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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO
COM DIETAS CONTENDO RACTOPAMINA E
EXTRATOS CÍTRICOS: DESEMPENHO,
CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA, DA CARNE E
PRODUTO CURADO
TESE DE DOUTORADO
Carlos Augusto Rigon Rossi
Santa Maria, RS, Brasil
2010
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ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO COM
DIETAS CONTENDO RACTOPAMINA E EXTRATOS
CÍTRICOS:
DESEMPENHO, CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA, DA
CARNE E PRODUTO CURADO
por
Carlos Augusto Rigon Rossi
Tese apresentada ao Curso de Doutorado do Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia, Área de Concentração em Produção
Animal - Nutrição de monogástricos, da Universidade Federal de Santa
Maria
(UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Zootecnia.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Alberto Lovatto
Santa Maria, RS, Brasil
2010
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Tese de Doutorado
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO COM DIETAS
CONTENDO RACTOPAMINA E EXTRATOS CÍTRICOS:
DESEMPENHO, CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA, DA CARNE E
PRODUTO CURADO
Elaborada por
Carlos Augusto Rigon Rossi
como requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Zootecnia
Comissão Organizadora:
_________________________
Paulo Alberto Lovatto, Dr (UFSM)
(Presidente/Orientador)
_________________________
Paulo Santana Pacheco, Dr (UFSM)
_________________________
Kenio de Gouvêa Cabral, Dr (QUINABRA)
_________________________
Luis Fernando Vilani de Pelegrini, Dr (UFSM)
_________________________
Vladimir de Oliveira, Dr (UNIOESTE)
Santa Maria, 26 de fevereiro de 2010.
4
Aos meus pais, sempre presentes em todas
as etapas de minha vida.
A minha esposa Claudia Badke Rossi e meu filho Eduardo Badke Rossi, pelo amor,
dedicação, compreensão, apoio e experiência de vida que me propuseram.
DEDICO
5
Agradecimentos
Ao senhor meu deus, pela graça da vida e pela oportunidade de desenvolver este
trabalho.
Ao professor Paulo Alberto Lovatto pelos ensinamentos, incentivo e orientação em
minha formação.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão da bolsa de estudos.
Ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Santa
Maria, pela oportunidade.
Aos professores do Departamento de Zootecnia, em especial ao Gerson Guarez Garcia
pelos ensinamentos e apoio.
Aos professores Luis Fernando Vilani de Pelegrini e Geder Paulo Hermann, pela
amizade, disponibilidade de tempo e confiança a mim depositados.
A empresa Química Natural Brasileira Ltda - Quinabra, na pessoa do Dr. Kenio de
Gouvêa Cabral pela infraestrutura para realização do trabalho.
As empresas Cotribá e Aurora pela infraestrutura para realização deste trabalho.
Ao laboratório de Carnes do Colégio Politécnico, aos Laboratórios de Análises Físico-
química, Sensoriais e Núcleo Integrado de Desenvolvimento em Análises Laboratoriais
(NIDAL) da UFSM, pela infraestrutura para realização deste trabalho.
A equipe do Setor de Suínos, em especial ao Glauber Valentim Porolnik, Cheila
Lehnen, Marcos Ceron e Gustavo Lovato pela amizade e responsabilidade.
Aos amigos e colegas da pós-graduação.
A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
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RESUMO
Tese de Doutorado
Programa de Pós-graduação em Zootecnia
Universidade Federal de Santa Maria
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO COM DIETAS
CONTENDO RACTOPAMINA E EXTRATOS CÍTRICOS: DESEMPENHO,
CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA, DA CARNE E PRODUTO CURADO
AUTOR: CARLOS AUGUSTO RIGON ROSSI
ORIENTADOR: PAULO ALBERTO LOVATTO
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 26 de fevereiro de 2010.
Este trabalho avaliou os efeitos da adição de ractopamina e extratos cítricos a dietas de
suínos em terminação sobre o desempenho, características de carcaça, da carne e produto
curado. Foram utilizados 108 suínos (54 machos e 54 fêmeas), meio irmãos paternos e peso
vivo médio inicial de 61 quilogramas. O delineamento experimental foi o inteiramente
casualizado, bloqueado por sexo e com nove tratamentos: T1. controle (C) (0 ppm de
ractopamina e 0 ppm de extratos cítricos), T2. C + 10 RAC (RAC: ractopamina, em ppm), T3.
C + 20 RAC, T4. C + 250 EC (EC: extratos cítricos, em ppm), T5. C + 500 EC, T6. C + 250
EC + 10 RAC, T7. C + 250 EC + 20 RAC, T8. C + 500 EC + 10 RAC e T9. C + 500 EC + 20
RAC. Foram utilizados dois sexos, com quatro repetições e três animais por unidade
experimental, com repetição no tempo. O desempenho dos animais não foi influenciado
(P>0,05) pelos tratamentos. A espessura de toucinho do grupo controle foi 35% superior
(P<0,05) aos níveis de RAC e 10 RAC + 500 EC. A carne magra do controle foi 5,3% inferior
(P<0,05) em relação aos níveis de ractopamina. Os teores de proteína do Longissimus dorsi
para a inclusão de 20 RAC foram 5,5% superiores (P<0,05) aos dois níveis de EC na dieta. A
umidade do músculo dos animais que receberam 20 RAC e 500 EC foi 4,3% superior
(P<0,05) ao controle e 500 EC. Os teores do ácido linoléico no Longissimus dorsi para o
grupo 10 RAC + 500 EC foi 18% superior (P<0,05) em relação a 500 EC. O teor do ácido α-
Linolênico do controle foi 33,5% superior (P<0,05) aos níveis de RAC, EC e suas interações.
A concentração do ácido araquidônico da interação 20 RAC + 250 EC foi 36% superior
(P<0,05) aos teores de 20 RAC. O teor de proteína no salame dos tratamentos com 250 e 10
RAC + 500 EC, foi em média 25% superior (P<0,05) ao controle. O teor de lipídios no salame
do controle foi 16% superior (P<0,05) em relação aos demais tratamentos. Na avaliação da
coloração do salame elaborado com carne das fêmeas, o nível de inclusão 10 RAC + 250 EC
apresentou melhor aceitabilidade (P<0,05) em relação aos demais tratamentos. Em relação à
7
característica odor, o salame elaborado com carne das fêmeas com inclusão de 500 EC
apresentou melhor aceitabilidade (P<0,05) em relação aos demais tratamentos. O sabor dos
salames elaborados com carne de machos e de fêmeas do tratamento com 500 EC
apresentaram melhor aceitabilidade (P<0,05) em relação aos demais tratamentos. A textura
dos salames elaborados com carne de machos e de fêmeas do tratamento com 20 RAC + 250
EC, apresentaram melhor aceitabilidade (P<0,05) em relação aos demais tratamentos. O
desempenho dos animais não foi alterado pelos tratamentos. A ractopamina na dieta de suínos
em terminação diminui a espessura de toucinho na carcaça. O tratamento com 20 ppm de
ractopamina aumenta o peso e a deposição de carne magra na carcaça. A percentagem de
carne magra na carcaça é influenciada pelos tratamentos. A ractopamina nas dietas,
comparada aos extratos cítricos, aumenta os teores de proteína no músculo Longissimus dorsi.
Os extratos cítricos influenciam positivamente os teores do ácido graxo láurico. A interação
com 10 ppm de ractopamina e 500 ppm de extratos cítricos aumenta os teores do ácido
linoléico. O ácido linolênico é influenciado negativamente pelos níveis de ractopamina,
extratos cítricos e suas interações. A interação entre 10 ppm de ractopamina e 250 ppm de
extratos cítricos aumenta os teores do ácido araquidônico. O salame elaborado com carne de
suínos com adição de ractopamina e extratos cítricos na dieta não afeta a contagem de
Coliformes, Staphylococcus e Salmonella ssp, porém reduz a contagem de bactérias lácticas.
O salame elaborado com carne de animais que receberam adição de ractopamina e extratos
cítricos na dieta possui maior teor de proteína e menor teor de lipídios. O salame elaborado
com carne de animais que receberam a adição de 500 ppm de extratos cítricos na dieta
apresenta melhor aceitabilidade pela análise sensorial.
8
ABSTRACT
Doctor’s Thesis
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
Universidade Federal de Santa Maria
FEEDING FINISHING PIGS WITH DIETS CONTAINING RACTOPAMINE AND
CITRUS EXTRACTS: PERFORMANCE, CHARACTERISTICS OF CARCASS,
MEAT AND SALAMI
AUTHOR: CARLOS AUGUSTO RIGON ROSSI
ADVISER: PAULO ALBERTO LOVATTO
Site and Date of Defence: Santa Maria, february, 26th, 2010.
This study evaluated the effects of addition of ractopamine and citrus extracts in the
diets of finishing pigs on performance, characteristics of carcass, meat and cured product.
Hundred eight pigs were used (54 males and 54 females) in a completely randomized design,
blocked by sex with nine treatments: T1 - control (C) (0 ppm of ractopamine e 0 ppm of citrus
extracts), T2 - C + 10 RAC (RAC: ractopamine, ppm), T3 - C + 20 RAC, T4. C + 250 EC
(EC: citrus extracts, ppm), T5 - C + 500 EC, T6 - C + 250 EC + 10 RAC, T7 - C + 250 EC +
20 RAC, T8 - C + 500 EC + 10 RAC e T9 - C + 500 EC + 20 RAC. Two sexes were used,
with four replicates and three animals per experimental unit, with repetition over time. The
performance of animals was not affected (P>0.05) by treatments. The backfat thickness of the
control was 35% higher (P<0.05) to levels of RAC and 10 RAC + 500 EC. The lean meat of
the control was 5.3% lower (P<0.05) compared to levels of ractopamine. The protein content
of the Longissimus dorsi for the inclusion of 20 RAC was 5.5% higher (P<0.05) to two EC
levels in the diet. The moisture of muscle samples from the animals that received 20 RAC and
500 EC was 4.3% higher (P<0.05) to control and 500 EC. The levels of linoleic acid in
Longissimus dorsi muscle for the group 10 RAC + 500 EC was 18% higher (P<0.05)
compared to 500 EC. The levels of α-linolenic acid of the control was 33.5% higher (P<0.05)
to levels RAC, EC and their associations. The concentration of arachidonic acid of the
interaction 20 RAC + 250 EC was 36% higher (P<0.05) for the concentrations of 20 RAC.
The protein content in the salami from the treatments with 250 and 10 RAC + 500 EC, was on
average 25% higher (P<0.05) to control. The fat content of salami for the control was 16%
higher (P<0.05) compared to other treatments. In sensory analisys the color of salami made
with meat from the females for the level of inclusion 10 RAC + 250 EC, the acceptability was
9
better (P<0.05) compared to other treatments. In relation to the characteristic odor, the salami
prepared with meat of females from group 500 EC, the acceptability was better (P<0.05)
compared to other treatments. The flavor of salami made with meat from the males and
females of treatment with 500 EC, the acceptability was better (P<0.05) compared to other
treatments. The texture of the salami made with meat from males and females of treatment
with 20 RAC + 250 EC, the acceptability was better (P<0.05) compared to other treatments.
The performance of animals was not altered by the treatments. The ractopamine in the diet of
finishing pigs decreases the thickness of backfat. The treatment with 20 ppm of ractopamine
increases weight in the carcass. The percentage of lean meat is influenced by the treatments.
The ractopamine in the diet, compared to citrus extracts, increases the protein content in the
Longissimus dorsi. The extracts citrus influence positively the levels of the fatty acid lauric.
The interaction with 10 RAC + 500 EC increases the levels of linoleic acid. Linolenic acid is
negatively influenced by the levels of ractopamine, citrus extracts and their associations. The
interaction with 10 RAC + 250 EC increase the concentration of arachidonic acid. The salami
made with meat the animals with addition of ractopamine and citrus extracts in the diet does
not affect the count of Coliforms, Staphylococcus and Salmonella spp, but reduces the count
of bacterial lácticas. O salami made with meat from animals that received addition of
ractopamine and citrus extracts in the diet had higher protein levels and lipid content. The
salami made with meat from animals that received the addition of 500 ppm of citric extracts
in the diet, the acceptability was better by sensory analysis.
10
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - A) estrutura química geral das fenetanolaminas; B) estrutura da ractopamina
HCl. *Carbono quiral (assimétrico) ..................................................................... 25
FIGURA 2 - Modo de ação dos agonistas beta-adrenérgicos ................................................. 30
FIGURA 3 - Estrutura base dos bioflavonóides ...................................................................... 38
FIGURA 4 - A) Fórmula estrutural do ácido L-ascórbico; B) Fórmula estrutural do ácido L-
desidroascórbico .................................................................................................. 40
FIGURA 5 - Representação esquemática do papel antioxidante da vitamina C e fatores que
influenciam a formação de formas oxidadas e reduzidas do ácido ascórbico ..... 42
11
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A - Produção bibliográfica durante o curso de Doutorado .............. ......... 140
APÊNDICE B - Identificação da carcaça no abatedouro ..................................... ......... 151
APÊNDICE C - Medidas de carcaça usando a Sonda Hennessy ......................... ......... 152
APÊNDICE D - Acondicionamento do Longissimus dorsi na câmara de resfriamento 153
APÊNDICE E - Maturação do produto curado na UFSM.................................... ......... 154
APÊNDICE F - Condições utilizadas na câmara climatizada durante a maturação do
produto curado ............................................................................ ....... . 155
APÊNDICE G - Avaliação sensorial .................................................................... ......... 156
12
LISTA DE ABREVIATURAS
AA ácido ascórbico
AAR radical ácido ascórbico (radical ácido monodehidroascórbico)
ABA agonista beta-adrenérgico
AC adenilato ciclase
ATP adenosina trifosfato
βAR receptor β-adrenérgico
Beta-ARK beta-adreno-receptor quinase
DHA ácido dehidroascórbico
DNA ácido desoxirribonucléico
E enzima
EDTA ácido etilenodiamina tetracético
EPO4 enzima fosforilada
FAS ácido graxo sintetase
GDPH glicerol-3-fosfato desidrogenase
G
s
proteína ativa
GSH glutationa (reduzida)
GSSH glutationa (oxidada)
GTP nucleotídeo guanosina trifosfato
LDL lipoproteínas de baixa densidade
LHS lipase hormônio sensível
LPL lipase lipoprotéica
mRNA RNA mensageiro
NAD dinucleotídeo de adenina nicotinamida
NADH dinucleotídeo de adenina nicotinamida (elétron doador)
13
PDEs enzimas fosfodiesterases
PPARγ proliferadores de peroxissomas
PKA proteína quinase A
ROS espécies reativas de oxigênio
rRNA RNA ribossomal
tRNA RNA transportador
14
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 17
1. CAPÍTULO 1 ................................................................................................................... 18
ESTUDO BIBLIOGRÁFICO ................................................................................................ 18
1.1. Fundamentação teórica .................................................................................................. 18
1.1.1. Desenvolvimento celular ........................................................................................... 18
1.1.1.1. Crescimento e diferenciação do tecido muscular ................................................... 18
1.1.1.2. Crescimento e diferenciação do tecido adiposo ..................................................... 21
1.1.2. Partição da deposição tecidual no crescimento dos suínos ........................................ 22
1.1.3. Aditivos modificadores do metabolismo animal ....................................................... 23
1.1.3.1. Ractopamina ........................................................................................................... 24
1.1.3.1.1. Estrutura química e atividade biológica da ractopamina ....................................... 24
1.1.3.1.2. Receptores beta-adrenérgicos ................................................................................. 26
1.1.3.1.3. Via de transdução intracelular acoplada aos receptores beta-adrenérgicos ........... 28
1.1.3.1.4. Vias de sinalização celular pela proteína G ........................................................... 28
1.1.3.1.5. Modo de ação da ractopamina ................................................................................ 29
1.1.3.1.6. Efeito da ractopamina sobre o tecido muscular e adiposo ..................................... 31
1.1.3.1.7. Efeitos da ractopamina e calpastatina sobre a qualidade de carne ......................... 32
1.1.3.1.8. Fatores que interferem na resposta a ractopamina ................................................. 33
1.1.3.2. Antioxidantes ......................................................................................................... 34
1.1.3.2.1. Mecanismo de ação ................................................................................................ 35
1.1.3.3. Antioxidantes sintéticos ......................................................................................... 36
1.1.3.4. Antioxidantes naturais ............................................................................................ 37
1.1.3.4.1. Bioflavonóides ....................................................................................................... 37
1.1.3.4.2. Ácido ascórbico ...................................................................................................... 39
1.1.3.4.3. Sinergismo entre bioflavonóides e ácido ascórbico ............................................... 43
1.1.3.5. Oxidação lipídica.................................................................................................... 44
1.2. Fundamentação prática .................................................................................................. 45
1.2.1. Respostas ao uso da ractopamina ............................................................................... 45
1.2.2. Respostas ao uso de extratos cítricos ......................................................................... 47
1.3. Produto curado ............................................................................................................... 48
15
1.3.1. Padrões de Identidade e Qualidade para Salames ...................................................... 51
1.3.2. Padrões físico-químicos para salames ....................................................................... 51
1.3.3. Padrões microbiológicos para salames ...................................................................... 52
1.3.4. Principais características sensoriais dos embutidos fermentados .............................. 53
2. CAPÍTULO 2 ................................................................................................................... 56
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO COM DIETAS CONTENDO
RACTOPAMINA E EXTRATOS CÍTRICOS: DESEMPENHO E
CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA ................................................................................ 56
RESUMO ................................................................................................................................. 57
ABSTRACT ............................................................................................................................. 58
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 58
MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 59
RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 60
CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 63
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 64
3. CAPÍTULO 3 ................................................................................................................... 71
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO COM DIETAS CONTENDO
RACTOPAMINA E EXTRATOS CÍTRICOS: CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E
PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DO MÚSCULO LONGISSIMUS DORSI .................... 71
RESUMO ................................................................................................................................. 72
SUMMARY ............................................................................................................................. 73
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 74
MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 75
RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 77
CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 83
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 84
4. CAPÍTULO 4 ................................................................................................................... 94
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO COM DIETAS CONTENDO
RACTOPAMINA E EXTRATOS CÍTRICOS: AVALIAÇÃO QUÍMICA,
MICROBIOLÓGICA E SENSORIAL DE PRODUTO CURADO .................................. 94
RESUMO ................................................................................................................................. 95
ABSTRACT ............................................................................................................................. 96
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 97
16
MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................... 98
RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................. 99
CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 103
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 103
5. CAPÍTULO 5 ................................................................................................................. 109
DISCUSSÃO GERAL .......................................................................................................... 109
6. CAPÍTULO 6 ................................................................................................................. 119
CONCLUSÕES GERAIS .................................................................................................... 119
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 120
17
INTRODUÇÃO
A suinocultura é uma atividade importante para a produção de proteína animal, que
estimula o desenvolvimento de uma cadeia produtiva extremamente complexa. O Brasil
produz anualmente cerca de três milhões de toneladas de carne suína, tendo um consumo per
capita médio de 14 quilogramas, dos quais cerca de 70% é sob forma de produtos
industrializados.
Nos últimos anos, em decorrência das exigências dos consumidores quanto às
preferências e hábitos alimentares, têm-se adotado novas alternativas nutricionais, com
destaque para os aditivos modificadores do metabolismo animal. Um exemplo é a
ractopamina, agonista beta-adrenérgico, que aumenta a massa muscular e reduz a gordura na
carcaça. Outra alternativa para melhorar as características da carne é o uso de extratos
vegetais na dieta, dentre os quais os cítricos. Os principais componentes dos extratos cítricos
são os bioflavonóides e o ácido ascórbico. Os bioflavonóides são antioxidantes naturais, tendo
ações anti-inflamatórias, antimicrobianas, antialergênicas e imuno-estimulantes. O ácido
ascórbico é co-fator enzimático e óxi-redutor. Ele atua sobre os radicais livres, na formação
do colágeno, na síntese de epinefrina, de corticoesteróides e ácidos biliares, aumenta a
absorção de ferro. Os benefícios da utilização terapêutica do ácido ascórbico em suínos são
observados no desempenho, no estresse pré-abate e na qualidade da carne.
Pelas propriedades individuais e ação sinérgica de seus princípios ativos, o uso de
extratos cítricos nas dietas pode melhorar o desempenho dos suínos na terminação, as
características da carcaça, da carne e de produtos elaborados. Embora existam informações
positivas relacionadas ao sinergismo dos constituintes dos extratos cítricos, ainda não há
pesquisas do uso associado com a ractopamina.
Este estudo teve o objetivo de avaliar o desempenho dos animais, características de
carcaça, características químicas da carne e as características químicas, microbiológicas e
sensoriais do produto curado de suínos alimentados na terminação com dietas contendo
ractopamina e extratos cítricos. Este documento é estruturado de forma sequencial em seis
capítulos, sendo revisão bibliográfica, artigo sobre desempenho e características de carcaça,
artigo sobre composição química da carne, artigo sobre produto curado, discussão geral e
conclusões gerais.
18
1. CAPÍTULO 1
ESTUDO BIBLIOGRÁFICO
Neste capítulo, é desenvolvido o tema de estudo abordando os apectos bioquímicos e
fisiológicos do desenvolvimento celular, deposição tecidual no crescimento e aditivos
modificadores do metabolismo animal. Esses aspectos permitirão compreender e explicar as
respostas de suínos alimentados com dietas contendo ractopamina, extratos cítricos e suas
associações.
1.1. Fundamentação teórica
1.1.1. Desenvolvimento celular
1.1.1.1. Crescimento e diferenciação do tecido muscular
Em sistemas de produção de carne, conhecer os fatores de crescimento e
desenvolvimento dos tecidos é fundamental para adequar programas de melhoramento, de
manejo nutricional, ambiência e definição da idade de abate. Neste aspecto podemos alterar a
quantidade e a qualidade da carne produzida.
Desde a concepção, o desenvolvimento se caracteriza por mudanças morfológicas e
funcionais (Samuelson, 2007). O tecido muscular, originado do mesoderma, está relacionado
ao mecanismo de locomoção e ao processo de movimentação de substâncias internas do corpo
(Samuelson, 2007). Estas ações são decorrentes da capacidade contrátil das fibras musculares
em resposta a estímulos nervosos, com consumo energético. As células desse tecido são
alongadas, atuando na contração e distensão das fibras musculares, formada por numerosos
filamentos protéicos de actina e miosina (Junqueira & Carneiro, 2004). De maneira geral, a
19
massa muscular é resultante do número e tamanho das fibras musculares, sendo o número de
fibras determinado nos estágios iniciais de desenvolvimento embrionário, enquanto o volume
das miofibras aumenta durante o período de crescimento pós-natal (Guyton & Hall, 2006).
A miogênese durante a fase embrionária compreende dois eventos distintos: (a)
determinação - multiplicação celular por hiperplasia; e (b) diferenciação - os mioblastos
unem-se para a formação de células multinucleadas, denominadas miotúbulos (Kokta et al.,
2004). A diferenciação ocorre quando os genes dos miotúbulos iniciam sua expressão-
específica, a multiplicação celular cessa e as fibras musculares se hipertrofiam (Guyton &
Hall, 2006). A hipertrofia ocorre primeiramente no sentido longitudinal da fibra muscular em
virtude do aumento do número de sarcômeros e, posteriormente, ocorre um aumento do
diâmetro pela deposição de proteínas miofibrilares (Guyton & Hall, 2006).
Durante a miogênese, as fibras musculares se desenvolvem em duas populações
distintas (Samuelson, 2007). As fibras que se formam nos primeiros estágios da fusão dos
mioblastos são denominadas fibras primárias ou vermelhas (aeróbias), que apresentam
quantidade abudante de mioglobina e mitocôndria, além de realizarem contrações lentas
(Kokta et al., 2004). Quando a inervação se estabelece no embrião, ocorre a segunda
diferenciação dos mioblastos e, assim, formam-se as fibras secundárias, também conhecidas
como brancas (glicolíticas e anaeróbicas), que possuem contrações rápidas (Kokta et al.,
2004). Nos suínos, as fibras primárias estão presentes aos 35 dias de gestação e seu número
cresce gradualmente até os 60 dias. A formação das fibras secundárias ocorre rapidamente por
volta dos 54 a 90 dias de gestação, completando o processo de hiperplasia por volta de 90 dias
de gestação (Wigmore & Stickland, 1983).
Uma terceira população de mioblastos não se diferencia em fibras musculares, sendo
denominadas células satélites em razão da sua localização anatômica na periferia das fibras
multinucleadas maduras (Foschini et al., 2004). As células satélites fazem parte de uma
população de células com grande atividade mitogênica que contribuem para o crescimento
muscular pós-natal, reparo de fibras musculares danificadas e a manutenção do músculo
esquelético adulto (Foschini et al., 2004). São células mononucleadas, cuja membrana basal
está em continuidade com a membrana basal da miofibra (Samuelson, 2007). Em resposta a
estímulos como hipertrofia muscular, remodelação ou trauma, as células satélites são ativadas,
proliferam-se por divisão mitótica e expressam fatores regulatórios de miogênese como Myod,
Myf-5, MRF-4 e miogenina (Kokta et al., 2004). Assim, estas células fundem-se as fibras
musculares pré-existentes, contribuindo para a hipertrofia do músculo ou às células satélites
vizinhas para gerar novas fibras musculares esqueléticas (Junqueira & Carneiro, 2004).
20
Durante o crescimento muscular ocorre um aumento considerável no número de
núcleos das fibras musculares porque as células satélites são incorporadas pelas fibras
musculares servindo como fonte extra de núcleo, aumentando a quantidade de DNA (ácido
desoxirribonucléico) para a produção de proteína. A quantidade de células satélites pode ser
determinante para estipular o tamanho que cada músculo pode crescer. O número de células
satélites no músculo varia com a idade, o tipo de músculo, a nutrição e a demanda de esforço.
Em geral, os músculos oxidativos (fibras vermelhas) possuem maior densidade de células
satélites que os músculos glicolíticos (fibras brancas) (Samuelson, 2007; Bridi et al., 2009b).
Durante o período pós-natal do animal, o crescimento muscular ocorre somente por
hipertrofia principalmente pelo acréscimo de proteína e de núcleos originados da proliferação
e fusão das células satélites a célula muscular (Samuelson, 2007). Portanto, o aumento do
tamanho da fibra muscular está limitado por fatores genéticos, ambientais e nutricionais que
irão determinar a capacidade do músculo sintetizar proteínas musculares. A fusão das células
satélites nas células musculares é importante porque provoca aumento no número de núcleos
celulares, favorecendo a síntese protéica. A taxa de crescimento muscular depende do
turnover protéico, ou seja, da relação entre o anabolismo e catabolismo protéico (Gonzalez &
Da Silva, 2006). O crescimento ocorre quando o incremento anabólico supera as perdas
catabólicas. A síntese protéica ocorre no citosol da célula e requer a participação de
ribossomos, os quais contêm RNA ribossomal (rRNA), RNA transportador (tRNA) e RNA
mensageiro (mRNA), além dos aminoácidos, ATP (adenosina trifosfato), nucleotídeo
guanosina trifosfato (GTP) e várias enzimas. A síntese de todos os RNAs ocorre no núcleo. A
formação de ribossomos envolve a associação de rRNA com mais ou menos 70 proteínas. Os
ribossomos são constituídos por pequenas (40S) e grandes (60S) subunidades. A síntese
protéica envolve a ligação das subunidades dos ribossomos pelo mRNA para formar uma
unidade de iniciação (80S). O caminho do ribossomo pela cadeia do mRNA determina a
extensão da cadeia polipeptídica (alongamento), feita de aminoácidos trazidos pelo tRNA. A
liberação da cadeia peptídica após sua formação completa e a liberação do ribossomo do
mRNA constitui a terminação (Lehninger et al., 2007). A taxa de síntese protéica é uma
função do número de ribossomos e da taxa pela qual esses ribossomos sintetizam a proteína
(relação síntese/rRNA). A quantidade de proteína sintetizada pode ser modificada, em longo
prazo, por alterações do número de ribossomos e, em curto prazo, por alteração na taxa de
síntese pelo ribossomo (Gonzalez & Da Silva, 2006). Portanto, o controle da miogênese para
aumentar o número de mioblastos e de fibras musculares é uma estratégia importante quando
se deseja aumentar a massa muscular e a produção de carne.
21
1.1.1.2. Crescimento e diferenciação do tecido adiposo
O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo, de origem mesodérmica,
caracterizado por sua capacidade de armazenamento de energia, sob a forma de triglicerídeos
(Junqueira & Carneiro, 2004). As células adiposas, comumente denominadas adipócitos,
apresentam pequena quantidade de citoplasma funcionante e são adaptadas a estocagem e
liberação de energia, contribuindo para a homeostase energética do organismo animal
(Fruhbeck et al., 2001). Nos mamíferos, existem dois tipos de tecido adiposo: o branco e o
marrom (Junqueira & Carneiro, 2004). O adipócito branco maduro armazena triglicerídeos em
uma única e grande gota lipídica que ocupa 85-90% do citoplasma, deslocando o núcleo e
uma fina camada de citosol para a periferia da célula (Fonseca-Alaniz et al., 2006). É
interessante ressaltar que, durante seu desenvolvimento, a célula jovem contém múltiplas
gotículas de lipídios, que coalescem para formar uma inclusão lipídica unitária com o
amadurecimento celular. Os adipócitos brancos maduros são células grandes, muitas vezes
maiores que hemáceas, fibroblastos e células do sistema imune e, podem alterar seu tamanho
(volume e diâmetro) conforme a quantidade de triglicerídeos acumulada (Junqueira &
Carneiro, 2004). Praticamente todo o tecido adiposo presente nos animais adultos é branco,
enquanto o tecido adiposo marrom, especializado na termogênese, é encontrado nos
mamíferos hibernantes, fetos e recém-nascidos (Samuelson, 2007).
Os estudos sobre o processo de diferenciação do tecido adiposo, fenômeno
denominado adipogênese, tem sido extensivamente realizado in vitro, com o intuíto de
desvendar a base molecular e celular do desenvolvimento do referido tecido (Gregoire et al.,
1998). A partir de estudos morfológicos realizados em embriões de suínos comprovou-se que
a adipogênese inicia antes do nascimento (Fonseca-Alaniz et al., 2006). Após o nascimento,
ocorre uma expansão rápida do tecido adiposo branco, como resultado do aumento do número
e, principalmente, do tamanho das células, sendo que o potencial de gerar novas células
adiposas persiste mesmo na fase adulta (Gregoire, 2001). Portanto, ao contrário das fibras
musculares, as células adiposas não são previamente estabelecidas sendo continuamente
formadas durante o crescimento do animal (Mersmann, 2002).
A diferenciação dos adipócitos indica que precursores de células troncos pluripotentes
são capazes de originar células precursoras mesenquimais com o potencial de diferenciarem-
22
se em mioblastos, condroblastos, osteoblastos e pré-adipócitos (Gregoire et al., 1998). A
diferenciação dos p-adipócitos em adipócitos é um processo altamente controlado por
fatores de transcrição adipogênicos, incluindo o receptor gama ativado por proliferadores de
peroxissomas (PPARγ) e as proteínas ligantes ao amplificador CCAAT (C/EBPs) (Fonseca-
Alaniz et al., 2006). Estes fatores desempenham um papel-chave na cascata transcricional que
ocorre durante a adipogênese. Sinais hormonais e nutricionais afetam a diferenciação do
adipócito de maneira positiva e negativa, e componentes envolvidos na interação célula-célula
ou na matriz celular também são importantes na regulação do processo de diferenciação.
Durante a fase inicial da diferenciação, intensa proliferação dos p-adipócitos, bem como
expressão da lipase lipoprotéica (LPL) (Kokta et al., 2004). Cessada a proliferação, as células
sintetizam glicerol-3-fosfato desidrogenase (GDPH) e ácido graxo sintetase (FAS),
caracterizando o término da diferenciação. Com isso, as células começam a acumular lipídios
no citosol e apresentam sensibilidade à insulina (Gregoire, 2001).
1.1.2. Partição da deposição tecidual no crescimento dos suínos
O crescimento é resultante da progressiva deposição de nutrientes e seus metabólitos,
que se inicia na concepção e vai até a maturidade (Guyton & Hall, 2006). A velocidade de
crescimento dos diferentes tecidos do corpo é variável em função da idade e maturidade
fisiológica do animal. Dentre os principais tecidos constituintes da carcaça suína, o tecido
ósseo é o primeiro a atingir a máxima deposição (Gomes et al., 2007). A proporção de ossos
na carcaça diminui lentamente com o aumento do peso, apresentando menor variação
percentual. Em contrapartida, os músculos representam alta percentagem do peso total ao
nascimento, aumentando ligeiramente, passando a decrescer com o início da fase de
deposição lipídica (Lawrence & Fowler, 1998).
O crescimento de um suíno segue normalmente um padrão sigmóide e apresenta
características alométricas, sendo este modelo teórico o mais aceito para explicar o
crescimento dos animais (De Lange et al., 2001). Fases de aceleração e desaceleração, unidas
por um período de crescimento linear antecedem um platô a maturidade. Este comportamento
está relacionado a capacidade que o animal tem de depositar, principalmente proteína e
lipídios. Durante os estágios precoces do crescimento, a taxa de ganho de peso aumenta (fase
de aceleração) até o indivíduo alcançar a puberdade, que corresponde a uma taxa de
23
crescimento linear, relativamente constante. Depois, a taxa de crescimento diário começa a
declinar gradualmente chegando a zero quando o animal atinge o peso corporal adulto
(Guyton & Hall, 2006). Na fase de aceleração, a deposição lipídica pode superar a deposição
protéica. Portanto, com o avançar do peso vivo do animal, as carcaças apresentam maior
percentagem de gordura em detrimento do menor conteúdo relativo de carne (Bertol et al.,
2001).
1.1.3. Aditivos modificadores do metabolismo animal
Aditivos são substâncias com propriedades funcionais digestivas ou equilibradoras da
flora do trato digestório que são adicionados aos produtos ou a água de bebida dos animais ou
administrados diretamente ao animal por via oral (Brasil, 2004). Os aditivos podem ainda ser
referenciados como substâncias ou microrganismos adicionados intencionalmente aos
alimentos com a finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades. Dentre
os aditivos, os modificadores metabólicos têm utilidade na produção animal, uma vez que
possuem a capacidade de alterar o crescimento animal (Guyton & Hall, 2006).
Os aditivos modificadores do metabolismo animal podem alterar as taxas de acreção
protéica, modificar a proporção da proteína em relação a gordura, alterar o perfil de ácidos
graxos na carne ou alterar o metabolismo post mortem. Alguns modificadores metabólicos são
compostos por vitaminas, metabólitos vitamínicos (Lawrence & Coppack, 2000) e compostos
semelhantes a vitamina, que fornecem benefícios adicionais a carcaça quando adicionados
além das exigências dos animais (Heo et al., 2000). Além disso, têm sido utilizados como
aditivos modificadores do metabolismo animal, os agonistas beta-adrenérgicos, com destaque
para a ractopamina. Este aditivo redireciona os nutrientes para o anabolismo protéico em
detrimento do lipídico, contribuindo para melhorar as características da carcaça (Schinckel et
al., 2003a).
Outras substâncias que podem ser utilizadas como aditivos para prolongar o período
de conservação dos alimentos e de matérias-primas para alimentos, protegendo-os contra a
deterioração causada pela oxidação são os antioxidantes (Brasil, 2004). Dentre os principais
antioxidantes destacam-se os bioflavonóides. A importância dos bioflavonóides,
especialmente as flavonas, se deve a presença em diversos alimentos e pelo seu uso em forma
purificada em drogas e suplementos alimentares. Além disso, o que tem despertado especial
24
interesse, são as propriedades antioxidante, antimicrobiana, anti-mutagênica, anticancerígena,
antiinflamatória, antiviral, antialérgica, entre outras, observadas nas diferentes pesquisas in
vitro e in vivo (Raj Narayana et al., 2001). Adicionalmente, os antioxidantes naturais, devido
seu potencial sequestrante, têm sido extensivamente estudados, como uma alternativa eficaz
na prevenção de inúmeras doenças destacando-se as cardiovasculares e o câncer (Kritharides
& Stocker, 2002). Outra ação interessante dos bioflavonóides é a ação antioxidante sobre
vitaminas. Destaca-se aqui a vitamina C, um poderoso antioxidante, relativamente estável no
estado seco e em soluções ácidas, mas se oxida rapidamente em soluções neutras ou básicas
na presença do oxigênio (Nijveldt et al., 2001). Estudos in vitro e in vivo comprovam a
proteção que os bioflavonóides conferem a vitamina C (Degáspari & Waszczynskyj, 2004).
1.1.3.1. Ractopamina
1.1.3.1.1. Estrutura química e atividade biológica da ractopamina
A ractopamina é um agonista beta-adrenérgico pertencente a família das
fenetanolaminas, constituída em sua estrutura por um anel aromático substituível, uma cadeia
lateral com o grupo etanolamina e um nitrogênio alifático (Figura 1) (Smith, 1998; Mills et
al., 2003a). É um agente repartidor fenetanolamina que redireciona nutrientes do tecido
adiposo para deposição em tecido magro (Moody et al., 2000). Pela definição fenetanolaminas
beta-adrenérgicos agonistas são, combinações quirais, isto é, existe assimetria molecular ao
carbono β hidroxilateral a um nitrogênio alifático e α para um grupo benzil substituído
comum a todas as fenetanoalaminas (Ricke et al., 1999).
A ractopamina HCl é uma fenetanolamina beta-adrenérgico agonista que contém dois
carbonos quirais ligados a quatro estereoisômeros. Assim, para um beta-agonista ter atividade
biológica, deve haver um anel aromático com seis membros substituíveis, grupo hidroxil
ligado ao carbono β na configuração R e nitrogênio positivamente carregado na cadeia
etilamina, e plenamente substituível no nitrogênio alifático para conferir especificidade para o
beta-receptor. Estes elementos são comuns a todas fenetanolaminas beta-agonistas e, com
exceção do grupo do nitrogênio alifático, são também comum a neurotransmissores
adrenégicos naturais epinefrina e norepinefrina (Ricke et al., 1999). A ractopamina por ser
25
constituída por dois centros quirais é formada de quatro estereoisômeros, RR, RS, SR, SS
(Ricke et al., 1999). Dessa forma, a preparação comercial da ractopamina é uma mistura
equimolar dos quatro estereoisômeros (Mills et al., 2003a), originando uma mistura racêmica
(Ricke et al., 1999).
FIGURA 1 - A) estrutura química geral das
fenetanolaminas. B) estrutura da ractopamina HCl;
*Carbono quiral (assimétrico) (Smith, 1998; Mills et
al., 2003a).
Como atribuições primárias das ações dos agonistas beta-adrenérgicos são conferidas
ao anel aromático uma importância ligada a potência, enquanto a cadeia lateral é imputada a
seletividade (Dove & Franke, 1991). Os mecanismos químicos envolvidos na potência
devem-se, principalmente, as ligações de hidrogênio e a transferência de cargas, enquanto a
afinidade para os receptores do tipo beta depende, fundamentalmente, da propriedade estereo-
seletiva da cadeia lateral aminada (Ramos & da Silveira, 2001). Assim, a atividade biológica
de um agonista beta-adrenérgico é dependente do anel aromático com, pelo menos, uma
substituição em A/B e/ou C (Smith, 1998). Adicionalmente, é necessário um grupo hidroxila
no carbono beta do radical amina em configuração R e um nitrogênio carregado positivamente
na cadeia etanolamina, sendo este plenamente substituível no nitrogênio alifático para conferir
especificidade aos receptores do tipo beta.
Nitrogênio
Alifático
Anel
Aromático
Etanolamina
A)
B)
26
Para evitar inativação rápida dos agonistas beta-adrenérgicos por ação da enzima
catecol-O-metil transferase (COMT), são sintetizados compostos nos quais as hidroxilas do
anel aromático foram substituídos por átomos de halogêneos. As substituições que são
compatíveis com a ligação aos receptores beta
2
-adrenérgicos previnem a fenetanolamina de
uma rápida metabolização, ocasionando uma meia-vida mais longa para os compostos
obtidos. Entretanto, pelo fato de a ractopamina apresentar substituição na posição para
(carbono 4) do anel aromático pelo grupo hidroxila, originando um simples fenol, não é
considerada substrato para a COMT, sendo rapidamente hidrolisada por enzimas presentes no
fígado e intestino delgado dos animais (Smith, 1998).
1.1.3.1.2. Receptores beta-adrenérgicos
O interesse pelos mecanismos responsáveis pela resposta celular a determinados
estímulos extracelulares tem sido motivo de investigação científica. Incialmente foi proposto
que agentes atuando sobre terminações nervosas, não interagiam diretamente com as células e
sim com substâncias receptores, que seriam as mediadoras da resposta celular (Limbird,
2004). Ehrlich, em 1913, utilizou o termo receptor para designar um grupo químico específico
que reagia a determinada droga. Mais tarde, foi proposto que a estimulação adrenérgica
interagia com dois tipos de receptores, os α e β-adrenérgicos. No entanto, foi Kahn, em 1976,
quem melhor definiu o termo receptor, como sendo uma molécula ou complexo de moléculas,
capaz de reconhecer e interagir com hormônio, droga ou neurotransmissor e, após esta
interação, gerar sinal capaz de iniciar uma cadeia de eventos que resulta em resposta biológica
(Limbird, 2004).
Os receptores adrenérgicos (o termo “adrenérgico” reflete o nome alternativo da
epinefrina: adrenalina) são de quatro tipos gerais, definidos por sutis diferenças nas suas
afinidades e respostas a um grupo de agonistas e antagonistas. Os quatro tipos
1
, α
2
, β
1
e β
2
)
são encontrados em tecidos-alvos diferentes e medeiam respostas diferentes a epinefrina
(Lehninger et al., 2007). A subdivisão dos receptores β em β
1
(prevalente no miocárdio e
responsável pelo inotropismo e cronotropismo positivos) e β
2
(prevalente nos músculos lisos e
esqueléticos, responsável pelo relaxamento muscular) foi baseada em diferenças na potência
dos agonistas adrenalina e noradrenalina. Em certos tecidos, como o adiposo e muscular,
receptores do tipo beta
1
e beta
2
podem estar presentes quase que na mesma proporção.
27
Entretanto, outros estudos demonstram que o tecido adiposo dos suínos expressa três tipos de
receptores beta-adrenérgicos (beta
1
perfazendo aproximadamente 75%, o beta
2
20% e o beta
3
5%) (Mersmann, 2002; Mills, 2002a).
As fenetanolaminas são substâncias com capacidade de ligarem-se aos receptores alfa
e/ou beta-adrenérgicos (Smith, 1998). Entre os quatro estereoisômeros da ractopamina, o RR
provavelmente é o ligante funcional, uma vez que possui alta afinidade e grande habilidade
para gerar resposta celular após seu acoplamento como o receptor (Mills et al., 2003b). Estudo
baseado em roedores demonstra que a ractopamina apresenta seletividade para os receptores
beta
1
-adrenérgicos (Smith, 1998). Entretanto, nos adipócitos dos suínos, a conformação RR
da ractopamina possui afinidade similar para ambos os receptores do tipo beta-adrenérgico,
tanto beta
1
como beta
2
, sendo classificada como não-seletiva para estes dois subtipos de
receptores (Spurlock et al., 1993; Mills et al., 2003b). Contudo, o sinal transducional é mais
eficiente quando o estereosiômero RR da ractopamina se acopla aos receptores beta
2
em
relação aos beta
1
-adrenérgicos, presentes nas células do tecido adiposo dos suínos (Mills et
al., 2003a). Assim, o estereoisômero RR mostra-se ser um agonista parcial e completo por
meio do receptor beta
1
e beta
2
-adrenérgicos, respectivamente (Mills et al., 2003b). A
consequência direta deste fato é que, quando o estereoisômero RR comporta-se como agonista
completo, seu efeito pode não ser compreendido, particularmente, no tecido adiposo de
suínos, onde há predominância de receptores do tipo beta
1
(Mills et al., 2003a).
Os receptores beta
1
-adrenérgicos parecem estar intimamente relacionados com a
lipólise, enquanto os receptores beta
2
, possivelmente, não estão envolvidos com a cascata
lipolítica (Mills, 2002a). No entanto, apesar do estereoisômero RR da ractopamina ser um
agonista parcial mediante os receptores beta
1
, ambos os subtipos de receptores, tanto beta
1
como o beta
2
-adrenérgicos, quando acoplados a configuração RR contribuem para a
estimulação da lipólise em suínos (Mills et al., 2003b). Em adição, é possível que haja
competição pelos receptores beta
2
-adrenérgicos entre os múltiplos estereoisômeros presentes
na mistura racêmica da ractopamina, fato que limita os efeitos da mistura de estereoisômeros
em relação ao estereoisômero RR (Mills et al., 2003a).
28
1.1.3.1.3. Via de transdução intracelular acoplada aos receptores beta-adrenérgicos
Os beta-adrenérgicos são ligados a proteína G
s
e apresentam sete domínios
transmembrana (Dixon et al., 1987; Neto et al., 2006). Este modelo assume que cada um dos
sete resíduos hidrofóbicos de aminoácidos atravessa a membrana e que a porção N-terminal
do receptor é exposta na porção extracelular, enquanto a porção C-terminal é interna a
membrana plasmática. Os beta-adrenérgicos têm homologia em cerca de 60% da seqüência de
aminoácidos dentro dos domínios transmembrana, onde se encontra o sítio de acoplamento do
ligante para os agonistas adrenalina e noradrenalina (Jackson, 1991). A expressão protéica dos
beta-adrenérgicos é regulada pela ativação ou repressão dos genes que controlam a síntese de
proteínas a partir do respectivo RNA mensageiro, além de um controle por mecanismos pós
transcricionais (Hadcock & Malbon, 1991). Até pouco tempo, acreditava-se que todos os
beta-adrenérgicos estavam associados apenas a proteína G
s
que ativa a adenilato ciclase (AC),
resultando na produção do AMPc (Kenakin, 1995). Entretanto, o acoplamento simultâneo dos
beta-adrenérgicos com mais de uma proteína G pode ser evidenciado em modelos de
receptores com alta densidade de recombinação como o acoplamento do beta
2
-adrenérgicos a
proteína G
i
com mecanismo cardioprotetor em casos de insuficiência cardíaca (Santos et al.,
2005).
1.1.3.1.4. Vias de sinalização celular pela proteína G
A proteína G faz parte de uma família de proteínas homólogas e triméricas,
consistindo de três subunidades designadas α, β e γ. Diferenças encontradas na subunidade α
permitem a classificação em diferentes tipos de proteína G (Gudermann et al., 1997). Após a
ativação do beta-adrenérgico por agonistas, ocorre a ligação do GTP ao complexo αβγ da
proteína G estimulando a dissociação do complexo αGTP da subunidade βγ e modulando de
forma positiva ou negativa várias proteínas que podem modificar a concentração de AMPc
(Stephens & Mochida, 2005).
A ativação de receptores adrenérgicos está ligada a diferentes vias de transdução de
sinal e produção de segundos mensageiros, que podem levar a uma interação intracelular
destas substâncias produzindo alterações na resposta celular (Neto et al., 2006). Isto ocorre
29
principalmente com agonistas não-seletivos α-adrenérgicos e beta-adrenérgicos ou hormônios
que se ligam a diferentes receptores (Anholt & Rivers, 2002).
A enzima AC apresenta cerca de 9 isoformas diferentes e estas podem ser ativadas
pelo análogo não hidrolisável do GTP (GTPγs) (Vangelis et al., 1995). Em adição, apenas as
isoformas I, II e IV podem ser reguladas pela subunidade βγ da proteína G
i
. As isoformas I,
III e VIII são ativadas pelo complexo Ca
+2
-calmodulina e a isoforma VI é inibida em baixas
concentrações de Ca
+2
e independente de calmodulina (Neto et al., 2006).
O AMPc pode atuar ligando-se diretamente e ativando canais iônicos na membrana
plasmática. Porém, o principal mecanismo de ação do AMPc é via ativação da proteína
quinase A (PKA), capaz de fosforilar inúmeros substratos (Hanks & Hunter, 1995). As várias
isoformas de PKA podem estar localizadas em compartimentos intracelulares distintos. Esta
enzima é organizada na forma de um tetrâmero com duas unidades regulatórias (R) e duas
unidades catalíticas (C), na forma R
2
C
2
. Após a ligação do AMPc nas unidades R da PKA,
ocorre a dissociação das subunidades regulatórias e a ativação das subunidades catalíticas
(Francis & Corbin, 1994). Por outro lado, a PKA exerce uma função regulatória negativa,
fosforilando e dessensibilizando o receptor responsável por sua ativação (Spurlock et al.,
1993; Mills, 2002a). A duração e magnitude dos níveis de AMPc produzido pela ativação dos
beta-adrenérgicos é altamente regulada pela ação das enzimas fosfodiesterases (PDEs) que
hidrolisam o AMPc a 5´-adenosina monofosfato (Beavo, 1995). Múltiplas isoformas das
PDEs são caracterizadas pela sua especificidade pelo substrato. Recentemente, foram
classificadas em 5 famílias denominadas PDE I, II, III, IV e V. Destas, as PDEs I, II e III
podem utilizar como substrato tanto o AMPc como o GMPc. A PDE IV tem como substrato
específico o AMPc (Beavo & Reifsnyder, 1990).
1.1.3.1.5. Modo de ação da ractopamina
As ações mediadas pelos beta-adrenérgicos são intracelulares sequenciais a
estimulação do receptor beta
2
-agonista (Gonzalez & Da Silva, 2006). O complexo
agonista/receptor fixa-se a uma proteína heterotrimérica, G
s
, a qual consiste de subunidades
alfa
s
, beta e gama e quando na forma inativa, a subunidade alfa
s
encontra-se acoplada a
guanina difosfato (GDP) (Lehninger et al., 2007). Após a ação da ractopamina, que atua como
primeiro mensageiro, sobre o receptor beta
2
, a subunidade alfa
s
substitui o GDP por guanina
30
trifosfato (GTP), dissocia-se das subunidades beta e gama e, consequentemente, o complexo
alfa
s
-GTP induz uma modificação na fluidez da membrana, permite o seu deslocamento
lateral e estimula a ação catalítica da adenilato ciclase (Figura 2) (Barros et al., 1999). Esta,
participa da formação do AMPc a partir do ATP, passando a atuar como segundo mensageiro
(McGraw & Liggett, 2005). O AMPc, ativa a PKA (Linhart et al., 2001), a qual encontra-se
na forma inativa e organizada na forma de tetrâmeros com duas subunidades regulatórias (R)
e duas subunidades catalíticas (C) (Mersmann, 1998). Assim, o AMPc interage com a PKA
inativa, liga-se as subunidades R e libera as subunidades C, tornando-a ativa, a qual conduz a
fosforilação de enzimas, responsáveis pela resposta final da célula (Moody et al., 2000;
McGraw & Liggett, 2005).
FIGURA 2 - Modo de ação dos agonistas beta-adrenérgicos. Onde: ABA:
agonista beta-adrenérgico, βAR: receptor beta-adrenérgico, G
s
: proteína
ativa, AC: enzima adenilato ciclase, ATP: trifosfato de adenosina, AMPc:
monofosfato cíclico de adenosina, PKA: proteína quinase A, E: enzima,
EPO4: enzima fosforilada (Moody et al., 2000).
31
No entanto, sob ação contínua (28 dias) do agonista beta-adrenérgico, o AMPc ativa
uma proteína quinase, a beta-adreno-receptor quinase (beta-ARK) que, ao fosforilar o
receptor, o torna inativo e desacopla o complexo receptor-G
s
-adenilato ciclase (Lundberg et
al., 1987). O efetor desacoplado passa para o espaço intracitoplasmático, o que diminui o
número de receptores disponíveis na membrana. Essa redução no número de receptores é
denominada dessensibilização e causa diminuição da resposta a estimulação beta-adrenérgica
da ractopamina (Spurlock et al., 1998; Mills, 2002a). Além disso, no espaço
intracitoplasmático, o receptor beta-adrenérgico pode ser consumido, fenômeno este chamado
de seqüestro, o que acarreta diminuição do número de receptores celulares (Benovic et al.,
1988). Esta variação no número de receptores por unidade de sarcolema é denominada
down-regulation” (Barros et al., 1999). Tanto os receptores beta
1
como os beta
2
-
adrenérgicos podem sofrer os processos de dessensibilização e down-regulation, porém estes
fenômenos são mais expressivos com receptores do tipo beta
2
(Mills, 2002a).
1.1.3.1.6. Efeito da ractopamina sobre o tecido muscular e adiposo
Um dos efeitos mais conhecidos da ractopamina em suínos é o incremento da
musculatura esquelética pela hipertrofia das fibras musculares, mais especificamente das
fibras brancas e intermediárias (Aalhus et al., 1992). Este efeito está relacionado a maior
síntese de proteína e/ou diminuição da degradação protéica (Bark et al., 1992; See et al.,
2004). O aumento na síntese de proteína muscular é resultado do aumento na expressão
gênica das miofibrilas, pois o incremento na concentração de RNAm da alfa-actina foi
observado no músculo de suínos alimentados com ractopamina (Bergen et al., 1989). Por
outro lado, as atividades de enzimas associadas com a degradação protéica, catepsina e
proteases dependentes de cálcio, não são alteradas quando suínos são suplementados com
ractopamina (Beermann, 2002).
Outro efeito da administração da ractopamina é a diminuição da deposição de gordura
na carcaça (Marinho et al., 2007a). A eficiência da ractopamina na redução do tecido adiposo
do animal pode estar relacionada a atividade desta substância em bloquear a lipogênese do
que estimular a lipólise (Mills et al., 2003b). De fato, foi observado que a ractopamina reduz a
sensibilidade a insulina nos adipócitos suínos, sendo, portanto, capaz de inibir a lipogênese
(Mills, 2002a). Por outro lado, estudos in vitro com suínos demonstram que os agonistas beta-
32
adrenérgicos aumentam a produção de AMPc, os quais ativam quinases, que por sua vez,
fosforilam a enzima limitante na lipólise, ou seja, a lipase hormônio sensível (Moody et al.,
2000). Em estado ativado, esta enzima quebra os triglicerídios e, consequentemente, aumenta
a taxa de lipólise (Hermsdorff & Monteiro, 2004). Adicionalmente, foi demonstrado que a
ractopamina aumenta a apoptose no tecido adiposo branco de ratos (Page et al., 2004). Isto
explicaria parcialmente a razão de suínos suplementados com ractopamina geralmente
apresentarem menor quantidade de gordura na carcaça (Weber et al., 2006).
1.1.3.1.7. Efeitos da ractopamina e calpastatina sobre a qualidade de carne
A calpastatina é inibidora das calpaínas impedindo que estas degradem as proteínas
musculares por ocasião da estocagem das carcaças e cortes cárneos. A atividade da
calpastatina está relacionada a força de cisalhamento e maciez da carne (Rubensam et al.,
1998). O coeficiente de correlação entre o nível de atividade de calpastatina (U/g) e a força de
cisalhamento após 14 dias de maturação foi de 0,44. Quanto maior a atividade de calpastatina,
maior a força necessária para o corte da carne e menor a maciez (Doumit & Koohmaraie,
1999). Quanto maior a atividade da calpastatina maior será a força de cisalhamento da carne.
Entre as espécies de carne vermelha, a bovina é a que apresenta maior calpastatina e menor
maciez da carne, enquanto a espécie suína apresenta menor calpastatina e maior maciez da
carne (Doumit & Koohmaraie, 1999).
A calpastatina possui sítios de fosforilação e sua fosforilação e expressão são
dependentes de estímulo beta-adrenérgico (Cong et al., 1998). Assim, animais suplementados
com agonistas beta adrenérgicos induzem profundas mudanças no sistema das calpaínas (Parr
et al., 2004). Em bovinos, o aumento de 36% na massa muscular em animais tratados com
agonistas beta foi seguido de um aumento de 96% nos níveis de calpastatina e 76% de
aumento na sua atividade (Doumit & Koohmaraie, 1999).
O beta-adrenérgico se liga ao receptor beta
2
e ativa a PKA dependente de AMPc,
sendo a calpastatina um dos alvos desta quinase (Cong et al., 1998). Os elementos de resposta
ao AMPc são locais que podem ser fosforilados pela PKA e estes estão presentes em uma
extensão do domínio N-terminal L, denominada região XL, do gene da calpastatina. Alguns
destes elementos estão presentes no exon 1xa, e quando há deleção deste exon ocorre redução
33
de 67% na função basal do promotor, indicando que esta região é essencial para a regulação
da transcrição da calpastatina e por consequência sua função (Cong et al., 1998).
Os efeitos da ractopamina sobre a qualidade da carne suína são controversos, pois
alguns trabalhos indicam que não impacto significativo na cor, marmorização, firmeza e
valores de pH final (Stites et al., 1991; Uttaro et al., 1993). Porém trabalhos mais recentes
indicam efeito da ractopamina sobre a cor da carne, que ocorre devido a mudanças na
composição das fibras musculares (Depreux et al., 2002; Chang et al., 2003). Assim, a carne
de animais tratados com ractopamina apresentam maior força de cisalhamento e menor índice
de fragmentação miofibrilar durante o período de amaciamento da carne, coincidentes com o
aumento da expressão gênica relativa às isoformas da calpastatina (Calp 1 - 1xa e Calp 3 -1u)
(Parr et al., 2004).
1.1.3.1.8. Fatores que interferem na resposta a ractopamina
Diversos fatores podem influenciar a resposta dos suínos suplementados com
ractopamina, dentre os quais a utilização de diferentes populações genéticas, nível de inclusão
do agonista nas dietas, período de fornecimento do agonista, nível de lisina, relação
lisina/energia metabolizável e programa alimentar (Schinckel et al., 2002). Animais com alto
potencial genético apresentam maior taxa de deposição muscular quando suplementados com
ractopamina (Bark et al., 1992). Esta resposta pode estar relacionada ao maior número de
fibras musculares de suínos selecionados para maior deposição protéica, o que expõe um
maior número de células a ação dos agonistas beta-adrenérgicos (Aalhus et al., 1992).
Normalmente 10 ou 20 ppm de ractopamina são os níveis de inclusão que proporcionam
maior ganho de peso e melhor eficiência alimentar (Apple et al., 2004). No entanto, é
provável que exista uma relação inversa entre potencial de deposição de carne magra e níveis
de ractopamina (Schinckel et al., 2002). Em situações práticas, níveis de 5 a 10 ppm resultam
em ganho de peso satisfatório, porém níveis maiores, em torno de 20 ppm, proporcionam
máxima eficiência alimentar e melhores características quantitativas das carcaças dos suínos
(See et al., 2004).
A resposta a ractopamina é influenciada pelo período de fornecimento (Bark et al.,
1992). É possível que os suínos com alta deposição de músculo apresentem resposta a
ractopamina com uma menor duração de fornecimento (Schinckel et al., 2002). Assim, a
34
ractopamina é eficaz quando administrada nos últimos 21 dias que antecedem o abate, uma
vez que este período é caracterizado pelo aumento na deposição de gordura e piora na
conversão alimentar (Marinho et al., 2007b). No entanto, estudos sugerem que a maior
resposta a ractopamina ocorre com 14 dias de uso, antes de haver uma redução lenta
(Spurlock et al., 1993; Mills, 2002). Isto porque, nas células, ocorre a down-regulation dos
receptores beta-adrenérgicos, fato que ocasiona atividade parcial do referido agonista (Mills,
2002). Em nosso trabalho, optamos por suplementar a dieta dos animais com ractopamina
durante 52 dias, pois se esperava que a associação com extratos cítricos mantivesse a
eficiência alimentar.
Os melhores resultados para desempenho e características de carcaça em animais
suplementados com ractopamina são obtidos com um aporte suplementar de lisina na dieta em
torno de 7% (Schinckel et al., 2003a). Adicionalmente, a relação entre lisina e energia
metabolizável é importante, pois a deposição de carne magra em suínos durante a fase de
terminação exige 0,69% e 3,26 Mcal/kg, respectivamente, o que equivale a relação
lisina/energia de 2,1 g/Mcal (Nrc, 1998).
A restrição alimentar associada a ractopamina melhora o ganho de peso e a convesão
alimentar, além de aumentar a área de olho-de-lombo de suínos em terminação (Smith et al.,
1995). Além disso, a suplementação de ractopamina associada a restrição alimentar reduz a
quantidade e a percentagem de gordura na carcaça de suínos em terminação, sendo uma
alternativa importante para ganhos em bonificação (Cantarelli et al., 2009). Todavia, suínos
machos castrados em terminação alimentados com ração suplementada com 5 ppm de
ractopamina, a vontade ou restrita, apresentam maior peso final, melhora no ganho diário de
peso e na conversão alimentar.
1.1.3.2. Antioxidantes
O uso de antioxidantes nos alimentos teve início em meados de 1940, quando algumas
substâncias naturais provenientes da casca de árvores, utilizadas por tribos americanas e
indianas, mostraram-se úteis na conservação de gorduras animais e vegetais. Posteriormente,
descobriu-se que a efetividade destes compostos estava diretamente relacionada ao seu teor de
constituintes fenólicos (Madhavi et al., 1996). Atualmente, a utilização de antioxidantes em
produtos alimentícios é controlada pela legislação dos países ou padrões internacionais. Deste
35
modo, apenas alguns compostos reconhecidos como seguros pelas organizações
internacionais como a Food and Agriculture Organization (FAO), Joint Expert Committee
(JECFA) e a Wordl Health Organization (WHO) são permitidos para o uso em alimentos.
Portanto, a aprovação dos antioxidantes para a utilização em alimentos, requer extensivos
estudos toxicológicos sob a possibilidade de efeitos mutagênicos, teratogênicos e
carcinogênicos (Soares, 2002).
Os antioxidantes para serem incorporados em produtos alimentícios estão sob a
dependência de alguns requisitos (Madhavi et al., 1996): apresentar solubilidade em meios
apolares, ser de fácil incorporação, efetivos a baixas concentrações, estáveis a processamentos
térmicos, eficazes ao menos um ano a temperatura de 25 a 30ºC, não deve interferir nos
caracteres sensoriais de alimentos estocados por um período prolongado, apresentar LD50
menor que 1000 mg/kg do peso corporal humano e não devem exercer efeito significativo no
crescimento de animais experimentais, submetidos a um longo tempo de estudo.
1.1.3.2.1. Mecanismo de ação
De acordo com seu modo de ação, os antioxidantes, podem ser classificados em
primários e secundários. Os primários atuam interrompendo a cadeia da reação através da
doação de elétrons ou hidrogênio aos radicais livres, convertendo-os em produtos
termodinamicamente estáveis e/ou reagindo com os radicais livres, formando o complexo
lipídio-antioxidante que pode reagir com outro radical livre. Os antioxidantes secundários
atuam retardando o início da autoxidação pela complexação de metais, sequestro de oxigênio,
decomposição de hidroperóxidos para formar espécie não radical, absorção da radiação
ultravioleta ou desativação de oxigênio singlete (Adegoke et al., 1998).
De forma genérica, os antioxidantes atuam interagindo com o radical peroxil, o qual se
encontra mais prevalente na etapa de propagação da autoxidação e, possui menos energia, se
comparado a outros radicais, fato que favorece a abstração de seu hidrogênio (Decker, 1998).
O radical fenoxil resultante, embora relativamente estável, pode interferir na reação de
propagação, ao reagir com outro radical peroxil e originar novos radicais, por ação da luz
ultravioleta e/ou temperaturas elevadas (Angelo & Jorge, 2007). Deste modo, é importante
salientar que, a eficácia de um antioxidante no controle da autoxidação, não se restringe
apenas a doar elétrons ou hidrogênio, sendo necessário que o radical fenoxil formado possua
36
uma baixa reatividade, que lhe é conferida pela ressonância de deslocamento do elétron
desemparelhado em volta do anel aromático, ausência de sítios capazes de se ligarem ao O
2
,
grupos funcionais presentes e posição que ocupam no anel aromático e pelo tamanho da
cadeia desses grupos (Shahidi et al., 1992). No entanto, dependendo da sua função, os
antioxidantes podem agir especificamente, através de distintos mecanismos (Pinchuk &
Lichtenberg, 2002): (a) como agentes capazes de inibir a produção de radicais livres, induzida
por metais de transcrição através da formação de complexos inativos com íons metálicos ou
retardando a etapa da iniciação da autoxidação através de decomposição de hidroperóxidos,
formando espécies estáveis não-radicalares. Incluem-se nesta categoria, o ácido
tiodipropiônico e o dilauriltiodipropionato, o ácido ascórbico, fosfórico e seus derivados,
cítrico, palmitato de ascorbila e o ácido etilenodiamina tetracético (EDTA), entre outros. (b)
ou agir como inibidores das reações em cadeia mediadas por radicais livres: atuando como
agentes sequestrantes; doando elétrons ou hidrogênio aos radicais livres, convertendo-os em
produtos termodinamicamente estáveis; ou interagindo com radicais livres, formando um
complexo lipídio-antioxidante, de baixa reatividade, a exemplos do BHT, BHA, TBHQ, α-
tocoferol e bioflavonóides.
1.1.3.3. Antioxidantes sintéticos
Os antioxidantes sintéticos mais comumente utilizados nos alimentos são o BHA,
BHT e TBHQ. O BHA comercial é constituído de dois isômeros: o 3-butil hidrocianisol e o 2-
butil hidroxianisol e, juntamente com o BHT está entre os aditivos mais utilizados em
produtos gordurosos, apresentando uma boa resistência a processos de forneamento, embora,
inadequados a fritura (de Stafney et al., 1986). Os antioxidantes sintéticos são normalmente
utilizados na indústria de óleos e de derivados lipídicos. Entretanto, essas substâncias podem
causar efeitos adversos em animais, como por exemplo, hemorragia massiva nas cavidades
pleurais e peritoneais (Takahashi & Hiraga, 1978) ou extensa proliferação de células no
pulmão, com mudanças bioquímicas, atuando como agente promotor no desenvolvimento de
adenomas (Witschi & Lock, 1978). Devido a estes inconvenientes, nos últimos anos tem
havido a preocupação de se obter substâncias naturais que tenham a mesma função e
eficiência dos antioxidantes sintéticos (Passotto et al., 1998).
37
1.1.3.4. Antioxidantes naturais
A análise da atividade antioxidante de compostos naturais teve início com Chipault em
1952, trabalhando com especiarias, ingredientes utilizados nos alimentos desde os primórdios
da história, não somente para melhorar ou ressaltar suas características sensoriais, mas
também, para preservá-los (Exarchou et al., 2002). Antioxidantes naturais são substâncias
químicas naturalmente encontradas na composição de alimentos de origem vegetal e que
possuem efetiva atividade antioxidante (Rodrigues et al., 2003). A atividade dos antioxidantes
naturais é também de interesse tecnológico, pois o processamento e obtenção de alimentos
com elevado teor destas substâncias supõem uma redução da utilização de antioxidantes
sintéticos, possibilitando a obtenção de alimentos mais saudáveis que podem ser incluídos no
grupo dos alimentos funcionais (Therond et al., 2000; Weber & Antipatis, 2001). Entre os
antioxidantes que têm recebido maior atenção, por sua possível ação benéfica na glicemia e
prevenção da doença aterosclerótica, estão as vitaminas C (ácido ascórbico) e E (tocoferol), os
carotenóides e os bioflavonóides (Rodrigues et al., 2003).
1.1.3.4.1. Bioflavonóides
Os bioflavonóides ou flavonóides foram descobertos em 1930, por Szent-György que
extraiu a citrina da casca do limão, substância que possui a capacidade de regulação da
permeabilidade dos capilares. Assim, esta classe de produtos naturais foi inicialmente
denominada de vitamina P (de permeabilidade) e também de vitamina C
2
, pois apresentavam
propriedades semelhantes as da vitamina C. Estes compostos podem ser definidos como uma
classe de metabólitos secundários das plantas, que derivam da condensação de uma molécula
de ácido cinâmico com três grupos malonil-CoA
2
e que participam na fase dependente de luz
da fotossíntese, durante a qual catalisam o transporte de elétrons (González-Gallego et al.,
2002).
Os bioflavonóides são compostos de baixo peso molecular, com uma estrutura (Figura
3) base C6-C3-C6 (dois anéis fenil A e B ligados através de um anél pirano C). Dependendo
38
da substituição e do nível de oxidação no anel C3, os bioflavonóides podem ser divididos em
14 classes (flavanóis, flavonóis, flavonas, antocianidinas, isoflavonóides, flavononas, etc.)
(González-Gallego et al., 2002). Dentro da mesma classe, os bioflavonóides diferem na
substituição dos anéis A e B. Estes se encontram na natureza sob a forma de glicosídeos, o
que melhora a absorção intestinal e a bioavaliabilidade destes compostos (Pinelo et al., 2006).
Os glicosídeos formam-se através da união de resíduos de D-glucose na posição 3 ou na
posição 7 destes bioflavonóides, sendo a primeira substituição a mais frequente. Outros
resíduos de açúcares encontrados ligados a estes compostos são a D-galactose, a L-ramanose,
a L-arabinose, a D-xilose e o ácido D-glicurônico (González-Gallego et al., 2002).
FIGURA 3 - Estrutura base dos bioflavonóides (González & Tejeda, 2007).
Vários efeitos biológicos têm sido atribuídos aos bioflavonóides, visto que o
capazes, por exemplo, de inibir a peroxidação de lipídios (Ishiwa et al., 2000), a agregação
plaquetária e de ativar sistemas enzimáticos, incluindo cicloxigenases e lipoxigenases
(Homma et al., 2000). Esses efeitos são devidos a sua capacidade de remover radicais livres e
de quelar cátions divalentes (Cook & Samman, 1996; Silva et al., 2001). Outros estudos
mostram que os bioflavonóides quercetina, rutina e naringina inibem a biossíntese de
eicosanóides (resposta antiprostanóide e antiinflamatória) (Pelzer et al., 1998), protegem a
oxidação de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), previnem agregação plaquetária e
estimulam o relaxamento do músculo liso com efeitos anti-hipertensivo e antiarrítmico
(Katzung, 2006). Além disso, os bioflavonóides apresentam propriedades antivirais e
carcinostáticas. A atividade dos bioflavonóides como inibidores da enzima transcriptase
39
reversa sugere que esses compostos podem atuar no controle de infecções por retrovírus,
como na síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) (Pelzer et al., 1998).
Os bioflavonóides apresentam ainda ações anti-inflamatórias, antimicrobianas,
antialergênicas e imuno-estimulantes (Erlund, 2004; Cushnie & Lamb, 2005). A resposta
imuno-estimulante dos bioflavonóides ocorre, quando as células imunologicamente
competentes são ativadas frente a organismos estranhos ou substâncias antigênicas liberadas
durante a resposta inflamatória aguda ou crônica. Muitos dos efeitos antiinflamatórios e
cardiovasculares dos bioflavonóides e compostos fenólicos interferem no metabolismo final
do araquidonato. O ácido araquidônico é um ácido graxo que serve como precursor de
prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos e leucotrienos, os quais são potentes mediadores
intracelulares, que controlam uma variedade de processos complexos no organismo. A
propriedade apresentada pelos bioflavonóides em inibir tanto a via da ciclooxigenase quanto
da 5-lipoxigenase no metabolismo do araquidonato pode contribuir para as propriedades anti-
inflamatórias. Os produtos da ação das enzimas ciclooxigenase e lipoxigenase são as
prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos, também denominados eicosanóides. Esses
compostos são agentes homeostáticos, envolvidos na manutenção da integridade dos sistemas
inflamatório, cardiovascular e renal. O desequilíbrio na homeostase dos leucotrienos pode
resultar em respostas inflamatórias com distúrbios respiratórios, como asma e rinite alérgica,
artrite e desordens inflamatórias no intestino (Harborne & Williams, 2000).
Os bioflavonóides inibem, in vitro, a peroxidação lipídica, no estágio de iniciação, por
atuar como antioxidante, eliminando o ânion superóxido e radicais hidroxilas. Os
bioflavonóides interrompem a reação em cadeia dos radicais livres, doando átomos de
hidrogênio ao radical peroxila, formando um radical de bioflavonóide. O radical
bioflavonóide, então, reage com o radical livre, terminando, assim, a propagação da reação
em cadeia (Cook & Samman, 1996).
Portanto, além dos efeitos antiinflamatórios, os bioflavonóides podem ter efeitos
biológicos em diferentes vias, em vários componentes do sangue, como as plaquetas,
monócitos, LDL e tecido muscular liso. As plaquetas têm papel chave na aterogênese e o
mediadores pró-inflamatórios como os tromboxanos A (Harborne & Williams, 2000).
1.1.3.4.2. Ácido ascórbico
40
As vitaminas são substâncias orgânicas que agem em pequenas doses, sem qualquer
valor energético intrínseco (Penteado, 2000). A descoberta do ácido ascórbico (Vitamina C,
ácido Cevitâmico) foi originada dos estudos realizados para detectar a substância existente
nas frutas e verduras, que impedia a proliferação do escorbuto entre os marinheiros em longas
viagens (Aranha et al., 2000). Durante vários anos tentou-se isolar a vitamina C na sua forma
pura. Foi o médico Albert Szentgyorgyi que, em 1928, conseguiu isolar esta vitamina, dando-
lhe o nome de ácido hexurônico. Ele descobriu ainda que sua fórmula é C
6
H
8
O
6
. Em 1932, o
isolamento da vitamina C em forma cristalina pura foi obtido independentemente por dois
grupos de pesquisadores. A estrutura química foi identificada e o produto sintetizado sob a
forma fisiologicamente ativa pouco depois. Em 1938 o ácido ascórbico foi oficialmente aceito
como nome químico da vitamina C (Aranha et al., 2000). Ele ocorre naturalmente em
alimentos sob duas formas: a forma reduzida (geralmente designada como ácido ascórbico) e
a forma oxidada (ácido desidroascórbico) (Figura 4).
FIGURA 4 - A) Fórmula estrutural do ácido L-
ascórbico; B) Fórmula estrutural do ácido L-
desidroascórbico (Bobbio & Bobbio, 1992).
A absorção do ácido ascórbico ocorre no jejuno e no íleo, que são porções distais do
intestino delgado, sendo para isto necessária a presença de sódio na luz intestinal (Krinsky et
al., 2000). A vitamina C é transportada no plasma sob a forma de um ânion livre, sendo
transferida por difusão simples no interior dos leucócitos e dos eritrócitos. Quando a oferta de
ácido ascórbico aumenta, a ascorbemia também aumenta, para se conseguir um nível da
vitamina compreendido entre 1,2 e 1,5 mg/dl (68-85 µmol/l) (Penteado, 2000). O ácido
ascórbico administrado em altas doses, após atingir concentração máxima nos tecidos, sofre
eliminação do excesso através da urina. Os principais metabólitos do ácido ascórbico
A)
B)
41
excretados na urina, além do ácido ascórbico inalterado, são o ácido desidroascórbico, o ácido
oxálico e o ácido 2,3-dicetogulônico, sendo que seus teores na urina estão relacionados com
as espécies animais e, também com o teor de ácido ascórbico administrado (Aranha et al.,
2000; Krinsky et al., 2000).
O ácido ascórbico se distribui em todos os tecidos do organismo. Embora o fígado seja
o local de síntese do ácido ascórbico no suíno, sua concentração nos tecidos varia
consideravelmente. Concentrações mais elevadas (>1 mg/g de tecido) do ácido ascórbico são
observadas nas glândulas pituitária e adrenal e humor aquoso do olho; concentrações
moderadas (0,25-0,75 mg/g de tecido) são observadas no baço, timo, tireóide, paratireóide, no
cérebro e na íris; concentrações menores (<0,25 mg/g de tecido) estão no fígado, rins,
pulmões, coração, olho de lombo e plasma sanguíneo (Mahan et al., 2004).
O ácido ascórbico é uma molécula usada como antioxidante e na síntese do colágeno,
processos de hidroxilação e secreção hormonal. Como antioxidante envolve as espécies
reativas de oxigênio (ROS) tornando-as menos reativas, mas também está envolvido no
desenvolvimento do esqueleto fetal e no crescimento e manutenção do tecido gonadal (Mahan
et al., 2004). Atua na formação dos glóbulos vermelhos do sangue, absorção e utilização do
ferro e na manutenção e integridade das paredes dos capilares. No plasma pode doar elétrons
para várias espécies reativas, retornando facilmente ao seu estado reduzido, eliminando-as
antes que reajam com as membranas e lipoproteínas biológicas (Whitehead & Keller, 2003).
O ácido ascórbico atua como antioxidante através de dois mecanismos: (a) pode ser
facilmente oxidado a ácido desidroascórbico em uma reação reversível. Assim, o sistema
redox forma uma interconversão entre ambas as moléculas. Esta interconversão forma a base
para muitas das ações fisiológicas do ácido ascórbico. (b) pode formar um radical ascorbato
formando mais uma rota de atividade antioxidante, a qual destrói os radicais livres originados
a partir do oxigênio, como o hidroxil, o oxigênio simples e o superóxido. Neste mecanismo
pode apresentar ação sinérgica com outras enzimas protetoras como superóxido dismutase,
glutationa peroxidase e catalase (Whitehead & Keller, 2003).
Dentro da célula, o ascorbato remove moléculas de oxigênio reativo, superóxidos,
hidroxila e radicais livres, produzidos pelo metabolismo normal. O ascorbato perde um
elétron na presença de um agente oxidante (elétron receptor) e forma um radical ascorbato
livre. Embora o radical ascorbato livre possa ser reversívelmente reduzido a ascorbato e
dinucleotídeo de adenina nicotinamida semidesidroascorbato, são formados o ácido
hidroascórbico ou ácido semidesidroascórbico (Figura 5) (Mahan et al., 2004). De qualquer
forma podem ser reversivelmente convertidos em ácido ascórbico, ou a estrutura do ácido
42
desidroascórbico do anel pode ser quebrada formando o 2,3 diceto-1-ácido gulônico e
excretado pelos rins (Lehninger et al., 2007).
FIGURA 5 - Representação esquemática do papel antioxidante da
vitamina C e fatores que influenciam a formação de formas oxidadas e
reduzidas do ácido ascórbico. AA: ácido ascórbico; AAR: radical ácido
ascórbico (radical ácido monodehidroascórbico); DHA: ácido
dehidroascórbico; E: vitamina E -tocoferol); GSH: glutationa
(reduzida); GSSH: glutationa (oxidada); NAD: dinucleotídeo de adenina
nicotinamida; NADH: dinucleotídeo de adenina nicotinamida (elétron
doador) (Mahan et al., 2004).
O antioxidante lipídeo-solúvel nas membranas celulares é o α-tocoferol que pela
peroxidação é convertido em quinona tocoferol e então reconvertido a sua forma ativa pela
doação de elétrons ou da glutationa ascorbato. Se localizado na bicamada da membrana, os
elétrons podem ser transferidos a partir do ascorbato para o espaço extracelular. Não há
evidência de que a peroxidação lipídica ocorre a partir dos análogos do ácido ascórbico
(Berger et al., 1997). Adicionalmente, o ácido ascórbico facilmente perde seus elétrons, sendo
um dos antioxidantes mais eficazes solúveis em água (Mahan et al., 2004). A vitamina C
desempenha um papel central no controle de reações oxidativas na célula em função do
acúmulo de ROS, os quais podem afetar a estabilidade do DNA, do processo de transcrição,
43
ou da integridade da membrana. O ascorbato extracelular pode evitar a oxidação de
lipoproteínas de baixa densidade (Lehninger et al., 2007). Na presença de Fe
3+
livre ou Cu
2+
,
ácido ascórbico reduz cada um desses metais para Fe
2+
, ou Cu
1+
, respectivamente (Stadtman,
1991). Estes elementos são sequestrados biologicamente (por exemplo, Fe em ferritina),
impedindo assim a forma mais oxidada de ter efeitos nocivos sobre os tecidos (Mahan et al.,
2004).
Os efeitos da vitamina C sobre a qualidade da carne suína ocorrem por alterações no
metabolismo da glicose e glicogênio (Pion et al., 2004). Um dos produtos de degradação da
vitamina C é o ácido oxálico, que retarda a degradação da glicose. Isso pode resultar em uma
redução da produção de ácido láctico a partir da glicose após o abate e pode impedir a rápida
queda no pH associado com a qualidade da carne (Mourot et al., 1992). Além disso, a
vitamina C pode diminuir a resposta de estresse pré-abate, o que reduz ainda mais a
quantidade de glicose e glicogênio disponível para a produção de ácido láctico (Heugten,
2009). Entretanto, Kremer et al. (1999) suplementaram suínos com 783 ou 2348 ppm de
vitamina C quatro horas antes do abate. Observaram melhora na coloração da carne e reduzida
perda por gotejamento. a administração de vitamina C na água por 48 horas, aumenta as
concentrações plasmáticas de ácido ascórbico, porém esses níveis rapidamente retornam aos
valores fisiológicos, sem alterar a cor do músculo, a perda por gotejamento ou a oxidação
lipídica. Uma possível explicação para a rápida excreção da vitamina C na urina está
relacionada a maior oferta na dieta, o que aumenta as concentrações plasmáticas da vitamina.
Uma vez que a concentração plasmática da vitamina C ultrapasse o limiar renal, rapidamente
é excretada na urina (Pion et al., 2004).
1.1.3.4.3. Sinergismo entre bioflavonóides e ácido ascórbico
O sinergismo entre os bioflavonóides e ácido ascórbico, presentes nos extratos
cítricos, estão relacionados a redução do dano oxidativo (Nijveldt et al., 2001). A ação
antioxidante destes compostos aumenta a imunidade mediada ou não por células, o que
diminui a susceptibilidade dos animais às doenças causadas pelo estresse (Peterson & Dwyer,
1998). Estudos demonstram melhora no pH, na capacidade de retenção de água e na cor do
músculo (por redução da peroxidação lipídica) durante o armazenamento da carne de suínos
suplementados com ácido ascórbico e bioflavonóides na dieta. Os efeitos dos extratos cítricos
44
observados sobre o pH ocorrem por alterações no metabolismo da glicose e do glicogênio
(Jamilah et al., 2009). Especificamente, o ácido oxálico, metabólito do ácido ascórbico, é
considerado um inibidor glicolítico, com efeitos sobre a produção de ácido láctico pós-
mortem.
1.1.3.5. Oxidação lipídica
Os processos de oxidação de substâncias orgânicas são uma das principais causas da
redução da vida de prateleira dos produtos alimentícios industrializados bem como das
matérias-primas em geral. Dentre as principais reações de oxidação em produtos alimentícios
se destacam o escurecimento enzimático e a oxidação de lipídios (Degáspari &
Waszczynskyj, 2004).
No caso das reações de oxidação de lipídios, os principais problemas decorrentes são
as alterações sensoriais envolvendo o desenvolvimento de notas aromáticas desagradáveis,
denominadas de uma forma generalizada de “ranço”. Estas reações ocorrem com substratos
específicos que são os ácidos graxos, encontrados normalmente na constituição dos
glicerídios. Esta alteração na qualidade de um produto é o principal parâmetro de controle
físico-químico (ponto crítico de controle) que define o prazo de validade de diversos produtos
alimentícios processados, principalmente quando os mesmos apresentam valores de atividade
de água (aw) inferiores a 0,3 (Degáspari & Waszczynskyj, 2004). Nesta faixa de valores de
atividade de água, atinge-se a zona de adsorção primária ou a monocamada, que propicia a
ação catalítica de metais, favorecendo o desenvolvimento das reações de oxidação dos lipídios
(Bobbio & Bobbio, 1992).
A oxidação lipídica ocorre devido a ação dos radicais livres no organismo (Soares,
2002). Estas moléculas têm um elétron isolado, livre para se ligar a qualquer outro elétron e,
por isso são extremamente reativas. Elas podem ser geradas por fontes endógenas ou
exógenas. Por fontes endógenas, originam-se de processos biológicos que normalmente
ocorrem no organismo, tais como: redução de flavinas e tióis; resultado da atividade de
oxidases, cicloxigenases, lipoxigenases, desidrogenases e peroxidases; presença de metais de
transição no interior da célula e de sistemas de transporte de elétrons. Esta geração de radicais
livres envolve várias organelas celulares, como mitocôndrias, lisossomos, peroxissomos,
núcleo, retículo endoplasmático e membranas (Machlin & Bendich, 1987). As fontes
45
exógenas geradoras de radicais livres incluem tabaco, poluição do ar, solventes orgânicos,
anestésicos, pesticidas e radiações (Soares, 2002).
Nos processos biológicos há formação de vários radicais livres (Rice-Evans & Burdon,
1993): radicais do oxigênio ou espécies reativas do oxigênio (íon superóxido (O
2
-
)); hidroxila
(OH
); peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
); alcoxila (RO
); peroxila (ROO
); peridroxila (HOO
);
oxigênio singlete (
1
O
2
); complexos de metais de transição (Fe
+3
/Fe
+2
; Cu
+2
/Cu
+
); radicais de
carbono (triclorometil (CCl
3
); radicais de enxofre; tiol (RS
); radicais de nitrogênio
(fenildiazina (C
6
H
5
N = N
); óxido nítrico (NO
).
Os mecanismos de reação para explicar a ocorrência destes processos de deterioração
em lipídios ainda não estão totalmente esclarecidos. Sabe-se, no entanto que, os mesmos
podem se oxidar por meio de mecanismos enzimáticos ou não enzimáticos (Degáspari &
Waszczynskyj, 2004). Estes radicais irão causar alterações nas células, agindo diretamente
sobre alguns componentes celulares. Os ácidos graxos poliinsaturados das membranas, por
exemplo, são muito vulneráveis ao ataque de radicais livres (Soares, 2002). Estas moléculas
desencadeiam reações de oxidação nos ácidos graxos da membrana lipoprotéica, denominadas
de peroxidação lipídica, que afetarão a integridade estrutural e funcional da membrana
celular, alterando sua fluidez e permeabilidade (Lee et al., 2004). Além disso, os produtos da
oxidação dos lipídios da membrana podem causar alterações em certas funções celulares
(Rice-Evans & Burdon, 1993). Os radicais livres podem provocar também modificações nas
proteínas celulares, resultando em sua fragmentação, cross linking, agregação e, em certos
casos, ativação ou inativação de certas enzimas devido a reação dos radicais livres com
aminoácidos constituintes da cadeia polipeptídica (Lee et al., 2004). A reação de radicais
livres com ácidos nucléicos também foi observada, gerando mudanças em moléculas de DNA
e acarretando certas aberrações cromossômicas (Mcclements & Decker, 2000). Além destes
efeitos indiretos, há a ação tóxica resultante de altas concentrações de íon superóxido e
peróxido de hidrogênio na célula (Lee et al., 2004).
1.2. Fundamentação prática
1.2.1. Respostas ao uso da ractopamina
46
Grandes empresas de suínos têm enfatizado maximizar a deposição protéica no
músculo por meio de seleção genética e pesquisas em nutrição. O objetivo é diminuir a
deposição de gordura e aumentar a deposição de músculo nas carcaças de suínos melhorados
geneticamente, como forma de atender o mercado consumidor e abater animais mais pesados
(Marinho et al., 2007a). Assim, a ractopamina, alternativa como repartidora de nutrientes, tem
proporcionado melhora significativa no desempenho e características de carcaça de suínos em
terminação, por aumentar a taxa de deposição e eficiência do tecido muscular (Moody et al.,
2000; Schinckel et al., 2003b). O ganho de peso aumenta em 10 a 12% quando a ractopamina
é administrada para um ganho de 40 kg antes do abate. Com pequenas reduções (0 - 5%) na
ingestão diária, a ractopamina melhora o peso e a eficiência de carne magra (Schinckel et al.,
2002).
A resposta a ractopamina é dose dependente, pois com baixa taxa de inclusão (5 ppm),
os animais apresentam melhora no ganho, na eficiência alimentar e em menor grau nos
parâmetros de carcaça (Moody et al., 2000). Por outro lado, altas doses (20 ppm) demonstram
melhoria do ganho, na eficiência e melhorias adicionais na carcaça. No entanto, considera-se
que o ganho de peso é otimizado a baixas doses e, diminuída a doses maiores que 20 ppm
devido a redução no consumo alimentar (Crome et al., 1996). Estima-se que as concentrações
de 10 ou 20 ppm de ractopamina nas dietas no período de seis a 34 dias aumentem o peso de
carcaça quente (Armstrong et al., 2004).
Apesar dos benefícios na eficiência alimentar, na taxa de crescimento e na produção
de carne magra, a ractopamina pode alterar a qualidade da carne. A suplementação com
ractopamina pode reduzir em 25% o teor de gordura na carne (Stites et al., 1991). O teor de
gordura intramuscular está relacionado com padrões sensoriais como maciez, suculência e
sabor envolvidos com a aceitabilidade do consumidor (McKeith & Merkel, 1991). A inclusão
de ractopamina às dietas reduz em 10% o teor de colesterol no Longissimus dorsi. Entretanto,
não influencia a composição dos ácidos graxos do músculo ou da gordura subcutânea (Stites
et al., 1991). Isto sugere poucas alterações na vida de prateleira ou na estabilidade da carne
fresca ou processada (Keeton, 1983). A administração de 10 ppm de ractopamina, não altera
as perdas por gotejamento, perdas por cozimento e valores de L* (brilho) (Stoller et al., 2003).
A utilização de 20 ppm de ractopamina na dieta diminui as perdas por gotejamento e aumenta
a força de cisalhamento na carne (Uttaro et al., 1993).
A redução do teor de gordura abaixo de 15% para produtos curados influencia a
aceitabilidade do consumidor, pois os produtos desenvolvem aspecto de “borracha” ao corte
(Keeton, 1983). Alterações na textura é resultado do aumento das concentrações de proteínas
47
miofibrilares. Na carne triturada, gotículas de gordura são revestidas e aprisionadas em uma
matriz solúvel (sal-proteína), que atua como um agente emulsificante. As porções
hidrofóbicas das proteínas interagem com os lipídios e, as porções hidrofílicas das proteínas
são atraídas para a fase aquosa. As proteínas e as gotículas lipídicas são dispersas em fase
aquosa e impedem a coalescência durante o processamento e cozimento (McKeith & Merkel,
1991). Assim, a desnaturação da matriz protéica pelo cozimento resulta em alteração na
textura.
1.2.2. Respostas ao uso de extratos cítricos
Em nossa sociedade há muitas alterações nos hábitos alimentares, principalmente a
busca por alimentos funcionais que ajudem a manter a saúde. Dentro desta tendência, destaca-
se o uso dos extratos vegetais e frutas na alimentação animal melhorando a qualidade de
produção de forma segura e respeitosa a natureza (Navarro et al., 2008). Na nutrição moderna,
os extratos vegetais têm sido avaliados pelas atividades antimicrobianas, sobre os sistemas
enzimáticos, estruturas celulares e moléculas biológicas. Porém, os efeitos biológicos dos
antioxidantes naturais são potencializados pelas interações entre os constituintes da fórmula
(Middleton et al., 2000). Por exemplo, a biodisponibilidade e eficácia da vitamina C e dos
bioflavonóides são inferiores se administrados de forma isolada (Navarro et al., 2008). Entre
as várias ações, os antioxidantes protegem o sistema imunológico. Os bioflavonóides
modulam algumas respostas inflamatórias, como a inibição da PGE
2
, IgE e inibição da
fagocitose da membrana de mielina no processo de esclerose múltipla (Flórez et al., 2002 ).
Na Universidade de Iowa foi quantificado o efeito do bioflavonóide genisteína sobre o
crescimento de suínos e resposta imune durante a exposição ao vírus da síndrome respiratória
e reprodutiva dos suínos. Os resultados indicam que a suplementação com genisteína agiu
como um modulador imune ativo, estimulando a eliminação sistêmica do vírus no soro e
auxiliando no crescimento dos animais pós-infecção (Navarro et al., 2008).
No metabolismo fisiológico dos seres vivos são produzidas reações com produção de
radicais livres, que podem ameaçar a integridade celular. Nesse sentido, a modulação dos
radicais livres por antioxidantes reduz muitos processos patológicos e melhora o desempenho
animal (Sebastián, 2003). A inclusão de doses elevadas de alguns antioxidantes na
alimentação animal pode afetar o status oxidativo in vivo e as características de qualidade da
48
carne, bem como sua conservação e transformação (estabilidade oxidativa, estabilidade da
cor, diminuição da concentração de compostos indesejáveis, diminuição da perda de líquidos,
etc.). Estes fenômenos ocorrem principalmente após o abate dos animais, pois os processos
fisiológicos, que evitam a presença de radicais livres e oxidação dos produtos nos tecidos, são
inativados. Entre os parâmetros de qualidade mais importantes, destacam-se aqueles
associados ao acúmulo de compostos oxidativos, pois determinam a gênese dos sabores, dos
odores anormais e acúmulo de compostos tóxicos (óxidos de colesterol, radicais livres). Nesse
sentido, foi avaliado o uso de extratos cítricos bioestabilizados em relação ao efeito sinérgico
da vitamina C com os bioflavonóides. O uso em galinhas poedeiras estimulou a resposta
imune contra a doença de Newcastle, reduzindo as taxas de mortalidade. A inclusão de
extratos cítricos na dieta de suínos melhorou o consumo e ganho dio diário de peso
(Sebastián, 2003). Em outro estudo, amostras de carne foram colhidas após o abate de animais
suplementados com extratos cítricos na dieta. Foram avaliadas a capacidade de retenção de
água, cor, pH e oxidação. Os resultados mostram uma atividade altamente protetora contra a
oxidação da carne (valores de TBARS) nos animais suplementados com os extratos cítricos
(Sebastián, 2003). Em outro estudo com inclusão de extratos cítricos para suínos na fase de
engorda, foi observada longa vida de prateleira da carne, reduções da oxidação e perda por
exsudação da carne (Navarro et al., 2008).
1.3. Produto curado
A industrialização e o processamento de carnes consistem em transformá-las em
produtos cárneos, sendo as provenientes de bovinos, suínos e aves preferencialmente
utilizadas pelas indústrias como matérias-primas. Entre os mais variados produtos obtidos
pela industrialização da carne destacam-se linguiças, mortadelas, salsichas, apresuntados,
presuntos, hambúrgueres, charque e os salames (Terra, 1998).
Os processos de secagem, fermentação e defumação podem ser considerados como os
mais antigos métodos de conservação da carne. Esses processos eram utilizados nas regiões
onde, por razões climáticas, não poderiam ser aplicadas outras técnicas de conservação
(Fanco et al., 2002; Hansen, 2002). Embutido é um alimento que se prepara com carne picada
e condimentada, proporcionando forma simétrica. A palavra embutido deriva de salsus que
em latim significa salgado ou carne conservada por sal. A elaboração de embutidos iniciou
49
com o processo de salga e secagem para conservar a carne fresca que não poderia ser
consumida imediatamente. Os antepassados descobriram que esses produtos tinham sua
conservação e sabor favorecidos com a adição de especiarias e outros condimentos.
Dependendo da região geográfica, o produto ganha textura e sabores específicos para agradar
o paladar local, sendo que muitos produtos atualmente conhecidos devem seus nomes aos
locais de procedência. Os embutidos atuais surgiram de precursores do velho mundo. Os
cozidos procedem do norte da Europa, onde o clima é suficientemente frio para permitir sua
conservação e armazenamento. Os secos, por outro lado, se estabeleceram na Europa
Meridional, onde o produto mais estável a temperaturas moderadas é mais apropriado. Os
embutidos crus, curados e fermentados, como o salame, encaixam-se perfeitamente nas
tendências atuais de consumo da população devido a sua facilidade de preparação (prontos
para consumo), facilidade de conservação, versatilidade de uso individual ou como
acompanhamento em preparações culinárias, caráter nutritivo e variadas formas de
apresentação e sabor (Hansen, 2002).
O salame é um produto cárneo industrializado obtido de carne suína ou suína e bovina,
adicionado de toucinho e ingredientes, embutido em envoltórios naturais e/ou artificiais,
curado, fermentado, maturado, defumado ou não e dessecado (Brasil, 2000). É preparado com
a mistura de carnes moídas, com variações quanto a composição e adição de condimentos e
aditivos responsáveis pelas variações de salames produzidos no país. Diferencia-se dos
demais embutidos pelo baixo teor de umidade e pela presença de ácido láctico, que confere
sabor característico (Scheid et al., 2003).
A fabricação do salame ocorre em duas fases: (a) a fermentação com a ocorrência
simultânea de acidificação e formação da cor por sete dias; (b) a maturação, a qual consiste na
desidratação por fermentação. No final do processo, o salame apresenta pH 5,2 - 5,4 e
atividade de água de 0,87. Ambas as fases acima ocorrem em câmara de maturação dotada de
controles de temperatura, umidade relativa e velocidade do ar (Fernández et al., 2000).
A maturação ou fermentação consiste em manter o produto durante um período de
tempo sob condições controladas de temperatura e umidade relativa do ar. Nessa etapa ocorre
o desenvolvimento do aroma, modificações na textura, dessecação, endurecimento do produto
e finalizam-se as reações de cura (Fanco et al., 2002). Os processos bioquímicos,
microbiológicos e físicos que ocorrem durante a maturação trazem, em consequência,
fenômenos de cor, desdobramento e transformação das proteínas, das gorduras e hidratos de
carbono. Os produtos de degradação são os principais responsáveis pelo odor e sabor
característicos dos embutidos crus maturados. Na maturação ou fermentação dos salames
50
ocorre o crescimento da flora bacteriana que fermenta o açúcar, produz ácido láctico e reduz o
pH das proteínas da carne até seu ponto isoelétrico, tornando-as menos capazes de se unir a
água. Esse fenômeno auxilia a perda de água durante a secagem do produto (Terra, 1998;
Fernández et al., 2000). A acidificação gerada contribui para a liga e o aumento da
consistência do produto, permitindo uma estrutura sólida propícia ao fatiamento, além de
contribuir na formação do odor e sabor picos do salame (Holzapfel, 2002). Durante a
secagem, os embutidos perdem de 30 a 40% de seu peso inicial, sendo importante que a perda
de umidade seja gradual, a fim de evitar a formação de rugosidade, ressecamento excessivo da
casca e desprendimento da tripa. A crosta ressecada no produto impede a saída de água de seu
interior, tornando o embutido "macio" principalmente aqueles com maior calibre, podendo
causar prejuízo a sua conservação (Garcia et al., 2000).
Os salames possuem uma longa vida de prateleira em função do baixo pH que causa
alterações na homeostase das células dos microrganismos patogênicos e deteriorantes (Urso et
al., 2006). Os valores baixos de pH, da atividade água, as concentrações moderadas de cloreto
de sódio (em torno de 3%) e de outros aditivos, geram uma condição ambiental seletiva ao
desenvolvimento microbiano na massa cárnea (García-Varona et al., 2000). Cabe ressaltar que
várias espécies de bactérias lácticas possuem a capacidade de produzir bacteriocinas. Estas
substâncias são ativas frente a vários microrganismos e também contribuem com a segurança
e estabilidade microbiológicas dos salames fermentados (O'Sullivan et al., 2002).
A atividade metabólica das bactérias lácticas contribui com a qualidade final do
produto. A redução do pH cria condições para que ocorram reações responsáveis pela
formação da coloração típica dos salames e, também leva a coagulação das proteínas solúveis
contribuindo com a formação da textura característica dos salames (García-Varona et al.,
2000). O catabolismo dos carboidratos, as atividades proteolíticas e lipolíticas durante o
processamento também contribuem com o desenvolvimento do flavour característicos dos
salames (Montel et al., 1998).
O tipo da microbiota que se desenvolve em salames tradicionais, sem a adição de
culturas starter, está relacionado com a diversidade de formulações e com as práticas de
fermentação e maturação utilizadas (Lebert et al., 2007). As bactérias lácticas predominantes
em salames pertencem ao gênero Lactobacillus e entre as mais frequentemente isoladas estão
o L. curvatus, L. sakei e L. plantarum (Drosinos et al., 2005).
Bactérias da família Micrococcaceae também fazem parte da microbiota responsável
pelas transformações benéficas que ocorrem durante a produção de salames. Esses
microrganismos são importantes devido as suas características metabólicas, como atividade
51
lipolítica, proteolítica e redução do nitrato, que contribuem com a formação da cor e do
flavour dos salames (Sondergaard & Stahnke, 2002).
Na elaboração de salames, a redução do nitrato a nitrito é uma etapa fundamental para
o desenvolvimento da coloração, reação que é catalisada pela enzima nitrato redutase,
produzida por membros da família Micrococcaceae. O nitrito posteriormente é transformado
por uma série de reações a óxido nitroso que reage com a mioglobina formando o complexo
nitrosomioglobina responsável pela coloração pica dos produtos curados (Mauriello et al.,
2004). O nitrito adicionado na massa cárnea ou originado a partir do nitrato limita a oxidação
lipídica, que ocorre por três mecanismos indiretos: (a) liga-se ao ferro heme e previne a
liberação do íon ferro, (b) liga-se ao ferro livre e assim inibe sua ação catalítica e (c) estabiliza
lipídios saturados evitando a oxidação (Mauriello et al., 2004).
A proteólise e a lipólise ocasionadas por enzimas endógenas, ou devido ao
metabolismo das Micrococcaceae, liberam vários ácidos orgânicos e substâncias aromáticas.
Assim, o catabolismo de proteínas e gorduras influencia tanto no desenvolvimento da textura
como do flavour, devido a formação de compostos de baixo peso molecular, incluindo
peptídeos, aminoácidos, aldeídos, aminas e ácidos graxos livres, que são importantes
componentes do flavour ou precursores destas moléculas (Mauriello et al., 2004).
1.3.1. Padrões de Identidade e Qualidade para Salames
A instrução normativa 22, de 31 de julho de 2000, conforme o art. 83, inciso IV do
Regimento Interno da Secretaria, aprovado pela Portaria Ministerial 574, de 8 de dezembro
de 1998, institui medidas que normatizam a industrialização de produtos de origem animal,
garantindo condições de igualdade entre os produtores e assegurando a transparência na
produção, processamento e comercialização (Brasil, 2001).
1.3.2. Padrões físico-químicos para salames
As características físicas e químicas dos salames além de fornecer informações
nutricionais também são utilizadas como um dos parâmetros para avaliar a qualidade do
52
produto. Os requisitos máximos e mínimos, em relação às características físico-químicas,
estipuladas pelo Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade, que os produtos
denominados de “Salame Tipo Milano” devem atender são: atividade água (Aw) máximo 0,9;
umidade (%) máxima 35; gordura (%) máxima 35; proteína (%) mínima 23 e carboidratos
totais (%) máximo 4,0 (Brasil, 2000).
1.3.3. Padrões microbiológicos para salames
Os microrganismos possuem um papel central quando se trata de alimentos. Algumas
espécies podem ser utilizadas como promotoras de um processo tecnológico, sendo
responsáveis pela produção de diversos tipos de alimentos, como leites fermentados, queijos,
pães e salames. Também podem causar a deterioração dos alimentos, alterando as
características do produto, devido as suas atividades metabólicas durante o crescimento.
Algumas espécies de microrganismos ou suas toxinas quando presentes nos alimentos podem
causar danos a saúde do homem (Franco & Landgraf, 2003).
Visando preservar a saúde dos consumidores, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), por meio do Regulamento Técnico Sobre Padrões Microbiológicos para
Alimentos, estabelece limites para a presença de alguns grupos ou espécies de
microrganismos, nas diferentes categorias de alimentos. Os padrões microbiológicos que os
diferentes tipos de salames devem atender, para que o produto seja próprio para o consumo
humano são os seguintes: tolerância por amostra indicada para Coliformes a 45ºC é 10
3
NMP.G
-1
; Staphylococcus coagulase positiva é 5x10
3
UFC.g
-1
e Salmonella sp. ausência em
25 g (Brasil, 2001).
O controle dos microrganismos deteriorantes e patogênicos depende de cuidados em
toda a cadeia produtiva, desde a produção da matéria-prima, durante o processamento,
incluindo temperatura adequada, equipamentos e utensílios higienizados, assim como
condições higiênico-sanitárias dos manipuladores e no armazenamento do produto acabado
(Siqueira Júnior et al., 2004).
Em salames, a produção de ácido láctico pelas bactérias lácticas, reduzindo o pH,
desempenha um papel importante no controle do desenvolvimento microbiano e na produção
de toxinas. Entretanto, o processo fermentativo isolado nem sempre impede o
desenvolvimento de microrganismos patogênicos. Tem sido destacada a importância de
53
carnes fermentadas como fonte de microrganismos patogênicos, resultando em toxinfecções
de origem alimentar. Dentre os patógenos encontrados em salames fermentados destacam-se a
Listeria monocytogenes, Salmonella sp., E. coli O157:H7 e Staphylococcus aureus (Moore,
2004). O grupo denominado de coliformes totais é composto por bactérias da família
Enterobacteriaceae, onde os gêneros predominantes são o Escherichia, Enterobacter,
Citrobacter e Klebsiella. Dentre eles, apenas a Escherichia coli tem como habitat primário o
trato intestinal do homem e animais, sendo assim indicador de contaminação fecal (Franco &
Landgraf, 2003).
1.3.4. Principais características sensoriais dos embutidos fermentados
A avaliação sensorial com bases científicas iniciou nos Estados Unidos, durante a
Guerra Mundial, diante da necessidade de estabelecer os motivos pelos quais as tropas
rejeitavam um grande volume de ração balanceada. Após entrevistas concluíram que a
rejeição havia ocorrido em função de deterioração do alimento. Assim, através de hipóteses
determinaram as causas da deterioração, considerando todas as fases da cadeia alimentar.
Nesse sentido, a análise sensorial é realizada em função de respostas individuais, originadas
de reações fisiológicas e interpretação das propriedades intrínsecas aos produtos. As
sensações produzidas podem dimensionar a intensidade, extensão, duração, qualidade, gosto
ou desgosto em relação ao produto avaliado. Nesta avaliação, os indivíduos, por meio dos
próprios órgãos sensórios, numa percepção somato-sensorial, utilizam os sentidos da visão,
olfato, audição, tato e gosto (Zenebon et al., 2008).
Entre os métodos de análise sensorial, os testes usando escalas indicam o tipo ou a
intensidade de uma resposta sensorial (Zenebon et al., 2008). A escala hedônica é uma escala
de intervalo que expressa o grau de “gostar” ou “desgostar” de uma amostra pelo consumidor.
As escalas mais utilizadas são as de sete e nove pontos, com termos definidos entre “gostei
muitíssimo” e “desgostei muitíssimo” contendo um ponto intermediário com o termo “nem
gostei nem desgostei” (Dutcosky, 2007).
Entre as características avaliadas, a cor agrega valor a carne e seus derivados. Diversas
são as alterações que podem ocorrer na cor, afetando sua qualidade e aceitação. Existem
diferentes teorias sobre o desenvolvimento da reação de cor nas carnes curadas, sendo aceito
dois modelos de reação, um que se caracteriza pela ação de enzimas da carne e outro que se
54
baseia em reações puramente químicas. Na teoria das reações enzimáticas, formação de
nitrosometamioglobina a partir da ação do nitrito sobre substâncias da célula cárnea,
originando no final do processo o pigmento nitrosomioglobina (Prändl et al., 1994). A cor
vermelho-rósea brilhante, pica de produtos cárneos curados, é devido ao pigmento
nitrosomioglobina. Em produtos cárneos obtidos por salga e desidratação, é importante a ação
protetora do nitrito no início do processo, uma vez que os demais fatores inibitórios ao
desenvolvimento microbiano indesejável não estão plenamente estabelecidos (Terra et al.,
2004a). Busca-se reduzir o tempo de cura dos produtos com a adição direta de nitrito, que
reage rapidamente, possibilitando o controle da coloração do produto e da quantidade de
nitrito residual (Faria et al., 2001). No entanto, o uso abusivo de nitrito, além de escurecer o
produto, poderá causar intoxicação, o que ocasiona cianose. A oxidação pelo nitrito determina
a coloração esverdeada ou escurecida a carne sendo resultado da combinação de níveis
elevados de nitrito em pH reduzido (Terra et al., 2004b).
O odor é perceptível pelo órgão olfativo quando certas substâncias voláteis o
aspiradas. O julgador deve aproximar a amostra da narina e dar cheiradas curtas, evitando
longas inalações que cansem o olfato pela adaptação. Nesta avaliação, são realizadas
comparações com padrões de referência conhecidos, identificados e descritos pelos seus
odores ou aromas peculiares (Zenebon et al., 2008).
O sabor é considerado como uma experiência mista, mas unitária de sensações
olfativas, gustativas e táteis percebidas durante a degustação. O sabor é percebido,
principalmente, através dos sentidos do gosto e olfato, também influenciado pelos efeitos
táteis, térmicos, dolorosos e/ou cinestésicos (Zenebon et al., 2008). O sabor característico dos
embutidos fermentados secos é uma combinação de vários componentes voláteis e não-
voláteis. Alguns têm origem nos condimentos adicionados e nos metabólitos derivados dos
carboidratos, dos lipídios e das proteínas que se formam durante o período de fermentação e
secagem. O crescimento de microrganismos não-patogênicos, associado a atividade
enzimática da carne e dos ácidos graxos é, indubitavelmente, responsável pela maioria destes
componentes. Outro fator de grande importância são as reações oxidativas, iniciadas por
componentes metálicos presentes (Hierro et al., 1997).
A textura é relacionada com as propriedades reológicas e estruturais (geométricas e de
superfície) dos produtos. Geralmente é percebida por três ou quatro sentidos: os receptores
mecânicos, táteis e, eventualmente, os visuais e auditivos. Relaciona-se com a sensibilidade
térmica e cinestésica (Zenebon et al., 2008). A textura identificada em salames é definida por
características mecânicas, como dureza, coesividade e plasticidade. A dureza e a coesividade
55
são definidas como características mecânicas primárias de textura e, podem ser descritas
como físicas e sensoriais. A física define a dureza como uma força necessária para estabelecer
deformação. A coesividade, em conceito físico, representa o quanto a amostra pode deformar
antes de romper. Quanto às definições sensoriais, a dureza é a força requerida para comprimir
uma substância entre os dentes molares e, a coesividade é o grau de quanto se comprime a
substância entre os dentes antes que ela se rompa (Anzaldua-Morales, 1994; Sauvageot,
2001).
Em embutidos fermentados secos, o corte “cheio”, a fatiabilidade e a firmeza no corte
são algumas características desejáveis de textura (Kenneally et al., 1998). Esta característica
está associada a aderência e ao aumento da consistência das partículas, o que é atribuído a
solubilização e gelatinização das proteínas e a remoção da água. Desta forma, a textura do
produto pode ser atribuída a rápida acidificação, a valores de pH próximos ao ponto
isoelétrico das proteínas, o que acelera a secagem do produto, compactando e agregando as
estruturas protéicas (Hierro et al., 1997).
56
2. CAPÍTULO 2
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO COM DIETAS
CONTENDO RACTOPAMINA E EXTRATOS CÍTRICOS:
DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA
Artigo submetido em outubro de 2009 ao Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnia, sendo apresentado segundo suas normas de publicação.
57
Alimentação de suínos em terminação com dietas contendo ractopamina e extratos
cítricos: desempenho e características de carcaça
[Feeding of pigs fed diets containing ractopamine and citrus extracts: performance and
carcass characteristics]
Carlos Augusto Rigon Rossi
1
Paulo Alberto Lovatto
3
, Gerson Guarez Garcia
3
, Cheila
Roberta Lehnen
2
, Glauber Valentim Porolnik
2
, Marcos Speroni Ceron
4
, Gustavo Dias Lovato
4
1
Aluno de pós-graduação - UFSM - Santa Maria, RS, Brasil. E-mail:
[email protected], autor para correspondência.
2
Aluno de pós-graduação - UFSM - Santa Maria, RS
3
Departamento de Zootecnia - UFSM - Santa Maria, RS
4
Aluno de graduação - UFSM - Santa Maria, RS
RESUMO
Um experimento avaliou a adição de ractopamina e extratos cítricos a dietas de suínos em
terminação. Foram utilizados 54 suínos castrados e 54 fêmeas, meio irmãos paternos e peso
vivo de 61 quilogramas. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado,
bloqueado por sexo e com nove tratamentos: T1. controle (C) (0ppm de ractopamina e 0ppm
de extratos cítricos), T2. C + 10 RAC (ractopamina, em ppm), T3. C + 20 RAC, T4. C + 250
EC (extratos cítricos, em ppm), T5. C + 500 EC, T6. C + 250 EC + 10 RAC, T7. C + 250 EC
+ 20 RAC, T8. C + 500 EC + 10 RAC e T9. C + 500 EC + 20 RAC. Foram utilizados dois
sexos, com quatro repetições e três animais por unidade experimental, com repetição no
tempo. O peso vivo final (109,9 ± 3,6kg), consumo de ração (2,6 ± 0,2kg/d), ganho de peso
(1,0 ± 0,1kg/d), conversão alimentar (2,7 ± 0,2), comprimento de carcaça (97,0 ± 2,7cm),
profundidade de músculo (56,1 ± 5,6mm) e pH (5,9 ± 0,3) não foram influenciados (P>0,10)
pelos tratamentos. Sobre peso de carcaça, o efeito foi somente do tratamento com 20ppm de
ractopamina em relação a 10ppm de ractopamina, sendo 5,7% superior (P<0,05). A espessura
de toucinho do grupo controle foi 35% superior (P<0,05) aos níveis de ractopamina e a
interação 500ppm de extratos cítricos e 10ppm de ractopamina. A carne magra do controle foi
5,3% inferior (P<0,05) em relação aos níveis de ractopamina. A alimentação de suínos em
terminação com dietas contendo ractopamina, extratos cítricos e suas interações não altera o
desempenho, mas influencia algumas características de carcaça.
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Palavras-chave: ácido ascórbico, agonista beta-adrenérgico, bioflavonóides, nutrição
ABSTRACT
This study was carried out to evaluate the effect of the addition of the ractopamine and citrus
extracts in finishing pig diets. Hundred eight pigs were used (54 males and 54 females) in a
completely randomized design, blocked by sex and distributed in nine treatments: T1. control
(C) (0ppm of the ractopamine e 0ppm of the citrus extracts), T2. C + 10 RAC (ractopamine,
ppm), T3. C + 20 RAC, T4. C + 250 EC (citrus extracts, ppm), T5. C + 500 EC, T6. C + 250
EC + 10 RAC, T7. C + 250 EC + 20 RAC, T8. C + 500 EC + 10 RAC e T9. C + 500 EC + 20
RAC. Two sexes were used, with four replicates and three animals per experimental unit, with
repetition over time. The final body weight (109.9 ± 3.60kg), feed intake (2.6 ± 0.24kg d
-1
),
body weight gain (1.01 ± 0.09kg d
-1
), feed conversion ratio (2.7 ± 0.25), carcass length (97 ±
2.71cm), depth muscle (56.1 ± 5.63mm), and pH (5.9 ± 0.33) were not affected (P>0.05) by
treatments. There was a significant effect, 5.7% higher (P<0.05) for treatment with 20ppm of
ractopamine in relation to 10ppm ractopamine. The backfat thickness of the control group was
35% higher (P<0.10) levels of ractopamine and interaction 10ppm of ractopamine and
500ppm of citrus extracts. The lean meat in the control group was on average 5.3% lower
(P<0.10) levels of ractopamine. Feed finishing pigs with diets containing ractopamine, citrus
extracts and as their interactions do not affect performance, however affect some carcass
characteristics.
Key words: ascorbic acid, beta-adrenergic agonist, bioflavonoids, nutrition
INTRODUÇÃO
Aumentar a quantidade de carne na carcaça de suínos tem sido o objetivo da indústria e
do suinocultor, pois melhora a rentabilidade e diminui os custos de produção. Na fase de
terminação a composição da carcaça muda, principalmente o aumento da deposição lipídica, o
que reduz a eficiência alimentar. Isso exige adequação da nutrição e do manejo alimentar.
Para tanto diversas alternativas nutricionais ou de regulação metabólica têm sido avaliadas.
Uma delas é o uso da ractopamina, que atua sobre a partição de nutrientes, melhorando o
desempenho e as características de carcaça de suínos em terminação (Moody et al., 2000).
Essa melhora se pela maior taxa de deposição protéica (Schinckel et al., 2003b). Outra
alternativa é o uso de extratos vegetais na dieta, com destaque para os cítricos (Craig, 1999;
Mason et al., 2005).
59
Os principais componentes dos extratos cítricos são os compostos fenólicos
(bioflavonóides ou flavonóides) e o ácido ascórbico. Os bioflavonóides são antioxidantes
naturais, com ações anti-inflamatórias, antimicrobianas, antialergênicas e imuno-estimulantes
(Erlund, 2004; Cushnie & Lamb, 2005). O ácido ascórbico participa de diversos processos
metabólicos, como a formação do colágeno e síntese de epinefrina, corticoesteróides e ácidos
biliares (Aranha et al., 2000). Além de co-fator enzimático, o ácido ascórbico participa dos
processos de óxido-redução, aumentando a absorção de ferro e a inativação de radicais livres
(Padayatty et al., 2003). Os benefícios da utilização terapêutica do ácido ascórbico em suínos
são observados no desempenho, estresse pré-abate e na qualidade da carne (Pion et al., 2004).
Pelas propriedades individuais e ação sinérgica de seus princípios ativos, o uso de
extratos cítricos nas dietas pode melhorar o desempenho dos suínos na terminação e as
características de carcaça. Embora existam informações positivas relacionadas ao sinergismo
dos constituintes dos extratos cítricos, ainda não relatos do uso associado com a
ractopamina. Este trabalho foi conduzido, portanto, com o objetivo de estudar o desempenho
e características de carcaça de suínos alimentados com dietas contendo ractopamina, extratos
cítricos e suas interações.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Setor de Suínos do Departamento de Zootecnia da
Universidade Federal de Santa Maria, de julho a outubro de 2008. Foram utilizados 108
suínos (54 machos castrados e 54 fêmeas) meio irmãos paternos, oriundos de criação
comercial e com peso vivo inicial de 61 quilogramas. Os animais foram alojados em 18 baias
(1,5 x 3,0m/baia) equipadas com comedouros semi-automáticos e bebedouros tipo chupeta.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, bloqueado por sexo e com
nove tratamentos: T1. controle (C) (0ppm de ractopamina e 0ppm de extratos cítricos), T2. C
+ 10 RAC (ractopamina, em ppm), T3. C + 20 RAC, T4. C + 250 EC (extratos cítricos, em
ppm), T5. C + 500 EC, T6. C + 250 EC + 10 RAC, T7. C + 250 EC + 20 RAC, T8. C + 500
EC + 10 RAC e T9. C + 500 EC + 20 RAC. Foram utilizados dois sexos, com quatro
repetições e três animais por unidade experimental, com repetição no tempo.
Os animais consumiram uma dieta isonutritiva (Tab. 1), seguindo as exigências
nutricionais do NRC (NRC, 1998), com ajustes dos níveis suplementares de aminoácidos
recomendados para animais alimentados com ractopamina (Apple et al., 2004). Os animais
receberam alimentação a vontade e tiveram livre acesso a água.
60
Os dados de ganho de peso foram obtidos por pesagens semanais e individuais dos
animais. O consumo diário de ração foi obtido pela pesagem da ração fornecida menos as
sobras diárias presentes nos comedouros. A conversão alimentar foi estimada a partir das
variáveis anteriores. As características de carcaça foram estimadas da meia carcaça esquerda
com ultrasom, na posição P2, a 65mm da linha de corte da carcaça. As medidas foram
realizadas com aparelho Hennessy (HGP4 - Hennessy Grade Probe 4).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo GLM com 10% de
significância. Os efeitos incluídos no modelo foram os tratamentos, sexo e a interação
tratamento * sexo. As diferenças entre as médias foram comparadas pelo Teste de Tukey. As
análises estatísticas foram realizadas com o programa estatístico Minitab (Mckenzie &
Goldman, 1999).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados de desempenho são apresentados na Tab. 2. O peso vivo, o consumo de
ração, o ganho de peso e a conversão alimentar não foram afetados (P>0,05) pela adição de
ractopamina e extratos cítricos nas dietas. Estes resultados de desempenho para animais
suplementados com ractopamina são condizentes com outros estudos (Crome et al., 1996;
Brumm et al., 2004; Mimbs et al., 2005). Porém, outros trabalhos demonstraram que a
ractopamina melhora o desempenho animal (Armstrong et al., 2004; Carr et al., 2005). Essas
respostas divergentes são comuns na literatura e podem ser explicadas pela utilização de
diferentes populações genéticas, nível de inclusão do agonista, período de fornecimento, nível
de lisina e relação lisina/energia metabolizável (Smith et al., 1995).
Animais com alto potencial genético apresentam maior taxa de deposição muscular
quando suplementados com ractopamina (Bark et al., 1992). Esta resposta pode estar
relacionada ao maior número de fibras musculares de suínos selecionados para maior
deposição protéica, o que expõe um maior número de células a ação dos agonistas beta-
adrenérgicos (Aalhus et al., 1992). No entanto, em nosso estudo trabalhamos com animais
meio irmãos paternos, o que provavelmente não influenciou na resposta a ractopamina.
Normalmente níveis de inclusão entre 10 ou 20ppm de ractopamina proporcionam maior
ganho de peso e melhor eficiência alimentar (Apple et al., 2004). No entanto, é provável que
exista uma relação inversa entre potencial de deposição de carne magra e níveis de
ractopamina (Schinckel et al., 2002). Porém, neste estudo foi possível observar que níveis de
inclusão entre 10 ou 20ppm de ractopamina não influenciam o desempenho dos animais na
terminação. Os melhores resultados para desempenho e características de carcaça em animais
61
suplementados com ractopamina são obtidos com um aporte suplementar de lisina na dieta de
cerca 7%, (Schinckel et al., 2003a). As exigências de lisina e energia metabolizável para a
deposição de carne magra em suínos durante a fase de terminação é de 0,69% e 3,26Mcal/kg,
o que equivale a relação lisina/energia de 2,1g/Mcal (NRC, 1998). Em nosso trabalho, os
animais receberam níveis suplementares de aminoácidos para animais alimentados com
ractopamina e desempenho não foi afetado pelos tratamentos.
O período de utilização prolongado da ractopamina pode explicar a ausência de efeito
no desempenho, pois em nosso estudo, o período experimental foi de 52 dias. Isto pode ser
explicado pelas ações da ractopamina, as quais são intracelulares sequenciais a estimulação
dos receptores beta-agonistas (Gonzalez & Da Silva, 2006). O complexo agonista/receptor se
fixa a uma proteína de ligação que modifica a fluidez da membrana, permite o seu
deslocamento lateral e estimula a ação catalítica da adenilato ciclase (Lehninger et al., 2007).
Esta, participa da formação do AMPc a partir do ATP, passando a atuar como segundo
mensageiro. O AMPc, ativa a proteína quinase, que conduz a fosforilação de enzimas,
responsáveis pela resposta final (estimulação da lipólise, aumento da neoglicogênese,
glicogenólise, aumentos da insulina, glucagon e renina, relaxamento da musculatura lisa e
aumento da contração cardíaca) (Moody et al., 2000).
No entanto, sob ação contínua do agonista beta-adrenérgico, o AMPc ativa uma proteína
quinase, que ao fosoforilar o receptor, o torna inativo e desacopla o complexo receptor-
proteína de ligação-adenilato ciclase (Lundberg et al., 1987). O efetor desacoplado passa para
o espaço intracitoplasmático, o que diminui o número de receptores disponíveis na membrana.
Essa redução no número de receptores é denominada dessensibilização e causa diminuição da
resposta a estimulação beta-adrenérgica da ractopamina (Spurlock et al., 1993; Mills, 2002).
Além disso, no espaço intracitoplasmático, o receptor beta-adrenérgico pode ser consumido,
fenômeno este chamado de sequestro, o que acarreta diminuição do mero de receptores
celulares (Benovic et al., 1988). Esta variação no número de receptores por unidade de
sarcolema é denominada down-regulation” (Barros et al., 1999). Portanto, é possível que
esses fenômenos possam ter ocorrido neste estudo.
O consumo alimentar dos animais suplementados com ractopamina foi semelhante e
está de acordo com resultados obtidos em outras pesquisas (Aalhus et al., 1992; Marinho et
al., 2007). Estes resultados diferem, no entanto, daquele com redução de 7% no consumo
diário de ração dos animais suplementados com ractopamina (Mimbs et al., 2005). A ingestão
alimentar é influenciada por vários hormônios, dentre eles a leptina (Chen et al., 1999). A
síntese de leptina é diretamente proporcional ao acúmulo de tecido adiposo (Havel, 2000). As
62
ações catabólicas do tecido adiposo são reguladas pelo sistema nervoso simpático (Pénicaud
et al., 2000). Assim, se a inervação simpática for ativada pelos agonistas beta-adrenérgicos, há
redução da expressão gênica da leptina (Gettys et al., 1996). Essa inibição da expressão
gênica da leptina pelo uso da ractopamina pode ter acontecido neste trabalho, justificando a
ausência de redução no consumo alimentar.
Entretanto, os diversos fatores abordados anteriormente para explicar o consumo
alimentar estão em desacordo com outras pesquisas, pois o uso da ractopamina na dieta reduz
o consumo de alimento (Apple et al., 2007), mas não influencia o ganho de peso (Bark et al.,
1992; Mimbs et al., 2005). Esta redução no consumo estaria relacionada a maior densidade
energética das dietas, as quais não alteram o ganho médio diário, mas deprimem o consumo
de alimentos (Weber et al., 2006). Porém, foi observado em outro estudo que a densidade
energética não altera o consumo de animais suplementados com ractopamina (Apple et al.,
2004). Apesar de haver algumas discordâncias com relação ao efeito da suplementação de
ractopamina sobre o consumo alimentar, de modo geral, maiores ganhos de peso foram
observados (Gu et al., 1991; Stoller et al., 2003). No presente estudo, porém, o ganho de peso
não foi afetado pela ratopamina.
As características de carcaça obtidas são apresentadas na Tab. 3. O comprimento de
carcaça (CC), a profundidade de músculo e o pH não foram afetados (P>0,05) pelos
tratamentos. Os animais suplementados com 20ppm de ractopamina apresentaram peso de
carcaça 5,7% superior (P<0,10) em relação ao grupo com 10ppm de ractopamina. A espessura
de toucinho do grupo controle foi em média 35% superior (P<0,05) em relação aos animais
com ractopamina e com a interação 10ppm de ractopamina + 500ppm de extratos cítricos. A
percentagem de carne magra do grupo controle foi inferior (P<0,05) aos demais tratamentos.
Em relação aos níveis de ractopamina, a percentagem de carne magra do grupo controle foi
5,1 e 5,5% inferior (P<0,05) aos tratamentos com 10ppm e 20ppm de ractopamina,
respectivamente.
As características de carcaça obtidas, em nosso trabalho, podem ser explicadas pelos
efeitos da inclusão da ractopamina e interações com extratos cítricos nas dietas. A
ractopamina além de estimular a síntese protéica pode aumentar a apoptose no tecido adiposo,
o que explicaria a menor deposição de gordura na carcaça (Weber et al., 2006). Por outro
lado, a inibição da ligação da insulina aos receptores adrenérgicos dos adipócitos, antagoniza
a ação da insulina, aumenta a atividade lipolítica, diminui a síntese e a deposição de gordura
na carcaça (Liu & Mills, 1990). Em consequência dessas alterações metabólicas, há um
aumento da síntese protéica, o que melhora a qualidade de carcaça (Ricks et al., 1984).
63
A ractopamina e outras fenatolaminas aumentam a percentagem de carne por serem
substâncias que estimulam a deposição de nutrientes na carcaça em relação a deposição nos
órgãos internos (Etherton & Smith, 1991). Assim, pode-se sugerir que, no presente estudo, a
deposição muscular aumentou numa proporção maior que o crescimento dos órgãos viscerais,
de maneira a aumentar o rendimento de carcaça nos suínos suplementados com ractopamina.
Estas observações sugerem uma resposta positiva na carcaça pela inclusão de níveis mais
altos de ractopamina.
Os tratamentos com inclusão de extratos cítricos às dietas não melhorou o desempenho
e algumas características de carcaça. Em nosso estudo, a percentagem de carne magra foi
afetada pela inclusão da ractopamina, extratos cítricos e suas interações comparadas ao grupo
controle. De acordo com a literatura, a ação dos extratos cítricos está relacionada com o
sinergismo entre os bioflavonóides e ácido ascórbico com efeitos sobre a redução do dano
oxidativo (Nijveldt et al., 2001). A ação antioxidante destes compostos aumenta a imunidade
mediada ou não por células, o que diminui a susceptibilidade dos animais às doenças causadas
pelo estresse (Peterson & Dwyer, 1998). Estudos demonstram melhora no pH, na capacidade
de retenção de água e na cor do músculo (por redução da peroxidação lipídica) durante o
armazenamento da carne de suínos suplementados com ácido ascórbico e bioflavonóides na
dieta (Jamilah et al., 2009).
Em nosso estudo, embora a espessura de toucinho tenha sido afetada apenas pela
ractopamina e 10ppm de ractopamina + 500ppm de extratos, a percentagem de carne magra
foi influenciada por todos os tratamentos comparados ao controle. Isto demonstra o efeito
positivo da ractopamina, extratos cítricos e suas interações sobre a percentagem de carne
magra na carcaça. As demais variáveis de desempenho e carcaça possivelmente não sejam
influenciadas pela inclusão de extratos cítricos às dietas.
CONCLUSÕES
A adição de ractopamina, extratos cítricos e suas interações às dietas de suínos em
terminação não alteram o desempenho dos animais. A inclusão de ractopamina a dieta de
suínos em terminação diminui a espessura de toucinho na carcaça. Os níveis de 20ppm de
ractopamina aumentam o peso e a deposição de carne magra na carcaça. A inclusão de
ractopamina, extratos cítricos e suas interações nas dietas aumentam a percentagem de carne
magra na carcaça.
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AGRADECIMENTOS
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão de bolsa ao mestrando do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Glauber Valentim Porolnik e doutorandos
Carlos Augusto Rigon Rossi e Cheila Roberta Lenhen. Ao Setor de Suínos (UFSM) pela
infra-estrutura para realização do trabalho.
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68
Tabela 1 - Composição centesimal e calculada das dietas de suínos em crescimento e
terminação
Ingrediente
Dieta
Inicial (60-84kg)
Final (84-110kg)
Farelo de milho (%)
67,70
70,70
Farelo de soja (%)
28,27
25,42
Óleo de soja (%)
1,02
0,88
L-Lys HCl (%)
0,01
0,01
Premix vitamínico
1
(%)
3,00
3,00
Ractopamina (ppm)*
0/10/20
0/10/20
Extratos cítricos (ppm)**
0/250/500
0/250/500
Valores nutricionais calculados
2
MS (%)
89,37
89,36
EM (kcal/kg)
3.300
3.300
PB (%)
18,00
17,00
Ca (%)
0,67
0,67
P (%)
0,54
0,53
P disponível (%)
0,18
0,18
Lisina digestível (%)
1,02
0,95
Metionina (%)
0,33
0,32
Triptofano digestível (%)
0,21
0,19
1
Suplemento mineral e vitamínico por quilograma do produto - P Max, 57g; P Mín, 54g; Na, 51g; Lis, 12g; Met,
15g; Ca, 188g, Ca Máx, 214g; K3, 80mg; Ác. Fólico, 10mg; Co, 10mg; Cu, 433mg; Cr, 6,67mg; Mn, 1000mg;
Vit B12, 116,6mg; Vit B1, 26,6mg; Vit B6, 33mg; Vit E, 335mg; I, 33,4; Ác nicotínico, 600mg; Se, 8,3mg;
Colistina, 4,157mg; Antioxidante, 250mg; Ác Pantotênico, 400mg; Zn, 2332mg; Fe, 2500mg; Flúor, 760mg; Vit
B12, 400mcg; Vit D3, 30.000UI; Vit A, 113.000UI.
2
Com base no alimento.
*Níveis de ractopamina nas dietas. ** Níveis de extratos cítricos nas dietas.
69
Tabela 2 - Desempenho de suínos em terminação alimentados com ractopamina e extratos
cítricos
Tratamentos
Variáveis
PV, kg
CMDR, kg
GMDP, kg
CA
Controle
108,3
2,72
0,96
2,85
10 RAC
109,0
2,65
1,02
2,58
20 RAC
112,2
2,60
0,98
2,85
250 EC
107,3
2,66
0,95
3,03
500 EC
109,0
2,77
1,01
2,85
10 RAC + 250 EC
111,8
2,73
1,05
2,64
20 RAC + 250 EC
109,7
2,58
1,04
2,55
10 RAC + 500 EC
113,6
2,70
1,05
2,64
20 RAC + 500 EC
112,2
2,60
1,07
2,52
dpr
3,23
0,17
0,08
0,22
Probabilidade
T
0,12
0,57
0,45
0,06
S
0,01
0,01
0,01
0,01
RAC - ractopamina; EC - extratos cítricos; T - tratamentos; S - sexo; PV - peso vivo; CMDR - consumo médio
diário de ração; GMDP - ganho médio diário de peso; CA - conversão alimentar.
70
Tabela 3 - Peso de carcaça (PCarc), comprimento de carcaça (CC), profundidade de músculo
(PM), espessura de toicinho (ET), carne magra (CM%) e (CMkg), pH 45min e pH 24h
Tratamentos
Variáveis
PCarc,
kg
CC,
cm
PM,
mm
ET,
mm
CM, %
CM,
kg
pH,
45’
pH,
24h
Controle
80,8ª
97,6
52,6
15,8ª
56,0
b
45,2ª
5,93
6,05
10 RAC
76,4
b
96,3
54,2
11,9
b
58,9
a
44,7
b
5,88
6,06
20 RAC
82,0
a
97,0
57,8
11,1
b
59,1ª
48,5ª
5,90
6,00
250 EC
78,4ª
97,3
57,3
14,6
ab
57,6
a
45,1ª
5,82
6,07
500 EC
79,6ª
99,6
54,9
14,4
ab
57,2
a
45,6ª
5,89
6,04
10 RAC + 250 EC
80,1ª
96,5
56,7
12,5
ab
58,6
a
47,0
a
5,94
5,88
20 RAC + 250 EC
81,2ª
95,1
57,0
12,9
ab
58,5
a
47,5ª
5,89
6,13
10 RAC + 500 EC
80,8ª
97,7
56,9
12,0
b
58,9
a
47,7ª
5,80
6,04
20 RAC + 500 EC
81,7ª
96,4
57,7
12,4
ab
58,9
a
48,7ª
6,02
6,11
dpr
2,21
2,51
4,7
1,35
1,35
1,75
0,17
0,13
Probabilidade
T
0,01
0,47
0,79
0,01
0,01
0,01
0,78
0,38
S
0,10
0,16
0,10
0,01
0,01
0,17
0,51
0,73
RAC - Ractopamina; EC - Extratos cítricos; T - tratamentos; S - sexo;
a, b
letras diferentes na mesma coluna
diferem pelo Teste de Tukey (P<0,05).
71
3. CAPÍTULO 3
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO COM DIETAS
CONTENDO RACTOPAMINA E EXTRATOS CÍTRICOS:
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DO
MÚSCULO LONGISSIMUS DORSI
Artigo submetido em outubro de 2009 à ARS Veterinária, sendo apresentado
segundo suas normas de publicação.
72
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO COM DIETAS CONTENDO
RACTOPAMINA E EXTRATOS CÍTRICOS: CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E
PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DO MÚSCULO LONGISSIMUS DORSI
FEEDING FINISHING PIGS WITH DIETS CONTAINING RACTOPAMINE AND CITRUS
EXTRACTS: CHEMICAL CHARACTERISTICS AND FATTY ACID PROFILE OF
LONGISSIMUS DORSI MUSCLE
C. A. R. ROSSI
1
, P. A. LOVATTO
2
, C. R. LENHEN
3
, I. ANDRETTA
3
, M. S. CERON
4
,
G. D. LOVATO
4
RESUMO:
Um experimento foi realizado para avaliar o efeito da adição de ractopamina e extratos
cítricos a dietas de suínos em terminação. Foram utilizados 108 suínos (54 machos e 54
fêmeas), meio irmãos paternos e peso vivo médio inicial de 61 quilogramas. O delineamento
experimental foi o inteiramente casualizado, bloqueado por sexo e com nove tratamentos: T1.
controle (C) (0 ppm de ractopamina e 0 ppm de extratos cítricos), T2. C + 10 RAC
(ractopamina, em ppm), T3. C + 20 RAC, T4. C + 250 EC (extratos cítricos, em ppm), T5. C
+ 500 EC, T6. C + 250 EC + 10 RAC, T7. C + 250 EC + 20 RAC, T8. C + 500 EC + 10 RAC
e T9. C + 500 EC + 20 RAC. Foram utilizados dois sexos, com quatro repetições e três
animais por unidade experimental, com repetição no tempo. Amostras do músculo
Longissimus dorsi foram avaliadas e o teor de umidade, cinzas, proteínas, lipídios e perfil de
ácidos graxos determinados. Os teores de proteína para a inclusão de 20 ppm de RAC foram
em média 5,5% superiores (P<0,05) aos dois níveis de EC na dieta. A umidade do músculo
nas amostras dos animais que receberam 20 ppm de RAC e 500 ppm de EC foi 4,3% superior
(P<0,05) ao controle e 500 ppm de extratos cítricos. Os teores do ácido linoléico da interação
10 ppm de RAC e 500 ppm de EC foi 18% superior (P<0,05) em relação a inclusão de 500
ppm de extratos cítricos. O teor do ácido α-linolênico do controle foi 33,5% superior (P<0,05)
aos níveis de extratos cítricos, ractopamina e suas interações. A concentração do ácido
araquidônico da interação 20 ppm de RAC e 250 ppm de EC foi 36% superior (P<0,05) aos
1
Departamento de Zootecnia (DZ), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Programa de Pós-graduação em
Zootecnia (PPGZ), 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil. E-mail: [email protected], autor para correspondência.
2
DZ, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil
3
PPGZ, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil
4
Curso de Zootecnia, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil.
73
teores de 20 ppm de ractopamina. Níveis mais altos de ractopamina às dietas influenciam os
teores de proteína e umidade do músculo. Os extratos cítricos influenciam os teores do ácido
graxo láurico. A adição de ractopamina altera o perfil de alguns ácidos graxos insaturados do
músculo Longissimus dorsi.
PALAVRAS-CHAVE: Ácido ascórbico. Agonista beta-adrenérgico. Bioflavonóides. Carne
suína
SUMMARY:
This study was carried out to evaluate the effect of the addition of the citrus extracts and
ractopamine in finishing pig diets. Hundred eight pigs were used (54 males and 54 females) in
a completely randomized design, blocked by sex and distributed in nine treatments: T1.
control (C) (0 ppm of the ractopamine e 0 ppm of the citrus extracts), T2. C + 10 RAC
(ractopamine, ppm), T3. C + 20 RAC, T4. C + 250 EC (citrus extracts, ppm), T5. C + 500
EC, T6. C + 250 EC + 10 RAC, T7. C + 250 EC + 20 RAC, T8. C + 500 EC + 10 RAC e T9.
C + 500 EC + 20 RAC. Two sexes were used, with four replicates and three animals per
experimental unit, with repetition over time. Samples of the Longissimus dorsi muscle were
evaluated for moisture, ash, proteins, lipids and fatty acids. The levels of protein for the
inclusion of 20 ppm of RAC were on average 5.5% higher (P<0.05) the two EC levels in the
diet. The moisture in the muscle samples from the animals that received 20 ppm RAC and
500 ppm EC was 4.3% higher (P<0.05) the control and 500 ppm of citrus extracts. The levels
of linoleic acid in the interaction of 10 ppm RAC and 500 ppm EC was 18% higher (P<0.05)
compared to the inclusion of 500 ppm of citrus extracts. The levels of α-linolenic acid of the
control was 33.5% higher (P<0.05) of citrus extracts levels, ractopamine and their
interactions. The concentration of arachidonic acid from the interaction of 20 ppm RAC and
EC 250 ppm was 36% higher (P<0.05) to levels of 20 ppm of ractopamine. Higher levels of
ractopamine in the diet influence the levels of protein and moisture of the muscle. Citrus
extracts influence the levels of the fatty acid lauric acid. The addition of ractopamine change
the profile of some unsaturated fatty acids of the Longissimus dorsi.
KEY WORDS: Ascorbic acid. beta-adrenergic agonist. Bioflavonoids. Meat swine
74
INTRODUÇÃO
O consumo de carne suína no Brasil tem aumentado nos últimos anos devido as
campanhas de informação e esclarecimento ao público, sobretudo em relação as questões de
interesse para a saúde do consumidor. Outro aspecto é a qualidade do produto cárneo, de
interesse industrial e sensorial. Nesse contexto, o consumidor busca adquirir um produto com
qualidade satisfatória utilizando como critério de qualidade a alta quantidade de carne magra
em detrimento da gordura.
A carne suína apresenta concentração equilibrada entre ácidos graxos insaturados e
saturados (BRAGAGNOLO & RODRIGUEZ-AMAYA, 2002). Porém, os ácidos graxos da
alimentação são depositados diretamente nos tecidos sem modificação química (SANTOS et
al., 2005). Dessa forma, é possível influenciar a composição de ácidos graxos da carne pelo
controle da alimentação dos animais. Para tanto diversas alternativas nutricionais ou de
regulação metabólica têm sido avaliadas. Uma delas é a ractopamina, que atua sobre a
partição de nutrientes, melhorando o desempenho e as características de carcaça de suínos em
terminação (MOODY et al., 2000). Essa melhora se pela maior taxa de deposição protéica
(SCHINCKEL et al., 2003).
Outra alternativa para melhorar as características da carne é o uso de extratos vegetais
na dieta, com destaque para os cítricos (CRAIG, 1999; MASON et al., 2005). Os principais
componentes dos extratos derivados de frutas cítricas são os compostos fenólicos
(bioflavonóides) e o ácido ascórbico. Os bioflavonóides são antioxidantes naturais, com ações
anti-inflamatórias, antimicrobianas, antialergênicas e imuno-estimulantes (ERLUND, 2004;
CUSHNIE & LAMB, 2005). Esses compostos, pela ação inibitória sobre algumas enzimas e
propriedade quelante a metais, inibem as reações em cadeia induzidas por radicais livres
(Erlund, 2004). O ácido ascórbico participa de diversos processos metabólicos, dentre eles a
formação do colágeno e síntese de epinefrina, corticoesteróides e ácidos biliares (ARANHA
75
et al., 2000). Atua também como co-fator enzimático nos processos de oxirredução,
aumentando a absorção de ferro e a inativação de radicais livres (PADAYATTY et al., 2003).
Os benefícios da utilização terapêutica do ácido ascórbico, em estudos com suínos, pode ainda
melhorar o desempenho animal, diminuir o estresse pré-abate e melhorar a qualidade da carne
(PION et al., 2004).
Pelas propriedades individuais e ação sinérgica de seus princípios ativos, o uso de
extratos cítricos nas dietas pode melhorar as características organolépticas e qualidade de
carne. Embora existam informações positivas relacionadas ao sinergismo dos constituintes
dos extratos cítricos, ainda não relatos do uso associado com a ractopamina. Este trabalho
foi conduzido, portanto, com o objetivo de estudar as características químicas e perfil de
ácidos graxos da carne de suínos alimentados com dietas contendo ractopamina, extratos
cítricos e suas interações.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Setor de Suínos do Departamento de Zootecnia da
Universidade Federal de Santa Maria, de julho a outubro de 2008. Foram utilizados 108
suínos (54 machos castrados e 54 fêmeas) meio irmãos paternos, oriundos de criação
comercial e com peso vivo inicial de 61 quilogramas. Os animais foram alojados em 18 baias
(1,5 x 3,0 m/baia) equipadas com comedouros semi-automáticos e bebedouros tipo chupeta. O
delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, bloqueado por sexo e com nove
tratamentos: T1. controle (C) (0ppm de ractopamina e 0ppm de extratos cítricos), T2. C + 10
RAC (ractopamina, em ppm), T3. C + 20 RAC, T4. C + 250 EC (extratos cítricos, em ppm),
T5. C + 500 EC, T6. C + 250 EC + 10 RAC, T7. C + 250 EC + 20 RAC, T8. C + 500 EC + 10
RAC e T9. C + 500 EC + 20 RAC. Foram utilizados dois sexos, com quatro repetições e três
animais por unidade experimental, com repetição no tempo.
76
As dietas foram isonutritivas, formuladas seguindo as exigências nutricionais do NRC
(NRC, 1998) com ajuste aminoacídico para animais suplementados com ractopamina (APPLE
et al., 2004). Para tanto, a dieta inicial (62 a 84 kg/PV), foi formulada com 18% de PB; 1,02%
de lisina e 3,3 Mcal/EM (relação Lis:EM de 3,09) (Tabela 1). A dieta final (85 a 110 kg/PV),
foi formulada com 17% de PB; 0,94% de lisina e 3,3 Mcal/EM (relação Lis:EM de 2,84). Os
animais receberam alimentação a vontade e tiveram livre acesso a água.
Ao atingirem em média 110 kg de peso vivo, os animais foram submetidos a jejum
sólido de 12 h e então transportados ao frigorífico, onde permaneceram consumindo apenas
água 12 h antes do abate. Após o abate, as carcaças foram divididas ao meio, no sentido
longitudinal e mantidas na câmara de resfriamento do frigorífico (2 ± 1
o
C) por um período de
12 horas. Então, as meias-carcaças esquerdas foram seccionadas, retirando-se amostras do
músculo Longissimus dorsi (TOLDRÁ & FLORES, 2000; ESTÉVEZ et al., 2003;
VENTANAS et al., 2006), a partir da última vértebra lombar, em direção a porção cranial. As
amostras foram identificadas, acondicionadas e transportadas em caixas térmicas ao
laboratório, onde permaneceram armazenadas a -18
o
C para posteriores análises. Foram
avaliadas a percentagem de umidade (LUTZ, 1985), cinzas, proteínas (AOAC, 1995), lipídios
(BLIGH & DYER, 1959) e perfil de ácidos graxos (MAIA et al., 1994; METCALFE et al.,
2002). As análises foram realizadas no Laboratório de Análises físico-químicas e no Núcleo
Integrado de Desenvolvimento em Análises Laboratoriais (NIDAL) da Universidade Federal
de Santa Maria (UFSM).
Os dados foram submetidos a análise de variância pelo procedimento GLM e o nível de
5% de significância foi usado para indicar diferença. Os efeitos incluídos no modelo
estatístico foram tratamentos (T), sexo (S) e período. As eventuais diferenças entre as médias
foram comparadas pelo Teste de Tukey. As análises estatísticas foram realizadas com o
programa estatístico Minitab (MCKENZIE & GOLDMAN, 1999).
77
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da avaliação química de amostras do músculo Longissimus dorsi são
apresentados na tabela 1. Em relação a umidade, o nível de 20 ppm de ractopamina + 500
ppm de extratos cítricos foi 4,3% superior (P<0,05) ao controle e dietas com 500 ppm de
extratos cítricos. Os teores de cinzas não foram influenciados (P>0,05) pelos tratamentos. Os
teores de proteína do músculo Longissimus dorsi dos animais que receberam 20 ppm de
ractopamina foram, em média, 5,5% superiores (P<0,05) aos observados nos animais com
inclusão de 250 e 500 ppm de extratos cítricos na dieta. O conteúdo de proteína muscular para
as associações entre ractopamina e extratos cítricos não foi influenciado (P>0,05) pelos
tratamentos. Os teores de lipídios do músculo Longissimus dorsi dos animais que receberam
dietas com adição de 10 ppm de ractopamina + 250 ppm de extratos cítricos foram em média
19,4% superiores (P<0,05) a 10 ppm de ractopamina e as interações entre 10 e 20 ppm de
ractopamina + os dois níveis de extratos cítricos.
Em estudos anteriores avaliando a relação entre ractopamina e características químicas
do músculo Longissimus dorsi foram encontrados teores 6,1% superiores de proteína
muscular nos animais alimentados com dietas contendo 20 ppm de ractopamina (XIAO et al.,
1999). O efeito da ractopamina sobre a síntese protéica ocorre pela ligação aos receptores de
membranas, aumentando o diâmetro das fibras musculares (AALHUS et al., 1992). O
aumento na síntese protéica pode ser o resultado da maior expressão gênica das miofibrilas
observadas em suínos geneticamente melhorados para produção de carne magra (AALHUS et
al., 1992). Além disso, a ractopamina pode aumentar a apoptose no tecido adiposo, o que
explicaria a menor deposição de gordura na carcaça (WEBER et al., 2006). Por outro lado, a
inibição da ligação entre a insulina e os receptores adrenérgicos dos adipócitos, antagoniza a
ação da insulina, aumenta a atividade lipolítica, diminui a síntese e a deposição de gordura na
carcaça (LIU & MILLS, 1990). Em consequência dessas alterações metabólicas, os beta-
78
adrenérgicos redirecionam os nutrientes para o anabolismo protéico em detrimento do
lipídico, o que melhora a qualidade de carcaça (RICKS et al., 1984; SCHINCKEL et al.,
2003). Esse efeito foi observado em suínos suplementados com 20 ppm de ractopamina na
dieta, sendo os teores de lipídios no músculo Longissimus dorsi 16% inferiores aos animais
não suplementados (BARK et al., 1992). Entretanto, estudos in vitro com suínos demonstram
que os agonistas beta-adrenérgicos estimulam a produção de adenosina monofosfato cíclico
(AMPc), os quais ativam quinases que, por sua vez, fosforilam a enzima lipase hormônio
sensível (LHS) (SPURLOCK et al., 1993; MILLS et al., 2003). Em estado ativado, esta
enzima quebra os triglicerídeos e aumenta a taxa de lipólise (FAIN & GARCIA-SAINZ,
1983; HERMSDORFF & MONTEIRO, 2004). Assim, a ractopamina contribui positivamente
para maiores concentrações de proteína no músculo, enquanto reduz a deposição de gordura.
Fato esse observado em nosso estudo, especialmente com níveis mais elevados de
ractopamina às dietas.
Em nosso trabalho foi observada a relação inversa entre os teores de lipídios e umidade
no músculo. A umidade média do músculo Longissimus dorsi é 73% (ESTÉVEZ et al., 2003;
VIRGILI et al., 2003). A deposição de água no músculo esta relacionada com a deposição de
proteína, o que não ocorre com a deposição de gordura, que apresenta baixa quantidade de
água (PENA et al., 2008). Assim, com a inclusão de ractopamina às dietas, ocorre maior
deposição protéica e maiores teores de umidade no músculo. Para tanto, foi observado maior
percentagem de umidade do músculo com a inclusão de 20 ppm de ractopamina + 500 ppm de
extratos cítricos na dieta de suínos em terminação (UTTARO et al., 1993; DUNSHEA et al.,
1993; APPLE et al., 2007b). A ractopamina sozinha não influenciou os teores de umidade do
Longissimus dorsi.
Por outro lado, a inclusão de extratos cítricos às dietas não altera o percentual de
proteína na carcaça (GONZÁLEZ & TEJEDA, 2007). Em nosso estudo, a adição de extratos
79
cítricos nas dietas afetou os teores de proteína. Assim, esses resultados demonstram que os
animais suplementados com extratos cítricos, provavelmente utilizaram os níveis
suplementares de aminoácidos e proteína bruta da dieta para a deposição de lipídios em
detrimento a tecido magro. Em relação a inclusão de extratos vegetais na dieta, a
concentração de lipídios do músculo Longissimus dorsi é 8% (GONZÁLEZ & TEJEDA,
2007). Os resultados obtidos por esses autores são próximos aos encontrados em nosso
estudo. Porém, os percentuais de lipídios nos tratamentos com extratos cítricos foram maiores
em relação a 20 ppm de ractopamina. A adição de extratos vegetais às dietas confere umidade
média ao lombo suíno de 68% (GONZÁLEZ & TEJEDA, 2007). Em nosso estudo, a umidade
do músculo Longissimus dorsi foi superior nas interações entre extratos cítricos e
ractopamina. Esse efeito pode ser atribuído ao sinergismo entre a ractopamina e extratos
vegetais sobre a deposição de proteína e consequente percentual de umidade do músculo.
As concentrações de ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi de suínos
alimentados com ractopamina e extratos cítricos são apresentados nas tabelas 2 e 3. Os ácidos
graxos C6:0, C8:0, C:10, C15:0, C17:0, C20:0, C21:0, C14:1, C17:1, e C20:3 foram
desconsiderados da análise os que apresentaram traços na análise laboratorial. Na avaliação
dos ácidos graxos saturados, os teores do Mirístico (C14:0), Palmítico (C16:0) e Esteárico
(C18:0) não apresentaram variações (P>0,05) entre os níveis de inclusão dos extratos cítricos
e ractopamina.
Em relação aos teores do urico (C12:0), a interação 20 ppm de ractopamina + 250
ppm de extratos cítricos foi, em média, 49 e 13% superiores (P<0,05) em relação aos níveis
de ractopamina e extratos cítricos, respectivamente. A inclusão de 20 ppm de ractopamina +
250 ppm de extratos cítricos foi, em média, 31% superior (P<0,05) comparado as demais
interações entre ractopamina e extratos cítricos.
80
O ácido láurico (C12:0) pode estimular o sistema imunológico pela ativação da
interleucina 2 (WALLACE et al., 2000) e agir como antiinflamatório pela inibição da síntese
local de prostaglandinas (PGE2) e interleucina 6 que são substâncias pró-inflamatórias
presentes em quadros reumáticos, artrites e inflamações musculares. A inclusão de
ractopamina às dietas de suínos em terminação não influencia os teores dos ácidos graxos
saturados no músculo Longissimus dorsi (WEBER et al., 2006; APPLE et al., 2007a).
Adicionalmente, a suplementação da dieta com extratos vegetais não influencia a composição
dos ácidos graxos no músculo (VENTANAS et al., 2006; GONZÁLEZ & TEJEDA, 2007).
Em nosso trabalho, os teores do ácido láurico foram influenciados pela interação 10 ppm de
ractopamina e 250 ppm de extratos cítricos, em relação as demais interações, aos níveis de
ractopamina e ao grupo controle. Os teores de ácidos graxos são alterados a medida que o
conteúdo de gordura e de músculo aumenta com a idade dos animais (WOOD et al., 2004).
Assim, o tipo de gordura da dieta constitui a maior fonte de variação na composição em
ácidos graxos dos lipídios de depósito (GATLIN et al., 2002). De maneira geral, a
composição dos ácidos graxos depende dos teores de carboidratos e gordura da dieta, da sua
composição em ácidos graxos e do período de terminação (SANTOS et al., 2005). Assim,
dietas energéticas apresentam elevada concentração em hidratos de carbono, o que estimula a
síntese de novo de gordura, responsável por um teor elevado de ácidos graxos saturados
(CAVA et al., 1997). Este efeito pode ter ocorrido em nosso trabalho, o que ocasionou o
maior teor dos ácidos graxos saturados.
As concentrações de ácidos graxos insaturados no músculo Longissimus dorsi de suínos
alimentados com extratos cítricos e ractopamina são apresentadas na tabela 3. Os teores do
ácido palmitoléico (C16:1 n-7) com 500 ppm de extratos cítricos foram 16 e 14% superiores
(P<0,05) em relação a inclusão de 20 ppm de ractopamina e 250 ppm de extratos cítricos,
respectivamente. Os teores do ácido linoléico (C18:2 n-3) da interação 10 ppm de
81
ractopamina + 500 ppm de extratos cítricos foi 18% superior (P<0,05) em relação a inclusão
de 500 ppm de extratos cítricos. A concentração do ácido γ-linolênico (C18:3 n-6) do grupo
controle foi, em média, 26% superior (P<0,05) aos níveis de ractopamina e 500 ppm de
extratos cítricos. Adicionalmente, o grupo controle foi em média 47% superior (P<0,05) em
relação às interações entre ractopamina e extratos cítricos. Os teores do ácido α-linolênico (C
18:3 n-3) do grupo controle foram, em média, 33% superiores (P<0,05) aos demais
tratamentos. Os teores do ácido gondóico (C20:1 n-9), do grupo com inclusão de 20 ppm de
ractopamina foram, em média, 20% superiores (P<0,05) aos níveis de extratos cítricos e ao
grupo controle. Os teores do ácido 11,14-eicosadienóico (C20:2 n-6) do grupo controle foram,
em média, 34% superiores (P<0,05) em relação aos níveis de ractopamina, de extratos cítricos
e as interações 20 ppm de ractopamina + 250 e 500 ppm de extratos cítricos. A concentração
do ácido araquidônico (C20:4 n-6) da interação 20 ppm de ractopamina + 250 ppm de
extratos cítricos foram 36 e 28% superiores (P<0,05) a 20 ppm de ractopamina e 250 ppm de
extratos cítricos, respectivamente.
A suplementação de antioxidantes (naturais ou sintéticos, extrato de tocoferol,
bioflavonóides ou extratos de fenóis) não altera a composição dos ácidos graxos do lombo
suíno (GONZÁLEZ & TEJEDA, 2007). Da mesma forma, a inclusão de 10 ppm de
ractopamina às dietas de suínos em terminação não influencia a composição dos ácidos graxos
(WEBER et al., 2006). Níveis de 10 ppm de inclusão de ractopamina influenciam os teores de
ácidos graxos na gordura subcutânea, com maiores proporções de ácidos graxos poli-
insaturados essenciais, como o linoléico e linolênico (CARR et al., 2005). Alterações nos
teores dos ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi, podem ocorrer com níveis mais altos
de inclusão da ractopamina (APPLE et al., 2007b). Ao contrário da literatura, em nosso
trabalho a inclusão de ractopamina e suas interações com os extratos cítricos aumentaram os
teores do ácido linoléico em relação aos demais tratamentos. No entanto, os teores médios do
82
ácido linoléico encontrados em nosso estudo foram 34% inferiores aos observados em outro
trabalho com a suplementação de ractopamina (CARR et al., 2005). Este efeito pode ter
acontecido porque a composição dos ácidos graxos do músculo suíno é influenciada pela
dieta. Assim, provavelmente, os teores dos ácidos graxos fornecidos pela dieta não foram
suficientes para aumentar a composição média dos ácidos graxos linoléico e linolênico.
O ácido linoléico -6 ou n-6) e o ácido linolênico ou α-linolênico -3 ou n-3) podem
ser metabolizados em ácidos γ-linolênico, dihomo-γ-linolênico e araquidônico e ácidos
eicosapentaenóico, docosahexaenóico e docosapentaenóico, respectivamente (LEHNINGER
et al., 2007). Este processo metabólico é mediado pelas enzimas elongases e dessaturases, as
quais participam na formação dos ácidos graxos poliinsaturados (PUFA), ω-6 e ω-3, o que
resulta em uma competição metabólica entre os dois grupos. Um excesso de ácido linoléico
impede a transformação do α-linolênico em seus derivados. O mesmo acontecerá no caso
contrário, quando com um menor consumo do ácido linoléico haverá uma diminuição da
formação do ácido araquidônico (GONZALEZ & DA SILVA, 2006). Em nosso trabalho foi
observado teores mais altos do ácido araquidônico. Isto justificaria os teores mais baixos do
ácido linoléico, que pode ter sido utilizado na transformação deste ácido. Adicionalmente, os
teores do ácido linoléico podem ter contribuído para os níveis mais baixos do ácido linolênico
e seus derivados.
A concorrência entre os ácidos linoléico e α-linolênico está determinada pela afinidade
da enzima delta-6-dessaturase por ambos os ácidos graxos. Como a enzima tem maior
especificidade pelos ácidos graxos ômega-3, precisará de menores quantidades destes ácidos
que dos ômega-6 para produzir a mesma quantidade de produto (LEHNINGER et al., 2007).
Isto significa que deve existir uma proporção maior de ácido linoléico que de α-linolênico.
Do ponto de vista prático, os ácidos graxos da série ômega-3 influenciam várias funções
biológicas, devido a associação dos mesmos na incorporação ou formação de parte das
83
membranas celulares e serem essenciais para o crescimento e funcionamento do organismo
humano. Eles atuam sobre os fatores circulatórios e parietais (FILHO et al., 2001) e uma
dessas funções é reduzir a taxa de triglicerídeos e colesterol plasmático. Já os ácidos graxos
ômega-6 diminuem o colesterol sangüíneo pelo aumento da excreção fecal dos esteróides e
sais biliares, pela diminuição na síntese hepática de VLDL e HDL ou devido ao aumento do
catabolismo das apoliproteínas A-1 e A-2 (KRIS-ETHERTON et al., 1988). No entanto, altas
quantidades de ácido linoléico n-6, podem favorecer os processos inflamatórios que
conduzem a arteriosclerose, uma vez que este tende a aumentar a agregação plaquetária.
Adicionalmente, altas taxas plasmáticas deste ácido graxo aumentam a entrada e concentração
nas lipoproteínas o que facilita a peroxidação do LDL-colesterol. Como conseqüência forma-
se placas ateromatosas, as quais podem ser responsáveis por distúrbios circulatórios
(REAVEN et al., 1993). Assim, devemos salientar a importância de reduzir os níveis de
ácidos graxos poliinsaturados ômega-6 e aumentar a concentração de ômega-3 na dieta da
população.
CONCLUSÕES
A ractopamina nas dietas, comparada aos extratos cítricos, aumenta os teores de proteína no
músculo Longissimus dorsi e não afeta a composição dos ácidos graxos saturados. Os extratos
cítricos influenciam positivamente os teores do ácido graxo láurico.
A interação com 10 ppm de ractopamina e 500 pmm de extratos cítricos, aumenta os
teores do ácido linoléico. O ácido linolênico é influenciado negativamente pelos níveis de
ractopamina, extratos cítricos e suas interações. A interação 10 ppm de ractopamina e 250
ppm de extratos cítricos aumenta os teores do ácido araquidônico.
84
AGRADECIMENTOS
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão de bolsa aos doutorandos Carlos Augusto Rigon Rossi e Cheila Roberta Lenhen e a
mestranda Ines Andretta do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM). Ao Setor de Suínos (UFSM) pela infra-estrutura para
realização do trabalho.
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91
Tabela 1 - Características físico-químicas do músculo Longissimus dorsi de suínos alimentados
com ractopamina e extratos cítricos na terminação
Variáveis, %
Tratamentos (ppm)
Umidade
Cinzas*
Proteína*
Lipídios*
Controle
66,5
b
1,02
21,53ª
b
10,4
ab
10 RAC
68,8
ab
1,04
21,17ª
b
8,8
b
20 RAC
68,8
ab
1,02
21,54ª
9,6
ab
250 EC
68,4
ab
1,00
20,37
b
10,1
ab
500 EC
66,8
b
1,04
20,33
b
10,3
ab
10 RAC + 250 EC
68,2
ab
1,02
20,92ª
b
10,8
a
20 RAC + 250 EC
69,2
ab
1,00
21,39ª
b
8,7
b
10 RAC + 500 EC
68,7
ab
1,04
21,35ª
b
8,6
b
20 RAC + 500 EC
69,7
a
1,03
20,47ª
b
9,9
ab
dpr
2,18
0,06
1,12
2,81
Probabilidade
T
0,01
0,59
0,01
0,01
S
0,01
0,35
0,01
0,01
RAC - ractopamina; EC - Extratos cítricos; *Médias ajustadas (LSM) pela umidade;
a, b
letras diferentes na
mesma coluna diferem pelo Teste de Tukey (P<0,05).
92
Tabela 2 - Ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi de suínos alimentados com ractopamina
e extratos cítricos na terminação
Tratamentos (ppm)
Ácidos Graxos Saturados
1
(%)
C12:0
C14:0
C16:0
C18:0
Controle
0,17
e
1,48
26,24
14,40
10 RAC
0,28
d
1,34
26,31
14,03
20 RAC
0,31
d
1,52
26,54
14,23
250 EC
0,52
ab
1,47
26,76
14,66
500 EC
0,48
ab
1,39
25,00
14,42
10 RAC + 250 EC
0,43
bc
1,53
26,00
13,89
20 RAC + 250 EC
0,58ª
1,73
26,81
14,01
10 RAC + 500 EC
0,32
cd
1,29
26,17
14,16
20 RAC + 500 EC
0,45
bc
1,41
26,48
13,60
dpr
0,10
0,50
1,76
1,29
Probabilidade
T
0,01
0,27
0,77
0,22
S
0,69
0,18
0,55
0,07
RAC - ractopamina; EC - Extratos cítricos; T - tratamentos; S - sexo;
a, b, c, d, e
letras diferentes na mesma coluna
diferem pelo Teste de Tukey (P<0,05);
1
Nomenclatura IUPAC; C12:0, Láurico; C14:0, Mirístico; C16:0, Palmítico;
C18:0, Esteárico; C20:0, Araquídico.
93
Tabela 3 - Ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi de suínos alimentados com ractopamina
e extratos cítricos na terminação
Tratamentos (ppm)
Ácidos Graxos insaturados
1
(%)
C16:1
n-7
C18:1
n-9
C18:2
n-6
C18:3
n-6
C18:3
n-3
C20:1
n-9
C20:2
n-6
C20:4
n-6
Controle
2,74
ab
41,95
9,33ª
0,47ª
0,44ª
0,69
b
0,58ª
1,40
ab
10 RAC
2,56
ab
40,29
10,56ª
0,39
bc
0,32
b
0,79
ab
0,41
b
1,29
ab
20 RAC
2,42
b
41,54
10,90ª
0,34
cd
0,24
b
0,86ª
0,32
b
0,98
b
250 EC
2,48
b
39,98
9,61ª
0,40
ab
0,33
b
0,70
b
0,39
b
1,11
b
500 EC
2,89ª
41,85
9,06
b
0,33
de
0,25
b
0,66
b
0,39
b
1,24
ab
10 RAC + 250 EC
2,64
ab
41,28
9,80ª
0,20
g
0,25
b
0,66
b
0,55ª
1,30
ab
20 RAC + 250 EC
2,73
ab
40,27
10,05ª
0,28
ef
0,34
b
0,76
ab
0,39
b
1,54ª
10 RAC + 500 EC
2,66
ab
40,80
11,05ª
0,26
f
0,33
b
0,74
ab
0,47ª
1,27
ab
20 RAC + 500 EC
2,86ª
40,99
10,66ª
0,45ª
0,28
b
0,76
ab
0,38
b
1,42
ab
dpr
0,38
2,90
1,91
0,05
0,03
0,12
0,06
0,41
Probabilidade
T
0,01
0,67
0,01
0,01
0,01
0,01
0,01
0,01
S
0,71
0,83
0,70
0,67
0,83
0,87
0,01
0,45
RAC - ractopamina; EC - extratos cítricos; T - tratamentos; S - sexo;
a, b, c, d, e, f, g
letras diferentes na mesma
coluna diferem pelo Teste de Tukey (P<0,05);
1
Nomenclatura IUPAC; C16:1 n-7, Palmitoléico; C18:1 n-9,
Oléico; C18:2 n-6, Linoléico; C18:3 n-6, Gama-linolênico; C18:3 n-3, Alfa-linolênico; C20:1 n-9, Gondóico;
C20:2 n-6, 11,14 eicosadienóico; C20:4 n-6, Araquidônico (AA).
94
4. CAPÍTULO 4
ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM TERMINAÇÃO COM DIETAS
CONTENDO RACTOPAMINA E EXTRATOS CÍTRICOS: AVALIAÇÃO
QUÍMICA, MICROBIOLÓGICA E SENSORIAL DE PRODUTO
CURADO
Artigo submetido em fevereiro de 2010 ao Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnia, sendo apresentado segundo suas normas de publicação.
95
Características químicas, microbiológicas e sensoriais de produto curado elaborado com
carne de suínos alimentados com dietas contendo ractopamina e extratos cítricos
[Chemical, microbiological and sensory quality of cured product prepared with meat from
pigs fed diets containing ractopamine and citrus extracts]
Carlos Augusto Rigon Rossi
1
Paulo Alberto Lovatto
3
, Gerson Guarez Garcia
3
, Volmir
Antonio Polli
4
, Cheila Roberta Lehnen
2
, Bruno Neutzling Fraga
2
, Marcos Speroni Ceron
5
,
Gustavo Dias Lovato
5
1
Aluno de pós-graduação - UFSM - Santa Maria, RS, Brasil. E-mail:
[email protected], autor para correspondência.
2
Aluno de pós-graduação - UFSM - Santa Maria, RS
3
Departamento de Zootecnia - UFSM - Santa Maria, RS
4
Colégio Politécnico - UFSM - Santa Maria, RS
5
Aluno de graduação - UFSM - Santa Maria, RS
RESUMO
Um experimento foi realizado para avaliar o efeito da adição de ractopamina, extratos cítricos
e suas interações às dietas de suínos em terminação. Foram utilizados 108 suínos (54 machos
e 54 fêmeas) em um delineamento inteiramente casualizado, bloqueado por sexo e com nove
tratamentos: T1. controle (C) (0 ppm de ractopamina e 0 ppm de extratos cítricos), T2. C + 10
RAC (ractopamina, em ppm), T3. C + 20 RAC, T4. C + 250 EC (extratos cítricos, em ppm),
T5. C + 500 EC, T6. C + 250 EC + 10 RAC, T7. C + 250 EC + 20 RAC, T8. C + 500 EC + 10
RAC e T9. C + 500 EC + 20 RAC. Foram utilizados dois sexos, com quatro repetições e três
animais por unidade experimental, com repetição no tempo. O teor de proteína no salame das
interações com 10 RAC + 250 e 500 EC, foi em média 25% superior (P<0,05) comparadas ao
grupo controle. O teor de lipídios do salame do grupo controle foi 16% superior (P<0,05) em
relação aos demais tratamentos. A aceitabilidade da coloração do salame elaborado com carne
de suínos machos castrados do controle foi melhor (P<0,05) em relação a 20 RAC + 250 EC e
10 RAC + 500 EC. O sabor do salame do grupo 10 RAC + 250 EC, foi melhor (P<0,05) em
relação ao controle e 10 RAC + 500 EC. A coloração do salame elaborado com carne das
fêmeas com inclusão de 20 RAC foi melhor (P<0,05) em relação a 10 RAC + 250 EC. O odor
e sabor do tratamento com 20 RAC foi melhor (P<0,05) em relação a 500 EC. O salame
elaborado com carne de suínos que receberam ractopamina e extratos cítricos na dieta
apresenta alto teor de proteína e baixo teor de lipídios. O salame elaborado com níveis mais
altos de ractopamina na dieta apresenta menor aceitabilidade na análise sensorial.
96
Palavras-chave: ácido ascórbico, agonista beta-adrenérgico, bioflavonóides, salame
ABSTRACT
This study was carried out to evaluate the effect of the addition of the ractopamine and citrus
extracts in finishing pig diets. Hundred eight pigs were used (54 males and 54 females) in a
completely randomized design, blocked by sex and distributed in nine treatments: T1. control
(C) (0 ppm of the ractopamine e 0 ppm of the citrus extracts), T2. C + 10 RAC (ractopamine,
ppm), T3. C + 20 RAC, T4. C + 250 EC (citrus extracts, ppm), T5. C + 500 EC, T6. C + 250
EC + 10 RAC, T7. C + 250 EC + 20 RAC, T8. C + 500 EC + 10 RAC e T9. C + 500 EC + 20
RAC. Two sexes were used, with four replicates and three animals per experimental unit, with
repetition over time. The count of lactic bacteria from salami in the control group was on
averaged 56% higher (P<0.05) than other treatments. The protein content in the salami of
interactions with 10 ppm ractopamine + 250 and 500 ppm of citrus extract, was on average
25% higher (P<0.05) compared to the control group. The fat content of salami in the control
group was 16% higher (P<0.05) compared to other treatments. The acceptability of the color
of salami made with meat from barrows of the control was better (P<0.05) compared to the
interactions 20 ppm of RAC + 250 ppm EC and 10 ppm of RAC + 500 ppm EC. The flavor of
the salami from the interaction 10 ppm of RAC + 250 ppm EC, was better (P<0.05) compared
to other treatments and the interaction of 10ppm of RAC + 500 ppm EC, respectively. The
coloring of salami made with meat from females with inclusion of 20 ppm of RAC had higher
(P<0.05) for the interaction between 10 ppm of RAC + 250ppm EC. The odor and taste of
treatment with 20 ppm RAC was better (P<0.05) compared to 500 ppm of EC. The salami
made with meat from animals with the addition of citrus extracts and ractopamine in the diet
does not affect the microbiological analysis. There is an increase in protein and decrease
levels of lipids in the salami. Higher levels of ractopamine in the diet result in lower
acceptability of salami in the sensory analysis.
Key words: ascorbic acid, beta-adrenergic agonist, bioflavonoids, sausage
97
INTRODUÇÃO
A indústria de alimentos tem como principais objetivos atender as expectativas do
consumidor quanto a qualidade e a segurança alimentar. A oxidação lipídica e protéica são os
principais mecanismos que podem comprometer a qualidade dos produtos cárneos, por perdas
de nutrientes e redução de sua vida de prateleira. A maioria dos antioxidantes sintéticos inibe
os processos de oxidação, mas apresentam propriedades tóxicas a saúde. Assim, o consumidor
demonstra resistência a utilização dos aditivos sintéticos nos alimentos (Hermsdorff &
Monteiro, 2004).
O uso de aditivos modificadores do metabolismo animal via nutrição, é uma alternativa
que pode melhorar a qualidade do produto final. Os aditivos podem alterar as taxas de acreção
protéica, modificar a proporção da proteína em relação a gordura, alterar o perfil de ácidos
graxos na carne ou alterar o metabolismo post mortem (Lawrence & Coppack, 2000). Entre os
aditivos modificadores do metabolismo animal, podemos citar os agonistas beta-adrenérgicos,
como a ractopamina (See et al., 2004). Este aditivo atua sobre a partição de nutrientes,
aumentando taxa de deposição protéica. Em suínos a ractopamina reduz o conteúdo de ácidos
graxos saturados e aumenta o de ácidos graxos insaturados, em especial os poliinsaturados
(Moody et al., 2000).
Como forma de atender as exigências do mercado consumidor, outras tecnologias
nutricionais como os antioxidantes naturais estão sendo estudadas. Os antioxidantes são
substâncias químicas naturalmente encontradas na composição de alimentos de origem
vegetal e são capazes de retardar ou inibir a oxidação de compostos oxidáveis (Rodrigues et
al., 2003). A atividade dos antioxidantes naturais é também de interesse tecnológico, pois, o
processamento e obtenção de produtos com elevado teor destas substâncias possibilitam a
obtenção de alimentos mais saudáveis que podem ser incluídos no grupo dos alimentos
funcionais (Therond et al., 2000; Weber & Antipatis, 2001). Entre os antioxidantes que têm
recebido maior atenção na prevenção da oxidação lipídica e crescimento microbiano estão a
vitaminas C (ácido ascórbico) e os compostos fenólicos (bioflavonóides) (Rodrigues et al.,
2003).
O ácido ascórbico participa de diversos processos metabólicos, dentre eles a formação
do colágeno e a síntese de epinefrina, de corticoesteróides e de ácidos biliares (Aranha et al.,
2000). Além de ser um co-fator enzimático participa dos processos de óxido-redução, o que
aumenta a absorção de ferro e a inativação de radicais livres (Padayatty et al., 2003). Os
benefícios da utilização terapêutica do ácido ascórbico, em estudos com suínos, ainda incluem
melhora no desempenho animal, diminuição do estresse p-abate e melhora na qualidade da
98
carne (Pion et al., 2004). Os compostos fenólicos são antioxidantes naturais, com ações anti-
inflamatórias, antimicrobianas, antialergênicas e imuno-estimulantes (Erlund, 2004; Cushnie
& Lamb, 2005). Esses compostos inibem as reações em cadeia induzidas por radicais livres
pela ação inibitória sobre algumas enzimas e propriedade quelante a metais (Erlund, 2004).
Pelas propriedades individuais e ação sinérgica de seus princípios ativos, a adição de
extratos cítricos nas dietas pode melhorar as características químicas, microbiológicas e
sensoriais do salame. Embora existam informações positivas relacionadas ao sinergismo dos
constituintes dos extratos cítricos, ainda não relatos do uso associado com a ractopamina.
Este trabalho foi conduzido, portanto, com o objetivo de avaliar as características químicas,
microbiológicas e sensoriais de produto elaborado com carne de suínos alimentados com
dietas contendo ractopamina e extratos cítricos na terminação.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Setor de Suínos do Departamento de Zootecnia da
Universidade Federal de Santa Maria, de julho a outubro de 2008. Foram utilizados 108
suínos (54 machos castrados e 54 fêmeas) meio irmãos paternos, oriundos de criação
comercial e com peso vivo inicial de 61 quilogramas. O delineamento experimental foi o
inteiramente casualizado, bloqueado por sexo e com nove tratamentos: T1. controle (C)
(0ppm de ractopamina e 0ppm de extratos cítricos), T2. C + 10 RAC (ractopamina, em ppm),
T3. C + 20 RAC, T4. C + 250 EC (extratos cítricos, em ppm), T5. C + 500 EC, T6. C + 250
EC + 10 RAC, T7. C + 250 EC + 20 RAC, T8. C + 500 EC + 10 RAC e T9. C + 500 EC + 20
RAC. Foram utilizados dois sexos, com quatro repetições e três animais por unidade
experimental.
Após o abate, as carcaças foram resfriadas a 3ºC por um período de 24 horas. Na
sequência, foi retirado o Longissimus dorsi da meia carcaça direita, em seguida, embalado em
filme plástico, identificado, acondicionado em caixa térmica e transportado aos Laboratórios
da Universidade Federal de Santa Maria. Foi utilizado o Longissimus dorsi na elaboração do
salame (Harms et al., 2003; Saccani et al., 2005; Sammet et al., 2006), pois é o músculo
comumente usado nas avaliações qualitativas da carne. Na elaboração do salame tipo milano,
além da massa cárnea do Longissimus dorsi, foram utilizados os seguintes ingredientes não-
cárneos. Para cada quilograma de massa cárnea, foram adicionados 13% de gordura lombar,
2,5 (g kg
-1
) de cura comercial para produtos maturados (sal refinado, nitrato e nitrito de
sódio), 28 g de sal, 2,5 g de new cor (açúcar refinado, eritorbato de sódio, acidulante ácido
cítrico), 1,5 g de pimenta moída, 3 g de açúcar, 5 g de vinho tinto, 2,5 g de alho e 3 g de
99
glicose. Após a moagem do Longissimus dorsi, correspondente a cada tratamento, a carne foi
previamente misturada aos condimentos para elaboração do salame. O salame permaneceu
por 28 dias em câmara de maturação com temperatura (°C) e umidade relativa (%)
controladas (Terra, 1998). Em seguida, amostras foram separadas e embaladas a vácuo para
análises químicas e microbiológicas. Foram avaliados os teores de umidade, cinzas, proteína e
lipídios (AOAC, 1995), contagem (UFC g
-1
) de Coliformes a 35ºC, Coliformes a 45ºC,
Staphylococcus Coagulase Positiva, Salmonella ssp (Brasil, 2003) e bactérias lácticas (Silva
et al., 2007). A aceitabilidade do salame milano foi avaliada usando a escala hedônica de sete
pontos (Dutcosky, 2007). Foram utilizadas 30 pessoas não treinadas na avaliação das
características de cor, odor, sabor e textura em escala que variou de “gostei muitíssimo” a
“desgostei muitíssimo”.
Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância pelo procedimento GLM em
nível de 5% de significância. Os efeitos incluídos no modelo analítico foram tratamentos (T) e
sexo (S). As eventuais diferenças entre as médias foram comparadas pelo Teste de Tukey. As
análises estatísticas foram realizadas com o programa estatístico Minitab (Mckenzie &
Goldman, 1999).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A contagem de Coliformes, Staphylococcus e Salmonella ssp não foi influenciada
(P>0,05) pelos tratamentos (dados não apresentados). Os dados obtidos estão dentro das
especificações padrões para alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) (Brasil, 2001).
Os resultados da contagem de bactérias lácticas do salame elaborado da carne de suínos
alimentados com ractopamina e extratos cítricos são apresentados na tabela 1. A contagem de
bactérias lácticas do salame do grupo controle foi em média 56% superior (P<0,05) aos
tratamentos com níveis de ractopamina, extratos cítricos e suas interações. As bactérias
lácticas são microrganismos anaeróbios, anaeróbios facultativos ou microaerófilos e que,
portanto apresentam melhor desenvolvimento em meios com baixas tensões de oxigênio. As
bactérias lácticas têm importante papel na produção e preservação da maioria dos alimentos
fermentados, dentre os quais os embutidos cárneos. Tais bactérias possuem fundamental
importância não só na obtenção desses produtos, mas também na sua preservação (Carolissen-
Mackay et al., 1997). Em nosso estudo, com exceção do grupo 10 RAC, a contagem de
bactérias lácticas foi afetada pelos tratamentos.
100
O teor de umidade do salame elaborado dos animais que receberam 10 RAC + 500 EC
na dieta foi, em média, 7,5% superior (P<0,05) ao controle, para 20ppm de ractopamina e aos
níveis de extratos cítricos. O teor de cinzas no salame elaborado dos animais que receberam
10 RAC + 500 EC na dieta foi, em média, 9,5% superior (P<0,05) ao controle, 20 RAC + 250
EC e 250 EC. O teor de proteína no salame elaborado dos animais que receberam 10 RAC +
250 EC na dieta foi 10,2% superior (P<0,05) aos demais tratamentos. Os teores de lipídios do
salame do grupo controle foram 16,6% superiores (P<0,05) aos demais tratamentos.
Em nosso estudo, as variações na composição química do salame podem ser explicadas
pelos efeitos das interações entre ractopamina e extratos cítricos adicionados às dietas. Um
dos efeitos mais conhecidos da ractopamina em suínos é o incremento da musculatura
esquelética por meio da hipertrofia das fibras musculares, mais especificamente das fibras
brancas e intermediárias (Aalhus et al., 1992). Outro efeito da administração da ractopamina é
a diminuição da deposição de gordura na carcaça (Marinho et al., 2007a), que pode estar
relacionado ao bloqueio da lipogênese (Mills et al., 2003b). Por outro lado, estudos in vitro
com suínos demonstram que os agonistas beta-adrenérgicos aumentam a produção de
adenosina monofosfato cíclico (AMPc), os quais ativam quinases, que por sua vez, fosforilam
a lipase hormônio sensível (LHS) (Moody et al., 2000). Em estado ativado, esta enzima
quebra os triglicerídios e, consequentemente, aumenta a taxa de lipólise. Como a ractopamina
atua sobre a partição de nutrientes aumentando a deposição protéica no músculo (Schinckel et
al., 2003b), estímulo a deposição de água no músculo, o que não ocorre com a deposição
de gordura, que absorve baixa quantidade de água (Pena et al., 2008). Assim, com a inclusão
de ractopamina às dietas, ocorre maior deposição protéica e maiores teores de umidade no
músculo. Esses efeitos foram observados em nosso estudo, com ênfase nos tratamentos com
as interações entre ractopamina e extratos cítricos, os quais apresentaram teores mais altos de
proteína e umidade, porém baixos em lipídios.
Em relação a inclusão de extratos cítricos nas dietas, o sinergismo entre os constituintes
da fórmula dos extratos cítricos, está relacionado a redução do dano oxidativo na superfície
dos fibroblastos (Nijveldt et al., 2001). Os antioxidantes ao sequestrarem os radicais livres,
ajudam a preservar as características organolépticas e a qualidade da carne (Peterson &
Dwyer, 1998). Estudos demonstram melhora no pH, na capacidade de retenção de água e na
cor (por redução da peroxidação lipídica) durante o armazenamento da carne de suínos
suplementados com 200 ppm de produto comercial a base de bioflavonóides e ácido ascórbico
na dieta (JAMILAH et al., 2009). Os extratos cítricos podem alterar o metabolismo da glicose
e do glicogênio. Especificamente, o ácido oxálico, metabólito do ácido ascórbico, é
101
considerado um inibidor glicolítico, com efeitos sobre a produção de ácido láctico pós-
mortem (Jamilah et al., 2009). Assim, o rápido declínio do pH no pós-mortem é reduzido e os
efeitos deletérios sobre a carne utilizada na elaboração de produtos elaborados são
minimizados.
Os resultados encontrados em nosso estudo nos permitem estimar que os teores de
umidade no salame sejam reduzidos com a inclusão de extratos cítricos. Os tores de proteína
no salame são afetados pelas interações entre 10 RAC + 250 e 500 EC. Adicionalmente, a
ractopamina e os extratos cítricos utilizados de forma isolada reduzem os teores de proteína
no salame. Já os teores de lipídios no salame, são afetados pela ractopamina, pelos extratos
cítricos e suas interações. De acordo com esses resultados é possível sugerir que as variáveis
químicas do salame sejam melhoradas pela inclusão de ractopamina, extratos cítricos e pela
interação 20 RAC + 500 EC. Porém, mais estudos são necessários para avaliar a forma de
ação dos extratos cítricos e suas interações com a ractopamina.
A avaliação sensorial de aceitabilidade (escala hedônica de sete pontos) do salame tipo
milano, elaborado com carne de suínos machos castrados e fêmeas alimentados na terminação
com ractopamina e extratos cítricos são apresentados na tabela 2. Na avaliação da coloração
do salame elaborado com carne das fêmeas, o nível de inclusão 10 RAC + 250 EC apresentou
melhor aceitabilidade (P<0,05) em relação aos demais tratamentos. Em relação à
característica odor, o salame elaborado com carne das fêmeas do tratamento 500 EC
apresentou melhor aceitabilidade (P<0,05) em relação aos demais tratamentos. O sabor dos
salames elaborados com carne de machos e de fêmeas do tratamento com 500 EC
apresentaram melhor aceitabilidade (P<0,05) em relação aos demais tratamentos. A textura do
dos salames elaborados com carne de machos e de fêmeas do tratamento com 20 RAC + 250
EC, apresentaram melhor aceitabilidade (P<0,05) em relação aos demais tratamentos.
O salame elaborado com a carne das fêmeas que receberam 20 RAC na dieta apresentou
menor aceitabilidade sensorial, comparados aos tratamentos com 500 EC e 250 EC +
interações com ractopamina. É interessante salientar que os efeitos da ractopamina sobre a
qualidade da carne são controversos, pois alguns trabalhos indicam que não há impacto
significativo sobre a qualidade da carne suína, inclusive na cor, na marmorização, na firmeza
e nos valores de pH final (Stites et al., 1991; Uttaro et al., 1993). Em relação a elaboração de
produtos curados, o uso de ractopamina na dieta estimula a deposição protéica, a qual esta
relacionada com a deposição de água no músculo (Pena et al., 2008). Durante a maturação do
salame ocorrem processos bioquímicos, microbiológicos e físicos relacionados a cor,
desdobramento e transformação das proteínas, das gorduras e hidratos de carbono (Fanco et
102
al., 2002). Os produtos de degradação são os principais responsáveis pelo odor e sabor
característicos dos embutidos crus maturados. Na maturação dos salames ocorre o
crescimento da flora bacteriana que fermenta o açúcar, produz ácido láctico e abaixa o pH das
proteínas da carne até seu ponto isoelétrico, tornando-as menos capazes de se unir a água.
Esse fenômeno auxilia a perda de água durante a secagem do produto (Terra, 1998; Fernández
et al., 2000). A acidificação gerada contribui para a liga e o aumento da consistência do
produto, permitindo uma estrutura sólida propícia ao fatiamento, além de contribuir na
formação do odor e sabor típicos do salame (Fanco et al., 2002). Nesse sentido, em nosso
trabalho, é provável que a adição de ractopamina na dieta aumente a deposição protéica e
umidade no músculo. Assim, é provável que a perda de umidade durante a maturação do
salame não ocorra de forma gradual, o que leva a formação de rugosidade, ressecamento
excessivo da casca e desprendimento da tripa. É alterada a textura do produto e as reações
enzimáticas catalisadas por enzimas tissulares e microbianas, as quais originam substâncias
que contribuem para o sabor e aroma do produto. Este fenômeno pode ter influenciado os
resultados de aceitabilidade do produto elaborado. Este resultado é evidenciado no salame
elaborado com a carne das fêmeas, onde a melhor aceitabilidade para as características odor e
sabor foi observado nos tratamentos com adição de 500 EC nas dietas. A melhor
aceitabilidade do salame elaborado com a carne de animais suplementados com extratos
vegetais se deve a capacidade antioxidante de preservar as características organolépticas e a
qualidade da carne (Peterson & Dwyer, 1998).
O sucesso de um produto alimentício é resultado, principalmente, da aceitação do
consumidor. Antes, a grande preocupação era somente em relação a qualidade do produto
final. Contudo, atualmente, a preocupação com todo o processo de obtenção, somando
cada um dos diferentes aspectos que abordam a qualidade nutricional, higiênica,
microbiológica e ambiental. Neste sentido, a ractopamina contribui positivamente para
maiores concentrações de proteína em detrimento aos teores de lipídios no salame. Esse
aspecto está diretamente relacionado com as exigências do mercado consumidor, o qual busca
garantir uma saúde satisfatória conhecendo o valor nutricional de seus componentes. No
entanto, a aceitabilidade do salame elaborado com a carne de animais suplementados com
altos níveis de ractopamina apresenta maior índice de rejeição. Em relação aos extratos
cítricos, como melhoradores da qualidade de carne, mais pesquisas são necessárias para
avaliar os níveis a serem utilizados em dietas de suínos em terminação, bem como suas
interações com os agonistas beta-adrenérgicos.
103
CONCLUSÕES
Os tratamentos não alteram a contagem de coliformes, Staphylococcus e Salmonella ssp,
porém reduz a contagem de bactérias lácticas.
O salame elaborado com carne de animais que receberam adição de ractopamina e
extratos cítricos na dieta possui maior teor de proteína e menor teor de lipídios. O salame
elaborado com carne de animais que receberam a adição de 500 ppm de extratos cítricos na
dieta apresenta melhor aceitabilidade pela análise sensorial.
AGRADECIMENTOS
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão de bolsa aos doutorandos Carlos Augusto Rigon Rossi e Cheila Roberta Lenhen e
ao mestrando Bruno Neutzling Fraga do Programa de Pós Graduação em Zootecnia da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ao Setor de Suínos e Colégio Politécnico
(UFSM) pela infra-estrutura para realização do trabalho.
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107
Tabela 1 - Contagem de bactérias lácticas (UFC g
-1
) e avaliação química (%) do salame tipo
milano elaborado com carne de suínos alimentados com ractopamina e extratos
cítricos na terminação.
Variáveis
Tratamentos (ppm)
Bact. Lácticas
Umidade
Cinzas*
Proteína*
Lipídios*
Controle
9,2x10
7a
34,96
c
5,62
b
27,80
b
28,85ª
10 RAC
7,3x10
7ab
37,45
ab
6,07
a
32,69
b
24,27
b
20 RAC
7,0x10
7b
36,07
b
6,11
a
33,25
b
23,95
b
250 EC
6,1x10
7b
35,34
c
5,87
b
29,84
b
26,64
b
500 EC
3,2x10
7c
37,00
b
6,07
a
31,33
b
26,32
b
10 RAC + 250 EC
3,1x10
7c
37,45
ab
6,03
a
34,86ª
21,59
b
20 RAC + 250 EC
4,0x10
7c
37,52
ab
5,89
b
32,53
b
24,73
b
10 RAC + 500 EC
2,6x10
7c
38,77ª
6,40ª
34,80ª
20,98
b
20 RAC + 500 EC
2,4x10
7c
37,11
b
6,28
a
32,11
b
23,93
b
dpr
254
1,08
0,33
1,48
1,85
Probabilidade
Tratamentos (T)
0,01
0,01
0,01
0,01
0,01
Sexo (S)
0,01
0,01
0,01
0,01
0,01
RAC - ractopamina; EC - extratos cítricos; *Médias ajustadas (LSM) pela umidade.
a, b, c
letras diferentes na
mesma coluna diferem pelo Teste de Tukey (P<0,05).
108
Tabela 2 - Avaliação sensorial (escala hedônica de sete pontos) do salame tipo milano,
elaborado com carne de suínos machos castrados e fêmeas alimentados na
terminação com ractopamina e extratos cítricos
Características de qualidade
Tratamentos (ppm)
Cor
Odor
Sabor
Textura
M
F
M
F
M
F
M
F
Controle
2,6
2,7ª
2,8
2,9ª
3,0
a
3,1ª
2,7
a
2,8ª
10 RAC
2,9
2,8ª
2,7
2,7ª
2,8
a
2,7ª
2,7
a
2,6ª
20 RAC
3,1
3,3ª
3,0
3,0
a
3,2
a
3,3ª
3,2
a
3,2ª
250 EC
2,9
2,9ª
2,8
2,8ª
3,2
a
3,1ª
3,1
a
3,1ª
500 EC
2,8
2,8ª
2,5
2,3
b
2,5
b
2,4
b
3,1
a
2,8ª
10 RAC + 250 EC
2,8
2,6
b
2,6
2,6ª
3,3
a
3,1ª
2,6
a
2,6ª
20 RAC + 250 EC
2,9
2,8ª
2,5
2,4
a
2,6
a
2,6
a
2,4
b
2,5
b
10 RAC + 500 EC
3,1
3,0ª
3,1
2,8ª
3,1
a
2,9ª
2,8
a
2,8ª
20 RAC + 500 EC
3,2
3,2ª
3,0
3,0
a
3,2
a
3,2ª
3,1
3,1ª
dpr
0,9
0,8
0,9
0,9
1,0
1,0
1,0
0,1
Probabilidade
Tratamento (T)
0,19
0,01
0,06
0,01
0,01
0,01
0,01
0,01
RAC - ractopamina; EC - extratos cítricos;
a, b
letras diferentes na mesma coluna diferem pelo Teste de Tukey
(P<0,05). Escala hedônica (1 = gostei muitíssimo; 2 = gostei muito; 3 = gostei moderadamente; 4 = não gostei
nem desgostei; 5 = desgostei moderadamente; 6 = desgostei muito; 7 = desgostei muitíssimo). M - macho; F -
fêmea.
109
5. CAPÍTULO 5
DISCUSSÃO GERAL
Os resultados de desempenho para animais suplementados com ractopamina são
condizentes com alguns estudos (Crome et al., 1996; Brumm et al., 2004; Mimbs et al., 2005),
mas divergentes de outros (Armstrong et al., 2004; Carr et al., 2005). Essas respostas são
comuns na literatura e pode ser explicado pela utilização de diferentes populações genéticas,
nível de inclusão do agonista, período de fornecimento, nível de lisina e relação lisina/energia
metabolizável (Smith et al., 1995).
Animais com alto potencial genético apresentam maior taxa de deposição muscular
quando suplementados com ractopamina (Bark et al., 1992). Esta resposta pode estar
relacionada ao maior número de fibras musculares de suínos selecionados para maior
deposição protéica, o que expõe um maior número de células a ação dos agonistas beta-
adrenérgicos (Aalhus et al., 1992). No entanto, em nosso estudo trabalhamos com animais
meio irmãos paternos, o que provavelmente não influenciou na resposta a ractopamina.
Normalmente níveis de inclusão entre 10 ou 20ppm de ractopamina proporcionam maior
ganho de peso e melhor eficiência alimentar (Apple et al., 2004). No entanto, é provável que
exista uma relação inversa entre potencial de deposição de carne magra e níveis de
ractopamina (Schinckel et al., 2002). Porém, em nosso estudo foi possível observar que os
níveis de inclusão entre 10 ou 20ppm de ractopamina não influenciam o desempenho dos
animais na terminação. Os melhores resultados para desempenho e características de carcaça
em animais suplementados com ractopamina são obtidos com um aporte suplementar de lisina
na dieta de cerca 7%, (Schinckel et al., 2003a). As exigências de lisina e energia
metabolizável para a deposição de carne magra em suínos durante a fase de terminação é de
0,69% e 3,26Mcal/kg, o que equivale a relação lisina/energia de 2,1g/Mcal (NRC, 1998). Em
nosso trabalho, os animais receberam níveis suplementares de aminoácidos para animais
alimentados com ractopamina e o desempenho não foi afetado pelos tratamentos.
110
O período de utilização prolongado da ractopamina pode explicar a ausência de efeito
no desempenho, pois em nosso estudo, o período experimental foi de 52 dias. Isto pode ser
explicado pelas ações da ractopamina, as quais são intracelulares sequenciais a estimulação
dos receptores beta-agonistas (Gonzalez & Da Silva, 2006). O complexo agonista/receptor se
fixa a uma proteína de ligação que modifica a fluidez da membrana, permite o seu
deslocamento lateral e estimula a ação catalítica da adenilato ciclase (Lehninger et al., 2007).
Esta, participa da formação do AMPc a partir do ATP, passando a atuar como segundo
mensageiro. O AMPc, ativa a proteína quinase, que conduz a fosforilação de enzimas,
responsáveis pela resposta final (estimulação da lipólise, aumento da neoglicogênese,
glicogenólise, aumentos da insulina, glucagon e renina, relaxamento da musculatura lisa e
aumento da contração cardíaca) (Moody et al., 2000).
No entanto, sob ação contínua do agonista beta-adrenérgico, o AMPc ativa uma proteína
quinase, que ao fosoforilar o receptor, o torna inativo e desacopla o complexo receptor-
proteína de ligação-adenilato ciclase (Lundberg et al., 1987). O efetor desacoplado passa para
o espaço intracitoplasmático, o que diminui o número de receptores disponíveis na membrana.
Essa redução no número de receptores é denominada dessensibilização e causa diminuição da
resposta a estimulação beta-adrenérgica da ractopamina (Spurlock et al., 1993; Mills, 2002).
Além disso, no espaço intracitoplasmático, o receptor beta-adrenérgico pode ser consumido,
fenômeno este chamado de sequestro, o que acarreta diminuição do mero de receptores
celulares (Benovic et al., 1988). Esta variação no número de receptores por unidade de
sarcolema é denominada down-regulation” (Barros et al., 1999). Portanto, é possível que
esses fenômenos possam ter ocorrido em nosso estudo.
O consumo alimentar dos animais suplementados com ractopamina foi semelhante e
está de acordo com resultados obtidos em outras pesquisas (Aalhus et al., 1992; Marinho et
al., 2007). Estes resultados diferem, no entanto, daquele com redução de 7% no consumo
diário de ração dos animais suplementados com ractopamina (Mimbs et al., 2005). A ingestão
alimentar é influenciada por vários hormônios, dentre eles a leptina (Chen et al., 1999). A
síntese de leptina é diretamente proporcional ao acúmulo de tecido adiposo (Havel, 2000). As
ações catabólicas do tecido adiposo são reguladas pelo sistema nervoso simpático (Pénicaud
et al., 2000). Assim, se a inervação simpática for ativada pelos agonistas beta-adrenérgicos, há
redução da expressão gênica da leptina (Gettys et al., 1996). Essa inibição da expressão
gênica da leptina pelo uso da ractopamina pode ter acontecido neste trabalho, justificando a
ausência de redução no consumo alimentar.
111
Entretanto, os diversos fatores abordados anteriormente para explicar o consumo
alimentar estão em desacordo com outras pesquisas, pois o uso da ractopamina na dieta reduz
o consumo de alimento (Apple et al., 2007), mas não influencia o ganho de peso (Bark et al.,
1992; Mimbs et al., 2005). Esta redução no consumo estaria relacionada a maior densidade
energética das dietas, as quais não alteram o ganho médio diário, mas deprimem o consumo
de alimentos (Weber et al., 2006). Porém, foi observado em outro estudo que a densidade
energética não altera o consumo de animais suplementados com ractopamina (Apple et al.,
2004). Apesar de haver algumas discordâncias com relação ao efeito da suplementação de
ractopamina sobre o consumo alimentar, de modo geral, maiores ganhos de peso foram
observados (Gu et al., 1991; Stoller et al., 2003). No presente estudo, porém, o ganho de peso
não foi afetado pela ratopamina.
As características de carcaça obtidas, em nosso trabalho, podem ser explicadas pelos
efeitos da inclusão da ractopamina e interações com extratos cítricos nas dietas. A
ractopamina além de estimular a síntese protéica pode aumentar a apoptose no tecido adiposo,
o que explicaria a menor deposição de gordura na carcaça (Weber et al., 2006). Por outro
lado, a inibição da ligação da insulina aos receptores adrenérgicos dos adipócitos, antagoniza
a ação da insulina, aumenta a atividade lipolítica, diminui a síntese e a deposição de gordura
na carcaça (Liu & Mills, 1990). Em consequência dessas alterações metabólicas, há um
aumento da síntese protéica, o que melhora a qualidade de carcaça (Ricks et al., 1984).
A ractopamina e outras fenatolaminas aumentam a percentagem de carne por serem
substâncias que estimulam a deposição de nutrientes na carcaça em relação a deposição nos
órgãos internos (Etherton & Smith, 1991). Assim, pode-se sugerir que, no presente estudo, a
deposição muscular aumentou numa proporção maior que o crescimento dos órgãos viscerais,
de maneira a aumentar o rendimento de carcaça nos suínos suplementados com ractopamina.
Estas observações sugerem uma resposta positiva na carcaça pela inclusão de níveis mais
altos de ractopamina.
Os tratamentos com inclusão de extratos cítricos às dietas não melhorou o desempenho
e algumas características de carcaça. Em nosso estudo, a percentagem de carne magra foi
afetada pela inclusão da ractopamina, extratos cítricos e suas interações comparadas ao grupo
controle. De acordo com a literatura, a ação dos extratos cítricos está relacionada com o
sinergismo entre os bioflavonóides e ácido ascórbico com efeitos sobre a redução do dano
oxidativo (Nijveldt et al., 2001). A ação antioxidante destes compostos aumenta a imunidade
mediada ou não por células, o que diminui a susceptibilidade dos animais às doenças causadas
pelo estresse (Peterson & Dwyer, 1998). Estudos demonstram melhora no pH, na capacidade
112
de retenção de água e na cor do músculo (por redução da peroxidação lipídica) durante o
armazenamento da carne de suínos suplementados com ácido ascórbico e bioflavonóides na
dieta (Jamilah et al., 2009).
Em nosso estudo, embora a espessura de toucinho tenha sido afetada apenas pela
ractopamina e 10ppm de ractopamina + 500ppm de extratos, a percentagem de carne magra
foi influenciada por todos os tratamentos, se comparados ao controle. Isto demonstra o efeito
positivo da ractopamina, extratos cítricos e suas interações sobre a percentagem de carne
magra na carcaça. As demais variáveis de desempenho e carcaça possivelmente não sejam
influenciadas pela inclusão de extratos cítricos às dietas.
Em estudos anteriores avaliando a relação entre ractopamina e características químicas
do músculo Longissimus dorsi foram encontrados teores 6,1% superiores de proteína
muscular nos animais alimentados com dietas contendo 20 ppm de ractopamina (XIAO et al.,
1999). O efeito da ractopamina sobre a síntese protéica ocorre pela ligação aos receptores de
membranas, aumentando o diâmetro das fibras musculares (AALHUS et al., 1992). O
aumento na síntese protéica pode ser o resultado da maior expressão gênica das miofibrilas
observadas em suínos geneticamente melhorados para produção de carne magra (AALHUS et
al., 1992). Além disso, a ractopamina pode aumentar a apoptose no tecido adiposo, o que
explicaria a menor deposição de gordura na carcaça (WEBER et al., 2006). Por outro lado, a
inibição da ligação entre a insulina e os receptores adrenérgicos dos adipócitos, antagoniza a
ação da insulina, aumenta a atividade lipolítica, diminui a síntese e a deposição de gordura na
carcaça (LIU & MILLS, 1990). Em consequência dessas alterações metabólicas, os beta-
adrenérgicos redirecionam os nutrientes para o anabolismo protéico em detrimento do
lipídico, o que melhora a qualidade de carcaça (RICKS et al., 1984; SCHINCKEL et al.,
2003). Esse efeito foi observado em suínos suplementados com 20 ppm de ractopamina na
dieta, sendo os teores de lipídios no músculo Longissimus dorsi 16% inferiores aos animais
não suplementados (BARK et al., 1992). Entretanto, estudos in vitro com suínos demonstram
que os agonistas beta-adrenérgicos estimulam a produção de adenosina monofosfato cíclico
(AMPc), os quais ativam quinases que fosforilam a enzima lipase hormônio sensível (LHS)
(SPURLOCK et al., 1993; MILLS et al., 2003). Em estado ativado, esta enzima quebra os
triglicerídeos e aumenta a taxa de lipólise (FAIN & GARCIA-SAINZ, 1983; HERMSDORFF
& MONTEIRO, 2004). Assim, a ractopamina contribui positivamente para maiores
concentrações de proteína no músculo, enquanto reduz a deposição de gordura. Fato esse
observado em nosso estudo, especialmente com níveis mais elevados de ractopamina às
dietas.
113
Em nosso trabalho foi observada a relação inversa entre os teores de lipídios e umidade
no músculo. A umidade média do músculo Longissimus dorsi é 73% (ESTÉVEZ et al., 2003;
VIRGILI et al., 2003). A deposição de água no músculo esta relacionada com a deposição de
proteína, o que não ocorre com a deposição de gordura, que apresenta baixa quantidade de
água (PENA et al., 2008). Assim, com a inclusão de ractopamina às dietas, ocorre maior
deposição protéica e maiores teores de umidade no músculo. Para tanto, foi observado maior
percentagem de umidade do músculo com a inclusão de 20 ppm de ractopamina + 500 ppm de
extratos cítricos na dieta de suínos em terminação (UTTARO et al., 1993; DUNSHEA et al.,
1993; APPLE et al., 2007b). A ractopamina sozinha não influenciou os teores de umidade do
Longissimus dorsi.
Por outro lado, a inclusão de extratos cítricos às dietas não altera o percentual de
proteína na carcaça (GONZÁLEZ & TEJEDA, 2007). Em nosso estudo, a adição de extratos
cítricos nas dietas afetou os teores de proteína. Assim, esses resultados demonstram que os
animais suplementados com extratos cítricos, provavelmente utilizaram os níveis
suplementares de aminoácidos e proteína bruta da dieta para a deposição de lipídios em
detrimento a tecido magro. Em relação a inclusão de extratos vegetais na dieta, a
concentração de lipídios do músculo Longissimus dorsi é 8% (GONZÁLEZ & TEJEDA,
2007). Os resultados obtidos por esses autores são próximos aos encontrados em nosso
estudo. Porém, os percentuais de lipídios nos tratamentos com extratos cítricos foram maiores
em relação a 20 ppm de ractopamina. A adição de extratos vegetais às dietas confere umidade
média ao lombo suíno de 68% (GONZÁLEZ & TEJEDA, 2007). Em nosso estudo, a umidade
do músculo Longissimus dorsi foi superior nas interações entre extratos cítricos e
ractopamina. Esse efeito pode ser atribuído ao sinergismo entre a ractopamina e extratos
vegetais sobre a deposição de proteína e consequente percentual de umidade do músculo.
Em relação aos teores de ácidos graxos no músculo Longissimus dorsi, o ácido láurico
(C12:0) pode estimular o sistema imunológico pela ativação da interleucina 2 (WALLACE et
al., 2000) e agir como antiinflamatório pela inibição da síntese local de prostaglandinas
(PGE2) e interleucina 6 que são substâncias pró-inflamatórias presentes em quadros
reumáticos, artrites e inflamações musculares. A inclusão de ractopamina às dietas de suínos
em terminação não influencia os teores dos ácidos graxos saturados no músculo Longissimus
dorsi (WEBER et al., 2006; APPLE et al., 2007a). Adicionalmente, a suplementação da dieta
com extratos vegetais não influencia a composição dos ácidos graxos no músculo
(VENTANAS et al., 2006; GONZÁLEZ & TEJEDA, 2007). Entretanto, em nosso trabalho,
os teores do ácido láurico foram influenciados pela interação 10 ppm de ractopamina e 250
114
ppm de extratos cítricos, em relação as demais interações, aos níveis de ractopamina e ao
grupo controle. Os teores de ácidos graxos são alterados a medida que o conteúdo de gordura
e de músculo aumenta com a idade dos animais (WOOD et al., 2004). Assim, o tipo de
gordura da dieta constitui a maior fonte de variação na composição em ácidos graxos dos
lipídios de depósito (GATLIN et al., 2002). De maneira geral, a composição dos ácidos
graxos depende dos teores de carboidratos e gordura da dieta, da sua composição em ácidos
graxos e do período de terminação (SANTOS et al., 2005). Assim, dietas energéticas
apresentam elevada concentração em hidratos de carbono, o que estimula a síntese de novo de
gordura, responsável por um teor elevado de ácidos graxos saturados (CAVA et al., 1997).
Este efeito pode ter ocorrido em nosso trabalho, o que ocasionou o maior teor dos ácidos
graxos saturados.
A suplementação de antioxidantes (naturais ou sintéticos, extrato de tocoferol,
bioflavonóides ou extratos de fenóis) não altera a composição dos ácidos graxos do lombo
suíno (GONZÁLEZ & TEJEDA, 2007). Da mesma forma, a inclusão de 10 ppm de
ractopamina às dietas de suínos em terminação não influencia a composição dos ácidos graxos
(WEBER et al., 2006). Níveis de 10 ppm de inclusão de ractopamina influenciam os teores de
ácidos graxos na gordura subcutânea, com maiores proporções de ácidos graxos poli-
insaturados essenciais, como o linoléico e linolênico (CARR et al., 2005). Alterações nos
teores dos ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi, podem ocorrer com níveis mais altos
de inclusão da ractopamina (APPLE et al., 2007b). Ao contrário da literatura, em nosso
trabalho a inclusão de ractopamina e suas interações com os extratos cítricos aumentaram os
teores do ácido linoléico em relação aos demais tratamentos. No entanto, os teores médios do
ácido linoléico encontrados em nosso estudo foram 34% inferiores aos observados em outro
trabalho com a suplementação de ractopamina (CARR et al., 2005). Este efeito pode ter
acontecido porque a composição dos ácidos graxos do músculo suíno é influenciada pela
dieta. Assim, provavelmente, os teores dos ácidos graxos fornecidos pela dieta não foram
suficientes para aumentar a composição média dos ácidos graxos linoléico e linolênico.
O ácido linoléico -6 ou n-6) e o ácido linolênico ou α-linolênico -3 ou n-3) podem
ser metabolizados em ácidos γ-linolênico, dihomo-γ-linolênico e araquidônico e ácidos
eicosapentaenóico, docosahexaenóico e docosapentaenóico, respectivamente (LEHNINGER
et al., 2007). Este processo metabólico é mediado pelas enzimas elongases e dessaturases, as
quais participam na formação dos ácidos graxos poliinsaturados (PUFA), ω-6 e ω-3, o que
resulta em uma competição metabólica entre os dois grupos. Um excesso de ácido linoléico
impede a transformação do α-linolênico em seus derivados. O mesmo acontecerá no caso
115
contrário, quando com um menor consumo do ácido linoléico haverá uma diminuição da
formação do ácido araquidônico (GONZALEZ & DA SILVA, 2006). Em nosso trabalho foi
observado teores mais altos do ácido araquidônico. Isto justificaria os teores mais baixos do
ácido linoléico, que pode ter sido utilizado na transformação deste ácido. Adicionalmente, os
teores do ácido linoléico podem ter contribuído para os níveis mais baixos do ácido linolênico
e seus derivados.
A concorrência entre os ácidos linoléico e α-linolênico está determinada pela afinidade
da enzima delta-6-dessaturase por ambos os ácidos graxos. Como a enzima tem maior
especificidade pelos ácidos graxos ômega-3, precisará de menores quantidades destes ácidos
que dos ômega-6 para produzir a mesma quantidade de produto (LEHNINGER et al., 2007).
Isto significa que deve existir uma proporção maior de ácido linoléico que de α-linolênico.
Do ponto de vista prático, os ácidos graxos da série ômega-3 influenciam várias funções
biológicas, devido a associação dos mesmos na incorporação ou formação de parte das
membranas celulares e serem essenciais para o crescimento e funcionamento do organismo
humano. Eles atuam sobre os fatores circulatórios e parietais (FILHO et al., 2001) e uma
dessas funções é reduzir a taxa de triglicerídeos e colesterol plasmático. os ácidos graxos
ômega-6 diminuem o colesterol sangüíneo pelo aumento da excreção fecal dos esteróides e
sais biliares, pela diminuição na síntese hepática de VLDL e HDL ou devido ao aumento do
catabolismo das apoliproteínas A-1 e A-2 (KRIS-ETHERTON et al., 1988). No entanto, altas
quantidades de ácido linoléico n-6, podem favorecer os processos inflamatórios que
conduzem a arteriosclerose, uma vez que este tende a aumentar a agregação plaquetária.
Adicionalmente, altas taxas plasmáticas deste ácido graxo aumentam a entrada e concentração
nas lipoproteínas o que facilita a peroxidação do LDL-colesterol. Como conseqüência forma-
se placas ateromatosas, as quais podem ser responsáveis por distúrbios circulatórios
(REAVEN et al., 1993). Assim, devemos salientar a importância de reduzir os níveis de
ácidos graxos poliinsaturados ômega-6 e aumentar a concentração de ômega-3 na dieta da
população.
A contagem de bactérias lácticas do salame do grupo controle foi em média 56%
superior (P<0,05) aos tratamentos com níveis de ractopamina, extratos cítricos e suas
interações. As bactérias lácticas são microrganismos anaeróbios, anaeróbios facultativos ou
microaerófilos e que, portanto apresentam melhor desenvolvimento em meios com baixas
tensões de oxigênio. As bactérias lácticas têm importante papel na produção e preservação da
maioria dos alimentos fermentados, dentre os quais os embutidos cárneos. Tais bactérias
possuem fundamental importância não na obtenção desses produtos, mas também na sua
116
preservação (Carolissen-Mackay et al., 1997). Em nosso estudo, com exceção do grupo 10
RAC, a contagem de bactérias lácticas foi afetada pelos tratamentos.
Em nosso estudo, as variações na composição química do salame podem ser explicadas
pelos efeitos das interações entre ractopamina e extratos cítricos adicionados às dietas. Um
dos efeitos mais conhecidos da ractopamina em suínos é o incremento da musculatura
esquelética por meio da hipertrofia das fibras musculares, mais especificamente das fibras
brancas e intermediárias (Aalhus et al., 1992). Outro efeito da administração da ractopamina é
a diminuição da deposição de gordura na carcaça (Marinho et al., 2007a), que pode estar
relacionado ao bloqueio da lipogênese (Mills et al., 2003b). Por outro lado, estudos in vitro
com suínos demonstram que os agonistas beta-adrenérgicos aumentam a produção de
adenosina monofosfato cíclico (AMPc), os quais ativam quinases, que por sua vez, fosforilam
a lipase hormônio sensível (LHS) (Moody et al., 2000). Em estado ativado, esta enzima
quebra os triglicerídios e, consequentemente, aumenta a taxa de lipólise. Como a ractopamina
atua sobre a partição de nutrientes aumentando a deposição protéica no músculo (Schinckel et
al., 2003b), estímulo a deposição de água no músculo, o que não ocorre com a deposição
de gordura, que absorve baixa quantidade de água (Pena et al., 2008). Assim, com a inclusão
de ractopamina às dietas, ocorre maior deposição protéica e maiores teores de umidade no
músculo. Esses efeitos foram observados em nosso estudo, com ênfase nos tratamentos com
as interações entre ractopamina e extratos cítricos, os quais apresentaram teores mais altos de
proteína e umidade, porém baixos em lipídios.
Em relação a inclusão de extratos cítricos nas dietas, o sinergismo entre os constituintes
da fórmula dos extratos cítricos, está relacionado a redução do dano oxidativo na superfície
dos fibroblastos (Nijveldt et al., 2001). Os antioxidantes ao sequestrarem os radicais livres,
ajudam a preservar as características organolépticas e a qualidade da carne (Peterson &
Dwyer, 1998). Estudos demonstram melhora no pH, na capacidade de retenção de água e na
cor (por redução da peroxidação lipídica) durante o armazenamento da carne de suínos
suplementados com 200 ppm de produto comercial a base de bioflavonóides e ácido ascórbico
na dieta (JAMILAH et al., 2009). Os extratos cítricos podem alterar o metabolismo da glicose
e do glicogênio. Especificamente, o ácido oxálico, metabólito do ácido ascórbico, é
considerado um inibidor glicolítico, com efeitos sobre a produção de ácido láctico pós-
mortem (Jamilah et al., 2009). Assim, o rápido declínio do pH no pós-mortem é reduzido e os
efeitos deletérios sobre a carne utilizada na elaboração de produtos elaborados são
minimizados.
117
Os resultados encontrados em nosso estudo nos permitem estimar que os teores de
umidade no salame sejam reduzidos com a inclusão de extratos cítricos. Os tores de proteína
no salame são afetados pelas interações entre 10 RAC + 250 e 500 EC. Adicionalmente, a
ractopamina e os extratos cítricos utilizados de forma isolada reduzem os teores de proteína
no salame. Já os teores de lipídios no salame, são afetados pela ractopamina, pelos extratos
cítricos e suas interações. De acordo com esses resultados é possível sugerir que as variáveis
químicas do salame sejam melhoradas pela inclusão de ractopamina, extratos cítricos e pela
interação 20 RAC + 500 EC. Porém, mais estudos são necessários para avaliar a forma de
ação dos extratos cítricos e suas interações com a ractopamina.
O salame elaborado com a carne das fêmeas que receberam 20 RAC na dieta apresentou
menor aceitabilidade sensorial, comparados aos tratamentos com 500 EC e 250 EC +
interações com ractopamina. É interessante salientar que os efeitos da ractopamina sobre a
qualidade da carne são controversos, pois alguns trabalhos indicam que não há impacto
significativo sobre a qualidade da carne suína, inclusive na cor, na marmorização, na firmeza
e nos valores de pH final (Stites et al., 1991; Uttaro et al., 1993). Em relação a elaboração de
produtos curados, o uso de ractopamina na dieta estimula a deposição protéica, a qual esta
relacionada com a deposição de água no músculo (Pena et al., 2008). Durante a maturação do
salame ocorrem processos bioquímicos, microbiológicos e físicos relacionados a cor,
desdobramento e transformação das proteínas, das gorduras e hidratos de carbono (Fanco et
al., 2002). Os produtos de degradação são os principais responsáveis pelo odor e sabor
característicos dos embutidos crus maturados. Na maturação dos salames ocorre o
crescimento da flora bacteriana que fermenta o açúcar, produz ácido láctico e abaixa o pH das
proteínas da carne até seu ponto isoelétrico, tornando-as menos capazes de se unir a água.
Esse fenômeno auxilia a perda de água durante a secagem do produto (Terra, 1998; Fernández
et al., 2000). A acidificação gerada contribui para a liga e o aumento da consistência do
produto, permitindo uma estrutura sólida propícia ao fatiamento, além de contribuir na
formação do odor e sabor típicos do salame (Fanco et al., 2002). Nesse sentido, em nosso
trabalho, é provável que a adição de ractopamina na dieta aumente a deposição protéica e
umidade no músculo. Assim, é provável que a perda de umidade durante a maturação do
salame não ocorra de forma gradual, o que leva a formação de rugosidade, ressecamento
excessivo da casca e desprendimento da tripa. É alterada a textura do produto e as reações
enzimáticas catalisadas por enzimas tissulares e microbianas, as quais originam substâncias
que contribuem para o sabor e aroma do produto. Este fenômeno pode ter influenciado os
resultados de aceitabilidade do produto elaborado. Este resultado é evidenciado no salame
118
elaborado com a carne das fêmeas, onde a melhor aceitabilidade para as características odor e
sabor foi observado nos tratamentos com adição de 500 EC nas dietas. A melhor
aceitabilidade do salame elaborado com a carne de animais suplementados com extratos
vegetais se deve a capacidade antioxidante de preservar as características organolépticas e a
qualidade da carne (Peterson & Dwyer, 1998).
O sucesso de um produto alimentício é resultado, principalmente, da aceitação do
consumidor. Antes, a grande preocupação era somente em relação a qualidade do produto
final. Contudo, atualmente, a preocupação com todo o processo de obtenção, somando
cada um dos diferentes aspectos que abordam a qualidade nutricional, higiênica,
microbiológica e ambiental. Neste sentido, a ractopamina contribui positivamente para
maiores concentrações de proteína em detrimento aos teores de lipídios no salame. Esse
aspecto está diretamente relacionado com as exigências do mercado consumidor, o qual busca
garantir uma saúde satisfatória conhecendo o valor nutricional de seus componentes. No
entanto, a aceitabilidade do salame elaborado com a carne de animais suplementados com
altos níveis de ractopamina apresenta maior índice de rejeição. Em relação aos extratos
cítricos, como melhoradores da qualidade de carne, mais pesquisas são necessárias para
avaliar os níveis a serem utilizados em dietas de suínos em terminação, bem como suas
interações com os agonistas beta-adrenérgicos.
119
6. CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES GERAIS
A adição de ractopamina, extratos cítricos e suas interações às dietas de suínos em
terminação não alteram o desempenho dos animais. A inclusão de ractopamina na dieta de
suínos em terminação diminui a espessura de toucinho na carcaça. Os níveis de 20 ppm de
ractopamina aumentam o peso e a deposição de carne magra na carcaça. A inclusão de
ractopamina, extratos cítricos e suas interações nas dietas aumentam a percentagem de carne
magra na carcaça.
A ractopamina nas dietas, comparada aos extratos cítricos, aumenta os teores de
proteína no músculo Longissimus dorsi e não afeta a composição dos ácidos graxos saturados.
Os extratos cítricos influenciam positivamente os teores do ácido graxo láurico.
A interação com 10 ppm de ractopamina e 500 pmm de extratos cítricos, aumenta os
teores do ácido linoléico. O ácido linolênico é influenciado negativamente pelos níveis de
ractopamina, extratos cítricos e suas interações. A interação 10 ppm de ractopamina e 250
ppm de extratos cítricos aumenta os teores do ácido araquidônico.
O salame elaborado com carne de suínos com adição de ractopamina e extratos
cítricos na dieta não afeta a contagem de coliformes, Staphylococcus e Salmonella ssp, porém
reduz a contagem de bactérias lácticas.
O salame elaborado com carne de animais que receberam adição de ractopamina e
extratos cítricos na dieta possui maior teor de proteína e menor teor de lipídios. O salame
elaborado com carne de animais que receberam a adição de 500 ppm de extratos cítricos na
dieta apresenta melhor aceitabilidade pela análise sensorial.
120
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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140
APÊNDICE A - Produção bibliográfica durante o curso de Doutorado
Artigos completos em periódicos
ANDRETTA, I., LOVATTO, P. A., LANFERDINI, E., LEHNEN, C. R., ROSSI, C. A. R.,
HAUSCHILD, L., FRAGA, B.N., GARCIA, G.G., MALLMANN, C.A. Alimentação de
leitoas pré-púberes com dietas contendo aflatoxinas ou zearalenona. Archivos de Zootecnia,
v.59, p.123-130, 2010.
ROSSI, C. A. R., LOVATTO, P. A., LEHNEN, C. R., GUILARDI, P.H., MAZZUTTI, A.,
PIRES, B.P. Indução e sincronização de estro em porcas lactantes através de gonadotrofinas
eCG e hCG. Archivos de Zootecnia, v.58, p.617-620, 2009.
ANDRETTA, I., LOVATTO, P. A., LEHNEN, C. R., HAUSCHILD, L., ROSSI, C. A. R.
Ácido linoléico conjugado na alimentação de suínos: uma meta-análise. Pesquisa
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LOVATTO, P. A., WESCHENFELDER, V. A., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R.,
ANDRETTA, I. Porcas lactantes alimentadas com dietas contendo silagem de grãos úmidos
de milho e ácidos orgânicos. Ciência Rural, p.1, 2009.
ROSSI, C. A. R., LOVATTO, P. A., WESCHENFELDER, V. A., LEHNEN, C. R. Metanálise
da relação entre espessura de toicinho e variáveis corporais e reprodutivas. Ciência Rural,
v.38, p.206-212, 2008.
ROSSI, C. A. R., LOVATTO, P. A., WESCHENFELDER, V. A., LEHNEN, C. R., FRAGA,
B. N., ANDRETTA, I., CERON, M. S. Metanálise da relação entre espessura de toicinho e
variáveis nutricionais de porcas gestantes e lactantes. Ciência Rural, v.38, p.1085-1091,
2008.
Artigos completos submetidos
141
POROLNIK, G. V., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R., GARCIA, G. G.,
ANDRETTA, I. Suplementação de aminoácidos para suínos castrados e inteiros em
crescimento: desempenho e custo de alimento. Ciência Rural, encaminhado em
fevereiro/2010.
ROSSI, C. A. R., LOVATTO, P. A., GARCIA, G.G., LEHNEN, C. R., POROLNIK, G.V.,
CERON, M. S., LOVATO, G.D. Alimentação de suínos em terminação com dietas contendo
extratos cítricos e ractopamina: desempenho e características de carcaça. Arquivo Brasileiro
de Medicina Veterinária e Zootecnia, encaminhado em novembro/2009.
ROSSI, C. A. R., LOVATTO, P. A., LEHNEN, C. R., ANDRETTA, I., CERON, M. S.,
LOVATO, G.D. Alimentação de suínos em terminação com dietas contendo extratos cítricos
e ractopamina: características químicas e perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus
dorsi. ARS Veterinária, encaminhado em dezembro/2009.
ROSSI, C. A. R., LOVATTO, P. A., GARCIA, G.G., POLLI, V.A., LEHNEN, C. R.,
FRAGA, B.N., CERON, M. S., LOVATO, G.D. Características químicas, microbiológicas e
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LEHNEN, C. R.; LOVATTO, P. A.; ANDRETTA, I.; ROSSI, C. A. R.; CAVAZINI, N. C.;
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cítricos. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, encaminhado em
fevereiro/2009.
LEHNEN, C. R.; LOVATTO, P. A.; ZANELLA, I.; ROSSI, C. A. R.; HAUSCHILD, L.;
MELCHIOR, R. Alimentação de porcas lactantes com dietas contendo silagem de grãos
úmidos de milho e ácido fumárico. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia, encaminhado em junho/2009.
142
LEHNEN, C. R.; LOVATTO, P. A.; ZANELLA, I.; ROSSI, C. A. R.; HAUSCHILD, L.;
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LEHNEN, C. R.; LOVATTO, P. A.; ROSSI, C. A. R.;.ANDRETTA, I.; HAUSCHILD, L.;
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fevereiro/2010.
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Santa Maria. Anais da XXIII Jornada Acadêmica Integrada, 2008.
POROLNIK, G., ZANELLA, I., LEHNEN, C. R., ROSSI, C. A. R., LOVATO, G.D., KLEIN,
C. C. Alimentação de porcas lactantes com dietas elaboradas com silagem de grãos úmidos de
milho contendo ácido fumárico In: XXIII Jornada Acadêmica Integrada, 2008, Santa Maria.
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144
LEHNEN, C. R., ZANELLA, I., ROSSI, C. A. R., POROLNIK, G., GARCIA, G. G.
Avaliação do pH do leite e da urina de porcas lactantes alimentadas com dietas elaboradas
com silagem de grãos úmidos de milho contendo ácido fumárico In: XXIII Jornada
Acadêmica Integrada, 2008, Santa Maria. Anais da XXIII Jornada Acadêmica Integrada,
2008.
KLEIN, C. C., ZANELLA, I., LEHNEN, C. R., MELCHIOR, R., ROSSI, C. A. R.,
POROLNIK, G. Conservação de dietas elaboradas com silagem de grãos úmidos de milho
contendo ácido fumárico In: XXIII Jornada Acadêmica Integrada, 2008, Santa Maria. Anais
da XXIII Jornada Acadêmica Integrada, 2008.
LEHNEN, C. R., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., CARVALHO, D.A., GARCIA, G. G.,
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de suínos alimentados com dietas contendo bentonita sódica natural In: II Jornada
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ANDRETTA, I., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R., LANFERDINI, E.,
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Integrada, 2008, Santa Maria. Anais da XXIII Jornada Acadêmica Integrada, 2008.
Trabalhos publicados em anais de eventos (resumo expandido)
CERON, M. S., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., GARCIA, G. G., LEHNEN, C. R.
Adição de extratos cítricos e ractopamina na dieta de suínos em terminação: análises físico-
químicas e microbiológicas de salame tipo Milano In: III Seminário: Sistemas de Produção
Agropecuária - Zootecnia, 2009, Dois Vizinhos-PR. III Seminário: Sistemas de Produção
Agropecuária - Zootecnia, 2009.
ZALTRON, C. M., LOVATTO, P. A., LOVATO, G.D., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R.,
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extratos cítricos e ractopamina In: ZOOTEC, 2009, Rio Claro-SP. Anais da ZOOTEC, 2009.
145
CERON, M. S., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., FRAGA, B. N., MELCHIOR, R.
Alimentação de suínos em terminação com dietas contendo extratos cítricos e ractopamina:
características de carcaça In: III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia,
2009, Dois Vizinhos-PR. III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia,
2009.
LOVATO, G.D., ROSSI, C. A. R., LOVATTO, P. A., POROLNIK, G., CERON, M. S.
Alimentação de suínos em terminação com dietas contendo extratos cítricos e ractopamina:
perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi In: III Seminário: Sistemas de
Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009, Dois Vizinhos-PR. III Seminário: Sistemas de
Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009.
CERON, M. S., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R., LOVATO, G.D.
Desempenho de suínos em fase de terminação suplementados com extratos cítricos e
ractopamina In: III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009, Dois
Vizinhos-PR. III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009.
LEHNEN, C. R., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., ANDRETTA, I., SILVA, M. K.
Digestibilidade ideal de nutrientes em suínos alimentados com dietas contendo fitase: uma
meta-análise In: III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009, Dois
Vizinhos-PR. III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia. , 2009.
LEHNEN, C. R., ANDRETTA, I., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., SILVA, M. K. Níveis
de lisina digestível em componentes nutricionais de suínos em crescimento e terminação: uma
meta-análise In: III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009, Dois
Vizinhos-PR. III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009.
TAFFAREL, T. R., ROSSI, C. A. R., ANDRETTA, I., GARCIA, G. G., KLEIN, C. C.
Qualidade de carcaça e de carne em suínos alimentados com dietas contendo complexos
enzimáticos In: III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009, Dois
Vizinhos-PR. III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009.
ANDRETTA, I., LOVATTO, P. A., TAFFAREL, T. R., POROLNIK, G., ROSSI, C. A. R.
146
Relação da toxicidade individual ou combinada de aflatoxinas e fumonisinas com avaliações
clínicas e peso de órgãos de leitões em creche In: III Seminário: Sistemas de Produção
Agropecuária - Zootecnia, 2009, Dois Vizinhos-PR. III Seminário: Sistemas de Produção
Agropecuária - Zootecnia, 2009.
POROLNIK, G., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R., ANDRETTA, I.
Suplementação de aninoácidos para suínos castrados ou inteiros em crescimento e terminação
In: III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009, Dois Vizinhos-PR.
III Seminário: Sistemas de Produção Agropecuária - Zootecnia, 2009.
LOVATO, G.D., LOVATTO, P. A., ANDRETTA, I., ROSSI, C. A. R., CARVALHO, A. D.,
LEHNEN, C. R., POROLNIK, G. Uso de ácido linoléico conjugado na dieta de suínos em
crescimento: metanálise dos componentes nutricionais e desempenho In: 46ª reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2009, Maringá-PR. Anais da 46ª reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2009.
TAFFAREL, T. R., GARCIA, G. G., ROSSI, C. A. R., GUILARDI, P.H., LOVATO, G.D.
Alimentação de leitões na fase de creche com dietas contendo complexo enzimático In:
Exposição da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2008, Dois Vizinhos. Anais da
ExpoUT, 2008.
LEHNEN, C. R., ZANELLA, I., ROSSI, C. A. R., GARCIA, G. G., POROLNIK, G.
Alimentação de porcas lactantes com dietas elaboradas com silagem de grãos úmidos de
milho contendo ácido fumárico In: Exposição da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, 2008, Dois Vizinhos. Anais da ExpoUT, 2008.
FRAGA, B. N., ANDRETTA, I., LEHNEN, C. R., GARCIA, G. G., ROSSI, C. A. R.
Avaliação da acidificação da água de beber para leitões In: Exposição da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, 2008, Dois Vizinhos. Anais da ExpoUT, 2008.
LOVATO, G.D., GARCIA, G. G., ROSSI, C. A. R., TAFFAREL, T. R., ANDRETTA, I.
Avaliação de carcaça de suínos alimentados na terminação com dietas contendo complexo
enzimático In: Exposição da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2008, Dois
Vizinhos. Anais da ExpoUT, 2008.
147
CERON, M. S., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R., POROLNIK, G., GARCIA, G. G.
Avaliação de carne de suínos alimentados com dietas contendo complexo enzimático In:
Exposição da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2008, Dois Vizinhos. Anais da
ExpoUT, 2008.
SANTOS, G. B., FRAGA, B. N., ANDRETTA, I., GARCIA, G. G., ROSSI, C. A. R.
Comportamento de matrizes suínas nas primeiras vinte e quatro horas pós-parto In: Exposição
da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2008, Dois Vizinhos. Anais da ExpoUT,
2008.
ANDRETTA, I., FRAGA, B. N., LOVATTO, P. A., GARCIA, G. G., ROSSI, C. A. R.
Comportamento diurno de leitões no período final de creche In: Exposição da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, 2008, Dois Vizinhos. Anais da ExpoUT, 2008.
LEHNEN, C. R., ZANELLA, I., ROSSI, C. A. R., GARCIA, G. G., POROLNIK, G.
Conservação de dietas elaboradas com silagem de grãos úmidos de milho contendo ácido
fumárico In: Exposição da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2008, Dois
Vizinhos. Anais da ExpoUT, 2008.
CERON, M. S., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R., ANDRETTA, I.,
FRAGA, B. N. Indução e sincronização de estro em porcas lactantes através de
gonadotrofinas eCG e hCG In: 45a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia,
2008, Lavras-MG. 45
a
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2008.
ROSSI, C. A. R., WESCHENFELDER, V. A., LEHNEN, C. R., POROLNIK, G.,
MELCHIOR, R. Porcas lactantes alimentadas com dietas contendo silagem de grãos úmidos
de milho e ácidos orgânicos In: Exposição da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
2008, Dois Vizinhos. Anais da ExpoUT, 2008.
ROSSI, C. A. R., WESCHENFELDER, V. A., LEHNEN, C. R., SANTOS, G.B. dos,
TAFFAREL, T. R. Uso de acidificantes na silagem de grãos úmidos de milho em dietas para
porcas lactantes: avaliação de leitegadas In: Exposição da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná, 2008, Dois Vizinhos. Anais da ExpoUT, 2008.
148
FRAGA, B. N., ANDRETTA, I., LEHNEN, C. R., GARCIA, G. G., ROSSI, C. A. R. Uso de
complexo enzimático na dieta de suínos: avaliação da digestibilidade, metabolismo e balanços
de nitrogênio e fósforo In: Exposição da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2008,
Dois Vizinhos. Anais da ExpoUT, 2008.
FRAGA, B. N., LOVATTO, P. A., GARCIA, G. G., QUADROS, A.R.B., CERON, M. S.,
ROSSI, C. A. R. Avaliação de leitoas pré-púberes submetidas a dietas com zearalenona In: 13º
Congresso da ABRAVES - Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos,
2007, Florianópolis-SC. 13º Congresso da ABRAVES - Associação Brasileira de
Veterinários Especialistas em Suínos. SC: Embrapa, 2007.
MOMBACH, G., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., SANTOS, G.B. dos, ANDRETTA, I.,
GUILARDI, P.H. Avaliação de órgãos de leitoas alimentadas com dietas contendo aflatoxina,
fumonisina ou zearalenona In: 22ª Jornada Acadêmica Integrada, 2007, Santa Maria. 22
Jornada Acadêmica Integrada. Santa Maria: UFSM, 2007.
MELCHIOR, R., LOVATTO, P. A., GARCIA, G. G., ANDRETTA, I., ROSSI, C. A. R.
Desempenho de leitões com dietas contendo funonisina In: 13º Congresso da ABRAVES -
Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos, 2007, Florianópolis-SC. 13º
Congresso da ABRAVES - Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em
Suínos. Embrapa, 2007.
LEHNEN, C. R., ANDRETTA, I., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., GARCIA, G. G.,
ZANELLA, I. Digestibilidade das dietas e metabolismo de suínos alimentados com dietas
contendo bentonita In: 44
a
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2007,
Unesp-Jaboticabal. 44
a
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2007.
ANDRETTA, I., LOVATTO, P. A., LEHNEN, C. R., FRAGA, B. N., ROSSI, C. A. R.
Leitoas alimentadas com dietas contendo aflatoxina, fumonisina ou zearalenona: avaliação de
alguns órgãos In: 13º Congresso da ABRAVES - Associação Brasileira de Veterinários
Especialistas em Suínos, 2007, Florianópolis-SC. 13º Congresso da ABRAVES -Associação
Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos. SC: EMBRAPA, 2007.
149
CERON, M. S., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R. Leitões em fase de creche alimentados
com dietas contendo ácido ascórbico e bioflavonóides In: 22
a
Jornada Acadêmica Integrada,
2007, Santa Maria. 22ª Jornada Acadêmica Integrada. Santa Maria: UFSM, 2007.
LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R., WESCHENFELDER, V. A.,
ANDRETTA, I. Meta-análise da relação entre espessura de toicinho e variáveis corporais e
reprodutivas de porcas In: 44
a
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2007,
Unesp-Jaboticabal. 44
a
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2007.
LOVATO, G.D., LOVATTO, P. A., FRAGA, B. N., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R.,
ANDRETTA, I. Modelagem da ingestão de excreção de nitrogênio e fósforo pela suinocultura
gaúcha: uma interface vegetal In: 22
a
Jornada Acadêmica Integrada, 2007, Santa Maria. 22ª
Jornada Acadêmica Integrada. Santa Maria: UFSM, 2007.
ANDRETTA, I., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., LEHNEN, C. R., LOVATO, G.D.
Modelagem do fluxo de suínos destinados ao abate no Rio Grande do Sul In: 22 Jornada
Acadêmica Integrada, 2007, Santa Maria. 22ª Jornada Acadêmica Integrada. Santa Maria:
UFSM, 2007.
CERON, M. S., ROSSI, C. A. R., LOVATTO, P. A., WESCHENFELDER, V. A., LEHNEN,
C. R., FRAGA, B. N., ANDRETTA, I. Relação entre espessura de tocinho e variáveis
nutricionais de porcas gestantes e lactantes: um estudo meta-analítico In: 13 Congresso da
ABRAVES - Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos, 2007,
Florianópolis-SC. 13º Congresso da ABRAVES - Associação Brasileira de Veterinários
Especialistas em Suínos. SC: EMBRAPA, 2007.
CERON, M. S., ROSSI, C. A. R., LOVATTO, P. A., WESCHENFELDER, V. A., LEHNEN,
C. R., FRAGA, B. N., ANDRETTA, I. Relação entre espessura de toicinho e variáveis
nutricionais de porcas gestantes e lactantes: um estudo meta-analítico In: 13º Congresso da
Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em suínos-Abraves, 2007, Florianópolis-
SC. 13º Congresso da Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em suínos-
ABRAVES, 2007.
HAUSCHILD, L., Amanda, D.A., CAVAZINI, N. C., ROSSI, C. A. R. Dietas com enzimas
150
para porcas lactantes: desempenho dos leitões In: Pork Expo, 2006, Foz do Iguaçu. Anais do
congresso latino-americano de suinocultura. Concórdia: embrapa suínos e aves:
EMBRAPA, 2006. p.609
ROSSI, C. A. R., HAUSCHILD, L., WESCHENFELDER, V. A., LOVATTO, P. A. Relação
entre espessura de toicinho ao parto e peso ao desmame de porcas gestantes e lactantes: um
estudo meta-analítico In: Pork Expo, 2006, Foz do Iguaçu. Anais do congresso latino-
americano de suinocultura. Concórdia: embrapa suínos e aves: EMBRAPA, 2006. p.963
KUNRATH, M. A., LOVATTO, P. A., ROSSI, C. A. R., WESCHENFELDER, V. A. Relação
entre espessura de toicinho, peso vivo, proteína corporal e gordura corporal de porcas
gestantes e lactantes: um estudo meta-analítico In: XXI Jornada Acadêmica Integrada, 2006,
Santa Maria. XXI Jornada Acadêmica Integrada, 2006.
CAVAZINI, N. C., LOVATTO, P. A., WESCHENFELDER, V. A., ROSSI, C. A. R. Relação
entre espessura de toicinho, variáveis nutricionais e corporais de porcas gestantes e lactantes:
um estudo meta-analítico In: XXI Jornada Acadêmica Integrada, 2006, Santa Maria. XXI
Jornada Acadêmica Integrada 2006.
151
APÊNDICE B - Identificação da carcaça no abatedouro
Foto: Carlos Rossi, 2008
152
APÊNDICE C - Medidas de carcaça usando a Sonda Hennessy
Foto: Carlos Rossi, 2008
153
APÊNDICE D - Acondicionamento do Longissimus dorsi na câmara de resfriamento
Foto: Carlos Rossi, 2008
154
APÊNDICE E - Maturação do produto curado na UFSM
Foto: Carlos Rossi, 2008
155
APÊNDICE F - Condições utilizadas na câmara climatizada durante a maturação do
produto curado
Tempo (dias)
Temperatura (ºC)
Umidade relativa (%)
1
25
95
2
24
93
3
23
90
4
22
85
5
21
80
6
20
75
7
18
75
25
18
75
Fonte: (Terra, 1998).
156
APÊNDICE G - Avaliação sensorial do produto curado
AVALIAÇÃO SENSORIAL
Data:_________
Avaliador:______________
Atribuir notas de 1 a 7, para cada um das características, conforme a escala:
(1) = Gostei muitíssimo
(2) = Gostei muito
(3) = Gostei moderadamente
(4) = Não gostei nem desgostei
(5) = Desgostei moderadamente
(6) = Desgostei muito
(7) = Desgostei muitíssimo
Características
Amostras
791
392
625
468
236
821
123
945
548
Cor
Odor
Sabor
Textura
157
Rossi, Carlos Augusto Rigon, 1971-
R831a
Alimentação de suínos em terminação com dietas contendo
ractopamina e extratos tricos: desempenho, características
de carcaça, da carne e produto curado / Carlos Augusto
Rigon Rossi. - 2010.
156 f. ; il.
Tese (doutorado) Universidade Federal de Santa Maria,
Centro de Ciências Rurais, Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia, 2010.
“Orientador: Prof. Dr. Paulo Alberto Lovatto
1. Zootecnia 2. Suínos 3. Dietas 4. Ractopamina 5.
Extratos cítricos I. Lovatto, Paulo Alberto II. Título III. Título:
Desempenho, características de carcaça, da carne e produto
curado
CDU: 636.03
Ficha catalográfica elaborada por
Patrícia da Rosa Corrêa CRB 10/1652
Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Rurais/UFSM
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