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UNIVERSIDADEPRESBITERIANAMACKENZIE
PROGRAMADEPÓS-GRADUAÇÃOEMENGENHARIAELÉTRICA
MarceloLemeMamud
DesenvolvimentodeRecursodeAprendizagemInteligentenocampode
comunicaçõesópticasutilizandoSimulaçãoComputacional
DissertaçãoapresentadaaoProgramadePós-
Graduação em Engenharia Elétrica da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, como
requisito parcial à obtenção do título de
MestreemEngenhariaElétrica.
Orientação:Prof
a
Dr
a
SandraMariaDottoStump
SãoPaulo
2010
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M265dMamud,MarceloLeme.
Desenvolvimentoderecursodeaprendizageminteligenteno
campodecomunicaçõesópticasutilizandosimulação
computacional/MarceloLemeMamud.–2010.
110p.:il.;30cm.
Dissertação(MestradoemEngenhariaElétrica)–Escolade
Engenharia,UniversidadePresbiterianaMackenzie,SãoPaulo,
2010.
Orientação:SandraMariaDottoStump.
Bibliografia:p.97-101.
1.Sistemastutoresinteligentes.2.Objetosdeaprendizagem.
3.Sistemamultiagente.4.AmplificadoresópticosEDFA.
II.Título.

CDD621.3
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ÀminhafamíliaeaThays.
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me iluminado, dado força e sabedoria para que eu pudesse concluir este
projeto.
ÀUniversidadePresbiterianaMackenzie,seusprofessoresefuncionáriospeloconhecimento
queeuadquiri,indispensávelparaarealizaçãodestetrabalho.
À Professora Doutora Sandra Maria Dotto Stump, sempre me apoiando e dando diretrizes
para alcançar os objetivos determinados, desde o início deste projeto, ainda durante a
graduação.
ÀProfessora DoutoraPollyana NostargiacomoMustaro peloseuempenhoemmeajudare
sabiassugestõesapresentadasparaaexecuçãodesteprojeto.
AoProfessorDoutorSergioLuizPereira,peloscomentáriosesugestõesapontadasduranteo
desenvolvimentodotrabalho.
Ao MackPesquisa (Fundo Mackenzie de Pesquisa) e à CAPES (Coordenação de
AperfeiçoamentodePessoaldeEnsinoSuperior)peloapoiofinanceiropararealizaçãodesta
pesquisa.
Aos Professores, Funcionários e Amigos do Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Elétrica,emespecialaoSamuelLimaeEdersonBorges.
À Professora e amiga Cintia Bueno Martha Chirenti pelos seus ensinamentos, apoio e
confiançanomeupotencialparavencerdesafios.
Aosmeuspais,tios,tias,primoseprimaspeloapoio.
ÀThayspelocarinhocomquemeofereceusuassugestões,apoioincondicional,paciênciae
envolvimentocomestetrabalho.
RESUMO
Nos últimos anos foi possível observar o desenvolvimento de propostas de ferramentas
digitais de ensino, utilizando interatividade, recursos multimídia, entre outros. Entretanto,
parte destas propostas reflete as deficiências características das metodologias de ensino
tradicionais. Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um Recurso Digital de
Aprendizagem, baseado em técnicasde InteligênciaArtificial, com aplicação no campo de
comunicaçõesópticas.Sãoapresentadasastécnicaseaplicativosdesuporteparaaconstrução
deste recurso,incluindoas estratégias paraadaptaçãodanavegaçãode acordo com ospré-
requisitoseperfisdosaprendizes.Foiutilizadaatecnologiademapasconceituaisesistemas
multiagentes,integradosa ObjetosdeAprendizagem.Osagentescomputacionais,inseridos
emcadanódomapa,têmamissãodeatuarsobreoambientedeaprendizagem,sugerindoo
estudoeacessoaosObjetosdeAprendizagemmaisapropriados,conformeosresultadossobre
o perfildousuário. Trata-se de umaabordagem pedagógica, quecontacom interatividade,
recursos audiovisuais e disponibilidade para o aluno administrar seu próprio tempo e da
maneira mais flexível, aumentando a eficiência dos estudos. A partir da observação das
dificuldades encontradas por estudantes da área, foi possível determinar os requisitos do
projeto. A motivação para o desenvolvimento, na área de amplificadores ópticos de fibras
dopadasporérbio(EDFA),surgiupeladificuldadeecarênciademateriaisdidáticosnocampo
depesquisadeengenhariadetelecomunicações.Umdosprincipaisproblemasnoestudode
EDFA é a abordagem matemática utilizada na literatura da área, exigindo domínio de
conceitosavançadosemcálculo.ApartirdoRecursodeAprendizagemimplantado,épossível
verificaraestratégiadeextrairapartirdediversosrecursostecnológicoscomo,porexemplo,
interatividade, multimídia, mapas conceituais, inteligência artificial e simulação
computacional, maneiras para estimular a aprendizagem significativa sobre os conceitos
abordados.
Palavras-chave: Sistemas Tutores Inteligentes; Objetos de Aprendizagem; Amplificadores
ÓpticosEDFA.
ABSTRACT
Inrecentyearstherehavebeensomeproposalstodevelopeducationaltoolsusingmultimedia
and interactiveresources.However,mostofthemjusttransposethetraditionalmaterialsto
the computer screen. The reason for this work is the gap of didactic materials to explore
importantsubjectsaboutphotonicsandopticalcommunicationsystems,speciallythelackof
toolsrelatedtoErbiumDopedFiberAmplifier(EDFA)learning.Theaimofthisresearchis
toprovideattheLCMSMOODLEopenplatformanIntelligentLearningResourcetosupport
EDFA study, providing a set of Learning Objects more suitable for the study of the base
conceptsneeded to optimise the use ofthe computer simulation tool. For so, this research
presents the development of an Intelligent Learning Resource for Electric Engineering,
Physics, and related fields, in which students can learn about optical communications, in
particularEDFA.Theproposalistogiveautonomytothestudents,whichmanagetheirown
studytime,andfulfill thebasementand prerequisitesneededto understandthesubjectand
completethetasksproposed.Moreover,thelearningresourceproposesthenavigationthrough
aconceptmapbasedonamultiagentsystemarchitecture,providinganindividualtreatment
accordingtoeachstudentprofile.Theinsertionofasocietyofagentsintheconceptmap,in
ordertoobserve,collectinformation abouttheuserbackgroundprofile,and alsoactinthe
virtual environment, suggesting the study of the most appropriate learning objects. The
learning resource developed can stimulate the students to understand how amplifiers are
designedforapracticalapplication,andtheparametersthatshouldbeconsideredinaproject.
The Artificial Intelligence techniques used for the development of the learning resource
considerthelearnerdifferencesinawaytoadaptthesystemactionsaccordingtoeachstudent
background.
Key-words:IntelligentTutoringSystems;LearningObjects;ErbiumDopedFiberAmplifiers.
LISTADEILUSTRAÇÕES
Figura1 DistribuiçãodomodeloSCORMemquatrolivros...........................................23
Figura2 ExemplodeArquivoimsmanifest.xml(Autoriaprópria).................................26
Figura3 Descriçãodotipodemetadados(Autoriaprópria)............................................26
Figura4 ModelohierárquicoorganizaçãoSCORM........................................................27
Figura5 DescriçãodaorganizaçãodoObjetodeAprendizagemnoarquivo
imsmanifest.xml........................................................................................................................27
Figura6 DescriçãodosRecursosdoObjetodeAprendizagemnoarquivo
imsmanifest.xml........................................................................................................................28
Figura7 DefiniçãoAsseteSCO......................................................................................29
Figura8 ModelotemporalRTE......................................................................................29
Figura9 EstadosdaComunicaçãoentreSCOeLMS.....................................................30
Figura10 ModelodeSeqüênciaeNavegação...................................................................31
Figura11 Comparativoentreaprendizagemmecânica(esquerda)eaprendizagem
significativa(direita).................................................................................................................35
Figura12 Etapasdoprocessodeaprendizagemsignificativa...........................................37
Figura13 ModelodeInteraçãoentreusuárioeComputador............................................39
Figura14 MetasdoDesigndeInterações..........................................................................40
Figura15 Modelodeinteraçãocomsimuladorescomputacionais....................................42
Figura16 MapaConceitualsobreMapasConceituais......................................................45
Figura17 ArquiteturaBásicadosSistemasTutoresInteligentes......................................47
Figura18 GrafopararepresentaçãodoconhecimentoemSTI..........................................50
Figura19 ArquiteturabásicadoSistemaEspecialista.......................................................57
Figura20 Relaçãoagente/ambiente...................................................................................59
Figura21 SistemaMultiagente:ArquiteturaCentralizada................................................62
Figura22 SistemaMultiagente:ArquiteturaDescentralizada...........................................63
Figura23 ArquiteturadoSistemanaEtapa1(Autoriaprópria)........................................67
Figura24 ArquiteturadoSistemanaEtapa2(Autoriaprópria)........................................72
Figura25 ArquiteturadoSistemanaEtapa3(Autoriaprópria)........................................74
Figura26 ArquiteturaCentralizadadoSistemaMultiagente(Autoriaprópria)................79
Figura27 MenuparapublicaçãodearquivoExeLearning...............................................84
Fluxograma1DiagramadefuncionamentoPTDS–VPI........................................................85
Fluxograma2DiferentesfuncionalidadesdoPTDS–VPI......................................................86
Figura28 InstruçõesIniciais..............................................................................................88
Figura29 MapaConceitualEDFA....................................................................................89
Figura30 Agente(Completarfluxogramasobreoíonérbio)........................................
..............90
Figura31 Agente(Associareventocomlinhadotempodaevoluçãotecnológica).....................91
Figura32 ObjetodeAprendizagem...................................................................................92
Figura33 PTDSFerramentadeSimulaçãoComputacional..............................................92
LISTADETABELAS
Tabela1 ResumodosConectivosutilizadosnalógicaproposicional..............................53
Tabela2 HierarquiadosConceitosabordados.................................................................68
Tabela3 RastreamentodeRequisitos(Etapa1)...............................................................70
Tabela4 RastreamentodeRequisitos(Etapa2)...............................................................73
Tabela5 RastreamentodeRequisitos(Etapa3)...............................................................76
Tabela6 ModelosdeInteraçãodosAgentes....................................................................80
LISTADEABREVIATURAS
ADL AdvancedDistributedLearning
AICC AviationIndustryComputer-basedTrainingCommittee
ASE AmplifiedSpontaneousEmission
API ApplicationProgrammingInterface
CAI ComputerAidedInstruction
CAM ContentAggregationModel
CMS ContentManagementSystem
EaD EducaçãoaDistância
EDFA ErbiumDopedFiberAmplifier
ESCOT EducationalSoftwareComponentsofTomorrow
HTML HyperTextMarkupLanguage
IA InteligênciaArtificial
IEEE InstituteofEletronicandEletricalEngineers
IHC InterfaceHumanoComputador
IHMC InstituteforHumanandMachineCognition
IMS InstructionalManagementSystem
LCMS LearningContentManagementSystem
LMS LearningManagementSystem
LOR LearningObjectRepository
MOODLE ModularObjectOrientedDynamicLearningEnvironment
TIC TecnologiasdaInformaçãoeComunicação
RTC RunTimeServicesCommunication
RTE RunTimeEnvironment
PTDS  PhotonicTransmissionDesignSuite
SCO SharableContentObject
SCORM SharableContentObjectReferenceModel
SMA SistemaMultiagente
SN SequencingandNavigation
STI SistemasTutoresInteligentes
VPI VirtualPhotonicsInstruments
XML ExtensibleMarkupLanguage
XHTML ExtensibleHyperTextMarkupLanguage
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO...................................................................................................................14
2OENSINONAENGENHARIAELÉTRICAEATECNOLOGIA..............................17
2.1OPAPELDATECNOLOGIANOPROCESSODEENSINO........................................17
2.2EVOLUÇÃOHISTÓRICADATECNOLOGIANAEDUCAÇÃO................................18
3OBJETOSDEAPRENDIZAGEM...................................................................................22
3.1PADRÕESPARAODESENVOLVIMENTODEOBJETOSDEAPRENDIZAGEM..22
3.2DISTRIBUIÇÃODOSOBJETOSDEAPRENDIZAGEM.............................................32
4RECURSOSTECNOLÓGICOSCOMPLEMENTARESAOSOBJETOSDE
APRENDIZAGEM.................................................................................................................35
4.1RECURSOSMULTIMÍDIA.............................................................................................39
4.2INTERATIVIDADE..........................................................................................................39
4.3APRENDIZAGEMPORSIMULAÇÃO...........................................................................41
4.4MAPASCONCEITUAIS..................................................................................................44
5INTELIGÊNCIAARTIFICIAL:UMRECURSODEOTIMIZAÇÃO.......................46
5.1REPRESENTAÇÃODOCONHECIMENTO..................................................................49
5.1.1RepresentaçãoGráficadoConhecimento...................................................................49
5.1.2RepresentaçãodoConhecimentopormeiodeLógica...............................................52
5.2SISTEMASINTELIGENTESBASEADOSEMCONHECIMENTO.............................56
5.2.1SistemasEspecialistas...................................................................................................56
5.2.2SistemasInteligentesDistribuídos...............................................................................58
5.2.2.1AgentesComputacionais:FormalizaçãoMatemática..................................................60
5.2.2.2SistemasMultiagentes..................................................................................................61
6DESENVOLVIMENTODOPROJETO..........................................................................65
6.1PRÉ-REQUISITOSEARQUITETURAINICIALPROPOSTA(ETAPA1)..................66
6.2 EVOLUÇÃO DA ARQUITETURA PROPOSTA: A INSERÇÃO DE UM SISTEMA
ESPECIALISTA(ETAPA2)....................................................................................................71
6.3DEFINIÇÃODAARQUITETURAPROPOSTA:ATENDIMENTOAOSREQUISITOS
DOPROJETO(ETAPA3).......................................................................................................73
6.4METODOLOGIADEDESENVOLVIMENTO...............................................................76
6.4.1MapaConceitual...........................................................................................................76
6.4.2AgentesComputacionais..............................................................................................77
6.4.3ObjetosdeAprendizagem............................................................................................81
6.4.4SimulaçãoComputacional............................................................................................82
6.5FERRAMENTASDEDESENVOLVIMENTO...............................................................82
6.5.1MapaConceitual...........................................................................................................83
6.5.2ObjetosdeAprendizagem............................................................................................83
6.5.3SimulaçãoComputacional............................................................................................85
6.5.4PlataformadeGerenciamentodeConteúdoeEnsino...............................................86
7ANÁLISEDOSRESULTADOSOBTIDOS....................................................................88
8CONCLUSÃO.....................................................................................................................93
REFERÊNCIAS......................................................................................................................97
APÊNDICEA........................................................................................................................102
APÊNDICEB........................................................................................................................110
14
1INTRODUÇÃO
A educação escolar não pôde acompanhar o impacto causado pelas mudanças
tecnológicas, que ocorreram em curto espaço de tempo. De acordo com Stump e Mustaro
(2005),numasociedadequemudaacadaminuto,aescolanecessitadenovasalternativaspara
acompanhar esses novos tempos, pois o ensino não acompanha as transformações da
sociedade na mesma velocidade em que elas efetivamente se sucedem. Este fato pode ser
explicado por vários fatores como a dificuldade de adaptação de novos currículos, a não
aquisiçãodeequipamentossofisticados,osorçamentoslimitadosdasInstituiçõesdeEnsino,a
necessidadedetreinamentoderecursoshumanos,etc.
Nocampodeópticaefotônica,asferramentasexistentes,guiadaspormetodologiasde
ensino tradicionais, utilizam linguagens e deduções matemáticas complexas, de difícil
compreensão e não adequadas para a conceituação inicial dos dispositivos envolvidos nas
comunicaçõesópticas,poisenvolvempré-requisitosespecíficos.Odesenvolvimentodenovas
tecnologias nesta área e aplicação de dispositivos ópticos em diversos contextos como na
engenharia, medicina, entre outras áreas, gerou a necessidade de capacitação de diferentes
profissionais do campo de engenharia de computação, processamento digital de sinais,
química,etc,asededicaremàcompreensãodosconceitosfísicosematemáticosrelacionados
à óptica e à fotônica. Estudantes com distintos níveis de conhecimento e formação são
introduzidos aos tradicionais livroscomequaçõesmatemáticasavançadas, envolvendo pré-
requisitosemálgebra,geometria,trigonometriaeanálisedegráficos,gerandodificuldadenos
primeiros contatos com assuntos envolvendo óptica e fotônica (LOHMANN, 1991;
PEDROTTI;etal.,2005).DeacordocomasprevisõesdeLohmann(1991)noiníciodosanos
90, estes fatores agravantes no ensino de óptica e fotônica iriam demandar pesquisa e
desenvolvimento de estratégias e ferramentas instrucionais onde pudessem ser supridas as
falhasexistentesnaépoca,emqueoestudanteassumiaumaposturapassivanoprocessode
aprendizagem. Entretanto, as características e metodologias utilizadas por educadores e
aplicadas em ferramentas instrucionais não evoluíram concomitantemente com as
necessidades.
Os problemas detectados por Lohmann (1991) especificamente na área de óptica e
fotônicavinhamsendopesquisadosdeformamaisampladesdeoiníciodoséculopassado,
ondeaquebradoparadigmaeducacionalrelacionadoaousodetecnologiaséconsideradaum
fatordeotimizaçãodaaprendizagem.Porém,de-severificarqueametodologiaempregada
nousoderecursosdeaprendizagemdigitaisnocontextodeensino-aprendizagemtambémfoi
15
responsávelportornaroprocessopoucoeficiente.Estefatopodeserparcialmenteexplicado
pela atribuição da responsabilidade ao estudante adaptar suas características cognitivas às
novas tecnologias, o que de certo modo contribui para a considerável rejeição ao uso de
recursos computacionais na educação (MAYER, 2001). Por fim, nem sempre o tempo
destinadoaoconteúdoaserministradopermiteumembasamentoteóricoadequado.
Deseja-se neste trabalho, apresentar o desenvolvimento de um Recurso Digital de
Aprendizagem,paraqueo estudante de engenharia elétrica,física eáreas afins,tenha uma
ferramenta alternativa para desenvolver seu conhecimento no campo das comunicações
ópticas. Alémdisto,adquirirconceitosdeformaeficiente,podendoadministrarseupróprio
tempo de estudo para alcançar um patamar básico de pré-requisitos necessários à
compreensãodaatividadeproposta.Destamaneira,éapresentadoodesenvolvimentodeum
conjuntodeobjetosdeaprendizagemabordandoosconceitosbásicosenvolvidosnoestudode
amplificadoresópticos,atuando comoalicerce para acontinuidade dos estudos,a partir de
umapropostaparasimulaçãocomputacional.Paragarantirmaioradaptabilidadeemfunção
dospré-requisitosdosusuários,oRecursodeAprendizagemtemcomobaseumaarquitetura
estruturadaemtécnicasdeinteligênciaartificial.
O Recurso de Aprendizagem proposto, foi implantado em uma plataforma de
gerenciamento de aprendizagem web, que permite, auxiliar o acesso e navegação pela
ferramentadesenvolvida.Dessemodo,espera-sequeaoconcluiranavegaçãopeloRecursode
Aprendizagem, o usuário tenhauma visão teóricado tema abordado,assimcomo aspectos
práticosdestedispositivo,pormeiodarealizaçãodapropostadesimulaçãocomputacional.
Para alcançar os objetivos desta dissertação, a metodologia foi dividida em duas
etapas:desenvolvimentoteórico,ondeforamfeitaspesquisasempáginasweb,livroseartigos
científicos; e a proposta de desenvolvimento e implementação de um Recurso de
Aprendizagem por meio de uma arquitetura de inteligência artificial para o estudo de
amplificadoresópticos.
AmetodologiautilizadaparaodesenvolvimentotemcomobaseosprogramasAdobe
Flash (2008),para a elaboração das animações do material instrucional, e Exe-learning
(2008), para a organização e empacotamento do conteúdo, possibilitando sua inserção na
plataforma de ensino MOODLE – Modular Objected-Oriented Dynamic Learning
Environment (2008). O recurso de aprendizagem apresenta uma proposta para simulação
computacional,baseadaemumaversãodemonstrativadoaplicativoPhotonicTransmission
DesignSuite(PTDS),desenvolvidopelaVirtualPhotonics(2008).Destemodo,foipossível
aumentar o grau de interatividade com o usuário, além de possibilitar a visualização de
16
sistemas de comunicações reais por meio da simulação computacional. O recurso de
aprendizagem foi implementado a partir de uma arquitetura estruturada em cnicas de
inteligênciaartificial,possibilitandomaioradaptabilidadedaferramentadeestudoaousuário.
Paraatingiresteobjetivo,foiconstruídoumSistemaMultiagentes,apartirdosoftwareAdobe
Flash (2008), inserindo os agentes no mapa conceitual desenvolvido a partir do software
CMapTools(2009),produzidopeloLaboratóriodeCiênciasCognitivasdaUniversidadede
WestFlorida.
O trabalho está estruturado da seguinte forma: o capítulo 2 apresenta uma reflexão
sobre a evolução nas metodologias de ensino utilizadas no campo de engenharia elétrica,
assim como uma abordagem histórica sobre as tentativas de utilizar novas tecnologias no
contexto da educação. O capítulo 3 aborda o conceito de objetos de aprendizagem, assim
como considerações sobre os modelos e padrões de desenvolvimento e tecnologias
relacionadascomo,porexemplo,asplataformasdegerenciamentodeensino.Ocapítulo4faz
um levantamento de tecnologias que podem ser utilizadas no desenvolvimento e/ou
implementação e uso de objetos de aprendizagem. São discutidos os potenciais usos de
recursos multimídia, interatividade, mapas conceituais e o conceito de aprendizagem por
simulaçãocomputacional,amplamenteusadonaáreadecomunicaçõesópticas.Ocapítulo5
mostraaimportânciadainserçãodetécnicasdeInteligênciaArtificialnodesenvolvimentode
recursosdeaprendizagem.Nestecapítuloédefinidooconceitodesistemasmultiagenteseos
métodos de representação do conhecimento de um especialista humano, na tentativa de
simularseucomportamentopormeiodeumrecursocomputacional.Aseguir,nocapítulo6,é
apresentadaaarquiteturaeosprincipaiselementosdosistema,assimcomoserãodescritos,
em detalhe, os métodos e ferramentas utilizadas para o desenvolvimento do recurso de
aprendizagemproposto.Ocapítulo7mostraumaanálisedosresultadosobtidos,eporfim,o
capítulo8abordaasconclusõesdadissertação.
17
2OENSINONAENGENHARIAELÉTRICAEATECNOLOGIA
Aengenhariaelétricavem,aolongodahistória,exercendoumpapelfundamentalna
sociedade.Aformaçãodoprofissionalécomplexa,poissãoatribuídasaestesprofissionaisas
responsabilidades pelos projetos de sistemas de comunicação, produção, geração e
distribuiçãodeenergiaelétrica,sistemasdecontrole,computacionais,etc.
Com grade curricular baseada em ciências exatas, o curso de engenharia elétrica
explora os mais diversos conceitos envolvendo matemática, física, química,modificando a
forma do aluno pensar, até que passe de um estágio de senso comum para o pensamento
científico.Comoraciocínioestimuladoconstantemente,oengenheiroadquirefacilidadede
adaptaçãoemdiversasatividades,inclusiveasnãoenvolvidasdiretamentecomatecnologia
(BAZZO;PEREIRA,2000).Estefatoépositivo,poiségeradaumagrandeversatilidadeem
relaçãoàsposiçõesocupadasnomercadodetrabalho.
No processo de constante evolução da ciência, para complementar o trabalho das
metodologias de ensino tradicionais, as instituições de ensino também têm a importante
missãodebuscarnovasmetodologiaseferramentas,quepossamestimularnosengenherandos
odesenvolvimentodehabilidadestradicionais,assimcomoprepará-losparaosnovosdesafios
quedemandamosadventosdatecnologia.
2.1OPAPELDATECNOLOGIANOPROCESSODEENSINO
A evolução tecnológica, inserida no contexto da educação, pode se tornar um
importanteinstrumentonabuscapordidáticasmaismodernasenoaumentodaeficiênciadas
tradicionais ferramentas de ensino, quebrando paradigmas e possibilitando que o ato de
estudarsejamaisprodutivo.
Entretanto, mesmo com a popularização de recursos como o computador, Internet,
data-show, disponíveis para grande parcela dos estudantes de engenharia elétrica, as
metodologiasdeensinopoucoevoluíram(BAZZO;PEREIRA,2000).
Éimportante ressaltar queapropostaoésubstituiroeducadorpelastecnologias.
Inovaçãotecnológicanaeducaçãonãosecaracterizaportransferiraulasparaocomputador,
mas sim utilizar os recursos disponíveis como simulações computacionais, animações, e
recursosinterativosmultimídiacomocomplementoparaoaprendizado.
Seria conveniente que a educação pudesse ser pioneira nos processos de inovações
tecnológicasenãopermitindoestaratrasadaemrelaçãoaoutrossetores.
18
Dentreosproblemasencontradosparaadifusãodesistemasdeensinodigitais,pode-
se citar, por exemplo, as limitações dos orçamentos, dificuldades na aquisição de
equipamentosespecializadosetreinamentosaosprofessores,estudantesecorpotécnicodas
instituições de ensino. Para osucessodaimplantação de uma plataformadeensinodigital,
além da necessidade de equipamentos confiáveis, é fundamental que a capacitação dos
profissionaisenvolvidossejademaneiracriteriosaeeficaz,poissetratadareformulaçãoda
funçãodoseducadoreseestesdevemtrabalharemperfeitaharmoniacomosequipamentose
sistemas(BIONDI;CHIGANER,1998).Éimportantequeosadministradoresdeinstituições
de ensino tracem estratégias para superar estas e outras dificuldades encontradas nesse
processo de modernização das metodologias de ensino na engenharia. As rápidas
transformaçõesnasociedadeenatecnologiaobrigamoengenheiro,nasuavidaacadêmicae
profissional,aadquirirautonomianareciclagemoucompreensãodenovosconceitos.
Outro fato relevante, desfavorável à utilização dos objetos de aprendizagem, é a
resistênciacriadapelosprópriosprofessoreseprofissionaisdaeducaçãomaistradicionalistas
(KOPTTIKE;CASAROTTOFILHO,1998).Partedageraçãodeprofissionaistradicionalistas
ainda vê o ensino tradicional como de maior eficiência, onde se baseia essencialmente na
figuradoprofessorcomopersonagemativonoprocessodeaprendizagem,enquantooaluno
apenas copia a matéria do quadro negro, eventualmente fazendo alguma pergunta ou um
comentário,mantendoomesmopapelpassivohámaisdecincomilanos(LÉVY,1990).
Comofatoradicionalàresistênciadeprofissionaisdaeducaçãotradicionalistasparao
usodetecnologiasnoprocessodeaprendizagem,épossívelatribuirafaltadetreinamentose
capacitaçãodeprofessoresparaautilizaçãodetecnologiasutilizadasnocontextoeducacional,
dentre as quais, se destacam os recursos informáticos e sistemas de computação, com
crescimentodesdeoiníciodadécadade2000(BARRETOetal.,2006).
2.2EVOLUÇÃOHISTÓRICADATECNOLOGIANAEDUCAÇÃO
O primeiro marco importante da utilização de tecnologia no processo de ensino-
aprendizagemocorreuporvoltade1922,quandoareproduçãodefilmesfoiviabilizada.De
acordo com Thomas Edison, a quem são atribuídos os méritos pela a invenção de
equipamentosutilizadosparafilmagemeprojeção de imagensem tela,comoadventodos
filmese,dentrodeumintervalodepoucosanos,os livrostradicionaisseriampraticamente
extintos do ambiente educacional (MAYER, 2001). A produção de filmes educacionais
19
possibilitariaacriaçãode séries de vídeoseducacionais sobre variados conceitos, demodo
que a presençadeumespecialistaemdeterminadoassuntonão seriamaisfundamental em
saladeaula,paraqueadisciplinafosseministrada.Porém,opassardosanosmostrouqueas
prediçõesfeitasporEdisonnãoseriamtãobemaceitaspelacomunidadeacadêmica.
Na década seguinte, as pesquisas sobre o uso de tecnologia na educação foram
voltadasparaousodorádio.Éimportanteressaltarqueométododedifusãodorádioedos
filmes é diferente, uma vez que o rádio pode ser escutado remotamente, apenas sendo
necessária a utilização de umaantena receptora, enquanto paraa visualizaçãodosfilmesé
necessáriaainstalaçãodeumaparatotecnológicomaiscomplexo.Oensinoapartirdorádio
permite que um grande número de estudantes possa acompanhar a aula remotamente, e
segundoMayer(2001),opapeldoreceptorderádiosetornariatãofundamentalquantoaoda
lousaemumasaladeaula.Apartirdoiníciodosanos50,asfuncionalidadesdorádioforam
aumentadascomainvençãodatelevisão.Apartirdestemomentoeracapazacombinaçãodos
benefícios da transmissão de imagens e áudio, fato que marcou a televisão como uma
tecnologia utilizada para transmitir o conteúdo instrucional para um grupo de pessoas
simultaneamente(pormeiodatecnologiabroadcast)ecomfuncionalidadesdevídeoeáudio
integrados.Pôde-seperceberquecomautilizaçãodetecnologiasbroadcastcomoorádioea
televisão,oensinoperdeocaráterexclusivamentepresencialepassaaocorrerdeformaqueo
professoreoalunonãoestejamsimultaneamentenomesmoambientedurantetodoocursoou
apenasemdeterminadaparceladoprocessodeensino,combinandoaEaDcomaeducação
presencial.Asegundageraçãodeensinoàdistânciadiferedageraçãoanterior,poisémarcada
pela utilização dos novos adventos tecnológicos no auxílio ao processo de ensino-
aprendizagem, enquanto a primeira geração de ensino à distância era baseada na troca de
cartasentreprofessoresealunos.Dentreasprincipaiscaracterísticasdasegundageraçãodo
ensino à distância destaca-se a educação voltada para o ensino de massa, com alta escala
econômica, possibilitando difundir o estudo em regiões menos acessíveis, produzindo
materiais e aulas como pacotes instrucionais, fatores que culminaram no fracasso desta
metodologiadeensino(BELLONI,2003).
Ainda em meados da década de 50, os trabalhos de pesquisa do psicólogo
comportamentalistaBurrhusFredericSkinnerganhamdestaque,aointroduziroconceitode
computadoresnocontextodaeducação.Entre1954e1958,Skinnervislumbrouummodelo
demáquinadeaprendizagem,quetemcomocaracterísticaanavegaçãoporumasequênciade
etapas mínimas, onde a cada etapa o usuário deve validar seu conhecimento para poder
prosseguir.Skinnerconsiderouapossibilidadedeoaprendizinserirsuasprópriasrespostasno
20
sistema, não se limitando apenas pela seleção da alternativa correta. Outro fator a ser
considerado no modelo da quina de aprendizagem de Skinner é a funcionalidade de o
sistemagerarfeedbackaousuário,conformeseudesempenhonosquestionários(ROGERSet
al.,2009).Apartirdadécadade60,acontribuiçãodonorte-americanoSkinnernocampode
tecnologiaaplicadaaocontextoeducacional,culminounacriaçãodotermoCAI–Computer
AssistedInstructionouInstruçãoAssistidaporComputador(MAYER,2001;ROGERSetal.,
2009).Desdeentãodiversosprojetosdepesquisanaárea,comoporexemploemMatz(1982),
Sleeman (1982) e em Sleeman e Hendley (1982), se voltaram ao desenvolvimento de
ferramentas de estudo baseadas em programas de computador, na tentativa de otimizar o
processodeensino-aprendizagem.
As primeiras propostas de softwares educacionais foram baseadas em programas
lineares, característicos por apresentar o conteúdo de forma pré-definida, portanto, não
permitem a flexibilização na abordagem do tópico estudado de acordo com o perfil do
estudante ou circunstância de ensino. Na tentativa de tornar os programas lineares mais
eficazes, foram desenvolvidos os programas ramificados cuja principal inovação era a
característica de se adaptar às diferentes respostas dos alunos, durante o decorrer da
navegação.Oníveldeadaptabilidadedosprogramasramificadosestavarestritoemapresentar
aosalunosdiferentesfeedbacksemfunçãodorendimentonasatividadespropostas.Porém,no
início dos anos 70 o conceito de adaptabilidade foi refinado, i.e., foram desenvolvidos
sistemasquebuscavamseadaptaraoestilocognitivodecadaalunolevandoemconsideração
os pré-requisitos dos estudantes e o contexto de aprendizagem (ANDRADE, GAVIDIA,
2003).
O desenvolvimento destas ferramentas de estudo, baseadas em tecnologias
computacionais, exigiu uma interdisciplinaridade entre os aspectos da engenharia
propriamenteditos e asteorias de aprendizagem. A princípio, a teoriacomportamentalista,
defendidaporSkinner,einseridaemsuapropostadamáquinadeaprendizagem,sebaseiana
premissa de que a aprendizagem ocorre a partir da repetição de um novo padrão
comportamental,atéqueestesetorneumatoautomático(ROGERSetal.,2009).Estateoria,
assimcomoaspesquisasdeSkinnersobrecomputaçãonaeducaçãoforamosalicercesparao
projeto de programas educacionais até o inícioda décadade 80, quandofoisuperadapela
nova teoria construtivista, proposta pelo biólogo, especialista em educação, Jean William
FritzPiaget.Ateoriaconstrutivistadefendequeaaprendizagemocorreapartirdainteração
apropriada com o ambiente. Este conceito influenciou o desenvolvimento dos ambientes
virtuais de aprendizagem, onde a noção de aprender a partirde atividades deexploraçãoe
21
criação é aplicada. Ainda de acordo com Piaget, o uso dos softwares educacionais e os
ambientes virtuais de aprendizagem, pode estimular a participação ativa do estudante no
processodeaprendizagem(ANDRADE;GAVIDIA,2003;ROGERSetal.,2009).Noinício
dos anos 80, além da adesão à teoria de aprendizagem construtivista, houve um relevante
avançonosmétodoscomputacionais,ondeossoftwareseducacionaispassaramaincorporar
técnicas de inteligência artificial, caracterizando o nascimento do conceito de Sistemas
TutoresInteligentes(STI),quepossibilitaramotimizarosprogramasexistenteseaumentara
adaptabilidadeecustomizaçãodasferramentasdeestudodeacordocomoperfildoestudante
edocontextodeaprendizagem.
No início da década de 90, levando em consideração as novas tecnologias
desenvolvidas, foi constituída uma nova geração de ensino a distância (BELLONI, 2003).
EstageraçãoémarcadaprincipalmentepeloconceitodeTIC(TecnologiasdaInformaçãoe
Comunicação),quesãoosaplicativosinteligenteseinterativos,redestelemáticascompáginas
web,e-mail,chats,fórunsdediscussões,etc.
DeacordocomLagoetal.(2007),nofinaldadécadade90,foicriadooconceitode
componentesdesoftwareseducacionaisoucomponentesdeaprendizagem.Esteconceitoestá
baseadonapremissadecomporumcontextodeensinoapartirderiasunidades,pormeio
deumacombinaçãodecomponentesdeaprendizagem.Destaformaépossívelimplementar
diferentesfuncionalidadesemdistintoscontextosdeensino.Ofatodeutilizarváriasunidades
desoftwareeducacionalfeznecessáriaacriaçãodeumgrupodeestudoparadesenvolverum
projeto Educational Software Components of Tomorrow (ESCOT, 2008), que criou
parâmetrosafimdegarantirainteroperabilidadeparaaintegraçãodasdiversasunidadesde
software. O princípio da concepção dos componentes educacionais foi utilizado no
desenvolvimentodeumanovaferramentadeestudos:osObjetosdeAprendizagem(LAGO;
SANTANCHÉ;ALMEIDA;FILHO,2007).
22
3OBJETOSDEAPRENDIZAGEM
Nos últimosanos foramdesenvolvidas algumas propostas deferramentas de ensino
utilizando recursos tecnológicos, porém, há um consenso entre os profissionais da área de
educação de que o conteúdo destes materiais, em sua maioria, é inadequado para que o
aprendizado ocorra de maneira eficiente. Segundo Casarotto, Kopittke e Casarotto Filho
(1998), isto se deve ao fato de que a conseqüência deste tipo de ferramenta é inibir a
comunicação entre professores e alunos, minimizando a função do professor e
individualizandooestudo.Estesmateriaisapenasbuscamareproduçãodatradicionalsalade
aula,apresentandotextoslongos,poucasanimaçõeserecursosinterativoslimitados.Aquebra
desteparadigmanapedagogiavemestimulandopesquisasnomundointeiro,natentativade
desenvolverummodelodeferramentadeestudoquetenhaumanovaabordagemnautilização
dasnovastecnologiasdigitaisequepossaserusadaefetivamentecomosuporteaoprocesso
ensino-aprendizagem.
3.1PADRÕESPARAODESENVOLVIMENTODEOBJETOSDE
APRENDIZAGEM
Algumas importantes e conceituadas instituições de ensino buscaram suas próprias
definições para os objetos de aprendizagem. Uma das instituições mais reconhecidas e
respeitadasnaáreadaengenharia,oInstituteofEletronicsandEletricalEngineers(IEEE),
definiuosobjetosdeaprendizagemcomoumaentidade,digitalounãodigital,quepodeser
usadaereutilizadaoureferenciadaduranteumprocessodesuportetecnológicoaoensinoe
aprendizagem” (IEEE, 2008). Isto significa que segundo a definição dada pelo IEEE, um
objetodeaprendizagemnãoprecisasernecessariamentebaseadoemtecnologiadigital.Deste
modo,umtradicionallivroouapostilapodeserconsideradoobjetodeaprendizagem,mesmo
semousodatecnologiadigitalemproldoaumentodaeficiênciadoaprendizado.
Entretanto, devido ao fato do termo “Objetos de Aprendizagem” ser muito comum
entre os profissionais que buscam integrar as novas tecnologias ao ensino, David Wiley
(2000), pesquisador da área, definiu de forma mais clara os objetos de aprendizagem,
excluindoasentidadesnãodigitais,ouseja,limitouosobjetosdeaprendizagemapenascomo
entidadesdigitais.
Dadoopotencialdecrescimentoepopularizaçãodestasnovasferramentasdeestudo,
surgiram algumas iniciativas com o objetivo de padronizar as especificações, construção e
23
identificação dos objetos de aprendizagem (ADL, 2009). Estas especificações são
fundamentaisparaqueosobjetosdeaprendizagemsetornemusadosemlargaescalaecom
desenvolvimento sustentável, uma vez que os avanços tecnológicos evoluem em altas
velocidadeseosmeiosdeconstrução,elaboraçãoedistribuiçãodestasnovasferramentasde
ensino também acompanham tal evolução. Desta maneira, justifica-semaior organização e
estruturação para criação de objetos de aprendizagem em termos internacionais. Entre os
modelosexistentes,oSharableContentObjectReferenceModel(SCORM),deacordocom
DutraeTarouco(2006),éodemaiordestaquee,portanto,émaisdetalhadonestapesquisa.
Entretanto, um segundo modelo, Instructional Management System Learning Design (IMS
Learning Design), tem agregado uma quantidade relevante de usuários apresentando certo
crescimentoepopularização.
Com base nos recentes estudos e novas propostas para o futuro da educação, o
DepartamentodeDefesaAmericano(DoD)criouumasubdivisãoresponsávelporgerenciar
as novas alternativas para a educação e tecnologias de ensino. O principal objetivo do
Advanced Distributed Learning (ADL, 2009) é desenvolver as ferramentas, padrões e
regulamentaçãodeconteúdos,visandopromoveracessoaoensinodealtaqualidade,levando
emconsideraçãoaslimitaçõesindividuaisdosalunosesuasnecessidadesdeaprendizadoe
reciclagem de conceitos em qualquer hora e local. A criação do ADL repercutiu entre as
comunidadesdepesquisanaáreadee-learning,proporcionando considerável evolução das
metodologiasdedesenvolvimento,distribuiçãoegerenciamentodosconteúdosdosmateriais
deensino.OADLéresponsávelpelopadrãochamadodeSCORM–SharableContentObject
ReferenceModel.Estemodeloagregadefiniçõesdadas pelasmaisimportantesinstituições,
como o IEEE, IMS Global Learning Consortium e Aviation Industry Computer-Based
TrainingCommittee(AICC,2008),tornandoopadrãoSCORMomaisreconhecidoeaceito
mundialmente(DUTRA;TAROUCO,2006).
Emoutubrodoanodedoismileseis,foilançadaaversãomaisatualdestemodelo,
onde a ADL publicou a terceira edição do SCORM 2004. Esta publicção foi dividida em
quatro livros(Overview, ContentAggregationModel,Run-TimeEnvironmenteSequencing
andNavegation).Afiguraaseguir(Figura1)mostraestadivisãodelivros.
24
Figura1–DistribuiçãodomodeloSCORMemquatrolivros
(TraduzidoeadaptadodoLivro1–ADL,2009)
A descrição dos quatro livros encontrados no modelo SCORM são apresentados a
seguir,conformetraduçãodoautordestaproposta,apartirdasreferênciasdoSCORM(ADL,
2009). Oprimeirolivro,Overview,temcomoobjetivoidentificaravisãogeralepremissas
para concepção do modelo SCORM, detalhando seus princípios, organização, criação e
história deste modelo de desenvolvimento de objetos de aprendizagem. Existem requisitos
que todos os objetos de aprendizagem devem atender segundo o modelo SCORM:
Acessibilidade, Adaptabilidade, Sustentabilidade, Durabilidade, Interoperabilidade e
Reusabilidade.Porintermédiodasregraseprocedimentosdescritosnosoutrostrêslivrosque
compõemomodeloSCORM,sãogarantidosaoobjetodeaprendizagemestesrequisitos.
Aidéiadeacessibilidadeconsisteempermitirquecomponentesinstrucionaispossam
ser localizados e acessados remotamente. Esta característica permite que os objetos de
aprendizagem sejam acessíveis de forma a flexibilizar o tempo de estudo de alunos e
professores, realizando suas tarefas de maneira mais agradável, de acordo com as
peculiaridadesdaagendadecadapessoa.
Os componentes instrucionais em conformidade com o modelo SCORM também
devem ter a habilidade de se adequar às necessidades individuais e organizacionais,
caracterizandoo conceito de adaptabilidade. Isto significa que os objetos de aprendizagem
devem se moldar ao perfil dos estudantes e das instituições de ensino, atendendo às
particularidades de cada usuário, provendo a desejada excelência na transmissão de
conhecimento.
25
Sustentabilidadeéoutroaspectoimportanteebaseia-senoincrementodeeficiênciae
produtividadequeomaterialdeensinopodeapresentar,reduzindotempoecustosenvolvidos
na distribuição e uso dos mesmos. Este requisito pode ser compreendido analisando a
evoluçãocientíficaeanecessidadedeaquisiçãodeconhecimentonatentativadeacompanhar
a velocidade de tal evolução. Para isto, os objetos devem ter a estrutura organizada de tal
maneira, onde a atualização e inserção de novas informações possam ocorrer de maneira
rápida e prática. O modelo SCORM também referencia a durabilidade de seus materiais
educacionais,exigindosuporteparaqueosmesmosacompanhemasevoluçõesemudanças
tecnológicassemcustosde re-planejamento,re-configuraçãoerecodificação.Esterequisito
pode ser compreendido analisando a evolução tecnológica das ferramentas de
desenvolvimento e distribuição dos objetos de aprendizagem. A medida que as novas
ferramentas e tecnologias são desenvolvidas, os objetos de aprendizagem devem ser
atualizadosrapidamente,semquehajadefasagemdetecnologia.Apartirdestahabilidade,o
aspecto da durabilidade torna-se mais relevante devido aos desafios mundiais de otimizar
recursoseconômicos.
Comoobjetivodeproporcionardiversasopçõesdeferramentasdedesenvolvimentoe
distribuiçãodosobjetosdeaprendizagem,oconceitodeinteroperabilidade,segundoomodelo
SCORM,estárelacionadocomahabilidadedoscomponentesinstrucionaisestaremlocados
em uma plataforma de gerenciamento de ensino e ainda, este mesmo material, poder ser
disponibilizado em outras plataformas de ensino. Esta característica é importante para que
haja um padrão de armazenamento e desenvolvimento, possibilitando a operação dos
conteúdosinstrucionaiseminúmerasplataformasdeensino.
Outrorequisitodizrespeitoà habilidadedereutilizaçãodoobjetodeaprendizagem.
Isto significa que o material de ensino deve ter flexibilidade para ser usado em múltiplas
aplicações e contextos diferentes de ensino-aprendizagem. Esta peculiaridade aponta que o
mesmoobjetodeaprendizagempodeserutilizadoporalunoseprofessoresdegraduação,pós-
graduaçãoeinclusiveporprofissionaisdomeiocorporativo.
Além disto, um aspecto fundamental do modelo SCORM é considerar que a
distribuiçãodoconteúdodoscomponentesinstrucionaisdevaserfeitapormeiodaInternet.
DeacordocomafilosofiaadotadapeloSCORM,adistribuiçãodoconteúdoeducacionalpela
webéamelhormaneirademaximizaroacessoeousodestasferramentasdeensino.
Olivrodois,ContentAggregationModel(CAM),descreveotipodoconteúdoparao
desenvolvimentodosobjetosdeaprendizagem,comoobjetivodeorientaroempacotamento
doconteúdo,facilitandoaadaptaçãoemdiversasplataformasesistemas,alémdedefiniras
26
responsabilidadeserequerimentosparaaagregaçãodecomponentescomomódulos,lições,
capítulosnovos,etc.Nestelivrotambémestãodefinidasasregraseinformaçõesdecomoos
sistemas de gerenciamento de ensino (LMS) devem processar os pacotes e conteúdos. De
acordo com o SCORM, a organização do conteúdo deve ser estruturada em um arquivo
chamado de manifesto (Figura 2), definido na linguagem XML (Extensible Markup
Language). A figura a seguir exemplifica o arquivo imsmanifest.xml gerado a partir do
desenvolvimentodepartedoobjetodeaprendizagempropostonestetrabalho.
Figura2–ExemplodeArquivoimsmanifest.xml(Autoriaprópria)
Apartirdoexemplovistonafigura2,pode-seidentificarqueoconteúdodopacote
SCORM é subdividido em quatro elementos: identificação do manifesto, metadados,
organização e recursos. Primeiramente, o identificador do manifesto mostra as referências
adotadas pelo modelo SCORM. Na figura 2, é possível identificar os endereços das
respectivaspáginaswebdoIMSProject,AdvancedDistributedLearning(ADL),IMSGlobal
eXML.Osegundoelementodefinidoéchamadodemetadadosenestaetapaédefinidoqueo
conteúdo do pacote é em acordo com a versão 1.2 do modelo SCORM, por exemplo.
Resumidamente,oelementometadadoséresponsávelporproverinformaçõessobreosdados
agrupados no pacote. Na figura 3, pode ser visualizado, em detalhes, um exemplo da
descriçãodotipodemetadadosutilizados.
Figura3–Descriçãodotipodemetadados(Autoriaprópria)
27
Aseguir,édefinidooelementodenominadoorganização(organizations)quedefinea
hierarquia das unidades de estudo do objeto de aprendizagem. A Figura 4 representa um
modelodedistribuiçãohierárquicadeumobjetodeaprendizagem.
Figura4–ModelohierárquicoorganizaçãoSCORM
(TraduzidoeadaptadodolivroContentAggregationModelADL,2009)
A figura 5 mostra, em detalhes, como a organização do objeto de aprendizagem é
descrita por meio do arquivo imsmanifest. Neste exemplo, é possível visualizar que o(s)
tópico(s)é(são)organizado(s)apartirdeumaestruturahierárquica.Nomesmoexemplo,o
ObjetodeAprendizagemapresentaumúnicotópico,denominado“LimitaçãoEDFA”.
Figura5–DescriçãodaorganizaçãodoObjetodeAprendizagemnoarquivoimsmanifest.xml
(AutoriaPrópria)
28
Finalmente, são definidos os recursos que o objeto de aprendizagem dispõe, que
podemserarquivosdetexto,imagens,áudio,vídeo,animaçõesemFlash.Afigura6mostra
como os recursos são descritos e identificados no arquivo imsmanifest.xml. É possível
verificarquenoexemploexibido,orecursoéidentificadocomoumasset,comreferênciaao
arquivo“P1.7.swf”.
Figura6–DescriçãodosRecursosdoObjetodeAprendizagemnoarquivoimsmanifest.xml
Cada elemento que forma o conteúdo dos Objetos de Aprendizagem pode ser
classificadocomoAsset,ouumSharableContentObject(SCO),conformemostraafigura7.
DeacordocomoADL(2009),umAssetpodeserdefinidocomoqualquerrepresentaçãode
mídia eletrônica como, por exemplo, um arquivo de texto, imagem, áudio ou qualquer
elemento quepodeseracessadopormeio deumclienteweb(usuário).Poroutrolado,um
SCOécaracterizadopelomesmoconceitodeumasset,porémdevecumprircomosseguintes
requisitos,definidospeloSCORM(ADL,2009):
Deveserindependentedocontextodeaprendizagem,comoobjetivodeaumentara
reusabilidade;
Deveserdescritopormeiodemetadados;
Deve aderir ao modeloRun Time Environment (RTE), definido pelo SCORM, para
comunicaçãocomasplataformas de gerenciamento de ensino(LMS) queadotem o
padrãoIEEEECMAScriptAPIparacomunicação;
Podeseragregadoaoutro(s)SCO(s)comoobjetivodeformarumaatividade,visando
aampliaçãodoescopodeconceitosabordados;
Pode assumir qualquer tamanho (em número de bytes), porém devem ser o menor
possível, pois o SCOé considerado o nível mais granular a ser disponibilizadoem
umaplataformadegerenciamentodeensino(LMS).
Aseguir,aFigura7ilustraestasdefiniçõeseexemplificaadiferençaentreAssetse
SCOs.
29
Figura7–DefiniçãoAsseteSCO
(TraduzidoeadaptadodolivroContentAggregationModelADL,2009)
Olivroseguinte,Run-TimeEnvironment(RTE),refere-seaosmeiosparagerenciaras
interaçõesdousuáriocomoSCOpormeiodaplataformadegerenciamentodeensino(LMS).
Épropostoummodelotemporalparaoestudodacomunicaçãoentreusuário,SCOeaLMS.
Ailustraçãoaseguir(Figura8)mostraalgunsconceitosdefinidospelaADL.
Figura8–ModelotemporalRTE
(TraduzidoeadaptadodolivroRun-TimeEnvironment.ADL,2009)
30
Logindasessão:éoperíododetempoemqueousuáriopermanececonectadoaosistema
(logonelogout);
Tentativadousuário:esforçorealizadopelousuárioparasatisfazerosrequisitosimpostos
peladeterminadaatividadedeaprendizagem;
Sessãodousuário:éotempoemqueousuáriopermaneceativonaconexãocomoSCO;
Comunicação:éaconexãoentreoSCOeoAPI,objetoprincipaldolivroRTE.
OconceitoprincipalabordadonolivroRun-TimeEnvironmentédefinirqueomodo
de comunicação entre um SCO e o LMS deve ser por intermédio de uma aplicação de
interface(ApplicationProgrammingInterface–API)capazderealizartaltarefa.AAPIéum
módulo programado geralmente em Java Script e nesta aplicação é dedicado ao
gerenciamento de comunicação (Run time services communication RTC). A API deve ser
provida pela plataforma de gerenciamento de ensino, desta maneira, garante aos SCOs as
característicasdeinteroperabilidadeereusabilidade.SeaincumbênciadeproveraAPIéda
plataformadeensino,deveserderesponsabilidadedoSCOabuscaesolicitaçãodeconexão
comaAPI.Umavezestabelecidaaconexão,oSCOeaLMSiniciamoprocessodetrocade
dadosquepodeassumirosseguintesestados(Figura9):
1) Notinitialized(Nãoiniciada)
2) Running(Emandamento)
3) Terminated(Encerrada)
Figura9–EstadosdaComunicaçãoentreSCOeLMS
(TraduzidoeadaptadodolivroRun-TimeEnvironmentADL,2009)
31
O estado not initialized” é imediatamente anterior ao início da comunicação entre
SCOeLMS.ÉnestemomentoqueoSCOdevebuscarestabelecercomunicação,deacordo
comsolicitaçãodousuário.Aoestabeleceracomunicação,oestadoéalteradopara“running”
ea partirdisto, oSCO pode realizartarefas como armazenardados externos,exibiralgum
valorcalculadoourecuperadodeumbancodedadoseaindaencerraracomunicaçãoentre
SCOeLMS.Umavezencerradaacomunicação,oestadosealterapara“Terminated”.
O último entre os quatro livros que descrevem modelo de referência SCORM, é
denominadoSequecing and Navegation (SN). Tem o objetivo de definir os métodos de
representação do comportamento pretendido em determinadaexperiência de aprendizagem.
Isto significaquenestelivrohá uma orientação de comoumsistema de gerenciamentode
ensino deve interpretar o sequenciamento das atividades do contexto de aprendizagem de
maneiraconsciente.EstelivrodefinetambémocomportamentoefuncionalidadesqueoLMS
deve ter para processar as sequências de navegação e o fluxo das atividades, de forma a
proporcionar a possibilidade do processo de aprendizagem eficaz. A estrutura lógica de
sequência e navegação é representada por um diagrama de árvore (Figura 10) em que as
atividades o organizadas hierarquicamente, de acordo com a estrutura definida no
respectivoarquivoimsmanifest.xml.
Figura10–ModelodeSeqüênciaeNavegação
(TraduzidoeadaptadodolivroSequencingandNavigationADL,2009)
32
Existe um procedimento para verificação de conformidade de um objeto de
aprendizagem.Podemserdefinidasduascategoriasparaoconteúdodentrodosrequerimentos
domodeloSCORM:Conformant(indicandoqueomaterialdeensinosegueasespecificações
descritanomodeloSCORM20044thedition,poisfoiaprovadonoself-test,realizadopelo
software disponibilizado pela ADL.) e Certified (quando o componente instrucional foi
aprovadonostestesfeitosnospróprioslaboratóriosdaADL).
Como pôde ser visto, o enfoque do modelo SCORM é o conteúdo instrucional e o
modoqueédisponibilizadoedistribuídoaosalunos,preocupando-seapenascomummodelo
de aprendizado individualizado. Esta visão não considera a interação entre professores e
alunosfundamentalparaoaprendizado.
3.2DISTRIBUIÇÃODOSOBJETOSDEAPRENDIZAGEM
Comocrescimentodasdiscussõeseavançosdoe-learning,surgiuanecessidadede
organizar os métodos de disponibilização dos conteúdos dos materiais e ferramentas de
estudos digitais. Os objetos de aprendizagem podem disponibilizados por meio dos
aplicativos de Gerenciamento de Conteúdo e/ou Ensino ou por meio de repositórios de
objetosdeaprendizagem,ouLearningObjectRepositories–LOR(SILVEIRAetal.,2007).
Osrepositóriosdeobjetosdeaprendizagempodemserdefinidoscomolocaispúblicos
ounão,ondeobjetosdeaprendizagemsãoarmazenados.Pode-seaindaincluirnestadefinição
aspropriedadesdosrepositóriosapresentaremacessoporrede,semexigirqueousuáriotenha
algumconhecimentopréviosobreaestruturadedadosutilizadaparaarmazenarosobjetosde
aprendizagem.Osrepositóriosdeobjetosdeaprendizagem,alémdearmazenarosassets,o
responsáveis por registrar os metadados associados a cada objeto de aprendizagem
(SILVEIRAetal.,2007).
Oconceitodos aplicativos degerenciamento deconteúdo, ouContent Management
Systems(CMS)podeserdefinidocomoumconjuntoderegrasetecnologiascomoobjetivo
de orientar e permitir que instituições de ensino ou corporações possam gerenciar e
disponibilizar conteúdo de informações instrucionais. Em outras palavras, um sistema de
gerenciamentodeconteúdoéencarregadoporarmazenaredistribuiroconteúdodeformaon-
line(IRLBECK;MOWAT,2007).
As plataformas de gerenciamento de ensino, ou Learning Management Systems
(LMS),possibilitamogerenciamentoeadministraçãodoconteúdodosmateriaisutilizadosno
processodeaprendizagem,etambémpodemforneceraestruturaparaqueosalunosplanejem
33
eexecutemseusestudosindividualmente,alémdetrocarinformaçõeseconhecimentoscom
outroscolegaseprofessorespormeiodemeioseletrônicoscomoe-mail,chats,etc.Deacordo
com Silveira, Omar e Mustaro (2007), ainda é possível destacar que as principais
funcionalidades de um LMS são: catalogar cursos on-line, registro de usuários, iniciar e
carregarmateriaisdigitais,relatóriosdeacessoenavegaçãopeloscursos.OLMSaindapode
proporcionar a aprendizagem colaborativa e síncrona entre usuários do sistema, desde que
hajaconexãoaInternetouIntranet.Porfim,osLMSaindapodemsecomunicareseintegrar
comoutrosaplicativos.ÉimportanteressaltarqueoLMSnãotematarefadegerenciar,criar
ou fazer a busca por conteúdo, que deve ser integrado previamente ao LMS para
disponibilizaçãoaoaprendizposteriormente.
Jáossistemasdegerenciamentodeensinoeconteúdo(LearningContentManagement
System – LCMS) permitem que o conteúdo possa ser armazenado, gerenciado, usado e
reusadoapartirdeumabasededadosintegrada.Poroutrolado,oLCMStambémpermiteo
gerenciamento e acompanhamento da navegação dos aprendizes pelos cursos on-line. O
repositório (base de dados central) é responsável pelo armazenamento dos objetos de
aprendizagem (SCO), que são disponibilizados aos usuários de forma individualizada ou
coletiva.Ainterfacedeapresentaçãoaousuárioapresentafeedback,integraoutrosrecursose
gera relatórios para acompanhamento da navegação e desempenho do aprendiz em
determinadocontextodeaprendizagem(IRLBECK;MOWAT,2007).Pode-seconcluirqueo
usodestestrêsaplicativosérecomendadoparaadistribuiçãodeobjetosdeaprendizagem.As
características e peculiaridades de cada ferramenta devem ser analisadas de acordo com o
contextoeobjetivoseducacionais.
OMOODLEéumambientedeaprendizagemdesenvolvidoem1999peloaustraliano
Martin Dougiamas e associou inúmeros membros, principalmente em universidades
internacionais (KENNEDY, 2005). Por se tratar de um LCMS, a partir do MOODLE, é
possível realizar atividades como o desenvolvimento e armazenamento de ferramentas de
estudo, propor discussões sobre metodologiasdeensinoeassuntosrelacionadosaopróprio
ambientedeaprendizadoesuasinterfaces.Porserumsistemadegerenciamentodeensino,o
MOODLE disponibiliza um conjunto de ferramentas formado por fóruns, diários, chats,
questionários, artigos, além de objetos de aprendizagem (MOODLE, 2009). Estes recursos
podem ser controlados pelos professores, com o objetivo de otimizar o processo de
aprendizagem.
Odesenvolvimentodeobjetosdeaprendizagemsugereainda,ainteraçãocomoutras
tecnologias como IA, mapas conceituais, simulações computacionais, entre outras. Desta
34
forma,épossívelfacilitaroalcancedasmetasdeaprendizagemdefinidase,principalmente,
queistoocorradeformaotimizada,natentativadesuprirasfalhaselacunasdeixadaspelo
usoinapropriadodetecnologianocontextodeaprendizagemaolongodahistória.
35
4RECURSOSTECNOLÓGICOSCOMPLEMENTARESAOSOBJETOS
DEAPRENDIZAGEM
O uso de tecnologias, seja em ambientes virtuais de aprendizagem, em objetos de
aprendizagemouemqualquersistematutorinteligente,podeservistocomoumaestratégia
alternativa para otimização do processo de ensino-aprendizagem. Tais recursos digitais
possibilitamummelhoraproveitamento da capacidade de aprendizagem de cadaestudante.
Nocontextodee-learning,oestudodasciênciascognitivasavançouconcomitantementecom
as técnicas computacionais, culminando no desenvolvimento de métodos e práticas que
buscam estimular a aprendizagem significativa nos estudantes. Além deste fator, o uso de
tecnologia permite a representação de fatores intrínsecos ao ambiente de aprendizagem
presencial. Dentre os principais fatores, é possível destacar aspectos motivacionais,
intelectuais,emocionaisesensoriais(NETTO,2004).
Oconceito deaprendizagemsignificativa é estudado pelas ciênciascognitivas. Esta
teoria está associada a premissa de que um novo conhecimento é construído por meio da
interação com algum conhecimento prévio relevante (chamado de subsunçor), existente na
estruturacognitivadoaprendiz(MOREIRA,2008).Apartirdaocorrênciadaaprendizagem
significativa,oconhecimento“inédito”passaaterumsignificadopsicológico,conexõessão
criadasentreoconhecimentoadquiridonopassadoeonovoconhecimento(LÉVY,1990).A
partirdafigura11,épossívelcompararpormeiodeilustrações,aocorrênciadaaprendizagem
mecânica(esquerda)edaaprendizagemsignificativa(direita).
Figura11–Comparativoentreaprendizagemmecânica(esquerda)eaprendizagemsignificativa
(direita).(AdaptadodeMonteiroetal.,2006)
36
De forma contráriaao princípio da aprendizagemsignificativa, proposta pelo norte-
americano David Paul Ausubel, na aprendizagem mecânica não ocorre o armazenamento,
internalizaçãoeincorporaçãodonovoconhecimentoàestruturacognitivadoestudante.Não
há compreensão ou transferência de conteúdo. Na figura 11, o conceito de aprendizagem
mecânicaesignificativaéilustradoporumaanalogiaaoencaixedeumanovapeçanojogode
quebra-cabeça, indicando a falta de conexão do novo tópico estudado aos conceitos
previamenteexistentes(esquerda)ouoencaixeperfeitodeumanovapeçanoquebra-cabeça
(direita). Memorizar simplesmente expressões de física ou matemática, fórmulas químicas,
fatoshistóricossãoexemplosdeaprendizagemmecânica(MOREIRA,2008).
Segundo Moreira (2008), a aprendizagem mecânica e significativa não representam
eventos mutuamente excludentes, isto implica que a aprendizagem pode ser parcialmente
mecânica e parcialmente significativa. Portanto, a aprendizagem mecânica não é
necessariamente negativa, inclusive pode ser utilizada como uma estratégia para,
progressivamente, ocorrer a aprendizagem significativa. Cabe aos educadores estimular
sempre a aprendizagem significativa, desde que o conhecimento prévio do estudante seja
compatível com a área de conhecimento dos novos conceitos. Ainda são necessárias as
seguintescondiçõesparaaocorrênciadeaprendizagemsignificativa(MOREIRA,2008).
Omaterialdeestudodeveserpotencialmentesignificativo,ouseja,deveapresentaros
conceitosdeformaaestimularorelacionamentodosmesmosàestruturacognitivado
estudante.
Haja um esforço deliberado por parte do aprendiz para relacionar de maneira
substantivaenãoarbitráriaonovoconhecimentoàsuaestruturacognitiva.
É possível analisar a sequência de processos para a ocorrência da aprendizagem
significativa.Oentendimentodestasetapaspermiteavisualizaçãodosbenefíciosemelhorias
que os recursos tecnológicos aplicados à educação podem proporcionar no contexto de
aquisição de novos conhecimentos. A Figura 12 ilustra os processos inerentes à
aprendizagem.
37
Figura12–Etapasdoprocessodeaprendizagemsignificativa.
(TraduzidoeadaptadodeMayer,2001)
Deacordocomafigura12,épossívelidentificarqueoprocessodeaprendizagemestá
relacionadoàmemória,ouseja,aoprocessoarmazenamentodosnovosconceitosnamentedo
estudante (BAILEY et al., 1996). Para que esta tarefa seja realizada, o rebro dispõe da
memória de trabalho ou memória de curto prazo, e da memória de longo prazo. A
memória de curto prazo se refere à atenção e ao conhecimento ativo na consciência do
aprendiz(LÉVY,1990;MAYER,2001).Épossívelexemplificarousodamemóriadecurto
prazoquandoestudantesmemorizamfórmulasmatemáticasespecíficasparaaaplicaçãoem
um exame. A memória de longo prazo representa o armazém de conhecimentos dos seres
humanos(MAYER,2001).Énamemóriadelongoprazoqueéarmazenadooconhecimento
porumlongoperíododetempo(LÉVY,1990;MAYER,2001).
ConformeasequênciadeetapasilustradasnaFigura12,pode-sevisualizarqueparaa
integraçãodeumnovoconceitoaoconhecimentoadquiridoanteriormente,sãonecessáriasas
seguintes etapas (MAYER, 2001): Primeiramente o conteúdo é apresentado na forma de
textos, narrações, imagens ou animações, em que sensores, como olhos e ouvidos o
responsáveis por captar os novos conteúdos. Esta etapa refere-se apenas à ativação das
estruturas sensoriais do indivíduo, em outras palavras, é quando uma pessoa começa a
perceberomundoeoambientequeacerca.Naetapaseguinte,amentehumanarealizauma
seleção de palavras e/ou imagens na memória de trabalho. Isto significa que as sensações
estão sendoconvertidas em impulsos elétricos no cérebro;é quando o indivíduo começa a
tomar relativa consciência de suas sensações. Ainda na memória de trabalho é criado um
modelo (verbal e/ou visual) que estrutura e organiza o conhecimento. Conceitualmente, a
simbolizaçãoestárelacionadacomacapacidadederepresentaçãodeformaverbalouvisual.
DeacordocomMayer(2001),aorganizaçãodoconhecimentopodeocorrerprincipalmentena
formadeclassificação,numeração,generalizaçãooucadeiasdecausa-efeito.Aestruturado
conhecimentoéinduzidadeacordocomaformaemetodologiaqueoconteúdoéapresentado.
38
Conformeindicamasflechasorientativasnafigura12,ostextosescritosformamummodelo
essencialmente verbal, mesmo que tenham sido lidos. Imagens e animações, assim como
textosenarraçõespodemformarmodelosverbaisevisuais,porémsemprehaveráummodelo
predominante(MAYER,2001).Emrelaçãoaosequenciamentodeprocessosapresentadona
figura 12 e ainda de acordo com a teoria cognitiva, é importante fazer duas observações
(MAYER, 2001). O primeiro aspecto está relacionado ao fato de que a capacidade de
absorção denovosconteúdosélimitada,explicandoo motivopeloqualháumaseleçãode
palavraseimagens.Outroaspectoimportanteéofatodehaverdoiscanaisdeprocessamento
de informações: O canal verbal responsável por trabalhar com o conteúdo apresentado na
formadetextosescritosenarrações;eocanalvisualincumbidodeprocessarasimagense
animações apresentadas aos estudantes. Por fim, é importante que o desenvolvimento de
novashabilidadeseconceitosnumindivíduoocorraatravésdestesníveisdeaprendizagemde
maneira gradativa e dependente do desenvolvimento físico, cognitivo e afetivo de cada
pessoa. Isto significa que o dois seres humanos que consigam aprender no mesmo
espaçodetempoenamesmavelocidade.Combasenestesestudos,crescearelevânciados
métodos de ensino em que o aluno pode administrar seu próprio tempo e estudo e desta
maneira,cadaumseadaptaeaprendeosconteúdospropostosemsuaprópriavelocidadee
tempo.
A análise da teoria cognitiva mostra que os avanços tecnológicos, de fato, podem
proporcionar oaumentodaeficiência na aprendizagem aose desenvolverferramentascom
recursosmultimídia,interativos,entreoutros,quesãopoucoexploradosnasmetodologiasde
ensino tradicionais. Entretanto, é importante ressaltar que deve haver um critério bem
definido no projeto de dispositivos instrucionais digitais. Desta forma, a inserção de
elementos digitais, com recursos multimídia, desenvolvidos com base em metodologias
específicasparaaaprendizagem,podeculminaremganhoderendimentoemavaliações,da
ordemde46%a89%(MAYER,2001).Emoutraspalavras,paraqueacargacognitiva,ou
seja, o somatório da carga de conteúdo intrínseco ou externo do material instrucional na
memória de trabalho não seja superior aos limites dos alunos para absorção de conteúdo
(Brünken et al. 2003). Caso haja sobrecarga cognitiva, este fato pode comprometer o
aproveitamento das vantagens inerentes ao uso de animações interativas no processo de
aprendizagemmediadoporumambientecomputacional(TAROUCO,CUNHA,2006).
Oconceitodeobjetodeaprendizagempodeserrelacionadoaoutrosconceitoscomo
osdetecnologiasmultimídia,interatividade,simulaçõescomputacionais,mapasconceituais,
entreoutras,deformaaestimularosestudantesàaprendizagemsignificativa.
39
4.1RECURSOSMULTIMÍDIA
Adefiniçãodemultimídia,deacordocomMayer(2001),édadapelaapresentaçãode
umconteúdoutilizandopalavraseimagens.Entende-seporpalavracomoumtextoescritoou
narrado,representadoaformaverbaldeapresentaçãodoconteúdo.Aidéiadeimagensestá
relacionada a figuras, animações, gráficos, fotos, representando a forma visual para
representaçãodoconteúdo.
Omodelo de transmissãode conteúdode forma verbalistaamplamente utilizadoao
longo da história no contexto educacional (LÉVY, 1990; LOPES, 1991) vem sofrendo
algumastransformaçõescomoadventodatecnologiamultimídiainseridanoscomputadores.
Entretanto,deacordocomMayer(2001),osrecursosmultimídianãodevemservistosapenas
comoumaformadeaquisiçãodeinformaçõesesimcomoumaestratégiaparaestimularnos
aprendizes a construção de conhecimento. Na área de ciências exatas, é possível obter
resultadossatisfatóriosdopontodevistaeducacionalquandoestudantesutilizamanimações
computacionais, pois este fato torna mais intuitiva a análise do comportamento de uma
equaçãooufenômenofísico(MEDEIROS;MEDEIROS,2002;MONTEIROetal.,2006).
4.2INTERATIVIDADE
Desde odesenvolvimentodosprimeiros sistemascomputacionaisa interaçãocomo
usuárionãoeralevadaemconsideraçãopelosengenheirosdesenvolvedoresdesistemas,que
poluíamastelascomchaves,botõesemostradores.Apartirdoiníciodosanos80,oestudoda
Interação Homem-Computador (IHC) ganhou destaque, como fator com potencial para
otimizar o uso de um software. A interação pode ser definida como um processo onde o
usuárioatuasobreainterfacedosoftwareeposteriormenterecebeedecodificaasrespostas
dosistema.Destaformaacomunicaçãoentreousuário(humano)emáquinaéestabelecida
(NETTO,2004;PREECEetal.,2004).Afigura13ilustraoprocessodeinteraçãoIHC.
Figura13–ModelodeInteraçãoentreusuárioeComputador
(AdaptadodePreeceetal..In:Netto,2004)
40
Ocrescimentodeferramentasdedesenvolvimentodesoftwaresinterativoscolaborou
para o estudo de estratégias para tornar programas computacionais mais amigáveis,
facilitandoa disponibilização deferramentas de trabalho digitais para uma gama maior de
usuárioseemdiferentesaplicações. Paraisto,foicriadaumaáreadentroda engenhariade
softwarechamadadeDesigndeInteração,comoobjetivodeestabelecerecriarmecanismos
paraatingirasmetasdeusabilidadedeumsoftwareedesatisfaçãodousuário.
Asmetasdeusabilidadesereferemafatoresquevisamassegurarafacilidadedeuso,
eficáciaeeficiênciaeoníveldesatisfaçãodousuárioemrelaçãoaoprogramacomputacional.
Entretanto, existem também as metas decorrentes da experiência do usuário, que estão
focadasemgarantircomoequaissensaçõesousuárioteráaointeragircomosoftware.As
metas de experiência com o usuário se tornam relevantes com o constante crescimento de
tecnologiasquepodemserutilizadasparadarsuporteausuáriosduranteainteraçãocomo
computador.Afiguraaseguir(Figura14)ilustraasmetasdodesigndeinteração.
Figura14–MetasdoDesigndeInterações
(TraduzidoeadaptadodePreeceetal.,2004)
No ciclo externo é possível notar que as metas decorrentes da experiência com o
usuário são menos claramente definidas e cabe à equipe de desenvolvimento do software
encontraroequilíbriodestesaspectosdeacordocomasaplicaçõesespecificas(PREECEet
al.,2004).
41
AdefiniçãodoqueéIHC,assimcomooestudodasmetasdeusabilidadeedasmetas
decorrentesdaexperiênciacomousuáriotrouxeramcontribuiçõesparaaáreadeeducação,
ondeestesconceitossãoaplicadosparaqueainteraçãoentreumsistematutoreoaprendiz
possa trazer aspectos inerentes e necessários ao ensino como, por exemplo, fatores
motivacionais e emocionais (NETTO, 2004). Por outro lado, é possível verificar o
comportamento ativo por parte dos aprendizes durante o estudo interativo. Durante a
navegaçãodousuáriosãoestimuladasaçõescomoformulaçãodeintenções,especificaçãode
seqüência de atividades, percepções, interpretação de resultados e avaliação dos mesmos.
Estasatividadespodemajudaroestudanteatingiraaprendizagemsignificativa.
Nestasetapasdeinteraçãoosestudantestêmapossibilidadedetrocarexperiênciase
conhecimentocomoutrosestudantesoututoresvirtuais.Acomunicaçãousuário-sistemapode
ofereceraosaprendizesnovosdesafioseperspectivas,aliviandopossíveistensõesemocionais
característicasaoserealizarumaavaliação,porexemplo.Naáreadeeducação,osrecursos
interativos contribuem, portanto, para que a tradicional metodologia de ensino seja
transformada.
4.3APRENDIZAGEMPORSIMULAÇÃO
Aevoluçãotecnológicanocampodacomputaçãoproporcionouodesenvolvimentode
hardware e softwares com velocidade de processamento e realização de cálculos que
cumprissem com os requisitos básicos para que engenheiros de software desenvolvessem
programas dinâmicos e interativos capazes de simular sistemas físicos de forma fiel à
realidade (LÉVY, 1990; NAHVI, 1996). Este tipo de ferramenta é responsável, ainda de
acordo com Pierre Lévy (1990), por uma nova metodologia de aprendizagem em que o
conhecimento é adquirido por meio de simulação, ao variar parâmetros reais de um
determinadomodelomatemáticoquerepresentaumsistemafísicodomundoreal,permitindo
que os usuários atuem diretamente nos principais elementos do sistema, possibilitando
interaçãonaturalcomosfenômenosestudados.
Aformadeaprendizagemporsimulaçãotrata-sedeumametodologiadiferenciadaem
relaçãoàsoutrastécnicascomoexperimentosdelaboratórios,aulasteóricaseoensinooral
tradicional(LÉVY, 1990). Entreos aspectos fundamentaisda aprendizagem por simulação
destaca-se o fato de proporcionar ao usuário a possibilidade de alteração dos principais
parâmetros do sistema de interesse em tempo real e de forma interativa, verificando os
resultados de suas modificações, criando intuitivamente uma estrutura dos conceitos
42
estudados decausa e efeito. Ainteraçãoentreosimuladoreousuáriotempotencialmente
como conseqüência a otimização da aprendizagem de acordo com os conceitos da teoria
cognitiva, uma vez que os tópicos de interesse podem ser estudados a partir de interfaces
interativas e multimídia, criando no cérebro dos aprendizes modelos verbais e visuais. A
imagemaseguir(Figura15)ilustraomodelodeinteraçãopropostoporNahvi(1996)entrea
ferramentadesimulaçãoeousuário.
Entrada
(sensores)
Processamento
dos dados
Tomadas
de decisão
Planejamento
(Estratégia)
Saída
(atuadores)
Saída
(Resultados)
Entrada
(Interface)
Simulação
Modelos
Matemáticos
Recursos
Computacionais
Usuário
(Aprendiz)
Computador
Figura15–Modelodeinteraçãocomsimuladorescomputacionais
(TraduzidoeadaptadodeNahvi,1996).
Apartirdomodeloderepresentaçãodainteraçãohomem-simulador ficaexplicitaa
funçãocognitivamenteativaporpartedosaprendizes,ondeéderesponsabilidadedosmesmos
aexecuçãodetarefasdecontrole,processamentodosdadoseresultadosgeradospelosistema,
tomadasdedecisãoeplanejamentodeatividadeseseqüenciamentodeetapasdasimulação.
Portanto, as ferramentas de simulação proporcionam alto grau de interatividade,
interface multimídia e participação ativa por parte dos aprendizes no processo de ensino-
aprendizagem,fazendocomqueoasimulaçãopossaatuarcomoorientadoraparaorganização
doconhecimentodeformabemdefinidacomoumarelaçãodecausaeefeito.Estesfatores
sãoagentesquecolaboramparaummelhoraprendizado,deacordocomateoriacognitiva.
43
Apesar das discussões sobre o uso maisamplo de simulações como ferramentas de
aprendizagemseremfeitasapósaevoluçãoderecursoscomputacionais,desdeoprincipioda
utilizaçãodecomputadoresassimulaçõesexistemcomoformadeaquisiçãodeconhecimento.
Segundo Pierre Lévy (1990), dentre as ferramentas de simulações primitivas podem-se
destacar as planilhas de cálculos orçamentários e os softwares de desenho assistido por
computador (Computer Aided Design – CAD) responsáveis por auxiliar seus usuários nas
tomadas de decisões a partir dos resultados e do conhecimento adquirido pela simulação
computacional.Asaplicaçõesclássicasapresentamconsiderávelrelevância,jáquepermitem
tomadas de decisões de natureza econômica, militar e simulações de fenômenos que são
impossíveis ou com alto nível de complexidade para simular os cenários fisicamente em
laboratórios.
Comoaumentodoestudodeaplicaçõesdassimulaçõescomputacionaisnoprocesso
de ensino, foram criadas duas classes para categorização desta nova tecnologia: As
simulações off-line e as simulações em tempo real (NAHVI, 1996). O principal uso das
ferramentas de simulações off-line é avaliar modelos de equações matemáticas, em que o
usuário configura um determinado conjunto de parâmetros, inicia a simulação e após o
processamentodosdados,osoftwareexibeoresultadonaformadetabelasougráficos.Do
pontodevistaeducacional,estetipodeferramentadesimulaçãotemlimitaçõesderecursos
interativos com o usuário. Entretanto, a categoria de simuladores em tempo real é
caracterizada pelos aplicativos em que o usuário configurae reconfiguraos parâmetros do
modeloemsimulaçãoeosresultadossãoexibidosimediatamente,evitandoqueasimulação
tenhaqueserinterrompidaparareconfiguraçãodosparâmetrosestudados.Destamaneira,as
simulaçõesemtemporealpossibilitammaiorníveldeinteratividadecomousuário.
Para que os benefícios da aprendizagem por simulação resultem na otimização no
processo de aprendizagem, ou seja, para que os aprendizes possam aprender de forma
eficiente, é importanteque as interfaces dos softwaresdesimulaçãosejamamigáveis,com
recursosmultimídiaeinterativosparafacilitaraadaptaçãodousuárioaestanovametodologia
deensino.Dadaaimportânciaeresponsabilidadequeasferramentasdeensinopossuemno
processodeaprendizagem,oprojetoedesenvolvimentodestesdispositivoscaracterizamum
constanteetradicionaldesafioparapesquisadoresdaáreadetecnologiaaplicadaàeducação.
Do ponto de vista pedagógico, é necessário um guia ao estudante paraacompanhamentoà
realizaçãodeatividadedesimulaçãocomputacional.Oobjetivoémanterofocodoaprendiz
nos objetivos da proposta de atividade. Adicionalmente, o professor ou o sistema
computacional de apoio à navegação, deve desempenhar a função de orientar e focar a
44
atençãodousuário(estudante),demodoaexplorarosconceitosefenômenosenvolvidosna
atividade(INGERMANetal.,2007).
Deformaadicional,aferramentadesimulaçãocomputacionalpodeserumrecursode
apoioparaarealizaçãodeatividadesderesoluçãodeproblemas,explorandoprincipalmentea
estratégia de tentativa e erro. Conforme pode ser encontrada na teoria da aprendizagem
significativapropostaporAusubel,atécnicaderesoluçãodeproblemapossibilitaoacessoà
estruturacognitivadoaprendiz,noquedizrespeitoacapacidadedeutilizaroconhecimento
adquirido.Novosconhecimentos,componentesdeumasituaçãoproblemática(desafioaser
resolvido)ea experiênciapréviado aprendizsãoreorganizadosafimdeatingiroobjetivo
(COSTA, 2008). Isso mostra que a atividade de simulação computacional estimula a
aprendizagemsignificativaeaindapermiteaparticipaçãoativadoestudantenoprocessode
aprendizagem.Entretanto,conformemostraIngermanetal.(2007),apenascomorecursode
simulação computacional isoladamente, pouco pode contribuir para a mudança de postura
(passiva)doestudantenoprocessodeaprendizagem.Ainteraçãodoaprendizcomprofessor
ou recursos computacionais como, por exemplo, objetos de aprendizagem se tornam
necessárioscomocomplementosàsferramentasdesimulação.
4.4MAPASCONCEITUAIS
Dentre as tecnologias que podem ser utilizadas com objetos de aprendizagem, é
possível destacar o desenvolvimento de mapas conceituais. Os mapas conceituais foram
criados no final da década de 70 nos Estados Unidos, pelo pesquisador Joseph Novak. A
principal motivação que resultou no desenvolvimento deste recurso, foi a dificuldade
encontrada por estudantes em adquirir novos conhecimentos de forma eficaz (NOVAK;
GOWIN,1984).Aidéiadomapaconceitualérelacionarosconceitosgraficamentedeforma
bidimensionalrepresentandooconhecimento,conformeoentendimentodequemdesenvolve
omapamostrandorelaçõeshierárquicasentreconceitosdeumadisciplina.
DeacordocomNovakeGowin(1984),ummapaconceitualrepresentaosconceitos
de forma hierárquica, conectando cada dois nós do mapa com uma palavra ou expressão,
formandoumaproposição.Istoé,aleituradequaisquerdoisnósdarepresentaçãoemárvore
domapaconceitual,somadaàleituradapalavraouexpressãodeconexãodestesnóstemum
significadoisolado,queécomplementadopelaleituradasoutrasproposiçõesdomapa.Este
fato facilita a aprendizagem significativa (MOREIRA,2008). A figura a seguirmostra um
exemplodeummapaconceitual(Figura16).
45
Figura16–MapaconceitualsobreMapasConceituais
(TraduzidoeadaptadodeNovakeCañas,2008)
Novak ainda propôs uma metodologia de desenvolvimento de mapas conceituais,
visandoaeficáciadomapa.Dentreosprincipaismandamentosdesuametodologia,destacam-
se(NOVAK;GOWIN,1984):
Estruturabemdefinidacomconceitosmaisgeraisnotopodomapaeconceitos
maisespecíficosnaparteinferior;
Cadapardeconceitosdeveserunidoporumafrasedeconexão,criandoum
relacionamentosemânticoentreosconceitos;
As frases de conexão, assim como o conceito representado em cada nó do
mapadevemserrepresentadosporapenasumapalavra.
Entretanto,oestudodemétodosdeconstruçãodemapasconceituaisfoirealizadopor
outros pesquisadores, que propõe constantemente uma maior flexibilização no
desenvolvimentodosmapas(AHLBERG,2004).
46
5INTELIGÊNCIAARTIFICIAL:UMRECURSODEOTIMIZAÇÂO
Apesar de pesquisas sobre o uso de novas tecnologias na educação, assim como a
quebradostradicionaisparadigmasnãoocorreu,daformadesejadanoambienteeducacional
(MAYER, 2001). Ainda de acordo com Mayer (2001), este fator é explicado pela forma
autoritária com que o uso de recursos tecnologicamente inovadores foi imposto aos
aprendizes. Aos estudantes era imposta a tarefa de adaptar seu estilo de aprendizagem,
conformeforamsurgindonovastecnologias,comoovídeo,rádio,computador(NETO,2006).
Neste contextoo desenvolvimento de ferramentas computacionais baseadas em técnicas de
inteligência artificial ganha destaque, pois o princípio destes recursos é adotar o tutor
(professor)humanocomomodeloidealebuscarsimulartalmodeloapartirdeprogramasde
computador com recursos multimídia e interativos. A principal meta da área de Sistemas
TutoresInteligentesé,portanto,ofereceraoaprendizumambientepersonalizado,adaptando
sua forma e apresentação do conteúdo. Espera-se que a partir da utilização de STI, as
dificuldades do ensino tradicional sejam superadas, i.e., o tratamento das dificuldades
individuaissejapersonalizadoacadausuário(NETO,2006).
A partir da década de 80, tiveram início as pesquisas sobre um modelo de
desenvolvimento de STI, ou Intelligent Computer Aided Instruction (Instrução Inteligente
AssistidaporComputador),visandoaumentodaeficiênciadoprocessodeaprendizagem.Os
primeirosresultadosdeestudossobreSTImostraramqueaanálisedeaplicaçãodetécnicasde
IA poderia ser a estratégia escolhida para melhor atender às expectativas de um STI
(SLEEMAN;BROWN,1982).SegundoumdosprimeirosmodelospropostosporSleemane
Brown(1982),mostroufocoemaspectoscomoainterfacedousuário,modelodeaprendize
técnicasdeinferência.
Paraodesenvolvimentodainterfacecomousuário,oobjetivoeraoestudodetécnicas
para inserção de linguagem natural em programas de computador, simulando diálogos
naturais.Neste contexto,pode-sedestacarousodelógicaFuzzyparaatingiroobjetivode
representaroambientepresencialdeensino,emSTI.
Módulo do Aprendiz/Estudante, tem como objetivo identificar e diagnosticar as
lacunasdeconceitosdosaprendizesemdeterminadodomíniodoconhecimento.Odesafioé
diferenciareventuaismalentendidos(ocasionados,porexemplo,porsobrecargacognitiva)ou
arealfaltadeconhecimentosobrealgumconceito.
Outro aspecto a ser considerado em sistemas inteligentes é referente àstécnicas de
dedução.Oobjetivoéprovidenciarrespostasaeventuaisquestionamentos,avaliarhipóteses,
47
enfim,determinarocomportamentoerespostasdosistema.Estastécnicassãobaseadasem
inferências,devendoserrobustas.
Durante a década de 80, os estudos sobre tecnologias computacionais no contexto
educacionalevoluíram,culminandoemumapropostadearquiteturabásicadeumSTI,sendo
utilizada como alicerce para desenvolvimento de recursos inteligentes de aprendizagem. A
figura17mostraaarquiteturabásicadeumSTI,propostaporBurnseCapps(1988).
Figura17–ArquiteturaBásicadosSistemasTutoresInteligentes
(TraduzidoeadaptadodeBurnseCapps,1988)
A arquitetura proposta (Figura 17), teve como base os primeiros resultados das
pesquisasconduzidas porSleemaneBrown(1982).Oconceitode interfacedeusuário eo
módulodoestudante,foramaprimorados.Adicionalmente,foramacrescidososmódulosdo
especialistaemódulotutor,comoobjetivodeexecutarasseguintesfunções.
Módulo Especialista:Deve incorporar e apresentar osconceitos sobre determinado
domínio,deformadetalhada,combasenoconhecimentodeespecialistas(humanos)
comexcelêncianaárea(BURNS;CAPPS,1988).Trata-sedoprincipalcomponentede
48
umSTI.Deformaanálogaaoensinopresencial,seoconhecimentosobreodomínio
nãoforsuficienteparasuprirasexpectativas,oprocessodeaprendizagemserápouco
eficaz(ANDERSON,1988).
MóduloTutor:temcomoprincipalfunçãoaapresentaçãodoconteúdoaousuário.A
partir dos dados coletados sobre cada aprendiz, o modelo tutor deve disponibilizar
mecanismosparainferirsobreocomportamentodoSTI(NETO,2006).
Módulo Estudante: conforme proposto por Burns e Capps (1982), o módulo
estudante tem como objetivo determinar possíveis lacunas de conceitos em cada
usuário do sistema. Entretanto, dada a complexidade de inferir sobre os estados
cognitivos dos estudantes, desejavelmente com grau mínimo de incerteza, foram
propostasdeterminadasestratégiasparaestatarefa.Aprimeiradelas,peloprocessode
avanço, na qual o usuário avança na navegação por um STI apenas quando é
comprovado o conhecimento requerido para cada tópico definido no currículo
estabelecido. Outra estratégia possível de ser utilizada permite que o usuário conte
comumaespéciedeconselheiro,istoé,osistemaofereceumadicaouumconselhoa
fim de auxiliar o aprendiz apenas quando é detectada a necessidade. Deste modo,
quando o rendimento doestudantesemostrasatisfatório, o módulo responsávelpor
fornecer dicas não é ativado. Ainda existem outras estratégias para diagnosticar o
estadocognitivodousuáriocomo,porexemplo,pormeiodegeraçãodeproblemasde
forma dinâmica, se adaptando às respostas dos estudantes (VANLEHN, 1988). Em
resumo,dealgumamaneira,oconhecimentodoaprendizdeveserclassificado,sejade
forma binária,qualitativamenteou depormeiodeatribuiçãodenúmerosemescala
pré-definida(VANLEHN,1988).
Interface / Ambiente de Aprendizagem: o projeto da interface de um STI tem a
função de promover o contexto de aprendizagem, atividades pedagógicas e
ferramentas de auxílio ao estudo eà navegação. As pesquisas sobre oambiente de
aprendizagemdevemlevaremconsideração:arepresentaçãodeelementosdomundo
realnoambientevirtualdeaprendizagem;osequenciamentodasatividadespropostas,
de acordo com o estado cognitivo de cada aprendiz; estratégias de promover
49
informações adicionais para colaborar na navegação e operação do STI (BURNS;
CAPPS,1988).
A partir da arquitetura sica proposta aos STI, é possível verificar que o
conhecimento, seja de tutores ou aprendizes, deve ser formalizado e representado
computacionalmente.Trata-sedeumdesafioparaaáreadeIA,poisoobjetivoéinserirna
basedeconhecimentoarepresentaçãomaisfielpossíveldeespecialistashumanos.
5.1REPRESENTAÇÃODOCONHECIMENTO
Existem diversas técnicas para representação de conhecimento como, por exemplo,
modelosgráficosouusodelógicaproposicional,deprimeiraordem,entreoutras.
5.1.1RepresentaçãoGráficadoConhecimento
A representação gráfica do conhecimento tem como objetivo facilitar a criação de
relaçõesentreregraseconceitossobredeterminadodomínio.Apartirdaassociaçãoentrenós
deum grafo, porexemplo,épossívelfacilitaraanalogiaougeneralização de conceitos ou
regras.
Umadasprincipaiscnicaspararepresentaçãográficadoconhecimento,épormeio
da teoria de grafos, que apresenta aplicações na própria matemática, sica, ciência da
computação, engenharia e outras áreas não-científicas. Os grafos são geralmente
representadospordesenhos,contendoumconjuntodepontoselinhasparaconexãodealguns
pontos.Ospontos,ounós,sãochamadosdevértices,enquantoaslinhassãoconhecidascomo
arestas(SIPSER,2007).
Além dos grafos simples, existem os grafos direcionados, onde as arestas possuem
sentido, isto é, as arestas são ordenadas. Em relação à apresentação gráfica dos grafos
direcionados,asarestassãorepresentadascomsetas,indicandoosentido(SIPSER,2007).
50
Figura18–GrafopararepresentaçãodoconhecimentoemSistemasTutoresInteligentes
(TraduzidoeadaptadodeGoldstein,1982)
Goldstein(1982),apresentaumexemplodarepresentaçãodeconhecimentopormeio
degrafos.Nestecaso,asregrassãoindicadaspelosnós(vértices)easarestasrepresentamas
inter-relações entre as regras. A aplicação descrita por Goldstein está relacionada com a
representaçãodasimulaçãodocomportamentodeumaprendiz.Omodeloproposto,temcerca
de100nóse300arestas.Partedestegrafopodeservisualizadanafigura18,ondeépossível
identificarosdiferentestiposdeinter-relaçãoentreasregrasquerepresentamoaprendiz.
51
Especificamente na área de educação, os mapas mentais foram desenvolvidos pelo
matemático Tony Buzan, como uma técnica pararepresentação deconhecimento deforma
gráfica. A técnica dos mapas mentais se baseia no conceito de que o cérebro humano
desempenhadiferentestarefasemcadaregião.Oladoesquerdodocérebroéresponsávelpela
áreadelógica,aritmética,processamentoverbal.Oladodireitoexecutatarefasqueenvolvem
imaginação,criatividade,emoção,formas,ritmoseoprocessamentodeinformaçõesvisuais.
OobjetivodeBuzaneraqueosmapasmentaispudessemusarsimultaneamenteosdoislados
docérebro,apartirderepresentaçõeslógicasevisuais(BRINKMAN,2003).Esteprincípioé
capaz de otimizar a eficiência e memorização de conceitos, estimulando a aprendizagem
significativa(MAYER,2001;BRINKMAN,2003).Osmapasmentaispodemserutilizados
dasseguintesformas,entreoutras:
Permitindoorganizarosconceitosdeformahierárquica,osmapasmentaispodemser
utilizados como uma estratégia alternativa para a introdução de novos conceitos. A
representação gráfica do conhecimento do especialista, apresentado no mapa mental, pode
facilitaraaprendizagemsignificativa.Istosedevepeloestímuloqueédadoaoestudante,para
relacionar os novos conceitos expressos no mapa, com os conceitos previamente
sedimentadosnaestruturacognitivadecadaaprendiz.Osmapasmentaistambémpodemser
usadoscomoumaestratégiaparaavaliaçãodoaprendizadodoestudante.Istosedeveaofato
dequeoentendimentodoestudantesobredeterminadodomíniosetornavisível,amedidaem
queomapamentaléconstruído(BRINKMAN,2003).
Entretanto,osmapasmentaispodemparecerconfusos,porseralgoquerepresenteo
conhecimento de um especialista de forma individualizada. Cada indivíduo é capaz de
construirummapamentaldeformaúnica,representandodiferentesassociaçõesdosconceitos
envolvidos.Acorretainterpretaçãodeummapamentalpodeserfeitaapartirdepalavrasou
frases de ligação entre os conceitos, caso contrário pode haver falta de entendimento da
relação de conceitos do mapa (BRINKMAN, 2003). Neste contexto, quando é necessário
garantir um nível de entendimento da relação dos conceitos, surgem os mapas conceituais
desenvolvidosporNovak,porvoltade1970.Osmapasconceituais,aoutilizarpalavrasou
frasesdeligaçãoentreosconceitos,contribuiparaevitaisqueoestudantepossainterpretarde
formaincorretaarelaçãoentreosassuntosrepresentadosnomapa.
52
5.1.2RepresentaçãodoConhecimentopormeiodeLógica
Na área de IA clássica, é explorada a representação do conhecimento de forma
simbólica, para descrever o comportamento de um sistema. Existem todos para a
representação de conhecimento formalmente com baseem símbolos. Dentre estas técnicas,
destacam-sealógicaproposicional,pelasuasimplicidade(SINGHetal.,2000),ealógicade
predicado,queapresentarecursossuficientespararepresentaçãodoconhecimentohumanode
formaeficaz(RUSSELL;NORVIG,2000).
Oconceitodelógicaestárelacionadocomnoçõesdeverdade,envolvendorelaçõesde
causaeefeitoentresentenças.Aexpressão(1)descreveasentença
β
,comoconsequênciada
sentença
α
(RUSSELL;NORVIG,2000).

β
α
=
| (1)
Oraciocínioapartirdalógica envolvea construçãodeumabase deconhecimento,
ondedevemcontersentençaslógicas,definidasformalmenteporsuasintaxe(linguagemde
representação) e semântica (significado das sentenças). Se a base de conhecimento é
verdadeira no mundo real, qualquer sentença
α
, também será verdadeira, desde que seja
derivada desta base de conhecimento por algum procedimento de inferência (RUSSELL;
NORVIG,2000).
Alógicaproposicionaléconsideradasimplesebásica,dopontodevistadesuasintaxe
esemântica,porémcapazderesolverproblemasnaengenhariadeformaeficaz,commétodos
deraciocíniobemdefinidos(SINGHetal.,2000;RUSSELL;NORVIG,2000).Asintaxeé
formadaporproposições,quepodemserdefinidascomouma
declaração
aqualépossível
associarumvalorverdadeirooufalso.Porsuavez,asproposiçõessãoformadasporsímbolos
proposicionais. A partir de um conjunto de variáveis ou símbolos proposicionais
),...,,(
21 n
ppp
e conectivos lógicos (Tabela 1), é possível construir sentenças lógicas para
representaçãodoconhecimento(SMULLYAN,1995).
53
Tabela1–ResumodosConectivosutilizadosnalógicaproposicional
Conectivo RepresentaçãoGráfica
Negação
¬
Conjunção
Disjunção
Implicação
Bicondicional
Portanto,apartirdoselementosconectivosapresentadosnaTabela1edasvariáveis
proposicionais, podem ser construídas fórmulas ou sentenças bem-formadas, para a
formalização de um argumento. De acordo com Smullyan (1995), a partir das sentenças é
possívelextrairregrasrecursivas:
1.
Todavariávelproposicionaléumasentença.
2.
Se
α
éumasentença,então
α
¬
tambémé.
3.
Se
α
e
β
sãosentenças,entãoaconjunçãoentre
α
e
β
)(
β
α
tambémé.
4.
Se
α
e
β
sãosentenças,entãoadisjunçãoentre
α
e
β
)(
β
α
tambémé.
5.
Se
α
e
β
o sentenças, então a condicional )(
β
α
também é, onde
α
é o
antecedentee
β
éoconsequente.
A semântica da lógica proposicional, em outras palavras, o significado de uma
sentençabem-formadaéderivadodainterpretação(ouvalidação)dossímbolosproposicionais
e dos conectivos gicos. Seja a sentença bem-formada
α
, e
α
P
o conjunto de símbolos
proposicionais de
α
. Define-se como
α
I
a interpretação de
α
, que pode ser mapeada de
acordocomafunção(2).

}0,1{:
a
αα
PI
(2)
Ondeoconjuntoverdade
}0,1{
associacadasímboloproposicionalde
α
aumvalor-
verdade, seja verdadeiro (1) ou falso (0). O valor verdade é encontrado a partir da
interpretação
)(I
ou validação
)(v
de
S
, seja
S
um conjunto de sentenças bem-formadas.
Portanto,ovalor )(
α
v
,para
S
α
podeassumirosseguintesvalores.
54
1)(
=
α
v
(verdadeiro)
0)(
=
α
v
(falso)
A partir das definições de sintaxe e semântica da lógica proposicional, é possível
extrapolaroutrosconceitos(SMULLYAN,1995;RUSSELL;NORVIG,2000):
1.
Avalidação
v
em
S
,conjuntodesentençasproposicionaisbem-formadas,échamada
deBooleana,seasquatrocondiçõesforemsatisfeitas:
a)
Àsentença
α
¬
éatribuídoovalor
verdadeiro
,se
α
for
falso
,e
falso
se
α
recebeo
valor
verdadeiro
.
b)
A sentença
β
α
é
verdadeira
se
α
e
β
tiverem o valor
verdadeiro
, caso
contrário,
β
α
recebeovalor
falso
.
c)
Asentença
β
α
é
verdadeira
sepelomenos
α
ou
β
tiveremovalor
verdadeiro
,
casocontrário,
β
α
recebeovalor
falso
.
d)
A sentença
β
α
é falsa se
α
e
β
tiverem o valor
verdadeiro e falso,
respectivamente.
Casocontrário,
β
α
recebeovalor
verdadeiro
.
2.
Asentença
α
éuma
tautologia
seforverdadeiraparatodasasvalidaçõesBooleanas
de
S
. Seja
n
o número de variáveis de
α
, existem
n
2
validações de
α
. A partir desta
informação, determinar se
α
é uma tautologia pode ser feita a partir da análise das
n
2
interpretaçõespossíveis.Pormeiodeumatabelaverdade,porexemplo,épossívelverificar
queasentença
p
p
¬
éumatautologia.
3.
A sentença
α
é
satisfatível
, se
α
é verdadeira em pelo menos uma interpretação
Booleana.Pormeiodeumatabelaverdade,porexemplo,épossívelverificarqueasentença
p
p
¬
éumasatisfatível.
4.
Duas sentenças,
α
e
β
, são equivalentes se
α
e
β
são verdadeiras nas mesmas
validaçõesBooleanas.
55
A partir de um conjunto de sentenças bem-formas, é possível inferir uma nova
sentença.Umaregradeinferênciaéumpadrãoqueestabelececomosãoderivadascadeiasde
conclusões, para atingir determinado objetivo (RUSSELL; NORVIG, 2000). A inferência
dedutivaéformadaporregraseteoremasdededuçãoclássicos,estudadosinicialmentepelos
gregosantigos.Apartirdeumconjuntodepremissas,busca-sededuzirumanovatese,obtida
pormeiodepadrõesdederivação(inferênciadedutiva).Osprincipaismodelosdeinferência
dedutivasão(RUSSELL;NORVIG,2000):
ModusPonens
(mododeafirmação):Aleituradaexpressão(3)deveserfeitademodo
queseocorre
α
,entãoocorre
β
.

β
α
β
α
,
(3)
ModusTollens
(mododenegação): nocasoapresentadona expressão(4), se ocorre
umanegação(
β
¬
),entãoocorreumanegação(
α
¬
).

α
β
β
α
¬
¬
,
(4)
Silogismo Hipotético: neste caso existe uma relação (5), possibilitando a conclusão
(6),onde
α
implicanasentença
γ
.

β
α
e
γ
β
(5)
Então
γ
α
(6)
Os padrões de dedução, para a resolução de problemas por meio de lógica, estão
relacionadascomousoderegrasdeprodução.Abasedeconhecimento,portanto,éformada
pelo conjunto de sentenças bem-formadas, padrões de inferência dedutivas e regras de
produção.Aestruturabásicadasregrasdeproduçãoéformadaporumfatoantecedenteeum
fatoconsequente:
Se
[Antecedente]
então
[Consequente]
56
Ofatoantecedenterepresentaacondiçãooupremissaparaqueaaçãoouconclusão
(conseqüente)sejadeterminada.Asregrasdeproduçãopodemserfacilmentecompreendidas
esãomodulares,ouseja,cadaregrainseridanabasedeconhecimentodosistemarepresenta
uma pequena parte do conhecimentogeral do sistema. Este nível demodularidade permite
maior facilidade para inserção de novas regras na base de conhecimento. Entretanto, o
conhecimentorepresentadoatravésderegrasdeprodução pode gerar umsistemacomuma
quantidademuitograndederegras,amedidaqueacomplexidadedosistemaaumenta.
Desta forma, é importante ressaltar que alternativamente, podem ser usadas outras
técnicas para representar o conhecimento humano, como a lógica modal, lógica temporal,
lógicadeprimeiraordem,entreoutrosmétodos(SINGHetal.,2000).
A lógica de predicado, ou de primeira ordem, ganha destaque neste contexto, pois
representa o conhecimento humano de forma eficiente. Deve ser usada em casos, onde a
lógica proposicional não seja capaz de representar o conhecimento humano de maneira
concisa(RUSSELL;NORVIG,2000).Alémdefatos,alógicadeprimeiraordempermitea
representação de conhecimento de objetos e relações. Este fato caracteriza um diferencial
relevante em comparação à lógica proposicional. A sintaxe é formada por elementos
conectivos, constantes, funções, variáveis, predicados e elementos quantificadores
(SMULLYAN,1995;RUSSELL;NORVIG,2000)
5.2SISTEMASINTELIGENTESBASEADOSEMCONHECIMENTO
Dentre as técnicasdeInteligência Artificial, ossistemas baseadosemconhecimento
apresentam mecanismos para automatização do raciocínio em um determinado domínio
específico. Na base de conhecimento devem ser inseridas instruções para determinar o
comportamento,desejavelmenteinteligente,dosistema.
5.2.1SistemasEspecialistas
Os Sistemas Especialistas fazem parte da linha de sistemas baseados em
conhecimento. Resumidamente, possuem uma base de conhecimento e um motor de
inferência,alémdainterfacecomousuário(Figura19).
57
Figura19–ArquiteturabásicadoSistemaEspecialista
(TraduzidoeadaptadodeNikilopoulos,1997)
BasedeConhecimento
A
basedeconhecimento
éumdosprincipaiscomponentesdossistemasespecialistas.
Éformadapeloconhecimentoextraídodoespecialistadedomíniohumano.Paraserinserido,
o conhecimento precisa ser codificado (ou representado) conforme formalismos
computacionaisbemdefinidosatravésdelógicaproposicional,lógicadeprimeiraordem,rede
semântica,regrasdeprodução,entreoutrasformas(RUSSELL;NORVIG,2000).
A representação de conhecimento através de regras de produção é a forma mais
utilizadaparaconstruçãodeSistemasEspecialistas.Alémdestefato,ossistemasbaseadosem
regrasaindaapresentamdesvantagens,poisnãotratamincertezasenãoaprendem.
Devidoàcomplexidadedeextraçãoerepresentaçãodoconhecimentodoespecialista
humano, as bases de conhecimento costumam abranger apenas domínios restritos
(FERNANDES,2008).
MotordeInferência
Responsávelpelasconclusõesdossistemasespecialistas,o
motordeinferência
tem
papelfundamentalnavalidaçãodasregras(modosderaciocínio)estabelecidasnosistema.De
acordo com os dados de entrada, o motor de inferência toma decisões, faz julgamentos e
inferearespostaaousuário.Existem basicamentedoismodosderaciocínio: encadeamento
direto (
foward chaining
), em que a partir de um dado inicial, o sistema chega a uma
conclusão,ouoencadeamentoreverso(
backwardchaining
),emqueosistemalevantauma
hipótesepararesoluçãodoproblemaeiniciaumprocessodeconfirmaçãodamesma.Omotor
58
de inferência ainda é responsável pela gestão de conflitos, i.e., define prioridades entre as
regrasdosistemaparaainferênciadaresoluçãodoproblema(NIKILOPOULOS,1997).
Interfacecomousuário
A
interfacecomousuário
temafunçãodecoletarosdadosdeentrada,atravésde
questionamentosoumenusgráficos.Apósorminodoprocessamentodosdados,ainterface
dousuárioexibeasinferênciasrealizadas.Éimportanteobservarqueossistemasespecialistas
apresentamgrandeaplicabilidadenaáreadeSistemasTutoresInteligentes,poisaresolução
de problemas é baseadanoconhecimento extraídodeum especialista de domíniohumano,
representandoomodelodoprofessor.
Aindapode-seobservarqueexisteosubsistemadeexplicação,responsávelporexibir
ao usuárioasevidênciasdo raciocínioutilizadopelosistemaespecialistapara resoluçãodo
problema.Ossistemasespecialistastambémdeverãodispordeummecanismoparaediçãoda
base de conhecimentos, facilitando o trabalho de otimização do sistema (FERNANDES,
2008).
Ossistemasespecialistastêmcomocaracterísticaocomportamentopassivo,atuando
comoummeiodeguiaouparaconselhos.Destaforma,nãoexisteatuaçãodiretanoambiente
emqueestãoinseridos(WOOLDRIDGE,2000).
5.2.2SistemasInteligentesDistribuídos
Em algumas aplicações complexas como, por exemplo, em educação o sistema
computacionalnecessitaagirdeformaautônomaparaaresoluçãodeumproblemaouatingir
uma determinada meta. Neste cenário a teoria de agentes colabora para a inserção do
comportamentointeligentenostradicionaissistemastutores,conformeilustraaFigura20.
59
Figura20–Relaçãoagente/ambiente
(TraduzidodeWooldridge,2000)
O ambiente em que o agente está inserido, é responsável pela entrada, ou seja, o
agente percebe alguma mudança no estado do ambientee com base nisto, executaalguma
açãonoambiente.Osambientespodemserclassificadosdeacordocomsuascaracterísticas
(WOOLDRIDGE,2000):
Acessibilidade: Um ambiente acessível permite que o agente tenha
informaçõesatualizadassobreseuestado.
Determinístico: Um ambiente determinístico significa que para cadaação do
agentehaveráapenasumefeitobemdefinido.Nãoháincertezasobreosefeitos
dasaçõestomadaspelosagentes.
Episódico: A performance de um agente estáem função de um determinado
númerodeepisódios.
Estático: Um ambiente estático se mantém inalterado a menos quando um
agenteexecuteumaação.
Discreto:Umambientediscretoéconstituídoporumnúmerofixoefinitode
agentes.
Oconceitodeagenteestárelacionadocomsuainteraçãocomoambiente,entretanto,
não há uma definição universal para agentes. De acordo com Russell e Norvig (2000), os
agentesocapazesdeperceberalteraçõesocorridasnoambienteatravésdesensoreseagir
nesteambientedemaneiraautônoma.
60
5.2.2.1AgentesComputacionais:FormalizaçãoMatemática
Os agentes podem ser formalizados matematicamente como uma sequência de
percepções
)(
p
e ações
)(
a
executadas sobre o ambiente. Seja o conjunto de estados do
ambiente
},...,,{
21
i
sssS
=
eoconjuntodeaçõesdoagente
},...,,{
21
i
aaaA
=
.Afunção
amb
(7)representaainteraçãoentreoambienteeoagente,onde
)(
S
éoconjuntodepotência
(
powerset
)de
S
(SINGHetal.,2000).

)(:
SASamb
×
(7)
Deacordocomamaneiraqueoagenteprocessaainformaçãodoambientepodehaver
duas classificações: Agentes puramente reativos ou Agentes com Estado (SINGH et al.,
2000).
AgentePuramenteReativo
Formalmente o comportamento de um agente puramente reativo pode ser definido
pelasfunções
percepção
(8)e
ação
(9),representadoahabilidadedepercepçãoeaçãosobre
oambiente.

PSpercepção
:
(8)

APação
*
:
(9)
As funções (8) e (9) mostram que o agente puramente reativo age no ambiente,
executando uma ação baseada na percepção do estado atual do ambiente
i
s . A estrutura
internadestetipodeagenteégeralmentebaseadapormeiodelógica,cominferênciaapartir
deregrasdeprodução(se...então...).Istosignificaqueumagentepuramentereativonãotem
memóriainterna,apenasconsideraoestadoatualdoambiente(WOOLDRIDGE,2000).
61
AgentecomEstado
Aprincipalcaracterísticadeumagentecomestadoéacapacidadedearmazenardados
internamente. Esta propriedade permite este tipo de agente considerar dados históricos e
atuais sobre oambientepara executar uma ação. Oconjunto
I
representa a habilidade de
memorização dos estados internos do agente, e a função atualizar (10) é utilizada para a
atualizaçãodoestadointerno.Afunção
ação
(11)deve,portanto,estaremfunçãodoestado
internodoagenteassimcomodoestadoatualdoambiente,conformeapercepção,função8
(WOOLDRIDGE,2000).

IPIatualizar
×
:
(10)

AIação
:
(11)
Asfunções(8),(10)e(11)mostramamaneiracomoosagentescomestadoprocessam
os dados, i.e., após a percepção do ambiente o estado interno do agente é atualizado e de
acordocomsualógicaumadeterminadaaçãoéexecutada(WOOLDRIDGE,2000).
5.2.2.2SistemaMultiagente
A teoria de agentes culminou no desenvolvimento dos Sistemas Multiagente,
considerada uma das principais técnicas no campo de pesquisa de Inteligência Artificial
Distribuída(IAD).Acomposiçãobásicadeumaarquiteturamultiagenteéapresençadeuma
sociedadedeagentestrabalhandodeformacooperativacomoobjetivofocadonaresolução
doproblemaproposto.Paraisto,oambientedeveapresentarumgrupodeagentesautônomos
e distribuídos, se comunicando através de um protocolo de comunicação para garantir a
interaçãoentreosagentesdosistemaeagentesexternoscomo,porexemplo,robôs,tutoresou
estudantes (RUSSELL; NORVIG, 2000). Um sistema multiagente deve apresentar uma
arquitetura coma definiçãodacomposiçãodosagentes.Nestecontextoé possível destacar
queosistemamultiagentepodeserconfiguradodeacordocomumaarquiteturacentralizada
oudescentralizada(CUENCA;OSSOWSKI,2000).
62
ArquiteturaCentralizada
O sistema multiagente centralizado é caracterizado pela existência de um agente
coordenadorcomamissãodeharmonizaraspropostaseinferênciassugeridaspelosagentes
dosistema(Figura21).
Figura21–SistemaMultiagente:ArquiteturaCentralizada
(TraduzidoeadaptadodeCuencaeOssowski,2000)
Neste tipo de arquitetura, o problema a ser resolvido é dividido em subproblemas,
ondecadaagentedosistemaéresponsávelpelaresoluçãodeseurespectivosubproblema.Os
n
agentes do sistema secomunicam somente com o agente coordenador que, por sua vez,
recebe as propostas de resolução dos subproblemas e coordena a tomada de decisão do
sistema(CUENCA;OSSOWSKI,2000).
63
ArquiteturaDescentralizada
A arquitetura de um sistema multiagente descentralizado, tem como principal
característicaacomunicaçãoentretodososagentesdosistema(Figura22).
Figura22–SistemaMultiagente:ArquiteturaDescentralizada
(TraduzidoeadaptadodeCuencaeOssowski,2000)
Deformasimilaraosistemamultiagentecentralizado,oproblemaobjetivoédividido
em subproblemas com seus respectivos agentes encarregados de resolvê-los. Porém, na
arquitetura descentralizada o existe a função de um agente coordenar as respostas e
inferênciasdosoutrosagentesdosistemaparaabuscadaresoluçãodoproblemaglobal.
Naarquiteturadescentralizadatodososagentessecomunicamentresiedestaforma
buscam alcançar o objetivo de resolução do problema. É importante observar que a
arquitetura descentralizada requer a definição de um protocolo de comunicação,
64
possivelmenteguiado por umateoria baseadaemredes sociaisouatémesmo emteoria de
jogos para a troca de informações entre agentes e a tomada de decisão sobre as ações do
sistema(CUENCA;OSSOWSKI,2000).
65
6DESENVOLVIMENTODOPROJETO
A proposta apresentada nesta dissertação tem como objetivo a implantação de um
recursodeaprendizagemcapazdeapresentar,deformaqualitativaeestruturada,osconceitos
envolvidosnoestudodosamplificadoresEDFA.Utilizandorecursosgráficos,porexemplo,
tecnologiamultimídiaemapasconceituais,paraaapresentaçãodoconteúdo,epossibilitando
estimularacriaçãodesignificadonaestruturacognitivadoestudante.Pormeiodetécnicasde
IA,o RecursodeAprendizagem devepossibilitara navegação personalizada (adaptada) ao
perfil do usuário, identificando os conhecimentos prévios dos mesmos. O objetivo de
implantaroRecursodeAprendizagememplataformadegerenciamentodeensinoLCMS,é
permitirqueoestudanteadministreseutempo,eaoprofessor,ogerenciamentodoconteúdoe
docurso.Em resumo,oobjetivodesteRecursodeAprendizageméinseriruma ferramenta
alternativaecomplementaraoestudodecomunicaçõesópticas.Paraalcançaroobjetivodo
projeto,forampesquisadastécnicasdoestadodaartenocampodecomputação,psicologia,
pedagogiaeciênciascognitivas,possibilitandoaintegraçãocomoutrasferramentasdeestudo
(livros,apostilas)emetodologiasdeensino(sejapresencialouadistância).
ORecursodeAprendizagemdeveobservaroconhecimentopréviodoaprendizsobre
os conceitos básicos dotópico de AmplificadoresÓpticos EDFA, a fimde fornecer meios
paraoestudodosconceitos,quesejamidentificadoseclassificadoscomoinsuficientesparao
prosseguimentodoestudopormeiodasimulaçãocomputacionaldoamplificadorEDFA.A
estratégiaadotadaparacoletardadossobreoconhecimentodecadaestudanteindividualmente
tevecomoalicerceainteraçãoentreousuárioeosistema.Ousodesimulaçãocomputacional
exige do aprendiz um patamar mínimo de requisitos sobre EDFA e, portanto, para cada
conceitofoicriadoumobjetodeaprendizagemespecífico.
Épossíveldividirodesenvolvimentodoprojetoemduaspartes.Primeiramenteforam
estudados os processosdedesenvolvimento do
software
, visandodefinir umasequênciade
tarefas para a construção da ferramenta de estudo. Nesta tarefa inicial foram definidos os
requisitos do projeto, arquitetura proposta, análises e planejamento da implantação do
software
. Na segunda etapa do projeto foram definidas as estratégias e metodologias de
desenvolvimentodorecursodeaprendizagem.
66
6.1PRÉ-REQUISITOSEARQUITETURAINICIALPROPOSTA(ETAPA1)
Adefiniçãodosrequisitosparaatendimentoàsnecessidadesdousuáriofoibaseadana
técnica de observação natural do contexto de estudo sobre comunicações ópticas, mais
especificamente amplificadores ópticos EDFA. Foi possível observar que os conceitos
envolvidossobreEDFAsãoabordadospelaliteraturaclássicadaáreacomo,porexemplo,em
Desurvire(1993)eBecker(1993)pormeiodededuçõesefórmulasmatemáticas.Amedida
queossistemasdetelecomunicaçõesbaseadosemfibrasópticasevoluem,naturalmenteuma
quantidademaiordeaprendizes,comveisdecapacitaçãoheterogêneos,buscamsededicar
ao estudo destesconceitos. Por outro lado, profissionais já inseridos nesta área necessitam
atualização curricular periódica. Neste cenário, acredita-se que uma parcela dos estudantes
nãotenhaospré-requisitosteóricosdamatemáticaparaseguiroestudodaformaencontrada
naliteratura.
Apartirdaobservaçãonestecontexto,pôde-sedeterminarasfuncionalidadesmínimas
dorecursodeaprendizagemproposto,apresentadasaseguir:
ORecursodeAprendizagemdeveestimularaaprendizagemsignificativa;
A sequência de apresentação dos conceitos deve facilitar a organização do
conteúdodeformaestruturadanamentedoaprendiz;
Os objetos de aprendizagem devem apresentar os conceitos de forma
qualitativa, evitandoformalismosmatemáticos,que devemserabordadosem
etapasmaisavançadasdoestudodosamplificadoresEDFA;
A interface com o usuário deve incorporar técnicas computacionais que
permitamanavegaçãoapropriada,considerandoocontextodeaprendizagem;
Adaptaçãodorecurso/sequenciamentopelosobjetosdeaprendizagemdeforma
asemoldarconformeoperfildecadaestudante.Esterequisitoéfundamental,
dadaaampladiversidadedeusuáriosdosistema;
Anavegaçãopelorecursodeaprendizagemnãodeveexigirdousuárioumalto
níveldeconhecimentoeminformáticacomopré-requisito.
Na etapa inicial do desenvolvimento foi a proposta da arquitetura do
software
,
buscando satisfazer os requisitos definidos. O recurso de aprendizagem foi dividido em 4
etapas,denominadasnosistemadaseguintemaneira,conformefigura23.
67
Figura23–ArquiteturadoSistemanaEtapa1
Aprimeirapartedoconteúdodesenvolvidoretrataosaspectosiniciaisparaomelhor
entendimento desta ferramenta de ensino (objetivos e pré-requisitos) e as informações
primordiais a respeito dos amplificadores ópticos de fibras dopadas por érbio, como o
surgimentododispositivo,vantagenselimitação.
O objetivo deste primeiro bloco foi proporcionar noções introdutórias dos
amplificadores ópticos de fibras dopadas por érbio, abordando as vantagens principais e a
limitaçãodestedispositivonasredesdetelecomunicações.Foramfeitasanálisesqualitativas
68
de alguns aspectos dos amplificadores ópticos, sem a inserção de equações ou deduções
matemáticas.
A segunda etapa da ferramenta de estudo proposta aborda os princípios de
funcionamentodosamplificadoresópticosdefibrasdopadasporérbio.Aquantidadedenovas
informações é consideravelmente maior, dada importância do entendimento destes tópicos.
AlémdosconceitosbásicosrelacionadosaofuncionamentodosamplificadoresEDFAcomo
absorção de energia, emissão estimulada e emissão espontânea, há uma reflexão sobre as
propriedades do érbio. Na terceira etapa desteobjeto de aprendizagemforamabordadas as
característicasealguns parâmetrossicos dosamplificadores ópticosEDFA. Destemodo,
foramintroduzidasnoçõesparaacompreensãodecomoosamplificadoressãodimensionados
na prática e quais são os parâmetros que devem ser analisados no projeto. Os conceitos
abordadossãodetalhadosesubdivididos,deacordocomsuanatureza,naTabela2.
Parafinalizaranavegaçãopelorecursodeaprendizagem,foipropostaaatividadede
simulaçãocomputacionalparaqueousuáriopudessevisualizareinteragircomsistemasreais.
Trata-sedoiníciodeumestágioavançadodosestudossobreEDFA.
Tabela2–HierarquiadosConceitosabordados
Grupo
ConceitoAssociado TítulodoObjetodeAprendizagem
1 Fatos DesenvolvimentodaTecnologiaEDFA
1 Fatos VantagensdousodoEDFA
1
Fatos
LimitaçãodoAmplificadorEDFA
2
Conceitosfísicos
PrincípiodeFuncionamentodoEDFA
2 Conceitosfísicos EmissãoEstimulada
2 Conceitosfísicos EmissãoEspontânea
2 Conceitosfísicos AbsorçãodeEnergia
2 Conceitosfísicos Propriedadesdoíonérbio
3 Práticadeprojeto ParâmetrosdoEDFA
3
Práticadeprojeto
LaserdeBombeio
3
Práticadeprojeto
ComprimentodaFibraDopada
3 Práticadeprojeto Organizaçãodosíonsnafibradopada
3 Práticadeprojeto ComportamentodinâmicodoEDFA
3 Práticadeprojeto SaturaçãodoAmplificadorEDFA
69
Atarefaseguintedoprocessodedesenvolvimentodorecursodeaprendizagemfoia
análisederiscobaseadanosrequisitosdeusuáriosenaarquiteturapropostanaprimeiraetapa
dedesenvolvimentodoprojeto.Foramidentificadososseguintesriscos:quantoausabilidade
do
software
; reusabilidade; hierarquização dos conceitos abordados sobre EDFA;
interoperabilidade;adaptabilidadeaoperfilindividualdousuário;finalmentequantoaousode
recursos multimídia e interativos. Os relatórios de informações sobre riscos deste projeto
podemservisualizadosnoApêndiceAdestedocumento.
Oriscodeusabilidadeestárelacionadocomopossíveldescumprimentodasmetasde
usabilidade do
software
, que estão associadas à utilidade, eficácia e eficiência do sistema,
além de fatores relacionados com a facilidade do uso da ferramenta de estudo. A
administração dos requisitos do projeto foi prioritária para atenuar o risco de perda da
utilidadeeeficáciadoprojeto.Outrasmetasdeusabilidadecomo,porexemplo,facilidadede
uso dosistema,forammonitoradascomoestudodetodosestratégicos eferramentasde
desenvolvimentodorecursodeaprendizagem.
Areusabilidadeéumacaracterísticapresentenoconceitodeobjetosdeaprendizagem
eumdosfatoresquetornouestatecnologiaamplamentedivulgadaeestudada.Destaformaa
construçãodeobjetosdeaprendizagemnãogranulares,nãointeroperáveisesemmetadados
podecomprometeraexistênciadoobjeto.Medidaspró-ativasparaamenizarouatenuareste
risco são: técnicas para construção de objetos de aprendizagem granulares, padrão de
interoperabilidadeeadoçãodeumpadrãodemetadados.
O risco relacionado a hierarquia dos conceitos pode causar perdas significativas no
processo de aprendizagem, pois pode induzir a formação mal estruturada da seqüência de
conceitos na mente do estudante. Desta forma, medidas como agrupamento de objetos de
aprendizagem,definiçãodeuma ordemlógica deapresentação doconteúdo e identificação
das relações de conflitos entre conceitos foram ações para evitar perdas catastróficas no
processodeaprendizagemsobreEDFA.
Oriscorelacionadoaousoderecursosmultimídiadeseradministradocomouso
das técnicas e ferramentas apropriadas para desenvolvimento de imagens, gráficos,
animações,narrações,etc.Astécnicasaseremadotadas devemser específicas,focadasem
como criar uma estrutura lógica dos conceitos apresentados na mente do estudante,
estimulandoaaprendizagemsignificativa.Paraisto,os
softwares
dedesenvolvimentodevem
tercapacidadegráficaparaproduçãodeimagens,gráficos,eventuaisnarrações,entreoutros
recursos. Animações computacionais integram parte da estratégia para transmissão dos
70
conceitos,portanto,trata-sedeumpontocríticonoprojetodevidoaaplicaçãoespecíficaque
caracterizaaáreadeeducação.
Já o risco quanto a adaptabilidade ao perfil do usuário pôde ser monitorado, nesta
etapa de desenvolvimento, a partir da construção de objetos de aprendizagem granulares.
Desta maneira é uma facilidade em adaptar determinada seqüência de objetos de
aprendizagemconformeosinteressesdeestudoounecessidadesdecadaaprendiz.
Aengenhariadoprojeto,alémdedefinirasinterfacesinternaseexternas,permitiua
especificaçãotécnicadasferramentasdedesenvolvimentoparaaimplantaçãodorecursode
aprendizagememsuaprimeiraetapadedesenvolvimento.Aespecificaçãodasferramentasde
desenvolvimento, assim como a Implantação, foram realizadas com base na arquitetura
propostainicialmente,assimcomonasconsideraçõeseplanodeação definidona tarefade
análise de risco. Por sua vez, a implantação da arquitetura proposta na primeira etapa,
permitiu a verificação dofuncionamentodoscomponentesdoprojetoea integraçãodestes
comelementosexternos,comoaplataformadegerenciamentodeensino(Tabela3).
Tabela3–RastreamentodeRequisitos(Etapa1)
Utilidade,
Eficáciae
Eficiência
Interface Reusabilidade
Apresentação
doconteúdo
Adaptação
aoperfildo
usuário
Animações
Multimídia
N/A
N/A
Recursos
Interativos
N/A
N/A
Simulação
computacional
N/A
N/A
N/A
Conceitos
hierarquizados
N/A
N/A
N/A
Modelo
SCORM
N/A
N/A
N/A
Navegação
particionada
N/A
N/A
N/A
Implantação
emLCMS
N/A
N/A
N/A
A implantação ainda permitiu uma análise crítica do projeto arquitetural e suas
funcionalidades, fato que deu início a segunda etapa do desenvolvimento. Neste projeto, a
gestão de requisitos teve como base a tabela de rastreamento de requisitos, que pode ser
utilizada para analise de alterações dos requisitos do projeto durante seudesenvolvimento,
Características
Requisitos
71
assimcomoparaverificaroatendimentoaosrequisitosestabelecidos.Aconstruçãodatabela
de rastreamento de requisitos deve ser elaborada de forma a relacionar cada requisito do
projeto(sejanovoouestabelecidoanteriormente)aorespectivocomponentedo
software
que
atendeaorequisito.Portanto,naprimeiraetapadoprojeto,aTabela3,mostracadarequisito
estabelecidoeseascaracterísticasdo
software
implantadoatendemsatisfatoriamenteaestes
requisitos.
6.2AEVOLUÇÃODAARQUITETURAPROPOSTA:AINSERÇÃODEUMSISTEMA
ESPECIALISTA(ETAPA2)
A segunda etapa do processo de desenvolvimento do recurso de aprendizagem teve
comoinícioarevisão dosrequisitos dosistemaproposto.Oobjetivodestatarefafoitornar
maisevidenteanecessidadedeadaptaçãodaferramentadeestudoaoperfildousuário.Desta
maneiraacontribuiçãodorecursopropostopoderiaserotimizada.
A partir da Tabela 3, analisadaa primeira etapa do projeto, pôde-se concluir que a
construçãodeobjetosdeaprendizagemgranularespodecolaborarparaqueoestudanteapenas
naveguepelosconceitosdeinteresse. Entretanto,notou-setambémquealgumdulopara
auxílio à navegação era necessário para ajudar o estudante a selecionar os objetos de
aprendizagemmaisrelevantes,conformecadaperfil.Aarquiteturapropostanasegundaetapa
incluitécnicadeinteligênciaartificialparaatingiresteobjetivo.
Para isto foi inserido um sistema especialista com objetivo de orientar o usuário,
identificandodeterminada sequência de objetosdeaprendizagem,que devemserutilizados
paraque os aprendizesadquiramumpatamarmínimode conceitos,visandooestudo mais
aprofundadocomousodesimulaçãocomputacional.
Apartirdosobjetosdeaprendizagem desenvolvidos sobreamplificadores ópticos,o
objetivofoiconstruirumsistemaespecialista,paraidentificarpossíveislacunasdosconceitos
pré-requisitosparaarealizaçãodaatividadedesimulaçãocomputacional,propondooestudo
destesconceitospormeiodosobjetosdeaprendizagem.Poroutrolado,casoousuáriopossua
um patamar mínimo de conhecimento, poderia iniciar diretamente o estudo a partir da
simulaçãocomputacional.Afiguraaseguir(Figura24)ilustraaarquiteturabásicadosistema
proposto.
72
Figura24–ArquiteturadoSistemanaEtapa2
Emrelaçãoàarquiteturaproposta(Figura24),oriscodeadaptabilidadeaoperfildo
usuário foi atenuado pela inserção do sistema especialista. Porém, outros fatores de risco
identificadosnaetapadedesenvolvimentoanteriortambémforamrevisados,dadaaalteração
daarquiteturadorecursodeaprendizagem.
As metas de usabilidade foram expandidas ao sistema especialista. Apesar deste
componentenãoterafunçãodetransmitiroconteúdoaousuáriofoinecessáriooestudode
técnicasparadesenvolvimentodosistemaespecialistadefáciloperaçãoenavegação.Orisco
associadoàaplicaçãodeinteratividadedestacou-senestaetapa,poisacomunicaçãoentreo
usuárioeosistemaespecialistadeveocorrereficientementedeformaapermitirqueosistema
coletassedadossobrepré-requisitosdoaprendiz,podendoinferirsobreasequênciadeobjetos
de aprendizagem. O objetivo das técnicas, para coleta de dados sobre o conhecimento dos
usuários(pormeiodequestionário),erafornecerosistemaespecialistacomoumdulode
auxílioànavegaçãoenãocomoumaformadeavaliação.
Ainteroperabilidadefoioutrofatordedestaquenarevisãodosriscosnasegundaetapa
de desenvolvimento. O uso do sistema especialista caracterizou a adição de um novo
componente ao recurso de aprendizagem, devendo ser construído de forma a permitir a
interoperabilidadejuntamentecomosobjetosdeaprendizagem.
Apartirdaanáliseerevisãofeitasnestaetapadedesenvolvimento,foiimplantadaa
nova arquitetura do recurso de aprendizagem. A partir da atualização da tabela de
rastreamento de requisitos (Tabela 4), com base na implantação da arquitetura da segunda
etapa do ciclo de vida do
software
permitiu verificar a evolução do desenvolvimento do
RecursodeAprendizagem.
73
Tabela4–RastreamentodeRequisitos(Etapa2)
Utilidade,
Eficáciae
Eficiência
Interface Reusabilidade
Apresentação
doconteúdo
Adaptação
aoperfildo
usuário
Animações
Multimídia
N/A
N/A
Recursos
Interativos
N/A
N/A
Simulação
computacional
N/A
N/A
N/A
Conceitos
hierarquizados
N/A
N/A
N/A
Modelo
SCORM
N/A
N/A
N/A
Sistema
Especialista
N/A
N/A
Implantação
emLCMS
N/A
N/A
N/A
Anavegaçãopelosistemaespecialistageravaumalistadeobjetosdeaprendizagema
serem estudados. Este fatocaracterizava a existência dedois blocos distintosno projeto: o
usuáriorespondequestõesinterativaseaofinalrecebeumasequênciadetarefas(objetosde
aprendizagem)acumprir.Nesteformato,osistemaespecialistaeanavegaçãopelosobjetos
deaprendizagemnãoocorredeformaintegrada,podendoprejudicarafacilidadedeusodo
sistema.Estefatordeuinícioaterceiraetapadedesenvolvimentodoprojeto.
6.3DEFINIÇÃODAARQUITETURAPROPOSTA:ATENDIMENTOAOSREQUISITOS
DOPROJETO(ETAPA3)
Aterceiraetapadedesenvolvimentodorecursodeaprendizagemtevecomoprincipal
objetivo a manutenção do monitoramento dos riscos identificados nas etapas iniciais do
projeto. Foram feitas modificações para atenuação de fatores de riscos específicos,
identificadospreviamentenaetapa2,conformedescritosaseguir.
A falta de integração entre o sistema especialista e os objetos de aprendizagem foi
consideradaumfatorderiscocompotencialcomprometimentoàusabilidadedorecursode
aprendizagem,poisanavegaçãopormódulosindependentes(SistemaEspecialistaeObjeto
deAprendizagem)podecausardificuldadesduranteanavegação.Outrofatorderiscolevado
emconsideraçãofoiasequênciadeatividadespropostapelorecursodeaprendizagem.Istoé,
Características
Requisitos
74
noinícioerapropostaumadeterminadaquantidadedequestões,esomenteapósasrespostas
dos usuários no sistema era dado início à navegação pelos objetos de aprendizagem. Este
procedimento pode comprometer também a usabilidade do projeto, pois cabe ao usuário
coordenarousodediferentescomponentesnãointegradosdo
software
.
De acordo com estas observações, na etapa três foram propostas as seguintes
modificaçõesnaarquiteturadoprojeto(Figura25).
Figura25–ArquiteturadoSistemanaEtapa3
Naterceiraetapa,osconceitossãoapresentadosemummapaconceitual,ondeforam
inseridos agentes computacionais interativos, responsáveis pela inferência quanto ao
encaminhamentodanavegaçãodousuárioparaoobjetodeaprendizagemassociadoacadanó
do mapa conceitual. Após o estudo dos objetos de aprendizagem propostos pelo sistema
multiagente (por meio do mapa conceitual), a atividade de simulação computacional é
propostaaousuário.
A composição proposta na terceira arquitetura do projeto abrange uma técnica de
InteligênciaArtificial(IA),mantendoaatenuaçãodoriscoquantoàadaptabilidadeaoperfil
dousuário.Ofatodeinseriromapaconceitualconsistenaestratégiadeatenuaçãodosriscos
deusabilidade,poiséumacnicadesenvolvidapararepresentaçãográficadeconhecimento.
Outrosriscosquantoaousodetecnologiamultimídiaeinteratividadeforamatenuadoseainda
75
reduzidos em relação às etapas anteriores. Isto se deve pelo fato do mapa conceitual ser
dedicadoeamplamenteconsagradonocampodeeducação(CAÑAS;CARVALHO,2005).
Por se tratar de uma representação em árvore, o mapa conceitual não prejudicou a
reusabilidadederecursodeaprendizagem,umavezquepodemseradicionadosoureduzidos
nósconformeanecessidadedosdiferentescontextosdeusodo
software
proposto.Poroutro
lado, o mapa conceitual ainda colaborou para a melhor visualização da hierarquia dos
conceitosabordadossobreEDFA.
Entretanto,foinecessáriaatençãoduranteastarefasdeengenhariaeimplantaçãoda
terceiraetapadoprojetoquantoàmanutençãodainteroperabilidadedosistema.Ainserçãode
um novo componente, responsável por interar os Objetos de Aprendizagem, demandou
esforçosparaomonitoramentodorisco deinteroperabilidade,especificandoasferramentas
dedesenvolvimentoapropriadas.
Como resultado das tarefas de engenharia e implantação, a análise do recurso de
aprendizagem, por meio da Tabela 5, mostra o atendimento satisfatório aos requisitos
estabelecidos durante o projeto e, portanto, não foi iniciada nenhuma etapa posterior do
processo de desenvolvimento do projeto. O atendimento aos requisitos (suprimento de
ferramentas de estudo sobre EDFA de forma multimídia, interativa, com uma gama de
recursos tecnológicos para o estudo dos conceitos mínimos para o avanço ao
software
simulador computacional) e atenuação dos riscos associados foi o critério de definição da
proposta.
76
Tabela5–RastreamentodeRequisitos(Etapa3)
Utilidade,
Eficáciae
Eficiência
Interface Reusabilidade
Apresentação
doconteúdo
Adaptação
aoperfildo
usuário
Animações
Multimídia
N/A
N/A
Recursos
Interativos
N/A
N/A
Simulação
computacional
N/A
N/A
N/A
Conceitos
hierarquizados
N/A
N/A
N/A
Modelo
SCORM
N/A
N/A
Mapa
Conceitual
(SMA)
N/A
N/A
Implantação
emLCMS
N/A
N/A
N/A
Após a determinação dos processos e tarefas para o desenvolvimento do projeto,
foramestudadoseimplementadososmétodosetécnicasparaconstruçãoutilizadasdurantea
implantaçãodorecursodeaprendizagem.
6.4METODOLOGIADEDESENVOLVIMENTO
Paraaconstruçãoeimplantaçãodorecursodeaprendizagem,alémdosprocessosde
engenhariade
software
,foinecessáriaapesquisasobretécnicasparaodesenvolvimentodo
projeto.Aseguirosdetalhesemétodosadotadosserãodescritos.
6.4.1MapaConceitual
O desenvolvimento de um mapa conceitual tem como característica principal a
flexibilidade,poisnãoháapenasumaúnicaformaderepresentarumconceitopormeiodeum
mapaconceitual(CAÑAS;CARVALHO,2005).Nesteprojeto,odesenvolvimentodomapa
conceitualfoibaseadonasseguintesetapas.
Primeiramente, os principais conceitos relacionados com o tópico EDFA foram
identificadosparainserçãonomapa.Existeumarecomendaçãoporseusarpoucaspalavras
nosnósdomapa(NOVAK;GOWIN,1984),entretantoemalgunscasosfoinecessárioouso
Características
Requisitos
77
deexpressõesmaislongasparagarantirqueoconceitoestariasendorepresentadodeforma
corretanomapa.Asegundaetapaestáassociadaàhierarquiadeconceitos,quefoidividida
em três grupos (Tabela 2). O primeiro grupo está relacionado com a fatos, como o
desenvolvimento do EDFA, vantagens e limitações do uso desta tecnologia na área de
telecomunicações.OSegundogrupodeconceitostratasobreosprincípiosfísicosinerentesao
funcionamentodosamplificadoresópticosEDFA.Porfim,oterceirogrupoenvolveconceitos
práticos de projetos e aplicações dos amplificadores EDFA. Os conceitos abordados no
terceiro grupo são fundamentais para os usuários que visam o desenvolvimento de novos
projetosouresoluçãodeproblemasrelacionadosàcomunicaçãoóptica.Cadanóapresentano
mapaconceitualumobjetodeaprendizagemcorrespondenteequedevesernavegadocasoo
estudantenecessitedoestudomaisaprofundadoemdeterminadoconceito.Atabela2mostra
osobjetosdeaprendizagemclassificadosdeacordocomahierarquiadeconceitosutilizada
para a construção do mapa. A leitura do mapa deve ser feita de cima para baixo e foram
usadas diferentes cores para tornar explícitas as diferentes hierarquias dos conceitos. Esta
estratégia foi usada para guiar os usuários durante a navegação, tornando evidente a
hierarquiadeconceitosadotada.
A próxima etapa do desenvolvimento do mapa conceitual foi conectar os conceitos
apresentados nos nós do mapa. Neste projeto, os nós foram conectados a partir de linhas,
juntamentecompalavras,oupequenasexpressõesecomsetasindicativas.Aspalavraspara
conexãodosconceitossãofundamentaisparaqueoaprendizcriesignificadoapartirdestes
links
.
OmapaconceitualfoiconstruídopormeiodoprogramaIHMCCMap
software
toolkit
(2009), desenvolvido pelo Instituto especializado em cognição (
Institute for Human and
Machine Cognition
) da Universidade de
West Florida
. Após o desenvolvimento, o mapa
conceitualfoiinseridoetestadonaplataformaMOODLE.
6.4.2AgentesComputacionais
Ateoriadeagentesculminounodesenvolvimentodos
SistemasMultiagentes
,uma
importante técnica utilizada na área de pesquisa de Inteligência Artificial Distribuída. A
arquitetura básica de um sistema multiagentes é composta por uma sociedade de agentes
trabalhandodeformacolaborativacomoobjetivoderesoluçãodeumdeterminadoproblema.
Portanto,umambientedeumsistemamultiagentesapresentaumgrupodeagentesautônomos
edistribuídos,secomunicandopormeiodeumprotocolodecomunicação.Destamaneiraé
78
garantidaainteraçãoentreosagentesdosistemaeagentesrobôsouhumanos,comotutores
ouaprendizes,porexemplo(RUSSELL;NORVIG,2000).
No recurso de aprendizagem foi inserida uma sociedade de agentes no mapa
conceitual, com o objetivo de observar e coletar informações sobre os pré-requisitos dos
usuários.Aestruturainternadosagentesutilizaarepresentaçãodoconhecimentopormeioda
lógica proposicional. Seja
n
ppp
,...,,
21
 variáveis proposicionais, representando a resposta
dadapeloaprendizacadaquestionamentopropostopeloagentecomputacional.Considera-se
queàrespostacorretaéatribuídoovalorverdadeiro(1),casocontrário,falso(0).

n
ppp
=
...
21
α
(12)
Apartirdasentença
α
(12),épossívelqueapartirdabasedeconhecimentosejam
inferidososseguintesresultados,pormeiodeumaregradeprodução.
se
[ 1)(
=
α
v
],
então
[osistemamultiagentesugereseguirnavegaçãopelomapaconceitual]
se
[ 0)(
=
α
v
],
então
[osistemamultiagentesugerenavegaçãopeloObjetodeAprendizagem]
Os agentes, portanto, têm a missão de atuar sobre o ambiente de aprendizagem,
sugerindo o estudo e acesso aos objetos de aprendizagem mais apropriados, conforme os
resultadossobreoperfildousuário.Ousodetécnicasdeinteligênciaartificialinseridasem
mapasconceituaisvemsendodiscutidoanosdevidoàfaltadeformalismocomputacional
que os mapas conceituais possuem (CAÑAS; CARVALHO, 2005). O uso do sistema
multiagente no mapa conceitual consiste em uma proposta para extrair os benefícios da
representaçãodeconhecimentopormeiodemapasconceituaiseaindacomafuncionalidade
deadaptarosistemaànecessidadedecadausuáriocomumacnicadeinteligênciaartificial.
Aestruturadosistemapropostoébaseadanaarquiteturadesistemasmultiagentecentralizada,
comopodeservisualizadanafigura26.
79
Figura26–ArquiteturaCentralizadadoSistemaMultiagente
Épossívelvisualizarqueumagentefoiconstruídoparacadanódomapaconceitual.
Istosignificaquecadaagenteéresponsávelporinferior/sugeriranavegaçãopeloobjetode
aprendizagemcorrespondente.Nestemomentooagentehumano(estudante)temafunçãode
coordenaraspropostassugeridaspelosagentes(RUSSELL;NORVIG,2000).
Os agentes desenvolvidos neste trabalho podem ser classificados como puramente
reativos (WOOLDRIDGE, 2000; RUSSELL; NORVIG, 2000). A Estrutura interna é
composta por regras de produção. O fato de o agente ser puramente reativo implica que
nenhum dado histórico é utilizado para tomadas de decisão, apenas o estado atual do
ambiente.
Ainteraçãoentreoagenteeoestudanteétambémumaformapararesgataraspectos
motivacionais e emocionais característicos do processo de aprendizagem (MAYER, 2001;
NETTO,2004).Nesteprojetofoiutilizadoummodeloconceitualdeinteração,queconsiste
emdescreverasatividadesqueosusuáriosfarãoduranteainteraçãocomosagentes.Atabela
6resumeosmodelosconceituaisdeatividadespropostospormeiodosagentes.
80
Tabela6–ModelosdeInteraçãoparaAtividadescomAgentes
ConceitoAssociado ModelodeInteração
VantagensdousodoEDFA
Sintetizarasvantagensdeumanovatecnologia,comparando
comtecnologiasanteriores
LimitaçãodoAmplificador
Escolherumequipamentoparaaresoluçãodeumproblema
realapresentado
Emissão
Estimulada
Selecionarumeventoparacompletarumalinhadotempo
EmissãoEspontânea Relacionaroconceitoapresentadoemumtextoteóricocom
umasituaçãoprática
AbsorçãodeEnergia Ordenarhierarquicamenteumasequênciadefiguras
Propriedadesdoíonérbio Completarumdiagramacorretamente
LaserdeBombeio Analisarumasequênciadeaçõesetirarconclusões
Organizaçãodosíonsnafibra
dopada
Completarespaçosembrancoemumtexto
ConfiguraçãodoEDFAnos
links
decomunicação
Aportarerrospresentesemumasequênciadefiguras
Outroaspectofundamentalduranteodesenvolvimentodoprojetoéadeterminaçãode
estratégiasparadarfeedbackaousuárioapósainteraçãocomosagentes.Paraestatarefa,os
seguintesmétodoseprincípiosforamutilizados(IMI,2001):
Os resultados devem ser transparentes aos aprendizes. Isto significa que os estudantes
devemserinformadosseasrespostasdadasaosagentesocorretasounão.Istodeveser
feitodeformaimediataduranteainteração;
Devemserapresentadasexplicaçõesadicionaisreferentesàrespostadoestudante,estando
corretaouincorreta.Estáéumamaneiradeestimularaaprendizagemdenovosconceitos
mesmosearespostaestivercorreta;
Deve ser proposta ao estudante uma solução para estudar as lacunas conceituais
identificadaspelainteraçãocomosagentes.Nestemomento,osagentesdevemagirsobre
oambiente,conduzindoousuárioaestudarpormeiodosobjetosdeaprendizagem.
Odesenvolvimentodosagentesfoibaseadopelo
software
AdobeFlash.Este
software
,
comumente utilizado para o desenvolvimento de animações, está instalado em 98% dos
computadores (2008) e é recomendado por permitir o desenvolvimento de aplicações
complexas,dinâmicaseinterativas,comrmulasecálculosmatemáticos,produzindoefeitos
81
especiaisque,sebemempregadas,colaboramparaaaprendizagem.Porfim,osagentesforam
inseridosnomapaconceitual.
6.4.3ObjetosdeAprendizagem
Ametodologiadedesenvolvimentodosobjetosdeaprendizagemincluitécnicaspara
inserçãodeinteratividade,pormeiodoposicionamentobotõescom
links
paranavegação,e
recursos áudio-visuais representados pelas animações e narrações. O principio de
desenvolvimento dos objetos de aprendizagem é o mesmo, independentemente da sua
aplicaçãonorecursodeaprendizagemproposto.
Asanimações,presentesnoObjetodeAprendizagem,foramdesenvolvidasdeformaa
possibilitaracriaçãodeumainterfacecomrecursosinterativos,explorandoousodecorese
gráficos. Entretanto, foram inseridos apenas os recursos gráficos fundamentais para que o
objetivo do estudo seja cumprido, evitando sobrecarregar a memória de trabalho e
consequentementedesviandoaatençãodosaprendizes(MAYER,2001).
Emtodasasanimaçõesforamadicionadasnarraçõesparaqueoalunopossaestimular
ossensoresverbaisevisuais,tornandoaaprendizagemmaiseficienteeequilibrandoonível
decargacognitivadocanalvisualedocanalverbal.AindadeacordocomMayer(2001),a
narraçãodeveserinseridadeformasincronizadacomasrespectivasanimações,facilitandoo
armazenamento das informações no cérebro dos usuários, além de possibilitar o
relacionamentodonovoconteúdocomoconhecimentoarmazenadoapriorinamemóriade
longoprazodoaprendiz.
O fato do público alvo deste Objeto de Aprendizagem ser variável, com alunos de
graduação em projetos de iniciação científica e alunos de mestrado, justifica a opção por
narrações incorporadas às animações apresentarem linguagem objetiva, com tempo de
duraçãomínimo(cercade 1 minuto) paracadatópico,semque a navegação pelocurso se
tornecansativa.Odesenvolvimentodoobjetodeaprendizagemfoibaseadonautilizaçãoda
ferramenta
AdobeFlash
,gerandoosarquivoscomasanimaçõesenarrações(
Assets
),eestes
sendoinseridosnoeditor
eXeXHTMLLearning
parageraropacoteSCORM1.2.
Porfim, opacoteSCORMfoiinseridocomoumaatividadeSCORM na plataforma
MOODLE para ser integrado com outros recursos, como mapa conceitual, simulação
computacional, entre outros. A escolha do uso do MOODLE justifica-se basicamente pelo
fato deserumaplataforma degerenciamentodeensino aberta, utilizadamundialmenteque
possibilita realizar atividades como o desenvolvimento de novas ferramentas de estudo,
82
discussões sobre metodologias de ensino e assuntos relacionados ao próprio ambiente de
aprendizadoesuasinterfaces.Finalmente,noMOODLE,éfeitaaintegraçãodaferramenta
desenvolvidacomo
software
desimulaçãocomputacional.
6.4.4SimulaçãoComputacional
O aplicativo PTDS
(2008)
foi desenvolvido com oobjetivode otimizar o projetoe
análisesderedesdetelecomunicaçõesqueutilizamfibrasópticas.Deacordocomoavanço
destemeiodetransmissão,osaplicativosparasimulaçãosãodeextremaimportância,poisé
possível reduzir os testes em campo para melhorar ou otimizar o desempenho do enlace,
assim como pode ser usado para verificar a viabilidade de determinado experimento antes
mesmodeexecuçõesfísicasemlaboratórios.
Apartir do tráfegodedados entre os blocosinternosdo
software
éconstruídauma
ferramentadesimulação,emqueousuáriopodealterarosesquemaspropostos,construirseus
própriosesquemaseaindaconfigurarosparâmetrosdoscomponentes.Esteéumaplicativo
queo se limita apenas aosamplificadores ópticos, pois englobatodososcomponentese
tecnologiasdossistemasdecomunicaçõesópticasemgeral.
No caso do recurso de aprendizagem desenvolvido, o foco é o estudo de
amplificadoresópticosdefibrasdopadasporérbio.Oaplicativoapresentaquatromódulosde
estudo, que permitem ao usuário analisar o comportamento dos amplificadores EDFA em
relaçãoaoruídoASE(
AmplifiedSpontaneousEmission
),ganho,saturação,comprimentoda
fibra dopada e outros parâmetros, que tornam possível a comparação e otimização de
desempenhodediferentesconfiguraçõesdoEDFA.
6.5FERRAMENTASDEDESENVOLVIMENTO
Nestaseção,sãodescritasasespecificaçõestécnicasedetalhessobreasferramentasde
desenvolvimentoselecionadasparaaimplantaçãodorecursodeaprendizagem.
6.5.1MapaConceitual
Existemdiversaspossibilidadesparaseconstruirummapaconceitual,comopormeio
do
software
AdobeFlash,porexemplo.Entretanto,comoavançodosestudossobreMapas
Conceituais foi desenvolvido o
software
 de auxílio de desenvolvimento chamado
CMap
Tools
.Estaferramentagratuitadedesenvolvimentofoiresultadodogrupodepesquisassobre
83
ciênciascognitivasnaUniversidadedeFlórida(
InstituteforHumanMachineCognition,West
Florida University
) e é composta por dois
softwares:
o
CMap Server
e o
CMap Tools
. O
primeiroéutilizadoparaarmazenarosmapascriadoseaindapermiteocompartilhamentona
Internet. Enquanto o
CMap Tools
é utilizadoparaodesenvolvimento/criação doMapade
forma flexível, permitindo ao usuárioinstalar apenasasfuncionalidades necessárias para o
projeto.Podem-sedestacarduasmaiscaracterísticasdeste
software
queotornoudivulgado
internacionalmente.
Além disso, o
CMap Tools
permite a exportação de Mapas em formato XML,
facilitandoaintegraçãocomoutrosrecursos/ferramentashipermídia.Este
software
aindase
destacapelapossibilidadedeadiçãoderecursoscomosons,imagens,vídeos,entreoutros.No
projeto desenvolvido foram adicionados objetos de aprendizagem aos nós do mapa
construído.
6.5.2ObjetosdeAprendizagem
Os objetos de aprendizagem podem utilizar além dos textos, recursos como
animações,ilustrações,vídeosepossivelmenteáudio.Nãoexisteum
software
específicopara
desenvolvimento dos objetos de aprendizagem, para cada recurso existe uma ou mais
ferramentas (linguagens de programação, editores de texto e áudio, etc) que satisfazem os
objetivos do projetista. Neste capítulo são citadas as ferramentas utilizadas no
desenvolvimento da ferramenta de ensino proposta neste trabalho, porém existem outras
alternativasparaaelaboraçãoosobjetosdeaprendizagemeseusatributos.
O
softwareAdobeFlash
é utilizadonodesenvolvimentode animações.Porseruma
ferramenta baseada na tecnologia vetorial, é altamente recomendado para a criação dos
objetosdeaprendizagem,alémdesetratardeum
software
defácilmanipulação.Apartirda
versão5,o
Flash
incorporouumalinguagemchamada
ActionScript
paradesenvolvimentode
aplicações mais complexas adicionando interatividade, fórmulas e cálculos matemáticos às
animações além de efeitos especiais que podem valorizar o trabalho. As funcionalidades
apresentadas pelo
software Adobe Flash
são os motivos pelos quais os agentes
computacionaistambémforamdesenvolvidosporestaferramenta.
Os aplicativos responsáveis por gerar os metadados o fundamentais para o
empacotamento dos
Assets
(animações em
Flash
, por exemplo) tornando-os um objeto de
aprendizagemnopadrão SCORMouIMSLDsem queusuário necessitepré-requisitos em
outrosaplicativosmaiscomplexoscomoJavaScriptouHTML.O
Exelearning
Editor
surgiu
84
comapropostadeauxiliarnodesenvolvimentodeferramentasdeensinodigital,semqueo
professortenhaconhecimentosempublicaçãodeginas
web
.Portanto,éumaplicativode
manuseio simples e que permite a criação de um pacote SCORM 1.2, IMS LD ou
simplesmenteumapágina
web
,conformepodeservisualizadoaseguir(Figura27).
Figura27–MenuparapublicaçãodearquivoExeLearning
(SoftwareExeLearning,2009)
Desenvolvido em 2004, na Nova Zelândia, este aplicativo apresenta um aspecto
economicamenterelevante,ofatodeestardisponívelgratuitamentenaInternet,pormeiodo
site
dogrupodepesquisadaComissãodeEducação
Tertiary
.
85
6.5.3SimulaçãoComputacional
O aplicativo PTDS (2008) foi desenvolvido com o objetivode otimizar o projetoe
analisesderedesdetelecomunicaçõesqueutilizamfibrasópticas.Deacordocomoavanço
destemeiodetransmissão,osaplicativosparasimulaçãosãodeextremaimportância,poisé
possível reduzir os testes em campos para melhorar ou otimizar o desempenho do enlace,
assim como pode ser usado em pesquisas acadêmicas, verificando a viabilidade de
determinadoexperimentoantesmesmodeexecuçõesfísicasemlaboratórios.
O
software
foi desenvolvido em diversas interfaces, conforme pode ser observado no
fluxogramaaseguir(Fluxograma1).
Interface com o Usuário
Fluxograma1–DiagramadefuncionamentoPTDS–VPI
(TraduzidoeadaptadodePTDSUser’smanual,1999)
Épossíveldestacarosblocosfundamentais:
Redeóptica,
ondeédefinidaaarquitetura
da redeóptica;
CamadadeAbstração
,responsávelpelainterfacedosmódulosdosistema
comomotordasimulaçãoeporfimo
motordasimulação
,ondeosdadossãoprocessados
demaneirafielàrealidade.
Apartirdotráfegodedadosentreestesblocos,éconstruídaaferramentadesimulação
em que o usuário pode alterar os esquemas propostos, construir seus próprios esquemas e
aindaalterarosparâmetrosdoscomponentes.Esteéumaplicativoquenãoseretémapenas
aosamplificadoresópticos,poisenglobatodososcomponentesetecnologiasdossistemasde
86
comunicações ópticas em geral. O Fluxograma 2, a seguir, mostra as variáveis que este
aplicativotrabalha.
Transmissor óptico
Mapa de Dispersão na
fibra óptica
Multiplexação
(WADM)
SONET/ SDH em anel
Amplificadores EDFA
OXC
Long Haul
Receptor óptico
Fluxograma2–DiferentesfuncionalidadesdoPTDS–VPI
(TraduzidoeadaptadodePTDSUser’smanual,1999)
No caso deste objeto de aprendizado, o foco é amplificadores ópticos de fibras
dopadas por érbio, este aplicativo conta com quatro módulos de estudo que permitem ao
usuárioanalisarocomportamentodosamplificadoresEDFAemrelaçãoaoruídoASE,ganho,
saturação, comprimento da fibra dopada e outros parâmetros, que tornam possível a
comparaçãoeotimizaçãodedesempenhodediferentesconfiguraçõesdoEDFA.
6.5.4PlataformadeGerenciamentodeConteúdoeEnsino
OMOODLEéumambientedeaprendizagemdesenvolvidoem1999peloaustraliano
Martin Dougiamas e associou inúmeros membros, principalmente em universidades
internacionais. Por meio do MOODLE, é possível realizar atividades como o
desenvolvimentodenovasferramentasdeestudo,discussõessobremetodologiasdeensinoe
assuntos relacionados ao próprio ambiente de aprendizado e suas interfaces. Por ser um
sistemadegerenciamentodeensino,oMOODLEdisponibilizaumconjuntodeferramentase
dispositivos como fóruns, diários, questionários, artigos, além de objetos de aprendizagem
87
sob o padrão SCORM e futuramente com suporte para o padrão IMS LD. Estes recursos
podemsercontroladospelosprofessores,comoobjetivodeotimizaroaprendizadodosnovos
conceitos.
OmódulodeAtividadesdoMOODLEpossibilitaainserçãodepacotesSCORMde
maneirasimples.Énecessárioapenasgerarumapastanoformato“.zip”eentãoinseri-lano
servidorMOODLEparaqueoconteúdodesenvolvidopossaserintroduzidoemdeterminado
curso,fazendoousodetodasasfacilidadesevantagensquesãopertinentesaosobjetosde
aprendizagemcomopadrãoSCORM.
88
7RESULTADOSOBTIDOS
A navegação pelo recurso de aprendizagem proposto pode ser dividida em duas
etapas.Primeiramenteousuáriodeveestudarpormeiodomapaconceitualedosobjetosde
aprendizagem,quandoaplicável.Asegundaparteestárelacionadacomousodaferramenta
de simulação computacional de sistemasópticos. A utilização do recurso de aprendizagem
propostoiniciacomummódulodeinstruçõesiniciais,ondesãoapresentadososobjetivosdo
estudo, os pré-requisitos e ainda instruções de como navegar e utilizar o recurso de
aprendizagem.Afiguraaseguirmostraomódulodeinstruçõesiniciais(Figura28).
Figura28–InstruçõesIniciais
Apesar das instruções iniciais ressaltarem a importância da navegação pelo mapa
conceitualrespeitandoahierarquia(decimaparabaixo),odesenvolvimentodomapaforam
utilizadas cores diferentes para cada grupo de conceitos, com o objetivo de facilitar a
navegação de forma apropriada. Na Figura 29, esta representação gráfica dos conceitos
relacionadoscomoEDFApodeservisualizada.
Osagentesinseridosemcadanódomapaconceitualcontribuemparaaflexibilização
do mesmo ao personalizar a navegação de acordo com o perfil do usuário. O objetivo
principal da interação entre o aprendiz e o agente é coletar informações sobre os pré-
89
requisitosdousuário,entretanto,estainteraçãofoiconstruídadeformaapermitiro
feedback
das respostas dos estudantes, permitindo assim a aquisição de novos conhecimentos. As
técnicasutilizadasparadesenvolvimentodasanimaçõesdosobjetosdeaprendizagemforam
direcionadasaestimularaaprendizagemsignificativa,conformepodeservistonaFigura32.
Figura29–MapaConceitualEDFA
90
Alémderecursosmultimídia,ainteratividadeinseridanosobjetosdeaprendizagemé
uma estratégia para otimizar o processo de aprendizagem, estimulando nos estudantes o
comportamento ativo diante do contexto de aprendizagem proposto. As Figuras 30 e 31
mostramexemplosdestainteração.
Figura30–Agente(Completarfluxogramasobreoíonérbio)
Épossívelobservar,nasfiguras30e31,ofuncionamentodaestratégiade
feedback
.O
agente representado na figura 30 está associado ao objeto de aprendizagem referente ao
conceito daspropriedades do íon deérbio. Neste caso, o modelo de interação utilizado no
agentesolicitaqueousuáriocompleteofluxogramacorretamente.Afigura30mostraque,ao
acertar o desafio proposto, o sistema multiagente sugere a continuação da navegação pelo
mapa conceitual, porém o objeto de aprendizagem é disponível ao usuário, caso seja de
interesseanavegação.Nafigura31,oexemploexibidomostraasituaçãoemqueousuário
nãoobteveêxitonainteraçãocomoagentee,portanto,alémdo
feedback
,osistemaincentiva
anavegaçãopeloobjetodeaprendizagemcorrespondente.
91
Figura31–Agente(Associareventocomlinhadotempodaevoluçãotecnológica)
Por fim, na última etapa da navegação pelo recurso de aprendizagem (Simulação
Computacional) é esperado que os usuários tenham adquirido um patamar mínimo de
conceitossobreEDFA,podendoutilizaro
software
simuladordeformaaotimizarereforçar
seusconceitossobreoassunto.
92
Figura32–ObjetodeAprendizagem
A simulaçãocomputacional (Figura 32) é uma oportunidade para iniciar uma etapa
maisavançadadoestudosobreEDFA,aplicandoconceitosteóricosemsituaçõespráticasde
projetosdomundoreal.
Figura33–PTDSFerramentadeSimulaçãoComputacional
(VPIPTDSversãodemonstrativa)
Afigura32mostraainterfacedo
software
PTDS,trazendoaoambientedeestudoo
projetoesimulaçõesdesistemasreaisdetelecomunicações.OApêndiceBdestadissertação,
apresentaumexemplodenavegaçãopeloRecursodeAprendizagem.
93
8CONCLUSÕES
O desenvolvimento do Recurso de Aprendizagem teve dois principais fatores que
viabilizaramaconstruçãodeumaferramentadeestudocomqualidade,cujoprincipalobjetivo
foiatenderintegralmenteaos requisitos do projeto: estimular aaprendizagem epossibilitar
queestaocorradeformaeficazeeficiente.Estesfatorespermitemaoprofessor,adotarum
software
educacional no contexto de ensino, como uma alternativa para otimização do
processo.
O primeiro fator de otimização a ser considerado, foi a adaptação e aplicação de
modelo de desenvolvimento, encontrado na literatura de engenharia de
software
. Alguns
modelos de desenvolvimento, já foramadaptados ao contexto de construção de objetos de
aprendizagem.Porém,têmcomoprincipalestratégiaparagarantiraqualidadedoprojeto,a
realização de uma avaliação do
software
durante o desenvolvimento do mesmo. Pode-se
considerar que a primeira contribuição deste trabalho é propor um modelo para análise de
fatores de riscos, especialmente adaptado ao cenário educacional. Buscou-se resgatar
princípios pedagógicos, ao estudar metodologias para apresentar a estrutura formal do
conteúdo. Também forampesquisados elementos dasciênciascognitivas, comoateoriada
aprendizagem significativa. A partir destes e de outros aspectos levantados nesta pesquisa,
foram identificados os principais riscos envolvidos no desenvolvimento de um Recurso de
Aprendizagem.Ametodologiaparagestãoderiscosutilizadanestetrabalho,podeserreusada
em outros projetos, cujo objeto é similar: desenvolver um conjunto de objetos de
aprendizagem,comoapoioaoensinotradicional.
Háoutroaspectoaserdestacado,noqueserefereaoprocessodedesenvolvimentode
RecursosdeAprendizagem,combasenagestãoderiscos.Trata-sedeumatécnicaalternativa
para buscar a qualidade do projeto. A avaliação de um
software
, durante o processo de
desenvolvimento,nemsempreéviável.Envolveamobilizaçãoderecursoshumanos,como
professores,técnicos,equipes de desenvolvimento e estudantes,implicando no aumentode
custosfinanceiros.Deformaadicional,basearodesenvolvimentodoprojetonaanálisedos
resultadosdeavaliação,podetornaroresultadofinalviciado,deacordocomoperfiltécnicoe
culturaldosestudantes.Portanto,agestãoderiscosespecíficosnocampodeeducação,assim
como os tradicionais riscos identificados tipicamente em projetos de
software
, é uma
alternativaparaalcançaraqualidadedesejadadoprojeto.
Ainda em relaçãoà metodologia utilizada parao Recurso de Aprendizagem, objeto
desta dissertação, buscou-se utilizar técnicas para desenvolvimento dos diferentes
94
componentes,quepermitissemestimular aaprendizagemsignificativa.Trata-sedo segundo
fatorapontadocomoestratégiaparaalcançarosobjetivosdestadissertação.Nestetrabalho,é
apresentadoumestudosobreaprendizagemsignificativa,assimcomoosprocessosquedevem
ocorrerparaqueoestudante(usuário)possaincorporarosconceitos,exploradosnoRecurso
deAprendizagem,deformaacriarsignificadoemsuaestruturacognitiva.Apartirdoestudo
decognição,ouseja,damaneiracomooserhumanopodeaprenderdeformaeficazpormeio
derecursoscomputacionais,forambuscadastécnicasparaodesenvolvimentodoRecursode
Aprendizagem.
Otemaescolhidocomoestudodecaso,amplificadoresópticosEDFA,estáenvolvido
comaspectospráticosdoprojetodesistemasdetelecomunicaçõescombasenatecnologiade
fibra óptica. Entretanto, os conceitos envolvidos exigem conhecimentos pré-requisitos
teóricos, em física, química, engenharia elétrica, matemática. O Recurso de Aprendizagem
apresentaumasoluçãoparalidarcomadiversificaçãodeconceitos,encontradanestecampo
da engenharia. Na literatura da área, existem livros com abordagem essencialmente
matemática,exigindomaturidadenestedomínio,paracompreenderasequaçõesededuções
propostas.Portanto,optou-se,nesteprojeto,porintroduzirosconceitosdeformaqualitativa.
O objetivo é tornar a navegação pelo Recurso de Aprendizagem, uma etapa preliminar ao
estudoformalmatemático.Destamaneira,oaprendizpodesefamiliarizarcomosconceitose
entender os fenômenos físicos envolvidos no amplificador EDFA, e ainda se beneficiar de
vantagens do uso de tecnologia digital, como a possibilidade de atualização contínua do
Recurso proposto, assim como mobilidade parao estudo e a flexibilidade de adaptação do
conteúdoaváriospúblicos.Paranãopermitirqueaspectosdapráticadeprojeto,ouanálisedo
comportamento destes dispositivos estudados estejam ausentes no estudo por meio da
ferramentaproposta,foiinseridaaatividadedesimulaçãocomputacional.
Além de visualização prática dos conceitos estudados, a proposta para simulação
computacionalpermiteocontatocomumaferramentadesimulaçãodesistemasópticos,em
geral.O
software
parasimulaçãoPTDS(VPI),possuiumabibliotecacommodeloscompletos
parasimulaçãodeoutroscomponentesdeumsistemadecomunicaçãoóptica.Istoé,alémdos
amplificadoresEDFA,ousuárioterácontatocomumaferramentaquepodeserreusadaem
outros contextos, seja para aprendizagem, seja para elaboração de trabalhos e projetos no
campodetelecomunicações.
Para que o usuário possa extrair os benefícios promovidos pela simulação
computacional,énecessáriaanavegaçãopelosobjetosdeaprendizagem.Entretanto,ésabido
queospotenciasusuáriosdoRecursodeAprendizagemapresentamamplavariedadedepré-
95
requisitos.A formação de físicos, engenheiros elétricos ou de telecomunicações, químicos,
entreoutrasáreas,podeterosamplificadoresópticoscomoobjetodeestudo,emdiferentes
níveis de formação (graduação ou pós-graduação). Adicionalmente, o Recurso de
Aprendizagem apresenta a arquitetura baseada em Sistemas Multiagentes, permitindo a
adaptaçãoaoperfilcognitivodecadaestudante.Estaéumaquestãodiscutidahámaisde20
anos,porespecialistasdaáreadeensino,apontadacomoumapossívelcausadousopouco
adequado detecnologia na educação. A partir desta funcionalidade inserida noRecursode
Aprendizagem, espera-se que o processo de aquisição de conhecimento seja otimizado: ao
adaptaroescopodeconceitosaoperfildousuário,épossívelmotivá-losanovasdescobertas
ouaindapodendoreduzireventuaisdúvidasacumuladas.
A implantação do Recurso de Aprendizagem na plataforma de gerenciamento de
ensino LCMS MOODLE, permite acesso remoto ao conteúdo integral (objetos de
aprendizagem,mapaconceitualesimulaçãocomputacional).Estacaracterísticapermitequeo
estudante possa gerenciar seu próprio tempo e estudo, podendo navegar pelo conteúdo a
qualquer tempo e em qualquer local, basta ter um computador com conexão à internet. O
desenvolvimentodoscomponentesdo
software
proposto,combaseempadrões(SCORM,por
exemplo), garante a interoperabilidade da ferramenta de estudo entre outras plataformas
LCMSouambientesdeaprendizagem.AutilizaçãodaplataformaLCMS,permitetambémao
professoracompanharoestudorealizadopelosestudantesremotamente.
Porfim,aformacomqueaarquiteturadoRecursodeAprendizagemfoiconcebida,
permite a expansão do conteúdo, dentro do campo de comunicações ópticas. O mapa
conceitual, assim como os objetos de aprendizagem, pode ser ampliados ou alterados,
conformeasnecessidades.
Em resumo, a implantação do material instrucional, proposto neste trabalho, tem o
potencialdeotimizaretornaroprocessodeensinosobreamplificadoresópticosEDFAeficaz
e eficiente. Pode, ainda, ser usado como uma estratégia complementar ao uso de métodos
tradicionais, já que incorpora as recentes inovações na área de pesquisa de educação e
engenhariadacomputação.
Éimportanteobservarqueaanálisedosresultadosobtidos,assimcomoasconclusões
pertinentes a este trabalho, foram baseadas na avaliação do Recurso de Aprendizagem
desenvolvido,dopontodevistadaqualidadedoprojeto,resgatandoconceitosdaengenharia
de
software
. Como proposta de trabalhos futuros, sugere-se a avaliação da ferramenta de
estudo desenvolvida, para validação das conclusões obtidas, porém do ponto de vista
pedagógico.Aavaliaçãoaindapodepermitirrevisãodosriscosidentificadosnestetrabalho,
96
possibilitando a formalização de um modelo de desenvolvimento consagrado para a
construçãodeobjetosdeaprendizagem.
97
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saturaçãodatecnologiadosrepetidoreseletrônicosnossistemasdetelecomunicaçõesópticos
(DESURVIRE,1994).Nestaocasião,oscientistasprovaramqueasfibrasópticasdopadaspor
íonsdeterrasraraspodemdarganhoaosinalinjetadonafibranafaixade1550nmparao
caso do dopante ser o elemento érbio. Os amplificadores ópticos EDFA são fundamentais
para o desenvolvimento dos sistemas de comunicação ópticas, pois substituem os
regeneradores eletrônicos. Nos sistemas que utilizam amplificadores eletrônicos, o sinal
óptico deve ser convertido em elétrico por meio de um fotodiodo, é amplificado pelo
regeneradoreletrônicoeposteriormenteéconvertidoemsinalópticopormeiodeumdiodo
laser semicondutor. Este processo de conversão do sinal é indesejado pois os princípios e
característicasdosamplificadoreseletrônicossãodistintosenãoapropriadosparaumsistema
óptico.
Aprincipalcaracterísticadistintaentreamplificadoreseletrônicoseópticoséalargura
debandadeoperação.OsamplificadoresEDFAtrabalhamemtornodocomprimentodeonda
de 1,5
µ
m, apresentando uma largura de banda de aproximadamente 35 nm, enquanto os
amplificadores eletrônicos trabalhamcom uma largura de banda de 10 GHz. Asprincipais
vantagens do uso dos amplificadores EDFA não se resumem apenas ao fato da largura de
banda ser maior, mas também por trabalhar exclusivamente no domínio ópticos, sem a
necessidade de conversão do sinal para amplificá-lo, como ocorre nos amplificadores
eletrônicos. Os amplificadores EDFA são caracterizados pela alta potência de saída, baixo
ruído, maior adaptação aos sistemas ópticos, além de trabalhar tanto com transmissão de
sinaisanalógicosedigitais.
AlimitaçãoqueosamplificadoresópticosEDFAédeterminadapelafaixadetrabalho
ser apenasna janela de1550 nm, enquanto muitos equipamentos de comunicações ópticas
trabalhamnajanelade1300nm.
103
CARACTERÍSTICASEPROPRIEDADESDOÉRBIO
O elemento érbio é um íon denominado terra rara e é encontrado normalmente
trivalente com distribuição eletrônica 4f
11
5s
2
5p
6
. Ocorre que as camadas 5s e 5p estão
completasdeelétronseestescomeçamaocuparoníveldeenergia4fprogressivamente.A
camada4f,aoinvésdeterumraiosuperioraodascamadas5se 5p,sofre uma contração,
tornando-se então protegida” por estas camadas de raio superior e isto quer dizer que os
elétronsdacamada4fsãopoucoperturbadospelavizinhança(SOUZA,1991).
Quando o íon Er
3+
é colocado em um cristal, sofre a ação do campo eletromagnético o
homogêneoproduzidopeladistribuiçãodecargasdestecristal.Talcampodistorceascamadas
do Er
3+
, principalmente na camada não fechada 4f, gerando alterações em seu espectro de
energia. Estas modificações em seu espectro se dão pelo fato de haver uma separação e
subdivisão dos níveis de energia quando o érbio está inserido no cristal. Este fenômeno é
conhecido como
Stark
. As subdivisões dosníveisde energia do érbiopodem ser vistas na
Figura9.
Figura1–Derivaçãodosníveisdeenergiadoérbio
(TraduzidoeAdaptadodeBecker,1993).
104
ApartirdoestudodetalhadodosníveisdeenergiadoEr
3+
cresceuointeressenouso
desteelementoemamplificadoresópticoselasers.Istodeve-seaofatodatransiçãodosníveis
4
I
13/2
4
I
15/2
naregiãocujocomprimentodeondaé1550nm(Gráfico1).
Gráfico1–Distribuiçãodosníveisdeenergiadoérbio
(TraduzidoeAdaptadodeBjarklev,1993).
Outro aspecto fundamental para o sucesso do érbio é o fato do nível
4
I
13/2
estar
separado do vel mais próximo inferior (
4
I
15/2
) por um
gap
de energia que possibilita um
tempodevidalongoeumdecaimentoradiativo.Otempodevidadoelétronexcitadononível
deenergia
4
I
13/2
édeaproximadamente10ms,porémvariadeacordocomaconcentraçãode
érbioeomeioemqueomesmoestáinserido.Estetempodevidalongopermiteainversãode
população entre o nível
4
I
15/2
, i.e., possibilita que os elétrons estejam majoritariamente no
nível mais energético a partir de uma fonte de energia de excitação, com potência
relativamentebaixa,masdefácilconstruçãoeimplementação.Otempodevidanosníveisde
energia
4
I
11/2
e superiores o consideravelmente menores (aproximadamente 10
5
s
-1
),
impedindoqueoselétronsocupemestesveisdeenergiaporumtempomínimonecessário
para amplificar o sinal. De acordo com o Gráfico 1, este fator não caracteriza uma
105
desvantagememrelaçãoaoérbio,poisoganhonoespectroemoutrastransiçõesdosníveisde
energia seria em outros comprimentos de ondas e em alguns casos não ocorre transição
radioativa.Atabela1mostraumacomparaçãoentreotempodevidanonível
4
I
13/2
emrelação
aomeio(elementohospedeiro)emqueoelementodopanteEr
3+
seencontra.
Tabela1–Diferentestemposdevidaparaoelétronexcitadoemdiferentesmeios
(TraduzidoeAdaptadodeDesurvire,1994).
ElementoHospedeiro Tempodefluorescência(ms)
Na-K-Silício 14
ED-2(silício) 12
Silício 14,7
Silício(L-22) 14,5
Al-PSílica 10,8
Al-GeSílica 9,5–10,0
Na-Mg-Fosfato 8,2
LGS-E(fosfato) 7,7
LGS-E7(fosfato) 7,9
Fosfato 10,7
Fosfato 8,5
Fluorofosfato 8,0
FluorofosfatoL11 8,25
FluorofosfatoL14 9,5
Ba-Laboro 8,0
Na-K-Ba-Algermânio 6,5
Fluoreto 10,3
FluorozirconatoF88 9,4
Telúrio 4,0
Conformepodeservistonográfico4,aregiãodeemissãoénafaixade1,5
µ
meisto
tornaosamplificadoresEDFAestratégicosnossistemasdecomunicaçãoqueutilizamfibras
ópticas.Istopodeserexplicadopelofatodasfibrasópticas
standard
”apresentaremomenor
níveldeatenuaçãodosinalnafaixade1,5
µ
m,conformevistonoGráfico2.
106
Gráfico2–CurvadeAtenuaçãodafibra
(TraduzidoeAdaptadodeKeiser,2000).
A partir de estudos em diversos centros de pesquisa envolvendo química, física
quânticaeoutrasdisciplinasrelacionadas,pôde-seconcluirqueascaracterísticasapresentadas
peculiaresaoEr
3+
emrelaçãoasuaestruturaeletrônicaeespectrodeemissãoeabsorçãode
energiajustificamseuusoemamplificadoresópticos,laserseoutrasmaisaplicações.
PRINCÍPIODEFUNCIONAMENTODOEDFA
ParaoestudodoprincípiodefuncionamentodeumafibraópticadopadapeloíonEr3+
é necessário o entendimento de alguns conceitos fundamentais como absorção de energia,
emissãoestimuladadefótonseamplificaçãodaemissãoespontânea(ASE).
Absorçãodeenergia
A idéia de amplificadores ópticos está diretamente relacionada com o aumento do
fluxodefótonspormeiodedeterminado
link
detransmissãoporfibraóptica.Aemissãode
fótons ocorre apartir da transição de elétrons entre níveis de energia, ou seja, quando um
107
elétron decai de um vel de energia E
2
para um nível de energia E
1
, sendo E
2
> E
1,
tal
diferençadeenergia
12
EEE
=
éliberadapormeiodaemissãodeumfóton,eistoocorre
pormeiodobombeiodeenergiaàfibradopadaporérbio.
Pode-sedizerqueumelétronestáemseuestadofundamentalquandoseencontraem
umníveldeenergiamenoreencontra-seexcitadoquandoestánumveldeenergiamaior.A
passagemdoelétrondeseuestadofundamentalparaoestadoexcitadoéchamadadeabsorção
deenergia.Apopulaçãodeelétronsnoestadofundamentalnecessitadeumafontedeenergia
paraqueestapopulaçãopasseaoestadoexcitado.Oaumentodatemperaturaambienteéuma
formadeexcitaroselétronsondeaenergiarmicaéresponsávelpelatransiçãodoselétrons.
NocasoparticulardosamplificadoresópticosEDFA,ainversãodepopulaçãoéfundamental
paraaamplificaçãodosinalpormeiodaemissãodefótons.
A inversão de população dá-se quando uma fonte de energia, chamada bombeio,
fornece energia suficiente para que a população N
2
seja maior que a população no estado
fundamentalN
1
.Ográfico3mostraoespectrodeabsorçãodoEr
3+
,ouseja,oscomprimentos
deondadosinaldebombeio(
λ
p
)queoselétronsdoveldeenergiaE
1
sãomaisfacilmente
excitadosaoníveldeenergiaE
2
.
Gráfico3–Espectrodeabsorçãodeenergiadoérbio
(TraduzidoeAdaptadodeBecker,1993)
Os parâmetros e tipos de bombeio mais usados nos amplificadores EDFA serão
detalhadosposteriormentenestecapítulo.
108
EmissãoEstimulada
Oconceitodeemissãoestimuladaé importanteparaacompreensãodoprincípiode
trabalho dos amplificadoresópticos EDFA aoamplificara luz que se propagaaolongoda
fibra óptica. Em 1916, o cientista Albert Einstein baseado na lei de radiação de Plank
experimentou que em um meio que apresenta radiação eletromagnética é possível que um
fótoninterajacomumelétronnoestadoexcitado,ouseja,emumnívelmaiordeenergia(E
2
)
que seu nível de energia no estado fundamental (E
1
). A partir desta interação, os elétrons
liberamenergiapormeiodaemissãodeumfótoncomasmesmascaracterísticasdofótonque
interagiucomoelétronexcitado.DeacordocomPlank,aenergiadofótonpodeserdescrita
de acordo com a expressão 1, onde
h
é a constante de Plank e
ν
é a freqüência do fóton
emitido.

ν
hEEE
=
=
12
(1)
Este processo é chamado de emissão estimulada, pois a radiação eletromagnética
propagandonafibraópticapormeiodofótonestimulaoselétronsexcitados,eestesdecaem
para o estado fundamental emitindo um fóton coerente, i.e., mesma direção, sentido de
propagação,faseefreqüênciaqueofótonqueoestimulou.
EmissãoEspontânea
A amplificação de emissão espontânea (
Amplified Spontaneous Emission
– ASE) é
outroimportantefenômenoqueocorrenosamplificadoresópticos.Consistenofatoqueum
elétron excitadopodedecairaoseu estadofundamental,liberando energiapor meio de um
fótoncujascaracterísticas(direção,sentidodepropagaçãoefreqüência)nãosãoasmesmas
emrelaçãoaosinalquesepropaganafibraópticaequedeveriaseramplificado.Estefóton
emitidoespontaneamentesepropaganafibra,estimulandooutroselétronsexcitadosedesta
forma acontece a amplificação do número de tons emitidos espontaneamente,
caracterizando a ASE. O motivo pelo qual a transição de elétron emite um fóton
espontaneamente consisteno curtotempo de permanênciadoelétron excitado (no subnível
4
I
13/2
),esteimediatamentevoltaaoestadofundamental(
4
I
15/2
)antesdeinteragircomumfóton
provenientedosinalquesedesejaamplificar.
Esteprocessodeamplificaçãodosfótonsemitidosespontaneamentetemcomoefeitoa
reduçãodo ganho doamplificadorEDFA, portanto, deve serestudadodetalhadamente. Foi
109
definida uma convenção que referencia o espectro de potência da ASE como
foward
 e
backward
,deacordocomosentidodepropagaçãodapotênciadaASEemrelaçãoaosinalde
entradaquesedesejaamplificar.Ográfico4mostraosresultadosexperimentaisdoespectro
depotênciadaASE.
Gráfico4–Ganhoespectralnaemissãoespontânea
(TraduzidoeAdaptadodeBecker,1993)
Estesresultadospodemvariarcomocomprimentodafibradopadaporérbio,alémda
potênciadosinaldebombeioconformevistonográfico4.OruídoqueaASEinserenosinal
ópticoeoutrasconsideraçõesserãodetalhadasposteriormentenestecapítulo.
110
ApêndiceB
–CDcomexemplodenavegaçãopeloRecursodeAprendizagem
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