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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Campus de Rio Claro
ANÁLISE DAS PRESSÕES DO USO E OCUPAÇÃO DA
TERRA SOBRE TRECHO DA FAIXA DE DUTOS
RIO BELO HORIZONTE
MATEUS VIDOTTI FERREIRA
Orientadora: Profa. Dra. Paulina Setti Riedel
Co-orientadora: Profa. Dra. Mara Lúcia Marques
Dissertação de Mestrado elaborada junto ao
Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio
Ambiente - Área de concentração Planejamento e
Gestão do Meio Físico como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Geociências e Meio
Ambiente
Rio Claro (SP)
2009
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Comissão Examinadora
Profa. Dra. Paulina Setti Riedel
Profa. Dra. Cenira Maria Lupinacci da Cunha
Profa. Dra. Diana Sarita Hamburger
Aluno
Mateus Vidotti Ferreira
Rio Claro, 30 de outubro de 2009
Resultado: APROVADO
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RESUMO
Em um país de grande extensão territorial como o Brasil, são comuns faixas de
dutos com muitas centenas e até milhares de quilômetros. Eles atravessam lugares com
diversidade morfológica, rios, ambientes da costa marinha e áreas metropolitanas. A partir do
momento em que o duto é instalado, este passa a sofrer influência do ambiente e também
causar impacto ao mesmo, como vazamentos, e pesquisas têm interesse nestas questões
porque estas envolvem a integridade dos dutos e comprometem o abastecimento dos
derivados de petróleo. Neste contexto, este trabalho visa analisar a pressão da cobertura e uso
da terra em faixas dos dutos Rio - Belo Horizonte, localizadas em três municípios do Estado
do Rio de Janeiro, no período de 1986 a 2005, com a utilização de técnicas de
geoprocessamento. Para a identificação e avaliação das pressões dos impactos humanos nas
faixas de dutos, foram utilizados dados multitemporais e técnicas de detecção de mudanças.
As análises de uso e ocupação da terra consideraram as relações dos sistemas de relevo em
áreas de influência dos dutos. A partir destas primeiras análises, um índice de pressão
antrópica (IPA
d
) foi proposto para analisar de forma conjunta as classes de uso e ocupação da
terra. O mapa de IPA
d
e o mapa de variação de IPA
d,
possibilitaram a identificação de áreas
de maior e menor pressão antrópica à faixa de dutos, bem como a variação desta pressão ao
longo do período analisado.
ABSTRACT
In a country with a great territorial extension as Brazil, pipelines with a lot of
hundreds and even thousands of kilometers are common. They cross morphologic diversity
places, rivers, coastal marines environments and metropolitan areas. After their installation,
the pipelines suffer environmental influence that can cause impacts on them, as emptying, and
some researchers have interest in these questions because it involves the pipeline integrity and
compromise the supplying of oil derivates. In this context, this work aim to analyze the
pressures of land use and land cover on Rio Belo Horizonte pipelines strip, located in three
municipal districts of Rio de Janeiro State, during 1986 to 2005, with geoprocessing
techniques. To identify and evaluate the pressures of human impacts on the pipelines strip,
multi-temporal datasets and change detection techniques were used. The analyses of land use
and land cover considered the relationships of relief systems in some areas of pipeline
influence. From these first analyses a pressure human index (IPA
d
) was proposed for pipelines
strip, objecting an integrated study form between land cover and land use classes. The IPA
d
map and IPA
d
variations map, enabled the identification of areas with high and low pressure
human for pipelines strip, as well as a variation of the pressures over the analyzed period.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Área de Estudo. A localização da faixa de dutos. B área selecionada ............. 15
Figura 2 Províncias estruturais do Brasil.............................................................................. 17
Figura 3 Unidades litológicas ............................................................................................... 18
Figura 4 Unidades geomorfológicas ..................................................................................... 21
Figura 5 Sistemas de relevo .................................................................................................. 26
Figura 6 Mapa altimétrico e isoietas .................................................................................... 30
Figura 7 Mapa de Unidades Geoambientais ......................................................................... 31
Figura 8 Mapa da vegetação natural ..................................................................................... 34
Figura 9 Mapa indicativo de uso e ocupação ....................................................................... 35
Figura 10 Municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro ....................................... 37
Figura 11 Esboço das faixas de divisão da metropole do Rio de Janeiro ............................ 38
Figura 12 Principais fases de instalação de uma faixa de dutos ........................................... 43
Figura 13 Esquema para correção radiométrica ................................................................... 53
Figura 14 Exemplo da estrutura de organização de uma rede neural. .................................. 60
Figura 15 - Resposta espectral da vegetação. .......................................................................... 68
Figura 16 Representação gráfica dos conceitos PCA ........................................................... 70
Figura 17 Esquema teórico da cobertura terrestre ................................................................ 75
Figura 18 - Fluxograma da pesquisa ....................................................................................... 80
Figura 19 - Fluxograma de trabalho do experimento 1. .......................................................... 86
Figura 20 - Esquema teórico das classes de uso e ocupação da terra ...................................... 90
Figura 21 - Fluxograma de trabalho do experimento 2. ........................................................ 102
Figura 22 - Fluxograma de trabalho do experimento 3 ......................................................... 103
Figura 23 - Fluxograma de trabalho do experimento 4 ......................................................... 104
Figura 24 - Fluxograma de trabalho dos mapas uso e ocupação da terra e de mudanças ..... 106
Figura 25 - Fluxograma de trabalho da análise do uso e ocupação ....................................... 108
Figura 26 Recorte da área de estudo para as figuras 27, 28 e 29 ....................................... 109
Figura 27 Síntese da técnica de comparação de imagem ................................................... 111
Figura 28 Síntese da técnica NDVI .................................................................................... 112
Figura 29 Comparação entre as técnicas de diferença de NDVI e comparação de imagem
classificada.............................................................................................................................. 114
Figura 30 Sistemas de relevo “original” e “revisado” ........................................................ 116
Figura 31 Zonas de influência do duto ............................................................................... 118
Figura 32 Mapa de regiões de interesse ............................................................................. 120
Figura 33 Recorte da área de estudo para as figuras 35, 36, 37 e 38 ................................. 122
Figura 34 Resultado geral das classificações do experimento 2 ........................................ 124
Figura 35 Resultado das classificações do experimento 2 Área 1................................... 126
Figura 36 Resultado das classificações do experimento 2 Área 2................................... 127
Figura 37 Resultado das classificações do experimento 2 Área 3................................... 128
Figura 38 Resultado das classificações do experimento 2 Área 4................................... 129
Figura 39 Resultado geral das classificações do experimento 3 ........................................ 132
Figura 40 Comparação das classificações de 1986, com e sem MDE ............................... 134
Figura 41 Resultado geral das classificações do experimento 4 ........................................ 136
Figura 42 Mapas de uso e ocupação da terra 1986, 1995 e 2005 .................................... 139
Figura 43 A) Mapa de mudanças 1986-1995. B) Mapa de uso e ocupação da terra 1986 . 143
Figura 44 A) Mapa de mudanças 1995 - 2005. B) Mapa de uso e ocupação da
terra 1995 ................................................................................................................................ 144
Figura 45 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Planícies colúvio-
alúvio-marinhas ...................................................................................................................... 146
Figura 46 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Planícies flúvio-marinhas ....... 147
Figura 47 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Planícies aluviais .................... 149
Figura 48 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Colinas isoladas ...................... 150
Figura 49 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Domínio de colinas dissecadas,
morrotes e morros baixos ....................................................................................................... 152
Figura 50 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Escarpas serranas .................... 153
Figura 51 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Morros isolados ...................... 154
Figura 52 IPA
d
1986 para as unidades dos sistemas de relevo........................................... 155
Figura 53 IPA
d
1995 para as unidades dos sistemas de relevo........................................... 156
Figura 54 IPA
d
2005 para as unidades dos sistemas de relevo........................................... 156
Figura 55 Variação IPA
d
1986-2005 para as unidades dos sistemas de relevo .................. 158
Figura 56 Gráficos correspondentes a zona de influência direta ........................................ 160
Figura 57 Gráficos correspondentes a zona de influência indireta à direita da faixa ........ 161
Figura 58 Gráficos correspondentes a zona de influência indireta à esquerda da faixa .... 162
Figura 59 Gráficos correspondentes a zona de influência variável à direita da faixa ........ 163
Figura 60 Gráficos correspondentes a zona de influência variável à esquerda da faixa ... 164
Figura 61 Gráficos correspondentes a zona de influência indireta entre a faixa ................ 165
Figura 62 Gráficos correspondentes a zona de influência indireta entre a faixa ................ 166
Figura 63 IPA
d
1986 para as zonas de influência da faixa de dutos................................... 167
Figura 64 IPA
d
1995 para as zonas de influência da faixa de dutos................................... 168
Figura 65 IPA
d
2005 para as zonas de influência da faixa de dutos................................... 168
Figura 66 IPA
d
1986 para as regiões de interesse da faixa de dutos .................................. 172
Figura 67 IPA
d
1995 para as regiões de interesse da faixa de dutos .................................. 173
Figura 68 IPA
d
2005 para as regiões de interesse da faixa de dutos .................................. 174
Figura 69 Variação IPA
d
1986-2005 para as regiões de interesse...................................... 175
LISTA TABELAS
Tabela 1 - Hierarquização das unidades morfoestruturais, morfoesculturais e geomorfológicas
presentes na área de estudo ....................................................................................................... 21
Tabela 2 Dados populacionais dos municípios..................................................................... 36
Tabela 3 Dados econômicos dos municípios ........................................................................ 36
Tabela 4 População residente na região metropolitana e municípios de 1940 a 2000 ......... 36
Tabela 5 Matriz de transporte de cargas no Brasil ............................................................... 41
Tabela 6 - Distribuição das causas dos acidentes com dutos, no período de 1980 a 2006, no
estado de São Paulo .................................................................................................................. 44
Tabela 7 Parâmetros de calibração do sensor TM -5 ............................................................ 54
Tabela 8 Irradiância solar média para o sensor TM-5 .......................................................... 55
Tabela 9 Distância terra-sol em unidades astronômicas ....................................................... 55
Tabela 10 Matriz de auto-vetores ......................................................................................... 71
Tabela 11 Exemplo de matriz de correlação ........................................................................ 71
Tabela 12 Componentes principais e porcentagem da informação ...................................... 72
Tabela 13 Coeficientes TC para transformação de imagem TM-5 ...................................... 73
Tabela 14 Sistema de classificação de uso e ocupação da terra. .......................................... 76
Tabela 15 Relação de imagens adquiridas ............................................................................ 83
Tabela 16 Relação de mapas e outros dados espaciais adquiridos ....................................... 83
Tabela 17 Relação de cartas topográficas adquiridas ........................................................... 83
Tabela 18 Visão geral das classes através das amostras, chave de interpretação, estatísticas
descritivas e resultados das classificações ................................................................................ 92
Tabela 19 Número de amostras verdade adquiridas para validação das classificações ....... 94
Tabela 20 Escala Kappa de concordância nominal .............................................................. 94
Tabela 21 Pressão antrópica das classes de uso e ocupação da terra ................................... 96
Tabela 22 Classificação do IPA
d
.......................................................................................... 98
Tabela 23 Número de amostras adquiridas no experimento 4 ............................................ 105
Tabela 24 Área total relativa das classes para as imagens classificadas ............................ 113
Tabela 25 Área total relativa das classes para as imagens diferença .................................. 113
Tabela 26 Área total relativa das classes de sistemas de relevo ......................................... 117
Tabela 27 Caracterização das zonas de influência da faixa de dutos ................................. 118
Tabela 28 Acerto geral e coeficiente Kappa das classificações ......................................... 121
Tabela 29 - Área total relativa das classes para área total dos municípios ............................ 123
Tabela 30 Crescimento relativos das classes ...................................................................... 123
Tabela 31 - Área total relativa das classes para os municípios ............................................. 131
Tabela 32 Crescimento relativos das classes ...................................................................... 131
Tabela 33 - Área total relativa das classes para os municípios ............................................. 135
Tabela 34 Crescimento relativos das classes ...................................................................... 135
Tabela 35 - Área total relativa das classes para os municípios ............................................. 138
Tabela 36 Crescimento relativos da área das classes ......................................................... 140
Tabela 37 Relação entre as classes de mudança (1986 e 1995) e as classes de uso e
ocupação da terra (1986) ........................................................................................................ 140
Tabela 38 Relação entre as classes de mudança (1995 e 2005) e as classes de uso e
ocupação da terra (1995) ........................................................................................................ 141
Tabela 39 Proporção de mudança e não mudança para os sistemas de relevo ................... 145
Tabela 40 IPA
d
das unidades dos sistemas de relevo ......................................................... 157
Tabela 41 Proporção de mudança e não mudança para as zonas de influência.................. 159
Tabela 42 IPA
d
das zonas de influência da faixa de dutos ................................................. 169
Tabela 43 IPA
d
das regiões de interesse da faixa de dutos ................................................. 176
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13
2- OBJETIVO ......................................................................................................................... 16
3 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................... 17
3.1 Contexto Geológico ........................................................................................................ 17
3.1.1 - Depósitos flúvio-lagunares ............................................................................. 18
3.1.2 - Suíte do Tinguá ............................................................................................... 19
3.1.3 - Serra do Mendanha ......................................................................................... 19
3.1.4 - Maciço Canaã .................................................................................................. 19
3.1.5 - Unidade Serra dos Órgãos............................................................................... 19
3.1.6 - Unidade Santo Aleixo ..................................................................................... 19
3.1.7 - Unidade Rio Negro ......................................................................................... 19
3.1.8 - Unidade São Fidélis ........................................................................................ 20
3.2 Geomorfologia ................................................................................................................ 21
3.2.1 - Cinturão Orogênico do Atlântico .................................................................... 22
3.2.1.1 - Unidade Morfoescultural Maciços Alcalinos .......................................... 22
3.2.1.2 - Unidade Morfoescultural Escarpas Serranas.......................................... 23
3.2.1.3 - Unidade Morfoescultural Planaltos residuais ........................................ 24
3.2.2 - Unidade Morfoestrutural Bacias Sedimentares Cenozóicas ........................... 25
3.2.2.1 - Unidade Morfoescultural Planícies Flúvio-marinhas (baixadas) ............ 25
3.2.3 Sistemas de relevo .......................................................................................... 26
3.2.3.1 - Continentais ............................................................................................ 26
3.2.3.2 - Planícies colúvio-alúvio-marinhas .......................................................... 27
3.2.3.3 - Planícies flúvio-marinhas ........................................................................ 27
3.2.3.4 - Colinas isoladas ....................................................................................... 27
3.2.3.5 - Domínio de colinas dissecadas, morrotes e morros baixos ................... 27
3.2.3.6 - Maciços intrusivos alcalinos ................................................................... 28
3.2.3.7 - Escarpas serranas ................................................................................... 28
3.3 Clima e pluviosidade ..................................................................................................... 29
3.4 Unidades Geoambientais ................................................................................................ 31
3.4.1 - Planícies flúvio-marinhas ou mangues (1) ...................................................... 31
3.4.2 - Planícies flúvio-lagunares ou brejos (2).......................................................... 32
3.4.3 - Baixadas (3) .................................................................................................... 32
3.4.4 - Planícies fluviais ou várzea (4) ....................................................................... 32
3.4.5 - Colinas isoladas (5a/5b) .................................................................................. 32
3.4.6 - Morrotes e morros baixos (6) .......................................................................... 33
3.4.7 - Maciços alcalinos (7a/7b) ............................................................................... 33
3.4.8 - Escarpas serranas (8a/8b/8c/8d) ...................................................................... 33
3.4.9 Vegetação natural e de uso e ocupação ........................................................... 34
3.5 - Aspectos socioeconômicos .............................................................................................. 36
4 FUNDAMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 41
4.1 - Dutos ................................................................................................................................ 41
4.1.1 - Contexto das faixas de dutos ........................................................................... 41
4.1.2 - Faixa de dutos Rio Belo Horizonte .............................................................. 45
4.2 Estudo do meio físico e antrópico ................................................................................. 47
4.3 - Técnicas de detecção de mudanças ............................................................................... 49
4.4 Sistemas de Informação Geográficos - SIG ................................................................. 52
4.5 Processamento digital de imagem ................................................................................ 53
4.5.1 - Correção Radiométrica .............................................................................. 53
4.5.1.1 - Radiância................................................................................................. 54
4.5.1.2 - Reflectância aparente ............................................................................. 54
4.5.1.3 - Reflectância de superfície ....................................................................... 55
4.5.1.4 - Reflectância em superfície...................................................................... 56
4.5.2 - Classificação de imagem ................................................................................. 58
4.5.2.1 - Classificação supervisionada .................................................................. 59
4.5.2.2 - Classificação não supervisionada ........................................................... 62
4.5.2.3 Classificação orientada ao objeto .......................................................... 65
4.5.3 - Índices de Vegetação ...................................................................................... 68
4.5.4 - Principais Componentes - PCA....................................................................... 70
4.5.5 - Tasseled-Cap componentes ............................................................................. 73
4.6 - Metodologias para mapas de uso e ocupação da terra ............................................... 74
4.7 Pressão antrópica ........................................................................................................... 79
5 MÉTODOS E ETAPAS DA PESQUISA ....................................................................... 80
5.1 - Aquisição dos dados ....................................................................................................... 83
5.2 - Pré-processamento das imagens ................................................................................... 85
5.3 - Experimento 1 ................................................................................................................. 86
5.4 Classificação de imagens para uso e ocupação da terra. ........................................... 88
5.4.1 Ferramentas para classificação ....................................................................... 88
5.4.2 Escala de trabalho ........................................................................................... 89
5.4.3 Classes de uso e ocupação da terra ................................................................. 90
5.4.4 Ferramentas para validação e análise da classificação ................................... 94
5.5 Índice de pressão antrópica às faixas de dutos IPA
d
............................................... 96
5.6 Atualização do mapa de sistemas de relevo................................................................. 99
5.7 Mapa de zonas de influência da faixa de dutos ......................................................... 100
5.8 Mapa de regiões de interesse ...................................................................................... 101
5.9 - Experimento 2 ............................................................................................................... 102
5.10 - Experimento 3 ............................................................................................................. 103
5.11 - Experimento 4 ............................................................................................................. 104
5.12 Análise do uso e ocupação da terra e de mudanças ................................................ 106
5.12.1 Mapa uso e ocupação da terra e mapa de mudanças .................................. 106
5.12.2 Uso e ocupação segundo os sistemas de relevo, zonas de influência e regiões
de interesse da faixa de dutos. .................................................................................. 108
6 - RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 109
6.1. - Experimento 1 .............................................................................................................. 109
6.2 Mapa de sistemas de relevo atualizado ...................................................................... 116
6.3 Mapa de zonas de influência da faixa de dutos ......................................................... 118
6.4 Mapa de regiões de interesse ...................................................................................... 119
6.5 Classificações de imagens para uso e ocupação da terra ......................................... 121
6.6 - Experimento 2 ............................................................................................................... 122
6.7 - Experimento 3 ............................................................................................................... 131
6.8 - Experimento 4 ............................................................................................................... 134
6.9 Análises do uso e ocupação da terra e das mudanças .............................................. 138
6.9.1 Mapa de uso e ocupação da terra.................................................................. 138
6.9.2 Mapa de mudanças .......................................................................................... 140
6.9.3 Relação entre sistemas de relevo, classes uso e ocupação da terra e classes de
mudança.................................................................................................................... 145
6.9.5 Relação entre zonas de influência da faixa de dutos, classes de uso e
ocupação da terra e classes de mudança ................................................................... 159
6.9.6 Relação entre regiões de interesse da faixa de dutos, classes de uso e
ocupação da terra e classes de mudança ................................................................... 170
7 - CONCLUSÃO ................................................................................................................. 178
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 179
13
1- INTRODUÇÃO
Faixa de dutos são obras lineares muito superficiais, que envolvem quase sempre
apenas o horizonte de solo e a rocha decomposta. Em um país de grande extensão territorial
como o Brasil, este aspecto adquire maior relevância, sendo comum os traçados com muitas
centenas e até milhares de quilômetros, que atravessam regiões de grande diversidade
morfológica, rios, ambientes marinhos costeiros e regiões metropolitanas. Ainda é muito
importante considerar a diversidade geológica encontrada, pois, em geral, são interceptadas
diferentes formações, com os tipos de solos e condições hidrogeológicas e fenomenológicas a
elas associados (NOGUEIRA
-
JUNIOR e MARQUES, 1998).
A partir do momento em que a faixa de duto é instalada, passa a sofrer influência
do ambiente e também a causar impactos sobre o mesmo. De acordo com CETESB (2009),
grande parte dos acidentes envolvendo vazamento de dutos no estado de São Paulo, Europa e
Estados Unidos estão relacionados a falhas operacionais, no entanto, uma parcela significativa
é causada pela ação de terceiros, ou seja, pessoas sem qualquer relação com os dutos, sendo
em grande parte atos de vandalismo. os acidentes causados por ação do meio físico, como
eventos associados à erosão, deslizamentos de terra ou movimentação do solo, ocorrem com
menor freqüência.
Segundo Carvalho e Riedel (2004), os acidentes ocorridos nos últimos anos com
vazamentos em dutos, geraram interesse por pesquisas que envolvem sua integridade e
confiabilidade e, conseqüentemente, por estudos dos meios físico e antrópico que venham a
auxiliar no aumento da segurança. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar as
pressões do uso e ocupação da terra sobre trecho da faixa de dutos Rio Belo Horizonte,
localizados nos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu no período de
1986 a 2005, através de técnicas de geoprocessamento.
Para identificar e avaliar as pressões do meio antrópico sobre a faixa de dutos
foram utilizados dados multitemporais e um conjunto de técnicas, denominadas como técnicas
de detecção de mudanças. Detecção de mudanças é o processo de identificar diferenças no
estado de um objeto ou fenômeno qualquer através da observação em diferentes espaços de
tempo (Singh 1989). As técnicas diferenciam-se principalmente no que tange à sua
capacidade de quantificar as mudanças: muitas apenas proporcionam a localização das áreas
que mudaram e das que permaneceram iguais, outras, no entanto, podem determinar a direção
de tais mudanças.
14
Através do estudo e dos experimentos realizados com as técnicas de detecção de
mudanças, concluiu-se que, para o estudo da pressão antrópica sobre a faixa de dutos, era
necessário elaborar mapas de uso e ocupação da terra e de suas mudanças. A técnica de
detecção de mudança que melhor atendeu esta necessidade foi a de diferença de imagens
classificadas.
Para relacionar os mapas de uso e ocupação da terra e de mudanças com o
problema da pressão antrópica sobre a faixa de dutos, foi proposto a utilização de áreas e
zonas de análises (sistemas de relevo, zonas de influência da faixa de dutos e regiões de
interesse da faixa de dutos) e de um índice de pressão antrópica às faixas de dutos IPA
d
,
sendo este uma medida de proporção de área entre as classes de uso e ocupação da terra
acrescido da ponderação da pressão antrópica às faixas de dutos considerada para cada uma
das classes.
A área de estudo foi selecionada no entorno de uma faixa de duto que se estende
de Duque de Caxias (RJ) à Betim (MG) (figura 1A). Esta faixa é compartilhada por diversas
linhas de duto, destacando-se o ORBEL I, ORBEL II e GASBEL. Os produtos transportados
por essas linhas são gás natural, petróleo bruto e seus derivados como gasolina, diesel, nafta,
etc (PETROBRAS, 2006).
Os municípios apresentam as áreas urbanas localizadas na periferia intermediária
e distante da região metropolitana do Rio de Janeiro (ABREU, 1987), próxima à REDUC
Refinaria Duque de Caxias. Nesta área, a faixa se inicia nos reservatórios próximos à refinaria
e cruza áreas urbanas ainda pouco consolidadas, seguindo em direção a Serra do Mar. A
existência de uma região metropolitana gera uma dinâmica acelerada de mudanças de uso da
terra, sendo assim, de extrema relevância o estudo das pressões antrópicas sobre a faixa.
15
Figura 1 - Área de Estudo. A localização da faixa de dutos. B área selecionada
16
2- OBJETIVO
Analisar as pressões do uso e ocupação da terra sobre trecho da faixa de dutos Rio
Belo Horizonte, localizados nos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias e Nova
Iguaçu no período de 1986 a 2005, através de técnicas de geoprocessamento.
Objetivos específicos
(a) - Avaliar técnicas de detecção de mudanças para o monitoramento do uso e
ocupação da terra para os anos 1986, 1995 e 2005;
(b) - Avaliar os diferentes métodos e algoritmos de classificação digital de
imagem de média resolução espacial, com a finalidade de selecionar o mais adequado para
discriminação de diferentes tipos de uso e ocupação da terra;
(c) - Propor um índice de pressão antrópica às faixas de dutos;
(d) - Analisar a relação entre as classes de uso e ocupação da terra com os
sistemas de relevo e a distância dos dutos;
(e) - Classificar as áreas dos municípios de acordo com o índice de pressão
antrópica às faixas de dutos.
17
3 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
3.1 Contexto Geológico
Á área de estudo está completamente inserida na província estrutural da
Mantiqueira, conforme a figura 2, sendo uma das províncias estruturais definidas por Almeida
et al. (1981).
Figura 2 Províncias estruturais do Brasil. Fonte: Adaptado de Almeida et al. (1981)
Essa província cobre uma extensa área (cerca de 700.000 km
2
), sendo a mais
complexa província estrutural afetada pelo ciclo orogênico Neoproterozóico/Cambriano
(Brasiliano) na América do Sul. A província estende-se da latitude 34º S, no Uruguai, até o
sul da Bahia, latitude 15º S, por cerca de 3.000 km de extensão e com largura média de 200
km. Está disposta paralelamente à costa brasileira, junto às margens orientais dos crátons Rio
de La Plata e São Francisco (CPRM, 2000).
A província Mantiqueira apresenta embasamento arqueano e/ou paleoproterozóico
mais velho que 1,7 Ga e está compartimentada pelos segmentos orógenos Araçuaí, Ribeira,
Brasília Meridional, Dom Feliciano e São Gabriel. O estado do Rio de Janeiro está localizado
18
na porção interna da faixa do Ribeira que constitui uma entidade geotectônica do
Neoproterozóico (ALMEIDA et al., 1973). A evolução orogênica desta faixa é considerada
por Heilbron et al. (1999) como a mais nova no cenário das colagens brasilianas/pan-africanas
do segmento crustal considerado, que foi responsável pela deformação, metamorfismo,
magmatismo e articulação dos diversos terrenos.
Todas as considerações realizadas a seguir com relação às unidades litológicas
presentes e o mapa litológico da área (figura 3) foram extraídas do Departamento de Recursos
Minerais - DRM, (1980); e da Companhia de Recursos Minerais - CPRM, (2000) e (2004).
Figura 3 Unidades litológicas. Fonte: Adaptado de CPRM (2000)
3.1.1 - Depósitos flúvio-lagunares
Trata-se de depósitos recentes, do período quaternário, compostos de argila, rica
em matéria orgânica, e concentrações localizadas de diatomita, turfas, localmente portadoras
de depósitos conchíferos.
19
3.1.2 - Suíte do Tinguá
Esta unidade é constituída de rochas alcalinas do período Cretáceo/Terciário
composta por nefelina sienitos, fonolitos e brechas, sendo sua idade média de 66 m.a.
3.1.3 - Serra do Mendanha
Constituída de rochas alcalinas do período Cretáceo/Terciário compostas de
sienitos, nefelina sienitos e brechas magmáticas tendo idade média de 72 m.a.
3.1.4 - Maciço Canaã
Corresponde a uma suíte alcalina do período Cambriano (Brasiliano III),
composta de sienito associado a migmatitos.
3.1.5 - Unidade Serra dos Órgãos
Esta unidade integra a Suíte Serra dos Órgãos, sendo composta por granitóides do
período Neoproterozóico (Brasiliano II), constituída de hornblenda-biotita granitóide de
granulação grossa e composição de tonalítica a granítica.
3.1.6 - Unidade Santo Aleixo
Composta por granitóides do período Neoproterozóico (Brasiliano II), integra
marginalmente a Suíte Serra dos Órgãos, sendo constituída por granada-hornblenda-biotita
granodiorito, rico em xenólitos de paragnaisse.
3.1.7 - Unidade Rio Negro
Esta unidade faz parte do Complexo Rio Negro, composta por granitóides do
período Neoproterozóico (Brasiliano II), sendo constituídos por ortognaisse bandado, de
granulação grossa. Apresenta intercalações de metagabro e metadiorito deformados
(anfibolito) ocorrem localmente.
20
3.1.8 - Unidade São Fidélis
Esta unidade faz parte do Complexo Paraíba do Sul do período
Meso/Neoproterozóico, constituída de granada-biotita-sillimanita gnaisse, com bolsões e
veios de composição granítica. É observado intercalações de gnaisse calcissilicático e
quartzito são freqüentes. Também ocorrem rochas calcissilicáticas, metacarbonáticas (ca) e
quartzitos (qz).
21
3.2 Geomorfologia
A área de estudo está inserida dentro de duas grandes unidades morfoestruturais, o
Cinturão Orogênico do Atlântico e as Bacias Sedimentares Cenozóicas. Observa-se na tabela
1 a proposta da CPRM (2000) de subdivisão das unidades morfoestruturais. A figura 4 ilustra
as unidades geomorfológicas presentes na área de estudo.
Tabela 1 - Hierarquização das unidades morfoestruturais, morfoesculturais e geomorfológicas
presentes na área de estudo (Adaptado de CPRM, 2000)
Unidades
Morfoestruturais
Unidades Morfoesculturais
Cinturão Orogênico do
Atlântico
Maciços Alcalinos
Intrusivos
Escarpas Serranas
Planaltos Residuais
Bacias Sedimentares
Cenozóicas (2)
Planícies Fluviomarinhas
(Baixadas)
Figura 4 Unidades geomorfológicas. Fonte: Adaptado de CPRM (2000)
22
3.2.1 - Cinturão Orogênico do Atlântico
O Cinturão Orogênico do Atlântico, também denominado Escudo Atlântico,
representa uma das importantes feições geotectônicas da fachada atlântica brasileira,
estendendo-se de Santa Catarina até o norte da Bahia. É composto por diversas faixas de
dobramento, dentre as quais se destaca a Faixa de Dobramentos Ribeira, que abrange todo o
estado do Rio de Janeiro. Esse cinturão constitui-se em um conjunto diversificado de rochas
graníticas e gnáissicas, submetidas a diversos eventos orogenéticos ao longo do Pré-
Cambriano (ALMEIDA ; HASUI e NEVES, 1976; HEILBRON et al., 1995). Na área de
estudo essa unidade apresenta três divisões: Maciços Alcalinos Intrusivos, Escarpas Serranas
e Planaltos Residuais.
3.2.1.1 - Unidade Morfoescultural Maciços Alcalinos
A Unidade Morfoescultural Maciços Alcalinos compreende um conjunto de
maciços montanhosos de rochas alcalinas geradas em um período de atividade vulcânica entre
o final do Cretáceo e o início do Terciário, decorrente da abertura do oceano Atlântico
(ALMEIDA, 1976). Esse magmatismo gerou uma série de corpos alcalinos que intrudiram o
embasamento cristalino de idade pré-cambriana, compondo o alinhamento magmático de
Cabo Frio (ALMEIDA, 1992). No estado do Rio de Janeiro, esse alinhamento estende-se do
Maciço do Itatiaia à Ilha de Cabo Frio. Esses maciços intrusivos têm, em geral, uma forma
dômica, muitas vezes assemelhando-se a vulcões extintos, parcialmente ou bastante erodidos,
demonstrando uma drenagem radial e centrífuga. Freqüentemente, a base desses maciços
intrusivos é constituída de rochas cristalinas encaixantes. São constituídos por blocos
montanhosos escarpados, apresentando vertentes íngremes, freqüentemente recobertas por
colúvios e depósitos de tálus. Os gradientes são de elevados a muito elevados e os topos são
aguçados, arredondados ou em cristas anelares. Apresentam altas densidades de drenagem e o
padrão de drenagem é radial e centrífugo à dendrítico.
Na área de estudo, o Maciço do Tinguá e o Maciço do Medanha compõe essa
unidade morfoestrutural.
O Maciço do Tinguá consiste em um corpo montanhoso imponente, com formato
dômico bem definido, bastante elevado (1.600m de altitude), destacando-se topograficamente
na escarpa da Serra do Mar, junto à Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Atua como zona
dispersora de águas entre as bacias das Baías de Guanabara e de Sepetiba, alojando as
23
nascentes de importantes drenagens dessas bacias, tais como os rios Iguaçu e Tinguá, que
drenam para a Baía de Guanabara, e rios Douro e Santo Antônio, que drenam para a Baía de
Sepetiba. Em seu topo, ressaltam cristas de estruturas anelares, sugerindo o rebordo de uma
antiga cratera vulcânica. Esse rebordo está erodido apenas em sua porção sudoeste pelas
cabeceiras de drenagem do rio Douro. A face sul do Maciço do Tinguá forma um
escarpamento íngreme e imponente em direção às baixadas litorâneas (CPRM, 2000).
O Maciço do Medanha consiste em um corpo montanhoso intrusivo isolado, com
formato dômico, alongado, atingindo altitudes superiores a 800m e delimita-se abruptamente
com as baixadas flúvio-marinhas e elevações isoladas. Apresenta cristas paralelas e padrão de
drenagem dendrítico a retangular, condicionado pela rede de fraturamento. Atua como zona
dispersora de águas entre a zona oeste do município do Rio de Janeiro e a Baixada
Fluminense, alojando as nascentes de importantes tributários das bacias dos rios Guandu e
Cabuçu, que drenam para a baía de Sepetiba, e dos rios Sarapuí e Iguaçu, que drenam para a
Baía de Guanabara (CPRM, 2000).
3.2.1.2 - Unidade Morfoescultural Escarpas Serranas
A Unidade Morfoescultural Escarpas Serranas compreende um conjunto de
escarpas montanhosas festonadas, compostas pelas serras do Mar e da Mantiqueira. As
escarpas serranas apresentam, em geral, desnivelamentos extremamente elevados, por vezes,
superiores a 2.000m com vertentes muito íngremes e rochosas. As configurações
morfológicas das escarpas são bastante diversificadas, causadas principalmente por
condicionantes lito-estruturais. Assim sendo, pode-se observar tanto uma muralha
montanhosa imponente, quanto um degrau escarpado mais degradado devido à ação
diferencial dos processos tectônicos e erosivos durante todo o Cenozóico. As vertentes se
apresentam íngremes, por vezes rochosas, freqüentemente recobertas por depósitos de tálus e
colúvios. Os gradientes são muito elevados e os topos aguçados ou em cristas alinhadas. A
densidade drenagem é muito alta e o padrão de drenagem é, geralmente, dendrítico a paralelo
ou retangular (CPRM, 2000).
Na área de estudo a Escarpa das Serras do Couto e dos Órgãos compõe essa
unidade morfoestrutural.
A Escarpa das Serras do Couto e dos Órgãos consiste em uma muralha
montanhosa, que delimita o recôncavo da bacia da Baía de Guanabara. Nos topos mais
24
elevados da Serra dos Órgãos, entre Petrópolis e Teresópolis, salienta-se uma estreita
superfície rochosa ou com solos muito rasos, dominada por campos de altitude e relevo
praticamente plano, bruscamente delimitado por paredões subverticais, tanto voltados para a
Baía de Guanabara, quanto para o continente. Esse planalto elevado, alçado a mais de 2.000m
de altitude, contrasta com o relevo extremamente acidentado das escarpas serranas,
caracterizado por vertentes muito íngremes e topos aguçados associou esse planalto elevado a
um remanescente de uma antiga superfície de erosão, denominada Superfície dos Campos,
cuja idade seria anterior à abertura do oceano Atlântico (CPRM, 2000).
3.2.1.3 - Unidade Morfoescultural Planaltos residuais
A Unidade Morfoescultural Planaltos Residuais representa os terrenos
montanhosos e amorreados, de amplitude de relevo elevada, localizados, em geral, no reverso
das escarpas serranas. Ocorrem, subordinadamente, compartimentos colinosos no interior da
zona planáltica. Trata-se de superfícies residuais, soerguidas por tectônica, e que resistiram
aos processos erosivos e de aplainamento atuantes durante o Cenozóico Superior,
configurando-se, portanto, nos terrenos mais elevados no estado do Rio de Janeiro. Esses
planaltos residuais associam-se a superfícies de erosão mais antigas que as que modelaram as
depressões interplanálticas ou as superfícies aplainadas junto às baixadas litorâneas.
Caracterizam-se por relevos colinosos de baixa amplitude de relevo, alternados com tipos de
relevos mais movimentados com morros mais elevados, degraus estruturais ou zonas
montanhosas que se sobressaem em relação à superfície colinosa regional. Apresentam
vertentes de gradientes suaves a médios, ou elevados, nas áreas de relevo acidentado,
freqüentemente recobertas por colúvios. Possuem densidade de drenagem alta e padrão
dendrítico a treliça (CPRM, 2000).
Na área de estudo o Planalto Reverso da Serra dos Órgãos compõe essa unidade
morfoestrutural.
O Planalto Reverso da Serra dos Órgãos trata-se de uma das mais importantes
unidades geomorfológicas do Estado do Rio de Janeiro. Esse extenso planalto situa-se no
reverso da Serra do Mar.
25
3.2.2 - Unidade Morfoestrutural Bacias Sedimentares Cenozóicas
A Unidade Morfoestrutural Bacias Sedimentares Cenozóicas representa uma das
mais importantes feições geotectônicas resultantes da tectônica extensional pós-cretácica no
sudeste brasileiro. Compreende um conjunto de bacias tafrogênicas continentais: Bacia de
Curitiba (PR); bacias de São Paulo e Taubaté (SP); bacias de Resende, Volta Redonda,
Macacu e Itaboraí (RJ). Essas bacias, de idade terciária (Paleoceno ao Oligoceno), foram
denominadas “Sistema de Rifts da Serra do Mar por Almeida (1976) ou “Sistema de Rifts
Continentais do Sudeste do Brasil” por Riccomini (1989).
A área de estudo apresenta apenas o domínio Planícies Flúvio-Marinhas
(Baixadas) é inserido neste domínio.
3.2.2.1 - Unidade Morfoescultural Planícies Fvio-marinhas (baixadas)
Essa unidade morfoescultural compreende um conjunto de baixadas aluviais,
planícies flúvio-marinhas e flúvio-lagunares, que preenchem extensas áreas deprimidas
localizadas próximo ao litoral, tais como as baixadas de Sepetiba, da Guanabara e Campista.
Também compreendem os baixos cursos dos principais canais que deságuam diretamente no
oceano, como os rios o João, Macaé e Itabapoana. Essas baixadas são caracterizadas por
uma sedimentação de interface entre ambientes continentais e marinhos ou transicionais
(CPRM, 2000).
Na área de estudo a Unidade Baixadas da Baía da Guanabara compõe essa
unidade morfoescultural, e consistem em importantes áreas de acumulação flúvio-marinha
que preenchem o recôncavo dessa baía. Resultam de uma sucessão de eventos de regressão e
transgressão do nível relativo do mar que modelaram sua morfologia original e que,
posteriormente, foi modificada pela intervenção humana (AMADOR e AMADOR, 1995).
26
3.2.3 Sistemas de relevo
Segundo Ponçano et al. (1979), o mapeamento de sistemas de relevo baseia-se em
distinguir, em uma região, áreas cujos atributos físicos sejam distintos das áreas adjacentes.
Para compor o estudo geomorfológico do estado do Rio de Janeiro, a CPRM (2000) analisou
as unidades morfoesculturais segundo sistemas de relevo predominantes e subordinados. A
figura 5 ilustra os sistemas de relevo presentes na área de estudo. Este mapa foi
posteriormente detalhado e adaptado para o desenvolvimento do trabalho
Figura 5 Sistemas de relevo. Fonte Adaptado de CPRM (2000)
Todas as considerações realizadas a seguir, em relação aos sistemas de relevo,
foram extraídas da CPRM, (2000).
3.2.3.1 - Continentais
O sistema de relevo Continentais é constituído de planícies aluviais de inundação,
terraços fluviais e leques alúvio-coluviais. Apresenta superfícies sub-horizontais, com
gradientes extremamente suaves e convergentes em direção aos canais-tronco.
27
3.2.3.2 - Planícies colúvio-alúvio-marinhas
O sistema de relevo Planícies colúvio-alúvio-marinha é constituído de terrenos
argilo-arenosos das baixadas. Apresenta superfícies sub-horizontais, com gradientes
extremamente suaves e convergentes à linha de costa, de interface com os sistemas
deposicionais continentais (processos fluviais e de encosta) e marinhos. Os terrenos são mal
drenados com padrão de canais meandrante. Existe a presença de superfícies de aplainamento
e pequenas colinas ajustadas ao nível de base das Baixadas.
3.2.3.3 - Planícies flúvio-marinhas
As Planícies flúvio-marinhas são constituídas de terrenos argilosos orgânicos de
fundo de baías ou enseadas, ou deltas dominados por maré. Apresentam superfícies planas, de
interface com os sistemas deposicionais continentais e marinhos. Os terrenos são muito mal
drenados com padrão de canais bastante meandrantes, sob influência de refluxo de marés.
3.2.3.4 - Colinas isoladas
O sistema de relevo Colinas isoladas é constituído de formas de relevo residuais,
com vertentes convexas e topos arredondados ou alongados, com sedimentação de colúvios,
remanescentes do afogamento generalizado do relevo produzido pela sedimentação flúvio-
marinha que caracteriza as baixadas litorâneas. Apresenta densidade de drenagem muito baixa
com padrão dendrítico, drenagem imperfeita nos fundos de vales afogados e predomínio de
amplitudes topográficas inferiores a 100m e gradientes suaves.
3.2.3.5 - Domínio de colinas dissecadas, morrotes e morros baixos
Este sistema de relevo é constituído por colinas dissecadas, com vertentes
convexo-côncavas e topos arredondados e/ou alongados e de morrotes e morros dissecados,
com vertentes retilíneas e côncavas e topos aguçados ou alinhados, com sedimentação de
colúvios e alúvios. Apresenta densidade de drenagem média a alta com padrão variável, de de
dendrítico a treliça ou retangular e o predomínio de amplitudes topográficas entre 100 e 200m
e gradientes suaves a médios.
28
3.2.3.6 - Maciços intrusivos alcalinos
Este sistema é constituído de relevos dômicos sustentados por maciços alcalinos,
com vertentes predominantemente retilíneas a côncavas, escarpadas, com topos arredondados,
por vezes, preservando uma borda circular (cratera vulcânica erodida). Apresenta densidade
de drenagem alta com padrão radial ou anelar, com predomínio de amplitudes topográficas
superiores a 500m e gradientes elevados a muito elevados, com sedimentação de colúvios e
depósitos de tálus e solos rasos.
3.2.3.7 - Escarpas serranas
As Escarpas serranas são constituídas de relevos montanhosos, extremamente
acidentados, transicional entre dois sistemas de relevo. As vertentes são predominantemente
retilíneas a côncavas, escarpadas e topos de cristas alinhadas, aguçados ou levemente
arredondados. Apresentam densidade de drenagem muito alta com padrão variável, de
paralelo a dendrítico, ou treliça a retangular, com predomínio de amplitudes topográficas
superiores a 500m e gradientes muito elevados, com ocorrência de colúvios e depósitos de
tálus.
29
3.3 Clima e pluviosidade
Segundo Strahler (1975) e Koeppen (1948) o clima do litoral entre as latitudes
de10º e 25º é regulado por massas de ar equatoriais e tropicais. Os ventos alísios trazem
massas de ar tropicais marítimas (mT) dos lados ocidentais úmidos das células subtropicais
oceânicas de alta pressão, dando origem a estreitas zonas nas costas orientais com fortes
chuvas e temperaturas uniformemente altas. As chuvas mostram uma forte variação
estacional.
Segundo a classificação de Strahler (1975) o que predomina na área é o tipo
climático um (1), ou seja,”clima equatorial úmido da área de convergência dos alísios e/ou
convergência de massas tropicais marítimas e equatoriais”. Para classificação de Koeppen
(1948) o clima da área é Af significando A, temperatura média anual sempre superior a 22º e
f, sem estação seca.
Na área de estudo um período de chuvas bem definido (verão), alternado com
um período de baixo índice de pluviosidade (inverno). Durante o verão, as frentes frias que se
originam na região antártica cruzam o Oceano Atlântico sul, e se deparam com as massas
tropicais de ar quente. Esse encontro gera uma instabilidade atmosférica que, associada ao
relevo escarpado, forma uma barreira natural para as correntes de ar e tem como
conseqüência, chuvas torrenciais (GUIDICINI e IWASA, 1976).
O posicionamento das escarpas das serras do Mar e da Mantiqueira, opondo-se
frontalmente à direção dos ventos das correntes de circulação atmosférica, gera um aumento
das precipitações na proporção direta do aumento da altitude. Muitas vezes, enquanto na
Baixada Litorânea e no vale do Paraíba do Sul as chuvas são insignificantes, e até mesmo
inexistentes, em largos trechos dessas serras se verifica pluviosidade elevada (CPRM, 2000).
Os índices pluviométricos mais elevados do estado o registrados na Serra do
Mar, de 2000mm a 4500mm, pois a maior parte das precipitações estão relacionadas à
instabilidades frontais e pós-frontais, sendo assim, a Serra do Mar é sempre a primeira a ser
atingidas pelas correntes de origem subpolar. Em função desta dinâmica, a Serra da
Mantiqueira registra pluviosidade um pouco menor, em média de 2.000 a 2.500mm de chuva
durante o ano (CPRM, 2000).
Em contraste ao cenário de grande pluviosidade, aparece o Vale do Paraíba. A
subtração de umidade do ar realizada pelas serras da Mantiqueira e do Mar, tornam essa
30
depressão topográfica bem menos úmida e chuvosa. A pluviometria anual registrada nessa
região varia de 750mm a 1.000mm (CPRM, 2000).
Especificamente nos municípios selecionados, a pluviosidade média anual varia
de 1200mm a 2200mm. Através das isoietas de médias anuais e do mapa altimétrico,
ilustrados na figura 6, é possível notar a relação direta da pluviosidade com a variação da
altitude.
Figura 6 Mapa altimétrico e isoietas. Fonte: Adaptado de CPRM (2000) e Miranda (2005)
31
3.4 Unidades Geoambientais
A área de estudo está localizada segundo o IBGE (2004) no bioma da Mata
Atlântica. De acordo com o projeto RADAMBRASIL (BRASIL, 1983), a área está inserida
no domínio vegetacional denominado de Floresta Ombrófila Densa, caracterizada pelos
índices pluviométricos mais elevados da região litorânea, com precipitação bem distribuída
durante todo o ano, determinando um clima sem período seco.
Para caracterizar a vegetação natural e o uso e ocupação atual será utilizado o
mapa Geoambiental obtido do Projeto Rio (CPRM, 2000), que se utilizou da geologia e
geomorfologia para delimitar grandes domínios geoambientais e da morfologia do terreno,
solo, vegetação original, uso da terra e precipitação para subdividir os domínios em unidades
geoambientais. A figura 7 apresenta o mapa das unidades geoambientais.
Figura 7 Mapa de Unidades Geoambientais. Fonte: Adaptado de CPRM (2000)
Todas as considerações realizadas a seguir foram extraídas da CPRM, (2000).
3.4.1 - Planícies flúvio-marinhas ou mangues (1)
As Planícies flúvio-marinhas ou mangues são constituídos por sedimentos
quaternários, argilosos, ricos em matéria orgânica. Os mangues são áreas de proteção
32
ambiental permanente, localizados no entorno da Baía da Guanabara, e estão parcialmente
ocupados pela área urbana de Duque de Caxias.
3.4.2 - Planícies flúvio-lagunares ou brejos (2)
As Planícies flúvio-lagunares são constituídas por sedimentos quaternários,
argilo-arenosos ou argilosos ricos em matéria orgânica. Concentram-se próximos aos
mangues da Baía da Guanabara, a vegetação original é constituída de campos halófilos de
várzea, que atualmente encontram-se, em sua maior parte, ocupada por pastagens.
3.4.3 - Baixadas (3)
As Baixadas são planícies constituídas por sedimentos quaternários, argilo-
arenosos e/ou areno-argilosos. A vegetação original é composta por florestas subperenifólia e
subcaducifólia de várzea ou campos higrófilos de várzea. A área está atualmente ocupada por
pastagens e sofre uma constante expansão da malha urbano-industrial, restando apenas
pequenos fragmentos de mata nativa.
3.4.4 - Planícies fluviais ou várzea (4)
As Planícies fluviais são constituídas por sedimentos quaternários, arenosos e/ou
areno-argilosos, localizadas no sopé da escarpa da Serra do Mar, a vegetação original é
composta por floresta subcaducifólia e campos higrófilos de várzea. Atualmente, estão
ocupadas por pastagens e agricultura e, subordinadamente, por pequenos núcleos urbanos e
fragmentos de mata.
3.4.5 - Colinas isoladas (5a/5b)
As Colinas isoladas correspondem a colinas residuais sustentadas por
ortognaisses, paragnaisses, granitóides e granodioritos, situados no graben da Baía da
Guanabara, estão isoladas pela sedimentação fluvial nos baixos cursos dos principais rios. A
vegetação original é composta por floresta subperenifólia (5a), junto aos contrafortes da Serra
do Mar, desde o recôncavo da Baía de Guanabara até o Rio do Imbé; e floresta subcaducifólia
33
(5b), nas bacias dos rios Guandu, Caceribu e Bacaxá. Esta área está ocupada por pastagens e
pequenos fragmentos de mata, sendo densamente urbanizadas pela Região Metropolitana.
3.4.6 - Morrotes e morros baixos (6)
Morrotes e morros baixos são sustentados por ortognaisses, paragnaisses, granitos
e granitóides. O relevo é bastante dissecado, apresentando morros com vertentes convexo-
côncavas e topos arredondados ou alongados ou morrotes com vertentes côncavas e topos
alinhados. Amplitudes topográficas entre a 100m e 200m A vegetação original era composta
por floresta subperenifólia (6), Atualmente esta unidade esta ocupada principalmente por
pastagens, seguido de pequenos fragmentos de mata.
3.4.7 - Maciços alcalinos (7a/7b)
Os Maciços alcalinos apresentam a relevos montanhosos sustentados por rochas
alcalinas, com presença de vertentes predominantemente retilíneas a côncavas com
amplitudes topográficas superiores a 400m. A vegetação original é composta de floresta
perenifólia (7a), restrita ao maciço do Tinguá e floresta subperenifólia e, subordinadamente,
subcaducifólia (7b) restrita ao maciço do Medanha. Ambos os maciços preservam a Mata
Atlântica original.
3.4.8 - Escarpas serranas (8a/8b/8c/8d)
As Escarpas serranas são sustentadas por granitóides, paragnaisses, ortognaisses
migmatíticos, granulitos e charnockitos e apresentam vertentes retilíneas à côncava com
amplitudes topográficas superiores a 300m. A vegetação original era composta por floresta
perenifólia (8a/8c/8d), que abrangiam vastas áreas das escarpas da Serra do Mar e da Serra da
Mantiqueira, e floresta subperenifólia (8b). Atualmente são ocupados por vegetação da Mata
Atlântica preservada (8a/8c/8d) e por extensos fragmentos de mata e pastagens (8b).
34
3.4.9 Vegetação natural e de uso e ocupação
A partir das informações obtidas no mapa Geoambiental foi possível reclassificar
as unidades Geoambientais segundo a vegetação natural (figura 8) e o indicativo de uso e
ocupação atual da terra (figura 9). A figura 9 foi considerada um mapa indicativo, pois
algumas das classes representam mais de um uso, não sendo possível determinar qual é o uso
exato da área.
Figura 8 Mapa da vegetação natural. Fonte: Adaptado de CPRM (2000)
35
Figura 9 Mapa indicativo de uso e ocupação. Fonte: Adaptado de CPRM (2000)
De acordo com as figuras 8 e 9 é possível observar que os maiores núcleos
urbanos ocuparam as áreas de planícies fluviais, marinhas e lagunares, seguido pelas áreas de
colinas e morros baixos, enquanto que a vegetação natural encontra-se melhor preservada em
regiões das escarpas serranas e de maciços alcalinos.
36
3.5 - Aspectos socioeconômicos
Os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu estão entre os
mais populosos do Brasil e apresentam uma dinâmica socioeconômica acelerada pela
presença de grandes parques industriais e pela proximidade da capital.
As tabelas 2 e 3 apresentam os dados populacionais e econômicos dos municípios
estudados.
Tabela 2 Dados populacionais dos municípios
Município
População
total (2008)
População
urbana
(2008)
População
rural (2008)
Densidade
demográfica
hab/km² (2007)
Crescimento
de1996 a 2007
IDHM
1 2000
Belford Roxo
480.555
100%
0%
6.022,7
20,46%
0,742
Duque de
Caxias
842.686
99,52%
0,48%
1.813,9
18,33%
0,753
Nova Iguaçu
830.672
100%
0%
1.585,6
0,73%
0,777
1
IDHM Índice de desenvolvimento humano de municípios;
Fonte: PNUD (2000); IBGE (2008)
Tabela 3 Dados econômicos dos municípios
Município
PIB total 2006
(em milhões de
reais)
Serviços e
comércio
Indústria
Agropecuária
PIB per capita
(em reais)
Belford Roxo
2800
76,92%
23,02%
0,06%
5.978
Duque de Caxias
19900
58,8%
41.17%
0,03%
26.392
Nova Iguaçu
5700
85,49%
14,37%
0,14%
7.418
Fonte: IBGE 2008
Na tabela 4 se observa a evolução da população nos municípios, de 1940 a 2000,
de acordo com CIDE (2009).
Tabela 4 População residente na região metropolitana e municípios de 1940 a 2000
Município
1940
1950
1960
1970
1980
1991
1996
2000
Belford Roxo
6.149
23.750
73.178
173.272
282.428
360.714
399.319
433.120
Duque de
Caxias
29.613
92.459
243.619
431.397
575.814
667.821
715.089
770.865
Nova Iguaçu
38.960
103.125
240.275
455.017
661.789
772.442
826.188
915.366
Fonte: (CIDE, 2009)
A dinâmica socioeconômica dos municípios analisados está diretamente
relacionada com a região metropolitana do Rio de Janeiro do qual os três fazem parte. A
região metropolitana do Rio de Janeiro, também conhecida como Grande Rio foi instituída
pela Lei Complementar nº20, de de julho de 1974, após a fusão dos antigos estados do Rio
de Janeiro e da Guanabara. Com 11.812.482 habitantes (IBGE, 2008), é a segunda maior área
metropolitana do Brasil.
37
Seus limites sofreram alterações, em anos posteriores, com a exclusão dos
municípios de Petrópolis (1993), Itaguaí (julho de 2002), Mangaratiba (julho de 2002) e
Maricá (outubro de 2001), que também faziam parte da região metropolitana, conforme a
primeira legislação. Sendo assim, em 2009 os municípios que fazem parte da região
metropolitana são: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí,
Japeri, Magé, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São
João de Meriti, Seropédica, Mesquita e Tanguá. Na figura 10, pode-se observar os municípios
da região metropolitana e os municípios do seu entorno.
Figura 10 Municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro
Abreu (1987) divide a região metropolitana do Rio de Janeiro em quatro faixas
(núcleo, periferia imediata, periferia intermediária e periferia distante) com a finalidade
puramente metodológica. As faixas apresentam limites imprecisos, mas que, pelas
características físicas do espaço metropolitano e face ao desenho da estrutura viária
condicionante da expansão, são mais ou menos circulares e concêntricos. A figura 11
apresenta um esboço dessa divisão. Nota-se que a divisão foi elaborada para a antiga região
metropolitana, em que sua área de abrangência é maior e ainda não havia os municípios que
foram emancipados após 1987.
38
Figura 11 Esboço das faixas de divisão da metropole do Rio de Janeiro. Fonte: Abreu (1987)
As considerações realizadas a seguir, em relação às faixas metropolitanas, foram
retiradas de Abreu (1987).
A primeira faixa é chamada de núcleo, é constituída pela área comercial e
financeira central (o antigo centro histórico da cidade) e por suas expansões em direção à orla
oceânica (a zona sul) e ao interior (cujos limites seriam os bairros da Tijuca, de Vila Isabel, de
São Cristovão, e do Caju), mais o centro e a zona sul de Niterói.
A segunda faixa é denominada de periferia imediata e abrange os subúrbios mais
antigos do Rio de Janeiro, que se formaram ao longo das linhas das estradas de ferro (os
limites vão de Benfica Riachuelo e Méier até Penha, Irajá e Madureira) e a zona norte de
Niterói. Também inclui nesta faixa a Barra da Tijuca e a parte de Jacarepaguá.
A terceira faixa é chamada de periferia intermediária e abrange o restante do
tecido urbano carioca situado além dos limites da periferia imediata, mais a conurbação do
Grande Rio, que se constitui por Nilópolis, São João de Meriti, grande parte de Duque de
Caxias, São Gonçalo e Nova Iguaçu, e parte de Magé. Finalmente, a quarta faixa é
denominada de periferia distante e engloba o restante da região metropolitana, ainda não
conurbada com a área metropolitana.
39
O núcleo concentra as funções centrais (econômicas, administrativas, financeiras e
culturais) da área metropolitana. Apresenta os melhores padrões de infra-estrutura urbanística
e de equipamento social urbano, além de ter como residentes, na sua maioria, representantes
das classes média e alta da metrópole. A primitiva função residencial da área central do
núcleo foi gradativamente sendo substituída por zonas comerciais e financeiras, entretanto,
essas áreas são cercadas por regiões consideradas decadentes.
A periferia imediata é, principalmente, o local de residência da baixa classe
média. Nela estão os prolongamentos das zonas industriais mais antigas, que se irradiaram a
partir do núcleo. Apresenta centros de prestação de serviços de importância regional, com
hierarquia imediatamente inferior aos do núcleo. A infra-estrutura urbanística, extensão
daquela do núcleo, é bastante adequada frente aos padrões predominantes na área
metropolitana. Sua ocupação se fez através dos primitivos pólos residenciais ao redor das
paradas de trem suburbano, que hoje se apresentam interligados, configurando uma densa
malha urbana. É notável, no entanto, a grande diferença nas condições de moradia entre o
núcleo e a periferia imediata. O núcleo é privilegiado por melhores condições ambientais,
infra-estrutura superior, sistema de transporte mais eficiente e equipamentos sociais de melhor
qualidade.
A periferia intermediária é a área através da qual a metrópole se expande. As taxas
de crescimento populacional são muito elevadas. De acordo com o censo demográfico de
1970, o crescimento da periferia intermediária na década de 60 foi de 69%, mais ou menos 1,2
milhões de habitantes, representando mais da metade do crescimento da população de toda a
área metropolitana do Rio de Janeiro. Vale a pena lembrar que a periferia intermediária esta
crescendo através de fluxos migratórios duplamente induzidos: através da expulsão das
populações mais pobres residentes no núcleo ou na periferia imediata e por meio de pessoas
vivendo fora da área metropolitana, principalmente do próprio estado do Rio de Janeiro.
Ressalta-se que se trata de uma população pobre que, em quase sua totalidade recebia, em
1970, não mais de três salários mínimos. Os centros de serviços existentes, apesar de
dinâmicos e possuírem alguma expressividade, são de baixo padrão, adaptados às
possibilidades de consumo de seus usuários. O autor coloca que o crescimento industrial é
restrito a algumas áreas, especialmente no município de Duque de Caxias, que participa com
12,5% da produção industrial metropolitana (censo industrial de 1970 IBGE). A densidade
de ocupação da terra é muito irregular. A infra-estrutura urbanística inexistente ou é muito
40
precária. O mesmo acontece com o equipamento social, ocorrendo uma tendência para a
busca daqueles do núcleo ou da periferia imediata.
A conurbação da periferia intermediária com a imediata sacralizou-se
definitivamente a partir do início da década de sessenta, quando houve a mudança da capital,
e o município do Rio de Janeiro tornou-se cidade-estado. A partir do inicio do período militar,
o núcleo passa a ser alvo preferencial de investimento do estado em infra-estrutura, o que
apenas faz aumentar o contraste existente entre o núcleo e a periferia.
41
4 FUNDAMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 - Dutos
4.1.1 - Contexto das faixas de dutos
Duto é uma designação genérica de uma instalação de conduto fechado destinado
ao transporte ou transferência de petróleo e seus derivados ou gás natural (ANP, 2009). Faixas
de dutos são obras lineares muito superficiais, que envolvem, na maioria das vezes, apenas o
horizonte de solo e a rocha decomposta. Em um país de grande extensão territorial como o
Brasil, este aspecto adquire maior relevância, sendo comum os traçados com muitas centenas
e até milhares de quilômetros, que atravessam regiões de grande diversidade morfológica,
rios, ambientes marinhos costeiros e regiões metropolitanas. Sendo ainda de grande
relevância, a diversidade geológica encontrada, pois, em geral, são interceptadas diferentes
formações, com os tipos de solos e condições hidrogeológicas e fenomenológicas a elas
associados (NOGUEIRA
-
JUNIOR e MARQUES, 1998).
A estrutura de abastecimento de petróleo e derivados interliga, através de várias
modalidades de transporte, três pontos distintos: fontes de produção, refinarias e centros de
consumo. Dentre estes pontos, apenas as refinarias podem ter a sua posição definida por
estudos logísticos. Os oleodutos tornaram-se um meio de transporte preferencial tanto para
atender ao abastecimento das refinarias como suprir a necessidade dos grandes centros
consumidores de derivados (TERZIAN, 2005).
A participação dutoviária na matriz nacional do transporte de cargas iniciou-se no
Brasil nos anos 50, evoluiu gradativamente nos anos 60, tendo apresentado importante
incremento na década de 70 e inicio da década de 80. No entanto, na década de 90 a
participação dutoviária não sofreu variações representativas, atingindo no ano de 2000 uma
participação de 4,46%, conforme apresentado na tabela 5 (GEIPOT, 2000).
Tabela 5 Matriz de transporte de cargas no Brasil. Fonte: GEIPOT (2000)
Modal
1993
1999
2000
Rodoviário
61,74%
61,82%
60,49%
Ferroviário
22,61%
19,46%
20,86%
Aquaviário
11,15%
13,83%
13,86%
Dutoviário
4,21%
4,58%
4,46%
Aeroviário
0,30%
0,31%
0,33%
A malha duto viária no Brasil, no ano de 2007, era composta de 526 dutos
destinados à movimentação de petróleo, derivados, gás natural e outros produtos. Esses dutos
somaram 16 mil km de extensão, divididos em 10,7 mil km para transporte e 5,2 mil km para
42
transferência. Com extensão de 8,1 mil km, 87 dutos destinavam-se à movimentação de gás
natural; 372 dutos, com extensão de 5,8 mil km, à movimentação de derivados de petróleo; 30
dutos, com extensão de 2 mil km, à movimentação de petróleo; e os 76 km restantes,
compostos por 37 dutos, destinaram-se à movimentação dos demais produtos, tais como
álcool, solventes e outros de menor importância. Esta malha pertence, em sua quase
totalidade, à Petrobras, sendo a maior parte dos seus dutos de transporte e alguns dutos de
transferência geridos pela subsidiária Transpetro (ANP, 2008).
A malha dutoviária da Transpetro integra a malha da Petrobras, no entanto, não
representa sua totalidade, pois outras áreas da Petrobrás e empresas da Holding possuem
dutos, destacando-se dutos da área internacional. É o caso do GASBOL, que transporta o gás
vindo da Bolívia, gerenciado pela Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil TBG.
No Brasil, as instalações de refino, e conseqüentemente os dutos, encontram-se
majoritariamente próximos à linha da costa, onde se localizam os portos e maior concentração
populacional, nos grandes centros consumidores e as regiões onde haja exploração.
Os dutos são construídos de acordo com as normas internacionais e nacionais. No
início da construção de um duto são elaborados procedimentos executivos segundo
especificações definidas nas normas vigentes. As principais fases da construção são: abertura
de pista, desfile dos dutos, solda, abertura de valas, abaixamento da tubulação e
recomposição, ilustradas na figura 12 (TRANSPETRO, 2006b).
43
abertura de pista
desfile dos dutos
solda
abertura de valas
abaixamento da tubulação
recomposição
Figura 12 Principais fases de instalação de uma faixa de dutos. Fonte: Oliveira (2008)
A partir do momento em que a faixa de duto é instalada, passa a sofrer influência
do ambiente e também a causar impactos sobre o mesmo. É bastante limitada a
disponibilidade de informações sobre acidentes ocorridos em dutos no Brasil. O estado que
disponibiliza tais informações, de maneira mais organizada, para acesso publico é o estado de
São Paulo, através da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CETESB.
De acordo com a CETESB (2009), grande parte dos acidentes envolvendo
vazamento de dutos no Estado de São Paulo, Europa e Estados Unidos está relacionada a
44
falhas operacionais, no entanto, uma parcela significativa é causada pela ação de terceiros, ou
seja, pessoas sem qualquer relação com os dutos, sendo em grande parte atos de vandalismo.
os acidentes causados por ação do meio físico, como eventos associados à erosão,
deslizamentos de terra ou movimentação do solo, ocorrem com menor freqüência.
A tabela 6 apresenta a distribuição das ocorrências de acidentes de maneira mais
detalhada por períodos para o estado de São Paulo (CETESB, 2009).
Tabela 6 - Distribuição das causas dos acidentes com dutos, no período de 1980 a 2006, no estado de
São Paulo. Fonte: CETESB (2009)
Modo de falha
1980-1989
1990-1999
2000-2006
Total
Terceiros
5
9
12
26
Natural
4
0
0
4
Operacional/manutenção
3
5
4
12
Operacional/outras
5
4
2
11
Mecânica/corrosão
13
10
4
27
Mecânica/outras
3
6
4
13
Não apurada
2
56
21
79
TOTAL
35
90
47
172
A CESTESB (2009) analisa a tabela e afirma:
1) - os registros gerados por ação de terceiros aumentaram entre 1980
e 2006, sendo que nos últimos sete anos praticamente todos os casos envolveram
linhas transportando gás natural, perfuradas acidentalmente por obras de
empreiteiras contratadas por empresas de telefonia, água e esgoto ou mesmo por
obras viárias municipais;
2) - as causas naturais não têm sido registradas desde 1989, sendo que
estas ocorrências envolveram basicamente o transporte de petróleo e derivados;
3) - as falhas mecânicas vêm diminuindo progressivamente desde
1980 e estas ocorrências envolveram principalmente dutos que transportam petróleo
e derivados. O declínio desses registros sinaliza que as exigências requisitadas pelo
Programa de Gerenciamento de Riscos em Dutos e Terminais Químicos da
CETESB, implantado a partir de 1988, abrangendo os Terminais Aquaviários de São
Sebastião e de Santos da PETROBRAS/TRANSPETRO entre outros, conjuntamente
com investimentos de manutenção implantados por esta empresa desde 2000 vem
trazendo resultados positivos;
4) - é grande o número de registros classificados como causas não
apuradas. A grande maioria desses casos está relacionada com rompimento dos
dutos que transportam gás natural, com vazamentos muito pequenos, sobre os quais
não havia maior disponibilidade de informações a respeito quando do cadastro
dessas ocorrências no CADEQ CETESB. (CETESB, 2009. Não paginado).
No estado do Rio de Janeiro, o último grande acidente ocorrido envolvendo dutos
aconteceu no oleoduto entre a Refinaria Duque de Caxias e o Terminal da Ilha d'Água,
controlado pela PETROBRAS, no ano de 2000. O duto se rompeu devido à corrosão,
liberando 1.300 de óleo no interior de um manguezal. Este fato gerou uma grande pressão
sobre a PETROBRAS, por parte de ministério público e da mídia, o que levou a empresa a
investir mais em procedimentos de prevenção e remediação de acidentes (CETESB, 2009).
45
4.1.2 - Faixa de dutos Rio Belo Horizonte
A área de estudo intercepta a faixa de dutos Rio Belo Horizonte no município de
Duque de Caxias/RJ, onde se inicia próxima aos reservatórios da REDUC e estende-se até
Belo Horizonte/MG. Em Duque de Caxias esta faixa é compartilhada com os seguintes dutos:
Poliduto Rio - Belo Horizonte I (ORBEL I), Oleoduto Rio - Belo Horizonte II (ORBEL II),
Gasoduto Rio de Janeiro Belo Horizonte (GASBEL), Oleoduto São Paulo Rio de Janeiro
(OSRIO) e o Gasoduto Rio de Janeiro o Paulo (GASPAL). No entanto foi possível
apenas obter informações detalhadas dos dutos ORBEL I e ORBEL II através do relatório
ambiental ORBEL I (TRANSPETRO, 2006a) e ORBEL II (TRANSPETRO, 2006b).
O poliduto Rio-Belo Horizonte I (ORBEL I) entrou em operação em 1968, possui
cerca de 362 km e transporta nafta petroquímica, nafta craqueada e óleo leve de diluição
(Light Ceracking Oil) produzidos na Refinaria Gabriel Passos (REGAP) no estado de Minas
Gerais para o armazenamento no Terminal de Campos Elíseos ou diretamente para a REDUC,
ambos localizados no estado do Rio de Janeiro. O oleoduto Rio-Belo Horizonte II (ORBEL
II) começou a operar em 1980, possui cerca de 358 km e transporta petróleo e óleo diesel do
Terminal de Campos Elíseos (TECAM), no Rio de Janeiro, para a REGAP, em Minas Gerais.
Existem apenas dois registros de acidentes envolvendo estes dutos. O primeiro,
ocorrido em 1984, foi um vazamento de nafta do poliduto ORBEL I no município de Miguel
Pereira. O segundo ocorreu em 2005, quando houve um vazamento de petróleo do oleoduto
ORBEL II na Estação da Mantiqueira, localizado no município de Santos Dumont.
Com a finalidade de instalar, proteger, delimitar e identificar os locais onde estão
instalados os dutos, uma faixa de segurança sinalizada, com largura de 20 metros, que
acompanha, na superfície, o percurso subterrâneo dos dutos, chamada faixa de servidão.
Os relatórios ambientais dos dutos definem, de acordo com a resolução Conama
001/86 em seu artigo 5°, as áreas de influência direta (AID) e indireta (AII) do
empreendimento como base para o desenvolvimento dos estudos ambientais. A AID é uma
faixa de 400 m para ambos os lados do duto, sujeita aos impactos diretos da operação do duto,
compreendendo a faixa de servidão e a área não edificante, sendo utilizada para o estudo do
risco geotécnico. A AII compreende uma faixa de 5 km para ambos os lados do duto e é
aquela potencialmente sujeita aos impactos indiretos da operação do duto, sendo utilizada
para o estudo dos meios físicos e bióticos.
46
Com o objetivo de estudo do meio antrópico, os relatórios consideram ainda uma
faixa de largura variável (AIV), devido suas características peculiares de distribuição espacial,
que engloba todos os municípios interceptados pela AII.
Neste trabalho serão consideradas as AID e AII, além da área total dos três
municípios estudados para a análise da influência do meio antrópico na faixa de dutos.
47
4.2 Estudo do meio físico e antrópico
As caracterizações do meio ambiente, desenvolvidas sob formato de mapas,
cartas, entre outros, constituem informação básica para a avaliação das condições ambientais
das propostas de uso e ocupação da terra e para definição de critérios de decisão.
Lollo (2008) afirma que, nesse contexto, os componentes considerados
fundamentais são as condições naturais do subsolo (em termos de solos, rochas, águas
subterrâneas e seus processos dinâmicos de subsuperfície), as condições naturais superficiais
(relevo, clima, vegetação, fauna, mananciais superficiais, e processos geodinâmicos de
superfície), e os componentes relativos às atividades humanas (representados pelo uso e
ocupação do solo). Em função da variedade dos atributos possíveis e da relevância de cada
um deles, o processo de obtenção de dados e informações poderá ser mais ou menos
complexo e demorado.
O primeiro aspecto fundamental a se destacar em relação aos componentes
ambientais a serem levantados num processo de cartografia do meio, é que, dados sua
finalidade, escala e métodos de investigação, cada projeto exige o conhecimento de um
conjunto especifico de atributos influentes no processo.
Neste trabalho as ações humanas ganham destaque, visto que nas situações em
que a ocupação da superfície do terreno foi toda ou quase toda substituída por atividades
humanas que descaracterizaram suas condições originais, as pressões antrópicas se impõem
como agente transformador do ambiente.
De acordo com Vedovello e Mattos (1993), as atividades humanas (como
agricultura, obras de engenharia civil, mineração, etc) sobre a superfície terrestre diversas
vezes apresentam-se problemáticas, principalmente quando associadas à ocorrência de
fenômenos geodinâmicos, tais como escorregamentos, os quais podem ser naturais ou
induzidos pelo uso e ocupação.
Partindo do princípio de que cada tipo de atividade humana está associada a um
grupo de ações e processos conhecidos, e que a influência de tais ações e processos nos
componentes ambientais podem ser determinadas, pode-se utilizar a caracterização do uso e
ocupação da terra para avaliar como as atividades humanas estão interagindo com o meio.
A caracterização do uso e ocupação envolve os usos atuais e futuros previstos,
geralmente classificados em categorias. No caso deste trabalho, as categorias de maior
importância são: 1 - uso urbano (que pode ser muito diversificado em tipos de atividade,
48
intensidade, e adensamento), 2 - faixas de domínio de obras lineares (dutos, rodovias,
ferrovias).
É relevante destacar que independentemente de serem naturais ou induzidos, os
problemas decorrentes da interação entre a ação antrópica e o meio físico são causados
principalmente pela não consideração das limitações e aptidões desse meio. Neste sentido,
Vedovello e Mattos (1993) identificam o mapeamento geotécnico como um importante
mecanismo de análise ambiental o qual objetiva harmonizar o uso e ocupação da terra pelo
homem.
49
4.3 - Técnicas de detecção de mudanças
Detecção de mudanças é o processo de identificar diferenças no estado de um
objeto ou fenômeno qualquer através da sua observação em diferentes espaços de tempo
(SINGH, 1989). Utiliza-se de dados multitemporais e um conjunto de técnicas denominadas
por Singh (1989), Coppin e Bauer (1994), Seto et al.(2002), Lu et al. (2004), entre outros, de
técnicas de detecção de mudanças, para identificar e quantificar as alterações ao longo de um
período de tempo.
As fontes dos dados podem ser diversas, no entanto, os produtos advindos de
sensores remotos têm se mostrado cada vez mais indispensáveis como fontes de informação
para essa aplicação, devido à capacidade de aquisição repetitiva de informação e da visão
integradora do espaço. Informações originadas de mapas temáticos e cartas topográficas
também são usualmente utilizadas no processo de detecção de mudanças.
Muitos produtos advindos de sensores remotos estão disponíveis e segundo LU et
al. (2004), os sistemas sensores mais conhecidos e utilizados com as técnicas de detecção de
mudanças são: Landsat Multi-Spectral Scanner (MSS), TM, SPOT, AVHRR, radar e
fotografia aérea. Mas é relevante destacar que a diversidade de produtos aumenta rapidamente
e sistemas sensores como ASTER, o CBERS, o Kombsat de resolução média e IKONOS,
QUICKBIRD e Worldview de alta resolução, vem se tornando cada vez mais importantes
para estudos em diversas áreas.
Um modo de classificação possível das técnicas é de acordo com as possibilidades
dos resultados, dessa forma, existem as técnicas que apenas permitem identificar as áreas que
mudaram e não mudaram e aquelas que possibilitam identificar também a direção em que
estão ocorrendo às mudanças. Lu et al. (2004) agrupam as técnicas de detecção de mudanças
de acordo com a semelhança de trabalho dos todos de processamento, resultando em seis
categorias principais: Álgebra, Transformação, Classificação, Modelos avançados, Sistema de
informação geográfico (SIG) e Análises visuais.
A Álgebra engloba técnicas de imagem diferença, regressão de imagem, razão de
imagem, diferença de índices de vegetação, entre outras. Todos os algoritmos desse grupo são
apoiados no estabelecimento de um limiar para determinar as áreas que mudaram e não
mudaram.
As técnicas agrupadas em Transformação são: análise das principais
componentes, tasselled Cap, gramm shimidt e chi-square. Também são técnicas que
50
necessitam que se selecione um limiar para determinar as áreas de mudanças e não provêm
um detalhamento do resultado. As vantagens desses métodos são a redução da redundância de
informação entre as bandas da imagem e o destaque das informações diferentes nas
componentes derivadas.
A categoria Classificação é composta pelas técnicas: comparação de resultados de
classificação supervisionada e não supervisionada, análises espectro temporais, redes neurais
e outros métodos bridos de detecção de mudanças. A qualidade dos resultados está
diretamente relacionada com a representatividade e acurácia das amostras de treinamentos
adquiridas. O ponto positivo dessa categoria é que possibilita ao usuário obter uma completa
matriz de mudança e reduz o impacto causado pelas diferenças atmosférica e do meio
existente entre imagens de diferentes datas. Contudo, selecionar boas amostras de treinamento
para uma análise multi-temporal torna-se uma tarefa muito trabalhosa, requerendo bastante
tempo do usuário. É relevante destacar que os erros cometidos nessa etapa irão ser ampliados
ao longo de todo processo.
A categoria denominada de Modelos avançados por LU et al. (2004) é composta
pelos seguintes métodos: modelo de refletância de Li Strahler, modelo espectral de mistura e
modelos elaborados através de parâmetros biofísicos. Esses métodos convertem os valores da
imagem refletância em parâmetros físicos básicos através de modelos lineares e não lineares.
A grande dificuldade dessa técnica é determinar corretamente os modelos de conversão,
significando um grande consumo de tempo.
A categoria Sistema de informação geográfico (SIG) é composta por métodos de
detecção de mudança que integram ferramentas de análise espacial, presentes nos SIGs, e os
métodos e produtos do sensoriamento remoto. A principal característica desse grupo é
permitir a utilização de dados de fontes diversas, e que não necessitam ser obrigatoriamente
de sensores remotos. No entanto, a precisão dos resultados será diretamente proporcional à
precisão das diferentes fontes de informação.
O grupo Análise visual inclui todos os trabalhos em que se utiliza a interpretação
visual e a extração manual das áreas de mudanças. Os métodos dessa categoria são totalmente
baseados na experiência do usuário, possibilitando a extração de características das imagens
como textura, forma, tamanho e padrões que não são comumente utilizados nas outras
categorias por serem muito complexos para implementação computacional. A desvantagem
desse método é que este consome muito tempo, tornando-se inviável para extensas áreas.
51
O que se observa nos trabalhos dessa área é que inúmeros autores não utilizam
métodos de apenas uma categoria, e que esses grupos devem ser utilizados apenas para
facilitar a compreensão da natureza dos diversos métodos.
52
4.4 Sistemas de Informação Geográficos - SIG
Os Sistemas de Informação Geográficos - SIG é uma tecnologia que surgiu por
volta de 1964 no Canadá. Sua evolução ocorreu em paralelo à evolução dos computadores,
que ao se tornarem mais “potentes”, possibilitaram que os SIGs se sofisticassem e
adquirissem novas funcionalidades. Para Bonham-Carter (1994), o principal propósito de um
SIG é ser uma ferramenta de suporte à decisão baseado em informação espacial que possa
atender às mais diversas áreas do conhecimento.
A principal diferença de um SIG para qualquer outro sistema de informação é sua
capacidade de armazenar tanto atributos descritivos como a geometria dos diversos dados
geográficos. Um SIG deve ser capaz de capturar, armazenar, analisar, transformar, integrar e
apresentar da melhor forma possível os dados geográficos, sendo uma ferramenta que
automatiza tarefas até então realizadas manualmente e facilita a realização de análises
complexas, através da integração de dados de diversas fontes. Sua finalidade principal é
prover suporte aos processos de decisão (CÂMARA, 2005).
Desta forma, o SIG apresenta-se como uma ferramenta fundamental para
monitorar os meios físico e antrópico em regiões de entorno de dutos. O monitoramento se faz
necessário, pois a partir do momento em que a faixa é instalada, passa a sofrer influência do
ambiente e também a causar impactos sobre o mesmo. As faixas de dutos, muitas vezes,
apresentam grandes extensões e estão submetidas a diferentes formas de ocupação, de maior
ou menor dinamismo, e a diferentes contextos geológicos e geomorfológicos.
Os sistemas para monitoramento tradicional de dutos são compostos,
simplificadamente, por uma estação de monitoramento que controla as variáveis de pressão,
vazão, temperatura, densidade e volume durante o processo de transferência de produtos,
equipamentos que inspecionam a integridade física interna dos dutos, sobrevôos periódicos da
faixa com aeronaves tripuladas e através de equipes terrestres que percorrem a faixa. O SIG,
aliado ao uso de produtos de sensoriamento remoto, tem grande contribuição a oferecer no
monitoramento destes processos, auxiliando na identificação de áreas com maior
suscetibilidade à ocorrência de eventos naturais e consequente setorização das áreas de risco,
além de possibilitar o acompanhamento das mudanças do uso da terra no entorno da faixa.
53
4.5 Processamento digital de imagem
4.5.1 - Correção Radiométrica
A correção radiométrica de imagem baseia-se em um conjunto de técnicas de
processamento que tem como objetivo minimizar as distorções provocadas pela atmosfera e
por problemas derivados do mau funcionamento dos sensores, sendo necessária quando se
está interessado em analisar o comportamento espectral dos alvos, comparar dados obtidos
por diferentes sensores e em datas distintas.
Segundo Schowengerdt (1997), existem três níveis de correção radiométrica. O
primeiro converte o número digital (ND) do sensor em radiância e requer parâmetros de
calibração do sensor. O segundo trata das correções que envolvem a atmosfera e a irradiância
solar. Neste nível, a radiância do sensor é transformada em reflectância da superfície, sendo
importante adotar um modelo para correção atmosférica. O terceiro trata das distorções
causadas pela topografia, sendo fundamental primeiramente a obtenção de um modelo de
elevação do terreno. A escolha do nível de correção e a forma de correção devem ser adotadas
tendo em vista a necessidade particular de cada trabalho e a disponibilidade da informação.
Neste trabalho o segundo nível de correção será dividido em dois, conforme a figura 13.
DN (número
digital
Calibração do
sensor
Radiância no
sensor
Reflectância
aparente
Reflectância
da superfície
Correção
atmosférica
Correção de
iluminação
Reflectância
em superfície
Correção
topográfica
* Parâmetros do sensor
(ganho e offset)
* Irradiância solar
* Distância terra-sol
* Ângulo zenital solar
* Modelos atmosféricos
* Medidas da cena
* Modelo de elevação
do terreno
1º Nivel
2º Nivel A
2º Nivel B
3º Nivel
Figura 13 Esquema para correção radiométrica. Fonte: adaptado de Schowengerdt (1997)).
54
4.5.1.1 - Radiância
No momento em que os sensores captam o sinal, advindo do alvo, a informação é
armazenada em valores de radiância espectral e convertida em números digitais (ND) através
da aplicação de valores de ganho e offset, relacionados à calibração do sensor. O propósito da
conversão de ND em radiância é apenas realizar o caminho inverso e para isso aplica-se esta
equação simplificada (CHANDER e MARKHAM, 2003).
𝐿𝛾 = 𝑐𝑎𝑙
𝑔𝑎𝑖𝑛
. 𝐷𝑁 + 𝑐𝑎𝑙
𝑜𝑓𝑓𝑠𝑒𝑡
Em que:
Lγ é a radiância espectral no sensor em W/(m
2
.sr μm);
Cal
gain
é o parâmetro de ganho da banda do sensor;
Cal
offset
é o parâmetro de offset da banda do sensor.
Os valores de ganho e offset devem ser obtidos nas especificações técnicas de
cada sensor. São valores de calibração que variam para cada banda e ao longo do tempo de
operação do sensor. A tabela 7 apresenta um exemplo de parâmetros para calibração do sensor
TM-5, adaptado de Chander e Markham (2003).
Tabela 7 Parâmetros de calibração do sensor TM -5
Data de
aquisição da
imagem
De 01/03/1984 até
04/05/2003
A partir de 05/05/2003
Bandas
Ganho
Offset
Ganho
Offset
1
0,602431
-1,52
0,762824
-1,52
2
1,175100
-2,84
1,442510
-2,84
3
0,805765
-1,17
1,039880
-1,17
4
0,814549
-1,51
0,872588
-1,51
5
0,108078
-0,37
0,119882
-0,37
6
0,055158
1,2378
0,055158
1,2378
7
0,056980
-0,15
0,065294
-0,15
4.5.1.2 - Reflectância aparente
A finalidade da conversão de radiância espectral para reflectância aparente (ou
reflectância de topo da atmosfera) é normalizar o efeito da geometria de iluminação, ajudando
assim a reduzir a variabilidade entre cenas e organizar toda a informação espectral em uma
(Eq. 1)
55
(Eq. 2)
mesma escala radiométrica. Segundo Chander e Markham (2003), a equação para transformar
a radiância em reflectância aparente é a seguinte:
𝜌
𝑝
= (𝜋. 𝐿𝛾. 𝑑
2
)/(𝐸𝑆𝑈𝑁𝛾. cos 𝜃𝑠)
Em que:
ρ
p
- Reflectância aparente;
- radiância espectral no sensor em W/(m
2
.sr μm);
d - distância terra-sol em unidades astronômicas;
ESUNγ - irradiância solar média acima da atmosfera em W/(m
2
.µm);
θs – ângulo zenital solar em graus (90
o
menos o ângulo de elevação solar).
Os valores de irradiância solar médio (ESUNγ) variam para cada sensor e banda e
devem ser obtidos junto à distribuidora da imagem. A tabela 8 exemplifica essa informação
para o sensor TM-5.
Tabela 8 Irradiância solar média para o sensor TM-5
Banda
ESUNγ TM-5
1
1957
2
1826
3
1554
4
1036
5
215
7
80,67
A distância da terra ao sol (d) irá variar de acordo com o dia de aquisição da
imagem. A tabela 9 apresenta a distância terra-sol em unidades astronômicas para diversos
dias julianos ao longo do ano.
Tabela 9 Distância terra-sol em unidades astronômicas
Dia
Juliano
Distância
Dia
Juliano
Distância
Dia
Juliano
Distância
Dia
Juliano
Distância
1
0.9832
106
1.0033
213
1.0149
319
0.9892
15
0.9836
121
1.0076
227
1.0128
335
0.986
32
0.9853
135
1.0109
242
1.0092
349
0.9843
46
0.9878
152
1.014
258
1.0057
365
0.9833
60
0.9909
166
1.0158
274
1.0011
74
0.9945
182
1.0167
288
0.9972
91
0.9993
196
1.0165
305
0.9925
4.5.1.3 - Reflectância de superfície
A reflectância acima da superfície, ou reflectância de superfície, é produzida a
partir da reflectância aparente com o objetivo de atenuar os efeitos da atmosfera, sendo
imprescindível nessa etapa adotar um modelo para correção dos efeitos da atmosfera.
56
Segundo Vermote (1997), são dois os processos atmosféricos que modificam a radiância
refletida por um alvo qualquer: a absorção causada por gases e o espalhamento, conseqüência
de aerosóis e moléculas.
Existem muitos modelos para correção dos efeitos da atmosfera, variando em
complexidade e finalidade. O mais simples e utilizado é o de subtração do pixel escuro (DOS)
proposto por Chavez (1988). Esta técnica assume a existência de uma atmosfera homogênea e
admite a presença de alvos escuros que deveriam apresentar reflectância zero ou próximo de
zero, mas que devido aos efeitos aditivos da atmosfera apresentam valores superiores. A
técnica consiste em identificar o objeto escuro e seu valor de reflectância para cada banda e
subtrair esse valor do restante da cena.
Existem possibilidades de sofisticação da técnica DOS utilizando os objetos
escuros para derivar as propriedades ópticas da atmosfera e corrigir as imagens com a
informação derivada conforme realizado por Kaufman (1989), Chavez (1996), Liang et al.
(1997), entre outros. Também é possível estimar a reflexão atmosférica utilizando um código
de transferência de radiação, um exemplo muito conhecido é o método de estimativa 6S -
Second Simulation of the Satellite Signal in the Solar Spectrum proposto por Vermote et al.
(1997).
Outra abordagem possível é o método de correção relativa de imagem em que se
admite uma relação linear entre as bandas das imagens ao longo do tempo. A relação linear
pode ser determinada através de medidas radiométricas sobre alvos pseudo-invariantes
(SCHOTT ; SALVAGGIO e VOLCHOK, 1988; HALL et al., 1991; COPPIN e BAUER,
1994). A dificuldade desta técnica é determinar quais os alvos pseudo-invariantes ao longo do
período de tempo analisado, o que pode tornar esse método muito subjetivo e demandar muito
tempo. Hajj et al. (2008) propõem um método automático de seleção desses alvos, contudo é
necessário diversos mapas temáticos da área, como por exemplo, da área urbana e área de
agricultura.
4.5.1.4 - Reflectância em superfície
A reflectância em superfície corresponde àquela observada em uma superfície
horizontal. Este nível de correção trata da influência exercida pela topografia sobre a imagem.
Meyer et al. (1993) destacam que a influência do terreno não pode ser descartada quando se
trata de um estudo em uma região montanhosa, entretanto para certos estudos comparativos,
57
pode-se assumir que o efeito do relevo é constante ao longo do tempo e descartar esta
correção.
Teillet et al. (1982) descreveu quatro métodos para correção da influência do
terreno sobre a imagem:
(a) - método de correção empírica-estatística;
(b) - método de correção dos cossenos;
(c) - dois métodos de correção empírica: Minnaert e o de correção C.
Todos os quatro métodos assumem uma superfície lambertiana e são
relativamente de fácil aplicação. A equação 3 trata de uma adaptação do método de correção
dos cossenos, para ser aplicada sobre a reflectância em superfície:
𝑅
2
= 𝑅
1
.
cos 𝑠𝑧
cos 𝑖
Em que:
R
2
reflectância em superfície;
R
1
reflectância da superfície;
sz ângulo zenital solar;
i ângulo de incidência do sol em relação à normal do pixel.
(Eq. 3)
58
4.5.2 - Classificação de imagem
A classificação de imagem é um processo utilizado para criação de mapas
temáticos a partir de dados advindos de sensores remotos, produzindo uma interpretação da
informação trazida na imagem. Os temas devem variar de acordo com a necessidade e a área
de estudo selecionada. Jensen (1996) propõe um esquema geral para classificação, como
observa-se no quadro 1.
Quadro 1 Esquema geral para classificação de imagem (Fonte: Jensen (1996)
Contexto da classificação
Definir a região de interesse
Identificar as classes de interesse para o sistema de classificação
Aquisição de dados
Selecionar dados de sensoriamento de acordo com os critérios abaixo:
Considerações em relação ao sistema de sensoriamento remoto
- Resolução espacial, espectral, temporal e radiométrica
Considerações com relação ao meio
- Atmosfera, confusão dos alvos, entre outros.
Obter as referências iniciais de campo de acordo com:
Conhecimento anterior da área de estudo
Processamento de Imagem para extração de informação temática
Correção radiométrica (ou normalização)
Correção geométrica
Seleção apropriada do algoritmo e da lógica de classificação de imagem
Supervisionada
- Paralelepípedo e/ou mínima distância
- MAXVER (máxima veroximilhança)
- entre outros
Não supervisionada
- Método linear
- ISODATA
- Entre outros
brido
Extrair amostras de treinamento utilizando muitas bandas (se necessário)
Extrair as estatísticas das amostras adquiridas
Extrair a informação temática
Através de um método de classificação
Avaliação dos erros de classificação
Realizar testes adicionais de referências de acordo com os critérios abaixo
Conhecimento a posteriori da área de estudo adquirido
Comparar o resultado com as amostras
Avaliar a precisão utilizando métodos estatísticos
Porcentagem geral de precisão
Coeficiente Kappa
Hipóteses aceitáveis e rejeitáveis
59
4.5.2.1 - Classificação supervisionada
A classificação supervisionada é o procedimento freqüentemente utilizado para
extração de informação a partir de imagens, sendo baseado em algoritmos que identificam os
pixels de acordo com classes previamente definidas. As classes devem refletir uma
necessidade de análise do usuário, que necessita definir amostras de treinamento a partir de
um conhecimento prévio da área que pode ser obtido através da interpretação da imagem,
visitas de campo, mapas, entre outros. Os principais algoritmos para classificação
supervisionada são: paralelepípedo, mínima distância, máxima verossimilhança e redes
neurais (MATHER, 1987; RICHARDS, 1993; JENSEN, 1996).
A precisão desse conjunto de técnicas estará diretamente relacionada com a
representatividade e coerência das amostras de treinamento adquiridas que pode variar de
acordo com o método adotado. Existem várias formas de se analisar as amostras, sendo a mais
comum através de uma matriz de confusão produzida a partir da classificação aplicada apenas
sobre as amostras (MATHER, 1987).
4.5.2.1.1 - Paralelepípedo
Conforme Jensen (1996), o classificador paralelepípedo é considerado bastante
simples, pois utiliza o histograma produzido a partir das amostras de treinamentos de cada
componente espectral para obter o limiar máximo e mínimo para cada classe que, passa então
a descrever um paralelepípedo no espaço multidimensional. A classe X é atribuída para um
pixel Y se o vetor característico de Y estiver entre os mínimos e máximos de X.
A limitação desse classificador é que os “pixels” que estiverem fora das regiões
dos paralelepípedos não serão classificados e pode ocorrer confusão para um ou vários
atributos.
4.5.2.1.2 - Mínima distância
Segundo Jensen (1996), a mínima distância é um método bastante simples, que
quando bem utilizado pode gerar resultados compatíveis com os de métodos
computacionalmente mais complexos. Utilizam-se as amostras para determinar os pontos
médios de cada classe e a classe X é atribuída ao pixel Y quando a distância Euclidiana de X e
Y for menor dentre todas as classes.
60
4.5.2.1.3 - Máxima verossimilhança
Esse método é apoiado em um elipsóide construído no espaço multidimensional a
partir do vetor de médias e a matriz inversa de covariância das amostras adquiridas. A classe
X é atribuída ao pixel Y quando a verossimilhança entre Y e X for maior para todas as
classes. Quando ocorrer de um "pixel" ter igual probabilidade de pertencer às duas classes,
estabelece-se um critério de decisão a partir da definição de limiares (RICHARDS, 1993).
O limiar de aceitação deve ser definido pelo usuário e indica a porcentagem de
"pixels" da distribuição de probabilidade de uma classe que será classificada como
pertencente à esta classe. Um limite de 99%, por exemplo, engloba 99% dos "pixels", sendo
que 1% serão ignorados (os de menor probabilidade), compensando a possibilidade de alguns
"pixels" terem sido adquiridos no treinamento por engano, nesta classe, ou estarem em regiões
de confusão entre duas ou mais classes. Um limiar de 100% resulta em uma imagem
classificada sem rejeição, ou seja, todos os "pixels" serão classificados.
4.5.2.1.4 - Redes neurais
Redes neurais artificiais são técnicas computacionais que apresentam um modelo
matemático inspirado na estrutura neural de organismos inteligentes e que adquirem
conhecimento através da experiência. Uma grande rede neural artificial pode ter centenas ou
milhares de unidades de processamento. Sua organização é apoiada em múltiplas camadas,
como pode-se observar na figura 14 (RICHARDS, 1993).
Camada de Entrada
Camadas Intermediárias Camada de saída
Figura 14 Exemplo da estrutura de organização de uma rede neural.
61
A camada de entrada é o momento onde os padrões são apresentados à rede, ou
seja, no exemplo de organização de rede apresentado na figura 14, os três neurônios
correspondem a três atributos para um “pixel”. As camadas intermediárias, nesse caso
compostas por três e dois neurônios respectivamente, é o local em que são feitos a maior parte
dos processamentos, através de conexões ponderadas, podendo ser denominadas também
como camadas extratoras de características. Por ultimo, a camada de saída, nesse caso
composta por três neurônios, resulta em uma classificação de um “pixel” em três classes.
As camadas intermediárias trabalham realizando somatórias de valores
ponderados que são linearizados para produzir a ativação para algum neurônio de saída.
Nessas camadas ocorre o processo de aprendizado através de um processo iterativo de ajustes
de pesos comandado por um algoritmo de aprendizado especifico. Para a finalidade de
classificação de imagem, o algoritmo mais utilizado é o Backpropagtion (SIMPSON, 1990).
As amostras de treinamentos adquiridas da imagem são utilizadas para determinar
os pesos da função linear e o limiar para cada uma das classes e a rede é então inicializada
utilizando pesos arbitrários. Os “pixels” são apresentados a rede um de cada vez. Para cada
“pixel” a saída da rede é computada utilizando o algoritmo escolhido. Caso a saída da rede
não for a mesma da entrada observada através da amostra, os pesos são recalculados obtendo-
se novas ponderações (SIMPSON, 1990).
Assim sendo, o erro é propagado de volta através de todas as camadas da rede, no
sentido de corrigir os pesos. Esse processo é repetido até que a rede classifique todos os
pontos amostrais corretamente, ou quando os erros de classificação atingem um valor
definido.
Segundo Richards (1993), essa técnica é bastante robusta, contudo muito lenta no
treinamento e sua precisão é muito dependente das amostras de treinamento, da estrutura da
rede e de parâmetros de aceitação.
62
4.5.2.2 - Classificação não supervisionada
A classificação não supervisionada é muito utilizada para realizar uma primeira
análise da imagem ou como auxiliar ao método supervisionado, pois as classes criadas
dificilmente irão representar as classes de interesse. É baseada em limiares de similaridade
para realizar os agrupamentos de pixels. Para algumas técnicas, o usuário necessita informar o
número de classes a serem criadas, entretanto o usuário precisa nomear a classes após a
classificação. Os principais algoritmos para classificação não supervisionada são: K-médias,
ISODATA, Fuzzy c-médias, Fuzzy ISODATA e classificação hierárquica.
4.5.2.2.1 - K-médias
De acordo com Richards (1993), K-médias é um procedimento que requer a
especificação do número K de classes, sendo baseado em um processo iterativo que desloca
cada vetor de média pelo espaço até que sua posição defina bem a classe que representa. Os
quatro passos básicos dessa técnica são.
(a) - K vetores (V) devem ser iniciados formando os centros dos K agrupamentos.
A inicialização pode ser feita de diversos modos;
(b) - Calcula-se a distância euclidiana de cada vetor aos “pixels” e verificam-se os
agrupamentos mais próximos;
(c) - São computados então os novos os centros médios para cada agrupamento
produzido no passo (b);
(d) - Se todos os centros médios não se modificarem do passo (b) para o passo (c),
então o processo está terminado. Caso contrário, cada vetor recebe os valores dos centros
médios obtidos no passo (c) e o retorna ao passo (b) (processo iterativo). O processo pode
também termina se a soma dos quadrados dos erros for inferior a um valor previamente
definido.
4.5.2.2.2 - ISODATA
Segundo Richards (1993) e Jensen (1996), ISODATA é um processo iterativo que
se utiliza de um procedimento semelhante ao K-médias, no entanto pode alterar o número de
classes pré-estabelecidas. O usuário define cinco parâmetros antes da inicialização do
63
processo: o número K de classes, parâmetros para inicialização dos vetores, limiar de divisão
dos agrupamentos, limiar de união dos agrupamentos e o número mínimo de pixel que um
agrupamento deve possuir. Os nove passos básicos dessa técnica são:
(a) - Calcula-se a distância euclidiana de cada vetor aos “pixels” e verificam-se os
agrupamentos mais próximos;
(b) - São computados então os novos centros médios para cada agrupamento
produzido no passo (a);
(c) - Se algum agrupamento ultrapassar o limiar de divisão, ocorre sua divisão;
(d) - Se houver alguma divisão no passo (c), os centros médios serão recalculados;
(e) - Se algum agrupamento não possuir o número mínimo de “pixels” definidos,
elimina-se então o agrupamento;
(f) - Se algum agrupamento foi eliminado no passo (e), reagrupa-se os “pixels” e
recalcula-se os centros médios;
(g) - Se a distância entre dois agrupamentos for inferior ao limiar de união, junta-
se os dois agrupamentos;
(h) - Se ocorrer alguma união no passo (g), recalculam-se os centros médios;
(i) - Repetir os passos (b) ao (h), até que os agrupamentos se estabilizem de
acordo com a soma quadrada dos erros, ou até que o número de iterações definida seja
excedido.
4.5.2.2.3 - Fuzzy C-médias
Segundo Mather (1987) e Jensen (1996), o algoritmo de iteração utilizado pelo
método Fuzzy C-médias é idêntico ao utilizado pelo K-média, no entanto considera-se que um
vetor pode possuir pertinência parcial para mais de um grupo e ao final do processo uma
tabela de pertinência do vetor para cada grupo é criada.
4.5.2.2.4 - Fuzzy ISODATA
O algoritmo de iterações utilizado pelo método Fuzzy ISODATA é semelhante ao
utilizado no método ISODATA, no entanto, considera-se que um vetor pode possuir
64
pertinência parcial para mais de grupo e ao final do processo uma tabela de pertinência do
vetor para cada grupo é criada (MATHER, 1987; JENSEN, 1996).
4.5.2.2.5 - Classificação hierárquica
Esse processo não requer a definição do número inicial de classes. O processo se
inicia com cada “pixel” representado uma classe. As matrizes de distância das classes são
calculadas e conforme as iterações ocorrem, os “pixels” passam a ser agrupados. O processo
termina quando todos os “pixels” formam uma única classe. Cada agrupamento ocorrido é
assinalado em um dendograma, que pode auxiliar o usuário a compreender os agrupamentos
naturais presentes em seus dados (RICHARDS, 1993).
65
4.5.2.3 Classificação orientada ao objeto
A classificação baseada em objetos consiste em subdividir a imagem em objetos
de interesse, através da segmentação, para em seguida classificá-los. A segmentação de
imagem realiza recortes automáticos ao redor de objetos de interesse. O nível até o qual essa
subdivisão deve ser realizada, assim como a técnica utilizada, depende do problema que está
sendo resolvido. (GONZALES e WOODS, 2000).
A etapa mais importante do método de classificação baseada em objetos é a
segmentação da imagem em objetos significativos, sendo o procedimento de maior relevância
para a qualidade da classificação. Os principais fatores que determinam a qualidade da
segmentação são o algoritmo de segmentação utilizado e os valores de seus parâmetros.
Contudo a relação entre os valores dos parâmetros e o correspondente resultado da
segmentação não é muitas vezes evidente, levando o operador a realizar uma série de
tentativas e erros para obter um resultado que seja visualmente satisfatório (FEITOSA et al.,
2007).
Os algoritmos de segmentação permitem achar diferenças entre dois ou mais
objetos, e distinguir as partículas umas das outras. Esta distinção permitirá ao programa
interpretar pixels contíguos e agrupá-los em regiões. Os algoritmos de segmentação para
imagens são geralmente baseados em uma das seguintes propriedades básicas de valores de
níveis de cinza: descontinuidade e similaridade. Na descontinuidade, a abordagem é
particionar a imagem baseada em mudanças bruscas nos níveis de cinza. As principais áreas
de interesse são a detecção de pontos isolados, detecção de linhas e bordas na imagem. Na
similaridade as principais abordagens baseiam-se em limiarização e crescimento de regiões.
Desta forma, uma região é uma coleção de pixels conectados de acordo com suas
propriedades (BASTOS, 2003).
O método de classificação orientada ao objeto é de grande relevância para se
classificar uma imagem de satélite com a finalidade de mapear os diferentes usos da terra,
pois tem um melhor funcionamento para classes com respostas espectrais heterogêneas,
podendo significar um avanço quando comparado a métodos de classificação pixel a pixel em
que a análise é pontual e baseada unicamente em atributos espectrais (BASTOS, 2003).
A caráter de exemplificação, será utilizada a segmentação por crescimento de
regiões implementada no software SPRING 5.0 (INPE, 2008), descrito por Batista et al.
(1994) e por Bins et al. (1996), que opera da seguinte forma:
66
(a) - Inicialmente rotula cada "pixel" como uma região distinta;
(b) - Calcula-se um critério de similaridade para cada par de regiões adjacentes
espacialmente. O critério de similaridade baseia-se em um teste de hipótese estatístico que
testa a média entre as regiões;
(c) - Divide-se a imagem em um conjunto de sub-imagens e então se realiza a
união entre elas, segundo um limiar de agregação definido.
Para a união de duas regiões A e B vizinhas, deve-se adotar o seguinte critério:
(a) - A e B são similares (teste das médias);
(b) - a similaridade satisfaz o limiar estabelecido;
(c) - A e B são mutuamente próximas (dentre os vizinhos de A, B é a mais
próxima, e dentre os vizinhos de B, A é a mais próxima).
Caso as regiões A e B satisfaçam estes critérios, estas são agregadas, caso
contrário, o sistema reinicia o processo de teste de agregação.
Após segmentação da imagem, deve-se passar a adquirir amostras, semelhante ao
processo de aquisição da classificação supervisionada, para enfim executar a classificação
utilizando um classificador específico para regiões. Os classificadores de regiões disponíveis
no software SPRING 5.0 são: Isoseg, Battacharya e ClaTex.
A classificação orientada ao objeto disponível no software ENVI 4.6, no módulo
Feature Extration, utiliza-se de um método de segmentação baseado em detecção de bordas.
Requer para a segmentação dois parâmetros: escala e agrupamento. O primeiro determina o
nível de segmentação da imagem e o segundo a relação de similaridade entre as regiões
criadas pelo primeiro. Os classificadores de regiões disponíveis o: K Nearest Neighbor e
Support Vector Machine (ITT, 2008).
São grandes as vantagens observadas no modulo Feature Extration quando
comparada com a classificação orientada ao objeto do SPRING 5.0. O modulo Feature
Extration permite a qualquer momento pré-visualizar o resultado da alteração de um
parâmetro ou da aquisição de uma amostra, ferramenta que facilita muito no momento de
determinar os melhores parâmetros para a segmentação. Permite trabalhar com atributos
espaciais (forma, tamanho, área, etc) e textura dos objetos extraídos, enquanto que o SPRING
5.0 trabalha apenas com atributos espectrais. Importante destacar que para o Feature
67
Extraction ainda falta uma documentação mais detalhada da ferramenta (INPE, 2006; ITT,
2008).
68
4.5.3 - Índices de Vegetação
Segundo Moreira e Shimabukuro (2004), os índices de vegetação começaram a
ser pesquisados no final da década de 60 por Jordan (1969) e estão todos apoiados na
diferença de resposta da vegetação existente entre a faixa espectral de 0,4 a 0,7 µm, (B, G e
R) e a faixa de 0,7 a 0,9 µm (IR), como pode ser observado na figura 15.
Figura 15 - Resposta espectral da vegetação.
Fonte: Moreira e Shimabukuro (2004)
O primeiro índice de vegetação foi o RVI (Rotation Vegetation Index), que era
uma simples razão entre bandas, definido por:
𝑅𝑉𝐼 = ρIVP/ ρV
Em que:
ρIVP é a reflectância no infravermelho próximo;
ρV
é a reflectância no vermelho.
A reflectância que deve ser utilizada nessa técnica é a reflectância na superfície da
terra, ou seja, é fundamental se corrigir os efeitos causados pela atmosfera em cada uma das
bandas. Uma das grandes vantagens de se utilizar a razão entre bandas é que não é preciso
corrigir os efeitos causados pela topografia, pois, sendo esse constante para todas as bandas, é
anulado.
A finalidade desse procedimento é destacar a diferença de resposta espectral
existente entre alvos como solo, rocha e vegetação. Rocha e solo exibem razão entre as
bandas similares próximo de um, enquanto que a vegetação apresenta uma razão igual ou
superior a dois.
A partir desse índice muitos outros foram criados, com objetivos diversos. O mais
utilizado é o NDVI (Normalized Difference Vegetation Index), que tem como objetivo
(Eq. 4)
69
(Eq. 5)
amenizar a interferência do solo, a influência atmosférica e as variações zenitais do sol, sendo
definido por:
NDVI= (ρIVP - ρV)/(ρIVP + ρV)
Em que:
ρIVP é a reflectância no infravermelho próximo;
ρV
.
é a reflectância no vermelho.
Para Schowengerdt (1997), o NDVI é indicado para monitoramento de vegetação
em escala continental e global, sendo pouco eficiente para monitoramento em escalas
maiores, pois não considera a influência do solo sobre o índice.
Huete (1988) propõe então o SAVI (Soil-Adjusted Vegetation Index) para
monitoramentos em escalas maiores.
SAVI= {(ρIVP - ρV)/(ρIVP + ρV+ L)}(1 + L)
Em que:
ρIVP é a reflectância no infravermelho próximo;
ρV
é a reflectância no vermelho.
L é a constante determinada empiricamente para minimizar o efeito do solo sobre o
índice.
(Eq. 6)
70
4.5.4 - Principais Componentes - PCA
A análise da principal componente aplicada ao processamento de imagens
multiespectrais parte da premissa de que existe uma grande correlação espectral entre as
informações existentes entre bandas de um sensor (JENSEN, 1996).
Segundo Schowengerdt (1997), a correlação ocorre devido a uma combinação de
diversos fatores:
(a) - Correlação espectral dos materiais - um exemplo claro desse componente é a
baixa refletância da vegetação ao longo do espectro visível, produzindo uma assinatura
espectral similar nessa faixa;
(b) - Topografia - para todas as proposições práticas a refletância da topografia é a
mesma para todas as bandas de refletância solar e pode ser um componente dominante nas
imagens de regiões montanhosas e em imagens com baixo ângulo de elevação solar. Esse
componente independe do tipo do material imageado;
(c) - Sobreposição espectral das bandas dos sensores - esse efeito pode ser quase
descartado no atual estágio de evolução dos sensores.
Para exemplificação, pode-se utilizar uma imagem do sensor TM do satélite
Landsat 5, com as bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7.
A representação gráfica dos conceitos envolvidos nessa técnica, para apenas duas
bandas de um sensor, ou seja, bidimensional, é apresentado pela figura 16.
Figura 16 Representação gráfica dos conceitos PCA
De acordo com a figura 16, o eixo A representa os valores dos números digitais
(ND) de uma das bandas e o eixo B os valores dos ND de outra banda do sensor. São então
71
sobrepostos aos eixos A e B, dois novos eixos, I e II, que foram rotacionados em relação aos
eixos originais, de forma que sua origem se situe na média da distribuição dos dados
originais. O eixo I define a direção da primeira componente principal enquanto que o eixo II
define a direção da segunda componente principal. Estes são ajustados para coincidir com as
direções de máxima e mínima variância de número digital.
Neste processo utiliza-se o coeficiente de correlação, ou da covariância, para se
determinar um conjunto de quantidades chamadas de autovalores, que representam o
comprimento dos eixos das componentes principais de uma imagem e são medidos em
unidade de variância. Associados a cada autovalor, existe um vetor de módulo unitário
chamado autovetor, representando as direções dos eixos das componentes principais
(JENSEN, 1996). São fatores de ponderação que definem a contribuição de cada banda
original para uma componente principal, numa combinação aditiva e linear, que é observado
através da tabela 10.
Tabela 10 Matriz de auto-vetores
PC1
PC2
PC3
PC4
PC5
PC6
B1
0.22
0.17
0.24
0.47
0.74
0.31
B2
-0.50
-0.23
-0.37
0.71
-0.03
-0.24
B3
0.57
0.25
0.21
0.50
-0.53
-0.19
B4
-0.58
0.19
0.68
0.09
-0.27
0.28
B5
0.10
-0.13
-0.37
0.11
-0.30
0.86
B7
-0.19
0.89
-0.40
-0.05
0.01
-0.01
A redundância da informação pode ser observada quando se obtêm a matriz de
correlação. A tabela 11 apresenta a matriz de correlação para a imagem TM utilizada.
Tabela 11 Exemplo de matriz de correlação
B1
B2
B3
B4
B5
B7
B1
1,00
0.914
0.881
-0.009
0.463
0.689
B2
0.914
1,00
0.956
0.216
0.668
0.815
B3
0.881
0.956
1,00
0.123
0.123
0.830
B4
-0.009
0.216
0.123
1,00
0.645
0.331
B5
0.463
0.668
0.661
0.645
1,00
0.870
B7
0.689
0.815
0.830
0.331
0.870
1,00
Nessa matriz quanto mais próximo de 1 for o valor, maior é a correlação entre as
bandas. Sendo assim observa-se uma grande redundância entre as bandas 1, 2 e 3, com
valores acima de 0.8, devido se tratarem de bandas do visível (1,2,3), e uma correlação baixa
quando comparada com as bandas do infra-vermelho(4,5,7).
O objetivo desse processamento de imagem é sempre reduzir a redundância
espectral existente entre as bandas dos sensores. O resultado são imagens de baixa correlação,
denominadas de principais componentes, em que se comprime a informação contida nas
72
bandas originais em duas ou três bandas transformadas (SCHOWENGERDT, 1997). A
compressão é apresentada na tabela 12, que relaciona as principais componentes com a
porcentagem da informação para a imagem TM analisada.
Tabela 12 Componentes principais e porcentagem da informação
PC
% da informação
PC1
68.27
PC2
24.51
PC3
5.27
PC4
0.79
PC5
0.73
PC6
0.3
Para esse caso, a PC1, PC2 e PC3 juntas representam 98,01% da informação
enquanto que as demais componentes somam apenas 1,99%.
As aplicações desta técnica para análises multitemporais podem ocorrer de
diversas maneiras. Resultados satisfatórios podem ser obtidos através da comparação de
imagens da principal componente classificada. Outra possibilidade é a aplicação da técnica da
principal componente sobre duas imagens multitemporais, o resultado apresentará na primeira
componente as áreas de uso da terra que não mudaram, enquanto que na segunda componente
as áreas que mudaram substancialmente. Uma grande dificuldade desse método é de nomear e
caracterizar as mudanças identificadas (RICHARDS, 1993).
73
4.5.5 - Tasseled-Cap componentes
O Tasseled-Cap (TC) foi desenvolvido por Kauth e Thomas (1976) como um
índice de vegetação, para aplicação na agricultura, no entanto sua aplicação se estendeu para
outras áreas.
O principio desse método é similar ao PCA, a grande diferença é que a enquanto o
PCA é dependente da cena da imagem, a transformação TC é independe da imagem e
dependente apenas do sensor. Sendo assim, devem-se utilizar parâmetros particulares para
cada sensor.
A tabela 13 apresenta os coeficientes TC para transformação das bandas 1, 2,3,4,5
e 7 do satélite Landsat 5 sensor TM elaborado por Crist et al. (1986).
Tabela 13 Coeficientes TC para transformação de imagem TM-5
Banda
1
Banda
2
Banda
3
Banda
4
Banda
5
Banda
7
Aditivo
Soil Brightness
0.2909
0.2493
0.4806
0.5568
0.4438
0.1706
10.3695
Greenness
-0.2728
-0.2174
-0.5508
0.7221
0.0733
-0.1648
-0.7310
Wetness
0.1446
0.1761
0.3322
0.3396
-0.6210
-0.4186
-3.3828
Haze
0.8461
0.0731
0.4640
-0.0032
-0.0492
0.0119
0.7879
TC 5
0.0549
-0.0232
0.0339
-0.1937
0.4162
.0.7823
-2.4750
TC 6
0.1186
-0.8069
0.4094
0.0571
-0.0228
0.0220
-0.0336
O processamento resulta em um número de bandas iguais ao número de bandas de
entrada. As três primeiras bandas são denominadas de BGW (brightness, greenness e
wetness). A componente B apresenta os alvos com maior brilho na faixa espectral do visível,
sendo assim, destaca principalmente áreas de solo exposto e áreas densamente edificadas. A
componente G é praticamente um índice de vegetação, pois destaca a vegetação dos demais
alvos. A componente W está interessada na umidade contida na cena, sendo assim, a maior
resposta fica para os corpos da água.
As aplicações desta técnica para análises multitemporais resultam no destaque de
alvos de interesse, para na seqüência se realizar uma classificação supervisionada ou se
definir limiares para identificação dos alvos.
74
4.6 - Metodologias para mapas de uso e ocupação da terra
Para o IBGE (2006), classificar é agrupar objetos, elementos e eventos em
conjuntos levando-se em conta suas propriedades de acordo com um método ou sistema de
avaliação. As abstrações mentais necessárias para classificação do real são arquitetadas para
atender a certos propósitos e às necessidades do usuário. Sendo produto do sujeito que
organiza o mundo real, a classificação é subjetiva e nem sempre consegue atender a todo tipo
de usuário, tampouco abarcar toda a complexidade do alvo.
Para trabalhos de classificação do uso e ocupação da terra, quatro termos devem
estar bem definidos: terra, cobertura da terra, uso da terra e ocupação da terra.
Nesse contexto, a terra pode ser conceituada como um segmento da superfície do
globo terrestre definido no espaço e reconhecido em função de características e propriedades
compreendidas pelos atributos da biosfera, que sejam razoavelmente estáveis ou ciclicamente
previsíveis, incluindo aquelas da atmosfera, solo, substrato geológico, hidrologia e resultado
da atividade do homem (FAO, 1976).
A cobertura da terra é definida como os elementos da natureza, ou seja, a
vegetação (natural e plantada), água, gelo, rocha nua, areia e superfícies similares, além das
construções artificiais criadas pelo homem, que recobrem a superfície da terra (ANDERSON
et al., 1976).
O uso da terra, dentre as várias definições existentes, está sempre associada às
atividades conduzidas pelo homem relacionadas a uma área específica. Entende-se por
atividade do homem uma série de operações desenvolvidas, com a intenção de obter produtos
e benefícios, através do uso dos recursos naturais, ou seja, essa definição limita-se às
atividades que estão diretamente relacionadas à terra (BIE ; LEEUWEN e ZUIDEMA, 1996).
O termo ocupação da terra qualifica o uso da mesma, sendo que o uso somente é efetivado a
partir do momento em que a ocupação é processada (SIMON, 2007).
Sobre a utilização desses termos, o IBGE (2006) considera:
Os conceitos atribuídos à cobertura e ao uso da terra guardam íntima
relação entre si e costumam ser aplicados alternativamente. Geralmente, as
atividades humanas estão diretamente relacionadas com o tipo de revestimento do
solo, seja ele florestal, agrícola, residencial ou industrial. Dados de sensoriamento
remoto, como fotografias aéreas e imagens de satélite, podem ser correlacionados
com a cobertura da terra e usados para mapear o tema. Entretanto, como o sensor
remoto não registra a atividade diretamente, mas características da superfície da
terra que retratam o revestimento do solo, as atividades de uso da terra
correlacionadas à cobertura precisam ser interpretadas a partir de modelos,
75
tonalidades, texturas, formas, arranjos espaciais das atividades e localização no
terreno.
Por outro lado, nem todas as atividades antrópicas se encontram
diretamente relacionadas com a cobertura. O turismo, por exemplo, é uma atividade
de lazer que ocorre em coberturas variadas (florestas, campos, águas), e pode ser
correlacionado com a cobertura a partir de dados suplementares.
Situações de usos múltiplos, geralmente difíceis de inventariar e
classificar, sobretudo aqueles localizados abaixo da superfície do solo, como a
extração mineral em terras florestais, também requerem atenção redobrada do
intérprete e a utilização de dados auxiliares para melhor compreensão do problema.
(IBGE, 2006. Não paginado).
Foram utilizadas nesse trabalho, como referência, três metodologias de
classificação de uso e cobertura da terra: Anderson et al (1976), Bossard; Feranec e Otahel
(2000) e IBGE (2006). Pode-se considerar que essas metodologias partem do mesmo esquema
teórico da cobertura terrestre para então diferenciar-se no momento de criação das classes de
uso do solo de acordo com os seus objetivos. A figura 17 apresenta o esquema teórico da
cobertura terrestre utilizada pelo IBGE (2006). Importante destacar que nesse esquema não
estão representadas as classes de uso, que estariam localizadas um nível abaixo.
Planeta Terra
Terra Água
Áreas
antrópicas
Áreas
naturais
Corpos
d’água
continentais
Corpos
d’água
costeiros
CampestreAgrícola Florestal
Não
agrícola
Figura 17 Esquema teórico da cobertura terrestre. Fonte: IBGE (2006)
Para exemplificação das classes de uso criadas por cada metodologia serão
apresentadas todas as classes do primeiro nível e apenas o detalhamento da classe referente ao
urbano.
O estudo do uso da terra no Brasil tem como importante referência o trabalho de
Anderson et al. (1976) publicado pelo Departamento do Interior dos Estados Unidos. Esse
estudo teve como objetivo desenvolver um sistema nacional de classificação que fosse
receptivo às entradas de dados, tanto das fontes convencionais quanto dos sensores remotos
em aviões de grande altitude e em plataforma de satélites.
76
O IBGE (2006) considera este trabalho como um marco teórico-metodológico dos
estudos contemporâneos do uso da terra, pois além de discutir a importância dos novos
recursos tecnológicos para obtenção de informações, apresenta uma visão do conjunto do uso
da terra e uma preocupação ambiental.
Anderson et al. (1976) propõe um sistema de classificação com 4 níveis
subdivididos de acordo com a característica da informação, como observa-se na tabela 14.
Prevê ainda a possibilidade de criação de outros níveis para um possível maior detalhamento.
Tabela 14 Sistema de classificação de uso e ocupação da terra. Fonte: Anderson et al. (1976).
Nivel da classificação
Característica da informação
I
Dados de satélites como o LANDSAT
II
Dados de grandes altitudes, obtidos acima de 40 mil pés (Escala <
1:80.000).
III
Dados de médias altitudes, obtidos entre 10 mil e 40 mil pés (1:20.000 <
Escala > 1:80.000)
IV
Dados de pequena altitudes, obtidos abaixo de 10 mil pés (Escala >
1:20.000
A sugestão de classes para o primeiro nível foi à seguinte: 1 - Urbano e área
construída; 2 - Agricultura; 3 - Pastagem; 4 - Floresta; 5 - Água; 6 - Área alagada; 7 - Área
árida; 8 Tundra, 9 - Área permanentemente congelada. Essas classes foram então
sucessivamente detalhadas para os níveis inferiores. O detalhamento da classe Urbano e área
construída para o nível II é a seguinte: 1.1 - Residencial, 1.2 Comercial, 1.3 Industrial, 1.4
Transporte, comunicação e utilidades, 1.5 Urbano misto ou área construída, 1.6 Outros
urbanos e áreas construídas.
Bossard; Feranec e Otahel (2000) descrevem a metodologia adotada e
desenvolvida pela European Environment Agency EEA tendo como foco o contexto
europeu. Este trabalho confere grande importância aos Sistemas de Informação Geográficos -
SIG para mapeamentos do uso e cobertura da terra.
Entre as principais diferenças para o trabalho de Anderson et al. (1976), nota-se
que a metodologia européia é bastante específica e, consequentemente, mais prática, tendo
como proposta mapear o continente europeu na escala 1:100.000 através de imagens SPOT. O
trabalho discute com detalhes as técnicas para identificação das classes na imagem, técnicas
para classificação de imagens, bem como sua validação, sobre a plataforma de um SIG
próprio.
A metodologia proposta por Bossard, Feranec e Otahel (2000) inclui, no primeiro
nível, as seguintes classes, 1 - Áreas artificiais, 2 - Agricultura, 3 - Floresta e áreas semi-
77
naturais, 4 - Áreas alagadas, 5 - Corpos d’água. O detalhamento da classe Áreas artificiais é a
seguinte: 1.1 - Área administrativa, 1.2 - Industrial, comercial e unidades de transporte, 1.3 -
Mineração e extrativismo, 1.4 - Vegetação artificial (não-agrícola). Pelo fato da metodologia
utilizar apenas a escala 1:100.000, limita-se a dois níveis para classificação do uso e cobertura
da terra.
A proposta do IBGE (2006) é bastante semelhante à proposta de Anderson (1976)
por tratar-se de uma metodologia de mapeamento de caráter geral e pouco específica. Divide
o universo em três níveis de abstração. O primeiro nível é o único que a metodologia indica
um intervalo de escala (entre 1:100.000 e 1:250.000), para os dois níveis demais não é
associado escala de trabalho.
Esta metodologia inclui, no primeiro nível, as seguintes classes: 1 Áreas
antrópicas não-agrícolas, Áreas antrópicas agrícolas, Áreas de vegetação natural, Águas. O
detalhamento da classe Áreas antrópicas não-agrícolas é a seguinte: 1.1 Áreas urbanizadas,
1.2 Áreas de extração mineral. O detalhamento da classe Áreas urbanizadas é a seguinte:
1.1.1 Unidade de conservação de proteção integral, 1.1.2 Unidade de conservação de uso
sustentável, 1.1.3 Terra indígena, 1.1.4 Cidades, vilas, 1.1.5 Complexo industrial.
O IBGE (2006) destaca que esta nomenclatura foi concebida para o uso da terra
voltado para os recursos naturais, com preocupação socioeconômica e ambiental.
Analisando as três metodologias é possível fazer as seguintes considerações sobre
os níveis de abstração utilizados:
Nivel I - Indica as principais categorias da cobertura terrestre no planeta. Tais
coberturas podem ser discriminadas apenas com o uso de produtos de sensoriamento remoto,
atendendo a necessidade de escalas menores que 1:100.000. As diferenças de termos
utilizados nesse nível ocorreram, principalmente, por se tratarem de metodologias propostas
para continentes diferentes;
Nivel II - Indica uma mistura de categorias de coberturas e classes de usos da
terra, pois nem todos os usos podem ser discriminados nesse nível. Necessita-se do uso de
produtos de sensoriamento, além de dados auxiliares. Para áreas urbanas, a metodologia
européia e americana são mais semelhantes, e a brasileira opta por não detalhar a área urbana
neste nível;
Nivel III - Apresenta as classes de usos da terra propriamente ditas. Neste nível é
indispensável à utilização dados auxiliares aos produtos de sensores remotos. As
78
metodologias brasileira e americana não estabelecem um limite de classes para este nível,
visto a enorme diversidade possível de usos da terra.
É importante destacar que as metodologias brasileira e européia não privilegiam o
estudo de áreas intra-urbanas, estando todas voltadas para os recursos naturais e econômicos.
Anderson (1976) é o que melhor aborda este tema, trabalhando com diferentes escalas,
prevendo um detalhamento progressivo das áreas urbanas.
79
4.7 Pressão antrópica
O antropismo é caracterizado por toda e qualquer interferência do homem na
natureza. Para Monteiro e Sawyer (2001) pressão antrópica é o potencial humano para
transformação do meio ambiente e mensurar esse potencial é o objetivo dos índices de pressão
antrópica.
O índice de pressão antrópica, proposto por Monteiro e Sawyer (2001), representa
um indicador de pressões econômicas e demográficas sobre o meio ambiente. Segundo estes
autores, o índice de pressão antrópica, construído sobre uma base de dados secundários,
sintetiza as pressões de transformação que um determinado meio-ambiente está sujeito devido
à ação humana, quer seja no tocante à poluição ou depleção dos recursos naturais. Em outras
palavras, o índice de pressão antrópica consiste em indicador útil para se avaliar o potencial
de dinâmica ambiental de uma determinada região diante de um conjunto de condições
socioeconômicas de contorno.
Braga e Freitas (2003) elaboraram um índice de pressão antrópica para municípios
que avalia o potencial de impacto e degradação, por meio do grau de estresse exercido pela
intervenção antrópica (urbanização e principais atividades econômicas) sobre o sistema
ambiental local, com especial atenção para seu potencial poluidor, ritmo de crescimento e
concentração espacial. Para esses autores a pressão antrópica de um município deve ser
mensurada através da relação entre as pressões urbanas, industrial, mineração e agropecuária.
O índice de pressão antrópica para os municípios da Amazônia brasileira,
elaborado por Soares-Filho e Garcia (2003) é composto por quatro dimensões: concentração
demográfica, desenvolvimento econômico, infra-estrutura agrária e pressão agropecuária e
extração vegetal. A proposta é que o índice seja uma síntese dos dados sociais e econômicos
presentes nos censos demográficos.
Neste trabalho, entende-se como pressão antrópica o potencial humano existente
para transformação do meio, sendo natural ou alterado. Assim, considerando a faixa de dutos
como foco principal deste trabalho, foi elaborado o índice de pressão antrópica às faixas de
dutos IPA
d.
. Ele representa uma medida de proporção de área entre as classes de uso e
ocupação da terra acrescido da ponderação da pressão antrópica a faixa de dutos considerada
para cada uma das classes.
80
5 MÉTODOS E ETAPAS DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada em diferentes fazes, conforme ilustrado no fluxograma
da figura 18.
Seleção da área
de estudo
Revisão
bibligráfica
Aquisição e
organização dos
dados
Caracterizacão
básica da área
Análise do
meio físico e
antrópico
Técnicas de
detecção de
mudanças
Conclusão
Resultados
Análise dos
resultados
Geologia
Geomorfologia
Clima
Uso e
ocupação
Vegetação
Técnicas de pré-
processamento de
imagens
Técnicas de
processamento de
imagens
Técnicas de análise
espaciais
Pré-
processamento
dos dados
Banco de dados
geográfico
Processamento
dos dados
Figura 18 - Fluxograma da pesquisa
81
As fazes de aquisição, pré-processamento e processamento dos dados e de análise
dos resultados, foram desenvolvidas através das seguintes etapas:
(1) Aquisição dos dados os dados foram adquiridos com a finalidade de
compor a base cartográfica do estudo e para caracterização da área em termos físicos e
socioeconômicos;
(2) Pré-processamento das imagens Esta etapa consistiu-se em executar a
correção radiométrica sobre as imagens originais, necessária para alguns experimentos, e
produção de arquivos auxiliares para classificação;
(3) Experimento 1 Esta etapa teve como objetivo testar duas técnicas de
detecção de mudanças e os resultados determinou a necessidade em se trabalhar com a técnica
de diferença de imagem classificada, desconsiderando assim as demais;
(4) Classificação de imagens para uso e ocupação da terra Buscou-se
determinar e caracterizar as classes de uso e ocupação da terra que foram utilizadas nos
experimentos 2, 3 e 4;
(5) Índice de pressão antrópica às faixas de dutos IPA
d
Neste ponto se fez a
proposta do Índice para relacionar as classe de uso e ocupação da terra com a pressão
oferecida aos dutos;
(6) Atualização do mapa de sistemas de relevo A atualização foi necessária,
pois existia a necessidade de compatibilização da escala do mapa de sistema de relevo obtido
da CPRM com a escala das imagens utilizadas. O relevo foi utilizado como condicionante do
uso e ocupação;
(7) Mapa de zonas de influência da faixa de dutos Foi produzido para servir
como uma referência de posição de um determinado ponto em relação à faixa de dutos;
(8) Mapa de regiões de interesse Nesta etapa realizou-se o cruzamento do
mapa de zonas de influência da faixa de dutos com o mapa de sistemas de relevo produzindo
as regiões de interesse;
(9) Experimento 2 Esta etapa foi importante para testar a cnica de
classificação de imagem pixel a pixel, bastante conhecida e implementada em diferentes
programas de forma semelhante. Os resultados apontaram a impossibilidade dessa técnica em
delimitar duas das classes de uso e ocupação propostas;
82
(10) Experimento 3 Nesta etapa foi testado um segmentador e um classificador
de imagem por região implementado em um SIG gratuito nacional, o SRPING 5.0 (INPE,
2008). Os resultados mostraram que o caminho era utilizar uma classificação por região, no
entanto identificou-se a necessidade de buscar outra ferramenta, que oferecesse uma melhor
segmentação e a possibilidade de se trabalhar com outros atributos para classificação, como
por exemplo, a textura;
(11) Experimento 4 Foi testado uma ferramenta de segmentação e de
classificação implementada recentemente no software Envi 4.6 (ITT, 2009), que ofereciam
outra possibilidade de segmentação e classificação, os resultados apresentaram os melhores
acertos gerais e coeficiente Kappa, sendo assim, adotou-se estes resultados para produção dos
mapas de uso e ocupação da terra;
(12) Mapa uso e ocupação da terra e mapa de mudanças A partir dos
resultados do experimento 4 e com a utilização de algumas premissas, se produziu o mapa de
uso e ocupação da terra. Os mapas de mudanças foram gerados aplicando a técnica de
diferença de imagem sobre os mapas de uso e ocupação da terra.
(13) Análise do uso e ocupação da terra e de mudanças Nesta etapa foi
calculado o IPA
d
para os sistemas de relevo, zonas de influência da faixa de dutos e regiões de
interesse, sendo em seguida analisados
Todas as etapas estão detalhadas nos subitens do item Métodos e Etapas da
Pesquisa
83
5.1 - Aquisição dos dados
Foram adquiridos imagens, mapas e folhas topográficas relacionados nas tabelas
15, 16 e 17.
Tabela 15 Relação de imagens adquiridas
Satélite/Sensor
Data
Orbita/ponto
Local
Resolução
Instituição
Landsat 5/TM
20/05/1986
217/076
-
30m
INPE
1
Landsat 5/TM
29/05/1995
217/076
-
30m
INPE
1
Landsat 5/TM
09/06/2005
217/076
-
30m
INPE
1
Lansat 7/ETM+
28/10/2001
217/076
-
30m multi
15m pan
GLCF
2
Lansat 7/ETM+
2000
-
S-23/20
14,25m
NASA
3
SRTM
5
2000
SF-23-Z-A
90m
Embrapa
4
SRTM
5
2000
SF-23-Z-B
90m
Embrapa
4
1
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais;
2
Global Land Cover Facility;
3
National Aeronautics and Space Administration;
4
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária;
5
Shuttle Radar Topography Mission
Tabela 16 Relação de mapas e outros dados espaciais adquiridos
Nome
Escala
Formato
Ano
Fonte
Mapa de Unidades Geomorfológicas do
Estado do Rio de Janeiro
1:400.000
Digital/Raster
2000
CPRM
1
Mapa de Unidade do Relevo do Estado
do Rio de Janeiro
1:400.000
Digital/Raster
2000
CPRM
1
Mapa de Isoietas Totais Anuais do
Estado do Rio de Janeiro
1:400.000
Digital/Raster
2000
CPRM
1
Mapa de Unidades Geoambientais do
Estado do Rio de Janeiro
1:400.000
Digital/Raster
2000
CPRM
1
Mapa de Sistemas de Relevo do Estado
do Rio de Janeiro
1:250.000
Digital/Raster
2000
CPRM
1
Mapa de reconhecimento de baixa
intensidade dos solos do estado do Rio
de Janeiro
1:250.000
Digital/Vetor
2003
Embrapa
2
Carta geológica do Brasil ao
milionésimo, folha SF.23
1:1.000.000
Digital/Vetor
2004
CPRM
1
Traçado Faixa de Dutos (Rio Belo
Horizonte)
1:30.000
Digital/Vetor
Transpetro
3
Área municípios
1:500.000
Digital/Vetor
2005
IBGE
4
1
Companhia de Recursos Minerais;
2
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária;
3
A Petrobras Transporte S.A;
4
Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística
Tabela 17 Relação de cartas topográficas adquiridas
Folha
Código
Formato
Escala
Levantamento
Cava
SF-23-Z-B-IV-1
Digital/Raster
1:50.000
DSG
1
Vila Militar
SF-23-Z-B-IV-3
Digital/Raster
1:50.000
DSG
1
Baía da
Guanabara
SF-23-Z-B-IV-4
Digital/Raster
1:50.000
DSG
1
Santa Cruz
SF-23-Z-A-VI-4
Digital/Raster
1:50.000
DSG
1
Paracambi
SF-23-Z-A-VI-2
Digital/Raster
1:50.000
DSG
1
Petrópolis
SF-23-Z-B-IV-2
Digital/Vetor
1:50.000
IBGE
2
1
Diretoria de Serviço Geográfico;
2
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
As imagens TM foram adquiridas do catálogo de imagens do site do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, com a finalidade de realizar uma análise
84
multitemporal em um período de 20 anos, e assim optou-se por imagens do sensor Landsat
TM5, que está em operação desde 1984. As datas das imagens foram selecionadas de acordo
com a disponibilidade, ocorrência de nuvens, período do ano e proximidade do dia de
aniversário. As datas das imagens disponíveis que melhor atenderam os quesitos descritos
acima foram: 20/05/1986, 29/05/1995 e 09/06/2005 da orbita/ponto 217/76.
As imagens do sensor ETM+/Landsat 7 foram adquiridas pois apresentam uma
banda pancromática de resolução de 15 metros.
Os mapas, com exceção do mapa de reconhecimento de baixa intensidade dos
solos do estado do Rio de Janeiro (EMBRAPA, 2003) e da Carta Geológica do Brasil ao
milionésimo, folha SF-23 (CPRM, 2004), foram obtidos do Projeto Rio de Janeiro (CPRM,
2000). As cartas topográficas de responsabilidade do IBGE foram obtidas no próprio site da
instituição, e as cartas sob responsabilidade do DSG foram cedidas pela Divisão de
Levantamento do DSG/RJ - Diretoria de Serviço Geográfico. O objetivo da aquisição dessas
informações foi caracterizar a área de estudo e compor a base cartográfica para pré-
processamento das imagens e análise do meio físico e antrópico.
85
5.2 - Pré-processamento das imagens
A partir das imagens originais, foram geradas as imagens de reflectância aparente
através da proposta de Chander e Markham (2003) e, na sequência, foram obtidas as imagens
de reflectância de superfície através do método de correção da atmosfera de subtração do
pixel escuro proposto por Chavez (1988). Esse procedimento foi necessário, pois algumas
técnicas de detecção de mudanças necessitam de imagens normalizadas. Posteriormente, as
imagens originais e de refletância foram georreferenciadas tendo como referência a base
cartográfica do IBGE e do DSG obtidas em formato digital. Toda a etapa de pré-
processamento foi realizada com o auxilio do software ENVI 4.5 (ITT, 2009) e ArcGis 9.3
(ESRI, 2008).
Para auxiliar a visualização das imagens e aquisição das amostras foram criadas
quatro novas imagens para cada data utilizando as seguintes técnicas:
(a) - Contraste linear;
(b) - Principais Componentes;
(c) - Tasseled-Cap Componentes;
(d) - Realce TM Tipo de filtro passa alta presente no software SPRING 5.0,
construído com a finalidade especifica de realce das imagens TM. O resultado são imagens
que apresentam as feições de bordas realçadas.
86
5.3 - Experimento 1
As duas primeiras técnicas de detecção experimentadas são denominadas por Lu
et al. (2004) de diferença de NDVI (índice de vegetação por diferença normalizada) e
comparação de imagens classificadas. O objetivo deste experimento foi identificar as
transformações das áreas verdes para não verdes e vice-versa para o ano de 1986 e 1995. A
figura 19 apresenta o fluxograma simplificado de trabalho deste primeiro experimento.
LandSat
TM5
Reflectância
20/05/1986
LandSat
TM5
Reflectância
29/05/1995
Classificação
(pixel a pixel)
Diferença de
imagens
classificadas
Comparação
entre as
técnicas
Conversão
para imagem
NDVI
Diferença de
imagens NDVI
Aquisição de
amostras
LandSat
TM5
Original
20/05/1986
LandSat
TM5
Original
29/05/1995
Figura 19 - Fluxograma de trabalho do experimento 1.
Para realizar o processamento da comparação de imagens classificadas utilizou-se
o software Spring 5.0 (INPE, 2008), com o classificador pixel a pixe denominado MAXVER
(máxima verossimilhança). Para esta técnica utilizou-se as imagens originais. A escolha de
um classificador pixel a pixe nesse primeiro experimento ocorreu para permitir uma maior
comparação com o método de diferença do NDVI.
Foram utilizadas apenas duas classes para aquisição das amostras, uma
denominada AREA-VERDE, que representava os alvos com resposta espectral de vegetação e
outra denominada OUTROS, que representava os demais elementos da imagem. Optou-se
inicialmente por essas classes, pois além de ser serem de fácil reconhecimento nas imagens,
permitiu utilizar uma técnica que não requer uma classificação, o NDVI.
Adquiriram-se amostras diferentes para cada data, entretanto buscou-se utilizar
sempre os mesmo critérios de aquisição.
Após a classificação das duas datas, realizou-se a subtração da imagem de 1986
da imagem de 1995 produzindo uma imagem diferença da classificação com três classes: a
primeira que representava as áreas em que não houve alteração da classe, a segunda as áreas
87
que deixaram de ser AREAS-VERDES e se tornaram OUTROS e a terceira que deixou de ser
OUTROS e se tornaram AREAS-VERDES.
O processamento referente à técnica de diferença de NDVI foi realizado no
software ENVI 4.6 (ITT, 2009). Para esta cnica utilizou-se as imagens normalizadas. O
índice de vegetação foi calculado utilizando-se a seguinte fórmula:
𝑁𝐷𝑉𝐼 =
(𝑁𝐼𝑅−𝑅𝐸𝐷)
(𝑁𝐼𝑅+𝑅𝐸𝐷)
Em que:
NIR é a reflectância do infravermelho próximo;
RED é a reflectância do vermelho
As imagens NDVI foram classificadas utilizando um limiar definido através de
amostras, com o objetivo de separar as áreas verdes dos demais alvos. Utilizou-se a subtração
de imagens para produzir uma imagem diferença de NDVI com três classes iguais às da
imagem diferença da classificação.
Na tentativa de análise dos resultados, notou-se que a classe AREA-VERDE e a
classe OUTROS utilizadas não apresentavam relevância para o estudo de risco dos dutos.
Assim, optou-se por realizar novos experimentos inserindo novas classes de uso da terra.
(Eq. 7)
88
5.4 Classificação de imagens para uso e ocupação da terra.
5.4.1 Ferramentas para classificação
Neste estudo foram avaliadas três diferentes abordagens de classificação de
imagens para uso e ocupação da terra.
(a) - Classificação pixel a pixel através do classificador de máxima
verossimilhança, implementado no software SPRING 5.0 (INPE, 2008) (Experimento 2);
(b) - Classificação pela segmentação de imagens através do classificador
Battacharya, implementado no software SPRING 5.0 (INPE, 2008) (Experimento 3);
(c) - Classificação pela segmentação de imagens através do classificador K
vizinho mais próximo, implementado no software Envi 4.6 (ITT, 2009) (Experimento 4).
89
5.4.2 Escala de trabalho
A definição da escala de trabalho foi feita de acordo com a precisão gráfica e a
resolução espacial das imagens TM-5. Precisão gráfica é a menor grandeza medida no terreno,
capaz de ser representada em desenho na mencionada escala. De acordo com Silva et al.
(1998) e Menezes e Neto (1999) a precisão gráfica admitida no Brasil é de 0,2 mm, sendo este
também o erro admissível. Por exemplo, em uma escala 1:50.000, o tamanho do menor objeto
no terreno que pode ser representado tem um diâmetro de 10 m.
Partindo da relação entre precisão gráfica (0,2 mm) e a resolução espacial da
imagem TM-5 (30 m) resulta a escala de trabalho. Sendo 30 m o menor diâmetro de um
objeto no terreno representando em uma imagem TM-5, a escala de trabalho é 1:150.000. A
menor área mapeável foi também retirada da resolução da imagem, ou seja, 900 m
2
(30m X
30m).
A escala de trabalha influenciou diretamente na definição das classes de uso e
ocupação e na atualização do mapa de sistemas de relevo.
90
5.4.3 Classes de uso e ocupação da terra
As classes de uso e ocupação da terra foram elaboradas com base nas
metodologias discutidas no item 4.6, mas também foi considerado o fato que o uso ou a
ocupação delimitado deveria ter uma relação direta com a questão das pressões antrópicas
sobre a faixa de dutos. A pressão antrópica inferida para as classes de uso e ocupação indicam
a presença maior ou menor de atividade humana naquela classe.
A figura 20 apresenta o desdobramento do esquema teórico, utilizado pelo IBGE
(2006), para as classes de uso e ocupação da terra adaptado para esse trabalho.
Planeta Terra
Terra Água
Áreas
antrópicas
Áreas
naturais
Corpos
d’água
continentais
Corpos
d’água
costeiros
CampestreAgrícola Florestal
Não
agrícola
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
URBANODENSO
URBANOESPARSO
SOMBRA
AGUA
NUVEM
Figura 20 - Esquema teórico das classes de uso e ocupação da terra. Fonte: adaptado de IBGE (2006)
As classes de uso e ocupação da terra estão descritas a seguir.
(a) - duas classes de uso urbano: a primeira denominada URBANODENSO,
caracteriza-se por um uso urbano mais consolidado e denso, em que predominam a
pavimentação, edificações e pouca vegetação. A segunda denominada URBANOESPARSO,
caracteriza-se por uma ocupação urbana mais espaçada em que ocorre uma mistura grande de
pavimentação, edificações e vegetação. A resposta espectral dessa classe confunde-se com a
resposta da classe VEGETACAOALTERADA;
(b) - duas classes de vegetação: a primeira denominada VEGETACAODENSA,
caracterizada pela predominância da vegetação original e de grande porte, localizada em sua
91
grande parte em regiões da serra do mar e em topos de morro. A segunda, denominada
VEGETACAOALTERADA, caracterizada por uma vegetação de menor porte, como
gramíneas e arbustos, em que muitas vezes observa-se a influência do solo na resposta dos
alvos;
(c) - uma classe de corpos d`água, denominada AGUA;
(d) - uma classe representando as áreas não imageadas pelo sensor devido a
sombras do relevo e das nuvens, denominada SOMBRA;
(e) - uma classe de nuvem, denominada NUVEM.
A tabela 18 apresenta uma visão geral das amostras das classes de uso e ocupação
da terra, bem como sua chave de interpretação, estatística descritiva e os resultados
estatísticos em cada uma das classificações experimentadas.
92
Tabela 18 Visão geral das classes através das amostras, chave de interpretação, estatísticas descritivas e resultados das classificações
Classe
Caracterização
Exemplo de amostra
(TM 7R4G3B)
Chave de interpretação
Estatística descritiva das amostras
Resultado da classificação
AGUA
Corpos d`água
Cor: Azul com tonalidade escura
Textura: Homogênea
Porcentagem de acertos
Maxver1 1986: 100%
Maxver 1 1995: 100%
Maxver 2 1986: 100%
Maxver 2 1995: 100%
SegSpring 1986: 100%
SegSpring 1995: 100%
SegSpring 2005: 100%
SegFX 1986: 100%
SegFX 1995: 100%
SegFX 2005: 100%
SOMBRA
Áreas não imageadas pelo
satélite devido a sombras do
relevo e das nuvens
Cor: Preto
Textura: Homogênea
Porcentagem de acertos
Maxver1 1986: 33,33%
Maxver 1 1995: 40,00%
Maxver 2 1986: 16,67%
Maxver 2 1995: 40,00%
SegSpring 1986: 66,67%
SegSpring 1995: 60,00%
SegSpring 2005: 60,00%
SegFX 1986: 83,33%
SegFX 1995: 60,00%
SegFX 2005: 60,00%
NUVEM
Nuvens
Cor: Branca e magenta
Textura: Homogênea
URBANODENSO
Áreas predominantemente
construídas com pouca ou
nenhuma vegetação.
Cor: Predomina o magenta com
variações de tonalidade do claro ao
escuro.
Textura: Homogênea
Obs: Padrão regular de edificação e
arruamento
Porcentagem de acertos
Maxver1 1986: 75,00%
Maxver 1 1995: 73,68%
Maxver 2 1986: 93,75%
Maxver 2 1995: 72,22%
SegSpring 1986: 87,50%
SegSpring 1995: 77,78%
SegSpring 2005: 92,31%
SegFX 1986: 87,50%
SegFX 1995: 94,44%
SegFX 2005: 92,31%
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
B1
B2
B3
B4
B5
B7
Número Digital
1986
1995
2005
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
B1
B2
B3
B4
B5
B7
Número Dgital
1986
1995
2005
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
B1
B2
B3
B4
B5
B7
Número Digital
1986
1995
2005
93
Classe
Caracterização
Exemplo de amostra
(TM 7R4G3B)
Chave de interpretação
Estatística descritiva das amostras
Resultado da classificação
URBANOESPARSO
Mistura de pavimentação,
edificações e vegetação.
Cor: Apresenta as cores magenta e
verde com tonalidades variando do
claro ao escuro.
Textura: Heterogênea
Obs: Padrão regular de edificação e
arruamento
Porcentagem de acertos
Maxver1 1986: 62,50%
Maxver 1 1995: 75,00%
Maxver 2 1986: 68,75%
Maxver 2 1995: 80,00%
SegSpring 1986: 75,00%
SegSpring 1995: 55,00%
SegSpring 2005: 66,67%
SegFX 1986: 81,25%
SegFX 1995: 85,00%
SegFX 2005: 80,00%
VEGETACAOALTERADA
Vegetação de menor porte,
como gramíneas e arbustos,
em que muitas vezes
observa-se a influência do
solo na resposta dos alvos
Cor: Apresenta as cores magenta e
verde com tonalidades variando do
claro ao escuro.
Textura: Homogênea
Porcentagem de acertos
Maxver1 1986: 74,14%
Maxver 1 1995: 49,02%
Maxver 2 1986: 48,28%
Maxver 2 1995: 55,77%
SegSpring 1986: 60,34%
SegSpring 1995: 59,62%
SegSpring 2005: 40,82%
SegFX 1986: 86,21%
SegFX 1995: 80,77%
SegFX 2005: 87,76%
VEGETACAODENSA
Vegetação original e de
grande porte, localizada, em
sua grande parte, em regiões
da serra do mar e em topos
de morro
Cor: predomina o verde com
tonalidades variando do claro ao
escuro.
Textura: Homogênea
Porcentagem de acertos
Maxver1 1986: 96,97%
Maxver 1 1995: 97,06%
Maxver 2 1986: 100,00%
Maxver 2 1995: 97,06%
SegSpring 1986: 96,97%
SegSpring 1995: 94,12%
SegSpring 2005: 94,12%
SegFX 1986: 87,88%
SegFX 1995: 91,18%
SegFX 2005: 85,29%
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
B1
B2
B3
B4
B5
B7
Número Digital
1986
1995
2005
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
B1
B2
B3
B4
B5
B7
Número Digital
1986
1995
2005
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
B1
B2
B3
B4
B5
B7
Número Digital
1986
1995
2005
94
5.4.4 Ferramentas para validação e análise da classificação
Para avaliação das classificações dos experimentos 2, 3 e 4 foi gerada uma matriz
regular de 3 km por 3 km, sendo adquirido um ponto no centro de cada célula, totalizando 130
pontos amostrais para uma área de aproximadamente 1068 km
2
correspondente a área dos três
municípios. Os pontos foram então classificados visualmente segundo as classes de uso da
terra estabelecidas sendo utilizados como verdade. A tabela 19 apresenta o número de
amostras adquiridas para cada classe.
Tabela 19 Número de amostras verdade adquiridas para validação das classificações
Classe
Nº Amostra 1986
Nº Amostra 1995
Nº Amostra 2005
AGUA
1
1
1
NUVEM
0
0
0
SOMBRA
6
5
5
URBANODENSO
16
18
26
URBANOESPARSO
16
20
15
VEGETACAOALTERADA
58
52
49
VEGETACAODENSA
33
34
34
As matrizes de confusão foram produzidas a partir do cruzamento das amostras
verdade com os resultados das classificações. Dessas matrizes foram avaliados os
desempenhos das classificações, através do acerto geral (medida de proporção entre os acertos
e os erros) e do coeficiente Kappa (COHEN, 1960).
Segundo Antunes e Lingnau (1997) o coeficiente Kappa é um dos mais indicados
para mensurar concordância entre classificações de imagens orbitais. O índice demonstra uma
concordância, em escala nominal, entre os resultados das classificações e as amostras verdade.
A tabela 20 apresenta a escala de concordância Kappa.
Tabela 20 Escala Kappa de concordância nominal
Intervalo Kappa
Concordância
K < 0
Péssima
0 0,20
Ruim
0,21 0,40
Moderada
0,41 0,60
Boa
0,61 - 0,80
Ótima
0,81 1,00
Excelente
Com base nas análises visuais das imagens e do conhecimento da dinâmica de uso
e ocupação da terra, foram estabelecidas algumas premissas relacionadas ao comportamento
esperado das classes de vegetação e urbano para auxiliar a análise dos resultados.
1
a
premissa - uma vez que uma área é classificada como URBANODENSO não é
esperado que ocorra nenhuma mudança em datas posteriores, sendo assim é esperado um
crescimento da mesma ao longo do tempo.
95
2
a
premissa - uma vez que uma área é classificada como URBANO ESPARSO é
esperado apenas a mudança para a classe URBANODENSO, pois esse fato indicaria um
adensamento de edificações naquele local. Sendo assim, podem-se admitir pequenas reduções
de área ao longo tempo para esta classe.
3
a
premissa - Para VEGETACAOALTERDA é coerente a alteração para qualquer
uma das três classes, no entanto espera-se uma significativa redução de área ao longo dos
períodos.
4
a
premissa - Para VEGETACAODENSA é coerente a alteração para qualquer
uma das três classes, no entanto não se espera mudanças significativas de área ao longo dos
períodos.
96
5.5 Índice de pressão antrópica às faixas de dutos IPA
d
O índice de pressão antrópica às faixas de dutos IPA
d
utilizado nesse trabalho é
uma medida de proporção de área entre as classes de uso e ocupação da terra acrescido da
ponderação da pressão antrópica à faixas de dutos considerada para cada uma das classes. A
principal função do índice no trabalho é permitir a análise de forma conjunta as classes de uso
e ocupação relacionadas ao urbano e vegetação, sendo elaborado de forma genérica para
permitir sua aplicação em qualquer áreas de interesse.
Considerando a descrição e caracterização de cada classe, foi possível ponderar
um valor para pressão antrópica entre as classes de vegetação e urbano. Utilizou-se uma
amplitude de valores entre 0 (menor pressão) e 1 (maior pressão). A tabela 21 apresenta os
valores de pressão ponderados para as classes de vegetação e urbano.
Tabela 21 Pressão antrópica das classes de uso e ocupação da terra
Classes
Pressão antrópica
URBANODENSO
1
URBANOESPARSO
0,75
VEGETACAOALTERADA
0,5
VEGETACAODENSA
0
A classe URBANODENSO recebeu o valor 1 e corresponde as áreas
predominantemente construídas com pouca ou nenhuma vegetação, ou seja, grande
intensidade de atividade humana e consequentemente maior pressão antrópica dentre as
classes analisadas.
A classe VEGETACAODENSA recebeu o valor 0 e corresponde as áreas de
vegetação original e de grande porte, localizadas, em sua grande parte, em regiões da Serra do
Mar e em topos de morro, não havendo indícios de atividade humana significativa ou
impactante, sendo considerada uma área de pressão antrópica nula.
A classe VEGETACAOALTERADA recebeu o valor 0,5 e corresponde as áreas
de vegetação de pequeno porte, como gramíneas e arbustos, em que muitas vezes observa-se a
influência do solo na resposta dos alvos, devido possivelmente ao uso agrícola diversificado e
a vegetação natural degradada. As atividades humanas são dispersas e em menor número que
a classe URBANOESPARSO, representando assim pressão antrópica menor, porém existente.
97
A dinâmica esperada para essa classe é que a mesma pode tanto tornar-se
VEGETACAODENSA quanto seguir para as classes de urbano, o que justifica o valor de 0,5.
A classe URBANOESPARSO recebeu o valor 0,75 e corresponde a áreas com um
misto de pavimentação, edificações e vegetação, onde o uso é tipicamente urbano, entretanto
com menor densidade das atividades humanas. Assim, apresenta pressão antrópica menor que
a classe URBANODENSO, porém maior que a VEGETACAOALTERADA. O valor
atribuído está entre os valores de URBANODENSO e VEGETACAOALTERADA, pois foi
considerado que nessas áreas, de forma geral, havia iguais proporções de área edificadas e
áreas com vegetação.
O valor do IPA
d
deve ser sempre analisado tendo como referencial a tabela de
pressão antrópica das classes, visto que a pressão antrópica não foi quantificada e sim
ponderada entre as classes de uso e ocupação.
O IPA
d
foi calculado de acordo com a equação a seguir:
𝐼𝑃𝐴 = 𝑑𝑈𝐷 𝑝𝑈𝐷 + 𝑑𝑈𝐸 𝑝𝑈𝐸 + 𝑑𝑉𝐴 𝑝𝑉𝐴 + 𝑑𝑉𝐷 𝑝𝑉
Em que:
d - densidade da classe de uso e ocupação na região ou zona de análise, obtida através da
razão entre a área total da classe na região de análise e a área total da região.
p pressão antrópica da classe de uso e ocupação
UD URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
Como exemplificação, considere uma região ou zona de análise composta por
50% de URBANODENSO, 20% de URBANOESPARSO, 20% de
VEGETACAOALTERADA e 10% de VEGETACAODENSA. O cálculo do IPA para esse
caso fica assim:
IPA = 0,5*1 + 0,2*0,75 + 0.2*0.5 + 0.1*0
IPA = 0,75
Como a pressão antrópica da classe VEGETACAODENSA foi considerada 0,
pode-se simplificar a equação:
𝐼𝑃𝐴 = 𝑑𝑈𝐷 𝑝𝑈𝐷 + 𝑑𝑈𝐸 𝑝𝑈𝐸 + 𝑑𝑉𝐴 𝑝𝑉𝐴
(Eq. 8)
(Eq. 9)
98
No momento do cálculo da área total de cada região, para em seguida calcular a
densidade de cada classe, foram subtraídas as áreas correspondentes as classes de AGUA,
SOMBRA e NUVEM.
Os resultados do IPA
d
foram agrupados e classificados de acordo com a tabela 22.
Os limiares das classes de IPA
d
foram definidos tendo como referência os valores ponderados
para pressão antrópica. Optou-se por dividir a diferença de cada valor ponderado para pressão
em duas classes, por exemplo, a diferença entre 1 (URBANODENSO) e 0,75
(URBANOESPARSO) é 0,25 que foi dividido em duas classes 0,125.
Tabela 22 Classificação do IPA
d
Classes IPA
d
Intervalo do IPA
d
Pressão antrópica
alta
0,876 1
Pressão antrópica
média alta
0,751 0,875
Pressão antrópica
média
0,626 0,750
Pressão antrópica
média baixa
0,501 0,625
Pressão antrópica
baixa
0,251 0,500
Pressão antrópica
não significativa
0 - 0,25
O IPA
d
foi calculado para os sistemas de relevo, zonas de influência da faixa de
dutos e para as regiões de interesse, que estão discutidas nos itens 5.6, 5.7 e 5.8 e apresentadas
nos itens 6.9.3, 6.9.4 e 6.9.5.
99
5.6 Atualização do mapa de sistemas de relevo
Os limites dos sistemas de relevo foram adquiridos do mapa Geomorfológico do
estado do Rio de Janeiro na escala 1:400.00, elaborado pela CPRM (2000). Teve os limites
das classes revistos de acordo com a proposta de Ponçano et al. (1979). Essa atualização foi
necessária devido à escala do mapa não ser compatível com a escala pretendida para o
trabalho (1: 150.000).
Foi utilizada a imagem TM de 1986 para esse trabalho por apresentar menor
alteração antrópica da paisagem. Os critérios de interpretação de imagem de Ponçano et al
(1979) utilizados nesse trabalho, para atualização dos limites, foram:
(a) Amplitude local Altura máxima da unidade em metros, acima do assoalho
dos grandes vales;
(b) Declividade Inclinação média do perfil da encosta;
(c) Expressão de colinas em área Área ocupada pelas unidades de relevos entre
seus vales limítrofes, ou seja, área dos interflúvios;
(d) Extensão do topo Sendo extensos ou restritos;
(e) Formas de topos Sendo aplainados, arredondados ou angulosos;
(f) Perfil das vertentes Sendo convexo, retilíneo ou côncavo;
(g) Orientação do relevo Sendo muito orientado, pouco orientado e não
orientado.
Duas classes tiveram seus nomes alterados. A classe Maciços intrusivos alcalinos
foi alterada para Morros isolados e a classe Continentais alterada para Planícies aluviais.
100
5.7 Mapa de zonas de influência da faixa de dutos
Esse mapa foi elaborado tendo como referência a proposta presente nos relatórios
ambientais da Transpetro (2006a; b). Junto a essa proposta foram adicionadas referências de
posicionamento das zonas em relação à faixa, sendo assim, é possível saber se as mesmas
estão localizadas á direita, esquerda ou entre a faixa de dutos.
O principal objetivo desse mapa é servir de referencial de distância das faixas de
dutos para análise do uso e ocupação da terra, bem como para observação das alterações ao
longo dos períodos trabalhados.
101
5.8 Mapa de regiões de interesse
O mapa de regiões de interesse foi produzido a partir da intersecção das zonas de
influência e dos sistemas de relevo. Assim sendo, cada região de interesse possui os seguintes
atributos: a zona de influencia da faixa de dutos, a posição em relação à faixa e o sistema de
relevo.
Através dessas regiões foi possível relacionar a distância e posição em relação à
faixa de dutos com um condicionante direto do uso e ocupação da terra e com os sistemas de
relevo. A análise da variação da densidade de cada classe de uso e ocupação no interior das
regiões de interesse permitiu mapear as áreas de maior ou menor densidade de ocupação,
tendo sempre como referência à faixa de dutos.
102
5.9 - Experimento 2
Neste experimento foi utilizada apenas a técnica de comparação de imagens
classificadas para as datas de 1986 e 1995 com o classificador pixel a pixe denominado
MAXVER (máxima verossimilhança) As amostras foram obtidas de duas formas, na primeira
utilizaram-se amostras diferentes para cada data, conforme o experimento 1, no segundo
buscou-se obter amostras multitemporais, ou seja, as mesmas amostras para as duas datas.
Para finalidade de identificação, o primeiro teste foi denominado Maxver 1 e o segundo de
Maxver 2.
Após a classificação, sobre os resultados de cada teste foi realizado o processo de
pós-classificação com a finalidade de remoção de pequenos agrupamentos de pixels ou de
pixels isolados. Utilizou-se o peso (refere-se ao número de vezes que será considerada a
freqüência do ponto central) de 2 e o limiar (refere-se ao valor de freqüência acima do qual o
ponto central é modificado) de 5.
A figura 21 apresenta o fluxograma simplificado de trabalho do experimento 2.
LandSat
TM5
Original
20/05/1986
LandSat
TM5
Original
29/05/1995
Classificação
(pixel a pixel)
Aquisição de
amostras
Classificação
(pixel a pixel)
Aquisição de
amostras
multitemporais
Comparação
entre as
técnicas
Figura 21 - Fluxograma de trabalho do experimento 2.
Os resultados de ambos os testes se mostraram insatisfatórios, para a delimitação
correta de áreas correspondentes às classes URBANOESPARSO e
VEGETACAOALTERADA, com respostas espectrais próximas. Assim, optou-se por realizar
o experimento 3, utilizando um método que opera por regiões.
103
5.10 - Experimento 3
Neste experimento foi utilizada apenas a técnica de comparação de imagens
classificadas com a finalidade de identificar as mesmas classes do experimento 2. A grande
diferença desse experimento para o anterior foi a utilização da segmentação do software
SPRING 5.0 (INPE, 2008) antes da aquisição das amostras e classificação. O classificador
utilizado foi o Battacharya. No processo de segmentação foram avaliados diversos limiares de
similaridade e de área mínima de agrupamento de pixels para a melhor identificação e
delimitação dos limites entre as classes. Após muitos testes, os melhores parâmetros avaliados
para segmentação da imagem foram 4 para similaridade mínima espectral e 100 pixel para
área mínima das regiões. A figura 22 apresenta o fluxograma simplificado de trabalho do
experimento 3.
LandSat
TM5
Original
20/05/1986
LandSat
TM5
Original
29/05/1995
Classificação
(por região)
Diferença de
imagens
classificadas
Aquisição de
amostras
LandSat
TM5
Original
09/06/2005
Figura 22 - Fluxograma de trabalho do experimento 3
O propósito inicial foi realizar uma classificação por região com um índice de
acerto superior a 80%, o que permitiria realizar uma análise multitemporal confiável.
Entretanto, após muitas classificações, este objetivo não foi atingido e os resultados
apresentaram muitos erros de classificação, que seriam somados ao longo das três datas.
Sendo assim, optou-se por realizar o experimento 4, utilizando um outro método de
classificação que também opera por regiões.
104
5.11 - Experimento 4
Este experimento foi semelhante ao experimento 3, sendo diferencial a ferramenta
de segmentação e classificação. Utilizou-se o módulo “Feature Extration” presente no Envi
4.6 (ITT, 2009). Esta ferramenta permite utilizar além da imagem de satélite, arquivos
auxiliares para refinar a classificação. Outra vantagem desse módulo é sua capacidade de
interatividade, ou seja, no momento em que se altera um parâmetro ou se adquire uma
amostra, o resultado é rapidamente visualizado. Neste experimento a classificação foi
realizada também utilizando um modelo de elevação do terreno (MDE) como arquivo
auxiliar, com o intuito de reduzir confusões como, por exemplo, a classificação de
URBANODENSO ou URBANOESPARSO em área da Serra do Mar. A figura 23 apresenta o
fluxograma simplificado de trabalho do experimento 4.
Aquisição de
amostras
Classificação
das regiões
Classificação
das regiões
Comparação
entre as
técnicas
LandSat
TM5
Original
20/05/1986
LandSat
TM5
Original
29/05/1995
LandSat
TM5
Original
09/06/2005
Segmentação
das imagens
MDE
(SRTM)
Figura 23 - Fluxograma de trabalho do experimento 4
Os melhores parâmetros encontrados para realização desse experimento foram:
(a) - Para segmentação da imagem é necessário dois parâmetros, inicialmente
informa-se o nível da escala, que varia de 0 (maior segmentação) a 100 (maior generalização),
em seguida uma imagem segmentada é gerada e pede-se para um limiar de similaridade entre
as regiões, que pode variar de 0 (menor similaridade) a 100 (maior similaridade). Os melhores
parâmetros encontrados foram 5 para o nível de escala e 80 para a similaridade;
(b) - Para extração dos atributos das regiões optou-se por utilizar os atributos
espectrais (mínimo, máximo, média e desvio padrão de todas as bandas das imagens), textura
(amplitude, média, variância e entropia), cores (matiz, saturação intensidade baseado na
composição 7R4G3B), razão entre bandas (divisão da banda 4 pela banda 3) e elevação média
das regiões;
(c) - Na aquisição das amostras, o número de amostras variou muito entre as
classes e a data da classificação, como se observa na tabela 23;
105
Tabela 23 Número de amostras adquiridas no experimento 4
1986
1995
2005
AGUA
5
5
2
NUVEM
20
0
7
SOMBRA
17
4
10
URBANODENSO
432
246
286
URBANOESPARSO
303
145
218
VEGETACAOALTERADA
790
384
526
VEGETACAODENSA
117
63
85
TOTAL
1684
847
1134
(d) - Na classificação foi utilizado o classificador K vizinho mais próximo com o
parâmetro K igual a 3.
106
5.12 Análise do uso e ocupação da terra e de mudanças
5.12.1 Mapa uso e ocupação da terra e mapa de mudanças
Os mapas de uso e ocupação da terra e de mudanças foram produzidos de acordo
com o fluxograma apresentado pela figura 24.
SegFX
1986
SegFX
1995
SegFX
2005
Aplicação da
1
a
e 2
a
premissas
Intersecção 1
Mapa de uso
e ocupação
1986
Mapa de uso
e ocupação
1995
Mapa de uso
e ocupação
2005
Intersecção 2
Mapa de
mudanças
1986-1995
Mapa de
mudanças
1995-2005
Figura 24 - Fluxograma de trabalho dos mapas uso e ocupação da terra e de mudanças
Os resultados da classificação do experimento 4 foram selecionados para a
produção do mapa de mudanças. Aplicaram-se sobre os resultados as regras propostas pela 1
a
e 2
a
premissas discutidas no item 5.4 deste trabalho. A implementação ocorreu de acordo com
o procedimento descrito a seguir:
(a) - Os polígonos classificados como URBANODENSO em 1986 foram
sobrepostos à classificação SegFX 1995. Os polígonos do URBANODENSO de 1995,
modificados, foram sobrepostos da mesma forma à classificação SegFX 2005 (1
a
premissa);
(b) - Os polígonos do URBANOESPARSO de 1986 foram cruzados com os
polígonos do URBANODENSO modificado de 1995, de formar que as áreas de intersecção
fossem apagadas do URBANOESPARSO de 1986. Os polígonos do URBANOESPARSO de
1986 modificados foram então sobrepostos a classificação SegFX 1995 modificada. Aplicou-
107
se o mesmo procedimento para somar o URBANOESPARSO 1995 à classificação SegFX
2005 (2
a
premissa).
Com esse procedimento, foram gerados os mapas de uso e ocupação da terra, que
foram interseccionados para gerar o mapa de mudanças de 1986-1995 e o mapa de mudanças
de 1995-2005.
Nos mapas de mudanças foram apenas consideradas as mudanças para classes de
URBANODENSO, URBANOESPARSO, VEGETACAODENSA e
VEGETACAOALTERADA, ficando excluídas as classes de SOMBRA, AGUA e NUVEM.
108
5.12.2 Uso e ocupação segundo os sistemas de relevo, zonas de influência e
regiões de interesse da faixa de dutos.
Neste procedimento as classes de uso e ocupação e de mudanças, correspondentes
à vegetação e ao urbano, e as classes de mudanças foram cruzadas com os polígonos das
zonas de influência da faixa de dutos, sistemas de relevo e regiões de interesse da faixa. O que
permitiu gerar a densidade de ocorrência de cada classe de uso e ocupação e de mudança nas
áreas consideradas. A partir das densidades das classes de uso e ocupação foi obtido o IPA
d
para todas as unidades analisadas.
As zonas de influência foram utilizadas para permitir a visualização de como o
uso e ocupação ocorrem em relação à distância da faixa de dutos. Os sistemas de relevo foram
utilizados para dividir a faixa de dutos e a área de estudo em regiões que condicionam o uso
da terra. Por sua vez, as regiões de interesse foram utilizadas para relacionar a distância da
faixa com um condicionante direto da ocupação.
A figura 25 apresenta o fluxograma dessa etapa do trabalho.
Mapa de
mudanças
1986-1995
Mapa de uso
e ocupação
1986
Mapa de uso
e ocupação
1995
Mapa de uso
e ocupação
2005
Mapa de
mudanças
1995-2005
Regiões de
interesse
Zonas de
influência
Sistemas de
relevo
Cruzamento
1 - Densidade do uso e
ocupação
2 - Densidade de mudanças
3 IPA
d
4 - Variação IPA
d
Figura 25 - Fluxograma de trabalho da análise do uso e ocupação
109
6 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1. - Experimento 1
Os resultados do experimento 1 serão apresentados de acordo com os recortes
destacados na figura 26.
Figura 26 Recorte da área de estudo para as figuras 27, 28 e 29
Nos retângulos destacados na figura 26 observam-se áreas das imagens originais
e, posteriormente, o resultado obtido com a aplicação das duas técnicas. As figuras 27A e 28A
estão em uma área próxima à refinaria, onde houve uma grande mudança para a classe
AREA-VERDE. As figuras 27B e 28B estão localizadas no entorno da área urbana e a
mudança que predomina é para AREAVERDE, no entanto observam-se grandes regiões de
mudanças para OUTROS. As figuras 27C e 28C localizam-se em uma área urbana em que
ocorre equilíbrio entre as classes de mudanças. As figuras 27D e 28D estão em um área de
Fig 27 e 28 F
Fig 27 e 28 D
Fig 27 e 28 B
Fig 27 e 28 A
Fig 27 e 28 C
Fig 27 e 28 E
Fig 29
Composição TM
5R 4G 3B (1995)
110
expansão urbana, resultando na ausência predominância de uma classe de mudança especifica.
As figuras 27E e 28E estão localizadas em uma área urbana bastante consolidada,
prevalecendo à classe de Não mudança seguida pela classe de mudança para AREA-VERDE.
As figuras 27F e 28F localizam-se, em sua maior parte, na região da Serra do Mar,
predominando áreas Não mudança seguida pela classe de mudança para AREA-VERDE.
111
1995
1986
Imagem Diferença
Classificação
A
-
=
B
-
=
C
-
=
D
-
=
E
-
=
F
-
=
Figura 27 Síntese da técnica de comparação de imagem. (Amarelo Não mudança; Vermelho
Mudança para OUTROS; Verde Mudança para AREA-VERDE)
112
1995
1986
Imagem Diferença NDVI
A
-
=
B
-
=
C
-
=
D
-
=
E
-
=
F
-
=
Figura 28 Síntese da técnica NDVI. (Amarelo Não mudança; Vermelho Mudança para
OUTROS; Verde Mudança para AREA-VERDE)
113
As imagens de NDVI classificadas e as imagens classificadas apresentaram
resultados bastante semelhantes em termos do total da área de cada classe, indicando uma
tendência geral de aumento das áreas verdes no período de nove anos analisados, como se
observa na tabela 24.
Tabela 24 Área total relativa das classes para as imagens classificadas
1986
1995
AREA-VERDE (NDVI)
47,5%
56,5%
AREA-VERDE
(Classificação)
47%
55,5%
OUTROS (NDVI)
52,5%
43,5%
OUTROS (Classificação)
53%
44,5%
Os resultados do total da área de cada classe das duas imagens-diferença
produzidas também foram bastante semelhantes, refletindo o primeiro resultado, como
observa-se na tabela 25.
Tabela 25 Área total relativa das classes para as imagens diferença
Classes
Área relativa
Não mudança (NDVI)
76%
Não mudança (classificação)
75,5%
Mudança para OUTROS (NDVI)
7,5%
Mudança para OUTROS
(classificação)
8,0%
Mudança para AREA-VERDE
(NDVI)
16,5%
Mudança para AREA-VERDE
(classificação)
16,5%
No entanto, uma grande diferença no resultado foi observada em uma área
específica, como mostra a figura 29. Pode-se notar que a imagem-diferença da classificação
apresenta duas grandes áreas de mudança de classes, uma para AREA-VERDE e uma para
OUTROS, o que não é observado na imagem diferença de NDVI. Quando as imagens iniciais
são consultadas, observa-se que não houve uma mudança significativa da vegetação o que
justifica a identificação de duas grandes áreas de mudanças na imagem diferença da
classificação. Sendo assim, o resultado apresentado pela técnica de diferença do NDVI foi
mais coerente com a realidade.
114
Classificação
NDVI
1986
1995
Figura 29 Comparação entre as técnicas de diferença de NDVI e comparação de imagem
classificada. (Amarelo Não mudou; Vermelho Mudou para outros; Verde Mudou para área
verde)
Os resultados demonstraram o potencial e também as limitações das técnicas
analisadas. A técnica de diferença de imagem NDVI se mostrou bastante eficiente, pois o seu
processamento foi bastante rápido e a única intervenção subjetiva realizada foi a definição do
limiar para separação das áreas verdes dos demais alvos, subjetividade essa que foi reduzida
pelo auxílio da literatura. A imagem-diferença dessa técnica se mostrou bastante coerente com
a realidade, retratando na maior parte das áreas, apenas as mudanças significativas. Contudo,
por ser uma técnica dependente da determinação de limiares para criação das classes, torna-se
inviável utilizá-la para elaboração de um mapa de uso da terra, podendo ser utilizada como
uma ferramenta auxiliar para interpretação da imagem.
A técnica da diferença de imagens classificadas necessitou de um maior tempo
para obtenção dos resultados devido à necessidade de aquisição de amostras para cada data
analisada. Utilizou-se um mesmo critério para seleção das amostras. O procedimento de
aquisição de amostras está relacionado aos “erros de classificação que se tornam maiores
quando se realiza a subtração das imagens.
Verificou-se a necessidade de redefinir as classes, de forma que estas
apresentassem uma maior relação com a questão da segurança dos dutos. Um exemplo,
utilizando os resultados anteriores, seria analisar qual classe representa uma maior pressão
Composição TM
5R 4G 3B
115
antrópica para a faixa de dutos, a classe AREA-VERDE ou a OUTROS. A dificuldade em
encontrar uma resposta clara para essa questão levou ao abandono destas classes e gerou a
necessidade de se trabalhar com mais de 2 classes.
Concluiu-se que qualquer técnica do grupo álgebra (LU et al., 2004), como é o
caso da técnica diferença de NDVI, que tem como característica a necessidade de definição de
limiares, é inviável para análises em que se busca identificar mais que duas classes, sendo
assim, excluiu-se todas as técnicas do grupo álgebra dos experimentos seguintes.
116
6.2 Mapa de sistemas de relevo atualizado
A figura 30 apresenta uma comparação do mapa de sistemas de relevo original
(figura 30a) e o revisado (figura 30b).
Figura 30 Sistemas de relevo “original” e “revisado
117
Dessa forma os sistemas de relevo “revisado” ficam distribuídos de acordo com a
tabela 26 na área de estudo.
Tabela 26 Área total relativa das classes de sistemas de relevo
Classe
% da área total
Colinas isoladas
23,28%
Domínio de colinas dissecadas, morrotes e
morros baixos
6,25%
Escarpas serranas
20,30%
Morros isolados
12,57%
Planícies aluviais
7,43%
Planícies colúvio-alúvio-marinhas
26,96%
Planícies flúvio-marinhas
3,21%
118
6.3 Mapa de zonas de influência da faixa de dutos
A tabela 27 apresenta a caracterização das zonas de influência da faixa de dutos e
a figura 31 sua representação espacial para a área de estudo.
Tabela 27 Caracterização das zonas de influência da faixa de dutos
Sigla da zona
Nome
Distância das faixas
Tamanho relativo na
área de estudo
ZID
Zona de influência direta
0 a 400 m
3,99%
ZII-E
Zona de influência indireta
localizada à esquerda das
faixas duto
400 m a 5 km
16,01%
ZII-D
Zona de influência indireta
localizada à direita das faixas
de dutos
400 m a 5 km
11,98%
ZII-M1; ZII-M2
Zona de influência indireta
localizada entre as faixas de
dutos
400 m a 5 km
3,47%
ZIV-E
Zona de influência variável
localizada à esquerda das
faixas duto
Acima de 5 km, se
estendendo até os limites
dos municípios
46,01%
ZIV-D
Zona de influência variável
localizada à direita das faixas
de dutos
Acima de 5 km, se
estendendo até os limites
dos municípios
18,55%
Figura 31 Zonas de influência do duto
119
6.4 Mapa de regiões de interesse
A figura 32 apresenta o mapa de regiões de interesse. A sigla das regiões de
interesse foi composta com quatro algarismos (a,b,c,d) de acordo com os seguintes elementos:
(a) - Zona de influência da faixa de dutos, podendo ser direta (D), indireta (I) e
variável (V). Destacando que esta zona guarda o atributo de distancia à faixa de dutos;
(b) - Posição em relação à faixa de dutos, podendo ser entre a faixa (M), sobre a
faixa (S), à direta da faixa (D) e à esquerda da faixa (E);
(c) - Sistemas de relevo, podendo ser Planícies aluviais (1), Planícies colúvio-
alúvio-marinhas (2) Planícies flúvio-marinhas (3), Colinas isoladas (4), Domínio de colinas
dissecadas, morrotes e morros baixos (5), Escarpas serranas (6) e Morros isolados (7);
(d) Identificador da região, utilizada para separar duas ou mais regiões que
apresentem os mesmo algarismos.
120
Figura 32 Mapa de regiões de interesse
121
6.5 Classificações de imagens para uso e ocupação da terra
A partir da tabela 28 é possível observar e comparar de forma quantitativa os
resultados de todas as classificações através do acerto geral e do coeficiente Kappa. A
representação espacial das classificações e sua discussão foram apresentadas nos itens 6.6, 6.7
e 6.8 deste trabalho.
Tabela 28 Acerto geral e coeficiente Kappa das classificações
Acerto geral
Coeficiente
Kappa
Maxver 1 1986
0,77
0,68
Maxver 1 1995
0,70
0,61
Maxver 2 1986
0,69
0,58
Maxver 2 1995
0,72
0,63
SegSpring 1986
0,75
0,67
SegSpring 1995
0,71
0,61
SegSpring 2005
0,69
0,60
SegFX 1986
0,86
0,79
SegFX 1995
0,85
0,80
SegFX 2005
0,86
0,81
122
6.6 - Experimento 2
Os resultados do experimento 2 são apresentados de forma geral na figura 34 e
detalhados de acordo com os recortes destacados na figura 33. As classificações apresentadas
e discutidas a seguir são apenas as consideradas de melhor resultado e obtidas após muitos
testes.
Figura 33 Recorte da área de estudo para as figuras 35, 36, 37 e 38
Os retângulos destacados na figura 33 contêm as áreas das figuras 35, 36, 37 e 38,
onde se pode observar recortes das imagens originais e posteriormente, o resultado obtido
com os dois testes de classificação, denominados de Maxver 1 e Maxver 2, utilizando o
classificador de máxima verossimilhança. Para o teste Maxver 1 foram adquiridas amostras
distintas para cada data, utilizando um mesmo critério para seleção. Para o teste Maxver 2, as
amostras foram adquiridas de forma simultânea, ou seja, foram selecionadas amostras sobre
áreas em que o uso permaneceu o mesmo em ambas as datas.
Fig 37
Fig 36
Composição TM
4R 7G 3B
UTM/SIRGAS2000
Fig 38
Fig 35
123
A tabela 29 demonstra numericamente o resultado das classificações para a área
total dos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu e a tabela 30 apresenta
o crescimento relativo, nos períodos de 1986 a 1995 das classes relacionadas ao urbano e a
vegetação.
Tabela 29 - Área total relativa das classes para área total dos municípios
Maxver1
1986
Maxver 1
1995
Maxver 2
1986
Maxver 2
1995
AGUA
0,55%
0,38%
0,53%
0,53%
NUVEM
0,34%
0,19%
0,00%
0,00%
SOMBRA
1,18%
1,80%
1,11%
1,86%
URBANODENSO
11,01%
12,61%
11,22%
10,37%
UBRANOESPARSO
17,50%
28,29%
24,00%
26,77%
VEGETACAOLTERADA
35,88%
23,46%
26,41%
24,27%
VEGETACAODENSA
33,54%
33,27%
36,73%
36,21%
Tabela 30 Crescimento relativos das classes
Crescimento
86-95 (Maxver1)
Crescimento
86-95 (Maxver 2)
URBANODENSO
14,51%
-7,52%
UBRANOESPARSO
61,66%
11,52%
VEGETACAOALTERADA
-34,60%
-8,12%
VEGETACAODENSA
-0,80%
-1,42%
Analisando a tabela 30, destaca-se que o teste Maxver 1 identificou um
crescimento geral de 10,79% da área da classe URBANOESPARSO e um decréscimo de
12,42% da área da classe VEGETACAOALTERADA, enquanto que, para o teste Maxver 2, a
oscilação de ambas as classes foi inferior a 2% em relação a área total dos municípios. A
figura 34 apresenta distribuição espacial o resultado para a mesma área.
124
A) Maxver 1 1986
B) Maxver 1 1995
C) Maxver 2 1986
D) Maxver 2 1995
Figura 34 Resultado geral das classificações do experimento 2
Nas figuras 35A e 35B é possível notar uma parte da área urbana de Duque de
Caxias, localizada à direita da faixa de dutos. Nesta área são perceptíveis dois padrões
distintos de urbanização, interpretados visualmente como UBBANODENSO e
URBANOESPARSO. Ainda é possível observar que do ano de 1986 para 1995 houve um
aumento da área correspondente ao URBANODENSO e um aumento da vegetação na área do
URBANOESPARSO, contudo nesse caso, o houve mudança no uso. Ambas as
classificações do ano de 1986 (figuras 35C e 35E) retrataram razoavelmente as áreas de
URBANOESPARSO e URBANODENSO, mas as classificações do ano de 1995 (figuras 35D
e 35F) não conseguiram identificar as área de URBANOESPARSO devido ao crescimento da
Faixa de dutos
Limite de municípios
Uso e ocupação
AGUA
NUVEM
SOMBRA
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
Acerto geral: 0,77
Índice Kappa: 0,68
Acerto geral: 0,72
Índice Kappa: 0,63
Acerto geral: 0,69
Índice Kappa: 0,58
Acerto geral: 0,70
Índice Kappa: 0,61
UTM/SIRGAS 2000
125
vegetação, o que resultaria em um decréscimo da área de URBANOESPARSO ao longo do
período.
As figuras 36A e 36B correspondem a uma região de conurbação das áreas
urbanas dos municípios de Belford Roxo e Nova Iguaçu, sendo possível perceber com as
imagens um adensamento significativo da ocupação urbana no período analisado. Observando
os testes, Maxver1 e Maxver 2 (figuras 36C, 36D, 36E e 36F) é possível verificar o
adensamento urbano dessa área.
As figuras 37A e 37B correspondem, em sua grande parte, a uma área rural dos
municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, em que a faixa de dutos cruza um domínio
geomorfológico colinoso. É possível identificar também a esquerda da faixa de dutos uma
área urbana com padrão de urbanização classificado como URBANOESPARSO. Analisando
as imagens pode-se afirmar que, no período de 1986 a 1995 ocorreu uma ligeira degradação
da vegetação localizada nas áreas colinosas e, um crescimento da vegetação na área urbana.
As classificações não conseguiram delimitar satisfatoriamente a área urbana, ocorrendo
confusões da classe URBANOESPARSO com VEGETACAOALTERADA. Nas áreas em
que ocorreram degradação da vegetação, em sua grande maioria, foram classificadas como
URBANOESPARSO (figuras 37D e 37F) quando se desejava VEGETACAOALTERADA.
Outro erro observado foi que áreas de solo exposto e de rodovias foram classificadas como
URBANODENSO.
As figuras 38A e 38B referem-se, em sua maioria, a áreas de escarpas da Serra do
Mar, localizadas na divisa dos municípios de Duque de Caxias, Miguel Pereira e Nova
Iguaçu. Analisando as imagens, percebe-se tratar-se de uma região de predomínio da
vegetação de grande porte, que não sofreu alteração no período. A classificação nessa área
apresentou ótimos resultados em todos os casos, pois se trata de uma área que, espectralmente
apresenta menor variabilidade.
126
A) Imagem TM 1986 (Composição: 4R7G3B)
B) Imagem TM 1995 (Composição: 4R7G3B)
C) Classificação Maxver 1 1986
D) Classificação Maxver 1 1995
E) Classificação Maxver 2 1986
F) Classificação Maxver 2 1995
Figura 35 Resultado das classificações do experimento 2 Área 1
Faixa de dutos
Limite de municípios
Uso e ocupação
AGUA
NUVEM
SOMBRA
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
URBANOESPARSO
URBANODENSO
127
A) Imagem TM 1986 (Composição: 4R7G3B)
B) Imagem TM 1995 (Composição: 4R7G3B)
C) Classificação Maxver 1 1986
D) Classificação Maxver 1 1995
E) Classificação Maxver 2 1986
F) Classificação Maxver 2 1995
Figura 36 Resultado das classificações do experimento 2 Área 2
Faixa de dutos
Limite de municípios
Uso e ocupação
AGUA
NUVEM
SOMBRA
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
128
A) Imagem TM 1986 (Composição: 4R7G3B)
B) Imagem TM 1995 (Composição: 4R7G3B)
C) Classificação Maxver 1 1986
D) Classificação Maxver 1 1995
E) Classificação Maxver 2 1986
F) Classificação Maxver 2 1995
Figura 37 Resultado das classificações do experimento 2 Área 3
Faixa de dutos
Limite de municípios
Uso e ocupação
AGUA
NUVEM
SOMBRA
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
URBANOESPARSO
VEGETACAO
ALTERADA
129
A) Imagem TM 1986 (Composição: 4R7G3B)
B) Imagem TM 1995 (Composição: 4R7G3B)
C) Classificação Maxver 1 1986
D) Classificação Maxver 1 1995
E) Classificação Maxver 2 1986
F) Classificação Maxver 2 1995
Figura 38 Resultado das classificações do experimento 2 Área 4
Faixa de dutos
Limite de municípios
Uso e ocupação
AGUA
NUVEM
SOMBRA
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
130
Os resultados se mostraram satisfatórios para classes com menor variabilidade
espectral, como AGUA, SOMBRA, NUVEM, VEGETACAODENSA e URBANODENSO, e
muito insatisfatórios para classes com maior variabilidade espectral como,
URBANOESPARSO e VEGETACAOALTERADA.
Optou-se então por realizar o experimento 3, utilizando uma classificação por
região, através de uma segmentação anterior da imagem, o que reduz a fragmentação. Outra
vantagem, segundo Bastos (2003), é que a segmentação permite delimitar melhor classes
heterogêneas.
131
6.7 - Experimento 3
Os resultados das classificações do experimento 3 (figura 39) serão denominados
de SegSpring seguida pela correspondente data. A tabela 31 demonstra numericamente o
resultado das classificações para a área total dos municípios de Belford Roxo, Duque de
Caxias e Nova Iguaçu e a tabela 32 apresenta o crescimento relativo, nos períodos de 1986 a -
1995 e de 1995 a 2005 das classes relacionadas ao urbano e a vegetação.
Tabela 31 - Área total relativa das classes para os municípios
SegSpring 1986
SegSpring 1995
SegSpring 2005
AGUA
0,57%
1,32%
0,47%
NUVEM
0,07%
0,00%
0,03%
SOMBRA
2,29%
2,51%
4,13%
URBANODENSO
10,50%
13,27%
17,40%
UBRANOESPARSO
24,10%
18,96%
22,50%
VEGETACAOALTERADA
29,78%
35,00%
18,50%
VEGETACAODENSA
32,70%
28,95%
27,72%
Tabela 32 Crescimento relativos das classes
Crescimento
86-95
Crescimento
95-05
URBANODENSO
26,33%
44,53%
UBRANOESPARSO
-21,29%
30,70%
VEGETACAOALTERADA
17,54%
-41,76%
VEGETACAODENSA
-11,48%
5,52%
Analisando as tabelas 31 e 32, é bastante coerente com análise visual das imagens
o crescimento da classe URBANODENSO nos dois períodos, e um tanto incoerente a redução
de 21,29% da classe URBANOESPARSO no período de 1986 a 1995. Entretanto o resultado
aparentemente de maior incoerência é o crescimento relativo de 17,54% da classe
VEGETACAOALTERADA no período de 1986 a 1995 seguido de uma redução drástica de
41,76% no período de 1995 a 2005.
132
A) Imagem TM 1986 (Composição: 4R7G3B)
B) SegSpring 1986
C) Imagem TM 1995 (Composição: 4R7G3B)
D) SegSpring 1995
E) Imagem TM 2005- (Composição: 4R7G3B)
F) SegSpring 2005
Figura 39 Resultado geral das classificações do experimento 3
Faixa de dutos
Limite de municípios
Uso e ocupação
AGUA
NUVEM
SOMBRA
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
UTM/SIRGAS 2000
Acerto geral: 0,75
Índice Kappa: 0,67
Acerto geral: 0,71
Índice Kappa: 0,61
Acerto geral: 0,69
Índice Kappa: 0,60
133
Visivelmente os resultados apresentaram uma fragmentação muito menor quando
comparados aos resultados do experimento 2. É bastante perceptível o crescimento da área
urbana consolidada através do aumento significativo da classe URBANODENSO.
Para classe VEGETACAODENSA, os resultados também foram satisfatórios,
ocorrendo alguns erros de classificação em áreas próximas à Baía da Guanabara, onde a
umidade do solo é alta e a resposta espectral confunde-se com a vegetação densa.
Continuaram ocorrendo confusões de classificação entre URBANOESPARSO e
VEGETACAOALTERADA. A comparação entre as figuras 39D e 39B permitem identificar
infrações da 2
a
e 3
a
premissas (apresentadas no item 5.4.4). Na figura 39F nota-se um grande
exagero da classe URBANOESPARSO enquanto que na figura 39D ocorre um exagero da
classe VEGETACAOALTERADA.
O maior erro está na figura 39D, em que uma grande área que foi classificada
corretamente como URBANOESPARSO na figura 30B, é classificada como
VEGETACAOALTERADA. Muitas aquisições e testes de amostras foram realizados com o
objetivo de equalizar melhor a relação dessas classes no ano de 1995 e 2005, entretanto, os
resultados sempre apresentavam um exagero de uma das classes.
Importante destacar que, de acordo com o acerto geral e o índice Kappa, os
resultados desse experimento não foram melhores que os resultados obtidos com o
experimento 2.
Observam-se duas grandes dificuldades com a classificação através da
segmentação no SPRING 5.0 (2008):
(a) - Para se realizar uma boa segmentação é necessário realizar diversas
segmentações e selecionar a que melhor delimite os objetos de interesse, tarefa que o software
leva muito tempo para executar;
(b) - Falta de ferramentas que auxiliem na avaliação da aquisição de amostras e
dos resultados da classificação.
134
6.8 - Experimento 4
A figura 40 apresenta o resultado das classificações com e sem MDE para o ano
de 1986.
A) Imagem TM 1986 (Composição: 4R7G3B)
B) SegFX 1986 sem MDE
C) SegFX 1986 com MDE
Figura 40 Comparação das classificações de 1986, com e sem MDE
Faixa de dutos
Limite de municípios
Uso e ocupação
AGUA
NUVEM
SOMBRA
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
UTM/SIRGAS 2000
135
Analisando as informações representadas na figura 40 é possível notar que a
figura 40C apresenta uma melhor classificação das áreas correspondente a Serra do Mar e o
seu entorno. A figura 40B apresenta áreas de URBANODENSO e
VEGETACAOALTERADA em regiões que deveriam ser classificadas como NUVENS e
VEGETACAODENSA. Devido a esses resultados optou-se por utilizar apenas as
classificações realizadas com o auxilio do MDE.
Os resultados das classificações do experimento 4 (figura 41) serão denominados
de SegFX seguida pela correspondente data. A tabela 33 demonstra numericamente o
resultado das classificações para a área total dos municípios de Belford Roxo, Duque de
Caxias e Nova Iguaçu e a tabela 34 apresenta o crescimento relativo, nos períodos de 1986 a
1995 e de 1995 a 2005 das classes relacionadas ao urbano e a vegetação.
Tabela 33 - Área total relativa das classes para os municípios
SegFX 1986
SegFX 1995
SegFX 2005
AGUA
0,19%
0,22%
0,24%
NUVEM
0,24%
0,00%
0,07%
SOMBRA
3,81%
3,30%
3,74%
URBANODENSO
8,69%
11,82%
15,03%
UBRANOESPARSO
19,66%
19,90%
17,60%
VEGETACAOALTERADA
40,85%
37,76%
38,32%
VEGETACAODENSA
26,56%
27,00%
25,00%
Tabela 34 Crescimento relativos das classes
Crescimento
86-95
Crescimento
95-05
URBANODENSO
36,08%
27,13%
UBRANOESPARSO
1,19%
-11,53%
VEGETACAOALTERADA
-7,56%
1,49%
VEGETACAODENSA
1,66%
-7,41%
Através dos resultados numéricos não é possível afirmar que houve alguma
infração clara das premissas estabelecidas. O que mais chama a atenção é a redução de
11,53% da área relativa da classe URBANOESPARSO no período de 1995 a 2005, que pode
significar tanto que houve um adensamento das áreas urbanas quanto uma confusão entre as
classes VEGETACAOALTERADA e URBANOESPARSO.
136
A) Imagem TM 1986 (Composição: 7R4G3B)
B) SegFX 1986
C) Imagem TM 1995 (Composição: 7R4G3B)
D) SegFX 1995
E) Imagem TM 2005 (Composição: 7R4G3B)
F) SegFX 2005
Figura 41 Resultado geral das classificações do experimento 4
Faixa de dutos
Limite de municípios
Uso e ocupação
AGUA
NUVEM
SOMBRA
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
UTM/SIRGAS 2000
Acerto geral: 0,86
Índice Kappa: 0,79
Acerto geral: 0,85
Índice Kappa: 0,80
Acerto geral: 0,86
Índice Kappa: 0,81
137
De acordo com o acerto geral e o índice Kappa, esses foram os melhores
resultados observados. Nominalmente, segundo o índice Kappa, as classificações deste
experimento ficaram classificadas entre as classes de ótimo e excelente. Visualmente também
é o resultado de maior coerência. A classe URBANODENSO cresce ao longo período. A
dinâmica de crescimento do URBANODENSO preferencialmente em área de
URBANOESPARSO é registrada satisfatoriamente nesses resultados. Infrações da 2
a
e 3
a
premissas são observadas com menor freqüência que quando comparadas com as
classificações dos experimentos anteriores.
Em termos de fragmentação, não se observou tanta fragmentação quanto os
resultados do experimento 2, mas também não apresentaram a homogeneidade observada nos
resultados do experimento 3.
138
6.9 Análises do uso e ocupação da terra e das mudanças
6.9.1 Mapa de uso e ocupação da terra
A tabela 35 demonstra numericamente o resultado do mapa de uso e ocupação da
terra para a área total dos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu. A
figura 42 apresenta os mapas de uso e ocupação da terra, bem como o acerto geral e o índice
Kappa.
Tabela 35 - Área total relativa das classes para os municípios
Uso e ocupação
1986
Uso e ocupação
1995
Uso e ocupação
2005
AGUA
0,19%
0,81%
0,23%
NUVEM
0,24%
0,00%
0,06%
SOMBRA
3,81%
3,25%
3,72%
URBANODENSO
8,69%
13,69%
18,53%
UBRANOESPARSO
19,66%
24,03%
24,66%
VEGETACAOALTERADA
40,85%
31,89%
27,90%
VEGETACAODENSA
26,56%
26,93%
24,90%
Estatisticamente e visualmente não é possível perceber uma grande alteração entre
os produtos da classificação SegFx e o mapa de uso e ocupação da terra, demonstrando que os
resultados da classificação SegFX estão bastante coerentes.
139
A) Imagem TM 1986 (Composição: 7R4G3B)
B) Uso e ocupação 1986
C) Imagem TM 1995 (Composição: 7R4G3B)
D) Uso e ocupação 1995
E) Imagem TM 2005 (Composição: 7R4G3B)
F) Uso e ocupação 2005
Figura 42 Mapas de uso e ocupação da terra 1986, 1995 e 2005
Faixa de dutos
Limite de municípios
Uso e ocupação
AGUA
NUVEM
SOMBRA
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
UTM/SIRGAS 2000
Acerto geral: 0,86
Índice Kappa: 0,79
Acerto geral: 0,86
Índice Kappa: 0,81
Acerto geral: 0,86
Índice Kappa: 0,81
140
6.9.2 Mapa de mudanças
A tabela 36 apresenta o crescimento relativo, nos períodos de 1986 a 1995 e de
1995 a 2005, das classes relacionadas ao urbano e a vegetação.
Tabela 36 Crescimento relativos da área das classes
Crescimento
86-95
Crescimento
95-05
URBANODENSO
57,54%
35,39%
UBRANOESPARSO
22,23%
2,60%
VEGETACAOALTERADA
-21,93%
-12,52%
VEGETACAODENSA
1,39%
-7,52%
As tabelas 37 e 38 relacionam as mudanças ocorridas, para as classes de urbano e
vegetação, com as classes de origem dessa mudança, ou seja, para o período de 1986 a 1995
as classes de origem correspondem às classes de uso e ocupação de 1986, e para o período de
1995 a 2005 as classes de origem correspondem às classes de uso e ocupação de 1995.
Tabela 37 Relação entre as classes de mudança (1986 e 1995) e as classes de uso e ocupação da
terra (1986)
Classes de mudanças 1986-1995
(% do total da classe de mudança)
p.URBANO-
DENSO
p.URBANO-
ESPARSO
p.VEGETACAO-
ALTERADA
p.VEGETACAO-
DENSA
Classes de uso e ocupação 1986
URBANO-
DENSO
-
0,00%
0,00%
0,00%
URBANO-
ESPARSO
67,02%
-
0,00%
0,00%
VEGETACAO-
ALTERADA
32,33%
97,87%
-
57,28%
VEGETACAO-
DENSA
0,17%
1,04%
78,20%
-
AGUA
0,14%
0,05%
1,93%
0,02%
SOMBRA
0,33%
1,04%
19,86%
37,82%
NUVEM
0,00%
0,00%
0,00%
4,88%
141
Tabela 38 Relação entre as classes de mudança (1995 e 2005) e as classes de uso e ocupação da
terra (1995)
Classes de mudanças 1995-2005
(% do total da classe de mudança)
p.URBANO-
DENSO
p.URBANO-
ESPARSO
p.VEGETACAO-
ALTERADA
p.VEGETACAO-
DENSA
Classes de uso e ocupação1995
URBANO-
DENSO
-
0,00%
0,00%
0,00%
URBANO-
ESPARSO
86,85%
-
0,00%
0,00%
VEGETACAO-
ALTERADA
12,40%
97,79%
-
62,91%
VEGETACAO-
DENSA
0,27%
1,48%
78,98%
-
AGUA
0,08%
0,02%
1,39%
0,09%
SOMBRA
0,40%
0,71%
19,63%
37,00%
NUVEM
0,00%
0,00%
0,00%
0,00%
As figuras 43 e 44 apresentam os mapas de mudanças, para os períodos de 1986 a
1995 e 1995 a 2005, e os mapas de uso e ocupação da terra para permitir compreender as
dinâmicas das alterações. Importante destacar que os mapas de mudanças estão apenas
representando as alterações que ocorreram envolvendo as classes de uso URBANODENSO,
URBANOESPARSO, VEGETACAOALTERADA e VEGETACAODENSA. As alterações
envolvendo as demais classes não foram consideradas como alteração.
Observando as tabelas e as figuras são possíveis fazer as seguintes afirmações em
relação à dinâmica de mudanças:
(a) - As mudanças que ocorreram para a classe URBANODENSO foram
predominantemente originadas da classe URBANOESPARSO, ou seja, correspondem a
regiões urbanas que se densificaram ao longo dos períodos analisados;
(b) - As mudanças que ocorreram para a classe URBANOESPASO foram
originadas, quase que em sua totalidade, da classe VEGETACAOALTERADA;
(c) - As mudanças que ocorreram para a classe VEGETACAOALTERADA foram
originadas, em sua maioria, da classe VEGETACAODENSA;
(d) - A tabela 36 (de crescimento) reflete a tendência de perda de área para as
classes de vegetação e acréscimo de área para as classes de urbano;
142
(e) - No período de 1986 a 1995 observa-se um grande crescimento da classe
URBANODENSO (57,54%), que ocorreu, em sua grande parte, próximo ou entre os núcleos
urbanos estabelecidos a esquerda do duto. Entretanto no período de 1995 a 2005 nota-se uma
nova tendência de crescimento significativo da classe de URBANODENSO, localizado a
direita do duto;
(f) - No período de 1986 a 1995 a classe URBANOESPASO cresce 34% enquanto
que no período seguinte cresce apenas 2,60%. Esse decréscimo é reflexo da expansão da
classe URBANODENSO sobre a classe URBANOESPARSO;
(g) - As mudanças que ocorrem entre as classes de vegetação estão localizadas,
principalmente, em áreas de transição para relevos mais acidentados, onde ainda existe
vegetação natural preservada.
143
Figura 43 A) Mapa de mudanças 1986-1995. B) Mapa de uso e ocupação da terra 1986
144
Figura 44 A) Mapa de mudanças 1995 - 2005. B) Mapa de uso e ocupação da terra 1995
145
6.9.3 Relação entre sistemas de relevo, classes uso e ocupação da terra e
classes de mudança
Em termos de uso e ocupação, pode-se agrupar os sistemas de relevo presentes na
área de estudo, em três grupos.
O primeiro é composto pelos sistemas de planícies (Planícies flúvio marinhas,
Planícies colúvio-alúvio-marinhas e Planícies aluviais), corresponde as áreas que foram
inicialmente ocupadas e onde se instalaram os centros urbanos. Por se tratarem de áreas de
baixa declividade, apresentam uma grande facilidade para ocupação.
O segundo grupo é composto pelo sistema de Colinas isoladas, que estão
distribuídas praticamente por toda a área de estudo. As colinas localizadas entre as áreas
urbanas foram densamente ocupadas, enquanto que as localizadas distantes dos centros
urbanos apresentam ainda a vegetação original preservada.
O terceiro grupo é composto pelo domínio de Colinas dissecadas, morrotes e
morros baixos, Escarpas serranas e Morros isolados. Estão distribuídos por toda área de
estudo, entretanto são pouco ocupados, por ser tratarem de sistemas de relevo muito
acidentados e de altas declividades.
A tabela 39 apresenta a proporção de mudança e não mudança do uso e ocupação
para cada sistema de relevo nos períodos analisados.
Tabela 39 Proporção de mudança e não mudança para os sistemas de relevo
Não mudança
Mudança
1986-1995
1995-2005
1986-1995
1995-2005
Colinas isoladas
78,45%
83,66%
21,55%
16,34%
Domínio de colinas
dissecadas, morrotes e
morros baixos
75,76%
76,84%
24,24%
23,16%
Escarpas serranas
92,47%
92,91%
7,53%
7,09%
Maciços intrusivos
alcalinos
89,73%
92,55%
10,27%
7,45%
Planícies aluviais
77,79%
79,03%
22,21%
20,97%
Planícies colúvio-
alúvio-marinhas
79,70%
84,42%
20,30%
15,58%
Planícies flúvio-
marinhas
89,01%
93,52%
10,99%
6,48%
As áreas em que ocorreram mudanças foram detalhadas nos gráficos de classes de
mudança. As figuras 45, 46, 47, 48, 49, 50 e 51 correspondem aos gráficos que correlacionam
146
a proporção de cada classe de uso e ocupação e classes de mudança aos sistemas de relevo ao
longo do período estudado.
Figura 45 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Planícies colúvio-alúvio-marinhas
As Planícies colúvio-alúvio-marinhas correspodem a 26,96% da área de estudo,
sendo o sistema de relevo que apresenta o maior crescimento da classe URBANODENSO,
justificado pela presença dos três centros urbanos dos municípios analisados neste contexto
geomorfológico. É importante destacar que em 1986 a classe URBANODENSO
correspondia a 22,43% da área total do sistema, e em 2005 passou a ocupar 43,62% da área.
Dentre os sistemas estudados, o das Planícies colúvio-alúvio-marinhas é o que apresenta a
maior parte da sua extensão coberta pela classe URBANODENSO.
1986
1995
2005
URBANODENSO
22,43%
33,21%
43,62%
URBANOESPARSO
39,90%
41,35%
36,73%
VEGETACAOALTERADA
37,31%
24,98%
19,19%
VEGETACAODENSA
0,02%
0,11%
0,09%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Planícies colúvio-alúvio-marinhas - Classes de uso e ocupação
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
0,07%
0,40%
VD-UE
0,01%
0,12%
VD-UD
0,00%
0,01%
VA-VD
0,46%
0,44%
VA-UE
46,51%
32,31%
VA-UD
13,40%
4,59%
UE-UD
39,55%
62,13%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Planícies colúvio-alúvio-marinhas - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
147
A partir do gráfico de classes de mudanças nota-se que no período de 1986 a 1995
não existe uma dinâmica predominante, pois as mudanças para o URBANODENSO e
URBANOESPARSO têm valores aproximados. no período de 1995 a 2005 uma
predominância da mudança do URBANOESPARSO para o URBANODENSO. É importante
destacar que as mudanças correspondem a 20,3% no período de 1986 e a 1995 e a 15,58% da
área total do sistema de relevo no período de 1995 a 2005.
Figura 46 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Planícies flúvio-marinhas
As Planícies flúvio-marinhas correspondem a 3,21% da área de estudo e se
localizam em áreas de mangue da Baia da Guanabara, o que dificulta a ocupação por se tratar
de uma área de grande ocorrência de alagamentos. Na classificação, as áreas de mangues
foram tratadas como VEGETACAOALTERADA. O crescimento de aproximadamente 11%
1986
1995
2005
URBANODENSO
20,23%
27,26%
31,57%
URBANOESPARSO
12,88%
13,39%
12,86%
VEGETACAOALTERADA
63,17%
55,80%
52,57%
VEGETACAODENSA
0,00%
0,00%
0,05%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Planícies flúvio-marinhas - Classes de uso e ocupação
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
0,00%
0,00%
VD-UE
0,00%
0,00%
VD-UD
0,00%
0,00%
VA-VD
0,00%
0,73%
VA-UE
36,46%
34,33%
VA-UD
31,66%
22,09%
UE-UD
31,88%
42,85%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Planícies flúvio-marinha - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
148
do URBANODENSO seguido de uma queda superior a 10% da área de
VEGETACAOALTERADA indica que está ocorrendo um adensamento populacional sobre
ou em áreas próximas ao mangue.
Neste sistema de relevo ocorre uma grande predominância de mudança para a
classe URBANODENSO tanto a partir da classe URBANOESPARSO quanto a partir da
classe VEGETACAOALTERADA em ambos os períodos. As mudanças da classe
VEGETACAOALTERADA para a classe URBANOESPARSO também são representativas,
permanecendo em torno de 30% nos dois períodos analisados.
As Planícies flúvio-marinhas estão entre os sistemas de relevo com menor
porcentagem de mudança da área total, apresentando apenas 10,99% no período de 1986 a
1995 e 6,48%no período de 1995 a 2005.
149
Figura 47 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Planícies aluviais
O sistema de relevo Planícies aluviais corresponde a 7,43% da área de estudo.
Está localizada na periferia dos centros urbanos de Nova Iguaçu e Duque de Caxias. Em 1986
apresentava uma ocupação pouco densificada, com 29,12% da sua área correspondendo ao
URBANOESPARSO e apenas 6,30% ao URBANODENSO. Prevalecia a classe
VEGETACAOALTERADA com 62,12%, correspondendo a áreas de intensa degradação da
vegetação original e provável uso agrícola. No período de 1986 a 1995 observa-se um
aumento de mais de 12% da classe URBANOESPARSO e um acréscimo de pouco mais de
5% da classe URBANODENSO, seguido de uma queda de quase 17% da classe
VEGETACAOALTERADA, indicando que a dinâmica que prevaleceu nesse período foi a de
expansão do URBANOESPARSO sobre áreas de VEGETACAOALTERADA. No período
seguinte, de 1995 a 2005, observa-se aumento de quase 4% da área de URBANOESPARSO e
1986
1995
2005
URBANODENSO
6,30%
11,46%
20,75%
URBANOESPARSO
29,12%
41,48%
45,40%
VEGETACAOALTERADA
62,12%
45,19%
32,40%
VEGETACAODENSA
1,75%
1,47%
1,25%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Planícies aluviais - Classes de uso e ocupação
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
2,41%
1,65%
VD-UE
1,32%
0,41%
VD-UD
0,00%
0,10%
VA-VD
2,00%
1,11%
VA-UE
71,18%
52,71%
VA-UD
5,79%
9,36%
UE-UD
17,29%
34,67%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Planícies aluviais - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
150
um aumento de aproximadamente 9% do URBANODENSO, seguido por um decréscimo de
aproximadamente 13% da área de VEGETACAOALTERADA.
A partir do gráfico de classes de mudanças nota-se que no período de 1986 a 1995
a mudança da classe VEGETACAOALTERADA para URBANOESPARSO foi
extremamente significativa, mas perde destaque no período de 1995 a 2005, pois decai em
decorrência do aumento de mudança da classe URBANOESPERSO para a classe
URBANODENSO. Esse sistema de relevo apresenta a segunda maior área total de mudanças,
correspondendo a 22,21% entre 1986 a 1995 e 20,97% entre 1995 a 2005.
Figura 48 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Colinas isoladas
O sistema de Colinas isoladas corresponde a 23,28% da área de estudo e esta
localizado em duas áreas de uso e ocupação bastante distintos. Um primeiro grupo de colinas
1986
1995
2005
URBANODENSO
5,77%
10,71%
15,31%
URBANOESPARSO
22,48%
32,72%
37,35%
VEGETACAOALTERADA
66,30%
51,74%
44,13%
VEGETACAODENSA
2,95%
3,26%
2,41%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Colinas isoladas - Classes de uso e ocupação
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
8,66%
11,81%
VD-UE
0,34%
0,44%
VD-UD
0,02%
0,11%
VA-VD
8,50%
8,77%
VA-UE
59,72%
51,05%
VA-UD
9,33%
4,25%
UE-UD
13,44%
23,57%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Colinas isoladas - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACADENSA
151
está localizado em meio as planícies colúvio-alúvio-marinhas e as áreas urbanas, onde é
esperado que ocorra um constante acréscimo da ocupação. O segundo grupo de colinas está
localizado na periferia da área urbana ou ainda mais afastado e nessas áreas não ocorrem uma
ocupação intensa, apresentando até áreas de vegetação natural preservada nos topos das
colinas. Observa-se uma queda constante das áreas de VEGETACAOALTERADA, que passa
de 66,30% em 1986 para 44,13% em 2005. O URBANODENSO cresce em ritmo constante
de aproximadamente 5% por período. O aumento mais significativo observado é de
aproximadamente 15% para o URBANOESPARSO.
A dinâmica de mudança predominante é da classe VEGETACAOALTERADA
para a classe URBANOESPARSO nos dois períodos analisados. Mas assim como ocorre nos
Continentais, perde destaque no período de 1995 a 2005, pois decaí em decorrência do
aumento de mudança da classe URBANOESPERSO para a classe URBANODENSO. O
sistema de relevo de Colinas isoladas apresenta mudanças em 21,55% de sua área total no
período de 1986 a 1995 e em 16,34% no período de 1995 a 2005.
152
Figura 49 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Domínio de colinas dissecadas, morrotes e
morros baixos
O Domínio de colinas dissecadas, morrotes e morros baixos correspondem a
6,25% do total da área de estudo e apresentam áreas próximas aos centros urbanos e áreas
próximas a Serra do Mar. É um sistema que oferece dificuldade para ocupação e que,
portanto, o seu uso urbano é ainda pouco explorado. Nota-se que as classes de vegetação
ocupam quase 75% do total da área mesmo em 2005. Observa-se que o URBANOESPARSO
cresce quase que na mesma razão que a VEGETACAODENSA diminui, enquanto que a
VEGETACAOALTERADA diminuiu sutilmente.
A partir do gráfico de classes de mudanças nota-se semelhanças em ambos os
períodos, pois as mudanças da classe VEGETACAODENSA para a classe
VEGETACAOALTERADA permanecem em aproximadamente 40%. Entre 1995 e 2005,
1986
1995
2005
URBANODENSO
0,83%
2,67%
3,76%
URBANOESPARSO
7,67%
11,91%
15,62%
VEGETACAOALTERADA
55,13%
54,25%
53,38%
VEGETACAODENSA
28,40%
26,44%
20,86%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Domínio de colinas dissecadas, morrotes e morros baixos - Classes
de uso e ocupação
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
44,54%
42,77%
VD-UE
1,08%
1,20%
VD-UD
0,21%
0,11%
VA-VD
27,84%
34,99%
VA-UE
19,04%
16,58%
VA-UD
3,55%
2,32%
UE-UD
3,74%
2,05%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Domínio de colinas dissecadas, morrotes e morros baixos - Classes
de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
153
houve um aumento da mudança de VEGETACAOALTERADA para VEGETACAODENSA
e uma pequena diminuição da mudança de VEGETACAOALTERADA para
URBANOESPARSO.
Esse sistema de relevo apresenta a maior área total de mudanças, correspondendo
a 24,24% entre 1986 a 1995 e a 23,16% entre 1995 a 2005.
Figura 50 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Escarpas serranas
As Escarpas serranas correspondem a 20,30% do total da área de estudo e estão
localizados distantes dos centros urbanos. É um sistema que oferece grande dificuldade para
ocupação e onde, portanto, o uso urbano é pouco explorado. Nota-se que as classes de
vegetação ocupam quase 85% do total da área em 2005. A única alteração significativa ocorre
1986
1995
2005
URBANODENSO
0,16%
0,30%
0,38%
URBANOESPARSO
1,21%
2,17%
2,84%
VEGETACAOALTERADA
13,05%
11,66%
13,18%
VEGETACAODENSA
75,61%
76,69%
71,37%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Escarpas serranas - Classes de uso e ocupação
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
39,13%
58,18%
VD-UE
1,23%
1,40%
VD-UD
0,06%
0,31%
VA-VD
46,83%
31,19%
VA-UE
11,24%
8,18%
VA-UD
1,36%
0,36%
UE-UD
0,14%
0,38%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Escarpas Serranas - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
154
no período de 1995 a 2005 quando a classe VEGETACAODENSA diminuiu
aproximadamente 5%.
No geral, as mudanças são pouco significativas nesse sistema, no período de 1986
a 1995 as mudanças correspondem a apenas 7,53% da área e no período seguinte a 7,09% da
área total do sistema. As mudanças que apresentam destaque são as que ocorrem entre as
classes de vegetação, ou seja, de VEGETACAODENSA para VEGETACAOALTERADA e
de VEGETACAOALTERADA para VEGETACAODENSA. As mudanças de
VEGETACAOALTERADA para URBANOESPARSO não ultrapassam 12% nos períodos
analisados.
Figura 51 Gráficos correspondentes ao sistema de relevo Morros isolados
1986
1995
2005
URBANODENSO
0,76%
2,28%
2,70%
URBANOESPARSO
2,94%
4,55%
5,72%
VEGETACAOALTERADA
20,81%
17,53%
18,65%
VEGETACAODENSA
68,47%
70,06%
67,06%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Morros isolados - Classes de uso e ocupação
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
31,88%
52,88%
VD-UE
0,42%
0,62%
VD-UD
0,27%
0,08%
VA-VD
33,49%
22,24%
VA-UE
19,43%
18,67%
VA-UD
10,30%
1,65%
UE-UD
4,21%
3,86%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Morros isolados - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
155
O sistema de Morros isolados corresponde a 12,57% do total da área de estudo.
Apresenta também grande dificuldade para ocupação como ocorre no sistema de Escarpas
serranas. Este sistema está dividido em dois maciços, sendo um localizado em meio da área
urbana e outro na área da Serra do Mar.
No geral, as mudanças são pouco significativas nesse sistema, no período de 1986
a 1995 as mudanças correspondem a apenas 10,27% da área e no período seguinte a 7,45% da
área total do sistema. As mudanças que merecem destaque são as que ocorrem entre as classes
de vegetação, ou seja, de VEGETACAODENSA para VEGETACAOALTERADA e de
VEGETACAOALTERADA para VEGETACAODENSA, como ocorrido nas Escarpas
serranas. As mudanças de VEGETACAOALTERADA para URBANOESPARSO são um
pouco mais significativas atingindo quase 20% no período de 1986 a 1995 e todas as
mudanças para URBANODENSO não somam 15%.
A proporção das classes de uso e ocupação sobre as unidades de relevo podem ser
sintetizadas através do IPA
d
. As figuras 52, 53 e 54 apresentam o IPA
d
para os sistemas de
relevo, nos três anos analisados. Importante destacar que o IPA
d
representado nos mapas foi
calculado segundo as unidades contínuas dos sistemas de relevo, e não por sistemas de relevo
como foram elaborados os gráficos.
Figura 52 IPA
d
1986 para as unidades dos sistemas de relevo
156
Figura 53 IPA
d
1995 para as unidades dos sistemas de relevo
Figura 54 IPA
d
2005 para as unidades dos sistemas de relevo
157
A tabela 40 apresenta os valores de IPA
d
e suas variações nos períodos para cada
unidade de relevo.
Tabela 40 IPA
d
das unidades dos sistemas de relevo
Unidades do
sistema de
relevo
IPA
d
1986
IPA
d
1995
IPA
d
2005
Variação
1986-1995
Variação
1995-2005
Variação
1986-2005
1a
0,607
0,663
0,721
0,056
0,057
0,114
1b
0,571
0,633
0,690
0,063
0,057
0,119
2a
0,714
0,771
0,812
0,058
0,041
0,098
2b
0,518
0,545
0,578
0,027
0,033
0,060
3
0,639
0,676
0,696
0,038
0,020
0,057
4a
0,971
1,000
1,000
0,029
0,000
0,029
4b
0,970
1,000
1,000
0,030
0,000
0,030
4c
0,993
1,000
1,000
0,007
0,000
0,007
4d
0,861
0,914
0,932
0,054
0,018
0,071
4e
0,739
0,832
0,886
0,094
0,053
0,147
4f
0,634
0,704
0,718
0,070
0,014
0,084
4g
0,675
0,749
0,799
0,074
0,050
0,124
4h
0,622
0,668
0,711
0,046
0,043
0,089
4i
0,554
0,580
0,616
0,027
0,036
0,062
4j
0,540
0,605
0,633
0,065
0,028
0,093
4l
0,624
0,708
0,765
0,084
0,057
0,141
4m
0,520
0,561
0,576
0,040
0,015
0,056
4n
0,509
0,539
0,626
0,030
0,087
0,117
4o
0,522
0,545
0,583
0,023
0,037
0,061
4p
0,561
0,613
0,661
0,052
0,048
0,100
4q
0,515
0,555
0,588
0,040
0,033
0,073
4r
0,523
0,541
0,571
0,018
0,030
0,048
4s
0,525
0,585
0,615
0,059
0,030
0,089
4t
0,576
0,598
0,639
0,022
0,041
0,064
4u
0,548
0,568
0,601
0,020
0,033
0,054
4v
0,537
0,528
0,620
-0,009
0,092
0,083
5a
0,597
0,667
0,730
0,069
0,063
0,132
5b
0,508
0,509
0,583
0,001
0,074
0,075
5c
0,347
0,392
0,415
0,045
0,023
0,068
5d
0,427
0,450
0,485
0,023
0,034
0,058
5e
0,290
0,322
0,365
0,032
0,043
0,075
5f
0,531
0,548
0,581
0,017
0,032
0,050
6a
0,265
0,252
0,322
-0,013
0,070
0,057
6b
0,046
0,049
0,058
0,003
0,009
0,012
7a
0,273
0,303
0,338
0,030
0,035
0,065
7b
0,032
0,026
0,034
-0,006
0,009
0,002
1 Planícies aluviais; 2 Planícies colúvio-alúvio-marinhas; 3 Planícies flúvio-marinhas; 4 Colinas isoladas;
5 Domínio de colinas dissecadas, morrotes e morros baixos; 6 Escarpas serranas; 7 Morros isolados
Analisando os mapas e a tabela, nota-se que as unidades 4a, 4b e 4c são as únicas
que mantém o IPA
d
Alto nos três anos analisados. Isto ocorre devido a estas unidades estarem
situadas em áreas do centro urbano consolidado, restando assim poucas áreas para maior
adensamento.
158
As unidades 1a, 1b, 2a, 4d, 4e, 4g, 4j, 4h, 4l, 4p, 4t e 5a são áreas em que houve
mudança da classe de IPA
d
em pelo menos um dos períodos estudados. Observa-se que o
sistema de relevo Colinas isoladas apresentou mudança em um número maior de unidades
(4d, 4e, 4g, 4j, 4h, 4l, 4p, 4t), no entanto, o sistema de Planícies colúvio-alúvio-marinhas
apresentou mudança em apenas uma unidade (2a), mas que corresponde a uma grande parcela
da área de estudo e representa as áreas de maior ocupação.
Para melhor visualizar as áreas de maiores e menores acréscimos do IPA
d,
a
coluna Variação 1986-2005 da tabela 40 foi espacializada na figura 55. Utilizaram-se quatro
classes para representação, divididas através do método estatístico de Quebras Naturais.
Figura 55 Variação IPA
d
1986-2005 para as unidades dos sistemas de relevo
Analisando o mapa de variação do IPA
d
de1986 a 2005, pode-se afirmar que,
nesse período, as unidades dos sistemas de relevo que mais sofreram acréscimo da ocupação
foram a 1a, 1b, 4e,4g, 4l, 4n e 5a, apresentando variação superior a 0,1. Essas unidades fazem
parte dos sistemas de relevo Planícies aluviais, Colinas isoladas e Domínio de colinas
dissecadas, morrotes e morros baixos.
É possível perceber que as unidades em que mais houve acréscimo da ocupação
fazem fronteira com a unidade 2a, onde estão instaladas a maior parte das áreas urbanas dos
municípios, sofrendo assim seus efeitos.
159
6.9.5 Relação entre zonas de influência da faixa de dutos, classes de uso e
ocupação da terra e classes de mudança
Analisar o uso e ocupação e suas mudanças nessas zonas é relevante, pois as
mesmas guardam uma relação direta de distância e posição em relação à faixa. A faixa de
dutos está disposta no sentido sul-norte e, consequentemente, as zonas de influência se
estendem desde a Serra do Mar, localizada a norte, até a Baia da Guanabara e os centros
urbanos, localizados ao sul. Devido a este fato, todas as zonas, com exceção daquelas
localizadas em áreas restritas entre a faixa, apresentam áreas sobre classes de uso e ocupação
e sistema de relevo bastante diversificados.
Ocorre quase sempre uma proporção maior das classes de vegetação,
principalmente da VEGETACAOALTERADA, pois ocupam a maior parte do município.
Uma proporção mais significativa da classe URBANODENSO ocorre nas zonas localizadas à
direita da faixa, principalmente para a zona ZIV-D, pois é onde estão localizados os centros
urbanos. A esquerda, em termos de urbano, predomina áreas de expansão, e por isso, ocorre
uma proporção maior da classe URBANOESPARSO.
A tabela 41 apresenta a proporção de mudança e não mudança do uso e ocupação
para cada zona de influência nos períodos analisados.
Tabela 41 Proporção de mudança e não mudança para as zonas de influência
Não mudança
Mudança
1986-1995
1995-2005
1986-1995
1995-2005
ZID
1
84,94%
89,26%
15,06%
10,74%
ZII-E
2
87,35%
88,71%
12,65%
11,29%
ZII-D
3
86,49%
84,62%
13,51%
15,38%
ZII-M1
4
76,36%
87,91%
23,64%
12,09%
ZII-M2
4
90,95%
92,72%
9,05%
7,28%
ZIV-E
5
78,87%
86,17%
21,13%
13,83%
ZIV-D
6
86,52%
84,46%
13,48%
15,54%
1
Zona de Zona de influência direta;
2
Zona de influência indireta à esquerda da faixa;
3
Zona de influência indireta à
direita da faixa;
4
Zona de influência indireta entre a faixa;
5
Zona de influência variável à esquerda da faixa;
6
Zona de
influência variável à direita da faixa
De acordo com a tabela 41, pode-se dizer que no período de 1986 a 1995 as áreas
onde mais ocorreram mudanças foram as localizadas à esquerda da faixa, enquanto que no
período seguinte prevaleceram as mudanças à direita da faixa. As áreas em que ocorreram
mudanças foram detalhadas nos gráficos de classes de mudança.
160
As figuras 56, 57, 58, 59, 60, 61 e 62 correspondem aos gráficos que
correlacionam a proporção de cada classe de uso e ocupação e classes de mudança aos
sistemas de relevo ao longo do período estudado.
Figura 56 Gráficos correspondentes a zona de influência direta (ZID)
A zona de influência direta - ZID corresponde a apenas 3,99% do total da área de
estudo. O uso predominante é de VEGETACAOALTERADA seguido da
VEGETACAODENSA, ambas em 2005, correspondem a aproximadamente 60% da área.
Existe uma tendência de crescimento constante das classes de urbano, de aproximadamente
4% por período, e uma tendência de decréscimo de 6% por período, da classe de
VEGETACAOALTERADA. Com relação área, a classe VEGETACAODENSA apresentou
pouca variação ao longo das datas, um decréscimo em torno de 2%.
1986
1995
2005
URBANODENSO
8,67%
11,94%
15,19%
URBANOESPARSO
16,35%
22,33%
23,68%
VEGETACAOALTERADA
43,35%
35,88%
32,44%
VEGETACAODENSA
29,32%
28,60%
27,13%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Zona de influência direta (ZID) - Classes de uso
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
17,51%
19,99%
VD-UE
0,47%
1,09%
VD-UD
0,03%
0,00%
VA-VD
11,01%
12,02%
VA-UE
49,31%
36,68%
VA-UD
10,75%
4,97%
UE-UD
10,93%
25,25%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Zona de influência direta (ZID) - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
161
Em termos de mudanças, destaca-se que no período de 1986 a 1995 estas
corresponderam a 15,06% e no período de 1995 a 2005 a 10,74% da área total da zona. No
primeiro período a mudança que predomina é de VEGETACAOALTERADA para
URBANAESPARSO, enquanto que no segundo período existe uma divisão entre as classes
de mudança para o uso urbano.
Figura 57 Gráficos correspondentes a zona de influência indireta à direita da faixa (ZII-D)
1986
1995
2005
URBANODENSO
3,77%
6,82%
13,29%
URBANOESPARSO
24,01%
28,20%
27,53%
VEGETACAOALTERADA
48,18%
41,76%
37,56%
VEGETACAODENSA
19,53%
18,09%
17,00%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Zona de influência indireta à direita (ZII-D) - Classes de uso
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
17,56%
13,88%
VD-UE
0,31%
0,33%
VD-UD
0,01%
0,01%
VA-VD
11,26%
10,87%
VA-UE
48,34%
32,98%
VA-UD
4,51%
3,81%
UE-UD
18,03%
38,11%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Zona de influência indireta à direita (ZII-D) - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
162
Figura 58 Gráficos correspondentes a zona de influência indireta à esquerda da faixa (ZII-E)
As zonas de influência indireta - ZII localizadas a direita e a esquerda da faixa de
duto correspondem a 27,99% do total da área de estudo. Verifica-se uma distribuição de uso
bastante semelhante. Em ambos os lados, a classe de uso e ocupação que predomina é da
VEGETACAOALTERADA e a que ocorre em menor presença é a classe de
URBANODENSO. Entretanto, pelo fato da AII-D cruzar uma área de expansão urbana, esta
apresenta uma proporção mais significativa da classe URBANOESPARSO do que a ZII-E.
Em termos de mudanças, é possível perceber um adensamento da ocupação no
período de 1995 a 2005 na zona ZII-D, pois mais 40% das mudanças corresponderam à classe
URBANODENSO. Na ZII-E, em ambos os períodos, predominam as mudança para a classe
URNANOESPARSO.
1986
1995
2005
URBANODENSO
8,20%
11,73%
16,07%
URBANOESPARSO
14,46%
18,93%
21,00%
VEGETACAOALTERADA
49,33%
41,86%
36,18%
VEGETACAODENSA
23,37%
24,21%
24,87%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Zona de influência indireta à esquerda (ZII-E) - Classes de uso
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
10,92%
9,70%
VD-UE
0,47%
0,20%
VD-UD
0,00%
0,01%
VA-VD
9,03%
7,85%
VA-UE
51,86%
43,95%
VA-UD
10,29%
12,12%
UE-UD
17,43%
26,17%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Zona de influência indireta à esquerda (ZII-E) - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
163
Figura 59 Gráficos correspondentes a zona de influência variável à direita da faixa (ZIV-D)
1986
1995
2005
URBANODENSO
2,22%
4,17%
9,04%
URBANOESPARSO
14,89%
18,90%
18,08%
VEGETACAOALTERADA
29,23%
23,14%
21,57%
VEGETACAODENSA
44,92%
45,99%
41,43%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Zona de influência variável à direita (ZIV-D) - Classes de uso
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
22,84%
28,57%
VD-UE
1,06%
0,95%
VD-UD
0,04%
0,23%
VA-VD
27,38%
17,54%
VA-UE
34,47%
21,76%
VA-UD
7,57%
2,61%
UE-UD
6,64%
28,34%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Zona de influência variável à direita (ZIV-D) - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
164
Figura 60 Gráficos correspondentes a zona de influência variável à esquerda da faixa (ZIV-E)
As zonas de influência variável ZIV localizadas à direita e à esquerda da faixa
de duto correspondem a 64,56% do total da área de estudo. Verifica-se uma distribuição de
uso bastante diferente entre a direita e a esquerda. No ZIV-E é observado um grande
crescimento das classes de urbano, sendo que em 2005, as classes URBANODENSO e
URBANOESPARSO correspondem juntas a 54,85% da área total da zona. Já a ZIV-D
apresenta, em 2005, uma apenas 27,12% da área total correspondendo às classes de urbano.
Isso ocorre porque os centros urbanos estão localizados principalmente na ZIV-E.
Em termos de mudanças é possível perceber que no primeiro período, para ambos
os lados, predominam as mudanças de VEGETACAOALTERDA para URNANOESPARSO,
significando que nesse período predominou o processo de expansão urbana. No período de
1986
1995
2005
URBANODENSO
13,09%
20,74%
25,73%
URBANOESPARSO
23,61%
28,09%
29,12%
VEGETACAOALTERADA
42,51%
30,75%
26,04%
VEGETACAODENSA
18,54%
18,78%
16,86%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Zona de influência variável à esquerda (ZIV-E) - Classes de uso
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
9,28%
15,49%
VD-UE
0,23%
0,43%
VD-UD
0,07%
0,09%
VA-VD
8,75%
8,92%
VA-UE
45,69%
39,29%
VA-UD
10,87%
3,32%
UE-UD
25,11%
32,46%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Zona de influência variável à esquerda (ZIV-E) - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
165
1995 a 2005 ocorre um equilíbrio entre as mudanças para a classe de URBANOESPARSO e
para a classe URBANODENSO, significando que além da expansão urbana, ocorreu também
um adensamento das áreas já urbanizadas.
Figura 61 Gráficos correspondentes a zona de influência indireta entre a faixa (ZII-M1)
1986
1995
2005
URBANODENSO
40,40%
54,30%
64,32%
URBANOESPARSO
39,61%
40,25%
33,10%
VEGETACAOALTERADA
19,59%
5,34%
2,57%
VEGETACAODENSA
0,00%
0,00%
0,00%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Zona de influência indireta entre a faixa (ZII-M1) - Classes de uso
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
0,00%
0,00%
VD-UE
0,00%
0,00%
VD-UD
0,00%
0,00%
VA-VD
0,00%
0,00%
VA-UE
41,30%
17,98%
VA-UD
19,15%
4,94%
UE-UD
39,55%
77,08%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Zona de influência indireta entre a faixa (ZII-M1) - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
166
Figura 62 Gráficos correspondentes a zona de influência indireta entre a faixa (ZII-M2)
As zonas de influência indireta localizadas entre a faixa de duto correspondem a
apenas 3,47% do total da área de estudo. Estas áreas devem ser analisadas de forma diferente,
pois o se estendem de sul a norte, estando a ZII-M1 restrita a uma pequena área ao sul,
próxima a REDUC, e a ZII-M2 a uma área ao norte. Desta forma na ZII-M1 predominam as
classes do urbano, com um constante crescimento da classe do URBANODENSO, enquanto
que na ZII-M2 prevalece a classe do URBANODENSO, por se tratar de uma área localizada
em meio das Escaparas serranas.
As mudanças refletem essa relação. Na ZII-M1 ocorrem apenas mudanças para
URBANOESPARSO e URBANODENSO, enquanto que na ZII-M2, prevalecem as
mudanças entre as classes de vegetação.
1986
1995
2005
URBANODENSO
0,04%
0,34%
0,66%
URBANOESPARSO
1,81%
5,21%
5,96%
VEGETACAOALTERADA
12,82%
9,54%
10,26%
VEGETACAODENSA
78,48%
82,56%
75,62%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Zona de influência indireta entre a faixa (ZII-M2) - Classes de uso
URBANODENSO
URBANOESPARSO
VEGETACAOALTERADA
VEGETACAODENSA
1986-1995
1995-2005
VD-VA
28,01%
51,76%
VD-UE
4,89%
0,95%
VD-UD
0,00%
0,14%
VA-VD
31,37%
29,90%
VA-UE
32,40%
13,03%
VA-UD
3,02%
0,45%
UE-UD
0,31%
3,76%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Zona de influência indireta entre a faixa (ZII-M2) - Classes de mudança
VD-VA
VD-UE
VD-UD
VA-VD
VA-UE
VA-UD
UE-UD
UD - URBANODENSO
UE - URBANOESPARSO
VA - VEGETACAOALTERADA
VD - VEGETACAODENSA
167
A proporção das classes de uso e ocupação sobre as zonas de influência podem ser
sintetizadas através do IPA
d
. As figuras 63, 64 e 65 apresentam o IPA
d
para zonas de
influência, nos três anos analisados.
Figura 63 IPA
d
1986 para as zonas de influência da faixa de dutos
168
Figura 64 IPA
d
1995 para as zonas de influência da faixa de dutos
Figura 65 IPA
d
2005 para as zonas de influência da faixa de dutos
169
A tabela 42 apresenta os valores de IPA
d
e suas variações nos períodos para cada
zona de influência da faixa de dutos.
Tabela 42 IPA
d
das zonas de influência da faixa de dutos
Zonas de
influência
IPA
d
1986
IPA
d
1995
IPA
d
2005
Variação
1986-1995
Variação
1995-2005
Variação
1986-2005
ZID
1
0,436
0,472
0,499
0,036
0,027
0,063
ZII-D
2
0,480
0,515
0,553
0,035
0,038
0,072
ZII-E
3
0,458
0,484
0,511
0,026
0,026
0,052
ZII-M1
4
0,802
0,873
0,904
0,070
0,032
0,102
ZII-M2
4
0,084
0,092
0,111
0,009
0,019
0,027
ZIV-D
5
0,307
0,324
0,370
0,018
0,046
0,063
ZIV-E
6
0,533
0,581
0,622
0,049
0,040
0,089
1
Zona de Zona de influência direta;
2
Zona de influência indireta à direita da faixa;
3
Zona de influência indireta à esquerda
da faixa;
4
Zona de influência indireta entre a faixa;
5
Zona de influência variável à direita da faixa;
6
Zona de influência
variável à esquerda da faixa
Na análise do IPA
d
iremos excluir as duas zonas localizadas entre a faixa por
tratar-se de zonas que não se estendem de sul a norte como as demais, limitando assim a
comparação.
Através dos mapas é apenas possível constatar uma alteração da classe de IPA
d
na
ZII-D de Baixo para Médio baixo, no período 1986 a 1995, e outra no período 1995 a 2005,
na ZII-E também de Baixo para Médio baixo.
Analisando a tabela, observa-se que a grande maioria dos valores de IPA
d
estão
próximos ou inferiores a 0,5. Pode-se afirmar que a zona em que houve o acréscimo mais
significativo do índice foi a ZIV-E, com variação de 0,089 no período de 1986 a 2005,
seguido pela ZII-D com variação de 0,072 no mesmo período. Contudo, as outras três zonas
apresentaram variação que oscilaram 0,052 a 0,063.
Utilizando como referência a variação da ZID, que foi de 0,063, pode-se afirmar
que para sua direita, na ZII-D houve uma variação aproximadamente +14,5% maior e na ZIV-
D uma variação igual. Na esquerda, ZII-E variou -14,5% enquanto que na ZIV-E a variação
foi superior em +41,5%.
Concluí-se que, o que foi observado nos gráficos de classes de uso e ocupação e
classes de mudança está em total consonância com o observado através do índice de pressão
antrópica às faixas de dutos (IPA
d
) calculados, sendo as análises complementares.
170
6.9.6 Relação entre regiões de interesse da faixa de dutos, classes de uso e
ocupação da terra e classes de mudança
As figuras 66, 67 e 68 apresentam o IPA
d
para as regiões de interesse, nos três
anos analisados. A figura 69 representa a variação do IPA
d
no período de 1986 a 1995 e a
tabela 43 apresenta os valores de IPA
d
e suas variações nos períodos para cada zona de
interesse da faixa de dutos.
Das regiões localizadas sobre a zona de influência direta da faixa de dutos,
destacam-se três regiões, que em 2005, apresentam a classe de IPA
d
Alto próximas a REDUC
(D.S.2.b, D.S.2.c e D.S.4.a) e uma região de classe Alto localizada ao norte da área de estudo
(D.S.1.a). Observando o mapa de variação, verifica-se que a na área onde se inicia a faixa de
duto, no entorno da refinaria, ocorreram grandes aumentos do IPA
d
(acima de 0,086), devido
ao aumento das edificações nessa área. a região D.S.2.a, trata-se de uma planície em que
houve pouco aumento do IPA
d
(0,020), apresentando em 2005 um IPA
d
Médio baixo. Na área
em que a faixa cruza as colinas isoladas, região D.S.4.c, uma variação intermediária do
IPA
d
(0,063) e em 2005 seu IPA
d
era Médio baixo. Na seqüência, a faixa cruza novamente
uma região de planícies (D.S.I.c) com a variação de IPA
d
intermediário (0,080), sendo em
2005 a classe do IPA
d
era Médio. Ao cruzar o Domínio de colinas dissecadas, morrotes e
morros baixos (D.S.5.b e D.S.5.d) a variação do IPA
d
de 0,072 e 0,056 respectivamente,
apresentando em 2005 a classe de IPA
d
Baixo. No extremo norte da área, ao cruzar o sistema
de relevo das Escarpas serranas, as regiões D.S.6.a e D.S.6.b apresentaram baixíssima
variação do IPA
d
(0,022 e -0,001) e a classe do IPA
d
em 2005 era Não significativo.
Observa-se que o IPA
d
diminui progressivamente no sentido sul norte,
acompanhando o aumento de dificuldade de ocupação devido ao relevo mais acidentado e o
aumento da distância dos centros urbanos.
Dentre as regiões localizadas nas zonas de influência indireta, entre 400 metros e
cinco quilômetros da faixa de dutos, destacam-se por apresentar, em 2005, um IPA
d
Alto, as
regiões I.M.2, I.M.4.c e I.E.4.a. Tais regiões apresentaram uma variação entre 0,086 e 0,144.
A região I.D.2 é relevante por abranger uma extensa área com a classe de IPA
d
Médio alto no
ano de 2005 e variação de 0,092. Por apresentar uma variação elevada, entre 0,145 e 0,246, as
regiões I.M.1.a, I.M.1.b, I.M.5.a e I.E.4.h também merecem ênfase.
Nas zonas variáveis, com uma distância superior a cinco quilômetros da faixa de
dutos, nota-se que algumas regiões correspondentes ao sistema de relevo das Colinas isoladas
171
(V.E.4.a, V.E.4.b, V.E.4.c, V.E.4.d e V.E.4.f), localizadas em meio aos centros urbanos,
apresentam IPA
d
Alto no ano de 2005 . também regiões correspondentes às planícies
(V.E.1.c, V.E.1.d, V.D.2, V.E.2.b e V.E.3) e colinas isoladas (V.E.4.a), que destacam-se pelo
IPA
d
Médio Alto em 2005. Analisando a variação, as únicas regiões que apresentaram um
aumento do IPA
d
superior a 0,145 foram as regiões V.E.1.d e V.E.4.f, correspondendo a áreas
de Colinas isoladas. As demais Colinas isoladas e a maior parte das planícies, apresentaram
uma variação entre 0,086 e 0,144.
Os resultados se mostraram muito coerentes e práticos para uma avaliação da
pressão antrópica em escala municipal. Sendo facilmente identificáveis as áreas em que houve
maior ou menor acréscimo das atividades humanas.
172
Figura 66 IPA
d
1986 para as regiões de interesse da faixa de dutos
173
Figura 67 IPA
d
1995 para as regiões de interesse da faixa de dutos
174
Figura 68 IPA
d
2005 para as regiões de interesse da faixa de dutos
175
Figura 69 Variação IPA
d
1986-2005 para as regiões de interesse
176
Tabela 43 IPA
d
das regiões de interesse da faixa de dutos
Regiões de
interesse
IPA
d
1986
IPA
d
1995
IPA
d
2005
Variação
1986-1995
Variação
1995-2005
Variação
1986-2005
I.E.4.a
0,758
0,836
0,903
0,078
0,067
0,144
I.E.4.b
0,563
0,586
0,618
0,023
0,032
0,054
I.E.3
0,584
0,618
0,641
0,034
0,023
0,057
I.E.4.c
0,594
0,625
0,648
0,031
0,023
0,054
I.E.4.d
0,513
0,554
0,563
0,041
0,009
0,051
I.E.4.e
0,551
0,599
0,660
0,048
0,061
0,110
I.E.4.f
0,525
0,585
0,615
0,059
0,030
0,089
I.E.5
0,346
0,397
0,419
0,052
0,022
0,073
I.E.7
0,019
0,006
0,009
-0,013
0,003
-0,009
I.E.6
0,009
0,004
0,001
-0,005
-0,003
-0,008
I.E.2
0,669
0,706
0,745
0,037
0,039
0,076
I.M.5.a
0,155
0,175
0,308
0,020
0,133
0,153
I.M.6
0,012
0,011
0,010
-0,001
-0,001
-0,002
I.M.4.a
0,505
0,501
0,559
-0,004
0,058
0,055
I.M.4.b
0,692
0,774
0,786
0,082
0,012
0,093
I.M.4.c
0,799
0,857
0,908
0,058
0,051
0,109
V.D.4.a
0,509
0,539
0,626
0,030
0,087
0,117
V.D.4.b
0,548
0,562
0,605
0,014
0,043
0,057
V.D.4.c
0,537
0,528
0,620
-0,009
0,092
0,083
V.D.4.d
0,523
0,541
0,571
0,018
0,030
0,048
V.D.4.e
0,576
0,598
0,639
0,022
0,041
0,064
V.D.5.a
0,531
0,548
0,581
0,017
0,032
0,050
V.D.6.a
0,265
0,252
0,322
-0,013
0,070
0,057
V.D.5.b
0,311
0,324
0,343
0,013
0,019
0,032
V.D.6.b
0,056
0,061
0,073
0,005
0,013
0,018
V.D.4.f
0,519
0,537
0,577
0,018
0,040
0,058
V.E.4.a
0,971
1,000
1,000
0,029
0,000
0,029
V.E.4.b
0,970
1,000
1,000
0,030
0,000
0,030
V.E.7.a
0,273
0,303
0,338
0,030
0,035
0,065
V.E.4.c
0,993
1,000
1,000
0,007
0,000
0,007
V.E.4.d
0,861
0,914
0,932
0,054
0,018
0,071
V.E.4.e
0,540
0,605
0,633
0,065
0,028
0,093
V.E.4.f
0,731
0,831
0,878
0,100
0,047
0,148
V.E.5.a
0,597
0,667
0,730
0,069
0,063
0,132
V.E.4.g
0,540
0,572
0,613
0,032
0,041
0,073
V.E.3
0,767
0,828
0,834
0,060
0,006
0,066
V.E.4.h
0,624
0,708
0,765
0,084
0,057
0,141
V.E.5.b
0,508
0,509
0,583
0,001
0,074
0,075
V.E.4.i
0,528
0,567
0,588
0,040
0,021
0,061
V.E.4.j
0,562
0,615
0,661
0,052
0,046
0,099
V.E.2.a
0,518
0,545
0,578
0,027
0,033
0,060
V.E.4.l
0,513
0,553
0,587
0,040
0,034
0,074
V.E.7.b
0,040
0,038
0,052
-0,002
0,014
0,012
V.E.6
0,122
0,125
0,156
0,003
0,032
0,034
D.S.4.a
0,651
0,714
0,777
0,063
0,063
0,126
D.S.4.b
0,702
0,780
0,809
0,078
0,029
0,106
D.S.5.a
0,519
0,525
0,525
0,005
0,000
0,005
D.S.4.c
0,511
0,538
0,574
0,027
0,036
0,063
I.D.4.a
0,588
0,629
0,654
0,041
0,025
0,066
I.D.3
0,634
0,643
0,669
0,009
0,027
0,035
I.D.4.b
0,750
0,750
0,783
0,000
0,033
0,033
I.D.4.c
0,635
0,709
0,770
0,074
0,061
0,135
I.D.4.d
0,546
0,612
0,576
0,066
-0,036
0,029
I.D.5.a
0,426
0,449
0,484
0,024
0,035
0,059
I.D.5.b
0,286
0,335
0,384
0,049
0,049
0,098
177
Tabela 43 IPA
d
das regiões de interesse da faixa de dutos
Regiões de
interesse
IPA
d
1986
IPA
d
1995
IPA
d
2005
Variação
1986-1995
Variação
1995-2005
Variação
1986-2005
I.D.6
0,017
0,015
0,010
-0,002
-0,005
-0,007
I.D.2
0,667
0,709
0,759
0,042
0,049
0,092
I.D.4.e
0,523
0,545
0,581
0,021
0,037
0,058
I.E.4.g
0,591
0,630
0,631
0,038
0,002
0,040
I.E.4.h
0,573
0,764
0,769
0,190
0,005
0,196
I.E.1.a
0,563
0,607
0,660
0,045
0,053
0,098
I.E.1.b
0,622
0,622
0,622
0,000
0,000
0,000
I.E.4.i
0,544
0,548
0,593
0,004
0,044
0,048
I.E.4.j
0,534
0,571
0,606
0,037
0,035
0,073
I.M.5.b
0,000
0,024
0,000
0,024
-0,024
0,000
I.M.5.c
0,398
0,383
0,363
-0,015
-0,020
-0,035
I.M.5.d
0,500
0,559
0,559
0,059
0,000
0,059
I.M.1.a
0,553
0,654
0,707
0,101
0,053
0,154
I.M.1.b
0,404
0,574
0,641
0,170
0,067
0,237
I.M.2
0,822
0,893
0,925
0,070
0,032
0,103
V.D.2
0,696
0,741
0,818
0,045
0,077
0,123
V.D.1
0,577
0,645
0,699
0,068
0,053
0,121
V.E.5.c
0,513
0,548
0,559
0,035
0,011
0,046
V.E.5.d
0,536
0,292
0,535
-0,245
0,244
-0,001
V.E.1.a
0,601
0,647
0,691
0,046
0,044
0,090
V.E.1.b
0,500
0,684
0,684
0,184
0,000
0,184
V.E.1.c
0,684
0,739
0,796
0,056
0,057
0,113
V.E.1.d
0,663
0,734
0,813
0,072
0,079
0,150
V.E.2.b
0,741
0,812
0,844
0,070
0,032
0,103
D.S.4.d
0,627
0,702
0,712
0,075
0,010
0,085
D.S.4.e
0,560
0,799
0,806
0,238
0,007
0,246
D.S.5.b
0,318
0,352
0,390
0,034
0,038
0,072
D.S.5.c
0,563
0,563
0,563
0,000
0,000
0,000
D.S.1.a
0,539
0,734
0,750
0,196
0,016
0,212
D.S.1.b
0,541
0,541
0,577
0,000
0,035
0,035
D.S.1.c
0,562
0,599
0,643
0,036
0,044
0,080
D.S.1.d
0,515
0,525
0,539
0,010
0,014
0,024
D.S.5.d
0,364
0,424
0,419
0,060
-0,005
0,056
D.S.5.e
0,407
0,474
0,521
0,067
0,047
0,114
D.S.6.a
0,008
0,018
0,029
0,010
0,011
0,022
D.S.6.b
0,004
0,003
0,003
-0,002
0,000
-0,001
D.S.6.c
0,001
0,038
0,067
0,037
0,028
0,066
D.S.2.a
0,578
0,593
0,598
0,015
0,005
0,020
D.S.2.b
0,807
0,869
0,911
0,062
0,042
0,104
D.S.2.c
0,725
0,817
0,881
0,093
0,064
0,157
I.D.1.a
0,578
0,734
0,738
0,155
0,004
0,160
I.D.1.b
0,528
0,548
0,630
0,020
0,082
0,102
178
7 - CONCLUSÃO
Com relação às técnicas de detecção de mudanças, conclui-se ser indispensável
trabalhar com um método baseado em classificação de imagens, pois notou-se a necessidade
de elaborar mapas de uso e ocupação da terra. Dentre os classificadores experimentados, o
que apresentou os melhores resultados foi o método de classificação orientado ao objeto,
presente no modulo Feature Extraction e implementado no software ENVI 4.6 (ITT, 2009).
As classes de uso e ocupação da terra definidas se mostraram coerentes com a
escala de trabalho e para o objetivo de análise da pressão antrópica à faixa de dutos, visto que
as classes permitiram a inferência da concentração das atividades humanas e na sequência, a
proposição do IPA
d
.
A proposta do IPA
d
se mostrou eficiente para quantificar e sintetizar as atividades
antrópicas presentes nos municípios, de acordo com a pressão oferecida à faixas de dutos,
segundo a escala proposta para o trabalho. No entanto, o índice pode ser aprimorado através
da determinação de parâmetros que auxiliem na ponderação da pressão antrópica entre as
classes.
De acordo com os mapas de IPA
d
e de variação do IPA
d
para as regiões de
interesse, quatro regiões destacam-se por apresentar, em 2005, a classe de IPA
d
Alto, sendo
elas: D.S.1.a, D.S.2.b, D.S.2.c e D.S.4.a, associadas a áreas de planície aluvionar, planície
colúvio-aluvionar e de colinas isoladas. Essas áreas, localizadas na zona de influência direta
da faixa de dutos, oferecem risco à integridade física dos dutos devido ao adensamento
populacional e concentração de atividades urbanas. Assim, recomenda-se que seja elaborado
um detalhamento das classes de uso e ocupação dessas regiões para que a pressão antrópica
seja melhor avaliada, além da implantação de um monitoramento específico nestas áreas.
A análise da pressão antrópica às faixas de dutos, proposta nessa pesquisa, pode
ser adaptada para estudos em outras escalas, requerendo apenas a aquisição de informação
espacial em escala compatível, a compatibilização das classes de uso e ocupação da terra e
adequação dos sistemas de relevo e zonas de influência da faixa de dutos.
179
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, M. A. A evolução urbana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ:
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ALMEIDA, F. F. M. D. The system of continental rifts bordering the Santos Basin Brazil. in:
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ALMEIDA, F. F. M. D. O alinhamento magmático de Cabo Frio. in: Simpósio de Geologia
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ALMEIDA, F. F. M. D. et al. The precambrian evolution of the South American cratonic
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