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Os indicadores de competitividade comparativa dos três principais produtores de soja
no mundo, EUA, Brasil e Argentina (Tabela 3.3) demonstram que quanto à variável “recursos
naturais”, no quesito solo e clima, a Argentina leva vantagem de 0,38 pontos em relação ao
Brasil e 0,22 EUA. Já no quesito disponibilidade de terras no Brasil apresenta-se como pouco
restritivo, enquanto que a Argentina e nos EUA essa disponibilidade é altamente restritiva.
Em relação à variável de nível tecnológico (produção rural) os EUA levam vantagem
de 0,7 e 0,83 ponto em relação à Argentina e ao Brasil, respectivamente. Quanto à indústria
processadora, a vantagem dos EUA em relação ao Brasil é de 0,76 pontos e com relação à
Argentina, a vantagem é de 0,58.
Quanto à mão-de-obra, relativamente à qualidade, os EUA têm 0,62 pontos de
vantagem em relação ao Brasil e 0,43 em relação à Argentina, contudo, em relação ao custo
de mão-de-obra, o Brasil está à frente da Argentina em 0,35 pontos e em relação aos EUA
1,01 pontos. Em relação ao tamanho do mercado interno, O Brasil tem 1,56 pontos de
vantagem sobre a Argentina, e 0,38 de desvantagem em relação aos EUA. No que se refere ao
potencial de crescimento, o Brasil tem 1,25 pontos de vantagem sobre a Argentina e 0,94
sobre os EUA.
Relativamente à infra-estrutura logística, o Brasil tem desvantagens em relação aos
EUA e a Argentina (1,7 e 0,54 respectivamente). Quanto às restrições tributárias, o Brasil fica
0,95 pontos abaixo da Argentina e 1,44 pontos atrás dos EUA. Mesma tendência observada
em relação às restrições financeiras, quando a Argentina leva 0,61 pontos de vantagem acima
do o Brasil e os EUA 1,61. Quando o assunto é coordenação e/ou cooperação ao longo do
Sistema agroindustrial (SAG), o Brasil têm 0,16 pontos de desvantagem em relação à
Argentina e 0,72 em relação aos EUA.
Dessa forma, comparativamente o Brasil mostra-se muito competitivo no que tange à
disponibilidade de áreas cultiváveis, custo da mão-de-obra e no tamanho e potencial do
crescimento interno. Em contrapartida, os Estados Unidos são os mais competitivos nos
quesitos relacionados ao nível tecnológico e aos fatores sistêmicos. Já a Argentina, leva
vantagem em relação aos recursos naturais solo e clima.
Entretanto, Caixeta Filho e Martins (2001), anotam que no Brasil a transformação das
vantagens comparativas da produção, em competitividade na comercialização, tem sido
travada pela ineficiência da matriz de transporte nacional e pelos altos custos de escoamento
das safras praticados no país, o que reduz a lucratividade dos produtores agrícolas. Isso se
deve a predominância do modal rodoviário na matriz de transporte brasileira e pela
insuficiência de investimento público para ampliação e manutenção dos sistemas de