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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DISTÚRBIOS DA
COMUNICAÇÃO HUMANA
TEMPOS MÁXIMOS DE FONAÇÃO DE VOGAIS E
CAPACIDADE VITAL EM MULHERES ADULTAS COM
NÓDULOS VOCAIS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Laura Oliveira Kurtz
Santa Maria, RS, Brasil
2010
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TEMPOS MÁXIMOS DE FONAÇÃO DE VOGAIS E
CAPACIDADE VITAL EM MULHERES ADULTAS COM
NÓDULOS VOCAIS
por
Laura Oliveira Kurtz
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do
Programa de Pós- Graduação em Distúrbios da Comunicação
Humana, Área de Concentração em Fonoaudiologia e
Comunicação Humana – Clínica e Promoção, da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial
para a obtenção do grau de
Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana.
Orientador: Drª Carla Aparecida Cielo
Santa Maria, RS, Brasil
2010
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K96t Kurtz, Laura Oliveira
Tempos máximos de fonação de vogais e capacidade vital em
mulheres adultas com nódulos vocais / por Laura Oliveira Kurtz. –
Santa Maria, 2010.
61f. ; 30 cm.
Orientadora: Carla Aparecida Cielo
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria,
Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em
Distúrbios da Comunicação Humana, RS, 2010.
1. Fonoaudiologia 2. Distúrbios da fala 3. Distúrbios da voz
4. Voz - fonação 5. Capacidade vital I. Cielo, Carla Aparecida
III. Título.
CDU 616.89-008.434
Ficha catalográfica elaborada por
Josiane S. da Silva - CRB-10/1858
____________________________________________________________________________
© 2010
Todos os direitos autorais reservados a Laura Oliveira Kurtz. A reprodução de partes ou do
todo deste trabalho só poderá ser feita com autorização por escrito do autor.
Endereço: Rua Vale Machado, n. 1646, ap. 401, Bairro Nossa Senhora do Rosário, Santa
Maria, RS, 97010-530.
Fone (55) 3028 7121; Cel (55) 9985 2151
End. Eletr: [email protected]
____________________________________________________________________________
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer a minha orientadora Profª Drª Carla
Cielo, por todo o empenho, sabedoria, compreensão, e, acima de tudo, pela análise
rigorosa de cada página dessa dissertação. Através de suas sugestões,
esclarecimentos e comentários, sempre oportunos, possibilitou não somente a
elaboração dessa tese, mas também meu crescimentos profissional e pessoal.
Obrigada pelo exemplo de garra, determinação e disciplina.
A minha mãe, Glaucia, que sempre me apoiou, de todas as maneiras
possíveis, procurando me acalmar e incentivar nos momentos mais difíceis, me
fazendo acreditar que tudo daria certo.
Ao meu pai, pelo apoio e exemplo de vida. Obrigada por acreditar no meu
potencial!
Pai e mãe, agradeço vocês por existirem e fazerem parte da construção do
que sou hoje. Amo muito vocês!
Como poderia esquecer do Gui, meu irmão, que sempre marcou presença em
minha vida, vibrando com minhas conquistas, sofrendo nos meus momentos difíceis.
Agradeço ao Rafael, pelo “sacrifício” de me aguentar no decorrer desse
percurso, aturando minhas choradeiras nos momentos de angustia e minha
tagarelices nos momentos de empolgação. Obrigada pela compreensão e incentivo,
sempre me apoiando e acima de tudo, cobrando meu empenho e dedicação, para
que assim eu pudesse prosseguir na conclusão dessa etapa tão importante em
minha vida.
A Nelza, minha segunda mãe, pelo apoio incondicional.
Agradeço a todos os meus amigos e amigas, em especial a Nathale e a Lu,
minhas amigas do peito, pela disponibilidade, parceria e amizade.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a execução
dessa Tese de Mestrado.
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EPÍGRAFE
“Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar
a vida com paixão, perder
com classe e vencer com ousadia,
pois o triunfo pertence a quem se atreve...
A vida é muita para ser
Insignificante”.
(Charles Chaplin)
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RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana
Universidade Federal de Santa Maria – Rio Grande do Sul
TEMPOS MÁXIMOS DE FONAÇÃO DE VOGAIS E CAPACIDADE
VITAL EM MULHERES ADULTAS COM NÓDULOS VOCAIS
AUTORA: LAURA OLIVEIRA KURTZ
ORIENTADORA: Dra. CARLA APARECIDA CIELO
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 05 de março de 2010.
A obtenção de medidas de Tempos Máximos de Fonação (TMF) e da Capacidade
Vital (CV) são fundamentais na avaliação fonoaudiológica, pois revelam informações
sobre o controle neuromuscular e aerodinâmico da produção vocal de um indivíduo.
Tais variáveis podem estar alteradas em indivíduos com nódulos vocais, patologia
que altera o fechamento glótico e a coordenação pneumofonoarticulatória. Objetivo:
verificar os TMF de vogais, a CV e a relação entre ambos em mulheres adultas com
presença de nódulos vocais. Materiais e Métodos: utilizaram-se os registros do
Banco de dados de uma clínica-escola de Fonoaudiologia, totalizando um grupo de
estudo constituído de 38 sujeitos. Os critérios de inclusão foram: adultos do sexo
feminino e diagnóstico otorrinolaringológico de nódulos vocais. Os critérios de
exclusão foram: apresentar outra patologia laríngea além dos nódulos vocais;
comprometimento auditivo; respiração oral; histórico de doenças neurológicas,
psiquiátricas, endocrinológicas ou gástricas; gripe ou quadros de alergias; hábitos
de etilismo e/ou tabagismo; tratamento fonoaudiológico e/ou otorrinolaringológico
prévios. Foram coletados do Banco de Dados os dados de anamnese, o diagnóstico
otorrinolaringológico, e as medidas de TMF das vogais /a, i, u/, bem como o valor da
maior CV de todos os sujeitos da amostra. A avaliação dos TMF se dá pela medida
da duração de três emissões de cada uma das vogais, sendo que o paciente é
orientado a ficar em pé e realizar tais emissões em tom e intensidade habituais, até
o final da expiração, considerando-se o maior valor de cada vogal. Em relação aos
valores de CV, o paciente é solicitado a realizar um total de seis expirações no
espirômetro, após inspiração máxima, sendo três delas com presença de oclusão
nasal e três sem oclusão, com descanso entre elas. Por fim, é considerado o maior
dos seis valores coletados. Os resultados foram analisados estatisticamente ao nível
7
de significância de 5%, sendo a análise realizada por meio da estatística descritiva,
Teste U de Mann-Whitney, Teste de Normalidade das Variáveis (Lilliefords),
Correlação de Spearman, Teste de Kruskal-Wallis. Resultados: faixa de idade
homogênea; CV representativa e dentro da normalidade; TMF e média menos
representativos, abaixo da normalidade e com forte correlação positiva e significativa
entre si; correlação moderada, positiva e significativa entre CV e TMF e sua média.
Conclusão: na presença de nódulos vocais em um grupo de mulheres adultas, os
TMF encontraram-se reduzidos, a vogal /a/ apresentou menor valor quando
comparada às demais vogais, e a CV permaneceu dentro da normalidade, havendo
correlação moderadamente positiva entre ambos.
Palavras-chave: Voz, Fonação, Capacidade Vital, Distúrbios da Voz.
8
ABSTRACT
Master´s Degree Dissertation
Program of Post Graduation of Human Communication Disorders
Universidade Federal de Santa Maria – Rio Grande do Sul
MAXIMUM PHONATION TIMES OF VOWELS AND VITAL CAPACITY
IN ADULT WOMEN WITH VOCAL NODULES
AUTHOR: LAURA OLIVEIRA KURTZ
ADVISIOR: Dra. CARLA APARECIDA CIELO
Place of Defense and Date: Santa Maria, march 05
2010.
Obtaining measurements of Maximum Phonation Time (MPT) and Vital Capacity
(VC) are fundamental in a speech-therapy evaluation since they provide information
about neuromuscular and aerodynamic control of a subject’s vocal production. Such
variables may be altered in subjects who have vocal nodules, a pathology which
alters the glottic closure and the pneumo-phono-articulatory coordination.
Aim: verify the MPT of vowels, the VC and the possible relationship between them in
adult women with vocal nodules. Materials and Methods: database records from a
speech therapy school-clinic were used, making up a total of 38 subjects. The
inclusion criteria were female adults and otorhinolaryngology diagnosis of vocal
nodules. The exclusion criteria were: to have another laryngeal pathology other than
the vocal nodules; hearing loss; oral breathing; history of neurological, psychiatric,
endocrine or gastric disorders; flu or allergy history; drinking and/or smoking habits;
previous speech therapy and/or otorhinolaryngology treatments. Anamnesis data,
the otorhinolaryngology diagnosis, and the MPT measurements of vowels /a, i, u/
were collected from the database, as well as the value of the highest vital capacity
from all subjects in the sample. MPT evaluation is given by the duration
measurement of three emissions of each vowel. The patient is asked to stand and
produce such sounds in habitual tone and intensity until the end of exhalation. The
highest value of each vowel is then considered. Regarding VC values, the patient is
asked to perform six exhalations in the spirometer, after maximal inhalation. Three
exhalations are performed with nasal occlusion and three without occlusion, including
a rest between them. Finally, the highest out of the six values collected is
considered. The results were statiscally analysed at a 5% significance level. The
analysis was carried out through descriptive statistics, Mann-Whitney U Test,
9
Variables Normality Tests (Lilliefors), Spearman Correlation, Kruskal-Wallis Test.
Results: representative age range; representative and within normality VC; less
homogeneous MPT and mean, below normality and with a strong positive and
meaningful correlation; moderate, positive and meaningful correlation between VC
and MPT and the mean. Conclusion: in the presence of vocal nodules in an adult
group of women, the Maximum Phonation Times were reduced, the vowel /a/
presented a lower value when compared to the other vowels, and the VC remained
within normality, having a moderately positive correlation between both of them.
Keywords: Voice, Phonation, Vital Capacity, Voice Disorders.
10
LISTA DE TABELAS
3 Artigo de pesquisa: Tempos Máximos de Fonação de Vogais em Mulheres
Adultas com Nódulos Vocais
TABELA 3.1 – Diferença das variáveis de TMF das vogais /a, i, u/ e média dos TMF
das vogais /a, i, u/ entre os grupos de adultas jovens e adultas de meia idade com
nódulos vocais no Teste U de Mann-Whitney ........................................................38
TABELA 3.2 – Resultados do coeficiente de variação e significância das variáveis
idade, TMF das vogais /a, i, u/ e média dos TMF das vogais /a, i, u/ de mulheres
adultas com nódulos vocais ......................................................................................38
TABELA 3.3 – Resultados do teste de correlação de Spearman entre as variáveis
de TMF das vogais /a, i, u/ e média dos TMF das vogais /a, i, u/ de mulheres adultas
com nódulos vocais ...................................................................................................39
4 Artigo de pesquisa: Relação entre Tempos Máximos de Fonação de Vogais e
Capacidade Vital em Mulheres Adultas com Nódulos Vocais
TABELA 4.1 – Diferença das variáveis de TMF das vogais /a, i, u/, média dos TMF
das vogais /a, i, u/ e CV entre os grupos de adultas jovens e adultas de meia Idade
com nódulos vocais no Teste U de Mann-Whitney ...................................................48
TABELA 4.2 – Resultados do coeficiente de variação das variáveis idade, TMF das
vogais /a, i, u/, média dos TMF das vogais /a, i, u/ e CV de mulheres adultas com
nódulos vocais ...........................................................................................................48
TABELA 4.3 – Resultados da significância das variáveis de TMF das vogais /a, i, u/,
média dos TMF das vogais /a, i, u/ e CV de mulheres adultas com nódulos vocais no
Teste de Lilliefords ....................................................................................................49
11
TABELA 4.4 – Resultados do teste de correlação de Spearman entre as variáveis
de TMF das vogais /a, i, u/, média dos TMF das vogais /a, i, u/ e CV de mulheres
adultas com nódulos vocais ......................................................................................49
12
LISTA DE REDUÇÕES
CEP- Comitê de Ética em Pesquisa
CONEP - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
CV – Capacidade Vital
SAF - Serviço de Atendimento Fonoaudiológico
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TMF- Tempo Máximo de Fonação
UFSM - Universidade Federal de Santa Maria
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................14
2 REVISÃO DE LITERATURA – NÓDULOS VOCAIS EM MULHERES ADULTAS:
TEMPOS MÁXIMOS DE FONAÇÃO E CAPACIDADE VITAL ....................................
2.1Resumo................................................................................................................17
2.2 Abstract ..............................................................................................................17
2.3 Introdução ..........................................................................................................18
2.4 Material e Método ..............................................................................................19
2.5 Revisão de Literatura.........................................................................................19
2.5.1 Disfonias............................................................................................................19
2.5.2Tempos máximos de fonação em indivíduos adultos com laringe
normal.........................................................................................................................21
2.5.3 Tempos máximos de fonação de vogais de indivíduos com patologias de borda
de pregas vocais do tipo nódulos vocais....................................................................22
2.5.4 Capacidade vital e tempos máximos de fonação..............................................25
2.7 Conclusões ........................................................................................................27
2.8 Referências Bibliográficas ...............................................................................29
3. ARTIGO DE PESQUISA – TEMPOS MÁXIMOS DE FONAÇÃO DE VOGAIS EM
MULHERES ADULTAS COM NÓDULOS VOCAIS .....................................................
3.1 Resumo ..............................................................................................................34
3.2 Abstract ..............................................................................................................35
3.3 Introdução ..........................................................................................................36
3.4 Metodologia .......................................................................................................36
3.5 Resultados .........................................................................................................38
3.6 Discussão ...........................................................................................................39
3.7 Conclusão ..........................................................................................................40
3.8 Referências ........................................................................................................41
4. ARTIGO DE PESQUISA – RELAÇÃO ENTRE TEMPOS MÁXIMOS DE
FONAÇÃO DE VOGAIS E CAPACIDADE VITAL EM MULHERES ADULTAS COM
NÓDULOS VOCAIS ......................................................................................................
4.1 Resumo ..............................................................................................................43
4.2 Abstract ..............................................................................................................44
4.3 Introdução ..........................................................................................................44
4.4 Métodos ..............................................................................................................46
4.5 Resultados .........................................................................................................48
4.6 Discussão ..........................................................................................................50
4.7 Conclusão ..........................................................................................................51
4.8 Referências ........................ ...............................................................................52
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GERAIS ......................................................55
14
1 INTRODUÇÃO
A voz é considerada como o maior canal de comunicação interpessoal, por
meio do qual o ser humano extravasa seus sentimentos, sensações e impressões,
sendo, por isso, reflexo do que se é e de como se pensa (KRILLOS, 1995). Além
disso, sabe-se que a voz é considerada um som audível, que ocorre através da
vibração das pregas vocais durante a expiração, com o deslocamento da sua
mucosa, formando uma onda de baixo para cima (BEHLAU, PONTES, 1995;
COLTON, CASPER, 1996; BEHLAU., 2001; BARROS, CARRARA-DE ANGELIS,
2002)
Como o movimento muco-ondulatório depende do fluxo de ar transglótico, o
sistema respiratório é considerado por alguns autores como fundamental na
produção vocal, pois converte todo ar expirado em som glótico. Portanto, todo e
qualquer comprometimento da função aérea poderia provocar um efeito direto sobre
a qualidade vocal (BOONE, McFARLANE, 1994; HERRERO, VALASCO, 1997;
PINHO, 1998).
Além disso, a fonação também é resultado da atividade desempenhada pela
laringe, ou seja, da atividade de todos os músculos que servem à produção vocal,
necessitando da integridade de todos os tecidos do aparelho fonador (BEHLAU,
PONTES, 1995; BEHLAU, 2001; KOOIJMAN et al., 2005).
A integridade da mucosa das pregas vocais apresenta-se comprometida em
casos de disfonias orgânico-funcionais por nódulos vocais, patologia mais freqüente
no sexo feminino e que se caracteriza pelo aumento de massa na borda livre das
pregas vocais, prejudicando a vibração e o fechamento glótico, o que pode interferir
nos valores da sustentação dos tempos máximos de fonação (TMF).
A verificação dos TMF é uma das formas de se obter medidas objetivas sobre
a produção vocal, com a função de avaliar a habilidade do indivíduo em controlar as
forças aerodinâmicas respiratórias e mioelásticas da laringe durante uma emissão
vocal (BOONE, McFARLANE, 1994; BEHLAU, PONTES, 1995; BEHLAU, 2001;
OLIVEIRA, 2004).
A avaliação dos TMF é um teste aplicado para verificar a eficiência glótica de
forma objetiva, sendo rotineiramente utilizado em pacientes disfônicos (ISSHIKI,
OKAMURA, MORIMOTO, 1967; KENT, KENT, ROSENBEK, 1987; CRARY,
15
GLOWASKI, 1996; ZEMLIN, 2000; BEHLAU, 2001; MENDEZ, CASTRO, 2005;
CIELO, CAPELLARI, 2008).
As medidas dos TMF podem fornecer informações sobre o controle neu-
romuscular e aerodinâmico da produção vocal de um indivíduo, podendo ser utilizada
por fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas, e professores de canto como uma pré-
avaliação para outras formas de avaliação qualitativas e ou quantitativas (CIELO,
CAPELLARI; 2008).
Como os TMF revelam a eficiência da coordenação entre os níveis
respiratório e fonatório, a Capacidade Vital (CV) de um indivíduo também é
considerada uma medida importante na avaliação fonoaudiolóigica da produção da
voz, podendo interferir nos valores dos TMF (BEHLAU, 2001; MENDES, CASTRO,
2005; ROSSI et al., 2006).
As patologias laríngeas de borda das pregas vocais acarretam em
desequilíbrio no funcionamento coordenado da fonação, podendo causar um
fechamento glótico incompleto ou ineficiente, o que ocasiona escape aéreo
transglótico durante a emissão vocal. Portanto, os valores dos TMF podem estar
alterados na presença de patologia laríngea localizada na borda das pregas vocais
(BEBER, CIELO, SIQUEIRA; 2009).
Com base no que foi exposto, o objetivo geral deste estudo é verificar os TMF
de vogais, a CV e a possível relação entre ambos em mulheres adultas com
presença de nódulos vocais.
Esta dissertação é constituída por cinco capítulos, sendo o primeiro composto
pela introdução geral da pesquisa. No segundo capítulo, consta a revisão de
literatura, onde são apresentados os achados bibliográficos a respeito da importância
das medidas de TMF e CV na avaliação fonoaudiológica. Em seguida, são
abordados aspectos relacionados à patologia de nódulos vocais e sua freqüência no
sexo feminino, bem como resultados de pesquisas que mostram a influência de tal
patologia nos valores dos TMF e da CV. No terceiro capítulo da dissertação,
encontra-se um artigo original que teve como objetivo, verificar os valores de TMF de
vogais em mulheres adultas com presença de nódulos vocais. No quarto capítulo,
encontra-se um artigo original que procura mostrar a relação entre TMF e CV de
vogais em mulheres adultas com presença de nódulos vocais. Por fim, no quinto
capítulo constam todas as referências bibliográficas utilizadas no presente trabalho.
16
Os artigos referentes ao segundo, terceiro e quarto capítulos serão enviados,
respectivamente, para as seguintes revistas: Revista CEFAC; Pró-Fono - Revista de
Atualização Científica; Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. Os artigos já se
encontram nas normas exigidas pelas revistas.
17
2 REVISÃO DE LITERATUTRA
NÓDULOS VOCAIS EM MULHERES ADULTAS: TEMPOS MÁXIMOS
DE FONAÇÃO E CAPACIDADE VITAL
VOCAL NODULES IN ADULT WOMEN: MAXIMUM PHONATION
TIMES AND VITAL CAPACITY
2.1 Resumo
Tema: Tempos Máximos de Fonação (TMF) e Capacidade Vital (CV) em mulheres
adultas com nódulos vocais. Objetivo: realizar uma revisão de literatura sobre os
TMF de vogais e da CV de mulheres adultas com presença de nódulos vocais, bem
como verificar os estudos que falam da relação entre essas duas variáveis. Tal
pesquisa ocorreu através do levantamento bibliográfico, realizando-se buscas a
partir de livros; monografias; dissertações; artigos de periódicos nacionais e
internacionais; e internet. Para a busca, utilizaram-se os termos “Tempo Máximo de
fonação” “tempo de fonação”, “capacidade vital”, “nódulos vocais”, “voz na mulher”,
“voz feminina”. Conclusão: a maioria dos autores concorda que a coleta dos TMF é
um meio eficaz para avaliar a função vocal; indivíduos com presença de nódulos
vocais apresentam TMF reduzidos pelo fechamento glótico incompleto quando
comparado aos padrões de normalidade; a CV parece ser uma das variáveis que
influencia os TMF, mas há necessidade de mais estudos a esse respeito.
DESCRITORES: Voz, Fonação, Capacidade Vital, Distúrbios da Voz.
2.2 Abstract
Background: Maximum Phonation Times (MPT) and Vital capacity (VC) in adult
women with vocal nodules. Purpose: carry out a literature review about MPT of
vowels and VC in adult women with vocal nodules as well as verify the studies on the
18
relationship between these variables. This research was accomplished through a
bibliography search in books; monographs; dissertations; articles in national and
foreign periodicals; and on the Internet. For the search, the terms Maximum
Phonation Time, Phonation Time, Vital Capacity, vocal nodules, voice in women and
female voice were used. Conclusion: most authors agree that collecting MFT is an
efficient way to assess vocal function; individuals with vocal nodules have reduced
MPT due to incomplete glottic closure when compared to normality standards; VC
appears to be one of the variables that influences MPT; however, further studies in
this respect are still necessary.
KEYWORDS: Voice, Phonation, Vital Capacity, Voice Disorders.
2.3 Introdução
Durante a fonação, ocorre o movimento muco-ondulatório devido à passagem
de ar através das pregas vocais. Por isso, o sistema respiratório é considerado por
alguns autores fundamental na produção vocal, pois tem a função de converter o ar
que é liberado na expiração em som glótico. Portanto, todo e qualquer
comprometimento da função respiratória pode influenciar diretamente a qualidade
vocal
1
.
A coleta dos tempos máximos de fonação (TMF) é uma das maneiras de se
obter medidas objetivas a respeito da produção vocal. Tal medida tem a função de
avaliar a habilidade do indivíduo em controlar as forças aerodinâmicas respiratórias e
mioelásticas da laringe durante uma emissão vocal
1,2
.
A integridade da mucosa das pregas vocais apresenta-se comprometida na
presença de patologias como os nódulos vocais, que é mais freqüente entre as
mulheres e tem como característica o aumento de massa na borda livre das pregas
vocais, o que prejudica a vibração e o fechamento glótico, podendo interferir nos
valores da sustentação dos TMF.
A Capacidade Vital (CV) de um indivíduo também é considerada uma medida
importante na avaliação fonoaudiológica da produção da voz, podendo interferir nos
valores dos TMF
3,4
.
19
Vale ressaltar, que atualmente não foram encontrados estudos
correlacionando medidas de TMF e CV por sexo e por patologia como os nódulos
vocais. Por isso, a revisão sobre as variáveis mencionadas comprova a relevância do
estudo.
Com bases nessas premissas, o presente estudo teve como objetivo realizar
uma revisão de literatura sobre os TMF de vogais e da CV de mulheres adultas com
presença de nódulos vocais, bem como sua relação.
2.4 Material e Método
Foi realizado o levantamento bibliográfico, sem data limite, sendo utilizados
livros, monografias, dissertações, teses, periódicos e internet, através da busca por
publicações nas bases de dados Lilacs, Bireme, PubMed, MedLine, Scielo e Google
Schoolar, sendo consultadas fontes de literatura científica nacionais e internacionais.
Para a busca, foram utilizadas expressões como “Tempo Máximo de fonação”
“tempo de fonação”, “capacidade vital”, “nódulos vocais”, “voz na mulher”, “voz
feminina”.
2.5 Revisão de Literatura
2.5.1 Disfonias
Uma voz considerada harmônica é aquela que chega ao ouvinte com boa
qualidade, sendo emitida sem dificuldade ou desconforto pelo falante. Para que isso
ocorra, é fundamental uma interação perfeita entre todos os músculos envolvidos na
produção da voz, além da integridade de todos os tecidos que fazem parte do
aparelho fonador
1,5,6
.
Por outro lado, quando há o desequilíbrio, ou o rompimento dessas
interrelações, seja no nível do sistema produtor da coluna de ar (caixa torácica,
pulmões e diafragma), no sistema vibrador (pregas vocais), sistema ressonantal
(cavidades naso-orofaríngeas), sistema articulador (lábios, língua, dentes, palato
mole, palato duro e mandíbula) ou mesmo no feedback auditivo, pode-se estar
diante de uma disfonia
1,5
. Além disso, uma desordem vocal existe quando a
20
qualidade vocal, pitch (sensação de freqüência) e loudness (sensação de
intensidade) de uma pessoa diferem de seus pares em idade, gênero, cultura e
localização geográfica. Em outras palavras, quando as propriedades perceptivas da
voz são tão desviantes que chamam a atenção para o falante
1,7
.
As alterações mais encontradas na disfonia são as de nível respiratório
(inspiração insuficiente para fonação, ou início fonatório após a expiração); de nível
glótico (uso hipertônico da compressão glótica e o uso hipotônico, menos comum) e
nível ressonantal (não-aproveitamento das caixas de ressonância)
2
.
Existem diversas formas de manifestação da disfonia, entre elas encontra-se
o esforço à emissão, dificuldade em manter a voz, cansaço ao falar, variações na
freqüência fundamental habitual, rouquidão, falta de volume e projeção, perda da efi-
ciência vocal e pouca resistência ao falar, entre outras
1,5
.
Dentre os fatores etiológicos das disfonias, encontram-se alterações
congênitas da laringe, infecções de vias aéreas, fatores alérgicos, obstrução nasal,
abuso vocal, hábitos vocais inadequados, dentre outros
8
..
Vale ressaltar que repetidas vezes o aumento de massa das pregas vocais
causados, por exemplo, pelos nódulos vocais, torna impossível a adução ideal das
pregas vocais, o que pode trazer como resultado a presença de fendas, variando
em tamanho e forma. Portanto, toda e qualquer interferência estrutural entre as
bordas das pregas vocais habitualmente resulta em algum grau de disfonia e
conseqüente escape de ar
1
.
Para que haja uma fonação normal, é fundamental que as forças
aerodinâmicas da respiração estejam em equilíbrio com as forças mioelásticas da
laringe, de forma que o resultado não seja uma voz demasiadamente soprosa, com
predomínio das forças aerodinâmicas, ou excessivamente tensa, com predomínio
mioelástico
2
.
As alterações do fluxo expiratório podem ser conseqüência do uso
inadequado da musculatura respiratória, o que acarreta um conflito entre a pressão
subglótica e a resistência da região glótica. Tais perturbações da vibração das
pregas vocais podem ser estabelecidas pela presença de lesões estruturais, de
hipertonia da musculatura laríngea ou pela deficiência na coaptação glótica
9,10
.
A sustentação da fonação está diretamente relacionada com o controle da
função respiratória, com a eficiência glótica e com o controle laríngeo
1,2,11
.
21
2.5.2 Tempos máximos de fonação em indivíduos adultos com laringe normal
Um teste clássico e habitual, que avalia de forma objetiva as medidas de
respiração e tempos de sustentação vocal é a coleta dos Tempos Máximos de
Fonação (TMF). Tais medidas indicam a capacidade de controle das forças
mioelásticas respiratórias e aerodinâmicas da laringe, sendo possível o seu emprego
como auxílio no diagnóstico nos diferentes tipos de disfonias, bem como em
diagnósticos diferenciais e acompanhamento da evolução terapêutica
1,3,12-14
.
As medidas de TMF são obtidas e cronometradas durante a fonação
sustentada em uma única expiração. Esses dados fornecem informações sobre a
dinâmica da fonação, sendo bastante utilizados para avaliar a eficiência glótica
1,3,13,15-17
.
No teste de vogais sustentadas, é solicitado ao paciente, após inspiração
profunda, que emita cada vogal prolongada no maior tempo possível. Além disso, o
tom e a intensidade da voz devem ser habituais, indicando naturalidade. Caso o
paciente utilize o ar de reserva expiratória, tal ocorrido deve ser registrado, no
entanto nenhuma interferência ou sugestão deve ser feita no sentido de evitar que o
sujeito haja dessa forma, uma vez que o objetivo é verificar de que maneira ele usa
a quantidade de ar disponível
1,2,13
. As vogais utilizadas na coleta dos TMF são /a/, /i/
e /u/
1,2
.
O /a/ é uma vogal oral, central, aberta, que por sua natureza articulatória torna
evidente as mínimas alterações no equilíbrio mioelástico da laringe; é a vogal que
mais evidencia a disfonia e, portanto, a vogal de eleição para qualquer teste de voz.
A vogal /i/ é a mais aguda do português e a mais fechada anteriormente, enquanto a
/u/ é a mais grave e a mais fechada, posteriormente
2,4
.
O TMF é considerado uma medida acústica da voz, sendo considerado um dos
métodos frequentemente utilizados na prática clínica, tendo o objetivo de avaliar a
função vocal. Tais medidas podem ser coletadas tanto por fonoaudiólogos quanto
por médicos otorrinolaringologistas, além de professores de canto
1,18
.
Existem variações diversas entre os autores a respeito dos padrões de
normalidade para os TMF, no entanto, os valores estabelecidos são próximos entre
si.
Em condições normais, considera-se uma média de TMF de 20 segundos (s)
para homens e 14s para mulheres. Além disso, TMF abaixo de 10s para indivíduos
22
adultos é indicativo de comprometimento vocal importante
1
. Tal aspecto pode levar a
um abastecimento de ar freqüente, fadiga vocal, sensação de estar ofegante, e
quebras no ritmo respiratório
19
.
Por outro lado, tais valores de normalidade podem ser um pouco mais altos,
de 25 a 35s para falantes masculinos e de 15 a 25s para falantes femininos
1,2
.
Entretanto, valores muito elevados de TMF podem ser atribuídos a um aumento de
fechamento glótico e/ou tensão muscular durante a fonação
1,13
.
Alguns autores consideram valores entre 15 e 20s para indivíduos adultos não
disfônicos
20
, enquanto outro estudo verificou valores de TMF da vogal /a/ entre 8 e
16s para homens e mulheres
21
;
Em outra pesquisa, definem-se valores de TMF de 10 a 15s para indivíduos
adultos normais
22
, enquanto outra refere valores entre 16,7 e 25,7s no sexo
feminino, e entre 22 a 34,6s no sexo masculino
23
.
Determinada pesquisa propõe valores de TMF em adultos normais (13 a 65
anos) nos intervalos de 18,48 a 33,30s (média: 25,89s) no sexo masculino e de
15,68 a 27s (média: 21,34s) no sexo feminino
11
. Em estudo realizado com um grupo
de 40 homens e 40 mulheres, verificou-se o TMF /a/, obtendo-se média de 25s para
os homens e de 17s para mulheres
24
.
Um trabalho realizou média dos valores mínimos e máximos pesquisados e
propostos por diversos autores
25
, sendo estabelecidos os valores mínimo de 16,06s
e máximo de 26,27s para adultos do sexo masculino
1,11,20-23
; e de 14,04s e 26,96s
para o sexo feminino
1,11,20-23,26
.
Em pesquisa de análise do perfil vocal de 70 alunas de um curso de
fonoaudiologia, medindo-se apenas os TMF daquelas com qualidade vocal
considerada normal, para o TMF /a/, verificou-se valor mínimo de 15 e máximo de
58s; para o TMF /i/, obteve-se valores entre 17 e 57s; e para o TMF /u/, entre 16 e
56s
26
.
Tais medidas são vastamente divulgadas como parte de diversos protocolos
de avaliação de voz, entretanto, poucos são os dados normativos que possam dar
apoio aos achados destas avaliações e também às pesquisas
1,7
23
2.5.3 Tempos máximos de fonação de vogais de indivíduos com patologias de borda
de pregas vocais do tipo nódulos vocais
Em trabalho realizado com indivíduos com patologia de laringe, observou-se a
diminuição de resistência glótica causada pela lesão que se encontrava na margem
das pregas vocais. Os autores afirmam que tal decréscimo da resistência glótica
traz, como conseqüência, o aumento do fluxo aéreo e a redução dos TMF
27
.
Alguns autores referem que patologias localizadas na borda livre das pregas
vocais podem causar fendas glóticas por dificultarem o fechamento glótico
completo, o que pode acarretar em TMF reduzidos. Os indivíduos acometidos por
tais patologias têm, como principal queixa, falta de ar para falar, que ocorre pelo
excesso de escape de ar, pois falta firmeza glótica para oferecer resistência à coluna
aérea subglótica
1
.
Em um estudo que teve como objetivo verificar a existência de relação entre
casos com diagnóstico otorrinolaringológico de lesão de borda de prega vocal
e seus TMF, observou-se que no grupo de adultos do sexo feminino com nódulos
vocais, os valores dos TMF das vogais se encontraram significativamente
reduzidos
25
.
Uma lesão de borda de pregas vocais típica são os nódulos vocais, considerados
alterações orgânicas secundárias (orgânico-funcionais) aos usos incorretos da voz
1,2,11,13, 28,29
. Geralmente, os nódulos vocais são antecedidos pela presença de fenda
glótica triangular médio-posterior relacionada à associação do padrão de proporção
glótica feminino com a síndrome de tensão músculo-esquelética
1,2
.
A presença de nódulos vocais, que surgem na junção do terço anterior e
médio das pregas vocais, justamente no ápice do triângulo da fenda médio-posterior,
pode impedir o fechamento completo da glote durante a fonação, o que traz consigo
a presença de escape aéreo fonatório
1, 30
. Além disso, a presença de nódulos
vocais, antecedida pela fenda triangular médio-posterior, pode levar a uma fenda
dupla, dependendo do tamanho e da constituição da lesão
1
.
Em um estudo sobre a disfonia por síndrome de tensão músculo-esquelética,
verificou-se que a mesma se manifesta pelo excesso de tensão nos músculos supra-
hioídeos. Tal fato ocasiona elevação laríngea, podendo gerar fenda glótica posterior
e consequentemente mudanças nas condições da mucosa das pregas vocais, como
nódulos vocais
31
.
24
Os nódulos vocais são formados por tecido reacional resultante de um trauma
ocasionado pela fricção das pregas vocais na junção de seu terço médio anterior,
local que apresenta maior amplitude de vibração. Essas lesões geralmente são
bilaterais e se manifestam como conseqüência do abuso vocal contínuo
1, 32-35
.
Autores definem os nódulos como lesões arredondadas, sésseis,
esbranquiçadas, podendo apresentar aspecto edemaciado e até mesmo fibrose
1,34
.
A presença de lesões como o nódulo vocal traz alterações na resistência
glótica, tornando necessário um redirecionamento da pressão aérea para iniciar e
manter a fonação
1
.
Em pesquisa realizada com mulheres jovens com e sem nódulos vocais,
verificou-se que tais lesões dificultam o fechamento glótico, bem como alteram
medidas relacionadas ao fluxo aéreo transglótico como os TMF
1,36
.
Em estudo realizado com professores, 14 do sexo feminino e 19 do sexo
masculino, pôde-se verificar que as médias dos TMF das vogais dos sujeitos
disfônicos, de ambos os sexos, foram inferiores às dos sujeitos normais
37
. Além
disso, também foram avaliados os indivíduos com alteração na qualidade vocal,
sendo possível perceber, nesse grupo, uma tendência a valores mais reduzidos dos
TMF
26
.
Vários autores afirmam maior ocorrência de nódulos em indivíduos do sexo
feminino, quando analisados em fase adulta
1,5, 38
.
A freqüência de nódulos vocais no sexo feminino também é justificada pela
proporção glótica da laringe feminina que favorece o desenvolvimento de tais
patologias, uma vez que a relação entre a glote membranácea e a cartilaginosa nas
mulheres tem um valor médio em torno de 1, favorecendo uma fenda triangular
posterior à fonação, ou seja, um fechamento glótico incompleto que pode aumentar
o atrito no ponto nodular. Quando são comparadas as pregas vocais de homens e
mulheres de mesma altura, as pregas vocais não apresentam o mesmo
comprimento, sendo visíveis as diferenças do arcabouço laríngeo que se refletem
em diferenças na glote membranosa
1,34,39
.
Autores afirmam que as laringes femininas encontram-se em posição mais
alta do que as laringes masculinas
40
. Para alguns autores a posição elevada da
laringe está associada à vozes mais tensas e a quadros funcionais
1, 41
.
Dentre as lesões laríngeas em adultos, as mais comuns costumam ser os
nódulos, seguidos dos cistos vocais
1, 42
.
25
Para alguns autores, a associação do padrão feminino de laringe com a
síndrome de tensão músculo-esquelética pode levar ao aparecimento de uma fenda
triangular médio-posterior. O vértice de tal fenda tem localização na transição do
terço anterior para médio da borda livre das pregas vocais, onde se concentra a
maior parte da energia vibratória que ocorre durante a fonação. Nesse local, o
fonotrauma causa lesão de aspecto nodular em ambas as pregas vocais
34
.
Os nódulos vocais podem afetar as medidas de TMF, em função da
dificuldade de fechamento glótico que ocasionam resultando no escape aéreo
transglótico durante a fonação. Isso se explica por aspectos anatômicos, pois os
nódulos vocais se caracterizam por uma estreita relação com a fenda glótica
triangular médio-posterior, sendo a energia vibratória concentrada no vértice do
triângulo formado pelo fechamento incompleto das pregas vocais, o que pode gerar
a lesão
1
.
Ainda, é possível a ocorrência de pequenos nódulos ou micronódulos em
cantores de vozes agudas, sem a presença de fenda glótica ou impacto na voz
falada ou cantada, sendo resultado da adaptação do sistema às demandas do canto
lírico
1
.
Autores estudaram variáveis que podem afetar os valores de TMF, dentre
elas citam a capacidade vital, taxa de fluxo de ar, altura e intensidade vocais, volume
de fonação e sexo
43
.
2.5.4 Capacidade vital e tempos máximos de fonação
Uma vez que a fisiologia respiratória está intimamente relacionada com a
fisiologia vocal, medidas pneumofônicas, como a CV podem detectar alterações do
fluxo aéreo expiratório. A CV é o volume medido na boca entre as posições de
inspiração plena e expiração completa, representa o maior volume de ar mobilizado.
Tal medida varia enormemente entre indivíduos, resultando de forma indireta em
grande variação no TMF
1,4
.
A CV é o somatório do volume de reserva inspiratória, o volume corrente
acrescido do volume de reserva expiratória, sendo a quantidade máxima de ar que
uma pessoa pode expelir dos pulmões, após inicialmente enchê-los ao máximo
44
.
O Consenso sobre Espirometria
45
, listou dez fatores que interferem na função
pulmonar; sendo que os que apresentam maior influência são o sexo, a estatura e a
26
idade, nesta ordem. O sexo corresponde a 30% da variação pulmonar; os valores
pulmonares são maiores no sexo masculino. De acordo com o mesmo Consenso de
Espirometria, a estatura exerce maior influência nos valores de CV na infância.
De acordo com a padronização de medidas do espirômetro de marca
FAMI_ITÁ®, a CV prevista, de acordo com a estatura, nos sexos masculino e
feminino respectivamente, é de 2350 e 2200ml para 1,50cm; 2900 e 2600ml para
1,60cm; 3300 e 2900ml para 1,70cm; 4000 e 3300ml para 1,80cm.
Conforme a literatura, a média de CV é de 4600ml para os indivíduos do sexo
masculino, sendo 20 a 25% menor para o sexo feminino
44
, convergindo com outro
trabalho em que a CV média de uma mulher é de 3000ml e do homem de 4500ml
46
.
Autores afirmam, ainda, que a CV possui valores esperados mínimos de
2100ml para mulheres e 2200ml para os homens, sendo que valores menores do
que esses podem se refletir em dificuldades para sustentar a fonação, presença de
inspirações freqüentes com pausas inadequadas no discurso, contração da
musculatura extrínseca do pescoço e tensão laríngea na tentativa de manter o
equilíbrio na fonação
1
. Portanto, valores inferiores a 2100ml seriam insuficientes
para cumprir com eficácia a função fonatória
46
.
A literatura também aponta que valores reduzidos de CV são considerados
anormalidade bastante evidente em pacientes com fraqueza de músculos
respiratórios
47
ou alterações de mecânica pulmonar que levam à sobrecarga desses
músculos
48
.
Em um estudo realizado com pacientes asmáticos, verificou-se que nesse
grupo de indivíduos houve redução da CV e do volume expiratório forçado em litros
por segundo (l/s). Além disso, os autores referem que tal redução pode afetar a fala
por mecanismos metabólicos (alcalose respiratória, resistência ao fluxo aéreo
pulmonar) ou biomecânicos (cinética da parede torácica)
49
.
Alguns autores enfatizam a importância de se considerar a idade e estatura,
pois as mesmas medidas podem influenciar diretamente os valores da CV, uma vez
que as mesmas aumentam significativamente na adolescência, conforme o aumento
da idade, pelo grande desenvolvimento da estatura
1,14,45
. No entanto, ocorre
declínio linear constante na CV após a idade de 20 a 25 anos
50
.
O TMF nunca corresponderá a 100% da CV, pois uma pequena porção da CV
será perdida no início da avaliação, antes mesmo de iniciar a fonação, devido à
grande pressão alveolar e pela aproximação incompleta entre as pregas vocais
51
.
27
A CV, juntamente com a pressão alveolar e a válvula laríngea para o fluxo
aéreo são fatores fundamentais na regulação do TMF. A variação do TMF, que não
pode ser justificada apenas pela CV, é presumidamente atribuída à resistência
laríngea e ao fluxo aéreo
52
.
Embora a avaliação da CV tenha sua importância estabelecida na literatura,
as variações metodológicas e o grau de cooperação do paciente podem interferir na
performance das manobras e assim afetar os resultados
53-56
.
Em pesquisa sobre a relação entre o pico de fluxo expiratório e o TMF em
pacientes asmáticos, evidenciou-se que o TMF deve ser mais pesquisado e que
devem ser levadas em consideração as variáveis tais como idade (o próprio
envelhecimento leva à diminuição do fluxo pulmonar), sexo (diferença da força
muscular entre homem e mulher), altura (diferença anatômica do aporte torácico e
conseqüentemente do volume pulmonar)
4
.
Nesta revisão de literatura, grande parte dos autores afirma que a obtenção
dos TMF é considerada um meio eficaz para avaliar a função glótica, com base no
fato de que, através da coleta dos TMF, torna-se possível investigar a presença de
possíveis alterações vocais, que podem ser sinalizadas por valores baixos nos TMF,
nos casos de insuficiência glótica/fechamento glótico incompleto, e valores altos nos
casos de forte adução glótica/tensão
1,3,12-14,17,18
. Diversos são os padrões de
normalidade estabelecidos pelos autores, no entanto, notam-se valores próximos
entre si.
De acordo com a maioria dos autores, o que se espera para indivíduos
adultos é um TMF num intervalo aproximado de 25 a 35s para o sexo masculino e
de 15 a 25s para o sexo feminino
1,2,11,23,24
. Por outro lado, outros consideram os
valores de TMF de 15 a 20s, para ambos os sexos em fase adulta
20
.
No entanto, um estudo de revisão calculou a média dos TMF entre vários
trabalhos de pesquisa e verificou valores muito próximos entre o sexo masculino e
feminino, definindo os seguintes intervalos: TMF de 16,06 a 26,27s para o sexo
masculino e de 14,04 a 26,96s para o sexo feminino
25
. Realizando uma média dos
trabalhos anteriormente aqui referenciados, chega-se aos intervalos de normalidade
de TMF para homens de aproximadamente 18,68 a 27,09s e para mulheres de
14,68 a 23,98s.
Em casos de indivíduos que possuem diagnóstico de nódulos vocais, a
maioria dos autores afirma que os valores dos TMF são reduzidos, quando
28
comparados a sujeitos com laringe normal, possivelmente pelo escape aéreo
transglótico que ocorre durante a fonação, pois nesse tipo de patologia, o
fechamento glótico pode ser incompleto, formando-se uma fenda geralmente médio-
posterior na fonação
1,11,25,27,36
.
Alguns autores afirmam que a CV interfere nos valores dos TMF
1,4,42
. Por
outro lado, autores referem que a variação dos TMF não pode ser atribuída somente
aos valores da CV e que o TMF pode ser definido pela resistência glótica e a
velocidade, pressão e quantidade do fluxo aéreo
52
. Além disso, outros estudos
reforçam tal colocação, mencionando que pequena parte da CV é perdida antes de
iniciar a fonação e que isso ocorre pela grande pressão dos alvéolos e pela pequena
aproximação entre as pregas vocais
51
. Com isso, não se sabe ao certo qual a
influência da CV sobre os valores dos TMF, pois poucos são os estudos que
abordam tal questão, o que torna necessária a realização de mais estudos sobre o
assunto.
2.7 Conclusões
Nesta revisão de literatura, pôde-se concluir que a maioria dos autores
concorda que:
- a coleta dos TMF é um meio eficaz para avaliar a função vocal;
- o intervalo aproximado de normalidade de TMF para homens é de 18,68 a
27,09s e para mulheres de 14,68 a 23,98s;
- indivíduos com presença de nódulos vocais apresentam TMF reduzidos
provavelmente pelo fechamento glótico incompleto comum na presença de nódulos
vocais;
- a CV parece ser uma das variáveis que influencia os TMF, mas há
necessidade de mais estudos a esse respeito.
29
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54. Fiz JA, Texido A, Izquierdo J, Ruiz J, Roig J, Morera J. Postural variation of the
maximum inspiratory and expiratory pressures in normal subjects. Chest.
1990;97:313-4.
55. Fiz JA, Haro M, Aguilar J, Alvarez J, Abad J, Monso E, et al. Spirometry and
maximal respiratory pressures in patients with facial paralysis. Chest. 1993;103:170-
3.
56. Green M, Road J, Sieck GC, Smilowski T. Tests of respiratory muscle strength.
Am J Respir Crit Care Med. 2002;166:528-42.
34
3 ARTIGO DE PESQUISA
TEMPOS MÁXIMOS DE FONAÇÃO DE VOGAIS EM MULHERES
ADULTAS COM NÓDULOS VOCAIS
MAXIMUM PHONATION TIME OF VOWELS IN ADULT WOMEN WITH
VOCAL NODULES
3.1 Resumo
Tema: Tempos Máximos de Fonação (TMF) de vogais em mulheres adultas
com presença de nódulos vocais. Objetivo: verificar e correlacionar os valores de
TMF de vogais em mulheres adultas jovens e de meia-idade com presença de
nódulos vocais. Método: utilizaram-se os registros do Banco de dados de uma
clínica-escola de Fonoaudiologia, totalizando um grupo de 38 sujeitos. Critérios de
inclusão: adultos do sexo feminino com idades entre 20 e 53 anos e diagnóstico
otorrinolaringológico de nódulos vocais. Critérios de exclusão: apresentar outra
patologia laríngea além dos nódulos vocais; comprometimento auditivo; respiração
oral; histórico de doenças neurológicas, psiquiátricas, endocrinológicas ou gástricas;
gripe ou quadros de alergias; hábitos de etilismo e/ou tabagismo; tratamento
fonoaudiológico e/ou otorrinolaringológico prévios. Foram coletados os dados de
anamnese, o diagnóstico otorrinolaringológico, e as medidas de TMF das vogais /a,
i, u/ de cada sujeito da amostra. A avaliação dos TMF se deu pela medida da
duração de três emissões de cada vogal em estudo, em tom e intensidade habituais,
até o final da expiração, com o paciente em pé, considerando-se o maior valor de
cada vogal. Os resultados foram analisados estatisticamente ao nível de
significância de 5%. Resultados: faixa de idade representativa; TMF e média menos
representativos, abaixo da normalidade e com forte correlação positiva e significativa
entre si; correlação moderada, positiva e significativa entre os TMF entre si e sua
média. Conclusões: na presença de nódulos vocais em um grupo de mulheres
35
adultas, os TMF encontraram-se reduzidos e positivamente correlacionados, o TMF
da vogal /a/ apresentou menor valor quando comparado às demais vogais.
Palavras-Chave: Voz, Fonação, Saúde da Mulher, Disturbios da Voz.
3.2 Abstract
Theme: Maximum Phonation Times (MPT) of vowels in adult women with vocal
nodules. Aim: verify and correlate the values of Maximum Phonation Times of
vowels in young and middle-aged adult women with vocal nodules. Method:
database records from a speech therapy school-clinic were used, making up a total
of 38 subjects. Inclusion criteria: female adults, aged between 20 and 53 years old,
with otorhinolaryngology diagnosis of vocal nodules. Exclusion criteria: have another
laryngeal pathology other than the vocal nodules; hearing loss ; oral breathing;
history of neurological, psychiatric, endocrine or gastric disorders; flu or allergy
history; drinking and/or smoking habits; previous speech therapy and/or
otorhinolaryngology treatments. Anamnesis data, the otorhinolaryngology diagnosis,
and the MPT measurements of vowels /a, i, u/ were collected from each subject in
the sample. MPT evaluation was given by the duration measurement of three
emissions of each vowel being studied, with normal tone and intensity, until the end
of exhalation, with patient standing, considering the highest value of each vowel. The
results were statiscally analysed at a 5% significance level. Results: representative
age range; less representative MPT and mean, below normality and with a strong
positive and meaningful correlation; moderate, positive and meaningful correlation
between MPT and the mean. Conclusions: in the presence of vocal nodules in an
adult group of women, the Maximum Phonation Times were reduced and positively
correlated, the MFT of vowel /a/ presented a lower value when compared to the other
vowels.
Key Words: Voice, Phonation, Women’s Health, Voice Disorders.
36
3.3 Introdução
A voz é caracterizada do ponto de vista fisiológico como um som capaz de
ser captado pela orelha humana, sendo produzido através da fonação, que se dá
pela vibração das pregas vocais durante a expiração, o que promove o
deslocamento de sua túnica mucosa, formando uma onda de baixo para cima
1-4
.
A avaliação dos Tempos Máximos de Fonação (TMF) é um teste aplicado
para verificar a eficiência glótica de forma objetiva
3,5-8
, sendo rotineiramente
utilizado em pacientes disfônicos
9,10
.
Quando a integridade da mucosa das pregas vocais apresenta-se
comprometida, como nas disfonias por nódulos vocais, o movimento muco-
ondulatório das pregas vocais não ocorre de forma harmônica, pois, neste tipo de
patologia há o aumento de massa na borda livre das pregas vocais, o que prejudica
o fechamento glótico, podendo interferir nos valores dos TMF
11
.
O presente trabalho teve como objetivo verificar e correlacionar os valores de
TMF de vogais em mulheres adultas jovens e de meia-idade com presença de
nódulos vocais.
3.4 Metodologia
O estudo deriva de um banco de dados de pacientes atendidos em uma
clínica-escola de fonoaudiologia, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da instituição de origem (23081.008439/2007-16 e 0087.0.243.000-07). O trabalho é
caracterizado por uma análise transversal, exploratória, não-experimental,
retrospectiva, quantitativa. Todos os pacientes atendidos na clínica-escola assinaram
previamente o TCLE.
Os sujeitos da pesquisa foram selecionados de acordo com critérios de
inclusão e de exclusão, sendo que os de inclusão compreenderam: sujeitos do sexo
feminino; faixa etária de adulto jovem (de 20 a 40 anos) e de meia-idade (41 a 60
anos)
12
; presença de diagnóstico otorrinolaringológico de nódulos vocais,
independente da presença de fenda glótica.
Os critérios de exclusão foram: ser fumante ou etilista; apresentar
comprometimento auditivo confirmado por meio de exames audiométricos,
37
respiração oral ou outras alterações miofuncionais que pudessem interferir na
realização ou sustentação dos fones da avaliação de voz, outra patologia laríngea
associada aos nódulos vocais; histórico de doença neurológica, psiquiátrica,
endocrinológica ou gástrica; gripe ou quadros alérgicos; tratamento fonoaudiológico
e/ou otorrinolaringológico prévios.
Ao final da aplicação dos critérios mencionados, foram selecionadas 38
mulheres, na faixa etária de 20 a 53 anos, com presença de nódulos vocais.
Inicialmente os sujeitos foram divididos em dois grupos: 29 adultas jovens, com
idades entre 20 a 40 anos e nove adultas de meia idade, com idades entre 41 a 53
anos
12
.
Foram utilizados, além dos dados de anamnese e do diagnóstico
otorrinolaringológico, as seguintes medidas dos registros dos sujeitos selecionados:
TMF (a, i, u) e média dos TMF das vogais. A coleta desses TMF ocorre de forma
padronizada na clínica-escola. Os sujeitos permanecem em pé, com os braços ao
longo do corpo, queixo paralelo ao chão e são solicitados a inspirar profundamente e
emitir determinado fone (vogais /a, i, u/) em tom e intensidade habituais até o final da
expiração. São realizadas três emissões sustentadas de cada fonema, sendo
cronometradas em segundos, e é escolhida a maior das três como o TMF daquele
fone.
Os valores de TMF de vogais adotados no presente estudo foram o intervalo
de normalidade de 14,04 a 26,96s sugerido para mulheres adultas
11
.
Os dados obtidos do banco de dados foram primeiramente tabulados e
analisados por meio da estatística descritiva e do teste U de Mann-Whitney para
comprovar se as duas amostras independentes (adultas jovens X adultas de meia
idade) foram ou não selecionadas da mesma população, para se verificar a
possibilidade de serem analisadas como um grupo apenas.
Depois, utilizaram-se os testes de Normalidade das Variáveis (Lilliefords) para
testar a normalidade dos dados, de Correlação de Spearman para verificar a
correlação (positiva ou negativa) entre as variáveis, considerando-se os seguintes
valores: correlação forte – acima de 0.7; correlação moderada – 0.3 a 0.7;
correlação fraca - 0 a 0.29.
38
3.5 Resultados
Após aplicação do teste U de Man-Whitney, não foram encontradas
diferenças significativas para os TMF e a CV de adultas jovens e de adultas de meia
idade separadamente. Por esse motivo, com a variável idade neutralizada, uniu-se
os dois grupos e os dados foram analisados em conjunto (Tabela 1).
Tabela 3.1 – Diferença das variáveis de TMF das vogais /a, i, u/ e média dos TMF
das vogais /a, i, u/ entre os grupos de adultas jovens e adultas de meia Idade com
nódulos vocais no Teste U de Mann-Whitney
Variáveis
Ranks
das médias
Rank da
soma
Teste
U
Z p-valor*
Adultas Jovens x Adultas de Meia Idade TMF /a/ (s)
610,5 130,5
94,5 0,9130 0,3612
Adultas Jovens x Adultas de Meia Idade TMF /i/ (s)
619,5 121,5
85,5 1,2353 0,2167
Adultas Jovens x Adultas de Meia Idade TMF /u/ (s)
601,0 140,0
104,0 0,5729 0,5667
Adultas Jovens x Adultas de Meia Idade MÉDIA
VOGAIS (s)
612,5 128,5 92,5 0,9847 0,3248
* as variáveis não apresentaram diferença significativa para Adultas Jovens e Adultas de Meia Idade
Legenda:
TMF – tempo máximo de fonação
Tabela 3.2 – Resultados do coeficiente de variação e significância das variáveis
idade, TMF das vogais /a, i, u/ e média dos TMF das vogais /a, i, u/ de mulheres
adultas com nódulos vocais
*Coeficiente de Variação representativo da média: valores de 0 a 0,30.
* as variáveis não seguem uma distribuição normal, ou seja, p <
α
(
α
= 5%) – Teste Lilliefords
Legenda:
TMF – tempo máximo de fonação
N Média Mínimo Máximo
Desvo
Padrão
Coeficiente de
Variação
Significância
IDADE (anos)
38 31,9 20,0 53,0 9,4434 0,30 -
TMF /a/ (s)
38 10,6 4,0 21,7 4,0634 0,38 p < 0,10
TMF /i/ (s)
38 11,6 4,8 21,4 4,5631 0,39 p < 0,15
TMF /u/ (s)
38 11,7 4,0 24,0 4,9701 0,42 p < 0,20
Média Vogais (s)
38 11,3 4,3 20,1 4,2957 0,38 p < 0,10
39
Tabela 3.3 – Resultados do teste de correlação de Spearman entre as variáveis de
TMF das vogais /a, i, u/ e média dos TMF das vogais /a, i, u/ de mulheres adultas
com nódulos vocais
Correlações
ρ
t(N-2) p-valor
TMF/a/ & TMF/i/ 0.836591(+) 9.16263 0.000000*
TMF/a/ & TMF/u/ 0.857292(+) 9.99118 0.000000*
TMF/a/ & MÉDIA VOGAIS 0.916491(+) 13.74550 0.000000*
TMF/i/ & TMF/u/ 0.930780(+) 15.27626 0.000000*
TMF/i/ & MÉDIAVOGAIS 0.967167(+) 22.83359 0.000000*
TMF/u/ & MÉDIAVOGAIS 0.972493(+) 25.04993 0.000000*
.
*variáveis correlacionadas
Legenda:
ρ = Coeficiente de correlação de postos de Spearman
(+) correlação positiva forte e significativa para p-valor.
TMF – tempo máximo de fonação
CV – capacidade vital
3.6 Discussão
A análise descritiva mostrou que a idade foi homogênea e representativa da
amostra estudada (Tabela 1). Apenas o coeficiente de variação dos TMF das vogais
e sua média mostraram-se um pouco acima do esperado, sugerindo variações intra-
grupo (Tabela 2). No entanto, todos os TMF e sua média, apresentaram forte
correlação positiva dentro do grupo (Tabela 3). As variações intra-grupo poderiam
ser explicadas pelas variáveis que podem influenciar os TMF, como a idade, a CV, a
coordenação pneumofonoarticulatória, o treino vocal, característica da lesão,
fechamento glótico, dentre outras
3,13-17
. No entanto, essas variações foram baixas,
o que vai ao encontro da forte correlação positiva entre os TMF no grupo estudado
que sugere homogeneidade talvez em função das variáveis uniformes do grupo
como o sexo, a idade e a presença da mesma patologia laríngea.
Os valores médios dos TMF encontrados foram considerados reduzidos em
comparação aos padrões de normalidade estabelecidos para o estudo
11
. O que
concorda com alguns autores que afirmam que a presença de patologia laríngea,
localizada na margem das pregas vocais, como no caso dos nódulos vocais, resulta
na redução da resistência glótica, o que acarreta em aumento do fluxo aéreo, devido
40
à presença de uma fenda glótica que pode surgir durante a fonação, o que
consequentemente pode reduzir os TMF
2,3,11,18-20
.
A idéia anterior é reforçada por pesquisadores que evidenciam que a
existência de lesões como os nódulos vocais trazem alterações na firmeza glótica, o
que torna necessário o redirecionamento da pressão aérea para iniciar e manter a
fonação
3,15
. Por isso, acredita-se que os valores diminuídos de TMF não sejam
atribuídos somente à presença da lesão, mas também à incoordenação
pneumofônica.
Verificou-se que a média dos TMF de /a/ (10,6s) encontrou-se menor em
comparação com os TMF de /i/ e /u/, o que pode ser justificado pela configuração do
trato vocal, pois tal vogal é, por eleição, a vogal que mais evidencia a disfonia, pois
sua natureza articulatória torna evidente as mínimas alterações no equilíbrio
mioelástico da laringe, sendo classificada como sendo uma vogal central e aberta,
sendo a mais valorizada em qualquer teste de voz
1,17
. Supõe-se que, em função da
abertura e diminuição do comprimento e das constrições do trato vocal em relação
às demais vogais
21
, possa ter ocorrido maior escape aéreo em menor tempo,.
3.7 Conclusão
- Os valores dos TMF encontram-se reduzidos em indivíduos do sexo
feminino com presença de nódulos vocais, possivelmente pela presença da
patologia, que tem como causa o fechamento glótico incompleto.
- Os TMF das vogais e sua média apresentaram resultado do coeficiente de
variação pouco maior do que o esperado, sugerindo variação intra-grupo, justificada
por fatores que podem influenciar os TMF, além do sexo e da patologia, como idade,
CV, coordenação pneumofonoarticulatória, entre outras.
- No entanto, os TMF das vogais e sua média apresentaram forte correlação
positiva, sugerindo homogeneidade no grupo estudado.
- O TMF da vogal /a/ apresentou menor valor quando comparado às demais
vogais, provavelmente pela configuração mais aberta que o trato vocal assume na
produção de tal vogal.
41
3.8 Referências
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2001.348p
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11. Beber BC, Cielo CA, Siqueira MA. Lesões de Borda de pregas vocais e Tempos
Máximos de Fonação. Rev. CEFAC. 2009; 11(1): 134-41.
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13. Yanagihara N, Koike Y, Von Leden H. Phonation and respiration. Folia
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43
4 ARTIGO DE PESQUISA
CAPACIDADE VITAL E TEMPOS MÁXIMOS DE FONAÇÃO DE
VOGAIS EM MULHERES ADULTAS COM NÓDULOS VOCAIS
VITAL CAPACITY AND MAXIMUM PHONATION TIMES OF VOWELS
IN ADULT WOMEN WITH VOCAL NODULES
4.1 Resumo
As variáveis de Tempos Máximos de Fonação (TMF) de vogais e Capacidade Vital
(CV) podem estar alteradas em indivíduos com nódulos vocais, sendo importante
identificar a relação entre ambas. Objetivo: verificar a possível relação entre TMF
de vogais e CV em mulheres adultas com presença de nódulos vocais. Forma de
Estudo: transversal, exploratório, não-experimental, quantitativo, retrospectivo.
Material e Método: Os dados foram coletados em um banco de dados de uma
clínica-escola de fonoaudiologia, conforme critérios de inclusão e de exclusão,
totalizando 38 mulheres, com idades entre 20 e 53 anos, com diagnóstico de
nódulos vocais. Foram coletados os dados de anamnese, diagnóstico
otorrinolaringológico, medidas de TMF das vogais /a, i, u/ e o maior valor da CV. Os
resultados foram analisados estatisticamente ao nível de significância de 5%.
Resultados: faixa de idade homogênea; CV homogênea e dentro da normalidade;
TMF e média menos representativos, abaixo da normalidade e com forte correlação
positiva e significativa entre si; correlação moderada, positiva e significativa entre CV
e TMF e sua média. Conclusões: na presença de nódulos vocais em um grupo de
mulheres adultas, os TMF encontraram-se reduzidos e a CV permaneceu dentro da
normalidade, havendo correlação moderadamente positiva entre as variáveis.
Palavras-chave: Voz, Fonação, Capacidade Vital, Distúrbios da Voz
44
4.2 Abstract
The variables of Maximum Phonation Time (MPT) of vowels and Vital Capacity (VC)
may be altered in subjects with vocal nodules, being important to identify the
relationship between both of them. Objective: verify the possible relationship
between MPT of vowels and VC in adult women with vocal nodules. Study Type:
transversal, exploratory, non-experimental, quantitative, retrospective. Material and
Method: Data were collected in a database of a speech therapy school-clinic,
according to inclusion and exclusion criteria, making up a total of 38 women between
20 and 53 years old, with diagnosis of vocal nodules. Anamnesis data,
otorhinolaryngology diagnosis, MPT measurements of vowels /a, i, u/ as well as the
highest VC value were collected. The results were statiscally analysed at a 5%
significance level. Results: representative age range; representative and within
normality VC; less homogeneous MPT and mean, below normality and with a strong
positive and meaningful correlation; moderate, positive and meaningful correlation
between VC and MPT and the mean. Conclusions: in the presence of vocal nodules
in an adult group of women, the Maximum Phonation Times were reduced, and the
VC remained within normality, having a moderately positive correlation between both
of them.
Key Words: Voice, Phonation, Vital capacity, Voice Disorders.
4.3 Introdução
A voz é o principal meio de comunicação do homem com o exterior, ela é
fundamental para que o indivíduo possa realizar suas atividades diárias, relacionar-
se social e afetivamente, expressar seus sentimentos e também atuar em sua
profissão
1
.
Fisiologicamente, a voz é definida, como um som, possível de ser detectado
pela orelha humana, na qual é realizado por meio da fonação, que ocorre na
expiração, onde as pregas vocais entram em vibração, através do deslocamento da
túnica mucosa que as recobre
2-5
.
É através da respiração que a onda sonora é produzida e se propaga, sendo
ela formada na região glótica, por isso, o sistema respiratório essencial na produção
45
vocal. Portanto, qualquer alteração na função e/ou nas estruturas responsáveis por
ela pode causar efeito direto na voz
4,6-8
.
No caso de patologias localizadas na borda das pregas vocais, como nos
nódulos vocais, observam-se tempos máximos de fonação (TMF) reduzidos, em
comparação com indivíduos sem patologia. Isso é justificado pelo o aumento da
massa das pregas vocais, que provoca o desequilíbrio vibratório, impedindo o
fechamento glótico completo
1,9,10
.
O nódulo vocal é considerado uma lesão pequena, esbranquiçada, simétrica,
bilateral, com localização no ponto médio-anterior das pregas vocais. Além disso,
são percebidos, no ponto de vista histológico, edema e aumento de fibras colágenas
na camada superficial da lâmina própria
11,12
, sendo mais comum no sexo feminino
13-15
.
O TMF é obtido através de um teste frequentemente aplicado em pacientes
disfônicos
16,17
, tendo como intuito avaliar a eficiência glótica, fornecendo dados a
respeito da produção vocal
2,6,18,19
.
As medidas de TMF podem trazer informações sobre o controle neu-
romuscular e aerodinâmico da produção vocal de um indivíduo, podendo ser
utilizadas por fonoaudiólogos, otorrinolaringologistas, e professores de canto como
uma pré-avaliação para outras formas de avaliação qualitativas e ou quantitativas
20
.
A Capacidade Vital (CV) é o volume aéreo expiratório medido na saída da
cavidade oral após uma inspiração plena e expiração completa, sendo considerado o
maior volume de ar que um indivíduo possa liberar. Além disso, apresenta grande
variação entre os indivíduos, podendo interferir de maneira indireta na variação do
TMF em função da quantidade, da velocidade e da pressão do fluxo expiratório
durante a fonação
21,22
.
Para alguns autores, a variação do TMF que não pode ser justificada pela CV,
é presumidamente causada pela resistência laríngea ao fluxo aéreo
30,33
.
O estudo se justifica pela importância de identificar a existência ou não de
influência entre as variáveis de TMF das vogais e os valores da CV, o que é ainda
controverso na literatura e de grande valia para prática clínica fonoaudiológica.
O objetivo do estudo foi verificar a possível relação entre TMF de vogais e CV
em mulheres adultas com presença de nódulos vocais.
46
4.4 Métodos
Trata-se de um estudo transversal, exploratório, não-experimental,
quantitativo, retrospectivo com utilização de Banco de Dados de pacientes atendidos
no Serviço de Atendimento Fonoaudiológico de uma clínica-escola. Todos os
pacientes atendidos na clínica-escola assinaram previamente o TCLE.
A amostra constituiu-se de 38 sujeitos de sexo feminino, com idades entre 20
e 53 anos (adultas jovens e de meia idade)
23
, com diagnóstico otorrinolaringológico
de nódulos vocais.
Os dados utilizados dos registros foram: dados de anamnese; diagnóstico
otorrinolaringológico; TMF das vogais (a, i, u); média dos TMF das vogais; maior CV.
A altura de cada indivíduo não estava disponível no banco de dados, não sendo
controlada neste estudo.
Os critérios de inclusão para a seleção dos sujeitos do banco de dados foram:
sexo feminino; faixa etária de adulto jovem (de 20 a 40 anos) e meia idade (de 41 a
60 anos)
23
; presença de nódulos vocais, independentemente da presença de fenda
glótica, de acordo com diagnóstico otorrinolaringológico.
Os critérios de exclusão considerados foram: ser tabagista e/ou etilista;
apresentar perda auditiva confirmada por exames audiométricos; ser respirador oral
ou apresentar outras alterações miofuncionais que pudessem alterar a articulação
ou sustentação dos fones coletados; apresentar outra patologia laríngea associada
aos nódulos vocais; apresentar doença neurológica, endocrinológica, psiquiátrica ou
gástrica; ter realizado previamente tratamento fonoaudiológico e/ou
otorrinolaringológico.
A avaliação dos TMF durante a avaliação fonoaudiológica se dá pela coleta
de três emissões de cada uma das vogais, sendo que o paciente é orientado a ficar
em pé e realizar tais emissões em tom e intensidade habituais até o final da
expiração.. Em relação aos valores de CV, o paciente é solicitado a realizar um total
de seis expirações no espirômetro, após inspiração máxima, sendo três delas com
presença de oclusão nasal e três sem oclusão, com descanso entre elas. Por fim, é
considerado o maior dos seis valores coletados.
Para determinar os padrões de normalidade dos TMF, foi utilizado o intervalo
de 14,04 a 26,96s, definido para adultos do sexo feminino
10
. Os valores de TMF
abaixo desse intervalo foram considerados alterados, indicando a presença de
47
escape aéreo transglótico durante a fonação, ou seja, coaptação glótica incapaz ou
ineficiente; e valores acima do intervalo foram considerados sugestivos de aumento
de fechamento glótico e/ou de tensão muscular glótica durante a fonação
4,24
.
Para determinar os padrões de normalidade para os valores de CV foram
utilizados os padrões que propõe valores mínimos de 2100ml para mulheres e
2200ml para os homens
4
.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de
origem (23081.008439/2007-16 e 0087.0.243.000-07).
Os dados coletados foram dispostos em tabelas e analisados estatisticamente
por meio da estatística Descritiva (média, mediana, moda, desvio-padrão,
freqüências e percentuais) e pelo teste U de Mann-Whitney para comprovar se as
duas amostras independentes (adultas jovens X adultas de meia idade) foram ou
não selecionadas da mesma população, ou seja, se apresentavam diferenças
significativas entre elas.
Em um segundo momento, foi aplicado o Teste da Normalidade de Lilliefords,
a fim de testar a normalidade dos dados, sendo também aplicado o Teste de
Coeficiente de correlação de postos de Spearman (correlação: forte – acima de 0.7;
moderada – 0.3 a 0.7; fraca – 0 a 0.29), com a finalidade de verificar a correlação
entre as variáveis. Os resultados foram analisados estatisticamente ao nível de
significância de 5%.
4.5 Resultados
Ao avaliar adultas jovens e de meia-idade separadamente, através do teste U
de Man-Whitney (p>0,05), não houve diferenças significativas entre as faixas etárias,
optando-se pela união dos grupos (Tabela 1).
48
Tabela 4.1 – Diferença das variáveis de TMF das vogais /a, i, u/, média dos TMF das
vogais /a, i, u/ e CV entre os grupos de adultas jovens e adultas de meia Idade com
nódulos vocais no Teste U de Mann-Whitney
Variáveis
Rank
das médias
Rank da
soma
Teste
U
Z p-valor*
Adultas Jovens x Adultas de Meia Idade TMF /a/ (s)
610,5 130,5
94,5 0,9130 0,3612
Adultas Jovens x Adultas de Meia Idade TMF /i/ (s)
619,5 121,5
85,5 1,2353 0,2167
Adultas Jovens x Adultas de Meia Idade TMF /u/ (s)
601,0 140,0
104,0 0,5729 0,5667
Adultas Jovens x Adultas de Meia Idade Média TMF
vogais (s)
612,5 128,5 92,5 0,9847 0,3248
Adultas Jovens x Adultas de Meia Idade CV (ml)
604,0 137,0
101,0 0,6803 0,4963
* as variáveis não apresentaram diferença significativa para Adultas Jovens e Adultas de Meia Idade
Legenda:
TMF – tempo máximo de fonação
CV – capacidade vital
Tabela 4.2 – Resultados do coeficiente de variação das variáveis idade, TMF das
vogais /a, i, u/, média dos TMF das vogais /a, i, u/ e CV de mulheres adultas com
nódulos vocais
Variáveis N Média Mínimo Máximo
Desvio
Padrão
Coeficiente de
Variação
IDADE (anos)
38 31,9 20,0 53,0 9,4434 0,30
TMF /a/ (s)
38 10,6 4,0 21,7 4,0634 0,38
TMF /i/ (s)
38 11,6 4,8 21,4 4,5631 0,39
TMF /u/ (s)
38 11,7 4,0 24,0 4,9701 0,42
Média TMF vogais (s)
38 11,3 4,3 20,1 4,2957 0,38
CV (ml)
38 2804,8 2000,0 4000,0 527,3931 0,19
*Coeficiente de Variação representativo da média: valores de 0 a 0,30.
Legenda:
TMF – tempo máximo de fonação
CV – capacidade vital
49
Tabela 4.3 – Resultados da significância das variáveis de TMF das vogais /a, i, u/,
média dos TMF das vogais /a, i, u/ e CV de mulheres adultas com nódulos vocais no
Teste de Lilliefords
Variáveis Significância
TMF /a/ (s)
p < 0,10
TMF /i/ (s)
p < 0,15
TMF /u/ (s)
p < 0,20
Média TMF vogais (s)
p < 0,10
CV (ml)
p < 0,15
* as variáveis não seguem uma distribuição normal, ou seja, p <
α
(
α
= 5%)
Legenda:
TMF – tempo máximo de fonação
CV – capacidade vital
Tabela 4.4 – Resultados do teste de correlação de Spearman entre as variáveis de
TMF das vogais /a, i, u/, média dos TMF das vogais /a, i, u/ e CV de mulheres
adultas com nódulos vocais
Correlações Spearman t(N-2) p-valor
TMF/a/ & CV
0.338256(x)
2.15666
0.037786*
TMF/i/ & CV 0.322412(x) 2.04360 0.048363*
TMF/u/ & CV 0.376982(x) 2.44207 0.019645*
Média TMF vogais & CV 0.391034(x) 2.54918 0.015203*
.
*variáveis correlacionadas
Legenda:
ρ = Coeficiente de correlação de postos de Spearman
(x) correlação positiva moderada e significativa para p-valor.
TMF – tempo máximo de fonação
CV – capacidade vital
50
4.6 Discussão
No grupo do presente estudo, verificou-se que a CV foi uniforme entre o grupo
de mulheres adultas jovens e de meia idade (Tabela 1), fato reforçado pelo
coeficiente de variação de 0,19 (Tabela 2). Como a idade e a CV médias foram
representativas do grupo, possivelmente a altura média do grupo não tenha se
constituído numa variável Interveniente. Este achado vai ao encontro os estudos que
afirmam haver influência das medidas de altura e idade sobre a CV
4,22,25,26
.
Além disso, os valores de CV encontraram-se dentro dos padrões de
normalidade adotados no trabalho, notando-se que os sujeitos apresentaram CV
considerada adequada, não justificando os TMF rebaixados pelo valor da CV
(Tabela 2), indo ao encontro de estudos que salientam o papel do fechamento
glótico inadequado na presença de nódulos vocais, ou outras lesões de borda de
pregas vocais, gerando maior escape aéreo à fonação e reduzindo os TMF
4,9,10,27,28
.
Na análise descritiva, verificou-se que a variável idade foi homogênea sendo
representativa da amostra que incluiu duas faixas de idade: adultas jovens e adultas
de meia idade (Tabela1). Apenas o coeficiente de variação dos TMF das vogais e
sua média estiveram um pouco acima do esperado (0,30), o que sugere a presença
de certa variação dentro do grupo estudado (Tabela 2), o que é esperado em função
das diferenças individuais. Tal variação pode ser justificada por fatores que
possivelmente interferem, de determinada forma e em determinado grau, nos
valores dos TMF, como por exemplo, altura (não controlada neste estudo),
coordenação pneumofônica, CV, fechamento glótico, características da lesão, entre
outros
4,22,29-32
.
Entretanto, é importante notar que, mesmo com a presença de tais variações,
os resultados estatísticos evidenciaram forte correlação positiva entre os TMF das
vogais e sua média (Tabela 4), o que caracteriza o grupo de mulheres adultas com
nódulos vocais estudado como sendo representativo em relação aos seus TMF.
Verificou-se, ainda, correlação positiva moderada significativa entre a CV e os
TMF e sua média (Tabela 4), corroborando afirmações de que as medidas de CV
podem sinalizar alterações do fluxo aéreo expiratório, resultando de forma indireta
em variação nos valores dos TMF
4,22
. Além disso, os resultados também vão ao
encontro de vários autores que referem que os valores de TMF podem ser
influenciados pela CV
4,22,29-32
.
51
Para alguns autores, a variação do TMF que não pode ser justificada pela CV,
é presumidamente causada pela resistência laríngea ao fluxo aéreo
30,33
que, no caso
do grupo estudado se encontra comprometida pela presença dos nódulos vocais em
nível glótico.
Desta forma, apesar da CV ter se apresentado dentro da normalidade (e até
superior) no grupo estudado, os valores dos TMF das vogais e sua média
encontraram-se reduzidos (Tabela 2) provavelmente pela presença dos nódulos
vocais impedindo o adequado fechamento glótico
1,3,4,9,10,14,27,28,31
. Além disso, os
valores reduzidos também poderiam ser justificados por uma possível
incoordenação pneumofonoarticulatória dos sujeitos..
A análise estatística evidenciou correlação positiva moderada significativa
entre a CV e os TMF e sua média (Tabela 4), comprovando a influência que a CV
exerce sobre os TMF, embora acredite-se que a CV não seja a única variável
determinante dos TMF, concordando com a literatura
4,22,29,31,32
.
4.7 Conclusão
- O valor de CV foi representativo do grupo de mulheres adultas com nódulos vocais
e apresentou-se dentro dos padrões de normalidade.
- Os valores de TMF das vogais encontraram-se reduzidos na presença dos nódulos
vocais, provavelmente pela presença dos mesmos impedindo o adequado
fechamento glótico.
- Os valores dos TMF mostraram coeficiente de variação um pouco acima do
esperado, sugerindo variação intra-grupo, que pode ser atribuída a outros fatores
que podem influenciar os TMF, como CV, altura, coordenação pneumofônica,
fechamento glótico, características da lesão, entre outros. No entanto, os valores de
TMF apresentaram forte correlação positiva, o que evidencia a sua consistência no
grupo estudado.
- Houve correlação positiva moderada significativa entre a CV e os TMF e sua
média, comprovando a influência que a CV exerce sobre os TMF, embora acredite-
se que a CV não seja a única variável determinante dos TMF.
52
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