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vivem estes tempos de valorização da imagem. O consumidor, como sujeito
desejante é induzido aos padrões estéticos que lhes são dados como paradigma.
Mas o que não pode ser negado é o fato de que na esteira da formação do
profissional de Educação Física, o processo de qualificação sofreu várias mudanças
que contribuíram para transformar o perfil deste profissional. Os fatores econômicos,
que fizeram crescer o setor de serviços, com os mesmos voltados para o corpo em
lugar de destaque, possibilitaram novos caminhos na prática deste especialista
(CASTILHO E GALVÃO, 2002).
Assim, do “personal trainner”, que vai à casa do consumidor, com hora
marcada e preço pago por hora, até os aparelhos que atualmente se compra pela
internet, tudo é feito em nome do rejuvenescimento amplamente cultivado pela
mídia, que estimula a construção da auto-imagem forjada pelos padrões de
consumo. O sujeito em si, com suas carências, frustrações, medos, pouca
importância tem, visto que a prioridade é o poder da aparência, a medida para o
sucesso que atende as demandas desses tempos complexos (GIDDENS, 2002).
Há nesta corrida pelo rejuvenescimento e por uma imagem esteticamente
perfeita, um aspecto mórbido, como comenta Vilaça (2002), pois, paradoxalmente,
os padrões estéticos da pós-modernidade nunca se encontram afinados com os
padrões de saúde. Um dos exemplos típicos dessa situação está no número de
pessoas que mesmo freqüentando as academias, apresentam problemas graves,
que vão desde a síndrome metabólica até lesões musculares e no esqueleto.
Essas considerações demonstram que a relação entre saúde e estética, vai
muito além das questões ligadas às atividades físicas, uma vez que estas são uma
dimensão da totalidade do sujeito. O ideal “mente sã em corpo são” necessita ser
resgatado na contemporaneidade, pois quando a preocupação com a auto-imagem
torna-se algo obsessivo, a doença se instala, sendo comuns nesse tempo de
estereótipos, as doenças da alma como depressão, síndrome do pânico e outras.
Os cuidados com a saúde envolvem a questão estética, na medida em que
um corpo saudável deve ter proporções harmônicas consideradas ideais na relação
peso/altura, mas todas essas dimensões do ser humano só tem sentido se a
natureza, assim como a estrutura físico/emocional do sujeito for respeitada.
Como permanecer jovem, atlético ou retardar o envelhecimento numa
sociedade de culto ao corpo? A indagação gera uma necessidade de encontrar
meios como resposta e que, ao mesmo tempo, rompam com as limitações do corpo.