CAPÍTULO 1. PRELIMINARES 4
são abertos de alguma variedade projetiva são chamados de quase-projetivos. Em geral,
denominamos simplesmente por variedade qualquer conjunto algébrico quase-projetivo.
Observamos que o espaço afim A
n
está naturalmente mergulhado em P
n
mediante a
inclusão (x
1
, . . . , x
n
) → (1 : x
1
: ··· : x
n
) e fica identificado com o aberto P
n
\ Z(x
0
).
Assim, variedades afins também são quase-projetivas.
Para uma variedade quase-projetiva X dizemos que um elemento x ∈ X é tomado
genericamente se x é tomado e m algum aberto denso de X.
Dizemos que uma função f : X → P
m
é regular em um ponto p se existe um aberto
afim U ⊂ X contendo p, tal que a função restrita a esse aberto é um morfismo. Uma
função é regular em X se é regular em todos os pontos, em particular os mapas regulares
(também chamados morfismos) são contínuos na topolo gia de Zariski.
Dizemos que f : X → Y é um isomorfismo se f tem inversa regular. Se f(X) é
denso em Y dizemos que f é dominante. Construímos o conjunto de funções racionais,
f : X P
m
, como o conjunto de classes de equivalência (U, f) tais que U é um aberto
de X, e f é uma função regular em U, com a relação de equivalência (U, f) (U
, f
) se
f |
U∩U
= f
|
U∩U
.
Se entre X e Y existe uma função racional que tem inversa racional, dizemos que X, Y
são birracionalmente equivalentes. Estendemos a definição de afim, para os conjuntos que
sejam isomorfos a conjuntos a fins. Para uma variedade quase-projetiva X, denotamos
por O
X
o conjunto de funções regulares de X a k.
Exemplo 1.1 (Produto de variedades projetivas). Seja X = P
n
× P
m
, e f : X → P
N
,
onde N = (m + 1)(n + 1) −1, dada por f [(x
0
: ··· : x
n
), (y
0
: ··· : y
n
)] = (··· : x
i
y
j
: . . . ).
Então f é injetiva e sua imagem é um fechado de P
N
(veja [Sh77, Seção 1.5.1, p. 55]). A
função f é chamada o mergulho de Segre e definimos X, com a topologia induzida por
f, como a variedade produto P
n
× P
m
.
Exemplo 1.2. [Grassmannianas] Tomamos X como o espaço de planos de dimensão k
em P
n
, definimos f : X → P
N
(onde N =
n+1
k+1
− 1) tal que se o plano L é gerado
pelos vetores v
0
, . . . , v
k
, então f (L) é o ponto gerado pelos determinantes dos menores
(k + 1) × (k + 1) da matriz formada por v
0
, . . . , v
k
; esta aplicação está bem definida
e é injetiva, e sua imagem é um fechado de P
N
(veja [Harr92, Exemplo 6.6, p. 64]).
Denotamos a essa imagem como G
k,n
, a Grassmanniana de planos de dimensão k em P
n
.
Dizemos que o ponto f(L) são as coordenadas de Plücker de L. Por exemplo, G
1,3
é a
Grassmanniana das retas em P
3
e é dada pelos zeros de equação
X
0
X
5
− X
1
X
4
+ X
2
X
3
= 0
em P
5
(veja [Sh77, Seção 1.4.1, p. 43]).
Definição 1.3. Um espaço topológico é irredutível se não pode ser escrito como a união
de dois fechados próprios. No caso em que X é um conjunto quase-projetivo irredutível o
ideal I(X) é primo e o conjunto das funções racionais de X ate k é um corpo. Denotamos
por k(X) este conjunto.