Uma das características principais do interior da região Nordeste é o que diz respeito á
sua conformação ambiental, visto que se trata de um clima semi-árido, a vegetação de
caatinga, assim denominada genericamente, de caráter notadamente frágil e de equilíbrio
precário. Esses ambientes foram objeto de um número reduzido de estudos, o que os torna
muito mal conhecidos, quer seja no tocante às suas peculiaridades, quer seja quanto ao
potencial para abrigar grandes contingentes populacionais. De acordo com Barbosa:
A vasta extensão territorial da região Nordeste (1.540.827 Km²) apresenta
grandes variações de relevo, predominando altitudes de 500 m de depressão
sertaneja, de 900 a 1.000 m no Planalto da Borborema e nas chapadas de
Ibiapina e Araripe, e até 1.200 m na Chapada Diamantina. As condições
climáticas são complexas na região, onde diversos sistemas de circulação
atmosférica se sobrepõem e ocasionam diferenças de continentalidade e
oceanicidade, que vão refletir nos tipos vegetacionais, no ritmo biológico e
na dinânica das plantas. (2007, p. 68)
A região Nordeste possui solos de pouca profundidade, com aproximadamente
cinqüenta centímetros de espessura, demonstrando, logo em seguida, rochas cristalinas,
impermeáveis, sendo cobertas pela vegetação nativa que se apresenta, historicamente, como a
vegetação mais rarefeita do semi-árido paraibano. Ela guarda um clima seco com umidade
relativa do ar quase sempre abaixo de 65% e com altas temperaturas durante o dia,
decrescendo com o cair da tarde, mesmo nos dias de verão. O rigor climático presente na
região proporciona uma vegetação de caatinga, classificada como hiperxerófila, distribuída
em solo de baixa profundidade e bastante pedregoso (COSTA, 2003).
Essa tipologia de vegetação foi classificada pelo IBGE (1992) como Savana-Estépica
Arborizada. Ela ocupa uma área de 734.478 km2 por todo o nordeste do Brasil e é o único
bioma exclusivamente brasileiro. Isto significa que grande parte do patrimônio biológico
dessa região não é encontrada em outro lugar do mundo além do Nordeste do Brasil e ocupa
cerca de 7% do território brasileiro. Este tipo de vegetação estende-se pelos estados do
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia
e norte de Minas Gerais. Ela tem uma fisionomia desértica, com índices pluviométricos muito
baixos, em torno de 500 a 700 mm anuais. Segundo Barbosa:
As caatingas (considerando a diversificação setorial) caracterizam-se por
serem formação xerófilas, lenhosas, deciduais, em geral espinhosas, com
presença de plantas suculentas, variando do padrão arbóreo ao arbustivo e
com estrato herbáceo estacional. De acordo com Emparaire (1991), a
caducifolia é um comportamento fisiológico de cautela às condições
desfavoráveis e à perda de água. Com relação à flora, predominam as