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superiores e com órgãos internos. Ele utiliza diversos materiais e tecnologias, na busca
da melhor qualidade de vida das pessoas
“Por ser um saber de tipo faústico, a tecnociência contemporânea almeja
ultrapassar todas as limitações biológicas à materialidade do corpo humano,
rudes obstáculos orgânicos que restringem as potencialidades e as ambições
dos homens.(...) As pesquisas em biotecnologia, por exemplo, não se
conformam com a realização de meras melhorias cosméticas ou com o
aditamento de próteses para organismos danificados.”(Sibilia, 2002a; 49)
Diferentes dos robôs que se constituem na sua totalidade por peças metálicas,
fios e componentes micro-processados, os ciborgues, possuem sua parte orgânica, ou
seja, são humanos com partes cibernéticas, que melhoram as suas habilidades de
coordenação motora ou substituem de uma parte deficiente da sua estrutura.
“Em termos de transformar nossos corpos, nós já estamos mais adiantados nesse
processo do que em avançar nossas mentes. Possuímos dispositivos de titânio para
substituir nossos maxilares, crânios e quadris. Temos diversos tipos de pele artificial.
Temos válvulas cardíacas artificiais. Temos vasos sintéticos para substituir artérias e
veias, juntamente com desvios expansíveis para fornecer suporte estrutural para vasos
naturais fracos. Temos braços, pernas, pés e implantes de coluna vertebral. Temos todo
tipo de articulação: maxilares, quadris, ombros, cotovelos, pulsos, dedos das mãos e
dos pés. Temos implantes para controlar nossas bexigas. Estamos desenvolvendo
máquinas – umas feitas de materiais artificiais, outras combinando novos materiais
com células criadas em culturas – que serão capazes de substituir órgãos como o
fígado e o pâncreas. Temos próteses penianas com bombinhas para simular ereções. E
há muito tempo já temos implantes de dentes e de mamas.”(Kurzweil, 2007a; 189)
Considerando essas necessidades de “reestruturação”, o homem passa por mais
um processo tecnológico. Agora, não só com suas experiências naturais de
sobrevivência, obtidas ao longo dos séculos, mas com seu próprio corpo que incorpora
as experiências e a convivência com as máquinas cibernéticas, transformando e
evoluindo dispositivos mecânicos que interligam e interagem com o corpo humano, ou
seja, próteses de membros inferiores e superiores ou de qualquer outra natureza