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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
Envolvimento dos receptores CXCR1/CXCR2 e da
CINC-1 na resposta febril induzida pelo LPS
Lívia Harumi Yamashiro
Ribeirão Preto
2010
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LÍVIA HARUMI YAMASHIRO
Envolvimento dos receptores CXCR1/CXCR2 e da
CINC-1 na resposta febril induzida pelo LPS
Dissertação apresentada ao Departamento de
Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo para obtenção
do título de Mestre em Ciências. Área de
Concentração: Farmacologia
Orientadora: Profa Dra Glória Emilia Petto de Souza
Ribeirão Preto
2010
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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer
meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que
citada a fonte.
Ficha Catalográfica
Folha de Aprovação
Yamashiro, Lívia Harumi
Envolvimento dos receptores CXCR1/CXCR2 e da
CINC-1 na resposta febril induzida pelo LPS.
Lívia Harumi Yamashiro; Orientadora: Profa Dra Glória Emilia
Petto de Souza Ribeirão Preto, 2010.
107 folhas
Dissertação (Mestrado Programa de Pós-Graduação
em Ciências. Área de Concentração: Farmacologia)
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo.
Palavras-chave: CXCR1/CXCR2, Febre, LPS, PGE
2
, CINC-1,
Reparixina.
Folha de Aprovação
Lívia Harumi Yamashiro
Envolvimento dos receptores CXCR1/CXCR2 e da CINC-1 na resposta
febril induzida pelo LPS
Dissertação apresentada ao Departamento de
Farmacologia da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
para obtenção do título de Mestre em
Ciências. Área de Concentração:
Farmacologia
Aprovada em:
Banca Examinadora:
__________________________________________
Profa Dra Glória Emilia Petto de Souza
FMRP-USP
__________________________________________
Prof Dr Fernando de Queiróz Cunha
FMRP-USP
___________________________________________
Prof Dr Waldiceu Aparecido Verri Jr
CCB - UEL
Trabalho realizado no Laboratório de Farmacologia do Departamento de Física
e Química da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo com auxílio financeiro da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
“Inevitavelmente, nossos pensamentos
moldam nossa vida.”
L. Tom Perry
"That which comes easily departs easily.
That which comes of struggle remains."
Gordon B. Hinckley
DEDICO ESTE TRABALHO
Ao meu pai por mesmo longe se preocupar
comigo e especialmente a minha mãe
querida pelo amor e exemplo, por me
ensinar o valor do estudo, ser a luz na
minha vida e por tornar seu sonho a
realização dos meus.
Aos meus irmãos queridos Rafael e Evelin
e à Juliana pelo amor e apoio incondicional
mesmo sem, muitas vezes,
compreenderem o que eu fazia.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, meu Pai Celestial, por sempre me mostrar o caminho a
seguir e por me indicar os meios de como trilhá-lo;
À Profa Dra Glória Emilia Petto de Souza pela confiança, compreensão, apoio
profissional e carinho com que me orientou, contribuindo para meu crescimento
científico e intelectual;
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e à
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo pela concessão da
bolsa de mestrado e pelo apoio financeiro para a realização desta pesquisa;
Às Profas Dra Ana Maria de Oliveira, Dra Lusiane Maria Bendhack e a Dra
Sâmia Regiane Lourenço Joca do Laboratório de Farmacologia da Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) USP pela amizade,
apoio e pelas conversas enriquecedoras;
À banca examinadora, Profs Dr Fernando de Queiroz Cunha e Dr Waldiceu
Aparecido Verri Jr pela disposição em participar da banca, atenção e
discussões enriquecedoras;
Ao Prof Dr Mauro Teixeira, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade
Federal de Minas Gerais pela colaboração;
À todos os docentes do Departamento de Farmacologia da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) USP pela contribuição na minha
formação científica e pelo exemplo de dedicação à ciência e à docência;
Ao Reinaldo e ao Ramon, funcionários do Biotério da FCFRP- USP e aos
funcionários do Biotério Central do campus de Ribeirão Preto- USP pelo
companheirismo, profissionalismo e atenção;
À todos os alunos do Departamento de Farmacologia da FMRP-USP;
Aos funcionários da secretaria do Departamento de Farmacologia da FMRP-
USP, Fátima Petean, José Waldik Ramon e Sônia Stefanelli por todo carinho e
apoio;
À todos os s-graduandos e alunos de iniciação científica e funcionários do
Laboratório de Farmacologia da FCFRP-USP pelo apoio, carinho, amizade
sempre demonstrados;
Aos funcionários do Laboratório de Farmacologia da FCFRP-USP Miriam
Cristina Contim Melo, Juliana Aparecida Vercesi, Mayara Gomes, Flavia Salata,
Luciana Ceribeli, Marlene Rodrigues da Silva e Maria Aparecida Rosa da Silva
pela amizade, carinho e apoio sempre;
Aos funcionários José Maria Puga, do Laboratório de Farmacotécnica da
FCFRP-USP e Giuliana Bertozi Francisco, do Laboratório de Farmacologia da
FMRP-USP pela amizade e pelo apoio técnico;
Aos amigos do Laboratório de Farmacologia da resposta febril da FCFRP-USP
Alexandre Kanashiro, Andréa Carla Pessini, Daniel Fraga, Daniela Tagliari
Longhi, David do Carmo Malvar, Denis de Melo Soares, Fernando Armani
Aguiar, Juliano Manvailer Martins, Maria Carolina Mazetto Gazola, Maria José
Figueiredo, Michele Yamamoto, Renes de Resende Machado e Veridiana
Pansiera pela amizade, alegria, apoio em todos os momentos e pelas
discussões científicas. Obrigada por tudo, sem vocês não teria chegado até
aqui.
Às grandes amigas Fernanda e Helen pela eterna amizade e carinho;
Às amigas Karen e Letícia pelo companheirismo, amizade e convívio agradável;
Ao Fernando pelo amor, carinho, compreensão e por me inspirar a me tornar
uma pessoa melhor a cada dia;
À todos os amigos e colegas que torceram por mim e que, de alguma forma,
contribuíram direta ou indiretamente para que este trabalho fosse concluído.
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................
i
ABSTRACT............................................................................................................
iii
LISTA DE ABREVIATURAS..................................................................................
iv
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................
15
1.1. Termoregulação e Febre..............................................................................
16
1.2. Quimiocinas..................................................................................................
21
1.3. CINC-1..........................................................................................................
27
1.4. Drogas antipiréticas......................................................................................
31
1.5. Reparixina....................................................................................................
35
2. OBJETIVOS........................................................................................................
37
2.1. Objetivo geral...............................................................................................
38
2.2. Objetivos específicos...................................................................................
38
3. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................
39
3.1. Animais.........................................................................................................
40
3.2. Esterilização.................................................................................................
40
3.3. Cirurgia para implante de cânulas no ventrículo lateral e microinjeção de
corante para controle do sítio de injeção.....................................................
40
3.4. Controle histológico......................................................................................
42
3.5. Fixação dos encéfalos..................................................................................
42
3.6. Cortes histológicos.......................................................................................
42
3.7. Coloração.....................................................................................................
42
3.8. Vias de administração dos estímulos pirogênicos.......................................
43
3.9. Drogas e doses............................................................................................
43
3.10. Protocolo experimental...............................................................................
44
3.11. Determinação da variação da temperatura retal e da pele da cauda por
telemetria...................................................................................................
45
3.12. Cirurgia para implante do transmissor de temperatura na cavidade
abdominal..................................................................................................
46
3.13. Determinação da variação da temperatura corporal por radiotelemetria...............
46
3.14. Coleta do fluido cerebroespinhal (CSF).....................................................
47
3.15. Determinação da concentração da CINC-1 no CSF, hipotálamo, fígado e
plasma........................................................................................................
49
3.16. Análise estatística......................................................................................
51
4 . RESULTADOS..................................................................................................
52
4.1. Efeito da administração da reparixina, antagonista de receptores CXCR1
e CXCR2 para quimiocinas, sobre a resposta febril induzida pelo LPS em
ratos.............................................................................................................
53
4.2. Determinação da concentração do agonista CINC-1 no CSF, hipotálamo,
fígado e plasma de ratos após a injeção de LPS.......................................
55
4.3. Efeito da administração i.c.v. de diferentes doses do agonista CINC-1
sobre a temperatura corporal de ratos.......................................................
57
4.4. Efeito da injeção i.h. de CINC-1 na temperatura retal.................................
59
4.5. Efeito da administração do agonista CINC-1 sobre a temperatura retal e
da pele da cauda em ratos..........................................................................
62
4.6. Efeito da administração de reparixina sobre a resposta febril induzida
pela CINC-1 em ratos.................................................................................
64
4.7. Efeito do tratamento com drogas antipiréticas sobre a febre induzida pela
ativação dos receptores CXCR1/CXCR2....................................................
66
4.8. Efeito de drogas antipiréticas sobre a concentração de PGE
2
no CSF dos
ratos após a ativação dos receptores CXCR1/CXCR2..............................
68
4.9. Efeito do antagonismo dos receptores CXCR1/CXCR2 sobre a resposta
febril induzida pela IL-1β, TNF-α e IL-6 em ratos........................................
70
4.10. Efeito do antagonismo dos receptores CXCR1/CXCR2 sobre a resposta
febril induzida pelo CRF em ratos.............................................................
74
4.11. Efeito do antagonismo dos receptores CXCR1/CXCR2 sobre a resposta
febril induzida pelas prostaglandinas PGF
e PGE
2
em ratos...................
76
5. Discussão..........................................................................................................
79
6. Considerações Finais.......................................................................................
89
7. Conclusões........................................................................................................
91
8. Referências Bibliográficas...............................................................................
93
i
RESUMO
O primeiro relato da atividade pirogênica das quimiocinas foi feito por
Davatellis et al., em 1989 através da injeção do dubleto MIP-1 em coelhos.
Desde então, diferentes grupos de investigadores demonstraram a atividade
pirogênica do MIP-1α e , IL-8, RANTES e CINC-1. Para exercer sua função as
quimiocinas ligam-se aos seus receptores presentes na superfície da célula-
alvo. O presente estudo investigou a participação dos receptores
CXCR1/CXCR2 na resposta febril induzida pela administração i.v. de LPS (5
μg/kg), bem como seu envolvimento na resposta induzida pelos mediadores
desencadeados por este estímulo. CINC-1, um agonista de receptores CXCR1
e CXCR2, injetado intracerebroventricular (i.c.v. 25 ng) ou
intrahipotalamicamente (i.h. 50 pg) promoveu, de maneira dose-dependente,
resposta febril e não hipertermia, pois o aumento de temperatura corporal foi
acompanhado por uma diminuição na temperatura da pele da cauda.
Investigamos também o efeito do antagonista destes receptores (reparixina) na
febre induzida pelo LPS (300 ng, i.c.v.) e pela CINC-1 (150 ng, i.c.v.). A
reparixina aboliu a febre induzida pelo agonista e reduziu a induzida pelo LPS.
Além disso, 1 h após a administração do LPS a concentração da CINC-1
aumentou significativamente no fígado, hipotálamo, fluido cerebrospinal (CSF)
e plasma sendo que os maiores aumentos ocorreram no fígado e no
hipotálamo. A febre induzida pela ativação dos receptores CXCR1/CXCR2
centrais, através da administração i.c.v. de CINC-1, mostrou ser dependente de
prostaglandinas, pois no pico desta resposta (4ª h) ocorreu aumento da
concentração de PGE
2
no CSF (4ª h: aCSF=45,0 ± 25,4 pg/ml; CINC-1=2120,0
± 413,0 pg/ml). Apoiando este resultado, o tratamento dos animais com
inibidores não seletivos para ciclooxigenases (COX), ibuprofeno (10mg/kg, i.p.)
e indometacina (2 mg/kg, i.p.) ou com inibidor seletivo para COX-2, celecoxibe
(5 mg/kg, p.o.) aboliu a febre e o aumento de PGE
2
no hipotálamo. O bloqueio
dos receptores CXCR1/CXCR2 não alterou a resposta febril induzida por IL-1β
(3,12 ng, i.c.v.), TNF-α (250 ng, i.c.v.), IL-6 (300 ng, i.c.v.), CRF (2,5 µg, i.c.v.),
PGF
2α
(250 ng, i.c.v.) e PGE
2
(250 ng, i.c.v.), mediadores que sabidamente
estão envolvidos na resposta febril induzida pelo LPS. Este conjunto de
resultados indica que os receptores CXCR1/CXCR2 estão envolvidos na
ii
resposta febril induzida pelo LPS. Indica também que a CINC-1 é um dos
mediadores envolvidos nesta resposta e em uma via dependente de PGE
2
,
entretanto estes receptores não estão envolvidos na febre induzida pelas
citocinas estudadas, pelo CRF ou pelas prostaglandinas PGF
2α
e PGE
2
.
Palavras-chave: CXCR1/CXCR2, Febre, LPS, PGE
2
, CINC-1, Reparixina.
iii
ABSTRACT
The first relate of pyrogenic activity of chemokines was done by
Davatellis et al., (1989) by injecting the doublet MIP-1 in rabbits. Since then,
different groups of investigators showed the pyrogenic activity of MIP-1 and ,
IL-8, RANTES and CINC-1. In order to exert its functions chemokines bind to
their receptors, present on the surface of the target cell. The present study
investigated the participation of CXCR1/CXCR2 receptors in the fever response
induced by i.v. administration of LPS (5 μg/kg) as well as its involvement in the
response induced by the mediators liberated by this stimulus. CINC-1 injected
intracerebroventricularlly (i.c.v. 25 ng/site) or intrahypothalamically (i.h. 50
pg/site) promoted a dose-dependent febrile response and not hyperthermia,
since this increase in body temperature was accompanied by a decrease in the
tail skin temperature. We also investigated the effect of the receptors antagonist
(reparixin) on the fever induced by LPS (300 ng, i.c.v.) and CINC-1 (150 ng,
i.c.v.). Reparixin abolished the fever induced by the agonist and reduced the
LPS-induced one. Moreover, 1 h after LPS, the concentration of CINC-1
increased in the liver, hypothalamus, cerebrospinal fluid (CSF) and plasma. The
highest concentration of CINC-1 was found in the liver and hypothalamus. The
fever induced by the central activation of these receptors through i.c.v.
administration of CINC-1 was prostaglandin-dependent, since an increase of
PGE
2
in the CSF (from 45,0 to 2120 pg/ml) was observed 4 h later. Supporting
this result, the treatment with ibuprofen (10 mg/kg, i.p.), indomethacin (2 mg/ kg,
i.p.) and celecoxib (5 mg/kg, p.o.) abolished the fever and PGE
2
increase in the
hypothalamus. The blockade of CXCR1/CXCR2 receptors did not alter the fever
response induced by IL-(3,12 ng, i.c.v.), TNF-α (250 ng, i.c.v.), IL-6 (300 ng,
i.c.v.), CRF (2,5 μg, i.c.v.), PGF
(250 ng, i.c.v.) and PGE
2
(250 ng, i.c.v.),
known mediators involved in the fever response induced by LPS. Altogether
these results indicate that CXCR1/CXCR2 receptors are involved in the fever
induced by LPS. It also indicates that CINC-1 is one of the mediators involved in
this response in a prostaglandin-dependent pathway, however these receptors
are not involved in the fever induced by cytokines, CRF or prostaglandins
PGF
and PGE
2
.
Key words: CXCR1/CXCR2, Fever, LPS, PGE
2
, CINC-1, Reparixin.
iv
LISTA DE ABREVIATURAS
AH/POA Área pré- óptica do hipotálamo anterior
CINC Citocina quimioatraente para neutrófilos
COX Ciclooxigenase
CRF Fator liberador de corticotropina
CSF Fluido cerebroespinal
ENA Peptídeo ativador de neutrófilos derivado de células epiteliais
GRO Oncogene regulador de crescimento
ICAM Molécula de adesão intercelular
IFN Interferon
IL Interleucina
LPS Lipopolissacarídeo
MCP Proteína quimiotática para monócitos
MIP Proteína inflamatória derivada de macrófagos
NF-κB Fator de transcrição nuclear kappa B
PG Prostaglandina
RANTES Citocina regulada sob ativação, expressa e secretada por células
T normais
REPA Reparixina
SAL Salina
TNF Fator de necrose tumoral
1
1
.
.
I
I
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
U
U
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
________________________________________________________________________________Introdução 16
1. Introdução
1.1. Termorregulação e Febre
A resposta de fase aguda é uma resposta altamente complexa a uma
variedade de agressões, tais como, infecções de origem bacteriana, virais ou
parasitárias, traumas, necrose isquêmica ou tumores. Em mamíferos, essa
resposta é um processo dinâmico que visa restabelecer a homeostasia do
organismo e envolve os sistemas imune, cardiovascular e sistema nervoso
central. A resposta de fase aguda é caracterizada por alterações na
permeabilidade vascular, leucocitose ou leucopenia, alteração na síntese de
muitos hormônios, diminuição dos níveis plasmáticos de ferro e zinco, ativação
dos sistemas de coagulação e complemento, formação de cininas e outros
mediadores inflamatórios, assim como alterações nas concentrações das
proteínas de fase aguda (Zeisberger, 1999). Uma das características
fundamentais da resposta de fase aguda é o desenvolvimento de febre, que é
um sinal cardinal da resposta do hospedeiro a um estímulo patogênico. Assim,
a febre, um dos primeiros componentes da resposta de fase aguda a ser
reconhecido, é definida como uma elevação controlada da temperatura interna
de um organismo para níveis acima dos normais em decorrência da elevação
do ponto de termorregulagem hipotalâmico (Dinarello et al., 1988).
Dessa forma, o controle da temperatura corporal é extremamente
importante para a sobrevivência de todos os organismos, uma vez que a
temperatura influencia diretamente a energia cinética das moléculas e,
consequentemente, todas as reações químicas conhecidas (Deeb & Alvares-
Cohen, 1999). Sendo assim, os fenômenos fisiológicos e bioquímicos que
dependem de reações químicas e das interações moleculares são diretamente
________________________________________________________________________________Introdução 17
influenciados pela temperatura. Mais especificamente, tem-se observado que a
temperatura influencia, dentre outros processos, reações enzimáticas (Dejours,
1991), contratilidade muscular (Wasserstrom & Vites, 1999), interação
hormônio-receptor (Hinkle et al.,1980), atividade neuronal (Aihara et al., 2001)
e função imunológica (Wenisch et al., 1996).
Surpreendentemente, muitas das funções específicas da febre e sua
influência no estado enfermo e na resolução da doença não estão totalmente
esclarecidas, pois, sendo uma resposta fisiopatológica estereotipada ela ocorre
em decorrência de infecções ou estímulos relacionados, como endotoxinas
bacterianas, inflamação e lesão e é desencadeada pela liberação local ou
sistêmica de citocinas pró-inflamatórias e pirogênicas, como fator de necrose
tumoral (TNF-) α, interleucina (IL)-1 e β e IL-6 (Appenheimer et al., 2005).
Neste contexto, Atkins (1960) sugeriu que as substâncias produzidas por
fungos, bactérias e vírus constituem os pirogênios exógenos, incapazes de
ativarem diretamente os centros cerebrais responsáveis pela febre, porém,
capazes de estimularem a produção de pirogênios endógenos (PE) pelas
células fagocíticas, sendo esses os responsáveis pela alteração do termostato
(set-point) hipotalâmico. Durante o desenvolvimento da resposta febril há o
envolvimento, de forma coordenada, de uma ampla variedade de respostas
autonômicas, neuroendócrinas e comportamentais, fazendo com que a sua
manifestação seja, de modo geral, estereotipada e independente do agente
causal (Saper & Breder, 1994).
A área responsável pelo controle da regulação da temperatura corporal
está localizada no hipotálamo, que apresenta neurônios termossensíveis cuja
frequência de disparo é afetada tanto por variações na temperatura sanguínea
________________________________________________________________________________Introdução 18
da área adjacente, como por influência de conexões diretas com
termorreceptores distribuídos na pele e nos músculos (Dinarello et al., 1988). A
área pré-óptica do hipotálamo anterior (AH/POA) exerce um papel central na
regulação da temperatura corporal integrando informações de aferentes
periféricos, assim como, informando sua própria temperatura e ativando
mecanismos que promoverão a perda ou produção/retenção de calor. Dessa
forma, a AH/POA funciona como um termostato desencadeando mecanismos
para o ajuste da temperatura corporal quando estes se fazem necessários,
controlando todas as respostas termoregulatórias em torno de um ponto de
regulagem relativamente constante (Boulant, 2006).
Os efeitos benéficos da febre foram confirmados por vários estudos,
entre eles o de Vaughn e colaboradores (1980) os quais demonstraram que a
febre aumentou a sobrevida de animais infectados com bactérias P. multocida.
Ainda, o aumento da temperatura corporal em níveis semelhantes àqueles
observados durante a resposta febril promove aumento da fagocitose, da
migração de neutrófilos, proliferação de células T, produção de radicais de O
2
,
aumento da síntese de interferon, aumento das atividades anti-tumorais e anti-
virais e diminuição do crescimento de bactérias dependentes de ferro (Blatteis,
1998).
Muitos estudos têm demonstrado que o aumento da temperatura
potencializa a síntese/liberação de mediadores celulares da resposta imune
inata. Altas temperaturas aumentam a migração, mobilidade e quimiotaxia de
neutrófilos, resultando no aumento de infiltrado de granulócitos nas áreas
inflamadas (Hasday et al., 2003; Nahas et al., 1971). Uma série de estudos
demonstrou que temperaturas febris regulam a migração de células dendríticas
in vivo (Ostberg et al., 2000). Dessa forma, a exposição de camundongos a
________________________________________________________________________________Introdução 19
temperaturas altas resulta na mobilização de células de Langerhans (células
dendríticas da pele) para dentro dos linfonodos, onde são capazes de funcionar
como ativadoras de células T antígeno-específicas (Ostberg et al., 2001).
Além disso, foi demonstrado que temperaturas elevadas aumentam a
imunidade adaptativa e que as atividades de células T, incluindo citotoxicidade
e resposta proliferativa a mitógenos ou citocinas (IL-1 e IL-2), também estão
elevadas em temperaturas altas (Di et al., 1997; Lederman et al., 1987). Além
disso, a elevação da temperatura corporal estimula a função de células T
helper, resultando em aumento da síntese de anticorpos por células B murina
(Jampel et al., 1983). A exposição de linfócitos a estresse térmico altera a
organização intracelular, expressão ou estado de ativação de proteínas
citoesqueléticas, proteínas de fase aguda (família hsp70, heat shock protein) e
moléculas sinalizadoras de transdução (proteína quinase C, ERK1/2) (Chen et
al., 2004; Hasday e Singh, 2000); eventos que podem casualmente estar
ligados a ativação, mobilidade e adesão de linfócitos.
Embora existam estudos que demonstrem o papel benéfico da febre,
também evidências que sugerem o contrário. Altas temperaturas ocasionam
efeitos complexos na produção e bioatividade de citocinas. Na ausência de
qualquer estímulo patogênico ou inflamatório, não foi observado aumento na
produção de citocinas ou quimiocinas (IL-1β, IL-6, IL-8, IL-11, IL-12,IL-13, TNF-
α, IFN-α, IFN-γ, RANTES, MCP-1) em leucócitos ou células endoteliais
expostas a estresse térmico in vitro (Chen et al., 2004; Hasday et al., 2001;
Shah et al., 2002). Entretanto, a associação de um estimulo inflamatório, como
o LPS, com o estresse rmico febril induziu aumento nos níveis de citocinas
pró-inflamatórias in vitro e in vivo (IL-6, TNF-α, IL-1β) (Fairchild et al., 2000;
Ostberg et al., 2000).
________________________________________________________________________________Introdução 20
Sobre algumas circunstâncias, a febre pode limitar alguns efeitos da
defesa imune. Foi demonstrado que temperaturas alcançadas em uma
resposta febril atenuam respostas de citocinas através da inibição da
expressão de RNAm de TNF-α (Ensor et al., 1995; Hasday et al., 2000). Além
disso, mesmo moderadas elevações de temperatura suprimem a função de
células NK (natural killer) in vitro (Azocar et al., 1982; Roberts, 1991) enquanto
temperaturas mais elevadas inibem respostas de linfócitos T citotóxicos (Harris
e Meneses, 1978).
Desde os primórdios, a febre é conhecida como sinal de irregularidade
no organismo. Com isso, vários tipos de tratamento foram surgindo ao longo do
tempo. Entre esses tratamentos destacamos as drogas antipiréticas como a
aspirina, que vem sendo usada desde o século XIX. Porém, os mecanismos
pelos quais estas drogas aliviam a febre vêm sendo estudados e conhecidos
apenas nas últimas décadas. Infelizmente, ao passo que as ações antipiréticas
dessas drogas vêm sendo estudadas, suas eficiências clínicas ainda não estão
esclarecidas. Seu uso o é indicado para qualquer condição febril, pois em
algumas destas pode ocorrer desconforto ao paciente, interferência no
tratamento com antibióticos e ainda pré-disposição a efeitos adversos a outros
medicamentos (Aronoff et al., 2001).
Desse modo fica evidente a importância de estudos que buscam
conhecer mais sobre esse complexo evento chamado febre, bem como seus
componentes e tratamentos.
________________________________________________________________________________Introdução 21
1.2. Quimiocinas
Quimiocinas são proteínas relativamente pequenas (8-10 kDa) que
direcionam o recrutamento de leucócitos da corrente sanguínea para os tecidos
(Baggiolini et al., 1998). Algumas das quimiocinas também têm demonstrado
atividade pirogênica, entre elas podemos citar a proteína inflamatória derivada
de macrófagos-1 (MIP-1; Davatelis et al., 1989; Miñano et al., 1990) α, a
interleucina-8 (IL-8; Rothwell et al., 1990; Zampronio et al., 1994; 1995), a
citocina regulada sob ativação, expressa e secretada por células T normais,
RANTES (Tavares e Miñano, 2000 ; Machado et al., 2007) e a citocina
quimioatraente para neutrófilos, CINC-1 (Soares et al., 2008). Essas
quimiocinas são produzidas por genes distintos, presentes nos cromossomos
humanos 4 e 17, e apresentam de 20 a 70% de homologia na sequência de
aminoácidos.
Quatro diferentes subfamílias de quimiocinas e receptores de
quimiocinas foram identificados: CC, CXC, CX3C e C (Murphy et al., 2000;
Pease and Williams, 2006). As quimiocinas apresentam quatro resíduos de
cisteína conservados formando duas pontes dissulfeto essenciais, podendo ser
divididas em quatro tipos distintos; aquelas que possuem um curto domínio
amino-terminal antecedendo a primeira cisteína, formando o grupo denominado
CC ou -quimiocinas; as separadas por um aminoácido, denominado de CXC
ou -quimiocinas ou separadas por três aminoácidos, formando as CX3C
quimiocinas. Além disso, também foi descrita uma proteína que possui
apenas dois resíduos de cisteína em sua estrutura, denominada de C
quimiocina (Rajarathman, 1995).
________________________________________________________________________________Introdução 22
As quimiocinas do grupo CXC ligam-se aos receptores da classe CXCR
(CXCR1 a CXCR5) e as quimiocinas CC ligam-se a receptores da classe CCR
(CCR1 a CCR11) (Murphy et al., 1996). No grupo CX3C, somente um tipo de
receptor foi identificado em humanos, o CX3CR1.
As duas maiores subfamílias de quimiocinas são do grupo das CXC e
CC, elas diferem quanto à atividade biológica em estimular diferentes tipos de
células efetoras. Enquanto as quimiocinas da classe CXC, como é o caso da
IL-8 (CXCL8), do peptídeo ativador de neutrófilos (NAP)-2, do oncogene
regulador de crescimento (GRO) -, -, -, do peptídeo ativador de neutrófilos
derivado de células epiteliais (ENA)-78, ativam predominantemente células
polimorfonucleares como os neutrófilos (Ahuja et al, 1996), as quimiocinas da
classe CC como a eotaxina, a RANTES e a proteína quimiotática para
monócitos (MCP)-4 ativam eosinófilos, basófilos e linfócitos T (Kapp et al., 1994;
Jose et al., 1994; Elsner et al, 1996; Petering et al, 1998).
Outro fato importante observado no grupo das quimiocinas CXC é a
presença de uma sequência de aminoácidos formada pelo ácido glutâmico (Glu
ou E) -leucina (Leu ou L) -arginina (Arg ou R), conhecido como domínio ELR.
Esta sequência localiza-se próxima ao N-terminal, precedendo a sequência
CXC e, parece determinar uma atividade específica sobre neutrófilos, enquanto
que as quimiocinas que não apresentam essa sequência em sua estrutura
seriam mais seletivas para linfócitos.
As quimiocinas pertencentes à classe C e CX3C não são seletivas e
podem ser quimioatraentes para monócitos, células T e células NK.
________________________________________________________________________________Introdução 23
Para exercer suas funções as quimiocionas ligam-se aos seus
receptores, presentes na superfície da célula alvo. Os receptores para
quimiocinas pertencem à superfamília da rodopsina, proteínas que se ligam à
proteína G (Baggiolini et al., 1994; Clark-Lewis, 1995). Estes receptores
possuem sete domínios transmembrana ricos em aminoácidos hidrofóbicos,
conservados na maioria dos receptores desta classe, entretanto, não existe
aminoácido específico ou um padrão comum entre os receptores de
quimiocinas. A ligação da quimiocina ao seu receptor dissocia a subunidade G
αI
,
a mais comum G
α
associada a esses receptores, e a subunidade G
βγ
da
proteína heterotrimérica G, levando a um fluxo de cálcio e ativação da fosfatidil
inositol 3-quinase (PI3K) e de vias de sinalização Rho GTPases, entre outras
(Mellado et al., 2001). Pela associação a G
i
, grande parte das respostas das
quimiocinas são inibidas por tratamento com a toxina pertussis (PTx) (Goldman
et al., 1985). No entanto, em algumas circunstâncias, PTx pode não bloquear
completamente as respostas induzidas pelas quimiocinas devido a sua
associação com outras proteínas G, que não somente a G
i
, tais como G
q/11
ou
G
16
(Mellado et al., 2001). Dessa forma, dependendo do seu acoplamento com
distintas proteínas G, os receptores de quimiocinas podem iniciar distintas vias
de sinalização e exercer diversas funções biológicas.
Os receptores de quimiocinas são definidos por sinalizar ligações em um
ou mais membros da extensa família de quimiocinas (Premack and Schall,
1996; Baggiolini et al., 1997). A principal função biológica compartilhada entre
tais receptores é o deslocamento de leucócitos e processos dependentes como
inspeção do sistema imune, respostas imune inata e adaptativa e várias formas
de patologias inflamatórias (Springer, 1994; Foxman et al., 1997). Dentro dessa
________________________________________________________________________________Introdução 24
área geral, no entanto, cada receptor parece possuir papel específico,
determinado pela sua expressão padrão em diferentes subtipos de leucócitos e
por uma especificidade temporal e espacial da expressão de seu ligante
cognato. Papéis exclusivos também foram delimitados na hematopoiese
(Broxmeyer et al., 1996, 1999; Reid et al., 1999), angiogênese (Salcedo et al.,
1999), desenvolvimento (Forster et al., 1996; Nagasawa et al., 1996) e
facilitação de certas doenças infecciosas. Embora cada receptor possua maior
afinidade para determinada quimiocina, essa característica pode sobrepor-se
consideravelmente, pois estes receptores podem estabelecer ligações com
mais de uma quimiocina e, esta pode acoplar-se a mais de um tipo de receptor,
indicando que há redundância e versatilidade no sistema das quimiocinas.
Essa redundância de ligação também se reflete em uma redundância de
função.
Além de recrutarem leucócitos para tecidos inflamados após serem
ativadas por um processo inflamatório ou infeccioso, as quimiocinas
constitutivamente produzidas estão envolvidas na manutenção do tráfico
leucocitário, bem como, na arquitetura de órgãos linfóides secundários. No
entanto, essa é uma tênue distinção, pois algumas quimiocinas podem estar
em ambas as categorias dependendo do contexto biológico (Viola & Luster,
2008).
O CXCR1 e CXCR2 foram os primeiros receptores a serem definidos.
Eles são os únicos receptores conhecidos para as quimiocinas ELR1+CXC,
incluindo IL-8, que se liga a ambos receptores com alta e similar afinidade.
Também são os receptores mais expressos em neutrófilos e são os receptores
protótipo para quimiocinas inflamatórias. Eles possuem 78% de similaridade na
________________________________________________________________________________Introdução 25
sequência de aminoácidos (Murphy et al., 1996). Os genes de ambos os
receptores são expressos em tecidos e lulas responsáveis pela síntese de
quimiocinas. A expressão do CXCR2 foi detectada em pulmão, fígado e
neutrófilos, enquanto a expressão do CXCR1 também é evidente em pulmões
assim como em macrófagos e ausente em neutrófilos em repouso ou ativados
(Dunstan et al., 1996). Os receptores CXCR1 e CXCR2 foram descritos em
humanos, camundongos e ratos (Dunstan et al., 1996; Nasser et al., 2007;
Barsante et al., 2008). Ainda, tais receptores são encontrados em
monócitos/macrófagos, eosinófilos, basófilos, linfócitos T, mastócitos, células
endoteliais (Sun et al., 2009), células dendríticas (Morohashi et al., 1995),
projeções dos neurônios e medula espinhal (Horuk et al., 1997).
Dentre esses receptores, o CXCR1 parece ter um papel dominante,
como sugerido por experimentos mostrando que anticorpos para CXCR1
inibem grande parte da resposta quimiotática da IL-8, enquanto anti-CXCR2
possui menor efeito em neutrófilos humanos (Hammond et al., 1995). Por outro
lado, a inibição de CXCR2 em camundongos e ratos, com anticorpos ou genes
nocautes diminui diversas respostas inflamatórias, sugerindo que
contribuição para a ação de quimiocinas semelhantes à IL-8 (KC, GRO, MIP-2)
(Garau et al., 2006). Em ratos, estudos indicam o receptor CXCR2 seja o
receptor comum para as três formas da CINC (-1, -2 e -3) e através dele as
isoformas de quimiocina exercem diferentes atividades biológicas (Shibata et
al., 2002).
A quimiocina IL-8 ativa os receptores CXCR1 e CXCR2. O receptor
CXCR1 é específico para CXCL8, enquanto CXCR2 também interage com
CXCL1, CXCL2, CXCL3, CXCL5, CXCL6 e CXCL7 (Baggiolini, 2000). Diante
________________________________________________________________________________Introdução 26
de ativação, CXCR1 (mas não CXCR2) ativa a fosfolipase D e medeia a
produção de espécies reativas do oxigênio, sugerindo que esses receptores
possuem diferentes papéis patofisiológicos (Jones et al., 1996). Mais de 95%
de CXCR2 internaliza nos primeiros 2 5 minutos de ativação comparado com
10% de CXCR1 (7-10 minutos). Além disso, o CXCR2 recupera-se mais
lentamente (~35% depois de 90 minutos) na superfície da lula do que o
CXCR1 (~100% depois de 90 minutos) após remoção de CXCL8 (Barlic et al.,
1999; Feniger- Barish et al., 1999). Essa diferença na modulação da expressão
dos receptores parece ser um importante fator de distinção na habilidade dos
mesmos em mediar a ativação e a regulação em resposta ao CXCL8
(Richardson et al., 1995; 2003).
Em 1995, Lloyd e colaboradores demonstraram que o LPS induz a
diminuição da expressão dos receptores para IL-8, uma rápida degradação dos
seus RNAm além de inibir a transcrição dos mesmos em neutrófilos. Anos
mais tarde (1998), foi demonstrado que a menor expressão dos receptores
causada pelo LPS ocorre por um mecanismo independente e distinto daquele
mediado pelo seu agonista (IL-8). A diminuição da expressão de CXCR1 e
CXCR2, devido a internalização do complexo ligante-receptor (Samanta et al.,
1990), estava correlacionada com um estado de hiporresponsividade a IL-8.
Tais dados sugerem que a regulação desses receptores é um importante
mecanismo para o controle da ativação de neutrófilos pelas quimiocinas. Esse
mecanismo acontece de maneira não uniforme nessas células, independente
de TNF-α, IL-1β e IL-8, mas dependente de tirosina quinase (Khandaker et al.,
1998).
________________________________________________________________________________Introdução 27
O bloqueio de receptores de quimiocinas pode representar uma
interessante possibilidade no desenvolvimento de novas drogas para o
tratamento de doenças inflamatórias (Pease & Williams, 2006; Wells et al.,
2006). O recrutamento de leucócitos para sítios de inflamação e infecção é um
componente essencial na resposta do hospedeiro à doença. Quimiocinas e
seus receptores são parte integral desse processo e estão envolvidos na
patofisiologia de vários processos inflamatórios e infecciosos. (Gerard & Rollins,
2001; Charo & Ransohoff, 2006; Luster 1998). Apesar das quimiocinas serem
importantes para o controle da infecção, também podem ser prejudiciais em
certas doenças inflamatórias, tais como asma, aterosclerose, artrite reumatóide
e esclerose múltipla, nas quais células inflamatórias são recrutadas para o
tecido levando a um infiltrado inflamatório que resulta em lesão tecidual. O eixo
quimiocina-receptor participa na pato-fisiologia dessas doenças por ocasionar
acúmulo e ativação de leucócitos para os tecidos afetados. Em tais desordens,
tem sido sugerido que as quimiocinas e seus receptores poderiam ser alvos
terapêuticos para o controle da inflamação (Viola & Luster, 2008).
1.3. CINC-1
A CINC (citocina quimioatraente para neutrófilos) - 1 é um peptídeo pró-
inflamatório de 8 kDa e membro da família CXC das quimiocinas, com potente
atividade quimioatrativa para neutrófilos (Watanabe et al., 1989; 1991; 1992;
Harada et al., 1993; Larsen et al., 1989), capaz de ligar-se aos receptores
CXCR1 e CXCR2. O influxo de neutrófilos para o foco inflamatório é
predominantemente regulado por essas citocinas quimioatraentes, tais como
IL-8 e GRO-α em humanos, ou CINC-1 e MIP-2 em ratos, através da ativação
________________________________________________________________________________Introdução 28
do receptor CXCR2 (White et al., 1998). O bloqueio dos receptores CXCR1 e
CXCR2 em camundongos reduz a adesão e migração de neutrófilos (Morgan et
al., 1997; Coelho et al., 2008; Bento et al., 2008) induzido por LPS (Cacalano et
al., 1994). Os neutrófilos são as primeiras células de defesa a chegar num foco
infeccioso e são essenciais para a eliminação de bactérias patogênicas por
possuírem grande conteúdo de enzimas proteolíticas e rápida produção de
espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (Seely et al., 2003). Foi visto que
ELR+CXC quimiocinas são capazes de atrair neutrófilos e estender a meia-vida
dessas células, dessa maneira, prolongando a sua funcionalidade em diversas
patologias (Dunican et al., 2000).
A produção de CINC-1 não é constitutiva, mas pode ser induzida por
diversos estímulos inflamatórios, tais como IL-1β, LPS, TNF-α (Watanabe et al.,
1989; Watanabe & Nakagawa, 1987; Nakagawa et al., 1993). Os mecanismos
intracelulares regulatórios que desencadeiam o aumento na expressão da
CINC-1 ainda não estão totalmente esclarecidos. Entretanto, tem sido
demonstrado que a CINC-1 é expressa no sistema nervoso central de roedores
após estresse (Sakamoto et al., 1996a), infarto (Yamagami et al., 1999) ou
injeção periférica de endotoxina (Sakamoto et al., 1996b); bem como em
astrócitos, micróglia e neurônios (De Haas et al., 2007). Além de lulas não
parenquimais, como as células de Kupffer, as células parenquimais do fígado
(hepatócitos) também produzem CINC-1 em processos inflamatórios hepáticos
(Maher, 1995; Copple et al., 2003; Kaibori et al., 2004; Handa et al., 2004).
Estudos de Sheikh (2006) sugerem que a CINC-1 é produzida no fígado como
uma proteína de fase aguda muito antes de outras proteínas de fase aguda,
tais como α1-glicoproteína ácida, inibidor de proteinase α1, α2-macroglobulina
e heme- oxigenase-1 (Tron et al., 2005).
________________________________________________________________________________Introdução 29
CINC-1 é, em ratos, a molécula homóloga do oncogene regulador do
crescimento (GRO) da família da IL-8 (Simpson et al., 2003; Handa et al., 2004;
Takaishi et al., 2000). CINC-1 não apresenta nenhuma similaridade em sua
sequência com a IL-8 humana, mas a sua função é muito parecida com esta
interleucina (Simpson et al., 2003). Consequentemente, CINC-1 é considerada
como a equivalente da IL-8 em ratos (Harada et al., 1994).
A IL-8 é expressa por monócitos, macrófagos e também astrócitos e sua
expressão é induzida por múltiplos estímulos, como LPS, bactérias vivas e
outras citocinas pró-inflamatórias, como TNF e IL-1 no nível transcripcional, em
uma variedade de células (Matsushima et al., 1992; Mukaida et al., 1992;
Haskill et al., 1990). A quimiocina é responsável por aumentar a sobrevida de
neurônios da região do hipocampo in vitro (Horuk et al., 1997) e parece possuir
um papel neuromodulatório na atividade sináptica cerebelar (Giovanelli et al.,
1998). Existem muitas linhas de evidência que atribuem participação da IL-8
em muitos tipos de inflamação, tais como sinovite (Endo et al., 1991), dermatite
aguda induzida por LPS (Harada et al., 1993) e lesão de reperfusão em pulmão
isquêmico (Sekido et al., 1993).
Paralelamente, alguns estudos demonstraram que a CINC-1 contribui
para a infiltração de neutrófilos em resposta ao LPS em ratos, por exemplo, nos
pulmões (Haddad et al., 2002), úvea (Cui et al., 2007) e fígado (Pennington et
al., 1998). Esses achados sugerem um papel patofisiológico da CINC-1 e da IL-
8 em reações inflamatórias. Assim, a regulação desta quimiocina e/ou a
produção de IL-8 está criticamente envolvida no controle de respostas
inflamatórias associadas à infiltração de neutrófilos.
________________________________________________________________________________Introdução 30
Um dos potenciais candidatos envolvidos no controle da transcrição da
CINC-1 é o NF-κB. Existem inúmeros estudos demonstrando a importância
desse fator de transcrição para a expressão de CINC-1 por diversas células,
como células epiteliais gástricas (Hiraoka et al., 2001), renais (Watanabe et al.,
1989), intestinais (Yoshida et al., 2001), miócitos cardíacos (Seino et al., 1995),
células de lavado pulmonar (Blackwell et al., 1994) entre outras. Foi
demonstrado que o promoter da CINC-1 contém um domínio ligante NF-κB,
reforçando ainda mais o papel do NF-κB na regulação da transcrição da CINC-
1 (Shibata et al., 1998). Em geral, o NF-κB existe no citoplasma
predominantemente como um heterodímero formado pelas subunidades p50 e
p65. A sua entrada no núcleo é impedida em virtude da sua associação com
proteínas inibitórias, IκB. Várias citocinas (por exemplo, TNF-α e IL-1β) ativam
NF-κB pela indução da fosforilação, ubiquitinação e subsequente degradação
de IκB pela via do proteassoma. A perda de IκB permite que os dímeros do NF-
κB transloquem-se para o núcleo e iniciem a transcrição dos genes alvo
(Cepinskas et al., 2003).
Estudos de Handa e colaboradores (2004) indicam que a porção p65 é
translocada para o núcleo de uma linhagem de células da mucosa gástrica
devido a estimulação com TNF-α e que a ativação de NF-κB resulta na
produção de CINC-1 por essas células. Corroborando esses resultados,
existem outros estudos que confirmam que o sítio de ligação do NF-κB na
região promotora da IL-8 e do GRO é indispensável para a expressão gênica
em resposta a estimulação por citocinas (Anisowicz et al., 1991; Mukaida et al.,
1990).
________________________________________________________________________________Introdução 31
A participação de quimiocinas na resposta febril foi evidenciada pela
capacidade da IL-8 (Rothwell et al., 1990; Zampronio et al., 1994; Zampronio et
al.,1995) e da MIP-1 (Davatelis et al .,1989; Miñano et al., 1990) de induzirem
resposta febril em coelhos e ratos. Estudos de nosso e de outros laboratórios
também demonstraram a capacidade da RANTES (Tavares e Miñano et al.,
2000; Machado et al.,2007 ), do MIP-1 (Soares et al., 2006) e do MIP-1
(Miñano et al., 1996) de induzir febre em ratos. Ainda, demonstramos que a
injeção central de CINC-1 em ratos atua diretamente em neurônios termo-
sensíveis da AH/POA promovendo resposta febril acompanhada por aumento
significativo da concentração de PGE
2
no CSF dos animais. Foi demonstrado
também que o anticorpo neutralizante específico anti-CINC-1 e inibidores
seletivos e não-seletivos para COX-2 aboliram a febre induzida pela CINC-1.
Inibidores não seletivos de COX-2 também abolem o aumento da concentração
de PGE
2
no CSF, sugerindo o envolvimento de prostaglandinas na atividade
pirogênica da CINC-1 (Melo-Soares et al., 2008).
1.4. Drogas antipiréticas
É importante enfatizar que, embora a febre seja considerada uma
resposta adaptativa do hospedeiro às agressões, principalmente infecções,
nem toda febre necessariamente é benéfica, o que tem levado vários
investigadores a aceitar com uma certa reserva esta teoria (revisado por Moltz,
1993).
A febre aumenta a atividade dos componentes dos sistemas de defesa
imune (celular e humoral) ou não-imune e, em doenças auto-imunes
controladas ou inativas como o lupus e artrite reumatóide ocorrem
________________________________________________________________________________Introdução 32
reincidências da doença (revisado por Blatteis, 2006). Além disso, o aumento
da temperatura corporal também provoca sensações de mal-estar e
desconforto, podendo ainda ser potencialmente perigoso em situações de
desidratação, caquexia, lesões cerebrais e/ou doenças cardiorrespiratórias,
gravidez e nos aumentos acima dos níveis tolerados, pode ser incompatível
com a manutenção da vida.
Assim, muitas vezes a terapia antipirética se faz necessária, e o efeito
benéfico desta terapia não somente se pelo fato de reduzir a temperatura
corporal, mas também por diminuir a dor e o mal-estar marcantes nas doenças
infecciosas e inflamatórias que, como na resposta febril, estão relacionados
aos altos níveis de citocinas e prostaglandinas locais e circulantes,
respectivamente.
Desse modo, torna-se importante investigar se a resposta febril induzida
pela CINC-1 é modificada pela ação de drogas antipiréticas, como
indometacina, ibuprofeno e celecoxibe.
O ibuprofeno, derivado do ácido aril-propiônico, possui atividade
antiinflamatória, sendo usado clinicamente em diversos países (Chowdhbury et
al., 1996). Sua eficácia tem sido atribuída à inibição não seletiva de ambas as
ciclooxigenases (Kantor, 1979). Entretanto, esta droga também apresenta
atividades independentes da inibição da síntese de PGs. Stuhlmeier e
colaboradores (1999) demonstraram in vitro que o ibuprofeno inibe a
translocação do fator de transcrição NF-κB para o núcleo, estabilizando-o sob a
forma do complexo NF-κB/IκB no citoplasma, inibindo assim, dose-
dependentemente a síntese de TNF e IL-1. Stratman e colaboradores (1997),
por sua vez, mostraram redução do RNAm da forma induzida da sintase de NO
(iNOS), apresentando um novo mecanismo de ação terapêutica para esta
droga.
________________________________________________________________________________Introdução 33
Estudos de Hofbauer e colaboradores (1998) mostraram uma
significante redução na expressão de moléculas de adesão na superfície de
células endoteliais de animais tratados com ibuprofeno, com consequente
redução da migração leucocitária.
Estudos de nosso laboratório demonstraram que o ibuprofeno (10 mg/kg)
bloqueou, enquanto a indometacina (2 mg/kg) apenas reduziu as respostas
febris produzidas pela injeção sistêmica de LPS ou central de IL-1β, IL-6 ou
TNF-α e ácido araquidônico. Além disso, o ibuprofeno (10 mg/kg), assim como
a indometacina (2 e 8 mg/kg), foi capaz de bloquear a síntese de
prostaglandina E
2
no CSF sem alterar os níveis plasmáticos de IL-1, TNF- e
IL-6 após a injeção i.v. de LPS em ratos. Neste mesmo estudo demonstrou-se
também que, durante a resposta febril induzida pelo LPS, a antipirese induzida
por 10 mg/kg de ibuprofeno ou 8 mg/kg de indometacina foi bloqueada pela
injeção na área septal-ventral do antagonista do receptor V
1
da arginina-
vasopressina (AVP) (Soares e colaboradores em análise).
A indometacina é um derivado metilado do ácido indolacético e
apresenta propriedades antiinflamatórias, analgésicas e antipiréticas similares
àquelas dos salicilatos. Esta droga antipirética, antiálgica e antiinflamatória é
rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal após administração oral e, em
ratos, atinge o pico de concentração plasmática 2 horas após a ingestão. Seu
tempo de meia-vida atinge cerca de 3 horas em média (Palakurthi et al., 2005).
Entretanto, tem sido usada largamente como ferramenta farmacológica em
laboratórios para a investigação da participação de prostanóides em diferentes
sistemas biológicos e como droga antipirética em certas condições patológicas
nas quais a febre se mostra resistente ao controle por outras drogas. Tem sido
________________________________________________________________________________Introdução 34
demonstrado que a antipirese induzida pela indometacina é inibida pelo
antagonista de receptores V1 da AVP (Wilkinson & Kasting, 1989; Souza et al.,
2002), o que evidencia a existência de um mecanismo de ação adicional
àquele da inibição da produção de prostaglandina para esta droga.
O celecoxibe (Seibert & Masferrer, 1994; Chan et al., 1995) é um
analgésico e antiinflamatório efetivo em humanos. É tido como inibidor seletivo
para COX-2. Desse modo, além de causar menos efeitos colaterais, o
celecoxibe é um eficiente antipirético, em relação àquelas drogas (diclofenaco
e ibuprofeno) não seletivas das ciclooxigenases, COX-1 e COX-2, que esta
última é a principal responsável pela síntese de prostagladinas durante a febre
(Cao et al., 1997).
O celecoxibe e rofecoxibe, ambos inibidores seletivos para COX-2
promoveram redução na resposta febril em macacos e humanos comparável à
induzida por inibidores não seletivos como o diclofenaco e ibuprofeno
(Schwarts et al., 1999).
O celecoxibe aboliu as respostas febris induzidas pelos pirogênios
endógenos MIP-1α, endotelina-1 e pelo fator pirogênico pré-formado em
macrófagos, PFPF que independem de prostaglandinas para promover febre
(Souza et al., 2002; Fabrício et al., 2005; Veiga-Souza et al., 2004) sugerindo
que o celecoxibe exerça atividade antipirética através de mecanismos
adicionais à inibição da COX-2 o que parece ser verdade, pois a indometacina
e a dexametasona não reduzem a febre induzida pelo MIP-1 (Souza et al.,
2002).
________________________________________________________________________________Introdução 35
1.5. Reparixina
Reparixina, inicialmente denominada de repertaxina, é um inibidor
alostérico não competitivo dos receptores para CXCL8 (IL-8), ou seja, para
CXCR1 e CXCR2 (Bertini et al., 2004), que funciona bloqueando esses
receptores numa conformação inativa prevenindo a cascata de transdução de
sinal e a quimiotaxia leucocitária. A reparixina explora um novo conceito de
inibição farmacológica de receptores acoplados a proteína G (GPCR),
denominados inibidores alostéricos não competitivos da ativação de receptores.
Bertini e colaboradores (2004) demonstraram que a reparixina não afeta a
ligação da IL-8 às células PMN humanas, mas sim inibe a mobilização de Ca
+2
e a ativação da tirosina quinase induzida pela quimiocina, sugerindo então que
a droga afeta a transdução de sinal mais do que a própria ligação quimiocina-
receptor.
Como dito anteriormente, os receptores CXCR1/2 pertencem à família
dos GPCR. Múltiplas vias de transdução de sinal intracelular são ativadas por
esses receptores. A ativação da proteína G é responsável pela indução de
segundos mensageiros, como a fosfolipase Cb e a ativação de PI3k (Hirsh et
al., 2000; Naccache et al., 2000). A habilidade da reparixina de inibir múltiplas
respostas biológicas induzidas pela IL-8 está em concordância com o
mecanismo de ação dessa molécula. De fato, foi demonstrado que a reparixina
age como um inibidor alostérico não competitivo de CXCR1/2, prevenindo a
ativação da proteína G induzida pela IL-8, mas não pelo fMLP (Bertini et al.,
2004).
O efeito inibitório da reparixina na ativação e função leucocitária é
específico. Assim, o antagonista bloqueia as atividades induzidas pelo CXCL8
________________________________________________________________________________Introdução 36
e CXCL6, duas quimiocinas que agem através da ativação de CXCR1/2. Por
outro lado, a ativação de proteína G, e, portanto, a quimiotaxia de células T e a
adesão de lulas PMN induzidas por outro estímulo, como C5a, fMLP e
CXCL12 não foram afetadas pela reparixina. Além de fatores quimiotáticos, a
reparixina não afeta a ativação de receptores induzida por outros agonistas de
GPCRs, tais como aminas biogênicas (Tagat et al., 2001; Mirzadegan et al.,
2000).
Entre os dois receptores, a reparixina parece possui maior eficácia em
inibir CXCR1 do que CXCR2 (Bertini et al., 2004; Casilli et al., 2005). Estudos
de Casilli e colaboradores (2005) mostraram que a adesão de células PMN, a
liberação do conteúdo granular e a produção de citocinas proinflamatórias,
assim como a migração de linfócitos T e células NK induzidas pela IL-8, são
eventos eficazmente inibidos pela reparixina. Essa droga é ativa em modelos
animais de lesão de reperfusão e isquemia (I/R) hepática (Cugini et al., 2005),
I/R intestinal (Souza et al., 2004), I/R cerebral (Garau et al., 2005), lesão
pulmonar aguda (Zarbock et al., 2008), artrite induzida por antígeno (AIA)
(Coelho et al., 2008), lesão na medula espinhal (Gorio et al., 2007) e tem sido
considerada droga exclusiva para a prevenção de rejeição tardia do enxerto em
transplante de órgãos.
Dessa forma, percebe-se que o antagonista reparixina mostra-se
bastante eficaz em alterar os sistemas biológicos em diversas doenças,
evidenciando-se a importância do papel dos receptores CXCR1/CXCR2 e seus
ligantes nos diferentes processos patológicos, entre eles a febre.
2
2
.
.
O
O
B
B
J
J
E
E
T
T
I
I
V
V
O
O
S
S
________________________________________________________________________Objetivos 38
2. Objetivos
2.1. Objetivo Geral
Investigar o envolvimento dos receptores CXCR1/CXCR2 na resposta
febril induzida pelo LPS e seu envolvimento na cascata de mediadores
pirogênicos que regem esta resposta, bem como o efeito pirogênico
induzido pela CINC-1.
2.2. Objetivos Específicos
Através do tratamento dos animais com a reparixina, avaliar a
participação dos receptores CXCR1/CXCR2 na resposta febril induzida
pelo LPS;
Determinar a concentração do agonista dos receptores CXCR1/CXCR2,
CINC-1 em diferentes órgãos/fluidos (CSF, hipotálamo, fígado e plasma)
dos animais após a injeção intravenosa de LPS;
Verificar se a administração de CINC-1 é capaz de induzir resposta febril
em ratos;
Investigar se a resposta febril induzida pela CINC-1 é modificada por
drogas que inibem a síntese de prostaglandinas como a indometacina, o
ibuprofeno e o celecoxibe;
Determinar em animais tratados ou não com indometacina, ibuprofeno
ou celecoxibe a concentração de PGE
2
no fluido cerebroespinhal após a
injeção intracerebroventricular de CINC-1;
Investigar a participação dos receptores CXCR1/CXCR2 nas respostas
febris induzida pelos mediadores da resposta febril do LPS (IL-1β, TNF-
α, IL-6, CRF, PGF
e PGE
2
).
3
3
.
.
M
M
A
A
T
T
E
E
R
R
I
I
A
A
I
I
S
S
E
E
M
M
É
É
T
T
O
O
D
D
O
O
S
S
________________________________________________________________Materiais e Métodos 40
3. Materiais e Métodos
3.1. Animais
Ratos Wistar (Ratus novergicus), machos, pesando entre 180-200g
mantidos sob condições controladas de temperatura (24°C) e luminosidade
(ciclo claro / escuro de 12 h) com livre acesso à ração e água. Nos dias dos
experimentos, os animais foram levados para a sala de experimentação por
aproximadamente 1 h antes do início de qualquer tratamento. Todos os
experimentos foram conduzidos entre 8:00 e 17:00 h.
3.2. Esterilização
Os materiais utilizados nos experimentos foram autoclavados a 127°C
por 30 minutos (material plástico e soluções) ou esterilizados por calor seco a
180°C por 2 horas (material de vidro).
3.3. Cirurgia para implante de cânulas no ventrículo lateral e microinjeção
de corante para controle do sítio de injeção
Os ratos foram anestesiados com ketamina (58 mg/Kg) e xilazina (20
mg/Kg) por via intraperitoneal. Após tricotomia e assepsia da pele, as cabeças
dos animais foram imobilizadas em um aparelho estereotáxico (David-Kopf,
modelo 900-USA). Em seguida administrou-se 0,2 mL de solução injetável de
lidocaína a 3%, com norepinefrina, subcutaneamente na parte superior da
cabeça. Uma incisão, de aproximadamente um centímetro de diâmetro, no
local da injeção foi feita para a exposição da calota craniana. Este
procedimento tem como objetivo facilitar a remoção do periósteo e a
implantação das cânulas, por inibir o estímulo doloroso e diminuir o
sangramento.
________________________________________________________________Materiais e Métodos 41
Assumindo o bregma como ponto de referência, os parâmetros
estereotáxicos utilizados para a perfuração do crânio e posterior implantação
da cânula i.c.v. foram situados a -1,5 mm anteroposterior e -1,6 mm
lateralmente ao bregma, sendo a inclinação da barra incisal de -2,5 mm. Os
parâmetros utilizados para a cirurgia intrahipotalâmica tiveram como referência
o meio da linha intraaural, que corresponde ao zero dos três eixos do
estereotáxico. As coordenadas utilizadas foram +7,7 mm antero-posterior e -0,6
mm lateralmente ao zero, com uma inclinação na barra incisal de -3,0 mm.
Cânulas esterilizadas, constituídas de um segmento de agulha hipodérmica
BD-7, com 10 mm de comprimento e 0,7 mm de diâmetro, foram conectadas
por meio de um segmento de polietileno PE-50 a uma cânula guia, fixada ao
estereotáxico. Para injeção i.h. as cânulas esterilizadas eram constituídas de
um segmento de agulha hipodérmica BD-24G, com 15 mm de comprimento e
0,55 mm de diâmetro.
As nulas foram introduzidas no tecido cerebral com coordenada
ventral de 2,5 mm abaixo da superfície craniana para injeção i.c.v. e 6,5 mm
para injeção i.h. Todas as coordenadas utilizadas foram determinadas com
base no Atlas de Paxinos & Watson (1986).
A fixação das cânulas foi feita por meio de uma prótese de acrílico auto-
polimerizável com o auxílio de dois parafusos rosqueados à calota craniana. No
final da cirurgia, os animais receberam injeção intramuscular de 400 mg/kg de
cloridrato de oxitetraciclina. Os animais recém-operados foram mantidos em
gaiolas, sem restrição de água ou ração, em sala com temperatura controlada
a 24ºC, com ciclos dia-noite (intervalos de 12 horas), por no mínimo sete dias,
para recuperação pós-cirúrgica.
________________________________________________________________Materiais e Métodos 42
Após o término do experimento os animais foram eutanaziados, e as
posições das cânulas verificadas histologicamente.
3.4. Controle histológico
O controle histológico foi efetuado nos encéfalos dos animais que
receberam injeção na área pré-óptica do hipotálamo rostral.
3.5. Fixação dos encéfalos
Os animais foram anestesiados com éter e 0,5 uL de corante azul de
Evans foi injetado no local correspondente ao da injeção. Em seguida os
animais foram perfundidos por punção cardíaca com solução fisiológica de
cloreto de dio a 0,9% seguida por formaldeído a 10%. Os encéfalos foram
extraídos e armazenados por no mínimo três dias em formaldeído a 10%.
3.6. Cortes histológicos
Os encéfalos foram cortados em plano frontal sobre uma plataforma cuja
inclinação antero-posterior corresponde àquela utilizada na estereotaxia. O
bloco foi colocado sobre a plataforma de um micrótomo de congelamento,
cortado em secções de 100 m de espessura. As secções foram montadas
sobre lâminas de vidro preparadas com ovalbumina em glicerina e secas à
temperatura ambiente.
3.7. Coloração
Após secagem, as secções foram coradas por 15 minutos em vermelho
neutro 1% (p/v) e em seguida lavadas sob água corrente. Quando secas, as
lâminas foram observadas sob microscopia de luz.
________________________________________________________________Materiais e Métodos 43
Quando os cortes observados, com aulio da microscopia,
apresentaram as cânulas fora da área desejada, os respectivos animais
tiveram seus dados extraídos dos grupos experimentais.
3.8. Vias de administração dos estímulos pirogênios
Intravenosa: LPS (lipopolissacarídeo de E.coli 0111:B4) diluído em
solução salina.
Intracerebroventricular: foram administrados no ventrículo lateral direito
no volume de 3 uL por meio de uma agulha de microinjeção (30 G) conectada a
uma microseringa Hamilton (10 uL) por um tubo de polipropileno P20, sendo
que a agulha excede a cânula em 2,5 mm. Para injeção i.h. os estímulos foram
administrados no volume de 0,3 uL com a agulha excedendo a cânula em 1
mm e atingindo a AH/POA apenas na hora da injeção.
3.9. Drogas e doses
LPS (lipopolissacarídeo de E.coli 0111: B4): 5 ug/ kg i.v. e 50 ug/ kg i.p.
CINC-1: 1 a 50 ng i.c.v. ou 5 a 100 pg i.h.
Reparixina: 150 a 1200 ng i.c.v. ou 4,0 μg a 3,125 ng i.h.
IL-1 rr: 3,12 ng i.c.v.
TNF-α: 250 ng i.c.v.
IL-6: 300 ng i.c.v.
CRF: 2,5 ng i.c.v.
PGF
2α
: 250 ng i.c.v.
PGE
2
: 250 ng, i.c.v.
Ibuprofeno: 10 mg/kg i.p.
Indometacina: 2 mg/ kg i.p.
Celecoxibe: 5 mg/kg p.o.
________________________________________________________________Materiais e Métodos 44
3.10. Protocolo experimental
De maneira geral, os experimentos foram conduzidos da seguinte
maneira: - determinação da concentração de CINC-1 no CSF, hipotálamo,
fígado e plasma
A concentração de CINC-1 foi determinada após a injeção endovenosa
de LPS (5 µg/ kg) nos tempos 1; 2,5 e 5 h. Durante o experimento foi também
medido a temperatura dos animais.
efeito da CINC-1 na temperatura corporal, retal e da pele da cauda dos
animais
A CINC-1 foi administrada por via i.h. ou i.c.v. e a temperatura dos
animais foi medida por 6 h, em intervalos de 30 min. Além disso, a
determinação da temperatura da pele da cauda foi feita concomitantemente a
temperatura retal.
tratamento com reparixina e administração de diferentes estímulos
Os animais foram tratados com reparixina (i.c.v.) e imediatamente após
receberam estímulo pirogênico ( LPS (i.v.), CINC-1, IL-1β, TNF-α, IL-6, CRF,
PGF
e PGE
2
(i.c.v.)).
tratamento com drogas antipiréticas
Os animais receberam tratamento com os antipiréticos 30 minutos antes
do estímulo CINC-1 (25 ng/ 2 μl, i.c.v.).
ibuprofeno (IBU), inibidor não seletivo das ciclooxigenases (10 mg kg
-1
,
i.p.);
________________________________________________________________Materiais e Métodos 45
indometacina (INDO), inibidor não seletivo das ciclooxigenases (2 mg kg
-
1
, i.p.) e
celecoxibe (CELE), inibidor seletivo COX-2 (5 mg kg
-1
, per os).
determinação da concentração de PGE
2
no CSF dos animais
Após o tratamento dos animais com as drogas antipiréticas acima
descritas, foi determinado a concentração de PGE
2
no CSF dos ratos na 4ª h
após a injeção i.c.v. de CINC-1 (25 ng) ou salina.
3.11. Determinação da variação da temperatura retal e da pele da cauda
por telemetria
Foi possível realizar a medida da temperatura retal dos animais através
da inserção de uma sonda (YSI, n° 402-USA) conectada a um teletermômetro
(modelo 46 TUC, YSI, EUA) a 4,0 cm de profundidade no reto dos animais,
sem que os animais fossem retirados de suas respectivas caixas. Os animais
foram adaptados às condições experimentais por meio da realização desse
procedimento duas vezes no dia anterior ao experimento, a fim de minimizar
variações de temperatura induzidas por estresse decorrente do manuseio.
No mínimo 72 h antes do início do experimento, os animais foram
colocados em uma sala cuja temperatura ambiente é controlada a 24±1°C.
Durante o experimento a temperatura ambiente foi controlada a 27±1°C.
Após o transporte dos animais para a sala onde os experimentos foram
realizados, permitiu-se que os animais permanecessem por no mínimo uma
noite em repouso e, então, suas temperaturas basais foram determinadas
por três ou mais medidas, a intervalos de 30 minutos, antes da administração
de qualquer estímulo pirogênico ou p-tratamento. Somente os animais com
________________________________________________________________Materiais e Métodos 46
temperatura estável e na faixa de 36,8 a 37,4°C foram utilizados. As medidas
foram feitas a intervalos de 30 minutos a partir da administração dos estímulos.
A temperatura da pele da cauda foi medida por meio de uma sonda
posicionada na superfície lateral da cauda no seu primeiro terço distal. A sinda
foi fixada à cauda e isolada da perda de calor para o ambiente com a utilização
de uma fita adesica de 2 a 3 cm de largura. O isolamento da referida extensão
da cauda não comprometeu os mecanismos de perda de calor, uma vez que os
animais controle não apresentaram alteração da temperatura retal.
3.12. Cirurgia para implante do transmissor de temperatura na cavidade
abdominal
Anteriormente à cirurgia, os transmissores foram esterilizados em
solução de glutaraldeído 2% (v/v; imersão por 24h). Os animais foram
anestersiados com pentobarbital sódico (Nembutal), 40 mg/kg por via
intraperitoneal. Após a tricotomia e assepsia da pele, foi executada uma incisão
de aproximadamente 2 cm na pele e músculos abdominais. O transmissor foi
então lavado com solução salina estéril e inserido na cavidade peritoneal. Os
músculos e a pele foram suturados separadamente e os animais receberam 0,2
ml de terramicina (400mg/kg) para uso veterinário.
3.13. Determinação da variação de temperatura corporal por
radiotelemetria
No processo de leitura da temperatura corporal por radiotelemetria,
transmissores operados por bateria (mini-mitter) foram implantados na
cavidade abdominal conforme descrito anteriormente e acionados no dia
________________________________________________________________Materiais e Métodos 47
anterior ao experimento. A frequência de saída (Hz) do transmissor foi
monitorizada por uma antena montada em uma mesa receptora situada abaixo
da caixa de contenção de cada animal e conectada a um processador
periférico (Dataquest Sistem LabPro versão 3.1) conectado, por sua vez, a um
computador pessoal. As frequências foram amostradas em intervalos de 10 min
e convertidas para graus Celsius (°C) pelo processador. O procedimento
utilizado para as injeções e os parâmetros de temperatura ambiente foram
aqueles descritos para a medida por telemetria. Não houve diferenças
quantitativas significativas entre os valores de temperatura obtidos pelos dois
métodos de medida de temperatura corporal utilizados.
3.14. Coleta do fluido cerebroespinhal (CSF)
A técnica de coleta de CSF foi padronizada segundo o método descrito
por Consiglio & Lucion (2000). O CSF foi coletado, em horários estabelecidos
com base no decurso da resposta febril após a administração de LPS (5,0μg/kg,
i.v.).Os animais do grupo controle receberam salina estéril. Antes do momento
da coleta os animais foram deixados nas mesmas condições a que são
submetidos por ocasião do experimento de febre, isto é, foram deixados em
sala com temperatura ambiente controlada a 27±1°C. Além disso, após o
transporte dos animais para a sala onde os experimentos foram realizados, foi
permitido que os animais permanecessem por no mínimo 1 h em repouso e
então suas temperaturas foram determinadas por 3 ou mais medidas, a
intervalos de 30 min antes da injeção do estímulo pirogênico. Somente os
animais com temperatura estável e na faixa de 36,8 a 37,4°C foram utilizados.
________________________________________________________________Materiais e Métodos 48
O animal foi então anestesiado com ketamina (58 mg/Kg) e xilazina (20
mg/Kg) por via intraperitoneal e fixado ao aparelho estereotáxico. A cabeça foi
colocada no plano de fixação dos incisivos superiores com o occipital
posicionado quase no plano horizontal. O corpo do animal foi deitado por baixo
das barras auriculares de forma que o tórax ficou posicionado verticalmente
(Fig. 1).
Figura 1. Coleta de fluido cerebroespinhal (CSF). Representação esquemática do
posicionamento de um rato adulto anestesiado para coleta de CSF da cisterna magna
com o auxílio de um “scalp” (Consiglio & Lucion, 2000).
Com o animal nesta posição, é possível a visualização de uma pequena
depressão entre a protuberância occipital e a espina do atlas. Esta depressão
torna-se ainda mais visível após a tricotomia e passando-se um algodão
embebido em álcool sobre esta superfície. Um “scalp” conectado a uma seringa
de 1 ml foi inserido verticalmente e centralmente nesta superfície.
________________________________________________________________Materiais e Métodos 49
A cisterna magna é atingida, o que foi percebido por meio da mudança
de resistência durante o percurso. Com uma leve aspiração o CSF pode ser
coletado no “scalp”. Um volume variável de 60 a 100 μl de CSF foi coletado e
transferido para um tubo de plástico do tipo eppendorf e mantido em gelo até a
centrifugação. As amostras de CSF foram centrifugadas durante 15 min a 4°C
e estocadas a -70°C até o momento do ensaio. As amostras que foram
contaminadas com sangue não foram utilizadas.
3.15. Determinação da concentração da CINC-1 no CSF, hipotálamo,
fígado e plasma.
Os animais tiveram o sangue coletado por punção cardíaca, armazenado
em tubos de ensaio em gelo até a centrifugação para obtenção do plasma. A
seguir o plasma foi aliquotado em eppendorfs e estocados a -70°C até o
momento da dosagem. Os animais foram sacrificados por decapitação, logo
após a coleta do sangue, e seus cérebros foram rapidamente removidos. O
hipotálamo foi dissecado do cérebro com os seguintes limites: a borda anterior
do quiasma óptico, a borda anterior dos corpos mamilares e o sulco
hipotalâmico lateral, com uma profundidade de 2 mm. O tempo de dissecção
total foi de, aproximadamente, 2 minutos após a decapitação e, em seguida, foi
congelado em nitrogênio líquido e estocado a -70ºC.
O hipotálamo, aproximadamente 100 mg de tecido, foi homogeneizado em
250 μl de solução salina em tampão fosfato (PBS) contendo inibidor de
protease (Complete Protease Inhibitor Cocktail Tablets, Roche Diagnostics
GmbH, Germany), utilizando um sonicador. Os tubos contendo o homogenato
foram centrifugados a 20.000 g ( 15000 rpm) por 15 min a 4ºC e o
________________________________________________________________Materiais e Métodos 50
sobrenadante coletado. Um pedaço de fígado de aproximadamente 100 mg foi
retirado sempre do lobo direito e congelado em nitrogênio líquido, estocado a -
70°C e homogeneizado em 500 μl de solução idêntica a do hipotálamo, sendo
tratado da mesma forma. A concentração da CINC-1 no CSF, hipotálamo,
fígado e plasma foi determinada por meio de ensaio imunoenzimático (ELISA),
como indicado no manual do kit (R & D Systems, Inc., Minneapolis, MN, EUA).
A quantidade da CINC-1 foi normalizada de acordo com o peso do hipotálamo
e do fígado e multiplicada pelo fator de diluição. O limite de detecção deste
método é de 2 pg/ml.
Foi feita a quantificação de CINC-1, empregando anticorpo específico
(purificado e biotinilado) e citocina-padrão, de acordo com instruções do
fabricante. O anticorpo de captura foi diluído em tampão carbonato 0,1 M, pH
5,0 (100 µl/poço), na concentração de 2 a 4 μg/ml, e após incubação das
placas por 18 horas a 4C, as mesmas foram lavadas 3 vezes com 300 μl de
solução salina em tampão fosfato (PBS) com 0,05% de Tween (Sigma, St.
Louis, MO) (tampão de lavagem). Após as sucessivas lavagens e secagem da
placa, foram adicionados 200 µl/poço de PBS contendo 1% de BSA (GIBCO
BRL, Grand Island, NY, USA) (tampão de bloqueio) seguido de incubação à
temperatura ambiente no mínimo por 2 horas. Após o bloqueio, os poços foram
novamente lavados 3 vezes com o tampão de lavagem, e então adicionados
100 l das amostras para a quantificação da citocina. O limite de detecção
deste método é de 2 pg/ml.
Após incubação por 18 horas a 4C, foi repetido o procedimento de
lavagem da placa, e adicionado 100 µl/poço do anticorpo de detecção
biotinilado diluído em tampão de bloqueio na concentração de 2 a 4 μg/ml.
________________________________________________________________Materiais e Métodos 51
Percorrido 2 horas de incubação à temperatura ambiente, foi repetido novo
ciclo de lavagem, e em seguida feita a amplificação da reação pela adição de
100 µl/poço de estreptoavidina/biotina/peroxidase (Dako, Carpinteria, CA, USA),
diluído em tampão de bloqueio com 0,05% de Tween, na concentração de 1,25
mg/ml com incubação por mais 1 hora. Após novo ciclo de lavagem, foram
adicionados 100 l/poço da solução de substrato, contendo H
2
O
2
e
tetrametilbenzidina (TMB) (BD, Pharmingen, San Diego, CA), e a placa foi
incubada por 20 minutos à temperatura ambiente. A reação foi bloqueada
adicionando 50 µl/poço de ácido sulfúrico (H
2
SO
4
1M). A densidade ótica (D.O.)
foi avaliada em leitor de microplacas em 450 nm (Quant, Bio-Tek Instruments
Inc., Winooski, VT, USA) e a concentração de citocina calculada a partir da
curva padrão.
3.16. Análise estatística
Todas as variações na temperatura retal foram expressas como variação
em relação à média do valor basal (i.e. variação de T em graus Celsius). Todos
os valores foram apresentados como média ± erro padrão da média.
Inicialmente foi realizada análise de variância (ANOVA two way, Prisma) e,
após, as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Bonferroni.
As concentrações da CINC-1 (expressos em pg/ml ou pg/g) foram avaliadas
por análise de variância (ANOVA one way, Prisma) seguido por teste de Tukey.
Em ambas as análises, foram utilizadas os níveis de significância de 5%.
4
4
.
.
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
_______________________________________________________________________Resultados 53
4. Resultados
4.1. Efeito da administração da reparixina, antagonista de receptores
CXCR1 e CXCR2 para quimiocinas, sobre a resposta febril induzida pelo
LPS em ratos.
Visando investigar a participação dos receptores CXCR1/CXCR2 na
resposta febril induzida pelo LPS (5 μg/kg, i.v.), os animais foram tratados com
reparixina (Repa), antagonista desses receptores, nas doses de 150, 300, 600
e 1200 ng/ rato (i.c.v.) e imediatamente após receberam a injeção do estímulo.
A reparixina na dose de 150 ng reduziu a febre induzida pelo LPS,
enquanto na dose de 300 ng reduziu significantemente essa resposta a partir
da 2,5ª hora até o fim do período observado (6ª hora) (Figura 1A). Na figura 1B
podemos verificar que a dose de 600 ng promoveu uma redução, porém sem
significância estatística e a dose de 1200 ng não alterou a febre induzida pelo
LPS.
Assim, a dose de 300 ng foi selecionada para os próximos experimentos
com o LPS. Os animais do grupo controle, tratados com reparixina, não
apresentaram variação significativa da temperatura retal.
_______________________________________________________________________Resultados 54
0 1 2 3 4 5 6
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
Sal / LPS (n=7)
Repa 150ng / LPS (n=5)
Repa 300ng / LPS (n=9)
Repa 300ng / Sal (n=7)
Sal / Sal (n=6)
*
*
T (
C)
0 1 2 3 4 5 6
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
Repa 600ng / LPS (n=7)
Sal / LPS (n=6)
Repa 1200ng / LPS (n=4)
Repa 1200ng / Sal (n=3)
Sal / Sal (n=3)
*
Tempo (h)
T (
C)
A
B
Figura 1. Efeito da administração do antagonista de receptores CXCR1/CXCR2
reparixina sobre a resposta febril induzida pelo LPS em ratos. LPS (5 μg/kg, i.v.)
foi administrado imediatamente após a administração i.c.v. de reparixina (Repa) (150,
300, 600 e 1200 ng/ 3μL). Os valores representam a média ± EPM da variação da
temperatura retal (T, °C). Os animais do grupo controle receberam reparixina e salina
estéril (Sal). As temperaturas basais anteriores aos tratamentos estavam na faixa de
36,8 37,4 °C. * p< 0,05 quando comparado ao grupo Salina / LPS.
_______________________________________________________________________Resultados 55
4.2. Determinação da concentração do agonista CINC-1 no CSF,
hipotálamo, fígado e plasma de ratos após a injeção de LPS.
Para investigarmos se o LPS é capaz de induzir a síntese de agonistas
de receptores CXCR1/CXCR2 realizamos a determinação da concentração do
agonista CINC-1 em diferentes órgãos e fluídos biológicos, ou seja, no CSF,
hipotálamo, fígado e plasma para delinear a cinética da síntese desse
mediadore. A concentração de CINC-1 foi determinada 1; 2,5 e 5 h após a
injeção endovenosa de LPS (5 μg/kg) ou salina estéril.
Como representado na figura 2A, a administração i.v. de LPS promoveu
aumento da concentração da CINC-1 em todos os órgãos e fluidos
investigados quando comparados aos animais controle que receberam injeção
de salina, com exceção da 5ª h no plasma. É importante destacar que na h
após a injeção i.v. de LPS ocorreu aumento máximo de CINC-1 no hipotálamo,
tempo em que a resposta febril ainda não havia se estabelecido (figura 2B) o
que aconteceu somente depois da 2,5ª hora e se manteve no mesmo grau até
a 5ª h. Ainda, a partir da 2,5ª h a concentração hipotalâmica de CINC-1
começou a diminuir e na h chegou à metade da h demonstrando uma
relação inversa entre resposta febril e concentração de CINC-1 no hipotálamo.
também que se destacar que a concentração de CINC-1 no CSF foi
significativamente menor do que no hipotálamo (mas semelhante à plasmática),
e se manteve razoavelmente constante embora, também elevada na ausência
de resposta febril. Pode-se observar também que a maior quantidade de CINC-
1 encontrada foi perifericamente, no fígado, em todos os tempos.
_______________________________________________________________________Resultados 56
A
Plasma
0
200
400
600
800
1000
*
*
CINC-1 (pg/ml)
Fígado
0
2000
4000
6000
8000
*
*
*
CINC-1 (pg/g)
CSF
0
200
400
600
800
1000
*
*
*
1h 2,5 h
5h
nd nd
CINC-1 (pg/ml)
Hipotálamo
0
1000
2000
3000
4000
*
*
*
1h 2,5 h
5h
CINC-1 (pg/g)
B
Figura 2. Concentração de CINC-1 no plasma, fígado, hipotálamo e CSF de ratos
após a injeção de LPS. Determinação da concentração do agonista CINC-1 nos
diferentes tecidos e fluidos em tempos distintos (1h, 2,5h e 5h) após a injeção de LPS
(5 μg/kg, i.v.) ou salina estéril (A). Temperatura retal dos animais nos tempos de
coleta (B). Os valores representam a média ± EPM da variação da temperatura retal
(T, °C) (3 a 5 animais por grupo). A temperatura retal basal antes do estímulo esteve
entre 36,8 e 37,4°C. * p< 0,05 quando comparado ao grupo salina. Em A, nd= não
detectado.
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
Salina
LPS
1h 2.5h
5h
T (
C)
*
*
_______________________________________________________________________Resultados 57
4.3. Efeito da administração i.c.v. de diferentes doses do agonista CINC-1
sobre a temperatura corporal de ratos.
Com o objetivo de verificarmos o efeito da ativação desses receptores
sobre a temperatura corporal, os animais receberam o agonista CINC-1 nas
doses de 1, 5, 25 e 50 ng / rato e os animais controle receberam solução salina
estéril.
A figura 3A mostra que a injeção i.c.v. de CINC-1 induz uma duradoura e
dose-dependente elevação da temperatura corporal dos ratos. Na dose de 1 ng
de CINC-1, a temperatura dos animais é similar a dos animais controle que
receberam a injeção de salina, enquanto as doses de 5, 25 e 50 ng
aumentaram consideravelmente a temperatura corporal. No entanto, o
diferença estatística no aumento da temperatura causada pelas doses de 25 e
50 ng de CINC-1. Assim, a dose de 25 ng foi selecionada para experimentos
posteriores. Além disso, nem a injeção de salina ou de CINC-1 fervida (25 ng)
modificaram a temperatura dos animais (Figura 3B). As injeções nas doses
descritas foram administradas em um volume de 3,0 µL.
_______________________________________________________________________Resultados 58
0 1 2 3 4 5 6
0.0
0.5
1.0
1.5
1 ng
5 ng
25 ng
50 ng
Sal
*
*
*
*
*
T (ºC)
0 1 2 3 4 5 6
0.0
0.5
1.0
1.5
CINC-1 25ng
CINC-1 25ng (fervida)
Sal
##
# #
#
#
#
#
#
# #
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
Tempo (h)
T(
o
C)
A
B
Figura 3. Efeito da injeção i.c.v. de CINC-1 na temperatura corporal. O agonista foi
injetado intracerebroventricularmente (i.c.v.) nas doses de 1, 5, 25 e 50 ng (3 uL) e a
temperatura corporal foi medida nos tempos indicados (figura A). Em B, os animais
receberam CINC-1 fervida ou não (25 ng). Os animais controle receberam injeção de
salina (Sal) i.c.v. Os valores representam a média ± EPM da variação da temperatura
retal (T, °C). A temperatura retal basal antes do estímulo esteve entre 36,8 e 37,4°C.
#
,*p<0,05 quando comparado ao grupo salina (controle) ou CINC-1 fervida, A e B
respectivamente.
_______________________________________________________________________Resultados 59
4.4. Efeito da injeção i.h. de CINC-1 na temperatura retal.
Verificamos também se a injeção intrahipotalâmica (i.h.) de CINC-1
promoveria aumento na temperatura dos animais. Assim, o agonista foi
administrado nas doses de 5, 50 e 100 pg promovendo um aumento dose-
dependente em forma de sino na temperatura retal dos animais. Nas doses de
5 e 50 pg (volume de 0,3 uL), a CINC-1 causa um aumento significante e dose-
dependente da temperatura retal dos ratos, enquanto na dose de 100 pg o
aumento na temperatura retal promovido por CINC-1 não é diferente do
induzido pela dose de 5 pg. Assim, a dose de 50 pg foi selecionada para os
experimentos posteriores. A injeção i.h. de salina não alterou significativamente
a temperatura retal dos animais (figura 4A).
Através da administração de corante in situ e de cortes histológicos (60
μm de espessura) pode-se averiguar o trajeto da cânula bem como a
profundidade alcançada pela agulha durante a injeção da CINC-1 na AH/POA
(figura 4B).
_______________________________________________________________________Resultados 60
1 2 3 4 5 6
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
SAL
50 pg
100 pg
5 pg
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
A
T (
o
C)
Figura 4A. CINC-1 injetada intrahipotalamicamente (i.h.) promove aumento dose-
dependente na temperatura retal de ratos. Os animais receberam injeção i.h. nas
doses indicadas e como controle, salina estéril (Sal) em um volume de 0,3 uL. Os
valores representam a média ± EPM da variação da temperatura retal (T, °C). A
temperatura retal basal antes do estímulo esteve entre 36,8 e 37,4°C. *p<0,05 quando
comparado ao grupo controle (salina).
_______________________________________________________________________Resultados 61
Figura 4B: Fotomicrografia de corte coronial seriado do cérebro de ratos
Wistar indicando o sítio da microinjeção de CINC-1 ou salina na AH/POA. Os
círculos pretos representam o sítio de microinjeção, localizados em planos coronais:
Inclinação (I):-3,0 mm; Antero-posterior (AP): +7,7 mm; Lateral (L): -0,6 mm e
Profundidade: -6,5 mm, em relação ao meio da linha intraaural. Abreviações
anatômicas: LV, ventrículo lateral; 3V, terceiro ventrículo; PaMC, núcleo
paraventricular magnocelular; SO, núcleo supra-óptico; OX, quiasma óptico; AHP/A,
área pré-óptica hipotalâmica.
AHP
so so
3V
LV
LV
PaMC
so so
3V
PaMC
AHP
Local da injeção
B
_______________________________________________________________________Resultados 62
4.5. Efeito da administração do agonista CINC-1 sobre a temperatura retal
e da pele da cauda em ratos.
Investigamos também, se o aumento da temperatura corporal induzido
pela injeção da CINC-1 na AH/POA se tratava de febre ou hipertermia.
Dessa forma, observamos que a injeção intrahipotalâmica de CINC-1
ativando os receptores CXCR1/CXCR2 na dose de 50 pg/rato promoveu um
aumento da temperatura retal acompanhado por redução da temperatura da
pele da cauda dos animais, sendo esta última significativa entre 1,5ª h e 3,5ª h.
Os animais que receberam salina estéril na AH/POA não apresentaram
alteração da temperatura retal ou da pele.
Dessa forma, o aumento da temperatura induzido pela injeção da CINC-
1 está associado às respostas termorregulatórias para retenção de calor, como
a vasoconstrição periférica verificada pela queda da temperatura da pele da
cauda.
_______________________________________________________________________Resultados 63
Figura 5. Efeito da administração da CINC-1 sobre a temperatura retal e da pele
da cauda dos animais. Os animais receberam injeção i.h. de CINC-1 na dose de 50
pg/ 0,3 μl e como controle, salina estéril (Sal) em um volume de 0,3 uL. Os valores
representam a média ± EPM da variação da temperatura retal (T, °C). A temperatura
retal basal antes do estímulo esteve entre 36,8 e 37,4°C e da cauda em torno de 33°C.
*p<0,05 quando comparado ao grupo controle (salina).
_______________________________________________________________________Resultados 64
4.6. Efeito da administração de reparixina sobre a resposta febril induzida
pela CINC-1 em ratos.
A fim de confirmarmos a eficácia da reparixina sobre os receptores
CXCR1 e CXCR2, os animais foram tratados com este antagonista na mesma
faixa de doses utilizada para reduzir a febre induzida pelo LPS, ou seja, 150,
300 e 600 ng/animal imediatamente antes da administração i.c.v. do seu
respectivo agonista CINC-1. Todas as doses aboliram a febre induzida pela
injeção i.c.v. de CINC-1. A temperatura dos animais do grupo controle não foi
modificada pela administração de reparixina 600 ng (figura 6). Dessa forma, a
dose de 150 ng de reparixina foi selecionada para os experimentos posteriores.
_______________________________________________________________________Resultados 65
0 1 2 3 4 5 6
-0.5
0.0
0.5
1.0
Repa 150ng / CINC-1 (n=5)
Repa 300ng / CINC-1 (n=7)
Repa 600ng / CINC-1 (n=4)
Repa 600ng / Sal (n=3)
Sal / CINC-1 (n=7)
*
*
*
*
*
*
*
*
*
Tempo (h)
T (
C)
Figura 6. Efeito da administração i.c.v. de reparixina sobre a resposta febril
induzida pela CINC-1 em ratos. A reparixina (Repa) (150, 300 e 600ng/animal, i.c.v.,
3,0μl) foi administrada imediatamente antes do estímulo CINC-1 (25ng/animal, i.c.v.,
3,0μl). Os valores representam a média ± EPM da variação da temperatura retal
(T, °C). Os animais do grupo controle receberam reparixina e salina estéril (Sal). A
temperatura retal basal antes do estímulo esteve entre 36,8 e 37,4°C. * p< 0,05
quando comparado os grupos tratados com reparixina ao grupo Sal/CINC.
_______________________________________________________________________Resultados 66
4.7. Efeito do tratamento com drogas antipiréticas sobre a febre induzida
pela ativação dos receptores CXCR1/CXCR2.
Com o objetivo de investigar a participação de PGE
2
como um possível
mediador final na resposta febril induzida pela ativação dos receptores
CXCR1/CXCR2, verificamos o efeito de três fármacos antipiréticos: i)
ibuprofeno (IBU), inibidor não seletivo das ciclooxigenases (10 mg kg
-1
, i.p.)
(figura 7A); ii) indometacina (INDO), inibidor não seletivo das ciclooxigenases
(2 mg kg
-1
, i.p.) (figura 7B) e, iii) celecoxibe (CELE), inibidor seletivo COX-2 (5
mg kg
-1
, per os) (figura 7C) administrados 30 minutos antes do agonista CINC-
1 (25 ng/ 2 μl, i.c.v.).
Verificamos que o tratamento com essas drogas reduziu e em grande
parte aboliu a febre induzida por CINC-1. Na figura 7A, os animais tratados
com o inibidor não seletivo ibuprofeno apresentaram redução significativa na
temperatura a partir da 1ª hora, chegando próxima à dos animais controle até o
fim do período observado (6ª h). Redução semelhante foi causada pelo
tratamento dos animais com indometacina, também um inibidor não seletivo
das ciclooxigenases (Figura 7B) enquanto o tratamento dos animais com
celecoxibe aboliu a febre induzida pela CINC-1 durante todo o período
observado (figura 7C).
Os animais controle para as drogas ibuprofeno e indometacina
receberam Tris.HCl, pH 8,2 ou salina estéril e não apresentaram alteração na
temperatura basal. A administração oral da mesma dose de celecoxibe ou de
salina estéril ao grupo controle também não alterou a temperatura basal dos
animais.
_______________________________________________________________________Resultados 67
0 1 2 3 4 5 6
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
SAL / SAL
IBU / CINC-1
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
TRIS / CINC-1
#
A
T (
o
C)
0 1 2 3 4 5 6
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
INDO / CINC-1
TRIS / SAL
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
TRIS / CINC-1
#
B
T (
o
C)
0 1 2 3 4 5 6
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
CELE / SAL
H
2
O / CINC-1
CELE / CINC-1
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
#
C
Tempo (h)
T (
o
C)
Figura 7. Efeito de antipiréticos na febre induzida pela ativação dos receptores
CXCR1/CXCR2 pela CINC-1. Em A os ratos receberam ibuprofeno (IBU) (10 mg kg-1, i.p.) ou
salina estéril (Sal) (i.p.) 30 minutos antes da injeção i.c.v. de CINC-1 (25 ng/ 2 μl). Em B, os
animais receberam indometacina (INDO) (2 mg kg-1, i.p.) ou TRIS.HCl (i.p.) 30 minutos antes
da injeção de CINC-1 (25 ng/ 2 μl, i.c.v.). Animais controle receberam TRIS.HCl (i.p.) ou salina
estéril (2 μl, i.c.v.). Em C, celecoxibe (CELE) (5 mg kg-1) ou água estéril foi administrada per os
(p.o.), 30 minutos antes da injeção de CINC-1 (25 ng) i.c.v. Os valores representam a média ±
EPM da variação da temperatura retal de 5 a 7 animais por grupo (T, °C). A temperatura retal
basal antes do estímulo esteve entre 36,8 e 37,4°C. Em A *p< 0,05 quando comparado o grupo
Sal/ Sal a Sal/ CINC-1;
#
p <0,05 quando comparado o grupo Sal / CINC-1 a Ibu / CINC-1. Em
B, * p< 0,05 quando comparado o grupo Tris/ Sal a Tris/ CINC-1;
#
p <0,05 quando comparado
o grupo Tris / CINC-1 a Indo / CINC-1. Em C, *,
#
p <0,05 quando comparado H
2
O / Sal ou Cele
/CINC-1 a H
2
O / CINC-1, respectivamente.
_______________________________________________________________________Resultados 68
4.8. Efeito de drogas antipiréticas sobre a concentração de PGE
2
no CSF
dos ratos após a ativação dos receptores CXCR1/CXCR2.
Investigamos a seguir se esses receptores, uma vez ativados pela
CINC-1, promoveriam aumento do conteúdo de PGE
2
no fluido cerebroespinhal
(CSF) e se as drogas antipiréticas, paralelamente à redução da resposta febril
(Figura 7), também reduziriam a concentração deste eicosanóide no CSF. Para
tanto, a coleta do CSF foi efetuada na h após a injeção i.c.v. de CINC-1 (25
ng) ou salina e a determinação da concentração de PGE
2
no CSF dos ratos foi
determinada pelo método de ELISA.
Observamos então que em comparação aos animais controle (salina,
i.c.v.), a administração i.c.v. de CINC-1 (25 ng) elevou significantemente a
concentração de PGE
2
no CSF (Figura 8). Observamos ainda que o tratamento
dos animais com ibuprofeno (10 mg kg
-1
, i.p.) e indometacina (2 mg kg
-1
, i.p.),
inibidores não seletivos das ciclooxigenases, e celecoxibe, inibidor seletivo da
COX-2 (5 mg kg
-1
, per os) administrados 30 minutos antes do CINC-1 reduziu a
concentração de PGE
2
a valores próximos aos de animais controles (figura 8).
_______________________________________________________________________Resultados 69
Figura 8. Efeito da indometacina (INDO), ibuprofeno (IBU) e celecoxibe (CELE)
sobre o aumento da concentração de PGE
2
no CSF causado pela ativação dos
receptores CXCR1/CXCR2 pela CINC-1. O CSF foi obtido da cisterna magna dos
animais 4 h após a injeção i.c.v. de CINC-1 (25 ng/ 2 μl) ou salina estéril (Sal). Os
níveis de PGE
2
foram determinados por ELISA. Os valores representam a média ±
EPM (5 a 7 animais por grupo). A temperatura retal basal antes dos tratamentos
esteve entre 36,8 e 37,4°C. *,
#
p< 0,05 quando comparado o grupo Tris/ CINC-1 a Tris
/ Sal e Tris / CINC-1 aos grupos tratados Indo, Ibu ou Cele, respectivamente.
_______________________________________________________________________Resultados 70
4.9. Efeito do antagonismo dos receptores CXCR1/CXCR2 sobre a
resposta febril induzida pela IL-1β, TNF- e IL-6 em ratos.
Com o objetivo de verificar o efeito do antagonismo dos receptores
CXCR1/CXCR2 na febre induzida pelos mediadores que orquestram a resposta
febril induzida pelo LPS, investigamos o efeito da reparixina sobre a febre da
IL-1β, TNF- e IL-6.
A reparixina foi administrado na dose de 150 ng (i.c.v.) e imediatamente
após os animais receberam a injeção de IL- (3,12 ng/ l, i.c.v.), TNF-
(250ng/3μl, i.c.v.) ou IL-6 (300ng/3μl, i.c.v.). Verificamos que a resposta febril
induzida por estas citocinas não foi alterada pelo pré-tratamento dos animais
com a reparixina. Os animais do grupo controle tratados com reparixina não
apresentaram variação significativa na temperatura retal (figuras 9, 10 e 11).
_______________________________________________________________________Resultados 71
0 1 2 3 4 5 6
0.0
0.5
1.0
1.5
Repa / IL-1 (n=8)
Sal / IL-1 (n=6)
Repa / Sal (n=6)
*
Tempo (h)
T (
C)
Figura 9. Efeito do antagonismo dos receptores CXCR1/CXCR2 sobre a resposta
febril induzida pela IL- em ratos. A reparixina (Repa) (150 ng/ 3 μl, i.c.v.) foi
administrada e imediatamente após os animais receberam a injeção de IL-1β (3,12 ng/
3μl, i.c.v.) ou salina estéril (Sal) (3 μl). Os valores representam a média ± EPM da
variação da temperatura retal (T, °C). Os animais do grupo controle receberam
reparixina ou salina estéril. A temperatura retal basal antes do estímulo esteve entre
36,8 e 37,4°C. * p< 0,05 quando comparado o grupo Sal / IL-1β ao Repa / Sal.
_______________________________________________________________________Resultados 72
0 1 2 3 4 5 6
0.0
0.5
1.0
1.5
Sal / TNF- (n=6)
Repa / TNF- (n=7)
Repa / Sal (n=6)
*
Tempo (h)
T (ºC)
Figura 10. Efeito do antagonismo dos receptores CXCR1/CXCR2 sobre a
resposta febril induzida pelo TNF-α em ratos. A reparixina (Repa) (150 ng/ 3 μl,
i.c.v.) foi administrada e imediatamente após os animais receberam a injeção de TNF-
α (250ng/ 3μl, i.c.v.) ou salina estéril (Sal) (3 μl). Os valores representam a média ±
EPM da variação da temperatura retal (T, °C). Os animais do grupo controle
receberam reparixina ou salina estéril. A temperatura retal basal antes do estímulo
esteve entre 36,8 e 37,4°C. * p< 0,05 quando comparado o grupo Sal/ TNF-α ao Repa
/ Sal.
_______________________________________________________________________Resultados 73
0 1 2 3 4 5 6
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Sal / IL-6 (n=6)
Repa / IL-6 (n=7)
Repa / Sal (n=7)
*
Tempo (h)
T (
C)
Figura 11. Efeito do antagonismo dos receptores CXCR1/CXCR2 sobre a
resposta febril induzida pela IL-6 em ratos. A reparixina (Repa) (150 ng/ 3 μl, i.c.v.)
foi administrada e imediatamente após os animais receberam a injeção de IL-6 (300
ng/ 3μl, i.c.v.) ou salina estéril (Sal) (3 μl). Os valores representam a média ± EPM da
variação da temperatura retal (T, °C). Os animais do grupo controle receberam
reparixina ou salina estéril. A temperatura retal basal antes do estímulo esteve entre
36,8 e 37,4°C. * p< 0,05 quando comparado o grupo Sal/ IL-6 ao Repa / Sal.
_______________________________________________________________________Resultados 74
4.10. Efeito do antagonismo de receptores CXCR1/CXCR2 sobre a
resposta febril induzida pelo CRF em ratos.
Investigamos também o efeito do bloqueio desses receptores sobre a
resposta febril induzida pelo CRF, o qual é secretado pelo núcleo
paraventricular hipotalâmico em resposta a pirogênios endógenos como a IL-1
(Buckingham et al., 1996; Zampronio et al., 2000) e também a PGF
2
(Strijbos
et al., 1992).
Assim, utilizando o mesmo esquema de pré-tratamento e dose de
reparixina (150 ng, 3 μl, i.c.v.), observamos que este bloqueio não alterou a
resposta febril induzida pelo CRF e nem a temperatura basal dos animais
controle (figura 12). Os animais do grupo controle tratados com reparixina não
apresentaram variação significativa na temperatura retal.
_______________________________________________________________________Resultados 75
0 1 2 3 4 5 6
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
Sal / CRF (n=8)
Repa / CRF (n=8)
Repa / Sal (n=6)
*
Tempo (h)
T (
C)
Figura 12. Efeito do antagonismo dos receptores CXCR1/CXCR2 sobre a
resposta febril induzida pelo CRF em ratos. A reparixina (Repa) (150 ng/ 3 μl, i.c.v.)
foi administrada e imediatamente após os animais receberam a injeção de CRF (5 μg /
3μl, i.c.v.) ou salina estéril (Sal) (3 μl). Os valores representam a média ± EPM da
variação da temperatura retal (T, °C). Os animais do grupo controle receberam
reparixina ou salina estéril. A temperatura retal basal antes do estímulo esteve entre
36,8 e 37,4°C. * p< 0,05 quando comparado o grupo Sal/ CRF ao Repa / Sal.
_______________________________________________________________________Resultados 76
4.11. Efeito do antagonismo de receptores CXCR1/CXCR2 sobre a febre
induzida pelas prostaglandinas PGF
e PGE
2
em ratos.
Como descrito no item anterior, a PGF
2
é um potente liberador de CRF;
desta forma existe a possibilidade de um mediador intermediário atuar sobre os
receptores CXCR1/CXCR2 entre este prostanóide e o CRF.
Para testar esta hipótese animais foram pré-tratados com reparixina (150
ng / 3μl, i.c.v.) e imediatamente após receberam injeção central de PGF
(250
ng, i.c.v.). Investigamos também a reparixina nos animais que receberam
injeção de PGE
2
(250 ng, i.c.v.). Em nenhum dos casos o antagonismo desses
receptores foi efetivo (figura 13 e 14). Os animais do grupo controle tratados
com reparixina não apresentaram variação significativa na temperatura retal.
_______________________________________________________________________Resultados 77
0 1 2 3 4 5 6
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Sal / PGF
2
(n=9)
Repa / PGF
2
(n=9)
*
Repa / Sal (n=4)
*
Tempo (h)
T (ºC)
Figura 13. Efeito do antagonismo dos receptores CXCR1/CXCR2 sobre a
resposta febril induzida pela PGF
em ratos. A reparixina (Repa) (150 ng/ 3 μl,
i.c.v.) foi administrada e imediatamente após os animais receberam a injeção de
PGF
(250 ng / 3μl, i.c.v.) ou salina estéril (Sal) (3 μl). Os valores representam a
média ± EPM da variação da temperatura retal (T, °C). Os animais do grupo controle
receberam reparixina ou salina estéril. A temperatura retal basal antes do estímulo
esteve entre 36,8 e 37,4°C. * p< 0,05 quando comparado o grupo Sal/ PGF
2α
ao Repa
/ Sal.
_______________________________________________________________________Resultados 78
0 1 2 3 4 5 6
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
Repa / Sal (n=6)
Sal / PGE
2
(n=6)
Repa / PGE
2
(n=7)
*
*
* *
*
*
Tempo (h)
T (
C)
Figura 14. Efeito do antagonismo dos receptores CXCR1/CXCR2 sobre a
resposta febril induzida pela PGE
2
em ratos. A reparixina (Repa) (150 ng/ 3 μl, i.c.v.)
foi administrada e imediatamente após os animais receberam a injeção de PGE
2
(250
ng / 3μl, i.c.v.) ou salina estéril (Sal) (3 μl). Os valores representam a média ± EPM da
variação da temperatura retal (T, °C). Os animais do grupo controle receberam
reparixina ou salina estéril. A temperatura retal basal antes do estímulo esteve entre
36,8 e 37,4°C. * p< 0,05 quando comparado o grupo Sal/ PGE
2
ao Repa / Sal.
5
5
.
.
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
________________________________________________________________________Discussão 80
5. Discussão
é conhecido que pirogênios endógenos, ou citocinas, como IL-1α e
IL-1β (Dinarello, 1984; 1994), IL-6 (Helle et al., 1988) e TNF-α (Dinarello et al.,
1986) são sintetizados/liberados em resposta a inúmeros pirogênios exógenos,
como LPS, poli I: poli C, terebentina entre outros (Zampronio et al., 2000; Van
Miert et al., 1990; Leon, 2002). Além disso, tem sido descrito o efeito pirogênico
de uma outra classe de mediadores inflamatórios, as quimiocinas. Davatelis et
al. (1989) foram os primeiros a demonstrar em coelhos os efeitos pirogênicos
do dubleto MIP em coelhos. Em seguida, Miñano et al. (1990) mostraram os
efeitos pirogênicos desta quimiocina em ratos e, ainda neste mesmo ano,
Rothwell et al. demonstraram a eficácia da IL-8 na indução da resposta febril
em ratos, o que posteriormente foi confirmado por Zampronio e colaboradores
(1994). Outros estudos de nosso laboratório demonstraram os efeitos
pirogênicos do MIP-1 (Melo Soares et al., 2006), da RANTES (Machado et al.,
2007) e da CINC-1 (Soares et al., 2008).
O presente estudo visa melhor investigar o envolvimento dos receptores
CXCR1/CXCR2 na resposta febril induzida pelo LPS e seu envolvimento na
cascata de mediadores pirogênicos que regem esta resposta.
Dessa maneira, demonstramos através da eficácia da administração i.c.v.
de reparixina, antagonista de receptores CXCR1 e CXCR2, em diminuir a febre
induzida pelo LPS, o envolvimento, pelo menos em parte, destes receptores
nesta resposta. Nossos dados corroboram os resultados de Zarbock e
colaboradores (2008) que o bloqueio desses receptores inibiu o recrutamento
de neutrófilos e a permeabilidade venular na resposta inflamatória induzida
________________________________________________________________________Discussão 81
pelo LPS. Estes pesquisadores demonstraram que a inibição terapêutica do
receptor CXCR2 pela reparixina foi a responsável pelos efeitos
antiinflamatórios deste antagonista. Entretanto, Bertini et al., (2004) e Casilli et
al., (2005) demonstraram que a reparixina é mais eficaz sobre os receptores
CXCR1 do que sobre o CXCR2, o que também nos permite hipotetizar que o
efeito antipirético observado ocorreu pelo duplo bloqueio de ambos os
receptores, CXCR1 e CXCR2, uma vez que o se pode afirmar qual deles
está sendo preferencialmente bloqueado nesta resposta.
Demonstramos através da determinação da concentração do agonista
de receptores CXCR1/CXCR2, CINC-1, nos diferentes sítios (CSF, hipotálamo,
plasma e fígado) que, uma vez ativados pela injeção sistêmica de LPS, eles
induzem a síntese/liberação dessa quimiocina em níveis bastante elevados a
partir da h, quando a resposta febril ainda não havia se instalado. Este
achado sugere o envolvimento desses receptores na fase de instalação desta
resposta. Esta hipótese é apoiada pela cinética do efeito do antagonismo dos
mesmos pela reparixina, administrada intracerebroventricularmente
imediatamente após a injeção intravenosa de LPS. Conforme mostra a figura 1,
o efeito antipirético da reparixina instalou-se somente 2,5 h após a
administração deste estímulo o que sugere que centralmente a ativação desses
receptores promova e/ou participe da síntese de outros mediadores pirogênicos
responsáveis pelo desencadeamento e manutenção da resposta febril. É
importante destacar que na hora após a injeção i.v. de LPS ocorreu o
aumento máximo de CINC-1 no hipotálamo, tempo em que a resposta febril
ainda não havia se estabelecido (figura 2B), o que aconteceu somente depois
da 2,5ª hora e se manteve no mesmo grau até a 5ª hora. Ainda, a partir da 2,5ª
________________________________________________________________________Discussão 82
hora a concentração hipotalâmica de CINC-1 começa a diminuir e na hora
chega à metade da hora demonstrando uma relação inversa entre resposta
febril e ativação de receptores CXCR1/CXCR2 no hipotálamo. também que
se destacar que a concentração de CINC-1 no CSF foi significativamente
menor do que no hipotálamo (mas semelhante à plasmática), e se manteve
razoavelmente constante embora também elevada na ausência de resposta
febril. Portanto, existe a possibilidade de que centralmente esta ativação
promova e/ou participe da síntese de outros mediadores pirogênicos,
culminando na febre.
Perifericamente, a maior quantidade de CINC-1 foi encontrada no fígado,
e isto é válido para todos os tempos (1ª; 2,5ª e h). Esse dado confirma os
achados de Campbell (2003) que demonstram a grande e rápida indução da
expressão do RNAm para CINC-1 no fígado após a estimulação intraperitoneal
com altas doses de LPS. Estes autores qualificam a CINC-1 como uma
proteína de fase aguda e um dos mediadores responsáveis pela disfunção
múltipla de órgãos.
Com o intuito de analisarmos o efeito da ativação central dos receptores
CXCR1/CXCR2 sobre a temperatura corporal dos animais, a quimiocina
agonista CINC-1 foi injetada tanto i.c.v. quanto i.h.. Verificamos então, que a
ativação desses receptores induziu aumento da temperatura corporal e retal
dos animais. Esse aumento de temperatura foi associado a uma resposta
termorregulatória efetora constatada pela redução da temperatura da pele da
cauda, resultante da vasoconstrição periférica e indicativa da retenção de calor
que ocorre após a elevação do ponto de regulagem hipotalâmico (Gordon,
2002; Romanovsky et al., 2002) o que caracteriza a verdadeira resposta febril.
________________________________________________________________________Discussão 83
É importante enfatizar que o fluxo de sangue da vasculatura da cauda é
regulado pela atividade dos nervos simpáticos, controlada especificamente
pelos neurônios do núcleo da rafe, região envolvida no controle da temperatura
corporal através da regulação do leito vascular cutâneo (Blessing & Nalivaiko,
2001).
Após a identificação dos receptores CXCR1 e CXCR2 como importantes
na mediação da resposta febril desencadeada pelo LPS, investigamos se este
antagonismo seria confirmado na resposta induzida por um dos seus agonistas,
ou seja, a CINC-1. De fato, o pré-tratamento com reparixina (i.c.v.) aboliu a
febre induzida pela CINC-1 (i.c.v.). Ambos receptores foram encontrados em
diversas células, inclusive em neurônios de ratos nos quais a IL-8 liga-se aos
dois tipos de receptores (Puma et al., 2001). Outros autores demonstraram a
presença de CXCR2 em neutrófilos de ratos (Shibata et al., 2000; Souza et al.,
2004; Barsante et al., 2008). No entanto, é prematuro dizer qual dos receptores
está sendo ativado e promovendo febre. O uso de antagonistas seletivos para
CXCR1 e CXCR2 poderia responder a essa questão.
Investigamos também o envolvimento de PGE
2
nesta resposta, como um
possível mediador final através do qual a ativação desses receptores pela
CINC-1 agiria e finalmente culminaria em resposta febril nos animais. Nossos
resultados mostraram que a ativação central (i.c.v.) pelo agonista CINC-1
promoveu aumento na concentração de PGE
2
no CSF de ratos, sugerindo que
este prostanóide seja, pelo menos em parte, responsável pela febre induzida
por esta ativação. As três drogas antipiréticas utilizadas neste estudo
(indometacina, ibuprofeno e celecoxibe) foram capazes de reduzir/abolir a febre
induzida pela CINC-1. Além disso, a redução da resposta febril por estes
________________________________________________________________________Discussão 84
fármacos reduziu a níveis basais a concentração de PGE
2
no CSF dos animais.
Logo, podemos concluir que os receptores CXCR1/CXCR2, quando ativados,
promovem a síntese/liberação de PGE
2
que atuaria como um mediador final
responsável por elevar a temperatura dos animais.
O celecoxibe, inibidor seletivo para COX-2, foi responsável por abolir a
febre da CINC-1 durante todo o período observado (6h). Isso indica que as
prostaglandinas, geradas via COX-2, estão envolvidas nesta resposta. Muitos
estudos sustentam essa hipótese, uma vez que a COX-2 parece ser a enzima
responsável pela biossíntese de prostanóides durante respostas inflamatórias e
febris (Bakhle & Botting, 1996; Cao et al., 1995; Fabrício et al., 2005; Machado
et al.,2007). Ainda mais, a indução da expressão de RNAm de COX-2 ocorre
na superfície interna da vasculatura cerebral, incluindo a área pré-óptica e sua
vizinhança, durante o curso temporal da febre induzida pelo LPS em ratos (Cao
et al., 1995). No entanto, parece que a expressão constitutiva de COX-2 pode
ocorrer em várias áreas do rebro, como o hipotálamo (Breder et al., 1995).
Em paralelo com esses paradigmas, muitos estudos têm demonstrado que o
mecanismo de ação de algumas drogas antiinflamarias não esteroidais, como
o celecoxibe (Shishodia et al., 2004; Raju et al., 2005) e o ibuprofeno (Lo et al.,
1998; Glibetic et al., 2001) baseia-se não somente na inibição da
ciclooxigenase mas também na síntese e ativação de fatores nucleares como o
NF-κB, componente crucial para a síntese de citocinas e quimiocinas (ver
Introdução) e a produção de COX-2 durante um estado febril ou inflamatório. O
estudo de Miyamoto e colaboradores (2006) demonstra que o celecoxibe
previne a encefalomielite autoimune experimental (EAE) em camundongos
através do bloqueio da síntese de MCP-1, P-selectina e ICAM-1; dessa forma
________________________________________________________________________Discussão 85
prevenindo o infiltrado de células inflamatórias no sistema nervoso central.
Além disso, esses autores também mostraram que o efeito inibitório do
celecoxibe na EAE também foi observado em animais nocaute para COX-2,
reforçando o seu mecanismo independente de COX-2.
Com relação à indometacina, seu efeito inibitório na ativação de NF-κB é
controverso (Tegeder et al., 2001; Takada et al., 2004; Shen et al., 2007),
portanto mais estudos são necessários para elucidar qual mecanismo de ação
é mais relevante nos efeitos antipiréticos aqui investigados.
Diante dos resultados obtidos até agora e com o intuito de verificar o
papel desses receptores na cascata de mediadores da resposta febril induzida
pelo LPS, investigamos a sua possível participação na resposta febril induzida
por diversos desses mediadores.
Uma vez observado que a resposta induzida pelos receptores ativados é
dependente de prostaglandinas, sua participação foi também investigada nos
estímulos que dependem desses prostanóides para as suas atividades
pirogênicas como a IL-1β, o TNF-α e a IL-6. Além disso, também foi verificado
o envolvimento dos mesmos nas respostas induzidas por mediadores
independentes dessa via, o CRF, e nas respostas induzidas pelas
prostaglandinas PGF
e PGE
2
.
Observamos que o bloqueio desses receptores não modificou a resposta
pirogênica induzida por nenhum dos mediadores estudados, o que nos leva a
hipotetizar que é improvável a participação destes na febre por eles induzida.
controvérsias entre os resultados obtidos no nosso estudo e alguns
descritos na literatura. Com relação à IL-1β; apesar de nosso antagonismo não
ter promovido nenhum efeito significativo na resposta induzida por esse
________________________________________________________________________Discussão 86
mediador, estudos de Zhu e colaboradores (2006) verificaram que a ativação
dos receptores CXCR1/CXCR2 em uma linhagem de células cancerígenas por
IL- foi capaz de aumentar a expressão da quimiocina GCP (proteína
quimiotática para granulócitos)-2, conhecido agonista desses receptores. Além
disso, existem estudos que demonstram que a ativação de ambos receptores
por IL- ou TNF-α promove a migração/ativação de leucócitos por células
endoteliais (Sheikh et al., 2005; Kuboki et al., 2008) o que nos faria esperar que
o antagonismo dos receptores CXCR1 e CXCR2 em nosso estímulo
provocasse alguma diferença na resposta induzida pela ativação desses
receptores. O seu antagonismo mostrou-se eficaz em inibir funções relativas à
sua ativação como recrutamento de neutrófilos, edema, lesão por I/R e
produção de citocinas (Chapman et al., 2007; Barsante et al., 2008; Garau et
al., 2006; Kuboki et al., 2008). Era natural, portanto, esperarmos que a febre,
uma resposta também vinculada a essa ativação, fosse menos intensa com o
bloqueio desses receptores. Dessa forma, nossos resultados in vivo diferem
dos dados obtidos já existentes na literatura.
O CRF parece estar envolvido nas ações centrais das citocinas,
especialmente com relação a febre e termogênese (Figueiredo et al., em
análise; Emoto et al., 1993; Rothwell 1989; Strijbos et al., 1992). Esse hormônio
ainda ativa o eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal), responsável por
promover ativação simpática, com a síntese/ liberação de noradrenalina e
ativação de receptores α-1 resultando na geração da primeira fase da febre
induzida pelo LPS (revisado por Blatteis, 2007). Além disso, o CRF está
envolvido em uma via de indução de febre mediada por quimiocinas, porém
independente de prostaglandinas (Soares et al., 2009). Foi demonstrado por
________________________________________________________________________Discussão 87
Terawaki et al. (2001) que a ativação central dos receptores CXCR1/CXCR2
promove efeito inibitório sob os efeitos mediados pelo CRF, como a atividade
locomotora. Entretanto, em nosso estudo o observamos a participação
desses receptores na febre induzida por esse peptídeo.
Resultados recentes de nosso laboratório demonstraram que, na 1ª hora
após a injeção i.v. de LPS, um aumento significativo de citocinas
inflamatórias como o TNF-α, mesmo quando a resposta febril ainda não se
instalou. Este perfil de dissonância entre febre e presença de mediadores
pirogênicos foi semelhante à cinética de aparecimento do agonista CINC-1 e,
portanto, da ativação dos receptores CXCR1/CXCR2, e da resposta febril.
Somente por volta da hora, momento em que os animais apresentam
claramente um estado febril, citocinas como IL-1β têm concentração elevada; e
no entanto, durante as 3 primeiras horas a IL-6 não se encontra em
quantidades significativas no hipotálamo dos animais. Dessa forma, podemos
perceber que as três citocinas classificadas como mediadores pirogênicos,
possuem expressão temporal diferenciada e, supõe-se, têm participações
igualmente únicas na gênese dessa resposta.
Assim como o TNF-α, a CINC-1 também está presente no hipotálamo
logo na 1ª hora após a administração de LPS, mesmo na ausência de resposta
febril e sua concentração diminui com o passar do tempo, sugerindo que a
ativação dos receptores per si, induziria a síntese e/ou liberação de outros
mediadores que então agiriam sobre os neurônios hipotalâmicos resultando em
alteração do set point, culminando na febre.
Corroborando o fato de que a resposta febril desenvolve-se num curso
temporal diferente do aparecimento de seus mediadores e consequente
________________________________________________________________________Discussão 88
funcionalidade pela interação com seus respectivos receptores, Loram e
colaboradores (2007) demonstraram que a secreção de citocinas inflamatórias
(IL-1β, TNF-α, IL-6 e CINC-1) não coincide e não é essencial para o início da
hiperalgesia pós- operatória em ratos.
Ainda faltam estudos que definam de forma precisa o papel dos
receptores CXCR1/CXCR2 na cascata de mediadores envolvidos na resposta
induzida pelo LPS, mas diante dos resultados obtidos até então, podemos
sugerir que esses receptores são ativados nesta resposta e que promovem a
síntese/liberação de mediadores induzindo uma resposta febril prostaglandina-
mas não citocinas ou CRF- dependente.
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______________________________________________________________Considerações Finais 90
6. Considerações Finais
Os resultados obtidos mostram que:
os receptores CXCR1 e CXCR2 para quimiocinas estão envolvidos na
resposta febril induzida pela administração endovenosa de LPS e pela
administração intracerebroventricular de seu agonista CINC-1;
a administração endovenosa de LPS eleva a concentração de CINC-1 no
CSF, plasma e mais exacerbadamente no fígado e hipotálamo;
o aumento de temperatura corporal induzido pela ativação central dos
receptores CXCR1/CXCR2 pela CINC-1 é característico de resposta
febril e não de hipertermia;
a resposta febril induzida por essa ativação depende da síntese de
prostaglandinas formadas pela atividade da COX-2;
a resposta febril induzida pela ativação desses receptores parece não
estar envolvida nas respostas desencadeadas por mediadores como IL-
1β, TNF-α, IL-6, CRF, PGF
e PGE
2
.
Diante dos resultados obtidos até o momento, podemos concluir que:
LPS
CINC-1
CXCR1/R2
IL-1β, TNF-α, IL-6
PGE
2
Febre
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7
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_______________________________________________________________________Conclusões 92
7. Conclusões
Este conjunto de resultados indica que os receptores CXCR1/CXCR2
estão envolvidos na resposta febril induzida pelo LPS. Indica também que a
CINC-1 é um dos mediadores envolvidos nesta resposta e em uma via
dependente de PGE
2
, entretanto estes receptores não estão envolvidos na
febre induzida pelas citocinas estudadas, pelo CRF ou pelas prostaglandinas
PGF
2α
e PGE
2
.
8.
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__________________________________________________________Referências Bibliográficas 94
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