clínicas também foram descritas por outros autores, com percentuais variáveis entre o achado
de cada autor (OLIVEIRA et al. 2006; SILVA et al., 2001; PASTORINO, 2002; PEDROSA;
ROCHA, 2004; QUEIROZ et al., 2004; REY et al., 2005).
Uma infinidade de efeitos colaterais é atribuída aos antimoniais pentavalentes, sendo
os mais citados artralgia, mialgia, inapetência, náuseas, vômitos, dor abdominal, febre,
fraqueza, cefaléia, nervosismo, edema, distúrbios respiratórios, rash cutâneo, flebite,
leucopenia transitória, trombocitopenia e hepatite medicamentosa (ARANA et al., 2001;
OLIVEIRA et al., 2005; RATH et al., 2003; ROMERO et al., 2003; SINGH; SIVAKUMAR,
2004). Outros efeitos adversos foram constatados, obrigando inclusive a substituição do
Glucantime® pela anfotericina B, no entanto, nenhum dos efeitos foi identificado como causa
direta de óbito (SANTOS et al., 2002) A média de internação de 15 dias pode ter sido
insuficiente para detectar a cardiotoxicidade, mais comum após a segunda semana de
tratamento (CHULAY, et al., 1985; MS, 2006a), mas tratando-se de hospital referência, é
possível que os pacientes tivessem sido reinternados em caso de complicações, fato não
registrado nos prontuários analisados.
A confirmação diagnóstica foi realizada através de reação de imunofluorescência
indireta e através do aspirado de medula óssea, com positividade de 94% e 2,40%,
respectivamente. Grech et al., (2000), sugerem que não há diferenças entre a sensibilidade do
exame do aspirado de medula e da imunofluorescência indireta, mas o emprego de ambos tem
uma sensibilidade maior que 95%.
As informações hematológicas relacionadas à série vermelha, plaquetária e branca, os
pacientes em média apresentaram 3,12 g/dl para hemoglobina em relação à contagem média
de leucócitos 3631,86/mm³. As alterações hematológicas foram mais frequentes no
hematócrito e na hemoglobina. Isso pode justificar a maior presença de palidez e anemia, nos
sinais observados na admissão.
Alves (1996) descreve trombocitopenia em 64,7% dos pacientes, semelhantes aos
68,4% do estudo de Queiroz et al. (2004). Plaquetopenia é classicamente associada a piores
evoluções clínicas. O manual do Ministério da Saúde (2006a) coloca como necessária a
internação de indivíduos com contagem de plaquetas menor do que 50.000 U/mm3, no
mínimo devem ser acompanhados de maneira ambulatorial mais cuidadosa. O número da
média das plaquetas diminuídas 143.133/mm³ (52,6%) pode ser um fator preditivo para
hemorragias severas, sendo uma das causas de morte, devendo ser cuidadosamente
monitorado; por apresentarem plaquetopenia e hemoglobina diminuída, 135 pacientes foram
transfundidos. Cabe observar que o número de pacientes que apresentaram um número de