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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO
RODRIGO ROCHA GIMENEZ
Deficiências do processo de execução da estratégia
corporativa em bancos privados de grande porte que atuam
no Brasil
SÃO PAULO
2009
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Gimenez, Rodrigo Rocha.
Deficiências do processo de execução da estratégia corporativa em
bancos privados de grande porte que atuam no Brasil / Rodrigo Rocha
Gimenez. - 2009.
186 f.
Orientador: Arthur Ridolfo Neto
Dissertação (MPA) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo.
1. Administração bancária. 2. Desempenho - Avaliação. 3. Sociedades
comerciais - Finanças. 4. Mercado financeiro. I. Ridolfo Neto, Arthur.. II.
Dissertação (MPA) - Escola de Administração de Empresas de São Paulo. III.
Título.
CDU 336.76
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RODRIGO ROCHA GIMENEZ
Deficiências do processo de execução da estratégia corporativa em bancos privados de
grande porte que atuam no Brasil
Dissertação apresentada à Escola de Administração
de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio
Vargas, como requisito para obtenção do título de
Mestre em Administração de Empresas.
Campo de Conhecimento: Mercados Financeiros e
Finanças Corporativas
Orientador: Prof. Dr. Arthur Ridolfo Neto
FGV-EAESP
SÃO PAULO
2009
RODRIGO ROCHA GIMENEZ
Deficiências do processo de execução da estratégia corporativa em bancos privados de
grande porte que atuam no Brasil
Dissertação apresentada à Escola de Administração
de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio
Vargas, como requisito para obtenção do título de
Mestre em Administração de Empresas.
Campo de Conhecimento: Mercados Financeiros e
Finanças Corporativas
Data de aprovação:
__/__/____
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Arthur Ridolfo Neto (Orientador)
FGV-EAESP
_____________________________
Prof. Dr. Iberê Arco e Flexa (Co-orientador)
FGV-EAESP
_____________________________
Prof. Dr. João Carlos Douat
FGV-EAESP
SÃO PAULO
2009
DEDICATÓRIAS
Dedico esta dissertação àqueles que me apoiaram na minha trajetória e torceram pelo
sucesso desse trabalho. Como a lista é grande, faço-o com um aperto no coração por não
poder citar a todos, que me desculpem aqueles que não foram citados, mas que guardo com
muito carinho.
Começo dedicando ao meu pai, Eduardo Gimenez. Quis talvez o destino levá-lo cedo,
mas sempre me inspirou e ensinou a ser íntegro, com seu exemplo de dignidade e força de
vontade.
Minha calorosa dedicatória à minha e, Therezinha Rocha Gimenez, um exemplo
de superação, que com amor e zelo, me ensinou a ser responsável e comprometido com os
meus objetivos, sejam eles profissionais, pessoais ou acadêmicos.
Minha amiga, minha segunda mãe, minha irmã, Márcia Rocha Gimenez, pelo carinho
generoso de sempre, suporte nas horas difíceis e protetora quando necessário. Sem contar
meu sobrinho Caio que a cada olhar de carinho me renovava e me dava força para continuar
a estudar.
AGRADECIMENTOS
Meus especiais agradecimentos ao meu orientador, Prof. Dr. Arthur Ridolfo Neto,
que teve muita paciência e sobriedade ao orientar-me.
Meus agradecimentos também ao meu co-orientador, uma enciclopédia quando o
assunto envolve o universo bancário, Prof. Dr. Iberê Arco e Flexa pelos conselhos e apoio,
ao Prof. Dr. João Carlos Douat pela colaboração, praticidade e simplicidade com que trata
assuntos complexos.
RESUMO
Esta dissertação oferece uma contribuição para entender a estrutura que envolve os
processos de gestão da estratégia em bancos instalados no Brasil, e as variáveis que estão
na base do desempenho dessas instituições.
Para verificar a aplicação prática desse estudo, a dissertação oferece dois estudos de
caso em que podem ser vistos os processos de gestão estratégica em dois grandes bancos
instalados no Brasil, comparando as variáveis de desempenho dessas instituições e os seus
processos de gestão vigentes.
Palavras chaves: estratégia, gestão de processos de negócio, indicadores chaves de
desempenho, balanced scorecard.
ABSTRACT
The thesis offers a contribution to understanding the structure that involves the
strategic and performance management process in the Brazilian banking sector and their
implications and connections behind the key result indicators of those institutions.
To check the implementation of the study, the thesis provides two case studies, in
which the deviations can be seen in relation to the performance management process in two
important banks with operations in Brazil, comparing those key result indicators against its
current strategic and performance management process.
Key words: strategy, key performance indicators (KPIs), key result indicators
(KRIs), balanced scorecard, BPM (business performance management).
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
Figura 1 – Campo de Análise e Escopo ................................................................................ 18
Figura 2 – Modelo de Gestão de Desempenho ..................................................................... 19
Figura 3 – Perspectivas do Balanced Scorecard ................................................................... 47
Figura 4 – Árvore de ROE .................................................................................................... 57
Figura 5 – Relacionamento de Indicadores Financeiros ....................................................... 58
Figura 6 – Modelo Integrado de Gestão de Desempenho .................................................... 60
Figura 7 - Despesa de Intermediação Financeira / Total de Recursos .................................. 80
Figura 8 - Receita Intermediação Financeira / Total da Carteira de Crédito ........................ 82
Figura 9 - Receita Intermediação Financeira / Ativos Totais ............................................... 84
Figura 10 - Custos Totais / Ativos Totais ............................................................................. 86
Figura 11 - Custos Administrativos / Ativos Totais ............................................................. 87
Figura 12 - Total da Carteira de Títulos / Ativos Totais ...................................................... 88
Figura 13 - Total da Carteira de Crédito / Ativos Totais ...................................................... 89
Figura 14 - Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas de Pessoal.......................... 90
Figura 15 - Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas Administrativas ................. 91
Figura 16 - Lucro Líquido / Agência .................................................................................... 92
Figura 17 - Ativos Totais / Agência ..................................................................................... 93
Figura 18 - Lucro Líquido / Funcionário .............................................................................. 94
Figura 19 - Crédito em Liquidação / Carteira de Crédito ..................................................... 95
Figura 20 - PDD / Carteira de Crédito .................................................................................. 96
Figura 21 - Despesa de Intermediação Financeira / Total de Recursos .............................. 100
Figura 22 - Receita Intermediação Financeira / Total da Carteira de Crédito .................... 101
Figura 23 - Receita Intermediação Financeira / Ativos Totais ........................................... 102
Figura 24 - Custos Totais / Ativos Totais ........................................................................... 104
Figura 25 - Custos Administrativos / Ativos Totais ........................................................... 105
Figura 26 - Total da Carteira de Títulos / Ativos Totais .................................................... 106
Figura 27 - Total da Carteira de Crédito / Ativos Totais .................................................... 107
Figura 28 - Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas de Pessoal........................ 109
Figura 29 - Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas Administrativas ............... 110
Figura 30 - Lucro Líquido / Agência .................................................................................. 112
Figura 31 - Ativos Totais / Agência ................................................................................... 113
Figura 32 - Lucro Líquido / Funcionário ............................................................................ 114
Figura 33 - Crédito em Liquidação / Carteira de Crédito ................................................... 115
Figura 34 - PDD / Carteira de Crédito ................................................................................ 116
Figura 35 – Evolução ROE ................................................................................................. 118
Figura 36 - Evolução ROE antes do IR .............................................................................. 119
Figura 37 - ROE não Operacional antes do IR ................................................................... 119
Figura 38 - ROE Operacional antes do IR .......................................................................... 120
Figura 39 - Margem Operacional ....................................................................................... 120
Figura 40 – Custo / Receitas ............................................................................................... 121
Figura 41 - Despesa de Pessoal / Receitas .......................................................................... 121
Figura 42 - Outras Despesas Administrativas / Receitas .................................................... 122
Figura 43 - Outras Despesas / Receitas .............................................................................. 122
Figura 44 - PDD / Receitas ................................................................................................. 123
Figura 45 - Giro do Ativo Rentável .................................................................................... 123
Figura 46 - Margem da Intermediação Financeira ............................................................. 124
Figura 47 - Margem Bruta da Intermediação Financeira ................................................... 124
Figura 48 - Margem de Operações de Crédito ................................................................... 125
Figura 49 - Margem de Títulos e Valores Mobiliários ....................................................... 125
Figura 50 - Custo dos Ativos .............................................................................................. 126
Figura 51 - Custo de Captação no Mercado ....................................................................... 126
Figura 52 - Ativos Rentáveis .............................................................................................. 127
Figura 53 – Passivos Remunerados .................................................................................... 127
Figura 54 - Patrimônio Líquido .......................................................................................... 128
Figura 55 - Receita de Intermediação Financeira ............................................................... 129
Figura 56 - Despesa de Intermediação Financeira .............................................................. 129
Figura 57 - Resultado Bruto da Intermediação Financeira ................................................. 130
Figura 58 - Outras Receitas (Despesas) Operacionais ........................................................ 130
Figura 59 - Resultado antes do IR ...................................................................................... 131
Figura 60 - Resultado Líquido ............................................................................................ 131
Figura 61 - Ativos Rentáveis (CAGR 08 - 00) vs. ROE Operacional (Média 08 - 00) ...... 132
Figura 62 - Ativos Rentáveis (CAGR 08 - 00) vs. Margem Int. Financ. (Média 08 - 00) . 132
Figura 63 - Distribuição de Receitas - Itaú ......................................................................... 133
Figura 64 - Distribuição de Ativos Rentáveis - Itaú ........................................................... 133
Figura 65 - Distribuição de Receitas - Santander ............................................................... 134
Figura 66 - Distribuição de Ativos Rentáveis - Santander ................................................. 134
Figura 67 – Comparação Etapa 1 ....................................................................................... 145
Figura 68 – Comparação Etapa 2 ....................................................................................... 146
Figura 69 – Comparação Etapa 3 ....................................................................................... 146
Figura 70 – Comparação Etapa 4 ....................................................................................... 147
Quadro 1 – Definições para Gestão de Desempenho ........................................................... 36
Quadro 2 - Avaliação dos entrevistados ............................................................................. 139
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
KPI Key performance indicators
KRI Key result indicators
PI Performance indicators
BSC Balanced scorecards
BPM Business performance management
EBITDA Earnings before interests, taxes, depreciation and amortization
SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities, and Threats
PDD Provisão para Devedores Duvidosos
PIB Produto interno bruto
PLR Participação nos lucros e resultados
RH Recursos humanos
ROCE Return on capital employed
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................14
1.1. A questão ....................................................................................................................................... 14
1.2. Visão geral do estudo .................................................................................................................... 16
1. Objetivo da pesquisa ......................................................................................................................16
2. Pressupostos da pesquisa ...............................................................................................................16
3. Delimitações da pesquisa ...............................................................................................................17
1.3. Justificativa .................................................................................................................................... 19
2. METODOLOGIA ..................................................................................................................................22
2.1. Estrutura do trabalho ..................................................................................................................... 26
3. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................................................27
3.1. A estratégia e seus meandros ......................................................................................................... 27
1. Estratégia, onde tudo começa ........................................................................................................27
2. O que a estratégia representa ........................................................................................................27
3. Por que as organizações dão tanta importância ao tema estratégia? ...........................................29
4. Da formulação a implantação de ações estratégicas, um longo e complexo caminho ..................31
5. Os desafios envolvidos na gestão estratégica ................................................................................33
3.2. Gestão de desempenho, o suporte crucial a uma execução estratégica adequada.......................... 34
3.3. Sistema de indicadores de desempenho ......................................................................................... 37
3.4. Balanced Scorecard ....................................................................................................................... 44
3.5. Gestão de desempenho dos negócios ............................................................................................. 49
3.6. Medidas de desempenho financeiro .............................................................................................. 54
4. MODELO INTEGRADO DE GESTÃO DE DESEMPENHO ..........................................................59
5. ESTUDOS DE CASO ............................................................................................................................67
5.1. Considerações gerais ..................................................................................................................... 67
5.2. Contexto dos bancos objeto do estudo e do mercado bancário nacional ....................................... 70
1. Itaú .................................................................................................................................................70
2. Santander .......................................................................................................................................75
5.3. Análise da evolução financeira dos bancos objeto do estudo ........................................................ 78
1. Itaú .................................................................................................................................................78
1.1. Spread Bruto ..............................................................................................................................80
1.2. Origens da geração de resultados .............................................................................................86
1.3. Indicadores de cobertura ...........................................................................................................90
1.4. Indicadores de produtividade ....................................................................................................92
2. Santander .......................................................................................................................................98
2.1. Spread bruto ............................................................................................................................100
2.2. Origens da geração de resultados ...........................................................................................104
2.3. Indicadores de cobertura .........................................................................................................109
2.4. Indicadores de produtividade ..................................................................................................112
5.4. Outros indicadores importantes para análise dos bancos objeto do estudo ................................. 117
1. Indicadores da árvore de ROE .....................................................................................................118
2. Evolução dos saldos patrimoniais ................................................................................................127
3. Evolução das contas de resultado ................................................................................................129
4. Ativos rentáveis, ROE operacional e Margem da intermediação financeira ...............................132
5. Distribuição de receitas e ativos rentáveis ...................................................................................133
5.5. Considerações sobre os casos ...................................................................................................... 135
6. RESULTADOS E CONCLUSÕES ....................................................................................................141
6.1. Resultados e conclusões .............................................................................................................. 141
6.2. Limitações do estudo ................................................................................................................... 147
6.3. Indicações para desenvolvimento futuro ..................................................................................... 148
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................................149
8. APÊNDICES ........................................................................................................................................155
8.1. APÊNDICE A – Roteiro utilizado para entrevistas ..................................................................... 155
8.2. APÊNDICE B – Sumário das entrevistas feitas nos bancos objeto do estudo............................. 161
1. Itaú ...............................................................................................................................................162
2. Santander .....................................................................................................................................174
14
1. INTRODUÇÃO
1.1. A questão
Muitos bancos de médio e grande porte no Brasil possuem um processo de
planejamento estratégico, alguns mais elaborados outros menos, porém o que se nota é que
não adianta possuir uma área de planejamento estratégico sem que haja uma perfeita
sintonia entre esse planejamento e sua execução propriamente dita. Como bem observado
pelos autores R. S. Kaplan e D. P. Norton, mais de 80% dos erros de planejamento
estratégico está na execução.
Processos de execução da estratégia imprecisos e pouco eficazes não são detectados
facilmente pela alta administração e podem dessa forma, corroer com o passar do tempo,
tanto a energia como o capital (financeiro) investidos, gerando um círculo vicioso que não
só afeta os principais indicadores desses bancos, como também evita ou posterga um
desenvolvimento de longo prazo dessas instituições.
Uma vez detectados, e quando detectados, são desenvolvidos novos planos
estratégicos, novas avaliações de rentabilidade, novos estudos de volume, pessoas são
envolvidas (ou culpadas), mas em muitos casos, o erro volta a acontecer. Por quê? Como
não ser reativo? E quais deles são mais aparentes no mercado financeiro, especificamente
em bancos?
Bancos brasileiros têm passado por processos de verificação da aderência da
estratégia ao cenário atual e futuro, bem como identificando os aspectos relacionados com a
sua gestão e principalmente na execução das suas iniciativas focando em crescimento
sustentável. A despeito destes pontos observados na prática, a literatura sobre o assunto
permanece escassa no mercado local brasileiro, principalmente no que tange ao mercado
bancário.
15
No segmento financeiro, especificamente na indústria bancária, onde a competição é
algo extremamente evidente e pode se mover e tomar formas cada vez mais inovadoras e
diferentes, a rapidez se junta a necessidade de se ter uma gestão de desempenho cada vez
mais ágil e assertiva. Esse tipo de comportamento deve ser algo inerente e crucial para a
sobrevivência de uma grande instituição. A nova tendência relacionada ao planejamento
estratégico em bancos e sua execução deve ser vista não como um movimento
burocrático e anual, mas como algo que realmente possa melhorar seu desempenho
financeiro de longo prazo (Bettinger, 1986; Bird, 1991; Prasad, 1984).
Segundo Mintzberg (1994), planejamento estratégico não tem valor por si só, mas
começa a ter algum significado quando as pessoas envolvidas estão comprometidas com a
sua execução.
Willie E. Hopkins e Shirley A. Hopkins (1997), discutem um modelo de gestão
integrado entre fatores gerenciais, ambientais, organizacionais, intensidade do
planejamento estratégico e desempenho, que fora desenvolvido e testado em mais de 112
bancos. Os resultados sugerem que a intensidade que os bancos efetuam o processo de
planejamento estratégico tem um direto e um positivo efeito no desempenho dessas
instituições, e por sua vez, remedia possíveis problemas na parte gerencial e organizacional.
Os resultados apontam que uma maior intensidade no planejamento estratégico causa um
melhor desempenho, e em contrapartida, um melhor desempenho leva a um planejamento
estratégico mais intenso. Por fim, os autores ainda mostram implicações desse estudo em
outros tipos de instituições que apresentam condições similares aos dos bancos.
Em complemento, uma dificuldade em ser preciso no estabelecimento de metas e
no planejamento ao se desenvolver uma nova estratégia de atuação, o que são causas diretas
na relação de sucesso do novo investimento ou projeto, muitas vezes, o otimismo no
planejamento, assim como a displicência com o controle da execução pode colocar a perder
um trabalho e esforço de toda uma equipe dedicada ao desenvolvimento de uma nova
estratégia bancária.
16
A questão central para esta dissertação, e de onde serão derivadas outras questões, é:
quais são as práticas de gestão de desempenho nos Bancos de grande porte instalados no
Brasil?
Além disso, a dissertação procurará avaliar outras variáveis que estão na base do
desempenho bancário; ou seja:
1. Como as ações estratégicas são comunicadas internamente?
2. O uso de indicadores de desempenho implica em uma trajetória de sucesso na
implantação e monitoramento de ações estratégicas?
3. Há alguma relação entre o modelo utilizado e o desempenho desses bancos?
1.2. Visão geral do estudo
1. Objetivo da pesquisa
O objetivo desta dissertação é entender e avaliar o sistema de gestão de desempenho,
através de dois casos reais em dois grandes bancos instalados no Brasil, Itaú e Santander,
procurando entender a relação entre planejamento estratégico, execução da estratégia
corporativa e desempenho financeiro (análise de 2001 a 2008 dos principais indicadores
financeiros disponíveis), para assim encontrar possíveis respostas à questão principal e às
questões dela decorrentes.
2. Pressupostos da pesquisa
Entender o modelo de gestão de desempenho existente nas instituições estudadas,
compará-los e entender como esses modelos auxiliam a execução da estratégia, é o grande
foco desta dissertação, porque oferece a oportunidade de analisar o alinhamento necessário
dos fatores envolvidos (Formulação Estratégica, Definição de Metas, Execução,
Monitoramento e Habilitadores) com o desempenho financeiro dessas instituições.
17
Desses fatores dependerá o sucesso futuro da instituição em conseguir atingir os
objetivos propostos na formulação de sua estratégia (FROLICK; ARYIACHANDRA,
2006; KAPLAN; NORTON, 1997; PACE et al., 2003).
Kaplan e Norton (1997) ponderam que a formulação e a implementação da estratégia
devem apoiar-se em processos e sistemas que contribuem para implementação da estratégia
e para o feedback sobre a estratégia.
Iniciativas de melhoria na organização precisam estar alinhadas à estratégia para
traduzirem-se efetivamente em vantagens competitivas, foco central da elaboração das
estratégias nas empresas (FLEURY; FLEURY, 2003).
Manter a organização na sua trajetória em relação ao futuro planejado depende de
como alinhá-la aos seus objetivos estratégicos e de como obter efetivas melhorias de
processo, a partir de um sistema de gestão de desempenho adequado (KAPLAN;
NORTON, 1997).
3. Delimitações da pesquisa
A análise dos casos é feita tendo como ponto de partida o estudo das ações
estratégicas formuladas pelas instituições.
No decorrer da dissertação, serão feitas referências ao processo de elaboração e
implementação de estratégias (capítulo 3, seção 1), posto serem a origem de um modelo de
gestão, porém sem o rigor que o tema estratégia requer, uma vez que, para efeito desta
dissertação, estratégia é considerada como dado de entrada.
A adoção de práticas de gestão de desempenho e como esse modelo consegue
retroalimentar as ações estratégicas define o escopo desta dissertação. Por meio da figura 1
verifica-se que a estratégia é tratada como um dado de entrada.
18
Escopo da Dissertação
MonitoramentoExecuçãoDefinição de metas
Formulação de Ações
Estratégicas
Habilitadores
Adaptar
O quê Como Objetivos Mensuração dos
Resultados
Estratégia
Comunicação
Diagnóstico da situação dos casos
Questão 3
Questão 1
Questão 2
Figura 1 – Campo de Análise e Escopo
Fonte: O autor
Na figura 1 estão indicados onde são tratadas as respostas às questões 1 a 3 e
representado o campo de análise e escopo desta dissertação (definido na área hachurada
como demonstrado acima).
A figura 2 apresenta o modelo de gestão de desempenho, usando o referencial teórico
desta dissertação, da formulação até o monitoramento e revisão (feedback). Observa-se na
figura 2 também as fases pelas quais passa o modelo de gestão de desempenho. As setas na
figura indicam o caminho seguido pelo modelo.
19
Missão, visão e objetivo
Análise estratégica
Elaboração da estratégia
Desenvolver a estrat
Desenvolver a estrat
é
é
gia
gia
Mapas estratégicos
Medidas e metas
Iniciativas e verbas
Traduzir a estrat
Traduzir a estrat
é
é
gia
gia
Empresas
Unidades
Colaboradores
Alinhar a organiza
Alinhar a organiza
ç
ç
ão
ão
Aperfeiçoar processos-
chave
Planejamento comercial
Capacidade de recursos
Orçamentação
Planejar as opera
Planejar as opera
ç
ç
ões
ões
Revisões da estratégia
Revisão das operações
Monitorar e Aprender
Monitorar e Aprender
Análise da lucratividade
Estratégias emergentes
Correlações estratégicas
Testar e Adaptar
Testar e Adaptar
Processo
Iniciativa
1
2
3
4
6
5
Mapa estratégico
Balance Scorecard
Plano Estrat
Plano Estrat
é
é
gico
gico
Previsão de vendas
Balance Scorecard
Orçamentos
Plano Operacional
Plano Operacional
Resultados
Resultados
Métricas de
Desempenho
Métricas de
Desempenho
EXECU
EXECU
Ç
Ç
ÃO
ÃO
Figura 2 – Modelo de Gestão de Desempenho
Fonte: Adaptado de Kaplan e Norton (2008)
1.3. Justificativa
O mundo contemporâneo atravessa um período de grandes transformações sociais,
econômicas, políticas e culturais, exigindo que as instituições financeiras se posicionem
cada vez mais competitivas nos mercados onde atuam, desenvolvendo estratégias, produtos
e processos inovadores, asseguradas por meio de novas tecnologias e modelos de gestão
que consigam responder rapidamente a essas mudanças, de forma dinâmica e menos
burocrática.
A formulação de ações estratégias nos bancos exerce um papel central na
preocupação da alta gestão, devido à sua importância para posicionar-se como um dos
pilares na obtenção de vantagens competitivas sustentáveis.
Como um processo integrado, a estratégia deve visar à eficácia responsabilizando ao
mesmo tempo todos os gestores e executores de linha pelo desenvolvimento e
implementação de ações estratégicas, tendo em conta não somente as oportunidades e
20
ameaças com as quais a organização se confronta como as forças e fraquezas do seu micro-
ambiente (KAPLAN; NORTON, 2001, PORTER, 2004).
Por conta disso, as ações estratégicas devem ser comunicadas, absorvidas, respiradas,
vivenciadas. A formulação e a implementação da estratégia devem converter-se em
processo contínuo e participativo (KAPLAN; NORTON, 2001).
É necessário comunicar tanto a estratégia como os processos e sistemas que
contribuem para a sua implementação e que geram uma retroalimentação (feedback) sobre a
estratégia. A capacidade de executar ações estratégicas é mais importante do que a
qualidade intrínseca da estratégia (KAPLAN; NORTON, 2001).
Segundo Prahalad e Hamel (2005), estratégia envolve muita transpiração, criar uma
visão das oportunidades que seja atraente, o que requer envolver-se intelectual e
emocionalmente, uma atitude contundente para interceptar o futuro. Não haverá uma
estratégia eficaz se não houver uma implementação eficaz, na visão desses autores. É
preciso haver capacidade de execução, para a organização alcançar seus objetivos.
Todavia, não condições de executar a estratégia se ela for desconhecida. Uma
estratégia eficaz exige que todos os empregados a compreendam e conduzam suas ações
para contribuir para o seu êxito. Para reforçar esse aspecto, Kim e Mauborgne (2005, p.
163) afirmam que “se as pessoas não acreditarem que o desafio estratégico é superável, a
execução da mudança torna-se improvável”.
A aflição com o assunto é decorrente do entendimento que, não obstante ocorram
estratégias muito bem formuladas e por vezes avançadas no tempo, erros e descuidos
cometidos na implementação, na execução da estratégia, mas principalmente na gestão. E
na maioria das vezes isso ocorre pela falha na comunicação da estratégia e pela falta de
monitoramento e de um modelo adequado que consiga gerir as ações derivadas da
estratégia, conforme verificado na revisão da literatura.
21
Resolver problemas sem encontrar a verdadeira causa é um grande desperdício de
aprendizado, uma oportunidade por vezes única. O quanto uma organização consegue
aprender pode ser utilizado como critério para determinar sua disponibilidade para adaptar-
se a novos métodos.
22
2. METODOLOGIA
Este trabalho propõe-se a tratar a questão principal de forma teórica inicialmente e
procurando formular no referencial disponível as bases de discussão conceitual, vinculadas
às questões decorrentes e ao objetivo proposto, possibilitando aprofundar nas possíveis
respostas ou inferências.
O que se espera de uma dissertação de mestrado profissional é, como afirmam Collis
e Hussey (2005, p. 37), “uma exposição ordenada, crítica e ponderada do conhecimento
ganho por meio dos esforços do aluno. Um retrospecto abrangente da literatura”.
Será utilizado como base da pesquisa o método de pesquisa exploratória (qualitativa),
que tem como objetivo aprofundar o conhecimento de um determinado ponto crítico,
comportamento ou fenômeno a fim de gerar novas questões para formular novas hipóteses
que são a base do estudo (COLLIS; HUSSEY, 2005).
Esse método de pesquisa não busca estudar apenas o fenômeno, mas sim também
entender o seu significado individual ou coletivo dentro do universo em que ocorre, assim
deveremos chegar a conclusões que apresentem mais do que uma simples resposta a
pergunta do caso, mas a indicações sobre o composto do comportamento das pessoas
envolvidas no estudo.
O paradigma fenomenológico adequa-se ao propósito desta dissertação porque com
ele é possível captar a essência dos fenômenos para abstrair conhecimentos e significados,
possibilitando generalizar-se de um ambiente para outro descrevendo, entendendo e
explicando (COLLIS; HUSSEY, 2005).
Adotando o paradigma fenomenológico, esta dissertação segue a metodologia de
estudo de caso, um exame que se almeja extensivo de um fenômeno (COLLIS; HUSSEY,
2005).
23
Yin (2005) considera que o estudo de caso é um modelo frequentemente utilizado
para a pesquisa de teses e dissertações, em especial na ciência da administração.
Segundo o autor, o estudo de caso acrescenta duas fontes de evidências: observação
dos acontecimentos que estão sendo estudados e entrevistas das pessoas neles envolvidas.
O diferencial deve ser a capacidade do pesquisador em lidar com uma ampla variedade de
evidências como documentos, entrevistas e observações.
Yin (2005) pondera que estudos de caso, da mesma forma que os experimentos
podem ser generalizáveis a proposições teóricas. O objetivo deve ser fazer uma análise
“generalizante” e não “particularizante”.
Yin (2005, p. 33) afirma que a pesquisa de estudo de caso inclui tanto estudos de
caso único quanto de casos múltiplos”, duas variantes de projetos de estudo de caso.
Para o autor há pelo menos cinco aplicações diferentes para estudos de caso:
1. explicar supostos vínculos causais em intervenções da vida real;
2. descrever uma intervenção e o contexto na vida real em que ela ocorre;
3. ilustrar certos tópicos dentro de uma avaliação;
4. explorar situações nas quais a intervenção que está sendo avaliada não
apresenta um conjunto claro e simples de resultados;
5. ser o estudo e um estudo de avaliação (“meta avaliação”).
Esta dissertação adotou o estudo de caso múltiplo, que se caracteriza por ser
explanatório, como se caracterizam casos em que a teoria existente é usada para explicar o
que está acontecendo.
Haverá a pesquisa de dados secundários através do estudo de artigos relativos a
questão do estudo, assim como utilização de dados disponibilizados ao público, seja através
de um estudo, relatórios anuais ou trimestrais, ou mesmo de simples reportagens em
periódicos de grande circulação.
24
Também, haverá uma pesquisa de dados primários junto as duas instituições
financeiras objeto de estudo com entrevistas em profundidade com os executivos-chave
e/ou gerentes dos departamentos de gestão de desempenho, além do levantamento da
história, desenvolvimento financeiro e do modelo de gestão utilizado para administrar as
ações estratégias no período de 2000 a 2008, a fim de apresentar a diferença entre as
expectativas que atingiram uma posição de maturidade esperada pelos envolvidos no
segmento em que atuam, e do próprio modelo de gestão usado por essas instituições.
As instituições financeiras escolhidas para os estudos de casos são consideradas
líderes nos mercados onde atuam. No mercado local ambas possuem posição de destaque e
atualmente são consideradas entre as três maiores atuando no Brasil.
Ainda durante os contatos preliminares mantidos foi possível identificar várias
características emblemáticas para os propósitos da dissertação. Os bancos haviam passado
por um período de consolidação de aquisições recentes feitas no mercado brasileiro, e
apresentavam alguns desafios relacionados com o processo de gestão de desempenho
existente. Era uma oportunidade que poderia servir como um caso típico para o objetivo
definido nesta dissertação, como se confirmou posteriormente.
Foram feitas investigações preliminares para verificar o contexto dessas instituições,
precedidas da revisão da literatura para apoiar a articulação teórica, e sua possível aplicação
ao objeto de estudo, assim como para obter a contribuição e o apoio das instituições e das
pessoas envolvidas.
Yin (2005, p. 39) pondera que articular a teoria sobre o que está sendo estudado
ajuda a operacionalizar os projetos de estudo de caso e a deixá-los mais explícitos”.
O desenvolvimento da teoria além de facilitar a coleta de dados do estudo de caso
converte-se na base onde ocorre a generalização dos resultados, a chamada generalização
25
analítica, em que se utiliza uma teoria previamente desenvolvida como modelo que serve de
comparação com os resultados empíricos decorrentes do estudo de caso (YIN, 2005).
Nos estudos de caso, em função do tempo disponível do pesquisador e dos
pesquisados, foram realizadas nesta dissertação entrevistas abertas com profissionais dos
bancos objeto do estudo, gravadas em áudio e utilizados documentos fornecidos pelas
instituições financeiras, disponibilizados para uso.
Tellis (1997) faz menção às entrevistas como uma das mais importantes fontes de
informação de estudos de caso, e entre elas inclui-se as entrevistas abertas, em que os
principais entrevistados são convidados a comentar sobre determinados eventos, podendo
propor soluções ou fornecer uma visão sobre os eventos.
As entrevistas foram feitas com o superintendente de gestão estratégica do segmento
Varejo do Santander, responsável direto pelo processo de implementação do modelo de
gestão desse segmento, e com o superintendente de desenvolvimento comercial do banco
Itaú, responsável pelo programa AGIR, (Ação Gerencial Itaú para Resultados), programa
esse que procura assegurar que os funcionários do banco estejam alinhados com suas
diretrizes e diretamente ligado a mensuração de resultados de toda a rede de atendimento do
segmento Varejo Pessoa Física.
As entrevistas abertas foram adotadas para tornar a conversa mais fluida e menos
formal e com isso poder observar melhor a comunicação não verbal, além de aumentar a
proximidade com os entrevistados.
Apenas para orientar e organizar as entrevistas, foi elaborado um questionário de 24
questões, apresentadas no apêndice B. Porém, as entrevistas foram orientadas mais em
função de tópicos do que propriamente com resposta integral às questões.
Ao final das entrevistas foi solicitada aos entrevistados sua avaliação sobre o modelo
de gestão existente na instituição, conforme suas percepções, considerando em que medida
26
elas estariam atingindo seus objetivos e ocorrendo como havia sido planejado, atribuindo
um percentual de 0% a 100%, sendo 100% o grau máximo em que as ações estratégicas
teriam ocorrido ou estariam acontecendo plenamente conforme o esperado.
Após obter as respostas dos entrevistados os dados foram tabulados e transformados
em percentual para verificar a aplicação do modelo vigente e então poder comparar com a
evolução das ações estratégicas como percebido pelo entrevistado. Os dados e os
comentários pertinentes estão demonstrados no capítulo 5, seção 5.
2.1. Estrutura do trabalho
Esta dissertação segue uma estrutura analítica linear, partindo do tema estudado e de
uma revisão da literatura existente e importante para sua compreensão, e a partir daí fazer a
análise dos métodos utilizados nos estudos de caso, obtendo as conclusões e implicações a
partir das descobertas (YIN, 2005).
O propósito não foi encontrar um modelo universal, mas sim ressaltar a relevância de
um modelo integrado na gestão de desempenho dos bancos, buscando identificar nos
estudos de caso, alguns fatores comuns que possam identificar como esse modelo pode
retroalimentar as condições requeridas pela estratégia e ações definidas pela instituição.
27
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1. A estratégia e seus meandros
1. Estratégia, onde tudo começa
O objetivo desta seção é fazer uma revisão teórica do papel da estratégia (o que ela é
e o que representa dentro das organizações, sua importância como ferramenta para
antecipar o futuro e a complexidade envolta do tema), a partir da pesquisa na literatura.
A análise da estratégia em si é um campo vasto de exploração, porém, não faz parte
do objetivo desta dissertação. Interessa a esta dissertação observá-la como a gênese, e
porque não dizer um dos objetivos principais, dos modelos de gestão.
2. O que a estratégia representa
Mais importante do que definir-se estratégia é saber o que ela representa para as
organizações, para depois discutirmos alguns aspectos importantes como, de que forma as
estratégias são geradas, implementadas e monitoradas, e como isso é determinante para o
sucesso das organizações em atingirem seus objetivos.
Estratégia associa-se a questões relevantes como metas de longo prazo, planos,
políticas e decisões que os bancos precisam tomar e que determinarão seu sucesso ou
fracasso, para atingir a um ou mais objetivos organizacionais (BESANKO et al., 2006;
MORRIS, 2005).
A estratégia liga a organização ao futuro, superando limitações de recursos por meio
de uma busca da melhor alavancagem de recursos (PRAHALAD; HAMEL, 2005).
28
Para Porter (2004), estratégia representa a resposta da empresa às forças competitivas,
uma combinação das metas (fins) que a empresa busca com as políticas ou processos
(meios), pelos quais ela busca alcançar seus objetivos.
Segundo Porter (2004), estratégia é resultante de quatro fatores que determinam como
a empresa pode alcançar seus objetivos, seus pontos fortes e fracos (seu perfil de ativos e
qualificações), as ameaças e oportunidades da indústria (seu meio competitivo), as
expectativas da sociedade (política governamental, interesses sociais, etc.) e os valores
pessoais dos principais executivos.
Segundo Kaplan e Norton (2004) a estratégia de uma organização descreve como ela
pretende criar valor para seus acionistas, clientes e cidadãos, e deve contemplar em sua
formulação, orçamento, desenvolvimento e execução, o alinhamento dos ativos intangíveis
da organização (os quais representam mais de 75% de seu valor, conforme os autores). As
informações mais importantes a respeito dos bancos não estão nos balanços. Ou seja,
mesmo que o departamento de crédito decidisse a concessão do empréstimo desde a análise
dos três últimos balanços, o que não se pode deixar de considerar é o que o banco guarda
sob os números: caráter, competência e educação dos gestores, responsabilidade social,
lealdade, transparência, dentre outros. Hoje já se sabe que sem pisar o “chão da fábrica”, e
conhecer os fatos que o estão nos balanços, nenhum banco será capaz de tomar decisões
inteligentes.
Para os autores, a estratégia faz parte de “um processo contínuo lógico que
movimenta toda a organização desde a declaração de missão de alto nível até o trabalho
executado pelos empregados da linha de frente e de suporte” (KAPLAN; NORTON, 2004,
p.34).
Por outro lado, Kaplan e Norton (2001) alertam para a necessidade de prover recursos
para a implementação da estratégia, afirmando que muitas organizações fracassam no
desenvolvimento da estratégia, por não preverem em seu orçamento as necessidades de
pessoal, capital e recursos financeiros para a execução da estratégia.
29
Devido a isso, a implementação da estratégia restringe-se por indisponibilidade de
orçamento, comprometendo sua eficácia. Organizações orientadas para a estratégia, como
pregam os autores, devem considerar os recursos humanos e financeiros requeridos para o
desenvolvimento da estratégia em seus planos e orçamentos organizacionais.
“O alinhamento das estratégias aos alvos, às iniciativas e aos orçamentos coloca a
organização em movimento. O desempenho, então, deve ser monitorado e orientado para
fechar o loop de feedback, alimentando a formulação da estratégia.” (KAPLAN; NORTON,
2001, p. 315).
3. Por que as organizações dão tanta importância ao tema estratégia?
Tratar da estratégia da organização é o mesmo que tratar do futuro dela, no modo
como ela deverá organizar seus recursos, seus ativos tangíveis e intangíveis, como ela irá
alinhar seus empregados e suas unidades de negócio para alcançar seus objetivos propostos
(PRAHALAD; HAMEL, 2005, KAPLAN; NORTON, 2001).
Tratar da estratégia é tratar do papel importante exercido pela liderança enquanto
agentes de processos de mudança e enquanto motivadores que direcionam seus
colaboradores a atingirem os objetivos estipulados pela organização, em um processo
dinâmico de criação de experiências, aprendizagem, e adaptação (KAPLAN; NORTON,
2001, 2004; KOTTER, 1997; KIM; MAUBORGNE, 2005).
Segundo Prahalad e Ramaswamy (2004), por exemplo, o futuro da competição
modela-se através do significado de valor, na natureza das interações, no processo de
mudança enquanto criação de valor. Nesse contexto, o valor associa-se à criação de
experiências, de forma singular, uma forma de pensar sobre oportunidades, acesso a
competências e alavancagem de recursos para engajar a organização na co-criação de valor
baseado em experiências.
30
No mundo da co-criação de valor como vêem os autores, a base de valor desloca-se
de produtos para experiências; a influência do consumidor espalha-se pela cadeia de valor
(em pesquisa e desenvolvimento, projetos, fabricação, logística e serviços), os conflitos
com o cliente tornam-se mais visíveis e possíveis de serem mais bem resolvidos, empresa e
cliente co-criam valor em pontos de interação, evitando pensar e agir de maneira unilateral.
A competição pelo futuro é, portanto, uma competição pela participação nas
oportunidades, e não pela participação no mercado. É uma competição pela maior
participação nas oportunidades futuras potencialmente disponíveis, dentro de uma ampla
gama de oportunidades.
Outros autores fazem referência a necessidade de cuidar da implantação da estratégia,
como forma de assegurar oportunidades para as empresas alcançarem seus objetivos (HITT
et al., 2005; PARMENTER, 2007; JENSEN; SAGE, 2000; KAPLAN; NORTON, 2001).
Hitt, Ireland e Hoskisson (2005) ressaltam a importância de uma bem sucedida
implementação de estratégia para gerar valor, uma vantagem competitiva sustentável, que
outras empresas não conseguem reproduzir ou acreditam ser muito dispendioso imitá-la.
Parmenter (2007, p. 19) concorda nesse ponto sustentando que “o sucesso de uma
mudança estratégica depende muito de como a mudança é introduzida e implementada,
mais que o mérito da própria estratégia.”
Jensen e Sage (2000) seguem a mesma direção e complementam a importância da
implementação da estratégia afirmando que a execução deve ser um processo de melhoria
altamente estruturado, requerendo um esforço sistemático envolvendo toda a organização
de forma ativa.
A maioria das organizações utiliza-se de algum tipo de planejamento estratégico,
através do qual são definidos objetivos e metas a serem atingidas. Para exercer-se o
controle das estratégias definidas e evitarem-se problemas na sua implantação, são
31
necessários sistemas ou modelos para buscar a eficácia e a efetividade em tomarem-se
medidas de ajuste quando necessárias (FISCHMANN; ZILBER, 1999).
Conforme Prahalad e Hamel (2005), para ter lugar no futuro, a empresa precisa ter
uma abordagem holística e pensar diferente sobre o significado de competitividade, o
significado da estratégia e o significado das organizações.
4. Da formulação a implantação de ações estratégicas, um longo e complexo
caminho
Uma administração eficaz e competente deve analisar a fundo o que se espera de uma
decisão ou de uma ação e comparar os resultados advindos dessa ação com as expectativas
criadas inicialmente. Em 90% das vezes, conclui-se que os resultados não corresponderam
às expectativas, porque a maioria das administrações gasta muito tempo realizando estudos
para tomar uma decisão e depois esquece tudo (DRUCKER, 2005).
Então, conhecimento do mercado, definição da estratégia, gestão dos recursos
internos, e implementação da estratégia e um sistema de gestão que permitam avaliar o
desenvolvimento do plano de mudanças da organização, devem fazer parte do mesmo
roteiro que liga a organização, e alinha suas competências internas e seus recursos ao seu
futuro pretendido.
Uma gestão empenhada em obter um desempenho excelente precisa atender, em
todas as dimensões, a três mercados: o mercado de seus bens e serviços, o mercado de seus
postos de trabalho e o mercado de seu dinheiro, de capitais (DRUCKER, 2005).
Para Kaplan e Norton (2004), orientar a organização para a estratégia significa
traduzir a estratégia em termos operacionais, mobilizar a mudança por meio da liderança
executiva, alinhar a organização para a estratégia, transformá-la em tarefa de todos,
convertê-la em um processo contínuo.
32
A implementação da estratégia exige o alinhamento de todas as unidades de negócio,
das unidades de apoio e de seus colaboradores com a estratégia, através do envolvimento de
uma equipe executiva, comprometida ativamente com o desenvolvimento da estratégia,
liderando e motivando o trabalho em equipe para prover as mudanças necessárias. Da
mesma forma depende do conhecimento efetivo do ambiente interno da organização e das
necessidades de melhoria (KAPLAN; NORTON, 1997, 2001).
A sinergia entre departamentos e/ou unidades de negócio, impõe-se como a meta
mais abrangente de um projeto organizacional, em que formulação e implementação da
estratégia convertem-se em um processo contínuo e participativo, apoiado em uma
linguagem apropriada para comunicar estratégia, processos e sistemas, contribuindo para
implementação da estratégia e possibilitando gerar feedback sobre a estratégia.
Para Hayes e Wheelright (1984)
1
estratégia envolve atividades em um horizonte
temporal dilatado, tanto quanto ao tempo necessário para realizar essas atividades quanto
ao tempo necessário para observar seu impacto, que deverá ser significativo. Assim, para
uma estratégia a organização deverá concentrar a atividade, o esforço, ou a atenção em um
leque bastante reduzido de atividades.
Para Barney (1991) uma empresa tem vantagem competitiva quando implementa uma
estratégia para criar valor que não pode ser simultaneamente implementada pelos seus
concorrentes, atuais e potenciais, ou estes são incapazes de duplicar os benefícios da
estratégia adotada.
Segundo o autor, a fonte de vantagens competitivas concentra-se em fatores internos
à empresa, e nas competências desenvolvidas e controladas pela organização.
1
Hayes e Wheelright (1984) afirmam que é a filosofia da empresa, entendida como um conjunto de princípios
orientadores e atitudes que ajudam a comunicar seus objetivos, que dá significado à vida profissional
cotidiana e exerce um impacto contundente sobre a organização definindo não somente o contexto em que são
tomadas as decisões no dia-a-dia, mas, o mais importante, também estabelecendo limites sobre as opções
estratégicas à disposição da empresa.
33
Assim, o estudo da literatura sobre a estratégia revela a necessidade de ter uma visão
holística da empresa e do seu contexto para definir ações estratégicas que traduzam a busca
pelos objetivos da empresa.
5. Os desafios envolvidos na gestão estratégica
Para Barnat (2008) a gestão estratégica é um termo que vai da definição da missão e
dos objetivos de uma organização, dentro do contexto do seu ambiente externo, até
estabelecer uma direção organizacional, formular e implementar a estratégia, avaliar e
monitorar a estratégia, num processo contínuo e dinâmico, alinhando a organização na
busca dos seus objetivos.
Para serem bem sucedidas em sua evolução, as organizações devem preocupar-se não
somente com a administração eficiente de suas operações internas, mas também com o
ambiente nos quais se inserem, devendo buscar em conseqüência, além do alinhamento
correto da organização com o seu ambiente, serem capazes de responder às alterações do
mesmo, de forma ágil e flexível.
A organização precisa estar constantemente e coerentemente alinhada com o seu
ambiente (clientes, fornecedores, legislação, evolução tecnológica, entre outros) e construir
cenários consistentes para projetar seu futuro.
O imediatismo dos resultados trazido pelas modernas abordagens de gestão levou as
empresas a se concentrarem em resultados de curto prazo, em vez de metas de capacidades,
a enfatizar a gestão de marketing e gestão de recursos financeiros em detrimento dos
recursos tecnológicos e da indústria de transformação. Segundo Hayes e Wheelright (1984),
isso foi agravado pela pressão da comunidade financeira e gestores de fundo de
investimento por resultados financeiros imediatos.
34
Essa característica especial vivida pela pressão do mercado financeiro aumenta a
responsabilidade das decisões e a demanda por um alinhamento e um monitoramento mais
eficaz da estratégia, que conduza a empresa a atingir seus objetivos.
Um mercado extremamente dinâmico demanda agilidade e flexibilidade como
diferenciais competitivos para o atendimento das exigências desse mercado, a necessidade
de instrumentos de gestão mais eficientes para obter um desempenho superior aos
concorrentes e para entregar valor ao cliente mantendo sua lealdade ou ainda ampliando a
fatia que lhe cabe no orçamento dos clientes.
3.2. Gestão de desempenho, o suporte crucial a uma execução estratégica
adequada
Guimarães (2001) sugere o desenvolvimento de um modelo integrado de gestão de
desempenho, como um processo formado por três etapas (planejamento, acompanhamento
e avaliação, sequenciais e interdependentes), que sustenta a necessidade da empresa em
desenvolver um sistema mais amplo de gestão de desempenho, em nível organizacional, e
não apenas individual.
É através de mecanismos de avaliação de desempenho, em seus mais diversos níveis,
que o autor sugere avaliar o resultado do trabalho individual e corporativo, enquanto
orientado à missão, visão e objetivos macro que buscam a sustentabilidade da organização.
Smith e Martin (2003) analisando a necessidade de uma orientação voltada a
processos, obtendo controle e otimização dos processos de negócio, sugerem quais
deveriam ser os princípios fundamentais de uma gestão de desempenho:
a. Eficiência: desenvolver uma habilidade em otimizar as operações e ações da
organização e seus processos de negócios, para encontrar objetivos definidos
que gerem os resultados pretendidos
35
b. Qualidade: desenvolver a capacidade de melhorar continuamente a qualidade
de processos, relacionamentos, e produtos ou serviços maximizando o valor
de recursos e bens;
c. Valor: como conseqüência, obter a capacidade de criar e gerir ativos das
empresas para aumentar a produção e entregar ROI (return on investment) de
longo prazo maximizando o retorno dos interessados.
Para Armstrong (2000), a gestão de desempenho pode ser definida como um processo
sistemático voltado para melhorar o desempenho organizacional através do
desenvolvimento de equipes e indivíduos. É um meio de conseguir melhores resultados da
empresa, equipes e funcionários, entendendo e gerenciando o desempenho através da
definição de objetivos planejados e acordados com os funcionários, e competências
exigidas.
Armstrong e Baron (1998) enfatizam que a natureza estratégica da gestão de
desempenho é focada no aumento da eficiência das organizações através da melhoria da
performance dos seus funcionários e do desenvolvimento das capacidades de contribuição
das equipes e dos indivíduos.
Para Luecke (2006), a gestão de desempenho é um sistema de gestão composto de
diversas atividades que incluem definição de objetivos, observação de mudanças,
motivação, avaliação e desenvolvimento do colaborador. Estas atividades, que envolvem
chefes e subordinados são cíclicas e contínuas.
Outras definições de gestão de desempenho são observadas no Quadro 1 abaixo:
36
Autor Definição
Lockett (1992) Desenvolvimento de indivíduos com
competência e comprometimento,
trabalhando para o alcance de objetivos
significativos e compartilhados dentro de
uma organização que apóia e encoraja
realização destes.
Mohrman e Mohrman (1995) Gestão de desempenho é a gestão do
negócio.
Walters (1995) É o processo de direcionar e apoiar as
pessoas a trabalharem tão eficazmente e
eficientemente quanto possível de maneira
alinhada com as necessidades da
organização.
Armstrong e Baron (1998) É uma abordagem estratégica e integrada
para entregar sucesso sustentável para as
organizações, melhorando o desempenho
das pessoas que trabalham nela e
desenvolvendo as competências das equipes
e indivíduos.
Quadro 1 – Definições para Gestão de Desempenho
Fonte: Adaptado de Armstrong (2000)
Ao analisar os diversos conceitos apresentados pelos autores citados, observa-se que
em sua maioria conceituam a gestão de desempenho como um processo que está voltado
principalmente para os interesses das organizações, ou seja, um processo de gestão focado
na melhoria da eficiência das empresas por meio de orientação de comportamentos,
conhecimentos e habilidades. Pode-se observar que a gestão de desempenho objetiva a
evolução e desenvolvimento do indivíduo, porém moldando-o para atingir os objetivos de
aumentar o resultado da empresa.
37
Outros autores colocam os interesses dos indivíduos um pouco mais em evidência na
definição da gestão de desempenho. Como Roberts (2001), por exemplo, que define a
gestão de desempenho de maneira mais ampla, envolvendo os objetivos da organização,
dos departamentos, das equipes, dos indivíduos, o uso de sistemas de avaliação de
desempenho, estratégia de recompensas adequadas, treinamento e desenvolvimento,
feedback, comunicação, coaching, planejamento de carreira individual, mecanismos para o
monitoramento da eficiência dos sistemas de gestão de desempenho e a gestão cultural.
Após concluir as principais preocupações no processo de gestão de desempenho,
serão detalhados os elementos que compõem o processo de gestão de desempenho,
tomando-se por base o modelo adaptado de Kaplan e Norton (2008), apresentado na figura
2 (página 19).
3.3. Sistema de indicadores de desempenho
O objetivo desta seção é analisar a contribuição trazida por diversos autores para
analisar o sistema de indicadores de desempenho, cuja contribuição para o tema tratado
nessa dissertação é de grande importância, tanto por permitir monitorar quanto por oferecer
a oportunidade de retroalimentar o modelo de gestão corrigindo desvios e reorientando
ações.
Segundo Barnat (2008), as últimas etapas de um processo de gestão de desempenho
são avaliação e controle. Todas as estratégias sujeitam-se a serem alteradas, uma vez que os
fatores internos e externos estão em constante mutação, portanto, é preciso verificar
continuamente se a estratégia adotada conduz à realização dos objetivos da organização.
Fundamentalmente é preciso analisar fatores internos e externos que são as bases para
estratégias atuais, medir o desempenho para monitorar as ações estratégicas, ou para tomar
ações corretivas quando necessário, assegurando que os objetivos possam ser atingidos.
38
O sistema de indicadores afeta o comportamento das pessoas dentro e fora da
empresa. Para exercer essa influência são necessários sistemas de gestão e medição de
desempenho que estejam apropriadamente conectados às estratégias e competências da
organização (KAPLAN; NORTON, 1997).
A literatura acadêmica destaca o papel e a importância das medidas de desempenho
para buscar o foco de pessoas e recursos na direção desejada. Como determinar quais
informações medidas são críticas e por isso devem ser mensuradas, como identificar
quando, quanto e como medir, são fatores críticos de sucesso para o sistema de indicadores.
O tempo é o maior aliado de uma ação eficaz do sistema de indicadores.
Ford e Evans (2000) ressaltam a importância da estratégia e das medidas de
desempenho, inclusive analisando não mais somente a qualidade em si, mas também a
qualidade dos planos de desempenho das empresas, reforçando a preocupação das empresas
em incluírem níveis e tendências de concorrentes.
Ter informações sobre o desempenho organizacional, concorrentes e outros fatores do
ambiente empresarial é essencial para a competitividade organizacional (JENSEN; SAGE,
2000). A definição de um sistema de medições bem feito, e alinhado à estratégia é crucial
para as empresas, oferecendo-lhes a oportunidade de alinhar pessoas e organização, ação e
objetivos, em direção ao futuro.
Neely et al. (2002) concordam com a necessidade de alinhar medições e estratégias.
Para os autores, quando há medidas coerentes com as estratégias da organização, elas
encorajam comportamentos compatíveis com a estratégia. Assim, a escolha de medidas
adequadas oferece não apenas um meio de comunicar a estratégia, mas também um meio de
favorecer sua implementação.
O desenvolvimento e aplicação de um conjunto equilibrado de medidas provocam a
melhoria de desempenho da organização (PACE et al., 2003). Apoiar-se em medidas de
39
desempenho é importante aos gestores para controlar o desempenho dos sistemas sob sua
responsabilidade.
Porém é importante evitar-se cair na tentação de cometer excessos na criação de
medidas de desempenho desnecessárias que apenas trazem complexidade ao processo
correndo o risco de provocar desvios de foco.
Quando as organizações são inundadas com métricas e dão importância indistinta a
elas, torna-se difícil analisar os dados decorrentes e identificar o que é realmente importante
para avaliar o progresso organizacional (FROLICK; ARIYACHANDRA, 2006).
Daí ser importante um bom planejamento do sistema de indicadores aliado ao
planejamento das ações estratégicas. Nesse contexto o sistema de indicadores tem sua
origem no próprio planejamento da implementação da estratégia em uma relação
simbiótica.
É no detalhamento do plano estratégico, na realização do orçamento para especificar
os recursos que deverão ser alocados, para atingir as metas da organização, e que objetivos
a empresa pretende atingir, que se desenvolve um programa de ão para se conduzir a
estratégia empresarial, exigindo o alinhamento de cada unidade de negócios ao processo de
planejamento.
Gregory (2004)
2
apud Frolick e Ariyachandra (2006), considera que métricas chaves
de desempenho podem apoiar as unidades funcionais para manter o foco corporativo,
evitando sobreposições, ou excessos na sua utilização e servindo ao alinhamento das
unidades de negócio em relação à estratégia.
Frolick e Ariyachandra (2006) complementam afirmando que o sistema de medições
apóia a empresa para atingir seus objetivos, fornecendo meios para avaliar se suas
2
Gregory, M. (2004). Keys to successful performance management: getting past the excitement of technology
to achieve results. Business Intelligence Journal, 9 (Winter), 21–24
40
operações estão alinhadas com a estratégia definida pela organização, traduzindo-as em
resultados.
Coletar e relatar as informações relevantes de forma precisa, e no tempo certo é um
grande desafio. Identificar informações relevantes, definir quando e quanto medir, coletar e
processar informações, garantindo-lhes segurança e, permitir uma adequada comunicação
dentro da organização são fatores críticos para um bom sistema de medidas de desempenho.
Durante o planejamento ou elaboração da estratégia, se torna possível definir quais
direcionadores de valor serão necessários para atingir a estratégia e que métricas,
decorrentes dos direcionadores de valor e que possam monitorar a gestão ou a
implementação da estratégia, deverão ser geradas para medir o desempenho empresarial em
direção à estratégia definida.
Porém, é preciso cuidar para que as métricas de desempenho não sejam
exclusivamente financeiras, como ocorre nos sistemas tradicionais de medição do
desempenho, para não limitar o alcance da análise. Kim e Mauborgne (2005) chamam a
importância de concentrar-se no panorama geral, e não apenas em números, para realmente
criar valor.
várias formas de medir o desempenho, e o mais apropriado é escolher uma forma
simples, acessível, possível de ser transmitida e entendida, sem limitar-se a indicadores
financeiros existentes que podem não refletir adequadamente a estratégia empresarial,
devido ao seu viés de procurar retornos rápidos e a curto prazo.
Pace et al. (2003) afirmam que um sistema estratégico de mensuração é mais do que a
simples coleta de dados não financeiros, requerem equilíbrio e integração, um desenho
planejado que possibilite destacar os fatores críticos de sucesso, que permita aos gestores
analisar onde o valor está sendo criado, onde são necessários investimentos e melhorias.
41
Para os autores, desenvolver um sistema adequado de mensuração demanda mapear
os processos, identificando-se quais são as seqüências de atividades e seus principais
agentes.
Segundo Jensen e Sage (2000), um sistema de gestão pode ser utilizado para apoiar e
visualizar a organização como um sistema em evolução dinâmica e adaptativa,
identificando metas e objetivos através da estrutura organizacional e especificando quais
informações organizacionais são necessárias para o desempenho da gestão, qual infra-
estrutura adequada de informações suporta a utilização de um sistema de medição de
desempenho.
Para os autores, a execução deve ser um processo de melhoria altamente sistemático e
estruturado, envolvendo ativamente toda a organização. Cada organização deve reunir
informações quantitativas, sobre seu desempenho, e qualitativas, sobre o desempenho dos
concorrentes e do ambiente em que a organização se insere, utilizando-as para avaliar o seu
próprio desempenho, em relação a outras organizações, a fim de identificar áreas para
melhoria interna, formular planos integrados de melhoria, e avaliar seus progressos.
Corrêa e Corrêa (2006) chamam a atenção de que o avanço das medidas de
desempenho e a criação do sistema de indicadores têm levado as empresas a se dedicarem
incisivamente em melhorar sua produtividade através de, por exemplo, programas de
qualidade total, produção enxuta, just-in-time e manufatura de classe mundial,
benchmarking, entre outras.
Para Corrêa e Corrêa (2006, p. 159), a medição de desempenho pode ser definida
como “o processo de quantificação da eficiência e da eficácia das ações tomadas por uma
operação”, ou ainda como “métricas usadas para quantificar a eficiência e a eficácia de
ações”.
Na análise dos autores, um sistema de medição de desempenho forma um conjunto
coerente de métricas que quantificam a eficiência e a eficácia das ações atendendo a dois
42
propósitos centrais: primeiro, como parte integrante do ciclo de planejamento e controle,
fornecendo os meios para a captura de dados sobre desempenho que apóiam a tomada de
decisões e; segundo, influenciando os comportamentos desejados nas pessoas e nos
sistemas de operações.
Corrêa e Corrêa (2006) ponderam que para uma medida de desempenho adequada é
preciso que ela seja derivada da estratégia, que seja simples de entender e usar, relevante,
objetiva não apenas opinativa, claramente definida, com impacto visual e que permita
prover feedback.
Neely et al. (2002), também concordam que tradicionalmente medidas de
desempenho e medição têm sido consideradas como um meio de acompanhamento dos
resultados obtidos, para analisar os progressos feitos e identificar áreas de melhoria.
Porém, os autores reforçam um papel adicional e ainda mais importante, sugerindo
que medidas de desempenho sejam usadas para clarificar, comunicar e conduzir uma
estratégia, apoiando e verificando como se dá a implementação de estratégia.
Além disso, é importante adicionar que melhorias de desempenho atuam na
motivação dos funcionários, portanto, é preciso que as empresas reservem algumas medidas
para obter melhorias, com foco no curto prazo, e que valorizem as pessoas quando houver
conquistas de curto prazo, como forma de incentivar e inspirar a obtenção de novas metas e
metas de longo prazo.
A conquista de metas de curto prazo é o elixir que cura as resistências para mudança,
impostas pelo padrão até então existente. Para mudar é preciso ter disposição e incentivos
que encorajem um comportamento aderente.
Kotter (1997) concorda nesse ponto revelando que verdadeiras transformações levam
tempo. Se não houver metas de curto prazo para serem atingidas e comemoradas, esforços
complexos direcionados a estratégias de mudança ou reestruturação dos negócios podem
43
perder o impulso e a força. Sem vitórias de curto prazo corre-se o risco de que muitos
funcionários desistam, resistam ou deixem de aderir à mudança.
Para obter uma transformação de sucesso, os gestores devem estabelecer metas no
sistema de planejamento que possam ser mensuradas e procurar ativamente obter nítidas
melhorias de desempenho. O autor sugere a premiação das pessoas envolvidas com
reconhecimento, promoções ou mesmo dinheiro, ao superarem as metas, como forma de
incentivo e recomendação a possíveis projetos futuros de transformação, todavia tomando o
cuidado de não declarar vitória prematuramente.
A maioria das organizações atualmente tem algum tipo de medição de desempenho e
sabem de alguma forma de sua importância, posto que não se gerencia aquilo que não se
mede (KAPLAN; NORTON, 1997).
Porém um dos problemas é cair na tentação de extrapolar e usar exageradamente
medidas de desempenho dando espaço a iniciativas bottom-up (de baixo para cima) sem
considerarem-se os objetivos estratégicos da organização, confundindo indicadores de
desempenho com indicadores chaves de desempenho ou indicadores de desempenho de
resultado (PARMENTER, 2007).
Parmenter (2007) sugere utilizar um sistema 10-10-80, ou seja, 10 indicadores chaves
de resultado (KRIs, key result indicators), 10 indicadores chaves de desempenho (KPIs, key
performance indicators), 80 indicadores de desempenho (PIs, performance indicators),
como forma de manter a atenção concentrada nos itens realmente críticos à empresa (para
indicadores chaves) e nos pontos de melhoria de processos (normalmente, indicadores de
desempenho).
A menção a KPIs, KRIs e PIs feita por Parmenter (2007) é uma ressalva feita pelo
autor porque poucas organizações verdadeiramente acompanham corretamente os KPIs, ou
seja, muitas empresas trabalham com medidas erradas, muitas das quais são incorretamente
denominadas indicadores chaves de desempenho (KPIs).
44
O autor faz uma distinção clara, definindo três tipos de medidas de desempenho, em
substituição aos termos indicadores de resultado (lag indicators) indicadores de
desempenho (lead indicators), como usados, por exemplo, por Kaplan e Norton (1997) por
acreditar que os termos lag e lead não oferecem uma maneira útil de definirem-se medidas
de desempenho:
a. KRIs: indicadores chaves de resultado, que dizem o que tem sido feito em
uma perspectiva;
b. PIs: indicadores de desempenho, que dizem o que deve ser feito ou o que
fazer;
c. KPIs: indicadores chaves de desempenho que dizem o que fazer para
aumentar o desempenho dramaticamente.
A distinção entre os rios tipos de indicadores é importante porque classifica o
objetivo da medida, ao que ela se propõe, para que foi criada e o que se pretende medir e
atingir.
3.4. Balanced Scorecard
Kaplan e Norton, por meio do seu artigo publicado em 1992
3
deram notoriedade ao
chamado Balanced Scorecard (BSC), a partir dos trabalhos iniciados pelo Instituto Nolan
Norton para encontrar um novo modelo de medição de desempenho (Kaplan e Norton,
1997). Desde então, houve um grande aumento da popularidade e do interesse pelo método,
reforçado pela publicação do seu primeiro livro sobre o tema
4
.
Muitas organizações afirmam ter um Balanced Scorecard, apenas porque utilizam
medidas financeiras e não financeiras. Todavia, isso por si só não implica dizer que
3
O primeiro trabalho publicado sobre o assunto por Kaplan e Norton foi The Balanced Scorecard – Measures
That Drive Performance – Harvard Business Review (jan-fev/1992).
4
The Balanced Scorecard (1996) – Harvard Business School Press, traduzido para a versão brasileira como A
estratégia em ação: balanced scorecard. (10ª Edição). (Serra, A., Trad). Rio de Janeiro: Campus.
45
utilizem corretamente os indicadores, que tais medidas (financeiras e não financeiras) sejam
qualificadas como Balanced Scorecard, que captem grande parte do valor criado ou
destruído pelas ações dos executivos, que se alinhem com sua estratégia ou mesmo que a
retroalimentem (KAPLAN; NORTON, 1997, 2001a, PARMENTER, 2007, WIREMAN,
2005).
Kaplan e Norton (2001) criticam a gestão baseada exclusivamente em mensurações
de desempenho de resultados financeiros, através de indicadores como resultado
operacional, por exemplo, apontando falhas na falta de comunicação destes com outros
aspectos internos que criam valor para a empresa agrupados nas demais perspectivas
analisadas pelo modelo (cliente, processos de negócio internos e aprendizado e
crescimento).
Agregar outras perspectivas não financeiras, como proposto pelos autores, comunica
à organização o que é relevante, e ajuda a empresa a convergir o foco para o futuro.
Knuckey e Johnston (2002) convergem nesse ponto, e resumem as limitações trazidas
pelo uso exclusivo de medidas tradicionais de desempenho financeiro, que falham porque
são:
a. métricas menos desenvolvidas de desempenho passado. Coletar e manipular
dados financeiros pode levar tanto tempo que se torna ineficaz para uma
rápida e efetiva tomada de decisão;
b. pouco relevantes para a prática - ao tentar quantificar o desempenho e a
melhoria de outros esforços (por exemplo, satisfação dos clientes) em termos
financeiros, são insuficientes na determinação da origem desse impacto, não
chegando ao âmago da questão;
c. inflexíveis - relatórios financeiros normalmente possuem um formato
predeterminado e podem não ser relevantes para algumas unidades comerciais
dentro da mesma empresa;
46
d. de relevância limitada para encontrar oportunidades de melhoria - resultados
financeiros fracos podem indicar a existência de problemas, mas não oferecem
perspectivas sobre as fontes de problemas ou as oportunidades de melhoria;
e. pouco relevantes para os clientes - informações financeiras não provém do
cliente e não incidem sobre as necessidades do cliente;
f. sistemas de medição de desempenho financeiro normalmente desconhecem as
necessidades reais do cliente;
g. focadas no curto prazo - incentivam os gestores de muitas medidas financeiras
a adotarem perspectivas de curto prazo, por exemplo, adiamento de
investimentos de capital, desenvolvimento de produtos ou manutenção de
equipamentos.
O balanced scorecard como descrito por Kaplan e Norton (1997; 2001) deriva da
estratégia organizacional e a deixa transparecer através do monitoramento de seus objetivos
e medidas, traduzindo-se como um sistema de gestão baseado em indicadores que avaliam e
mensuram o desempenho, traduzem a missão e a estratégia em objetivos e medidas
organizados, e convertem-se em um referencial organizacional do sistema gerencial
estratégico.
Com isso, atendem à necessidade de convergência com o futuro e com o alinhamento
da empresa para atingir os objetivos propostos pela estratégia organizacional, indo além da
análise tradicional dos relatórios contábeis (que resumem o desempenho da empresa na
linha do resultado) ao utilizar-se da mensuração de indicadores organizados em quatro
perspectivas:
a. financeira – estratégia de crescimento, rentabilidade e risco, sob a perspectiva
do acionista;
b. clientes estratégia de criação de valor e diferenciação, sob a perspectiva do
cliente;
c. processos de negócio internos - prioridades estratégicas dos processos, que
criam satisfação para os clientes e acionistas;
47
d. aprendizado e crescimento prioridades para o desenvolvimento de clima
propício à mudança organizacional, à inovação e ao crescimento.
Na figura a seguir podemos observar relação entre estratégia e indicadores,
comentada acima, dentro de uma perspectiva do modelo Balanced Scorecard.
Descreve o movimento da organização da posição atual
para uma posição futura desejável, mas incerta
Envolve dois temas:
Crescimento e Produtividade
Descreve a proposição de valor, como a empresa se
diferencia dos concorrentes, para atrair, reter e aprofundar o
relacionamento com clientes almejados
Define as atividades necessária à proposição de valor para
os clientes e ao desenvolvimento da diferenciação em
relação aos concorrentes
A Estrat
A Estrat
é
é
gia
gia
Perspectiva Financeira
Perspectiva Financeira
Quais são os objetivos financeiros de
crescimento e produtividade? Quais são as
principais fontes de crescimento?
Perspectiva Financeira
Perspectiva Financeira
Quais são os objetivos financeiros de
crescimento e produtividade? Quais são as
principais fontes de crescimento?
Perspectiva de Clientes
Perspectiva de Clientes
Quais são os clientes-alvo que gerarão
crescimento de receita e possibilitarão um mix
mais rentável de produtos e serviços?
Perspectiva de Clientes
Perspectiva de Clientes
Quais são os clientes-alvo que gerarão
crescimento de receita e possibilitarão um mix
mais rentável de produtos e serviços?
Descreve a infra-estrutura organizacional (habilidades,
capacidades e conhecimentos dos colaboradores,
tecnologias, clima e ambiente) para executar os processos
de forma inovadora e diferenciada
Perspectiva Interna
Perspectiva Interna
Para satisfazer os clientes, em que processos
devo ser excelente?
Perspectiva Interna
Perspectiva Interna
Para satisfazer os clientes, em que processos
devo ser excelente?
Aprendizado e Crescimento
Aprendizado e Crescimento
Quais as competências internas e a infra-
estrutura que precisamos para realizar a visão?
Figura 3 – Perspectivas do Balanced Scorecard
Fonte: Adaptado Kaplan e Norton (2001)
Com isso, o Balanced Scorecard preserva os indicadores financeiros como a síntese
final do desempenho gerencial e organizacional, atendendo às expectativas da alta gestão
das organizações, porém endereça outras questões igualmente importantes e críticas para a
empresa atingir o futuro esperado e para poder monitorar o processo de criação de valor.
Assim, com o Balanced Scorecard é possível combinar, por exemplo, medidas para
avaliar objetivos financeiros de crescimento e produtividade, principais fontes de
crescimento, clientes-alvo que gerarão crescimento de receita e possibilitarão um mix mais
rentável de produtos e serviços, as alternativas de diferenciação da empresa em relação a
seus concorrentes.
48
Certamente a combinação de medidas financeiras e não financeiras, como propõe o
balanced scorecard, representa um equilíbrio maior e oferece maior possibilidade de
análise do que utilizar unicamente medidas financeiras (KAPLAN; NORTON, 2001a).
Kaplan e Norton (1997) ressaltam que o seu método motiva todos os executivos e
funcionários na implementação com sucesso da estratégia da sua unidade de negócios, a
partir da tradução da estratégia em indicadores, utilizando medidas integradas (financeiras e
não financeiras) que transmitem objetivos e metas e em vista disso apóiam a execução da
estratégia.
Para os autores, a comunicação da estratégia através de sistemas de mensuração
chama a atenção de executivos e funcionários para os vetores críticos, e ainda, alinham
investimentos, iniciativas e ações necessárias à realização de metas estratégicas. Assim, o
balanced scorecard, como um modelo holístico da estratégia, pode mostrar a todos na
organização como contribuir para o sucesso da empresa na realização dos seus objetivos
estratégicos, otimizando o desempenho individual e dos departamentos.
O método Balanced Scorecard desenvolvido pelos autores considera uma
combinação equilibrada de medidas de resultado e medidas de desempenho (indicadores de
tendência), que comunicam como os resultados são alcançados.
Para Kaplan e Norton (1997) o que possibilita a integração do Balanced Scorecard à
sua estratégia da empresa são seus vetores de desempenho, as relações de causa e efeito,
estabelecidas entre a ação e o seu resultado decorrente, e a relação que cada ação integrada
guarda com os resultados financeiros da empresa.
O Balanced Scorecard utiliza-se de drivers (direcionadores) para a realização dos
objetivos da empresa, que incluem uma proposição de valor explícita, por exemplo,
inovação, implantação de tecnologia, aptidões e competências específicas dos trabalhadores
necessários para implementar a estratégia.
49
A proposição de valor na perspectiva do cliente, os processos verificados na
perspectiva interna, e os componentes inclusos na perspectiva do aprendizado e
crescimento tornam-se fundamentais tanto para a estratégia em si, quanto para os resultados
que a estratégia pretende alcançar (KAPLAN; NORTON, 2001).
3.5. Gestão de desempenho dos negócios
Como vimos anteriormente, a estratégia precisa ser informada, conhecida,
elaborada por pessoas habilitadas e treinadas, e para deixarem de ser um plano etéreo e
fazerem diferença e sentido, precisam ser implementadas, medidas e monitoradas. Há
muitos trabalhos e publicações sobre o papel dos líderes na elaboração da estratégia, sobre
a estratégia em si e sua importância para prever o futuro e interceptá-lo. Há, todavia,
espaço para aprofundar a discussão de como sistemas de gestão podem colaborar para o
sucesso da implementação, desde a gênese (formulação) até o apogeu (resultado obtido,
objetivos atingidos).
A gestão de desempenho dos negócios apresenta-se na literatura como um foco
centralizado na solução tecnológica, através de fluxos de informação e integração de
recursos organizacionais sistêmicos.
Tem recebido maior atenção no mundo corporativo como um direcionador de
eficiência apoiado em tecnologia da informação, utilizando-se de conhecimento,
habilidades, ferramentas, técnicas e sistemas para definir, visualizar, medir, controlar,
relatar e melhorar processos visando atender o cliente gerando retorno para a empresa
(FROLICK; ARIYACHANDRA, 2006).
Como ponderam Jensen e Sage (2000), recentes avanços na tecnologia da informação
proporcionam oportunidades para o aprimoramento da medição do desempenho
organizacional, através de extensa infra-estrutura de informática que incluem sistemas
cliente-servidor, sistemas de software integrados, bases de dados e comunicações.
50
Para os autores, bases de dados associadas à infra-estrutura em rede podem conter
informações precisas em grande quantidade, facilmente acessíveis em diversas áreas como
operacional, financeira, e recursos humanos, que muitas vezes podem ser acessadas para
medir o desempenho organizacional.
Segundo Jensen e Sage (2000), atividades de medição de desempenho devem ser
interligadas e interativas, realizadas continuamente dentro de cada componente
organizacional (indivíduo, área ou departamento). Conhecer como estas atividades são
realizadas é determinante para saber se o esforço da medição será bem sucedido.
Ao implementar um processo de medição de desempenho organizacional padronizado
as organizações precisam periodicamente adaptá-lo às novas necessidades da empresa e do
seu ambiente empresarial, sob pena de falharem em seus propósitos se não o fizerem.
A gestão de desempenho dos negócios é uma metodologia utilizada para acompanhar,
controlar e gerir a implementação de ações estratégicas, conectando de forma pertinente,
estratégia e processos organizacionais, facilitando a criação de metas estratégicas, levando
as organizações a estabelecer objetivos específicos e os principais indicadores de
desempenho importantes e críticos para a organização (FROLICK; ARIYACHANDRA,
2006).
Ela endereça processos de negócio e aplicações que melhoram o desenvolvimento e a
execução da estratégia de negócios, apoiando a gestão de desempenho em direção às metas
propostas pela empresa. Além disso, permite à organização efetivamente monitorar,
controlar e gerenciar a implantação de iniciativas estratégicas (KELLEN, 2003).
Frolick e Ariyachandra (2006) sustentam definição semelhante, esclarecendo que
gestão de desempenho dos negócios envolve uma série de processos analíticos e
operacionais integrados, associados a métricas e incentivos operacionais relacionados com
o desempenho, conduzindo a execução eficaz da estratégia por toda a organização,
facilitando o tratamento de metas estratégicas ao estipular objetivos específicos e
51
indicadores chaves de desempenho significativos para a organização, apoiando a gestão de
desempenho para a consecução desses objetivos.
Para entender o papel que exerce hoje, é importante avaliar a pressão exercida pelo
mercado na busca por empresas que ofereçam condições para fazer melhores previsões
sobre seu futuro, e em vista disso, orientar decisões de investimento com menor risco
(FROLICK; ARIYACHANDRA, 2006).
Para Frolick e Ariyachandra (2006), essa pressão por maior previsibilidade e maior
transparência, direciona as empresas na busca da melhoria do desempenho, de um melhor
planejamento estratégico, e de uma capacidade de antecipar-se à concorrência.
Para os autores, a metodologia de gestão de desempenho dos negócios atende a essas
necessidades traduzindo-se em uma ferramenta que permite encontrar soluções que apóiam
a execução da estratégia da organização, ao consolidar e integrar dados dispersos de
diferentes fontes, facilitando uma melhor coordenação entre as suas unidades funcionais
para obterem processos mais eficientes, continuamente melhorados através da avaliação
dos KPIs.
Smith e Martin (2003) seguem a mesma direção. Para os autores, a procura por
padrões elevados de competência na condução das operações no dia-a-dia adiciona novas
pressões para aumentar o valor dos stakeholders. A agilidade com a qual uma empresa
gerencia seu desempenho pode determinar a sua posição no mercado e a sua lucratividade.
O papel exercido por essa metodologia apóia as organizações na gestão dos seus
negócios, capacitando os indivíduos a tomarem decisões adequadas para maximizar sua
rentabilidade, capturando conhecimento e informação em toda a organização. Isto cria valor
aos interessados, através da aplicação de princípios de gestão de desempenho.
52
Portanto, concluem Smith e Martin (2003), agora, como nunca dantes, as empresas
têm a capacidade de implementar a gestão de desempenho para transformar toda a
organização para atingir sua metas.
Por outro lado, a resistência da gestão de algumas empresas em tornar as informações
mais transparentes, dificulta a execução e a aprovação do projeto de utilização dessa
metodologia. A justificativa mais comumente utilizada é a necessidade de se fazerem
investimentos na tecnologia para sua utilização. A solução para essa resistência à
implantação, motivada entre outros fatores pela insegurança dos usuários, passa por um
forte patrocínio e apoio da gestão superior, importante para garantir a aprovação e a
aderência ao novo método (FROLICK; ARIYACHANDRA, 2006).
Kellen (2003) complementa a lista de problemas significativos que dificultam a
implementação entre outros, a qualidade dos dados do sistema de informação e problemas
de integração, a falta de ligação com a estratégia, a forma como a estratégia é formulada e
executada na empresa, métricas mal definidas, falta de habilidades analíticas, e vícios de
julgamento e decisão.
Para Frolick e Ariyachandra (2006), a formação de uma equipe de integração do
projeto capaz e bem estruturada, um bom conjunto de métricas operacionais, ligadas aos
direcionadores estratégicos do negócio e alinhadas com a estratégia da empresa, garante
uma boa implementação.
Os autores avaliam que essa metodologia de gestão é uma consolidação de conceitos
que as empresas trabalham há algum tempo, como data warehousing, business intelligence,
e gestão da qualidade total, centrada no reforço do desempenho empresarial, o que
proporciona à empresa a oportunidade ímpar para alinhar suas operações à estratégia e
avaliar sua evolução ao longo do tempo.
53
para Kellen (2003), as empresas adotam sistemas de gestão principalmente para
melhorar seu controle, quando as formas tradicionais como sistemas de contabilidade,
mostram-se insuficientes.
O autor sumariza alguns fatores para uma utilização correta:
a. precisam ser compreensíveis;
b. os funcionários devem ser envolvidos e a liderança deve estar presente;
c. a aprendizagem organizacional e a gestão do conhecimento ambiente devem
ser compatíveis e reforçadas pela metodologia;
d. precisam contemplar ligações entre a estratégia da empresa e as atividades que
a empresa deve gerenciar;
e. problemas relacionados com a falta de modelos de referência e unicidade de
estratégias devem ser superados.
Implementação de iniciativas nessa área, com foco na gestão da eficiência e eficácia
dos processos de negócio deve atravessar toda a organização, gerenciando e otimizando seu
fluxo de processos, apoiados em soluções integradas e na coordenação dos processos, de
forma sistêmica, como habilitadores do modelo de gestão vigente.
sensíveis benefícios na utilização da metodologia de gestão de desempenho dos
negócios, como reduções nos tempos de ciclo dos processos, atendimento às exigências
regulatórias (por exemplo, Sarbanes-Oxley
5
, COSO
6
e ITIL
7
) e, maior efetividade de custos
na integração aplicações existentes.
5
A Sarbanes-Oxley, ou SOX, como é comumente conhecida, é uma lei americana originada em 2002, como
resposta aos escândalos corporativos ocorridos em grandes empresas norteamericanas como a Worldcom, a
Tyco e a Enron, que envolveram manipulação de dados contábeis. A SOX, que impõe rígidos controles
internos, transparência na apresentação de informações financeiras e independência das empresas de auditoria
externa, aumentou o grau de responsabilidade dos principais executivos das empresas, que ficaram sujeitos
com a lei a pesadas sanções, desde o pagamento de multas até a prisão. Pela lei, CFO e CEO são responsáveis
por definir, avaliar e monitorar os relatórios financeiros e as divulgações ao mercado.
6
COSO - Commitee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission - é uma organização sem fins
lucrativos, criada para fomentar a melhoria dos relatórios financeiros através da ética, efetividade dos
controles internos e governança corporativa. A referência é feita em relação a uma metodologia de
governança corporativa (nos preceitos da COSO), muito utilizada para a gestão de riscos e controle internos
54
A conexão e o alinhamento dos processos de negócio da empresa com as exigências
de uma transformação organizacional acelerada requerem uma permanente gestão por
processos. A formação de uma equipe de integração do projeto capaz e bem estruturada, e
um bom conjunto de métricas operacionais, ligadas aos direcionadores estratégicos do
negócio, garante uma boa implementação.
Nesse contexto, como vimos, os processos devem ser estruturados em função das
estratégias e alinhados ao modelo de operação de cada organização. A metodologia uma
vez implantada torna-se um importante apoio à formulação da estratégia, permitindo a
execução e a modificação da estratégia, como uma conexão entre estratégia e processos
organizacionais. (FROLICK; ARYIACHANDRA, 2006; KELLEN, 2003).
3.6. Medidas de desempenho financeiro
Muito se tem discutido acerca da operacionalização do construto que trata da
mensuração do desempenho financeiro das organizações para efeito de pesquisa acadêmica
(Venkatraman e Ramanujam, 1986 apud Brito, 2006). Neste aspecto, as duas dimensões
mais utilizadas têm sido lucratividade e crescimento (Brito, 2006).
Em termos de medidas que espelhem a variável crescimento, as mais observadas nos
trabalhos pesquisados são as taxas anualizadas de crescimento das vendas e dos ativos
(Brito, 2006).
de bancos, notadamente por aqueles que se submetem aos regulamentos da SOX. Para o COSO, controle
interno significa assegurar a eficiência e a economia das operações, incluindo o alcance dos objetivos em
termos de performance e segurança dos ativos contra perdas, além de informações financeiras fidedignas e
compliance com normas e legislações locais. Controle interno na ótica COSO constitui-se de cinco elementos
integrados: ambiente de controle, avaliação e gerenciamento dos riscos, atividade de controle, informação e
comunicação e, monitoramento.
7
ITIL - Information Technology Infrastructure Library, desenvolvida no final dos anos 80 na Inglaterra,
atrelada à Secretaria de Comércio do governo inglês (Office of Government Commerce), é na verdade uma
biblioteca das melhores práticas em TI, contendo processos e procedimentos gerenciais, para um melhor
gerenciamento da infra-estrutura de TI, e alinhamento desta área com os negócios da empresa.
55
No que concerne à dimensão lucratividade, a variabilidade de medidas mostra-se
maior. Giro dos ativos, rentabilidade sobre ativos (ROA), retorno sobre o capital
empregado (ROCE) e proporção do EBIT (Earnings before interest and tax) sobre vendas
líquidas estão entre as mais empregadas (Brito e Vasconcelos, 2004; Brito, 2006; Bloom e
Van Reenen, 2007; Pérez-Gonzalez, 2006).
Podem ser citadas, também, medidas que relacionam indicadores financeiros com
informações obtidas no mercado, como Q de Tobin (Tobin, 1969) – a divisão entre valor de
mercado e valor patrimonial da empresa.
Além dessas, vale lembrar o lucro por ação (EPS) que representa a divisão do lucro
líquido total disponível aos acionistas ordinários no período – normalmente um trimestre ou
ano pelo número de ações ordinárias emitidas pela empresa. Os acionistas e investidores
acompanham atentamente esse indicador por considerá-lo um importante indicador de
sucesso da empresa.
Quando analisamos o universo bancário, a rentabilidade sobre ativos (ROA) se traduz
em uma captação mais barata no mercado com ativos melhor remunerados. Além disso,
essa captação eficiente em conjunto com uma massiva rede de distribuição para a venda de
produtos e serviços, tendo como retaguarda, uma rigorosa administração de riscos e custos
operacionais (Índice de Eficiência) colabora para o crescimento da base de clientes sadios
(inadimplência reduzida). Essa união entre oferta de produtos e controle de custos, alinhada
a uma política de capital e distribuição de resultados são fatores que colaboram com a
geração de valor para os acionistas.
Em função dos dados disponíveis para a realização da presente pesquisa
informações existentes nos relatórios anuais dos bancos objeto do estudo optou-se por
utilizar como base alguns indicadores, dentre eles um indicador relativo à dimensão
lucratividade (rentabilidade sobre ativos - ROA) e outro concernente à dimensão
crescimento (taxa anualizada de crescimento da base de clientes ativos).
56
Um indicador que resume bem essa conexão é o ROE (Return on Equity), a taxa de
retorno sobre o patrimônio líquido, mede o retorno obtido sobre o investimento (ações
preferenciais e ordinárias) dos acionistas da empresa.
57
Figura 4 – Árvore de ROE
Fonte: O autor
O termo Ativos Rentáveis*, apresentado no gráfico acima, representa a soma dos ativos constantes nas rubricas Ativo Circulante
e Realizável à Longo Prazo, agrupados em Operações de Crédito, Títulos e Valores Mobiliários e Outros, sendo esse grupo Outros, o
montante necessário para totalizar a soma entre Ativo Circulante e Realizável à Longo Prazo.
58
E essa relação, mostrada na figura abaixo, entre lucratividade e alavancagem fica
explícita quando analisados os termos da equação do ROE a seguir:
Figura 5 – Relacionamento de Indicadores Financeiros
Fonte: O autor
Vale ressaltar que, nos estudos analisados preliminarmente para elaboração desta
dissertação, em sua grande maioria, identificação de uma correlação entre desempenho
financeiro e intensidade de planejamento estratégico. Tais estudos, todos realizados fora do
Brasil, sugerem que, dependendo da intensidade que os bancos efetuam o processo de
planejamento estratégico isso tem um direto e um positivo efeito no desempenho dessas
instituições financeiras. Porém, não se consegue expurgar totalmente os aspectos
conjunturais envolvidos, como por exemplo, políticas macroeconômicas, efeito
governamental dentre outros.
Por esse motivo, entender quais são os indicadores de desempenho financeiros mais
sensíveis ao modelo de gestão utilizado nos bancos objeto do estudo, ajudará a analisar o
desempenho desses bancos com maior profundidade e clareza, procurando entender a
maturidade de gestão existente e a origem dos resultados nesses últimos oito anos
analisados.
59
4. MODELO INTEGRADO DE GESTÃO DE DESEMPENHO
O objetivo desta seção é identificar a partir da revisão da literatura feita no capítulo 3
uma série de pontos para definir de forma eficaz um modelo integrado de gestão, que se
alinhe com as ações estratégicas da instituição financeira e retroalimente a sua estratégia,
apoiando-a na consecução dos seus objetivos.
Nesta seção, as bases de avaliação, análise, reflexão e estudo estão concentrados nos
capítulos anteriores que forneceram uma ampla gama de estudos e autores abordando o
tema pelo lado prático dos sistemas e abordagens de planejamento estratégico e execução
por parte de empresas e/ou bancos, assim como o comportamento desses bancos e/ou
empresas que levam esse processo dentro de sua rotina organizacional e refletida em seu
modelo de gestão.
O que é mais importante observar, no que se propõe esta dissertação, é o caminho que
se deve adotar, de forma holística, como proposto por Kaplan e Norton (2008), para
efetivamente poder obter uma contribuição positiva do modelo de gestão, evitando
resistências e erros, por vezes banais, que atrasam o projeto estratégico de bancos
instalados no Brasil.
Partindo da premissa que uma nova estratégia seja aprovada pelo banco, e após ter
realizado diagnósticos externos e internos utilizando ferramentas como, por exemplo,
SWOT, modelo das cinco forças competitivas de Porter, haverá como dados de saída ações
estratégicas necessárias para implementar a estratégia da empresa. É nesse ponto que se
inicia a contribuição para comparar os modelos existentes nesses dois bancos objeto do
estudo, Itaú e Santander, como as ações estratégicas são formuladas e como o modelo
auxiliou nesses últimos oito anos a execução da estratégia. Esse é o grande foco desta
dissertação, porque oferece a oportunidade de analisar o alinhamento necessário dos fatores
envolvidos (Formulação Estratégica, Definição de Metas, Execução, Monitoramento e
Habilitadores) com o desempenho financeiro dessas instituições.
60
O modelo de gestão que será apresentado a seguir foi elaborado ressaltando os
principais pontos indicados pelos autores vistos na revisão da literatura. Porém, como
afirmado anteriormente, deve-se ponderar que o um modelo conclusivo de gestão de
desempenho que esgotem a compreensão dos bancos sobre seus processos e estratégia, uma
vez que esses modelos podem variar conforme os objetivos que os bancos pretendem
atingir.
Uma vez com esse modelo dividido didaticamente em etapas e ações, torna-se
possível entender a importância de percorrer cada etapa, de forma integrada. Por meio de
sua percepção será possível verificar sua aplicabilidade aos casos reais objeto de estudo,
comparando os modelos existentes nesses bancos, como são comunicados e como é feito o
processo de acompanhamento.
Execu
Execu
ç
ç
ão (3)
ão (3)
Defini
Defini
ç
ç
ão de metas (2)
ão de metas (2)
Monitoramento (4)
Monitoramento (4)
Formula
Formula
ç
ç
ão de A
ão de A
ç
ç
ões Estrat
ões Estrat
é
é
gicas (1)
gicas (1)
Processos
Padronizados
Habilitador 1
Habilitador 1
Programas de
Incentivo
Habilitador 2
Habilitador 2
Liderança e
Competências
Habilitador 3
Habilitador 3
Estruturas de
Controle
Habilitador 4
Habilitador 4
Arquitetura de
TI integrada
Habilitador 5
Habilitador 5
Sub
Sub
-
-
Etapa 1.3
Etapa 1.3
Sub
Sub
-
-
Etapa 1.2
Etapa 1.2
Sub
Sub
-
-
Etapa 1.1
Etapa 1.1
Definir ações
estratégicas para
o ciclo
Definir
alavancas de
valor
Refinar a visão
corporativa e
obj. estratégicos
Sub
Sub
-
-
Etapa 3.1
Etapa 3.1
Sub
Sub
-
-
Etapa 3.2
Etapa 3.2
Sub
Sub
-
-
Etapa 3.3
Etapa 3.3
Desenvolver
planos operac.
necessários
Alocar recursos
requeridos
Avaliar, aprovar
e concluir planos
operacionais
Sub
Sub
-
-
Etapa 2.1
Etapa 2.1
Avaliar o valor da carteira
Sub
Sub
-
-
Etapa 2.2
Etapa 2.2
Definir metas para as ações
estratégicas
Sub
Sub
-
-
Etapa 2.3
Etapa 2.3
Desdobrar ações táticas e
operacionais
Sub
Sub
-
-
Etapa 4.3
Etapa 4.3
Revisar desempenho e dar
suporte a tomada de decisão
Sub
Sub
-
-
Etapa 4.2
Etapa 4.2
Monitorar os KPIs de
desempenho estratégico
Sub
Sub
-
-
Etapa 4.1
Etapa 4.1
Consolidar e reportar o
desempenho real
Sub
Sub
-
-
Etapa 4.4
Etapa 4.4
Tomada de decisão: Realocar
recursos e atualizar planos
Figura 6 – Modelo Integrado de Gestão de Desempenho
Fonte: O autor
61
Etapa 1 Formulação de Ações Estratégicas
Sub-Etapa 1.1 Refinar a visão corporativa e objetivos estratégicos
Refinar o plano proposto oriundo da fase de concepção estratégica, e por
conseqüência, os objetivos derivados dessa concepção, atribuindo a um grupo executivo
multidisciplinar a responsabilidade pela divulgação (KAPLAN; NORTON, 2001; 2008;
NEELY et al, 2002, WIREMAN, 2005; KIM; MAUBORGNE, 2005) e construção do que
se espera para os demais níveis da corporação.
É fundamental que o responsável pelo grupo tenha como qualidades: compromisso
com a instituição financeira, organização, flexibilidade, orientação para resultados,
disponibilidade para mudança, proatividade, capacidade de análise estratégica, habilidade
em planejamento e capacidade de execução (ROBBINS, 1999).
Sub-Etapa 1.2 Definir alavancas de valor
Identificar e definir as alavancas de valor financeiras e não-financeiras (processos,
organização, clientes) para cada objetivo estratégico e priorizá-las com base na capacidade
de gestão sobre a mesma e o impacto potencial no sucesso da estratégia (BARNEY, 1991;
HITT et al, 2005; KAPLAN; NORTON, 2004; PRAHALAD; RAMASWAMY, 2004).
A interação entre clientes e acionistas, a criação de experiências capazes de distinguir
as ações implementadas por concorrentes atuais e potenciais, evitando que os mesmos
possam duplicar os benefícios de uma estratégia adotada, são questões a serem avaliadas
nessa sub-etapa.
62
Sub-Etapa 1.3 Definir ações estratégicas para o ciclo
Definir as ações estratégicas estabelecendo os planos de ação pertinentes, avaliando
os recursos que serão necessários, estabelecendo planos (CHRISTENSEN, 1997;
WIREMAN, 2005) que serão desdobrados e aprofundados posteriormente.
O ponto de atenção é saber evitar a ansiedade trazida pelas modernas abordagens de
gestão que enfatizam os planos que podem trazer resultados financeiros imediatos e de
curto prazo (HAYS; WHEELRIGHT, 1984) em vez de ações que darão sustentabilidade ao
negócio.
Etapa 2 Definição de metas
Sub-Etapa 2.1 Avaliar o valor da carteira
Identificar oportunidades em ativos de melhor retorno e que estejam associadas a
questões relevantes como metas de longo prazo, planos e políticas para atingir a um ou
mais objetivos organizacionais (BESANKO et al., 2006; MORRIS, 2005).
A fim de exercer o controle e avaliar corretamente o valor em função da eficácia da
alocação de capital, são necessárias medidas de ajuste até se atingir a condição ideal de
risco e retorno das ações estratégicas que serviram de insumo (FISCHMANN; ZILBER,
1999) para esta sub-etapa.
Sub-Etapa 2.2 Definir metas para as ações estratégicas
Definir metas que possam apoiar a organização como um sistema em evolução
dinâmico e adaptativo (JENSEN; SAGE, 2000), por isso, vale lembrar que cada tema
estratégico atinge seu alvo num ritmo diferente.
63
Essa sub-etapa está inteiramente relacionada a anterior, nela devemos identificar as
ações que realmente deverão possuir um plano de desdobramento na sub-etapa seguinte.
Após isso, essas serão classificadas em ordem de importância, e merecedoras de
indicadores (KPIs) para monitorar sua eficiência e eficácia, gestores responsáveis por sua
coordenação e acompanhamento por parte do corpo diretivo.
Sub-Etapa 2.3 Desdobrar ações táticas e operacionais
Desdobrar as ões estratégicas em planos táticos e operacionais que ocorrerão ao
longo da instituição financeira em seus departamentos e unidades de negócio (KAPLAN;
NORTON, 2001) de forma vertical e horizontal.
Para tanto, a liderança se torna a patrocinadora da estratégia, fator fundamental para o
desdobramento aos demais veis. Tendo como apoio um grupo executivo multidisciplinar
para cuidar dessas ações e comunicá-las adequadamente.
É importante que esses líderes tenham uma liderança marcante e boa capacidade de
comunicação (ROBBINS, 1999; KAPLAN; NORTON, 2001). Deve-se realizar workshops
e reuniões, para comunicar a estratégia e a proposta do grupo executivo em diversos níveis
e com repetição até que o projeto do grupo seja realmente aceito, entendido e adotado pela
maioria da organização.
Além disso, essas divulgações devem ser constantes pela área de comunicação do
banco, tratando sobre os avanços obtidos, workshops realizados, pessoas envolvidas etc.
Isso dá maior visibilidade ao grupo executivo e facilita obter adesões, diminuindo possíveis
resistências e complicadores na fase de Execução (PARMENTER, 2007; NEELY et al,
2002).
64
Etapa 3 Execução
Sub-Etapa 3.1 Desenvolver planos operacionais necessários
Desenvolver planos operacionais que são fundamentais para executar a estratégia e
gerenciá-los usando modelos analíticos, não instintos (KAPLAN; NORTON, 2008). Os
modelos analíticos identificam os direcionadores de um processo e mostram esses
direcionadores ao grupo responsável. Os direcionadores incluem não métricas
financeiras (morosas), mas também indicadores-chave operacionais, ambientais,
demográficos e situacionais.
Esses planos operacionais muitas vezes são traduzidos em painéis de controle
(dashboard) para que possam ser gerenciados.
Sub-Etapa 3.2 Alocar recursos requeridos
Vincular as ações estratégicas à alocação de recursos (pessoas, equipamentos,
tecnologia, espaço dentre outros) por meio de orçamentos (ou rolling forecasts) baseados
em atividades e tempo (KAPLAN; NORTON, 2008). O estabelecimento de um cronograma
de alocação deve respeitar a priorização das ações feitas na etapa de Formulação de Ações
Estratégicas (sub-etapas 1.2 e 1.3).
Após avaliar os recursos necessários, obter aprovação no orçamento para sua
execução (PARMENTER, 2007; WIREMAN, 2005; KAPLAN; NORTON, 1997).
Sub-Etapa 3.3 Avaliar, aprovar e concluir planos operacionais
Garantir presença da liderança em reuniões da alta gestão para apresentação do
andamento da estratégia, seus desvios e acertos, demonstrando a evolução dos indicadores
(KAPLAN; NORTON, 2001; 2008).
65
Cuidar para que as decisões de investimento, caso necessário, sejam tomadas com
cuidado, mas o mais rapidamente possível, para não comprometer o desenvolvimento do
plano estratégico da instituição financeira (CORRÊA; CORRÊA, 2006).
A participação da liderança na reunião de alta gestão deve ser breve e objetiva, com
dados claros e visuais. A alta direção deve incentivar a apresentação de sugestões nas
reuniões, para corrigir desvios de rota, inclusive valorizando-a posteriormente quando as
sugestões forem acatadas, seja por meio do sistema de incentivos, seja expressando-se
verbalmente diretamente ao responsável, com palavras de incentivo (PARMENTER, 2007).
Recomenda-se que a participação seja rotativa, para que todos participem. Isso
permite que toda a liderança mantenha-se constantemente mobilizada e atenta, pronta para
ser levada a apresentar seu desenvolvimento à alta gestão quando quer que seja convidada.
Incentivar sugestões de melhoria, se possível encorajando a participação de todos, por
meio do sistema de incentivos da empresa (WIREMAN, 2005; KAPLAN; NORTON,
1997).
Etapa 4 Monitoramento
Sub-Etapa 4.1 Consolidar e reportar o desempenho real
Consolidar e integrar dados dispersos de diferentes fontes, facilitando uma melhor
coordenação entre as suas unidades funcionais para obterem processos mais eficientes,
continuamente melhorados através da avaliação dos KPIs (FROLICK; ARIYACHANDRA,
2006).
66
Sub-Etapa 4.2 Monitorar os KPIs de desempenho estratégico
Monitorar e revisar a estratégia (e seus desdobramentos) periodicamente para corrigir
desvios do objetivo, quando forem críticas, comunicando as alterações aos responsáveis, na
forma mais apropriada (KAPLAN; NORTON, 1997; PARMENTER, 2007).
Sub-Etapa 4.3 Revisar desempenho e dar suporte a tomada de decisão
Revisar desempenho das metas acordadas. Comemorar as metas superadas aumenta a
adesão, motiva a liderança e os seus liderados, energizando a organização (KOTTER,
1997).
Para aquelas não superadas, revisar ou desenvolver novos planos. Foco no
desempenho dos objetivos, NÃO em métricas.
Sub-Etapa 4.4 Tomada de decisão: Realocar recursos e atualizar planos
Garantir que as decisões sejam tomadas rapidamente, apoiadas pela retroalimentação
contínua sobre o desempenho (PRAHALAD; HAMEL, 2005). Essa sub-etapa está
inteiramente relacionada a sub-etapa 4.3.
67
5. ESTUDOS DE CASO
5.1. Considerações gerais
Para a escolha dos bancos objeto de estudo foram avaliados alguns requisitos.
Primeiro, os bancos deveriam ser líderes em seus segmentos de atuação, atuantes em
diversos ramos como varejo, corporativo, de capitais e internacional, com forte penetração
e representatividade de seus ativos no mercado bancário brasileiro (fonte: Ranking
BACEN).
Os bancos divulgaram por intermédio de seus sites institucionais, diversos
documentos, planilhas e material de apoio relacionado ao sistema de gestão vigente. Não
restringiram a divulgação do material aqui relatado, bem como a transcrição de alguns
documentos por ela fornecidos.
Com objetivos claros de crescimento, e atendendo às crescentes exigências do
mercado, os bancos consideram que os seus modelos de gestão são uma importante fonte de
aperfeiçoamento dos processos, produtos e serviços em toda a organização.
Por esse motivo, o que se viu foi uma grande preocupação dessas instituições em
manter operante um processo de planejamento e gestão, que envolve desde a elaboração do
diagnóstico até a etapa de monitoramento, como atestam os documentos fornecidos pelos
bancos e as entrevistas realizadas.
Todavia, é importante frisar a importância de um modelo integrado de gestão como
ferramenta de apoio para a consecução dos objetivos, para corrigir desvios e evitar
resistências algumas vezes conhecidas e outras inesperadas.
Por exemplo, para Raphael P. da Silva, superintendente de desenvolvimento
comercial do Banco Itaú, os principais pontos de melhoria estão mais relacionados à etapa
de Monitoramento, isto é, na etapa 4 (quatro) do modelo estão os maiores desafios.
68
“Para algumas ações é fácil reportar o que aconteceu, para outras, é
difícil, por exemplo, Marketing, apurar o retorno de uma ação
institucional de abertura de contas.”
“Partindo da premissa que a meta está correta, a reação para resolver
desvios apontados pelos indicadores, é uma nota 3 (três) de uma
escala de 1 (um) a 5 (cinco) na minha opinião, vou ficar em cima do
muro. Eu acho que tem muita coisa boa, mas ainda tem muita coisa
ruim. Eu acho que nós estamos bons em achar os meios, mas ainda
não estamos bons em comunicar os meios. As vezes ainda se vê tipos
de gestão arcaicas, assédio etc, mas também tem muitas coisas boas,
não dá para generalizar.”
Essa percepção está muito ligada a etapa anterior do modelo, etapa 3 (três) Execução,
o Banco Itaú reportou certo desconforto com esta etapa também, principalmente com
aspectos ligados ao desenvolvimento de planos operacionais e táticos.
“Acho que essa sub-etapa (Desenvolver planos operacionais
necessários) pode ser melhorada aqui no Banco Itaú, explico porque,
por exemplo, Marketing cria uma ação na TV que nem sempre está
alinhada com o que o pessoal da Rede de Atendimento esperava, nem
sempre as pessoas conversam tanto para manter as coisas alinhadas.
Mas lembrando que, esse é o modelo que a gente (o banco) escolheu
operar, tenho dúvidas se isso é ruim, é um risco esperado.”
para Alexandre Segadilha Adler, superintendente de gestão estratégica do
segmento Varejo do Banco Santander, o maior segmento do banco no Brasil em termos de
volume financeiro, os desafios podem estar relacionados principalmente à etapa de
Execução do modelo integrado de gestão apresentado anteriormente, isto é, na etapa 3 (três)
do modelo estão os maiores pontos de atenção.
69
“O ideal aqui seria ter uma árvore de drivers, na verdade, os
indicadores definidos no plano estratégico servem parcialmente como
matéria-prima para a geração do orçamento.”
“O vínculo entre o plano estratégico e a alocação de recursos não
existe. Não existe porque não tem tão claro na organização como será
a alocação de recursos no tempo. Não está clara a separação entre
investimento e receita.”
“A assertividade da previsão do resultado é alta, até porque o nível de
detalhe que é feita a previsão é muito granular, mas depois que você
pôe os tasks, coloca a pressão nas pessoas por melhores números,
você começa a errar tudo. A meta continua errada, o forecast vai
estar certo o tempo todo, mas o orçamento vai estar como ele é. O
pagamento de bônus é pelo orçamento.”
O banco passa por um período de adaptação, no passado o Santander tinha um
processo de formulação estratégica muito concentrada nas mãos dos executivos-chefe das
áreas de negócio, hoje a participação de outros executivos e principalmente, a presença do
diretor-presidente atual, mudou a forma como as pessoas interagem. Ainda assim, o
segundo aspecto pior avaliado na percepção do entrevistado foi a etapa de Formulação de
Ações Estratégicas, e esse resultado está muito influenciado pela mudança radical que o
banco e os processos estão sofrendo. Trata-se de uma fase de adaptação.
“Atualmente o processo de elaboração do plano estratégico é muito
mais alinhado com a Diretoria Executiva, que é uma mudança radical
do processo anterior do Santander. No passado, o processo era muito
concentrado na cabeça de alguns executivos, por exemplo, se tivesse
que decidir algo, advinha da cabeça do principal executivo do banco.
Se tivesse que ter um modelo, que eu não sei se tinha, era na cabeça
70
do Jaramillo (Gabriel Jaramillo, ex-presidente do Banco Santander
Brasil), ou no caso do Varejo, era da cabeça do Paiva e acabou.”
Para informações adicionais, um extrato das entrevistas feitas nos bancos,
reordenadas por tópico de discussão, encontra-se no apêndice B e pode ser consultado para
observar as várias etapas do modelo e a percepção dos entrevistados em cada uma delas.
De qualquer forma, maiores considerações a respeito poderão ser vistas na conclusão
desta dissertação e nas recomendações para futuros estudos.
5.2. Contexto dos bancos objeto do estudo e do mercado bancário nacional
1. Itaú
Fundado em 2 de janeiro de 1945
8
, Alfredo Egydio Souza Aranha inaugura o Banco
Central de Crédito, à Rua Benjamin Constant, 187, em São Paulo, constituído com o capital
social mínimo que o governo exigia, US$ 513 mil ou 10 milhões de cruzeiros, na época.
Mais um banco, entre os 327 novos estabelecimentos que surgiram no país entre julho de
1944 e junho de 1945. Com apenas uma agência, seis caixas dividiam as tarefas de
pagamentos e recebimentos. Ao todo, eram doze funcionários.
Em 1951, com seis anos de atividades, o Banco Central de Crédito possuía 70
funcionários na matriz e 13 agências e o capital social quintuplicou. Em 1959, Olavo
Egydio Setubal, passa a participar do Federal de Crédito, novo nome do banco, adotado em
1953. Olavo era formado por uma faculdade de métodos tecnocientíficos modernos (a
Politécnica da USP), e poderia traçar os novos rumos à empresa.
Em 1960, ao completar 15 anos, o banco já ocupava a 52ª posição entre os maiores,
com 31 agências e um capital social de US$ 1 milhão. Em 1961, Eudoro Villela, é eleito
presidente do banco. O novo presidente delegou a tarefa de reestruturar o Federal de
8
http://ww13.itau.com.br/portalri/
71
Crédito a Olavo Setubal, que convidou para ajudá-lo seu companheiro na Deca, José Carlos
Moraes Abreu, pois a solução dos problemas exigia um competente advogado de empresas.
Iniciava-se a contratação de um novo tipo de profissional, o de formação universitária.
As mudanças no Federal de Crédito começaram no dia 10 de outubro, quando os
funcionários encontraram uma novidade em suas agências: as circulares. Uma firma de
consultoria tinha sido contratada para estudar o funcionamento e sugerir racionalização dos
serviços, atitude inédita em bancos. A consultoria propôs a mecanização, indicou
equipamentos e coordenou os processos de implantação. Iniciava-se o processo em que a
agência central passava a comandar todas as funções. As circulares definiam quem
respondia sobre o quê, disciplinavam os serviços e divulgavam as diretrizes. Até então, um
simples desconto de duplicata tinha de subir até um diretor para receber um visto. Esse
processo foi descentralizado; criaram-se critérios específicos e comissões de crédito.
Em março de 1962, foi divulgada a regra que até hoje os funcionários do Itaú
procuram levar ao da letra: “o banco vive única e exclusivamente de sua clientela, por
isso cada gerente deve fazer com que esses clientes, em qualquer agência onde estejam,
sintam-se em ambiente cordial e tratável. O cliente, antes de ser cliente de uma agência, é
cliente do banco.” No mesmo ano, Eudoro Villela, o presidente, comunicava que o banco
atravessava excepcional fase de expansão. Para acelerar ainda mais o desenvolvimento,
foram criados concursos para aumento de depósitos e abertura de contas populares. Assim,
procurava-se ampliar o espectro social da ação do banco. Antes, apenas as firmas e as elites
usavam os serviços bancários. Era preciso conquistar a classe média e o assalariado urbano,
que desde o advento da industrialização, tinham maior poder aquisitivo e ocupavam maior
espaço na ordem social.
Em setembro de 1964, quando nenhuma fusão ou incorporação entre bancos de médio
e grande portes havia sido realizada até então, o Federal de Crédito e o Banco Itaú, fundado
em 1944, anunciaram a fusão. O Itaú pertencia a um grupo de Minas Gerais, com origem
em Itaú de Minas, liderado por José Balbino Siqueira. Após a fusão, surgiu o Banco Federal
Itaú S.A., com 134 agências em cinco estados e capital social de US$ 4,2 milhões.
72
Em 1966 houve uma nova fusão, desta vez com o Banco Sul Americano, que tinha
diretores e principais acionistas ligados à Companhia Paulista de Estradas de Ferro, a
organização ferroviária mais perfeita da época. Um dos fundadores do Sul Americano, Luiz
de Moraes Barros, era presidente do Banco do Brasil desde 1964. Com a fusão, Moraes
Barros deixou a presidência do banco e retornou ao agora chamado Banco Federal Itaú Sul
Americano S.A., como diretor presidente executivo. O novo banco iniciava as operações
com capital social de US$ 6,7 milhões e 184 agências. Em 1969, outra fusão, agora com o
Banco da América, fundado por Herbert Levy em 1944, que chegou a ser o banco paulista
com maior número de agências urbanas, clientela de elite e agências em bairros de classes
média e alta. O novo banco, chamado Itaú América S.A., tornou-se o 7º maior do País, com
274 agências e capital social de US$ 14,8 milhões.
Entre 1970 e 1974, o Itaú América incorporou o Banco Aliança, o Banco Português
do Brasil e o Banco União Comercial. Ao final dessas incorporações, foi adotado
definitivamente o nome Banco Itaú S.A. Sua rede era de 561 agências e estava situado entre
os 500 maiores bancos do mundo. Com as incorporações, o Itaú, até então um banco médio,
começou a crescer rapidamente e tornar-se cada vez mais competitivo no mercado, indo
para as primeiras colocações no ranking dos bancos privados. Nesse momento ocorreu a
primeira grande campanha do banco: Ajude o Itaú a ser o primeiro. A partir dessa
campanha, o Itaú passou a diferenciar-se pelo uso do marketing.
No final dos anos 70, o setor de processamento de dados do banco possuía 5 mil
funcionários, entre perfuradores, analistas, programadores, pessoal de apoio e operadores.
Nessa época, foram desenvolvidos todos os programas mais evoluídos da instituição.
Como evolução natural do processamento de dados, em 1980 teve início o projeto do
Banco Eletrônico, com a implantação do sistema de processamento on-line nas agências.
Após diversos meses de desenvolvimento e testes, em março de 1981 o Banco Eletrônico
foi implantado na agência Boa Vista, no centro de São Paulo. Gradativamente o sistema foi
sendo ampliado até atingir toda a rede de agências.
73
A importância da informática, percebida desde cedo pelos dirigentes, permitiu ao Itaú
colocar-se, no final dos anos 70, como um dos maiores bancos do país. Nos anos 90
transformou-o no único estabelecimento brasileiro a ter lugar entre os 100 melhores bancos
mundiais. Reconhecido pelos slogans “Banco Eletrônico Cinco Estrelas”, “Pronto para o
Futuro” e “O Banco da Era Digital’, essa imagem do Banco Itaú na atualidade se
consolidou no mercado por sua vocação para o uso da tecnologia em benefício dos clientes
e da liderança nos principais serviços de conveniência do mercado.
Em 1997, o Itaú adquire o Banco Banerj em leilão de privatização e conquista a
liderança de mercado no Rio de Janeiro. Em 1998, também torna-se líder de mercado em
Minas Gerais, ao adquirir o Bemge em leilão de privatização.
Na Argentina, onde o crescimento do Mercosul e a estabilização econômica no país
motivaram expansão, o Itaú criou o Banco Itaú Argentina, aproveitando a infraestrutura
montada na época da criação da agência Buenos Aires. Em 1998, ampliando ainda mais
suas operações neste mercado, o Itaú adquiriu o Banco Buen Ayre, com perfil de atuação
no segmento de pessoas físicas de média e alta renda. A fusão do Banco Itaú Argentina e do
Banco del Buen Ayre deu origem ao Banco Itaú Buen Ayre.
Em 2000, fortalecendo a presença Itaú no sul do país, o banco adquire, também em
leilão de privatização, o Banestado e torna-se líder de mercado no Paraná. No dia 3 de
outubro de 2001, o Itaú assume as operações de Asset Management e Private Bank do
Lloyds TSB no Brasil. Em 4 de dezembro, num novo leilão de privatização, o Itaú adquire
o Banco BEG e torna-se líder de mercado em Goiás.
Em 5 de novembro de 2002, o então Banco Itaú S.A. anunciou a associação com o
grupo controlador do Banco BBA-Creditanstalt S.A. (BBA). O Itaú e o BBA iniciaram, em
10 de março de 2003, as operações do Banco Itaú-BBA S.A., o maior banco de atacado do
país, oferecendo os melhores produtos e serviços existentes no mercado para seus clientes
corporativos. Para melhor gerenciar seus negócios, concedendo maior autonomia
74
operacional aos seus diversos segmentos internos e possibilitando maior transparência nas
demonstrações financeiras, o então Banco Itaú S.A. anunciou também uma reorganização
societária, que culminou na criação do Banco Itaú Holding Financeira S.A., instituição
financeira que incorporou, em 24 de março de 2003, a totalidade das ações do Banco Itaú
S.A., que assim tornou-se sua subsidiária integral.
Em junho de 2004, o Banco Itaú iniciou as operações de sua financeira, a Taií, que
fechou o ano com 30 lojas em São Paulo e Rio de Janeiro. Ainda focado na expansão do
segmento de crédito ao consumo, em julho o Banco It Holding Financeira S.A e a
Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) anunciaram parceria para a criação de uma
financeira. Em outubro, foram assinados os contratos definitivos entre as partes para
permitir a oferta de serviços financeiros aos clientes do Grupo Pão de Açúcar em todo o
Brasil. Na área internacional, o Itaú inaugurou em outubro sua primeira agência no Japão,
em Tóquio. No segmento de cartões de crédito, em novembro o Itaú aumentou a
participação acionária na Credicard para 50% e na Orbitall para 100%, tornando-se assim o
líder do segmento no País, com participação de mercado superior a 20%.
Contribuindo com crescimento sustentável do país e exercendo papel educativo e
esclarecedor, em outubro de 2004, o banco lançou a campanha inédita do uso consciente do
crédito, a fim de orientar clientes e o público em geral sobre a utilização adequada dos
produtos de crédito. Em dezembro, o banco reforçou as operações de crédito ao consumidor
e anunciou acordos com os bancos BMG e Intercap.
Em 2005, as agências de classificação de risco Moody´s e Fitch Ratings elevaram os
ratings do Itaú, para Força Financeira pela Moody’s e Individual pela Fitch, o que reflete o
forte desempenho associado a avanços na eficiência operacional e consistente rentabilidade.
O Itaú é avaliado como o melhor banco nessas classificações no Brasil.
Em maio de 2006, o Itaú anunciou a compra do BankBoston - braço do banco
americano Bank of America - no Brasil em um negócio que foi pago em ações. Pela venda,
o Bank of America recebeu cerca de US$ 2,2 bilhões em ações do Itaú.
75
Em 30 de abril de 2008 (fonte: Relatório APIMEC 2008) a agência Standard &
Poor’s elevou em 1 nível o grau de investimento do Banco Itaú e Itaú BBA de BBB- para
BBB. Os números do banco são expressivos (Setembro/08), possui um total de ativos na
ordem de R$ 396,6 bilhões, patrimônio líquido de R$ 38,8 bilhões e um lucro recorrente de
R$ 6 bilhões. Além disso, possui um total de agências de (+PABs) 3.596, uma quantidade
de correntista de 9,8 milhões e um número de colaboradores de 71.616.
Para confirmar essa grande história no mercado local, ao final de 2008, o banco se
juntou a outra grande instituição financeira no Brasil, Unibanco, criando assim o maior
banco privado do hemisfério Sul (Itaú Unibanco Banco Múltiplo S.A), com a maior base de
capital do mercado bancário brasileiro, gerando um importante ganho de escala em todos os
segmentos de clientes com significativa sinergia em vários negócios.
Além dos motivos óbvios citados, um segundo fator de interesse da instituição para o
estudo é investigar como o planejamento estratégico é utilizado em sua rotina. Como
amplamente divulgado em seus relatórios anuais, o banco tem um modo de agir onde
procura “se preparar antecipadamente para futuras demandas”, seja organicamente ou por
meio de aquisições e associações.
2. Santander
O Banco Santander abriu suas portas no dia 20 de agosto de 1857. Foi fundado por 72
homens de negócios de Santander, na Espanha, para atender às demandas de crédito e aos
meios de pagamento do comércio do porto da cidade.
Desde sua chegada ao Brasil, em 1957, por meio de um acordo operacional, o
Santander sempre se pautou por passos firmes e sólidos para progredir. Em 1982, a
instituição inaugurou sua primeira agência para o público brasileiro.
76
Em 1991, o Santander opta por atuar apenas como um banco de Investimento,
encerrando a atividade comercial. Passa a se denominar Banco Santander de Negócios e,
posteriormente, Santander Investment, com sede em um edifício junto à Casa das Rosas.
Em 1997, o banco adquire o Banco Geral do Comércio e, na seqüência, o Noroeste, banco
com 94 agências e cerca de 321 mil clientes.
Em 2000, ocorre a aquisição do Banco Meridional - Bozano Simonsen, que torna o
Santander o maior banco estrangeiro na América Latina. O Santander é o vencedor no
leilão de privatização do Banespa que possuía, então, mais de 570 agências e quase três
milhões de clientes. No seguinte em 2001, foi instituído o conglomerado financeiro
Santander Banespa, passando a ser um dos principais bancos privados do País.
Em 2002, para criar uma estrutura capaz de sustentar e promover a ampliação da base
de clientes, foi iniciada a implantação de uma nova plataforma tecnológica cuja função era
flexibilizar e agilizar a operação do sistema de informática e o lançamento de produtos.
Plano de atendimento com foco no cliente - O Santander iniciou projetos para
aperfeiçoar os canais de contato, melhorar a qualidade dos serviços e estabelecer padrões de
trabalho, buscando a excelência no atendimento. Com uma base de clientes diversificada,
em função das várias aquisições realizadas, o maior desafio estava na conquista e
fidelização deste grupo. A estratégia foi investir na formação dos funcionários e
desenvolver produtos inovadores para atender às necessidades de todos os segmentos de
clientes.
Em 2004, o Santander no Brasil conquista o título de melhor banco de varejo e tem o
Asset Management classificado como o melhor no ranking da Standard & Poor's. Em 2005,
recebe o prêmio de melhor Tesouraria da América Latina, da revista Euromoney.
Em 2006, foi finalizada a integração tecnológica, com a migração de todos os
sistemas de operação para uma única plataforma.
77
Em 2007, a instituição comemorou seu 150° como décimo banco do mundo em
capitalização em bolsa de valores, o 7º em lucro e a empresa com a maior rede de
distribuição de varejo do mundo ocidental. Ainda em 2007, a unificação das identidades na
marca Santander, em maio de 2007, visa a consolidação como um banco global, além de
mostrar a potência da organização e facilitar a troca de experiências entre as diferentes
unidades distribuídas internacionalmente. Além disso, no mesmo ano, associado ao The
Royal Bank of Scotland Group plc, ao Fortis N.V. e ao Fortis S.A./N.V. adquiriu
formalmente, por meio da sociedade RFS Holdings B.V., em outubro o Banco ABN
AMRO. O consórcio adquiriu 86% das ações do banco holandês ABN AMRO, por 71
bilhões de euros - o maior negócio da história da indústria bancária do mundo.
Em agosto de 2008, foi realizada a incorporação das ações do Banco Real e
respectivas empresas controladas, que passaram a fazer parte do Santander.
O Banco Santander no Brasil possui mais de 8 milhões de clientes, 2.104 pontos de
venda (agências e PABs) com um total de 22.965 colaboradores, atuando em todos os
segmentos do mercado financeiro. Com forte presença no varejo, incorporou uma série de
bancos ao longo dos últimos dez anos, com operações concentradas nas regiões Sul e
Sudeste, principais mercados financeiros nacionais, e que concentra mais de 70% do PIB
do Brasil.
Diferente dos demais, o Santander é um banco estrangeiro instalado no Brasil e não
um banco brasileiro com aspirações internacionais. É o terceiro maior banco privado do
país por ativos
9
. Tem forte presença global e cada vez mais aumenta sua presença na
América Latina. Não só pelos números e representatividade no setor bancário mundial, mas
um fator importante de interesse da instituição para o estudo é o seu modo de execução
estratégica. O banco tem em sua estratégia a expansão e a construção do caminho para se
tornar a melhor instituição financeira do Brasil, e para isso vem atacando uma fatia antes
dominada apenas por bancos locais.
9
Fonte: Banco Central - 50 Maiores - Ranking por Ativos 4T08
78
5.3. Análise da evolução financeira dos bancos objeto do estudo
1. Itaú
Essa seção constitui uma revisão sobre a atuação do Banco Itaú no Brasil através da
análise de indicadores selecionados. Seu objetivo é analisar como a estratégia do banco, as
fusões e aquisições realizadas e a conjuntura econômica do país e do mundo influenciaram
os indicadores selecionados.
A história do banco tem início nos anos da II Guerra Mundial, quando foi observada
parte do movimento de criação de estabelecimentos bancários nos anos de 1943 e 1944.
Esses estabelecimentos buscavam aproveitar as condições favoráveis intensificadas pela
decisão do Governo de liquidar os bancos cujas matrizes estivessem nos países inimigos e
de oferecer facilidades legais para o estabelecimento de instituições nacionais. O ambiente
era marcado pelo grande volume de moeda em circulação e necessidade de crédito por
pequenos empresários interessados na indústria de substituição de importados.
Grande parte desses estabelecimentos não sobreviveu às crises econômicas que
viriam, premiando aqueles que apresentavam melhor desempenho nos negócios. Esse
cenário parece ter moldado a trajetória do banco, que continuou a ser orientada a
desempenho e à criação de diferenciais competitivos. Efetivamente, os indicadores de lucro
líquido por (i) agência e (ii) funcionário ilustram o bom desempenho do Itaú em relação a
seus competidores.
a busca por diferenciais competitivos pode ser ilustrada através dos esforços de
segmentação da base de clientes e da intensa aplicação de tecnologia. Para atender aos
diferentes segmentos, o Banco criou diferentes estruturas, produtos e serviços e ainda
firmou acordos que ampliaram sua distribuição com redes de varejo como CBD e
Americanas e criou a Taíi (financeira). Essas ações podem ser apontadas como importantes
direcionadores do crescimento da carteira de crédito que, comparada ao volume registrado
em 2000, cresceu mais de dez vezes, chegando a R$ 217,8 bilhões
79
Esse crescimento foi suportado pela intensa aplicação de tecnologia aos processos do
Banco, que permitiu ainda um avanço na eficiência operacional, conforme ilustrado pela
consistente redução do indicador Custos Administrativos / Ativos Totais.
Além disso, apesar da significativa expansão da carteira de crédito, seu desempenho
manteve-se praticamente nos mesmos níveis registrados em 2000, conforme ilustrado pelos
indicadores de (i) Crédito em Liquidação e (ii) PDD em relação à carteira de crédito. Isso
foi, em parte, garantido pelo sucesso em alinhar tecnologia e segmentação através da
aplicação de modelos de gerenciamento de risco de crédito para os diferentes segmentos de
clientes.
O crescimento orgânico e a série de aquisições ocorridas no período analisado, com
destaque para a do BBA em 2002 e do BankBoston em 2006, bem como a recente fusão
com o Unibanco, em 2008, parecem não ter comprometido a capacidade do Itaú de buscar
desempenho, o que de fato está refletido ao longo de sua história.
As páginas a seguir mostram em detalhe, a evolução de indicadores relacionados ao
Spread Bruto, às Origens da Geração de Resultados, à Cobertura e, finalmente, à
Produtividade para o período de 2000 a 2008.
80
1.1. Spread Bruto
1. Despesa de Intermediação Financeira / Total de Recursos
4.6%
12.1%
15.8%
7.0%
3.6%
5.7%
6.2%
11.4%
7.0%
6.0%
3.2%
3.5%
7.9%
13.4%
9.6%
2.4%
5.8%
4.1%
5.2%
5.9%
9.2%
11.6%
7.4%
7.0%
7.6%
7.5%
5.4%
10.7%
5.4%
7.6%
6.8%
7.9%
13.3%
6.2%
6.8%
0.0%
4.0%
8.0%
12.0%
16.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 11.4% 12.1% 15.8% 7.0% 6.0% 7.0% 3.6% 5.7% 6.2%
Itaú 5.8% 9.6% 13.4% 2.4% 4.1% 3.2% 5.2% 3.5% 7.9%
Unibanco 5.9% 9.2% 11.6% 7.4% 7.0% 7.6% 7.5% 4.6% -
Bradesco 7.9% 10.7% 13.3% 6.8% 5.4% 6.2% 6.8% 5.4% 7.6%
Figura 7 - Despesa de Intermediação Financeira / Total de Recursos
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
O pico verificado em 2002 ocorreu em função do forte aumento das despesas de
intermediação financeira. Os principais responsáveis pelo aumento foram:
Circular 3.068: Adotados novos critérios de avaliação e classificação contábil
dos títulos e valores mobiliários (TVM). Os títulos e valores mobiliários
deverão ser registrados pelo custo de aquisição atualizado pelo indexador e/ou
taxa de juros efetiva. Os ganhos e perdas de títulos disponíveis para venda,
quando realizados, serão reconhecidos na data de negociação na demonstração
do resultado, em contrapartida de conta específica do patrimônio líquido. Os
declínios no valor de mercado dos títulos e valores mobiliários disponíveis
para venda e dos mantidos até o vencimento, abaixo dos seus respectivos
custos atualizados, relacionados a razões consideradas não temporárias, serão
refletidos no resultado como perdas realizadas.
Circular 3.082: Os instrumentos financeiros derivativos passaram a ser
classificados, na data de sua aquisição, de acordo com a intenção da
administração em utilizá-los como instrumento de proteção hedge ou não.
81
Ambiente Econômico: O ano foi marcado pelas eleições presidenciais que
trouxeram incerteza aos mercados quanto à política econômica do novo
governo, o que provocou pressões sobre a taxa de câmbio, o risco-país e o
fluxo de capital estrangeiro. O Real desvalorizou-se 52,3% no ano, chegando
ao pico de R$ 4,00 por dólar, encerrando o ano em R$ 3,53.
A queda verificada em 2003 foi marcada pela redução da despesa de intermediação
financeira. Os principais responsáveis pela redução foram:
Ambiente Econômico: O fator causou impacto positivo na despesa de
intermediação financeira do período foi o efeito da marcação a mercado sobre
títulos e valores mobiliários, associado à contínua melhora do cenário macro-
econômico, refletido na redução das expectativas de juros futuros pelos
agentes de mercado. Passado o período eleitoral, a nova equipe econômica
reafirmou o compromisso de manter a disciplina fiscal e monetária, o regime
de câmbio flutuante e de aprofundar as reformas estruturais. Esta política
declarada repercutiu bem no mercado, reduzindo as pressões sobre o câmbio e
o risco-país, fazendo com que o Real tivesse valorização frente à moeda
americana.
Operações de Hedge: O Itaú realizou operações visando hedge de seus
investimentos no exterior, por meio da captação de recursos em dólar,
reduzindo a exposição à variação cambial.
Em 2008, verificamos uma alta no indicador em função do aumento da despesa de
intermediação financeira. Mesmo não compensando o indicador como um todo, o banco
participou de diversas operações, dentre elas, debêntures, securitização e notas promissórias
que totalizaram R$ 22,1 bilhões. Em renda variável atuou como coordenador e bookrunner
10
de ofertas públicas iniciais e subseqüentes que totalizaram R$ 31,8 bilhões.
10
Bookrunner é a instituição que coordena a oferta pública em questão
82
2. Receita Intermediação Financeira / Total da Carteira de Crédito
26.8%
53.3%
57.8%
38.5%
15.7%
24.6%
16.0%
41.1%
33.5%
36.1%
25.1%
22.0%
25.3%
47.1%
35.4%
25.7%
29.3%
25.4%
27.8%
26.9%
35.9%
42.7%
35.7% 31.3%
33.2%
34.1%
31.3%
41.7%
28.9%
29.3%
36.8%
31.7%
52.7%
33.1%
35.1%
0.0%
20.0%
40.0%
60.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 41.1% 53.3% 57.8% 38.5% 36.1% 33.5% 15.7% 24.6% 16.0%
Itaú 29.3% 35.4% 47.1% 25.7% 25.4% 25.1% 27.8% 22.0% 25.3%
Unibanco 26.9% 35.9% 42.7% 35.7% 31.3% 33.2% 34.1% 26.8% -
Bradesco 31.7% 41.7% 52.7% 36.8% 31.3% 33.1% 35.1% 28.9% 29.3%
Figura 8 - Receita Intermediação Financeira / Total da Carteira de Crédito
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
Conforme informado no tópico acima, o pico verificado em 2002 ocorreu em função
do forte aumento das receitas de intermediação financeira. Os principais responsáveis pelo
aumento foram:
Circular 3.068: Adotados novos critérios de avaliação e classificação
contábil dos títulos e valores mobiliários (TVM). Os títulos e valores
mobiliários deverão ser registrados pelo custo de aquisição atualizado
pelo indexador e/ou taxa de juros efetiva. Os ganhos e perdas de títulos
disponíveis para venda, quando realizados, serão reconhecidos na data
de negociação na demonstração do resultado, em contrapartida de conta
específica do patrimônio quido. Os declínios no valor de mercado dos
títulos e valores mobiliários disponíveis para venda e dos mantidos até o
vencimento, abaixo dos seus respectivos custos atualizados,
relacionados a razões consideradas não temporárias, serão refletidos no
resultado como perdas realizadas.
83
Circular 3.082: Os instrumentos financeiros derivativos passaram a ser
classificados, na data de sua aquisição, de acordo com a intenção da
administração em utilizá-los como instrumento de proteção hedge ou
não.
Ambiente Econômico: O ano foi marcado pelas eleições presidenciais
que trouxeram incerteza aos mercados quanto à política econômica do
novo governo, o que provocou pressões sobre a taxa de câmbio, o risco-
país e o fluxo de capital estrangeiro. O Real desvalorizou-se 52,3% no
ano, chegando ao pico de R$ 4,00 por dólar, encerrando o ano em R$
3,53. O Banco Central manteve política de juro austera, reduzindo a taxa
SELIC em apenas 1,0% ao longo do ano até setembro (de 19,0% para
18,0%), voltando a elevá-la a partir de outubro, a qual encerrou o ano
em 25,0%.
Conforme informado no tópico acima, o vale verificado em 2003 foi marcado pela
redução da receita de intermediação financeira. Os principais responsáveis pela redução
foram:
Ambiente Econômico: O fator causou impacto negativo na receita de
intermediação financeira do período foi o efeito da marcação a mercado
sobre títulos e valores mobiliários, associado à contínua melhora do
cenário macro-econômico, refletido na redução das expectativas de
juros futuros pelos agentes de mercado. Passado o período eleitoral, a
nova equipe econômica reafirmou o compromisso de manter a disciplina
fiscal e monetária, o regime de câmbio flutuante e de aprofundar as
reformas estruturais. Esta política declarada repercutiu bem no mercado,
reduzindo as pressões sobre o câmbio e o risco-país, fazendo com que o
tivesse valorização frente à moeda americana.
Em 2007, verificamos uma baixa no indicador em função do forte aumento dos ativos
de operações de crédito.
84
3. Receita Intermediação Financeira / Ativos Totais
19.7%
24.3%
15.4%
7.4%
12.4%
8.9%
13.8%
14.2%
14.3%
12.4%
10.9%
13.0%
21.8%
17.4%
11.6%
12.8%
12.5%
14.2%
11.5%
13.0%
18.3%
18.1%
17.3% 15.0%
16.5%
16.7%
12.4%
19.4%
12.2%
12.7%
13.9%
15.5%
22.4%
14.3%
14.4%
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 13.8% 19.7% 24.3% 15.4% 14.3% 14.2% 7.4% 12.4% 8.9%
Itaú 12.8% 17.4% 21.8% 11.6% 12.5% 12.4% 14.2% 10.9% 13.0%
Unibanco 13.0% 18.3% 18.1% 17.3% 15.0% 16.5% 16.7% 11.5% -
Bradesco 15.5% 19.4% 22.4% 13.9% 12.4% 14.3% 14.4% 12.2% 12.7%
Figura 9 - Receita Intermediação Financeira / Ativos Totais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
Conforme informado nos tópicos acima, o pico verificado em 2002 ocorreu em
função do forte aumento das receitas de intermediação financeira. Os principais
responsáveis pelo aumento foram:
Circular 3.068: Adotados novos critérios de avaliação e classificação
contábil dos títulos e valores mobiliários (TVM). Os títulos e valores
mobiliários deverão ser registrados pelo custo de aquisição atualizado
pelo indexador e/ou taxa de juros efetiva. Os ganhos e perdas de títulos
disponíveis para venda, quando realizados, serão reconhecidos na data
de negociação na demonstração do resultado, em contrapartida de conta
específica do patrimônio quido. Os declínios no valor de mercado dos
títulos e valores mobiliários disponíveis para venda e dos mantidos até o
vencimento, abaixo dos seus respectivos custos atualizados,
relacionados a razões consideradas não temporárias, serão refletidos no
resultado como perdas realizadas.
85
Circular 3.082: Os instrumentos financeiros derivativos passaram a ser
classificados, na data de sua aquisição, de acordo com a intenção da
administração em utilizá-los como instrumento de proteção hedge ou
não.
Ambiente Econômico: O ano foi marcado pelas eleições presidenciais
que trouxeram incerteza aos mercados quanto à política econômica do
novo governo, o que provocou pressões sobre a taxa de câmbio, o risco-
país e o fluxo de capital estrangeiro. O Real desvalorizou-se 52,3% no
ano, chegando ao pico de R$ 4,00 por dólar, encerrando o ano em R$
3,53. O Banco Central manteve política de juro austera, reduzindo a taxa
SELIC em apenas 1,0% ao longo do ano até setembro (de 19,0% para
18,0%), voltando a elevá-la a partir de outubro, a qual encerrou o ano
em 25,0%.
Conforme informado nos tópicos acima, o vale verificado em 2003 foi marcado pela
redução da receita de intermediação financeira. O principal responsável pela redução foi:
Ambiente Econômico: O fator causou impacto negativo na receita de
intermediação financeira do período foi o efeito da marcação a mercado
sobre títulos e valores mobiliários, associado à contínua melhora do
cenário macro-econômico, refletido na redução das expectativas de
juros futuros pelos agentes de mercado. Passado o período eleitoral, a
nova equipe econômica reafirmou o compromisso de manter a disciplina
fiscal e monetária, o regime de câmbio flutuante e de aprofundar as
reformas estruturais. Esta política declarada repercutiu bem no mercado,
reduzindo as pressões sobre o câmbio e o risco-país, fazendo com que o
tivesse valorização frente à moeda americana.
Em 2007, verificamos uma baixa no indicador em função do forte aumento dos ativos
rentáveis, principalmente aplicações interfinanceiras de liquidez, títulos mobiliários e
instrumentos financeiros derivativos e operações de crédito (de curto e longo prazo).
86
1.2. Origens da geração de resultados
4. Custos Totais / Ativos Totais
19.3%
20.1%
14.1%
7.2%
12.2%
8.8%
13.9%
13.2%
14.0%
14.7%
8.4%
11.9%
23.0%
20.2%
10.3%
16.7%
15.8%
12.7%
9.3%
15.0%
20.2%
20.6%
20.8%
19.4%
19.2%
15.1%
19.5%
26.3%
11.0%
11.7%
20.1%
22.8%
28.5%
19.5%
13.7%
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander It Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 13.9% 19.3% 20.1% 14.1% 14.0% 13.2% 7.2% 12.2% 8.8%
Itaú 16.7% 20.2% 23.0% 10.3% 15.8% 14.7% 12.7% 8.4% 11.9%
Unibanco 15.0% 20.2% 20.6% 20.8% 19.4% 19.2% 15.1% 9.3% -
Bradesco 22.8% 26.3% 28.5% 20.1% 19.5% 19.5% 13.7% 11.0% 11.7%
Figura 10 - Custos Totais / Ativos Totais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
As variações observadas nos anos de 2002 e 2003 são, em grande parte,
conseqüências das alterações nas regras contábeis para avaliação e registro de títulos e
valores mobiliários e instrumentos financeiros derivativos, conforme explicitado na análise
das variações observadas na relação Despesa de Intermediação Financeira / Total de
Recursos.
Com essas alterações, a instabilidade nos cenários político e econômico, reflexo da
incerteza trazida ao mercado pela eleição de Lula à presidência e conseqüente
desvalorização do Real em 2002 foi imediatamente refletida no custo desses ativos, isto é,
mais para se fazer o mesmo. A valorização do Real em 2003, por sua vez, atua no sentido
inverso, levando à redução observada na relação Custos Totais / Ativos Totais.
Nos anos seguintes, essa relação apresenta uma relativa estabilidade e tendência de
redução, que foi acentuada em 2007 em função do crescimento de 40,6% do ativo. Esse
movimento foi, em grande parte, influenciado pelo aumento de 84,9% nas aplicações
interfinanceiras de liquidez e de 32% nos títulos e valores mobiliários.
87
5. Custos Administrativos / Ativos Totais
2.5%
2.5%
2.8%
1.4%
2.5%
1.6%
1.3%
2.8%
3.0%
3.3%
2.2%
1.7%
3.4%
4.2%
3.9%
4.1%
3.3%
2.8%
2.3%
3.6%
4.2%
3.4%
4.0%
3.8%
3.5%
3.4%
2.7%
3.1%
2.0%
1.8%
2.7%
3.1%
2.8%
2.5%
2.2%
0.0%
2.0%
4.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 1.3% 2.5% 2.5% 2.8% 3.0% 2.8% 1.4% 2.5% 1.6%
Itaú 4.1% 4.2% 3.4% 3.9% 3.3% 3.3% 2.8% 2.2% 1.7%
Unibanco 3.6% 4.2% 3.4% 4.0% 3.8% 3.5% 3.4% 2.3% -
Bradesco 3.1% 3.1% 2.8% 2.7% 2.7% 2.5% 2.2% 2.0% 1.8%
Figura 11 - Custos Administrativos / Ativos Totais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
A evolução da relação dos Custos Administrativos / Ativos Totais reflete a constante
preocupação com o controle de custos que o Banco manteve ao longo de todo o período
analisado. Fator importante nesse sentido é a disponibilização de canais de auto-
atendimento (caixas eletrônicos, telefone, fax, internet e por meio de sistema de débitos
automáticos e compras com cartões de débito) cuja utilização aumentou consistentemente
ao longo do período.
88
6. Total da Carteira de Títulos / Ativos Totais
29.0%33.5%36.6%30.9%33.8%30.6%25.9%36.3%33.8%Bradesco
-
17.4%19.4%22.4%20.9%22.3%24.4%27.6%25.1%Unibanco
21.9%20.8%22.0%21.9%22.4%24.8%22.7%23.6%28.7%Itaú
16.4%17.6%38.8%36.6%38.7%38.5%39.4%47.9%39.8%Santander
200820072006200520042003200220012000
29.0%33.5%36.6%30.9%33.8%30.6%25.9%36.3%33.8%Bradesco
-
17.4%19.4%22.4%20.9%22.3%24.4%27.6%25.1%Unibanco
21.9%20.8%22.0%21.9%22.4%24.8%22.7%23.6%28.7%Itaú
16.4%17.6%38.8%36.6%38.7%38.5%39.4%47.9%39.8%Santander
200820072006200520042003200220012000
Figura 12 - Total da Carteira de Títulos / Ativos Totais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
A relação entre a Carteira de Títulos e Ativos Totais manteve-se praticamente estável
ao longo de todo o período observado. A variação observada entre os anos de 2000 e 2001
ocorreu em função da redução de 3% nos títulos e valores mobiliários e do aumento de 18%
nos ativos totais, concentrada nos ativos rentáveis. entre os anos de 2003 e 2004, os
títulos e valores mobiliários recuaram 1% enquanto os ativos totais aumentaram 10%, mais
uma vez em função dos ativos rentáveis.
89
7. Total da Carteira de Crédito / Ativos Totais
43.2%42.2%41.1%43.3%39.8%37.6%42.4%46.7%49.0%Bradesco
-43.0%49.1%49.8%47.9%48.5%42.5%51.0%48.4%Unibanco
51.4%49.6%50.9%49.5%49.3%45.1%46.2%49.1%43.7%Itaú
55.5%50.6%47.2%42.3%39.6%40.0%42.1%37.0%33.5%Santander
200820072006200520042003200220012000
43.2%42.2%41.1%43.3%39.8%37.6%42.4%46.7%49.0%Bradesco
-43.0%49.1%49.8%47.9%48.5%42.5%51.0%48.4%Unibanco
51.4%49.6%50.9%49.5%49.3%45.1%46.2%49.1%43.7%Itaú
55.5%50.6%47.2%42.3%39.6%40.0%42.1%37.0%33.5%Santander
200820072006200520042003200220012000
Figura 13 - Total da Carteira de Crédito / Ativos Totais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
A partir de 2004, se observa melhora no ambiente econômico nacional, com o ciclo
de expansão sendo liderado pelos setores mais sensíveis ao crédito, especialmente os bens
de consumo de duráveis. O crédito livre apresentou expansão de 12,7% em termos reais,
passando de R$ 241,3 bilhões (14% do PIB) em dezembro de 2003, para R$ 271,9 bilhões
(14,8% do PIB) em dezembro de 2004.
No Itaú, ainda em 2004, os destaques foram as carteiras de empréstimo à Pessoa
Física e a micro, pequenas e médias empresas, com crescimento de 35,7% e 69,3%,
respectivamente. Parte do crescimento observado nas carteiras de empréstimo à Pessoa
Física é explicada pela estratégia de operar mais próximo junto ao público de menor renda
através da Taíi e também em função dos acordos firmados com CBD e Americanas, que
ampliaram sua presença em pontos de venda nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Em 2007, a expansão da carteira de crédito continuou sua tendência de expansão
(crescimento de 36,2%), entretanto foi superada pelo crescimento do ativo (40,6%), em
grande parte influenciado pelo aumento de 84,9% nas aplicações interfinanceiras de
liquidez e de 32% nos títulos e valores mobiliários.
90
1.3. Indicadores de cobertura
8. Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas de Pessoal
96.7%
117.4%
44.4%
178.9%
195.5%
152.2%
87.8%
78.5%
49.4%
196.0%
198.0%
132.0% 162.0%
166.0%
164.0%
154.9%
172.0%
203.0%
0.0%
140.8%
160.1%
158.9%
171.1%
160.9%
136.3%
162.8%
142.6%
138.4%
91.1%
97.9%
95.3%
156.5%
158.9%
102.5%
117.2%
0.0%
50.0%
100.0%
150.0%
200.0%
250.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 44.4% 49.4% 78.5% 87.8% 96.7% 117.4% 152.2% 195.5% 178.9%
Itaú 132.0% 166.0% 164.0% 162.0% 198.0% 203.0% 196.0% 172.0% 154.9%
Unibanco 140.8% 136.3% 158.9% 160.1% 160.9% 171.1% 162.8% 159.5% -
Bradesco 97.9% 102.5% 91.1% 95.3% 117.2% 138.4% 142.6% 158.9% 156.5%
Figura 14 - Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas de Pessoal
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
Em 2005, o crescimento da Receita de Prestação de Serviços pode ser atribuído às
operações com clientes Pessoa Física, correntistas e não correntistas. O aumento da
participação acionária na Credicard e Orbitall contribuiu para o crescimento das receitas
provenientes de cartão de crédito. os serviços vinculados às operações de crédito foram
especialmente beneficiados pelas operações de leasing e financiamento de veículos. O
aumento da base de clientes contribuiu com a linha referente às receitas de conta corrente,
enquanto a expansão do volume de aplicações nos fundos de investimento explica o
incremento das receitas de administração de recursos.
Os anos de 2006 a 2008 apresentam crescimento na linha de Receita de Prestação de
Serviços, entretanto em ritmo inferior à expansão das Despesas de Pessoal, impactadas pela
correção dos salários em função da Convenção Coletiva do Trabalho (3,5% em 2006, 6%
em 2007 e 8,2% a 10% em 2008). Destaque também para a aquisição do BankBoston, que
em 2006 foi responsável por aproximadamente metade do crescimento de 19,5% observado
nas despesas de pessoal.
91
9. Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas Administrativas
105.9%
92.1%
104.3%
99.5%
111.3%
130.3%
99.2%
59.6%
94.2%
99.9%
73.0%
71.0%
58.9%
70.0%
72.0%
64.0%
62.0%
72.0%
73.0%
89.3%
92.6%
101.2%
101.2%
106.5%
102.8%
102.0%
118.0%
101.1%
156.3%
137.7%
94.7%102.2%
92.1%
142.9%
151.6%
0.0%
50.0%
100.0%
150.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
'
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 59.6% 92.1% 104.3% 99.5% 99.9% 94.2% 111.3% 130.3% 99.2%
Itaú 62.0% 72.0% 70.0% 64.0% 72.0% 73.0% 73.0% 71.0% 58.9%
Unibanco 89.3% 92.6% 101.2% 101.2% 106.5% 102.8% 102.0% 105.9% -
Bradesco 102.2% 101.1% 92.1% 94.7% 118.0% 142.9% 151.6% 156.3% 137.7%
Figura 15 - Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas Administrativas
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
Em 2003, observa-se um aumento de 7,7% das Despesas Administrativas, sendo que
a consolidação do Banco Itaú-BBA e do Banco Fiat foi responsável por 86% desse
crescimento.
O ano de 2008 registra um crescimento de 12,8% nas Despesas Administrativas, com
as Despesas de Pessoal registrando um aumento de 15,4% e a linha de Outras Despesas
Administrativas de 10,6%. Em contrapartida, a Receita de Prestação de Serviços apresenta
um crescimento de apenas 1,8%, reflexo da redução das receitas provenientes de Operações
de Crédito e Garantias Prestadas e também daquelas referentes à Administração de
Recursos, em função da redução no volume de recursos sob administração, os quais têm
migrado para depósito a prazo.
92
1.4. Indicadores de produtividade
10. Lucro Líquido / Agência - R$ mil
659
1,432
920
397
877
440
51
920
882
1,654
2,402
2,040
745
750
994
615
1,229
1,274
3,622
771
1,097
1,159
1,205
1,434
2,011
1,862
794
543
1,858
1,685
451
457
421
1,406
1,244
-
1,000
2,000
3,000
4,000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 51 659 1,432 920 882 920 397 877 440
Itaú 615 750 745 994 1,229 1,654 1,274 2,402 2,040
Unibanco 771 1,097 1,159 1,205 1,434 2,011 1,862 3,622 -
Bradesco
457
543
421
451
794
1,406
1,244
1,858
1,685
Santander (agências) 1,895 1,968 1,910 1,854 1,888 1,897 2,026 2,104 3,592
Itaú (agências) 2,995 3,184 3,192 3,172 3,073 3,174 3,383 3,528 4,905
Unibanco (agências) 959 886 872 873 895 914 940 952 -
Bradesco (agências) 3,807 3,994 4,800 5,114 3,855 3,922 4,064 4,311 4,542
Figura 16 - Lucro Líquido / Agência
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
O Lucro Líquido do Itaú em 2006 foi fortemente impactado pelos efeitos da aquisição
do BankBoston, que o reduziram em R$ 2,2 bilhões, para R$ 4,3 bilhões. A recuperação
observada em 2007 pode ser explicada por diferentes fatores:
Recorrentes: Bom desempenho em diversas linhas do negócio, com
destaque para o crescimento da carteira de crédito acima da média do
mercado no segundo semestre, em parte decorrente da aquisição do
BankBoston (em 2006) e também da decisão de baixar as tarifas
bancárias, que terminou por aumentar o volume de abertura de contas
correntes.
Não recorrentes: Alienação de parte da participação acionária do Itaú na
Serasa, Redecard, Bovespa Holding e na Bolsa de Mercadorias e
Futuros, que contribuíram em R$1,8 bilhões, após os efeitos fiscais, para
o lucro líquido do período, que totalizou R$ 8,4 bilhões.
93
A relação Lucro Líquido por agência em 2008 foi especialmente afetada pelos
impactos de fatores não recorrentes no lucro quido. O impacto positivo decorrente da
associação entre Itaú e Unibanco foi mais do que compensado pelos efeitos decorrentes da
equalização contábil, da provisão para gastos com a integração e da provisão adicional para
créditos de liquidação duvidosa constituída no último trimestre do ano.
11. Ativos Totais / Agência - R$ mil
100,046.91 79,142.75 65,341.36 53,208.29 47,970.55 34,434.43 29,744.44 27,570.33 24,922.11 Bradesco
-157,139.65 110,401.99 100,471.26 88,658.90 79,761.21 86,438.98 62,772.51 53,697.92 Unibanco
128,996.62 83,581.70 61,983.79 47,650.10 42,414.14 37,433.12 34,818.75 25,693.14 23,223.63 Itaú
94,831.70 55,150.63 50,358.88 46,881.61 36,871.72 31,790.76 29,037.59 29,256.56 10,780.08 Santander
200820072006200520042003200220012000
100,046.91 79,142.75 65,341.36 53,208.29 47,970.55 34,434.43 29,744.44 27,570.33 24,922.11 Bradesco
-157,139.65 110,401.99 100,471.26 88,658.90 79,761.21 86,438.98 62,772.51 53,697.92 Unibanco
128,996.62 83,581.70 61,983.79 47,650.10 42,414.14 37,433.12 34,818.75 25,693.14 23,223.63 Itaú
94,831.70 55,150.63 50,358.88 46,881.61 36,871.72 31,790.76 29,037.59 29,256.56 10,780.08 Santander
200820072006200520042003200220012000
4,542 4,311 4,064 3,922 3,855 5,114 4,800 3,994 3,807 Bradesco (Agências)
-952 940 914 895 873 872 886 959 Unibanco (Agências)
4,905 3,528 3,383 3,174 3,073 3,172 3,192 3,184 2,995 Itaú (Agências)
3,592 2,104 2,026 1,897 1,888 1,854 1,910 1,968 1,895 Santander (Agências)
4,542 4,311 4,064 3,922 3,855 5,114 4,800 3,994 3,807 Bradesco (Agências)
-952 940 914 895 873 872 886 959 Unibanco (Agências)
4,905 3,528 3,383 3,174 3,073 3,172 3,192 3,184 2,995 Itaú (Agências)
3,592 2,104 2,026 1,897 1,888 1,854 1,910 1,968 1,895 Santander (Agências)
Figura 17 - Ativos Totais / Agência
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
Em 2008, a fusão com o Unibanco resultou em um significativo incremento dos
Ativos Totais por agência do Itaú, uma vez que o primeiro apresentava uma relação
significativamente superior (88% maior que o Itaú em 2007).
Observando-se apenas a evolução do Ativo Total em 2008, o It apresentou um
crescimento de 114,6%, sendo a fusão com o Unibanco o principal direcionador dessa
variação. Caso fossem consideradas as somas (não a consolidação) dos saldos patrimoniais
das duas instituições em 2007, esse crescimento seria de 43,1%.
94
12. Lucro Líquido / Funcionário - R$ mil
60.0
131.5
77.6
34.4
80.4
29.8
3.4
77.8
79.0
102.9
130.2
92.2
55.0
52.6
74.2
38.7
83.3
71.9
100.8
26.0
32.7
37.8
38.1
46.8
62.3
53.1
41.6
33.0
96.8
88.4
30.4
26.4
27.2
74.6
63.7
-
30.0
60.0
90.0
120.0
150.0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco
Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 3.4 60.0 131.5 77.6 79.0 77.8 34.4 80.4 29.8
Itaú 38.7 52.6 55.0 74.2 83.3 102.9 71.9 130.2 92.2
Unibanco 26.0 32.7 37.8 38.1 46.8 62.3 53.1 100.8
Bradesco
26.4
33.0
27.2
30.4
41.6
74.6
63.7
96.8
88.4
Santander (funcionários) 28,270 21,625 20,805 21,976 21,072 22,411 23,355 22,965 53,000
Itaú (funcionários) 47,524 45,409 43,215 42,450 45,316 51,036 59,921 65,089 108,458
Unibanco (funcionários) 28,384 29,704 26,739 27,625 27,408 29,504 32,956 34,215 -
Bradesco (funcionários) 65,804 65,713 74,393 75,781 73,644 73,881 79,306 82,773 86,622
Figura 18 - Lucro Líquido / Funcionário
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
O Lucro Líquido do Itaú em 2006 foi fortemente impactado pelos efeitos da aquisição
do BankBoston, que o reduziram em R$ 2,2 bilhões, para R$ 4,3 bilhões. A recuperação
observada em 2007 pode ser analisada considerando-se duas linhas de efeitos:
Recorrentes: Bom desempenho em diversas linhas do negócio, com
destaque para o crescimento da carteira de crédito acima da média do
mercado no segundo semestre, em parte decorrente da aquisição do
BankBoston (em 2006) e também da decisão de baixar as tarifas
bancárias, que terminou por aumentar o volume de abertura de contas
correntes;
Não recorrentes: Alienação de parte da participação acionária do Itaú na
Serasa, Redecard, Bovespa Holding e na Bolsa de Mercadorias e
Futuros, que contribuíram em R$ 1,8 bilhões, após os efeitos fiscais,
para o lucro líquido do período, que totalizou R$ 8,4 bilhões.
A relação Lucro Líquido por funcionário em 2008 foi especialmente afetada pelos
impactos de fatores não recorrentes no lucro quido. O impacto positivo decorrente da
associação entre Itaú e Unibanco foi mais do que compensado pelos efeitos decorrentes da
95
equalização contábil, da provisão para gastos com a integração e da provisão adicional para
créditos de liquidação duvidosa constituída no último trimestre do ano.
13. Crédito em Liquidação / Carteira de Crédito
11
3.9%
8.6%
7.1%
5.7%
4.8%
4.4%
5.8%
11.5%
4.2%
4.4%
3.5%
4.4%
4.9%
4.2%
5.0%
4.1%
4.5%
2.9%
5.3%
5.0%
4.2%
4.8%
4.0%
4.5%
5.4%
3.4%
4.6%
4.2%
4.5%
3.8%
4.4%
3.3%
4.5%
0.0%
2.0%
4.0%
6.0%
8.0%
10.0%
12.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco
Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 11.5% 8.6% 7.1% 5.7% 4.4% 4.2% 4.8% 4.4% 5.8%
Itaú 4.5% 5.0% 4.2% 4.1% 2.9% 3.5% 5.3% 4.4% 4.9%
Unibanco - 5.0% 4.2% 4.8% 4.0% 4.5% 5.4% 3.9% -
Bradesco - 4.6% 4.4% 3.8% 3.4% 3.3% 4.5% 4.2% 4.5%
Figura 19 - Crédito em Liquidação / Carteira de Crédito
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
A melhora de desempenho da carteira observada em 2004 nas instituições
apresentadas no gráfico acima pode ser em parte atribuída ao período bastante favorável em
termos econômicos pelo qual passava o Brasil, que contribuiu para a redução da
inadimplência. No caso específico do Itaú, destaque também a política que buscou valorizar
a qualidade do crédito, visando a melhor relação entre risco e retorno em suas operações.
O aumento observado em 2006 decorre basicamente do crescimento do saldo total da
carteira de crédito e da evolução de operações em atraso, vinculadas em grande parte à
mudança de mix de produtos, bem como à formação de uma nova base de clientes. Esse
movimento pode ser atribuído à estratégia de incrementar a concessão de empréstimos e
financiamentos, que foi suportada por uma série de ações comerciais visando a maior
11
Para o Santander, foi calculado como o (i) Total de crédito classificado como E a H sobre o (ii) Total da
carteira. Para as demais instituições, foi obtido diretamente dos relatórios disponibilizados ao mercado.
96
penetração dos produtos de crédito voltados aos clientes Pessoa Física e às micro, pequenas
e médias empresas.
14. PDD / Carteira de Crédito
4.9%
6.5%
4.3%
4.1%
4.9%
4.1%
4.2%
6.8%
6.9%
8.3%
8.3%8.7%
8.2%
8.6%
6.4%
8.8%
6.9%
6.1%
6.0%
5.3%
5.3%
5.2%
5.9%
6.6%
6.6%
6.0%
5.9%
7.5%
6.6%
7.2%
6.1%
6.9%
0.0%
2.0%
4.0%
6.0%
8.0%
10.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander - - - 6.5% 4.2% 4.1% 4.3% 4.1% 4.9%
Itaú 8.6% 8.7% 8.3% 8.2% 6.4% 6.8% 8.8% 6.9% 8.3%
Unibanco 6.9% 6.1% 6.0% 5.3% 5.3% 5.2% 5.9% 4.9% -
Bradesco 6.6% 6.6% 7.2% 7.5% 6.6% 6.1% 6.9% 6.0% 5.9%
Figura 20 - PDD / Carteira de Crédito
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
Conforme comentado no indicador 13 (acima), o período bastante favorável em
termos econômicos pelo qual passava o Brasil em 2004 contribuiu para a redução da
inadimplência. Com relação ao Itaú, pode-se destacar ainda a revisão dos modelos e
processos relacionados à concessão de crédito, particularmente aqueles associados à
recuperação de créditos baixados como prejuízo. A interação desses fatores resultou na
queda de R$ 625 milhões da despesa com provisão para créditos de liquidação duvidosa e
no aumento de R$ 85 milhões da receita de recuperação de créditos baixados como
prejuízo.
O ano de 2006 registrou uma expansão de 67,5% das despesas de provisão para
créditos de liquidação duvidosa. Esse aumento decorre basicamente do crescimento do
saldo total da carteira de crédito e da evolução de operações em atraso, vinculadas em
grande parte à mudança de mix de produtos, bem como à formação de uma nova base de
clientes. Esse movimento pode ser atribuído à estratégia de incrementar a concessão de
97
empréstimos e financiamentos, que foi suportada por uma série de ações comerciais
visando a maior penetração dos produtos de crédito voltados aos clientes Pessoa Física e às
micro, pequenas e médias empresas.
O aumento da PDD em relação à Carteira de Crédito observado em 2008 decorre
basicamente de reclassificações de risk ratings de grandes empresas e do impacto da
desaceleração da atividade econômica sobre a qualidade do risco das carteiras das micro,
pequenas e médias empresas e de clientes Pessoa Física.
98
2. Santander
Assim como na seção anterior, a presente seção constitui uma revisão sobre a atuação
do Banco Santander no Brasil através da análise de indicadores selecionados. Seu objetivo
é analisar como a estratégia do banco, as fusões e aquisições realizadas e a conjuntura
econômica do país e do mundo influenciaram os indicadores selecionados.
O Santander inaugurou sua primeira agência de atendimento ao público em 1982, na
cidade de São Paulo. Desde então, sua operação passou por significativas mudanças, com a
restrição de atuação a banco de investimento, em 1991, que seria revertida com a aquisição
do Banco Geral do Nordeste e do Noroeste, em 1997, com 94 agências e 321 mil clientes.
Entretanto, é o ano de 2000 que assiste à transformação do Santander no maior banco
estrangeiro da América Latina, com a aquisição do Banco Meridional Bozano Simonsen.
Em novembro, o Santander vence o leilão de privatização do Banespa, que possuía na
época mais de 570 agências e 3 milhões de clientes. Finalmente, em 2008 o Santander
compra o Real e torna-se o terceiro maior banco do país.
Essa evolução foi acompanhada por um movimento de modernização tecnológica
iniciado em 2001, quando foram iniciados projetos para a renovação tecnológica que
envolveu a troca de sistemas, plataformas e equipamentos de informática.
Na frente comercial, o ano de 2004 foi marcado por um significativo esforço de
segmentação de clientes. Foram realizadas pesquisas sobre os negócios de Pessoas Físicas,
Pequenas e Médias Empresas e Corporate que permitiram ao Banco aumentar
significativamente seu conhecimento sobre os clientes e resultou na oferta de produtos e
serviços alinhados a cada perfil, utilizando os canais e abordagem adequados.
Esses movimentos e esforços geraram as bases para a evolução da atuação do
Santander no Brasil, tornando-o apto a aproveitar a melhora no ambiente econômico
nacional iniciada em 2004. O ciclo de expansão foi liderado pelos setores mais sensíveis ao
crédito, especialmente o de bens de consumo duráveis, e o Santander foi responsável por
99
5,5% do volume total de crédito concedido no país em 2004. Em 2008, a carteira de crédito
registrou um volume mais de seis vezes superior ao de 2004, atingindo a cifra de R$139
bilhões.
Apesar da significativa expansão da carteira de crédito, o desempenho da carteira
manteve-se em níveis relativamente estáveis até 2007. Isso foi, em parte, garantido pela
utilização de sistemas automatizados de admissão, pré-seleção, seleção e comportamento
dos diversos produtos de financiamento dos segmentos de pessoas físicas.
Esse desempenho foi impactado em 2008, em grande parte conseqüência da
deterioração do ambiente econômico nos últimos meses do ano, com impactos
significativos no desempenho dos empréstimos Pessoa Física.
O relativo sucesso do Santander merece destaque ao se considerar a dominância
histórica dos grandes players locais no setor. Cabe agora acompanhar como a instituição irá
enfrentar os efeitos do prolongamento da recessão mundial, que segundo o diretor-gerente
do FMI, Dominique Strauss-Kahn, em Abril de 2009, ameaça criar riscos significativos até
mesmo para os bancos da América Latina que hoje parecem sólidos.
As páginas a seguir mostram em detalhe, a evolução de indicadores relacionados ao
Spread Bruto, às Origens da Geração de Resultados, à Cobertura e, finalmente, à
Produtividade para o período de 2000 a 2008.
100
2.1. Spread bruto
1. Despesa de Intermediação Financeira / Total de Recursos
4.6%
12.1%
15.8%
7.0%
3.6%
5.7%
6.2%
11.4%
7.0%
6.0%
3.2%
3.5%
7.9%
13.4%
9.6%
2.4%
5.8%
4.1%
5.2%
5.9%
9.2%
11.6%
7.4%
7.0%
7.6%
7.5%
5.4%
10.7%
5.4%
7.6%
6.8%
7.9%
13.3%
6.2%
6.8%
0.0%
4.0%
8.0%
12.0%
16.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 11.4% 12.1% 15.8% 7.0% 6.0% 7.0% 3.6% 5.7% 6.2%
Itaú 5.8% 9.6% 13.4% 2.4% 4.1% 3.2% 5.2% 3.5% 7.9%
Unibanco 5.9% 9.2% 11.6% 7.4% 7.0% 7.6% 7.5% 4.6% -
Bradesco 7.9% 10.7% 13.3% 6.8% 5.4% 6.2% 6.8% 5.4% 7.6%
Figura 21 - Despesa de Intermediação Financeira / Total de Recursos
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
O pico observado em 2002 é, em grande parte, conseqüência da adaptação aos novos
critérios de classificação de títulos e valores mobiliários e dos instrumentos financeiros
derivativos (Circulares 3.068, de 08/11/2001, e 3.082, de 30/01/2002, do BACEN)
12
.
Com essa alteração, foi necessária a realização de ajuste a mercado nos tulos e valores
mobiliários que, pelas normas até então vigentes, não era exigido.
Dessa forma, foram registrados como ajuste de exercícios anteriores os efeitos
decorrentes da aplicação dos critérios descritos nessas Circulares e alterações posteriores,
aplicáveis aos saldos em 31 de dezembro de 2001. O impacto desse ajuste foi
especialmente significativo nos títulos disponíveis para venda.
12
Até Dezembro de 2001, eles eram registrados pelo valor de custo, acrescido dos rendimentos e/ou encargos
auferidos e/ou incorridos até a data do balanço e, quando aplicável, provisões para desvalorizações eram
constituídas sempre que este valor superava o correspondente valor de mercado ou de realização.
A partir de Janeiro de 2002, passaram a ser registrados pelo valor de aquisição acrescido dos rendimentos
auferidos até a data do balanço, quando aplicável, calculados pro rata dia, ajustados ao valor de mercado,
computando-se a valorização e a desvalorização decorrentes de tal ajuste em contrapartida a conta de receita
ou despesa do período ou Patrimônio Líquido (conforme categoria do TVM).
101
O aumento em 2005 foi puxado pelo incremento nas despesas de intermediação
financeira, conseqüência do aumento do volume das captações, especialmente de depósitos
a prazo e poupança e operações compromissadas. Contribuiu também para esse aumento a
elevação dos patamares de juros, que foi parcialmente compensada pelo efeito da variação
da taxa de câmbio sobre as obrigações por empréstimos no exterior indexadas ao dólar.
A queda observada em 2006 foi gerada pela incorporação do Banespa, que passou a
integrar as demonstrações contábeis do Santander a partir de Setembro de 2006. Dessa
forma, estão consideradas receitas de intermediação financeira referentes apenas de quatro
meses, enquanto a base é a posição consolidada da carteira de crédito ao final do período,
impactando o indicador.
O mesmo o ocorre em 2008 com a aquisição do Real, que passou a integrar as
demonstrações contábeis do Santander também a partir de Setembro, em função do
aumento nas despesas de intermediação financeira observadas no período (+175%)
principalmente em função das operações de empréstimos e repasses. Enquanto o total de
recursos apresentou crescimento de 170%.
2. Receita Intermediação Financeira / Total da Carteira de Crédito
26.8%
53.3%
57.8%
38.5%
15.7%
24.6%
16.0%
41.1%
33.5%
36.1%
25.1%
22.0%
25.3%
47.1%
35.4%
25.7%
29.3%
25.4%
27.8%
26.9%
35.9%
42.7%
35.7% 31.3%
33.2%
34.1%
31.3%
41.7%
28.9%
29.3%
36.8%
31.7%
52.7%
33.1%
35.1%
0.0%
20.0%
40.0%
60.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 41.1% 53.3% 57.8% 38.5% 36.1% 33.5% 15.7% 24.6% 16.0%
Itaú 29.3% 35.4% 47.1% 25.7% 25.4% 25.1% 27.8% 22.0% 25.3%
Unibanco 26.9% 35.9% 42.7% 35.7% 31.3% 33.2% 34.1% 26.8% -
Bradesco 31.7% 41.7% 52.7% 36.8% 31.3% 33.1% 35.1% 28.9% 29.3%
Figura 22 - Receita Intermediação Financeira / Total da Carteira de Crédito
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
102
Os picos observados em 2002 também foram impactados pela mudança da prática
contábil para títulos e valores mobiliários (TVM) e instrumentos financeiros derivativos e a
desvalorização do Real em relação ao dólar. Aplicado sobre os títulos existentes em carteira
em 30 de junho de 2002, e que foram adquiridos até 31 de dezembro de 2001, os ajustes
decorrentes da alteração aumentaram em R$ 1,4 milhão o resultado do Santander no
período.
As quedas observadas nos anos de 2006 e 2008 são geradas pela incorporação de
Banespa e Real. O primeiro passou a integrar as demonstrações contábeis do Santander a
partir de Setembro de 2006, enquanto o Real a partir de Setembro de 2008. Dessa forma,
estão consideradas receitas de intermediação financeira referentes a apenas quatro meses,
enquanto a base é a posição consolidada da carteira de crédito ao final do período,
impactando o indicador.
3. Receita Intermediação Financeira / Ativos Totais
19.7%
24.3%
15.4%
7.4%
12.4%
8.9%
13.8%
14.2%
14.3%
12.4%
10.9%
13.0%
21.8%
17.4%
11.6%
12.8%
12.5%
14.2%
11.5%
13.0%
18.3%
18.1%
17.3% 15.0%
16.5%
16.7%
12.4%
19.4%
12.2%
12.7%
13.9%
15.5%
22.4%
14.3%
14.4%
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 13.8% 19.7% 24.3% 15.4% 14.3% 14.2% 7.4% 12.4% 8.9%
Itaú 12.8% 17.4% 21.8% 11.6% 12.5% 12.4% 14.2% 10.9% 13.0%
Unibanco 13.0% 18.3% 18.1% 17.3% 15.0% 16.5% 16.7% 11.5% -
Bradesco 15.5% 19.4% 22.4% 13.9% 12.4% 14.3% 14.4% 12.2% 12.7%
Figura 23 - Receita Intermediação Financeira / Ativos Totais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
O ano de 2003 observa um aumento de 6,3% no ativo total do Santander e uma
redução de 32,7% na receita de intermediação financeira. O aumento no ativo foi
103
influenciado pelo crescimento de 48% das aplicações interfinanceiras de liquidez, que
representava 7% do ativo em 2002 e passou a 10% em 2003. A distribuição entre TVM,
relações interfinanceiras e operações de crédito manteve-se estável.
A queda na receita de intermediação financeira foi fortemente impactada pela queda
das receitas com títulos e valores mobiliários (TVM), conseqüência das novas regras para
registro contábil desses instrumentos em vigor a partir de 2002 e do fortalecimento do Real
frente ao Dólar, que impacta negativamente os TVM mantidos no exterior.
As quedas observadas nos anos de 2006 e 2008 são geradas pela incorporação de
Banespa e Real. O primeiro passou a integrar as demonstrações contábeis do Santander a
partir de Setembro de 2006, enquanto o Real a partir de Setembro de 2008. Dessa forma,
estão consideradas receitas de intermediação financeira referentes a apenas quatro meses,
enquanto a base é a posição consolidada dos ativos ao final do período, impactando o
indicador.
104
2.2. Origens da geração de resultados
4. Custos Totais / Ativos Totais
19.3%
20.1%
14.1%
7.2%
12.2%
8.8%
13.9%
13.2%
14.0%
14.7%
8.4%
11.9%
23.0%
20.2%
10.3%
16.7%
15.8%
12.7%
9.3%
15.0%
20.2%
20.6%
20.8%
19.4%
19.2%
15.1%
19.5%
26.3%
11.0%
11.7%
20.1%
22.8%
28.5%
19.5%
13.7%
0.0%
10.0%
20.0%
30.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 13.9% 19.3% 20.1% 14.1% 14.0% 13.2% 7.2% 12.2% 8.8%
Itaú 16.7% 20.2% 23.0% 10.3% 15.8% 14.7% 12.7% 8.4% 11.9%
Unibanco 15.0% 20.2% 20.6% 20.8% 19.4% 19.2% 15.1% 9.3% -
Bradesco 22.8% 26.3% 28.5% 20.1% 19.5% 19.5% 13.7% 11.0% 11.7%
Figura 24 - Custos Totais / Ativos Totais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
A redução observada em 2003 deve-se, principalmente, à queda nas despesas de
intermediação financeira, com destaque para as operações de captação no mercado (-46%).
Contribuíram para essa redução as novas regras para registro contábil dos TVM em vigor a
partir de 2002 e do fortalecimento do Real frente ao Dólar, que impacta os TVM mantidos
no exterior.
As quedas observadas nos anos de 2006 e 2008 são geradas pela incorporação de
Banespa e Real. O primeiro passou a integrar as demonstrações contábeis do Santander a
partir de Setembro de 2006, enquanto o Real a partir de Setembro de 2008. Dessa forma,
estão considerados custos referentes a apenas quatro meses, enquanto a base é a posição
consolidada dos ativos ao final do período, impactando o indicador.
105
5. Custos Administrativos / Ativos Totais
2.5%
2.5%
2.8%
1.4%
2.5%
1.6%
1.3%
2.8%
3.0%
3.3%
2.2%
1.7%
3.4%
4.2%
3.9%
4.1%
3.3%
2.8%
2.3%
3.6%
4.2%
3.4%
4.0%
3.8%
3.5%
3.4%
2.7%
3.1%
2.0%
1.8%
2.7%
3.1%
2.8%
2.5%
2.2%
0.0%
2.0%
4.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 1.3% 2.5% 2.5% 2.8% 3.0% 2.8% 1.4% 2.5% 1.6%
Itaú 4.1% 4.2% 3.4% 3.9% 3.3% 3.3% 2.8% 2.2% 1.7%
Unibanco 3.6% 4.2% 3.4% 4.0% 3.8% 3.5% 3.4% 2.3% -
Bradesco 3.1% 3.1% 2.8% 2.7% 2.7% 2.5% 2.2% 2.0% 1.8%
Figura 25 - Custos Administrativos / Ativos Totais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
O crescimento observado em 2004, em contraste à redução observada nos índices de
seus competidores, é conseqüência da continuidade da política de expansão comercial e
renovação da base tecnológica implementada pelo Santander, que entre outras iniciativas,
colocou o Banespa na plataforma padrão do grupo na América Latina. Tal movimento é
refletido por maiores investimentos em sistemas operacionais e de automação, despesas
com consultorias para desenho e aperfeiçoamento de seus processos bem como maiores
despesas de depreciações e amortizações de serviços técnicos especializados e de terceiros.
As despesas de marketing também contribuíram para o crescimento observado.
Essa política foi mantida para os anos seguintes, mas o crescimento das despesas
ocorreu em ritmo inferior ao ritmo de crescimento dos ativos, implicando a redução
observada a partir de 2005.
As quedas observadas nos anos de 2006 e 2008 são geradas pela incorporação de
Banespa e Real. O primeiro passou a integrar as demonstrações contábeis do Santander a
partir de Setembro de 2006, enquanto o Real a partir de Setembro de 2008. Dessa forma,
106
estão considerados custos referentes a apenas quatro meses, enquanto a base é a posição
consolidada dos ativos ao final do período, impactando o indicador.
6. Total da Carteira de Títulos / Ativos Totais
29.0%33.5%36.6%30.9%33.8%30.6%25.9%36.3%33.8%Bradesco
-
17.4%19.4%22.4%20.9%22.3%24.4%27.6%25.1%Unibanco
21.9%20.8%22.0%21.9%22.4%24.8%22.7%23.6%28.7%Itaú
16.4%17.6%38.8%36.6%38.7%38.5%39.4%47.9%39.8%Santander
200820072006200520042003200220012000
29.0%33.5%36.6%30.9%33.8%30.6%25.9%36.3%33.8%Bradesco
-
17.4%19.4%22.4%20.9%22.3%24.4%27.6%25.1%Unibanco
21.9%20.8%22.0%21.9%22.4%24.8%22.7%23.6%28.7%Itaú
16.4%17.6%38.8%36.6%38.7%38.5%39.4%47.9%39.8%Santander
200820072006200520042003200220012000
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
Figura 26 - Total da Carteira de Títulos / Ativos Totais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
A queda observada em 2007 é reflexo da redução em títulos e valores mobiliários na
ordem de R$ 20 bilhões, com destaque para as letras do tesouro nacional (LTN).
Aproximadamente 90% desse valor migrou para aplicações interfinanceiras de liquidez,
especialmente letras financeiras do tesouro e letras do tesouro nacional.
107
7. Total da Carteira de Crédito / Ativos Totais
96.7%
117.4%
44.4%
178.9%
195.5%
152.2%
87.8%
78.5%
49.4%
196.0%
198.0%
132.0% 162.0%
166.0%
164.0%
154.9%
172.0%
203.0%
0.0%
140.8%
160.1%
158.9%
171.1%
160.9%
136.3%
162.8%
142.6%
138.4%
91.1%
97.9%
95.3%
156.5%
158.9%
102.5%
117.2%
0.0%
50.0%
100.0%
150.0%
200.0%
250.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 44.4% 49.4% 78.5% 87.8% 96.7% 117.4% 152.2% 195.5% 178.9%
Itaú 132.0% 166.0% 164.0% 162.0% 198.0% 203.0% 196.0% 172.0% 154.9%
Unibanco 140.8% 136.3% 158.9% 160.1% 160.9% 171.1% 162.8% 159.5% -
Bradesco 97.9% 102.5% 91.1% 95.3% 117.2% 138.4% 142.6% 158.9% 156.5%
Figura 27 - Total da Carteira de Crédito / Ativos Totais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
A partir de 2004, observa-se uma melhora no ambiente econômico nacional, com o
ciclo de expansão sendo liderado pelos setores mais sensíveis ao crédito, especialmente o
de bens de consumo duráveis. O Santander aproveitou esse momento, e em 2004 passou a
ser responsável por 5,5% do volume total de crédito concedido no país (acréscimo de 0,5
pontos percentual em relação a 2003). Ao longo dos anos podemos destacar:
2004 Crescimento do crédito para financiamento de veículos e crédito
imobiliário.
2005 O destaque continuou a ser as operações de crédito com Pessoa
Física (financiamento de veículos, crédito pessoal etc.) que aumentaram
34,2% em relação ao ano anterior.
2006 Crescimentos expressivos em crédito consignado (50,1%) e
financiamento de veículos (28,2%).
2007 – Novamente destaque para o crescimento das operações com
Pessoa Física (+32% versus + 16,6% de crescimento no total das
operações), liderados por cartão de crédito, crédito consignado,
financiamento de veículos e crédito imobiliário.
108
2008 Observa-se crescimento de 18,5% das operações com Pessoa
Física com destaque para as operações com cartão de crédito (+32,4%),
crédito imobiliário (+29,6%), leasing e financiamento de veículos
(+10,9%) e crédito consignado (+12,7%).
109
2.3. Indicadores de cobertura
8. Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas de Pessoal
96.7%
117.4%
44.4%
178.9%
195.5%
152.2%
87.8%
78.5%
49.4%
196.0%
198.0%
132.0% 162.0%
166.0%
164.0%
154.9%
172.0%
203.0%
0.0%
140.8%
160.1%
158.9%
171.1%
160.9%
136.3%
162.8%
142.6%
138.4%
91.1%
97.9%
95.3%
156.5%
158.9%
102.5%
117.2%
0.0%
50.0%
100.0%
150.0%
200.0%
250.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 44.4% 49.4% 78.5% 87.8% 96.7% 117.4% 152.2% 195.5% 178.9%
Itaú 132.0% 166.0% 164.0% 162.0% 198.0% 203.0% 196.0% 172.0% 154.9%
Unibanco 140.8% 136.3% 158.9% 160.1% 160.9% 171.1% 162.8% 159.5% -
Bradesco 97.9% 102.5% 91.1% 95.3% 117.2% 138.4% 142.6% 158.9% 156.5%
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
Figura 28 - Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas de Pessoal
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
De 2000 a 2007 observa-se um crescimento da Receita de Serviços em ritmo superior
ao crescimento das Despesas de Pessoal. Essa evolução é, em parte, explicada pela
estratégia de segmentação do banco e seus esforços de pesquisa sobre os negócios de
Pessoas Físicas, Pequenas e Médias Empresas e Corporate. Eles permitiram a instituição
aumentar seu conhecimento sobre os clientes e oferecer produtos e serviços alinhados a
cada perfil, utilizando os canais e abordagem adequados. Ao longo dos anos, podemos
destacar:
2004 Cartões de Crédito: +44%, suportado pela implantação de
plataforma única de processamento, com ferramentas de DBM e gestão
de campanhas;
2005 Seguros: +25,4% reflexo do desenvolvimento do negócio de
seguros e crescimento da participação de mercado;
2006 Análise prejudicada pelo fato de os lucros do primeiro semestre
de 2006 dos bancos incorporados serem considerados no Patrimônio
Líquido do Banco Santander Banespa S.A.;
110
2007 Passa a ser considerada as operações do Banespa referentes aos
doze meses do ano, o que resulta em crescimento significativo em todas
as linhas de Receita de Prestação de Serviços, mais uma vez em ritmo
superior ao crescimento das Despesas de Pessoal.
Em 2008, com a incorporação do Real, o ritmo de crescimento da Receita de
Prestação de Serviços (+13,6%) é superado pelo crescimento das Despesas de Pessoal
(+57%).
9. Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas Administrativas
105.9%
92.1%
104.3%
99.5%
111.3%
130.3%
99.2%
59.6%
94.2%
99.9%
73.0%
71.0%
58.9%
70.0%
72.0%
64.0%
62.0%
72.0%
73.0%
89.3%
92.6%
101.2%
101.2%
106.5%
102.8%
102.0%
118.0%
101.1%
156.3%
137.7%
94.7%102.2%
92.1%
142.9%
151.6%
0.0%
50.0%
100.0%
150.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
'
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 59.6% 92.1% 104.3% 99.5% 99.9% 94.2% 111.3% 130.3% 99.2%
Itaú 62.0% 72.0% 70.0% 64.0% 72.0% 73.0% 73.0% 71.0% 58.9%
Unibanco 89.3% 92.6% 101.2% 101.2% 106.5% 102.8% 102.0% 105.9% -
Bradesco 102.2% 101.1% 92.1% 94.7% 118.0% 142.9% 151.6% 156.3% 137.7%
Figura 29 - Receita de Prestação de Serviços / Total Despesas Administrativas
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
Os investimentos para suportar a expansão da receita de prestação de serviços
(citados no item oito, acima) são refletidos nas despesas administrativas, resultando em
uma ligeira redução do indicador entre os anos de 2002 e 2005.
Em 2006, em função da consideração dos lucros do primeiro semestre dos bancos
incorporados no Patrimônio Líquido do Banco Santander Banespa S.A., observa-se uma
redução nos montantes de receitas de prestação de serviços (-30%) e de despesas
111
administrativas (-41%). A redução mais acentuada observada nas despesas administrativas
inverte a tendência de queda do indicador notada desde 2002.
Em 2007, as receitas de prestação de serviços registraram expansão de 131%,
enquanto as despesas administrativas aumentaram 98%. Entretanto, em 2008, com a
incorporação do Real, essa tendência novamente se inverte, com as receitas aumentando
44% e as despesas 89%. Destaque para as despesas com depreciações e amortizações e
processamento de dados, que em 2007 representavam, respectivamente, 22% e 7% das
despesas administrativas e passaram a responder por 26% e 14% desse total em 2008.
112
2.4. Indicadores de produtividade
10. Lucro Líquido / Agência - R$ mil
659
1,432
920
397
877
440
51
920
882
1,654
2,402
2,040
745
750
994
615
1,229
1,274
3,622
771
1,097
1,159
1,205
1,434
2,011
1,862
794
543
1,858
1,685
451
457
421
1,406
1,244
-
1,000
2,000
3,000
4,000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 51 659 1,432 920 882 920 397 877 440
Itaú 615 750 745 994 1,229 1,654 1,274 2,402 2,040
Unibanco 771 1,097 1,159 1,205 1,434 2,011 1,862 3,622 -
Bradesco
457
543
421
451
794
1,406
1,244
1,858
1,685
Santander (agências) 1,895 1,968 1,910 1,854 1,888 1,897 2,026 2,104 3,592
Itaú (agências) 2,995 3,184 3,192 3,172 3,073 3,174 3,383 3,528 4,905
Unibanco (agências) 959 886 872 873 895 914 940 952 -
Bradesco (agências) 3,807 3,994 4,800 5,114 3,855 3,922 4,064 4,311 4,542
Figura 30 - Lucro Líquido / Agência
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
Em 2002, o lucro líquido do Santander foi significativamente impactado pela linha de
outras receitas operacionais do Banespa. Foram considerados como outras receitas
operacionais, R$841 milhões relativos à dedução fiscal das despesas com obrigações de
complementação de aposentadoria e outros R$544 milhões relativos à atualização dos
depósitos judiciais e administrativos correspondentes à contingência fiscal sobre a dedução
fiscal das despesas com obrigações de complementação de aposentadoria.
A queda observada em 2006 decorre basicamente do fato de os lucros do primeiro
semestre de 2006 dos bancos incorporados terem sido considerados no Patrimônio Líquido
do Banco Santander Banespa S.A
13
.
13
As informações dos anos de 2000 a 2005 consideram os ativos, passivos e resultados do Banco do Estado
de São Paulo S.A. – Banespa, Banco Santander Brasil S.A., Banco Santander S.A. e Banco Santander
Meridional S.A.
113
a redução do lucro líquido por agência observada em 2008 decorre do fato de o
resultado do exercício considerar o resultado apurado pelo Banco Real apenas a partir do
mês de Setembro, enquanto o total de agências reflete a posição em 31 de dezembro.
11. Ativos Totais / Agência - R$ mil
100,046.91 79,142.75 65,341.36 53,208.29 47,970.55 34,434.43 29,744.44 27,570.33 24,922.11 Bradesco
-157,139.65 110,401.99 100,471.26 88,658.90 79,761.21 86,438.98 62,772.51 53,697.92 Unibanco
128,996.62 83,581.70 61,983.79 47,650.10 42,414.14 37,433.12 34,818.75 25,693.14 23,223.63 Itaú
94,831.70 55,150.63 50,358.88 46,881.61 36,871.72 31,790.76 29,037.59 29,256.56 10,780.08 Santander
200820072006200520042003200220012000
100,046.91 79,142.75 65,341.36 53,208.29 47,970.55 34,434.43 29,744.44 27,570.33 24,922.11 Bradesco
-157,139.65 110,401.99 100,471.26 88,658.90 79,761.21 86,438.98 62,772.51 53,697.92 Unibanco
128,996.62 83,581.70 61,983.79 47,650.10 42,414.14 37,433.12 34,818.75 25,693.14 23,223.63 Itaú
94,831.70 55,150.63 50,358.88 46,881.61 36,871.72 31,790.76 29,037.59 29,256.56 10,780.08 Santander
200820072006200520042003200220012000
4,542 4,311 4,064 3,922 3,855 5,114 4,800 3,994 3,807 Bradesco (Agências)
-952 940 914 895 873 872 886 959 Unibanco (Agências)
4,905 3,528 3,383 3,174 3,073 3,172 3,192 3,184 2,995 Itaú (Agências)
3,592 2,104 2,026 1,897 1,888 1,854 1,910 1,968 1,895 Santander (Agências)
4,542 4,311 4,064 3,922 3,855 5,114 4,800 3,994 3,807 Bradesco (Agências)
-952 940 914 895 873 872 886 959 Unibanco (Agências)
4,905 3,528 3,383 3,174 3,073 3,172 3,192 3,184 2,995 Itaú (Agências)
3,592 2,104 2,026 1,897 1,888 1,854 1,910 1,968 1,895 Santander (Agências)
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
Figura 31 - Ativos Totais / Agência
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
A relação de ativos totais por agência apresentou um crescimento médio anual de
9,5% entre os anos de 2001 e 2007. Em 2008, com a incorporação do Real, o número de
agências do Santander aumentou em 71%, enquanto o ativo total apresentou um
crescimento de 193%, com os ativos rentáveis registrando um aumento de 170%.
O reconhecimento do ágio referente à aquisição de sociedades controladas também
contribuiu significativamente para o aumento do ativo total, aumentando em R$26 bilhões
(7,7% do total do ativo) a linha de intangíveis.
114
12. Lucro Líquido / Funcionário - R$ mil
60.0
131.5
77.6
34.4
80.4
29.8
3.4
77.8
79.0
102.9
130.2
92.2
55.0
52.6
74.2
38.7
83.3
71.9
100.8
26.0
32.7
37.8
38.1
46.8
62.3
53.1
41.6
33.0
96.8
88.4
30.4
26.4
27.2
74.6
63.7
-
30.0
60.0
90.0
120.0
150.0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco
Bradesco
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 3.4 60.0 131.5 77.6 79.0 77.8 34.4 80.4 29.8
Itaú 38.7 52.6 55.0 74.2 83.3 102.9 71.9 130.2 92.2
Unibanco 26.0 32.7 37.8 38.1 46.8 62.3 53.1 100.8
Bradesco
26.4
33.0
27.2
30.4
41.6
74.6
63.7
96.8
88.4
Santander (funcionários) 28,270 21,625 20,805 21,976 21,072 22,411 23,355 22,965 53,000
Itaú (funcionários) 47,524 45,409 43,215 42,450 45,316 51,036 59,921 65,089 108,458
Unibanco (funcionários) 28,384 29,704 26,739 27,625 27,408 29,504 32,956 34,215 -
Bradesco (funcionários) 65,804 65,713 74,393 75,781 73,644 73,881 79,306 82,773 86,622
Figura 32 - Lucro Líquido / Funcionário
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
Em 2002, o lucro líquido do Santander foi significativamente impactado pela linha de
outras receitas operacionais do Banespa. Foram considerados como outras receitas
operacionais, R$ 841 milhões relativos à dedução fiscal das despesas com obrigações de
complementação de aposentadoria e outros R$ 544 milhões relativos à atualização dos
depósitos judiciais e administrativos correspondentes à contingência fiscal sobre a dedução
fiscal das despesas com obrigações de complementação de aposentadoria.
A queda observada em 2006 decorre basicamente do fato de os lucros do primeiro
semestre de 2006 dos bancos incorporados terem sido considerados no Patrimônio Líquido
do Banco Santander Banespa S.A.
14
enquanto o mero de funcionários reflete a posição
em 31 de dezembro.
Já a redução do lucro líquido por funcionário observada em 2008 decorre do fato de o
resultado do exercício considerar o resultado apurado pelo Banco Real apenas a partir do
mês de Setembro, enquanto o total de funcionários reflete a posição em 31 de dezembro.
14
As informações dos anos de 2000 a 2005 consideram os ativos, passivos e resultados do Banco do Estado
de São Paulo S.A. – Banespa, Banco Santander Brasil S.A., Banco Santander S.A. e Banco Santander
Meridional S.A.
115
13. Crédito em Liquidação / Carteira de Crédito
15
3.9%
8.6%
7.1%
5.7%
4.8%
4.4%
5.8%
11.5%
4.2%
4.4%
3.5%
4.4%
4.9%
4.2%
5.0%
4.1%
4.5%
2.9%
5.3%
5.0%
4.2%
4.8%
4.0%
4.5%
5.4%
3.4%
4.6%
4.2%
4.5%
3.8%
4.4%
3.3%
4.5%
0.0%
2.0%
4.0%
6.0%
8.0%
10.0%
12.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco
Bradesco
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 11.5% 8.6% 7.1% 5.7% 4.4% 4.2% 4.8% 4.4% 5.8%
Itaú 4.5% 5.0% 4.2% 4.1% 2.9% 3.5% 5.3% 4.4% 4.9%
Unibanco - 5.0% 4.2% 4.8% 4.0% 4.5% 5.4% 3.9% -
Bradesco - 4.6% 4.4% 3.8% 3.4% 3.3% 4.5% 4.2% 4.5%
Figura 33 - Crédito em Liquidação / Carteira de Crédito
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
A redução no indicador do Crédito em Liquidação / Carteira de Crédito observada a
partir de 2000 é conseqüência da redução da concentração da carteira nos créditos com
nível de risco E a H, de 11,5% em 2000 para 4,2% em 2005.
Dentre as ações implementadas para alcançar essa melhora destacam-se os avanços e
melhorias dos sistemas automatizados de admissão, pré seleção e seleção e comportamento
dos diversos produtos de financiamento de pessoas físicas utilizados.
15
Para o Santander, foi calculado como o (i) Total de crédito classificado como E a H sobre o (ii) Total da
carteira. Para as demais Instituições, foi obtido diretamente dos relatórios disponibilizados ao Mercado.
116
14. PDD / Carteira de Crédito
4.9%
6.5%
4.3%
4.1%
4.9%
4.1%
4.2%
6.8%
6.9%
8.3%
8.3%8.7%
8.2%
8.6%
6.4%
8.8%
6.9%
6.1%
6.0%
5.3%
5.3%
5.2%
5.9%
6.6%
6.6%
6.0%
5.9%
7.5%
6.6%
7.2%
6.1%
6.9%
0.0%
2.0%
4.0%
6.0%
8.0%
10.0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Santander Itaú Unibanco Bradesco
Incorporação
do Banespa
Incorporação
do Real
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander - - - 6.5% 4.2% 4.1% 4.3% 4.1% 4.9%
Itaú 8.6% 8.7% 8.3% 8.2% 6.4% 6.8% 8.8% 6.9% 8.3%
Unibanco 6.9% 6.1% 6.0% 5.3% 5.3% 5.2% 5.9% 4.9% -
Bradesco 6.6% 6.6% 7.2% 7.5% 6.6% 6.1% 6.9% 6.0% 5.9%
Figura 34 - PDD / Carteira de Crédito
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
Além da melhora no ambiente econômico nacional, a redução observada em 2004
pode ser em parte atribuída aos avanços e melhorias decorrentes da utilização de sistemas
automatizados de admissão, pré-seleção e seleção e comportamento dos diversos produtos
de financiamento de pessoas físicas.
A elevação do indicador em 2008 pode ser em parte atribuída ao impacto da
desaceleração da atividade econômica sobre a qualidade do risco das carteiras.
117
5.4. Outros indicadores importantes para análise dos bancos objeto do estudo
O objetivo dessa seção é adicionar novos indicadores que possam colaborar com a
análise dos bancos objeto do estudo. Subdivididos em grupos, esses indicadores, em
conjunto com os apresentados anteriorermente e as análises feitas no período (2000 a
2008), servirão de base para compreender os bancos objeto de estudo e, além disso,
compará-los. Os indicadores foram subdivididos da seguinte forma:
1. Indicadores da árvore de ROE;
2. Evolução dos saldos patrimoniais;
3. Evolução das contas de resultado;
4. Ativos rentáveis;
5. ROE operacional e margem da intermediação financeira e;
6. Distribuição de receitas e ativos rentáveis.
118
1. Indicadores da árvore de ROE
1. ROE
ROE é o acrônimo de Return On Equity (em português: Retorno sobre o Patrimônio).
ROE é um indicador financeiro percentual que se refere à capacidade de uma empresa em
agregar valor a ela mesma utilizando os seus próprios recursos. Isto é, o quanto ela
consegue crescer usando nada além daquilo que ela já tem.
Para se calcular o ROE, multiplica-se a margem quida de uma empresa por seu giro
de ativos e pela sua alavancagem financeira:
ROE = (Lucro Liquído/Vendas) * (Vendas/Total de Ativos) * (Total de
Ativos/Patrimônio Líquido) = (Lucro Líquido / Patrimônio Líquido )
3%
46%
22%
7%
19%
23%
20%
10%
24%
34%
18%
29%
23%
28%
27%
27%
26%
32%
16%
29%
13%
15%
20%
18%
15%
16%
28%
17%
22%
22%
20%
21%
26%
19%
22%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 7% 24% 46% 22% 19% 23% 10% 20% 3%
Itaú 28% 32% 26% 27% 27% 34% 18% 29% 23%
Unibanco 13% 16% 15% 15% 16% 20% 18% 29% -
Bradesco 22% 22% 19% 17% 20% 28% 21% 26% 22%
Figura 35 – Evolução ROE
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
119
2. ROE antes do IR
3%
58%
26%
8%
21%
28%
26%
13%
24%
53%
27%
48%
6%
37%
45%
42%
39%
41%
25%
42%
21%
27%
31%
29%
17%
21%
40%
20%
24%
26%
24%
26%
35%
23%
29%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 8% 24% 58% 26% 21% 28% 13% 26% 3%
Itaú 37% 41% 39% 42% 45% 53% 27% 48% 6%
Unibanco 21% 21% 17% 27% 25% 31% 29% 42% -
Bradesco 26% 29% 23% 20% 24% 40% 26% 35% 24%
Figura 36 - Evolução ROE antes do IR
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
3. ROE não Operacional antes do IR
No caso de bancos, esse resultado não operacional pode ser representado por alguns
eventos, como venda de participação em empresas ou outros bancos, receitas ou despesas
provenientes da alienação de bens próprios ou retomados, amortização do ágio e crédito
tributário, dentre outros.
0%
3%
0%
0%
0%
-5%
5%
0%
2%
0%
2%
10%
1%
-2%
-8%
-7%
-8%
2%
0%
0%
7%
0%
0%
-1%
0%
0%
-1%
-6%
1%
3%
-3%
0%
4%
2%
-1%
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 0% 2% 3% 0% 0% -5% 0% 5% 0%
Itaú -2% 2% -8% -7% -8% 0% 2% 10% 1%
Unibanco 7% 0% 0% 0% 0% 0% -1% 0% -
Bradesco 3% -1% 2% -6% -3% -1% 0% 4% 1%
Figura 37 - ROE não Operacional antes do IR
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
120
4. ROE Operacional antes do IR
Assim como o próprio nome sugere, resultado operacional está ligado a toda
atividade essencial da organização, ao dia-dia de uma instituição financeira, como por
exemplo, operações de crédito, seguros, empréstimos em geral etc.
21%
13%
21%
33%
21%
9%
25%
55%
3%
39%
47%
49%
53%
38%
5%
38%
26%
53%
20%
17%
29%
31%
27%
14%
42%
24%
30%
21% 31%
26%
27%
23%
23%
26%
40%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 9% 21% 55% 25% 21% 33% 13% 21% 3%
Itaú 38% 39% 47% 49% 53% 53% 26% 38% 5%
Unibanco 14% 20% 17% 27% 24% 31% 29% 42% -
Bradesco 23% 30% 21% 26% 27% 40% 26% 31% 23%
Figura 38 - ROE Operacional antes do IR
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
5. Margem Operacional (Resultado Operacional / Total de Receitas)
19% 19%
17%
28%
23%
14%
29%
50%
8%
22%
24%
34%
31%
23%
5%
34%
21%
29%
13%
11%
21%
19%
15%
11%
35%
15%
13% 8%
27%
22%
13%
10%
22%
12%
20%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 14% 19% 50% 29% 23% 28% 19% 17% 8%
Itaú 23% 22% 24% 34% 31% 29% 21% 34% 5%
Unibanco 11% 13% 11% 15% 15% 19% 21% 35% -
Bradesco 10% 13% 8% 12% 13% 20% 22% 27% 22%
Figura 39 - Margem Operacional
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
121
6. Custo / Receitas ((Desp Pessoal + Administrativas) / Total de Receitas)
67%
45%
41%
49%
52%
75%
52%
49%
51%
46%
39%
46%
32%
47%
46%
37%
38%
31%
42%
42%
42%
32%
35%
43%
40%
38%
30%
29%
40%
41%
30%
34%
44%
32%
27%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 75% 67% 49% 52% 52% 49% 45% 41% 51%
Itaú 47% 46% 39% 46% 32% 31% 38% 37% 46%
Unibanco 43% 42% 42% 35% 38% 32% 42% 40% -
Bradesco 34% 30% 29% 32% 30% 27% 41% 40% 44%
Figura 40 – Custo / Receitas
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
7. Despesa de Pessoal / Receitas
44%
19%
16%
22%
27%
43%
27%
28%
18%
20%
18%
19%
14%
21%
21%
17%
17%
14%
17%
16%
16%
12%
14%
17%
16%
15%
15%
15%
20%
21%
15%
17%
20%
16%
14%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 43% 44% 28% 27% 27% 22% 19% 16% 18%
Itaú 21% 20% 18% 19% 14% 14% 17% 17% 21%
Unibanco 17% 17% 16% 14% 15% 12% 16% 16% -
Bradesco 17% 15% 15% 16% 15% 14% 21% 20% 20%
Figura 41 - Despesa de Pessoal / Receitas
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
122
8. Outras Despesas Administrativas / Receitas
24%
26%
25%
27%
26%
32% 24%
21%
33%
25%
21%
27%
18%
26%
24%
20%
21%
17%
25%
26%
26%
20%
22%
27%
24%
23%
15%
15%
20%
20%
15%
17%
23%
16%
13%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 32% 24% 21% 24% 26% 27% 26% 25% 33%
Itaú 26% 25% 21% 27% 18% 17% 21% 20% 24%
Unibanco 27% 25% 26% 22% 23% 20% 26% 24% -
Bradesco 17% 15% 15% 16% 15% 13% 20% 20% 23%
Figura 42 - Outras Despesas Administrativas / Receitas
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
9. Outras Despesas / Receitas
5%
22%
25%
14%
19%
1%
12%
-9%
16%
21%
23%
10%
33%
23%
13%
9%
18%
30%
27%
29%
18%
37%
39%
28%
10%
37%
48%
52%
17%
22%
51%
48%
11%
48%
46%
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 1% 5% -9% 12% 19% 14% 22% 25% 16%
Itaú 23% 21% 23% 10% 33% 30% 18% 9% 13%
Unibanco 28% 27% 29% 39% 37% 37% 18% 10% -
Bradesco 48% 48% 52% 48% 51% 46% 22% 17% 11%
Figura 43 - Outras Despesas / Receitas
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
123
10. PDD
16
/ Receitas
26%
10%
8%
10%
6%
9%
18%
14%
8%
10%
23%
20%
36%
7%
4%
10%
14%
11%
10%
15%
18%
11%
12%
19%
18%
18%
7%
8%
23%
8%
6%
15%
16%
10%
9%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 10% 8% 10% 8% 6% 9% 14% 18% 26%
Itaú 7% 11% 14% 10% 4% 10% 23% 20% 36%
Unibanco 18% 18% 18% 11% 10% 12% 19% 15% -
Bradesco 8% 9% 10% 8% 6% 7% 15% 16% 23%
Figura 44 - PDD / Receitas
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
11. Giro do Ativo Rentável (Total de Receitas / Ativos Rentáveis
17
)
5%
12%
12%
4%
12%
10%
10%
6%
11%
19%
14%
11%
7%
17%
19%
15%
17%
17%
17%
10%
14%
19%
18%
13%
14%
18%
19%
17%
8%
20%
18%
11%
10%
20%
21%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 4% 11% 12% 12% 12% 10% 6% 10% 5%
Itaú 17% 17% 17% 15% 19% 19% 14% 11% 7%
Unibanco 14% 18% 14% 19% 17% 18% 13% 10% -
Bradesco 20% 21% 20% 17% 18% 19% 11% 10% 8%
Figura 45 - Giro do Ativo Rentável
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
16
Provisão para Devedores Duvidosos
17
Ativos Rentáveis: Operações de Crédito e Títulos e Valores Mobiliários
124
12. Margem da Intermediação Financeira (Receita Interm Fin / Ativos Rentáveis)
4%
9%
9%
3%
9%
7%
7%
4%
8%
9%
9%
8%
5%
8%
9%
10%
9%
9%
8%
7%
8%
11%
9%
10%
7%
10%
8%
7%
5%
9%
7%
8%
7%
10%
10%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 3% 8% 9% 9% 9% 7% 4% 7% 4%
Itaú 8% 9% 9% 10% 9% 9% 9% 8% 5%
Unibanco 8% 10% 7% 11% 8% 9% 10% 7% -
Bradesco 9% 10% 10% 7% 7% 8% 8% 7% 5%
Figura 46 - Margem da Intermediação Financeira
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
13. Margem Bruta da Intermediação Financeira (Res. Bruto Interm. Fin. / Ativos Rentáveis)
10%
25%
16%
15%
15%
14%
13%
8%
20%
13%
15%
11%
13%
13%
13%
12%
22%
18%
16%
12%
14%
18%
17%
17%
19%
20%
15%
14%
13%
16%
13%
15%
12%
23%
20%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 15% 20% 25% 16% 15% 14% 8% 13% 10%
Itaú 13% 18% 22% 12% 13% 13% 15% 11% 13%
Unibanco 14% 20% 19% 18% 16% 17% 17% 12% -
Bradesco 16% 20% 23% 14% 13% 15% 15% 12% 13%
Figura 47 - Margem Bruta da Intermediação Financeira
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
125
14. Margem de Operações de Crédito (Receita de Op.de Crédito / Total Op.de Crédito)
16%
8%
14%
15%
15%
11%
16%
17%
11%
17%
24%
13%
15%
14%
16%
14%
17%
17%
23%
25%
21%
21%
22%
18%
16%
20%
23%
26%
15%
18%
17%
16%
15%
19%
18%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 11% 16% 17% 16% 15% 15% 8% 14% 11%
Itaú 14% 17% 24% 13% 15% 17% 17% 14% 16%
Unibanco 18% 23% 25% 22% 20% 21% 21% 16% -
Bradesco 16% 23% 26% 19% 17% 18% 18% 15% 15%
Figura 48 - Margem de Operações de Crédito
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
15. Margem de Títulos e Valores Mobiliários (Receita TVM
18/
TVM)
26%
7%
28%
20%
20%
24%
19%
40%
14%
31%
42%
18%
22%
19%
16%
13%
18%
14%
20%
29%
21%
23%
24%
16%
16%
23%
18%
29%
6%
6%
13%
18%
11%
18%
17%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 24% 26% 40% 19% 20% 20% 7% 28% 14%
Itaú 19% 31% 42% 18% 22% 14% 18% 13% 16%
Unibanco 16% 20% 29% 24% 23% 23% 21% 16% -
Bradesco 18% 18% 29% 18% 13% 17% 6% 6% 11%
Figura 49 - Margem de Títulos e Valores Mobiliários
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
18
TVM – Títulos e Valores Mobiliários
126
16. Custo dos Ativos (Despesas de Intermediação Financeira / Ativos Rentáveis)
12%
4%
6%
7%
6%
11%
7%
16%
6%
10%
13%
2%
4%
6%
8%
3%
5%
3%
9%
12%
7%
8%
7%
6%
5%
7%
11%
13%
5%
7%
5%
8%
8%
7%
6%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
18%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 11% 12% 16% 7% 6% 7% 4% 6% 6%
Itaú 6% 10% 13% 2% 4% 3% 5% 3% 8%
Unibanco 6% 9% 12% 7% 7% 8% 7% 5% -
Bradesco 8% 11% 13% 7% 5% 6% 7% 5% 8%
Figura 50 - Custo dos Ativos
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
17. Custo de Captação no Mercado (Desp Captação Mercado / Passivos Cap. Mercado
19
)
20%
6%
10%
11%
11%
16%
14%
27%
8%
13%
19%
8%
8%
7%
12%
6%
9%
6%
13%
17%
11%
13%
12%
8%
7%
11%
12%
15%
7%
9%
9%
10%
9%
11%
11%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
200820072006200520042003200220012000
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 16% 20% 27% 14% 11% 11% 6% 10% 8%
Itaú 7% 13% 19% 8% 8% 6% 9% 6% 12%
Unibanco 8% 13% 17% 12% 11% 13% 11% 7% -
Bradesco 10% 12% 15% 11% 9% 11% 9% 7% 9%
Figura 51 - Custo de Captação no Mercado
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
19
Em Despesas de Intermediação Financeira no Passivo, linha Captação de Mercado
127
2. Evolução dos saldos patrimoniais
1. Ativos Rentáveis
20
308
623
447
114
100
87
68
19
56
54
57
291
66
205
148
127
78
108
116
147
48
101
89
77
52
72
66
338
180
171137
106
90
204
262
-
100
200
300
400
500
600
700
200820072006200520042003200220012000
Bilhões
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 19 56 54 57 68 87 100 114 308
Itaú 66 78 108 116 127 148 205 291 623
Unibanco 48 52 72 66 77 89 101 147 -
Bradesco 90 106 137 171 180 204 262 338 447
Figura 52 - Ativos Rentáveis
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
2. Passivos Remunerados
21
291
586
420
107
94
81
61
19
52
49
51
264
62
185
134
115
73
101
106
136
45
93
82
70
48
68
62
310
170
162
132
100
87
189
241
-
100
200
300
400
500
600
700
200820072006200520042003200220012000
Bilhões
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 19 52 49 51 61 81 94 107 291
Itaú 62 73 101 106 115 134 185 264 586
Unibanco 45 48 68 62 70 82 93 136 -
Bradesco 87 100 132 162 170 189 241 310 420
Figura 53 – Passivos Remunerados
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
20
Ativos Rentáveis: Operações de Crédito e Títulos e Valores Mobiliários
21
Passivos Remunerados: Captação de Mercado e Empréstimos, Cessões e Repasses
128
3. Patrimônio Líquido
49
44
34
9
8
8
9
1
5 6
8
29
7
24
16
14
8
9
12
12
6
10
9
8
6
7
7
30
15
14
11
10
8
19 25
-
10
20
30
40
50
60
200820072006200520042003200220012000
Bilhões
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 1 5 6 8 9 8 8 9 49
Itaú 7 8 9 12 14 16 24 29 44
Unibanco 6 6 7 7 8 9 10 12 -
Bradesco 8 10 11 14 15 19 25 30 34
Figura 54 - Patrimônio Líquido
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
129
3. Evolução das contas de resultado
1. Receita de Intermediação Financeira - R$ milhões
30.35
82.17
57.61
7.55
14.42
12.60
9.94
9.09
13.50
11.35
2.81
32.13
29.74
18.78
16.30
13.79
24.21
14.22
8.90
17.25
17.38
15.17
11.90
12.06
13.68
10.18
6.72
41.60
38.22
29.94
22.99
24.41
31.91
21.41
14.74
-
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
200820072006200520042003200220012000
Bilhões
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 2.8 11.3 13.5 9.1 9.9 12.6 7.5 14.4 30.4
Itaú 8.9 14.2 24.2 13.8 16.3 18.8 29.7 32.1 82.2
Unibanco 6.7 10.2 13.7 12.1 11.9 15.2 17.4 17.3 -
Bradesco 14.7 21.4 31.9 24.4 23.0 29.9 38.2 41.6 57.6
Figura 55 - Receita de Intermediação Financeira
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
2. Despesa de Intermediação Financeira - R$ milhões
(19.08)
(49.14)
(33.95)
(3.61)
(6.49)
(6.12)(4.03)(3.99)(8.50)(6.75)
(2.21)
(10.09)
(10.76)(4.80)(5.18)(2.79)(14.47)(7.51)
(3.83)
(6.74)
(7.56)(6.77)(5.40)(4.92)(8.37)(4.79)
(2.83)
(18.07)
(17.83)(12.65)(9.76)(11.63)(18.20)(11.30)
(7.06)
(60.00)
(50.00)
(40.00)
(30.00)
(20.00)
(10.00)
-
200820072006200520042003200220012000
Bilhões
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander (2.2) (6.8) (8.5) (4.0) (4.0) (6.1) (3.6) (6.5) (19.1)
Itaú (3.8) (7.5) (14.5) (2.8) (5.2) (4.8) (10.8) (10.1) (49.1)
Unibanco (2.8) (4.8) (8.4) (4.9) (5.4) (6.8) (7.6) (6.7) -
Bradesco (7.1) (11.3) (18.2) (11.6) (9.8) (12.7) (17.8) (18.1) (34.0)
Figura 56 - Despesa de Intermediação Financeira
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
130
3. Resultado Bruto da Intermediação Financeira - R$ milhões
11.28
33.03
23.66
3.94
7.93
6.48
5.91
5.10
5.00
4.60
0.60
22.04
18.98
13.98
11.13
11.00
9.75
6.71
5.07
10.51
9.82
8.40
6.50
7.14
5.30
5.39
3.88
23.53
20.39
17.28
13.2312.7813.71
10.11
7.69
-
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
35.00
200820072006200520042003200220012000
Bilhões
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 0.6 4.6 5.0 5.1 5.9 6.5 3.9 7.9 11.3
Itaú 5.1 6.7 9.7 11.0 11.1 14.0 19.0 22.0 33.0
Unibanco 3.9 5.4 5.3 7.1 6.5 8.4 9.8 10.5 -
Bradesco 7.7 10.1 13.7 12.8 13.2 17.3 20.4 23.5 23.7
Figura 57 - Resultado Bruto da Intermediação Financeira
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
4. Outras Receitas (Despesas) Operacionais - R$ milhões
(5.65)
(14.47)
(7.98)
(2.10) (3.91)(3.16)(3.61)(2.61)(1.04)(2.96)
(0.40)
(4.43)
(6.45)(2.97)(2.86)(3.54)(2.93)(2.28)
(1.75)
(3.41)
(4.43)(3.57)(3.23)(3.78)(2.38)(2.50)
(1.88)
(8.69)
(9.61)
(6.92)(7.07)(6.77)(8.59)(5.16)
(4.38)
(16.00)
(14.00)
(12.00)
(10.00)
(8.00)
(6.00)
(4.00)
(2.00)
-
200820072006200520042003200220012000
Bilhões
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander (0.4) (3.0) (1.0) (2.6) (3.6) (3.2) (2.1) (3.9) (5.7)
Itaú (1.8) (2.3) (2.9) (3.5) (2.9) (3.0) (6.5) (4.4) (14.5)
Unibanco (1.9) (2.5) (2.4) (3.8) (3.2) (3.6) (4.4) (3.4) -
Bradesco (4.4) (5.2) (8.6) (6.8) (7.1) (6.9) (9.6) (8.7) (8.0)
Figura 58 - Outras Receitas (Despesas) Operacionais
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
131
5. Resultado antes do IR - R$ milhões
1.26
2.43
8.17
1.00
2.43
2.13
1.79
2.00
3.49
1.28
0.11
13.926.46
8.20
6.28
5.04
3.50
3.12
2.44
4.93
2.83
2.93
2.00
1.92
1.11
1.26
1.17
10.54
6.37
7.75
3.63
2.71
2.50
2.85
2.13
-
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
12.00
14.00
16.00
200820072006200520042003200220012000
Bilhões
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 0.1 1.3 3.5 2.0 1.8 2.1 1.0 2.4 1.3
Itaú 2.4 3.1 3.5 5.0 6.3 8.2 6.5 13.9 2.4
Unibanco 1.2 1.3 1.1 1.9 2.0 2.9 2.8 4.9 -
Bradesco 2.1 2.9 2.5 2.7 3.6 7.7 6.4 10.5 8.2
Figura 59 - Resultado antes do IR
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
6. Resultado Líquido - R$ milhões
1.58
10.00
3.45
7.65
0.80
1.85
1.74
1.66
1.71
2.74
1.30
0.10
8.47
4.31
5.25
3.78
3.15
2.38
2.39
1.84
1.75
1.84
1.28
1.05
1.01
0.97
0.74
8.01
5.05
5.51
3.06
2.31
2.02
2.17
1.74
-
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
12.00
200820072006200520042003200220012000
Bilhões
Santander Itaú Unibanco Bradesco
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Santander 0.1 1.3 2.7 1.7 1.7 1.7 0.8 1.8 1.6
Itaú 1.8 2.4 2.4 3.2 3.8 5.3 4.3 8.5 10.0
Unibanco 0.7 1.0 1.0 1.1 1.3 1.8 1.8 3.4 -
Bradesco 1.7 2.2 2.0 2.3 3.1 5.5 5.1 8.0 7.7
Figura 60 - Resultado Líquido
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
132
4. Ativos rentáveis, ROE operacional e Margem da intermediação financeira
1. Ativos Rentáveis (CAGR
22
08 - 00) vs. ROE Operacional (Média 08 - 00)
Itaú
Bradesco
Santander
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%
2008
2000
CAGR
2008
2000
Média
08
-
00
Santander 308,406,113 19,364,837 36.01% 2.57% 8.89% 22.36%
Itaú 622,570,413 66,357,928 28.24% 5.07% 38.46% 38.67%
Bradesco 446,802,328 89,667,104 19.54% 22.74% 22.87% 27.48%
Ativos Rentáveis ROE Operacional
Figura 61 - Ativos Rentáveis (CAGR 08 - 00) vs. ROE Operacional (Média 08 - 00)
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
2. Ativos Rentáveis (CAGR 08-00) vs. Margem Intermediação Financeira (Média 08-00)
Itaú
Bradesco
Santander
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
2008
2000
CAGR
2008
2000
Média
08
-
00
Santander 308,406,113 19,364,837 36.01% 3.66% 3.10% 6.69%
Itaú 622,570,413 66,357,928 28.24% 5.31% 7.64% 8.34%
Bradesco 446,802,328 89,667,104 19.54% 5.29% 8.57% 7.94%
Ativos Rentáveis Margem da Interm. Financeira
Figura 62 - Ativos Rentáveis (CAGR 08 - 00) vs. Margem Int. Financ. (Média 08 - 00)
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
22
Compound Annual Growth Rate: Taxa Composta de Crescimento Anual
133
5. Distribuição de receitas e ativos rentáveis
1. Distribuição de Receitas (R$ Mil) – Itaú
Itaú
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
Operações de Crédito
53,349,705 21,054,632 18,295,781 12,949,461 9,363,195 7,176,278 12,372,221 6,802,469 4,214,236
Títulos e Valores Mobiliários
21,621,938 7,830,790 8,339,986 4,761,170 6,286,166 5,375,840 10,697,850 6,079,773 3,789,478
Outras Receitas Interm. Financeira
7,199,348 3,244,318 3,104,720 1,071,559 654,644 1,240,442 1,144,120 1,335,932 900,216
Receitas de Prestação Serviços
11,600,160 10,174,445 9,096,573 7,737,051 6,165,286 5,121,169 4,276,698 4,189,902 3,465,229
Outras Receitas Operacionais
364,662 219,563 294,367 6,736,211 6,363,631 771,753 3,848,197 2,587,901 2,538,695
53,350
21,055
18,296
12,949
9,363
7,176
12,372
6,802
4,214
21,622
7,831
8,340
4,761
6,286
5,376
10,698
6,080
3,789
7,199
3,244
3,105
1,072
655
1,240
1,336
900
11,600
10,174
7,737
6,165
5,121
4,277
4,190
3,465
365
220
294
6,736
6,364
772
3,848
2,588
2,539
1,144
9,097
0% 20% 40% 60% 80% 100%
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
Operações de Crédito Títulos e Valores Mobiliários Outras Receitas Interm. Financeira
Receitas de Prestação Serviços Outras Receitas Operacionais
Figura 63 - Distribuição de Receitas - Itaú
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
2. Distribuição de Ativos Rentáveis (R$ Mil) – Itaú
Itaú
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
Operações de Crédito 324,915,542 146,231,139 106,798,054 74,839,577 64,303,078 53,564,557 51,402,860 40,153,347 30,364,542
Titulos e Valores Mobiliários 138,343,875 61,337,514 46,235,776 33,128,322 29,175,585 29,419,806 25,188,384 19,317,617 19,937,962
Outros Ativos Rentáveis 159,310,996 83,411,142 52,072,008 40,398,701 33,741,157 32,544,907 31,080,937 18,991,025 16,055,424
324,916
146,231
106,798
74,840
64,303
53,565
51,403
40,153
30,365
138,344
61,338
46,236
33,128
29,176
29,420
25,188
19,318
19,938
159,311
83,411
52,072
40,399
33,741
32,545
18,991
16,055
31,081
0% 20% 40% 60% 80% 100%
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
Operações de Crédito Titulos e Valores Mobiliários Outros Ativos Rentáveis
Figura 64 - Distribuição de Ativos Rentáveis - Itaú
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
134
3. Distribuição de Receitas (R$ Mil) – Santander
21,083
7,936
4,052
5,533
4,162
3,859
3,894
3,350
782
7,738
5,753
2,881
5,206
4,610
3,179
10,597
7,019
1,932
1,534
735
613
1,863
1,170
2,053
978
99
5,374
3,741
2,306
2,068
1,633
1,460
1,303
157
6
3
15
189
50
45
162
117
67
1,618
0% 20% 40% 60% 80% 100%
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
Operações de Crédito tulos e Valores Mobiliários Outras Receitas Interm. Financeira
Receitas de Prestação Serviços Outras Receitas Operacionais
Santander
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Operações de Crédito 782,378 3,349,798 3,893,751 3,858,995 4,161,709 5,533,082 4,052,425 7,935,791 21,082,871
Títulos e Valores Mobiliários 1,931,902 7,019,198 10,596,748 3,179,496 4,609,694 5,205,527 2,880,645 5,753,307 7,737,760
Outras Receitas Interm. Financeira 99,329 978,039 (991,485) 2,053,333 1,170,446 1,862,834 612,787 735,206 1,534,323
Receitas de Prestação Serviços 157,025 1,303,038 1,459,656 1,632,636 2,067,743 2,305,801 1,618,172 3,741,419 5,374,232
Outras Receitas Operacionais 66,916 117,381 162,224 44,960 50,397 188,763 15,290 2,950 5,640
Figura 65 - Distribuição de Receitas - Santander
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
4. Distribuição de Ativos Rentáveis (R$ Mil) – Santander
189,174
58,722
48,187
37,638
27,569
23,594
23,362
21,280
6,845
55,824
20,464
39,631
32,564
26,934
22,670
21,835
27,551
8,135
63,408
35,212
12,447
17,021
13,073
10,779
7,168
4,385
8,718
0% 20% 40% 60% 80% 100%
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
Operações de Crédito Titulos e Valores Mobiliários Outros Ativos Rentáveis
Santander
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Operações de Crédito 6,845,320 21,280,129 23,361,988 23,594,338 27,569,123 37,638,184 48,186,862 58,722,030 189,173,550
Titulos e Valores Mobiliários 8,134,523 27,550,918 21,834,997 22,670,329 26,934,322 32,564,007 39,630,678 20,464,437 55,824,473
Outros Ativos Rentáveis 4,384,994 7,168,450 8,717,736 10,779,234 13,072,567 17,020,636 12,447,310 35,211,548 63,408,090
Figura 66 - Distribuição de Ativos Rentáveis - Santander
Fonte: Base Austin e Relatórios Anuais dos bancos
135
5.5. Considerações sobre os casos
O que foi observado durante as entrevistas foi um grande entusiasmo dos
entrevistados em falar dos modelos vigentes, porém uma compreensível reticência em
relatar os problemas, notadamente relacionados ao processo de comunicação das ações
estratégicas, e à resistência enfrentada na implementação.
O que se percebe, segundo relato dos entrevistados, é que diferenças importantes
nos modelos vigentes e em quais sub-etapas as falhas acontecem, no primeiro caso, Itaú,
um modelo aparentemente mais maduro e testado, já no segundo caso, Santander, um
modelo que ainda precisa amadurecer um pouco mais.
“O Itaú utiliza um processo de gestão de desempenho a mais de 30
anos. O programa atual se chama AGIR - Ação Gerencial Itaú para
Resultados. Trata-se de uma ferramenta de planejamento e gestão,
por meio da qual o Banco Itaú procura assegurar que os
colaboradores estejam em sintonia com suas diretrizes.”
“Não existe um nome ou uma sigla, como havia no ABN AMRO
Real para o Modelo de Gestão de Desempenho no Santander.”
Não obstante, ressalte-se o alto grau de envolvimento dos responsáveis pelas áreas em
questão, o domínio da metodologia e a paixão com que tratam o assunto. Sem dúvida, os
responsáveis foram muito bem escolhidos, porém seria recomendável utilizarem a
influência que suas áreas exercem, de forma a reduzir resistências, falta de consenso e
padronização em outras áreas, especificamente, nas áreas executoras das ações estratégicas,
como por exemplo, áreas comercias (de linha), marketing dentre outras.
“Em tese eles (o Santander) não enfrentam uma restrição de capital
na definição de metas e quais poderiam gerar maior valor, mas no
dia-dia sofrem sim. Algumas pessoas fizeram um plano que no papel
136
era lindo, mas no dia-dia precisava de uma aprovação de despesas e
não conseguiram. O que acaba acontecendo é que o executivo não
coloca tudo o que ele pode fazer, e ao final ataca apenas o BAU
(business as usual), isto é, o plano que nasce (ou pode nascer) é um
plano que não contempla coisas fora da caixa”. Para fazer o fora do
BAU, apenas as unidades que são monoline conseguem, isto é,
aquelas que são donas do próprio nariz, essas sim conseguem. Isso é
algo perigoso e que tem que mudar.”
“Existe uma área de estratégia corporativa, ou que tem um pouco
esse papel, inclusive era a minha área antiga antes de eu chegar aqui,
mas na época o Banco Itaú era o Varejo e o resto costelas do Varejo,
de uns tempos para cá, essas costelas viraram efetivamente áreas
inteiras. Dentro da nossa área de Marketing tem um grupo de
planejamento estratégico, que teoricamente tem que ter a visão do
todo, mas ainda muito incipiente e não dita ainda comportamentos,
não toma decisões que afetam ou vão afetar o dia-dia das áreas.”
Isso posto, fica clara a importância do Modelo Integrado de Gestão de Desempenho
sugerido e de seus Habilitadores:
Habilitador 1: Processos padronizados, trazendo uma clara identificação dos
objetivos planejados, do que e para que os envolvidos estão executando as
atividades concernentes à estratégia;
“...O programa (AGIR Banco Itaú) define prioridades, estabelece
objetivos, acompanha desempenhos, remunera por desempenho e
atribui significativa importância ao atendimento.”
Habilitador 2: Programas de incentivo, vislumbrando o desempenho de longo
prazo, sem esquecer os objetivos de curto e médio, permeando os executivos e
137
todos aqueles que possam agregar de forma consistente a execução das ações
estratégicas definidas para o ciclo;
“Não uma priorização de recursos, mas uma priorização por
incentivos, o Banco Santander acaba forçando o executivo a vender
mais, no que a instituição quer que ele venda mais, por conta dos
incentivos dados a ele. O driver novamente aqui é financeiro, é
margem.”
“A definição de metas e o forecasting não são separadas. Quem faz
são pessoas diferentes, mas não são separadas. Eu uso muito insumo
deles (Área de Finanças Banco Itaú), é de que eu vou começar a
quebrar todas as metas, não posso fugir daquilo. Eu uso como um
guia. Quem guia a remuneração variável é a meta, não o orçamento,
mas depende muito do nível também; por exemplo, para os
executivos aqui do banco quem manda é o orçamento, mas para o
pessoal da rede, quem manda é a meta.”
Habilitador 3: Liderança e Competências, em sintonia com as necessidades de
capital intelectual que a instituição financeira julga como essencial para
consecução das suas ações, e que por sua vez, sejam difundidas para aqueles
que tenham ou não envolvimento direto com a execução do plano estratégico;
“A dimensão mais discutida no plano estratégico é a dimensão
financeira. Atualmente as discussões operacionais e de pessoas são
feitas em um fórum específico, mas eu diria que sobrando as
dimensões financeira e as relacionadas com o cliente, eu classificaria
80/20, isto é, 80% financeira e 20% relacionadas com o cliente. A
discussão fica muito focada em participação de mercado, carteira,
produção e os resultados financeiros consequentes dessa equação. É
bom deixar claro que a discussão no Santander é muito mais focada
138
no âmbito produto do que em cliente. Uma vez discutido o produto,
aí sim, é aberto por segmento. A cultura do banco é assim, uma visão
produtos sempre foi mais forte no Santander.”
Habilitador 4: Estruturas de Controles, capazes de dignosticar rapidamente, ou
melhor, previamente algum desvio no plano, trazendo soluções ou meios para
que essas soluções apareçam de forma mais adequada e breve;
“Atualmente minha equipe tem 10 (dez) pessoas dedicadas a atender
esse programa (AGIR), mas olhando o modelo teórico que vo
desenvolveu, nem todas as atividades estão sob a minha gestão, por
exemplo, TI, na área de tecnologia eu tenho 4 (quatro) pessoas
dedicadas ao programa AGIR, em RH mais 5 (cinco)
exclusivamente dedicadas a esse tipo de coisa, e por aí vai.”
Habilitador 5: Arquitetura de TI Integrada, que seja robusta e que possa
melhorar a comunicação entre os planejadores e os executores das ações
estratégicas.
Além disso, a retroalimentação do modelo depende de um forte patrocínio, traduzido
em participação efetiva da liderança e da alta gestão, assim como, em uma motivação e
auto-motivação dos líderes e de suas equipes.
Após o término do ciclo de entrevistas, o modelo integrado de gestão apresentado,
com suas etapas e sub-etapas na figura 05, foi submetido a dois processos de avaliação
pelos entrevistados, com escala de 1 (um) a 5 (cinco), sendo 5 máxima eficácia. O objetivo
era que os entrevistados avaliassem seus modelos vigentes fazendo uma analogia com o
modelo teórico apresentado.
Após obter as respostas dos entrevistados os dados foram tabulados e transformados
em percentual, conforme apresentado no Quadro 2 a seguir.
139
Santander Itaú
Etapa
Total de
pontos
possíveis
Superintendente de Gestão
Estratégica do Varejo
Superintendente de
Desenvolvimento Comercial
1.1 Refinar a visão corporativa e objetivos estratégicos 5 2 4
1.2 Definir alavancas de valor 5 3 4
1.3 Definir ações estratégicas para o ciclo 5 3 4
2.1 Avaliar o valor da carteira 5 2 3
2.2 Definir metas para as ações estratégicas 5 4 4
2.3
Desdobrar ações táticas e operacionais
5 4 4
3.1 Desenvolver planos operacionais necessários 5 2 3
3.2 Alocar recursos requeridos 5 2 3
3.3 Avaliar, aprovar e concluir planos operacionais 5 3 5
4.1 Consolidar e reportar o desempenho real 5 5 3
4.2 Monitorar os KPIs de desempenho estratégico 5 4 3
4.3 Revisar desempenho e dar suporte a tomada de decisão 5 3 3
4.4 Tomada de decisão: Realocar recursos e atualizar planos 5 4 3
TOTAL
65
41
46
%
100%
63%
71%
60.0%
Sub-Etapa
Monitoramento
53.3%
46.7%
80.0%
66.7%
Formulação de Ações Estratégicas
Definição de metas
Execução
80.0%
73.3%
73.3%
Quadro 2 - Avaliação dos entrevistados
Fonte: Autor
140
O quadro 02 mostra que os entrevistados revelaram grande preocupação com a etapa
de Execução, onde estão as sub-etapas de: 3.1 - Desenvolver planos operacionais
necessários, 3.2 - Alocar recursos requeridos e 3.3 - Avaliar, aprovar e concluir planos
operacionais. Os percentuais em ambos os bancos são obtidos dividindo-se o total de
pontos atribuídos pelos entrevistados (41 - Santander ou 46 - Itaú) pelo total de pontos
possíveis (65). Além disso, por etapa, dividiu-se o total de pontos atribuídos pelos
entrevistados pelo total de pontos possíveis (15 – Etapas 01, 02 e 03; e 20 – Etapa 04).
Após a tabulação foi então possível fazer a comparação dos modelos de gestão
vigentes conforme percepção dos entrevistados. Devido ao pequeno número de
entrevistados e à aplicação em apenas dois casos não é possível fazer generalizações.
141
6. RESULTADOS E CONCLUSÕES
6.1. Resultados e conclusões
Essa dissertação discorreu sobre a importância de um modelo integrado de gestão de
desempenho para poder apoiar no alinhamento de ações estratégicas que beneficiem os
resultados de uma instituição financeira
Na revisão da literatura foi visto sobre a necessidade de ter uma abordagem holística
de um modelo de gestão (KAPLAN; NORTON, 1997; 2001; PARMENTER, 2007). Dessa
forma foi analisado inicialmente o processo de elaboração e implantação de estratégias,
para chegar às ações estratégicas, ponto de partida para efeito de análise desta dissertação.
Para poder analisar o modelo de gestão de forma holística incluiu-se na revisão da
literatura aspectos importantes a serem considerados para compreensão do tema como:
estratégia corporativa;
a gestão de desempenho;
gestão de desempenho dos negócios;
sistema de indicadores de desempenho;
medidas de desempenho financeiro.
Essa abordagem holística permitiu identificar na literatura sugestões para uma melhor
análise e entendimento dos modelos de gestão estudados, e como eles podem auxiliar a
execução da estratégia enquanto apoio à elaboração e implementação de ações estratégicas.
A análise dos casos serviu dessa forma para observar as peculiaridades de ambos
modelos, verificando os impactos pela adoção ou pela não adoção de algumas práticas que
servem de apoio na retroalimentação de ações estratégicas, como sugerem entre outros
autores, Frolick e Ariyachandra, (2006), Kaplan e Norton (2001b), Neely et al. (2002).
142
Para tanto, esse processo deve converter-se em um processo contínuo e participativo,
como visto em Kaplan e Norton (2001b), modificando a estratégia quando necessário até
que os objetivos sejam atingidos, quando provavelmente outra estratégia deverá estar em
curso.
Mais importante do que analisar se todas as metas definidas foram atingidas ou não,
foi observar as dificuldades enfrentadas por ambas as instituições financeiras em obter o
engajamento de todos na organização, e muitas vezes originada, para não dizer todas, por
falta de sincronia entre as etapas e sub-etapas que o modelo integrado de gestão sugere.
As dificuldades enfrentadas pelas instituições financeiras analisadas e o depoimento
dos entrevistados apontam na direção do entendimento que a adoção de um modelo mais
integrado poderia ter evitado os problemas mencionados pelos entrevistados.
Para lograr sucesso uma empresa precisa constantemente rever sua estratégia para
monitorá-la e fazer os ajustes necessários, como ponderam Frolick e Ariyachandra (2006),
à medida que algum desvio importante ocorra. Logo, pode-se dizer que elaboração e
implementação da estratégia, gestão de processos e indicadores de desempenho são
interdependentes e formam um processo ativo de descoberta, aprendizagem, e adaptação.
No caso do Banco Itaú, por exemplo, o processo mostrou-se tão ou mais importante
que a forma e o conteúdo. Mesmo que se tenha uma metodologia bem definida, como no
caso do Itaú que possui um modelo mais testado e maduro, comparado ao modelo utilizado
pelo Banco Santander, se houver falha no uso de alguma etapa do sistema de gestão, o
resultado final pode não ser totalmente eficiente e não trazer com isso os resultados
esperados de forma plena, como dizem Kaplan e Norton (2001), a capacidade de executar
ações estratégicas é mais importante do que a qualidade intrínseca da estratégia em si.
Vimos, no transcorrer da dissertação e da análise dos casos, como a comunicação
exerce um papel importante, como se traduz em um fator crítico de sucesso, efetivo,
eficiente e eficaz.
143
“Acho que essa sub-etapa (Desenvolver planos operacionais
necessários) pode ser melhorada aqui no Banco Itaú, explico porque,
por exemplo, Marketing cria uma ação na TV que nem sempre está
alinhada com o que o pessoal da Rede de Atendimento esperava, nem
sempre as pessoas conversam tanto para manter as coisas alinhadas.
Mas lembrando que, esse é o modelo que a gente (o banco) escolheu
operar, tenho dúvidas se isso é ruim, é um risco esperado.”
Analisando como ocorre a comunicação e o problema gerado em não o fazer de
forma eficaz, responde à questão de como as ações estratégicas da empresa são
comunicadas internamente. Elas devem ser comunicadas e reforçadas a todos os envolvidos
na organização sob pena de, se não o fizer, causar atrasos no desenvolvimento do plano.
Para serem efetivas precisam estar acompanhadas de um plano de ação que contemple sua
divulgação e no qual esteja definido um grupo executivo responsável por sua
implementação, com um perfil característico já explorado ao longo da dissertação, seguindo
sugestões de Robbins (1999; 2000).
Através da revisão da literatura e de sua aplicação aos estudos de caso foi possível
responder à segunda pergunta sobre como são definidos e a implicação dos indicadores de
desempenho, que devem ser precedidos de seu planejamento, definindo desde o início um
grupo executivo multidisciplinar e uma liderança com características marcantes de
organização, flexibilidade, proatividade, capacidade de execução e comunicação, para levar
adiante o projeto.
Ainda em resposta à segunda questão foi possível estudar no desenvolvimento da
dissertação e dos estudos de caso a importância de se definir indicadores que sejam
realmente críticos ao processo, mas que ao mesmo tempo possam ser facilmente entendidos
e utilizados. Para isso é importante um bom projeto de comunicação e treinamento, com a
participação de todos os envolvidos, e notadamente um apoio efetivo dos executivos-chefe
das instituições financeiras.
144
A terceira pergunta respondida foi se alguma relação entre o modelo utilizado e o
desempenho desses bancos. Por meio da revisão da literatura e com sua aplicação prática na
análise transversal de caso, foi verificado que o modelo integrado de gestão resulta em um
importante apoio na implantação e monitoração de ações estratégicas, e por sua vez, como
observado por Willie E. Hopkins e Shirley A. Hopkins (1997), colabora com o desempenho
dessas instituições, e remedia possíveis problemas na parte gerencial e organizacional.
Vale ressaltar que realmente, não se consegue expurgar por completo os aspectos
conjunturais envolvidos. No caso dos bancos analisados nesse estudo, essa afirmação
continua válida, porém viu-se que grande parte da evolução nesses últimos 8 (oito) anos,
deveu-se principalmente por ações de seus executivos e menos por questões econômicas
e/ou ambientais.
Nesse contexto, vale ressaltar a liderança exercida pelo Banco Itaú no período de
2000 a 2008, e fazendo uma relação com o seu modelo de gestão e o grau de maturidade
que ele se encontra, vemos claramente em suas demonstrações de dados financeiros,
mesmo com as ressalvas feitas anteriormente, uma superioridade na maioria deles
comparadas aos seus concorrentes.
O objetivo desta dissertação foi avaliar e comparar práticas de gestão de desempenho,
através de dois casos reais em dois grandes bancos instalados no Brasil, Itaú e Santander,
procurando entender a relação entre planejamento estratégico, execução da estratégia e
desempenho financeiro, como forma de contribuir para o entendimento da importância de
se possuir um modelo integrado de gestão como diferencial de atuação.
Conclui-se então que formulação e implantação da estratégia, gestão de processos,
gestão de desempenho dos negócios, sistema de indicadores e retroalimentação da
estratégia precisam caminhar alinhados, configurando a visão holística do tema como
apregoam Parmenter (2007), Kaplan e Norton (1997; 2001). É desse alinhamento que
depende o sucesso da instituição financeira em conseguir atingir seus objetivos propostos, e
se manter na liderança de forma sustentável.
145
Com base no modelo teórico desenvolvido, abaixo segue um resumo comparando as
práticas de gestão de desempenho desses dois bancos, Banco Itaú e Santander, e onde e
porque cada banco se destaca
Etapa 1 (Formulação de Ações Estratégicas): Nessa etapa o Banco Itaú é superior ao
Banco Santander:
(1) Menor tempo de elaboração;
(2) Facilidade de estabelecimento de critérios para alocação de
recursos com uma visão de longo prazo/ investimento e;
(3) Explora e discute outras dimensões além da financeira.
NãoSim
1.6 A partir dos objetivos definidos no Plano, podem ser facilmente
estabelecidos critérios para alocação de recursos e direcionadores para
decisão de investimento?
4 a 61 a 3
1.5 Qual o tempo médio, em meses, desde o início da elaboração do
Plano Estratégico até a sua conclusão?
TrimestralMensal
1.4 Qual a periodicidade de revisão do Plano Estratégico?
AnualAnual
1.3 Qual a periodicidade de elaboração do Plano Estratégico?
Financeira e
Clientes
Multi
>5 anos
Itaú
Financeira
1.7 Ao se pensar no plano Estratégico para os próximos anos, quais
dimensões são mais discutidas e exploradas?
Presidente e
VP
1.2 Quem é(são) o(s) responsável(is) pela divulgação e construção “do
que se espera” para os demais níveis da corporação?
>5 anos
1.1 Desde quando a instituição utiliza um processo de planejamento
estratégico?
SantanderEtapa/ Questões
NãoSim
1.6 A partir dos objetivos definidos no Plano, podem ser facilmente
estabelecidos critérios para alocação de recursos e direcionadores para
decisão de investimento?
4 a 61 a 3
1.5 Qual o tempo médio, em meses, desde o início da elaboração do
Plano Estratégico até a sua conclusão?
TrimestralMensal
1.4 Qual a periodicidade de revisão do Plano Estratégico?
AnualAnual
1.3 Qual a periodicidade de elaboração do Plano Estratégico?
Financeira e
Clientes
Multi
>5 anos
Itaú
Financeira
1.7 Ao se pensar no plano Estratégico para os próximos anos, quais
dimensões são mais discutidas e exploradas?
Presidente e
VP
1.2 Quem é(são) o(s) responsável(is) pela divulgação e construção “do
que se espera” para os demais níveis da corporação?
>5 anos
1.1 Desde quando a instituição utiliza um processo de planejamento
estratégico?
SantanderEtapa/ Questões
Figura 67 – Comparação Etapa 1
Fonte: Autor
Etapa 2 (Definição de Metas): Nessa etapa o Banco Itaú é superior ao Banco
Santander:
(1) São definidas metas tanto para curto como para longo prazo;
(2) As metas utilizam como premissa oportunidades que
potencialmente gerariam maior retorno em função da eficácia de
alocação de capital;
(3) Periodicidade de revisão das metas mais curta, trazendo menor
risco de resultados inesperados no período.
146
SimNão
2.6 A definição de metas e forecasting são separadas? (Politização do
processo)
SimSim
2.5 Existe um processo de priorização dessas metas?
TrimestralMensal
2.4 Qual a periodicidade de revisão das metas?
ParcialParcial
2.3 As metas são desdobradas do nível estratégico para os níveis tático e
operacional?
Sim
Sim
Itaú
Não
2.2 As metas definidas utilizaram como premissa aquelas oportunidades
que potencialmente gerariam maior retorno em função da eficácia de
alocação de capital?
Não
2.1 São definidas metas para o curto e longo prazos?
SantanderEtapa/ Questões
SimNão
2.6 A definição de metas e forecasting são separadas? (Politização do
processo)
SimSim
2.5 Existe um processo de priorização dessas metas?
TrimestralMensal
2.4 Qual a periodicidade de revisão das metas?
ParcialParcial
2.3 As metas são desdobradas do nível estratégico para os níveis tático e
operacional?
Sim
Sim
Itaú
Não
2.2 As metas definidas utilizaram como premissa aquelas oportunidades
que potencialmente gerariam maior retorno em função da eficácia de
alocação de capital?
Não
2.1 São definidas metas para o curto e longo prazos?
SantanderEtapa/ Questões
Figura 68 – Comparação Etapa 2
Fonte: Autor
Etapa 3 (Execução): Nessa etapa o Banco Itaú é superior ao Banco Santander:
(1) Os indicadores definidos durante a elaboração do plano
estratégico servem de matéria prima para a geração do
orçamento e demais previsões de forma plena;
(2) O percentual de indicadores considerado numa decisão de
alocação é maior;
(3) O cronograma de alocação de recursos é elaborado por atividade
e tempo, e o orçamento baseado em drivers (top-down);
(4) Quantidade maior de revisões (das metas) durante o período;
de 1 a 3> 6
Sim
(Metas
Volantes)
3.6 Existe um processo de revisão das metas definidas (na fase anterior)?
Quantas?
AltaAlta
3.5 Com relação à assertividade da previsão do resultado, como você a
classificaria?
Bottom-upTop-down
3.4 De forma geral, como é conduzida a elaboração do orçamento?
NãoParcial
3.3 O vínculo entre o Plano Estratégico e a alocação dos recursos baseia-
se em atividades e tempo? Existe um cronograma de alocação?
Sim
(Mensal)
de 26% a
50%
Sim
Itaú
Até 25%
3.2 Qual percentual desses indicadores é considerado numa decisão de
alocação de recursos?
Parcial
3.1 Os indicadores definidos no Plano Estratégico servem de matéria
prima para a geração do orçamento e demais previsões?
SantanderEtapa/ Questões
de 1 a 3> 6
Sim
(Metas
Volantes)
3.6 Existe um processo de revisão das metas definidas (na fase anterior)?
Quantas?
AltaAlta
3.5 Com relação à assertividade da previsão do resultado, como você a
classificaria?
Bottom-upTop-down
3.4 De forma geral, como é conduzida a elaboração do orçamento?
NãoParcial
3.3 O vínculo entre o Plano Estratégico e a alocação dos recursos baseia-
se em atividades e tempo? Existe um cronograma de alocação?
Sim
(Mensal)
de 26% a
50%
Sim
Itaú
Até 25%
3.2 Qual percentual desses indicadores é considerado numa decisão de
alocação de recursos?
Parcial
3.1 Os indicadores definidos no Plano Estratégico servem de matéria
prima para a geração do orçamento e demais previsões?
SantanderEtapa/ Questões
Figura 69 – Comparação Etapa 3
Fonte: Autor
147
Etapa 4 (Monitoramento): Nessa etapa o Santander é superior ao Banco Itaú:
(1) Menor quantidade de indicadores para serem avaliados (até 15
indicadores). Em teoria, a análise dos indicadores pelos analistas
de planejamento estratégico fica mais direta e facilitada, dessa
forma, o retorno pode ser mais rápido junto aos níveis
executivos (Diretores, Vice-Presidentes e Presidente) para
tomada de decisão.
33
4.5 Qual a eficácia da rastreabilidade de desvios apontados pelos
indicadores e sua efetiva resolução por parte da alta administração? (Por
exemplo, retro alimentação das premissas; pro - atividade no caso de
orçamento / forecast; reação no caso de resultado realizado).
Por favor, indique sua resposta em uma escala de 1 a 5, sendo 5 máxima
eficácia.
Canal,
Cliente e
Produto
Canal,
Cliente,
Produto e
Projeto
4.4 São realizadas análises multidimensionais de rentabilidade?
Até 9%Até 9%
4.3 Qual a margem de tolerância para os desvios desses indicadores?
Acima de 15
Parcial
Itaú
de 11 a 15
4.2 Em média, quantos indicadores são considerados para o
monitoramento do Plano Estratégico?
Parcial
4.1 Há uma análise consistente de como os Indicadores de Desempenho
(KPIs) foram impactados pelos projetos e ações implementadas?
SantanderEtapa/ Questões
33
4.5 Qual a eficácia da rastreabilidade de desvios apontados pelos
indicadores e sua efetiva resolução por parte da alta administração? (Por
exemplo, retro alimentação das premissas; pro - atividade no caso de
orçamento / forecast; reação no caso de resultado realizado).
Por favor, indique sua resposta em uma escala de 1 a 5, sendo 5 máxima
eficácia.
Canal,
Cliente e
Produto
Canal,
Cliente,
Produto e
Projeto
4.4 São realizadas análises multidimensionais de rentabilidade?
Até 9%Até 9%
4.3 Qual a margem de tolerância para os desvios desses indicadores?
Acima de 15
Parcial
Itaú
de 11 a 15
4.2 Em média, quantos indicadores são considerados para o
monitoramento do Plano Estratégico?
Parcial
4.1 Há uma análise consistente de como os Indicadores de Desempenho
(KPIs) foram impactados pelos projetos e ações implementadas?
SantanderEtapa/ Questões
Figura 70 – Comparação Etapa 4
Fonte: Autor
Vale ressaltar que, todos os detalhes envolvendo os itens acima estão expostos no
Apêndice B.
6.2. Limitações do estudo
A análise transversal do estudo de caso apresentou algumas limitações. Seria
recomendável ter feito entrevistas com pessoas de outras áreas, para colher suas
impressões, quanto ao uso do modelo integrado de gestão.
Foi interessante verificar a pontuação atribuída pelos entrevistados sobre a validade
do modelo vigente, a opinião revela algumas peculiaridades, principalmente para o Banco
Itaú, que considera seu modelo mais próximo da máxima eficácia (71%) comparado ao
148
banco Santander (63%), o que por sua vez, em termos de resultados financeiros, se
confirma nos anos analisados, porém a limitação do número reduzido de respostas não
permite fazer maiores generalizações.
Um estudo quantitativo apurado poderia fazer considerações importantes sobre a
relação entre o modelo de gestão utilizado e o desempenho financeiro dessas instiuições,
algo que poderia ter sido adotado que não foi possível contemplar nesta dissertação.
Outra recomendação para melhorar a proposta teria sido aumentar o número de
estudos de casos, o que poderia ter ampliado as observações e sua análise. Isso iria
demandar uma eficiente gestão do tempo, para não replicar os problemas de
compatibilização de agendas já enfrentados com apenas dois casos.
6.3. Indicações para desenvolvimento futuro
O tema modelo de gestão mostrou-se desafiador e instigante. Diversas abordagens
podem ser feitas a partir do tema.
Uma indicação seria, como mencionado anteriormente, medir quantitativamente o
resultado esperado pela estratégia original da empresa e o impacto dos ajustes feitos à
estratégia proveniente da retroalimentação apontada pelo modelo.
De qualquer modo, em que pesem as limitações, o tema continua sendo desafiador e
permite um bom campo de trabalho. A riqueza das informações obtidas quando da revisão
da literatura e o desenvolvimento do estudo de caso tornou possível cumprir o objetivo
proposto pela dissertação.
As análises feitas e o desenvolvimento do estudo de caso abrem um espaço instigante
para novos tipos de abordagem, ampliando ainda mais a análise do tema seguindo-se, por
exemplo, a sugestão de utilizar dados quantitativos, ainda que dentro de uma abordagem
fenomenológica.
149
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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155
8. APÊNDICES
8.1. APÊNDICE A – Roteiro utilizado para entrevistas
ROTEIRO DE PESQUISA DE CAMPO
Dados do(s) Entrevistador(es):
Nome: Rodrigo Rocha Gimenez
INTRODUÇÃO
Esta entrevista está sendo realizada para coletar percepções e opiniões acerca da
adoção de práticas de gestão de desempenho em Bancos de grande porte no Brasil. O
resultado das entrevistas será utilizado na elaboração de uma dissertação do curso de
Mestrado Profissional em Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas de
São Paulo.
O método escolhido para o trabalho consiste em entrevistas em profundidade com
pessoas que sejam expoentes nas suas áreas de atuação - meio acadêmico, empresas e
instituições financeiras. As entrevistas serão submetidas à análise de conteúdo, sendo
necessária a gravação e transcrição das entrevistas.
O entrevistado concorda que a conversa seja gravada. Sim ( ) Não ( )
O entrevistado concorda em ser identificado nominalmente como participante do
estudo, com a menção resumida do seu currículo de forma a justificar a relevância das
suas opiniões sobre o tema. Sim ( ) Não ( )
O entrevistado concorda em ser identificado apenas através de uma descrição da sua
experiência/atuação, sem identificação nominal. Sim ( ) Não ( )
______________________________________ _____________________________
Entrevistador (Nome: Rodrigo Rocha Gimenez) Entrevistado (Nome: )
Dados da Empresa:
(a) Setor de Ativ.:
(b) No. de Funcionários:
(c) Origem Capital: 1- Nacional 2- Estrangeiro
(d) Públ./Priv.: 1- Privada 2- Pública 3- Mista
Período:
(e) Mês (ou período):
156
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO
Dados do(s) Entrevistado(s):
Nome:
MINI-CURRÍCULO
São Paulo, ___ de _______________ de 2009.
________________________________________
Entrevistado (Nome: )
157
1. Formulação de Ações Estratégicas: Questionário
1.1 Desde quando a instituição utiliza um processo de planejamento estratégico?
a. < 1 ano b. 1-3 anos c. 3-5 anos d. > 5 anos
1.2 Quem é(são) o(s) responsável(is) pela divulgação e construção “do que se espera” para
os demais níveis da corporação?
a. Presidente b. Presidente e VPs c. Grupo executivo multidisciplinar
d. Outros (favor especificar)_____________________________________________
1.3 Qual a periodicidade de elaboração do Plano Estratégico?
a. Anual b. A cada 2 anos c. A cada 3 anos d. Não há
e. Outros (favor especificar)_____________________________________________
1.4 Qual a periodicidade de revisão do Plano Estratégico?
a. Anual b. A cada 2 anos c. A cada 3 anos d. Não há
e. Outros (favor especificar)_____________________________________________
1.5 Qual o tempo médio, em meses, desde o início da elaboração do Plano Estratégico até a
sua conclusão?
a. de 1 a 3 b. de 4 a 6 c. de 7 a 9 d. Acima de 9
1.6 A partir dos objetivos definidos no Plano, podem ser facilmente estabelecidos critérios
para alocação de recursos e direcionadores para decisão de investimento?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
1.7 Ao se pensar no plano Estratégico para os próximos anos, quais dimensões são mais
discutidas e exploradas? (Por favor, selecione todas que se aplicam). Dimensões ligadas
a aspectos:
a. Financeiros b. Relacionados ao Clientec. Operacionais d. Intangíveis
158
2. Definição de Metas: Questionário
2.1 São definidas metas para o curto e longo prazos?
a. Sim b. Não
2.2 As metas definidas utilizaram como premissa aquelas oportunidades que
potencialmente gerariam maior retorno em função da eficácia de alocação de capital?
a. Sim b. Não
2.3 As metas são desdobradas do nível estratégico para os níveis tático e operacional?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
2.4 Qual a periodicidade de revisão das metas?
a. Mensal b. Trimestral c. Semestral d.
Anual
e. Não há f. Outros (favor especificar)_________________________
2.5 Existe um processo de priorização dessas metas?
a. Não b. Sim
2.6 A definição de metas e forecasting são separadas? (Politização do processo)
a. Não b. Sim
159
3. Execução: Questionário
3.1 Os indicadores definidos no Plano Estratégico servem de matéria prima para a geração
do orçamento e demais previsões?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
3.2 Qual percentual desses indicadores é considerado numa decisão de alocação de
recursos?
a. Nenhum b. Até 25% c. de 26% a 50% d. de 51% a 75%
e. Acima de 75%
3.3 O vínculo entre o Plano Estratégico e a alocação dos recursos baseia-se em atividades e
tempo? Existe um cronograma de alocação?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
3.4 De forma geral, como é conduzida a elaboração do orçamento?
a. Top-down b. Bottom-up c. Não há um padrão definido
d. Outros (favor especificar)_____________________________________________
3.5 Com relação à assertividade da previsão do resultado, como você a classificaria?
a. Alta b. Baixa c. o há acompanhamento
3.6 Existe um processo de revisão das metas definidas (na fase anterior)? Quantas?
Parte 1:
a. Não b. Sim - Anual c. Sim - Plurianual
d. Sim - Outros (favor especificar)________________________________________
Parte 2:
a. de 1 a 3 b. de 4 a 6 c. Acima de 6
160
4. Monitoramento: Questionário
4.1 uma análise consistente de como os Indicadores de Desempenho (KPIs) foram
impactados pelos projetos e ações implementadas?
a. Sim b. Não
c. Parcial (favor detalhar)_______________________________________________
4.2 Em média, quantos indicadores são considerados para o monitoramento do Plano
Estratégico?
a. Até 10 b. de 11 a 15 c. Acima de 15
4.3 Qual a margem de tolerância para os desvios desses indicadores?
a. Até 9% b. de 10% a 15% c. Acima de 15%
d. Não há margens definidas
4.4 São realizadas análises multidimensionais de rentabilidade? Em caso afirmativo, por
favor selecione as dimensões utilizadas.
a. Canal b. Cliente c. Mercado d. Produto
e. Projeto f. Região
g. Outros (favor especificar)_____________________________________________
4.5 Qual a eficácia da rastreabilidade de desvios apontados pelos indicadores e sua efetiva
resolução por parte da alta administração? (Por exemplo, retro alimentação das
premissas; pro - atividade no caso de orçamento / forecast; reação no caso de resultado
realizado).
Por favor, indique sua resposta em uma escala de 1 a 5, sendo 5 máxima eficácia.
1 2 3 4 5
161
8.2. APÊNDICE B – Sumário das entrevistas feitas nos bancos objeto do estudo
As entrevistas que constam neste apêndice foram feitas com executivos envolvidos
diretamente no processo de gestão de desempenho dos bancos objeto do estudo Itaú e
Santander.
Para orientar as entrevistas, foi elaborado um questionário, visto na seção anterior,
com 24 perguntas subdividas nas etapas e subetapas do modelo integrado de gestão criado.
Os bancos forneceram por meio de seus sites institucionais, diversos documentos, planilhas
e material de apoio, e por serem públicos, não solicitou confidencialidade para divulgação
de nomes e valores.
Após o término das entrevistas, feitas em áudio, elas foram transcritas e decodificadas
em função dos tópicos de interesse, para cumprir os objetivos desta dissertação. No final
deste apêndice encontram-se trechos das respostas obtidas.
Houve o cuidado em manter os trechos na íntegra, a fim de não perder o sentido nem
a força dos argumentos dos entrevistados. Os textos escritos neste apêndice foram
submetidos aos executivos partipantes, para obter seu conhecimento e aprovação.
A seguir, orientado por tópicos, a transcrição de trechos das entrevistas.
162
1. Itaú
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO
Dados do(s) Entrevistado(s):
Nome: Raphael P. da Silva – Superintendente de Desenvolvimento Comercial
MINI-CURRÍCULO
• Responsável pela gestão do programa AGIR no banco Itaú;
• Responsável pela ferramenta de orientação estratégica da rede de agências do varejo
• Gestão das etapas de implementação da ação comercial: definição de objetivos,
comunicação e acompanhamento de desempenho
Responsável pelo planejamento da expansão física da rede de agências do varejo
São Paulo, ___ de _______________ de 2009.
________________________________________
Entrevistado (Nome: Raphael P. da Silva)
163
1. Formulação de Ações Estratégicas: Questionário
1.1 Desde quando a instituição utiliza um processo de planejamento estratégico?
a. < 1 ano b. 1-3 anos c. 3-5 anos d. > 5 anos
1.2 Quem é(são) o(s) responsável(is) pela divulgação e construção “do que se espera”
para os demais níveis da corporação?
a. Presidente b. Presidente e VPs c. Grupo executivo multidisciplinar
d. Outros (favor especificar)_____________________________________________
1.3 Qual a periodicidade de elaboração do Plano Estratégico?
a. Anual b. A cada 2 anos c. A cada 3 anos d. Não há
e. Outros (favor especificar)_____________________________________________
1.4 Qual a periodicidade de revisão do Plano Estratégico?
a. Anual b. A cada 2 anos c. A cada 3 anos d. Não há
e. Outros (favor especificar)____Mensal____________________________________
1.5 Qual o tempo médio, em meses, desde o início da elaboração do Plano Estratégico
até a sua conclusão?
a. de 1 a 3 b. de 4 a 6 c. de 7 a 9 d. Acima de 9
1.6 A partir dos objetivos definidos no Plano, podem ser facilmente estabelecidos
critérios para alocação de recursos e direcionadores para decisão de investimento?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
1.7 Ao se pensar no plano Estratégico para os próximos anos, quais dimensões são
mais discutidas e exploradas? (Por favor, selecione todas que se aplicam). Dimensões
ligadas a aspectos:
a. Financeiros b. Relacionados ao Clientec. Operacionais d. Intangíveis
164
2. Definição de Metas: Questionário
2.1 São definidas metas para o curto e longo prazos?
a. Sim b. Não
2.2 As metas definidas utilizaram como premissa aquelas oportunidades que
potencialmente gerariam maior retorno em função da eficácia de alocação de capital?
a. Sim b. Não
2.3 As metas são desdobradas do nível estratégico para os níveis tático e operacional?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
2.4 Qual a periodicidade de revisão das metas?
a. Mensal b. Trimestral c. Semestral d. Anual
e. Não há f. Outros (favor especificar)_________________________
2.5 Existe um processo de priorização dessas metas?
a. Não b. Sim
2.6 A definição de metas e forecasting são separadas? (Politização do processo)
a. Não b. Sim
165
3. Execução: Questionário
3.1 Os indicadores definidos no Plano Estratégico servem de matéria prima para a
geração do orçamento e demais previsões?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
3.2 Qual percentual desses indicadores é considerado numa decisão de alocação de
recursos?
a. Nenhum b. Até 25% c. de 26% a 50% d. de 51% a 75%
e. Acima de 75%
3.3 O vínculo entre o Plano Estratégico e a alocação dos recursos baseia-se em
atividades e tempo? Existe um cronograma de alocação?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
3.4 De forma geral, como é conduzida a elaboração do orçamento?
a. Top-down b. Bottom-up c. Não há um padrão definido
d. Outros (favor especificar)_____________________________________________
3.5 Com relação à assertividade da previsão do resultado, como você a classificaria?
a. Alta b. Baixa c. Não há acompanhamento
3.6 Existe um processo de revisão das metas definidas (na fase anterior)? Quantas?
Parte 1:
a. Não b. Sim - Anual c. Sim - Plurianual
d. Sim - Outros (favor especificar)___Mensal________________________________
Parte 2:
a. de 1 a 3 b. de 4 a 6 c. Acima de 6
166
4. Monitoramento: Questionário
4.1 uma análise consistente de como os Indicadores de Desempenho (KPIs) foram
impactados pelos projetos e ações implementadas?
a. Sim b. Não
c. Parcial (favor detalhar)_______________________________________________
4.2 Em média, quantos indicadores são considerados para o monitoramento do Plano
Estratégico?
a. Até 10 b. de 11 a 15 c. Acima de 15
4.3 Qual a margem de tolerância para os desvios desses indicadores?
a. Até 9% b. de 10% a 15% c. Acima de 15%
d. Não há margens definidas
4.4 São realizadas análises multidimensionais de rentabilidade? Em caso afirmativo,
por favor selecione as dimensões utilizadas.
a. Canal b. Cliente c. Mercado d. Produto
e. Projeto f. Região
g. Outros (favor especificar)_____________________________________________
4.5 Qual a eficácia da rastreabilidade de desvios apontados pelos indicadores e sua
efetiva resolução por parte da alta administração? (Por exemplo, retro alimentação das
premissas; pro - atividade no caso de orçamento / forecast; reação no caso de resultado
realizado).
Por favor, indique sua resposta em uma escala de 1 a 5, sendo 5 máxima eficácia.
1 2 4 5
167
Etapa 1 Formulação de Ações Estratégicas
Sub-Etapa 1.1 Refinar a visão corporativa e objetivos estratégicos
“O Itaú utiliza um processo de gestão de desempenho a mais de 30 anos. O programa
atual se chama AGIR - Ação Gerencial Itaú para Resultados. Trata-se de uma ferramenta de
planejamento e gestão, por meio da qual o Banco Itaú procura assegurar que os
colaboradores estejam em sintonia com suas diretrizes. O programa define prioridades,
estabelece objetivos, acompanha desempenhos, remunera por desempenho e atribui
significativa importância ao atendimento.”
[...]
“Eu diria que os responsáveis por divulgar e construir o que se espera para os demais
níveis da corporação é um grupo executivo multidisciplinar, obviamente que ele é pilotado
pelo head da área de negócio, mas como ele é um sistema complexo que envolve muito
gestão de produtos, gestão de pessoas e gestão de resultado financeiro, ele acaba sendo
multidisciplinar, porque todo mundo participa contribuindo ativamente. Você tem um
orquestrador, mas todo mundo participa.”
[...]
“Atualmente minha equipe tem 10 (dez) pessoas dedicadas a atender esse programa
(AGIR), mas olhando o modelo teórico que vo desenvolveu, nem todas as atividades
estão sob a minha gestão, por exemplo, TI, na área de tecnologia eu tenho 4 (quatro)
pessoas dedicadas ao programa AGIR, em RH mais 5 (cinco) exclusivamente dedicadas
a esse tipo de coisa, e por aí vai.”
[...]
168
“Existe uma área de estratégia corporativa, ou que tem um pouco esse papel,
inclusive era a minha área antiga antes de eu chegar aqui, mas na época o Banco Itaú era o
Varejo e o resto costelas do Varejo, de uns tempos para cá, essas costelas viraram
efetivamente áreas inteiras. Dentro da nossa área de Marketing tem um grupo de
planejamento estratégico, que teoricamente tem que ter a visão do todo, mas ainda muito
incipiente e não dita ainda comportamentos, não toma decisões que afetam ou vão afetar o
dia-dia das áreas.”
[...]
Sub-Etapa 1.2 Definir alavancas de valor
“Hoje eu faço um valuation (valuation da operação). Fazemos fluxo de caixa do
produto, por exemplo, quanto vale vender um seguro, quanto vale vender um cartão de
crédito, ou quanto vale captar um Real de poupança, projetamos isso em 7 (sete) anos,
trazemos a valor presente e comparamos.”
[...]
“A periodicidade de elaboração é anual, com revisão mensal. Mensalmente o plano é
revisitado. A revisão acontece não olhando os indicadores financeiros, mas todos,
atendimento, qualidade, satisfação de clientes. Dentro de um sistema, o Programa AGIR,
nós a partir do planejamento estratégico, divulgamos para rede, monitoramos o plano e
orientamos as prioridades para a rede de forma geral.”
[...]
“Normalmente demora-se uns 3 (três) meses desde a elaboração do plano até a sua
conclusão. Obviamente que, como nós revisitamos todos os meses, é um programa que está
em constante construção.”
169
[...]
Sub-Etapa 1.3 Definir ações estratégicas para o ciclo
“Não sei precisar quais dimensões (Financeiras, Relacionadas ao Cliente,
Operacionais e Intangíveis) são mais discutidas. Acho que um mix entre elas é mais
adequado. Eu diria que as financeiras e as relacionadas com o cliente são as mais
discutidas, as outras para mim são meio, não fim. Se eu tivesse que priorizar, eu priorizaria
as financeiras e as relacionadas com o cliente.”
[...]
Etapa 2 Definição de metas
Sub-Etapa 2.1 Avaliar o valor da carteira
“Existe uma avaliação do que será desdobrado ou não por uma avaliação prévia, mas
não consigo avaliar se é ou não bem feito, prefiro não avaliar essa sub-etapa.”
[...]
Sub-Etapa 2.2 Definir metas para as ações estratégicas
“Definimos metas tanto de curto quanto de longo prazo, o curto é mensal, na prática é
quase diária, uma vez que eu passo a meta mensal, o gerente divide por 20 (vinte) e cobra a
meta diariamente da sua equipe. Aqui na equipe de planejamento eu trato mensalmente. No
longo prazo eu tenho um guia de 5 (cinco) anos, mas meta mesmo é de 1 (um) ano. Um ano
compromisso e o restante é um guia apenas.”
[...]
170
“A revisão de metas de longo prazo não são revisitadas como no caso mensal, eu
como área de planejamento não mexo nas metas de longo, tem alguns fóruns específicos
para tratamento disso, no comitê executivo por exemplo. Posso sugerir, possa dar
explicações do porque não atingiremos aquela meta, mas mudar não.”
[...]
“As metas podem ser alteradas para baixo, mas apenas em caso de mudanças
conjunturais (econômica), eu diria em caso trágico.”
[...]
“A definição de metas e o forecasting não são separadas. Quem faz são pessoas
diferentes, mas não são separadas. Eu uso muito insumo deles (Área de Finanças Banco
Itaú), é de que eu vou começar a quebrar todas as metas, não posso fugir daquilo. Eu uso
como um guia. Quem guia a remuneração variável é a meta, não o orçamento, mas depende
muito do nível também; por exemplo, para os executivos aqui do banco quem manda é o
orçamento, mas para o pessoal da rede, quem manda é a meta.”
[...]
Sub-Etapa 2.3 Desdobrar ações táticas e operacionais
“As ações são desdobradas de forma parcial, uma vez que previamente eu vi e
priorizei aqueles objetivos que poderiam gerar maior valor, caso haja alguma ação que no
momento da avaliação não foi priorizada, esta pode ser desdobrada para atender uma
necessidade específica do ano. Por exemplo, um crédito volta às aulas ou algo do gênero.”
[...]
171
Etapa 3 Execução
Sub-Etapa 3.1 Desenvolver planos operacionais necessários
“Os indicadores definidos no plano estratégico servem de matéria-prima para a
geração do orçamento e demais previsões, mas em grandes linhas, são indicadores ligados a
produto, ‘margem’ é o que mais influencia.”
[...]
“Acho que essa sub-etapa (Desenvolver planos operacionais necessários) pode ser
melhorada aqui no Banco Itaú, explico porque, por exemplo, Marketing cria uma ação na
TV que nem sempre está alinhada com o que o pessoal da Rede de Atendimento esperava,
nem sempre as pessoas conversam tanto para manter as coisas alinhadas. Mas lembrando
que, esse é o modelo que a gente (o banco) escolheu operar, tenho dúvidas se isso é ruim, é
um risco esperado.”
[...]
Sub-Etapa 3.2 Alocar recursos requeridos
“O cronograma de alocação de recursos existe, mas existe parcialmente. O padrão de
elaboração do orçamento é de cima para baixo (top-down).”
[...]
Sub-Etapa 3.3 Avaliar, aprovar e concluir planos operacionais
“A assertividade da previsão do resultado é alta, a gente se guia tanto por ele, a gente
vai tanto atrás dele que acaba sendo alta. Mensalmente reavaliamos os planos.”
172
[...]
Etapa 4 Monitoramento
Sub-Etapa 4.1 Consolidar e reportar o desempenho real
“Para algumas ações é fácil reportar o que aconteceu, para outras, é difícil, por
exemplo, Marketing, apurar o retorno de uma ação institucional de abertura de contas.”
[...]
Sub-Etapa 4.2 Monitorar os KPIs de desempenho estratégico
“Em média nós usamos acima de 15 KPIs para monitoramento do plano.”
[...]
Sub-Etapa 4.3 Revisar desempenho e dar suporte a tomada de decisão
“Na revisão do desempenho de um indicador, a margem de tolerância para os desvios
é de 5% (cinco por cento). Acima de 5% (cinco por cento) não é tolerável.”
[...]
“As análises multidimensionais usadas no banco são canal, cliente, produto e
projeto.”
[...]
173
Sub-Etapa 4.4 Tomada de decisão: Realocar recursos e atualizar planos
“Partindo da premissa que a meta está correta, a reação para resolver desvios
apontados pelos indicadores, é uma nota 3 (três) de uma escala de 1 (um) a 5 (cinco) na
minha opinião, vou ficar em cima do muro. Eu acho que tem muita coisa boa, mas ainda
tem muita coisa ruim. Eu acho que nós estamos bons em achar os meios, mas ainda não
estamos bons em comunicar os meios. As vezes ainda se tipos de gestão arcaicas,
assédio etc, mas também tem muitas coisas boas, não dá para generalizar.”
[...]
174
2. Santander
IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO
Dados do(s) Entrevistado(s):
Nome: Alexandre S. Adler – Superintendente de Gestão Estratégica do Varejo
MINI-CURRÍCULO
• Responsável pelo planejamento estratégico do varejo do grupo Santander;
• Gestão de todas as etapas da estratégia, compreendendo a elaboração de planos
estratégicos, a coordenação da execução e o controle de resultados;
• Liderança do processo de PDC (planejamento comercial), onde as estratégias de
longo prazo do varejo são definidas;
Determinação dos objetivos dos principais executivos do varejo, bem como criação
da dinâmica de acompanhamento de desempenho e criação de planos táticos para
correções de rota dos planos estratégicos;
Acompanhamento da concorrência e do posicionamento competitivo do Grupo
Santander frente aos mesmos.
São Paulo, ___ de _______________ de 2009.
________________________________________
Entrevistado (Nome: Alexandre Segadilha Adler)
175
1. Formulação de Ações Estratégicas: Questionário
1.1 Desde quando a instituição utiliza um processo de planejamento estratégico?
a. < 1 ano b. 1-3 anos c. 3-5 anos d. > 5 anos
1.2 Quem é(são) o(s) responsável(is) pela divulgação e construção “do que se espera”
para os demais níveis da corporação?
a. Presidente b. Presidente e VPs c. Grupo executivo multidisciplinar
d. Outros (favor especificar)_____________________________________________
1.3 Qual a periodicidade de elaboração do Plano Estratégico?
a. Anual b. A cada 2 anos c. A cada 3 anos d. Não há
e. Outros (favor especificar)_____________________________________________
1.4 Qual a periodicidade de revisão do Plano Estratégico?
a. Anual b. A cada 2 anos c. A cada 3 anos d. Não há
e. Outros (favor especificar)______Trimestrais_______________________________
1.5 Qual o tempo médio, em meses, desde o início da elaboração do Plano Estratégico
até a sua conclusão?
a. de 1 a 3 b. de 4 a 6 c. de 7 a 9 d. Acima de 9
1.6 A partir dos objetivos definidos no Plano, podem ser facilmente estabelecidos
critérios para alocação de recursos e direcionadores para decisão de investimento?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
1.7 Ao se pensar no plano Estratégico para os próximos anos, quais dimensões são
mais discutidas e exploradas? (Por favor, selecione todas que se aplicam). Dimensões
ligadas a aspectos:
a. Financeiros b. Relacionados ao Clientec. Operacionais d. Intangíveis
176
2. Definição de Metas: Questionário
2.1 São definidas metas para o curto e longo prazos?
a. Sim b. Não
2.2 As metas definidas utilizaram como premissa aquelas oportunidades que
potencialmente gerariam maior retorno em função da eficácia de alocação de capital?
a. Sim b. Não
2.3 As metas são desdobradas do nível estratégico para os níveis tático e operacional?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
2.4 Qual a periodicidade de revisão das metas?
a. Mensal b. Trimestral c. Semestral d.
Anual
e. Não há f. Outros (favor especificar)_________________________
2.5 Existe um processo de priorização dessas metas?
a. Não b. Sim
2.6 A definição de metas e forecasting são separadas? (Politização do processo)
a. Não b. Sim
177
3. Execução: Questionário
3.1 Os indicadores definidos no Plano Estratégico servem de matéria prima para a
geração do orçamento e demais previsões?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
3.2 Qual percentual desses indicadores é considerado numa decisão de alocação de
recursos?
a. Nenhum b. Até 25% c. de 26% a 50% d. de 51% a 75%
e. Acima de 75%
3.3 O vínculo entre o Plano Estratégico e a alocação dos recursos baseia-se em
atividades e tempo? Existe um cronograma de alocação?
a. Sim b. Não c. Parcialmente
3.4 De forma geral, como é conduzida a elaboração do orçamento?
a. Top-down b. Bottom-up c. Não há um padrão definido
d. Outros (favor especificar)_____________________________________________
3.5 Com relação à assertividade da previsão do resultado, como você a classificaria?
a. Alta b. Baixa c. Não há acompanhamento
3.6 Existe um processo de revisão das metas definidas (na fase anterior)? Quantas?
Parte 1:
a. Não b. Sim - Anual c. Sim - Plurianual
d. Sim - Outros (favor especificar)___Metas volantes__________________________
Parte 2:
a. de 1 a 3 b. de 4 a 6 c. Acima de 6
178
4. Monitoramento: Questionário
4.1 uma análise consistente de como os Indicadores de Desempenho (KPIs) foram
impactados pelos projetos e ações implementadas?
a. Sim b. Não
c. Parcial (favor detalhar) acompanhamento por plano de ação__________________
4.2 Em média, quantos indicadores são considerados para o monitoramento do Plano
Estratégico?
a. Até 10 b. de 11 a 15 c. Acima de 15
4.3 Qual a margem de tolerância para os desvios desses indicadores?
a. Até 9% b. de 10% a 15% c. Acima de 15%
d. Não há margens definidas
4.4 São realizadas análises multidimensionais de rentabilidade? Em caso afirmativo,
por favor selecione as dimensões utilizadas.
a. Canal b. Cliente c. Mercado d. Produto
e. Projeto f. Região
g. Outros (favor especificar)_____________________________________________
4.5 Qual a eficácia da rastreabilidade de desvios apontados pelos indicadores e sua
efetiva resolução por parte da alta administração? (Por exemplo, retro alimentação das
premissas; pro - atividade no caso de orçamento / forecast; reação no caso de resultado
realizado).
Por favor, indique sua resposta em uma escala de 1 a 5, sendo 5 máxima eficácia.
1 2
4 5
179
Etapa 1 Formulação de Ações Estratégicas
Sub-Etapa 1.1 Refinar a visão corporativa e objetivos estratégicos
“Não existe um nome ou uma sigla, como havia no ABN AMRO Real, para o Modelo
de Gestão de Desempenho no Santander.”
[...]
“O banco Santander utiliza a partir de meados de 2000 um processo estruturado de
planejamento estratégico, não acho que antes o banco possuía algo. Eu separaria os
mundos, o ABN AMRO Real utilizava um processo chamado SMP (Strategic Management
Process
23
) herdado da Holanda, mas o Grupo Santander sempre utilizou um processo de
planejamento estratégico seguindo um pouco da metodologia da consultoria McKinsey.”
[...]
“Pensando no antigo ABN AMRO Real, a figura do Fábio (Fabio Colletti Barbosa
ex-presidente do ABN AMRO Real, e atual Diretor Presidente do Santander Brasil) era
muito marcante, tanto na divulgação e construção das ações estratégicas. Pensando em
Santander, por exemplo, a estratégia do Varejo, isso está muito concentrada na mão do
Paiva (José de Paiva Ferreira - Diretor Vice-Presidente Sênior do Varejo). Hoje em dia, eu
diria que os responsáveis por divulgar e construir o que se espera aos demais níveis da
corporação, no caso do Santander, fica a cargo dos vice-presidentes e do Fábio. A
dicotomia hoje é mais forte.”
[...]
“Atualmente o processo de elaboração do plano estratégico é muito mais alinhado
com a Diretoria Executiva, que é uma mudança radical do processo anterior do Santander.
23
Processo utilizado pelo Banco ABN AMRO Real antes da aquisição pelo Grupo Santander.
180
No passado, o processo era muito concentrado na cabeça de alguns executivos, por
exemplo, se tivesse que decidir algo, advinha da cabeça do principal executivo do banco.
Se tivesse que ter um modelo, que eu não sei se tinha, era na cabeça do Jaramillo (Gabriel
Jaramillo, ex-presidente do Banco Santander Brasil), ou no caso do Varejo, era da cabeça
do Paiva e acabou.”
[...]
Sub-Etapa 1.2 Definir alavancas de valor
“A periodicidade de elaboração do plano estratégico acontece anualmente, com
horizonte de 3 (três) anos para frente. A revisão do plano acontece trimestralmente, e o foco
dessa revisão é muito em cima dos números, foco no financeiro. Até pouquíssimo tempo
atrás o Santander utilizava um conceito de metas volantes, comercialmente era revisto as
metas dos quatro trimestres e caso no primeiro trimestre essas metas não estivessem em
linha com o esperado, o banco reavalia todos os trimestres e não apenas o primeiro. Ou para
compensar algo não atingido, ou para realinhar os trimestres. Dificilmente essas metas são
recalibradas para baixo, eu pelo menos, nunca vi. Esse ano, por exemplo, não foi
recalibrada nem para cima nem para baixo, estava muito difícil o cenário, e claramente não
foi colocada pressão que poderia ser colocada.”
[...]
“O tempo médio desde o início da elaboração do plano estratégico até a sua
conclusão é em média 4 (quatro) meses. O ano passado, por exemplo, acabou em Fevereiro
juntando com Orçamento, começou em Setembro. Esse ano em específico foi menos
tempo, uns 3 (três) meses. Na verdade, nós ainda estamos em adaptação. A formulação da
estratégia até a fase de orçamentação está considerada nesse período de tempo, uns 4
(quatro) meses mais ou menos.”
[...]
181
Sub-Etapa 1.3 Definir ações estratégicas para o ciclo
“O desdobramento dos objetivos definidos no plano estratégico não é trivial, não é
fácil. Esse ano nós tentamos mudar isso, pois os planos são feitos separando receitas e
despesas, mas o mundo não é tão separado assim, por isso, é difícil você otimizar
investimento se tem um cara que está pensando em reduzir despesas, sem considerar o que
é melhor para receita. Por isso, que eu falo que não é tão trivial assim. O que estamos
tentando fazer, por exemplo, é ter uma discussão de fato, de portfólio, onde temos aqui uma
sacola de dinheiro, e as pessoas terão que fazer escolhas e decidir onde iremos aplicá-la.
Não me peça para ser o cara mais barato em termos de despesas, e ao mesmo tempo, ser o
mais eficaz em termos de receitas. As áreas de negócio fazem a previsão de receitas, e os
line managers que fazem as despesas. E atualmente tem uma pessoa responsável por essa
gestão de despesas. A comunicação entre essas áreas ainda não é a mais adequada.”
[...]
“A dimensão mais discutida no plano estratégico é a dimensão financeira. Atualmente
as discussões operacionais e de pessoas são feitas em um fórum específico, mas eu diria
que sobrando as dimensões financeira e as relacionadas com o cliente, eu classificaria
80/20, isto é, 80% financeira e 20% relacionadas com o cliente. A discussão fica muito
focada em participação de mercado, carteira, produção e os resultados financeiros
consequentes dessa equação. É bom deixar claro que a discussão no Santander é muito mais
focada no âmbito produto do que em cliente. Uma vez discutido o produto, sim, é aberto
por segmento. A cultura do banco é assim, uma visão produtos sempre foi mais forte no
Santander.”
[...]
182
Etapa 2 Definição de metas
Sub-Etapa 2.1 Avaliar o valor da carteira
“O incentivo é dado ou a avaliação é feita para aqueles produtos onde há mais
margem.”
[...]
“Não uma priorização de recursos, mas há uma priorização por incentivos, o
Banco Santander acaba forçando o executivo a vender mais, no que a instituição quer que
ele venda mais, por conta dos incentivos dados a ele. O driver novamente aqui é financeiro,
é margem.
[...]
“Essa primeira sub-etapa em si não é assim, tão feita no banco.”
[...]
Sub-Etapa 2.2 Definir metas para as ações estratégicas
“Em tese eles (o Santander) não enfrentam uma restrição de capital na definição de
metas e quais poderiam gerar maior valor, mas no dia-dia sofrem sim. Algumas pessoas
fizeram um plano que no papel era lindo, mas no dia-dia precisava de uma aprovação de
despesas e não conseguiram. O que acaba acontecendo é que o executivo não coloca tudo o
que ele pode fazer, e ao final ataca apenas o BAU (business as usual), isto é, o plano que
nasce (ou pode nascer) é um plano que não contempla coisas fora da caixa”. Para fazer o
fora do BAU, apenas as unidades que são monoline conseguem, isto é, aquelas que são
donas do próprio nariz, essas sim conseguem. Isso é algo perigoso e que tem que mudar.”
183
[...]
“A revisão dessas metas acontece trimestralmente.”
[...]
“A definição de metas e forecasting hoje são separadas. Um tem que alimentar o
outro, ambos estão no mesmo sistema de gestão, mas ao mesmo tempo, um não pode
contaminar o outro. Se deixar Finanças fazer, eles vão fazer tudo junto. Hoje quem faz a
parte de metas acaba sendo muito mais a área de Finanças, mas o forecasting é a nossa área
de gestão e acabou. Mas de qualquer forma, a parte de metas é definida junto com
Finanças.”
[...]
Sub-Etapa 2.3 Desdobrar ações táticas e operacionais
“O desdobramento das metas é feito apenas para as metas de curto prazo, para um
ano.
[...]
“Eu diria que nem todas são desdobradas, aquelas ações táticas sim, mais comerciais,
essas são desdobradas. Para as operacionais, o próprio executivo responsável faz esse
desdobramento e nós nem enxergamos. Cada um faz o seu e eu não sei como ele faz. Pode
estar ruim, bom, enfim, cada um faz o seu. Caso ele tenha feito algo errado, ele (o
executivo) vai ser cobrado pelo total. Eu não entro no mérito. A cobrança será pelo total.”
[...]
184
Etapa 3 Execução
Sub-Etapa 3.1 Desenvolver planos operacionais necessários
“O ideal aqui seria ter uma árvore de drivers, na verdade, os indicadores definidos no
plano estratégico servem parcialmente como matéria-prima para a geração do orçamento.”
[...]
“A confecção do orçamento acontece de forma de baixo para cima (bottom-up), mas
as definições são dadas de cima para baixo (top-down), isto é, as pessoas têm uma idéia de
onde eles querem chegar, os tasks etc. Mas não é o número bottom-up que fica. O
orçamento é feito no vel de detalhe de produtos nível 4 (quatro) e 5 (cinco), isto é, bem
granular mesmo, mas depois tem as discussões etc. O tempo gasto é em média um 2 (dois)
meses.”
[...]
Sub-Etapa 3.2 Alocar recursos requeridos
“A alocação de recursos não existe. Na hora de alocar recursos, o pessoal olha quase
que para margem e PDD. O percentual dos indicadores que são utilizados numa decisão
de alocação de recursos é em torno de 25% apenas.”
[...]
“O vínculo entre o plano estratégico e a alocação de recursos não existe. Não existe
porque não tem tão claro na organização como será a alocação de recursos no tempo. Não
está clara a separação entre investimento e receita.”
[...]
185
Sub-Etapa 3.3 Avaliar, aprovar e concluir planos operacionais
“A assertividade da previsão do resultado é alta, até porque o nível de detalhe que é
feita a previsão é muito granular, mas depois que você pôe os tasks, coloca a pressão nas
pessoas por melhores números, você começa a errar tudo. A meta continua errada, o
forecast vai estar certo o tempo todo, mas o orçamento vai estar como ele é. O pagamento
de bônus é pelo orçamento.”
[...]
“As metas são revistas (metas volantes), mas nunca para baixo. É cruel, isto é, são
revistas para cima, nunca para baixo.”
[...]
Etapa 4 Monitoramento
Sub-Etapa 4.1 Consolidar e reportar o desempenho real
“Acredito que seja essa a melhor sub-etapa dentro de todo o modelo de gestão, uma
nota 5 (cinco), numa escala de 1 (um) a 5 (cinco).”
[...]
Sub-Etapa 4.2 Monitorar os KPIs de desempenho estratégico
“Não se consegue com 100% de certeza analisar os impactos nos KPIs, quem lhe
falar que consegue isso está mentindo. Não tem como fazer uma correlação clara.
Impossível. Quem lhe falar que existe eu truco. O que é feito é o acompanhamento do plano
186
de ação, existe uma série de indicadores, e nós analisamos esses indicadores por plano. Em
média nós usamos de 11 a 15 KPIs por plano de ação.”
[...]
“O KPI de satisfação de cliente, por exemplo, tem uma periodicidade de medição
muito ruim. Nós gostaríamos de medir isso até com mais proximidade, mensal,
semanalmente, mas por uma questão de custo, isso fica inviável, por isso, acabamos
acompanhando trimestralmente, o que não me serve para nada. Em paralelo, para tentar
remediar isso, eu uso o quanto os meus clientes transacionam com o banco.”
[...]
Sub-Etapa 4.3 Revisar desempenho e dar suporte a tomada de decisão
“Na revisão do desempenho de um indicador, a margem de tolerância para os desvios
é de 5% (cinco por cento), acima disso, isto é, entre 5% e 20%, o indicador fica em
amarelo, alerta, e acima de 20%, vermelho.”
[...]
“As análises multidimensionais usadas no banco são aquelas tradicionais, canal,
cliente e produto.”
[...]
Sub-Etapa 4.4 Tomada de decisão: Realocar recursos e atualizar planos
“Existe uma reação para resolver desvios apontados pelos indicadores, mas ela não é
fortíssima. Numa escala de 1 (um) a 5 (cinco), eu daria um 3 (três).”
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