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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
REMOÇÃO PELA CHUVA DE DIFERENTES FORMULAÇÕES DE FLUTRIAFOL
APLICADA EM SOJA, COM E SEM A ADIÇÃO DE ÓLEO MINERAL NA CALDA.
MARIA APARECIDA PERES DE OLIVEIRA
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da Unesp - Campus de Botucatu, para
obtenção do título de Doutora em Agronomia
(Energia na Agricultura)
BOTUCATU – SP
Agosto – 2009
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
REMOÇÃO PELA CHUVA DE DIFERENTES FORMULAÇÕES DE FLUTRIAFOL
APLICADA EM SOJA, COM E SEM A ADIÇÃO DE ÓLEO MINERAL NA CALDA.
MARIA APARECIDA PERES DE OLIVEIRA
BIÓLOGA
Orientador: Prof. Dr. Ulisses Rocha Antuniassi
Tese apresentada à Faculdade de Ciências
Agronômicas da Unesp - Campus de Botucatu, para
obtenção do título de Doutora em Agronomia
(Energia na Agricultura)
BOTUCATU – SP
Agosto – 2009
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III
À minha mãe, Sebastiana Peres de Oliveira;
Ao meu pai, Luis Gonzaga de Oliveira...
Um dia acreditaram... e ainda hoje acreditam!
Os amo cada dia mais!
Dedico
Ao meu avô Torquato Gonçalves Sobrinho
(In memorian),
por ter existido em minha vida!
Ofereço!
IV
Agradecimentos
A Deus, minha fonte de energia, sabedoria, força e esperança em todos os meus momentos.
Ao professor Ulisses Rocha Antuniassi, pela orientação, paciência, amizade e dedicação
dispensada durante todo o período de pós-graduação;
Ao professor Edivaldo Domingues Velini, pelas inúmeras contribuições durante o
desenvolvimento metodológico e execução deste trabalho;
Aos professores Marco Antônio Gandolfo, Wellington Pereira de Alencar e Otávio Abi Saab,
pela ajuda constante na fase de pós-graduação, pela compreensão e preciosa contribuição para
finalização deste trabalho;
À Cheminova do Brasil, pela concessão da bolsa de estudos e financiamento do trabalho, nas
pessoas dos Srs. Maurício Van Santen e Robert Noon;
Aos professores Kleber P. Lanças a Paulo Arbex, pelas dicas de grande valor;
Ao professor Dr. Marcelo Ferreira, do LAPAR (Laboratório de Análise do Tamanho de
Partículas), da FCAV/UNESP Jaboticabal e seus orientados, José Rodolfo G. Oliveira e
Rodrigo A. Alandia Román, pela atenção e inúmeras contribuições nas análises com o laser.
Aos amigos da FEPAF, pela atenção, apoio e amizade;
Ao professor Dirceu Máximo pela paciência e direcionamento no preparo do solo;
Aos professores da pós-graduação, pela contribuição profissional;
À Seção de Pós-Graduação da FCA, pela amizade paciência e contribuição profissional;
Aos funcionários da Biblioteca, do Departamento de Engenharia Rural, do Departamento de
Produção Vegetal, pela dedicação e compreensão;
V
Aos amigos José Roberto Marques Silva, Luiz Marcelo Siono, José Guilherme Cordeiro;
Gilberto Winckler, Jonas Felipe Salvador e Donna Sala, pela preciosa colaboração durante a
realização dos experimentos.
Aos amigos diários, que sempre estiveram comigo, meus agradecimentos: Zoraide Costa,
Lilian G. Favare, Anne Caroline A. e Silva, Gabriela F. de Siqueira, Edicarlos S. Queiroz,
Rone Batista de Oliveira, Karoline Santos Gonçalves e a pequena Helena Basso, pela amizade,
cuidado, companheirismo, ensinamentos e incentivo. Aos amigos Efrain Santana, Sérgio
Marques, Alisson A. B. Mota e Rafael de Souza Boiani, pela amizade e companheirismo. Ao
amigo Edson Y. Mitsuya, pela amizade e transmissão de conhecimentos no decorrer dessa
fase.
Aos amigos Aline Grego, Sérgio Santa Rosa e o pequeno Henrrique pelo incentivo,
acolhimento e amizade;
Ao Silva (Antônio Carlos Silva), pela incondicional e preciosa ajuda na concretização de
nossas idéias, uma grande pessoa, meus agradecimentos.
Aos meus companheiros de carona, nas incansáveis viagens para casa, os amigos, Hellen
Gomes e Ângelo Polizel Neto;
Aos amigos Elza A. Souza e Mauro O. Medeiros, pelo ensinamento, incentivo, força e
amizade, por terem acreditado em meu potencial.
A nova amiga, Fernanda Honório e família, pela amizade e acolhimento;
As novas amigas Beatriz Barrueto, Carmem Lucia e Rita de Cássia, pelos agradáveis
momentos que passamos juntas;
VI
Agradecimentos especiais
A todos os meus familiares, obrigada pelo carinho, paciência e incentivo;
Aos meus Pais, Luis G. de Oliveira e Sebastiana P. de Oliveira pela compreensão e dedicação;
Aos meus avos José Cristódio Peres e Maria Bueno de Oliveira, por terem cuidado com tanto
amor das pessoas que me cuidaram;
A Thais M. Pereira, minha pequena, pela presença constante. Mesmo com as ausências,
sempre de braços abertos com um lindo sorriso!
A Lucilene D. Ramalho, Regina de Fátima Peres e Rafaela Monique Pereira, pelo precioso
auxílio na fase final desta etapa e incentivo.
A Diane Helena de Oliveira e Eliane A. de Oliveira Lara, pelo incentivo, força e companhia
presente, mesmo distante.
VII
Agradeço aos amigos,
Aos que se tornaram familiares,
Aos que nasceram familiares,
E aos que conheci antes de ontem
Dedico tanto aos que me deixam louco,
Quanto aos que enlouqueço!!
Aos que me criticam em tudo,
E a um ou outro
que atura Minha “chatura”
Aos amigos que correm,
Aos amigos que contemplam.
Aos que me consideram muito,
E aos muitos que, com razão, fazem pouco.
Aos que conhecem o que penso
E aos que só conhecem o que faço.
Aos que passa o dia todo comigo,
E aos que estão todo o tempo em mim.
Este trabalho é a soma de todos vocês!
E se ele não ficou melhor,
É por falta de memória, de conhecimento, de tempo...
Mas não por falta de amigos.
(Adaptado de Efraim Rodrigues)
VIII
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ..............................................................................................................IX
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................X
RESUMO ..................................................................................................................................14
SUMMARY ..............................................................................................................................16
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................18
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................................20
2.1 Agricultura e desenvolvimento..................................................................................20
2.2 Cultura da soja...........................................................................................................21
2.3 Mercado de agrotóxicos.............................................................................................23
2.4 Tecnologia de aplicação ............................................................................................27
2.5 Qualidade na aplicação..............................................................................................28
2.6 Adjuvantes e efeito de chuva na aplicação................................................................35
3. MATERIAL E MÉTODOS...............................................................................................41
3.1 Local do experimento................................................................................................41
3.2 Preparo dos vasos ......................................................................................................41
3.3 Aplicação das caldas e simulação da chuva ..............................................................45
3.4 Preparo das amostras .................................................................................................53
3.5 Análise do flutriafol...................................................................................................55
3.6 Delineamento experimental.......................................................................................56
3.7 Cálculo da quantidade de ativo removido pela chuva...............................................59
3.8 Análise do tamanho de partículas..............................................................................60
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................63
4.1 Análise do tamanho de partículas..............................................................................63
4.2 Análise da extração do fungicida pela chuva ............................................................66
5. CONCLUSÕES.................................................................................................................77
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................78
IX
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dados de área cultivada, produtividade e produção, safras 2008/2009, conforme
CONAB, 2009. ..........................................................................................................................22
Tabela 2 - Caldas utilizadas como tratamentos de acordo com os códigos dos fungicidas. .....57
Tabela 3 - Descrição dos tratamentos, definidos pela interação entre as caldas, o tempo entre a
aplicação e a lavagem e o tipo de lavagem................................................................................58
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Participação percentual das classes no valor
das vendas de defensivos agrícolas,
Estado de São Paulo, 2006 (Fonte: SINDAG, 2008).------------------------------------------------24
Figura 2 - Participação percentual dos estados no valor das vendas de defensivos agrícolas,
Brasil, 2006 (Fonte: SINDAG, 2008). ----------------------------------------------------------------- 25
Figura 3 - Preparo e condução dos vasos: adubação de semeadura (a), emergência (b),
adubação de cobertura (c), crescimento inicial das plantas (d). ------------------------------------ 43
Figura 4 - Câmara climatizada. Painel de controle (a) e disposição dos vasos no interor da
câmara (b). ------------------------------------------------------------------------------------------------ 44
Figura 5 - Simulador utilizado para aplicação das caldas e das lâminas de chuva. Detalhes do
trilho suspenso (a) que movimenta a estrutura de suporte da barra pulverizadora com os bicos
de pulverização (b) e os bicos de simulação de chuva (c).------------------------------------------ 46
Figura 6 - Detalhes da pressurização, garrafa de depósito da calda e sistema de regulagem de
altura da barra pulverizadora (a) e disposição dos vasos junto ao simulador no momento da
pulverização (b).------------------------------------------------------------------------------------------- 47
Figura 7 - Disposição das pontas XR 11001 (gotas finas), utilizadas para a pulverização (a) e
características de depósito da folha pulverizada (b).------------------------------------------------- 48
Figura 8 - Preparo das plantas:lavagem de zero hora. Corte da planta (a), empacotamento
(b), adição da água destilada (c), agitação para a extração do fungicida (d).---------------------49
XI
Figura 9 - Proteção dos vasos (a) e das bacias (b) com sacos plásticos. ----------------------- 50
Figura 10 - Disposição dos vasos (1 repetição) para a primeira chuva (a), detalhes das
pontas de jato plano defletor (gotas grossas), utilizadas para a simulação da chuva (b) e detalhe
das gotas de chuva sobre as folhas nos vasos (c). ---------------------------------------------------- 51
Figura 11 - Coleta da solução de lavagem resultante da aplicação da chuva.---------------- 52
Figura 12 - Preparo das plantas para matéria seca.----------------------------------------------- 52
Figura 13 - Filtração das amostras em Carbono 18.----------------------------------------------53
Figura 14 - Extração do ingrediente ativo. Resuspensão em C18 (a), filtragem (b).-------- 54
Figura 15 - Bloco de aquecimento. ----------------------------------------------------------------- 54
Figura 16 - Cromatógrafo. Vista frontal (a) e detalhe das amostras (b). ---------------------- 55
Figura 17 - Analisador de diâmetro de partículas por difração de raios Laser Mastersizer
S®, versão 2.15. vista lateral (a) e canhão laser (b).------------------------------------------------- 61
Figura 18 - Detalhe do exaustor tipo coifa (a) e jato de pulverização (b).-------------------- 62
Figura 19 - Caracterização das caldas quanto ao Diâmetro mediano volumétrico (DMV),
expresso em micrometros (µm). Para a comparação dos resultados, os pontos representam os
valores médios e as linhas verticais indicam o Intervalo de Confiança ao nível de 90%. ------ 65
Figura 20 - Percentual do volume aplicado com gotas menores do que 100 µm. Para a
comparação dos resultados, os pontos representam os valores médios e as linhas verticais
indicam o Intervalo de Confiança ao nível de 90%. ------------------------------------------------- 65
Figura 21 - Valor do espectro de gotas (Span) resultante de cada calda pulverizada (tanto
melhor quanto mais próximo da unidade - valor igual a um). Para a comparação dos
resultados, os pontos representam os valores médios e as linhas verticais indicam o Intervalo
de Confiança ao nível de 90%.-------------------------------------------------------------------------- 66
Figura 22 - Quantidade de flutriafol removido das plantas no momento da aplicação
(lavagem imediata após a aplicação). CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de
óleo mineral. --------------------------------------------------------------------------------------------- 67
Figura 23 - Percentual de flutriafol removido com uma lâmina de 5 mm 1 h depois da
aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de óleo mineral. ---------------- 69
Figura 24 - Percentual de flutriafol removido por duas lâminas seqüenciais (5 mm +15
mm), 1 h depois da aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de óleo
mineral. --------------------------------------------------------------------------------------------- 69
XII
Figura 25 - Percentual de flutriafol removido com uma lâmina de 5 mm 2 h depois da
aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de óleo mineral. ---------------- 70
Figura 26 - Percentual de flutriafol removido por duas lâminas seqüenciais (5 mm +15
mm), 2 h depois da aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de óleo
mineral. --------------------------------------------------------------------------------------------- 70
Figura 27 - Percentual de flutriafol removido com uma lâmina de 5 mm 48 h depois da
aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de óleo mineral. ---------------- 71
Figura 28 - Percentual de flutriafol removido por duas lâminas seqüenciais (5 mm +15
mm), 48 h depois da aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de óleo
mineral. --------------------------------------------------------------------------------------------- 71
Figura 29 - Percentual de flutriafol (formulação 1310-05) removido por uma lâmina de 5
mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de acordo com o tempo
decorrido para a aplicação da chuva. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de
óleo mineral. --------------------------------------------------------------------------------------------- 73
Figura 30 - Percentual de flutriafol (formulação 1310-06) removido por uma lâmina de 5
mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de acordo com o tempo
decorrido para a aplicação da chuva. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de
óleo mineral. --------------------------------------------------------------------------------------------- 73
Figura 31 - Percentual de flutriafol (formulação 118-05) removido por uma lâmina de 5
mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de acordo com o tempo
decorrido para a aplicação da chuva. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de
óleo mineral. --------------------------------------------------------------------------------------------- 74
Figura 32 - Percentual de flutriafol (formulação 80D-05) removido por uma lâmina de 5
mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de acordo com o tempo
decorrido para a aplicação da chuva. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de
óleo mineral. --------------------------------------------------------------------------------------------- 74
Figura 33 - Percentual de flutriafol (calda com 1310-05 + tebuconazole) removido por uma
lâmina de 5 mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de acordo com o
tempo decorrido para a aplicação da chuva. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição
de óleo mineral. Percentual de flutriafol (calda com 1310-05 + tebuconazole) removido por
XIII
uma lâmina de 5 mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de acordo com
o tempo decorrido para a aplicação da chuva. --------------------------------------------------------75
Figura 34 - Diferença percentual entre a remoção de fungicida por duas lâminas (5 mm +
15 mm) comparada a remoção com apenas uma (5 mm), com e sem a adição de óleo e ao
longo do tempo. ------------------------------------------------------------------------------------------- 76
14
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivos verificar o efeito da remoção
pela chuva de diferentes formulações de flutriafol, em condições de laboratório, aplicadas com
e sem a adição de óleo na calda de pulverização, assim como verificar a influencia do óleo no
espectro de gotas. O experimento considerou dez caldas resultantes da interação de cinco
tratamentos contendo o flutriafol (quatro formulações de flutriafol isolado e uma mistura de
flutriafol com tebuconazole), todas aplicadas com e sem óleo mineral. As dez caldas foram
aplicadas sobre plantas de soja que receberam posteriormente lavagem por chuva simulada em
laboratório com quatro intervalos de tempo entre a aplicação e a chuva. As chuvas foram
simuladas em duas etapas, sendo uma lâmina inicial de 5 mm seguida de uma lâmina
complementar de 15 mm. As coletas foram realizadas com quatro repetições, sendo cada uma
delas constituída de um vaso com quatro plantas. A avaliação da concentração de flutriafol nas
soluções resultantes da lavagem das plantas foi realizada através da quantificação dos resíduos
do fungicida na água pelo método de cromatografia gasosa e espectrometria de massa (GC-
MS). Após a aplicação das caldas, as plantas foram retiradas do laboratório e deixadas à
temperatura ambiente, a espera do tempo decorrido para a simulação da chuva, de acordo com
cada tratamento. Após a simulação das lâminas de chuva as plantas foram cortadas dos vasos e
lavadas em saco plástico contendo 200 mL de água destilada. Todas as lavagens foram
realizadas em 4 intervalos: 0 h (no momento da aplicação), 1 h, 2 h e 48 h após a aplicação.
Para o cálculo do percentual extraído, as quantidades de flutriafol nas soluções de lavagem
foram comparadas à quantidade total depositada nas plantas, a qual foi representada pela soma
15
das quantidades do ativo recuperado nas lavagens realizadas imediatamente após a aplicação
dos tratamentos (0 h após a aplicação). Este valor representou a expectativa de depósito total
do ativo em cada tratamento, sendo utilizado para referenciar o cálculo dos percentuais de
flutriafol removido pelas lâminas de chuva aplicadas 1, 2 e 48 horas depois das aplicações. As
análises do tamanho de partículas foram baseadas na determinação da amplitude relativa do
espectro de gotas, diâmetro mediano volumétrico e percentual de gotas abaixo de 100 µm.
Todas as caldas foram pulverizadas utilizando-se pontas de jato plano (XR 11001) com padrão
de gotas finas. O espectro de gotas foi determinado de forma direta em analisador de diâmetro
de partículas por difração de raios laser (Mastersizer S®, versão 2.15). Para a análise
comparativa dos tratamentos utilizou-se o método estatístico do “Intervalo de Confiança para
Diferenças entre as Médias”, com grau de confiança de 90% (IC
90%
). Os resultados mostraram
que a adição de óleo mineral na calda proporcionou tendências de maior diâmetro mediano
volumétrico, menor percentual de gotas menores que 100 µm e maior uniformidade do
espectro de gotas. Todas as caldas com a adição de óleo mineral apresentam maior adesão e/ou
absorção do fungicida pelas plantas em comparação com as caldas sem óleo. O aumento do
tempo entre a aplicação e a chuva ocasionou redução do percentual de remoção,
independentemente da intensidade de chuva. Observou-se o aumento da importância da maior
quantidade de chuva para remover o fungicida ao longo do tempo, acentuando a diferença
entre as caldas com e sem óleo. Com o passar do tempo foi necessária uma maior quantidade
de chuva para lavar as caldas aplicadas com óleo. Houve remoção significativa de fungicida
até 48h após a aplicação.
____________________________
Palavras-chave: Fungicida, chuva, óleo
16
SUMMARY
RAINFASTNESS OF DIFFERENT FLUTRIAFOL FORMULATIONS APPLIED ON
SOYBEAN WITH AND WITHOUT OIL ADJUVANT IN THE SPRAY SOLUTION.
Botucatu, 2009. 95f. Tese (doutorado em Agronomia/Energia na Agricultura) Faculdade de
Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: Maria Aparecida Peres de Oliveira
Adviser: Ulisses Rocha Antuniassi
The present study had for objectives to verify the effect of rainfastness
of different flutriafol formulations, in laboratory conditions, applied with and without the oil
adjuvant in the spray solution, as well as to verify the influence of the oil on the droplet
spectrum. The experiment considered ten spray solutions related to five treatments containing
flutriafol (four formulations of flutriafol and a flutriafol mixture with tebuconazole), all
applied with and without mineral oil. The ten solutions were applied on soybean plants that
were washed by simulated rainfall in laboratory with four time intervals between the
application and the rainfall. Rainfall was simulated by one initial precipitation of 5 mm
followed by a complementary 15 mm rainfall. Each vase with four plants was considered one
replication. The washing solutions from the vases were collected and the flutriafol
concentration on those solutions was evaluated through the quantification of the residues of
the fungicide in the water using the Gas Chromatography-Mass Spectrometry (GC-MS). After
the spray application the plants were removed of the laboratory and left to room temperature,
the wait of the time elapsed for the simulation of the rain, in agreement with each treatment.
17
After the simulated rain the plants were cut out of the vases and washed by immersion in
plastic sack containing 200 mL of distilled water. All of the washing solutions (from the rain
and the immersion process) were accomplished in 4 intervals: 0 h (in the moment of the spray
application), 1 h, 2 h and 48 h after the application. For the calculation of the flutriafol
extracted, the amounts of fungicide in the wash solutions were compared to the total amount
deposited in the plants, which was represented by the sum of the amounts of the assets
recovered in the washing solutions accomplished immediately after the spray application (0 h
after the application). This value represented the expectation of total deposit in each treatment,
being used to reference the calculation of the flutriafol removed by the rain 1, 2 and 48 hours
after the applications. Particles size analysis was based on the determination of the droplet
spectrum, medium volumetric diameter and the amount of droplets below 100 µm. All the
solutions were sprayed with Teejet XR 11001 (fine droplets). Droplet spectrum was
determined in a direct way by diffraction of laser (Malvern Mastersizer S®, version 2.15).
Confidence interval at 90% degree was used for comparing the mean data. The results showed
that the addition of mineral oil in the solutions provided tendencies of larger medium
volumetric diameter, smaller amount of droplets below than 100 µm and better uniformity of
the droplet spectrum. All of the solutions with the addition of mineral oil presented larger
adhesion and/or absorption of the fungicide on the plants in comparison with the solutions
without oil. The increase the time between the application and the rain caused reduction of the
fungicide removal, independently of the rain intensity. The increase of the amount of rain
didn't change the relative behavior among the solutions; however, this larger amount of rain
caused larger fungicide removal along the time. It was observed significant removal of
flutriafol by the rain up to 48 hours after the spray application.
_____________________________
Key-words: Fungicide, rainfall, rainfastness, oil adjuvant, formulations
18
1. INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max. (L) Merrill) é rica em proteína servindo como
base para alimentação humana e animal, desempenha também um papel importante na
reciclagem de nutrientes do solo, especialmente o nitrogênio. A demanda mundial crescente de
alimentos mantém a cotação da soja em alta e pressiona a produção para constantes inovações
tecnológicas, em face da contínua pressão de fatores adversos à produção, tanto de origem biótica
quanto abtica.
A aplicação correta dos agrotóxicos pode melhorar sua eficácia
biológica e reduzir o potencial de danos às culturas vizinhas, ao meio ambiente e ao homem.
Os agrotóxicos têm sido usados por muitos anos devido a sua eficácia em controlar uma
grande variedade de pragas, doenças e plantas daninhas que infestam as lavouras. Seu uso é
praticamente imprescindível e existem poucos sistemas de produção comercial que deixam de
utilizar fertilizantes ou agrotóxicos. A ferrugem é atualmente a doea mais importante na cultura
da soja, principalmente devido à antecipão da desfolha e conseqüente deficncia na granão. A
Embrapa Soja estimou que as perdas pela ocorrência de ferrugem asiática na safra 2005/2006
foram de aproximadamente 1,75 bilhões de dólares (EMBRAPA, 2007).
Na agricultura, em muitos casos, prioriza-se o agrotóxico a ser
aplicado e se dá pouca importância à técnica de aplicação. Dentre diversos fatores limitantes, a
aplicação de agrotóxicos sofre grande influência das condições do ambiente, como
19
temperatura, a umidade relativa do ar, do solo, a velocidade e direção do vento, o orvalho e a
ocorrência de chuvas.
Os adjuvantes são substâncias que atuam em todas as etapas do
processo de aplicação, podendo alterar as características da técnica de aplicação e a atividade
biológica do ingrediente ativo. Os óleos emulsionáveis aumentam a penetração de alguns
ativos pela camada encerada da cutícula numa superfície foliar e, assim, aumenta a taxa de
penetração. As propriedades físico-químicas da superfície cuticular determinam a
molhabilidade e representam a primeira barreira para a penetração das substâncias aplicadas,
influenciando, assim, na deposição, distribuição e retenção da calda.
A chuva pode ser considerada como uma das maiores causadoras de
perdas e responsável pela degradação acelerada dos depósitos de fungicidas sobre vegetais,
atuando na diluição, redistribuição e remoção dos mesmos. Vários fatores afetam a relação
entre a chuva e os agrotóxicos, mas os mais importantes são a intensidade, a quantidade, o
intervalo de tempo entre a aplicação e a chuva, a formulação utilizada, sua solubilidade em
água e o tipo de cultura.
Na safra 2005/06 os produtores de soja passaram por problemas de
eficácia no controle da ferrugem nas aplicações do fungicida flutriafol, um dos mais
recomendados na época, sendo que uma das hipóteses para esta ocorrência foi o excesso de
chuvas. A falta de controle da doença mesmo após a aplicação do ativo em condições de
intensa ocorrência de chuvas levou os produtores a diversos questionamentos.
O presente trabalho teve por objetivo verificar o efeito da remoção
pela chuva, com variados intervalos de tempo e intensidade, de diferentes formulações de
flutriafol, em condições de laboratório, aplicadas com e sem a adição de óleo na calda de
pulverização, bem como verificar a influencia do óleo no espectro de gotas da pulverização.
20
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Agricultura e desenvolvimento
O clima é o mais importante dos recursos naturais para a adequação e
o condicionamento de uma agricultura racional. O conhecimento do potencial climático de
uma região para o desenvolvimento das plantas permite estabelecer parâmetros que definem a
acomodação rmica e hídrica adequadas de qualquer cultura agrícola, em qualquer tipo de
solo (ASSAD, 2009).
A agricultura foi a principal forma de utilização dos recursos naturais e
de ocupação do ambiente pelo homem, permitindo produzir em quantidade e qualidade,
alimentos e fibras para suas populações (TAVARES et al., 2008; ANDEF, 2008). Porém, esta
foi e continua sendo uma das mais importantes fontes de impactos ao ambiente (CHIRAS,
1995; WHITE, 1997). O intensivo uso de insumos derivados de petróleo, questões sociais
como a dificuldade de incorporação das tecnologias e do modelo de gestão pela agricultura de
menor escala, êxodo rural, poluição, riscos à biodiversidade, uso exaustivo de recursos
naturais (ex.: solos, água e florestas), dentre outros, acabaram por descortinar um novo
momento. Neste novo cenário, o setor agrícola é, por suas características, campo propício para
se integrar o propósito da sustentabilidade ecológica com crescimento econômico socialmente
desejável (ROMEIRO, 1998). Considerando a interação destas condições desde os anos 70,
concebe-se o desenvolvimento como uma combinação do crescimento econômico, com
21
aumento igualitário do bem-estar social e preservação ambiental. O aspecto econômico, as
políticas públicas e a Ciência e Tecnologia seriam então, as formas de sistematizar estes
componentes. Portanto, a percepção do limite dos recursos naturais somada às demandas
crescentes por alimentos, fibras e energia, decorrentes da expansão do mercado interno e
externo, pelo crescimento de países emergentes (China, Índia, Rússia, Coréia do Sul, África do
Sul, entre outros) e as expectativas de aumento no consumo mundial de biocombustíveis, traz
consigo, o questionamento da sustentabilidade.
O sistema agroindustrial da soja é um dos mais importantes no cenário
do agronegócio mundial. A soja, consumida in natura ou como matéria-prima básica na
produção do farelo e do óleo, dentre outros produtos, é uma das principais commodities, sendo
cultivada comercialmente no Brasil pouco mais de 40 anos. A grande maioria das lavouras
de soja para produção de grão é cultivada em áreas extensas e em regime de sequeiro, sendo as
chuvas o principal fator climático que pode limitar a produção, conforme sua freqüência e
quantidade (MARCANDALLI et al., 2009).
Uma análise da situação climática na safra 2008/2009 no Brasil mostra
que faltaram chuvas no Sul, o que causou prejuízos significativos para as culturas de segunda
safra e atrasou a implantação das culturas de inverno. As enchentes na região Norte/Nordeste
causaram prejuízos, sobretudo às lavouras plantadas mais próximas às margens dos rios e à
jusante de barragens. Apesar dos danos causados nessas lavouras, a produtividade média das
culturas nos Estados do Norte/Nordeste se posicionou bem acima da alcançada nas safras
anteriores (CONAB, 2009). Este fato ocorreu porque, apesar de alguns problemas pontuais por
excesso ou por déficit hídrico em algumas regiões, as chuvas foram suficientes e bem
distribuídas para o bom desenvolvimento das lavouras. As condições climáticas beneficiaram
principalmente as lavouras do Mato Grosso, principal Estado produtor da Região Centro-Oeste
e, o maior produtor do país.
2.2 Cultura da soja
A soja (Glycine max. (L) Merrill) é rica em proteína servindo como
base para alimentação humana e animal, desempenha um papel importante na reciclagem de
nutrientes do solo, especialmente o nitrogênio.
22
Os elevados teores de proteína e óleo da soja geraram vasto complexo
agro-industrial destinado ao processamento de seus derivados, tornando a soja uma das mais
importantes commodities do mundo. O principal produto da soja é o farelo, matéria-prima
para a fabricação de rações para alimentação animal. A demanda mundial crescente de
alimentos, especialmente carnes, ovos e leite, deverá manter a demanda pela soja em alta. O
consumo de óleo também deverá crescer, principalmente com os novos usos, como o biodiesel
(HIRAKURI et al., 2009).
A área de grãos cultivada no Brasil (algodão, amendoim, arroz, feijão,
girassol, mamona, milho, soja, sorgo, aveia, centeio, cevada, trigo e triticale) deverá situar-se
0,3% superior que na safra 2007/08 e houve um crescimento de 1,3 milhões de toneladas na
safra de grãos 2008/2009. A Tabela 1 mostra os dados de área cultivada, produtividade e
produção, conforme CONAB (2009).
Tabela 1 Dados de área cultivada, produtividade e produção, safras 2008/2009, conforme
CONAB, 2009.
Var
Var
Var
Safra 07/08 Safra 08/09
Safra 07/08 Safra 08/09
Safra 07/08 Safra 08/09
Brasil/Grãos 47,4 47,6
0,3
3,0 2,8
-5,5
144,1 136,6
-5,2
Brasil/Soja 21,3 21,7
1,6
2,8 2,6
-5,5
60,0 57,6
-4
MT 5,6 5,8
2,4
3,1 3,0
-1,5
17,8 18,0
0,9
Região
Área (em milhões ha) Produtiv (em kg/ha) Prod (em milhões t)
O incremento ocorreu basicamente nos principais estados produtores,
como Mato Grosso (2,4%), Goiás (5,9%) e Para(2,3%), à exceção do Rio Grande do Sul,
que reduziu sua área cultivada com soja em 1,2%. Apesar das expectativas iniciais de redução,
devido ao custo de produção mais elevado no início da safra, a apresentação de uma melhor
expectativa de mercado dessa comoditie, aliado ao atraso no inicio do período de chuvas,
fizeram com que os produtores dessas regiões optassem pelo plantio da soja em áreas de
algodão e milho. Os estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul continuam sendo os
estados com a maior produção do país (CONAB, 2009).
Por tratar-se de um produto de alto teor protéico, a soja tornou-se a maior
fonte de protna vegetal no mundo e passou a fazer parte da importação de quase todos os países.
23
É um produto que gera recursos a milhares de produtores brasileiros e tem sido responsável pelo
supevit da balança comercial do Brasil (GALLASSINI, 2002). Como toda cultura exótica, a soja
começou com excelente sanidade, porém, com poucos anos de cultivo comercial, as doenças
começaram a aparecer, passando a representar um dos principais fatores limitantes ao aumento e à
estabilidade do rendimento (YORINORI, 2002). As perdas anuais de produção por doeas de
soja o estimadas em torno de 15% a 20%, entretanto, algumas doeas podem ocasionar perdas
de quase 100% (NUNES JÚNIOR, 2004).
A crescente demanda por alimentos pressiona a produção necessitando
constantes inovações tecnológicas, em face da contínua pressão de fatores adversos à
produção, tanto de origem bióticos quanto abióticos. As epidemias de fitopatógenos, a
exemplo da recente ameaça da ferrugem asiática, ainda representa grande potencial de dano
(GASSEN; BORGES, 2004).
2.3 Mercado de agrotóxicos
Os agrotóxicos têm sido usados ao longo da história da agricultura,
devido a sua eficácia em controlar uma grande variedade de pragas, doenças e plantas
daninhas que infestam as lavouras. Sem o uso desses produtos, a produção e a qualidade dos
alimentos seria drasticamente afetada, além dos riscos de falta de alimentos e de promover alta
nos preços. Entretanto, muitos questionamentos ainda são feitos sobre a necessidade da sua
utilização para produzir alimentos. Entende-se que os questionamentos o importantes, como
forma de promover melhorias e esclarecermos a sociedade (ANDEF, 2008).
Em outubro de 2008, constatou-se aumento de 35% nas vendas de
agrotóxicos no Brasil, em relação ao mesmo período de 2007. Este mercado no Brasil
totalizou R$8,4 bilhões em 2008, contra US$6,2 bilhões em 2007. Todas as classes de
agrotóxicos apresentaram incremento nas vendas e os herbicidas foram os que mais cresceram
(32,5%). Em seguida vieram os inseticidas (28,3%), herbicidas (23,5%), e acaricidas (5,4%),
também, a classe 'outros' - que engloba antibrotantes, reguladores de crescimento, óleos
minerais e espalhantes adesivos - apresentaram incremento (25,8%). A Figura 1 mostra a
participação de cada segmento (SINDAG, 2008).
24
Figura 1 - Participação percentual das classes no valor
das vendas de agrotóxicos, Estado
de São Paulo, 2006 (Fonte: SINDAG, 2008).
A soja é a principal consumidora de agrotóxicos no Brasil, foi
responsável, em 2006, por 38,5% do valor total das vendas. Em segundo lugar, aparece a cana-
de-açúcar (12,6%), seguida de algodão herbáceo (10,3%), milho (7,5%), café (4,9%) e citros
(4,2%), o que perfaz, somente essas seis culturas, 78,0% do valor comercializado nesse ano.
Considerando-se as vendas para tratamento de sementes de soja, algodão e milho, a
participação desse conjunto de culturas passa para 81,7% do valor total comercializado
(FERREIRA; VEGRO; CAMARGO, 2008).
São Paulo se destacou como o maior estado consumidor de
agrotóxicos, US$ 808,2 milhões, (20,6% do valor das vendas nacionais), conforme pode ser
visto na Figura 2 (SINDAG, 2008).
25
Figura 2 - Participação percentual dos estados no valor das vendas de agrotóxicos,
Brasil, 2006 (Fonte: SINDAG, 2008).
Mathews (1984) apontava pragas, doenças e plantas invasoras como
responsáveis por perdas da ordem de 50% da produção agrícola. De acordo com Pimentel et
al. (1993), na década de 80 nos EUA, estimava-se perda anual de 37% devido a problemas
fitossanitários incontroláveis a despeito dos tratamentos realizados, sejam eles de origem
química ou não. Considerando cada caso, as perdas chegaram a a 13% devido a insetos, 12% a
doenças e 12% a plantas invasoras. As perdas devidas às plantas invasoras foram avaliadas em
12 bilhões de dólares, sendo que os custos combinados das perdas com agrotóxicos aplicados
sem resultados e a própria perda na produção atingiram a cifra de 18 bilhões de dólares anuais.
Esses números confirmam a importância da tecnologia de aplicação e o montante de
agrotóxicos utilizados, e de outro lado a expressão das perdas quando os fatores em questão
não são adequados. Do ponto de vista técnico, em diversos países da Europa, seria possível
reduzir 50% o consumo de agrotóxicos racionalizando seu uso. Para garantir esse objetivo,
tem-se recomendado em larga escala o monitoramento do problema, o desenvolvimento de
equipamentos mais eficientes, melhor regulagem dos mesmos e utilização adequada das
técnicas.
As máquinas agrícolas evoluíram junto com os produtos químicos e
seus empregos corretos proporcionam uma eficiência da operação que se reflete no
desempenho econômico da atividade. Schlosser (2000) faz esta constatação e afirma que para
alcançar uma pulverização de qualidade deve-se reunir a maior quantidade de conhecimento e
26
informações sobre: qualidade da água, agrotóxico, máquina agrícola (regulagem e operação),
fatores climáticos, alvo biológico e eficiência de contato (absorção ao atingir o alvo). Segundo
dados obtidos por Gandolfo (2002), falhas no treinamento dos aplicadores geram, em média,
taxas de aplicação 18% maiores em 42% dos pulverizadores avaliados, chegando a um valor
hipotético de US$ 237 milhões em produtos desperdiçados em função deste baixo
conhecimento.
A ferrugem é atualmente a doea mais importante na cultura da soja,
principalmente devido à antecipação da desfolha e conseqüente deficiência na granão. Em
algumas reges do Brasil, nas safras 2002/03 e 2004/05, as perdas chegaram a quase 100% devido à
agressividade do pageno, erro no momento de aplicão e deficncia nas pulverizações
(CAMARGO, 2005). Quando a doea atinge a soja na fase de formação das vagens ou no início de
granação, pode causar aborto e queda dessas vagens. Na Austlia e na Índia, respectivamente,
perdas de até 80 e 90% de produção foram registradas por Ono et al. (1992). Bromfield (1984)
observou queda de produtividade de 70 a 80% em Taiwan, enquanto que Hartman et al. (1991)
observaram queda de 10 a 40% na Taindia, 10 a 90% na Índia, 10 a 50% no sul da China, 23 a
90% em Taiwan e 40% no Japão (SINCLAIR; HARTMAN, 1999).
A Embrapa Soja estimou que as perdas pela ocorrência de ferrugem
asiática na safra 2005/2006 foram de aproximadamente 1,75 bilhões de dólares (EMBRAPA,
2007). Essa estimativa é resultante do somatório das perdas de rendimento de grãos pela
ocorrência da doença e do incremento no custo de produção pela necessidade de aplicação de
fungicidas. As perdas devido à ferrugem asiática variaram de 30 a 75% (YORINORI, 2002).
Quatro famílias de fungicidas são recomendadas para o controle de
ferrugens, os triazóis, estrobilurinas, cloronitrilos e carboxamidas (BUTZEN et al., 2005a).
Na Ásia, pesquisas indicam que Mancozeb foi eficiente reduzindo a
severidade da doença e protegendo a produção quando comparado com as parcelas sem
tratamento (MILES et al., 2003; PATIL; ANAHOSUR, 1998). Na Índia e no sul da África
ensaios com fungicidas identificaram vários triazóis eficientes contra ferrugem da soja
(BUTZEN et al., 2005a). África e América do Sul apresentaram recentes estudos na África e
na América do Sul têm observado que triazóis, bem como estrobilurinas e misturas de
estrobilurinas + triazóis foram eficientes no controle da ferrugem da soja (HARTMAN et al.,
2005; LEVY, 2004; MILES et al., 2003; BUTZEN et al., 2005a).
27
Segundo Butzen et al. (2005a) as chaves para o sucesso no manejo da
ferrugem da soja incluem monitoramento do movimento da doença na área, eficiência no
momento de aplicação, utilização de fungicidas com maior efeito residual, boa cobertura da
aplicação e em muitos casos reaplicação. Nesse conceito, a tecnologia de aplicação tanto aérea
como terrestre assume importante papel na eficácia de fungicidas para o manejo da ferrugem
da soja (BUTZEN et al., 2005b).
2.4 Tecnologia de aplicação
Embora existam diversos métodos para manejo de doenças, o método
mais comum é o controle químico com fungicidas. Seu uso é relativamente fácil se comparado
a outros métodos, e freqüentemente propicia resultados rápidos e efetivos, tornando-se prática
comum em todo o mundo (PRESTES, 2003).
O objetivo da tecnologia de aplicação é colocar a quantidade certa de
ingrediente ativo no alvo desejado, com a máxima eficiência, da maneira mais econômica
possível e sem afetar o ambiente. Refere-se à qualidade com que se faz o agrotóxico atingir o
alvo desejado relacionando o tipo de equipamento utilizado, a qualidade de água, o momento da
aplicação, as condições ambientais, o tipo de ponta, etc. (SILVA, 2004).
A aplicação correta pode melhorar sua eficácia biológica dos ativos e
reduzir danos causados às culturas vizinhas, ao meio ambiente e ao homem. Essa aplicação é
realizada, normalmente, utilizando pulverização hidráulica, que é definida como "processo
mecânico de geração de gotas" (CORDEIRO, 2001; MATUO et al., 2001). As gotas são
produzidas pelas pontas de pulverização, que também determinam a vazão e a distribuição do
líquido pulverizado, sendo, portanto, o equipamento mais importante do pulverizador
(BAUER; RAETANO, 2004).
A aplicação de fungicidas deve ser encarada como parte de um
conjunto de medidas e não como a única forma de controlar doenças, devendo ser adotada
quando demais medidas não forem eficientes (KIMATI et al., 1997). Em função de seu
espectro de ação, maior ou menor toxidade, tenacidade e fitotoxidade, os fungicidas devem ser
recomendados e aplicados adequadamente.
28
Dentre as diferentes técnicas de aplicação de agrotóxicos, as que se
baseiam na pulverização hidráulica são as mais difundidas, graças à flexibilidade que
oferecem em distintas aplicações (TEIXEIRA, 1997). Existem vários tipos de pulverizadores
hidráulicos, que vão desde os mais simples, do tipo costal, utilizado em pequenas áreas, até os
equipamentos mais sofisticados, como os pulverizadores de barra autopropelidos (TEWARI;
MURALIKRISHNA; PANDYA, 1998; SCHLOSSER, 2000). Nesses equipamentos, as pontas
de pulverização representam sem dúvida os principais componentes podendo garantir a qualidade
e a segurança da aplicão.
Os bicos hidráulicos são os principais órgãos do pulverizador e tem por
função formar gotas. Na maioria das vezes, a vazão do pulverizador é estabelecida pela vao do
bico; ou da somaria das vazões dos bicos, quando existirem vários. Em alguns casos, a vao do
pulverizador pode ser regulada por dispositivos específicos, assim, os bicos só ficam com a fuão
formadora de gotas (MATUO, 1990). O que se chama genericamente de bico é o conjunto de
peças colocadas no final do circuito hidráulico, através do qual a calda é emitida para fora da
quina. Esse conjunto é composto de rias partes, das quais a ponta de pulverização é a mais
importante, regulando a vao, o tamanho das gotas e a forma do jato emitido
(CHRISTOFOLETTI, 1999a). A pressão na ponta é basicamente função das dimensões do
orifício e a vazão é proporcional à raiz quadrada da pressão. Também, o tamanho médio das
gotas produzidas por uma dada ponta varia aproximadamente com o inverso da raiz quadrada
da pressão. Assim, qualquer mudança na vazão necessariamente mudaria a pressão das pontas
e o espectro das gotas (BODE et al, 1972). Coutinho e Cordeiro (2004) reportam a
importância da escolha do tipo de ponta no que se refere ao tamanho e uniformidade das gotas
que deverão atingir o alvo. Mais importante do que jogar um determinado volume de calda por
área é distribuir de maneira uniforme esta calda, certificando-se de que todas as partes
receberam quantidades semelhantes do produto químico (RAMOS, 2000).
2.5 Qualidade na aplicação
Os fungicidas pertencentes ao grupo dos triazóis apresentam boa
característica de penetração e translocação na planta, mas sua ação sistêmica está, em 99% dos
casos, condicionada ao movimento via xilema (AZEVEDO, 2003). De acordo com Balardin et
29
al. (2001) para alcançar um controle eficiente com o uso de fungicidas deve-se buscar uma
completa cobertura da planta. O alvo neste caso é a parte inferior das plantas, devido ao
movimento do produto ser via xilema e também para combater o início das primeiras
infestações. A boa penetração de calda na massa foliar é fundamental para o controle de
doenças fúngicas, principalmente aquelas que se iniciam no terço inferior das plantas, como na
ferrugem da soja, por exemplo. A penetração através da cutícula e subseqüente translocação
dentro do tecido da planta é também importante para as substâncias de ação sistêmica
(WIRTH et al., 1991).
O estudo das características dos alvos deve incluir a análise de
movimentação das folhas, estágio de desenvolvimento, cerosidade, pilosidade, rugosidade,
face da folha e arquitetura das plantas, fatores fundamentais para a definição da retenção das
gotas nas folhas e na própria eficiência de penetração dos defensivos nos vegetais
(ANTUNIASSI; BAIO, 2004).
Antuniassi (2009) cita que umas características importantes para a
definão das estragias de controle quanto à tecnologia de aplicação é a maneira como os
fungicidas sistêmicos se movimentam nas plantas da cultura as a aplicação e absorção. No
mercado atual, a maioria dos fungicidas apresenta movimentão no sentido da base para topo de
cada folha, com nima chance de movimentão no sentido contrário e sem a possibilidade de
translocação de uma folha para outra.
Para os produtos de contato ou de menor ação sistêmica, o uso de gotas
menores e/ou maior volume de calda torna-se necessário, devido a maior dependência com
relação à cobertura dos alvos. Os produtos sistêmicos podem ser aplicados com menor
densidade de gotas permitindo o uso de gotas maiores, o que facilita a adoção de técnicas para
a redução de deriva e melhora a segurança da aplicação aumentando a eficiência. Se usadas de
maneira correta, gotas grandes proporcionam bom nível de depósito, mas não proporcionam
boas condições de cobertura e penetração (ANTUNIASSI, 2005; ANTUNIASSI, 2006).
A pulverização com intenção de molhar a folha ainda é muito
praticada atualmente, mas a retenção de produto nas folhas é menor quando começa o
escorrimento. Na prática, o usuário usa o mesmo volume para uma grande variedade de pragas
e para vários estádios da cultura (MATTHEWS, 1982; CHAIN, 2004).
30
O tamanho das gotas geralmente é expresso em micrometros (µm) que
equivalem a 0,001 mm. O micrometro é uma unidade de medida apropriada porque é tão
pequena, que permite expressar o tamanho de gota em cifras inteiras (SPRAYING SYSTEMS
CO., 1999). O espectro de gotas é a classificação por classes de tamanho em percentagem de
volume ou de número de gotas, sendo que se deve buscar homogeneidade das gotas. A
pulverização também é caracterizada por um número que representa o diâmetro mediano das
gotas, podendo ser estudado como diâmetro mediano volumétrico ou diâmetro mediano
numérico. A densidade de gotas é expressa pelo número de gotas por unidade de área,
correspondendo a quantidade de produto ativo depositado sobre o alvo (VELLOSO et al.,
1984).
Segundo Matthews (1992), as pulverizações apresentam espectro com
grande número de gotas que, na maioria das vezes, possuem diâmetro inferior a 500µm. O
tamanho de gotas, massa ou volume obtido por intermédio do diâmetro tem grande
importância para os agrotóxicos, tanto com relação à eficácia de aplicação como no sentido de
reduzir os riscos de contaminação ambiental. A tendência é de aplicações com volumes e
diâmetros menores, buscando-se maior cobertura e penetração na folhagem. O espectro de
pulverização de uma ponta no geral é composto de um grande número de gotas de tamanhos
diferentes.
Nota-se a utilização de técnicas que requerem menor volume de
aplicação visando diminuir o custo e o aumento da rapidez do tratamento, principalmente em
relação ao uso de água (MATUO, 1990). A redução dos custos operacionais obriga o
desenvolvimento de novas tecnologias. A redução dos volumes de pulverização é um dos
pontos mais preocupantes (SANTOS, 1992).
A qualidade da cobertura e a eficiência biológica da aplicação estão na
dependência direta do diâmetro das gotas. Numa pulverização, o diâmetro de gota influencia o
nível de cobertura e também estabelece o seu comportamento quanto à distância de
deslocamento (deriva), penetração na folhagem, perda por evaporação e, conseqüentemente,
taxa de recuperação. Muitos estudos foram realizados para definir o tamanho adequado de
gotas para os diferentes tipos de aplicação. Trabalhos de laboratório com equipamentos que
produzem gotas mais uniformes e posteriores ensaios e observações de campo auxiliam nas
informações que servem de orientação quando se pretende selecionar o tipo e a condição de
31
aplicação (CHRISTOFOLETTI, 1988). A seleção do diâmetro das gotas influencia também na
distribuição da calda aplicada sobre o alvo a tratar (inseto, planta ou solo).
Antuniassi et al. (2004) mostram que, mesmo em volumes de aplicação
diferentes (100 L ha
-1
e 150 L ha ha
-1
) é possível estabelecer uma boa cobertura na planta usando
gotas finas. Para Mcnichol et al., (1997), diretamente relacionado ao alvo, esa definição de
parâmetros como volume de aplicação e tamanho de gotas. A definição do volume de calda
depende do tipo de alvo a ser atingido, da cobertura necessária, da forma de ação do defensivo e
da técnica de aplicação dentre outros fatores. O volume de calda influencia também na eficiência
operacional da aplicação, pois o tempo gasto nas atividades de reabastecimento altera
significativamente a capacidade operacional dos pulverizadores (número de hectares tratados
por hora).
A diminuição do volume de calda de aplicação implica no emprego de
gotas menores, para se manter uma adequada cobertura do alvo (MATUO, 1998; RAMOS,
2000). Christofoletti (1992) e Santos (1992) citam a importância de se trabalhar com gotas de
menor diâmetro para que estas atravessem a camada externa da folhagem e que possam atingir
a parte interna.
Os resultados das aplicações podem ser altamente variáveis. Em geral,
o grau de sucesso é determinado pela intensidade e uniformidade da cobertura. A eficácia do
tratamento depende não apenas da quantidade de material depositado sobre a vegetação, mas
também da uniformidade de cobertura do alvo (MCNICHOL et al., 1997). Entretanto, a
necessidade de cobertura do alvo de aplicação ainda não está completamente elucidada. Ozeki
e Kunz (1996) ressaltam que a qualidade da cobertura está na dependência direta do diâmetro
de gotas. A cobertura necessária para o controle efetivo de doenças diverge entre
pesquisadores. Uma densidade de 30 a 50 gotas.cm-
2
é suficiente para a eficiência dos
fungicidas sistêmicos. Christofoletti (1999b) aponta a necessidade de se trabalhar com 30 a 40
gotas.cm-
2
. Marochi e Schmidt (1996) citam uma densidade de 50 a 70 gotas/cm
2
como
adequada para esses fungicidas. Segundo Antuniassi et al. (2004), os produtos sistêmicos
direcionados às folhas poderiam ser aplicados com menor densidade de gotas, permitindo o
uso de gotas maiores. Isto facilitaria a adoção de técnicas para a redução de deriva,
melhorando a segurança da aplicação e aumentando a eficiência operacional das mesmas.
32
Neste sentido, Bonelli (2006) obteve resultados similares na aplicação de um fungicida
sistêmico com o uso de gotas finas e gotas médias.
Wirth et al. (1991) constataram que, para se obter a máxima eficiência
nas pulverizações, todas as operações devem ser feitas com a máxima precisão possível. O
transporte de ingrediente ativo inicia-se com o preparo da solução, seguido pelo ato da
pulverização e continua durante a trajetória e impacto das gotas na superfície da folha.
Conforme Antuniassi (2009) a definição de parâmetros como o tamanho das gotas e volume
de aplicação depende diretamente da relação alvo/agrotóxico. A escolha de um sistema de
aplicação deve ser pautada na avaliação das características de cada alvo e nos parâmetros de
desempenho esperado de cada tecnologia (ANTUNIASSI, 2008).
Dentre diversos fatores limitantes, a aplicação de agrotóxicos sofre
grande influência das condições do ambiente. Os principais fatores são a temperatura, a
umidade relativa do ar, do solo, a velocidade e direção do vento, o orvalho e a ocorrência de
chuvas após a aplicação devido a lavagem do princípio ativo.
O sucesso de um programa de tratamento fitossanitário depende da
utilização de produto de eficiência comprovada, tecnologia desenvolvida para sua aplicação,
ao momento de sua realização e à influência dos fatores meteorológicos, biológicos e
agronômicos (OZEKI; KUNZ, 1998a; RAMOS, 2000; PRADO; YORINORI, 1999). É
notável o aumento do custo de produtos químicos, mão de obra e da energia, além da
preocupação em relação à poluição ambiental que é cada vez mais crescente (VELLOSO,
1983). Nesse contexto, Velloso et al. (1984), Matuo (1998) e Ramos (2000) enfatizam as
necessidades de tecnologias mais acuradas, na aplicação do produto no local e momentos
adequados.
Zambolim e Conceição (2005) relatam que o uso adequado de
agroxicos requer o reconhecimento de diversos fatores, como o agente causal e seu potencial,
espécie de planta, perdas com a doea e custo-benecio, além de outros fatores para o se
colocar em risco o homem e o ambiente.
O uso indiscriminado de compostos qmicos pode causar diversos
problemas, dentre eles, desvios metabólicos nas plantas e redução dos componentes bióticos. O
desconhecimento dos efeitos colaterais dos agrotóxicos gera maior necessidade desses produtos
devido aos desequilíbrios biológicos (KIMATI et al., 1997; TOKESHI, 2000; FRIGHETTO,
33
2000). Além de controlar os organismos alvo, muitos agrotóxicos atingem também organismos
o alvos por ter como destino final o solo ou a água. A contaminação do solo tem provocado
grande impacto aos organismos o-alvo, principalmente aqueles que degradam a matéria
ornica e melhoram a fertilidade do solo (CHAIN, 2004). Muitas vezes, esses produtos causam
desequilíbrios favoráveis à reincidência ou aparecimento de pragas e doenças (TOKESHI, 2000;
FRIGHETTO, 2000). Além das recomendações existentes, devem ser também observadas a
manipulação e aplicão desses produtos (KIMATI et al., 1997). O uso indiscriminado torna-se
um sério risco à saúde humana e ambiental, por isto é importante reduzir as perdas na
aplicação através do aumento na eficiência das operações de pulverizações. As gotas pequenas
derivam para além da área alvo, enquanto as grandes tendem a escorrer da superfície alvo e
cair no solo. A eficácia de uma pulverização não depende somente da quantidade, mas
também da distribuição no alvo (SALYANI; HEDDEN; EDWARDS, 1987).
Chuva e orvalho são fatores climáticos que requerem atenção no
momento do planejamento das aplicações. No caso da chuva, é recomendada a observação do
intervalo mínimo de tempo entre a aplicação e a ocorrência da chuva, visando permitir o
tempo mínimo para a ação dos produtos. No caso do orvalho, a presença de água nas folhas
quando das aplicações noturnas (madrugada) e ou no início da manhã pode causar
interferência na técnica de aplicação (QUANTICK, 1985). Segundo Antuniassi (2009) os
problemas podem ocorrer tanto pela diluição do produto como por um eventual escorrimento,
em virtude do excesso de água e da ação dos espalhantes contidos nas caldas. Entretanto,
existem situações, dependendo da técnica empregada e do tipo do defensivo utilizado, em que
a ação do orvalho pode ser benéfica.
O sucesso da aplicação de um agrotóxico está condicionado à
adequação da tecnologia de aplicação e às condições climáticas no momento em que ela é
feita. Para a maioria dos casos, devem ser evitadas aplicações com umidade relativa inferior a
50% e temperatura ambiente maior que 30°C. No caso do vento, o ideal é que as aplicações
sejam realizadas com vento entre 3 e 10 Km/h. Ausência de vento também pode ser
prejudicial, em função da chance de ocorrer uma inversão térmica, o que dificulta a deposição
das gotas pequenas (ANTUNIASSI, 2009).
No que diz respeito a tamanho de gota e volume de calda, muitas vezes
é recomendável a utilização de gotas finas nessas condições ambientas. Para isso, é necessário
34
um monitoramento das condições ambientais com o passar das horas do dia, pois, no caso de
haver um aumento considerável da temperatura (com redução da umidade relativa), o padrão
de gotas precisa ser mudado (passando-se a usar gotas maiores). Neste caso, o volume de
aplicação, poderá também ser aumentado para não haver efeito negativo na cobertura dos
alvos (QUANTICK, 1985).
A deriva é o movimento de uma ou várias partículas no ar, durante ou
depois da aplicação, para um local diferente do planejado em uma pulverização, é
freqüentemente associada com o movimento físico das gotas pulverizadas para fora do local
designado na hora de aplicação (OZKAN, 2000; SCHRÖDER, 2003; OZEKI, 2006). Na
maioria dos casos, esse movimento é limitado às extremidades da área ou próximo a ela ou
áreas mais distantes. A distância de arrasto está em função de diâmetro das gotas, velocidade
do vento, altura do lançamento e densidade do produto (OZEKI; KUNZ, 1998b).
No caso de aplicações aéreas, pode ocorrer a deriva aerotransportada,
as gotas menores podem ser deslocadas a milhares de metros e se depositar em locais não
almejados. Em alguns casos, essa deriva acontece até dias depois que a aplicação foi feita
(OZKAN, 2000).
A deposição adequada ou a habilidade de se aplicar corretamente um
produto, a fim de se obter o máximo efeito, com o mínimo ou nenhum efeito colateral, permite
um resultado a um custo relativamente baixo e eficaz. Deve-se considerar o tipo de
formulação a aplicar, os adjuvantes ou veículos a serem empregados, a compatibilidade dos
produtos quando aplicados em mistura e o número sucessivo de aplicações necessárias durante
o ciclo vegetativo de uma cultura (SANTOS, 1988).
Prestes (2003) e Salyani et al. (1987) relataram que o uso inadequado dos
produtos fitossanirios torna-se um rio risco ao ambiente, à saúde humana e animal. Segundo
Salyani et al. (1987), é importante reduzir as perdas nas aplicações através do aumento na eficncia
das operações de pulverizões. As perdas envolvidas entre o transporte e o impacto das gotas
contribuem para a ineficácia das aplicações. As gotas pequenas derivam para am da área alvo,
enquanto as grandes tendem a escorrer da supercie alvo e cair no solo.
Evolutivamente, Zambolim e Conceição (2005) afirmaram que o
controle químico de doenças de plantas passou por grandes avanços tecnológicos, dentre eles,
a diminuição de toxidade, especificidade de produtos, maior translocação das moléculas
35
(sistêmicas) e menor persistência no ambiente. Nota-se também, evolução tecnológica das
máquinas e pontas destinadas à aplicação desses fungicidas, promovendo cobertura eficiente
no alvo biológico e menor volume de calda por área de aplicação assistida para determinadas
moléculas. Adicionalmente, Ghran-Bryce citado por Hall (1993) afirma que a eficiência dos
produtos modernos ainda é desperdiçada durante o processo de aplicação.
2.6 Adjuvantes e efeito de chuva na aplicação
A água é considerada solvente universal para moléculas polarizadas e
o veículo mais importante na aplicação de agrotóxicos. Entretanto, devido à elevada tensão
superficial (72,6 mN m
-1
), apresenta baixa capacidade de retenção quando aplicada à cutícula
das plantas (MONTÓRIO, 2001).
O sucesso de um fungicida não depende apenas de sua
fungitoxicidade, mas também de sua aderência, tenacidade, persistência e fundamentalmente
da tecnologia de aplicação utilizada (SANTOS et al., 2002). A qualidade (espectro de gotas) e
quantidade (densidade de gotas) do fungicida pulverizado, depositado e aderido às partes
vegetais através das gotas de pulverização deverão resultar em uma distribuição uniforme e
homogênea da quantidade recomendada do ingrediente ativo.
Os adjuvantes são substâncias ou compostos sem propriedades
fitossanitárias que são adicionados a calda de agrotóxico, para facilitar a aplicação, aumentar a
atividade biológica do ingrediente ativo, controlar melhor potenciais riscos de deriva e perdas
por chuva, diminuir a exposição do trabalhador ou a contaminação do meio ambiente e
melhorar economicamente a aplicação dando maior eficiência aos tratamentos iniciais. O
líquido penetra efetivamente e atinge a cutícula e facilita a penetração da calda entre as
ranhuras diversas, hifas de fungos e teias de ácaros (UNDERWOOD, 2000; AZEVEDO,
2001). Aumentam ainda a eficiência e diminuem os riscos das aplicações (CRUZ-FILHO;
CHAVES, 1979).
As caractesticas de um fungicida são fatores determinantes dentro
de uma série de variáveis que determinam a efetividade de um produto (OLIVEIRA et al.,
2002). A quantidade de produto que adere à folha durante a pulverizão e a quantidade de
36
material que permanece na folha após a ação de intempéries são os principais fatores que
determinam a quantidade de resíduo ativo nas superfícies foliares para um efetivo controle
dos fitopatógenos (RICH, 1954).
Witt (2001) define como adjuvante agrícola qualquer substância
acrescentada ao tanque de pulverização que melhore o desempenho da aplicação. Segundo
Ozeki (2006), é qualquer produto inerte adicionado à calda de pulverização que tenha como
objetivo aumentar a eficiência biológica dos ingredientes ativos, melhorando a aderência sobre
a superfície e aumentando a absorção foliar.
Segundo Kogan e Pérez (2003), os surfactantes se concentram e
produzem trocas físicas na superfície dos líquidos e essas trocas podem ocorrer na interface
entre dois líquidos, entre um líquido e um gás ou um líquido e um sólido.
O surfactante atua reduzindo a tensão superficial da água na superfície
da gota e reduzindo a tensão interfacial entre a gota e a superfície da folha (WITT, 2001). É
responsável pela forma esférica das gotas pulverizadas. A capacidade de um líquido de molhar
ou espalhar-se sobre uma superfície sólida (molhamento) dependerá da tensão superficial de
cada fase e da tensão superficial da interface (KOGAN; PÉREZ, 2003).
A tensão superficial é variável de líquido para líquido, e depende
também dos solutos, podendo ser afetada também por pressões externas (KISSMANN, 1997).
Segundo Kogan e Pérez (2003), é definida como a tendência de as moléculas dessa superfície
de um líquido serem atraídas para o centro do corpo, através das forças de coesão entre as
moléculas da superfície.
Um grupo que tem sido muito estudado nos últimos anos é o dos
surfactantes organosiliconados. Esses surfactantes têm sido usados com diferentes defensivos
para melhorar a molhabilidade e o espalhamento da calda, incrementando a absorção de
ingredientes ativos (ALBERT; VICTORIA FILHO, 2002). Assim, o produto aplicado
consegue deslizar pelas aberturas dos estômatos na superfície foliar.
Tu e Randall (2003) afirmam que os ativadores influenciam nas
propriedades físicas e químicas da solução pulverizada, inclusive na tensão superficial, na
densidade, na volatilidade, na solubilidade e trabalham, principalmente, para aumentar a
atividade de herbicidas, freqüentemente aumentando as taxas de absorção na planta.
37
Estudos de Curran et al. (1999) mostraram que os fertilizantes
nitrogenados têm sido freqüentemente acrescentados à calda de pulverização como adjuvante,
facilitam a penetração foliar mediante a um mecanismo diferente da redução da tensão
superficial e nem sempre seu uso traz consigo maior eficácia do defensivo. Podem substituir
surfactantes ou óleos vegetais em alguns herbicidas de contato.
Os adesivos podem executar três tipos de funções: aumentar a adesão
ou “viscosidade” de partículas sólidas, reduzir evaporação do defensivo e formar uma camada
impermeável. Se um defensivo for razoavelmente solúvel em água, pode ser lavado da folha
durante chuvas pesadas. Se o adesivo não for solúvel em água, pode prover um grau de
proteção, de forma a não se perder este produto (Witt, 2001).
Os espessantes aumentam a viscosidade da calda a ser aplicada e
diminuem a deriva ou a evaporação, principalmente com defensivos sistêmicos (HOCK,
1998). Aumentam o tamanho da gota comum ou diâmetro mediano volumétrico (DMV),
resultando em menos gotas por centímetro quadrado na superfície da folha. A necessidade
para reduzir a deriva, particularmente perto de locais sensíveis pode muito bem abrir
precedência em cima de pequenas reduções em eficácia (WITT, 2001).
A cutícula é a primeira barreira para qualquer produto químico, e é
extremamente variada entre espécies de diferentes plantas. É coberta com cera e esta cera é o
principal constituinte que restringe o movimento do produto na folhagem das plantas. As
superfícies com alta cerosidade são menos permeáveis à água e à maioria dos produtos
pulverizados (CURRAN et al., 1999). Diversos autores concordam que a aplicação foliar de
herbicidas com adjuvantes ativadores resulta em uma maior retenção do produto pulverizado
pelas folhas das plantas daninhas, obtendo-se uma maior absorção do herbicida através da
superfície foliar.
Historicamente, a chuva sempre foi uma das maiores causas de perdas
e responsável pela degradação acelerada dos depósitos de fungicidas sobre vegetais.
Observações demonstraram que uma única chuva forte remove muito mais fungicida da
superfície foliar do que várias chuvas fracas de mesmo volume (WEBER et al., 1937).
Segundo Witt (2001) e Azevedo (2003), os óleos emulsionáveis
aumentam a penetração de alguns defensivos pela camada encerada da cutícula numa
superfície foliar e, assim, aumenta a taxa de penetração. São óleos não fitotóxicos, acrescidos
38
de emulsificantes e outros componentes e têm grande uso como adjuvantes para caldas de
produtos fitossanitários. Esses óleos apresentam os seguintes efeitos: molhante (por terem
afinidade com as ceras que recobrem superfícies vegetais, corpos de pragas, especialmente os
que apresentam cutícula ou excreções cerosas, micélios de fungos, etc.); espalhante (pela
baixa tensão superficial dos óleos, mais o efeito hipotensor dos emulsificantes, formam-se
filmes contínuos sobre as superfícies, arrastando consigo os produtos dissolvidos ou
emulsionados); penetrante (pela baixa tensão superficial, penetram em pequenos interstícios,
inclusive se infiltram sob a carapaça de cochonilhas, entre excreções cerosas no corpo de
pragas, entre micélios de fungos e nos espaços entre plaquetas cerosas na cutícula de
superfícies vegetais); antievaporante (gotículas de água emulsionadas com óleo evaporam
mais lentamente, facilitando a absorção de produtos hidrossolúveis); e adesividade (óleos têm
maior permanência sobre as superfícies vegetais).
Óleos vegetais não são misturas de óleos vegetais de algodão, soja,
girassol, milho e canola com surfactantes. Geralmente, apresentam uma cadeia carbonada de
16 a 18 carbonos e, por serem altamente refinados, não são fitotóxicos. A partir dos óleos
vegetais podem ser produzidos os óleos metilados. Mediante reações com álcoois para formar
ésteres, ao serem combinados com um surfactante, formam um óleo metilado. Os óleos
metilados reduzem a tensão superficial e aumentam a absorção de certos defensivos ao
melhorar sua distribuição sobre a superfície foliar. Os óleos metilados são mais caros que os
óleos vegetais e os óleos minerais, e seu uso ainda não está generalizado (CONTIERO, 2005).
Existem também os óleos minerais, que são a mistura de 95% a 98%
de óleos de parafina (não fitotóxico) com 2% a 5% de surfactante não-iônico. O propósito do
surfactante nesta mistura é emulsionar o óleo na solução pulverizada e abaixar a tensão
superficial. Acredita-se que os óleos minerais promovam a penetração dos defensivos e
aumentando a cobertura da pulverização e a absorção através da cutícula encerada e na
carapaça dos insetos. Também podem chegar a diminuir a volatilidade e a fotodegradação de
alguns defensivos (CURRAN et al., 1999). Atualmente, estão disponíveis os óleos
concentrados ("crop oil concentrate"), com uma concentração maior de surfactante (15% a
20%), os quais são utilizados a uma concentração de 1% v/v. Óleos minerais são muito
utilizados como inseticidas, no caso de cochonilhas. Segundo a Petrobras Distribuidora
39
(2006), o óleo mineral OPPA-BR-CE age eficazmente no controle das cochonilhas de
carapaça, matando-as por asfixia.
Vários fatores afetam a relação chuva e agroquímicos, mas os mais
importantes são a intensidade da chuva, quantidade de chuva, intervalo de tempo entre o
tratamento e a chuva, a formulação comercial dos agrotóxicos, a solubilidade do produto em
água e o tipo de cultura (CABRAS et al., 2001; GREEN, 2001).
Em estudos de lavagem pela chuva realizados por Debortoli (2008), a
chuva simulada afetou negativamente o controle da ferrugem asiática, principalmente quando
não foi utilizado adjuvante juntamente com o fungicida. A ocorrência de chuva aos 0 e 30
minutos após a aplicação dos tratamentos, provocou a maior influência sobre a eficiência de
controle da doença. Os dados demonstram que o efeito negativo da lavagem pela chuva está
diretamente ligado ao intervalo entre a aplicação e a ocorrência da chuva.
Para Holloway (1970), as propriedades físico-químicas da superfície
cuticular determinam a molhabilidade e representam a primeira barreira para a penetração das
substâncias aplicadas, influenciando na deposição, distribuição e retenção dos produtos. Holly
(1976) afirma que as propriedades físicas da calda também afetam a molhabilidade. Byers et
al. (1984) afirmam que, a deposição e a distribuição dependem da deriva, tamanho das gotas,
velocidade e deslocamento do pulverizador, vento, tipo de equipamento utilizado, combinação
de pontas no pulverizador, velocidade e distância do pulverizador até o alvo.
As características de um fungicida são fatores determinantes dentro de
uma série de variáveis que determinam a efetividade de um produto. A quantidade de produto
que adere à folha durante a pulverização e a quantidade de material que permanece na folha
após a ação de intempéries são os principais fatores que determinam a quantidade de resíduo
ativo nas superfícies foliares para um efetivo controle dos fitopatógenos (RICH, 1954). A
chuva é considerada como o maior depreciador de depósitos fungicidas sobre a superfície
foliar. A estratégia do uso de aditivos à calda fungicida pode melhorar a ação de certos
fungicidas sensíveis à ação de intempéries, por propiciar melhor aderência à superfície foliar e
ainda, elevar a sua persistência (tenacidade), principalmente sob ação da chuva (SUHERI;
LATIN, 1991). Segundo Tracker e Young (1999) a chuva natural modifica os depósitos de
agrotóxicos em plantas por diluição, redistribuição e por remoção.
40
Segundo Hunsche (2006) a aplicação foliar de fungicidas é um
processo crítico na agricultura moderna. Um dos fatores para o sucesso do tratamento
fitossanitário depende da retenção de ingrediente ativo na folha e da resistência do depósito de
ativo a fatores adversos como a chuva. A retenção e a tenacidade são influenciadas por
características físico-químicas da superfície da folha, que podem ser intrínsecas de cada
cultura ou cultivar (REYNOLDS et al., 1994).
Bonelli et al. (2005) avaliaram diferentes equipamentos com relação ao
tamanho de gotas (fina e muito fina) com e sem óleo em adição ao flutriafol em aplicões reas
para controle da ferrugem da soja. Todos os tratamentos mantiveram a doença abaixo ou próximo
a 1% de severidade. A análise residual do flutriafol mostrou que as folhas dos tratamentos com
óleo apresentaram maior concentração do ativo, o que deixa a aplicão mais tolerante à
ocorrência de chuvas. Os resíduos dos produtos foram semelhantes quanto a tecnologia de
aplicação, sem diferenças marcantes entre os tratamentos.
Em estudos realizados por Antuniassi et al. (2005) também foi
observada maior concentração de fungicida nas folhas em tratamentos utilizando óleo na calda
em aplicações na cultura da soja. Entretanto, não houve diferença no controle de ferrugem e
produção entre estes tratamentos.
41
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local do experimento
Os trabalhos foram realizados no Núcleo de Ensaio de Máquinas e
Pneus Agroflorestais (NEMPA), do Departamento de Engenharia Rural e Núcleo de Pesquisas
Avançadas em Matologia (NUPAM), do Departamento de Produção Vegetal, ambos da
Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP, Fazenda Experimental Lageado, localizada
no município de Botucatu (SP), apresentando como coordenadas geográficas 48º 23’ de
longitude Oeste de Greenwich e 22º 51’ de latitude Sul, com altitude de 765 metros.
Os vasos foram preparados e conduzidos em estufa no NEMPA,
enquanto as aplicações e as análises laboratoriais foram realizadas no NUPAM. Também
foram realizadas avaliações no Laboratório de Análises do Tamanho de Partículas (LAPAR),
do Departamento de Fitossanidade, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP
Jaboticabal/SP.
3.2 Preparo dos vasos
Foram coletadas 10 amostras simples do solo a serem utilizadas para
compor uma amostra. O solo foi misturado utilizando-se dois baldes, e após homogeneizado, foi
42
retirada uma amostra. O solo utilizado pertence a descrição de perfis da Unidade Patrulha,
conforme Carvalho et al. (1983), correspondendo a um Latossolo Vermelho Escuro Álico,
textura média, atualmente denominado Latossolo Vermelho Distrófico (EMBRAPA, 1999). Este
solo apresenta suas características químicas (Anexo 1) de acordo com a metodologia descrita por
Raij et al. (2001), seguindo a rotina do Laboratório de Fertilidade do Solo do Departamento de
Recursos – Área de Ciência do Solo/FCA-UNESP - Botucatu-SP.
O solo foi adequadamente peneirado para se obter uma maior
uniformidade de granulometria utilizando-se a peneira malha de 4 mm e logo após,
acondicionado nos vasos. Em função dos resultados da análise química do solo, a saturação
por bases foi elevada a 50% (RAIJ et al., 1997) através da aplicação de 17,69 g/vaso de calcário
minercal (PRNT de 91%), com antecedência de 20 dias (RAIJ et al., 1997) da instalação do
experimento, simulando as condições de campo. Cada vaso recebeu água para manutenção do
solo na capacidade de campo, conforme Oliveira et al. (2008).
A adubação para semeadura foi realizada com fósforo (P = 20,4
g vaso
-1
), Nitrogênio (N = 0,9 g vaso
-1
) e Potássio (K = 0,7g vaso
-1
). O calcário e esses
nutrientes foram incorporados com o auxilio de uma betoneira. Aos 14 d.a.e. foi feita uma
adubação de cobertura com micronutrientes, que foi repetida aos 21 e 40 dias após
emergência.
Aos 14 d.a.e. foram utilizados os seguintes micronutrientes:
ácido bórico (B): 0,019 g vaso
-1
; sulfato de cobre (Cu): 0,092 g vaso
-1
; sulfato de manganês
(Mn): 0,123 g vaso
-1
; sulfato de zinco (Zn): 0,2 g vaso
-1
e uréia: 0,9 g vaso
-1
. Aos 21 d.a.e.:
cloreto de cálcio (Kcl): 0,7 g vaso
-1
e uréia: ,09 g vaso
-1
e aos 35 d.a.e: cloreto de cálcio (Kcl):
0,7 g vaso
-1
e uréia: 0,9 g vaso
-1
, preservando a ordem de mistura no preparo da adubação.
Para facilitar a pesagem dos micronutrientes, devido a baixa
quantidade por vaso, foi feita uma pesagem total para os 400 vasos e em seguida preparada
uma solução em água. Dessa solução foi retirada a quantidade de 6,60 ml para cada vaso, com
o auxilio de uma micropipeta (Figura 3c).
As sementes de soja (cultivar Conquista) foram semeadas e as plantas
cultivadas em vasos plásticos com volume interno de 8 L. Foram dispostas oito sementes por
vaso com desbaste de quatro plantas 15 d.a.e. Os vasos foram mantidos em estufa (Figura
3b,d), com irrigação uniforme três vezes ao dia até o momento das aplicações, que ocorreram
43
com a soja no estádio R1. Anteriormente a aplicação, todos os vasos foram mantidos em uma
câmara climatizada, por 72 h (Figura 4) para excluir qualquer desuniformidade de condições
ambientais antes e durante os tratamentos. Essa câmara foi programada na alternâcia de 14 e
10h de claro/escuro, umidade relativa de 60% dia e 75% noite e temperatura de 27 ºC dia e 22
ºC noite (mais ou menos 1%/1 ºC).
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3 - Preparo e condução dos vasos: adubação de semeadura (a), emergência (b),
adubação de cobertura (c), crescimento inicial das plantas (d).
44
(a)
(b)
Figura 4 - Câmara climatizada. Painel de controle (a) e disposição dos vasos no interor
da câmara (b).
45
3.3 Aplicação das caldas e simulação da chuva
Utilizou-se um simulador especialmente projetado para representar
todos os parâmetros e configurações de um equipamento terrestre convencional (Figura 5), o
qual também possibilita a simulação de lâminas de chuva mediante o uso de pontas de
pulverização especiais, com jato plano e gotas grossas. Tal equipamento, pertencente ao
NUPAM, constitui-se de uma estrutura metálica com 3 m de altura por 2 m de largura, que
permite acoplamento de um "carrinho" suspenso a 2,5 m de altura. A esse carrinho encontram-
se acopladas duas barras de pulverização: uma responsável pelo sistema de simulação de
chuva e a outra pelo sistema de pulverização de defensivos agrícolas, as quais se deslocam por
uma área útil de 6 m
2
no sentido do comprimento do equipamento (VELINI, 2006)
1
.
O tracionamento de ambas as barras foi realizado por meio de
correntes e engrenagens, com o auxílio de um motor elétrico, cujo ajuste foi feito por um
modulador de frequência, permitindo a obtenção de velocidade constante previamente
determinada (Figura 6). O líquido a ser pulverizado fica contido em um recipiente com
capacidade de 2 L. A movimentação da barra foi feita por um conjunto moto-redutor acionado
por um variador de freqüência, no qual pode-se ajustar a velocidade de deslocamento e o
sentido da pulverização (Figura 6).
____________________________
(VELINI, 2006)
1
- Edivaldo Domingues Velini – Comunicação pessoal.
46
Figura 5 - Simulador utilizado para aplicação das caldas e das lâminas de chuva.
Detalhes do trilho suspenso (a) que movimenta a estrutura de suporte da barra
pulverizadora com os bicos de pulverização (b) e os bicos de simulação de chuva (c).
a
b
c
47
(a)
(b)
Figura 6 - Detalhes da pressurização, garrafa de depósito da calda e sistema de
regulagem de altura da barra pulverizadora (a) e disposição dos vasos junto ao
simulador no momento da pulverização (b).
48
A movimentação da barra iniciou-se a 1,5m de distância dos
primeiros vasos a fim de estabilizar a uniformidade de pulverização, mantida fixa para todas
as aplicações em 3,6 km/h. As pontas XR 11001 foram mantidas com espaçamento de 50 cm e
altura do topo das plantas de 50 cm. (Figura 7). A vazão utilizada foi de 0,38 L min
-1
, a uma
taxa de aplicação de 126.7 L ha
-1
,
com pressão de 310 Kpa (45 libras por polegada quadrada).
A umidade e temperatura no momento das aplicações variaram de 25 a 27
o
C e 73 a 83%,
respectivamente.
(a) (b)
Figura 7 - Disposição das pontas XR 11001 (gotas finas), utilizadas para a pulverização
(a) e características de depósito da folha pulverizada (b).
Imediatamente após a aplicação, o primeiro lote de plantas foi
submetido à chuva de zero hora. Em seguida as plantas foram cortadas, colocadas em sacos
plásticos (Figura 8) e lavadas por 3 minutos em 200 ml de água destilada.
49
(a) (b)
(c) (d)
Figura 8 - Preparo das plantas para a lavagem: corte da planta (a), empacotamento (b),
adição da água destilada (c), agitação para a extração do fungicida (d).
Para a coleta das soluções resultantes das lâminas de chuva
aplicadas os vasos foram encapados com sacos plásticos (40x60cm), deixando-se exposta
50
apenas a parte aérea das plantas (Figura 9). Posteriormente, os vasos foram colocados dentro
de bacias (0,70 m d) também recobertas com sacos plásticos de 0,9x1,20m.
(a)
(b)
Figura 9 - Proteção dos vasos (a) e das bacias (b) com sacos plásticos.
A simulação da chuva foi feita utilizando-se uma bomba
hidráulica de pressão constante e acionamento automático (Figura 10), a qual bombeia água
armazenada de um reservatório, com capacidade para 1.000 L, até a barra e pontas de
pulverização responsáveis pela formação de gotas de chuva. A barra de simulação de chuva
situada a 1,45 m de altura em relação à superfície das unidades experimentais foi constituída
por três bicos de pulverização TK-SS-20 (Jato Plano Defletor) de alta vazão, espaçados de
51
0,5 m e posicionados de forma a propiciar maior uniformidade de precipitação na área
aplicada
(a)
(b) (c)
Figura 10 - Disposição dos vasos (1 repetição) para a primeira chuva (a), detalhes das
pontas de jato plano defletor (gotas grossas), utilizadas para a simulação da chuva (b) e
detalhe das gotas de chuva sobre as folhas nos vasos (c).
52
Após a aplicação e simulação da chuva as soluções foram coletas
(Figura 11) e armazenadas para análise. As plantas (folhas e caules) foram cortadas, ensacadas
em sacos de papel (Figura 12) e levadas para estufa, por 5 dias a 60 ºC para a obtenção de
matéria seca.
Figura 11 - Coleta da solução de lavagem resultante da aplicação da chuva.
Figura 12 - Preparo das plantas para matéria seca.
53
No período que antecedeu a simulação de chuva de 48h as plantas
foram novamente levadas para a câmara climatizada.
3.4 Preparo das amostras
Após coletadas, as amostras foram armazenadas em congelador
até a data de seu processamento (aproximadamente 30 dias). Depois de descongeladas, foram
previamente filtradas em membranas de fibra de vidro, e em seguida foram concentradas em
Carbono 18 (Figura 13). Logo após, foi feita a extração em 5ml de metanol (Figura 14). Essas
amostras foram levadas a um bloco de aquecimento (40 ºC) em uma capela, para a evaporação
do solvente. Após evaporação, a amostras foram re-suspendidas novamente em metanol (1 ml)
para ser injetada no cromatógrafo (Figura 15).
Figura 13 - Filtração das amostras em Carbono 18.
54
Figura 14 - Extração do ingrediente ativo. Resuspensão em C18 (a), filtragem (b).
Figura 15 - Bloco de aquecimento.
55
3.5 Análise do flutriafol
A avaliação da concentração de flutriafol nas soluções
resultantes da lavagem das plantas pela chuva foi realizada através da quantificação dos
resíduos do fungicida na água pelo método de cromatografia gasosa e espectrometria de massa
(GC-MS), Thermo Quest (Figura 16). Essa técnica acoplada tem como principal característica
a combinação de técnicas de separação (cromatografia) e de identificação (espectrometria),
possibilitando uma quantificação com menos interferências. O gás de arrasto utilizado no
processo foi o gás hélio, por ser o principal gás de arraste, devido a sua estabilidade, não é
reativo e possui baixo peso molecular.
(a) (b)
Figura 16 - Cromatógrafo. Vista frontal (a) e detalhe das amostras (b).
Para efeito do cálculo do percentual do produto extraído nas
lavagens, a quantidade de flutriafol nestas soluções foi comparada à quantidade total
depositada nas plantas, a qual foi representada pela quantidade do ativo recuperado na
lavagem realizada imediatamente após a aplicação dos tratamentos (lavagem 0 h após a
aplicação).
56
3.6 Delineamento experimental
As formulações de flutriafol (Impact 125 SC) utilizadas nas
pulverizações foram denominadas de acordo com sua codificação interna na empresa
fabricante: 1310-05, 1310-06, 118-05 e 80D. As diferenças entre estas formulações se referem
a variações nos componentes presentes em cada produto (adjuvantes e inertes), assim como
dos lotes de origem das amostras. Assim, como exemplo, os códigos 1310-05 e 1310-06
representam a mesma formulação (1310) de dois lotes distintos (05 e 06 representam os anos
de 2005 e 2006, respectivamente). Estas formulações foram aplicadas com e sem óleo mineral
Oppa (1% v/v), sendo que num dos tratamentos a formulação 1310-05 foi aplicada em mistura
com o fungicida tebuconazole (Tabela 2).
As caldas foram preparadas e imediatamente aplicadas sobre a
cultura. Após a aplicação, as plantas foram retiradas do laboratório e deixadas à temperatura
ambiente, a espera do tempo decorrido para a simulação da chuva, de acordo com cada
tratamento. Cada um dos 10 tratamentos foi constituído por um lote de 16 vasos, dividido em
4 grupos de 4 vasos (cada vaso com 4 plantas foi uma repetição). Cada grupo de 4 vasos foi
separado para passar pelo processo de lavagem pela chuva de acordo com o procedimento
descrito na Tabela 3.
57
Tabela 2 - Caldas utilizadas como tratamentos de acordo com os códigos dos fungicidas.
Código do Fungicida Dose (g ia há-1) Adjuvante
flutriafol (Impact 125 SC) 1310-05 62,5 -
flutriafol (Impact 125 SC) 1310-05 62,5 Óleo mineral (Oppa 1%)
flutriafol (Impact 125 SC) 1310-06 62,5 -
flutriafol (Impact 125 SC) 1310-06 62,5 Óleo mineral (Oppa 1%)
flutriafol (Impact 125 SC) 118-05 62,5 -
flutriafol (Impact 125 SC) 118-05 62,5 Óleo mineral (Oppa 1%)
flutriafol (Impact 125 SC) 80D 62,5 -
flutriafol (Impact 125 SC) 80D 62,5 Óleo mineral (Oppa 1%)
flutriafol (Impact 125 SC) 1310-05+tebuconazole (Folicur 125 CE) 31,25 + 31,25 -
flutriafol (Impact 125 SC) 1310-05+tebuconazole (Folicur 125 CE) 31,25 + 31,25 Óleo mineral (Oppa 1%)
A chuva foi simulada de acordo com uma programação pré-
definida no simulador (cada passagem representava 2,5 mm de lâmina), através da aplicação
de duas lâminas seqüenciais, sendo a primeira com 5 mm (duas passadas) e a segunda com
15 mm (seis passadas), com intervalo de 10 minutos entre as aplicações das lâminas. Para
efeito de coleta da solução resultante da lavagem das plantas, as lâminas de 5 mm e 15 mm
foram coletadas individualmente.
Após a simulação das lâminas de chuva, as plantas foram
cortadas dos vasos e lavadas por imersão em saco plástico contendo 200 mL de água destilada.
Todas as lavagens (lâminas de chuva e imersão) foram realizadas em 4 intervalos: 0 h (no
momento da aplicação), 1 h, 2 h e 48 h após a aplicação (Tabela 2).
58
Tabela 3 - Descrição dos tratamentos, definidos pela interação entre as caldas, o tempo entre a
aplicação e a lavagem e o tipo de lavagem.
Tratamentos Tempo entre a
aplicação e a
lavagem
Tipo de lavagem
0 h
1h
2h
1310-05
Formulação 1310-05
48h
5mm de chuva, 15mm de
chuva e lavagem da planta por
imersão
0 h
1h
2h
1310-05 co
Formulação 1310-05
com óleo
48h
5mm de chuva, 15mm de
chuva e lavagem da planta por
imersão
0 h
1h
2h
1310-06
Formulação 1310-06
48h
5mm de chuva, 15mm de
chuva e lavagem da planta por
imersão
0 h
1h
2h
1310-06 co
Formulação 1310-06
com óleo
48h
5mm de chuva, 15mm de
chuva e lavagem da planta por
imersão
0 h
1h
2h
118-05
Formulação 118-05
48h
5mm de chuva, 15mm de
chuva e lavagem da planta por
imersão
0 h
1h
2h
118-05 co
Formulação 118-05
com óleo
48h
5mm de chuva, 15mm de
chuva e lavagem da planta por
imersão
0 h
1h
2h
80D
Formulação 80D
48h
5mm de chuva, 15mm de
chuva e lavagem da planta por
imersão
0 h
1h
2h
80D co
Formulação 80D
com óleo
48h
5mm de chuva, 15mm de
chuva e lavagem da planta por
imersão
0 h
1h
2h
1310-05+T
Formulação 1310-05 +
tebuconazole
(folicur 125 CE)
48h
5mm de chuva, 15mm de
chuva e lavagem da planta por
imersão
0 h
1h
2h
1310-05+T co
Formulação 1310-05 +
tebuconazole
(folicur 125 CE)
com óleo 48h
5mm de chuva, 15mm de
chuva e lavagem da planta
por imersão
59
3.7 Cálculo da quantidade de ativo removido pela chuva
A avaliação da concentração de flutriafol nas soluções
resultantes da lavagem das plantas pela chuva foi realizada através da quantificação dos
resíduos do fungicida na água pelo método cromatográfico GC-MS. Os valores de
concentração do ativo nas amostras analisadas (em ppm) foram multiplicados pelo volume da
amostra injetada no cromatógrafo (em mL), em seguida divididos pela massa de matéria seca
da planta correspondente e, posteriormente, divididos pelo coeficiente de extração do método
de análise (93,8% para as amostras com óleo e 98,3% para as amostras sem óleo na calda). O
resultado deste processamento representou a quantidade de ativo por unidade de massa seca
das plantas g de ativo g
-1
de planta). A seguir, este valor foi multiplicado por 1000 para
transformação em µg de ativo kg
-1
de planta e, posteriormente, dividido pela massa
equivalente de ativo aplicada por hectare. Desta maneira, o resultado final obtido foi a
quantidade de ativo extraída por kg de planta, ponderada pela dose aplicada em cada
tratamento [(µg/kg)/(g/ha)].
Para o cálculo do percentual extraído, as quantidades de
flutriuafol nas soluções de lavagem referentes às chuvas simuladas nos tempos determinados
em cada tratamento foram comparadas à quantidade total depositada nas plantas, a qual foi
representada pela quantidade do ativo recuperado nas lavagens realizadas imediatamente após
a aplicação dos tratamentos (lavagens 0 h após a aplicação). Nesta determinação da quantidade
total de flutriafol recuperada nas plantas considerou-se, portanto, a soma de todo o ativo que
foi retirado das plantas pela lavagem imediata após a aplicação. Este valor foi obtido da soma
do flutriafol recuperado tanto na solução resultante das duas lâminas de chuva (5 mm +
15 mm) como na solução onde houve a imersão das plantas logo após a aplicação da chuva
simulada. Estes valores representaram a expectativa de depósito total do ativo em cada
tratamento, sendo utilizado posteriormente para referenciar o cálculo dos percentuais de
flutriafol removido pelas lâminas de chuva aplicadas 1, 2 e 48 horas depois das aplicações.
60
3.8 Análise do tamanho de partículas
A análise do espectro de gotas das caldas pulverizadas foi baseada na
determinação do Span - amplitude relativa do espectro de gotas (Equação 1), diâmetro
mediano volumétrico (DMV) e percentual de gotas abaixo de 100 µm (%<100 µm), de acordo
com os tratamentos descritos na Tabela 1.
Span = (DV0,9 -DV0,1)/DV0,5 (1)
Onde:
DV0,9 – Diâmentro de 90% do volume acumulado
DV0,1 – Diâmentro de 10% do volume acumulado
DV0,5 - Diâmentro de 50% do volume acumulado
As caldas foram pulverizadas utilizando-se pontas de jato plano
(XR 11001) com padrão de gotas finas e mesmas condições de aplicações do ensaio anterior.
Estas análises foram realizadas no LAPAR, e foram determinadas de forma direta em
analisador de diâmetro de partículas por difração de raios laser (Mastersizer S®, versão 2.15),
conforme mostra a Figura 17. Nesse equipamento, uma unidade óptica determina o diâmetro
das gotas do espectro pulverizado por meio do desvio de trajetória sofrido pelo laser ao atingi-
las. Quanto menor a partícula, maior é o grau de difração que o raio de luz sofre
(ETHERIDGE et al., 1999).
61
(a) (b)
Figura 17 - Analisador de diâmetro de partículas por difração de raios Laser Mastersizer
S®, versão 2.15. vista lateral (a) e canhão laser (b).
Conforme recomendações do fabricante, o equipamento foi ajustado
para avaliar gotas de 0,5 a 900 µm (lente 300 mm). Um exaustor (tipo coifa) localizado sobre
o equipamento (Figura 18), onde é pulverizado o jato para a determinação do espectro de
gotas, retira as partículas que ficam suspensas no ar, podendo resultar em duplas leituras ou se
depositar sobre a lente do aparelho, comprometendo a exatidão da análise. Para manter a
pressão constante, utilizou-se de ar comprimido controlado com regulador de pressão de
precisão. Utilizou-se de oscilador para que o jato de calda atravessasse transversalmente o
laser durante a leitura pelo aparelho. O tempo despendido pelo oscilador para mover-se de um
extremo ao outro do jato aplicado foi calibrado para 2 segundos. Cada leitura do laser foi
realizada com intervalo de 2 milissegundos, totalizando 500 leituras por segundo.
62
Figura 18 - Detalhe do exaustor tipo coifa (a) e jato de pulverização (b).
As caldas utilizadas foram as mesmas descritas na Tabela 1, nas
mesmas concentrações. As condições ambientais no momento das aplicações foram: T: 23 ºC,
UR: 52%.
Para efeito de análise dos dados as médias foram comparadas por
estatística não paramétrica através do cálculo do intervalo de confiança ao nível de 90%
(Equação 2).
nstIC /)*(= (2)
Onde:
IC = intervalo de confiança;
t = valor de t tabelado, ao nível de 10% de probabilidade;
s = desvio padrão;
n = número de repetições.
a
b
63
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Análise do tamanho de partículas
A Figura 19 apresenta os valores do DMV - diâmetro mediano
volumétrico m) para cada uma das caldas avaliadas. Os valores de DMV para as caldas sem
a adição de óleo variaram de 118,1 a 121,5 µm, não indicando haver diferença de
comportamento entre os produtos testados no que se refere ao processo de formação de gotas.
Analisando-se as caldas com adição de óleo, estes valores apresentaram uma variação um
pouco maior (entre 123,3 e 131,5 µm) sem, no entanto, ocorrer diferença significativa na
análise do intervalo de confiança. Estas observações apenas sugerem que as diferentes
formulações interagiram de modo variável quando da adição do óleo mineral. Christofoletti
(1999a) afirma que uma opção economicamente viável encontrada para aumentar a
viscosidade do líquido, bem como a eficiência das pulverizações, tem sido a adição de óleo
vegetal às caldas de pulverização. Segundo o autor, a utilização de óleo vegetal como
adjuvante tem indicação principal de espalhante adesivo, mas sua característica de viscosidade
pode alterar também o espectro de gotas pulverizadas.
De maneira geral, apesar de não haver diferenças significativas,
observa-se uma tendência evidente e constante de maiores valores de DMV para todas as
caldas onde ocorreu a adição de óleo (o maior valor médio de DMV para as caldas sem óleo
64
foi de 121,5 µm, enquanto o menor para as caldas com óleo foi de 123,3 µm). Neste sentido,
Butler-Ellis (2004) explica que a formação de emulsão na calda modifica o processo de
rompimento do filme de líquido no spray gerado na ponta de pulverização, fazendo com que
este processo ocorra de maneira mais rápida, gerando gotas maiores. Este processo ocorre pois
o filme de líquido tem início com uma espessura maior (próximo da ponta) e depois vai se
tornando mais fino (no ponto onde ocorre o rompimento e formação das gotas). Dados obtidos
por Contiero (2005) mostram que o acréscimo de um agrotóxico pode alterar o padrão de
gotas e a vazão da água pura, com uma determinada pressão, além de afetar também a
deposição do líquido nas plantas, assim, adjuvantes acrescentados numa calda também tendem
a alterar o padrão de gotas e a vazão.
Esse aumento de DMV deve-se, ainda, ao potencial de aumento
da viscosidade desta calda. Isso porque o óleo tende a modificar suas propriedades. Esse
aumento de viscosidade dificulta a fragmentação da gota, permitindo uma formação maior.
Cunha et al. (2003a), avaliando o efeito de um óleo vegetal emulsionável no espectro de gotas
gerados por bicos de pulverização hidráulicos, concluíram que a adição desse óleo alterou o
espectro de gotas pulverizadas, aumentando o diâmetro das gotas e diminuindo a percentagem
de gotas propensas à ação dos ventos.
As tendências obtidas neste trabalho indicam um potencial para
redução do risco de deriva nas caldas com óleo, devido a tendência de formação de gotas
maiores, conforme descrito por Antuniassi (2009). Ainda, a presença do óleo reduziu a
formação de gotas com DMV abaixo de 100 µm em todas as caldas avaliadas (Figura 21), o
que confirma a característica de menor tendência de risco de deriva da aplicação destas caldas
com óleo.
65
110
115
120
125
130
135
140
145
1310-
05
1310-
05 co
1310-
06
1310-
06 co
118-05 118-05
co
80 D 80 D
co
1310-
05+T
1310-
05+T
co
DMV
Figura 19 - Caracterização das caldas quanto ao Diâmetro mediano volumétrico (DMV),
expresso em micrometros m). Para a comparação dos resultados, os pontos
representam os valores médios e as linhas verticais indicam o Intervalo de Confiança
ao nível de 90%.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1310-
05
1310-
05 co
1310-
06
1310-
06 co
118-05 118-05
co
80 D 80 D
co
1310-
05+T
1310-
05+T
co
%<100um
Figura 20 - Percentual do volume aplicado com gotas menores do que 100 µm. Para a
comparação dos resultados, os pontos representam os valores médios e as linhas
verticais indicam o Intervalo de Confiança ao nível de 90%.
66
A Figura 21 mostra o comportamento da amplitude relativa do
espectro de gotas (Span) resultante de cada calda pulverizada. Este valor, quanto menor, indica
uma pulverização com gotas mais uniformes, o que representa um fator desejável. Observa-se,
portanto, que a adição do óleo melhorou o espectro de todas as caldas, apesar das diferenças
não serem significativas na comparação das médias pelo IC 95%.
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
1,05
1,10
1,15
1,20
1310-
05
1310-
05 co
1310-
06
1310-
06 co
118-05 118-05
co
80 D 80 D
co
1310-
05+T
1310-
05+T
co
Span
Figura 21 - Valor do espectro de gotas (Span) resultante de cada calda pulverizada (tanto
melhor quanto mais próximo da unidade - valor igual a um). Para a comparação dos
resultados, os pontos representam os valores médios e as linhas verticais indicam o
Intervalo de Confiança ao nível de 90%.
4.2 Análise da extração do fungicida pela chuva
A Figura 22 apresenta as quantidades totais de flutriafol
recuperadas nas plantas considerando a soma de todo o ativo que foi retirado das plantas pela
lavagem imediata após a aplicação. Este valor, expresso em µg de ativo por kg de peso seco
das plantas, ponderado de acordo com a dose aplicada, em g/ha [g/kg)/(g/ha)], foi obtido da
soma do flutriafol recuperado tanto na solução resultante das duas lâminas de chuva (5 mm +
15 mm) como na solução onde houve a imersão das plantas após a aplicação da chuva
simulada. Estes valores representam a expectativa de depósito total do ativo em cada
67
tratamento, sendo utilizado posteriormente para referenciar o cálculo dos percentuais de
flutriafol removido pelas lâminas de chuva aplicadas 1, 2 e 48 horas depois das aplicações.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1310-05 1310-06 118-05 80 D 1310-05+t
(ug/kg)/(g/ha)
CO
SO
Figura 22 - Quantidade de flutriafol removido das plantas no momento da aplicação
(lavagem imediata após a aplicação). CO e SO identificam as caldas com e sem a
adição de óleo mineral.
Observa-se, inicialmente, que em apenas duas das caldas
avaliadas houve uma disparidade maior entre os valores obtidos para cada tratamento com e
sem óleo adjuvante (produtos 1310-05 e 118-05). Nos demais, as diferenças foram menos
significativas. A discussão deste comportamento requer uma análise mais profunda de
possíveis evidências, visto que não são encontradas razões simples que possam explicar os
fatos. No que se refere à tecnologia de aplicação, as diferenças de depósito entre as aplicações
com e sem óleo nestes tratamentos não encontra embasamento nos parâmetros avaliados, visto
que os diâmetros de gotas não foram significativamente diferentes. Considera-se, ainda, que
houve a manutenção correta da pressão de trabalho, não havendo, portanto, diferenças nas
doses aplicadas.
Uma das possibilidades a ser futuramente estudada é o potencial
de ocorrência de decantação dos produtos nos recipientes utilizados para armazenar as caldas
68
durante o processo de aplicação no simulador. Estes recipientes, com 2 L de capacidade, não
possuem sistema de agitação, havendo portanto a possibilidade das caldas ficarem alguns
minutos sem agitação. Neste caso, caldas que possuam dispersão de partículas menos eficiente
poderiam resultar na geração de um gradiente vertical de concentração dentro do reservatório,
gerando diferenças nas quantidades de ativo aplicado entre os tratamentos. Esta possibilidade
deve ainda ser avaliada quanto a uma possível interação da estabilidade com a adição do óleo,
pois é possível notar que nos dois casos em que houve grande discrepância os valores os
maiores foram obtidos para as soluções contendo óleo adjuvante.
As Figuras 22 a 28 apresentam os potenciais de remoção do
flutriafol das plantas pelas lâminas de chuva aplicadas ao longo do tempo (1, 2 e 48 horas após
a aplicação). Os percentuais de remoção foram calculados relacionando-se a quantidade de
flutriafol recolhido na solução de lavagem após a aplicação da chuva com os valores
apresentados na Figura 21 (valor total lavado no momento da aplicação), os quais foram
considerados para efeito de referência como os depósitos totais para cada tratamento.
Nestes gráficos observa-se, em geral, que a remoção foi sempre maior
ou igual nas caldas sem óleo, comparadas com as caldas com óleo, mostrando que a aplicação
com óleo propiciou tanto maior adesividade quanto maior absorção do ativo pelas plantas.
Neste sentido, Curran et al. (1999) citam que os adjuvantes ativadores são os mais utilizados,
pois correspondem a agentes ativadores da superfície. Incluem surfactantes, óleos minerais e
vegetais, fertilizantes nitrogenados, espalhador-adesivos, agentes de molhamento e penetrantes
têm um mesmo comportamento. Essa propriedade pode reduzir o efeito de lavagem quando a
aplicação do defensivo for seguida por chuva (TU; RANDALL, 2003). Neste sentido, estudos
de remoção realizados por Debortoli (2008) mostraram que a chuva simulada afetou
negativamente o controle da ferrugem asiática, principalmente quando não foi utilizado
adjuvante juntamente com o fungicida. A ocorrência de chuva aos 0 e 30 minutos após a
aplicação dos tratamentos provocou a maior influência sobre a eficiência de controle da
doença. Os dados demonstram que o efeito negativo da lavagem pela chuvas está diretamente
ligado ao intervalo entre a aplicação e a ocorrência da chuva.
69
0
10
20
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40
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80
90
100
1310-05 1310-06 118-05 80 D 1310-05+t
% removido
CO
SO
Figura 23 - Percentual de flutriafol removido com uma lâmina de 5 mm 1 h depois da
aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de óleo mineral.
0
10
20
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40
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100
1310-05 1310-06 118-05 80 D 1310-05+t
% removido
CO
SO
Figura 24 - Percentual de flutriafol removido por duas lâminas seqüenciais (5 mm +15
mm), 1 h depois da aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de
óleo mineral.
70
0
10
20
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50
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100
1310-05 1310-06 118-05 80 D 1310-05+t
% removido
CO
SO
Figura 25 - Percentual de flutriafol removido com uma lâmina de 5 mm 2 h depois da
aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de óleo mineral.
0
10
20
30
40
50
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90
100
1310-05 1310-06 118-05 80 D 1310-05+t
% removido
CO
SO
Figura 26 - Percentual de flutriafol removido por duas lâminas seqüenciais (5 mm +15
mm), 2 h depois da aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de
óleo mineral.
71
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1310-05 1310-06 118-05 80 D 1310-05+t
% removido
CO
SO
Figura 27 - Percentual de flutriafol removido com uma lâmina de 5 mm 48 h depois da
aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de óleo mineral.
0
10
20
30
40
50
60
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90
100
1310-05 1310-06 118-05 80 D 1310-05+t
% removido
CO
SO
Figura 28 - Percentual de flutriafol removido por duas lâminas seqüenciais (5 mm +15
mm), 48 h depois da aplicação. CO e SO identificam as caldas com e sem a adição de
óleo mineral.
72
Independentemente da calda aplicada e da intensidade da chuva, um
fato que merece destaque é a efetiva quantidade de fungicida removido pela chuva ao longo do
tempo. Os percentuais observados 1, 2 e 48 horas após a aplicação não refletem o senso
comum do mercado de fungicidas que utiliza o valor referencial de 2 horas como intervalo
mínimo entre a aplicação e a chuva. A maior parte das empresas fabricantes de fungicidas para
ferrugem da soja e os consultores agronômicos que atuam neste segmento recomendam
atenção para este intervalo mínimo de 2 horas. Entretanto, como pode ser observado nas
Figuras 27 e 28, quantidades substanciais do ativo podem ser removidas até 48 horas depois da
aplicação. Desta maneira, é importante ressaltar que este intervalo mínimo de segurança
permanece questionável, merecendo a atenção de futuros projetos de pesquisa.
As Figuras 29 a 33 apresentam o percentual de flutriafol removido por
uma lâmina de 5 mm (a) e por duas lâminas seqüenciais com 5 mm +15 mm (b), de acordo
com o tempo decorrido para a aplicação da chuva, para cada formulação ou mistura
considerada. Nestes casos, observa-se em geral que o aumento da chuva não mudou o perfil de
comportamento de cada tratamento. Entretanto, é possível notar que algumas caldas têm
comportamento diferente na comparação da aplicação com e sem óleo ao longo do tempo. Um
exemplo deste comportamento pode ser visto na comparação entre as formulações 1310-06 e
118-05. Na formulação 1310-06 a importância do óleo na retenção do produto cresceu ao
longo do tempo, ou seja, na lavagem 1 h depois da aplicação houve pouca diferença entre as
caldas com e sem óleo. Entretanto, esta diferença foi acentuada nas lavagens 2 e 48 h após a
aplicação. Por outro lado, na formulação 118-05 a diferença e entre as caldas com e sem óleo
foi acentuada na lavagem 1 h depois da aplicação, tendo este comportamento ficado menos
evidente quando a chuva ocorreu 2 h depois da aplicação.
73
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 h 2 h 48 h
% removido
1310-05 co
1310-05 so
0
10
20
30
40
50
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70
80
90
100
1 h 2 h 48 h
% removido
1310-05 co
1310-05 so
(a) (b)
Figura 29 - Percentual de flutriafol (formulação 1310-05) removido por uma lâmina de 5
mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de acordo com o tempo
decorrido para a aplicação da chuva. CO e SO identificam as caldas com e sem a
adição de óleo mineral.
0
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1310-06 co
1310-06 so
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1 h 2 h 48 h
% removido
1310-06 co
1310-06 so
(a) (b)
Figura 30 - Percentual de flutriafol (formulação 1310-06) removido por uma lâmina de 5
mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de acordo com o tempo
decorrido para a aplicação da chuva. CO e SO identificam as caldas com e sem a
adição de óleo mineral.
74
0
10
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1 h 2 h 48 h
% removido
118-05 co
118-05 so
0
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1 h 2 h 48 h
% removido
118-05 co
118-05 so
(a) (b)
Figura 31 - Percentual de flutriafol (formulação 118-05) removido por uma lâmina de 5
mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de acordo com o tempo
decorrido para a aplicação da chuva. CO e SO identificam as caldas com e sem a
adição de óleo mineral.
0
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1 h 2 h 48 h
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80 D so
0
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1 h 2 h 48 h
% removido
80 D co
80 D so
(a) (b)
Figura 32 - Percentual de flutriafol (formulação 80D-05) removido por uma lâmina de 5
mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de acordo com o tempo
decorrido para a aplicação da chuva. CO e SO identificam as caldas com e sem a
adição de óleo mineral.
75
0
10
20
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1 h 2 h 48 h
% removido
1310-05+F co
1310-05+F so
0
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1 h 2 h 48 h
% removido
1310-05+F co
1310-05+F so
(a) (b)
Figura 33 - Percentual de flutriafol (calda com 1310-05 + tebuconazole) removido por
uma lâmina de 5 mm (a) e por duas lâminas seqüenciais de 5 mm +15 mm (b), de
acordo com o tempo decorrido para a aplicação da chuva. CO e SO identificam as
caldas com e sem a adição de óleo mineral.
Outro fator importante a ser observado é o aumento da importância da
maior quantidade de chuva para remover o fungicida ao longo do tempo, interagindo com a
adição ou não de óleo na calda aplicada. A Figura 34 mostra a evolução da diferença
percentual do flutriafol removido com 2 lâminas seqüenciais (5 mm + 15 mm) com relação ao
removido por apenas uma lâmina de 5 mm, de acordo com o tempo decorrido entre a
pulverização e a chuva (1, 2 e 48 h). Nas primeiras duas colunas observa-se que, decorrida 1 h
da aplicação, duas lâminas (5 + 15 mm) removeram cerca de 20% a mais de flutriafol, quando
comparada a apenas uma lâmina, quando as caldas continham óleo (média dos tratamentos),
enquanto que esta diferença percentual foi de pouco mais de15% para as caldas sem o óleo.
Nas demais colunas nota-se novamente que nas aplicações com óleo as duas lâminas foram
mais efetivas do que apenas uma, mostrando que foi necessário uma maior quantidade de
chuva para lavar as caldas aplicadas com óleo. Ainda, esta diferença cresceu ao longo do
tempo, sendo que com a chuva 48 h após a aplicação as duas lâminas removeram cerca de
50% a mais dos fungicidas nas aplicações com óleo, enquanto este valor foi de apenas25% nas
caldas sem óleo. Com relação a estas observações, Weber et al. (1937) afirmaram que uma
única chuva de característica forte remove muito mais fungicida da superfície foliar do que
várias chuvas fracas de mesmo volume.
76
0
10
20
30
40
50
60
1H 2H 48H
Diferença percentual
CO
SO
Figura 34 - Diferença percentual entre a remoção de fungicida por duas lâminas (5 mm +
15 mm) comparada a remoção com apenas uma (5 mm), com e sem a adição de óleo e
ao longo do tempo.
77
5. CONCLUSÕES
Observou-se tendência de maior valor de DMV, menor valor do
percentual de gotas abaixo de 100 µm e menor valor de amplitude do espectro de gotas para
todas as caldas onde ocorreu a adição de óleo mineral;
A remoção do flutriafol pela chuva foi sempre maior ou igual nas
caldas sem óleo, comparadas com as caldas com óleo, mostrando que a aplicação com óleo
propiciou maior adesividade e/ou maior absorção das caldas pelas plantas;
O aumento da quantidade de chuva não mudou o perfil de
comportamento dos tratamentos;
Observou-se o aumento da importância da maior quantidade de chuva
para remover o fungicida ao longo do tempo, acentuando a diferença entre as caldas com e
sem óleo. Com o passar do tempo foi necessária uma maior quantidade de chuva para lavar as
caldas aplicadas com óleo;
Observou-se remoção significativa de fungicida até 48h após a
aplicação.
78
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95
Anexo I
PROCEDÊNCIA:Patrulha PROCEDÊNCIA:Patrulha
AMOSTRA(S)
pH M.O. P
resina
Al
3+
H+Al K Ca Mg SB CTC V%
S
AMOSTRA(S) BORO COBRE FERRO MANGANÊS ZINCO
Labor. Int.
CaCl
2
g/dm
3
mg/dm
3
mg/dm
3
Labor.
Int.
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _
mg/dm
3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
GT 6
1
4,2 26 2
---
68 0,2 1 0 2 69 2 ---
GT
6 1 0,38 0,4 58 0,4 0,3
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
mmol
c
/dm
3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
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