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Quadro 3: Indicadores para a análise da sustentabilidade das ONGs
Indicadores de sustentabilidade – variáveis ao
nível da organização
Indicadores de sustentabilidade – variáveis no
conjunto das organizações
- Capacidade de geração/captação de recursos
em relação às necessidades (trienais ou anuais)
de recursos da organização;
– Índice de diversificação das fontes de apoio,
tanto em número como no tipo de financiadores;
– Proporção das receitas não-vinculadas
(provenientes de geração própria e de apoios de
caráter institucional) em relação às receitas
vinculadas (apoios específicos a programas e
projetos, entre outros);
– Grau de dependência em relação a recursos de
origem internacional (presumindo-se que, no
longo prazo, a organização é tanto mais
sustentável quanto maior for a extensão de
recursos acessados no próprio país);
– Nível e tipo de condições (técnico-gerenciais e
políticas) e expectativas expressas pelo
financiador (em relação à autonomia da ONG).
– Densidade das relações com financiadores e
grau de interlocução sobre propensões
institucionais e escolhas estratégicas mútuas;
– Grau de desenvolvimento e qualidade dos
instrumentos de accountability e de
demonstração de resultados da organização;
– Nível de desenvolvimento “interno”: (i) grau
de relevância social contextualizada da missão e
da estratégia de intervenção institucional; (ii)
grau de compartilhamento da identidade e da
missão e/ou nível de tensões e de conflitos; (iii)
grau de estabilidade e efetividade das estruturas
e modos de governança da instituição; (iv)
capacidade e parâmetros para gestão estratégica
(utilização de instrumentos gerenciais, PMA,
entre outros), e (v) perfil ético político,
qualificação técnica e índice de rotatividade dos
recursos humanos.
– Nível de desenvolvimento “ampliado”: (i)
credibilidade (e grau de conhecimento) da
organização diante de seu público beneficiário,
movimentos sociais, outras ONGs, agências de
cooperação etc.; (ii) capacidade para influenciar
processos de mobilização social e de impactar a
agenda pública e as políticas públicas, e (iii)
capacidade para estabelecer diálogo, parcerias e
trabalho conjunto com outras instituições.
– Grau de credibilidade agregado às ONGs
como setor em nível nacional e internacional;
– Grau de iniciativa e participação do setor na
interlocução pública sobre seu marco legal e
sobre as formas de apoio públicas e privadas ao
setor ONG no país;
– Grau de desenvolvimento e amadurecimento
quanto à legislação específica sobre apoio às
ONGs;
– Capacidade das ONGs enquanto “campo” para
dialogar e influenciar as concepções políticas e
modalidades de apoio dos financiadores
nacionais e internacionais;
– Grau de aceitação por parte da legislação
específica (principalmente a legislação
pertinente às OSCIPs) e por parte dos governos
(municipais, estaduais e federal) de que as
ONGs devem manter-se como sujeitos políticos
autônomos, mesmo quando apoiadas com
recursos públicos;
– Qualidade dos padrões e instrumentos de
controle social sobre as ONGs financiadas por
recursos públicos.
Fonte: Adaptado de Armani, 2006.