagnosis: Basidiomata annua, resupinata, marginibus reexis, carnosa vel cartilaginea, omnino albida.
Hymenophora poris rotundis ad plerumque daedaloidea, integeris vel laceratis, dissepimentis dentatis, 0.5–2 per
mm. Systema hypharum dimiticum hyphis generatoriis bulatis, tenui- ad leviter crassitunicatis, sparse ramosis,
hyalinis, (1.6–)2–4.8(–5.6) µm latis; hyphis skeletalibus lumenibus vel frequenter solidis, in tramate sparse ramosis,
in contexto plerumque ramosis, (1.8–)2.4–4(–4.4) µm latis. Hymenophora basidiis clavatis, (7.2–)16–60(–65.2) ×
(3.2–)4–5.6(–6) µm; basidiosporis allantoideis, (3.6–)4.4–8(–9.2) × (1.6–)2–2.4(–2.8) µm; Dendrohyphidiis vel
hyphidiis apicem leviter dendroideis vel simplicibus, tortuosis, (15.2–)16–25.6(–2) × (1.6–)2–2.4(–4) µm. Proxima
Diplomitoporo allantosporo et Diplomitoporos taquarae, sed sporis allantoideis magnis distincta. Diplomitoporus
hondurensis dendrohyphidia habet, autem a nostra specie fasciculis hyphalibus et sporis oblongo-ellipsoideis vel
cylindricis diversa.
Description: Basidiome annual, resupinate with reexed borders, eshy to almost cartilaginous, soft when fresh, rm upon drying,
up to 200 × 60 mm, and 6 mm thick. Pileus formed by reexed borders, white (8/1 10YR)
1
to very pale brown (8/2–7/4 10YR) when
bruised and aging, up to 70 × 12 × 6 mm; pileus surface glabrous, without cuticle; margin indistinct, velutinous, seeming to be irregular
by the growing tubes with dentate walls. Hymenophore concolorous to the pileus surface, poroid, daedaloid to slightly lacerate;
pores round to mostly daedaloid, (0.5–)1–2/mm, P
m
= 1.10; dissepiments thick, velutinous, entire to lacerate; margin indistinct,
fertile at the reexed part, sterile and brous at the resupinate part, up to 1 mm. Tube layer concolorous to the hymenophore, up to
5 mm thick, hyphal pegs lacking. Context concolorous to hymenophore, up to 1 mm thick, homogenous. Hyphal system dimitic.
Tramal generative hyphae clamped, hyaline, thin- to slightly thick-walled, sparsely branched, (1.6–)2–3.6(–4) µm diam, D
m
= 2.8, n
= 172/4. Tramal skeletal hyphae whitish-opaque, thick-walled, with a narrow lumen to usually solid, sparsely branched, intertwined,
often with a basal clamp, (1.8–)2.4–4(–4.4) µm diam, D
m
= 2.7, n = 173/4. Contextual generative hyphae clamped, hyaline, thin- to
slightly thick-walled, sparsely branched, (2–)2.8–4.8(–5.6) µm diam, D
m
= 3.6, n = 173/4. Contextual skeletal hyphae whitish-
opaque, thick-walled, with a narrow lumen to usually solid, similar to binding hyphae, elongated to branched, somewhat tortuous,
(1.8–)2–2.8(–3.6) µm diam, D
m
= 2.9, n = 129/2. Hymenophore with basidia clavate, four-sterigmate, (7.2–)16–60(–65.2) × (3.2–)
4–5.6(–6) µm, L
m
× W
m
= 24.3 ± 11.74 × 4.81 ± 0.61, Q
r
= 1.29–10.87, Q
m
= 4.96 ± 0.36, n = 202/6. Basidiospores allantoid, hyaline,
thick-walled, sometimes guttulate, indextrinoid, acyanophilous, (3.6–)4.4–8(–9.2) × (1.6–)2–2.4(–2.8) µm, L
m
× W
m
= 6 ± 0.92 ×
2.16 ± 0.28, Q
r
= 1.80–4.00, Q
m
= 2.79 ± 1.78, n = 238/7. Hyphidia or dendrohyphidia easily found as sterile structures in fresh
basidiomes, present in the hymenium and on the dissepiments, with a simple to slightly dendroid apex, long, hyaline, thin-walled,
slightly tortuous in outline, (15.2–)16–25.6(–32) × (1.6–)2–2.4(–4) µm, L
m
× W
m
= 22.2 ± 4.84 × 2.26 ± 0.40, Q
r
= 5.00–16.00, Q
m
=
10.13 ± 3.07, n = 65/2 µm. Substrate: on decayed woods of undetermined angiosperms. Associated with a white-rot.
Typus: Brazil, Rio Grande do Sul State, Santa Maria, District of Arroio do Só, Agua Boa, on decayed wood of
undetermined angiosperm, 5 June 2003, collected by G. Coelho, V. G. Cortez & D. Rigon, ICN 139387, holotypus.
Notes: Diplomitoporus marianoi-rochae is characterised by having eshy to almost cartilaginous basidiomes, pores white (0.5–2/
mm), branched contextual skeletal hyphae, allantoid spores (3.5–9.5 × 1.5–3 µm), and abundant hyphidia or dendrohyphidia when
fresh. Diplomitoporus allantosporus Ryvarden & Iturr.
2
and Diplomitoporus taquarae G. Coelho & Guerrero have smaller pores
(2–3 and 2–6/mm, respectively), narrower allantoid basidiospores (5–6 × 1–1.5 and 4–7 × 1–2 µm), and do not have hyphidia or
dendrohyphidia, whilst D. marianoi-rochae has wider basidiospores, larger pores and dendrohyphidia. Diplomitoporus hondurensis
(Murril) Ryvarden differs by having smaller pores (2–4/mm), abundant hyphal pegs, and oblong-ellipsoid to cylindrical basidiospores
(5–8 × 3–3.5 µm)
2–4
.
Colour illustrations: Native relict of subtropical forests with several angiosperms growing under a dominant
gymnosperm, Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Kuntze; basidiomes of Diplomitoporus marianoi-rochae growing
on fallen angiosperm wood, likely Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby. Scale bars = 10 and 1 cm. A.
Basidia, B. Basidiospores, C. Generative hyphae, D. Hyphidia with simple to dendroid apex, E. Skeletal hyphae (G.
Coelho). Scale bar = 10 µm.
References:
1
Munsell (1994). Munsell Soil Color Charts. Macbeth (USA): Munsell Co.
2
Ryvarden L, Iturriaga T (2003). Studies
in neotropical polypores 10. New polypores from Venezuela. Mycologia 95: 1066–1077.
3
Lowe JL (1966). Polyporaceae of North
America. The genus Poria. State University of New York College, Forestry Technical Publication 90: 1–183.
4
Ryvarden L (2000).
Studies in Neotropical polypores 5. New and noteworthy species from Puerto Rico and Virgin Islands. Mycotaxon 74: 119–129.
Gilberto Coelho, Fundamentos da Educação Dept., UFSM, Campus Camobi,
CEP 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil. Email: [email protected]
Fungal Planet: 26.
20 February 2008
Diplomitoporus marianoi-rochae
ANEXO VIII
Artigo: Coelho G. (2008). Echinoporia inermis. Fungal Planet, no.
27.
Status: Disponível na internet desde 20 Fevereiro de
2008.
FUNGAL PLANET
A Global Initiative to Promote the Study of Fungal
Biodiversity
Crous PW, Seifert KA, Samson RA & Hawksworth DL (editors)
http://www.fungalplanet.org
Published by: Centraalbureau voor Schimmelcultures, P.O. Box 85167, 3508 AD Utrecht, Netherlands. ISBN-13: 978-90-70351-63-2.
Echinoporia inermis G. Coelho, sp. nov.
MycoBank: MB505890.
Etymology: Referring to basidiomes lacking spiny projections on pileus surface.
Latin diagnosis: basidiomata annua, resupinata ad effuso-reexa, alba vel albo-brunnescens, poris 0.5–2 per mm.
Systema hypharum dimiticum hyphis generatoriis bulatis, hyalinis, tenuitunicatis ad leviter crassitunicatis, (2.4–)
2.6–4.4(–5.2) µm latis; hyphis skeletalibus hyalinis, crassitunicatis, (2.4–)2.6–4.4(–5.2) µm latis. Hymenium sporis
subglobosis vel lato-ellipsoideis, (4.4–)4.8–5.6(–6) × (3.2–)3.6–4.2(–4.8) µm; cystidiis ventricosis, (9.2–)12–20
(–30.4) × (4.4–)4.8–6.4(–6.8) µm. Arthroconidia ad apices hyphae dissepimentarum crescentia, ellipsoidea vel
fusoidea, bulis vestigialis, (6–)8–12(–14.4) × (3.6–)4.4–6(–6.8) µm. Ad ligno putrido Sennae macrantherae
(manduirana, Fabaceae).
Description: Basidiome annual, initially nodulose, then resupinate with slightly reexed to effuse-reexed borders, up to 30 × 18
× 5 mm, membranaceous to almost cartilaginous when fresh, papery and rm upon drying, light in weight. Pileus formed by the
reexed part of basidiome, up to 5 mm from the substrate to the growing margin; pilear surface velutinous or with some agglutinated
hyphae similar to hairs or scales, white (8/1 10YR)
1
, very pale brown (8/2–7/4 10YR), to yellow (8/6–7/8 10YR); margin indistinct.
Hymenophore poroid, concolorous to the pileus, not shining; pores round to usually polygonal, (0.5–)1–2/mm, P
m
= 1.43, n = 61/1;
dissepiments velutinous, entire. Tube layer concolorous to the pileus, up to 3.5 mm thick, non-stratied. Context concolorous
to the pileus, up to 1.5 mm, homogeneous. Hyphal system dimitic. Tramal generative hyphae clamped, hyaline, thin- to slightly
thick-walled, with a wide lumen, smooth, often branched, (2.4–)2.6–4.4(–5.2) µm diam, D
m
= 3.1, n = 61/1; tramal skeletal hyphae
hyaline, thick-walled, with a narrow lumen, usually regular to somewhat tortuous in outline, (2.4–)2.6–4.4(–5.2) µm diam, D
m
= 3.1, n = 60/1; contextual generative hyphae clamped, hyaline, thin- to slightly thick-walled, with a wide lumen, smooth, often
branched, 2.8–4(–4.4) µm diam, D
m
= 3.2, n = 60/1; contextual skeletal hyphae, hyaline, thick-walled, with a narrow lumen, usually
regular to somewhat tortuous in outline, (3.2–)3.6–4.4(–5.2) µm diam, D
m
= 4.1, n = 62/1. Hymenium with basidia clavate, four-
sterigmate, (9.6–)10.4–16(–17.6) × (4–)4.4–5.6(–6) µm, L
m
× W
m
= 13.5 ± 2.04 × 4.89 ± 0.50, Q
r
= 1.85–4.00, Q
m
= 2.79 ± 0.55, n
= 61/1. Basidiospores from subglobose, broadly-ellipsoid, ellipsoid to narrowly-ellipsoid, slightly thick-walled, smooth, hyaline,
(4.4–)4.8–5.6(–6) × (3.2–)3.6–4.2(–4.8) µm, L
m
× W
m
= 5.2 ± 0.36 × 4.0 ± 0.29, Q
r
= 1.13–1.88, Q
m
= 1.31 ± 0.11, n = 70/1. Cystidia
ventricose, smooth, sometimes elongated and constricted, thin- to slightly thick-walled, (9.2–)12–20(–30.4) × (4.4–)4.8–6.4(–6.8)
µm, L
m
× W
m
= 16.30 ± 4.46 × 5.31 ± 0.66, Q
r
= 1.75–4.62, Q
m
= 3.10 ± 0.94, n = 61/1. Arthroconidia produced from thin-walled
hyphal ends at the dissepiments, around the pore mouths, hyaline, ellipsoid to almost fusoid, with a remnant clamp connection at
one end and rounded, obtuse to slightly truncate at the other end, smooth, thick-walled, (6–)8–12(–14.4) × (3.6–)4.4–6(–6.8) µm,
L
m
× W
m
= 9.80 ± 1.70 × 4.87 ± 0.67, Q
r
= 1.36–3.56, Q
m
= 2.04 ± 0.45, n = 62/1. Substrate: on decayed wood of Senna macranthera
(DC. ex Collad.) Irwin & Barneby (manduirana, Fabaceae). Associated with white-rot.
Typus: Brazil, Rio Grande do Sul State, Santa Maria, District of Boca do Monte, FEPAGRO, on Senna macranthera,
19 June 2006, collected by G. Coelho, ICN 139389, holotypus.
Notes: Echinoporia inermis has white to cream basidiomes with a smooth pileus surface, pores 0.5–2/mm, basidiospores 4.5–6 ×
3–5 µm, arthroconidia 6–14.5 × 3.5–7, and cystidia ventricose 9–30 × 4.5–7 µm. The kind of hyphal system, basidiospores, and
cystidia combined with the absence of spiny outgrowths on the pileus surface suggest that this species is related to Hyphodontia J.
Erikss. Echinoporia inermis appears, however, to be more related to Echinoporia Ryvarden, due to the presence of arthroconidia
as dened by Langer
2
, even though these asexual spores arise from the dissepimental hyphae instead of on the pileus surface.
Echinoporia hydnophora (Berk. & Broome) Ryvarden differs by having smaller pores (3–5/mm), lagenocystidia with a little
crystalline incrustation, clavate hyphal endings with a strong thickened wall arising from the subhymenium, and arthroconidia
produced on the pileus surface from bristle-like outgrowths
2–4
. Echinoporia aculeifera (Berk. & M.A. Curtis) Ryvarden also has large
pores (1–3/mm), and besides producing arthroconidia from pilear bristle-like outgrowths, it has cream to vivid orange basidiomes,
and hymenial, ventricose lagenocystidia with apical needle-like crystals soluble in 5 % KOH, and subicular to subhymenial, capitate
cystidia with an apical exudate not soluble in 5 % KOH
2–4
.
Colour illustrations: Trees of Senna macranthera (DC. ex Collad.) Irwin & Barneby; basidiomes of Echinoporia
inermis. Scale bar = 1 cm. A. Basidia, B. Basidiospores, C. Mature arthroconidia, D. Arthroconidia growing from
dissepimental hyphae, E. Ventricose cystidia, F. Generative hyphae. G. Skeletal hyphae (G. Coelho). Scale bar = 10
µm.
References:
1
Munsell (1994). Munsell Soil Color Charts. Macbeth (USA): Munsell Co.
2
Langer E (1994). The genus Hyphodontia
John Eriksson. Bibliotheca Mycologica 154: 1–298.
3
Ryvarden L, Johansen I (1980). A preliminary polypore ora of East Africa.
Fungiora, Oslo, Norway. 636 p.
4
Gilbertson RL, Ryvarden L (1986). North American Polypores. Fungiora 1: 1–433.
Gilberto Coelho, Fundamentos da Educação Dept., UFSM, Campus Camobi,
CEP 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil. Email: [email protected]
Fungal Planet: 27.
20 February 2008
Echinoporia inermis
ANEXO IX
Artigo: Coelho G., Silveira R. M. B. 2008. The genus Rigidoporus
(Basidiomycota) in Santa Maria, southern Brazil: a new
wood-decaying polypore species.
Status: a ser submetido.
ANEXO X
Artigo: Coelho G., Silveira R. M. B. 2008. Species of Polyporus and
Echinochaete from the region of Santa Maria, southern Brazil.
ANEXO XI
Artigo: Coelho G., Silveira R. M. B. 2008. Wood-decaying species of
polypores collected on Pinus spp. in Santa Maria, southern
Brazil.
Status: a ser submetido.
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