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DANIELA CRISTINA FONSECA CAMPLESI
DESEMPENHO DA TECNOLOGIA DE FILTRAÇÃO EM MÚLTIPLAS
ETAPAS (FiME) NO TRATAMENTO DE ÁGUAS DE
ABASTECIMENTO EM ESCALA PILOTO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Engenharia do Meio
Ambiente da Escola de Engenharia Civil da
Universidade Federal de Goiás, requisito para obtenção
do título de Mestre em Engenharia do Meio Ambiente.
Área de concentração: Recursos Hídricos e
Saneamento Ambiental.
Orientador: Prof. Eduardo Queija de Siqueira, PhD.
Goiânia
Dezembro de 2009
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DANIELA CRISTINA FONSECA CAMPLESI
DESEMPENHO DA TECNOLOGIA DE FILTRAÇÃO EM MÚLTIPLAS
ETAPAS (FiME) NO TRATAMENTO DE ÁGUAS DE
ABASTECIMENTO EM ESCALA PILOTO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Engenharia do
Meio Ambiente PPGEMA da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás
para obtenção do título de Mestre em Engenharia do Meio Ambiente, aprovada em 18 de
dezembro de 2009, pela banca examinadora:
--------------------------------------------------------------------------------------------
Prof. Dr. Klebber Teodomiro Formiga
UFG - Presidente da Banca e Coordenador do PPGEMA
--------------------------------------------------------------------------------------------
Prof. Dr. Edson Pereira Tangerino
UNESP Ilha Solteira, SP – Examinador Externo
--------------------------------------------------------------------------------------------
Profa. Dra. Mariangela Fontes Santiago
UFG – Examinadora Interna
--------------------------------------------------------------------------------------------
Profa. Dra. Nora Katia Saavedra del Águila
UFG – Examinadora Interna
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Ao Júnior,
Pelos adoráveis longos anos de convivência, pelo
amor, companheirismo e motivação para que
esse trabalho se concretizasse.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por permitir a realização e conclusão desse trabalho.
Ao professor Eduardo Queija de Siqueira, meu agradecimento especial à sua orientação e
dedicação, fundamentais para a realização desse trabalho e por ser, além de um grande
profissional, um exemplo de ser humano.
À professora Luiza Cintra Campos, pelas colaborações e pelo valioso material enviado para
leitura.
Ao professor Dr. Klébber Formiga pela participação como presidente da banca examinadora.
Aos membros da banca examinadora, Profa. Dra. Mariângela Fontes Santiago, Profa. Dra.
Nora Katia Saavedra Del Águila e Prof. Dr. Edson Pereira Tangerino pela atenção e
disponibilidade.
Ao professor Dr. Paulo Sérgio Sacalize pelas contribuições na qualificação.
À SANEAGO pela instalação e manutenção da estação piloto de FiME.
À FUNAPE e CAPES pelo auxílio financeiro.
A todos os professores do PPGEMA, pelo conhecimento transmitido e por contribuir com o
meu crescimento pessoal e profissional.
A todos os funcionários da Escola de Engenharia Civil – EEC UFG.
À professora Dra. Mariângela Santiago por permitir a utilização da autoclave e
espectrofotômetro de seu laboratório e pelas contribuições na qualificação.
Ao amigo Wanderlei Elias Perez, por todos os seus conhecimentos, ajuda e parceria na
operação e manutenção da estação piloto FiME.
A todos os amigos do PPGEMA, pela agradável convivência durante esse período.
Às amigas Alyne, Bárbara, Fernanda e Valéria pela amizade, companheirismo e prazerosos
longos momentos de estudo e também de descontração.
À Camila e Leonardo, pela amizade.
Ao setor de transportes da UFG por disponibilizar o carro para a coleta das amostras na
estação.
Aos operadores da ETA Goianápolis, em especial ao Sr. Roberto pela ajuda na operação e
manutenção da estação, para que funcionasse em perfeitas condições durante todos os
experimentos.
Aos meus pais Ercílio e Maria Aparecida pelo apoio e por sempre persistirem em dizer que o
maior tesouro que um homem pode ter é o estudo.
Ao meu irmão Eduardo, exemplo de determinação em tudo que faz, pelo companheirismo.
À Sra. Ruth, Sr. Milton, Gelsy, Gilvia, Paulo e aos meus sobrinhos Cecília e Vinícius, pelo
incentivo.
A todos, que de alguma forma colaboraram com esse trabalho, meus sinceros agradecimentos.
RESUMO
CAMPLESI, D. C. F. (2009). Desempenho da Tecnologia de Filtração em Múltiplas
Etapas (FiME) no Tratamento de Águas de Abastecimento em Escala Piloto. Dissertação
de Mestrado, Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2009.
192p.
O presente trabalho avaliou a eficiência de um sistema de FiME no tratamento de águas de
abastecimento em escala piloto. A instalação piloto FiME, localizada na área da Estação de
Tratamento de Água (ETA) de Goianápolis, GO e alimentada pelo Ribeirão Sozinha, era
composta de um pré-filtro dinâmico (PFD), um pré-filtro com escoamento vertical ascendente
(PFA) em camadas, ambos com composições granulométricas diferenciadas, um filtro lento
de areia (FLA) e um filtro lento de areia com carvão ativado (FLAC) e foi denominada SEQ
1. A SEQ 2 do experimento era constituída de um pré-filtro dinâmico (PFD) e um filtro lento
de areia (FLA-2). As taxas de filtração utilizadas foram 24 e 48 m
3
/m
2
. dia para PFD, 12 e 24
m
3
/m
2
. dia para PFA, 3 e 6 m
3
/m
2
. dia para FLA e FLAC. A eficiência foi avaliada por meio
das análises de turbidez, cor aparente, sólidos suspensos totais (SST) e coliformes totais e
termotolerantes. Foi avaliado também o efeito da variação das taxas de filtração nas
eficiências das unidades do sistema FiME, a comparação da eficiência do sistema FiME com
o tratamento de ciclo completo da ETA e as correlações entre as remoções de turbidez, cor,
coliformes e a remoção de SST. Os resultados obtidos nos experimentos demonstraram que o
PFD e PFA são unidades importantes para a retenção de partículas sólidas e microorganismos,
preparando o afluente para ser submetido à filtração lenta e possibilitam maior duração das
carreiras de filtração. De maneira geral, os filtros lentos apresentaram eficiências
significativas e superiores a 90% para remoção de cor, turbidez, SST e 99,9% de eficiência
para remoção de coliformes totais e termotolerantes em praticamente todas as carreiras de
filtração. Quando comparada a qualidade da água produzida pelo sistema FiME com a ETA
de ciclo completo, verificou-se que a FiME produz água com qualidade similar à ETA de
ciclo completo. As variações das taxas de filtração influenciaram significativamente nas
eficiências de remoção de cor e turbidez. Não há correlação entre as remoções dos parâmetros
cor, turbidez, SST e coliformes mas correlação para cor aparente e cor verdadeira. Os
resultados obtidos nos experimentos sugerem que a tecnologia de FiME, quando operada
adequadamente, é um sistema viável para o tratamento de águas de abastecimento e produziu
água com baixos teores de cor, turbidez, SST e coliformes sendo que em 40% das amostras
analisadas, proveu água potável em condições compatíveis às estabelecidas pela Portaria
518/2004 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) para consumo humano.
Palavras-chaves: Filtração em múltiplas etapas, filtração lenta, qualidade da água, turbidez.
ABSTRACT
CAMPLESI, D. C. F. (2009). Performance technology Multi-Stage Filtration (MSF) for
supplying water treatment on a pilot scale. Master dissertation, Civil Engineering School,
Federal University of Goiás, Goiânia, 2009. 192p.
The present work has evaluated the efficiency of an MSF system for treating supplying water
on a pilot scale. A MSF pilot plant was located in the Water Treatment Station (WTS) area in
Goianápolis- GO and fed by ‘Sozinha’ stream. The plant was comprised of a dynamic pre-
filter (DPF) and a vertical upflowing pre-filter (VUF) in layers, both of them with different
granular compositions; a slow sand filter (SSF); and a slow sand filter with activated carbon
(SSFAC), which was called SEQ. 1. The second sequence of the trial, SEQ. 2, was comprised
of a dynamic pre-filter (DPF) and a slow sand filter (SSF-2). The filtration rates in use were
24 and 48 m
3
/m
2
a day for DPF, 12 e 24 m
3
/m
2
. day for APF; 3 e 6 m
3
/m
2
. day for SSF and
SSFAC. The efficiency was evaluated by analyzing turbidity, apparent color, total suspended
solids (TSS), as well as total thermo tolerant coliforms. The following items were evaluated:
the filtration rates ranging effect onto the MSF unit trial system efficiencies; the MSF system
efficiency comparison to the WTS complete cycling treatment; and the correlations between
turbidity, color, and coliforms’ removals and the TSS’ removals. The results obtained from
the trials have shown that DPF and VUF are important units for microorganisms and solid
particles retaining, for it prepares the effluent in order to submit it into slow filtration. They
have also shown that they make it possible for the roughing filtration to last longer. Generally
put, it presents that the slow filters are significantly and above 90% efficient in removing
TSS, color and turbidity, and 99% efficient in removing total coliforms and thermotolerant
coliforms in all roughing filtration. After comparing the quality of both the water produced by
MSF and the one by the complete cycling WTS, it was noticed that MSF produces water with
quality similar to the complete cycling WTS. The range for the filtration rates has had
significant influence only in the removal efficiencies of color and turbidity. There isn’t
correlation among the removals of the parameters color, turbidity, TSS and coliforms but for
the correlation among apparent color and true color. The experiment results suggest that MSF
technology, when suitably operated, it is a viable system for the treatment of supplying water
and produced water with low levels of color, turbidity, TSS and coliforms is that 40% of the
samples, provided drinking water under conditions compatible to those established by Decree
518/2004 of the Ministry of Health (BRAZIL, 2004) for human consumption.
Key-words: Multi-stage filtration; slow sand filtration, water quality; turbidity.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Distribuição de tamanhos de partículas.............................................................. 33
Figura 2 – Esquema Geral da Filtração em múltiplas etapas (Adaptado de PROSAB, 1999)36
Figura 3 – Esquema de uma unidade de pré-filtração dinâmica (PFD) (PROSAB, 1999).... 37
Figura 4 – Esquema de pré-filtros grosseiros com escoamento ascendente (PROSAB, 1999)38
Figura 5 Representação esquemática do filtro lento de areia (FLA) (Adaptado de PROSAB,
1999) ................................................................................................................................. 39
Figura 6 – Opções de filtro lento com Carvão Ativado Granular (CAG) (Adaptado de BAUER
et al., 1996)........................................................................................................................ 43
Figura 7 – Esquema de reposição da areia nos filtros lentos (LETTERMAN, 1991)........... 48
Figura 8 Disposição de tubulações e canais do sistema de drenagem para filtros lentos
(PROSAB, 1999) ............................................................................................................... 48
Figura 9 Tipos de sistemas de drenagem para os filtros lentos (DI BERNARDO e
DANTAS, 2005)................................................................................................................ 49
Figura 10 – Fluxograma das etapas de tratamento de ciclo completo.................................. 55
Figura 11 – Aplicação de produtos químicos na Calha Parshall.......................................... 55
Figura 12 – Vista geral da ETA ciclo completo de Goianápolis.......................................... 56
Figura 13 – Instalação piloto FiME em Goianápolis – GO ................................................. 58
Figura 14 – ETA ciclo completo e FiME construídas em paralelo ...................................... 59
Figura 15 – Ribeirão Sozinha............................................................................................. 59
Figura 16 – Poço de sucção da ETA Goianápolis ............................................................... 60
Figura 17 Fluxograma da instalação do sistema de FiME e tratamento de ciclo completo e
pontos de coleta (Adaptado de CAMPOS, 2006)................................................................ 61
Figura 18 – Vista lateral do Pré-filtro dinâmico.................................................................. 62
Figura 19 – Vista superior do Pré-filtro dinâmico............................................................... 62
Figura 20 – Vista lateral do Pré-filtro Ascendente.............................................................. 63
Figura 21 – Detalhes da caixa distribuidora de vazão do PFA ............................................ 64
Figura 22 – Filtros Lentos (Adaptado de CAMPOS, 2006)................................................. 65
Figura 23 – Pontos de conexão das perdas de carga no FLA e FLAC ................................. 65
Figura 24 – Curva de distribuição granulométrica da FiME (PEREZ, 2009)....................... 67
Figura 25 – Turbidez da água bruta em todas as carreiras de filtração................................. 74
Figura 26 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração e ETA................................................................................................. 75
Figura 27 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração e ETA................................................................................................. 76
Figura 28 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração e ETA................................................................................................. 76
Figura 29 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração e ETA................................................................................................. 77
Figura 30 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração e ETA................................................................................................. 77
Figura 31 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração e ETA................................................................................................. 78
Figura 32 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração e ETA................................................................................................. 78
Figura 33 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração e ETA................................................................................................. 79
Figura 34 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração – SEQ 2 e ETA ................................................................................... 80
Figura 35 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração – SEQ 2 e ETA ................................................................................... 80
Figura 36 Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na
carreira de filtração – SEQ 2 e ETA ................................................................................... 81
Figura 37 Duração das carreiras de filtração em relação à turbidez média afluente SEQ 1
.......................................................................................................................................... 82
Figura 38 Duração das carreiras de filtração em relação à turbidez média afluente SEQ 2
.......................................................................................................................................... 83
Figura 39 Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 1 e ETA..................................................................................................................... 85
Figura 40 Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 1 e ETA..................................................................................................................... 86
Figura 41 Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na carreira-
SEQ 1 e ETA..................................................................................................................... 86
Figura 42 Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na carreira-
SEQ 1 e ETA..................................................................................................................... 87
Figura 43 Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na carreira-
SEQ 1 e ETA..................................................................................................................... 87
Figura 44 Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na carreira-
SEQ 1 e ETA..................................................................................................................... 88
Figura 45 Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na carreira-
SEQ 1 e ETA..................................................................................................................... 88
Figura 46 Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na carreira-
SEQ 1 e ETA..................................................................................................................... 89
Figura 47 – Remoção de turbidez em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 2 e ETA89
Figura 48 – Remoção de turbidez em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 2 e ETA90
Figura 49 – Remoção de turbidez em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 2 e ETA90
Figura 50 – Box Plot de Taxa 1 (baixa) para a SEQ 2 de experimento ................................ 92
Figura 51 – Blox Plot de Turbidez 1 (baixa) para a SEQ 1 de experimento......................... 93
Figura 52 – Box Plot de Turbidez 2 (alta) para a SEQ 1 de experimento............................. 93
Figura 53 – Box Plot deTaxa 1 (baixa) para a SEQ 1 de experimento ................................. 94
Figura 54 – Box Plot de Taxa 2 (alta) para a SEQ 1 de experimento................................... 95
Figura 55 – Box Plot de Taxa 2 (alta) para a SEQ 2 de experimento................................... 95
Figura 56 – Cor aparente da água bruta em todas as carreiras de filtração........................... 96
Figura 57 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 1ª carreira de
filtração e ETA .................................................................................................................. 98
Figura 58 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 2ª carreira de
filtração e ETA .................................................................................................................. 98
Figura 59 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 3ª carreira de
filtração e ETA .................................................................................................................. 99
Figura 60 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 4ª carreira de
filtração e ETA .................................................................................................................. 99
Figura 61 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 5ª carreira de
filtração e ETA ................................................................................................................ 100
Figura 62 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 6ª carreira de
filtração e ETA ................................................................................................................ 100
Figura 63 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 7ª carreira de
filtração e ETA ................................................................................................................ 101
Figura 64 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 8ª carreira de
filtração e ETA ................................................................................................................ 101
Figura 65 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 6ª carreira de
filtração – SEQ 2 e ETA .................................................................................................. 103
Figura 66 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 7ª carreira de
filtração – SEQ 2 e ETA .................................................................................................. 103
Figura 67 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 8ª carreira de
filtração – SEQ 2 e ETA .................................................................................................. 104
Figura 68 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 1ª carreira – SEQ 1 e ETA... 106
Figura 69 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 2ª carreira – SEQ 1 e ETA... 106
Figura 70 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 3ª carreira – SEQ 1 e ETA... 107
Figura 71 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 4ª carreira – SEQ 1 e ETA... 107
Figura 72 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 5ª carreira – SEQ 1 e ETA... 108
Figura 73 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 1 e ETA... 108
Figura 74 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 1 e ETA... 109
Figura 75 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 1 e ETA... 109
Figura 76 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 2 e ETA... 110
Figura 77 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 2 e ETA... 110
Figura 78 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 2 e ETA... 111
Figura 79 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 1ª carreira – SEQ 1.......... 115
Figura 80 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 1
........................................................................................................................................ 115
Figura 81 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 2ª carreira – SEQ 1........... 116
Figura 82 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 1
........................................................................................................................................ 116
Figura 83 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 3ª carreira – SEQ 1........... 117
Figura 84 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 1
........................................................................................................................................ 117
Figura 85 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 4ª carreira – SEQ 1........... 118
Figura 86 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 1
........................................................................................................................................ 118
Figura 87 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 5ª carreira – SEQ 1........... 119
Figura 88 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 1
........................................................................................................................................ 119
Figura 89 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 1........... 120
Figura 90 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 1
........................................................................................................................................ 120
Figura 91 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 1........... 121
Figura 92 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 1
........................................................................................................................................ 121
Figura 93 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 1........... 122
Figura 94 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 1
........................................................................................................................................ 122
Figura 95 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 2........... 123
Figura 96 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 2
........................................................................................................................................ 123
Figura 97 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 2........... 124
Figura 98 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 2
........................................................................................................................................ 124
Figura 99 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 2........... 125
Figura 100 Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na carreira SEQ 2
........................................................................................................................................ 125
Figura 101 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 1 e ETA................................................................................................................... 131
Figura 102 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 1 e ETA................................................................................................................... 131
Figura 103 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 1 e ETA................................................................................................................... 132
Figura 104 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 1 e ETA................................................................................................................... 132
Figura 105 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 1 e ETA................................................................................................................... 133
Figura 106 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 1 e ETA................................................................................................................... 133
Figura 107 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 1 e ETA................................................................................................................... 134
Figura 108 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 1 e ETA................................................................................................................... 134
Figura 109 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 2 e ETA................................................................................................................... 135
Figura 110 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 2 e ETA................................................................................................................... 135
Figura 111 SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na carreira
SEQ 2 e ETA................................................................................................................... 136
Figura 112 – Relação entre turbidez da água bruta e SST em todas as carreiras de filtração136
Figura 113 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 1ª carreira – SEQ 1138
Figura 114 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 2ª carreira – SEQ 1138
Figura 115 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 3ª carreira – SEQ 1139
Figura 116 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 4ª carreira – SEQ 1139
Figura 117 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 5ª carreira – SEQ 1140
Figura 118 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 6ª carreira – SEQ 1140
Figura 119 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 7ª carreira – SEQ 1141
Figura 120 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 8ª carreira – SEQ 1141
Figura 121 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 6ª carreira – SEQ 2142
Figura 122 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 7ª carreira – SEQ 2142
Figura 123 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 8ª carreira – SEQ 2143
Figura 124 – Correlação entre cor aparente e cor verdadeira............................................. 146
Figura 125 – Evolução das perdas de carga em todas as carreiras de filtração................... 146
Figura 126 – Perdas de Carga na 2ª carreira de filtração – SEQ 1..................................... 148
Figura 127 – Perdas de Carga na 3ª carreira de filtração – SEQ 1..................................... 148
Figura 128 – Perdas de Carga na 4ª carreira de filtração – SEQ 1..................................... 149
Figura 129 – Perdas de Carga na 5ª carreira de filtração – SEQ 1..................................... 149
Figura 130 – Perdas de Carga na 6ª carreira de filtração – SEQ 1..................................... 150
Figura 131 – Perdas de Carga na 7ª carreira de filtração – SEQ 1..................................... 150
Figura 132 – Perdas de Carga na 8ª carreira de filtração – SEQ 1..................................... 151
Figura 133 – Perdas de Carga na 6ª carreira de filtração – SEQ 2..................................... 151
Figura 134 – Perdas de Carga na 7ª carreira de filtração – SEQ 2..................................... 152
Figura 135 – Perdas de Carga na 8ª carreira de filtração – SEQ 2..................................... 152
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Classificação de turbidez em águas superficiais (OPS, 2005) ............................ 31
Tabela 2 Qualidade da água recomendável para tratamento por filtração lenta (PROSAB,
1999) ................................................................................................................................. 41
Tabela 3 Porcentagem de remoção de parâmetros monitorados utilizando filtro lento com
carvão ativado tipo “Sandwich” (BAUER et al., 1996)....................................................... 44
Tabela 4 – Atividades de operação e manutenção do pré-filtro dinâmico (PROSAB, 1999) 46
Tabela 5 – Atividades de operação e manutenção do pré-filtro ascendente (PROSAB, 1999)46
Tabela 6 – Atividades de operação e manutenção dos filtros lentos (PROSAB, 1999) ........ 47
Tabela 7 – Taxas de filtração utilizadas no estudo.............................................................. 51
Tabela 8 Porcentagem de remoção de turbidez e clorofila-a em estudo realizado no Lago
Paranoá.............................................................................................................................. 51
Tabela 9 – Composição granulométrica do PFD................................................................. 62
Tabela 10 – Composição granulométrica do PFA............................................................... 63
Tabela 11 – Composição granulométrica dos FLA ............................................................. 66
Tabela 12 – Composição granulométrica do FLAC ............................................................ 66
Tabela 13 – Planejamento Experimental para SEQ 1.......................................................... 68
Tabela 14 – Planejamento Experimental para SEQ 2.......................................................... 68
Tabela 15 – Parâmetros de controle.................................................................................... 69
Tabela 16 – Conclusão em um Teste de Hipótese (Monteiro, 2004) ................................... 71
Tabela 17 – Qualidade da água bruta durante o período experimental................................. 72
Tabela 18 – Síntese das carreiras e taxas de filtração – SEQ 1............................................ 72
Tabela 19 – Síntese das carreiras e taxas de filtração – SEQ 2............................................ 73
Tabela 20 – Classificação das carreiras de filtração............................................................ 74
Tabela 21 – Porcentagens de remoção parcial de turbidez de cada unidade de FiME e remoção
global para os dois sistemas de tratamento – SEQ 1 ........................................................... 84
Tabela 22 – Porcentagens de remoção parcial de cada unidade de FiME e remoção global para
os dois sistemas de tratamento – SEQ 2 ............................................................................. 84
Tabela 23 Porcentagens de remoção parcial de cor de cada unidade de FiME e remoção
global para os dois sistemas de tratamento – SEQ 1 ......................................................... 105
Tabela 24 Porcentagens de remoção parcial de cor de cada unidade de FiME e remoção
global para os dois sistemas de tratamento – SEQ 2 ......................................................... 105
Tabela 25 – Valores mínimos e máximos de remoção de coliformes totais – SEQ 1......... 126
Tabela 26 – Valores mínimos e máximos de remoção de coliformes totais – SEQ 2......... 127
Tabela 27 Valores mínimos e máximos de remoção de coliformes termotolerantes SEQ 1
........................................................................................................................................ 127
Tabela 28 Valores mínimos e máximos de remoção de coliformes termotolerantes SEQ 2
........................................................................................................................................ 127
Tabela 29 Porcentagens de remoção parcial de SST de cada unidade de FiME e remoção
global para os dois sistemas de tratamento – SEQ 1 ......................................................... 137
Tabela 30 Porcentagens de remoção parcial de SST de cada unidade de FiME e remoção
global para os dois sistemas de tratamento – SEQ 2 ......................................................... 137
APÊNDICE A – TABELAS DE VALORES DOS PARÂMETROS ANALISADOS
Tabela A- 1 - Valores de turbidez da carreira de filtração 1 – SEQ 1.................................. 163
Tabela A- 2 - Valores de turbidez da carreira de filtração 2 – SEQ 1.................................. 163
Tabela A- 3 - Valores de turbidez da carreira de filtração 3 – SEQ 1.................................. 163
Tabela A- 4 - Valores de turbidez da carreira de filtração 4 – SEQ 1.................................. 163
Tabela A- 5 - Valores de turbidez da carreira de filtração 5 – SEQ 1.................................. 164
Tabela A- 6 - Valores de turbidez da carreira de filtração 6 – SEQ 1.................................. 164
Tabela A- 7 - Valores de turbidez da carreira de filtração 6 – SEQ 2.................................. 164
Tabela A- 8 - Valores de turbidez da carreira de filtração 7 – SEQ 1.................................. 164
Tabela A- 9 - Valores de turbidez da carreira de filtração 7 – SEQ 2.................................. 164
Tabela A- 10 - Valores de turbidez da carreira de filtração 8 – SEQ 1 ................................ 165
Tabela A- 11 - Valores de turbidez da carreira de filtração 8 – SEQ 2 ................................ 165
Tabela A- 12 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 1 – SEQ 1.......................... 165
Tabela A- 13 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 2 – SEQ 1.......................... 165
Tabela A- 14 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 3 – SEQ 1.......................... 165
Tabela A- 15 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 4 – SEQ 1.......................... 166
Tabela A- 16 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 5 – SEQ 1.......................... 166
Tabela A- 17 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 6 – SEQ 1.......................... 166
Tabela A- 18 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 6 – SEQ 2.......................... 166
Tabela A- 19 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 7 – SEQ 1.......................... 166
Tabela A- 20 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 7 – SEQ 2.......................... 167
Tabela A- 21 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 8 – SEQ 1.......................... 167
Tabela A- 22 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 8 – SEQ 2.......................... 167
Tabela A- 23 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 1 – SEQ 1 ........ 167
Tabela A- 24 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 2 – SEQ 1 ........ 167
Tabela A- 25 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 3 – SEQ 1 ........ 168
Tabela A- 26 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 4 – SEQ 1 ........ 168
Tabela A- 27 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 5 – SEQ 1 ........ 168
Tabela A- 28 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 6 – SEQ 1 ........ 168
Tabela A- 29 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 6 – SEQ 2 ........ 168
Tabela A- 30 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 7 – SEQ 1 ........ 169
Tabela A- 31 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 7 – SEQ 2 ........ 169
Tabela A- 32 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 8 – SEQ 1 ........ 169
Tabela A- 33 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 8 – SEQ 2 ........ 169
Tabela A- 34 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 1 – SEQ 1................... 169
Tabela A- 35 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 2 – SEQ 1................... 170
Tabela A- 36 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 3 – SEQ 1................... 170
Tabela A- 37 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 4 – SEQ 1................... 170
Tabela A- 38 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 5 – SEQ 1................... 170
Tabela A- 39 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 6 – SEQ 1................... 170
Tabela A- 40 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 6 – SEQ 2................... 171
Tabela A- 41 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 7 – SEQ 1................... 171
Tabela A- 42 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 7 – SEQ 2................... 171
Tabela A- 43 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 8 – SEQ 1................... 171
Tabela A- 44 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 8 – SEQ 2................... 171
Tabela A- 45 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 1 – SEQ 1 ... 172
Tabela A- 46 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 2 – SEQ 1 ... 172
Tabela A- 47 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 3 – SEQ 1 ... 172
Tabela A- 48 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 4 – SEQ 1 ... 172
Tabela A- 49 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 5 – SEQ 1 ... 172
Tabela A- 50 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 6 – SEQ 1 ... 173
Tabela A- 51 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 6 – SEQ 2 ... 173
Tabela A- 52 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 7 – SEQ 1 ... 173
Tabela A- 53 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 7 – SEQ 2 ... 173
Tabela A- 54 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 8 – SEQ 1 ... 173
Tabela A- 55 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 8 – SEQ 2 ... 174
Tabela A- 56 - Valores de cor aparente e cor verdadeira da água bruta da carreira de filtração
8 – SEQ 1 .......................................................................................................................... 174
APÊNDICE B – TESTES ESTATÍSTICOS DOS PARÂMETROS ANALISADOS
Tabela B- 1- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
primeira carreira de filtração .............................................................................................. 176
Tabela B- 2- Teste T Student para dados pareados ............................................................. 176
Tabela B- 3- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
segunda carreira de filtração............................................................................................... 177
Tabela B- 4- Teste T Student para dados pareados ............................................................. 177
Tabela B- 5- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
terceira carreira de filtração................................................................................................ 178
Tabela B- 6- Teste T Student para dados pareados ............................................................. 178
Tabela B- 7- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
quarta carreira de filtração.................................................................................................. 179
Tabela B- 8- Teste T Student para dados pareados ............................................................. 179
Tabela B- 9- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
quinta carreira de filtração.................................................................................................. 180
Tabela B- 10- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 180
Tabela B- 11- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
sexta carreira de filtração ................................................................................................... 181
Tabela B- 12- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 181
Tabela B- 13- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
sexta carreira...................................................................................................................... 182
Tabela B- 14- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 182
Tabela B- 15- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
sétima carreira de filtração ................................................................................................. 182
Tabela B- 16- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 183
Tabela B- 17- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
sétima carreira de filtração ................................................................................................. 183
Tabela B- 18- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 184
Tabela B- 19- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
oitava carreira de filtração.................................................................................................. 184
Tabela B- 20- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 184
Tabela B- 21- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da
oitava carreira de filtração.................................................................................................. 185
Tabela B- 22- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 185
Tabela B- 23- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
.......................................................................................................................................... 186
Tabela B- 24- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 186
Tabela B- 25- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
.......................................................................................................................................... 187
Tabela B- 26- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 187
Tabela B- 27- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
.......................................................................................................................................... 187
Tabela B- 28- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 188
Tabela B- 29- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
.......................................................................................................................................... 188
Tabela B- 30- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 189
Tabela B- 31- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
.......................................................................................................................................... 189
Tabela B- 32- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 190
Tabela B- 33- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
.......................................................................................................................................... 190
Tabela B- 34- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 191
Tabela B- 35- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
.......................................................................................................................................... 191
Tabela B- 36- Teste T Student para dados pareados ........................................................... 192
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AB Água Bruta
AT Água Tratada
CAG Carvão Ativado Granular
d Dia
EEC Escola de Engenharia Civil
ETA Estação de Tratamento de Água
FiME Filtração em Múltiplas Etapas
FL Filtro Lento
FLA Filtro Lento de Areia
FLA 1 Filtro Lento de Areia 1
FLA 2 Filtro Lento de Areia 2
FLAC Filtro Lento de Areia e Carvão
NMP Número Mais Provável
PFA Pré-filtro Ascendente
PFD Pré-filtro Dinâmico
PPGEMA Programa de Pós Graduação Stricto Sensu em Engenharia do Meio
Ambiente
pH Potencial Hidrogeniônico
PROSAB Programa de Pesquisas em Saneamento Básico
SANEAGO Saneamento de Goiás
SEQ Seqüência de experimento
SST Sólidos Suspensos Totais
UFG Universidade Federal de Goiás
uH Unidade de Hazen
uT Unidade de Turbidez
Q Vazão
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................27
1.1 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................29
2 OBJETIVOS ................................................................................................................30
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .....................................................................................31
3.1 Definição e origem da turbidez .....................................................................................31
3.2 Filtração em Múltiplas Etapas (FiME) ..........................................................................34
3.3 Etapas do processo de filtração .....................................................................................36
3.3.1 Pré-Filtro Dinâmico (PFD) .................................................................................36
3.3.2 Pré-Filtro de Pedregulho com escoamento Vertical Ascendente (PFA) ...............37
3.3.3 Filtro Lento (FL).................................................................................................38
3.3.4 Desinfecção........................................................................................................42
3.4 Adsorção em carvão ativado .........................................................................................43
3.5 Operação e manutenção de filtros grosseiros e filtros lentos de areia.............................45
3.5.1 Técnicas de limpeza para filtros grosseiros .........................................................45
3.5.2 Técnicas de limpeza para filtros lentos................................................................47
3.5.3 Sistema de drenagem dos Filtros Lentos .............................................................48
3.6 Estudos com FiME........................................................................................................49
3.7 Estação de Tratamento de Água de ciclo completo de Goianápolis................................55
4 MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................58
4.1 Descrição da instalação piloto FiME e ETA de ciclo completo de Goianápolis..............58
4.2 Água de Estudo.............................................................................................................59
4.3 Início das atividades e captação da água para o sistema de FiME e de ciclo completo ...60
4.4 Meios Granulares..........................................................................................................62
4.4.1 Características do meio granular do pré-filtro dinâmico (PFD)............................62
4.4.2 Características do meio granular do pré-filtro ascendente (PFA).........................63
4.4.3 Características do meio granular dos filtros lentos de areia (FLA) e filtro lento de
areia e carvão (FLAC)......................................................................................................64
4.4.4 Curvas Granulométricas......................................................................................66
4.5 Planejamento Experimental...........................................................................................67
4.6 Parâmetros de controle..................................................................................................69
4.6.1 Análises físico-químicas e parâmetros hidráulicos ..............................................69
4.6.2 Comparação da eficiência total de remoção de cor, turbidez e sólidos suspensos
totais obtidos na FiME com Sistema de Ciclo Completo. .................................................70
4.7 Análise estatística dos dados .........................................................................................70
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................72
5.1 Remoção de Turbidez ...................................................................................................73
5.2 Remoção de Cor Aparente ............................................................................................96
5.3 Remoção de Coliformes Totais e Escherichia coli.......................................................114
5.4 Remoção de Sólidos Suspensos Totais (SST)..............................................................130
5.5 Correlações.................................................................................................................145
5.6 Perda de Carga............................................................................................................146
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.............................................................................153
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................157
APÊNDICE A .....................................................................................................................162
APÊNDICE B......................................................................................................................175
27
1 INTRODUÇÃO
A água é um recurso natural importante e é assim considerada porque é finita,
vulnerável e essencial à vida e ao meio ambiente.
Nos últimos anos pode-se constatar um acentuado aumento da utilização dos
corpos d’água naturais em diversas atividades humanas, principalmente devido ao
crescimento e adensamento populacional urbano, desenvolvimento agrícola e industrial.
Como conseqüência, tem-se alterações na quantidade e qualidade da água e os problemas
relacionados à poluição dos mananciais se agravaram. A escassez e o uso inadequado dos
recursos hídricos representam um grande risco ao desenvolvimento sustentável, à proteção do
meio ambiente, à saúde coletiva e à vida no planeta. A água pode ser um elemento natural
benéfico ao homem ou um veículo pelo qual microrganismos causadores de doenças ou
substâncias tóxicas podem ser disseminados.
A poluição de um recurso hídrico geralmente resulta do lançamento de águas
oriundas de atividades humanas e a contaminação é uma denominação genérica das
conseqüências dessa poluição, introduzindo substâncias e organismos nocivos ao recurso
hídrico, causando diversas alterações em suas características físicas, químicas e biológicas
(PROSAB, 1999).
A escassez ou falta de água afeta mais de 40% da população mundial por razões
políticas, econômicas e climáticas. Cerca de 1,1 bilhões de pessoas não têm acesso a um
tratamento adequado de água e esgoto, principalmente em países da África, Ásia e América
Latina (RANGEL, 2008).
De acordo com Morgado (2008), pelo menos um terço da população dos países
em desenvolvimento o tem acesso à água potável. A água superficial sem nenhum tipo de
tratamento representa uma ameaça para a saúde humana.
O controle da poluição da água é necessário para assegurar e manter níveis de
qualidade compatíveis com sua utilização, em especial para abastecimento público.
Condições adequadas de vida e saúde estão diretamente relacionadas com a
prestação de serviços de saneamento. Entretanto, grande parte da população urbana menos
favorecida economicamente, população de zonas rurais e indígenas não têm acesso a um
sistema de tratamento de água e esgoto adequados, apresentando elevada incidência de
doenças associadas à água (GALVIS, 2006).
No Estado de Goiás, a empresa Saneamento de Goiás (SANEAGO),
concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto, atende 223 municípios,
abrangendo 85,8% da população urbana com água tratada (SANEAGO, 2009).
28
Do ponto de vista tecnológico, água de qualquer qualidade pode ser transformada
em água potável, porém, os custos envolvidos e a confiabilidade na operação e manutenção
podem inviabilizar o uso de um determinado corpo d’água como fonte de abastecimento
(PROSAB, 1999). Devido ao fato dos problemas relacionados à poluição dos mananciais
terem se agravado nos últimos anos, exigiu-se medidas tecnológicas apropriadas e eficazes ao
tratamento da água destinada ao consumo humano (VERAS e DI BERNARDO, 2008).
Água potável é água destinada ao consumo humano cujos parâmetros físicos,
químicos, radioativos e microbiológicos atendem aos padrões de potabilidade, não oferecem
riscos à saúde e assim, estejam em condições sensoriais adequadas. No Brasil, os Padrões de
Potabilidade da água são estabelecidos pela Portaria 518, de 25 de março de 2004
(BRASIL, 2004).
As tecnologias de tratamento de águas para abastecimento são classificadas em
dois grupos: (1) com coagulação química, que incluem todas as etapas tradicionais do
processo (coagulação, floculação, decantação e filtração) e (2) não-convencionais, ou seja,
sem coagulação química, incluindo a filtração direta ascendente e descendente, a dupla
filtração, a filtração lenta e a FiME, que é a filtração em múltiplas etapas. Em ambos os casos
a desinfecção é comum e necessária após o tratamento.
A maior parte da população brasileira que não tem acesso à água tratada encontra-
se na zona rural ou em pequenos municípios, que em geral, não possuem recursos e mão de
obra qualificadas para investir em tecnologias mais sofisticadas de operação das ETA´s
convencionais. Assim, surge a necessidade de desenvolvimento de tecnologias de tratamento
de águas mais simples, cuja operação e manutenção possam ser realizadas pela própria
comunidade, beneficiando-as e produzindo água com qualidade segura. Segundo Clarke et al.
(2004), é muito importante utilizar uma tecnologia de tratamento de água que seja adequada
às condições locais da comunidade.
A estação de tratamento sem coagulação química, utilizando FiME (filtração em
múltiplas etapas), constitui-se de uma unidade de pré-filtro dinâmico, pré-filtros com
escoamento vertical ascendente em camadas com composição granulométricas diferenciadas e
filtros lentos constituídos de areia e areia com carvão ativado granular.
A FiME é uma tecnologia proposta para superar os problemas com a qualidade da
água bruta e as limitações da filtração lenta, no que diz respeito a águas superficiais com
elevada turbidez.
A eficiência da filtração lenta pode ser comprometida em determinadas épocas do
ano devido à piora da qualidade da água bruta. Elevados valores de turbidez causam uma
29
redução significativa nas carreiras de filtração, além do efluente produzido resultar com
qualidade inferior (PATERNIANI e CONCEIÇÃO, 2001).
Para que a filtração lenta produza água com turbidez baixa e não comprometa a
eficiência da desinfecção final bem como apresente carreiras de filtração com duração
razoável (carreiras com duração de 1 mês aproximadamente), muitos pesquisadores limitam
em 10 uT a turbidez da água afluente aos filtros lentos. Fora destas condições, a pré-filtração
é necessária, pois absorve picos de turbidez e condiciona a água afluente ao filtro lento
(PROSAB, 1999).
Quando devidamente selecionada, projetada, construída e operada, a FiME produz
água filtrada com baixa turbidez, sem a presença de impurezas nocivas e livre de organismos
patogênicos, porém poucos são os estudos com água bruta apresentando alta turbidez
(VISSCHER; GALVIS; LATORRE, 1996).
Diante disso, o presente trabalho investigou o desempenho da FiME como uma
alternativa de tratamento de águas de abastecimento para atender pequenas comunidades e
zonas rurais.
1.1 JUSTIFICATIVA
Como justificativa para a realização da presente pesquisa, destaca-se a
necessidade de se aprimorar a técnica para tratamento de águas de abastecimento sem
coagulação química, ou seja, grande demanda por tecnologias simplificadas como uma
alternativa sustentável para serem aplicadas a pequenas comunidades e zonas rurais. A
Filtração em Múltiplas Etapas (FiME) constitui-se de uma tecnologia eficiente, de simples
construção, baixo custo de instalação e operação e a instrumentação pode ser praticamente
eliminada.
Apesar de estudos (GALVIS et al., 1996; BRANDÃO et al., 1998; VERAS, 1999;
SÁ, 2002; TANGERINO, 2003; MURTHA e HELLER, 2003; PATERNIANI e
CONCEIÇÃO, 2004) terem demonstrado o potencial de aplicação da FiME para tratar águas
com elevada turbidez, existem poucos trabalhos sobre esta tecnologia. As águas naturais de
Goiás tendem a ter teores altos de turbidez, diferentes de regiões de clima temperado, onde
muitos estudos foram desenvolvidos. Assim, este trabalho contribuirá para a disseminação e
implantação da FiME no Estado de Goiás pois contará também com o apoio da SANEAGO,
que é a concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto nesse Estado.
A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) é um órgão do Ministério da Saúde que
possui a responsabilidade de alocar recursos não onerosos para sistemas de abastecimentos de
30
água e ações de saneamento em geral para o atendimento a municípios com população
inferior a 50.000 habitantes e em comunidades indígenas, quilombolas e especiais. Dessa
forma, a Funasa estabeleceu um projeto de cooperação com a Universidade Federal de Goiás,
através do Edital 01/2003. Houve interesse no desenvolvimento desse trabalho como uma
forma de aplicar a FiME e levar água de boa qualidade para consumo humano e fornecimento
contínuo, assegurando a redução e controle de diversas doenças de veiculação hídrica nestas
comunidades.
2 OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho foi avaliar o desempenho da tecnologia de
Filtração em Múltiplas Etapas (FiME) no tratamento de águas de abastecimento, destinadas ao
abastecimento de pequenas comunidades e zonas rurais.
Os objetivos específicos foram:
(a) Avaliar a eficiência de remoção de turbidez, cor, SST (sólidos suspensos totais)
e coliformes nas várias unidades constituintes da FiME;
(b) Comparar a eficiência total de remoção de turbidez, cor e SST obtidas na FiME
com a eficiência do sistema de ciclo completo (com coagulação química) na ETA
de Goianápolis, Goiás;
(c) Avaliar a correlação entre as remoções de turbidez, cor, coliformes e a remoção
de SST na FiME;
(d) Avaliar o efeito da variação das taxas de filtração nas eficiências do FLA e
FLAC do sistema de FiME;
31
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Definição e origem da turbidez
A qualidade de uma água é definida por sua composição química, física e
biológica. As características desejáveis de uma água dependem de sua utilização. Para o
consumo humano, a necessidade de uma água pura e saudável, isto é, livre de matéria
suspensa visível, cor, gosto e odor, de quaisquer organismos capazes de provocar
enfermidades e de quaisquer substâncias orgânicas ou inorgânicas que possam produzir
efeitos fisiológicos prejudiciais (RICHTER e AZEVEDO NETTO, 1991).
A água bruta proveniente de corpos d’água superficiais geralmente contém
material flutuante e em suspensão, tais como folhas de árvores, grama, pequenos galhos,
areia, silte, argila, matéria orgânica natural, algas e microrganismos, tais como protozoários,
vírus e bactérias que podem representar riscos à saúde pública (PROSAB, 1999).
Um manancial superficial pode apresentar variações significativas de turbidez
durante as diferentes épocas do ano (DI BERNARDO e DANTAS, 2005). Em períodos
chuvosos, a água geralmente apresenta concentrações elevadas de turbidez, sólidos suspensos
e microrganismos (PROSAB, 1999).
A Tabela 1 mostra os valores de turbidez das águas superficiais e sua respectiva
classificação como baixa, intermediária e alta (OPS, 2005).
Tabela 1 – Classificação de turbidez em águas superficiais (OPS, 2005)
Nível Turbidez
Baixa < 10 uT
Intermediária 10 – 20 uT
Alta 20 – 70 uT
Segundo Von Sperling (1996), a turbidez representa o grau de interferência com a
passagem da luz através da água, conferindo uma aparência turva devido aos sólidos em
suspensão. As fontes e natureza da turbidez o variáveis e complexas e são influenciadas
pelas características físico-químicas e biológicas da água. A turbidez é causada pela presença
de vários elementos, incluindo partículas de rocha, argila, silte e outros minerais, além de
algas e microrganismos, causando implicações importantes nos processos de tratamento de
água e afetando a segurança e aceitação da água pelos consumidores (CAMPOS, 2006). De
acordo com a Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), o padrão de
32
turbidez para água pós-filtração ou pré-desinfecção submetida à filtração lenta é de 2 uT em
95% das amostras analisadas e 1 uT para água submetida ao tratamento de ciclo completo ou
filtração direta, consolidando-se como um dos principais parâmetros na avaliação do
desempenho das estações de tratamento.
A qualidade microbiológica da água potável pode ser significativamente afetada
pela turbidez juntamente com as partículas sólidas que são parâmetros indicadores da
presença de microrganismos como Giardia e Cryptosporidium. Esses microrganismos são de
difícil detecção, quantificação e remoção nos filtros de ETAs, além de resistirem aos métodos
tradicionais de desinfecção, representando grandes riscos sanitários. Devido a esses
agravantes, as normas mundiais para água de consumo estão cada vez mais restritas para os
limites de turbidez da água filtrada (DANTAS, 2004).
O crescimento microbiano na água é maior sobre as superfícies das partículas
sólidas e nos flocos (quando se utiliza o processo de coagulação e floculação no tratamento da
água). Alguns estudos demonstraram uma correlação entre a redução da turbidez da água
tratada (valores abaixo de 0,1 uT) e redução do número de bactérias e algas (HEALTH
CANADÁ, 2003).
Se a possibilidade de contaminação industrial estiver descartada no manancial,
devem ser levados em consideração, basicamente os resultados das análises dos parâmetros
turbidez, cor e coliformes termotolerantes como características relevantes para a água tratada
(OPS, 2005).
A elevação da turbidez do efluente filtrado pode sinalizar um potencial aumento
da passagem de organismos indesejáveis, mesmo que a turbidez do efluente seja menor que
1,0 uT. Podem-se citar dois exemplos: (1) o aumento das concentrações de cistos de Giardia
pode ocorrer com aumentos de turbidez de apenas 0,2 - 0,3 uT e (2) foram encontrados
coliformes em água com turbidez variando entre 3,8 a 84,0 uT, mesmo após a desinfecção,
aplicando 0,1 e 0,5 ml/L de cloro residual livre com tempo de contato de 30 minutos. As
partículas orgânicas e inorgânicas em suspensão promovem uma barreira protetora contra os
efeitos da desinfecção (HEALTH CANADÁ, 2003).
A turbidez das águas é devida à presença de: (1) partículas em estado coloidal, (2)
partículas em suspensão, (3) matéria orgânica (húmus), (4) matéria inorgânica (óxidos)
finamente dividida, plâncton, algas e (5) outros organismos microscópicos. O comportamento
dessas partículas no meio dispersante está ligado às dimensões, como mostrado na Figura 1.
33
Figura 1 – Distribuição de tamanhos de partículas
(Adaptado de LEVINE; TCHOBANOGLOUS; ASANO, 1985)
De acordo com alguns autores como Alcócer (1993) e Dantas (2004), é muito
importante o conhecimento do tamanho das partículas presentes na água bruta, pois águas que
contém grande quantidade de partículas finamente divididas, dificilmente podem ser tratadas
convenientemente apenas por filtração lenta.
Nas soluções, o fracionamento ocorre em nível: (1) de moléculas e átomos e nas
dispersões coloidais, (2) das partículas que são finamente divididas (semelhante a uma
mistura homogênea), (3) das partículas que não se sedimentam e também não podem ser
filtradas apenas pela filtração comum. As partículas coloidais podem ser formadas por
milhares de átomos ou moléculas. As suspensões, que podem ser orgânicas ou inorgânicas,
não estão em solução ou em suspensão na água e originam a névoa ou turvação da água. A
separação de fases é realizada por simples decantação em um curto espaço de tempo. O grau
de contaminação coloidal pode ser determinado por turbidimetria (DANTAS, 2004).
A propriedade ótica expressa como turbidez pode ser considerada como a
interação entre a luz e as partículas em suspensão na água. Em amostras contendo partículas
34
em suspensão, a maneira como a água interfere na transmissão de luz está relacionada com as
características destas partículas (tamanho, forma e composição) e com o comprimento de
onda da luz incidente (DANTAS, 2004).
Um fator importante a ser considerado em trabalhos nos quais a turbidez é o
principal parâmetro de controle, é a diferença que existe entre os diversos equipamentos de
medida de turbidez. O princípio sico do funcionamento dos equipamentos de determinação
nefelométrica de turbidez consiste em um detector disposto a um determinado ângulo em
relação ao raio de luz incidente, que mede a reflexão da luz pelas partículas. Para o ângulo de
90°, o equipamento denomina-se nefelômetro ou turbidímetro (HACH; VANOUS; HEER,
1989).
Teixeira et al. (2004), realizaram estudo sobre a confiabilidade analítica, em
termos de turbidez, dos efluentes das unidades de filtração em escala piloto. Foram realizadas
determinações deste parâmetro com turbidímetro de bancada e de escoamento contínuo. A
partir dos resultados experimentais, foram efetuados testes de confiabilidade e de validade,
considerando o turbidímetro de bancada como padrão. Os resultados concluíram que as
determinações de turbidez estão condicionadas aos princípios de funcionamento de cada
equipamento.
LeChevallier et al. (1981), estudaram a relação entre elevação da turbidez e
eficiência da cloração na inativação de coliformes em sistemas de águas superficiais de
comunidades onde a cloração era o único tratamento. Os autores concluíram que, um aumento
na turbidez de 1 para 10 uT resulta na diminuição da eficiência da desinfecção com dosagem
fixa de cloro, reduzindo a proteção contra possíveis contaminações durante o percurso da
água nas redes de distribuição. A turbidez pode fornecer um meio para crescimento
microbiológico. A matéria orgânica é, geralmente, uma fonte de nutrientes para os
microrganismos e pode criar condições favoráveis aos mesmos quando utilizada desinfecção
química ou por ultravioleta. Os sólidos em suspensão podem conter toxinas tais como metais
pesados, biocidas e podem também adsorver microrganismos, protegendo-os da desinfecção.
Elevada turbidez de origem orgânica na água requer maior demanda de cloro.
3.2 Filtração em Múltiplas Etapas (FiME)
Segundo Paterniani (1986), muitos séculos, sem mesmo possuir grandes
conhecimentos, o ser humano já conseguia diferenciar uma água esteticamente limpa de outra
que se apresentasse turva, com gosto e sabor.
35
Existem relatos do ano 2000 a.C, de tradições dicas na Índia, recomendando
que, a água impura deveria ser purificada pela fervura sobre um fogo, pelo aquecimento no
sol, mergulhando um ferro em brasa dentro dela ou ainda ser purificada por filtração em areia
ou cascalho e depois, resfriada (USEPA, 1999).
A filtração como processo de tratamento de água foi criada pelo homem,
provavelmente, através da observação da limpeza e clarificação da água subterrânea que
passava pelos solos naturais. Acredita-se que desde o culo XVI, a filtração já se encontrava
difundida. Os primeiros filtros possuíam leitos de pedras porosas, mas foi somente a partir de
1828 que os filtros de areia foram utilizados para abastecimento público e pretendia-se apenas
reduzir a turbidez pelos mecanismos de retenção de partículas (PATERNIANI e
CONCEIÇÃO, 2004).
Esse processo de tratamento de águas apresenta algumas vantagens sobre outras
tecnologias, destacando-se principalmente: (1) não requer adição de produtos químicos na
água para coagulação, (2) não utiliza equipamentos sofisticados para controle do processo, (3)
não necessita de operadores muito qualificados, (4) é de simples construção, manutenção e
operação e (5) produz pouco lôdo. Essas vantagens possibilitam um tratamento de água
eficiente e mais acessível à população que se deseja atender (PATERNIANI e CONCEIÇÃO,
2004).
O pré-tratamento com pré-filtros de pedregulho é recomendado por diversos
pesquisadores, pois atenua os picos de cor e turbidez afluentes ao filtro lento (PATERNIANI
e CONCEIÇÃO, 2004). Além disso, ele também é utilizado para remover impurezas e sólidos
suspensos. Alguns autores recomendam que o efluente dos filtros grossos devam conter entre
2 e 5 mg/L de sólidos suspensos para que a qualidade da água bruta seja adequada aos filtros
lentos (VERAS, 1999). dados na literatura relatando substancial remoção de algas,
coliformes, protozoários, metazoários e rotíferos nos pré-filtros em pedregulho com
escoamento ascendente. Desta forma, quando os pré-filtros com escoamento ascendente são
precedidos de pré-filtração dinâmica produzem água com qualidade segura, adequando as
características dessa água para a etapa posterior, que é a da filtração lenta (PROSAB, 1999).
Assim, a filtração lenta tem sido precedida por unidades de pré-tratamento,
geralmente constituídas por pré-filtros de pedregulho (PROSAB, 1999).
A filtração em múltiplas etapas é uma combinação de filtração em pedregulho e
filtração lenta, que permite o tratamento de água com elevados níveis de contaminação e que
não poderiam ser tratados apenas por filtração lenta (IRC, 2006).
36
A capacidade de contribuição da filtração em múltiplas etapas (FiME) para a
melhoria da qualidade da água depende da seleção do pré-tratamento e arranjos entre as
unidades filtrantes (GALVIS et al., 1996).
Na FiME, a água passa por diferentes etapas de tratamento, ocorrendo, em cada
uma, progressiva remoção de substâncias sólidas. O princípio básico é o de cada etapa
condicionar seu efluente de forma adequada para ser submetido ao tratamento posterior, sem
sobrecarregá-lo, ou seja, impedindo uma colmatação muito freqüente dos meios granulares e
assegurando um efluente com características compatíveis com o processo de tratamento
adotado (DI BERNARDO e DANTAS, 2005).
3.3 Etapas do processo de filtração
As etapas de tratamento da FiME são: (1) pré-filtração dinâmica (PFD), (2) pré-
filtração grosseira com escoamento vertical ascendente (PFA), (3) filtração lenta (FL) e (4)
desinfecção, como mostra o esquema na Figura 2.
Figura 2 – Esquema Geral da Filtração em múltiplas etapas (Adaptado de PROSAB, 1999)
As unidades constituintes do sistema FiME são descritas a seguir.
3.3.1 Pré-Filtro Dinâmico (PFD)
Na primeira etapa, a pré-filtração dinâmica (PFD), o meio granular é constituído
de pedregulho com tamanho menor no topo e maior no fundo dessa unidade, dispostos sobre
um sistema de drenagem, geralmente constituídos por tubos perfurados (TANGERINO,
2003). Há também a remoção de sólidos grosseiros e amortecimento de picos de turbidez,
além da remoção parcial de organismos. A remoção de coliformes totais e termotolerantes no
pré-filtro dinâmico tem sido da ordem de 80 a 90%. A taxa de filtração empregada varia de 24
37
a 120 m/d. Na unidade de pré-filtração mostrada na Figura 3, uma parcela da vazão afluente
(Qa) escoa superficialmente e a outra infiltra (Qc), onde é coletada e encaminhada às demais
unidades subseqüentes de filtração (PROSAB, 1999). também a vazão de descarte (Qa-
Qc) que retorna para a entrada da unidade filtrante. O pré-filtro dinâmico dessa natureza foi
utilizado na estação piloto FiME de Goianápolis.
Figura 3 – Esquema de uma unidade de pré-filtração dinâmica (PFD) (PROSAB, 1999)
Segundo Latorre et al. (1996), a remoção de impurezas ocorre por meio da
sedimentação no topo e no interior do material granular, sendo mais efetiva nos vazios do
meio granular. De acordo com Veras e Di Bernardo (2008), foi dado o nome de “dinâmico”
para esse tipo de filtro devido à sua capacidade de reagir às variadas cargas de sólidos.
3.3.2 Pré-Filtro de Pedregulho com escoamento Vertical Ascendente (PFA)
A segunda etapa da FiME é a pré-filtração vertical, que pode variar entre
descendente e ascendente. Neste trabalho utilizou-se a pré-filtração com escoamento vertical
ascendente (PFA).
Os pré-filtros de escoamento ascendente são divididos em dois grupos: (1)
compartimentados em duas, três ou quatro unidades em série e cada uma contendo
granulometria específica e (2) o material granular com tamanho variado é disposto em uma
única unidade e essa unidade de filtração pode conter até três subcamadas de pedregulho de
tamanhos decrescentes no sentido do fluxo da água. A Figura 4 mostra os diversos tipos de
PFA. As taxas de filtração usualmente utilizadas variam na faixa de 12 a 48 m/d (DI
BERNARDO e DANTAS, 2005). O pré-filtro com escoamento ascendente em camadas foi
utilizado na estação piloto de FiME de Goianápolis.
38
Figura 4 – Esquema de pré-filtros grosseiros com escoamento ascendente (PROSAB, 1999)
Uma das vantagens dessa unidade filtrante é o acúmulo de sólidos no fundo do
filtro, onde está o sistema de drenagem, favorecendo a limpeza hidráulica ou de fundo que são
realizadas através de descargas de fundo (TANGERINO, 2003). O pré-filtro ascendente
também pode ser operado com descargas de fundo intermediárias e, de acordo com a
característica do efluente, podem ser programadas descargas de fundo a cada 10 cm de
decréscimo na perda de carga, aumentando assim a duração da carreira de filtração
(PROSAB, 1999).
O efluente do pré-filtro ascendente possui, em geral, qualidade e características
mais adequadas para ser submetido à filtração lenta (TANGERINO, 2003).
3.3.3 Filtro Lento (FL)
A filtração lenta é um sistema de tratamento de água de operação simplificada
que, em verdade, simula mecanismos naturais de depuração das águas, em sua percolação
pelo subsolo, sendo que, nesse percurso, são removidos microrganismos, partículas e
substâncias químicas. Trata-se de processo que tinha emprego privilegiado no tratamento de
água no Brasil desde o início do século até a década de 60 e passou a ser desprezado a partir
dos anos 70. Duas pressões colaboraram com essa mudança: (1) o processo de substituição
tecnológica, determinado pela influência, sobretudo da cultura técnica norte-americana e (2) a
acelerada deterioração da qualidade das águas dos mananciais, resultado da opção de
desenvolvimento econômico baseado no modelo urbano industrial, sem a preocupação de
assegurar sua sustentabilidade sócio-ambiental (PROSAB, 1999).
Pré-filtro com escoamento ascendente (em camadas)
39
Os componentes sicos de um filtro lento são: (1) camada de água sobrenadante,
(2) meio filtrante, (3) camada suporte, (4) sistema de drenagem e (5) controle de vazão,
ilustrados na Figura 5.
Figura 5 – Representação esquemática do filtro lento de areia (FLA) (Adaptado de PROSAB, 1999)
A camada sobrenadante de água fornece a carga hidráulica suficiente para a água
atravessar o meio filtrante, por gravidade. Geralmente é utilizada areia como meio filtrante
devido ao baixo custo, durabilidade e disponibilidade. Os filtros lentos trabalham com taxas
de filtração entre 3 a 6 m/d e utilizam areia de granulometria mais fina, normalmente com
grãos de tamanho entre 0,15 e 1,00 mm. A atividade biológica é considerada a ação mais
importante que ocorre na filtração lenta, sendo mais efetiva no topo do meio filtrante, mas se
estendendo até cerca de 40 cm de profundidade (DI BERNARDO e DANTAS, 2005).
Murtha e Heller (2003), avaliaram a eficiência de remoção de indicadores
microbiológicos do leito filtrante na filtração lenta em areia. Os estudos mostraram que os 30
cm iniciais do leito filtrante seriam responsáveis por quase a totalidade de remoção de
coliformes totais e Escherichia coli (E. coli).
Essa camada, chamada Schmutzdecke”, é constituída por partículas inertes,
matéria orgânica e diversas variedades de bactérias, algas, protozoários, metazoários, entre
outros, além de precipitados de ferro e manganês quando se encontram dissolvidos no
afluente e é formada a partir da retenção de partículas suspensas e adesão de microrganismos.
A atividade de microrganismos no Schmutzdecke”, no filtro lento, é um dos fatores chaves
para se obter água de boa qualidade (DI BERNARDO e DANTAS, 2005).
Campos et al. (2002), estudaram a importância do Schmutzdecke”, que é a
camada de biofilme no topo da areia, para a atividade microbiológica nos filtros lentos. Nesse
trabalho concluiu-se que a matéria orgânica inicialmente degradada nesta camada fornece
40
nutrientes para o sistema biológico distribuído ao longo do leito filtrante. Durante o processo
de limpeza dos filtros lentos remoção da camada biológica, podendo diminuir a eficiência
do mesmo (TANGERINO et al., 2008).
O desempenho do filtro lento na remoção de microrganismos depende de vários
fatores como: (1) a taxa de filtração, (2) a temperatura, (3) a espessura e granulometria do
meio filtrante, (4) a idade da camada biológica e (5) a maturidade biológica do meio filtrante.
A tecnologia de filtração lenta, última etapa da FiME, evoluiu consideravelmente nos últimos
anos em relação à performance do meio filtrante e ao conhecimento de sua operação. O
emprego de areia fina em conjunto com as mantas sintéticas ou em conjunto com carvão
ativado granular favorece a remoção de matéria orgânica dissolvida, o que não acontecia com
meio filtrante exclusivamente de areia. O carvão ativado granular é utilizado no tratamento de
águas de abastecimento pela sua capacidade de adsorção de compostos orgânicos que causam
odor e gosto na água, além da remoção de produtos orgânicos sintéticos como os pesticidas
(DI BERNARDO e DANTAS, 2005).
Segundo Tangerino e Di Bernardo (2005), diversas pesquisas estão sendo
realizadas utilizando-se carvão ativado em camada intermediária (tipo “Sandwich”) do filtro
lento cujo objetivo é melhorar a eficiência na remoção de cor e reduzir os subprodutos da
desinfecção.
A operação dos filtros lentos é essencial para a sua eficiência. A taxa de filtração
deve ser mantida dentro de um intervalo de 2,4 a 7,2 m/d para fornecer aos microrganismos
atuantes dentro do filtro um escoamento estável de nutrientes e oxigênio, além de
proporcionar tempo suficiente para purificar a água (MOODY et al., 2002).
Ainda de acordo com Moody et al. (2002), a qualidade bacteriológica da água filtrada
não deteriora significativamente quando são aplicadas taxas de filtração maiores que 2,4 m/d.
e podem ser adotadas nos filtros lentos para uma água bruta de boa qualidade. Porém, filtros
com taxas de filtração altas requerem limpeza com maior freqüência.
É possível aumentar consideravelmente as taxas de filtração se o pré-tratamento da
água bruta e a desinfecção após a filtração lenta forem eficazes (ELLIS, 1985).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas limita a taxa de filtração nos filtros
lentos em 6 m/d quando o meio filtrante é constituído unicamente de areia. Porém, tem sido
recomendados valores da taxa de filtração entre 2 e 5 m/d, dependendo da qualidade do
afluente e da carga hidráulica disponível total (PROSAB, 1999).
Pesquisas realizadas com mantas sintéticas (PROSAB, 1999; PATERNIANI, 2001)
indicam a possibilidade da utilização de taxa de filtração de 9 a 12 m/d.
41
Londe (2002), utilizando um sistema composto apenas de filtro lento tendo como
meio filtrante areia grossa de construção civil passada por peneira de 1 mm e mantas
sintéticas não tecidas e, aplicando uma taxa de filtração igual a 3 m
3
/ m
2
.dia, reduziu em
média 64% a turbidez, 38% a cor, 62% os sólidos suspensos totais, 92,57% os E. coli e
85,61% os coliformes totais. Nos ensaios com taxa de filtração igual a 6 m
3
/ m
2
.dia, a redução
em média foi de 72% para turbidez, 44% para cor, 67% para sólidos suspensos totais, 83,87%
para E. coli e 82,90% para coliformes totais.
De acordo com Veras e Di Bernardo (2008), no tratamento sem coagulação
química, a filtração lenta e a cloração o os principais processos capazes de assegurar a
produção de água com qualidade adequada ao consumo, porém a eficiência da filtração lenta
pode ser comprometida se a turbidez da água bruta for superior a 10 uT. Nesse estudo, a pré-
filtração possibilita a redução das impurezas da água antes da filtração lenta. A Tabela 2
mostra a qualidade da água recomendável para tratamento por filtração lenta.
Tabela 2 – Qualidade da água recomendável para tratamento por filtração lenta (PROSAB, 1999)
Valores máximos recomendáveis Parâmetro
Di Bernardo (1993) Cleasby (1991)
Turbidez (uT) 10 5
Cor verdadeira (uH) 5 -
Ferro (mg/L) 1 0,3
Coliformes Totais (NMP/100 mL) 1000 -
Escherichia coli 200 -
É sabido que o Schmutzdecke, a camada orgânica que é formada no topo da areia e
que mantém protozoários, bactérias, algas e outras formas de vida, contribui
significativamente para o processo de purificação da água (ELLIS, 1985).
Com o passar do tempo de operação, o Schmutzdecke dificulta o escoamento nos
filtros e conseqüentemente, o desempenho dos mesmos diminui temporariamente,
necessitando que essa camada seja removida (DIZER et al., 2004).
Ainda segundo Dizer et al. (2004), os filtros lentos geralmente apresentam um
desempenho oscilatório, com períodos de aumento de remoção de poluentes e vazão baixa e
períodos de reduzida eficiência de remoção e vazão alta.
A limpeza do filtro lento é necessária quando a máxima perda de carga é atingida
ou a qualidade do efluente seja inadequada e assim, a carreira de filtração é encerrada. Na
maioria dos casos, a carreira é considerada encerrada quando a perda de carga atinge 0,70 a
1,0 m (VERAS e DI BERNARDO, 2008).
42
Segundo Veras (1999), a perda de carga é a diferença do nível de água sobre o
leito filtrante (nível máximo) e o de descarga da estrutura de saída, recomendando-se um nível
mínimo sobre a superfície da camada da areia, para evitar perturbações na camada biológica.
Essa operação de limpeza consiste em uma raspagem de 1 a 3 cm da camada
superior do leito filtrante, devolvendo a carga hidráulica para que a filtração prossiga
adequadamente. A areia é carreada para fora dos filtros, lavada, seca, homogeneizada e
guardada para reposição futura (VERAS e DI BERNARDO, 2008).
A lavagem da areia não deve ultrapassar 24 horas pois os microorganismos
presentes nos grãos de areia continuam suas atividades, podendo atingir condições de
decomposição anaeróbia e liberar compostos que poderão impregnar-se nos grãos,
dificultando ou diminuindo a eficiência da lavagem da areia (CULLEN e LETTERMAN,
1985).
3.3.4 Desinfecção
A desinfecção constitui-se na etapa do tratamento cuja função é a inativação de
microrganismos patogênicos presentes na água, incluindo bactérias, vírus e protozoários, além
de algas, por meio de processos que utilizam um agente químico ou o químico (PROSAB,
2001).
A inativação ocorre por meio de um ou mais dos seguintes mecanismos: (1)
destruição da estrutura celular, (2) interferência no metabolismo com inativação de enzimas e
(3) interferência na biosíntese e no crescimento celular, evitando a síntese de proteínas, ácidos
nucléicos e co-enzimas (DI BERNARDO e DANTAS, 2005).
A desinfecção é um processo seletivo, isto é, não destrói todas as formas vivas e
não elimina todos os organismos patogênicos. A destruição completa das formas vivas é
denominada esterilização (DI BERNARDO e DANTAS, 2005).
Para serem utilizados nas estações de tratamento de água, os desinfetantes devem
apresentar as seguintes características: (1) destruir, em tempo razoável, os organismos
patogênicos na quantidade em que se apresentam e nas condições da água; (2) não ser tóxico
ao ser humano e animais domésticos, (3) nas dosagens usualmente utilizadas, não causar odor
e sabor nas águas; (4) disponível a preço razoável e oferecer condições seguras de transporte,
armazenamento e aplicação na água; (5) ter sua concentração na água medida de forma rápida
por meio de métodos simples e confiáveis e (6) produzir residuais persistentes na água (DI
BERNARDO e DANTAS, 2005).
43
Dentre os principais desinfetantes químicos utilizados na desinfecção para a
produção de água potável encontra-se o cloro (Cl
2
), líquido ou gasoso e é empregado como
desinfetante primário na maioria das estações que trata água superficial ou subterrânea.
Atualmente, outros desinfetantes alternativos o utilizados, tais como: cloroaminas, ozônio
(O
3
), dióxido de cloro, peróxido de hidrogênio e ácido peracético, além dos mecanismos
físicos de desinfecção, que são: radiação ultravioleta, fotocatálise heterogênea e radiação solar
(PROSAB, 2001).
Para a desinfecção final, a escolha do agente deve garantir a produção de água
tratada isenta de microrganismos patogênicos, tais como: coliformes totais, E. coli, bactérias
heterotróficas, cistos de Giárdia, oocistos de Cryptosporidium, Legionella e vírus.
3.4 Adsorção em carvão ativado
O carvão ativado é um material obtido do carbono natural de produtos como
carvão, turfa ou madeira, por meio de processos de queima controlada, tais como,
carbonização, pirólise ou ativação térmica. Este possui alta porosidade e é muito utilizado
como adsorvente em tratamentos de água para abastecimento. O carvão ativado possui
estruturas de macroporos e microporos variáveis, de acordo com a matéria prima utilizada
(TANGERINO, 2003).
Segundo Fettig (1999 apud TANGERINO, 2003, p. 13), o volume de poros do
carvão ativado comercial é cerca de 900 a 1000 mm
3
/g, sendo 40% de macroporos (raios > 25
nm) e 40% microporos (raios < 1 nm) e área superficial em torno de 1000 m
2
/g.
O carvão ativado pode estar disposto de várias formas no filtro lento, como mostra
a Figura 6.
A- Somente CAG C – CAG no fundo do meio
filtrante
B – CAG no topo do meio
filtrante
D – CAG entre camadas do
meio filtrante (“Sandwich”)
Figura 6 – Opções de filtro lento com Carvão Ativado Granular (CAG) (Adaptado de BAUER et al., 1996)
44
A forma mais utilizada é chamada de “CAG Sandwich”, letra D da Figura 6,
devido à camada de carvão ativado estar localizada entre duas camadas de areia nos filtros
lentos. Segundo Coelho (2002), a camada de carvão ativado granular deve estar sob uma
camada de areia, que funciona como um filtro lento, protegendo o carvão de uma carga
elevada de matéria orgânica, atuando apenas na adsorção. Esses filtros foram desenvolvidos
para auxiliar na remoção de cor, sabor e odor, subprodutos provenientes da desinfecção
(trihalometanos) e pesticidas em águas para abastecimento. A principal diferença do carvão
em pó e o granulado é o tamanho das partículas do material.
Quando o manancial abastecedor apresenta contaminação por substâncias
dissolvidas em concentrações baixas (µg/L), o carvão ativado tem sido empregado para
alcançar concentrações no efluente que se enquadrem dentro dos padrões de potabilidade. O
carvão ativado granular, devido a sua porosidade, área superficial e rugosidade, tem a
capacidade de servir como suporte para uma alta densidade de microrganismos, quando
comparado com os materiais filtrantes, como areia e antracito (MARRARA, 2005).
Page et al. (1996), realizaram estudos durante seis meses e comparam as perdas de
carga em um filtro lento de camada única de areia com um filtro com uma camada de carvão
ativado em seu leito. Os autores concluíram que essa subcamada de CAG não contribui de
forma significativa para a perda de carga dos filtros.
A Tabela 3 mostra os resultados de parâmetros monitorados e analisados de águas
de abastecimento tratada utilizando filtro lento com carvão ativado (BAUER et al., 1996).
Tabela 3 – Porcentagem de remoção de parâmetros monitorados utilizando filtro lento com carvão
ativado tipo “Sandwich” (BAUER et al., 1996)
Parâmetro Água Bruta
FLAC
”CAG Sandwich”
% Remoção
Turbidez (uT) 1,19 0,18 85
Carbono Orgânico Particulado (µg/L) 481 33 93
Clorofila-a (µg/L) 3,5 0,13 96
Segundo Langlais; Reckhow; Brink (1991), quando o carvão é colocado em
operação, sua capacidade de adsorção éxima. Quando sua capacidade diminui, a atividade
biológica torna-se mais importante.
A vida útil do carvão ativado tem sido estudada por alguns pesquisadores, Page et
al. (1996), determinaram que a expectativa para remoção de pesticidas é de 3 a 5 anos.
Tangerino (2003), sugere em seu trabalho que a vida útil e a renovação do carvão ativado
como camada intermediária nos filtros lentos de areia sejam avaliadas.
45
3.5 Operação e manutenção de filtros grosseiros e filtros lentos de areia
Após o período de operação, que pode variar de algumas semanas a meses, a área
superficial do leito filtrante colmata devido à deposição de sólidos. O depósito das partículas
inertes capturadas e microrganismos, juntamente com o crescimento das demais populações
biológicas proporcionam um aumento da resistência hidráulica ao escoamento que se
manifesta como uma perda de carga crescente. A perda de carga final ocorre quando, com a
máxima pressão sobre a areia e a válvula de saída completamente aberta não é mais possível
atingir a vazão de projeto e a limpeza do meio filtrante é necessária para restaurar a taxa de
filtração (CAMPOS, 2006).
Pardon (1989), enfatiza a importância de um procedimento de limpeza eficiente
para o sucesso de pré-filtros e resume os principais processos associados com a limpeza
hidráulica por drenagem rápida: (1) Desestabilização dos depósitos, (2) Transporte de
depósitos desprendidos para os drenos inferiores e (3) Remoção dos depósitos dos drenos
inferiores.
3.5.1 Técnicas de limpeza para filtros grosseiros
Os filtros dinâmicos devem ser sempre limpos depois de cada evento de turbidez
alta da água bruta ou quando a resistência do filtro aumentar gradualmente durante um
período longo sem picos de turbidez. A limpeza tem duração média de 60 minutos e os
materiais ou equipamentos de limpeza consistem basicamente de rastelo, pá, escovão, balde,
luva, capa e botas. Inicia-se a limpeza com o fechamento da válvula que conduz a tubulação
afluente ao pré-filtro vertical ascendente. Em seguida, deve-se, com auxílio do escovão,
limpar as paredes e fundo da câmara de alimentação do pré-filtro dinâmico. Com o rastelo
revolve-se com movimentos em contra corrente a superfície do meio filtrante para mover o
lodo acumulado. O procedimento continua até que a água efluente apresente, visualmente,
qualidade similar à água afluente. Nivela-se a superfície do leito filtrante e inicia-se o
processo de sucessiva descarga de fundo para limpeza das camadas mais profundas,
recomenda-se rápida abertura e fechamento do registro de descarga de fundo
aproximadamente dez vezes consecutivas, até a água efluente apresentar qualidade similar à
água afluente (PROSAB, 1999).
A Tabela 4 mostra um resumo das atividades de operação e manutenção do pré-
filtro dinâmico.
46
Tabela 4 – Atividades de operação e manutenção do pré-filtro dinâmico (PROSAB, 1999)
Diárias Periódicas Eventuais
Controle e registro da vazão
afluente e efluente.
Medição e registro da qualidade
(turbidez) da água afluente e
efluente.
Inspeção da camada de lôdo
formada na superfície do meio
granular.
Limpeza das câmaras de entrada e
saída, escarificação do topo do
meio granular e descargas de
fundo.
Execução de exame para
determinação de NMP de
coliformes totais e termotolerantes.
Retirada do material granular,
lavagem do pedregulho, e
recomposição das camadas
filtrantes.
Os filtros em pedregulho ascendentes são limpos hidraulicamente mas pode
ocorrer a limpeza manual, se necessário. A limpeza regular do meio filtrante é importante
para se ter uma operação adequada. A limpeza do pré-filtro de escoamento ascende é
realizada através de descargas de fundo intermediarias para evitar compactação do material
depositado (PROSAB, 1999). O procedimento de limpeza da câmara de entrada e saída é
similar ao pré-filtro dinâmico. O meio granular deve ser submetido à rápida abertura e
fechamento da válvula de saída por aproximadamente dez vezes consecutiva. Nesta etapa a
alimentação do filtro lento deve ser interrompida. A Tabela 5 apresenta um resumo das
atividades de operação e manutenção do pré-filtro ascendente.
Tabela 5 – Atividades de operação e manutenção do pré-filtro ascendente (PROSAB, 1999)
Diárias Periódicas Eventuais
Controle e registro da vazão
afluente.
Medição e registro da qualidade
(turbidez) da água afluente e
efluente.
Retirada do material flutuante.
Medição e registro da perda de
carga.
Limpeza intermediaria (câmaras de
entrada e saída, “choques” e
descargas de fundo).
Limpeza entre carreiras ou mensal
(câmaras de entrada e saída,
revolvimento da camada de topo e
descargas de fundo).
Execução de exame para
determinação de NMP de
coliformes totais e fecais.
Verificação de obstrução na
tubulação de distribuição de água.
Retirada do material granular,
lavagem do pedregulho e
recomposição das camadas
filtrantes.
47
3.5.2 Técnicas de limpeza para filtros lentos
O procedimento para limpeza dos filtros lentos consiste em rebaixar o nível da
água cerca de 8 cm abaixo do leito filtrante e remover por meio de raspagem, os primeiros 2
ou 3 cm superiores da camada de areia, incluindo o Schmutzdecke. São necessárias pranchas
de madeira, s, botas, luvas, baldes e carrinho de mão para transporte da areia até o local de
lavagem.
Finalizada a limpeza, para o filtro entrar em operação, é necessário que seja
reposto água filtrada de outras unidades e no sentido ascensional para evitar a permanência de
ar nos interstícios do meio filtrante. Após esse processo, a água afluente fica escorrendo sobre
o filtro para maturar por um período de 1 a 3 dias, até que a comunidade biológica se
estabeleça no filtro para que a filtração ocorra adequadamente e produza efluente de
qualidade. A Tabela 6 apresenta um resumo das atividades de operação e manutenção do filtro
lento.
Tabela 6 – Atividades de operação e manutenção dos filtros lentos (PROSAB, 1999)
Diárias Periódicas Eventuais
Controle e registro da vazão
afluente.
Medição e registro da qualidade
(turbidez) da água afluente e
efluente.
Retirada do material flutuante.
Medição e registro da perda de
carga.
Limpeza das canaletas e câmara de
entrada.
Limpeza entre carreiras (câmaras
de entrada e saída, raspagem do
topo do meio filtrante).
Execução de exame para
determinação de NMP de
coliformes totais e fecais.
Reposição da areia limpa e
reposicionamento da areia
remanescente.
Após sucessivas raspagens, a profundidade do leito de areia pode ser reduzida ao
nível mínimo de projeto (normalmente 0,5 0,6 m) e é necessário um novo preenchimento
nos filtros.
O processo de reposição da areia é feito com o reposicionamento da areia
remanescente no filtro, como mostra a Figura 7. Para isso, uma vala é escavada até a base de
cascalho. A areia deslocada é empilhada ao longo da lateral da vala. A vala é então
preenchida com areia limpa e lavada. A próxima vala é dragada ao longo da lateral da vala
preenchida e o conteúdo colocado também na vala preenchida anteriormente. O processo é
48
repetido até que as camadas mais baixas tenham areia limpa e as camadas superiores tenham a
areia mais antiga.
Figura 7 – Esquema de reposição da areia nos filtros lentos (LETTERMAN, 1991)
3.5.3 Sistema de drenagem dos Filtros Lentos
O fundo dos filtros lentos, ou seja, o sistema de drenagem, pode ser constituído de
tubulações providas de orifícios, de canais com placas perfuradas ou de drenos especiais. A
Figura 8 mostra a disposição de tubulações e canais do sistema de drenagem usualmente
utilizados na filtração lenta, enquanto na Figura 9 têm-se esquemas de tipos de drenos
empregados.
Figura 8 – Disposição de tubulações e canais do sistema de drenagem para filtros lentos (PROSAB, 1999)
49
Figura 9 – Tipos de sistemas de drenagem para os filtros lentos (DI BERNARDO e DANTAS, 2005)
3.6 Estudos com FiME
A China, durante os anos de 1930 e 1940, utilizava a Filtração Lenta em Areia
(FLA) para tratar a água fornecida para dezenas de cidades, tais como Shangai e Tianjing.
Com o passar dos anos, houve o crescimento populacional dessas cidades e a demanda por
água aumentou e assim, a FLA foi substituída pela Filtração Rápida. Em 1980, com o rápido
desenvolvimento da economia rural da China, houve a necessidade de se desenvolver
instalações adequadas para o abastecimento de água nas zonas rurais e a filtração lenta
novamente foi utilizada. Como em muitas regiões da China eram freqüentes as fortes chuvas e
tempestades que ocasionavam grandes escoamentos e o carreamento de uma grande
quantidade de sólidos para os mananciais, a turbidez da água era frequentemente elevada.
Dessa forma, o tratamento de água por FLA não fornecia água em condições
ideais e então, a sedimentação natural foi implantada para anteceder a filtração lenta. Mais
uma vez esse processo não foi satisfatório pois em determinadas condições da água bruta,
mesmo após vários dias de sedimentação natural, a turbidez ainda era elevada (valores em
torno de 100 uT) e não haviam áreas disponíveis para sedimentadores. Por essas razões, foi
necessário implantar o sistema FiME, tecnologia que ocupava uma área muito menor e para
tal, modelos empíricos foram utilizados para prever as alterações de turbidez na água e
determinar o número de etapas que seriam utilizadas, a profundidade e espessura das camadas
filtrantes.
Ao final dos estudos, determinou-se um modelo empírico derivado da correlação
dos dados experimentais que foi eficiente na estimativa da qualidade da água. Assim, apenas
duas fases de tratamento antecedendo a filtração lenta foram eficazes para produzir água de
50
boa qualidade e acabar com os problemas ocasionados pela variação da turbidez na água (LI;
MA; DU, 1996).
A tecnologia de FiME tem sido utilizada na Colômbia, particularmente na região
do Vale de Cauca, onde existem aproximadamente 50 instalações (GALVIS; ROJAS;
PARDÓN, 2006). Estas estão sendo administradas, operadas e mantidas por comunidades
beneficiadas e por empresas prestadoras de serviços, apoiadas por organizações do setor e
entidades não-governamentais. Uma das pesquisas realizadas no Vale de Cauca tinha por
objetivos comparar as diferentes alternativas de pré-tratamento para a filtração lenta em areia,
produzir critérios de seleção, operação e manutenção e avaliar a aplicação dessas unidades de
tratamento utilizando a pré-filtração e filtração lenta.
Os experimentos duraram 6 meses e a instalação era constituída de: (1) pré-filtro
dinâmico (PFD), (2) pré-filtro grosseiro ascendente em série (FGAS), (3) pré-filtro grosseiro
ascendente em camadas (FGAC), (4) pré-filtros grosseiros de escoamento horizontal em série
(FGHS) e (5) pré-filtro grosseiro com escoamento horizontal convencional (FGHC). Cada
linha de pré-tratamento estava ligada a um filtro lento de areia, operados com taxa de 3,6
m
3
/m
2
.dia. A água bruta apresentava as seguintes características: (1) turbidez media de 54 uT,
(2) sólidos suspensos com valores médios de 48 mg/L e (3) valores médios de coliformes
termotolerantes de 33815 UFC/100 ml. Durante o estudo foram avaliadas: (1) as eficiências
de remoção dos parâmetros físicos, químicos e microbiológicos nos afluentes e efluentes de
todas as unidades para as diferentes taxas de filtração e (2) a qualidade da água entre as
unidades de filtração em série e convencional. Os resultados obtidos foram:
Remoção de turbidez e sólidos suspensos nos PFD foram de 50% para taxa de
filtração de 48 m
3
/m
2
.dia e 85% para taxa de 96 m
3
/m
2
.dia;
Comparação entre as unidades filtrantes: (a) A unidade FGAS apresentou eficiência na
remoção de coliformes termotolerantes de 99,4%, 95,6% para o FGHS e 95,4% para
FGHC. Para turbidez, o FGAS apresentou 80% de eficiência, 66,7% para FGHS e
68,5% para FGHC. Com relação aos sólidos suspensos (SS), a remoção foi de 97,9%
para FGAS e 93,8% para FGHS e FGHC.
Os coliformes termotolerantes no FLA variaram entre 0 a 231 UFC/100 ml durante o
período chuvoso e valores entre 0 a 5 UFC/100 ml quando a turbidez foi considerada
baixa, cujos valores eram de 3 a 10 uT;
A remoção de cor apresentou eficiência de 86 a 89%;
Ferro e manganês apresentaram eficiência de remoção de 90%
51
Brandão et al. (1998), desenvolveram um trabalho utilizando uma instalação
piloto de FiME localizada às margens do Lago Paranoá (Brasília-DF), de onde a água para o
estudo era captada. Esse lago era corpo receptor dos esgotos tratados por duas ETE´s e
apresentava níveis elevados de algas cianofíceas durante todo o ano. A instalação piloto era
composta de um pré-filtro dinâmico (PFD) que alimentava dois pré-filtros de fluxo
ascendente (PFA-1 e PFA-2). O PFA-1 era composto por quatro camadas sobrepostas e o
PFA-2, composto de cinco camadas sobrepostas. Cada pré-filtro alimentava, respectivamente,
um filtro lento, chamados de FL1 e FL2. A instalação FiME foi operada continuamente com
três carreiras de filtração. Durante cada carreira, as amostras foram coletadas no afluente e
efluente de cada unidade do sistema FiME e os parâmetros analisados foram: pH, turbidez,
temperatura, algas (clorofila-a e biomassa algal), coliformes totais e termotolerantes. Foram
monitoradas também as perdas de cargas no PFA-1, PFA-2, FLA-1 e FLA-2. As taxas de
filtração utilizadas estão apresentadas na Tabela 7.
Tabela 7 – Taxas de filtração utilizadas no estudo
Unidade Taxas de Filtração (m
3
/m
2
.dia)
Carreira 1 Carreira 2 Carreira 3
PFD 36 36 36
PFA-1 e PFA-2 18 12 18
FLA-1 e FLA-2 6 3 3
Durante o período do estudo, a água bruta do Lago Paranoá apresentou um valor
médio de turbidez de 8,6 ± 2,5 uT e 33,7 ± 13,8 µg de clorofila-a /litro, característica de lago
eutrófico. A Tabela 8 mostra os resultados desse estudo.
Tabela 8 – Porcentagem de remoção de turbidez e clorofila-a em estudo realizado no Lago Paranoá
Remoção de Turbidez (%) Remoção de Clorofila-a (%)
Carreira
PFD PFA 1 PFA 2 FLA 1 FLA 2 PFD PFA 1 PFA 2 FLA 1 FLA 2
1 32,5 30,6 44,9 72,8 60,2 25,4 21,2 44,2 93,5 91,3
2 48,9 50,6 64,5 71,1 56,7 41,4 41,2 64,4 81,0 81,7
3 60,8 39,3 50,5 65,4 62,6 52,2 15,5 31,3 97,2 97,9
Coelho et al. (2001), Coelho e Di Bernardo (2002) e Coelho (2002), realizaram
extensos trabalhos em instalação piloto contendo: um pré-filtro dinâmico (PFD) operado com
taxa de filtração 18 m
3
/m
2
d, um pré-filtro de pedregulho vertical com escoamento ascendente
(PFVA), operado com taxa de 12 m
3
/m
2
d e dois filtros lentos em paralelo, um com camada
52
única de areia (FLA) e outro com camada intermediária de carvão ativado (FLAC), ambos
operando com taxa de 4 m
3
/m
2
d. Os autores estudaram e compararam o tratamento visando a
remoção de atrazina, nas seguintes condições: (a) com o uso de meio filtrante constituído de
areia e carvão ativado granular; (b) com pré-oxidação com ozônio, peróxido de hidrogênio e
seguida de filtração lenta unicamente em areia e em areia e carvão ativado granular.
Na primeira opção estudada, as principais conclusões do trabalho realizado foram:
(1) no PFD e PFA houve remoção de 50 e 60% de sólidos suspensos, 80% de turbidez e entre
10 e 60% de cor aparente. A remoção de coliformes variou entre 65,5 e 99,0%; (2) FLA
apresentou em seu efluente concentração de Escherichia coli inferior a 5 NMP/100 mL para
turbidez entre 0,8 a 8,8 uT e a concentração de Escherichia coli no afluente estava entre 98 e
600 NMP/100 mL. Embora a turbidez estivesse acima do recomendado pela Portaria
518/2004 (BRASIL, 2004), não houve comprometimento bacteriológico do efluente; (3) após
35 dias de operação, o FLAC apresentou efluente com concentração de atrazina, determinada
por cromatografia, inferior a 2,0 µg/L para concentrações no afluente inferiores a 20 µg/L,
atendendo à legislação brasileira.
Na segunda opção estudada, a solução de atrazina foi adicionada antes da coluna
de ozonização (a coluna ficava posicionada antes do PFVA) e os filtros FLA e FLAC. Estes
eram alimentados normalmente e com a mesma taxa de filtração. Observou-se que a oxidação
com ozônio reduz em torno de 90% a atrazina presente no afluente. Nos demais parâmetros
analisados poucas alterações foram observadas em relação à primeira opção estudada.
Veras (1999), realizou experimentos em instalação piloto que continha duas
unidades de PFD em série e três linhas de pré-filtros ascendentes (PFA) em paralelo. A
primeira delas possuía quatro unidades de PFA em série, a segunda, duas unidades de PFA
em série e a terceira, uma única unidade de PFA contendo quatro subcamadas de pedregulho,
com características granulométricas variáveis. Os PFDs operando com taxa de 24 a 48 m/dia,
os PFAs com taxa de 8, 12 e 16 m/dia e os FLAs com taxa de 3 a 4 m/dia.
Veras (1999), concluiu que os PFD 1 e 2 alcançaram eficiências máximas de
remoção de turbidez de 63% e 37%, respectivamente. No restante das carreiras, quando a
turbidez da água bruta sofreu poucas variações, os percentuais de remoção nesses pré-filtros
estiveram em torno de 35%. As eficiências de remoção de cor aparente nos pré-filtros
dinâmicos 1 (PFD 1) e 2 (PFD 2) foram iguais a 53% e 13% na carreira 1B e a 39% e 30% na
carreira 2A. Nos demais ensaios, os percentuais de remoção no PFD 1 estiveram entre 25 e
29% e no PFD 2, entre 23 e 30%. A eficiência de remoção dia de sólidos suspensos totais
no pré-filtro dinâmico 1 variou entre 22 e 66%. No pré-filtro dinâmico 2 a média percentual
53
de retenção ficou entre 9 a 30 %. Os PFD 1 e 2 proporcionaram remoções médias de
coliformes totais de até 67,6 e 40% respectivamente. Com relação a coliformes
termotolerantes, as remoções atingiram 41 e 62%, respectivamente. O teor de ferro na água
bruta variou entre 2,93 a 0,90 mg/L. Os ensaios apontaram uma tendência de aumento da
remoção no decorrer das carreiras, nesses pré-filtros, os quais obtiveram reduções máximas de
15 e 12 %, respectivamente.
Os testes estatísticos indicaram que não houve diferença significativa entre as três
linhas de pré-filtros de escoamento ascendente com relação à remoção de turbidez, cor
aparente, ferro, coliformes totais e termotolerantes. Assim, pode-se dizer que esses pré-filtros,
em série e em camadas, apresentaram comportamento semelhante, quando foram utilizadas
taxas iguais a 8, 12 e 16 m/dia. A eficiência de remoção nas linhas alcançou 81% para
turbidez, 54% para cor aparente, 44% para ferro e 93% para coliformes totais e
termotolerantes. Não ocorreu diferença na remoção de sólidos suspensos totais entre as três
linhas de pré-filtros de escoamento ascendente, quando foram utilizadas taxas iguais a 3 e 4
m/dia. A linha 3, composta por um pré-filtro em camadas, pareceu ser mais eficiente com o
emprego de taxa igual a 6 m/dia para sólidos suspensos. As taxas de remoção ficaram entre
48% e 74% para estes pré-filtros. As análises estatísticas detectaram diferença na remoção de
turbidez, cor aparente e ferro para os filtros lentos, na maioria dos ensaios. De maneira geral,
os FL 3 (com carvão ativado granular) e FL 4 (com manta e carvão ativado granular)
obtiveram melhores resultados em relação aos FL 1 e 2 (com manta). Com relação à remoção
de sólidos suspensos totais, pode-se afirmar que estatisticamente os quatro filtros lentos não
apresentaram diferenças entre si na redução desse parâmetro. Esse resultado permitiu concluir
que o uso de mantas e de carvão ativado granular o interferiu na retenção de sólidos. As
remoções médias variaram entre 40 e 80%. A filtração lenta demonstrou grande contribuição
na redução do teor de ferro, com médias de remoção de até 92,7%. Os resultados estatísticos
indicaram diferença nos tratamentos somente nas duas primeiras carreiras, com relação à
coliformes totais e termotolerantes. Os FL 3 e 4 apresentaram melhor performance nessas
carreiras, sugerindo uma contribuição do carvão ativado granular presente nesses filtros. A
remoção ao final da filtração lenta alcançou percentuais médios acima de 99%. Algumas
análises apontaram coliformes termotolerantes igual a zero, principalmente a partir da carreira
2A. A eficiência global do sistema chegou a 96% em períodos de pico para cor aparente e a
98,6% para turbidez.
De acordo com Ochieng et al. (2004), mais de 80% da água utilizada nas áreas
rurais e urbanas no Quênia são oriundas de rios, riachos, lagos e lagoas. A água proveniente
54
destas fontes estava, na maioria dos casos, contaminada por resíduos animais, humanos,
industrial e atividades agrícolas. O número de casos de cólera e febre tifóide era considerável
e cerca de 80% de todas as doenças no país eram provenientes de águas contaminadas e
apenas 40% da população possuíam acesso à água potável.
O sistema de tratamento de água adotado pelo Quênia é o convencional ou
completo. No entanto, a grande demanda por produtos químicos, disponibilidade de energia e
mão de obra qualificada, nem sempre disponível principalmente nas zonas rurais, fizeram
com que novas formas de tratamento fossem desenvolvidas.
Para realizar o estudo, uma planta piloto foi construída no campus principal da
Moi University (Quênia), mesmo local onde se situava a estação de tratamento de água
convencional. A escolha do pré-tratamento foi baseada em pesquisas anteriores em regiões
tropicais. Utilizaram-se filtros com fluxo horizontal e filtros lentos. Este estudo teve como
objetivo avaliar a filtração em múltiplas etapas como uma alternativa para o tratamento da
água e comparar com a tecnologia de tratamento convencional utilizada com relação à
eficiência de remoção dos parâmetros físicos, químicos e biológicos, sem a utilização de
produtos químicos.
O estudo foi realizado em uma instalação FiME piloto utilizando materiais
disponíveis no local, tais como cascalho, resíduos da agricultura, carvão e tijolos quebrados,
como material para o pré-filtro. A referência utilizada para os parâmetros analisados era do
Departamento de Normas do Quênia (Kenia Bureau of Standards KEBS). Três materiais
disponíveis localmente foram testados para a adequação do filtro com fluxo horizontal: (1)
tijolos quebrados, (2) sabugos de milho e (3) carvão. Os materiais foram testados
simultaneamente com a mesma água bruta. Os filtros lentos foram preenchidos com areia do
rio, com granulometrias de 0,25 mm e coeficiente de uniformidade 2,4. Os parâmetros
investigados foram turbidez, sólidos suspensos, coliformes totais e termotolerantes, em
períodos chuvosos e de seca. A planta piloto era monitorada diariamente e as coletas das
amostras realizadas simultaneamente para FiME e tratamento convencional.
Os resultados mostraram que com boas especificações para a concepção da
instalação FiME, esse sistema possuia um desempenho melhor quando comparado ao sistema
de tratamento convencional, além de utilizar matérias-primas facilmente disponíveis no local
e não comprometia o meio ambiente. Os filtros foram operados aproximadamente 82 dias e a
qualidade bacteriológica da água foi muito satisfatória uma vez que a eficiência de remoção
de microrganismos foi superior a 99% para coliformes termotolerantes e 98% para coliformes
totais, 93% para turbidez e 91% para sólidos suspensos. Apesar da eficiência elevada, a FiME
55
foi complementada com a cloração final e a dosagem de cloro foi menor quando comparada
ao sistema convencional (OCHIENG et al., 2004).
3.7 Estação de Tratamento de Água de ciclo completo de Goianápolis
A Estação de Tratamento de Água de Goianápolis é responsável por todo o
abastecimento de água distribuída do município. O tratamento é do tipo ciclo completo
(coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção). O manancial de abastecimento
da ETA é o Ribeirão Sozinha. O sistema é constituído por dosadores automáticos de produtos
químicos, dois floculadores, dois decantadores, quatro filtros e a desinfecção é realizada com
cloro. A Figura 10 apresenta o fluxograma das etapas do tratamento da água.
Figura 10 – Fluxograma das etapas de tratamento de ciclo completo
Na calha Parshall são aplicados cal para a correção do pH e sulfato de alumínio
como coagulante, como mostra a Figura 11.
Figura 11 – Aplicação de produtos químicos na Calha Parshall
56
Estes produtos químicos são misturados na água bruta e transportados para uma
caixa de mistura rápida e, em seguida, para os floculadores. Após passar pelos floculadores, a
água segue para os tanques de decantação e os flocos, mais densos, sedimentam no fundo do
decantador. Após essa etapa, a água decantada passa pelos filtros de areia que completam o
tratamento. A água atravessa as diferentes camadas do leito filtrante e segue para um
reservatório e o cloro é adicionado, eliminando os microrganismos patogênicos presentes. A
água tratada segue para os reservatórios da cidade para ser posteriormente distribuída à
população.
Na ETA são tratados 0,022 m
3
/s e isto representa aproximadamente 80.000
L/hora. Os dois decantadores da ETA foram adaptados com plataformas de madeira
localizadas pouco acima do fundo do mesmo. Cada decantador tem uma superfície de 23,32
m
2
. Os dois floculadores possuem uma área de 6,35 m
2
cada um e quatro filtros, tendo meio
filtrante constituído de areia e área de superfície de 5,25 m
2
. A Figura 12 mostra a ETA de
ciclo completo estudada.
Figura 12 – Vista geral da ETA ciclo completo de Goianápolis
A lavagem dos decantadores e floculadores é manual ocorrendo em intervalos de
90 dias, conforme a quantidade de materiais sedimentados e os filtros são lavados de 2 a 3
vezes ao dia. Geralmente o intervalo de limpeza depende da época do ano e qualidade da água
bruta, sendo que nos períodos de chuva lava-se com maior freqüência, devido ao grande
aporte de partículas que chegam até o manancial.
O lôdo da ETA de Goianápolis é lançado diretamente no Ribeirão Sozinha.
57
O consumo mensal dos produtos químicos utilizados no tratamento da água bruta
é de 300 kg/mês de sulfato de alumínio e 40 kg/mês de cloro. A cal é adicionada apenas se
houver necessidade de correção de pH, o que não é freqüente na ETA. Esses valores podem
variar de acordo com a qualidade da água bruta.
58
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Descrição da instalação piloto FiME e ETA de ciclo completo de Goianápolis
Para o desenvolvimento dessa pesquisa foi utilizada a instalação piloto de
Filtração em Múltiplas Etapas (FiME), localizada na área da Estação de Tratamento de Água
(ETA) de Goianápolis – GO, operada pela SANEAGO. A Figura 13 mostra a instalação piloto
FiME.
Figura 13 – Instalação piloto FiME em Goianápolis – GO
A estação de FiME piloto consiste em uma unidade de pré-filtração dinâmica
(PFD), duas unidades de pré-filtração em pedregulho com escoamento ascendente (PFA-1 e
PFA-2), quatro unidades de filtração lenta (FLA-1, FLA-2, FLA-3, FLA-4), uma unidade de
Filtração Lenta de Areia e Carvão (FLAC) e uma coluna de carvão.
A estação de FiME foi construída em paralelo com a Estação de Tratamento de
Água (ETA) de ciclo completo e captam a mesma água do Ribeirão Sozinha, como mostram
as Figuras 14 e 15.
59
Figura 14 – ETA ciclo completo e FiME construídas em paralelo
Figura 15 – Ribeirão Sozinha
4.2 Água de Estudo
A água afluente à instalação piloto de FiME e a ETA ciclo completo, proveniente do
Ribeirão Sozinha, é captada em um poço de sucção como mostra a Figura 16.
60
Figura 16 – Poço de sucção da ETA Goianápolis
A bacia hidrográfica do Ribeirão Sozinha compõe o sistema hidrográfico da bacia
do Rio Meia Ponte, localiza-se entre as coordenadas planas (700.600/720.000 m W e
8.185.200/8.141.100 m S) e compreende uma área de aproximadamente 452 km². A bacia
abrange parte dos municípios de Leopoldo de Bulhões, Anápolis, Goianápolis, Bonfinópolis,
Goiânia, Senador Canedo, Caldazinha e Bela Vista de Goiás (SOUZA e LIMA, 2009).
4.3 Início das atividades e captação da água para o sistema de FiME e de ciclo
completo
A operação da Estação de FiME iniciou-se em setembro de 2008, porém, para que
todas as unidades estivessem funcionando adequadamente, algumas atividades de instalações,
ajustes e manutenção foram realizadas: (1) substituição e fixação dos piezômetros; (2) troca
de bombas de sucção; (3) execução de tubulações de derivação; (4) limpeza do local de
instalação da FiME piloto e (5) troca de tubulações e registros.
A água bruta do Rio Ribeirão Sozinha é captada por uma tubulação de 75 mm de
diâmetro, através de uma bomba submersível de 5 CV e conduz a água para uma tubulação de
50 mm. Na entrada do PFD um registro para controle de vazão até a unidade de Pré-
Filtração Dinâmica (PFD).
As interligações hidráulicas de todas as unidades da FiME foram constituídas de
tubos PVC soldáveis, exceto das junções com registros, onde utilizou-se juntas roscáveis. A
verificação de possíveis vazamentos foi realizada regularmente para que fossem evitadas
interferências nos resultados.
61
A Figura 17 mostra a disposição da instalação de FiME piloto e ETA com ciclo
completo e as seqüências dos experimentos realizados, denominados de SEQ 1, SEQ 2 e SEQ
3.
Pontos de coleta das amostras
Figura 17 – Fluxograma da instalação do sistema de FiME e tratamento de ciclo completo e pontos de
coleta (Adaptado de CAMPOS, 2006)
Na primeira seqüência de experimento (SEQ 1), ilustrada na Figura 17, a água
bruta passa pelo PFD e em seguida, a água efluente é encaminhada a uma caixa cilíndrica,
dotada de um vertedor tubular concêntrico, o qual mantém a carga hidráulica constante e a
vazão encaminhada ao PFA-1. O efluente do PFA-1 segue para uma caixa cilíndrica dotada de
vertedor tubular que distribui as vazões para o FLA-1 e FLAC. Os FLA e FLAC são
alimentados pela parte superior por meio de uma tubulação para melhor distribuir o efluente
sobre o filtro.
Na segunda seqüência (SEQ 2), também ilustrada na Figura 17, o efluente do PFD
é encaminhado diretamente ao FLA-2, sem passar pelo PFA. O excesso de água é descartado
no Ribeirão Sozinha.
A terceira seqüência (SEQ 3) refere-se ao tratamento de ciclo completo.
Na estação piloto com sistema de FiME também é possível analisar e comparar o
comportamento de diversos arranjos seqüenciais dos filtros.
62
4.4 Meios Granulares
4.4.1 Características do meio granular do pré-filtro dinâmico (PFD)
O pré-filtro dinâmico (PFD) consistia de uma unidade de chapa metálica com
dimensões de 1,70 m x 0,75 m e 1,00 m de altura. Uma vista lateral e outra superior dos
filtros são apresentados nas Figura 18 e 19.
Figura 18 – Vista lateral do Pré-filtro dinâmico Figura 19 – Vista superior do Pré-filtro dinâmico
O meio filtrante do PFD é composto por três camadas de material granular e a
granulometria cresce no sentido do escoamento, conforme Tabela 9 (CAMPOS, 2006). A
granulometria utilizada nesse trabalho foi a mais tradicional, sendo indicada por vários
pesquisadores que trabalham com essa tecnologia.
Tabela 9 – Composição granulométrica do PFD
Camada Espessura (m) Granulometria (mm)
Topo 0,2 6,4 a 12,7
Intermediária 0,2 12,7 a 19,0
Fundo 0,4 19,0 a 25,4
O PFD foi alimentado continuamente com água bruta. Como o PFD possui a
função de remover impurezas da água bruta e amortecer picos de turbidez, ocorre uma
colmatação muito rápida na camada superior de pedregulho. Dessa forma, segundo Veras e Di
Bernardo (2008), esse contínuo depósito de impurezas na camada superior do meio filtrante
63
causa aumento da resistência hidráulica e consequentemente, a taxa de filtração diminui.
Quando esse fato ocorre, torna-se necessário a limpeza do filtro.
4.4.2 Características do meio granular do pré-filtro ascendente (PFA)
A instalação piloto de FiME de Goianápolis é composta por dois pré-filtro em
pedregulho com escoamento ascendente (PFA) e apenas um deles foi operado durante os
experimentos. Este filtro é ilustrado na Figura 20.
Essa unidade era constituída de chapa metálica cilíndrica, com diâmetro de 0,80
m, área 0,50 m
2
e 1,98 m de altura.
Figura 20 – Vista lateral do Pré-filtro Ascendente
O material granular foi disposto em camadas e com granulometria decrescente no
sentido do escoamento da água. A granulometria e espessura de cada camada filtrante são
mostradas na Tabela 10.
Tabela 10 – Composição granulométrica do PFA
Camada Espessura (m) Granulometria (mm)
Topo 0,4 3,2 a 6,4
Intermediária superior 0,4 7,9 a 12,7
Intermediária inferior 0,4 15,9 a 25,4
Fundo 0,3 31,4 a 50,0
64
A água proveniente do PFA era coletada na parte superior da unidade e, em
seguida, encaminhada a uma caixa distribuidora de vazão (Figura 21) que alimentava o filtro
lento FLA e o filtro lento de areia e carvão (FLAC). O controle da vazão dos dois filtros foi
feito por meio de medições volumétricas e regulagem de registros.
Figura 21 – Detalhes da caixa distribuidora de vazão do PFA
4.4.3 Características do meio granular dos filtros lentos de areia (FLA) e filtro
lento de areia e carvão (FLAC)
A instalação piloto de FiME era composta por quatro filtros lentos de areia (FLA-
1, FLA-2, FLA-3, FLA-4) e um filtro lento de areia com camada intermediária de carvão
ativado granular (FLAC). Nesse estudo, apenas um filtro lento de areia (FLA-1) foi utilizado
e com o decorrer dos experimentos, mais um filtro lento foi colocado em operação (FLA-2)
para que a seqüência 2 (SEQ 2) do planejamento experimental fosse realizada, como ilustra a
Figura 22.
65
Figura 22 – Filtros Lentos (Adaptado de CAMPOS, 2006)
Os filtros lentos constituíram-se de unidades cilíndricas com diâmetro de 0,80 m,
área 0,50 m
2
e 1,98 m de altura, preenchido com 1,15 m de material granular, sendo 0,70 m de
meio filtrante e 0,45 m de camada suporte.
Os filtros lentos possuíam três pontos de medidas de perda de carga, como
ilustrados na Figura 23. Nos pontos de conexão das mangueiras foi colocada uma tela fina
para evitar a perda de areia por meio das mesmas.
Figura 23 – Pontos de conexão das perdas de carga no FLA e FLAC
66
A areia utilizada como meio filtrante no FLA-1 e FLAC possuía as características
granulométricas recomendadas por Di Bernardo (1993) e outros autores. Estudos de avaliação
de areia com diferentes granulometrias concluíram que o tamanho mais eficiente dos grãos
estavam compreendidos entre 0,08 e 1,0 mm, tamanho efetivo entre 0,15 e 0,30 mm e
coeficiente de uniformidade, de preferência entre 2,0 e 5,0 (PROSAB, 1999). O coeficiente de
uniformidade utilizado nesse trabalho foi de 1,53.
A granulometria e espessura de cada camada filtrante são mostradas na Tabela 11.
Tabela 11 – Composição granulométrica dos FLA
Unidades Granulometria (mm) Espessura (m)
Meio Filtrante (areia) 0,08 a 1,00 0,70
Tamanho efetivo 0,18
1,41 a 3,20 0,075
3,20 a 6,40 0,075
7,90 a 12,70 0,075
15,90 a 25,40 0,075
FLA
Camada Suporte
31,40 a 50,0 0,150
Os filtros lentos de areia e carvão (FLAC) foram constituídos com as mesmas
dimensões dos FLA, porém com meio filtrante conforme Tabela 12.
Tabela 12 – Composição granulométrica do FLAC
Unidades Granulometria (mm) Espessura (m)
Meio Filtrante (areia) 0,08 a 1,00 0,30
Meio Filtrante (CAG) 0,30 a 0,84 0,30
Meio Filtrante (areia) 0,08 a 1,00 0,10
Tamanho efetivo 0,18
1,41 a 3,20 0,075
3,20 a 6,40 0,075
7,90 a 12,70 0,075
15,90 a 25,40 0,075
FLAC
Camada Suporte
31,40 a 50,0 0,150
4.4.4 Curvas Granulométricas
A Figura 24 mostra a curva de distribuição granulométrica da areia usada nos
filtros lentos da FiME piloto em estudo apresentado por Perez (2009). No eixo das abscissas
67
tem-se a abertura das peneiras da rie granulométrica e, no eixo das ordenadas, a
porcentagem acumulada da areia (em massa) que passa nas peneiras.
Figura 24 – Curva de distribuição granulométrica da FiME (PEREZ, 2009)
4.5 Planejamento Experimental
O planejamento experimental para os estudos no sistema FiME piloto foi do tipo
planejamento fatorial 2
2
completo. A maioria dos experimentos para planejamento e melhoria
de processo envolve algumas variáveis. Um experimento planejado é um teste, no qual o
feitas mudanças propositais nas variáveis de entrada de um processo, de modo a poder
observar e identificar mudanças correspondentes na resposta de saída. Os métodos de
planejamento experimental também podem ser muito úteis no estabelecimento de controle
estatístico de um processo. Quando vários fatores de interesse em um experimento, um
planejamento fatorial deve ser utilizado. Nesse caso, em cada tentativa completa ou replicação
do experimento, são investigadas todas as combinações possíveis dos níveis dos fatores
(MONTGOMERY, 2001).
Para a SEQ 1 do experimento (PFD, PFA, FLA e FLAC) foram investigadas todas
as combinações possíveis e níveis dos fatores. Isso significa que foi realizado com dois níveis
e 2 fatores.
68
Para a SEQ 2 (PFD, FLA), foi utilizado o planejamento fatorial 2
1
incompleto.
Durante o período do experimento da SEQ 2, o foi possível realizar carreiras aplicando
taxas altas e baixas em períodos de alta turbidez.
Em geral, consideram-se os níveis como níveis “baixo” ou “-” e “alto” ou +” do
fator (MONTGOMERY, 2001).
Assim, os fatores utilizados para cada seqüência de experimento em questão
foram: (1) taxa de filtração dos filtros lentos (TF) e (2) nível de turbidez afluente (TU). A
resposta é a remoção dos parâmetros analisados R, sendo R= f (SEQ, TF, TU).
As Tabelas 13 e 14 apresentam o planejamento experimental utilizado. A
seqüência de filtração SEQ 1 (PFD, PFA, FLA-1, FLAC) foi determinada pelo símbolo (+),
enquanto para a SEQ 2 (PFD e FLA-2), por meio do símbolo (-). Para as taxas de filtração
empregadas, foi utilizado o sinal (+) para taxas de filtração altas e (-) para taxas de filtração
baixas. A taxa de filtração considerada baixa para os filtros lentos foi de 3 m
3
/m
2
. dia e a taxa
alta de 6 m
3
/m
2
. dia. Para os níveis de turbidez, foi utilizado o sinal (+) para turbidez alta
(valores iguais ou superiores a 20 uT) e (-) para turbidez baixa (valores menores de 20 uT).
Tabela 13 – Planejamento Experimental para SEQ 1
Carreira de filtração TF TU Remoção
1 - - R
1
2 + + R
2
3 - + R
3
4 - + R
4
5 - +
R
5
6 + - R
6
7 + - R
7
8 - - R
8
As carreiras 4, 5, 7 e 8 foram réplicas do planejamento fatorial estabelecido.
Tabela 14 – Planejamento Experimental para SEQ 2
Carreira de filtração TF TU Remoção
6 + - R
6
7 + - R
7
8 - - R
8
A carreira 7 foi réplica do planejamento fatorial para a SEQ 2.
69
4.6 Parâmetros de controle
4.6.1 Análises físico-químicas e parâmetros hidráulicos
A avaliação das eficiências das unidades de pré-filtração e filtração lenta foram
realizadas pelo monitoramento das características físicas, químicas e bacteriológicas dos
afluentes e efluentes de todas as unidades envolvidas no processo de filtração, além das
medidas dos parâmetros hidráulicos, tais como vazão e perda de carga. Em geral, as amostras
e medições foram tomadas 3 vezes por semana.
Na Tabela 15 estão relacionados os parâmetros, métodos e equipamentos
utilizados na caracterização das amostras coletadas.
Tabela 15 – Parâmetros de controle
Parâmetro Método Equipamento
Turbidez (uT) Nefelométrico Turbidímetro TB 1000
pH Potenciométrico pHmetro TECNAL TEC-2
Cor aparente (uH) Colorimétrico Colorímetro HACH DR/890
(520 nm)
Cor verdadeira (uH) Colorimétrico
Colorímetro HACH DR/890
Bomba de vácuo
Filtração em membrana,
porosidade 0,45 µm
Condutividade (µS/cm) Condutivímetro MS Tecnopon mCA 150
Sólidos suspensos totais (mg/L) Gravimétrico Filtração em membrana,
porosidade 10 µm, bomba de
vácuo, estufa, balança,
Coliformes totais e E. coli
(NMP/100 mL)
Tecnologia do substrato definido
(Kit COLILERT®), procedimento
Quanti-Tray
Estufa, Seladora IDEXX Quanti-
Tray Sealer Modelo 2X, lâmpada
ultravioleta portátil com
comprimento de onda 360 nm
Perda de carga (nível
piezométrico) (cm)
Leitura em piezômetros Tubos flexíveis transparentes com
diâmetro interno de 5 mm
Vazão (m
3
/s) Volumétrico Cronômetro, Proveta
A verificação das perdas de carga nos meios filtrantes de cada unidade foi
realizada “in loco” por meio de leitura dos piezômetros instalados nos filtros lentos.
O controle da vazão para os dois filtros foi realizado por meio da regulagem de
registros e medições volumétricas
70
Os parâmetros de qualidade da água monitorados na ETA de ciclo completo
foram os mesmos do sistema FiME, porém, apenas na água bruta (AB) e na água tratada
(AT).
Todos os parâmetros foram monitorados por um período de 11 meses e as análises
realizadas de acordo com os procedimentos propostos pelo Standard Methods for
Examination of Water and Wastewater (APHA et al., 2004).
A eficiência de remoção de microrganismos coliformes totais e coliformes
termotolerantes, em cada unidade filtrante da instalação piloto de FiME foi avaliada por meio
de análises microbiológicas utilizando o Colilert®, patenteado pela IDEXX e que se baseia na
tecnologia de substrato definido (DST).
As análises das amostras de água foram realizadas no Laboratório de Saneamento
da Escola de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás (UFG).
4.6.2 Comparação da eficiência total de remoção de cor, turbidez e sólidos
suspensos totais obtidos na FiME com Sistema de Ciclo Completo.
Os resultados obtidos para a remoção global de cor, turbidez e SST da FiME
foram comparados com os resultados do efluente da ETA Goianápolis. Para isto, amostras de
água no efluente da ETA Goianápolis foram coletadas no mesmo dia e horário em que foram
coletadas as amostras nas unidades da FiME e submetidas às mesmas análises físico-químicas
e os resultados comparados. O objetivo era verificar se a qualidade da água produzida pela
FiME e ETA ciclo completo eram similares.
4.7 Análise estatística dos dados
Foram empregados os métodos estatísticos Teste t para dados pareados para
análise dos dados obtidos nas carreiras de filtração. O software estatístico utilizado foi o SPSS
versão 16.0.
De posse de um grupo de dados de cada carreira de filtração, a primeira etapa foi
verificar se estes dados estavam ou não estão em acordo com algum modelo estatístico
teórico. O modelo mais utilizado é o ajuste de uma curva normal. Nesse trabalho foi utilizado
o Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov (Z) para uma variável para comprovação ou o
de normalidade dos dados das carreiras de filtração para a escolha dos testes a serem
aplicados. Existem dois grupos de Testes de Hipóteses: (1) Testes Paramétricos e (2) Testes
71
Não-Paramétricos. Se a carreira de filtração tinha distribuição normal, o teste de hipótese foi o
paramétrico senão, o teste aplicado foi o não-paramétrico.
Os testes paramétricos são utilizados quando se deseja fazer comparações entre
variáveis do tipo numérica e real. Nesse trabalho foi utilizado o Teste t para amostras com
dados pareados, com a finalidade de comparar dois tratamentos diferentes (FiME e ETA de
ciclo completo) que receberam o mesmo afluente.
Os testes não-paramétricos são aplicados em situações em que os modelos
paramétricos não se adequarem de forma útil aos valores observados, ou seja, estar ineficiente
para estes dados. Para esses casos foi utilizado o Teste Wilcoxon (MONTEIRO, 2004).
Após essa etapa, foi definido o controle no nível de significância. Universalmente
o vel de significância utilizado em uma pesquisa é de 0,05 (ou 5%) e denotado por “p”.
Desta maneira, se p < 0,05 existe diferença significativa nos atributos propostos ou, se p >
0,05 não existe diferença significativa nos atributos propostos;
A Tabela 16 sintetiza o teste de hipóteses:
Tabela 16 – Conclusão em um Teste de Hipótese (Monteiro, 2004)
Valor de p Conclusão
p < 0,01 Altamente significativo
0,01 < p < 0,03 Muito significativo
0,03 < p < 0,05 Significativo
p > 0,05 o significativo
O diagrama de caixa (Box Plot) também foi utilizado nas análises dos resultados
de turbidez para comparação entre os tratamentos do sistema de FiME e ETA ciclo completo.
O Box Plot exibe simultaneamente vários aspectos importantes dos dados, tais como
tendência central ou posição, dispersão ou variabilidade, afastamento de simetria e
identificação de observações muito afastadas da maior parte dos dados, que são valores
discrepantes chamados de outliers (MONTGOMERY, 2001).
72
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados desta investigação.
Os valores de todos os parâmetros analisados e as perdas de carga estão
apresentados em tabelas no apêndice A e as análises estatísticas dos dados constam em tabelas
no apêndice B.
A Tabela 17 mostra a faixa de variação das características físicas, químicas e
bacteriológicas da água bruta proveniente do Ribeirão Sozinha durante o período
experimental. O período experimental da estação teve início em setembro de 2008 e finalizou
em agosto de 2009, perfazendo um total de 11 meses de monitoramento.
Verificou-se uma ampla faixa de condições experimentais, com ocorrência de alta e
baixa turbidez e amplas variações nas características da água bruta.
Tabela 17 – Qualidade da água bruta durante o período experimental
Parâmetros Valor mínimo Valor máximo
Cor aparente 53,0 uH 1455,0 uH
Turbidez 0,8 uT 552,0 uT
Sólidos Suspensos Totais 2,0 mg/L 226,0 mg/L
pH 6,3 7,1
Coliformes totais 148 NMP/100mL 11000 NMP/100mL
Coliformes termotolerantes 20 NMP/100mL 11000 NMP/100mL
As Tabelas 18 e 19 mostram uma síntese das carreiras de filtração, a duração e as
taxas de filtração aplicadas para cada seqüência do experimento.
Tabela 18 – Síntese das carreiras e taxas de filtração – SEQ 1
Carreira de
filtração
Início Fim Duração
(dias)
Taxas de Filtração (m
3
/m
2
.dia)
PFD PFA-1 FLA-1
1 25/09/2008 29/10/2008 35 24 24 3/6
2 01/12/2008 14/01/2009 45 48 24 6
3 28/01/2009 18/02/2009 22 24 12 3
4 01/03/2009 18/03/2009 18 24 12 3
5 18/03/2009 06/04/2009 20 24 12 3
6 16/04/2009 02/05/2009 17 48 24 6
7 27/05/2009 17/06/2009 22 48 24 6
8 19/06/2009 22/07/2009 34 24 12 3
73
Tabela 19 – Síntese das carreiras e taxas de filtração – SEQ 2
Carreira de
filtração
Início Fim Duração
(dias)
Taxas de Filtração (m
3
/m
2
.dia)
PFD FLA-2
6 16/04/2009 02/05/2009 17 48 6
7 27/05/2009 26/06/2009 31 48 6
8 07/07/2009 03/08/2009 28 24 3
Conforme Tabela 18, a primeira carreira teve início em 25/09/2008 até
29/10/2008 onde houve problemas com a bomba de sucção e a carreira teve que ser
interrompida, perfazendo um total de 35 dias de operação. Nesse período, as taxas de filtração
nos filtros lentos variaram entre 3 e 6 m
3
/m
2
.dia, devido às oscilações das vazões da bomba de
sucção e ajustes da mesma. Como em 80% da carreira a taxa de filtração permaneceu com 3
m
3
/m
2
. dia, a carreira foi considerada de baixa taxa.
Também ocorreu a troca dos piezômetros que estavam obstruídos e dessa forma,
nessa carreira não foram avaliadas as perdas de carga.
A segunda carreira de filtração foi operada com alta turbidez e alta taxa de
filtração. A duração da carreira foi de 45 dias, tempo razoavelmente longo para essas
condições. Segundo Di Bernardo e Dantas (2005), as carreiras de filtração, para essas
condições, apresentam duração, geralmente superior a 30 dias.
A quinta carreira foi interrompida com 20 dias de operação, pois houve ruptura na
tubulação do FLA e FLAC.
5.1 Remoção de Turbidez
Como o objetivo principal desse trabalho foi avaliar o desempenho da tecnologia
de Filtração em Múltiplas Etapas (FiME) no tratamento de águas superficiais com alta
turbidez, maior ênfase foi dada a esse parâmetro.
As carreiras de filtração foram classificadas em dois grupos de baixa e alta
turbidez. Se a turbidez média da água bruta durante a carreira em análise resultasse em um
valor igual ou superior a 20 uT, esta carreira era classificada como de alta turbidez com base
nos limites definidos pela Organização Panamericana de Saúde (OPS, 2005).
Para o cálculo da turbidez média foram somados todos os valores de tubidez
obtidos nas análises e dividiu-se pelo número de eventos monitorados durante a carreira.
Os valores de turbidez média de todas as carreiras de filtração e sua classificação
estão relacionados na Tabela 20.
74
Tabela 20 – Classificação das carreiras de filtração
Carreira de filtração
Turbidez média (uT) Classificação (OPS, 2005)
1 9,60 Baixa
2 36,2 Alta
3 73,3 Alta
4 24,2 Alta
5 93,6 Alta
6 19,8 Baixa
7 12,8 Baixa
8 9,5 Baixa
Na Figura 25 estão apresentados os valores de turbidez medidos durante o período
experimental.
Figura 25 – Turbidez da água bruta em todas as carreiras de filtração
Em média foram realizadas 8 coletas de amostras em cada carreira de filtração.
Como a Estação de FiME está localizada a 45 km de Goiânia, não foi possível a realização de
coletas com maior freqüência.
Durante a primeira carreira de filtração ocorreram poucas chuvas e as que
ocorreram tinham baixa intensidade e a turbidez da água bruta apresentou pouca variação,
1
10
100
1000
Carreira 1 Carreira 2 Carreira 3 Carreira 4 Carreira 5 Carreira 6 Carreira 7 Carreira 8
Turbidez da água bruta (uT- Escala logarítmica)
Turbidez alta (OPS, 2005)
75
mantendo-se baixa durante todo o período. As análises das carreiras 2, 3, 4 e 5 foram
realizadas em períodos de alta turbidez, em que ocorreu uma freqüência maior de eventos de
chuva e os parâmetros característicos da água bruta, tais como cor e turbidez variaram, assim
como os efluentes de todas as unidades filtrantes. Esse fato refletiu de maneira significativa
em todas as unidades do sistema. Nas carreiras 6, 7 e 8 a variação de turbidez foi pequena,
mantendo-se baixa durante todo o período.
Nas Figuras 26 a 33 são indicadas a turbidez afluente e efluente das unidades
constituintes da FiME em todas as carreiras de filtração para a SEQ 1 do experimento (PFD,
PFA, FLA e FLAC) e os padrões de potabilidade da água. De acordo com a Portaria
518/2004 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), o padrão de turbidez para a água tratada
na saída das Estações de Tratamento submetidas à filtração lenta é de 2,0 uT enquanto que
com tratamento de ciclo completo ou filtração rápida, o padrão de turbidez é de 1,0 uT. Estes
padrões estão identificados nas Figuras 26 a 33. O conjunto completo de todos os dados de
turbidez são apresentados nas Tabelas A-1 a A-11 do Apêndice A.
Figura 26 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 1ª carreira de
filtração e ETA
0,1
1
10
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38
T empo de operão (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ET A
FL: Padrão de potabilidade para Filtrão Lenta (BRASIL, 2004)
TC: Padrão de potabilidade para Tratamento de ciclo completo
(BRASIL, 2004)
(FL)
(TC)
76
Figura 27 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 2ª carreira de
filtração e ETA
Figura 28 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 3ª carreira de
filtração e ETA
0,1
1
10
100
1000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
T empo de operão (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB PFD P FA FLA FLAC ET A
FL: Padrão de potabilidade para Filtração Lenta (BRASIL, 2004)
T C: Padrão de potabilidade para T ratamento de ciclo completo
(BRASIL, 2004)
(FL)
(TC)
0,1
1
10
100
10 0 0
0 2 4 6 8 1 0 12 14 16 18 20 22 24 2 6 28 3 0 32 34 36 38 40 42 44 46 48
T emp o de o peração (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB P FD P FA FLA FLAC E T A
FL: P adrão de pot abilidade p ara Filt ração Lent a (BRASIL, 200 4)
T C: P adrão de p o t abilidade para T ratamento de ciclo co m plet o
(BRASIL, 2 004 )
(FL)
(TC )
77
Figura 29 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 4ª carreira de
filtração e ETA
Figura 30 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 5ª carreira de
filtração e ETA
0,1
1
10
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Tempo de operação (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
FL: Padrão de potabilidade para Filtrão Lenta (BRASIL, 2004)
TC: Padrão de potabilidade para T ratamento de ciclo completo
(BRASIL, 2004)
(FL)
(TC)
0,1
1
10
100
1000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Tempo de operação (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ET A
FL: Padrão de potabilidade para Filtração Lenta (BRASIL, 2004)
TC: Padrão de potabilidade para Tratamento de ciclo completo
(BRASIL, 2004)
(FL)
(TC)
78
Figura 31 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 6ª carreira de
filtração e ETA
Figura 32 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 7ª carreira de
filtração e ETA
0,1
1
10
100
1000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
FL: Padrão de potabilidade para Filtração Lenta (BRASIL, 2004)
TC: Padrão de potabilidade para T ratament o de ciclo completo
(BRASIL, 2004)
(FL)
(TC)
0,1
1
10
100
1000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 2 2 24
T empo de operão (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB P FD P FA FLA FLAC ET A
FL: P adrão de potabilidade para Filt ração Lent a (BRASIL, 2 004)
T C: P adrão de potabilidade p ara T ratament o de ciclo completo
(BRASIL, 20 04)
(FL )
(T C)
79
Figura 33 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 8ª carreira de
filtração e ETA
O sistema de FiME produziu água dentro dos padrões de potabilidade (BRASIL,
2004) em diversos pontos das carreiras de filtração analisadas. Nas carreiras 6 e 7, operadas
com taxas de filtração alta (6 m/d), o sistema de FiME produziu água dentro dos padrões de
potabilidade em apenas 50% dos eventos monitorados para a carreira 6 e 40% para a carreira
7. Em seus estudos, Brandão et al. (1998) observaram diferenças significativas na remoção de
turbidez quando as carreiras eram submetidas a taxas de filtração alta (18 m/d) ou baixa (12
m/d), sendo a remoção maior quando aplicada taxa baixa nos pré-filtros. Murtha e Heller
(2003), realizaram experimentos em unidades piloto operados com taxas de filtração iguais a
7,2; 4,7 e 2,3 m
3
/m
2
. dia e concluíram que as taxas de filtração não apresentavam influência
significativa nos parâmetros monitorados da qualidade da água.
As taxas de filtração de 6 m/d são permitidas quando o afluente do FLA e FLAC
apresenta turbidez inferior a 5 uT e cor verdadeira menor que 5 uH. Para valores de turbidez
até 10 uT, as taxa de filtração devem variar entre 3 e 5 m/d. Em casos de ocorrência de picos
de turbidez do afluente de até 25 uT, é recomendado que a taxa de filtração seja de 2 a 3 m/d
(DI BERNARDO e DANTAS, 2005).
Para a SEQ 2 de experimentos não foi utilizado PFA e FLAC, sendo que a água
bruta passou apenas pelo PFD e FLA-2. Nas carreiras 6 e 7 a turbidez da água bruta estava
baixa e a taxa de filtração alta. Assim, na sexta carreira, apenas no 16° e 17° dia (25% dos
eventos) o FLA-2 produziu efluente de acordo com a Portaria 518/2004 (BRASIL, 2004).
Na sétima carreira, somente no 15°, 22°, 29° e 31° dias (50% das amostras) o FLA-2 produziu
efluente dentro dos padrões de potabilidade. Concluiu-se portanto que, de modo geral, a SEQ
0,1
1
10
100
1000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36
T empo de operão (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ET A
FL: Padrão de potabilidade para Filt ração Lenta (BRASIL, 2004)
T C: P adrão de potabilidade para T rat amento de ciclo completo
(BRASIL, 2004)
(FL)
(TC)
80
2 não produziu água potável. Os dados completos de turbidez para a SEQ 2 são apresentados
nas Tabelas A-7 a A-11 do apêndice A.
Nas Figuras 34, 35 e 36 são indicados os valores de turbidez afluente e efluente
das unidades constituintes da FiME em todas as carreiras de filtração para a SEQ 2 do
experimento e os padrões de potabilidade da água
Figura 34 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 6ª carreira de
filtração – SEQ 2 e ETA
Figura 35 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 7ª carreira de
filtração – SEQ 2 e ETA
0,1
1
10
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB PFD FLA2 ETA
(FL)
(TC)
FL: Padrão de potabilidade para Filtração Lenta (BRASIL, 2004)
TC: Padrão de potabilidade para Tratamento de ciclo completo
(BRASIL, 2004)
0,1
1
10
100
1000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Tempo de operação (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB PFD FLA2 ETA
FL: Padrão de potabilidade para Filtração Lenta (BRASIL, 2004)
TC: Padrão de potabilidade para Tratamento de ciclo completo
(BRASIL, 2004)
(FL)
(TC)
81
Figura 36 – Turbidez afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 8ª carreira de
filtração – SEQ 2 e ETA
Observa-se que a ETA apresentou melhor desempenho do que o sistema de FiME,
para as carreiras 6 e 7 analisadas da SEQ 2, evidenciando a importância da pré filtração
antecedendo a filtração lenta.
Na oitava carreira, a turbidez da água bruta permaneceu baixa variando entre 11,7 a
5,31 uT. A taxa de filtração utilizada foi baixa, 3 m/d e produziu água dentro dos padrões de
potabilidade no 9°, 11°, 24° e 28° dias, ou seja em 67% da carreira. Portanto, se forem essas
as condições, ou seja, baixa turbidez e baixa taxa de filtração, é possível produzir água
potável.
Nas Figuras 26 a 35 verificou-se que em alguns pontos da carreira de filtração o
efluente do PFD apresentou valores de turbidez maiores que a água bruta, para a SEQ 1 e
SEQ 2 do experimento. Quando esse fato ocorria, o PFD era imediatamente retirado de
operação para limpeza. Atribui-se a este fato uma possível colmatação na camada superior
desse meio filtrante que causa uma maior resistência hidráulica e faz com que as partículas
sólidas depositadas nessa área sejam transportadas para camadas subseqüentes do PFD,
conferindo uma turbidez maior ao seu efluente, conforme observado por Veras e Di Bernardo
(2008). Geralmente o PFD deve ser limpo após eventos de alta turbidez (PROSAB, 1999).
Dessa forma, de acordo com os resultados obtidos, recomenda-se lavar o PFD a cada 4 - 6
dias para que o seu efluente esteja em condições adequadas para ser submetido aos
0,1
1
10
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo de operação (dias)
Turbidez (uT) - Escala logarítmica
AB PFD FLA2 ETA
FL: Pado de potabilidade para Filtração Lenta (BRASIL, 2004)
TC: Pado de potabilidade para Tratamento de ciclo completo
(BRASIL, 2004)
(TC)
(FL)
82
tratamentos subsequentes da FiME, principalmente em períodos de alta turbidez. Segundo
Murtha e Heller (2003), do ponto de vista da qualidade do efluente, a turbidez afluente não
parece ser limitante da tecnologia, mas pode reduzir as carreiras de filtração. Esse fato pode
ser observado na Figura 37, que mostra a duração das carreiras de filtração em relação à
turbidez dia afluente para cada carreira de filtração para a SEQ 1 (PFD, PFA, FLA e
FLAC).
Figura 37 – Duração das carreiras de filtração em relação à turbidez média afluente – SEQ 1
As carreiras 1 e 8, operadas com baixa taxa de filtração e baixa turbidez
apresentaram comportamentos semelhantes de duração da carreira.
A carreira 2 (turbidez média 36,2 uT) foi considerada de alta turbidez, operada
com alta taxa de filtração e a duração da carreira foi de 45 dias. O fato que pode ter
contribuído para o prolongamento dessa carreira foram as limpeza freqüentes (a cada 4 dias)
do PFD.
A carreira 3 (turbidez média 73,3 uT) e a carreira 5 (turbidez média 93,6 uT),
mesmo sendo operadas com taxas de filtração baixa, a duração das carreira foi menor devido
à alta turbidez afluente.
A carreira 4 apresentou maior evolução da perda de carga e mesmo sendo operada
com turbidez dia de 24,2 uT e baixa taxa, a carreira foi encerrada com 18 dias. Esse
resultado pode ter sido ocasionado, principalmente pela presença de muitas folhas no interior
dos filtros e pela limpeza ineficiente dos mesmos antes de iniciar a carreira.
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Duração das carreiras (dias)
Turbidez afluentedia (uT)
carreira 2
carreira 1
carreira 8
carreira 7
carreira 3
carreira 5
carreira 4
carreira 6
83
as carreiras 6 e 7, operadas com alta taxa foram encerradas com 17 e 22 dias,
respectivamente, evidenciando a influência das taxas de filtração na evolução das perdas de
carga e término da carreira.
A Figura 38 mostra a duração das carreiras de filtração em relação à turbidez
média afluente para cada carreira de filtração para a SEQ 2 (PFD, FLA-2).
Figura 38 – Duração das carreiras de filtração em relação à turbidez média afluente – SEQ 2
A carreira 7 da SEQ 2 (turbidez média 12,6 uT) foi considerada de baixa turbidez,
operada com alta taxa de filtração e duração de 31 dias. Pode ter ocorrido uma dispersão nos
dados, uma vez que a carreira 8 (turbidez dia de 8,9 uT) teve uma duração menor, de 28
dias).
Nas Tabelas 21 e 22 estão relacionadas as porcentagens de remoção parcial de
turbidez de cada unidade FiME e de remoção global para os dois sistemas de tratamento,
FiME e ETA ciclo completo para a SEQ 1 e SEQ 2 do experimento.
As unidades mais importantes do sistema de FiME na potabilização da água foram
o FLA e FLAC, como comprovado em análises estatísticas evidenciadas nas Tabelas do
apêndice B e Tabelas 21 e 22. A ETA ciclo completo produziu água potável em todos os
eventos monitorados, exceto quando comparado à carreira de filtração 3, produzindo água
potável em apenas 28,5% dos eventos. A turbidez da água bruta permaneceu elevada durante
todo esse período.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Duração das carreiras (dias)
Turbidez afluentedia (uT)
carreira 6
carreira 8
carreira 7
84
Tabela 21 – Porcentagens de remoção parcial de turbidez de cada unidade de FiME e remoção global
para os dois sistemas de tratamento – SEQ 1
% Remoção Parcial % Remoção Global
Carreira
PFD PFA FLA FLAC FiME FLA FiME FLAC ETA
1 15,9 – 84,6 18,8 – 79,3 38,5 – 94,4 69,7 – 97,7 61,8 – 99,1 74,5 – 99,6 71,7 – 98,1
2 12,6 – 73,8 0 – 79,4 35,0 – 97,3 51,2 – 91,4 65,1 – 99,4 73,7 – 98,1 72,9 – 97,7
3 3,8 – 63,9 25,9 – 86,3 80,6 –100,0 71,1 -100,0 88,6 – 100,0 82,2 – 100,0 72,1 – 99,6
4 24,6 – 60,9 23,8 – 84,7 60,0 – 91,7 55,0 – 96,1 78,2 – 97,4 82,2 – 98,0 87,0 – 99,5
5 24,3 – 90,6 34,3 – 88,9 60,2 – 96,7 18,5 – 92,5 82,7 – 99,9 59,5 – 99,9 89,1 – 97,9
6 2,6 – 35,1 0 – 98,5 51,2 – 93,0 44,8 – 95,0 76,7 – 96,9 73,6 – 97,5 87,9 – 97,8
7 27,3 – 28,6 40,9 – 97,2 38,8 – 91,8 14,3 – 93,1 75,5 – 97,7 65,6 – 97,0 90,5 – 98,0
8 0 – 42,5 0 – 52,9 37,1 – 98,7 61,3 – 98,2 32,7 – 99,3 61,3 – 99,0 83,8 – 100,0
Tabela 22 – Porcentagens de remoção parcial de cada unidade de FiME e remoção global para os dois
sistemas de tratamento – SEQ 2
% Remoção Parcial % Remoção Global
Carreira
PFD FLA-2 FiME FLA 2 ETA
6 2,6 – 35,1 0 – 99,9 15,0 – 96,5 87,9 – 97,8
7 27,3 – 42,5 0- 99,6 1,7 – 94,5 90,5 – 98,0
8 6,0 – 67,6 67,7 - 90,5 66,3 – 93,1 83,8 – 100,0
De maneira geral os dados mostram que: (1) a FiME apresentou elevado
rendimento na remoção de turbidez para a SEQ 1 (PFD, PFA, FLA e FLAC) e SEQ 2 (PFD,
FLA-2) de experimento; (2) O PFD apresentou uma grande variação de desempenho ao longo
das carreiras de filtração, sendo uma unidade pouco estável na remoção de turbidez; (3) o
PFA e os filtros FLA e FLAC são unidades mais estáveis apresentando menores variações e
elevada remoção e (4) o FiME FLAC diminuiu sua eficiência ao longo das carreiras de
filtração.
Para os filtros descendentes PFD, FLA e FLAC, a remoção de turbidez ocorre
predominantemente nos 10 cm iniciais do leito filtrante, onde se concentram os mecanismos
de retenção de sólidos em suspensão. Com relação ao filtro ascendente (PFA), a remoção de
turbidez ocorre até os 15 cm iniciais da camada filtrante, sendo muito eficaz a remoção na
camada suporte. Essa camada cumpre uma função similar à de um pré-filtro de fluxo
ascendente. Isto confere ao PFA uma alta capacidade de amortecimento de picos de turbidez,
como pode ser observado nas Tabelas 21 e 22 (MURTHA; HELLER, 2003). Verificou-se que
para as carreiras 2 e 6, o PFA o apresentou remoção em alguns pontos analisados. Isso se
deve possivelmente à coleta de amostra inadequada que foi realizada seguidamente à limpeza
85
do mesmo. Com relação à carreira 8, verificou-se que a remoção de toda a carreira foi menor
quando comparada às demais carreiras. Isso pode ter ocorrido devido a uma limpeza
insuficiente nesse filtro, antes de iniciar a carreira.
Houve uma redução da turbidez em todas as unidades filtrantes, como mostram as
Figuras 39 a 46 para a SEQ 1 e Figuras 47 a 49 para a SEQ 2. Essa remoção indicada nas
figuras citadas é a acumulada em relação à água bruta, em cada unidade do sistema de FiME e
ETA ciclo completo.
Um aspecto observado por Mello (1998), é que uma tendência de maior
eficiência de remoção quando a água bruta apresenta elevada turbidez. Isto também foi
observado nesse trabalho, principalmente nas carreiras 3 e 5.
Para a SEQ 1 de experimento, a eficiência mínima de remoção no PFD foi de
2,6% na sexta carreira de filtração da SEQ 1 e a máxima de 90,6% na quinta carreira,
compatíveis com os estudos de Coelho e Di Bernardo (2002), que obtiveram remoção de
turbidez variando de 20,0 a 80,0% em sistema de FiME com condições experimentais
semelhantes a esse trabalho.
Coelho e Di Bernardo (2002) e Coelho (2002) obtiveram eficiência máxima de
80,0% de remoção para o PFA. As eficiências de remoção máxima evidenciadas nesse
trabalho para o PFA variaram de 98,5% na sexta carreira de filtração.
Figura 39 – Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na 1ª carreira – SEQ 1 e ETA
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38
Tempo de operação (dias)
% Remão turbidez
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
86
Figura 40 – Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na 2ª carreira – SEQ 1 e ETA
Figura 41 – Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na 3ª carreira- SEQ 1 e ETA
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo de operação (dias)
% Remoção turbidez
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Tempo de operação (dias)
% Remoção turbidez
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
87
Figura 42 – Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na 4ª carreira- SEQ 1 e ETA
Figura 43 – Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na 5ª carreira- SEQ 1 e ETA
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Tempo de operação (dias)
% Remoção turbidez
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Tempo de operação (dias)
% Remoção turbidez
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
88
Figura 44 – Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na 6ª carreira- SEQ 1 e ETA
Figura 45 – Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na 7ª carreira- SEQ 1 e ETA
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
% Remoção turbidez
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Tempo de operação (dias)
% Remoção turbidez
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
89
Figura 46 – Remoção de turbidez em todas as unidades do sistema de FiME na 8ª carreira- SEQ 1 e ETA
Figura 47 – Remoção de turbidez em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 2 e ETA
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36
Tempo de operação (dias)
% Remoção turbidez
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
% Remoção de turbidez
PFD FLA2 ETA
Remoção Completa
90
Figura 48 – Remoção de turbidez em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 2 e ETA
Figura 49 – Remoção de turbidez em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 2 e ETA
As análises estatísticas efetuadas com os dados de turbidez obtidos nas carreiras
têm como objetivos: (1) comparar o desempenho das unidades de filtração do sistema de
FiME e ETA ciclo completo em cada carreira de filtração; (2) comparar o desempenho dos
tratamentos (FiME e ETA) em períodos de alta e baixa turbidez e (3) comparar o desempenho
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Tempo de operação (dias)
% Remoção de turbidez
PFD FLA2 ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo de operação (dias)
% Remoção de turbidez
PFD FLA2 ETA
Remoção Completa
91
de cada unidade de filtração do sistema de FiME para situações de alta e baixa taxa de
filtração.
Estas análises são apresentadas sequencialmente para as SEQ 1 e 2 do
experimento. As comparações se basearam em um intervalo de confiança de 95%, conforme
Tabelas do apêndice B.
Para a SEQ 1 (PFD, PFA, FLA e FLAC):
(1) Para a carreira 1, não houve diferença significativa (p > 0,050) entre os
sistemas de tratamento FiME e ETA ciclo completo. Quando comparado o FLA-1 e FLAC,
houve diferença significativa (p < 0,050) entre os tratamentos e indicaram que o FLAC
apresentava melhor média de remoção de turbidez.
(2) Na segunda carreira, o houve diferenças significativas entre FiME e ETA e
entre FLA-1 e FLAC;
(3) A terceira carreira não apresentou diferenças significativas entre os
tratamentos quando comparado FiME-FLAC com ETA mas essa diferença foi significativa
quando comparado FiME-FLA-1 e ETA, sendo que a dia de remoção de turbidez do FLA-
1 foi melhor. A diferença foi significativa quando comparado FLA-1 e FLAC e a média de
remoção para FLA-1 foi melhor do que FLAC;
(4) a quarta e quinta carreiras de filtração foram operada nas mesmas condições
que a carreira anterior e não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos
quando comparado FiME com ETA ciclo completo e FLA-1 com FLAC;
(5) A sexta e sétima carreira foram operadas nas mesmas condições e não
apresentaram diferenças entre FLA-1 e FLAC quando comparadas. Apenas a sexta carreira
apresentou diferença significativa entre FiME-FLAC e ETA, sendo a média de remoção de
turbidez da ETA maior que FLAC;
(6) A oitava carreira não apresentou diferenças entre os tratamentos FiME e ETA
ciclo completo.
De maneira geral, não se pode afirmar que houve diferenças significativas entre os
sistemas de tratamento de FiME e ETA ciclo completo para as carreiras de filtração
analisadas, ou seja, a FiME obteve um desempenho similar ao da ETA ciclo completo.
Para a SEQ 2 (PFD, FLA-2):
92
Para a SEQ 2 de experimento houve diferenças entre os tratamentos FiME e ETA
ciclo completo, como pode ser verificado na Figura 50. A ETA teve um desempenho melhor e
maior estabilidade do que a FiME FLA-2, quando operada com baixa taxa de filtração.
Figura 50 – Box Plot de Taxa 1 (baixa) para a SEQ 2 de experimento
Após as comparações entre as carreiras, as Tabelas B-23 a B-28 do apêndice B
mostram as variações dos tratamentos para turbidez baixa (denominada turbidez 1) e turbidez
alta (denominada turbidez 2) em todas as carreiras.
Para a turbidez 1 (baixa), os testes indicaram que houve diferença significativa
(p=0,002) entre a eficiência de remoção de turbidez entre FiME e ETA sendo que a melhor
média de remoção foi obtida pela ETA, como pode ser também ilustrado na Figura 51. Isto
significa que, embora o desempenho da FiME tenha sido elevado, para turbidez baixa a ETA
foi mais eficiente. O desempenho dos dois filtros FLA-1 e FLAC foram semelhantes.
O mesmo fato ocorreu para a SEQ 2, que foi operada apenas com a turbidez baixa.
93
Figura 51 – Blox Plot de Turbidez 1 (baixa) para a SEQ 1 de experimento
Para a turbidez 2 (alta), foi utilizado o teste não-paramétrico que evidenciou o
haver diferença significativa entre os tratamentos FiME e ETA mas quando comparado os
filtros FLA-1 e FLAC no sistema FiME, houve diferença significativa (p=0,003) e a melhor
média de remoção foi obtida por FLA-1, como pode ser observado na Figura 52.
Figura 52 – Box Plot de Turbidez 2 (alta) para a SEQ 1 de experimento
94
Assim, diante dos dados obtidos nas carreiras de filtração, para situações de alta
turbidez, a FiME obteve um desempenho similar ao da ETA ciclo completo.
Os testes não-paramétricos utilizados (nesse caso, os modelos paramétricos não
foram suficientes para estes dados) mostraram que não houve diferença entre os tratamentos
FiME e ETA ciclo completo e também entre os filtros do sistema FIME FLA-1 e FLAC
quando realizada a carreira com taxa baixa, como ilustra a Figura 53. As Tabelas B-29 a B-36
do apêndice B mostram as variações de turbidez para as taxas de filtração, denominadas taxa
1 (baixa) e taxa 2 (alta).
Figura 53 – Box Plot deTaxa 1 (baixa) para a SEQ 1 de experimento
Com relação à taxa 2 (alta), diferença entre os tratamentos FiME-FLAC e
ETA, sendo que a melhor dia de remoção foi da ETA ciclo completo, como mostra a
Figura 54. Para os demais filtros, não houve diferença significativa entre eles.
95
Figura 54 – Box Plot de Taxa 2 (alta) para a SEQ 1 de experimento
Para a SEQ 2, houve diferença significativa entre os tratamentos sendo que a
melhor média de remoção foi obtida pela ETA quando comparada a FLA-2, como
comprovado pela Figura 55.
Figura 55 – Box Plot de Taxa 2 (alta) para a SEQ 2 de experimento
Conclui-se, portanto, que taxas de filtração elevadas (nesse caso utilizou-se 6 m/d)
reduzem a eficiência do sistema de FiME. Isto também ocorreu em estudos realizados por
Paterniani e Conceição (2004), com filtração lenta precedida de pré-tratamento. Esses autores
96
concluíram que a turbidez foi reduzida em média 54% pelo pré-filtro em relação a água bruta
e 96% pelo filtro lento em relação a água bruta para a taxa de filtração de 2 m
3
/m
2
.dia no filtro
lento. Para a taxa de 4 m
3
/m
2
.dia, a redução média da turbidez obtida em relação a água bruta
foi de 62% no pré-filtro e 93% no filtro lento.
5.2 Remoção de Cor Aparente
Apesar de todas as vantagens da tecnologia de FiME, existem algumas limitações
atribuídas à filtração lenta que podem contribuir para um mal desempenho do sistema e afetar
a qualidade da água tratada. Visscher et al. (1996), sugerem como valor de cor aparente para
água bruta, 60 uH com picos de até 230 uH para águas submetidas à tecnologia FiME.
A água bruta apresentou cor aparente elevada na maior parte do período
experimental, apresentando picos em diversos momentos.
A Figura 56 mostra a variação de cor aparente da água bruta em todas as carreiras
de filtração. A água bruta apresentou cor aparente elevada na maior parte do período
experimental, apresentando picos em diversos momentos, especialmente nas carreiras 2, 3, 4 e
5.
0
230
460
690
920
1150
1380
carreira 1 carreira 2 carreira 3 carreira 4 carreira 5 carreira 6 carreira 7 carreira 8
C o r d a Ág u a Br uta (u H )
Figura 56 – Cor aparente da água bruta em todas as carreiras de filtração
97
Para cada carreira foram realizadas, em média, 8 amostragens da qualidade da
água bruta.
Na primeira carreira de filtração, em que a cor aparente variou de 53 a 232 uH,
ocorreram poucas chuvas e de baixa intensidade e a cor aparente da água bruta apresentou
pouca variação, mantendo-se baixa nesse período. As análises das carreiras 2, 3, 4 e 5 foram
realizadas em períodos de alta turbidez, em que ocorreu uma freqüência maior de eventos de
chuva e os parâmetros característicos da água bruta, tais como cor aparente e turbidez
variaram, assim como os efluentes de todas as unidades filtrantes. Esse fato refletiu na
eficiência das unidades do sistema. As carreiras de filtração 2 (valores de cor aparente
variando de 62 a 1100 uH), carreira 3 (valores de cor aparente variando de 239 a 855 uH),
carreira 4 (valores de cor aparente variando de 104 a 510 uH) e carreira 5 (valores de cor
aparente variando de 146 a 1455 uH) apresentaram valores superiores à faixa recomendada
por Visscher et al. (1996).
Na carreira 6 (cor aparente variando de 88 a 226 uH) a cor aparente permaneceu
elevada, segundo Visscher et al. (1996), mesmo sendo operada em período de baixa turbidez.
Nas carreiras 7 (cor aparente variando de 68 a 127 uH) e 8 (cor aparente variando
de 81 a 117 uH) a cor aparente permaneceu com valores semelhantes aos recomendados para
essa tecnologia de tratamento durante todo o período.
Nas Figuras 57 a 64 são indicadas a cor aparente afluente e efluente das unidades
constituintes da FiME em todas as carreiras de filtração para a SEQ 1 de experimento (PFD,
PFA, FLA e FLAC) e os padrões de potabilidade da água. De acordo com a Portaria
518/2004 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004), o padrão de cor aparente para a água
tratada na saída das Estações de Tratamento é de 5,0 uH e 15,0 uH nas redes de distribuição.
O mesmo padrão é utilizado para águas submetidas à filtração lenta. Estes padrões estão
indicados nas Figuras 57 a 67.
Os valores de cor aparente obtidos em todas as unidades filtrantes das carreiras de
filtração utilizados na confecção dos gráficos são apresentados nas Tabelas A-12 a A-22 do
apêndice A.
98
Figura 57 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 1ª carreira de filtração e
ETA
Figura 58 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 2ª carreira de filtração e
ETA
0,1
1
10
100
1000
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Tempo de operação (dias)
Cor (uH) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
(BRASIL, 2004)
0,1
1
10
100
1000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo de op eração (dias)
Cor (uH) - Escala logatmica
AB P FD P FA FLA FLAC ET A
(BRASIL , 2004)
99
Figura 59 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 3ª carreira de filtração e
ETA
Figura 60 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 4ª carreira de filtração e
ETA
0,1
1
10
100
10 0 0
0 2 4 6 8 10 1 2 14 1 6 1 8 20 2 2 24
T em p o de operação (dias)
Cor (uH) - Escala logarítmica
AB P FD P FA FLA FLAC ET A
(BRA SIL , 2004)
A cor foi zero no 15° dia
de operação para FLAC
0,1
1
10
100
1000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Tempo de operão (dias)
Cor (uH) - Escala logarítmica
AB P FD P F A
FLA
F LAC ETA
(BRASIL, 2004)
A cor foi zero no dia de
operação para FLA
100
Figura 61 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 5ª carreira de filtração e
ETA
Figura 62 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 6ª carreira de filtração e
ETA
0,1
1
10
100
1000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
Cor (uH) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
A cor foi zero no 2° dia de operação
para ETA, 5° dia para FLA e nos
dias 1 e 17° para FLA e FLAC
(BRASIL, 2004)
0,1
1
10
100
1000
10000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operação (dias)
Cor (uH) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ET A
A cor foi zero no 1° dia de
operação para FLA e FLAC e
no dia para FLA
(BRASIL, 2004)
101
Figura 63 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 7ª carreira de filtração e
ETA
Figura 64 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 8ª carreira de filtração e
ETA
0,1
1
10
100
1000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Tempo de operão (dias)
Cor (uH) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
A cor foi zero no dia de
operão para FLAC, e 7° dia
para ETA e 14° dia para FLA e
FLAC e 21° dia para FLAC
(BRASIL, 2004)
0,1
1
10
100
1000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36
T empo de operação (dias)
Cor (uH) - Escala logarítmica
AB PFD P FA FLA FLAC ET A
(BRASIL, 2004)
A cor foi zero no 12° dia de
operação para FLA e FLAC, 27° dia
para FLAC e ETA, 29° dia para FLA,
FLAC e ETA e 34° dia para FLA
102
O sistema de FiME não foi eficiente na produção de água dentro dos padrões de
potabilidade (BRASIL, 2004) para cor em praticamente todas as carreiras de filtração
analisadas. O mesmo resultado foi encontrado em estudos de Perez (2009).
A água bruta apresentou picos de cor durante todo o período experimental e a
água afluente aos filtros lentos (FLA-1 e FLA-2) e FLAC não foram inferiores a 5,0 uH,
como recomendado por Di Bernardo (1993) para o bom funcionamento da filtração lenta.
A primeira carreira apresentou valores de água bruta indicados por Visscher et al.
(1996) para águas submetidas ao sistema de FiME mas produziu apenas 12,5% de água dentro
dos padrões de potabilidade. Esse fato pode ter sido motivado pelos problemas operacionais
de funcionamento da estação e variação das taxas de filtração.
A FiME produziu água dentro dos padrões de potabilidade de acordo com a
Portaria n° 518/2004 (BRASIL, 2004) em apenas 50% dos eventos monitorados para a
carreira 5, operada com baixa taxa, alta turbidez e picos de cor atingindo 1455 uH.
A carreira de filtração 2 (produção de água dentro dos padrões em 22,3% dos
eventos), a carreira 6 (produção de água dentro dos padrões em 37,5% dos eventos) e a
carreira 7 (produção de água dentro dos padrões em 80% dos eventos) foram operadas com
taxas de filtração de 6 m/d, que são permitidas quando o afluente do FLA e FLAC possui cor
verdadeira menor que 5 uH (DI BERNARDO, 1993; DI BERNARDO e DANTAS, 2005), o
que não ocorreu nesse período. Dessa forma e de acordo com as análises estatísticas, verifica-
se que as variações das taxas de filtração influenciaram, diminuindo a performance dos FLA e
FLAC.
Com relação às carreiras de filtração 3 e 4, ambas operadas com alta turbidez e
baixa taxa, a produção de água potável foi de 42,9% para a carreira 3 e 25,0% para a carreira
4.
Na carreira 8, a produção de água potável foi de 62,5% e essa carreira foi operada
com baixa taxa e baixa turbidez.
A ETA ciclo completo produziu água potável em poucos eventos monitorados e
quando comparado às carreiras de filtração 7 e 8, verifica-se que produziu água potável em
80% dos eventos. Essas carreiras foram operadas em baixa turbidez.
Dessa forma, comparando os resultados obtidos com as análises estatísticas, pode-
se concluir que a ETA foi mais eficiente na remoção de cor para situações de baixa turbidez.
Essas razões motivaram estudos com oxidantes antes da filtração. A filtração lenta
com pré-ozonização tem sido utilizada quando a água bruta apresenta elevada cor de origem
orgânica (TANGERINO, 2003).
103
Nas Figuras 65 a 67 são indicadas cor afluente e efluente das unidades
constituintes da FiME em todas as carreiras de filtração para a SEQ 2 de experimento (PFD,
FLA-2) e os padrões de potabilidade da água.
Figura 65 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 6ª carreira de filtração –
SEQ 2 e ETA
Figura 66 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 7ª carreira de filtração –
SEQ 2 e ETA
0,1
1
10
100
1000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Tempo de operação (dias)
Cor (uH) - Escala logarítmica
AB PFD FLA2 ETA
(BRASIL, 2004)
A cor foi zero no 2° dia de
operação para ETA, 16° dia
para FLA 2 e ETA e 17° dia
para ETA
0,1
1
10
100
1000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Tempo de operação (dias)
Cor (uH) - Escala logarítmica
AB PFD FLA2 ETA
(BRASIL, 2004)
A cor foi zero no 3° e 8° dia
de operação para ETA e 31°
dia para FLA2
104
Figura 67 – Cor afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 8ª carreira de filtração –
SEQ 2 e ETA
Para a SEQ 2 de experimentos não foi utilizado PFA e FLAC, sendo que a água
bruta passou apenas pelo PFD e FLA-2. A ETA ciclo completo produziu água potável em: (1)
50% dos eventos monitorados das carreiras 6 e 8 e (2) 87,5% quando comparada à carreira 7.
Esses resultados foram compatíveis com os verificados para a SEQ 1 e a taxa de filtração teve
influência nos resultados, uma vez que a carreira 7 foi operada com alta taxa de filtração e a
carreira 8, com baixa taxa de filtração.
Nas Figuras 57 a 67 verificou-se que em alguns eventos da carreira de filtração a
cor do efluente do PFD se apresentava maior que a cor da água bruta. Da mesma forma como
ocorria com a turbidez, uma possível colmatação na camada superior desse meio filtrante
ocasionou resistência hidráulica e fez com que as partículas sólidas depositadas nessa área
fossem transportadas para camadas subseqüentes do PFD, conferindo maior cor ao seu
efluente e o filtro era retirado de operação para limpeza.
Nas Tabelas 23 e 24 estão relacionadas as porcentagens de remoção parcial de cor
de cada unidade de FiME e de remoção global para os dois sistemas de tratamento (FiME e
ETA ciclo completo) para a SEQ 1 e SEQ 2 do experimento.
Embora o sistema de FiME não tenha gerado bons resultados na potabilização da
água com relação à cor aparente, as unidades mais importantes do sistema de FiME foram o
0,1
1
10
100
1000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
Tempo de operação (dias)
Cor (uH) - Escala logarítmica
AB PFD FLA2 ETA
(BRASIL, 2004)
A cor foi zero no 9° dia de
operação para ETA e 11 dia
para FLA2 e ETA
105
FLA e FLAC, como comprovado em análises estatísticas evidenciadas nas Tabelas do
apêndice B e Tabelas 23 e 24.
Tabela 23 – Porcentagens de remoção parcial de cor de cada unidade de FiME e remoção global para os
dois sistemas de tratamento – SEQ 1
% Remoção Parcial % Remoção Global
Carreira
PFD PFA FLA FLAC FiME FLA FiME FLAC ETA
1 4,3 – 28,3 0 – 78,8 34,0 – 92,9 72,0 – 97,6 57,7 – 96,6 78,3 – 98,6 63,6 – 98,6
2 3,2 – 84,6 0 – 89,1 38,7 – 97,1 0 – 97,0 58,8 – 99,2 22,0 – 98,4 72,8 – 99,2
3 2,9 – 61,1 7,0 – 76,6 83,6 – 99,1 57,1-100,0 88,4 – 99,2 76,2 – 100,0 86,1 – 98,8
4 1,0 – 60,6 26,2 – 78,3 61,5-100,0 58,8 – 95,8 78,5 – 100,0 78,5 – 98,1 78,5 – 99,0
5 17,5 – 70,1 25,6 - 89,7 66,7-100,0 31,0-100,0 83,8 – 100,0 63,9 – 100,0 88,1 – 99,2
6 5,1 – 24,3 5,1 – 94,6 32,6–100,0 8,7-100,0 64,8 – 100,0 52,3 – 100,0 90,6 – 100,0
7 12,4 – 35,7 23,6 – 94,2 56,7-100,0 51,0-100,0 89,8 – 100,0 74,2 – 100,0 91,2 – 100,0
8 1,2 – 37,5 0 – 51,8 26,3-100,0 50,5-100,0 25,5 – 100,0 50,0 – 100,0 85,1 – 100,0
Tabela 24 – Porcentagens de remoção parcial de cor de cada unidade de FiME e remoção global para os
dois sistemas de tratamento – SEQ 2
% Remoção Parcial % Remoção Global
Carreira
PFD FLA-2 FiME FLA 2 ETA
6 5,1 – 24,3 0 – 100,0 14,8 – 100,0 90,6 – 100,0
7 1,2 – 35,7 0 – 100,0 11,8 – 100,0 85,1 – 100,0
8 21,6 – 47,7 22,1 – 100,0 54,7 – 100,0 77,8 – 110,0
De maneira geral os dados mostraram que: (1) embora o seu efluente tenha
atendido aos padrões de potabilidade em poucos eventos monitorados, a FiME apresentou
elevada eficiência na remoção de cor para a SEQ 1 (PFD, PFA, FLA e FLAC) e SEQ 2 (PFD,
FLA-2) do experimento; (2) o PFD apresentou uma grande amplitude de desempenho e
comportou-se igualmente como na remoção de turbidez, como uma unidade pouco estável
para a remoção de cor e (3) o PFA, os filtros lentos (FLA) e os filtros lentos de areia e carvão
(FLAC) apresentaram elevada eficiência na remoção de cor para a SEQ 1 e SEQ 2 e são
unidades mais estáveis.
Em seus estudos, Coelho e Di Bernardo (2002) obtiveram remoção de cor de 10%
no PFD e 60% no PFA, em condições semelhantes a esse trabalho.
As Figuras 68 a 75 apresentam as eficiências de remoções de cor para a SEQ 1 do
experimento.
106
Figura 68 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 1ª carreira – SEQ 1 e ETA
Figura 69 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 2ª carreira – SEQ 1 e ETA
0
20
40
60
80
100
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Tempo de operação (dias)
% Remoção cor
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo de operação (dias)
% Remoção cor
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
107
Figura 70 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 3ª carreira – SEQ 1 e ETA
Figura 71 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 4ª carreira – SEQ 1 e ETA
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Tempo de operação (dias)
% Remoção cor
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remão Completa
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo de operação (dias)
% Remoção cor
PFD PFA FLA FLAC ET A
Remoção Completa
108
Figura 72 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 5ª carreira – SEQ 1 e ETA
Figura 73 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 1 e ETA
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
% Remoção cor
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operão (dias)
% Remoção cor
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
109
Figura 74 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 1 e ETA
Figura 75 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 1 e ETA
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36
Tempo de operação (dias)
% Remoção cor
PFD PFA FLA FLAC ET A
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operão (dias)
% Remoção cor
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
110
As Figuras 76 a 78 apresentam as eficiências de remoções de cor para a SEQ 2 do
experimento.
Figura 76 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 2 e ETA
Figura 77 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 2 e ETA
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
Tempo de operação (dias)
% Remoção cor
PFD FLA2 ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Tempo de operação (dias)
% Remoção cor
PFD FLA2 ETA
Remoção Completa
111
Figura 78 – Remoção de cor em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 2 e ETA
As análises estatísticas efetuadas com os dados de cor obtidos nas carreiras tem
como objetivos: (1) comparar o desempenho das unidades de filtração do sistema de FiME e
ETA ciclo completo em cada carreira de filtração; (2) comparar o desempenho dos
tratamentos (FiME e ETA) na remoção de cor em períodos de alta e baixa turbidez e (3)
comparar o desempenho de cada unidade de filtração do sistema de FiME para situações de
alta e baixa taxa de filtração.
Estas análises são apresentadas sequencialmente para as SEQ 1 e 2 do
experimento. As comparações se basearam em um intervalo de confiança de 95%, conforme
Tabelas do apêndice B.
Para a SEQ 1 (PFD, PFA, FLA e FLAC):
(1) A primeira carreira de filtração não apresentou diferenças significativas entre
os tratamentos quando comparado FiME-FLAC com ETA mas essa diferença foi significativa
quando comparado FiME-FLA-1 e ETA, sendo que a média de remoção de cor da ETA foi
melhor. A diferença foi significativa quando comparado FLA-1 e FLAC e a média de
remoção para FLAC foi melhor do que FLA-1;
(2) Na segunda carreira, o houve diferenças significativas entre FiME e ETA e
entre FLA-1 e FLAC;
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo de operação (dias)
% Remoção cor
PFD FLA2 ET A
Remoção Completa
112
(3) A terceira carreira não apresentou diferenças significativas entre os
tratamentos quando comparado FiME-FLAC com ETA mas essa diferença foi significativa
quando comparado FiME-FLA-1 e ETA, sendo que a média de remoção de cor do FLA-1 foi
melhor. Não houve diferença significativa quando comparado FLA-1 e FLAC;
(4) A quarta e quinta carreiras de filtração foram operada nas mesmas condições
que a carreira anterior e não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos
quando comparado FiME com ETA ciclo completo e FLA-1 com FLAC;
(5) A sexta e sétima carreira foram operadas nas mesmas condições e não
apresentaram diferenças entre FLA-1 e FLAC quando comparadas. Apenas a sexta carreira
apresentou diferença significativa entre FiME-FLAC e ETA, sendo a média de remoção de
cor da ETA maior que FLAC;
(6) A oitava carreira não apresentou diferenças entre os tratamentos do sistema de
FiME e ETA ciclo completo.
De maneira geral, não se pode afirmar que houve diferenças significativas entre os
sistemas de tratamento de FiME e ETA ciclo completo para as carreiras de filtração
analisadas quanto a remoção de cor, sendo que as duas formas de tratamento o foram
eficientes.
Para a SEQ 2 (PFD, FLA-2):
Apenas na sétima carreira houve diferença entre os tratamentos, sendo que a
média de remoção da ETA foi melhor quando comparado ao FLA2.
De maneira geral, não se pode afirmar que houve diferenças significativas entre os
sistemas de tratamento de FiME e ETA ciclo completo para a SEQ 2 do experimento e assim
como na SEQ 1, tanto ETA quanto FiME não foram eficientes para a remoção de cor nas
condições estudadas.
Em pesquisa realizada por Veras e Di Bernardo (2008), os filtros lentos com
carvão ativado apresentaram maior eficiência, sugerindo a contribuição do CAG para alcançar
um percentual de remoção médio de 99,0%. O emprego do carvão ativado granular em
conjunto com a areia fina favorece a remoção de matéria orgânica dissolvida, o que
geralmente não acontecia na filtração lenta com meio filtrante exclusivamente granular
(PROSAB, 1999). Esse fato não ocorreu no presente trabalho e de acordo com as análises
113
estatísticas, a performance dos FLA e FLAC foram semelhantes. Esse fato pode ter ocorrido
devido à perca da capacidade de adsorção do carvão ativado granular (CAG). Tangerino
(2003) sugeriu aplicação de ozônio na água bruta para que o filtro lento de areia com camada
intermediária de carvão melhorasse sua eficiência. Uma outra alternativa sugerida pelo
mesmo autor, é a troca da camada de carvão ativado e a constatação do aumento do
rendimento de remoção, mostrando que o tempo de utilização do carvão interfere em sua
capacidade de remoção de cor.
Na SEQ 2 não foi utilizado filtro lento de areia com carvão ativado.
Após as comparações entre as carreiras, as Tabelas B-23 a B-28 do apêndice B
mostram as variações dos tratamentos para turbidez baixa (denominada turbidez 1) e turbidez
alta (denominada turbidez 2) em todas as carreiras para comparação de remoção de cor.
Para a turbidez 1, os testes indicaram que houve diferença significativa entre a
eficiência de remoção de cor entre FiME e ETA sendo que a melhor média de remoção foi
obtida pela ETA. O desempenho dos dois filtros FLA-1 e FLAC foram semelhantes.
O mesmo fato ocorreu para a SEQ 2, que foi operada apenas com a turbidez baixa.
Para a turbidez 2 não houve diferença entre os tratamentos FiME e ETA mas
quando comparado os filtros FLA-1 e FLAC no sistema FiME, houve diferença significativa e
a melhor média de remoção foi obtida por FLA-1.
Assim, concluiu-se que a FiME produz água com cor compatível à ETA ciclo
completo para situações de alta turbidez. Para situações de baixa turbidez, a ETA ciclo
completo se apresentou mais eficiente como forma de tratamento na remoção de cor. Os
resultados são compatíveis aos observados por Perez (2009).
As Tabelas B-29 a B-36 do apêndice B mostram as variações de cor para as taxas
de filtração, denominadas taxa 1 (baixa) e taxa 2 (alta).
Os testes não-paramétricos utilizados mostraram que não houve diferença entre os
tratamentos FiME e ETA ciclo completo e também entre os filtros do sistema FiME FLA-1 e
FLAC quando a taxa baixa foi aplicada na carreira. O mesmo resultado foi obtido para a SEQ
2.
Com relação à taxa 2 (alta), diferença entre os tratamentos FiME-FLAC e
ETA, sendo que a melhor média de remoção foi da ETA ciclo completo. Para os demais
filtros, não houve diferença significativa entre eles. Para a SEQ 2, houve diferença
114
significativa entre os tratamentos sendo que a melhor média de remoção de cor foi obtida pela
ETA quando comparada a FLA 2.
Dessa forma, verifica-se que as variações das taxas de filtração influenciaram na
performance dos FLA e FLAC.
5.3 Remoção de Coliformes Totais e Escherichia coli
A remoção de bactérias patogênicas e vírus, principalmente no filtro lento é
atribuída a vários fatores, entre eles: (1) decaimento natural, devido o filtro ser um ambiente
relativamente hostil para esses microrganismos; (2) predação; (3) efeito biocida da radiação
solar e (4) adsorção no biofilme aderido ao meio filtrante, considerado o principal mecanismo
de redução desses microrganismos (PROSAB, 1999).
Nas Figuras 79 a 94 são indicados os coliformes totais e termotolerantes afluentes
e efluentes das unidades constituintes da FiME em todas as carreiras de filtração para a SEQ 1
do experimento (PFD, PFA, FLA e FLAC). Para melhor visualização dos resultados de
coliformes totais e termotolerantes, os mesmos foram transformados em Log
10
.
A Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) estabelece a
ausência total de coliformes totais e termotolerantes na água para que a mesma esteja dentro
dos padrões microbiológicos de potabilidade para consumo humano. Espera-se que o efluente
de um sistema de FiME seja sujeito a desinfecção antes do abastecimento.
A lista completa das concentrações de coliformes totais e termotolerantes das
carreiras de filtração, utilizados para confecção dos gráficos, são apresentados nas Tabelas A-
34 a A-55 do apêndice A.
115
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Tempo de operação (dias)
Coliformes Totais (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 79 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 1ª carreira – SEQ 1
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Tempo de operão (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 80 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 1ª carreira – SEQ 1
116
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48
Tempo de operão (dias)
Coliformes Totais (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 81 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 2ª carreira – SEQ 1
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48
Tempo de operação (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 82 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 2ª carreira – SEQ 1
117
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operão (dias)
Coliformes Totais (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 83 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 3ª carreira – SEQ 1
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operação (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 84 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 3ª carreira – SEQ 1
118
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo de operação (dias)
Coliformes Totais (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 85 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 4ª carreira – SEQ 1
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Tempo de operação (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 86 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 4ª carreira – SEQ 1
119
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operão (dias)
Coliformes Totais (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 87 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 5ª carreira – SEQ 1
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operão (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 88 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 5ª carreira – SEQ 1
120
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
Coliformes Totais (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 89 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 1
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 90 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 1
121
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operação (dias)
Coliformes Totais (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 91 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 1
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operação (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 92 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 1
122
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Tempo de operação (dias)
Coliformes Totais (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 93 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 1
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Tempo de operão (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
AB PFD PFA FLA FLAC
Figura 94 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 1
123
Não foi realizada comparação entre as análises microbiológicas do efluente da
ETA ciclo completo e FiME. A água tratada da ETA era encaminhada diretamente para o
reservatório e não foi possível retirar as amostras antes da cloração.
Nas Figuras 95 a 100 são indicados os coliformes totais e termotolerantes
afluentes e efluentes das unidades constituintes da FiME em todas as carreiras de filtração
para a SEQ 2 do experimento (PFD e FLA-2).
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
Coliformes Totais (log)
PFD FLA2
Figura 95 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 2
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
PFD FLA2
Figura 96 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 6ª carreira – SEQ 2
124
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Tempo de operação (dias)
Coliformes Totais (log)
PFD FLA2
Figura 97 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 2
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Tempo de operão (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
PFD FLA2
Figura 98 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 7ª carreira – SEQ 2
125
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo de operão (dias)
Coliformes Totais (log)
PFD FLA2
Figura 99 – Coliformes Totais em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 2
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo de operão (dias)
Coliformes Termotolerantes (log)
PFD FLA2
Figura 100 – Coliformes Termotolerantes em todas as unidades FiME na 8ª carreira – SEQ 2
Diante dos resultados obtidos na SEQ 1 e SEQ 2, ficou evidenciado a viabilidade
do sistema de FiME para a produção de água potável para consumo humano, necessitando
apenas de desinfecção no efluente final para atender as recomendações da Portaria 518/2004
(BRASIL, 2004), estabelecendo que, após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo
de cloro residual livre de 0,5 mg/L. Em qualquer ponto da rede de distribuição é obrigatória a
126
manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L de cloro, recomendando-se que a cloração seja realizada
em pH inferior a 8,0 e tempo de contato mínimo de 30 minutos.
O FLAC teve um desempenho maior que o FLA até a terceira carreira de filtração
e após esse período a situação se inverteu e o desempenho maior passou a ser do FLA. Isso
pode ter ocorrido devido à perda da capacidade de adsorção do carvão ativado.
As carreiras de filtração 2, 6 e 7 foram operadas com taxas altas (6 m/d) e a qualidade
bacteriológica da água efluente ao FLA e FLAC não foi comprometida tanto para a SEQ 1
quanto para a SEQ 2. A operação dos filtros lentos é essencial para a sua eficiência. Segundo
Moody et al. (2002), a qualidade bacteriológica da água filtrada não deteriora
significativamente quando são aplicadas taxas de filtração maiores que 2,4 m/d e podem ser
adotadas nos filtros lentos para uma água bruta de boa qualidade. Porém, filtros com taxas de
filtração altas requerem limpeza com maior freqüência.
A taxa de filtração deve ser mantida dentro de um intervalo de 2,4 a 7,2 m/d para
fornecer aos microrganismos atuantes dentro do filtro um escoamento estável de nutrientes e
oxigênio, além de proporcionar tempo suficiente para purificar a água (MOODY et al., 2002).
De acordo com Ellis (1985), é possível aumentar consideravelmente as taxas de
filtração se o pré-tratamento da água bruta e a desinfecção após a filtração lenta forem
eficazes. Porém, com base nos dados desta pesquisa, um aumento na taxa de filtração pode
acentuar a turbidez e a cor efluente aos filtros constituintes do sistema de FiME.
Segundo Murtha e Heller (2003), a melhor performance de taxas de aplicação
mais baixas deve-se à maior duração das carreiras, proporcionando maior maturação do leito.
Esse fato pode ser verificado nas carreiras 6 (duração de 17 dias) e carreira 7 (duração de 22
dias), que foram operadas com baixa turbidez mas com alta taxa. A duração das carreiras foi
curta e observou-se uma oscilação das eficiências nas unidades do sistema de FiME.
Nas Tabelas 25 e 26 estão relacionados os valores mínimos e máximos,
respectivamente de remoção de coliformes totais em todas as carreiras de filtração para a SEQ
1 e SEQ 2 do experimento. Essa remoção é acumulada em relação à água bruta.
Tabela 25 – Valores mínimos e máximos de remoção de coliformes totais – SEQ 1
Remoção (log) Carreira
PFD PFA FLA FLAC
1 -0,5 – 1,4 -0,1 – 1,0 0 – 2,4 2,6 – 3,7
2 -0,4 – 0,9 -0,4 – 2,1 0,8 – 3,6 0,5 – 3,6
3 -0,1 – 0,4 0,2 – 1,4 1,7 – 2,7 1,2 – 2,5
4 -0,8 – 0,4 -0,8 – 0,9 0,3 – 3,6 -0,3 – 3,6
127
Cont. – Valores mínimos e máximos de remoção de coliformes totais – SEQ 1
Remoção (log) Carreira
PFD PFA FLA FLAC
5 -0,1 – 0,6 0,4 – 0,6 1,7 – 3,2 1,5 – 3,2
6 -0,2 – 0,5 0,3 – 1,0 1,0 – 2,7 0,8 – 2,5
7 -0,1 – 0,1 -0,3 – 0,2 0,3 – 2,4 0 – 1,5
8 -1,4 – 0,8 -0,6 – 1,2 0,6 – 3,3 0,8 – 3,3
Tabela 26 – Valores mínimos e máximos de remoção de coliformes totais – SEQ 2
Remoção (log) Carreira
PFD FLA 2
6 -0,2 – 0,5 1,0 – 2,1
7 -0,4 – 0,2 0 – 1,3
8 -1,4 – 1,0 0,7 – 2,5
Nas Tabela 27 e 28 estão relacionados os valores mínimos e máximos,
respectivamente de remoção de coliformes termotolerantes em todas as carreiras de filtração
para a SEQ 1 e SEQ 2 do experimento.
Tabela 27 – Valores mínimos e máximos de remoção de coliformes termotolerantes – SEQ 1
Remoção (log) Carreira
PFD PFA FLA FLAC
1 -0,6 – 1,7 0,4 – 1,4 0,6 – 2,7 2,1 – 2,7
2 0 – 1,6 -0,7 – 2,1 1,0 – 3,6 0,6 – 3,6
3 -0,4 – 1,4 -0,3 – 1,3 1,6 – 3,2 0,3 – 3,2
4 0 – 0,2 0,3 – 1,3 1,0 – 3,7 0,7 – 3,7
5 0 – 0,3 0,5 – 1,1 1,9 – 3,0 2,1 – 2,6
6 -0,1 – 0,4 0 – 0,7 1,1 – 2,3 1,0 – 2,8
7 -0,2 – 2,0 0 – 1,2 0,6 – 2,7 1,0 – 2,7
8 -1,3 – 0,7 -0,9 – 1,8 0,2 – 2,5 0,5 – 2,7
Tabela 28 – Valores mínimos e máximos de remoção de coliformes termotolerantes – SEQ 2
Remoção (log) Carreira
PFD FLA 2
6 -0,1 – 0,4 0,5 – 2,3
7 -0,2 – 0,4 0,9 – 2,7
8 -1,3 – 0,7 0,1 – 2,5
128
As unidades mais importantes do sistema de FiME com relação à remoção de
coliformes totais e termotolerantes foram os filtros lentos (FLA e FLAC). Analisando as
Figuras 79 a 100 foi possível observar que a remoção no PFD para coliformes totais não foi
significativa e em alguns eventos a presença de coliformes no seu efluente era maior do que a
água bruta. Possivelmente o PFD estava oferecendo condições propícias para o crescimento
bacteriano, tais como carbono orgânico e nutrientes. Assim, os microrganismos se
multiplicavam dentro do filtro e a quantidade de coliformes no efluente era maior do que no
afluente (água bruta).
Veras e Di Bernardo (2008), obtiveram remoções variando de 40% a 67,6% de
coliformes totais e 41% a 62% de coliformes termotolerantes no PFD.
No PFA as reduções foram significativas, apresentando eficiências de 2,1
unidades logarítmicas e mesmo assim, o PFA apresentou um comportamento instável durante
as carreiras de filtração.
Vários foram os estudos realizados para avaliação da eficiência de filtros lentos na
remoção de microrganismos patogênicos e indicadores de contaminação e na maioria dos
casos, observaram-se elevadas taxas de remoção. Pesquisadores como Coelho (2002) e Aguila
(2002), observaram remoções de coliformes totais e termotolerantes de 95% a 100% em
ensaios realizados com instalação piloto. Brito et al. (2005), verificaram remoções de 98%
para coliformes totais e 97% para coliformes termotolerantes. Esses dados são compatíveis
aos verificados no presente trabalho que obteve 3,7 unidades logarítmicas de remoção para
FLA e FLAC. Em estudos realizados por Dullemont et al. (2006), foram encontrados baixos
valores de remoção de vírus (1,7 – 2,2 log
10
), usando MS2-bacteriófoagos como indicadores e
a remoção de E. coli foi de aproximadamente 2 log
10
maior quando o Schmutzdecke estava
presente.
Uma tendência de melhora de eficiência de remoção de coliformes totais e
termotolerantes foi verificada dentro de cada carreira, com o tempo de operação dos filtros,
possivelmente devido ao “amadurecimento” dos filtros. Semelhante a este estudo, Brito et al.
(2005), verificaram que aplicando taxas de 3 m/d conseguia gerar concentrações o-
detectáveis de coliformes totais e E. coli no segundo dia de análise do filtro (oito dias de
operação). Segundo o autor, quanto maior o tempo da carreira, maior o equilíbrio alcançado
entre as populações que colonizam o filtro. Entretanto, não existe ainda um consenso sobre
um indicador que melhor traduza a maturidade biológica de filtros lentos de areia.
O período de “amadurecimento” dos filtros em cada carreira de filtração o foi
identificado precisamente. É questionável que em diversos estudos este período se baseie na
qualidade do efluente, em termos de turbidez ou por meio de análises microbiológicas para a
129
determinação do período de maturidade microbiológica (BRITO et al., 2005). Dependendo da
qualidade do afluente, taxa de filtração, características do meio filtrante e forma de limpeza
do filtro lento, a formação do Schmutzdecke pode levar dias ou até semanas (DI BERNARDO
e DANTAS, 2005).
De maneira geral os dados mostram que: (1) a FiME apresentou elevado
rendimento quanto a remoção de coliformes com e sem o uso do PFA; (2) não houve
influência da variação das taxas de filtração na qualidade bacteriológica do efluente; (3) o
período de amadurecimento dos filtros não pôde ser determinado exatamente porém, os dados
indicam uma progressiva melhora da qualidade do efluente no decorrer de cada carreira.
As análises estatísticas efetuadas com os dados de coliformes totais e
termotolerantes obtidos nas carreiras de filtração são apresentadas para a SEQ 1 do
experimento e as comparações se basearam em um intervalo de 95% de confiança, conforme
Tabelas do apêndice B. A análise indicou que:
(1) A primeira carreira de filtração não apresentou diferenças significativas entre
os filtros para coliformes totais mas essa diferença foi significativa para coliformes
termotolerantes, sendo que a média de remoção do FLAC foi melhor. Isto mostra que o
comportamento varia de acordo com o grupo de microrganismos em estudo. Segundo estudos
de Marrara (2005), o carvão ativado granular, devido a sua porosidade, área superficial e
rugosidade, possui a capacidade de servir como suporte para uma alta densidade de
microrganismos, quando comparado com outros materiais filtrantes, como areia e antracito.
(2) Para todas as demais carreiras, a utilização do FLA ou FLAC o
apresentaram diferença significativa quanto a remoção de coliformes.
De maneira geral, o FLA e FLAC tiveram eficiências semelhantes na remoção de
coliformes totais e termotolerantes.
Após as comparações entre as carreiras quanto aos dois tratamentos, para turbidez
baixa (denominada turbidez 1) e turbidez alta (turbidez 2), observa-se que não houve
diferença significativa entre FLA e FLAC para as duas condições, turbidez alta ou baixa. Isto
significa que o FLA e FLAC possuem comportamentos semelhantes, independente da
turbidez da água bruta. Detalhes encontram-se nas Tabelas B-23 a B-28 do apêndice B.
130
As Tabelas B-29 a B-36 do apêndice B mostram as variações de coliformes para
as taxas de filtração, denominadas taxa 1 (baixa) e taxa 2 (alta).
Os testes não-paramétricos utilizados neste estudo mostraram que não houve
diferença entre FLA e FLAC para situações em que foram aplicadas taxas de 3 m/d e 6 m/d,
assim como Murtha e Heller (2003), que aplicaram taxas variando de 7,2 m/d e 2,3 m/d e
concluíram que as taxas de filtração não apresentaram significativa influência nos parâmetros
coliformes totais e termotolerantes. Para esses autores, conforme concluído anteriormente, a
melhor performance de taxas de aplicação mais baixas deve-se à maior duração das carreiras,
proporcionando maior maturação do leito. Mas em estudos de Paterniani e Conceição (2004),
aplicando taxas de filtração de 2 m/d e 4 m/d em seus experimentos, os autores concluíram
que a remoção média de coliformes totais para os pré-filtros foi mais eficiente (2% a 50%)
quando aplicaram a taxa de 2 m/d e no filtro lento a remoção média foi de 99% tanto para taxa
de 2 m/d quanto para a taxa de 4 m/d, confirmando a grande eficiência da filtração lenta na
redução de microrganismos.
5.4 Remoção de Sólidos Suspensos Totais (SST)
Durante os experimentos ocorreram vários picos de SST na água bruta,
principalmente nas carreiras 2, 3, 4 e 5 que foram operadas em alta turbidez e, em alguns
momentos na carreira 6, operada em baixa turbidez.
Outro fato que ocorreu com muita freqüência durante o período experimental foi o
transpasse desse material sólido em suspensão para camadas subseqüentes. Como pode ser
verificado nas Figuras 101 a 111, nas carreiras 2, 3, 4, 5 e em alguns momentos da carreira 6,
7 e 8 da SEQ 1 e SEQ 2, o efluente do PFD apresentou valores de SST superiores ao seu
afluente.
Como sugerido anteriormente, a limpeza do PFD deve ser realizada a cada 4 - 6
dias em períodos de alta turbidez para evitar o transpasse de SST. Foi verificado também que
após a limpeza do PFD para o início de uma nova carreira de filtração, a primeira coleta de
amostra das carreiras 3, 4, 5 e 8 apresentaram efluente com SST superiores ao seu afluente.
Isso pode indicar que durante a coleta ainda havia muito material sólido desprendido devido à
operação de revolvimento do meio filtrante.
Nas Figuras 101 a 108 são indicados os SST afluente e efluente das unidades
constituintes da FiME em todas as carreiras de filtração para a SEQ 1 do experimento e as
Figuras 109 a 111 para a SEQ 2 do experimento. A escala utilizada foi a logarítmica, portanto,
os valores de SST do FLA, FLAC e ETA não identificados nos gráficos correspondem a zero.
131
O conjunto completo de SST de todas as carreiras são apresentados nas Tabelas A-23 a A-33
do apêndice A.
0,1
1
10
100
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Tempo de operação (dias)
SST (mg/L) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
Figura 101 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 1ª carreira
SEQ 1 e ETA
0,1
1
10
100
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48
Tempo de operação (dias)
SST (mg/L) - Escala logatmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
Figura 102 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 2ª carreira
SEQ 1 e ETA
132
0,1
1
10
100
1000
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operação (dias)
SST (mg/L) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
Figura 103 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 3ª carreira
SEQ 1 e ETA
1
10
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Tempo de operação (dias)
SST (mg/L) - Escala logar'itmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
Figura 104 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 4ª carreira
SEQ 1 e ETA
133
0,1
1
10
100
1000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Tempo de operão (dias)
SST (mg/L) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
Figura 105 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 5ª carreira
SEQ 1 e ETA
0,1
1
10
100
1000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
SST (mg/L) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ET A
Figura 106 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 6ª carreira
SEQ 1 e ETA
134
0,1
1
10
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Tempo de operão (dias)
SST (mg/L) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
Figura 107 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 7ª carreira
SEQ 1 e ETA
0,1
1
10
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36
Tempo de operação (dias)
SST (mg/L) - Escala logarítmica
AB PFD PFA FLA FLAC ETA
Figura 108 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 8ª carreira
SEQ 1 e ETA
135
0,1
1
10
100
1000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
SST (mg/L) - Escala logarítmica
AB PFD FLA2 ET A
Figura 109 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 6ª carreira
SEQ 2 e ETA
0,1
1
10
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Tempo de operação (dias)
SST (mg/L) - Escala logarítmica
AB PFD FLA2 ET A
Figura 110 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 7ª carreira
SEQ 2 e ETA
136
0,1
1
10
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo de operação (dias)
SST (mg/L) - Escala logatmica
AB PFD FLA2 ET A
Figura 111 – SST afluente e efluente em todas as unidades do sistema de FiME na 8ª carreira
SEQ 2 e ETA
A Figura 112 mostra que há uma correlação polinomial entre a turbidez e a
quantidade de SST na água bruta, com coeficiente de correlação igual a 0,959.
R
2
= 0,959
0
25
50
75
100
125
150
175
200
225
250
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600
Turbidez da água bruta (uT)
SST da água bruta (mg/L)
Figura 112 – Relação entre turbidez da água bruta e SST em todas as carreiras de filtração
Dessa forma, em períodos de alta turbidez, a presença de quantidades
significativas de sólidos em suspensão na água afluente aos filtros pode ocasionar problemas
137
operacionais e de qualidade da água filtrada, ocorrendo a obstrução dos vazios intergranulares
(colmatação) das camadas superiores do meio filtrante.
A remoção de SST variou de 50,0 a 100,0% no FLA e 42,9 a 100,0% para o
FLAC. Em pesquisa realizada por Veras (1999), foi verificado que valores de SST de 96
mg/L na água bruta foram reduzidos a valores inferiores a 5 mg/L no efluente final (redução
de 94,5%), com PFD operando com taxa de 24 a 48 m/d, PFA com taxa de 8 a 16 m/d e filtros
lentos com taxa de 3 a 4 m/d, taxas também utilizadas no presente trabalho.
O valor máximo de remoção obtido no PFD foi de 80,0% na carreira 8 deste
estudo, operado com baixa turbidez e baixa taxa de filtração. Veras e Di Bernardo (2008),
obtiveram variação de 22,0 a 66,0% de remoção de SST no PFD e em estudos de Coelho
(2002), o mesmo concluiu que as remoções no PFD e PFA variavam de 50,0 a 60%.
Nas Tabela 29 e 30 estão relacionadas as porcentagens de remoção parcial de SST
de cada unidade de FiME e de remoção global para os dois sistemas de tratamento (FiME e
ETA ciclo completo) para a SEQ 1 e SEQ 2 do experimento.
As unidades constituintes da FiME mais importantes que contribuíram para a
remoção de SST foram o PFA, FLA e FLAC.
Tabela 29 – Porcentagens de remoção parcial de SST de cada unidade de FiME e remão global para os
dois sistemas de tratamento – SEQ 1
% Remoção Parcial % Remoção Global
Carreira
PFD PFA FLA FLAC FiME FLA FiME FLAC ETA
1 42,9 – 50,0 0 – 75,0% 0 – 50,0% 0 – 50,0% 50,0 – 88,9 42,9 – 88,9 50,0 – 85,7
2 33,3 – 55,6 50,0 – 95,0 50,0 – 100,0 0 – 50,0 66,7 – 100,0 66,7 – 85,7 66,7 – 100,0
3 5,9 – 51,5 8,3 – 85,7 70,0 – 100,0 90,0 – 100,0 90,0 – 100,0 95,8 – 100,0 95,8 – 100,0
4 5,0 – 57,0 57,1 – 92,7 0 – 100,0 0 – 100,0 81,8 – 100,0 82,1 – 100,0 85,7 – 100,0
5 23,4 – 77,0 23,5 – 90,4 40,0 – 100,0 50,0 – 100,0 88,2 – 100,0 82,8 – 100,0 94,1 – 100,0
6 9,1 – 41,2 0 – 100,0 40,0 – 100,0 40,0 – 100,0 86,4 – 100,0 72,7 – 100,0 82,4 – 100,0
7 16,7 – 40,0 20,0 – 89,2 0 – 83,3 62,5 – 100,0 50,0 – 91,7 70,0 – 100,0 100,0
8 16,7 – 80,0 0 – 92,3 0 – 100,0 60,0 – 100,0 80,0 – 100,0 66,7 – 100,0 40,0 – 100,0
Tabela 30 – Porcentagens de remoção parcial de SST de cada unidade de FiME e remão global para os
dois sistemas de tratamento – SEQ 2
% Remoção Parcial % Remoção Global
Carreira
PFD FLA-2 FiME-FLA 2 ETA
6 9,1 – 41,2 0 – 100,0 14,3 – 100,0 82,4 – 100,0
7 16,7 – 40,0 46,2 – 100,0 75,0 – 100,0 40,0 – 100,0
8 16,7 – 75,0 30,0 – 100,0 41,7 – 100,0 75,0 – 100,0
138
As Figuras 104 a 111 mostram as remoções de SST para a SEQ 1 e Figuras 112 a
114 para a SEQ 2 do experimento. Essa remoção indicada nas figuras citadas é a acumulada
em relação à água bruta, em cada unidade do sistema de FiME e ETA ciclo completo.
Figura 113 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 1ª carreira – SEQ 1
Figura 114 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 2ª carreira – SEQ 1
0
20
40
60
80
100
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36
Tempo de operação (dias)
% Remoção SST
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48
Tempo de operação (dias)
% Remoção SST
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
139
Figura 115 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 3ª carreira – SEQ 1
Figura 116 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 4ª carreira – SEQ 1
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operação (dias)
% Remoção SST
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
T empo de operação (dias)
% Remoção SST
PFD PFA FLA FLAC ET A
Remão Completa
140
Figura 117 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 5ª carreira – SEQ 1
Figura 118 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 6ª carreira – SEQ 1
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
% Remoção SST
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Tempo de operação (dias)
Remoção de SST
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
141
Figura 119 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 7ª carreira – SEQ 1
Figura 120 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 8ª carreira – SEQ 1
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
T empo de operação (dias)
% Remoção SST
PFD PFA FLA FLAC ET A
Remão Completa
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36
Tempo de operação (dias)
% Remoção SST
PFD PFA FLA FLAC ETA
Remoção Completa
142
Figura 121 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 6ª carreira – SEQ 2
Figura 122 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 7ª carreira – SEQ 2
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Tempo de operação (dias)
% Remoção SST
PFD FLA2 ETA
Remoção Completa
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operão (dias)
% Remoção SST
PFD FLA2 ETA
Remoção Completa
143
Figura 123 – Remoção de SST em todas as unidades FiME e ETA na 8ª carreira – SEQ 2
As análises estatísticas efetuadas com os dados de SST obtidos nas carreiras têm
como objetivos: (1) comparar o desempenho das unidades de filtração do sistema de FiME e
ETA ciclo completo em cada carreira de filtração; (2) comparar o desempenho dos
tratamentos (FiME e ETA) na remoção de SST em períodos de alta e baixa turbidez e (3)
comparar o desempenho de cada unidade de filtração do sistema de FiME para situações de
alta e baixa taxa de filtração.
Estas análises são apresentadas sequencialmente para as SEQ 1 e 2 do
experimento. As comparações se basearam em um intervalo de confiança de 95%, conforme
Tabelas do apêndice B.
Para a SEQ 1 (PFD, PFA, FLA e FLAC):
(1) Em todas as carreiras de filtração não houve diferenças significativas entre os
tratamentos FiME e ETA ciclo completo quanto à remoção de SST.
(2) Na segunda carreira, não houve diferenças significativas entre FiME e ETA
mas os dados foram insuficientes para comparar FiME-FLA-1 e ETA.
De maneira geral, não se pode afirmar que houve diferenças significativas entre os
sistemas de tratamento de FiME e ETA ciclo completo para as carreiras de filtração
0
20
40
60
80
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo de operação (dias)
% Remoção SST
PFD FLA2 ETA
Remoção Completa
144
analisadas quanto a remoção de SST, sendo que as duas formas de tratamento apresentaram
eficiências semelhantes.
Para a SEQ 2 (PFD, PFA-2):
Para a SEQ 2 de experimento, o houve diferença entre os tratamentos FiME e
ETA sendo que as duas formas de tratamentos foram eficientes quanto à remoção de SST.
Para a SEQ 2 não foi utilizado filtro lento com carvão ativado.
As Tabelas B-23 a B-28 do apêndice B mostram as variações dos tratamentos para
turbidez baixa (denominada turbidez 1) e turbidez alta (denominada turbidez 2) em todas as
carreiras para comparação de remoção de SST.
Para a turbidez baixa, os testes não-paramétricos utilizados indicaram que houve
diferença significativa entre a eficiência de remoção de SST entre FiME-FLAC e ETA sendo
que a melhor dia de remoção foi obtida pela ETA. O desempenho dos dois filtros FLA-1 e
FLAC foram semelhantes.
Para a SEQ 2, que foi operada apenas com a turbidez baixa, não houve diferenças
significativas entre os dois tratamentos.
Para a turbidez alta, utilizando os testes não-paramétricos, não houve diferença
entre os tratamentos FiME e ETA e entre FLA-1 e FLAC.
De maneira geral, pode-se concluir que para remoção de SST em situações de alta
e baixa turbidez, não se pode dar preferência nem para o sistema FiME nem para ETA ciclo
completo, com base nos dados deste trabalho, sendo que as duas formas de tratamento são
propícias para essas situações.
As Tabelas B-29 a B-36 do apêndice B mostram as variações de SST para as taxas
de filtração, denominadas taxa 1 (baixa) e taxa 2 (alta).
Para a taxa 1 (baixa) os testes não-paramétricos utilizados mostraram que houve
diferença apenas entre os tratamentos FiME-FLAC e ETA, sendo a melhor média de remoção
foi para ETA.
Para a SEQ 2, os dados paramétricos evidenciaram que não houve diferença entre
FiME e ETA.
145
Com relação à taxa 2 (alta), não houve diferença significativa entre os tratamentos
FiME e ETA Quando comparados os filtros FLA-1 e FLAC, a melhor média de remoção foi
para FLA.
Para a SEQ 2, o houve diferença significativa entre os tratamentos FiME e
ETA.
Assim, para remoção de SST em situações de baixa taxa de filtração, a ETA ciclo
completo se apresentou mais eficiente e para situações de alta taxa de filtração, conclui-se que
tanto ETA quanto FiME são tratamentos propícios para essa situação.
De acordo com os resultados estatísticos do trabalho de Veras e Di Bernardo
(2008), quando utilizado um PFA em camadas, a utilização da taxa de 6 m/d pareceu ser mais
eficiente na remoção de SST do que utilizando taxas de 3 ou 4 m/d e as eficiências dos FLA
não variaram nas diversas linhas estudadas, resultados que corroboram com os dados desse
trabalho. Em experimentos realizados por Latorre et al. (1996), a eficiência de remoção de
sólidos suspensos não foi significativamente afetada pelo aumento das taxas de filtração de 48
m/d (taxa utilizada no PFD para as carreiras 2, 6 e 7) para 96 m/d, mas mostrou-se sensível ao
aumento da taxa para 120 m/d.
5.5 Correlações
Foi realizada a verificação de correlação entre as remoções dos parâmetros cor,
turbidez, SST e coliformes e também foi avaliada a correlação dos dados entre as leituras dos
parâmetros cor aparente e cor verdadeira.
No caso da correlação entre cor verdadeira e cor aparente, foram utilizados os
dados da carreira 8 pois apenas nessa foi realizada a análise de cor verdadeira. Houve boa
correlação positiva entre cor verdadeira e cor aparente, sendo R= 0,9819 e a equação de
regressão é apresentada na Figura 124.
Não houve correlação clara entre as remoções dos demais parâmetros analisados.
Os coeficientes entre os dados foram pequenos, indicando uma baixa relação entre os
mesmos.
146
y = 0,9557x - 23,673
R
2
= 0,9643
R= 0,9819
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
75 80 85 90 95 100 105 110 115 120
Cor Aparente (uH)
Cor Verdadeira (uH)
Figura 124 – Correlação entre cor aparente e cor verdadeira
5.6 Perda de Carga
As perdas de carga foram obtidas calculando-se as diferenças das leituras
piezométricas entre os pontos de montante e de jusante da camada do meio filtrante.
A Figura 125 mostra a evolução das perdas de carga ao longo das carreiras de
filtração e o comportamento em função da qualidade da água e da taxa de filtração aplicada.
Figura 125 – Evolução das perdas de carga em todas as carreiras de filtração
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
Carreira 2 Carreira 3 Carreira 4 Carreira 5 Carreira 6 Carreira 7 Carreira 8
Perda de carga (cm)
FLA
FLA
FLA
FLA
FLA
FLA
FLAC
FLAC
FLAC
FLAC
FLAC
FLAC
FLAC
FLA
147
Como observado em estudo de Tangerino (2003), as perdas de carga para os
FLAC permaneceram baixas, raramente atingiram 20 cm e o mesmo ocorreu nesse trabalho.
Possivelmente, a perda de carga do FLAC seja menor do que FLA pois a camada de CAG,
que está sob uma camada de areia, protege o carvão, que é muito poroso, de uma excessiva
carga de matéria orgânica particulada. Essa camada superior de areia funciona como um filtro
lento natural e o carvão como adsorvedor (COELHO, 2002) e a perda de carga aumenta com
menos intensidade.
Os FLA nas carreiras 2, 3, 4 e 5 apresentaram perda de carga maior pois nesse
período a turbidez da água estava alta. Na carreira 6 houveram muitos picos de turbidez e a
taxa de filtração era alta (6 m/d).
A partir da carreira 6 de filtração foi evidenciado um aumento progressivo na
perda de carga do FLAC. Como o carvão ativado é muito adsorvente, possui uma elevada área
superficial e estrutura microporosa, provavelmente, com o decorrer das carreiras de filtração e
do tempo dos experimentos, essa capacidade de adsorção ficou comprometida e contribuiu
para a elevação da perda de carga.
No início da carreira de filtração, a altura da água sobre o leito filtrante é mínima,
crescendo gradualmente para compensar a resistência hidráulica devido à retenção de
impurezas e da formação do Schmutzdecke. Quando o nível da água atinge a altura máxima
(geralmente 1,0 m), o filtro é retirado para limpeza e a carreira de filtração encerrada (VERAS
e DI BERNARDO, 2008).
A qualidade da água efluente das unidades filtrantes do sistema de FiME pode
ficar comprometida com a perda de carga elevada. Esse fato justifica a menor eficiência de
remoção de alguns parâmetros analisados, no final das carreiras de filtração em que a perda de
carga estava alta. Isso ocorre devido à colmatação da camada superior do meio filtrante
causando maior resistência hidráulica no interior do meio filtrante e as partículas sólidas são
transportadas para unidades subseqüentes. Outro aspecto é a qualidade da água afluente às
unidades filtrantes. Águas com elevada turbidez (carreiras 2, 3, 4 e 5) colmatam mais
rapidamente as unidades filtrantes e elevam as perdas de carga devido ao aumento da
resistência hidráulica do meio filtrante.
As Figuras 126 a 132 mostram as variações das perdas de carga em cada carreira
de filtração para a SEQ 1.
148
0
20
40
60
80
100
120
140
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46
Tempo de operação (dias)
Perda de carga (cm)
FLA FLAC
Figura 126 – Perdas de Carga na 2ª carreira de filtração – SEQ 1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Tempo de operão (dias)
Perda de carga (cm)
FLA FLAC
Figura 127 – Perdas de Carga na 3ª carreira de filtração – SEQ 1
149
0
20
40
60
80
100
120
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Tempo de operão (dias)
Perda de Carga (cm)
FLA FLAC
Figura 128 – Perdas de Carga na 4ª carreira de filtração – SEQ 1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operação (dias)
Perda de Carga (cm)
FLA FLAC
Figura 129 – Perdas de Carga na 5ª carreira de filtração – SEQ 1
150
0
20
40
60
80
100
120
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
Perda de Carga (cm)
FLA FLAC
Figura 130 – Perdas de Carga na 6ª carreira de filtração – SEQ 1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Tempo de operão (dias)
Perda de Carga (cm)
FLA FLAC
Figura 131 – Perdas de Carga na 7ª carreira de filtração – SEQ 1
151
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36
Tempo de operação (dias)
Perda de Carga (cm)
FLA FLAC
Figura 132 – Perdas de Carga na 8ª carreira de filtração – SEQ 1
As Figuras 133 a 135 mostram as variações das perdas de carga para a SEQ 2.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Tempo de operação (dias)
Perda de Carga
FLA-2
Figura 133 – Perdas de Carga na 6ª carreira de filtração – SEQ 2
152
0
10
20
30
40
50
60
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
Tempo de operação (dias)
Perda de Carga (cm)
FLA-2
Figura 134 – Perdas de Carga na 7ª carreira de filtração – SEQ 2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Tempo de operação (dias)
Perda de Carga (cm)
FLA-2
Figura 135 – Perdas de Carga na 8ª carreira de filtração – SEQ 2
Verificou-se que para a carreira 6 da SEQ 2, o comportamento da perda de carga
do FLA-2 foi diferente das demais carreiras. Os valores foram bem pequenos e com o
decorrer do tempo do experimento, as perdas de carga foram aumentando gradativamente. O
material filtrante era novo, sendo monitorado pela primeira vez, não havia presença de
impurezas e a camada biológica ainda estava em formação. Assim como observado
anteriormente, isto mostra que o efeito do tempo de uso do material comprometeu a sua
capacidade de adsorção, elevando a perda de carga.
153
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
De acordo com o trabalho experimental realizado, conclui-se que:
- A tecnologia de FiME, constituída de pré-filtro dinâmico, pré-filtro com
escoamento ascendente, filtro lento de areia e filtro lento de areia e carvão ativado granular
mostrou-se uma tecnologia adequada na produção de água potável provendo água, em 40%
das amostras analisadas, em condições compatíveis às estabelecidas pela Portaria 518/2004 do
Ministério da Saúde para turbidez, coliformes totais e termotolerantes e SST, necessitando
apenas de desinfecção no efluente final.
- Quanto a remoção de cor aparente, as duas formas de tratamento (FiME e ETA)
apresentaram remoções superiores a 90% mas não atenderam a Portaria 518/2004 (BRASIL,
2004), que estabelece como padrão um valor mínimo de 5 uH para águas destinadas ao
abastecimento público. A água bruta apresentou picos de cor durante todo o período
experimental e a cor da água afluente aos FLA e FLAC o foi inferior a 5 uH para que a
filtração lenta funcionasse adequadamente, segundo Di Bernardo (1993). Para situações de
alta turbidez, a FiME produziu água com cor compatível à ETA ciclo completo e para
situações de baixa turbidez, a ETA ciclo completo se apresentou mais eficiente como forma
de tratamento;
- O desempenho do sistema de FiME na remoção de turbidez e SST foi bastante
elevado, variando de 90% a 100%;
- De maneira geral, não houve diferenças significativas entre os sistemas de
tratamento de FiME e ETA ciclo completo quanto a remoção de turbidez nas carreiras
analisadas. Para situações de alta turbidez, a FiME e ETA apresentaram eficiências
compatíveis e para situações de baixa turbidez, o desempenho da FiME foi elevado mas a
ETA ciclo completo se apresentou mais eficiente como forma de tratamento.
- A ETA apresentou melhor desempenho do que o sistema de FiME sem PFA,
evidenciando a importância da pré filtração ascendente antecedendo a filtração lenta. A SEQ
2 (PFD, FLA-2) produziu água potável em 67% da oitava carreira de filtração, operada em
condições de baixa taxa de filtraçãoe baixa turbidez;
154
- De maneira geral, o FLA e FLAC tiveram eficiências semelhantes na remoção
de coliformes totais e termotolerantes, independente da turbidez da água bruta;
- o foi possível identificar precisamente o período de amadurecimento do FLA
mas houve uma tendência de melhora de eficiência em cada carreira com remoções na ordem
de 3,7 unidades logarítmicas de coliformes;
- O aumento das taxas de filtração ( 3 m/d e 6 m/d) influenciou negativamente na
performance dos FLA e FLAC para a remoção de turbidez e cor aparente, mas essa diferença
não foi tão evidente para os parâmetros coliformes e SST;
- A remoção de SST foi elevada durante todo o período experimental. Em
situações de alta turbidez, ambos os tratamentos, FiME e ETA ciclo completo, foram
propícios. Para situações de baixa turbidez, a ETA ciclo completo se apresentou mais
eficiente como forma de tratamento quando comparada à FiME;
- O FLA e FLAC se mostraram as unidades mais importantes do sistema de
FiME.
- O PFD se mostrou pouco estável nas condições estudadas. Para a remoção de
SST, além do FLA e FLAC, o PFA também se mostrou uma unidade importante e sua
eficiência de remoção variou de 75% a 100%;
- Verificou-se correlação entre cor verdadeira e cor aparente mas o foi
verificada correlação entre as remoções dos parâmetros cor, turbidez, SST e coliformes;
- As perdas de carga do FLAC foram menores do que FLA no início dos
experimentos devido à camada de areia atuar como um filtro natural fazendo com que a perda
de carga aumente com menos intensidade. Com o decorrer do tempo das carreiras de filtração,
mais precisamente a partir da sexta carreira, foi evidenciado um aumento progressivo na
perda de carga do FLAC. Possivelmente a capacidade de adsorção do CAG ficou
comprometida e contribuiu para a elevação da perda de carga;
- A alta turbidez da água bruta (carreiras 2, 3, 4 e 5) colmatou mais rapidamente
as unidades filtrantes e elevaram as perdas de carga devido ao aumento da resistência
hidráulica do meio filtrante;
155
Com base nas observações realizadas durante o período experimental e
resultados obtidos, recomenda-se:
- Utilizar a coluna de carvão ativado granular existente na instalação piloto e
avaliar a eficiência do efluente quanto à remoção de cor;
- Estudar a viabilidade de pesquisas utilizando oxidantes antecedendo a filtração,
para águas com elevada cor de origem orgânica;
- Estudar a viabilidade de implantação de um reservatório de água bruta próximo
ao PFD para que a carreira de filtração não seja interrompida caso haja problemas com a
bomba de sucção e para monitoramento da qualidade da água bruta;
- Pesquisar a vida útil do carvão ativado no FLAC em períodos de alta e baixa
turbidez e avaliar a periodicidade de troca e custos envolvidos;
- Adotar um sistema de orifício e hidrômetro para melhor controle de vazão de
entrada do afluente no PFD, FLA e FLAC;
- Estabelecer uma rotina de limpeza para o PFD a cada 4 - 6 dias em períodos de
alta turbidez de 10 a 15 dias em períodos de baixa turbidez para melhorar a eficiência do
sistema;
- Estudar o período de “amadurecimento do FLA” realizando monitoramento
diário dos parâmetros físico-químicos e microbiológicos da água em períodos de alta e baixa
turbidez com diferentes taxas de filtração;
- Desenvolver estudos com FiME em diferentes mananciais;
- Desenvolver estudos para verificar as causas do aumento de coliformes no
efluente do PFD;
- Estudar a formação e o desenvolvimento do Schmutzdecke nos filtros lentos;
156
- Desenvolver estudos para avaliar a qualidade e a tratabilidade do lodo dos
filtros;
- Comparar os resultados das análises obtidos nas carreiras de filtração do sistema
de FiME e a ETA de Goianápolis com outras Estações de Tratamento de Água de ciclo
completo para avaliar o desempenho de cada uma.
157
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162
APÊNDICE A
163
TABELAS DE VALORES DOS PARÂMETROS ANALISADOS
Tabela A- 1 - Valores de turbidez da carreira de filtração 1 – SEQ 1
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
62,1 80,9 81,5 6,76 8,08 4,43 2,56 1,29 1,25
76,8 90,8 78,9 3,8 2,95 1,72 0,88 0,35 0,8
84,7 88,8 89,6 14,4 8,66 6,45 2,21 1,61 1,5
61,8 93,1 94,5 5,1 4,45 3,17 1,95 0,35 0,28
84,7 88,5 87,4 14,4 8 6,5 2,2 1,65 1,82
86,1 90,7 88,9 5,4 4,48 2,79 0,75 0,5 0,6
99,1 99,6 98,1 27,8 20,7 4,29 0,24 0,1 0,52
78,3 74,5 71,7 3,96 4,19 3,33 0,86 1,01 1,12
90,0 88,3 87,1 4,8 7,13 3,32 0,48 0,56 0,62
Tabela A- 2 - Valores de turbidez da carreira de filtração 2 – SEQ 1
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
98,2 96,1 91,6 23,3 6,1 7,55 0,42 0,92 1,95
99,4 98,1 97,7 198 60,6 44,1 1,2 3,79 4,58
96,7 88,9 95,1 14,8 12,1 9,18 0,49 1,65 0,72
96,3 90,4 95,6 13,5 11,8 8,5 0,5 1,3 0,6
65,1 73,7 72,9 25,1 65,5 13,5 8,77 6,59 6,8
81,2 92,0 92,7 16,8 11,6 7,17 3,16 1,35 1,22
97,2 95,3 95,0 24,8 12,8 3,8 0,7 1,17 1,25
69,1 75,8 82,8 4,95 17,5 4,1 1,53 1,2 0,85
82,3 -18,7 84,9 4,98 56,9 2,69 0,88 5,91 0,75
Tabela A- 3 - Valores de turbidez da carreira de filtração 3 – SEQ 1
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
88,6 83,1 83,4 48,3 62,5 28,3 5,5 8,18 8
98,3 90,1 99,6 30,9 20,5 15,2 0,54 3,05 0,12
100,0 100,0 99,5 149 53,8 7,39 0 0 0,8
99,8 99,3 98,4 197 185 56,3 0,46 1,36 3,24
97,7 72,1 22,18 48,7 28,3 0,51 6,18
98,3 82,2 89,0 39,6 67,4 25,6 0,67 7,04 4,35
96,5 83,5 94,5 26,4 25,4 13,1 0,93 4,35 1,45
Tabela A- 4 - Valores de turbidez da carreira de filtração 4 – SEQ 1
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
97,4 86,8 89,1 21,2 43,6 6,66 0,55 2,8 2,32
97,3 94,6 96,2 18,5 10 5,2 0,5 1 0,7
96,6 87,2 97,0 20,5 24,1 7,53 0,69 2,62 0,62
78,2 74,1 89,0 26,8 20,2 15,4 5,84 6,93 2,94
83,6 82,2 87,0 29,2 36,8 12 4,8 5,2 3,8
95,1 95,2 99,5 46,6 18,2 9,48 2,27 2,26 0,25
89,7 98,0 94,6 20,9 29,9 10,5 2,16 0,41 1,13
95,1 94,6 97,1 10,25 10,5 2,82 0,5 0,55 0,3
164
Tabela A- 5 - Valores de turbidez da carreira de filtração 5 – SEQ 1
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
97,3 97,0 94,5 21,6 25,5 5,9 0,59 0,65 1,19
95,8 91,6 89,1 16,6 20 6,77 0,7 1,39 1,81
98,2 98,4 97,9 26,2 42,4 4,7 0,47 0,42 0,55
99,9 99,9 97,5 552 51,8 6,78 0,5 0,55 13,7
84,7 59,5 94,9 30,4 23 15,1 4,64 12,3 1,56
96,6 93,5 92,8 19,5 20,2 8,57 0,67 1,26 1,41
82,7 78,3 96,5 45,2 64 19,6 7,81 9,82 1,57
98,9 97,5 97,9 37,3 24 12,7 0,42 0,95 0,8
Tabela A- 6 - Valores de turbidez da carreira de filtração 6 – SEQ 1
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
87,7 86,9 87,9 28 22,9 22,9 3,44 3,66 3,4
76,7 73,6 95,6 27,2 26,5 13 6,34 7,18 1,21
96,9 79,6 91,9 23,2 18,8 10,5 0,73 4,74 1,88
76,3 88,8 96,5 20,8 13,5 10,5 4,94 2,32 0,72
87,1 80,3 96,0 17,1 11,1 8 2,2 3,37 0,68
89,5 80,1 97,5 15,1 11,9 7,86 1,59 3,01 0,37
94,8 97,5 94,4 13 428 6,55 0,68 0,33 0,73
90,2 83,5 97,8 13,9 22,5 5,25 1,36 2,29 0,31
Tabela A- 7 - Valores de turbidez da carreira de filtração 6 – SEQ 2
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD FLA-2 ETA conv
15,0 87,9 28 22,9 23,8 3,4
63,2 95,6 27,2 26,5 10 1,21
65,5 91,9 23,2 18,8 8 1,88
69,8 96,5 20,8 13,5 6,28 0,72
87,3 96,0 17,1 11,1 2,18 0,68
44,2 97,5 15,1 11,9 8,43 0,37
96,5 94,4 13 428 0,45 0,73
88,0 97,8 13,9 22,5 1,67 0,31
Tabela A- 8 - Valores de turbidez da carreira de filtração 7 – SEQ 1
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
75,5 65,6 90,5 11,7 8,35 4,69 2,87 4,02 1,11
79,6 65,7 94,2 14,1 18,1 7,14 2,87 4,83 0,82
83,3 76,4 98,0 13,7 14 8,14 2,29 3,23 0,27
96,5 97,0 98,0 12,8 9,3 5,5 0,45 0,38 0,25
97,7 97,0 97,3 11,7 166 4,64 0,27 0,35 0,32
Tabela A- 9 - Valores de turbidez da carreira de filtração 7 – SEQ 2
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD FLA-2 ETA conv
1,7 90,5 11,7 8,35 11,5 1,11
58,1 94,2 14,1 18,1 5,91 0,82
65,0 98,0 13,7 14 4,8 0,27
82,4 98,0 12,8 9,3 2,25 0,25
94,5 97,3 11,7 166 0,64 0,32
63,7 97,7 11,4 24 4,14 0,26
84,1 93,7 12,6 7,24 2 0,8
93,7 98,2 13,1 9,43 0,82 0,23
165
Tabela A- 10 - Valores de turbidez da carreira de filtração 8 – SEQ 1
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
32,7 97,8 97,7 11,4 24 12,2 7,67 0,25 0,26
83,9 74,4 93,7 12,6 7,24 12 2,03 3,23 0,8
92,7 96,3 98,2 13,1 9,43 4,99 0,95 0,49 0,23
80,0 61,3 83,8 0,8 0,8 0,8 0,16 0,31 0,13
85,9 92,3 92,6 11,7 12,2 5,75 1,65 0,9 0,87
83,2 97,7 96,5 10,6 7,2 5,33 1,78 0,24 0,37
99,3 99,0 97,1 6,86 6,45 3,99 0,05 0,07 0,2
97,8 95,6 100,0 8,93 9,27 5,67 0,2 0,39 0
Tabela A- 11 - Valores de turbidez da carreira de filtração 8 – SEQ 2
Valores de Turbidez (uT)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD FLA-2 ETA conv
66,3 92,6 11,7 12,2 3,94 0,87
86,7 96,5 10,6 7,2 1,41 0,37
91,1 97,1 6,86 6,45 0,61 0,2
67,1 100,0 8,93 9,27 2,94 0
85,9 46,1 5,31 2,35 0,75 2,86
93,1 85,7 10,5 3,4 0,72 1,5
Tabela A- 12 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 1 – SEQ 1
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
65,2 78,3 78,3 69 72 55 24 15 15
57,7 82,1 80,8 78 73 50 33 14 15
83,8 93,9 93,2 148 111 78 24 9 10
70,8 98,6 98,6 72 61 42 21 1 1
82,9 93,6 87,1 140 109 70 24 9 18
59,7 90,9 63,6 77 70 43 31 7 28
95,7 96,1 94,0 232 222 47 10 9 14
67,9 79,2 71,7 53 38 45 17 11 15
96,6 87,9 91,4 58 52 28 2 7 5
Tabela A- 13 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 2 – SEQ 1
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
89,6 89,6 92,0 201 31 81 21 21 16
94,6 95,9 95,5 1100 413 297 59 45 50
89,1 81,8 83,9 137 123 115 15 25 22
91,4 84,3 90,0 140 127 102 12 22 14
58,8 71,6 72,8 257 487 173 106 73 70
80,0 95,2 93,9 165 143 91 33 8 10
98,4 98,4 98,4 62 60 33 1 1 1
81,3 96,0 93,3 75 103 50 14 3 5
99,2 22,0 99,2 123 322 35 1 96 1
Tabela A- 14 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 3 – SEQ 1
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
88,4 85,2 87,1 466 545 330 54 69 60
97,6 84,6 94,9 254 179 142 6 39 13
98,7 98,8 98,8 855 333 78 11 10 10
99,2 100,0 96,4 500 500 465 4 0 18
99,2 100,0 97,4 384 373 243 3 0 10
93,9 78,3 86,1 359 550 220 22 78 50
92,5 76,2 90,0 239 207 133 18 57 24
166
Tabela A- 15 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 4 – SEQ 1
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
98,9 87,6 93,3 178 304 66 2 22 12
100,0 98,1 99,0 104 65 48 0 2 1
94,7 86,3 93,7 190 234 68 10 26 12
78,5 82,6 78,5 219 179 122 47 38 47
81,5 78,5 79,6 270 320 142 50 58 55
95,7 90,4 98,0 510 201 119 22 49 10
91,8 95,4 93,8 195 193 123 16 9 12
90,9 90,0 92,7 110 92 42 10 11 8
Tabela A- 16 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 5 – SEQ 1
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
100,0 100,0 94,6 186 222 52 0 0 10
100,0 92,5 91,1 146 181 64 0 11 13
95,4 93,8 99,2 241 314 69 11 15 2
99,9 99,7 93,5 1455 435 45 2 5 95
83,8 63,9 94,6 277 195 145 45 100 15
85,6 91,3 88,1 160 132 69 23 14 19
86,1 80,9 97,6 382 446 180 53 73 9
99,1 91,3 97,2 322 183 111 3 28 9
Tabela A- 17 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 6 – SEQ 1
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
90,7 85,8 92,0 226 198 188 21 32 18
77,4 88,9 100,0 217 206 130 49 24 0
100,0 78,6 90,5 220 171 96 0 47 21
77,0 90,6 90,6 191 151 105 44 18 18
81,3 75,0 95,8 144 109 69 27 36 6
64,8 52,3 96,6 88 72 46 31 42 3
100,0 100,0 100,0 133 840 45 0 0 0
100,0 72,5 100,0 120 157 51 0 33 0
Tabela A- 18 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 6 – SEQ 2
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD FLA-2 ETA conv
-2,7 92,0 226 198 232 18
61,3 100,0 217 206 84 0
64,1 90,5 220 171 79 21
83,2 90,6 191 151 32 18
96,5 95,8 144 109 5 6
14,8 96,6 88 72 75 3
100,0 100,0 133 840 0 0
87,5 100,0 120 157 15 0
Tabela A- 19 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 7 – SEQ 1
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
97,1 100,0 91,2 68 75 22 2 0 6
97,9 74,2 100,0 97 85 51 2 25 0
92,8 77,6 100,0 125 126 73 9 28 0
100,0 100,0 99,1 112 72 55 0 0 1
89,8 100,0 98,4 127 514 30 13 0 2
167
Tabela A- 20 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 7 – SEQ 2
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD FLA-2 ETA conv
11,8 91,2 68 75 60 6
75,3 100,0 97 85 24 0
55,2 100,0 125 126 56 0
86,6 99,1 112 72 15 1
85,0 98,4 127 514 19 2
64,9 85,1 94 145 33 14
73,7 94,9 99 80 26 5
100,0 96,3 81 80 0 3
Tabela A- 21 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 8 – SEQ 1
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
25,5 50,0 85,1 94 145 95 70 47 14
96,0 74,7 94,9 99 80 95 4 25 5
85,2 82,7 96,3 81 80 63 12 14 3
100,0 97,8 100,0 91 72 52 0 2 0
84,1 98,9 92,0 88 112 54 14 1 7
98,9 100,0 100,0 88 69 41 1 0 0
100,0 100,0 100,0 80 50 26 0 0 0
100,0 97,4 97,4 115 89 54 0 3 3
Tabela A- 22 - Valores de cor aparente da carreira de filtração 8 – SEQ 2
Valores de cor (uH)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD FLA-2 ETA conv
70,5 92,0 88 112 26 7
96,6 100,0 88 69 3 0
100,0 100,0 80 50 0 0
86,1 97,4 115 89 16 3
54,7 77,8 117 68 53 26
97,7 98,9 88 46 2 1
Tabela A- 23 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 1 – SEQ 1
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
71,4 42,9 71,4 7,0 4,0 1,0 2,0 4,0 2,0
50,0 50,0 50,0 2,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
71,4 42,9 85,7 7,0 4,0 1,0 2,0 4,0 1,0
50,0 50,0 50,0 2,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
88,9 88,9 88,9 9,0 5,0 2,0 1,0 1,0 1,0
50,0 50,0 50,0 2,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
50,0 50,0 50,0 2,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Tabela A- 24 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 2 – SEQ 1
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
83,3 94,4 83,3 18 8 3 1 3 1
66,7 100,0 66,7 3 2 1 0 1 0
44,4 77,8 72,2 18 43 10 4 5 4
80,0 80,0 80,0 5 6 1 1 1 1
93,8 93,8 93,8 16 9 1 1 1 1
85,7 85,7 85,7 7 20 1 1 1 1
33,3 66,7 66,7 3 38 2 1 1 1
168
Tabela A- 25 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 3 – SEQ 1
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
90,9 97,0 97,0 33 37 10 3 1 1
95,8 95,8 95,8 24 12 11 1 1 1
99,0 100,0 98,0 101 49 6 1 2
100,0 98,0 100,0 102 96 45 0 2 0
100,0 100,0 97,3 37 394 17 0 0 1
Tabela A- 26 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 4 – SEQ 1
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
81,8 90,9 90,9 11 41 3 2 1 1
85,7 85,7 85,7 7 3 1 1 1 1
95,0 95,0 95,0 20 19 7 1 1 1
84,2 68,4 100,0 19 24 8 3 6 0
82,1 82,1 89,3 28 33 8 5 5 3
100,0 93,8 93,8 64 21 9 0 4 4
100,0 100,0 88,9 18 16 6 0 0 2
93,3 93,3 93,3 15 12 5 1 1 1
Tabela A- 27 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 5 – SEQ 1
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
100,0 100,0 100,0 20 23 5 0 0 0
100,0 92,3 100,0 13 15 2 0 1 0
100,0 100,0 100,0 24 39 5 0 0 0
98,7 100,0 97,3 226 52 5 3 0 6
96,6 82,8 100,0 29 17 13 1 5 0
88,2 82,4 94,1 17 13 7 2 3 1
92,3 92,3 100,0 39 60 15 3 3 0
100,0 100,0 100,0 31 20 12 0 0 0
Tabela A- 28 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 6 – SEQ 1
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
100,0 100,0 100,0 21 16 19 0 0 0
86,4 86,4 100,0 22 23 5 3 3 0
100,0 95,5 100,0 22 17 9 0 1 0
92,9 100,0 100,0 14 10 5 1 0 0
100,0 100,0 82,4 17 10 3 0 0 3
90,9 100,0 90,9 11 10 4 1 0 1
100,0 100,0 100,0 3 179 0 0 0 0
100,0 72,7 90,9 11 15 3 0 3 1
Tabela A- 29 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 6 – SEQ 2
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD FLA-2 ETA conv
14,3 100,0 21 16 18 0
68,2 100,0 22 23 7 0
100,0 100,0 22 17 0 0
100,0 100,0 14 10 0 0
94,1 82,4 17 10 1 3
63,6 90,9 11 10 4 1
100,0 100,0 3 179 0 0
81,8 90,9 11 15 2 1
169
Tabela A- 30 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 7 – SEQ 1
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
80,0 100,0 100,0 5 3 2 1 0 0
91,7 83,3 100,0 12 10 6 1 2 0
80,0 70,0 100,0 10 10 8 2 3 0
87,5 100,0 100,0 8 5 1 1 0 0
50,0 100,0 100,0 2 37 4 1 0 0
Tabela A- 31 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 7 – SEQ 2
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD FLA-2 ETA conv
100,0 100,0 5 3 0 0
75,0 100,0 12 10 3 0
100,0 100,0 10 10 0 0
100,0 100,0 8 5 0 0
100,0 100,0 2 37 0 0
90,0 100,0 10 22 1 0
80,0 40,0 5 1 1 3
95,7 95,7 23 13 1 1
Tabela A- 32 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 8 – SEQ 1
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(%)
Remoção
FLAC
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC ETA
conv
90,0 100,0 90,0 10 22 6 2 1 0
0,0 40,0 0,0 5 1 13 5 5 3
95,7 95,7 95,7 23 13 1 1 1 1
92,3 92,3 92,3 13 13 5 1 1 1
-66,7 -33,3 -66,7 3 10 2 0 5 4
100,0 100,0 100,0 9 6 3 1 0 0
100,0 100,0 100,0 6 5 3 0 0 0
66,7 75,0 66,7 12 10 10 1 4 3
Tabela A- 33 - Valores de sólidos suspensos totais da carreira de filtração 8 – SEQ 2
Valores de SST (mg/L)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(%)
Remoção
ETA conv
(%)
AB PFD FLA-2 ETA conv
-233,3 66,7 3 10 1 4
33,3 88,9 9 6 1 0
16,7 83,3 6 5 1 0
16,7 41,7 12 10 7 3
75,0 100,0 4 1 0 0
75,0 100,0 4 1 0 0
Tabela A- 34 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 1 – SEQ 1
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
2,4 2,7 11000 460 1100 43 23
1,7 3,6 11000 11000 1500 230 3
0,0 2,7 1500 4600 1500 1500 3
0,7 2,6 1200 11000 1500 230 3
0,0 2,6 1500 4500 1500 1500 4
0,9 2,6 1200 3500 1200 150 3
170
Tabela A- 35 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 2 – SEQ 1
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
3,6 3,6 11000 11000 11000 3 3
3,6 1,7 11000 11000 11000 3 230
0,8 0,5 4600 11000 11000 750 1500
1,4 3,6 11000 11000 4600 430 3
3,6 3,6 11000 2100 930 3 3
2,4 2,4 11000 11000 390 40 40
3,6 3,6 11000 1500 90 3 3
Tabela A- 36 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 3 – SEQ 1
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
1,7 2,1 11000 11000 460 230 90
2,4 2,4 11000 4600 2100 40 40
2,7 1,2 1553 1011 1011 3 94
2,5 2,5 930 1200 70 3 3
1,7 2,1 11000 11000 460 230 90
2,4 2,4 11000 4600 2100 40 40
Tabela A- 37 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 4 – SEQ 1
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
3,1 2,4 11000 11000 1500 9,7 47
3,6 3,6 11000 11000 1500 3 3
0,3 -0,3 148 1011 1011 71 299
0,9 0,9 755 791 202 92 89
2,5 1,1 11000 4600 2100 33 914
2,3 1,9 11000 11000 11000 54 127
Tabela A- 38 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 5 – SEQ 1
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
1,8 1,5 3762 4120 1415 54 127
2,6 1,9 1178 997 266 3 15
1,7 2,3 1029 253 328 23 5
3,2 3,2 1597 1850 462 1 1
Tabela A- 39 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 6 – SEQ 1
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
2,5 2,3 10011 3282 1011 29 56
2,7 2,1 10011 3282 397 20 88
1,2 1,5 10011 2595 1011 602 317
1,0 0,8 1011 1576 318 91 178
1,9 2,5 1510 1274 809 20 5
2,1 1,3 1497 1174 448 12 73
171
Tabela A- 40 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 6 – SEQ 2
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(Log)
AB PFD FLA-2
1,0 10011 3282 914
1,4 10011 3282 397
1,0 10011 2595 1011
0,8 1011 1576 146
2,1 1510 1274 12
1,8 1497 1174 22
Tabela A- 41 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 7 – SEQ 1
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
0,6 1,4 870 1200 1011 244 32
0,3 0,0 534 1500 1011 250 483
0,4 1,4 870 943 1200 344 32
2,4 1,5 1200 1011 792 5 35
Tabela A- 42 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 7 – SEQ 2
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(Log)
AB PFD FLA-2
1,3 870 1200 41
0,0 534 1500 483
1,4 870 943 33
1,6 1200 1011 33
1,2 10011 1011 689
1,6 1500 889 41
Tabela A- 43 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 8 – SEQ 1
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
1,3 1,3 10011 1011 689 479 457
1,7 1,5 1500 889 756 32 50
0,6 0,8 228 5493 812 57 34
1,6 2,7 1658 689 260 45 3
3,2 3,2 1658 315 185 1 1
3,3 3,3 2187 364 187 1 1
Tabela A- 44 - Valores de coliformes totais da carreira de filtração 8 – SEQ 2
Valores de coliformes totais (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(Log)
AB PFD FLA-2
0,7 228 5493 46
1,4 1658 689 67
2,5 1658 315 5
1,4 2187 364 93
1,3 1262 315 60
1,7 220 22 4
172
Tabela A- 45 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 1 – SEQ 1
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
2,7 2,7 11000 230 460 23 23
0,6 2,1 390 1500 150 90 3
1,0 2,7 1500 150 150 150 3
0,6 2,1 390 1500 150 90 3
1,0 2,6 1500 150 150 150 4
0,6 2,1 400 1500 150 100 3
Tabela A- 46 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 2 – SEQ 1
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
3,6 3,6 11000 11000 11000 3 3
2,8 1,0 11000 11000 11000 3 230
1,0 0,6 4600 11000 11000 750 1500
1,3 2,7 11000 11000 4600 430 3
3,6 3,6 11000 2100 930 3 3
1,6 1,6 11000 11000 390 40 40
3,6 3,6 11000 1500 90 3 3
Tabela A- 47 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 3 – SEQ 1
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
1,7 1,7 4600 11000 210 90 90
3,2 3,2 4600 200 640 3 3
1,9 0,4 150 126 130 2 54
1,6 0,3 133 128 260 3 64
Tabela A- 48 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 4 – SEQ 1
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
2,2 1,6 313 299 17 2 7,5
3,7 3,7 4600 4600 930 1 1
1,4 0,9 523 299 222 22 70
1,0 1,0 436 344 223 40 41
2,2 0,7 436 457 58 3 81
3,7 3,2 4600 2100 1200 1 3
Tabela A- 49 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 5 – SEQ 1
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
2,6 2,1 397 313 86 1 3
3,0 2,4 914 602 77 1 4
1,9 2,6 378 378 67 5 1
2,1 2,1 115 62 38 1 1
173
Tabela A- 50 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 6 – SEQ 1
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
2,1 1,5 689 477 197 5 20
2,0 1,1 272 268 91 3 23
1,1 2,0 397 206 102 34 4
1,5 1,0 659 272 238 20 66
1,7 2,8 629 756 629 12 1
2,3 1,3 397 167 79 2 19
Tabela A- 51 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 6 – SEQ 2
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(Log)
AB PFD FLA-2
0,7 10011 3282 914
0,5 10011 3282 397
0,8 10011 2595 1011
1,2 1011 1576 146
2,3 1510 1274 12
1,6 1497 1174 22
Tabela A- 52 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 7 – SEQ 1
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
0,6 1,1 115 190 105 29
10
1,6 1,0 722 457 228 17
74
0,6 1,1 115 190 105 29
10
2,7 2,7 525 602 37 1
1
Tabela A- 53 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 7 – SEQ 2
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(Log)
AB PFD FLA-2
1,6 115 190 3
0,9 722 457 83
2,1 115 190 < 1
2,7 525 602 < 1
1,1 525 501 38
2,2 689 285 4
Tabela A- 54 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 8 – SEQ 1
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-1
(Log)
Remoção
FLAC
(Log)
AB PFD PFA-1 FLA-1 FLAC
1,3 1,3 525 501 201 29 24
0,0
1,9 2,8 689 285 77 9 1
0,0
0,2 0,5 20 369 173 13 6
1,4 2,7 477 99 64 19 1
2,5 2,5 336 197 5 1 1
2,4 2,4 256 144 52 1 1
174
Tabela A- 55 - Valores de coliformes termotolerantes da carreira de filtração 8 – SEQ 2
Valores de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL)
Pontos de coleta das amostras
Remoção
FLA-2
(Log)
AB PFD FLA-2
0,1 20 369 15
1,4 478 99 19
2,5 336 197 1
1,7 256 144 5
2,3 220 95 < 1
1,6 38 19 < 1
0,1 20 369 15
1,4 478 99 19
Tabela A- 56 - Valores de cor aparente e cor verdadeira da água bruta da carreira de filtração 8 – SEQ 1
Cor aparente (uH) Cor verdadeira (uHD
94 66
99 67
81 52
91 64
88 60
88 62
80 64
115 47
175
APÊNDICE B
176
TESTES ESTATÍSTICOS DOS PARÂMETROS ANALISADOS
B.1- PRIMEIRA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 1
Tabela B- 1- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da primeira carreira de filtração
UNIDADE DE FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 9 20,67 9,80 0,566 0,906
FLAC 9 9,11 4,14 0,581 0,888
ETA 9 13,44 7,73 0,594 0,872
TURBIDEZ
FLA 9 1,35 0,87 0,779 0,579
FLAC 8 0,92 0,55 0,682 0,741
ETA 9 0,95 0,51 0,551 0,922
SST
FLA 7 0,57 0,98 1,151 0,141
FLAC 7 1,14 1,95 1,151 0,141
ETA 7 0,29 0,76 1,335 0,057
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 608,83 693,70 0,917 0,370
FLAC 6 6,50 8,09 1,114 0,167
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 100,50 47,18 0,601 0,863
FLAC 6 6,50 8,09 1,114 0,167
Tabela B- 2- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 9 20,67 9,80
ETA 9 13,44 7,73 0,038
FLAC 9 9,11 4,14
ETA 9 13,44 7,73 0,103
FLA 9 20,67 9,80
FLAC 9 9,11 4,14 0,007
TURBIDEZ
FLA 9 1,35 0,87
ETA 9 0,95 0,51 0,122
FLAC 8 0,92 0,55
ETA 8 1,00 0,52 0,223
FLA 8 1,49 0,82
FLAC 8 0,92 0,55 0,033
SST
FLA 7 0,57 0,98
ETA 7 0,29 0,76 0,356
FLAC 7 1,14 1,95
ETA 7 0,29 0,76 0,200
FLA 7 0,57 0,98
FLAC 7 1,14 1,95 0,172
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 608,83 693,70
FLAC 6 6,50 8,09 0,088
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 100,50 47,18
FLAC 6 6,50 8,09 0,008
177
B.2- SEGUNDA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 1
Tabela B- 3- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da segunda carreira de filtração
UNIDADE DE FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 9 29,11 33,89 0,784 0,571
FLAC 9 32,67 32,77 0,777 0,581
ETA 9 21,00 23,70 0,783 0,572
TURBIDEZ
FLA 9 1,96 2,69 1,024 0,245
FLAC 9 2,65 2,21 1,024 0,245
ETA 9 2,08 2,16 0,949 0,329
SST
FLA 7 0,57 1,51 1,335 0,057
FLAC 7 1,29 1,98 0,830 0,496
ETA 7 0,57 1,51 1,335 0,057
COLIFORMES TOTAIS
FLA 7 176,00 297,83 1,033 0,237
FLAC 7 254,57 555,41 0,992 0,279
COLIFORTERMOTOLERANTES
FLA 7 30,29 37,00 0,902 0,390
FLAC 7 73,14 108,00 0,886 0,413
Tabela B- 4- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 9 29,11 33,89
ETA 9 21,00 23,70 0,111
FLAC 9 32,67 32,77
ETA 9 21,00 23,70 0,299
FLA 9 29,11 33,89
FLAC 9 32,67 32,77 0,782
TURBIDEZ
FLA 9 1,96 2,69
ETA 9 2,08 2,16 0,836
FLAC 9 2,65 2,21
ETA 9 2,08 2,16 0,376
FLA 9 1,96 2,69
FLAC 9 2,65 2,21 0,370
SST
FLA 7 0,57 1,51
ETA 7 0,57 1,51
FLAC 7 1,29 1,98
ETA 7 0,57 1,51 0,140
FLA 7 0,57 1,51
FLAC 7 1,29 1,98 0,140
COLIFORMES TOTAIS
FLA 7 176,00 297,83
FLAC 7 254,57 555,41 0,579
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 7 30,29 37,00
FLAC 7 73,14 108,00 0,310
178
B.3- TERCEIRA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 1
Tabela B- 5- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da terceira carreira de filtração
UNIDADE DE
FILTRAÇÃO
N MEDIA DP Z P
COR
FLA 7 16,86 17,87 0,645 0,799
FLAC 6 42,17 31,77 0,440 0,990
ETA 7 26,43 20,33 0,693 0,723
TURBIDEZ
FLA 7 1,23 1,90 1,111 0,170
FLAC 6 4,00 3,18 0,401 0,997
ETA 7 3,45 2,92 0,481 0,975
SST
FLA 5 0,60 1,34 1,057 0,214
FLAC 4 0,50 1,00 0,883 0,417
ETA 5 0,40 0,89 1,057 0,214
COLIFORMES TOTAIS
FLA 4 69,00 108,74 0,710 0,694
FLAC 4 56,75 43,45 0,556 0,917
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 4 24,50 43,67 0,878 0,425
FLAC 4 52,75 36,47 0,527 0,944
Tabela B- 6- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 7 16,86 17,87
ETA 7 26,43 20,33 0,033
FLAC 6 42,17 31,77
ETA 6 29,17 20,81 0,167
FLA 6 19,17 18,40
FLAC 6 42,17 31,77 0,064
TURBIDEZ
FLA 7 1,23 1,90
ETA 7 3,45 2,92 0,031
FLAC 6 4,00 3,18
ETA 6 2,99 2,91 0,298
FLA 6 1,35 2,06
FLAC 6 4,00 3,18 0,033
SST
FLA 5 0,60 1,34
ETA 5 0,40 0,89 0,815
FLAC 4 0,50 1,00
ETA 4 0,00 0,00 0,391
FLA 4 0,75 1,50
FLAC 4 0,50 1,00 0,824
COLIFORMES TOTAIS
FLA 4 69,00 108,74
FLAC 4 56,75 43,45 0,814
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 4 24,50 43,67
FLAC 4 52,75 36,47 0,184
179
B.4- QUARTA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 1
Tabela B- 7- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da quarta carreira de filtração
UNIDADE DE FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 8 19,63 19,17 0,568 0,904
FLAC 8 26,88 19,99 0,457 0,985
ETA 8 19,63 19,82 1,131 0,155
TURBIDEZ
FLA 8 2,16 2,10 0,732 0,657
FLAC 8 2,72 2,30 0,669 0,763
ETA 8 1,51 1,34 0,667 0,765
UNIDADE DE FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
SST
FLA 8 1,25 1,91 1,043 0,227
FLAC 8 1,88 2,64 1,092 0,184
ETA 8 1,25 1,58 0,807 0,532
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 43,78 34,96 0,413 0,996
FLAC 6 246,50 342,49 0,742 0,640
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 11,33 16,29 0,887 0,411
FLAC 6 33,92 35,51 0,665 0,768
Tabela B- 8- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 8 19,63 19,17
ETA 8 19,63 19,82 1,000
FLAC 8 26,88 19,99
ETA 8 19,63 19,82 0,205
FLA 8 19,63 19,17
FLAC 8 26,88 19,99 0,156
TURBIDEZ
FLA 8 2,16 2,10
ETA 8 1,51 1,34 0,236
FLAC 8 2,72 2,30
ETA 8 1,51 1,34 0,052
FLA 8 2,16 2,10
FLAC 8 2,72 2,30 0,248
SST
FLA 8 1,25 1,91
ETA 8 1,25 1,58 1,000
FLAC 8 1,88 2,64
ETA 8 1,25 1,58 0,493
FLA 8 1,25 1,91
FLAC 8 1,88 2,64 0,388
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 43,78 34,96
FLAC 6 246,50 342,49 0,207
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 11,33 16,29
FLAC 6 33,92 35,51 0,152
180
B.5- QUINTA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 1
Tabela B- 9- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da quinta carreira de filtração
UNIDADE DE FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 8 17,13 21,22 0,699 0,712
FLAC 8 30,75 36,09 0,831 0,495
ETA 8 21,50 30,11 1,154 0,139
TURBIDEZ
FLA 8 1,98 2,76 1,211 0,107
FLAC 8 3,42 4,78 1,172 0,128
ETA 8 2,82 4,41 1,318 0,062
SST
FLA 8 1,13 1,36 0,839 0,482
FLAC 8 1,50 1,93 0,797 0,549
ETA 8 0,88 2,10 1,164 0,133
COLIFORMES TOTAIS
FLA 4 20,00 24,86 0,506 0,960
FLAC 4 36,75 60,49 0,781 0,576
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 4 1,25 2,50 0,883 0,417
FLAC 4 2,00 1,83 0,416 0,995
Tabela B- 10- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 8 17,13 21,22
ETA 8 21,50 30,11 0,771
FLAC 8 30,75 36,09
ETA 8 21,50 30,11 0,634
FLA 8 17,13 21,22
FLAC 8 30,75 36,09 0,095
TURBIDEZ
FLA 8 1,98 2,76
ETA 8 2,82 4,41 0,681
FLAC 8 3,42 4,78
ETA 8 2,82 4,41 0,820
FLA 8 1,98 2,76
FLAC 8 3,42 4,78 0,160
SST
FLA 8 1,13 1,36
ETA 8 0,88 2,10 0,685
FLAC 8 1,50 1,93
ETA 8 0,88 2,10 0,598
FLA 8 1,13 1,36
FLAC 8 1,50 1,93 0,598
COLIFORMES TOTAIS
FLA 4 20,00 24,86
FLAC 4 36,75 60,49 0,458
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 4 1,25 2,50
FLAC 4 2,00 1,83 0,704
181
B.6- SEXTA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 1
Tabela B- 11- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da sexta carreira de filtração
UNIDADE DE FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 8 21,50 19,89 0,665 0,768
FLAC 8 29,00 14,90 0,579 0,891
ETA 8 8,25 9,18 0,653 0,787
TURBIDEZ
FLA 8 2,66 2,07 0,602 0,862
FLAC 8 3,36 2,00 0,540 0,932
ETA 8 1,16 1,03 0,812 0,525
SST
FLA 8 0,50 1,07 1,216 0,104
FLAC 8 0,75 1,39 1,288 0,072
ETA 8 0,50 1,07 1,216 0,104
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 129,00 233,51 0,975 0,298
FLAC 6 119,50 112,00 0,679 0,745
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 12,67 12,45 0,566 0,906
FLAC 6 22,17 23,30 0,782 0,574
Tabela B- 12- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 8 21,50 19,89
ETA 8 8,25 9,18 0,130
FLAC 8 29,00 14,90
ETA 8 8,25 9,18 0,005
FLA 8 21,50 19,89
FLAC 8 29,00 14,90 0,429
TURBIDEZ
FLA 8 2,66 2,07
ETA 8 1,16 1,03 0,090
FLAC 8 3,36 2,00
ETA 8 1,16 1,03 0,014
FLA 8 2,66 2,07
FLAC 8 3,36 2,00 0,320
SST
FLA 8 0,50 1,07
ETA 8 0,50 1,07 1,000
FLAC 8 0,75 1,39
ETA 8 0,50 1,07 0,699
FLA 8 0,50 1,07
FLAC 8 0,75 1,39 0,563
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 129,00 233,51
FLAC 6 119,50 112,00 0,874
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 12,67 12,45
FLAC 6 22,17 23,30 0,420
182
B.7- SEXTA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 2
Tabela B- 13- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da sexta carreira
UNIDADE DE FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 8 65,25 75,55 0,783 0,571
ETA 8 8,25 9,18 0,653 0,787
TURBIDEZ
FLA 8 7,60 7,43 0,703 0,707
ETA 8 1,16 1,03 0,812 0,525
SST
FLA 8 4,00 6,16 0,730 0,660
ETA 8 0,50 1,07 1,216 0,104
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 417,00 445,81 0,559 0,913
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 57,67 52,77 0,421 0,994
Tabela B- 14- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 8 65,25 75,55
ETA 8 8,25 9,18 0,059
TURBIDEZ
FLA 8 7,60 7,43
ETA 8 1,16 1,03 0,027
SST
FLA 8 4,00 6,16
ETA 8 0,50 1,07 0,172
B.8- SÉTIMA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 1
Tabela B- 15- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da sétima carreira de filtração
UNIDADE DE FILTRAÇÃO
N MEDIA DP Z P
COR
FLA 5 5,20 5,54 0,712 0,692
FLAC 5 10,60 14,55 0,820 0,512
ETA 5 1,80 2,49 0,599 0,865
TURBIDEZ
FLA 5 1,75 1,29 0,586 0,883
FLAC 5 2,56 2,08 0,565 0,907
ETA 5 0,55 0,39 0,729 0,663
SST
FLA 5 0,40 0,89 1,057 0,214
FLAC 5 1,00 1,41 0,806 0,535
ETA 5 0,00 0,00
COLIFORMES TOTAIS
FLA 4 210,75 144,61 0,682 0,741
FLAC 4 145,50 225,00 0,877 0,426
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 4 18,75 13,72 0,545 0,928
FLAC 4 23,75 33,77 0,816 0,518
183
Tabela B- 16- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 5 5,20 5,54
ETA 5 1,80 2,49 0,302
COR
FLAC 5 10,60 14,55
ETA 5 1,80 2,49 0,294
FLA 5 5,20 5,54
FLAC 5 10,60 14,55 0,470
TURBIDEZ
FLA 5 1,75 1,29
ETA 5 0,55 0,39 0,061
TURBIDEZ
FLAC 5 2,56 2,08
ETA 5 0,55 0,39 0,069
FLA 5 1,75 1,29
FLAC 5 2,56 2,08 0,094
SST
FLA 5 0,40 0,89
ETA 5 0,00 0,00 0,374
FLAC 5 1,00 1,41
ETA 5 0,00 0,00 0,189
FLA 5 0,40 0,89
FLAC 5 1,00 1,41 0,208
COLIFORMES TOTAIS
FLA 4 210,75 144,61
FLAC 4 145,50 225,00 0,632
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 4 18,75 13,72
FLAC 4 23,75 33,77 0,799
B.8- SÉTIMA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 2
Tabela B- 17- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da sétima carreira de filtração
UNIDADE DE FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 9 36,33 28,76 0,638 0,810
ETA 9 3,44 4,53 0,671 0,759
TURBIDEZ
FLA 9 3,65 3,50 0,633 0,818
ETA 9 0,47 0,35 0,986 0,285
SST
FLA 9 1,33 2,35 1,003 0,267
ETA 9 0,33 1,00 1,558 0,016
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 220,00 290,91 0,974 0,299
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 21,33 33,55 0,892 0,405
184
Tabela B- 18- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 9 36,33 28,76
ETA 9 3,44 4,53 0,010
TURBIDEZ
FLA 9 3,65 3,50
ETA 9 0,47 0,35 0,019
SST
FLA 9 1,33 2,35
ETA 9 0,33 1,00 0,282
B.8- OITAVA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 1
Tabela B- 19- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da oitava carreira de filtração
UNIDADE DE FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 8 12,63 23,85 0,996 0,275
FLAC 8 11,50 16,84 0,900 0,393
ETA 8 4,00 4,78 0,588 0,880
TURBIDEZ
FLA 8 1,81 2,49 0,962 0,313
FLAC 8 0,74 1,04 0,971 0,302
ETA 8 0,36 0,31 0,699 0,713
SST
FLA 8 1,13 1,73 0,789 0,563
FLAC 8 1,88 2,36 0,811 0,526
ETA 8 1,25 1,75 1,095 0,182
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 102,33 185,96 1,052 0,218
FLAC 6 90,67 180,66 1,035 0,235
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 11,67 11,27 0,448 0,988
FLAC 6 5,17 9,52 0,823 0,508
Tabela B- 20- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração
N MEDIA DP P
COR
FLA 8 12,63 23,85
ETA 8 4,00 4,78 0,253
FLAC 8 11,50 16,84
ETA 8 4,00 4,78 0,149
FLA 8 12,63 23,85
FLAC 8 11,50 16,84 0,811
TURBIDEZ
FLA 8 1,81 2,49
ETA 8 0,36 0,31 0,140
FLAC 8 0,74 1,04
ETA 8 0,36 0,31 0,249
FLA 8 1,81 2,49
FLAC 8 0,74 1,04 0,294
SST
FLA 8 1,13 1,73
ETA 8 1,25 1,75 0,867
185
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
SST
FLAC 8 1,88 2,36
ETA 8 1,25 1,75 0,049
FLA 8 1,13 1,73
FLAC 8 1,88 2,36 0,351
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 102,33 185,96
FLAC 6 90,67 180,66 0,239
TERMOTOLERANTES
FLA 6 11,67 11,27
FLAC 6 5,17 9,52 0,064
B.9- OITAVA CARREIRA DE FILTRAÇÃO – SEQ 2
Tabela B- 21- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade da oitava carreira de filtração
UNIDADE DE FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 6 16,67 20,43 0,608 0,854
ETA 6 6,17 10,07 0,736 0,651
TURBIDEZ
FLA 6 1,73 1,39 0,634 0,816
ETA 6 0,97 1,07 0,517 0,952
SST
FLA 6 1,50 2,74 0,994 0,277
ETA 6 1,17 1,83 0,990 0,281
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 45,83 35,47 0,511 0,957
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 6,67 8,31 0,618 0,839
Tabela B- 22- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 6 16,67 20,43
ETA 6 6,17 10,07 0,067
TURBIDEZ
FLA 6 1,73 1,39
ETA 6 0,97 1,07 0,403
SST
FLA 6 1,50 2,74
ETA 6 1,17 1,83 0,732
186
B.10- TURBIDEZ BAIXA (TURBIDEZ 1) PARA A SEQ 1
Tabela B- 23- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
UNIDADE DE
FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 30 16,17 17,37 0,964 0,310
FLAC 30 15,30 15,08 0,887 0,411
ETA 30 7,60 7,96 1,014 0,255
TURBIDEZ
FLA 30 1,89 1,80 0,977 0,296
FLAC 29 1,82 1,82 1,101 0,177
ETA 30 0,78 0,69 0,999 0,271
SST
FLA 28 0,68 1,22 2,062 0,000
FLAC 28 1,21 1,81 2,071 0,000
ETA 28 0,57 1,20 2,481 0,000
COLIFORMES TOTAIS
FLA 22 267,45 431,22 1,355 0,051
FLAC 22 85,55 144,27 1,461 0,028
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 22 37,45 46,82 1,417 0,036
FLAC 22 13,55 20,12 1,181 0,123
Tabela B- 24- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 30 16,17 17,37
ETA 30 7,60 7,96 0,006
FLAC 30 15,30 15,08
ETA 30 7,60 7,96 0,010
FLA 30 16,17 17,37
FLAC 30 15,30 15,08 0,790
TURBIDEZ
FLA 30 1,89 1,80
ETA 30 0,78 0,69 0,002
FLAC 29 1,82 1,82
ETA 29 0,79 0,70 0,002
FLA 29 1,95 1,80
FLAC 29 1,82 1,82 0,732
SST*
FLA 28 0,68 1,22
ETA 28 0,57 1,20 0,685
FLAC 28 1,21 1,81
ETA 28 0,57 1,20 0,031
FLA 28 0,68 1,22
FLAC 28 1,21 1,81 0,040
COLIFORMES TOTAIS
FLA 22 267,45 431,22
FLAC 22 85,55 144,27 0,069
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 22 37,45 46,82
FLAC 22 13,55 20,12 0,054
*Teste Wilcoxon
187
B.11- TURBIDEZ BAIXA (TURBIDEZ 1) PARA A SEQ 2
Tabela B- 25- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
UNIDADE DE
FILTRAÇÃO
N MEDIA DP Z P
COR
FLA 23 41,26 50,95 1,039 0,231
ETA 23 5,83 7,86 1,195 0,115
TURBIDEZ
FLA 23 4,52 5,32 1,065 0,206
ETA 23 0,84 0,86 1,077 0,196
SST
FLA 23 2,30 4,17 1,527 0,019
ETA 23 0,61 1,27 2,238 0,000
COLIFORMES TOTAIS
FLA 18 227,61 328,72 1,381 0,044
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 18 28,56 40,71 1,101 0,177
Tabela B- 26- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 23 41,26 50,95
ETA 23 5,83 7,86 0,002
TURBIDEZ
FLA 23 4,52 5,32
ETA 23 0,84 0,86 0,001
SST*
FLA 23 2,30 4,17
ETA 23 0,61 1,27 0,064
*Teste Wilcoxon
B.12- TURBIDEZ ALTA (TURBIDEZ 2) PARA A SEQ 1
Tabela B- 27- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
UNIDADE DE
FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 32 21,06 23,88 1,231 0,096
FLAC 31 32,52 29,66 0,966 0,309
ETA 32 21,97 22,91 1,529 0,019
TURBIDEZ
FLA 32 1,86 2,32 1,759 0,004
FLAC 31 3,13 3,14 1,279 0,076
ETA 32 2,42 2,86 1,431 0,033
SST
FLA 28 0,93 1,51 2,163 0,000
FLAC 27 1,41 2,02 1,814 0,003
ETA 28 0,82 1,59 2,179 0,000
COLIFORMES TOTAIS
FLA 21 88,13 181,87 1,598 0,012
FLAC 21 173,10 364,78 1,649 0,009
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 21 18,24 29,91 1,765 0,004
FLAC 21 44,50 68,63 1,267 0,081
188
Tabela B- 28- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 32 21,06 23,88
ETA 32 21,97 22,91 0,819
FLAC 31 32,52 29,66
ETA 31 22,35 23,18 0,088
FLA 31 21,65 24,04
FLAC 31 32,52 29,66 0,024
TURBIDEZ*
FLA 32 1,86 2,32
ETA 32 2,42 2,86 0,364
FLAC 31 3,13 3,14
ETA 31 2,30 2,82 0,228
FLA 31 1,90 2,35
FLAC 31 3,13 3,14 0,003
SST*
FLA 28 0,93 1,51
ETA 28 0,82 1,59 0,754
FLAC 27 1,41 2,02
ETA 27 0,78 1,60 0,091
FLA 27 0,96 1,53
FLAC 27 1,41 2,02 0,192
COLIFORMES TOTAIS*
FLA 21 88,13 181,87
FLAC 21 173,10 364,78 0,116
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 21 18,24 29,91
FLAC 21 44,50 68,63 0,065
*Teste Wilcoxon
B.13- TAXA BAIXA (TAXA 1) PARA A SEQ 1
Tabela B- 29- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
UNIDADE DE
FILTRAÇÃO
N MEDIA DP Z P
COR
FLA 40 17,48 18,05 1,053 0,217
FLAC 39 22,77 25,48 1,629 0,010
ETA 40 16,68 19,29 1,800 0,003
TURBIDEZ
FLA 40 1,71 2,03 1,712 0,006
FLAC 38 2,27 2,94 1,650 0,009
ETA 40 1,75 2,55 1,832 0,002
SST
FLA 36 0,97 1,46 2,147 0,000
FLAC 35 1,49 2,08 2,146 0,000
ETA 36 0,86 1,53 2,443 0,000
COLIFORMES TOTAIS
FLA 26 187,91 401,17 1,748 0,004
FLAC 26 93,69 197,06 1,619 0,011
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 26 32,46 47,34 1,384 0,043
FLAC 26 18,94 28,44 1,777 0,004
189
Tabela B- 30- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 40 17,48 18,05
ETA 40 16,68 19,29 0,813
FLAC 39 22,77 25,48
ETA 39 16,85 19,51 0,108
FLA 39 17,85 18,13
FLAC 39 22,77 25,48 0,117
TURBIDEZ*
FLA 40 1,71 2,03
ETA 40 1,75 2,55 0,577
FLAC 38 2,27 2,94
ETA 38 1,67 2,51 0,106
FLA 38 1,78 2,06
FLAC 38 2,27 2,94 0,103
SST*
FLA 36 0,97 1,46
ETA 36 0,86 1,53 0,774
FLAC 35 1,49 2,08
ETA 35 0,83 1,54 0,032
FLA 35 1,00 1,48
FLAC 35 1,49 2,08 0,116
COLIFORMES TOTAIS*
FLA 26 187,91 401,17
FLAC 26 93,69 197,06 0,366
COLIFORMES TERMOTOLERANTES*
FLA 26 32,46 47,34
FLAC 26 18,94 28,44 0,268
*Teste Wilcoxon
B.14- TAXA BAIXA (TAXA 1) PARA A SEQ 2
Tabela B- 31- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
UNIDADE DE
FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 6 16,67 20,43 0,608 0,854
ETA 6 6,17 10,07 0,736 0,651
TURBIDEZ
FLA 6 1,73 1,39 0,634 0,816
ETA 6 0,97 1,07 0,517 0,952
SST
FLA 6 1,50 2,74 0,994 0,277
ETA 6 1,17 1,83 0,990 0,281
COLIFORMES TOTAIS
FLA 6 45,83 35,47 0,511 0,957
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 6 6,67 8,31 0,618 0,839
190
Tabela B- 32- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 6 16,67 20,43
ETA 6 6,17 10,07 0,067
TURBIDEZ
FLA 6 1,73 1,39
ETA 6 0,97 1,07 0,403
SST
FLA 6 1,50 2,74
ETA 6 1,17 1,83 0,732
B.15- TAXA ALTA (TAXA 2) PARA A SEQ 1
Tabela B- 33- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
UNIDADE DE
FILTRAÇÃO N MEDIA DP Z P
COR
FLA 22 20,91 25,75 0,977 0,295
FLAC 22 26,32 24,54 0,665 0,769
ETA 22 12,00 17,55 1,159 0,136
TURBIDEZ
FLA 22 2,17 2,16 0,921 0,365
FLAC 22 2,89 2,04 0,649 0,794
ETA 22 1,40 1,60 1,454 0,029
SST
FLA 20 0,50 1,15 2,095 0,000
FLAC 20 1,00 1,56 1,743 0,005
ETA 20 0,40 1,10 2,203 0,000
COLIFORMES TOTAIS
FLA 17 167,59 235,11 1,214 0,105
FLAC 17 181,24 364,96 1,289 0,072
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 17 21,35 25,73 0,858 0,454
FLAC 17 43,53 73,55 1,302 0,067
191
Tabela B- 34- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 22 20,91 25,75
ETA 22 12,00 17,55 0,016
FLAC 22 26,32 24,54
ETA 22 12,00 17,55 0,008
FLA 22 20,91 25,75
FLAC 22 26,32 24,54 0,377
TURBIDEZ
FLA 22 2,17 2,16
ETA 22 1,40 1,60 0,064
FLAC 22 2,89 2,04
ETA 22 1,40 1,60 0,002
FLA 22 2,17 2,16
FLAC 22 2,89 2,04 0,068
SST*
FLA 20 0,50 1,15
ETA 20 0,40 1,10 0,683
FLAC 20 1,00 1,56
ETA 20 0,40 1,10 0,102
FLA 20 0,50 1,15
FLAC 20 1,00 1,56 0,047
COLIFORMES TOTAIS
FLA 17 167,59 235,11
FLAC 17 181,24 364,96 0,832
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 17 21,35 25,73
FLAC 17 43,53 73,55 0,201
*Teste Wilcoxon
B.16- TAXA ALTA (TAXA 2) PARA A SEQ 2
Tabela B- 35- Teste de aderência Kolmogorov-Smirnov para comprovação de normalidade
UNIDADE DE
FILTRAÇÃO
N MEDIA DP Z P
COR
FLA 17 49,94 55,97 0,854 0,459
ETA 17 5,71 7,30 1,025 0,244
TURBIDEZ
FLA 17 5,51 5,87 0,801 0,543
ETA 17 0,79 0,81 1,038 0,232
SST
FLA 17 2,59 4,61 1,184 0,121
ETA 17 0,41 1,00 1,990 0,001
COLIFORMES TOTAIS
FLA 12 318,50 373,35 0,940 0,340
COLIFORMES TERMOTOLERANTES
FLA 12 39,50 46,23 0,850 0,466
192
Tabela B- 36- Teste T Student para dados pareados
Parâmetro / Unidade de filtração N MEDIA DP P
COR
FLA 17 49,94 55,97
ETA 17 5,71 7,30 0,003
TURBIDEZ
FLA 17 5,51 5,87
ETA 17 0,79 0,81 0,002
SST
FLA 17 2,59 4,61
ETA 17 0,41 1,00 0,083
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