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CRISTIANA TRISTÃO RODRIGUES
demanda por nutrientes nas principais regiões metropolitanas do Brasil
no período de 1995 – 2003
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa, como
parte das exigências do Programa de Pós-
Graduação em Economia Aplicada, para
obtenção do título de Magister Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2010
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iii
ii
“Seja o que for que você fizer, você deve fazê-lo com a fé que você demonstra com a
devoção, com um zelo de um guerreiro e a sensibilidade de um artista.”
A minha família
iii
AGRADECIMENTO
A Deus, por ter conduzido tudo na minha vida da melhor forma, me dando
forças para superar todas as dificuldades.
Aos meus pais pelo profundo amor, pelo incentivo e apoio. Às minhas irmãs
pelo companheirismo. Aos meus sobrinhos por trazer mais amor e alegria às nossas
vidas.
Ao professor Alexandre Bragança Coelho pela orientação, pelos ensinamentos e
pelo auxílio constante.
Ao professor Adriano Provezano Gomes pelo imenso apoio dado, não só neste
trabalho, mas ao longo desses anos.
Ao professor Marcelo José Braga pelas sugestões, comentários e atenção dada
em todos momentos.
A todos os professores do Departamento de Economia Rural, por todos
ensinamentos.
A todos os funcionários do DER, especialmente à Carminha, pela sua grande
disponibilidade em ajudar.
A todos os meus colegas do Programa de Pós-Graduação, pelo companheirismo
e ótimo convívio durante o Mestrado. Especialmente, Carol, Dênis, Estela, Fernanda,
Giovanna, Graciela e Roni. À Carol e à Fernanda meu sincero agradecimento por todo
apoio dado e por estarem ao meu lado no momento mais difícil.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
pela bolsa de estudos.
Por fim, ao Departamento de Economia Rural e à Universidade Federal de
Viçosa, pela oportunidade que me foi concedida e pelo grande crescimento
profissional e pessoal que me propiciaram.
iv
BIOGRAFIA
Cristiana Tristão Rodrigues, filha de Cícero Rodrigues de Castro e Maria
Goretti Tristão Rodrigues de Castro, nasceu em Viçosa - MG, em 20 de março de
1980.
Em janeiro de 2008, formou-se em Ciências Econômicas pela Universidade
Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa, MG.
Em março de 2008, iniciou o Programa de Pós-Graduação em Economia
Aplicada, em nível de Mestrado, no Departamento de Economia Rural, submetendo-se
à defesa de tese em 11 de fevereiro de 2010.
Em março deste mesmo ano iniciou o curso de Doutorado em Economia
Aplicada, também nesta instituição.
v
ÍNDICE
LISTA DE TABELAS ................................................................................................. vii
RESUMO ........................................................................................................................ x
ABSTRACT ................................................................................................................. xii
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
1.1. Considerações Iniciais .......................................................................................... 1
1.1.1. O padrão de consumo alimentar no Brasil.....................................................1
1.1.2. O padrão de consumo nutricional no Brasil.................................................. 3
1.2. O problema e sua importância............................................................................. 6
1.3. Objetivos............................................................................................................10
2. REFERÊNCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 11
2.1. A escolha do consumidor................................................................................11
2.2. A escolha do consumidor - A abordagem alternativa.....................................14
3. METODOLOGIA......................................................................................................18
3.1. Especificação da equação de demanda............................................................18
3.2. O Modelo AIDS..............................................................................................18
3.2.1. Estimação Econométrica...........................................................................22
3.2.2. Consistência Teórica.................................................................................27
3.2.3. Estimação das elasticidades da demanda do Modelo AIDS......................29
3.3. Agregação dos consumidores..........................................................................31
3.4. Fonte de dados e descrição das variáveis........................................................33
3.5. Caracterização da POF....................................................................................34
3.5.1. Descrição da pesquisa................................................................................34
3.5.2. Aspectos de amostragem...........................................................................35
vi
3.6. Procedimentos................................................................................................37
3.6.1. Agregação dos bens..................................................................................37
3.6.2. Conversão em nutrientes..........................................................................42
3.6.2.1. Quantidades........................................................................................43
3.6.2.2. Preços.................................................................................................43
3.6.2.3. Despesa...............................................................................................44
4. RESULTADOS........................................................................................................ 45
4.1. Caracterização da amostra utilizada: composição e características dos agregados
familiares e suas influências para o consumo nutricional......................................45
4.2. Tendências do padrão de consumo nutricional no período de 1995 a 2003.......54
4.3. Função de demanda de nutrientes no Brasil......................................................59
4.3.1. Influência das variáveis sócio-econômicas na função de demanda de
nutrientes................................................................................................................59
4.3.2. Elasticidades-preço direta e cruzada dos nutrientes para 1995 e 2003........68
4.3.3. Elasticidades-dispêndio dos nutrientes para 1995 e 2003............................81
5. RESUMO E CONCLUSÕES....................................................................................86
REFERÊNCIAS............................................................................................................91
ANEXO.........................................................................................................................99
vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Quantidade anual per capita de alimentos, em Kg, adquiridos para consumo
no Domicílio – Brasil-1974/2003....................................................................................2
Tabela 2 - Participação relativa (%) de macronutrientes no total de calorias
determinado pela aquisição alimentar domiciliar por classes de renda familiar per
capita (em salário-mínimo) no Brasil, 2002/2003...........................................................5
Tabela 3 - Produtos alimentares selecionados para análise e estimação do sistema de
demanda de nutrientes...................................................................................................39
Tabela 4 - Total de pessoas no domicílio, em 2003 e 1995..........................................46
Tabela 5 - Participação média no orçamento com nutrientes por número de pessoas no
domicílio, em 1995 e 2003............................................................................................47
Tabela 6 - Distribuição percentual dos chefes do domicílio por faixa etária em 2003 e
1995...............................................................................................................................47
Tabela 7 - Diferenças na participação média no orçamento com nutrientes entre
domicílios, de acordo com diferentes faixas etárias dos chefes, em 1995....................48
Tabela 8 - Diferenças na participação média no orçamento com nutrientes entre
domicílios, de acordo com diferentes faixas etárias dos chefes, em
2003...............................................................................................................................49
Tabela 9 - Percentual de domicílios que possuem crianças e adolescentes e idosos, em
1995 e 2003...................................................................................................................50
Tabela 10 - Diferenças na participação média no orçamento com nutrientes entre
domicílios em que existem adolescentes e entre domicílios que existem idosos, em
1995 e 2003...................................................................................................................50
Tabela 11 - Percentual de domicílios por sexo do chefe em 1995 e em 2003..............51
Tabela 12 - Participação média no orçamento com nutrientes por sexo do chefe........52
Tabela 13 - Anos de estudo do chefe dos domicílios em 2003 e 1995.........................53
viii
Tabela 14 - Participação média no orçamento com nutrientes por anos de estudo chefe
do domicílio, em 1995 e 2003.......................................................................................54
Tabela 15 - Participação média dos nutrientes na despesa total dos domicílios, em
1995 e 2003...................................................................................................................55
Tabela 16 – Variação percentual dos preços, quantidades e dispêndio de 1995 para
2003...............................................................................................................................58
Tabela 17 - Coeficientes estimados para as equações de demanda de nutrientes do
modelo restrito, para o Brasil em 1995.........................................................................61
Tabela 18 - Coeficientes estimados para as equações de demanda de nutrientes do
modelo restrito, para o Brasil em 2003.........................................................................63
Tabela 19 - Sinais dos coeficientes significativos das variáveis explicativas incluídas
na equação de demanda, para o Brasil, em 1995...........................................................65
Tabela 20 - Sinais dos coeficientes significativos das variáveis explicativas incluídas
na equação de demanda, para o Brasil, em 2003...........................................................66
Tabela 21 - Coeficientes de Ajustamento, R2, das regressões dos nutrientes para o
Brasil, em 2003 e 1995..................................................................................................69
Tabela 22 - Elasticidade-preço (direta e cruzada) Marshaliana dos nutrientes do
modelo restrito para o Brasil, em 2003.........................................................................71
Tabela 23 - Elasticidade-preço (direta e cruzada) Marshaliana dos nutrientes do
modelo restrito para o Brasil, em 1995.........................................................................73
Tabela 24 - Elasticidade-preço e cruzada (Hicksiana) dos nutrientes do modelo restrito
para o Brasil, em 2003..................................................................................................79
Tabela 25 - Elasticidade-preço e cruzada (Hicksiana) dos nutrientes para o Brasil, em
1995...............................................................................................................................80
Tabela 26 - Elasticidade do dispêndio do modelo restrito para a POF/2003 e
POF/1995.......................................................................................................................81
Tabela 1A - Produtos alimentares selecionados para análise e estimação do sistema de
demanda de nutrientes, por categoria analisada............................................................99
Tabela 2A - Matriz de conversão de nutrientes, em Kg, por Kg de
alimentos......................................................................................................................136
ix
Tabela 3A - Elasticidade-preço e cruzada (Marshaliana) dos nutrientes do modelo
irrestrito para o Brasil, em 2003..................................................................................141
Tabela 4A - Elasticidade-preço e cruzada (Marshaliana) dos nutrientes do modelo
irrestrito para o Brasil, em 1995..................................................................................142
Tabela 5A - Elasticidade-preço e cruzada (Hicksiana) dos nutrientes do modelo
irrestrito para o Brasil, em 2003..................................................................................143
Tabela 6A - Elasticidade-preço e cruzada (Hicksiana) dos nutrientes do modelo
irrestrito para o Brasil, em 1995..................................................................................144
Tabela 7A - Elasticidade do dispêndio do modelo irrestrito para a POF/2003 e
POF/1995.....................................................................................................................145
x
RESUMO
RODRIGUES, Cristiana Tristão, M. Sc., Universidade Federal de Viçosa, fevereiro de 2010.
Demanda por nutrientes nas principais regiões metropolitanas do Brasil no período
de 1995-2003. Orientador: Alexandre Bragança Coelho. Coorientadores: Adriano
Provezano Gomes e Marcelo José Braga.
No Brasil, nos últimos anos, percebe-se a ocorrência de alterações favoráveis à
melhoria nos padrões de consumo alimentar da população. Além disso, diversas
transformações sócio-econômicas têm ocorrido na estrutura da sociedade, as quais podem
causar impactos significativos no consumo de nutrientes e, conseqüentemente, no estado de
saúde da população. Diante desse quadro de mudanças, principalmente após a implantação do
Plano Real em 1994, torna-se essencial conhecer o padrão de consumo de nutrientes das
famílias brasileiras, bem como sua evolução ao longo do tempo, a partir da análise da
sensibilidade do consumo de nutrientes frente a variações de preço e dispêndio, e ainda,
considerando-se a influência de outras variáveis sócio-econômicas. Assim, este trabalho teve
como objetivo principal analisar o padrão de consumo de nutrientes das famílias brasileiras no
período de 1995 a 2003, com base nos dados das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF)
realizadas em 1995/1996 e 2002/2003, para as principais regiões metropolitanas do país. O
referencial teórico utilizado baseou-se na teoria da demanda do consumidor, e na abordagem
alternativa do problema do consumidor, considerando que a utilidade deste seja derivada das
propriedades ou características intrínsecas dos bens. A forma funcional utilizada para
especificar as funções de demanda estimadas neste trabalho foi o Almost Ideal Demand
System (AIDS). Os resultados mostram que todas as variáveis sócio-econômicas consideradas
neste estudo afetaram significativamente o consumo de pelo menos um nutriente. A análise da
sensibilidade do consumo das famílias em relação aos preços mostrou que os preços
influenciam negativamente o consumo de todos os nutrientes, tanto em 2003 quanto em 1995.
Além disso, variações nos preços dos nutrientes, nos dois anos, não causam grandes efeitos na
demanda dos mesmos. A conclusão para o ano de 2003 é que as famílias tendem a demandar
relativamente mais gorduras, colesterol e carboidratos, do que vitaminas e minerais. Sendo
xi
assim, pode-se deduzir que políticas de redução de preços, com intuito de melhorar a
qualidade nutricional, poderiam não alcançar o resultado pretendido. Constatou-se, conforme
era esperado, que as relações de substitutibilidade entre os nutrientes, nos dois anos, são
menores que as de complementariedade. Em relação às influências dos dispêndios para o
consumo de nutrientes, constatou-se que para 1995, os dispêndios influenciam positivamente
o consumo de todos os nutrientes. Já em 2003, variações no dispêndio não causam impactos
no consumo do ferro, fósforo e vitamina C. No seu conjunto, os resultados apresentados
mostram que os aumentos de dispêndio levarão a aumentos no consumo de nutrientes, porém,
os impactos no consumo nutricional, devido às variações no dispêndio com nutrientes, serão
menos que proporcionais às variações nos dispêndios. Por outro lado, pode-se dizer que
políticas de renda, as quais possibilitam aumentos do dispêndio, podem ser mais eficazes na
influência de padrões de consumo nutricional do que políticas de preço. Conclui-se que os
consumidores, diante do quadro de mudanças favoráveis ao consumo, principalmente a partir
da década de 90, não necessariamente irão consumir produtos mais nutritivos, o que por
muitas vezes poderá resultar na deterioração do padrão de consumo de nutrientes.
xii
ABSTRACT
RODRIGUES, Cristiana Tristão, M. Sc., Universidade Federal de Viçosa, February of 2010.
Demand for nutrients in Brazilian metropolitan regions from 1995-2003. Adviser:
Alexandre Bragança Coelho. Co-advisers: Adriano Provezano Gomes and Marcelo José
Braga.
Changes in food consumption patterns have been occurring in Brazil in recent years,
caused by several socio-economic transformations in the structure of the society, which
caused significant impacts in nutrients intake and, consequently, in people’s health condition.
Due to these changes,, which accelerated mainly after the implantation of Plano Real in 1994,
it is essential to know the pattern of nutrient intake of Brazilian families, and their evolution
over time, starting from the analysis of nutrients consumption sensibility to price and
expenditure variations and also to consider the influence of other socioeconomic variables.
The main objective in this study was to analyze the pattern of nutrient intake of Brazilian
families in the period 1995-2003, based on data from Household Budget Surveys conducted
in 1995/1996 and 2002/2003, for the main metropolitan regions of the country. The
theoretical framework was based on the theory of consumer demand, and on the alternative
approach to the consumer problem, considering that utility is derived from properties or
intrinsic characteristics of goods. The functional form used to specify the demand functions
was the Almost Ideal Demand System (AIDS). Results show that all socioeconomic variables
considered in this study affected significantly the consumption of at least one nutrient. The
analysis of consumption sensibility to prices showed that prices influence negatively the
consumption of all the nutrients, so much in 1995 as in 2003. Besides, nutrients price
variations , in the two years, don't cause large effects on demand. The conclusion for the year
2003 is that families tend to demand relatively more fat, cholesterol and carbohydrates than
vitamins and minerals. Thus, it can be deduced that price reduction policies to improve the
nutritional quality could not achieve the desired result. It was verified that, as expected,
substitutability relations between nutrients, in the two years, are lower than complementarity
ones. Regarding expenditures for nutrients intakes, it was verified that for 1995, expenditures
influence consumption of all nutrients positively. In 2003 variations in expenditures don't
xiii
have impacts on consumption of iron, phosphorus and vitamin C. Overall, results show that
increases in expenditures lead to increases in nutrient intake, however, the impact on
nutritional intake due the variations in expenditure will be less than proportional. On the other
hand, one can say that income policies, which allow increases in spending, may be more
effective in influencing consumption patterns than nutritional pricing policies. One important
conclusion is that consumers will not necessarily consume more nutritious products when
food patterns change, which may result in the deterioration of nutrients intake.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Considerações iniciais
1.1.1. O padrão de consumo alimentar no Brasil
O comportamento de consumo alimentar do brasileiro vem sofrendo
transformações ao longo do tempo. Essas mudanças no perfil do consumidor têm
ligações com as transformações estruturais ocorridas na sociedade brasileira nas últimas
décadas. Entre estas, podem ser citadas a urbanização crescente e a conseqüente
mudança no estilo de vida, a estabilidade do crescimento populacional e a redução no
número de pessoas por domicílio, a mulher como chefe da unidade familiar e o aumento
da participação da mesma no mercado de trabalho, o aumento da expectativa de vida e o
conseqüente aumento do número de idosos, o nível de instrução escolar e as mudanças
na renda per capita. Essas transformações, dentre outras, tem influenciado o dispêndio e
a composição da cesta de consumo de alimentos por família (MENEZES et al., 2002).
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2005),
obtidos a partir da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF)
de 2002/2003, comparados
aos dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF) de 1974/1975, permitem
constatar mudanças significativas ocorridas nos hábitos de consumo alimentar
domiciliar das famílias brasileiras nas últimas décadas. Pode-se perceber que o
brasileiro diversificou sua alimentação, houve ampliação do mercado para diversos
produtos, ao mesmo tempo em que diminuiu a venda de mercadorias tradicionais, a
exemplo da queda no consumo domiciliar com gêneros tradicionais e mais básicos,
como arroz (queda de 46%, no consumo médio) e feijão (queda de 37%); o leite fluido
teve seu consumo reduzido de 62 litros, em 1987, para os 38 litros por pessoa ao ano em
2003; além destes, registrou-se queda no consumo também da batata, do açúcar e dos
2
produtos que gastam maior tempo para preparo, como carnes, conforme pode ser visto
na Tabela 1.
Tabela 1 - Quantidade anual per capita de alimentos, em Kg, adquiridos para consumo
no Domicílio – Brasil-1974/2003
Produtos selecionados
Quantidade
ENDEF
(
1
)
1974-1975
POF
(
2
)
1987-1988
POF
(
2
)
1995-1996
POF
(
3
)
2002-2003
Arroz polido 31,571 29,725 26,483 17,110
Feijão 14,698 12,134 10,189 9,220
Batata-inglesa 13,415 13,114 9,218 5,468
Farinha de trigo 1,833 4,085 3,102 2,625
Farinha de mandioca 5,207 4,679 3,765 3,313
Macarrão 5,205 4,274 4,084 4,251
Açúcar cristal 5,641 6,525 6,865 4,701
Açúcar refinado 15,790 15,912 13,204 8,269
Óleo de soja
(
4
)
5,187 8,762 6,940 5,854
Carne bovina 16,161 18,509 20,800 14,574
Frango 24,249 22,837 22,679 14,190
Leite de vaca pasteurizado
(
4
)
40,015 62,435 51,360 38,035
Iogurte
(
4
)
0,363 1,140 0,732 2,910
Pão francês 22,952 20,163 18,399 17,816
Refrigerante de guaraná
4
)
1,297 2,674 4,280 7,656
Água mineral
(
4
)
0,320 0,959 0,596 18,541
Café moído 4,152 2,559 2,330 2,266
Alimentos preparados 1,706 1,376 2,718 5,398
Fonte: IBGE (2004a)
Notas:
(1)
O Estudo Nacional de Despesa Familiar realizado em 1974 e 1975 (ENDEF 1974/75) foi a primeira
pesquisa realizada pelo IBGE sobre orçamentos familiares, feita em todo território nacional, com exceção
das áreas rurais da região Norte e de parte do Centro-Oeste.
(2
)
As Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) em 1987/1988 e 1995/1996, foram feitas apenas nas regiões metropolitanas das principais capitais
brasileiras (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba,
Porto Alegre).
(3)
A POF 2002/2003 foi realizada em todo o território nacional, incluindo as áreas rurais de todas as
regiões do país.
(4)
As quantidades foram transformadas em kg, considerando-se volume igual a peso (1litro = 1 Kilo).
3
De acordo com Schlindwein e Kassouf (2007), é importante destacar que esses
dados se referem aos alimentos adquiridos para consumo no domicílio no período
analisado pelas pesquisas e que parte dessa variação (queda nas quantidades
consumidas) se deve à migração para o consumo de alimentos fora do domicílio.
Por outro lado, o consumo de água mineral no mesmo período cresceu 5.694%,
de iogurte 625% e de refrigerantes 490%. Além destes, houve um crescimento
expressivo para o consumo de sucos, infusões e alimentos previamente preparados,
como pães, biscoitos e outros alimentos prontos ou semi-prontos, o que mostra a
diversificação dos produtos que compõem a cesta de consumo dos brasileiros (IBGE,
2005).
Pode-se destacar que a aceleração deste processo de mudanças no
comportamento de consumo ocorreu a partir da implantação do Plano Real, em 1994.
De acordo com Cyrillo et al. (1997), o novo contexto de estabilidade impôs uma série
de mudanças no comportamento dos diversos agentes econômicos, particularmente no
que diz respeito ao padrão de consumo. Após o Plano Real, com o aumento do poder
aquisitivo, os brasileiros passaram a optar pela aquisição de produtos mais elaborados e
de melhor qualidade, que antes dificilmente compunham a cesta, evidenciando uma
maior diversificação de bens. Um amplo contingente foi incorporado ao mercado de
consumo, principalmente os consumidores de baixa renda, enquanto alguns segmentos
elevaram seu padrão de consumo (CYRILLO et al., 1997; LAVINAS, 1998). Esse fato
ocorreu devido a uma melhoria na distribuição de renda.
Os resultados de todas essas transformações se refletem de forma significativa
nos hábitos dos consumidores brasileiros. Ou seja, as alterações na estrutura da
sociedade brasileira têm levado a mudanças significativas nos hábitos de consumo da
população e tem gerado impactos favoráveis ao consumo das famílias. Assim, a
compreensão de tais mudanças é de fundamental importância, pois podem refletir
diretamente o perfil de consumo de nutrientes da população.
1.1.2. O padrão de consumo de nutrientes no Brasil
As modificações nas condições de nutrição que vem ocorrendo no país têm sido
chamadas de transição nutricional, que é o conceito usado para descrever modificações
seqüenciais no padrão de nutrição e consumo, que acompanham mudanças econômicas,
sociais e demográficas (POPKIN et al., 1993). O processo de transição nutricional no
4
Brasil pode ser confirmado pela constatação de que o país vem rapidamente
substituindo o problema da escassez pelo excesso dietético. Ao mesmo tempo em que
declinam a ocorrência da desnutrição em crianças e adultos, aumenta a prevalência de
sobrepeso e obesidade na população brasileira. Estabelece-se, dessa forma, um
antagonismo de tendências temporais entre desnutrição e obesidade, definindo uma das
características marcantes do processo de transição nutricional do país (BATISTA
FILHO e RISSIM, 2003).
A comparação do inquérito nacional sobre consumo realizado em 1975 (ENDEF
1974-1975) e as três Pesquisas de Orçamento Familiares, realizadas posteriormente,
permitem caracterizar a evolução no padrão de consumo alimentar da população do
Brasil em um período de trinta anos, no qual importantes mudanças com reflexos
evidentes para o perfil nutricional da população podem ser detectadas. Conforme
apontado anteriormente, a evolução dos padrões de consumo alimentar nas últimas três
décadas evidenciou declínio no consumo de alimentos básicos e tradicionais da dieta do
brasileiro, como o arroz e o feijão, raízes e tubérculos, com aumentos significativos no
consumo de produtos industrializados, como biscoitos e refrigerantes, além de consumo
excessivo de açúcar e insuficiente de frutas e hortaliças e aumento sistemático do
consumo de gorduras em geral. Todas essas mudanças têm reflexos diretos para o perfil
nutricional da população, evidenciando tendências de consumo alimentar com alta
densidade energética, escassez de fibras e micronutrientes e excesso de gorduras em
geral e de gorduras saturadas. Estudos anteriores sobre disponibilidade domiciliar de
alimentos nas áreas metropolitanas indicam que parte dessas tendências tem início entre
as décadas de 60 e 70 e se intensificam nas décadas de 80 e 90 (LEVY-COSTA et al.,
2005).
A renda, como aponta a teoria econômica, é um dos principais condicionantes do
consumo. No Brasil, a má distribuição da renda e a pobreza fazem com que haja a
coexistência de diversos padrões de consumo (BERTASSO, 2006). Estudos sobre
avaliação do padrão nutricional têm evidenciado que o efeito do rendimento familiar é
substancial sobre a composição e adequação nutricional da dieta familiar do brasileiro.
No estudo realizado por Levy-Costa et al. (2005), constatou-se que os grupos de
alimentos cuja participação no total das calorias aumentou de forma uniforme com o
nível de rendimentos familiares incluem carnes, leite e derivados, frutas e sucos
naturais, verduras e legumes, os quais são fontes de muitas vitaminas e minerais, e por
outro lado, bebidas alcoólicas, condimentos, óleos e gorduras vegetais, pão, biscoito e
5
refeições prontas que, em sua maioria, são alimentos com elevado teor de gorduras.
Grupos de alimentos com tendência inversa incluem arroz, feijão e raízes e tubérculos.
No caso do açúcar, há aumento ligeiro com os rendimentos até um salário-mínimo per
capita e depois um forte declínio. No caso dos refrigerantes, houve aumento intenso do
e contínuo do consumo a medida que se eleva os rendimentos.
Assim as famílias com rendimento mais elevado consomem alimentos mais
saudáveis, frutas, verduras e legumes, porém, estas famílias são também os maiores
consumidores de óleos e gorduras vegetais, bebidas alcoólicas e refeições prontas, os
quais possuem componentes que podem causar danos à saúde. Ou seja, maiores níveis
de rendimento não garantem adequação nutricional e segurança alimentar, que significa
acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, tendo
como base práticas alimentares promotoras de saúde.
Levy-Costa et al. (2005) também observaram que a participação relativa de
macronutrientes na dieta indica semelhanças no que se refere ao teor de proteínas, mas
há diferenças substanciais com relação ao teor de carboidratos e de lipídios, segundo as
classes de renda. Aumentos de rendimentos associaram-se a aumentos intensos no teor
da dieta em gorduras e diminuição igualmente intensa no teor de carboidratos, conforme
pode ser visto na Tabela 2.
Tabela 2 - Participação relativa (%) de macronutrientes no total de calorias determinado
pela aquisição alimentar domiciliar por classes de renda familiar per capita (em salário-
mínimo) no Brasil, 2002/2003.
Macronutriente
Classes de renda mensal familiar per capita
Até 1/4 Mais de
1/4 a 1/2
Mais de
1/2 a 1
Mais de
1 a 2
Mais de
2 a 5
Mais de
5
Carboidratos 69,2 64,6 62,2 59,15 55,8 52,2
Proteínas 11,7 12,0 12,54 12,8 13,4 13,9
Lipídios 19,1 23,5 25,3 28,1 30,8 34,0
Fonte: IBGE, Pesquisa de Orçamento Familiar 2002-2003.
Pode-se constatar assim que nas classes de menor renda houve aumento do
consumo de carboidratos, o qual pode evidenciar uma padrão de consumo alimentar
voltado para o consumo de alimentos não acompanhados por nutrientes importantes
(minerais, vitaminas e proteínas) ou que os possuem em baixas quantidades. Este
6
comportamento de consumo alimentar pode estar muito mais relacionado ao custo dos
alimentos do que ao pouco conhecimento do valor nutricional.
1.2. O Problema e sua importância
À medida que o desenvolvimento econômico e social amplia consideravelmente
o acesso efetivo aos alimentos, informações, serviços, ações de saúde e outros
condicionantes que interferem positivamente no estado nutricional, parece
surpreendente que possa se observar a ocorrência simultânea e crescimento de dois
problemas de natureza oposta, como a obesidade, decorrente do consumo alimentar
excessivo por um lado, e as deficiências nutricionais, decorrentes do consumo alimentar
insuficiente por outro (BATISTA FILHO et al., 2008). Nota-se que, apesar das
alterações favoráveis à melhoria nos hábitos alimentares da população brasileira, nas
últimas décadas a desnutrição e má nutrição ainda se constituem um problema sério no
país.
Há trinta anos, o debate sobre o consumo alimentar se centrava na questão da
acessibilidade, recaindo em temas como a fome e a subnutrição; atualmente, também se
discute muito a escolha alimentar. Essa mudança de perspectiva, em grande parte, é
decorrência da menor incidência de casos de subnutrição e da elevação dos índices de
doenças advindas da má alimentação dos brasileiros. Desta forma, à medida que o país
vem contornando um grave problema social, depara-se com uma nova problemática,
que tem sérias repercussões na área de saúde pública – a super ou má nutrição
(BERTASSO, 2006). Cabe destacar que com a melhora da renda dos indivíduos em
países em desenvolvimento, como o Brasil, as pessoas passam a ter acesso a uma gama
maior de produtos alimentares, o que por muitas vezes resulta na deterioração de seus
padrões de consumo diário.
A má nutrição, que se caracteriza por uma dieta desequilibrada, tem contribuído
significativamente para aumento do número de obesos no país. De acordo com dados da
Pesquisa de Orçamento Familiar 2002-2003, a obesidade afeta 13,1% das mulheres
adultas e 8,9% dos homens adultos no Brasil. No ano de 2003, no Brasil, havia cerca de
39 milhões de pessoas com peso acima do recomendado. Por outro lado, pessoas com
déficit de peso chegam a 4% do total da população, 5,2% e 2,8% para mulheres e
homens, respectivamente. Desta forma, o número de obesos no Brasil, em 2003, era 2,7
vezes maior que o de subnutridos (PEREDA, 2008).
7
Segundo Monteiro et al. (2000), a obesidade ascendeu em todas as classes de
renda, mas o aumento foi maior entre os indivíduos que pertenciam a famílias de menor
renda per capita. Os autores apontaram, também, diminuição da desnutrição em todos
os níveis de renda familiar estudados, com um virtual desaparecimento da desnutrição
entre adultos de renda mais alta. Segundo Tonial (2002), apesar da redução da
desnutrição no país, estudos continuam apontando altas prevalências, especialmente em
regiões mais pobres.
Os danos para a saúde que podem decorrer do consumo insuficiente de
alimentos
desnutrição ou do consumo excessivo obesidade são há muito
conhecidos pelos pesquisadores. Apenas mais recentemente, entretanto, estudos
observacionais têm evidenciado estreita relação entre características qualitativas da
alimentação e o estado de saúde, em particular no que se refere a doenças crônicas da
idade adulta, como as doenças cardiovasculares, o diabetes mellitus não insulino-
dependente, diferentes tipos de câncer e mesmo a obesidade. A obesidade, por sua vez,
aumenta o risco de diversas doenças (MONTEIRO et al., 2000). Pode-se destacar ainda
que importante parcela das doenças causadas por deficiências nutricionais, com
destaque para a anemia ferropriva, tanto no Brasil quanto no mundo, também tem na
dieta seu principal fator etiológico (LEVY-COSTA et al., 2005).
Desta forma, as relações entre dieta e saúde têm se tornado cada vez mais o
centro de debates na comunidade científica, com crescente preocupação tanto dos
consumidores quanto dos órgãos públicos sobre os potenciais efeitos da dieta alimentar
sobre a saúde, os quais poderão ter implicações diretas nos gastos e receitas públicas.
Sendo assim, estudos sobre a sensibilidade da dieta alimentar frente a variações de
preço e renda têm assumido papel importante na literatura econômica e se tornam
fundamentais para planejamento de políticas públicas.
Existem muitos estudos no Brasil que buscaram estimar sistemas de demanda de
alimentos, como o de Hoffman (2000a), que usou dados da POF 1995/96 e o modelo
poligonal com três segmentos para estimar elasticidades-renda para vários produtos
alimentares; Hoffmann (2000b), que utilizou o mesmo modelo poligonal para estimar a
elasticidade-renda da quantidade consumida de alimentos; Bertasso (2000) que estimou
a função consumo de grupos de alimentos, com o objetivo de analisar padrões de gastos
das famílias brasileiras com esses produtos; Menezes et al. (2002) que estimaram a
elasticidade-renda para 39 produtos alimentares a partir da expansão quadrática do
modelo Almost Ideal Demand System (AIDS); Coelho (2006), que procurou determinar
8
o padrão da demanda de alimentos no Brasil, estimando um sistema de demanda a partir
da forma funcional Quadratic Almost Ideal Demand System (QUAIDS); Silveira et al.
(2007) que estimaram a elasticidade-renda para 36 produtos alimentares, também
utilizando o modelo QUAIDS; Alves et al. (2007) que estimaram equações de demanda
utilizando o modelo AIDS, com dados censurados para nove produtos. Análises deste
tipo buscam captar a sensibilidade do consumo de alimentos frente às variações nos
preços, renda ou dispêndio e são ferramentas importantes para entender os impactos das
políticas públicas sobre o bem-estar do consumidor.
O acúmulo de evidências, apontados no item anterior, que associam
características da dieta ao estado de saúde do indivíduo, sinaliza a importância de
estudos que acompanhem a evolução do padrão de consumo de nutrientes no país, os
quais possam contribuir para que as ações dos formuladores de políticas públicas sejam
condizentes com a dinâmica dos perfis nutricionais. Na literatura internacional existem
muitos trabalhos que se preocuparam em estudar a demanda por nutrientes
[BHARGAVA (1991); HUANG (1996); HUANG e LIN (2000); DEHEHIBI et al..
(2003); ABDULAI e ALBERT (2004); TIMOTHY e JEFFREY (2005); AKINLEYE e
RAHJI (2007); AKINLEYE (2007); ECKER e QAIN (2008), dentre outros]. No Brasil,
apesar do grande número de trabalhos sobre demanda de alimentos, existem poucos
trabalhos que analisaram a demanda por nutrientes, pode-se destacar o trabalho de
Alves (1978) que estimou as elasticidades renda dos alimentos e seus nutrientes: caloria,
proteína, vitaminas, cálcio e ferro, para o estado de São Paulo, com base no ENDEF
1974-75 e, recentemente, o trabalho de Pereda (2008) que buscou estimar e analisar a
demanda de nutrientes dos brasileiros, com base nos dados da POF de 2002/2003.
No Brasil, nos últimos anos, percebe-se a ocorrência de alterações favoráveis à
melhoria nos padrões de consumo alimentar da população. Conforme já destacado
anteriormente, a aceleração do processo de mudanças no comportamento de consumo
alimentar se deu, principalmente, a partir da implantação do Plano Real, em 1994. Após
a implantação do plano de estabilização, houve organização dos preços relativos no
Brasil e a partir de então, várias evidências apontam para alterações estruturais no
comportamento dos agentes em relação ao consumo, principalmente alimentar
(CYRILLO et al., 1997). É importante destacar aqui o papel dos preços, que são
fundamentais para determinação do consumo. Em países como Brasil, em que a parcela
de gastos com alimentação ainda é elevada, variações nos preços possuem forte impacto
sobre o padrão de consumo de alimentos. Pode-se destacar também que após a
9
implantação do Plano Real, houve uma melhoria na distribuição de renda, uma das
variáveis que mais tem impacto sobre o consumo.
Porém, resta saber se a melhoria do poder aquisitivo dos consumidores, e a
conseqüente melhoria na pauta de consumo, ocasionaram uma melhoria no padrão de
consumo de nutrientes. O consumidor sendo racional em suas escolhas, a partir de uma
melhoria nos preços ou em seus rendimentos, obviamente irá optar por consumir
produtos alimentícios mais elaborados, mais diversificados e de maior valor e não
necessariamente produtos mais nutritivos, o que por muitas vezes poderá resultar em
piora na qualidade alimentar.
Desta forma, considerando-se as mudanças que veem ocorrendo no
comportamento de consumo alimentar do brasileiro, principalmente a partir da década
de 90 e que poucos estudos foram realizados com o intuito de analisar as mudanças no
comportamento de consumo de nutrientes frente a variações de preço e renda, esse
estudo faz-se oportuno. Diante destes fatos, busca-se conhecer o padrão de consumo de
nutrientes das famílias urbanas brasileiras em 1995 e em 2003, de forma a se
compreender também como se deram as mudanças neste padrão ao longo do tempo, a
partir da análise da sensibilidade do consumo de nutrientes frente a variações de preço e
dispêndio, e ainda, considerando-se a influência de outras variáveis sócio-econômicas
importantes.
Este trabalho inova ao buscar analisar a evolução do comportamento do
consumo de nutrientes ao longo do tempo. O IBGE realizou duas Pesquisas de
Orçamento Familiares (POFs) no Brasil após a estabilidade de preços. A primeira em
1995-1996 e a segunda oito anos depois, em 2002-2003, período suficientemente longo
para avaliar mudanças nos hábitos de consumo da população. O entendimento da
evolução do padrão de consumo de nutrientes da população, bem como das influências
que as variáveis socioeconômicas causam no consumo nutricional, permite identificar o
perfil de consumo e o estágio de desenvolvimento da população, além de possibilitar
algumas projeções quanto ao futuro. Esses conhecimentos são vitais para a formulação e
acompanhamento de políticas públicas com foco na alimentação e saúde da população,
visando uma melhoria da qualidade nutricional e, conseqüentemente, das condições de
vida. Destaca-se ainda que este trabalho pretende expandir a análise da demanda de
nutrientes, considerando diversos macro e micronutrientes: proteína, gordura,
carboidrato, colesterol, cálcio, fósforo, ferro, potássio, sódio, vitamina A, vitamina B3,
e vitamina C.
10
1.3. Objetivos
Objetivo Geral:
Este trabalho tem como objetivo analisar o padrão de consumo de nutrientes no
Brasil, bem como a sua evolução após a implantação do Plano Real, em 1994.
Objetivos específicos:
Identificar os impactos de variáveis socioeconômicas nos padrões de consumo
de nutrientes e como a influência destas variáveis mudou ao longo do tempo;
Comparar o padrão de demanda por nutrientes em 2003 com o padrão em 1995;
Analisar a sensibilidade do consumo de nutrientes frente a variações de preços e
dispêndios no Brasil.
11
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. A escolha do consumidor
Segundo Deaton e Muellbauer (1980a), o ponto de partida para se compreender
a teoria da demanda é a restrição orçamentária, precedendo a discussão sobre
preferências dos consumidores. Porém, a escolha do consumidor também leva em
consideração as suas preferências. Sendo assim, qualquer fator que modifique tanto a
linha de orçamento ou as preferências do consumidor afetará a dinâmica da escolha.
Pode-se dizer que vários são os motivos que podem fazer com que o consumidor mude
seu comportamento, passando a preferir um produto em detrimento a outro. As
mudanças nas preferências podem estar relacionadas ao surgimento de novos produtos e
às próprias dinâmicas nas despesas familiares.
Ao se combinar as preferências com a linha de restrição orçamentária, o
problema da escolha do consumidor reduz-se para o problema padrão de maximização
da utilidade (DEATON e MUELLBAUER, 1980a).
n
qqq
n
qqqvMax
,...,
21
21
),...,( (1)
Sujeito a
xqp
i
n
i
i
=
=1
,
em que
=
n
qqq
n
qqqv
,...,
21
21
),...,( função de utilidade;
i
p = preço do bem i;
i
q = quantidade do bem i;
12
x = dispêndio total do indivíduo.
As condições de primeira ordem (CPO) para resolver o problema de
maximização são dadas por:
.
,,...1,
)(
1
i
n
i
i
i
i
qpx
nip
q
qv
=
=
==
λ
(2)
Este problema pode ser resolvido para muitas formas da função utilidade. Pela
resolução das CPO, encontra-se a solução do problema do consumidor na forma de um
sistema de equações de demanda Marshaliana, em função do dispêndio total do
consumidor e dos preços dos bens
1
.
( , ), 1,...,
ii
qgxp i n=∀=. (3)
Mostrou-se que a escolha do consumidor é dada pela formulação de um
problema de maximização da utilidade sujeito a uma restrição de orçamento. No
entanto, pode-se reformular este problema para a seleção de bens que minimizem o
custo necessário para se atingir determinado nível de utilidade, o que consiste na
utilização da abordagem “dual” do problema de escolha do consumidor.
Problema Primal:
)(qvuMax = sujeito a xqp =. . (4)
Problema Dual:
qpxMin .= sujeito a uqv =)( . (5)
A maximização da utilidade e a minimização do custo deverão implicar na
mesma escolha, desde que o dispêndio no problema original seja o custo mínimo no
problema dual. As duas abordagens são semelhantes, pois em ambos os problemas
1
Após resolver as CPO, devem-se checar também as condições de segunda ordem (CSO) para verificar se
o resultado é efetivamente um máximo local. Para maiores detalhes sobre as CSO, ver Weber (1986).
13
buscam-se valores ótimos de q. No problema primal, a solução é um conjunto de
demandas Marshalianas g(x, p). No problema dual, entretanto, os resultados são os
dispêndios mínimos obtidos como função dos preços e nível de utilidade, ou seja, as
variáveis determinadas são p e u, e não x e p. Esta nova função de demanda de
minimização de custo, h(u,p), é conhecida como função de demanda compensada ou
hicksiana. Desde que as duas soluções coincidem, tem-se que:
),(),( puhpxgq
iii
== i =1,...,n. (6)
Cada uma destas soluções pode ser substituída de volta em seus respectivos
problemas dados, de maximização da utilidade atingível e da minimização do custo
atingível. Assim,
),()],(),...,,(),,([)(
111
pxpxgpxgpxgvqvu
ψ
=
== . (7)
== ),(),( pucpuhpx
ii
. (8)
A função
),( px
ψ
é a máxima utilidade atingível como função dos preços e
dispêndio. Essa função é conhecida como função de utilidade indireta. Da mesma
forma, a função ),( puc é o mínimo custo atingível como função do nível de utilidade e
preços e é conhecida como função dispêndio ou custo.
Diante das questões teóricas discutidas, torna-se possível caracterizar as
propriedades das funções Hicksianas e Marshalianas. As propriedades teóricas destas
funções de demanda são úteis para impor ou testar restrições em modelos empíricos.
São elas:
1) Aditividade – Pelo fato de que a função de demanda satisfaz a restrição orçamentária,
obtém-se a restrição de aditividade:
xpxgp
i
i
i
=
),( (9)
14
Essa restrição implica que as demandas Marshalianas devem satisfazer a
restrição orçamentária.
2) Homogeneidade – Desde que a restrição seja linear e homogênea em x e p, o vetor q
poderá também satisfazer a restrição para alguns múltiplos de x e p:
),(),( pxgpxg
ii
=
θ
θ
(10)
Essa restrição implica que a função de demanda é homogênea de grau zero nos
preços e no dispêndio total.
3) Simetria – As derivadas preço-cruzada das demandas Hickisiana são simétricas, desta
forma, para todo i j, tem-se
2
:
i
j
j
i
p
puh
p
puh
=
),(
),(
. (11)
4) Negatividade – A Matriz S de dimensão nxn, formada por elementos
ji
ph /
,
conhecida como matriz de Slustsky é negativa semidefinida. Isso significa que todos os
elementos da diagonal de S devem ser não positivos, ou seja, um aumento de preço de
um produto, com a utilidade mantida constante, deve fazer com que a quantidade
demandada daquele bem diminua ou permaneça constante (COELHO, 2006).
2.2. A escolha do consumidor – A Abordagem Alternativa
A teoria do consumidor exposta anteriormente forma a base para se compreender
as relações de demanda na economia, fundamentando-se nos pressupostos da economia
neoclássica. Seguindo esta linha, mostrou-se que o processo de escolha do consumidor
consiste em alocar seus recursos de forma ótima, dada uma restrição orçamentária.
Entretanto, conforme argumentou Lancaster (1966), os bens possuem propriedades
intrínsecas que foram omitidas pela teoria da demanda e o conhecimento de tais
2
Esta relação é derivada do Teorema de Young e do Lema de Shephard (Deaton & Muellbauer, 1980a).
15
propriedades é relevante para entender a forma como os consumidores podem reagir às
mudanças relacionadas a elas. O autor faz uma abordagem diferente do problema do
consumidor, considerando que a utilidade do consumidor seja derivada das propriedades
ou características intrínsecas dos bens, ao invés de serem derivadas diretamente dos
próprios produtos, conforme a abordagem tradicional. Assim, as preferências dos
indivíduos ordenariam uma série de características, sendo que a ordenação dos bens
seria feita indiretamente por meio das características que eles possuem.
O entendimento das relações entre os bens e suas características desempenha um
papel fundamental em análises de comportamento de consumo e permite analisar as
reações e as mudanças em variáveis socioeconômicas, tais como nos preços relativos,
renda, etc. A essência da abordagem alternativa pode ser resumida da seguinte forma
(LANCASTER, 1966):
1. Os bens, por si só, não geram utilidade para o consumidor, mas possuem
características que dão origem a utilidade.
2. Em geral, os bens possuem mais de uma característica, e muitas delas são partilhadas
por mais de um bem.
3. Bens em combinação podem possuir características diferentes daquelas que eles
possuem separadamente.
Este estudo será realizado sobre bens alimentícios, os quais possuem
características que podem ser interpretadas como sendo as suas informações
nutricionais. Lancaster (1966) foi um dos primeiros a considerar os nutrientes no
processo de escolha dos consumidores. Este autor buscou relacionar os produtos
alimentícios e suas características nutritivas, reescrevendo o modelo de otimização do
consumidor.
Considerando-se uma escolha padrão enfrentada pelo consumidor no livre
mercado, sujeito a uma restrição orçamentária, esta situação pode ser representada
simplificadamente da seguinte forma:
(12)
,0,
.
)(.
=
qz
Bqzcom
kpqas
zUMax
16
em que
q: vetor de quantidade consumida dos bens;
z: vetor de quantidade de características (nutrientes) dos bens consumidos;
B: matriz de conversão da quantidade de bens em quantidades de nutrientes;
U(z): Função utilidade que representa a preferência dos consumidores pelos nutrientes;
p: vetor de preços dos bens da economia;
Apesar da forma simplificada, este é um problema não linear, mas tem-se agora
uma única relação entre bens e características. O modelo consiste em quatro partes. Há
uma maximização U(z) em função das características, ou seja, U está definida no
espaço-características (C-espaço). A restrição orçamentária kpq
é definida no
espaço-bens (G-espaço). O sistema de equação Bqz
=
representa uma transformação
entre G-espaço e C-espaço. Finalmente, há uma restrição de não negatividade 0,
qz
que deve ser assumida inicialmente, embora em algumas aplicações e para algumas
convenções de sinal, elas podem não fazer parte do modelo (LANCASTER, 1966).
Na tradicional análise do comportamento do consumidor, tanto a restrição
orçamentária e a função de utilidade são definidas no espaço G. Na abordagem proposta
por Lancaster (1966), a função de utilidade está definida no espaço C e a restrição
orçamentária no espaço G. Sendo assim, o autor sugere algumas transformações antes
de derivar as soluções do modelo. Lancaster (1966) apresenta duas possibilidades de
transformação: (1) Pode-se transformar a função de utilidade para o espaço G e
relacioná-la diretamente à restrição orçamentária; (2) Outra forma é transformar a
restrição orçamentária para o espaço C e relacioná-la diretamente à função de utilidade
U(z). Cada uma destas transformações é útil em circunstâncias diferentes. No primeiro
caso, pode-se escrever U(z) = U (Bq) = u(q), assim tem-se uma nova função de
utilidade diretamente em termos dos bens, mas as propriedades da função u(q)
dependem crucialmente da estrutura da matriz B e isto, juntamente com a restrição
0
q e 0= Bqz , originam uma situação muito mais complexa do que a
maximização da utilidade convencional. A segunda transformação depende novamente
da estrutura de B e também, geralmente, conduzirá a uma restrição e um tipo mais
complexa que em análise convencional.
17
Sendo assim, a alteração do modelo dependerá da estrutura da matriz B e terá
impacto nas restrições que serão impostas ao modelo. Certas propriedades da
transformação entre os espaços G e C seguem imediatamente do fato que B é uma
matriz de constantes, e que a transformação z = Bq é linear, ou seja, transformam-se
linearmente bens em nutrientes.
Neste estudo optou-se pela segunda possibilidade de transformação, ou seja,
tanto a restrição orçamentária quanto a função de utilidade foram definidas no espaço C.
Desta forma, há uma maximização em função das características, ou seja, U está
definida no espaço-características sujeita a uma restrição orçamentária que também está
definida no espaço-características.
Após estas transformações, o procedimento para encontrar a solução do modelo
e a derivação das restrições teóricas é feito de maneira similar ao item anterior. As
propriedades são suficientes para implicar que a maximização da utilidade sujeita a
restrição orçamentária conduza às soluções para o problema do consumidor.
18
3. MODELO ANALÍTICO
3.1. Especificação da equação de demanda
A teoria do consumidor, exposta anteriormente, se responsabiliza pela
modelagem das preferências e pela resolução do problema de otimização do
consumidor. Entretanto, não fornece qualquer indicação de qual seja a melhor forma
funcional a ser utilizada. Diversas formas funcionais têm sido apresentadas na literatura
e utilizadas nos estudos de demanda e, assim, alguns trabalhos surgiram com a
preocupação de encontrar formas funcionais que melhor especificassem o problema do
consumidor.
Os critérios mais importantes a se considerar na determinação do modelo
empírico são: as características do banco de dados, conveniência do modelo ao banco de
dados, generalização e relevância teórica (BARTEN, 1977). Além disso, Barten (1993)
destaca que a escolha da forma funcional terá importantes implicações na análise
empírica, portanto, a especificação deve ser consistente com a teoria, ajustar bem os
dados e apresentar um bom desempenho na previsão dos valores futuros.
Várias formas funcionais são sugeridas na literatura [Cobb-Douglas, Linear
Expenditure System-LES, Quadratic Expenditure System-QES, Constant Elasticity of
Substituition-CES, Leontieff, Transcental Logaritmic – Translog, AIDS, QUAIDS],
entretanto, não existe um consenso sobre qual a melhor forma funcional para estudos de
demanda.
3.2 Modelo Almost Ideal Demand System
A forma funcional flexível denominada Almost Ideal Demand System (AIDS),
desenvolvida por Deaton e Muellbauer (1980a,b), é bastante difundida na literatura
19
nacional e internacional. Apesar de ser mais recente do que o modelo Translog, o
modelo AIDS é razoavelmente mais simples de ser estimado caso seja adotada sua
aproximação linear (LA/AIDS), obtida a partir da adoção de um índice de preços pré-
selecionado adequado. Por esta razão, o modelo AIDS ganhou considerável
popularidade em estudos empíricos de demanda nas mais de duas décadas que
sucederam sua apresentação (VELOSO, 2006).
Deaton e Muellbauer (1980b) apresentaram a especificação teórica da forma
funcional do modelo AIDS e aplicaram o modelo aos dados de consumo no pós-guerra
da Inglaterra. Estes autores estimaram funções de demandas para grandes grupos de
produtos (alimentos, vestuário, moradia, combustível, bebidas alcoólicas e tabaco,
transporte e comunicação, outros bens e servos). Além disso, realizou-se uma série de
comparações entre as formas de estimação restritas e irrestritas do modelo.
O modelo AIDS tem sido amplamente utilizado, nas últimas duas décadas, na
análise de demanda aplicada, principalmente em estudos de demanda por alimentos,
para a avaliação de bem-estar, impactos de mudanças nas taxas de impostos e na
formulação de políticas públicas. Essa forma funcional ainda é largamente utilizada em
publicações recentes [ANIL e HECTOR (2006); BRANNLUND et al. (2007);
CHAMBWERA e FOLMER (2007); FARRELL e SHIELDS (2007); HAUSMAN e
LEONARD (2007); HENNING e HENNINGSEN (2007); HUANG et al. (2007);
RAKNERUD et al. (2007); WEST e WILLIAMS (2007); XIAO et al. (2007]. O AIDS
reúne quase todas as propriedades teoricamente e empiricamente desejáveis: é uma
aproximação de primeira ordem arbitrária para qualquer sistema de demanda, satisfaz os
axiomas da escolha; agrega perfeitamente os consumidores, enquanto ainda permite
curvas de Engel não-lineares; a propriedade de homogeneidade e de simetria podem ser
testadas e impostas por restrições simples sobre os parâmetros; as equações de demanda
tornam-se lineares, se o índice de preços translog é aproximado, por exemplo, pelo
índice Stone (Deaton e Muellbauer 1980b).
O ponto de partida para especificação da função de demanda do modelo AIDS é
a especificação de uma função de dispêndio que permite a agregação exata dos
consumidores:
(13)
em que,
)},(ln{)}(ln{)1(),(ln pbupaupuc +=
20
c(u, p) = função dispêndio
u= função utilidade
p= vetor de preços
Essa função faz parte da classe PIGLOG, são representadas através da função
custo ou despesa, que define os gastos mínimos necessários para atingir um nível de
utilidade específica, dado os preços. Essa classe de funções permite a agregação
consistente das demandas individuais dos consumidores. Para obter uma forma
funcional flexível, Deaton e Muellbauer (1980a) definiram a(p) e b(p) como (COELHO,
2006):
,lnln
2
1
ln)(ln
*
0
∑∑
++=
ij
jiiji
i
i
ppppa
γαα
(14)
+=
i
i
k
ppapb
β
β
0
)(ln)(ln . (15)
Desta forma, tem-se a função dispêndio do modelo AIDS:
,lnln
2
1
ln),(lnln
0
*
0
∑∑
+++==
ij
i
iiiiji
i
i
i
puppppucx
β
βγαα
(16)
em que
x
é despesa total,
i
p é o preço do bem i, u é o nível de utilidade, e
α
,
β
e
γ
são os coeficientes.
Diferenciando-se o logaritmo da função dispêndio com respeito ao logaritmo dos
preços, encontram-se as participações do dispêndio com o bem
i (
i
w ) ao invés das
quantidades (
i
q ), Deaton e Muellbauer (1980b) usam esta forma ligeiramente
modificada do Lema de
Shephard para obter a função de demanda Hickisiana da
parcela de dispêndio:
(17)
++=
j
k
kijijii
pupw
βλ
ββγα
0
ln
21
Funções de Demandas
Marshallianas (não compensada) podem ser obtidas pela
inversão da função dispêndio e pela substituição do resultado na função de demanda
Hicksiana. Dessa forma, a função de demanda Marshaliana é dada por:
++=
j
ijijii
Pxpw )/ln(ln
βγα
, (18)
em que,
)**(
2
1
jiijij
γγγ
+=
e
P
é o índice de preço translog. O índice de preço AIDS
é definido por:
∑∑
++=
ij
jiiji
i
i
pppP lnln
2
1
lnln
0
γαα
, (19)
A teoria microeconômica e em particular a hipótese de maximização de utilidade
do consumidor impõe algumas restrições sobre os coeficientes. Uma das razões para
Deaton e Muellbauer denominarem esse sistema de AIDS está no fato de as restrições
teóricas da demanda (Aditividade, Homogeneidade e Simetria) dependerem apenas dos
parâmetros desconhecidos e, portanto, serem fáceis de impor ou testar. As restrições
derivadas das propriedades teóricas da demanda são as seguintes (COELHO, 2006):
A restrição de aditividade garante sempre que a soma das participações do
dispêndio são iguais a 1 ( 1=
i
i
w ). Ela significa que as demandas Marshalianas
devem satisfazer à restrição orçamentária. Esta condição é preenchida se:
j
i
ij
i
i
i
i
===
0;0;1
γβα
, (20)
A restrição de homogeneidade garante que não existe “ilusão monetária”, ou
seja, se todos os preços e renda mudam pela mesma taxa, as quantidades consumidas
não mudam. Esta condição é atendida se:
i
i
ij
=
0
γ
, (21)
A condição de simetria resulta da aplicação do Lema de Shephard para a função
do dispêndio do AIDS (16). Ela pode ser derivada diretamente da definição dos
γ
s:
22
ji
jiij
,=
γ
γ
. (22)
3.2.1. Estimação Econométrica
Devido a alguns fatores não econômicos, além do preço e renda, que a demanda
enfrenta e desde que nem todos esses fatores são explicitamente introduzidos nas
equações de demanda, os sistemas de demanda são incompletos. Supõe-se que erros
aleatórios ou termos de perturbação estrutural entram aditivamente na equação que
explica a participação do orçamento (BLANCIFORTI et al. 1986). Assim, um termo de
erro é adicionado à equação de participação do orçamento, para que se possa considerar
quaisquer erros de omissão e para facilitar a estimativa econométrica das equações de
demanda
Marshalliana (equação 18). Assim, tem-se um sistema de equações que pode
ser econometricamente estimado por:
it
j
ttijtijiit
uPxpw +++=
)/ln(ln
βγα
, (23 )
em que
it
w representa a participação do dispêndio com o bem i para a
th
t observação
do AIDS. O modelo expressa a participação do orçamento com os produtos (nutrientes)
em função dos preços reais e dispêndio. Os coeficientes do modelo têm a seguinte
interpretação:
i
α
= intercepto: participação média no orçamento quando todos os logaritmos
de preço e dispêndio real são iguais a zero.
i
β
= coeficiente do dispêndio: mudança na i-ésima participação do dispêndio
com respeito à mudança percentual no dispêndio real com nutrientes, mantendo os
preços constantes.
ij
γ
= coeficientes dos preços: mudança na i-ésima participação do dispêndio
com respeito à mudança percentual no j-ésimo preço do nutriente, mantendo o dispêndio
real com nutrientes constantes.
As suposições estocásticas são que E(
t
u )=0 e E(
'
tt
uu
)=
'
tt
δ
, em que
'
tt
δ
é o
produto Kronecker. Isto é, assume-se que o termo de erro tem esperança zero, para ser,
temporariamente, não correlacionado e ter uma matriz de variância-covariância
contemporânea ( ). Como o somatório da participação do orçamento é igual a um
23
(1=
i
i
w ), as restrições de aditividade são automaticamente atendidas (Deaton e
Muellbauer 1980a), e o termo de erro sempre soma zero ( 0=
it
u t ), portanto,
segundo Blanciforti e Green (1983), a matriz de covariância do termo de erro é singular.
Para evitar problemas de estimação devido a esta singularidade, uma das
equações tem de ser retirada do sistema de equações. Os coeficientes da equação
retirada podem ser calculados pelas restrições de aditividade (equação 20)
(HENNINGSEN, 2009)
3
.
Uma vez que as equações de demanda Marshalliana (equação 23) são lineares
exceto para o índice de preços translog
t
P , Deaton e Muellbauer (1980b) propõem a
aproximação do índice de preços translog para o índice de preço de Stone. Esta
aproximação faz a equação de demanda linear nos parâmetros, assim como a estimação
do sistema de equações de participação no orçamento, tornar-se mais fácil. Essa
simplificação do modelo AIDS original é chamada de “aproximação linear” do AIDS
"(LA-AIDS) (HENNINGSEN, 2009):
it
S
j
t
S
t
i
S
jt
ij
S
S
iit
uPxpw +++=
)/ln(ln
βγα
(24)
em que,
itit
i
t
S
pwP lnln
= (25)
e
S
i
α
,
S
β
e
S
γ
são os coeficientes do LA-AIDS. O s é utilizado para representar a
aproximação para o índice de preços de Stone.
A aplicação empírica do LA-AIDS é bastante simples, pois este modelo pode ser
estimado como um sistema de equações lineares. Porém, cabe destacar que a
aproximação linear do AIDS (LA-AIDS), utilizando o índice de preços de Stone, que é
aplicado na maioria dos estudos empíricos, conduz a problemas ecomométricos.
3
O pacote micEcon, utilizado para estimação neste trabalho, automaticamente elimina uma das equações
e, posteriormente, usa as restrições de aditividade para recuperar as estimativas desta equação. Como esse
processo é realizado automaticamente, não é possível apresentar qual equação é retirada do sistema. De
acordo com Barten (1969), como os resultados estimados são invariantes em relação à equação eliminada,
nenhuma informação é perdida pela equação retirada do sistema.
24
Portanto, uma vasta literatura tem evoluído, propondo várias abordagens diferentes
para tentar contornar esses problemas (HENNINGSEN, A. 2009). Este estudo incorpora
algumas dessas abordagens na estimação econométrica, conforme será descrito a seguir.
Uma vez que o índice Stone inclui participação do orçamento corrente (
it
w ), eles
aparecem ambos no lado esquerdo e direito da equação de participação do orçamento
estimada pelo LA-AIDS (24). A resultante correlação entre o regressor ( )/ln(
t
S
t
Px ) e o
termo de erro
it
S
u
, leva a um viés de simultaneidade da estimativa (Eales e Unnevehr
1988). Portanto, vários estudiosos (Blanciforti et al., 1986; Eales e Unnevehr, 1988)
usam participação do dispêndio desfasada no índice de preço de Stone:
itit
i
t
S
pwP lnln
1
= (26)
Como foi visto na equação (24), pela aproximação do índice de preços translog
para o índice de preço de Stone obtém-se um sistema de demanda lineares. Entretanto,
Moschini (1995) mostrou que o índice de preços de Stone não é invariante nas unidades
de medida de preço, ou seja, ao alterar a unidade de medida de um preço o índice sofre
alteração, embora os pesos continuem inalterados. Como isto é geralmente indesejável,
Moschini (1995) propõe a utilização do índice de preços de Paasche, em lugar no índice
de preços Stone no LA-AIDS.
Entretanto como este trabalho utiliza dados em cross-section, o índice de preços
de Paasche é equivalente ao índice de preço de Stone. Além disso, no artigo de Deaton e
Muellbauer (1980b), a utilização do índice de Stone mostrou-se consistente, uma vez
que os valores da função de verossimilhança para as equações estimadas com o índice
de Stone e com o índice de preços translog são muito próximas (PEREDA, 2008).
Deste modo, neste estudo foi utilizado o índice de Stone. Para evitar o problema
de unidade de medida do índice, optou-se pela utilização dos preços em reais por Kg
para todos os nutrientes em análise. Para corrigir o problema de viés de simultaneidade
procedeu-se a estimação usando o índice de preços Stone baseado na participação do
orçamento defasado, ou seja, o modelo foi estimado especificando-se o índice de preços
de Stone com defasagens na participação( Stone price index with lagged shares).
Vale lembrar que os problemas existem, mas não há um consenso na literatura
sobre uma forma funcional mais adequada para estudos de demanda. Portanto, busca-se
25
neste trabalho seguir alguns procedimentos na estimação, propostos por diversos
estudiosos que tentaram aprimorar a estimação deste modelo.
Neste estudo, utilizou-se o modelo LA-AIDS para especificação da função do
gasto com cada nutriente, incluindo-se algumas variáveis sócio-econômicas (sexo, anos
de estudo do chefe do domicílio, total de pessoas no domicílio, presença de crianças e
adolescentes no domicílio, presença de adultos, presença de idosos, anos de estudo da
mulher e renda) na equação, além de preços e dispêndio, para captar a influência dessas
variáveis sobre o consumo nutricional. A estimação das equações foi realizada por
regressões aparentemente não-relacionadas (Seemingly Unrelated Regressions – SUR).
As equações do gasto com nutrientes do sistema de demanda estimado podem ser
representadas da seguinte forma:
iikikik
ikikikik
j
ijijii
uerestudomulhidosoadulto
eadolescenttotalpesanosestudosexoPxpw
++++
++++++=
δδδ
δδδδβγα
)/ln(ln
em que k representa as variáveis explicativas;
i = proteína, carboidrato, gordura, fibra, colesterol, cálcio, ferro fósforo, sódio, potássio,
vitamina A, vitamina B3, vitamina C.
Muitos fatores contribuem para a alteração no padrão de consumo alimentar de
uma população, com maior ou menor intensidade. Tradicionalmente, a análise de
demanda tem considerado efeitos das principais variáveis econômicas (renda/dispêndio
e preço) que impactam significativamente sobre o consumo alimentar da população.
Além destas variáveis, é também importante considerar efeitos de outras variáveis
sócio- econômicas e demográficas, as quais podem impactar de diferentes formas sobre
os hábitos alimentares. Com o objetivo de analisar a influência de alguns fatores sócio-
econômicos sobre o consumo de nutrientes, selecionou-se um conjunto de variáveis
relevantes. No capítulo dos resultados, será apresentada uma análise descritiva destas
variáveis para amostra utilizada, relacionando-as ao consumo nutricional, e
posteriormente, quantificando a sua influência sobre a função de demanda de nutrientes.
Para selecionar essas variáveis, este estudo baseou-se também em estudos sobre
demanda de alimentos e nutrientes no Brasil e em outros países. A seleção das variáveis
foi realizada considerando as características da população que são importantes para
26
explicar o consumo de nutrientes. As variáveis sócio-econômicas consideradas
importantes para esta análise de demanda nutricional foram:
a) sexo - Dummy
4
para captar a influência do sexo do chefe do domicílio
5
:
¾ sexo; Homem = 1 e Mulher = 0.
b) anosestudo - Anos de estudo do chefe do domicílio;
c) totalpes- Total de pessoas no domicílio;
d) Dummies para captar o efeito da composição familiar
¾ adolescente - Presença de crianças e adolescentes (0 a 18 anos);
¾ adulto - Presença de adultos (19 a 59 anos);
¾ idoso - Presença de idosos (acima de 60 anos).
e) estudomulher - Anos de estudo da mulher no domicilio
6
;
Segundo Abdulai e Albert (2004), variáveis sócio-econômicas e demográficas
são importantes para explicar o consumo de nutrientes porque elas podem ter grande
influência para o consumo de produtos mais saudáveis. Por exemplo, o nível de
escolaridade do chefe pode afetar a qualidade da dieta nutricional influenciando o
consumo de produtos com maior valor nutricional. Segundo Huang e Lin (2000),
famílias com chefes com maior nível de escolaridade tendem a apresentar melhor
padrão de consumo nutricional. Neste mesmo sentido, a presença no domicílio de
mulheres com maior nível de escolaridade também pode ter grande influência sobre o
consumo de nutrientes. Behrman e Wolfe's (1984) afirmam que as mulheres mais
educadas são, geralmente, mais informadas sobre o conteúdo nutricional de alimentos e
a importância da nutrição.
4
As dummies utilizadas neste estudo são de intercepto.
5
O chefe do domicílio ou pessoa de referência foi considerada aquela pessoa responsável por uma das
seguintes despesas: aluguel, prestação do imóvel ou outras despesas de habitação (condomínio, imposto
predial, serviços, taxa, etc.). No caso em que nenhum morador satisfez a pelo menos uma das condições
acima, a pessoa de referência foi aquela assim considerada pelos moradores da unidade de consumo. Se
mais de uma pessoa foi identificada pelos moradores, foi estabelecida a idade mais alta como critério de
escolha.
6
Os anos de estudo da mulher foram calculados para captar o efeito da educação da mulher sobre o
consumo, assim, calculou-se os anos de estudo da mulher quando ela é a esposa no domicílio, ou seja,
para os casos em que nos microdados estão definidos: SEXO - feminino e RELAÇÃO COM A PESSOA
DE REFERÊNCIA DA UC - cônjugue. Esta variável foi definida, multiplicando-se uma dummy (1 se
mulher não é chefe e 0 se mulher é chefe) pela variável anos de estudo da mulher. Este procedimento foi
adotado para evitar repetição de informação quando a mulher é chefe, sendo assim, quando a mulher for
chefe o efeito de anos de estudo será captado pela variável “anos de estudo do chefe”.
27
A composição do agregado familiar, a presença ou não de crianças, a influência
dos adolescentes, a presença de idosos, etc. também influenciam no total de nutrientes
consumidos. Grupos etários diferentes podem originar padrões de consumo diferentes,
devido às diferenças nas necessidades nutricionais. Além da composição etária, pode-se
destacar o tamanho da família: segundo Abdulai e Aubert (2004), famílias maiores têm
menos nutrientes disponíveis se comparado às famílias menores. O sexo do chefe do
domicílio também tende a influenciar o consumo de nutrientes, pois as mulheres, na
maior parte das vezes, ainda desempenham o papel de responsáveis pelo preparo das
refeições. Assim, o crescimento de seu papel profissional e do tempo gasto fora do
domicílio podem influenciar no padrão nutricional do domicílio.
Para estimação do modelo AIDS, foi utilizado o software R (R Development
Core Team, 2008), pacote micEcon (versão 2.10)
7
, o qual fornece uma interface
conveniente para as análises de demanda com o modelo AIDS e sua aproximação linear
(LA-AIDS).
3.2.2. Consistência Teórica
Para garantir conformidade com a teoria, são utilizadas basicamente duas
alternativas:
1) Especificar as equações do sistema de demanda diretamente e impor as
restrições teóricas necessárias;
2) Escolher uma forma funcional que seja uma aproximação de alguma função
de utilidade indireta ou função dispêndio desconhecida e derivar as funções de demanda
impondo as restrições teóricas. Ao se estimar um sistema de demanda e impor as
restrições, efetivamente aplica-se um ordenamento de preferências aos dados, sem
precisar verificar se os consumidores maximizam uma função utilidade e qual a forma
funcional dessa função (COELHO, 2006).
7
As ferramentas disponíveis para análise de demanda com o modelo AIDS que estão disponíveis no
pacote micEcon tem várias vantagens em comparação com outras implementações deste modelo (por
exemplo, Poi 2002 para o STATA; SAS 2008), podendo-se destacar que: o pacote micEcon é usado em
software livre, assim ele pode ser testado e utilizado de imediato por todos, sem quaisquer restrições de
licença, o que favorece também a revisão dos algoritmos e, se necessário, a modificação para atender
especificações e requisitos; além disso, o pacote micEcon inclui muita abordagens diferentes para análise
de demanda com o modelo AIDS que geralmente não estão disponíveis em outras implementações.
Contudo, há também algumas características de outras implementações que não estão, atualmente,
disponíveis no pacote micEcon, mas que estão previstas de serem adicionadas no futuro (HENNINGSEN,
2009).
28
A abordagem do sistema de equações iniciada por Stone (1954), incluindo um
grupo de equações (uma para cada bem) no sistema e estimando-as simultaneamente,
levou muitos trabalhos a testarem simultaneamente algumas das restrições impostas
pela teoria do consumidor (homogeneidade e simetria) (SULGHAM E ZAPATA,
2006). Desde então, têm sido numerosos estudos empíricos de sistemas de demanda
(Barten, 1969; Christensen et al., 1975; Deaton & Muellbauer, 1980b) destacando as
inconsistências destas restrições em análises de demanda.
O foco de muitas pesquisas tem sido a especificação da forma funcional e os
testes das restrições teóricas. Segundo Keuzenkamp e Barten (1995), a grande maioria
dos trabalhos empíricos sobre os sistemas de demanda tendem a rejeitar as restrições de
simetria e de homogeneidade, conforme também foi destacado por Keuzenkamp e
Magnus (1995). Barten (1969) rejeitou a hipótese de homogeneidade com base na
estatística da razão de verossimilhança, obtidas a partir da estimação de máxima
verossimilhança do modelo de Rotterdam. Christensen et al., (1975) concluem o mesmo
(rejeitam a homogeneidade) utilizando a função de utilidade logarítmica transcendental
para estimar o sistema de demanda. Deaton e Muellbauer (1980b) que desenvolveram o
Almost Ideal Demand System (AIDS), rejeitam a homogeneidade com base no teste F.
Deaton e Muellbauer (1980b) supõem que a rejeição da homogeneidade é um sintoma
de má especificação dinâmica.
Muitos pesquisadores optam por não realizar o teste de homogeneidade, tratando
ausência de “ilusão monetária” como uma hipótese mantida; mas o teste de simetria
deveria ser realizado. Poucos ou mesmo nenhum teste econométrico são realizados nos
trabalhos em que as hipóteses são mantidas, as quais são dadas como amplamente
aceitas, sem tornar conhecido que sua validade é contestável (DEATON e
MUELLBAUER, 1980b).
Kenzaenkamp e Barten (1995) evidenciam três fontes possíveis para a aparente
incoerência (ou seja, rejeição das restrições de homogeneidade e simetria) entre dados e
teoria em análises de demanda aplicada: primeiro, a qualidade da agregação dos dados
de preço e de quantidade; segundo, a má especificação da forma funcional do sistema de
demanda, e; terceiro, o uso inadequado de técnicas econométricas para estimar sistemas
de demanda.
Várias tentativas têm sido realizadas para tentar resolver essas inconsistências,
concentrando-se nos pontos mencionados. Alguns estudos propuseram estruturas
dinâmicas mais gerais (Anderson e Blundell, 1983; Holt e Goodwin, 1997), formas
29
funcionais suficientemente mais ricas (Lewbel, 1989; Barten, 1993; Banks et al., 1997),
consideração de efeitos demográficos (Lewbel, 1985; Alessie e Kapteyn, 1991), e
sistemas de demanda exatamente agregados (Lewbel, 1990; Banks et al., 1997).
Por outro lado, muitos trabalhos têm sugerido que a inconsistência entre teoria e
dados na análise de demanda pode ser resolvida trabalhando-se no terceiro ponto
mencionado por Keuzenkamp e Barten (1995), ou seja, utilizando técnicas estatísticas
adequadas (por exemplo: Ng, 1995; Lewbel, 1996; Asche, 1996; Balcombe e Davis,
1996; Attfield, 1997; Karagiannis e Velentzas, 1997) Os estudos mencionados
estimaram sistemas de demanda com técnicas de séries temporais, mostrando que com o
uso destas técnicas é mais provável que homogeneidade e simetria não sejam rejeitadas.
Embora estes resultados empíricos recentes forneçam uma forma potencialmente
promissora para melhorar a consistência teórica de sistemas de demanda, a aplicação de
técnicas de séries temporais, por si só, nem sempre são suficientes para obter sistemas
de demanda teoricamente consistentes. Karagiannisa e Mergosb (2002) mostraram que
o tamanho da amostra, a forma de agregação e a especificação do modelo são fatores
importantes para estimar sistemas de demanda teoricamente consistente.
Para o modelo AIDS utilizado neste estudo, as restrições de aditividade (equação
20) são automaticamente impostas, e ela é usada para recuperar as estimativas da
equação omitida. As restrições de homogeneidade (equação 21) e simetria (equação 22)
podem ser globalmente impostas por restrições aos parâmetros. Como a aditividade é
imposta automaticamente no modelo e desde que a restrição de simetria (equação 22),
juntamente com a aditividade (equação 20), implicam homogeneidade (equação 21),
não é possível impor a simetria sem homogeneidade. No entanto, o modelo AIDS pode
ser estimado com a homogeneidade, mas sem imposição de simetria (HENNINGSEN,
2009).
Neste trabalho, para verificar se as restrições impostas foram satisfeitas, elas
serão testadas estatisticamente pela estimação do modelo restrito e irrestrito e,
posteriormente, pela aplicação do teste LR.
3.2.3. Estimação das elasticidade da demanda no modelo AIDS
Em muitos trabalhos que utilizam modelos de demanda como o AIDS, os
parâmetros não são interpretados. Os resultados são apresentados em termos de
30
elasticidades. As elasticidades-dispêndio (
i
η
) e as elaticidades-preço Marshallianas
(não compensadas) (
ij
θ
) do modelo AIDS podem ser derivadas das funções de demanda
Marshallianas (não compensadas) (equação 18) (ANDERSON e BLUNDELL, 1983).
A elasticidade-preço não compensada para a função AIDS é dada por (ALSTON
et al., 1994) da seguinte forma:
i
j
j
i
ij
j
j
i
i
ij
j
i
ij
j
i
ij
w
p
p
w
p
p
w
w
p
w
p
q
.
ln
ln
ln
ln
+=
+=
+=
=
δδδθ
(
)
i
j
j
iijiji
ijij
w
p
p
Pxp
++
+=
lnlnln
ββγα
δθ
i
j
j
kj
jkkjkk
i
j
ij
ijij
w
p
p
ppp
p
.
lnln
2
1
ln
0
++
+=
∑∑
γαα
β
γ
δθ
i
j
kj
j
k
kj
j
k
kj
j
j
i
j
ij
ijij
w
p
p
p
p
p
pp
.
ln
2
1
ln
2
1
+++=
∑∑
γγ
α
β
γ
δθ
++=
=
k
kkjj
i
i
i
ij
ij
i
j
j
i
ij
p
wwx
p
p
x
ln
γα
β
γ
δθ
, (27)
em que
ij
δ
é o delta Kronecker (
ij
δ
=1 se i=j e
ij
δ
=0 se i
j).
Elasticidade-preço Hickisiana (compensada) (
ij
*
θ
) do modelo AIDS pode ser
derivada da função demanda Hickisiana (compensada) ou inserindo a elasticidade-
dispêndio e elasticidade-preço Marshaliana na equação de Slustsky (DEATON e
MUELLBAUER 1980a).
jiijij
w**
η
θ
θ
+= (28)
Em que
i
η
corresponde à elasticidade-dispêndio do i-ésimo produto.
31
i
i
i
i
i
wq
x
x
q
β
η
+=
= 1 (29)
Portanto, a elasticidade-preço compensada da equação AIDS é dada por:
+++=
k
jkkjj
i
i
j
i
ij
ij
ij
wp
w
w
w
ln
*
γα
β
γ
δθ
(30)
Segundo Henningsen (2009), vários autores têm demonstrado que os parâmetros
estimados do LA-AIDS não são necessariamente os mesmos parâmetros do modelo
AIDS. Portanto, as fórmulas para calcular as elasticidades de demanda do modelo AIDS
(não-linear) (27, 28, 29) geralmente não são apropriadas para calcular a elasticidade da
demanda com base nos parâmetros do LA-AIDS. Para contornar este problema, alguns
estudiosos têm derivado fórmulas especiais para calcular a elasticidade da demanda do
LA-AIDS com o índice de preços de Stone. Neste caso, a elasticidade-preço
Marshalliana e elasticidade-dispêndio do modelo LA-AIDS (e também do AIDS)
podem ser obtidas por (Green e Alston 1990):
+=
x
P
w
S
i
i
i
ln
ln
11
β
η
(31)
j
S
i
i
S
i
ij
S
ijij
p
P
ww ln
ln
+=
βγ
δθ
(32)
3.3. Agregação dos consumidores
A teoria do comportamento do consumidor está baseada nas preferências
individuais. Entretanto, os microdados apresentam-se de forma muito desagregada, com
várias subdivisões por produto, o que impossibilita o estudo desagregado destes bens. É
portanto, necessária a agregação dos produtos e dos consumidores.
No entanto, não há nada na teoria do Consumidor exposta anteriormente que
assegure que as propriedades da demanda derivadas para o consumidor individual sejam
32
aplicáveis diretamente à demanda agregada (STOKER, 1993). Esta transição da
Microeconomia do comportamento do consumidor para a análise da demanda de
mercado é chamada de o “problema da agregação”. O papel da agregação é fornecer as
condições necessárias para que se possa tratar o comportamento dos consumidores
como se fosse o resultado de um único consumidor maximizador. Isto é conhecido
como agregação exata (COELHO, 2006).
A teoria da agregação desenvolvida por Muellbauer (1975, 1976) implica que a
agregação exata é possível se, para um domicílio h, o comportamento é descrito pela
generalização:
++=
j
hhijijiih
Pkxpw )/log(log
βγα
(33)
O parâmetro
h
k pode ser interpretado como uma medida sofisticada do tamanho
do domicílio, o qual irá refletir a composição etária, outras características da família, e
economia do tamanho familiar. Este parâmetro pode ser utilizado, por exemplo, para
corrigir ou ponderar o nível de renda per capita
h
x (DEATON; MUELLBAUER,
1980b).
Isso permite uma limitada variação de gosto entre as famílias. A participação
agregada do dispêndio do bem i no orçamento agregado de todas as famílias, denotado
por
ih
w , é dada por (DEATON; MUELLBAUER, 1980b):
=
h
h
ihhh
h
ihi
xwxxqp (34)
Aplicando-se esta equação em (33) tem-se:
+++=
h
h
hhhi
j
ijijiih
xkxxPpw )log(loglog
ββγα
(35)
O índice agregado de k pode ser definido como:
33
h
h
hhh
xkxxkx )log()log( (36)
Em que
x é o nível médio do dispêndio total
h
x . Assim:
)log(log Pkxpw
j
ijijiih
++=
βγα
(37)
Esta equação é idêntica à forma (33) e isto confirma que sob estas suposições a
participação do orçamento agregado corresponde às decisões de uma família
representativa racional, cujas preferências são dadas pela função custo AIDS (16) e cujo
orçamento é dado por
kx , o “nível de orçamento representativo”.
3.4. Fonte de Dados e descrição das variáveis
O trabalho utilizou como base de dados a Pesquisa de Orçamento Familiar
(POF), realizada pelo IBGE. Esta pesquisa fornece informações sobre a composição do
orçamento doméstico e tem o objetivo de mensurar as estruturas de consumo, dos gastos
e dos rendimentos das famílias. No procedimento de coleta de dados, cada questionário
fica por um período de sete dias consecutivos em cada domicílio, detalhando os gastos
diários com alimentação das famílias brasileiras.
Os dados utilizados são de dois pontos no tempo, 1995-1996 e 2002-2003.
Apesar da POF 2002/2003 ter sido realizada em todo o território nacional, incluindo as
áreas rurais de todas as regiões do país, os dados utilizados neste trabalho são das
maiores Regiões metropolitanas do Brasil, para permitir a comparação com a POF
1995/1996, que foi realizada apenas nas regiões metropolitanas das principais capitais
brasileiras.
Para este estudo de demanda, foram selecionados, inicialmente, dezoito
nutrientes, para os quais foram calculados preços, quantidade e participação no
orçamento. Porém, devido à grande quantidade de parâmetros a serem estimados no
modelo e ao grande número de observações, principalmente para a POF de 1995, a
estimação computacional tornou-se complicada, o que impossibilitou a estimação do
sistema de demanda com 18 equações. Sendo assim, optou-se por retirar cinco
nutrientes da análise. O critério para eliminação dos nutrientes foi a menor participação
no orçamento, permanecendo então na análise os seguintes nutrientes: proteínas,
34
carboidrato, gordura, fibra, colesterol, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio, vitamina A,
vitamina B3 e vitamina C.
Para a POF de 2003, este estudo contou com 5.347 observações e para a POF de
1995, 10.049 observações. Como a POF de 1995 foi realizada somente nas regiões
metropolitanas, pôde-se obter um número maior de observações nesta pesquisa.
Especificamente para este estudo, as variáveis sócio-econômicas consideradas
importantes foram: participação no orçamento com nutrientes, preço dos nutrientes,
dispêndio com nutrientes, dummy para sexo do chefe, anos de estudo do chefe, total de
pessoas no domicílio, dummy para presença de crianças e adolescentes, dummy para
presença de adultos, dummy para presença de idosos, anos de estudo da mulher e renda.
Todo o tratamento dos dados, desde a extração dos microdados até agregação
dos produtos e conversão dos nutrientes, foram realizados com a utilização software
Stata 10.1.
3.5. Caracterização da POF
3.5.1. Descrição da pesquisa
A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) é realizada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Essa pesquisa visa mensurar as estruturas de
consumo, dos gastos e dos rendimentos das famílias e possibilita traçar um perfil das
condições de vida da população brasileira a partir da análise de seus orçamentos
domésticos. Seu objetivo principal é atualizar as ponderações dos índices de preços
apurados pelo IBGE.
O IBGE já realizou quatro pesquisas sobre orçamentos familiares. A primeira foi
o Estudo Nacional da Despesa Familiar – ENDEF 1974-1975, com âmbito territorial
nacional, à exceção da área rural da Região Norte e parte da Região Centro-Oeste; as
edições da POF 1987-88 e 1995-96 foram concebidas para atender, prioritariamente, a
atualização das estruturas de consumo dos índices de preços ao consumidor produzidos
pelo IBGE, sendo realizadas nas Regiões Metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife,
Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, e Porto Alegre, no Município de
Goiânia e no Distrito Federal. E por último a pesquisa de orçamento familiar 2002-
2003.
Dada a existência de novas demandas, a POF 2002-2003 apresenta diferenças
importantes em relação às anteriores. Diferentemente das suas edições anteriores, a POF
35
2002-03 possui abrangência nacional, realizando uma minuciosa investigação dos
hábitos de consumo, do inventário de bens duráveis, da composição dos rendimentos, e
da condição de vida dos moradores em domicílios particulares das áreas urbanas e rurais
de todas as unidades da federação (UF) (IBGE, 2004a).
Em face da necessidade de informões detalhadas sobre as condições de vida a
partir do consumo, especialmente das famílias de menor rendimento, incluiu-se no
âmbito da pesquisa as áreas rurais e foram investigadas as aquisições não-monetárias,
informação fundamental para a real avaliação das necessidades da população e para o
melhor conhecimento da produção realizada pelas famílias. Foram também pesquisadas
opiniões das famílias sobre a qualidade de vida. Este enfoque subjetivo das condições
de vida complementa análises socioeconômicas e, em especial, sobre pobreza,
desigualdade e exclusão social.
Cabe, esclarecer sobre a adoção do termo “família”. A POF é uma pesquisa
realizada por amostragem, na qual são investigados os domicílios particulares
permanentes. No domicílio, por sua vez, é identificada a unidade básica da pesquisa –
Unidade de Consumo - que compreende um único morador ou conjunto de moradores
que compartilham da mesma fonte de alimentação ou compartilham as despesas com
moradia.
No ENDEF e nas POFs, para efeito de divulgação de resultados, o termo
“família” tem sido utilizado para representar o conceito Unidade de Consumo. O
conceito “família” no IBGE, também atendendo às recomendações internacionais, e
especificamente adotado no Censo Demográfico e demais pesquisas domiciliares,
refere-se às pessoas ligadas por laços de parentesco, dependência doméstica ou normas
de convivência, sem referência explícita ao consumo ou despesas. Entretanto, na maior
parte das situações, a Unidade de Consumo da POF coincide com a “família”, segundo
o conceito adotado no IBGE.
A POF de 2002-2003 foi realizada no período compreendido entre julho de 2002
e junho de 2003. Já a realização da POF 1995 ocorreu no período de 1º de outubro de
1995 a 30 de setembro de 1996.
3.5.2. Aspectos de amostragem
A concepção do plano de amostragem adotado na POF 2002-2003 é basicamente
a mesma que foi empregada na POF de 1995-1996. Como a POF 2002-2003 teve sua
36
abrangência territorial ampliada, o planejamento da amostra foi distinto no tocante a
esta condição, além de utilizar outra variável para estratificação e dimensionamento da
amostra.
Assim, tanto na POF 2002-2003 e na POF 1995-1996, adotou-se um plano
amostral conglomerado em dois estágios, com estratificação geográfica e estatística (a
partir de variável que caracteriza os estratos socioeconômicos) das unidades primárias
de amostragem que correspondem aos setores da base geográfica do Censo
Demográfico de 2000. As unidades secundárias de amostragem são os domicílios
particulares permanentes. Os setores foram selecionadas por amostragem sistemática
com probabilidade proporcional ao número de domicílios no setor, ao passo que os
domicílios foram selecionados por amostragem aleatória simples sem reposição, dentro
dos setores selecionados. Em seguida, foi aplicado procedimento de distribuição dos
setores (e respectivos domicílios selecionados) ao longo dos 12 meses de duração da
pesquisa, garantindo em todos os trimestres a coleta em todos os estratos geográficos e
socioeconômicos.
Outro fator que diferencia a POF 2002-03 das demais pesquisas é a escolha da
variável socioeconômica para a definição dos estratos estatísticos da amostra. Os
estratos estatísticos (socioeconômicos) da pesquisa eram definidos com base em
informações sobre rendimentos investigados nos Censos Demográficos. Em função da
indisponibilidade de dados acerca dos rendimentos investigados pelo Censo
Demográfico 2000 no período de planejamento da amostra, a variável escolhida, então,
foi anos de estudo do responsável pelo domicílio, considerada como uma Proxy dos
rendimentos dos responsáveis pelos domicílios. Com isso, a estratificação estatística,
construída em cada estrato geográfico, foi feita usando a média de anos de estudo dos
responsáveis pelos domicílios no setor.
Um dos aspectos específicos desta POF refere-se principalmente à estratificação,
tanto geográfica como estatística. A estratificação geográfica teve por intuito espalhar
geograficamente a amostra, garantindo a participação na amostra das diferentes partes
do território brasileiro. Ainda para efeito de comparação, nas regiões metropolitanas
consideradas foi mantida a estratificação geográfica das POFs passadas, de núcleo e
periferia. O município da capital constituiu o núcleo, enquanto que o restante da região
metropolitana foi chamado de periferia. Para o caso do Distrito Federal, foram criadas
duas subdivisões: uma contendo apenas a região administrativa de Brasília e outra
contendo as demais regiões administrativas.
37
Devido às diversas referências temporais das informações coletadas e às
variações de preços não desprezíveis ao longo do período de coleta dos dados de
despesa e rendimento é necessário eleger uma data referencial comum para a
comparação dos valores apurados. Para efeito de publicação dos dados, o IBGE
estabeleceu a data referencial de 15 de janeiro de 2003 como sendo o período base para
o deflacionamento dos valores de despesas e rendimentos da POF de 2003 e 15 de
setembro de 1996 como data de referência das informações para deflacionamento da
POF de 1995. Com base em tal informação, disponível com os microdados da pesquisa,
foi possível obter todos os preços, recebimentos e despesas para as duas pesquisas a
preços de uma data comum (15/01/2003), sendo utilizado o Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE como deflator.
3.6. Procedimentos
3.6.1. Agregação de Bens
A POF investiga uma ampla quantidade de alimentos; esta base apresenta um
total de 5422 descrições de produtos alimentares, totalizando 1680 tipos de alimentos e
bebidas. Os microdados da POF apresentam dados muito desagregados, com várias
subdivisões por produto, o que impossibilita o estudo desagregado destes bens. Desta
forma, foi necessário agregar os vários subtipos dos produtos em categorias mais
amplas, de forma a se obter as categorias desejadas. Esta é uma alternativa comumente
utilizada em estudos que, como este, utilizam uma extensa base de dados, de tal forma
que se reduza o número de produtos incluídos na análise da demanda.
Embora tenha que se proceder a agregação dos produtos, optou-se neste estudo
por trabalhar com categorias de produtos mais desagregados, assim como no trabalho de
Coelho (2006), de forma a permitir que as elasticidades estimadas descrevam com
maior precisão as escolhas dos consumidores frente a mudanças de preços relativos e da
renda.
A Teoria econômica não provê nenhuma orientação para composição de grupos
de itens alimentícios, ou seja, uma forma para se proceder ao agrupamento dos itens em
categorias. Esta decisão normalmente é tomada de forma ad hoc pelos pesquisadores.
Segundo Abdulai e Aubert (2004), nutricionistas normalmente se baseiam nas
semelhanças do conteúdo nutricional para proceder ao agrupamento dos itens
38
alimentícios, enquanto os economistas empregam critérios como o grau de
complementaridade entre itens e características de mercado.
A escolha dos produtos utilizados para a realização deste estudo se deu de
acordo com a importância nutricional (valores nutricionais elevados) e econômica
(maior participação relativa no orçamento), ou seja, utilizou-se critérios nutricionais e
econômicos. Desta forma, inicialmente, foram selecionados 65 produtos alimentares
(Tabela 3).
Para se proceder ao agrupamento dos itens alimentícios, seguiu-se as categorias
descritas pelo IBGE (2004a)
8
. As despesas com alimentação no domicílio são
distribuídas pelo IBGE em quinze categorias: cereais, leguminosas e hortaliças
tuberosas; farinhas, féculas, massas, cocos, castanhas e nozes; hortaliças folhosas,
frutosas e outras; frutas; açúcares e produtos de confeitaria; sais e condimentos; carnes e
vísceras; pescados marinhos; pescados de água-doce; enlatados e conservas; aves, ovos
e laticínios; panificados e carnes industrializadas; bebidas não-alcoólicas e infusões;
óleos, gorduras e alimentos preparados ou semi-preparados e bebidas alcoólicas. Alguns
produtos são subdivididos em diversos subtipos, os quais possuem pesos diferentes no
orçamento do consumidor. Para esses produtos, foi necessário ponderar os subtipos
dentro da mesma categoria, para depois fazer a agregação. Para os produtos que não
estão divididos em subtipos diferentes, não foi necessário fazer a ponderação (por
exemplo, cebola, óleo, sal e etc.), e assim, fez-se uma agregação simples dos produtos.
Para o cálculo da quantidade, primeiramente, calculou-se a quantidade em Kilogramas
(Kg) para cada descrição do produto por domicílio (cada produto possui diferentes
descrições, por isso apresenta vários códigos diferentes). Somam-se todas as
quantidades em Kg para cada produto com um código específico. Para calcular a
despesa total procede-se da mesma forma. Para o cálculo dos preços do Kg dos produtos
divide-se o valor da despesa total anual com o produto pela quantidade em Kg adquirida
do mesmo (preços implícitos), e em seguida, divide-se este preço calculado por 52 (52
semanas), já que as despesas se referem ao total de despesas do domicílio no período de
referência da pesquisa (sete dias para a POF).
8
A agregação dos subtipos em cada categoria encontra-se na Tabela 1A do anexo.
39
Tabela 3 - Produtos alimentares selecionados para análise e estimação do sistema de
demanda de nutrientes
PRODUTOS
ARROZ BATATA INGLESA MACA LEITE EM PO
FEIJÃO MANDIOCA AMENDOIM QUEIJOS
ALFACE
CENOURA FARINHA DE MANDIOCA IOGURTE
REPOLHO BETERRABA FARINHA DE TRIGO MANTEIGA
CHEIRO VERDE INHAME FUBA DE MILHO AÇUCAR
COUVE ALHO MACARRÃO RAPADURA
COUVE FLOR
BANANA PAO FRANCES SORVETE
BROCOLIS MELANCIA BISCOITO CHOCOLATE EM PÓ
TOMATE LARANJA CARNE DE BOI DE PRIMEIRA SAL
CEBOLA TANGERINA CARNE DE BOI DE SEGUNDA MASSA DE TOMATE
ABOBORA
MAMAO CARNE SUÍNA MOLHO DE TOMATE
PIMENTAO MANGA PESCADOS DE AGUA SALGADA MAIONESE
QUIABO ABACAXI PESCADOS DE AGUA DOCE TEMPERO MISTO
ABOBRINHA
MARACUJA FRANGO CALDOS
VAGEM UVA OVO DE GALINHA OLEO DE SOJA
BERINJELA MORANGO LEITE FLUIDO MARGARINA
CAFÉ
Fonte: Elaborada na pesquisa para este estudo.
Para fazer a agregação dos produtos que são divididos em subtipos diferentes
(com pesos diferentes no orçamento), foi necessário fazer uma ponderação para somar
preços, quantidades e despesas dos subtipos. Primeiramente, conforme foi feito na
agregação simples, somou-se a quantidade total em Kg para cada subtipo do produto e
da mesma forma procedeu-se com o valor deflacionado (criou-se categorias para os
subtipos), por domicílio e assim, calculou-se os respectivos preços de cada subtipo. Em
seguida criaram-se pesos para fazer a soma da quantidade em Kg, valor deflacionado e
preços calculados para cada subtipo. Os pesos foram calculados dividindo-se a despesa
total do subtipo no produto correspondente pela despesa total com todos os subtipos
para cada domicílio. Por fim, para proceder a agregação das quantidades, fez-se um
somatório de todas as quantidades em Kg de cada subtipo multiplicada pelo seu
respectivo peso e para se calcular os preços e despesas do produto procedeu-se da
mesma forma.
A variável utilizada tanto na POF de 1995 quanto na POF de 2003 para calcular
as quantidades em Kg dos produtos para cada domicílio foi “quantidade adquirida em
Kg do item (Alimento)”, porém, para muitos alimentos, principalmente aqueles que são
40
adquiridos por unidade, como ovos, couve, cheiro verde, alface e outros., essas
quantidades em Kg não são apresentadas, aparecendo como zero nas pesquisas, para
muitas observações. Sendo assim, para não perder essas observações, foram realizados
alguns procedimentos a fim de recuperar essas quantidades em Kg. Na POF de 2003,
estão disponíveis nos microdados as variáveis “Unidade de Medida” e a variável
“Quantidade do item”, que indica a quantidade (unidades) adquirida do item na unidade
de medida. De posse destas informações, foi possível realizar um procedimento de
transformação das quantidades do item e unidades de medida em quantidade em Kg:
multiplicou-se a quantidade média em Kg da unidade de medida pela quantidade do
item, recuperando-se assim o valor da quantidade em Kg do produto.
A maior dificuldade deste procedimento foi encontrar a quantidade em Kg das
unidades de medida de alguns produtos (molho, maço, penca, pacote, lata, vidro e etc.).
Como há grande variação destas unidades, principalmente nos casos de hortaliças e
frutas, optou por calcular uma média da quantidade em Kg das unidades de medida, a
partir dos dados da própria pesquisa. Com este procedimento, na POF de 2003 foi
possível recuperar observações que seriam perdidas. Porém, na POF de 1995, não foi
disponibilizada nos microdados a variável "Quantidade do Item". Desta forma, não foi
possível realizar essas transformações, sendo necessário eliminar as observações em que
não havia quantidade em Kg. Para a maioria dos produtos, apesar da eliminação destas
observações, a amostra apresentou, muitas vezes, mais observações do que na POF de
2003. Isto se deve ao fato de que na POF de 2003, a pesquisa foi realizada também nas
áreas rurais, o que reduziu a amostra nas regiões metropolitanas.
Diante deste problema da não disponibilização de informações sobre a
quantidade do item adquirida na unidade de medida (só há informações sobre a unidade
de medida) na POF de 1995, foi necessária a eliminação de alguns produtos
inicialmente selecionados para análise, que apresentaram quantidade em Kg igual a zero
para todas as observações. São eles: alface, cheiro verde, couve, brócolis, ovos,
morango e abacaxi (esses dois últimos apresentaram um número muito pequeno de
observações com as quantidades em Kg). De um total de 65 produtos selecionados,
inicialmente, para este estudo, oito foram eliminados (alface, cheiro verde, couve,
brócolis, ovos, morango, abacaxi e rapadura), restando então 57. A rapadura foi
eliminada por não haver informações nutricionais nas tabelas utilizadas neste estudo.
Os microdados da POF estão subdivididos em registros. Na POF de 2003, foi
necessário a utilização de apenas dois registros: o registro 02 – PESSOAS e o registro
41
09 - CADERNETA DE DESPESAS COLETIVA (ALIMENTAÇÃO, HIGIENE E
LIMPEZA). Já para a POF de 1995 foram necessários quatro registros para se obter
todas as variáveis que seriam utilizadas no estudo: o registro 01 – DOMICILIOS, o
registro 02 – MORADORES, o registro 08 - CADERNETA DE DESPESAS
(ALIMENTAÇÃO, HIGIENE E LIMPEZA) e o registro 11 - RENDIMENTOS E
DEDUÇÕES INDIVIDUAL.
Para a POF de 2003, utilizaram-se as seguintes variáveis de cada registro: no
registro 01 (domicílios), utilizaram-se as variáveis chaves (que são comuns a todos os
registros): tipo de registro, unidade da federação, seqüencial, dígito verificador, número
de domicílio, extrato geográfico, fator de expansão2 (peso final) e as variáveis
específicas deste registro que são: código de relação com a pessoa de referência, sexo,
idade em anos, anos de estudo. Para o Registro 09 (despesas com alimentação) além das
variáveis chaves foram utilizadas: número do grupo, código do item, quantidade do
item, código da unidade de medida, quantidade adquirida em Kg do alimento, valor da
despesa deflacionado ou anualizado, renda total mensal da unidade de consumo. Para
cada uma dessas variáveis, constam na documentação da POF a sua posição inicial e o
tamanho em dígitos do número para a identificação.
Para a POF de 1995, utilizaram-se as seguintes variáveis de cada um dos quatro
registros: na parte chave (comum a todos os registros) constam as variáveis tipo de
registro, região metropolitana, unidade da federação, seqüencial, dígito verificador e
domicílio. Do Registro 01 (Domicílios), foram utilizadas as variáveis: extrato de
classificação de renda do setor, fator de expansão da área. Do registro 2 (Moradores)
utilizaram-se as variáveis: relação com a pessoa de referência da UC, sexo, nível de
instrução e idade. Do registro 8 (Despesas com alimentação): quantidade adquirida,
unidade de medida, código do item, valor de despesa deflacionado anualizado. Do
registro 11, utilizou-se apenas a variável último recebimento.
Foi necessário trabalhar separadamente cada um dos registros, pois os
domicílios aparecem no arquivo de despesa de acordo com o número de aquisição dos
produtos alimentícios. Ao final da agregação nos arquivos de despesa, cada domicílio
aparece com apenas uma observação, por tipo de aquisição (produto) o que reduz muito
o tamanho do banco de dados. Ao concluir todas as agregações e transformações do
arquivo de despesa, fez-se a junção com os demais arquivos.
Os arquivos da POF de 1995 e 2003 estão colocados de forma diferente nas
publicações do IBGE. Para a POF de 2003, os microdados são publicados por registro,
42
bastando fazer a extração dos dados de cada registro, obtendo-se assim as informações
de todas as regiões metropolitanas de uma só vez. Na POF de 1995, os microdados
foram publicados por região metropolitana. Assim, foi necessário extrair cada registro
para cada região metropolitana separadamente e depois criou-se um arquivo para todo
Brasil daquele registro. Por exemplo, faz-se a extração do registro 08 (despesa) para
cada região metropolitana separadamente e depois faz-se a junção em um único arquivo
de despesa para todo o Brasil. O mesmo foi feito para todos os outros registros.
3.6.2. Conversão em nutrientes
Para realizar a conversão de quantidade de produtos em nutrientes calculou-se a
quantidade média de nutriente em cada um dos 57 produtos
9
, baseando-se na Tabela
Brasileira de Composição de Alimentos (TACO) e Tabela da Profª Drª. Sônia
Tucunduva (PHILIPPI, 2002)
10
. As tabelas nutricionais fornecem informações para
cada 100 gramas de alimentos nas seguintes unidades de medida de cada nutriente:
carboidrato (g), proteína (g), gordura total (g), fibra (g), colesterol (mg), cálcio (mg),
ferro (mg), sódio (mg), fósforo (mg), potássio (mg), vitamina A (mcg), vitamina B3
(mg) e vitamina C (mg). Como neste estudo utilizou-se a quantidade em Kg de cada
produto, calculou-se a quantidade média de nutrientes em cada Kg de alimentos, e em
seguida transformaram-se todas as unidades de medida dos nutrientes em Kg, de forma
a padronizar a unidade de medida de todos os nutrientes.
3.6.2.1 Quantidades
Para derivar as quantidades, preços e despesa com nutrientes (a partir da qual
calculou-se a participação no orçamento com cada nutriente, a variável dependente do
modelo) realizaram-se algumas transformações. Huang (1996) obteve a quantidade total
de nutrientes dos vários alimentos, a partir da seguinte expressão:
=
i
ikik
qa
θ
9
A matriz de conversão de nutrientes encontra-se na Tabela 2A do anexo.
10
Essas tabelas foram escolhidas, pois contém informações mais atualizadas sobre um expressivo número
de nutrientes. Além disso, mostrou-se como um material mais completo e de consulta prática para o
cálculo do valor nutritivos dos alimentos.
43
em que,
k
θ
é a quantidade total do nutriente k no alimento i,
ki
a é o montante do k-
ésimo nutriente obtido a partir de uma unidade do i-ésimo alimento e
i
q quantidade
consumida do bem i.
Neste estudo, calculou-se a quantidade de nutrientes de cada alimento (produto)
seguindo o procedimento de Huang (1996). Assim, primeiramente encontrou-se o
ki
a
a quantidade de nutriente (em Kg) por tipo de alimento (em 1Kg de alimento) – e depois
fez-se uma multiplicação pela quantidade do alimento consumida no domicílio.
Encontra-se assim a quantidade de cada nutriente para o total em Kg de cada produto
consumido no domicílio. Por fim, fez-se o somatório das quantidades dos nutrientes de
cada produto para se ter a quantidade total do nutriente no domicílio.
3.6.2.2. Preços
Para encontrar os preços, utilizou-se os preços implícitos de cada produto, assim
como fez Pereda (2008). Os preços implícitos dos produtos foram calculados a partir da
divisão da despesa com o produto pela quantidade em quilograma adquirida do mesmo.
Fez-se então a partição dos preços de cada bem entre os nutrientes adquiridos por
produtos [
)(
ikii
QTQTP × ], ou seja, o produto entre o preço com o bem i (
i
P ) e a
proporção física do nutriente naqueles produtos adquiridos [quantidade total do
nutriente k no produto i dividido pela quantidade total do produto i,
iki
QTQT ]. Assim,
encontraram-se 13 preços de nutrientes para cada produto (57 produtos). A próxima
etapa foi calcular um preço por nutriente para cada domicílio, ou seja, é necessário
agregar os preços dos nutrientes de cada produto. Desta forma, ponderou-se cada preço
de nutriente pela razão da despesa com cada produto i sobre a despesa total com os
produtos que possua o nutriente em questão
)(
13
1
DTNDP
i
k
k
×
=
.
Realizou-se a correção para os valores faltantes dos preços, pois muitos
domicílios da amostra adquiriram produtos que não possuíam alguns nutrientes. De
maneira a manter esses domicílios na amostra, utilizou-se a média dos preços da região
metropolitana do domicílios. Segundo Pereda (2008), os valores faltantes para preço
indicam que os domicílios, frente ao preço dos nutrientes encontrados no mercado,
decidiram por não consumi-los e, portanto, não se observa demanda por tais nutrientes,
inviabilizando o cálculo dos preços.
44
3.6.2.3. Despesas
O cálculo das despesas domiciliares totais com cada nutriente também seguiu a
metodologia utilizada por Pereda (2008). Esse cálculo foi realizado em duas etapas,
utilizando o mesmo procedimento assinalado para preços: 1) A despesa com cada
alimento e bebida de todos os domicílios foi particionada entre os nutrientes, com base
na razão entre massa total de nutrientes do produto sobre a massa total do mesmo, ou
seja, calculou-se o produto entre a despesa do domicílio com o bem i (
i
D ) e a proporção
física do nutriente naqueles produtos adquiridos [quantidade total do nutriente k no
produto i dividido pela quantidade total do produto i,
iki
QTQT ]; 2) Uma vez obtidas as
despesas com nutrientes de cada produto, somou-se para cada domicílio as despesas
com os mesmos nutrientes dos diferentes produtos, obtendo assim a despesa total do
domicílio com o nutriente.
Após obter as despesas com cada nutriente, procedeu-se o cálculo da variável
dependente do modelo, a participação do gasto com o nutriente sobre o total de gastos
do domicílio. Para isso, a variável despesa por nutriente
(
)
][
ikii
QTQTD
×
foi dividida
pela despesa total do domicílio com todos os nutrientes
()
DT , ou seja,
()
(
)
DTQTQTD
ikii
][ × .
45
4. RESULTADOS
4.1. Caracterização da amostra utilizada: composição e características dos
agregados familiares e suas influências para o consumo nutricional
Os resultados deste estudos serão apresentados da seguinte forma:
primeiramente, será feita uma caracterização da amostra utilizada, procurando-se
descrever as principais variáveis utilizadas neste estudo; em seguida, será apresentada
uma análise sobre as tendências do padrão de consumo de nutrientes; e por fim será
feita uma análise da função de demanda por nutrientes no Brasil.
O tamanho médio das famílias na amostra utilizada da POF de 2003 é de 3,66
pessoas por domicílio; para a POF de 1995, o tamanho médio das famílias é de 3,95
pessoas por domicílio. Houve assim, uma pequena redução do número médio de
pessoas por domicílio. Pode-se perceber pela Tabela 4 que houve um aumento
significativo do percentual de domicílios que possuem poucos moradores, com uma
variação positiva considerável para domicílios com até 4 pessoas de 1995 para 2003. A
partir de 5 pessoas, houve variação negativa do número de pessoas nos domicílios. A
redução do número de pessoas por domicílio refletiu as alterações recentes ocorridas na
composição familiar do brasileiro, cuja principal mudança foi a redução do número de
filhos. As famílias tornaram-se menores, o que pode ter importantes implicações no
consumo familiar de nutrientes.
46
Tabela 4 - Total de pessoas no domicílio, em 2003 e 1995, nas amostras utilizadas
POF 1995 POF 2003
Total de Pessoas % Acumulado % Acumulado
1 6,98 6,98 8,68 8,68
2 15,49 22,47 17,19 25,86
3 21,25 43,72 23,3 49,17
4 23,88 67,59 24,42 73,59
5 15,64 83,24 14,66 88,26
6 7,79 91,04 6,12 94,37
7 4,42 95,46 2,9 97,27
8 1,99 97,45 1,27 98,54
9 1,05 98,51 0,8 99,35
10 0,58 99,08 0,28 99,63
11 0,46 99,54 0,19 99,81
12 0,25 99,79 0,09 99,91
13 0,09 99,88 0,04 99,94
14 0,06 99,94 - -
15 0,06 100 - -
17 - - 0,02 99,96
18 - - 0,02 99,98
19 - - 0,02 100
Fonte: Dados da Pesquisa.
Pela Tabela 5, nota-se algumas diferenças na participação no dispêndio com os
nutrientes à medida que aumenta o tamanho do agregado familiar. Percebe-se que tanto
em 1995 como em 2003, à medida que se aumenta o número de pessoas no domicílio,
há uma queda na participação do orçamento do domicílio em proteínas e um aumento da
participação em carboidratos. Isto ocorre, porque, segundo Abdulai e Aubert (2004),
com o aumento do número de pessoas no domicílio para um determinado nível de
despesas e de preços, as famílias são obrigadas a ajustar os seus padrões de demanda
para itens alimentícios mais baratos como cereais e a reduzir o consumo de itens mais
caros, como carne, peixe e ovos, frutos e hortaliças, bem como leite e produtos lácteos,
produtos ricos em proteínas. Desta forma, à medida que aumenta o tamanho da família,
tanto em 1995 como em 2003, diminui-se o dispêndio com proteínas e aumenta-se o
consumo de carboidratos. Além disso, em 2003, pode-se perceber também uma redução
do dispêndio com algumas vitaminas (vitamina A e vitamina C) e minerais como, por
exemplo, cálcio, sódio e potássio. Esta comparação é importante, pois pode indicar que
famílias grandes têm menos nutrientes disponíveis, se comparados às famílias pequenas.
47
Tabela 5 - Participação média no orçamento com nutrientes por número de pessoas no
domicílio, em 1995 e 2003
POF 1995 POF 2003
Variável
Até 5 5-10 Mais de 10 0-5 5-10 Mais de 10
w_proteina 0,226687 0,210956 0,205768 0,205187 0,193838 0,189102
w_carboidrato 0,566516 0,606089 0,621349 0,554958 0,5883 0,592456
w_gordura 0,159043 0,133818 0,124694 0,191827 0,168187 0,17048
w_fibra 0,028204 0,030835 0,031495 0,029383 0,03337 0,033606
w_colesterol 0,000455 0,000397 0,000386 0,000455 0,000393 0,000385
w_calcio 0,002418 0,002218 0,002071 0,001963 0,001581 0,001446
w_ferro 3,28E-05 3,42E-05 3,43E-05 3,03E-05 3,28E-05 3,26E-05
w_sodio 0,006966 0,006673 0,005016 0,007199 0,006017 0,004416
w_fosforo 0,003209 0,003092 0,003106 0,002936 0,002687 0,002826
w_potassio 0,006246 0,005713 0,005938 0,005852 0,00544 0,005131
w_vitaminaa 9,35E-07 7,17E-07 4,85E-07 1,27E-06 8,22E-07 6,92E-07
w_vitaminab3 0,000156 0,000125 0,000112 9,66E-05 8,11E-05 5,86E-05
w_vitaminac 6,73E-05 4,93E-05 3,09E-05 0,000112 0,000072 0,00006
Fonte: Dados da Pesquisa.
Além do tamanho da família, outra característica importante para a compreensão
dos padrões de demanda é a composição etária familiar. A idade média do chefe de
família na POF de 2003 é de 45,1 anos e na POF de 1995 é de 45,6 anos. Assim, não
houve grande mudança na idade média do chefe do domicílio entre estas duas pesquisas.
A Tabela 6 mostra que diminuiu o percentual de domicílios com chefes mais jovens (até
26 anos) e houve um aumento dos chefes de 27 a 49 anos e de 50 a 65 anos. Já o
percentual de domicílios chefiados por pessoas com mais de 65 anos apresentou redução
de 1995 para 2003.
Tabela 6 - Distribuição percentual dos chefes do domicílio por faixa etária em 2003 e
1995
POF 1995 POF 2003
% Acumulado % Acumulado
até 26 anos 8,34 8,34 7,12 7,12
de 27 a 49 anos 56,84 65,18 57,03 64,15
de 50 a 65 anos 23,5 88,68 24,97 89,12
Mais de 65 anos 11,39 100 10,91 100
Fonte: Dados da Pesquisa.
48
Analisando-se comportamento de consumo de nutrientes, segundo algumas
faixas etárias dos chefes do domicílio, constatam-se algumas mudanças importantes,
conforme pode-se verificar por meio da Tabela 7. Em 1995, pode-se chamar a atenção
para o aumento da participação do orçamento com carboidrato, a medida que muda-se
para faixas de idade mais alta. Por outro lado, percebe-se uma tendência decrescente
para a participação do orçamento com gorduras, o que é um bom resultado,
principalmente, considerando-se que famílias cujos chefes são mais velhos necessitam
de maior atenção à saúde, evitando alimentos gordurosos, os quais podem ser
prejudiciais se consumidos em excesso. Pode-se destacar ainda a maior participação do
orçamento com sódio para famílias com chefes com mais de 65 anos. O maior consumo
de sódio para famílias cujos chefes pertencem a faixas de idade mais elevada pode
trazer riscos à saúde, já que algumas doenças, como hipertensão arterial, estão
associadas ao maior consumo deste nutriente.
Tabela 7 - Diferenças na participação média no orçamento com nutrientes entre
domicílios, de acordo com diferentes faixas etárias dos chefes, em 1995
Variável
até 26 anos de 27 a 49
anos
de 50 a 65 anos Mais de 65
anos
w_proteina 0,227704 0,223407 0,2224015 0,22673
w_carboidrato 0,55651 0,57317 0,579135 0,575598
w_gordura 0,167257 0,155914 0,150112 0,148551
w_fibra 0,027858 0,028448 0,029364 0,028423
w_colesterol 0,000452 0,000449 0,000432 0,00044
w_calcio 0,002802 0,002392 0,002233 0,002417
w_ferro 0,000031 3,27E-05 3,42E-05 3,36E-05
w_sodio 0,006811 0,006822 0,006812 0,007677
w_fosforo 0,003747 0,0032 0,003008 0,003172
w_potassio 0,006585 0,005955 0,006258 0,006721
w_vitaminaa 9,76E-07 9,04E-07 8,46E-07 9,20E-07
w_vitaminab3 0,000165 0,000146 0,000149 0,00017
w_vitaminac 7,64E-05 6,38E-05 6,15E-05 6,73E-05
Fonte: Dados da Pesquisa.
Comparando-se o perfil de consumo apresentado para 1995 com o de 2003
(Tabela 8) para as diferentes faixas etárias, percebem-se algumas mudanças
importantes. Em 2003, o consumo de carboidrato se mostrou mais elevado apenas para
famílias com chefes com mais de 65 anos. O consumo de gorduras se mostrou mais
elevado para todas faixas etárias colocadas, com destaque para chefes com idade entre
50 e 65; levando-se em consideração que o consumo excessivo de gorduras pode trazer
49
danos à saúde, este resultado não indica melhoria nos padrões de consumo de nutrientes.
Por outro lado, o consumo de sódio apresentou tendência decrescente, a medida que se
aumenta a faixa etária dos chefes, o que é um resultado desejável, conforme destacado
anteriormente.
Tabela 8 - Diferenças na participação média no orçamento com nutrientes entre
domicílios, de acordo com diferentes faixas etárias dos chefes, em 2003
Variável
até 26 anos de 27 a 49
anos
de 50 a 65 anos Mais de 65
anos
w_proteina 0,1876428 0,20202 0,209364 0,2006346
w_carboidrato 0,5652511 0,560666 0,550028 0,575902
w_gordura 0,1883224 0,189329 0,19271 0,172614
w_fibra 0,0288838 0,029747 0,029333 0,03267
w_colesterol 0,00041 0,000441 0,000472 0,000434
w_calcio 0,0021843 0,001901 0,001871 0,001995
w_ferro 0,0000291 3,05E-05 0,000031 3,08E-05
w_sodio 0,007564 0,00714 0,007019 0,006151
w_fosforo 0,003105 0,002894 0,002875 0,002924
w_potassio 0,0055119 0,005635 0,006098 0,006374
w_vitaminaa 1,09E-06 1,23E-06 1,16E-06 1,17E-06
w_vitaminab3 0,0000982 9,21E-05 9,96E-05 9,89E-05
w_vitaminac
0,0000906
0,000102 9,89E-05 0,000172
Fonte: Dados da Pesquisa.
A composição das famílias, representada pela proporção de pessoas da família
em cada faixa etária, será caracterizada por três grupos, definidos para este estudo.
Assim, considerou-se crianças e adolescentes (até 18 anos), adultos (de 19 a 59 anos) e
idosos (acima de 60 anos).
O tamanho do domicílio, a presença ou não de crianças, a influência dos
adolescentes, a presença de idosos, e etc. influenciam no total de nutrientes consumidos.
A composição etária do agregado familiar relaciona-se diretamente com o consumo
alimentar, pois pessoas de diferentes faixas etárias apresentam diferentes necessidades
nutricionais, sendo assim, grupos etários diferentes podem originar padrões de consumo
diferentes. Acredita-se que a presença de crianças e adolescentes e idosos no domicílio
tenham bastante influência sobre a distribuição do orçamento entre os diversos
nutrientes nos domicílios. Tais grupos etários exigem padrões de consumo bem
diferenciados como é o caso dos idosos, que necessitam de mais cuidados com saúde
e/ou crianças e adolescentes, que exigem elevado consumo de alimentos calóricos, os
50
quais propiciam maior reposição energética e ainda, especialmente no caso das crianças,
exige-se maior atenção à suas necessidades nutricionais.
Analisando-se a presença desses dois grupos etários na amostra utilizada
percebe-se que em 1995, 70% dos domicílios possuíam crianças e adolescentes e 23%
possuía idosos, conforme pode ser visto na Tabela 9. Na amostra utilizada da POF de
2003, o percentual de domicílios que possuem crianças e adolescentes foi menor do que
para a amostra de 1995 e o percentual de domicílios com idosos foi apenas ligeiramente
menor.
Tabela 9 - Percentual de domicílios que possuem crianças e adolescentes e idosos, em
1995 e 2003
Membros com até 18 anos (%) Membros com mais de 60 anos (%)
POF 2003 60 22
POF 1995 70 23
Fonte: Dados da Pesquisa.
Pela Tabela 10, constatam-se algumas diferenças na composição do orçamento
com nutrientes nos domicílios em que existem crianças e adolescentes e nos domicílios
em que existem idosos.
Tabela 10 - Diferenças na participação média no orçamento com nutrientes entre
domicílios em que existem adolescentes e entre domicílios que existem idosos, em 1995
e 2003
POF 1995 POF 2003
Variável Criança/Adolesc. Idoso Criança/Adolesc. Idoso
w_proteina 0,2199261 0,2304764 0,2012811 0,2130794
w_carboidrato 0,5813094 0,5631713 0,5641917 0,5509032
w_gordura 0,1511307 0,157447 0,18724 0,1859523
w_fibra 0,0288004 0,0278802 0,0294235 0,0306571
w_colesterol 0,0004294 0,000458 0,0004353 0,0004865
w_calcio 0,0024045 0,0024453 0,0018804 0,0020464
w_ferro 0,0000327 0,0000333 0,0000305 0,0000302
w_sodio 0,0066686 0,0076293 0,006915 0,0070169
w_fosforo 0,0032221 0,0031784 0,0029117 0,0030111
w_potassio 0,0058709 0,0070219 0,0055076 0,0065427
w_vitaminaa 8,51e-07 9,87e-07 1,20e-06 1,41e-06
w_vitaminab3 0,0001463 0,0001748 0,0000908 0,0001072
w_vitaminac
0,0000581 0,0000829 0,0000911 0,0001655
Fonte: Dados da Pesquisa.
51
Nota-se que tanto em 1995 como em 2003, os domicílios em que existem
crianças e adolescentes apresentam um dispêndio maior em carboidratos do que os
domicílios em que existem idosos. Já o dispêndio em proteínas se mostrou mais elevado
para domicílios que possuem idosos. O consumo de gorduras e colesterol foi
praticamente o mesmo para as duas situações, em cada ano. Porém, em 1995 o consumo
destes nutrientes foi menor do que em 2003, para ambos os grupos. Além disso, o
dispêndio em vitaminas e com a maioria dos minerais se mostrou maior para os
domicílios que possuem idosos nos dois anos analisados.
Outra característica da amostra que é importante analisar é o percentual de
chefes do sexo masculino e feminino. Pela Tabela 11, nota-se que a maioria dos
domicílios possui chefes do sexo masculino. Comparando-se a POF de 1995 e 2003,
percebe-se que houve redução dos domicílios chefiados por homens, ou, de outra forma,
percebe-se uma aumento significativo de domicílios chefiados por mulheres.
Tabela 11 - Percentual de domicílios por sexo do chefe em 1995 e em 2003
POF 1995 POF 2003
Sexo Freqüência Percentual Freqüência Percentual
Feminino 2.527 25,15 1.769 33,08
Masculino 7.522 74,85 3.578 66,92
Total 10.049 100 5.347 100
Fonte: Dados da Pesquisa.
A mulher geralmente acumula a responsabilidade pelo preparo das refeições,
portanto, ela ainda exerce um papel-chave nas decisões alimentares. Sendo assim, o fato
de a mulher ser chefe do domicílio também pode influenciar no consumo de nutrientes.
Analisando-se a Tabela 12, pode-se constatar que embora não tenha diferenças
expressivas na composição do orçamento quando a mulher é chefe e quando o homem é
chefe do domicílio, os domicílios chefiados por mulher tem maior participação no
orçamento para a maioria dos nutrientes, indicando que domicílios chefiados por
mulheres são mais bem nutridos. Pode-se destacar ainda que, embora as diferenças
sejam pequenas, a participação de gorduras e colesterol foi menor nos domicílios
chefiados por mulher. A pequena diferença nas participações do orçamento com
nutrientes para domicílios chefiados por homem e por mulher pode ocorrer, pois mesmo
52
o homem sendo chefe, a decisão da alimentação, na maioria das vezes, fica por conta da
mulher.
Tabela 12 - Participação média no orçamento com nutrientes por sexo do chefe
POF 1995 POF 2003
Variável
Chefe Mulher Chefe Homem Chefe Mulher Chefe Homem
w_proteina 0.217342 0.226241 0.2007832 0.2053462
w_carboidrato 0.581773 0.570437 0.563399 0.55666
w_gordura 0.15279 0.155385 0.1879 0.189632
w_fibra 0.028169 0.028812 0.029672 0.029942
w_colesterol 0.000422 0.000453 0.000438 0.000452
w_calcio 0.002442 0.002364 0.002022 0.001865
w_ferro 3.29E-05 3.31E-05 2.98E-05 3.09E-05
w_sodio 0.007199 0.006802 0.006821 0.00717
w_fosforo 0.003169 0.003196 0.002935 0.002894
w_potassio 0.006443 0.006063 0.005789 0.005809
w_vitaminaa 9.01E-07 8.94E-07 1.32E-06 1.17E-06
w_vitaminab3 0.000153 0.00015 9.69E-05 9.37E-05
w_vitaminac 0.000066 6.35E-05 0.000114 0.000104
Fonte: Dados da Pesquisa.
Huang e Lin (2000) destacaram que características sócio-econômicas podem
afetar a escolha da qualidade dos alimentos. Famílias chefiadas por aqueles que
freqüentaram escola alocam maior parcela de seu orçamento alimentar para aves, frutas
e legumes, e menos para carne bovina, suína, outras carnes e ovos. Sendo assim,
famílias com chefes com maior nível de escolaridade tendem a apresentar melhor
padrão de consumo de nutrientes, pois essas famílias possuem maiores informações
sobre qualidade alimentar, além de possuírem maior preocupação com questões
nutricionais. Cabe destacar que a escolaridade da mulher também é importante para as
decisões de alocação do orçamento em nutrientes.
A média dos anos de estudo do chefe na amostra utilizada da POF de 1995 foi de
6,6 anos e da POF de 2003 foi de 7,4 anos. Pela Tabela 13, percebe-se que houve
melhoria do nível de instrução dos chefes do domicílio e houve uma importante redução
do percentual de chefes sem instrução, de 1995 para 2003. Em suma, houve grande
melhoria no grau de instrução do chefe do domicílio, com uma variação positiva
significativamente alta a partir de 4 anos de estudo (com exceção para 15 anos de
53
estudo) e, conseqüentemente, redução no número de chefes sem instrução e de nível
básico. O aumento dos chefes que possuem 17 anos de estudo foi expressivo.
O aumento do nível de escolaridade evidenciado é um bom indicativo de
melhoria sócio-econômica. Essa melhoria do nível de escolaridade poderá trazer
importantes implicações no consumo familiar de nutrientes, já que famílias com chefes
com grau de instrução elevado tenderão a diversificarem mais a sua cesta de consumo,
com mais informações sobre o conteúdo nutricional dos alimentos, sobre a importância
da nutrição, e sobre opções nutricionais de compras de mercado.
Tabela 13 - Anos de estudo do chefe dos domicílios em 2003 e 1995
POF 1995 POF 2003
Anos de estudo % Acumulado % Acumulado
0 10,9 10,9 6,81 6,81
1 4,22 15,12 4,84 11,65
2 5,2 20,32 3,4 15,06
3 6,66 26,98 5,05 20,1
4 14,85 41,83 12,92 33,03
5 8,7 50,52 9,24 42,27
6 3,43 53,96 3,67 45,93
7 3,78 57,74 4,13 50,07
8 10,37 68,11 10,6 60,67
9 2,06 70,17 2,69 63,36
10 2,92 73,08 3,09 66,45
11 14,54 87,62 19,3 85,75
12 - - 1,27 87,02
13 2,9 90,52 1,14 88,16
14 - - 1,23 89,4
15 8,8 99,31 5,22 94,61
16 - - 3,01 97,62
17 0,69 100 2,38 100
Fonte: Dados da Pesquisa.
Pela Tabela 14, pode-se perceber algumas mudanças no comportamento de
consumo de nutrientes à medida que aumenta-se o nível de escolaridade do chefe do
domicílio. Em 1995, a participação no orçamento com proteínas aumenta à medida que
aumenta-se os anos de estudo do chefe do domicílio; em 2003, não houve variações
significativas no dispêndio com proteínas. O dispêndio com carboidratos diminui nos
dois anos à medida que se aumenta os anos de estudo do chefe da família. Ou seja, à
medida que melhora o grau de instrução do chefe, tanto em 1995 como em 2003,
aumenta-se o dispêndio com proteínas e diminui-se o dispêndio com carboidratos. Além
54
disso, nota-se também aumento do dispêndio com vitaminas (vitamina A, vitamina B3 e
vitamina C), e alguns minerais como, por exemplo, cálcio, fósforo e potássio e aumento
do consumo de gorduras e colesterol. Esta comparação indica que famílias com chefes
mais instruídos tendem a ter mais nutrientes disponíveis, se comparados às famílias com
chefes menos instruídos. Vale lembrar que o nível de escolaridade possui uma relação
direta com a renda, assim famílias com melhores níveis de escolaridade tendem a
apresentar melhores níveis de rendimento e, conseqüentemente, mais nutrientes
disponíveis. Entretanto, vale destacar que essas famílias também tendem a apresentar
maiores níveis de consumo de gorduras e colesterol.
Tabela 14 - Participação média no orçamento com nutrientes por anos de estudo chefe
do domicílio, em 1995 e 2003
POF 1995 POF 2003
Variável
0-5 5-15 Mais de 15 0-5 5-15 Mais de 15
w_proteina 0,219875 0,227921 0,249347 0,200334 0,206076
0,2095572
w_carboidrato 0,58311 0,563996 0,510758 0,571587 0,550786 0,538001
w_gordura 0,148288 0,16085 0,194192 0,179107 0,195422 0,205307
w_fibra 0,02993 0,027378 0,024888 0,031476 0,028786 0,027477
w_colesterol 0,000432 0,000457 0,000558 0,000431 0,000458 0,000475
w_calcio 0,002131 0,002639 0,002817 0,001677 0,002039 0,002618
w_ferro 3,38E-05 3,24E-05 3,21E-05 3,14E-05 3,01E-05 2,86E-05
w_sodio 0,00666 0,007159 0,006416 0,006497 0,00752 0,006911
w_fosforo 0,003073 0,003306 0,003499 0,002763 0,002985 0,003291
w_potassio 0,006271 0,006028 0,007189 0,005901 0,005692 0,006097
w_vitaminaa 7,00E-07 1,09E-06 1,41E-06 1,05E-06 1,31E-06 1,67E-06
w_vitaminab3 0,000142 0,00016 0,000164 9,43E-05 9,49E-05 9,62E-05
w_vitaminac 5,37E-05 7,38E-05 0,000138 0,000101 0,00011 0,000141
Fonte: Dados da Pesquisa.
4.2. Tendências do padrão de consumo nutricional no período de 1995 a 2003
As transformações econômicas, sociais e demográficas que aconteceram no país
nas últimas décadas, contribuíram para aceleração do processo de mudanças no
comportamento de consumo de nutrientes. Nesta seção, será feita uma análise das
mudanças ocorridas nas principais variáveis utilizadas neste estudo de demanda (preços
dos nutrientes, participação do dispêndio em nutrientes e ainda quantidade consumida
de nutrientes) para o Brasil entre 1995 e 2003.
Pela Tabela 15 pode-se identificar a evolução da estrutura do dispêndio com
55
nutrientes de 1995 a 2003. Nota-se que houve redução na participação do dispêndio com
muitos nutrientes, sendo que a vitamina B3 e o cálcio apresentaram reduções mais
expressivas. Entretanto, a queda observada para carboidratos e proteínas é relativamente
mais importante do que as outras. Isso porque o percentual gasto com esses nutrientes é
significativamente maior que os demais.
Tabela 15 - Participação média dos nutrientes na despesa total dos domicílios, em 1995
e 2003
Fonte: Dados da Pesquisa.
No intervalo de tempo analisado, a participação dos gastos familiares com
carboidrato apresentou uma queda de 2,51%. O carboidrato, em grande parte, deriva-se
de bens mais básicos, sendo assim, essa redução na participação dos gastos em
carboidrato está de acordo com a redução tendencial nacional observada nos dias atuais
nas despesas com bens básicos e tradicionais, como o arroz, feijão e batata, os quais
estão incluídos no item cereais, leguminosas e tubérculos.
A queda na participação dos gastos em nutrientes como carboidratos pode
indicar, em primeira instância, que a população melhorou a qualidade nutricional,
podendo diversificar o consumo de nutrientes. Pode-se confirmar este fato com o
aumento significativo apresentado para a Vitamina A (36,16%) e Vitamina C (66,93%),
mostrando melhoria na qualidade nutricional. Sendo assim, melhorou a sua qualidade de
vida, pois poderá satisfazer outras necessidades nutricionais, que não sejam as básicas.
Mas nem sempre a queda relativa na participação do dispêndio para nutrientes básicos
Variável
Participação Média no Orçamento
Variação (%)
POF 2003 POF 1995
w_proteina 0,203837 0,224003
-9,00
w_carboidrato 0,558889 0,573287
-2,51
w_gordura 0,189059 0,154732
22,18
w_fibra 0,029852 0,028651
4,19
w_colesterol 0,000448 0,000445
0,67
w_calcio 0,001917 0,002383
-19,56
w_ferro 3,06E-05 3,31E-05
-7,55
w_sodio 0,007054 0,006902
2,20
w_fosforo 0,002908 0,003189
-8,81
w_potassio 0,005802 0,006159
-5,80
w_vitaminaa 1,22E-06 8,96E-07
36,16
w_vitaminab3 9,47E-05 0,000151
-37,28
w_vitaminac 0,000107 6,41E-05
66,93
56
como carboidrato significa uma melhoria em si da qualidade nutricional. Pode ser que,
de fato, as famílias estejam enfrentando uma situação de menor disponibilidade de
nutriente nos domicílios.
Vale ressaltar ainda que existe uma relação entre a proporção de gastos com
nutrientes e a renda familiar, isto é, famílias mais carentes tendem a destinar uma
parcela maior de sua renda para nutrientes mais essenciais como carboidratos
(energéticos). Nesse sentido, alterações nos padrões de consumo reduzindo a
participação relativa do dispêndio com estes produtos podem indicar uma evolução
positiva em termos de ganho de rendimento.
A queda registrada na participação dos gastos familiares com carboidratos pode
ser explicada por mudanças ocorridas principalmente após o Plano Real, as quais
impactaram favoravelmente o padrão de consumo de nutrientes. Tais impactos
resultaram principalmente do aumento do poder aquisitivo da população – devido ao
controle da inflação. Este fato permitiu uma diversificação na pauta de consumo
alimentar e maior acesso aos produtos mais elaborados que antes dificilmente entravam
na cesta [ver por exemplo, CYRILLO et al., 1997; LAVINAS, 1998]. Sendo assim,
seria esperada uma melhoria na qualidade alimentar da população. Porém, resta saber se
a melhoria do poder aquisitivo dos consumidores, e a conseqüente melhoria na pauta de
consumo, ocasionaram, de fato, uma melhoria no padrão de consumo de nutrientes.
Diante das mudanças favoráveis à melhoria nos padrões alimentares da
população brasileira, nas últimas décadas, esperava-se que possíveis ajustes dos padrões
de demanda para itens alimentícios mais caros, como produtos ricos em proteínas
(carne, peixe, ovos, leite e produtos lácteos) ocasionassem aumento da participação dos
gastos em proteínas. Segundo Steinfeld et al. (2006), uma elevada percentagem do
aumento do consumo de alimentos, devido ao crescimento econômico, ocorre com o
aumento do consumo de proteína animal - carne, leite e ovos. Porém, isto não foi
constatado nestes resultados, pois percebe-se que houve uma variação negativa de 9%
na participação dos gastos no orçamento com proteínas.
Por outro lado, um dos nutrientes que apresentaram variação positiva acentuada
na participação das despesas foi a gordura (22,18%). Essa mudança no comportamento
de consumo de nutrientes pode estar associada a uma mudança no estilo de vida, já que
as pessoas, dispondo de menos tempo optam por consumir produtos de preparo rápido,
prontos ou semi-prontos, que são geralmente mais gordurosos. Além disto, a mudança
no estilo de vida tem levado o consumidor a optar por produtos mais elaborados. Essas
57
mudanças foram, também, propiciadas pelo controle da inflação e o aumento do poder
aquisitivo na década de 90, os quais possibilitaram ao consumidor ter maior acesso a
uma cesta de consumo mais diversificada, que muitas vezes significa alimentos ricos em
gorduras em geral e em gorduras saturadas e causam aumento do teor desses nutrientes
na alimentação. É provável que o aumento do poder aquisitivo da população propicie
aumento no consumo de alimentos com níveis altos de gordura saturada e colesterol,
devido ao sabor.
Os nutrientes que apresentaram variação positiva na participação das despesas
foram vitamina A, vitamina C e gordura, seguidos de fibras, sódio e colesterol, que
apresentou menor variação. Os nutrientes que apresentaram variação negativa na
participação das despesas foram vitamina B3, cálcio, proteína, fósforo, ferro, potássio e
carboidrato.
Apesar da tendência declinante, os gastos com carboidratos continuam
representando uma parcela ainda muito elevada do orçamento dos consumidores. Essa
evidência constitui um importante indicador do baixo nível da qualidade alimentar, pois
ponderações elevadas registradas para nutrientes derivados de alimentos voltados para
necessidades básicas são indicativas de baixa capacidade de compra e pouca
diversificação de nutrientes. Desta forma, refletem um baixo padrão de consumo de
nutrientes da população estudada. O percentual gasto com alimentos ou nutrientes pode,
assim, indicar o perfil de consumo da população e ainda refletir diretamente as
mudanças sociais e econômicas vividas.
Ao se analisar as variações ocorridas nos preços e quantidades consumidas dos
nutrientes, no período de 1995 a 2003 (Tabela 16), percebe-se algumas mudanças
importantes. Para os preços dos nutrientes constatou-se algumas variações
significativas, podendo destacar-se vitamina A, sódio, gordura e colesterol. Para maior
parte dos nutrientes analisados houve elevação dos preços, com exceção do cálcio,
ferro, fósforo, potássio e vitamina B3.
Já analisado-se as variações nas quantidades, nota-se que houve queda na
quantidade média consumida da maioria dos nutrientes, conforme pode ser visto
também na Tabela 16. Os nutrientes apresentaram variação negativa acentuada no
consumo, podendo se destacar vitamina B3 (-71,24%), cálcio (-64,85%), proteína (-
53,33%) e fósforo (-52,44%). Os nutrientes que apresentaram variação positiva no
consumo foram apenas colesterol (4,57%) e vitamina C (31,49%).
58
Tabela 16 – Variação percentual dos preços, quantidades e dispêndio de 1995 para 2003
Fonte: Dados da Pesquisa.
Um ganho em rendimento possibilita a redução da participação total no
orçamento em nutrientes derivados de produtos mais básicos (carboidratos), em favor de
nutrientes derivados de alimentos com maior valor nutricional (ricos em vitaminas e
minerais). Embora haja redução na participação do orçamento com alguns nutrientes, o
ganho em rendimento, geralmente, propicia maiores quantidades consumidas dos
mesmos. Este fato possibilita que a população tenha maior disponibilidade de nutrientes
e que, ao mesmo tempo, seu orçamento seja mais bem distribuído (maior diversificação
no consumo de nutrientes). Sendo assim melhora-se a qualidade de vida, pois as
famílias poderão satisfazer outras necessidades nutricionais, que não sejam as básicas.
Porém, não se pôde chegar às essas constatações a partir dos resultados
observados neste estudo. Houve redução na participação média do dispêndio para
muitos nutrientes e queda na quantidade média consumida no domicílio. Não se podem
tirar muitas conclusões a partir desses resultados, principalmente porque, conforme
destacou Schlindwein e Kassouf (2007), esses dados se referem aos alimentos
adquiridos para consumo no domicílio no período analisado pelas pesquisas e que parte
Variável Variação (%)
Preço Quantidade
Proteína 5,30 -53,33
Carboidrato 8,00 -47,92
Gordura 46,23 -26,90
Fibra 16,00 -42,43
Colesterol 25,09 4,57
Calcio -4,37 -64,85
Ferro -11,29 -49,79
Sodio 69,72 -33,64
Fosforo -0,12 -52,44
Potassio -10,52 -39,60
Vitamina a 69,74 -10,30
Vitamina b3 -13,36 -71,24
Vitamina c 9,36 31,49
59
dessa variação (queda nas quantidades consumidas) se deve à migração para o consumo
de alimentos fora do domicílio.
Embora muitos estudos tenham apresentado resultados mostrando a melhoria no
padrão de consumo alimentar, maior diversificação da cesta de consumo e consumo de
produtos mais elaborados, cabe lembrar que essa melhoria na pauta de consumo pode
não estar propiciando melhoria na qualidade nutricional. As famílias podem estar
consumindo uma cesta diversificada de alimentos, com produtos mais elaborados e de
rápido preparo, mas que possui um baixo valor nutricional. Análises mais aprofundadas
sobre funções de demanda de nutrientes podem esclarecer melhor essa questão, o que
será explicitado na próxima seção.
4.3. Função de demanda de nutrientes no Brasil
4.3.1. Influência das variáveis sócio-econômicas na função de demanda de
nutrientes
Esta seção apresenta os resultados obtidos para o sistema de 13 equações,
estimado através do modelo LA/AIDS. Analisa-se, primeiramente, a significância e a
influência de algumas variáveis sócio-econômicas na demanda pelas categorias de
nutrientes.
Os resultados de todos os coeficientes estimados para as variáveis explicativas
estão descritos na Tabela 17 e 18. Nestas tabelas estão discriminados todos os
coeficientes estimados, para cada equação do sistema, e o resultado do teste de
significância individual de cada parâmetro, para 1995 e 2003.
Nas Tabelas 19 e 20 podem ser visualizados os resultados dos efeitos das
variáveis que apresentaram coeficientes significativos para explicar a demanda de
nutrientes em 1995 e 2003. Como a magnitude dos coeficientes estimados foi baixa,
optou-se por analisar o efeito (positivo ou negativo) das variáveis no consumo de
nutrientes. A magnitude dos coeficientes estimados foi semelhante às estimadas no
trabalho de Pereda (2008).
Todas as variáveis sócio-econômicas analisadas afetaram o consumo de pelo
menos um nutriente. Em 1995, as variáveis com maiores influências no consumo foram:
“Anos de estudo do chefe”, “Presença de adolescentes”, “Anos de da Estudo da mulher”
e “Total de pessoas no domicílio”. Já para 2003, as variáveis que apresentaram maior
número de coeficientes significativos foram: “Anos de estudo do chefe”, “Presença de
60
Idosos” e “Total de pessoas no domicílio”. Comparando-se os resultados apresentados
de 1995 para 2003, percebe-se que muitas mudanças ocorreram na demanda de
nutrientes em relação à influência das variáveis analisadas. Pode-se, assim, verificar
como se deu a evolução da influência de tais características sócio-econômicas no padrão
de consumo de nutrientes da população.
61
Tabela 17 - Coeficientes estimados para as equações de demanda de nutrientes do modelo restrito, para o Brasil em 1995
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina A
Vitamina B3
Vitamina C
Intercepto
***
0,309
***
0,269
***
0,296
***
0,030
***
0,001
***
0,014
***
0,00005
***
0,037
***
0,015
***
0,027
***
0,00001
***
0.002
***
0.001
lnp_proteína
***
0,133
***
-0,097
***
-0,025
***
-0,005
***
0,0004
***
-0,0006
***
0,00001
***
-0,005
***
-0,0004
***
-0,0007 0,00000004
***
-0,0001
***
-0,0001
lnp_Carboidrato
***
-0,097
***
0,161
***
-0,062
***
0,004
***
-0,0003
***
-0,0015
***
0,000002
**
-0,0006
***
-0,0013
***
-0,0025
***
-0,000001
***
-0,0002
***
-0,00004
lnp_Gordura
***
-0,025
***
-0,062
***
0,093
***
-0,005
***
0,0001
***
-0,0002
***
-0,00001 0,0002
***
-0,0003
***
-0,0016
***
-0,000001
***
-0,00002
***
-0,00003
lnp_Fibra
***
-0,005
***
0,004
***
-0,005
***
0,008
***
-0,0001
***
0,0005
***
-0,000004
***
-0,0012
***
-0,0001
***
0,0003
***
0,0000002
***
0,0001
***
-0,00001
lnp_Colesterol
***
0,0004
***
-0,0003
***
0,0001
***
-0,0001
***
0,00003
***
-0,00005
***
0,0000003
***
-0,00002
***
-0.00002
***
-0,00003
***
0,0000001 -0,000001
***
0,00002
lnp_Cálcio
***
-0,0006
***
-0,0015
***
-0,0002
***
0,0005
***
-0,00005
***
0,0016
***
-0,000003
***
-0,0002
***
0,0006
***
-0,0001 0,00000001
***
0,00005 0,0000003
lnp_Ferro
***
0,00001
***
0,0000
***
-0,000006
***
-0,000004
***
0,0000003
***
-0,000003
***
0,00001
***
0,000001
***
-0,000001
***
0,000002
***
-0,0000001
***
-0,000004
***
-0,000001
lnp_Sódio
***
-0,005
**
-0,0006 0,0002
***
-0,0012
***
-0,00002
***
-0,0002
***
0,000001
***
0,0071
***
-0,0003
***
-0,0001
***
0,0000001
***
-0,00002 -0,0000005
lnp_Fosfóro
***
-0,0004
***
-0,0013
***
-0,0003
***
-0,0001
***
-0,00002
***
0,0006
***
-0,000001
***
-0,0003
***
0,0019 -0.00001
***
-0,0000003 0,000001
***
-0,00003
lnp_Potássio
***
-0,0007
***
-0,002
***
-0,0016
***
0,0003
***
-0,00003
***
-0,0001
***
0,000002
***
-0,0001 -0,00001
***
0,0047
*
0,0000001
***
-0,00001
***
0,00005
lnp_Vitamina A
0,00000004
***
-0,000001
***
-0,000001
***
0,0000002
***
0,0000001 0,00000001
***
-0,0000001
**
0,0000001
***
-0,0000003
*
0,0000001
***
0,000001
***
0,0000002
***
0,0000002
lnp_Vitamina B3
***
-0,0001
***
-0,0002
***
-0,00002
***
0,0001 -0,000001
***
0,00005
***
-0,000004
***
-0,00002 0,000001
***
-0,00001
***
0,0000002
***
0,0001
***
0,00001
lnp_Vitamina C
***
-0,0001
***
-0,00004
***
-0,00003
***
-0,00001
***
0,00002 0,0000003
***
-0,000001 -0,0000005
***
-0,00003
***
0,00005
***
0,0000002
***
0,00001
***
0,0001
ln(x/P)
***
-0,016
***
0,032
***
-0,014
***
0,001
***
-0,0001
***
-0,0002
***
0.0000004
***
-0,002
***
-0.0003
***
-0,001
***
-0,0000002
***
-0,00001
***
-0,00002
sexo
***
0,0094
***
-0,0182
***
0,0076 0,0007
***
0,00004 0,00003 -0,00000004 0,0005
***
0,0001
*
-0,0001 0,00000002 -0,0000003 -0,000002
Continua na página seguinte...
62
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina A
Vitamina B3
Vitamina C
anosestudo
***
-0,0007
***
0,0015
***
-0,0005 -0,00005
***
-0,000003
*
0,000006 -0,00000003
**
-0,0002
***
-0,00001
**
0,00001
***
0,00000002 0,0000002
***
0,000002
totalpes
***
0,0014
**
-0,0015 -0,0004 0,0002
***
0,000007 -0,000007
***
0,0000003
**
0,0003 0,000001 0,00003 -0,000000001
**
-0,000002 -0,0000001
adolescente
***
0,006 -0,0035 -0,0007
**
-0,001
*
0,00001 0,00005
***
-0,0000007 -0,0007
***
0,0001
***
-0,0002 0,000000001 0,000004
***
-0,00001
adulto
**
0,009
***
-0,0144 0,0042 0,0008 0,00002 0,00008 0,0000002 -0,00005
**
0,0001 0,00003 0,00000005
**
0,00001
*
-0,00002
idoso
*
0,004 -0,0037 -0,0007 -0,0003 0,000004 0,00005 -0,0000002 0,0006 0,00003 0,0001
***
0,0000002
***
0,000001 0,000005
estudomulher
-0,0001 0,0005
**
-0,0003 -0,00005
*
-0,000002 0,000001 -0,00000001 0,000004 -0,000005
***
0,00002
*
0,00000001
***
0,0000001
***
0,000002
Fonte: Dados da Pesquisa.
Nível de significância: 1% ‘***’, 5%‘**’, 10%‘*’
63
Tabela 18 - Coeficientes estimados para as equações de demanda de nutrientes do modelo restrito, para o Brasil em 2003
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina A
Vitamina B3
Vitamina C
Intercepto
***
0,320
***
0,254
***
0,284
***
0,055
***
0,001
***
0,012
***
0,0001
***
0,032
***
0,013
***
0,027
***
0,00002
***
0.001
***
0.001
lnp_prot
***
0,128
***
-0,093
***
-0,027
***
-0,005
***
0,0004
***
-0,0003
***
0,000002
***
-0,003
***
-0,0001
***
-0,001
-0,0000001
***
-0.00003
***
-0.00007
lnp_Carb
***
-0,093
***
0,172
***
-0,067
***
-0,005
***
-0,0003
***
-0,001
***
-0,000002
***
-0,002
***
-0,001
***
-0,003
***
-0,000001
***
-0.0001
***
-0.0001
lnp_Gord
***
-0,027
***
-0,067
***
0,104
***
-0,007
***
0,00001
***
-0,0002
***
-0,00001
***
-0,001
***
-0,0004
***
-0,001
***
-0,000001
***
-0.00001
***
-0.00005
lnp_Fib
***
-0,005
***
-0,005
***
-0,007
***
0,017
***
-0,0001
***
0,0002
***
-0,000003
***
-0,001
***
-0,0003
***
0,0003
***
0,000001
***
0.00005
***
0.00003
lnp_Colest
***
0,0004
***
-0,0003
***
0,00001
***
-0,0001
***
0,00003
***
-0,00004
***
0,000001
***
-0,00001
-0,0000003
***
-0,00002
0,00000004
***
-0.00001
***
0.00002
lnp_Cálc
***
-0,0003
***
-0,001
***
-0,0002
***
0,0002
***
-0,00004
***
0,0012
***
-0,000002
***
-0,0001
***
0,001
***
-0,00007
***
-0,0000002
***
0.00002
***
0.00001
lnp_Fer
***
0,000002
***
-0,000002
***
-0,00001
***
-0,000003
***
0,000001
***
-0,000002
***
0,00001
*
0,0000001
***
0,000001
***
0,000001
-0,00000005
***
-0.000004
***
-0.000001
lnp_Sód
***
-0,003
***
-0,002
***
-0,001
***
-0,001
***
-0,00001
***
-0,0001
*
0,0000001
***
0,007
***
-0,0002
***
-0,0001
0,000000003
***
-0.000005
-0.000002
lnp_Fosf
***
-0,0001
***
-0,001
***
-0,0004
***
-0,0003
-0,0000003
***
0,001
***
0,000001
***
-0,0002
***
0,002
***
0,0001
0,0000001
**
0.00001
***
-0.00004
lnp_Pot
***
-0,001
***
-0,003
***
-0,001
***
0,0003
***
-0,00002
***
-0,00007
***
0,000001
***
-0,0001
***
0,0001
***
0,004
-0,00000004
***
-0.00001
***
0.00006
lnp_Vit A
-0,0000001
***
-0,000001
***
-0,000001
***
0,000001
0,00000004
***
-0,0000002
-0,00000005
0,000000003
0,0000001
-0,0000004
***
0,000001
***
0.0000002
***
0.0000001
lnp_Vit B3
***
-0,00003
***
-0,0001
***
-0,00001
***
0,00005
***
-0,00001
***
0,00002
***
-0,000004
***
-0,000005
**
0,00001
***
-0,00001
***
0,0000002
***
0.0001
***
0.00001
Continua na página seguinte...
64
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina A
Vitamina B3
Vitamina C
lnp_Vit C
***
-0,00007
***
-0,0001
***
-0,00005
***
0,00003
***
0,00002
***
0,00001
***
-0,000001
-0,000002
***
-0,00004
***
0,00006
***
0,0000001
***
0.00001
***
0.0001
ln(x/P)
***
-0,017
***
0,025
***
-0,008
***
0,002
***
-0,0001
***
-0,0003 0,00000004 -0,0001
***
-0,0003
***
-0,001
***
-0,0000004
***
-0.00001
***
-0.000003
sexo
0.002 -0.001 0.002 -0.00007 0.00001 -0.00001
***
0.0000007 0.001 0.00003
0.0001 -0.0000001 0.000003 -0.00001
anosestudo
***
-0.001
***
0.001 -0.0001 0.00001
**
-0.00003 0.000002
***
-0.0000001
***
-0.0001
***
-0.00001
***
0.00002 0.000000008 -0.00000004
***
0.00003
totalpes
**
0.001 -0.0002
*
-0.001 0.0002 0.000001 -0.00001
***
0.000004 -0.0001 0.00002 -0.0000004 -0.000000004 -0.0000009
***
-0.00001
adolescente
0.003 -0.001 -0.001 -0.0004 0.000001 0.00002 0.000004 -0.001
***
0.0001 -0.00005 -0.0000002 0.000001 -0.00001
adulto
0.0001 -0.001 0.004 -0.001 0.000003 -0.0009
**
0.000001 0.001 -0.0001 -0.00003 0.000002 -0.000001
**
-0.00003
idoso
-0.001 0.003 -0.003
**
0.001 -0.000005
**
-0.0008
**
0.000001 -0.003
**
-0.0001
**
0.0002 0.0000001 -0.000003
***
0.00002
estudomulher
**
0.0001 -0.0004 -0.002 0.0006 0.000001 -0.00005 0.00000001 -0.0005 -0.00002 -0.000002
**
0.00000002 0.0000001
**
0.000002
Fonte: Dados da Pesquisa.
Nível de significância: 1% ‘***’, 5%‘**’, 10%‘*’
65
Tabela 19 - Sinais dos coeficientes significativos das variáveis explicativas incluídas na
equação de demanda, para o Brasil, em 1995
11
sexo anosestudo totalpes adolescente adulto idoso estudomulher
Proteína
+ - + + + +
Carboidrato
- + - -
Gordura
+ - -
Fibra
-
Colesterol
+ - + + -
Calcio
+
Ferro
+ -
Sodio
- +
Fosforo
+ - + +
Potassio
- + - +
Vitamina A
+ + +
VtaminaB3
- + + +
Vitamina C
+ - - +
Fonte: Dados da Pesquisa.
A variável “Anos de estudo do chefe” teve grande influência para o consumo de
nutrientes tanto em 1995 quanto em 2003. Em 1995, esta variável apresentou efeitos
positivos sobre o consumo de carboidratos, cálcio, potássio, vitamina A e vitamina C,
ou seja, o maior nível de instrução (anos de estudo) do responsável pelo domicílio
indica maiores probabilidades de aquisição destes nutrientes; e apresentou efeitos
negativos sobre o consumo de proteínas, gorduras, colesterol, sódio e fósforo. Já em
2003, esta variável teve efeitos positivos somente sobre o consumo de carboidratos,
potássio e vitamina C; para proteína, colesterol, ferro, sódio e fósforo os sinais
apresentados foram negativos. Percebe-se que a variável “Anos de estudo do chefe”
teve o efeito de reduzir, na maioria das vezes, a participação orçamentária dos
nutrientes, pois os sinais são na maior parte negativos. É interessante observar que
“Anos de estudo do chefe” apresentou um efeito negativo sobre o consumo de gordura e
colesterol em 1995 e sobre o colesterol em 2003. Este efeito negativo sobre o consumo
destes nutrientes pode ocorrer devido ao maior acesso à informação sobre saúde à
11
O nível de significância considerado para interpretação dos sinais dos coeficientes das variáveis sócio-
econômicas foi de até 10%.
66
medida que se eleva o grau de instrução, o que desencoraja o consumo de alimentos que
não sejam saudáveis. Em 2003, o consumo de gorduras deixou de ser influenciado por
esta variável.
Tabela 20 - Sinais dos coeficientes significativos das variáveis explicativas incluídas na
equação de demanda, para o Brasil, em 2003
sexo anosestudo totalpes adolescente adulto idoso estudomulher
Proteína
- + +
Carboidrato
+
Gordura
-
Fibra
+
Colesterol
-
Calcio
-
Ferro
+ - + + +
Sodio
-
Fosforo
- + -
Potassio
+ +
Vitamina A
+
VtaminaB3
Vitamina C
+ - - + +
Fonte: Dados da Pesquisa.
Outra característica importante a se considerar é que as mulheres, normalmente,
são responsáveis pela compra e preparação de alimentos na família. Sendo assim, é
esperado que a instrução das mulheres tenha um efeito positivo no consumo de
micronutrientes e um efeito negativo no consumo de gordura e colesterol. Behrman e
Wolfe's (1984) afirmam que as mulheres mais educadas são geralmente mais
informadas sobre o conteúdo nutricional de alimentos e a importância da nutrição e
mostraram em seu estudo que o grau de instrução das mulheres causa um impacto maior
no consumo de nutrientes do que a renda. Abdulai e Aubert (2004) constataram que os
domicílios em que as mulheres têm mais educação tendem a ser significativamente mais
nutridos, particularmente no que diz respeito a consumir alimentos ricos em
micronutrientes.
A variável “Anos de estudo da mulher”, em 1995, apresentou efeitos positivos
sobre o consumo de potássio, vitamina A, B3 e C e teve efeitos negativos sobre o
67
consumo de gorduras e colesterol. Esse efeito negativo sobre o consumo de gordura e
colesterol indica que domicílios com mulheres mais educadas e, portanto, com mais
informações e conhecimento sobre saúde, tendem a consumir menos alimentos ricos em
gordura e colesterol. Em 2003, esse comportamento se modificou um pouco, pois essa
variável teve influência somente sobre o consumo de proteínas, vitamina A e vitamina
C, para os quais a demanda variou positivamente com o aumento dos anos de estudo da
mulher. Estes resultados sugerem que há diferenças de comportamento de consumo de
nutrientes entre as famílias em que existem mulheres com maior nível de escolaridade e
aquelas em que existem mulheres com menor nível e que os agregados familiares em
que as mulheres têm mais educação tendem a ser mais nutridos, principalmente no que
diz respeito ao consumo de alimentos ricos em vitaminas. Para 2003, essa variável
também deixou de influenciar negativamente o consumo de gorduras e colesterol. Desta
forma, a população pode estar mudando o seu comportamento de consumo de
nutrientes, no sentido de que as pessoas não estão considerando tanto, para as decisões
de consumo, as informações acerca de produtos alimentícios que contém componentes
nocivos à saúde. Embora existam maiores informações sobre a importância de uma
dieta saudável (maior escolaridade do chefe e da mulher), não há uma influência
negativa no consumo de gorduras e colesterol.
O número total de pessoas no domicílio mostrou-se muito mais influente para o
consumo de nutrientes em 1995 do que em 2003. Em 1995, houve maior influência
positiva: quanto maior o número de pessoas no domicílio, maior o consumo de
proteínas, colesterol, ferro e sódio e menor o consumo de carboidratos e vitamina B3.
Em 2003, o maior número de pessoas no domicílio contribuiu com variações positivas
no consumo de proteínas e ferro e com variações negativas no consumo de gordura e
vitamina C.
Algumas das variáveis que captam o impacto no consumo de nutrientes, devido
à presença nos domicílios dos diferentes grupos etários, mostraram-se importantes. Em
1995, a presença de crianças e adolescentes no domicílio teve grande influência para o
consumo de nutrientes. Esta variável influenciou positivamente o consumo de proteínas,
colesterol e fósforo; a presença de adultos influenciou positivamente o consumo de
proteínas, fósforo e vitamina B3; a presença de idosos no domicílio também teve
influência sobre a demanda de alguns nutrientes, proteínas, vitaminas A e B3. Em 2003,
essas variáveis influenciaram de forma diferente a demanda de nutrientes, destacando-
se, com maior influência, a variável “Presença de idosos”, a qual apresentou efeitos
68
positivos sobre o consumo de fibras, ferro, potássio e vitamina C. O maior efeito da
presença de idosos sobre o consumo de nutrientes pode ser explicado pela atenção dada
às necessidades nutricionais neste grupo etário. As variáveis “Presença de crianças e
adolescente” e “Presença de adultos” nos domicílios influenciaram de forma menos
significativa o consumo de nutrientes, apresentando coeficiente significativo e positivo
apenas para fósforo e ferro, respectivamente.
A variável “Sexo do chefe”, que representa o fato de o responsável pelo
domicílio ser do sexo masculino, teve maior influência sobre o consumo de nutrientes
em 1995, apresentando um efeito positivo sobre o consumo de proteínas, gordura,
colesterol e fósforo. Assim, quando o chefe do domicílio é homem, aumenta a
participação do orçamento com esses nutrientes; já a participação com carboidrato e
potássio se reduz. Em 2003, a variável “sexo do chefe” não foi muito relevante na
demanda de nutrientes, pois a maioria dos coeficientes não foram significativos. Esta
variável teve um efeito significativo e positivo apenas para o consumo de ferro.
4.3.2. Elasticidades-preço direta e cruzada dos nutrientes para 1995 e 2003
As escolhas alimentares são influenciadas, principalmente, pelos preços dos
produtos, pelo rendimento das famílias e conseqüentemente pelos dispêndios gasto com
os produtos. Consumidores ajustam suas opções alimentares às mudanças nestas
variáveis. As escolhas alimentares ajustadas às mudanças são traduzidas em mudanças
nos níveis de nutrientes. Desta forma, nesta seção, serão analisadas as elasticidades dos
dispêndios e dos preços (Marshaliana e Hickisiana) fornecidas pelos coeficientes das
13 equações de nutrientes estimadas pelo modelo LA/AIDS, para os dois anos em
estudo. Pretende-se verificar como os níveis de consumo de nutrientes respondem às
mudanças nos preços e dispêndio dos mesmos.
Na Tabela 21, podem ser visualizados os resultados dos coeficientes de
ajustamentos (R2) das equações estimadas para cada nutriente. Os valores de R2
apresentados, em geral, foram altos. Conforme destacado por Griffiths et al., (1993), em
análises com uma série de dados de consumo em uma época determinada (cross-section
ou dados de corte seccional no tempo), espera-se a ocorrência de baixo valor do R2.
69
Tabela 21 - Coeficientes de Ajustamento, R2, das regressões dos nutrientes para o
Brasil, em 2003 e 1995
Fonte: Dados da Pesquisa.
Os coeficientes estimados pelo modelo LA/AIDS, a partir dos quais derivou-se
as elasticidades-preço e dispêndio, foram em sua grande maioria significativos a 1% de
probabilidade. Os coeficientes, alfa, beta, gama e delta do modelo restrito são
apresentados nas Tabelas 17 e 18. Embora o teste LR tenha rejeitado as restrições
impostas, optou-se neste estudo por estimar o modelo restrito, como é de praxe na
literatura. Esses resultados são consistentes com muitos estudos anteriores, em que
ambas as restrições são rejeitadas.
A rejeição das restrições teóricas é um resultado muito comum na literatura,
conforme já foi destacado [ver, por exemplo, Barten (1969), Christensen, Jorgenson e
Lau (1975), Deaton e Muellbauer (1980b)], sendo vasta a documentação de evidências
que tratam da rejeição das restrições de homogeneidade e simetria, apesar das diferentes
bases de dados, formas funcionais, procedimentos de estimação e de teste, e de níveis de
agregação dos produtos (VELOSO, 2006). Decoster e Vermeulen (1998) destacam que
de um ponto de vista empírico, pode-se dizer que não se deve colocar muito peso sobre
a não-satisfação das limitações teóricas, dado que a maioria das estimativas dos
parâmetros é significativamente diferente de zero, o modelo de demanda é capaz de
POF 2003 POF 1995
N° de observações
5.347 10.049
w_proteina
0,57 0,59
w_carboidrato
0,62 0,66
w_gordura
0,69 0,71
w_fibra
0,45 0,28
w_colesterol
0,54 0,60
w_calcio
0,69 0,68
w_ferro
0,56 0,57
w_sodio
0,33 0,088
w_fosforo
0,64 0,65
w_potassio
0,65 0,66
w_vitaminaa
0,20 0,23
w_vitaminab3
0,53 0,69
w_vitaminac
0,26 0,17
70
prever razoavelmente bem (o que é um objetivo primordial para um sistema de
demanda). No entanto, segundo os autores, a violação das restrições teórica tem
conseqüências de longo alcance para a análise de bem-estar. As razões destas freqüentes
violações da teoria ultrapassam o propósito deste estudo
12
. Destaca-se que a
concentração de trabalhos futuros nesta área tende a conduzir a uma queda considerável
da rejeição destas hipóteses.
De forma a concentrar nos resultados apenas as análises dos resultados obtidos
do modelo restrito, os valores das elasticidades estimadas para o modelo irrestrito foram
disponibilizados no Anexo (Tabelas 3A, 4A, 5A, 6A e 7A). Ao se comparar os
resultados do modelo restrito com o irrestrito, constatou-se melhora na análise
estatística dos parâmetros ( os testes t dos parâmetros estimados no modelo restrito são
melhores do que do modelo irrestrito). Além disso, para o modelo irrestrito, houve
mudança de sinal para elasticidade-preço de alguns nutrientes que não são consistentes
com a teoria, e também por esses motivos optou-se pela utilização do modelo restrito.
Quase todos os parâmetros estimados para o modelo restrito foram significativos a 1%
de significância ( Tabelas 17 e 18).
A Tabela 22 e 23 apresentam as elasticidades (direta e cruzada) Marshalinas
para os 13 nutrientes analisados, em 2003 e em 1995. Todas as elasticidades-preço
diretas foram estatisticamente significativas a 1% de significância. As elasticidades
apresentadas para todos os nutrientes são menores que um, ou seja, a demanda de todos
os nutrientes se mostrou inelástica aos preços. Assim, as famílias tendem a variar menos
que proporcionalmente o consumo dos nutrientes, dada uma variação nos preços. Os
sinais para todas as elasticidades diretas, tanto em 2003 como em 1995, são negativos,
portanto estão consistentes com a teoria.
Em 2003, as elasticidades-preço diretas calculadas para os nutrientes variam de
aproximadamente (-0,18) para vitamina B3 a (-0,92) para colesterol. Os nutrientes que
apresentaram maiores sensibilidade do consumo em relação aos preços foram:
colesterol, carboidrato, fósforo, cálcio e gordura, para os quais as elasticidades
apresentadas foram superiores a |0,5|. Esse resultado sugere que se houver uma variação
nos preço, o consumo destes nutrientes será mais afetado. No caso de redução de
preços de alguns alimentos que contêm relativamente altas concentrações de gordura,
12
Para uma discussão mais aprofundada sobre o tema, ver Deaton (1986).
71
Tabela 22 - Elasticidade-preço (direta e cruzada) Marshaliana dos nutrientes do modelo restrito para o Brasil, em 2003
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina A
Vitamina B3
Vitamina C
Proteína
-0,315
-0,437 -0,122 -0,021 0,002 -0,001 0,000011 -0,013 -0,0002 -0,003 -0,0000002 -0,0001 -0,0003
Carboidrato
-0,182
-0,706
-0,134 -0,011 -0,0006 -0,002 -0,000006 -0,004 -0,002 -0,005 -0,000002 -0,0002 -0,0002
Gordura
-0,119 -0,288
-0,508
-0,031 0,0001 -0,001 -0,00003 -0,006 -0,002 -0,006 -0,000004 -0,00005 -0,0002
Fibra
-0,174 -0,220 -0,263
-0,399
-0,003 0,005 -0,0001 -0,024 -0,010 0,012 0,00002 0,002 0,001
Colesterol
0,934 -0,662 0,052 -0,157
-0,921
-0,088 0,001 -0,022 -0,0003 -0,051 0,0001 -0,016 0,048
Cálcio
-0,097 -0,384 -0,054 0,063 -0,015
-0,541
-0,001 -0,042 0,200 -0,024 -0,0001 0,007 0,005
Ferro
0,064 -0,096 -0,231 -0,110 0,025 -0,091
-0,470
0,006 0,046 0,044 -0,002 -0,142 -0,041
Sódio
-0,206 -0,121 -0,113 -0,049 -0,0008 -0,009 0,00001
-0,471
-0,016 -0,006 0,0000003 0,000 0,000
Fosfóro
-0,015 -0,293 -0,089 -0,073 -0,00006 0,153 0,0003 -0,060
-0,567
0,026 0,00003 0,002 -0,011
Potássio
-0,091 -0,386 -0,198 0,059 -0,004 -0,010 0,0002 -0,012 0,015
-0,277
-0,00001 -0,002 0,010
Vitamina A
0,005 -0,331 -0,411 0,306 0,026 -0,142 -0,027 0,005 0,053 -0,019
-0,462
0,134 0,088
Vitamina B3
-0,277 -0,917 -0,081 0,502 -0,071 0,187 -0,035 -0,047 0,063 -0,095 0,002
-0,176
0,075
Vitamina C
-0,407 -0,469 -0,265 0,181 0,126 0,072 -0,006 -0,012 -0,220 0,359 0,001 0,045
-0,389
Fonte: Dados da Pesquisa.
72
colesterol, ou açúcar, por exemplo, haverá uma tendência maior de consumo,
propiciando maior ingestão destes nutrientes para os quais a resposta do consumo em
relação ao preço foi relativamente maior. Para todos os outros nutrientes: proteína, fibra,
ferro, sódio, potássio, vitamina A, vitamina B3 e vitamina C, as elasticidades
apresentadas foram inferiores a |0,5|. No caso destes nutrientes, haverá um tendência
relativamente menor de resposta no consumo dada as variações nos preços, ou seja,
variações nos preços impactarão menos sobre o consumo.
Ao se comparar esses resultados apresentados em 2003 com os que foram
apresentados para 1995 (Tabela 23), pode-se constatar algumas mudanças ocorridas no
padrão de consumo de nutrientes. Os nutrientes que apresentaram maiores
sensibilidades do consumo em relação aos preços foram: colesterol, carboidrato, fibra e
ferro, para os quais as elasticidades apresentadas foram superiores a |0,5|. Isto significa
que uma variação nos preços produzia maiores efeitos no consumo desses nutrientes, ou
seja, dada uma redução nos preços, haveria uma probabilidade maior de ingestão destes
nutrientes.
Em 1995, a sensibilidade da gordura em relação aos preços era menor, o que
pode não ser uma boa mudança para o padrão de consumo de nutrientes: um resultado
desejável é que a população se mostre pouco sensível às mudanças no preço de
nutrientes que, se consumidos em excesso, podem causar danos a saúde, mostrando-se
relativamente saciada no consumo desses nutrientes. Caso houvesse uma redução de
preço deste nutriente em 1995, a população iria demandar gorduras em proporções
menores que em 2003, o que é um resultado mais desejável para componentes que
podem causar danos à saúde, caso sejam consumidos em excesso.
Já a sensibilidade do consumo de fibras era maior em relação às variações nos
preços, em 1995. Considerando-se que as fibras originam-se em sua maioria de frutas e
verduras, num primeiro momento, esse é um bom resultado, pois indica que a
população está mais suprida com este nutriente e, conseqüentemente, com hábitos
alimentares mais saudáveis, consumindo mais frutas e verduras. Mas cabe aqui lembrar
que se as quantidades de nutrientes disponíveis não são satisfatórias, esse pode ser um
problema, pois reduções nos preços, com intuito de aumentar o consumo deste nutriente
para melhorar a qualidade nutricional, não irão ter grandes impactos na quantidade
demandada.
73
Tabela 23 - Elasticidade-preço (direta e cruzada) Marshaliana dos nutrientes do modelo restrito para o Brasil, em 1995
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina A
Vitamina B3
Vitamina C
Proteína
-0,305
-0,446 -0,112 -0,026 0,002 -0,003 0,00003 -0,024 -0,002 -0,003 0,0000003 -0,0004 -0,0003
Carboidrato
-0,176
-0,757
-0,115 0,005 -0,001 -0,003 0,000002 -0,002 -0,002 -0,005 -0,000001 -0,0003 -0,0001
Gordura
-0,130 -0,318
-0,433
-0,028 0,0003 -0,001 -0,00003 0,002 -0,002 -0,009 -0,000003 -0,0001 -0,0002
Fibra
-0,218 0,116 -0,203
-0,708
-0,004 0,018 -0,0002 -0,046 -0,006 0,012 0,00001 0,004 -0,0004
Colesterol
1,139 -0,723 0,172 -0,257
-0,921
-0,122 0,001 -0,047 -0,041 -0,072 0,0002 -0,001 0,044
Cálcio
-0,196 -0,447 -0,053 0,155 -0,015
-0,494
-0,001 -0,063 0,205 -0,035 0,000004 0,016 0,0001
Ferro
0,186 0,062 -0,213 -0,148 0,010 -0,114
-0,684
0,038 -0,033 0,073 -0,005 -0,151 -0,034
Sódio
-0,497 0,069 0,059 -0,125 -0,002 -0,021 0,0001
-0,200
-0,032 -0,012 0,00001 -0,002 -0,00003
Fosfóro
-0,101 -0,309 -0,071 -0,037 -0,004 0,167 -0,0003 -0,078
-0,487
-0,001 -0,0001 0,0001 -0,007
Potássio
-0,082 -0,283 -0,198 0,047 -0,004 -0,014 0,0003 -0,016 0,000
-0,356
0,00001 -0,001 0,007
Vitamina A
0,070 -0,355 -0,378 0,175 0,052 0,011 -0,114 0,050 -0,207 0,063
-0,492
0,148 0,154
Vitamina B3
-0,521 -1,075 -0,094 0,716 -0,004 0,357 -0,033 -0,128 0,004 -0,070 0,001
-0,118
0,066
Vitamina C
-0,570 -0,253 -0,293 -0,092 0,169 0,004 -0,010 -0,003 -0,270 0,497 0,002 0,091
-0,078
Fonte: Dados da Pesquisa.
74
Em 1995, a maioria dos nutrientes apresentou elasticidade-preço menor que |0,5|.
São eles: proteína, gordura, cálcio, sódio, fósforo, potássio, vitamina A, vitamina B3,
vitamina C, indicando uma resposta menor do consumo em relação às variações nos
preços. Todas as vitaminas apresentaram aumento da magnitude das elasticidades no
período analisado. Pode-se destacar a vitamina C, para qual a demanda tornou-se
significativamente mais sensível em relação aos preços, de 1995 para 2003; a variação
foi expressiva, de (-0,078) em 1995 para (-0,38) em 2003, embora a elasticidade ainda
tenha permanecido baixa (menor que 0,5). As vitaminas A e B3 apresentaram um
ligeiro aumento em relação à 1995, embora as elasticidades também tenham
permanecido baixas em 2003. Caso houvesse uma redução de preço das vitaminas em
1995, os consumidores demandariam mais vitaminas, mas em proporções menores que
em 2003. Neste sentido uma política de preços, para melhoria no consumo de
nutrientes, em 2003 traria mais resultados sobre o consumo de vitaminas do que em
1995, embora esses efeitos permaneçam não muito expressivos. O aumento ligeiro das
elasticidades em 2003 pode ser um reflexo de menor disponibilidade destes nutrientes
no domicílio, a qual tornou a população um pouco mais sensível em relação aos preços.
Os resultados apresentados ao longo desta seção são condizentes com as
evidências encontradas no estudo de Levy-Costa et al. (2005). Segundo este estudo, o
padrão de consumo alimentar nas últimas três décadas evidenciou aumentos
significativos no consumo de produtos industrializados, como biscoitos e refrigerantes,
além de persistência do consumo excessivo de açúcar e insuficiente de frutas e
hortaliças e aumento sistemático no teor da dieta em gorduras em geral. Em
conformidade com estas constatações, as elasticidades apresentadas para 2003 indicam
que, frente à diminuição de preços dos nutrientes, as famílias tenderiam a demandar
relativamente mais gorduras, colesterol e carboidratos, do que vitaminas e minerais.
Em geral, esperava-se no caso do carboidrato, que em grande parte deriva-se de
bens básicos, como o arroz, feijão, batata, macarrão e etc., uma sensibilidade menor do
consumo em relação ao preço. Porém, essa maior sensibilidade apresentada pode estar
relacionada à diferenciação nos tipos de carboidratos, sendo o carboidrato derivado
também de produtos mais elaborados, com preços mais elevados como pães, comidas
processadas e industrializadas. Este resultado pode também sinalizar hábitos de
consumo não muito saudáveis, ou seja, uma redução nos preços levaria a um maior
consumo de nutrientes de maior teor calórico.
75
Por outro lado, esperava-se que nutrientes derivados de produtos mais caros
apresentassem maior sensibilidade no consumo, como é o caso da vitamina A, cálcio e
ferro, que são derivados de alimentos como carnes vermelhas, peixes e produtos lácteos,
que são produtos com preços mais elevados e, portanto, seria de esperar uma resposta
maior em relação aos preços. Este também é o caso da vitamina C, que em sua grande
maioria são derivadas de frutas e verduras. Conforme destacado por Ecker e Qaim
(2008), geralmente, o consumo de nutrientes é preço-inelástico, mas há notáveis
diferenças entre os vários nutrientes. Por exemplo, o consumo de vitaminas A e C
costuma ser um pouco mais preço-sensível do que outros nutrientes, uma vez que estes
micronutrientes são fornecidos por relativamente poucos itens alimentares e é mais
difícil para as famílias o substituírem.
A constatação de que a demanda de nutrientes da população é pouco sensível às
variações nos preços, poderia indicar, num primeiro momento, que a população está
suprida com os nutrientes e por isso não é sensível à variação nos preços (considerando-
se, por exemplo, uma redução de preços). Mas esta afirmação exige mais estudos sobre
a disponibilidade ou acessibilidade de nutrientes nos domicílios. Se há adequação
nutricional e segurança alimentar nos domicílios, o que significa acesso regular e
permanente aos nutrientes necessários (provenientes de alimentos de qualidade), em
quantidade suficiente, tendo como base, qualidade alimentar e práticas alimentares
promotoras de saúde, o resultado acima seria um bom indicativo de melhoria nos
padrões de consumo de nutrientes. Mas este não parece ser o caso da maioria dos
domicílios brasileiros, conforme apontado em muitos estudos de demanda, os quais
evidenciam tendências de consumo alimentar com alta densidade energética, escassez
de fibras e micronutrientes e excesso de gorduras em geral e de gorduras saturadas.
Todas essas mudanças têm reflexos diretos para o perfil de consumo de nutrientes da
população.
Neste contexto, o resultado encontrado para pouca sensibilidade da demanda
para maioria dos nutrientes em relação aos preços pode ser indicativo de deterioração
dos hábitos de consumo de nutrientes. Este resultado mostra que políticas de preços
com intuito de melhorar a qualidade nutricional da alimentação da população podem
não surtir grandes efeitos, ou seja, redução nos preços dos nutrientes não causaria
grandes melhorias na demanda. Além disso, percebe-se que o efeito de uma mudança
nos preços na qualidade da dieta é complexo. Por exemplo, enquanto uma redução de
preços propicia, ainda que em magnitudes não muito expressivas, uma melhoria no
76
consumo de nutrientes (proteína, fibra, ferro, sódio, potássio, vitamina A, vitamina B3 e
vitamina C), o preço mais baixo também aumenta, e em proporções maiores, os níveis
de consumo de carboidratos, gordura e colesterol, o que pode causar uma piora na
qualidade alimentar, se esses componentes são consumidos em quantidades excessivas.
Por conseguinte, parece lógico deduzir que políticas de redução de preços, com intuito
de melhorar a qualidade nutricional, poderia não alcançar o resultado pretendido. Uma
possível explicação para este resultado é que a população pode ainda não estar
suficientemente conscientizada da importância de uma alimentação saudável. A
promoção de alimentação com níveis adequados de nutrientes, ao nível de população,
devem ser incentivadas por campanhas nacionais para reduzir a desnutrição e o excesso
alimentar.
O desenvolvimento econômico e social amplia consideravelmente o acesso aos
alimentos, informações, serviços, ações de saúde e outros condicionantes que interferem
positivamente no estado nutricional, porém, observa-se no país, a ocorrência simultânea
e crescimento de problemas decorrentes do consumo alimentar excessivo e do consumo
alimentar insuficiente, como a obesidade e as deficiências nutricionais, respectivamente
[BATISTA FILHO e RISSIM (2003) e BATISTA FILHO et al. (2008) ]. Nota-se que,
apesar das alterações favoráveis à melhoria nos hábitos alimentares da população
brasileira, nas últimas décadas a desnutrição e má nutrição ainda se constituem um
problema sério no país. A falta de conscientização e educação alimentar pode estar
contribuindo para este resultado, conduzindo a uma degradação dos hábitos alimentares.
Os resultados encontrados aqui para as elasticidades-preço diretas para 2003,
apesar de não apresentarem valores tão próximos aos de Pereda (2008), foram
semelhantes no sentido de que o consumo da maioria dos nutrientes se mostrou
inelástico em relação aos preços, sendo que no trabalho de Pereda (2008) cálcio, ferro e
vitamina A apresentaram elasticidade superior a um; neste trabalho, embora os dados
utilizados sejam os mesmos, utilizou-se outra forma funcional, a forma de agregação
também se diferencia muito, além de se trabalhar com apenas uma sub-amostra para o
Brasil, retirada aleatoriamente de 10% de toda amostra. Essas diferenças nos
procedimentos para estimação podem contribuir para as diferenças nos resultados. A
comparação com os estudos de diferentes países também pode não produzir resultados
muito úteis.
Na análise das elasticidades-preço cruzadas observa-se que a maioria das
elasticidades (não compensadas) foi negativa. O valor negativo destas elasticidades
77
significa que uma elevação no preço dos demais nutrientes proporcionaria uma
diminuição da quantidade consumida do nutriente analisado, indicando uma relação de
complementariedade. Assim, por meio das elasticidades cruzadas, pode-se classificar
os nutrientes em substitutos e complementares. Fora da diagonal principal, valores
positivos indicam que os produtos são substitutos e valores negativos indicam que os
produtos são complementares.
No caso das elasticidades cruzadas compensadas para 2003 e 1995 (Tabelas 24 e
25) observa-se que, em muitos casos, os sinais das elasticidades apresentaram-se
positivos, indicando uma relação maior de substitutibilidade entre os nutrientes. Diante
dessas mudanças de sinais das elasticidades para as abordagens compensadas e não
compensadas, a análise das elasticidades cruzadas se torna um pouco complexa no
sentido de se definir em qual abordagem a análise deve se basear. No caso de fazer este
tipo de análise para alimentos, espera-se que a relação de substitutibilidade entre os
alimentos seja grande, pois há ampla gama de produtos que podem ser mais facilmente
substituídos entre si. Porém, no caso dos nutrientes, como eles possuem funções muito
específicas, a substitutibilidade entre eles se torna difícil. Espera-se então que as
relações de substitutibilidade sejam menores, como de fato ocorre nos resultados das
elasticidades cruzadas não compensadas, tanto para 2003 quanto para 1995; as relações
de complementariedade, neste caso, foram maiores entre os nutrientes.
Percebe-se que as relações de substitutibilidade e complementariedade não
variaram muito de 1995 para 2003. Tomando-se como exemplo o caso da proteína
(Tabela 22 e 23), em 1995 nota-se que este nutriente apresentou-se como complementar
para a maioria dos nutrientes, sendo substituto apenas do colesterol, ferro e vitamina A.
Este comportamento se manteve em 2003, mudando ligeiramente a magnitude das
elasticidades. Para os demais nutrientes, também não houve grandes mudanças nestas
relações.
As elasticidades cruzadas são relativamente baixas quando comparadas com as
elasticidades diretas e do dispêndio. Este resultado é semelhante ao encontrado por
Pereda (2008) e em outros estudos de demanda, apesar dos estudos compararem grupos
diferentes de nutrientes e usarem formas funcionais diferentes, como é o caso do estudo
de Ecker e Qain (2008), que estimaram elasticidades preço e renda de alimentos,
calorias e micronutrientes; e Huang (1996) que estimou elasticidade para 15 nutrientes
em resposta a mudanças nos preços de 35 alimentos e renda per capita. Algumas poucas
elasticidades-preço compensadas cruzadas foram derivadas de parâmetros
78
estatisticamente não significativos, conforme pode ser visto nas Tabelas 17 e 18,
indicando que entre esses nutrientes não há relação de complementariedade ou de
substituição.
As elasticidade-preço direta Hickisianas ou compensadas são apresentadas nas
Tabelas 24 e 25, para 2003 e 1995 respectivamente. As respostas da demanda das
famílias aos preços são impulsionadas, principalmente, pelos efeitos substituição, como
se torna evidente quando se comparam as elasticidades-preço Marshallianas e
Hicksianas. Assim, as famílias são capazes de ajustar os seus padrões de consumo,
podendo variar a quantidade consumida de nutrientes para aqueles que se tornaram
relativamente mais baratos.
79
Tabela 24 - Elasticidade-preço e cruzada (Hickisiana) dos nutrientes do modelo restrito para o Brasil, em 2003
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina A
Vitamina B3
Vitamina C
Proteína
-0,140
0,054 0,074 0,005 0,003 0,001 0,00003 -0,001 0,003 0,003 0,000001 -0,0001 -0,0002
Carboidrato
0,019
-0,142
0,092 0,019 -0,0002 0,0005 0,00002 0,010 0,001 0,001 0,0000003 -0,0001 0,00002
Gordura
0,066 0,230
-0,301
-0,004 0,0005 0,002 -0,000002 0,006 0,002 -0,0001 -0,000002 0,00005 -0,00004
Fibra
0,032 0,358 -0,032
-0,369
-0,002 0,008 -0,00007 -0,010 -0,006 0,018 0,00002 0,0019 0,0013
Colesterol
1,104 -0,187 0,242 -0,132
-0,921
-0,086 0,001 -0,011 0,003 -0,046 0,0001 -0,016 0,049
Cálcio
0,073 0,091 0,136 0,088 -0,014
-0,539
-0,001 -0,031 0,203 -0,018 -0,0001 0,007 0,005
Ferro
0,256 0,441 -0,016 -0,082 0,026 -0,088
-0,470
0,019 0,050 0,050 -0,0018 -0,142 -0,041
Sódio
-0,015 0,414 0,101 -0,021 -0,0004 -0,006 0,00004
-0,459
-0,013 -0,0002 0,000002 -0,0003 0,00002
Fosfóro
0,163 0,206 0,111 -0,047 0,0003 0,156 0,0004 -0,048
-0,564
0,031 0,00003 0,0019 -0,011
Potássio
0,081 0,096 -0,005 0,084 -0,003 -0,008 0,0002
-
0,0005 0,018
-0,271
-0,000004 -0,0015 0,010
Vitamina A
0,154 0,087 -0,244 0,328 0,026 -0,140 -0,027 0,015 0,055 -0,015
-0,462
0,1345 0,088
Vitamina B3
-0,110 -0,449 0,106 0,527 -0,070 0,189 -0,035 -0,035 0,066 -0,090 0,0023
-0,176
0,076
Vitamina C
-0,218 0,061 -0,053 0,209 0,127 0,075 -0,006 0,001 -0,217 0,365 0,0009 0,045
-0,389
Fonte: Dados da Pesquisa.
80
Tabela 25 - Elasticidade-preço e cruzada (Hicksiana) dos nutrientes para o Brasil, em 1995
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina A
Vitamina B3
Vitamina C
Proteína
-0,125
0,093 0,043 -0,002 0,002 -0,0002 0,0001 -0,016 0,002 0,003 0,000001 -0,0002 -0,0002
Carboidrato
0,031
-0,139
0,063 0,032 -0,0002 0,001 0,00003 0,008 0,002 0,003 0,0000003 -0,0001 0,00004
Gordura
0,050 0,220
-0,278
-0,004 0,001 0,002 -0,00001 0,010 0,002 -0,002 -0,000002 0,00005 -0,0001
Fibra
-0,015 0,723 -0,029
-0,682
-0,003 0,021 -0,0001 -0,036 -0,002 0,020 0,00001 0,004 -0,0003
Colesterol
1,302 -0,238 0,311 -0,236
-0,921
-0,119 0,001 -0,040 -0,037 -0,066 0,0002 -0,001 0,044
Cálcio
-0,015 0,096 0,104 0,179 -0,014
-0,491
-0,001 -0,054 0,209 -0,028 0,00001 0,016 0,0002
Ferro
0,385 0,655 -0,043 -0,122 0,010 -0,111
-0,684
0,047 -0,029 0,080 -0,005 -0,151 -0,034
Sódio
-0,348 0,516 0,188 -0,105 -0,002 -0,019 0,0002
-0,193
-0,029 -0,006 0,00001 -0,002 0,00004
Fosfóro
0,081 0,235 0,085 -0,013 -0,004 0,170 -0,0002 -0,069
-0,484
0,006 -0,0001 0,0003 -0,007
Potássio
0,094 0,244 -0,046 0,070 -0,003 -0,012 0,0003 -0,008 0,003
-0,349
0,00001 -0,001 0,007
Vitamina A
0,231 0,128 -0,239 0,196 0,052 0,013 -0,114 0,057 -0,204 0,069
-0,492
0,148 0,154
Vitamina B3
-0,345 -0,549 0,057 0,739 -0,003 0,360 -0,033 -0,120 0,007 -0,063 0,001
-0,118
0,066
Vitamina C
-0,412 0,219 -0,157 -0,072 0,169 0,006 -0,010 0,004 -0,267 0,503 0,002 0,092
-0,078
Fonte: Dados da Pesquisa.
81
4.3.3. Elasticidades-dispêndio dos nutrientes para 1995 e 2003
A análise do impacto das variações do dispêndio na demanda de nutrientes dos
domicílios é feita por meio das interpretação das elasticidades-dispêndio. Para 1995,
todas as elasticidades-dispêndio calculadas são estatisticamente diferentes de zero, a 1%
de significância (as elasticidades-dispêndio são calculadas a partir dos coeficientes beta,
ver Tabela 17). Em 2003, as elasticidades calculadas para ferro, fósforo e vitamina C
não foram significativas , indicando que variações no dispêndio não causam impactos
no consumo destes nutrientes (ver nível de significância dos coeficientes beta na Tabela
18).
As elasticidades-dispêndio, em 2003 e em 1995, para a maioria dos nutrientes
foram menores que um (Tabela 26), o que significa que a maioria dos nutrientes
analisados são bens normais ou de necessidade. Embora para a maioria dos nutrientes a
variação no consumo seja menos que proporcional à variação no dispêndio, aumentos
do dispêndio resultarão em aumentos no consumo de nutrientes, já que todas as
elasticidades-dispêndio apresentaram sinais positivos. Em 1995, a magnitude dos
coeficientes variavam de 0,805 para vitamina C a 1,055 para carboidrato. Já em 2003, a
magnitude dos coeficientes ficou entre 0,77 para vitamina A e 1,072 para fibra.
Tabela 26 - Elasticidade do dispêndio do modelo restrito para a POF/2003 e POF/1995
POF 1995 POF 2003 Variação %
Proteina 0,919 0,911
-0.9
Carboidrato 1,055 1,046
-0.9
Gordura 0,918 0,961
4.7
Fibra 1,036 1,072
3.5
Colesterol 0,828 0,883
6.6
Calcio 0,926 0,882
-4.8
Ferro 1,014
0,998
-1.6
Sodio 0,761
0,992
30.4
Fosforo 0,929 0,926
-0.3
Potassio 0,90 0,896
-0.4
Vitamina A 0,825 0,775
-6.1
Vitamina B3 0,898 0,87
-3.1
Vitamina C 0,805
0,984
22.2
Fonte: Dados da Pesquisa.
*Nota: os coeficientes que derivaram as elasticidades que estão em negrito não foram significativos.
82
Nota-se que, para maioria dos nutrientes, houve queda da sensibilidade do
consumo em relação às variações no dispêndio, porém, para os nutrientes que
apresentaram elevação desta sensibilidade, a variação percentual foi mais expressiva.
Em 1995, carboidrato, fibra e ferro foram os únicos considerados bens de luxo
(elasticidade-dispêndio maior que um). Em 2003, apenas carboidrato e fibra
permaneceram como bens de luxo. Isto significa que se houver um aumento do
dispêndio, o consumo com estes nutrientes aumenta mais que proporcionalmente. Os
demais nutrientes apresentaram-se como bens normais, ou seja, se houver um aumento
do dispêndio, o consumo com estes nutrientes varia menos que proporcionalmente.
A análise das mudanças no padrão da dieta dos macronutrientes de 1995 a 2003,
por meio do padrão das estimativas na Tabela 26, leva a concluir que as proteínas
permaneceram com a elasticidade relativamente mais elevada, próxima de 1, durante
todo o período considerado, sugerindo assim uma resposta relativamente maior do
consumo de proteínas às variações no dispêndio. Esse resultado se aproximou do que
era esperado, pois como a proteína origina-se de produtos de maior valor (carne, leite,
ovos e etc.), espera-se que elas apresentem maior sensibilidade do consumo em relação
ao dispêndio.
Um resultado que era esperado é a elasticidade-dispêndio relativamente baixa
dos carboidratos, o que é consistente com o fato de que a maior parte de consumo
energético das famílias provém de carboidratos (alimentos mais básicos, principalmente
cereais). A baixa elasticidade para carboidratos sugere, pelo menos em certa medida,
saciedade em relação à carboidratos e o desejo de aumentar a variedade e / ou aumentar
a qualidade nutricional da cesta de consumo (VECCHI e COPPOLA, 2006). Mas esse
resultado não foi encontrado, pois as elasticidades-dispêndio encontradas para
carboidrato foram maiores que um, nos dois anos, com uma variação mínima no período
analisado. Esta maior sensibilidade do consumo de carboidrato em relação ao dispêndio
pode também ser devido ao tipo de carboidrato que está sendo consumido. Carboidratos
derivados de alimentos mais básicos teriam uma elasticidade mais baixa, já os
carboidratos derivados de pães, comidas industrializadas e processadas teriam
elasticidades mais altas. A implicação da sensibilidade relativamente maior para o
consumo de carboidrato é que maiores dispêndios levarão a consumos
proporcionalmente maiores deste nutriente.
Em conformidade com os resultados de Abdulai e Aubert (2004), o impacto
positivo e significativo do dispêndio sobre o consumo de gordura e colesterol indica que
83
o efeito do sabor tende a dominar o efeito das informações sobre a ingestão de gordura e
colesterol. Assim, famílias mais ricas (com maior dispêndio) têm uma tendência a
consumir alimentos que sejam saborosos e ricos em gordura e colesterol. Segundo
Vecchi e Coppola (2006), provavelmente quando aumenta a renda muitas substituições
ocorrem dentro da vasta categoria de gorduras: substâncias oleosas com menor preço
são substituídas cada vez mais pelas mais caras e com melhor sabor, sendo assim, um
estudo mais detalhado destes nutrientes também poderiam contribuir para o
entendimento do perfil de consumo observado para gorduras e colesterol.
Cabe destacar que os resultados, de maior sensibilidade relativa no consumo de
nutrientes mais calóricos e gordurosos, tanto em relação ao preço e ao dispêndio,
identificados para o padrão de consumo de nutrientes da população, estão de acordo
com
o processo de transição nutricional no Brasil, apontado por Batista Filho e Rissim
(2003). Segundo esses autores, esse processo pode ser confirmado pela constatação de
que o país vem rapidamente substituindo o problema da escassez pelo excesso dietético,
pois verifica-se aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade para a população
brasileira.
O padrão de consumo dos micronutrientes podem estar correlacionado com a
tendência observada em macronutrientes. Neste sentido, esperava-se que o padrão das
elasticidades de vitamina A fosse semelhante ao das proteínas, em parte porque são
susceptíveis de terem consumo correlacionado. A vitamina A deriva do consumo de
alimentos de origem animal, ricos em proteína, como ovos, carne e leite (VECCHI e
COPPOLA, 2006). Pela Tabela 26, percebe-se que a sensibilidade do consumo em
relação ao dispêndio de vitamina A é inferior à encontrada para proteínas e que houve
queda desta sensibilidade, de 1995 para 2003. Sendo assim, aumentos nos dispêndios
não proporcionarão melhorias consideráveis no consumo de vitamina A. Como a
elasticidade calculada para vitamina C não foi significativa, percebe-se que não há
muita influência do dispêndio para o consumo das vitaminas em geral.
A análise da demanda de nutrientes revela claramente que as mudanças nos
dispêndios irão influenciar positivamente a demanda da maioria dos macro e
micronutrientes (com exceção dos nutrientes mencionados, para os quais as
elasticidades não foram significativas em 2003). Assim como foi constatado para o
efeito dos preços, avaliar o efeito de aumentos no dispêndio na qualidade da
alimentação é complexo. Por exemplo, enquanto um dispêndio mais elevado aumenta os
níveis de consumo de vitaminas e minerais, um dispêndio maior também aumenta os
84
níveis de gordura e colesterol, os quais podem causar piora na qualidade alimentar se
consumidos em quantidades excessivas.
Muitos autores procuraram discutir qual a interpretação da resposta do consumo
de nutrientes à renda, ou seja, qual a implicação do sinal da elasticidade-renda ou
dispêndio (positivo ou negativo) [BEHRMAN e DEOLALIKAR (1987); BHAGARVA,
(1991); SUBRAMANIAN e DEATON (1996); ABDULAI e AUBERT (2004);
VECCHI e COPPOLA, (2006); entre outros]. Além da implicação do sinal, é
importante também que se entenda a magnitude da elasticidade dispêndio dos nutrientes
para compreender os impactos do crescimento econômico e da implantação de políticas
públicas com foco na alimentação e saúde.
Se as elasticidades dispêndio de nutriente forem positivas, há uma tendência
para que as políticas de renda e o crescimento econômico eliminem problemas como
fome e desnutrição. Porém, se essas magnitudes são positivas mas pequenas, o aumento
da renda, por conseguinte dispêndio, podem não causar grandes melhorias na nutrição.
No seu conjunto, a implicação dos resultados apresentados é de que os aumentos
do dispêndio levarão a aumentos no consumo de nutrientes (elasticidades positivas),
porém estes aumentos serão menos que proporcionais ao aumento dado no dispêndio,
dado que a maioria das elasticidades são menores que um. Por outro lado, comparando-
se as magnitude das elasticidades-preço e das elasticidades-dispêndio, pode-se dizer que
políticas de renda, as quais possibilitem aumentos do dispêndio, podem ser mais
eficazes na influência de padrões de consumo de nutrientes do que políticas de preço, já
que a magnitude da maioria das elasticidades-dispêndio estimadas foram superiores às
das elasticidades-preço.
A constatação de que a maioria dos nutrientes são considerados bens normais e
de que apresentaram tendência de queda no valor da elasticidade-dispêndio, de 1995
para 2003, representa a percepção de que o consumo dos nutrientes pode estar se
aproximando do seu ponto de saciedade e, portanto, não haverá grandes modificações
no consumo de nutrientes dado aumentos nos dispêndios. Entretanto, deve-se proceder
de maneira cautelosa, ao interpretar estes resultados. Conforme já mencionado na
análise das elasticidades-preço, este é um bom resultado se a população tem boa
disponibilidade de nutrientes, o que leva a crer que ela se aproxima do ponto de
saciedade. Porém, há muitas evidências de que esta situação não se verifica o país. Se o
consumo de nutrientes domiciliar não é satisfatório e, ainda assim, os domicílios não
apresentam grandes respostas à melhoria no consumo de nutrientes em relação a quedas
85
de preço e aumento de renda (dispêndio), pode haver um indício de piora nos padrões de
consumo de nutrientes, ou seja a população não irá melhorar a qualidade nutricional,
mesmo que haja alterações favoráveis à melhoria nos hábitos alimentares. Pode-se
chamar a atenção para o fato de que o consumidor, diante de melhorias nos preços e,
conseqüentemente, no poder aquisitivo, irá optar pela aquisição de produtos
alimentícios mais elaborados e de melhor qualidade, conforme aponta muitos estudos de
demanda, porém, o maior acesso a estes produtos, pode não garantir melhores hábitos
de consumo de nutrientes, podendo, inclusive, conduzir a uma deterioração dos
mesmos, conforme já se sinalizou neste estudo. Assim a racionalidade do consumidor
nas suas decisões de consumo alimentar, visando maximizar a sua satisfação, poderá
implicar em uma irracionalidade do ponto de vista nutricional.
Além disso, é importante também lembrar que como constatou-se que os preços
e os dispêndios não produzem grandes efeitos de melhoria no padrão de consumo de
nutrientes, a promoção de alimentação com níveis adequados de nutrientes, ao nível de
população, pode ser incentivada por campanhas nacionais para reduzir a desnutrição e o
excesso alimentar. Neste caso, recomenda-se campanhas de educação alimentar, as
quais teriam maiores efeitos para a qualidade da alimentação da população e em longo
prazo nos índices de saúde, contribuindo para redução da desnutrição e obesidade e
todas as doenças que surgem em decorrência destes distúrbios causados devido às
deficiências nutricionais e à má alimentação (consumo excessivo de alimentos calóricos
e gordurosos).
86
5. RESUMO E CONCLUSÕES
O presente estudo teve o objetivo de contribuir para análise de demanda de
nutrientes no Brasil ao longo do tempo, com intuito de captar as mudança ocorridas no
padrão de consumo de nutrientes, refletindo assim o perfil de consumo da população. A
análise da demanda de nutrientes se deu por meio da estimação de um sistema de 13
equações de nutrientes.
Muitos fatores contribuem para a alteração no padrão de consumo alimentar de
uma população, com maior ou menor intensidade. Sendo assim, além da preocupação
com a análise do impacto de variáveis que, tradicionalmente, são incluídas em análises
de demanda (preço e renda/dispêndio), este estudo preocupou-se em analisar efeitos de
outras variáveis sócio-econômicas (sexo, anos de estudo do chefe do domicílio, total de
pessoas no domicílio, presença de crianças e adolescentes no domicílio, presença de
adultos, presença de idosos, anos de estudo da mulher e renda), que podem impactar
significativamente sobre o consumo alimentar da população e que são importantes para
identificar as mudanças no consumo devido às transformações estruturais ocorridas na
sociedade.
Os resultados mostram que todas as variáveis sócio-econômicas analisadas
afetaram significativamente o consumo de pelo menos um nutriente.
Ao se analisar a
influência das variáveis em 1995 e em 2003, nota-se algumas mudanças no
comportamento de consumo de nutrientes em relação aos efeitos causados por estas
variáveis. Pode-se destacar que maiores rendimentos não garantem maior adequação do
consumo de nutrientes. Além disso, o maior nível de instrução deixou de influenciar
negativamente o consumo de gorduras e colesterol. Esse resultado leva a concluir que a
população pode estar mudando o seu comportamento de consumo de nutrientes, no
sentido de que as pessoas não estão considerando tanto, para as decisões de consumo, as
informações acerca de produtos alimentícios que contém componentes nocivos à saúde.
87
Embora existam maior acesso à informações sobre a importância de uma dieta saudável
(maior escolaridade do chefe e da mulher), não há uma influência negativa no consumo
de gorduras e colesterol.
Visando a melhor compreensão do padrão de consumo de nutrientes, procedeu-
se à análise da sensibilidade do consumo das famílias em relação aos preços e
dispêndio, no intuito de verificar como os níveis de consumo de nutrientes respondem
às mudanças nestas variáveis. Em relação às influências do preço para o consumo de
nutrientes, constatou-se, que os preços influenciam negativamente o consumo de todos
os nutrientes, tanto em 2003 e 1995. Além disso, constatou-se que as variações nos
preços dos nutrientes, tanto em 1995 como em 2003, não causam grandes efeitos na
demanda dos mesmos. As famílias tendem a variar menos que proporcionalmente o
consumo dos nutrientes, dada uma variação nos preços.
Ao se comparar os resultados das elasticidades apresentados para 2003 com os
que foram apresentados para 1995, pode-se constatar algumas mudanças ocorridas no
padrão de consumo de nutrientes: em 1995, a maioria dos nutrientes apresentaram
elasticidade-preço menor que 0,5, indicando uma resposta menor do consumo em
relação às variações nos preços. Além disso, destaca-se que a sensibilidade da gordura
em relação aos preços era menor, o que pode não ser uma boa mudança para o padrão
de consumo de nutrientes. Já a sensibilidade do consumo de fibras era maior em relação
às variações nos preços. Considerando-se que as fibras originam-se em sua maioria de
frutas e verduras, esse pode ser um bom resultado, pois indica que a população está
mais suprida com este nutriente e, conseqüentemente, com hábitos alimentares mais
saudáveis, consumindo mais frutas e verduras. Além disso, no período analisado, todas
as vitaminas apresentaram aumento da magnitude das elasticidades. Uma política de
preços, para melhoria no consumo de nutrientes, em 2003 traria mais resultados sobre o
consumo de vitaminas do que em 1995, embora esses efeitos permaneçam não muito
significativos. O aumento ligeiro das elasticidades em 2003 pode ser um reflexo de
menor disponibilidade destes nutrientes, a qual tornou a população um pouco mais
sensível em relação aos preços.
A conclusão para o ano de 2003 é de que a demanda de nutrientes da população
se mostrou pouco sensível às variações nos preços. Enquanto uma redução de preços
propicia, em magnitudes não muito expressivas, uma melhoria no consumo de
nutrientes (proteína, fibra, ferro, sódio, potássio, vitamina A, vitamina B3 e vitamina C),
aumenta, em proporções maiores, os níveis de consumo de carboidratos, gordura e
88
colesterol, o que pode acarretar uma deterioração alimentar, se esses componentes são
consumidos em quantidades excessivas. Ou seja, as famílias tendem a demandar
relativamente mais nutrientes que não são os mais saudáveis, do que nutrientes com
maior valor nutricional. Por conseguinte, parece lógico deduzir que políticas de redução
de preços, com intuito de melhorar a qualidade nutricional, poderia não alcançar o
resultado pretendido. Uma possível explicação para este resultado é que a população
pode ainda não estar suficientemente conscientizada da importância de um dieta
saudável. Esses resultados apresentados são condizentes com as evidências encontradas
em outros estudos.
No caso de análises das elasticidades-preços cruzadas a expectativa de poucas
relações de substitutibilidade foi confirmada. Além disso, notou-se que as relações de
substitutibilidade e complementariedade não variaram muito de 1995 para 2003.
Por meio das análises das elasticidades-preço direta Hickisianas ou
compensadas, notou-se que as respostas da demanda das famílias aos preços são
impulsionadas, principalmente, pelos efeitos substituição, como se torna evidente
quando se comparam as elasticidades-preço Marshallianas e Hicksianas.
Em relação às influências dos dispêndios para o consumo de nutrientes,
constatou-se que, para 1995 os dispêndios influenciam positivamente o consumo de
todos os nutrientes. Já em 2003, variações no dispêndio não causam impactos no
consumo do ferro, fósforo e vitamina C e para todos os outros nutrientes há uma
influência positiva no consumo. Constatou-se que a maioria dos nutrientes analisados
podem ser classificados como bens normais ou de necessidade. Assim, a análise da
demanda de nutrientes revela, claramente, que as mudanças nos dispêndios irão
influenciar positivamente a demanda da maioria dos macro e micronutrientes, embora
não produzam grandes impactos no consumo dos mesmos. Da mesma forma que foi
constatado para o efeito dos preços, avaliar o efeito de aumentos no dispêndio na
qualidade da dieta é complexo. Por exemplo, enquanto um dispêndio mais elevado
aumenta os níveis de consumo de vitaminas e minerais (uma melhoria nutricional), um
dispêndio maior também aumenta os níveis de gordura e colesterol, os quais podem
causar piora na qualidade alimentar se consumidos em quantidades excessivas.
No seu conjunto, a implicação dos resultados apresentados é de que os aumentos
do dispêndio levarão a aumentos no consumo de nutrientes, porém estes aumentos não
resultarão em melhorias substanciais no consumo dos mesmos. Por outro lado,
comparando-se as magnitudes das elasticidades-preço e das elasticidades-dispêndio,
89
pode-se dizer que políticas de renda, as quais possibilitem aumentos do dispêndio,
podem ser mais eficazes na influência de padrões de consumo de nutrientes do que
políticas de preço, já que a magnitude da maioria das elasticidades-dispêndio estimadas
foram superiores às das elasticidades-preço.
Cabe destacar que os resultados, de maior sensibilidade relativa no consumo de
nutrientes mais calóricos e gordurosos, tanto em relação ao preço e ao dispêndio,
identificados para o padrão de consumo de nutrientes da população, estão de acordo
com o processo de transição nutricional no Brasil. Esse processo pode ser confirmado
pela constatação de que o país vem rapidamente substituindo o problema da escassez
pelo excesso dietético, pois se verifica aumento da prevalência de sobrepeso e
obesidade para a população brasileira.
Diante das evidências apresentadas neste estudo, pode-se chamar a atenção para
o fato de que o consumidor, devido às mudanças favoráveis ao consumo,
principalmente após a implantação do Plano Real, irá optar pela aquisição de produtos
alimentares mais elaborados e de melhor qualidade e não necessariamente produtos
mais nutritivos. Assim, a racionalidade do consumidor nas suas decisões de consumo
alimentar, visando maximizar a sua satisfação, poderá implicar em uma deterioração
dos padrões de consumo de nutrientes, conforme sinalizou-se neste estudo.
Além disso, é importante também lembrar que como se constatou que os preços
e os dispêndios não produzem grandes efeitos de melhoria no padrão de consumo de
nutrientes, a promoção de alimentação com níveis adequados de nutrientes, ao nível de
população, deve ser incentivada por campanhas nacionais de educação alimentar para
reduzir a desnutrição e o excesso alimentar. Essas campanhas poderiam ter maiores
efeitos para a qualidade nutricional da dieta da população e em longo prazo nos índices
de saúde, contribuindo para redução da desnutrição e obesidade e todas as doenças que
surgem em decorrência destes distúrbios causados devido às deficiências nutricionais e
à má alimentação.
Para trabalhos futuros, sugere-se que se avance com mais pesquisas para que se
evite que o modelo e o conjunto de dados contradigam as restrições impostas. Para isso,
é necessário que se investigue as razões destas freqüentes violações da teoria para o
conjunto de dados em análise. Além disso, cabe destacar que neste estudo não foi
possível a consideração do plano amostral complexo nas estimativas, pois não existem
rotinas disponíveis para estimação de demanda considerando o desenho da amostra,
sendo necessária programação para se alcançar este objetivo, o que gastaria um tempo
90
maior de pesquisa. O plano amostral de pesquisas de orçamentos familiares incorporam
todos os aspectos que definem um “plano amostral complexo”. Portanto, deve-se levar
em conta a estrutura do plano amostral nas análises. Trabalhos futuros que venham
programar a estimação de sistemas de demanda considerando a amostra complexa
podem trazer uma grande contribuição para análises de demanda. É importante destacar
ainda que a POF não capta o consumo das famílias fora do domicílio, pesquisas que
incorporem estas informações também são muito importantes para se compreender com
maior exatidão o padrão de consumo de nutrientes da população.
Por fim, pode-se destacar que as transformações sócio-econômicas que vêm
ocorrendo ao longo do tempo têm se refletido em mudanças na estrutura de consumo de
nutrientes da população. O entendimento da evolução do padrão de consumo de
nutrientes da população, bem como da influência de variáveis sócio-econômica, permite
identificar o perfil de consumo e o estágio de desenvolvimento da população, além de
possibilitar algumas projeções quanto ao futuro. Esses conhecimentos são vitais para a
formulação e acompanhamento de políticas públicas com foco na alimentação e saúde
da população, visando uma melhoria da qualidade nutricional e, conseqüentemente, das
condições de vida. Vale ressaltar que a maior colaboração de pesquisas entre
economistas e nutricionistas pode ter grande contribuição para as análises sobre perfil
nutricional da população. Estudos mais aprofundados sobre disponibilidade e a
acessibilidade dos nutrientes podem complementar estas análises de demanda de
nutrientes para refletir com maior exatidão o padrão de consumo de nutrientes.
91
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99
ANEXO
Tabela 1A - Produtos alimentares selecionados para análise e estimação do sistema de
demanda de nutrientes, por categoria analisada
13
CATEGORIA SUBGRUPO PRODUTO
ARROZ
INTEGRAL
ARROZ POLIDO
ARROZ HIBRIDO
ARROZ BICA CORRIDA
ARROZ QUIRERA
ARROZ LISO
ARROZ MACERADO
ARROZ PARBOILIZADO
XEREM DE ARROZ
ARROZ PARBORIZADO
ARROZ
ARROZ AGULHA
ARROZ AGULHINHA
ARROZ BRANCO
ARROZ VERMELHO
ARROZ AMARELO
ARROZ COLONIAL
ARROZ EM CASCA ARROZ COM CASCA
ARROZ NÃO
ESPECIFICADO
ARROZ (NÃO ESPECIFICADO)
FEIJÃO
FEIJÃO MANTEIGA
FEIJAO MANTEIGA
FEIJAO BICO DE OURO
FEIJAO CAETE
FEIJAO PINGO DE OURO
FEIJAO GRAO DE OURO
FEIJAO BRANCO
FEIJAO LOUCA
FEIJAO CANARINHO
FEIJAO BOLINHA
FEIJAO MULATINHO
FEIJAO MULATINHO
FEIJAO COFELISTA
FEIJAO PAULISTA
FEIJAO MOURO
FEIJAO SESSENTA DIAS
FEIJAO MULATA GORDA
FEIJAO MARROM
FEIJAO MORENINHO
FEIJAO CAFE COM LEITE
FEIJAO NAGE
FEIJAO NAVEGADOR MARROM
FEIJAO CEARENCE
FEIJÃO PRETO
FEIJAO PRETO
FEIJAO ESCURINHO
FEIJAO FLORESTA NEGRA
FEIJAO BORBAO
FEIJAO QUEBRANCHO
FEIJAO REBENTA NEGRO
FEIJAO DO MILHO
FEIJAO BEIRA LINHA
FEIJAO ITALIANINHO
FEIJAO BANDINHA (FEIJAO PRETO)
13
A agregação foi realizada para os 65 produtos que constam na Tabela 9A, porém, devido alguns
problemas foram retirados oito produtos, conforme explicado no item 2.5. Desta forma, utilizou-se 57
produtos desta tabela, com exceção dos seguintes produtos: alface, cheiro verde, couve, brócolis, ovos,
morango, abacaxi e rapadura.
100
FEIJÃO
FEIJAO CAVALO
FEIJAO DE COR
FRADINHO
FEIJAO FRADINHO
FEIJAO MACASSAR
FEIJAO DE CORDA
FEIJAO DE METRO
FEIJAO ORELHA DE FRADE
FEIJAO CORUJA
FEIJAO DE MOITA
FEIJAO QUARENTINHA
FEIJAO LIGEIRO
FEIJAO CATADOR
FEIJAO MIUDO
FEIJAO GURGUTUBA
FEIJAO GURUTUBA
FEIJAO OLHO DE CABRA
FEIJAO PENDANGA
FEIJAO PITIUBA
FEIJAO QUARENTA DIAS
FEIJAO BOCA PRETA
FEIJAO DE FRADE
FEIJAO DE VARA
FEIJAO OLHO PRETO
FEIJAO DO RIO
FEIJAO IBRA
FEIJAO DE RAMA
FEIJAO BAIANO
FEIJAO VINAGRE
FEIJAO SEMPRE VERDE
FEIJAO DE ARRANCA
FEIJAO BAJE PODRE (FEIJAO MACASSAR)
FEIJAO BARRIGUDO (FEIJAO DE METRO)
FEIJAO CANAPU
FEIJAO CAUPI
FEIJAO DA COLONIA
FEIJAO VERDE
FEIJAO PERUANO
FEIJÃO JALO
FEIJAO JALO
FEIJAO VERMELHO
FEIJAO MOLEQUE
FEIJAO ENCARNADO
FEIJAO GORDO
FEIJAO ENXOFRAO
FEIJAO DO SUL
FEIJÃO ROXO
FEIJAO ROXO
FEIJAO ROCHEDO
FEIJAO BICO ROXO
FEIJAO BORDO
FEIJAO BRABINHO
FEIJAO MARUMBE
FEIJAO ROXINHO
FEIJAO ROXAO
FEIJAO ROXOTI
FEIJAO RAPE (FEIJAO ROXO)
FEIJAO ANAO (FEIJAO ROXO)
FEIJÃO RAJADO
FEIJAO RAJADO
FEIJAO AMENDOIM
FEIJAO CHITA FINA
FEIJAO VERMELHO E BRANCO
FEIJAO ZEBRINHA
FEIJAO CASCA DE COCO
FEIJAO CASCAO
FEIJAO PINTADO
FEIJAO PINTADINHO
FEIJAO RISCADINHO
FEIJAO CARNAVAL
FEIJAO GROSSO
101
FEIJÃO
FEIJAO CHOCOLATE
FEIJAO CARIOCA
FEIJAO RAJADINHO
FEIJAO CARIOQUINHA
OUTROS FEIJÕES
FEIJAO PITOCO
FEIJAO DOURADINHO
FEIJAO ROSINHA
FEIJAO MARIA ROSA
FEIJAO MOURA ROSA
FEIJAO ROSADO
FEIJAO BARROSINHO
FEIJAO GANCHEIRO
FEIJAO PAQUETA
FEIJAO ENXOFRE
FEIJAO AMARELO
FEIJAO OURO
FEIJAO MINEIRO AMARELO
FEIJAO MINEIRO
FEIJAO PARDO
FEIJAO FUMACA
FEIJAO CHUMBINHO
FEIJAO CAFEZINHO
FEIJAO PAQUINHO
FEIJAO PACO MINEIRO
FEIJAO CAQUI
FEIJAO OPAQUINHO
FEIJAO CAFE
FEIJAO TERRINHA
FEIJAO CARA SUJA
FEIJAO OPACO
FEIJAO FIGADO DE GALINHA
FEIJAO IMPERIAL
ALFACE
ALFACE
ALFACE PAULISTA
ALFACE REPOLHUDA
ALFACE AMARGA
ALFACE CRESPA
ALFACE ROMANA
ALFACE MANTEIGA
ALFACE LISA
ALFACE AMERICANA
ALFACE HIDROPONICA
REPOLHO
REPOLHO
REPOLHO BRANCO
REPOLHO ROXO
CHEIRO VERDE
SALSA
CEBOLINHA
CEBOLINHA VERDE
CEBOLINHA DE TODO O ANO
CEBOLA DE TODO O ANO (CEBOLINHA VERDE)
CEBOLINHA DESIDRATADA
CHEIRO VERDE
SALSA E CEBOLINHA
COENTRO E CEBOLINHA
TEMPERO VERDE
COUVE
COUVE
COUVE MANTEIGA
COUVE REPOLHUDA
COUVE PALMITO
COUVE CRESPA
COUVE DE FOLHAS
COUVE FLOR COUVE FLOR
BROCOLIS
COUVE BROCOLOS
COUVE BROCOLIS
BROCOLOS
BROCOLIS
TOMATE
102
TOMATE
TOMATE PAULISTA
TOMATE MACA
TOMATE PERA
TOMATE JAPONES
TOMATE VERDE
TOMATE CAQUI
CEBOLA
CEBOLA
CEBOLA CABECA BRANCA
CEBOLA BRANCA
CEBOLA ROXA
CEBOLA DO REINO
CEBOLA PERA
CEBOLA GIGANTE
CEBOLA VERMELHA
CEBOLA CABROBO BRANCA
CEBOLA EM CABECA BRANCA
CEBOLA DESIDRATADA
ABOBORA
ABOBORA MENINA
ABOBORA GRANDE
ABOBORA GIGANTE
ABOBORA BAIANA
ABOBORA VERMELHA
ABOBORA DA BAHIA
ABOBORA MELAO
ABOBORA ALMISCAR
ABOBORA CATINGA
ABOBORA CHEIROSA
ABOBORA DE AGUA
ABOBORA VERDE
ABOBORA DA PRAIA
ABOBORA DE PESCOCO
ABOBORA DE CABOCLO
ABOBORA DO SERTAO
ABOBORA JACARE
JERIMUM
JERIMUM DE LEITE
JERIMUM CABOCLO
JERIMUM JACAREZINHO
ABOBORA
ABOBORA COMUM
ABOBORA MADURA
CABACA
CABACA PURUNGA
CABACA VERDE
CABACA PORONGO
ABOBORA MORANGUINHA
ABOBORA PAULISTA
ABOBORA CABOTIAN
ABOBORA CABOTIA
ABOBORA CABUTIA
ABOBORA CABUTIAN
ABOBORA KABUTIA
ABOBORA CAXACO
ABOBORA GOIANINHA
ABOBORA HIBRIDA
ABOBORA SECA
PIMENTAO
PIMENTAO
PIMENTAO VERDE
PIMENTAO MADURO
QUIABO
QUIABO
GOMBO
QUIGOMBO
ABOBRINHA ABOBRINHA
ABOBRINHA VERDE
ABOBRINHA ITALIANA
ABOBRINHA BRASILEIRA
ABOBORA JAPONESA (ABOBRINHA)
103
ABOBORA BAIANINHA (ABOBRINHA)
CAXI
XOXO
ABOBRINHA CAIPIRA
ABOBRINHA BRANCA
ABOBRINHA MIRIM
VAGEM VAGEM
VAGEM MANTEIGA
BERINJELA
BERINJELA
BRINJELA
BATATA INGLESA BATATA INGLESA
BATATA DO REINO
BATATA ROSA
BATATA PORTUGUESA
BATATA INGESA ROSA
BATATINHA
BATATA LISA
BATATA HOLANDESA
BATATA BINGE
MANDIOCA
MANDIOCA
MANDIOCA DOCE
MANDIOCA MANSA
MANDIOCA BRANCA
MANDIOCA CACAU
MANDIOCA BRAVA
MANDIOCA VASSOURINHA
MANIVA
AIPIM
MACAXEIRA
AIPI
AIMPIM
MANDIOCA SEM CASCA
MASSA DE MACAXEIRA
CENOURA
CENOURA
CENOURA VERMELHA
CENOURINHA
BETERRABA BETERRABA
INHAME
INHAME
INHAME TAIA
INHAME SAO TOME
INHAME CHINES
INHAME DA COSTA
INHAME DE AGUA
ALHO
ALHO
ALHO ROXO
ALHO BRANCO
ALHO ARGENTINO
ALHO A GRANEL
ALHO CABECA
ALHO EM CABECA
ALHO DESCASCADO
ALHO PORRO
ALHO MACHO
BANANA DE AGUA
BANANA DE AGUA
BANANA NANICA
BANANA DA CHINA
BANANA DE ITALIANO
BANANA MANGALO
BANANA INGLESA
BANANA TATU
BANANA PETICA
BANANA CATARINA
BANANA CHORONA
BANANA PEROA
BANANA CASCA VERDE
BANANA ACUCARINA
BANANA CAMBOTA
104
BANANA
BANANA CATURRA
BANANA ANA
BANANA (INDETERMINADA)
BANANA PRATA
BANANA PRATA
BANANA ALTONA
BANANA AMARELA
BANANA BICO VERDE
BANANA BRANCA
BANANA DE CAMBOEIRO
BANANA UMBIGO VERDE
BANANA DA PRATA
BANANA OURO
BANANA OURO
BANANA CRAVO
BANANA DOURADA
BANANA IMPERIAL
BANANA INAJA
BANANA MARIQUINHA
BANANA PISANGO REAL
BANANA REAL
BANANA URINHO
BANANINHA
BANANA MACA
BANANA MACA
BANANA CARAPE
BANANA COCO
BANANA LEITE
BANANA MACA PAINA
BANANA PEDRA
BANANA PERA
BANANA MACAZINHA DA BAHIA
BANANA FIGO
BANANA FIGO
BANANA ABOBORA
BANANA ACU
BANANA BABA DE BOI
BANANA BABONA
BANANA CACAU
BANANA CAFE
BANANA CAIXAO
BANANA CAJU
BANANA CARAMBOLA
BANANA CASADA
BANANA CASCA GROSSA
BANANA CHOCOLATE
BANANA CINZA
BANANA CORUJA
BANANA DE VELHO
BANANA JACARE
BANANA JASMIM
BANANA MENCI
BANANA MINEIRA
BANANA MURICI
BANANA PAO
BANANA PARA
BANANA PAU
BANANA RIACHAO
BANANA ROSA
BANANA SAPA
BANANA TAJAMAIA
BANANA TANJA
BANANA TRES QUINAS
BANANA VERMELHA
MASSA DE BANANA
BANANA DA TERRA
BANANA PACOVA
BANANA PACOVEIRA
BANANA PACOBEIRA
BANANA PACOBUCU
BANANA BURITI
105
BANANA
BANANA DA TERRA
BANANA CHIFRE DE VACA
BANANA COMPRIDA
BANANA FARTA GENTE
BANANA FARTA HOMEM
BANANA FARTA VELHACO
BANANA GRANDE
BANANA GRANDE AMARELA
BANANA MARANHENSE
BANANA PACOVI
BANANA ANGOLA
PACOVA
PACOVA GRANDE
BANANA PACOVAN
OUTRAS
BANANA MARMELO
BANANA MARECA
BANANA ROXA
BANANA CAMBORI
BANANA DAS ALMAS
BANANA MULATA
BANANA PATROQUIA
BANANA VINAGRE
BANANA SAO DOMINGOS
BANANA RAJADA
BANANA SAO TOME
BANANA CURTA
BANANA DO PARAISO
BANANA (NAO ESPECIFICADA)
BANANA PARA VIAGEM
MELANCIA MELANCIA
LARANJA
LARANJA BAHIA
LARANJA BAHIA
LARANJA DE UMBIGO
LARANJA SEM CAROCOS
LARANJA BAIANINHA
LARANJA TAQUARI
LARANJA CATARINA
LARANJA BANANA
LARANJA VALENCIA
LARANJA VALENCIANA
LARANJA LIMA
LARANJA LIMA
LARANJA DOCINHA
LARANJA SERRA DE AGUA
LARANJA ACUCAR
LARANJA DO CEU
LARANJA DE AGUA
LARANJA CELESTE
LARANJA MIMO
LARANJA ILHOA
LARANJA MEL
LARANJA PARATI
LARANJA DA ILHA
LARANJA MEL ROSA
LARANJA MIMO DO CEU
LARANJA BAIAO
LARANJA PERA
LARANJA PERA
LARANJA DE NATAL
LARANJA NATAL
LARANJA DE ABRIL
LARANJA ABRIL
LARANJA CAPETA
LARANJA APANAZIA
LARANJA SABARA
LARANJA OURO
LARANJA ACIDA
LARANJA CASCA FINA
LARANJA CITRICA
LARANJA PERA DO RIO
LARANJA BARAO
106
LARANJA
LARANJA CARIOCA
LARANJA COMUM
LARANJA SELETA
LARANJA SELETA
LARANJA SELETA DO RIO
LARANJA PAULISTA
LARANJA CAMPISTA
LARANJA MONJOLO
LARANJA COCO
LARANJA FOLHA MURCHA
LARANJA ROSA
LARANJA CAVALO
LARANJA FLOR
LARANJA RUSSA
LARANJA JOAO NUNES
LARANJA MACA
LARANJA FEIJAO CRU
OUTRAS LARANJAS
LARANJA (NAO ESPECIFICADA)
CIDRA
KINKAN
TANGERINA
TANGERINA
MEXERICA
MIXIRICA
MEXERICA RIO
MIXIRICA RIO
MEXIRICA MURKOT
MIXIRICA MURKOT
MEXIRICA POKAN
MIXIRICA POKAN
MEXIRICA CRAVO
MIXIRICA CRAVO
TANGERINA POKAN
TANGERINA CRAVO
MEXIRICA PERA
MIXIRICA PERA
POKAN
BERGAMOTA
MIMOSA
TANGERINA MONGORT
LARANJA MONGORT
LARANJA CRAVO
LARANJA MORGOT
TANJA
MEXIRICA CARIOCA
MEXIRICA KAPUTIA
MEXIRICA MARICOTA
MARICOTA
MAMAO
MAMAO
MAMAO DA INDIA
MAMAO MACHO
MAMAO VERDE
MAMAO HAVAI
MAMAO DO AMAZONAS
MAMAO PAPAIA
PAPAIA
MAMAO VERMELHO
MAMAO BAIANO
MAMAO FORMOSA
MAMAO JAPONES
MAMAO PAULISTA
MANGA
MANGA COQUINHO
MANGA ESPADINHA
MANGA UBA
MANGA CORACAO DE BOI
MANGA ITAMARACA
MANGA ROSINHA
MANGA ROSA
107
MANGA
MANGA COITE
MANGA CARLOTINHA
MANGA ESPADA
MANGA ABOBORA
MANGA SAPATINHA
MANGA JASMIM
MANGUITO
MANGA BACURI
MANGA CATANA
MANGA CORREIO
MANGA DE FIAPO
MANGA OURO
MANGA TOMMY
MANGA DE CHEIRO
MANGA DE MESA
MANGA HADEN
MANGA PALMER
MANGA RACHA
ABACAXI
ABACAXI
ANANAS
ABACAXI CAIANO
ABACAXI PEROLA
MARACUJA
MARACUJA
MARACUJA MIRIM
MARACUJA COMPRIDO
MARACUJA AZUL
MARACUJA REDONDO
MARACUJA MELAO
MARACUJA DE COBRA
MARACUJA COMUM
MARACUJA DOCE
MARACUJA BRANCO
MARACUJA SUSPIRO
MARACUJA PEROBA
SURURU (MARACUJA)
MARACUJA ACU
MARACUJA AMARELO
MARACUJA MAMAO
MARACUJAZINHO
MARACUJA DE BOI
MARACUJA ESCURO
MARACUJA GRANDE
MARACUJA PRETO
MARACUJA ROXO
MARACUJA PINTADO
MARACUJA VERMELHO
MARACUJA LARANJA
MARACUJA ENCARNADO
MARACUJA AZEDO
MARACUJINA (FRUTO)
MARACUJA (POLPA)
UVA
UVA
UVA NIAGARA
UVA MOSCATEL
UVA PRETA
UVA ROSA
UVA NACIONAL
UVA VERDE
UVA ITALIA
UVA ROXA
UVA RUBI
UVA BRANCA
UVA PASSA
UVA BENITAKA
UVA RED GLOBE
MORANGO
MORANGO
MORANGUINHO
108
MACA
MACA
MACA ACIDA
MACA DOCE
MACA BRANCA
MACA VERDE
MACA VERMELHA
MACA ARGENTINA
MACA NACIONAL
MACA FUGI
MACA GALA
MACA IMPORTADA
AMENDOIM
AMENDOIM (EM GRAO) (IN NATURA)
MENDOIM
MENDOBIM
MEDUBIM
AMENDOIM (EM CASCA) (IN NATURA)
AMENDOIM
AMENDOIM SALGADO
AMENDOIM CARAMELIZADO
AMENDOIM AMANTEIGADO
AMENDOIM TORRADO
AMENDOIM ACHOCOLATADO
AMENDOIM APIMENTADO
AMENDOIM COZIDO
FARINHA DE
MANDIOCA
FARINHA DE MANDIOCA
FARINHA DE MANDIOCA CRUA
FARINHA DE MANDIOCA TORRADA
FARINHA DE MANDIOCA BIJU
FARINHA DE MANDIOCA MORENA
FARINHA DE MANDIOCA AMARELA
FARINHA DE MANDIOCA BRANCA
FARINHA DE MANDIOCA MISTURADA
FARINHA DE MANDIOCA COMUM
FARINHA DE COPIOBA
FARINHA DE MESA
FARINHA DE CARIMA
FARINHA DE SURUI
MASSA DE MANDIOCA
FARINHA DE AGUA
CRUERA
FARINHA DE TRIGO
FARINHA DE TRIGO
FARINHA DO REINO
SEMOLINA DE TRIGO
FARINHA DE TRIGO COM FERMENTO
FECULA DE TRIGO
FUBA DE MILHO
FUBA DE MILHO
FUBA
FARINHA DE MILHO
MILHARINA
FLOR DE MILHO
SEMOLA DE MILHO
MASSA DE MILHO
PUBA DE MILHO
PUBA DE FUBA
MASSA DE CANJICA
FECULA DE MILHO
MUCILON DE MILHO
MILHO MOIDO
MINGAU DE MILHO
MACARRAO SEM OVOS
MACARRAO DE GLUTEN SEM OVOS
MACARRAO DE SEMOLA SEM OVOS
MACARRAO DE SEMOLINA SEM OVOS
MACARRAO DE SOPA SEM OVOS
MASSA SEM OVOS
MASSA DE GLUTEN SEM OVOS
109
MACARRÃO
MACARRAO SEM
OVOS
MASSA DE SEMOLA SEM OVOS
MASSA DE SEMOLINA SEM OVOS
MASSA DE SOPA SEM OVOS
TALHARIM SEM OVOS
SPAGHETTI SEM OVOS
ESPAGUETE SEM OVOS
ALETRIA SEM OVOS
MIOJO
MACARRAO INSTANTANEO
MACARRAO PARAFUSO SEM OVOS
MACARRAO COM ESPINAFRE
MACARRAO COM CENOURA
MACARRAO COM MILHO
MACARRAO INTEGRAL
MACARRAO PASTEURIZADO
MACARRAO PICADO
MACARRAO PRE-COZIDO
MACARRAO SEM COLESTEROL
MACARRAO VITAMINADO
MASSA INSTANTANEA
MACARRAO COM
OVOS
MACARRAO COM OVOS
MACARRAO DE GLUTEN COM OVOS
MACARRAO DE SEMOLA COM OVOS
MACARRAO DE SEMOLINA COM OVOS
MACARRAO DE SOPA COM OVOS
MASSA COM OVOS
MASSA DE GLUTEN COM OVOS
MASSA DE SEMOLA COM OVOS
MASSA DE SEMOLINA COM OVOS
MASSA DE SOPA COM OVOS
TALHARIM COM OVOS
SPAGHETTI COM OVOS
ESPAGUETE COM OVOS
ALETRIA COM OVOS
MACARRAO PARAFUSO COM OVOS
MACARRAO (NAO
ESPECIFICADO)
MACARRAO (NAO ESPECIFICADO)
MACARRAO CASEIRO
MACARRAO COM SEMOLA ( NAO ESPECIFICADO)
ESPAGUETE (NAO ESPECIFICADO)
MACARRAO PARAFUSO (NAO ESPECIFICADO)
TALHARIM (NAO ESPECIFICADO)
MASSA DE SEMOLA (NAO ESPECIFICADA)
MASSA DE SOPA (NAO ESPECIFICADA)
MASSA (NAO ESPECIFICADA)
PAO FRANCES
PAO FRANCES
PAO DE AGUA
PAO DE HAMBURGUER
BISNAGA
PAO DE SAL
PAO DE TRIGO
PAO CACETINHO
PAO SUICO
PAO CARECA
PAO FILAO
PAO DE SEMOLINA
PAO BENGALA
PAO BISNAGA
BENGALA
PAO SOVADO
PAO SOVADO CABRITO
PAO SIRIO
PAO FRANCES BISNAGA
PAO DE CHA
PAO PROVENCO
PAO PROVENCAL
PAO MASSA FINA
PAO VITA SALGADO
110
PAO CARIOQUINHA
PAO PRESUNTO
PAO DE BANHA
PAO BANQUETE
PAO BAQUETE
PAO BAGUETE
PAO ARABE
PAO CARTEIRA (SALGADO)
PAO SEDA
PAO TABICA
PAO PALITO
PAO SACADURA
PAO BAIANO
PAO MANUAL
MINI PAO
MINI PAO FRANCES
MINI BAGUETE
MINI BENGALA
PAO MASSA GROSSA
PAO PIZZA
PAO RECHEADO (SALGADO)
PAO CIABATA
PAO CERVEJINHA
PAO DE CARA
PAO PORTUGUES
PAO SERIDO
BISCOITO
BISCOITO SALGADO
BISCOITO DO REINO
BISCOITO GRISSINI
BISCOITO CREAM CRACKER
PRESUNTINHO BISCOITO
BISCOITO TIPO ITALIANO
BISCOITO DE AGUA
BISCOITO QUEIJINHO
BISCOITO DE COCO SALGADO
BISCOITO DE CAMARAO
JOBS DE CAMARAO
BISCOITO DE POLVILHO SALGADO
BISCOITO PRESUNTINHO
BISCOITO INTEGRAL DE AGUA
BISCOITO SALGADO DE COCO
BISCOITO BIT
BISKUIT GRISSINI
BISCOITO SALGADINHO
BISCOITO SALGADO DE POLVILHO
BISCOITO CLUB CRACKER
SALGADINHO (BISCOITO)
BISCOITO DE AGUA INTEGRAL
QUEIJINHO BISCOITO
BISCOITO ITALIANO
BOLACHA SALGADA
BOLACHA DE AGUA E SAL
CHIPS (SALGADINHOS)
CROCK (SALGADINHOS)
OKAKI (BISCOITO SALGADO)
SALGADINHO DE PELE (PACOTE)
BACONZITOS
BOLACHA (INDETERMINADA)
BISCOITO DOCE
CAVACO CHINES
BISCOITO DE MANTEIGA
BOLACHA AMANTEIGADA
SEQUILHO
TARECO
BISCOITO DE GERGELIM
BISCOITO AMANTEIGADO
SOLDA
111
BISCOITO TOSTINE
TOSTINE (BISCOITO)
BOLACHA DE FUBA
BOLACHA DE MANTEIGA
DEDITOS (BISCOITO)
BREVIDADE
BISCOITO DE MAIZENA
BOLACHA DE MILHO
SEQUILHO DE MILHO
BISCOITO DOCE DE QUEIJO
SEQUILHO DE MAIZENA
BISCOITO DOCE SORTIDO
BISCOITO DE FUBA
BISCOITO DEDITOS
BISCOITO SORTIDO
MIRABEL
BISCOITO CREME
BISCOITO DE MILHO
BISCOITO RECHEADO TOSTINE
BISCOITO ROSQUINHA DE COCO
BISCOITO DE QUEIJO DOCE
BISCOITO BROA DE COCO
BISCOITO ROSCA DE COCO
BISCOITO LANCHE MIRABEL
BISCOITO WAFFER
LANCHE MIRABEL
WAFFER (BISCOITO)
BISCOITO MARIA
BISCOITO RECHEADO
BISCOITO MIRABEL
BISCOITO DE LEITE
BOLACHA DOCE
BOLACHA COM LEITE
CROISSANT
MARIA MALUCA (BOLACHA DOCE)
ALFAJORES (BISCOITO)
BOLACHA RECHEADA
BISCOITO CROCANTE
BISCOITO CHAMPAGNE
BISCOITO CHAMPANHE
BISCOITO DE COCO DOCE
BISCOITO DE POLVILHO DOCE
BISCOITO DE POLVILHO SEQUILHO
BISCOITO QUEBRA QUEBRA
BISCOITO DE ARARUTA
QUEBRA QUEBRA
SEQUILHO DE POLVILHO
BISCOITO DOCE DE POLVILHO
BISCOITO DE COCO
BOLACHA DE COCO
BISCOITO NAO ESPECIFICADO
BISCOITO DE POLVILHO NAO ESPECIFICADO
CARNE DE BOI DE
PRIMEIRA
MIGNON
FILE MIGNON
FILE SEM MIGNON
FILE COM MIGNON
MIGNON
CONTRAFILE
CONTRAFILE
FILE CURTO
CHULETA COM OSSO (CONTRAFILE)
FILE ESPECIAL
BISTECA DE BOI
CHULETA DE BOI
PONTA DE CHULETA
ALCATRA
PONTA DE PATINHO
MAMINHA
112
ALCATRA
PICANHA
CHAPEU DE BISPO (MAMINHA)
ALCATRA BOVINA
PONTA DE ALCATRA
ALCATRA COM OSSO
MIOLO DE ALCATRA
CHA DE DENTRO
CHA DE DENTRO
COXAO MOLE (CHA DE DENTRO)
COXAO DE DENTRO (CHA DE DENTRO)
CHA DE BOI (NAO ESPECIFICADA)
PATINHO
PATINHO
CABECA DE LOMBO (CARNE DE BOI)
BOLA DO PATINHO (PATINHO)
PATINHO COM OSSO
LAGARTO
REDONDO
LAGARTO REDONDO
LOMBO DOS MOCOS (LAGARTO REDONDO)
PAULISTA REDONDO
POSTA BRANCA
LAGARTO PAULISTA (REDONDO)
TATU (LAGARTO REDONDO)
PAULISTA
LOMBO PAULISTA (CARNE DE BOI)
LAGARTO RECHEADO
LAGARTO COMUM
LAGARTO COMUM
POSTA VERMELHA
LAGARTO PLANO
PAULISTA PLANO
COXAO DE FORA (LAGARTO COMUM)
COXAO DURO (LAGARTO COMUM)
CHA DE FORA
LAGARTO DE BOI NÃO ESPECIFICADO
CARNE MOIDA CARNE MOIDA DE PRIMEIRA
GUIZADO (CARNE MOIDA) DE PRIMEIRA
NÃO ESPECIFICADA CARNE DE BOI DE PRIMEIRA
CARNE DE BOI DE PRIMEIRA COM OSSO
CARNE DE BOI DE
SEGUNDA
ACEM
ACEM
LOMBO DE BOI
AGULHA (ACEM)
ACEM COM OSSO
LOMBO DE BOI COM OSSO
AGULHA COM OSSO
PONTA DE AGULHA
MIOLO DE ACEM
MIOLO DE AGULHA
PA
PA
PONTA DA PA
POSTA GORDA
MIOLO DA PA
PALETA
CRUZ MACHADO
PALETA COM OSSO
PA COM OSSO
MUSCULO DE BOI
MUSCULO DE BOI
MUSCULO DA PA
MUSCULO DO TRASEIRO
GARRAO
MUSCULO DO DIANTEIRO
CHAMBARIL
CARNE DE PESCOCO
MARICA DE BOI
CARNE MARICA DE BOI
CARNE DE VAZIO (CARNE DE BOI)
VAZIO (CARNE DE BOI)
CARNE BOVINA DO VAZIO
MUSCULO COM OSSO
PEITO (DE BOI)
PEITO (DE BOI)
PONTA DE PEITO
113
PEITO NAO ESPECIFICADO
CAPA DE FILE
CAPA DE FILE
FRALDINHA (CAPA DE FILE)
ABA DE FILE
CAPA DE CONTRAFILE
CAPA DE COSTELA
CAPA DE COXAO MOLE
COSTELA DE BOI
COSTELA DE BOI
CARNE CHUPA MOLHO
MATAMBRE (CARNE DE BOI)
PONTA DE COSTELA
CARNE MOIDA DE
SEGUNDA
CARNE MOIDA DE SEGUNDA
GUIZADO (CARNE MOIDA) DE SEGUNDA
CARNE DE BOI DE SEGUNDA
NAO ESPECIFICADA
CARNE DE BOI DE SEGUNDA
ALCATRINHA COM OSSO (DIANTEIRO DE
SEGUNDA)
CARNE BOVINA COM OSSO (NAO ESPECIFICADA)
CARNE BOVINA MOIDA (NAO ESPECIFICADA)
CONTRA FILE DE SEGUNDA
FILE DE SEGUNDA
ALCATRINHA
JACARE ( CARNE DE BOI DE SEGUNDA C/ OSSO)
CARNE DE BOI DE SEGUNDA COM OSSO
OUTRAS
RABADA DE BOI
BRAJOLA
CARNE BOVINA DE TERCEIRA
CARNE SUÍNA
CARRE
CARRE DE PORCO
CHULETA DE PORCO
COSTELETA DE PORCO
PALETA DE PORCO
BISTECA DE PORCO
PERNIL
PERNIL DE PORCO
COXAO DE PORCO
QUARTO DE PORCO
LOMBO
LOMBO DE PORCO
LOMBINHO DE PORCO
CARNE DE PORCO SEM OSSO (NAO ESPECIFICADA)
CARNE DE PORCO DE PRIMEIRA (NAO
ESPECIFICADA)
LOMBO DE PORCO RECHEADO E TEMPERADO
PORCO
EVISCERADO
PORCO OU LEITAO MORTO (EVISCERADO)
LEITAO MORTO (EVISCERADO)
PORCO ABATIDO
COSTELA COSTELA DE PORCO
COSTELINHA DE PORCO
TOUCINHO FRESCO
TOUCINHO
TOUCINHO FRESCO
TOUCINHO DE TORRESMO
PELE DE PORCO FRESCA
OUTRAS CARNES
SUÍNAS COM OSSO
E SEM OSSO
CARNE DE PORCO NAO ESPECIFICADA
CARNE DE PORCO COM OSSO (NAO
ESPECIFICADA)
RABO DE PORCO
RABINHO DE PORCO
CABECA DE PORCO
ORELHA DE PORCO FRESCA
OSSO DE PORCO
OSSADA DE PORCO
PORCO VIVO
NARIZ DE PORCO
PE DE PORCO FRESCO
APARA (CARNE DE PORCO)
BISTECA NAO ESPECIFICADA
JOELHO DE PORCO
CARNE DE PORCO DE SEGUNDA
114
CARNE SUÍNA
MUSCULO DE PORCO
ORELHA DE PORCO NAO ESPECIFICADA
CARCACA DE PORCO
CARNE DE PORCO EM BIFE
ORELHA E PE DE PORCO
CARNES SLAGADAS
CARNE DE PORCO SALGADA
ORELHA DE PORCO SALGADA
LOMBO DE PORCO SALGADO
COPA DE PORCO SALGADA
RABO DE PORCO SALGADO
TOUCINHO DE PORCO SALGADO
TOUCINHO SALGADO
CARNE SALGADAS DE FEIJOADA
MISTURA DE CARNES SALGADAS DE FEIJOADA
CARNE SALGADA NAO ESPECIFICADA
COSTELA SALGADA COSTELA DE PORCO SALGADA
LINGUIÇA
LINGUICA (VAREJO)
LINGUICA (PACOTE)
LINGUICA PARA CHURRASCO
LINGUICA (NAO ESPECIFICADA)
LINGUICA CALABREZA
LINGUICA DE BOI
LINGUICA DE FRANGO
LINGUICA DE PORCO
LINGUICA DEFUMADA
LINGUICA MISTA
LINGUICA TOSCANA
PAIO PAIO
CODEGUIM
PE DE PORCO
PE DE PORCO SALGADO
CHISPE SALGADO
CHISPE
MORTADELA
MORTADELA
MORTADELA DE BOI
MORTADELA DE FRANGO
MORTADELA DE PORCO
MORTADELA FATIADA (NAO ESPECIFICADA)
RETALHO DE MORTADELA
MORTADELA BOLONHESA
MORTADELA DE CHESTER
MORTADELA DE GALINHA
MORTADELA DE PERU
MORTADELA DEFUMADA
MORTADELA LIGHT
MORTADELA MISTA
SALAME SALAME
SALAMINHO
SALSICHA
SALSICHA (VAREJO)
SALSICHA (PACOTE)
SALSICHAO (VAREJO)
SALSICHAO (PACOTE)
TOUCINHO
DEFUMADO
TOUCINHO DE PORCO DEFUMADO
BACON (VAREJO)
TOUCINHO DEFUMADO
BACON (EMBALADO)
BACON
BACON DEFUMADO
RETALHO DE BACON
CARNE DE PORCO EM CONSERVA
FIAMBRADA DE PORCO
VIANDADA DE PORCO
KITUTE DE PORCO
PRESUNTADA
QUITUTE DE PORCO
FIAMBRE
AFIAMBRADO
SALSICHA EM CONSERVA
115
OUTRAS CARNES
SUÍNAS
MORTADELA EM CONSERVA
CARNE DE PORCO DEFUMADA
ORELHA DE PORCO DEFUMADA
LOMBO DE PORCO DEFUMADO
COPA DE PORCO DEFUMADA
COSTELA DE PORCO DEFUMADA
CHISPE DEFUMADO
PE DE PORCO DEFUMADO
RETALHO PARA PIZZA (MISTURA DE
PRESUNTO,MORTADELA,QUEIJO,ETC.)
QUEIJO E PRESUNTO (RETALHOS PARA PIZZA)
PRESUNTO E QUEIJO (RETALHOS PARA PIZZA)
CHOURICO
MORCELA
MORCILHA
QUEIJO DE PORCO (MORCELA)
PATE DE PRESUNTO EMBUTIDO
PASTA DE PRESUNTO EMBUTIDA
PURURUCA
PELE DE PORCO PREPARADA
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
PEIXE EM POSTAS DE MAR (NAO ESPECIFICADO)
PEIXE INTEIRO BADEJO
PEIXE INTEIRO BADEJO BRANCO
PEIXE INTEIRO BADEJO FERRO
PEIXE INTEIRO BADEJO PRETO
PEIXE INTEIRO BADEJO MIRA
PEIXE INTEIRO BADEJO SALTAO
PEIXE INTEIRO BADEJO BICUDO
PEIXE INTEIRO BADEJO SABAO
PEIXE INTEIRO MIRA
PEIXE INTEIRO BADEJETE
PEIXE INTEIRO CASTANHA
PEIXE EM POSTAS CASTANHA
PEIXE CASTANHA
PEIXE INTEIRO CAVALINHA
PEIXE INTEIRO CAVALINHA DO NORTE
PEIXE INTEIRO CARAPAU
PEIXE INTEIRO LANCETA
PEIXE INTEIRO CAVALINHA DE REIS (CHICHARRO)
PEIXE EM POSTAS CAVALINHA
PEIXE
PEIXE INTEIRO INTEIRO CHICHARRO CHICHARRO
PINTADO
PEIXE INTEIRO CHICHARRO BRANCO
PEIXE INTEIRO CHICHARRO CARAPAU
PEIXE INTEIRO CHICHARRO ALAMARIM
PEIXE INTEIRO CHICHARRO OLHO GRANDE
PEIXE INTEIRO CHICHARRO CALABAR
PEIXE INTEIRO CHICHARRO CAVALA
PEIXE EM POSTAS CHICHARRO
PEIXE INTEIRO RAIA
PEIXE INTEIRO ARRAIA
PEIXE INTEIRO GUITARRA
PEIXE INTEIRO RAIA CARIMBADA
PEIXE INTEIRO RAIA VIOLA
PEIXE INTEIRO ARRAIA CHITA
PEIXE INTEIRO RAIA LIXA
PEIXE INTEIRO VIOLA
PEIXE INTEIRO ARRAIA PREGO
PEIXE INTEIRO ARRAIA VIOLA
PEIXE INTEIRO RAIA PREGO
PEIXE INTEIRO CACAO VIOLA
PEIXE INTEIRO ARRAIA AMARELA
PEIXE INTEIRO RAIA CHITA
PEIXE INTEIRO RAIA AMARELA
PEIXE INTEIRO ARRAIA LIXA
PEIXE INTEIRO ARRAIA BORBOLETA
116
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
PEIXE INTEIRO RAIA MANTEIGA
PEIXE INTEIRO RAIA BORBOLETA
PEIXE INTEIRO ARRAIA MANTEIGA
PEIXE INTEIRO ARRAIA CARIMBADA
PEIXE INTEIRO TICONHA
PEIXE INTEIRO ARRAIA ARARA
PEIXE INTEIRO RAIA PINTADA
PEIXE INTEIRO RAIA ARARA
PEIXE INTEIRO ARRAIA PINTADA
PEIXE INTEIRO JABIRETE
PEIXE INTEIRO BORBOLETA
PEIXE INTEIRO NARINARI
PEIXE INTEIRO JABIBIRETE
PEIXE EM POSTAS RAIA
PEIXE INTEIRO NAMORADO
PEIXE INTEIRO QUATI
PEIXE INTEIRO BATATA
PEIXE EM POSTAS NAMORADO
PEIXE INTEIRO VERMELHO
PEIXE INTEIRO ARIACO
PEIXE INTEIRO ARIOCO
PEIXE INTEIRO BOCA PRETA
PEIXE INTEIRO ARICO
PEIXE INTEIRO VERMELHO DO FUNDO
PEIXE INTEIRO VERMELHO VERDADEIRO
PEIXE INTEIRO VERMELHO HENRIQUE
PEIXE INTEIRO VERMELHO BOCA NEGRA
PEIXE INTEIRO ARIECO
PEIXE EM POSTAS VERMELHO
PEIXE INTEIRO CIOBA
PEIXE INTEIRO CHIOVA
PEIXE INTEIRO SAUBA
PEIXE INTEIRO GUAIUBA
PEIXE INTEIRO CHIOBA
PEIXE INTEIRO GUAJUBA
PEIXE INTEIRO GUATUBA
PEIXE EM POSTAS CIOBA
PEIXE INTEIRO CARAPEBA
PEIXE INTEIRO CARAPEBA LISTRADA
PEIXE INTEIRO CARAPEBA BRANCA
PEIXE INTEIRO CARAPEBA RAJADA
PEIXE INTEIRO CARATINGA
PEIXE INTEIRO ACARAPEBA (MAR)
PEIXE INTEIRO CARAPEVA
PEIXE INTEIRO ACARAPEVA
PEIXE INTEIRO MULATINHO
PEIXE INTEIRO CARA SUJA
PEIXE INTEIRO MULATINHA
PEIXE EM POSTAS CARAPEBA
PEIXE INTEIRO CAVALA
PEIXE INTEIRO CAVALA PINTADA
PEIXE INTEIRO CAVALA BRANCA
PEIXE INTEIRO CAVALA PERNA DE MOCA
PEIXE INTEIRO CAVALA SARDINHEIRA
PEIXE INTEIRO CAVALA PRETA
PEIXE INTEIRO CAVALA VERDADEIRA
PEIXE INTEIRO CAVALA DO REINO
PEIXE INTEIRO SERRA PIMA
PEIXE INTEIRO SOROROCA
PEIXE EM POSTAS CAVALA
PEIXE CAVALA
PEIXE INTEIRO GALO
PEIXE INTEIRO GALO BANDEIRA
PEIXE INTEIRO DOUTOR
PEIXE INTEIRO GALINHO
PEIXE INTEIRO GALO BRANCO
PEIXE INTEIRO ARACORANA
117
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
PEIXE INTEIRO GALO PENA
PEIXE INTEIRO GALO DE PENACHO
PEIXE INTEIRO FAQUECO
PEIXE INTEIRO TESTUDO
PEIXE INTEIRO CAPAO
PEIXE INTEIRO ALFAQUIM
PEIXE INTEIRO ZABUCAI
PEIXE EM POSTAS GALO
PEIXE INTEIRO CORCOROCA
PEIXE INTEIRO COCOROCA
PEIXE INTEIRO CORCOROCA BOCA LARGA
PEIXE INTEIRO COROCOROCA
PEIXE INTEIRO CORCOROCA BOCA DE FOGO
PEIXE INTEIRO CORCOROCA MULATA
PEIXE INTEIRO CORCOROCA JURUMIRIM
PEIXE INTEIRO BIQUARA
PEIXE INTEIRO BOCA VELHA
PEIXE INTEIRO BOCA DE VELHA
PEIXE INTEIRO SAPURUNA
PEIXE INTEIRO NEGRA MINA
PEIXE INTEIRO XIRA
PEIXE INTEIRO SAPURANA
PEIXE INTEIRO ABIQUARA
PEIXE INTEIRO ARREBENTA PANELA
PEIXE INTEIRO CAMBUBA
PEIXE INTEIRO CANGUITO
PEIXE INTEIRO CAMBIMBA
PEIXE INTEIRO COCORO
PEIXE INTEIRO CAPIUNA
PEIXE INTEIRO FAROFA
PEIXE INTEIRO URIBACO
PEIXE INTEIRO MACACA
PEIXE EM POSTAS CORCOROCA
PEIXE INTEIRO MANJUBA
PEIXE INTEIRO XANGO
PEIXE INTEIRO PIPITINGA
PEIXE INTEIRO PITITINGA
PEIXE INTEIRO MANJUVA
PEIXE INTEIRO ANCHOITA
PEIXE INTEIRO GINGA
PEIXE EM POSTAS MANJUBA
PEIXE INTEIRO PAPATERRA
PEIXE INTEIRO TAMETARA
PEIXE INTEIRO SINHARA
PEIXE INTEIRO TREMETARA
PEIXE INTEIRO JUDEU
PEIXE INTEIRO PESCADA CACHORRO
(PAPATERRA)
PEIXE INTEIRO BETARA
PEIXE INTEIRO TAMBETARA
PEIXE INTEIRO SAMBETARA
PEIXE INTEIRO CARAMETARA
PEIXE INTEIRO CORVINA CACHORRO
(PAPATERRA)
PEIXE INTEIRO IMBETARA
PEIXE INTEIRO CARAMUTARA
PEIXE INTEIRO PIRA SIRIRICA
PEIXE INTEIRO EMBETARA
PEIXE INTEIRO CHUPA AREIA
PEIXE INTEIRO TEMBETARA
PEIXE EM POSTAS PAPATERRA
PEIXE INTEIRO DOURADO DE MAR
PEIXE INTEIRO DALFINHO
PEIXE INTEIRO GRASSAPE
PEIXE INTEIRO MACACO
PEIXE INTEIRO GUARACAPEMA
PEIXE EM POSTAS DOURADO DE MAR
118
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
PEIXE INTEIRO ATUM
PEIXE INTEIRO ALBACORA AZUL
PEIXE EM POSTAS ATUM
PEIXE INTEIRO OLHO DE BOI
PEIXE INTEIRO PITANGOLA
PEIXE INTEIRO OLHETE
PEIXE INTEIRO JURICO
PEIXE INTEIRO URUBAIANA
PEIXE INTEIRO ARABAIANA
PEIXE INTEIRO CANTANTE
PEIXE INTEIRO TAPIRECA
PEIXE INTEIRO TAPIRANGA
PEIXE EM POSTAS OLHO DE BOI
PEIXE INTEIRO SERRA
PEIXE INTEIRO SARDA
PEIXE INTEIRO SERRA DE ESCAMA
PEIXE INTEIRO CHERRO
PEIXE EM POSTAS SERRA
PEIXE SERRA
PEIXE INTEIRO PARGO
PEIXE INTEIRO CALUNGA
PEIXE INTEIRO PAGRO
PEIXE INTEIRO PARGO OLHO DE VIDRO
PEIXE INTEIRO PARGO ROSA
PEIXE INTEIRO PARGO CACHUCHO
PEIXE EM POSTAS PARGO
PEIXE INTEIRO RONCADOR
PEIXE INTEIRO CORRO (MAR)
PEIXE INTEIRO CORO
PEIXE INTEIRO CARDEIRO
PEIXE INTEIRO COROQUE
PEIXE INTEIRO FERREIRO
PEIXE INTEIRO CORO AMARELO
PEIXE INTEIRO PARGO BRANCO (RONCADOR)
PEIXE EM POSTAS RONCADOR
PEIXE INTEIRO GAROUPA
PEIXE INTEIRO GAROUPA VERDADEIRA
PEIXE INTEIRO GAROUPA SAO TOME
PEIXE INTEIRO GAROUPA CRIOULA
PEIXE INTEIRO GAROUPA PRETA
PEIXE INTEIRO GAROUPA GATO
PEIXE INTEIRO GAROUPA SENHOR DE ENGENHO
PEIXE INTEIRO GAROUPA DE SEGUNDA
PEIXE INTEIRO GAROUPA CHITA
PEIXE INTEIRO GAROUPA BICHADA
PEIXE INTEIRO GAROUPINHA
PEIXE INTEIRO SAPA
PEIXE INTEIRO SULAPEBA
PEIXE INTEIRO SIRIGAITA
PEIXE INTEIRO PIRAJIA
PEIXE INTEIRO PIRACUCA
PEIXE INTEIRO SERIGADO MERO (GAROUPA)
PEIXE INTEIRO SERIGADO FOCINHUDO
(GAROUPA)
PEIXE INTEIRO SERIGADO VERMELHO (GAROUPA)
PEIXE EM POSTAS GAROUPA
PEIXE INTEIRO LINGUADO
PEIXE INTEIRO LINGUADO DA AREIA
PEIXE INTEIRO SOLHA
PEIXE INTEIRO SOIA
PEIXE INTEIRO ARAMACA
PEIXE INTEIRO ARAMATA
PEIXE INTEIRO ARUMATA
PEIXE INTEIRO ARUMACA
PEIXE INTEIRO RODOVALHO
PEIXE INTEIRO CATRAIO
PEIXE INTEIRO ARAMACACA
119
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
PEIXE INTEIRO LINGUA
PEIXE EM POSTAS LINGUADO
PEIXE INTEIRO ROBALO
PEIXE INTEIRO CAMURIM BRANCO
PEIXE INTEIRO CAMURIM APUA
PEIXE INTEIRO CAMURIM SOVELA
PEIXE INTEIRO ROBALO PEBA
PEIXE INTEIRO CAMURIM ACU
PEIXE INTEIRO CAMURIMPEBA
PEIXE INTEIRO ROBALO BICUDO
PEIXE INTEIRO ROBALAO
PEIXE INTEIRO ROBALETE
PEIXE INTEIRO ROBALO FLECHA
PEIXE INTEIRO CAMURI
PEIXE INTEIRO CAMURIPEBA
PEIXE INTEIRO CORCUNDA
PEIXE INTEIRO CORCUNDO
PEIXE INTEIRO CAMORIM
PEIXE INTEIRO CAMBRIACU
PEIXE INTEIRO CONGOROPEBA
PEIXE INTEIRO FURAO
PEIXE INTEIRO ESCALHO
PEIXE INTEIRO ROBAO
PEIXE INTEIRO BICUDO
PEIXE EM POSTAS ROBALO
PEIXE INTEIRO MERO
PEIXE INTEIRO CANAPUACU
PEIXE INTEIRO MERO CANAPU
PEIXE INTEIRO CANAPUM
PEIXE INTEIRO CANAPU
PEIXE INTEIRO MERO CANAPUM
PEIXE EM POSTAS MERO
PEIXE INTEIRO XERELETE
PEIXE INTEIRO CAVACO
PEIXE INTEIRO FLAMINGUETE
PEIXE INTEIRO XERERETE
PEIXE INTEIRO XARELETE
PEIXE INTEIRO CHUMBERGA
PEIXE INTEIRO FRAMIGUETA
PEIXE INTEIRO XAREU DOURADO (XERELETE)
PEIXE INTEIRO FRAMIGUETO
PEIXE INTEIRO XAREU PEQUENO (XERELETE)
PEIXE INTEIRO GUARECIMA
PEIXE INTEIRO GUARICEMA
PEIXE EM POSTAS XERELETE
PEIXE INTEIRO ESPADA
PEIXE INTEIRO IMBIRA
PEIXE INTEIRO EMBIRA
PEIXE INTEIRO CATANA
PEIXE EM POSTAS ESPADA
PEIXE INTEIRO MERLUZA
PEIXE INTEIRO MELOSO
PEIXE INTEIRO PESCADA PORTUGUESA
(MERLUZA)
PEIXE EM POSTAS MERLUZA
PEIXE INTEIRO BEIJUPIRA
PEIXE INTEIRO BEIUPIRA
PEIXE INTEIRO BEJUPIRA
PEIXE INTEIRO BIJUPIRA
PEIXE INTEIRO BEIJOPIRA
PEIXE INTEIRO CANADO
PEIXE INTEIRO REI DOS PEIXES (BEIJUPIRA)
PEIXE INTEIRO CACAO DE ESCAMAS (BEIJUPIRA)
PEIXE INTEIRO PIRABIJU
PEIXE INTEIRO PIRABEIJU
PEIXE INTEIRO PIRAMBIJU
PEIXE INTEIRO PARABEIJU
120
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
PEIXE INTEIRO TORANDIJU
PEIXE INTEIRO PARANDIJU
PEIXE INTEIRO PARAMBEJU
PEIXE INTEIRO BUJUPIRA
PEIXE EM POSTAS BEIJUPIRA
PEIXE INTEIRO PAMPO
PEIXE INTEIRO PAMPO CABECA MOLE
PEIXE INTEIRO PAMPO VERMELHO
PEIXE INTEIRO PAMPO LISTRADO
PEIXE INTEIRO PAMPO MACHO
PEIXE INTEIRO PAMPO SOLTEIRO
PEIXE INTEIRO PAMPO DO ALTO
PEIXE INTEIRO PAMPO GARABEBEL
PEIXE INTEIRO PAMPO SARGENTO
PEIXE INTEIRO PAMPO GIGANTE
PEIXE INTEIRO PAMPO ARABEBEL
PEIXE INTEIRO PAMPO GALHUDO
PEIXE INTEIRO PAMPO ESPINHA MOLE
PEIXE INTEIRO PAMPO ARATUBAIA
PEIXE INTEIRO PAMPO RISCADO
PEIXE INTEIRO PAROLA
PEIXE INTEIRO ARABEBEL
PEIXE INTEIRO TABUA
PEIXE INTEIRO SEMENDUARA
PEIXE INTEIRO PIRAROBA
PEIXE INTEIRO PAMPLO
PEIXE INTEIRO JIRIQUITI
PEIXE INTEIRO PAMPANO
PEIXE INTEIRO GARABEBEL
PEIXE INTEIRO CABARARI
PEIXE INTEIRO ARATOBAIA
PEIXE INTEIRO ARACANGUITO
PEIXE INTEIRO ARATUBAIA
PEIXE EM POSTAS PAMPO
PEIXE INTEIRO XAREU
PEIXE INTEIRO XAREO
PEIXE INTEIRO XAREU VERDADEIRO
PEIXE INTEIRO XAREU VAQUEIRO
PEIXE INTEIRO XAREU RONCADOR
PEIXE INTEIRO XAREU BRANCO
PEIXE INTEIRO CARIMBAMBA
PEIXE INTEIRO GRACAIM
PEIXE INTEIRO CABECUDO
PEIXE INTEIRO XAREU PRETO
PEIXE INTEIRO CORIMBAMBA
PEIXE INTEIRO GUACAINHA
PEIXE INTEIRO GUARACEMA
PEIXE INTEIRO ARACAROBA
PEIXE EM POSTAS XAREU
PEIXE XAREU
PEIXE INTEIRO CARAMURU
PEIXE INTEIRO CRAMURU
PEIXE INTEIRO MIRORO
PEIXE INTEIRO MOREIA VERDE (CARAMURU)
PEIXE INTEIRO ENGUIA (CARAMURU)
PEIXE INTEIRO MORORO
PEIXE INTEIRO TORORO
PEIXE EM POSTAS CARAMURU
PEIXE INTEIRO CANGULO
PEIXE INTEIRO PEROA BRANCO
PEIXE INTEIRO ESFALDADO
PEIXE INTEIRO PEROA PRETO
PEIXE INTEIRO PEROA
PEIXE INTEIRO PEROATINGA
PEIXE INTEIRO GUDUNHO
PEIXE INTEIRO FANTASMA
PEIXE INTEIRO CAPADO
121
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
PEIXE INTEIRO ACARAMUCU (CANGULO)
PEIXE INTEIRO CANGULO REI
PEIXE INTEIRO PORCO
PEIXE INTEIRO CANGULO BRANCO
PEIXE INTEIRO CANGULO DE FERNANDO
PEIXE INTEIRO ACARAMOCO (CANGULO)
PEIXE INTEIRO CANGULO PRETO
PEIXE INTEIRO CANGURRO
PEIXE INTEIRO CANGULO DO ALTO
PEIXE INTEIRO PORQUINHO
PEIXE EM POSTAS CANGULO
PEIXE INTEIRO CAMURUPIM
PEIXE INTEIRO CAMARUPIM
PEIXE INTEIRO PIRAPEMA
PEIXE INTEIRO CAMARIPIM
PEIXE INTEIRO CANJURUPI
PEIXE INTEIRO CAMURIPIM
PEIXE INTEIRO CAMURUPI
PEIXE INTEIRO CAMURIPEMA
PEIXE INTEIRO CANGURUPI
PEIXE INTEIRO CANGURUPIM
PEIXE INTEIRO CANJURUPIM
PEIXE INTEIRO PARAPEMA
PEIXE INTEIRO PEMA
PEIXE INTEIRO MARIQUITA
PEIXE INTEIRO PERAPEMA
PEIXE INTEIRO TARPAO
PEIXE INTEIRO LARGA ESCAMA
PEIXE INTEIRO POMBOCA
PEIXE INTEIRO JACUNDA DE RIO (CAMURUPIM)
PEIXE INTEIRO CUMURUPIM
PEIXE EM POSTAS CAMURUPIM
PEIXE INTEIRO GUARAJUBA
PEIXE INTEIRO GUARAMBA
PEIXE INTEIRO GUARAIUBA
PEIXE INTEIRO GARAJUBA
PEIXE INTEIRO GURIJUBA
PEIXE INTEIRO URICECA
PEIXE EM POSTAS GUARAJUBA
PEIXE INTEIRO AGULHA
PEIXE INTEIRO AGULHA PRETA
PEIXE INTEIRO AGULHA CRIOULA
PEIXE INTEIRO FARNANGALHO
PEIXE INTEIRO CARAPIA
PEIXE INTEIRO AGULHA BRANCA
PEIXE INTEIRO FARNANGAIO
PEIXE INTEIRO TARANGAIO
PEIXE INTEIRO TARANGALHO
PEIXE EM POSTAS AGULHA
PEIXE INTEIRO UBARANA
PEIXE INTEIRO OBARANA
PEIXE INTEIRO UBARANA RATO
PEIXE INTEIRO ALBARANA
PEIXE INTEIRO UBARANA ROLICA
PEIXE INTEIRO UBARANA MIRIM
PEIXE INTEIRO URUBARANA
PEIXE INTEIRO OBARANACU
PEIXE INTEIRO UBARANACU
PEIXE INTEIRO TIJUBARANA
PEIXE INTEIRO RATO
PEIXE EM POSTAS UBARANA
PEIXE INTEIRO GUAIVIRA
PEIXE INTEIRO GUAIBIRA
PEIXE INTEIRO TIBIRO
PEIXE INTEIRO TIMBIRA
PEIXE EM POSTAS GUAIVIRA
PEIXE INTEIRO GUAJUVIRA
122
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
PEIXE INTEIRO GOIVIRA
PEIXE INTEIRO GUARAVIRA
PEIXE INTEIRO PAMPARRONA
PEIXE INTEIRO TIBIRIO
PEIXE INTEIRO TIMBIRO
PEIXE EM POSTAS GUAIVIRA
PEIXE INTEIRO BICUDA
PEIXE INTEIRO BICUDA DE CORSO
PEIXE INTEIRO MILONGO (BICUDA) (MAR)
PEIXE INTEIRO BICUDA BRANCA
PEIXE INTEIRO BICUDA CACHORRO
PEIXE INTEIRO COROMA
PEIXE INTEIRO BARRACUDA
PEIXE INTEIRO BACUDA
PEIXE INTEIRO MILONGA
PEIXE EM POSTAS BICUDA
PEIXE INTEIRO TRILHA
PEIXE EM POSTAS TRILHA
PEIXE INTEIRO BONITO
PEIXE INTEIRO BONITO PINTADO
PEIXE INTEIRO BONITO PEQUENO
PEIXE INTEIRO BONITO CADELA
PEIXE INTEIRO BONITO CARIJO
PEIXE INTEIRO BONITO BARRIGA RISCADA
PEIXE INTEIRO BONITO GRANDE
PEIXE INTEIRO BONITO CACHORRO
PEIXE EM POSTAS BONITO
PEIXE INTEIRO SAVELHA
PEIXE INTEIRO SARDELA
PEIXE INTEIRO COITADINHO
PEIXE INTEIRO LEVANTA SAIA
PEIXE INTEIRO SARAVELHA
PEIXE INTEIRO SARDINHA SAVELHA (SAVELHA)
PEIXE EM POSTAS SAVELHA
PEIXE INTEIRO BODIAO
PEIXE INTEIRO PAPAGAIO
PEIXE INTEIRO BODIAO BATATA
PEIXE INTEIRO GUDIAO
PEIXE INTEIRO BODIAO TUCANO
PEIXE INTEIRO GODIAO
PEIXE INTEIRO BODIAO VERMELHO
PEIXE INTEIRO BODIAO PAPAGAIO
PEIXE INTEIRO BUDIAO
PEIXE INTEIRO BODIAO SABONETE
PEIXE EM POSTAS BODIAO
PEIXE INTEIRO PALOMBETA
PEIXE INTEIRO PALOMETA
PEIXE INTEIRO PILOMBETA
PEIXE INTEIRO VENTO LESTE
PEIXE INTEIRO JUVA
PEIXE INTEIRO FOLHA DE MANGUE
PEIXE INTEIRO FAVOLETA
PEIXE INTEIRO FAVINHA
PEIXE INTEIRO CAICO
PEIXE EM POSTAS PALOMBETA
PEIXE INTEIRO MIRAGAIA
PEIXE INTEIRO PIRAUVA
PEIXE INTEIRO MIRAGUAIA
PEIXE INTEIRO PERUMBEBA
PEIXE INTEIRO GORRETAO
PEIXE INTEIRO PEROMBEBE
PEIXE INTEIRO QUINDUNDE
PEIXE INTEIRO VACA
PEIXE INTEIRO PIRAUNA
PEIXE EM POSTAS MIRAGAIA
PEIXE INTEIRO REI (PEIXE REI)
PEIXE EM POSTAS REI (PEIXE REI)
123
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
PEIXE INTEIRO MOREIA
PEIXE INTEIRO MOREIA PINTADA
PEIXE INTEIRO MOREIA AMARELA
PEIXE INTEIRO MUTUTUCA
PEIXE INTEIRO MUTUCA
PEIXE EM POSTAS MOREIA
PEIXE INTEIRO ALBACORA
PEIXE INTEIRO ALBACORA LAJE
PEIXE INTEIRO ALBACORA MIRIM
PEIXE INTEIRO ALBACORA BRANCA
PEIXE INTEIRO ALBACORA LAJEIRA
PEIXE INTEIRO ALBACORA BANDOLIM
PEIXE INTEIRO ALBACORINHA
PEIXE INTEIRO ATUM BRANCO (ALBACORA)
PEIXE INTEIRO ALVACORA
PEIXE INTEIRO ALBACORA OLHAO
PEIXE INTEIRO BANDOLIM
PEIXE EM POSTAS ALBACORA
PEIXE INTEIRO CHERNE
PEIXE INTEIRO CHERNE PRETO
PEIXE INTEIRO CHERNETE
PEIXE INTEIRO CHERNE PINTADO
PEIXE INTEIRO CHERNOTE
PEIXE INTEIRO MERO QUEIMADO (CHERNE)
PEIXE INTEIRO CHERNA
PEIXE INTEIRO MERO PRETO (CHERNE)
PEIXE INTEIRO SERIGADO TAPOA (CHERNE)
PEIXE INTEIRO SERIGADO CHERNE (CHERNE)
PEIXE EM POSTAS CHERNE
PEIXE INTEIRO AGULHAO
PEIXE INTEIRO AGULHAO BANDEIRA
PEIXE INTEIRO AGULHAO DE VELA
PEIXE INTEIRO GUEBUCU
PEIXE INTEIRO MARLIM
PEIXE INTEIRO AGULHAO PRETO
PEIXE INTEIRO DE VELA
PEIXE INTEIRO GUEBO
PEIXE INTEIRO ESPADARTE MECA
PEIXE INTEIRO ESPADARTE
PEIXE INTEIRO AGULHAO BRANCO
PEIXE INTEIRO AGULHAO VELA
PEIXE EM POSTAS AGULHAO
PEIXE INTEIRO SALMONETE
PEIXE INTEIRO SALMAO PEQUENO (SALMONETE)
PEIXE INTEIRO SARAMONETE
PEIXE INTEIRO SALMONEJO
PEIXE INTEIRO PIRAMETARA
PEIXE INTEIRO SABONETE
PEIXE INTEIRO SARAMUNETE
PEIXE EM POSTAS SALMONETE
CABECA DE PEIXE FRESCO (QUALQUER TIPO)
SIRI
GUAIA
SIRI PIMENTA
GUAJA
SIRI DO MANGUE
SIRI BRANCO
CAXANGA
SIRI CANELA
SIRI BAU
SIRI GUAJA
SIRI AZUL
PUA
SIRIMIRIM
SIRIACU
SIRI PATOLA
SIRIPUA
124
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
CHORA MARE
CHAMA MARE
TESOURA (SIRI)
BAU (SIRI)
GOIA
SIRI SEM CASCA
CARANGUEJO
GUAIAUMA
ARATU
GOIAMUM
GUAIAMU
GUAIAMUM
FUBAMBA
FUMBAMBA
GOIAMU
CARANGUEJO CATADO
CARANQUEJO VIVO
MARISCO
MEXILHAO
OSTRA DE POBRE (MARISCO)
SURURU DAS PEDRAS (MARISCO)
MACUNIM
OSTRA
OSTRA DO FUNDO
OSTRA AMERICANA
OSTRA DAS PEDRAS
OSTRA DO MANGUE
GUERIRI
GORIRI
LAMBRETA (OSTRA)
OSTRA DA VIRGINIA LULA
CALAMAR
SURURU
SURURU DE ALAGOAS
SIRIRI
BACUCU
ALASTRIM
LAGOSTA
SAPATEIRA (LAGOSTA)
LAGOSTA JAPONESA
LAGOSTIM
LAGOSTA SAPATEIRA
LAGOSTA VERDE
LAGOSTA DE ESPINHO
LAGOSTA COMUM
CAVAQUEIRA
LAGOSTA VERMELHA
LAGOSTA CABO VERDE
LAGOSTA PINTADA
LAGOSTA VERDADEIRA
CABECA DE LAGOSTA
VIEIRA
LEQUE (MOLUSCO)
TARTARUGA DE MAR
TARTARUGA DE PENTE
TARTARUGA VERDADEIRA
TARTARUGA VERDE
SURUANA
TARTARUGA EM POSTAS
PEIXE INTEIRO CAICANHA
PEIXE INTEIRO CARCANHA
PEIXE INTEIRO SAGUA
PEIXE INTEIRO SANHOA
PEIXE INTEIRO CHOUPA
PEIXE INTEIRO SAUARA
PEIXE INTEIRO PEDRA
PEIXE INTEIRO CORO BRANCO
125
PESCADOS DE AGUA
SALGADA
PEIXE INTEIRO GOLOSA
PEIXE INTEIRO GULOSA
PEIXE EM POSTAS CAICANHA
PEIXE INTEIRO TIRAVIRA
PEIXE INTEIRO CONGRO REAL
PEIXE INTEIRO VIUVA
PEIXE INTEIRO TIRIVIRA
PEIXE INTEIRO TIRAVIDA
PEIXE EM POSTAS TIRAVIRA
OVAS DE PEIXE (QUALQUER ESPECIE)
POLVO
POLVO EM POSTAS
PEIXE INTEIRO ABROTE
PEIXE EM POSTAS ABROTE
PEIXE INTEIRO PARU
PEIXE INTEIRO PIRUCAIA
PEIXE INTEIRO SAMBUIO
PEIXE INTEIRO VERDE
PEIXE EM POSTAS SALMAO
PEIXE INTEIRO BAIACU
PEIXE PESCADA
PEIXE PESCADA AMARELA
PEIXE PESCADA BRANCA
PEIXE EM POSTAS PESCADA
PEIXE INTEIRO CORVINA
PEIXE INTEIRO CORVINA RISCADA
PEIXE INTEIRO CORVINA DE LISTA
PEIXE INTEIRO CORVINA BRASILEIRA
PEIXE INTEIRO CORVINA BACALHAU
PEIXE INTEIRO CORVINA DE LINHA
PEIXE INTEIRO CUCURUCA
PEIXE INTEIRO CURUCA
PEIXE INTEIRO CURURUCA
PEIXE INTEIRO CHORA CHORA
PEIXE INTEIRO CURURUQUIRA
PEIXE INTEIRO CORVINOTA
PEIXE INTEIRO DENTUDA
PEIXE EM POSTAS CORVINA
PEIXE INTEIRO SARDINHA
PEIXE INTEIRO SARDINHA LAJE
PEIXE INTEIRO SARDINHA CASCUDA
PEIXE INTEIRO SARDINHA NAVALHA
PEIXE INTEIRO SARDINHA BRANCA
PEIXE INTEIRO SARDINHA DOURADA
PEIXE INTEIRO SARDINHA PRATA
PEIXE INTEIRO MACACO (MAR)
PEIXE INTEIRO SARDINHA MAROMBA
PEIXE INTEIRO SARDINHA VERDADEIRA
PEIXE INTEIRO SARDINHA IMPERIAL
PEIXE INTEIRO CHARUTO
PEIXE INTEIRO MACACA (MAR)
PEIXE INTEIRO CARDOSA
PEIXE INTEIRO MAROMBA
PEIXE INTEIRO MANE
PEIXE INTEIRO CAICARA
PEIXE INTEIRO MIRIM
PEIXE INTEIRO MUSSOLINA
PEIXE INTEIRO ARENGA BRANCA
PEIXE INTEIRO MACAMBE
PEIXE INTEIRO MASSAMBE
PEIXE EM POSTAS SARDINHA
PEIXE INTEIRO JACUNDA
PEIXE INTEIRO CABECA AMARGA
PEIXE INTEIRO MIXORNE
PEIXE INTEIRO JACUNDA CABECUDO
PEIXE INTEIRO JOANA GUENZA
PEIXE INTEIRO JACUNDA VERDE
126
PESCADOS DE AGUA
DOCE
PESCADOS DE AGUA
DOCE
PEIXE INTEIRO MARIA GUENZA
PEIXE INTEIRO JACUNDA BRANCO
PEIXE INTEIRO JACUNDA PIRANGA
PEIXE INTEIRO JACUNDA ACU
PEIXE INTEIRO JACUNDA PINIMA
PEIXE INTEIRO JACUNDA TOURO
PEIXE INTEIRO GUENZA
PEIXE INTEIRO JOANINHA
PEIXE INTEIRO JACUNDA COROA
PEIXE INTEIRO JACUNDA TOTO
PEIXE INTEIRO LOPE
PEIXE INTEIRO SABAO
PEIXE INTEIRO MICHOLA
PEIXE INTEIRO SERRA DE AGUA DOCE (JACUNDA)
PEIXE INTEIRO GUENZA VERDE
PEIXE INTEIRO JOANINHA GUENZA
PEIXE EM POSTAS JACUNDA
PEIXE INTEIRO PIRACU
PEIXE INTEIRO TUBARAO DE MARIA (PIRARUCU)
PEIXE INTEIRO BODECO
PEIXE INTEIRO ANATO
PEIXE INTEIRO PIRAURUCU
PEIXE EM POSTAS PIR
ARUCU
PEIXE INTEIRO ARACU
PEIXE INTEIRO ARACU PINIMA
PEIXE INTEIRO ARACU BRANCO
PEIXE INTEIRO ARACU TAQUARA
PEIXE INTEIRO ARACU PINTADO
PEIXE INTEIRO TAGUARA
PEIXE INTEIRO CAGUARA
PEIXE INTEIRO ARACUTINGA
PEIXE INTEIRO TAQUARA
PEIXE EM POSTAS ARACU
PEIXE INTEIRO PIRAMUTABA
PEIXE INTEIRO MULHER INGRATA
PEIXE INTEIRO PIRAMUTA
PEIXE INTEIRO PIRAMUTAVA
PEIXE INTEIRO BARBA CHATA
PEIXE EM POSTAS PIRAMUTABA
PEIXE INTEIRO MUCUM
PEIXE INTEIRO COBRA
PEIXE INTEIRO MUCU
PEIXE INTEIRO MUCUM DE PELE
PEIXE INTEIRO MUCUM DE ESCAMA
PEIXE INTEIRO ENGUIA DE AGUA DOCE (MUCUM)
PEIXE EM POSTAS MUCUM
PEIXE INTEIRO DOURADO DE AGUA DOCE
PEIXE INTEIRO PIRAJU
PEIXE INTEIRO PIRAJUBA
PEIXE INTEIRO SAIPE
PEIXE INTEIRO SAIJE
PEIXE INTEIRO PIRAUVU
PEIXE INTEIRO PIRAIU
PEIXE EM POSTAS DOURADO DE AGUA DOCE
PEIXE INTEIRO TAMOATA
PEIXE INTEIRO TAMBUATA
PEIXE INTEIRO TAMBOATA
PEIXE INTEIRO TAMOATA PINIMA
PEIXE INTEIRO TAMUATA
PEIXE INTEIRO TAMATA
PEIXE INTEIRO CAMBOTA
PEIXE INTEIRO CAMBOATA
PEIXE INTEIRO SOLDADO DE AGUA DOCE
(TAMOATA)
PEIXE EM POSTAS TAMOATA
PEIXE INTEIRO PIRAPEUA
127
PESCADOS DE AGUA
DOCE
PEIXE INTEIRO LENHA
PEIXE INTEIRO SURUBIM MENA (PIRAPEUA)
PEIXE INTEIRO PIRAJUPEVA
PEIXE INTEIRO PIRAPEUAUA
PEIXE EM POSTAS PIRAPEUA
PEIXE INTEIRO PIRANHA
PEIXE INTEIRO PIRANHA CAJU
PEIXE INTEIRO PIRANHA VERMELHA
PEIXE INTEIRO PIRANHA CHATA
PEIXE INTEIRO PIRANHA PINTADA
PEIXE INTEIRO PIRANHA AMARELA
PEIXE INTEIRO PIRANHA BEBA
PEIXE INTEIRO PIRANHA DA LAGOA
PEIXE INTEIRO PIRANHA PRETA
PEIXE INTEIRO PIRANHA BRANCA
PEIXE INTEIRO PIRANHA PEBA
PEIXE INTEIRO PIRANHA CACHORRA
PEIXE INTEIRO PIRANHA MAPARA
PEIXE INTEIRO PIRAMPEVA
PEIXE INTEIRO PIRAMBE
PEIXE INTEIRO PIRAMPEBA
PEIXE INTEIRO PIRAMBEVA
PEIXE INTEIRO PIRAMBEBA
PEIXE INTEIRO PIRANHA DOCE
PEIXE INTEIRO COICOA
PEIXE INTEIRO PIRAMPE
PEIXE INTEIRO RODOLEIRA
PEIXE INTEIRO CHUPITA
PEIXE EM POSTAS PIRANHA
PEIXE INTEIRO PACU
PEIXE INTEIRO PACUACU
PEIXE INTEIRO PACU CHICO
PEIXE INTEIRO PACU MIRIM
PEIXE INTEIRO PACU CHATO
PEIXE INTEIRO PACU BRANCO
PEIXE INTEIRO PACUGUACU
PEIXE INTEIRO PACU AZUL
PEIXE INTEIRO BATUQUEIRO
PEIXE INTEIRO PIROSCA
PEIXE INTEIRO PACUTINGA
PEIXE INTEIRO PEVA
PEIXE INTEIRO PACUPEVA
PEIXE INTEIRO PACUPEBA
PEIXE INTEIRO MAFURA
PEIXE INTEIRO PEBA
PEIXE INTEIRO CAPADINHO
PEIXE INTEIRO ABEL
PEIXE INTEIRO CORONA
PEIXE INTEIRO CARANHA
PEIXE INTEIRO PANARE
PEIXE EM POSTAS PACU
PEIXE INTEIRO SARDINHA DE AGUA DOCE
PEIXE INTEIRO APAPA
PEIXE INTEIRO SARDINHA GRANDE DE AGUA
DOCE
PEIXE INTEIRO SARDINHAO (AGUA DOCE)
PEIXE INTEIRO SARDA DE AGUA DOCE
PEIXE INTEIRO ARANGAL
PEIXE EM POSTAS SARDINHA DE AGUA DOCE
PEIXE INTEIRO CACHORRO
PEIXE INTEIRO CIGARRA
PEIXE INTEIRO ICANGA
PEIXE INTEIRO PIRAPUCU
PEIXE INTEIRO TAJIBUCU
PEIXE INTEIRO TAJABUCU
PEIXE INTEIRO PIRAPUCA
PEIXE INTEIRO TAJAPECO
128
PESCADOS DE AGUA
DOCE
PEIXE INTEIRO PIRA ANDIRA
PEIXE INTEIRO SAICANGA
PEIXE INTEIRO SARANHA
PEIXE INTEIRO BICUDA DE RIO (CACHORRO)
PEIXE INTEIRO DENTUDO PINTADO
PEIXE INTEIRO BOCARRA
PEIXE INTEIRO CUBIO
PEIXE INTEIRO CUBIU
PEIXE INTEIRO BOCUDO
PEIXE INTEIRO JAUARANA
PEIXE EM POSTAS CACHORRO
PEIXE INTEIRO PIABANHA
PEIXE INTEIRO PIRAPITINGA
PEIXE INTEIRO TARAPITINGA
PEIXE INTEIRO TRAPITINGA
PEIXE EM POSTAS PIABANHA
PEIXE INTEIRO PIRAIBA
PEIXE INTEIRO FILHOTE
PEIXE INTEIRO PIRATINGA (PIRAIBA)
PEIXE EM POSTAS PIRAIBA
PEIXE INTEIRO BACU
PEIXE INTEIRO ABOTOADO
PEIXE INTEIRO ARMAU
PEIXE INTEIRO DAQUEIRO
PEIXE INTEIRO BACU DE PEDRA
PEIXE INTEIRO BACU PEDRA
PEIXE INTEIRO VACU
PEIXE INTEIRO BOTOADO
PEIXE EM POSTAS BACU
PEIXE INTEIRO PIRARARA
PEIXE INTEIRO PIRAUARARA
PEIXE INTEIRO ARARA
PEIXE INTEIRO CAJARO
PEIXE INTEIRO UARARA
PEIXE INTEIRO PIRAMBREPE
PEIXE INTEIRO LAITU
PEIXE EM POSTAS PIRARARA
PEIXE INTEIRO PACAMAO DE AGUA DOCE
PEIXE INTEIRO APACAMA DE AGUA DOCE
PEIXE INTEIRO PACUMA DE AGUA DOCE
PEIXE INTEIRO PIRACURURU
PEIXE INTEIRO SAPO
PEIXE INTEIRO BAGRE SAPO (PACAMAO DE AGUA
DOCE)
PEIXE INTEIRO PACAMA DE AGUA DOCE
PEIXE INTEIRO PIACURURU
PEIXE INTEIRO MANGURUIU
PEIXE INTEIRO MANGURIU
PEIXE INTEIRO PRECAMBUCU
PEIXE INTEIRO PRECUMBUCU
PEIXE EM POSTAS PACAMAO DE AGUA DOCE
PEIXE INTEIRO PIRANAMBU
PEIXE INTEIRO GALINHA
PEIXE INTEIRO INAMBU
PEIXE INTEIRO INHAMBU
PEIXE INTEIRO PIRAMBU (DE AGUA DOCE)
(PIRANAMBU)
PEIXE INTEIRO PIRANIAMBU
PEIXE INTEIRO PINTADINHO (DE AGUA DOCE)
(PIRANAMBU)
PEIXE INTEIRO PIRANIAMPU
PEIXE INTEIRO PIRANAMPU
PEIXE INTEIRO NAMBU
PEIXE INTEIRO MANTOPAQUE
PEIXE INTEIRO MOELA
PEIXE INTEIRO BARBADO (DE AGUA DOCE)
(PIRANAMBU)
129
PESCADOS DE AGUA
DOCE
PEIXE INTEIRO PIRAMAPU
PEIXE EM POSTAS PIRANAMBU
PEIXE INTEIRO FIDALGO
PEIXE INTEIRO BAGRE FIDALGO (FIDALGO)
PEIXE EM POSTAS FIDALGO
PEIXE INTEIRO TABARANA
PEIXE INTEIRO JATUBARANA
PEIXE INTEIRO JUTUBARANA
PEIXE INTEIRO TUBARANA
PEIXE INTEIRO TRAGUIRA
PEIXE EM POSTAS TABARANA
PEIXE INTEIRO MANDUBE
PEIXE INTEIRO ANDUBE
PEIXE INTEIRO MANDURI
PEIXE INTEIRO MANDUVA
PEIXE INTEIRO MANDUBE MIRIM
PEIXE INTEIRO MANDIBE
PEIXE INTEIRO MANDUBI
PEIXE INTEIRO ANDUBI
PEIXE EM POSTAS MANDUBE
PEIXE INTEIRO PIRAPUTANGA
PEIXE INTEIRO PIRAPITANGA
PEIXE INTEIRO PIRAPITA
PEIXE EM POSTAS PIRAPUTANGA
PEIXE INTEIRO JAU
PEIXE INTEIRO JARIPOCA
PEIXE INTEIRO JUNDIA DE LAGOA (JAU)
PEIXE INTEIRO JAUPOCA
PEIXE EM POSTAS JAU
PEIXE INTEIRO PIAPARA
PEIXE INTEIRO PIAMPARA
PEIXE INTEIRO PIRAPARA
PEIXE EM POSTAS PIAPARA
PEIXE INTEIRO ARUANA
PEIXE INTEIRO CARAPANA
PEIXE INTEIRO AMANA
PEIXE INTEIRO URUANA
PEIXE INTEIRO ARAUANA
PEIXE INTEIRO SULAMBA
PEIXE EM POSTAS ARUANA
PEIXE INTEIRO PIRACANJUBA
PEIXE INTEIRO PIRACANJUVA
PEIXE INTEIRO PIRACANJUVIRA
PEIXE INTEIRO TRAITINGA
PEIXE EM POSTAS PIRACANJUBA
PEIXE INTEIRO SAIRU
PEIXE INTEIRO SAIRU DE RIO
PEIXE INTEIRO SAGUIRU
PEIXE INTEIRO SAGUIRI
PEIXE INTEIRO SAGARU
PEIXE INTEIRO SABARU
PEIXE INTEIRO SAGUIRA
PEIXE INTEIRO BIRUBA
PEIXE INTEIRO SAGUACU
PEIXE INTEIRO SABURU
PEIXE INTEIRO LAMBARI BOCARRA (SAIRU)
PEIXE EM POSTAS SAIRU
CAMARAO DE AGUA DOCE
CAMARAO LAGOSTA (AGUA DOCE)
PITU (CAMARAO DE AGUA DOCE)
ZABUMBA
CAMARAO ZABUMBA (AGUA DOCE)
CAMARAO BRACO FORTE (AGUA DOCE)
CAMARAO CASTANHO (AGUA DOCE)
CAMARAO DE AGUA DOCE SEM CASCA
TRACAJA
GANGAPARRA
130
PESCADOS DE AGUA
DOCE
AIACA
TARTARUGA DE AGUA DOCE
TARTARUGA DO AMAZONAS
TRACAJA CABECADA
CABECADA
ARAU
AIUCA
JURARA ACU
TERECAI
JURARA
BRACAJA
IURURA
IURARA
PITIU
IACA
CAPITARI
JURURA
CAPININGA
CAPINIMA
ANURI
TARECAI
TARACAIA
TRACAJA EM POSTAS
RA
RA CACOTE
RA COMUM
RA VERDADEIRA
RA TOURO GIGANTE
RA NIMBUIA
RA PIMENTA
RA TOURO
JIA
RA PAULISTINHA
RA MIRIM
RA JIA
CACOTE
RA GIMBUIA
PAULISTINHA
NIMBUIA
GIMBUIA
RA EM POSTAS
PEIXE INTEIRO BAGRE DE AGUA DOCE
PEIXE EM POSTAS BAGRE DE AGUA DOCE
MUCUA
MUCUA EM POSTAS
PEIXE INTEIRO ITUI
PEIXE INTEIRO TUI
PEIXE INTEIRO SARAPO
PEIXE EM POSTAS ITUI
PEIXE INTEIRO TRUTA
PEIXE EM POSTAS TRUTA
AVIU
PEIXE INTEIRO MATRINXA
PEIXE INTEIRO MATRINXAO
PEIXE INTEIRO MAMURI
PEIXE INTEIRO JATUARANA
PEIXE EM POSTAS MATRINXA
PEIXE MATRINXA
PEIXE INTEIRO ARACAPURI
PEIXE INTEIRO ARUIRI
PEIXE INTEIRO CARPA
PEIXE INTEIRO CUJUBA
PEIXE INTEIRO VOADOR
PEIXE INTEIRO PIRACATINGA
PEIXE INTEIRO TRAIRAO
PEIXE INTEIRO CHAPEREMA
CARAMUJO
131
OVO DE TRACAJA
PEIXE INTEIRO DE AGUA DOCE (NAO
ESPECIFICADO)
PEIXE EM FILE FRESCO DE AGUA DOCE (NAO
ESPECIFICADO)
PEIXE EM POSTAS DE AGUA DOCE (NAO
ESPECIFICADO)
PEIXE EM POSTAS CURIMATA
PEIXE CURIMATA
PEIXE EM POSTAS TAMBAQUI
PEIXE TAMBAQUI
FRANGO
ASA
ASA DE GALINHA OU FRANGO
DRUMETE (PARTE DA ASA DE GALINHA OU
FRANGO)
ASA DE FRANGO
ASA DE GALINHA
ASA DE FRANGO TEMPERADO
COXA
COXA DE GALINHA OU FRANGO
SOBRECOXA DE GALINHA OU FRANGO
COXA E SOBRECOXA DE GALINHA OU FRANGO
COXA E SOBRECOXA NAO ESPECIFICADA
COXA E ASA DE GALINHA OU FRANGO
COXA E PEITO DE GALINHA OU FRANGO
DORSO
DORSO DE GALINHA OU FRANGO
CARCACA DE GALINHA OU FRANGO
COSTELA E PE DE GALINHA OU FRANGO
OSSO DE GALINHA
VIVO
FRANGO VIVO
GALINHA VIVA
GALINHA EM PE
FRANGO EM PE
ABATIDO
FRANGO ABATIDO
GALINHA ABATIDA
FRANGO INTEIRO
FRANGO CAIPIRA
FRANGO CONGELADO
GALINHA CONGELADA
FRANGO TEMPERADO (CONGELADO)
GALINHA TEMPERADA (CONGELADA)
FRANGO RESFRIADO
GALINHA RESFRIADA
PEITO PEITO DE GALINHA OU FRANGO
FILE DE FRANGO
NÃO ESPECIFICADA
PARTE DE GALINHA OU FRANGO (NAO
ESPECIFICADA)
FRANGO EM PEDACOS (NAO ESPECIFICADOS)
GALINHA EM PEDACOS (NAO ESPECIFICADOS)
CARNE DE GALINHA OU FRANGO (NAO
ESPECIFICADA)
OUTRAS CARNES DE
FRANGO
CARNE DE FRANGO OU GALINHA EM CONSERVA
QUITUTE DE FRANGO OU GALINHA
PESCOCO DE GALINHA OU FRANGO
PE DE GALINHA OU FRANGO
PE E ASA DE GALINHA OU FRANGO
SAMBIQUIRA DE GALINHA OU FRANGO
PATE DE GALINHA EMBUTIDO
PASTA DE GALINHA EMBUTIDA
OVO DE GALINHA OVO DE GALINHA
LEITE FLUIDO
PASTEURIZADO
LEITE DE VACA PASTEURIZADO
LEITE TIPO B
LEITE TIPO C
LEITE ESPECIAL
LEITE LONGA VIDA
LEITE GLUT (LONGA VIDA)
LEITE TIPO A
LEITE DESNATADO
LEITE ESTERILIZADO
132
LEITE INTEGRAL
LEITE PASTEURIZADO
LEITE SEMI DESNATADO
LEITE (NAO ESPECIFICADO)
FRESCO
LEITE DE VACA FRESCO (IN NATURA)
LEITE DA ROCA
LEITE DE CABRA
LEITE DE BUFALA
LEITE DE JUMENTA
LEITE EM PO
INTEGRAL
LEITE EM PO INTEGRAL
LEITE EM PO NINHO INTEGRAL
LEITE EM PO GLORIA (INTEGRAL)
LEITE EM PO NINHO INSTANTANEO (INTEGRAL)
LEITE EM PO NESTOGENO (2. SEMESTRE)
(INTEGRAL)
LEITE EM PO LACTOGENO (INTEGRAL)
LEITE EM PO NANON (INTEGRAL)
LEITE EM PO FRIGOR
DESENGORDURADO
LEITE EM PO DESENGORDURADO
LEITE EM PO PELARGON (DESENGORDURADO)
LEITE EM PO ELEDON (DESENGORDURADO)
LEITE EM PO MOCOCA (DESENGORDURADO)
LEITE EM PO DESNATADO (DESENGORDURADO)
LEITE EM PO SEMILKO (DESENGORDURADO)
LEITE EM PO NESTOGENO (1. SEMESTRE)
(DESENGORDURADO)
LEITE EM PO MOLICO (DESENGORDURADO)
LEITE EM PO PRODIETON (DESENGORDURADO)
LEITE EM PO DESNATADO
NÃO ESPECIFICADO LEITE EM PO (NAO ESPECIFICADO)
QUEIJOS
PRATO
QUEIJO PRATO
QUEIJO TIPO LANCHE
QUEIJO COLONIAL
MUSSARELA
QUEIJO MUZARELLA
MUZARELLA
MUSSARELA
QUEIJO MUSSARELA
MUSSARELA FATIADA
RETALHO DE MUSSARELA
MUSSARELA DE BUFALA
MUSSARELA LIGHT
MINAS
QUEIJO DE MINAS
QUEIJO MINAS
QUEIJO DE MANTEIGA
QUECHIMIA
QUEIJO DE COALHO
QUEIJO TIPO MINAS
QUEIJO MINAS CURADO
QUEIJO CANASTRA
QUEIJO DE MINAS CURADO
QUEIJO DO SERRO
QUEIJO CATIARA
PARMEZÃO
QUEIJO PARMEZON
QUEIJO PARMEZAO
QUEIJO RALADO
NÃO ESPECIFICADO QUEIJO (NAO ESPECIFICADO)
QUEIJO DO REINO
QUEIJO PALMIRA
QUEIJO CUIA
QUEIJO RICOTA
QUEIJO PROVOLONE
QUEIJO CAMEMBERT
QUEIJO ROQUEFORT
QUEIJO DE MARAJO
QUEIJO POLENGUINHO
QUEIJO FUNDIDO
QUEIJO PASTEURIZADO
133
OUTROS QUEIJOS
QUEIJO PASTEURIZADO POLENGUINHO
QUEIJO DE SOJA
TOFU (QUEIJO DE SOJA)
OTOFU (QUEIJO DE SOJA)
QUEIJO DE FEIJAO SOJA
QUEIJO GORGONZOLA
OUTROS QUEIJOS
QUEIJO SUICO
QUEIJO DE TRANCA
QUEIJO CAVALO
QUEIJO TIPO GOLDA
QUEIJO QUARCK
QUEIJO TIPO QUARCK
QUEIJO MAASDAMER (SUICO)
QUEIJO FOL EPI (SUICO)
IOGURTE
IOGURTE DE QUALQUER SABOR
DANONE (IOGURTE)
IOGURTE LIGHT
IOGURTE DIET
IOGURTE DESNATADO
IOGURTE NATURAL
MANTEIGA
MANTEIGA COM OU SEM SAL
MANTEIGA COM SAL
MANTEIGA SEM SAL
MANTEIGA DA TERRA
MANTEIGA DE GARRAFA
MANTEIGA DE LEITE
MANTEIGA VEGETAL
MANTEIGA DE PORCO
AÇUCAR
REFINADO ACUCAR REFINADO
ACUCAR TRIFILTRADO
CRISTAL
ACUCAR CRISTAL
ACUCAR GRANULADO
ACUCAR CRISTALIZADO
ACUCAR TRITURADO
ACUCAR MOIDO
DEMERARA
DEMERARA
ACUCAR AMARELO PRETO
ACUCAR MASCAVO
ACUCAR PRETO
ACUCAR MASCAVADO
NÃO ESPECIFICADO
ACUCAR (INDETERMINADO)
ACUCAR
ACUCAR COMUM
ACUCAR LIGHT
RAPADURA
RAPADURA
ALFENIM DE CANA
BATIDA (RAPADURA)
RAPADURA COM COCO
RAPADURA COM LEITE
RAPADURA COM AMENDOIM
RAPADURA COM CASTANHA
RAPADURA COM CAJU
SORVETE
SORVETE DE QUALQUER SABOR
(INDUSTRIALIZADO)
PICOLE DE QUALQUER SABOR
(INDUSTRIALIZADO)
MASSA DE SORVETE
PICOLE ENSACADO
CHOCOLATE EM PO DE QUALQUER MARCA
CHOCOLATE EM PO QUICK
CHOCOLATE NESCAU
CHOCOLATE EM PO MUQUI
CHOCOLATE TODDY
CHOCOLATE EM PO TODDY
CHOCOLATE EM PO NESCAU
TODDY INSTANTANEO
134
CHOCOLATE EM PÓ QUICK
TODDY VITAMINADO
TODDY
NESCAU
NESCAU VITAMINADO
MUQUI
NESCAU INSTANTANEO
QUICK SHAKE CRISTALINO
QUICK SHAKE
OVOMALTINE
PO ACHOCOLATADO
PO PARA MILK SHAKE
ACHOCOLATADO EM PO
TODDYNHO
SAL SAL REFINADO
SAL IODADO
MASSA DE TOMATE
MASSA DE TOMATE
EXTRATO DE TOMATE
GELEIA DE TOMATE
PURE DE TOMATE
POLPA DE TOMATE
MOLHO DE TOMATE
MOLHO DE TOMATE
KETCHUP
CATCHUP
CAT-CHUP
KAT-CHUP
MOLHO REFOGADO
MOLHO DE TOMATE COM CARNE
MAIONESE
MAIONESE
MAIONESE COM LIMAO
MAIONESE COM ATUM
MAIONESE COM AZEITONA
MAIONESE LIGHT
MAIONESE COM QUALQUER SABOR
MOLHO DE MAIONESE
TEMPERO MISTO
TEMPERO MISTO INDUSTRIALIZADO
(ALHO+SAL,ETC.)
CONDIMENTO MISTO INDUSTRIALIZADO
(ALHO+SAL,ETC.)
SALHO
ALHOSAL
ARISCO
TEMPERO ARISCO
ALHO EM PASTA
MINHOTO ALHO E SAL
PURE DE ALHO
CREME DE ALHO
PIMENTA DO REINO E ALHO EM PO (TEMPERO
MISTO)
TEMPERO MISTO EM PO
PIMENTA DO REINO EM GRAO E ALHO (TEMPERO
MISTO)
TEMPERO MISTO EM GRAO
135
CALDOS
CALDO DE GALINHA
CALDO DE CARNE
CALDO DE LEGUMES
PEIXE EM PO
KATSUOBUSHI (PEIXE EM PO)
TEMPERO DE FEIJAO (TABLETE)
TEMPERO DE OMELETE (EM PO)
OMELETE EM PO (TEMPERO)
CALDO DE BACON
CALDO DE CALABREZA
CALDO DE QUEIJO
CALDO NAO ESPECIFICADO
TEMPERO EM TABLETE
CALDO DE PEIXE
CALDO DE CAMARAO
CALDO DE TOMATE
TEMPERO EM PO (INDETERMINADO)
OLEO DE SOJA OLEO DE SOJA
MARGARINA
MARGARINA VEGETAL COM OU SEM SAL
MARGARINA COM OU SEM SAL
MARGARINA DIET COM OU SEM SAL
MARGARINA COM SAL
MARGARINA DE MILHO
MARGARINA DE SOJA
MARGARINA LIGHT
MARGARINA SEM SAL
CAFÉ
MOIDO CAFE MOIDO
SOLÚVEL
CAFE SOLUVEL
NESCAFE
CAFE COM LEITE SOLUVEL
CAFE CAPUCCINO (SOLUVEL)
CAFE COM LEITE EM PO
OUTROS CAFÉS CAFE EM GRAO
CAFE DESCAFEINADO
136
Tabela 2A - Matriz de conversão de nutrientes, em Kg, por Kg de alimentos
14
Carboidrato Proteína Gordura Fibra Colesterol Cálcio Ferro
Arroz
0.8 0.0714 0.0066 0.013 0 0.00028 0.0000432
Feijão
0.613 0.225 0.0107 0.191 0 0.00083 0.000067
Repolho
0.0544 0.0145 0.0027 0.0203 0 0.00047 0.0000059
Couve Flor
0.0521 0.0199 0.0021 0.0195 0 0.00022 0.0000044
Tomate
0.0465 0.0085 0.0033 0.0103 0 0.00005 0.0000045
Cebola
0.0864 0.0117 0.0016 0.0168 0 0.0002 0.0000022
Abóbora
0.098 0.012 0.003 0.006 0 0.00012 0.000007
Pimentão
0.064 0.0093 0.00196 0.0193 0 0.0000966 0.0000046
Quiabo
0.0722 0.0188 0.0017 0.025 0 0.00063 0.0000045
Abobrinha
0.0436 0.0119 0.0021 0.019 0 0.0002 0.0000046
Vagem
0.0715 0.0183 0.0012 0.034 0 0.00037 0.0000104
Berinjela
0.0608 0.0103 0.0018 0.025 0 0.00007 0.0000027
Batata Inglesa
0.18 0.0208 0.001 0.016 0 0.00007 0.0000076
Mandioca
0.269 0.0311 0.0039 0.0165 0 0.00091 0.000036
Cenoura
0.101 0.0104 0.0019 0.026 0 0.00027 0.000005
Beterraba
0.0957 0.0162 0.0017 0.028 0 0.00016 0.000008
Inhame
0.279 0.0154 0.0017 0.041 0 0.00017 0.0000054
Alho
0.331 0.0637 0.005 0.021 0 0.00181 0.000017
Banana
0.234 0.0104 0.0048 0.0203 0 0.00006 0.0000031
Melancia
0.062 0.005 0.001 0.005 0 0.00015 0.000012
Laranja
0.118 0.0094 0.0012 0.019 0 0.0004 0.000001
Tangerina
0.096 0.008 0.001 0.009 0 0.00013 0.000001
Mamão
0.0906 0.0055 0.0012 0.012 0 0.00022 0.0000025
14
Devido a grande quantidade de parâmetros a serem estimados no modelo e grande número de observações, principalmente para a POF de 1995, a estimação computacional
tornou-se complicada, exigindo quantidade de memória muito elevada. Desta forma, foi possível a estimação da demanda com apenas 13 dos 18 nutrientes para os quais
foram calculados os preços, quantidade e participação no orçamento.
137
Manga
0.17 0.0051 0.0027 0.0277 0 0.0001 0.0000013
Maracujá
0.234 0.0221 0.007 0.104 0 0.00012 0.0000161
Uva
0.178 0.0066 0.0058 0.006 0 0.00011 0.0000026
Maçã
0.153 0.0019 0.0036 0.0197 0 0.00007 0.0000018
Amendoim
0.158 0.262 0.496 0.0633 0 0.00106 0.0000392
Farinha de Mandioca
0.864 0.017 0.003 0.018 0 0.00061 0.000031
Farinha de Trigo
0.777 0.094 0.013 0.036 0 0.0014 0.00002
Fubá de Milho
0.769 0.0813 0.036 0.073 0 0.00006 0.0000346
Macarrão
0.752 0.125 0.012 0.026 nd 0.00027 0.000013
Pão Francês
0.568 0.0942 0.0255 0.028 0 0.00111 0.0000308
Biscoito
0.7005 0.0673 0.1945 0.0195 nd 0.00029 0.0000188
Carne de Boi de Primeira
0 0.222 0.0931 0 0.0006402 0.0000405 0.0000179
Carne de Boi de Segunda
0 0.199 0.1074 0 0.0005355 0.000045 0.0000152
Carne suína
0 0.18329 0.20786 NA 0.00064 7.286E-05 7.29E-06
Pescado de água salgada
0.0787 0.2004 0.1129 0.0044 0.0006856 0.000348 0.0000085
Pescado de água doce
0.0787 0.2004 0.1129 0.0044 0.0006856 0.000348 0.0000085
Frango
0 0.1798 0.1086 na 0.0008311 0.0000789 0.0000059
Leite Fluído
0.0486 0.0323 0.02325 nd 0.00001 0.001285 nd
Leite em pó
0.461 0.3005 0.139 nd 0.00055 0.011265 0.000007
Queijo
0.02067 0.2446 0.2708 0 0.000791 0.006456 5.42E-06
Iogurte
0.067 0.03275 0.01975 nd 0.000076 0.00124 6.7E-07
Manteiga
0.0008 0.00875 0.811 0 0.00219 0.0002375 0.0000016
Açúcar
0.999 0 0 0 0 0.00001 0.0000006
Sorvete
0.3005 0.0328 0.11034 nd nd nd nd
Chocolate em pó
0.912 0.042 0.022 0.039 nd 0.00044 0.000054
Sal
0 0 0 0 0 0.00024 0.000001
Massa de tomate
0.16 0.02 0.01 0.028 nd 0.00029 0.000021
Molho de tomate
0.0527 0.0093 0.0208 0.0116 0 9.785E-05 0.0000052
Maionese
0.0137 0.0367 0.6039 0.0005 0.0012313 0.0001542 4.34E-06
138
Tempero misto
0.0925 0.0137 0.0472 0.006 nd nd nd
Caldo
0.151 0.078 0.166 nd nd 0.00129 nd
Óleo de soja
0 0 1 0 0 0.0000004 0.0000002
Margarina
0.001 0.001 0.6925 nd 0 0.0000433 0.000001
Café
0.2993 0.104 0.008 0 0 0.001125 0.0000386
Continuação da matriz de conversão de nutrientes
Sódio
Fósforo Potássio
Vitamina A Vitamina B3 Vitamina C
Arroz
0.00005 0.00115 0.00115 0 0.0000419 0
Feijão
0.00012 0.00406 0.01359 0.000000008 0.0000211 0.000045
Repolho
0.00018 0.00023 0.00246 0.000000133 nd 0.000322
Couve Flor
0.0003 0.00044 0.00303 0.000000019 0.0000053 0.000464
Tomate
0.00009 0.00024 0.00222 0.000000623 0.0000063 0.000191
Cebola
0.00003 0.00033 0.00157 0 0.0000015 0.000064
Abóbora
nd 0.00027 0.0023833 0.0000035 0.000006 0.00042
Pimentão
0.00002 0.0002067 0.0018866 0.00000219 0.00000637 0.0015443
Quiabo
0.00005 0.00056 0.00322 0.000000575 0.0000087 0.000163
Abobrinha
0.00002 0.00035 0.00195 0.000000196 0.0000075 0.000148
Vagem
0.00006 0.00038 0.00209 0.000000668 0.0000075 0.000163
Berinjela
0.00003 0.00022 0.00217 0.000000084 0.000006 0.000017
Batata Inglesa
0.00046 0.00543 0 0.0000009 0.0000148 0.000197
Mandioca
0.0007 0.00764 0.00000001 0.0000023 0.000014 0.000482
Cenoura
0.00044 0.00323 0.00002813 0.000001 0.0000093 0.000093
Beterraba
0.0004 0.00325 0.000000038 0.0000003 0.0000033 0.000049
Inhame
0.00055 0.00816 0 0.0000011 0.0000055 0.000171
139
Alho
0.00153 0.00401 0 0.000002 0.000007 0.000312
Banana
0.0002 0.00396 0.00000008 0.0000005 0.0000054 0.000091
Melancia
0.00015 0.00104 0.00000116 0.0000004 0.000006 0.00029
Laranja
0.00014 0.00181 0.000000205 0.0000009 0.0000028 0.000532
Tangerina
0.00012 0.00131 na 0.0000006 - 0.000488
Mamão
0.00009 0.00257 0.000000327 0.0000003 0.0000032 0.000539
Manga
0.00011 0.00156 0.00000389 0.0000006 0.0000058 0.000277
Maracujá
0.00068 0.00348 0.0000007 nd 0.000015 0.0003
Uva
0.00013 0.00185 0.000000073 0.0000009 0.000003 0.000108
Maçã
0.00007 0.00115 0.000000053 0.0000002 0.0000008 0.000057
Amendoim
0.00388 0.00744 0 0.0000068 0.000159 0
Farinha de Mandioca
0.00048 0.0034 nd 0.0000008 0.000016 0.00014
Farinha de Trigo
0.0011 0.0015 0 0.0000031 0.000017 0
Fubá de Milho
0.00241 0.00287 0.00000047 0.0000039 0.0000363 0
Macarrão
0.0000162 0.00134 nd 0.0000009 0.000017 nd
Pão Francês
0.000857 0.000942 0.00000003 0.00000457 0.00004 0
Biscoito
0.0013133 0.0016383 tr 0.0000061 0.0000276 nd
Carne de Boi de Primeira
0.0017704 0.0031169 3.17E-08 0.00000106 0.000038 0
Carne de Boi de Segunda
0.0015122 0.0025778 2.75E-08 0.00000101 0.00002717 0
Carne suína
0.0013771 0.0025357 tr 0.00000682 0.0000693 0
Pescado de água salgada
0.002015 0.0036973 1.867E-07 0.000001 0.0000323 0.0000131
Pescado de água doce
0.002015 0.0036973 1.867E-07 0.000001 0.0000323 0.0000131
Frango
0.0016 0.0024122 0.00000006 0.00000097 0.000046 0
Leite Fluído
0.000835 0.001365 0.00000021 0.0000004 0.0001505 nd
Leite em pó
0.014525 0.01344 0.0000033 0.0000028 0.000036 0.0002279
Queijo
0.0050944 0.0012105 2.4489E-06 0.00000033 0.00000272 0
Iogurte
0.00092 0.0005833 2.367E-07 0.0000003 0.00000097 0.00000663
Manteiga
0.000229 0.00026 0.00000754 0.0000001 0.0000004 0
Açúcar
0.00002 0.00002 0 0 0 0
140
Sorvete
nd nd nd nd nd nd
Chocolate em pó
0.002 0.00496 0.00000796 0.0000138 0.0000849 tr
Sal
0 0.0000801 0 0 0 0
Massa de tomate
0.00047 0.0068 nd nd 0.0000242 0.00018
Molho de tomate
0.00025092 0.00214431 5.6675E-07 0.00000054 0.00000575 0.00017113
Maionese
0.00052419 0.00049767 5.5571E-07 0.0000002 0.00000033 0.00005411
Tempero misto
nd nd nd nd nd nd
Caldo
0.00123 0.00218 nd 0.000007 nd nd
Óleo de soja
0.0000025 0 0 0 0 0
Margarina
0.00006 0.0001075 0.0000042 nd nd nd
Café
0.001935 0.02572 0 nd 0.000216 0
Fonte: Tabela TACO, 2006; PHILIPPI , 2002.
Nota: Definição das abreviaturas (nd - não disponível; na - não aplicável; tr - traço)
*Para os nutrientes em que constam essas abreviaturas, considerou-se a quantidade igual a zero.
141
Tabela 3A - Elasticidade-preço e cruzada (Marshaliana) dos nutrientes do modelo irrestrito para o Brasil, em 2003
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina
A
Vitamina
B3
Vitamina
C
Proteína
-0,220
-0,385 -0,142 0,070 -0,040 -0,286 -0,210 0,0004 0,307 -0,083 -0,012 0,077 0,025
Carboidrato
-0,177
-0,760
-0,135 -0,060 0,015 0,105 0,097 -0,013 -0,084 -0,021 0,013 -0,009 -0,017
Gordura
-0,110 -0,306
-0,440
0,026 -0,014 -0,047 -0,092 -0,006 -0,036 0,050 -0,025 0,031 0,034
Fibra
-0,239 -0,204 -0,267
-0,438
0,060 -0,024 0,155 0,033 0,020 0,292 -0,008 -0,462 -0,046
Colesterol
1,320 -0,571 0,006 0,023
-1,003
-0,661 -0,720 0,018 0,531 -0,193 0,031 0,183 0,040
Cálcio
-0,050 -0,362 -0,066 0,077 -0,080
-0,589
-0,207 -0,043 0,325 -0,116 0,002 0,123 0,026
Ferro
0,066 -0,077 -0,223 -0,050 0,051 -0,118
-0,456
0,010 0,051 0,056 -0,006 -0,154 -0,016
Sódio
-0,056 -0,066 -0,165 0,023 -0,041 -0,236 -0,300
-0,322
0,009 0,281 -0,015 -0,123 -0,028
Fosfóro
0,135 -0,196 -0,110 0,057 -0,061 0,005 -0,310 -0,038
-0,460
0,009 0,004 0,053 0,036
Potássio
-0,080 -0,379 -0,227 0,033 0,003 -0,031 -0,150 -0,030 0,008
-0,278
0,008 0,146 -0,001
Vitamina A
-0,202 -0,392 -0,514 0,160 0,044 -0,335 0,071 0,041 0,309 0,201
-0,342
-0,277 -0,030
Vitamina B3
-0,640 -1,205 -0,068 0,411 -0,154 0,053 0,018 -0,120 0,577 -0,497 -0,027
0,421
0,090
Vitamina C
-0,220 -0,385 -0,142 0,070 -0,040 -0,067 -0,697 0,083 -0,260 1,014 0,184 -0,629
-0,531
Fonte: Dados da Pesquisa.
142
Tabela 4A - Elasticidade-preço e cruzada (Marshaliana) dos nutrientes do modelo irrestrito para o Brasil, em 1995
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina
A
Vitamina
B3
Vitamina
C
Proteína
-0,338
-0,414 -0,093 0,039 -0,038 -0,283 -0,087 -0,031 0,368 -0,114 -0,045 0,085 0,055
Carboidrato
-0,140
-0,789
-0,113 -0,040 0,020 0,116 0,076 -0,005 -0,142 0,010 0,019 -0,032 -0,017
Gordura
-0,118 -0,332
-0,335
-0,007 -0,043 -0,065 -0,087 -0,021 -0,014 0,057 -0,033 0,018 0,037
Fibra
-0,177 0,064 -0,267
-0,535
0,046 -0,011 0,032 0,079 -0,109 0,398 0,024 -0,575 -0,126
Colesterol
1,472 -0,685 0,160 -0,051
-1,040
-0,689 -0,672 -0,027 0,448 -0,127 -0,050 0,157 0,099
Cálcio
-0,339 -0,440 -0,039 0,082 -0,064
-0,588
-0,044 -0,094 0,589 -0,262 -0,030 0,206 0,034
Ferro
0,218 0,048 -0,207 -0,025 0,035 -0,125
-0,682
0,045 -0,081 0,104 0,002 -0,166 -0,020
Sódio
-1,094 0,099 -0,713 0,413 0,058 -0,928 -1,626
0,065
2,013 -0,855 0,105 1,608 -0,207
Fosfóro
-0,055 -0,270 -0,075 0,056 -0,056 0,022 -0,189 -0,083
-0,283
-0,090 -0,022 0,106 0,043
Potássio
-0,030 -0,251 -0,254 0,015 -0,006 -0,034 -0,105 -0,060 0,065
-0,498
0,034 0,244 -0,019
Vitamina A
-0,029 -0,377 -0,527 0,001 0,016 -0,142 0,013 0,119 -0,059 0,339
-0,365
-0,472 -0,022
Vitamina B3
-1,464 -1,331 0,002 0,340 -0,055 0,145 0,304 -0,284 1,215 -0,762 -0,115
0,609
0,098
Vitamina C
-0,214 -0,205 -1,141 -0,554 0,133 -0,070 -0,740 0,318 -0,945 1,872 0,389 -1,814
-0,523
Fonte: Dados da Pesquisa.
143
Tabela 5A - Elasticidade-preço e cruzada (Hickisiana) dos nutrientes do modelo irrestrito para o Brasil, em 2003
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina
A
Vitamina
B3
Vitamina
C
Proteína
-0,067
0,136 0,042 0,097 -0,039 -0,283 -0,210 0,011 0,310 -0,078 -0,012 0,077 0,025
Carboidrato
-0,001
-0,159
0,077 -0,029 0,015 0,108 0,097 -0,001 -0,080 -0,015 0,013 -0,009 -0,017
Gordura
0,051 0,243
-0,247
0,055 -0,013 -0,045 -0,092 0,005 -0,033 0,056 -0,025 0,031 0,034
Fibra
-0,065 0,388 -0,058
-0,407
0,060 -0,022 0,155 0,045 0,024 0,298 -0,008 -0,462 -0,046
Colesterol
1,462 -0,091 0,175 0,048
-1,003
-0,659 -0,720 0,028 0,534 -0,188 0,031 0,183 0,040
Cálcio
0,098 0,143 0,112 0,103 -0,080
-0,587
-0,207 -0,033 0,327 -0,111 0,002 0,123 0,027
Ferro
0,236 0,502 -0,019 -0,019 0,051 -0,115
-0,456
0,022 0,054 0,062 -0,006 -0,154 -0,016
Sódio
0,106 0,483 0,028 0,052 -0,041 -0,233 -0,300
-0,311
0,012 0,287 -0,015 -0,123 -0,028
Fosfóro
0,292 0,338 0,078 0,084 -0,061 0,007 -0,310 -0,027
-0,457
0,015 0,004 0,053 0,036
Potássio
0,070 0,132 -0,047 0,060 0,003 -0,029 -0,150 -0,020 0,011
-0,273
0,008 0,146 -0,001
Vitamina A
-0,092 -0,015 -0,381 0,180 0,044 -0,334 0,071 0,048 0,311 0,205
-0,342
-0,276 -0,030
Vitamina B3
-0,495 -0,712 0,106 0,436 -0,154 0,055 0,018 -0,110 0,579 -0,492 -0,027
0,421
0,090
Vitamina C
-0,457 -0,096 -0,470 -0,124 0,182 -0,065 -0,697 0,092 -0,258 1,018 0,184 -0,628
-0,531
Fonte: Dados da Pesquisa.
144
Tabela 6A - Elasticidade-preço e cruzada (Hicksiana) dos nutrientes do modelo irrestrito para o Brasil, em 1995
Proteína
Carboidrato
Gordura
Fibra
Colesterol
Cálcio
Ferro
Sódio
Fosfóro
Potássio
Vitamina
A
Vitamina
B3
Vitamina
C
Proteína
-0,163
0,172 0,055 0,067 -0,038 -0,280 -0,087 -0,022 0,372 -0,108 -0,045 0,085 0,055
Carboidrato
0,048
-0,160
0,047 -0,009 0,020 0,118 0,076 0,005 -0,138 0,017 0,019 -0,032 -0,017
Gordura
0,050 0,230
-0,192
0,020 -0,043 -0,063 -0,087 -0,012 -0,011 0,064 -0,033 0,018 0,038
Fibra
0,012 0,697 -0,106
-0,505
0,046 -0,008 0,032 0,089 -0,105 0,405 0,024 -0,575 -0,126
Colesterol
1,636 -0,137 0,300 -0,025
-1,039
-0,687 -0,672 -0,018 0,451 -0,121 -0,050 0,157 0,099
Cálcio
-0,168 0,132 0,106 0,109 -0,063
-0,585
-0,044 -0,085 0,592 -0,255 -0,030 0,207 0,035
Ferro
0,403 0,668 -0,049 0,005 0,035 -0,122
-0,682
0,055 -0,077 0,111 0,002 -0,166 -0,020
Sódio
-0,934 0,635 -0,577 0,439 0,058 -0,925 -1,626
0,074
2,016 -0,849 0,105 1,608 -0,207
Fosfóro
0,120 0,314 0,073 0,085 -0,055 0,025 -0,189 -0,073
-0,279
-0,084 -0,022 0,106 0,043
Potássio
0,134 0,295 -0,115 0,042 -0,006 -0,032 -0,105 -0,051 0,068
-0,492
0,034 0,244 -0,019
Vitamina A
0,118 0,113 -0,402 0,025 0,016 -0,140 0,013 0,127 -0,056 0,345
-0,365
-0,472 -0,022
Vitamina B3
-1,301 -0,788 0,140 0,366 -0,055 0,148 0,304 -0,275 1,219 -0,756 -0,115
0,609
0,098
Vitamina C
-0,086 0,221 -1,033 -0,533 0,133 -0,068 -0,740 0,325 -0,943 1,877 0,389 -1,814
-0,523
Fonte: Dados da Pesquisa.
145
Tabela 7A - Elasticidade do dispêndio do modelo irrestrito para a POF/2003 e
POF/1995
POF 1995 POF 2003
Proteina 0,96 0,905
Carboidrato 1,033 1,046
Gordura 0,923 0,954
Fibra 1,04 1,03
Colesterol 0,90 0,835
Calcio 0,938 0,878
Ferro 1,018 1,01
Sodio 0,88 0,954
Fosforo 0,959 0,928
Potassio 0,897 0,889
Vitamina A 0,804 0,655
Vitamina B3 0,891 0,86
Vitamina C 0,70 0,773
Fonte: Dados da Pesquisa.
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