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APÊNDICE B – Temas e figuras metodológicas
Tema I- As relações das enfermeiras obstétricas com os médicos e a instituição
IC1 - A falta de reconhecimento da enfermeira obstétrica em ambiente hospitalar
EC: Bem... não sou reconhecida institucionalmente....eu sou contratada como uma
enfermeira comum... o Coren sabe que eu estou aqui, que eu faço os partos, mas eu não
recebo pelos partos, eu não assino nada pelos partos... assim que funciona (E9).
EC: [...] A gente tem competência para assistir, né?.. uma parturiente nestes cuidados, como
a gente já ouviu falar que tem enfermeiros que prescrevem parto, fazem o parto e até o
dia da alta... não é a realidade daqui, por que a gente não é reconhecido realmente como
enfermeiro obstetra, mas eu sei... que existe locais assim (E3).
EC: Hum...Infelizmente, a gente depende, né? De uma instituição para que esteja nos
reconhecendo como enfermeiras obstétricas. Isso agora ficou bem claro aqui na
maternidade, pq assim, nos temos um numero ate significativo de enfermeiros obstetras,
n’e? e ha muito tempo a gente vem trabalhando na assistência direta ao parto. No
entanto, existe a lei, a portaria que nos respalda legalmente para estar assistindo ao
parto. Só que esta lei, ela depende, né? De que o diretor da instituição faca o
reconhecimento das profissionais perante o ministerio da saúde, que a gente la seja
reconhecida em um quadro e você possa assinar a AIH (E11).
EC: a gente atua, tudo, né... mas a gente faz pra instituição e a gente vê que pro medico não,
né? [...] mesmo que eu esteja fazendo um parto, é pro medico, pra instituição (E10).
DSC1: [...] a gente já ouviu falar que tem enfermeiros que prescrevem parto, fazem o parto
e até o dia da alta... não é a realidade daqui, por que a gente não é reconhecido realmente
como enfermeiro obstetra [...] existe a lei, a portaria que nos respalda legalmente para
estar assistindo ao parto [...] ela depende de que o diretor da instituição faça o
reconhecimento das profissionais perante o Ministério da Saúde, que a gente la seja
reconhecida em um quadro e você possa assinar a AIH. [...] mesmo que eu esteja fazendo
um parto, é pro medico, pra instituição.
IC2 - Disputas de espaço entre médicos e enfermeiras obstétricas na assistência ao parto
EC: Como vocês são responsáveis, vocês sabem fazer” ... né... “vocês estão aptas a
fazer”.... é assim que eles dizem, então vocês se virem com qualquer coisa que
aconteça..... mas é como um jogo, uma disputa de espaço muito grande... A gente é pouco
valorizada, a gente é como um ajudante deles (E3).
EC: quando a gente iniciou trabalhar os médicos foram bastante resistentes, teve alguns que
tentaram até boicotar a gente, né... ficaram preocupados que a gente iria receber por
parto, o que não acontece e é injusto, né? Mas, tudo bem... e que a gente estaria
invadindo o espaço deles... mas agora eles já estão bem acostumados, o dia que a gente
não vem eles ficam reclamando por que a gente não veio (E4).
EC: Enquanto se fica com disputas de espaço, de poder, fica mais moroso esse processo e no
final das contas, quem acaba perdendo com isso são as próprias mulheres (E6).
EC: Então, com a vinda da especialização em obstetrícia, solicitando o campo de estagio,
veio aquela questão da briga, da disputa pelo parto pela medicina e enfermagem. Isso eu
acho que ‘e geral, acontece por todos os lugares.... e aí, com isso, foi levantada a