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UNESP Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
Departamento de Engenharia Elétrica
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Tese de Doutorado:
Desenvolvimento e Implementação de um Sintetizador de
Frequência CMOS utilizando Sistema Digital
Adriano dos Santos Cardoso
Orientador: Prof. Dr. Nobuo Oki
Ilha Solteira
Novembro/2009
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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
Desenvolvimento e Implementação de um Sintetizador de
Freqüência CMOS utilizando Sistema Digital
ADRIANO DOS SANTOS CARDOSO
Orientador: Prof. Dr. Nobuo Oki
Tese apresentada à Faculdade de Engenharia -
UNESP – Campus de Ilha Solteira, para obtenção
do título de Doutor em Engenharia Elétrica.
Área de Concentração: Automação.
Ilha Solteira – SP
Novembro/2009
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FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação
Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira.
Cardoso, Adriano dos Santos.
C179d Desenvolvimento e implementação de um sintetizador de frequência
CMOS utilizando sistema digital / Adriano dos Santos Cardoso. -- Ilha
Solteira : [s.n.], 2009.
77 f. : il.
Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de
Engenharia de Ilha Solteira. Área de conhecimento: Automação, 2009
Orientador: Nobuo Oki
Bibliografia: p. 75-77
l. Sintetizador de frequência. 2. PLL. 3. DLL. 4. CMOS.
A minha querida esposa Simone
e minha filha Nicole
por todo apoio e dedicação
Incondicional.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer todos que me apoiaram neste árduo trabalho.
Ao CNPq pelo apoio financeiro.
Ao professor Nobuo Oki que sempre depositou confiança e me ajudou nos momentos
de incerteza.
Aos colegas do departamento pelas momentos de ajuda e discussão de idéias que me
ajudaram no desenvolvimento do trabalho.
Aos professores que de alguma forma contribuíram com minha formação.
Aos meus pais Manoel e Agnalda pelo apoio em todos os momentos.
A Simone e minha filha Nicole que sempre estiveram ao meu lado.
A Deus.
1 RESUMO
Sintetizadores de frequência são circuitos críticos usados largamente em muitas
aplicações de temporização. Circuitos PLL apresentam uma boa solução para temporização, mas
utilizam geralmente blocos analógicos que são facilmente influenciados em desempenho devidos
a instabilidades inerentes aos processos de fabricação e ruídos. Com a evolução dos circuitos e
ferramentas para sistemas digitais foi possível a implementação de circuitos que utilizem
somente recursos digitais tais como os DLL. Um dos papéis dos sintetizadores é equalizar a fase
de um sinal de clock em relação a uma segunda referência adicionando fase entre os sinais. Este
trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de um circuito DLL com arquitetura flexível e
programável para utilização no ajuste de fase e recuperação de sinais. Os blocos digitais foram
implementados utilizando ferramentas de alto nível de abstração para avaliação do
comportamento funcional. O objetivo final é a implementação do circuito validado em
tecnologia CMOS 350 nm da AMS.
Palavras Chave: PLL. DLL. CMOS.
ABSTRACT
Frequency Synthesizers are critical circuits widely used in timing applications. PLLs
devices had showed a good solution for timing, but they normally because the use analog
building blocks that are often influenced by the subtract building process and noises.
Nevertheless, after the evolution of complex circuits and development tools it had been possible
the implementation of systems that implement only digital resource such as DLL. One of major
goals of synthesizers is to equalize the phase between a clock signal and a second reference. This
work aims to develop DLL devices that are built in a flexible and reprogrammable architecture
for using in decrements or increments in the phase and clock recovery. Digital blocks were
implemented using high level abstraction tools for analysis of functional behavior. The main
objective is the circuit implementation and validations in CMOS .35 AMS process.
Keywords: CMOS. PLL. DLL.
LISTA DE SÍMBOLOS E SIGLAS
AMS Austria Micro Systems
CP Charge Pump – (Bomba de Carga)
CPLD Complex Programmable Logic Device
CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor (Semicondutor de Metal
Oxido Complementar)
D/A Conversor Digital Analógico
DLL Delay Locked Loop (Laço de Sincronismo de Atraso)
Divider Bloco lógico contador para aumentar a frequência do PLL
Edge Combiner Bloco lógico que implementa multiplos de frequência em um VCDL
EDIF Eletronic Design Interchange Format – Arquivo de transferência de projetos digitais
F
out
Frequência de Saída do Sistema
FPGA Field Programmable Gate Array
F
ref
Frequência de Referência
Jitter Ruído de oscilação no domínio do tempo
Loop Filter Filtro do Laço
LUT Look Up Table –Forma de Onda implementada em dados de memória
MULTIPLIER Multiplicador escalar de contagem
PLL Phase Locked Loop
PFD Phase Frequency Detector – Detector de Fase que usa máquina de estados finitos
VCDL Voltage Controled Delay Line ( Tensão controlada por linha de atraso)
VCO Voltage Controlled Oscillator
VHDL Very High Speed Integrated Circuits Hardware Description Language
W / L Largura e comprimento das dimensões dos transistores
XOR Porta Lógica Exclusive Or
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 2.1. FAMÍLIAS DE SINTETIZADORES..............................................................................................17
FIGURA 2.2. SINTETIZADOR DE FREQUÊNCIA DIRETO...........................................................................18
FIGURA 2.3. BLOCOS LÓGICOS PLL................................................................................................................19
FIGURA 2.4. BLOCOS BÁSICOS DE UM DLL..................................................................................................21
FIGURA 3.5. PLL LINEARIZADO.......................................................................................................................23
FIGURA 3.6. LOOP FILTER IMPLEMENTADO COM RESISTORES E CAPACITORES........................25
FIGURA 3.7. MODELAMENTO LINEAR PARA DLL......................................................................................25
FIGURA 3.8. EFEITO JITTER NA GERAÇÃO DE SINAL. ............................................................................26
FIGURA 4.9. RUÍDO DE FASE APLICADO EM UM SINAL IDEAL.............................................................29
FIGURA 4.10. GERAÇÃO INVOLUNTÁRIA DE SINAIS ESPÚRIOS............................................................30
FIGURA 4.11. REDUÇÃO DE LARGURA DE BANDA.....................................................................................31
FIGURA 5.12. DETECTOR DE FASE XOR DIFERENCIAL............................................................................35
FIGURA 5.13. GANHO DO DETECTOR DE FASE XOR..................................................................................35
FIGURA 5.14. DETECTOR DE FASE – FORMAS DE ONDA..........................................................................36
FIGURA 5.15. FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DO DETECTOR DE FASE COM FLIP FLOPS.............36
FIGURA 5.16. IMPLEMENTAÇÃO DO DETECTOR DE FASE: PROBLEMA DEAD ZONE....................37
FIGURA 5.17. DETECTOR DE FASE COM REDUÇÃO DO PROBLEMA DE DEAD ZONE. ..................38
FIGURA 5.18. CHARGE PUMP.............................................................................................................................38
FIGURA 5.19. EXEMPLOS DE CHARGE PUMP...............................................................................................39
FIGURA 5.20. PROCESSO DE ACUMULAÇÃO DE FASE..............................................................................40
FIGURA 5.21.VARIAÇÃO DO ACÚMULO DE FASE EM RELAÇÃO AO ERRO DE FASE.....................40
FIGURA 5.22. CÉLULA DE ATRASO VCO........................................................................................................41
FIGURA 5.23. VCO TIPO LC.................................................................................................................................42
FIGURA 5.24. VCDL................................................................................................................................................43
FIGURA 6.25. PROCESSO DE AMOSTRAGEM UP E DOWN.......................................................................47
FIGURA 6.26.INVERSOR.......................................................................................................................................51
FIGURA 6.27.TRI STATE INVERSOR.................................................................................................................51
FIGURA 6.28. DIAGRAMA DE SÍNTESE DIGITAL.........................................................................................53
FIGURA 6.29. PFD PARA DLL..............................................................................................................................54
FIGURA 6.30. DETECTOR DE FASE IMPLEMENTADO................................................................................55
FIGURA 6.31. FOUT = F_IN SISTEMA EM FASE.............................................................................................55
FIGURA 6.32. F_OUT E F_IN COM MESMA FREQUÊNCIA MAS F_IN ATRASADO..............................56
FIGURA 6.33. F_OUT E F_IN COM MESMA FREQUÊNCIA MAS F_IN ADIANTADO............................56
FIGURA 6.34. F_OUT MAIS RÁPIDO QUE F_IN..............................................................................................56
FIGURA 6.35. DETECTOR DE FASE E CONTADOR.......................................................................................57
FIGURA 6.36. O SINAL F_IN ADIANTADO: CONTAGEM CRESCENTE...................................................58
FIGURA 6.37. O SINAL F_IN ATRASADO: CONTAGEM DECRESCENTE................................................58
FIGURA 6.38. LINHA DE ATRASO PROGRAMÁVEL PROPOSTA POR COCKBURN............................59
FIGURA 6.39. SISTEMA DE SELEÇÃO DE ATRASO USANDO MUX..........................................................59
FIGURA 6.40. MONTAGEM DA LINHA DE ATRASO PROGRAMÁVEL DE 8 BITS................................61
FIGURA 6.41. SIMULAÇÃO DA LINHA DE ATRASO PROGRAMÁVEL....................................................62
FIGURA 6.42. SÍMBOLO CRIADO PARA A LINHA DE ATRASO PROGRAMÁVEL. .............................62
FIGURA 6.43. ARQUITETURA IMPLEMENTADA MODELO DIGITAL DLL...........................................63
FIGURA 7.44. CASO 1. SIMULAÇÃO NA MÁXIMA FREQUÊNCIA POSSÍVEL........................................65
FIGURA 7.45. CASO 2. MÍNIMA FREQUÊNCIA QUE O DLL ENTRA EM SINCRONISMO...................65
FIGURA 7.46. FALSO SINCRONISMO E RESTABELECIMENTO DO SINCRONISMO..........................66
FIGURA 7.47. SIMULAÇÃO TÍPICA DLL EM 25 MHZ...................................................................................66
FIGURA 7.48. SIMULAÇÃO TÍPICA DLL EM 2 MHZ.....................................................................................66
FIGURA 7.49. ESQUEMA DO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE SINAIS......................................................67
FIGURA 7.50. MONTAGEM SISTEMA...............................................................................................................68
FIGURA 7.51. IMPLEMENTAÇÃO DLL_1 A 15 MHZ.....................................................................................68
FIGURA 7.52. IMPLEMENTAÇÃO DLL_1 EFEITO DO DESLOCAMENTO DE FASE............................69
FIGURA 7.53. IMPLEMENTAÇÃO DLL_1 A 21.1 MHZ..................................................................................69
FIGURA 7.54. IMPLEMENTAÇÃO DLL_1 A 2 MHZ.......................................................................................70
2 SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
...................................................................................................................................................... 15
2 SINTETIZADORES DE FREQUÊNCIA E APLICAÇÕES ............................................................................ 16
2.1 USO DE TECNOLOGIA CMOS ...................................................................................................................................... 16
2.2 SINTETIZADOR DE FREQUÊNCIA USANDO MÉTODO DIRETO ............................................................................................... 18
2.3 SINTETIZADORES DE FREQUÊNCIA EM LAÇO PLL ........................................................................................................... 19
2.4 SINTETIZADOR DE FREQUÊNCIA DLL ........................................................................................................................... 20
3 MODELAMENTO MATEMÁTICO DE SINTETIZADORES DE FREQUÊNCIA ................................... 23
3.1 MODELO LINEAR ....................................................................................................................................................... 23
3.2 RUÍDO DE FASE DE JITTER .......................................................................................................................................... 25
4 CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO DE SINTETIZADORES ............................................................ 28
4.1 RUÍDO DE FASE ......................................................................................................................................................... 28
4.2 TONS ESPÚRIOS ........................................................................................................................................................ 29
4.3 SINTETIZADOR DE FREQUÊNCIA: ESTREITAMENTO DE ESPECTRO E LARGURA DE BANDA ....................................................... 30
4.4 SELEÇÃO DE CANAIS ................................................................................................................................................. 31
4.5 ESTABILIDADE ........................................................................................................................................................... 32
4.6 TEMPO DE ESTABELECIMENTO (SETTLING TIME) ............................................................................................................ 32
4.7 FREQUÊNCIA DE TRABALHO, CONSUMO DE ENERGIA E TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO ............................................................. 33
5 BLOCOS LÓGICOS DE SINTETIZADORES DE FREQUÊNCIA ................................................................ 34
5.1 DETECTORES DE FASE ............................................................................................................................................... 34
5.1.1 Dead Zone ........................................................................................................................................................ 37
5.1.2 Charge Pump .................................................................................................................................................... 38
5.1.3 Acumulador de Fase ......................................................................................................................................... 39
5.1.4 VCO ................................................................................................................................................................... 40
5.1.5 VCDL ................................................................................................................................................................. 42
6 DESCRIÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO DLL DIGITAL PROPOSTO ....................................................... 44
6.1 PROJETO DE DLL DIGITAL .................................................................................................................................... 44
6.2 CONTADOR, AMOSTRAGEM E ACUMULAÇÃO .................................................................................................................. 46
6.3 GERAÇÃO DO SINAL CONVERGÊNCIA E O ESTABELECIMENTO ............................................................................................. 47
6.4 DIMENSÕES E AJUSTES DAS RELAÇÕES DOS TRANSISTORES ............................................................................................... 48
6.5 CONSTRUÇÃO DA CADEIA DE ELEMENTOS DE ATRASO PROGRAMÁVEL ............................................................................. 49
6.5.1 Obtenção do Atraso fixo ................................................................................................................................... 50
6.5.2 Portas Logicas para geração de atrasos .......................................................................................................... 50
6.5.3 Inversor e Tri-State Inversor ............................................................................................................................. 50
6.5.4 Modelo de Simulação e uso de Tecnologia Digital .......................................................................................... 52
6.6 SIMULAÇÕES E IMPLEMENTAÇÃO DE ARQUITETURAS DIGITAIS ......................................................................................... 52
6.7 ESCOLHA, MONTAGEM E IMPLEMENTAÇÃO DOS BLOCOS GICOS DA CONFIGURAÇÃO PROPOSTA ........................ 54
6.7.1 Detector de Fase ............................................................................................................................................... 54
6.7.2 Contador ........................................................................................................................................................... 57
6.7.3 Detecção e Acumulação de Fase ...................................................................................................................... 57
6.7.4 Linha de Atraso Programável Digital ............................................................................................................... 58
7 RESULTADOS SIMULADOS E EXPERIMENTAIS ...................................................................................... 64
7.1 SIMULAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E VALIDAÇÃO DO SISTEMA DLL ...................................................................................... 64
7.2 IMPLEMENTAÇÃO SISTEMA DLL NO KIT DE DESENVOLVIMENTO ..................................................................................... 67
7.3 CONCLUSÕES ............................................................................................................................................................. 70
8 CONCLUSÕES E DISCUSSÕES ........................................................................................................................ 72
9 TRABALHOS FUTUROS ..................................................................................................................................... 74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................... 75
3 1 INTRODUÇÃO
Circuitos sintetizadores apresentam grande empregabilidade em sistemas de
comunicação, sistemas de dados e reconhecimento e recuperação de sinais de clock. Para tantas
aplicações, diversas são as arquiteturas que têm sido exploradas no intuito do desenvolvimento
de circuitos eficientes em termos de baixo ruído, rápido tempo de resposta e estabilização.
Circuitos digitais CMOS podem apresentar boas respostas a estes problemas devido a sua grande
capacidade de integração e utilização de blocos lógicos e conseguir, mesmo utilizando que um
grande número de componentes, um reduzido consumo de energia.
Este trabalho tem como objetivo o estudo, desenvolvimento e validação de circuitos DLL
para recuperação de sinais de clock.
No capítulo 2 são apresentadas classificações e especificações das principais famílias de
sintetizadores de frequência. No capítulo 3 tem-se algumas das características do modelamento
dos sintetizadores PLL e DLL. No capítulo 4 são apresentadas algumas das principais
características de desempenho dos sintetizadores. No capítulo 5 a descrição dos principais blocos
lógicos dos sintetizadores de frequência. O capítulo 6 trata da descrição do funcionamento e
principais aspectos da montagem do DLL. No capítulo 7 é mostrado os resultados da
implementação do DLL proposto. E no capítulo 8 tem-se as conclusões e discussões e a seguir os
trabalhos futuros.
15
4 2 SINTETIZADORES DE FREQUÊNCIA
E APLICAÇÕES
Os objetivos deste trabalho foram o estudo dos sintetizadores de frequência e a
implementação um circuito DLL de topologia simples para poder ser incorporado à sistemas
diversos, tais como recuperação de sinais de clock ou incorporado a memórias de forma a
auxiliar a recuperação mais rápida da informação. O DLL é usado como ferramenta de auxilio na
recuperação e estabilização de sinais de clock ou estabelecimento de sinais, fornecendo quando
necessário acréscimo da fase para que as interfaces dos sistemas possam trabalhar mais
rapidamente.
Neste capítulo será feito uma introdução em relação às principais topologias de
sintetizadores de frequência e suas principais características construtivas e de desempenho.
2.1 USO DE TECNOLOGIA CMOS
Os projetos de circuitos necessitam da implementação de centenas de milhares de
elementos como transistores, resistores e capacitores, recebendo a denominação de circuitos
VLSI (Very Large Scale Integrated). Para que ocorra a implementação destes projetos então é
necessário que todos os elementos possuam as características de grande capacidade de
integração, ou seja, cada elemento possa ser construído em dimensões bem reduzidas, baixo
consumo de energia, grande imunidade ao ruído. Agrupando todas essas características, a
tecnologia disponível atualmente que melhor se adequada a isto é a CMOS (Complementary
Metal Oxide Semiconductor). A partir de um substrato dopado tipo N, são adicionados os
elementos que formam transistores, resistores por meio de polisilicio, células de guarda,
capacitores por meio de metais (algumas implementações multi-camadas) e até mesmo
indutores. Essa flexibilidade também agrega a habilidade do circuito de possuir poucos
16
elementos externos, o que implica menor custo de implementação e maior integração de todo o
sistema. As vantagens de implementação de projetos em circuito CMOS possibilitam que esta
seja uma opção bastante viável e interessante na implementação de sintetizadores de frequência
(LEE, 1988).
Com o desenvolvimento de novas tecnologias digitais e analógicas e a implantação de
novos protocolos de comunicação surge à necessidade de pesquisa de sistemas que possam gerar
sinais ou criar meios de propagação desses sinais de forma a estar adequado aos parâmetros de
desempenho das novas tecnologias.
Sintetizadores de frequênciao circuitos capazes de gerar um ou mais sinais a partir de
uma ou várias fontes de referência. A saída de um sintetizador é caracterizada por sua frequência
de operação, resolução e sua pureza (ou relação sinal ruído). Diversas são as formas de se
implementar os sintetizadores utilizando recursos digitais, analógicos, métodos diretos e
indiretos e uma combinação de vários destes. A Figura 2.1 ilustra os principais tipos de
sintetizadores utilizados e sua nomenclatura atual (JIA, 2005).
Figura 2.1. Famílias de Sintetizadores.
17
2.2 SINTETIZADOR DE FREQUÊNCIA USANDO MÉTODO DIRETO
O método direto é um método bastante simples de ser implementado poro necessitar
de retroalimentação. O princípio da sintetização de forma direta é a teoria de amostragem de
Nyquist, que garante que um sinal limitado em largura de banda pode ser reconstituído fazendo-
se uma amostragem de pelo menos duas vezes a maior componente de frequência do sinal a ser
reconstituído.
Um sinal de referência modulado por uma palavra de controle passa pelo acumulador de
fase, que determina uma posição a ser localizada no LUT (Look Up Table). Para a reconstrução
do sinal é utilizado um conversor D/A e finalmente havendo necessidade, um filtro tipo passa
baixa para fazer a seleção do sinal desejado e remover alguns sinais espúrios. Por fim, utilizando
quatro principais blocos é possível fazer a reconstituição do sinal conforme a Figura 2.2.
Figura 2.2. Sintetizador de Frequência Direto.
Apesar do circuito conversor D/A ser bastante simples, a dificuldade de implementação
está na habilidade e conhecimento do aperfeiçoamento das LUT porque quando existe a
necessidade de precisão do sinal, ou ainda uma resolução em um número grande de bits, por
exemplo, maior que oito, a tabela fica grande e o circuito se torna complexo (grande número de
elementos). Isto pode exigir a necessidade de uma compressão desta LUT. Devido a este
problema, equações são implementadas de forma que esta LUT possa ser sintetizada com
menor número de posições. Muitas técnicas matemáticas têm sido então empregadas de forma a
gerar circuitos de sintetização direta (SILVA, 2001).
18
2.3 SINTETIZADORES DE FREQUÊNCIA EM LAÇO PLL
Uma grande variedade dos sintetizadores é desenvolvida em sistema com
retroalimentação de forma a criar uma correção do sinal de saída em relação ao sinal original
como apresentado na Figura 2.3. Também são mostrados os principais blocos de um sintetizador
de sincronismo que de modo geral são chamados sintetizadores de Phase Locked Loop
(sintetizadores de sincronismo de fase). Os principais blocos deste sintetizador são detector de
fase, charge pump, Loop Filter, VCO e opcionalmente incluso um divisor.
Estes dispositivos são chamados de sistemas em laço (Loop) que podem ser digitais ou
analógicos. Uma característica comum a estes dispositivos é o estado em sincronismo (in lock)
que ocorre quando o sinal de referência é tal que o sinal gerado não produz mais diferença em
relação à referência. Então, o sinal do sistema entra em uma nova condição oscilando em torno
do próprio sinal de referência.
Figura 2.3. Blocos Lógicos PLL.
Várias arquiteturas baseadas nesses blocos principais são permitidas o que possibilita a
empregabilidade em varias aplicações tais como comunicação de dados, sintonizadores e
sintetizadores de frequência, recuperação de sinal, estabilização de sinal e diminuição de sinais
espúrios e ou redução de jitter [KIM 90] (CRANINCKX, 1998). O problema jitter será tratado
mais adiante.
O funcionamento em linhas gerais do circuito PLL consiste em: comparação do sinal de
referência com a saída do divisor (ou da frequência de saída F
ref
); aplicação da saída do
comparador (detector de frequência) de um sistema charge pump que converte a saída do
detector, que é tipicamente diferencial, em um sinal de saída única; na seqüência aplica-se um
19
filtro que adequa o sinal de acordo com os parâmetros de banda de frequência em que se quer
trabalhar; e finalmente o VCO oscila de acordo com o sinal aplicado na entrada, gerando uma
frequência de saída proporcional ao sinal gerado no Loop Filter. O bloco opcional Divider
proporciona uma seleção de frequência programável fazendo com que o sinal de saída seja um
múltiplo do sinal de referência de entrada e inversamente proporcional ao número do Divider. O
Loop Filter faz o papel de seleção de faixa de frequência e em circuitos mais simples os
componentes são capacitores e resistores formando um filtro passa baixa ou passa faixa de
segunda ou terceira ordem. Circuitos auxiliares ou opcionais podem substituir o capacitor por um
amplificador operacional associado a um capacitor de valor e área menor no intuído de diminuir
a área envolvida. Outra solução que pode substituir o capacitor é a utilização de um circuito
contador crescente / decrescente.
O circuito VCO (Voltage Controlled Oscillator) é um oscilador que responde de acordo
com um sinal de tensão de entrada e na saída produz uma variação da frequência de oscilação
proporcional a este sinal. Desta forma o VCO é o cerne dos sintetizadores de frequência
baseados em sistema em laço. Nos próximos capítulos serão discutidos as vantagens e problemas
relacionados à arquitetura que utiliza os circuitos VCO. Recentes pesquisas têm desenvolvido
blocos em substituição ao VCO implementando um VCO digital chamado de DCO
(STASZWSKI, 2005). Estas implementações têm por objetivo a utilização em um sistema que
não utilize circuitos analógicos. O que também pode ser chamado de ADPLL (All Digital PLL).
2.4 SINTETIZADOR DE FREQUÊNCIA DLL
Uma família importante de sintetizadores são os circuitos DLL delay locked loop.
Muito parecidos com os PLL, este é constituído por um VCDL em substituição ao circuito VCO
de um típico PLL. As principais vantagens de um DLL em relação ao PLL são a de ter
estabilidade incondicional por não possuir zeros em seu modelamento linearizado e a de não
acumular jitter em seus estágios do VCDL. Esses aspectos serão abordados no capítulo 3. A
Figura 2.4 ilustra os principais blocos de um DLL.
20
Figura 2.4. Blocos Básicos de um DLL.
O princípio inerente de um DLL é a utilização de um sistema baseado em atrasadores.
Muitas vezes são utilizados um grande arranjo de atrasadores chamados de VCDL (Voltage
Controlled Delay Line), que são controlados de forma parecida ao VCO de um PLL. Apesar da
diferença ser apenas de um componente, as vantagens do DLL é de permitir que muitos blocos
ou mesmo todos sejam feitos de forma digital ou com elementos puramente digitais pois não são
necessários ajustes no Loop Filter como é feito no PLL. Isto decorre do princípio de estabilidade
que ocorre devido à características próprias do componente VCDL que não possui pólos
(KELIU, 2005). Por fim o DLL também possui como característica a utilização do circuito Edge
Combiner que tem por objetivo gerar funções ou sinais que são combinação dos sinais gerados
entre os atrasos dos atrasadores. Assim uma infinidade de combinações pode ser implementada
de acordo com a intenção do sinal a ser gerado. Outros blocos lógicos podem ser acrescentados a
arquitetura geral do DLL tais como: Controle de Ciclo Ativo e Detector de Sincronismo. O
Controle de Ciclo Ativo recebe os sinais do Edge Ccombiner e faz a restituição do sinal de forma
que o sinal de saída tenha então 50% de ciclo ativo. Isto é necessário porque os sinais do Edge
Combiner geralmente têm menos de 25% de ciclo ativo. O detector de sincronismo permite que
o DLL entenda que o sistema entrou em regime, evitando que o sistema entre em sincronismo
em uma frequência sub-múltipla da frequência desejada.
De forma geral, muitas são as maneiras de se construir sintetizadores de frequência de
acordo com as necessidades de aplicação. Os principais métodos de sintetizadores são descritos
entre sintetizadores de forma direta analógico e digital, PLL-N inteiro, PLL-N fracional, DLL e
sistemas híbridos.
Fazendo um resumo das principais famílias de sintetizadores tem-se que: os
sintetizadores direto analógicos apresentam rápido chaveamento, baixo ruído e poucos sinais
espúrios, mas apresentam grande complexidade e consumo (SHU, 2005). Os sintetizadores
21
Direto Digital apresentam também baixo ruído e grande consumo e grande complexidade
(APEEL, 2000), os PLL do tipo N-inteiro apresentam demorado tempo de chaveamento
(KELIU; SINENCIO, 2003) e os PLL-N fracionais geram sinais espúrios (ZARKESHVARI,
2000). Os circuitos sintetizadores DLL apresentam baixos sinais espúrios, mas podem ser
complexos e geralmente tem o consumo alto. Sistemas híbridos são os sistemas que aproveitam
duas ou mais arquiteturas para que em conjunto possam apresentar um sistema de sintetizador de
frequência que possa unir as melhores características de cada um (OLIVEIRA 2008).
No próximo capítulo serão apresentadas as principais características dos modelamentos
próprios dos circuitos dos sintetizadores de frequência PLL e DLL bem como seus principais
problemas construtivos.
22
5 3 MODELAMENTO MATEMÁTICO DE
SINTETIZADORES DE FREQUÊNCIA
Para se estudar as principais influências de ruídos e desenvolver a sistematização do
desenvolvimento dos sintetizadores são feitos os modelamentos lineares dos blocos lógicos dos
sintetizadores. Isto facilita a determinação dos parâmetros dos circuitos e também permite
entender melhor o funcionamento dos blocos levando em consideração que a linearização
também não resolve todos os problemas de modelamento.
3.1 MODELO LINEAR
O método de linearização dos sintetizadores de frequência permite obter os parâmetros de
projeto bem como na implementação de novas propostas de solução. A Figura 3.5 ilustra um
modelo linearizado para um PLL.
Figura 3.5. PLL Linearizado.
Como pode ser visto na Figura 3.5 a diferença de fase medida pelo Detector de Fase (
i
-


e
 é aplicado ao ganho do detector K
d)
e também ao ganho do Loop Filter (F(s)).
23
Fontes de ruído são modeladas como Vn no Loop Filter e Vco para o VCO. Devido ao fato do
ganho do VCO (Kvco/s) possuir pólos na origem o sistema como um todo é classificado como
instável o que implica que o Loop Filter precisa compensar esse pólo. Além de compensar o
pólo do VCO o Loop Filter faz o papel de estabelecer a largura de banda que o sistema deve
trabalhar.
O ganho do K
d
do detector de fase depende naturalmente do tipo de construção. Quando
circuito é feito de uma porta lógica o ganho é menor do que os que são feitos utilizando
máquinas de estados finitos por fazerem a detecção em todo o ciclo como será demonstrado no
próximo capítulo.
Em outros termos, o sinal detectado pelo Detector de Fase é submetido a uma função de
transferência que é o loop filter. Desta forma estabelece o sinal que o VCO atuará para gerar a
oscilação.
Existem diversos tipos de detectores que podem ser desenvolvidos em arquiteturas
complexas para contornarem os principais problemas que são o Dead Zone, baixo ganho, ganho
não linear e erros de detecção. O detector de fase será estudado no próximo capítulo.
Da mesma maneira que o detector de fase possibilita inúmeras construções diferentes, o
Loop Filter e mesmo o VCO permitem alternativas de construção que podem priorizar redução
da área, menor tempo de sincronismo, facilidade de se atingir estabilidade do sistema e redução
de Jitter e de sinais espúrios.
A implementação mais comum do Loop Filter é um filtro passa baixa implementado com
resistores e capacitores. A partir deste filtro são feitos os equacionamentos e diagramas e
análises. Na Figura 3.6 tem-se o diagrama esquemático do Loop Filter. Como entrada tem-se o
I
cp
que é a corrente que é gerada no charge pump e como saída o V
c
que é a tensão de referência
que controla o VCO.
24
Figura 3.6. Loop filter implementado com resistores e capacitores.
No modelamento do DLL têm-se praticamente as mesmas considerações e configurações
usadas no PLL, ou seja o Loop filter , o detector de fase e o charge pump. No caso do loop filter
é utilizado apenas um capacitor. O VCDL não acumula ganhos no tempo o que implica que seu
modelo não possui zeros ou pólos, introduzindo apenas um ganho e uma variação de fase ao
sistema. Assim, em uma análise geral em que não seja incluída as não linearidades, considera-se
que o DLL seja estável para sua faixa de operação de frequência.
Figura 3.7. Modelamento Linear para DLL.
3.2 RUÍDO DE FASE DE JITTER
Aplicações que requerem precisão no sincronismo de fase tornam as pesquisas por
osciladores e geradores de sinais com baixo ruído muito atraentes e com grau de exigência alto.
O ruído de fase (phase noise) é caracterizado por variações aleatórias na frequência, fase e
deformações na forma de onda de saída de osciladores, sendo quantificado pela magnitude do
ruído de fase ou jitter. O jitter pode ser interpretado como a variação da fase de um sinal
periódico no tempo (RAZAVI, 2000). O período da n-ésima oscilação chama-se T
n
e t como
sendo o intervalo entre dois intervalos de tempo.
Existem varias definições de jitter na literatura (MAGIEROWSKI, 2000; RAZAVI,
1996; RAZAVI 1998). A mais comum é a que se define o jitter Absoluto ou também chamado
de jitter de Longo Termo que é definido como:
N
n
nabs
TNT
1
)(
(1)
25
O jitter absoluto representa a acumulação do jitter nos primeiros N ciclos. A segunda
definição de jitter é chamada de jitter de longa duração em termos RMS, ou jitter cíclico.
Assim,. A definição de jitterclico é:

N
n
n
N
c
T
N
T
1
2
1
lim
(2)
O jitter cíclico representa a media de longa duração do efeito de flutuação do sinal de
referência (F
ref
).
Outra definição para o jitter absoluto é o valor medido em fontes de ruído branco
relacionado com o jitter cíclico sendo f
o
a frequência do sinal, então se tem:
tT
f
tT
c
o
ABS
2
)(
(3)
As equações de medição do jitter são importante pois o valor do jitter é um dos principais
parâmetros de desempenho dos sintetizadores.
A Figura 3.8 ilustra o efeito da oscilação jitter acumulada ao longo dos períodos.
Figura 3.8. Efeito jitter na geração de sinal.
Para melhor avaliação das características de desempenho bem como ajustes dos
parâmetros do circuito é necessário o uso de ferramentas matemáticas para estimar os parâmetros
26
como o MatLab ou fazer simulações dos desempenhos de velocidade e estabilização dos
circuitos. A ferramenta MatLab auxilia no desenvolvimento dos parâmetros dos modelos lineares
e ferramentas como CADENCE, Mentor e Max + Plus II da Altera facilitam a implementação
dos circuitos analógicos ou digitais. Alguns parâmetros porém, somente podem ser avaliados
após a confecção do leiaute devido ao fato de existir dificuldade ou inexistência de ferramentas
para avaliação de jitter, consumo de energia e até mesmo o tamanho do circuito. No próximo
capítulo são apresentadas algumas características importantes na avaliação e concepção dos
circuitos sintetizadores de frequência.
27
6 4 CARACTERÍSTICAS DE
DESEMPENHO DE SINTETIZADORES
O desempenho dos sintetizadores deve estar de acordo com os objetivos do sinal em
relação à amplitude da portadora, sinais espúrios, ruídos de fase, rejeição de ruído e tempo de
estabelecimento do sinal. Portanto, uma revisão dos principais conceitos de sintetizadores é
desenvolvida neste capítulo.
4.1 RUÍDO DE FASE
O ruído de fase é a diferença que se pode medir entre o sinal ideal e o sinal real obtido em
relação ao desempenho em frequência, ou espalhamento da frequência do sinal. Em outros
termos é o efeito jitter no domínio da frequência. Um dos objetivos de um sintetizador de
frequência é que tanto o jitter como o ruído de fase sejam os menores possíveis visando criar um
sinal o mais puro e próximo do sinal ideal.
A Figura 4.9 mostra o efeito de ruídos de fase aplicados sobre um sinal ideal e o seu novo
espectro.
28
Figura 4.9. Ruído de Fase aplicado em um Sinal Ideal.
4.2 TONS ESPÚRIOS
Os tons chamados espúrios são aqueles que não são desejados. Aparecem principalmente
em ambos os lados da portadora e tem amplitude significativa. Estes tons são gerados de forma
não intencional devido a não linearidades dos blocos dos sistemas e também por problemas nos
chaveamentos e na estabilização do sinal. Outra fonte importante de sinais espúrios é o próprio
PLL quando o mesmo utiliza o bloco Divider para selecionar os canais de operação. Aa Figura
4.10 mostra um sinal real com frequência estabelecida em torno de f
o
e seus tons espúrios em
ambos os lados da banda.
29
Figura 4.10. Geração involuntária de sinais espúrios.
Na implementação de sintetizadores para utilização em comunicação de dados é sempre
colocado como referência qual é o limite de sinais espúrios permitido. Assim, se torna um
importante parâmetro a relação entre o sinal ideal e o sinal espúrio bem como as especificações
de relação sinal / ruído.
4.3 SINTETIZADOR DE FREQUÊNCIA: ESTREITAMENTO DE
ESPECTRO E LARGURA DE BANDA
Quando o objetivo do sintetizador é de recuperação de sinal, ou melhora no desempenho
do sinal de referência, tem-se que, o uso do sintetizador ocasiona um estreitamento da banda do
sinal e por consequência também uma diminuição dos sinais espúrios. Este efeito é bastante
importante para geração de sinais puros e é ilustrado na Figura 4.11.
30
Figura 4.11. Redução de largura de banda.
Com a redução da largura de banda os sinais se tornam mais puros. Mas um fator que
limita essa redução é a geração de ruídos oriundos do próprio circuito como ruído branco, ruído
térmico, ruído jitter e todos os ruídos gerados pelos descasamentos dos componentes. Neste
aspecto, a implementação de circuitos tipo DLL se torna importante devido à baixa geração de
jitter porque o VCDL ou o bloco que contém os atrasadores não possuem retroalimentação, não
havendo assim a introdução do jitter cíclico.
4.4 SELEÇÃO DE CANAIS
A freqüência de operação do circuito é escolhida pelos parâmetros do Loop Filter. Para
geração de frequências de saída diferente do sinal F
ref
têm-se duas alternativas: Usar PLL com os
blocos contadores Multiplier e Divider; ou usar o DLL com Edge Combiner (CHIEN, 2000).
Utilizando o PLL pode-se acrescentar entre o detector de fase e o VCO blocos tipo Multiplier e
Divider. No caso do número do Divider ser de 3 e o Multiplier ser 2 tem-se então, que o sistema
entrará em sincronismo quando 3/2F
ref
= F
out.
A seleção de canais causa como consequência
indesejada a introdução de sinais espúrios no espectro do sinal de saída, o que pode atrapalhar o
desempenho nas características de sinal / ruído.
31
4.5 ESTABILIDADE
Os circuitos PLL possuem problemas de estabilidade. Este fato pode ser explicado
usando o modelo linearizado. No PLL existe um pólo na origem (K
vco
/s) e também ocorrem
pólos no Loop Filter. Então, para evitar maiores problemas, os parâmetros do Loop Filter
precisam ser analisados através do diagrama de Bode e seuslos serem alocados de forma a
diminuir os problemas de oscilação e de instabilidade.
Para o circuito DLL, que não possui VCO, o ganho linearizado do VCDL é K
vcdl
que é
uma constante com uma introdução de fase. Desta forma não existe o zero na origem (K
vco
/s). O
modelo do capacitor ou acumulador, por trabalhar com acumulação de informações, possui um
pólo na origem mas não introduz instabilidade por ser facilmente reiniciado ou criado algum
circuito para reiniciar automaticamente este acumulador ou capacitor. Por estas características o
DLL é considerado estável.
4.6 TEMPO DE ESTABELECIMENTO (SETTLING TIME)
Os sintetizadores de frequências usam uma frequência de referência para gerar as
frequências seletoras dos canais. A diferença entre a frequência do canal desejada e a frequência
de saída do sintetizador de frequência é a especificação denominada precisão (accuracy). A
dinâmica do sistema sintetizador de frequência implica que o chaveamento dos canais é não-
instantâneo. O tempo de estabelecimento (settling time) é definido como o tempo despendido
para o sintetizador varrer toda a faixa de freqüência, o que significa oximo tempo necessário
para chaveamento dos canais. É esperado que esse tempo seja de vários ciclos do sinal de
referência.
32
4.7 FREQUÊNCIA DE TRABALHO, CONSUMO DE ENERGIA E
TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO
Tanto em circuitos DLL como PLL, a tensão de trabalho esta ligada diretamente a
tecnologia empregada. No caso deste trabalho, a tecnologia disponível é a 350nm da AMS
(Áustria Micro Systems), o que permite níveis de tensão de 3,3V ou um pouco abaixo disso,
sendo que não foram encontradas publicações em que o valor de alimentação fosse menor que
3,0V para essa tecnologia. Assim as portas lógicas e demais circuitos foram desenvolvidos a
partir desde valor. Uma consequência direta do aumento da tensão de alimentação é que o
circuito vai consumir mais energia. Caso o objetivo do sistema fosse economia de energia, todos
os transistores deveriam ser remodelados com valores de W e L maiores, mas com o limitante de
que com área maior, os transistores apresentam maiores valores de capacitâncias e capacitâncias
parasitas, o que também compromete o desempenho do circuito em termos de frequência.
Blocos lógicos desenvolvidos em circuitos analógicos ou digitais implementam as
equações necessárias para construção do sintetizador de freqüência. No próximo capítulo são
apresentadas as principais características dos blocos lógicos dos sintetizadores de frequência
tanto do PLL como do DLL.
33
7 5 BLOCOS LÓGICOS DE
SINTETIZADORES DE FREQUÊNCIA
Os blocos lógicos dos sintetizadores de frequência podem ser desenvolvidos utilizando
uma abordagem de circuitos analógicos ou digitais. Atualmente existem diversos tipos de
circuitos do tipo PLL que utilizam pelo menos um bloco digital. E também é comum encontrar
DLLs que utilizam pelo menos um bloco analógico. Muitas vezes os blocos lógicos são
implementados de acordo com as familiaridades dos projetistas. Os primeiros PLL e DLL eram
constituídos primordialmente por blocos analógicos implementados segundo a concepção do
controle clássico (LINDSEY, 1981). Porém com a evolução dos circuitos e aumento da
complexidade e também devido à maior facilidade de projetos em escala mais ampla foram
desenvolvidos projetos cuja arquitetura utiliza ferramentas computacionais mais sofisticadas
para melhor avaliação dos problemas como ruídos e interferências. Quando implementados em
circuitos CMOS também são avaliados o consumo de energia e tamanho do circuito para poder
garantir características como portabilidade do sistema e grande capacidade de integração.
Apesar de construção relativamente simples, todos os blocos dos sintetizadores trabalham
em frequências bastante elevadas o que implica em problemas de não linearidades e de efeitos
de ruídos, de capacitâncias parasitas e demais efeitos indesejados que sempre afetam o
desempenho do circuito. Assim é necessário o estudo do princípio de funcionamento de cada
bloco e também seu desempenho individual.
5.1 DETECTORES DE FASE
O principal elemento de um circuito PLL / DLL é o detector de fase. Este faz o
levantamento do erro entre o sinal de referência e o sinal gerado. A importância destes
34
dispositivos se deve ao fato de que erros na detecção de fase fazem com que o sistema ou
demore muito a atuar, ou em outras vezes,o consiga sair quando necessário do estado de
sincronismo. Diversas topologias tem sido implementadas ao longo dos anos de acordo com as
conveniências e problemas resultantes de implementação.
A primeira implementação mais simples de um detector de fase é a uma porta lógica
Exclusive Or (XOR). Assim, as duas entradas fazem a comparação entre o sinal Up e Dn.
Figura 5.12. Detector de Fase XOR Diferencial.
Como o ganho do detector de fase XOR é bastante limitado, o detector do tipo XOR
consegue detectar a diferença de fase mas não ter um ganho proporcional ao deslocamento após
a π/8 rad, após isso até 7π/8 o ganho é uma constante como visto na Figura 5.13 (SHU, 2005).
Figura 5.13. Ganho do Detector de fase XOR.
Para melhorar o ganho de fase no intervalo entre π/8e 7π/8 foi proposto à implementação
de máquinas de estado finito usando Flip Flop tipo D que conseguem melhorar o desempenho do
ganho de fase. Este tipo de solução é bastante comum. Existem variações de detectores de fase
35
que associado com um detector de sincronismo faz uma parada de leitura para economia de
energia (COCUBURN, 2006). No funcionamento PFD (Phase Frequency Detector ), compara-
se as duas entradas ref com div. Se div e ref forem iguais então as saídas Up e Dn
permaneceram estáveis e iguais a zero. Quando ref é maior que div então Up =1 e Dn=0 senão
Up=0 e Dn=1. Em outros termos temos 4 sinais a serem analisados: ref div Up e Dn. A Figura
5.14 ilustra o processo de temporização, ou formas de onda do Detector de Fase implementado
com máquina de estados.
Figura 5.14. Detector de Fase – Formas de onda.
A Figura 5.15 ilustra o ganho de fase obtido quando é usado para detecção de fase um
PFD.
Figura 5.15. Função de Transferência do Detector de Fase com Flip Flops.
36
5.1.1 Dead Zone
Um efeito importante que é analisado nos detectores de fase é o problema do Dead Zone
(erro estático do modelo do detector de fase). Com a implementação do circuito detector de fase
é possível verificar pequenas imperfeões no seu modelo físico em relação ao ideal. Pequenas
variações na diferença de fase geralmente nãoo detectadas em um detector de fase simples.
Isto ocorre devido ao fato de que pequenos atrasos nos elementos lógicos (portas lógicas)
precisam ser compensados para que possa haver a detecção. A Figura 5.16 ilustra o problema de
Dead Zone.
Figura 5.16. Implementação do detector de fase: problema Dead Zone.
A solução mais comum para este problema é a inserção de atrasadores (implementados
com 2*N inversores) de forma ao se alterar a lógica principal do circuito e de introduzir 2*N
atrasos inerentes ao atraso de propagação das células inversoras. Outra solução é o emprego de
portas lógicas NAND em que as duas entradas são curto-circuitadas para produzir uma porta
inversora equivalente. A Figura 5.6 apresenta o diagrama simplificado de um detector de fase
com uma célula de atraso (delay).
37
Figura 5.17. Detector de fase com redução do problema de Dead Zone.
5.1.2 Charge Pump
A maioria dos detectores de fase possui saídas diferencias e cada saída representa meio
ciclo de detecção. Os sinais dos detectores são em formas de pulsos bastante estreitos. A forma
encontrada de se converter esses sinais em sinal de tensão é transformar estes pulsos na forma de
corrente e então ativar chaves que convertem estes sinais em um único sinal de controle. A
Figura 5.18 mostra o esquema de construção do charge pump. Cada uma das saídas do detector
de fase ( Up e Dn ) controlam as fontes de corrente I
cp
(corrente do charge pump) que é
transformado novamente em valor de tensão de acordo com os parâmetros da impedância do
Charge pump (Z
lf
). Na saída temos o valor de tensão V
c
que é a tensão enviada ao Loop Filter.
Figura 5.18. Charge pump.
38
Várias arquiteturas são usadas para a construção dos charge pump. Na Figura 5.19 são
apresentados três tipos usando transistores CMOS.
Figura 5.19. Exemplos de charge pump.
Para implementações mais complexas pode-se alterar ou produzir controles nos valores
de corrente dos charge pump com o intuito de melhorar o desempenho do sistema para facilitar e
acelerar o processo de chaveamento e estabelecimento de sincronismo (LIP, 2007).
5.1.3 Acumulador de Fase
Depois de obtido o valor da detecção de fase e o sinal convertido em um único pulso faz
se necessário um sistema que atue como acumulador de fase. Circuitos analógicos implementam
este acumulador de fase utilizando um capacitor com sistema de inicialização e reset. Conforme
o tempo transcorre o ângulo de fase se altera e o valor do erro acumulado aumenta. O aumento
do valor de acumulação depende do valor absoluto do erro. Então um erro duas vezes maior
implicará em um aumento duas vezes mais rápido no valor de fase acumulada. Na Figura 5.9 é
apresentado o processo de acumulação de fase quando o sistema esta em malha aberta.
39
Figura 5.20. Processo de Acumulação de Fase.
Em circuitos digitais é utilizado um contador do tipo Up / Down que dispensa a utilização
no sistema do bloco charge pump. Porém a resolução do acúmulo de fase fica limitado à
resolução do contador. O valor total acumulado depende da diferença de fase entre os sinais e a
figura 5.10 ilustra esse processo.
Figura 5.21.Variação do acúmulo de fase em relação ao erro de fase.
5.1.4 VCO
Quando se cria uma cadeia de elementos de inversores de numero ímpar e se
retroalimenta a saída em relação à entrada, gera-se um sistema naturalmente instável.
Uma vez acionado o primeiro elemento, o segundo elemento então estará desabilitado, o
que fará com que o terceiro elemento fique então ativo. Como o último elemento dessa cadeia
40
terá que, nessa seqüência, necessariamente estar ativo, desabilitará então o primeiro elemento da
cadeia, e então invertendo todos estados dos elementos sucessivamente. Este princípio é
utilizado no desenvolvimento de alguns osciladores chamados em anel que de forma resumida
podem ser interpretados como sendo um VCO.
No exemplo típico de um VCO um sinal de referência de entrada DC, controla e regula o
tempo de atraso dos elementos inversores de forma a controlar a frequência de oscilação natural
do conjunto. Existem diversas topologias de elementos VCO, muitos com elementos passivos
como indutores e capacitores, consumindo uma grande área de implementação quando
implementado em tecnologia CMOS. Existem outras propostas de implementação do VCO que
utiliza tecnologia CMOS e topologias digitais.
Basicamente existem dois principais métodos de implementação de um circuito VCO que
são os osciladores em anel e os que se utilizam de um tanque LC. Em um esquema de atraso ou
multi-fase, o oscilador utiliza os atrasos defasados para conseguir maior velocidade de oscilação.
Muitas implementações de osciladores controlados ultrapassam unidades de GHz de
frequência central, utilizando multi-fases (OLIVEIRA, 2008). A figura 5.11 ilustra uma célula
usada no circuito de osciladores em anel.
Figura 5.22. Célula de Atraso VCO.
O VCO tipo tanque em muitos casos ocupa uma área considerável levando-se em conta o
tamanho do circuito CMOS pelo fato de que a implementação de capacitores e indutores ocupam
41
grande área do circuito. No exemplo da Figura 5.23 tem-se um VCO em que os capacitores são
emulados usando os transistores M5 e M6.
Figura 5.23. VCO tipo LC.
5.1.5 VCDL
Um circuito característico de um DLL é o VCDL (Voltage Controlled Delay Line). O
VCDL representa o que em um PLL seria o VCO. As principais características de um VCDL é
ser um arranjo de células atrasadoras controladas por tensão ou alguma outra referência. Outra
característica importante é que não existe a propagação de jitter entre as células o que facilita a
implementação de circuitos quando a geração deste tipo de ruído é criticamente indesejada. O
circuito deste trabalho propõe um arranjo de células atrasadoras que possam ser programadas de
forma a termos um controle total do atraso gerado. O atraso é criado de forma ponderada a cada
bit o que contribui com um número menor de células atrasadoras e também que um número
menor no tempo de sincronismo do DLL.
A diferença então em relação aos VCO feitos em cadeia é que o VCDL não possui sinal
de realimentação o que implica a não propagação dos sinais (ruídos) tipo jitter (BAE, 2005). O
sinal de tensão de entrada controla o atraso de propagação, assim, conforme se aumenta o valor
de tensão aumenta-se o atraso e a frequência de trabalho é diminuída (CHANG, 2002).
42
Figura 5.24. VCDL.
Existem muitas arquiteturas de VCDL que trabalham com um pequeno número de células
(XILINX, 2001) cujo objetivo do circuito é a geração de sinais múltiplos da frequência de
entrada pelo número 2 e utiliza-se 4 elementos atrasadores para gerar uma defasagem de 90
graus em relação a cada elemento. Já a proposta de Cockburn (2006) utiliza-se de 256 elementos
para obter uma grande variação de frequência de trabalho variando de 14 a 250MHz. Os
objetivos do DLL são fundamentais para a escolha do tipo de cadeia de VCDL utilizada.
Neste trabalho opta-se por trabalhar com não exatamente uma VCDL (que por definição
deveria variar de acordo com tensão) mas sim com uma cadeia de atrasadores programáveis (no
sentido de configuráveis) controlado pelo valor acumulado no contador Up/ Down.
Neste capítulo foram descritos os blocos lógicos necessários para implementação tanto de
um PLL como DLL. No próximo capítulo será descrito a escolha confecção e desenvolvimento
do DLL para recuperação de sinais.
43
8 6 DESCRIÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO
DO DLL DIGITAL PROPOSTO
9
Um circuito DLL típico é composto por três componentes: detector de fase, charge pump
e VCDL. Convencionalmente pode-se categorizar os DLL em dois tipos: analógicos e digitais.
Neste trabalho adota-se a utilização de tecnologia digital para substituição do charge pump e do
capacitor do Loop Filter e implementou-se blocos lógicos compatíveis. Os blocos lógicos
digitais implementados como substituto do charge pump e capacitor foi o contador Up / Down
de 8 bits com entrada diferencial.
A contribuição mais importante é a implementação de linha de atraso programável com
cada bit com peso diferente sendo que cada bit produz o atraso proporcional a 2
n
ζ em que n é o
número do bit e ‘.
6.1 PROJETO DE DLL DIGITAL
Ferramentas CAD (Computer Aided Design) baseadas em captura de esquemático apresentam
uma dificuldade enorme de implementar circuitos com centenas de elementos. Deste fato, surge a
necessidade do estudo e desenvolvimento de sistemas capazes de implementar circuitos e sistemas
digitais com um maior número de elementos. O uso de ferramentas computacionais é indispensável
na fase de projeto quando o sistema se utiliza de muitos elementos. Várias ferramentas
computacionais foram desenvolvidas nos últimos anos para auxiliar no processo de síntese de
circuitos digitais, tais como software Mentor, Cadence, Altera (
ALTERA, 2001) e Xilinx que
permitem o desenvolvimento, simulação, compilação e minimização dos circuitos de forma bastante
otimizada e automatizada. Arquivos tipo EDIF (Eletronic Design Interchange Format) permitem que
uma vez compilado o circuito em uma destas ferramentas, possa-se fazer o intercâmbio de
44
informações entre as ferramentas e recompilar os processos sem a necessidade de novo
desenvolvimento dos circuitos.
As vantagens de se adotar uma tecnologia baseada em conceitos digitais são a
portabilidade (que é o fato de se poder migrar de tecnologia usando-se a mesma arquitetura
básica) e robustez (que é a baixa interferência dos efeitos do processo sobre os parâmetros de
desempenho do circuito). Também são importantes a baixa tensão de alimentação e também a
facilidade de desenvolvimento do projeto devido ao uso de ferramentas digitais. Dentre as
principais desvantagens pode-se incluir a maior área do circuito em relação a circuitos
puramente analógicos e provavelmente, maior consumo de energia. Outra desvantagem na
construção de um DLL é a impossibilidade de fazer seleção de canais como o PLL. Isto ocorre
porque o DLL não trabalha com oscilação de frequências, mas sim sempre em torno do mesmo
tom. Em termos de período de referência T
ref
tem-se que (JIA, 2005):
(max))}(min),2{(min(max))}
3
2
(min),max{(
vcdlvcdlrefvcdlvcdl
DDTDD
(4)
Sendo que:
D
vcdl
- Atraso de programação do arranjo de Células atrasadoras;
D
vcdl
(Max) - Atraso na condição de valor máximo;
D
vcdl
(min) - Atraso na condição de valor mínimo.
O papel do circuito detector de fase é comparar o sinal F
ref
com F
out
. Quanto maior o
ganho melhor será seu desempenho porque diminuirá o tempo de sincronismo. O detector de
fase mede a diferença entre sinais de freqüências inicialmente diferentes, ou seja, no sentido
mais formal o que o detector de fase mede é o deslocamento dos sinais. Porém conforme os
sinais vão se estabelecendo e ficando com a mesma freqüência, o detector de fase mede a
diferença de fase entre os sinais. Ao valor do detector de fase é aplicado um ganho que depende
dos aspectos construtivos do Detector de Fase e por conseqüência o valor deste ganho precisa ser
convertido em um sinal não diferencial e acumulado ao longo do tempo. Para sistemas mistos
analógico e digitais às vezes é empregado para essa função um simples capacitor. Mas para
tanto, deve se levar em consideração que em circuitos CMOS, às vezes capacitores ocupam área
relativamente grande e proibitiva e também é necessário um circuito auxiliar para fazer o reinício
do processo de sincronismo.
Outro processo adotado é a utilização de circuitos tipo contadores Up / Down. Desta
forma, cada uma das saídas do detector de fase tipo PFD aciona uma das entradas do contador.
45
Por consequência, conforme se muda o tempo de atraso, D
vcdl
é modificada a frequência de
trabalho do sistema. A resolução do sinal é definida como sendo a menor variação possível
criada para se mudar a frequência de trabalho.
6.2 CONTADOR, AMOSTRAGEM E ACUMULAÇÃO
Os sinais Up / Down representam a direção que um acumulador precisa ir pra que se faça
o correto controle do sinal que controla o VCO ou o VCDL. Assim precisa-se converter a saída
diferencial em uma saída única e fazer a acumulação destes valores de forma a encontrar o valor
correto da acumulação de fase. Nos sintetizadores tradicionais é utilizado um circuito charge
pump em que cada um dos sinais é colocado como fonte de corrente pra controlar o ganho do
charge pump. Parâmetros de ganho dessa corrente podem ser controlados para melhorar o
desempenho de sincronismo do sistema. Na implementação proposta por este trabalho é
implementado um contador síncrono que faz a amostragem dos dois sinais ao mesmo tempo e
também faz a acumulação do sinal. Quando o valor extrapola o valor máximo da contagem,
automaticamente o contador é zerado e computado o ganho de fase. Desta forma o ganho de fase
é contínuo independente do começo ou final da contagem do contador. A Figura 6.25 ilustra o
processo de amostragem para um período de amostragem = T
s
.
46
Figura 6.25. Processo de Amostragem Up e Down.
O contador precisa ser acionado por um clock mais rápido que o sinal Down(t) e Up(t).
Durante o transcorrer do tempo é feita amostragens quando o clock do contador estiver ativo
( metade do período ). Nesta amostragem várias partes do sinal original não são computadas.
Este problema causa vários efeitos de ruído e jitter mas no acumulado da fase praticamente são
anulados esses problemas de ruídos. O valor final a ser computado leva em consideração vários
períodos de amostragem. O contador digital implementado tem duas entradas e faz a soma de
Up(t) e Down(t). Para que não houvesse conflitos de prioridade foi estabelecido que quando os
dois sinais fossem ambos “zero” lógico ou “um” lógico, o contador não iria incrementar ou
decrementar o valor da contagem.
6.3 GERAÇÃO DO SINAL CONVERGÊNCIA E O ESTABELECIMENTO
O objetivo principal do DLL é a geração do sinal que seja a reprodução do sinal de
referência de entrada e adicionar alguma fase quando necessário, sendo que o sinal de saída
possua menor jitter. Ainda, espera-se que o sinal do DLL possa ser estabelecido o mais rápido
possível e com o menor ruído. A comparação entre o sinal gerado e o sinal de referência pelo
detector de fase a cada ciclo de clock faz com que o sistema esteja completamente instável no
início do processo de detecção e, neste momento, o sinal de saída apresenta bastante sinais
espúrios. Espera-se que a cada ciclo de clock o DLL possa monotonicamente alterar o tempo de
atraso do VCDL (ou linha de atraso programável) de forma que em alguns ciclos de clock o
sistema possa convergir. Na literatura é mostrado que esse processo de estabelecimento pode
variar de alguns ciclos de clock até mais do que uma centena deles. Esse número é bastante
influenciado por fatores tais como tecnologia empregada, arquitetura empregada e frequência de
operação.
Problemas de convergência podem ocorrer quando não existe limitação da frequência de
trabalho do DLL. Se a variação de atraso que o DLL pode gerar for muito maior que o intervalo
de período de trabalho de frequência do sistema o DLL pode entrar em sincronismo em falha
(false-lock). Este problema deve ser resolvido para evitar problemas na geração final do sinal.
Uma das maneiras tratadas para corrigir o problema de false-lock é o desenvolvimento de um
47
bloco chamado detector de sincronismo que atua de forma a detectar a lógica de sincronismo e
atuar então no detector de fase para alterar o procedimento de contagem do detector.
Dependendo do emprego do DLL pode ser necessário ainda o emprego de um corretor de
ciclo ativo, porque algumas arquiteturas não garantem que o DLL gere um sinal com 50% de
ciclo ativo ao final do processo de geração de sinal.
Outro sistema que pode ser adotado é o de Edge Combiner que é a geração de sinal
múltiplos da frequência de saída F
out
, utilizando a combinação dos sinais sucessivos obtidos de
diferentes pontos da cadeia de atraso.
6.4 DIMENSÕES E AJUSTES DAS RELAÇÕES DOS TRANSISTORES
As dimensões dos transistores W/ L ( largura e comprimento ) empregados nos circuitos
devem sempre ser de dimensões mínimas, ou seja, tem que ser projetados de tal forma que não
exista combinação possível de W/L de valor menor. Isto ocorre devido ao custo de
implementação que aumenta devido às dimensões dos transistores. Outro fator é que as
capacitâncias parasitas são proporcionais as dimensões dos elementos (RAZAVI, 1998). Então a
forma de minimizar esses efeitos indesejáveis é projetar os transistores em dimensões mínimas.
Os de W/ L também são função da tensão de alimentação sendo que quanto menor os
valores de tensão, maiores são as dimensões de W/ L para que haja a polarização do transistor.
As capacitâncias parasitas também têm influencia na frequência máxima de operação dos
transistores. Quanto maior a frequência de operação do circuito mais fácil é verificado os efeitos
das distorções das formas de onda de tensão de saída de forma até que seja então inviável a
operação do circuito numa frequência alta.
A tecnologia disponível para desenvolvimento é a 350nm do kit Mentor – AMS (Austria
Micro Systems) que apesar de não estar atualizada, pois atualmente estão disponíveis no
mercado Kits em que a tecnologia é 130 nm, é adequada para as avaliações sistemáticas do nosso
problema.
Outro aspecto a ser observado é a utilização de blocos lógicos desenvolvidos a partir de
circuitos digitais. Esta escolha foi feita para priorizar as simulações em qualquer tipo de
ferramenta de simulação que comporta avaliações de ferramentas de simulação de alto nível.
48
Uma desvantagem própria deste método é que comparado com circuitos analógicos, existe quase
sempre um aumento considerável de área do circuito total e também do consumo de energia.
6.5 CONSTRUÇÃO DA CADEIA DE ELEMENTOS DE ATRASO
PROGRAMÁVEL
A frequência de trabalho do DLL e sua resolução o definidas pela cadeia de
atrasadores. Assim, o primeiro passo é a definição da resolução de fase sistema, que é a menor
unidade de atraso controlada pela cadeia ζ. Desta forma tem-se que resolução é igual ao atraso
mínimo possível por esta cadeia. E que o número total da cadeia multiplicado pelos atrasos
individuais geram o tempo mais longo da cadeia.
Nos principais projetos de linha de atraso o tempo de atraso de cada célula são iguais
entre si. Desta forma cada célula contribui com um tempo de atraso de T
ref
/N, em que N é o
numero de células da cadeia. Num exemplo, fazendo-se uma cadeia com 8 atrasadores e que
cada célula atrasadora possa introduzir um atraso de 10 ηs tem-se o seguinte: o total de atraso de
um VCDL precisa ser igual a um período de clock T
Ref
=80ηs
,
frequência máxima de 50 MHz e
frequência mínima de 6,25 MHz. Um maior número de células atrasadoras aumenta a resolução
de freqüência, mas faz com que o sistema tenha que operar em frequências maiores devido ao
maior atraso da linha de atraso.
Para se conseguir boas resoluções muitas vezes são utilizadas grandes cadeias de
atrasadores com centenas de elementos. Um número que aparece frequentemente na literatura é
uma cadeia com 256 elementos (COCKBURN, 2006). Para poder manipular e controlar
adequadamente cadeias tão longas muitas arquiteturas foram propostas de forma a manter a
resolução de frequência mas fazendo com que células não tenham mais o mesmo tempo de
atraso. Outra evolução das VCDL foi a divisão desta linha em duas etapas: denominadas de Fine
Delay Line (Resolução Fina) e Course Delay Line (Resolução Grossa). Além de permitir melhor
controle do andamento da seleção da resolução, permite-se que haja menor geração de jitter
(GALLUP, 1999).
49
6.5.1 Obtenção do Atraso fixo
Uma porta lógica possui um atraso de propagação fixo, este valor de atraso é função da
tensão de alimentação e principalmente das dimensões dos transistores envolvidos. Desta forma
pode-se implementar e controlar atrasos em portas lógicas como portas NOT, NOT Tri-State,
NAND, de forma a fazer com que atrasos possam ser controlados de acordo com especificações
desejadas.
Diferentes dimensões permitem que os transistores das portas lógicas possuam mais ou
menos efeitos capacitivos de acordo com as dimensões. E esses efeitos capacitivos basicamente
definem o tempo de respostas dos componentes. A tecnologia adota de 350 nm permite que se
faça uma resolução de 50ps quando se utiliza a relação entre atrasos de diferentes portas lógicas.
6.5.2 Portas Logicas para geração de atrasos
Para o desenvolvimento de lógicas digitais é necessário primeiramente o desenvolvimento
de cada porta lógica digital de acordo com as características do sistema. Foram desenvolvidas as
portas lógicas priorizando o desempenho em frequência e por conseqüência a diminuição de área
de forma a obtermos circuitos rápidos e com área reduzida.
6.5.3 Inversor e Tri-State Inversor
Para o desenvolvimento de células de atraso formam utilizados como unidades o inversor
comum e o inversor tri-state. A escolha foi para ter disponível atrasos que possam ser múltiplos
um do outro. Foram escolhidos como atraso de 50ps para o inversor como padrão e o tri state foi
dimensionado para que o atraso fosse o dobro do valor 100 ps. Temos na Figura 6.26 e na Figura
6.27 a representação destas montagens. Nestas figuras os números representam as dimensões de
W e L em micrometro.
50
Figura 6.26.Inversor.
Figura 6.27.Tri State Inversor.
Todas as configurações das dimensões dos transistores (W e L) foram projetadas para que
o circuito seja alimentado com tensão de 3,3V. Este fato é pelo comprometimento entre
frequência de trabalho e área dos circuitos.
51
6.5.4 Modelo de Simulação e uso de Tecnologia Digital
Para facilitar o processo de simulação, validação e verificação foram utilizadas
ferramentas que trabalham somente com circuitos digitais porque diversas variáveis poderiam
ser a princípio não consideradas levando-se em consideração apenas o desempenho da
arquitetura do sistema. Desta forma valida-se a arquitetura, posteriormente, fazer as adaptações e
configurar os parâmetros para implementação em circuitos CMOS.
As ferramentas utilizadas foram Max + Plus II v 10.1 da Altera que implementa,
configura e simula circuitos digitais principalmente das famílias de FPGAs e CPLDs MAX e
FLEX. e Quartus v 7.2 e 9.0. E que permitem ainda a implementação, simulação e gravação da
família de componentes Cyclone II.
Outro recurso da ferramenta utilizada é a entrada em VHDL que permite que parte do
circuito ou mesmo ele todo possa ser programado e configurado em alto nível de abstração, o
que em termos práticos facilita todo o processo de portabilidade tão importante em circuitos
digitais. Esta prática de utilização de VHDL e outras linguagens vem sendo muito utilizado em
circuitos tipo DLL (XILINX, 2000).
A validação da arquitetura foi realizada com a placa de desenvolvimento Cyclone II
FPGA Starter Development Board que utiliza como FPGA o componente Cyclone II
EP2C20F484C7. Este componente tem como restrições aplicações em que a frequência interna
de trabalho sejam maiores de 400 MHz (ALTERA, 2006). Nas simulações utilizando as
ferramentas Quartus apresentou frequências externas até o limite de 100 MHz.
6.6 SIMULAÇÕES E IMPLEMENTAÇÃO DE ARQUITETURAS
DIGITAIS
Para verificar o funcionamento do DLL testou-se a implementação do modelo digital
usando a ferramenta de desenvolvimento de projeto da Altera Max + Plus II e também da
ferramenta Quartus II v. 9.0. Apesar de não apresentar todas as ferramentas para cálculos de
52
potência, jitter e análise de histograma de frequências por exemplo permite uma verificação das
condições de funcionamento e sincronismo do sistema. Nestas ferramentas de desenvolvimento
de circuitos digitais são realizadas as seguintes etapas de projeto: Entrada de projeto, síntese,
roteamento, simulação, análise temporal, programação e gravação. A Figura 6.28 apresenta o
diagrama do desenvolvimento dos projetos digitais nas ferramentas de projeto.
Figura 6.28. Diagrama de Síntese Digital.
A entrada de projeto é o tipo de arquivo a ser usado na ferramenta. Nesta etapa de projeto
são permitidas diversas formas de arquivo sendo as principais os arquivos gráficos, arquivos tipo
Netlist, arquivo EDIF e os arquivos de HDL (linguagens de descrição de hardware). Os arquivos
de HDL e EDIF são padronizados para que possam funcionar em todas as plataformas e não ser
dependente de fabricantes de ferramentas ou associados à alguma tecnologia. O processo de
síntese faz a verificação se é possível a implementação física do sistema levando-se em
consideração a do número de componentes do sistema. O processo de roteamento também faz a
verificação das possibilidades de ligação física entre os blocos lógicos implementados no sistema
e traz a verificação das possibilidades de roteamento de acordo com a pinagem final do sistema.
53
As etapas de simulação e análise temporal fazem a verificação de uma implementação física do
sistema. Apesar de o nome ser simulação, geralmente estas ferramentas apresentam dados
bastante confiáveis em termos de validação das condições de especificação do circuito. A
geração do arquivo de roteamento significa na prática que o circuito é factível do ponto de vista
de implementação e consequentemente é gerado o arquivo de programação e gravação do
dispositivo FPGA.
6.7 ESCOLHA, MONTAGEM E IMPLEMENTAÇÃO DOS BLOCOS
LÓGICOS DA CONFIGURAÇÃO PROPOSTA
6.7.1 Detector de Fase
Como o DLL precisa trabalhar em uma frequência a mais alta possível e com geração
bastante baixa de jitter, o detector de fase necessita ter as seguintes características: alto ganho,
saída diferencial, redução dos problemas de dead zone e rapidez de chaveamento. Para obter
estas características optou-se pela implementação de um PFD (Phase Frequency Detector). A
Figura 6.29 apresenta um modelo de detector de fase e na Figura 6.30 o detector de fase
implementado para o DLL.
Figura 6.29. PFD para DLL.
54
Figura 6.30. Detector de Fase Implementado.
Este detector de fase é composto por dois Flip Flops tipo D e uma porta AND. A célula
de atraso é constituída por dois inversores colocados em seqüência de forma a não alterar a
lógica do circuito. O detector de fase foi simulado em malha aberta, ou seja, foi isolado para
verificação do funcionamento sem interferência dos demais blocos. Na Figura 6.31 o sistema
está em fase, ou que significa que os sinais F_out e F_in são iguais. As saídas do detector de fase
são apenas pulsos bastante curtos e para esta situação os valores de sobe e desce entram com
sinais opostos no contador e acabam se anulando não provocando alteração na contagem do
contador.
Figura 6.31. Fout = F_in sistema em fase.
55
Na Figura 6.32 tem-se o caso de F_out e F_in com mesma freqüência, mas com F_in
adiantado. Neste caso é verificado que no sinal desce prevalece o positivo, fazendo com que o
contador diminua o valor de contagem atual.
Figura 6.32. F_out e F_in com mesma frequência mas F_in atrasado.
O exemplo oposto da Figura 6.32 é apresentado em Figura 6.33, caso em que o contador
é solicitado a aumentar a contagem.
Figura 6.33. F_out e F_in com mesma frequência mas F_in adiantado.
A Figura 6.34 ilustra a situação em que F_out é mais rápido que F_in e então o detector
ativa o desce de forma proporcional ao atraso de fase detectado.
Figura 6.34. F_out mais rápido que F_in.
56
6.7.2 Contador
O contador foi desenvolvido utilzando-se a linguagem de descrição de hardware VHDL.
A utilização de VHDL se deve a rápida prototipagem e também pelo fato de não estar bem
definido o número de bits, então este contador apresenta 8 bits podendo este valor ser alterado
até a implementação final do projeto.
O contador faz o papel de acumulador de fase e charge pump, desta forma, o clock
acionado faz com que haja a leitura das variáveis de entrada Up e Down. E estes valores são
somados e determinam se o contador deve ser incrementado, decrementado ou permanecer
estável.
6.7.3 Detecção e Acumulação de Fase
Para verificar o funcionamento do sistema Detector de Fase e Contador temos na Figura
6.35 um sistema para verificar se realmente o detector de fase somado ao contador consegue
operar corretamente.
Figura 6.35. Detector de Fase e Contador.
A Figura 6.36 apresenta a simulação quando F_in esta adiantado de F_out e na seqüência
a Figura 6.37 apresenta o caso em que F_in esta atrasado e a contagem é decrementada.
Nas simulações do detector de fase foram verificados sinais espúrios, ou em outras
palavras oscilações inerentes aos atrasos dos circuitos digitais nas transições de seleção da
largura do período de frequência. Como este tipo de oscilação representa uma geração indesejada
57
de jitter, foi implementado um sistema baseado em clock para que não mais fosse gerado esse
tipo de ruído.
Figura 6.36. O sinal F_in adiantado: Contagem crescente.
Figura 6.37. O sinal F_in atrasado: Contagem decrescente.
6.7.4 Linha de Atraso Programável Digital
Para criar agora um sistema DLL é necessário criar um sistema que produza um atraso
proporcional ao número do contador. Desta forma, em algum momento depois de alguns ciclos
do período de F_in (sinal de referência de entrada) o sistema entrará em sincronismo. Mas para
que isso aconteça é necessário que a frequência do F_in seja limitada porque também é limitada
a capacidade de seleção de fase de qualquer VCDL ou neste caso, um Arranjo Programável de
Atraso.
A primeira idéia de um tipo de Arranjo Programável de Atraso foi estabelecer um sistema
semelhante ao apresentado em Cock burn, 2006. Ele implementou uma Linha de Atraso
Programável através de um multiplexador (Mux) que controlava 256 linhas as quais eram
selecionadas pelo seletor de tamanho da linha de atraso. Apesar de conceitualmente ser simples a
implementação na prática é dificultada pelo grande número de elementos. Uma grande cadeia
implica em interferências de ruídos parasitas e problemas de descasamento. A Figura 6.38 ilustra
o sistema de linha programável.
58
Figura 6.38. Linha de Atraso Programável proposta por Cockburn.
Outras arquiteturas propõem a diminuição do tamanho da linha por meio de Sistemas Grosso
e Fino (course, fine), de forma que o Grosso faz a seleção a passos mais largos e o Fino faz os
ajustes finais do sistema. Essa separação pode permitir a facilidade de estabelecimento do
sistema bem como uma melhor escolha do ponto em que é necessário o emprego de um ou outro
tipo de célula de atraso levando em consideração as características dos circuitos CMOS, tais
como o tamanho, o consumo e a geração de ruídos (CARDOSO, 2009; OH, 2008; WANG,
2006).
Devido a limitação da tecnologia será implementado a princípio uma resolução de 10ηs
usando arranjos de portas NOT e inversor Tri-State. Estes blocos lógicos são selecionados por
cada uma das linhas do contador usando para isso um Mux 2 x 1. Assim, pode-se implementar
um sistema em que cada bit do contador implementasse o dobro de atraso do bit seguinte, desta
forma, o primeiro bit S0 implementaria atraso de 20ηs, o segundo (S1) de 40 ηs e assim
sucessivamente até o bit S7 que introduz atraso de 2,56 us. A seleção em cada bit é feita através
de um multiplexador que permite ou não a introdução do atraso. A Figura 6.39 demonstra o
circuito do processo de seleção de atraso.
Figura 6.39. Sistema de Seleção de Atraso usando Mux.
59
Os tempos de atraso das portas lógicas da ferramenta da Altera Max Plus II apresentam
muitas diferenças em relação à tecnologia CMOS 350nm. Para usar tempos de atraso semelhante
foi utilizado do recurso de Lcell que são células atrasadoras disponibilizadas pela ferramenta que
introduzem atraso próximo a 4 ηs. Para gerar um atraso de 20 nano segundos foi implementado
uma cadeia de 5 atrasadores para efeitos de simulação de comportamento do sistema.
Colocando os Mux e os atrasadores em cadeia, pode-se assim gerar a Linha Programável
de Atraso com o peso ponderado em cada bit.
Assim quando o contador apresentar por exemplo, o número D ‘125’ que corresponde a
B’01111101’ tem-se atraso total de 2,5us. Os atrasos neste caso não estão levando em
consideração os atrasos inerentes as portasgicas do Mux e demais circuitos tais como o
próprio contador. Na implementação de um sistema de 8 bits precisa-se implementar 8 células
com atrasos selecionáveis por chaves Mux e isso em cascata sendo que para cada mudança no
bit mais significativo o tempo de atraso selecionável dobra. A Figura 6.40 apresenta uma linha
de atraso programável de 8 bits. Nas simulações foram encontrados problemas de linearidade na
somatória dos atrasos principalmente nos primeiros bits de forma que os bits de menor valor
apresentassem valores de atraso mais significativos do que o ideal e esse erro era reduzido
conforme era a relação entre os bits mais significativos. Esse tipo de erro provavelmente se deve
a não idealidades dos roteamentos implementados pelas ferramentas de sínteses.
60
Figura 6.40. Montagem da Linha de Atraso Programável de 8 bits.
A simulação da Linha de Atraso Programável é bastante complexa tendo em vista a
análise que é a soma de atrasos dos oito bits. Mas para ilustrar o comportamento, a Figura 6.17
61
mostra a simulação para quando os bits s7, s5, s3, s1 estão em nível alto (1) e introduzem atraso.
Pela simulação o total de atraso introduzido pela linha foi de 2,1171us.
Figura 6.41. Simulação da Linha de Atraso Programável.
Para gerar o sistema completo do DLL cada subprograma precisa ser representado por
um símbolo. A Figura 6.42 ilustra o símbolo gerado para a Linha de Atraso Programável.
Figura 6.42. Símbolo Criado para a Linha de Atraso Programável.
Então a Figura 6.43 apresenta o Sistema DLL digital CMOS.
62
Figura 6.43. Arquitetura Implementada Modelo Digital DLL.
No próximo capítulo serão detalhados os resultados do DLL proposto.
63
10 7 RESULTADOS SIMULADOS E
EXPERIMENTAIS
Para introdução ou equalização de fase entre dispositivos periféricos ou memóriaso
utilizados circuitos DLL ou PLL na faixa de frequência de 100 a 500 MHz (RAMBUS, 2004). A
faixa de frequência do DLL proposto foi limitada pela tecnologia do dispositivo FPGA. Desta
forma o sistema implementado opera entre 1 e 100 MHz.
Neste capítulo serão abordadas as etapas de simulação implementação, validação do
circuito DLL e os resultados do DLL proposto.
7.1 SIMULAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E VALIDAÇÃO DO SISTEMA
DLL
Para realizar a simulação foi determinado que o clock do sistema (define a frequência de
amostragem do detector de fase) atuasse com múltiplos de 4ηs porque não foi possível
simulações que funcionassem em valores menores que este.
Também como parâmetro de simulação foi definido que a frequência F_ref não poderia
ser maior que 2/3 da frequência do clock.
Vários casos merecem destaque para a simulação do DLL. Como dito anteriormente a
ferramenta de trabalho não parece funcionar com clock menor que 4ηs então foi adotado clk =
4ηs e verificado se o sistema consegue entrar em sincronismo.
Na Figura 7.44 (denominado de Caso 1) tem-se que F_out inicia inativo e após alguns
períodos o sistema entra em sincronismo. O contador contou de forma crescente até o numero 2
e estabilizou neste valor. F_in e F_out não estão alinhados exatamente em fase mas, isso deve ser
devido aos atrasos de propagação das demaislulas e também da impossibilidade do sistema
em introduzir um menor deslocamento de fase. Neste caso existe um sincronismo fraco porque
64
em alguns ciclos o sistema acaba acumulando erro de fase o que implica que F_out vai ficar
oscilando ente um e outro valor de frequência.
As simulações funcionaram bem com um período de 10 ns para F_in o que implica que
tem-se uma frequência máxima de operação de 100 MHz. Muito provavelmente o sistema
poderia alcançar maiores frequências, mas esta ferramenta impossibilitou esta análise. A família
de componentes utilizada foi a Cyclone II, Por ser o componente da placa de teste disponível.
Figura 7.44. Caso 1. Simulação na Máxima Frequência Possível.
Por outro lado, em baixas frequências é esperado que o sistema demore mais para se
estabelecer devido à procura mais demorada do tamanho do atraso que deve ser introduzido para
gerar a frequência F_out correspondente. E também é previsível que a partir de certa freqüência,
mesmo que todas as células de atraso estejam sendo ativadas não seriam suficientes para gerar o
atraso (BYUNG, 2005. O Caso 2 mostrado na Figura 7.45 tem-se os seguintes dados: F_in tem
período de ativo de 630ηs o que implica em um período total de 1260ηs e clk de período de 400
ηs. Assim tem-se a frequência de 793.65kHz. Fazendo um cálculo aproximado do número de
ciclos que foram necessários para o sistema entrar em sincronismo tem-se: 105μs/ 1260μs = 83
ciclos.
Figura 7.45. Caso 2. Mínima frequência que o DLL entra em sincronismo.
Todas as simulações com valor do período de F_in maiores que 630 ηs o sistema
apresentou dificuldade em entrar em sincronismo fazendo-se uma busca por todas as
possibilidades de Linha de Atraso por várias vezes.
65
Existem outras situações que o sistema entra em um fraco sincronismo e depois de
algumas dezenas de ciclos tem-se o restabelecimento do sincronismo de forma definitiva. Este
fato se deve a existência de algum pequeno atraso entre os dois sinais e que após vários ciclos
são acumulados de forma a acionar o detector de fase novamente o que implica na alteração da
contagem e busca por uma nova posição de sincronismo. No caso mostrado na Figura 7.46 tem-
se F_in com período de 1300 ηs e clk com período de 540 ηs.
Figura 7.46. Falso Sincronismo e Restabelecimento do Sincronismo.
Em outro exemplo uma simulação típica em 25 MHz em que foram necessários poucos
ciclos de clock para o estabelecimento do sinal. Na frequência de operação de 2 MHz, é possível
verificar que o sistema converge em menos de 1.28 μs e que a partir de então a frequência de
saída acompanha o sinal de entrada com uma defasagem de fase.
Figura 7.47. Simulação típica DLL em 25 MHz.
Figura 7.48. Simulação típica DLL em 2 MHz.
66
7.2 IMPLEMENTAÇÃO SISTEMA DLL NO KIT DE
DESENVOLVIMENTO
Utilizando o kit de desenvolvimento Cyclone II FPGA Starter Development pode-se
implementar o circuito DLL em duas configurações. O circuito DLL_2 é um DLL constituído de
uma linha de atraso programável com 8 elementos e a menor unidade de atraso duas Lcell. E o
circuito DLL_1 foi implementado com menor unidade de atraso possível, uma unidade Lcell. Os
circuitos apresentaram praticamente as mesmas respostas e também os equipamentos de medição
e geração de sinal impossibilitaram verificar todo o espectro de trabalho dos circuitos DLL.
Como fonte de sinal foram utilizados um gerador de sinais Sony - Tektronics AFG310 que gera
sinais retangulares até 15 MHz e os sinais de clock interno disponíveis no próprio Kit de
desenvolvimento de 50 MHz, 27 MHz e 24 MHz. A Figura 7.49 mostra como foi o processo de
aquisição de sinais da Placa Cyclone II FPGA Starter Board.
Figura 7.49. Esquema do processo de aquisição de sinais.
A Figura 7.50 mostra como foi realizado o de teste do DLL. O computador envia os
arquivos de configuração através de um cabo USB. A placa do Kit utiliza de dois sinais, sendo o
67
mais rápido utilizado como referência. O próprio clock interno podendo ser de 50 MHz, 27 MHz
ou 24 MHz. O segundo sinal pode ser oriundo de um gerador de sinais externo ou mesmo um
clock interno desde que seja mais lento do que o primeiro sinal. A placa do kit também apresenta
um barramento em se selecione qual pino de saída do sistema. E por fim, são feitas as medições
através do osciloscópio Tektronics.
Figura 7.50. Montagem sistema.
A Figura 7.51 mostra o canal 1 o sinal gerado pelo gerador de sinais e o canal 2 a saída
do DLL. A Figura 7.52 mostra o sinal F_in em 16 MHz e com os sinais sobrepostos para facilitar
a visualização do efeito de deslocamento de fase.
Figura 7.51. Implementação DLL_1 a 15 MHz.
68
Figura 7.52. Implementação DLL_1 Efeito do deslocamento de fase.
O sistema também utilizou do clock interno da placa para fazer a implementação do
DLL. Um sinal de 50 MHz foi utilizado com clock do sistema e o sinal de 21.1 MHz como sinal
de referência como mostrado na Figura 7.53.
Figura 7.53. Implementação DLL_1 a 21.1 MHz.
A Figura 7.54 mostra a implementação do DLL em uma frequência de 2 MHz. Esta
implementação valida o resultado da simulação em 2 MHz da Figura 7.48. Espera-se por esta
comparação que as demais simulações sejam validadas por analogia porque em frequências mais
69
altas as implementações mostraram imagens bastante senoidais possivelmente por problemas na
aquisição de dados (o osciloscópio trabalha no máximo a 100 MHz).
Nota-se que para sinais com frequência menor apresentam pouca distorção em relação a
uma onda quadrada.
Figura 7.54. Implementação DLL_1 a 2 MHz.
7.3 CONCLUSÕES
O circuito DLL proposto apresenta as seguintes características:
Portabilidade; por ser um circuito digital pode ser implementado em diversas
tecnologias adaptando somente o tempo da célula de atraso.
Sistema de detecção baseado em amostragem que facilita o processo de
convergência e diminui o tempo de estabelecimento.
Ciclo ativo próximo a 50% o que facilita o interfaceamento com outros sistemas.
Número de bits, ou resolução pode ser facilmente modificado para trabalhar em
outras faixas de frequência.
Nova arquitetura da Linha de Atraso Programável que facilita a interface com o
contador (acumulador).
Frequência de trabalho entre 1 MHz e 100 MHz para a família de FPGA proposta.
Tempo máximo de sincronismo 83 ciclos a 1 MHz (aproximadamente).
70
A arquitetura proposta mostrou-se validada por apresentar características semelhantes a
trabalhos implementados fisicamente em tecnologia CMOS mesmo sendo que o trabalho ficou
limitado as características do dispositivo FPGA.
O dispositivo DLL apresentou os requisitos para a partir de um sinal de clock fazer o
reconhecimento e estabelecimento do sinal e gerar a fase necessário para que os sinais entrem
em sincronismo numa ampla faixa de frequência.
Na Tabela 7.1 tem-se uma comparação de desempenho dos artigos com arquitetura
semelhante. Sistemas implementados com tecnologia CMOS analógica apresentaram maior
tempo de sincronismo em relação aos sistemas digitais.
Tabela 7.1 – Comparação de Desempenho.
Este
Trabalho
Lip Kai 2007 Hsiang Hui
2002
Cockburn
2006
Tecnologia e
Processo
350nm
CMOS
Digital
(Simulado)
180nm
CMOS
Analógico
350nm
CMOS
Analógico
180nm
CMOS
Digital
Tensão 3.3V 1.8V 3.3V 2.0V
Frequência
de Operação
1-100MHz 50 – 150
MHz
100 MHz 14 -250 MHz
Tempo de
Sincronismo
<2µs 2µs em 100
MHz
1130 ciclos 963 ciclos em
14 MHz
E 89 em 166
MHz
Ciclo ativo
50%
Sim Não Não Sim
Devido às restrições a equipamentos, o foi possível fazer testes em frequências
próximas aos limites do FPGA. O gerador de sinais com frequência mais alta gera sinais de 27
MHz e o osciloscópio pode fazer aquisições de até 100 MHz.
71
11 8 CONCLUSÕES E DISCUSSÕES
O sistema DLL proposto propõe uma nova arquitetura baseado em uma nova Linha de
Atraso Programável. A principal inovação foi a utilização de um contador associado diretamente
e proporcionalmente a cada bit fazendo que o tempo de sincronismo fosse bastante reduzido.
A arquitetura da linha de atraso programável provou-se eficiente na geração rápida do
atraso a ser implementado. O sistema entrou em sincronismo em muito poucos ciclos
apresentando desempenho semelhante ao proposto por outros autores que utilizam diferentes
tecnologias.
O dispositivo DLL apresentou os requisitos para a partir de um sinal de clock fazer o
reconhecimento e estabelecimento do sinal e gerar a fase necessária para que os sinais entrem em
sincronismo numa ampla faixa de frequência.
Com os dispositivos FPGA da família Cyclone foi possível a implementação e ajustes
para o sistema operar em pelo menos 100 MHz. A faixa de frequência apresentou-se bastante
ampla devido ao número de bits utilizado na arquitetura da linha de atraso programável.
O sistema DLL proposto apresentou ciclo ativo de 50% o que implica na não
necessidade de circuitos auxiliares para se fazer o interfaceamento com outros dispositivos.
A utilização de sistema baseado em HDL (linguagens de descrição de hardware) permite
uma rápida reconfiguração dos parâmetros do circuito para novas avaliações do sistema.
A utilização de arquiteturas digitais se mostrou eficiente de forma a apresentar melhor
tempo de sincronismo em relação aos dispositivos analógicos conforme é mostrado pela Tabela
7.1
Para avaliar alguns parâmetros de desempenho é necessário a implementação física do
dispositivo CMOS e utilização de equipamentos sofisticados para avaliação jitter e outros dados.
Outro ponto a ser avaliado no sistema é fazer implementações de outras arquiteturas de
detectores de fase para avaliação de desempenho de ganho e tempo de chaveamento.
Blocos podem também ser adicionados para a detecção do sincronismo e para a
facilitação e seleção da faixa de trabalho e assim estabelecimento do sinal.
72
De modo geral o circuito DLL proposto satisfaz as condições de operação de pelo menos
100 MHz e não foi possível medir o jitter mas espera-se valores baixos devido ao bom
comportamento das amostragens do sinal no tempo.
73
12 9 TRABALHOS FUTUROS
Este trabalho pode ser complementado com a implementação física do dispositivo em
tecnologia CMOS. O sistemao foi implementado devido as dificuldades de implementação e
de compatibilidade entre os arquivos de projetos por algum problema de configuração das
ferramentas de síntese (MENTOR e suas entradas para arquivos EDIF e VHDL).
Espera-se que com novas tecnologias possa-se reduzir drasticamente a resolução de fase
do sistema de forma a se alcançar frequências de operação em torno de GHz.
Sistemas Híbridos PLL e DLL ou Dual DLL abordam características de duas arquiteturas
de forma a desenvolver um sistema mais robusto e mais completo. Uma futura aplicação dos
DLL são sistemas dual DLL ou híbridos com o PLL de forma a operar em sistemas de alta
frequência e baixíssimo jitter. E sistemas PLL ou DLL quando podem operar em frequências
maiores que 300 MHz podem trabalhar com recuperação de clock para memórias de
computadores.
74
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2009.
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