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COPPE/UFRJ
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ALISE DE UM SISTEMA DE POSICIONAMENTO DIN
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AMICO PARA
NAVIOS ALIVIADORES
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Abia Jamni Almeida Carneiro do Rio
Disserta¸ao de Mestrado apresentada ao
Programa de os-gradua¸ao em Engenharia
Oceˆanica, COPPE, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necess´arios `a obten¸ao do t´ıtulo de Mestre
em Engenharia Oceˆanica.
Orientador: Sergio Hamilton Sphaier
Rio de Janeiro
Julho de 2009
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AN
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ALISE DE UM SISTEMA DE POSICIONAMENTO DIN
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AMICO PARA
NAVIOS ALIVIADORES
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Abia Jamni Almeida Carneiro do Rio
DISSERTAC¸
˜
AO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO
ALBERTO LUIZ COIMBRA DE P
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OS-GRADUAC¸
˜
AO E PESQUISA DE
ENGENHARIA (COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESS
´
ARIOS PARA A
OBTENC¸
˜
AO DO GRAU DE MESTRE EM CI
ˆ
ENCIAS EM ENGENHARIA
OCE
ˆ
ANICA.
Aprovada por:
Prof. Sergio Hamilton Sphaier, Dr.-Ing
Prof. Paulo de Tarso Themistocles Esperan¸ca, D.Sc.
Prof. Marcos Donato Auler da Silva Ferreira, Ph.D.
RIO DE JANEIRO, RJ BRASIL
JULHO DE 2009
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Rio,
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Abia Jamni Almeida Carneiro do
An´alise de um Sistema de Posicionamento Dinˆamico
para Navios Aliviadores/
´
Abia Jamni Almeida Carneiro do
Rio. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2009.
XVIII, 95 p.: il.; 29, 7cm.
Orientador: Sergio Hamilton Sphaier
Disserta¸ao (mestrado) UFRJ/COPPE/Programa de
Engenharia Oceˆanica, 2009.
Referˆencias Bibliogr´aficas: p. 89 95.
1. Posicionamento Dinˆamico. 2. Backstepping.
3. Navios Aliviadores. I. Sphaier, Sergio Hamilton.
II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia Oceˆanica. III. T´ıtulo.
iii
`
A minha ao Nailda e Tia ao Nazilda, por serem influˆencia em tudo na minha vida.
Elas tem uma preocupa¸ao de serem muito certas e me ensinaram isso, a ser certa,
correta, honesta, respons´avel, n˜ao faltar aos compromissos, n˜ao chegar atrasada etc.
ao mulheres maravilhosas! Quero ser a metade do que vocˆes ao. Pco a Deus
todos os dias que se eu tiver uma filha ela tenha a alma, o espirito de bondade e de
perd˜ao que ambas possuem. Amo muito muito muito ...... voes!
iv
Agradecimentos
Eu tenho uma esp´ecie de dever, de dever de sonhar, de sonhar sempre, pois sendo
mais que uma espectadora de mim mesma, eu tenho que ter o melhor espet´aculo
que posso. E assim, me construo a ouro e sedas, em salas supostas, invento palco,
cen´ario para viver o meu sonho, entre luzes brandas e m´usicas invis´ıveis (Fernando
Pessoa).
Dois anos passaram apido, mas foram suficientes para encontrar pessoas so-
lid´arias, generosas, cordiais e dedicadas, que se tornaram especiais, e em muitos
momentos, me comoveram pelo apoio, incentivo e amizade. Sem estas pessoas, cer-
tamente teria sido muito mais dif´ıcil. Todos contribu´ıram de alguma forma para
a realiza¸ao deste trabalho. Neste momento da realiza¸ao do meu sonho, tenho a
agradecer:
`
A vida, pois, atrav´es de sua grandiosa sabedoria e simples complexidade
permitiu-me evoluir atrav´es de experiˆencias, algumas dolorosas, outras interessantes
e at´e aquelas engra¸cadas.
`
A Deus, que sabiamente me proporcionou a adiva de desfrutar, admirar e es-
tudar os encantos, as perfei¸oes e imperfei¸oes desta casa terrestre, por me escolher
como membro desta infinita jornada em busca do saber, do descobrir. Por me guiar
`as respostas para as minhas incessantes inquietudes e principalmente por ser minha
fortaleza nos momentos mais dif´ıceis que ocorreram durante essa disserta¸ao.
`
A Sergio Sphaier, meu orientador, por ter me recebido, pelo apoio, pela confian¸ca
e pela `a oportunidade de realiza¸ao desse trabalho. Muito obrigada!
Aos professores e funcion´arios do Programa de Engenharia Oceˆanica em especial
ao Prof. Severino (Pessoa mais humana que conheci em toda minha vida) por
v
suas contribui¸oes na minha forma¸ao e a funcion´aria Glace Farias pelo carinho de
sempre.
Aos meus Anjos da Guarda, muito solicitados, Suely, Marise e Lucimar. Jamais
irei esquecer o que fizeram e o que fazem por mim, o cuidado e do carinho de sempre.
Muito obrigada meus anjos!
Aos meu Pais (Telmo e Rosa), ve´ıculos f´ısicos para que eu estivesse aqui neste
momento, agrade¸co pela vida, amor, carinho e por mesmo sem perceberem serem
altamente motivadores. ae, obrigada pelas ora¸oes no momento em que a senhora
precisava muito mais do que eu. Saibam que cuidarei de voes com todo zelo e amor
que uma filha deve ter por seu pais.
Ao meu melhor amigo e noivo George Ainsworth, uma pessoa muito muito es-
pecial que esteve sempre do meu lado, foi paciente, enxugou minhas agrimas de
cansa¸co, me levantou quando eu quis desistir at´e os ´ultimos segundos. Obrigada
pela amizade e lealdade. Jr, Te amo com todas as possibilidades que eu tenho para
amar algu´em.
Ao meus meus amados irm˜aos Eva e arsis. Com quem aprendi que devemos
aceitar as pessoas do jeitinho que elas ao. ao os amores da minha vida!
Agrade¸co `a minha fam´ılia, aqui representada pela minhas Tias (Ester, Edla e
Luiza) e Primos ( Jailma, Junior, Val, Paulo, Junior e Xande), e `a Dinha Juci, Aline
e Osvaldo que representam a minha raiz e a minha fonte de energia inesgot´avel, onde
busquei e reencontrei minhas for¸cas para vencer os momentos de fraqueza e desˆanimo
e com isso pude chegar ao fim desse longo e muitas vezes solit´ario caminho.
Aos sobrinhos e primos que ado¸cam minha vida com a inoencia da infˆancia,
Victor, J´ulia, Lav´ınia, Amanda e Caio.
Este par´agrafo ´e dedicado exclusivamente a uma grande amiga Gorete Azevedo.
Agrade¸co a essa pessoa por ser a principal incentivadora da minha vinda ao Rio de
Janeiro. De todas as pessoas que a conheci ela sempre se mostrou fiel, dedicada e
principalmente honesta. Sua vida a tornou uma pessoa digna de muitos aplausos,
admira¸oes e muito amor. Desejo a Gorete toda felicidade que uma pessoa pode
vi
querer na vida. Te adoro!
`
A minha amiga de infˆancia, Karla por mesmo estando com problemas de sa´ude
sempre achou um tempinho pra querer saber como estou. Obrigada pelas ora¸oes e
amizade ao logo de tantos anos.
Aos amigos que conquistei durante minha vida, Joalice, Davi, Davi Filho, Tiago,
arcia, Jailza, Jurema (obrigada por cuidar dos dois amores da minha vida) e
Cremilda. Obrigada pelo apoio, amizade, ora¸oes e principalmente por gostarem
muito muito de mim.
Aos amigos do CEFET, Eduardo, Izabel e Rosˆangela, por terem sido o in´ıcio
dessa trajet´oria, pelo apoio, amizade e a principal torcida. Amo vocˆes!
Aos amigos de faculdade, em especial a Rafaella e Tha´ıs por terem me propor-
cionado momentos maravilhosos e a certeza de que seremos amigas pra sempre.
Aos amigos de Base Naval, em especial a Pina, Gesteira, Victor, Jiuvan e Jorge.
Obrigada pelo cuidado, dedica¸ao, amizade e torcida.
Aos amigos de apartamento, Rosana, Gustavo e Cescyle pelo apoio, carinho,
torcida, amizade e principalmente por me deixar muito mais perto do Nordeste.
Saibam que a convivˆencia com voes foi e ´e especial, amenizou muito a saudade
de casa.
`
A Graziela Maria, pco desculpas por todo sofrimento que te fiz passar.
Saiba que hoje olhando pra tr´as pude perceber o quanto eu errei, espero que um dia
possamos apagar as coisas ruins e que eu possa proporcionar algo muito bom pra
compensar um pouco de tudo que te fiz.
Aos amigos de alma, Sara e Marc´ılio !!!!!!!
Aos amigos e colegas de turma, Amparo, Clarice, Cursino, Daniel Alves, abio,
Joelson, Jorge, Jorge Merino, Guilherme, Iran, Saulo, Nathali, Miguel. onica e
Vanessa por todos os momentos que estudamos e nos divert´ıamos nos almo¸cos. Com
certeza, ser˜ao inesquec´ıveis.
Aos colegas do Laboceano, Marcelo, Igor, Vila¸ca e Matoso, obrigada pelo apoio
e pelas risadas.
Aos amigos do Programa de Engenharia Civil, Vanessa e Tamara, pela amizade,
vii
apoio e carinho, adorei conhecer voes!
Gostaria de agradecer `a equipe do CoppeT
E
X pelo desenvolvimento da classe
utilizada nesta disserta¸ao.
`
A Agencia Nacional de Petr´oleo(ANP) pela concess˜ao de bolsa para a execu¸ao
deste trabalho. Certamente, possibilitou-me total dedica¸ao, empenho `a pesquisa e
fortalecimento do meu amor `a Engenharia Naval.
viii
Resumo da Disserta¸ao apresentada `a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necess´arios para a obten¸ao do grau de Mestre em Ciˆencias (M.Sc.)
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ALISE DE UM SISTEMA DE POSICIONAMENTO DIN
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AMICO PARA
NAVIOS ALIVIADORES
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Abia Jamni Almeida Carneiro do Rio
Julho/2009
Orientador: Sergio Hamilton Sphaier
Programa: Engenharia Oceˆanica
Este trabalho apresenta an´alise de casos de um sistema de posicionamento
dinˆamico, baseado na metodologia de controle ao-linear backstepping e no algoritmo
proporcional integral e derivativo (PID). Ambas as t´ecnica foram implementada em
associa¸ao com observadores passivos n˜ao-lineares. Tamb´em foi adotado um modelo
matem´atico ao-linearizado para descrever o sistema navio, de modo a posicion´a-lo
de maneira autˆonoma. Os controladores e observadores utilizados, foram testados
num modelo de um navio aliviador em diversas condi¸oes iniciais.
ix
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
A DYNAMIC POSITIONING SYSTEM APPLIED TO SHIPS SHUTTLE
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Abia Jamni Almeida Carneiro do Rio
July/2009
Advisor: Sergio Hamilton Sphaier
Department: Ocean Engineering
This work presents case studies of a dynamic positioning system based on the
non-linear control methodology backstepping and the algotithm proportional inte-
gral derivative (PID). Both techniques were implemented with non-linear passive
observers. A non-linearized mathematical model was also adopted in order to de-
scribe the ship system and thus, allowing an autonomous positioning. The developed
controllers and observers were tested in a shuttle ship model with variable initial
conditions.
x
Sum´ario
Lista de Figuras xiii
Lista de Tabelas xviii
1 Introdu¸ao 1
1.1 Motivao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Revis˜ao bibliogr´afica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2 Modelos Matem´aticos 10
2.1 Introdu¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2 Dinˆamica do Navio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2.1 Introdu¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2.2 For¸cas de Manobras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.2.3 For¸cas devidas ao Vento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2.4 For¸cas de Ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2.5 Simula¸ao e Controle da Dinˆamica do Navio . . . . . . . . . . 20
2.2.6 Equa¸oes de Movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.3 Observador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3.1 Introdu¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3.2 Modelo Grovlen-Fossen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.3.3 Modelo Strand-Fossen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.4 Controlador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.4.1 Backstepping . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
xi
2.4.2 PID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.5 Alocador de For¸cas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.5.1 Introdu¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.5.2 Formula¸ao geral do problema de Aloca¸ao de For¸cas . . . . . 39
2.5.3 Satura¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3 Estudo de Casos 42
3.1 Introdu¸ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.2 Caracter´ısticas do Navio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2.1 Fase 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.2.2 Fase 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.2.3 Fase 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.2.4 Fase 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.2.5 Fase 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.2.6 Fase 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
4 Conclus˜oes e Trabalhos Futuros 87
Referˆencias Bibliogr´aficas 89
xii
Lista de Figuras
1.1 Diagrama de bloco de um sistema SDP. . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2.1 Sistema de coordenadas utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1 Resposta do navio em surge - caso 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.2 Resposta do navio em sway - caso 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.3 Resposta do navio em yaw - caso 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.4 Resposta do navio em surge- caso 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3.5 Resposta do navio em sway- caso 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.6 Resposta do navio em yaw- caso 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.7 Resposta do navio em surge- caso 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.8 Resposta do navio em sway- caso 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.9 Resposta do navio em yaw- caso 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.10 Fase 2 - Deslocamento em surge- observador de Grovlen e Fossen. . . 50
3.11 Fase 2 - Deslocamento em sway - observador de Grovlen e Fossen. . . 51
3.12 Fase 2 - Deslocamento em yaw - observador de Grovlen e Fossen. . . . 51
3.13 Fase 2 - Deslocamento em surge - observador de Strand e Fossen. . . 52
3.14 Fase 2 - Deslocamento em sway - observador de Strand e Fossen. . . . 52
3.15 Fase 2 - Deslocamento em yaw- observador de Strand e Fossen. . . . . 53
3.16 Fase 3 - caso 1: deslocamento em surge, utilizando o controlador
backstepping e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . 54
3.17 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.16). . . 55
xiii
3.18 Fase 3 - caso 1: deslocamento em sway, utilizando o controlador backs-
tepping e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . 55
3.19 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.18). . . 56
3.20 Fase 3 - caso 1: deslocamento em yaw, utilizando o controlador backs-
tepping e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.21 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.20). . . 57
3.22 Fase 3 - caso 1: deslocamento em surge, utilizando o controlador
backstepping e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . 57
3.23 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.22). . . 58
3.24 Fase 3 - caso 1: deslocamento em sway, utilizando o controlador backs-
tepping e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.25 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.24). . . 59
3.26 Fase 3 - caso 1: deslocamento em yaw, utilizando o controlador backs-
tepping e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . 59
3.27 Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.26). . . 60
3.28 Fase 3 - caso 2: deslocamento em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3.29 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.28). . . 61
3.30 Fase 3 - caso 2: deslocamento em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.31 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.30). . . 62
3.32 Fase 3 - caso 2: deslocamento em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
3.33 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.32). . . 63
3.34 Fase 3 - caso 2: deslocamento em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
3.35 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.34). . . 64
3.36 Fase 3 - caso 2: deslocamento em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
xiv
3.37 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.24). . . 65
3.38 Fase 3 - caso 2: deslocamento em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Strand-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.39 Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.38). . . 66
3.40 For¸ca em surge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.41 For¸ca em sway . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.42 Momento em yaw . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
3.43 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em surge, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.44 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em sway, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
3.45 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
3.46 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em surge, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.47 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em sway, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.48 Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o
observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
3.49 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em surge, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador PID e o observador
de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
xv
3.50 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em sway, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador PID e o observador
de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
3.51 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador PID e o observador
de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
3.52 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em surge, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Controlador PID e o observador de Grovlen-
Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
3.53 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em sway, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Controlador PID e o observador de Grovlen-
Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
3.54 Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Controlador PID e o observador de Grovlen-
Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
3.55 Fase 6: Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
3.56 Fase 6: Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
3.57 Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
3.58 Fase 6: Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
3.59 Fase 6: Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
3.60 Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
3.61 Fase 6:Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
xvi
3.62 Fase 6:Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
3.63 Fase 6:Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
3.64 Fase 6: Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
3.65 Fase 6: Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador
PID e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
3.66 Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
xvii
Lista de Tabelas
3.1 Caracter´ısticas principais do navio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2 Caracter´ısticas propulsiva do navio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.3 Condi¸oes ambientais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.4 Condi¸oes iniciais para os casos simulados. . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.5 Casos simulados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.6 Primeira matriz de ganhos do observador antes. . . . . . . . . . . . . 80
3.7 Segunda matriz de ganhos do observador antes. . . . . . . . . . . . . 80
3.8 Terceira matriz de ganhos do observador antes. . . . . . . . . . . . . 81
3.9 Matriz de ganhos do controlador antes. . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
3.10 Primeira matriz de ganhos do observador atual. . . . . . . . . . . . . 81
3.11 Segunda matriz de ganhos do observador atual. . . . . . . . . . . . . 81
3.12 Terceira matriz de ganhos do observador atual. . . . . . . . . . . . . . 81
3.13 Matriz de ganhos do controlador atual. . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
3.14 Condi¸oes ambientais antes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
3.15 Condi¸oes ambientais atual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
xviii
Cap´ıtulo 1
Introdu¸ao
1.1 Motivao
Nos ´ultimos anos, a explora¸ao de petr´oleo na costa brasileira vem batendo recordes
de explora¸ao em ´aguas profundas. Para garantir um alto escoamento do ´oleo do
campo em ´aguas profundas para o litoral, ´e requerido um sistema que possa pro-
porcionar eficiˆencia e seguran¸ca durante a opera¸ao de offloading . Com o avan¸co
tecnol´ogico, modernos sistemas de posicionamento dinˆamico podem garantir estas
condi¸oes e a vem sendo utilizados por diversas unidades de explora¸ao como pla-
taformas semi-submers´ıveis e navios aliviadores, entre outros.
No SPD - (sistema de posicionamento dinˆamico) ao existe liga¸ao f´ısica da em-
barca¸ao com o fundo do mar. Sensores ac´usticos determinam a deriva e propulsores
no casco restauram a posi¸ao da embarca¸ao. Define-se posicionamento dinˆamico
[1, 2], como um sistema que controla automaticamente a posi¸ao e aproamento de
uma embarca¸ao por meio de propuls˜ao ativa.
Em 1961 nos Estados Unidos, deu-se in´ıcio ao desenvolvimento do sistema de
posicionamento dinˆamico, quando o navio Cuss1 foi equipado com quatro thrus-
ters controlados manualmente. Nesse mesmo ano, um representante da Shell Oil
Company lan¸cou o navio Eureka, que inicialmente tamb´em seria controlado manual-
mente, mas logo foi equipado com um sistema autom´atico de posi¸ao e aproamento.
Em 1964, baseado no mesmo princ´ıpio foi lan¸cado Cardrill equipado com quatro
1
thrusters govern´aveis e dois control´aveis operando em paralelo. Em 1965 na Fran¸ca,
o navio Ter´ebel, antes equipado com dois thrusters, foi reequipado com um con-
trolador anal´ogico para manter a posi¸ao automaticamente [3]. Ap´os a ecada de
70, diversos navios com posicionamento dinˆamico come¸caram a operar, tornando-se
uma t´ecnica difundida.
A figura (1.1) apresenta um diagrama de bloco de um sistema SPD o qual, como
pode-se observar ´e constitu´ıdo pelos seguintes seguintes subsistemas [4]:
Navio
Medi¸oes
Operador
Controlador
Observador
Aloca¸ao
de for¸cas
Comando
de for¸cas
Processamento
de sinais
Set points
Sistema
de gest˜ao de
energia
Potˆencia
limite
Movimento do navio
Figura 1.1: Diagrama de bloco de um sistema SDP.
sistema de potˆencia: ´e o respons´avel por fornecer energia aos propulsores,
alguns sensores e aos elementos de controle. Existem tamb´em diferentes tipos
de equipamentos para a mesma finalidade, destacando-se os com caracter´ısticas
diesel-el´etricas e os motores `a diesel (propulsor principal).
sistema de sensoriamento: ´e respons´avel por analisar e verificar as informa¸oes
necess´arias para que a embarca¸ao possa ser posicionada de forma desejada.
Os sinais mais importantes, ao os que medem a posi¸ao e o rumo da em-
barca¸ao no plano horizontal. Existem diversas tecnologias empregadas para
essa finalidade como a agulha girosc´opica, os sistemas de navega¸ao sat´elite,
sistemas de referˆencia hidroac´usticos, acelerˆometros, etc.
2
sistema de estima ou observao das posi¸oes do navio: ´e respons´avel por fil-
trar os erros de posi¸ao e reconstruir os estados ao medidos do sistema. Sua
t´ecnica consiste em desenvolver um modelo matem´atico que compara a esti-
mativa da sa´ıda com a sa´ıda medida, a diferen¸ca entre os dois sinais presentes
resulta em um res´ıduo que ´e utilizado para an´alise.
sistema de controle: ´e a unidade computacional que determina a ao de
controle respons´avel pelo posicionamento da embarca¸ao.
sistema de aloca¸ao de for¸cas: ´e respons´avel pela distribui¸ao das for¸cas de
comando pelos propulsores, minimizando o consumo de potˆencia, otimizando
o consumo de combust´ıvel, evitando satura¸ao dos propulsores e compensando
as for¸cas em caso de falha de algum propulsor.
sistema de referˆencias de posi¸ao: ´e um m´odulo de interface entre o sistema de
controle e o operador, podendo ser autom´atico, de trajet´oria, de alinhamento
com for¸cas ambientais, manuais, etc.
1.2 Revis˜ao bibliogr´afica
Nos s´eculos XVII e XVIII, diversos dispositivos de controle foram criados no intuito
de poder resolver alguns problemas pr´aticos, mas o desenvolvimento das t´ecnicas
de controle o teve impulso no eculo XVIII com a Revolu¸ao industrial, devido ao
desenvolvimento de processos industriais.
Um dos primeiros trabalhos cient´ıficos aplicando teoria de controle foi do
astrˆonomo Airy em 1840 [5]. Airy desenvolveu um dispositivo de controle para
reposicionamento autom´atico de um telesc´opio, modelando a dinˆamica do sistema
atrav´es de equa¸oes diferenciais, dando origem a teoria matem´atica de controle com
realimenta¸ao (feedback control).
Um outro problema na ´epoca era o controle da velocidade de teares. Watt de-
senvolveu um sistema de controle usando o chamado endulo de Watt como sensor
de velocidade. Permitindo o controle em malha fechada da velocidade controlando a
3
inje¸ao em aquinas a vapor, esse sistema apresentou um comportamento inst´avel.
Em 1868, Maxwell publicou um artigo, analisando o comportamento dinˆamico dos
sistemas de controle [6]. A abordagem usada foi a modelagem do sistema por
equa¸oes diferenciais, sendo que Maxwell demonstrou que, para determinadas faixas
de valores dos parˆametros, as solu¸oes das equa¸oes eram inst´aveis.
Na mesma ´epoca, Routh e Hurwitz desenvolveram t´ecnicas que permitiam de-
terminar diretamente a estabilidade do sistema sem a necessidade da solu¸ao das
equa¸oes [7, 8]. Vishnegradisky publicou um trabalho que analisava a estabilidade
de reguladores empregando equa¸oes diferenciais [9]. Mais tarde, alguns estudos uti-
lizando as t´ecnicas de an´alise proposta por Vishnegradisky [9] introduzindo o con-
ceito de sistemas ao variantes no tempo, por´em sem solu¸ao pois, segundo Lewis,
apresentou o problema da estabilidade da equa¸ao caracter´ıstica de Hurwitiz, que
resolveu o problema na forma num´erica, de forma independente de Routh [7, 8, 10].
Um marco no desenvolvimento da teoria de controle foi a publica¸ao de um
trabalho pelo matem´atico russo Lyapunov em 1897. Pouco divulgado no ocidente, o
trabalho de Lyapunov[11] continuou a ser desenvolvido na extinta Uni˜ao Sovi´etica,
o que permitiu aos pesquisadores sovi´eticos grandes avan¸cos no que diz respeito `a
teoria de sistemas ao-lineares.
Em 1907, foi instalado pela C. J. Tagliabue Company, em Nova Iorque, o pri-
meiro controlador de temperatura pneum´atico autom´atico em uma unidade de pas-
teuriza¸ao de leite. Na sequˆencia, Bristol, desenvolveu um sistemas de controle
pneum´aticos ao protocolar em 1914, o pedido da patente de um amplificador bocal-
palheta (flapper-nozzle amplifier), o qual era capaz de prover ao proporcional.
Em 1922, Minorsky realizou uma das primeiras aplica¸oes de elementos delibe-
radamente ao-lineares em sistemas a malha fechada em seu estudo de pilotagem
autom´atica de navios. Em 1932, engenheiros da Bell Telephone Laboratories tra-
balhavam com o problema de comunica¸ao `a longa distˆancia nos Estados Unidos. O
problema de refor¸co de sinais atrav´es de amplificadores levou ao desenvolvimento de
t´ecnicas no dom´ınio da frequˆencia, ecnica esta desenvolvidas por Laplace, Fourier,
4
Cauchy entre outros [12]. O grande problema a ser solucionado era como estender a
comunica¸ao de massa para longas distˆancias, periodicamente amplificando o sinal
de voz atrav´es de linhas telefˆonicas e separando as amplifica¸oes de ru´ıdos a ela
associadas.
Em 1935, Clarridge criou um controlador de trˆes termos que antecipava a va-
ria¸ao no sinal de erro para solucionar um problema de oscila¸ao de uma malha de
controle de temperatura em uma ind´ustria de celulose. Chamada inicialmente pelos
engenheiros de pre-act, a ao derivativa foi testada apenas em casos especiais at´e
o ano de 1939, quando surgiu uma vers˜ao totalmente reprojetada do controlador
PID - (proporcional integral e derivativo). No mesmo ano, a Foxboro Instrument
Company lan¸cou o controlador pneum´atico Stabilog, o qual possu´ıa a tecnologia
hyper-reset, baseada na derivada do sinal de erro.
Apesar do controlador PID ter demonstrado sua importˆancia em algumas
aplica¸oes consideradas dif´ıceis, ainda havia grande dificuldade de difus˜ao nos pro-
cessos industriais, onde ao se considerava a controlabilidade no projeto das unidades
industriais, a complexidade e fragilidade dos elementos de atua¸ao e a inexistˆencia de
regras simples para ajuste dos parˆametros do controlador PID [13]. A primeira ten-
tativa de sucesso para resolver este problema aconteceu em 1942, atraes do artigo
Optimum Settings for Automatic Controllers, de Ziegler e Nichols [14], ambos da
Taylor Instrument Companies onde apresentaram dois procedimentos para sintonia
dos controladores, atraes de simples regras de ajuste baseadas em caracter´ısticas
dinˆamicas do processo. Este trabalho foi um marco na hist´oria do controlador PID,
fazendo arios pesquisadores formularem novos m´etodos de ajuste a partir de suas
id´eias originais.
O in´ıcio da Segunda Guerra mundial estimulou a pesquisa em sistemas de con-
trole, visando o uso militar. Nos Estados Unidos o MIT foi um centro de desen-
volvimento de tais t´ecnicas. Outros desenvolvimentos se seguiram, inclusive com o
aparecimento da t´ecnica do lugar das ra´ızes, criada por Evans em 1948. Este etodo
´e utilizado no projeto e an´alise da estabilidade de sistemas de controle, pois fornece
5
uma representa¸ao gr´afica das propriedades de um determinado sistema baseado nas
ra´ızes da equa¸ao caracter´ıstica do sistema. A teoria de controle ao final dos anos
1950 a consistia de um corpo de conhecimento consolidado, com forte ˆenfase em
t´ecnicas baseadas no uso de m´etodos frequenciais e com muitas aplica¸oes industri-
ais. No entanto a demanda por novas ecnicas, especialmente no setor aeroespacial
impulsionou o desenvolvimento do chamado controle moderno. O controle moderno
retomou muitas id´eias de Lyapunov, usando ecnicas no dom´ınio do tempo.
Em 1959, entrou em opera¸ao o primeiro sistema de controle assistido por com-
putador, em uma unidade industrial. O sistema de controle projetado foi o fruto
do estudo realizado por um grupo de engenheiros da Texaco em conjunto com en-
genheiros da companhia aeroespacial TRW - (Thomson Ramo Woodridge).
Entre 1950 a 1960, surgiram diversos trabalhos importantes, podendo ser desta-
cado o de Bellman em 1957, onde aplicou os princ´ıpios da programa¸ao dinˆamica
para determina¸ao da condi¸ao ´otima em sistemas de controle [15]. Em 1958 Pon-
tryagin desenvolveu uma teoria aplicada a controles ´otimos, relacionando o tempo
m´ınimo de atua¸ao de um controlador para estabiliza¸ao de sistemas ao lineares,
que ficou conhecida como t´ecnica do princ´ıpio aximo [16].
Em 1960, Kalman apresenta trabalhos que constituem o in´ıcio da moderna teoria
de controle com realimenta¸ao. No primeiro trabalho, analisa os fundamentos das
fun¸oes controle de Lyapunov, no dom´ınio do tempo, para controle e projeto de
sistemas n˜ao lineares [17]. No segundo trabalho, analisa o conceito da solu¸ao ´otima
aplicada ao controle de sistemas no dom´ınio do tempo e apresenta um conjunto de
equa¸oes para um regulador linear quadr´atico (Linear Quadratic Regulator - LQR)
[18]. No terceiro trabalho, discute sobre filtros ´otimos e mostra que as vari´aveis de
estado podem ser estimadas em fun¸ao de sua variˆancia m´ınima. Ele apresenta uma
solu¸ao recursiva para sistemas ao estacion´arios variantes no tempo empregando
a teoria de estima ou de observao e cria um algoritmo de projeto para um filtro,
que se tornou conhecido como filtro de Kalman [19]. Dando continuidade a esses
trabalho em 1961, Kalman e Bucy desenvolvem o filtro de Kalman cont´ınuo [20] e
6
em 1963, o controle LQG - (Linear Quadr´atico Gaussiano), cujos ganhos ´otimos do
regulador ao dados pela solu¸ao da equa¸ao de Riccati e a estima ou observao
´e feita por um filtro Kalman-Bucy o que permitiram processos de alculo de ganho
em tempo real [21].
Em 1961, foi instalado, no cao de abrica de uma empresa, o primeiro robˆo
industrial chamado de Unimate, da Unimation Inc. , resultado da combina¸ao
de mecanismos articulados e a tecnologia de controle desenvolvida em aquinas
operatrizes com comando num´erico. A partir da d´ecada de 60, devido `a crescente
capacidade computacional dos computadores, houve um apido desenvolvimento de
novas tecnologias de controle, como preditor de Smith, controle preditivo, controle
adaptativo, ogica Fuzzy, gain schedule, auto ajuste, redes neurais, controle robusto,
controle ´otimo, entre outros.
No final da ecada de 1970 na Uni˜ao Sovi´etica foi desenvolvida a t´ecnica de
controle por modos deslizantes, como se pode verificar no trabalho de Utkin [22], que
cria uma ecnica robusta para tratar as incertezas de modelo empregando fun¸oes
de controle de Lyapunov. A lei de controle ´e feita de forma que as trajet´orias do
sistema sejam for¸cadas a deslizar para uma superf´ıcie no espa¸co de estado desejado,
em um intervalo de tempo definido, e a permanecerem ali indefinidamente [23].
No final da d´ecada de 1980, surge a metodologia de backstepping um m´etodo
sistem´atico para projeto de controles ao-lineares. O nome backstepping se refere `a
natureza recursiva do procedimento de projeto. Em backstepping, a constru¸ao da lei
de controle ´e desenvolvida a partir de uma fun¸ao de controle de Lyapunov. Diversos
trabalhos deram origem a t´ecnica, destacando-se os trabalhos de Kodistschek [24],
Sontag e Sussmann [25], Tsinias [26] e Byrnes e Isidori [27]. Entretanto, cabe-
se ressaltar que a metodologia de backstepping recebeu grande notoriedade com o
trabalho de Kokotovic [28].
Hoje a temos trabalhos mais atuais aplicando tanto modos deslizantes como
backstepping. Em 1998, Aarset [29] aplica t´ecnicas de backstepping que depois
foram adaptadas por Grovlen e Fossen em um rebocador de apoio [30].
7
Em 1998, Fossen apresenta mais dois trabalhos, o primeiro com Strand [31],
onde emprega o conceito de posicionamento ´otimo em fun¸ao do ambiente, onde o
aproamento do navio ´e automaticamente corrigido em rela¸ao a resultante das for¸cas
ambientais de forma a fazer com que os momentos em yaw e for¸cas transversais sejam
zero. O segundo foi com Grovlen [32], onde apresenta uma metodologia alternativa
de projeto, para estima de vari´aveis de estado aplicada a sistemas de posicionamento
dinˆamico.
Em 2002, Tannuri desenvolveu uma nova metodologia para o projeto de con-
trolador de posi¸ao e aproamento baseado na teoria de controle robusto ao-linear
por modos deslizantes [33]. Um pouco mais tarde, em 2005 Mesquita apresenta um
sistema de posicionamento dinˆamico baseado em um observador passivo ao-linear
e na t´ecnica de controle backstepping. Tanto o observador quanto a lei de controle
foram constru´ıdos a partir de modelos matem´aticos de simuladores de manobras de
navio para aplica¸oes em tempo real [34], entre outros.
1.3 Objetivo
Este trabalho tem como objetivo realizar uma exaustiva an´alise de casos para ava-
liar o comportamento de modelos matem´aticos implementados em um Sistema de
Posicionamento Dinˆamico de navios.
Para descrever a dinˆamica do navio ´e empregada a cl´assica teoria de manobras
de navios. Nas equa¸oes de movimento ao introduzidas as for¸cas devidas `as on-
das e as for¸cas devidas ao vento.
´
E introduzido um ru´ıdo para representar mais
realisticamente as observoes de posi¸ao e aproamento em um caso real.
Dois observadores desenvolvidos por Grovlen e Fossen e por Strand e Fossen ao
empregados para filtrar o sinal e determinar as ariaveis de estado velocidades. A
partir dos resultados dos observadores s˜ao aplicadas as t´ecnicas de controle, modelos
PID e a metodologia de controle ao-linear backstepping, para determina¸ao das
for¸cas a serem utilizadas pelo sistema propulsivo a fim de manter a posi¸ao e o
aproamento desejados.
8
Para realizar a an´alise dos modelos empregados uma s´erie de casos s˜ao simulados
e o comportamento da resposta analisado.
9
Cap´ıtulo 2
Modelos Matem´aticos
Neste cap´ıtulo apresentam-se os modelos matem´aticos que descrevem o movimento
de uma embarca¸ao sujeita aos agentes ambientais de ondas, vento e correnteza,
ancorada ou ao, incluindo-se a ao de atuadores (propulsores e lemes) sem tratar
suas dinˆamicas. A obten¸ao do modelo matem´atico do sistema tem dois objetivos
principais: o projeto do controlador e observador em si e a simula¸ao para represen-
tar o corpo navio no mar em condi¸oes real´ısticas.
Os modelos apresentados neste cap´ıtulo foram desenvolvidos, a partir de notas
de aulas do orientador [35], trabalhos publicados pelo orientador [40], trabalhos de
outros autores [36, 37, 44, 46, 30, 48, 4], livros [1, 23, 38] e notas de aulas de outros
autores [23] encontrados na Literatura, e foi elaborado atrav´es de discuss˜oes durante
a execu¸ao do trabalho.
2.1 Introdu¸c˜ao
Sabe-se que em opera¸ao de offloading manter o navio completamente parado em
uma posi¸ao e aproamento desejados nem sempre ´e poss´ıvel. Existem diversas oes
ambientais de car´ater irregular e vari´avel no tempo agindo sobre o navio, o que
dificulta essa opera¸ao.
´
E necess´ario fazer uso de atuadores para tentar controlar o
navio, mantendo-o em torno de uma posi¸ao desejada.
Para se realizar uma avalia¸ao da opera¸ao e do papel dos dispositivos de con-
10
trole, uma forma de abordar o problema ´e desenvolver simula¸oes no tempo das
equa¸oes de movimento, levando-se em conta os diversos efeitos agindo sobre um
sistema, e enao avaliar o comportamento resultante.
Com esse objetivo, neste trabalho ´e utilizado um simulador da dinˆamica do navio
em que, para integra¸ao no tempo, utiliza-se o m´etodo de Runge-Kutta de quarta
ordem, onde a cada passo todas as for¸cas e momentos ao calculados em fun¸ao da
forma do navio, de sua posi¸ao, de sua velocidade e sua acelera¸ao. O simulador
considera os efeitos das ambientais e dos atuadores, introduz “erros de medi¸ao”e
emprega modelos de controladores e observadores.
O objetivo do controlador ´e fazer com que a sa´ıda do sistema, no caso a posi¸ao
e rumo do navio tendam a uma posi¸ao e rumo desejados. A leitura de sa´ıda do
sistema, por ser representada por um sinal de posi¸ao dado pelo DGPS e um sinal
de aproamento do girosc´opio, ´e filtrada pelo observador e com ele ao estimadas
as velocidades do navio, com isto as referˆencias de posi¸ao e velocidades passadas
para o controlador ao valores estimados. As estimativas de posi¸oes e aproamento
dados pelo observador s˜ao enao utilizadas pelo controlador para determinar as oes
a serem executadas pelos atuadores para tentar manter a posi¸ao e o aproamento
desejados.
2.2 Dinˆamica do Navio
2.2.1 Introdu¸c˜ao
A formula¸ao das equa¸oes de movimento de um navio em manobras sujeito `a cor-
renteza segue o cl´assico modelo de manobras, incluindo a ao do leme, do propulsor,
de linhas de ancoragem (caso de posicionamento dinˆamico assistido), de cabos de
conex˜ao e for¸cas ambientais devidas a correntes, ondas e ventos [35].
A segunda lei de Newton aplicada a um corpo em movimento, em sua forma
asica (massa vezes a acelera¸ao = somat´orio das for¸cas externas) ´e valida em um
sistema inercial para a acelera¸ao no centro de gravidade do corpo. No caso de
11
um navio em movimento ´e mais conveniente extendˆe-la para sua aplica¸ao em um
sistema solid´ario ao navio. Assim procedendo, escrevem-se as equa¸oes dos movi-
mentos de surge e sway . A extens˜ao da segunda lei de Newton para momentos ´e
utilizada para descrever a equa¸ao do movimento de yaw . Desta forma, e consi-
derando que o sistema solid´ario ao se encontra no centro de gravidade, os temos
inerciais apresentam acoplamentos e ao linearidades [1]
ao utilizados dois sistemas de coordenadas para representar o movimento do
navio, sendo OXY o sistema inercial e oxy o sistema solid´ario. O sistema de coor-
denadas solid´ario ao navio tem sua origem localizada no plano de linha d’´agua com
o eixo oz voltado para baixo. O ˆangulo formado pelos eixos OX e ox definem o
ˆangulo de aproamento (ou simplesmente o aproamento) ψ (ou ˆangulo de yaw).
X
Y
y
x
ψ
O
U
β
N, r
F
u
F
v
Figura 2.1: Sistema de coordenadas utilizado
Sendo assim, levando-se em conta que navios ao corpos sim´etricos, podemos
escrever as equa¸oes dos movimentos de surge, sway e yaw na forma abaixo.
Equa¸ao de for¸cas na dire¸ao ox:
m[ ˙u
a
v
a
r x
G
r
2
] = X
Hull
+ X
P rop
+ X
Rud
+ X
W ave
+ X
W ind
+ X
Anc
(2.1)
Equa¸ao de for¸cas na dire¸ao oy:
m[ ˙v
a
+ u
a
r + x
G
˙r] = Y
Hull
+ Y
P rop
+ Y
Rud
+ Y
W ave
+ Y
W ind
+ Y
Anc
(2.2)
12
Equa¸ao de momento:
I ˙r + mx
G
( ˙v
a
+ u
a
r) = N
Hull
+ N
P rop
+ N
Rud
+ N
W ave
+ N
W ind
+ N
Anc
(2.3)
onde, m e I ao a massa e a in´ercia do modelo, X
Hull
, Y
Hull
e N
Hull
ao as for¸cas
hidrodinˆamicas atuantes no casco do navio devidas `a velocidade relativa fluido corpo,
considerando a correnteza e a velocidade do corpo, que aqui chamaremos de for¸cas
de manobra [35]. u
a
e v
a
ao as componentes da velocidade absoluta do corpo em
surge e sway e r e a raz˜ao de giro ou velocidade de yaw. X
P rop
, Y
P rop
e N
P rop
ao as for¸cas devidas aos propulsores. X
Rud
, Y
Rud
e N
Rud
ao as for¸cas devidas aos
lemes. X
W ind
, Y
W ind
e N
W ind
ao as for¸cas devidas `a velocidade relativa ar corpo,
considerando o vento e a velocidade do corpo. X
W ave
, Y
W ave
e N
W ave
ao as for¸cas
devidas `as ondas. X
Anc
, Y
Anc
e N
Anc
ao as for¸cas a serem consideradas em caso do
sistema ser ancorado.
Definimos tamb´em as componentes da velocidade relativa corpo corrente em
surge e sway no sistema solid´ario u e v. Definindo C e α como o odulo e o ˆangulo
de incidˆencia da corrente, podemos escrever:
U
x
C cos(α) = u cos(ψ) v sin(ψ)
U
y
C sin(α) = u sin(ψ) + v cos(ψ)
u = (U
x
C cos(α)) cos(ψ) + (U
y
C sin(α)) sin(ψ)
v = (U
x
C cos(α)) sin(ψ) + (U
y
C sin(α)) cos(ψ)
A velocidade de yaw, rate of turn ”, ´e dada por
d ψ
d t
= r.
Sob a considera¸ao que C ´e constante temos as acelera¸oes relativas iguais as
acelera¸oes absolutas, ˙u = ˙u
a
e ˙v = ˙v
a
.
Quando estivermos tratando problemas de posicionamento dinˆamico com baixas
velocidades vamos reunir as for¸cas devidas aos propulsores e `as superf´ıcies de controle
na forma de for¸cas devidas aos atuadores de tal forma que X
Atua
= X
P rop
+ X
Rud
,
Y
Atua
= Y
P rop
+ Y
Rud
e N
Atua
= N
P rop
+ N
Rud
13
2.2.2 For¸cas de Manobras
Quando o casco se move em um dom´ınio fluido, este exerce sobre o casco for¸cas de
rea¸ao ao seu movimento. Estas for¸cas s˜ao chamadas de for¸cas de manobras [36, 37].
Entre os problemas asicos tratados na teoria de manobras est˜ao o da estabi-
lidade direcional e o da estabilidade em curso [38]. O primeiro caso refere-se `a
capacidade de um navio avan¸car em linha reta sem a utiliza¸ao do leme ap´os ter
sofrido uma pequena perturba¸ao. O segundo caso refere-se `a capacidade do na-
vio manter um rumo auxiliado pelo leme. Em ambos os casos o navio avan¸ca com
velocidade de cruzeiro e pode estar sujeito a pequenos ˆangulos de deriva. Nesses
casos o problema pode ser tratado linearmente. As for¸cas de manobra X
Hull
, Y
Hull
e
N
Hull
podem ser representadas por termos lineares e as equa¸oes de sway e yaw ao
acopladas entre si, mas ao em acoplamento com a equa¸ao de surge . A medida
que se quer executar manobras como curva de giro, zig-zag e outras ´e necess´ario
ter uma representa¸ao das for¸cas de manobra para maiores ˆangulos de deriva. As
for¸cas X
Hull
, Y
Hull
e N
Hull
tem que ser modeladas por express˜oes mais complexas,
ao lineares.
Navios aliviadores executando opera¸oes de offloading, drillships em opera¸ao
de perfura¸ao, pipe laying barges em opera¸ao de instala¸ao de dutos, navios ma-
nobrando em portos, navios ancorados, etc, est˜ao sujeitos a manobras de baixas
velocidades e grandes ˆangulos de deriva. Nestes casos as for¸cas hidrodinˆamicas
X
Hull
, Y
Hull
e N
Hull
tem que ser modeladas por express˜oes ao lineares. As for¸cas
hidrodinˆamicas ao representadas na forma polinomial em fun¸ao das velocidades e
das acelera¸oes do corpo no sistema solid´ario. Aos coeficientes dos polinˆomios a-
se o nome de derivadas hidrodinˆamicas. Este nome deve-se ao fato do tratamento
inicial do problema [39] ser elaborado atrav´es do desenvolvimento das express˜oes de
for¸cas em s´eries de Taylor. Uma vez truncadas tˆem a forma de polinˆomios.
Vale destacar que ´e comum realizar ensaios em tanques de prova com o objetivo
de levantar as express˜oes dessas for¸cas. Atrav´es de um trabalho desenvolvido para a
E&P (Departamento de Explora¸ao e Produ¸ao) da Petrobras foi desenvolvido pelo
14
orientador desta disserta¸ao um modelo de manobra para um navio Aliviador da
Classe M da Transpetro com base em dados experimentais realizados no tanque de
provas do IPT. Este modelo foi posteriormente publicado em [40].Posteriormente foi
utilizada uma extens˜ao do modelo para representar a for¸ca longitudinal. Clarissa
[41], em sua tese de mestrado, descreve modelo extendido para representar a for¸ca
longitudinal. Utilizando-se a nota¸ao de manobras na forma adimensional o modelo
pode ser escrito como:
For¸ca Longitudinal
X
Hull
= X
˙u
˙u
+ X
uU
u
+ X
|vvv|u
| v
3
| u
+ X
|vvv|v
| v
3
| v
+ X
vr
v
r
+ X
rr
r
2
(2.4)
onde, X
uU
, X
|vvv|u
, X
|vvv|v
, X
vr
e X
rr
ao derivadas hidrodinˆamicas do casco dadas
na forma de coeficientes adimensionais. X
uU
u
representa a resistˆencia viscosa do
casco ao avan¸co.
For¸ca Transversal
Y
Hull
= Y
˙v
˙v
+Y
˙r
˙r
+Y
v
v
+Y
v|v|
v
| v
| +Y
r
r
+Y
r|r|
r
| r
| +Y
|r|v
r
v
+Y
ur
u
r
(2.5)
onde, Y
˙v
, Y
˙r
, Y
v
, Y
v|v|
, Y
r
, Y
r|r|
, Y
|r|v
e Y
ur
ao derivadas hidrodinˆamicas do casco
dadas na forma de coeficientes adimensionais.
Momento
N
Hull
= N
˙v
˙v
+ N
˙r
˙r
+ N
v
v
+ N
v|v|
v
| v
| +N
r
r
+ N
r|r|
r
| r
| +N
rvv
r
v
2
+N
rrv
r
2
v
+ N
uv
u
v
+ N
ur
u
r
(2.6)
onde, N
˙v
, N
˙r
, N
v
, N
v|v|
, N
r
, N
r|r|
, N
rvv
,N
rrv
, N
uv
e N
ur
ao derivadas hidrodinˆamicas
do casco dados na forma de coeficientes adimensionais.
2.2.3 For¸cas devidas ao Vento
As for¸cas devidas `a incidˆencia dos ventos ao modeladas a partir de ensaios realizados
em t´uneis de vento para navios e disponibilizados pelo OCIMF [42]. ao expressas
15
na seguinte forma:
X
W ind
= 0.5ρ
ar
C
X
(θ)S
frontal
V
2
r
(2.7)
Y
W ind
= 0.5ρ
ar
C
Y
(θ)S
lateral
V
2
r
(2.8)
N
W ind
= 0.5ρ
ar
C
N
(θ)S
lateral
V
2
r
(2.9)
onde, C
X
, C
Y
e C
N
ao os coeficientes adimensionais de for¸ca e momento obtidos
experimentalmente. θ ´e o ˆangulo relativo de incidˆencia entre o navio e o vento, V
r
´e
a velocidade relativa vento corpo, ρ
ar
´e a massa espec´ıfica do ar e S
frontal
e S
lateral
ao proje¸oes verticais das ´areas frontal e lateral.
As componentes da velocidade relativa do vento ao dadas por:
u
R
= V
w
cos(γ) u (2.10)
v
R
= V
w
sin(γ) v (2.11)
onde, V
w
´e a velocidade do vento e γ ´e o ˆangulo entre a dire¸ao de propaga¸ao do
vento e o ˆangulo de aproamento do navio. A velocidade relativa do vento ´e dada
enao por V
r
=
u
2
R
+ v
2
R
.
2.2.4 For¸cas de Ondas
As for¸cas devidas `as ondas podem ser divididas em for¸cas de primeira ordem e
for¸cas de segunda ordem. Tais conceitos est˜ao bem consolidados na literatura e
aqui apresentaremos somente o procedimento utilizado no algoritmo do simulador.
Como programa auxiliar para gera¸ao dos RAOs (Response Amplitude Operator) dos
movimentos de primeira ordem e das for¸cas de segunda ordem utiliza-se o WAMIT
[43].
16
O estado de mar ´e caracterizado pela fun¸ao de densidade espectral S
zz
(ω)
em fun¸ao da frequˆencia tendo como parˆametros a altura significativa do mar e o
per´ıodo m´edio ou o per´ıodo de pico. Opcionalmente utiliza-se o espectro de Pierson-
Moskowitz modificado (ISSC) ou o espectro de Jonswap utilizado pela Petrobras para
a Bacia de Campos.
Como modelo para descri¸ao da elevao da superf´ıcie do mar ´e normalmente
considerado que se trata de um processo estoastico erg´odico, e que a elevao da
superf´ıcie livre em um ponto do mar pode ser representada pela superposi¸ao de N
harmˆonicos atrav´es da express˜ao
z(t) =
N
n=1
z
n
(t) =
N
n=1
ζ
n
cos(ω
n
t + θ
n
) (2.12)
onde z
n
(t) = ζ
n
(ω
n
) cos(ω
n
t + θ
n
) com amplitudes ζ
n
(ω
n
) =
2S
zz
(ω
n
)δω, em que
as frequˆencias ω
n
assumem valores no intervalo (0, ); as fases ψ
n
ao vari´aveis
aleat´orias independentes, com distribui¸ao uniforme no intervalo [0, 2π]; que consti-
tuem o sinal.
Um conjunto de per´ıodos ´e fornecido ao simulador. Para este conjunto de
per´ıodos ao determinadas os RAOs e as fun¸oes de transferˆencia quadr´aticas. De
acordo com o espectro de mar escolhido para a simula¸ao e os per´ıodos, ao calcu-
ladas as amplitudes das ondas do mar e arbitradas fases de forma aleat´oria. Com
os RAO’s e as fases ao geradas as eries temporais das respostas de primeira or-
dem. Essas respostas ao superpostas aos movimentos gerados pela integra¸ao das
equa¸oes da dinˆamica do navio. As for¸cas de segunda ordem devidas `as ondas se
somam `as for¸cas devidas ao vento, `a corrente, aos atuadores, a cabos, etc, gerando
as for¸cas de excita¸ao das equa¸oes de movimento que descrevem a dinˆamica do
navio.
Os movimentos devidos `as oes de primeira ordem de ondas ao ent˜ao dadas
por:
x
(k)
(t) =
N
1
RAO
(k)
(ω
n
)
2S
zz
(ω
n
)δω cos(ω
n
t + θ
n
+ θ
(k)
n
), k = 1, 2, 3 (2.13)
17
onde: RAO
(k)
(ω
n
) e θ
(k)
n
ao as amplitudes e os ˆangulos de fase das respostas de
surge, sway e yaw para as frequˆencias ω
n
e k = 1, 2, 3 indica os movimentos de
surge, sway e yaw respectivamente.
For¸cas de Segunda Ordem
As for¸cas de segunda ordem devem-se aos potenciais de onda incidente, difra¸ao e
radia¸ao de segunda ordem, a potenciais de segunda ordem que surgem da intera¸ao
entre os potenciais de radia¸ao, incidente e difra¸ao de primeira ordem e a produtos
de grandezas de primeira ordem cujas frequˆencias de oscila¸ao se ao nas frequˆencias
soma e frequˆencias diferen¸cas entre frequˆencias de todas as componentes de ondas
que comp˜oem o mar. Essas for¸cas ao de pequenas intensidades. Cabe observar
que no processo de posicionamento dinˆamico, ao a sentido em se tentar operar os
atuadores para se contrapor `as for¸cas de primeira ordem de onda, uma vez que, pelos
altos per´ıodos e o grande amortecimento, n˜ao geram grandes movimentos. a a a¸ao
das for¸cas de manobra, for¸cas de vento, for¸cas devidas a sistemas de ancoragem e
for¸cas de onda de segunda ordem tendem a gerar for¸cas de grandes per´ıodos. Como
nesta faixa de per´ıodos o amortecimento ´e pequeno, podem ser gerados grandes
movimentos. Assim, as for¸cas de onda de segunda ordem nas frequˆencias diferen¸cas
tamb´em em que ser consideradas no problema, pois podem gerar for¸cas em faixas de
frequˆencias baixas. Pinkters [44] formulou o problema e mostrou que essas for¸cas de
deriva devidas `as frequˆencias diferen¸ca, F
k
drif t
, k = 1, 2, 3, ao dadas pela express˜ao:
F
drif t
(t) =
N
i=1
N
j=1
ζ
i
ζ
j
P
ij
(ω
i
, ω
j
)cos[(ω
i
ω
j
)t + (
i
j
)] +
N
i=1
N
j=1
ζ
i
ζ
j
Q
ij
(ω
i
, ω
j
)sin[(ω
i
ω
j
)t + (
i
j
)] (2.14)
Com os valores de P
(k)
ij
e Q
(k)
ij
define-se a fun¸ao de transferˆencia quadr´atica das
for¸cas de segunda ordem:
T
(k)
ij
=
P
(k) 2
ij
+ Q
(k) 2
ij
(2.15)
18
Deve-se observar que se retirarmos desta express˜ao os termos que correspondem
aos casos i = j temos:
F
(k)
mean
= ζ
2
1
P
(k)
11
(ω
1
) + ζ
2
2
P
(k)
22
(ω
2
) · · · +ζ
2
N
P
(k)
NN
(ω
N
) (2.16)
Esta for¸ca independe do tempo. Sua ao sobre o corpo vai gerar a chamada for¸ca
de deriva edia.
A for¸ca dependente do tempo, resultado da soma de todas as componentes em
que i = j na express˜ao acima, ´e chamada de for¸ca de deriva lenta
Para frequˆencias diferen¸cas muito baixas os coeficientes Q
(k)
ij
ao pequenos e po-
dem ser desprezados. Al´em disso, se montarmos uma matriz dos coeficientes P
(k)
ij
, as
combina¸oes de frequˆencias nos colocam pr´oximos da diagonal da matriz. Newman
[45] mostrou que para esses casos o valor da fun¸ao de transferˆencia quadr´atica ´e
dado aproximadamente por:
T
(k)
ij
= P
(k)
ij
P
(k)
(
ω
i
+ ω
j
2
,
ω
i
+ ω
j
2
) (2.17)
Deve-se observar que para cada movimento, surge, sway e yaw, temos uma matriz
T
k
ij
e uma for¸ca de deriva F
(k)
drif t
(t) com as componentes de deriva m´edia e deriva
lenta. Deve-se lembrar que o c´odigo WAMIT em sua vers˜ao de primeira ordem, gera
a diagonal da matriz T
(k)
ij
.
Wave Drift Damping
Wichers [46] observou que quando um corpo oscilava longitudinalmente em ondas
sofria um amortecimento maior que o que aparece quando oscila em ´aguas tranquilas.
Atrav´es de testes de decaimento em ondas e em ´aguas tranquilas pode constatar sua
observao. A este amortecimento adicional a-se o nome de wave drift damping.
Wichers formulou o problema mostrando que a for¸ca adicional de amortecimento
pode ser escrita como
F
(1)
wdd
(t) =
N
i=1
ζ
2
i
D
(1)
i
u (2.18)
19
onde D
(1)
i
´e o wave drift damping para a frequˆencia ω
i
.
Utilizamos para seu alculo a express˜ao proposta por Aranha [47]:
D
(1)
i
=
ω
g
[4T
(1)
(ω
i
, ω
i
) + ω
dT
(1)
(ω
i
, ω
i
)
] (2.19)
Assim, as for¸cas de ondas de segunda ordem ao escritas como:
X
W ave
= F
(1)
drif t
(t) + F
(1)
wdd
(t) (2.20)
Y
W ave
= F
(2)
drif t
(t) (2.21)
N
W ave
= F
(3)
drif t
(t) (2.22)
2.2.5 Simula¸ao e Controle da Dinˆamica do Navio
Neste trabalho, as equa¸oes de movimento ao utilizadas para representar o mundo
real atrav´es de simula¸ao desenvolvendo a integra¸ao das equa¸oes no dom´ınio do
tempo. As equa¸oes de movimento s˜ao tamb´em utilizadas nos algoritmos dos Obser-
vadores e tamb´em nos algoritmos dos Controladores. a entretanto diferen¸cas fun-
damentais que devem ser ressaltadas. No presente trabalho a simula¸ao atua como
se determin´assemos resultados da realidade, inclusive introduzindo ru´ıdo. Neste caso
as for¸cas fluidas reativas ao movimento relativo corpo fluido ao consideradas atraes
dos termos chamados for¸cas de manobra utilizando-se as velocidades relativas. Na
concep¸ao do Observador tenta-se imitar o mais pr´oximo poss´ıvel a realidade, por´em
temos que supor que desconhecemos as formula¸oes utilizadas na simula¸ao. Nos-
sas velocidades neste caso, ao as velocidades absolutas uma vez que, por princ´ıpio,
os termos que ao corrigir a falta de conhecimento das oes ambientais entram
atrav´es dos ganhos multiplicados pelos erros entre valor estimado e valor observado.
Usamos modelos lineares tentando aproximar a representa¸ao da dinˆamica do navio.
Para o controlador a situa¸ao ´e similar. Por essas raz˜oes vamos escrever as equa¸oes
20
de movimento tanto em fun¸ao das velocidades absolutas quanto das velocidades
relativas e vamos tamb´em apresena-las linearizadas.
2.2.6 Equa¸oes de Movimento
Acima foram apresentadas as express˜oes da segunda lei de Newton aplicada em
um sistema solid´ario e as express˜oes para as for¸cas de manobra, ondas e vento.
Reunindo dos propulsores e do leme como for¸cas dos atuadores e colocando na
forma adimensional temos:
(m
X
˙u
) ˙u
m
v
a
r
X
vr
v
r
m
x
G
r
2
X
uU
u
X
|vvv|u
| v
3
| u
X
|vvv|v
| v
3
| v
X
rr
r
2
= X
Atua
+ X
W ind
+ X
W aves
(2.23)
(m
Y
˙v
) ˙v
(Y
˙r
m
x
G
) ˙r
+ m
u
a
r
Y
v
v
(Y
r
+ Y
ur
u
)r
Y
v|v|
v
| v
| Y
r|r|
r
| r
| Y
|r|v
| r
| v
= Y
Atua
+ Y
W ind
+ Y
W aves
(2.24)
(I
N
˙r
) ˙r
(N
˙v
m
x
G
) ˙v
+ m
x
G
u
a
r
(N
v
+ N
uv
u
)v
N
v|v|
v
| v
| (N
r
+ N
ur
u
)r
N
r|r|
r
| r
| N
rvv
r
v
2
N
rrv
r
2
v
= N
Atua
+ N
W ind
+ N
W aves
(2.25)
21
Se escrevermos as equa¸oes de movimento separando as rea¸oes hidrodinˆamicas
ao movimento do corpo das oes da corrente, de tal forma que os termos de aco-
plamento devidos `as n˜ao linearidades fiquem agregados `as for¸cas devidas `a corrente,
podemos reescrever as express˜oes acima na forma:
(m
X
˙u
) ˙u
a
(m
+ X
vr
)v
a
r
m
x
G
r
2
X
uU
u
a
X
|vvv|u
| v
3
a
| u
a
X
|vvv|v
| v
3
a
| v
a
X
rr
r
2
= X
Atua
+ X
Amb
+ X
Anc
(2.26)
(m
Y
˙v
) ˙v
a
(Y
˙r
m
x
G
) ˙r
+ m
u
a
r
Y
v
v
a
(Y
r
+ Y
ur
u
a
)r
Y
v|v|
v
a
| v
a
| Y
r|r|
r
| r
| Y
|r|v
| r
| v
a
= Y
Atua
+ Y
Amb
+ Y
Anc
(2.27)
(I
N
˙r
) ˙r
(N
˙v
m
x
G
) ˙v
a
+ m
x
G
u
a
r
(N
v
+N
uv
u
a
)v
a
N
v|v|
v
a
| v
a
| (N
r
+N
ur
u
a
)r
N
r|r|
r
| r
| N
rvv
r
v
2
a
N
rrv
r
2
v
a
= N
Atua
+ N
Amb
+ N
Anc
(2.28)
onde: X
Amb
= X
Cur
+ X
W ind
+ X
W aves
, Y
Amb
= Y
Cur
+ Y
W ind
+ Y
W aves
e N
Amb
=
N
Cur
+ N
W ind
+ N
W aves
ao as for¸cas e momentos devidos aos efeitos ambientais e
X
Cur
, Y
Cur
e N
Cur
ao as for¸cas e momento devidos `a corrente. Para generalizar
as express˜oes, inclu´ımos for¸cas devidas ao uso de sistema de ancoragem, linhas,
hawsers, etc nos termos X
Anc
, Y
Anc
e N
Anc
.
22
Em forma compacta escrevemos:
M
˙
ν + C(ν) + D(ν) + R
1
G(η) = τ + F
Amb
(2.29)
e
˙
η = R(ψ)ν (2.30)
onde: M - ´e a matriz de in´ercia, R - ´e a matriz de rota¸ao, C - ´e o vetor dos termos
ao lineares de in´ercia, D - ´e o vetor das rea¸oes hidrodinˆamicas em fun¸ao das
velocidades, G ´e o vetor de for¸cas devidas `a ancoragem, linhas, hawser em fun¸ao
das posi¸oes dos extremos das linhas no sistema inercial, τ - ´e o vetor das for¸cas
dos atuadores, ν - ´e o vetor de velocidades absolutas, η - ´e o vetor das posi¸oes do
navio no sistema inercial, F
Amb
- ´e o vetor das for¸cas ambientais.
R(ψ) =
cos ψ sin ψ 0
sin ψ cos ψ 0
0 0 1
M =
(m
X
˙u
) 0 0
0 (m
Y
˙v
) (m
x
G
Y
˙r
)
0 (m
x
G
N
˙v
) I
N
˙r
C =
(m
)v
a
r
m
x
G
r
2
m
u
a
r
m
x
G
u
a
r
D =
D
1
D
2
D
3
onde:
D
1
= X
vr
v
a
r
X
uU
u
a
X
|vvv|u
| v
3
a
| u
a
X
|vvv|v
| v
3
a
| v
a
X
rr
r
2
23
D
2
= Y
v
v
a
(Y
r
+ Y
ur
u
a
)r
Y
v|v|
v
a
| v
a
| Y
r|r|
r
| r
| Y
|r|v
| r
| v
a
D
3
= (N
v
+ N
uv
u
)v
N
v|v|
v
| v
| (N
r
+ N
ur
u
)r
N
r|r|
r
| r
| N
rvv
r
v
2
N
rrv
r
2
v
Se considerarmos que a corrente ´e nula o navio tem uma velocidade absoluta
m´edia u
0
em surge, nula em sway e nula em yaw e em torno desta condi¸ao sofre pe-
quenas oscila¸oes de velocidade δu, v e r e linearizarmos as equa¸oes de movimento,
temos:
(m
X
˙u
)δ ˙u
X
uU
δu
= X
Atua
+ X
Amb
+ X
Anc
(2.31)
(m
Y
˙v
) ˙v
+(m
x
G
Y
˙r
) ˙r
Y
v
v
+(m
Y
r
Y
ur
u
)r
= Y
Atua
+Y
Am
+Y
Anc
(2.32)
(I
N
˙r
) ˙r
+(m
x
G
N
˙v
) ˙v
(N
v
+N
uv
)v
+(m
x
G
N
r
N
ur
)r
= N
Atua
+N
Amb
+N
Anc
(2.33)
ou
(m
X
˙u
) 0 0
0 (m
Y
˙v
) (m
x
G
Y
˙r
)
0 (m
x
G
N
˙v
) I
N
˙r
δ ˙u
˙v
˙r
+
X
uU
0 0
0 Y
v
(m
Y
r
Y
ur
)
0 (N
v
+ N
uv
) (m
x
G
N
r
N
ur
)
δu
v
r
=
X
Atua
Y
Atua
N
Atua
+
X
Amb
Y
Amb
N
Amb
+
X
Anc
Y
Anc
N
Anc
(2.34)
24
O vetor D(ν) pode ser linearizado sendo representado pelo produto de uma
matriz D multiplicada pelo vetor ν tal que:
D =
X
uU
0 0
0 Y
v
(m
Y
r
Y
ur
)
0 (N
v
+ N
uv
) (m
x
G
N
r
N
ur
)
Neste processo de lineariza¸ao, caso o sistema esteja ancorado, as for¸cas de
ancoragem podem ser escritas como o produto de uma matriz de restaura¸ao G
multiplicada pelos deslocamentos da estrutura no sistema inercial fixo na Terra.
Multiplicando-se a for¸ca de restaura¸ao no sistema inercial pela inversa da matriz
de rota¸ao R(ψ), a qual transfere componentes de um vetor no sistema local para o
sistema inercial, tˆem-se as componentes de for¸ca escritas no sistema local:
X
Anc
Y
Anc
N
Anc
= R(ψ)
1
G
δx
δy
δψ
Devemos ter em mente que no caso de navios ancorados, o modelo linear aqui
apresentado pressup˜oe que o navio encontra-se na posi¸ao de equil´ıbrio {X
0
, Y
0
, ψ
0
}
T
com velocidade absoluta nula, velocidade relativa {u
0
, 0, 0}
T
e em torno desta
posi¸ao oscila com pequenas velocidades {δu, v, r}
T
deslocando-se {δx = X
X
0
, δy = Y Y
0
, δψ = ψ ψ
0
}
T
.
Definindo ν = {δu, v, r}
T
, η = {δx = X X
0
, δy = Y Y
0
, δψ = ψ ψ
0
}
T
,
τ = {X
Atua
, Y
Atua
, N
Atua
}
T
e F
Amb
= {X
Amb
, Y
Amb
, N
Amb
}
T
podemos escrever a
equa¸ao (2.34) na forma:
M
˙
ν + Dν + R(ψ)
1
Gη = τ + F
Amb
(2.35)
com
˙
η = R(ψ)ν (2.36)
25
2.3 Observador
Nesta se¸ao ser˜ao apresentados os dois modelos do observador utilizado no trabalho.
2.3.1 Introdu¸ao
Em um sistema de posicionamento dinˆamico, o observador ´e o m´odulo que recebe os
sinais do sistema de sensoriamento e trata essas informa¸oes para servir de entrada
para ao de um controlador. Existindo falta de informa¸oes sobre as vari´aveis de
estado, o observador faz as estimativas das mesmas com a finalidade de se calcular
as oes a serem definidas pela lei de controle. Normalmente, o ao medidas as
vari´aveis de posi¸ao dadas por equipamentos como DGPS, sistemas hidroac´usticos,
laser, etc. e o rumo da embarca¸ao fornecida por uma agulha girosc´opica. Em
geral, ao se disp˜oem de medi¸oes de velocidade do navio, logo as estimativas das
velocidades devem ser computadas a partir de medi¸oes de posi¸ao e aproamento
que, por sua vez, contem ruido e contribui¸oes de alta frequˆencia. A posi¸ao e o
rumo est˜ao corrompidos com ru´ıdos de medi¸ao e influˆencia de movimentos de alta
frequˆencia devidos `as oes ambientais, essas perturba¸oes devem ser filtradas [34].
Deve-se mostrar que o observador ´e passivo e globalmente est´avel.
Existem dois modelos que ser˜ao utilizados neste trabalho. O primeiro proposto
por Grovlen e Fossen [30] e o segundo proposto por Strand e Fossen [48]. Em ambos
os casos o modelo utilizado est´a baseado nas equa¸oes de movimento linearizadas. O
modelo de Grovlen e Fossen [30] foi desenvolvido para o caso de um navio ancorado
em que a ´unica ao ambiental deve-se ao efeito da corrente, atrav´es dos termos de
manobra tratando-se o problema do movimento relativo casco fluido. a o modelo
de Strand e Fossen [48] incorpora modelos para se considerar os efeitos das oes
ambientais. Nesse modelo ser˜ao feitas algumas modifica¸oes e a partir de enao, o
chamaremos de Strand - Fossen modificado.
26
2.3.2 Modelo Grovlen-Fossen
O modelo proposto por Grovlen e Fossen [30] utiliza um observador passivo ao-
linear e foi desenvolvido para o caso de um navio ancorado. A ´unica for¸ca ambiental
atuante que pode ser incorporada pelo modelo usado como base ´e a for¸ca de cor-
rente, que aparece atrav´es da velocidade relativa casco corrente. Assim, utilizando
o modelo expresso pelas equa¸oes de movimento (2.35) e (2.36), Grovlen e Fossen
propuseram usar o seguinte observador:
˙
ˆη = R(ψ)
ˆ
ν + K
1
˜
η (2.37)
˙
ˆν = A
1
ˆ
η A
2
ˆ
ν + τ + K
2
˜
η (2.38)
onde: A
1
= M
1
G, A
2
= M
1
D, K
1
e K
2
ao matrizes de ganhos,
ˆ
η ´e o valor
estimado do vetor posi¸ao e aproamento,
˜
η = η
d
ˆ
η ´e o vetor erro da posi¸ao e
do aproamento, η
d
´e o valor desejado do vetor posi¸ao e aproamento e
ˆ
ν ´e o valor
estimado do vetor velocidades,
As equa¸oes da dinˆamica do erro ao dadas por:
˙
˜η = R(ψ)
˜
ν K
1
˜
η (2.39)
e
˙
˜ν = A
1
˜
η A
2
˜
ν K
2
˜
η (2.40)
onde:
˜
ν = ν
d
ˆ
ν ´e o vetor do erro da velocidade e η
d
´e o valor desejado do vetor
velocidade.
Seguindo Grovlen e Fossen [30], vamos mostrar como devem ser estimados os
ganhos garantindo-se que o observador ´e passivo e globalmente est´avel.
As matrizes K
1
e K
2
devem ser escolhidos de forma que o observador seja passivo
e globalmente est´avel. Isto ´e obtido definindo uma fun¸ao candidata de Lyapunov:
V
obs
(
˜
η,
˜
ν) =
1
2
(
˜
η
T
P
1
˜
η +
˜
ν
T
P
2
˜
ν) (2.41)
27
onde,P
1
= P
T
1
e P
2
= P
T
2
ao matrizes positiva definida. Consequentemente:
˙
V
obs
=
˙
˜η
T
P
1
˜
η +
1
2
(
˜
ν
T
P
2
˙
˜ν +
˙
˜ν
T
P
2
˜
ν) (2.42)
˙
V
obs
= (R(ψ)
˜
ν K
1
˜
η)
T
P
1
˜
η
+
1
2
˜
ν
T
P
2
(A
1
˜
η A
2
˜
ν K
2
˜
η)
+
1
2
(A
1
˜
η A
2
˜
ν K
2
˜
η)
T
P
2
˜
ν (2.43)
˙
V
obs
=
˜
ν
T
(R
T
(ψ)P
1
P
2
A
1
P
2
K
2
)
˜
η
˜
η
T
K
T
1
P
1
˜
η
1
2
˜
ν
T
(P
2
A
2
+ A
T
2
P
2
)
˜
ν (2.44)
˙
V
obs
pode ser feito negativo definido se:
R
T
(ψ)P
1
P
2
A
1
P
2
K
2
0 (2.45)
K
T
1
P
1
Q
1
(2.46)
1
2
(P
2
A
2
+ A
T
2
P
2
) Q
2
(2.47)
onde, Q
1
= Q
T
1
e Q
2
= Q
T
2
ao matrizes positiva definida. Consequentemente:
˙
V
obs
=
˜
η
T
Q
1
˜
η
˜
ν
T
Q
2
˜
ν < 0,
˜
η = 0,
˜
ν = 0 (2.48)
o que prova que o observador ´e passivo e globalmente est´avel.
Assim de (2.46) tem-se a matriz de ganhos K
1
K
1
= P
1
1
Q
1
(2.49)
e de (2.45) tem-se a matriz de ganhos K
2
K
2
(ψ) = P
1
2
R
T
(ψ)P
1
A
1
(2.50)
28
onde podemos notar que K
2
´e uma fun¸ao expl´ıcita de ψ.
2.3.3 Modelo Strand-Fossen
O modelo proposto por Strand e Fossen [48] tamb´em utiliza um observador passivo
ao-linear. Baseia-se em um modelo que incorpora termos representativos dos mo-
vimentos na frequˆencia das ondas do mar (WF-Wave frequency) e termos de baixa
frequˆencia (LF-Low-frequency) representativo das oes das for¸cas ambientais. A
partir de agora modelo Strand-Fossen modificado ser´a utilizado, neste modelo o
termo (WF-Wave frequency) ao ´e levado em considera¸ao, sendo dado por:
˙
ξ = A
w
ξ + E
w
w
w
(2.51)
η
w
= C
w
ξ (2.52)
˙
η = R(ψ)ν (2.53)
˙
b = T
1
b
b + E
b
w
b
(2.54)
M
˙
ν = Dν R
T
(ψ)Gη + R
T
(ψ)b + τ (2.55)
y = η + η
w
(2.56)
As duas primeiras equa¸oes, (2.51) e (2.52), modelam os movimentos devidos
aos efeitos na faixa de frequˆencias de onda do mar (WF-Wave frequency) onde:
A
w
R
6x6
.
A
w
=
0 I
2
2ΛΩ
, C
w
=
0 I
, E
w
=
0
¯
E
w2
,
29
I R
3×3
´e uma matriz identidade 0 R
3×3
´e uma matriz zero e Λ, e
¯
E
w2
ao
matrizes diagonais com diagonais dadas por:
Λ = diag{ζ
1
, ζ
2
, ζ
3
}, = diag{ω
o1
, ω
o2
, ω
o3
},
¯
E
w2
= diag{
w1
,
w2
,
w3
} (2.57)
η
w
= {x
w
, y
w
, ψ
w
}, ξ R
6
, w
w
R
3
´e um ruido com m´edia zero.
η
(i)
w
(s) =
wi
s
s
2
+ 2ζ
i
ω
oi
s + ω
2
oi
w
(i)
w
, (i = 1, 2, 3) (2.58)
onde o ´ındice i representa a i´esima componente do vetor η
w
e w
w
, ζ
i
´e a raz˜ao
de amortecimento e ω
oi
´e a frequˆencia dominante do movimento do navio induzido
pelas ondas.
A quarta equa¸ao, (2.54) modela as for¸cas e os momentos devidos ao vento, aos
efeitos de segunda ordem de ondas e `as correntes. Onde T
b
R
3×3
´e uma matriz
diagonal das constantes de tempo, w
b
R
3
´e um ruido com edia zero, E
b
R
3×3
´e uma matriz diagonal multiplica o ruido, gerando resultados da ordem das for¸cas
externas e b R
3
.
Baseado no modelo acima apresentado, temos o seguinte modelo de observador:
˙
ˆη = R(ψ)
ˆ
ν + K
2
˜
y (2.59)
M
˙
ˆν = D
ˆ
ν R
T
(ψ)K
ˆ
η + R
T
(ψ)
ˆ
b + τ + R
T
(ψ)K
4
˜
y (2.60)
onde:
˜
y = y
d
ˆ
y ´e o erro estimado e K
2
, K
4
R
3×3
ao matrizes de ganho do
observador.
De forma similar ao que mostramos acima para o observador de Grovlen e Fossen
[30], Strand [48] mostrou que o observado assim definido ´e passivo e globalmente
est´avel.
2.4 Controlador
Nesta se¸ao ser˜ao apresentados os dois modelos do controlador que ser˜ao utilizado
neste trabalho. O primeiro modelo ´e a metodologia de controle n˜ao-linear Backstep-
ping e o segundo modelo ´e o cl´assico PID - ( Proporcional, Integral e Derivativo).
30
2.4.1 Backstepping
Introdu¸ao
Backstepping ´e uma metodologia para projeto de controladores ao-lineares funda-
mentada nas fun¸oes de Lyapunov. A constru¸ao da lei de controle se a em conjunto
com a constru¸ao de uma fun¸ao de controle de Lyapunov, cujas derivadas em cada
passo de integra¸ao deve ser nula ou negativa [1, 34, 24]. Est´a ecnica ´e considerada
estabilizadora e se aplica a sistema ao-lineares e tem garantias de robustez.
O modelo do controlador backstepping utilizado neste trabalho ´e o modelo pro-
posto por Khalil [23]. Vamos inicialmente descrever a ecnica para um sistema
com entrada simples, em seguida aplicamos a um sistema com entradas m´ultiplas e
finalmente mostramos a implementa¸ao para o caso presente.
A metodologia Backstepping
Consideremos um sistema de controle de entrada simples:
˙
η = f (η) + g(η)ξ (2.61)
˙
ξ = u (2.62)
onde η(t) R
n
, ξ(t) R e f ´e uma fun¸ao suave em um dom´ınio D que cont´em
f(0) = 0.
Como o objetivo do integrador ´e estabilizar a origem do sistema assumindo que
f ´e uma fun¸ao conhecida tendo (η, ξ) = (0, 0) tem-se um ´unico ponto de equil´ıbrio.
No projeto do controlador, a aproxima¸ao para o ponto de equil´ıbrio se da na forma
exponencial ou assinotica [50, 51].
´
E poss´ıvel projetar um controlador supondo que a equa¸ao
˙
η = f(η) + g(η)ξ
possa ser estabilizada por uma lei de controle de realimenta¸ao para
˙
η subsistemas,
agindo ξ como entrada. Assim, assumimos que ξ = φ(η), com φ(0) = 0 estabiliza a
31
origem do sistema, ou seja:
˙
η = f (η) + g(η)φ(η) (2.63)
Suponha-se que existe uma fun¸ao de Lyapunov V (η) suave, positivo definida,
provando assintoticamente a estabilidade de ciclo fechado de
˙
η subsistemas. Isto ´e,
assumimos uma fun¸ao V (η) > 0, tal que:
˙
V =
V
η
(f(η) + g(η)φ(η)) < W (η) (2.64)
onde W (η) ´e uma fun¸ao positivo definida e
˙
V ´e uma fun¸ao que define a energia
armazenada no sistema [52, 11, 53].
Dessa maneira as equa¸oes podem ser reescrita como:
˙
η = (f (η) + g(η)φ(η)) + (g(η)(ξ φ(η)) (2.65)
˙
ξ = u (2.66)
Introduzindo uma mudan¸ca de vari´aveis (η, ξ) para (η, z), com z = ξ φ(η),
temos:
˙
η = (f (η) + g(η)φ(η)) + g(η)z (2.67)
˙z = u
˙
φ (2.68)
Escolhendo u = v + φ, temos:
˙
η = (f (η) + g(η)φ(η)) + g(η)z (2.69)
˙z = v (2.70)
Com z = 0, a primeira equa¸ao descreve um sistema de equil´ıbrio assintotica-
mente est´avel em η = 0. A escolha da nova fun¸ao de controle v deve fornecer
32
a realimenta¸ao necess´aria para z, evitando que o sistema seja estabilizado apenas
localmente (ξ = φ). Devemos escolher cuidadosamente v, definindo o argumento
seguindo Lyapunov, tornando poss´ıvel escolher a fun¸ao de controle atrav´es de:
V
a
(η, ξ) = V (η) +
1
2
z
2
(2.71)
Diferenciando V
a
em rela¸ao ao tempo, temos:
˙
V
a
=
V
η
(f(η) + g(η)φ(η)) +
V
η
g(η)z + zv
W (η) +
V
η
g(η)z + zv (2.72)
Por esta raz˜ao, escolhemos:
v =
V
η
g(η) kz (2.73)
˙
V
a
W (η) kz
2
(2.74)
Para qualquer ganho K > 0 o subsistema (η, ξ) ser´a est´avel na origem (0, 0). Os
termos das vari´aveis de estado da lei de controle ao:
u(η, ξ) = v +
˙
φ
=
V
η
g(η) k(ξ φ(η)) +
V
η
(f(η) + g(η)ξ) (2.75)
Consideremos agora o sistema com m´ultiplas entradas:
˙
η = f (η) + R(η)ν (2.76)
˙
ν = f
a
(η, ν) + G
a
(η, ν)u (2.77)
onde η(t) R
n
, ν(t) R
m
τ (t) R
m
, e com isto, no sistema
˙
ν, o n´umero de
entradas em τ ´e igual ao n´umero de componentes de ν.
33
Assumimos que f e f
a
ao fun¸oes que se anulam na origem, isto ´e f(0) = 0 e
f
a
(0) = 0 e G
a
ao ´e singular no dom´ınio de defini¸ao do problema.
Supomos que φ | ν = φ(η) estabiliza assintoticamente o sistema (2.76) em
torno da origem. Supomos que V (η) ´e uma fun¸ao de Lyapunov, positiva definida
˙
V W (η) (2.78)
onde W (η) ´e uma fun¸ao positiva definida
Assumimos que ν = φ(η), com φ(0) = 0 estabiliza a origem do sistema
˙
η, ou
seja:
˙
η = f (η) + R(η)φ(η) (2.79)
Escolhemos uma candidata a fun¸ao de Lyapunov
V
a
(η, ν) = V (η) +
1
2
[ν φ(η)] [ν φ(η)] (2.80)
em que
V (η) =
1
2
x
L
2
+
y
L
2
+ (ψ)
2
e com ela teremos:
˙
V
a
=
V
η
[f(η) + R(η)ν] + [ν φ(η)]
˙
ν
φ
η
˙
η
ou
˙
V
a
=
V
η
[f(η) + R(η)φ(η)] +
V
η
R(η) [ν φ(η)]
+ [ν φ(η)]
f
a
(η, ν) + G
a
(η, ν)τ
φ
η
[f(η) + R(η)ν]
(2.81)
Observando esta express˜ao podemos dizer que a escolha de τ na forma:
τ = G
1
a
(η, ν)
f
a
(η, ν) +
φ
η
[f(η) + R(η)ν] (
V
η
R(η))
T
K[ν φ(η)]
34
= G
1
a
(η, ν)
f
a
(η, ν) +
˙
φ (
V
η
G(η))
T
K[ν φ(η)]
(2.82)
com K > 0 resulta em:
˙
V
a
W (η) [ν φ(η)]K(ν φ(η) (2.83)
que garante que o sistema (2.76) e (2.77) ´e est´avel em torno da origem (η, ν) = (0, 0).
Implementa¸ao da Metodologia
Para a implementa¸ao da metodologia comparemos as equa¸oes (2.76) e (2.77)
˙
ˆη = f(
ˆ
η) + R(
ˆ
η)
ˆ
ν
˙
ˆν = f
a
(
ˆ
η,
ˆ
ν) + G
a
(
ˆ
η,
ˆ
ν)τ
com as equa¸oes (2.29) e (2.30)
˙
ˆη = R(
ˆ
ψ)
ˆ
ν
˙
ˆν = M
1
[C(
ˆ
ν) D(
ˆ
ν) R
T
(
ˆ
ψ)G(
ˆ
η) + F
Amb
] + M
1
τ
Para que sejam equivalentes fazemos:
f
a
(
ˆ
η,
ˆ
ν) = M
1
[C(
ˆ
ν) D(
ˆ
ν) R
T
(
ˆ
ψ)G(
ˆ
η) + F
Amb
]
G
a
(
ˆ
η,
ˆ
ν) = M
1
e
f(
ˆ
η) = 0
35
e enao aplicamos a express˜ao (2.82)
τ = G
1
a
(
ˆ
η,
ˆ
ν)
f
a
(
ˆ
η,
ˆ
ν) +
˙
φ [
V
ˆ
η
R(
ˆ
ψ)]
T
K
1
[
ˆ
ν ν
d
φ(
ˆ
η)]
A fun¸ao de Lyapunov V ´e dada por:
V (
ˆ
η) =
1
2
ˆx x
d
L
2
+
ˆy y
d
L
2
+
ˆ
ψ ψ
d
2
cujo gradiente ´e:
V
ˆ
η
=
(ˆx x
d
)/L
2
(ˆy y
d
)/L
2
(
ˆ
ψ ψ
d
)
(2.84)
onde: x
d
, y
d
e ψ
d
ao os set-points desejados.
Assim temos a seguinte express˜ao para as for¸cas de controle:
τ = C(
ˆ
ν)+D(
ˆ
ν)+R
T
(
ˆ
ψ)G(
ˆ
η)+F
Amb
+M
˙
φ [
V
ˆ
η
R(
ˆ
ψ)]
T
K
1
[
ˆ
ν ν
d
φ(
ˆ
η)]
Como
φ = R
T
(
ˆ
ψ)
k
x
δx
k
y
δy
k
ψ
δψ
= R
T
(
ˆ
ψ)K
2
{
ˆ
η η
d
} (2.85)
enao
˙
φ =
d
dt
R
T
(
ˆ
ψ)
k
x
δx
k
y
δy
k
ψ
δψ
R
T
(
ˆ
ψ)
d
dt
k
x
δx
k
y
δy
k
ψ
δψ
(2.86)
Derivando R
T
(
ˆ
ψ) e {k
x
δx, k
y
δy, k
ψ
δψ}
T
obtemos:
d
dt
R
T
(
ˆ
ψ) = R
T
(
ˆ
ψ)
0
˙
ˆ
ψ 0
˙
ˆ
ψ 0 0
0 0 0
(2.87)
36
d
dt
k
x
δx
k
y
δy
k
ψ
δψ
=
k
x
δ ˙x
k
y
δ ˙y
k
ψ
δ
˙
ψ
=
k
x
0 0
0 k
y
0
0 0 k
ψ
R(
ˆ
ψ)
ˆu
ˆv
ˆr
(2.88)
Assim, expressando φ e
˙
φ em forma compacta temos:
φ = R
T
(
ˆ
ψ) K
2
{
ˆ
η η
d
} (2.89)
˙
φ = R
T
(
ˆ
ψ)
˙
Ψ K
2
{
ˆ
η η
d
} R
T
(
ˆ
ψ) K
2
R(
ˆ
ψ) {
ˆ
ν ν
d
} (2.90)
onde:
˙
Ψ =
0
˙
ˆ
ψ 0
˙
ˆ
ψ 0 0
0 0 0
(2.91)
Assim sendo, chegamos a express˜ao das for¸cas e do momento que tˆem que ser
gerados pelos atuadores para controlar o navio:
τ = C(
ˆ
ν) + D(
ˆ
ν) + R
T
(
ˆ
ψ)G(
ˆ
η) + F
Amb
M
R
T
(
ˆ
ψ)
˙
Ψ K
2
{
ˆ
η η
d
} + R
T
(
ˆ
ψ) K
2
R(
ˆ
ψ) {
ˆ
ν ν
d
}
M
[(ˆx x
d
)/L
2
, (ˆy y
d
)/L
2
, (
ˆ
ψ ψ
d
)]R(
ˆ
ψ)
T
M {K
1
{
ˆ
ν ν
d
}} M
R
T
(
ˆ
ψ)K
2
{
ˆ
η η
d
}
(2.92)
Nesta express˜ao aparecem quatro termos que em que ser aproximados, uma vez
que os desconhecemos: C(
ˆ
ν), D(
ˆ
ν), G(
ˆ
η) e F
Amb
. At´e mesmo a matriz de in´ercia
M tem contribui¸oes desconhecidas. Temos que criar dispositivos para prever ou
modelos para estimar aproximadamente essas quantidades.
37
No presente trabalho, vamos aproximar a matriz de in´ercia e o termo inercial
C(
ˆ
ν). Nos casos em que utilizarmos ancoragem vamos utilizar o mesmo modelo
utilizado para a simula¸ao, pensando que pode-se atraes de medi¸ao das tens˜oes
nas linhas estimar as for¸cas da ancoragem e realimentar o sistema com elas. Os
problemas mais cr´ıticos est˜ao nas for¸cas ambientais F
Amb
e na for¸ca reativa `as ve-
locidades do corpo D(
ˆ
ν). Tentando compensar essas for¸cas vamos introduzir um
termo de controle integral no algoritmo de forma emp´ırica e observar seu efeito. A
forma deste termo pode ser vista na formula¸ao PID.
2.4.2 PID
Introdu¸ao
O controlador PID ou controlador proporcional integral e derivativo ´e largamente
utilizado em sistemas pr´aticos. Apesar deste controlador j´a ser conhecido no per´ıodo
entre as duas guerras mundiais, ele continua sendo uma ferramenta fundamental,
devido, principalmente, `a sua simplicidade, sendo a forma de controle industrial
mais utilizado nos dias de hoje.
O controlador PID combina as oes de controle proporcional, integral e de-
rivativa. O conceito do controlador PID pode ser generalizado para um sistema
mecˆanico ao-linear explorando a cinem´atica das equa¸oes de movimento do navio
[1].
A lei de controle da metodologia PID ´e dada por:
τ = R
T
(ψ)τ
P ID
(2.93)
τ
P ID
(t) = K
p
˜
η + K
d
˙
˜η + K
i
t
t
0
˜
η(w) dw (2.94)
onde,
˜
η =
ˆ
η η
d
. K
p
, K
d
e K
i
ao matrizes de ganhos proporcional, derivativo e
integral.
38
2.5 Alocador de For¸cas
2.5.1 Introdu¸ao
O sistema de aloca¸ao de for¸cas ´e um algoritmo respons´avel pela distribui¸ao das
for¸cas e ˆangulo azimutal em cada um dos propulsores resultando nas for¸cas em surge
e sway e no momento de yaw calculados pelo controlador, de forma a minimizar o
consumo de potˆencia, otimizar o consumo de combust´ıvel, evitando a satura¸ao dos
propulsores e compensando as for¸cas em caso de falha de algum propulsor.
2.5.2 Formula¸ao geral do problema de Aloca¸ao de For¸cas
Este algoritmo consiste no alculo da for¸ca e dos ˆangulos dos propulsores azimutais
em cada um dos propulsores de forma que a for¸ca e momento resultantes sejam
iguais aos computados pelo controlador e forne¸cam uma distribui¸ao otimizada.
Pode-se escrever a for¸ca total τ a ser fornecida pelos atuadores a partir das for¸cas
em cada atuador da seguinte forma:
τ = BU (2.95)
onde, B ´e uma matriz definida pela configura¸ao dos atuadores instalados e U ´e o
vetor das for¸cas que ser˜ao exigidas de cada um dos atuadores.
No presente caso em estudo nos ativemos `a configura¸ao dos navios Cartola e
Ataulfo Alves da TRANSPETRO, que contam com um propulsor principal dois
propulsores em t´unel e um azimutal a vante. Consideremos que a for¸ca total τ seja
dada por:
τ =
τ
u
τ
v
τ
N
(2.96)
O comando da for¸ca τ
u
ser´a exercido pelo propulsor principal e pelo azimutal.
Os comandos da for¸ca τ
v
e do momento τ
N
ser˜ao exercido pelo stern thuster, bow
39
thuster e o propulsor azimutal. Sendo assim:
τ
u
= τ
principal
+ τ
x,azimutal
(2.97)
τ
v
= τ
stern
+ τ
bow
+ τ
y,azimutal
(2.98)
τ
N
= τ
stern
× l
stern
+ τ
bow
× l
bow
+ τ
y,azimutal
× l
azimutal
(2.99)
Define-se a matriz B pela configura¸ao dos atuadores segundo as express˜oes
(2.97), (2.98) e (2.99) acima:
B =
1 1 0 0 0
0 0 1 1 1
0 0 x
stern
x
bow
x
azimutal
(2.100)
A determina¸ao do vetor U ´e dada pela solu¸ao do sistema acima que ´e inde-
terminada, admitindo infinitas solu¸oes. Na literatura o seguinte procedimento ´e
amplamente utilizado.
A solu¸ao do problema ´e dada por:
U = B
+
τ (2.101)
A matriz B
+
, pseudo-inversa da matriz B, ´e dada por:
B
+
= B
T
(BB
T
)
1
(2.102)
Este procedimento ´e conhecido como solu¸ao de Moore-Penrose, conforme mos-
trado por Fossen [56].
2.5.3 Satura¸ao
Quando um ou mais propulsores saturam, atingindo sua potˆencia m´axima, o m´etodo
de aloca¸ao de for¸cas descrito acima torna-se incerto. Observa-se na literatura que
40
o tratamento do problema de aloca¸ao ´e extremamente complexo. ao utilizadas
t´ecnicas como a de Programa¸ao Quadr´atica Sequencial (SQP). Esta ecnica divide o
problema geral em subproblemas de programa¸ao quadr´aticas com v´ınculos lineares
obtidos por lineariza¸ao, tornando a t´ecnica computacionalmente custosa [33].
Alternativamente, Tannuri [33] mostra uma forma muito menos custosa compu-
tacionalmente, onde caso algum propulsor sature aloca-se neste o valor de sua ca-
pacidade axima . Este valor a alocado ´e descontado do comando do controlador
o que procede-se enao uma nova aloca¸ao, desconsiderando a parcela a fornecida
pelo propulsor saturado. Este processo iterativo ´e interrompido quando nenhum dos
propulsores restante satura ou caso isto ao ocorra, at´e que todos os propulsores es-
tejam saturados.
Caso o comando de for¸ca seja maior que a capacidade dos propulsores, o processo
descrito acima nem sempre ir´a convergir. Neste caso, os propulsores atuar˜ao em sua
capacidade axima visando o mais pr´oximo poss´ıvel o comando do controlador.
41
Cap´ıtulo 3
Estudo de Casos
Neste capitulo, inclui todos os modelos discutidos no cap´ıtulo (2). Ser˜ao apresenta-
dos os resultados obtidos tendo como exemplo os modelos estudado.
3.1 Introdu¸c˜ao
Nesta se¸ao, os modelos matem´aticos discutidos anteriormente ser˜ao aplicados a
um simulador de manobras no intuito de verificar o comportamento de um navio
equipado por um sistema de posicionamento dinˆamico e as metodologias de controle
aplicadas em associa¸ao com observadores passivos n˜ao-lineares. Deseja-se que essas
combina¸oes possuam boas caracter´ısticas de estabilidade.
Para apresentar as vantagens do emprego dos controladores ( backstepping e PID)
e dos observadores (Grovlen-Fossen e Strand-Fossen modificado ), ser˜ao utilizados
resultados de um simulador de manobra, onde s˜ao apresentados seis fases de ensaios
e nessas fases ser˜ao fornecido os deslocamento nas dire¸oes transversais e longitudi-
nais e o ˆangulo de aproamento. Em todos esses ensaios foram utilizados 5000 passos,
com intervalo de tempo de 0.5 segundos para cada passo. Em alguns casos a posi¸ao
do navio foi perturbada por um ru´ıdo branco originado por um equipamento DGPS.
Na primeira fase, temos a verifica¸ao dos modelos de manobras, vento, onda, cor-
rente e ancoragem, sem a utiliza¸ao dos modelos do observador e controlador. Na
segunda fase, temos a verifica¸ao dos modelos do observador sem o controlador.
42
Na terceira fase, temos a verifica¸ao dos modelos do observador e controlador. Na
quarta fase, temos a distribui¸ao das for¸cas e do ˆangulo do sistema de propuls˜ao.
Na quinta fase, temos a verifica¸ao dos modelos do observador e controlador quando
existe a satura¸ao dos propulsores e na sexta e ´ultima fase, exploramos mudan¸cas
de comportamento, visando testar o sistema de posicionamento dinˆamico.
Em todas as simula¸oes realizadas o navio est´a inicialmente parado e com um
determinado aproamento, onde deseja-se que o mesmo se movimente a uma distˆancia
longitudinal e transversal em rela¸ao ao sistema global OXYZ e permane¸ca nesta
posi¸ao final para demonstrar a estabilidade do sistema.
3.2 Caracter´ısticas do Navio
O navio aliviador utilizado foi o Suezmax, navio petroleiro para transporte de ´oleo
cru ou de produtos, com posicionamento dinˆamico e sistema de carregamento na proa
para al´ıvio de plataformas. Suas dimens˜oes permitem sua passagem pelo Canal de
Suez. Para integra¸ao no tempo, o simulador utiliza o etodo de Runge-Kutta de
quarta ordem, sendo que em cada passo, todas as for¸cas e momentos s˜ao calculados
como fun¸oes de posi¸ao e velocidade.
O navio empregado no estudo apresentado neste cap´ıtulo possui as caracter´ısticas
principais, mostradas nas tabelas (3.1) e (3.2).
Tabela 3.1: Caracter´ısticas principais do navio.
Comprimento 263 m
Boca 46 m
Calado 15.50
Coeficiente de bloco 0.80
Por sua vez, as condi¸oes ambientais utilizadas ao mostradas na tabela (3.3):
43
Tabela 3.2: Caracter´ısticas propulsiva do navio.
bow thruster 1400 KW
ster thruster 1800 KW
azimutal 2200 KW
Tabela 3.3: Condi¸oes ambientais.
Velocidade de correnteza 1 m/s
Dire¸ao da correnteza 30
Altura significativa da onda (H
s
) 2 m
Per´ıodo de pico (T
p
) 10 s
Dire¸ao da onda 90
Velocidade do vento 20 m/s
Dire¸ao do vento 45
3.2.1 Fase 1
Esta fase ´e destinada `a verifica¸ao dos modelos matem´aticos de manobra, vento e
onda, considerando-se, ou ao, efeitos relacionados `a correnteza e ancoragem, sem
a presen¸ca do observador e controlador. Para tanto, foram avaliados trˆes casos com
as seguintes condi¸oes iniciais:
Tabela 3.4: Condi¸oes iniciais para os casos simulados.
Casos/Condi¸oes iniciais x y ψ
1 10m 5m 45 graus
2 10m 5m 45 graus
3 0m 0m 0 graus
Caso 1
Aqui, al´em do espectro de Pierson-Moskowitz , todas as condi¸oes ambientais foram
consideradas, ru´ıdo e o sistema de ancoragem. As figuras (3.1),(3.2) apresentam os
deslocamentos nas dire¸oes x e y, e a figura (3.3) representa o aproamento (ψ) do
44
navio ao longo do tempo.
Figura 3.1: Resposta do navio em surge - caso 1.
Figura 3.2: Resposta do navio em sway - caso 1.
45
Figura 3.3: Resposta do navio em yaw - caso 1.
Observa-se que, apesar de sofrer pertuba¸oes relacionadas `as condi¸oes ambien-
tais, o navio apresenta pequena oscila¸ao em torno do ponto (0, 0) devido `a presen¸ca
do sistema de ancoragem.
Caso 2
Este caso ´e similar ao caso 1, exceto pela ausˆencia do sistema de ancoragem. As
figuras (3.4),(3.5) e (3.6) representam as posi¸oes (x, y) e o aproamento (ψ) do navio.
Figura 3.4: Resposta do navio em surge- caso 2.
46
Figura 3.5: Resposta do navio em sway- caso 2.
Figura 3.6: Resposta do navio em yaw- caso 2.
Diferente do caso 1, tem-se aqui uma estrutura livre, sem ancoragem, uma vez
que sofre a ao das condi¸oes ambientais, seu deslocamento aumenta continuamente
no tempo. Este comportamento pode ser observado nas figuras (3.4),(3.5) e (3.6).
47
Caso 3
Neste caso apenas a corrente ´e considerada. As figuras (3.7),(3.8) e (3.9) representam
as posi¸oes e o aproamento do navio.
Figura 3.7: Resposta do navio em surge- caso 3.
Tempo (s)
Deslocamento (m)
0 500 1000 1500 2000 2500
-5000
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
Direção Transversal
Figura 3.8: Resposta do navio em sway- caso 3.
48
Figura 3.9: Resposta do navio em yaw- caso 3.
Neste caso podemos observar que nas figuras (3.7) e (3.8), o navio come¸ca em
zero e desloca-se com o tempo. A corrente arrasta o navio, deixando `a deriva. Na
figura (3.9), devido `a corrente o navio ao vai rodar.
49
3.2.2 Fase 2
Aqui temos dois casos simulados, onde o objetivo ´e fazer a an´alise da efic´acia do
observador sem a presen¸ca do controlador. Em todos os casos foram considerados
as condi¸oes ambientais tirando o efeito de onda de primeira ordem, espectro de
Pierson-Moskowitz, sistema de ancoragem e ruido. As diferen¸cas est˜ao nos modelos
utilizados. Os dois casos foram simulados com as mesmas condi¸oes iniciais ( x=10m,
y=10m e psi=30 graus ).
Figura 3.10: Fase 2 - Deslocamento em surge- observador de Grovlen e Fossen.
50
Figura 3.11: Fase 2 - Deslocamento em sway - observador de Grovlen e Fossen.
Figura 3.12: Fase 2 - Deslocamento em yaw - observador de Grovlen e Fossen.
51
Figura 3.13: Fase 2 - Deslocamento em surge - observador de Strand e Fossen.
Figura 3.14: Fase 2 - Deslocamento em sway - observador de Strand e Fossen.
52
Figura 3.15: Fase 2 - Deslocamento em yaw- observador de Strand e Fossen.
Em ambos os casos simulados o modelo utilizado est´a baseado nas equa¸oes
de movimento linearizadas. Nas figuras (3.10),(3.11) e (3.12) temos o filtro que foi
realizado pelo observador proposto por Grovlen e Fossen e nas figuras (3.13),(3.14) e
(3.15), temos o filtro que foi realizado pelo observador proposto por Strand e Fossen
modificado, conforme mostrado no cap´ıtulo 2.
Nos gr´aficos mostrados, temos a simula¸ao que representa o mundo real e o
observador que tenta imitar o mais pr´oximo poss´ıvel da realidade. O que podemos
observar, ´e que tanto para o modelo proposto por Grovlen e Fossen quanto para
o modelo proposto por Strand e Fossen modificado, as perturba¸oes est˜ao sendo
filtradas a contento. Em ambos os casos, temos uma boa resposta do observador,
apesar dos deslocamentos em surge e sway apresentarem poucas oscila¸oes, diferente
do deslocamento em yaw, onde apresentam grandes oscila¸oes.
53
3.2.3 Fase 3
Aqui ´e feita a an´alise de desempenho das leis de controle com observadores, consi-
derando a ancoragem, tendo como referˆencia um valor desejado de posi¸ao em um
determinado instante de tempo. A combina¸ao dos casos ´e mostrado na tabela (3.5).
Em todos os casos, teremos as mesmas condi¸oes iniciais ( x=20m, y=20m e psi=45
graus ) e set-points desejados ( x=40m, y=40m e psi=0 graus ).
Tabela 3.5: Casos simulados.
Casos Controlador Observador
1 Backstepping Grovlen e Fossen
Backstepping Strand e Fossen
2 PID Grovlen e Fossen
PID Strand e Fossen
Caso 1
Nas figuras (3.16),(3.18) e (3.20), temos os deslocamentos do navio e nas figuras
(3.17),(3.19) e (3.21), temos um trecho desses deslocamentos.
Figura 3.16: Fase 3 - caso 1: deslocamento em surge, utilizando o controlador
backstepping e o observador de Grovlen-Fossen.
54
Figura 3.17: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.16).
Figura 3.18: Fase 3 - caso 1: deslocamento em sway, utilizando o controlador
backstepping e o observador de Grovlen-Fossen.
55
Figura 3.19: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.18).
Figura 3.20: Fase 3 - caso 1: deslocamento em yaw, utilizando o controlador backs-
tepping e o observador de Grovlen-Fossen.
56
Figura 3.21: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.20).
Continuando o caso 1 com a lei de controle backstepping e a mudan¸ca do modelo
observador, como mostram as figuras (3.22),(3.24) e (3.26) com os deslocamentos e
as figuras (3.23),(3.25) e (3.27) com um trecho desses deslocamentos.
Figura 3.22: Fase 3 - caso 1: deslocamento em surge, utilizando o controlador
backstepping e o observador de Strand-Fossen.
57
Figura 3.23: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.22).
Figura 3.24: Fase 3 - caso 1: deslocamento em sway, utilizando o controlador
backstepping e o observador de Strand-Fossen.
58
Figura 3.25: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.24).
Figura 3.26: Fase 3 - caso 1: deslocamento em yaw, utilizando o controlador backs-
tepping e o observador de Strand-Fossen.
59
Figura 3.27: Fase 3 - caso 1: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.26).
Caso 2
Da mesma forma como aconteceu no caso 1, as figuras (3.28),(3.30) e (3.32), mostram
os deslocamentos do navio e nas figuras (3.29),(3.31) e (3.33), mostram um trecho
desses deslocamentos.
Figura 3.28: Fase 3 - caso 2: deslocamento em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
60
Figura 3.29: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.28).
Figura 3.30: Fase 3 - caso 2: deslocamento em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
61
Figura 3.31: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.30).
Figura 3.32: Fase 3 - caso 2: deslocamento em yaw, utilizando o controlador PID e
o observador de Grovlen-Fossen.
62
Figura 3.33: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.32).
Continuando o caso 2 com a lei de controle PID e a mudan¸ca do modelo obser-
vador, como mostram as figuras (3.34),(3.36) e (3.38) com os deslocamentos e as
figuras (3.35),(3.37) e (3.39) com um trecho desses deslocamentos.
Figura 3.34: Fase 3 - caso 2: deslocamento em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Strand-Fossen.
63
Figura 3.35: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em surge, da figura (3.34).
Figura 3.36: Fase 3 - caso 2: deslocamento em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Strand-Fossen.
64
Figura 3.37: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em sway, da figura (3.24).
Figura 3.38: Fase 3 - caso 2: deslocamento em yaw, utilizando o controlador PID e
o observador de Strand-Fossen.
65
Figura 3.39: Fase 3 - caso 2: trecho do deslocamento em yaw, da figura (3.38).
Para o caso 1, onde usamos a lei de controle backstepping, tivemos dois exemplos,
o primeiro usando o observador proposto por Grovlen-Fossen e o segundo usando
o observador Strand-Fossen modificado. Nos dois exemplos mostrado no caso 1, os
modelos mostraram-se eficazes, indo para o ponto desejado, mesmo apresentando
um pouco de dificuldade devido `as oscila¸oes ocorridas. No caso 2, usamos a lei de
controle PID, da mesma forma como foi mostrado no caso 1, tivemos dois exemplos
usando os modelos dos observadores. Aqui os modelos tamem mostraram-se efi-
cazes, apesar de apresentar um pouco de dificuldade nos deslocamentos em surge e
sway. Em alguns casos podem acontecer comportamento estranhos como aconteceu
na figura (3.32), onde deslocamento em yaw ficou variando de um lado para o outro,
porem o navio ao perdeu o aproamento. Os exemplos do caso 2, onde utiliza-se
o controlador PID , apresentaram maiores oscila¸oes, variando muito em torno do
set-point. Isso pode ter ocorrido devido `a dificuldade de ajustes dos ganhos do con-
trolador. Apesar das perturba¸oes apresentadas, o observador se mostrou confi´avel,
o navio apresentou um bom comportamento e todos os set-points ( x=40m, y=40m
e psi=0 graus ) foram atingidos.
66
3.2.4 Fase 4
Nessa fase ser´a apresentado um ´unico caso com os resultados das for¸cas e momento
resultantes durante a opera¸ao. For¸ca que ser˜ao distribu´ıdas no sistema nas dire¸oes
surge e sway entre os propulsores conforme apresentado no sistema de aloca¸ao de
for¸cas descrito no cap´ıtulo (2).
Figura 3.40: For¸ca em surge .
Figura 3.41: For¸ca em sway .
67
Figura 3.42: Momento em yaw .
Nas figuras (3.40),(3.41) e (3.42), temos as for¸cas e o momento do propulsores.
Podemos observar neste caso que a for¸ca nas duas dire¸oes e o momento dos pro-
pulsores variam bruscamente de um lado para o outro. Esse comportamento ´e uma
limita¸ao do modelo apresentado, uma vez que o mesmo ao possui um termo de
acomoda¸ao com as for¸cas exercidas pelo motor. Devido a isso, as for¸cas podem
saltar de um lado para o outro, o que em situa¸oes reais ao acontece. No mundo
real, essas curvas ficam mais suavizadas e o navio demora mais para reagir. Vale
salientar que essa quest˜ao ser´a resolvida em implementa¸oes futuras.
68
3.2.5 Fase 5
Nessa fase, tamb´em ´e verificado o mesmo desempenho dos modelos do controlador
e observador para uma estrutura flutuando livremente, considerando que exista a
satura¸ao dos propulsores.
Caso 1
Aqui, teremos dois exemplos, onde ser˜ao analisados o desempenho da lei de controle
backstepping e do observador Grovlen-Fossen. As figuras (3.43),(3.44) e (3.45) apre-
sentam o desempenho dos modelos com a satura¸ao dos propulsores, com o azimutal
priorizando a for¸ca lateral. Condi¸oes iniciais ( x=5m, y=5m e psi=45 graus ) e
set-points desejados (x=20m, y=20m e psi=0 graus ).
Figura 3.43: Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em surge, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o observador de
Grovlen-Fossen.
69
Figura 3.44: Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em sway, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o observador de
Grovlen-Fossen.
Figura 3.45: Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o observador de
Grovlen-Fossen.
70
Nas figuras (3.46),(3.47) e (3.48), tamb´em apresentamos o desempenho dos mo-
delos, com o azimutal priorizando a for¸ca longitudinal. Condi¸oes iniciais ( x=10m,
y=5m e psi=180 graus ) e set-points desejados (x=10m, y=10m e psi=30 graus ).
Figura 3.46: Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em surge, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o observador de
Grovlen-Fossen.
Figura 3.47: Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em sway, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o observador de
Grovlen-Fossen.
71
Figura 3.48: Fase 5 - caso 1: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador backstepping e o observador de
Grovlen-Fossen.
72
Caso 2
No caso 2, teremos uma pequena mudan¸ca na lei de controle. Aqui ser´a analisado o
desempenho do controlador PID com o observador Grovlen-Fossen. Apresentamos
as figuras (3.49),(3.50) e (3.51), onde nos mostram o desempenho da lei de controle
PID, com a satura¸ao dos propulsores, com o azimutal priorizando a for¸ca lateral.
Condi¸oes iniciais ( x=0m, y=0m e psi=180 graus ) e set-points desejados (x=20m,
y=20m e psi=45 graus ).
Figura 3.49: Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em surge, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador PID e o observador de Grovlen-
Fossen.
73
Figura 3.50: Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em sway, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador PID e o observador de Grovlen-
Fossen.
Figura 3.51: Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Utilizando o controlador PID e o observador de Grovlen-
Fossen.
74
As figuras (3.52),(3.53) e (3.54) tamb´em nos mostram o desempenho do PID,
com a satura¸ao dos propulsores, com o azimutal priorizando a for¸ca longitudinal.
Condi¸oes iniciais( x=0m, y=0m e psi=45 graus ) e set-points desejados (x=25m,
y=25m e psi=0 graus).
Figura 3.52: Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em surge, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Controlador PID e o observador de Grovlen-Fossen.
Figura 3.53: Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em sway, considerando a
satura¸ao dos propulsores. Controlador PID e o observador de Grovlen-Fossen.
75
Figura 3.54: Fase 5 - caso 2: deslocamento do navio em yaw, considerando a sa-
tura¸ao dos propulsores. Controlador PID e o observador de Grovlen-Fossen.
Nos casos 1 e 2, temos a resposta do navio considerando a satura¸ao dos pro-
pulsores. Utilizando o controlador backstepping no caso 1, as metas estabelecidas
foram atingidas, por´em, no segundo exemplo, quando se prioriza a for¸ca lateral, a
a ocorrˆencia de oscila¸oes em torno do ponto (0) na dire¸ao longitudinal e no apro-
amento. a no caso 2, onde foi utilizando o controlador PID no primeiro exemplo,
onde prioriza a for¸ca longitudinal, podemos observar que existem grandes oscila¸oes
dificultando um pouco o deslocamento para o ponto desejado, ao contr´ario do se-
gundo exemplo que apesar de pequenas oscila¸oes, apresentou um comportamento
mais est´avel e o algoritmo convergiu para o ponto desejado.
76
3.2.6 Fase 6
Esta fase ´e destinada a verifica¸ao da combina¸ao do controlador com o observador,
com o objetivo de verificar se os modelos suportam pequenas mudan¸cas, ou s´o funci-
ona para um determinado ponto. Para isto ´e explorado mudan¸cas de comportamento
como:
pequenas mudan¸cas dos set-points ;
mudan¸ca no ponto inicial;
mudan¸cas nos ganhos; e
aumento de cargas ambientais sem mexer nas dire¸oes.
Em todos os casos o controlador utilizado foi o PID e o observador proposto por
Grovlen-Fossen. Todas as condi¸oes ambientais foram consideradas al´em de espectro
de Pierson-Moskowitz, ru´ıdo e sistema de ancoragem
Nas figuras (3.55),(3.56) e (3.57) apresentamos o desempenho dos modelos com
uma pequena mudan¸ca nos set-points . Condi¸oes iniciais ( x=0m, y=0m e psi=0
graus ) e Set-points desejados (x=10m, y=10m e psi=30 graus ).
Figura 3.55: Fase 6: Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
77
Figura 3.56: Fase 6: Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
Figura 3.57: Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
78
Nas figuras (3.58),(3.59) e (3.60) apresentamos os resultados do desempenho dos
modelos com uma mudan¸ca na condi¸ao inicial usada anteriormente. Condi¸oes
iniciais ( x=5m, y=5m e psi=15 graus ) e Set-points desejados (x=10m, y=10m e
psi=30 graus ).
Figura 3.58: Fase 6: Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
Figura 3.59: Fase 6: Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
79
Figura 3.60: Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
Nas figuras (3.61),(3.62) e (3.63), apresentamos os resultados do desempenho dos
modelos quando acontece uma mudan¸ca nos ganhos, conforme mostram as tabelas
(3.6), (3.7), (3.8) e (3.9), referentes aos ganhos utilizado anteriormente e as tabelas
(3.10), (3.11), (3.12) e (3.13) referem-se aos ganhos utilizados no atual exemplo.
Condi¸oes iniciais ( x=5m, y=5m e psi=15 graus ) e set-points desejados (x=10m,
y=10m e psi=30 graus ).
Tabela 3.6: Primeira matriz de ganhos do observador antes.
1 0 0
0 1 0
0 0 1
Tabela 3.7: Segunda matriz de ganhos do observador antes.
1 0 0
0 1 0
0 0 1
80
Tabela 3.8: Terceira matriz de ganhos do observador antes.
1 0 0
0 1 0
0 0 1
Tabela 3.9: Matriz de ganhos do controlador antes.
Ganho proporcional 2000 2000 3000000
Ganho derivativo 40000 40000 300000
Ganho integral 10 10 100000
Tabela 3.10: Primeira matriz de ganhos do observador atual.
1 0 0
0 1 0
0 0 1
Tabela 3.11: Segunda matriz de ganhos do observador atual.
1 0 0
0 1 0
0 0 1
Tabela 3.12: Terceira matriz de ganhos do observador atual.
0.1 0 0
0 0.1 0
0 0 0.1
81
Tabela 3.13: Matriz de ganhos do controlador atual.
Ganho proporcional 1000 1000 2000000
Ganho derivativo 20000 20000 30000
Ganho integral 10 10 100000
Figura 3.61: Fase 6:Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
Figura 3.62: Fase 6:Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
82
Figura 3.63: Fase 6:Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID e
o observador de Grovlen-Fossen.
83
Nas figuras (3.64),(3.65) e (3.66), apresentamos o desempenho dos modelos apre-
sentando um pequeno aumento das cargas ambientais sem mexer nas dire¸oes. A
tabela (3.14) ´e referente `as condi¸oes ambientais utilizadas anteriormente e a tabela
(3.15) ´e referente `as condi¸oes ambientais utilizadas no atual exemplo. Condi¸oes
iniciais ( x=5m, y=5m e psi=15 graus ) e set-points desejados (x=10m, y=10m e
psi=30 graus ).
Tabela 3.14: Condi¸oes ambientais antes.
Velocidade de correnteza 1 m/s
Dire¸ao da correnteza 30
Altura significativa da onda (H
s
) 2 m
Per´ıodo de pico (T
p
) 10 s
Dire¸ao da onda 90
Velocidade do vento 20 m/s
Dire¸ao do vento 45
Tabela 3.15: Condi¸oes ambientais atual.
Velocidade de correnteza 1,4 m/s
Dire¸ao da correnteza 30
Altura significativa da onda (H
s
) 4.8 m
Per´ıodo de pico (T
p
) 11.4 s
Dire¸ao da onda 90
Velocidade do vento 30 m/s
Dire¸ao do vento 45
84
Figura 3.64: Fase 6: Deslocamento do navio em surge, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
Figura 3.65: Fase 6: Deslocamento do navio em sway, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
85
Figura 3.66: Fase 6: Deslocamento do navio em yaw, utilizando o controlador PID
e o observador de Grovlen-Fossen.
O objetivo principal desta fase era analisar se os modelos suportariam peque-
nas mudan¸cas. Primeiro, colocamos todas as condi¸oes iniciais iguais a zero para
assim determinarmos pequenas mudan¸cas nos set-points, o que foi observado ´e que
o navio apresentou um pouco de dificuldade para se deslocar quando os set-points
est˜ao pr´oximos `a origem. Em seguida, mudamos as condi¸oes iniciais e percebemos
que nada foi alterado. A partir da´ı, mudamos os ganhos e percebemos que houve
melhoras nos deslocamentos nas dire¸oes longitudinais e transversais e as oscila¸oes
diminu´ıram. Sendo assim, teve-se um aumento das cargas ambientais sem mexer
nas dire¸oes e nada foi alterado.
86
Cap´ıtulo 4
Conclus˜oes e Trabalhos Futuros
O presente trabalho realizou contribui¸oes em rela¸ao ao desenvolvimento de um
sistema de posicionamento dinˆamico aplicado a navios aliviadores, empregando uma
metodologia de controle robusto ao-linear backstepping e o cl´assico controlador
proporcional integral derivativo (PID), em associa¸ao com observadores passivos
ao-lineares, fazendo uso de modelos matem´aticos de manobra do navio. Os modelos
matem´aticos de manobra e da ao das condi¸oes ambientais foram incorporados
nos seguintes algoritmos:backstepping, PID e observadores para o posicionamento
do navio.
As simula¸oes foram realizadas no intuito de verificar as referidas teorias discu-
tidas no cap´ıtulo 2 e testar o desempenho das propostas dos controladores e dos
observadores. De acordo com os resultados obtidos nas simula¸oes, podemos obser-
var que as metas foram atingidas a contento, tanto para o controlador backstepping
quanto para PID. Por´em, o controlador PID possui uma desvantagem significativa,
que ´e a dificuldade nos ajustes dos ganhos, apesar de se mostrar bastante funcional
e de acil implementa¸ao.
O controlador backstepping apresenta uma s´eries de vantagens. O controlador em
associa¸ao com observador demonstrou possuir a desejada caracter´ıstica de robustez,
ao essencial para aplica¸oes em navios. Devido a possuir uma estrutura ao-linear,
o controlador garante os requisitos de desempenho e estabilidade, mesmo com mu-
dan¸cas no aproamento. Uma grande vantagem verificada deve-se ao fato de realizar
87
a calibragem de apenas trˆes ganhos do observador e uma do controlador. O que
tamb´em constitui uma outra grande vantagem em rela¸ao `a controladores comuns
que requerem exaustivos testes em mar para a calibra¸ao dos diversos parˆametros
do modelo neles contido.
As simula¸oes tamb´em puderam mostrar que tanto no backstepping quanto no
PID, podemos fazer o gerenciamento das for¸cas dos atuadores do navio. Outro ponto
positivo verificado foi em rela¸ao aos observadores, onde se prevˆe a reconstru¸ao dos
movimentos de baixa e alta frequˆencia das ondas, movimento com ruido e medi¸ao
das posi¸oes (x, y) e aproamento (ψ).
Os controladores e observadores utilizados, foram aplicados em um navio alivi-
ador, apesar de possuir limita¸oes em seus dispositivos de controle, os resultados
obtidos em fun¸ao dos casos rodados demonstraram que ambas as ecnicas de con-
trole empregadas garantiram requisitos de desempenho e estabilidade para qualquer
que seja o aproamento da embarca¸ao.
Desta forma, por possuir caracter´ısticas de robustez e por possuir uma estrutura
ao-linear, as leis de controle implementadas mostraram-se eficazes e satisfat´orias,
garantindo, assim, os requisitos de estabilidade e um bom desempenho em condi¸oes
ambientais realistas, no que tange `a realiza¸ao de manobras de aproxima¸ao e ma-
nobra de al´ıvio.
Como trabalhos futuros, sugerem-se o projeto e implementa¸ao de um modelo de
controle por modos deslizantes no simulador de manobras e um modelo mais realista
de resposta dos motores `a for¸ca ordenada ou rota¸ao ordenada.
88
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95
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