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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE ENGENHARIA
CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA
DESEMPENHOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DE UM SISTEMA DE
INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA COM A CULTURA DO MILHO E
ADUBAÇÃO NITROGENADA DE CAPINS DOS GÊNEROS Panicum E
Brachiaria SOB IRRIGÃO NO CERRADO
CRISTIANO MAGALHÃES PARIZ
Zootecnista
Prof. Dr. MARCELO ANDREOTTI
Orientador
Prof. Dr. ANTONIO FERNANDO BERGAMASCHINE
Co-orientador
Dissertação apresentada à Faculdade de
Engenharia/Unesp Campus de Ilha Solteira, para
obtenção do título de Mestre em Agronomia.
Especialidade: Sistemas de Produção
Ilha Solteira – SP
Fevereiro/2010
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2
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira.
Pariz, Cristiano Magalhães.
P234d Desempenhos técnicos e econômicos de um sistema de integração
lavoura-pecuária com a cultura do milho e adubação nitrogenada de capins
dos gêneros Panicum e Brachiaria sob irrigação no cerrado / Cristiano Maga-
lhães Pariz. – Ilha Solteira : [s.n.], 2010.
153 f.
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de
Engenharia de Ilha Solteira. Especialidade: Sistemas de Produção, 2010
Orientador: Marcelo Andreotti
Co-orientador: Antonio Fernando Bergamaschine
Bibliografia: p. 141-153
1. Plantio direto na palha. 2. Adubação nitrogenada. 3. Consórcios.
4. Custo operacional. 5. Produtividade agrícola.
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2
DEDICATÓRIA
DEDICATÓRIADEDICATÓRIA
DEDICATÓRIA
Aos meus queridos pais Luiz Carlos e Maria Estér que sempre me apoiaram,
incentivaram, compreenderam e deram todas as condições necessárias para que eu
pudesse alcançar meus objetivos. A vocês meu sincero e eterno amor, carinho e
respeito.
Ao meu irmão Luciano, pelo carinho fraterno, vivências inesquecíveis que
tornaram mais agradável cada dia da minha vida e por todo seu empenho e
dedicação em sua profissão, sucesso.
Aos meus familiares, em especial avós Adelina e Antônia (in memorian); avôs
Emiliano e José (in memorian), por todo amor, apoio, paciência, carinho,
preocupação, saudades e disposição em ajudar durante estes anos.
“Que nenhuma família comece em qualquer de repente.
Que nenhuma família termine por falta de amor”
Pe. Zezinho em: Oração da Família
3
AGRADECIMENTOS
À Deus e a Nossa Senhora Aparecida (Padroeira do Brasil), por estarem presentes todos
os dias e iluminarem meus caminhos;
Ao Prof. Dr. Marcelo Andreotti, pela orientação, amizade e empenho na realização
deste e de outros trabalhos desenvolvidos durante a Graduação e a Pós-graduação;
Ao Prof. Dr. Antônio Fernando Bergamaschine, pela co-orientação, disposição e
incentivo na realização deste e de outros trabalhos desenvolvidos durante a Graduação e a
Pós-graduação;
À Faculdade de Engenharia (FE/Unesp) – Campus de Ilha Solteira, do qual tenho muito
orgulho e me identifico, meus agradecimentos pela formação acadêmica, condições oferecidas
e possibilidade de engrandecimento profissional; bem como, aos Departamentos de
Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos; Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio-
Economia; Biologia e Zootecnia pelo apoio;
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pelo auxílio
financeiro concedido;
À Sementes Matsuda pelo fornecimento das sementes dos capins e à Monsanto do
Brasil pelo fornecimento das sementes de milho utilizadas no presente trabalho;
Aos Professores Salatiér Buzetti, Morel de Passos e Carvalho, Luiz Malcolm Mano de
Mello, Maria Aparecida Anselmo Tarsitano, Olair José Isepon, Marco Eustáquio de Sá, Edson
Lazarini, João Antonio da Costa Andrade, Walter Veriano Valério Filho, Enes Furlani Junior,
Antonio Carlos de Laurentiz, Marcos Chiquitelli Neto, Hélio Takachi Okuda, João B. Alves,
Fernando Tadeu de Carvalho, Alexandre Ninhaus Silveira, bem como, os demais professores
da FE/Unesp pela amizade, confiança e conhecimentos transmitidos ao longo desses anos;
Ao Professor Dr. Ciniro Costa da FMVZ/Unesp Campus de Botucatu, por aceitar o
convite para participar da comissão examinadora desta defesa de Mestrado;
Ao Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da FE/Unesp Campus de Ilha
Solteira, em especial, o diretor João Josué Barbosa pelo auxílio na normatização e elaboração
da ficha catalográfica dessa Dissertação;
A todos os funcionários da FE/Unesp Campus de Ilha Solteira, sendo em especial:
Meire S. N. M. da Cruz e Zeneide R. de Campos (secretárias do Departamento de Biologia e
Zootecnia), Sidival Antunes de Carvalho (técnico do laboratório de bromatologia), Selma
(técnica do laboratório de análise genética de populações e silvicultura), Carlinhos e João
(técnicos do laboratório de fertilidade do solo) e Simone (técnica do laboratório de análise de
sementes) pela amizade e auxílio na realização de análises em seus respectivos laboratórios;
4
Aos integrantes e ex-integrantes da República Curva de Rio: Carlos Henrique Toso
Mendes (Cowboy), Danilo Augusto Buschin (Kabotiã), Denisar Ulisses Júnior (Pernila),
Halisson Sodre da Silva Vieira (Bebel), João Vitor Nogueira (Rufininho), José Henrique
Pizzo (Pizzo), Lucas Rigodanzo (Pangaré), Luciano Coletti Furlan (Moe) e Raul Alves da
Silva (Chanfro) e aos agregados Fernando Luis Veiga Fontoura (Xibungo) e Pablo Machado
Moreira (Slot) pela amizade, dedicação, auxílio nos estudos e por todos os momentos de
alegrias e dificuldades convividos em um ambiente sempre harmonioso. A vocês, meus
“irmãos”, além da gratidão, desejo-lhes muito sucesso daqui em diante;
Às mestrandas em Zootecnia da FCAV/Unesp Câmpus de Jaboticabal Mariana Vieira
Azenha e Marina Nogueira e ao Zootecnista Fabio Cruz de Mello Araújo, principalmente pela
amizade, carinho e ajuda na implantação, coleta de dados e análises laboratoriais de rios
experimentos, além da companhia em viagens durante todos esses anos, estando sempre
juntos nos momentos técnicos (cursos e congressos) e nos passeios durante os mesmos;
Às colegas Amanda Failli Schiavinatti, Cleisy Ferreira do Nascimento, Fernanda Garcia
do Santos, Francielli Aparecida Cavasano, Juliana Carla Fernandes, Larissa Mendonça
Mendes, Lívia Maria Fermino de Souza, Milena Tarallo, Roberta de Aquino Gameiro e ao
colega Nelson de Araújo Ulian, pela amizade, competência e inestimável ajuda nos
experimentos do grupo de estágio sob orientação do Prof. Dr. Marcelo Andreotti;
Aos colegas de Mestrado e Doutorado, Ana Eliza da Silva Lima, Ana Paula Ribeiro,
Carlos Alessandro Chioderoli, Cassia Maria de Paula Garcia, Cleiton Gredson Sabin Benett,
Flavio Hiroshi Kaneko, Juliana Mariano Carvalho, Katiane Santiago Silva, Leandro Spegiorin
Marques, Leticia Lisbôa Oliveira, Luciano Seidi Chinen, Luiz Gustavo Ares Kabbach,
Marcelo Carvalho Minhoto Teixeira Filho, Maria Cecília Cavallini, Nidia Raquel Costa,
Ricardo Rossi, Roberta Leopoldo Ferreira, Ronaldo Cintra Lima, Ronaldo de Oliveira Casoti,
Talita Breda Moretti e William Takao, pela convivência e amizade, além do clima
profissional propiciado ao longo do curso;
A todos meus amigos de graduação e pós-graduação, que durante esses anos estiveram
comigo e que não foram mencionados, mas foram de igual importância para tornar os dias
mais agradáveis em todas as ocasiões aqui vividas;
Aos amigos da cidade de Franco da Rocha-SP que sempre me incentivaram para minha
formação e nunca deixaram de manter contato durante o período em que estive ausente de
minha cidade natal;
Enfim, a todos àqueles que mantiveram ótimos relacionamentos de amizade, bem como,
aos que deram sua importante contribuição para minha formação acadêmica.
5
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................
21
2. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................
23
2.1. Integração lavoura-pecuária (ILP) sob sistema plantio direto (SPD).
23
2.2. Estabelecimento de pastagens consorciadas com o milho em
sistemas de ILP..........................................................................................
25
2.3. Produtividade, composição bromatológica e índices SPAD e ICF de
capins dos gêneros Panicum e Brachiaria submetidos à adubação
nitrogenada.................................................................................................
27
2.4. Formação de palhada para o SPD e decomposição dos resíduos
vegetais......................................................................................................
30
2.5. Produtividade do milho sobre palhada de forrageiras em SPD..........
32
2.6. Desempenho animal e economicidade de sistemas de ILP ................
34
3. MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................
38
3.1. Localização da área experimental e caracterização do local..............
38
3.2. Experimento I – Componentes da produção e produtividade da
cultura do milho em duas épocas de consorciação com os capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis em SPD..............................
39
3.2.1. Delineamento experimental e tratamentos.............................
39
3.2.2. Híbrido de milho.....................................................................
40
3.2.3. Instalação e desenvolvimento do experimento no ano
agrícola 2007/2008...........................................................................
40
3.2.4. Obtenção dos resultados......................................................... 41
3.2.4.1. Determinação dos parâmetros de planta,
componentes da produção e produtividade da cultura do
milho.......................................................................................
41
a) Entande final de plantas e número de espigas por
hectare............................................................................
41
b) Altura de plantas, altura de inserção da espiga
principal e diâmetro basal do colmo..............................
41
c) Comprimento da espiga principal, número de grãos
por espiga, massa de 100 grãos, massa de grãos por
espiga e produtividade de grãos.....................................
42
3.2.5. Análise estatística...................................................................
42
3.3. Experimento II Produtividade, composição bromatológica e teor
de clorofila (índice ICF) dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis após a consorciação com a cultura do milho, adubação
nitrogenada e época de corte no inverno/primavera..................................
42
6
Página
3.3.1. Delineamento experimental e tratamentos.............................
42
3.3.2. Desenvolvimento do experimento.......................................... 43
3.3.3. Obtenção dos resultados.........................................................
43
3.3.3.1. Determinação da produtividade de massa seca e
porcentagem de matéria seca dos capins.................................
43
3.3.3.2. Avaliação da eficiência de conversão do N-
fertilizante em forragem..........................................................
44
3.3.3.3. Determinação da composição bromatológica dos
capins......................................................................................
44
3.3.3.4. Determinação do teor de clorofila (índice ICF) dos
capins................................................................................
44
3.3.3.5. Avaliação da decomposição da massa seca residual
MSR (palhada) dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu
e Ruziziensis após a última época de corte.............................
44
3.3.4. Análise estatística...................................................................
45
3.4. Experimento III - Componentes da produção e produtividade da
cultura do milho sobre a palhada dos capins Tanzânia, Mombaça,
Marandu e Ruziziensis após o consórcio, adubação nitrogenada e
épocas de corte no inverno/primavera.......................................................
46
3.4.1. Delineamento experimental e tratamentos.............................
46
3.4.2. Híbrido de milho.....................................................................
46
3.4.3. Instalação e desenvolvimento do experimento no ano
agrícola 2008/2009...........................................................................
47
3.4.4. Obtenção dos resultados.........................................................
47
3.4.4.1. Determinação dos parâmetros de planta,
componentes da produção e produtividade da cultura do
milho.......................................................................................
47
a) Estande final de plantas e número de espigas por
hectare............................................................................
47
b) Altura de plantas, altura de inserção da espiga
principal e diâmetro basal do colmo..............................
47
c) Comprimento da espiga principal, número de grãos
por espiga, massa de 100 grãos, massa de grãos por
espiga e produtividade de grãos.....................................
48
3.4.4.2. Teor de clorofila (índice ICF) e diagnose foliar....
48
3.4.5. Análise estatística...................................................................
48
7
Página
3.5. Desempenho econômico da cultura do milho consorciada com os
capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis submetidos após a
colheita de grãos à adubação nitrogenada e épocas de corte no
inverno/primavera no ano agrícola 2007/2008 e da cultura do milho
sobre a palhada desses capins no ano agrícola 2008/2009........................
49
3.5.1. Experimento I Capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis semeados simultaneamente ou por ocasião da
adubação nitrogenada de cobertura com a cultura do milho no ano
agrícola 2007/2008...........................................................................
49
3.5.2. Experimentos II e III Adubação nitrogenada e épocas de
corte dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis no
inverno/primavera após o consórcio com a cultura do milho no
ano agrícola 2007/2008 e semeadura da cultura do milho sobre a
palhada desses capins no ano agrícola 2008/2009...........................
50
3.5.3. Desempenho econômico da ILP sob SPD irrigado
envolvendo os experimentos I, II e III..............................................
52
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................
53
4.1. Experimento I – Componentes da produção e produtividade da
cultura do milho em duas épocas de consorciação com os capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis em SPD..............................
53
4.2. Experimento II Produtividade, composição bromatológica e teor
de clorofila (índice ICF) dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis após a consorciação com a cultura do milho, adubação
nitrogenada e épocas de corte no inverno/primavera.................................
57
4.2.1. Produtividade de massa seca e porcentagem de matéria seca
dos capins Tanzânia e Mombaça......................................................
58
4.2.2. Produtividade de massa seca e porcentagem de matéria seca
dos capins Marandu e Ruziziensis....................................................
61
4.2.3. Eficiência de conversão do N-fertilizante em forragem
(ECAN) e extração de N pelos capins Tanzânia, Mombaça,
Marandu e Ruziziensis.....................................................................
63
4.2.4. Teor de clorofila (índice ICF) e composição bromatológica
dos capins Tanzânia e Mombaça......................................................
69
4.2.5. Teor de clorofila (índice ICF) e composição bromatológica
dos capins Marandu e Ruziziensis....................................................
81
4.2.6. Decomposição da massa seca residual MSR (palhada) dos
capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após a última
época de corte...................................................................................
93
4.3. Experimento III - Cultura do milho sobre a palhada dos capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o consórcio com
milho, adubação nitrogenada e épocas de corte no inverno/primavera.....
.
99
8
Página
4.3.1. Componentes da produção e produtividade da cultura do
milho.................................................................................................
99
4.3.2. Teor foliar de clorofila (índice ICF) e diagnose foliar da
cultura do milho................................................................................
113
4.3.3. Correlação linear de atributos relacionados à decomposição
da massa seca residual - MSR (palhada) dos capins Tanzânia,
Mombaça, Marandu e Ruziziensis com os teores foliares de
clorofila (índice ICF), N foliar, parâmetros das plantas,
componentes da produção e produtividade de grãos da cultura do
milho em sucessão............................................................................
117
4.4. Desempenho econômico da cultura do milho (2007/2008)
consorciada com os capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
submetidos após a colheita de grãos à adubação nitrogenada e épocas de
corte no inverno/primavera e da cultura do milho sobre a palhada desses
capins em 2008/2009.................................................................................
123
4.4.1. Experimento I Capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis semeados simultaneamente ou por ocasião da
adubação nitrogenada de cobertura com a cultura do milho em
2007/2008.........................................................................................
123
4.4.2. Experimento II Adubação nitrogenada e épocas de corte
dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis no
inverno/primavera após o consórcio com a cultura do milho em
2007/2008.........................................................................................
126
4.4.3. Experimento III Cultura do milho (2008/2009) sobre a
palhada dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
após o consórcio com milho e adubação nitrogenada......................
133
4.4.4. Desempenho econômico da ILP sob SPD irrigado
envolvendo os experimentos I, II e III..............................................
135
5. CONCLUSÕES.............................................................................................
139
REFERÊNCIAS................................................................................................
141
9
LISTA DE TABELAS
Tabela
Página
1.
Custos operacionais (insumos e operações) para a obtenção do
desempenho econômico da cultura do milho em consórcio com capins
dos gêneros Panicum e Brachiaria. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2007/2008...................................................................................................
50
2.
Custos operacionais (insumos e operações) para a obtenção do
desempenho econômico de pastagens de Panicum e Brachiaria
formadas após o consórcio com milho, adubadas com doses de N e
submetidas a cortes e da cultura do milho em sucessão, semeada sobre a
palhada dos capins. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................
51
3.
Parâmetros das plantas da cultura do milho em consórcio com capins
dos gêneros Panicum e Brachiaria. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2007/2008...................................................................................................
53
4.
Componentes da produção e produtividade de grãos da cultura do milho
em consórcio com capins dos gêneros Panicum e Brachiaria. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2007/2008.................................................................
55
5.
Desdobramento das interações significativas dos teores médios de
nutrientes digestíveis totais (NDT) e fibra em detergente neutro (FDN)
do consórcio × dose de N e época de corte × dose de N nas folhas dos
capins Tanzânia e Mombaça. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008............
72
6.
Desdobramento das interações dos teores de hemicelulose (HEM) do
consórcio × época de corte e época de corte × dose de N nas folhas dos
capins Tanzânia e Mombaça. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008............
78
7.
Matriz de correlação linear entre a produtividade de massa seca (PMS),
a porcentagem de matéria seca (%MS), o índice ICF e a composição
bromatológica dos capins Tanzânia e Mombaça. Selvíria/MS. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008..........................................................................
79
8.
Matriz de correlação linear entre a produtividade de massa seca (PMS),
a porcentagem de matéria seca (%MS), o índice ICF e a composição
bromatológica dos capins Marandu e Ruziziensis. Selvíria/MS. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008..........................................................................
90
9.
Comparação de médias e equações de regressão dos teores foliares de
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) da
cultura do milho em sucessão à pastagem de capins Tanzânia, Mombaça,
Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio com milho e adubadas
com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008/2009...................................................................................................
116
10.
Comparação de médias e equações de regressão dos teores foliares de
cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn) e zinco (Zn) da cultura do milho
em sucessão à pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis formada após o consórcio com milho e adubadas com
nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008/2009...................................................................................................
118
10
Tabela
Página
11.
Matriz de correlação linear entre atributos relacionados à decomposição
de capins dos gêneros Panicum e Brachiaria e atributos da cultura do
milho em sucessão. Selvíria/MS. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008/2009...................................................................................................
117
12.
Produtividade de grãos (sacas) e desempenho econômico da cultura do
milho em consórcio com capins dos gêneros Panicum e Brachiaria.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2007/2008...................................................
124
11
LISTA DE FIGURAS
Figura
Página
1.
Dados climáticos durante a condução dos experimentos. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2007 a 2009........................................................................
39
2.
Produtividade de massa seca (PMS) dos capins Tanzânia e Mombaça
após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008..........................................................................
58
3.
Porcentagem de matéria seca (%MS) dos capins Tanzânia e Mombaça
após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008..........................................................................
60
4.
Produtividade de massa seca (PMS) dos capins Marandu e Ruziziensis
após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008..........................................................................
61
5.
Porcentagem de matéria seca (%MS) dos capins Marandu e Ruziziensis
após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008..........................................................................
63
6.
Eficiência de conversão do N-fertilizante em forragem (ECAN) em kg
de massa seca/kg de N aplicado das pastagens de Panicum e Brachiaria
formadas após o consórcio com milho, adubadas com doses de N e
submetidas a cortes no inverno/primavera. 2008........................................
64
7.
Extração de nitrogênio (N) pela colheita da parte aérea dos capins
Tanzânia e Mombaça após o consórcio com milho, épocas de corte e
doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008........................................
66
8.
Extração de nitrogênio (N) pela colheita da parte aérea dos capins
Marandu e Ruziziensis após o consórcio com milho, épocas de corte e
doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008........................................
67
9.
Teor de clorofila (índice ICF) nas folhas dos capins Tanzânia e
Mombaça após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008............................................................
69
10.
Teor de proteína bruta (PB) nas folhas dos capins Tanzânia e Mombaça
após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008..........................................................................
70
11.
Teores médios de nutrientes digestíveis totais (NDT) e fibra em
detergente neutro (FDN) nas folhas dos capins Tanzânia e Mombaça
após o consórcio com milho, sob épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008..........................................................................
73
12.
Teor de fibra em detergente ácido (FDA) nas folhas dos capins Tanzânia
e Mombaça após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008............................................................
74
13.
Teor de lignina nas folhas dos capins Tanzânia e Mombaça após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008....................................................................................
75
12
Figura
Página
14.
Teor de celulose (CEL) nas folhas dos capins Tanzânia e Mombaça após
o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008....................................................................................
76
15.
Relação do teor foliar de clorofila (índice ICF) com a produtividade de
massa seca (PMS), a porcentagem de matéria seca (%MS) e o teor foliar
de proteína bruta (PB) dos capins Tanzânia e Mombaça (nº de
observações por capim = 128). Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008............................................................................................................
80
16.
Teor de clorofila (índice ICF) nas folhas dos capins Marandu e
Ruziziensis após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008............................................................
81
17.
Teor de proteína bruta (PB) nas folhas dos capins Marandu e Ruziziensis
após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008..........................................................................
82
18.
Teor de nutrientes digestíveis totais (NDT) nas folhas dos capins
Marandu e Ruziziensis após o consórcio com milho, épocas de corte e
doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008........................................
84
19.
Teor de fibra em detergente neutro (FDN) nas folhas os capins Marandu
e Ruziziensis após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008............................................................
85
20.
Teor de fibra em detergente ácido (FDA) nas folhas dos capins Marandu
e Ruziziensis após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008............................................................
86
21.
Teor de lignina nas folhas dos capins Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008....................................................................................
87
22.
Teor de celulose (CEL) nas folhas dos capins Marandu e Ruziziensis
após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008..........................................................................
88
23.
Teor de hemicelulose (HEM) nas folhas dos capins Marandu e
Ruziziensis após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008............................................................
89
24.
Relação do teor foliar de clorofila (índice ICF) com a produtividade de
massa seca (PMS), a porcentagem de matéria seca (%MS) e o teor foliar
de proteína bruta (PB) dos capins Marandu e Ruziziensis (nº de
observações por capim = 128). Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008............................................................................................................
92
25.
Relação lignina/N total na massa seca residual (MSR rebrote de folhas
e colmos) dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após
o consórcio com milho, doses de N (parcelado em 4 cortes) e manejados
após a última época de corte no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008....................................................................................
94
13
Figura
Página
26.
Decomposição da massa seca residual (MSR rebrote de folhas e
colmos) dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho, doses anuais de N e manejados após a última
época de corte no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008............................................................................................................
96
27.
Porcentagem de decomposição da massa seca residual (MSR rebrote
de folhas e colmos) dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis após o consórcio com milho, doses anuais de N e manejados
após a última época de corte no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008....................................................................................
98
28.
Altura de plantas (AP) da cultura do milho em sucessão à pastagem de
capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o
consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................................................
100
29.
Diâmetro basal de colmo (DBC) das plantas de milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................
101
30.
Altura de inserção da espiga principal (AIE) das plantas de milho em
sucessão à pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis formada após o consórcio com milho e adubadas com
nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008/2009...................................................................................................
102
31.
Estande final de plantas (EFP) da cultura do milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................
103
32.
Número de espigas por hectare (NE) da cultura do milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................
105
33.
Comprimento da espiga principal (CE) da cultura do milho em sucessão
à pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................
106
34.
Número de grãos por espiga (NGE) da cultura do milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................
107
35.
Massa de 100 grãos (M100) da cultura do milho em sucessão à pastagem
de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o
consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................................................
108
14
Figura
Página
36.
Massa de grãos por espiga (MGE) da cultura do milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................
109
37.
Produtividade de grãos (PG) da cultura do milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................
110
38.
Teor de clorofila foliar (índice ICF) da cultura do milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................
113
39.
Teor de nitrogênio foliar (N) da cultura do milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................
115
40.
Relação do teor foliar de clorofila (índice ICF) com a produtividade de
grãos (PG) da cultura do milho em sucessão à pastagem de capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio
com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008/2009.................................................................
120
41.
Relação entre os teores foliares de nitrogênio (N) e clorofila (índice ICF)
da cultura do milho em sucessão à pastagem de capins Tanzânia,
Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio com milho
e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso
do Sul. 2008/2009.......................................................................................
121
42.
Custo operacional (operações e insumos) das pastagens de Panicum e
Brachiaria formadas após o consórcio com o milho, adubadas com N e
submetidas à cortes no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008............................................................................................................
127
43.
Estimativas de produção de carne (@/ha) em pastagens de Panicum e
Brachiaria formadas após o consórcio com o milho, adubadas com N e
submetidas à cortes no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008............................................................................................................
128
44.
Margem de contribuição (R$/ha) utilizando estimativas de produção de
carne em pastagens de Panicum e Brachiaria formadas após o consórcio
com o milho, adubadas com N e submetidas à cortes no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008............................
129
45.
Custo operacional (operações e insumos), estimativas de produção de
carne, margem de contribuição e índice de margem de contribuição
(IMC) de pastagens de Panicum e Brachiaria formadas após o consórcio
com o milho, adubadas com N e submetidas à quatro cortes no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008............................
131
15
Figura
Página
46.
Produtividade (sacas/ha), receita bruta, margem de contribuição e índice
de margem de contribuição (IMC) da cultura do milho em sucessão à
pastagens de Panicum e Brachiaria formadas após o consórcio com
milho, adubadas com N e submetidas à cortes no inverno/primavera.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009...................................................
134
47.
Custo operacional (operações e insumos), receita bruta, margem de
contribuição e índice de margem de contribuição (IMC) da ILP sob SPD
irrigado envolvendo o consórcio da cultura do milho com capins dos
gêneros Panicum e Brachiaria; adubação nitrogenada da pastagem após
a colheita de grãos (parcelada em 4 épocas de corte) no
inverno/primavera; e cultura do milho em sucessão à pastagem. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2007 a 2009..............................................................
136
16
PARIZ, C.M. Desempenhos técnicos e econômicos de um sistema de integração lavoura-
pecria com a cultura do milho e adubão nitrogenada de capins dosneros Panicum e
Brachiaria sob irrigação no Cerrado. 2010. 153f. Dissertação (Mestrado em Agronomia
Sistemas de Produção) Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista, Ilha
Solteira, 2010.
Autor: Zootecnista Cristiano Magalhães Pariz
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Andreotti
Co-orientador: Prof. Dr. Antonio Fernando Bergamaschine
RESUMO
Na região do Cerrado, a integração lavoura-pecuária sob sistema plantio direto é uma
das alternativas para elevar a produtividade e o desempenho econômico de sistemas agrícolas.
O trabalho de pesquisa objetivou: 1) avaliar a produtividade de grãos da cultura de milho em
épocas de consorciação com o Panicum maximum cv. Tanzânia, Panicum maximum cv.
Mombaça, Brachiaria brizantha cv. Marandu e Brachiaria ruziziensis; 2) avaliar a adubação
nitrogenada dos capins após a colheita do milho em quatro épocas de corte no
inverno/primavera quanto à produtividade de massa seca, a composição bromatológica, o
índice ICF, a eficiência de conversão do N-fertilizante em forragem e a decomposição da
palha após a última época de corte; 3) avaliar o efeito residual da adubação nitrogenada nos
capins na cultura do milho em sucessão; 4) avaliar o desempenho econômico do milho
consorciado, da pastagem adubada com nitrogênio, do milho em sucessão e do sistema como
um todo, considerando o ganho de peso vivo médio diário de 0,2 e 0,6 kg/animal. Para atingir
tais propósitos, foram conduzidos três experimentos sequenciais, durante os anos agrícolas de
2007/08 e 2008/09 na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão, da Faculdade de Engenharia -
Unesp, Campus de Ilha Solteira, em um Latossolo Vermelho distroférrico em condições de
cerrado, com histórico de cinco anos sob sistema plantio direto. O delineamento experimental
utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. No experimento I (2007/2008),
os tratamentos foram constituídos de oito consórcios da cultura do milho com capins
(semeado simultaneamente ou por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura) e do milho
sem consorciação. No expetimento II, após a colheita da cultura do milho (2007/2008), em
esquema de parcelas subdivididas constituídas pela ausência e doses de 200, 400 e 800
kg/ha/ano de N na forma de ureia aplicada em cobertura (parceladas em quatro épocas de
corte no inverno/primavera). No experimento III (2008/2009) foi avaliada a resposta da
17
cultura do milho em sucessão (sobre a palhada) dos capins implantados no experimento I e
conduzidos no experimento II. Avaliou-se os componentes da produção e a produtividade de
grãos (2007/2008 e 2008/2009) e o índice ICF (2008/2009) da cultura do milho; a
produtividade de massa seca, a composição bromatológica, o índice ICF, a eficiência de
conversão do N-fertilizante em forragem e a decomposição da palhada dos capins (2008),
além do desempenho econômico do sistema. O capim Mombaça semeado simultaneamente à
cultura do milho reduziu a produtividade de grãos em relação ao milho sem consorciação; o
consórcio mais recomendado é com o capim-tânzania, principalmente em semeadura
simultânea. A adubação nitrogenda no inverno/primavera elevou a produtividade de massa
seca e melhorou a composição bromatológica dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis, bem como, elevou a quantidade de resíduos (palha) depositados na superfície do
solo, bem como, a produtividade de grãos da cultura do milho em sucessão e diminuiu a
relação lignina/N total da palha, que aliada as altas temperaturas aceleraram a sua
decomposição. A melhor eficiência de conversão do N-fertilizante em forragem foi obtida
com a dose de 200 kg/ha/ano de N parcelada em quatro épocas de corte, sendo que os capins
do gênero Panicum são mais eficientes nessa conversão. O teor de clorofila foliar (índice ICF)
é um bom indicador da produtividade de massa seca e teor de proteína bruta nas folhas dos
capins estudados; e da produtividade de grãos e teor de nitrogênio foliar da cultura do milho.
A dose de 800 kg/ha/ano de N aplicada nos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis no inverno/primavera e as estimativas de produção de carne (@/ha) com ganho de
peso vivo médio diário de 0,2 kg/animal foram economicamente inviáveis, enquanto que pelo
possível fornecimento de N por meio da mineralização da matéria orgânica do solo em SPD
consolidado, o desempenho econômico na ausência de adubação da pastagem foi semelhante
às doses de 200 e 400 kg/ha/ano de N. A adubação nitrogenada (200 a 400 kg/ha/ano de N) da
pastagem formada pelo consórcio com a cultura do milho na integração lavoura-pecuária sob
sistema plantio direto irrigado é uma alternativa viável para elevar a produtividade de grãos e
as estimativas de produção de carne, principalmente com animais de maior potencial genético
para ganho de peso vivo médio diário (0,6 kg/animal), diminuindo a necessidade de abertura
de novas áreas agrícolas.
Palavras-chave: decomposição da palhada em sistema plantio direto, eficiência de conversão
do N-fertilizante, épocas de consorciação, margem de contribuição,
produtividade de carne e grãos.
18
PARIZ, C.M. Technical and economic performance of a crop-livestock integration system
with corn crop and nitrogen fertilization on Panicum and Brachiaria grasses under
irrigation in the “Cerrado” conditions. 2010. 153p. Dissertation (Master Science in
Agronomy Production Systems) College of Engineering, São Paulo State University, Ilha
Solteira City, 2010.
Author: Animal Scientist Cristiano Magalhães Pariz
Adviser: Prof. Marcelo Andreotti
Co-adviser: Prof. Dr. Antonio Fernando Bergamaschine
ABSTRACT
In the Brazilian “Cerrado” conditions, the crop-livestock integration under no-tillage
system is an alternative to increase the yield and the economic performance of agricultural
systems. The present work aimed: 1) to evaluate corn grain yield under different intercropping
times with Panicum maximum cv. Tanzânia, Panicum maximum cv. Mombaça, Brachiaria
brizantha cv. Marandu e Brachiaria ruziziensis; 2) to evaluate the nitrogen fertilization of the
grasses after the corn harvest in four seasons cut in the winter/spring, considering the dry
mass yield, chemical composition, ICF index, conversion efficiency of N-fertilizer on forage
and the straw decomposition in Litter-bags” after the last season of cut; 3) to evaluate the
residual effect of nitrogen fertilization on grasses in corn crop in succession; 4) to evaluate to
economic performance of corn intercropped, pasture fertilized with nitrogen, the corn crop in
succession and the crop-livestock integration system as a whole, considering the daily weight
gain of 0.2 and 0.6 kg/animal. To reach these purposes, they were conducted three sequenced
studies during the 2007/2008 and 2008/2009 growing seasons, at Experimental Station from
College of Engineering in Ilha Solteira, São Paulo State, Brazil, in a Red Latosol (Oxisol) in
“Cerrado” conditions, with a history of five years under no-tillage system. The experimental
design was a completely randomized block, with four replicates. In the experiment I
(2007/2008), the treatments consisted of eigth methods for growing corn intercropped with
Panicum maximum cv. Tanzania, Panicum maximum cv. Mombaça, Brachiaria brizantha cv.
Marandu, and Brachiaria ruziziensis, sown simultaneously or at time of side dressing nitrogen
fertilization, besides single grown corn. In the experiment II, after the corn harvest
(2007/2008), in split-plot scheme was applied urea at side dressing (200, 400 and 800
kg/ha/year of nitrogen) and an addition treatment in the absence of nitrogen fertilization,
divided the rates in four seasons cut in the winter/spring. In the experiment III (2008/2009) it
19
was evaluated the response of corn crop in succession (over the straw) of grass implanted in
the experiment I and conducted in the experiment II. They were evaluated the production
components and the grain yield (2007/2008 and 2008/2009) and the ICF index (2008/2009) of
corn crop; the dry mass yield, chemical composition, ICF index, conversion efficiency of N-
fertilizer on forage and the grasses straw decomposition (2008), and the economic
performance of the system. The Panicum maximum cv. Mombaça sown simultaneously with
the corn crop decreased the grain yield, in relation to single grown corn; the consortium most
recommended is with Panicum maximum cv. Tanzania, mainly sown simultaneously. The
nitrogen fertilization in the winter/spring increased the dry mass yield and improved the
chemical composition of Panicum maximum cv. Tanzânia, Panicum maximum cv. Mombaça,
Brachiaria brizantha cv. Marandu e Brachiaria ruziziensis, and increased the straw deposited
on the soil surface and the grain yield of corn crop in succession and decreased the lignin/N
ratio of straw, which combined the high temperatures accelerate the straw decomposition. The
best conversion efficiency of N-fertilizer on forage was obtained with 200 kg/ha/year of
nitrogen split in four seasons of cut, and the Panicum grasses were more efficient in this
conversion. The leaf chlorophyll content (ICF index) is a good indicator of the dry mass yield
and leaf crude protein content of grasses studied; and the grain yield and leaf nitrogen content
of corn crop. The 800 kg/ha/year of nitrogen rate applied in the Panicum maximum cv.
Tanzânia, Panicum maximum cv. Mombaça, Brachiaria brizantha cv. Marandu e Brachiaria
ruziziensis in spring/winter and the meat production estimates (@/ha) with daily weight gain
of 0.2 kg/animal were economically unviable, while the possible supply of nitrogen through
the organic matter soil mineralization under consolidated no-tillage system, the economic
performance in the absence of pasture nitrogen fertilization was similar to 200 and 400
kg/ha/year of nitrogen rates. The pasture nitrogen fertilization (200 a 400 kg/ha/year of N)
formed by intercropped with the corn crop in crop-livestock integration under irrigated no-
tillage system is a viable alternative to increase the grain yield and the meat production
estimates, mainly using animals with high genetic potential for daily weight gain (0.6
kg/animal), reducing the need for new agricultural areas.
Keywords: straw decomposition in no-tillage system, conversion efficiency of N-fertilizer on
forage, times of intercrop, contribution margin, meat and grain yield.
20
1. INTRODUÇÃO
A maior limitação para a sustentabilidade do sistema plantio direto (SPD) na região do
Cerrado é a baixa produção de palhada no período de outono a primavera, em razão das
baixas disponibilidades dricas e temperaturas elevadas, caracterizando essas regiões como
de inverno quente e seco. Assim, devido à rápida decomposição da palhada das culturas de
verão e a alta probabilidade de insucesso das culturas outonais (safrinha), muitas áreas ficam
ociosas durante sete meses do ano e com baixa cobertura vegetal, comprometendo a
viabilidade e sustentabilidade do SPD.
Uma visão objetiva e sucinta da pecuária de corte tradicional no Cerrado indica que a
produção de forragem e, conseqüentemente, a produção animal são baixas e bastante aquém
do potencial das gramíneas forrageiras tropicais. Visto que o potencial da forrageira não é o
fator limitante, a baixa produtividade do sistema reflete a inadequação do ambiente de
produção, particularmente com relação à fertilidade do solo e ao manejo do pastejo.
Como alternativa para essas dificuldades, iniciou-se o consórcio de culturas graníferas
(milho, sorgo, milheto, arroz e soja), com forrageiras tropicais, principalmente do gênero
Panicum e Brachiaria em áreas de lavoura, com solo parcial ou devidamente corrigido. No
entanto, o conhecimento do comportamento das espécies na competição por fatores de
produção torna-se de grande importância para o êxito na formação da pastagem e
produtividade satisfatória da cultura de grãos. Assim, a produção de forragem no período
seco, pode até promover ganho de peso dos animais, e produção de palhada para o SPD, sem
a necessidade de semeadura de plantas de cobertura em inverno/primavera.
Dos nutrientes considerados essenciais ao desenvolvimento das forrageiras, o nitrogênio
é um dos que promove os maiores aumentos da produção de forragem, sendo que a
necessidade desse nutriente é maior após o desenvolvimento inicial da gramínea, pois
21
22
ocorrem diversas alterações fisiológicas, como o número, tamanho, massa e taxa de
aparecimento de perfilhos e folhas e alongamento do colmo, além de ser necessário à síntese
de ácidos nucléicos, proteínas, hormônios, clorofila e vários outros compostos essenciais ao
desenvolvimento das plantas.
Considerando que no consórcio pode ocorrer competição pelo nitrogênio entre a planta
produtora de grãos e a forrageira, o manejo adequado da adubação nitrogenada pode atender a
demanda pelo elemento nos estádios cruciais da cultura produtora de grãos. Contudo, estudos
relacionados ao manejo da adubação nitrogenada nesse sistema de produção são excassos.
Assim, o estudo da adubação nitrogenada nos capins como forma de minimizar o efeito
da imobilização de nitrogênio para a cultura granífera em sucessão é de suma importância,
podendo, ainda, aumentar a produção de forragem e a produção animal, principalmente
quando aplicada após a colheita da cultura de grãos. Nesse contexto, o emprego do medidor
portátil de clorofila, equipamento que permite medições instantâneas do teor de clorofila na
folha por meio dos índices SPAD ou ICF, constitui alternativa promissora para avaliação do
teor de N nas plantas, possibilitando o manejo mais eficiente da adubação nitrogenada. Além
disso, é possível a sincronização da aplicação do N com a época de demanda do nutriente pela
planta. Entretanto, o número de informações com forrageiras tropicais é muito pequeno.
Enfatiza-se que reduzido número de pesquisas sobre sistemas de integração lavoura-
pecuária (ILP) no Brasil, principalmente pelas dificuldades metodológicas na avaliação das
interações solo-animal-planta. Além disso, no geral, para se obter resultados coerentes, torna-
se necessário longa duração e ocupação de áreas extensas. Nesse sentido, necessidade de
intensificação de pesquisas interdisciplinares sobre esse tema, contemplando diferentes
espécies forrageiras e de culturas agrícolas, categorias animais, sistemas de pastejo e
características edafoclimáticas.
Diante do exposto, o trabalho de pesquisa objetivou: 1) avaliar a produtividade de grãos
da cultura de milho em épocas de consorciação com o Panicum maximum cv. Tanzânia,
Panicum maximum cv. Mombaça, Brachiaria brizantha cv. Marandu e Brachiaria ruziziensis
em SPD irrigado; 2) avaliar a adubação nitrogenada dos capins após a colheita do milho em
quatro épocas de corte no inverno/primavera quanto à produtividade de massa seca, a
composição bromatológica, o índice ICF e decomposição da massa seca residual após a
última época de corte; 3) avaliar o efeito residual da adubação nitrogenada nos capins na
cultura do milho em sucessão; 4) avaliar o desempenho econômico do milho consorciado, da
pastagem e do milho em sucessão e do sistema de ILP como um todo, considerando o ganho
de peso vivo médio diário de 0,2 e 0,6 kg/animal.
23
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Integração lavoura-pecuária (ILP) sob sistema plantio direto (SPD)
Uma definição consensual de ILP proposta por pesquisadores da Embrapa Gado de
Corte, Embrapa Cerrados, Embrapa Milho e Sorgo e Embrapa Arroz e Feijão, que trabalham
com sistemas de ILP seria a seguinte: Integração lavoura-pecuária são sistemas produtivos
de grãos, carne, leite, lã, e outros, realizados na mesma área, em plantio simultâneo,
seqüencial ou rotacionado, onde se objetiva maximizar a utilização, os ciclos biológicos das
plantas, animais, e seus respectivos resíduos, aproveitar efeitos residuais de corretivos e
fertilizantes, minimizar e otimizar a utilização de agroquímicos, aumentar a eficiência no uso
de máquinas, equipamentos e mão-de-obra, gerar emprego e renda, melhorar as condições
sociais no meio rural, diminuir impactos ao meio ambiente, visando a sustentabilidade”
(MACEDO, 2009). Assim, a ILP tem se tornado opção vantajosa, proporcionando ganhos
mútuos ao produtor, principalmente nas regiões de Cerrado (LANDERS, 2007).
No passado, a integração da produção de grãos com a atividade pecuária limitava-se a
restritas opções. Hoje, contudo, existem inúmeras ofertas tecnológicas aplicáveis aos mais
diversos anseios e situações socio-econômicas dos produtores. A ILP pode ser feita pelo
consórcio, sucessão ou ainda rotação de culturas anuais com forrageiras, sendo que os objetivos
na atividade pecuária vão desde a recuperação de pastagens degradadas, a manutenção de altas
produtividades das pastagens e, principalmente, a produção forrageira na entressafra, enquanto
que na exploração lavoureira, objetiva-se a quebra do ciclo de pragas, doenças e plantas
daninhas, redução via supressão física ou alelopática, de doenças das plantas cultivadas com
origem no solo, melhoria na conservação de água, redução na variação da temperatura no solo e
a possibilidade de agregar valor ao sistema (KLUTHCOUSKI; YOKOYAMA, 2003).
24
A utilização do SPD é uma tecnologia crescente, sendo que em 2003 na região dos
Cerrados barasileiros, já representava 40,78% dos sistemas de cultivo. Acredita-se que esse
porcentual tenha ultrapassado os 65% em 2008/2009 (MACEDO, 2009). O grande avanço
se deu pelas vantagens comparativas entre o SPD e os sistemas tradicionais, em termos
agronômicos, econômicos e ambientais. A adoção do SPD em sua plenitude, nas diversas
condições climáticas e edáficas, no entanto, é altamente dependente de culturas adequadas
para a produção e manutenção de palha sobre o solo, para que o sistema seja eficiente e
vantajoso. Várias culturas têm sido utilizadas e testadas para cobertura de solo, rotação, e
pastejo no outono-inverno, e entre as mais promissoras estão: o milho, o milheto, o sorgo
granífero e o forrageiro, o nabo forrageiro e as gramíneas forrageiras tropicais, consorciadas
ou não, sobretudo as braquiárias.
A degradação das pastagens, o monocultivo da soja em áreas extensas, a pressão social
sobre a terra, dividas financeiras, preços de insumos e produtos e competição global, vem
exigindo, cada vez mais eficiência dos produtores. Nesse sentido, sistemas de ILP podem ser
promissoras alternativas na recuperação de pastagens degradadas e realização de agricultura
sob SPD, visando a produção de palhada, melhoria das propriedades do solo, uso racional de
insumos, máquinas, equipamentos e mão-de-obra, empregos e aumento de renda no campo,
além de diversificar a produção e o fluxo de caixa dos produtores (MACEDO, 2009).
De acordo com Pariz et al. (2009), apesar das vantagens que esse sistema pode
proporcionar em relação a sistemas não-integrados de produção, seu sucesso depende de
adequado conhecimento sobre o sistema como um todo. Conforme Kluthcouski; Stone (2003),
o manejo da propriedade deve ser realizado com o objetivo de obtenção de elevadas
produtividades, seja no componente animal como no vegetal. Sistemas que envolvem a
interação solo-planta-animal são mais complexos do que sistemas que envolvem somente a
interação solo-planta. Esse conhecimento deve servir de subsídio para o planejamento das
ações a serem desenvolvidas nas propriedades.
Nesse contexto, de acordo com Balbinot Júnior et al. (2009), sistemas de ILP pressupõe
a prática de cinco fundamentos básicos: 1) Correção da acidez e fertilidade do solo; 2) Uso do
SPD; 3) Rotação de culturas; 4) Uso de genótipos de animais e vegetais melhorados que
apresentem produtividade elevada com parâmetros qualitativos e de rusticidade desejados; e
5) Manejo correto da pastagem, principalmente em termos de adubação e altura da pastagem.
A manutenção do solo estruturado e coberto com plantas vivas ou com palha é fator
chave para que o solo suporte a ação mecânica do pisoteio de animais, sem que haja
compactação. Por um lado, a palha dissipa parte da energia do impacto mecânico do pisoteio
25
(BRAIDA et al., 2006); por outro lado, o solo estruturado possui maior resistência à
deformação plástica decorrente da aplicação de cargas sobre a superfície.
Como em qualquer sistema de produção vegetal, a rotação de culturas é imprescindível
para a sustentabilidade de sistemas de ILP, pois melhora a qualidade e a conservação do solo,
reduz a incidência de pragas, doenças e plantas daninhas e aumenta a diversificação temporal
da exploração econômica na propriedade rural.
O manejo apropriado da pastagem é fator imperativo para o sucesso de sistemas de ILP.
Em relação à adubação, é inegável que a maioria das espécies forrageiras exibe elevada
resposta produtiva frente à melhoria da disponibilidade de nutrientes. A deficiência de
nitrogênio limita a produtividade de massa seca, principalmente em gramíneas (GARAY et
al., 2004). Além disso, a adubação nitrogenada pode melhorar o desempenho de culturas
semeadas em sucessão, devido ao aproveitamento de N residual, como observado em trabalho
desenvolvido por Assmann et al. (2003). Além do nitrogênio, têm sido comum pastagens com
deficiência de fósforo e potássio.
Cada espécie forrageira apresenta altura adequada de pastejo, dependendo das suas
características morfofisiológicas. Em alturas de plantas muito elevadas, há reduzidos teores de
proteína bruta e energia e elevado teor de fibra bruta, o que reduz o consumo e a
digestibilidade da forragem, além de haver perda de folhas e caules devido à senescência,
reduzindo o nível de utilização da pastagem pelos animais (PIRES, 2006). Por outro lado,
pastagem super pastejada exibe reduzido índice de área foliar (IAF), o que compromete a
interceptação de radiação solar pelo dossel e, consequentemente, redução da fotossíntese
líquida da pastagem e comprometimento da rebrota. Além disso, pastagens que apresentam
baixa cobertura do solo devido ao pastejo excessivo permitem infestações de plantas daninhas
e ocorrência de erosão hídrica (BALBINOT JÚNIOR et al., 2009)..
De acordo com Macedo (2009), as estatísticas sobre áreas utilizadas com sistemas de
ILP o precárias, e não se tem a dimensão correta de sua extensão. Estima-se que
aproximadamente 5% da área de culturas anuais pratique em algum grau essa tecnologia.
Regiões no País que se destacam estão em Maracaju-MS, Rio Verde-GO, Campo Mourão-PR
e Rondonópolis-MT; enquanto que iniciativas se destacam em Luis Eduardo Magalhães-BA,
Uberlândia-MG, Pedro Afonso-TO e Assis-SP.
2.2. Estabelecimento de pastagens consorciadas com o milho em sistemas de ILP
A degradação das pastagens ao longo dos anos têm sido um dos grandes problemas para
a atividade pecuária, por ser desenvolvida em pastagens mal formadas, afetando a
26
sustentabilidade desse sistema de produção, sendo que aproximadamente 80 milhões de
hectares de pastagens do Brasil são ocupados com o capim-marandu, representando
aproximadamente 70% das pastagens cultivadas no país, formando extensos monocultivos,
especialmente na região de cerrado (LANDERS, 2007).
Devido aos grandes investimentos necessários para a formação, recuperação e reforma
de pastagens, têm-se buscado diversas técnicas visando a diminuição desses investimentos
(JAKELAITIS et al., 2005). A ILP tem se tornado opção vantajosa, beneficiando duas
atividades de importância econômica (produção de grãos e pecuária), proporcionando ganhos
mútuos ao produtor, principalmente nas regiões do bioma Cerrados (LANDERS, 2007).
Aidar; Rodrigues; Kluthcouski (2003), relataram que na maior parte da região do
Cerrado brasileiro, as áreas utilizadas para produção de grãos permanecem em pousio
aproximadamente oito meses, quando adota-se apenas uma safra por ano agrícola, em virtude
das condições climáticas no início do outono, principalmente no tocante à deficiência hídrica.
Em regiões onde é possível o cultivo de safrinha, pode-se optar pela produção de culturas
forrageiras na entressafra em sucessão à cultura anual de verão, sendo semeada em fevereiro-
março, como por exemplo as culturas do milho safrinha ou do sorgo. Pode-se optar ainda pelo
cultivo consorciado da planta forrageira anual com a espécie perene, objetivando a produção
de forragem no inverno e a formação de cobertura morta para a próxima estação chuvosa
(KLUTHCOUSKI et al., 2000). Assim, o consórcio de milho com forrageiras perenes no
verão é uma opção para produção de forragem do outono à primavera (KLUTHCOUSKI;
YOKOYAMA, 2003), em que o corte dessa para fornecimento como volumoso aos animais, é
uma alternativa ao invés de armazená-las na forma de silagem.
Em áreas de lavoura com solos devidamente corrigidos, foi preconizado o sistema
consorciado de culturas graníferas com forrageiras tropicais, principalmente as dos gêneros
Brachiaria e Panicum. O consórcio é estabelecido anualmente, podendo ser implantado
simultaneamente à semeadura da cultura anual, ou cerca de 10 a 20 dias após a emergência
desta (KLUTHCOUSKI et al. 2000), e o conhecimento do comportamento das espécies, na
competição por fatores de produção, evita que a competição existente entre as espécies
inviabilize o cultivo consorciado (KLUTHCOUSKI; AIDAR, 2003). Tal sistema tem sido
objeto de estudo de vários pesquisadores (KLUTHCOUSKI et al., 2000; KLUTHCOUSKI;
AIDAR, 2003; JAKELAITIS et al. 2005; ALVARENGA et al., 2006; BORGHI, 2007;
BORGHI; CRUSCIOL, 2007), os quais relataram que, na maioria dos estudos, a presença da
forrageira não afetou a produtividade de grãos de milho. Kluthcouski; Aidar (2003)
verificaram também, que na maioria dos locais, ocorreram tendências ao aumento de
27
produtividade no sistema consorciado, provavelmente em função da não aplicação de
herbicida graminicida em pós-emergência, reduzindo possíveis efeitos fitotóxicos.
De maneira geral, as gramíneas forrageiras tropicais apresentam lento acúmulo de
massa seca da parte aérea até 50 dias após a emergência, enquanto a maioria das culturas
anuais sofre influência por competição nesse período (TSUMANUMA, 2004). No caso do
cultivo consorciado, os resultados de pesquisa tem possibilitado constatar que a competição
da planta forrageira com o milho pode ser amenizada com a utilização de sub-doses de
herbicidas pós-emergentes, como Nicosulfuron (JAKELAITIS et al., 2004), ou ainda por
meio da semeadura da mistura das sementes do capim-Marandu com fertilizante de
semeadura em maiores profundidades que as sementes da cultura produtora de grãos
(KLUTHCOUSKI et al., 2000). Outro modo de diminuir consideravelmente a
competitividade entre as espécies quando consorciadas tem sido a semeadura da planta
forrageira por ocasião da adubação de cobertura ou após a emergência do milho
(TSUMANUMA, 2004; JAKELAITIS et al., 2004).
Assim, pode-se afirmar que no geral, os resultados estão associados à combinação de
vários fatores, como população da forrageira (KLUTHCOUSKI et al., 2000), arranjos de
semeadura (espaçamento entrelinhas) (BORGHI; CRUSCIOL, 2007), época de implantação
(TSUMANUMA, 2004), plantas daninhas e aplicação de herbicidas (JAKELAITIS et al.,
2005), fertilidade do solo e condições hídricas (ALVARENGA et al., 2006).
2.3. Produtividade, composição bromatológica e índices SPAD e ICF de capins dos
gêneros Panicum e Brachiaria submetidos à adubação nitrogenada
O nitrogênio é um dos elementos minerais mais limitantes da produtividade de massa
seca dos capins destinados a pastejo, colheita como forragem ou simplesmente cobertura
morta, onde fatores como excesso na lotação animal e superpastejo, prejudicam o
estabelecimento e a duração das pastagens, principalmente no tocante à atividade extensiva
(VILELA et al., 2004). Porém, o manejo e a dinâmica do nutriente no solo e na planta tornam-
se mais importantes do que a dose a ser aplicada.
De acordo com Cantarella (2007), dentre as principais características peculiares do
nitrogênio, pode-se citar sua grande mobilidade no solo, as transformações mediadas por
microrganismos, a possibilidade de perdas por volatilização e/ou lixiviação e o baixo efeito
residual no solo, sendo que a fonte natural de nitrogênio no solo é a matéria orgânica, a qual
transforma o referido elemento da forma orgânica em mineral após mineralização, mediante
ação de microrganismos decompositores.
28
De acordo com Martha Júnior; Vilela; Barcellos (2006), a eficiência de conversão do N-
fertilizante em forragem, em pastagens de gramíneas tropicais na região do Cerrado, é em
média de 26 kg de massa seca/kg de N aplicado, podendo, contudo, chegar a 83 kg de massa
seca/kg de N, sendo que as maiores eficiências médias observadas foram para as doses de até
150 kg/ha/ano de N. Nascimento Júnior et al. (2003), afirmaram que a possibilidade de
resposta das pastagens à adubação nitrogenada, situa-se na faixa de 400 a 800 kg/ha de N,
com eficiências de 40 a 70 kg de massa seca/kg de N aplicado.
Na literatura, a relação entre adubação nitrogenada e FDA é inconsistente. Barros et al.
(2002) obtiveram aumento de 0,075 g/kg de massa seca no teor de FDA por kg de N aplicado.
Por outro lado, Costa et al. (2004) verificaram menores teores de FDA no capim-Tanzânia na
época das águas com a aplicação de 450 kg/ha de N, em comparação a 300 e 150 kg/ha de N,
que não diferiram entre si.
Cecato et al. (2004), com a aplicação de quantidades crescentes de N não constataram
melhorias na digestibilidade in vitro da massa seca do capim-Marandu, muito embora, tenha
promovido redução da FDN e FDA. No mesmo trabalho, a aplicação de doses crescentes de N
(até 600 kg/ha) proporcionou incremento nos teores de PB na forragem, sendo os maiores no
período de verão, independente da menor relação lâmina foliar/colmo. Resultados
semelhantes aos descritos anteriormente foram obtidos por Costa et al. (2007), em Latossolo
Vermelho Eutrófico textura argilosa, avaliando o capim-Marandu em estágio moderado de
degradação, por um período de três anos, onde o aumento das doses de N até 300 kg/ha,
promoveu acréscimos expressivos no teor de PB e redução nos teores de FDN e FDA, sendo
que o maior teor de PB foi obtido no terceiro ano de recuperação.
Azenha et al. (2007), comparando espécies de braquiária, concluíram que a B.
ruziziensis apresentou melhor composição bromatológica, com maiores teores de PB e
menores teores de FDN, FDA, hemicelulose, celulose e lignina, o que pode resultar em
melhor digestibilidade, visto que, de acordo com Silva; Queiroz (2002), normalmente, o
aumento do teor de lignina e outros compostos estruturais da parede celular têm correlação
significativa e inversa com a digestibilidade e aproveitamento de nutrientes pelos animais.
Nesse contexto, a Brachiaria ruziziensis, apesar de apresentar normalmente, menor
produtividade de massa seca, em relação à B.brizantha, na ILP destaca-se pela rápida
cobertura do solo, boa composição bromatológica, palatabilidade, excelente reciclagem de
nutrientes, facilidade na sua dessecação e produção uniforme de sementes, pois floresce
uma vez, enquanto a B. brizantha floresce de forma desuniforme, o que favorece a criação de
bancos de sementes no solo, que podem atrapalhar as semeaduras subsequentes (TRECENTI,
29
2005; PIRES, 2006; CECCON, 2007). Outros capins que carecem de informações são as do
gênero Panicum, que possuem características diferentes das do gênero Brachiaria,
principalmente em relação ao hábito de crescimento e exigência em condições
edafoclimáticas (PIRES, 2006).
Devido ao sombreamento no consórcio com o milho, a forrageira diminui sua taxa de
acúmulo de massa seca, além do que, a aplicação de sub-doses de herbicidas, ou a semeadura
da forrageira em pós-emergência da cultura, aumenta essa diferença. Kluthcouski; Aidar
(2003) verificaram que a partir da senescência do milho, o desenvolvimento do capim torna-
se rápido, podendo atingir 2.000 kg/ha de massa seca e a aplicação de N em cobertura 30 dias
após a colheita da cultura anual, além de proporcionar maior produtividade de massa seca aos
57 dias após a colheita, resultou em melhoria na composição bromatológica (13,17 t/ha de
massa seca e 10,5% PB; 8,43 t/ha de massa seca e 7,2% PB, com e sem N, respectivamente).
Apesar de benefícios do efeito residual da adubação da cultura produtora de grãos na
ILP serem descritos por Martha Júnior; Vilela (2007), esses não ignoraram a adubação
nitrogenada da pastagem, visto que a baixa diponibilidade de nitrogênio proveniente apenas
desse residual pode limitar o desenvolvimento do capim. Borghi (2007) verificou que o
consórcio com capins o diminuiu a produtividade de grãos da cultura do milho; o capim-
Mombaça foi mais eficiente no acúmulo de massa seca quando realizada a adubação
nitrogenada após a colheita do milho para grãos em relação ao capim-Marandu e as maiores
doses de nitrogênio refletiram em maiores produtividades de massa seca, quando os capins
foram semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura no milho. No entanto, o
capim-Marandu apresentou melhor valor nutritivo com o decorrer do período de outono-
inverno e quando semeado em consórcio e adubado com nitrogênio após a colheita do milho
visando forragem no outono-inverno e palhada para safra seguinte, em que as doses a serem
empregadas devam ser superiores a 60 kg/ha de N.
A principal relação existente entre a fertilidade do solo e a disponibilidade de nitrogênio
refere-se ao aumento de matéria orgânica (ANGHINONI, 2007). Porém, conforme Barducci
et al. (2009), em sistemas de ILP, a utilização de fertilizantes nitrogenados após a colheita da
cultura produtora de grãos pode incrementar a disponibilidade do elemento ao sistema,
proporcionando estabelecimento mais rápido da pastagem e aumento na produtividade de
massa seca ao longo dos cortes/pastejos no período de outono-inverno, pois apesar da grande
quantidade, a palha proveniente do milho não supre a demanda de nitrogênio, principalmente
pelos processos de imobilização microbiana, havendo então a respostas diferenciadas entre os
30
capins quanto a adubação nitrogenada, e mesmo dentro da espécie, aumentos diferenciados ao
longo dos cortes/pastejos.
Em estudo sobre a produtividade e diagnose foliar dos capins Aruana e Mombaça em
Latossolo Vermelho-Amarelo adubado com doses de N, Colozza (1998) verificou índices ICF
de 32,7 e 39,7 nas lâminas de folhas recém expandidas, no primeiro e segundo corte do
capim-Aruana, respectivamente. No capim-mombaça, verificou que o índice ICF aumentou
linearmente com as doses de N e as folhas recém-expandidas apresentaram o valor de 38,6
para ambos os cortes, valores estes, semelhantes aos de Benett et al. (2008) avaliando o
capim-marandu submetido a cortes, fontes e doses de N, e inferiores aos de Manarin;
Monteiro (2003), nas folhas recém expandidas no segundo corte do capim-mombaça (entre
41,0 e 45,0). Todos esses autores verificaram que com aumento das doses de N, ocorreu maior
leitura ICF na planta, comprovando a relação entre nitrogênio e clorofila.
Assim, a determinação do teor de clorofila realizada por meio de leituras com
clorofilômetro nas lâminas foliares (índices SPAD ou ICF) viabiliza o diagnóstico prévio de
uma possível deficiência de N (ROCHA et al., 2005), com relação linear aque o N não seja
mais assimilado e acumulado na forma de nitrato, tendendo formar uma estabilização da
intensidade de verde, de forma a refletir o acúmulo de nitrato (ABREU; MONTEIRO, 1999).
Porém, ainda são escassas as informações de pesquisas correlacionando esses índices com a
composição bromatológica e a produtividade das forrageiras perenes tropicais manejadas
intensivamente em sistemas de ILP sob irrigação, em que a exigência de nitrogênio é alta.
2.4. Formação de palhada para o SPD e decomposição dos resíduos vegetais
A manutenção de palha sobre o solo em SPD garante o sucesso deste quanto à proteção
contra a erosão e também, após decomposição dos resíduos, aumento nos teores de matéria
orgânica, fundamental na reciclagem de nutrientes. As taxas de decomposição dependem da
natureza do material vegetal, do volume, da fertilidade do solo, do manejo da cobertura e das
condições climáticas, representadas, principalmente, pela pluviosidade e temperatura. De
acordo com Kluthcouski; Stone (2003), a palhada de capim-marandu, associada a restos
culturais de milho provenientes de cultivo consorciado, ultrapassaram 17 t/ha de massa seca,
mantendo-se suficiente para cobertura do solo por mais de 107 dias. Isto demonstra a
capacidade destas espécies em sistemas de produção como a ILP.
Produções médias de 12 t/ha são frequentemente obtidas e proporcionam plena
cobertura do solo, com boa espessura de palhada, principalmente quando o consórcio é feito
com a cultura do milho (CRUSCIOL et al., 2009). Borghi et al. (2008), avaliando a
31
quantidade de palhada remanescente na superfície do solo, antes da semeadura da safra de
verão seguinte, obtiveram valores da ordem de 7 a 13 t/ha na área onde ocorreu o consórcio
de milho com capim-marandu, independente da forma de estabelecimento da forrageira (na
linha, na entrelinha ou na linha e entrelinha do milho) ou do espaçamento do milho (0,45 e
0,90 m). Esses valores foram significativamente superiores à média verificada na área com
milho sem consorciação (2,5 t/ha) aos 7 meses após a colheita.
De acordo com Severino et al. (2006), a alta produtividade das forrageiras, mesmo
quando em competição com plantas daninhas e principalmente com o milho, se deve à
semeadura simultânea das culturas, permitindo maior acúmulo de biomassa pela forrageira
devido ao menor efeito de competição interespecífica. A única ressalva, quando do emprego
de forrageiras perenes como produtoras de palhada, é a utilização de algumas cultivares do
gênero Panicum (Mombaça, Tanzânia e Tobiatã) que, quando permanecem nas áreas por
períodos superiores a seis meses, tendem a formar touceiras, dificultando o desempenho das
semeadoras. No entanto, foram lançados algumas cultivares de porte baixo e com menor
tendência ao entouceiramento, como os capins Aries, Aruana e Massai.
Além da boa produção de palhada, uma das principais características que tem conferido
sucesso às forrageiras perenes em SPD em regiões de inverno seco, é a sua maior persistência
sobre o solo. Crusciol (2007) em Botucatu/SP, demonstrou que aos 51 dias após o manejo
químico restavam menos de 50% da palhada de milheto, enquanto ainda havia cerca de 70%
da palhada de capim-marandu e Panicum maximum remanescentes sobre o solo. Resultados
de Narimatsu (2004); Narimatsu (2008) também demonstraram as vantagens da palhada de
capim-marandu na produtividade das culturas da soja e do milho; no entanto, em áreas antigas
com pastagem desse capim é recomendado a aplicação de calcário e a mobilização do solo
para a implantação do sistema de ILP, utilizando posteriormente essas áreas para pastejo no
outono/inverno.
A quantidade e a persistência da palhada são importantes no controle de plantas
daninhas e, consequentemente, na redução dos custos com herbicidas. Borghi et al. (2008),
avaliando a ocorrência de plantas daninhas em área sob SPD antes da dessecação para a
semeadura da cultura de verão, verificaram que, independentemente da modalidade de
consórcio da cultura do milho com capim-marandu, a densidade de plantas daninhas foi
menor e, em consequência, a percentagem de controle maior, em relação ao milho sem
consorciação, chegando a 99% de supressão de plantas daninhas pelo consórcio dessas
espécies.
32
Kliemann; Braz; Silveira (2006), estudando taxas de decomposição de resíduos de
espécies de cobertura em Latossolo Vermelho distroférrico, concluíram que as palhadas mais
frágeis e menos persistentes em ordem decrescente foram do capim-mombaça, sorgo
granífero, milheto, estilosantes, guandu, capim-marandu em cultivo exclusivo e em consórcio
com milho, respectivamente. As perdas relativas de massa seca das palhadas aos 150 dias
mostraram a seguinte ordem decrescente de decomposição: sorgo (80%), estilosantes (72%),
guandu (65%), capim-mombaça (64%), milheto (58%), capim-marandu em cultivo exclusivo
(56%) e em cultivo consorciado (48%).
Na região Centro-Oeste do Brasil, áreas sob vegetação de cerrado m sendo
gradativamente substituídas por culturas anuais, pastagens e reflorestamentos. Os solos sob
vegetação nativa dos cerrados normalmente revelam favoráveis propriedadessicas. Contudo, a
partir do momento em que eles são utilizados para a produção agropecuária, com uso intensivo
de práticas agrícolas, ocorrem modificações das suas características originais. Portanto, para
manutenção ou melhoria das propriedades físicas e químicas do solo em SPD, a escolha e uso
de plantas de cobertura tem fundamental imporncia, uma vez que geram resíduos que
contribuem para a proteção do solo contra a erosão, e com o crescimento radicular e
decomposição da palha, produzem compostos que modificam as propriedades do solo, inclusive
com reciclagem de nutrientes que podem ser aproveitados pelas plantas (AIDAR;
KLUTHCOUSKI, 2003).
2.5. Produtividade do milho sobre palhada de forrageiras em SPD
A liberação e a disponibilidade de nutrientes para a cultura em sucessão devem ser
manipuladas pelo controle da quantidade e da qualidade dos resíduos das plantas antecessoras.
Nesse contexto, Borghi (2007) destacaram que as concentrações de componentes da parede
celular e a relação lignina/N total determinam a perenidade das coberturas na superfície do
solo e posterior mineralização de nutrientes, em especial o nitrogênio.
Várias culturas vem sendo empregadas como forma de produção de massa seca para a
sustentabilidade do SPD e fornecimento de forragem na primavera, dentre elas pode ser citado
o milheto e a aveia-preta, esta última mais utilizada na região sul do Brasil (SILVA et al.,
2007). Porém, em virtude dos custos para implantação destas espécies nas épocas
recomendadas (primavera e inverno, respectivamente), além da rápida degradação da palhada,
esses estudos vem sendo introduzidos como forma de proporcionar benefícios para a
sustentabilidade de sistemas de ILP, utilizando estratégias de manejo como o cultivo
consorciado.
33
A recuperação de nitrogênio pela cultura do milho, quando semeado em sucessão a
gramíneas pode apresentar variações pelo método isotópico, que variam entre doses, épocas
de aplicação e, no caso do cultivo no SPD, a espécie precedente, variando de 40 a 68%. No
tocante à recuperação de N por gramíneas forrageiras, resultados de estudos constataram
doses anuais de 200 a 400 kg/ha oriundos da fertilização ou da mineralização microbiana,
sendo a recuperação estimada por métodos isotópicos medida em cerca de 55% a 80% na
forragem colhida, e 5% a 15% podem ser perdidos por lixiviação e desnitrificação, e o
restante retido na matéria orgânica dos solos (VIDELA, 2004).
Assmann et al. (2003), avaliando a produtividade da cultura do milho em área de ILP
por meio de combinações de rotações de culturas envolvendo a semeadura de trevo branco
adubado com nitrogênio e a resposta do milho cultivado em sucessão, concluíram que as
plantas de milho que receberam a mais alta dose do nutriente como adubação de inverno não
responderam à aplicação de adubação nitrogenada no verão, evidenciando o efeito residual da
adubação nitrogenada de inverno. Porém, a inclusão de trevo branco no inverno não
proporcionou nitrogênio residual para a cultura do milho, uma vez que este foi pastejado
intensivamente até o início da primavera.
No cultivo consorciado pode ocorrer competição pelo nitrogênio entre a cultura do
milho e o capim. Contudo, estudos relacionados ao manejo da adubação nitrogenada nesse
sistema de produção são inexistentes. Assim, o estudo da adubação nitrogenada em plantas
forrageiras como forma de reduzir a relação lignina/N total, minimizar o efeito da
imobilização de nitrogênio e fornecer nitrogênio por meio da mineralização na época de maior
exigência da cultura produtora de grãos em sucessão é de suma importância, podendo, ainda,
aumentar a produtividade da forragem e a produção animal, principalmente quando aplicada
após a colheita da cultura de grãos, aproveitando as condições de temperatura elevada e de
precipitação pluvial do final do período de safra (BORGHI, 2007).
Vale ressaltar que a espécie da gramínea influencia a resposta à adubação nitrogenada
de uma cultura sobre sua palhada, pois esta exerce um papel fundamental na disponibilidade
de nitrogênio, sendo que em sistemas de produção que envolvem gramíneas com alta relação
lignina/N total, como o capim-marandu e o capim-mombaça em antecessão da cultura do
milho, pode haver a imobilização microbiana de parte do nitrogênio aplicado, reduzindo a
eficiência da adubação nitrogenada (SCHERER, 2001).
A mineralização ocorre quando excesso de nitrogênio no sistema, geralmente com
espécies de relação C/N ao redor de 15/1 a 20/1 e relação lignina/N total ao redor de 5/1.
Nesse caso, predomínio da mineralização sobre a imobilização, e o inverso pode ocorrer
34
com valores de relação superiores a 25. De acordo com Alvarenga et al. (2001), no SPD a
utilização de espécies com relação C/N mais alta, como é o caso de gramíneas, acarreta
decomposição mais lenta da palhada deixada sobre a superfície do solo, e processos como a
imobilização, mineralização e lixiviação são alterados.
2.6. Desempenho animal e economicidade de sistemas de ILP
A produtividade animal em pastagem depende do desempenho animal (ganho de peso
vivo), que está associcado à qualidade da forragem e da capacidade de suporte da pastagem
(número de animais por unidade de área), que é função da produtividade de massa seca.
Embora as gramíneas forrageiras tropicais não sejam de excelente qualidade, pois o ganho de
peso vivo que proporcionam está na faixa de 0,6 a 0,8 kg/animal/dia, a produtividade animal
pode ser elevada pelo seu grande potencial de produtividade de massa seca, principalmente no
período das águas (CORRÊA, 1997).
De acordo com Martha Júnior; Vilela; Barcellos (2006), em regiões de Cerrado, a taxa
de lotação (UA/ha) pode variar de 0,2-0,8; 0,5-1,5; 1,5-3,0; 5,0-12,0 e 2,5-7,0 no período das
águas e 0,2-0,4; 0,3-0,8; 1,0-1,5; 2,5-3,5 e 1,5-3,5 no período da seca, nos sistemas de
produção envolvendo pastagem degradada, pecuária tradicional, adubação moderada,
adubação elevada+irrigação e ILP, respectivamente, enquanto que o desempenho animal
(@/animal/ano) pode variar de 0,8-1,5; 2,5-5,0; 3,0-6,0; 3,0-6,0 e 3,0-6,0 e o desempenho
animal (@/ha/ano) de 0,8-2,0; 2,5-7,0; 8,0-18,0; 40,0-50,0 e 12,0-35,0 para os mesmos
sistemas de produção, respectivamente.
Assim, devido aos grandes investimentos para a formação, recuperação, reforma,
adubação e irrigação de pastagens, têm-se buscado técnicas visando a diminuição desses
custos, sendo que a ILP sob SPD em diversas regiões do mundo tem se tornado opção
vantajosa, beneficiando a produção de grãos e a pecuária, além de proporcionar resultados
sócio-econômicos e ambientais positivos (KLUTHCOUSKI et al., 2000; LANDERS, 2007;
TRACY; ZHANG, 2008).
Conforme Martha Júnior; Vilela (2007), a ILP passa a ser alternativa para viabilizar a
correção da fertilidade do solo em pastagens e minimizar o risco de oscilações nos preços dos
fertilizantes nos empreendimentos pastoris, visto que o preço relativo insumo-produto na
produção de grãos, tem sido mais estável do que na pecuária. Portanto, o risco associado ao
uso de fertilizantes em pastagens na ILP é reduzido, em resposta a um ambiente menos
dependente do uso de fertilizantes, sendo que com excessão do nitrogênio (N), geralmente o
35
efeito residual das adubações na cultura de grãos, dispensa em curto e médio prazos (um a
dois anos e meio) a adubação com fósforo e bases trocáveis (Ca
2+
, Mg
2+
e K
+
).
Desse modo, a escolha pela adubação de pastagens na ILP é mais robusta frente a
preços desfavoráveis (produto e insumos), além de aumento no retorno econômico quando as
condições ambientais e econômicas são favoráveis em comparação à adubação em pastos
exclusivos, bem como, a adubação nitrogenada da pastagem na ILP pode incrementar a
produção animal e a produtividade de grãos da cultura subsequente (MARTHA JÚNIOR;
VILELA; BARCELLOS, 2006), proporcionando vantagens econômicas em relação a sistemas
de produção não-integrados, que apresentam somente produção vegetal ou animal de forma
isolada (FONTANELI et al., 2000; ENTZ et al., 2002; MORAES et al., 2004; RUSSELLE;
ENTZ; FRANZLUEBBERS, 2007; SULC; TRACY, 2007), além da diversificação de renda,
resultante da produção vegetal e animal na mesma área (FONTANELI et al., 2000) e da
redução de riscos de insucesso econômico, já que há maior diversificação de atividades
econômicas (AMBROSI et al., 2001). Isso ocorre devido ao uso contínuo das áreas agrícolas
(ASSMANN et al., 2003; MORAES et al., 2004) e à redução de custos de produção
ocasionados pelas vantagens biológicas. Enfatiza-se que o aumento da renda por área é uma
das principais necessidades da agricultura de base familiar.
variações expressivas em termos de ganho de peso vivo por área e velocidade de
acabamento de carcaça em pastagens anuais de inverno, que o desempenho animal está
associado a todos os fatores que afetam a produção forrageira, a utilização pelos animais da
massa vegetal produzida e a conversão da massa vegetal consumida em carne. Vale destacar
que a produção de carne com base em gramíneas anuais ou perenes no inverno é
expressivamente afetada pela fertilização nitrogenada, sendo que as adubações residuais da
cultura anual podem beneficiar a produtividade de forragem, convertendo em carne ou leite
(MARTHA JÚNIOR; VILELA, 2007). No entanto, a variação dos preços de fertilizantes
nitrogenados, carne e leite podem influenciar as doses de N a serem aplicadas na
determinação da máxima eficiência econômica dessa adubação.
No tocante às culturas, há resultados de pesquisa que comprovam que, quando o sistema
de ILP é conduzido seguindo seus fundamentos, a produção é igual ou superior a sistemas
constituídos somente com esse componente. De acordo com Nicoloso; Lanzanova; Lovato
(2006), redução da produtividade das culturas da soja e do milho em sucessão à pastagens
anuais de inverno somente quando há elevada frequência e pressão de pastejo, em função da
menor adição de palha para cobertura do solo. Porém, Lunardi et al. (2008) verificaram que a
cultura da soja após pastagem de inverno apresentou produtividade de grãos superior à soja
36
após cobertura do solo, sem pastejo. Na cultura do milho, verificou-se similar estabelecimento
e produtividade de grãos quando a cultura foi semeada após pastagem ou cobertura do solo,
ambas compostas pelo consórcio de aveia preta, azevém, ervilhaca e trevo vesiculoso
(Trifolium vesiculosum Savi.).
Uma vez que o milho é o cereal mais produzido no Brasil, cultivado em cerca de 14,8
milhões de hectares, com produção aproximada de 59 milhões de toneladas de grãos e
produtividade média de 3.970 kg/ha, na safra 2007/2008 (CONAB 2009), torna-se
fundamental, em sistemas complexos como a ILP, o conhecimento dos custos de produção,
para auxiliar na tomada de decisão, quanto a formas de manejo que, além de promoverem
aumento da produtividade, resultem em redução de custos e minimizem riscos ambientais.
Nesse contexto, Cobucci et al. (2007) relataram que opções de ILP, incluindo o
consórcio de culturas anuais com forrageiras, têm se apresentado como promissoras opções
econômicas/ambientais de produção agrícola, sendo que, conforme Ceccon (2007), o retorno
econômico do milho safrinha, consorciado com os capins Tanzânia, Marandu e Ruziziensis,
foi maior, quando comparado ao milho safrinha sem consorciação.
Da mesma forma, de acordo com Trecenti; Oliveira; Hass (2008), a ILP tem condições
de viabilizar uma propriedade, já que o consórcio de milho com capim-marandu proporcionou
incremento de 27% na rentabilidade da atividade, quando comparada com a cultura do milho
sem consorciação. Muniz et al. (2007a, b) e revisões de Macedo (2009) também
demonstraram que a ILP é uma atividade economicamente lucrativa, sendo uma opção viável
para investidores do agronegócio na região dos Cerrados.
Esses resultados comprovam que o sistema de ILP pode gerar elevadas produtividades,
seja do componente animal ou vegetal. Assim, a alta produtividade e a redução de custos de
produção são fatores-chave para que sistemas de ILP sejam economicamente viáveis
(FONTANELI et al., 2000) e exibam menor risco de insucesso econômico ao longo do tempo
(AMBROSI et al., 2001).
Trabalhos de Costa; Macedo (2001); Cobucci et al. (2007); Muniz (2007a); Martha
Júnior; Vilela; Sousa (2008) demostraram as vantagens econômicas dos sistemas de ILP sobre
os sistemas tradicionais contínuos, sendo que a maioria apresenta vantagens nas taxas de
investimento e no valor presente líquido. Sistemas tradicionais de pastagem, embora
apresentem resposta à adubação de manutenção, quando comparados aos não adubados e à
pastagem degradada, não apresentam a mesma eficiência econômica, segundo Costa; Macedo
(2001), se comparados aos sistemas de ILP. As produções animais, nestes últimos, são
37
adicionadas a venda de grãos das lavouras. Contudo, os efeitos indiretos, tais como melhoria
das propriedades do solo, embora não computados, também são vantajosos para a ILP.
Assim, de acordo com Macedo (2009), estudos de avaliação sócio-econômica precisam
incorporar metodologias que considerem a contabilidade ambiental nos sistemas de ILP, pois
estes são também alternativa para recuperação de áreas de pastagens degradadas, que somam
porção extensa do território brasileiro. Sua adoção em maior escala ajudaria a evitar a abertura
de novas áreas de fronteira, principalmente nas regiões do Cerrado e da Amazônia. A ILP
permite a intensificação e o aumento da eficiência do uso da terra, proporcionando maiores
produções, em menos tempo e em menor área, diminuindo inclusive as taxas de emissão de
gases do efeito estufa por unidade de alimento produzido.
38
3. MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi composta de três experimentos sequenciais instalados em uma área que
apresentava um histórico de cinco anos no SPD (fase inicial/transição) com culturas anuais e
perenes para formação de palhada (milho, soja, sorgo forrageiro, feijão guandu, Brachiaria
brizantha cv. Marandu), sendo a cultura anterior feijão de inverno. A área foi irrigada por
aspersão (pivô central), quando necessário, em função de déficits dricos, durante todo o
período experimental.
3.1. Localização da área experimental e caracterização do local
O experimento foi desenvolvido nos anos agrícolas de 2007/2008 e 2008/2009, na
Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão, pertencente à Faculdade de Engenharia - Unesp,
Campus de Ilha Solteira, área de Produção Vegetal, localizada no município de Selvíria,
Estado de Mato Grosso do Sul (20
°
20’05”S e 51
°
24’26”W, altitude de 335 m). O tipo
climático é Aw, segundo classificação de Köppen, caracterizado como tropical úmido com
estação chuvosa no verão e seca no inverno. Na Figura 1 estão apresentados os dados de
precipitação pluvial e de temperatura no período de realização do experimento.
O solo da área é um LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico, classificado conforme
Embrapa (2006). Amostras dos atributos físicos e químicos do solo anteriormente à instalação
dos experimentos foram coletadas na camada de 0 a 0,20 m de profundidade e apresentaram
os seguintes valores: densidade do solo = 1,31 kg/dm
3
; macro, micro e porosidade total =
0,147; 0,334 e 0,481 m
3
/m
3
, respectivamente; pH (CaCl
2
) = 5,1; M.O. = 28 g/dm
3
;
H+Al=22,2 mmol
c
/dm
3
; P (resina) = 18 mg/dm
3
; K
+
, Ca
2+
e Mg
2+
= 3,2; 19,0 e 11,0
mmol
c
/dm
3
, respectivamente, e V=59,9%.
39
Figura 1. Dados climáticos durante a condução dos experimentos. Selvíria, Mato Grosso do
Sul. 2007 a 2009.
3.2. Experimento I Componentes da produção e produtividade da cultura do milho em
duas épocas de consorciação com os capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
em SPD
Este experimento foi conduzido no ano agrícola de 2007/2008.
3.2.1. Delineamento experimental e tratamentos
O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com quatro repetições. O
experimento foi constituído de nove tratamentos (consórcios) da cultura do milho com:
Panicum maximum cv. Tanzânia (capim-tanzânia) semeado simultaneamente (MTS);
Panicum maximum cv. Tanzânia (capim-tanzânia) semeado por ocasião da adubação
nitrogenada de cobertura (MTC); Panicum maximum cv. Mombaça (capim-mombaça)
semeado simultaneamente (MMS); Panicum maximum cv. Mombaça (capim-mombaça)
semeado por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura (MMC); Brachiaria brizantha cv.
Marandu (capim-marandu) semeado simultaneamente (MBS); Brachiaria brizantha cv.
Marandu (capim-marandu) semeado por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura
(MBC); Brachiaria ruziziensis (capim-ruziziensis) semeado simultaneamente (MRS);
Brachiaria ruziziensis (capim-ruziziensis) semeado por ocasião da adubação nitrogenada de
cobertura (MRC) e milho sem consorciação (MSC).
Cada unidade experimental (parcela) foi constituída por 4 linhas de 24 m de
comprimento, espaçadas em 0,90 m, perfazendo uma área total de 86,4 m
2
. Para as avaliações
dos componentes da produção e produtividade do milho, foram consideradas as duas linhas
centrais desprezando um metro na extremidade de cada linha de plantas.
40
3.2.2. Híbrido de milho
Foi utilizado o híbrido AG 8088, que tem como características principais: híbrido
simples (HS) de ciclo precoce, recomendado para semeadura cedo ou normal na região em
estudo. Possui grão de textura dura e cor alaranjada, tendo sua finalidade para produção de
grãos. O potencial produtivo ultrapassa 7.000 kg/ha de grãos, com populações entre 50.000 e
60.000 plantas/ha. Possui tolerância a doenças foliares como cercosporiose e é medianamente
tolerante a Phaeosphaeria maydis, Puccinia sorghi, Puccinia polysora e Helminthosporium
turcicum.
3.2.3. Instalação e desenvolvimento do experimento no ano agrícola 2007/2008
Antes da semeadura da cultura do milho, em 05/11/2007 foi realizada a dessecação das
plantas daninhas presentes na área experimental com a utilização dos herbicidas Glyphosate
na dose de 1,44 kg/ha do ingrediente ativo (i.a.) e 2,4-D amina na dose de 670 g/ha do i.a.
O híbrido de milho foi semeado em 20/11/2007, no espaçamento de 0,90 m e na
densidade para atingir estande final de 60.000 plantas/ha, por meio de semeadora adubadora
de discos para SPD. As sementes dos capins foram semeadas em espaçamento de 0,34 m na
quantidade de 7 kg/ha de sementes puras viáveis (VC=76%), sendo que nos consórcio em que
os capins foram semeados simultaneamente ao milho (20/11/2007), realizou-se operação
mecanizada com outra semeadora adubadora de discos para SPD, enquanto que nos
consórcios em que os capins foram semeados por ocasião da adubação nitrogenada de
cobertura do milho (19/12/2007), as sementes foram misturadas ao adubo minutos antes da
semeadura e acondicionadas no compartimento de fertilizante da semeadora adubadora. Em
ambas as épocas de consórcio, as sementes dos capins foram depositadas mecanicamente no
solo na profundidade de 0,03 m. As sementes de milho foram tratadas com o inseticida
Thiodicarb, na dose de 700 g de i.a./100 kg de sementes e a adubação mineral de semeadura
constou da aplicação de 20 kg/ha de N, 70 kg/ha de P
2
O
5
e 40 kg/ha de K
2
O, correspondendo
a 250 kg/ha do fertilizante formulado 08-28-16, seguindo as recomendações de Cantarella;
Raij; Camargo (1996) para a cultura do milho.
A emergência do milho ocorreu em 27/11/2007, enquanto os capins do gênero
Brachiaria tiveram sua emergência em 01/12/2007 e 26/12/2007 e do gênero Panicum em
04/12/2007 e 29/12/2007, para os consórcios simultâneo e por ocasião da adubação
nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
Aos 20, 27 e 34 dias após a emergência do milho (DAE), foi efetuado em toda área
experimental o controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) aplicando inseticida
41
Delthametrin, na dose de 5 g/ha do i.a. Simultaneamente, na aplicação empregou-se em
mistura de tanque herbicida a base de Nicosulfuron na dose de 8 g/ha do i.a., visando
amenizar o crescimento dos capins e consequentemente, minimizar a competição com o
milho. Essas operações foram efetuadas por meio de pulverizador de barras, com 12 m de
comprimento, utilizando bicos leque espaçados em 0,50 m.
Em 19/12/2007, quando a cultura do milho atingiu o estádio fenológico V4 (quatro
folhas totalmente desenvolvidas), procedeu- se a adubação de cobertura, aplicando 100 kg/ha
de N, na forma de uréia. Esta quantidade seguiu as recomendações de Cantarella; Raij;
Camargo (1996) para atingir a produtividade de 8-10 t/ha de grãos, com classe de resposta
alta para este nutriente, sendo esta quantidade indicada para áreas nos primeiros anos sob
SPD. A colheita manual do milho para avaliação dos componentes da produção e
produtividade (área útil da parcela) foi realizada em 27/04/2008, correspondendo a 152 DAE
do milho, enquanto que pelo excesso de chuvas, a colheita mecânica da área total foi realizada
em 09/05/2008.
3.2.4. Obtenção dos resultados
3.2.4.1. Determinação dos parâmetros de planta, componentes da produção e
produtividade da cultura do milho
a) Entande final de plantas e número de espigas por hectare
O estande final de plantas (EFP) e o número de espigas (NE) por hectare foram
determinados um dia antes da colheita. Para tanto realizou-se a contagem do número de
plantas e do número de espigas contidas em duas linhas centrais com comprimento de 10
metros, em cada unidade experimental.
b) Altura de plantas, altura de inserção da espiga principal e diâmetro basal do colmo
A altura de plantas (AP) e a altura de inserção da espiga principal (AIE) foram
determinadas mediante medição, com régua graduada em centímetros, da distância entre o
colo da planta e a inserção do pendão floral e a distância entre o colo da planta e a espiga
principal, respectivamente. O diâmetro basal do colmo (DBC) foi determinado no primeiro
entrenó acima do solo com o auxílio de paquímetro. Estas determinações foram efetuadas em
10 plantas escolhidas aleatoriamente dentro da área útil de cada unidade experimental, por
ocasião da avaliação do estande final.
42
c) Comprimento da espiga principal, número de grãos por espiga, massa de 100 grãos,
massa de grãos por espiga e produtividade de grãos
O comprimento da espiga principal (CE) foi determinado mediante medição, com régua
graduada em centímetros em dez espigas por unidade experimental. O número de grãos por
espiga (NGE) foi calculado multiplicando-se o número de fileiras e o número de grãos por
fileira, em dez espigas por unidade experimental. A massa de 100 grãos (M100) foi
determinada pela média dos grãos de quatro amostras de 100 grãos, e os resultados foram
corrigidos para o teor de 13% de umidade. A massa de grãos por espiga (MGE) foi calculada
multiplicando-se o NGE e a massa de um grão. A produtividade de grãos (PG) foi
determinada colhendo manualmente as plantas contidas em duas linhas centrais da unidade
experimental desprezando um metro nas extremidades de cada linha de plantas, perfazendo
área útil de 39,6 m
2
. Após a colheita, as espigas foram debulhadas mecanicamente, pesou-se
os grãos e posteriormente calculou-se a PG em kg/ha corrigida para o teor de 13% de
umidade.
3.2.5. Análise estatística
Todos os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F (P<0,05) e
posteriormente realizou-se a comparação de médias entre os tratamentos pelo teste de Tukey
(P<0,05) utilizando-se o programa estatístico SISVAR® (FERREIRA, 1999).
3.3. Experimento II Produtividade, composição bromatológica e teor de clorofila
(índice ICF) dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis em função da
época de consorciação com o milho, adubação nitrogenada e época de corte no
inverno/primavera
Este experimento foi conduzido no ano de 2008 após a colheita de grãos da cultura do
milho.
3.3.1. Delineamento experimental e tratamentos
O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em esquema de parcelas
subdivididas, com quatro repetições. As parcelas foram constituídas por oito tratamentos
(consórcios) dos capins após a colheita do milho na safra 2007/08: capim-tanzânia semeado
simultaneamente (TS); capim-tanzânia semeado por ocasião da adubação nitrogenada de
cobertura (TC); capim-mombaça semeado simultaneamente (MS); capim-mombaça semeado
por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura (MC); capim-marandu semeado
43
simultaneamente (BS); capim-marandu semeado por ocasião da adubação nitrogenada de
cobertura (BC); capim-ruziziensis semeado simultaneamente (RS) e capim-ruziziensis
semeado por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura (RC), e as subparcelas compostas
pela ausência e três doses de N aplicadas nos capins (50, 100 e 200 kg/ha de N) utilizando
ureia em cobertura, após cada uma das quatro épocas de corte no inverno/primavera. As
parcelas tinham área útil de 90 m
2
e as subparcelas 18 m
2
.
3.3.2. Desenvolvimento do experimento
Após a operação de colheita do milho, em 10/06/2008 todas as unidades experimentais
foram uniformizadas com roçadora mecânica, adotando como referência 0,30 e 0,20 m em
relação à superfície do solo para os capins dos neros Panicum e Brachiaria,
respectivamente. Esse manejo teve por objetivo estimular o perfilhamento e padronizar a
idade fenológica dos capins entre as épocas de corte, simulando o corte de homogeneização
sem remoção do material da área, permanecendo a palhada sobre a superfície do solo.
Procedeu-se, então, a aplicação das doses de N (50, 100 e 200 kg/ha) em cobertura,
distribuídas nas entrelinhas dos capins. A primeira adubação ocorreu em 30/06/2008 e os
cortes foram realizados em 30/07/2008, 29/08/2008, 29/09/2008 e 29/10/2008 (1ª, 2ª, e
épocas de corte, respectivamente), sendo que as adubações foram realizadas logo após o corte
dos capins a uma altura de 0,40 e 0,30 m em relação à superfície do solo para os capins dos
gêneros Panicum e Brachiaria, respectivamente, com posterior retirada do material, em que
principalmente as folhas foram exportadas da área, simulando a colheita com colhedora de
forragem.
3.3.3. Obtenção dos resultados
3.3.3.1. Determinação da produtividade de massa seca e porcentagem de matéria seca
dos capins
Foram realizadas amostragens para determinação da produtividade de massa seca
(PMS) e porcentagem de matéria seca (%MS). Para essas avaliações adotou-se o seguinte
manejo: antes do corte mecânico, nas alturas descritas anteriormente, coletou-se 0,25 m
2
em
pontos dentro de cada unidade experimental com auxílio de um quadrado de metal. Para tanto,
os capins foram ceifados com ancinho, e no restante utilizou-se roçadora mecânica. Em cada
uma das amostragens, o material cortado foi pesado e a amostra foi colocada em estufa de
44
ventilação forçada de ar a 65ºC até massa constante, para a quantificação da PMS
(extrapolada para kg/ha) e da %MS.
3.3.3.2. Avaliação da eficiência de conversão do N-fertilizante em forragem
Calculou-se a eficiência de conversão do N-fertilizante em forragem (ECAN) dividindo
a PMS da interação consórcio x época de corte pela dose de N aplicada e os resultados foram
expressos em kg de massa seca/kg de N.
3.3.3.3. Determinação da composição bromatológica dos capins
Após cada época de corte dos capins para quantificação PMS e da %MS, a amostra de
cada tratamento foi posteriormente moída em moinho tipo “Willey” com peneira de malha de
1,0 mm para determinação dos componentes bromatológicos.
Realizaram-se análises laboratoriais para determinação dos teores de proteína bruta
(PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), celulose (CEL),
hemicelulose (HEM) e lignina (LIG), conforme metodologia descrita por Silva; Queiroz
(2002). A estimativa dos teores de nutrientes digestíveis totais (NDT) foi realizada por meio
da fórmula sugerida por Cappelle et al. (2001), a qual é descrita por:
NDT = 83,79 – 0,4171 x FDN
Onde:
NDT – teor de nutrientes digestíveis totais;
FDN – teor de fibra em detergente ácido, determinada em laboratório.
Todas essas determinações bromatológicas foram realizadas no Laboratório de
Bromatologia da Faculdade de Engenharia/Unesp – Campus de Ilha Solteira.
3.3.3.4. Determinação do teor de clorofila (índice ICF) dos capins
A determinação do teor de clorofila foi efetuada no momento do corte dos capins,
utilizando-se clorofilômetro digital (CFL 1030 - Falker) para leituras do índice ICF, na
posição do terço médio da lâmina de folhas recém-expandidas, conforme recomendações de
Manarim; Monteiro (2003); Lavres Júnior; Monteiro (2006), realizando-se média de cinco
leituras em folhas distintas por subparcela .
3.3.3.5. Avaliação da decomposição da massa seca residual MSR (palhada) dos capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após a última época de corte
45
Em 07/11/2008, após a última época de corte realizou-se a dessecação da área
experimental, com a utilização dos herbicidas Glyphosate (1,44 kg/ha do i.a.) e 2,4-D amina
(670 g/ha do i.a.). Em 13/11/2008, antes da área ser manejada com triturador horizontal de
resíduos vegetais (Triton), coletou-se 0,25 m
2
de plantas em pontos dentro de cada unidade
experimental com auxílio de um quadrado de metal, adotando como referência 0,05 m em
relação à superfície do solo, afim da determinação da massa seca residual (MSR) (estufa a
65ºC até massa constante) extrapolada para kg/ha de palha. Realizou-se análises laboratoriais
para determinação dos teores de N e lignina conforme metodologia descrita por Silva;
Queiroz (2002), para cálculo da relação lignina/N total. Quantidade proporcional de massa
fresca de cada unidade experimental foi acondicionada dentro de sete sacos de nylon (“Litter
Bags”) de 0,06 m
2
(0,3 x 0,2 m), sendo esses depositados em contato direto com o solo da
respectiva unidade experimental e coletados aos 15, 30, 60, 90, 120 e 180 dias após o manejo
(DAM), afim de avaliar a decomposição da palha por meio do remanescente de massa seca no
interior do “Litter Bag” (estufa a 65ºC até massa constante) extrapolada para kg/ha. O uso do
“Litter Bag” foi devido ao fato de ser uma área sob SPD a mais de cinco anos e no momento
das avaliações poderia coletar-se amostras com palha de culturas antecessoras.
3.3.4. Análise estatística
Os resultados dos itens 3.3.3.1., 3.3.3.3. e 3.3.3.4. foram analisados dentro de cada
gênero (Panicum e Brachiaria), submetendo-os à análise de variância pelo teste F (P<0,05) e
ajustados por análise de regressão (polinômios ortogonais) para o fator doses de N, adotando-
se o maior coeficiente de determinação (r
2
) da equação (P<0,05). No caso de não significância
(P>0,05), as médias dos consórcios e épocas de corte foram comparadas pelo teste de Tukey
(P<0,05). Realizou-se também, análise de correlação simples entre os atributos: PMS, %MS,
índice ICF e teores de NDT, PB, FDN, FDA, CEL, HEM e LIG, bem como, determinou-se as
melhores equações de correlação do índice ICF com a PMS, a %MS e o teor de PB,
utilizando-se o software Excel. Os resultados do item 3.3.3.2. foram analisados entre todos os
consórcios, submetendo-os à análise de variância pelo teste F (P<0,05) e as médias
comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05). Os resultados do item 3.3.3.5. também foram
analisados entre todos os consórcios, submetendo-os à análise de variância pelo teste F
(P<0,05) e ajustados por análise de regressão (polinômios ortogonais) para o fator dose de N
(relação lignina/N total) e para o fator DAM (decomposição da palha), adotando-se o maior r
2
da equação (P<0,05). As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software estatístico
SISVAR
®
(FERREIRA, 1999).
46
3.4. Experimento III - Componentes da produção e produtividade da cultura do milho
sobre a palhada dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o
consórcio e adubação nitrogenada no inverno/primavera
Este experimento foi conduzido no ano agrícola de 2008/2009, após a dessecação e
manejo dos capins do experimento II.
3.4.1. Delineamento experimental e tratamentos
O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em esquema de parcelas
subdivididas, com quatro repetições. As parcelas foram constituídas da semeadura da cultura
do milho (2008/2009) sobre a palhada dos capins formados pelos oito tratamentos
(consórcios) com a cultura do milho (2007/2008): capim-tanzânia semeado simultaneamente
(TS); capim-tanzânia semeado por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura (TC);
capim-mombaça semeado simultaneamente (MS); capim-mombaça semeado por ocasião da
adubação nitrogenada de cobertura (MC); capim-marandu semeado simultaneamente (BS);
capim-marandu semeado por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura (BC); capim-
ruziziensis semeado simultaneamente (RS); capim-ruziziensis semeado por ocasião da
adubação nitrogenada de cobertura (RC), e as subparcelas compostas pela ausência e três
doses de N aplicadas nos capins (200, 400 e 800 kg/ha/ano de N) após a colheita da cultura do
milho (2007/2008) utilizando uréia como fonte e parceladas em quatro aplicações (épocas de
corte) no inverno/primavera. As parcelas tinham área útil de 90 m
2
e as subparcelas 18 m
2
.
3.4.2. Híbrido de milho
Foi utilizado o híbrido DKB 390 YG, que tem como características principais: híbrido
simples (HS) de ciclo precoce, recomendado para semeadura cedo ou normal na região em
estudo. Possui grão de textura semidura e cor alaranjada, tendo sua finalidade para produção
de grãos. A altura da planta e a altura de inserção da espiga principal são de 2,20 a 2,40 m e
1,25 a 1,40 m, respectivamente, com folhas semi-eretas e o potencial produtivo ultrapassa
8.000 kg/ha, com populações variando entre 50.000 e 60.000 plantas/ha. O milho híbrido com
a Tecnologia YieldGard® (YG) é resultante da modificação genética do híbrido de milho “Hi-
Il” com o gene cry1Ab para a expressão da característica de resistência, durante todo o ciclo
da cultura, a algumas espécies de insetos praga da Ordem Lepidoptera, promovendo o
controle da Diatraea saccharalis (broca-da-colmo) e a supressão da Spodoptera frugiperda
(lagarta-do-cartucho) e da Helicoverpa zea (lagarta-da-espiga). Portanto, utilizou-se esse
47
híbrido de milho em função da alta incidência desses insetos praga na área em estudo, não
sendo necessária a aplicação de inseticidas para seus controles.
3.4.3. Instalação e desenvolvimento do experimento no ano agrícola 2008/2009
Em 18/11/2008, procedeu-se a semeadura do híbrido de milho DKB 390 YG em
sucessão aos capins, por meio de semeadora adubadora de discos para SPD, visando atingir a
densidade populacional de 60.000 plantas/ha (4 linhas por unidade experimental com
espaçamento de 0,90 m entrelinhas).
As sementes de milho foram tratadas com o inseticida Thiodicarb, na dose de 700 g de
i.a./100 kg de sementes e a adubação mineral de semeadura constou da aplicação de 24 kg/ha
de N, 84 kg/ha de P
2
O
5
e 48 kg/ha de K
2
O (300 kg/ha do fertilizante NPK 08-28-16). A
emergência do milho ocorreu seis dias após a semeadura e aos 20 DAE, efetuou-se aplicação
de subdose de herbicida Nicosulfuron (8 g/ha do i.a.), visando eliminar alguns rebrotes dos
capins. Essa operação foi efetuada por meio de pulverizador de barras, com 12 m de
comprimento, utilizando bicos leque espaçados em 0,50 m.
Em 18/12/2008, quando a cultura do milho atingiu o estádio fenológico V4 (quatro
folhas totalmente desenvolvidas), procedeu-se a adubação de cobertura, aplicando 90 kg/ha de
N, correspondendo a 450 kg/ha do fertilizante sulfato de amônio. Esta quantidade seguiu as
recomendações de Cantarella et al. (1996), para atingir a produtividade de 8-10 t/ha de grãos,
com classe de resposta alta para este nutriente, sendo esta quantidade indicada para áreas nos
primeiros anos sob SPD.
A colheita manual do milho foi realizada em 25/03/2009, correspondendo a 121 DAE
do milho.
3.4.4. Obtenção dos resultados
3.4.4.1. Determinação dos parâmetros de planta, componentes da produção e
produtividade da cultura do milho
a) Estande final de plantas e número de espigas por hectare
Idem item 3.2.4.1. (a).
b) Altura de plantas, altura de inserção da espiga principal e diâmetro basal do colmo
Idem item 3.2.4.1. (b).
48
c) Comprimento da espiga principal, número de grãos por espiga, massa de 100 grãos,
massa de grãos por espiga e produtividade de grãos
Idem item 3.2.4.1. (c).
3.4.4.2. Teor de clorofila (índice ICF) e diagnose foliar
No florescimento, após a emissão da inflorescência feminina, momento em que mais de
50% das plantas encontravam-se pendoadas e com presença de estilo-estigmas (cabelo),
determinou o teor de clorofila utilizando-se clorofilômetro digital (CFL 1030 - Falker) para
leituras do índice ICF, no terço médio da folha da base da espiga, utilizando 10 folhas por
subparcela, conforme metodologia descrita por Malavolta; Vitti; Oliveira (1997).
Para a diagnose foliar, as 10 folhas utilizadas para determinação do teor de clorofila
foram coletadas, sendo posteriormente descartados os terços inferiores e superiores da folha,
seguindo a metodologia proposta por Cantarella; Raij; Camargo (1996). Os terços médios das
folhas foram acondicionados em sacos de papel e secados em estufa de circulação forçada de
ar a 65ºC durante 72 horas. Posteriormente o material foi moído em equipamento dotado de
peneira com crivo de 1 mm. Em seguida, foram determinadas as concentrações de nitrogênio
(N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), cobre (Cu), ferro (Fe),
manganês (Mn) e zinco (Zn), de acordo com a metodologia proposta por Malavolta; Vitti;
Oliveira (1997). Essas determinações foram realizadas no Laboratório de Nutrição de Plantas,
da Faculdade de Engenharia (FE/Unesp) – Campus de Ilha Solteira.
3.4.5. Análise estatística
Todos os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F (P < 0,05) e
ajustados por análise de regressão (polinômios ortogonais) para o fator doses de N, adotando-
se o maior coeficiente de determinação (r
2
) da equação (P < 0,05). As análises estatísticas
foram realizadas utilizando o software estatístico SISVAR
®
(FERREIRA, 1999). Efetuou-se
também as correlações lineares simples entre os atributos estudados, bem como, determinou-
se as melhores equações (P < 0,05) adotando-se o maior r
2
para o teor de N foliar e a PG em
função do índice ICF e a equação linear múltipla da PG em função do NE/ha e a da MGE,
utilizando o software Excel.
49
3.5. Desempenho econômico da cultura do milho consorciada com os capins Tanzânia,
Mombaça, Marandu e Ruziziensis submetidos após a colheita de grãos à adubação
nitrogenada e épocas de corte no inverno/primavera no ano agrícola 2007/2008 e da
cultura do milho sobre a palhada desses capins no ano agrícola 2008/2009
3.5.1. Experimento I Capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados
simultaneamente ou por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura com a cultura
do milho no ano agrícola 2007/2008
Os custos variáveis dos consórcios foram estimados a partir dos coeficientes técnicos
(insumos e operações) registrados no experimento, extrapolados para um hectare (Tabela 1),
de acordo com dados do Agrianual (2008) ajustados àqueles vigentes em lavouras comerciais
de safra de milho em São Paulo para o ano agrícola 2007/2008. O valor dos insumos e
operações, com preços vigentes em outubro de 2007 (AGRIANUAL, 2008; IEA 2009), gerou
o custo variável com insumos e operações (custo operacional) (MATSUNAGA;
BEMELMANS; TOLEDO, 1976). As produtividades de grãos obtidas em cada consórcio
auxiliaram na obtenção da receita bruta da cultura do milho no ano agrícola 2008/2009, sendo
a produtividade em kg/ha transformada em sacas de 60 kg/ha e o preço médio recebido pelo
produtor, referente ao mês de maio de 2008, em São Paulo, SP (IEA, 2009). Conforme
metodologia contida em Santos; Marion; Segatti (2008), calculou-se em planilhas eletrônicas
a margem de contribuição (receita bruta com a venda do milho menos os custos operacionais
com insumos e operações) e o índice de margem de contribuição (IMC) pela equação:
IMC =
margem de contribuição
x 100
receita com a venda do milho
De acordo com Santos; Marion; Segatti (2008), essa técnica possibilita conhecer a real
alocação dos custos operacionais na atividade e no caso em estudo mostrou as perpectivas de
competição entre as diversas modalidades de cultivo, permitindo apurar os resultados em
termos de sacas de milho. Pelo presente estudo ter sido alocado em uma Fazenda de Ensino,
Pesquisa e Extensão, não foi possível determinar os custos totais (fixo + variáveis),
determinando-se apenas os custos operacionais com insumos e operações.
50
Tabela 1. Custos operacionais (insumos e operações) para a obtenção do desempenho
econômico da cultura do milho em consórcio com capins dos gêneros Panicum e
Brachiaria. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2007/2008.
Item Operações e Insumos
*
Unidade Qtde.
Valor
Unitário
Valor
Total
––– R$ ——
Insumos
1
Herbicida Glyphosate litro 4,0 14,75 59,00
2
Herbicida 2,4-D amine litro 1,0 12,39 12,39
3
Inseticida Thiodicarb litro 0,4 81,31 32,52
4
Adubo N-P-K (08-28-16) tonelada 0,25 1.777,46
444,37
5
Inseticida Delthametrin litro 0,2 38,49 7,70
6
Herbicida Nicosulfuron litro 0,2 61,20 12,24
7
Adubo Uréia (cobertura) tonelada 0,222
1.292,20
286,87
8
Semente de milho AG8088 saco (20 kg/ha) 1,0 270,00 270,00
Semente de capim-tanzânia kg (VC=76%) 7,00 21,28 148,96
Semente de capim-mombaça kg (VC=76%) 7,00 20,33 142,31
Semente de capim-marandu kg (VC=76%) 7,00 8,80 61,60
Semente de capim-ruziziensis kg (VC=76%) 7,00 10,07 70,49
Operações
1
Dessecação inicial horas-máquina 0,4 75,00 30,00
2
Semeadura milho horas-máquina 1,0 115,00 115,00
3
Aplicação inseticida horas-máquina 0,5 75,00 37,50
4
Adubação de cobertura horas-máquina 0,5 38,00 19,00
5
Colheita de grãos horas-máquina 1,2 192,00 230,40
6
Irrigação pivô central mm 108,0
2,73 294,84
7
Semeadura simultânea do capim horas-máquina 1,0 68,00 68,00
*
Custos dos itens 1 a 8 (Insumos) e 1 a 6 (Operações) foram considerados em todos os consórcios com as
respectivas sementes dos capins de cada consórcio. Nas modalidades na qual o capim foi semeado
simultaneamente ao milho, incluiu-se o item 7 (Operações). Investimentos iniciais com preparo de solo e
calagem não foram realizados por se tratar de SPD com 5 anos (fase inicial/transição).
3.5.2. Experimentos II e III – Adubação nitrogenada e épocas de corte dos capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis no inverno/primavera após o consórcio
com a cultura do milho no ano agrícola 2007/2008 e semeadura da cultura do milho
sobre a palhada desses capins no ano agrícola 2008/2009
Os custos variáveis da pastagem e do milho em sucessão foram estimados a partir dos
coeficientes técnicos (insumos e operações) registrados no experimento, extrapolados para um
hectare (Tabela 2) e ajustados àqueles vigentes em pecuária de corte e lavouras comerciais de
safra de milho no Estado de
São Paulo, de acordo com dados do Anualpec (2008) e do
Agrianual (2008). O valor dos insumos e operações (ANUALPEC, 2008; AGRIANUAL,
51
2008; IEA, 2009), gerou o custo variável com insumos e operações (custo operacional)
(MATSUNAGA; BEMELMANS; TOLEDO, 1976).
Tabela 2. Custos operacionais (insumos e operações) para a obtenção do desempenho
econômico de pastagens de Panicum e Brachiaria formadas após o consórcio com
milho, adubadas com doses de N e submetidas a cortes e da cultura do milho em
sucessão, semeada sobre a palhada dos capins. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008/2009.
Item Operações e Insumos
*
Unidade Qtde.
Valor
Unitário
Valor
Total
––– R$ ——
CAPINS
Operações
1 Roçada de homogeneização horas-máquina 1,0 65,00 65,00
2 Adubação horas-máquina 0,5 38,00 19,00
3 Colheita e transporte da forragem
tonelada 1,0 36,13 36,13
4 Irrigação por pivô central (mm) 1ª época de corte
36,0 2,73 98,28
2ª época de corte
36,0 2,73 98,28
3ª época de corte
36,0 2,73 98,28
4ª época de corte
12,0 2,73 32,76
Insumo
1 Adubo Uréia (kg) 50 kg/ha de N 111,11
1,29 143,33
100 kg/ha de N 222,22
1,29 286,66
200 kg/ha de N 444,44
1,29 573,33
MILHO EM SUCESSÃO
Operações
1 Dessecação da pastagem horas-máquina 0,4 75,00 30,00
2 Manejo dos resíduos (triton) horas-máquina 1,0 65,00 65,00
3 Semeadura horas-máquina 1,0 115,00 115,00
4 Aplicação de herbicida horas-máquina 0,5 75,00 37,50
5 Adubação de cobertura horas-máquina 0,5 38,00 19,00
6 Colheita de grãos horas-máquina 1,2 192,00 230,40
7 Irrigação por pivô central mm 144,0 2,73 393,12
Insumos
1 Semente de milho DKB390 YG saco (20 kg/ha) 1,0 400,00 400,00
2 Herbicida Glyphosate litro 4,0 21,51 86,04
3 Herbicida 2,4-D amine litro 1,0 13,49 13,49
4 Inseticida Thiodicarb litro 0,4 119,02 47,61
5 Adubo NPK (08-28-16) tonelada 0,3 3.003,54 901,06
6 Herbicida Nicosulfuron litro 0,2 61,20 12,24
7 Adubo Sulfato de amônio tonelada 0,45 1.332,48 599,62
*
Custos dos itens 2 a 3 (Operações) nos capins foram considerados em todos os consórcios com as respectivas
irrigações de cada época de corte e a dose de N aplicada, enquanto que o item 1 Roçada de homogeneização
(Operações) foi considerado apenas na 1ª época de corte. Custos dos itens 1 a 7 (Operações e Insumos) na
cultura do milho em sucessão foram considerados em todos os consórcios. Investimentos iniciais com preparo de
solo e calagem não foram realizados por se tratar de SPD com 5 anos (fase inicial/transição)
52
Descontando as perdas na colheita, as PMS dos capins obtidas em cada consórcio ×
dose de N × época de corte auxiliaram na obtenção da receita bruta da pastagem, sendo
considerada a ingestão de massa seca (IMS) e o ganho de peso vivo médio diário (GPD) para
animais zebuínos em função dos teores de PB e NDT da forragem, conforme estimativas do
NRC (2000).
Assim, na análise econômica definiu-se GPD de 0,2 e 0,6 kg/animal fornecendo a
forragem (cocho) aos animais ao invés de pastejo. A IMS foi ajustada considerando 60% de
NDT na forragem para machos zebuínos castrados com peso vivo de 400 kg e rendimento de
carcaça de 53%, com base no NRC (2000). Calculou-se a produção de equilíbrio (custo
operacional/valor da @) e a estimativa de produção de carne bovina (@/ha) para os GPD de
0,2 e 0,6 kg/animal.
As produtividades de grãos da cultura do milho obtidas em sucessão à pastagem
auxiliaram na obtenção da receita bruta da cultura do milho no ano agrícola 2008/2009, sendo
a produtividade em kg/ha transformada em sacas de 60 kg/ha e o preço médio recebido pelo
produtor, referente ao mês de abril de 2009 no Estado de São Paulo (IEA, 2009). Conforme
metodologia contida em Santos; Marion; Segatti (2008), calculou-se em planilhas eletrônicas
a margem de contribuição (receita bruta menos os custos operacionais com insumos e
operações) e o IMC individualmente para a pastagem e para a cultura do milho, bem como,
para o sistema envolvendo ambas, conforme a equação descrita no item 3.5.1.
3.5.3. Desempenho econômico da ILP sob SPD irrigado envolvendo os experimentos I, II
e III
Com base nos dados econômicos dos experimentos I, II e III (consórcio da cultura do
milho com os capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis; adubação nitrogenada e
épocas de corte desses capins após a colheita de grãos; e semeadura da cultura do milho sobre
a palhada desses capins, respectivamente) obteve-se o desempenho econômico (custo
operacional com operações e insumos, receita bruta, margem de contribuição e IMC conforme
equação descrita no item 3.5.1.) do sistema de integração lavoura-pecuária irrigado durante os
anos agrícolas 2007/2008 e 2008/2009.
53
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Experimento I Componentes da produção e produtividade da cultura do milho em
duas épocas de consorciação com os capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
em SPD
Dentre os nove tratamentos avaliados, constata-se que o estande final de plantas (EFP)
foi superior apenas no consórcio MRS em relação ao MMS. Entre os demais tratamentos não
houve diferença para este atributo (Tabela 3).
Tabela 3. Parâmetros das plantas da cultura do milho em consórcio com capins dos gêneros
Panicum e Brachiaria. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2007/2008.
Consórcio
**
EFP
***
NE AP AIE DBC
plantas/ha espigas/ha cm cm mm
MTS 65.556 ab
*
65.000
ns
244,25 cd
*
126,75
ns
20,65 a
*
MTC 64.444 ab 63.333 262,50 a 135,50 20,75 a
MMS 58.889 b 58.889 249,75 cd 129,75 19,00 a
MMC 63.333 ab 63.333 260,25 ab 135,25 19,75 a
MBS 65.556 ab 63.333 244,25 cd 128,50 16,40 b
MBC 65.556 ab 62.778 253,25 abc 134,75 20,00 a
MRS 66.111 a 65.000 250,00 bcd 134,25 20,20 a
MRC 63.889 ab 62.778 240,75 d 124,25 20,20 a
MSC 62.222 ab 62.222 251,00 abcd 135,25 20,55 a
CV (%) 4,4 4,7 2,1 3,7 4,0
ns
diaso diferem pelo teste de Tukey (P>0,05).
*
médias seguidas de letras diferentes nas colunas, diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).
**
MTS, MMS, MBS e MRS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente com a
cultura do milho, respectivamente; MTC, MMC, MBC e MRC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho; MSC: Milho sem consorciação.
***
EFP: estande final de plantas; NE: número de espigas/ha; AP: altura de plantas; AIE: altura de inserção da espiga
principal; DBC: diâmetro basal de colmo.
54
O menor EFP no caso do consórcio MMS (Tabela 3) pode estar relacionado à maior
competição nesse sistema de cultivo, possivelmente em virtude do hábito de crescimento
vegetativo vigoroso (mais postrado) deste capim em comparação aos demais. Portanto, no
caso em estudo, pode-se afirmar que a subdose do herbicida Nicosulfuron (8 g/ha do i.a.)
utilizado com intuito de amenizar o crescimento dos capins e consequentemente evitar a
competição desses com o milho não foi eficiente apenas para o capim-mombaça, sendo
necessário estudos com doses maiores até o limite que não provoque a morte do mesmo.
Borghi; Crusciol (2007) constataram que em virtude da maior população de B.
brizantha proporcionada pelo consórcio efetuado simultaneamente na entrelinha do milho,
houve diminuição do EFP para o mesmo espaçamento entrelinhas (0,90 m), em decorrência
da maior competição exercida pelo capim, principalmente no início de desenvolvimento do
milho. O mesmo não ocorreu no presente trabalho, provavelmente em função da subdose de
herbicida descrita anteriormente, conforme também relatado pelas revisões de Alvarenga et al.
(2006) para combinações de herbicidas neste sistema.
Outro fator relevante na eficiência de utilização dessa prática foi a maior densidade de
semeadura dos capins em relação ao reportado por Pires (2006), em virtude do maior valor
cultural (%VC) das sementes utilizadas no presente trabalho, sendo que os capins
apresentaram ótima germinação e emergência, ocupando homogeneamente a área e
diminuindo a incidência de luz no solo, o que reduziu ao longo do ciclo a incidência de
plantas daninhas sem a necessidade de utilização de outros herbicidas rotineiramente
utilizados na cultura do milho.
Da mesma forma que verificado por Borghi; Crusciol (2007), o número de espigas por
hectare (NE) e a altura de inserção da espiga principal (AIE) não foram influenciados pelos
consórcios no espaçamento de 0,90 m, demonstrando neste aspecto a homogeneidade do
híbrido de milho avaliado (Tabela 3). a altura média de plantas (AP) foi superior no
consórcio MTC em relação aos consórcios MTS, MMS, MBS, MRS e MRC, demonstando
que, principalmente, na semeadura simultânea com a cultura do milho, os capins apresentaram
maior competição e diminuiram a AP do milho. Essa competição também diminuiu (P<0,05)
o diâmetro basal de colmo (DBC) do consórcio MBS em relação aos demais, demonstrando
que o capim-marandu pelo seu rápido estabelecimento afetou esse atributo, o que pode
prejudicar o desenvolvimento e consequentemente a produtividade de grãos (PG) da cultura
do milho, pois plantas com colmos mais finos possuem menor capacidade de translocação de
nutrientes, bem como, tornam-se mais susceptíveis ao tombamento pelo efeito do vento, das
55
chuvas e do trânsito de maquinários e implementos (adubação de cobertura, aplicação de
defensivos e colheita de grãos).
O comprimento da espiga principal (CE), o número de grãos por espiga (NGE), a massa
de 100 grãos (M100) e a massa de grãos por espiga (MGE) também foram influenciados
(P<0,05) pelos consórcios (Tabela 4), sendo que provavelmente pelo efeito competição
ocasionado durante o período de desenvolvimento das espécies, o capim-mombaça semeado
simultaneamente (MMS) pela sua maior exigência principalmente em fertilidade do solo,
diminuiu os valores desses atributos em relação aos demais consórcios. Uma explicação para
espigas menores e mais leves nesse consórcio seria a competição do capim, comprometendo a
translocação de fotoassimilados para os grãos, embora deve-se levar em consideração esta
colocação em relação a especificidade dos híbridos de milho no tocante à exigência por
fatores inerentes ao seu desenvolvimento (água, luz e nutrientes), visto que no caso em estudo
utilizou-se um híbrido simples extremamente exigente a estes fatores.
Tabela 4. Componentes da produção e produtividade de grãos da cultura do milho em
consórcio com capins dos gêneros Panicum e Brachiaria. Selvíria, Mato Grosso
do Sul. 2007/2008.
Consórcio
**
CE
***
NGE M100 MGE PG IPG
cm g g kg/ha %
MTS 18,45 a
*
588 a
*
16,83 a 182,4 a
*
10.926 a
*
124
MTC 17,80 a 565 ab 16,21 ab 175,2 a 9.720 b
111
MMS 16,45 b 495 b 15,32 b 135,6 b 7.163 e
82
MMC 17,85 a 549 ab 16,47 ab 165,1 ab
9.287 bc
106
MBS 17,25 ab 520 ab 16,58 a 153,9 ab
8.230 d
94
MBC 17,75 a 561 ab 16,32 ab 175,9 a 9.166 bc
104
MRS 18,00 a 551 ab 16,51 ab 172,1 a 9.287 bc
106
MRC 18,25 a 589 a 16,74 a 186,3 a 9.504 bc
108
MSC 18,25 a 564 ab 16,67 a 175,4 a 8.783 cd
100
CV (%) 2,9 5,8 3,0 8,9 4,0 -
ns
diaso diferem pelo teste de Tukey (P>0,05).
*
médias seguidas de letras diferentes nas colunas, diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).
**
MTS, MMS, MBS e MRS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente com a
cultura do milho, respectivamente; MTC, MMC, MBC e MRC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho; MSC: Milho sem consorciação.
***
CE: comprimento de espiga principal; NGE: número de grãos por espiga; M100: massa de 100 grãos; MGE:
massa de grãos por espiga; PG: produtividade de grãos; IPG: índice da PG em relação ao tratamento testemunha
(MSC).
Outras avaliações mais específicas relacionadas à arquitetura da planta também podem
definir com clareza o efeito da competição entre as espécies, sendo que em geral, a
capacidade de interceptação da radiação incidente está relacionada ao índice de área foliar
(AMARAL FILHO et al., 2005) e fatores como envergadura da folha, desfolhamento,
56
deficiência de nutrientes e condições de estresse das plantas por déficits hídricos
comprometem os processos fisiológicos da planta. No entanto, os valores para estes atributos
foram superiores aos obtidos por Borghi; Mello; Crusciol (2004), no mesmo local e em
condições semelhantes de cultivo.
Com relação à PG (Tabela 4), também houve efeito dos consórcios. Embora a
consorciação não tenha provocado diferença no NE, o efeito sinérgico deste atributo com a
MGE pode explicar as menores PG em determinados consórcios. Desta forma, o consórcio
MMS foi o que proporcionou menor PG em função da competição ocasionada pelo capim,
seguida do consórcio MBS, enquanto que o consórcio mais produtivo foi o MTS, com IPG de
82, 94 e 124%, respectivamente, em relação ao MSC. Estes resultados podem ser explicados
pelas alterações fisiológicas e morfológicas destes capins quando submetidos à competição
por água e luz ocasionada pelo consórcio com o milho. Resultados semelhantes aos obtidos
neste trabalho, principalmente em relação ao comportamento do capim-mombaça nos
consórcios e PG da cultura do milho também foram constatados por Borghi (2007) durante
três anos agrícolas em Nitossolo Vermelho estruturado em Botucatu/SP.
Desta forma, a aplicação de herbicida para redução da taxa de crescimento da cultura
(TCC) dos capins, somente é necessária em situações adversas, principalmente quanto a
fertilidade do solo e estiagem prolongada no período inicial da lavoura, bem como, arranjos
espaciais, épocas de consórcio, densidades e profundidades de deposição das sementes dos
capins. No caso em estudo essa técnica foi extremamente eficiente para o capim-tanzânia, que
se mostrou susceptível à aplicação do herbicida, reduzindo sua TCC inicial e em função da
maior densidade de semeadura o seu estabelecimento inibiu a emergência de plantas daninhas.
Jakelaitis et al. (2005) também evidenciaram que a aplicação em s-emergência de doses
reduzidas do herbicida Nicossulfuron visando reduzir a TCC inicial dos capins apresentaram
vantagem no desenvolvimento e PG da cultura do milho.
Os resultados do presente trabalho corroboram aos de Kluthcouski et al. (2000);
Kluthicouski; Aidar (2003); Alvarenga et al. (2006); Borghi (2007); Borghi; Crusciol (2007),
no qual na maioria dos casos analisados o consórcio não reduziu significativamente a PG da
cultura do milho como verificado no presente trabalho. De acordo com Kluthicouski; Aidar
(2003) isto ocorre possivelmente em virtude da ausência de aplicação das doses normais de
herbicida graminicida em pós-emergência, reduzindo possíveis efeitos fitotóxicos na cultura
do milho. No norte das grandes planícies dos Estados Unidos, a diversificação de sistemas de
cultivo com capins também aumentou a PG das culturas, reduziu a pressão das plantas
daninhas e melhorou a qualidade física do solo (ENTZ et al., 2002), visto que o capim tem
57
efeito supressor na germinação e emergência de plantas daninhas. Além disso, este sistema
acelera a formação da pastagem destinada ao consumo animal.
A semeadura simultânea do capim-mombaça (MMS) comprometeu a PG, pois o hábito
de crescimento prostrado desse capim promove maior competição por fatores limitantes ao
desenvolvimento (água, luz e nutrientes), enquanto que as espécies do gênero Brachiaria
quando consorciadas, alteram seu hábito de crescimento, diminuindo o perfilhamento e
produzindo hastes e folhas finas e compridas na busca de luz. Quanto aos capins Tanzânia e
Ruziziensis em ambos os consórcios não comprometeram a PG da cultura do milho.
Conforme Kluthcouski et al. (2000), quando o milho atinge a maturidade fisiológica retorna a
luminosidade nas entrelinhas da cultura, permitindo o pleno estabelecimento do capim, de tal
forma que 50 a 70 dias após a colheita, a pastagem estará em condições de ser utilizada como
forragem no período do outono até a primavera ou mesmo na impossibilidade de se realizar
pecuária, ser dessecada visando a formação de palha para a continuidade do SPD.
Evidentemente que alguns requisitos são necessários para implementar sistemas de ILP,
tais como, máquinas e implementos agrícolas mais diversificados, infra-estrutura de estradas e
armazéns, mão-de-obra qualificada, domínio da tecnologia de lavouras anuais e pecuária, e
conhecimento mais apurado do mercado agropecuário (MACEDO, 2009). No entanto, para
implantação do consórcio não é necessário o investimento em máquinas e equipamentos
especiais, sendo que apenas no consórcio simultâneo torna-se necessário a utilização de uma
semeadora de forrageiras (sementes pequenas) ou a adaptação da semeadora de milho para
deposição das sementes do capim na entrelinha. No caso de pequenas áreas, também é
possível a semeadura manual na entrelinha do milho e incorporação com ancinho ou enxada.
Outra opção é ajustar a semeadora com espaçamento de 0,45 m para uma linha de milho e
outra de capim com disco de furos de menor diâmetro (CECCON, 2007). Portanto, essa opção
pode não apresentar os mesmos resultados do presente trabalho, pois apenas uma linha do
capim pode não inibir o desenvolvimento de plantas daninhas, sendo necessário aplicação de
maiores doses de herbicida pós-emergente.
4.2. Experimento II Produtividade, composição bromatológica e teor de clorofila
(índice ICF) dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após a
consorciação com a cultura do milho, adubação nitrogenada e épocas de corte no
inverno/primavera
58
4.2.1. Produtividade de massa seca e porcentagem de matéria seca dos capins Tanzânia e
Mombaça
A PMS foi influenciada pela interação (consórcio × época de corte × adubação
nitrogenada), em que apenas o consórcio TS na 1
a
época de corte não apresentou significância
(P>0,05), enquanto que o consórcio TS na 2
a
e o TC na 2
a
e 3
a
época de corte apresentaram
regressão quadrática (Figura 2), cujas doses que proporcionaram maiores PMS foram 185,42;
176,75 e 148,60 kg/ha de N com 3.978; 3.873 e 5.676 kg/ha de massa seca, respectivamente.
As demais interações apresentaram regressão linear positiva em função das doses de N,
corroborando com Martha Júnior; Vilela; Sousa (2007), ao afirmarem que a resposta das
pastagens de gramíneas tropicais ao N-fertilizante é expressiva até doses de 180 kg/ha de
N/ciclo de crescimento. No entanto, conforme resultados de Martha Júnior et al. (2009), a
PMS e o teor de N do capim-tanzânia não foram influenciados pela adubação nitrogenada
com decréscimo da recuperação do N-uréia no sistema solo-planta com o aumento da dose em
excesso de chuva, contribuindo para aumentar as perdas de N. Entretanto, nas condições
climáticas do presente trabalho (Figura 1) a adubação nitrogenada foi tecnicamente viável.
Figura 2. Produtividade de massa seca (PMS) dos capins Tanzânia e Mombaça após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
TS e MS: capins Tanzânia e Mombaça semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; TC e MC: capins
Tanzânia e Mombaça semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
59
Conforme Anghinoni (2007), nos primeiros cinco anos de SPD (fase em que se
encontrava o solo do presente trabalho - inicial/transição), inicia-se o acúmulo de matéria
orgânica, fósforo e palha na superfície e a imobilização de N aproxima-se da mineralização.
Neste contexto, de acordo com Martha Júnior; Vilela (2007), a principal vantagem econômica
da ILP na fase de pecuária reflete a elevada fertilidade do solo (efeito residual), que apesar de
depender da adubação nitrogenada, geralmente dispensa a adubação com fósforo e potássio a
médio prazo (até dois anos e meio).
A PMS em função das doses de N dentro de cada época de corte foram semelhantes,
sendo que independente da dose, o consórcio TC na 1
a
época de corte e o consórcio MS na
ausência de adubação nitrogenada na 3
a
época de corte foram inferiores aos demais. Por não
estar plenamente estabelecido no momento do corte de uniformização, o consórcio TC na 1
a
época de corte foi o mais prejudicado, sendo que na ausência de adubação, foi o único que
não atingiu os 1.200 kg/ha de massa seca preconizados por Mott (1980), como o mínimo
aceitável para corte ou consumo de bovinos em pastejo. Assim, mesmo na ausência de
adubação com N, o sistema em estudo produziu PMS média de 2.000 kg/ha, na época de
maior excassez de volumoso para os animais (inverno/primavera).
Müller et al. (2002), avaliando o capim-mombaça, concluíram que no cerrado, os
principais atributos responsáveis pela sua produtividade, foram a temperatura mínima do ar
(abaixo de 20
o
C) e a umidade do solo. Assim, da mesma forma que esses autores, a menor
PMS na época de corte (início de inverno) pode ser atribuída ao tempo demandado para a
recuperação das plantas, que pode ser explicado pelo baixo vigor da rebrota da pastagem em
função das condições climáticas após o corte de uniformização (Figura 1). Com o início de
temperaturas mais altas durante o dia e aumento do fotoperíodo no início da primavera,
ocorreu incremento da PMS e entre a 3
a
e 4
a
época de corte ocorreu diminuição desta,
possivelmente pelo corte das gemas apicais, o que pode ter dificultado o crescimento do
capim no ciclo subsequente. Assim, com o início da primavera recomenda-se aumentar a
altura de corte dos capins Tanzânia e Mombaça.
Em função das condições climáticas adversas (baixa temperatura e curto fotoperíodo),
conforme Barducci et al. (2009) em Botucatu/SP, o capim-mombaça consorciado
simultaneamente com o milho não respondeu à adubação nitrogenada após a colheita de
grãos, sendo que somente após o início da primavera, as plantas retomaram o perfilhamento
expressando seu potencial produtivo, o que não foi tão expressivo no presente trabalho por se
tratar de região de cerrado, sendo que esse capim foi inclusive superior em PMS em relação
ao capim-tanzânia na 1ª e 2ª época de corte.
60
A %MS também foi influenciada pela interação tripla (P<0,05), em que apenas os
consórcios TC na 2
a
, MC na 2
a
e na 3
a
e TS e MS na 4
a
época de corte, não apresentaram
significância (P>0,05), enquanto que os consórcios TS na 1
a
e 3
a
, TC na 1
a
e 4
a
e MS na 1
a
e
2
a
época de corte apresentaram regressão quadrática (Figura 3), cujas doses que
proporcionaram menores %MS foram de 140,00; 130,00; 220,00; 150,00; 175,00 e 141,67
kg/ha de N, com 23,75; 23,88; 21,25; 23,67; 19,50 e 15,82% massa seca, respectivamente.
As demais interações apresentaram regressão linear decrescente em função das doses de
N, sendo que, este resultado pode ser explicado pela maior participação de constituintes
solúveis e PB na planta (SILVA; QUEIROZ, 2002), tornando as plantas mais tenras, o que
também pode ser comprovado pelos maiores teores de PB na 1
a
época de corte,
principalmente na ausência de adubação nitrogenada, visto que, com as condições adversas no
inverno (Figua 1), a planta tende a diminuir a translocação de água e nutrientes na parte aérea,
minimizando a PMS e aumentando (concentrando) a %MS.
Figura 3. Porcentagem de matéria seca (%MS) dos capins Tanzânia e Mombaça após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
TS e MS: capins Tanzânia e Mombaça semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; TC e MC: capins
Tanzânia e Mombaça semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
61
4.2.2. Produtividade de massa seca e porcentagem de matéria seca dos capins Marandu e
Ruziziensis
A PMS foi influenciada pela interação tripla (consórcio × época de corte × adubação
nitrogenada) (P<0,05), sendo que os consórcios BS, BC, RS e RC na 2ª, BS, BC e RS na e
RS na 4ª época de corte apresentaram regressão quadrática (Figura 4), cujas doses que
proporcionaram maiores PMS foram 139,38; 232,33; 168,50; 206,83; 165,80; 143,06; 202,80
e 137,78 kg/ha de N com 3.976; 4.731; 4.002; 4.635; 4.237; 4.457; 3.598 e 3.048 kg/ha de
massa seca, respectivamente. As demais interações apresentaram regressão linear em função
das doses de N. Conforme Martha Júnior; Vilela; Sousa (2007) a resposta das pastagens de
gramíneas tropicais ao N-fertilizante é expressiva até doses de 180 kg/ha de N/ciclo de
crescimento, sendo que em alguns casos do presente trabalho superou 200 kg/ha de N.
Figura 4. Produtividade de massa seca (PMS) dos capins Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *
: (P<0,01) e (P<0,05), respectivamente.
No entanto, vale destacar que os consórcios apresentaram direntes doses máximas de
N entre as épocas de corte, o que pode ser explicado por respostas diferenciadas na duração de
vida das folhas e no mero de folhas por perfilhos em função das doses de N. Apesar de
normalmente ocorrer aumento nas taxas de senescência das folhas localizadas na parte
62
inferior do dossel forrageiro em condições de alta disponibilidade deste nutriente (SILVA et
al., 2009a), as temperaturas mais baixas na e épocas de corte (Figura 1) podem ter
resultado em maior duração de vida das folhas recém-expandidas (SANTOS et al., 2009) e
quando aliada ao aumento da massa de lâminas foliares favoreceram a PMS, sendo que o RS
na 3ª e 4ª épocas de corte apresentou as menores PMS em função das doses máximas de N.
Com excessão da época de corte, a PMS em função das doses de N nos consórcios
dentro de cada época de corte foram semelhantes (Figura 4), sendo que independente da época
de consórcio com o milho, o capim-ruziziensis se mostrou mais sensível à ligeira diminuição
da temperatura ocorrida nessa época (Figura 1). Os resultados da época de corte
demonstram que por não estarem plenamente estabelecidos no momento do corte de
uniformização os consórcios foram prejudicados, sendo que na ausência de adubação ficaram
próximos aos 1.200 kg/ha de massa seca preconizados por Mott (1980) como o mínimo
aceitável para corte ou consumo de bovinos em pastejo.
No caso do capim-ruziziensis, tais resultados podem ter sido influenciados pelo corte
de homogeneização, já que apresenta meristema apical mais alto e rebrota mais lenta do que o
capim-marandu (PIRES, 2006). Com o aumento do fotoperíodo no início da primavera,
ocorreu incremento da PMS e entre a 3
a
e 4
a
época de corte, ocorreu diminuição desta,
possivelmente pelo corte das gemas apicais, o que pode ter dificultado o crescimento do
capim no ciclo subsequente. Assim, com o início da primavera recomenda-se aumentar a
altura de corte dos capins Marandu e Ruziziensis. Tais resultados corroboraram com Barducci
et al. (2009) que também verificaram respostas diferenciadas da PMS do capim-marandu
consorciado simultaneamente ao milho ao longo dos cortes quando adubado com N, enquanto
que no consórcio por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, somente no
início da primavera as plantas retomaram o perfilhamento expressando seu potencial
produtivo, o que não foi constatado no presente trabalho. No entanto, mesmo na ausência de
adubação nitrogenada, o sistema em estudo produziu quantidade satisfatória de forragem, com
PMS média de 1.733 kg/ha no inverno/primavera.
Além disso, a eficiência no aproveitamento do N nesse sistema (ILP) pode ser
comprovado na comparação com as menores PMS do monocultivo do capim-marandu
adubado com N e submetido a corte no final da primavera/início de verão relatadas por Benett
et al. (2008), bem como a PMS média de 2.028 kg/ha verificada por Dupas (2008) no mesmo
capim (irrigado) submetido a cortes e doses de N na época seca do ano, ambos em condições
climáticas semelhantes ao presente estudo. Leonel et al. (2009) também comprovaram a
eficiência desse sistema, concluindo que quando o objetivo é recuperar pastagens degradadas
63
para produção de ruminantes, pela maior PMS e melhor composição bromatológica o cultivo
de duas fileiras de capim-MG5 nas entrelinhas do milho é o arranjo mais interessante.
A %MS também foi influenciada pela interação tripla (P<0,05), em que apenas o
consórcio BC na 2
a
época de corte, não apresentou significância (P>0,05) (Figura 5). Os
consórcios BS, BC, RS e RC na 1ª, o RS na e e o BC épocas de corte apresentaram
regressão quadrática, cujas doses que proporcionaram menores %MS foram de 212,50;
138,89; 150,00; 175,00; 162,50; 137,50 e 150,00 kg/ha de N, com 18,68; 25,72; 19,83; 21,48;
15,37; 20,70 e 23,95% de massa seca, respectivamente. Os demais apresentaram regressões
lineares decrescentes em função das doses de N.
Figura 5. Porcentagem de matéria seca (%MS) dos capins Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
4.2.3. Eficiência de conversão do N-fertilizante em forragem (ECAN) e extração de N
pelos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
Nas quatro épocas de corte e na média do total, a melhor ECAN ocorreu com a
utilização de 50 kg/ha de N, seguida pela dose de 100 kg/ha de N em cada época de corte
(Figura 6).
64
Figura 6. Eficiência de conversão do N-fertilizante em forragem (ECAN) em kg de massa
seca/kg de N aplicado das pastagens de Panicum e Brachiaria formadas após o
consórcio com milho, adubadas com doses de N e submetidas a cortes no
inverno/primavera. 2008.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
*
médias seguidas de diferentes letras minúsculas (entre os consórcios) e maiúsculas (entre as doses de N), dentro
de cada época de corte, diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).
65
Na comparação entre os consórcios na época de corte, as Brachiarias apresentaram
menores ECAN, principalmente quando comparadas ao consórcio MC. Na época de corte
os consórcios TS e BC apresentaram menor ECAN principalmente quando comparados aos
consórcios MS, MC e BS, enquanto que na época de corte o capim-ruziziensis em ambos
consórcios (BS e BC) foram inferiores aos demais, e na época de corte os consórcios TS e
MC foram superiores aos consórcios MS e RC. No total dessas épocas de corte o capim-
ruziziensis em ambos consórcios (BS e BC) foi inferior aos demais, principalmente na
comparação com os Panicum maximum. No geral, os resultados dessa ECAN acompanharam
as PMS nas épocas de corte, sendo que pelos fatores discutidos anteriormente (roçada de
homogeneização, condições climáticas adversas e altura de corte), a época de corte
apresentou o menor valor, seguida da 4ª, da 2ª e da 3ª época de corte (Figura 6).
A diminuição da ECAN com o aumento da dose corrobora aos obtidos por Mello et al.
(2008), avaliando o capim-mombaça, possivelmente pelo menor aproveitamento do N pelas
plantas em função das perdas desse nutriente por volatilização, desnitrificação e
principalmente lixiviação. no presente trabalho, a diminuição da ECAN pode ter ocorrido
por uma possível imobilização do N pela palhada das culturas antecessoras, que o solo da
área em estudo se encontrava entre 5 e 6 anos sob SPD, tempo em que a mineralização de N
começa a se aproximar da imobilização. Em condições quentes e úmidas, os Panicum
maximum podem produzir até 90 kg de massa seca/kg de N, enquanto que as gramíneas
tropicais em geral atingiram valores de até 83 kg de massa seca/kg de N e na média a
eficiência foi de 26 kg de massa seca/kg de N, sendo que as maiores ECAN ocorreram com
doses de até 150 kg/ha/ano de N, com 62% dos casos entre 15 e 45 kg de massa seca/kg de N
e apenas 11% dos casos com superioridade a 45 kg de massa seca/kg de N (MARTHA
JÚNIOR; VILELA; BARCELLOS, 2006).
Assim, pode-se inferir que a dose de 50 kg/ha de N em cada época de corte apresentou
ótimos resultados, visto que apenas na época de corte os consórcios apresentaram ECAN
entre 15 e 45 kg de massa seca/kg de N, enquanto que nas épocas de corte subsequentes a
ECAN foi superior a 45 e a média do total dos quatro cortes foi de aproximadamente 50 kg de
massa seca/kg de N, demonstrando a eficiência de sistemas de ILP irrigado no aproveitamento
dessa dose de N, que as avaliações foram realizadas no inverno/primavera, época na qual
independente da adubação nitrogenada, a diminuição da temperatura e do fotoperíodo
favorecem o florescimento do capim (CAMARGO-BORTOLIN; SANTOS; PRADO, 2007),
prejudicando o crescimento e consequentemente a PMS. Além disso, Mello et al. (2008) em
um Latossolo Vermelho distrófico de Goiânia, Goiás, Brasil, sob semeadura convencional
66
(uma aração e duas gradagens) verificaram que a PMS do capim-mombaça sem adubação
nitrogenada nos cortes realizados entre 60 e 90 dias em julho e agosto foi muito baixa,
chegando a zero (não produziu massa forrageira), bem como, as melhores ECAN foram de 26
e 53 kg de massa seca/kg de N aplicando 305 e 309 kg/ha de N, respectivamente em dois anos
de avaliação.
A extração de nitrogênio pela colheita da parte aérea dos capins foi influenciada pelas
doses de N e épocas de corte (P<0,05) sendo que no gênero Panicum, os consórcios TC nas
1ª, e épocas de corte e TS na época de corte apresentaram regressões quadráticas com
extrações máximas aplicando 161,90; 181,08; 219,67 e 165,22 kg/ha de N, extraindo 55,62;
100,29; 140,78 e 84,60 kg/ha de N pela colheita da parte aérea dos capins, equivalente a um
aproveitamento de 34,35; 55,38; 64,09 e 51,20% do N aplicado na adubação, respectivamente
(Figura 7).
Figura 7. Extração de nitrogênio (N) pela colheita da parte aérea dos capins Tanzânia e
Mombaça após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008.
TS e MS: capins Tanzânia e Mombaça semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; TC e MC: capins
Tanzânia e Mombaça semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *
: (P<0,01) e (P<0,05), respectivamente.
67
No gênero Brachiaria, os consórcios RS na 1ª, BS e RS na 2ª, BC na e RS na
épocas de corte apresentaram regressões quadráticas com extrações máximas nas doses de
195,49; 185,68; 238,12; 159,43 e 162,65 kg/ha de N, extraindo 53,78; 91,05; 97,37; 95,70 e
68,68 kg/ha de N pela colheita da parte aérea dos capins, equivalente a um aproveitamento de
27,51; 49,04; 40,89; 60,03 e 42,23% do N aplicado na adubação, respectivamente (Figura 8).
Os demais consórcios em ambos os neros apresentaram regressão linear crescente da
extração de N pela colheita da parte aérea dos capins em função das doses de N aplicadas.
Estes resultados permitem inferir que mesmo em sistema irrigado, nem todo o N aplicado foi
extraído pela colheita da parte aérea do capim, sendo que a aplicação de uréia apresentou
perdas na eficiência de extração. No entanto, parte desse N pode ter sido imobilizado pela
palhada da cultura do milho que se encontrava na superfície do solo, contribuindo para
aumento do estoque de N do sistema, o que poderia elevar o aproveitamento pela cultura em
sucessão.
Figura 8. Extração de nitrogênio (N) pela colheita da parte aérea dos capins Marandu e
Ruziziensis após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *
: (P<0,01) e (P<0,05), respectivamente.
68
Entre as épocas de corte, para ambos os gêneros, em função da menor PMS (Figuras 2 e
4), a época de corte apresentou as menores extrações. Além disso, os capins do gênero
Panicum apresentaram respostas diferenciadas nas demais épocas de corte, sendo que
possivelmente por um efeito residual da época de corte (visto que o aproveitamento do N
aplicado nessa época foi menor), a e épocas de corte apresentaram os melhores
resultados, com redução na época de corte. Conforme discutido anteriormente para a PMS,
tais resultados podem ser explicados pela altura de corte dos capins terem sido a mesma em
todas as épocas de corte (0,40 m em relação à superfície do solo), sendo que com o início da
primavera (3ª de corte), em função do hábito de crescimento entouceirado desses capins, o
corte nessa altura pode ter decaptado os meristemas apicais de alguns perfilhos, exigindo a
emissão de novos perfilhos, dificultando o rebrote e consequentemente diminuindo a PMS.
nos capins do gênero Brachiaria, essas respostas diferenciadas foram acentuadas da
época de corte em diante, visto que esses capins possuem hábito de crescimento menos
entouceirado do que os capins do gênero Panicum. No entanto, na e época de corte, pelo
meristema apical mais alto do capim-ruziziensis em relação ao o capim-marandu, os
consórcios RS e RC apresentaram menores extrações de N em relação aos consórcios BS e
BC.
Na comparação entre os gêneros Panicum e Brachiaria (Figuras 7 e 8) verifica-se que
principalmente na 2ª e época de corte, os capins Tanzânia e Mombaça foram superiores aos
capins Marandu e Ruziziensis na extração de N, se mostrando capins mais produtivos, no
entanto, com maior exigência em adubação nitrogenada, com extrações totais nos quatro
cortes pela colheita da parte aérea de 167,08; 158,20; 148,08; 138,21; 130,60; 118,01; 97,63 e
76,01 kg/ha de N pelos consórcios MC, TS, MS, TC, BS, BC, RC e RS, respectivamente, na
ausência de adubação nitrogenada. Assim, o capim-ruziziensis foi o que menos extraiu N,
principalmente quando semeado simultaneamente com a cultura do milho, que a formação
da pastagem com esse capim foi prejudicada pela sensibilidade desse à subdose do herbicida
Nicosulfurom aplicada logo após a emergência do capim, afim de reduzir a competição com a
cultura do milho. No entanto, tais resultados servem novamente como base para afirmar que o
efeito residual da adubação nitrogenada da cultura do milho no consórcio, bem como, pelos
cinco anos sob SPD na época dessas avalições, o solo da área em estudo apresentava algum
fornecimento de N pelo início da mineralização da matéria orgânica, visto que a extração de
N no somatório das quatro épocas de corte pela colheita da parte aérea dos capins variou de
76,01 a 167,08 kg/ha pelos consórcios RS e MC, respectivamente, na ausência de adubação
nitrogenada da pastagem.
69
4.2.4. Teor de clorofila (índice ICF) e composição bromatológica dos capins Tanzânia e
Mombaça
O índice ICF apresentou efeito crescente em função das doses de N (P<0,05), em que
apenas o consórcio MC na época de corte não apresentou significância (P>0,05). Para as
demais interações foram verificados ajustes lineares e bastante semelhantes entre os
consórcios e as épocas de corte dos capins Tanzânia e Mombaça (Figura 9).
Figura 9. Teor de clorofila (índice ICF) nas folhas dos capins Tanzânia e Mombaça após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
TS e MS: capins Tanzânia e Mombaça semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; TC e MC: capins
Tanzânia e Mombaça semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Também houve efeito das doses de N (P<0,05) no teor de PB, e apenas o consórcio TS
na 1
a
e 4
a
e o TC na 1
a
e 2
a
épocas de corte apresentaram regressão quadrática, cujas doses
que proporcionaram maiores teores de PB foram de 150,00; 125,00; 128,57 e 150,00 kg/ha de
N, com 22,82; 17,00; 21,31 e 17,74% de PB, respectivamente (Figura 10). De acordo com
Whitehead (2000), a elevação dos teores de PB do P. maximum com o aumento da dose de N
pode ser prejudicada, se o período de rebrote for superior a 28 dias. Assim, os
70
comportamentos quadráticos podem ter sido influenciados pelo intervalo de corte de 30 dias,
sendo que nestes casos, a diminuição do intervalo poderia alterar este efeito, visto que a
ausência do pisoteio animal, a irrigação e a adequada fertilidade do solo, aliados a adubação
nitrogenada, proporcionaram rápido rebrote do capim após o corte. Mesmo assim, cabe
salientar o elevado teor de PB dos capins na ausência de adubação nitrogenada com média de
12,2% entre os consórcios (Figura 10).
Figura 10. Teor de proteína bruta (PB) nas folhas dos capins Tanzânia e Mombaça após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
TS e MS: capins Tanzânia e Mombaça semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; TC e MC: capins
Tanzânia e Mombaça semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *
: (P<0,01) e (P<0,05), respectivamente.
De acordo com Manarim; Monteiro (2003), o teor máximo de PB nas lâminas de folhas
recém-expandidas do capim-mombaça foi de 10,31%, correspondendo ao valor de 55
unidades ICF, enquanto que no capim-aruana, conforme Lavres Júnior; Monteiro (2006), foi
de 17,75 e 21,31% de PB e 59,0 e 52,8 unidades ICF, para o e cortes respectivamente.
Assim, na ausência de adubação, independente do consórcio e da época de corte, os teores de
PB e o índice ICF foram semelhantes aos de Lavres Júnior; Monteiro (2006) e superiores aos
71
de Manarim; Monteiro (2003), demonstrando que o solo em estudo apresentou algum
fornecimento de N, possivelmente pelo início da mineralização da matéria orgânica e pela
adubação residual do milho no consórcio.
As demais interações do teor de PB apresentaram incremento linear com as doses de N
(Figura 10), sendo que em função do efeito concentração na %MS, os maiores teores
ocorreram na 1
a
época de corte. Da mesma forma que o consórcio TS na 2
a
e 3
a
e o TC na 3
a
e
4
a
épocas de corte, Barros et al. (2002) verificaram aumentos lineares crescentes dos teores de
PB do capim-tanzânia estabelecido pelo consórcio com milheto e adubado com doses de N.
Com relação aos consórcios, apenas na época de corte o TS apresentou ligeira
superioridade de PB em relação aos demais, sendo que nas épocas de corte subsequentes não
ocorreu este comportamento, corroborando com Quadros; Rodrigues (2006), quando
compararam cultivares de P. maximum adubados com N. Os teores de 9,7 a 22,8% de PB do
presente trabalho foram satisfatórios, visto que foram superiores aos 7% considerados por
Soest (1994), como mínimo para manutenção da população de microorganismos do rúmen de
bovinos.
O aumento do teor de PB de pastagens ocorre até altas doses de N (800 kg/ha/ano),
correspondendo de 50 a 90 g de PB/kg de massa seca para cada 100 kg/ha de N, entretanto, a
aplicação de baixas doses de N na época chuvosa pode ter pouco efeito no teor de PB, embora
aumente o crescimento das plantas (WHITEHEAD, 2000), sendo tal afirmativa verdadeira
para os resultados obtidos no presente trabalho, que os menores incrementos de PB em
função das doses de N ocorreram na 4
a
época de corte (Figura 10).
Segundo Soest (1994), o estádio de maturidade da gramínea influencia mais o teor de
FDN que a adubação nitrogenada. Na comparação entre os consórcios, apenas na época de
corte, o TC foi superior aos demais no teor de NDT. Visto que este foi calculado em função
do teor de FDN, com a diminuição do teor de FDN, ocorreu aumento do NDT (Tabela 5). O
efeito concentração na %MS também foi verificado para estes atributos, sendo os menores
teores de FDN e os maiores de NDT verificados na época de corte, independente do
consórcio e da dose de N. No geral, os teores de FDN foram inferiores aos 74,5 e 73,4% do
capim-mombaça no período das águas e seco, respectivamente, relatados por Euclides et al.
(2008) e aos 75,7% do capim-tanzânia relatado por Difante et al. (2009), enquanto que os
teores de NDT ficaram próximos aos 55% relatados por Soest (1994), em forrageiras
tropicais.
72
Tabela 5. Desdobramento das interações significativas dos teores médios de nutrientes
digestíveis totais (NDT) e fibra em detergente neutro (FDN) do consórcio × dose
de N e época de corte × dose de N, nas folhas dos capins Tanzânia e Mombaça.
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
NDT (%MS)
CV = 1,6%
Consórcio
*
TS
TC
MS
MC
Época de corte
1
57,43
aB
**
58,46 aA
57,51
aB
56,45
aC
2 54,58 bA 55,41 bA 54,58 bA 55,13 bA
3 54,33 bcA 53,94 cA 53,95 bA 53,67 cA
4 53,77 cA 54,37 cA 53,80 bA 53,92 cA
Dose (kg/ha de N) 0 50 100 200
Época de corte
1
56,77
a
**
57,46
a
57,43
a
58,19
a
2 54,87 b 54,87 b 54,46 b 55,50 b
3 53,42 c 54,00 c 53,69 b 54,78 b
4 53,62 c 53,79 c 54,31 b 53,85 c
FDN (%MS)
CV = 2,6%
Consórcio
*
TS
TC
MS
MC
Época de corte
1
63,20
cB
**
60,03 cC
63,00
cB
65,54
cA
2 70,03 bA 68,05 bA 70,03 bA 68,72 bA
3 70,64 bA 71,57 aA 71,54 abA 72,21 aA
4 72,68 aA 71,60 aA 71,90 aA 71,62 aA
Dose (kg/ha de N) 0 50 100 200
Época de corte
1
64,78
b
**
63,13
c
63,19
c
61,37
d
2 69,34 a 69,35 b 70,32 b 67,83 c
3 72,82 a 71,43 a 72,16 a 69,55 b
4 72,34 a 71,94 a 71,75 ab 71,78 a
*
TS e MS: capins Tanzânia e Mombaça semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; TC e MC: capins
Tanzânia e Mombaça semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**
médias seguidas de diferentes letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, dentro de cada
desdobramento, diferem pelo teste de Tukey (P<0,05).
Apenas na 4
a
época de corte, os teores de NDT e FDN não apresentaram significância
(P>0,05) em função das doses de N, enquanto que na 2
a
época de corte houve ajuste de
regressão quadrática apenas para o FDN, cuja dose que proporcionou maior teor foi de 77,86
kg/ha de N, com 69,99% de FDN (Figura 11). As demais interações apresentaram regressão
linear em função das doses de N, sendo que, no geral, ocorreu aumento do NDT e decréscimo
do FDN com elevação das doses de N. Com excessão da 1
a
época de corte, os teores de FDN
foram semelhantes aos 70,8 e 70,3% com e sem irrigação na época seca, respectivamente, e
inferiores aos 77,4 e 75,3% com e sem irrigação na época chuvosa, respectivamente,
verificados por Ribeiro et al. (2009), no capim-mombaça. Assim, a fim de reduzir o efeito da
73
época do ano para se obter forragem com menor teor de fibra e melhor valor nutritivo
(aumento da PB), pode-se aumentar o intervalo de corte no período seco, inclusive para elevar
a PMS e diminuir este intervalo no período chuvoso.
Figura 11. Teores médios de nutrientes digestíveis totais (NDT) e fibra em detergente neutro
(FDN) nas folhas dos capins Tanzânia e Mombaça após o consórcio com milho,
sob épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Conforme Silva; Queiroz (2002), a FDA é a porção menos digerível da parede celular
das forrageiras pelos microrganismos do rúmen, sendo constituída na sua quase totalidade de
lignocelulose (lignina e celulose). Apesar de na literatura, a relação entre adubação
nitrogenada e FDA ser inconsistente, os teores de FDA foram influenciados pela adubação
nitrogenada (P<0,05) (Figura 12). Os teores de FDA apenas na 4
a
época de corte não
apresentaram significância (P>0,05), enquanto que os consórcios TC e MC na 2
a
época de
corte apresentaram regressão quadrática, cujas doses que proporcionaram maiores teores de
FDA foram de 87,90 e 96,99 kg/ha de N, com 36,32 e 37,93%, respectivamente. As demais
interações ajustaram-se à regressões lineares em função das doses de N, ocorrendo um
decréscimo do FDA em função do aumento nas doses de N e na 1
a
época de corte, da mesma
forma que o FDN, ocorreram os menores teores de FDA.
74
Figura 12. Teor de fibra em detergente ácido (FDA) nas folhas dos capins Tanzânia e
Mombaça após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008.
TS e MS: capins Tanzânia e Mombaça semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; TC e MC: capins
Tanzânia e Mombaça semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Vale ressaltar que quanto maior o teor de FDA, menor será a digestibilidade, enquanto
que o FDN tem correlação negativa com o consumo das forrageiras, considerando teores de
40% de FDA e 60% de FDN, como limitantes da digestibilidade e do consumo,
respectivamente (SOEST, 1994). Assim, os teores de FDN foram superiores a 60% (Tabela 5
e Figura 11), podendo-se afirmar que apesar da adubação nitrogenada, da irrigação, do
intervalo de corte de 30 dias e da altura de corte de 0,40 m (folhas principalmente), os capins
Tanzânia e Mombaça apresentaram elevado teor de FDN. No entanto, os teores de FDA
foram inferiores a 40% (Figura 12), inferindo-se em uma forragem de menor consumo, mas
de boa digestibilidade.
Com relação ao teor foliar de lignina, os consórcios TS na 1
a
, MC na 3
a
e MS na 2
a
, 3
a
e
4
a
épocas de corte não apresentaram significância (P>0,05) (Figura 13), enquanto que os
consórcios TC, MS e MC na 1ª, TS, TC e MC na 2
a
e TC na 3
a
época de corte apresentaram
75
regressão quadrática, cujas doses que proporcionaram menores teores de lignina foram de
134,41; 120,00 e 143,59 kg/ha de N, com 1,54; 1,72 e 1,44%, respectivamente, e máximos
teores de lignina foram de 157,58; 104,15; 105,00 e 104,86 kg/ha de N, com 3,74; 3,01; 3,65 e
2,93%, respectivamente. As demais interações apresentaram regressão linear em função das
doses de N, em que com excessão do consórcio TC na 4ª época de corte, ocorreu um
acréscimo no teor de lignina em função do aumento das doses de N e no geral, os teores foram
bastante semelhantes entre as épocas de corte, ficando entre 1 e 4%, valores estes,
semelhantes aos relatados por Euclides et al. (2008), nos capins Massai e Mombaça e por
Difante et al. (2009), no capim-tanzânia, bem como, abaixo dos 4-12% relatados por Silva;
Queiroz (2002).
Figura 13. Teor de lignina nas folhas dos capins Tanzânia e Mombaça após o consórcio com
milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
TS e MS: capins Tanzânia e Mombaça semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; TC e MC: capins
Tanzânia e Mombaça semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
76
O termo lignina é usado para designar um grupo de susbstâncias com unidades químicas
semelhantes e estrutura muito complexa (polímeros). Na nutrição animal, a importância da
lignina prende-se à sua influência negativa sobre a digestibilidade de outros nutrientes,
evidenciadas pelas altas correlações negativas com a digestibilidade da massa seca, da
celulose e da hemicelulose (SILVA; QUEIROZ, 2002).
O teor foliar de celulose (CEL) foi influenciado (P<0,05) pelas doses de N, sendo que
os consórcios TC e MC na e MS na 4
a
época de corte apresentaram regressão quadrática,
cujas doses que proporcionaram máximos teores de CEL foram de 74,62; 95,52 e 129,26
kg/ha de N, com 32,61; 34,65 e 34,30% de celulose, respectivamente (Figura 14).
Figura 14. Teor de celulose (CEL) nas folhas dos capins Tanzânia e Mombaça após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do
Sul. 2008.
TS e MS: capins Tanzânia e Mombaça semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; TC e MC: capins
Tanzânia e Mombaça semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
77
As demais interações apresentaram regressão linear decrescente em função das doses de
N (Figura 14), sendo que a 1ª época de corte apresentou os menores teores (inferiores a 31%),
com destaque para o consórcio TC, enquanto que nas demais épocas de corte foram superiores
a esse teor. Tais resultados corroboram com Silva; Queiroz (2002) ao relatarem 33,8% para o
capim-colonião e descreverem que em geral, verifica-se queda do valor nutritivo da forrageira
com o maior estádio de desenvolvimento da planta, ocorrendo comumente queda nos teores
de PB e aumento nos teores de massa seca, celulose e lignina, com consequente redução na
digestibilidade. Assim, a diminuição dos teores de celulose com a adubação nitrogenada se
mostrou interessante, visto que pode elevar a digestibilidade do capim.
A fração celulose representa a maior parte da FDA. Esta é um polímero linear com
ligações β-1,4 entre unidades de D-glicose, sendo insolúvel nos solventes alcalinos usados
para extrair os polissacarídeos não-celulósicos. Sua estrutura química parece ser igual nos
diversos vegetais, mas podem ocorrer variações na sua massa molecular nas diferentes
espécies vegetais (SILVA; QUEIROZ, 2002). por hemicelulose entende-se um grupo de
substâncias em que se incluem os polímeros de pentoses (xilose, arabinose etc.) e certos
polímeros de hexoses e ácidos urônicos. É em geral, menos resistente a tratamento químico e
mais digerível que a celulose, porém menos que os carboidratos solúveis e o amido, sendo que
o capim-colonião apresentou 27,5% de hemicelulose (SILVA; QUEIROZ, 2002). Assim, do
ponto de vista da digestibilidade dos componentes da parede celular, torna-se interessante
elevar o teor de hemicelulose com o intuito de diminuir os de FDA, composto principalmente
por lignina e celulose, já que a hemicelulose é calculada pela diferença entre os teores de FDN
e FDA.
Os teores de hemicelulose (HEM) não foram influenciados pelas doses de N (P>0,05).
No entanto, desdobrando as interações entre os consórcios e as épocas de corte (Tabela 6),
verifica-se que: o consórcio TS na 1ª época de corte foi superior às demais épocas; o
consórcio TC na época de corte foi superior a época; o consórcio MS na época de
corte foi superior a época e o MC não apresentou diferença entre as épocas de corte. na
comparação entre as épocas de corte, o TC foi inferior na e o TS foi inferior nas demais
épocas. Independente da dose de N houve aumento dos teores de hemicelulose da para a
época de corte, demonstrando que com o aumento da temperatura e do fotoperíodo (Figura 1),
os capins tendem a antecipar sua maturidade fisiológica elevando os componentes da parede
celular das plantas, dentre eles, o teor de hemicelulose. Assim para diminuir esse efeito,
poderia-se diminuir a idade de corte do capim com o início da primavera. No entanto, tal
diminuição poderia diminuir a PMS.
78
Tabela 6. Desdobramento das interações dos teores de hemicelulose (HEM) do consórcio ×
época de corte e época de corte × dose de N nas folhas dos capins Tanzânia e
Mombaça. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
HEM
(%MS)
CV
(%)
=
5,9
Consórcio
*
TS
TC
MS
MC
Época de corte
1
34,03 aA
**
31,85 bB
35,82 aA
34,90
a
A
2 31,69 bC 33,28 abBC 34,65 abAB
35,70 aA
3 30,91 bB 33,32 abA 34,36 abA 34,03 aA
4 31,82 bC 34,02 aAB 32,97 bBC 35,30 aA
Dose (kg/ha de N) 0 50 100 200
Época de corte
1
32,35
c
**
31,99
c
32,37
b
31,74
c
2 33,13 bc 32,98 bc 33,11 ab 33,23 bc
3 34,67 ab 34,50 ab 34,87 a 33,76 ab
4 35,35 a 35,20 a 34,38 a 35,01 a
*
TS e MS: capins Tanzânia e Mombaça semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; TC e MC: capins
Tanzânia e Mombaça semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**
médias seguidas de diferentes letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas, dentro de cada
desdobramento, diferem pelo teste de Tukey (P<0,05).
Em ambos os capins, a PMS não apresentou correlação linear significativa apenas com a
PB (Tabela 7), sendo negativa com a %MS e o NDT, enquanto que o NDT e a PB
apresentaram correlação linear positiva entre si, e negativa com o FDN e o FDA, ao passo que
estes apresentaram correlação linear positiva entre si. Silva; Queiroz (2002) relataram que a
diminuição dos componentes estruturais da parede celular diminuem a %MS da planta. No
entanto, esse comportamento foi significativo na interação FDN × %MS do capim-
mombaça.
Canto et al. (2008) verificaram que pastagens de capim-tanzânia, em regime de lotação
contínua ao final da primavera em alturas de pastejo entre 0,40 e 0,60 m, forneceram
quantidades adequadas de folhas e elevadas taxas de acúmulo de massa seca com restrição
dos colmos, o que melhorou a composição bromatológica. Assim, no presente trabalho,
procurou-se explorar essas ferramentas de manejo (adubação nitrogenada e altura de corte), a
fim de se obter uma forragem de melhor qualidade e em quantidade satisfatória.
Rocha et al. (2005) sugerem que o teor de clorofila pode ser utilizado como indicador
do teor de N na planta, além de boa correlação com a produtividade de algumas culturas,
como o capim-mombaça (MANARIM; MONTEIRO, 2003) e o capim-aruana (LAVRES
JÚNIOR; MONTEIRO, 2006), pois as moléculas de clorofila encontram-se especificamente
em complexos protéicos e são produzidas pela planta por meio dos cloroplastos que possuem
RNA, DNA e ribossomas, podendo, assim, sintetizar proteínas e multiplicar-se (ROCHA et
79
al., 2005). A correlação positiva e elevada entre esses atributos é de grande importância na
diagnose precoce de deficiências de N, garantindo tomada de decisões em tempo hábil para
possíveis adubações de cobertura desse nutriente. Assim, o índice ICF pode ser usado como
indicador da PMS e das necessidades de adubação nitrogenada. Em função do elevado
número de observações por capim (n = 128), os coeficientes de correlação do índice ICF com
a PMS, a %MS e a PB se apresentaram entre fraco e moderado (0,20 a 0,69), no entanto,
significativos (P<0,01).
Tabela 7. Matriz de correlação linear entre a produtividade de massa seca (PMS), a
porcentagem de matéria seca (%MS), o índice ICF e a composição bromatológica
dos capins Tanzânia e Mombaça. Selvíria/MS. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
Panicum maximum
cv. Tanzânia
PMS
%MS
ICF
NDT
PB
FDN
FDA
CEL
HEM
%MS
-
0,2
89
ICF
0,304
-
0,389
NDT
-0,322
-0,016
ns
0,092
ns
PB
-0,034
ns
-0,372
0,574
0,317
FDN
0,322
0,016
ns
-
0,092
ns
-
1,000
-
0,317
FDA
0,522
0,004
ns
-0,123
ns
-0,587
-0,554
0,587
CEL
0,438
0,02
5
ns
-
0,181
*
-
0,544
-
0,580
0,544
0,964
HEM
0,237
0,022
ns
-0,126
ns
-0,510
-0,225
0,510
0,405
0,406
LIG
0,438
-0,112
ns
0,152
ns
-0,236
-0,120
ns
0,236
0,356
0,122
ns
0,083
ns
Panicum maximum
cv. Mombaça
PMS
%MS
ICF
NDT
PB
FDN
FDA
CEL
HEM
%MS
-
0,245
ICF
0,212
-0,248
NDT
-
0,296
-
0,270
0,072
ns
PB
0,059
ns
-0,386
0,554
0,535
FDN
0,296
0,270
-0,072
ns
-1,000
-0,535
FDA
0,408
0,096
ns
-
0,150
ns
-
0,839
-
0,590
0,839
CEL
0,346
0,194
*
-0,114
ns
-0,861
-0,601
0,861
0,972
HEM
0,002
ns
0,361
0,065
ns
-
0,707
0,195
*
0,707
0,209
*
0,286
LIG
0,246
-0,333
-0,177
ns
-0,134
ns
-0,141
ns
0,134
ns
0,388
0,198
*
-
PMS e %MS: produtividade de massa seca e porcentagem de matéria seca, respectivamente; ICF, NDT, PB,
FDN, FDA, CEL, HEM e LIG são, respectivamente, os teores foliares de clorofila, nutrientes digestíveis totais,
proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, celulose, hemicelulose e lignina dos capins
Tanzânia e Mombaça.
**, *
,
ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
As equações que apresentaram maior valor de r
2
foram exponencial na PMS, na %MS e
na PB do capim-tanzânia e exponencial na PMS, logarítima na %MS e na PB do capim-
mombaça (Figura 15). Cabe salientar que, a determinação do índice ICF pelo clorofilômetro
apresenta as vantagens da leitura não ser influenciada pelo consumo de luxo de N pela planta
e pode ser feita em poucos segundos, possibilitando rápido diagnóstico da situação da
pastagem, possibilitando estimar-se a PMS e o teor de PB, que também irá facilitar na
determinação da necessidade de suplementação protéica dos animais, no caso dessa ser
destinada ao pastejo.
80
Figura 15. Relação do teor foliar de clorofila (índice ICF) com a produtividade de massa seca
(PMS), a porcentagem de matéria seca (%MS) e o teor foliar de proteína bruta
(PB) dos capins Tanzânia e Mombaça (nº de observações por capim = 128).
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
81
4.2.5. Teor de clorofila (índice ICF) e composição bromatológica dos capins Marandu e
Ruziziensis
O índice ICF apresentou regressão quadrática para o consórcio RS na e BC e RC na
época de corte (Figura 16), cujas doses que proporcionaram maiores índices foram de
159,21; 151,49 e 172,16 kg/ha de N, com teores de clorofila de 48,40; 42,57 e 37,82 ICF,
respectivamente. Os demais consórcios apresentaram efeito linear crescente em função das
doses de N e apenas o BS, RS e RC na época de corte não apresentaram significância
(P>0,05). Com excessão dos maiores valores deste atributo na época de corte no BS e BC
até a dose de 100 kg/ha de N, foram bastante semelhantes entre os consórcios nas demais
épocas de corte dos capins Marandu e Ruziziensis. Benett et al. (2008); Maranhão et al.
(2009) avaliando o capim-marandu também verificaram efeito linear das doses de N no teor
de clorofila (índice SPAD).
Figura 16. Teor de clorofila (índice ICF) nas folhas dos capins Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
82
O capim-marandu se mostrou mais eficiente na manutenção dos teores de clorofila
(Figura 16) com a diminuição da temperatura ocorrida na época de corte (Figura 1), sendo
que os teores deste atributo no capim-ruziziensis apenas se aproximou dos verificados no
capim-marandu com a aplicação de 200 kg/ha de N. Além disso, conforme Martha Júnior;
Vilela; Sousa (2007), o aumento na disponibilidade de N no solo interfere nas respostas
morfofisiológicas da forrageira, como atividade fotossintética, mobilização de reservas após a
desfolhação e ritmo de expansão da área foliar. Assim, visto que a clorofila está presente nas
folhas das plantas, sendo importante para produção de glicose por meio da fotossíntese e
crescimento das plantas (MARANHÃO et al., 2009), a dimuição dos teores de clorofila
também pode explicar as menores PMS do capim-ruziziensis na 3ª época de corte (Figura 4).
Também houve efeito das doses de N (P<0,05) no teor de PB, sendo que os consórcios
BS, RS e RC na 1ª, RS na 2ª, BC na 3ª e BC e RS na 4ª época de corte apresentaram regressão
quadrática, cujas doses que proporcionaram maiores teores de PB foram de 141,89; 147,06;
140,20; 215,57; 172,52; 166,65 e 221,79 kg/ha de N, com 19,38; 20,98; 23,52; 16,37; 15,43;
17,43 e 17,57% de PB, respectivamente (Figura 17).
Figura 17. Teor de proteína bruta (PB) nas folhas dos capins Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *
: (P<0,01) e (P<0,05), respectivamente.
83
As demais interações do teor de PB apresentaram incremento linear com as doses de N,
sendo que em função do efeito concentração na %MS, os maiores teores ocorreram na 1
a
época de corte e nessa época, foram necessárias menores doses de N para obtenção das doses
máximas, sendo os teores de PB obtidos com essas doses superiores às demais épocas de corte
(Figura 17). Cabe salientar o considerável teor de PB dos capins na ausência de adubação
nitrogenada com média de 10,4% entre os consórcios. Os comportamentos quadráticos podem
ter sido influenciados pelo intervalo de corte de 30 dias, sendo que nesses casos, a diminuição
desse intervalo poderia alterar esse efeito.
Na ausência de adubação, independente do consórcio e da época de corte os teores de
PB foram semelhantes aos de Benett et al. (2008) e superiores aos de Dupas (2008); Leonel et
al. (2009). Benett et al. (2008) também verificaram que em função da época de corte o capim-
marandu apresentou regressões linear e quadrática (ponto máximo acima de 200 kg/ha de N)
no início dos meses de novembro e janeiro, respectivamente. Assim, visto que os pontos
máximos do presente trabalho não ultrapassaram esse valor e aliado aos bons teores de PB na
ausência de adubação, demonstra-se que o solo em estudo apresentou algum fornecimento de
N, possivelmente pelo início da mineralização da matéria orgânica e pela adubação residual
do milho no consórcio, sendo que a época de corte apresentou ligeira superioridade de PB
em relação às demais, principalmente pelas respostas quadráticas dos consórcios BS, RS e
RC. Os teores de 7,45 a 23,94% de PB do presente trabalho foram satisfatórios, visto que
foram superiores aos 7% considerados por Soest (1994) como mínimo para manutenção da
população de microorganismos do rúmen de bovinos.
Apenas os consórcios BS na 1ª, BC, RS e RC na e BS na 3
a
época de corte o
apresentaram significância (P>0,05) dos teores de NDT e FDN em função das doses de N
(Figura 18 e 19), enquanto que o RS e RC na 1ª, o RC na e o BS na 4
a
época de corte
apresentaram regressão quadrática para o teor de NDT e FDN, cujas doses que
proporcionaram maiores teores de NDT foram de 126,40; 132,58; 127,93 e 143,49 kg/ha de
N, com 62,06; 62,44; 58,28 e 58,12% de NDT e os menores teores de FDN foram de 126,63;
132,50; 127,73 e 143,26 kg/ha de N, com 52,09; 51,18; 61,19 e 61,74% de FDN,
respectivamente. Da mesma forma que as demais interações, Barducci et al. (2009) avaliando
o capim-marandu consorciado por ocasião da adubação nitrogenada do milho verificaram
efeito linear nos teores de FDN em função das doses de N, sendo que no geral também
ocorreu aumento do teor de NDT e decréscimo do FDN com elevação dessas doses.
84
Figura 18. Teor de nutrientes digestíveis totais (NDT) nas folhas dos capins Marandu e
Ruziziensis após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Independente da época de consórcio com o milho o capim-ruziziensis foi superior ao
capim-marandu nos teores de NDT e inferior nos de FDN, visto que os teores de NDT foram
calculados de forma inversa aos de FDN. O efeito concentração na %MS também foi
verificado para estes atributos, sendo os menores teores de FDN e os maiores de NDT
verificados na época de corte, independente do consórcio e da dose de N (Figuras 18 e 19).
Borghi et al. (2006) constatarm 72% de FDN no capim-marandu consorciado nas entrelinhas
do milho, enquanto que Benett et al. (2008) verificaram teores entre 69,64 e 64,66% no
mesmo capim com as doses de 0 e 200 kg/ha de N, respectivamente, sendo esses superiores
aos do presente trabalho, principalmente quando comparado à época de corte. No entanto,
os teores de FDN e NDT do presente trabalho foram semelhantes aos relatados por Maranhão
et al. (2009), provavelmente pela semelhança nos intervalos de corte.
85
Figura 19. Teor de fibra em detergente neutro (FDN) nas folhas os capins Marandu e
Ruziziensis após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
No geral, os teores de NDT ficaram acima dos 55% relatados como ideais por Soest
(1994) em forrageiras tropicais, bem como aos 56,79% no capim-marandu relatado por Benett
et al. (2008) utilizando a mesma metodologia de cálculo. No entanto, para reduzir o efeito da
época do ano, pode-se aumentar o intervalo de corte no período seco, inclusive para elevar a
PMS e diminuir este intervalo no período chuvoso, afim de se obter forragem com menor teor
de fibra e melhor valor nutritivo (aumento da PB e do NDT).
Os teores de FDA dos consórcios BS, RS e RC na 2ª, BC na 3ª e e RS na 4
a
época de
corte não apresentaram significância (P>0,05) (Figura 20), enquanto que da mesma forma que
Maranhão et al. (2009) avaliando o capim-marandu, os consórcios BS, RS e RC na e BS e
RC na 4
a
época de corte apresentaram regressão quadrática, cujas doses que proporcionaram
menores teores de FDA foram de 120,86; 118,56; 109,75; 112,93 e 150,03 kg/ha de N, com
86
26,03; 23,74; 28,47; 30,90 e 28,76% de FDA, respectivamente e a dose que proporcionou
maior teor de FDA no consórcio BS foi de 77,47 kg/ha de N, com 33,78% de FDA. Da
mesma forma que Benett et al. (2008), inclusive com teores semelhantes e Cecato et al.
(2004) com teores superiores, as demais interações ajustaram-se à regressões lineares em
função das doses de N. Com excessão do consórcio BC na época de corte, ocorreu um
decréscimo do FDA em função do aumento dessas doses, e na 1
a
época de corte ocorreram os
menores teores de FDA. Os teores de FDA do presente trabalho também foram semelhantes
aos relatados por Maranhão et al. (2009). No entanto foram inferiores aos de Borghi et al.
(2006), visto que esses avaliaram o capim-marandu em consórcio na época de colheita do
milho para forragem (estádio de grãos farináceos) na qual o capim se apresentava com
aproximadamente 90 dias. Tais resultados demonstram a importância de manejar o capim
após a colheita do milho e disponibilizá-lo aos animais em estádio de desenvolvimento menos
avançado, afim de melhorar sua composição bromatológica, principalmente com a diminuição
dos componentes da parede celular (FDN e FDA).
Figura 20. Teor de fibra em detergente ácido (FDA) nas folhas dos capins Marandu e
Ruziziensis após o consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
87
Com relação ao teor de lignina, os consórcios BS em todas as épocas de corte, RS na 1ª,
e épocas de corte, RC na e e BC na 4
a
época de corte não apresentaram
significância (P>0,05), enquanto que o RC na 1ª e 3ª e o RS na 3ª época de corte apresentaram
regressão quadrática, cujas doses que proporcionaram menores teores de lignina foram de
121,19 e 117,83 kg/ha de N, com 1,52 e 1,31%, respectivamente, e os máximos teores de
lignina foram de 117,76 kg/ha de N, com 2,14% de lignina, respectivamente (Figura 21). As
demais interações apresentaram regressão linear em função das doses de N e com excessão do
consórcio BC na época de corte, ocorreu um decréscimo no teor de lignina em função do
aumento das doses de N. No geral, os teores deste atributo foram bastante semelhantes entre
as épocas de corte, ficando entre 1 e 4%, teores estes, semelhantes aos relatados por Leonel et
al. (2009) nas folhas do capim-MG5 aos 128 dias após a colheita do milho e Maranhão et al.
(2009) no capim-marandu submetido à doses de N.
Figura 21. Teor de lignina nas folhas dos capins Marandu e Ruziziensis após o consórcio
com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
88
Vale ressaltar que quanto maior o teor de FDA, menor será a digestibilidade, enquanto
que o FDN tem correlação negativa com o consumo das forrageiras, considerando teores de
40% de FDA e 60% de FDN, como limitantes da digestibilidade e do consumo,
respectivamente (SOEST, 1994). Assim, com exceção da época de corte, no geral os teores
de FDN foram superiores a 60% (Figura 19), podendo-se afirmar que apesar da adubação
nitrogenada, da irrigação, do intervalo de corte de 30 dias e da altura de corte de 0,30 m
(folhas principalmente), os capins Marandu e Ruziziensis apresentaram elevado teor de FDN.
No entanto, os teores de FDA foram inferiores a 40% (Figura 20), inferindo-se em uma
forragem de menor consumo, mas de boa digestibilidade.
Os teores de celulose (CEL) dos consórcios BC e RC na , BC e RS na e todos os
consórcios na época de corte não foram influenciados pelas doses de N (P>0,05) (Figura
22). Os consórcios BS e RS na e BS e RC na 4
a
época de corte apresentaram regressão
quadrática (P<0,05), cujas doses que proporcionaram mínimos teores de CEL foram de
125,60; 109,17; 113,01 e 152,90 kg/ha de N, com 23,23; 17,48; 28,91 e 25,82%,
respectivamente, e os consórcios na 3ª época de corte, regressão linear decrescente.
Figura 22. Teor de celulose (CEL) nas folhas dos capins Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
89
A época de corte apresentou os menores teores (inferiores a 27%), enquanto que as
demais épocas de corte foram superiores a esse teor (Figura 22). Comparando tais resultados
com os obtidos por Araújo et al. (2007) avaliando o capim-marandu, verifica-se que mesmo
na ausência de adubação nitrogenada, a idade fenológica do capim no presente trabalho (30
dias) favoreceu a diminuição dos teores de celulose, visto que esses autores verificaram
41,85% com 75 dias após a emergência (DAE) na primavera/verão. Já Ulian et al. (2008a)
verificaram 29,75% de celulose nesse mesmo capim aos 56 DAE no verão/outono e Silva;
Queiroz (2002) relataram 30,2% de celulose para o capim-ruziziensis.
Os consórcios BS e RS na 1ª, RS e RC na e todos os consórcios na época de corte
não apresentaram significância (P>0,05) no teor de hemicelulose (HEM), enquanto que os
demais consórcios apresentaram regressão linear decrescente (P<0,05) em função das doses
de N (Figura 23).
Figura 23. Teor de hemicelulose (HEM) nas folhas dos capins Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho, épocas de corte e doses de N. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
BS e RS: capins Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho, respectivamente; BC e RC: capins
Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
90
A ausência de adubação na época de corte apresentou os maiores teores de HEM
(superiores a 35%), enquanto que nas demais épocas de corte foram inferiores a esse valor
(Figura 23). Comparando tais resultados com os obtidos por Araújo et al. (2007) avaliando o
capim-marandu, verifica-se que mesmo na ausência de adubação nitrogenada, a idade
fenológica do capim no presente trabalho (30 dias) favoreceram o aumento dos teores de
hemicelulose, já que esses autores verificaram 22,72% com 75 dias após a emergência (DAE)
na primavera/verão. Já Ulian et al. (2008a) verificaram 28,11% de celulose nesse mesmo
capim aos 56 DAE no verão/outono.
Em ambos os capins, a PMS não apresentou correlação linear significativa apenas com a
PB e a lignina, sendo negativa com a %MS e o NDT, enquanto que o NDT e a PB
apresentaram correlação linear positiva entre si, e negativa com o FDN e o FDA, ao passo que
estes apresentaram correlação linear positiva entre si (Tabela 8). Silva; Queiroz (2002),
relataram que a diminuição dos componentes estruturais da parede celular diminuem a %MS
da planta. No entanto, esse comportamento não foi significativo no presente trabalho.
Tabela 8. Matriz de correlação linear entre a produtividade de massa seca (PMS), a
porcentagem de matéria seca (%MS), o índice ICF e a composição bromatológica
dos capins Marandu e Ruziziensis. Selvíria/MS. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008.
Brachiaria brizantha
cv. Marandu
PMS
%MS
ICF
NDT
PB
FDN
FDA
CEL
%MS
-
0,447
ICF
0,475
-
0,227
NDT
-0,405
0,074
ns
0,072
ns
PB
0,101
ns
-
0,314
0,357
0,640
FDN
0,405
-0,074
ns
-0,072
ns
-1,000
-0,640
FDA
0,605
-0,302
-0,067
ns
-0,805
-0,474
0,805
CEL
0,616
-
0,292
-
0,058
ns
-
0,822
-
0,496
0,822
0,972
HEM
0,019
ns
0,200
*
-0,047
ns
-0,778
-0,541
0,778
0,254
0,311
LIG
0,100
ns
-
0,133
ns
-
0,031
ns
0,008
ns
0,183
*
-
0,008
ns
0,191
*
0,031
ns
Brachiaria ruziziensis
PMS
%MS
ICF
NDT
PB
FDN
FDA
CEL
%MS
-
0,629
ICF
0,138
*
-0,299
NDT
-
0,305
-
0,045
ns
0,501
PB
0,113
ns
-0,359
0,701
0,714
FDN
0,305
0,045
ns
-0,501
-1,000
-0,714
FDA
0,431
-
0,124
ns
-
0,500
-
0,845
-
0,646
0,845
CEL
0,411
-0,102
ns
-0,467
-0,849
-0,647
0,849
0,986
HEM
0,069
ns
0,2
08
*
-
0,333
-
0,826
-
0,545
0,826
0,397
0,418
LIG
0,132
ns
-0,121
ns
-0,235
-0,198
*
-0,075
ns
0,198
*
0,273
0,151
ns
PMS e %MS: produtividade de massa seca e porcentagem de matéria seca, respectivamente; ICF, NDT, PB,
FDN, FDA, CEL, HEM e LIG são, respectivamente, os teores foliares de clorofila, nutrientes digestíveis totais,
proteína bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido, celulose, hemicelulose e lignina dos capins
Tanzânia e Mombaça.
**, *
,
ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
91
De acordo com Pires (2006), o capim-ruziziensis é sensível ao pisoteio excessivo;
assim, o corte ao invés do pastejo pode viabilizar sua utilização na ILP, já que foi semelhante
na PMS e ligeiramente superior na composição bromatológica em relação ao capim-marandu.
Além disso, necessita de menores doses de herbicida para o manejo de dessecação e apresenta
produção uniforme de sementes, enquanto que o capim-marandu floresce de forma
desuniforme, o que favorece a criação de bancos de sementes no solo podendo atrapalhar as
semeaduras subseqüentes (TRECENTI, 2005; CECCON, 2007).
Rocha et al. (2005) sugerem que o teor de clorofila pode ser utilizado como indicador
do teor de N na planta, além de que, também apresenta boa correlação com a produtividade do
capim-marandu (ABREU; MONTEIRO, 1999; MARANHÃO et al., 2009), pois as moléculas
de clorofila encontram-se especificamente em complexos protéicos e são produzidas pela
planta por meio dos cloroplastos que possuem RNA, DNA e ribossomas, podendo assim
sintetizar proteínas e multiplicar-se (ROCHA et al., 2005). A correlação positiva e elevada
entre esses atributos é de grande importância na diagnose precoce de deficiências de N,
garantindo tomada de decisões em tempo hábil para possíveis adubações de cobertura desse
nutriente. Assim, o índice ICF pode ser usado como indicador da PMS e das necessidades de
adubação nitrogenada. Em função do elevado número de observações por capim (n = 128), os
coeficientes de correlação do índice ICF com a PMS, a %MS e a PB se apresentaram entre
fraco e forte (0,13 a 0,70), no entanto significativos para a interação ICF × PMS (P<0,05) no
capim-ruziziensis e (P<0,01) nas demais interações. As equações que apresentaram maior
valor de r
2
foram logarítima na PMS, linear na %MS e potencial na PB do capim-marandu, e
potencial para PMS e PB, e quadrática na %MS do capim-ruziziensis (Figura 24).
De acordo com Abreu; Monteiro (1999) o teor máximo de PB nas lâminas de folhas
novas aos 28 dias de desenvolvimento do capim-marandu foi de 14,5% e o valor ICF
associado a esse teor foi de 49,0 valores esses semelhantes aos obtidos pela equação do
presente trabalho. Cabe salientar que, a determinação do índice ICF pelo clorofilômetro
apresenta as vantagens da leitura não ser influenciada pelo consumo de luxo de N pela planta
e pode ser feita em poucos segundos, possibilitando rápido diagnóstico da situação da
pastagem, possibilitando estimar-se a PMS e o teor de PB, que também irá facilitar na
determinação da necessidade de suplementação protéica dos animais, no caso dessa ser
destinada ao pastejo.
92
Figura 24. Relação do teor foliar de clorofila (índice ICF) com a produtividade de massa seca
(PMS), a porcentagem de matéria seca (%MS) e o teor foliar de proteína bruta
(PB) dos capins Marandu e Ruziziensis (nº de observações por capim = 128).
Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
93
4.2.6. Decomposição da massa seca residual – MSR (palhada) dos capins Tanzânia,
Mombaça, Marandu e Ruziziensis após a última época de corte
Analisando-se a Figura 25, verifica-se que com excessão dos consórcios TS e MC
(P>0,05), a relação lignina/N total dos demais foram influenciadas (P<0,05) pelo efeito das
doses de N aplicadas durante o ano na pastagem, com ajustes quadráticos para os consórcios
BS, RS, BC e RC, cujas doses que proporcionaram os valores mínimos foram de 557,00;
507,58; 590,83 e 662,58 kg/ha/ano de N com relação lignina/N total de 1,81; 2,95; 1,60 e
2,57, respectivamente, enquanto que os consórcios MS e TC apresentaram efeito linear
decrescente em função das doses de N. Tais resultados podem ter sido influenciados pela
maior quantidade de colmos geniculados na parte inferior formados a partir da base e dos
estolões curtos do capim-ruziziensis, formando-se muitos colmos, os quais apresentam maior
quantidade de componentes da parede celular, dentre eles a lignina e consequentemente
menores teores de N, elevando a relação lignina/N total, principalmente na ausência de
adubação nitrogenada.
Dubeux Júnior et al. (2006a) também verificaram que a adubação nitrogenada de
pastagem com capim-pensacola diminuiu a relação lignina/N total, a qual influenciou a
velocidade de decomposição e a mineralização dos nutrientes contidos nos resíduos. Já
Dubeux Júnior et al. (2006b) verificaram que a intensidade de pastejo influenciaram a massa
de forragem e a MSR desse capim. No entanto, esse sistema indicou que o capim pode
armazenar N e P através da imobilização, particularmente no início e no final do pastejo,
mineralizando-os posteriormente para a cultura em sucessão através da decomposição de sua
palhada, o que potencializa o sistema através da redução das perdas de nutrientes,
principalmente em ambientes com maior fertilidade do solo como a ILP sob SPD.
No entanto, esses resultados foram inferiores à relação de 7,8 verificada por Pariz et al.
(2008) para o capim-marandu, bem como, aos 5,5; 9,3 e 12,4, respectivamente, do capim-
moa, do milheto e do sorgo forrageiro avaliados aos 75 dias após a emergência (DAE) na
primavera/início de verão visando a formação de palhada para o SPD, no mesmo local do
presente trabalho. Do mesmo modo, Ulian et al. (2008b) também no mesmo local do presente
trabalho, avaliando o capim-marandu, o capim-moa, o milheto e o sorgo forrageiro aos 56
DAE no final do verão/início de outono visando a formação de palhada para o feijão de
inverno, verificaram relação lignina/N total de 2,78; 3,79; 3,86 e 4,66, respectivamente.Visto
que avaliou-se a relação lignina/N total na massa seca residual (MSR) aos 15 dias após o
último corte, na qual predominavam colmos e quantidade mínima de folha para absorção do
herbicida dessecante, o menor estádio fenológico dos capins favoreceram a diminuição dos
94
valores desse atributo. Assim, pode-se afirmar que apesar da adubação nitrogenada no geral,
diminuir a relação lignina/N total, tal atributo também é influenciado pela relação
folha/colmo, idade do capim e época do ano.
Figura 25. Relação lignina/N total na massa seca residual (MSR – rebrote de folhas e colmos)
dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o consórcio com
milho, doses de N (parcelado em 4 cortes) e manejados após a última época de
corte no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, ns
: (P<0,01) e (P>0,05), respectivamente.
95
A decomposição de resíduos culturais é um processo essencialmente biológico, do qual
participam macro, meso e microrganismos. Fatores bióticos e abióticos determinam a
velocidade do processo de decomposição e com excessão do K, a maior parte dos nutrientes
contidos nesses resíduos, é liberado na mesma proporção do decréscimo da massa seca da
palhada (AMADO, 2000).
No geral, as doses de N aplicadas na pastagem durante o ano elevaram a quantidade de
massa seca residual (MSR) dos capins depositada sobre o solo após o último corte (Figura
26). Com relação à decomposição, os consórcios MS e BC em todas as doses de N, o TS na
dose de 200 kg/ha/ano de N e o BS nas doses 0 e 400 kg/ha/ano de N apresentaram regressão
logarítima (P<0,01) com rápida decomposição dos resíduos nos primeiros 15 dias após o
manejo (DAM), enquanto que os demais consórcios apresentaram regressões lineares e
exponenciais. No geral, pela baixa relação lignina/N total dos capins (Figura 25), aos 180
DAM a MSR dos consórcios apresentou quantidade inferior a 1.000 kg/ha.
Da mesma forma que na quantidade de MSR, a % de MSR dos consórcios MS e BC
apresentaram regressões logarítimas, com rápida decomposição inicial, sendo que
independente da dose de N aplicada durante o ano, aos 30 DAM restava aproximadamente 40
e 50% da MSR depositada na superfície do solo nos consórcios MS e BC, respectivamente
(Figura 27). aos 180 DAM, independente da dose de N aplicada durante o ano a MSR foi
de aproximadamente 25; 20; 10; 10; 20 e 15% para os consórcios TS, TC, MS, MC, BS e BC,
respectivamente. Pela forma de crescimento mais decumbente do capim-ruziziensis, com
maior quantidade de colmos e estolões, em função da menor deposição de MSR sobre o solo,
a decomposição desse capim na ausência de adubação nitrogenada foi mais rápida, atingindo
11,18 e 7,33% da MSR aos 180 DAM, nos consórcios RS e RC, respectivamente, enquanto
que com adubação nitrogenada, a MSR aos 180 DAM foi superior a 30 e 20% nos consórcios
RS e RC, respectivamente.
96
Figura 26. Decomposição da massa seca residual (MSR rebrote de folhas e colmos) dos
capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o consórcio com milho,
doses anuais de N e manejados após a última época de corte no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**
: (P<0,01).
97
Almeida et al. (2009) avaliando o capim-piatã e o sorgo de corte/pastejo como forragem
entre junho e setembro, e palhada em novembro, verificaram que após 18 dias da dessecação,
o monocultivo do capim apresentou maior quantidade de palhada remanescente e maior
cobertura do solo (3.955 kg/ha, correspondendo a 74,00% da MSR depositada na superfície
do solo). O sistema consorciado, com 2.653 kg/ha, correspondendo a 60,50% da MSR
depositada na superfície do solo, foi superior ao sistema com sorgo em monocultivo, que
apresentou 1.307 kg/ha correspondendo a 47,00% da MSR depositada na superfície do solo,
indicando que o sistema com capim em monocultivo foi mais eficiente na deposição de
palhada para o SPD. No entanto, o uso do sorgo de corte/pastejo em consórcio com capim-
piatã, em sistemas de ILP em sucessão à soja, antecipou o primeiro pastejo em junho, visto
que o capim-piatã apresentou quantidade suficiente de forragem para o pastejo apenas em
setembro. Pela menor produção de forragem no rebrote, menor produção de palhada e menor
cobertura do solo, a utilização do sorgo de corte/pastejo em monocultivo se mostrou pouco
promissor na ILP sob SPD.
A experimentação em SPD em condições tropicais tem indicado a necessidade de
grandes adições de resíduos culturais para que o sistema possa expressar plenamente o seu
potencial, sendo que quantidades cada vez mais elevadas de palhada tem sido preconizadas
por pesquisadores e produtores. Ruedell (1998) sugeriram uma adição anual de 6.000 kg/ha de
massa seca, enquanto que para Fiorin (1999); Bayer et al. (2000) e o aporte deveria ser de
10.000 a 12.000 kg/ha de massa seca. No entanto, em regiões de cerrado com inverno seco e
quente, como do presente trabalho, pela rápida decomposição dos resíduos, o aporte pode
ultrapassar essas quantidades supracitadas. Assim, quantidades tão elevadas de resíduos
somente são possíveis em sistemas de produção que incluem a utilização de culturas de
cobertura, rotação de culturas e mais recentemente a ILP.
Nesse contexto, os resultados do presente trabalho demonstram o potencial de utilização
das forragens utilizadas em sistemas de ILP sob SPD, tanto como forragem para o
inverno/primavera (entressafra) e/ou palhada para a cultura subsequente em região do
Cerrado, já que além de seus resíduos protegerem o solo contra a erosão, promovem a
reciclagem de nutrientes. Apesar da quantidade de MSR depositada na superfície do solo ter
sido inferior a 3.000 kg/ha, no somatório com a palhada da cultura do milho, possívelmente
essa quantidade atinjiria os 12.000 kg/ha de massa seca citada anteriormente, já que resultados
de Borghi; Mello; Crusciol (2004) no mesmo local de estudo, demonstraram que em SPD a
cultura do milho tem potencial para atingir 9.000 kg/ha de massa seca na forma de palhada.
98
Figura 27. Porcentagem de decomposição da massa seca residual (MSR rebrote de folhas e
colmos) dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o consórcio
com milho, doses anuais de N e manejados após a última época de corte no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**
: (P<0,01).
99
A ciclagem de nutrientes é influenciada pela rotação de culturas e pela presença de
resíduos na superfície do solo. Assim, a manutenção dos resíduos culturais na superfície do
solo reduz a taxa de decomposição, favorecendo a liberação gradual de nutrientes, sendo que
esse sincronismo entre a liberação e a demanda de nutrientes pela cultura em sucessão é
fundamental para a redução das perdas de nutrientes por lixiviação (AMADO, 2000).
Portanto, em relação ao que foi discutido sobre a quantidade e a decomposição da MSR
dos capins, a escolha da espécie para compor um programa de rotação ou sucessão de culturas
deve levar em conta, entre outros fatores, o seu objetivo. Para espécies de cobertura do solo e
suprimento inicial de palhada na implantação do SPD, deve-se optar por coberturas vegetais
com elevada capacidade de PMS, persistência da palhada depositada sobre o solo, em função
de uma alta relação lignina/N total, e eficiente reciclagem de minerais, funcionando como
fonte gradativa de nutrientes. em SPD em fase mais avançada (transição) com 5 a 10 anos,
semelhante ao qual se encontrava o solo do presente trabalho, inicia-se o acúmulo de matéria
orgânica e palhada na superfície do solo, bem como a imobilização do N se aproxima da
mineralização. Assim, torna-se interessante espécies capazes de disponibilizar rapidamente os
nutrientes de sua palhada, o que acarretaria numa redução da dependência e minimizaria os
custos com adubação da cultura produtora de grãos.
4.3. Experimento III - Cultura do milho sobre a palhada dos capins Tanzânia,
Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o consórcio com milho e adubação nitrogenada
no inverno/primavera
4.3.1. Componentes da produção e produtividade da cultura do milho
As doses de N não influenciaram (P>0,05) a altura de média de plantas (AP) do milho
(2008/2009) em sucessão aos capins apenas nos consórcios do Tanzânia e Marandu semeados
por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho (TC = 290,63 cm e BC = 285,75
cm, respectivamente), enquanto que o capim-marandu semeado simultaneamente ao milho
(BS) proporcionou resposta linear crescente. Já os demais consórcios apresentaram resposta
quadrática em função das doses de N (Figura 28), com AP máximas de 298,88; 304,14;
294,74; 292,40 e 284,27 cm aplicando-se 597; 749; 584; 515 e 531 kg/ha/ano de N nas
pastagens formadas em antecessão pelos consórcios TS, MS, MC, RS e RC, respectivamente,
sendo que possivelmente pela menor deposição de palha no solo (Figura 26) e
consequentemente menor fornecimento de nutrientes para a cultura do milho em sucessão, o
RC foi o consórcio que proporcionou plantas com menor estatura.
100
Figura 28. Altura de plantas (AP) da cultura do milho em sucessão à pastagem de capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio com milho
e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
O híbrido de milho utilizado (DKB 390 YG) apresenta florescimento ao acumular 845
graus-dias (DEKALB, 2010). Assim, em função das altas temperaturas na época do
experimento (Figura 1) aliada ao efeito residual de N, as plantas de milho apresentaram
acelerado crescimento inicial até o estádio de florescimento, o qual ocorreu alguns dias antes
do que era esperado, sendo que até o menor valor de AP verificado (265 cm) no consórcio RC
na ausência de adubação nitrogenada da pastagem em antecessão foi superior aos 220-240 cm
relatados como estatura média para esse híbrido (DEKALB, 2010). Resultado este
concordante com o preconizado por Malavolta; Vitti; Oliveira (1997), que afirmaram ser o N
estimulante à formação e ao desenvolvimento de gemas floríferas e frutíferas, além da planta
apresentar maior vegetação, perfilhamento e aumentar o teor de proteína quando adubado
adequadamente com este nutriente.
As doses de N não influenciaram (P>0,05) o diâmetro basal de colmo (DBC) das
plantas de milho (2008/2009) em sucessão aos capins apenas nos consórcios do Tanzânia e
Marandu semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho e no Marandu
semeado simultaneamente ao milho (TC = 24,06 mm; BC = 23,06 mm e BS = 24,44 mm,
respectivamente) (Figura 29). Os demais consórcios apresentaram resposta linear crescente
101
em função das doses de N. Tais resultados foram diferentes aos de Borghi (2007), visto que
esse autor não verificou interação dos consórcios com as doses de N para a AP e o DBC.
Assim, os resultados do presente trabalho demonstraram a eficiência de aproveitamento do N
disponibilizado pela palhada após o manejo dos capins cultivados no ano anterior, visto que o
solo do sistema em estudo, por se encontrar à seis anos sob SPD na época dessas avaliações,
possivelmente já apresentava mineralização de N maior do que a imobilização desse nutriente
pela palhada das culturas.
Figura 29. Diâmetro basal de colmo (DBC) das plantas de milho em sucessão à pastagem de
capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio com
milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do
Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Vale ressaltar que, plantas maiores acumulam mais nutrientes, translocando-os para as
espigas na época de enchimento dos grãos, bem como, após a colheita depositam maior
quantidade de palha no solo, o que é bastante interessante para o SPD, por minimizar as
perdas de solo principalmente nas camadas superficiais ocasionadas pela erosão, além de
melhorar o armazenamento de água. Com relação ao aumento do DBC, plantas com colmos
mais grossos possuem maior capacidade de translocação de nutrientes, bem como, tornam-se
mais resistentes ao tombamento pelo efeito do vento, das chuvas e do trânsito de maquinários
e implementos (adubação de cobertura, aplicação de defensivos e colheita de grãos).
102
Analisando a altura de inserção da espiga principal (AIE) da cultura do milho
(2008/2009) em sucessão aos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho no ano anterior (2007/2008) e adubação nitrogenada no
inverno/primavera após a colheita de grãos, constatou-se que apenas as doses de N nos
consórcios do capim-mombaça simultaneamente e por ocasião da adubação nitrogenada de
cobertura do milho (MS e MC, respectivamente) apresentaram interação (P<0,05), sendo
linear crescente para o MC e quadrática para o MS, com AIE máxima de 154,96 cm quando
foram aplicados 502 kg/ha/ano de N na pastagem em antecessão (Figura 30).
Da mesma forma que para a AP (Figura 28), o consórcio RC proporcionou a menor
média de AIE (142,00 cm) (Figura 30). Tais resultados demonstraram apesar de no geral,
ocorrer aumento da AP em função do efeito residual de N, a AIE é uma característica peculiar
do híbrido utilizado, que apresentou valores entre 139 e 159 cm, sendo superiores aos 125-
140 cm relatados como média para esse híbrido (DEKALB, 2010), podendo ser considerados
satisfatórios, que plantas com homogeneidade e maior AIE favorecem a colheita
mecanizada, diminuindo as perdas de espigas não colhidas pela plataforma da colhedora.
Figura 30. Altura de inserção da espiga principal (AIE) das plantas de milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o
consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
103
As doses de N não influenciaram (P>0,05) o entande final de plantas (EFP) da cultura
do milho (2008/2009) em sucessão aos capins apenas nos consórcios TS, TC, MC e BC cujas
médias foram de 55.000; 58.472; 59.306 e 56.667 plantas/ha, respectivamente. Esses valores
foram semelhantes as 57.187 plantas/ha verificadas por Borghi (2007) na cultura do milho em
sucessão ao consórcio BC adubado com N. O mesmo autor também verificou que o consórcio
MC proporcionou o maior EFP e o MS aumentou linearmente esse atributo na cultura do
milho. Os capim Mombaça e Marandu semeados simultaneamente ao milho (MS e BS,
respectivamente) apresentaram resposta linear crescente e o capim-ruziziensis apresentou
resposta quadrática em função das doses de N para ambos os consórcios (Figura 31), com
EFP máximos de 62.357 e 62.137 plantas/ha aplicando 392 e 419 kg/ha/ano de N nas
pastagens formadas em antecessão pelos consórcios RS e RC, respectivamente.
Figura 31. Estande final de plantas (EFP) da cultura do milho em sucessão à pastagem de
capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio
com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
De acordo com Machado (2007), além da utilização da pastagem para produção animal,
é necessário conhecer a influência que os resíduos dessecados do capim podem exercer na
cultura subsequente, sendo que as pastagens do gênero Panicum, em especial o capim-
mombaça, são extremamente produtivas em solos de alta fertilidade, porém, da mesma forma
que o capim-marandu, apresentam dificuldades de erradicação com herbicidas principalmente
104
quando degradadas ou com deficiência de N. Assim, o planejamento é fundamental, pois são
necessárias operações num curto espaço de tempo. Para a dessecação da pastagem e retorno
de cultura granífera na área, o capim precisa apresentar área foliar suficiente para assimilação
de herbicidas e um prazo de aproximadamente 20 dias para o início da semeadura e a
adubação nitrogenada da pastagem facilita a dessecação.
Nesse contexto, verifica-se que os consórcios MS e RS na ausência de adubação
nitrogenada da pastagem em antecessão proporcionaram menor EFP da cultura do milho
(2008/2009) (Figura 31). Estes resultados podem ser atribuídos à maior deposição de MSR
sobre o solo após o manejo dos capins nesses sistemas consorciados (Figura 26) instalados no
ano anterior (2007/08), o que pode ter afetado o estabelecimento da cultura (germinação e
emergência) do milho quando semeado em sucessão, refletindo diretamente nos resultados de
EFP, o que também foi verificado por Borghi (2007). Além disso, a semeadura do milho
apenas 11 dias após a dessecação dos capins e a rebrota do capim-mombaça semeado
simultaneamente ao milho na safra anterior (MS) principalmente quando não adubado com N,
também prejudicaram o desenvolvimento inicial da cultura do milho, o que também pode ter
interferido no EFP. Apesar dos consórcios RS e RC na ausência de adubação nitrogenada
terem apresentado menor deposição de MSR sobre o solo (Figura 26), a ramificação e a
cobertura mais homogênea desse capim após o manejo de dessecação em função de seu
enraizamento a partir de nós próximos ao solo, também pode ter influenciado o menor EFP da
cultura do milho em sucessão.
As doses de N não influenciaram (P>0,05) o número de espigas por hectare (NE) da
cultura do milho (2008/2009) em sucessão aos capins apenas nos consórcios BS, BC e RS
cujas médias foram de 54.861; 63.889 e 56.528 espigas/ha, respectivamente (Figura 32). O
NE da cultura do milho em sucessão ao capim-tanzânia semeado por ocasião da adubação
nitrogenada de cobertura do milho (TS) apresentou resposta quadrática em função das doses
de N, com NE máximo de 83.753 espigas/ha aplicando 442 kg/ha/ano de N na pastagem
formada em antecessão (Figura 32). Os demais consórcios apresentaram incremento linear
desse atributo em função da elevação das doses de N na pastagem. Os entraves do capim-
mombaça após a dessecação, como descritos anteriormente, também afetaram o NE, visto que
o milho em sucessão ao consórcio MS apesar de apresentar incremento linear, teve os
menores valores desse atributo, inclusive com algumas plantas sem espiga, que nas doses
de 0 e 800 kg/ha/ano de N os EFP foram de 48.000 e 55.111 plantas/há, com NE pespectivos
de 41.889 e 53.445 espigas/ha.
105
Figura 32. Número de espigas por hectare (NE) da cultura do milho em sucessão à pastagem
de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio
com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
As doses de N não influenciaram (P>0,05) o comprimento de espiga (CE) da cultura do
milho (2008/2009) em sucessão aos capins apenas no consórcio TC cuja média foi de 19,16
cm (Figura 33). O capim-mombaça em ambos os consórcios apresentou resposta quadrática
em função das doses de N, com CE máximo de 20,23 e 20,30 cm quando aplicandos 450 e
453 kg/ha/ano de N em antecessão, respectivamente para o MS e o MC, respectivamente. Os
demais consórcios apresentaram incremento linear desse atributo em função da elevação das
doses de N na pastagem, demonstrando que o efeito residual do N aumentou o comprimento
das espigas, o que consequentemente favoreceu o número de grãos por fileira, podendo ter
elevado os demais componentes da produção e a produtividade do milho.
106
Figura 33. Comprimento da espiga principal (CE) da cultura do milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o
consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Da mesma forma que Borghi (2007), as doses de N não influenciaram (P>0,05) o
número de grãos por espiga (NGE) da cultura do milho (2008/2009) em sucessão aos capins
no consórcio TC, BS e BC, cujas médias foram de 648, 654 e 636 (Figura 34). Da mesma
forma que o CE, o capim-mombaça em ambos os consórcios apresentou resposta quadrática
em função das doses de N, com NGE máximo de 667 e 710 grãos por espiga aplicando-se 411
e 500 kg/ha/ano de N para o MS e o MC, respectivamente, em antecessão. Os demais
consórcios apresentaram incremento linear desse atributo em função da elevação das doses de
N na pastagem, reflexo em alguns casos do maior CE.
107
Figura 34. Número de grãos por espiga (NGE) da cultura do milho em sucessão à pastagem
de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio
com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Da mesma forma que o NGE, as doses de N não influenciaram (P>0,05) a massa de 100
grãos (M100) da cultura do milho (2008/2009) em sucessão aos capins no consórcio TC e BC,
cujas médias foram de 36,10 e 36,36 g (Figura 35), enquanto que o capim-tanzânia semeado
simultaneamente ao milho na safra anterior (TS) apresentou resposta quadrática em função
das doses de N, com M100 máxima de 38,90 g aplicando-se 589 kg/ha/ano de N,
respectivamente, na pastagem formada em antecessão. Tais resultados podem ser atribuídos à
rápida decomposição da MSR dos consórcios MS e MC (Figuras 26 e 27), ocorrendo elevada
disponibilidade de N para a cultura do milho em sucessão, e portanto, de acordo com
Malavolta; Vitti; Oliveira (1997) o excesso desse nutriente pode reduzir a granação. Os
demais consórcios apresentaram incremento linear desse atributo em função da elevação das
doses de N na pastagem antecessora.
108
Figura 35. Massa de 100 grãos (M100) da cultura do milho em sucessão à pastagem de
capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio
com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Da mesma forma que a M100, as doses de N não influenciaram (P>0,05) a massa de
grãos por espiga (MGE) da cultura do milho (2008/2009) em sucessão ao capim no consórcio
TC, cuja média foi de 234,21 g (Figura 36), enquanto que da mesma forma que no CE e o
NGE, o capim-mombaça em ambos os consórcios apresentou resposta quadrática em função
das doses de N, com MGE máxima de 272,60 e 267,36 g aplicando 616 e 599 kg/ha/ano de N
para os consórcios MS e MC, respectivamente, em antecessão. Os demais consórcios
apresentaram incremento linear desse atributo em função da elevação das doses de N na
pastagem antecessora.
109
Figura 36. Massa de grãos por espiga (MGE) da cultura do milho em sucessão à pastagem de
capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio
com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Dentre os componentes da produção (CE, NGE, M100 e MGE), o capim-ruziziensis
semeado por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho (RC) apresentou os
menores valores, possivelmente pela menor deposição de MSR sobre o solo após a
dessecação (Figura 26), fornecendo menor quantidade não de N, mas de também de outros
nutrientes. No entanto, visto que o NE não foi afetado (Figura 32), a interação desse atributo
com os componentes da produção não reduziram a PG da cultura do milho em relação aos
demais consórcios (Figura 37). Assim, pode-se afirmar novamente que o conhecimento da
influência dos resíduos do capim na cultura subsequente torna-se de extrema importância em
sistemas complexos como a ILP.
Pelos resultados da interação (P<0,05) referente à produtividade de grãos (PG) da
cultura do milho (2008/2009) pode-se verificar que cada consórcio foi influenciado de forma
diferenciada pela aplicação de N nos capins no ano anterior (Figura 37). Apenas as doses de N
no consórcio TS não influenciaram (P>0,05) a PG, cuja média foi de 9.688 kg/ha. No caso
dos consórcios MS e BC, houve aumento da produtividade de grãos até a dose de 541 e 573
kg/ha/ano de N, com PG de 10.607 e 11.628 kg/ha, respectivamente. A partir dessas doses
houve redução da PG.
110
Figura 37. Produtividade de grãos (PG) da cultura do milho em sucessão à pastagem de
capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio
com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Salienta-se que estes resultados podem ser decorrentes da associação das quantidades de
MSR depositadas sobre o solo com a velocidade inicial de decomposição dessas até os 90
DAM, atingindo aproximadamente 30% da quantidade inicial de MSR (Figura 27), tempo no
qual ocorreu o florescimento, a polinização e o início do enchimento dos grãos. Assim, essa
rápida decomposição favoreceu a translocação de nutrientes para a planta e posteriormente
para a espiga, incrementando principalmente a MGE no caso do consórcio MS (Figura 36),
enquanto que a interação deste componente com o NE (Figura 32) foi responsável pela
excelente PG do consórcio BC (Figura 37).
De acordo com Fancelli (1986), o número de óvulos por fileira e o número de fileiras
por espigas, responsáveis diretos pelo CE e NGE são definidos entre os estádios fenológicos 3
e 5, quando a planta de milho possui ao redor de 7-8 folhas expandidas (aproximadamente 28
dias após a emergência) e 11-12 folhas expandidas (aproximadamente 40 dias após a
emergência), respectivamente, enquanto que a época de maior demanda de N pelo milho
ocorre entre o início do florescimento e o início da formação de grãos. Isto implica aumento
da demanda de fotoassimilados a partir da folha, que, quando não suprida, promoveria
prejuízos a PG, resultantes de abortamento de óvulos e redução do tamanho da espiga.
111
A maior produção de fotoassimilados está associada ao aumento no conteúdo de
clorofila, o que requer maior consumo de N para síntese desse pigmento, alterando o seu teor
na folha. Portanto, nesse período, os agricultores devem manejar a lavoura da forma mais
adequada possível, em especial no que se refere à disponibilidade de nutrientes e controle de
pragas, além da suplementação hídrica quando possível. Todavia, os outros componentes da
produção também contribuem expressivamente na definição da PG. Além disso, os
componentes que são definidos no início do ciclo, como EFP e NE possuem elevada
importância, pois podem limitar a PG, mesmo que as condições de ambiente melhorem em
fases posteriores do ciclo de desenvolvimento.
Conforme Argenta; Silva; Bortolini (2001), a falta de relação entre leitura com
clorofilômetro e teor de N na folha e de associação entre teor de N e clorofila extraível na
folha da cultura do milho, no estádio de seis a sete folhas (três a quatro semanas após a
emergência), indicam que boa parte do N absorvido nessa fase é provavelmente utilizado no
crescimento e na formação dos componenters da produção da planta e o para formação de
clorofila, visto que a quantidade de nitrato presente deverá ser pequena, pois o mesmo é
tóxico para a planta. Além do mais, Rocha et al. (2005) também verificaram que nem todos os
genótipos de milho apresentaram correlação entre o índice ICF e o teor de N na folha
completamente desenvolvida, sendo que estudos desse tipo devem ser desenvolvidos para
cada genótipo.
A adubação nitrogenada dos capins nos demais consórcios também favoreceram a PG
da cultura do milho (2008/2009) em sucessão, no entanto, com incremento linear (Figura 37).
Borghi (2007) demonstraram a extrema complexidade desse sistema de ILP em função da
magnitude das transformações do N no solo em decorrência dos processos de
mineralização/imobilização, pois em doses mais altas, os capins podem estar crescendo
vegetativamente, porém tornam-se fisiologicamente mais velhos. Portanto, plantas submetidas
a maiores doses de N podem estar imobilizando o elemento e, mesmo com manejo mecânico,
a ação de microrganismos nesta cobertura vegetal pode não condicionar maior disponibilidade
de N para o milho quando semeado em seqüência (ROSOLEM; PACE; CRUSCIOL, 2004),
pois conforme Anghinoni (2007), áreas com até cinco anos sob SPD apresentam alta
exigência de N. Silva et al. (2008) também verificaram que a maior parte do N proveniente
dos resíduos vegetais de crotalária, milheto e palha de milho não foi absorvida pela cultura do
milho em sucessão.
Da mesma forma, resultados de Silva et al. (2009b), durante dois anos, demonstraram
que a PG da cultura do milho em sucessão a aveia preta adubada com 144 ou 24 kg/ha de N,
112
foi semelhante, possivelmente, pela imobilização do N no solo. De forma análoga, em outros
trabalhos nos quais realizou-se a adubação nitrogenada na aveia com doses de até 30 kg/ha de
N, não houve aproveitamento deste nutriente liberado da aveia para o milho, sem expressar
aumento na PG (AMADO; MIELNICZUK; AITA, 2002). Nesta mesma linha de pesquisa,
Amado; Santi; Acosta (2003) constataram maior PG (7.500 kg/ha) da cultura do milho
adubado com 160 kg/ha de N após pousio, comparativamente aos 3.400 e 5.000 kg/ha após
aveia adubada com 40 e 240 kg/ha de N, respectivamente.
Com relação aos resultados do presente estudo, por se tratar de uma área que se
encontrava por seis anos sob SPD, possivelmente estava ocorrendo mineralização do N ao
invés de imobilização, visto que de acordo com Anghinoni (2007), a partir de cinco anos de
SPD, inicia-se o acúmulo de matéria orgânica, fósforo e palha na superfície, sendo que a
imobilização de N aproxima-se da mineralização. Da mesma forma, Assmann et al. (2003) em
um Latossolo Bruno álico com mais de 10 anos sob SPD, sendo desses, quatro com pastejo de
culturas de inverno em sistema de ILP, verificaram aumento linear da PG da cultura do milho
em sucessão a uma pastagem consorciada de azevém, trevo branco e aveia, em função das
doses de N (0, 100, 200 e 300 kg/ha) aplicadas no inverno, independente de ser pastejada ou
não. Campos; Orioli; Vianna (2008) também verificaram que a adubação nitrogenada do
capim-braquiária elevou a PG do milho em sucessão, representando uma alternativa
promissora para a recuperação de pastagens degradadas nas condições de cerrado. Assim,
pode-se afirmar que a eficiência de aproveitamento do N aplicado em antecessão ao milho,
depende do tempo sob SPD e do grau de degradação da área.
4.3.2. Teor foliar de clorofila (índice ICF) e diagnose foliar da cultura do milho
A adubação nitrogenada dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho (2007/2008) influenciou (P<0,05) o teor de clorofila (índice ICF) da
cultura do milho (2008/2009) em sucessão, sendo que da mesma forma que a PG, os
consórcios MS e BC apresentaram regressão quadrática, com máximo de 78,23 e 76,14 ICF
aplicando 781 e 813 kg/ha/ano de N, respectivamente, na pastagem em antecessão (Figura
38). Os demais consórcios apresentaram efeito linear crescente em função das doses de N.
Da mesma forma que os componentes da produção da cultura do milho (2008/2009), o
consórcio RC, pelo menor fornecimento de N através de sua MSR depositada sobre o solo,
apresentou os menores teores de clorofila foliar. No entanto, o menor índice ICF (55,84)
verificado na ausência de aplicação de N na pastagem em antecessão, foi semelhante aos
verificados por Rambo et al. (2007) e aos 55,0-58,0 considerados por Malavolta; Vitti;
113
Oliveira (1997) como adequados para o mesmo estádio de desenvolvimento da cultura e aos
62,8 e 59,5 verificados por Rambo et al. (2008) em dois anos de avaliação, aplicando até 300
kg/ha de N (20% na semeadura e o restante em cobertura no estádio V3 da cultura do milho).
Assim, pode-se considerar que os índices ICF do presente trabalho foram elevados, além do
que, conforme Malavolta; Vitti; Oliveira (1997), para atingir 100% de colheita relativa de
grãos da cultura do milho seria necessário em torno de 63,83 ICF.
Figura 38. Teor de clorofila foliar (índice ICF) da cultura do milho em sucessão à pastagem
de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio
com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
A adubação nitrogenada dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o
consórcio com milho (2007/2008) influenciou (P<0,05) o teor de N foliar da cultura do milho
(2008/2009) em sucessão, sendo que pelos teores mais altos, apenas os consórcios MS, MC e
BC não foram influenciados (P>0,05) e apresentaram média de 29,62; 29,63 e 29,22 g/kg de
massa seca, respectivamente (Figura 39). O consórcio RS apresentou regressão quadrática,
com teor máximo de N de 28,94 g/kg de massa seca aplicando 620 kg/ha/ano de N na
pastagem em antecessão. Os demais consórcios apresentaram efeito linear crescente em
função das doses de N, demonstrando que além de aumentar o crescimento da planta, os
114
componentes da produção e a PG da cultura do milho, o efeito residual de N também
melhorou a nutrição nitrogenada da planta. Alguns consórcios apresentaram teores foliares de
N inferiores aos 27,0-35,0 e aos 27,5-32,5 g/kg de massa seca, considerados por Cantarella;
Raij; Camargo (1996); Malavolta; Vitti; Oliveira (1997), respectivamente, como adequados
para a cultura do milho.
Borghi (2007) não verificaram efeito (P>0,05) para os teores foliares de N, P, K, Ca,
Mg e S na cultura do milho semeada sobre palhada dos capins Marandu e Mombaça
provenientes do consórcio efetuado no ano anterior, e adubados com N após a colheita de
grãos, considerando que tal resultado foi influenciado, principalmente para o N, pela elevada
PMS acumulada do capim no período de outono/inverno na safra anterior e aliada à sua alta
relação C/N, o que propiciou menor fornecimento e consequentemente menor teor foliar desse
nutriente na cultura do milho em sucessão. De acordo com Borghi; Crusciol (2007), em
virtude da grande exigência de N por ambas as espécies quando consorciadas
simultaneamente, pode haver grande competição pelo nutriente, muito embora os autores
tenham encontrado teores de N na folha da cultura do milho menores com a semeadura do
segundo ano do experimento, sobre palhada de capim-marandu proveniente do cultivo no ano
anterior. Segundo esses autores, o cultivo sucessivo de gramíneas na área também pode levar
a uma supressão de N ao longo do tempo, proporcionando imobilização por parte dos
microrganismos.
As doses de N para suprir a demanda pelas culturas variam em função do ambiente de
cultivo e do sistema de rotação, e são maiores quando a rotação é realizada somente com
gramíneas (ROSOLEM; PACE; CRUSCIOL, 2004). Por sua vez, o consórcio com gramíneas
produtoras de grãos e capins, no SPD, pode aumentar a exigência de N para o adequado
crescimento da cultura principal, pois, além de ocorrer imobilização por microrganismos do
solo, no processo de decomposição da cobertura morta, maior demanda pelo nutriente,
quando duas espécies são cultivadas simultaneamente no mesmo ambiente (SEVERINO et al.,
2006). No entanto, de acordo com Anghinoni (2007), isso ocorre até 5-10 anos após a
implantação do SPD em condições do Sul do Brasil.
115
Figura 39. Teor de nitrogênio foliar (N) da cultura do milho em sucessão à pastagem de
capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio
com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**, *, ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Analisando-se a Tabela 9, verifica-se que apenas os teores foliares de K da cultura do
milho não foram influenciados (P>0,05) pela semeadura sobre palhada dos capins Tanzânia,
Mombaça, Marandu e Ruziziensis provenientes do consórcio efetuado no ano anterior, e
adubados com N após a colheita de grãos. O teor foliar de P do consórcio RS foi superior aos
consórcios TC e RC (P<0,05); de Ca do consórcio TS foi superior aos consórcios TC, MC,
BS, RS e RC (P<0,05); de Mg dos consórcios RS e RC foram superiores aos demais
consórcios (P<0,05); de S do consórcio BC foi superior aos consórcios TC, MC, BS e
RS(P<0,05). No entanto, na comparação com os teores foliares de 2,0-2,4 e 2,5-3,5 g/kg de
massa seca para o P; 17,0-35,0 e 17,5-22,5 g/kg de massa seca para o K; 2,5-8,0 e 2,5-4,0
g/kg de massa seca para o Ca; 1,5-5,0 e 2,5-4,0 g/kg de massa seca para o Mg; 1,5-3,0 e 1,5-
2,0 g/kg de massa seca para o S, considerados por Cantarella; Raij; Camargo (1996);
Malavolta; Vitti; Oliveira (1997), respectivamente, como adequados para a cultura do milho,
pode-se afirmar que com excessão do BS para o teor de Ca e de todos os consórcios (com
excessão do capim-ruziziensis) para o Mg quando comparado aos citados por Malavolta;
116
Vitti; Oliveira (1997), as plantas se encontravam com teores foliares adequados para esses
nutrientes.
Tais resultados para o Ca e Mg eram esperados já que a última aplicação de calcário na
área em estudo ocorreu na implantação do SPD há seis anos, sendo que antes da instalação do
experimento I, o solo na camada de 0-0,20 m apresentava teores de Ca
2+
e Mg
2+
= 19,0 e 11,0
mmol
c
/dm
3
, respectivamente, e saturação por bases (V%) = 59,9%, considerados altos (Ca
2+
e
Mg
2+
) e médio (V%) por Raij et al. (1996).
Tabela 9. Comparação de médias e equações de regressão dos teores foliares de fósforo (P),
potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) da cultura do milho em
sucessão à pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis
formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009.
Teor foliar
P
**
K
ns
Ca
**
Mg
**
S
**
Consórcio
*
g/kg de massa seca
TS
4,18 ab
1
21,37
3,79 a
1,73 b
1
2,10 abc
d
TC 4,00 b 23,21 2,81 bc
1,65 b 1,87 cd
MS 4,26 ab 21,67 3,31 ab
1,84 b
2
2,14 abc
MC 4,13 ab 21,42 2,88 bc
1,67 b 1,93 bcd
1
BS 4,17 ab
2
21,71 2,45 c
1,55 b 1,98 bcd
BC 4,13 ab 21,21 3,24 ab
1
1,79 b
3
2,33 a
2
RS 4,38 a 21,17 3,07 bc
2,56 a
4
1,76 d
3
RC 4,07 b 23,00 2,77 bc
3,02 a
5
2,22 ab
CV (%)
4,9
4,7
10,8
8,4
9,0
*
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis, semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**
médias seguidas de letras diferentes nas colunas, diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).
ns
médias não diferem entre si pelo teste de Tukey (P>0,05).
P:
1
TS = 3,84 + 0,000471N (r
2
= 0,561; P<0,05);
2
BS = 4,34 – 0,000490N (r
2
= 0,849; P<0,01).
Ca:
2
BC = 2,89 + 0,000999N (r
2
= 0,798; P<0,01).
Mg:
1
TS = 1,53 + 0,000558N (r
2
= 0,844; P<0,01);
2
MS = 1,68 + 0,000463N (r
2
= 0,786; P<0,05);
3
BC = 1,49 +
0,000833N (r
2
= 0,826; P<0,01);
4
RS = 2,28 + 0,000801N (r
2
= 0,954; P<0,01);
5
RC = 2,51 + 0,002584N
0,000002N
2
(r
2
= 0,989; P<0,05).
S:
1
MC = 2,09 - 0,000445N (r
2
= 0,987; P<0,05);
2
BC = 2,69 + 0,001029N (r
2
= 0,873; P<0,01);
3
RS = 1,76 +
0,001874N – 0,000002N
2
(r
2
= 0,992; P<0,01).
Analisando a Tabela 10, verifica-se que os teores foliares de Cu, Fe, Mn e Zn da cultura
do milho foram influenciados (P<0,05) pela semeadura sobre palhada dos capins Tanzânia,
Mombaça, Marandu e Ruziziensis provenientes do consórcio efetuado no ano anterior, e
adubados com N após a colheita de grãos. O teor foliar de Cu dos consórcios TS e TC foram
superiores aos demais consórcios; de Fe do consórcio TS foi superior aos consórcios MC, BS,
BC, RS e RC; de Mn do consórcio BC foi superior aos demais consórcios; de Zn dos
consórcios TS e TC foram superiores aos demais consórcios. No entanto, na comparação com
117
os teores foliares de 6,0-20,0 e 6,0-20,0 mg/kg de massa seca para o Cu; 30,0-250,0 e 50,0-
250,00 mg/kg de massa seca para o Fe; 20,0-200,0 e 50,0-150,0 mg/kg de massa seca para o
Mn; 15,0-100,0 e 15,0-50,0 mg/kg de massa seca para o Zn, considerados por Cantarella;
Raij; Camargo (1996); Malavolta; Vitti; Oliveira (1997), respectivamente, como adequados
para a cultura do milho, pode-se afirmar que as plantas se encontravam com teores foliares
adequados para esses micronutrientes. Vale ressaltar, que por se tratar de um Latossolo
Vermelho distroférrico, os teores foliares de Fe foram bastante elevados.
Tabela 10. Comparação de médias e equações de regressão dos teores foliares de cobre (Cu),
ferro (Fe), manganês (Mn) e zinco (Zn) da cultura do milho em sucessão à
pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis formada após o
consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria,
Mato Grosso do Sul. 2008/2009.
Teor foliar
Cu
**
Fe
**
Mn
**
Zn
**
Consórcio
*
mg/kg de massa seca
TS
21,92 a
1
132,42 a
1
75,33 b
1
32,50 a
1
TC 23,08 a
2
124,25 ab
2
63,58 de
2
32,33 a
2
MS 17,00 ab 115,00 abc 71,92 bc
3
22,50 b
MC 12,00 b 112,08 bcd 66,75 cd
4
22,00 b
BS 12,25 b 96,83 d 68,42 bcd
19,00 b
BC 13,17 b 107,08 bcd 84,33 a
5
19,08 b
RS 12,67 b 95,08 d 57,92 e
20,08 b
RC 13,00 b 104,83 cd 57,17 e
18,75 b
CV (%)
32,7
11,7
9,0
39,2
*
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis, semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
**
médias seguidas de letras diferentes nas colunas, diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).
Cu:
1
TS = 13,78 + 0,074376N – 0,000085N (r
2
= 0,544; P<0,01);
2
TC = 30,31 – 0,061425N (r
2
= 0,477; P<0,01).
Fe:
1
TS = 122,59 + 0,085703N 0,000096N (r
2
= 0,789; P<0,05);
2
TC = 105,23 0,148088N (r
2
= 0,574;
P<0,01).
Mn:
1
TS = 68,00 + 0,020953N (r
2
= 0,701; P<0,01);
2
TC = 55,53 + 0,023000N (r
2
= 0,959; P<0,01);
3
MS =
62,33 + 0,027380N (r
2
= 0,934; P<0,01);
4
MC = 63,00 + 0,010714N (r
2
= 0,590; P<0,05);
5
BC = 75,00 +
0,026668N (r
2
= 0,877; P<0,01).
Zn:
1
TS = 25,29 + 0,088452N – 0,000113N (r
2
= 0,702; P<0,01);
2
TC = 25,20 – 0,017523N (r
2
= 0,407; P<0,05).
4.3.3. Correlação linear de atributos relacionados à decomposição da massa seca
residual - MSR (palhada) dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis com
os teores foliares de clorofila (índice ICF), N foliar, parâmetros das plantas,
componentes da produção e produtividade de grãos da cultura do milho em sucessão
Analisando a Tabela 11, verifica-se que a relação lignina/N total (LIG/N) dos capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis adubados com N, não apresentou correlação
linear (P>0,05) apenas com o EFP e o NE da cultura do milho em sucessão. Com relação ao
teor de clorofila (índice ICF) da cultura do milho, esse atributo também não apresentou
118
correlação linear (P>0,05) com o EFP, enquanto que o teor de N foliar não apresentou
correlação linear (P>0,05) com o EFP e o NE. Já dentre os parâmetros da planta da cultura do
milho, a AIE não apresentou correlação linear (P>0,05) com o EFP, o NE e a PG, enquanto
que o DBC não apresentou correlação linear (P>0,05) apenas com o EFP. Esse atributo, por
sua vez, foi significativo apenas com o NE e a PG.
Tabela 11. Matriz de correlação linear entre atributos relacionados à decomposição de capins
dos gêneros Panicum e Brachiaria e atributos da cultura do milho em sucessão.
Selvíria/MS. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009.
LIG/N MSR ICF N foliar
AP AIE DBC EFP NE COMP NGE M100 MGE
MSR
-0,442
**
ICF
-0,400
**
0,709
**
N foliar
-0,293
**
0,374
**
0,503
**
AP
-0,428
**
0,428
**
0,551
**
0,368
**
AIE
-0,316
**
0,342
**
0,347
**
0,221
*
0,597
**
DBC
-0,382
**
0,484
**
0,636
**
0,357
**
0,576
**
0,293
**
EFP
-0,087
ns
-0,532
**
0,066
ns
-0,132
ns
0,202
*
0,022
ns
0,071
ns
NE
-0,133
ns
-0,607
**
0,198
*
0,087
ns
0,359
**
0,114
ns
0,241
**
0,589
**
COMP
-0,250
**
0,284
**
0,515
**
0,360
**
0,445
**
0,194
*
0,510
**
0,023
ns
0,271
**
NGE
-0,179
*
0,311
**
0,497
**
0,312
**
0,394
**
0,202
*
0,544
**
0,000
ns
0,240
**
0,741
**
M100
-0,330
**
0,537
**
0,640
**
0,516
**
0,568
**
0,370
**
0,553
**
0,023
ns
0,211
*
0,519
**
0,538
**
MGE
-0,273
**
0,472
**
0,639
**
0,465
**
0,530
**
0,309
**
0,618
**
0,006
ns
0,251
**
0,724
**
0,900
**
0,849
**
PG
-0,297
**
0,409
**
0,547
**
0,327
**
0,378
**
0,107
ns
0,415
**
0,270
**
0,458
**
0,410
**
0,430
**
0,437
**
0,494
**
LIG/N e MSR: relação lignina/N total e massa seca residual em kg/ha (palha) no dia do manejo dos capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e ruziziensis, respectivamente; ICF, N foliar, AP, AIE, DBC, EFP, NE, COM,
NGE, M100, MGE e PG são, respectivamente, os teores foliares de clorofila (índice ICF) e N, altura de planta,
altura de inserção da espiga principal, diâmetro basal de colmo, estande final de plantas, número de espigas/ha,
comprimento de espiga, número de grãos por espiga, massa de 100 grãos, massa de grãos por espiga e
produtividade de grãos da cultura do milho em sucessão aos capins (nº de observações = 128).
**, *
,
ns
: (P<0,01), (P<0,05) e (P>0,05), respectivamente.
Conforme discutido anteriormente no item 4.3.1., as correlações lineares (P<0,05) dos
componentes da produção da cultura do milho (COMP, NGE, M100 e MGE) entre si, bem
como, desses com o teor de N foliar, a AP, o DBC e a PG, corroboram com a idéia de que o
efeito residual da adubação nitrogenada na pastagem esta interligada com vários fatores,
sendo que esses em conjunto, melhoram a estrutura e o aspecto nutricional das plantas,
consequentemente elevando a PG.
A PG da cultura do milho em sucessão aos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis adubados com N, não apresentou correlação linear (P>0,05) apenas com a AIE,
visto que este é uma característica bem definida e bastante peculiar do híbrido simples de
milho utilizado. Dentre os atributos correlacionados com a PG, destaca-se o DBC (r
2
= 0,415;
P<0,01), o NE (r
2
= 0,458; P<0,01) e a MGE (r
2
= 0,494; P<0,01), sendo que plantas com
maiores DBC são capazes de translocar maior quantidade de água e nutrientes, além de serem
mais resistentes ao tombamento, enquanto que o maior número de espigas/ha aliada à maior
119
massa de grãos, estão diretamente relacionadas à elevação da PG, o que pode ser comprovado
através da equação linear múltipla:
PG (kg/ha)= 4.369,091
**
+ 0,030413
**
× NE + 15,4069
**
× MGE (R
2
= 0,363; P<0,01)
Onde:
PG = produtividade de grãos da cultura do milho (kg/ha);
NE = número de espigas por hectare;
MGE = massa de grãos por esgipa (g);
**
= (P<0,01).
Resultados de Balbinot Júnior et al. (2005) também demonstraram que dentre os
componentes da produção, o número de grãos por fileira e a MGE foram os atributos mais
associados à PG da cultura do milho. Contudo, neste caso, houve efeito indireto negativo da
MGE com o número de espigas por planta e mero de fileiras por espiga, o que pode ser
explicado pela maior competição de fotoassimilados. No presente estudo, o CE que está
diretamente relacionado com o número de grãos por fileira, também apresentou correlações
(0,724 e 0,410; P<0,01) com a MGE e a PG, respectivamente. Assim, pode-se afirmar que
existe elevado efeito aditivo dos componentes da produção sobre a PG da cultura do milho.
Por outro lado, Agrama (1996) verificou que o número de espigas por planta foi o
componente da produção que apresentou o maior efeito direto sobre a PG da cultura do milho.
A PG também pode ser estimada através do teor foliar de clorofila (índice ICF),
conforme a Figura 40. Rambo et al. (2008) concluíram que as características mais precisas
para predição das doses ótimas de N, a serem aplicadas em cobertura em milho, são a massa
seca e o N acumulado na planta, seguidas do índice ICF na folha que, em razão de sua
praticidade e facilidade de obtenção, apresenta maior potencial de uso. Esses autores também
estimaram doses ótimas de N a serem aplicadas em cobertura, em função dos índices ICF na
folha, determinados no estádio V6 da cultura do milho, demonstrando que com o aumento
desse índice é possível obter PG equivalentes diminuindo a dose de N a ser aplicada em
cobertura, se mostrando uma técnica promissora na diminuição de custos com adubação
nitrogenada.
A correlação positiva e elevada entre essas variáveis é de grande importância para a
diagnose precoce de nitrogênio, por ser de baixo custo, ter maior praticidade, garantindo
tomada de decisões em tempo hábil para possíveis adubações de cobertura com N, sem o
comprometimento da PG (ROCHA et al., 2005). Sunderman; Pontus; Lawless (1997) também
obtiveram resultados em que as leituras do teor de clorofila foliar (índice SPAD) realizadas
em estádios de desenvolvimento mais tardios, como florescimento e de grãos em estádio
120
pastoso, predisseram melhor a PG. Contudo, o diagnóstico do teor adequado de N em estádios
tardios do desenvolvimento do milho não proporciona tempo hábil para correção de possíveis
deficiências, ainda na estação de crescimento da cultura, devido ao fato de que a PG
poderia estar definida.
Figura 40. Relação do teor foliar de clorofila (índice ICF) com a produtividade de grãos (PG)
da cultura do milho em sucessão à pastagem de capins Tanzânia, Mombaça,
Marandu e Ruziziensis formada após o consórcio com milho e adubadas com
nitrogênio no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009.
No entanto, na literatura, não foram encontrados trabalhos que tenham utilizado o teor
de clorofila na folha para predizer a dose de N a ser aplicada, quando detectada sua
deficiência pelo clorofilômetro. Nesse sentido, apesar de os resultados obtidos no presente
estudo terem sido positivos, eles não foram suficientemente consistentes, para recomendação
do seu uso como indicador da dose de N a ser aplicada em milho, visto que as plantas se
encontravam bem nutridas, principalmente em N. Portanto, existe a necessidade de condução
de mais trabalhos em outros ambientes e situações de manejo, sendo que no caso de sistemas
de ILP sob SPD há mais de cinco anos, no qual se utiliza a adubação nitrogenada do capim no
inverno/primavera em antecessão à cultura granífera, torna-se importante a avaliação de doses
reduzidas de N na semeadura com posterior estimativas da necessidade de adubação
nitrogenada em cobertura.
Assim, a integração entre o monitoramento de N no sistema solo-planta (principlamente
com a inclusão da avaliação do teor de matéria orgânica, das taxas de
121
mineralização/imobilização de N e a sua disponibilidade no solo) numa rede de ensaios para
predição de doses de N para a cultura do milho, pode aumentar a precisão, ao incrementar a
eficiência de uso desse nutriente e gerar menor custo de produção e maior proteção do
ambiente. Com base na Figura 41, verifica-se que o teor de N foliar da cultura do milho
também pôde ser estimado através do teor foliar de clorofila (índice ICF).
Figura 41. Relação entre os teores foliares de nitrogênio (N) e clorofila (índice ICF) da
cultura do milho em sucessão à pastagem de capins Tanzânia, Mombaça, Marandu
e Ruziziensis formada após o consórcio com milho e adubadas com nitrogênio no
inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008/2009.
De acordo com Rambo et al. (2007), o monitoramento do teor de N nas folhas da planta
de milho com base nos índices SPAD ou ICF, medido pelo clorofilômetro, aumenta a
eficiência de uso do N, em relação ao sistema de manejo não monitorado, quando são
utilizadas altas doses deste nutriente, visto que sistemas monitorados com clorofilômetro
apresentaram desempenho igual ou superior aos sistemas padrões quanto às variáveis:
aumentos na PG e na margem bruta, e eficiências técnica, econômica e de uso do N.
Resultados semelhantes foram registrados por Peng et al. (1996) com a cultura do arroz.
Nestes estudos, os autores observaram maior eficiência da adubação nitrogenada nos sistemas
monitorados com clorofilômetro, usando níveis críticos, do que nos sistemas em que foram
aplicadas doses predeterminadas de N. Segundo esses autores, isto se deve, principalmente, à
maior sincronia entre a época de aplicação de N e a sua demanda da planta, que os dados
evidenciam que níveis críticos do teor de clorofila na folha estabelecidos por Argenta; Silva;
122
Bortolini (2001) são eficientes para separar plantas com deficiência e com teor adequado de
N.
Amaral Filho; Barbosa; Fornasieri Filho (2002), constataram que o aumento na dose de
N de 0 para 150 kg/ha proporcionou incremento linear no teor foliar de N e nas leituras de
clorofila pelo clorofilômetro na folha da espiga e 4ª folha positiva do milho, amostrada
quando os grãos mostravam a linha do leite a 1/4 da distância do ápice do grão. Já resultados
de Godoy; Villas Bôas (2002), demonstraram que o teor de clorofila foliar variou com o ciclo
da cultura e discriminou os diferentes manejos de cobertura nitrogenada no milho a partir do
estádio de 7 a 8 folhas, podendo fornecer no final do ciclo do milho se houvesse um excesso
na adubação realizada (leituras entre 62 e 66 ICF), permitindo também calibrar melhor a dose
para o cultivo seguinte. Assim, pelos resultados do presente trabalho (Figura 38), novamente
pode-se inferir que a cultura do milho se encontrava com altos teores de clorofila, podendo ter
ocorrido consumo de luxo de N pelas plantas.
Conforme Argenta; Silva; Bortolini (2001), a relação verificada entre leitura com
medidor portátil de clorofila e teor de clorofila extraível evidencia que as leituras efetuadas
com clorofilômetro estimam adequadamente o grau de esverdeamento da folha de milho, ou
seja, o teor relativo de clorofila na folha, independente do estádio avaliado e do híbrido de
milho. No entanto, para avaliação do nível de N na planta nos estádios iniciais de
desenvolvimento do milho (seis a sete folhas), a leitura realizada com o clorofilômetro não é
muito precisa.
A determinação do teor de clorofila pelo clorofilômetro apresenta algumas vantagens
sobre o método de extração de clorofila. Dentre essas, destacam-se: a leitura pode ser
realizada em poucos segundos; o aparelho tem custo mínimo de manutenção, ao contrário de
outros testes que exigem compra sistemática de produtos químicos; não necessidade de
envio de amostras para laboratório, com economia de tempo e dinheiro, e podem ser
realizadas quantas amostras forem necessárias, sem implicar em destruição de folhas
(MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997).
Portanto, as leituras efetuadas pelo equipamento podem substituir, com boa precisão, as
determinações tradicionais do teor de clorofila. Dwyer; Tollenaar; Houwing (1991) nas
avaliações realizadas na cultura do milho também constataram relação significativa entre
leitura do clorofilômetro e teor de clorofila extraível da folha e de modo geral, a relação entre
o teor foliar de N, o conteúdo de clorofila na folha e a PG foi elevada, como também
verificaram Waskom et al. (1996). Essa relação se deve, principalmente, ao fato de 50 a 70%
123
do N total das folhas serem integrantes de enzimas que estão associadas aos cloroplastos
(CHAPMAN; BARRETO, 1997), apresentando papel fundamental na fotossíntese.
De acordo com Rambo et al. (2004), o teor de clorofila na folha, por apresentar baixa
sensibilidade ao consumo de luxo de N, vem sendo considerado melhor indicador do nível
deste nutriente do que seu próprio teor na folha. Em razão dessa vantagem, bem como pela
praticidade e economia da sua determinação por clorofilômetros MALAVOLTA; VITTI;
OLIVEIRA, 1997), e pela alta relação com a PG, a determinação dos índices SPAD e ICF tem
sido usada para predizer a necessidade de adubação nitrogenada em cobertura da cultura do
milho (FOX; PIEKIELEC; MACNEAL, 2001; ZEBARTH et al., 2002; ARGENTA; SILVA;
SANGOI, 2004).
No entanto, no que diz respeito ao uso do clorofilômetro, salienta-se que este trabalho
foi realizado sob condições de alta fertilização, controle de plantas daninhas, pragas e doenças
adequado e com irrigação. Assim, deve-se questionar se os índices ICF do presente trabalho,
bem como, outros valores como os propostos por Argenta; Silva; Bortolini (2001); Rambo et
al. (2007) apresentaríam a mesma eficiência quando utilizados em outros locais, com outros
híbridos e em condições de manejo menos apropriadas, pois outros fatores, além da
disponibilidade de N no solo, podem afetar a intensidade da coloração verde da folha e a
respectiva leitura pelo clorofilômetro (BREDEMEIER, 1999). Assim, tais resultados tornam-
se de grande valia principalmente para sistemas de ILP, no qual o manejo adotado é
semelhante ao do presente trabalho.
4.4. Desempenho econômico da cultura do milho (2007/2008) consorciada com os capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis submetidos após a colheita de grãos à
adubação nitrogenada e épocas de corte no inverno/primavera e da cultura do milho
sobre a palhada desses capins em 2008/2009
4.4.1. Experimento I Capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados
simultaneamente ou por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura com a cultura
do milho em 2007/2008
Em função de pequenos déficits dricos no período experimental, utilizou-se apenas
108 mm de água por irrigação, no entanto a irrigação por pivô central foi a operação
responsável pelos maiores custos operacionais, juntamente com a colheita de grãos (Tabela
12), já que o híbrido de milho utilizado (HS) é extremamente exigente
por fatores abióticos ao
seu desenvolvimento (água, luz e nutrientes), sendo que para obtenção das altas
124
produtividades de grãos (sacas de 60 kg) tornou-se necessária a adoção desta tecnologia
(irrigação). Portanto, antes da implantação desse sistema, é importante a avaliação das
condições ambientais, tecnológicas e o capital disponível pelo agricultor.
Tabela 12. Produtividade de grãos (sacas) e desempenho econômico da cultura do milho em
consórcio com capins dos gêneros Panicum e Brachiaria. Selvíria, Mato Grosso
do Sul. 2007/2008.
Consórcio
****
Sacas
Receita
bruta
*
Custo
operacional
**
Margem de
contribuição
IMC
***
60 kg/ha ————— R$/ha ————— %
MTS 182 3.274,18 2.288,73 985,45
30,10
MTC 162 2.914,38 2.216,65 697,73
23,94
MMS 119 2.140,81 2.281,68 -140,87
-6,58
MMC 155 2.788,45 2.209,60 578,85
20,76
MBS 137 2.464,63 2.196,13 268,50
10,89
MBC 153 2.752,47 2.124,05 628,42
22,83
MRS 155 2.788,45 2.205,55 582,90
20,90
MRC 158 2.842,42 2.133,47 708,95
24,94
MSC 146 2.626,54 2.058,75 567,79
21,62
*
Preço médio de venda da saca de 60 kg de grãos de milho (maio de 2008) - Estado de São Paulo: R$ 17,99.
**
Custo operacional com insumos e operações inclusos de juros de 6% a.a. sobre capital de exploração.
***
IMC: índice de margem de contribuição.
****
MTS, MMS, MBS e MRS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente com
a cultura do milho, respectivamente; MTC, MMC, MBC e MRC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis semeados por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho; MSC: Milho sem consorciação.
Desta forma, este experimento retratou sistemas de produção altamente tecnificados, em
fase inicial/transição (5 anos) do SPD, iniciando-se o acúmulo de palhada na superfície e de
carbono e fósforo orgânicos no solo, bem como, a imobilização do nitrogênio aproximando-se
da mineralização e ocorrendo o processo de reagregação das partículas de solo. No entanto,
trata-se de um sistema altamente exigente em água em virtude da capacidade de
armazenamento no solo, altas produtividades e ocupação da área durante todo o ano em
função da introdução da ILP. Além disso, o presente trabalho foi instalado visando a
produtividade de grãos de milho e posterior ocupação da área no decorrer do ano com a
pastagem formada pelas forrageiras após o consórcio, sendo estas dessecadas no início da
época chuvosa para o aporte de palhada do SPD e continuação da sucessão/rotação de
culturas.
Aguiar et al. (2008) analisando economicamente práticas culturais antecedendo o milho
verificaram que em relação ao manejo do solo, o SPD/pousio foi o que se destacou,
apresentando relação benefício/custo maior, sem adição de nitrogênio mineral, visto que o
custo com fertilizantes é muito alto, e no pousio encontram-se diversas plantas responsáveis
125
pela melhoria dos atributos físicos do solo. Porém, um dos problemas da utilização do pousio
como manejo do solo é o aumento do banco de sementes de plantas daninhas na área. Assim,
a consorciação com espécies forrageiras pode ser a solução para se ter o benefício da
diversificação, obtido em muitos casos com a utilização do pousio. Com relação aos insumos
contidos na Tabela 1, verifica-se que os maiores desembolsos foram em relação aos
fertilizantes em função da exigência do consórcio da cultura do milho com as forrageiras,
demandando grande quantidade para altas produtividades de grãos e utilização do residual
destes fertilizantes pela forragem para a formação posterior da pastagem.
As sementes dos capins utilizadas no presente trabalho em razão do alto valor cultural
(VC=76%), apresentaram custo mais elevado do que as sementes habitualmente
comercializadas (VC=24 a 36%). No entanto a vantagem de utilização destas sementes no
consórcio com culturas anuais é a velocidade e homogeneidade de germinação e emergência,
o que propicia melhor ocupação da área, diminuindo a incidência de plantas daninhas e
consequentemente diminuindo os custos com herbicidas, além de aumentar a produtividade de
grãos de milho pelos fatores que foram discutidos anteriormente, aumentando também, a
receita bruta. Vale ressaltar que posteriormente a colheita do milho, em função do ótimo
estabelecimento das forrageiras na área houve a formação de pastagem para o período de
outono/inverno, o que justifica esta aquisição.
De acordo com a Tabela 12, com excessão do consórcio MMS os demais apresentaram
margem de contribuição positiva. O consórcio MTS apesar de ter apresentado o maior custo
operacional em função de suas sementes serem de valor mais elevado que as demais, bem
como acréscimo pela operação de semeadura, foi o que apresentou a maior receita bruta e
consequentemente, a maior margem de contribuição (R$ 985,45/ha), bem como, maior IMC
(30,10%), isto é, a margem de contribuição representa 30,10% dos custos operacionais com
insumos e operações. Em função do maior custo das sementes dos capins do gênero Panicum
em relação às do gênero Brachiaria, apesar do consórcio MTC apresentar PG de 4 sacas de 60
kg a mais em relação ao consórcio MRC, a margem de contribuição e o IMC foram R$
697,73/ha e 23,94%; R$ 708,95/ha e 24,94%, respectivamente. Resultados semelhantes foram
obtidos por Ceccon (2007) com retorno econômico (receita bruta – custo / custo x 100) de três
safras agrícolas de 18, 11 e 16% no consórcio de milho safrinha com os capins Tanzânia,
Brizantha e Ruziziensis, respectivamente, sendo esses, superiores ao 1% do milho safrinha
sem consorciação.
No geral, os quatro consórcios no qual o capim foi semeado por ocasião da adubação
nitrogenada de cobertura no milho, apresentaram-se resultados economicamente satisfatórios
126
com PG de 153 a 162 sacas de 60 kg/ha, margem de contribuição de R$ 578,85 a R$
708,95/ha e IMC de 20,76 a 24,94%, sendo que com exceção do IMC do consórcio MMC, os
demais foram superiores ao MSC, que se destacou apenas, em relação aos consórcios MBS e
MMS. Vale ressaltar que apesar de na análise técnica (Tabela 4), os consórcios MBS e MSC
não terem apresentado diferença (P>0,05) na PG, quando analisados economicamente, os
mesmos apresentaram margem de contribuição de R$ 268,50 e R$ 567,79/ha, respectivamente
(diferença de R$ 299,29/ha). Este resultado demonstra a importância de se realizar a análise
econômica, além apenas, da análise técnica de sistemas produtivos, visto que a confiabilidade
dos dados permite uma possível utilização das técnicas avaliadas em condições de sistemas
produtivos semelhantes na qual foi desenvolvido o experimento.
O consórcio MMS foi o único que apresentou margem de contribuição negativa (R$ -
140,87/ha), podendo-se novamente inferir que a escolha do capim e a época de consorciação
desse com a cultura do milho tornam-se fatores importantes para o sucesso da PG. Neste caso,
apesar da PG ter sido inferior em relação aos demais consórcios, este se apresentou superior
em relação à média nacional de 3.970 kg/ha (CONAB, 2009) e foi o único inferior aos 8.099
kg/ha correspondente à média de PG do Estado de São Paulo para o milho irrigado na safra de
2007/2008 de acordo com dados do IEA (2009). No entanto, como o sistema em discussão
envolve altos custos operacionais para obtenção de resultados econômicos satisfatórios, torna-
se dependente de PG mais elevadas, conforme as verificadas nos demais consórcios com
aproximadamente 150 sacas de 60 kg/ha de grãos de milho.
4.4.2. Experimento II Adubação nitrogenada e épocas de corte dos capins Tanzânia,
Mombaça, Marandu e Ruziziensis no inverno/primavera após o consórcio com a cultura
do milho em 2007/2008
Em todas as épocas de corte, com a elevação das doses de N ocorreu aumento do custo
operacional (operações e insumos), sendo que a menor PMS na época de corte diminuiu os
custos com corte e transporte da forragem (Figura 42), que esse foi calculado em função da
PMS considerando a tonelada de forragem produzida. Assim, visto que pela ausência de
chuva (Figura 1) a irrigação nas 3 primeiras épocas de corte foram iguais (36 mm de água),
diminuindo apenas na época de corte (12 mm de água) (Tabela 2), o menor custo com
irrigação (R$ 32,76/ha contra R$ 98,28/ha nas demais épocas de corte) e menores custos
operacionais foram obtidos nessa época, enquanto que o corte de homogeneização que
antecedeu a época de corte e a maior PMS verificado na 3ª época de corte elevaram o custo
operacional nessas épocas em relação à 2ª época de corte.
127
Figura 42. Custo operacional (operações e insumos) das pastagens de Panicum e Brachiaria
formadas após o consórcio com o milho, adubadas com N e submetidas à cortes
no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
Custo operacional com insumos e operações, inclusos de juros de 6% a.a. sobre capital de exploração.
Conforme o Anualpec (2008), o custo de formação de pastagem de Panicum e
Brachiaria é de aproximadamente R$ 2.500,00/ha. Assim, os resultados do presente trabalho
demonstram a viabilidade da formação de pastagem temporária após o consórcio com milho
em sistema de ILP irrigado sob SPD. De acordo com Pariz et al. (2009), na maioria dos
consórcios ocorreu aumento na produtividade de grãos de milho em comparação com o milho
semeado sem consórcio e em função da margem de contribuição positiva o custo com
sementes e adubo na formação da pastagem é amortizado pela lavoura de milho. Além disso,
a inexistência de custos com preparo do solo e a utilização de doses reduzidas de herbicida na
cultura do milho favorecem o aumento dessa margem de contribuição.
Na época de corte, apenas os consórcios na ausência de adubação nitrogenada com
GPD de 0,6 kg/animal apresentaram estimativas de produção de carne iguais ou superiores à
produção de equilíbrio (Figura 43). Assim, em função dos fatores discutidos anteriormente na
PMS dos capins na época de corte (roçada de homogeneização e condições climáticas
128
adversas), torna-se inviável a adubação nitrogenada nessa época utilizando animais com GPD
de até 0,6 kg/dia. Com o aumento da PMS nas épocas subsequentes, com excessão de alguns
consórcios utilizando a dose de 200 kg/ha de N, o GPD de 0,6 kg/animal se mostrou viável,
visto que as estimativas de produção de carne superaram a produção de equilíbrio. No
entanto, a utilização de animais com menor potencial genético para GPD (0,2 kg) torna-se
inviável, visto que com excessão de alguns consórcios na ausência de adubação nitrogenada,
os demais apresentaram estimativas de produção de carne inferiores à produção de equilíbrio.
Figura 43. Estimativas de produção de carne (@/ha) em pastagens de Panicum e Brachiaria
formadas após o consórcio com o milho, adubadas com N e submetidas à cortes
no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2008.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
A margem de contribuição da pastagem acompanhou as estimativas de produção de
carne, sendo que na época de corte, o TS, o MS, o MC, o BS, o RS e o RC sem adubação
nitrogenada com GPD de 0,6 kg/animal apresentaram margem de contribuição de R$ 95,68;
47,85; 51,53; 16,95; 30,58 e 7,13/ha, respectivamente, enquanto que os demais foram
negativos, representando prejuízo na atividade (Figura 44). Nas épocas subsequentes, com
excessão de alguns consórcios utilizando a dose de 200 kg/ha de N, esse GPD (0,6 kg/animal)
129
se mostrou viável, visto que as estimativas de produção de carne superaram a produção de
equilíbrio. Da mesma forma que nas estimativas de produção de carne, a utilização de animais
com menor potencial genético para GPD (0,2 kg) torna-se inviável, visto que a adubação
nitrogenada em todas as épocas juntamente com o TS, o TC, o BS, o BC e o RS na e o RS
na época de corte na ausência de adubação nitrogenada apresentaram margem de
contribuição negativa, já que a adubação nitrogenada e a irrigação elevam o custo de
produção, gerando prejuízo ao produtor.
Figura 44. Margem de contribuição (R$/ha) utilizando estimativas de produção de carne em
pastagens de Panicum e Brachiaria formadas após o consórcio com o milho,
adubadas com N e submetidas à cortes no inverno/primavera. Selvíria, Mato
Grosso do Sul. 2008.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
Preço de venda da @ de carne bovina no Estado de São Paulo: R$ 88,74; R$ 87,99; R$ 87,57 e R$ 89,43 nos
meses de julho, agosto, setembro e outubro de 2008, correspondendo a 1ª, 2ª, e época de corte,
respectivamente.
Como as estimativas de produção de carne foram calculadas considerando a colheita e o
fornecimento da forragem aos animais (cocho), os resultados do presente trabalho tornam-se
dependentes da PMS, visto que nesse caso as características morfológicas e produtivas da
130
pastagem não serão afetadas pelo pisoteio animal. Assim, com as novas tecnologias de
colhedoras de forragem e com o crescente aumento de projetos para confinamentos
comerciais no Brasil, capazes de alocar elevado número de animais, a produção de volumoso
de boa qualidade nutricional com intuito de diminuir a quantidade de alimento concentrado
(grãos) na dieta, torna-se fundamental para a viabilidade econômica da atividade. Nesse
contexto, os resultados do presente trabalho se apresentam como alternativa na produção
desse volumoso, além do que, essa forma de utilização da forragem dispensa os investimentos
com a implantação de benfeitorias, como cercas, cochos, bebedouros e outros itens
necessários para disponibilizá-las ao pastejo.
As melhores margens de contribuição foram obtidas com o MS e o MC na época de
corte utilizando 0 e 200 kg/ha de N (R$ 381,62 e R$ 286,02/ha), respectivamente, com o MC
na 3ª época de corte nas doses de 50 e 100 kg/ha de N (R$ 490,05 e R$ 456,94/ha),
respectivamente e com o MC e o BC na época de corte sem adubação nitrogenada (R$
360,92 e R$ 347,29/ha), respectivamente, todos com GPD de 0,6 kg/animal. No geral, apesar
dos consórcios sem adubação nitrogenada na época de corte apresentarem menores
estimativas de produção de carne em relação à e épocas de corte, com excessão do RS
com GPD de 0,6 kg/animal, esses foram superiores na margem de contribuição e inclusive foi
a única época de corte em que o GPD de 0,2 kg/animal apresentou valores positivos para
todos os consórcios. Tais resultados podem ser explicados pela elevação da temperatura e do
fotoperíodo nessa época de corte (Figura 1), o que amenizou o incremento da PMS
proporcionado pela adubação nitrogenada em relação às demais épocas de corte (Figuras 2 e
4). Além disso, com o início das chuvas diminuem-se os custos de irrigação. Para atingir tais
resultados, também é possível que o solo em estudo tenha fornecido N pelo início da
mineralização da matéria orgânica, bem como pela adubação residual do milho no consórcio,
demonstrando novamente a eficiência desse sistema na formação de pastagem para utilização
no inverno/primavera.
No somatório de todas as épocas de corte da pastagem, com o aumento das doses de N
consequentemente ocorreu aumento do custo operacional (operações e insumos), sendo que
na comparação entre os consórcios, no geral, os valores foram bastante semelhantes dentro de
cada dose, que o item responsável pela diferenciação desse custo foi a colheita e transporte
da forragem, calculado em função da PMS. Os custos operacionais variaram de R$ 733,20/ha
para o RS a R$ 879,18/ha para o MC; R$ 1.550,32/ha para o RS a R$ 1.636,08/ha para o TC;
R$ 2.241,23/ha para o RC a R$ 2.319,06/ha para o TC e R$ 3.495,75/ha para o RS a R$
131
3.653,68/ha para o MC, nas doses de 0, 200, 400 e 800 kg/ha/ano de N parceladas em 4
épocas de corte, respectivamente (Figura 45).
Figura 45. Custo operacional (operações e insumos), estimativas de produção de carne,
margem de contribuição e índice de margem de contribuição (IMC) de pastagens
de Panicum e Brachiaria formadas após o consórcio com o milho, adubadas
com N e submetidas à quatro cortes no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso
do Sul. 2008.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
Na somatória dos quatro cortes da pastagem, as estimativas de produção de carne
considerando GPD de 0,2 kg/animal não demonstraram viabilidade econômica, visto que o
BS, o BC, o RS e o RC na ausência de adubação, e os consórcios nas demais doses de N
apresentaram estimativas de produção de carne inferiores à produção de equilibrio, enquanto
que os demais consórcios na ausência de adubação nitrogenada apresentaram valores bastante
próximos (10,5; 9,7; 9,8 e 10,8 @/ha e produção de equilíbrio de 9,8; 9,5; 9,6 e 10,0 @/ha
para os consórcios TS, TC, MS e MC, respectivamente) (Figura 45).
Nas estimativas de produção de carne considerando GPD de 0,6 kg/animal, apesar de
apresentar maiores estimativas de produção de carne, a dose de 800 kg/ha/ano de N também
não demonstrou viabilidade econômica, visto que todos os consórcios foram inferiores à
produção de equilíbrio, diferentemente das demais doses de N, onde essas estimativas de
132
produção de carne foram superiores, sendo que apesar de ocorrer aumento nas estimativas de
produção de carne com o aumento da dose de N, a maior superioridade entre a produção de
carne estimada com GPD de 0,6 kg/animal e a produção de equilíbrio ocorreu na ausência de
adubação nitrogenada. Martha Júnior; Vilela; Barcellos (2006) também verificaram que
apesar da amplitude de GPD ser semelhante em diferentes sistemas pastoris, a distribuição da
produção de carne (@/ha/ano) pode apresentar grande amplitude em função da maior PMS da
pastagem quando aliada aos maiores GPD.
Na ausência de adubação (Figura 45), apenas com GPD de 0,6 kg/animal as estimativas
de produção de carne do presente trabalho ficaram dentro das 12 a 30 @/ha/ano esperada para
sistema de ILP (MARTHA JÚNIOR; VILELA, BARCELLOS, 2006), demonstrando
novamente a importância da utilização de animais com maior potencial genético para ganho
de peso. com a utilização da adubação nitrogenada, o consórcio que chegou mais próximo
das 40 a 50 @/ha/ano em sistema pastoril utilizando adubação elevada + irrigação citado
pelos mesmos autores, foi o MC com 39,6 @/ha. No entanto, vale ressaltar que as avaliações
da pastagem do presente trabalho foram conduzidas no inverno/primavera, onde a produção
de forragem é geralmente menor do que quando comparada a época de verão/outono,
representando aproximadamente 20% da PMS anual. Tais resultados podem ser considerados
como satisfatórios quando comparados às 39,1; 12,1 e 11,7 @/ha/ano obtidas em pastagem de
Panicum maximum cv. Vencedor no 1º, e ano, respectivamente, após oito anos de
lavoura de soja e milho (VILELA et al., 2004), bem como, às 28,1 e 17,4 @/ha/ano obtidas
em pastagem de capim-marandu no e ano, respectivamente, formada pelo consórcio
simultâneo com a cultura do milho após um ciclo de soja/milheto (MACEDO, 2001).
A margem de contribuição e o IMC também demonstraram que a dose de 800 kg/ha/ano
de N foi economicamente inviável, independente do GPD (0,2 ou 0,6 kg/animal) (Figura 45).
Nas doses de 200 e 400 kg/ha/ano de N com GPD de 0,2 kg/animal todos os consórcios
também apresentaram margem de contribuição e IMC negativos, enquanto que na ausência de
adubação com GPD de 0,2 kg/animal apenas o TS, o TC, o MS e o MC apresentaram margem
de contribuição e IMC positivos (R$ 56,46/ha e 6,11%; R$ 11,98/ha e 1,40%; R$ 19,05/ha e
2,21%; R$ 75,61/ha e 7,92%, respectivamente). No entanto, tais resultados podem ser
inviáveis em uma análise envolvendo também o custo fixo, não considerado no presente
trabalho. Na comparação entre as doses de N, em todos os consórcios para ambos os GPD as
melhores margens de contribuição e os melhores IMC foram obtidos na seguinte ordem: 0,
200, 400 e 800 kg/ha/ano de N aplicado na pastagem.
133
Dentre os capins avaliados, em função das menores PMS, no geral, o Ruziziensis
semeado simultaneamente ao milho (RS) apresentou resultados econômicos inferiores aos
demais, não sendo assim o consórcio mais indicado para cortes ou pastejo na ILP, pois de
acordo com Pires (2006) esse capim também é sensível ao pisoteio, devendo o uso dessa
opção ser restrita para a formação de palhada no SPD.
4.4.3. Experimento III – Cultura do milho (2008/2009) sobre a palhada dos capins
Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis após o consórcio com milho e adubação
nitrogenada
Avaliando a PG (sacas de 60 kg/ha) da cultura do milho em sucessão à pastagem
(Figura 46), pela ausência de interação com as doses de N (P>0,05) do consórcio TS (Figura
37), constata-se que esse apresentou média de 161 sacas/ha, enquanto que os demais
apresentaram incremento de produtividade de grãos em função do efeito residual das doses de
N aplicadas na pastagem em antecessão, variando de 141 sacas/ha no consórcio BS na
ausência de adubação nitrogenada a 190 sacas/ha no consórcio MC com a utilização de 400
kg/ha/ano de N. Assim, as receitas brutas com a venda do milho foram de R$ 3.064,64/ha
para o consórcio TS e variaram de R$ 2.670,80/ha no consórcio BS na ausência de adubação
nitrogenada a R$ 3.608,10/ha no consórcio MC com a utilização de 400 kg/ha/ano de N
aplicado na pastagem em antecessão.
Independente do consórcio e da dose de N aplicada anteriormente na pastagem, o custo
operacional com insumos e operações do milho em sucessão foi de R$ 3.127,08/ha (incluso
de juros de 6% a.a. sobre capital de exploração). Em função de déficits hídricos no período
experimental, utilizou-se 144 mm de água por irrigação, sendo essa operação responsável
pelos maiores custos operacionais (R$ 393,12/ha), juntamente com a colheita de grãos (R$
230,40/ha) (Tabela 2), que o híbrido simples (HS) de milho utilizado é extremamente
exigente em água, luz e nutrientes para o seu desenvolvimento e obtenção de altas PG (Figura
37), tornando-se necessária a adoção dessa tecnologia (irrigação). Portanto, antes da
implantação desse sistema, é importante a avaliação das condições ambientais, tecnológicas e
o capital disponível pelo agricultor. Com relação aos insumos contidos na Tabela 2, verifica-
se que os maiores desembolsos foram com fertilizantes, em função do alto custo desses na
época considerada, bem como, pelas elevadas doses para obtenção de altas produtividades de
grãos (acima de 140 sacas/ha).
134
Figura 46. Produtividade (sacas/ha), receita bruta, margem de contribuição e índice de
margem de contribuição (IMC) da cultura do milho em sucessão à pastagens de
Panicum e Brachiaria formadas após o consórcio com milho, adubadas com N e
submetidas à cortes no inverno/primavera. Selvíria, Mato Grosso do Sul.
2008/2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
Preço de venda da saca de 60 kg de grãos de milho no Estado de São Paulo: R$ 18,98 no mês de abril de 2009.
No entanto, apesar das altas PG (Figuras 4 e 9), em função dos altos custos de produção,
todos os consórcios na ausência de adubação nitrogenada, bem como, os consórcios TS, TC,
MS, BS, RS e RC na dose de 200 kg/ha/ano aplicado anteriormente na pastagem, os
consórcios TS, BS, RS e RC na dose de 400 kg/ha/ano aplicado anteriormente na pastagem e
o consórcio TS na dose de 800 kg/ha/ano aplicado anteriormente na pastagem apresentaram
margem de contribuição e IMC negativos, enquanto que as margens de contribuição e os IMC
positivos variaram de R$ 10,63/ha e 0,34% para o consórcio MS na dose de 200 kg/ha/ano
aplicado anteriormente na pastagem a R$ 481,02/ha e 13,33% para o consórcio MC na dose
de 800 kg/ha/ano aplicado anteriormente na pastagem.
As PG da cultura do milho nos anos 2007/2008 e 2008/2009 foram semelhantes (Tabela
4 e Figura 37). No entanto, pelo menor custo do adubo em 2007/2008, o custo operacional foi
135
de aproximadamente R$ 2.000,00 (Tabelas 1 e 2), o que incrementou a margem de
contribuição e consequentemente o IMC. Assim, além da dependência de bons resultados
técnicos para se obter a viabilidade econômica, também existe a dependência por melhores
preços de insumos.
4.4.4. Desempenho econômico da ILP sob SPD irrigado envolvendo os experimentos I, II
e III
Avaliando o desempenho econômico do sistema de ILP em estudo, verifica-se que no
geral, os custos operacionais e a receita bruta elevaram-se com as doses de N aplicadas na
pastagem (Figura 47). No entanto, com excessão dos consórcios TS, TC, MC, BC, RS e RC
na ausência de adubação nitrogenada da pastagem, dos consórcios TS, TC, e BC na dose de
200 kg/ha/ano de N aplicada na pastagem e do consórcio BC na dose de 400 kg/ha/ano de N
aplicada na pastagem, a utilização de animais com baixo potencial genético para GPD
(estimativas de 0,2 kg/animal) se mostrou economicamente inviável, pois apresentou margem
de contribuição e IMC negativos. com a utilização de estimativas de GPD de 0,6
kg/animal, apenas os consórcios MS e BS na dose de 800 kg/ha/ano de N aplicadas na
pastagem apresentaram margem de contribuição e IMC negativos. No entanto, pelo alto custo
operacional, os consórcios com essa alta dose de N apresentaram margem de contribuição e
IMC inferiores em relação às demais doses, variando de R$ 113,29/ha e 1,27% a R$
877,21/ha e 8,89% para os consórcios RS e MC, respectivamente.
Na ausência de adubação da pastagem e estimativa de GPD de 0,2 kg/animal, o
consórcio TS se destacou, com margem de contribuição de R$ 979,46/ha e IMC de 13,49%
(Figura 47). No entanto, aumentando essa estimativa de GPD para 0,6 kg/animal dia, esse
consórcio foi o que apresentou o melhor resultado entre todos os avaliados, com margem de
contribuição de R$ 1.975,70/ha e IMC de 23,92%, visto que a PG da cultura do milho
(2008/2009) não apresentou diferença (P>0,05) em função do efeito residual das doses de N
aplicadas anteriormente na pastagem (Figura 37), com superioridade de R$ 397,07/ha e R$
788,95/ha em relação às doses de 200 e 400 kg/ha/ano de N, respectivamente.
136
Figura 47. Custo operacional (operações e insumos), receita bruta, margem de contribuição e
índice de margem de contribuição (IMC) da ILP sob SPD irrigado envolvendo o
consórcio da cultura do milho com capins dos gêneros Panicum e Brachiaria;
adubação nitrogenada da pastagem após a colheita de grãos (parcelada em 4
épocas de corte) no inverno/primavera; e cultura do milho em sucessão à
pastagem. Selvíria, Mato Grosso do Sul. 2007 a 2009.
TS, MS, BS e RS: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados simultaneamente ao milho,
respectivamente; TC, MC, BC e RC: capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e Ruziziensis semeados por ocasião
da adubação nitrogenada de cobertura do milho, respectivamente.
Com a estimativa de GPD de 0,6 kg/animal, a adubação da pastagem com 200 e 400
kg/ha/ano de N também se mostraram viáveis, variando de R$ 413,21/ha para o consórcio MS
a R$ 1.578,63/ha para o consórcio TS na dose de 200 kg/ha/ano, e R$ 248,12/ha para o
consórcio MS a R$ 1.483,94/ha para o consórcio BC na dose de 400 kg/ha/ano de N, sendo
que dentro de cada consórcio, as opções mais viáveis economicamente em função da margem
de contribuição e do IMC foram: ausência de adubação da pastagem para os consórcios TS
(R$ 1.975,70/ha e 23,92%), TC (R$ 1.401,27/ha e 18,47%), MS (R$ 489,64/ha e 7,26%), MC
(R$ 1.375,80/ha e 18,12%) e RC (R$ 1.135,13/ha e 15,78%); adubação da pastagem com 200
kg/ha/ano de N para o BS (R$ 665,54/ha e 8,76%) e RS (R$ 811,24/ha e 10,54%) e 400
kg/ha/ano de N para o BC (R$ 1.468,77/ha e 17,66%). No entanto, os consórcios TC, MC,
137
MS e RC, quando adubados com 200 ou 400 kg/ha/ano de N apresentaram margem de
contribuição e IMC bastante semelhantes em relação à ausência de adubação.
Vale ressaltar que o tempo em que a área do presente estudo se encontrava sob SPD (5-
6 anos) pode ter influenciado positivamente sobre os resultados obtidos na ausência de
adubação nitrogenada da pastagem em função da possível mineralização do N pelo acúmulo
inicial de matéria orgânica no solo, bem como, pelo efeito residual do N proveniente do
consórcio com a cultura do milho (2007/2008). No entanto, visto que com excessão do
consórcio TS, a margem de contribuição dos demais consórcios utilizando 200 e 400
kg/ha/ano de N na pastagem foram superiores ou bastante semelhantes na ausência de
adubação nitrogenada, a utilização dessas doses além de aumentar a PG da cultura do milho
em sucessão (Figura 37), pela maior PMS da pastagem (Figuras 2 e 4) elevou o número de
animais alimentados, aumentando as estimativas de produção de carne (Figuras 43 e 45), o
que diminuiu a necessidade de outras áreas de pastagem na propriedade para alocar esses
animais na época de maior excassez de forragem (inverno/primavera).
Além disso, para estimativa de produção de carne, simulou-se o uso de animais de 400
kg de peso vivo, pois a exigência de PB de animais de categorias inferiores não seria suprida
apenas com o fornecimento da forragem sem adubação, sendo necessário suplementação
protéica, que em alguns consórcios o teor de PB foi inferior à 8% (Figuras 10 e 17),
enquanto que com a utilização de 50 kg/ha de N por corte, os teores de PB, em média, foram
de 17,49; 13,07; 13,27 e 14,87% na 1ª, , e épocas de corte, respectivamente, o que de
acordo com o NRC (2000) não seria limitante para os GPD avaliados, independente da
categoria animal.
No contexto da interação dos aspectos econômicos e ambientais, o presente sistema
desponta como uma opção viável com potencial para a intensificação da produção agrícola e
aumento da lucratividade, com redução dos riscos de degradação do solo e melhor
aproveitamento das áreas agrícolas durante todo o ano, o que consequentemente diminui a
necessidade de abertura de novas áreas, principalmente advindas do desmatamento. A
diversificação da produção desse sistema também traz benefícios sociais, gerando empregos
diretos e indiretos, além da distribuição mais uniforme da renda, o que favorece a fixação do
homem no campo, corroborando com Allen et al. (2007); Russelle; Franzluebbers (2007);
Sulc; Tracy (2007); Crusciol et al. (2009); Macedo (2009).
Yokoyama et al. (1999); Macedo (2001) também apresentaram resultados econômicos
positivos em sistemas de ILP, principalmente em consórcio com milho. A análise econômica
de seis anos com a cultura da soja, dois de milho e cinco ciclos pecuários demonstraram que a
138
ILP pode minimizar os riscos do negócio agrícola, além de ser uma opção viável para os
investidores do agronegócio no Cerrado (COSTA; MACEDO, 2001). No entanto, a sua
implementação por poucos produtores em relação a sua área potencial de utilização deve-se
principalmente a limitação de infra-estrutura, recursos financeiros, conhecimentos
tecnológicos, aptidões pessoais e barreiras sociais à sua adoção (MACEDO, 2001).
No entanto, é importante avaliar o sistema como um todo, com um planejamento de
rotação de culturas para garantir a sustentabilidade do SPD e integrar sistemas que envolvam
lavoura e pecuária. Neste caso, não apenas o consórcio, mas também o objetivo de uso do
capim (pastagem ou palhada) formado pela consorciação, bem como, vantagens, desvantagens
e particularidades de cada espécie. Conforme Allen et al. (2007); Franzluebbers (2007), os
resultados deste sistema refletem os avanços nos aspectos de tecnologia, gestão, produtividade
e incremento de lucratividade, mas novas pesquisas são necessárias para estabelecer os
aspectos logísticos, as limitações ambientais e as consequências dos sistemas de ILP, bem
como para compreender a multiplicidade de possíveis interações entre vários componentes.
Vale ressaltar que o presente estudo proporcionou informações a curto prazo (apenas
duas safras agrícolas), não contemplou possíveis variabilidades de PG e preços de insumos, @
de carne e venda do milho, além de analisar apenas o custo operacional com insumos e
operações, não considerando depreciações de máquinas, equipamentos e infraestrutura.
Assim, preços mais baixos, principalmente de adubos podem favorecer ainda mais a
utilização da adubação nitrogenada.
139
5. CONCLUSÕES
A produtividade de grãos nos consórcios MMC, MBC, MRC, MBS e MRS foram
semelhantes ao milho sem consorciação (MSC), sendo superior apenas no capim-tanzânia em
ambas os consórcios (MTS e MTC). Assim, a escolha do capim e a época de consorciação
tornam-se os fatores mais importantes para o sucesso do consórcio visando a produtividade de
grãos da cultura do milho. No caso da escolha do capim-mombaça, a melhor opção é a
semeadura por ocasião da adubação nitrogenada de cobertura do milho (MMC), uma vez que
o desenvolvimento acelerado do milho limita o crescimento do capim até a colheita de grãos,
visto que pelo efeito competição o consórcio simultâneo (MMS) diminuiu tal produtividade.
A adubação nitrogenda no inverno/primavera elevou a produtividade de massa seca e
melhorou a composição bromatológica dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis; elevou a quantidade de massa seca residual (palha) depositada na superfície do
solo, bemo como, a produtividade de grãos da cultura do milho em sucessão, com excessão da
semeadura sobre a palhada do capim-tanzânia semeado simultaneamente na safra anterior e
diminuiu a relação lignina/N total da palha, que aliada as altas temperaturas aceleraram a sua
decomposição, atingindo aproximadamente 30% da quantidade inicial de palha aos 90 dias
após o manejo.
A melhor eficiência de conversão do N-fertilizante em forragem foi obtida com a dose
de 200 kg/ha/ano de N parcelada em quatro épocas de corte, sendo que os capins do gênero
Panicum são mais eficientes nessa conversão.
140
O teor de clorofila foliar (índice ICF) foi um bom indicador da produtividade de massa
seca e do teor de proteína bruta nas folhas dos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis; e da produtividade de grãos e do teor de nitrogênio foliar da cultura do milho.
A dose de 800 kg/ha/ano de N aplicada nos capins Tanzânia, Mombaça, Marandu e
Ruziziensis no inverno/primavera e as estimativas de produção de carne (@/ha) com ganho de
peso vivo médio diário de 0,2 kg/animal foram economicamente inviáveis, enquanto que pelo
possível fornecimento de N por meio da mineralização da matéria orgânica do solo em
sistema plantio direto consolidado, o desempenho econômico na ausência de adubação da
pastagem foi semelhante às doses de 200 e 400 kg/ha/ano de N.
A adubação nitrogenada (200 a 400 kg/ha/ano de N) da pastagem formada pelo
consórcio com a cultura do milho na integração lavoura-pecuária sob sistema plantio direto
irrigado é uma alternativa viável para elevar a produtividade de grãos e as estimativas de
produção de carne, principalmente com animais de maior potencial genético para ganho de
peso vivo médio diário (0,6 kg/animal), diminuindo a necessidade de abertura de novas áreas
agrícolas.
141
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