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desdiferenciação celular, na qual as células retomam uma condição meristemática, preparando-se
para a formação de um novo órgão; há o acúmulo de grãos de amido nos sítios de iniciação de
raízes. Entre 24 até, aproximadamente, 96 horas após o início da rizogênese, ocorre a fase de
indução, durante a qual as células passam por mudanças bioquímicas e de expressão gênica
acionadas, em grande parte, por auxina e por outras substâncias; também se dá a formação do
primórdio radicial. Depois de decorridas 96 horas, ocorre a fase de formação, na qual se dá a
expansão das raízes. Para fins práticos e de generalização, a rizogênese pode também ser dividida
em duas fases: indução, etapa de processos moleculares e bioquímicos, sem alterações visíveis, e
formação, correspondendo a divisões celulares e crescimento das novas raízes (Fett-Neto et al.,
1992).
Diversos são os fatores envolvidos na produção e emissão de raízes adventícias.
Primeiramente, características morfoanatômicas das diversas espécies, em nível celular e tecidual,
são relevantes ao andamento do processo rizogênico. Essas são reflexos de interações do genoma
com respostas fisiológicas a variáveis endógenas e ambientais. Por exemplo, plantas jovens
tendem a enraizar mais facilmente, visto que são menos lignificadas e têm maior responsividade a
fitormônios (Fett-Neto et al., 2001), os sinalizadores por excelência do processo. Visto que o
processo é mediado por sinalizadores e constituintes essenciais (fitormônios, metabólitos
secundários, carboidratos, minerais) (De Klerk et al., 1999); o nível endógeno dessas substâncias é
importante, e é variável de acordo com o genótipo e status fisiológico. Fatores abióticos, como luz
e temperatura, influenciando no metabolismo em geral, também desempenham papel relevante no
enraizamento (Correa e Fett-Neto, 2004, Correa et al., 2005).
Arabidopsis thaliana Heyhn
Trata-se de uma planta originária do Hemisfério Norte, de ampla distribuição. Possui
vários ecotipos, alguns apresentando diferenças marcantes entre si. Morfologicamente é uma
pequena roseta, que emite um ramo floral na época de reprodução, a qual geralmente leva entre 2 a
5 meses para ocorrer dependendo do ecotipo e das condições ambientais. O número e morfologia
das folhas, comprimento do pecíolo, número de flores, tempo de floração e outros aspectos
também variam conforme o arcabouço genético.
Ao contrário de muitas outras espécies vegetais, as quais possuem grande valor em termos
econômicos, A. thaliana ocupa posição de destaque principalmente no meio acadêmico, como
espécie-modelo para estudos genéticos e fisiológicos. Logo, é usada caracteristicamente para
estudos de base, constituindo-se em valiosa ferramenta. Sua grande variedade de mutantes