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remoção de cor verdadeira, eles verificaram maior eficiência de cor com menores taxas de
filtração.
A remoção, no início da carreira de filtração, de 0,82 log de coliformes totais e 1,7
log de Giardia, é menor em relação a mesmo filtro, porém maduro. Após duas semanas,
foram removidos 4 log de coliformes totais e, zero de Giardia no filtrado (BELLAMY et al.,
1985). A importância do amadurecimento do filtro e da sua camada biológica é reforçada por
Brito et al. (2005), já que estes autores concluíram em seu trabalho que a Schmutzdecke
apresenta satisfatória remoção de microrganismos apenas quando a camada biológica está
bem desenvolvida. Tangerino e Di Bernardo (2005) concluíram que a remoção de coliformes
totais em seus filtros lentos foi de 81 a 100%. Di Bernardo (2002) afirma que as
características da água, da taxa efluente, do meio e da forma do meio filtrante, influenciam na
formação da camada biológica, o tempo pode variar entre dias a semanas.
Brito et al. (2005) concluíram em seu trabalho que taxas altas de filtração podem
desfavorecer a maturidade biológica do leito filtrante. Nas condições que eles estudaram,
afirmam que a principal remoção de microrganismos ocorre nos primeiros 0,45 cm iniciais de
areia, no entanto a remoção também é verificada entre 0,45-0,60 cm e 0,60-0,75 cm em
diferentes proporções.
Murtha e Heller (2003) concluíram que a filtração lenta é um processo excelente
na remoção de E. coli, sendo freqüente a sua remoção total. Ainda seu trabalho, afirmam que
a média de remoção de cor foi de 35 a 52%, e foi um pouco mais alta em taxas de filtração
menores. Teixeira (2003), em suas condições de estudo, verificou que os filtros lentos
removeram 99,8 a 99,99% de E. coli, 96,02 a 99,68% de colifagos, a remoção de Clostridium
perfringens ficu entre 84 a 97,49%.
A turbidez é reduzida e retida nos 10 centímetros iniciais da areia, é nesta região
que são concentrados os mecanismos de retenção de sólidos em suspensão, e aumenta a sua
eficiência ao longo da carreira de filtração. Murtha e Heller (2003) comprovaram também que
os valores de turbidez são reduzidos à medida que os filtros lentos vão amadurecendo, ou seja,
ao longo das carreiras de filtração.
Além de microrganismos, a filtração lenta também pode remover cromo (BAIG,
MEHMOOD; MATIN, et al., 2003). Estes autores afirmam que mesmo em altas
concentrações, os filtros lentos conseguem remover com muita eficiência, o cromo. E que a
eficiência depende da profundidade da camada de areia, já que a 0,4 m a redução deste
composto é boa, mas a 1,2 m têm-se melhores resultados de remoção.