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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENGENHARIA
MESTRADO EM ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES
RAPHAEL RAMOS GALVÃO
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DE UM
MODELO DIRETIVO PARA PREDIÇÃO DOS NÍVEIS DE RADIAÇÃO NÃO
IONIZANTE GERADA POR SISTEMAS CELULARES EM LOCAIS
COMPARTILHADOS
NITERÓI
2009
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RAPHAEL RAMOS GALVAO
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DE UM
MODELO DIRETIVO PARA PREDIÇÃO DOS NÍVEIS DE RADIAÇÃO NÃO
IONIZANTE GERADA POR SISTEMAS CELULARES EM LOCAIS
COMPARTILHADOS
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Engenharia de Telecomunicações da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração:
Sistemas de Comunicações Móveis
Orientador: Prof Julio Cesar Rodrigues Dal Bello, Doutor em Ciências.
Niterói
2009
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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Engenharia e Instituto de Computação da UFF
G182 Galvão, Raphael Ramos.
Desenvolvimento teórico e simulação computacional de um
modelo diretivo para predição dos níveis de radiação não ionizante
gerada por sistemas celulares em locais compartilhados / Raphael
Ramos Galvão. – Niterói,RJ : [s.n.], 2009.
153 f.
Orientador: Julio Cesar Rodrigues Dal Bello.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Telecomunicações) -
Universidade Federal Fluminense, 2009.
1. Sistemas de comunicação móvel. 2. Radiação não ionizante. 3.
Laudo radiométrico. 4. Estação rádio base. 5. Engenharia de
telecomunicação. I. Título.
CDD 621.38456
RAPHAEL RAMOS GALVÃO
DESENVOLVIMENTO TEÓRICO E SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL DE UM
MODELO DIRETIVO PARA PREDIÇÃO DOS NÍVEIS DE RADIAÇÃO NÃO
IONIZANTE GERADA POR SISTEMAS CELULARES EM LOCAIS
COMPARTILHADOS
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Engenharia de Telecomunicações da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial para
obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração:
Sistemas de Comunicações Móveis
Aprovada em 10de Julho de 2009
BANCA EXAMINADORA
Prof. Julio Cesar Rodrigues Dal Bello, Doutor – Orientador.
Universidade Federal Fluminense
Prof. Leni Joaquim de Matos, Doutora.
Universidade Federal Fluminense
Prof. Gláucio Lima Siqueira, PhD.
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Claiton Pereira Colvero, Doutor.
Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO)
Niterói
2009
Dedico este trabalho aos meus pais Luiz e
Márcia, à minha avó Jayra e à minha namorada
Suzana - meus pacientes companheiros do dia-a-
dia.
Dedico também aos irmãos e demais parentes e
amigos que muito me apoiaram para a conclusão
deste projeto.
1
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por ter-me permitido alcançar meus
objetivos com saúde e paz.
À minha família, por todo apoio, amor e compreensão.
Aos meus gestores nas empresas onde trabalhei: Eleanor dos
Santos Victor, Enrique Guilherme Herreiro Garcia e Henrique
Carlos Aires Mendes, que me deram todo o apoio necessário e
foram fundamentais para garantir a presença nas aulas e nas
orientações de tese.
Aos amigos do INMETRO, Claiton Pereira Colvero, Rodolfo
Saboia Lima de Souza e Marcos Frederico, pela atenção
dispensada e a prontidão para ajudar na realização das medições.
Ao meu orientador Julio Cesar Dal Bello, pela paciência,
amizade e pelo excelente trabalho como orientador.
Finalmente, gostaria de agradecer ao professor Andrés Pablo
Barbero, por toda a ajuda dispensada durante o período em que
esteve na coordenação do curso de Mestrado em Engenharia de
Telecomunicações da UFF.
2
SUMÁRIO
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................. 4
ÍNDICE DE FIGURAS.................................................................................................. 5
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS............................................ 7
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10
1.1. Histórico .......................................................................................................... 11
1.2. Ambientação.................................................................................................... 13
1.3. Revisão Bibliográfica...................................................................................... 15
1.4. Objetivos.......................................................................................................... 18
1.5. Roteiro............................................................................................................. 18
2. EVOLUÇÃO DA TELEFONIA CELULAR.................................................... 20
2.1. Evolução da Telefonia Celular no mundo....................................................... 21
2.2. Evolução da Telefonia Celular no Brasil......................................................... 24
2.3. Arquitetura dos sistemas celulares .................................................................. 27
2.4. Setorização e redução das células.................................................................... 29
2.5. Considerações sobre as estações terminais portáteis....................................... 31
3. RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE NO CENÁRIO MUNDIAL........................ 37
3.1. Entidades Envolvidas nos estudos relativos às RNI........................................ 37
3.1.1. IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers.......................... 37
3.1.2. ICNIRP - International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection
38
3.1.3. WHO (OMS) – World Health Organization.............................................. 39
3.1.4. ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações................................. 40
3.2. Controle adotado por alguns países................................................................. 41
3.2.1. Austrália .................................................................................................... 41
3.2.2. Estados Unidos.......................................................................................... 42
3.2.3. Canadá ...................................................................................................... 43
3.2.4. China ......................................................................................................... 43
3.2.5. Itália .......................................................................................................... 43
3.2.6. Rússia ........................................................................................................ 44
3.2.7. Comparação entre os níveis de referência adotados ................................ 45
4. ASPECTOS REGULATÓRIOS NO BRASIL ................................................. 46
4.1. A Resolução 303/02 da ANATEL................................................................... 46
4.2. Procedimentos de avaliação de estações terminais portáteis........................... 50
4.2.1. Medidas de SAR......................................................................................... 51
4.3. Níveis de exposição praticados no Brasil........................................................ 53
4.3.1. Cálculo de distâncias mínimas permitidas................................................ 54
4.3.2. Faixas de frequência e níveis recomendados............................................ 55
4.4. Condições para operação em ambientes multiusuários................................... 58
4.4.1. Campos de frequências múltiplas.............................................................. 58
4.4.2. Considerações acerca dos aspectos regulatórios ..................................... 59
5. CARACTERÍSTICAS E COMPONENTES DAS ESTAÇÕES RÁDIO BASE
61
5.1. Antenas............................................................................................................ 62
5.1.1. Diagrama de irradiação das antenas........................................................ 63
5.1.2. Ganho ........................................................................................................ 64
5.1.3. Relação Frente-costas............................................................................... 65
5.1.4. Ângulo de meia potência ........................................................................... 66
5.1.5. Ângulo de elevação.................................................................................... 66
5.2. Transceptores................................................................................................... 72
3
5.3. Combinadores.................................................................................................. 74
5.4. Diplexers.......................................................................................................... 75
5.5. Cabos e Conectores ......................................................................................... 76
5.6. Duplexadores................................................................................................... 76
5.7. Filtros............................................................................................................... 77
6. MODELO TEÓRICO PROPOSTO - AMBIENTE MULTIUSUÁRIO........ 78
6.1. Cálculo da EIRP por setor............................................................................... 78
6.1.1. Determinação do ângulo horizontal.......................................................... 79
6.1.2. Determinação do ângulo vertical.............................................................. 80
6.2. Cálculo da distância mínima segura................................................................ 82
6.3. Verificação do atendimento aos níveis de referência para exposição............. 86
7. MODELO COMPUTACIONAL PROPOSTO ................................................ 88
7.1. Entradas de dados............................................................................................ 88
7.1.1. ANATEL – Sistemas Interativos ................................................................ 89
7.1.2. Informações adicionais ............................................................................. 90
7.2. Programa Principal.......................................................................................... 91
7.3. Módulos Auxiliares ......................................................................................... 93
7.3.1. Módulo 1.................................................................................................... 93
7.3.2. Módulo 2.................................................................................................... 95
7.3.3. Módulo 3.................................................................................................... 96
7.3.4. Módulo 4.................................................................................................... 97
7.3.5. Módulo 5.................................................................................................... 97
7.3.6. Módulo 6.................................................................................................... 98
7.3.7. Módulo 7.................................................................................................... 98
7.3.8. Módulo 8.................................................................................................... 98
7.3.9. Módulo 9.................................................................................................... 99
7.4. Relatório Técnico .......................................................................................... 100
8. REALIZAÇÕES DE MEDIÇÕES E ANÁLISE DOS RESULTADOS....... 106
8.1. Resultados teóricos........................................................................................ 108
8.1.1. Cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF............................................. 108
Cenário 2 – Campus Praia Vermelha da UFF ............................................................ 117
8.1.2. Cenário 3 - Charitas................................................................................ 121
8.1.3. Cenário 4 - Piratininga ........................................................................... 125
8.2. Campanha de medições de campo................................................................. 130
8.3. Processamento das medições......................................................................... 134
8.4. Análise comparativa entre o modelo teórico e as medições realizadas......... 140
8.4.1. Cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF............................................. 140
8.4.2. Cenário 2 – Campus Praia Vermelha da UFF ....................................... 142
8.4.3. Cenário 3 – Charitas............................................................................... 143
8.4.4. Cenário 4 – Piratininga........................................................................... 145
9. CONCLUSÕES.................................................................................................. 147
9.1. Sugestões para trabalhos futuros ................................................................... 149
4
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 - Equivalência entre sistemas de primeira e terceira geração..................... 29
Tabela 2.2 - Níveis de referência de acordo com ICNIRP e IEEE C95.1...................... 32
Tabela 2.3 - Níveis de controle de potência de acordo com o 3GPP TS 05.05. ............ 34
Tabela 4.1 - Restrições Básicas para exposição a CEMRF, na faixa de radiofreqüências
entre 9 kHz e 10 GHz. ............................................................................... 48
Tabela 4.2 - Restrições Básicas para densidade de potência, para radiofreqüências
entre 10 GHz e 300 GHz........................................................................... 48
Tabela 4.3 - Níveis de referência para a exposição ocupacional.................................. 49
Tabela 4.4 - Níveis de referência para a exposição da população em geral................. 49
Tabela 4.5 - Blocos e subfaixas de radiofrequência do SMP (Resolução 454/2006 da
ANATEL)................................................................................................... 55
Tabela 4.6 - Valores de ERP máximos por estação (Resolução 454/2006 da ANATEL).
................................................................................................................... 56
Tabela 4.7 - Valores de referência para as subfaixas de radiofrequência. ................... 57
Tabela 5.1 - Amplitudes e fases de alimentação de um arranjo linear de dipolos de λ/2,
para obtenção de 7º de inclinação abaixo da horizontal.......................... 69
Tabela 5.2 - Classes de potência para transceptores GSM. .......................................... 73
Tabela 5.3 - Tipos de cabos e aplicações típicas........................................................... 76
Tabela 5.4 - Valores de atenuação típicos nos cabos.................................................... 76
Tabela 7.1 - Valores default para número de transceptores por setor .......................... 92
Tabela 7.2 - Campos do arquivo exportado pelo SITAR................................................ 93
Tabela 7.3 - Campos dos equipamentos transceptores no SGCH.................................. 96
Tabela 7.4 - Tecnologias e larguras de banda da portadora utilizada.......................... 97
Tabela 7.5 - Campos das antenas no SGCH.................................................................. 97
Tabela 8.1 – Dados técnicos das estações 667979077 (Oi) e 684126605 (TIM). ....... 111
Tabela 8.2 - Dados técnicos das estações 683934171 (Claro), 667984020 (Oi) e
683016687 (TIM). ................................................................................... 118
Tabela 8.3 - Dados técnicos das estações 683135589 (Oi), 674669452 (TIM) e
683934481 (Claro).................................................................................. 122
Tabela 8.4 - Dados técnicos da estação 665611676 (Oi). ........................................... 126
Tabela 8.5 - Dados técnicos das estações 683172824 (Tim) e 403090458 (Claro). ... 127
Tabela 8.6 - Campos dos registros - análise espectral. ............................................... 135
Tabela 8.7 - Campos dos registros - avaliação de segurança. .................................... 139
5
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1 - Espectro eletromagnético........................................................................... 14
Figura 2.1 - Evolução dos sistemas celulares................................................................ 20
Figura 2.2 - Ocupação das faixas de 800 e 900 MHz.................................................... 26
Figura 2.3 - Ocupação das Faixas de 1800, 1900 e 2100MHz. .................................... 26
Figura 2.4 - Evolução do quantitativo de terminais móveis no Brasil. ......................... 27
Figura 2.5 - Estrutura básica dos sistemas celulares de primeira geração. ................. 28
Figura 2.6 - Arquitetura UMTS conceitual.................................................................... 29
Figura 2.7 - Redução das células para aumento de capacidade do sistema. ................ 30
Figura 2.8 - Setorização das células para aumento de capacidade do sistema. ........... 31
Figura 3.1 - Níveis de referência adotados mundialmente............................................ 45
Figura 4.1 - Coexistências de tecnologias atuais e legadas. ......................................... 60
Figura 5.1 - Modelo de um sistema irradiante............................................................... 61
Figura 5.2 - Exemplos de antenas do SMP.................................................................... 62
Figura 5.3 - Exemplo de diagrama de irradiação para uma antena direcional............ 63
Figura 5.4 - Visão tridimensional do diagrama de irradiação composto por mais de
uma antena................................................................................................ 64
Figura 5.5 - Ângulo de meia potência de um diagrama de irradiação.......................... 66
Figura 5.6 - Irradiação normal (a) e com downtilt mecânico (b).................................. 68
Figura 5.7 - Defasagem entre os elementos irradiadores de uma antena e a consequente
alteração na frente de onda. ..................................................................... 69
Figura 5.8 - Irradiação normal (a) e com downtilt elétrico (b)..................................... 70
Figura 5.9 - Comparação entre o downtilt mecânico (a) e o elétrico (b)...................... 72
Figura 5.10 - Número de transceptores e bastidores por site para suportar uma
configuração de alta capacidade (20 usuários/MHz/setor)...................... 73
Figura 5.11 - Esquemas de combinação híbrida (a) bypass, (b) 2-way e (c) 4-way; (d)
combinação por cavidade ressonante....................................................... 74
Figura 5.12 - Utilização dos combinadores de banda ou diplexers. ............................. 75
Figura 6.1 - Vista superior de uma ERB para determinação do ângulo horizontal...... 80
Figura 6.2 - Vista lateral de uma ERB para determinação do ângulo vertical............. 81
Figura 6.3 - Conceito de “zonas de concentração” ...................................................... 83
Figura 6.4 - Conceito de “distância mínima segura”. .................................................. 84
Figura 7.1 - Diagrama geral do programa computacional desenvolvido para
elaboração de relatórios de RNI............................................................... 88
Figura 7.2 - Fluxograma básico do programa principal............................................... 91
Figura 7.3 - Plano contendo o grid de pontos para o cálculo da densidade de potência.
................................................................................................................... 99
Figura 7.4 - Percentuais das contribuições dos efeitos térmicos relevantes das estações.
................................................................................................................. 102
Figura 7.5 - Zonas de concentração / restrição no entorno de uma Estação Rádio Base
compartilhada. ........................................................................................ 103
Figura 7.6 - Percentuais de CETRE na direção radial para o azimute de irradiação
máxima.................................................................................................... 104
Figura 8.1 - Estações Rádio Base do SMP em Niterói/RJ........................................... 107
Figura 8.2 - Cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF............................................. 108
Figura 8.3 - Resultados teóricos (modelo diretivo) - estação 667979077 (Oi)........... 112
Figura 8.4 - Resultados teóricos (modelo onidirecional) - estação 667979077 (Oi).. 113
Figura 8.5 - Resultados teóricos (modelo diretivo) - estação 684126605 (Tim)......... 115
6
Figura 8.6 - Resultados teóricos (modelo onidirecional) - estação 684126605 (Tim) 116
Figura 8.7 - Cenário 2 – Campus Praia Vermelha da UFF........................................ 117
Figura 8.8 - Resultados teóricos (modelo diretivo) – Cenário 2 – Campus Praia
Vermelha da UFF.................................................................................... 119
Figura 8.9 - Resultados teóricos (modelo onidirecional) – Cenário 2 – Campus Praia
Vermelha da UFF.................................................................................... 120
Figura 8.10 - Cenário 3 - Charitas. ............................................................................. 121
Figura 8.11 - Resultados teóricos (modelo diretivo) – Cenário 3 – Charitas. ............ 123
Figura 8.12 - Resultados teóricos (modelo onidirecional) – Cenário 3 – Charitas.... 124
Figura 8.13 - Cenário 4 - Piratininga.......................................................................... 125
Figura 8.14 - Resultados teóricos (modelo diretivo) – Cenário 4 – Piratininga......... 128
Figura 8.15 - Resultados teóricos (modelo onidirecional) – Cenário 4 – Piratininga.129
Figura 8.16 - Equipamento SRM-3000, utilizado nas medições.................................. 130
Figura 8.17 - ERB’s do cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF............................ 131
Figura 8.18 - Pontos de medição escolhidos para o cenário 1 – Campus do Gragoatá
da UFF.................................................................................................... 131
Figura 8.19 - ERB do cenário 2 – Campus da Praia Vermelha da UFF..................... 132
Figura 8.20 - Pontos de medição escolhidos para o cenário 2 – Campus da Praia
Vermelha da UFF.................................................................................... 132
Figura 8.21 - ERB do cenário 3 – Charitas................................................................. 133
Figura 8.22 - Pontos de medição escolhidos para o cenário 3 – Charitas.................. 133
Figura 8.23 - ERB do cenário 4 – Piratininga............................................................. 134
Figura 8.24 - Pontos de medição escolhidos para o cenário 4 – Piratininga............. 134
Figura 8.25 - Valores máximos medidos de densidade de potência para os cenários 1 e
2............................................................................................................... 137
Figura 8.26 - Valores máximos medidos de densidade de potência para os cenários 3 e
4............................................................................................................... 138
Figura 8.27 - Valores medidos do CETRE para cada ponto de análise do cenário 1 –
Campus do Gragoatá da UFF. ............................................................... 141
Figura 8.28 - Resultados obtidos para o cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF. 141
Figura 8.29 - Valores medidos do %CETRE para cada ponto de análise do cenário 2 –
Campus Praia Vermelha da UFF. .......................................................... 142
Figura 8.30 - Resultados obtidos para o cenário 2 – Campus Praia Vermelha da UFF.
................................................................................................................. 143
Figura 8.31 - Valores medidos do %CETRE para cada ponto de análise do cenário 3 –
Charitas................................................................................................... 144
Figura 8.32 - Resultados obtidos para o cenário 3 – Charitas.................................... 144
Figura 8.33 - Valores medidos do %CETRE para cada ponto de análise do cenário 4 –
Piratininga. ............................................................................................. 145
Figura 8.34 - Resultados obtidos para o cenário 4 – Piratininga............................... 146
7
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações
ANSI – American National Standards Institute
CEM – Campos Eletromagnéticos
CEMRF – Campos Elétricos e Magnéticos de Radiofrequência
CETRE – Contribuição para os Efeitos Térmicos Relevantes
EIRP – Potência Equivalente Isotropicamente Radiada: potência entregue a uma antena,
multiplicada pelo ganho da antena em relação a uma antena isotrópica.
ELF – Extremely Low Frequency
ERP Potência Efetiva Radiada: potência entregue a uma antena, multiplicada pelo
ganho da antena em relação a um dipolo de meia onda.
ERB – Estação Rádio Base
FCC Federal Communication Commission, agência fiscalizadora e reguladora norte-
americana para todos os tipos de comunicações.
ICNIRP – International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection
OMS – Organização Mundial da Saúde
RF – Radiofrequência
RNI – Radiação Não Ionizante
SAR – Specific Absorption Rate (taxa de absorção de energia específica)
SMP – Serviço Móvel Pessoal
WHO – World Health Organization
8
RESUMO
As Radiações não ionizantes têm adquirido, nos últimos anos, particular
destaque nos mundos acadêmico, governamental, empresarial e para a população em
geral. Estas radiações, de forma abreviada RNI, são radiações com frequência abaixo da
ultravioleta e que não têm energia suficiente para ionizar um material. Assim sendo, a
energia proveniente da radiação, ao ser absorvida pelos átomos ou moléculas, não chega
a ser suficiente para provocar o desprendimento de elétrons dos átomos, mas pode
implicar em um aumento da temperatura do tecido (efeito térmico).
Devido à complexidade deste tema, a resposta para a questão dos efeitos
térmicos, de interesse deste trabalho, vem da investigação e coordenação com as mais
diversas áreas, como a biologia, a medicina e a engenharia, entre outras. Portanto, a
engenharia de telecomunicações possui um papel fundamental para esclarecimento da
sociedade, principalmente no que diz respeito aos níveis de referência para a exposição
à RNI.
O presente trabalho tem por objetivo propor um modelo de avaliação de
Estações Rádio Base do sistema móvel celular e apresenta a modelagem teórica e o
desenvolvimento de uma ferramenta para simulação computacional, voltada para a
análise dos efeitos térmicos causados por CEMRF (Campos Elétricos e Magnéticos de
Radiofrequência) gerados por sistemas celulares em locais multiusuários.
São também apresentadas medições práticas realizadas em campo, com objetivo
de análise e comprovação da funcionalidade do modelo e seus resultados discutidos
neste trabalho.
Palavras chave: Radiação Não Ionizante; Estação Rádio Base; laudo radiométrico;
densidade de potência; infraestrutura celular; compartilhamento.
9
ABSTRACT
In recent years non ionizing radiation has won particular importance in the
academic, governmental, business world and also for the population in general. These
radiations, in abbreviated form NIR, are radiation with frequency below UV and which
do not have enough power to ionize materials. In this way, energy from radiation,
absorbed by atoms and molecules is not enough sufficient to provoke the detachment of
electrons from atoms, but may result in an increase in temperature of the tissue (thermal
effect).
Considering the complexity of this theme, the answer to the matter of the
thermal effect, of interest to this work, comes from research and coordination of the
most diverse areas, such as biology, medicine, and engineering, among others. Thus, the
telecommunications engineering has a key role in clarifying population as regards
radiation reference levels.
This study aims to propose a model for evaluation of the transmitting stations of
cellular mobile system and presents a theoretical modeling and the development of a
computer simulation tool, for analysis of thermal effects caused by CEMRF generated
by Radio Base Stations in multiplayer environments.
Field measurements, with the purpose of analysis and verification of the
functionality of the model are also presented and discussed in this work.
Key Words: Non Ionizing Radiation; Radio Base Station; power density, cellular
infrastructure, site sharing; radiometric report.
10
1. Introdução
A motivação para o desenvolvimento deste trabalho deu-se em função do rápido
crescimento da telefonia móvel no cenário mundial e, consequentemente, pelo crescente
interesse da população nos possíveis efeitos causados pela radiação eletromagnética
gerada por estes sistemas. Apesar de todo o esforço da comunidade científica em
dimensionar estes efeitos e disseminar os resultados obtidos, ainda demanda por
pesquisas conclusivas e por modelos que possam avaliá-los de forma mais apurada.
De acordo com a Associação Nacional das Operadoras Celulares, a ACEL,
atualmente existem aproximadamente 1,5 milhões de Estações Rádio Base no mundo, e
este número aumenta significativamente com a tecnologia de terceira geração, o que
gera uma preocupação comum em relação a ERB's, no que diz respeito aos danos à
saúde que possam advir da exposição de longo prazo do corpo humano aos sinais de
RF. Os níveis de radiação, expressos em termos de Taxa de Absorção Específica
SAR, provenientes de telefones celulares e considerados seguros para a região da
cabeça, conforme a exigência legal, podem ser vinte e cinco vezes maiores, em
intensidade, do que aqueles recomendados para as Estações Rádio Base. E, ainda assim,
as pessoas preocupam-se mais com os efeitos provenientes das emissões das ERB’s.
Este comportamento talvez possa ser explicado pelo fato do uso de terminais ser
avaliado pela população como um risco voluntário, enquanto a instalação de uma
Estação Rádio Base, nas proximidades de suas residências ou seus locais de trabalho,
pode ser vista como um risco imposto, sobre o qual as pessoas não têm nenhum tipo de
controle. Originário da política ambiental européia da década de 70, o “Princípio da
Precaução” [MILARÉ, 1] é expresso em ditos populares como “é melhor prevenir que
remediar” ou “erre no lado da cautela”. Na prática, isto significa tomar medidas na
direção de evitar possíveis danos para a saúde, mesmo diante de evidência científica
insuficiente. Daí, a cobrança da sociedade por um maior controle por parte das
autoridades e órgãos competentes, quanto aos níveis de segurança estipulados.
A década de 90 foi marcada pela explosão, em escala mundial, das
comunicações celulares, e, neste momento, estão em funcionamento os sistemas de
geração. A chegada da geração e a concentração de tecnologias num único terminal
abre portas para mais e mais usuários. A expansão dos sistemas, motivada pelo
11
crescimento contínuo do número de assinantes, leva ao aparecimento de novas
operadoras, de mais Estações Rádio Base e terminais móveis, e o desconhecimento
sobre o assunto fomenta o surgimento de opiniões e receios. Surge a questão: qual é o
impacto das radiações eletromagnéticas provenientes dos sistemas de comunicações
móveis no organismo humano?
A resposta para esta questão vem da investigação e coordenação entre as mais
diversas áreas, como a biologia, a medicina e a engenharia, entre outras.
1.1. Histórico
No fim da Segunda Guerra Mundial, os militares americanos começaram a se
interessar pelos efeitos biológicos causados pela exposição a micro-ondas emitidas
pelos radares. Em 1954, a Força Aérea Americana reconheceu que a exposição a micro-
ondas, com densidade de potência de 100 mW/cm
2
, podia causar dano aos tecidos
humanos, principalmente aos olhos.
Após o término da guerra, a Clínica Mayo, nos Estados Unidos, era o centro
mais importante de estudos dos efeitos biológicos causados pelas micro-ondas. Em
1955, ela organizou o Symposium on Physiologic and Pathologic Effects of
Microwaves, em cujos anais eram apresentadas sugestões para futuros estudos. Nesta
ocasião, Schwan & Li (1956) concluíram que micro-ondas, com densidade de potência
de 10 mW/cm
2
, não deveriam ser aplicadas durante mais de uma hora, se a energia
fosse absorvida pelo corpo inteiro.
Duas conferências se seguiram: The First and The Second Annual Triservice
Conference on Biological Hazards of Microwave Radiation, em 1957 e 1958,
respectivamente. O relato apresentado nestas conferências sobre a indução de catarata
em um técnico de radar, muito bem documentado por Hirsch, da empresa Sandia,
chamou a atenção dos especialistas. Este fato motivou o início do estabelecimento de
recomendações por parte de diversas organizações, as quais consideraram que uma
densidade de potência de 100 mW/cm
2
produzia efeitos danosos ao organismo humano.
Em 1957, a American Telephone and Telegraphic Company em conjunto com o
Bell Telephone Laboratories e, em 1958, a Marinha e o Exército dos Estados Unidos e a
12
General Electric Co. adotaram o limite de 10 mW/cm
2
para toda a faixa de micro-
ondas.
A partir de 1960, resultados de estudos teóricos usando modelos matemáticos
simples, os quais consideravam os seres humanos em forma de esfera, cilindro circular
ou esferóide prolato
1
, indicavam que os efeitos biológicos relativos ao aquecimento
apresentavam grande dependência da frequência dos campos eletromagnéticos e que,
portanto, os valores limites de recomendações deveriam variar com a faixa de
frequências.
Em 1965, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos adotou o limite para a
densidade de potência de 10 mW/cm
2
. Em 1966, o American National Standards
Institute (ANSI) também adotou para exposição permissível máxima o mesmo valor
médio de densidade de potência de 10 mW/cm
2
em um período de 6 minutos qualquer,
para frequências entre 10 e 100 MHz. A definição destes valores era baseada nos efeitos
térmicos e considerava que o valor de densidade de potência de 10 mW/cm
2
aumentava
a carga de calor de um valor comparável à taxa metabólica
2
.
Em 1975, baseado no trabalho de um comitê que analisou cerca de 1.700 artigos
relativos aos efeitos biológicos, o qual procurou investigar a comprovação de efeitos
não-térmicos, o ANSI reafirmou os limites anteriores, apenas com pequenas
modificações.
Em 1982, o ANSI emitiu novas recomendações, as quais consideravam que, para
a faixa de 300 kHz a 100 GHz, a taxa de transferência de energia dos campos
eletromagnéticos ao corpo humano dependia fortemente da sua frequência e do tamanho
do corpo.
1
Um esferóide é uma superfície quádrica em três dimensões obtida através da rotação de uma elipse ao redor de um de
seus eixos principais. Se a elipse for rotacionada ao redor de seu eixo maior, esta superfície é chamada de esferóide prolato (similar
ao formato de uma bola de futebol americano). Se o eixo menor for escolhido, a superfície é chamada de esferóide oblato (similar ao
formado do planeta Terra ou de uma abóbora). http://pt.wikipedia.org/wiki/Esferoide
2
Em termos de produção de calor metabólico humano, 4 W/kg representam um nível de atividade moderado, (ex., limpar
a casa ou dirigir um caminhão) e pode ser considerados como dentro da faixa normal de termo regulação humana. [IEEE Std C95.1.]
13
Desde então, diversos organismos e entidades competentes desenvolvem e
financiam estudos orientados para o conhecimento dos valores dos campos
eletromagnéticos a partir dos quais podem vir a apresentar efeitos adversos no
organismo humano. A partir destes valores, estabelecem-se níveis de referência para
exposição à radiação [CVS, 2].
1.2. Ambientação
Neste estudo, é importante diferenciar “efeitos” e “danos” causados pela
radiação eletromagnética, visto que, muitas vezes, a utilização inadequada destes termos
induz à confusão e à disseminação de falsos conceitos para a população. Efeito
biológico, para o ser humano, é apenas uma resposta a um estímulo externo; no caso, à
energia das ondas eletromagnéticas. Esta resposta pode ou não representar um perigo.
Dano à saúde é uma consequência do perigo associado ao efeito biológico. Como por
exemplo, a exposição direta das pessoas à luz solar, em quantidades moderadas, é
considerada como um ato saudável, ao passo que esta mesma exposição, quando feita
em demasia, sem proteção e durante um intervalo de tempo prolongado, pode acarretar
sérios danos à saúde [OMS, 3].
Uma das características mais importantes dos campos e ondas eletromagnéticas
é a sua frequência. A gama de frequências das fontes naturais e também das fontes
artificiais é muito diversificada e, normalmente, apresenta-se um gráfico, onde o
relacionadas as várias frequências e suas respectivas utilizações, denominado de
espectro eletromagnético.
14
Figura 1.1 - Espectro eletromagnético
O espectro eletromagnético possui uma divisão, localizada após as frequências
da luz visível, que separa as radiações em dois grandes blocos. As radiações de
frequências abaixo desta divisão são conhecidas como radiações não ionizantes e as
situadas acima são radiações ionizantes. Quando a radiação eletromagnética incide em
um material, parte da energia pode ser absorvida pelos átomos constituintes do mesmo.
Dependendo da frequência da radiação, ao ser absorvida pelos átomos ou moléculas, a
energia pode ser suficiente para provocar o desprendimento de elétrons dos átomos,
formando íons (ionização), e a estrutura do material que absorveu a energia da radiação
irá sofrer mudanças. Para que ocorra a ionização do material, a frequência da radiação
tem que ser muito elevada. Apenas radiações com frequência acima do ultravioleta têm
energia suficiente para ionizar materiais e são conhecidas como radiações ionizantes.
Assim, as frequências utilizadas nos sistemas de telecomunicações (rádio, TV e
telefonia celular) são radiações não ionizantes. Quando estas radiações incidem em um
tecido vivo, não provocam reações químicas, mas implicarão em um aumento da
temperatura do tecido (efeito térmico). Os campos penetram somente a uma pequena
distância dentro do corpo. A energia desses campos é absorvida e transformada em
movimento das moléculas. A fricção entre moléculas em movimento rápido resulta em
um aumento da temperatura. Os níveis de RF aos quais as pessoas estão normalmente
expostas em nosso ambiente são muito inferiores aos necessários para a produção de um
aquecimento significativo [OMS, 3].
15
1.3. Revisão Bibliográfica
Para que se tenha uma visão geral das pesquisas realizadas sobre o tema, os
principais trabalhos desenvolvidos e publicados na literatura técnica serão a seguir
apresentados sumariamente:
- Balzano e Faraone [4-5], em 1999, utilizaram o conceito de que a exposição
humana aos Campos Elétricos e Magnétcos de Radiofrequência CEMRF irradiados
por antenas de ERB’s pode ser avaliada em termos de densidade de potência e da queda
do vel do sinal com a distância em relação à antena. Desenvolveram, então, equações
para predição da queda da densidade de potência para um arranjo de antenas colineares
através de equações simplificadas, baseadas em estimações de “pior caso”.
Demonstraram, ainda, que os campos possuem características cilíndricas na região de
campo próximo e convertem, gradualmente, para o comportamento esférico na região
de campo distante. Entretanto, as equações apresentadas caracterizam apenas a
densidade de potência para um único arranjo de antenas colineares, não sendo
contemplado o comportamento conjunto para mais de um arranjo. Além deste fato,
apesar da importância deste estudo, na prática, as propriedades direcionais das antenas
são fornecidas em termos de características básicas e de diagramas de irradiação do
arranjo colinear como um todo.
- Bernardi et al. [6], analisaram, em 2000, a exposição humana a CEMRF
irradiados por uma ERB operando na faixa de 900 MHz em ambiente urbano.
Utilizaram-se de um método brido capaz de avaliar desde o diagrama de irradiação da
antena até as muitas reflexões que ocorrem em um ambiente urbano. O modelo
apresentado fundamentou-se nos métodos de Ray tracing (G. A. Deschamps, 1972) e da
diferença finita no domínio do tempo (finite-difference time-domain FDTD, K. S.
Kunz and R. J. Luebbers, 1993), capazes de modelar reflexões de primeira ordem. O
estudo demonstra não haver uniformidade na distribuição do campo produzido por
ERB’s em ambientes urbanos, em função do diagrama de irradiação das antenas de
painel típicas e das muitas reflexões no ambiente.
- Cooper et al. [7] (2002) investigaram, através de cálculos e medições
realizadas, os limites de distância de segurança para seres humanos próximos às antenas
das ERB’s, adotando os padrões ICNIRP e IEEE. Os estudos indicaram que, para uma
16
ERB GSM operando em 935 MHz e com potência irradiada de 40 W, a distância em
relação à antena não deve exceder o limite de 5 a 18 cm para a exposição controlada e
75 a 95 cm para a exposição não controlada. Contudo, o estudo não apresenta um
modelo para a avaliação de mais de um sistema irradiante.
- Roje, V. [8] (2003) avaliou os aspectos de segurança relacionados a ERB’s
GSM para a saúde humana, por meio do modelo numérico do corpo humano, utilizando
a teoria de antenas e uma combinação do método dos elementos de fronteira”
(Boundary Element Method BEM) e do “método dos elementos finitos” (Finite
Element Method FEM). O estudo demonstrou que o modelo proposto pode ser
utilizado com sucesso para previsão da penetração de CEMRF no corpo humano e
concluiu que a adoção da combinação das técnicas de predição numérica e de medições
diretas se mostra mais eficiente, uma vez que nem sempre é possível prever
corretamente os valores de CEMRF, especialmente em locais de relevo complexo, além
do fato de valores diretamente medidos serem normalmente melhor aceitos pela
população.
- Miclaus e Bechet [9] (2006), realizaram uma comparação entre valores
medidos e estimados para a densidade de potência no entorno de ERB’s. Os cálculos
teóricos consideraram os dados técnicos das antenas, sem, no entanto, considerar seus
diagramas de irradiação. O estudo concluiu que, em uma primeira instância, podem ser
utilizados métodos teóricos para estimativa dos níveis de densidade de potência ou
campo elétrico para que se tenha idéia dos níveis de exposição nas proximidades de uma
ERB. Ressalta, entretanto, que a correlação entre os cálculos utilizando a propagação no
espaço livre e os valores medidos dos picos de densidade de potência, é fraca, por se
tratar de um modelo pessimista.
- Atualmente, um padrão internacional para avaliação de exposição - IEC
62232 [10] está sendo desenvolvido. Este padrão irá incluir protocolos de medição e
cálculo para avaliação da SAR (taxa de absorção específica) [IEC, 2008].
Dentre os principais trabalhos publicados no Brasil, destacam-se os estudos
realizados por:
17
- Dias e Siqueira [11] (2002), realizaram cálculos teóricos para estimativa da
distância em relação à ERB, considerada segura para a saúde humana de acordo com a
legislação vigente, envolvendo análises de “pior caso”. Foram analisados sistemas
típicos TDMA com três setores e com número máximo de portadoras alocadas (vinte e
um). O estudo considerou antenas com ganho de 10 dBi e potência de transmissão
variando entre 30 e 45 dBm. Os resultados indicaram distâncias de segurança variando
de 2 a 11 metros para estações operando na faixa de 900 MHz e 1,3 a 7,5 metros para
estações operando na faixa de 1900 MHz. Foram realizadas medições próximas a
estações nas cidades do Rio de Janeiro e Nova Friburgo. Os resultados das medições
mostraram valores muito inferiores aos limites de segurança e com ordem de grandeza
em conformidade com outras medições e estimativas encontradas na literatura.
- Terada [12] (2007) publicou um estudo de grande valia para este trabalho,
onde são investigadas em detalhes as propriedades direcionais de irradiação de antenas
em função de diversas variáveis, além da usual distância em relação à ERB. Foi
demonstrado que o ximo da intensidade do campo elétrico ocorre a distâncias
diferentes da ERB, dependendo destas outras variáveis, levando à conclusão que fixar
uma distância nima de regiões povoadas para a instalação de ERB’s não é a maneira
adequada para se assegurar a segurança e o bem-estar da população. Este assunto será
discutido neste trabalho, juntamente com o conceito de “zonas de concentração” de
RNI.
Além dos estudos citados, vários outros trabalhos pesquisados apresentaram
resultados de medições realizadas nas vizinhanças de ERB’s, tendo sido verificado que
os níveis praticados encontravam-se bem abaixo dos veis de referência adotados pela
legislação vigente.
Este estudo pretende apresentar uma abordagem técnica, levando em
consideração as contribuições de diversas fontes emissoras irradiando ondas
eletromagnéticas de forma simultânea, situação muito comum no Brasil, devido ao
compartilhamento de infraestrutura. Esta foi uma forma natural encontrada pelas
operadoras de telefonia celular para reduzir custos operacionais e causar menos impacto
no ambiente, o que de certa forma agrada à população, prefeituras e organizações
ambientais.
18
Uma Estação Rádio Base compartilhada pode conter equipamentos de várias
operadoras de telefonia celular, cada qual com suas diferentes características de
irradiação do sinal, contribuindo aditivamente com a potência irradiada pelos
equipamentos de outras operadoras. Outro fator a ser analisado é a sobreposição de
tecnologias, pois, frequentemente, uma operadora possui duas ou mais tecnologias
operando simultaneamente. A regulamentação exige que a transição de uma tecnologia
para outra seja feita sem que haja prejuízo aos usuários que ainda fazem uso das
tecnologias legadas. Assim, casos onde uma única operadora possui mais de uma
tecnologia em cada Estação Rádio Base. Existem, no Brasil, sistemas GSM operando
em conjunto com sistemas TDMA, CDMA e UMTS, todos em uma mesma estação, que
ainda pode estar sendo compartilhada com outras operadoras.
1.4. Objetivos
Este trabalho tem como objetivos: 1. Propor um modelo diretivo para predição
dos níveis de radiação não ionizante gerada por sistemas celulares em locais
compartilhados; 2. Desenvolver um programa computacional baseado no modelo
teórico proposto, contendo uma extensa e consistente base de dados técnica de sistemas
celulares, para fins de identificação das regiões que atendem aos limiares
internacionalmente aceitos para proteção contra a Radiação Não Ionizante; 3.
Comprovar, através de medições, a eficácia do modelo teórico proposto.
1.5. Roteiro
Para atingir os objetivos acima estabelecidos, no capítulo 1, foi realizada uma
abordagem inicial sobre o tema escolhido.
No capítulo 2, será apresentada, de forma sucinta, a evolução da telefonia
celular nos últimos anos, no cenário das telecomunicações no Brasil e no mundo. Serão
apresentados conceitos sobre as tecnologias passadas até chegar aos padrões
empregados nos dias de hoje, com uma breve apresentação do cenário futuro. Serão
feitas algumas considerações básicas acerca das estações terminais portáteis.
No capítulo 3, serão mostradas as principais funções de cada organismo
responsável pela normatização acerca dos efeitos biológicos, em função da crescente
19
preocupação da humanidade. Serão analisadas as normatizações e posicionamento de
alguns dos países envolvidos nas questões relacionadas ao controle de emissão de RNI e
será feito um paralelo entre os níveis adotados pelos mesmos.
No capítulo 4, serão analisadas as normatizações, níveis de referência propostos
e as condições para operação das estações em ambientes multiusuários, além da
demonstração de alguns cálculos iniciais.
No capítulo 5, serão apresentados os equipamentos que compõem uma Estação
Rádio Base e suas principais características, que podem, de alguma forma, influenciar
na densidade de potência do sinal recebida em um determinado ponto distante da
estação.
No capítulo 6, todas estas informações são reunidas a fim de consolidar o
modelo proposto para a análise de RNI nas Estações Rádio Base do SMP no Brasil.
No capítulo 7, este modelo será descrito sob a forma computacional para
facilitar cálculos em grande escala de estações mais complexas, que podem envolver
vários sistemas irradiantes, frequências e tecnologias distintas.
No capítulo 8, o modelo proposto será comparado com medições reais
utilizando equipamentos específicos para estas medições.
No capítulo 9, serão expostas, de forma sintetizada, as conclusões, baseadas no
conhecimento adquirido durante todo o trabalho. Ressalta-se que este trabalho é, ainda,
intensivo em programação computacional (software).
20
2. Evolução da Telefonia Celular
Por várias razões, a evolução da telefonia celular nos últimos anos seguiu
caminhos diferentes nas regiões de maior número de usuários do mundo: Europa,
Estados Unidos e Japão. Conforme apresentado na figura 2.1, as três regiões começaram
com seu próprio padrão analógico, não vislumbrando, inicialmente, que seu padrão de
telefonia celular pudesse ser aproveitado em outras regiões do mundo. O Brasil optou
por não desenvolver seu padrão próprio, adequando soluções existentes, as quais
serão elucidadas a seguir.
Figura 2.1 - Evolução dos sistemas celulares
NMT
AMPS
J
-
GSM
EDGE
UMTS
IS-54
IS-136
EDGE
UMTS
IS
-
95
CDMA2000
1X
CDMA2000
1x
EV-DO / DV
PDC
WCDMA
1G 2G 2,5G 3G
Europa
Estados Unidos
Japão
AMPS
IS-54
IS-136
EDGE
UMTS
IS
-
95
CDMA2000
1X
CDMA2000
1x
EV-DO / DV
Brasil
21
2.1. Evolução da Telefonia Celular no mundo
Nos Estados Unidos, em 1974, a FCC regulamentou as faixas para telefonia
celular, que, posteriormente, puderam ser aplicadas com pouca ou nenhuma
modificação na maioria dos outros países. Em 1975, começou o desenvolvimento
daquele que seria o primeiro grande sistema comercial de telefonia móvel: o AMPS
(Advanced Mobile Phone System), que colocou em prática todas as propostas
inovadoras relacionadas com a adoção de operação em células e uso de menores
potências operacionais. Em 1978, foi ativado um sistema de testes em Chicago,
objetivando demonstrar as reais possibilidades do sistema AMPS, que, finalmente,
entrou em operação comercial em 1983. Em que pese sua interface de RF ser analógica,
hoje obsoleta, o AMPS teve o mérito de viabilizar soluções que consolidaram o padrão
de telefonia móvel até hoje empregado. Foi o padrão dominante, tendo servido de base
para o desenvolvimento de outros sistemas, como o TACS inglês [ULBRICH, 13].
Estas soluções passaram a ser padrão mundial e, mesmo os sistemas
digitalizados que surgiram posteriormente, utilizaram a estrutura básica introduzida pelo
AMPS. Outra observação importante foi o desenvolvimento dos terminais portáteis,
ampliando o conceito anterior que obrigava a comunicação móvel a ser operada apenas
na forma embarcada.
O sistema móvel celular, a exemplo dos sistemas de telefonia fixa, foi
inicialmente concebido com vistas ao serviço básico de voz. Entretanto, outros serviços
poderiam ser acrescentados, como dados, fax e SMS, entre outros, atuando, também,
como fonte de renda adicional nos serviços. Isto exigiria mais recursos do sistema e
rapidamente concluiu-se que a saída estaria na digitalização do sistema, solução que
apresentava melhor capacidade para agregar estes serviços suplementares. Das
diferentes propostas, duas firmaram-se comercialmente: o D-AMPS e o CDMA.
O D-AMPS (Digital AMPS ou AMPS digital), padronizado inicialmente pelo
padrão IS-54 e aperfeiçoado pelo padrão IS-136, utiliza diretamente a estrutura de
canais de 30 kHz, mantendo, portanto, uma compatibilidade plena com o sistema
analógico implantado, justificando o nome inicial. A largura de banda de 30 kHz é
compartilhada, no tempo, em 3 intervalos de tempo (time-slots) comutados
digitalmente, numa técnica conhecida como TDMA (Time Division Multiple Access ou
22
Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo). O nome do sistema D-AMPS foi abandonado
na prática, sendo totalmente substituído pelo nome da tecnologia, razão do uso
extensivo do nome TDMA até hoje [PINHEIRO, 14].
O CDMA (Code Division Multiple Access ou Acesso Múltiplo por Divisão de
Código), concorrente do TDMA nos EUA, defendia a técnica de espalhamento espectral
(spread spectrum). Nesta técnica é usada, para um determinado canal, uma grande
largura de banda, muitas vezes maior do que a necessária para a transmissão de um
determinado sinal. O sinal de voz (ou dados) de um usuário ocupa toda a banda de 1,23
MHz do canal CDMA. O que, a princípio, parece ser uma desvantagem, torna-se uma
vantagem poderosa, quando são consideradas as condições em que este canal de banda
larga é utilizado. Outros assinantes podem utilizar a mesma banda ao mesmo tempo; a
diferenciação entre cada assinante é feita por códigos especiais associados a cada
transmissão. Cada ligação em andamento porta um código específico, logo, não ocorre o
uso do mesmo código para ligações diferentes. Um detalhe importante é que um sistema
CDMA não precisa utilizar o reuso de frequências. A não-interferência é obtida através
dos códigos [ULBRICH, 13].
A Europa começou com vários sistemas analógicos 1G como o TACS na
Inglaterra e o NMT nos países escandinavos. Estes sistemas não operavam nas mesmas
faixas de frequência, o que não era um grande problema, pois, inicialmente, ainda não
havia demanda para a interconexão entre eles. Quando a atualização para a segunda
geração (digital) se iniciou, a Europa decidiu que um único padrão em todo o continente
deveria ser adotado. Após um grande trabalho de desenvolvimento envolvendo vários
países, nasceu o sistema GSM, cujos fundamentos técnicos foram definidos em 1987.
Em 1990, foi emitida a primeira especificação. Em 1991, foi instalado o primeiro
sistema comercial, na Finlândia, logo seguido por outros em todos os países da
comunidade européia. O GSM Global System for Mobile Communications, é uma
tecnologia celular utilizada em mais de 200 países e territórios, o equivalente a mais de
35% dos habitantes do planeta. A tecnologia GSM usa uma combinação das técnicas de
acesso FDMA e TDMA, estruturada, inicialmente, sobre a banda de 900 MHz. Uma
portadora de RF do GSM possui largura de banda de 200 kHz que, por meio da técnica
TDMA, é subdividida em oito intervalos de tempo. Até 8 conversações simultâneas
compartilham uma única portadora ou canal de 200 kHz [ULBRICH, 13].
23
A crescente demanda levou à busca de novas faixas de operação. Na Europa, foi
designada a banda de 1800 MHz, que recebeu a denominação DCS 1800 (Digital
Cellular System ou Sistema Celular Digital). Esta proposta de banda foi adotada pela
maioria dos países, com poucas modificações e com exceção, principalmente, dos EUA.
A oferta de sistemas GSM operando em 1800 MHz teve acolhida global, devido
a esta banda estar relativamente disponível na maioria dos países, como no Brasil. O
mesmo não ocorreu nos EUA, onde havia outros sistemas operando nesta banda,
principalmente para aplicações militares. Na impossibilidade de desativação destes
sistemas, foi feita uma adaptação para frequências na faixa de 1900 MHz. Este novo
serviço passou a ser denominado PCS 1900 (Personal Communications Service ou
Serviço de Comunicações Pessoais), disponível não somente para operações com
sistemas GSM, como também para CDMA e D-AMPS (TDMA).
Por razões comerciais, passos intermediários entre a segunda e a terceira
gerações foram adotados. O primeiro destes passos, dando início aos denominados
sistemas 2,5G, foi a implantação do GPRS (General Packet Radio Services), que utiliza
o conceito de comutação por pacotes. O próximo passo foi a adoção do protocolo
EDGE (Enhanced Data Rates for GSM Evolution). Como os novos esquemas de
codificação não foram capazes de incrementar a performance da transmissão de dados
significativamente, o EDGE incorporou a modulação 8 PSK (enquanto o GSM usa a
GMSK), incrementando a taxa de transmissão do 2,5G [ULBRICH, 13].
A União Internacional das Telecomunicações (UIT), no ano 2000, lançou as
especificações técnicas para a terceira geração (3G) de telefonia celular, denominada
IMT-2000 (International Mobile Telecommunications - 2000), cuja principal proposta
era proporcionar interoperabilidade entre os sistemas móveis e evitando, assim, a
fragmentação que caracterizou as gerações anteriores (1G e 2G). Foi sugerida uma
alocação de bandas a nível mundial, que seria adaptada para atender às características de
cada país.
A terceira geração de redes de telefonia móvel tem estado sob intensa pesquisa e
discussão. A UIT a denominou como International Mobile Telecommunications 2000
(IMT-2000) e atualmente, na Europa, é denominada Universal Mobile
Telecommunication System (UMTS). Neste contexto, o Wideband Code Division
24
Multiple Access (WCDMA) é tido como a principal solução para interface de terceira
geração. O UMTS é o sucessor do GSM e já vem sendo largamente utilizado no mundo.
2.2. Evolução da Telefonia Celular no Brasil
No Brasil, a telefonia móvel foi introduzida em 1972, por um sistema anterior à
tecnologia celular, de baixa capacidade, com tecnologia IMTS (Improved Mobile
Telephone System). Instalado em Brasília, este sistema continha apenas 150 terminais.
Em 1984, deu-se início à análise de sistemas de tecnologia celular, sendo definido o
padrão analógico americano AMPS como modelo a ser introduzido no país [ULBRICH,
13].
Em 16 de julho de 1997, foi aprovada, pelo Congresso Nacional a Lei Geral de
Telecomunicações LGT. Esta lei autorizou a privatização do Sistema Telebrás e criou
a Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL, pensada para, numa primeira
etapa, viabilizar as privatizações e, depois, desenvolver os trabalhos permanentes e
abrangentes de regulamentar, outorgar e fiscalizar.
Com a abertura do mercado de telefonia móvel, o espectro de frequências foi
dividido em duas Bandas, A e B, ambas operando na faixa de 800 MHz.
A discussão em torno das tecnologias retornou em 2000, quando da definição da
ANATEL pela utilização de novas faixas, destinadas à operação do serviço móvel
pessoal (SMP) nas bandas C, D e E. Por fim, foi determinada a faixa de operação
segundo o padrão europeu (GSM), por ser a única faixa capaz de possibilitar novos
serviços, sem prejudicar os processos e definições de espectro para a terceira geração.
O Regulamento sobre frequências de celular no Brasil (Res. 454 de 11/12/06)
criou novas subfaixas de frequências: A banda M (1.800 MHz), que poderia permitir a
implantação de uma nova operadora GSM com cobertura nacional; A banda L (1.900
MHz) e as bandas F, G, H, I, J (1.900 e 2.100 MHz), destinadas à implantação de
sistemas de terceira geração (3G).
Desta forma, o atual cenário tecnológico brasileiro abriga 4 distintas tecnologias:
TDMA, CDMA, GSM, e UMTS operando na faixa de 800 MHz; GSM nas faixas de
25
900 e 1800 MHz e UMTS na faixa de 2100 MHz. Em 30 de junho de 2008, foi
encerrada a utilização do sistema AMPS no Brasil (Resolução 454/2006 da ANATEL).
As figuras 2.2 e 2.3 ilustram a ocupação das diversas faixas de frequência no
Brasil.
26
Figura 2.2 - Ocupação das faixas de 800 e 900 MHz.
Figura 2.3 - Ocupação das Faixas de 1800, 1900 e 2100MHz.
Fonte: ANATEL
Fonte: ANATEL
27
O Brasil terminou 2008 com 150,6 milhões de celulares e uma densidade de 79,2
cel/100 hab [ANATEL, 15]. Com este resultado, ocupa a 5ª posição entre os países com
mais celulares no mundo. A figura 2.4 apresenta a evolução do quantitativo de terminais
móveis no Brasil.
Comunicações Móveis Brasil - SMC e SMP
(Total de Terminais Móveis em Operação)
15
23
29
35
46
66
86
100
121
151
152
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 jan/09
Milhões de Terminais Móveis
Fonte: ANATEL
Figura 2.4 - Evolução do quantitativo de terminais móveis no Brasil.
O crescimento no número de celulares aponta para uma necessidade de melhoria
contínua de capacidade e de cobertura, por parte das operadoras que fornecem este
serviço. Tal melhoria pode ser obtida, de uma forma geral, com o aumento no número
de equipamentos transmissores das estações ou com o aumento no próprio número de
estações, o que leva a uma preocupação maior com os possíveis efeitos causados por
radiações provenientes destas estações, instaladas cada vez mais próximas às
residências, apesar de apresentarem potências cada vez menores.
2.3. Arquitetura dos sistemas celulares
Os sistemas celulares sofreram várias mudanças no decorrer dos últimos anos,
sendo introduzidas várias tecnologias - AMPS, TDMA, CDMA, GSM e UMTS, cada
qual com sua característica e forma de operar. Entretanto, é possível observar uma
característica comum entre estes sistemas: a sua estrutura básica, que permeia todas as
tecnologias e é mantida nas diversas gerações de sistemas celulares.
28
De uma forma mais geral, os sistemas celulares podem ser representados por
uma Central de Comutação e Controle (CCC), por Estações Rádio Base (ERB) e
pelas estações móveis (EM), conforme mostra a figura 2.5.
CCC
CCC
Outras
redes
CCC
CCC
CCC
CCC
ERB
ERB
ERB
ERB
ERB
EM
EM
EM
EM
EM
Figura 2.5 - Estrutura básica dos sistemas celulares de primeira geração.
A Estação Móvel (EM) ou Mobile Station (MS) é o terminal utilizado pelo
assinante para o acesso ao ambiente celular. A Estação Rádio Base (ERB) é encarregada
da comunicação com as estações móveis em uma determinada área, que constitui uma
célula. A Central de Comutação e Controle (CCC) é a responsável pelas funções de
comutação e sinalização para as estações móveis localizadas em uma determinada área
geográfica. A CCC pode exercer a função de Gateway ao realizar a interconexão com
outras redes, como por exemplo, com a rede de telefonia fixa ou com a rede móvel de
outras operadoras.
A figura 2.6 representa uma arquitetura conceitual de um sistema de terceira
geração (UMTS). É cil perceber a permanência da estrutura básica, presente,
anteriormente, nos sistemas de primeira e segunda geração.
29
MSC/
GMSC
MSC/
GMSC
Rede Telefônica
Pública Comutada
SGSN/
GGSN
SGSN/
GGSN
Node-B
EU+USIM
RNC
RNC
RNC
RNC
Node-B
Node-B
EU+USIM
EU+USIM
EU+USIM
Interface
Uu
Interface
Iu
Rede de dados /
Internet
Figura 2.6 - Arquitetura UMTS conceitual.
A tabela 2.1 ilustra os elementos de rede que possuem funções equivalentes:
Tabela 2.1 - Equivalência entre sistemas de primeira e terceira geração.
Primeira Geração (1G) Terceira geração (3G)
MS UE+USIM
ERB Node-B
CCC MSC+RNC
No UMTS, o RNC (Radio Network Controller) age como um gerente da rede de
acesso. Conecta-se ao núcleo da rede por duas interfaces, uma com função de
comutação de pacotes (Iu-PS) e outra com função de comutação por circuito (Iu-CS). O
Nó B (Node-B) possui as mesmas funções de uma ERB dos sistemas de segunda
geração (2G). O Equipamento do Usuário (UE), é composto por duas partes: o terminal
e o cartão SIM, responsável, entre outras coisas, por armazenar as informações do
assinante. A MSC/GMSC (Mobile Services Switching Center) é responsável, de uma
forma geral, pelo encaminhamento e estabelecimento de conexões de canal de tráfego e
pela administração de células e áreas locais. O SGSN/GGSN (Serving GPRS Support
Node) possui funções comparáveis às da MSC, porém voltadas ao tráfego de pacotes.
2.4. Setorização e redução das células
O termo Telefonia Celular é proveniente da arquitetura celular utilizada nestes
sistemas. Uma célula é a menor área de serviço em uma rede, e é criada por uma
Estação Rádio Base (ERB) que transmite numa área geográfica. Toda a área da Rede
Pública de Comutação Móvel (PLMN) é coberta por um grande número de células.
A estrutura celular permite que uma operadora seja capaz de organizar uma rede
em múltiplas camadas, utilizando o conceito de células reduzidas ou setorizadas. Em um
30
planejamento típico da rede, as operadoras optam pela utilização de células guarda-
chuva ou macro-células. Estas células são caracterizadas por:
Alta potência de transmissão;
Grande área de cobertura;
Antenas posicionadas em alturas elevadas;
Com o aumento no número de usuários, surge a necessidade de aumentar a
capacidade da rede, o que implica na utilização de mais recursos. Entretanto, a
quantidade de canais é limitada pela quantidade disponível no espectro de frequências.
Como solução, é comum o reuso de frequências em células menores, como as micro e
picocélulas. Através da criação de novas células, menores que as originais, nas células
existentes, a capacidade aumenta devido ao acréscimo no número de canais por unidade
de área (diminuição da distância de reuso). A figura 2.7 ilustra um exemplo de redução
das células.
4
73
6
2
51
4
73
6
2
51
4
27
5
3
16
4
27
5
3
16
Figura 2.7 - Redução das células para aumento de capacidade do sistema.
Estas células reduzidas são caracterizadas por:
Baixas potências de transmissão;
Pequena área de cobertura (ex.: áreas de alto tráfego em centros de cidades,
aeroportos, etc.);
Antenas posicionadas em alturas mais baixas ou em áreas internas;
Outra forma de se conseguir a diminuição da distância de reuso e aumento de
capacidade, mantendo o raio das células inalterado, é através da setorização. Esta
técnica permite um aumento na capacidade do sistema, substituindo uma única antena
31
onidirecional, na Estação Rádio Base, por antenas direcionais. Usualmente, uma célula
é particionada em três setores de 120º.
4
73
6
2
51
4-1
4-2
4-3
2
5
7
6
3
1
Figura 2.8 - Setorização das células para aumento de capacidade do sistema.
As antenas direcionais possuem características de radiação que levam a uma
concentração de potência em uma determinada direção. Esta configuração é muito
comum e adiciona certo grau de complexidade nos cálculos que definem distâncias
consideradas seguras para a população em relação às Estações Rádio Base, que é objeto
deste trabalho.
Como consequência da necessidade de redução do raio das células, as antenas
passaram a ser instaladas cada vez mais próximas ao solo. Apesar da redução nos níveis
de potência de transmissão, houve um aumento da preocupação, por parte da população,
com os possíveis efeitos causados pela exposição dos seres humanos às radiações
provenientes destas antenas, que se tornaram cada vez mais visíveis. Entretanto,
observa-se, também, que o senso comum da população apresenta maior preocupação
com as macrocélulas, em função do tamanho das torres, principalmente por
desconhecimento sobre o assunto.
2.5. Considerações sobre as estações terminais portáteis
Embora este não seja tema deste trabalho, é importante esclarecer algumas
questões referentes aos terminais portáteis (celulares). Os níveis considerados seguros,
levando-se em consideração os efeitos térmicos causados pela radiação não ionizante
(RNI) proveniente de terminais portáteis, podem ser expressos em termos da Taxa de
Absorção específica SAR. Vários estudos foram realizados por governos e
32
organizações científicas, buscando mensurar os efeitos e os níveis de exposição seguros.
A SAR é a unidade de medida para a quantidade de energia de radiofrequência (RF)
absorvida pelo corpo. O aquecimento do tecido é um efeito resultante da exposição aos
campos eletromagnéticos, devido à absorção da potência da RF dos campos induzidos
dentro do corpo.
A SAR é expressa em W/kg, e é relacionada, de forma simples, ao campo
elétrico interno de RF em algum ponto por:
2
int
E
SAR
σ
ρ
=
(2.1)
onde:
int
E
- é a magnitude do campo elétrico interno
(
)
V m
,
σ
- é a condutividade elétrica do tecido
(
)
S m
e
ρ
- é a densidade de massa do tecido
(
)
3
Kg m
.
Os níveis de referência para a SAR estabelecidos no
ICNIRP Guidelines
(1998),
e o padrão do IEEE C95.1 (2006), são avaliados calculando a média sobre uma massa
de 10 g, geralmente na forma de um cubo, em função das propriedades de difusão
térmica dos tecidos. Níveis de referência superiores aplicam-se às diferentes partes do
corpo, como está indicado na tabela 2.2:
Tabela 2.2 - Níveis de referência de acordo com ICNIRP e IEEE C95.1.
Cabeça e tronco 10 W/kg
Cabeça (exceto orelhas),
tronco, braços, cotovelos,
coxas e joelhos
10 W/kg
Braços e Pernas 20 W/kg
Orelhas e membros distantes
do cotovelo
20 W/kg
ICNIRP Guidelines (1998) IEEE C95.1 standard (2006)
Os dispositivos portáteis são desenvolvidos para operar dentro destes limiares
definidos na tabela 2.2.
33
A SAR de cada dispositivo é determinada em laboratório, considerando-se o
máximo valor de potência emitida verificado. Entretanto, o nível de SAR durante uma
operação normal do terminal móvel pode ser muitas vezes inferior ao verificado em
laboratório, devido a vários fatores, entre os quais se pode citar:
Frequência de operação O valor da SAR varia conforme a frequência
de operação utilizada pela estação móvel em um determinado momento.
Observa-se, de um modo geral, que os maiores valores são encontrados
para as frequências mais baixas.
Controle de potência O terminal pode possuir vários níveis de potência
pré-definidos, para que a ERB possa comandar a alternância entre eles. O
número de níveis, bem como os valores padronizados, varia de acordo
com a tecnologia empregada. Assim, quanto mais próximo da ERB,
menor o nível de potência de transmissão necessário. Este ajuste é feito
dinamicamente, conforme a estação móvel se move dentro da célula. O
controle de potência tem como principais objetivos diminuir a
interferência em outras estações móveis operando na mesma célula ou
em células adjacentes e aumentar a autonomia e a vida útil das baterias
das estações móveis. Os níveis de controle de potência, de acordo com o
3GPP
3
(TS 05.05.), são apresentados na tabela 2.3:
3
3GPP - 3rd Generation Partnership Project Entidade responsável pelo desenvolvimento e manutenção de
especificações técnicas e padrões para sistemas móveis de segunda e terceira gerações.
34
Tabela 2.3 - Níveis de controle de potência de acordo com o 3GPP TS 05.05.
normal
0-2 ±2 36
3 ±3 34
4 ±3 32
5 ±3 30
6 ±3 28
7 ±3 26
8 ±3 24
9 ±3 22
10 ±3 20
11 ±3 18
12 ±3 16
13 ±3 14
14 ±3 12
15 ±3 10
16 ±5 8
17 ±5 6
18 ±5 4
19-31 ±5 2
015-28 ±5 ±6
Nível de
Controle
de
Potência
Saída
Nominal
potência
(dBm)
13 ±4 ±5
Nível de
Controle
de
Potência
Saída
Nominal
potência
(dBm)
14 ±5 ±6
11 ±4 ±5
12 ±4 ±5
9 ±4 ±5
10 ±4 ±5
7 ±3 ±4
8 ±3 ±4
5 ±3 ±4
6 ±3 ±4
3 ±3 ±4
4 ±3 ±4
1 ±3 ±4
2 ±3 ±4
31 ±3 ±4
0 ±3 ±4
29 ±2 ±2,5
30 ±3 ±4
normal extrema
DCS
1 800
Tolerancia (dB) para
condições
7 ±6
15 ±4
13 ±4
19 ±4
5 ±6
11 ±6
9 ±6
25 ±4
17 ±4
23 ±4
21 ±4
29 ±4
27 ±4
33 ±4
31 ±4
37 ±4
35 ±4
GSM 400, GSM 900 e GSM 850
39 ±2,5
Tolerancia (dB) para
condições
extrema
Controle de atividade da voz Alguns níveis são designados para
transmissão descontínua (DTX). Durante a conversação, é possível para
estes terminais a alternância entre dois níveis, correspondendo aos
estados ativo e inativo, sob controle do detector de atividade de voz. No
estado ativo, quando o terminal detecta o início da fala, ele transmite o
nível de potência comandado pela ERB. No estado inativo, o terminal
transmite um nível reduzido para conservar a energia da bateria. Os
menores níveis podem também ser designados para canais digitais de
tráfego e de controle.
Multiplexação por Divisão de Tempo No TDMA, um transmissor que
utiliza canal físico na taxa máxima está ativo apenas 1/3 do tempo. Desta
forma, a potência média transmitida é 10log(3) = 4,8 dB menor que o
nível de potência irradiada especificada no referido padrão. Isto significa
um aumento da vida útil da bateria de um terminal operando em um
canal de tráfego digital, em relação a um analógico, para a mesma
potência irradiada. No GSM, por exemplo, são especificadas cinco
classes de Estações Móveis, diferenciadas por uma potência máxima de
35
transmissão, que varia de 20 W (43 dBm) a 0,8 W (29 dBm). Quando um
terminal transmite na taxa máxima do canal, o transmissor fica ativo
apenas durante um oitavo do tempo do quadro. Isto significa que a
potência média irradiada é menor que a máxima por um fator de 8 (9
dB).
Em estudo realizado em 2007, o Comitê Científico para Riscos à Saúde
Recentemente Identificados e Emergentes (Scientific Committee on Emerging and
Newly Identified Health Risks, ou SCENIHR), da União Européia, apresentou uma
opinião científica sobre os níveis de segurança relativos aos campos de radiofrequência
associados às comunicações móveis
4
. O SCENIHR avaliou, principalmente, se a
exposição aos campos eletromagnéticos (CEM) causa doenças ou qualquer outro efeito
adverso à saúde, no longo prazo.
O SCENIHR informa que O balanço de evidências epidemiológicas indica que
o uso de telefones celulares por menos de 10 anos não aumenta o risco de tumor
cerebral ou neuroma acústico. Em relação ao uso em longo prazo, os dados são
escassos e as respectivas conclusões são, portanto, incertas. Entretanto, considerando
os dados disponíveis, parece que não um aumento no risco de tumores cerebrais nos
usuários, em longo prazo, com exceção do caso do neuroma no acústico, para o qual
existe alguma evidência de associação.” O comitê também afirma que: Estudos com
animais não forneceram evidência de que os campos de RF possam causar câncer,
aumentar os efeitos cancerígenos conhecidos, ou acelerar o desenvolvimento de
tumores transplantados”.
Em relação ao uso de telefones celulares por crianças, o SCENIHR informa que
“não existe qualquer evidência específica” que indique qualquer dano a crianças que
utilizam telefones celulares, embora “crianças ou adolescentes podem ser mais
sensíveis à exposição a campos de RF do que adultos”.
Entretanto, O SCENIHR recomenda a realização de mais pesquisas em todas as
faixas de frequências, considerando o pido ritmo do desenvolvimento tecnológico na
4
http://ec.europa.eu/health/ph_risk/committees/04_scenihr/docs/scenihr_o_007.pdf, acesso em 02/04/2009.
36
área de comunicações móveis. De uma maneira geral, o comitê menciona que a
dosimetria (medida ou determinação, por cálculo, da distribuição interna da intensidade
de campo elétrico, da densidade de corrente induzida, da absorção específica, ou da taxa
de absorção específica, em seres humanos, ou em animais expostos a campos
eletromagnéticos) de alta qualidade é fundamental para estudos futuros.
Uma maneira de se verificar a SAR para os modelos de telefones celulares
homologados no Brasil, é através do certificado de homologação individual de cada
modelo, disponível na ANATEL
5
, onde é possível, também, obter informações acerca
dos certificados de conformidade técnica, bem como dos organismos certificadores.
5
Dados disponíveis em www.anatel.gov.br, no sistema SGCH - Sistema de Gestão de Certificação e Homologação.
37
3. Radiação Não Ionizante no Cenário Mundial
A demanda por informações científicas sobre as radiações não ionizantes
provenientes de estações transmissoras do serviço celular forçou governos, organizações
e entidades não governamentais a se aprofundarem no assunto. Hoje, existem centenas
de estudos, normas e recomendações decorrentes deste esforço. Alguns deles serão
citados a seguir.
3.1. Entidades Envolvidas nos estudos relativos às RNI
Em resposta à crescente preocupação da população, surgiram vários organismos
responsáveis por mensurar e estudar os efeitos biológicos causados pelas radiações não
ionizantes, e as principais são:
3.1.1. IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers
O Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) é um dos pioneiros
na especificação de normas e recomendações para atendimento a níveis de referência
internacionalmente aceitos. Através dos seus membros, o instituto é uma das maiores
autoridades em áreas que vão desde a aeroespacial, informática e telecomunicações até
a biomedicina. É uma organização sem fins lucrativos que patrocina ou co-patrocina
mais de 300 conferências técnicas a cada ano.
Dentre as várias publicações da entidade sobre o assunto, destaca-se o
documento IEEE C95.1 (TM) -1991, "Níveis seguros com respeito à exposição humana
a campos eletromagnéticos de Radio Frequência de 3 kHz a 300 GHz". Este documento
é uma revisão da recomendação ANSI C95.1-1982 e é a base para grande parte das
recomendações, hoje existentes.
O IEEE emite, também, relatórios, publicações e apresenta atividades cnicas
voltadas para os efeitos biológicos causados pela Radiação Não Ionizante, por meio de
sua comissão do Homem e Radiação (Committee on Man and Radiation COMAR),
que é um Comitê Técnico da Sociedade de Engenharia em Medicina e Biologia (EMBS)
do IEEE.
38
3.1.2. ICNIRP - International Commission on Non-Ionizing Radiation
Protection
Em 1974, a Associação Internacional de Proteção contra Radiações (IRPA)
organizou um grupo de trabalho sobre os efeitos biológicos causados pelos vários tipos
de RNI. Em 1977, este grupo de trabalho tornou-se a Comissão Internacional de
Radiações Não Ionizantes (International Non-Ionizing Radiation Committee ) - INIRC.
Em colaboração com a Divisão de Saúde Ambiental da Organização Mundial de
Saúde (OMS), a IRPA/INIRC elaborou vários documentos contendo critérios de
proteção à saúde, como parte do Programa de Critérios de Saúde Ambiental da OMS,
patrocinado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (United Nations
Environmental Programme – UNEP). Cada documento inclui uma visão geral das
características físicas, cnicas de medição e instrumentação, fontes e aplicações de
RNI, uma análise completa da literatura sobre efeitos biológicos, e uma avaliação dos
riscos à saúde devidos à exposição à RNI. Estes critérios, de proteção à saúde,
proporcionaram uma base de dados científica para posterior desenvolvimento dos
limites de exposição e dos procedimentos relacionados à RNI.
Durante o Oitavo Congresso Internacional da IRPA, em 1992, foi criada uma
nova organização científica internacional independente a Comissão Internacional de
Proteção contra as Radiações Não Ionizantes (International Commission on Non-
Ionizing Radiation Protection ICNIRP), que sucedeu à IRPA/INIRC. As funções da
Comissão são: investigar os perigos que podem ser associados com as diferentes formas
de RNI, desenvolver diretrizes internacionais sobre limites de exposição à RNI e tratar
de todos os aspectos para proteção contra a RNI. Dentre suas principais publicações
estão:
o Guidelines for Limiting Exposure to Time-Varying Electric, Magnetic, and
Electromagnetic Fields (up to 300 GHz). Health Physics 74 (4): 494-522;
1998.
o Review of the Epidemiologic Literature on RF and Health. Environmental
Perspectives 112 (17): 1741-1754; Dez. 2004.
39
3.1.3. WHO (OMS) – World Health Organization
Para proteger a saúde pública, a organização mundial da saúde (WHO)
estabeleceu o Projeto internacional de CEM (EMF Project) em 1996, para avaliar as
evidências científicas de possíveis efeitos à saúde provocados por campos
eletromagnéticos na faixa de frequências de 0 a 300 GHz. Entre as principais funções do
projeto EMF, estão: desenvolver uma base sólida de evidências científicas; oferecer
acesso a uma vasta quantidade de informações não-tendenciosas sobre o conhecimento
científico atual; fornecer uma base de dados para pesquisadores com interesse em CEM;
oferecer modelos de legislação para proteção contra a exposição a CEM e encorajar a
harmonização entre padrões.
Além do Projeto EMF, a OMS possui uma base de dados denominada “Base de
Dados Mundial de Padrões de CEM”, onde podem ser acessados os veis de referência
de exposição estipulados por cada país.
Com relação à harmonização entre padrões, de acordo com a OMS existem
diferenças nas diretrizes de exposição e nos modelos em vigor em vários países. Em
alguns casos, estas diferenças são grandes. Parte das disparidades em modelos de CEM
tem surgido em função do uso de apenas bases de dados nacionais, diferentes critérios
para aceitar ou avaliar estudos individuais, variadas interpretações dos dados científicos
ou diferentes filosofias para desenvolvimento de modelos para a saúde pública. Tais
diferenças podem ser causadas, em parte, por deficiências na comunicação entre
cientistas de diferentes regiões, cada qual com suas diferenças sociais e culturais.
Grandes disparidades entre níveis de referência nacionais e as diretrizes internacionais
podem criar confusão entre reguladores e políticos, aumentar a ansiedade pública e
gerar um desafio para fabricantes e operadores de sistemas de comunicações, os quais
necessitam adaptar seus produtos a cada mercado. Estes fatores têm motivado a
Organização Mundial de Saúde a construir um modelo para controle de exposição a
CEM, baseados em um processo racional cientificamente conduzido.
Entre suas principais publicações relevantes para este trabalho, está o documento
Fact Sheets & Information Sheets: Estações Rádio Base e redes sem fio – Fact Sheet
304 publicado em Maio de 2006, onde a OMS conclui: “Considerando os níveis
muito baixos de exposição e os resultados de pesquisas reunidos até o momento, não
40
existe evidência científica convincente de que os fracos sinais de RF, provenientes de
Estações Rádio Base e de redes sem fio, causem efeitos adversos à saúde.”
3.1.4. ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações
A ANATEL é uma autarquia especial criada pela Lei Geral de
Telecomunicações (Lei 9.472, de 16 de julho de 1997). É uma agência
administrativamente independente, financeiramente autônoma, não se subordina
hierarquicamente a nenhum órgão de governo (suas decisões podem ser contestadas
judicialmente). Do Ministério das Comunicações, a ANATEL herdou os poderes de
outorga, regulamentação e fiscalização e um grande acervo técnico e patrimonial
[ANATEL, 16].
Compete à Agência adotar as medidas necessárias para o atendimento do
interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando
com independência, imparcialidade, legalidade, impessoalidade e publicidade.
Os veis de referência para exposição às ondas de rádio, emitidas pelas antenas
das estações transmissoras de serviços, estão estabelecidos pela ANATEL, no
Regulamento sobre Limitação da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e
Eletromagnéticos na Faixa de Radiofrequências entre 9 kHz e 300 GHz, aprovado pela
Resolução 303/2002 [17]. O documento define limites para exposição humana às ondas
eletromagnéticas.
O cumprimento da regulamentação é monitorado por meio das ações de
fiscalização que a ANATEL realiza regularmente. Estas ações são previstas em um
plano anual de fiscalização da Agência e visam aferir os veis dos campos em estações
transmissoras de radiocomunicação. As avaliações feitas em estações transmissoras de
telecomunicações, em diversas localidades brasileiras, têm demonstrado que seus
campos eletromagnéticos estão abaixo dos valores limites adotados. A ANATEL, ao
estabelecer limites de exposição a campos eletromagnéticos de radiofrequências e
fiscalizar seu atendimento, busca garantir que, em locais passíveis de ocupação humana,
não sejam excedidos os limites de exposição.
41
3.2. Controle adotado por alguns países
Conforme foi apresentado, como parte de sua iniciativa para proteger a saúde
pública, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu o projeto internacional EMF, em
1996, para avaliar as evidências científicas de possíveis efeitos à saúde, causados por
Campos Eletromagnéticos (CEM) na faixa de frequências de 0 a 300 GHz.
Os níveis determinados para proteção contra RNI, geralmente, seguem a
recomendação da ICNIRP. Entretanto, são observadas algumas diferenças entre os
níveis propostos por alguns países, dentre os quais destacam-se:
3.2.1. Austrália
A Austrália possui três organismos principais que controlam os níveis de
irradiação de OEM: o National Health and Medical Research Council (NHMRC), cujas
atividades tiveram início em 1989; a Australian Radiation Protection and Nuclear
Safety Agency (ARPANSA), com início das suas atividades em 1999 e a Australian
Communications Authority (ACA) 2003, que se juntou, em 2005, à Australian
Broadcasting Authority para formar a Australian Communications and Media Authority
(ACMA). Os níveis de referência para exposição recomendados pela ARPANSA foram
estabelecidos, através do documento Radiation Protection Standard - Maximum
exposure levels to radiofrequency fields 3 kHz to 300 GHz, que dispõe sobre os níveis
aceitáveis e avaliações teóricas, baseando-se nas recomendações de 1998 do ICNIRP,
com algumas alterações, dentre elas a adição de níveis de referência para exposição
pulsada ou modulada por amplitude. As recomendações do NHMRC dispõem sobre a
faixa de ELF 50/60 Hz e não possuem caráter de obrigatoriedade, ao passo que a
ACMA exige compatibilidade com normas de exposição humana obrigatórias por parte
dos fabricantes e importadores de determinados dispositivos. A metodologia de
verificação é reforçada por um sistema responsável por auditorias aleatórias de registros
de conformidade, além de investigações de queixas. Para a ARPANSA, a
compatibilidade eletromagnética é alcançada através de relatórios dos detentores de
licença, baseado no documento Licence Conditions Handbook - General Handbook
[OMS, 18].
42
Foi criado, ainda, em conjunto com representantes das três entidades
ARPANSA, ACMA e NHMRC, o comitê de assuntos relativos à energia
eletromagnética e saúde pública, resultando na elaboração de uma série de documentos
direcionados ao público, com a finalidade de esclarecer os principais questionamentos
envolvendo principalmente telefonia móvel e saúde.
3.2.2. Estados Unidos
A U.S. Federal Communications Commission FCC, através do Ato de 1969,
ficou responsável por avaliar os efeitos de emissões de transmissores e o impacto na
qualidade do ambiente humano. Diversas organizações não-governamentais, tais como
o American National Standards Institute (ANSI), o Institute of Electrical and
Electronics Engineers, Inc. (IEEE), e o Conselho Nacional de Proteção contra Radiação
e Medições (NCRP) emitiram recomendações para a exposição humana aos campos
eletromagnéticos de RF.
Em agosto de 1996, a FCC adotou os níveis de referência para potência e
densidade do campo recomendados pelo NCRP para os transmissores que operam em
frequências de 300 kHz a 100 GHz. Para a taxa de absorção (SAR), a FCC adotou os
níveis de referência específicos para os dispositivos que operam nas proximidades do
corpo, conforme especificado pelo relatório ANSI/IEEE C95.1-1992. Os níveis de
referência de SAR para dispositivos portáteis e móveis foram aprovados em agosto de
1996. Os veis de referência da FCC, para o campo elétrico e densidade de potência,
foram aprovados em outubro de 1997, para todos os serviços, exceto o serviço de rádio
amador. A FCC publicou, através de seu documento OET - Office of Engineering and
Technology Bulletin No. 65 - Evaluating Compliance With FCC Guidelines for Human
Exposure to Radiofrequency Electromagnetic Fields (1997) suas diretrizes para
exposição a CEM, baseado nas recomendações do American National Standards
Institute (ANSI) e do Institute of Electrical and Electronics Engineers Inc., (IEEE),
Safety Levels with Respect to Human Exposure to Radio Frequency Electromagnetic
Fields, 3 kHz to 300 GHz, ANSI/IEEE C95. Assim, ficou definido que não seria
necessária análise ambiental para os casos onde os níveis de referência propostos por
esta recomendação fossem atendidos. Os perigos potenciais associados aos campos
eletromagnéticos de RF são discutidos no boletim 56 do OET do FCC, "Perguntas e
43
respostas sobre os efeitos biológicos e os perigos potenciais de campos
eletromagnéticos de radiofrequência" [OMS, 18].
3.2.3. Canadá
O Canadá delimitou a exposição a CEM através de sua diretriz denominada
“Código de segurança nº 6 - Limites de exposição humana aos campos eletromagnéticos
de radiofrequência na faixa de frequências de 3 kHz a 300 GHz”, de cobertura nacional
e caráter obrigatório, emitida em 1999. O controle se por meio de
regulamentos/normas federais e provinciais, às quais o código 6 de segurança se refere.
O código impõe limites de corrente, taxa de absorção específica (SAR), valores RMS do
campo elétrico e magnético e densidade de potência. O organismo controlador é o
Health Canada, departamento federal responsável por ajudar os canadenses a manter e
melhorar sua saúde. Os métodos de medição são descritos nos documentos RSS-102 -
Compatibilidade de exposição a radiofrequências por aparelhos de radiocomunicação
(todas as faixas de frequência) e GL-01 - Diretrizes para medição de campos de
radiofrequência para frequências de 3 kHz a 300 GHz [OMS, 18].
3.2.4. China
A China possui normas e regulamentos próprios, de caráter obrigatório,
publicadas pelo seu Ministério da Saúde para proteção contra radiações
eletromagnéticas e pela Administração de Proteção Ambiental do Estado, tendo sido
publicadas no final da década de 80. Estas normas e regulamentos dispõem sobre níveis
de referência de exposição e restrições básicas, e são verificadas pelo CDC - Centro
Chinês para o Controle e a Prevenção de Doenças e pela EPA - Administração de
Proteção Ambiental de Estado da China. As restrições baseiam-se na taxa de absorção
específica SAR, valores RMS do campo elétrico e magnético e densidade de potência
[OMS, 18].
3.2.5. Itália
A Itália publicou, através do decreto “Estabelecimento de níveis de referência de
exposição, valores de atenção e objetivos de qualidade para proteger a população contra
CE, CM e CEM gerados por frequências entre 100 kHz e 300 GHz”, em 2003, uma
44
legislação independente dos níveis de referência definidos pela ICNIRP, definindo
limites de exposição que não podem ser ultrapassados. Entretanto, são definidos,
também, níveis de atenção, buscando uma forma a mais de proteção para a população
em longo prazo e adotados em áreas consideradas de maior sensibilidade. Estão
incluídos playgrounds de crianças, moradias residenciais, áreas próximas a escolas,
áreas onde a população permanece por 4 horas ou mais por dia, bem como anexos ao ar
livre que podem ser usados como ambientes residenciais, tais como balcões, terraços e
pátios, mas excluindo pavimentos de telhado. São definidos, também, objetivos de
qualidade, a fim de reduzir progressivamente os níveis de emissão das Estações Rádio
Base. Não há restrições definidas quanto aos níveis de SAR [OMS, 18].
A Itália é considerada um caso extremo da regulamentação de RNI, visto que
utiliza limitação muitas vezes menor que os sugeridos pela ICNIRP. O governo utilizou
os seguintes argumentos para a não adoção dos níveis propostos pelo ICNIRP [Giuliani,
19]:
Adoção do princípio da precaução.
Recusa da articulação entre os limites básicos e os níveis de referência.
3.2.6. Rússia
Os estudos sobre os efeitos à saúde causados por CEMRF foram iniciados na
Rússia a partir de 1948. Atualmente, a estimativa dos critérios eletromagnéticos de
segurança para a população e desenvolvimento de normas, é resultado do trabalho do
fórum científico Russian National Committee On Non-Ionizing Radiation Protection
(RNCNIRP). O RNCNIRP foi criado em 1997, na Academia Russa de Ciências
Médicas, no âmbito da Comissão Científica Russa sobre Proteção Contra Radiações
(Russian Scientific Commission on Radiation Protection – RSCRP), que atua como
presidência da RNCNIRP [Grigoriev, 20].
A Rússia considera que efeitos sobre a saúde, por exposição prolongada durante
muitos anos são acumulativos, sendo, desta forma, possível que haja efeitos tardios,
incluindo processos de degeneração do sistema nervoso central, leucemias, tumores
cerebrais, doenças cardiovasculares e hormonais. Considera, ainda, que a exposição a
CEMRF torna-se especialmente perigosa em crianças, mulheres grávidas, pacientes com
45
doenças dos sistemas nervoso central, hormonal e cardiovascular, alergias, e pessoas de
imunidade enfraquecida. Por esta razão, suas normas e padrões possuem caráter
obrigatório e são considerados os mais restritivos mundialmente [Grigoriev, 20].
3.2.7. Comparação entre os níveis de referência adotados
Uma comparação em escala logarítmica entre os níveis de referência adotados
para a população em geral pelos países acima citados é ilustrada na figura 3.1.
0 1000 2000 3000 4000 5000
10
-1
10
0
10
1
Níveis de referência adotados
para a população em geral
EUA / Canadá
ICNIRP / Brasil / Austrália
Italia
China
Russia
Dens. de Potência (W/m
2
)
Frequência (MHz)
Figura 3.1 - Níveis de referência adotados mundialmente.
Na figura 3.1, é possível observar a diferença acentuada entre os níveis de
referência adotados pela Rússia (mais restritivo) e o Canadá (menos restritivo).
Fonte: OMS – EMF project
46
4. Aspectos Regulatórios no Brasil
No Brasil, a ANATEL, no papel de reguladora do espectro de radiofrequências,
é responsável pela determinação dos níveis de referência de radiação que as estações de
radiocomunicação podem emitir. Para tanto, vem sistematicamente adotando as
recomendações [21] da Comissão Internacional em Proteção contra Radiação Não
Ionizante (ICNIRP), ratificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e
sancionadas pela Presidência da República através da Lei nº11.934, de 05 de maio de
2009.
Até o fim da década de 1990, não havia um instrumento normativo que
estabelecesse as limitações da exposição à radiação eletromagnética não ionizante.
Apenas algumas normas do Ministério do Trabalho se dedicavam a estabelecer padrões
de segurança para pessoas expostas à radiação em virtude de seu trabalho.
O Conselho Diretor da ANATEL, em 1999, decidiu adotar como referência
provisória para avaliação da exposição humana a campos eletromagnéticos de
radiofrequência provenientes de estações transmissoras de serviços de
telecomunicações, os níveis de referência propostos pela ICNIRP. Em 2002, a
ANATEL aprovou a Resolução nº 303 [17], que dispõe sobre a limitação da exposição a
campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos na faixa de radiofrequências entre 9
kHz e 300 GHz. Esta Resolução dispõe, inclusive, sobre a avaliação da radiação emitida
em locais multiusuários, que é de interesse específico deste trabalho.
4.1. A Resolução 303/02 da ANATEL
O objetivo da Resolução 303 da ANATEL [17], de 2 de Julho de 2007 é
estabelecer níveis de referência para a exposição humana a campos elétricos,
magnéticos e eletromagnéticos, na faixa de radiofrequências (CEMRF) entre 9 kHz e
300 GHz, associados à operação de estações transmissoras de radiocomunicação de
serviços de telecomunicações. Além disso, a Resolução 303 define métodos de
avaliação e procedimentos a serem observados durante o licenciamento de estações de
radiocomunicação, no que diz respeito a aspectos relacionados à exposição a CEMRF.
47
A Resolução 303 apresenta alguns conceitos e definições, dentre os quais é
importante ressaltar:
Exposição ocupacional ou exposição controlada: Situação em que pessoas são
expostas a CEMRF em consequência de seu trabalho, desde que estejam cientes do
potencial de exposição e possam exercer controle sobre sua permanência no local ou
tomar medidas preventivas.
Exposição pela população em geral ou exposição não controlada: Situação
em que a população em geral possa ser exposta a CEMRF ou situação em que pessoas
possam ser expostas em consequência de seu trabalho, porém sem estarem cientes da
exposição ou sem possibilidade de adotar medidas preventivas.
Restrições básicas: Restrições na exposição a campos CEMRF variáveis no
tempo, baseadas diretamente em efeitos conhecidos na saúde. Dependendo da
frequência, as grandezas físicas usadas para especificar estas restrições são: densidade
de corrente (J), taxa de absorção específica (SAR) e densidade de potência (S). Somente
a densidade de potência no ar, fora do corpo, pode ser facilmente medida.
Níveis de referência: Estes níveis são estabelecidos com a finalidade prática de
avaliar se a exposição tem a possibilidade de superar as restrições básicas. Alguns níveis
de referência são derivados das restrições básicas pertinentes, usando medições e/ou
técnicas computacionais e alguns outros tratam da percepção e dos efeitos nocivos
indiretos da exposição a CEMRF. As grandezas físicas derivadas são: campo elétrico
(E), campo magnético (H), densidade de fluxo magnético (B), densidade de potência (S)
e correntes percorrendo os membros (I
L
). Grandezas físicas que tratam da percepção e
de outros efeitos indiretos são: corrente de contato (I
C
) e, para campos pulsados,
absorção específica (SA).
Em qualquer situação particular de exposição, valores calculados ou medidos, de
quaisquer destas grandezas, podem ser comparados com o nível referencial apropriado.
O atendimento ao nível de referência assegura o atendimento à restrição básica
pertinente. Quando o valor calculado ou medido excede o valor de referência, não
significa, necessariamente, que a restrição básica é excedida. Entretanto, sempre que o
nível de referência for excedido, deve-se avaliar se as restrições básicas pertinentes são
atendidas e determinar se são necessárias medidas adicionais de proteção.
48
Os níveis de referência para exposição ocupacional e para a população em geral
foram definidos separadamente, seguindo as recomendações da ICNIRP, as quais foram
desenvolvidas após uma análise abrangente de toda a literatura científica publicada. Os
critérios aplicados durante a revisão foram desenvolvidos para avaliar a credibilidade
dos vários resultados relatados (Repacholi e Stolwijk, 1991; Repacholi e Cardis, 1997) e
somente efeitos estabelecidos foram usados como base para as limitações de exposição
propostas.
Na tabela 4.1 são apresentadas as restrições básicas para densidades de corrente,
SAR média de corpo inteiro e SAR localizada, para frequências entre 9 Hz e 10 GHz.
Tabela 4.1 - Restrições Básicas para exposição a CEMRF, na faixa de radiofreqüências entre 9 kHz
e 10 GHz.
Características
de exposição
Faixa de
Radiofreqüências
Densidade de
corrente para
cabeça e tronco
(mA / m²)
(RMS)
SAR
média do
corpo inteiro
(W / kg)
localizada
(cabeça e
tronco)
(W / kg)
SAR
localizada
(membros)
(W / kg)
9 kHz a 100 kHz
f / 100
100 kHz a 10 MHz
f / 100
0,4 10 20
10 MHz a 10 GHz
0,4
10
20
9 kHz a 100 kHz
f / 500
100 kHz a 10 MHz
f / 500
0,08
2
4
10 MHz a 10 GHz
0,08 2 4
Exposição
Ocupacional
Exposição da
população em
geral
f é o valor da freqüência, em Hz.
As restrições básicas para a densidade de potência, na faixa de frequências de 10
a 300 GHz, são apresentadas na tabela 4.2:
Tabela 4.2 - Restrições Básicas para densidade de potência, para radiofreqüências entre 10 GHz e
300 GHz.
Características da
exposição
Densidade de potência
(W/)
Exposição ocupacional 50
Público em geral
10
A partir das Restrições Básicas, foram estabelecidos, por modelamento
matemático e por extrapolação de resultados de investigações de laboratório em
frequências específicas, os níveis de referência para exposição em termos de campo
elétrico, campo magnético e densidade de potência da onda plana equivalente,
grandezas que podem ser mais facilmente medidas ou calculadas que as Restrições
49
Básicas. Os níveis são dados para a condição de acoplamento máximo do campo com o
indivíduo exposto, fornecendo, desta forma, o máximo de proteção.
Assim, para a exposição ocupacional, foram determinados os níveis de
referência apresentados nas tabelas 4.3 e 4.4, onde f é o valor da frequência, cuja
unidade deve ser a mesma indicada na coluna da faixa de frequências.
Tabela 4.3 - Níveis de referência para a exposição ocupacional.
Faixa de
frequências
Intensidade de
campo elétrico,
(V / m)
Intensidade de
campo
magnético,
(A / m)
Densidade de Poncia
da onda plana
equivalente,
S
eq
(W / m²)
9 kHz a 65 kHz 610 24,4
0,065 MHz a 1 MHz 610 1,6/ f
1MHz a 10 MHz 610/ f 1,6/ f
10 MHz a 400 MHz 61 0,16 10
400 MHz a 2000 MHz
3 f
1/2
0,008 f
1/2
f /40
2 GHz a 300 GHz 137 0,36 50
Tabela 4.4 - Níveis de referência para a exposição da população em geral.
Faixa de
freqncias
Intensidade de
campo elétrico,
(V / m)
Intensidade de
campo
magtico,
(A / m)
Densidade de Potência
da onda plana
equivalente,
S
eq
(W / m²)
9 kHz a150 kHz 87 5
0,15 MHz a 1 MHz 87 0,73/ f
1 MHz a 10 MHz
87/ f
1/2
0,73/ f
10 MHz a 400 MHz 28 0,073 2
400 MHz a 2000 MHz
1,375 f
1/2
0,0037 f
1/2
f /200
2 GHz a 300 GHz 61 0,16 10
Os níveis de referência estabelecidos para exposição se referem às médias
espacial e temporal das grandezas indicadas. Para o cálculo da média temporal
6
, o
período de tempo a ser utilizado é de 6 minutos para frequências entre 100 kHz e 10
GHz e de (68 / f
1,05
) minutos (f em GHz) para frequências acima de 10 GHz
[ANATEL,17].
6
IEEE Std C95.3 - Recommended Practice for the Measurement of Potentially Hazardous Electromagnetic Fields—RF
and Microwave -
50
De acordo com a Resolução 303, a avaliação das estações transmissoras de
radiocomunicação deve ser efetuada por profissional habilitado, o qual deverá elaborar e
assinar um Relatório de Conformidade para cada estação analisada, com indicação clara
e conclusiva de que o funcionamento da estação, nas condições de sua avaliação, atende
aos níveis de referência estabelecidos. A avaliação da exposição pode ser efetuada de
duas formas: análises teóricas, baseadas nas características da estação transmissora, ou
por meio de medições diretas dos CEMRF, com a estação em funcionamento.
Para o caso da análise teórica, o Relatório deve conter, necessariamente, a
memória de cálculo dos campos eletromagnéticos produzidos pelas estações, utilizando-
se modelos de propagação conhecidos ou os métodos empregados e resultados das
medições, quando utilizadas para demonstrar o atendimento aos níveis de referência de
exposição estabelecidos. Medições diretas são obrigatórias apenas em locais onde é
permitido o acesso de pessoas e quando os valores de CEMRF, obtidos por meio de
cálculos teóricos, forem iguais ou superiores a 2/3 dos níveis de referência de exposição
estabelecidos para os campos elétricos ou magnéticos.
Apesar do cumprimento, por parte das empresas de telefonia móvel, dos termos
da Resolução 303, pode-se observar a falta de um tratamento padronizado ou um
modelo a ser utilizado por todas as operadoras.
4.2. Procedimentos de avaliação de estações terminais portáteis
No Brasil, de acordo com a Resolução 303, a avaliação de estações terminais
portáteis deverá ser efetuada em laboratório, envolvendo a medida direta da SAR em
um manequim que simula a cabeça ou o corpo humano e exibe as mesmas
características de absorção do tecido humano. Além dos documentos obrigatórios
exigidos, deverão ser apresentados, pelo fornecedor, Relatório de Testes e Laudo
Conclusivo referentes ao atendimento aos limites da SAR, estabelecidos na Tabela V da
referida resolução.
51
4.2.1. Medidas de SAR
O teorema de Poynting, desenvolvido por John Henry Poynting, expressa a lei
de conservação da energia e estabelece que a diminuição de energia eletromagnética
numa região se deve à dissipação de potência em forma de calor (por efeito Joule) e ao
fluxo em direção ao exterior. De acordo com o teorema de Poynting, se S for uma
superfície fechada envolvendo um volume V, então:
(
)
Lei da Conservação de Energia
. . . . . 0
C
S
V
W E E H H dV E H dS
t
ε µ
+ + + × =

(4.1)
onde:
.
S
E H dS
×
- é a potência fluindo para fora de V, limitado por S;
Wc - é a energia instantânea de partículas carregadas em um ponto dado em V;
. .
E E
ε
- é a energia instantânea armazenada no campo
E
em um ponto dado em
V e
. .
H H
µ
- é a energia instantânea armazenada no campo
H
em um ponto dado
no volume V [DURNEY, 22].
A SAR é definida como sendo a taxa temporal de transferência da energia às
partículas carregadas em um volume infinitesimal dividida pela massa do volume
infinitesimal. Do teorema de Poynting, obtém-se:
(
)
C m
SAR W t
ρ
=
(4.2)
onde
m
ρ
é a massa do volume infinitesimal.
Para campos senoidais estacionários, a potência média, no tempo, absorvida por
unidade de volume, em um ponto interior a um volume, é dada pela equação (4.3):
( )
2 2
int 0 int
"
C
P W t E E
σ ωε ε
= = = (4.3)
52
onde:
int
E
(
)
V m
- é a magnitude do campo elétrico interno;
σ
(
)
S m
- é a condutividade elétrica do tecido;
ρ
(
)
3
Kg m
- é a densidade de massa do tecido;
2
f
ω π
=
(
)
rad s
- é a frequência angular;
12
0
8,854 10
ε
= ×
(
)
F m
- é a permissividade elétrica no espaço livre e
"
ε
- corresponde à parte imaginária da permissividade elétrica complexa
(
)
*
' "
j
ε ε ε
= + e representa o fator de perda de energia do campo elétrico no material
devido à polarização dielétrica. O fator de perdas está relacionado à condutividade
elétrica do material,
σ
, pela expressão
0
"
σ
ε
ωε
= .
Assim, a SAR local é associada ao campo
int
E
através da equação (4.4).
2 2
int 0 int
"
m
m m
E E
SAR P
σ ωε ε
ρ
ρ ρ
=
= =
(4.4)
Geralmente, apenas os laboratórios de pesquisa fazem medidas da SAR, por
serem relativamente difíceis e, para tanto, utilizam condições e equipamentos
especializados. Três técnicas básicas são usadas para se medir a SAR. A primeira delas
é medir o campo elétrico dentro do corpo, usando-se sensores de medição de campo
elétrico implantáveis, para calcular, então, a SAR por meio da equação (4.4). Isto requer
que se conheça a condutividade do material. Esta técnica é apropriada para medir a SAR
somente em pontos específicos em cobaias. Mesmo nos modelos que usam material
sintético equivalente ao tecido, medir o campo
int
E
em mais do que alguns pontos
normalmente não é prático [DURNEY, 22].
53
Uma segunda técnica básica para medir a SAR é medir a mudança de
temperatura devido ao calor produzido, pela radiação, e calcular, então, a SAR.
Sensores introduzidos em cobaias ou em modelos podem medir temperaturas locais e,
então, a SAR em um dado ponto pode ser calculada a partir da variação da temperatura
[DURNEY, 22].
Uma terceira técnica é calcular a potência absorvida como sendo a diferença
entre a potência incidente e a potência dispersada em uma câmara de radiação. Para tal,
utilizam-se acopladores direcionais e medidores de potência em todas as portas de saída
e entrada. A potência absorvida pela câmara vazia pode ser calculada através da
equação (4.5).
E I O R
P P P P
=
(4.5)
onde:
E
P
- é a potência (watts) absorvida pela câmara vazia;
I
P
- é a potência de entrada (watts);
O
P
- é a a potência de saída (watts) e
R
P
- é a a potência refletida (watts).
Em seguida, coloca-se a amostra em análise na câmara e calcula-se, da mesma
forma,
S
P
- a potência absorvida pela câmara e pela amostra. A potência absorvida pela
amostra é determinada pela diferença entre
E
P
e
S
P
. Para a determinação da SAR,
divide-se o resultado pela massa do corpo. Este é o chamado método de potência
diferencial [DURNEY, 22].
4.3. Níveis de exposição praticados no Brasil
No Brasil, além da Resolução da ANATEL 303, que dispõe sobre níveis de
referência para a exposição a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos na faixa
de radiofrequências entre 9 kHz e 300 GHz, outra Resolução, a 454/2006 [23] delimita a
54
potência efetiva radiada (ERP - Potência entregue a uma antena, multiplicada pelo
ganho da antena em relação a um dipolo de meia onda, numa determinada direção) de
uma Estação Rádio Base, de acordo com a faixa de frequências na qual ela está
operando.
4.3.1. Cálculo de distâncias mínimas permitidas
Para o caso de um único sistema irradiante, pode-se calcular a densidade de
potência através da equação:
2
2,56
4
EIRP
S
r
π
×
= (4.6)
onde:
EIRP - é a Potência Equivalente Isotropicamente Radiada;
r – é a distância do ponto de observação à antena transmissora e
o fator 2,56 - é uma aproximação para a reflexão no solo, considerando-se a
possibilidade de que campos refletidos possam se adicionar em fase ao campo
incidente direto, levando a um aumento de 1,6 na intensidade do campo e a um
aumento na densidade de potência de 2,56
(
)
2
1,6
.
De acordo com a Resolução 303 da ANATEL, para a exposição populacional na
faixa de frequências utilizada para o Serviço Móvel Pessoal no Brasil (800 MHz a 2000
MHz), a densidade de potência da onda plana equivalente se restringe a
200
f
S = .
Assim, tem-se:
2
2,56
200 4
f EIRP
R
π
×
=
(4.7)
( )
6,38
EIRP
R
f MHz
= ×
(4.8)
55
Onde a grandeza R é definida como sendo a distância mínima às antenas de
estações transmissoras para o atendimento aos veis de referência de exposição para a
população em geral. Desta forma, tem-se o desenvolvimento matemático dos valores de
distância considerados como seguros para uma única fonte emissora, baseado nos
limiares propostos pelo órgão regulador e nas expressões que definem ondas
eletromagnéticas.
Do mesmo modo, para a exposição ocupacional, com
40
equivalente
f
S = , tem-se:
(
)
2
2,56
40 4
f MHz
EIRP
R
π
×
=
(4.9)
( )
2,85
EIRP
R
f MHz
= ×
(4.10)
4.3.2. Faixas de frequência e níveis recomendados
A Resolução 454/2006 [23] da ANATEL determina as subfaixas de frequência a
serem utilizadas no serviço SMP, as quais estão discriminadas na tabela 4.5.
Tabela 4.5 - Blocos e subfaixas de radiofrequência do SMP (Resolução 454/2006 da ANATEL).
Arranjo de Blocos das Subfaixas de radiofrequências do SMP
Transmissão da Estação Móvel
(MHz)
Transmissão da Estação Rádio Base
(MHz)
824 a 835 869 a 880
Subfaixa A
845 a 846,5 890 a 891,5
835 a 845 880 a 890
Subfaixa B
846,5 a 849 891,5 a 894
910 a 912,5 955 a 957,5
Subfaixa D
1710 a 1725 1.805 a 1.820
912,5 a 915 957,5 a 960
Subfaixa E
1.740 a 1.755 1.835 a 1.850
Subfaixa F
1.920 a 1.935 2.110 a 2.125
Subfaixa G
1.935 a 1.945 2.125 a 2.135
Subfaixa H
1.945 a 1.955 2.135 a 2.145
Subfaixa I
1.955 a 1.965 2.145 a 2.155
Subfaixa J
1.965 a 1.975 2.155 a 2.165
Subfaixa L
1.895 a 1.900 1.975 a 1.980
Subfaixa M
1.755 a 1.765 1.850 a 1.860
898,5 a 901 943,5 a 946
907,5 a 910 952,5 a 955
Subfaixas de
Extensão
1.725 a 1.727,5 1.820 a 1.822,5
56
1.727,5 a 1.730 1.822,5 a 1.825
1.730 a 1.732,5 1.825 a 1.827,5
1.732,5 a 1.735 1.827,5 a 1.830
1.735 a 1.737,5 1.830 a 1.832,5
1.737,5 a 1.740 1.832,5 a 1.835
1.765 a 1.770 1.860 a 1.865
1.770 a 1.775 1.865 a 1.870
1.775 a 1.777,5 1.870 a 1.872,5
1.777,5 a 1.780 1.872,5 a 1.875
1.780 a 1.782,5 1.875 a 1.877,5
1.782,5 a 1.785 1.877,5 a 1.880
1.885 a 1.890
1.890 a 1.895
A Resolução 454/2006 delimita, também, os valores de ERP, máximos por
estação, os quais estão listados na tabela 4.6.
Tabela 4.6 - Valores de ERP máximos por estação (Resolução 454/2006 da ANATEL).
Potência efetiva radiada (ERP) de uma
Estação Rádio Base (Res. 454/2006)
Faixa de frequências ERP (dBm)
I 869 MHz a 894 MHz 64
II
943,5 MHz a 946 MHz e
952,5 MHz a 960 MHz 60
III
1.805 MHz a 1.880 MHz e
2.110 MHz a 2.170 MHz 69
IV
1.975 MHz a 1.980 MHz 67
Ressalta-se que o valor da potência efetiva radiada (ERP) por uma Estação
Rádio Base corresponde ao total da contribuição de todas as portadoras de um sistema
[ANATEL, 17].
De posse destas informações, é possível realizar uma análise independente para
cada subfaixa de radiofrequências. De acordo com a tabela 4.6, pode-se identificar, com
base na frequência mínima de transmissão de cada subfaixa, os valores de ERP
máximos. A ERP está relacionada com a EIRP (Potência entregue a uma antena,
multiplicada pelo ganho da antena em relação a uma antena isotrópica), para o dipolo de
meia onda, pelo fator de 1,64. Assim, tem-se, também, os valores máximos de EIRP de
cada subfaixa.
De acordo com a Resolução 303, para a exposição ocupacional, a densidade de
potência equivalente xima é dada pela equação
40
eq
f
S
, e para a exposição da
57
população em geral, pela equação
200
eq
f
S
. Desta forma, tem-se também os valores
máximos de
eq
S
de cada subfaixa.
Considerando as equações (4.8) e (4.10), para o cálculo da distância mínima às
antenas de estações transmissoras, foi construída a tabela 4.7 com os resultados
calculados para os valores de referência para cada subfaixa de radiofrequência:
Tabela 4.7 - Valores de referência para as subfaixas de radiofrequência.
População em
Geral
Transmissão
da Estação
Rádio Base
(MHz)
Tx min
(MHz)
ERP
max
(dBm)
S
eq
Limite
distância
segura -
R (m)
869 a 880 869 64 4,3 13,9
Subfaixa A
890 a 891,5 890 64 4,5 13,7
880 a 890 880 64 4,4 13,8
Subfaixa B
891,5 a 894 891,5 64 4,5 13,7
955 a 957,5 955 60 4,8 8,4
Subfaixa D
1.805 a 1.820 1.805 69 9,0 17,1
957,5 a 960 957,5 60 4,8 8,4
Subfaixa E
1.835 a 1.850 1.835 69 9,2 17,0
Subfaixa F
2.110 a 2.125 2.110 69 10,6 15,9
Subfaixa G
2.125 a 2.135 2.125 69 10,6 15,8
Subfaixa H
2.135 a 2.145 2.135 69 10,7 15,8
Subfaixa I
2.145 a 2.155 2.145 69 10,7 15,7
Subfaixa J
2.155 a 2.165 2.155 69 10,8 15,7
Subfaixa L
1.975 a 1.980 1.975 67 9,9 13,0
Subfaixa M
1.850 a 1.860 1.850 69 9,3 16,9
943,5 a 946 943,5 60 4,7 8,4
952,5 a 955 952,5 60 4,8 8,4
1.820 a 1.822,5
1.820 69 9,1 17,1
1.822,5 a 1.825
1.822,50
69 9,1 17,1
1.825 a 1.827,5
1.825 69 9,1 17,1
1.827,5 a 1.830
1.827,50
69 9,1 17,0
1.830 a 1.832,5
1.830 69 9,2 17,0
1.832,5 a 1.835
1.832,50
69 9,2 17,0
1.860 a 1.865 1.860 69 9,3 16,9
1.865 a 1.870 1.865 69 9,3 16,9
1.870 a 1.872,5
1.870 69 9,4 16,8
1.872,5 a 1.875
1.872,50
69 9,4 16,8
1.875 a 1.877,5
1.875 69 9,4 16,8
1.877,5 a 1.880
1.877,50
69 9,4 16,8
1.885 a 1.890 1.885 69 9,4 16,8
Subfaixa
de
Extensão
1.890 a 1.895 1.890 69 9,5 16,8
58
4.4. Condições para operação em ambientes multiusuários
O valor da potência efetiva radiada (ERP), por uma Estação Rádio Base,
corresponde ao total da contribuição de todas as portadoras de um sistema. Entretanto,
na prática, uma estação pode possuir mais de um setor, cada qual irradiando um valor de
EIRP distinto e operando em mais de uma faixa de frequências. Além disso, um ponto
de análise qualquer pode estar sofrendo influência de mais de uma estação
simultaneamente, dando origem ao conceito de “ambientes multiusuários”.
4.4.1. Campos de frequências múltiplas
A ANATEL determina que sejam observadas determinadas regras em ambientes
onde haja exposição simultânea a campos de frequências múltiplas. Neste caso, os
campos agem de forma aditiva em seus efeitos. A aditividade deve ser examinada
separadamente para os efeitos de estimulação térmica e elétrica, e as restrições básicas
devem ser atendidas. As equações (4.11) e (4.12) se aplicam às frequências relevantes,
em situações práticas de exposição. Para levar em conta os efeitos térmicos relevantes
acima de 100 kHz, os seguintes requisitos devem ser aplicados aos níveis dos campos
[ANATEL, 17]:
2
1
100
i MHz
i
i KHz
E
c
=
=
2
300
1
,
fora da faixa de interesse
faixa utilizada em sistemas celulares
< 1
i GHz
i
i MHz
L i
E
E
=
=
+


(4.11)
onde:
E
i
- é a Intensidade de campo elétrico na frequência i;
E
L, i
- é o nível de referência para o campo elétrico na frequência i;
c - deve ser igual a
610
V
f m
, f em MHz, para exposição ocupacional e
1
2
87
V
m
f
para exposição do público em geral.
59
Sabendo que
2
377
E
S = , chega-se a:
300
1
,
< 1
i GHz
i
i MHz
L i
S
S
=
=
(4.12)
onde:
S
i
- é a densidade de potência na frequência i;
S
L, i -
é o nível de referência para a densidade de potência, na frequência i.
As equações (4.11) e (4.12) admitem condições de “pior caso” para os campos
devidos a fontes múltiplas. Como resultado, em situações práticas típicas, podem ser
permitidos níveis de exposição menos restritivos do que os níveis de referência
calculados a partir de tais equações [ANATEL, 17].
4.4.2. Considerações acerca dos aspectos regulatórios
Foi visto que o cálculo teórico envolve diversas variáveis complexas e deve ser
analisado caso a caso, em virtude das peculiaridades de cada sistema. O
desenvolvimento de um modelo completo deve levar em consideração o diagrama de
irradiação de cada antena e as distâncias individuais dos sistemas irradiantes ao ponto
de análise, o que adiciona certo grau de dificuldade ao modelo, principalmente em
função do cálculo dos valores de EIRP para cada sistema irradiante. Além disso, cada
equipamento possui suas especificações exatas de perdas e ganhos, variando para cada
tecnologia empregada, modelo e fabricante. Os valores apresentados neste trabalho
representam situações de “pior caso”. Todavia, deve-se levar em consideração a
existência de compartilhamento de infraestrutura entre operadoras, inclusive para
serviços diferentes, como por exemplo, telefonia celular, telefonia fixa (sistemas WLL)
e radiodifusão.
Com a chegada dos sistemas de geração, as empresas adicionam cada vez
mais equipamentos e sistemas irradiantes às suas torres. A coexistência de sistemas
60
ocorre, uma vez que o advento de uma nova tecnologia não implica imediatamente no
fim do ciclo de vida de uma tecnologia precedente, conforme pode ser observado na
figura 4.1. Por esta razão, existem muitos casos de operadoras que utilizam a tecnologia
UMTS em conjunto com GSM e TDMA. Assim, o desenvolvimento de um modelo
completo que possa simular as condições de compartilhamento e diversidade de
sistemas, o mais próximo do real possível, faz-se necessário o quanto antes e este é
exatamente o foco deste trabalho.
66
86
100
121
0
20
40
60
80
100
120
140
2004 2005 2006 2007
Milhões
GSM
CDMA
TDMA
AMPS
Fonte: Anatel
Figura 4.1 - Coexistências de tecnologias atuais e legadas.
Terminais móveis
61
5. Características e componentes das estações rádio base
Para viabilizar a análise das variáveis e dos componentes envolvidos na
determinação da EIRP de cada sistema irradiante que compõe a Estação Rádio Base, é
necessária a adoção de um modelo que atenda, de uma forma geral, a todas as situações,
independente da tecnologia empregada na transmissão. Este trabalho será centrado nas
características principais de cada equipamento que possa vir a influenciar no estudo da
potência efetivamente irradiada. A figura 5.1 ilustra o modelo de uma estação rádio
base:
Figura 5.1 - Modelo de um sistema irradiante.
Os seguintes componentes serão considerados neste trabalho:
o Antenas
o Transceptores
o Combinador
o Duplexador
o Filtros
o Cabos e Conectores
COMBINADOR
TRX
1
TRANSCEPTORES
ANTENA
CABO
S E CONECTORES
TRX
2
TRX
3
TRX
N
DUPLEXADOR
62
5.1. Antenas
As antenas possuem duas tarefas principais: converter a potência de um sinal de
RF (corrente em um elemento condutor) para ondas eletromagnéticas e induzir sinais de
RF em um elemento condutor pela interceptação de ondas eletromagnéticas. Em outras
palavras, realizam a “transformação” do sinal elétrico em um sinal eletromagnético e
também fazem o processo inverso, o de captação de ondas eletromagnéticas e
“transformação” para sinal elétrico. A teoria completa, envolvendo os tipos de antenas
existentes e suas características individuais, é bastante extensa. Neste trabalho, estas
características serão abordadas de uma forma sintetizada. Dois exemplos de antenas
utilizadas no SMP estão apresentados na figura 5.2.
Figura 5.2 - Exemplos de antenas do SMP.
Para antenas lineares, os comprimentos das antenas eficientes normalmente
adotados são: L = λ/2 ou L = λ /4, onde L é o comprimento do elemento ativo da antena
e λ é o comprimento de onda.
63
5.1.1. Diagrama de irradiação das antenas
Na prática, deseja-se visualizar a distribuição da intensidade de potência em
diferentes direções. Esta visualização é feita através de diagramas tomados em
diferentes planos no espaço, normalmente nas direções vertical (V) e horizontal (H).
A orientação de maior intensidade é chamada de lóbulo principal. As demais
orientações de intensidade menores são os lóbulos secundários e os lóbulos traseiros.
Figura 5.3 - Exemplo de diagrama de irradiação para uma antena direcional.
Genericamente, diagrama de irradiação é a representação gráfica da distribuição
espacial das propriedades de irradiação da antena, representada por uma superfície
imaginária chamada de “esfera de irradiação”, ficando a antena hipoteticamente no seu
centro, conforme pode ser visualizado na figura 5.4 para o caso de mais de uma antena.
64
Figura 5.4 - Visão tridimensional do diagrama de irradiação composto por mais de uma antena.
5.1.2. Ganho
Outro método útil para descrever o desempenho de uma antena é o seu ganho, o
qual expressa a capacidade de uma antena em concentrar a sua energia, sob forma de
onda eletromagnética, em uma determinada direção.
Apesar de o ganho de uma antena estar diretamente associado à diretividade, é
uma medida que leva em conta a eficiência de uma antena, bem como sua capacidade
direcional.
O ganho absoluto de uma antena (em uma dada direção) é definido como sendo
“a relação entre a intensidade de irradiação, em uma determinada direção, e a
intensidade de irradiação que seria obtida se a potência entregue à antena fosse
isotropicamente irradiada” [Balanis, 24].
(
)
,
intensidade de radiação
4 4 (adimensional)
potência total entregue
IN
U
G
P
θ φ
π π
= = (5.1)
onde
(
)
,
U
θ φ
é a intensidade de radiação em uma determinada direção.
65
Sabendo-se que, nem toda a potência entregue é aceita pela antena, e que a
diretividade pode ser expressa por
(
)
,
4
IN
U
D
P
θ φ
π
= , chega-se à equação (5.2):
.
G D
η
=
(5.2)
onde:
η
- é a eficiência da antena.
Em alguns casos, o ganho é determinado através da “comparação com um outro
elemento irradiador de referência” ganho relativo, que pode ser o dipolo de λ/2 ou
qualquer outra antena cujo ganho possa ser calculado [BALANIS, 24]. Ou seja, uma
antena que irradia isotropicamente possui ganho igual a zero dB, enquanto que uma
antena com maior diretividade possui ganho maior que zero. Assim, tem-se que:
(
)
(
)
G dBi = 2,15 G dBd
+
(5.3)
onde:
dBi – é o ganho diretivo em comparação a uma antena isotrópica e
dBd – é o ganho diretivo em comparação a um dipolo de meia-onda.
5.1.3. Relação Frente-costas
Este parâmetro é uma medida utilizada para avaliar o quanto de potência é
perdida na direção oposta à direção de máxima radiação. A relação frente-costas (
fc
R
)
de uma antena pode ser obtida a partir de:
(
)
(
)
(
)
, ,
fc f f c c f c
R dB G G G G
θ ϕ θ ϕ
= =
(5.4)
Onde
180º
c f
θ θ
= + ,
180º
c f
ϕ ϕ
= + e
G
f
é o ganho máximo, obtido geralmente
onde se considera a frente da antena.
G
c
é o ganho medido na direção oposta, ou nas
“costas” da antena. Todos os ganhos devem ser fornecidos em decibéis.
66
5.1.4. Ângulo de meia potência
O feixe de meia-potência pode ser obtido diretamente dos diagramas de
radiação. Seu valor é fornecido em radianos ou em graus, sendo que a medição é feita
entre as direções onde a potência irradiada cai para a metade do seu valor máximo. Nos
diagramas de radiação, estas direções correspondem aos pontos de -3dB, conforme
mostra a figura 5.5.
Figura 5.5 - Ângulo de meia potência de um diagrama de irradiação.
O ângulo de meia potência é um importante parâmetro de medida e serve como
ponderação entre o lóbulo principal e os secundários, uma vez que o decréscimo do
ângulo de meia potência implica em um acréscimo nos lóbulos laterais e vice-versa
[BALANIS, 24].
5.1.5. Ângulo de elevação
A distância em relação à antena não é a única nem a mais importante variável a
partir da qual se define qual a intensidade do campo eletromagnético irradiado pela
mesma. O feixe de irradiação de cada setor de uma ERB deve ser ajustado de forma a
não deixar que o sinal interfira em outra célula. Para isso, além da utilização de antenas
diretivas com diagramas de irradiação adequados para cada situação, determinados
67
ângulos de elevação são aplicados às antenas a fim de controlar os raios de cobertura da
cada setor da ERB. Estes ângulos de elevação podem ser obtidos por meio da utilização
de downtilt mecânico e/ou downtilt elétrico. Ou seja, o ângulo de elevação de uma
antena é dado pela soma do downtilt mecânico e do downtilt elétrico. Na prática, a
inclinação normalmente varia de 3º a 15º.
5.1.5.1. Downtilt mecânico
O downtilt mecânico nada mais é do que a inclinação mecânica da antena para
que se obtenha o ângulo de inclinação desejado. Assim, torna-se possível o controle da
área de cobertura de uma ERB, simplesmente inclinando sua antena, conforme pode se
observado nas figura 5.6.
68
Figura 5.6 - Irradiação normal (a) e com downtilt mecânico (b).
5.1.5.2. Downtilt elétrico
As antenas das ERB’s geralmente são construídas utilizando a técnica de
arranjos colineares de antenas do tipo painel de dipolo ou empilhamento de dipolos de
λ/2. Isto aumenta o efeito da concentração da energia da antena em uma determinada
direção. Os arranjos colineares alcançam boa diretividade na faixa de frequências
utilizada para a comunicação celular, com perfil estreito e, assim, oferecem pouca
superfície de carga para os ventos. Para obter o efeito do downtilt elétrico, controla-se as
amplitudes e as fases de alimentação dos dipolos, conforme mostra a tabela 5.1, a título
(a)
(b)
69
de exemplo, para obtenção de um ângulo de inclinação de abaixo da linha horizontal
no plano de elevação.
Tabela 5.1 - Amplitudes e fases de alimentação de um arranjo linear de dipolos de λ/2, para
obtenção de 7º de inclinação abaixo da horizontal.
Elemento 1 2 3 4 5 6
Amplitude (Normalizada)
0,307 0,372 0,438 0,438 0,438 0,438
Fase (Radianos)
0 0,175 0,393 0,665 1,384 2,845
A figura 5.7 ilustra o comportamento do campo eletromagnético em função da
defasagem entre os elementos de uma antena.
Figura 5.7 - Defasagem entre os elementos irradiadores de uma antena e a consequente alteração na
frente de onda.
Como resultado, tem-se um incremento do campo eletromagnético nas regiões
mais próximas à antena e um maior controle sobre o raio de cobertura da ERB,
conforme ilustra a figura 5.8.
Irradiadores
Deslocadores
de fase
0-360º
Rede de
distribuição do
sinal
ENTRADA DA ANTENA
DIREÇÃO DO
CAMPO
NORMAL
Fonte
Equifásica
70
Figura 5.8 - Irradiação normal (a) e com downtilt elétrico (b).
5.1.5.3. Comparação entre os Downtilt’s Elétrico e Mecânico
Para o downtilt mecânico, tem-se as seguintes características:
Distribuição de energia deformada;
Ângulo de meia potência horizontal aumentado;
(a)
(b)
71
Dificuldade na precisão do comportamento do diagrama em softwares de
predição, para planejamento da cobertura celular;
Atuação de forma diferente para cada ângulo azimutal, ou seja,
ocorrência de elevação acima da linha horizontal na parte traseira da
antena.
Para o downtilt elétrico, tem-se as seguintes características:
Distribuição de energia constante e controlada;
Ângulo de meia potência horizontal constante, independente do valor do
downtilt elétrico;
Redução do ganho idêntica para todas as direções azimutais;
Maior proximidade da realidade em termos de distribuição de energia
nos softwares de predição de cobertura, para planejamento da cobertura
celular.
A figura 5.9 ilustra a diferença entre os downtilt’s elétrico e mecânico:
72
Downtilt Mecânico (a) Downtilt Elétrico (b)
Visão
lateral
simples
Visão
Lateral
(em 3
dimensões)
Visão
Superior
Figura 5.9 - Comparação entre o downtilt mecânico (a) e o elétrico (b).
5.2. Transceptores
Um transceptor é um dispositivo que combina o transmissor (TX) e o receptor
(RX) em um módulo (TRX). O módulo TRX é, da perspectiva do processamento de
sinal, a parte mais importante da ERB. Consiste, basicamente, de uma parte para
processamento de sinal e uma parte para modulação e demodulação. Todas as partes de
uma ERB estão direta ou indiretamente interconectadas aos módulos transceptores
(TRX).
73
Para uma ERB GSM, por exemplo, a potência máxima de saída medida na
entrada do combinador deve ser, de acordo com sua classe, conforme a tabela 5.2:
Tabela 5.2 - Classes de potência para transceptores GSM.
GSM 400 / GSM 900 / GSM 850 /
MXM 850
DCS 1 800 / PCS 1 900 / MXM 1900
Potência Potência Classe de
potência máxima de saída
Classe de
potência máxima de saída
1 320 - (< 640) W 1 20 - (< 40) W
2 160 - (< 320) W 2 10 - (< 20) W
3 80 - (< 160) W 3 5 - (< 10) W
4 40 - (< 80) W 4 2,5 - (< 5) W
5 20 - (< 40) W
6 10 - (< 20) W
7 5 - (< 10) W
8 2,5 - (< 5) W
Normalmente, mais de um transceptor é utilizado por antena, a fim de aumentar
a capacidade de uma ERB. Para que isto ocorra, é necessário que os transceptores sejam
combinados, o que adiciona certa atenuação à potência do sinal transmitido à antena. A
figura 5.10 ilustra o número de transceptores e bastidores por site para suportar uma
configuração de alta capacidade (20 usuários/MHz/setor). O WCDMA é, visivelmente,
a tecnologia mais eficiente para configurações de alta capacidade.
Figura 5.10 - Número de transceptores e bastidores por site para suportar uma configuração de
alta capacidade (20 usuários/MHz/setor).
Número de TRX’s por setor
Número de bastidores por site
74
5.3. Combinadores
Um combinador é um equipamento que permite que múltiplos transmissores
utilizem a mesma antena, em freqüências diferentes. Há dois tipos de combinadores:
Combinadores híbridos (C.H.) Combinam até dois transceptores e
apresentam perdas de, aproximadamente, 3 dB. São mais comumente
utilizados no GSM, por permitirem saltos de frequência sintetizados.
Combinadores de cavidade ressonante A perda neste tipo de
combinador é menor e independe do número de transceptores. No caso
do GSM, permite apenas saltos de frequência em banda base, razão pela
qual são mais utilizados em lugares remotos onde a demanda por
cobertura se sobrepõe à demanda por capacidade.
A figura 5.11 ilustra alguns esquemas de combinação utilizando combinadores
híbridos e de cavidade ressonante.
A
N
T
A
N
T
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
C.H.
C.H.
C.H.
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
C.H.
C.H.
C.H.
C.H.
C.H.
C.H.
C.H.
C.H.
C.H.
COMB. CAV.
RESSONANTE
COMB. CAV.
COMB. CAV.
RESSONANTE
RESSONANTE
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
T
R
X
A
N
T
A
N
T
A
N
T
A
N
T
A
N
T
A
N
T
(a)
(b)
(c) (d)
Figura 5.11 - Esquemas de combinação híbrida (a) bypass, (b) 2-way e (c) 4-way; (d) combinação
por cavidade ressonante.
Os valores típicos de perda por inserção em combinadores são os seguintes:
3 dB (para cada par de transceptores);
2 a 4,8 dB (independente do número de transceptores).
75
5.4. Diplexers
A função básica dos combinadores de banda, também chamados diplexers, é a
de agregar, num único lance de cabo, os sinais de duas redes celulares em bandas
diferentes. Em uma Estação Rádio Base operando na faixa de 800 MHz, por exemplo,
com a utilização de um combinador, pode-se usar o mesmo lance de cabos para
combinar sinais de 1800 MHz na entrada da linha coaxial e separá-los antes de sua
entrada na antena/banda correspondente, conforme ilustra a figura 5.12:
GUIA DE ONDA
(“FEEDER”)
GUIA DE ONDA
(“FEEDER)
ERB TDMA
800MHz
ERB TDMA
800MHz
ERB GSM
1800MHz
ERB GSM
1800MHz
Tx Rx Rx_div Tx/Rx Tx/Rx_div
DUPLEXADOR
DIPLEXER
TDMA | GSM
DIPLEXER
TDMA | GSM
TDMA | GSM
DIPLEXER
TDMA | GSM
DIPLEXER
ANTENA TDMA
800MHz
+45º | -45º
ANTENA TDMA
800MHz
+45º | -45º
ANTENA GSM
1800MHz
+45º | -45º
ANTENA GSM
1800MHz
+45º | -45º
Figura 5.12 - Utilização dos combinadores de banda ou diplexers.
Os valores típicos de perda por inserção no diplexer são os seguintes:
0,15 dB (806 - 960 MHz)
0,25 dB ( 1710 - 2000 MHz)
0,35 dB (2000 - 2170 MHz)
76
5.5. Cabos e Conectores
Os cabos (guias de onda) mais usados em instalações de telefonia móvel são:
cabo de 1/2’’, cabo de 7/8’’, cabo de 1.5/8’’ e cabo de 1.1/4’’, sendo que cada um tem
as suas respectivas perdas características. A tabela 5.3 ilustra os tipos de cabos e suas
aplicações típicas.
Tabela 5.3 - Tipos de cabos e aplicações típicas.
Tipo
Comprimento
(m)
Aplicação Típica
1/2”
C 20 Ambientes internos e telhados
7/8”
C > 20
Microcélula interna / externa e macrocélula
externa.
1 1/4”
C > 60 Macrocélula externa – cabo para casos especiais.
1 5/8”
C > 60 Macrocélula externa – cabo para casos especiais.
A tabela 5.4 descreve valores típicos de atenuação do sinal em cada tipo de cabo,
de acordo com a frequência a ser utilizada.
Tabela 5.4 - Valores de atenuação típicos nos cabos.
Atenuação nos Cabos (dB/100m)
Cabos Coaxiais
de Baixa Atenuação
Cabos Coaxiais
Super-flexíveis
Cabo:
900MHz
1800 MHz
2000 MHz
900 MHz
1800 MHz
2000 MHz
1/2”
7,5
10,3
11
11
16,5
17,5
7/8”
4
5,7
6,2
4
5,7
6,2
1 1/4”
3,2
4,7
5,1
- - -
1 5/8”
2,5
3,5
3,9
- - -
Para os conectores, os valores comumente utilizados variam de 0,1 a 1 dB de
perda.
5.6. Duplexadores
Duplexadores são filtros com a função de combinar os sinais de transmissão e
recepção em uma única antena. Estes filtros de cavidades ressonantes servem para isolar
duas frequências ou duas faixas de frequência.
Os valores típicos de perda por inserção em duplexadores são:
< 0,5 dB ( 824 - 851 MHz ) / < 0,5 dB ( 869 - 896 MHz )
77
< 0,5 dB ( 890 - 915 MHz ) / < 0,5 dB ( 935 - 960 MHz )
< 0,7 dB ( 1710 - 1785 MHz ) / < 0,5 dB ( 1805 - 1880 MHz )
5.7. Filtros
Instalando na mesma infraestrutura uma nova rede em Overlay com as
existentes, surgiram dificuldades geradas pela proximidade das frequências,
principalmente nos grandes centros urbanos, onde, pelo grande número de
equipamentos, o espectro das ondas radioelétricas fica congestionado e uma estação
acaba interferindo na outra, pela proximidade das frequências utilizadas, emissão de
harmônicos, intermodulações, etc. Para garantir a separação clara destas frequências,
são aplicados filtros, que são, dependendo de sua função, diferenciados em:
Filtros Passa Faixa
Filtros Corta Faixa.
Tipicamente, os filtros provocam atenuações entre 0,5 e 0,8 dB.
78
6. Modelo teórico proposto - ambiente multiusuário
A seguir, será apresentado o desenvolvimento teórico para o cálculo da
densidade de potência e do percentual de Contribuição para os Efeitos Térmicos
Relevantes da Estação (% CETRE) observados em pontos próximos à ERB. Este
processo está baseado nos cálculos de EIRP e do ganho efetivo em uma determinada
direção, levando-se em consideração as contribuições de cada setor e suas
características individuais, uma vez que o valor da densidade de potência em um ponto
qualquer é dado pela equação (4.6), apresentada no capítulo 4. Visto que uma estação
pode ser composta por vários setores e por vários sistemas irradiantes (antenas), cada
sistema irradiante deverá ser considerado, isoladamente, um setor lógico. No caso das
antenas que operam em múltiplas faixas de frequências, serão considerados tantos
setores quantas forem as faixas de frequências em operação, mesmo quando se tratar de
uma única antena fisicamente.
De posse dos valores da densidade de potência individuais de cada setor, é
necessário atender à equação (4.12):
300
1
,
1 2 3 4
, 1 , 2 , 3 , 4 ,
<1
... 1
i GHz
i
i MHz
L i
Setor Setor Setor Setor SetorN
L f L f L f L f L fN
S
S
S S S S S
S S S S S
=
=
+ + + + + <
(6.1)
Ou seja, para atender aos níveis recomendados, é necessário calcular para todos
os setores o percentual de contribuição térmica para um determinado ponto de
observação. A soma destes percentuais será o fator decisivo para a avaliação positiva ou
negativa de um determinado conjunto de estações que compartilham a mesma
infraestrutura, pela verificação se está operando dentro dos níveis recomendados.
6.1. Cálculo da EIRP por setor
De forma genérica, para as diferentes tecnologias, obtém-se a seguinte fórmula
para o cálculo da EIRP por setor:
10.log
MAX
TRX comb dup cabo ant
dBm dB dB dBi
dB
dBm
SETOR
P P P P G
EIRP n
+
= +
(6.2)
onde:
79
MAX
SETOR
EIRP
- é a potência máxima efetivamente irradiada na direção de
máxima irradiação da antena [dBm];
n - é o número de transceptores por célula;
P
TRX
- é a potência de saída do transceptor [dBm];
P
comb
- é a perda de combinação [dB];
P
cabo,
- é a perda nos cabos e conectores [dB];
P
dup
- é a perda no duplexador [dB];
G
ant
- é o ganho da antena [dBi].
Para que seja calculado o valor total da EIRP de cada sistema irradiante, em um
ponto de observação, é necessário calcular o ganho da antena para a direção específica
do ponto, ou seja, o ganho das componentes vertical e horizontal do diagrama de
irradiação de cada antena na direção daquele ponto. Logo:
( ) ( )
Ponto MAX H V
dBm dBm
dB dB
Ponto
EIRP EIRP A A
θ ϕ
= +
(6.3)
onde:
MAX
EIRP
- é o valor máximo da EIRP, ou seja, o valor da EIRP para a direção de
máxima irradiação;
(
)
H
A
θ
- é a atenuação da antena para um determinado ângulo na horizontal;
(
)
V
A
ϕ
- é a atenuação da antena para um determinado ângulo na vertical.
6.1.1. Determinação do ângulo horizontal
Para a determinação do ângulo na horizontal
H
θ
, entre a direção de máxima
irradiação e a direção do ponto de observação, considera-se a vista superior de uma
ERB, que está mostrada na figura 6.1.
80
P1
P2
P1
P2
P1
P2
Figura 6.1 - Vista superior de uma ERB para determinação do ângulo horizontal
De acordo com a figura 6.1, é necessário avaliar duas situações: sabendo-se que
o diagrama de irradiação das antenas é descrito para ângulos variando de a 359º, caso
o azimute do ponto de observação (
P
θ
) seja maior que o azimute da antena do setor em
análise (caso P1), o ângulo a ser considerado, do diagrama horizontal da antena, é a
diferença entre os dois azimutes. Caso o azimute do ponto de observação (
P
θ
) seja
menor que o azimute da antena do setor em análise (caso P2), o ângulo a ser
considerado, do diagrama horizontal da antena, é a diferença entre os dois azimutes,
acrescentando-se 360º. Em resumo:
; para
360; para
P ANT P ANT
H
P ANT P ANT
Az Az
Az Az
θ θ
θ
θ θ
>
=
+
(6.4)
6.1.2. Determinação do ângulo vertical
Para o diagrama de irradiação vertical da antena, não um ângulo fixo, como
ocorre na determinação do ângulo horizontal. O ângulo a ser utilizado na vertical varia
conforme o ponto se afaste da fonte emissora. Além disso, existe uma dependência com
a diferença entre a altura da antena e a altura da pessoa a ser considerada.
81
h
p
d
h
P
r
Ant
Tilt (mec+elét.)
Horizontal
θ
θ
φ
v
(d)
h
p
d
h
P
r
Ant
Tilt (mec+elét.)
Horizontal
θ
θ
φ
v
(d)
Figura 6.2 - Vista lateral de uma ERB para determinação do ângulo vertical
Sabendo-se que:
p
h h
arctg
d
θ
=
(6.5)
onde:
h - é a altura da antena em questão;
p
h
- é altura de uma pessoa ou média das alturas das pessoas;
d - é a distância da pessoa à base da estação.
Pode-se concluir que:
( )
1
180
360 .
p
V TILT
h h
d tg
d
ϕ θ
π
= +
(6.6)
onde:
TILT
θ
- é o ângulo de elevação, representando a soma dos downtilt’s mecânico e
o elétrico.
82
De posse das informações dos ângulos
H
θ
e
(
)
V
d
ϕ
, é possível obter
diretamente, no diagrama de irradiação de cada antena, os valores de
(
)
H
G
θ
e
(
)
V
G
ϕ
para serem utilizados na equação (6.3).
6.2. Cálculo da distância mínima segura
Baseado nas equações (4.8) e (4.10), definidas na Resolução 303/02 da
ANATEL, a distância mínima segura, ou seja, a distância mínima à estação para
atendimento aos níveis de referência, pode ser determinada considerando-se as antenas
como irradiadores isotrópicos. Desta forma, considera-se que as antenas estariam
irradiando igualmente em todas as direções, tanto no plano vertical, quanto no
horizontal, com ganho máximo. Na prática, isto não ocorre. As antenas concentram a
irradiação do sinal em algumas direções de interesse, em detrimento de outras. Assim, o
cálculo deve levar em consideração as contribuições de todos os setores da estação em
um determinado ponto de observação. É necessário que esta avaliação seja realizada,
individualmente, para cada sistema irradiante, uma vez que as antenas possuem
propriedades irradiantes distintas para cada direção e sentido no plano horizontal e no
plano vertical. A partir desta abordagem, surge o conceito de “zonas de concentração”
de RNI, ou seja, zonas (não necessariamente mais próximas à estação) onde ocorre uma
maior concentração da densidade de potência como resultado da diretividade das
antenas.
Na figura 6.3, onde temos um exemplo ilustrativo com valores extrapolados para
fins didáticos, pode-se observar a concentração do sinal, e consequentemente de RNI,
em áreas mais afastadas da estação. Ou seja, locais muito próximos à estação não são
necessariamente os mais expostos aos efeitos da radiação.
83
Figura 6.3 - Conceito de “zonas de concentração”
Este assunto foi abordado, em 2007, no estudo realizado por Terada [12]. Em
seus estudos, relacionados às propriedades direcionais de irradiação de antenas das
ERB’s, onde o autor demonstra que “o máximo de intensidade de campo elétrico ocorre
a diferentes distâncias da base da ERB, dependendo de outras variáveis, levando à
conclusão que fixar uma distância mínima de regiões povoadas para a instalação de
ERB’s não é a maneira adequada para se garantir a segurança e o bem-estar da
população. O reposicionamento de uma ERB para uma distância de 50 m, por exemplo,
pode, na realidade, aumentar a intensidade do campo elétrico em mais de mil vezes na
área que se deseja proteger.O estudo ressalta, ainda, que “O critério científico correto
e seguro é o de se limitar o valor da intensidade do campo elétrico máximo resultante
de todas as antenas em operação na faixa de frequências considerada.”
O conceito de “distância mínima segura” geralmente é mais conservador do que
o de zonas de concentração. Segundo este conceito, os cálculos devem considerar
antenas onidirecionais arbitradas, com ganho máximo igual ao da antena diretiva.
84
Assim, uma vez respeitada a distância mínima segura neste modelo, pode-se dizer que
as zonas de concentração de RNI estão sendo respeitadas. Tal característica pode ser
observada quando se compara as figuras 6.3 e 6.4. Todas as zonas de concentração de
RNI da figura 6.3 foram cobertas pela área da figura 6.4, que representa o modelo
isotrópico.
Figura 6.4 - Conceito de “distância mínima segura”.
Assim sendo, um cálculo bastante conservador pode ser feito utilizando-se o
conceito de múltiplas fontes emissoras para estimativa da distância nima segura, para
atender aos níveis de referência para exposição definidos para a população em geral
(Resolução 303/02 da ANATEL).
Conforme visto, uma estação pode ser composta por vários setores e por
vários sistemas irradiantes. Para fins de cálculo da EIRP definida na equação (4.6), cada
sistema irradiante deverá ser considerado, isoladamente, um setor lógico. Assim, nas
equações a seguir, EIRP
1
, EIRP
2
,..., EIRP
N
serão os valores individuais de EIRP de cada
sistema irradiante que compõe uma estação para um determinado ponto em análise.
Novamente, no caso das antenas que operam em múltiplas faixas de frequências, serão
85
considerados tantos sistemas irradiantes quantas forem as faixas de frequências em
operação, mesmo quando se tratar de uma única antena fisicamente.
Para facilitar os cálculos, será considerado que os sistemas irradiantes estão
concentrados em um mesmo ponto. Assim, R
1
=R
2
=R
N
=...=R, que é a distância das
antenas ao ponto de observação.
Considerando que o nível de referência para a densidade de potência na faixa de
400 MHz a 2000 MHz, para a população em geral, é definido pela expressão
200
equivalente
f
S = , tem-se:
( )
1 2
2
2,56
...
4 200
equivalente N
f
S EIRP EIRP EIRP
R
π
= + + + = (6.7)
Como R =
min
R
, tem-se:
(
)
1 2
2
min
...
200 2,56
4
N
EIRP EIRP EIRP
R
f
π
+ + +
=
(6.8)
1 2
min
1 2
200 2,56
...
4
N
N
EIRP
EIRP EIRP
R
f f f
π
= + + +
(6.9)
E assim chega-se à expressão:
1 2
min
1 2
6,3831 ...
N
N
EIRP
EIRP EIRP
R
f f f
= + + +
(6.10)
Do mesmo modo, para a exposição ocupacional, com
40
equivalente
f
S =
, tem-se:
1 2
min
1 2
2,8546 ...
N
N
EIRP
EIRP EIRP
R
f f f
= + + +
(6.11)
86
6.3. Verificação do atendimento aos níveis de referência para
exposição
De acordo com a Resolução 303/02 da ANATEL, em ambiente celular
multiusuário, ou seja, onde haja compartilhamento de infraestrutura entre operadoras, o
requisito para atendimento aos níveis de referência para exposição é dado pela equação
(4.12), aqui repetida:
300
1
,
< 1
i GHz
i
i MHz
L i
S
S
=
=
(4.12)
onde:
S
i
- é a densidade de potência na frequência i;
S
L, i -
é o nível de referência para a densidade de potência, na frequência i.
Assim, é possível definir o % CETRE (Percentual de Contribuição para os
Efeitos Térmicos da Estação) através da equação:
300
1
,
% 100% < 100%
i GHz
i
i MHz
L i
S
CETRE
S
=
=
= ×
(6.12)
Desenvolvendo a equação, tem-se:
300
1 2
1
, , 1 , 2 ,
... < 1
i GHz
i i i iN
i MHz
L i L i L i L iN
S S S S
S S S S
=
=
= + + +
(6.13)
Levando-se (6.7) em (6.13), tem-se:
300
1 2
2 2 2
1
, 1 1 2 2
2,56 1 1 1
... 1
4 200 200 200
i GHz
i N
i MHz
L i N N
S EIRP
EIRP EIRP
S R f R f R f
π
=
=
= + + + <
(6.14)
300
1 2
2 2 2
1
, 1 1 2 2
2,56 200
... < 1
4
i GHz
i N
i MHz
L i N N
S EIRP
EIRP EIRP
S R f R f R f
π
=
=
= + + +
(6.15)
para a exposição da população em geral e:
87
300
1 2
2 2 2
1
, 1 1 2 2
2,56 40
... < 1
4
i GHz
i N
i MHz
L i N N
S EIRP
EIRP EIRP
S R f R f R f
π
=
=
= + + +
(6.16)
para a exposição ocupacional.
Estes valores devem ser analisados considerando todos os setores da Estação
Rádio Base para que se possa verificar o atendimento aos níveis de referência para a
estação como um todo. Esta mesma análise pode ser feita considerando o campo elétrico
ou o magnético, uma vez que a expressão
2
2
377
377
E
S H
= =
cria uma relação entre
estas grandezas.
88
7. Modelo computacional proposto
O modelo consiste de 9 módulos interdependentes para a realização dos cálculos
dos níveis de radiação e distância mínima considerados seguros para uma Estação Rádio
Base, a fim de atender, de forma mais completa, às disposições da regulamentação da
ANATEL. Consiste, basicamente, de uma rotina central que aciona os módulos
desejados, no decorrer de sua execução.
O diagrama representado pela figura 7.1 ilustra, de uma forma geral, os módulos
do programa desenvolvido e suas funcionalidades básicas:
PROGRAMA
PRINCIPAL
PROGRAMA
PRINCIPAL
MÓDULO 1
MÓDULO 1
Carrega os dados das estações em
variáveis que serão utilizadas no
decorrer do programa.
MÓDULO 2
MÓDULO 2
Lê o arquivo que contem os
equipamentos homologados pela
ANATEL.
MÓDULO 3
MÓDULO 3
Separa por Entidade todos os
equipamentos de cada estação e
busca suas características para
popular o relatório.
MÓDULO 4
MÓDULO 4
Lê o arquivo que contem as
antenas homologados ou
certificadas pela ANATEL.
MÓDULO 5
MÓDULO 5
Separa por Entidade todas as
antenas de cada estação buscando
suas características básicas para
popular o relatório.
MÓDULO 6
MÓDULO 6
Lê, armazena em variáveis e plota
os diagramas de irradiação das
antenas.
MÓDULO 7
MÓDULO 7
Organiza os dados por setor
verificando duplicidade de
informações
MÓDULO 8
MÓDULO 8
Calcula os valores máximos de
EIRP de cada setor
MÓDULO 9
MÓDULO 9
Calcula os valores de efeitos
térmicos em função dos diagramas
de irradiação e plota os resultados
finais
SGCCH
SGCCH
Base de dados de estações do
SMP da ANATEL
SITAR
SITAR
Base de dados de equipamentos,
antenas e suas características
técnicas básicas da ANATEL.
Relatório
de RNI
Relatório
de RNI
INFO.
ADIC.
INFO.
ADIC.
Informações adicionais não
disponibilizadas pela ANATEL e
que podem substituir valores
defaults do programa
ANATEL
ANATEL
Figura 7.1 - Diagrama geral do programa computacional desenvolvido para elaboração de
relatórios de RNI.
7.1. Entradas de dados
O modelo computacional proposto baseia-se em duas entradas básicas de dados:
os provenientes da gina da ANATEL na internet e os dados extras, editados
manualmente pelo usuário. Caso não sejam fornecidos dados pelo usuário, o programa
89
irá considerar valores default para algumas informações necessárias aos cálculos e que
não são informados pela ANATEL, em sua página na internet.
7.1.1. ANATEL – Sistemas Interativos
A ANATEL disponibiliza uma série de dados referentes aos inúmeros serviços
de telecomunicações por ela administrados no Brasil. A fim de disponibilizá-los para o
público em geral, foram criados os Sistemas Interativos, através dos quais o usuário terá
acesso a estes dados. Dentro do modelo computacional proposto, dois sistemas
interativos são de maior interesse: o SITAR e o SGCH, os quais serão sumariamente
descritos a seguir.
7.1.1.1. SITAR Sistema de Informações Técnicas para Administração
das Radiocomunicações
O SITAR permite acesso à base de dados de todas as estações do Serviço Móvel
Pessoal (SMP), para consulta, sem a necessidade de autenticação de usuário. Os dados
são abertos à população e trata-se de uma base completa e bastante confiável, uma vez
que, para operar, todas as estações precisam estar cadastradas e com seus dados técnicos
atualizados neste sistema, que é também a referência para a fiscalização da ANATEL.
Todos os dados do SITAR necessários são extraídos do subsistema STEL - Sistema de
Serviços de Telecomunicações. Para a composição dos dados utilizados no programa
computacional proposto neste trabalho, as principais informações extraídas do SITAR
são:
Dados da estação
- Endereço
- Município
- UF
Localização geográfica
- Latitude
- Longitude
- Altitude
Empresas que operam na estação (entidades)
Equipamentos transceptores
90
- Código de Homologação
- Frequência de operação
- Potência máxima de operação
- Designação de emissão
Antenas
- Código de Homologação
- Frequência de operação
- Ganho
- Relação frente-costas
7.1.1.2. SGCH – Sistema de Gestão de Certificação e Homologação
É o sistema que possui as informações dos equipamentos e antenas. O SITAR
informa (entre outros dados) apenas o código de homologação de um determinado
equipamento ou antena. Para adquirir informações completas acerca de dados técnicos,
nome do modelo, fabricante, tecnologia, faixa de operação e outras informações, é
necessário fornecer este código de homologação para que o SGCH possa buscar as
informações desejadas. Para a composição dos dados utilizados no modelo
computacional proposto neste trabalho, as principais informações extraídas do SGCH
são:
Equipamentos transceptores
- Modelo
- Fornecedor
Antenas
- Modelo
- Fornecedor
7.1.2. Informações adicionais
Algumas informações não estão disponíveis ao público, por não existirem na
base de dados da ANATEL, como por exemplo:
Perdas ou atenuações em geral, em:
- Guias de onda;
91
- Conectores;
- Combinadores;
- Duplexadores;
- Filtros.
Em outros casos, apesar de existirem na base de dados da ANATEL, as
informações apenas não estão disponíveis ao público, como por exemplo:
Número de antenas do setor
Número de equipamentos transceptores do setor
Para estes casos, as informações são fornecidas manualmente pelo usuário no
decorrer da execução do programa ou, caso as mesmas não estejam disponíveis, serão
adotadas considerações de “pior caso”.
7.2. Programa Principal
É o módulo responsável pelo controle de execução e acionamento dos dulos
em sequência. Basicamente, segue a seguinte estrutura:
INÍCIO
SITAR
SITAR
Leitura dos
dados
do Sitar
Associação
com dados
do SGCH
SGCH
SGCH
Existem info. adic
a serem lidas?
INFO.
ADIC.
INFO.
ADIC.
Leitura dos
dados
manuais
Realização
de cálculos
Relatório
de RNI
Serão utilizados
valores default?
NÃO
SIM
NÃO
SIM
Relatório de dados
da estação
FIM
INFO.
ADIC.
INFO.
ADIC.
Figura 7.2 - Fluxograma básico do programa principal.
92
Inicialmente, o programa principal gera o “Relatório de dados da estação”, que
aponta as informações adicionais necessárias que deverão ser fornecidas manualmente
pelo usuário.
Uma vez que nem todas as informações das ERB’s estão disponíveis ao público
(como tipo de guia de onda ou combinador utilizado) e caso estas informações não
estejam ao alcance, é possível adotar algumas considerações para a análise de “pior
caso”:
Atenuação nos guias de onda Por se tratar de uma análise de “pior
caso”, não será considerada a atenuação nos guias, a menos que o valor
seja fornecido manualmente como entrada no modelo. Os casos de
unidades de rádio remotas encontradas no UMTS ilustram este tipo de
ocorrência, onde não guia de onda entre a saída do transceptor e a
antena. A unidade de dio remota é um módulo único que comporta
tanto o transceptor quanto a antena.
Número máximo de Transceptores por setor A quantidade pode variar
de acordo com o modelo de cada estação e com a tecnologia empregada.
Existem estações com as mais variadas capacidades. Por se tratar de uma
análise de “pior caso” e se estes valores não forem fornecidos
manualmente, serão considerados os valores apresentados na tabela 7.1:
Tabela 7.1 - Valores default para número de transceptores por setor
Tecnologia
Nº Máximo
de TRX
AMPS / TDMA 21
GSM 4
CDMA (2G) 2
WCDMA
(UMTS)
2
Número de antenas por setor – Um setor pode possuir mais de uma
antena, para fins de aumento de capacidade sem perda de cobertura. Isto
acarretaria um número maior de possíveis equipamentos transceptores,
ou seja, o número máximo de transceptores descrito na tabela 7,1 varia
com a quantidade de antenas por setor. No GSM, por exemplo, caso se
tenha duas antenas em um mesmo setor, pode-se ter até 2 x 4 = 8
93
transceptores. Entretanto, como valor mais usual, será considerada
apenas uma antena por setor, a menos que este valor seja alterado
manualmente, pelo usuário do programa.
De posse de todas as informações fornecidas manualmente pelo usuário, no
decorrer da execução do programa, ou, caso as mesmas não estejam disponíveis, obtidas
das considerações de “pior caso”, o programa realiza os cálculos necessários e emite,
como produto, o relatório técnico final.
7.3. Módulos Auxiliares
Os módulos auxiliares são os responsáveis pela execução das tarefas no decorrer
do programa principal e dependem uns dos outros, apesar de não existir uma interface
direta entre eles, onde um módulo aciona o outro. A interface única é o programa
principal. O principal objetivo da divisão em módulos é a divisão das tarefas. Assim,
um módulo pode ser utilizado mais de uma vez para a execução de uma determinada
tarefa em loop.
7.3.1. Módulo 1
É o primeiro módulo do modelo computacional e tem como principais funções:
Limpeza inicial de resíduos de variáveis;
Leitura do arquivo com os dados do SITAR ;
Criação da tabela de endereço e localização geográfica da estação;
Criação da tabela de associação entre estações e entidades.
A ANATEL disponibiliza os dados das estações através do SITAR, conforme foi
visto no item 7.1.1. O arquivo possui os campos separados pelo caractere “|” (pipe) e
contém os campos listados na tabela 7.2.
Tabela 7.2 - Campos do arquivo exportado pelo SITAR
Campo Descrição
TransmissaoInicial
Frequência de Transmissão (Downlink) da estação - refere-se à
subfaixa de radiofrequência adquirida pela operadora (de acordo
com a Resolução 454/2006).
94
UnidadeFrequenciaTX
Unidade de Frequência de Transmissão (Downlink).
RecepcaoInicial
Frequência de Recepção (Uplink) da estação - refere-se à
subfaixa de radiofrequência adquirida pela operadora (de acordo
com a Resolução 454/2006).
UnidadeFrequenciaRX
Unidade de Frequência de Recepção (Downlink).
Situacao
Situação da estação: Consignada, Alterada, excluída, etc.
CaraterSecundario
Se a estação opera em caráter secundário, ou seja, se tem ou
não prioridade na faixa de frequências, não podendo ser
interferida.
IndConfidencial
não utilizada para o SMP.
TipoClasseEstacao
SIGLA CLASSE DA ESTAÇÃO.
Horarios
Horário de funcionamento da estação.
DesignacaoEmissao
Formato: AAAABBBCC, onde
AAAA=Largura de banda, ex.: 200K
BBB=Tipo de modulação, natureza do sinal modulante e tipo de
informação a ser transmitida
CC=Características Adicionais
PotenciaOperacao
Potência de operação do equipamento transceptor
UnidadePotencia
Unidade de potência do campo PotenciaOperacao
Equipamento
Código de homologação / Certificação do equipamento
transceptor (padrão SGCH)
TipoAntena
Tipo de antena (Parabólica / Painel de dipolos / onidirecional / etc)
conforme certificado de homologação.
EquipamentoAntena
Código de homologação / Certificação da antena (padrão SGCH).
Ganho
Ganho máximo da antena.
FrenteCosta
Relação frente/Costas da antena.
AnguloMeiaPotencia
Ângulo de meia potência da antena.
AnguloElevacao
Ângulo de elevação da antena (Tilt elétrico + Tilt mecânico).
Azimute
Azimute em relação ao norte verdadeiro.
VariacaoAzimutal
Variação azimutal.
TipoPolarizacao
Tipo de polarização (H-horizontal / V-vertical / X-cruzada).
Altura
Atura da antena em relação ao solo.
Raio
Raio de cobertura da estação.
Latitude
Latitude datum WGS-84.
Longitude
Longitude datum WGS-84.
Altitude
Altitude da estação em relação ao nível do mar.
Estacao
Número da estação no SITAR.
Servico
Tipo de serviço (SMP/Radioenlace/etc).
Indicativo
Indicativo, por exemplo, para radioamador, móvel aeronáutico e
95
outros.
MedPotenciaMaxima_TR
não utilizada para o SMP.
MedLarguraBanda
não utilizada para o SMP.
DiametroSGCH
não utilizada para o SMP.
Diagrama
não utilizada para o SMP.
SiglaEstacao_TRS
não utilizada para o SMP.
LongitudeOrbitalSubida
não utilizada para o SMP.
NomeFeixeSubida
não utilizada para o SMP.
SiglaEstacaoDescida
não utilizada para o SMP.
LongitudeOrbitalDescida
não utilizada para o SMP.
NomeFeixeDescida
não utilizada para o SMP.
TipoEstacao
Própria / Compartilhada / Terceiros, etc.
NomeEntidade
Razão social da empresa.
NumEntidade
Número da empresa no SITAR.
NomeMunicipio
Município.
CodMunicipio
Código IBGE.
Endereco
Endereço.
UF
UF.
TipoClasseCorrespondencia
CP – Estação Coletora Principal
CM – Estação Coletora Intermediária
CI – Estação Coletada Interligada
CL – Estação Coletada
RT – Estações de Rota
Rede
Usado para radioenlaces.
Distancia
Distância à coordenada informada na pesquisa (recuperação de
frequência - tela 210 do SITAR).
7.3.2. Módulo 2
O módulo 2 tem como principais funções:
Leitura do arquivo que contém os equipamentos homologados pela
ANATEL para armazenamento na memória. Este arquivo deve ser
retirado do sistema SGCH, o qual possui os campos listados na tabela
7.3:
96
Tabela 7.3 - Campos dos equipamentos transceptores no SGCH.
Campo Descrição
Nº Homologação
Número do certificado de homologação do equipamento na
ANATEL.
Número Uso Sitar
Número próprio da ANATEL e que identifica o equipamento
individu
almente na base de dados, uma vez que mais de um
equipamento pode pertencer a um mesmo certificado de
homologação.
Modelo do Produto
Nome do modelo
Arquivo
Arquivo fornecido pelo fabricante com fotos, manuais, diagramas
de irradiação, etc.
Fabricante
Fornecedor do produto.
Tipo do Produto
Indica o tipo / finalidade do produto.
Validade
Data de validade do certificado de homologação.
7.3.3. Módulo 3
O módulo 3 tem como principais funções:
Separação por entidade de todos os equipamentos da estação para
popular o relatório;
Geração da tabela de equipamentos, que contém os equipamentos de
cada entidade;
Utilização das informações de homologação do SGCH previamente
carregadas na memória pelo módulo 2 para enriquecimento do relatório;
Determinação das bandas de frequência de operação
(800/900/1800/2100).
Determinação da tecnologia utilizada, baseado na largura de banda da
portadora informada no campo “DesignacaoEmissao” do arquivo com os
dados do SITAR. Uma vez estabelecida a tecnologia, serão propostos os
valores default para o número de transceptores por setor da ERB com
base na tabela 7.1.
A tabela 7.4 apresenta as tecnologias mais comuns, com suas respectivas
larguras de banda.
97
Tabela 7.4 - Tecnologias e larguras de banda da portadora utilizada
Largura de Banda Tecnologia
1M23 (1,23 MHz)
1M25 (1,25 MHz)
CDMA
200K (200 kHz) GSM
40K0 (40 kHz)
30K0 (30 kHz)
AMPS/TDMA
5M00 (5 MHz) UMTS
7.3.4. Módulo 4
O módulo 4 tem como principais funções:
Leitura do arquivo que contém as antenas homologadas ou certificadas
pela ANATEL, para armazenamento na memória. Este arquivo deve ser
retirado do sistema SGCH, o qual possui os seguintes campos:
Tabela 7.5 - Campos das antenas no SGCH.
Campo Descrição
Nº Homologação
Número do certificado de homologação da antena na ANATEL.
Número Uso Sitar
Número próprio da ANATEL que identifica a antena individualmente na
base de dados, uma vez que mais de uma antena pode pertencer a um
mesmo certificado de homologação.
Modelo do Produto
Nome do modelo.
Arquivo
Arquivo fornecido pelo fabricante com fotos, manuais, diagramas de
irradiação, etc.
Fabricante
Fornecedor da antena.
Tipo do Produto
Indica o tipo / finalidade do produto (antena direcional / omnidirecional).
Validade
Data de validade do certificado de homologação.
7.3.5. Módulo 5
O módulo 5 tem como principais funções:
Separação por entidade de todas as antenas de cada estação para popular
o relatório;
98
Criação da tabela de antenas, que contém as antenas de cada entidade;
Utilização das informações de homologação do SGCH previamente
carregadas na memória pelo módulo 4 para enriquecimento do relatório.
7.3.6. Módulo 6
O módulo 6 tem como principais funções:
Solicitar ao usuário que informe a localização dos arquivos contendo os
diagramas de irradiação de cada antena da estação;
Plotar os diagramas, utilizando coordenadas polares;
Armazenar em variáveis os valores dos diagramas de irradiação das
antenas, para utilização nos cálculos posteriores.
7.3.7. Módulo 7
O módulo 7 tem como principais funções:
Criação da tabela com os setores, certificando-se da não ocorrência de
repetições A estrutura da base de dados da ANATEL foi elaborada
utilizando a repetição de todos os campos, para o caso de diferença em
apenas um dos campos. Para a banda A, por exemplo, uma faixa de
869 a 880 MHz e outra de 890 a 891,5 MHz. A estrutura da base de
dados da ANATEL repete todos os dados da faixa 869 a 880 MHz para a
faixa de 890 a 891,5 MHz, ou seja, existe repetição de registros na base
de dados e esta repetição deve ser tratada pelo programa, pois os dados
pertencem à mesma banda (banda A, no caso).
Criar a associação entre os equipamentos, antenas e demais
características de um setor;
7.3.8. Módulo 8
O módulo 8 tem como principais funções:
Realizar os cálculos dos valores máximos de EIRP dos setores, por meio
da equação (6.2).
99
Efetuar conversões dBm
W
7.3.9. Módulo 9
O módulo 9 tem como principais funções:
Criação do grid de pontos, conforme mostra a figura 7.3, em
coordenadas polares, onde [X,Y]
cartesiano
[Az,d]
polar
. Os valores de
densidade de potência de onda plana equivalente serão calculados para
cada par [Az,d].
P
d
r
Figura 7.3 - Plano contendo o grid de pontos para o cálculo da densidade de potência.
Realizar o cálculo da Atenuação Horizontal (AH) a ser considerada em
cada setor, com base na equação (6.4) e da atenuação Vertical (AV) a ser
considerada em cada setor, sendo que a atenuação AV é calculada em
função da distância “d” do ponto [Az,d] à origem [0,0] .
Cálculo da EIRP específica proveniente de cada Setor para todos os
pontos do grid, com base na equação (6.3).
Cálculo da densidade de potência de cada setor, para todos os pontos do
grid, com base na equação (4.6) e considerando
(
)
2
2 2
p
r h h d
= +
.
100
Cálculo da Contribuição para os Efeitos Térmicos Relevantes da Estação
(CETRE) de cada setor, para todos os pontos do grid, para atendimento à
equação (6.1).
Plotar os gráficos com:
o Percentuais totais de Contribuição dos Efeitos Térmicos
Relevantes das Estações (% CETRE);
o “Zonas de concentração” ou “distância mínima segura”;
o Queda da contribuição térmica com a distância na direção de
máxima irradiação.
7.4. Relatório Técnico
A Resolução 303/02 [17] define que a avaliação da exposição, com vistas a
demonstrar o atendimento aos limites estabelecidos no regulamento, pode ser efetuada
por meio de análises teóricas, baseadas nas características da estação transmissora de
radiocomunicação analisada, ou por meio de medições diretas dos CEMRF, com a
estação em funcionamento”. Tal resolução exige, adicionalmente, indicação clara e
conclusiva de que o funcionamento da estação, nas condições de sua avaliação, atende
ao estabelecido no regulamento” e que “em locais onde é permitido o acesso de
pessoas, quando os valores de CEMRF obtidos por meio de cálculos teóricos forem
iguais ou superiores a 2/3 (dois terços) dos limites de exposição estabelecidos para os
campos elétricos ou magnéticos, será obrigatória a realização de medições para
comprovação do atendimento”.
Após todo o processamento dos dados e a realização dos cálculos, tem-se para
cada ponto do grid os valores de:
EIRP
SetorN
EIRP gerada por cada um dos N setores, calculada no
ponto[X,Y].
EIRP
TOTAL
Somatório dos valores de EIRP de todos os setores,
calculada no ponto [X,Y].
S
SetorN
Densidade de potência de onda plana equivalente, gerada por
cada um dos N setores, calculado no ponto[X,Y].
101
S
TOTAL
Somatório dos valores de densidade de potência de onda plana
equivalente de todos os setores, calculada no ponto [X,Y].
CETRE
SetorN
– Contribuição para os Efeitos Térmicos Relevantes das
Estações, gerada por cada um dos N setores, calculada no ponto[X,Y].
CETRE
TOTAL
Somatório dos valores de Contribuição para os Efeitos
Térmicos Relevantes das Estações de todos os setores calculada no ponto
[X,Y].
De posse destas informações, vários tipos de gráficos e análises podem ser
realizados para fins do relatório técnico. A seguir, serão apresentados, alguns resultados,
a título de exemplo didático, para o caso de uma estação cujos níveis viessem a
extrapolar os recomendados. Para tal visualização, foi adotada uma relação
extremamente rigorosa de f/22.000 para a densidade de onda plana equivalente (a
Resolução 303 da ANATEL adota a relação de f/200).
A figura 7.4 mostra a distribuição espacial dos percentuais das Contribuições
dos Efeitos Térmicos Relevantes das ERB’s do local. No centro da figura (nas
coordenas [0,0]), estão representados, na cor amarela, os setores da estação, cada qual
apontando na direção do seu azimute em relação ao norte geográfico.
102
Figura 7.4 - Percentuais das contribuições dos efeitos térmicos relevantes das estações.
Na figura 7.4, as linhas representam a variação equipercentual do % CETRE em
20 níveis, ou seja, a cada transição de um nível para o outro um acréscimo de 5% na
CETRE em relação ao valor máximo observado. É possível observar que a área
exatamente abaixo da ERB não é necessariamente a mais afetada pela radiação não
ionizante. Os picos ocorrem a uma determinada distância da estação, em função da
diretividade das antenas, com base em seus diagramas de irradiação. A partir da
distância onde ocorre o pico, o efeito da atenuação no espaço livre reduz
exponencialmente os níveis por toda a área de cobertura da estação.
Os valores calculados mostram, ainda, que o valor máximo de RNI estimado
para esta estação equivaleria a 151,6 % do nível de referência recomendado e ocorre no
azimute 18,4º e a uma distância de 94,9 metros da base da ERB, conforme apresentado
no rodapé direito da figura 7.4..
103
A figura 7.5 ilustra o conceito de zonas de concentração / restrição, onde se
observa o aparecimento de duas áreas preenchidas, que apontam as regiões onde houve
extrapolação dos níveis de referência recomendados. Apesar da ocorrência de um pico
de RNI no azimute 18,4º e a uma distância de 94,9 metros da Estação Rádio Base (área
1), existe ainda outra área comprometida (área 2) a uma distância que varia de 90 a 150
metros aproximadamente no azimute 190º.
Figura 7.5 - Zonas de concentração / restrição no entorno de uma Estação Rádio Base
compartilhada.
Na figura 7.5 é possível, também, observar que a área exatamente abaixo da
ERB não é necessariamente a mais afetada pela radiação não ionizante.
Na figura 7.6, onde foram plotados os pontos na direção de máxima irradiação
(ponto P1, azimute 18,4º e distância de 94,9 metros), é possível observar o efeito da
2
1
104
diretividade das antenas, fazendo com que a CETRE parta do menor nível nas
proximidades da estação, alcançando valores máximos por volta dos 94,9 metros de
distância e decaindo gradativamente a partir desta área em função da atenuação no
espaço livre.
Figura 7.6 - Percentuais de CETRE na direção radial para o azimute de irradiação máxima.
Na estação hipotética do exemplo, conforme pode ser visto na figura 7.6, seria
necessário realizar medições em campo para comprovação do atendimento aos níveis de
referência, uma vez que a Resolução 303/02 assim determina para os casos onde o
percentual de CETRE ultrapasse dois terços do valor máximo permitido. Neste caso, o
valor ultrapassou não apenas este limite, como também o limite máximo recomendado.
Ou seja, de acordo com os cálculos teóricos, esta estação não estaria de acordo com as
exigências regulatórias para operar.
Os dados necessários para os cálculos teóricos estão à disposição na página da
ANATEL, na internet. Entretanto, a inclusão de algumas informações, atualmente não
Zona de restrição
Necessidade de
medições práticas
P1
Zona s
egura
105
repassadas à ANATEL pelas operadoras, tais como perda no percurso até a antena ou
potência entregue à antena, tipo de infraestrutura, etc., pode colaborar para aumentar a
precisão da simulação computacional. Outro fator que pode facilitar a análise das ERB’s
é a exigência, por parte da ANATEL, dos diagramas de irradiação das antenas durante a
fase de homologação. Assim, será possível automatizar o processo de avaliação dos
níveis de radiação emitidos pelas estações, de forma mais apurada.
106
8. Realizações de medições e análise dos resultados
A fim de comprovar o modelo teórico proposto no capítulo 6, foram realizadas
campanhas de medições em estações reais ativas, com ou sem compartilhamento de
infraestrutura. Os valores obtidos das medições deveriam ser sempre menores ou, em
caso extremo, iguais aos valores calculados, uma vez que durante toda a modelagem
foram consideradas condições de “pior caso”, ou seja, condições extremamente
conservadoras.
Os principais fatores que contribuem para a garantia de que os valores medidos
(reais) estejam sempre abaixo dos calculados pelo modelo são:
1) Adoção do modelo em linha de visada direta (LOS)
7
Todos os
cálculos levam em consideração a inexistência de obstáculos no percurso
da antena até o ponto de observação. No ambiente real, a vegetação,
relevo e construções exercem elevada influência no nível do sinal
recebido, atenuando-o consideravelmente.
2) A aproximação para a reflexão no solo (modelo de dois raios)
considera a possibilidade de que campos refletidos possam se adicionar
em fase ao campo incidente direto, permanentemente. Assim, a
densidade de potência é multiplicada pelo fator 2,56.
3) Considera-se que todos os canais estão sendo utilizados
simultaneamente. O número de usuários ativos na rede, em um
determinado momento, varia em função de uma série de fatores externos.
Os sistemas são projetados para operar com uma folga razoável na maior
parte do tempo e, normalmente, apenas um pequeno percentual dos
recursos de uma ERB está em uso.
4) Adoção do número máximo de transceptores para cada setor como
referência para os cálculos, em virtude da análise de pior caso, exceto
em casos onde este quantitativo seja fornecido como entrada para o
programa computacional. O número de transceptores varia para cada tipo
7
LOS – Line of Sight (linha de visada)
107
de estação, em função do objetivo de cobertura e demanda de capacidade
de uma determinada célula. Estações localizadas em áreas rurais ou
estradas possuem baixa demanda por capacidade, ao passo que estações
localizadas em grandes centros urbanos requerem maior capacidade e,
consequentemente, maior quantidade de equipamentos transceptores.
5) O modelo utiliza antenas onidirecionais, com ganho máximo igual ao
da antena diretiva, nos casos onde não for possível obter o diagrama de
irradiação de uma antena.
Para avaliação do efeito em ambientes multiusuários, foram levantados os
possíveis pontos de compartilhamento de infraestrutura de estações do Serviço Móvel
Pessoal (SMP) na cidade de Niterói/RJ, com base nos dados informados pelas
operadoras à ANATEL. As estações licenciadas estão assinaladas na figura 8.1, cuja
imagem foi obtida do software Google Earth™ serviço de mapa.
Figura 8.1 - Estações Rádio Base do SMP em Niterói/RJ.
Foram eleitas, para a realização de medições, as estações com mais de uma
operadora, em locais seguros e com facilidade de acesso. Os cenários de medições
escolhidos serão apresentados no item 8.1.
108
8.1. Resultados teóricos
Os resultados teóricos foram obtidos com auxílio do modelo proposto no
capítulo 6 e utilizando o modelo computacional proposto no capítulo 7, ou seja, foram
utilizados os dados contidos na base de dados da ANATEL para os cálculos realizados.
8.1.1. Cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF
Neste cenário, foram identificadas duas estações instaladas em torres distintas
separadas por uma pequena distância (aproximadamente 120m.). O objetivo foi avaliar
a relevância das contribuições individuais de cada estação em um determinado ponto,
mesmo estando os equipamentos em torres diferentes. As estações estão localizadas no
bairro do Gragoatá – Niterói/RJ, no campus da UFF.
A figura 8.2 apresenta o cenário 1, identificando os principais locais de
permanência de pessoas no Campus. Além dos locais de atenção destacados, existem
ainda algumas residências bastante próximas às ERB’s.
Figura 8.2 - Cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF.
Na tabela 8.1 são mostrados os valores utilizados nos cálculos, parte retirada da
base de dados da ANATEL, com valores informados pelas operadoras de telefonia
móvel e parte determinada para situações de pior caso conforme exige o modelo
proposto.
109
Com a finalidade de se avaliar as alternativas possíveis e seus resultados, a
análise foi realizada de duas formas distintas: A primeira considerando os diagramas de
irradiação das antenas e a segunda considerando antenas onidirecionais arbitradas pelo
autor, com ganho máximo igual ao da antena diretiva.
Os resultados são apresentados graficamente através da distribuição espacial
(visão superior) do percentual de Contribuição para os Efeitos Térmicos Relevantes da
Estação (% CETRE) e da variação do % CETRE com a distância (visão lateral) em
relação à ERB.
A distribuição espacial apresenta curvas equipercentuais, separadas em passos
de 5%, variando de zero até o valor máximo do % CETRE observado. Os valores mais
baixos são representados por cores frias (tons azuis), passando para cores quentes (tons
avermelhados), à medida que se aproximam dos níveis máximos recomendados. A fim
de auxiliar na visualização, são apresentadas também as direções de irradiação de cada
setor da estação.
A variação com a distância é calculada para a direção que apresenta os valores
máximos de % CETRE, identificados através da análise da distribuição espacial.
Pela distribuição espacial do percentual de CETRE, mostrada na figura 8.3 (a), é
possível observar uma maior concentração de irradiação nas direções de máxima
irradiação das antenas, uma vez que foi adotada a abordagem com antenas direcionais.
Para a análise por antenas onidirecionais, mostrada na figura 8.4 (a), observa-se uma
distribuição mais uniforme.
A figura 8.3 (a) indica ainda a ocorrência de um pico de RNI (Radiação Não
Ionizante) no azimute de 90 graus e a uma distância de 60 metros da ERB. A partir
desta análise, torna-se relativamente fácil identificar áreas mais sujeitas à exposição à
RNI e, ao contrário do que se pensa, nem sempre estas áreas são mais próximas da
ERB. O mesmo fenômeno pode ser observado na figura 8.3 (b) que mostra a variação
do percentual de CETRE com a distância para o azimute indicado como crítico na
análise espacial (90º). Já para a abordagem com antenas onidirecionais o pico ocorre
exatamente abaixo da ERB e chega a atingir valores correspondentes a 47,9% dos níveis
recomendados de exposição, figuras 8.4 (a) e (b).
110
Com base na análise dos resultados apresentados pelo modelo onidirecional na
figura 8.4 (b), é possível observar uma queda exponencial do percentual de CETRE com
a distância. Apesar de não apresentar as áreas de concentração de RNI, os valores
apresentados para o percentual de CETRE, neste modelo, são sempre maiores que os
apresentados no modelo direcional, o que o torna um modelo mais restritivo e, portanto,
mais conservador.
111
Tabela 8.1 – Dados técnicos das estações 667979077 (Oi) e 684126605 (TIM).
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2
Entidade
Estaçao
Banda
1800MHz 2100MHz 1800MHz 2100MHz 1800MHz 2100MHz 2100MHz 1800MHz 1800MHz 1800MHz
Az.
90º
90º
200º
200º 130º
130º
230º 230º
100º
200º
Ant.
739 496 739 496 739 496 739 496
HBX-6516DS-
VTM
HBX-6516DS-
VTM
UMWD-
03319-XD
UMWD-
03319-XD
932DG65VT
EKL
932DG65VT
EKL
G.
18,0dBi 18,0dBi 18,0dBi 18,0dBi 11,8dBi 11,8dBi 20,6dBi 20,6dBi 18,0dBi 18,0dBi
Tilt
0º
Alt.
26m 26m 26m 26m 32m 32m 32m 32m 20m 20m
Equip.
UltraSite
GSM/EDGE
1800
Nokia Flexi
WCDMA
Base Station
2100 Dual
50W
UltraSite
GSM/EDGE
1800
Nokia Flexi
WCDMA
Base Station
2100 Dual
50W
Nokia Flexi
WCDMA
Base Station
2100 Dual
50W
UltraSite
GSM/EDGE
1800
UltraSite
GSM/EDGE
1800
Nokia Flexi
WCDMA
Base Station
2100 Dual
50W
S30861-
U2388-X
S30861-
U2388-X
Pot.TRX
(W)
40 20 40 20 20 40 40 20 68 68
P.Comb
(dB)
2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
P.dup
(dB)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P.Cabos
(dB)
2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
P.Conect
ores (dB)
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Num.
TRX
4 2 4 2 4 2 2 4 4 4
EIRP (W)
2511,9 629,5 629,5 2511,9 616,6
154,5
1172,1 4677,3 4265,8 4265,8
EIRP
(dBm)
64,0 58,0 58,0 64,0 57,9 51,9 60,7 66,7 66,3 66,3
SETORES
SETORES
TIM CELULAR S.A.
684126605
667979077
TNL PCS S.A.
112
CENÁRIO 1 – ESTAÇÃO 66979077 (OI)
MODELO DIRETIVO
(a) - Distribuição espacial
(b) - Variação com a distância em relação à ERB
Figura 8.3 - Resultados teóricos (modelo diretivo) - estação 667979077 (Oi)
113
CENÁRIO 1 – ESTAÇÃO 66979077 (OI)
MODELO ONIDIRECIONAL
(a) - Distribuição espacial
(b) - Variação com a distância em relação à ERB
Figura 8.4 - Resultados teóricos (modelo onidirecional) - estação 667979077 (Oi)
114
Para o caso da estação 684126605, da TIM, com base na análise do modelo
diretivo, representado na figura 8.5 (a), é possível observar a ocorrência de dois pontos
de maior concentração de irradiação, em função da existência de apenas dois setores na
estação. Estes pontos estão localizados a uma distância de, aproximadamente, 130
metros da ERB, chegando a atingir um valor máximo 0,6 % dos veis recomendados
de exposição nos azimutes de máxima irradiação das antenas. A variação do percentual
de CETRE com a distância, para o azimute considerado como crítico (194º), de acordo
com a análise da distribuição espacial, é apresentada na figura 8.5 (b).
O modelo onidirecional, apresentado nas figuras 8.6 (a) e (b) estima níveis
máximos do percentual de CETRE atingindo até 57 % do nível recomendado junto à
base da ERB.
115
CENÁRIO 1 – ESTAÇÃO 684126605 (TIM)
MODELO DIRETIVO
(a) - Distribuição espacial
(b) - Variação com a distância em relação à ERB
Figura 8.5 - Resultados teóricos (modelo diretivo) - estação 684126605 (Tim)
116
CENÁRIO 1 – ESTAÇÃO 684126605 (TIM)
MODELO ONIDIRECIONAL
(a) - Distribuição espacial
(b) - Variação com a distância em relação à ERB
Figura 8.6 - Resultados teóricos (modelo onidirecional) - estação 684126605 (Tim)
117
Cenário 2 – Campus Praia Vermelha da UFF
Para o cenário 2, foram considerados equipamentos instalados no topo de um
prédio, localizado no bairro São Domingos, próximo ao Campus Praia Vermelha da
UFF.
Figura 8.7 - Cenário 2 – Campus Praia Vermelha da UFF.
Para o cenário 2, com base nos dados enviados pelas operadoras de telefonia
móvel à ANATEL, foram considerados os valores constantes da tabela 8.2.
A figura 8.8 (a) indica a ocorrência de um pico de RNI correspondendo a 0,2 %
dos níveis de exposição recomendados no azimute de 315 graus, a uma distância de 127
metros da ERB. O mesmo pode ser observado na figura 8.8 (b). para a abordagem
com antenas onidirecionais o pico ocorre imediatamente abaixo da ERB e atinge valores
correspondentes a 19,8% dos níveis recomendados de exposição, figuras 8.9(a) e (b).
118
Tabela 8.2 - Dados técnicos das estações 683934171 (Claro), 667984020 (Oi) e 683016687 (TIM).
1 2 3 4 1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6
Entidade
Estaçao
Banda
Az.
50º
140º
50º 140º 20º 30º 12 120º 20º 30º 120º 120º 80º 160º 32 80º 160º 320º
Ant.
800
10305/AP
X15-
880/065
DAT
800
10305/AP
X15-
880/065
DAT
742
215/APX1
8-
1900/065
DAT10
742
215/APX1
8-
1900/065
DAT10
HBX-
6516DS-
VTM
739 496 739 496
HBX-
6516DS-
VTM
HBX-
6516DS-
VTM
739 496 739 496
HBX-
6516DS-
VTM
742
212/APX1
8-
1900/065
DAT 0-8T
742
212/APX1
8-
1900/065
DAT 0-8T
DB992HG
28N-B
742
212/APX1
8-
1900/065
DAT 0-8T
742
212/APX1
8-
1900/065
DAT 0-8T
DB992HG
28N-B
G.
15.0dBi 15.0dBi 14.7dBi 14.7dBi 11.8dBi 18.0dBi 18.0dBi 11.8dBi 11.8dBi 18.0dBi 18.0dBi 11.8dBi 15.0dBi 15.0dBi 15.0dBi 15.0dBi 15.0dBi 15.0dBi
Tilt
Alt.
46m 48m 49m 50m 49m 48m 48m 49m 49m 48m 48m 49m 52m 53m 53m 52m 53m 53m
Equip.
KRC 118
22/1
KRC 118
22/1
KRC 131
1003/1
KRC 131
1003/1
UltraSite
GSM/ED
GE 1800
UltraSite
GSM/ED
GE 1800
UltraSite
GSM
1800
UltraSite
GSM
1800
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
2100 Dual
50W
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
2100 Dual
50W
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
2100 Dual
50W
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
2100 Dual
50W
S30861-
U2388-X
S30861-
U2388-X
S30861-
U2388-X
RRU3801
C-
QWEM1R
RUC
RRU3801
C-
QWEM1R
RUC
RRU3801
C-
QWEM1R
RUC
Pot.TRX
(W)
48.87 48.87 25.11 25.11 40 40 28 28 20 20 20 20 68 68 68 49.1 49.1 49.1
P.Comb
(dB)
2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5
P.dup
(dB)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P.Cabos
(dB)
2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5
P.Conect
ores (dB)
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Num.
TRX
4 4 2 2 4 4 4 4 2 2 2 2 4 4 4 2 2 2
EIRP (W)
794.3 794.3 758.6 758.6 616.6 2511.9 1737.9 416.9 154.9 631 631 154.9 2138 2138 2138 794.3 794.3 794.3
EIRP
(dBm)
59.0 59.0 58.8 58.8 57.9 64.0 62.4 56.2 51.9 58.0 58.0 51.9 63.3 63.3 63.3 59.0 59.0 59.0
SETORES
CLARO S.A.
683934171
800MHz 1800MHz 1800MHz 2100MHz
SETORES SETORES
TIM CELULAR S.A.
683016687
TNL PCS S.A.
667984020
1800MHz 2100MHz
119
CENÁRIO 2 – MODELO DIRETIVO
(a) - Distribuição espacial
(b) - Variação com a distância em relação à ERB
Figura 8.8 - Resultados teóricos (modelo diretivo) – Cenário 2 – Campus Praia Vermelha da UFF.
120
CENÁRIO 2 – MODELO ONIDIRECIONAL
(a) - Distribuição espacial
(b) - Variação com a distância em relação à ERB
Figura 8.9 - Resultados teóricos (modelo onidirecional) – Cenário 2 – Campus Praia Vermelha da
UFF.
121
8.1.2. Cenário 3 - Charitas
Para o cenário 3, foram considerados equipamentos instalados no bairro de
Charitas, também localizado em Niterói/RJ. Trata-se de uma área residencial com as
ERB’s instaladas bastante próximas a estas residências, razão pela qual esta ERB foi
escolhida para as medições. Próximo à estação encontra-se ainda uma ERB de outra
operadora, que não está compartilhando sua infraestrutura com as demais.
Figura 8.10 - Cenário 3 - Charitas.
Para o cenário 3, com base nos dados enviados pelas operadoras de telefonia
móvel à ANATEL, foram considerados os valores constantes da tabela 8.3.
A figura 8.11 (a) indica a ocorrência de picos de RNI correspondendo a 0,2 %
dos níveis de exposição recomendados nos azimutes de 0 e 231 graus a uma distância de
aproximadamente 190 metros da ERB. O mesmo pode ser observado na figura 8.11 (b).
para a abordagem com antenas onidirecionais, figuras 8.12 (a) e (b), o pico ocorre
exatamente abaixo da ERB e chega a valores correspondentes a 50,6 % dos níveis
recomendados de exposição.
122
Tabela 8.3 - Dados técnicos das estações 683135589 (Oi), 674669452 (TIM) e 683934481 (Claro).
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 1 2 3 4
Entidade
Estaçao
Banda
Az.
40º
230º
240º
40º
230º 240º
230º
240º
340º 240º
340º
Ant.
739 496 HBX-
6516DS-
VTM
741
794/APX19-
1900/065 2T
HBX-
6516DS-
VTM
739 496 HBX-
6516DS-
VTM
741
794/APX
19-
HBX-
6516DS-
VTM
741
784/APX
18-
741
784/APX
18-
800
10305/AP
X15-
800
10305/AP
X15-
PCSD18-
06516-2D
PCSD18-
06516-2D
G.
18,0dBi 11,8dBi 15,0dBi 11,8dBi 18,0dBi 11,8dBi 15,0dBi 11,8dBi 17,5dBi 17,5dBi 15,0dBi 15,0dBi 17,7dBi 17,7dBi
Tilt
4º
Alt.
31m 33m 31m 33m 31m 33m 31m 33m 30m 30m 38m 38m 38m 38m
Equip.
UltraSite
GSM/EDGE
1800
UltraSite
GSM/EDGE
1800
UltraSite
GSM/EDGE
1800
UltraSite
GSM/EDGE
1800
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
S30861-
U2388-X
S30861-
U2388-X
KRC 118
22/1
KRC 118
22/1
KRC 131
1003/1
KRC 131
1003/1
Pot.TRX
(W)
40 40 40 40 20 20 20 20 68 68 48,87 48,87 35 35
P.Comb
(dB)
2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
P.dup
(dB)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P.Cabos
(dB)
2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5
P.Conect
ores (dB)
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Num.
TRX
4 4 4 4 2 2 2 2 4 4 2 2 4 4
EIRP (W)
2511,9 616,6 1259 616,6 631
154,9
316,2 154,9 3890,4 3890,4 794,3 794,3 2041,8
2041,8
EIRP
(dBm)
64,0 57,9 61,0 57,9 58,0 51,9 55,0 51,9 65,9 65,9 59,0 59,0 63,1 63,1
TNL PCS S.A.
683135589
1800MHz 2100MHz
SETORES
SETORES SETORES
1800MHz
TIM CELULAR S.A.
674669452
1800MHz
CLARO S.A.
683934481
800MHz
123
CENÁRIO 3 – MODELO DIRETIVO
(a) - Distribuição espacial
(b) - Variação com a distância em relação à ERB
Figura 8.11 - Resultados teóricos (modelo diretivo) – Cenário 3 – Charitas.
124
CENÁRIO 3 – MODELO ONIDIRECIONAL
(a) - Distribuição espacial
(b) - Variação com a distância em relação à ERB
Figura 8.12 - Resultados teóricos (modelo onidirecional) – Cenário 3 – Charitas.
125
8.1.3. Cenário 4 - Piratininga
Para o cenário 4, foram considerados equipamentos instalados em uma ERB,
localizada no bairro Piratininga, também em Niterói/RJ. Trata-se de uma área
residencial com as ERB’s bastante próximas a estas residências. O cenário apresenta,
ainda, uma ERB de outra operadora, que não está compartilhando sua infraestrutura
com as demais, situada a uma distância de, aproximadamente, 220 metros das ERB’s
em análise.
Figura 8.13 - Cenário 4 - Piratininga.
Com base nos dados enviados pelas operadoras de telefonia móvel à ANATEL,
foram considerados os valores apresentados nas tabelas 8.4 e 8.5.
Na figura 8.14 (a), é possível a perceber a distribuição do sinal em todas as
direções, em função da existência de vários setores em conjunto. O modelo teórico
indica que, neste caso, o azimute 123,7º seria considerado o mais crítico e apresentaria
dois picos de concentração de densidade de potência nesta direção: o menor em torno de
50 m e um maior por volta dos 200 m de distância da ERB, com um valor de CETRE de
0,3 % em relação aos níveis de referência. Já na abordagem com antenas onidirecionais,
figuras 8.15 (a) e (b), o pico ocorre imediatamente abaixo da ERB e chega a valores
correspondentes a 75,9 % dos níveis recomendados de exposição.
126
Tabela 8.4 - Dados técnicos da estação 665611676 (Oi).
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Entidade
Estaçao
Banda
Az.
30º
50º
130º
140º 250º
280º
30º 50º
130º
140º
250º
280º
Ant.
HBX-
6516DS-
VTM
741
794/APX1
9-
HBX-
6516DS-
VTM
739 496 HBX-
6516DS-
VTM
739 496 HBX-
6516DS-
VTM
741
794/APX
19-
HBX-
6516DS-
VTM
739 496 HBX-
6516DS-
VTM
739 496
G.
11.8dBi 15.0dBi 11.8dBi 18.0dBi 11.8dBi 18.0dBi 11.8dBi 15.0dBi 11.8dBi 18.0dBi 11.8dBi 18.0dBi
Tilt
Alt.
38m 34m 38m 34m 38m 34m 38m 34m 38m 34m 38m 34m
Equip.
UltraSite
GSM/EDG
E 1800
UltraSite
GSM/EDG
E 1800
UltraSite
GSM 1800
UltraSite
GSM 1800
UltraSite
GSM
1800
UltraSite
GSM
1800
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
Nokia
Flexi
WCDMA
Base
Station
Pot.TRX
(W)
40 40 28 28 28 28 20 20 20 20 20 20
P.Comb
(dB)
2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5
P.dup
(dB)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P.Cabos
(dB)
2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5
P.Conect
ores (dB)
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Num.
TRX
4 4 4 4 4 4 2 2 2 2 2 2
EIRP (W)
616.6 1259 416.9 1737.9 416.9 1737.9 154.9 316.2 154.9 631 154.9 631
EIRP
(dBm)
57.9 61.0 56.2 62.4 56.2 62.4 51.9 55.0 51.9 58.0 51.9 58.0
TNL PCS S.A.
665611676
1800MHz 2100MHz
127
Tabela 8.5 - Dados técnicos das estações 683172824 (Tim) e 403090458 (Claro).
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Entidade
Estaçao
Banda
Az.
50º
120º
250º 50º 120º 25 45º 120º 240º
Ant.
APX16D
WV-
16DWVS
APX16D
WV-
16DWVS
APX16D
WV-
16DWVS
APX16D
WV-
16DWVS
APX16D
WV-
16DWVS
APX16D
WV-
16DWVS
739
658/APX1
1-880/090
800
10305/AP
X15-
739
658/APX1
1-880/090
800
10305/AP
X15-
739
658/APX1
1-880/090
800
10305/AP
X15-
PCSD18-
06516-2D
PCSD18-
06516-2D
PCSD18-
06516-2D
G.
17.0dBi 17.0dBi 17.0dBi 17.0dBi 17.0dBi 17.0dBi 11.5dBi 15.0dBi 11.5dBi 15.0dBi 11.5dBi 15.0dBi 17.7dBi 17.7dBi 17.7dBi
Tilt
Alt.
38m 38m 38m 38m 38m 38m 40m 36m 40m 36m 40m 36m 40m 40m 40m
Equip.
S30861-
U2388-X
S30861-
U2388-X
S30861-
U2388-X
RRU3801
C-
QWEM1R
RUC
RRU3801
C-
QWEM1R
RUC
RRU3801
C-
QWEM1R
RUC
KRC 118
22/1
KRC 118
22/1
KRC 118
22/1
KRC 131
1003/1
KRC 131
1003/1
KRC 131
1003/1
Pot.TRX
(W)
68 68 68 49.1 49.1 49.1 10 48.87 30 48.87 30 48.87 28.18 28.18 28.18
P.Comb
(dB)
2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5
P.dup
(dB)
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
P.Cabos
(dB)
2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5
P.Conect
ores (dB)
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Num.
TRX
4 4 4 2 2 2 21 2 21 2 21 2 4 4 4
EIRP (W)
3388.4 3388.4 3388.4 1259 1259 1259 758.6 794.3 2187.8 794.3 2187.8 794.3 1659.6 1659.6 1659.6
EIRP
(dBm)
65.3 65.3 65.3 61.0 61.0 61.0 58.8 59.0 63.4 59.0 63.4 59.0 62.2 62.2 62.2
403090458
120º 240º
SETORES
1800MHz 2100MHz 800MHz 1800MHz
TIM CELULAR S.A.
683172824
CLARO S.A.
128
CENÁRIO 4 – MODELO DIRETIVO
(a) - Distribuição espacial
(b) - Variação com a distância em relação à ERB
Figura 8.14 - Resultados teóricos (modelo diretivo) – Cenário 4 – Piratininga.
129
CENÁRIO 4 – MODELO ONIDIRECIONAL
(a) - Distribuição espacial
(b) - Variação com a distância em relação à ERB
Figura 8.15 - Resultados teóricos (modelo onidirecional) – Cenário 4 – Piratininga.
130
8.2. Campanha de medições de campo
A fim de avaliar o modelo teórico apresentado no capítulo 6, foi realizada uma
campanha de medições, em pontos próximos às estações, nos dias 12/03/2009 e
26/03/2009. O instrumento utilizado para a realização das medições foi o SRM-3000,
fabricado pela Narda Safety Test Solutions GmbH.
Figura 8.16 - Equipamento SRM-3000, utilizado nas medições.
O equipamento SRM-3000 apresenta, como principais vantagens, a
possibilidade de análise seletiva por banda de frequência e a verificação direta da
densidade de potência e do atendimento aos níveis recomendados, sem a necessidade de
cálculos adicionais. Isto ocorre em função do conhecimento de todos os seus parâmetros
internos de recepção, para todas as faixas de frequências de operação (100 kHz a 3
GHz).
As medições foram realizadas em pontos específicos e foi adotado, como critério
básico de escolha, que o ponto de análise deveria possuir, no mínimo, visada direta para
a estação, para configurar uma situação de pior caso. Para cada ponto de medida foram
131
registradas, também, suas coordenadas geográficas, com o auxílio de um equipamento
GPS. Assim, durante a etapa de pós-processamento dos dados, seria possível associar
um registro do instrumento de medição a uma determinada coordenada geográfica.
Nas figuras 8.17 a 8.24 são mostradas as ERB’s e os pontos onde foram
realizadas as medições.
Figura 8.17 - ERB’s do cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF.
Figura 8.18 - Pontos de medição escolhidos para o cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF.
132
Figura 8.19 - ERB do cenário 2 – Campus da Praia Vermelha da UFF.
Figura 8.20 - Pontos de medição escolhidos para o cenário 2 – Campus da Praia Vermelha da UFF.
133
Figura 8.21 - ERB do cenário 3 – Charitas.
Figura 8.22 - Pontos de medição escolhidos para o cenário 3 – Charitas.
134
Figura 8.23 - ERB do cenário 4 – Piratininga.
Figura 8.24 - Pontos de medição escolhidos para o cenário 4 – Piratininga.
8.3. Processamento das medições
Para cada ponto de medição descrito no item 8.2, os valores foram coletados de
dois modos: Análise Espectral e Avaliação de Segurança.
A Análise Espectral registra os valores medidos de densidade de potência para
uma determinada faixa de frequências. De posse destes valores, é possível visualizar,
135
para cada frequência, qual é o valor de densidade de potência máximo observado
durante o intervalo de medição. Os valores são registrados conforme mostra a tabela
8.6.
Tabela 8.6 - Campos dos registros - análise espectral.
Index
249,1
Dataset Version
3
Dataset Type
SPEC
Store Mode
MAN
Date
03/26/2009
Time
15:01:36
Fmin [Hz]
700000000
Fmax [Hz]
2200000000
RBW [Hz]
5000000
Meas. Range [W/m²]
1,60E-02
Unit
W/m²
Result Type
MAX
Average Type
NUMBER
Average Time [s]
360
Number of Averages
4
Threshold [W/m²]
2,50E-05
Y-Scale Ref [W/m²]
1,60E-02
Y-Scale Range [dB]
100
Axis
RSS
Standard Name
Service Table Name
Full Band EU
Device Serial No.
M-0036
Device Calibration Date
10/17/2007
Device Firmware Version
SRM-FW V1.5.6
Cable Name
Cable Serial No.
Cable Calibration Date
Antenna Name
3AX 75M-3G
Antenna Serial No.
H-0192
Antenna Calibration Date
10/9/2007
Comment
No. of SAVG:
0
Average Flag
OK
Overdrive Flag
OK
Frequency Resolution [Hz]
2500000
Frequency [Hz]
Value [W/m²]
700000000 1,31E-07
702500000 1,36E-07
705000000 6,73E-08
... ...
... ...
... ...
2190000000 3,33E-07
2192500000 2,05E-07
2195000000 2,10E-07
2197500000 3,08E-07
2200000000 3,95E-07
Na tabela 8.6, inicialmente são apresentados os parâmetros configurados e, em
seguida, os valores da frequência em Hz e os valores de densidade de potência, em
W/m
2
. As figuras 8.25 e 8.26 ilustram os resultados para os cenários com base nos
registros de Análise Espectral obtidos. Nela, pode-se observar os picos de densidade de
136
potência nas faixas de 800 MHz (bandas A e B de telefonia móvel), 1800 MHz (bandas
D, E e subfaixas de extensão) e 2100 MHz (bandas F,G,H,I e J).
137
Análise Espectral da Densidade de Potência - Valores Máximos Medidos
1,E-05
1,E-04
1,E-03
1,E-02
1,E-01
700 800 900 1.000 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500 1.600 1.700 1.800 1.900 2.000 2.100 2.200
Frequência (MHz)
CENÁRIO 1
Densidade de Potência (W/m²)
1,E-05
1,E-04
1,E-03
1,E-02
1,E-01
700 800 900 1.000 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500 1.600 1.700 1.800 1.900 2.000 2.100 2.200
Frequência (MHz)
CENÁRIO 2
Densidade de Potência (W/m²)
Figura 8.25 - Valores máximos medidos de densidade de potência para os cenários 1 e 2.
138
Análise Espectral da Densidade de Potência - Valores Máximos Medidos
1,E-05
1,E-04
1,E-03
1,E-02
1,E-01
700 800 900 1.000 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500 1.600 1.700 1.800 1.900 2.000 2.100 2.200
Frequência (MHz)
CENÁRIO 3
Densidade de Potência (W/m²)
1,E-05
1,E-04
1,E-03
1,E-02
1,E-01
700 800 900 1.000 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500 1.600 1.700 1.800 1.900 2.000 2.100 2.200
Frequência (MHz)
CENÁRIO 4
Densidade de Potência (W/m²)
Figura 8.26 - Valores máximos medidos de densidade de potência para os cenários 3 e 4.
139
A segunda forma de coleta de dados, a Avaliação de Segurança, fornece uma
visão geral dos valores de densidade de potência por “serviço”, o que permite uma
imediata avaliação de conformidade indicando as contribuições de cada banda de
frequência de interesse para o nível de exposição geral. Os valores são registrados
conforme apresenta a tabela 8.7:
Tabela 8.7 - Campos dos registros - avaliação de segurança.
Index
252,1
Dataset Version
3
Dataset Type
TAB
Store Mode
MAN
Date
03/26/2009
Time
15:04:38
Fmin [Hz]
876000000
Fmax [Hz]
2170000000
RBW [Hz]
500000
Meas. Range [W/m²]
1,60E-02
Unit
W/m²
Result Type
MAX
Average Type
NUMBER
Average Time [s]
360
Number of Averages
4
Noise Threshold Factor [dB]
0
Noise Threshold
OFF
Threshold [W/m²]
1,60E-04
Display
DETAIL
Axis
RSS
Standard Name
Service Table Name
Full Band EU
Device Serial No.
M-0036
Device Calibration Date
10/17/2007
Device Firmware Version
SRM-FW V1.5.6
Cable Name
Cable Serial No.
Cable Calibration Date
Antenna Name
3AX 75M-3G
Antenna Serial No.
H-0192
Antenna Calibration Date
10/9/2007
Comment
No. of SAVG:
0
Average Flag
OK
Overdrive Flag
OK
Total Value [W/m²]
2,95E-04
Total Noise Flag
UNCHECKED
Others Value [W/m²]
4,17E-05
Other Noise Flag UNCHECKED
Value [W/m²]
Noise Flag
Service Name
Lower Frequency [Hz]
Upper Frequency [Hz]
1,05E-05 UNCHECKED GSM-R 876000000 880000000
3,65E-05 UNCHECKED GSM 900 890000000 960000000
1,16E-04 UNCHECKED GSM 1800 1710000000 1880000000
4,51E-06 UNCHECKED UMTS-TDD 1900000000 2025000000
8,57E-05 UNCHECKED UMTS DL 2110000000 2170000000
Assim como na Análise Espectral, na tabela 8.7 são apresentados os parâmetros
configurados. Entretanto, neste modo, os valores de densidade de potência, em W/m
2
,
140
são somados para toda a banda de frequências que identifica um determinado serviço.
Desta forma, é possível visualizar a contribuição total para cada serviço configurado no
equipamento.
Para cada ponto analisado, foram registradas as duas formas de medição, além
da posição associada a cada ponto.
8.4. Análise comparativa entre o modelo teórico e as medições
realizadas
De posse dos valores reais medidos e dos valores calculados, resta fazer uma
análise comparativa entre ambos. A seguir, serão expostos os resultados obtidos para
cada cenário. Conforme foi discutido na introdução do capítulo 8, espera-se que os
valores obtidos nas medições sejam menores ou, em caso extremo, iguais aos valores
teóricos, uma vez que durante toda a modelagem foram consideradas condições de “pior
caso”, ou seja, condições extremamente conservadoras.
8.4.1. Cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF
A figura 8.27 mostra a distribuição espacial dos valores medidos para cada ponto
de análise do cenário 1, bem como o nível de referência para atendimento às normas
vigentes (plano superior em CETRE = 10
0
). As distâncias, para o caso deste cenário, são
relativas à Estação Rádio Base da Oi (684126605), a qual está situada, desta forma, nas
coordenadas (0,0) da figura. É possível observar que os valores encontram-se bem
abaixo do nível de referência.
141
Figura 8.27 - Valores medidos do CETRE para cada ponto de análise do cenário 1 Campus do
Gragoatá da UFF.
A figura 8.28 apresenta uma análise comparativa entre os valores medidos em
cada ponto (P1 a P33) e os valores calculados por modelagem utilizando o modelo que
considera as propriedades diretivas das antenas (modelo direcional) e o modelo
onidirecional, que considera todas as antenas como sendo antenas onidirecionais com
ganho máximo igual ao da respectiva antena diretiva (modelo conservador).
Comparação entre os valores de CETRE medidos e teóricos para os pontos de medição
1,E-07
1,E-06
1,E-05
1,E-04
1,E-03
1,E-02
1,E-01
1,E+00
1,E+01
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
Pontos de medição
CETRE
Nível de Referência
MODELO ONIDIRECIONAL
MODELO DIRECIONAL
VALORES MEDIDOS
Figura 8.28 - Resultados obtidos para o cenário 1 – Campus do Gragoatá da UFF.
É possível observar que, em alguns pontos de medição (P29 a P33), os valores
medidos ultrapassam os obtidos por simulação, o que não era esperado, uma vez que o
modelo durante toda sua concepção assume as condições de “pior caso”. A justificativa
para tal distorção se pelo fato de ter sido observado, durante as medições, que as
informações de antenas constantes na base de dados da ANATEL não correspondem às
142
verificadas no local. Os pontos P25 a P33, localizados ao norte em relação à ERB,
foram medidos justamente com o objetivo de identificar os níveis de campo recebidos
em função da existência de uma antena direcionada para o norte na ERB 667979077
(Oi) da figura 8.18. Conforme mostra a tabela 8.1, que apresenta os valores cadastrados
na ANATEL e a representação gráfica destes setores na figura 8.3(a), pode-se verificar
a inexistência da antena nesta direção.
Outro fato observado é que o modelo direcional produz resultados mais
próximos aos medidos, quando comparado ao modelo onidirecional.
8.4.2. Cenário 2 – Campus Praia Vermelha da UFF
O cenário 2 possui vegetação intensa, apresentando elevado grau de obstrução
da linha de visada e absorção da potência irradiada pelas antenas das ERB’s. Desta
forma, foram encontrados poucos pontos de medição, em função da necessidade de
visada direta do instrumento de medição à antena. A figura 8.29 mostra a distribuição
espacial dos valores medidos para cada ponto de análise do cenário 2, bem como o nível
de referência para atendimento às normas vigentes (plano superior em CETRE = 10
0
).
As distâncias são relativas à Estação Rádio Base, a qual está situada, desta forma, nas
coordenadas (0,0) da figura. É possível observar que os valores encontram-se bem
abaixo do nível de referência.
Figura 8.29 - Valores medidos do %CETRE para cada ponto de análise do cenário 2 Campus
Praia Vermelha da UFF.
143
A figura 8.30 apresenta a análise comparativa entre os valores medidos em cada
ponto (P1 a P4) e os valores calculados por modelagem:
Comparação entre os valores de CETRE medidos e teóricos para os pontos de medição
1,E-06
1,E-05
1,E-04
1,E-03
1,E-02
1,E-01
1,E+00
1,E+01
1 2 3 4
Pontos de medição
CETRE
Nível de referência
MODELO ONIDIRECIONAL
MODELO DIRECIONAL
VALORES MEDIDOS
Figura 8.30 - Resultados obtidos para o cenário 2 – Campus Praia Vermelha da UFF.
A comparação entre os modelos teóricos (direcional e onidirecional) mostra a
permanência dos valores medidos abaixo dos calculados e muito abaixo do nível de
referência.
8.4.3. Cenário 3 – Charitas
A figura 8.31 mostra a distribuição espacial dos valores medidos para cada ponto
de análise do cenário 3, bem como o nível de referência para atendimento às normas
vigentes (plano superior em CETRE = 10
0
). As distâncias são relativas à Estação Rádio
Base, a qual estaria situada nas coordenadas (0,0) da figura. Observa-se que os valores
encontram-se bem abaixo do nível de referência.
144
Figura 8.31 - Valores medidos do %CETRE para cada ponto de análise do cenário 3 – Charitas.
Neste cenário, da mesma forma como nos demais, todos os valores medidos
estão abaixo dos valores calculados para cada ponto, o que corrobora a eficácia do
modelo, conforme pode ser observado na figura 8.32.
Comparação entre os valores de CETRE medidos e teóricos para os pontos de medição
1,E-06
1,E-05
1,E-04
1,E-03
1,E-02
1,E-01
1,E+00
1,E+01
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15
Pontos de medição
CETRE
Nível de Referência
MODELO ONIDIRECIONAL
MODELO DIRECIONAL
VALORES MEDIDOS
Figura 8.32 - Resultados obtidos para o cenário 3 – Charitas.
Foram observados valores bem próximos aos calculados em alguns pontos. Os
pontos 14 e 15 foram medidos, com autorização dos proprietários, dentro de residência
próxima ao local de instalação da ERB, dada a constatação da existência de antenas
direcionadas para estas residências. Todos os valores medidos encontram-se abaixo do
nível de referência, mas nestes pontos, especificamente, foram verificados valores mais
altos.
145
8.4.4. Cenário 4 – Piratininga
A figura 8.33 mostra a distribuição espacial dos valores medidos para cada ponto
de análise do cenário 4, bem como o nível de referência para atendimento às normas
vigentes (plano superior em %CETRE = 10
0
). As distâncias são relativas à Estação
Rádio Base, a qual está situada nas coordenadas (0,0) da figura. Observa-se que os
valores encontram-se bem abaixo do nível de referência.
Figura 8.33 - Valores medidos do %CETRE para cada ponto de análise do cenário 4 – Piratininga.
O cenário 4, apresentado na figura 8.35, da mesma forma que os anteriores,
apresenta valores mais conservadores e próximos dos níveis de referência para o modelo
isotrópico e resultados próximos aos medidos para o modelo direcional.
146
Comparação entre os valores de CETRE medidos e teóricos para os pontos medidos
1,E-06
1,E-05
1,E-04
1,E-03
1,E-02
1,E-01
1,E+00
1,E+01
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Pontos de medição
CETRE
Nível de Referência
MODELO ONIDIRECIONAL
MODELO DIRECIONAL
VALORES MEDIDOS
Figura 8.34 - Resultados obtidos para o cenário 4 – Piratininga.
147
9. Conclusões
Esta dissertação reflete um trabalho de investigação profundo sobre as
Radiações Não Ionizantes (RNI) e os efeitos térmicos causados por CEMRF, gerados
por sistemas celulares instalados em locais multiusuários, sob os pontos de vista teórico
e prático. O desenvolvimento foi feito através de uma abordagem técnica, envolvendo o
desenvolvimento de um programa computacional para verificação do atendimento aos
níveis de referência exigidos pela ANATEL e a realização de medições em campo.
Este trabalho apresentou, inicialmente, um paralelo entre a evolução dos
sistemas celulares e o aumento da preocupação da população com eventuais danos à
saúde decorrentes dos efeitos térmicos, em função do crescimento do número de ERB’s.
Para estabelecer uma base de conhecimento sobre os níveis de referência
adotados mundialmente, foi realizada uma análise comparativa entre os mesmos. Foi
ressaltada a diferença acentuada entre os níveis de referência adotados por países mais
conservadores, como a Rússia e a China, e os recomendados pela ICNIRP, os quais
foram efetivamente adotados pela maioria dos países, entre eles o Brasil, através da
Resolução 303/02 da ANATEL. Foram discutidos, ainda, os aspectos técnicos desta
Resolução, que estabelece os níveis de referência para a exposição humana a CEMRF
entre 9 kHz e 300GHz.
Com base na análise da Resolução 303/02 da ANATEL, com especial enfoque
no que tange aos ambientes multiusuários, ou seja, compartilhamento de infraestrutura
por operadoras de sistemas celulares, gerando campos de frequências múltiplas, foram
discutidas todas as principais variáveis que podem exercer influência significativa no
cálculo dos níveis de radiação e, consequentemente, na verificação do atendimento aos
níveis recomendados. Como resultado desta discussão, foi proposto um modelo que
considera todas estas variáveis. Foi apresentado, ainda, o conceito de “Zonas de
Concentração” como resposta ao conceito de “distância mínima segura”, uma vez que
os máximos de densidade de potência ocorrem a diferentes distâncias da ERB,
dependendo, principalmente, das características de irradiação das antenas, formando
zonas de concentração de RNI. Foi mostrado que a análise da distância mínima segura
se mostra excessivamente mais restritiva, caso seja adotada a proposta de se considerar
148
todas as antenas como sendo onidirecionais e com ganho máximo igual ao da antena
diretiva.
A fim de possibilitar a aplicação direta dos modelos propostos, foi desenvolvido
um programa computacional, capaz de gerar relatórios técnicos para a verificação do
atendimento aos níveis de referência recomendados pela ANATEL, em uma estação
composta por diversos equipamentos, antenas e tecnologias. Foi realizada, ainda, uma
campanha de medições na cidade de Niterói / RJ, com o intuito de verificar a eficácia
tanto dos modelos teóricos propostos, quanto do programa computacional desenvolvido.
Os resultados apresentados no decorrer deste trabalho permitem concluir que o
Modelo Onidirecional revela-se bastante conservador, com valores muito acima dos
valores reais medidos, ao passo que o Modelo Direcional apresenta-se como uma boa
aproximação para os valores reais medidos, por considerar as propriedades de irradiação
das antenas. Permite, ainda, a determinação das zonas de concentração de RNI, ou seja,
áreas críticas, onde existe uma maior probabilidade de exposição a níveis mais altos
deste tipo de radiação. Desta forma, o modelo direcional representa, mais precisamente,
o comportamento dos CEMRF em um ambiente multiusuário.
As diversas medições dos CEMRF realizadas demonstraram que a população
está normalmente exposta a níveis muito baixos de radiação nos ambientes próximos às
ERB’s. Entretanto, existe a necessidade de se conhecer estes níveis, e o
desenvolvimento de novas ferramentas baseadas no modelo proposto neste trabalho
pode ajudar a predizê-los com razoável grau de precisão. A utilização destas
ferramentas deve ser feita na fase de planejamento e teste de uma ERB, introduzindo,
assim, a consideração de aspectos de segurança nos sistemas de planejamento atuais.
A aplicação do modelo proposto, neste trabalho, na esfera governamental pode
ajudar a direcionar melhor as equipes de fiscalização do órgão responsável (ANATEL,
no caso do Brasil) para as estações que apresentem maiores níveis de radiação,
aumentando, desta forma, a eficiência na utilização de recursos, face ao elevado número
de ERB’s atualmente existentes. Há, ainda, a possibilidade da adoção, pela ANATEL,
de um modelo padrão para avaliação de RNI para ambientes multiusuários, baseado
neste trabalho.
149
9.1. Sugestões para trabalhos futuros
Sugere-se, para a realização de trabalhos futuros:
Inclusão de análise baseada nos modelos de propagação para os
diferentes cenários;
Avaliação do modelo em Sistemas Wi-Max e outros sistemas e faixas de
frequências;
Consideração das características geográficas no entorno da ERB, para os
cálculos, como, por exemplo, relevo, construções, etc.
150
Bibliografia
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princípio da precaução. Brasília, 2005.
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Trabalho criado pela Portaria CVS n. 13, de 28 de julho de 2003. Boletim
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standard or ICNIRP guidelines - Bioelectromagnetics Volume 23, Issue 6 ,
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Rádio-Base. Brasília, Revista Científica Periódica - Telecomunicações, Vol. 09,
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151
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