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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY
Rose Ana Rios David
O CUIDAR E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA TERAPIA HIPERBÁRICA
Rio de Janeiro
2006
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ROSE ANA RIOS DAVID
O CUIDAR E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA TERAPIA HIPERBÁRICA
Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação e
Pesquisa em Enfermagem da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola de Enfermagem Anna Nery, Programa da
Qualificação Institucional – CAPES, como parte dos requisitos
necessários para obtenção do titulo de Doutor em Enfermagem na
área de concentração e Linha de Pesquisa Enfermagem
Hospitalar.
Orientadora
Prof
a
Dr
a
Maria José Coelho
Co orientador
Prof Dr. Álvaro Pereira
Rio de Janeiro
2006
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David, Rose Ana Rios
O cuidar e os cuidados de enfermagem na Terapia Hiperbárica /
Rose Ana Rios David. -
Rio de Janeiro: UFRJ / Escola de Enfermagem Anna Ney, 2006.
xi, 300; 31 cm
Orientadores: Maria José Coelho e Álvaro Pereira
Tese (doutorado) – UFRJ / Escola de Enfermagem Anna
Nery, Programa de Pós-graduação e Pesquisa, 2006.
Referências bibliográficas: f. 209 – 220
1. cuidados de enfermagem. 2.enfermagem 3. terapia hiperbárica.
ambiente hiperbárico 5. câmaras hiperbáricas I. Coelho,
Maria José. II. Pereira,Alvaro.
III. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Enfermagem
Anna Nery, Programa de Pós-graduação em Enfermagem IV. Título.
CDD 610.73
ROSE ANA RIOS DAVID
O CUIDAR E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM
NA TERAPIA HIPERBÁRICA
Tese de Doutorado submetida à Banca Examinadora da Escola de Enfermagem Anna Nery -
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ como parte dos requisitos necessários à obtenção
do título de Doutora em Enfermagem
Aprovada em 30 de março de 2006
Prof
a.
Dr
a.
Maria José Coelho
Escola de Enfermagem Anna Nery - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Presidente
Prof. Dr. Eduardo Nogueira Garrigós Vinhaes
Duke University Medical Center, Divers Alert Network
1
o
Examinador
Prof
a
Dr
a
Maria Aparecida de Luca Nascimento
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto - UNI-RIO
2
a
Examinadora
Prof
a
Dr
a
Margareth Maria Santiago Rego
Escola de Enfermagem Anna Nery - UFRJ
3º Examinador
Prof. Dr Álvaro Pereira
Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia
4
o
Examinador
Suplentes:
Prof
a
Dr
a
Silvia Teresa Carvalho de Araújo
Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Prof
a
Dr
a
Maria Madalena de Andrade Santiago
Escola de Enfermagem Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Ao meu marido João e a minha filha Mariana, meu amor
incondicional. Sem vocês não conseguiria chegar até aqui.
Apoio
Comissão de Aperfeiçoamento de Ensino Superior pela bolsa concedida.
Universidade Federal da Bahia – Escola de Enfermagem - Departamento de Enfermagem Médico Cirúrgica da
Escola de Enfermagem, pela liberação para o curso
Centro de Medicina Hiperbárica do Nordeste – pelo campo da pesquisa
Agradecimentos Especiais
A Deus, que me carrega no colo para vencer os desafios.
Ao meu marido e minha filha agradeço pelas minhas ausências, À Professora orientadora, Dr
a
Maria José
Coelho, pelo desafio do tema.
Ao Professor co-orientador, Dr. Álvaro Pereira, pelas contribuições.
Aos membros das demais Bancas examinadoras que participaram da trajetória do estudo, destacando as Prof
a
s
Dr
a
s Maria Madalena Santiago, Márcia Assunção e UFF
Um carinho especial à Prof
a
Dr
a
Maria Aparecida de Luca que me acompanhou na graduação, mestrado e no
doutorado
À Mestra Profa Dr
a
Nébia Maria de Almeida Figueiredo a minha admiração eterna.
A toda a equipe de enfermagem do Centro de Medicina Hiperbárica do Nordeste, em especial a Corrêa,
Hildérico, e aos “Charles”, Carmem e Nice.
Aos pacientes um agradecimento pelo aceite da participação no estudo, a vocês o meu respeito e o meu carinho;
A Sociedade do Centro de Medicina hiperbárica do Nordeste em nome de Ítalo Laranjeiras, Paulo Faria,
Jaqueline e Newton Novis agradeço o apoio
Aos Colaboradores e amigos meus agradecimentos principalmente:
À querida tia Odete David, que me aceitou na sua casa e me deu carinho nos momentos mais difíceis.
A minha mãe Terezinha Mário Rios pela vida.
Ao meu pai Edinei Teixeira Rios que tanto vibra com as minhas conquistas.
Ao meu irmão Edinei Mário Rios e Ângelo Marcio pelos momentos de lazer durante a estada no RJ.
Ao meu sobrinho Luid Lucas pela sua fofura
A minha tia Rita de Cácia, Rodrigo Ângelo e Angelo Marcio pelo acolhimento de sempre
Aos meus avós Zé Mário e Tereza Mário (in memorian), que tenho certeza estão felizes por mim em outro plano.
À Marinha do Brasil, no Centro de Instrução Almirante Wandencolk que me aceitou como ouvinte especial no
Curso de Emergências Hiperbáricas, uma menção especial ao mestre CC Marcos pelo aprendizado.
Ao amigo Luiz que me assessorou na filmagem;
A minha família Junqueira e Pedreira da Bahia, um carinho todo especial aos amigos Larissa e Marcelo
Junqueira que sempre nos ajudam na alegria e na tristeza
As amigas Isabela Nápoli, Elizabeth Trugeiro, Luciana Moscoso, Maristela Sapucaia e Rosane González
pela amizade de vocês;
À Luiza, Enfermeira, e a Sônia Regina, Psicóloga, responsáveis pela minha inserção spss / estatística
A Igor e Karen, pelo banco de dados e tratamento estatístico
Aos amigos hiperbáricos, Roberto Bamman e Adriano Mehl.
Aos funcionários da secretaria e biblioteca da EEAN, em especial a Sônia Xavier que está sempre disponível
para nos atender
À Pós Graduação da UFBA e UFRJ, e coordenadoras PQI CAPES, prof
a
s Magda e Dra
Rosângela e ao final Prof
a
Dr
a
Ângela Tahara
Ao amigo Prof. Dr. José Lucimar Tavares, pela força nos últimos momentos da Tese
Há em cada um de nós um potencial para a bondade que é maior do que imaginamos;
para dar sem buscar recompensa; para escutar sem julgar; para amar sem impor condições.
Elizabeth Kubler Ross, p. 264
RESUMO
DAVID, Rose Ana Rios. Orientador: Maria José Coelho. Co-orientador: Alvaro Pereira. O
CUIDAR E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA TERAPIA HIPERBÁRICA.
Resumo da Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós Graduação em Enfermagem,
Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ como
parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Doutor em Enfermagem.
Este é um estudo descritivo de natureza quanti qualitativa, tendo como tema o cuidar e os
cuidados de enfermagem, realizados durante a terapia hiperbárica em uma câmara do tipo
multipaciente, localizada em Serviço de Medicina Hiperbárica na cidade de Salvador-Ba entre os
anos de 2004-2005. Teve como objetivos: analisar as especificidades do cuidar e dos cuidados de
enfermagem dispensados aos pacientes durante a terapia hiperbárica, a partir das suas
manifestações e complicações e discutir as interferências do cuidar e dos cuidados de
enfermagem nas manifestações e complicações apresentadas pelos pacientes durante a terapia
hiperbárica. A análise deu-se a partir da triangulação das fontes de dados: observação das
imagens videogravadas, dos cuidados e das manifestações e/ou complicações apresentadas,
depoimentos coletados nas entrevistas estruturadas de 100 pacientes, além da consulta em
prontuário e livro de ordem e ocorrências. Os dados quantitativos foram submetidos a tratamento
estatístico e os qualitativos à análise de conteúdo. Os resultados revelaram que o ambiente
hiperbárico é o principal elemento da especificidade para o cuidar e os cuidados de enfermagem
na terapia hiperbárica, pois é a partir dele que irão ocorrer as manifestações e complicações
decorrentes dessa terapia. Esses cuidados visam prevenir as manifestações ou intervir diretamente
nas complicações apresentadas e foram categorizados em o cuidar e os cuidados em pré terapia
contínuos, envolvendo os cuidados admissionais; cuidado na trans-terapia, compreendendo os
contínuos referentes ao ambiente, expressivos e os cuidados de alerta. O cuidar expressivo e do
ambiente na terapia hiperbárica são de autonomia da enfermagem enquanto que os demais
perpassam por cuidados multiprofissionais. Assim, a intervenção do cuidar e dos cuidados na
terapia resulta na adaptação dos pacientes ao ambiente, contribuindo na dimensão da cura.
Palavras chave:
1. cuidados de enfermagem. 2. enfermagem. 3. terapia hiperbárica. 4. ambiente hiperbárico.
5.câmaras hiperbáricas.
ABSTRACT
DAVID, Rose Ana Rios. Orientador: Maria José Coelho. Co-orientador: Alvaro Pereira. O
CUIDAR E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA TERAPIA HIPERBÁRICA.
Abstract da Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós Graduação em Enfermagem,
Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ como
parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Doutor em Enfermagem.
This is a descriptive study, which theme is the nursing care, achieve during the hyperbaric
therapy, in a multipoint chamber, located in service of hyperbaric medicine in Salvador, Bahia,
between the years of 2004-2005. Had as objective: analyze the specific of nursing care to patients
during the hyperbaric therapy, starting as the displays and complications and discuss the
interference of nursing caring in patients displays and complications during the hyperbaric
therapy. The analysis started by the triangulation form database: observation of video captured
images, the cares and displays and/ or complication in handbook and scrapbook. The quantity
data were submitted a statistic treatment and the quality a content analysis. The result reveled that
the hyperbaric environment is the main element of specific for the nursing caring in hyperbaric
therapy, because it is from this environment that occur the displays and complications. These
cares aim prevent the displays or interfere directly in the complications and has being the caring
in continual pre therapy, involving other cares: care is trans-therapy, covering the caring
regarding to the environment expressive and alert caring. The expressive care and environment
care in hyperbaric therapy are autonomy for nursing while the others are multi professionals care.
In this way, the result in adaptation from the patients in the environment, contributing in the
dimension of cure.
Key words:
1. nursing care. 2. nursing. 3. hyperbaric therapy. 4. hyperbaric environment. 5. hyperbaric
chambers.
RESUMEN
DAVID, Rose Ana Rios. Orientador: Maria José Coelho. Co-orientador: Alvaro Pereira. O
CUIDAR E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA TERAPIA HIPERBÁRICA.
Resumen da Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós Graduação em Enfermagem,
Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ como
parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Doutor em Enfermagem.
Este estúdio es el resultado de una investigación descriptiva y de naturaleza cuanti-cualitativa,
teniendo como tema el cuidar y los cuidados de la enfermería, realizado durante la terapia
hiperbárica en una cámara de tipo multiplace, entre los años del 2004-2005, localizada en el
servicio de medicina hiperbárica, en la ciudad de Salvador-Ba,. Tuvo como objetivos analizar las
especificidades del cuidar y de los cuidados de la enfermería, ofrecidos a los pacientes durante la
terapia hiperbárica, a partir de sus manifestaciones y complicaciones, discutir las interferencias
del cuidar y de los cuidados de la enfermería en las manifestaciones y complicaciones
presentadas por los pacientes en la terapia hiperbárica, en una cámara multiplace. El analísis se
dió a partir de la triangulación de las fuentes de datos: observación de las imágenes
videograbadas; de los cuidados y de las manifestaciones y/o complicaciones presentadas;
declaraciones recogidas en las entrevistas estructuradas a 100 pacientes; además de la consulta al
histórico clínico y del libro de orden y de ocurrencias. Los datos sufrieron tratamiento estadístico
y analísis de contenido. Los resultados revelaron que el ambiente hiperbárico es el principal
elemento para el cuidar y los cuidados, pués, es a partir de él que irán a ocurrir las
manifestaciones y complicaciones decorrentes de la terapia. Eses cuidados buscan prevenir las
manifestaciones o intervenir directamente en las complicaciones presentadas. Fueron
categorizados el cuidar y los cuidados en preterapia continuos, envolviendo los cuidados
admisionales; y transterapia, comprendiendo los continuos referentes al ambiente, expresivos y
los cuidados de alerta. Considerado así, el cuidado expresivo y del ambiente en la terapia
hiperbárica son de autonomia de la enfermería, encuanto que los demás, son cuidados que pasan a
través de cuidados multiprofesionales. La intervención del cuidar y de los cuidados en la terapia
resulta en la adaptación de los pacientes al ambiente, contribuyendo en la dimensión de su propia
cura.
Palabras clave:
1. cuidados de la enfermería 2. enfermería. 3. terapia hiperbárica. 4. ambiente hiperbárico.
5.câmaras hiperbáricas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 16
1 REVISÃO DE LITERATURA
1.1 Terapia hiperbárica 27
1.1.1 História 27
1.1.2 Leis Físicas aplicadas 29
1.1.3 Fisiologia e mecanismos de ação 30
1.1.4 Indicações clínicas 34
1.1.5 Contra indicações 35
1.1.6 Complicações na terapia hiperbárica 36
1.2 A ENFERMAGEM E A TERAPIA HIPERBÁRICA 37
1.2.1 Os Cuidados de enfermagem por NORVELL 37
1.2.2 Protocolos de cuidados para a terapia hiperbárica 40
2 REFERENCIAL e METODOLOGIA
2.1 REFERENCIAL TEÓRICO 55
2.2 METODOLOGIA 56
2.2.1 Aspectos éticos da pesquisa 58
2.2.2 O campo da pesquisa 60
2.2.3 População e amostra do estudo 61
2.2.4 Procedimentos de coleta de dados 63
2.2.4.1 A observação 64
2.2.4.2 A observação do período pré terapia - o roteiro 65
2.2.4.3 A observação do período trans terapia - a filmagem 66
2.2.4.4 A entrevista 67
2.2.4.5 Aferição da pressão arterial 70
2.2.4.6 A consulta documental 70
2.2.5 Limitações do estudo 71
2.2.6 Tratamento dos dados 73
2.2.6.1 Dados da entrevista 74
2.2.6.2 A descrição do teste de hipótese 74
2.2.6.3 As imagens 78
2.2.6 4 Os dados da observação sistematizada 79
2.2.6.5 Dados documentais 79
2.2.7 A categorização dos dados 79
2.2.8 A validação dos dados 80
3. OS PRIMEIROS RESULTADOS
3.1 PERFIL DOS PACIENTES DO ESTUDO 81
3.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DAS CATEGORIAS DO ESTUDO A PARTIR DAS FALAS E
IMAGENS
3.2.1 O cuidar e os cuidados pré terapia hiperbárica 104
3.2.2 O cuidar e os cuidados trans terapia hiperbárica 119
3.2.2.1 O cuidar e os cuidados de adaptação 122
3.2.2.2 O cuidar e os cuidados de segurança 132
3.2.2.3 O cuidar e os cuidados terapêuticos 134
3.2.2.4 O cuidar e os cuidados expressivos 141
3.2.2.5 O cuidar e os cuidados do ambiente hiperbárico 152
3.2.2.6 O cuidar e os cuidados de alerta na terapia hiperbárica 170
3.3 O CUIDAR E DOS CUIDADOS NA TERAPIA HIPERBÁRICA 189
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 200
5 CONTRIBUIÇÕES E RECOMENDAÇÕES 205
6 REFERÊNCIAS 209
7. APÊNDICES
Apêndice A - Termo de consentimento livre e esclarecido dos pacientes 222
Apêndice B - Termo de Consentimento da equipe de enfermagem 224
Apêndice C - Instrumento de Observação pré-terapia 225
Apêndice D - Relação dos DVDs do estudo 226
Apêndice E - Roteiro de entrevista 232
Apêndice F - Roteiro de Observação das Imagens 234
Apêndice G - Transcrição das Entrevistas 237
ANEXOS
Anexo A - Folha de aprovação do Comitê de Ética 296
Anexo B - PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 297
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
ESQUEMA
Esquema 1. Convergência de evidências para triangulação de dados 57
QUADROS
Quadro 1. Distribuição dos participantes do estudo de acordo com sexo e idade 82
Quadro 2. Síntese dos cuidados contínuos trans-terapia 121
Quadro 3. Relação das manifestações de ansiedade 131
Quadro 4. Posições e atividades adotadas versus gasto calórico 139
Quadro 5. Descritores dos cuidados expressivos 142
Quadro 6. Descrições sobre a câmara hiperbárica 166
Quadro 7. Síntese das complicações apresentadas 171
Quadro 8. Síntese dos cuidados de alerta 181
Quadro 9. Síntese dos descritores da expectativa de cura 190
FOTOGRAFIAS
Fotografia 1. Vista frontal da câmara 153
Fotografia 2. Vista interna da câmara hiperbárica 155
Fotografia 3. Vista lateral da câmara hiperbárica 156
Fotografia 4. Painel de controle e operador da câmara 157
TABELAS P.
Tabela 1. Nível de escolaridade 84
Tabela 2. Distribuição das enfermidades 90
Tabela 3. Distribuição das indicações clínicas 92
Tabela 4. Distribuição dos pacientes por tempo de lesão 94
Tabela 5. Distribuição dos pacientes por localização das lesões 95
Tabela 6. Distribuição por procedimentos cirúrgicos 97
Tabela 7. Temperatura ambiente versus umidade relativa do ar da câmara 162
Tabela 8. Número de sessões realizadas 192
INTRODUÇÃO
A terapia hiperbárica consiste em um procedimento coadjuvante ao tratamento convencional
e possui dois ramos de atuação: 1) tratamento de doenças disbáricas, aquelas causadas pela
exposição prolongada ou por vezes inadequada em ambientes pressurizados; 2) tratamento de
enfermidades clínicas que exigem a intervenção da oxigenoterapia hiperbárica (OHB). Essa
oxigenoterapia compreende a respiração de oxigênio a 100% em um ambiente com pressão
aumentada acima de 1,4 ATA, em uma câmara inteiramente fechada e resistente às pressões
(DIAS, 2001). Suas indicações são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina, através da
Resolução 457/95 (BRASIL, 1995).
O tratamento das doenças disbáricas dá-se através de tabelas de repressurização e
despressurização, as quais são específicas para cada quadro clínico; o tempo de exposição ao
ambiente pressurizado que levou à doença disbárica e à profundidade alcançada pelo paciente.
Desse modo, a terapia pode ser individual ou multipla, sendo assistida pelo técnico de
enfermagem ou pelo enfermeiro(a) e, dependendo do estado de gravidade, será assistida
diretamente pelo médico hiperbarista, no interior da câmara.
Durante a terapia em câmaras multipacientes, as pessoas são cuidadas por um técnico de
enfermagem, que permanece no interior da câmara durante toda a sessão, enquanto um outro
permanece externamente, operando o equipamento. Alguns desses serviços dispõem de
monitoramento externo, através de filmagem, realizada por filmadoras posicionadas nas vigias.
Nas câmaras monopacientes os técnicos operam a câmara externamente, posicionando os
pacientes no equipamento e observando a sessão através do visor. Esses dois tipos de
equipamentos são providos de sistema de comunicação, permitindo o contato verbal do interior
para o exterior.
17
Todos os profissionais que atuam na assistência das pessoas que sofreram acidentes
disbáricos, ficam expostos à pressão do ambiente de tratamento e devem seguir protocolos
específicos, com vistas a evitar doença descompressiva.
Conforme comentado, as câmaras hiperbáricas podem ser do tipo monopaciente ou
multipaciente, sendo, esta última destinada a vários pacientes ao mesmo tempo, como é o caso do
equipamento deste estudo. Eles entram em grupo e permanecem durante toda a sessão dispostos
lado a lado, sentados em poltronas ou deitados em macas.
Nessas câmaras multipacientes, o ambiente é pressurizado com ar comprimido e
composto por 21% de oxigênio e 79% de nitrogênio. Nelas, a administração de oxigênio se faz
por vinte minutos, havendo intervalos de ar a cada cinco minutos, quando o paciente pode retirar
sua máscara ou tenda facial e conversar, tomar água e atender outras necessidades como a de
eliminação, mobilização, entre outras. O tempo de cada sessão de oxigênioterapia hiperbárica
(OHB) pode variar entre uma a duas horas e a sua pressão atmosférica é no máximo de 3ATA
1
, e
para o tratamento de doenças descompressivas pode chegar até 6ATA.
Se houver qualquer complicação, ele pode ser retirado da câmara, sem que a sessão seja
interrompida. Pode, ainda, um profissional entrar para atendê-lo, sem que haja interrupção da
sessão para os demais pacientes.
Os pacientes submetidos a essa terapia recebem oxigênio através de máscaras individuais ou
de tendas faciais (hoods) , (em câmaras pressurizadas, com ar comprimido, quando
multipacientes) não sendo permitida a entrada de materiais que provoquem combustão.
Os benefícios do oxigênio hiperbárico, como terapia coadjuvante de feridas complexas,
permitem obter um custo final menor, melhores resultados estéticos, alem da redução do tempo
de tratamento (DIAS, 2001).
1
ATA – atmosferas absolutas. Resultado da pressão no manômetro mais a pressão atmosférica Sheffield (2003).
18
Nesse sentido, a terapia hiperbárica vem ganhando espaço no Brasil e, no ano de 2003,
foram identificados 60 serviços, sendo 36 nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, de acordo
com o Boletim da Sociedade de Medicina Hiperbárica de agosto de 2003. Deve ser registrado
que, por se tratar de uma terapia pouco difundida na área da saúde, torna-se necessário maiores
esclarecimentos aos seus usuários. No cenário do estudo os pacientes admitidos no Serviço
recebem panfletos, contendo orientações sobre a terapia e dúvidas e expectativas são esclarecidas
pela equipe médica e de Enfermagem.
Historicamente, essa terapia foi implementada, desde seu inicio, por profissional médico,
com formação especifica na área. O “pessoal de apoio” , como eram designados àqueles que
acompanhavam-na, compunha-se de mergulhadores, operadores das câmaras, os quais detinham
o conhecimento sobre os efeitos fisiológicos determinados pela pressão, apreendidos através de
cursos de mergulho.
No Brasil, a enfermagem parece ter surgido em algum momento desse processo, em razão
da necessidade de se ter um profissional qualificado para atender as necessidades dos pacientes
submetidos a esse tratamento. O fato é que a enfermagem (hiperbárica) é prática comum nos
serviços de medicina hiperbárica e os encaminhamentos para a sua formação e regulamentação
ainda são incipientes. Entretanto, no que tange aos aspectos legais a sua presença é obrigatória de
acordo com a Lei 7498 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), uma vez que a unidade
envolve a presença de pacientes com necessidades de cuidados.
Nos Estados Unidos da América, essa realidade para médicos(as) e enfermeiros(as) é
diferente. A Associação de Enfermeiras Hiperbáricas (Baromedical Nurses Association - BNA),
fundada em 1985, segundo Kindwal (1999), e coligada a Undersea Hyperbaric Medical Society
(UHMS), reconhecem e regulamentam a Enfermagem hiperbárica como uma especialidade,
definindo aspectos sobre a formação e o exercício profissional. De acordo com Norvel (2002),
19
cabe à enfermagem hiperbárica o planejamento da assistência de enfermagem e intervenções
específicas, de acordo com os diagnósticos da American Nursing Diagnosis Association –
NANDA.
Considero que tal assistência envolve, também, o planejamento dos cuidados aos
pacientes e ambiente e a administração do oxigênio hiperbárico, o que está discutido, neste
estudo, como o cuidar e os cuidados de enfermagem aos pacientes, referentes à adaptação das
pessoas ao ambiente pressurizado, a prevenção dos efeitos fisiológicos determinados pela
pressão, suas necessidades fisiológicas e comportamentais, além das demandas e intervenções nas
complicações.
Desse modo, a equipe de Enfermagem nesses serviços deve ser composta por técnicos de
enfermagem, sob a responsabilidade da(o) enfermeira(o), obedecendo a Lei COFEN 7498,
destacando que e a Agência Nacional de Saúde (ANS, 2002), considera a terapia hiperbárica um
procedimento de alta complexidade.
Deve ser registrado, que a equipe de enfermagem atuante nesses serviços, no Brasil, já
representa um total de 105 profissionais, de acordo com dados estatísticos do mês de outubro de
2003 da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica, desses profissionais 37 são enfermeiras.
Nesse sentido, para a administração do oxigênio hiperbárico é necessário preparo técnico
específico sobre a terapia, envolvendo os cuidados de enfermagem o que vem sendo feito pelos
próprios serviços. O único Curso formal, preparatório, voltado para profissionais de nível médio
é oferecido pela Marinha do Brasil e ministrado por uma equipe de médicos, sendo destinado ao
pessoal do quadro efetivo da Força de Mergulhadores. Na UNICAMP foi encontrado o Registro
de um Curso para Enfermagem no ano de 1991. Para enfermeiros existe, desde o ano de 2004, o
Curso de Extensão em Enfermagem Hiperbárica da Escola de Enfermagem da Universidade
Federal da Bahia, o qual foi aprovado pela Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica
20
(SBMH), no fórum de Diretrizes e Qualidade da SBMH. Em 2005, foi ministrado o 1
o
curso de
Fundamentos de Medicina Hiperbárica em português da UHMS em São Paulo, sendo aberto,
também para enfermeiros.
Vale ressaltar que a terapia hiperbárica envolve o atendimento tanto pela equipe médica,
quanto de enfermagem. Ao profissional médico cabe a prescrição do oxigênio hiperbárico, da
pressão terapêutica e do tempo de sessão, responsabilizando-se pelo trtatamento. Tenho
observado, empiricamente, que no Brasil a atuação da enfermagem nos serviços de Medicina
Hiperbárica envolve o cuidar e os cuidados de enfermagem, assim como a responsabilidade pelo
controle do ambiente hiperbárico.
Essa proposição é resultante de discussões, realizadas no Curso de Extensão Universitária em
Enfermagem Hiperbárica da UFBA e do Fórum de Segurança e Qualidade, organizado pela
SBMH em São Paulo, no mês de novembro de 2003, que resultou na produção de um manual, o
qual contava com um capítulo de recomendações sobre a qualificação da equipe de enfermagem.
Nesse contexto, tive, ainda, a oportunidade de defender a proposta de que, pelo nível de
complexidade da clientela e dos procedimentos específicos desenvolvidos pela enfermagem, o
enfermeiro e o técnico são os profissionais que compõem as características de formação,
possuindo as competências necessárias para atuar nessa área, descritas pela Lei no 7.498 do
COFEN.
Nesse contexto, destaco que a motivação para a realização deste estudo advém da minha
experiência profissional, leituras, reflexões e discussões sobre a enfermagem hiperbárica,
contribuindo para organizar uma proposição teórica sobre o cuidado de enfermagem, a partir dos
protocolos de cuidados elaborados por mim no serviço hiperbárico, onde atuo profissionalmente.
Considero que, nessa terapia, a equipe de enfermagem assiste, a partir de cuidados
específicos, e fundamentados nas ciências biológicas, físicas e químicas. Estes cuidados são
21
classificados em: cuidados de encaminhamento, cuidados pré-terapia, cuidados trans-terapia,
cuidados pós-terapia e cuidados prestados àqueles que cuidam dos pacientes.
Tais protocolos são resultantes de quatro anos de experiência profissional do cuidar de
pacientes submetidos a essa terapia em um serviço especializado na cidade de Salvador, Bahia.
Nesse serviço, desde a sua inauguração, tive participação efetiva no cuidado. Minha atuação
profissional vem ocorrendo diretamente – no fazer, quando no serviço cuidava dos pacientes,
principalmente daqueles considerados de maior complexidade. Indiretamente cuidava
contribuindo com o saber e o pensar, através da formulação e da avaliação dos protocolos
assistenciais de enfermagem.
Desse modo, os cuidados dispensados aos pacientes nessa terapia são realizados pela
equipe de enfermagem, sob minha orientação e liderança, através desses protocolos. Nesse
cenário, tais protocolos visam atender à qualidade, facilitar a inserção dos pacientes na terapia e a
prevenção de acidentes durante cada sessão. Assim, o desempenho da equipe tem sua avaliação
através dos opinários do serviço, que costuma ser classificado como bom, pelos usuários.
A trajetória da pesquisa
As idéias preliminares sobre os cuidados de enfermagem, surgiram durante o
desenvolvimento do meu Curso de Mestrado, no ano de 1998, na Escola de Enfermagem Alfredo
Pinto, da Universidade do Rio de Janeiro. Dessa maneira, considerando minha trajetória
profissional, no ano de 2000, tive a oportunidade de participar de discussões para a elaboração de
um projeto com vistas a fundação de um serviço de Medicina Hiperbárica em Salvador - BA.
Foram realizadas diversas visitas técnicas, que possibilitaram a observação da estrutura física,
tipos de equipamentos e o manejo com pacientes nas instituições visitadas. No entanto, faltava-
me o saber/ fazer, conforme refere Certau (1996).
22
Assim, surgiu-me o seguinte questionamento: qual é a fundamentação científica para
sustentar a prática assistencial da enfermagem hiperbárica? Tal indagação necessitava ser
respondida, até porque, como docente, e após o mestrado
2
, sentia necessidade e o compromisso
de aprofundar meus conhecimentos.
Em 2003, através da seleção no Curso de Doutorado e integração no Programa de
Qualificação Institucional – CAPES UFBA/UFRJ – Missão Estudo, inserí-me no Grupo de
Pesquisa Cuidar / Cuidados na Escola de Enfermagem Anna Nery – UFRJ e no Grupo de Estudos
de Cuidados em Enfermagem (GECEOS), da Escola de Enfermagem da UFBA, quando tive
oportunidade de estudar sobre fazer e o saber, compreendendo ensinar o cuidado na Escola de
Enfermagem da UFBA e o cuidar dos pacientes em um serviço de medicina hiperbárica. Assim,
retornei, como pesquisadora, para o próprio serviço onde atuava e que determinou o
aprofundamento das minhas reflexões.
Ainda nessa trajetória, como doutoranda, percorri as etapas do curso com a apresentação
do projeto nas várias Disciplinas e bancas. Dessas, a mais relevante foi a de qualificação, fase em
que analisei os dados preliminarmente, permitindo-me a verificação de falhas na coleta e
determinando os ajustes necessários para a continuidade da pesquisa.
Nesse processo, busquei referências em Consensos, encontrados nas sociedades afins. A de
maior destaque foi a UHMS, Associação médica, multidisciplinar e responsável por pesquisas
que norteiam protocolos de aplicação da Hiperbárica no mundo e no Brasil.
Essas buscas levaram-me a propor a criação de uma Entidade Brasileira de Enfermagem, o
que ocorreu no Congresso Brasileiro, no ano de 2004, em Gramado - RS. Essa primeira idéia foi
a da criação de uma entidade multidisciplinar, trazendo para o Brasil a UHMS, através do seu
2
Dissertação de Mestrado intitulada Mudança de Decúbito: um cuidado de enfermagem para re(h)abilitar o paciente
acamado.
23
Capítulo Brasileiro, de cuja sociedade sou vice-presidente, bem como presidente do Comitê de
Enfermagem.
O objeto do estudo – o cuidar e os cuidados de enfermagem na terapia hiperbárica
Nesse sentido, diante do até então considerado, apresento como questões do estudo -
Quais as especificidades do cuidar e dos cuidados de enfermagem, prestados aos pacientes
submetidos à terapia hiperbárica, em câmaras multipacientes? Que manifestações e
complicações os pacientes apresentam durante essa terapia? Qual o nível de interferência do
cuidar e dos cuidados de enfermagem nas manifestações e / ou complicações apresentadas pelos
pacientes durante a terapia hiperbárica em câmaras multipacientes?
Buscando responder essas questões, o estudo teve os seguintes objetivos:
Analisar as especificidades do cuidar e dos cuidados de enfermagem dispensados aos pacientes
durante a terapia hiperbárica em uma câmara multipaciente, a partir das suas manifestações e
complicações;
- Discutir as interferências do cuidar e dos cuidados de enfermagem nas manifestações e
complicações apresentadas pelos pacientes durante a terapia hiperbárica em uma câmara
multipaciente.
Dessa forma, estudar o cuidar e os cuidados de enfermagem hiperbáricos envolve
relacionar a sua interface com outras ciências tais como a Física, a Bioquímica e a Fisiologia do
mergulho. Nesse sentido, estudos sobre a terapia hiperbárica vêm sendo produzidos pelas
diversas áreas como a da engenharia, da física, da biologia e da saúde, através de pesquisas
experimentais em clinicas e laboratórios. Assim, o que resultou desta pesquisa encontra-se no
levantamento bibliográfico, na discussão teórica sobre o cuidar e os cuidados na terapia
hiperbárica e na discussão do ambiente hiperbárico sobre a perspectiva da teoria de Florence
24
Nightingale (1989), além de ser considerado o olhar dos pacientes, sujeitos deste estudo,onde
estão, também, discutidas suas manifestações, bem como, as complicações surgidas durante a
sessão hiperbárica.
Assim, as indagações do estudo evoluíram para a seguinte hipótese:
O cuidar e os cuidados de enfermagem realizados durante a terapia hiperbárica intervêm
nas manifestações e complicações ocorridas com os pacientes durante a terapia hiperbárica.
Justificativa do estudo
Ao contextualizar o objeto do estudo registro que, a partir da necessidade de pesquisas
nessa área, muitos estudos foram identificados por mim e que abordavam a terapia hiperbárica.
Entretanto, não foram encontradas dissertações ou teses nacionais desenvolvidas pela
enfermagem.
Nesse sentido, Norkool et al (2001), realizaram um levantamento bibliográfico na base de
dados do MEDLINE, acerca da produção cientifica das enfermeiros(as) membros da Associação
Americana de Enfermeiras Hiperbáricas sobre pesquisas que envolviam estudos nessa área de
conhecimento.
Nesse levantamento, foram identificados 71 resumos, dos quais apenas 37 apresentavam
aspectos da prática assistencial, e os demais colaboravam com trabalhos da área clínica. Essa
pesquisa despertou-me o interesse em fazer o mesmo tipo de levantamento a nível nacional,
(DAVID et al, 2003), quando constatamos uma grande lacuna de trabalhos na área. No âmbito
internacional pela base de dados da PUBMED, foi encontrado uma produção significativa sobre o
assunto, mas poucos estudos sobre o cuidado da enfermagem hiperbárica. Penso que, certamente,
estudos sobre o saber e o fazer nessa área, sejam efetivamente relevantes para a profissão.
25
Nesse entendimento, posso afirmar que essa é primeira tese brasileira sobre o tema e
desenvolvida por enfermeira. Dessa maneira, como a temática da enfermagem hiperbárica ainda
caminha timidamente no Brasil, proponho este estudo como demarcador.
Definição operacional de termos
Considerando as especificidades do estudo e das câmaras hiperbáricas, convêm definir
termos aos quais o estudo irá se reportar:
Terapia hiperbárica: A terapia hiperbárica é um método terapêutico no qual o paciente
recebe oxigênio a 100% pela via respiratória em câmaras hiperbáricas em pressões atmosféricas
acima da pressão atmosférica, uma, duas ou três vezes ao dia, de acordo com prescrição médica.
Pode ser aplicada em enfermidades clínicas e ou disbáricas. É reconhecida pelo Conselho Federal
de Medicina através da Resolução 1457/95 (BRASIL, 1995).
Câmaras hiperbáricas: são equipamentos resistentes à alta pressão interna (BRASIL,
1995);
Manifestações: Comportamentos, sinais e ou sintomas apresentados ou manifestados
verbalmente pelos pacientes;
Intervalo de ar: momento compreendido entre a administração de oxigênio hiperbárico e a
retirada da máscara ou da tenda facial, durante a terapia. Visa prevenir a intoxicação pelo
oxigênio.
Pressão atmosférica: pressão que resulta do peso do ar sobre a superfície terrestre. Ao
nível do mar corresponde 1atm ou 760mmHg ou 14,7psi;
Pressão terapêutica: pressão prescrita para a terapia hiperbárica, utilizada para o
tratamento em câmaras hiperbárica. É prescrita em pressão absoluta;
26
Pressão absoluta: pressão resultante do somatório da pressão manométrica e da pressão e
da pressão atmosférica.
27
1. REVISÃO DE LITERATURA
1.1 TERAPIA HIPERBÁRICA
A terapia hiperbárica é definida como um procedimento médico relacionado na Resolução
1457/95 do Conselho Federal de Medicina e Manual de Diretrizes de Segurança da Sociedade
Brasileira de Medicina Hiperbárica (2004 e 2005)
1.1.1 História
A implementação de terapias em ambientes pressurizados, no mundo, foi iniciada por
Henshaw, um clérigo britânico, que propôs intuitivamente o uso da terapia hiperbárica como
terapêutica. Em 1662, propôs a construção de uma câmara selada quando verificou que feridas e
doenças agudas eram bem tratadas com ar comprimido (KINDWAL, 1999).
Nessa época, o oxigênio ainda não era utilizado para fins terapêuticos, sendo descoberto em
1775, por Priestley, trazendo muitos benefícios como gás terapêutico, administrado através da via
respiratória, em ambientes hospitalares.
Em 1789, Fontaine projetou uma câmara móvel, ainda pressurizada com ar comprimido e
destinada à sala de cirurgia. Em 1841, o médico francês, Triger, descreveu as alterações
fisiológicas determinadas pelo ambiente pressurizado em trabalhadores submetidos à pressão,
denominando-as de doença descompressiva (MENDES, 1993).
Após quase um século de utilização do oxigênio em seres humanos em 1878, Paul Bert,
descreveu os efeitos tóxicos do oxigênio no organismo quando respirado a elevadas pressões. Em
1891, L. Cornning tornou-se o 1
o
anestesista a introduzir a terapia com ar comprimido nos
Estados Unidos da América, quando a pressão atmosférica em ambientes pressurizados passou a
28
ser utilizado como um recurso coadjuvante para tratamento de patologias e cirurgias eletivas
como a correção cirúrgica de hérnias e em procedimentos anestésicos com óxido nitroso
(KINDWAL, 1999). Em 1899, John Lorrain-Smith descreveu as lesões pulmonares do oxigênio,
quando respirado em baixas pressões por períodos prolongados (KINDWAL, 1999).
A terapia hiperbárica passou a ser utilizada no Brasil através da Marinha do Brasil, no
treinamento de militares, sendo de fato, implementada durante a construção da ponte Rio-Niterói,
para tratar os trabalhadores que sofriam doenças disbáricas nos tubulões pneumáticos. Na década
de 30 do século XX, a oxigenoterapia hiperbárica teve seu inicio através de trabalhos científicos
sobre o seu uso em portadores de hanseníase, realizados pelo Dr. Álvaro de Osório Almeida do
Hospital Gaffré e Guinlle no Rio de Janeiro, atual hospital da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro (UNI-RIO).
O estudo brasileiro preconizou no mundo o uso do oxigênio sob pressão
(http:www.Oxigeniohiperbarico.com.br); em 1955. Também foi demonstrado por Churchill-
Davidson, nos EEUU, os efeitos terapêuticos do uso do oxigênio em câmaras hiperbáricas com
vistas a potencializar os efeitos da terapia de irradiação para pacientes com câncer, e, Boerema e
Meyne, aplicaram a técnica em pacientes submetidos a cirurgias cardíacas para prolongar a
tolerância ao período de parada cardíaca (KINDWAL,1999). Nesse mesmo ano, ainda, ess
Boerema e Meyne fizeram um estudo experimental em porcos, demarcador para terapia
hiperbárica, denominado vida sem sangue, permitindo comprovar cientificamente a propriedade
farmacológica do oxigênio em pressões atmosféricas elevadas através da saturação de outras
proteínas do plasma, uma vez que os animais estavam desprovidos da hemoglobina (BOEREMA
E MEYNE, 1995).
29
A partir desse estudo, as câmaras, que eram pressurizadas com ar comprimido e não
utilizavam o oxigênio, passaram a usá-lo por via respiratória, com uma pressão acima da pressão
atmosférica (1 ATA ou 14,7 psi ou 760mmHg).
Deve ser registrado, que as doenças disbáricas exigem tratamento hiperbárico, o que se dá,
através de tabelas de despressurização específicas para cada caso, considerando-se o quadro
clínico, tempo de exposição e profundidade alcançadas pelo paciente. Assim, as tabelas utilizadas
compreendem um tempo de exposição prolongado à pressão ambiente aumentada e ao oxigênio
hiperbárico, aumentando o risco de intoxicação pelo oxigênio. O uso das tabelas de
descompressão e as descobertas foram relevantes, principalmente para a segunda guerra mundial,
quando equipes de demolição subaquática, mergulhadores de combate e homens-torpedo
necessitavam respirar em sistemas de circuito fechado para mergulho.
1.1.2 Leis físicas aplicadas à terapia
Como a oxigenoterapia hiperbárica utiliza o aumento da pressão e o oxigênio a 100% como
forma de tratamento, torna-se necessário a revisão e a compreensão de alguns conceitos aplicados
a esse procedimento e seu mecanismo de ação. Para os conceitos da física, seguimos a referência
de Paraná (1999), e da química, os de USBERCO, (1999):
A. Conceitos de pressão:
Pressão: força ou peso que age sobre uma determinada área.
Pressão atmosférica: pressão exercida pela atmosfera terrestre.De forma aproximada, pode-se
afirmar que a pressão atmosférica ao nível do mar é igual a uma Atmosfera absoluta (ATA) – que
consiste na soma da pressão relativa mais a pressão atmosférica;
30
Pressão relativa: pressão da coluna de água. Pode ser avaliada na atividade de mergulho ou no
manômetro de uma câmara hiperbárica;
Pressão parcial: é a pressão exercida pelo gás na mistura e é proporcional ao número de suas
moléculas presentes no volume total.
B. Conceitos dos gases e sua dissolução:
Gás inerte: gás que não reage quimicamente, sendo incapaz de manter combustão ou a vida
(animal). O ar que respiramos ao nível do mar corresponde à mistura de gases nitrogênio
(78,08%), oxigênio (20,94%) e dióxido de carbono (0,04%);
A dissolução dos gases nos líquidos envolve o coeficiente de supersaturação correspondendo
à pressão do gás dissolvido / pressão ambiente.
C.As leis físicas que interferem diretamente na oxigenioterapia hiperbárica são:
1. Lei de Boyle Mariotte: à temperatura constante, o volume de um gás varia inversamente
com a pressão absoluta;
2. Lei de Dalton: em uma mistura de gases, a pressão exercida por um desses gases é a
mesma que ele exerceria, caso ocupasse sozinho o mesmo volume ou, a pressão total exercida por
uma mistura de gases é igual à soma das pressões parciais de cada um dos diferentes gases
componentes;
3. Lei de Charles: a variação da pressão de um gás varia diretamente com a temperatura;
4. Lei de Henry: à temperatura constante, a quantidade de um gás, que se dissolve em um
liquido é proporcional à pressão parcial desse mesmo gás.
1.1.3 Fisiologia e mecanismo de ação
31
Foram encontradas referências sobre as alterações fisiológicas do homem durante o mergulho
em Guyton (2002), MARINHA DO BRASIL (2003) e trabalhos da DAN – Divers Alert Network
(2005). Os mecanismos fisiológicos e os dois efeitos básicos da OHB no corpo humano foram
fundamentados nos conceitos de Kindwal (1999), apresentados abaixo:
a) O efeito mecânico, o qual é aplicado na redução do volume da bolha gasosa, após
acidentes de mergulho ou de introdução iatrogênica de ar intravascular;
b) o efeito do aumento da pressão parcial do oxigênio, na qual é multifacetada dependendo
das condições fisiológicas e fisiopatológicas dos órgãos e tecidos.
Desse modo, pressões mais altas que a normal propiciam ao oxigênio propriedades não
observadas a pressões atmosféricas normais. Sob essas condições o oxigênio assume condições
terapêuticas semelhantes a uma droga com indicações específicas e contra indicações. Nesse
sentido, é importante descrever esses efeitos:
Quanto aos efeitos mecânicos da pressão, bolhas e cavidades aéreas existentes no corpo
humano estão sujeitas aos efeitos mecânicos da mudança da pressão. Esses efeitos estão regidos
pela lei de Boyle-Mariotte, a qual estabelece, que o volume varia inversamente proporcional e de
forma geométrica, à variação da pressão, significando que grandes reduções ocorrem perto da
superfície, com subseqüente redução da variação do volume frente às altas pressões (grandes
profundidades).
O efeito mecânico da pressão é, também, o causador do indesejável barotrauma nas
formas da compressão da orelha média, dos seios paranasais e dos pulmões durante a
compressão. Qualquer diferença de pressão nessas áreas, de baixa pressão, acarretará distensão
dos vasos sangüíneos, para equalizar a pressão, causando hemorragias do ouvido médio, seios
paranasais e dos pulmões, associados à compressão e rompimento pulmonar, caso a pessoa
prenda sua respiração durante a descompressão.
32
Se o paciente sofrer de distensão abdominal causada por gases intestinais, a compressão
na câmara hiperbárica irá melhorar o desconforto intestinal, enquanto a inalação de oxigênio irá
estabelecer um grande gradiente de remoção de nitrogênio das alças distendidas. Gases intestinais
decrescem aproximadamente 50% quando o paciente respira oxigênio em um período de seis
horas a duas atmosferas absolutas.
Na gangrena gasosa, se a bolha gasosa produziu distensão tecidual, a compressão na
câmara reduzirá o tamanho da bolha a valores maiores do que a pressão tecidual, permitindo
melhor perfusão e reduzindo a dor.
Na doença descompressiva e na embolia gasosa, essencialmente todas as bolhas são
intravasculares. O Nitrogênio e o Hélio difundem-se muito rapidamente através do citoplasma da
célula para perto do capilar. Esse é o problema que surge durante o transporte de gás. O capilar
sangüíneo poderá carrear somente uma quantidade limitada de gás inerte, estando sujeito ao
Coeficiente de Solubilidade de Bunsen à 37
0
C. Se maiores quantidades de gases chegam aos
vasos oriundos dos tecidos, em quantidades maiores do que a do sangue pode carregar dissolvido,
inevitavelmente formarão bolhas. Quando bolhas se formam, grande quantidade de gás poderá
ser carregada, até o ponto das bolhas, que se tornam volumosas e iniciam uma significativa
ativação plaquetária e agregação às paredes dos vasos sangüíneos. Assim, quando um gás é
comprimido até seis atmosferas (6 ATA), seu volume decresce em 16% do volume inicial da
superfície. Uma bolha esférica, entretanto, decresce em diâmetro aproximadamente pela metade a
6 ATA. Esse fato poderá, inicialmente, desencorajar o tratamento de doenças descompressivas
uma vez que, em cada aumento da pressão atmosférica de 1 ATA até 6 ATA, a variação do
volume da bolha passa a ficar cada vez menor.
Entretanto, deverá ser relembrado que o único tipo de bolha que não causa trauma
mecânico, em portadores de doenças descompressivas é a esférica, porque por mais tempo que a
33
bolha permaneça esférica, é possível interferir para que ela não toque as paredes dos vasos
sangüíneos. Assim, a bolha esférica torna-se excelente carreador de gás inerte na circulação
sangüínea e isso é benéfico, no entanto, ocorre a redução da sua habilidade de ocasionar
agregação plaquetária e alterações no plasma sangüíneo.
Nesse sentido, as únicas bolhas prejudiciais, mecanicamente, são as cilíndricas, pois
tendem a bloquear os vasos sangüíneos. Na recompressão a três atmosferas, essas bolhas são
reduzidas no comprimento em dois terços. Isto representa uma significativa mudança na
arquitetura da bolha e poderá causar uma mudança na forma da bolha tornando-a esférica e
fazendo-a se mover. Os vasos vão se tornando cada vez mais largos até chegar aos pulmões onde
as bolhas serão aprisionadas e eliminadas através da difusão de gases pelas paredes do pulmão. O
último mecanismo de remoção de bolhas ocorre quando as bolhas esféricas tornam-se
microscópicas. A tensão superficial causa o colapso das bolhas chegando a uma pressão de 0,001
Atm. Nesse ponto, a bolha colapsa e desaparece ou contrai.
Referente aos efeitos do oxigênio solubilizado no plasma, colocando-se um paciente numa
câmara hiperbárica, respirando oxigênio a 2,8 ATA, consegue-se aumentar a tensão de oxigênio
de 10 a 13 vezes mais do que os níveis normais; seis volumes por cento (seis mil por 100 ml de
plasma) de oxigênio são dissolvidos no plasma, havendo insignificante taxa de extração de
oxigênio no corpo. Isso é um simples evento físico. O plasma é, assim, capaz de carrear oxigênio
suficiente para satisfazer as necessidades dos tecidos. O efeito global é de que a hemoglobina
estará ainda saturada no lado venoso.
Dependendo, contudo, das condições fisiológicas ou fisiopatológicas do paciente, o efeito da
alta pressão de oxigênio na função de vários órgãos, estruturas e reações químicas, poderá ter
várias ações, como: supressão da produção de Alfa-Toxina na gangrena gasosa; aumento da
atividade de fagocitose leucocitária; diminuição da aderência das células brancas às paredes dos
34
capilares; vasoconstricção nos vasos normais; restauração do crescimento dos fibroblastos e
produção de colágeno; estimulação da produção de superóxido dismutase; Preservação do
trifosfato de adenosina nas membranas celulares com redução secundária no edema tecidual;
Aumento da atividade osteoclástica; estimulação da neovascularização; Diminuição da
flexibilidade do cristalino (alterações visuais); supressão na produção de surfactante nos pulmões;
interrupção da peroxidação lipídica na intoxicação por CO (Monóxido de carbono); aceleração da
remoção de CO da hemoglobina, entre outros.
Um outro efeito desse tratamento é a retenção de CO
2.
Durante a oxigenoterapia hiperbárica a
hemoglobina está ainda completamente saturada no leito venoso, efetivando o bloqueio de
transporte de CO
2
pela hemoglobina. Isso, raramente, causa problemas, pois o Dióxido de
carbono é cinqüenta vezes mais solúvel em água que o oxigênio, e é tamponado pelo
Bicarbonato, ou é dissolvido fisicamente e transportado pelo plasma sangüíneo, causando um
pequeno desvio do pH para o lado ácido.
1.1.4 Indicações clínicas:
As aplicações da oxigenoterapia hiperbárica são reconhecidas no Brasil através da Resolução
1457/95 do Conselho Federal de Medicina (BRASIL, 1995), sendo elas: Embolias gasosas;
doença descompressiva; embolia traumática pelo ar; envenenamento por monóxido de carbono
ou inalação de fumaça; envenenamento por cianeto ou derivados cianídricos; gangrena gasosa;
síndrome de fournier; infecções de tecidos moles, tais como: celulites, fasceítes e miosítes;
isquemias agudas traumáticas: lesão por esmagamento, síndrome compartimental, reimplante de
extremidades amputadas e outras; vasculites agudas de etiologias alérgicas, medicamentosas ou
por toxinas biológicas causadas por aracnídeos, ofídios e insetos; queimaduras térmicas e
elétricas; lesões refratárias ao tratamento convencional: úlceras de pele, pés diabéticos; ulceras de
35
pressão, úlceras por vasculites auto imunes, deiscência de suturas; lesões por radiação:
radiodermite, osteorradionecrose e lesões actínicas de mucosas; retalhos ou enxertos
comprometidos ou de risco; osteomielites refratárias ao tratamento convencional e anemia aguda,
nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea.
1.1.5 Contra indicações
As contra indicações para a terapia envolvem uma relação de condições e problemas de
saúde e quimioterápicos que impedem a realização da terapia, entretanto, é importante ressaltar a
janela terapêutica, quando o benefício sempre deve ser maior que o risco. Relacionamos as contra
indicações de acordo com Bozzuto, (2005). Para esse autor elas podem ser absolutas ou relativas,
sendo elas: infecções do trato respiratório, febre alta, enfisema pulmonar, história de
pneumotórax espontâneo, neoplasias ativas e alguns quimioterápicos.
As infecções altas do trato respiratório e sinusite crônica tornam difíceis a equalização
pressórica do ouvido interno. Geralmente, descongestionantes sistêmicos são usados para auxiliar
a compensação através da drenagem das cavidades aéreas, e, ocasionalmente, é necessário lançar
mão da Meningotomia cirúrgica para manter a tuba auditiva aberta. Em algumas ocasiões é
melhor que o tratamento seja descontinuado pôr três ou quatro dias para permitir o
restabelecimento do processo infeccioso.
O risco da febre alta está em predispor o paciente à convulsão causada pela intoxicação por
oxigênio em altas doses, devido a maior retenção de O2 durante a hipertermia, nestes casos
drogas antitérmicas poderão ser usadas para ceder a febre.
Para alguns pacientes com enfisema pulmonar severo e Doença pulmonar obstrutiva crônica
(DPOC), o único estimulo para respirar é a hipoxemia, como estes têm sua sensibilidade alterada
36
para níveis normais de CO2 poderão cessar a respiração se submetidos a Oxigênio Terapia
Hiperbárica.
Pacientes com limiar mais baixo que o normal para convulsões são mais suscetíveis a
desenvolver crises convulsivas devido à toxicidade pelo O2. Na indicação da OHB, regimes
posológicos de anticonvulsivantes deverão ser adicionados ao esquema terapêutico deste
paciente; pacientes com história de pneumotórax espontâneo ou falência pulmonar são
absolutamente contra indicado para o tratamento; OHB não é recomendado para pacientes com
neoplasias ativas, devendo ser avaliada pelo médico assistente e médico hiperbárico; a gravidez é
uma contra indicação relativa, por razões de precaução, exceto em casos de risco iminente de
vida (emergências) e o uso de algumas medicações tem contra indicações absolutas a terapia,
sendo elas: adriamicina (aguardar de 2 a 3 dias após a última dose); bleomicina por toda a vida;
disulfiram; cis-platina e sulfamilon (creme antibacteriano).
1.1.6 Complicações na terapia hiperbárica
Para NORVEL (2002), os pacientes submetidos à terapia hiperbárica podem apresentar as
complicações decorrentes do ambiente hiperbárico e do aumento da pressão atmosférica:
Pneumotórax: dispnéia repentina, dor, taquicardia, ansiedade e movimentos anormais; expansão
do trato gastrointestinal: refluxo, desconforto abdominal, eructação, intolerância a máscara ou
tenda facial; sinais de ansiedade de confinamento: sensação de sufocamento, sudorese e
hiperventilação, punho cerrado, ocorrência repentina de dor ou desconforto, desconforto
retroesternal; enfisema subcutâneo: crepitação, disfagia, desconforto retroesternal, dispnéia,
síncope; embolia gasosa:perda de consciência, sinais neurológicos anormais; intoxicação pelo
oxigênio: palidez facial, bradicardia, depressão, alucinações visuais, alucinações auditivas,
37
espasmos diaframáticos, fibrilação de lábios, batimentos de lábios, nariz e olhos, vertigem,
náusea, sudorese, palpitações, apreensão, tínitus, síncope e convulsão; Toxicidade pulmonar:
dispnéia; Barotrauma: sinusal, dentário ou de ouvido; desconforto relacionado à temperatura e
umidade no interior da câmara; relato de stress pela doença ou pela falta de suporte psicossocial;
disritimia; déficit de volume ou desidratação; alterações neurológicas; distúrbio hidroeletrolítico
causado por náusea e vômito; dor relacionada com a sua enfermidade.
Para Shiefield e Shiefield (2003) essas complicações são: dor, vômito, claustrofobia,
ansiedade pelo ambiente confinado, vômitos, náusea, agitação, barotrauma, claustrofobia,
ansiedade, intoxicação, desorientação, alucinação, irritação ocular, hipertensão, hiperventilação,
hipoglicemia, dor abdominal, diarréia, dor no local da lesão, edema pulmonar, recusa da
continuidade no tratamento, tremor, problemas sociais e familiares. Registra-se que essas
complicações foram levantadas em um estudo retrospectivo de 22 anos, no serviço onde esses
profissionais atuam nos Estados Unidos da América.
1.2 A ENFERMAGEM E A TERAPIA HIPERBÁRICA
1.2.1 Os Cuidados de enfermagem por NORVELL (2002)
Esses cuidados foram encontrados no livro texto de referência deste estudo. O material
consta de conceituações da BNA descritas em Norvel (2002) a partir de diagnósticos da North
American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Nessa produção a autora afirma ser
necessário elaborar um plano de cuidados individual atendendo às especificidades das diversas
faixas etárias. Assim pensar no cuidado na terapia hiperbárica envolve diretamente pensar na
38
interação entre o paciente o ambiente e a tecnologia, as câmaras hiperbáricas. NORVEL (2002)
recomenda os seguintes cuidados de enfermagem:
1. Observar sinais e sintomas de barotrauma;
2. Orientar técnicas de equalização do ouvido: valsalva, bocejar, deglutição e chiclete e o
encorajar o paciente para mesclar essas técnicas;
3. Notificar ao médico e estado de ansiedade;
4. Prevenir ou reduzir os efeitos da ansiedade causadas pelo confinamento: medicação
prévia, distração através da música, televisão e livros, permitir a entrada de um familiar
no interior da câmara, assegurando a presença do técnico de enfermagem durante toda a
sessão, informar que pode sair quando necessário, estabelecer contato visual, discutir a
resolução do problema;
5. Parar a sessão no caso de queixa álgica;
6. Remover o paciente da câmara nos casos de dor sem controle, ou intoxicação pelo
oxigênio;
7. Observar sinais de ansiedade;
8. Implementar intervalo de ar;
9. Oferecer água e ou suco;
10. Perguntar sobre as condições de cada paciente;
11. Promover encorajamento à terapia;
12. Sorrir para cada paciente;
13. Prepará-lo para o retorno a terapia;
14. Acompanhar a técnica de equalização, depois de orientada;
15. Notificar as dificuldades de equalização do ouvido para o operador da câmara;
39
16. Monitorar a terapia hiperbárica;
17. Assistir quanto ao sistema de administração do oxigênio;
18. : Assistir a colocação da tenda facial, sua remoção e reposicionamento, observar sinais e
sintomas de aumento do gás carbônico e vazamentos,orientando para que relaxem durante
o air break. Evitar conversas e concentrar-se na respiração durante a OHB;
19. Assistir a colocação e retirada da máscara facial bem como na sua reposição e
necessidades, verificando sempre o seu ajuste;
20. Administrar analgésico, quando necessário;
21. Posicionar o paciente confortavelmente;
22. Acompanhar periodicamente a avaliação do conforto do paciente sobre a temperatura e
umidade;
23. Encorajar o paciente quanto ao tratamento, suas expectativas e seus sentimentos;
24. Discutir/conversar com o paciente sobre o seu progresso;
25. Facilitar a comunicação entre o paciente e a equipe;
26. Monitorar a pressão arterial e demais sinais vitais;
27. Observar sinais de hipokalemia em pacientes acometidos por infecções necrotizantes;
28. Manter infusão venosa;
29. Manter balanço eletrolítico e hidratação: prevenir aspiração, administrar medicamento,
monitorar o paciente com náuseas e ou vômito, notificar ao médico sobre essa ocorrência;
30. Observar os pacientes durante a descompressão;
31. Monitorar e notificar as condições neurológicas.
40
1.2.3 Protocolos de cuidados para a terapia hiperbárica
Os protocolos foram elaborados com a participação do diretor técnico do serviço,
principalmente, aquele relativo a operação do equipamento e segurança (DAVID et al 2006).
Desse modo, fundamentoaram-se no levantamento bibliográfico sobre o assunto, nas bases de
dados em periódicos, livros e cursos na área hiperbárica, pela Universidade de São Paulo (USP),
Undersea Hyperbaric Medical Society - UHMS, Marinha do Brasil e Divers Alert Network –
DAN e Cursos de Mergulho. A vivência no serviço, pela demanda diária das necessidades dos
pacientes, capacidade de observação e a criatividade da equipe de enfermagem, também
contribuíram. Nesse sentido, a oferta e supervisão dos cuidados de enfermagem são atos
exclusivos da equipe de enfermagem, composta pela enfermeira(o) e técnico(a) de enfermagem.
Os cuidados foram classificados de acordo com o momento em que eles ocorrem. Foram
também adicionados os cuidados de encaminhamento para o serviço. Assim estes protocolos
estão organizados: cuidados de encaminhamento para terapia hiperbárica; cuidados de
enfermagem pré terapia; cuidados de enfermagem trans- terapia; cuidados de enfermagem pós
terapia ; cuidados a quem cuida – a equipe de saúde e cuidados ambientais.
Cuidados de encaminhamento para a terapia
São cuidados de enfermagem realizados pela equipe de enfermagem e ou orientados aos
pacientes, que apóiam e otimizam a realização da terapia hiperbárica de DAVID E COELHO
41
2005). A sua implementação permite a utilização de recursos tecnológicos adequados, evitando
desperdício de material pela troca; evita constrangimentos e reduz o tempo de chegada dos
pacientes, são elas:
1. Encaminhar o paciente com previsão de 30 minutos de antecedência do horário agendado
para o início da sessão. Esse cuidado prevê a recepção do paciente, com o atendimento de um
protocolo de cuidados de enfermagem, que antecede à sessão e a avaliação pelo médico
hiperbárico. Em se tratando de serviços com câmaras do tipo multipaciente deve-se
considerar que a sessão é coletiva;
2. Em câmaras multipacientes, para os pacientes em uso de venóclise, deve-se utilizar equipos
com suspiro para permitir a eliminação e bolhas gasosas que por acaso se formem no frasco
durante a pressurização e despressurização da câmara determinando a variação da pressão no
ambiente e conseqüentemente na solução e seu circuito. Nas câmaras monoplace o equipo é
apropriado para bomba de infusão, e permanece fora da câmara. Os frascos devem ser
flexíveis;
3. Preencher os cuffs de cateteres vesicais, tubos endotraqueal ou traqueostomia e ou cânulas
com solução fisiológica ou água destilada. O liquido não sofre variação significativa pela
pressão ambiental;
4. Não usar óleos, hidratantes ou esmaltes de unha de modo a evitar exposição de material
comburente no interior da câmara;
5. Não usar substâncias derivadas de petróleo ou álcool como cosméticos, tais como:
maquiagem, perfumes, desodorantes, gel, fixadores para cabelo, porque em ambiente
fechado o odor é potencializado, pela dispersão dos gases;
42
6. Manter curativos protegidos, não expondo externamente pomadas, cremes e soluções
alcoólicas e oleosas utilizadas nos curativos para evitar o contato direto com o oxigênio;
7. o permitir o consumo de bebidas gaseificadas antes da terapia porque o gás é passível de
variação dos gases no trato gastrointestinal, sendo reduzido durante a pressurização e podem
na despressurização expandirem-se, causando desconforto. Devo ressaltar que o tubo gastro
intestinal é compressível;
8. Oferecer/ orientar o consumo de refeição leve antes da sessão. A sessão acontece com os
pacientes no interior da câmara que permanecem sentados ou deitados, por mais de uma hora.
Assim, a digestão pode ser facilitada pelo consumo de alimentos leves;
9. Pacientes diabéticos não devem ser encaminhados em jejum para evitar hipoglicemia;
10. Encaminhar os pacientes higienizados. A permanência no interior da câmara compreende 1
hora e 30 minutos, envolvendo alterações da temperatura, causando sudorese no momento da
pressurização e resfriamento no momento da descrompressão. O banho favorece maior
conforto durante a sessão, facilitando a permanência do grupo nas câmaras multipacientes;
11. Drogas ansíolíticas e analgésicas podem ser administradas, desde que 30 minutos no mínimo,
antes da sessão. Deve-se também avisar no serviço que o paciente está fazendo uso dessas
medicações para que se amplie a observação direta de sintomas de batrotraumas. De modo
geral essas drogas podem interferir na dor, principalmente durante a compensação da orelha;
12. Estimular as dejeções prévias à terapia. A terapia ocorre no período de uma hora e meia,
embora seja possível realizar as eliminações no interior da câmara existe falta de privacidade,
em ambas as câmaras;
13. Nunca utilizar solução iodada nas feridas, quando o paciente estiver em OHB pois
potencializa a citoxicidade do iodo;
43
14. Sondas nasogátricas, nasoenterais, gastrostomias com tubos de sucção, podem ser mantidas
abertas em câmaras drenando em frascos coletores. Quando não estiverem em drenagem
devem ser mantidos fechados, pinçados;
15. Drenos de tórax podem ser mantidos em selo d’agua. Quando não estiverem em drenagem,
necessitam ser pinçados para evitar a entrada de ar determinado pela pressão do ambiente;
16. Remover adereços de metal. Nas câmaras monoplace podem danificar o acrílico da câmara.
Ë também importante atender normas de prevenção de infecção hospitalar;
17. Os esmaltes devem ser removidos, para permitir a observação das extremidades;
18. Realização dos curativos deve, sempre que possível ser após a terapia. Durante a terapia
hiperbárica as feridas costumam freqüentemente ficar umedecidas pelo transudato;
19. Não é permitida a entrada com objetos pessoais no interior da câmara, assim deve-se evitar
levá-los pois ficarão do lado de fora da câmara, durante a sessão.
Cuidados pré terapia
São cuidados que visam o preparo do paciente, família e ambiente para a terapia
hiperbárica. Envolvem o preenchimento do check list de medidas de segurança e de controle
ambiental da câmara e da sala de maquina e são considerados cuidados, indiretos, e de
responsabilidade da equipe de enfermagem. Esses cuidados viabilizam a terapia, é a
biosegurança. Nos espaços do serviço podem, também ser operacionalizadas pelo auxiliar de
higienização dos compartimentos em que os pacientes se localizam dando o destino adequado aos
resíduos produzidos no Serviço.
Esses cuidados são de extrema importância, porque previnem acidentes, permitem uma
avaliação geral do paciente na sua admissão, favorecendo também a interação entre a equipe, o
44
paciente e a sua família. Neles estão alguns procedimentos de enfermagem que devem ser
realizados diariamente, como: Fazer desinfecção dos blocos de espuma e assentos das poltronas e
macas, bem como a desinfecção das máscaras, ao término de cada sessão e preparo do ambiente
da câmara, forrar a maca e as poltronas, prover a câmara com lençóis, luvas de procedimento,
balas e copos de água, devendo, ao final do dia, aspirar o piso da câmara.
Semanalmente, cabem os seguintes cuidados: encaminhamento das traquéias e máscaras
para esterilização com oxido de etileno; Limpeza de toda a câmara com água e sabão incluindo a
remoção do piso.
Os cuidados de enfermagem pré- terapia compreendem:
1. Recepção dos pacientes no serviço. Quando internado, admiti-lo no cenário e encaminhar o
prontuário ao consultório médico;
2. Encaminhar ao vestiário, orientando a troca de roupa pessoal pela roupa privativa do serviço,
oferecendo a chave do armário, calça, camisa, propé e touca para aqueles de cabelos longos. A
roupa é de algodão para prevenir a emissão de energia eletrostática, reduzindo a quantidade de
material inflamável no interior da câmara;
3. Orientar a retirada de batom, jóias, objetos metálicos,prótese, perfume e objetos que possuam
velcro, informando que não são indicados objetos pessoais no interior da câmara;
4. Oferecer armário individual para guarda dos pertences, o que evita a permanência de materiais
que emitam energia dentro da câmara, permitindo tranqüilidade ao paciente por saber que seus
pertences estão protegidos. Guardar a chave na caixa;
5. Abrir o curativo para a avaliação pelo médico, fotografar a lesão;
6. Observar sinais e ou sintomas de infecção e ou obstrução das vias aéreas superiores, e
comunicar imediatamente ao médico plantonista;
45
7.Orientar a ida dos pacientes para o banheiro ou oferecer aparadeira ou papagaio para dejeções,
caso necessário;
8.Verificar sinais vitais dos pacientes recém admitidos;
9. Solicitar a remoção de próteses dentárias parciais não fixas;
10. Orientar a retirada de lentes de contato e óculos;
11. Encaminhar e acompanhar os paciente ao interior da câmara. Aqueles que vêm de maca e
cadeira de rodas tem prioridade na entrada.
12. Ajudar e ou posicionar os pacientes confortavelmente nas poltronas ou maca. Os iniciantes
deverão se sentar na segunda poltrona, próxima da porta principal, junto do técnico.
13. Fechar drenos de penrose, caso possua;
14. Checar nos bolsos a presença de objetos durante a entrada dos pacientes na câmara.
No caso de tratamentos de doença descompressiva ou embolia traumática pelo ar os
procedimentos serão os mesmos acima, havendo aplicação de tabela especfica para tratamento,
que é prescrita pelo médico hiperbárico. (Tabelas USNAVY)
3
Cuidados trans terapia
São realizados durante a terapia, envolvem os cuidados no interior da câmara e de
operação da câmara. Esses cuidados diretos são aqueles prestados pelo técnico que permanece no
interior da câmara, enquanto os indiretos são realizados pelos 2 técnicos de enfermagem. Um
opera a câmara e monitora o seu ambiente enquanto que o outro permanece “stand by” para
3
Tabelas utilizadas pela Marinha Americana
46
intercorrências, recepção, atendimento das intercorrências e necessidades dos pacientes,
equipamento e ou do Serviço. No caso do técnico operador da câmara se afastar ele o substitui.
Os cuidados trans- terapia foram divididos em: Cuidados de operação da câmara;
preparatórios e de orientação; de segurança; de adaptação ao ambiente hiperbárico; terapêutico;
de interatividade; atendimento às necessidades humanas básicas e ao atendimento ao ciclo vital;
de intervenção nas complicações e intercorrências. Sendo descritos abaixo:
Cuidados de operação da câmara, controle do ambiente e de atendimento aos pacientes
externos:
1. Dirigir-se a sala de máquinas e abrir a válvula de oxigênio, ligar o after cooler, e ligar os
compressores
2. Ligar o estabilizador do painel da câmara, o monitor e as câmaras de vídeo, o analisador de
O2 e CO2 e o sistema de fonia e de alarme;
3. Checar extintores e rede interna dos dispersores de água, nível de oxigênio e rede de alta e
baixa, conexões e BIBS, interior da câmara e ante câmara;
4. Proceder ao teste de fonia e alarme;
5. Informar pelo sistema de fonia a pressurização e iniciá-la de acordo com o protocolo
estabelecido pelo Serviço. Observar a velocidade de pressurização, informando o inicio do
oxigênio , um minuto antes;
6. Controlar o ambiente hiperbárico em percentuais menores que 25% de oxigênio para evitar
combustão;
7. Controlar o tempo total da sessão pelo cronômetro (TTF) e o tempo do oxigênio(O2) pelo
cronômetro – 20minutos, ao término informar a retirada das máscaras ou tenda facials dos
47
paciente. Manter o O2 na profundidade de 9 metros ou 6 minutos após iniciada a compressão.
A velocidade de pressurização será sempre dependente daquele que tiver maior dificuldade;
8. Monitorar a compensação dos pacientes durante a compressão, através do contato visual pelo
monitor. Dar atenção especial àqueles iniciantes;
9. Monitorar temperatura e umidade do ar no interior da câmara, através da informação do
técnico interno ao chegar na profundidade terapêutica;
10. Monitorar a pressão a pressão parcial dos gases
11. Implementar o air break por 5 minutos;
12. Manter a comunicação gestual e verbal com o técnico operador da câmara;
13. Ventilar o ambiente durante a oxigenioterapia ou de acordo com a necessidade dos pacientes;
14. Apoiar o técnico no interior à câmara;
15. Controle da velocidade de pressurização e despressurização da câmara;
16. Iniciar intervenção externa no caso de situação de emergência;
17. Alterar o estímulo sonoro ambiental: manter música ambiente durante a administração do
oxigênio hiperbárico;
18. Na despressurização, aos 9 metros ou 30 pés sinalizar para o técnico que deve respirar o
oxigênio sob máscara por 5 minutos
19. Realizar parada descompressiva (técnica), aos 3 metros ou 10 pés;
20.Receber as máscaras do medical lock e proceder desinfecção;
21. Avisa o término da sessão para fonia;
22. Realiza os registros no livro de ocorrências;
23. Ao final do dia, desligar exaustores, aftercooler e compressor recolocando a capa. Fechar a
válvula de O2;
24 Apoiar a família e acompanhantes durante a terapia, se necessário.
48
25. Preparar medicações externamente, passando através do medical lock, aspirada na seringa,
sempre que necessário
Cuidados preparatórios e de orientação:
1. Retirar a rampa do interior da câmara e fechar a porta
2. Testar o sistema de fonia e alarme antes de iniciar pressurização;
3. Para os pacientes recém admitidos:
3.1 Orientar como realizar as manobras de compensação do ouvido: manobra de valsalva, balas e
deglutição
3.2 Informar as experiências vividas durante a sessão: ruído, calor e frio (com possibilidade de
névoa);
3.3 Orientar sobre como devem se comportar no caso de intercorrência;
4 Distribuir balas e oferecer água;
5 Colocar os abafadores de ruídos;
6 Posicionar as máscaras e ou tenda facial no pescoço;
7 Posicionar os pés dos pacientes sob os blocos de espuma.
Cuidados de segurança:
- Observar a vedação das portas durante a compressão;
- Controlar vazamentos de oxigênio, das máscaras para o ambiente da câmara;
- Monitorar temperatura ambiente, solicitando ventilação da câmara sempre que necessário;
- Observar sinais e sintomas de VANTIT: Sintomas visuais, principalmente visão em túnel,
sintomas auditivos, tipo zumbido, náuseas, tontura, irritabilidade, melancolia, apatia, euforia,e
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tremores. Esses sintomas podem preceder a crise convulsiva, e pode ocorrer quando respira-se
oxigênio a uma pressão parcial maior que 1,6 ATA. (MARINHA DO BRASIL, 2004);
- Sinais de alarme: 1 toque – atenção; 2 toques – ande rápido; 3 toques chame o médico; 4 toques
urgência;
- Orientar como devem se comportar no caso de qualquer intercorrência
4
- Orientar o uso da máscara e não mexerem na válvula de regulagem da saída do oxigênio;
- Acionar as válvulas de alarme manualmente no caso da temperatura elevada,sem controle, e
sinais de incêndio, quando os dispersores não se acionarem automaticamente. Fechar todas as
saídas de oxigênio das máscaras
- Não usar desfibrilador no interior da câmara, durante a terapia, pelo risco de incêndio.
Cuidados de Adaptação ao meio ambiente hiperbárico:
1. Ofertar abafadores para minimizar os ruídos do ambiente;
2. Monitorar temperatura e umidade relativa do ar. Evita ganho de calor e proporciona conforto:
3.Ventilar a câmara periodicamente.
4.Oferecer água para os pacientes durante a sessão
5.Orientar e ajudar na equalização do ouvido: Aplicar manobra de valsalva adaptada, Oferecer
balas, orientar o bocejo, orientar movimentação lateral da mandíbula com a boca aberta.
Orientar para não respirarem normalmente no final da sessão enquanto a câmara está sendo
descomprimida. As manobras de equalização só devem ser feitas no momento da compressão, no
final deve-se respirar livremente.
4
Esse cuidado encontra-se também como um cuidado de orientação, mas a sua apreensão favorece a segurança do
paciente
50
Cuidados terapêuticos:
1. Administrar o oxigênio hiperbárico, sob máscara facial ou o tenda facial;
2. Manter os pés alinhados e apoiados sob os blocos de espuma, dos pacientes sentados;
3.Manter a cabeceira elevada, dos aacientes acamados, em tratamento de oxigenioterapia
hiperbárica;
4. Manter em decúbito dorsal, sem elevação da cabeceira os pacientes tratamento de doenças
disbáricas, com as articulações neutras para evitar artralgia e manter os pontos de circulação
livres;
5. Os drenos de portovac devem ser mantidos em drenagem;
6. Manter drenos torácicos sob selo d´agua;
7. Manter tubos nasogástricos fechados;
8. Manter dispositivos e ou sondas com cuffs preenchidos com solução fisiológica, inclusive
cânulas de traqueostomias;
9. Monitorar todos os pacientes em uso de marca passo no primeiro dia do tratamento.
Cuidados de interatividade:
1.Apresentar-se;
2 Mostrar-se disponível para que o paciente sinta-se à vontade para informar suas necessidades e
queixas;
3.Aproximar-se do paciente para ouvir;
Cuidados de atendimento às necessidades básicas:
1.Necessidade hídrica: oferecer água durante a sessão, prevenindo desidratação e favorecendo
compensação do ouvido, na pressurização;
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2. Necessidade de mobilização/locomoção: Posicionar e ou ajudar os pacientes com dificuldade
de mobilidade ou locomoção, no acesso a câmara. Usar a rampa na entrada da câmara;
3. Necessidade de eliminação: Oferecer e ou colocar a aparadeira e ou o papagaio quando
acamado. Pacientes deambulantes homens ou mulheres podem ser encaminhados para a
antecâmara, e realizar suas eliminações na aparadeira, se assim desejarem. No caso de diurese
masculina deve-se oferecer o papagaio.
Cuidados do ciclo vital:
1. Acompanhar os idosos, comprimindo a câmara lentamente, observando as necessidades
individuais e principalmente as dificuldades de compensação;
2. Crianças devem ser acompanhadas pelo responsável, que deverá ser orientado quanto as
manobras de adaptação ao meio ambiente pressurizado. Durante a despressurização aos 3 metros,
deve-se orientar que os acompanhantes respirem o oxigênio hiperbárico, sob máscara, por 5
minutos. Esta não deverá ser fixada com as tiras. O acompanhante deverá segurá-la com as mãos.
3. As máscaras de demanda devem ser ajustadas para as crianças e idosos, reduzindo o esforço
para a inspiração, devendo ao final ocorrer o fechamento das válvulas
Cuidados de intervenção nas complicações e intercorrências:
1. Observar sinais e sintomas de barotrauma e intoxicações pelos gases;
2. Administrar medicação SN, de acordo com a prescrição médica
3. Controlar a formação de bolhas ar do equipo durante a sessão e removê-las sempre que
necessário;
4. Solicitar a ventilação da câmara, sempre no caso de flatulências
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5. Interromper ou reduzir a velocidade de pressurização no caso de dificuldade de compensação
do ouvido
6. Remover a máscara e ou tenda facial no caso de sinais de intoxicação pelo oxigênio,
7. Retirar o paciente da câmara no caso de claustrofobia ou dor,
8. Realizar procedimentos reanimação cárdio respiratória no interior da câmara, exceto a
desfibrilação dada a presença de oxigênio,
9. Manter saco plástico externamente ao curativo em feridas exsudativas
10. Monitorar pacientes com dor;
11. No caso de cefaléia verificar a pressão arterial com a utilização de manguito fixado com
botão;
12. No caso de medo deve-se permanecer ao lado do paciente dando apoio emocional;
13. Se houver vômito deve-se remover o resíduo com papel, mantendo a câmara ventilada
durante todo o procedimento. No caso de persistência o paciente deverá ser removido da câmara;
14. Comunicar ao médico plantonista qualquer intercorrência;
15. Sinais de otalgia devem ser comunicados imediatamente ao médico. A ocorrência de dor pode
indicar barotrauma, podendo evoluir para sangramento no momento da despressurização.
16. Assim, ao sinal de otalgia interromper a compressão e orientar as manobras de compensação
do ouvido.
Cuidados de enfermagem pós terapia:
Esses cuidados são implementados ao término da terapia durante o período em que
paciente permanece no interior do serviço até sua saída.Envolvem os cuidados de apoio, de
intervenção, orientação, atendimento as necessidades dos pacientes e transporte para saída da
área física do serviço.
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O cuidado a quem cuida – a equipe de enfermagem:
A responsabilidade da equipe merece atenção. A enfermeira como profissional da equipe,
responsável tecnicamente e legalmente deve considerar os efeitos da pressão sobre o organismo.
O profissional de enfermagem necessita de cuidados preventivos, envolvendo exames médicos
periódicos e uso de Equipamento de Proteção Individual. Os cuidados com a equipe devem ser
de: disponibilizar em todas as sessões, o abafador de ouvido, luvas de procedimento para contato
matéria orgânica; capote no caso de isolamento e supervisionar o uso de sapatos fechados e
lavagem das mãos, ao final de cada sessão; escalar o profissional para exposição ao ambiente
pressurizado, uma vez a cada 24 horas e garantir e acompanhar os exames periódicos.
Cuidados de enfermagem ambientais:
Esses cuidados foram elaborados a partir do atendimento a legislação vigente da ANVISA
(RDC 306) sobre o gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde. Ela se refere a
responsabilidade da produção e destino dos resíduos nos serviços. Para atender a esses cuidados,
ainda em fase de elaboração, foram planejadas algumas ações:
Rever metodologia de compra de material;
Estabelecer normas de manuseio de resíduos;
Discutir estratégias de minimização de resíduos com os funcionários;
Realizar treinamento sobre o Programa de gerenciamento de serviços;
Elaborar protocolos pertinentes a higienização e gerenciamento de resíduos;
Monitorizar acidentes;
Elaborar protocolos de segurança do trabalhador;
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Identificar os contenedores;
Elaborar e implementar o plano de gerenciamento de resíduos do serviços de medicina
hiperbárica.
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2 REFERENCIAL E METODOLOGIA
Este capítulo apresenta as referências teóricas e a descrição dos procedimentos
metodológicos utilizadas no estudo.
2.1 REFERENCIAL TEÓRICO
O presente estudo tem como eixo norteador da análise e da discussão empreendida,
referente ao cuidar e os cuidados de enfermagem prestados aos clientes submetidos à terapia
hiperbárica.
Desse modo, para atender a amplitude da temática, optei pela ancoragem teórica da
multirreferencialidade, considerando que seu objeto envolve as ciências da saúde, humanas,
fisiológico, físicas e químicas. Portanto, para estudá-lo entendeu-se como necessária a integração
e associação desses conhecimentos.
Assim, o referencial sobre o cuidar e o cuidado está fundamentado em Coelho (1999) e
(2005), considerando o pressuposto do cuidar e do cuidado encontrados na sua Tese de
Doutorado intitulada “ O socorro, o socorrido e o socorrer: Cuidar/cuidados em enfermagem de
Emergência, que estão reafirmados na área da Terapia hiperbárica. A teoria do Ambiente de
Florence Nightingale (1989) serviu como base para discutir os cuidados do ambiente no qual os
clientes são submetidas submetidos aos cuidados da enfermagem.
Os conceitos da Fisiologia Humana, de Guyton (2002), bem como conceitos, leis e
princípios da Física básica, que tratam da matéria, pressão e gases; além dos conceitos sobre a
oxigenoterapia hiperbárica de Kindwal (1999), preconizados pela Undersea & Hyperbaric Medial
Society e o Consenso da Baromedical Nurses Association – BNA (2002), que ofereceram poio
para a análise, discussão e compreensão desse tema.
56
O consenso sobre os cuidados de enfermagem, preconizados pela BNA, foi assim
escolhido por representar um demarcador da assistência de enfermagem nessa área de
conhecimento, os quais são originados de uma Associação consolidada e norteadora da formação,
certificação e produções cientificas sobre a terapia hiperbárica (NORVELL,2002).
Para fundamentar os cuidados, levantados a partir das falas e das imagens, utilizei-me,
principalmente, da Física Básica, que, por sua vez, é uma ciência fundamental e aplicada à
compreensão dos fenômenos ocorridos como o corpo quando submetido à pressão, consuzindo à
necessidade de se remeter a conceitos de sistemas de pesos e medidas, de grandezas e unidades.
Nesse sentido, as Leis Físicas envolvidas foram, especialmente:Lei de Boyle- Mariotte, de Gay
Lussac, Henry e Dalton, além do efeito Joule Thompson.
2.2 - METODOLOGIA
O desenvolvimento deste estudo baseou-se no delineamento da pesquisa descritiva,
abordando o cuidar e os cuidados de enfermagem implementados a partir das manifestações e ou
complicações apresentadas durante a terapia, em um serviço de medicina hiperbárica, privado,
localizado na cidade do Salvador-Ba, desenvolvido no recorte temporal de 1 ano, entre os meses
de setembro de 2004 a setembro de 2005.
Dessa maneira, os estudos descritivos são definidos por Tobar e Yalour (2003) como
aqueles, no qual se expõem características de determinada população ou determinado fenômeno.
Pode, também, estabelecer correlações entre variáveis, que tem por finalidade analisar os
possíveis fatores condicionantes da ocorrência do fenômeno (BOA VENTURA, 2004). Este
estudo é, ainda, elaborado para resumir o estado de alguns fenômenos de interesse, conforme eles
existem (POLIT e HUNGLLER, 1995).
57
Esta pesquisa foi conduzida para a coleta de evidências das interferências do cuidar e dos
cuidados de enfermagem durante a sessão hiperbárica. Desse modo, foram utilizadas 4 fontes de
coleta: observação, entrevistas, prontuários e livro de ordem e ocorrências, cada uma dessas
fontes encontram-se detalhadas no procedimento de coleta. Vejamos o esquema abaixo:
Esquema 1. Convergência de evidências para triangulação de dados
Fonte: Adaptado de figura 4.2 Yin (2005, pág.127) - Convergência e não convergência de várias fontes de evidência
Deve ser registrado que, a vantagem apresentada no uso de fontes múltiplas de evidências é o
desenvolvimento de linhas convergentes de investigação, a exemplo da triangulação dos dados.
Com essa triangulação pode-se dedicar, também, à validade do “constructo” uma vez que
diversas fontes de evidências fornecem essencialmente várias avaliações de um mesmo fenômeno
(YIN,2005).
Desse modo, ao utilizar essas fontes de evidências elegi técnicas que geraram dados
quantitativos e qualitativos, o que estão integrados no momento da análise. Para Martinez
(1998), as pesquisas em enfermagem devem unir aspectos qualitativos e quantitativos, pois o
qualitativo envolve o reconhecimento da experiência pessoal, enquanto o quantitativo aborda
aspectos, comuns das necessidades e dos respectivos cuidados. Minayo (1999) e Pollit e Hungller
Pressão arterial A observação dos
cuidados antes da sessão
e das imagens filmadas
Entrevistas
Documentos
As manifestações,as
complicações e o cuidar/
cuidados de enfermagem
58
(1995), também corroboram com a idéia da complementariedade da pesquisa qualitativa e
quantitativa.
Ressalto que, por se tratar de uma pesquisa envolvendo seres humanos, os aspectos éticos,
inerentes ao estudo, foram relacionados.
2.2.1 Aspectos éticos da pesquisa
A tramitação ética iniciou-se com o atendimento às prerrogativas da Resolução 196/96
MS/CNS que determina o aceite Institucional. Neste estudo, isso ocorreu através da assinatura na
folha de rosto, pelo diretor do hospital, onde o Serviço, lócus da pesquisa, está implantado.
Posteriormente, o projeto foi oficialmente submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa
CEP da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob o no
006/2004, que emitiu parecer favorável ao seu desenvolvimento, sendo homologado na Reunião
do dia 29 de junho de 2004 (Anexo A). Os participantes tiveram as seguintes garantias:
Sigilo e anonimato de dados pessoais como nome e endereço, que estão demonstradas no
estudo apenas por números. Procedi, ainda, esclarecimentos sobre a investigação e suas
repercussões, antes do inicio da pesquisa, mantendo-as à disposição dos sujeitos, sempre que
solicitadas. Foi garantido a cada participante que ele poderia permanecer ou retirar-se do estudo a
qualquer momento ou em qualquer fase da pesquisa, sem que isso representasse ônus de qualquer
espécie. Telefones para contato pessoal e do Serviço estavam registrados no documento de
consentimento esclarecido. Alem disso, os sujeitos receberam cópia desse documento. (Apêndice
A).
Para coletar os dados do estudo, obedecendo a Resolução CNS 196/96 (BRASIL, 1996),
foram planejadas duas etapas, sendo uma para a autorização dos pacientes e outra para os
técnicos de enfermagem. Desse modo, para os pacientes envolveu a autorização e o
59
consentimento livre e esclarecido, seguido do agendamento da entrevista. O documento para
assinatura foi entregue pela recepcionista da clínica. Após receberem e terem assinado o termo,
foram abordados pela pesquisadora que se apresentou explicando os objetivos da pesquisa,
deixando-os à vontade para decidir, por mais ou menos 15 minutos. Acompanhantes dos
pacientes também receberam explicação, fornecendo, em alguns casos, o seu aceite, na qualidade
de responsáveis legais do paciente. Destaca-se seis pacientes da amostra que eram analfabetos
que deram seu aceite verbal, sendo o termo de consentimento assinado por seus filhos como,
responsáveis legais.
Quanto aos técnicos de enfermagem, a autorização fez-se através de uma reunião inicial
com o grupo para apresentação e esclarecimentos sobre a sua participação no estudo, com a
entrega do termo de consentimento esclarecido (Apêndice B), garantindo-lhes, além do
anonimato as demais prerrogativas éticas constantes na Resolução. Uma segunda reunião foi
realizada para ajustar detalhes técnicos, relativos à filmagem, a exemplo da colocação do DVD
no gravador, posicionamento dos pacientes nas poltronas 2 e 3 de frente para a filmadora e assim
como o adequado posicionamento do técnico no interior do equipamento de forma que fossem
filmados os cuidados prestados.
Registra-se que o termo de consentimento prevê a divulgação pública dos resultados da
pesquisa e ou materiais coletados em eventos e para publicações científicas. As imagens dos
filmes são confidenciais e a privacidade dos pacientes e dos técnicos, respeitadas. Os
participantes receberam, na edição, uma tarja no rosto, evitando sua identificação. Alguns dos
técnicos assinaram e autorizaram a divulgação da sua imagem sem essa tarja.
60
2.2.2 - O campo da pesquisa
O campo desta pesquisa foi um serviço de medicina hiperbárica, privado, localizado na
parte externa das instalações de um hospital de médio porte, geral, filantrópico e religioso,
situado em um Bairro da cidade Baixa na cidade do Salvador – BA. Essa estrutura permite que
ambulâncias e ou carros cheguem facilmente até à porta do serviço, possibilitando a entrada de
macas e/ou cadeira de rodas. Registra-se, que a proximidade de uma Unidade de Terapia
Intensiva, favorece o atendimento de intercorrências mais graves.
O Serviço de terapia hiperbárica está organizado como uma clínica, sendo composto por:
recepção, com sala de espera; um consultório, sala de avaliação/exames; salão de tratamento, dois
vestiários, um feminino e outro masculino, com armários para a guarda de pertences e o salão
onde está estacionada a câmara hiperbárica.
Nesse salão, além da câmara com seu painel de controle, encontra-se também o acesso às
demais dependências do serviço. As cores das paredes e do teto são azuis, com luz indireta. O
piso de paviflex também na cor azul e o ambiente é climatizado, com ar condicionados do tipo
sprinters, atendendo as normas da ANVISA RDC 50 (2004). Nessa sala, também, encontram-se
extintores de incêndio, atendendo às normas de segurança, uma pia ao fundo com armário e uma
pequena geladeira. A sala de exames/ avaliação e o local destinado à avaliação das lesões, com
realização de fotografias e admissões . Dispõe de uma pia, prateleiras de apoio, armário, maca,
escada, cilindro de oxigênio, suporte para soro e uma caixa para descarte de material perfuro
cortante.
O consultório é uma sala para atendimento dos pacientes internos ou externos; nela, são
feitas às avaliações para admissão ao tratamento. É composta por uma escrivaninha, maca,
armários, telefone e livros.
61
A sala de espera é um ambiente com paredes pintadas de branco, quadros temáticos, de
animais marinhos e navais pendurados; cadeiras, balcão de atendimento, para a recepcionista, um
armário, um computador com impressora, telefone, material de escritório e impressos. Possui
televisão, revistas, café ou água, servidos quando solicitados. Há duas portas, uma externa e outra
interna, que se ligam ao salão de tratamento. Os acompanhantes permanecem na recepção durante
a terapia. O local de espera dos pacientes relaciona-se diretamente com as suas condições gerais,
aqueles em uso de cadeiras de rodas ou ambulantes podem aguardar o início da sessão na
recepção, assistindo televisão ou na sala de terapia, enquanto aqueles acamados esperam somente
na sala de terapia. Todos são orientados para chegarem antes da sessão começar, porque o horário
agendado envolve a organização prévia deles no interior da câmara, principalmente dos acamados
ou em cadeira de rodas.
Chama-se atenção de que, a estrutura física, do Serviço, obedece às determinações da
Vigilância Sanitária para Instituições de Saúde, atendendo a Resolução 50 (ANVISA,2004).
A equipe de saúde desse Serviço é composta por uma enfermeira, 5 técnicos de
enfermagem e 5 médicos hiperbáricos. As áreas de especialidade médicas desses médicos são -
ortopedia, anestesiologia, angiologia e medicina do trabalho.
2.2.3 População e amostra do estudo
A amostra do estudo foi composta por 100 pacientes admitidos e assistidos no Serviço,
campo da pesquisa, no período comprrendido entre setembro de 2004 a setembro de 2005, os
quais estão identificados, nos depoimentos, por uma numeração instituída aleatoriamente a partir
da ordem da digitação da entrevista. Pereira (2002) define amostra como um conjunto de
unidades selecionadas para o estudo. Os pacientes foram considerados participantes diretos,
enquanto os técnicos de enfermagem, participantes indiretos.
62
Os sujeitos do estudo tiveram o seguinte perfil: Conscientes, capazes de informar
verbalmente as manifestações fisiológicas e sobre a terapia; realizar, no mínimo, 3 sessões de
terapia hiperbárica, pois, esse tempo permite vivência e adaptação ao tratamento e ao ambiente;
serem maiores de 18 anos, e responsáveis pelos seus atos e decisões, idade esta, reconhecida pela
Código Civil como maioridade e quando o indivíduo torna-se capaz de responder pelos seus atos;
serem portadores de lesão e aceitarem participar livremente da pesquisa.
Ao considerar o objeto do estudo, o tipo de amostragem eleita foi a não-probabilística ou
não-aleatória, selecionada a partir de julgamentos, adotados com base na experiência profissional
da pesquisadora pelo conhecimento do fenômeno em estudo- o processo de cuidar e dos cuidados
de enfermagem na terapia hiperbárica. Para o julgamento foram consideradas a estatística do
perfil dos pacientes admitidos, composto por 80% da clientela de portadores de lesões e na sua
maioria adultos.
O tamanho da amostra foi definida a partir de levantamento do número de atendimentos
diários e da opção pela inferência estatística, onde amostras de tamanho N>
30 caracterizam a
distribuição amostral das médias como aproximadamente normais.
Para a qualificação foi realizada análise estatística simples dos dados, do tipo descritiva,
por freqüências relativa e absoluta e com N=30. Segundo Pereira (2002), em alguns casos torna-
se necessário ampliar pequenas amostras, que tendem a gerar conclusões instáveis, enquanto que
grandes amostras permitem conhecer com maior propriedade o que ocorre na população.
Desse modo à possibilidade de ter um N maior, permitiu a obtenção de dados, que
representaram a população do estudo. Assim, ao lidar com as exigências observacionais, a opção
por um N=100 foi satisfatória, sob o ponto de vista estatístico, visando à montagem de um banco
de dados, o que representa, o 2
o
princípio proposto por Yin (2005), para a coleta de dados. Para
esse autor, nesse banco, é onde existe a base comprobatória da pesquisa, disponibilizando dados
63
brutos para a validação do constructo, no qual outros pesquisadores podem revisar as evidências
dos fatos, não ficando limitados a relatórios escritos, e aumentando a confiabilidade do estudo.
2.2.4 Procedimentos de coleta dos dados
Os pacientes do estudo foram submetidos à entrevista, verificação da pressão arterial,
observação antes e durante a terapia e consulta aos prontuários e outros documentos do Serviço.
Dessa maneira, a coleta dos dados desenvolveu-se do seguinte modo: diariamente chegava
ao Campo da pesquisa, às 8:15h encaminhando-me para a recepção de modo a verificar a agenda,
relembrando à secretária a entrega dos termos de consentimento livre e esclarecido aos pacientes
novos. Em seguida dirigia-me ao painel de controle, local onde fica a televisão e o gravador de
DVD para ligar, colocando-o em posição adequada, de modo a deixar tudo preparado para pronto
uso.
O paciente recém admitido aguardava sentado na recepção, localizada no interior do salão
de tratamento, consultório ou sala de exame, o médico para consulta e avaliação. Aproveitava
esse momento de espera para o primeiro contato e logo após a consulta médica, onde verificava a
sua pressão arterial ou aproveitava o resultado da verificação do médico. Após a avaliação
médica e indicação para o tratamento procedia à apresentação e explicação sobre o estudo,
pedindo sua autorização e ou do seu acompanhante para a filmagem durante a 1ª sessão. Registra-
se que o acompanhante foi incluído no processo de autorização, porque é muito freqüente a
ocorrência de idosos, cujo familiar costuma ser o responsável legal, junto às Instituições e por
serem titulares dos Planos de Saúde. Essa abordagem levava um tempo aproximado de 20
minutos.
64
A incidência da participação foi de 99%, havendo apenas uma recusa, não sendo incluída
no estudo. O impacto do convite era positivo, com a obtenção de elogios por parte dos pacientes,
porque achavam importante o serviço participar de uma pesquisa.
À medida que aceitavam participar do estudo e já tendo assinado o termo acompanhava-o,
preenchendo os dados no instrumento de observação pré terapia. Caso ele estivesse iniciando a
sessão naquele momento, sua pressão arterial era verificada por mim ou pelo técnico de
enfermagem, e logo em seguida, iniciada a filmagem. Nesse momento, solicitava aos técnicos
que o posicionassem na cadeira, caso fosse permanecer sentado, caso estivesse na maca
posicionava a filmadora de frente para ela, acionando o chaveador.
Os dados compilados a partir da observação antes da sessão foram resultantes do
acompanhamento do 1
o
ao 3
o
dia de tratamento.
2.2.4.1 A observação
A observação foi uma técnica utilizada em dois momentos distintos, sendo sistematizada por
um roteiro tipo check list. O primeiro a partir da chegada do paciente, antes da sessão e o
segundo, através das imagens filmadas durante a sessão. A observação sistemática, também
chamada de estruturada é aquela que fazemos para responder a propósitos preestabelecidos,
sabemos de antemão o quê, como e quando vamos observar (CIANCIARULLO, 2000) .
Para Tobar e Yalour (2001), a observação compreende o gesto inicial da modernidade. Essa
técnica foi um instrumento essencial de Nightingale, precursora da enfermagem moderna,
constituindo-se na lição mais importante que podia ser dada às enfermeiras, ensinando-nos o que
observar e como observar os sintomas que indicam melhora ou piora do paciente e quais as suas
evidências.
65
Nesse aspecto, realizar pesquisas de enfermagem sem a possibilidade de observar é negar o
seu principal instrumento de trabalho, considerado por Cianciarullo (2000) como instrumento
básico para o cuidar.
Neste estudo, a observação faz composição com a entrevista, e os dados observados
constituíram-se naqueles manifestados e ou verificados durante a sessão. Deve ser registrado que,
o status de pesquisas observacionais na área da saúde são, por vezes, desvalorizados e a
comunidade científica apresenta críticas sobre esse método, sendo comparado hierarquicamente,
aos estudos experimentais (VINIES, 1997). Entretanto, a observação é a primeira técnica para a
coleta de dados de pesquisas o que possibilitou o avanço, tanto da ciência, quanto da tecnologia.
2.2.4.2 A observação do período pré-terapia – o roteiro
A observação utilizada foi do tipo estruturada, apoiada em um roteiro do tipo categorial
(Apêndice C, p. 196). Realizada no Serviço, fora e antes dos pacientes entrarem na câmara
hiperbárica do 1º ao 3º dia de tratamento. A observação dos cuidados prévios à sessão
envolveram também o preparo para seu encaminhamento à câmara. O sistema categorial envolve
a enumeração de todos os comportamentos e/ou eventos que o observador deve registrar
(POLLIT E HUNGLER,1995). O roteiro do estudo baseou-se nos cuidados protocolados pelo
próprio serviço. Algumas notas consideradas importantes para o objetivo do estudo também
foram feitas no período em que permaneci no campo.
O instrumento compreendeu as condições de chegada do paciente e os cuidados de
enfermagem realizados antes da terapia, baseados no protocolo de cuidados do Serviço,
elaborado pela autora. Teve o objetivo de identificar elementos que pudessem influenciar as
manifestações e os cuidados implementados durante a sessão. Nessa fase, cabe destacar a
66
mensuração da pressão arterial como um parâmetro concreto das condições circulatórias do
paciente, sendo utilizada a padronização da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2001).
Desse modo, as condições da chegada permitiram a identificação das condições fisiológicas
do paciente no dia antes da terapia, determinando a relação de qualquer intercorrência no interior
da câmara.
2.2.4.3 A observação do período trans terapia – a filmagem
Essa observação deu-se através das imagens resultantes da filmagens após o fechamento da
porta e início da pressurização da câmara, foi denominada período trans terapia, quando se pôde
capturar o comportamento global do paciente e do profissional cuidador, constituindo-se em
informações devidamente anotadas para posterior análise do estudo. (TURATO, 2003 p.319).
A filmagem é uma técnica comumente utilizada para viabilizar a observação “pós-facto”.
No estudo, ela passou a ser um prolongamento do olhar da pesquisadora, que permaneceu no
Serviço durante a filmagem, sendo um recurso que viabilizou a observação das manifestações e
complicações dos pacientes do inicio ao fim da sessão hiperbárica, assim como os cuidados que
aconteceram no interior da câmara, em tempo real.
A observação, através da filmagem, justifica-se ao considerar os aspectos de segurança e
conforto, que estão diretamente relacionados ao espaço físico pequeno e à umidade relativa do ar.
A permanência de um grande número de pessoas respirando em um ambiente confinado, implica
em aumento dessa umidade, favorecendo o aquecimento no interior do equipamento e causando
extremo desconforto. Assim, o espaço no interior da câmara não deve estar todo ocupado para
facilitar deslocamento, evacuações e intervenções no seu interior, especialmente quando da
intervenção mais grave, como a parada cárdio- respiratória.
67
Também, o aspecto jurídico envolve o atendimento à Norma Regulamentadora 15, do
Ministério do Trabalho BRASIL (2006), anexo 6, item 1.2.3, que permite ao trabalhador a
exposição máxima de apenas uma vez ao dia, em ambientes pressurizados.
O paciente filmado foi posicionado de frente para as filmadoras fixas da marca Sony, para tv,
fixadas na escotilha do lado externo da câmara. O registro do filme foi feito por um gravador de
DVD semiprofissional panasonic, digital, com vistas a superar a qualidade da resolução das
filmadoras. A filmadora suscita situações e reações que não podem ser previstas de antemão
(BIANCO e LEITE, 1998). Esse fato favorece a espontaneidade dos participantes permitindo a
fidelidade das informações, elas passam a ser evidentes e podem ser submetidas a especialistas.
Assim, a filmagem teve duração variável, em conformidade com cada tipo de patologia dos
pacientes, com duração entre 60 e 120 minutos para as sessões de oxigenoterapia hiperbárica,
enquanto que as sessões de descompressão, a duração esteve dependente da tabela utilizada para
o tratamento.
Mello, et al (2003), também, utilizaram a técnica de videogravação na sua pesquisa e
apontaram vários aspectos sobre essa forma de registro, enfatizando a característica de
preservação do registro no tempo, a possibilidade de retornar ao material, repensando, elaborando
e reelaborando temas que podem compor e amplificar a capacidade de análise.
No estudo, foram analisados 100 filmes, considerando uma sessão por paciente, resultando
em um tempo aproximado de 4.500 minutos. Para o controle da filmagem foi criada uma lista
para organização dos DVDs, (Apêndice D), facilitando a localização dos pacientes filmados.
2.2.4.4 A entrevista
As entrevistas foram individuais, realizadas no consultório do setor ou em outras instalações
do Hospital, onde o Serviço está localizado. Agendadas diretamente com o paciente, considerou-
68
se suas prioridades, relativas aos horários de consultas, curativos, de ambulância e transporte,
entre outros compromissos. Todas aconteceram a partir do 3º dia de tratamento.
Essas entrevistas eram iniciadas com uma conversa informal, na qual o paciente era chamado
por seu nome, seguida da explicação dos procedimentos, tais como: que iria começar fazendo
algumas perguntas pessoais sobre o seu estado de saúde, que essas perguntas não seriam
divulgadas e, ao final, perguntava sobre os cuidados de enfermagem e as manifestações e ou
complicações apresentadas, pedindo autorização para gravá-la, assegurando-me se, de que, até
aquele momento, estava tudo bem.
A gravação da entrevista justifica-se pela possibilidade da pessoa de falar livremente sobre os
cuidados recebidos, dando visibilidade às suas manifestações fisiológicas e complicações na
câmara. Para Triviños (1987), a gravação apresenta a vantagem de se obter a fidelidade do
conteúdo, emitido oralmente pelo participante da pesquisa.
Para Polit e Hungler (1995), a entrevista semi-estruturada consiste em um auto-relato,
através de um documento formal e escrito – o plano da entrevista, constando de perguntas
abertas, permitindo a narrativa do paciente, que manifesta suas necessidades e expectativas, assim
como favorece a visibilidade dessas manifestações.
Na entrevista semi-estruturada é possível considerar os elementos relevantes da fala,
demonstrando interesse para que o sujeito possa aprofundar mais a respeito, e quando o
entrevistador, julgá-la incompleta, poderá solicitar que apresente maiores detalhes sobre o
assunto em pauta, explicando mais claramente o que está querendo dizer (TURATO 2003).
Neste estudo, o instrumento da entrevista (Apêndice F) foi composto por 5 partes. A
primeira contendo dados de impressão do entrevistador. Na segunda, encontra-se apectos
referentes à caracterização sócio demográfica dos sujeitos, a fim de traçar um perfil da amostra.
Nos ítens constantes nessa parte, encontra-se alguns indicadores, que estão relacionados nos
69
documentos dos Indicadores dos Dados Básicos do Ministério da Saúde (BRASIL, 2005), além
de variáveis relativas as sessões terapêuticas, à partir de dados epidemiológicos. (PEREIRA,
2002).
A terceira parte envolveu os problemas de saúde do grupo estudado, constando de indicações
clínicas da terapia hiperbárica de acordo com a Resolução 1457/95 do Conselho Federal de
Medicina, (BRASIL, 1995); das doenças por sistemas, encontradas na tabela da proporção dessas
doenças e causas de internações hospitalares e relacionadas no Anuário Estatístico de Saúde do
Brasil, (BRASIL, 2001), sendo complementadas por itens relacionados à história pregressa da
pessoa, incluindo tratamentos clínico e cirúrgico, medicamentos utilizados, hábitos de vida,
alergias e deficiências relacionadas às causas das doenças, podendo ser encontrados em
Isselbacher, (2000) e Pereira (2002).
A quarta parte envolveu as condições fisiológicas dos pacientes consideradas a partir de
Guyton (2002), uma vez que esses dados são de interesse da enfermagem, e dão visibilidade às
peculiaridades dos pacientes, antes da terapia, facilitando o entendimento das suas manifestações
quando no interior da câmara.
Na quinta parte, encontram-se perguntas abertas, relacionadas aos cuidados e à terapia,
havendo, ao final, uma pergunta fechada, de classificação, através de uma escala, que é definida
como uma escala, envolvendo a designação de um escore, que objetiva colocar os sujeitos em um
continuum, no que diz respeito a certo atributo (POLIT & HUNGLER, 1995).
A construção de um plano de entrevista estruturado constitui tarefa que demanda tempo,
requerendo muita atenção e detalhe, segundo Pollit e Hungller (1995), o que foi vivenciado na
elaboração do instrumento de coleta de dados deste estudo, baseado na compreensão de que é
fundamental obter parâmetros acerca do paciente antes do início da terapia hiperbárica,
favorecendo o seu acompanhamento do início ao fim.
70
2.2.4. 5 Aferição da Pressão arterial:
Estas, ocorrem sempre no 1º dia da sessão e a partir do 3º dia, ao final da entrevista.
A 1º verificação deve-se quando o paciente era avaliado antes ou durante a consulta
médica para a admissão no tratamento. Essa verificação foi realizada por mim, pelo técnico de
enfermagem ou pelo médico, sempre utilizando o mesmo tensiômetro e os valores eram
registrados no instrumento de coleta de dados fisiológicos.
Ao finalizar a entrevista, verificava-se, também, pressão arterial do paciente, na posição
sentada, perguntando se queria falar mais alguma coisa e/ou perguntar, olhando rapidamente o
instrumento para certificação de que algum dado não fora esquecido. Agradecia, colocando-me à
disposição para que, se quisessem entrar em contato, o fizessem diariamente no Serviço ou pelos
telefones encontrados na folha de consentimento.
2.2.4.6 A consulta documental
Os documentos consultados para este estudo, envolveram o prontuário, o livro de ordens e
ocorrências e a ficha de acompanhamento da sessão, todos eles continham dados acerca do
paciente. No prontuário foram coletados o número de sessões realizadas e outros dados relevantes
ao estudo. Deve ser registrado que os prontuários do serviço são compostos por uma folha de
anamnese e de uma folha de registro do perfil da sessão hiperbárica.
O livro de ordens e ocorrências, também comentado, é destinado ao registro de um
resumo sobre a terapia, constando do registro das intercorrências e da identificação dos pacientes
iniciantes, tendo ainda o registro de sua pressão arterial e sendo utilizado para a busca das
evidências.
71
A ficha de acompanhamento da sessão compreende a relação nominal dos pacientes,
identificação do médico responsável pelo acompanhamento da terapia naquele dia, do técnico de
enfermagem operador da câmara interno e externo, a pressão terapêutica, o tempo prescrito da
sessão; horário do seu inicio, término da administração do oxigênio e intervalos de ar e o registro
da temperatura e umidade relativa do ar no interior do equipamento. Esse documento foi utilizado
para consulta de dados referentes às imagens, como a temperatura e umidade da sessão, assim
como para retirada de outras dúvidas pertinentes.
2.2.5 Limitações do estudo
Registro as limitações de aspecto técnico- operacional encontradas neste estudo, o que
determinou atraso de 3 meses para o inicio da coleta. Foi, ainda, necessário decidir qual o
equipamento mais adequado para coleta de dados e adquiri-lo, além da apropriação do
conhecimento sobre as técnicas utilizadas.
Nesse tempo em que a coleta não aconteceu, outras oportunidades surgiram de
contribuição para o estudo, a exemplo da realização e/ou participação em outras atividades e
eventos da área hiperbárica, como cursos de medicina hiperbárica e a apresentação de trabalhos
em eventos, favorecendo aprofundamento do conhecimento, novas descobertas e a divulgação do
estudo.
A dificuldade técnica iniciou-se pela opção de filmagem, recurso considerado excelente
pela possibilidade de se ver o cuidado in loco. Surpreendi-me ao perceber que junto com a
imagem, muitas vezes, não vinha o som, constituindo-se um grande obstáculo. Outro desafio foi a
realização das entrevistas individuais, que exigiram disponibilidade e tempo do paciente.
A apresentação do resumo dos obstáculos encontrados, mas, felizmente, superados,
objetiva contribuir quando da realização de outros estudos dessa natureza.
72
Desse modo, as dificuldades da filmagem envolveram: a iluminação, que foi resolvida
através de um abajur, confeccionado especialmente para afixar luzes frias fora da escotilha;
ligação do gravador de DVD às câmaras, uma vez que já existia um circuito externo ligado a um
monitor e a um seqüenciador, o que impedia a fixação da imagem; um chaveador independente
para fixar a imagem foi a solução, sendo usado dois monitores em cima do painel, um de uso
seqüencial e o outro fixo.
Para manusear o gravador de DVD, foi preciso adquirir revistas, ler o manual de
instruções, filmar e finalizar os DVDs, tendo especial apoio de uma revista técnica especializada
Mega guia, (2004).
O som, também, não estava adequado, não sendo encontrada solução imediata para esse
problema, sendo necessário chamar um engenheiro eletrônico para consertá-lo por ser o painel
importado. Essa intercorrência não foi totalmente resolvida, sendo possível apenas observar a
imagem do paciente e dos cuidados recebidos. Esse dado não prejudicou análise da imagem,
sendo incluso apenas o que de fato foi apresentado.
Outro item, que também dificultou a operação do estudo, relacionou-se aos técnicos, que
ao realizarem os procedimentos ficavam, de vez em quando, de costas para a câmara, na frente do
paciente. Isso, levou a invalidação de algumas horas de filmagem. A solução foi então, a de
orientá-los, posteriormente de modo que se posicionassem, não permanecendo na frente da
câmara e supervisionando a filmagem, sempre que possível. Embora permanecesse presente
durante a sessão, não foi possível ter o controle de toda a filmagem porque em alguns momentos
afastava-me da câmara, a fim de observar outro paciente que aguardava para a consulta médica
ou estava realizando entrevistas.
Assim, do ponto de vista operacional, as dificuldades foram determinadas também pela
localização do Serviço, distante das residências e dos hospitais dos pacientes, fazendo-os
73
dependentes de transporte para chegarem no serviço. Os pacientes, em sua maioria idosos, com
enfermidades que interferem na marcha, eram trazidos por parentes, amigos em táxis, ônibus,
carro próprio e ou ambulâncias, com horários pré-determinados, fator que implicou em atraso de
algumas entrevistas. O número reduzido de sessões, também, ampliou o tempo da coleta.
Somente a partir do mês de outubro de 2004, foi que ocorreu o aumento de duas para três sessões,
por razão de um convênio assinado com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.
2.2.6 Tratamento dos dados
Os dados coletados compreenderam dados quantitativos e qualitativos, sendo integrados para
responder aos objetivos do estudo. Os qualitativos, originados a partir das entrevistas, foram
analisados com base na técnica de análise de dados de conteúdo de Bardin (1979), através da
análise temática. Aqueles dados gerados da observação direta ou a indireta, através da filmagem,
tiveram um roteiro dirigido (Apêndice F) para avaliação das imagens.Os dados, provenientes dos
registros e quantitativos, foram analisados estatisticamente.
Para análise estatística utilizou-se o programa SPSS versão 11.3, aplicando as relações
selecionadas e referentes ao valor amostral (BISQUERRA, 2004). A análise teve característica
descritiva e as variáveis categóricas encontram-se expressas por freqüência absoluta (n) e relativa
(%).
Para Yin (2005), a análise de dados consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas,
testar ou, do contrário, testar as proposições inicias do estudo, com base nos objetivos propostos.
Assim, as informações foram analisadas individualmente, e posteriormente consideradas em
grupo, a partir da freqüência dos eventos de interesse do estudo. A organização do material
produzido deu-se através dos seguintes momentos :
74
2.2.6.1 Dados da entrevista:
1. Dados objetivos: Analisados após inserção no banco de dados do SPSS;
2. Dados subjetivos: Transcrição das entrevistas (Apêndice G), leitura geral do material
produzido com posterior descrição analítica: foram estabelecidos os procedimentos de
codificação, classificação e categorização, com vistas às aproximações ou divergências de idéias.
Esses dados foram analisados a partir da unidade de informação, sendo enumerados para análise
estatística por freqüência relativa.
Desse modo, ao finalizar a organização dos dados, estes foram categorizados e integrados
a partir da freqüência de aparição e convergência da similaridade do evento. A interpretação
referencial estabeleceu relações e conexões com as manifestações e complicações e aquelas
verbalizadas durante a terapia hiperbárica. Na primeira fase, de forma individual e na segunda, a
partir da freqüência com que apareceram na amostra. Assim, foram organizados em descritores
de cuidados, manifestações e complicações, sendo apresentadas em quadros síntese e
posteriormente, recortadas e incluídas como evidências dessa categoria, seguida da discussão a
seu respeito.
2.2.6.2 O teste de hipótese:
As variáveis utilizadas para o teste de hipótese foram da retirada da câmara e do
barotrauma, porque indicaram que os pacientes não se adaptavam ao meio hiperbárico. Nesses
casos, eles apresentaram medo incontrolável (fobia).
O teste utilizado foi o teste de afirmação sobre uma proporção.
75
* Os testes de hipóteses aplicados referem-se a características (ex: proporções) sobre a
população da amostra
1
em estudo.
* Os testes foram aplicados ao nível de 5% de significância (probabilidade de rejeitar a
hipótese nula (H
0
) sendo ela verdadeira).
As hipóteses testadas:
H
0
)
2
Proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não apresentaram Barotrauma
é significativamente maior do que aqueles que apresentam.
H
1
)
3
Proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não apresentaram Barotrauma
é menor do que aqueles que apresentam.
Em linguagem estatística: H
0
) P
Bn
P
Bs e
H
1
) P
Bn
<
P
Bs
* P
Bn
: Proporção dos pacientes submetidos a terapia hiperbárica que não tiveram Barotrauma
* P
Bs
: Proporção dos pacientes submetidos a terapia hiperbárica que tiveram Barotrauma
Resultado do teste aplicado: Observou-se que a estatística de teste calculada foi menor do que o
z
α
do que alfa. Logo, não se rejeita a hipótese nula.
Conclusão: Com base no teste não rejeita a hipótese nula ao nível de 5% de significância, ou
seja, há evidências de que a proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não
apresentaram Barotrauma foi significantemente maior do que aqueles que apresentaram.
1
Amostra: Pacientes submetidos a terapia hiperbárica em câmaras multiplaces.
2
H
0
: Hipótese nula
3
H
1
:Hipótese alternativa
76
Hipótese Testada:
H
0
) A proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não foram removidos da
câmara é significantemente maior ou igual do que aqueles que foram.
H
1
) A proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não foram removidos da
câmara é menor do que aqueles que foram.
Em linguagem estatística: H
0
) P
Rn
P
Rs
H
1
) P
Rn
<
P
Rs
* P
Rn
: Proporção dos pacientes submetidos a terapia hiperbárica que não foram removidos da
câmara.
* P
Rs
: Proporção dos pacientes submetidos a terapia hiperbárica que foram removidos da câmara.
Resultado do teste aplicado: Observou-se que a estatística de teste calculada foi menor do que o
z
α
do que alfa. Logo, não se rejeita a hipótese nula.
Conclusão: Com base no teste não rejeita a hipótese nula ao nível de 5% de significância, ou
seja, há evidências de que a proporção dos pacientes submetidos a terapia hiperbárica que não
foram removidos da câmara seja significantemente maior do que aqueles que foram removidos.
Hipóteses a serem testadas:
H
0
) Proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não apresentaram Barotrauma
é igual a zero.
H
1
) Proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não apresentaram Barotrauma
é maior do que zero.
77
Em linguagem estatística:
H
0
) P
Bn =
0 H
1
) P
Bn >
0
* P
Bn
: Proporção dos pacientes submetidos a terapia hiperbárica que não tiveram Barotrauma.
* P
Bs
: Proporção dos pacientes submetidos a terapia hiperbárica que tiveram Barotrauma.
Resultado do teste aplicado: Observou-se que a estatística de teste calculada é menor do que o
z
α
do que alfa, logo não se rejeita a hipótese nula.
Conclusão: Com base no teste não rejeita a hipótese nula ao nível de 5% de significância, ou
seja, há evidências de que a proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não
apresentaram Barotrauma seja igual a zero
Comentário: Com base nos resultados pode-se dizer que em geral há evidência de que os
pacientes submetidos a terapia se adaptam ao meio.
Hipótese Testada:
H
0
) A proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não foram removidos da
câmara é maior do que zero.
H
1
) A proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não foram removidos da
câmara é maior do que zero.
Em linguagem estatística: H
0
) P
Rn
= 0 e H
1
) P
Rn
>
0
* P
Rn
: Proporção dos pacientes submetidos a terapia hiperbárica que não foram removidos da
câmara.
78
* P
Rs
: Proporção dos pacientes submetidos a terapia hiperbárica que foram removidos da câmara.
Resultado do teste aplicado: Observou-se que a estatística de teste calculada é menor do que o
z
α
do que alfa, logo não se rejeita a hipótese nula.
Conclusão: Com base no teste não rejeita a hipótese nula ao nível de 5% de significância, ou
seja, há evidências de que a proporção dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica que não
foram removidos da câmara seja igual a zero.
Comentário: Com base nos resultados pode-se dizer que, em geral, há evidência de que os
pacientes submetidos a terapia se adaptam ao meio.
Nota 2
: Antes de aplicar os testes acima foi aplicado o teste de normalidade para sabermos se a
amostra provêm de uma população aproximadamente normal. Ou seja, a distribuição amostral
das proporções amostrais é aproximadamente normal.(um dos pré-requisitos necessários para a
aplicação dos testes acima).
2.2.6.3. As imagens
O processo de organização das imagens registradas para o estudo, deu-se pela edição de
cada DVD e identificação dos pacientes filmados, destacando-se dados importantes da sessão. A
observação sistemática das imagens através do instrumento estruturado para tal, (Apêndice F);
constando das variáveis observadas procedeu-se ao levantamento com a observação direta das
imagens do inicio ao fim e checagem das manifestações, complicações apresentadas e dos
79
cuidados prestados durante a terapia hiperbárica. Esse instrumento seguiu o referencial teórico de
Norvell (2002) e dos cuidados protocolados no Serviço, conforme já referidos na Revisão de
literatura.
Por fim, os resultados alimentaram o banco de dados, de modo a serem tratados
estatisticamente. Também, estão analisados como evidências dos cuidados e das manifestações e
complicações apresentadas pelos pacientes.
2.2.6.4. Os dados da observação sistematizada antes da terapia
Esses dados foram, também, tratados estatisticamente, através de análise por freqüência
relativa e percentual no SPSS. Analisados à luz dos referenciais teóricos do estudo, compuseram
os cuidados admissionais e contínuos pré-terapia. Dessa observação, ainda resultaram registros de
notas de campo, que permitiram a identificação de outros cuidados e dados não inclusos no
roteiro.
2.2.6.5. Dados documentais
Encontram-se descritos como dados de evidências dos fatos.
2.2.7 A categorização dos dados
Os dados gerados a partir das falas e das imagens dos cuidados, manifestações e
complicações determinaram 5 categorias definidas com base na análise de similaridade e
ocorrência, codificadas como:
O cuidar e os cuidados em pré-terapia e o cuidar e os cuidados trans-terapia.
80
2.2.8 A Validação dos dados
Para obter uma representação adequada a esse processo, foram selecionados 10% da
amostra. Os participantes aceitaram o convite livremente. A referência utilizada foi a opinião dos
sujeitos acerca das categorias encontradas a partir dos depoimentos e imagens apresentadas
através da exposição dialogada por meio de recurso áudio visual.
A concordância foi diagnosticada pelas posições dos sujeitos durante a apresentação. O
resultado da análise evitou possíveis distorções que por acaso pudessem ocorrer na interpretação
da análise.
81
3. OS PRIMEIROS RESULTADOS
Neste capítulo estão os resultados, compreendendo o perfil dos sujeitos da amostra,
seguida da análise e discussão das categorias do estudo.
3.1 O PERFIL DOS PACIENTES DO ESTUDO
Encontram-se elementos do perfil dos participantes do estudo, traduzidos pelas variáveis
sócio demográficas e de saúde. A identificação do perfil de saúde dos pacientes permitiu a
identificação dos problemas, existentes ou potenciais, que poderiam ocorrer durante a terapia
antecipando o planejamento do cuidado – o cuidar. Norvel (2002) orienta a elaboração de um
plano de cuidados para cuidar durante a terapia hiperbárica, favorecendo o planejamento de uma
assistência individualizada, a partir das suas condições fisiológicas antes da terapia. Vejamos
essas variáveis:
¾ Sexo e idade
A idade foi indicada pelos participantes. O número de atendimento de idosos acima de 60
anos foi de 42% do quantitativo, esteve próximo do crescimento deste grupo na realidade
nacional, estando os outros na faixa compreendida entre 18 a 59 anos (58%). Com o aumento da
população de idosos, encontrado no Censo de 2000, temos 14.536.029 cidadãos na faixa etária
superior a 60 anos, que representam 6% da população (IBGE, 2000).
82
Pacientes residentes no interior do Estado informaram que a data real do nascimento não
era verídica na certidão de nascimento. Esses registros costumam ser feitos meses ou anos depois
do nascimento e na cidade mais próxima, o que dificulta, muitas vezes a veracidade da data.
Foi considerada a caracterização fenotípica dos sujeitos para a indicação do sexo. Dos 100
participantes 51% eram do sexo masculino e 49% do feminino. A presença feminina implica, na
compreensão das alterações hormonais, determinadas pela menstruação e pela menopausa
decorrentes dessas fases, podendo, por vezes, aparecerem como manifestações fisiológicas
inclusive durante a terapia hiperbárica.
Quadro 1 – Distribuição dos participantes do estudo de acordo com sexo e idade, em anos.
Salvador – Ba, 2004-2005.
Sexo
Idade
masculino feminino
Total
Até 25 6 6 12
De 26 a 30 2 2 4
De 31 a 35 5 3 8
De 36 a 40 5 3 8
De 41 a 45 2 2 4
De 46 a 50 2 2 4
De 51 a 59 6 12 18
De 60 a 70 15 11 26
De 71 a 80 7 6 13
De 81 a 90 1 2 3
Total 51 49 100
Fonte: Instrumento da entrevista
¾ Naturalidade
O local de nascimento dos participantes do estudo evidenciou um percentual
representativo de pessoas, cuja origem foi o interior do Estado da Bahia. Os municípios de Feira
de Santana e Ilhéus foram os mais freqüentes, porque são cidades periféricas mais próximas de
Salvador e o Serviço do estudo era o único em funcionamento, no período.
83
Dos nascidos em outros Estados houve 8% do grupo. Da região sudeste 2 pacientes, 1
(1%) de MG e 1 do RJ (1%); do Nordeste 5, Sergipe 2 (2%), Alagoas 1 (1%), Paraíba 2 (2%)
Centro Oeste 1 (1%).De outros países tivemos 1 Espanhol (residente da Espanha) que teve
doença descompressiva após mergulho recreativo, e um Italiano, que reside em Salvador, há 50
anos.
¾ Procedência
Contribuiu a para a compreensão de comportamentos e atitudes, interferindo inclusive no
nível de ansiedade e adesão ao tratamento, por residirem no interior e permanecerem na cidade
do Salvador exclusivamente para o tratamento, compreendendo um total de 67 (67%), vindos das
suas residências enquanto os hospitalizados foram 33 (33%).
A procedência domiciliar obteve um percentual representativo frente aos hospitalizados.
Esse fato pode ser justificado por essa terapia ser um tratamento coadjuvante, permitindo
condições estáveis para a assistência ambulatorial.
Os pacientes hospitalizados acessavam o serviço de cadeira de rodas ou macas, sempre
acompanhados de uma auxiliar de enfermagem. Aqueles provenientes de Instituições externas
chegavam de ambulância e os que vinham de sua residência em carro próprio, ônibus ou táxi.
¾ vel de escolaridade
O nível de escolaridade é considerado um dado relevante para a enfermagem hiperbárica,
dada à necessidade da apreensão das informações sobre a terapia assim como a leitura do folheto
informativo. Entretanto, neste estudo, os pacientes analfabetos receberam orientações verbais e
demonstrações de compensação da orelha e não demonstraram dificuldades em apreender e
84
realizá-las no interior da câmara. Nesse caso em especial os folhetos foram disponibilizados aos
seus responsáveis legais.
A classificação Brasileira para o ensino divide-se em fundamental, médio e superior. A
taxa de analfabetismo de acordo com o INEP (2000) foi de 29,4% para pessoas acima de 50 anos
e 6,7% para a população entre 20 a 24 anos de idade. Na amostra encontramos 6 (6%) de
analfabetos, identificamos nos prontuários que todos eram dependentes da assistência de saúde
pública do Estado da Bahia.
O maior percentual, 23%, foi relativo aos pacientes portadores do curso médio completo. O
curso superior foi significativo, representando 20%, incluindo aqueles com superior incompleto e
pós-graduados.
Tabela 1 - Nível de Escolaridade dos componentes da população alvo, por série.
Salvador Ba – 2004-2005
Nível de escolaridade F %
Analfabetos 6 6
1º grau incompleto 20 20
1º grau completo 18 18
2º grau incompleto 12 12
2º grau completo 24 24
Superior incompleto 4 4
Superior completo 13 13
Pós-graduação 3 3
Total 100 100
Fonte: Instrumento de entrevista semi-estruturada
¾ Hábitos de vida
Os hábitos de vida costumam estar diretamente relacionados à co-morbidade e à evolução
do seu processo de cicatrização. O consumo abusivo de álcool tem relação com danos da mucosa
gástrica, fígado, aparelho cardiovascular e sistema nervoso, enquanto o consumo de cigarros
relaciona-se com a ocorrência de doenças cardiovasculares e câncer e na câmara aumenta a
85
probabilidade de barotraumas. No processo de cicatrização, tais aspectos interferem diretamente
na microcirculação, determinada pelo comprometimento de capilares.
Nesse grupo, 79 (79%) não possuíam nenhum hábito de vida que pudesse comprometer a
sua saúde.
Entretanto 13 (13%) eram etilistas sociais, 2 (2%) usaram drogas e 13 (13%) fumavam.
Quanto aos fumantes eram orientados pelo médico a não fumarem durante o peodo em que
estavam sendo submetidos à terapia hiperbárica. Essa orientação era mantida pelos técnicos que
sempre conversavam sobre o assunto, uma vez que a demanda sobre esse assunto surgia na
interação entre eles.
Dos casos de etilistas, um paciente portador de uma amputação parcial do 1º quirodáctilo,
destacou sua dependência. Verbalizou que conheceu o tratamento como mergulhador recreativo,
obtendo informações sobre os benefícios da terapia e a considerou como um tratamento que lhe
permitia continuar fazendo uso do cigarro. Embora tenha reduzido o número de cigarros, não
conseguiu parar de fumar.
¾ Alergias e problemas do sistema respiratório
No grupo foram encontradas 33 (33%) pessoas alérgicas, sendo 8 (8%) a medicamentos,
1(1%) a poliuretano. Desse total 24 (24%) referiram alergia a diversas substâncias entre elas
alimentos, detergentes, poeira, umidade e contato. Dessas últimas, na sua maioria determinava
problemas respiratórios, sendo 10 (9%) relacionados à asma, rinite alérgica ou sinusite. Nos
medicamentos destacaram-se os grupos dos antibióticos e antiinflamatórios. Do conjunto 68
(68%) pessoas relataram não apresentar sintomas de alergias, até o momento.
Para Guyton (2002) e Potter (1999), o oxigênio é essencial para sustentar a vida e os
sistemas cardíaco e respiratório funcionam para suprir sua demanda. Na amostra estudada
86
verificou-se uma pequena freqüência de 10% de problemas respiratórios, como asma brônquica e
obstrução nasal freqüente, causada por rinite alérgica e sinusite, podendo-se inferir que os
problemas respiratórios foram secundários. Em apenas um caso o problema respiratório teve
implicação direta no tratamento, causando desconforto no momento da inspiração do oxigênio
pela máscara, segundo seu depoimento ela removeu a máscara por diversas vezes para limpeza do
nariz.
Os problemas respiratórios foram informados aos médicos e os pacientes foram avaliados,
sendo elaborado um plano de tratamento individual através do exame físico, anamnese e
acompanhamento direto destes durante as sessões assim como prescrição de descongestionantes
nasais, irrigação da narina com solução fisiológica, orientação do aumento da hidratação oral e
encaminhamento ao especialista sempre que necessário. Todos os casos foram controlados.
¾ Estado de consciência:
As 100 pessoas (100%) da amostra estavam conscientes, quando da terapia hiperbárica.
Os familiares e acompanhantes também deram contribuições em algumas das entrevistas, quando
solicitados a lembrar de dados referentes ao estado de saúde do paciente. Nos casos de acidentes
de mergulho, de doenças descompressivas, foram registrados 2 casos, um deles perdeu a
consciência durante a terapia e, ao final, apresentou convulsão decorrente da intoxicação pelo
oxigênio.
Deve ser registrado, que a manutenção do nível de consciência assim como da
sensibilidade dolorosa é importante, a fim de permitir a realização de manobras de compensação
do ouvido e o relato de sinais e sintomas durante a terapia, principalmente daqueles decorrentes
de barotrauma.
87
No entanto, pacientes inconscientes, também, podem ser admitidos para o tratamento,
desde que, em uso de respiradores artificiais, que ciclam sob pressão, devendo ser especiais para
ambientes hiperbáricos.
¾ Sinais vitais – Pressão arterial
Esse dado foi coletado, porque foram observadas, alterações da pressão arterial
relacionadas ao nível de ansiedade dos pacientes, inclusive naqueles que não eram hipertensos.
Sobre isso, Chaves (2004), em um estudo sobre os efeitos da ansiedade sobre a pressão arterial
em mulheres hipertensas não encontrou diferença estatisticamente significativa entre pressão
arterial e níveis de ansiedade, também Chinea (1993), em uma pesquisa sobre variações médias
da freqüência do pulso e da pressão arterial durante a sessão hiperbárica, também não encontrou
variações significativas. Ainda assim, encontrou-se na rotina assistencial, alteração de sinais
vitais relacionados às emoções.
Em busca de uma coleta mais apurada, optou-se por verificar a pressão arterial dos
pacientes do estudo antes de entrar no 1
o
dia da terapia e no dia da entrevista, quando já havia
passado, no mínimo, 3 dias de tratamento. A pressão arterial foi verificada com o uso do
manguito e estetoscópio na artéria braquial, a posição dos pacientes era sentada e ocorria durante
a consulta médica no 1º dia da entrada na câmara. Desse modo, foi constatada variações entre os
valores da pressão arterial na admissão e da verificação subseqüente. Recadio & Gesell (2002)
fizeram um estudo sobre a variação da pressão arterial pré e pós-tratamento em pacientes
submetidos a oxigenoterapia hiperbárica, encontrando uma variação acima de 10mmHg. Na
verificação da pressão arterial da admissão tivemos 33% do grupo com a diastólica igual e maior
que 90mmHg, na subseqüente esses valores foram 38%, havendo um aumento de 5%, entre as
88
duas. Essas alterações foram comunicadas ao médico e foi administrado anti-hipertensivo, sendo
verificado novamente ao término da sessão.
Não há pretensão de afirmar que os pacientes tiveram pico hipertensivo nesse período, até
porque do grupo, houve pacientes em que hipertensão não tinha sido diagnosticada, foi o caso de
um dos pacientes não identificados como hipertenso, cujos valores da sua pressão arterial
estavam bastante elevados, sempre que era verificada, sendo orientado a procurar um
cardiologista. Não houve controle da pressão arterial intra-sessão.
No estudo, foi sinalizada a importância da verificação da pressão arterial como um
parâmetro na admissão e de possíveis alterações que possam ocorrer no interior da câmara. Do
total de 100 pacientes 35% deles apresentaram a pressão diastólica acima de 90mmHg; quando
questionados sobre o uso de medicação específica alguns informaram que usavam, embora não
tivessem tomado no momento ou que tomavam à noite. Entre os hipertensos todos estavam com
acompanhamento médico, mas, entre eles 2 não iam à revisão há muito tempo.
¾ O estado de hidratação
O pinçamento da pele do antebraço e a inspeção da mucosa conjuntival foram os
parâmetros utilizados para a avaliação do turgor e hidratação. 34 (34%) da amostra apresentou
alteração do turgor com 19(19%) hipohidratados e 28 (28%) normohidratados. Essas alterações
foram também, decorrentes da idade avançada, considerando que quase da metade da amostra, 42
(42%), estavam na faixa acima de 60 anos de idade. Desse grupo 35(35%) relataram não beber
liquido com freqüência. Deve-se ressaltar que no interior da câmara era disponibilizada água
durante a sessão, a fim de manter os pacientes hidratados.
89
O estado de hidratação pode estar relacionado às manifestações fisiológicas de sede que
costumam ocorrer durante a sessão hiperbárica, além de ser um sinal de descontrole dos níveis
glicêmicos, o que, também, pode levar à sensação de sede.
A sudorese foi um sintoma referido por 42 (42%) dos pacientes e a sede por 46 (46%),
manifestações estas, relacionadas à perda de líquidos e eletrólitos. Eles informavam que
costumam suar muito, porque sentiam muito calor, o que pode ser compreendido, uma vez que a
cidade de Salvador é uma cidade litorânea e a temperatura e umidade são altas, durante quase
todo o ano. A necessidade hídrica tem relação estreita com a sua reposição e, nesse caso, pode
aparecer no interior da câmara como manifestação decorrente do calor.
Da amostra, 53(53%) dos pacientes apresentaram edemas. Para Guyton (2002) esse quadro
é decorrente da presença de liquido intersticial em excesso nos tecidos, podendo ter três causa
principais: a primeira; resultante da dinâmica capilar anormal, causada pelo aumento da pressão
intracapilar é determinada por qualquer condição clínica, que cause dilatação venosa ou arterial.
No caso do estudo, as úlceras vasculogênicas podem ser responsáveis pelo problema. A presença
de grandes coágulos pode também, determinar obstrução venosa.
A segunda causa, mais freqüente, foi a da pressão aumentada pela obstrução do retorno
venoso, devido à insuficiência cardíaca, pois o coração não mais bombeia com facilidade o
sangue para fora das veias, ficando represado no sistema venoso. Registramos, que, dos edemas,
o mais grave é aquele relacionado à obstrução linfática.
A terceira causa deu-se pelo aumento da permeabilidade dos capilares levando ao edema e
envolvendo a integridade do endotélio capilar, o que pode ocorrer por queimaduras e reações
alérgicas. A hipoproteínemia, principalmente decorrente de queimadura extensa, e o que leva a
redução da pressão coloidosmótica. Outro fator pode estar relacionado a albuminúria, por
90
nefrose, assim como por uma dieta insuficiente de proteína e, nesse caso, o edema é denominado
de nutricional (GUYTON, 2002).
Considerando a localização dos edemas em membros inferiores, sempre associados à
presença de lesões, considera-se que os pacientes do estudo apresentavam edema de origem
inflamatória, determinada pelo aumento da permeabilidade dos capilares, com vazamento de
grandes quantidades de liquido para o meio intersticial e sempre ao redor da lesão.
As lesões em tratamento encontravam-se na fase inflamatória, afirmação decorrente das
suas características, todas cicatrizavam por 2
a
intenção, sendo que algumas delas haviam sido
submetidas a enxertos. Observou-se, então, durante a terapia a evolução da lesão, que foram da
etapa trombocítica até a etapa granulocítica e macrofágica, nas quais observa-se a angiogênese e
a proliferação celular (Meneghin apud DANTAS, 2003).
¾ Co-morbidade
As co-morbidades encontradas nos pacientes do estudo foram, na sua maioria,
enfermidades de evolução crônicas. Até porque, o curso dessas doenças pode evoluir para
complicações. A tabela abaixo revela as enfermidades mais freqüentes:
Tabela 2 – Distribuição e enfermidades em pacientes da amostra. Salvador, 2004/2005.
Co-morbidade F %
Diabetes
Hipertensão
Diabetes e hipertensão
Diabetes hipertensão e doença cardíaca
Diabetes hipertensão e doença renal
Doenças neurológicas
Doença cardíaca
Doença vascular
Não
27
15
5
7
2
2
1
38
3
27
15
5
7
2
2
1
38
3
Total
100 100
Fonte: dados do instrumento de entrevista
91
Verifica-se na tabela acima a prevalência da diabetes mellitus em 41% da amostra. Para
DATASUS, (1992) a taxa de prevalência dessa doença, na cidade de Salvador, foi de 7,9%, no
ano de 1988, na faixa etária entre 30 a 69. A hipertensão também teve alta incidência,
correspondendo a 29% do grupo.
Destaca-se que o conhecimento prévio do diagnóstico clínico de pacientes é um direito
dos profissionais de enfermagem, que cuidam de pessoas em condições de doença, destacados no
código de ética da profissão. Isso implica no planejamento do cuidado individualizado e, no caso
das câmaras multipaciente, entre outros cuidados, destaca-se a locação do indivíduo no interior da
câmara e o estabelecimento de medidas de prevenção de infecção cruzada. Como a maioria
desses pacientes tem lesões colonizadas ou infectadas o cuidado deve ser planejado considerando
o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
As úlceras vasculogênicas foram muito freqüentes (38%), pacientes portadores de lesões
isquêmicas e úlceras varicosas encontram-se nesse grupo. Houve dois deles com história de
trombose venosa profunda – (TVP) e uma delas, senhora de 48 anos de idades, obesa, teve a
terapia suspensa temporariamente, por esse mesmo motivo.
O planejamento dos cuidados para os pacientes diabéticos envolve a observação de sinais
de hiper e hipoglicemia, além do desjejum. Todos são orientados a realizarem o desjejum
previamente à sessão. A glicemia capilar é realizada quando algum paciente manifesta sinal de
alteração glicêmica, o que é comunicada ao médico que determinará a conduta a ser tomada.
Do conjunto das enfermidades 3% dos pacientes não eram portadores de nenhuma outra
doença e estavam em tratamento por doenças agudas.
92
¾ Indicações para a terapia hiperbárica:
Essas indicações estão relacionadas às conseqüências de uma enfermidade clínica, um
procedimento cirúrgico ou acidentes. Na amostra pode-se encontrar a maioria dessas indicações,
exceto a intoxicação por monóxido de carbono e a embolia gasosa. Encontram-se na tabela
abaixo as indicações pelas quais os pacientes procuram o tratamento. Essas indicações estão
relacionadas na Resolução 1457/95 do Conselho Federal de Medicina, Tabela AMB 99 –
Associação Médica Brasileira ou, ainda, na atual Tabela hierarquizada de procedimentos
médicos.
Tabela 3 - Distribuição das indicações clínicas dos pacientes submetidos à terapia
hiperbárica, Salvador, 2004/2005.
Fonte: Instrumento da Entrevista
A Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica segue as indicações clínicas do Comitê
de oxigenoterapia hiperbárica da Undersea Hyperbaric Medical Society. A cada 3 anos esse
comitê reúne-se e elabora um relatório, divulgando as novas indicações aceitas durante essa
reunião anual. Desse modo, o Comitê recebe trabalhos através da modalidade clínica “in vitro” e
Indicações F %
Radiomermites
Cistite actínica
1
1
1,0
1,0
Doença descompressiva 2 2,0
Pé diabético 15 15
Lesão isquêmica 40 40
Lesão infectada 29 29
Queimadura 4 4,0
Preparo para enxertia
óssea
1 1,0
Preparo enxertia pele 1 1,0
Osteomielite refratária 6 6
Total
100 100
93
“in vivo”, fornecendo recomendações, as quais são encaminhadas ao Comitê Executivo da
Sociedade para aprovação ou não dessas indicações, (FANZCA, 2003).
Nas lesões isquêmicas existe o comprometimento da vascularização tissular, mantendo os
tecidos hipóxicos como interferentes no processo de cicatrização. No estudo, os portadores de
lesão, representaram um percentual de 55%, incluindo nesse somatório, aqueles portadores de pés
diabéticos, representando o maior percentual das indicações.
As queimaduras dos pacientes foram decorrentes de acidentes de trabalho e um dos casos
de queimadura por placa do bisturi elétrico, no centro cirúrgico. Outras causas encontradas
foram: acidente por explosão de radiador do carro, e contato direto com máquinas compressoras
de papelão, que usam rolamento e calor, podendo chegar a 300
o
C, segundo informação do
paciente.
Um paciente portador de lesão infectada por microorganismos multiresistentes ficou
isolado dos demais, permanecendo na maca, evitando aproximação direta com os outros, sendo
implementadas medidas de isolamento de contato de acordo com a (NBR 7, ANVISA).
Houve, ainda, um caso de cistite actínica, induzida pela radioterapia. Na literatura
mundial foram encontrados 14 casos (Feldmeier, 2003). Nesses casos, como pode ocorrer
sangramento, o paciente freqüentemente sente-se constrangido, até mesmo para ser fotografado.
É importante registrar, que na terapia hiperbárica as indicações clínicas determinam a
pressão terapêutica dos pacientes. Desse modo, para a enfermagem é importante ter
conhecimento dessas indicações, com o objetivo de identificar a sessão mais indicada para o
paciente. Embora a terapia envolva a prescrição médica, observa-se que pela interação com a
equipe, por vezes, os pacientes solicitam troca de horário para o atendimento de seus
compromissos. Assim, a equipe poderá atendê-lo, temporariamente, se a troca for para uma
sessão com a mesma pressão terapêutica a qual já vem sendo submetido.
94
¾ As lesões de pele
Os portadores de lesões são de interesse da enfermagem, uma vez que ela sempre assumiu
a realização dos curativos desses pacientes e vem se especializando nessa área. Cabe ressaltar
aqui a criação de sociedades específicas de enfermeiras da área como a Sociedade Brasileira em
Estomoterapia (SOBEST), a Sociedade Brasileira de Enfermagem Dermatológica (SOBENDE) e
a. Sociedade Brasileira de Feridas (SOBENFE). O portador de úlceras crônicas tem
comprometimentos fisiológicos e podem ter, também, psíquicos e de ordem comportamental. É
preciso atentar para esses aspectos, pois no caso da terapia hiperbárica, há uma demanda atenção
especial aos portadores de lesão (NORVEL, 2002). Os portadores de lesões atingiram o maior
percentual de atendimento 90 (90%) dos casos tratados no Serviço em estudo.
Nesse contexto, 89 (89%) do grupo estudado apresentaram lesões de pele e 11 (11%)
apresentaram lesão óssea ou isquemia de partes moles. Desse total, 82 (82%) informaram que as
lesões comprometeram suas vidas. Os demais manifestaram estarem conformados com a
situação; ou por estarem aposentados, ou porque Deus tinha escolhido, para eles, aquele destino.
A localização predominante das lesões foram os membros inferiores, 71 (71%) dos casos,
assim distribuídos: 28% nos Membros inferiores direito (MID), 35% nos Membros inferiores
esquerdo (MIE) e 8% nos membros inferiores (MMII) seguidos de outros locais, totalizando
21%, como pênis, mama, tórax e o abdômen. A tabela a seguir revela esses dados.
Tabela 4 – Distribuição do tempo de permanência da lesão aberta, em meses e anos. Salvador,
2004/2005.
Fonte: Roteiro de entrevista
Tempo F %
< 1 mês 8 8
>1 mês a 1 ano 57 57
De 1 a 3 anos 12 12
De 3 a 6 anos 9 9
> 6 anos 11 11
Total
97 97
95
As lesões encontradas foram, em sua maioria, crônicas. A identificação do tempo da lesão
contribuiu para a compreensão da expectativa criada pelos pacientes em relação ao seu
tratamento. Depois de serem submetidos a outros tratamentos, depositaram na terapia hiperbárica
toda a crença de cura. Assim, no presente estudo 57 lesões encontravam-se abertas por um
período que variava entre 1 mês a 1 ano, e 33 dos casos por um período superior a 1 ano. Desse
modo, pode-se inferir que o tempo das lesões era muito longo, o que pode ter comprometido a
auto imagem, causando afastamento do trabalho e da vida social, além de favorecer complicações
decorrentes da solução de continuidade na pele, expondo-os a possibilidade de entrada de
microorganismos, pouso de insetos, osteomielite, distúrbios hidroeletrolíticos, causados pela
perda de líquidos, entre outros.
Do total apenas, 3 pacientes apresentaram as lesões fechadas, sendo uma osteomielite sem
ponto de supuração, localizada no esterno e decorrente de uma complicação pós cirurgia cardíaca,
e dois pacientes portadores de doença descompressiva que apresentavam equimoses nos membros
superiores.
Tabela 5 - Distribuição dos pacientes por localização das lesões, Salvador, 2004/2005.
Local F %
MID 28 28
MIE 35 35
MMII 8 8
MSD 3 3
MSE 3 3
MMSS 2 2
Outros 21 21
Total
100 100
Fonte: dados da entrevista
96
¾ Os Problemas na coluna vertebral
Os problemas da coluna foram considerados a partir do relato dos pacientes. Informaram
ter recebido o diagnóstico pelo médico ortopedista e as alterações estavam sempre acompanhadas
de dor. No estudo foram identificados um caso de cifose (1%), 6 (6%) de escoliose e nenhum de
lordose. Outros problemas como “bico de papagaio” foram relatados por seis pacientes e um
deles, inclusive, permaneceu deitado durante toda a terapia, por não suportar a dor.
¾ Procedimentos cirúrgicos
Entre os procedimentos cirúrgicos aos quais foram submetidos os pacientes do estudo,
que tiveram maior incidência foram àqueles relacionados ao controle das lesões. Assim 84 (84%)
foram submetidos a procedimentos cirúrgicos enquanto os demais nada referenciaram.
Tal resultado era esperado, uma vez que a terapia hiperbárica compreende um
procedimento terapêutico coadjuvante. Assim, o desbridamento foi o procedimento mais
freqüente, seguido de amputações e cirurgias plásticas. Nos portadores de lesões, fazia-se o
desbridamento com regularidade, sempre que havia tecido necrosado, de modo a viabilizar o
surgimento de novos tecidos e permitindo a evolução para a cicatrização.
Houve casos de implantes de próteses, que complicaram, levando à isquemia e
infecção. Estes representaram três implantes, um peniano e dois mamários.
97
Tabela 6 – Distribuição dos procedimentos cirúrgicos aos quais os componentes da amostra foram
submetidos. Salvador, 2004/2005
Fonte: Instrumento de entrevistas
Os casos de amputação decorreram de complicação isquêmica ou por trauma. Aqueles
de origem isquêmicas predominaram em função das insuficiências arteriais. Os casos de
amputação traumática deram-se por acidente automobilístico, um por acidente de trabalho e outro
por mordedura de piranha.
As cirurgias plásticas envolveram procedimentos de enxertos ou retalhos, enquanto as
ortopédicas alcançaram um percentual de 10%, caracterizando-se, principalmente por curetagens
ósseas, nos casos das osteomielites.
Procedimentos cirúrgicos N %
Amidalectomia 1 1,0
Amputação 11 11
Amputação e desbridamento 1 1,0
Cesária 2 2,0
Cirurgia cardíaca 1 1,0
Cirurgia geral 3 3,0
Cirurgia oftalmológica 3 3,0
Cirurgia oftalmológica e cardíaca 1 1,0
Cirurgia oncológica 2 2,0
Cirurgia ortopédica 10 10
Cirurgia plástica 9 9,0
Cirurgia proctológica 1 1,0
Cirurgia urológica 1 1,0
Cirurgia vascular 6 6
Desbridamento 20 20
Enxertia 3 3,0
Enxerto 1 1,0
Exerese da unha 1 1,0
Implante prótese 2 2,0
Nenhuma 6 6,0
Revascularização 4 4,0
Total
100 100,0
98
¾ A dor
O grupo estudado apresentou o seguinte perfil referente à dor: no local da lesão 51(51%),
antes da sessão 9(9%); relacionada à atividade 8 (8%); em repouso 10 (9,9%) e durante a sessão
14 (14%).
A angiogênese é um dos efeitos da oxigenoterapia hiperbárica, permite a formação de
novos vasos e estimula conseqüentemente o crescimento de terminações nervosas, o que pode
estar relacionado à presença de dor durante a sessão. A alternância entre hiperóxia e a hipóxia
pode contribuir para o estímulo da angiogênese. A dor, relacionada à doença, apareceu fora do
local da lesão nos portadores de artrose, lesões de origem arterial e problemas na coluna,
representando 14 (14%) dos casos. As queixas álgicas estiveram presentes no interior da câmara
entre os casos de vasculites, e os casos agudos posteriores aos curativos cirúrgicos,
principalmente em pacientes com fixadores externos e queimados.
Para Yeng (2005), a dor pode ter evolução aguda ou crônica. A cefaléia foi um sintoma
presente em cerca de 85% da população. No estudo, ela esteve presente em 22(22%) da amostra e
pode ter sido manifestação clínica de diversas enfermidades, entre elas a hipertensão arterial.
Pode ainda, estar presente em situações de estresse, e nesse caso, ao medo relacionado à
expectativa da entrada no interior da câmara.
Registra-se, que o limiar da dor é individual e variou de acordo com a sua origem e a faixa
etária. Nesses casos, pacientes mais jovens queixaram-se mais de dor, do que os mais velhos.
¾ Nutricional
Na fase inflamatória da lesão, a vitamina K, as proteínas e os aminoácidos contribuem
para o processo de cicatrização, já na fase proliferativa inclui-se o ferro, o zinco e a vitamina C,
sem contar com o oxigênio, que deve estar em todas as fases (BRITO, 2003).
99
Assim, a alimentação adequada contribui para o melhor resultado do tratamento. O tipo de
dieta consumida também pode ser observada através do peso corporal. Neste estudo, tal avaliação
foi realizada através da inspeção direta. 7 (7%) dos pacientes eram obesos e esse aspecto
influenciou diretamente no cuidado de transporte e posicionamento no interior da câmara, no
vestuário e na verificação da pressão arterial, principalmente quando esses pacientes não
deambulavam. Ressalta-se que o peso também pode prejudicar o tratamento, especialmente
quando se refere a lesões de membros inferiores, as quais representaram o maior percentual de
localização de lesões, neste estudo. Houve caso, de uma portadora de úlcera varicosa, que não
cicatrizava suas lesões por excesso de peso e, por isso, encontrava-se internada para perda
ponderal.
Outro aspecto referente à nutrição foi aquele relativo à dificuldade de se alimentar 35
(35%) alegaram o uso de medicações, procedimentos, redução e ou perda do apetite por tristeza
em face da sua doença ou, ainda pelo uso obrigatório de dietas para hipertensão e diabetes. 66
(66%) não manifestaram essa dificuldade. Do total da amostra, apenas um era incapaz de
alimentar-se sozinho e a comida era oferecida pelo filho, que o acompanhava no hospital. Uma
paciente referiu estreitamento da luz do esôfago, manifestando dificuldades de deglutição.
A dislipidemia esteve presente em 14 (14%) do grupo. Não foram identificados usuários de
dispositivos para alimentação e nem pacientes com caquexia.
¾ Necessidade de mobilidade e locomoção
Esse item envolveu o tipo e os cuidados de transporte utilizados para pacientes para
acesso à câmara. Assim, 44 (44%) deambulavam sem ajuda; 57 (57%) precisavam de alguma
ajuda, seja de terceiros, de bengalas ou de cadeira de rodas; 20 (20%) precisavam de ajuda
100
porque apresentavam restrições clínicas para apoiar os pés no chão, face às amputações ou
procedimentos cirúrgicos vasculares recentes.
Do total da amostra, 7 (7%) claudicavam, possuindo uma marcha lenta ou arrastada, como
foi o caso de alguns portadores de hemiplegia. Uma das pacientes, que também claudicava,
resolveu o seu problema com o uso de um pequeno salto no sapato.
Os pacientes em uso de muletas, 21 (21%), eram detentores de muita habilidade,
inclusive com fixador de Lizarov, mantendo a perna em extensão permanente. Desse grupo
apenas um iniciante apresentou dificuldades com a muleta.
Houve 4 (4%) de portadores de hemiplegia e 10 (10%) estavam acamados. Os
acompanhantes e auxiliares de enfermagem das ambulâncias, também ajudavam no
deslocamento.
¾ As Deficiências
De acordo com o Censo do IBGE (2000), no Brasil existem 24, 5 milhões de pessoas
portadoras de deficiências. Dentre os diferentes tipos de deficiência, a visual é a mais alta com
16.573.939, correspondendo a 48,1% delas. Nesta pesquisa foram consideradas para efeito de
coletas as deficiências visual, auditiva e de locomoção.
A deficiência auditiva, pela Lei 7853/89 e Decreto 5.296/04, é conceituada como a
perda bilateral, parcial ou total, de 41 decibéis ou mais, aferida em audiograma nas freqüências
de 500 HZ, 1000HZ, 2000 Hz e 3000Hz. Para a cegueira, a acuidade visual é igual ou menor que
0,05, com a menor correção óptica. A deficiência física é, também, conceituada nesse Decreto
como a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o
comprometimento da função física, sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
tetraplegia, tetraparesia, tetraparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência
101
de membro, paralisia cerebral, nanismo e membros com deformidade congênita ou adquirida,
excetuando-se as deformidades estéticas e aquelas que não produzem dificuldades para o
desempenho de funções.
O percentual relativo ao uso de óculos foi de 62 (62%), o que leva a consideração de esses
pacientes estejam inclusos no grupo da população caracterizada pelo IBGE. A cegueira de 1 olho
foi uma deficiência encontrada em 5 (5%), causada por iatrogenia, glaucoma e trauma.
A surdez também foi identificada em 9 (9%) da amostra, uma delas por acidente do
trabalho, diagnosticada através do exame admissional.
As deficiências motoras, como a paraplegia, envolveram 3 casos (3%), sendo duas
mulheres e um homem. Todos por acidentes automobilísticos. Não houve nenhum caso de
tetraplegia. 10 (10%) possuíam deformidades por seqüelas de enfermidades, principalmente por
artrose de quirodáctilos em idosos. Uma das pacientes que pisava com a ponta dos pés, apoiava-
se em muleta e apresentava o pé em extensão e hipotrofia muscular da panturrilha. Enquanto
outra apresentava artrose, com deformidade das mãos e dos dedos.
A ausência de membros foi identificada naqueles amputados por acidente ou em
decorrência de enfermidades, perfazendo um total de 17 (17%) pacientes. Das amputações duas
eram suprapatelar, com substituição do membro por prótese removível. Havendo, também,
amputação de pododáctilos, sendo o hálux aquele de maior incidência assim como os pés.
Três pacientes apresentaram dislalia e tinham a fala arrastada.
¾ Capacidade de auto cuidar-se
Do total de pacientes 73 (73%) eram capazes de se cuidarem sozinhos, enquanto que 28
(28%) eram incapazes, precisando de ajuda até para se vestirem.
102
Essa incapacidade irá interferiu nos cuidados pré e trans-terapia, discutidos
posteriormente.
¾ Eliminações:
A história de náuseas e vômitos precedente à terapia, implica na possibilidade dessa
ocorrência no interior da câmara. Tais condições deveriam ser controladas e os pacientes
previamente medicados. Entre os estudados, 9 (9%) referiram vômito fora da câmara.e 15 (15%)
apresentaram náuseas.
Perdas por vômito, podem interferir na absorção de nutrientes importantes, causando
desequilíbrio hidro-eletrolítico, Potter (1999). Desse modo à ocorrência de vômitos costuma
implicar em perdas nutricionais. Do grupo, 1 (um) referiu vômito após os curativos e outro
informou enjôo durante a sessão, vomitando, posteriormente, em casa.
81(81%) do grupo não tinham nenhuma anormalidade na diurese, e 70 (70%) nas
dejeções. Casos de diarréia 5 (5%), correlacionando-se ao uso de medicações, principalmente de
antibióticos. A obstipação, referendada por 32 (32%), esteve relacionada à alimentação e à pouca
ingesta de líquidos. Casos de incontinência urinária, seis (6%) foram mantidos com fralda durante
a sessão ou com dispositivos urinários especialmente no caso de homens.
Deve ser registrado, que conhecer o perfil da clientela da terapia hiperbárica permitiu
considerar a exigência de um cuidarmultifaces”. Para Coelho (2005) esses cuidados são
instrumentalizados aos estrangeiros com base na nacionalidade, cultura, idioma, símbolos e
vivências típicas de outros países e ou regiões do País.
Deve ser destacado que Salvador possui a maior Bacia navegável do mundo, e uma vida
marinha em ascensão, através de projetos ecológicos como o Projeto de Proteção a Tartaruga
103
Marinha - (TAMAR), pode-se encontrar acidentes de mergulho, havendo a possibilidade de
atender pessoas de diferentes culturas e nacionalidades, principalmente no caso desses acidentes.
Nesse sentido, na terapia hiperbárica, foram encontradas, na amostra, pessoas de origens
sociais e nível de escolaridade diferente, de várias faixas etárias, o que exigiu preparo para cuidar
não só da diversidade cultural mas, principalmente, das diferenças individuais. Os portadores de
lesões, freqüentemente, apresentam expectativas de cura em comum, entretanto suas necessidades
serão sempre individuais.
Assim, pode-se inferir que para os pacientes do estudo, as estratégias individuais e de
percepção de si mesmo, em relação ao tratamento e enfrentamento da sua doença, determinaram
manifestações e complicações durante a terapia, demandando cuidados de enfermagem a fim de
preveni-los ou controla-los.
104
3.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DAS CATEGORIAS DO ESTUDO A PARTIR DAS
FALAS E DAS IMAGENS
3.2.1 O cuidar e os cuidados pré terapia hiperbárica
Neste capítulo encontra-se a análise do cuidar e dos cuidados de enfermagem
contínuos, traduzidos pela manutenção e a seqüência aos cuidados diários (COELHO, 2005).
Desse modo, serão apresentados através dos cuidados admissionais. Esses cuidados
relacionam-se ao atendimento das necessidades individuais e às medidas de segurança.
O cuidar admissional envolve normas e rotinas, direitos e deveres para a admissão dos
pacientes e fazem parte do cuidar contínuo (Coelho, 2005). Para esses cuidados foram
elaborados protocolos que precisavam atender ao procedimento ético, através da assinatura
do consentimento livre e esclarecido, onde o paciente autorizou a terapia, bem como a
utilização dos seus dados para fins científicos.
Esses cuidados visam, também, a prevenção de incidentes, o que envolveu um check
list de procedimentos de segurança, para evitar a entrada de material que pudessem provocar
combustão ou ignição para fogo.
Para Norvel (2002) um dos fatores relacionados com a ansiedade do paciente é sua
falta de conhecimento acerca da terapia. Desse modo, tal conhecimento começa a ser
difundido quando o paciente entra no Serviço, conversa com a recepcionista, com os demais
pacientes, com os médicos e com o pessoal da equipe de enfermagem. Durante a espera para
entrar na sessão os cuidados buscam interferir no estado emocional do paciente, que costuma
estar relacionado à expectativa da terapia. Assim, os cuidados admissionais permitiram dar
visibilidade ao preparo dos pacientes para o período trans terapia.
Os dados do estudo referentes a essa etapa foram identificados desde chegada do
paciente até a sua entrada no interior da câmara. Durante a coleta, também, foram observados
105
outros cuidados e procedimentos de enfermagem, que serviam para viabilizar a terapia
hiperbárica. Tal como O Cuidar (In) Visível encontrados comomedidas preventivas para
riscos biológicos, evitando complicações. Processamento das máscaras. Cuidado com os
resíduos produzidos pelos pacientes” (Coelho, 2005). Esse cuidar também compreendeu o
imaginário social quando esteve relacionado ao medo de “pegar” infecção, manifestado pelos
pacientes. Visou medidas de prevenção de controle de infecção e registro, destacando-se, que
a terapia em grupo contribui para o medo de alguns pacientes em adquirirem outras doenças
pela contaminação.
Nesse sentido, identificou-se que alguns cuidados protocolados para a enfermagem
não chegaram a ser realizados. Considera-se que o cuidar admissional é multidisciplinar,
perpassando pelo atendimento direto da enfermagem, assim como o de outros profissionais.
Nesse entendimento, faz parte do processo, apresentar de forma geral, a admissão dos
pacientes. Desse modo, eles são admitidos no serviço a partir da administração, cabendo o
conhecimento desse procedimento por toda a equipe.
Os cuidados de enfermagem pré-terapia são contínuos, ocorrem diariamente,
permitindo viabilizar a técnica, favorecer a adaptação dos pacientes ao ambiente hiperbárico,
oferecer apoio emocional e a interação entre as pessoas; minimizar, prevenir / e ou tratar
manifestações fisiológicas ocorridas durante a sessão hiperbárica, e promover a segurança
física e emocional no interior da câmara, face ao risco controlado e determinado pela pressão
e o aumento da pressão parcial do oxigênio no ambiente da câmara. Para Shiefield, (2005) a
observação desses padrões de segurança podem evitar acidentes.
¾ Os cuidados administrativos: a admissão de pacientes para a terapia
A admissão para a terapia é espontânea ou ocorre a partir da solicitação médica,
através de relatório clínico, constando do seu pedido. Como tratamento coadjuvante, os
106
pacientes vinham diariamente, de segunda a sábado, exceto feriados, dos seus domicílios ou
de hospitais para realizarem o tratamento. Permaneciam no serviço por um tempo máximo de
duas horas, quando iam embora, retornando para suas casas ou hospitais, nos quais eram
submetidos a outras terapias medicamentosas ou procedimentos. O fluxo de admissão dos
pacientes ocorre da seguinte forma:
a) Fluxo de atendimento a pacientes ambulatoriais:
Agendamento de consulta pela recepção, de preferência portando relatório médico;
Consulta médica para avaliação das condições do paciente e havendo indicação para terapia,
o paciente recebe orientação sobre o tratamento, através de um folder, contendo orientações
gerais, apresentação do equipamento e da equipe de enfermagem, preparando-o para inicio da
sessão;
No horário marcado para a sessão, no 1
o
dia, o paciente era orientado a trocar de
roupa, no vestiário guardando seus pertences no armário apropriado, e entregando a chave nas
mãos do técnico de enfermagem, que a guardava. Objetos grandes como bengalas, muletas ou
cadeiras de rodas, permaneciam no salão, ao lado da câmara;
O paciente era então, reavaliado pelo médico que realizava a otoscopia e
acompanhava-o para o inicio da sessão. O técnico de enfermagem verificava sua pressão
arterial, condições gerais e dispositivos em uso, retirada de adereços, próteses, sapatos e
dispositivos de velcro. Em seguida, disponibilizava-se calça e camisa de algodão, e essas
recomendações encontram-se nas Diretrizes de Segurança e Qualidade da sociedade
Brasileira de Medicina Hiperbárica (2003).e um par de propés. Para as mulheres acrescia-se
uma touca, ambos descartáveis.
Estando paramentados, eram encaminhados para o interior da câmara, sendo posicionados
na 2
a
ou 3
a
cadeira, próximas à porta. Os acamados.eram colocados em maca.
107
b) Fluxo de atendimento a pacientes internados nos hospitais ou domicílios:
- A solicitação é encaminhada via fax ou telefone;
- O relatório chega, e o paciente é avaliado pelo médico, através de consulta, e após esse
procedimento é recebido no serviço. Assim, o fluxo prossegue conforme os itens anteriores,
exceto em relação à roupa. Pacientes hospitalizados, que usam camisola de algodão, eram
dispensados da troca da roupa privativa do Serviço, entretanto eram inspecionados quanto a
objetos não permitidos no interior da câmara. Aguardam no salão de terapia em maca ou
cadeira de rodas.
c) Fluxo de atendimentos em situações de emergência:
Em horário comercial: ligação direta para o serviço. Encaminhamento de relatório via fax
ou por telefone, mantendo-se em contato direto com o médico.
Horário noturno, feriados e domingos há ligação direta para o médico de sobreaviso. A
admissão segue o fluxo de pacientes internados, assim como as orientações médicas e de
enfermagem.
Após a admissão no Serviço, o paciente passa a conviver diariamente com a equipe,
composta por um médico plantonista, 3 técnicos de enfermagem, em cada turno e a
enfermeira. Este tem contato direto, também, com os demais funcionários, outros pacientes e
seus acompanhantes,além da recepcionista e uma auxiliar de higienização.
Cada profissional possui função específica na equipe: o médico assistente é o responsável
técnico pela sessão e assistência, prescrevendo a pressão terautica e o oxigênio; a
enfermeira gerencia a equipe de enfermagem, cuida dos pacientes graves, e elabora os
protocolos do serviço e supervisiona a atuação dos técnicos. O técnico de enfermagem, que
acompanha os pacientes no interior da câmara, cuida dos pacientes durante a terapia,
permanecendo na câmara do início ao fim do tratamento, o que opera a câmara, também
108
controla o ambiente hiperbárico; O técnico de enfermagem de apoio: cuida daqueles que
chegam para as próximas sessões, permanecendo alerta às questões de segurança e de
emergência.
A provisão de material utilizado durante a terapia é sempre de responsabilidade dos
técnicos enfermagem. Antes do inicio da sessão levavam para o interior da câmara luvas de
procedimentos, copos de água descartáveis balas e sacos de lixo, para coletar os resíduos
gerados e descartados durante a terapia.
O Comitê Europeu de Medicina Hiperbárica, segundo Mathieu (2003), recomenda
também um operador de câmara, o qual teria a função de operar a câmara e tratar dos
aspectos de segurança sob a orientação do médico hiperbárico. No serviço a função de
controle de segurança é atribuída ao diretor médico e todos aqueles que sabem operar o
equipamento.
¾ Cuidados de orientações sobre a terapia hiperbárica:
Esses cuidados, realizados pela equipe de enfermagem, ocorreram no interior da
câmara, enquanto o paciente já acomodado, esperava a sessão iniciar. Nesse momento, o
técnico procedia e demonstrava as orientações sobre as manobras de equalização do ouvido,
em especial para os recém admitidos. Previamente os pacientes eram orientados pelo médico.
As orientações gerais sobre a terapia eram fornecidas pelo médico, no consultório,
durante a anamnese que, ao final da consulta, levava o paciente e seu acompanhante até a sala
de terapia, mostrando o serviço e a câmara, informando que seria acompanhado pelo técnico.
Esse cuidado pode ser considerado como um cuidado multidisciplinar. Assim, 100 (100%)
dos pacientes receberam essas orientações, tanto do médico, quanto do técnico, no interior da
câmara.
109
¾ Cuidado de solicitação da retirada de maquiagem e adereços
Esse cuidado está protocolado no Serviço e consta no folheto de orientação. Nas
mulheres, apenas foram observadas 10 solicitações de retirada de brincos, porque haviam
esquecido de retirá-los antes de entrar na câmara. Esse procedimento torna-se necessário face
ao desconforto causado no momento da colocação do abafador de ruídos.
¾ Cuidado com os pertences das pessoas
Pacientes ou familiares que vinham das suas residências, guardavam seus pertences
nos armários dos vestiários, mantendo os objetos pessoais em segurança, e evitando perdas e
extravios. Essa medida visava tranqüilizar especialmente aqueles que chegavam sem
acompanhantes, portando bolsas com objetos de valor e dinheiro, muitas vezes, destinado ao
deslocamento para suas residências. Bengalas e sapatos com velcro eram colocados do lado
de fora da câmara.
Aqueles hospitalizados costumavam chegar sem objetos pessoais, exceto os que
vinham de ambulância do Estado e que necessitavam esperar muito tempo por ela, depois de
terminada a sessão. Desse modo, levavam biscoitos, sanduíches, sucos e iogurtes para
comerem enquanto esperavam a ambulância, que, por vezes, demorava mais de duas horas.
¾ Cuidado com a retirada de próteses
Considera-se prótese qualquer substituto artificial de parte do corpo perdida
acidentalmente ou por amputação, devido à causa patológica (FERREIRA, 2001). As próteses
identificadas no estudo foram lentes de contato e próteses oculares, dentárias, mamárias,
peniana e de membros inferiores.
Desse grupo, 34 (34%) usavam próteses dentárias totais e móveis, 15 (15%) usavam
próteses dentárias parciais e 10 (10%) outras. 42 ( 42%) não usavam nenhum tipo de prótese.
110
Aos pacientes era solicitada a retirada das próteses dentárias móveis, correspondendo a 31%,
ficando sob a guarda dos familiares, embrulhadas em toalhas de papel. Esse procedimento
deve ser rediscutido, pois o uso da prótese dentária permite e melhora a articulação da fala,
assim como a estética. Os óculos eram retirados antes da sessão e as próteses de membros
inferiores, também eram retiradas.
As demais próteses, fixas, eram mantidas.
¾ Cuidado de proteção dos curativos
Cuidado observado em apenas uma paciente portadora de úlcera de membros inferiores,
extensa.
Tal procedimento é exclusivo para lesões extremamente exsudativas, havendo a
possibilidade de molhar externamente o curativo, favorecendo a exalação de odores no
interior da câmara e a visualização da exsudação pelos demais pacientes presentes na sessão.
Assim, a proteção era feita por saco plástico, transparente e descartável, que vestia o membro
lesionado. Esse cuidado foi modificado para atender às normas de segurança estabelecidas
pelas Diretrizes de Segurança da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica de 2004 e
2005. Desse modo, para proteger os curativos externamente úmidos, protocolou-se o uso do
lençol de maca, envolvendo o membro, com a orientação da troca do curativo, antes da
sessão.
¾ Cuidado de encaminhamento ao sanitário
Esse cuidado está relacionado ao atendimento da necessidade de eliminações urinária e
fecal. Tal intervenção impedia que o paciente sentisse o estímulo no interior da câmara
durante a terapia. Como a sessão é coletiva esses odores da diurese e dejeções podem causar
desconforto, uma vez que a pressão potencializa esses odores, favorecida pela expansão dos
111
gases. Pode-se considerar como um cuidado preventivo. A eliminação podia ser realizada na
antecâmara, com privacidade, para aqueles que não possuíam dificuldade de mobilização.
Antes da terapia os pacientes eram encaminhados ao banheiro ou faziam o uso de
aparadeiras e papagaios
1
para suas eliminações.
¾ Cuidados de mobilização, transporte e transferências com apoio técnico e
equipamentos envolvendo deambulação e autocuidado.
Os cuidados de mobilização identificados envolveram inicialmente o de entrada no
serviço e de acesso à câmara hiperbárica. Foram observados no encaminhamento ao vestiário,
banheiros sala de tratamento e consultório.
A demanda desses cuidados ocorre pelo desconhecimento dos espaços do Serviço pelos
pacientes e seus familiares, que precisam ser direcionados ou transportados. Desse modo, os
técnicos ajudavam os pacientes na deambulação, na saída dos carros particulares, que
paravam na recepção, na retirada de pacientes da ambulância e no apoio, quando retiravam
muletas.
Constatou-se que 14 (14%) do grupo recebeu ajuda para adentrarem ao Serviço. A
dificuldade de locomoção e a dificuldade de abrir a porta da recepção também implicaram em
ajuda, que foram realizadas, na maioria das vezes, pelos acompanhantes. A porta é de vidro
temperado, dividida em duas partes, é resistente, demandando força para manter a abertura.
Pacientes que não deambulavam foram recebidos em cadeiras de rodas, solicitadas pelos
acompanhantes, que podia entrar no Serviço e pediam ajuda, quando necessário. Aqueles que
chegavam de ambulância eram sempre acompanhados por auxiliares de enfermagem, que
traziam os relatórios médicos e pareciam desconhecer o caso dos pacientes, na maioria das
vezes. Quando, também, internados no hospital, chegam de cadeira de rodas ou maca,
1
Denominação utilizada no nordeste para comadres e compadres ou urinóis. Os papagaio são os reservatórios
para diurese masculina, e a aparadeira destina-se à diurese e dejeções feminina. (nota da autora)
112
acompanhados por auxiliares de enfermagem e os respectivos prontuários. Na maioria dos
casos, esses pacientes estavam impedidos de andar por possuírem lesões em membros
inferiores.
Quanto à ajuda para o vestuário, costumavam ser ajudados por seus acompanhantes, na
maioria familiares, ou se vestiam sozinhos. No conjunto, apenas 8% informaram precisar de
ajuda para realizar a troca de roupa. Essa ajuda esteve relacionada à restrição da elevação dos
braços, por imobilização ou após procedimento cirúrgico, principalmente a cirurgia plástica
de mama.
Quanto a capacidades de se cuidarem sozinhos, constatou-se, através dos seus
depoimentos que 10% eram incapazes. Entretanto, 3 pacientes paraplégicos apresentaram
dependência parcial para o auto cuidado, bem como para o deslocamento, sendo tratados
como os demais pacientes, usuários de cadeiras de rodas.
Aqueles que chegavam de maca estavam cobertos com lençol, e a maca com as grades
levntadas. Coelho (2005) denomina esse cuidado como o cuidar das quedas, face ao grande
número de ocorrência desse tipo de acidente, principalmente das macas leito, durante o
momento de espera. Essa autora também pontua que as quedas podem ser utilizadas como
indicadoras desde a qualidade do serviço, até a manutenção dos seus equipamentos.
Durante a coleta de dados um total de 65 (64,4%) aguardaram na recepção, sentados
em cadeiras fixas. No caso de atraso médico ou de algum paciente para o início da sessão o
interior da câmara tornava-se um local de espera.
O salão de tratamento era destinado para aqueles que chegavam de macas 14 (14%),
freqüentemente acamados, hospitalizados, vindos de ambulâncias ou do hospital, sede do
Serviço. Outra opção para a espera foram às cadeiras fixas 15 (15%) ou cadeiras de rodas 15
(15 %).
113
As transferências observadas foram de maca-maca, cadeira de rodas para cadeira fixa
ou vice versa e cadeira de rodas para maca ou vice versa. Esses procedimentos eram feitos por
dois técnicos de enfermagem. O piso antiderrapante no interior da câmara também contribui
para a prevenção de quedas ou outros acidentes.
¾ Cuidado da oferta da indumentária para a entrada no interior da câmara:
Esse cuidado foi apoiado pela auxiliar de serviços gerais do Serviço, que abastecia os
armários dos vestiários e/ou entregava diretamente aos pacientes. A touca e os propés ficavam
à disposição na parte externa da câmara, e são calçados, pelos técnicos, quando os pacientes
apresentavam dificuldade para colocá-los sozinhos, seja pela redução da mobilidade e
flexibilidade em idosos, ou pelo uso de fixadores externos nos membros inferiores em
extensão;
Aqueles que se preparavam sozinhos ou com a ajuda dos acompanhantes, no vestiário, já
saiam com o propé. Assim, no estudo esse cuidado foi realizado em 15 (15 %) dos pacientes,
que estavam em cadeira de rodas.
O uso do propé pelos pacientes visa o controle da limpeza no interior da câmara, com a
garantia de que o paciente não vai levar a sujidade dos calçados, considerando que o piso
possui frestas. Além disso, não é possível realizar a limpeza terminal do piso da câmara no
intervalo das sessões.
A roupa privativa do Serviço é de algodão, porque tem uma combustão lenta, o que no
caso de ambientes pressurizados é o mais indicado. Cinco dos pacientes queixaram-se do tipo
de tecido usado para as roupas, pelo calor e o peso. Outro fator relacionado ao uso dessa
roupa é que ela não possui bolso. A estatística de casos de acidentes no mundo, em câmaras
hiperbáricas, relaciona-se a objetos inflamáveis nos bolsos das roupas. Nesses casos os
técnicos checaram os bolsos.
114
No serviço existiram algumas dificuldades com relação ao vestiário de pacientes em uso
de fixadores externos e obesos, face ao tamanho da roupa, ou para cobrir as pernas ou o
fixador. As roupas de tamanhos maiores ou adaptadas são providenciadas.
A oferta da touca destina-se apenas às mulheres, evitando que a fita de fixação da máscara
danifique ou embaraçasse os cabelos. Dois homens de cabelos compridos também fizeram o
uso da touca.
¾ O cuidado com dispositivos em uso pelos pacientes
Os dispositivos usados pelos pacientes envolveram sondas vesicais e dispositivos
venosos. Dos pacientes cuidados 4(4%) usavam sondas vesicais e 8 (8%) portavam cateteres
heparinizados ou estavam em venóclise durante o tratamento na câmara. Isso implicou em
cuidados específicos como o preenchimento dos balões com água destilada antes da sessão.
Não foi observado o preenchimento dos balonetes das sondas vesicais; observou-se o
esvaziamento do coletor da sonda vesical de paciente com irrigação. Nenhum dos pacientes
da amostra esteve em uso de drenos de tórax durante as sessões hiperbáricas
¾ O cuidado terapêutico da administração de medicamentos
Esse cuidado foi observado em 5 (5%) dos pacientes, sendo administrada medicação
analgésica e anti hipertensiva antes do acesso à câmara. Destes, um paciente era portador de
vasculite e um acamado. Um paciente vindo de ambulância, que queixou-se de dor pelo
movimento do carro.
¾ O cuidar fotografado
Esse cuidar permitiu o acompanhamento da evolução das lesões pelos pacientes e
pelos profissionais (COELHO, 2005). Neste estudo, face ao elevado número de idosos, o que
115
conduz a dificuldade de observar suas próprias lesões, tendo essa oportunidade, em geral, no
momento dos curativos. Lesões em regiões como a sacra não permite essa inspeção, por isso a
fotografia favoreceu o acompanhamento e descobertas pelo próprio paciente. Assim, a
fotografia permitiu evoluir as lesões e apresentar aos pacientes e aos seus médicos assistentes
o processo de evolução da cicatrização e a estética delas, depois do inicio da terapia. Nesse
cuidar, os técnicos abriam, fotografavam e fechavam os curativos.
Do grupo, 70% foram fotografados pela equipe de enfermagem na sua admissão,
contudo, 30% deles não foram submetidos à fotografia por problemas técnicos, como
curativos que só podiam ser realizados nos hospitais, principalmente no centro cirúrgico ou
ainda decorrente da falta de filme no Serviço, no dia da admissão.
Esse cuidar era iniciado pelo preparo da placa de identificação para fotografia,
identificando o paciente por suas iniciais, número do prontuário, data e número de sessões;
¾ Os cuidados pré-terapia demandados das necessidades:
Foram também levantados outros cuidados preparatórios para a terapia e que não
constavam no instrumento de check list. Alguns deles estavam protocolados como cuidados
realizados durante a sessão, isso porque eram realizados dentro da câmara, sendo eles:
a) Cuidados de apoio emocional aos pacientes antes da sessão: Os técnicos se apresentam e
iniciam uma interação com os pacientes. Esse apoio parece contribuir para a redução da
ansiedade;
b) Posicionar os pacientes no interior da câmara;
c) Estimular o retorno no dia seguinte ao tratamento. Os paciente relatam cansaço pela vinda
diária ao serviço, principalmente aqueles que vêm de ambulância;
116
d) Avaliação da glicemia capilar: procedimento realizado quando o paciente referia sintoma
de hipo ou hiperglicemia. Deve se ressaltar que mesmo com um percentual significativo de
pacientes diabéticos no Serviço esse não foi identificado como um cuidado contínuo.
e) Orientações sobre a compensação do ouvido cujo procedimento ocorreu em poucos casos
antes e durante, será mais detalhado no capítulo que trata do cuidado durante a terapia;
f) Conversar na sala de espera, no salão de tratamento ou na sala de avaliações de lesões.
¾ O cuidar invisível do ambiente hiperbáricomedidas de controle de infecção
- A limpeza Nigthingale (1989)
O cuidar invisível, foi relacionado a cuidados pré-terapia, e teve grande visibilidade
para os pacientes, destacando-se os seguintes cuidados: Recolher o material da câmara, em
saco de lixo. Limpeza da câmara e cadeiras e limpeza das máscaras. A falas abaixo revelam
esses cuidados:
“Olhe assim eu achei a assepsia, eu achei, todo dia eu chegava mais cedo eu percebia que a
sessão que tinha acabado, o cuidado com o saco para recolher todo o material das luvas
para tirar a máscara pra mim foi uma coisa que me chamou muita atenção” [30]
“Limpeza, eu acho em primeiro lugar aí, eu vejo demais a limpeza, quando eu vejo a
máscara, aí isso é coisa que a gente vê aí, e a máscara muito limpa, não tenho nada a dizer
muito bom.”.[86]
“O cuidado com os paciente, a questão é assim que termina ele recolhe as máscaras
direitinho já para higienização, foi uma coisa que eu prestei logo atenção, então no conjunto
isso é uma coisa nova” [28]
Esses três depoimentos valorizam a limpeza e os fazem sentir seguros, especialmente
quanto a limpeza das máscaras. A desinfecção das máscaras de oxigênio,consiste no
processamento das máscaras entre uma sessão e outra, antecedida da lavagem com água e
sabão. Elas sofrem desinfecção diária com hipoclorito a 0,02% e toda a tubulação é
desmontada, uma vez a cada 15 dias, para esterilização com óxido de etileno.
117
Com a evolução tecnológica, a higiene descrita por Nightingale (1989) tomou novos
rumos, pela utilização de substâncias químicas bactericidas para a desinfecção e limpeza. Os
recursos utilizados para o controle de infecção hospitalar e de resíduos hospitalares são os
mesmos utilizados no interior da câmara. Realiza-se a limpeza concorrente das poltronas e
maca, com água e sabão e /ou, quaternário de amônia, ao final de cada sessão, na câmara,
sendo feita a limpeza terminal, uma vez por semana, envolvendo as paredes e piso com água e
sabão.
Os produtos utilizados para a desinfecção são cuidadosamente selecionados, pelo fato
de ser um ambiente fechado e pressurizado, substâncias tóxicas podem contaminar o ambiente
e intoxicar os pacientes. Outro fator é a prevenção, uma vez que há oxigênio saindo das
máscaras e podem ocorrer pequenos vazamentos para o ambiente.
Assim, a higienização do ambiente e equipamentos ocorre de acordo com as normas
da CCIH elaboradas durante o 2
o
Fórum de Segurança e Qualidade em Medicina Hiperbárica
SBMH (2005), onde se estabeleceram por consenso, rotinas sobre esse controle. Desse modo,
algumas medidas foram adotadas para permitir esse controle, sendo obrigatório o uso de
propé no interior da câmara. Tal conduta previne que as pessoas levem sujidades dos sapatos,
uma vez que o piso no interior da câmara é antiderrapante, possuindo frestas que podem
acumular sujeira. As rodas das cadeiras não são limpas antes da entrada na câmara, porém
utiliza-se uma outra cadeira, do serviço, para entrar no interior da câmara.
A utilização de capa de napa, sem costuras, nas poltronas, macas e blocos de espuma
permite a desinfecção na superfície lisa. Hernandez et al (2001), em um estudo sobre
vigilância epidemiológica do meio ambiente da câmara hiperbárica, não encontraram
diferenças entre a contaminação ambiental e as demais áreas hospitalares. Pode-se inferir,
então, que os procedimentos de controle de infecção adotados para o ambiente das câmaras
devem ser os mesmos adotados no ambiente hospitalar.
118
Nesse sentido, pode-se considerar que os cuidados contínuos prévios atenderam aos
aspectos fisiológicos, permitindo a prevenção de complicações. Os cuidados de atendimento à
necessidade terapêutica dos pacientes, como foi o caso da administração de medicamentos,
curativos, verificação de sinais vitais e administração de oxigênio hiperbárico, foram
conseqüentes de orientação médica. Carvalho et al (2005), em um artigo reflexivo sobre o ato
médico e da enfermagem, identificaram estes mesmos cuidados no cenário hospitalar. Os
curativos foram manipulados ou abertos e fechados, com vistas a permitir a inspeção e ou
palpação da lesão pelo médico durante a consulta, como parte do exame físico, assim como
para a realização das fotografias, com vistas a acompanhar evolução do paciente. Os sinais
vitais estavam relacionados a parâmetros para os cuidados de enfermagem e para a
intervenção médica. Houve, ainda, a demanda direta dos pacientes, que solicitaram a
verificação da pressão arterial.
119
3.2.2 O cuidar e os cuidados trans-terapia hiperbárica
O cuidar e os cuidados trans-terapia são aqueles que acontecem, diariamente, no período
matutino ou vespertino, no interior da câmara e durante a sessão. Relacionam-se diretamente aos
efeitos fisiológicos provenientes da especificidade do ambiente. As respostas dos pacientes
submetidos à terapia e, conseqüentemente, expostos ao ambiente hiperbárico, conduziram ao
surgimento de efeitos mecânicos e químicos esperados e referenciados por Kindwal (1999),
Guyton, (2000) e Norvel(2002). A forma pelo qual o indivíduo responde a esses efeitos constitui
em uma resposta individual, traduzida por manifestações comportamentais e fisiológicas, e
quando não conseguem se adaptar ao meio, encontram-se as complicações.
As manifestações foram identificadas e consideradas a partir dos sinais, sintomas e
comportamentos verbalizados nos depoimentos e ou observadas durante as imagens da terapia,
decorrentes do ambiente. Aqueles que não apresentaram esses aspectos foram caracterizados
como ausentes delas. Vale ressaltar que nenhum deles apresentou alteração do nível de
consciência
Registra-se que embora alguns pacientes tenham respondido não ter sentido nada durante
a sessão, revelaram indícios de manifestações. Desse modo, eles também foram incluídos no
grupo daqueles que referiram alguma sintomatologia durante o tratamento.
Da amostra 8 (8%) verbalizaram não ter sentido nada, enquanto que 93 (93%)
apresentaram manifestações. Houve pacientes que apresentaram mais de uma manifestação, além
de complicações decorrentes do ambiente restrito, pressurizado ou do oxigênio hiperbárico.
Vejamos os trechos dos depoimentos daqueles, que informaram não sentir nada:
“ Não. As primeiras sessões foram tranqüilas, inclusive quando eu fiz a primeira sessão o
pessoal disse que talvez não fosse agradável porque eu fiquei na câmara na primeira vez né, o
pessoal disse que ficar na cama, ora é mais complicado, mas eu fiquei na cama e não tive
problema nenhum”[.26]
120
“Nunca senti nada não.” [38]
“Nunca senti nada, no orelha é que o pessoal fala que sente”[8]
Das manifestações foram demandados os cuidados trans-terapia contínuos, do ambiente,
expressivos e de alerta. Os contínuos compreendem os terapêuticos, de adaptação e de segurança.
Denominação semelhante foi feita por Colliére (1989), classificando os cuidados de manutenção
(adaptação e segurança) e de reparação (terapêuticos).
Durante a observação da 1
a
sessão da terapia hiperbárica, foi realizado o diagnóstico de
enfermagem, conforme HORTA (1979), e envolveu a relação de dependência para os cuidados de
enfermagem. As necessidades avaliadas como de dependência direta da enfermagem foi a
terapêutica e a de locomoção, o que implicou diretamente nos aspectos de provisão de material e
na relação do cuidado. Os pacientes com dependência total dispensaram uma dependência total
dos cuidados durante a terapia, tornando-se assim mais complexo. Eles não podiam se locomover
e ou mobilizarem-se, nem colocavam ou retiravam as suas máscaras.
Foram identificados 62 pacientes dependentes parciais para terapêutica, em relação a
colocação da máscara, dos blocos de espuma e dos protetores, via de administração do oxigênio
e deambulação. Desse total 19 (19%) eram dependentes totais em relação a esse procedimento e
20 (20%) independentes.
Os pacientes independentes para a colocação da máscara e compensação da orelha
possuíam um perfil diferenciado, incluindo habilidade prévia sobre as manobras de compensação
ou já haviam se tratado na terapia, sendo a 2
a
ou 3
a
vez no tratamento. Nesse grupo também
tivemos mergulhadores e pescadores de lagosta, que realizavam atividade de mergulho. Estes,
possuíam noção de como compensar o orelha e não demonstraram problema para adaptar-se ao
121
meio. Entretanto, eram dependentes da colocação da máscara, principalmente no 1º dia e, houve a
necessidade de controlar a ansiedade relacionada ao seu quadro clínico, principalmente
relacionado a dor e a perda de sensibilidade do membro.
Com o tempo e a experiência diária, eles foram se tornando independentes e, por volta da
10 sessão, já sabiam todos os momentos da terapia, incluindo o de colocação e retirada da
máscara.
Quadro 2 - Síntese dos cuidados contínuos trans terapia. Salvador, 2004-2005
Descritores dos cuidados N
Cuidados contínuos de adaptação:
Orientar as manobras de compensação do orelha
Orientar as experiências no interior da câmara
Oferecer balas #(“queimado, caramelos, bombons” )
Oferecer água
Orientar a deglutição da saliva (“engolir a saliva”)
Orientar manobra de valsalva
Acompanhar a técnica de equalização do orelha depois de orientada
Notificar dificuldade de equalização do orelha ou intercorrências
para o operador da câmara
Pinçar o nariz para ajudar na manobra de valsalva e segurar a
máscara na face do paciente
Observar sinais de ansiedade
Reduzir a velocidade de pressurização
100
100
91
90
79
40
35
1
100
100
Cuidados contínuos terapêuticos
Implementar air break
Monitorar o ambiente e os pacientes durante toda a sessão
Administrar oxigênio via máscara:
Assistir na colocação e reposição da máscara facial
Verificar o ajuste da máscara [73]
100
100
99
99
99
122
Trocar a máscara para o tamanho da face [9]
Posicionar a máscara na face ajustando as tiras [1] [3] [6] [7] [11]
[13] [17] [23] [26] [27] [32] [79] [85] [86] [90]
Colocar a máscara e tirar a máscara na 1
a
sessão
Verificar /evitar vazamentos na máscaras [3] [20] [37]
Instruir os novatos a usarem a máscara
[9] [20] [85]
Evitar dormir durante a administração do oxigênio [15]
Administrar oxigênio via tenda facial: DVD 30 faixa 40
Assistir na colocação, remoção e reposicionamento da tenda facial
Evitar conversas e concentrar-se na respiração
Evitar a hiperinflação da tenda, controlando saída de ar
Controlar o gotejamento e remover o ar do frasco de soro
Posicionar na maca
Posicionar na cadeira
Posicionar os pés sob os blocos de espuma
Ofertar compressa de gase para facilitar o ajuste da máscara no
rosto para evitar saída de oxigênio
1
15
62
100
100
1
1
1
1
1
3
3
13
87
2
Cuidados contínuos de segurança
Ventilar a câmara
Instruir novatos sobre os ruídos e comportamentos esperados
Posicionar paciente em isolamento na última cadeira [50], DVD 49
e [85] DVD 61
Informar temperatura e umidade relativa do ar
100
100
2
100
Fonte: depoimentos das entrevistas, identificados pelos números entre parênteses e imagens videogravadas
Os cuidados descritos no quadro acima seguiram os critérios, para observação, os quais
encontram-se discutidos a seguir:
3.2.2.1 Cuidados de adaptação:
Os cuidados de adaptação visam atender às adaptações e reações fisiológicas ocorridas no
organismo durante a terapia, enfatizando a equalização dos compartimentos corporais aéreos em
relação ao ambiente pressurizado. Desses, destacam-se o cuidado com o orelha como o principal.
Para Kindwal (1999), pelos efeitos mecânicos da pressão, bolhas e cavidades aéreas existentes no
corpo humano estão sujeitas aos efeitos mecânicos da mudança da pressão, que são regidos pela
123
lei de Boyle-Mariotte, a qual estabelece que de forma geométrica o volume varia inversamente
proporcional e, à variação da pressão; significando que grandes reduções ocorrem perto da
superfície, com subseqüente redução da variação do volume frente às altas pressões.
Moreira e Dantas (1999), realizaram um trabalho sobre as reações e adaptações
fisiológicas e comportamentais ocorridas no organismo durante o mergulho, em câmaras
hiperbáricas, cujos resultados denotaram existir diferenças significativas entre os ambientes
normobárico e hiperbárico, destacando-se o consumo máximo de oxigênio e a capacidade vital.
Do aspecto comportamental, enfatiza-se a especificidade do equipamento, fechado, além
do procedimento ainda ser pouco difundido, o que pode levar a ansiedade. Pacientes com traços
fóbicos para ambientes fechados podem, ainda, apresentar maiores dificuldades de adaptação.
Sobre isso, um dos pacientes manifestou:
“ Olha um ambiente restritivo pela própria necessidade que existe da câmara ser uma câmara
para permitir a aplicação de uma pressão que às vezes realmente chega a limites às vezes até
bastante elevados dependendo da necessidade do caso o que pode haver é um pouquinho de
claustrofobia em quem tenha algum traço, mas fora disso nenhum problema”. [92]
A maioria dos pacientes referiu ter sentido “alguma coisa” durante a sessão, relatando
essa ocorrência, especialmente nas 3 primeiras. Esse fato pode demonstrar evidências de que a
partir da 3
a
sessão existe uma adaptação ao ambiente, pela apreensão das manobras e pela
vivência na terapia, conforme ilustra esse depoimento:
“ No primeiro dia foi, eu tava assim muito agoniada, um ambiente diferente, tava nervosa, meu
orelha doeu muito, eu não tava com a bala na boca também e aí depois que ele me deu água e aí
melhorei, não doeu mais /pausa/ a partir da segunda eu já fui melhorando eu já fui me
adaptando melhor, a pressão e hoje eu já to, assim, acostumada” [3]
124
Cuidados de orientação das manobras de compensação da orelha e acompanhar a técnica:
Fizeram parte dessas orientações a deglutição da saliva, através da bala e da água,
ofertadas regularmente aos pacientes durante a durante a terapia.
As orientações foram observadas através do posicionamento do técnico no interior da
câmara, logo após acomodar o paciente Assim, ele permanecia junto, orientando e demonstrando
novamente a manobra, pedindo a devolução da manobra orientada repetidas vezes, atuando como
mediador do processo de aprendizagem dos pacientes. Essa repetição favorecia o
desenvolvimento da habilidade e esse dado foi observado na adaptação ao ambiente à medida que
eram expostos à pressurização e realizavam as manobras. A permeabilidade tubária aumenta pelo
treinamento BRASIL (2002). O técnico só saía do lado do paciente quando ele informava sua
compensação, demonstrado através de um gesto de aproximação entre o dedo indicador e
polegar, fazendo um círculo, como um sinal de OK. Depois desse processo fixava a mascara na
face e ajustava as tiras de fixação à cabeça.
As manobras de compensação da orelha consistem em ventilar a tuba auditiva, permitindo
a chegada de ar pela rinofaringe, em quantidade suficiente para igualar, permanentemente, as
pressões entre o orelha médio e externo (BRASIL, 2002).
Essa compensação pode se dar através de vários procedimentos tais como: o movimento
de deglutição, que abre o óstio da tuba auditiva. Essa compensação pode ser voluntária e
denominada de Beance Tuabaire voluntaire, que é uma habilidade rara; também através da
técnica denominada Manobra de Valsalva, desenvolvida por Antônio Maria (1704), que consiste
em pressionar o nariz e soprar sem expelir o ar; a técnica de Joseph Toynbee (1853), manobra de
Toynbee, que consiste em pressionar o nariz e engolir; a técnica de Herman Frenzel (1938); a
manobra de Frenzel, que consiste no fechamento das cordas vocais através da pronúncia da letra
125
K e por fim, através da técnica de girar a cabeça com o nariz pressionado. (MAUVECIN, 2004;
MARINHA DO BRASIL , 2003).
A manobra de Valsalva foi a mais utilizada pelos pacientes representando 91% daqueles
observados nas imagens. As outras técnicas foram a deglutição da saliva através da bala, e da
oferta da água, com uma boa aceitação por todos os pacientes, exceto uma paciente que não
conseguia, por estreitamento de esôfago, usando a manobra de Valsalva e o bocejo. A água, o que
aliviava a sede e facilitava a deglutição da saliva, ajudava, também, a compensação da orelha. O
percentual significativo de pacientes hipohidratados, desidratados e que faziam pouco consumo
de água levou a adoção de tais medidas. Eles bebiam-na quando da pressurização e durante os
intervalos de ar. Desse modo, foram identificadas sensações verbalizadas, tais como:“orelha
tapada, pressão, picadinha e zumbido, pelos pacientes [2] [16] [3] [10] [4].
A bala foi, também, um recurso de distração, mas como é feita de açúcar, pode ser
considerada como fonte “energética”, uma vez que os pacientes passam de uma a uma hora e
meia sem alimentação. A fome foi manifestada por apenas uma paciente, inclusive afirmando que
ao chegar na sua residência, depois da terapia sempre tinha essa necessidade.
“ aquele negócio dá fome, você sabe que eu não sou de merendar, mas quando eu saio doida de
vontade de comer qualquer coisa (risadas) é mermo do tratamento não é?” [1]
Chama-se a atenção que o aprendizado dos procedimentos adotados para a equalização do
orelha é o cuidado mais importante para adaptação ao meio ambiente hiperbárico. Essa
aprendizagem tem a função de adaptação, estando relacionada ao instinto de conservação da
espécie humana. O sujeito em sua interação com o meio, incorpora a informação oferecida por
ele, segundo suas necessidades e interesses, conforme refere Rubisntein (1999). Nesse caso, o
aprendizado e a correta realização da manobra de Valsalva permite a equalização do orelha,
evitando desconforto e a dor, que podem evoluir para um barotrauma.
126
Uma variação da forma como esse cuidado era orientado foi observada em um dos filmes.
Consistiu na realização da manobra de Valsalva com a ajuda do técnico, que sentou-se ao lado da
paciente e pinçou o seu nariz, orientando para que ela “soprasse” com a boca fechada. A paciente
era idosa e o resultado desse cuidado foi a equalização, com o alívio do desconforto. A
compensação do orelha foi considerada pela depoente como um cuidado de “preparação”, para
iniciar a terapia.
“ só foi nessas primeiras sessões. Não agora eu faço a preparação da câmara , a preparação da
respiração e a bala, né, e ta normal” [27]
Notificar a dificuldade de equalização
Foi um cuidado observado pela verbalização, através do sistema de fonia. Essa
informação resultava na redução ou na parada da pressurização. A informação da necessidade de
retirada do paciente da câmara, também pode ser feita nesse momento.
Reduzir a velocidade de pressurização:
Esse cuidado era realizado sempre que surgia algum sinal de desconforto ou dor durante a
pressurização, especialmente na orelha. Esse cuidado facilitava as manobras de compensação. A
redução da velocidade de pressurização era controlada pelo técnico operador da câmara, que
regulava a abertura da válvula de pressurização da câmara, sempre em uma velocidade
dependente do paciente que apresentasse a maior dificuldade para compensar o orelha.
Cuidado de orientação das experiências vividas e comportamentos esperados durante a
sessão
127
No interior da câmara os pacientes foram orientados sobre as diversas situações que
podem ocorrer no ambiente a exemplo do surgimento de ruídos, névoa pela condensação da água,
durante a despressurização, variação da temperatura, entre outros.
Esses cuidados contribuíram para a redução da ansiedade dos pacientes. Nos
depoimentos, revelaram que os técnicos estavam sempre prontos a responderem as perguntas e
explicavam o que iria acontecer. Quanto ao comportamento, no caso de se sentirem mal durante a
administração do oxigênio, são orientados a permanecerem nas suas posições, e a sinalizarem
ajuda, levantando as mãos para o técnico de enfermagem do interior da câmara. Os depoimentos
abaixo exemplificam esse cuidado:
“Eu acho que os cuidados de ficar sempre orientando as pessoas quem passou mal, passar mal
não, não sabe ainda se controlar e ai eles ficam com aquela paciência aquele jeitinho,
explicando tudo, faça sim, eu acho isso importante os cuidados que eles tem com os pacientes”
[59]
“Eles têm treinamento, uma dedicação [...]Porque a pessoa que nunca entrou numa câmara e
quando ele presssuriza...eles tem a maneira de controlar a pessoa,acalma a pessoa e
controla[...]”[69]
“Eu acho importante para atividade dele... Nós sabemos que estamos ali com uma pessoa
acompanhando uma pessoa cuidadosa prestativa a gente fica ali mais tranqüila mais à vontade a
gente fica, faço algumas perguntas, se a gente corre algum perigo ali até de explosão que eu
perguntei a ele não... Não que não tem nada de anormal, não tem fio não tem motor, a não ser os
tubos que passam debaixo da câmara pela luz não tem nada ali tudo é controlado ali pelo painel
aí fui perdendo o medo perdendo o medo e to tranqüilo”,[89]
Este último depoimento trata do resultado do cuidado de orientação que, também,
influencia na ansiedade causada pelo desconhecimento.
Assim, os comportamentos observados no interior da câmara foram apreendidos pelos
pacientes, através dos cuidados de orientação. Guardadas as peculiaridades individuais eles,
128
apresentaram padrões esperados de reações ao ambiente. Para Daviddoff (1983) o
comportamento é uma conduta caracterizada do funcionamento social ou cognitivo, é um estilo
pessoal de resposta, sentimento e ação, incluindo um nível típico de atividade, sociabilidade e
emotividade. Os padrões de atuação são reações sociais que implicam o envolvimento de
aspectos culturais, genéticos, de aprendizagem, além do cansaço, motivação, emoções,
expressões faciais, gestos ações, maturação, raiva e agressão (física e verbal), bem como
ansiedade (emoção, medo), conforme o exemplo abaixo:
[...] No 1
o
dia eu senti medo tava com as pernas tremendo e tudo, e foi anteontem eu senti uma
picadinha aqui no orelha, mas é como você disse é normal por causa da temperatura. [...]
Porque eu nunca tinha visto, mas foi o primeiro dia eu entrei com as pernas tremendo mesmo.
[...]Porque eu não sabia como era. Era totalmente desconhecido” [16]
Deve ser ressaltado que ter conhecido o perfil dos pacientes, permitiu separar o que era
manifestações ou complicações relacionadas à terapia. A ansiedade pode levar ao medo, agonia e
abafamento, causadas pela expectativa do desconhecido, do novo, levando aos comportamentos
manifestados no interior da câmara, os quais são iniciados antes mesmo de adentrarem no
equipamento e foram relatados pelos próprios pacientes quando verbalizaram a maneira de como
se sentiam durante a sessão. As experiências descritas nas entrevistas também contribuíram para
revelar o olhar daqueles que permaneceram em silêncio, não demonstrando claramente aquilo que
sentiam para os técnicos, o que pode ser discutido em numa perspectiva de gênero, uma vez que
não demonstrar ou assumir o que sentem é típico do comportamento masculino, PEREIRA
(1999). Esse fato foi constatado em alguns pacientes desse gênero que referiram dor, mas
suportaram calados.
129
Nos filmes, pôde-se observar os movimentos dos pacientes e algumas das suas falas
durante a terapia. Muito embora a qualidade do filme não tenha permitido a observação da
expressão facial, especialmente em pessoas negras, como: alterações da cor da pele, tremores,
entre outros.Entretanto, os sinais foram identificados através das falas, durante a sessão, ou por
outras ações que os indicassem. Quanto aos sintomas, não foram identificados, durante a sessão,
sendo relatados apenas no momento da entrevista, conforme as falas abaixo:
“ É pelo tempo moça, é pelo tempo, fica com aquele oxigênio ali, fica com os dois orelhas, com
aquela proteção, aquele protetor né, que eu não sei porque sempre dói o meu orelha. O primeiro
dia não por causa do orelha porque tava sujo, passou remédio, no outro dia eu fiz güentei com a
experiência deles já, né, [10],
“ ......Acho que todos são importantes, principalmente porque eles chegam ali e distribuem uns
lencinhos pra gente, no meu caso mesmo que suo muito..... agora a temperatura abaixou, mas
antes a gente se molhava todo[ ]
Cuidado de controle da ansiedade
Os pacientes chegavam ao serviço após serem submetidos a outros tratamentos, com
resultados insatisfatórios, com muitos anos de tratamento, nos casos das lesões crônicas, tendo,
ainda, risco de amputação ou perdas cirúrgicas, decorrentes de complicações. Foram
encaminhados ao Serviço por seus médicos assistentes e ou enfermeiras, que cuidavam de suas
lesões ou, até mesmo, espontaneamente. Recebiam informações prévias dos médicos acerca do
tratamento, mas, ainda assim, precisavam de preparo para entrar naquele ambiente desconhecido,
o que costuma gerar ansiedade.
Desse modo, tal ansiedade esteve presente e observada desde a chegada dos pacientes.
No 1
o
dia de terapia, quando responderam sobre o seu estado emocional houve nas suas respostas,
uma incidência de 44% daqueles que demonstraram sentimentos negativos como medo 16 (16%);
tensão 7(7%); 4 (4%) preocupação e 18 (18%) manifestaram ansiedade. Esses sentimentos
130
estiveram também relacionados à fragilidade pela doença, tornando-os mais susceptíveis a essas
emoções. Entretanto, identificamos no grupo aqueles que conseguiram superar essa dificuldade,
demonstrando sentimentos positivos como a alegria, presente em 37 (37%) dos depoimentos e
justificada pela oportunidade que tiveram de serem submetidos ao tratamento. Esses sentimentos
da chegada continuaram no interior da câmara e sofreram interferência direta dos cuidados pré e
trans-terapia, principalmente daqueles expressivos e de alerta.
Ressalta-se que o comportamento, as emoções e ansiedade dos pacientes no 1
o
dia, deveu-
se às expectativas do desconhecido, e, a medida que foram realizando as sessões, essa ansiedade
foi sendo aliviada, pelo convívio e pela interação. As 3 primeiras sessões são as mais críticas,
conforme o depoimento:
“ No inicio eu me sentia mal , nas 3 primeiras eu pensei que até que eu não ia conseguir, tava
me sentindo sufocada, chorava muito, mas agora não, eu to me sentindo muito bem eu acho que
é porque a gente chega assim um pouco fragilizada com a situação né? O tratamento, mas
agora, graças a Deus ta ótimo. Venho tranqüila faço a sessão”[20]
Os pacientes demonstraram evidências de ansiedade, durante a terapia hiperbárica,
relacionada, conforme já comentado, ao desconhecimento do tratamento e ao ambiente
confinado. Esses foram aspectos citados, também, por (NORVEL, 2002) em seu estudo. Feltz
(1999) refere-se à ansiedade como uma resposta adaptativa do ser humano, frente a situações
ameaçadoras, preparando o indivíduo, para evitar uma ameaça ou atenuar suas conseqüências.
Nesse caso, a situação ameaçadora era a própria terapia e a câmara. Dessa maneira, estar
disponível e mostrar afetividade, permitiu que os pacientes controlassem a ansiedade relacionada,
às características do ambiente. Assim, a ansiedade esteve presente em 64 dos pacientes que,
apresentaram as manifestações descritas no quadro a seguir. As provocações verbais,
131
relacionadas no instrumento não foram levantadas, porque o som não esteve presente em alguns
filmes.
Quadro 3 – Relação das manifestações de ansiedade pelos pacientes durante a terapia
hiperbárica. Salvador, 2004-2005
Manifestações F
Sensação de sufocamento
Sudorese
Hiperventilação
Punho cerrado
Movimento repetitivo das mãos
Sudorese e braços cruzados
Sensação de sufocamento
Intolerância a máscara
Inquietude
Coceira nariz e olhos
Olhar em torno
1
10
1
7
20
8
1
1
12
4
4
Fonte: depoimentos e imagens videogravadas
Observando o quadro acima, têm-se 70 manifestações de ansiedade. Alguns deles
apresentaram mais de um sintoma, por essa razão, não aparecem na proporção de uma
manifestação para cada um, e foram coletadas através da observação das imagens da 1
a
sessão, a
partir dos seguintes critérios:
Movimentos dos membros: a partir da observação dos movimentos contínuos dos braços,
pernas, mãos e ou dedos e pernas balançando; punhos cerrados: mãos fechadas; sensação de
sufocamento: verbalizado; Olhar em torno e movimento do pescoço para todos os lados. A
literatura também referenda algumas dessas manifestações:
Da amostra, houve 47 pacientes que não apresentaram nenhum sinal de ansiedade.
Entretanto, correram outras manifestações no 1
o
dia, relacionadas ao ambiente restrito, como:
132
medo, agonia, pavor, insegurança e tensão [11]; frio [16] [57] [69] e pernas tremendo [16].
Destaca-se que tais manifestações apesar de não terem sido consideradas, constituem-se em
evidências clínicas da ansiedade.
Nesse caso, encontramos uma situação em que o cuidado expressivo de interação, através
da conversa e permanência do técnico ao lado do paciente, fez com que este se mantivesse na
sessão. Esse dado foi, também, registrado no livro de ocorrências.
3.2.2.2 O cuidar e os cuidados de Segurança:
Os cuidados de segurança visaram o monitoramento dos riscos biológicos e físicos. Nele,
estão os cuidados preventivos e relacionados diretamente ao controle do ambiente e dos riscos
afins, a exemplo da infecção ou do ruído.
A implementacão dos cuidados admissionais pré terapia podem ser considerados cuidados
de segurança fora da câmara, mas que viabilizarão os cuidados no interior da câmara. Assim, os
riscos em potencial já são controlados externamente à câmara. Desse modo, um paciente
diabético e que se queixa de mal estar, pode-se verificar a glicemia capilar e intervir diretamente
no seu controle e só depois de feito esse controle ele estará apto para realizar a sessão, sem o
risco de descompessar durante a terapia
Cuidado de implementação do intervalo de ar “air break”:
Procedimento de interrupção da oferta de oxigênio no momento de retirada das máscaras,
sendo informada pelo sistema de fonia pelo operador da câmara ou através de 2 movimentos na
válvula de abertura da saída de ar. Esse cuidado de segurança foi considerado pelos pacientes
como um cuidado expressivo, sendo também discutido e aprofundado como um momento de
oportunidade de interação e de atendimento das necessidades de hidratação entre outras.
133
Na prática assistencial ele é protocolado como um cuidado de adaptação, pois previne
manifestações como a intoxicação pelo oxigênio. Assim, foram implementadas tabelas de OHB
de 3 a 4 janelas de oxigênio por 20 minutos e entre ela a janela de ar. Para KINDWAL (1999) a
janela de ar tem o objetivo de prevenir a intoxicação pelo oxigênio.
Cuidados de monitoramento da sessão
Monitorar é observar. Para Nightingale (1979), em Notas sobre Enfermagem ela refere-
se como a observação dos enfermos. Na sua época, sem recursos tecnológicos utilizava-se apenas
a inspeção visual o que continua a ocorrer até os dias atuais, e na câmara essa observação é
realizada diretamente pelo técnico de enfermagem que acompanha os pacientes nas câmaras
multiplaces e, indiretamente, pelo operador da câmara, que os observa, através do monitor,
localizado no painel de controle. A presença física do técnico foi constatada em todos os filmes,
do inicio ao fim da sessão . A permanência ao lado dos pacientes iniciantes foi constatada em
todos os filmes, estando pé, prestando cuidados, e ou sentado na poltrona, ao lado dos pacientes
iniciantes.
O consultório também dispõe de um monitor, sendo possível, durante a consulta médica,
acompanhar a terapia. Essa vigilância constante envolve a segurança dos pacientes em relação ao
ambiente.
Nesse sentido, para monitorar os pacientes o técnico posiciona-se de frente para eles,
mantendo contato visual, observando diretamente cada um deles durante a sessão, quando são
orientados a levantar as mãos, caso se sentissem mal. Esse é um cuidado que previne
complicações quando a intercorrência pode ser identificada na sua fase inicial, ou quando
surgem sinais prodrômicos.
134
Os pacientes, durante a entrevista, responderam a pergunta sobre o ambiente. Toda a
operação/controle e monitoramento ambiental esteve relacionada aos cuidados prestados pelo
técnico de enfermagem, que os acompanharam e, indiretamente, por aqueles que operam a
câmara.
A observação de sinais e a escuta para os sintomas também foi um cuidado relevante,
principalmente nos sintomas de barotrauma. Nesse caso, quando não havia a compensação, o
técnico repetia as manobras quantas vezes fossem necessárias.
Ventilar a câmara
Esse cuidado foi também classificado como um cuidado do ambiente, pois promove
conforto e será discutido adiante. Como um cuidado contínuo de segurança está diretamente
relacionado ao controle do gás carbônico; a renovação do ar e ao controle de gases no interior da
câmara, pelo aumento da pressão parcial desses gases. De acordo com a Lei de Dalton em uma
mistura de gases, a pressão exercida por um desses gases é a mesma que exerceria caso ocupasse
sozinho; o mesmo volume ou, a pressão total exercida por uma mistura de gases é igual à soma
das pressões parciais de cada um dos diferentes gases componentes; (PARANÁ, 1999). Tal
medida previne a intoxicação por gases e o risco de incêndio, pelo aumento do percentual de
oxigênio no ambiente.
3.2.2.3 O cuidar e os cuidados terapêuticos
Os cuidados terapêuticos relacionaram-se àqueles que dizem respeito à terapia hiperbárica
propriamente dita, contribuindo para sua eficácia como, foi o caso do uso das máscaras para
administração de oxigênio; do posicionamento dos pacientes na cadeira e na maca, assim como a
continuidade de outras terapia durante a sessão.
135
Cuidados de administração do oxigênio hiperbárico:
A administração de oxigênio é um procedimento freqüente nos ambientes hospitalares.
Administrá-lo a 100%, em ambientes hiperbáricos, envolve o aumento da sua pressão parcial, o
que vai requerer cuidados específicos durante o processo, envolvendo a observação de sinais de
intoxicação, assim como o manejo com os equipamentos, no caso das câmaras multipacientes, as
máscaras de demanda e as tendas faciais.
Nas câmara monoplaces a administração dá-se diretamente no ambiente da câmara, assim
o paciente respira livremente.
Pressões mais altas que a normal propiciam ao oxigênio propriedades não observadas a
pressões atmosféricas normais. Quando solubilizado no plasma, o oxigênio hiperbárico aumenta a
tensão de oxigênio de 10 a 13 vezes a mais do que os níveis normais, mantendo a hemoglobina
ainda saturada, no leito venoso, (KINDAL, 1999).
Por ser administrado através de máscara de demanda, o paciente irá obter maior
aproveitamento, se estiver acordado. O sono foi observado em duas pacientes nas imagens, as
quais mantiveram o corpo paralisado e os olhos fechados, estando o corpo ou cabeça pendente
para o lado
A administração do oxigênio hiperbárico pode ocorrer por duas vias:
Via máscara facial:
Essa via de admnistração compreende outros cuidados correlacionados, sendo eles:
posicionar a máscara na face, ajustando as tiras, referido por 15 depoentes; verificar o ajuste da
máscara; adequar a máscara ao tamanho da face; colocar a máscara e tirar a máscara na 1
a
sessão; verificar /evitar vazamentos na máscaras; assistir na colocação e reposição da máscara
136
facial e orientar aos novatos como devem usar a máscara, na 1
a
sessão. Essas orientações foram
observadas em 10% da amostra, durante as imagens, registradas nas filmagens.
A assistência na colocação da máscara daqueles que iniciavam a terapia deveu-se ao
desconhecimento dos pacientes de como usá-la e da sua importância para eles; o procedimento
consistia em ajustá-la e fixá-la à face.
Os cuidados inerentes ao uso de máscaras, foram observados no ato da realização do
procedimento, iniciando-se no momento em que o técnico, operador do painel, sinalizava a do
oxigênio. Os pacientes permaneciam segurando a traquéia das suas máscaras, conduzindo a
interferência geralmente pelo seu peso. Foram levantadas queixas sobre elas, tais como: arranha
[14], pesa [61], Aperta[14] [45] [6] pequena para o tamanho do rosto [45] e exerce “pressão”
“ Só ficou apertada a máscara, ela não coube no meu rosto”[45]
Ressalta-se que as máscaras são importadas, o que pode levar a inferência de que os seus
tamanhos sigam um outro padrão do biotipo, diferente do brasileiro.
Desse modo, a máscara facial foi a via mais utilizada para a administração do oxigênio
hiperbárico, representando 99% dos casos.A válvula da máscara situa-se na traquéia, bem
próxima à válvula de saída do CO2. A sua presença aumenta o espaço morto anatômico,
associado à distensão dos alvéolos pulmonares e bronquíolos pelas condições hiperbáricas,
(BRASIL,2002). Também, por se tratar de máscara de demanda, existe um conseqüente aumento
do trabalho respiratório. Nas tendas faciais, ocorre o mesmo processo, sendo agravado pela
elevação do teor de gás carbônico.
A colocação, retirada e o correto do posicionamento da máscara foi o cuidado destacado
pelos pacientes. A preocupação com o vazamento do oxigênio pela máscara, esteve relacionada à
principal finalidade da terapia que, para eles, de acordo com seus depoimentos, era, a de receber
137
o oxigênio hiperbárico a fim de ficaram curados. Essa proposição partiu diretamente dos dados
das entrevistas quando comentaram sobre a terapia e seus cuidados. Foi identificada a
orientação/cuidados de que o oxigênio permitiria a cicatrização das lesões, não havendo nenhuma
inferência direta dos técnicos de enfermagem sobre esse conceito emitido pelos pacientes. Os
depoimentos abaixo retratam essa afirmação:
Naturalmente eu acho que o mais importante é como colocar a máscara, importante porque
comigo mesmo aconteceu uma vê,z a minha máscara tava partida e aí ficou escapando ar, da
outra vez veio a máscara grande e ficou .... e teve uma vez que eu falei e eles trocaram a
máscara e botaram uma mascara menor” [80]
“Porque eu acho que a gente necessita é tomar o oxigênio certo, né. O tratamento é a base de
oxigênio, se a gente tiver respirando direitinho eu acho que não vai fazer o mesmo efeito se você
não tiver fazendo a respiração certa, né” 20
Assim, todos os pacientes na 1
a
sessão foram dependentes em relação a esse
procedimento. Deve-se essa dependência ao desconhecimento sobre a maneira de como colocar a
máscara, de modo a evitar a perda do oxigênio, motivo pelo qual estão ali e, portanto,
preocupavam-se com esse recurso. Essa dependência também esteve relacionada à falta de
habilidade, restrição de movimento ou imobilização dos braços e mão, por curativo, ou ainda, por
restrição dos movimentos pelo pós operatório de cirurgia de mama.
Via tenda facial:
Este tipo foi utilizado apenas por um paciente, portador de queimadura na face. Esse uso
envolveu cuidados para a colocação, remoção e reposicionamento, evitando conversar,
concentrar-se na respiração e evitar a hiperinflação da tenda e o controle de saída de ar.
138
Cuidado com o paciente em uso de sonda vesical sob irrigação vesical:
Os cuidados aos pacientes em uso de sonda, no interior da câmara, não foram diferentes
daqueles prestados em qualquer espaço hospitalar. O único cuidado especial nesse caso, foi o
preenchimento dos balonetes das sondas, somente com líquido, uma vez que o preenchimento
com ar implica na redução do seu volume durante a pressurização, enquanto que com o líquido
não irá ocorrer nenhuma alteração pela variação da pressão ambiente, durante a terapia. A
fundamentação de tal procedimento dá-se pela Lei de Boyle Mariotte, onde a variação da pressão
de um gás é inversamente, proporcional ao volume, em compartimentos fechado (PARANÁ,
1999), conforme é o caso dos balonetes das sondas.
No estudo, houve apenas um paciente em uso de sonda vesical com irrigação contínua,
apresentando diurese hematúrica. Nele, foi realizado o controle do gotejamento de forma a evitar
a obstrução durante a sessão. Quantos aos cuidados pré terapia adotados, já foram discutidos
nesse item.
Ressalta-se que a hiperbárica é uma terapia coadjuvante, estando relacionada a outros
tratamentos, por essa razão, é possível, e viável, manter-se o paciente em uso de outros
procedimentos no interior da câmara, Apenas o que se deve avaliar é sempre o risco e o benefício
dessa terapia, porque manter um paciente clinicamente descompensado pode aumentar o risco de
complicações.
Cuidados com o posicionamento dos pacientes durante a terapia
As posições adotadas durante a terapia foram: sentada e deitada, mantendo-as durante
todo tratamento. Neste estudo, houve 81 (81%) pacientes sentados, em poltrona a 90
o,
com os pés
apoiados em blocos de espuma; 5 (5%) sentados em poltrona reclinada, ainda como o apoio para
os pés e 1 deles sem esse apoio, e 13% dos pacientes mantiveram-se deitados. Desses pacientes,
139
2% estavam sem travesseiros e ou elevação da cabeceira, em tratamento por tabela de
recompressão para tratamento de doença descompressiva e 11% com a cabeceira elevada em
oxigenioterapia hiperbárica. O decúbito encontrado foi o dorsal, que é a posição própria para
evitar o selamento da orelha externa no travesseiro. Além disso, essa posição permite o
relaxamento, prevenindo a flexão articular dos membros inferiores. Os pacientes mantiveram-se
cobertos por lençol, preservando-se sua privacidade. A indicação para a posição deitada esteve
diretamente relacionada às condições do paciente, assim como por indicação médica, dada as
restrições à posição sentada.
Durante a terapia, os pacientes devem ser mantidos em repouso relativo sentados ou
deitados. A redução da atividade evita a ocorrência de doença descompressiva, o que pode
ocorrer em mergulhares, quando realizam atividades excessivas. Mesmo assim os pacientes
gastam calorias como forma de energia, a partir de movimentos, como segurar a máscara,
elevação do copo ou de levar a bala até a boca ou, ainda, pela conversa, além da mobilização na
cadeira ou maca e da respiração na máscara e ou tenda facial. Guyton (1998), apresenta o gasto
energético relacionado às atividades que o homem pode desenvolver.
Quadro 4 - Posições e atividades adotadas pelos pacientes durante a terapia hiperbárica e o
gasto calórico
Forma de atividade Calorias por
hora
Acordado, ainda
deitado
77
Sentado, em repouso 100
Fonte: Atividades desenvolvidas na câmara adaptado do quadro de Gasto energético por atividades considerando um
homem de 70Kg Guyton, p.670
140
Nessa tabela, estão as posições na câmara e sua relação com o gasto calórico. Então, pelas
características dos pacientes podemos inferir que eles consumiriam, no mínimo 77 calorias na
posição sentada e 100 na posição deitada.
Manter os pés sob o bloco de espuma
Esse foi um cuidado relacionado ao posicionamento, observado em 87% dos pacientes
sentados, inclusive aqueles em uso de fixadores de membros inferiores, cujo recurso objetivava
mantê-los em extensão.
Esse blocos permitem a elevação dos membros inferiores dos pacientes nas poltronas,
evitando que as pernas fiquem pendentes durante a terapia, promovendo conforto, assim como a
manutenção das articulações dos membros inferiores livres, permitindo uma circulação efetiva.
Cuidado com o paciente em uso de venóclise
Controlar o gotejamento e remover o ar do frasco de soro de pacientes em uso de
venóclise foi um cuidado representados por 3% da amostra, é um percentual pequeno, mas
envolve cuidados preventivos de formação de grandes bolhas no equipo de soro, o que poderia
transformar-se em complicações.
A observação de presença de bolhas nos equipos dos soros e o uso de suspiros, foi
observada com todos os pacientes, quando se encontravam posicionadaos no interior da câmara, e
no momento de fixar os frascos de soro. Esse cuidado fundamenta-se na Lei de Boyle Mariotte,
onde a variação da pressão de um gás é inversamente proporcional ao volume, em
compartimentos fechados (PARANÁ, 1999). Assim, como os frascos de soro
141
e balonetes podem conter ar, deve-se considerar que essas bolhas podem sofrer variação,
diminuindo de volume na pressurização e aumentando na despressurização.
O rompimento do frasco de soro e a ocorrência de embolia gasosa são complicações que
podem ocorrer e os cuidados para preveni-los necessitam ser tomados, especialmente na pré
terapia.
3.2.2.4 O cuidar e os cuidados expressivos
Esse ítem trata do CUIDAR EXPRESSIVO, definido como O fio condutor, a Esperança,
em um momento em que os cuidados são realizados e caracterizados por uma relação
interpessoal” (COELHO ,2005). Essa denominação de cuidado aproximou-se das descrições
fornecidas pelos pacientes do estudo e das manifestações evidenciadas
Desse modo, foram categorizados, através das descrições interacionais, evoluindo aqueles
de relação interpessoal, efetivada entre o profissional de enfermagem e o paciente durante a fase
trans – terapia.
Nesse sentido, a percepção sobre os cuidados, pelos pacientes, sempre remeteu-se à
individualidade daquele que lhes estava prestando o cuidado. Assim, sempre ao falar sobre o
cuidado citavam nominalmente os técnicos de enfermagem, que estavam presentes antes, durante
e depois das sessões, conforme depoimento abaixo:
“ Na realidade isso tudo é um processo extremamente dinâmico e a abordagem de cada pessoa
é uma abordagem extremamente individual por mais que a gente queira, é óbvio que tem que ter
o parâmetro o protocolo que você segue basicamente e que tem que ser adaptado a cada caso
especial eu acho que isso tem sido seguido tranqüilamente é uma coisa dinâmica obviamente vai
haver casos em que as respostas não vão ser tão boas porque inclusive existe o aspecto pessoal
do indivíduo que estiver depressivo ou pessimista quanto ao tratamento, mas isso é uma coisa
extremamente individual e trabalha individualmente, de uma maneira geral acho que ta tudo
correndo bem. [92]
142
Os cuidados expressivos foram sintetizados no quadro abaixo, incluindo o número
correspondente a entrevista:
Quadro 5 – Descritores dos cuidados expressivos. Salvador, 2004-2005
Descrições dos cuidados N
Deixar a vontade, acalmar[ 5] [13] [26] [27] [30 [35] [41] [55] [57]
[58] [60] ] [69] [73] [76] [77] [83] [89]
Oferecer atenção, tratar com cuidado, ser cuidadoso, tratar com carinho
[1] [4] [10] [5] [12] [13] [16] [18] [19] [20] [21] [24] [25] [26][27] [30]
[31] [34][36] [37][41] [44] [46] [47] [50] [55] [56][57] [59] [63] [69]
[71] [72] [73] [76] [80] [85] [86][88][89][90] [93][99]
Oferecer distração pela conversa [1] [3] [5] [11] [14] [16] [22] [26]
[27] [28] [30][31] [34] [35] [41] [42] [46] [49] [61] [62] [80] [86] [93]
[95] [97] [100]
Brincadeira, interação durante o descanso na janela de ar[11] [26] [22]
[86]
Fazer uma oração [48]
Tocar e dar as mãos[DVD 36, DMSG]
Observar sinais de ansiedade * [DVD 1 a 69]
Assegurar a presença do técnico durante toda a terapia* [DVD 1 a 69]
Manter contato visual* [DVD 1 a 69]
17
37
26
4
1
100
100
100
100
Fonte: depoimentos identificados por números e imagens videogravadas..
Observamos nesse quadro que foram descritos 16 cuidados expressivos. Não foram
identificadas interações negativas com a enfermagem.
143
Tocar e dar as mãos
Esse cuidado foi observado como toque afetivo [DVD 22 faixa], no posicionamento na
câmara, colocação da máscara e protetor de ruído [DVD 1 a 69], no abraço e no aperto de mão,
conforme o depoimento abaixo:
“A atenção de estar olhando a máscara, atenção de estar apertando a mão. Porque você
imaginou a gente estressada, e isso é um carinho” [37]
Para o paciente, deste depoimento, o tocar está relacionado ao alívio do seu stress, é um
gesto de carinho. Registra-se que a imagem do filme da paciente [4] teve o toque como cuidado
afetivo, com gestos de carinho, através do deslizar as mãos por seus braços. Idosa, demonstrava
satisfação pelo cuidado que recebia. Entretanto observou-se que todo o toque
sempre era realizado cuidadosamente, com calma e gentileza.
Nesse sentido a sensação é tátil, quando coloca-se as mãos ou parte do nosso corpo em
contato com outro corpo; é auditiva, quando toca-se o cliente com o som da voz; é odorífica,
quando toca-se com o cheiro; é espiritual quando tocamos o coração, e transmitimos energia
amorosa, esperança, desejo de recuperação, força e compaixão.(FIGUEIREDO,1998). Para essa
autora o amor está presente nesse cuidado. Sobre o toque do abraço, a paciente [59], DVD 38,
faixa 6, fala:
“[...]Acho tudo, me tratam super bem abraço beijo, todos são legais e paciente com todos os
paciente”[59]
144
Assim, foi observado que o toque realizado pelo técnico compreendeu uma dimensão do
toque espiritual, transmitindo força e compaixão, revelado no sorriso e na fácies de tranqüilidade,
manifestada pela paciente [59].
Oferecer “o cuidado” e atenção
Nos depoimentos um dos cuidados mais destacados pelos pacientes foi a atenção e “o
cuidado”, representado por 37 pacientes. Esse cuidado esteve relacionado ao desvelo, conforme
podem ser evidenciados nas falas. A atenção, a interação com os pacientes retratam a
preocupação com o aspecto humano.
Nas manifestações, esses aspectos foram abordados como positivos principalmente para
os idosos, que teceram inúmeros elogios sobre a forma como são assistidos pela equipe de
enfermagem, podendo-se considerar um diferencial no cuidado. Mesmo a enfermagem
gerontogeriátrica avança nos aspectos gerontológicos, mas se detêm nos aspectos do
envelhecimento como uma fase de doença e perdas (SANTANA et al, 2005). O foco dessa
atenção é a pessoa, e sua doença encontra-se como elemento secundário no momento de interagir,
de ser “cuidadoso”. As falas abaixo exemplificam essa atenção:
“ qualquer coisa que a gente tem aí dento ele vem logo ele é ativo em toda área, tem muito
cuidado com a gente.Qualquer sintoma ele vem logo perguntando se a gente ta sentindo alguma
coisa,[89]
“[...] todo mundo é muito atencioso e eu procuro sempre orientar para acalmar para ela eu acho
uma coisa o próprio médico e isso emociona mesmo (chora) eu não sabia que existia um negócio
desse para nos trata” [73]
. “ Ela é ótima, tinha dia que eu ficava assim impressionada com ela sabe porque? Às vezes eu
tava triste, mas quando chegava assim na metade da desse tratamento eu ficava alegre começava
a sorrir, mesmo aborrecida, mas de repente despertava assim dentro de me uma alegria e eu não
sabia porque Meu Deus de onde vem essa alegria eu não entendia porque, não sei se foi a
hiperbárica que me causava isso, eu às vezes entrava aqui aborrecida chateada, vinha de casa
145
chateada aborrecida quando entrava aqui chegava quase no meio da sessão hiperbárica já
sentia aquele alívio como se um peso tivesse tirado de me eu começava a sorrir ficar alegre e
conversava bastante porque eu gosto. Porque eles aqui são legais, eles me trataram como
gente” [41]
A última frase desse depoimento, remete-se ao respeito do indivíduo como um ser
humano, plenamente atendido, considerando a posição da paciente no depoimento.
Oliveira (2005), em um estudo sobre a humanização e o cuidado, retrata sua experiência relativa
à complexidade da tarefa de cuidar, pela existência de obstáculos da presença do usuário do
serviço como um efetivo sujeito no cuidado da sua própria saúde. Assim, pode-se considerar que
a relação do cuidado expressivo, durante a sessão hiperbárica, revelou-se um cuidado
humanizado, considerando que os pacientes sentiam-se sujeitos do processo terapêutico. Essa
humanização foi tão presente, que uma das pacientes informou que o técnico a orientou fazer
uma oração, conforme depoimento abaixo:
“Os técnicos por que eles perguntam se esta tudo bem oferece água aquela bala que ele da
manda a gente fazer uma oração, o tratamento e formidável lá dentro”[ 48]
A oração, para HELLERN et al (2000), é a comunicação espontânea de um indivíduo
com Deus, e, nesse, caso não costuma ter uma forma definida, uma vez que ela é expressa em
termos pessoais. Pode-se inferir que ela é própria do ser humano. Esse cuidado surgiu
espontaneamente, muito embora tenha aparecido apenas uma vez, nos depoimentos. Pode-se
considerar estatisticamente insignificante, mas o fato de ter sido citado, parece ter se revelado
como um cuidado importante para essa pessoa.
É possível, também, considerar que os pacientes têm um conceito sobre cuidado. Para
Ferreira (2001) o cuidado está relacionado ao desvelo e essa definição está mais próxima da
146
predominância da palavra atenção preocupação e cuidados referidas nas falas, quando
perguntava-se a sua opinião sobre os cuidados recebidos.
O cuidado foi oferecido cordialmente pelos técnicos. Para Boff (1999) a pessoa cordial, a
ausculta, “cola o orelha à realidade”, presta atenção e põe cuidado em todas as coisas. Um dos
pacientes afirmou que não precisariam tantos cuidados. Vejamos:
“carinho, a preocupação, acho que não precisaria tantos cuidados”[57]
Oferecer distração pela conversa
A conversa, citada como cuidado, foi referida por 26% dos pacientes. O seu teor durante
a terapia, envolveu a orientação das manobras, esclarecimento de dúvidas, assim como
brincadeiras, conversas informais e a escuta sensível.
Carvalho et al (2005) classificaram os cuidados de autonomia da enfermagem, em:
conversa com o paciente e família, cuidar de materiais, orientar o tratamento e o cuidar do
ambiente no cenário hospitalar. Esses cuidados também foram revelados nos depoimentos dos
participantes do estudo. Concorda-se com as autoras, pois eles dependem apenas da ação da
enfermagem, dos seus conhecimentos e “da maneira de cuidar” de cada membro da equipe.
O momento informal ocorreu durante o período de intervalos de ar (air break), quando os
pacientes retiram as máscaras e podem conversar. Este, foi constatado em todos os filmes , sendo
considerado como um espaço de descanso pelos pacientes. Conforme demonstram os
depoimentos abaixo:
“Eu acho o seguinte sempre tem aquele descanso no meio que recupera o paciente ta preso
emenda uma coisa com a outra, nada”[86]
“O ambiente é muito bom, a gente brinca muito, a nossa turma ali é muito brincalhona, todo
mundo , os 5 minutos que a gente passa, de descanso é só brincando um com outro, boa”[22]
147
“O que eu sinto bastante satisfeito e alegre, e gente aí é um irmão um com outro, e sai bastante
piada, brincadeira, pra gente, na hora do descanso, né”.[11]
Face a esses depoimentos pode-se considerar que ocorreu a interação entre os técnicos, os
pacientes e entre eles mesmos. A interação acontece porque no intervalo os pacientes podem
falar, e para eles significa o descanso e a interação, sendo o momento em que podem relaxar e
conversar entre eles ou com os técnicos, além de pedirem balas, água ou atender qualquer outra
necessidade individual. Durante a administração do oxigênio não é possível conversar pelo uso
do equipamento.
Os assuntos foram diversificados: contaram piadas, falaram sobre assuntos diversos e
sobre suas vidas [DVDs de 1 a 69]. Há de se considerar, também, que pela interação constatada
os pacientes perceberam o ambiente da câmara como um espaço social. Os dados referentes a
interação foram observados em todos os DVDs.
Sendo a 1
a
sessão, também o primeiro contato com a terapia, os pacientes observados de
1
a
vez permaneciam na terapia, calados, concentrados nas manobras de compensação e só a partir
do 2
o
janela de ar e que começam a interagir, esboçando mímica facial, sorriso e a própria fala.
Esse comportamento excetuou-se para aqueles que estavam sendo submetidos por mais vezes ao
tratamento, o que foi identificado, nos DVDs 32, faixa 2, 4
a
vez na terapia;
Nos DVDs n
o
34 faixa 1 e n
o
40 faixa 4; registraram pacientes que estavam pela 2
a
vez no
tratamento, entretanto comportavam-se como aqueles de 1
a
vez, calados, inicialmente. No DVD
52, faixa 2, 4
a
vez na terapia, identificamos um paciente muito ansioso, porque surgiu uma lesão
em outro pé, diferente daquele, pelo qual já havia sido submetido a tratamentos anteriores.
148
Deixar a vontade , dar carinho e amizade
Os cuidados expressivos determinaram manifestações de bem estar e de acolhimento,
resultando nos descritores: sentir-se bem, estar a vontade, alegre, descontraído, e foram
depoimentos dos seguintes pacientes [1][2] [13] [15][16][17][18][20][26] [27] [30] [35] [41] [53]
[55][58][60][76] ] [79][81 [77][89][98] [97] [100] [56] [57] [10] [37[71].
“eu estou me sentindo bem, estou feliz” [16]
[...]Eu acho assim, a tranqüilidade do técnico, ele deixa a gente tranqüila, à gente assim sente
bem.[...][100]
Desse modo o sentir-se bem, pode ser compreendido como um aspecto positivo, em
relação à terapia propriamente dita, sendo referente aos resultados da cicatrização da lesão, assim
como relacionados à interação com as pessoas. Como o estar bem, trata de sensações que não
podem ser medidas, mas sentidas e verbalizadas, pode-se considerar que a permanência do
técnico durante a terapia e dos demais pacientes favorecem o bem estar. O depoimento abaixo
aborda a condição vivida pelos pacientes e fala sobre o deixar a vontade , revelando que deixar à
vontade, o que se pode entender como interação, ocorre entre aqueles que estão juntos, incluindo
o técnico:
“ No 1
o
dia ele procurou me deixar a vontade me monitorizar isso dá uma segurança para gente
que nunca foi ele te deixa a vontade eu mesmo fiquei a vontade meia hora depois da câmara ele
me deixou relaxada não só a mim como a todos criou esse vínculo no dia em que mandarem M.
para outro ele deixa a gente a vontade, a gente fica com medo por ser uma coisa assim
desconhecida ele fala que tira o medo da gente, a gente relaxa e aí fica tudo bem “ [76]
Outros depoimentos evidenciam, essa mesma interação, sendo justificada pelo longo
tempo que permanecem juntos. A interação, então, é favorecida pela permanência prolongada
durante a terapia, traduzida por amizade e camaradagem.
149
Com certeza ficar uma hora e meia no ambiente fechado com outras pessoas não tem como não
interagir”.25
“É tranqüila é ótimo e agradável todo mundo ajuda não tenho dificuldade nenhuma os
funcionários excelentes da clinica ate a porta da hiperbárica todo mundo trata bem” [56]
“[...]o pessoal me trata bem, são maravilhosos, não tenho que me queixar de nada”.[90]
“[...]graças a Deus, agora dos outros eu não sei, eu mesmo Graças a Deus, tanto por um como
por outros até mesmo meus camaradas mesmo, meus colegas me tratam bem, - não o senhor
fica aí sentado, deixa eu sair primeiro, depois os sr sai, porque o senhor vai na cadeira de rodas
e aí... Graças a Deus” [24]
Este último depoimento revela a interação entre os pacientes e os técnicos, e entre eles
revelando sentimentos como amizade, amor e carinho.
Os cuidados expressivos não se encontram em protocolos pré estabelecidos, mas são
essencialmente terapêuticos, uma vez que contribuem para sensações de felicidade e alegria,
favorecendo a liberação de substâncias endógenas como a serotonina e endorfinas, que pode
contribuir indiretamente para o sucesso do tratamento. Do ponto de vista da psicanálise, pode- se
dizer que os pacientes fazem transferência com aqueles que cuidam, segundo Rubinstein(1999).
Essa transferência revela-se na figura do amigo, da amizade e da aproximação, conforme os
depoimentos abaixo:
“[...] e a gente faz muita amizade, através dali dentro, faz muita amizade ali”.[13]
“A turma que nos acompanha, os técnicos, são pessoas boas, pessoas que já estão ali, que
tratam bem”[27]
Além dos benefícios fisiológicos, a interação também traz benefícios pelo acolhimento, de
acordo com 38% dos pacientes. Os cuidados expressivos ainda controlaram sinais de ansiedade,
muitas vezes relacionados ao ambiente confinado. Constatou-se, no estudo, que os pacientes
gostavam da sessão, porque sentiam-se em uma “sala de estar”, como a terapia é coletiva podem
150
compartilhar suas dificuldades. Segundo os depoimentos eles gostam, ainda, porque são bem
tratados, bem recebidos, tendo atenção e carinho, conforme os depoimento:
“ Na realidade o que mais me surpreendeu é um grupo de pessoas que estão participando do
fato de estarem com algum problema de saúde que equivale praticamente a uma viagem de duas
horas, no nosso caso específico de 2.2 atmosferas, ou seja, é como se todos os dias a gente se
juntasse para viajar, e acaba criando uma camaradagem, um conhecimento, em que a pessoa
começa realmente a interagir com as outras e isso que tem um aspecto positivo extremamente
válido”. 92
Nesse sentido, o ambiente da câmara multiplace, favoreceu a esse aspecto, uma vez que se
trata de um local onde a terapia é coletiva, e todos são mantidos durante o mesmo tempo, lado a
lado. O protocolo da terapia pode ainda, ser outro fator que favorece tal interação.
Registra-se que no período em que os pacientes foram submetidos à terapia, tiveram
oportunidade de se encontrarem diariamente, na chegada e depois permaneciam juntos, no
interior da câmara, por um período compreendido entre uma a duas horas, de 2
a
a sábado. Assim,
por se tratar de uma câmara multiplace, o mesmo grupo permanecia do início ao fim do
tratamento por possuírem lesões compatíveis, fator que também os aproximam, por vivenciarem
os mesmos problemas e convivendo no mínimo por 10 dias consecutivos, o que corresponde às
sessões de tratamento.
Registra-se que, os pacientes são acompanhados sempre pelo mesmo técnico de
enfermagem, escalado por turno e sessão. Desse modo, um paciente submetido à 10 sessões, tem
10 encontros com o mesmo profissional, cujo contato permite o estabelecimento de uma relação
maior pelo convívio diário. Essa orientação favorece ainda mais a orientação. Outro fato que
deve ser destacado é quanto ao vestuário dos técnicos serem iguais aos dos pacientes, incluindo a
cor.
151
Os cuidados expressivos, descritos pela interação, contribuíram também para a adesão e
adaptação ao tratamento. O depoimento abaixo revela essa afirmação, que nessa fala, aparece
como um cuidado de alerta:
“Na primeira sessão eu passei mal, entrou um rapaz que é monitor e começou a conversar
comigo como se fosse psicólogo e me transformou, me disse se eu me sentisse mal ele se sentiria
também. Me retiraram da maca me acompanharam que eu fizesse força para acompanhar ele
que ele não iria sair dali, e hoje eu entro e saio tranqüilamente sem nenhuma preocupação” 93
Reitera-se, com base nos depoimentos, que os aspectos relacionados ao ambiente social,
tais como: o bem estar, a descontração, o acolhimento e o profissionalismo da equipe,
favoreceram a interação efetiva, vencendo a ansiedade do paciente. A excelência do cuidar e dos
cuidados passa pela individualização, e pelo modo humano e sensível, expresso pelo afetivo –
ouvir, estar presente, tocar e estar-com.
Destaca-se que outras maneiras de cuidar, preconizadas por COELHO(2005), também
poderiam complementar o cuidar expressivo, que é o cuidar por gestos e palavras -o apoio
emocional. Na terapia hiperbárica é essencial, o sorriso, o mostrar-se disponível, conversar e
interagir, os quais foram relacionados à esse cuidar, assim como o ser solidário, traduzido por
lidar com a pessoa e a sua diversidade”. procurando-se resgatar a essência da vida”. Assim,
esses aspectos foram revelados no cuidar expressivo, podendo ser considerados como um
referencial para a qualidade no atendimento.
152
3.2.2.5 O cuidar e os cuidados do ambiente hiperbárico
O cuidar do ambiente representa uma categoria de cuidados de autonomia da enfermagem,
segundo Carvalho et al (2005). Dessa maneira, o cuidar e o cuidado do ambiente hiperbárico, foi
da responsabilidade da enfermagem, principalmente nos aspectos que permitem conforto ao
paciente.
Cuidar do ambiente, para Coelho (2005), significa “o espaço privado num ambiente
coletivo olhado como um espaço social de convivência. O ambiente hospitalar é um espaço
importante como elemento terapêutico, cuidar para que esteja higienizado, confortável, tranqüilo,
seguro, sem riscos. Envolve a música ambiente, cores,sala de estar , jornais e revistas”.
Assim, o ambiente reflete diretamente nas pessoas. No estudo é elemento do cuidar e do
cuidado na terapia hiperbárica. Para Rocha et al (2004), “a permanente tentativa da enfermagem
considerar como um elemento do cuidado, parece ser um preocupação que procede, pois tudo o
que fazemos é sempre em algum lugar. Essas autoras fazem tal consideração a partir de uma
discussão sobre as técnicas e tecnologias do cuidar. Nessa concepção, pela especificidade do
lugar em estudo, estão descritas as câmaras hiperbáricas e discutiremos a relação desse recurso
tecnológico cujo ambiente influencia diretamente o processo de cuidar (WALDOW, 1995), um
espaço artificial, diferente, restrito e incomum nos cenários hospitalares.
A câmara hiperbárica
Essas câmaras são resistentes à altas pressões, de ocupação humana e devem atender aos
critérios mínimos de classificação de riscos para o seu funcionamento (BURMAN,2000). Elas
podem ser do tipo estacionária ou móvel. As estacionárias são utilizadas para tratamento clínico e
devem ser instaladas em ambientes hospitalares ou ambulatorial, seguindo a Resolução Colegiada
50, da ANVISA (2004).
153
São produzidas no Brasil por 4 empresas, por essa razão existem vários modelos desse
equipamento. A câmara do estudo foi certificada pela DNV- Det Norske Veritas. Essa câmara
comporta no máximo 10 pessoas por sessão. No serviço foi estabelecido um total máximo de 8
pacientes, além de um técnico de enfermagem no interior da câmara. Desses paciente 7 ficariam
sentados e 1 deitado. Essa câmara é classificada pelo NFPA 99 como uma câmara classe A, do
tipo multiplace, de ocupação humana, de compartimento duplo e de formato cilíndrico.(fotografia
1) No Brasil, até então, as normas vigentes para construção de câmaras multipacientes são
aquelas recomendadas pela Sociedade Americana de engenheiros Mecânicos – ASME / PVHO
Fotografia 1 – Vista frontal da câmara: formato cilíndrico, porta vertical e a esquerda,
medical lock
Fonte: cenário do estudo. Fotografado pela autora
A câmara é divida em 3 compartimentos: o salão de tratamento, a antecâmara e o medical
lock. O acesso para o seu interior dá-se por uma porta vertical, (fotografia 1), tanto dos pacientes
deambulantes, quanto para aqueles em maca ou cadeira de rodas, atendendo aos pressupostos
ergonômicos, ciência que envolve a adequação do homem à máquina ( FUNDACENTRO, 2004).
154
O medical lock é uma "mini câmara”, localizada a direita da porta principal. Esse
compartimento liga-se ao interior da câmara através de uma porta interna. É pressurizado de
forma independente, e serve para entrada ou saída de medicações ou pequenos objetos.
O salão de tratamento é o espaço do cuidar e dos cuidados de enfermagem diretos durante
a terapia, sendo o compartimento principal ( fotografia 2 ). Dispõe de uma maca fixa e de
poltronas reclináveis, válvulas de saída do oxigênio, termômetro e higrômetro para monitorar a
temperatura e umidade relativa do ar internas, além de um sistema de combate a incêndio e um
sistema de comunicação automático e manual. As cadeiras são removíveis e reclináveis,
favorecendo a entrada e permanência de mais uma maca ou outro equipamento, quando
necessário. As paredes são côncavas e lisas, permitindo a limpeza. O piso é de metal,
antiderrapante. Esse salão e a antecâmara comunicam-se através de uma porta localizada entre
eles.
A iluminação é feita externamente ao equipamento, com luz afixada em uma caixa
apoiada aos visores, com lâmpadas frias. O ar e a temperatura ambiente são controlados
internamente e externamente, através da ventilação intermitente pelo painel de controle ou
quando há solicitação direta dos ocupantes da câmara ou, ainda. para monitorização dos gases
presentes no ambiente. O ar ventilado sai por um sistema de exaustão, permitindo a redução dos
níveis de gás carbônico.
As saídas individuais de oxigênio situam-se paralelas às poltronas e a maca. As válvulas
de saída e anti-refluxo são localizadas junto à máscara, facilitando a respiração dos pacientes pela
inexistência de espaço morto no interior da tubulação.
155
Fotografia 2 - Vista interna da câmara: salão de tratamento
Fonte: cenário do estudo fotografado pela autora
A antecâmara é um espaço independente, destinado a facilitar o acesso ao salão principal.
Localiza-se após a porta circular no final do salão de tratamento (fotografia 2). No caso de
intercorrências com o paciente, o profissional pode entrar ou retira-lo da câmara sem que haja
necessidade de interrupção da sessão. Dispõe de uma poltrona, sistema de fonia e liga-se ao salão
de tratamento por uma porta circular. Pode-se monitorar visualmente o paciente e ou o
profissional que estiver na antecâmara, através da vigia interna do salão de tratamento, ou da
vigia externa, ao lado da porta de entrada da antecâmara.
O tamanho da câmara permite a presença de um grande número de pessoas, inclusive
acompanhantes de crianças, caso necessite, durante as sessões.(fotografia 3).
156
Fotografia 3 - Vista lateral da câmara
Fonte: cenário do estudo fotografado pela autora
A operação e o monitoramento da câmara são feitos no painel de controle, por um técnico
de enfermagem. Esse profissional atua uma vez por dia, cuidando dos pacientes no interior da
câmara, operando o painel e permanecendo no serviço.Para atender as demais necessidades de
pacientes que chegam para serem avaliados, recepciona pacientes, entre outras demandas. De
acordo com a Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego NR15 Brasil
(2006), a exposição a ambientes hiperbáricos só é permitida uma vez a cada 24 horas. A NR15 é
aplicada para todos os profissionais que assistem aos pacientes, sendo apenas expostos ao
ambiente pressurizado, uma vez por dia.
O painel é composto por: um monitor, que capta as imagens pelas câmaras acopladas na
parte externa da câmara, sensores de monitoramento de gases, sistema de fonia, rádio
manômetros e válvulas de pressurização e despressurização. (fotografia 4)
157
Fotografia 4 – Painel de controle da câmara hiperbárica e técnico operador da
câmara
Fonte: cenário do estudo fotografado pela autora.Autorizada pelo técnico
No caso da câmara em estudo, o cuidar do ambiente compreendeu, também, o resgate da arte
e da criação significando A improvisação originada das práticas para dar conta das técnicas”
Coelho (2005). Nesse sentido, a improvisação determinou adaptações tecnológicas, baseadas no
método científico e na criatividade, considerando como instrumentos básicos do cuidar por
Cianciarullo (2000). Do cuidado da criação foram identificados nos seguintes equipamentos,
adaptados para os pacientes:
a) rampa removível, de madeira, revestida de borracha anti derrapante. Esse recurso teve o
objetivo de facilitar o acesso das cadeiras de rodas e maca, além da locomoção dos pacientes com
amputações e dificuldade na marcha. O piso da câmara encontra-se em um nível mais baixo que o
piso da clínica. Uma rampa é colocada no inicio da sessão e retirada após a entrada dos pacientes,
atendendo, assim, aos aspectos ergonômicos da saúde do trabalhador, que passa a empurrar a
cadeira através das rodas;
158
b) A maca possui regulagem para cima e para baixo, com vistas a permitir a transferência do
paciente da maca da ambulância, e desta para a maca do serviço e desta para a da câmara; Essa
maca é forrada com lençol, como um cuidado de conforto, evitando contato direto do corpo do
paciente com a napa;
c) blocos de espuma revestidos de napa, para o apoio dos pés do paciente, durante a terapia. Esse
revestimento, permite a limpeza e desinfecção.
d) protetor de ruído tipo concha, com furo nas laterais. Esses furos têm o objetivo de evitar o
selamento completo da orelha externa, durante a compressão da câmara, o que representa uma
das causas freqüentes de barotrauma, conforme assegura (SHIEFIELD, 2005). Assim, permite a
equalização e promove o conforto acústico aos pacientes, enquanto que, para os funcionários,
serve como um equipamento de proteção individual.
e) compressas cirúrgicas de algodão para enxugar o suor durante a terapia;
f) Capas de napa, nas cadeiras da câmara, sem costuras permitindo a limpeza e desinfecção além
de evitar o desgaste natural da cobertura original da poltrona;
g) ganchos plásticos adaptados para suporte de soro;
h) confecção de uma padiola para facilitar transferências;
i) placa de plástico para identificação do pacientes, contendo suas iniciais, número de sessão e do
prontuário.
Esses recursos, adaptados, visaram a promoção de conforto aos pacientes, bem como a
prevenção de acidentes de trabalho para os funcionários. Todos esse recursos encontram-se
registrados como produção intelectual.
A câmara hiperbárica tem limitações físicas, determinando o confinamento, além da
pressão atmosférica aumentada. Entretanto, com o avanço da tecnologia ela vem se tornando
mais adequada à ocupação humana. Transitando pela história, encontra-se câmaras para as
159
atividades de mergulho, cujos assentos eram estreitos e de ferro e não dispunham de passagem
exclusiva para pequenos objetos e medicamentos.
Na busca de fundamentar o cuidar em um ambiente diferenciado foram resgatados os
elementos da teoria do ambiente de Florence Nightingale (1989), que em sua época revolucionou
os padrões de tratamento dos doentes e do ambiente onde permaneciam os enfermos, propondo
que este devia contribuir para a recuperação do doente, funcionando como um elemento
restaurador. Através do livro Notas sobre a Enfermagem, pode-se admirar este trabalho,
constatando-se de que era uma mulher à frente do seu tempo, quando utilizou-se de recursos
naturais e artificiais para o cuidar, tais como a iluminação natural ou artificial feita com
lamparinas e velas e valorizando o ar proveniente da natureza.
Quando se cuida, nas câmaras, preocupa-se, também, em controlar o ambiente físico e
social. O ambiente físico perpassa por alguns dos elementos citados por Nightingale (1989),
como arejamento, temperatura moderada, ar puro, água pura, limpeza, iluminação, ruídos,
variedades de estímulos, higiene pessoal e observação do doente. Respeitando o momento
histórico em que a sua teoria foi descrita, pode-se considerar que ela é atual, pois mesmo nos
cenários de cuidado, tecnologias simples, ainda se fazem presentes.
No caso da câmara, esses elementos são artificiais, e projetados para serem restauradores.
Esses aspectos ambientais vem sendo pesquisados pela ergonomia, ciência que estuda o meio
ambiente físico através do ruído, a iluminação, as vibrações e a temperatura de maneira a serem
cada vez mais adequados (MENEZES, 2003).
Desse modo, é partir desses elementos, referentes ao ambiente e ao conforto, que os
cuidados são descritos a seguir. Esses cuidados podem ser encontrados no protocolo (Apêndice )
e foram observados através das imagens, sendo encontrados nos DVDs de número 1 a 69.
Algumas falas, também, foram transcritas mostrando tais evidências.
160
a) Cuidado de ventilação da câmara - O arejamento e o ar puro e a temperatura
moderada
De um modo geral, em um ambiente doméstico/hospitalar o arejamento é feito através da
circulação do vento por janelas abertas, permitindo a entrada do ar puro, externo. No entanto, em
alguns espaços hospitalares a climatização pelo ar condicionado é obrigatória, constando como
norma da ANVISA
Assim, o arejamento do ambiente, no Serviço em estudo, é feito por aaparelhos de
condicionados, enquanto que o da câmara dá-se através da abertura da válvula de liberação de ar
para o seu interior, caracterizando-se por ventilações e do uso de ar condicionado especial, o after
cooler, que resfria o ar através de serpentinas, antes de entrar na câmara. Essa ventilação consiste
na liberação de ar intermitente durante a terapia, através de sua tubulação, localizada nas
extremidades internas e próximas às portas.
Esse cuidado do ambiente favorece o resfriamento, e o controle de odores no interior da
câmara, incluindo aqueles produzidos por flatulências, as quais, em um ambiente fechado e
pressurizado têm o cheiro potencializado.
Assim, o ar da ventilação é produzido pelos compressores elétricos e são armazenados em
tanques reservatórios, denominados de pulmões. É composto por 21% de oxigênio, 89% de
Nitrogênio e outras frações de argônio, hélio, xenônio e outros gases inertes. Para o NFPA (2002)
o ambiente deve conter menos de 23,5% de oxigênio, pelo analisador de gases. A umidade do ar
é dependente da umidade externa, além da permanência de muitas pessoas.
Ao arejar e climatizar o interior da câmara estamos interferindo, também, na temperatura,
que é sempre controlada pelo monitoramento do termômetro e higrômetro, além da sensação de
calor referida pelos pacientes.
161
A temperatura é controlada pela renovação e mobilização do ar, através do vento,
permitindo a troca de calor por condução. O calor, no interior da câmara, durante a pressurização
já é esperado e acontece durante a compressão pelo Efeito Joule Thompson, devido a expansão
dos gases. Na descompressão há o efeito inverso, em função da evaporação das moléculas de gás
e pela umidade, o ar resfria, chegando, alguns pacientes queixarem-se de frio pela queda da
temperatura. Assim, o calor e o frio podem se acentuar dependendo da velocidade de compressão
ou despressurização (PARANÁ, 1999).
A climatização do ambiente externo é mantida a 18
o
C, e contribuindo para a redução da a
temperatura interna da câmara. A porta permanece aberta quando a câmara não está em
funcionamento.A manifestação fisiológica esperada nesse momento é o calor, referido por alguns
dos pacientes, mas que consegue ser minimizado pela ventilação. A seguir os recortes das falas
abaixo revelam a sensação de calor desses pacientes:
“ O ambiente fechado, faz muito calor no começo, o pior de tudo é no começo, é que faz calor....
e também a máscara, né tudo aquilo, mas depois quando começa a ventilar, aí... 32
o
Essa ventilação também causa ruído, determinada pela saída do ar da tubulação. O
depoimento abaixo retrata uma posição da paciente.
“[...]eu acho absolutamente tranqüilo....Na análise do processo a circulação do vento eu
acho que pode melhorar o barulho provocado pelo vento”[...].18
b) Monitorar temperatura e umidade:
Observada através do atendimento à solicitação e ou queixa dos pacientes sobre a
temperatura ambiente e por estarem sentindo calor. Esse cuidado visou controlar a temperatura
corporal, evitando seu aumento, o que poderia levar à exaustão pelo calor, tendo como sinais
162
sudorese, pulso fraco e sintomas como náuseas, cólicas, fadiga extrema e cefaléia (GUYTON,
2002). Nesse sentido, os pacientes sempre pediam para ventilar a câmara, todas vezes que
sentiam calor.
O calor e a sudorese foram sintomas presentes e referidos por 11 dos pacientes, Calor [19]
[21] [32] [37] [50] [54] [57] [65] [67] [69] [82] sendo observados nas filmagens, (DVDs) desses
pacientes, no momento em que se enxugavam, utilizando compressas de algodão, levantavam a
blusa; pelo abanar o corpo ou, ainda, quando verbalizavam. A sudorese dos pacientes pode ser
um sinal relacionado tanto ao calor quanto à ansiedade (NORVEL, 2002).
Conforme comentado, o calor é um sintoma decorrente do aumento da temperatura
ambiente na câmara, ocorrendo pela dispersão dos gases (efeito Joule Thompson),
conseqüentemente, estimula a sudorese como mecanismo fisiológico da perda de calor,
evaporando suor e reduzindo a temperatura da pele. A temperatura na câmara manteve-se entre
24
o
C a 30
o
C em 94 sessões, e entre 31
o
C a 40
o
C em 6 sessões, enquanto que a umidade relativa
do ar manteve-se alta acima de 81% em 52% dos casos.
Tabela 7 – Temperatura ambiente versus Umidade relativa do ar, durante a sessão
hiperbárica. Salvador, 2004-2005
Fonte: Prontuário dos pacientes
Registra-se que pacientes que foram submetidos à alterações da temperatura e da umidade
relativa do ar, e ao sentirem qualquer necessidade, foram prontamente atendidos pelo técnico, que
minimizava o calor, oferecendo água e solicitando a ventilação da câmara
Temp. ambiente Umidade relativa do ar Total
64% a 70% 71% a 80% 81% a 90% 91% a 100%
24
o
C a 30
o
C 9 23 52 10 94
31
o
C a 40
o
C 0 2 2 2 6
Total
9 25 54 12 100
163
c) O cuidado da iluminância - A iluminação
A iluminação da câmara é artificial, conforme descrita nas suas características. Uma boa
iluminância permite visibilidade apurada dos pacientes, viabilizando cuidados específicos como
de administração de medicamentos e a observação das suas reações. Na câmara, ela é controlada
externamente, pelo painel. Durante as sessões, pode ser reduzida à pedido, para permitir o
relaxamento, principalmente durante a fase de administração de oxigênio. Não foi possível
observar essa redução durante a filmagem, porque iria prejudicar, ainda mais, a resolução da
imagem.
Nos depoimentos não foram encontradas manifestações à respeito desse aspecto.
Observou-se a aspiração de soro, na seringa, pelo técnico, não sendo identificada nenhuma
dificuldade na realização desse procedimento, em função da iluminação.
d) Cuidados de controle dos ruídos - Os ruídos
As sessões de oxigenioterapia hiperbárica que costumavam acontecer no tempo máximo
de 2 horas, expõem os pacientes a 85 decibéis (dBA) estando no pico máximo da ventilação, de
acordo com o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (ANEXO B). Para a NR15,
(2003), o indivíduo pode permanecer nesse nível de ruídos pelo máximo de 8 horas. Esses ruídos
são decorrentes da entrada do ar no interior da câmara durante a compressão, despressurização e
ventilações intermitentes.
O protetor usado contra ruídos era do tipo concha. O seu uso era orientado pelo técnico de
enfermagem, sendo oferecido a cada um dos pacientes, podendo ser colocado por ele ou pelo
próprio paciente. Aqueles com restrição de mobilidade do braço tiveram esses protetores
colocados pelos técnicos.
164
Para minimizar os efeitos dos ruídos os pacientes eram avisados, momentos antes, sobre o
inicio da pressurização e ventilações, sendo disponibilizados protetores auditivos, individuais e
do tipo concha. Esses dispositivos têm a vantagem de não machucarem o ouvido e podem ser
utilizados por pessoas com cabelos longos, barba ou cicatrizes. São de baixo custo, confortáveis
em ambientes quentes e não restringem os movimentos (GABAS, 2004). A vantagem da vedação
no canal auditivo ocorre porque os protetores foram adaptados pelos furos, já descritos no
cuidado da arte e criação. Todos os paciente recebem os protetores, são orientados quanto ao seu
uso e, caso estejam impossibilitados, os técnicos os colocam.
Outro ruído existente no interior da câmara é o da música, intermitente, utilizada como
recurso de entretenimento, além das falas dos pacientes durante os intervalos de retirada de
oxigênio (air break), sendo comum na despressurização e na parada aos 3 metros de
profundidade.
e) Cuidado de entretenimento – música ambiente e a estrutura do serviço
Variedades de estímulos
O cuidar do ambiente, no aspecto do estímulo foi iniciado no ano da construção do
serviço, em 2000 e idealizado pelos seus mentores, através do planejamento e da contratação de
uma arquiteta hospitalar para elaboração da planta do Serviço, quando o grupo propôs assemelhar
o ambiente do serviço às características de um navio. Nessa época, não havia normas destinadas a
sua construção. Só a partir de 2002 através da RDC 50 (BRASIL,2002) é que elas surgiram.
Registra-se que, no momento da espera, os pacientes podem permanecer na recepção,
assistindo televisão, ou lendo revistas, disponibilizadas nesse espaço.
165
A distribuição da bala, antes e durante a sessão tem a finalidade de ajudar na
compensação do ouvido, mas, para os pacientes, isso servia para sua distração durante o tempo
em que permaneciam na câmara, informando, ainda, que a bala era muito saborosa.
Os pacientes ouviram música durante o período em que recebiam o oxigênio, exceto
durante as ventilações. O tipo de música foi variável e está registrada em todos os DVDs,
(números 1 a 69). Esse som tem o objetivo de descontração e relaxamento e apenas registrou-se
uma queixa sobre a falta de atividades de entretenimento, durante a sessão:
“ É um ambiente bom, tem a música prá descontrair, esse tempo todo ali dentro é assim
meio monótono né, tem a música para relaxar e tem aquelas paradas de 5 minutos para
descanso que a gente conversa também né, apesar de tá todo mundo doente mas sempre tem um
clima legal né, a gente conversa fala da vida de cada um, rapidinho” [26]
Esse depoimento, traduz a impressão sobre o entretenimento na terapia, revelando que a
música descontrai.
Pode-se inferir que essas experiências são sempre individuais e que os cuidados
elaborados para o atendimento de conforto aos pacientes, nem sempre alcança esse objetivo.
Para Figueiredo (1997) o cuidado de enfermagem, costuma envolver essas duas vertentes,
tem-se em vista o conforto, mas para o paciente pode ser desconfortante ou causar sofrimento,
mas a longo prazo eles acalmam e aliviam (MORSE, 1998). Os aspectos positivos e negativos
dos tratamentos vêm sendo foco de discussão da bioética. No estudo, esses aspectos foram
resumidos no quadro abaixo, e resultaram dos depoimentos, denominados de confortáveis e
desconfortáveis:
166
Quadro 6 - Síntese dos descritores de conforto e desconforto
sobre a câmara hiperbárica
Descritores de conforto e desconforto N
Descritores confortáveis
“pressurização confortável”[88]
“as cadeiras são confortáveis”[88] [19] [30] [46][48]
“Acho bom, necessário”[87] [2] [4] [11] [15] [17] [18]
[31] [36] [55] [56] [87] [41] [62]
“Muito seguro”[16] [47]
“Interessante”“Uma tecnologia avançada/ “Modernizado”
“Tem espaço pra todo mundo”[84]
Descrições desconfortáveis
Confinado Fechado estranho [21] [25] [27] [28] [30] [94]
Abafado restritivo [67] [36] [50] [24] [92] [80]
Apertado [57]
Castigante e assustador[10] [21]
A roupa é quente, inadequada para o clima [22] [27]
As cadeiras desconfortáveis [47] [37]
Podia ter uma cama melhor
a pressão aperta [64]
pressurização desconfortável [12] [16] [26] [27] [61]
1
5
14
5
1
1
6
6
1
2
2
2
1
1
5
Fonte: Depoimentos dos pacientes, identificados pelos números das entrevistas
Vê-se, no quadro acima, aspectos de conforto, relacionados à acomodação e à operação da
câmara. Para Pereira et al (2003) o conforto é o estado de bem estar, no qual o indivíduo está bem
consigo mesmo, com as pessoas ao seu redor, com o ambiente e ajustado ao meio social. Desse
modo, para a enfermagem oferecer conforto deve envolver tanto o ambiente físico quanto o
social. Assim, os pacientes verbalizaram o conforto, através dos cuidados, como a oferta da água,
167
dos pufs para o apoio dos pés, do posicionamento e até mesmo das balas que lhes foram
oferecidas. Outros aspectos subjetivos, os cuidados interativos, expressivos, também
proporcionaram conforto e segurança aos pacientes. Pode-se identificar isso, quando revelaram
que se sentiam bem com as pessoas. As falas, a seguir, revelam essas posições:
“a pressurização me pareceu confortável a balinha é uma coisa imprescindível, a balinha
permite que a velocidade de pressurização ele vá pressurizando um metro a cada 2 minutos,
2m/min né?”[88]
“ Perfeita, confortável, a cadeira confortável, no meu caso que eu não podia ficar com a perna
dobrada virada pra baixo, eu colocava a perna naqueles quadrados que me davam uma posição
muito confortável ,tranqüilo”[30]
A descrição do achar bom, confortável apareceu em 12 depoimentos. O bom esteve
relacionado aos aspectos de higiene, do cheiro, as dimensões da câmara, estrutura boa.
“ O conforto, eu não tive muito que me queixar, o que deixa cansado também são aquelas
cadeiras cansam um pouco porque são reclinadas, fora isso é bem confortável, não tem muito
que se queixar, quer dizer não tem o que se queixar” [47]
eu acho bom, ótimo, cada um com seu aparelho, não é, recebendo o oxigênio, não é? o ar , não
é?, a água..isso (risadas)” [11]
“ Eu acho conforto necessário”[55]
“ Pra mim o conforto é normal, eu mesmo dependo da minha perna estirada, ele colocam três
bojo coloca minha perna tem que ter espaço no canto é normal”[56]
Aquela água que ele dá para gente tomar é maravilhosa eles sente bem, é aquele conforto que
a gente tem eles acham maravilhosos[35]
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA já especifica normas
para elaboração de projetos assistenciais, contemplando aquelas referentes ao conforto,
preocupando-se com o aspecto higrotérmico, a qualidade do ar e o conforto acústico e luminoso
dos estabelecimentos assistenciais de saúde (BRASIL, 2002).
168
Na câmara em estudo para o grupo da pesquisa a referência ao desconforto foi encontrada
em 48 das descrições, envolvendo aspectos referentes ao ambiente confinado e à estrutura física
da câmara.
Pode-se inferir que o desconforto ocorreu, mas que foi superado ao longo do tempo, face
aos benefícios do tratamento. Houve também 3 depoimentos, considerando a câmara diferente [1]
[3] [81]. Os cuidados expressivos contribuíram para minimizar o desconforto relativo aos
aspectos físicos do ambiente.. Os recortes dos depoimentos abaixo revelam esses aspectos:
“ desconforto no ouvido um pouco de zumbido no dia seguinte. Não avise, alguma coisa como
mergulhar na praia, mas depois passa” .[18]
“ Dor não, só a pressão Chegou a causar muito desconforto Muito não, mas tem que aprender a
estabilizar a coisa” [58]
“A única coisa que eu não concordo, no meu caso é só a vestimenta, porque eu acho que deveria
ter um bermudinha, uma roupa e um pano bem mais leve, a roupa que nós usamos aí é muito
pesado, principalmente para nossa temperatura aqui da Bahia, que é muito quente. blusa não
era para ter aquelas mangas, incomoda muito, no meu caso, que suo muito mesmo, só sinto
ruim aqui é só a roupa” [22]
A queixa desse último paciente, referente a roupa, relacionou-se ao calor. No Serviço, as
roupas são de algodão, tipo pijama de centro cirúrgico. Aqueles que chegavam com a roupa do
hospital permaneciam com ela, pois não tinham bolsos e também eram de algodão,
compreendendo 7 pacientes. Os demais usavam calça, camisa de manga curta, propé e as
mulheres touca.
Registra-se que o algodão é um tecido realmente quente, mas é o tipo de material que
evita e tem uma combustão baixa, enquanto tecidos sintéticos têm alta combustão. Embora tenha
sido uma solicitação procedente do paciente, que relacionou à temperatura do ambiente, o
169
atendimento à norma de segurança é mais importante. Outras falas ainda referem-se ao
desconforto:
Um dos pacientes teve a experiência de participar de uma avaliação médica, no serviço,
estando na câmara para reconhecer as condições de um ambiente hiperbárico, junto com um
grupo de alunos de um curso de mergulho recreativo. Posteriormente, quando foi mordido por
uma piranha e necessitou do tratamento, lembrou-se dos benefícios apreendidos na visita anterior
e comparou as duas experiências revelando que, estar como paciente era uma outra condição. O
desconforto pelo ambiente restritivo foi claramente descrito nos depoimento abaixo:
“ A única coisa que causa desconforto é a colocação da máscara, um desconforto tremendo pra
mim, eu sou meio tenho medo de ambiente fechado”[100]
“ Moça, o ambiente deve trazer o beneficio que ele me falou, eu perguntei a ele né, o moço, qual
o beneficio que nos traz aquele serviço. porque ele é castigante, eu achei, entendeu, ele me
tortura muito”[10]
Entende-se que o ambiente social foi plenamente atendido, a partir das falas dos
pacientes, entretanto o ambiente físico revelou desconforto pelos limites referentes ao espaço, ao
calor e, até mesmo, pela queixa relativa ao material usado na confecção da roupa.
Assim, os depoimentos sobre o ambiente hiperbárico permitiram contextualizar o espaço
do cuidar, revelando que os pacientes sentiam desconforto pelo ambiente da câmara sendo
identificados em 48% deles; 31% destes, apresentaram manifestações de desconforto, incluindo
sinais e sintomas, os quais se reverteram pelos cuidados de enfermagem, prestados durante a
terapia.
No cotidiano assistencial os pacientes contam suas histórias de vida, relacionado-as à
doença e suas seqüelas. A doença implica então, em comprometimentos fisiológicos e psíquicos
e, nesse momento, interfere no conforto, conforme revela Morse (1998), a conversa e a escuta
170
convertem-se, então em um cuidado de conforto, considerando que, do ponto de vista do
paciente, a obtenção deste inclui a habilidade de confiar; ser apoiado; ter esperança; receber um
cuidado competente, bem dosado e sincronizado; além de um manejo médico da lesão ou doença
que seja suportável; os sintomas suportáveis; e os tratamentos toleráveis. Esses aspectos foram
plenamente atendidos ao serem analisados os depoimentos, existindo, assim, uma relação de
cumplicidade e de confiança entre os técnicos de enfermagem e os pacientes.
3.2.2.6 O Cuidar e os cuidados de Alerta na terapia hiperbárica
O cuidar de alerta “é a construção dos cuidados, que significa permanecer atento aos
aspectos imprevisíveis” (COELHO, 2005). A especificidade desse cuidado está na sua
implementação, sendo demandado pelas complicações ocorridas durante a terapia.
Desse modo, os aspectos imprevisíveis do cuidado consistiram nas alterações
apresentadas como complicações, identificadas pelo técnico, atento, no interior da câmara.
Assim, envolveram, principalmente, os casos emergenciais. Nesse sentido, houve um caso
de um paciente recidivante no tratamento, portador de doença descompressiva, tipo 1, com risco
de seqüela motora e que, ao final da sessão, apresentou uma crise convulsiva por intoxicação,
pela exposição prolongada ao oxigênio.
Destaca-se que, além dessa situação emergencial, pacientes que não compensaram
adequadamente o ouvido e, como conseqüência, apresentaram dor, e poderiam ter chegado ao
barotrauma. Outras, apresentaram complicações, relacionadas diretamente ao meio e ou
associadas às suas enfermidades e aos comportamentos fóbicos.
Registra-se que as complicações costumam acontecer quando o indivíduo não consegue
adaptar-se ao meio ou quando apresenta alterações fisiológicas. Encontram-se no quadro a
relação das complicações apresentadas pela amostra.
171
Quadro 7 – Síntese das complicações apresentadas pelos pacientes da amostra submetidos a
terapia hiperbárica. Salvador, 2004-2005
Barotrauma: de Ouvido [4] [57] [68] [86]
Barotrauma Sinusal [62]
4
1
Intoxicação pelo oxigênio:
Convulsão na despressurização [83] DVD
1
Sinais respiratórios:
“Falta de ar” [13] [86] [24] [50] [54] [83]
Tosse seca
Obstrução nasal
Espirros
6
1
2
1
Sinais vitais alterados:
Hipertensão
“Coração abafado” [24]
Febre
2
1
5
Tontura [13] [60]
Enjôo e vômito [17] [43]
Cabeça pesada quente [27] [84]
Alergia relativa a câmara e seus equipamentos
A máscara [84]
Ressecamento em torno da boca [30]
Hiperemia facial pela máscara [14]
2
3
2
1
1
1
Claustrofobia [93]
Medo, pavor [7] [8] [16] [18] [24] [31] [42] [59] [60] [80] [84] [89]
[95]
1
13
Fonte: Depoimentos das entrevistas e imagem videogravada
Complicações apresentadas pelos pacientes N
Dor no ouvido durante a pressurização na primeira sessão – imagens
videogravadas
Cefaléia durante a pressurização nas primeiras sessões [46] [61] [66]
[84] [66]
Dor no local da lesão durante a sessão [41][61]
Otalgia freqüente durante toda a sessão causando desconforto relatada
na entrevista [10][29]
Dor de ouvido na despressurização [16]
Alivio da dor depois que começou a terapia hiperbárica [41]
Não sentiu mais dor depois da terapia
Dor ouvido 1
o
dia [3] [16] [19] [29] [100]
27
5
1
2
2
1
3
2
Sangramento nasal sem barotrauma [44] [46] [74] [99] 4
172
Encontramos 93 descritores de manifestações e de sentimentos,
que demandaram cuidados de alerta. As complicações encontradas também foram identificadas
por Shiefeld e Shiefel (2003), em um estudo retrospectivo de 20 anos, em um serviço americano
de medicina hiperbárica. Nesse estudo, os autores relacionam as complicações e os cuidados de
remoção da câmara e do oxigênio. As complicações encontradas foram semelhantes nos dois
estudos, como: dor, tosse, barotrauma de orelha, ansiedade, dificuldade de compensar o ouvido,
náusea, intoxicação pelo oxigênio, tremores e claustrofobia. Tais complicações estão
apresentadas e discutidas a seguir:
Cuidados com pacientes que venham a apresentar alergia
Foi relatado um caso de alergia à máscara, cujo cuidado consistiu na colocação de uma
gaze na sua base, local de contato com a face. A paciente tinha dermatografismo:Veja-se seu
depoimento:
eu fico um pouquinho vermelha aqui, mas só fica um pouquinho aqui (na face) depois
passa, não fica muito vermelho depois eu vejo uma sombra”.[84]
Nesse caso, a paciente costumava apresentar alergia de contato, não tendo relação
específica com o material da máscara.
Controlar náusea
Foi identificado um caso em que não houve necessidade de intervenção, porque passou,
espontaneamente. Sintomas neurovegetativos podem surgir por conta da ansiedade, estando
relacionado essencialmente ao aspecto emocional.
173
Vale ressaltar, mais uma vez, que pacientes são submetidos à terapia hiperbárica como um
tratamento coadjuvante, fazendo uso de outras medicações, inclusive antibióticos por via oral, na
sua maioria. Essa medicações podem também ter sido a causa da náusea:
Na 1
a
sessão enjoei depois me acostumei. Eu enjoei avisei e aí passou” [17]
Controle da fobia e do medo
A "fobia é traduzida por um medo irracional, que provoca o esquivamento consciente do
objeto, atividade ou situação específica temida. A exposição ao estímulo fóbico provoca imediata
resposta de ansiedade no indivíduo, podendo assumir proporções de um ataque de pânico
(DAVIDDOFF, 1983). Nesse caso, a situação temida era a entrada para o interior da câmara
hiperbárica, tanto relacionada ao ambiente fechado, quanto ao desconhecido (NORVEL, 2002).
O sintoma da falta de ar e o “coração abafado”, foram encontrados nos depoimentos:
“Eu senti uma falta de ar, aí o rapaz falava respira que tem ar daí eu tive a convulsão eu mordi”
[83]
‘ No 1
o
dia eu senti, falta de ar fiquei tonto, fiquei com problema de controlar a respiração né
para tirar aquela secção do ouvido mas depois que o rapaz foi me orientando orientando a” [13]
“Sentí, por que eu tenho uma fobia triste, uma a fobia de prisão, altura, elevador eu sinto uma
angustia muito grande de ficar preso, dor no ouvido no inicio da sessão mas agora não sinto
mais nada”.[93]
“Tenho fobia de lugares fechados, elevador, até banheiro pequeno se fechar à porta eu fico mal,
eu superei na câmara pelo fato de querer me curar, tentei, fui me controlando, a força de me
curar foi maior” [94]
No caso de intercorrência o atendimento, costuma, ocorrer imediatamente, inicialmente
pelo técnico de enfermagem até o que o médico entre na câmara. Assim, considera-se que o
atendimento as manifestações e ou complicações foram prontamente realizados.
174
“ Ali dentro o ambiente é fechado, mas eu percebi a troca né que tem a cada 20 minutos, aí já me
tranqüilizou, pra mim foi como se fosse uma viagem, daquela da adolescência, daqueles filmes
que viajavam naquela navezinha, que viajavam no fundo do mar através do tempo, mais ou
menos por aí, e eu fico assim curiosa realmente da descoberta como é a sensação do
mergulho[28]”
“ Bastante fechado, assim, dá a impressão que você está num submarino, assim, mas depois
você se acostuma depois da 1
a
3
a
sessão você se acostuma” [25]
“eu sou meio tenho medo de ambiente fechado, sou meio claustrofóbico” [18]
A tontura relatada pode ser um sintoma de vertigem alternobárica e, nos pacientes em
questão, ela apareceu associada à ansiedade, sendo verbalizada por apenas dois pacientes do
grupo. A tontura, como sintoma isolado, pode estar relacionada à inúmeras enfermidades.
Entretanto, uma vertigem transitória pode ocorrer, devido a um equilíbrio desigual da orelha
média, levando a tonturas, náuseas e vômitos (SHIEFIELD et al, 2005). A descrição dessa
complicação foi a seguinte:
“ Na ultima sessão, não sei, se por ansiedade, fiquei um pouco tonta, o técnico disse: respire e
engula a saliva, sempre no final”[60]
O cuidado implementado na situação acima foi o controle respiratório, o que parece ter
favorecido ao alivio desse evento.
Deve-se intervir nessa manifestação antes que determine uma solicitação de saída da
câmara pelo seu descontrole. Assim, os cuidados expressivos e os de orientação favoreceram tal
controle. Os depoimentos abaixo revelam o medo:
175
“Ah! No primeiro dia eu fiquei com medo (risadas) fiquei com medo, [...] porque eu senti um
remorso assim, de ficar abafado[...] mas depois fui tranqüilizando, os meninos disse não seu ...
isso é assim, isso é assim, me levou numa boa aí Graças a Deus ta tudo tranqüilo”[24
“ eu senti muito medo quando eu vi aqueles negócio assim redondo o que eu mais perguntava
como é que eu vou sair e aí ele me explicaram tudo e quando eu entrei eu ouvi tátátátá eu olhei
um negócio estranho. Quando eles falavam vai descer, [...] , como aqui é o mar eu olhava pra
uma lado olhava pra o outro e nada de ver água, olhava [...] Aquela 1
a
semana toda foi uma
semana de pavor todo ...” [80]
O medo apareceu em 13 descrições. Para Guyton (2000), o medo desencadeia respostas
no sistema nervoso simpático, causando alterações dos sinais vitais. Os pacientes referiram medo
pelo risco de pegar infecção, uma vez que a terapia é coletiva; medo do ambiente confinado;
medo do desconhecido; a expectativa do medo e medo da ocorrência de uma situação de
emergência dentro da câmara. O medo gerou um “mal estar”, conforme relatado pelos pacientes
[31] e [80], que referiram sentir-se mal, relacionado ao medo da câmara. As falas a seguir trazem
essas descrições:
[...]“No começo eu fiquei com medo da infecção. De pegar infecção de outra pessoa lá dentro...
todo mundo junto.. a máscara é esterilizada não é?” [7]
A infecção hospitalar, citada no depoimento é uma ocorrência que extrapolou os muros
hospitalares, através da mídia, revelando casos, na maioria das vezes, fatais. Essa infecção é uma
realidade, mas o fato de permanecerem lado a lado, não implica que venham adquiri-la. Além
disso, não são admitidos pacientes em isolamento respiratório. Pode-se inferir que o risco de
infecção na câmara é o mesmo dos hospitais.
“ [...]a gente fica com medo por ser uma coisa assim desconhecida ele fala que tira o medo da
gente, a gente relaxa e aí fica tudo bem”[...]
176
O medo da situação emergencial está relacionada, diretamente ao desconhecimento da
técnica. A câmara multiplace é compartimentalizada pelo salão de tratamento e pela antecâmara
e, havendo uma situação de emergência, medidas de atendimento serão tomadas imediatamente.
As falas abaixo revelam esse medo:
“ Fiquei apavorada, mas cheguei a ponto de me desesperar mais foi tudo bem.”[59]
“Eu tenho medo de acontecer uma emergência de passar mal, mais é tranqüilo.”[60]
“a gente fica com medo de alguém passar mal acontecer alguma coisa e essa semana tb eu não
sabia que qdo a umidade ta alta no 1
o
dia saia uma fumaça no final eu não sabia e eu olhava pra
cara de todo mundo, bem deve ser normal e tava todo mundo na boa”. [84]
“ eu fiquei preocupada em ter alguma rejeição em relação a entrada não conseguir ficar ou se
algum problema assim de medo de ficar assim ambiente fechado mas graças a Deus não houve
problema nenhum, eu comecei pela manhã não é, nunca tive problema nenhum,[...]
Cuidados de enfermagem na ocorrência de barotrauma
Os cuidados para o barotrauma foram adaptados a partir das condutas orientadas por
Shiefield et al (2005), sendo eles:
No caso da ocorrência do barotrauma não recomprimir. No barotrauma nasal: lavar as
narinas com solução fisiológica quando da epistaxe; repouso e elevação da cabeceira; administrar
medicação conforme prescrição médica, nos seios de face, maxilares ou frontais. Como medida
de prevenção: evitar o uso de produtos lácteos nas 24 horas de terapia; administrar medicação
conforme prescrição médica e subir 2 a 4 pés de profundidade. Auto inflar por manobras de
Valsalva ou Frenzel.
177
A otalgia, durante a compressão, foi a manifestação prevalente. Nas imagens foi
observada quando levantavam as mãos para o técnico, verbalizavam ou levavam as mãos até a
orelha e alteravam a expressão facial.
Para Clarck, (2003) a dor seguida de desconforto na orelha é o efeito colateral mais
comum do tratamento com OHB, sendo referida pelos pacientes durante a fase inicial do
tratamento, quando expostos ao ambiente hiperbárico. Nos sujeitos da amostra essa dor persistiu
durante toda a sessão para apenas duas pessoas. Ela costuma surgir quando a tuba auditiva não
equaliza com o meio externo, potencializando o risco de barotrauma de orelha.
Para Mauvecin (2004), aos 10 metros a pressão da orelha média, sem compensar, pode
romper o tímpano. A pressão da orelha média é normalmente 20mmHg menor que a pressão
ambiente, com 25 mmHg, já passa a existir sensibilidade. Considerando a variação do volume do
gás pela Lei de Boyle Marioti e as paredes rígidas no ouvido médio o volume diminui na
compressão, devendo aumentar na descompressão. A tuba auditiva deve estar livre, abrindo pela
contração dos músculos do palato durante o bocejo, a deglutição, a fala, o choro e outras
manobras que a compensem (SHIEFIELD et al, 2005).
Quanto ao sangramento, este costuma ocorrer no momento da despressurização, quando a
bolsa de sangue se expande. Freqüentemente, o paciente inicia com queixa de dor na
pressurização, permanecendo com a sensação de “ouvido cheio”. A lesão é identificada pela
otoscopia e as manobras de compensação não devem ser forçadas pelo risco de barotrauma da
orelha interna.
Do grupo, cinco pacientes apresentaram barotrauma, identificados a partir dos
depoimentos, que informaram a presença de sangramento durante a terapia, também através do
levantamento dos prontuários e livro de ocorrência. O barotrauma é definido como uma lesão
tecidual, resultante da diferença de pressões entre o ambiente e um espaço corporal preenchido
178
por gás (Shiefeld, 2005). Na terapia, quando da ocorrência do barotrauma, o paciente é suspenso
do programa temporariamente e encaminhado ao otorrinolaringologista, só retornando depois da
avaliação e com o relatório do caso.
Assim, os cuidados em relação ao barotrauma foram todos preventivos. Quando ocorreu
sangramento, no momento da despressurização, os técnicos ofereceram compressa de gaze ou
algodão para limparem o sangue, comunicaram ao médico e ao paciente, que ao sair da câmara
foram avaliados através da otoscopia e rinoscopia. Era prescrita ou realizada pelo próprio médico
de lavagem local, com solução fisiológica.
Os pacientes que tiveram barotrauma não foram retirados da câmara, porque apresentaram
sangramento durante a despressurização ou na saída, do lado de fora. Os casos relatados abaixo
são daqueles que apresentaram essa complicação:
Paciente [4], [DVD 22]., sexo feminino, 84 anos, necrose de coto amputação infrapatelar,
revascularizada. Barotrauma com epistaxe na descompressão em 25.01.05, encaminhada para o
otorrinolaringologista. A paciente encontrava-se no sexto dia de sessão. Não foi encontrada
nenhuma informação a respeito, nos depoimentos. Informou ter cursado a terapia com o ouvido
“tapado”. O registro do barotrauma estava no livro de ordens e ocorrências além do prontuário.
Paciente [86], DVD 60, faixa 4, sexo masculino, 25 anos, lesão infectada com perda de
substância por esmagamento atropelamento, de difícil cicatrização, com perda do tendão de
Aquiles. Em 10.08.06 apresentou epistaxe na depressurização, ansioso, sem acompanhante,
encaminhado ao otorrinolaringologista hematoma em membrana timpânica. Suspenso por 10
dias. Referia dores constantes no local da lesão, faz uso de voltaren. Registro no prontuário. No
seu depoimento falou da pressão que sentiu:
179
“ Aquela bolhinha que dá assim, mas aquilo é o que a pressão só pegar o nariz e puxar um
pouquinho que eu alivio o nariz soprar um pouquinho”
Paciente [57], sexo feminino, 44 anos, obesa, portadora de osteomielite de tíbia e
erisipela. Submetida a tireoidectomia por hipertrofia de adenóide. O2 HB, fez 65 sessões.. Em
02.08.05 apresentou epistaxe, sendo encaminhada ao otorrinolaringologista. Não foram
encontrados dados no depoimento. Registro no livro de ordens e ocorrências.
Paciente [62], DVD 39 faixa 2, sexo feminino, 77 anos, úlcera varicosa extensa, infectada.
Em 12.04.05 apresentou epistaxe, encaminhada para o otorrinolaringologista sendo suspensa da
sessão .de O2 HB. Fez 10 sessões.Registro no livro de ordens e ocorrências.
“quando eu vim aqui no toalete que eu escarrei, fiquei a apavorada por causa do sangue eu falei
com os meninos não sei se foi no mesmo dia falei com Dr° Paulo, ele suspendeu logo”
Paciente [68], sexo masculino, 39 anos, lesão infectada em hálux, 28.07.05. Apresentou
barotruma no 8
o
dia. Encaminhado ao otorrinolaringologista.
Cuidados de intervenção na ocorrência de epistaxe
A ocorrência de sangramento nasal foi encontrado no depoimento de 4 pacientes. Esses
dados também foram identificados nos prontuários, sendo, no atendimento, realizada a lavagem
nasal com solução fisiológica e orientados a aumentarem a hidratação, havendo registro da
pressão arterial. Esses pacientes continuaram as sessões sem intercorrências. Não foram
encaminhados ao otorrinolaringologista, pois não apresentavam lesão. Suspeitou-se dessa
ocorrência, pelo estado de hipohidratação, causando rompimento dos vasos da mucosa nasal.
180
Cuidados de intervenção na intoxicação pelo oxigênio
Registra-se um paciente submetido a terapia descompressiva, que apresentou, durante a
despresurização, sudorese, palpitações, apreensão, síncope e convulsão generalizada com queda
da língua e incontinência urinária. Sua máscara foi retirada, a cabeça lateralizada, feita proteção
do tronco e segmentos. Para a intoxicação do SNC pelo oxigênio e na ocorrência de convulsões
recomenda-se a retirara da máscara, aguardando 15 minutos após os sintomas terem
desaparecidos. (MARINHA DO BRASIL,2003).
Esse paciente, ao saír da crise apresentou alucinações e agressividade. Foi contido na
maca, com lençol; feita punção venosa em MSD (repuncionado) e administrado diazepan (02
amp. 10 mg) EV diluído em 20 ml de água destilada. Instalada solução fisiológica – 500ml e
oxigênio a 02 l/min, sob cateter nasal. Ao abrir a porta foi necessário solicitar a ajuda dos
acompanhantes para a contenção e administração de medicamentos (DVD 55, faixa 3 em
06.07.05). Retornou ao hospital, onde se encontrava internado. Shiefield e Shiefield (2003), em
seu estudo retrospectivo de 22 anos descreveram 29 casos de crises convulsivas. No Serviço em
estudo este foi o único caso, em 1 ano.
Cuidados no controle da febre
Administrar drogas antitérmicas, para ceder a febre, caso persista, pois o paciente estará
em risco de convulsão. Nessa ocorrência, deve-se proceder à remoção da máscara e/ou tenda
facial, procedendo os demais cuidados demandados.
No estudo, houve um caso de paciente com febre durante a terapia, sendo administrado
dipirona via oral. Não ocorreu nenhuma outra alteração. O risco da febre alta, predispondo o
paciente à convulsão, costuma ser causada pela intoxicação por oxigênio em altas doses , devido
a maior retenção de O2 durante a hipertermia. (KINDWAL, 1999).
181
Outros participantes do estudo, com febre, fora da terapia, informaram que estavam em
uso de antibióticos, não sendo possível acessar o tipo no prontuário da internação. Entretanto, 4
mulheres que sofreram complicações pós operatória de cirurgia de mama, usavam a
ciprofloxacina, via oral. Ainda, a presença de febre costuma ser indicativa de infecção,
considerando que 29 (29%) dos pacientes possuíam lesões infectadas e que foram controladas
pelos antibióticos em uso.
As complicações apresentadas determinaram cuidados específicos de intervenção para o
controle ou reversão. O quadro síntese abaixo relaciona os cuidados de alerta observados,
verbalizados e ou encontrados em registro documental. Alguns desses cuidados, também,
aparecem como cuidados contínuos, a exemplo da redução ou interrupção da pressurização.
Quadro 8 – Síntese dos cuidados de alerta identificados nos pacientes, submetidos a terapia hiperbárica.
Salvador 2004-2005
Descritores dos cuidados de alerta N
Orientar para falar ou levantar as mãos se sentirem alguma coisa durante a
administração de oxigênio
Parar a câmara no caso de dor do ouvido – observado nas imagens
Comunicar ao médico as intercorrências
Administrar analgésico
Permanecer ao lado dos pacientes novatos
Verificar a pressão arterial durante a sessão
Entrada pela ante câmara para apoio emocional no controle de comportamento
fóbico
Reduzir a velocidade da pressurização no caso de dor
Parar a sessão no caso do paciente apresentar dor[26] [12]
Retirada da câmara: [20] [27] [29] [31] [69]
Dor
Fobia
Dificuldade de compensar
Proceder aos cuidados da intoxicação pelo oxigênio
Oferta de compressa de gaze para evitar contato direto da máscara com a face [30]
100
30
3
1
100
2
1
22
13
2
2
1
1
1
182
No quadro acima vê-se 12 cuidados de alerta, os quais foram realizados a partir das
complicações apresentadas pelos pacientes.
Cuidados de controle da dor na terapia hiperbárica
Os cuidados implementados para as ocorrências de dor foram: a comunicação ao médico,
administração de analgésico, redução da velocidade da pressurização e, por fim, a retirada da
câmara, quando o paciente não conseguia controlá-la.
A otalgia foi observada, nos filmes, através da indicação dos pacientes, que apontavam
para a orelha, demonstrando facies de dor, sendo a mais predominante. Nas suas falas também
apareceram cefaléia e dor no local da lesão.
No interior da câmara, a dor pode ser uma complicação decorrente da dificuldade de
compensar o ouvido ou de barotrauma, que, de acordo com sua localização, é denominado
dentário, de ouvido ou sinusal. No grupo estudado foi predominante a dor aguda, causada por
traumatismos do tegumento e das estruturas mulculoesqueléticas, advindas de acidentes ou
induzidos por procedimentos terapêuticos. As falas abaixo evidenciam a predominância da
otalgia:
“O sr disse que sentia o ouvido... Uma dor fina [...]Logo nos 3 1os dias” [82]
“A dor no ouvido aconteceu na 1
a
e 2
a
, e não tive mais e na última “ [79]
“O ouvido só a primeira vez, senti tapando o ouvido ele mandou engolir a saliva e depois passou
isso foi na 1
a
sessão” [77]
“ No começo foi difícil né, eu sentia uma sensação estranha, só que eu me adaptei em questão de
dias, e para mim isso foi a solução do meu problema e eu acho [...]Chamei logo o técnico e aí
ele passou as instruções, e eu fui logo me adaptando [...]” [12]
“A 1
a
vez foi assim, fui dando continuação, já na 2
a
em diante terminou de fazer já não doía
mais, fazia normalmente” [74]
183
Todos os depoimentos acima tratavam de dor, do tipo aguda. A dor crônica é classificada,
de acordo com o Comitê de Taxonomia da Sociedade Internacional, para o Estudo da dor, como
aquela cuja duração está acima de um mês. A prevalência da dor é maior em indivíduos com
idade acima dos 60 anos (YENG, 2005), o que representou um percentual significativo da
amostra do estudo, e que informaram sentir dores, relacionadas às suas enfermidades de origem
isquêmicas.
Os pacientes que apresentaram dor durante a terapia [10]e[29], relatando desconforto
informaram esse dado durante a entrevista. Não foi encontrado nenhum registro acerca desse
relato que pudesse ser relacionado como evidência de barotrauma. Os dois eram do sexo
masculino e informaram que avisaram aos técnicos, os quais orientaram os cuidados de
equalização do ouvido, quando obtiveram alívio parcial da dor. Esses pacientes comunicavam-se
muito pouco e ao que parece também não repassaram essas informações aos demais pacientes.
Frequentemente quando uma queixa era socializada entre o grupo, um deles sempre
repassava essa informação ao técnico de enfermagem ou diretamente ao médico.
Cuidado de controle da pressurização da câmara hiperbárica :
Os cuidados da velocidade de pressurização, assim como da sua interrupção permitem a
adaptação ao ambiente hiperbárico assim como permitem a intervenção, caracterizando um
cuidado de alerta.
Interromper a pressurização
Cuidado solicitado pelo técnico do interior, para o técnico que opera no exterior da
câmara. Desse modo, ele sinalizou de frente para a filmadora com a mão espalmada em posição
supina e outra perpendicular, fazendo um ângulo de 90
o
. Tal interrupção permitiu a realização das
184
manobras de equalização do ouvido e o controle da evolução da dor, freqüentemente presente
como sintoma de dificuldade. Assim, ao obter a equalização o técnico retomava a pressurização.
Reduzir a velocidade da pressurização:
Solicitada também pelo técnico do interior da câmara, quando o paciente revelava
dificuldades para compensar e movimentava uma das mãos, pronada, fazendo movimentos para
cima e para baixo ou mantendo o dedo indicador e polegar paralelamente a uma distância
aproximada de 5 centímetros;
Cuidado de retirada do paciente da câmara
Consistiu na remoção do paciente do interior da câmara, através da antecâmara. O
procedimento traduziu-se em pressurizar a antecâmara com a presença de um técnico de
enfermagem, que entrou para receber o paciente que estava saindo, permanecendo com ele até
que a ante câmara fosse descomprimida, como foi o caso descrito abaixo:
O paciente [69], 55 anos, do sexo masculino, saiu da câmara pelo “mal estar” que estava
apresentando. Submetido à terapia por amputação de pododáctilo para revascularização e com
lesão infectada. 2
a
vez na terapia, fez 20 sessões. Retirado da câmara pela ansiedade. Relato no
livro de ordens e ocorrências em 21.07.05. [DVD 45 faixa 03].
A Sra. [31], 70 anos, portadora de ulcera infectada e flogose intensa, deu o seguinte
depoimento a respeito da sua saída da câmara:
“[...] só me senti mal no 2
o
dia, senti um mal estar parecia que tinha tomado um negócio, uma
pressão assim, aquele medo, aí eu pedi para sair e saí. Aí o médico disse que eu estava muito
ansiosa que eu tomasse um relaxante e que eu falei com o meu cardiologista e ele passou para eu
tomar uma bandinha de lexotan, uma bandinha só”. 31
185
A outra causa, relacionada a retirada da câmara, foi determinada por dor intensa no
ouvido. Foi o caso da paciente [29], 73 anos, fratura calcâneo D, que foi encaminhada para o
otorrinolaringologista, retornando após 28 dias para a terapia, com alta desse especialista.
Registro em prontuário e livro de ordens e ocorrência. No seu depoimento ela apontava para a
presença de dor.
Não conseguiu compensar o ouvido até a 3
a
sessão, informou estar gripada no dia em que
a sentiu. Essa ocorrência foi verbalizada e registrada em prontuário. Durante a 1
a
sessão, filmada,
ela apresentou dificuldades de compensar o ouvido na pressurização, logo depois que compensou
seguiu a sessão sem queixas. O depoimento abaixo ilustra o fato:
“Eu não consegui me adequar ao ambiente, e foi difícil pra mim entende? [...] Muita dor no
ouvido, eu não vou ficar e o médico tem que olhar o meu ouvido [...]” [29]
A paciente [20], 35 anos, portadora de úlcera varicosa também precisou ser retirada da
câmara. Em 15.01.05 não conseguiu compensar na pressurização, sendo retirada da câmara após
20 minutos de iniciado o tratamento. Prescrito desalex. Realizou 20 sessões. Foi encontrado em
registro, que a paciente estava congestionada nesse dia. A congestão impede a equalização da
orelha.
Um outro caso foi de um paciente [27], 66 anos, amputação dedo, lesão isquêmica de
pododáctilo com risco de amputação. Muito ansioso, 4 vezes na terapia. Em 06.02.05 foi retirado
da câmara por extrema ansiedade. Registro no livro de ordens e ocorrências. Realizou 18 sessões.
Portador de hipertensão, diabetes e cardiopatia com ponte de safena, usava bengala para
deambular. Verbalizou assim:
186
“ Senti abafado, a cabeça quente, acho que na hora da pressurização o que mais incomoda a
gente é aquele dez minutos ali, por mais que faça o manuseio, você sente alguma coisinha apesar
de que eu já tenho muitas sessões tomadas, mas tem outros que não sentem nada. e tem gente que
chega”De fobia, eu não tava acostumado a ficar... como eu não estou em um ambiente, vamos
dizer se eu estiver sozinho aqui nessa sala, fechada, que pode ser menorzinha, tudo fechado na
hora que eu vou abrir e não consigo, eu já fico meio abafado, mas esse abafamento eu já
comecei a controlar”
Shiefiel e Shiefield (2003) apresentaram uma ocorrência de 83,4 casos de retirada de
pacientes da câmara em uma relação de 10.000 exposições. A retirada da câmara foi um cuidado
realizado pelo fato de nem o paciente nem o técnico conseguirem controlar ansiedade, pelas
características do ambiente confinado e pela dificuldade de compensação da orelha. Podemos
inferir que esses pacientes não se adaptaram ao ambiente hiperbárico.
Cuidado de administração de medicamentos:
É um cuidado de alerta que envolve a prescrição médica, orientada a partir da prevenção.
No Serviço, não é protocolado nenhum tipo de sedação ao paciente, evitando-se ao máximo,
inclusive analgésicos. Foi observado aspiração de água destilada e administração via equipo de
soro, para hidrólise do cateter.
Durante o período de coleta de dados também foi observada a administração de
analgésicos (dipirona), via oral, comprimido, um grama, no interior da câmara. Pacientes
queixavam-se de dor por suas enfermidades, e no local das lesões.
Considera-se que a conversa e a escuta, que são cuidados interativos e vão estar, também,
presentes nos cuidados de alerta. Na retirada da câmara, cuidado essencial, porque o paciente
encontra-se descompensado, sai por um compartimento ainda menor que o salão de tratamento e
a velocidade de despressurização tem que ser respeitada, não se conseguindo acompanhar o
187
estado emocional do paciente, cujo único desejo é, no momento de descompensação, retirar-se
daquele ambiente.
Os cuidados de administração de medicamentos por via oral e muscular no interior da
câmaras são semelhantes àqueles que ocorrem no exterior dela. Os de administração por via
venosa requerem cuidados mais rigorosos quanto à administração de bolhas de ar.
Desse modo os cuidados descritos como cuidados de alerta foram aqueles observados na
pesquisa, e que, por suas características, também fariam parte deles o controle de sinais vitais.
Assim, o cuidar de alerta requer atenção, relação técnica e conhecimentos para intervir de forma
adequada. Ele é multiprofissional, porque envolve a presença, também, do profissional médico
que prescreve medicamentos e se mantêm de prontidão para o caso de ocorrências mais graves,
intervindo no interior da câmara, quando necessário.
Fonte:http://www.ohb.rio.med.br/ozorio_de_almeida.html
Os Resultados
O Cuidar e os Cuidados de Enfermagem
na Terapia Hiperbárica
189
3.3 O CUIDAR E OS CUIDADOS NA TERAPIA HIPERBÁRICA
O corpus deste ítem relaciona-se às interferências do cuidar e do cuidado durante o
período trans-terapia. A sua construção responde a hipótese da tese de que o cuidar e os
cuidados de enfermagem interferem na terapia hiperbárica, permitindo a adesão e
permanência ao tratamento e tornando a terapia mais confortável. Não houve desistência do
tratamento por nenhum dos pacientes da amostra. Ao buscar responder tal hipótese nos
deparamos com a interface entre o cuidar e os cuidados, encontrando o curar. Nesse contexto,
os pacientes chegam para serem submetidos à terapia, e encontram nos cuidados de
enfermagem e no grupo, possibilidade de interação social, o que contribui, juntamente com a
sua expectativa para a superação da ansiedade em relação ao ambiente pressurizado e
confinado.
No estudo, os pacientes eram, na maioria, portadores de enfermidades e lesões
crônicas, ou, quando agudas, queimaduras ou lesões graves e com risco de perda de membros.
Por essa razão para, a enfermagem, interessa entender o cuidar na integralidade física,
fisiológica e psíquica.Assim, a partir da expectativa da cura da parte enferma o cuidar atinge a
cura integral do ser humano (BOFF,1999). Nos depoimentos dos pacientes foram encontrados
elementos relacionados diretamente ao interesse do paciente na cura da parte enferma, os
quais estão descritos sinteticamente no quadro a seguir.
190
Quadro 9 - Síntese dos descritores da expectativa de cura, de pacientes submetidos a
terapia hiperbárica. Salvador, 2004-2005
Fonte: Falas dos pacientes
Identifica-se no quadro acima, que a relação de cura para os pacientes está associada
ao fechamento da lesão. A cicatrização da lesão pode significar o impedimento de uma
amputação, que provocaria sérios transtornos às suas vidas. As expectativas foram
encontradas em 36 (36%) dos depoimentos, que relacionaram o desejo de bons resultados,
com a aceleração da cicatrização de suas lesões, ou seja, da resolução dos seus problemas: a
cura.
Para Brandão (2002), trabalhar com pessoas portadoras de afecções cutâneas impõe
uma prática alerta para o cuidar não somente dessas lesões, mas para as repercussões dessa
situação em suas vidas, quando muitos têm de parar de estudar, trabalhar, entre outras
atividades, estando isso diretamente relacionado ao tratamento. Pode-se depreender que o
desejo de cura ajuda na superação das suas dificuldades em relação ao tratamento causados
pelas fobias, angústias, vivências confortantes ou desconfortantes na câmara, entre outros. Os
depoimentos abaixo, traduzem a esperança dos pacientes relativa a cura de suas lesões:
Descrição das expectativas e desejos N
Aceleração da cicatrização da lesão:
“A cicatrização e a melhora é mais rápida” [14] [28] [69] [78]
“Na hiperbárica teve melhora, está sarando, fechando o
ferimento, tendo resultados gostando evoluiu“ [1] [9] [13] [14]
[15] [17] [18] [22] [36] [38] [43][45][47][48][51][54]
[61][64][67][68][71][72][74]
[75][78][70][83][85][87][91][95][98][100]
Gosta da terapia e dos cuidados [4] [16] [17] [61] [81] [87] [85]
4
33
7
191
eu tinha feito no Hospital Aliança a ponte de safena, e fiquei por meses lá mais ou menos
90 dias pra fechar, e aqui em 10 dias um mês e aqui o resultado foi total, em 8 dias fechou
aqui e essa ponte daqui” [68]
“ É um negócio novo, modernizado, que tem que ter também força de vontade da gente para
se curar, e a gente faz muita amizade, através dali dentro, faz muita amizade ali”. [13]
“ Eu senti logo resultados deixei de sentir dores durante o curativo, estou gostando muito.”
[69]
Foi comum ouvir, diariamente, relatos entre eles sobre as experiências com a terapia, e
os seus resultados em relação ao aumento da velocidade da cicatrização. As 3 falas a seguir
demonstram esse aspecto:
“ com a sessão hiperbárica o paciente tem uma chance de melhora muito assim mais vezes,
se cuidando normalmente e também a cicatrização é mais rápida, melhora muito rápido
mesmo.” [14]
“ajude a cicatrizar, que restabeleça o mais rápido possível a minha cirurgia, e que assim, o
que eu to esperando mais que além da cicatrização seja rápida, que ela seja uma coisa que
não fique aquela marca que seria de um processo feito naturalmente”[28]
“ Eu achei bom, tive uma melhora mais rápido do que a outra do que o acidente que tive, eu
levei só 8 dias na outra levei 3 meses no HGE e 2 meses no Sarah pra me realibitar e voltar a
andar.” [83]
O desejo de curar-se foi tão importante, que mesmo para aqueles pacientes que
informaram ter comportamentos fóbicos, em relação aos ambientes fechados, superaram.
Assim, pode-se afirmar que as pessoas buscam a terapia hiperbárica com um projeto de cura
da parte enferma, a lesão.
Os pacientes utilizaram-se também, de estratégias individuais de superação, e o
cuidado de enfermagem foi uma ferramenta para viabilizar essas estratégias. Inclusive para a
sua permanência na sessão, realizada em um tempo prolongado.
192
As tabelas de tratamento de OHB são aplicadas até 3ATA. No estudo, foram usadas
tabelas de até no máximo 2,8ATA. Para o tratamento de doenças descompressivas (2 casos)
foram utilizadas tabelas específicas para essa enfermidade.
O tempo da sessão variou, sendo realizado por 63 (63%) do grupo; de 90 minutos,
para 35 (35%), 60 minutos, e acima de 2 horas para 2% dos pacientes, tratados por doença
descompressiva. O número de sessões variou, tendo relação direta com o quadro clínico e a
evolução da cicatrização da lesão.
Tabela 8 - Número de sessões realizadas pelos pacientes submetidos a terapia
hiperbárica. Salvador, 2004 –2005
N
o
de Sessões F %
10 23 23
11-20 27 27
21-30 24 24
21-40 15 15
Acima de 41 11 11
Total
100 100
Fonte: Prontuário dos pacientes
De acordo com a tabela 10, o número de sessões era prolongada, 87% dos pacientes
realizaram mais de 10 sessões. Vejamos alguns depoimentos e uma descrição resumida dos
respectivos casos. Permanecendo em contato com a terapia e os cuidados nesse período.
Essa paciente era portadora de insuficiência arterial., foi submetida a revascularização
da perna D. e uma amputação parcial do hálux esquerdo, evoluindo com necrose com risco
de amputação total do hálux. Referiu dificuldade de manter-se em ambientes fechados,
inclusive o consultório onde realizou a entrevista.
“Tenho fobia de lugares fechados, eu superei na câmara pelo fato de querer me curar, fui
me controlando, a força de me curar foi maior.” [94]
193
Nessa paciente, que eliminava um transudato que molhava toda sua roupa, percebia-se
que ficava constrangida, porque exalava odor fétido. Queixa comum de outros pacientes. No
inicio do tratamento, foi orientada a usar fralda tipo absorvente grande e chegou a submeter-se
a 44 de sessões, saindo com o fechamento da fístula. Diariamente, sentava-se sobre uma
almofada, que trazia de sua casa. O seu depoimento sobre a sessão:
“Não gostei, mas sei que é para melhorar, fico rezando para terminar” [8]
A fala, a seguir é de uma jovem portadora de deiscência de sutura de mama, após
colocação de prótese de silicone, apresentava lesão infectada. Submetida á cirurgia plástica,
evoluiu com necrose local, sendo submetida à vários desbridamentos e antibioticoterapia
sistêmica. Ansiosa pela resposta estética, estava sempre acompanhada da mãe. Teve alta após
40 sessões, com a lesão estabilizada.
“A sessão não é boa, você não está lá porque quer, é como um tempo perdido, não pode ler
livro ou outra coisa, mas ta dando resultado (...) Quando alguém procura o tratamento
mesmo não sendo confortável, tem de fazer para melhorar. Fiquei com medo da
infecção.Medo de pegar infecção de outra pessoa lá dentro, todo mundo junto.....
Esses 3 depoentes apresentaram em comum o comprometimento de suas vidas pelas
lesões, que compreendeu um total de 82% do grupo, cada uma com características e riscos
específicos. Ter uma lesão ou uma doença é não ter saúde 17 (17%) dos pacientes tinham
sofrido amputação de alguma parte do corpo, sendo que, alguns deles, apresentavam riscos de
outras, pois suas lesões evoluiam com necrose e essas amputações poderiam ser progressivas.
19 (19%) dos pacientes informaram não ter comprometimento nas suas vidas, estas já estavam
aposentadas e na faixa etária acima dos 55 anos, estando “tudo bem”,segundo eles.
Ainda, em relação ao comprometimento de suas vidas, registra-se o caso de um Sr.
que teve o dorso dos pés e os respectivos pododáctilos amputados, andava com o “coto dos
194
pés” sob um sapato de silicone adaptado, mas vivia sorrindo e contando piadas. Para ele,
estava tudo bem, só o ambiente fechado incomodava.
Para o médico americano Groopman (2004), a esperança não cura, mas pode dar
ânimo para que se continue a lutar por melhora. Ela inspira a coragem para superar o medo. É
essa a esperança que os pacientes submetidos a terapia hiperbárica trazem, mesmo como
terapia coadjuvante, depois de várias tentativas em outros tratamentos. Nela, apóia-se na
esperança da cura. Assim, obtêm um tratamento que permite a cicatrização de suas lesões,
para posteriormente também, resgatar outros componentes das suas vidas.
As lesões encontradas no estudo eram na sua maioria úlceras, de origem
vasculogênica, sendo predominante as venosas e as arteriais. Para Gamba (2003) isso tem se
tornado um importante problema de saúde no nosso meio.
Para Ignácio (2004), as doenças agudas são consideradas aquelas com início abrupto e
evolução direcionada para a cura completa, sem danos estruturais aos órgãos comprometidos
e as doenças crônicas são aquelas não curadas, mas controladas, e ditas degenerativas por
haver em sua decorrência a presença de alterações estruturais e/ ou funcionais no órgão
interferindo na qualidade de vida.
No grupo estudado, os resultados da boa cicatrização ou cicatrização mais rápida
vieram das suas constatações relatadas como “Estou vendo resultados” “Estou melhorando” ,
resultante do acompanhamento da evolução fotográfica da lesão, da observação direta no
momento do curativo, ou através daqueles profissionais que o realizava.
Nesse sentido, o critério de avaliação dos pacientes fazia-se a partir da inspeção direta
da lesão, se ela cicatrizava ou não. Um Sr dizia “vejo a carne subir [...] está chegando a
carne, estou notando que a carne está chegando” isso representou a fase de granulação da
lesão. Em sua maioria, as lesões evoluíam da cor pálida para o vermelho vivo, o que para os
195
pacientes isso era importante. Para os profissionais de saúde, estava ali, o tecido de
granulação, fase positiva da cicatrização.
Os casos agudos, na terapia hiperbárica, foram de queimaduras e lesões isquêmicas
graves com risco de perda parcial ou total de um membro. Desses casos, destacaram-se as
isquemias pós cirúrgicas, pós implante de prótese peniana, um caso de prótese de mama e
uma mordedura de peixe (piranha). Houve, também, infecção óssea e de partes moles, sendo
controladas com o oxigênio hiperbárico e demais procedimentos coadjuvantes.
A interferência dos cuidados relacionou-se às pessoas e aos problemas, sempre com
uma concepção holística. Para Capra (1982) a enfermidade física é apenas uma das numerosas
manifestações de desequilíbrio básico do organismo. A fala abaixo trata dessa questão:
“Na realidade o que mais me surpreendeu é um grupo de pessoas que estão participando do
fato de estarem com algum problema de saúde que equivale praticamente a uma viagem de
duas horas, no nosso caso específico de 2.2 atmosferas, ou seja, é como se todos os dias a
gente se juntasse para viajar, e acaba criando uma camaradagem, um conhecimento, em que
a pessoa começa realmente a interagir com as outras e isso que tem um aspecto positivo
extremamente válido”. [92]
Dessa maneira, foram realizados cuidados junto aos pacientes e estes, utilizaram o
termos “passou” e “melhorou”, referindo-se à intervenção realizada. Apenas dois dos
pacientes não obtiveram resultados imediatos e favoráveis quando foram cuidados, pelo fato
de estarem com outros problemas de saúde.
Sempre os pacientes identificavam cada um dos técnicos de enfermagem,
nominalmente, tecendo elogios a eles, levando-se a considerar que o cuidado é individual e
tem relação direta com aquele que cuida. Esses aspectos foram revelados nas imagens
principalmente na demonstração de afetividade e no tocar.
O cuidar e os cuidados permitiram a adaptação ao ambiente hiperbárico, interferindo
diretamente nas manifestações e complicações apresentadas pelos pacientes. 36 deles
traduziram cuidados como tratamento, tratar bem e tratamento bom. Os seguintes pacientes
196
apresentaram essas informações: [1] [2] [8] [15] [18] [19] [20] [23] [24] [27] [33] [36] [40]
[41] [43] [44] [48] [49] [50] [54] [56] [57] [59] [69] [70] [71] [73] [75] [77] [78] [81] [86]
[90] [92] [95] [96]. evidenciando a qualidade do cuidado prestado.
Ainda assim, para aproximar as evidências dos fatos, foi realizado teste de hipótese
com a confirmação de que o cuidar e os cuidados de enfermagem realizados durante a terapia
hiperbárica interferem positivamente nas manifestações e complicações ocorridas com os
pacientes. Esse teste foi implementado estatisticamente para verificar se a proporção dos
pacientes que apresentaram barotrauma e que foram retirados eram maiores do que aqueles
que não apresentaram barotrauma e não foram retirados da câmara.
Desse modo, o resultado foi confirmado, apresentando uma proporção significativa de
95% de confiança, uma vez que pela média da população, os pacientes que apresentam
barotrauma e foram retirados da câmara, demonstrou-se insignificante estatísticamente,
representando 5%. Deve ser registrado que a variável de retirada da câmara aconteceu quando
a manifestação e ou complicação não foi controlada e ou revertida pelo cuidado, e o
barotrauma, porque esteve diretamente relacionado à técnica de equalização da orelha e da
velocidade de pressurização da câmara.
Nesse sentido, infere-se que o cuidar e os cuidados permitiram a permanência dos
pacientes na terapia e preveniram os barotraumas. Essa intervenção foi positiva na perspectiva
quantitativa, e porque está se abordando a adaptação a um espaço incomum nos ambientes
hospitalares, requerendo adaptação ao meio.
Nos depoimentos, essa adaptação ocorreu nas três primeiras sessões, quando
acostumaram-se ao impacto diante do desconhecido, conseguido também pelas suas
motivações e não apenas pelas orientações, ou à associação do equipamento a um “avião sem
asas”.
197
Conforme já referido, as sessões hiperbáricas são diárias e os pacientes são
distribuídos de acordo com o seu diagnóstico clínico, e submetidos a, no mínimo, 10
sessões,sempre com o mesmo técnico. Esses aspectos foram elementos importantes para
facilitar a adaptação do paciente ao meio, sendo favorecida, pela interação com o técnico de
enfermagem.
Os pacientes evidenciaram em suas falas que sua adaptação ocorre a partir das 3
primeiras sessões. Os cuidados para este fim relacionaram-se ao fato de que os pacientes
passaram a deter o conhecimento sobre o tratamento, vencendo a ansiedade, fobias e medos
acerca da terapia, permitindo a intervenção nas complicações, o que controlou e reverteu a
maioria delas, desenvolvendo, também, a habilidade de compensar o ouvido pela repetição.
Esse é um elemento relevante pois permite que passem a sentirem independentes e seguros.
Os depoimentos dos pacientes identificados como [2] [3] [12] [17] [18] [19] [21][25] [27][30]
[37] [47] [56] [74] [75] [77] [79] [80] [87] [89] [93], relacionaram os cuidados prestados
nessa adaptação, alguns trechos das falas revelam essa afirmação:
“Na primeira sessão eu passei mal entrou um rapaz que é monitor e começou a conversar
comigo como se fosse psicólogo e me transformou, me disse se eu me sentisse mal ele se
sentiria também, e que ele não iria sair dalí, e hoje eu entro e saiu tranqüilamente sem
nenhuma preocupação”. [93]
“ No inicio eu me sentia mal , nas 3 primeiras eu pensei que até que eu não ia conseguir, tava
me sentindo sufocada, chorava muito, mas agora não, eu to me sentindo muito bem eu acho”
[20]
“ No inicio a gente sente assim não ta acostumada, eles são cuidadosos eles dizem assim faça
assim, ele vão explicando tudo a gente certamente a gente vai se adaptando Depois daquela
primeira sessão no segundo dia eu já não” [18]
A partir dos depoimentos, o cuidado oferecido foi considerado bom. Essa afirmação,
resulta da atribuição de um conceito numérico para aqueles cuidados recebidos no interior da
câmara, onde (1) representou muito ruim, (2) ruim, (3) razoável, (4) bom e 5 muito bom. O
resultado foi o de 97 notas de valor igual a 5, uma 4,9 e duas notas 4. Essa escala foi
198
balanceada, evitando avaliação enviesada (GUNTER, 2000). Isso quer dizer que 97% dos
participantes do estudo consideraram o cuidado bom. Houve, ainda, descritores qualitativos
que referiram-se à excelência do cuidado, expressos como o tratar bem, cuidadoso, e cuidar
bem. Vejamos:
Os paciente que atribuíram uma nota menor que 4,9, explicaram:
“ Eu daria 4.9 porque o 5 eu acho que a gente a cada dia está aprendendo, a gente ta sempre
desenvolvendo os métodos, é difícil pra qualquer profissional, acho que 100% é difícil.” [12]
“ No 1
o
dia ele procurou me deixar a vontade me monitorizar isso dá uma segurança para
gente ... ele te deixa a vontade u mesmo fiquei a vontade meia hora depois da câmara ele me
deixou relaxada não só a me como a todos criou esse vínculo no dia em que mandarem M.
para outro ele deixa a gente a vontade a gente fica com medo por ser uma coisa assim
desconhecida ele fala que tira o medo da gente, a gente relaxa e aí fica tudo bem “ [76]
Um dos pacientes havia sido avaliado pelo médico hiperbárico durante sua
participação em um Curso da área, tendo a experiência de estar em uma câmara hiperbárica
como aluno. Dessa experiência, anterior e nova. ele comparou:
“(...) O teste foi uma coisa charmosa(...) Na fase como paciente não foi uma coisa
charmosa, eu e o médico me dando instruções, tava é um bando de gente arrebentada, pé
podre então não é uma coisa charmosa, mas, me dava a sensação de que estava tendo um
processo de proteção contra bactérias e oxigenar as pontas e que no fundo no fundo quando
eu fiz a sugestão eu queria era justificar porque eu como fumante não quero deixar de fumar,
dando uma oportunidade ao meu organismo de ter uma oxigenação adicional e eu continuar
fumando meu cigarro, diminui pra menos da metade.”
Registramos que estudos sob a ótica de pacientes vêm sendo gradativamente
implementados nas pesquisas Strictu Sensu. Em levantamento das produções nacionais
envolvendo teses e dissertações no período compreendido entre 1979 a 2000 na base de
dados do CEPEN - Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN,2000) foram encontrados
oito trabalhos que discutiam as percepções e os significados do cuidar Figueiredo (1990),
Vargens (1995) e Bittes (1996) e outros que discutiam as necessidades e problemas a partir da
perspectiva dos “pacientes”, destacando (YORIKO,1972 , ORO 1979 e MUSSI 1999).
199
Pesquisas dessa natureza tornam-se relevantes, considerando que devem ser os usuários
dos serviços os avaliadores dos cuidados e assistência prestada. Os serviços de saúde
utilizam-se de investigações avaliativas sobre as necessidades da sua clientela,
frequentemente através de opinários.
Desse modo, a inclusão do usuário passou a ser uma estratégia relevante na avaliação em
saúde (HARTZ, 1997). Nesse sentido, é comum verificar-se esse preceito como prática nos
serviços de saúde, através da utilização de opinários, em geral encontrados nas recepções,
para avaliação do grau de satisfação do atendimento recebido pelos profissionais e da
qualidade. A partir desse conceito, que já vem sendo utilizado pela administração, torna-se
relevante também para a enfermagem ter pacientes como sujeitos diretos do estudo, na
trajetória de construção das nossas pesquisas
Diante dos depoimentos dos usuários dos cuidados, e análise empreendidas, têm-se
que as interferências do cuidar tomaram dimensões que envolveram o cuidar do corpo
transformado e das lesões cutâneas do corpo, que para Coelho (2005) é “O corpo marcado,
alterado por cicatrizes e dispositivos, é o cuidar dos sentimentos e imagens que emergem dos
pacientes”. Na terapia hiperbárica encontra-se pacientes portadores de lesões diversas, edemas
generalizados como queimados, em uso de fixadores externos por fraturas, em risco de
amputação, e entre outros, as lesões complexas. É com essa diversidade que nos deparamos,
exigindo, na sua totalidade, um cuidado humano e, que a enfermagem participa efetivamente
nas suas dimensões fisiológica e psicológica, cooperando para a cura, segurança e felicidade
das pessoas.
200
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do objeto, objetivos e análise empreendida neste estudo, compreendendo, analisar e
discutir a interferência do cuidar e aos cuidados de enfermagem nas manifestações e
complicações apresentadas durante a terapia hiperbárica em uma câmara multipaciente buscou-se
através dos próprios pacientes admitidos no serviço de medicina hiperbárica da cidade de
Salvador, a resposta a esse propósito.
Desse modo, para dar conta do estudo, retomou-se a história da terapia hiperbárica e sua
fundamentação, assim como os cuidados de enfermagem e as manifestações e complicações
desse tratamento descritos na literatura, no sentido de levar à compreensão e contextualizar o
tema.
Utilizando o suporte teórico da fisiologia, da física e do cuidar e dos cuidados procurou-se
fundamentar as categorias apresentadas pela convergência dos dados,cujos resultados destacaram
as seguintes evidências:
O cuidar e os cuidados implementados para os pacientes na terapia hiperbárica foram
éticos e humanos e envolveram cuidados admissionais, expressivos, contínuos, do ambiente e de
alerta encontrados na Emergência e reafirmados na área hiperbárica.
O cuidar e os cuidados de enfermagem interferem na adaptação dos pacientes durante a
sessão hiperbárica, através da prevenção das manifestações relativas ao ambiente hiperbárico e do
controle e reversão das complicações;
A configuração da efetividade do cuidar sobre a prevenção da ocorrência de barotrauma
no estudo foi a relação do número total de pacientes que tiveram barotraumas comparados
àqueles que não tiveram barotrauma.
201
Os cuidados resultaram na adaptação dos pacientes ao ambiente hiperbárico viabilizado
pelo diálogo e acolhimento.
O cuidar de pacientes portadores de lesões pode ocorrer em qualquer cenário, em especial
na terapia hiperbárica, que trata não apenas das lesões complexas mas, também, das
conseqüências decorrentes dessas afecções;
O cuidar e os cuidados de enfermagem na terapia envolvem cuidados diretamente
dependentes do cuidado médico como a administração do oxigênio hiperbárico, considerando que
o oxigênio medicinal é um fármaco, mas também amplia-se como uma atividade de cuidar
independente, através do controle do ambiente da afetividade, da espontaneidade e da interação
que favorece a adaptação fisiológica e emocional da pessoa ao ambiente hiperbárico.
Os cuidados da terapia hiperbárica são protocolados mas, também, são demandados pelas
necessidades dos pacientes.
O cuidar na terapia hiperbárica ativa um comportamento de compaixão, de solidariedade,
de ajuda, no sentido de promover o bem, sendo reconhecido pelos pacientes na terapia
hiperbárica, quando 99% atribuíram nota máxima aos cuidados de enfermagem que receberam.
O cuidar perpassa pela sistematização das ações de enfermagem e médica, que podem ser
identificados pelo levantamento de dados, diagnóstico e intervenções, elaboradas pela equipe
multiprofissional.
O cuidado expressivo foi destacado pelos pacientes. Esse cuidado, embora subjetivo,
remete a sentimentos e sensações que são individuais e resultam em amor, amizade, carinho e
interação, verbalizadas pelos pacientes como uma diferença positiva entre outros serviços de
saúde por onde já passaram. No cuidado, foram identificados os princípios, os valores e as
atitudes que fazem da vida um bem-viver, e das ações, um reto agir (BOFF, 2004). Esses
cuidados e os demais não são devidamente registrados pelos técnicos de enfermagem.
202
A câmara hiperbárica e seus equipamentos auxiliares determinaram manifestações e
complicações de conforto e desconforto.
A janela de ar foi considerado pelos pacientes como momento de descanso, permitindo a
interação entre eles e a equipe. Os pacientes julgaram esse momento importante, pois relaxam e
brincam, permitindo minimizar a ansiedade face ao ambiente confinado, e ao tempo em que ali
permanecem.
As interferências do cuidar e dos cuidados na terapia envolveram a dimensão entre o
cuidar e o curar. Os pacientes buscaram a Terapia hiperbárica na expectativa do desejo de cura de
suas lesões, encontrando cuidado, atenção e a afetividade da equipe.
O cuidar e os cuidados de enfermagem interferem nas respostas fisiológicas e
comportamentais dos pacientes submetidos à terapia hiperbárica
O cuidado aos pacientes submetidos à terapia hiperbárica independe do diagnóstico
médico. Cuida-se das necessidades apresentadas no momento em que se está próximo a ele.
Durante a terapia hiperbárica a interação permite conversas sobre diversos assuntos, mas o foco
principal, nos primeiros dias é sobre o tratamento e os seus resultados.
O ambiente social no interior da câmara é favorecido pelos encontros diários entre os
pacientes e os técnicos de enfermagem, sendo um elemento essencial para restaurar o paciente da
sua condição de doença, para a de saúde.
A incidência de satisfação dos pacientes está relacionada à cura e aos cuidados
expressivos que recebe da equipe de enfermagem. Nos depoimentos descreveram o que sentiram,
qual o cuidado implementado, e qual a resposta a esse cuidado, demonstrando a interferência
positiva na manifestação fisiológica e emocional e/ou da sua prevenção.
Os resultados indicaram, também, que o cuidar para a enfermagem hiperbárica em
câmaras multipacientes perpassa pela criatividade, pela cientificidade, pelo preparo e pelo perfil
203
técnico para permanecer no interior da câmara. Integra-se a ele, o conhecimento das ciências
básicas, das especialidades da enfermagem dermatológica, intensivista, de emergência,
pediátrica, geriátrica e de reabilitação. Isso porque o cuidar na terapia hiperbárica envolve, ainda,
planejar o cuidado da criança ao idoso, do indivíduo sadio às situações de desequilíbrio, físico ou
psíquico.
Cuidar em uma câmara hiperbárica multipaciente aproxima-se dos cuidados prestados aos
pacientes em câmaras monopacientes. Pode-se inferir que são iguais no que diz respeito aos
cuidados expressivos, distinguindo-se pela permanência externa do técnico de enfermagem. Os
cuidados diferem-se nos aspectos dos cuidados de segurança, que devem remeter-se a presença
do ambiente pressurizado com oxigênio a 100%, eo contato direto com o acrílico, em alguns tipos
de câmaras, entre outros elementos, os quais poderão ser levantados em outro estudo.
Os cuidados pós terapia hiperbárico, descritos neste Estudo, através da Revisão de
Literatura nos protocolos não foram levantados sistematicamente e por essa razão, não foram
apresentados como dados. Entretanto pôde-se observar a sua existência e a importância na
continuidade dos cuidados aos pacientes submetidos à terapia até que seja finalizada.
Pela inexistência de estudos semelhantes a esta pesquisa, esta é a primeira tese de
doutorado brasileira e da América Latina voltada para essa temática. Assim, o presente estudo é
entendido como ponto de partida para a construção de um conhecimento científico, destinado à
consolidação da enfermagem hiperbárica no Brasil. Pesquisas adicionais deverão fortalecer e
permitir uma compreensão mais clara sobre o fenômeno do cuidar e dos cuidados de enfermagem
na terapia hiperbárica, como um caso singular, e que merece investimento e aprofundamento
teórico.
204
Assim, pode-se considerar a tese como pioneira, constituindo-se demarcadora desse
assunto. Para Bachelard (1996), a experiência primeira não se constitui em si, uma verdade, mas
serve certamente, de referência para outras.
205
5. CONTRIBUIÇÕES E RECOMENDAÇÕES
Existe, desde já a pretensão e o compromisso de dar continuidade a este estudo,
posteriormente, após a conclusão da tese, considerando que ele poderá contribuir para a
enfermagem hiperbárica Brasileira, sendo um estudo demarcador sobre os cuidados de
enfermagem e das respostas dos pacientes submetidos a esse tipo de tratamento.
Nesse sentido, existem perspectivas de continuidade do trabalho, através da elaboração de
outro projeto de menor porte, sobre outros aspectos, enfocando os demais pacientes e envolvendo
os profissionais e acompanhantes de pacientes menores, assim como da comparação entre a
adaptação entre pacientes iniciantes e aqueles com mais de uma sessão e a influência daqueles
envolvidos no mergulho, comparando os grupos sobre a influência da presença destes tipos de
pacientes.
A realização de um outro estudo relacionando o número de exposições e ocorrências de
barotrauma e de retirada da câmara para a efetividade dos cuidados de enfermagem.
Desse modo, a elaboração desta tese contribuiu, também, para oportunizar a elaboração de
outras matérias sobre o assunto, divulgadas em eventos científicos e periódicos, além da
participação em atividades tais como cursos, reuniões científicas e técnicas, participação em
banca de monografia. Ela resultou, ainda, no estímulo à criação do Comitê do Capítulo Brasileiro
da Undersea Hyperbaric Medical Society, entidade cientifica com parceria internacional na área
hiperbárica,da qual sou vice presidente, e coordenadora do Comitê de Enfermagem.
Em conseqüência do meu envolvimento com o tema criei o 1
o
Curso de Extensão
Universitária em Enfermagem Hiperbárica destinado a enfermeiros e técnicos vinculado a Escola
de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia – UFBA, onde atuo como professora
assistente.
206
Ressaltamos também a:
- Oferta do 1
o
Curso de atualização em enfermagem hiperbárica, durante o Congresso Brasileiro
de Enfermagem – 2004; e a participação como Membro da Comissão de Gases medicinais –
Comitê câmaras hiperbáricas da Associação Brasileira de Normas Técnicas em São Paulo –
ABNT.
- Elaboração de um impresso que possa viabilizar os registros dos cuidados realizados
pela enfermagem. Inclusive o cuidado pré terapia, quando o paciente chega resfriado.
- Sugestão para aquisição de máscaras de diferentes tamanhos com vistas a atender as
diferenças dos rostos dos pacientes. Essa adaptação foi identificada pela necessidade
demonstrada por eles.
- Aquisição de calças cujas pernas sejam abertas e fixadas com tiras do próprio tecido.
- Reformulação do protocolo do serviço, incluindo informações e cuidados não
relacionados no protocolo original, considerando que os protocolos de cuidados devem ser
dinâmicos e mutáveis e avaliados periodicamente a partir das necessidades sentidas pelos
pacientes;
A criação de indicadores de qualidade para a terapia hiperbárica há a sugestão de que os
cuidados de enfermagem estejam relacionados como elementos de qualidade, a partir da
utilização da retirada do paciente da câmara e dos barotraumas.
Para a enfermagem hiperbárica, ainda foi possível:
- Criar uma linha de pesquisa na área, vinculado ao grupo de pesquisa GECEOS. Grupo
de Pesquisa do Cuidado da Escola de Enfermagem da UFBA.
- Divulgar esta Tese através de publicações nacionais e internacionais, com a apresentação
em eventos científicos.
207
- Oferecer o 2
o
Curso de Extensão de Enfermagem hiperbárica para enfermeiros no ano de
2006 pela UFBA;
- A oferta do 1
o
Curso de extensão Universitária de Enfermagem hiperbárica para técnicos
de enfermagem e operadores de câmaras no ano de 2006 pela UFBA
- Curso de extensão universitária sobre terapia hiperbárica como uma forma, também, de
divulgar a terapia
- Impacto social como novo campo de atuação em ascenção para a enfermagem brasileira
- Contribuição para o conhecimento na área da enfermagem do trabalho e do tratamento
de feridas.
O estudo ainda demandou o desenvolvimento dos seguintes trabalhos:
Cuidados de enfermagem no encaminhamento para a terapia hiperbárica – no prelo da Revista
Enfermagem Brasil
Levantamento bibliográfico nacional e internacional sobre a enfermagem hiperbárica
História da enfermagem hiperbárica no Brasil
A vídeo gravação como uma técnica de pesquisa para a terapia hiperbárica.
Entre outros trabalhos que compõe este estudo.
Há necessidade de se continuar investindo no treinamento formal da enfermagem
hiperbárica e elaboração de outras pesquisas semelhantes;
Realizar um recorte em cada um dos cuidados específicos para a câmara hiperbárica e
aprofundar o conhecimento através da pesquisa.
A técnica da filmagem para a coleta de dados mostrou-se um recurso essencial para
acompanhar os padrões de comportamento dos pacientes “in loco” durante a terapia, assim como
avaliar o impacto da qualidade do cuidar e do cuidado prestado pela enfermagem. Recomenda-se,
208
assim, o seu aperfeiçoamento como uma técnica de pesquisa na área hiperbárica, especialmente
para pesquisas avaliativas (HARTZ, 1997). Pinheiro et al (2005), em um artigo sobre a utilização
da técnica de videogravação em pesquisas qualitativas também recomendam esse método,
ressaltando que tal opção seja criteriosa, considerando o preparo do pesquisador, as habilidades
técnicas, o tempo, o custo e a ética.
É preciso pensar nos cuidados de enfermagem, permitindo o conforto aproximando-se
sempre das condições de segurança dos pacientes e daqueles que cuidam nas camâmara
multipacientes.
209
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SILVA, Lolita Dopico da. Cuidados ao Paciente Crítico – Fundamentos para a Enfermagem.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA HIPERBÁRICA. In Diretrizes de Segurança e
Qualidade. São Paulo; Outubro 2003
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA HIPERBÁRICA. In Diretrizes de Segurança e
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TOBAR, F.; YALOUR, M. R. Como fazer teses em saúde pública: conselhos e idéias para
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Reimpressão
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TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução á pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em
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220
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ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
http://www.bireme.com
http://www.usp.org/sibi
APÊNDICES
222
APÊNDICE A
Termo de Consentimento livre e esclarecido dos pacientes
Tema da Pesquisa:
O Cuidar e os Cuidados de Enfermagem na Terapia Hiperbárica
Prezado paciente,
Estou realizando um estudo de Tese de Doutorado na Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade
Federal do Rio de Janeiro - U.F.R.J. sobre os cuidados de enfermagem realizados na terapia hiperbárica com o
objetivo de apresentar os resultados do cuidar e dos cuidados de enfermagem dispensados aos pacientes submetidos a
terapia hiperbárica a partir da observação das suas manifestações fisiológicas e comportamentais que será realizado
no Centro de Medicina Hiperbárica do Nordeste. Este documento visa obter o seu consentimento para participação
nessa pesquisa.
Suas informações serão necessárias para a realização da pesquisa sendo coletadas através do exame físico,
entrevista a observação e a filmagem da sessão. O exame físico será o primeiro procedimento a ser realizado, ele será
realizado no próprio Centro de Medicina Hiperbárica do Nordeste , agendado previamente, de acordo com a sua
disponibilidade. Esse exame físico consiste na verificação da sua temperatura, pulso, respiração, pressão arterial,
peso e algumas perguntas que serão feitas ao sr(a). O sr (a) será observado(a) por 3 dias seguidos por mim antes da
sessão e durante a sessão permanecerei no serviço, filmando a sessão dentro da câmara.
Suas respostas e imagens serão tratadas de forma anônima e confidencial, isto é, seu nome não será citado
em nenhum momento e sua imagem será preservada utilizando uma tarja(faixa) nos olhos quando seu rosto for
exposto. As informações coletadas servirão somente para fins científicos, podendo ser divulgados em pesquisas,
eventos, revistas e ou livros.
Sua participação é voluntária e o (a) Sr. (a) poderá se recusar-se a participar ou retirar seu consentimento,
em qualquer momento, sem prejuízo ao seu cuidado nesta instituição ou com a pesquisadora.
Não haverá nenhuma despesa e ou cobrança para participar da pesquisa.
Não haverá nenhum ressarcimento por parte do pesquisador ou do Centro de Medicina Hiperbárica do
Nordeste.
O (a) Sr. (a) poderá obter, a qualquer tempo informações sobre a pesquisa, seus procedimentos e eventuais
dúvidas que surgirem.
Este documento tem duas vias e o Sr (a) receberá uma cópia deste documento onde consta o contato da
pesquisadora.
Os esclarecimentos antes, durante e após o período deste estudo, assim como o acompanhamento e
assistência serão de total responsabilidade da pesquisadora, podendo ser contatada através do telefone (71) 310-
9225/312-8997 recado com a sra. Carmem ou pelo tel. (71) 8829-6626 ou pelo email:[email protected], a qualquer
momento.
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna Nery da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
223
Carta de Autorização a Participação na Pesquisa
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em participar
do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento sem sofrer qualquer tipo de punição ou
constrangimento.
Autorizo a utilização dos resultados da pesquisa para a divulgação com fins científicos.
Assinatura do participante da Pesquisa
_______________________________
Rose Ana Rios David
Pesquisadora
224
APÊNDICE B
Termo de Consentimento livre e esclarecido para participação da equipe de enfermagem
Título do Projeto Pesquisa:O Cuidar e os Cuidados de Enfermagem na Terapia Hiperbárica
Pesquisadora: Rose Ana Rios David
Prezada equipe de enfermagem,
Estou realizando um estudo de Tese de Doutorado na Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade
Federal do Rio de Janeiro - U.F.R.J. sobre os cuidados de enfermagem realizados na terapia hiperbárica com o
objetivo de apresentar os resultados do cuidar e dos cuidados de enfermagem dispensados aos pacientes submetidos a
terapia hiperbárica a partir da observação das suas manifestações fisiológicas e comportamentais que será realizado
no Centro de Medicina Hiperbárica do Nordeste. Este documento visa obter o seu consentimento para participação
nessa pesquisa uma vez que a filmagem das sessões envolverá a filmagem da sua atuação.
Suas informações serão necessárias para a realização da pesquisa sendo coletadas através da observação e
da filmagem dos seus cuidados durante a sua permanência no Centro de Medicina Hiperbárica da 1
a
a 3
a
sessões.
Suas imagens serão tratadas de forma anônima e confidencial, isto é, seu nome não será citado em nenhum
momento e sua imagem será preservada utilizando uma tarja(faixa) nos olhos quando seu rosto for exposto. As
informações coletadas servirão somente para fins científicos, podendo ser divulgados em outras pesquisas, eventos,
revistas e ou livros.
Sua participação é voluntária e o (a) Sr. (a) poderá se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer momento, sem prejuízo ao seu cuidado nesta instituição ou com a pesquisadora.
Não haverá nenhuma despesa e ou cobrança para participar da pesquisa. Não haverá nenhum ressarcimento
por parte do pesquisador ou do Centro de Medicina Hiperbárica do Nordeste.
O (a) Sr. (a) poderá obter, a qualquer tempo informações sobre a pesquisa, seus procedimentos e eventuais
dúvidas que surgirem.O Sr (a) receberá uma cópia deste documento onde consta o contato da pesquisadora.
Os esclarecimentos antes, durante e após o período deste estudo, assim como o acompanhamento e
assistência serão de total responsabilidade da pesquisadora, podendo ser contatada através do telefone (71) 310-
9225/312-8997 pelo tel. (71) 8829-6626 ou pelo email:[email protected], a qualquer momento.
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna Nery da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Carta de Autorização a Participação na Pesquisa
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em participar
do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento sem sofrer qualquer tipo de punição ou
constrangimento.
Autorizo a utilização dos resultados da pesquisa para a divulgação em fins científicos.
Assinatura do participante da Pesquisa
________________________________
225
Apêndice C
Instrumento de Observação do período Pré-terapia
Parte 1. Dados técnicos da sessão
No Sessão:
1
a
[ ] 2
a
[ ] 3
a
[ ] 4
a
[ ]
Condições chegada:
[1]no horário [2 ]atrasado
[3 ]Acompanhado [4] sozinho
Equipe de enfermagem:
Guia externo – painel:
[1]Emanuel [ ]Jeã [ ]Correia [
]Luiz
[ ]Hildérico [ ]Charles N. [ ]
Charles G.
Pressão terapêutica:
2.0 ATA [ ] 2,8[ ] [ ]2,5
Estado emocional:
[5]calmo [ 6]ansioso [7 ]tenso
[8]preocupado [9]alegre
Tempo sessão:
120min. [1] 75min [ ]
Guia interno – câmara:
[ ]Emanuel [ ]Jeã [ ]Correia [
]Luiz
[ ]Hildérico [ ]Charles N. [ ]
Charles G.
Hora de chegada:
T. espera:
Temp. ambiente:
16 a 23,9C [ ] 23,9 a 30oC [ ]
Umidade relativa ar:
[1] 64 a 70%
[2] 71 a 80%
[3] 81 a 90%
[4] 91 a 100%
Dispositivo em uso:
[1]Cateter hidrolisado
[2 ] hidratação EV [3] SV [4 ]
Não
Parte 2. Cuidados de enfermagem realizados no período pré
Cuidados de enfermagem
Si
m
N
ã
o
Não se
aplica
Condições da espera da sessão Si
m
N
ã
o
Não
se
aplica
Auxiliar o paciente no acesso
ao Centro
Fotografou a lesão Aguardou no salão de tratamento
na maca
Ofereceu o Prope Aguardou no salão de tratamento
na cadeira fixa
Ofereceu a roupa privativa Aguarda no salão na cadeira de
rodas
Forneceu orientações sobre a
terapia
Teve dificuldades de apreender as
orientações
Solicitou a remoção de
maquiagem, adereços, óleos,
hidratantes e desodorante
Aguardou a terapia na recepção
sentado
Encaminhou o paciente ao
banheiro
Inflou os cuffs com soro
Guardou os pertences do
paciente
Removeu bolhas de ar do equipo
de soro
Colocou aparadeira ou papagaio Verificou condições dos cuffs dos
dispositivos
Removeu as próteses Administrou medicamentos
Protegeu o curativo Outros
226
Apêndice D
Relação dos DVDs da pesquisa
No
DVD
Data No
faixa
No
sessão
Nome pacientes/ n. sessão
Não identificados por relações éticas
Temp/Umid.
0001 8.10.04 1
2 e 3
29
o
79%
29
o
79%
0002 22.09.04 1 30
o
69%
0003 8.10.04
9.10.04
1
2
3
4
4
1
2
3
30
o
82%
28
o
78%
29
o
71%
30
o
68%
0004 9.10.04
11.10.04
1
2
3
4 e 5
6
3
4
2
3
4
30
o
68%
30º 82%
29º 78%
30º 72%
29º 79%
0005 13.10.04
1
2
4
2
3
4
29
o
65%
33 64
30 90
0006 13.10.04
14.10.04
15.10.04
1
2 e 3
4
5 e 6
4
4
1
30 90
30 63
30 79
29 70
0007 15.10.04
16.10.04
1
2
3
4
4
1
2
3
30 80
28 94
29 79
30 72
0008 18.10.04 1
2
3
4
1
2
3
4
29 82
29 88
33 63
30 83
0009 19.10.04
1
2
3
4
1
2
3
4
29 89
28 80
30 80
30 80
0010 20.10.04
21.10.04
1,2 e 3
4
5
6 e 7
2
3
4
1
29 78
34 66
33 79
29 85
0011 21.10.04
22.10.04
1
2e 3
4
5 e 6
7
1
2
4
1
2
Cont,
29 87
30 73
29 75
30 85
0012 22.10.04
23.10.04
1 e 2
3
4
2
3
4
Cont.
34 72
32 73
227
5 e 6
7 e 8
1
2
29 89
30 82
0013 23.10.04
25.10.04
1
2
3
2
4
1
Cont.
30 83
0014 25.10.04
26.10.04
27.10.04
1
2 e 3
4
5 e 6
7
3
1
1
2
34 70
30 76
29 98
0015 27.10.04 1
2 e 3
4
2
3
4
29 98
34 67
32 84
0016 28.10.04 1
2
3
4
2
30 88
29 77
30 90
32 80
0017 29.10.04 1
2 e 3
3, 4 e
5
6
1
2
3
29 91
29 82
30 81
29 75
0018 26.11.04
30.11.04
01.12.04
1
2
2
3
1
2
30 86
29 98
29 70
0019 15.12.04
17.12.04
1
2 e 3
2
2
3
28 77
29 92
31 86
0020 18.12.04 1
2 e 3
4
1
2
3
29 74
29 80
31 87
0021 20.12.04
21.12.04
1
2 e 3
3
32 84
31 67
0022
Ver n 31
08.01.05
11.01.05#
12.01.05#
1,2 e 3
4
5
3
2
0023 12.01.05
14.01.05
1
2
3 e 4
5
3
4
1
2
30 88
31 79
29 80
29 75
0024 14.01.05
15.01.05
1
2
1
4
1
4
30 79
29 84
31 91
0025 17.01.05
18.01.05
1
2
2
4
1
4
29 80
31 73
29 68
30 94
0026 19.01.05
20.01.05
1
2
3 e 4
5
1
2
4
1
29 73
29 68
31 92
?
0027 20.01.05
21.01.05
1
2 e 3
4
4
1
2
31 90
29 90
29 75
0028 28.01.05 1
2
1
2
30 98
28 89
228
3
4
4
3
30 85
30 78
0029 22.01.05
27.01.05
1
2
3
4
1
2
3
4
30 86
29 88
30 96
30 86
0030 28.01.05
29.01.05
1
2 e 3
4
5
4
1
2
4
30 78
29 86
27 76
30 93
0031# 30.12.04
31.12.04
05.01.05
06.01.05
1
2
3
4
5
3
3
4
2
2
30 95
30 78
31 77
30 85
29 76
0032 01.02.05
02.02.05
03.02.05
1
2
3
4 e 5
4
2
1
2
29 82
29 86
0033 12.02.05
15.12.05
1 e2
4 e 5
6
2
1
2
29/87
29/94
28/89
0034 21.02.05
22.02.05
23.02.05
1
2
3
4
2
2
3
1
29/71
29/69
29/95
28/75
0035 23.02.05
24.02.04
1
2
3 e 4
5
3
1
2
3
30/89
27/76
28/85
30/91
0036 25.02.05
26.02.05
1
2
3
4
1
2
1
3
28/78
27/86
28/87
30/80
0037 28.02.05
01.03.05
02.03.05
1
3
3
2
28 86
0038 03.03.05
04.03.05
05.03.05
05.03.05
1
2
3,4e 5
6
7
2
29 87
29 76
0039 07.03.05
08.03.05
1
2
3
4 e 5
4
1
4
2
29 76
29 87
0040 12.03.05
18.03.05
19.03.05
1
2
3
2
4
2
30/78
30/74
0041 21.03.05
22.03.05
2
4
2
4
30/83
31/98
0042 23.03.05 1 1 30/62
229
24.03.05
2
3
4
1
0043 24.03.05
28.03.05
31.03.05
01.04.05
02.04.05
1
2
3
4 5
6
7
3
4
3
2
3
1
32/86
0044 05.04.05
12.04.05
13.04.05
14.04.05
1
2
3
4
3
4
4
3
0045 15.04.05
19.04.05
20.04.05
3
4
4
4
0046 26.04.05
28.04.05
29.04.05
30.04.05
4
4
1
4
1
0047 02.05.05
03.05.05
04.05.05
05.05.05
29/76
29/81
29/81
28/84
29/81
0048 11.05.05
12.05.05
13.05.05
4
1
2
4
2
20/80
29/81
29/74
29/42
0049 17.05.05
20.05.05.
2505.05
Noite
4
3
4
32/73
38/89
32/87
0050 27.05.05
28.05.05
3
Pesq
3
30/80
30/93
0051 01.06.05
06.06.05
09.06.05
1
2
2
1
28/78
29/84
27/79
0052 09.06.0513.0
6.05
14.06.05
28/88
29/87
0053 17.06.05
22.06.05
25.06.05
2
4
3
2
28/83
30/75
30/75
230
0054 28.06.05
29.06.05
01.07.05
3
1
2
29/89
28/76
28/83
0055 04.07.05
05.07.05
06.07.05
3
4
Noite
29/83
30/83
30/80
0056 07.07.05 1
Noite
30/78
0057 01.07.05
15.07.05
4
1
29/88
0058 15.07.0518.0
7.05
20.07.05
4
2
1
28/77
29/92
0059 01.07.05 2
3
28/81
29/84
0060 20.07.0521.0
7.05
25.07.05
4
2
4
4
29/84
29/81
29/80
30/85
0061 27.07.05
28.07.05
1
3
28/82
29/81
29/88
0062
29.07.0530.0
7.0501.08.05
02.08.05
1
2
3
4
31/71
28/88
29/85
30/84
0063 03.08.05
10.08.05
11.08.05
3
3
2
29/79
30/99
29/77
0064 12.08.05
12.08.05
12.08.05
15.08.05
2
3
4
1
29/89
37/78
30/87
0065 15.08.05 2 28/73
0066 15.08.05 4 30/86
0067 16.8.05
17.08.05
20.08.05
31.08.05
01.09.05
4
2
4
2
3
30/76
28/90
29/72
28/66
0068 20.08.05
24.08.05
25.08.05
4
2
2
29/72
29/82
29/79
0069 05.09.05
09.09.05
2
1
27/70
29/68
231
Apêndice E – Roteiro de Entrevista
EEAN – UFRJ
No pesquisa:
Data:
No Pront.:
1
a
vez no CMHN: [1] sim
[2]não
Fonte de coleta:
[1] relato do paciente
[2] familiares
[3] sem possibilidade de coleta
1. Dados de impressões
Telefone conato: Comportamentos Sim Não Não se
aplica
Horário inicio:
Horário término
Outros
Sessão no:
Alteração fala
Silêncio
hesitação
Movimentos repetitivos
Local:
Consultório IPD
Consultório CMHN
Outros
Gestos
2. Caracterização Sócio Demográfica
1.1 - Nome:
origem:
[1]resid.
[2]hospital
idade:
[1]até 25 anos
[2] de 26 a 30
[3] de 31 a 35
[4]de 36 a 40
[5]de 41 a 45
[6]de 46 a 50
[7]acima de 50
sexo:
[1]mas
[2]fem
naturalidade:
[1]salvador
[2]interior/ba
[3]outro estado
___________
[4]outro país
____________
escolaridade:
[1] 1º grau incompleto
[2] 1º grau completo
[3] 2º grau incompleto
[4] 2º grau completo
[5]superior incompleto
[6]superior completo
[7] pós-graduado
No sessões
realizadas
[1] 10 a 20
[2] 21 a 30
[3] 31 a 40
[4] 41 a 50
[5]> 50
Nº de sessões (s.)
previstas:
[1]até 10 s.
[2] de 11 a 15 s.
[3]de 16 a 20 s.
[4]de 21 a 25 s.
[5]de 26 a 30 s.
[6]de 31 a 35 s.
[7]de 36 a 40 s.
[8]de 41 a 45 s.
3. Problemas de saúde
Indicações clínicas para terapia hiperbárica Características da lesão:
Procedimentos Cirurgicos
Tempo:
[1]< 1 mês
[2]> 1 mês a 1
ano
[3] De 1 a 3 anos
[4]De 3 a 6 anos
[5] > que 6 anos
Comprometeu a
sua vida:
[1]sim
[2] não
[1]sim
[2]não
Localização Alergias
[1]abdômen [5] MSD
[2]MID [6]MSE
[3]MIE [7]MMSS
[4]MMII [8]Outros
[1]medicamentos
[2]poliuretano
[3]outros
[4] não
Co Morbidade
Hábitos de vida
[1] Lesões por radiação
[2] Intoxicação por monóxido de carbono
[3] Síndrome compartimental
[4] Embolia traumática pelo ar
[5] Cistite actínica
[6] Doença descompressiva
[7] Pé diabético
[8] Lesão isquêmica
[9] Lesão infectada
[10] Queimadura
[11] Preparo para enxertia óssea
[12] Preparo enxertia pele
[13] Osteomielite refratária
[1] Diabetes
[2] Hipertensão
[3] Doenças neurológicas
[4] Doenças cardícaca
[5] Doença renal
[6] não
[1] tabagismo
[2] etilismo
[3] drogas
[4]nega
232
4. Condições fisiológicas e comportamentais
3.1 Sinais vitais:
Admissão:
PA:_________
Sessão subseqüente:
No sessão:
P.A:__________
3.2 Uso de próteses:
[1]dentária total
[2]dentária parcial
[3] ortopédica
[4] outras
[5] não
3.3 Diagnóstico de enf.:
[1] independente
[2] dependente parcial para
___________________
[3] dependente total
4. Condições fisiológicas
Oxigenação Sim Não Hidratação Sim Não
Problemas respiratórios
Turgor alterado
Problemas circulatórios
Desidratado
Problemas vasculares
Toma líquidos com freqüência
Lesão de pele
Febre
Outros
Edemas
Nutrição Sim Não Eliminações Sim Não
Alimenta-se com dificuldades
Diurese sem anormalidades
Uso de dispositivos para
alimentação
Dejeções sem anormalidades
Caquexia
Diarréia
Obesidade
Incontinência urinária
Vômitos
Drenos de tórax
Náuseas
Sudorese intensa
Dislipidemia
Sede
Higiene corporal Sim Não Mobilidade e locomoção Sim Não
Implementa auto cuidado
Deambula e mobiliza-se sem ajuda
Incapaz de cuidar-se sozinho
Deambula com ajuda de terceiros,
Necessita de ajuda para vestir-se
coloca-se de pé com apoio de equipamento
Usa cadeira de rodas
Usa muletas
Acamado
Escoliose
lordose
cifose
Dor Sim Não Deficiência: Sim Não
Cefaléia
Uso de óculos
No local da lesão
Cegueira
Relacionada a atividade Surdez
Em repouso
hemiplegia
Somente durante a sessão
paraplegia
Antes da sessão
tetraplegia
Fora do local da lesão
Deformidade
Ausência de membros
Disfasia
Agnosia
Dislexia
2. As questões ao informante
Questão disparadora: 2.1 Fale sobre a sessão hiperbárica?
2.2 O que achou do ambiente da Câmara?
2.3 O sr sentiu alguma coisa durante alguma sessão?
2.4 Caso a resposta seja positiva descreva o que sentiu.
2.5 Houve necessidade de intervenção do técnico? Como se sentiu depois da intervenção?
2.6 O que o sr(a) achou dos cuidados que o técnico de enfermagem fez com o (a) sr.(a)?
2.7 Que cuidado o sr(a) destaca? Porque?
2.8 Atribua uma nota de 1 a 5 considerando os cuidados de enfermagem recebidos no interior da câmara, durante a
sessão hiperbárica. Sendo que 1 representa muito ruim, 2 ruim, 3 razoável, 4 bom e 5 muito bom.
233
APÊNDICE F
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DAS IMAGENS
Paciente: DVD: Faixa: Data: Dia sessão:
Condições ambientais: Temperatura e Umidade- T=16-23
o
,9 [1] 24-30
o
[2] 30,1 a 40
o
[3]
U= 64-70 [1] 71-80[2] 81-90[3] 91-100[4] Tempo sessão: 70 [1] 100[2]
Sessão do dia: Pressão terapêutica (ATA):[1] - 2.2 [2]- 2.8 [3]2.5:
Vestuário: Calça do serviço[ 1 ] Camisa do serviço [ 2 ] touca [3 ] propé[ 4 ] Camisola do Hospital[ 5 ] Roupa
pessoal de algodão [ 6 ] [7]Outras
Posição: sentado 90
o
[ 1 ] sentado poltrona reclinada [2 ] deitado [3 ] Apoio para os pés [4 ]
Uso de abafadores : sim[1 ] não [2 ] Via de administração do O2: máscara[1 ] hood [2 ] outro [3]
Forma de acesso: deambulando com ajuda[ ] deambulando sem ajuda[ ] Deambulando de muleta
[ ] cadeira de rodas[ ] maca[ ]
Manifestações fisiológicas Cuidados de enfermagem
Pneumotórax:
Dispnéia repentina [1]
Dor[2]
Taquicardia [3]
Ansiedade [4]
Movimentos anormais [5]
Outros:[6]
Não [7]
Observar sinais e sintomas de barotrauma
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Expansão do trato gastrointestinal:
Refluxo [1]
Desconforto abdominal [2]
Eructação[3]
Outras:[4]
Orientar as técnicas de equalização do ouvido:
Valsalva
Bocejar
Deglutição
Chiclete
Encorajar o paciente para mesclar as técnicas
de equalização
Sinais de ansiedade de confinamento:
Sensação de sufocamento [1]
Sudorese [2]
Hiperventilação [3]
Punho cerrado [4]
Ocorrência repentina de dor ou desconforto [5]
Ocorrência de náusea e ou diarréia [6]
Rubor de face [7]
Atitude defensiva [8]
Urgência urinária [9]
# Provocações verbais [10]
Intolerância a máscara ou hood [11]
Outros [12]
Não [5]
#ítem não observado pela ausência de som em alguns
filmes
Prevenir ou reduzir os efeitos da ansiedade
causadas pelo confinamento:
Medicação prévia [1]
Distração: Música [2]
Televisão [3]
Livros [4]
Permitir a entrada de um familiar no interior da
câmara [5]
Assegurar a presença do técnico de
enfermagem durante toda a sessão [6]
Informar que pode sair q[7]uando necessário
Estabelecer contato visual [8]
Discutir a resolução do problema [9]
Notificar ao médico e estado de ansiedade do
paciente [10]
Outros [11]
Enfisema subcutâneo:
Reptação [1]
Disfagia [2]
Desconforto retroesternal [3]
Dispnéias [4]
Síncope [5]
Não [6]
Parar a sessão no caso do paciente apresentar
dor
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Embolia arterial gasosa
Perda da consciência [1]
Sinais neurológicos [2]
Não [3]
Remover o paciente da câmara
[1] dor
[2] não
[3] não se aplica
234
Toxicidade pelo oxigênio:
Palidez facial [1]
Bradicardia [2]
Depressão [3]
Alucinações Visuais [4]
Alucinações auditivas [5]
Espasmos diaframáticos [6]
Fibrilação de lábios [7]
Batimentos lábios, nariz, olhos [8]
Vertigem [9]
Náusea [10]
Sudorese [11]
Palpitações [12]
Apreensão [13]
Tínitus [14]
Síncope [15]
Convulsão [16]
Não [17]
Cuidados de intoxicação pelo oxigênio:
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Toxicidade pulmonar
Sim [1]
Não [2]
Dispnéia [3]
Implementar air break
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Barotrauma:
Sinusal
Dentário
Ouvido
Acompanhar a técnica de equalização do
ouvido depois de orientada
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Dificuldade de equalização
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Notificar dificuldade de equalização do ouvido
para o operador da câmara
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Monitorar os pacientes durante toda a terapia
hiperbárica
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Cuidados de administração do oxigênio sob
Hood:
Asistir o paciente na colocação, remoção e
reposicionamento do hood [1]
Observar sinais e sintomas de aumento do gás
carbônico [2]
Verificar vazamentos [3]
Orientar para que relaxem durante o air break
[4]
Evitar conversas e concentrar-se na respiração
[5]
Outro [6]
Não se aplica [7]
Cuidados de administração do oxigênio sob
Mácara facial:
Assistir o paciente na colocação e retirada da
máscara facial [1]
235
Assistir o paciente na reposição da mascara e
suas necessidades [2]
Verificar o ajuste da máscara [3]
Outro [4]
Não se aplica [5]
Dor relacionada e sua enfermidade
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Cuidados terapêuticos para dor:
Administrar analgésico[1]
Posicionar o paciente confortavelmente [2]
Manter analgesia durante a O2HB [3]
Não se aplica [4]
Desconforto relacionado a temperatura e umidade no
interior da câmara
Sudorese [1]
Sede [2]
Outro [3]
Não [4]
Cuidados relativos ao desconforto relacionado
a temperatura e umidade:
Oferecer água [1]
Acompanhar periodicamente a avaliação do
conforto do paciente sobre a temperatura e
umidade[2]
Ventilar a câmara periodicamente [3]
Outro [4]
Não se aplica [5]
Relato de stress pela doença ou pela falta de suporte
psicossocial
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Cuidados de apoio emocional sobre a terapia e
suas expectatvivas:
Discutir/conversar com o paciente sobre o seu
progresso [1]
Facilitar a comunicação entre o paciente e a
equipe [2]
Encorajar o paciente para falar sobre os seus
sentimentos [3]
Outros [4]
Não [5]
Disritimia
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Cuidados de atendimento a disritmia:
Monitorar a pressão arterial [1]
Observar sinais de hipokalemia em pacientes
acometidos por infecções necrotizantes [2]
Manter infusão venosa [3]
Outros [4]
Não [5]
Déficit de volume ou desidratação
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Cuidados de déficit de volume:
Monitorar os sinais vitais [1]
Manter balanço eletrolítico e hidratação [2]
Outros [3]
Não se aplica [4]
Alterações neurológicas
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Cuidados de alterações neurológicas
Monitorar as condições neurológicas do
paciente [1]
Notificar ao médico as alterações neurológicas
do paciente[2]
Outro [3]
Não se aplica [4]
Distúrbio hidroeletrolítico causado por náusea e vômito
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Cuidados dos distúrbios hidroeletrolíticos:
Prevenir aspiração [1]
Administrar medicamento [2]
Monitorar o paciente com náuseas e vômito [3]
Notificar o médico sobre a ocorrência de
náuseas e vômitos [4]
Outros [5]
236
Não se aplica [6]
Observar pacientes durante a descompressão
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Outras manifestações observadas:
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Outros cuidados observados:
Sim [1]
Não [2]
Não se aplica [3]
Observaçõese Notas:
Pressurização:
1
a
sessão O2HB:
Air Break:
2
a
fase O2HB:
Air break
3
a
fase O2HB:
Air break
Despressurização:
237
Apêndice G
Transcrição das Entrevistas
1. ACS - sexo feminino, 81 anos, idade aparente não compatível com a cronológica, úlcera varicosa,
dermatofibrose, 8.11.04.
D. A eu gostaria que a senhora falasse sobre a sessão hiperbárica.
Eu estou me sentindo bem, está melhorando muito a minha perna, lugares que não estavam cicatrizados, já está,
Ficou uma coisa muito feia fez aqueles buracos fundos. E eu disse minha filha eu não vou ficar boa não....
Lá dento da câmara, como a sra se sente?
Eu me sinto bem, o rapaz que vai lá dentro, é um rapaz muito bom, prestativo, muito tratado, todos três né, quando
num é um é outro, umas pessoas muito agradável.
O que a senhora acha dos cuidados?
Explica tudo direitinho, como é, eu brinco muito com ele e digo assim para ele - eu não quero saber de conversa com
você, cadê meu queimado – ele diz só vai pegar um, mas eu fico tossindo qualquer coisa assim eu fico tossindo, mas
aquela tosse seca, eu queria saber o que é aquela tosse seca.
A sra me disse que toma pouco liquido é preciso aumentar a ingestão de líquidos
Eu faço assim, (risadas) é, a sra não deve conhecer direito, mas é coisa da medicina, eu tomo uma folha que chama
colônia, chamado “belevante”, ela dá umas palmas muito cheirosas, então nós temos lá no quintal, quando eu fico
com aquela tosse coisa, eu tiro um pedacinho boto na vasilha, coloco a água para ferver e quando fica morninho você
põe... eu não tomo açúcar. Eu não sou diabética, mas a dra passou o adoçante por causa do peso,
Mas porque ela passou o adoçante para senhora
Porque eu me queixava a ele, a dra Rita eu sinto muita dor nas pernas, eu não tava com as pernas feridas nem nada,
eu vou mandar a sra fazer exame de sangue para ver se a senhora pe diabética deixe estar... mandou fazer não sei
quantas vezes
O que aa acha do ambiente da câmara?
Eu acho a câmara diferente mesmo, eu sou ignorante, e eu fico querendo saber de onde sai esse ar será que é daqui de
dentro ou é lá fora ele disse - ai é tudo lá fora. Eu disse isso aqui é perigoso (risadas)
O que a sra acha dos cuidados?
Na hora de colocar a máscara é assim mesmo, eles dizem que eu não tenho nariz, e bota assim mesmo sem nariz.
E da compensação do ouvido?
Não sinto nada do abafador quando ele fica assim na minha orelha, ele tira e eu nunca acerto botar e ele diz tem que
aprender, ele bota tudo direitinho, lá dentro é tudo bonzinho. Do apoio dos pés, os pés ali é bonzinho mesmo!
O que a senhora acha do período que a senhora fica na câmara?
Agora eu acho que demora muito, né, eu acho, dá fome, quando eu cheguei, eu disse, ô Maria Alice assim, aquele
negócio dá fome, você sabe que eu não sou de merendar, mas quando eu saio doida de vontade de comer qualquer
coisa (risadas) é mesmo do tratamento não é?
Dos cuidados, qual a sra acha o mais importante?
Dos cuidado eu acho muito importante que a gente fica tudo fechado, e a porta só abre na hora certa, marcadinha ali,
né, mas outras coisas eu não tenho o que dizer, não.
Que cuidado a sra destaca?
Atenção que ele tem a todos, atenção que ele ta cuidando, pessoas que ta mais quer dizer que não pode se mexer, eu
acho aquilo uma coisa importante que ele cuida ali... agora tem uma garotinha né, será que ela vai ficar boa dra?
Ela vai melhorar (ar de compadecimento).Ela não senta, coitadinha eu vou dizer a senhora eu pedia a Deus que
levasse ela... é doloroso. Ver a sua filhinha assim... eternamente olhando para aquele quadro
O que a sra sente na câmara
Vontade de que acabe logo para sair, (risadas) só aquela zoada de... que parece panela de pressão eu fico pensando
que parece que vai dar um estouro aí.Meu Deus será que isso aí ta tudo montadinho direitinho
Dos cuidados, qual é o mais importante
A atenção é mais importante porque minha filha a gente chega assim nos lugares mesmo que a gente esteja pagando
a gente chega em certos lugares que... é uma falta de atenção com o paciente não é e a gente fica ali parecendo que ta
pedindo uma caridade, eu vejo que não ta dando atenção pra me despachar logo eu digo - minha filha eu quero é ir
embora eu não vou ficar aqui não.
Você gostou das minhas palavras?Atribua uma nota aos cuidados: cinco
238
2. MES – sexo feminino, 69 anos, necrose do coto da amputação, insuficiência arterial crônica, 8.11.04.
Fale sobre a sessão hiperbárica
Eu me sinto muito bem, eu achei que o meu ouvido vai ficando com um zumbido de ouvido tapado não tem nada no
ouvido.
O que a sra acha do ambiente da câmara
O que a sra acha dos cuidados que recebe na câmara?
Eu acho bom, eu não tenho o que dizer todos tratam a gente bem, eu não tenho o que dizer.
Destaca-me um cuidado
Acho a colocação da mascara bom, eu não consigo colocar sozinha e ele bota. O ouvido não me incomoda o
abafador...
A sra já sentiu alguma coisa
Eu me senti mal, na 1
a
sessão no inicio começa a doer o ouvido e depois começa a dar a água aí a gente passa a
engolir a saliva e aí.Não é dor
Que cuidado a sra acha mais importante
E me colocar lá dentro, como eu não posso pisar eu acho que é uma coisa importante.
Dê uma nota de 1 a 5 para os cuidados que a senhora recebeu
5. Pra me tudo ta bom, né graças a Deus, principalmente... eu não tenho queixa nenhuma.
3. JP - sexo feminino, 25 anos, descência de sutura de mama de prótese estética, 20.01.05.
Fale sobre a sessão hiperbárica
No 1o dia foi, eu estava assim muito agoniada, um ambiente diferente, tava nervosa, meu ouvido doeu muito, eu não
tava com a bala na boca também e aí depois que ele me deu água e aí melhorei, não doeu mais /pausa/ a partir da
segunda eu já fui melhorando eu já fui me adaptando melhor, a pressão e hoje eu já to, assim, acostumada. No
intervalo quando tiram as máscaras, as pessoas assim interagem, conversam. O Jean e, como é o nome do outro o
Charles também são ótimos qualquer coisa eles perguntam: está tudo bem? Está sentindo alguma coisa? Assim, o
tratamento é tranqüilo.Entendeu?
Quando você sentiu a dor você sinalizou que estava sentindo a dor no ouvido?
Sinalizei, e parou na hora, no 1
o
dia ele parou. Eu não tava conseguindo fazer as manobras eu não tava conseguindo
fazer nada, aí ele parou e me deu água e aí mandou eu fazer as manobras, melhorou.
O que você achou do ambiente da câmara?
O ambiente fechado faz muito calor no começo, o pior de tudo é no começo, é que faz calor... e também a máscara,
né tudo aquilo, mas depois quando começa a ventilar, aí...
O começo que você fala é o inicio da sessão?
É o inicio, é muito calor, quando atinge mesmo a profundidade né, quando ele fala, ele fala 32
o
ta muito calor
naquele momento, é o pior momento.
Isso te incomoda?
Incomoda. Fora o calor... a mascara em si né que é uma coisa desconfortável pesa, e só.
Você me falou que sentiu na dor no 1
o
dia. Você sentiu outra coisa?
Eu senti nos outros dias no local uma pontadas assim, mas nada demais, pontadas como se o organismo estivesse
reagindo, não sei né, mas hoje mesmo não senti, não é todo o dia que eu sinto essa pontada não.
O que o técnico fez quando você sentiu a dor.
Parei a 2 metros, mandou fazer a manobra de valsalva né, e me deu água e depois disso melhorou passou a dor, ele
disse pode continuar? ai eu disse - pode, e ai ele continuou e eu não senti mais nada
O que você achou desses cuidados?
Assim, por me agora tudo bem, agora que eu já estou acostumada, eu já sei como agir mas se tiver uma pessoa nova,
não tem como, porque é uma coisa, é novo entendeu, pressão, a pessoa fica nervosa mesmo... todo mundo que ta lá
dentro relata que no 1
o
dia é ruim, no 2
o
e 3
o
dia tem que ter um técnico. A gente se sente mais segura com um
técnico ali para dar orientações, é melhor que tenha uma pessoa.
Destaque um cuidado que você tenha recebido
Que ele sempre frizou né, para eu deglutir para que a pressão no ouvido não aumentasse, fazer a manobra se
precisasse também, ficou no meu lado no 1
o
e 2
o
dia Charles ficou do meu lado o tempo todo e ai ta doendo? Ta
conseguindo fazer? Eu to, tá tudo bem. Esses cuidados entendeu, com a máscara também, tá escapando? Escapa um
pouquinho, ta escapando? então coloca uma gazezinha. O que mais.... Sempre atento, a tudo quando ta quando ta
descendo né, ele fala que não pode dobrar a perna, é ai eu me esqueci, na hora que tava retornando e aí, é
impressionante você dobra e ele vai lá não tá errado e aí, todos os cuidados eu acho que eles tem entendeu?
239
Atribua uma nota de 1 a 5.
Nota 5, são ótimos não tenho, muito atenciosos com todo mundo, não tenho o que falar.
4. AAM - sexo feminino, 84 anos, necrose de coto amputação infrapatelar, revascularizada. Barotrauma com
epistaxe na descompressão em 25.01.05, encaminhada para o otorrinolaringologista.
Fale-me sobre a sessão hiperbárica o que a senhora acha?
Eu acho bom e to indo
E o que a senhora sente lá dentro
Por enquanto eu sinto, eu to sentindo muito melhor.
Em relação ao ambiente o que a senhora acha?
Sinto, sinto muita muito calor, quentura muita é só.
Em relação ao ambiente da câmara, a senhora sente alguma diferença?
tanto faz como tanto fez.
Sentiu alguma coisa no 1
o
dia?
No 1
o
dia não estranhei não.
E o ouvido?
Ah o ouvido faz uma zoadazinha
E sente mais alguma coisa?
É, depois melhora, e quando eu chupo queimado melhora.
A senhora sente a zoadinha na câmara e depois ela pára? Pára quando?
Pára. As vezes no caminho, em casa eu ainda sinto.
E porque a senhora acha que sente essa zoada?
Sinto porque o ouvido é tapado, e não escuta direito.
A senhora normalmente não escuta ou está relacionado a câmara?
Quando eu saio ainda saio sentindo o ouvido, por causa da zoada,
A senhora avisa ao técnico?
Já. Ele disse que é assim mesmo
A sra já sentiu dor alguma vez?
No ouvido?
Sinto, quando eu saio que destapa, eu sinto. Quando chego em casa ainda chego sentindo, mas passa (tosse)
O que a senhora acha dois cuidados que a sra recebe
Eu acho eles bom, muito bom para me tem muito cuidado comigo é assim
Do que a senhora acha mais importante
Atenção
Eu to gostando , de tudo. Porque ele me tem muita atenção, tem cuidado muito comigo
5.
5. FRVMS, 39 anos, sexo feminino, úlcera de pressão com fístula por TRM
Fale sobre a sessão
Eu to preocupada , a câmara para mim é tudo... bem é um sonho que eu realizei eu vi na televisão em São Paulo, para
me só tinha em São Paulo e a minha preocupação eu vim hoje para não fazer a gente ta tentando pelo deputado, e a
gente ta correndo atrás porque eu não me preveni para isso, então eu falei com meu marido eu vou falar, demora um
tempo, eu tenho que chegar lá e acertar minhas contas eu não posso fazer 20 sessões. Como a permanência da gente
não pode ficar muito mais eu não posso mais fazer, chegou o meu limite. Você é doida, ele me disse, eu chegando lá
vou falar....
Francisca, fique calma que a gente vai dar um jeito nisso depois a gente pode conversar.
Foi tudo normal, no 1
o
dia eu senti uma dificuldade na manobra porque eu fiz todas as vezes, porque tem um
intervalo de 5 minutos né, e ai quando recomeçava eu tornava eu a fazer a manobra que não tinha mais necessidade
mas do 2
o
dia em diante normal.
Você sentiu alguma coisa?
Eu senti um pouco de dor de ouvido mas, o Charles pede para gente avisar, aí eu avisei e ele me ensinou a fazer
direitinho, e outros dias tranqüilo.
Em relação ao ambiente da câmara?
Não, é.... tem horas que é muito quente e refresca um pouco mas.... e eu acho que é controlável, dá pra resistir bem.
Como você se sentiu lá dentro
240
Não, tudo bem, o menino mesmo o Charles, é uma pessoa muito comunicativa conversa com a gente, relaxa. As
próprias pessoas que tão lá dentro também, a gente procura conversar, quando a gente tem o intervalo de 5 minutos
agente procura conversar
No dia da dor do ouvido você avisou ao técnico e o que ele fez?
Imediatamente ele tirou e mandou eu fazer a manobra.
Tirou o que?
Tirou a masculinoara e o abafador e eu mandou eu fazer a manobra e eu fiz e pronto, foi botar o dedo no nariz e
prender para o ar sair pelo nariz, ele dá uma balinha a gente.
Dentre os cuidados me destaque um
Eu acho assim, ele uma pessoa calma que consegue deixar a gente tranqüila a gente assim sente por não conhecer um
amigo o que sinto é isso
Dê uma nota de 1 a 5
5.
6. LCA,
(cabelo branco do quarto, irrigação No quarto em uso da sonda a sonda vazou no momento da entrevista ficou
preocupado na limpeza do quarto).
Fale sobre a sessão hiperbárica
Eu não tenho elementos pra falar e talvez a circunstância em que eu vim foram em decorrência da cirurgia da
próstata que tive que fazer. Já tive umas 15 sessões
O ambiente
Agradabilíssimo. Os assistentes Não todos os técnicos, mas muito gentis socialmente muito bons e to sentindo certos
efeitos com as 15 sessões to sentindo que a coisa vai caminhar, então é a expectativa natural de todo doente né? É
um pouco mais que expectativa, além da esperança a convicção que pode realmente ter uma catapulta para vencer
esse miserável né... E adjacentes porque também, e não só o câncer né, eu não tenho muito mais o meu estado de
fornecer senão apenas eu aceitava...(não entendi bem)
Já sentiu alguma coisa?
Aquele estado que a gente sente quando entra pra sessão. O ouvido sente, eles sabem que a gente se conforma A
única coisa que causa desconforto é a colocação da máscara, um desconforto tremendo pra me, eu sou meio tenho
medo de ambiente fechado, sou meio claustrofóbico,
O que o sr sente,... Me dá, muita gente não diz nada, mas uma sensação de estrangulamento é um ponto que eu vou te
que trabalhar nisso.
Eu não falo como crítica pode ser que com a evolução a medicina está numa evolução tão grande por isso que eu lhe
digo
O acha dos cuidados de enfermagem.
Bons atenciosos dão assistência boa.
Destaca um cuidado mais importante e porque
Atenção, atenção, são muito atenciosos, todos, dão atenção social, dá atenção diária, de educação, até de humor,
dispensa o material à balinha, essas coisas mínimas eu daria tranqüilamente.
Atribua uma nota
Nota 8, 8,5 só não daria mais porque eles não são técnicos são importantes.
A única coisa me dá uma impressão que é uma aranha grudada assim eu fico contando o tempo pra passar logo o
Senhor acha que é o fato dela ser fechada? Sim
.7. P.D.M.S, 25 anos, sexo feminino. port. Deiscência de sutura mama por cirurgia plástica reparadora –
24.02.05
A sessão não é boa, você não está lá porque você quer. Você vê lá as pessoas também ruins.... É muito calor, eu acho
que é como se fosse um tempo perdido você não pode fazer nada, não pode ler um livro ou outra coisa. Mas eu
melhorei e mudei para Frepong e aí ele achou que eu devia fazer mais sessões. O inicio é difícil.
No começo eu fiquei com medo da infecção. De pegar infecção de outra pessoa lá dentro... todo mundo junto.. a
máscara é esterilizada não é? Bem, lá dentro até que é confortável,
O ouvido a gente sente na compressão é normal não é? Você sente ele comprimindo, nunca senti dor.
Ele me disse para chupar bala, fazer as manobras, engolir saliva me dá água,
Eu acho ótimo, você fica mais segura se tiver alguém para ficar com você na câmara.
241
O mais importante: botar a máscara porque eu não posso levantar o braço, dar água quando termina a sessão, ficar
com você lá dentro, pegar as almofadinhas para colocar os pés, acho que só.......
5 eu acho ótimo ele entrar....
Obs: gravador quebrou na hora da entrevista escrevi usa fala na hora
8. TAB - sexo feminino , 56 anos, cistite actínica com sangramento retal intermitente. 21.10.04 De pé,
ansiosíssima
Fale sobre a sessão hiperbárica
Fico rezando pedindo a Deus que termine logo. Sinto medo do abafamento, não é ao ar livre. O pessoal trata muito
bem mas eu tenho medo. Eu tenho medo.
Eles são ótimos são muito educados.
O que a sra acha do ambiente da câmara
É fechado quero logo que acabo, não gosto mas preciso
Me fale sobre os cuidados de enfermagem que a sra recebeu lá dentro
Tiram e bota a máscara, arruma agente lá dentro, eles ensinam a chupar bala, fazer exercício, hoje eu já sei o que
fazer. A gente vai pegando os macetes.
A sra já sentiu alguma coisa durante as sessões?
Não. Nunca senti nada no ouvido que o pessoal fala que sente.
Me destaque um cuidado de enfermagem que eles fazem lá dentro da câmara.
O apoio dos pés é bom. O ânimo que ele dá a gente também, a balinha, dá o 1
o
intervalo daqui a pouco é o 2
o
e daí já
terminou e eu quero ir embora.Para mim é tudo bom mas se fosse aberto seria melhor.
Dê uma nota de 1 a 5 para os cuidados que a sra recebeu lá dentro.
Dou 5 para me ta tudo bom.
9. FRSS - sexo masc, 64 anos, deiscência de corpo cavernoso por prótese peniana, amputação infrapatelar 2
a
vez na terapia
Gostaria que o senhor falasse sobre a sessão hiperbárica
Logo assim que eu entrei pela primeira vez eu tava com um ferimentozinho aqui, ta vendo, (no braço) eu tava com
um ferimento aqui e que não tava querendo sair na terceira ele soltou o cascão e saiu, então eu senti que ela recupera
muito rapidamente, entendeu. Agora o meu problema, que eu vim mais por ele, é, eu não tava sentindo resultado
porque tava forçado,
a senhora sabe o que é né (prótese peniana)
eu sei
então tava, tava, vamos dizer assim não foi feito direito, a verdade é essa. O médico, não adianta dizer o nome, ele
fugiu da raia a verdade, ele mandou que eu viesse para hiperbárica e disse agora é com eles lá. Quer dizer fugiu com
a responsabilidade.Aí quando Dr. David passou 30 sessões e viu que não tava surtindo o efeito necessário desejado...
só que procurei o médico e ele disse que a agenda tava fechada que não sei o que, e aí eu procurei outro, fui para dr.
Marcos. Marcio. Dr. Marcos Márcio na hora que olhou falou logo o que minha filha tinha dito a gente tem que
corrigir isso imediatamente antes que dê um problema maior disse até que podia romper e podia ser um problema
muito sério. Aí fez, marcou, com 3 e 4 dias, 1
o
ele falou com o dr David pelo telefone e aí Dr. David disse não eu
também to achando. Aí combinaram, marcou, fez a cirurgia, aí eu fiquei uma semana, ele tirou os pontos, passei aqui
para Dr. David olhar Aí dr. David falou vamos fazer aí para recuperar, quer dizer eu senti que hoje é a terceira sessão
não é, depois da minha volta antes. E eu senti que houve uma melhora bastante, pelo menos antes doía que eu não
podia nem tocar, até a roupa tocando doía, e agora não dói muito menos, quer dizer dói porque a hiperbárica força
doer mesmo, não é.
Mas durante a sessão o senhor costuma sentir dor no local?
As vezes sinto sim mas não direto,
O senhor ta tomando alguma medicação para dor?
Não eu estava sentindo tomando direto tylex né. Tava tomando tylex direto duas vezes ao dia
E me diga uma coisa em relação ao ambiente da câmara. O senhor está voltando pela segunda vez então deve ter
muita coisa para dizer.
É.. olha é legal, a primeira vez foi excelente porque da outra vez a gente se divertia com Bia (criança de 2 anos),
entendeu e agora eu to começando agora e foi falhado o 1
o
dia foi na 2
a
sessão o 2
o
dia é..., foi também na 1
a
sessão
mas para me fica difícil ficar nesse horário porque eu trabalho, aí eu perco a manhã toda, entendeu. Eu prefiro no 1
o
horário, como era antes entendeu? Mas..
242
Mas agora o senhor saiu do 1
o
horário.
É saí do primeiro horário
Não tinha vaga,
vou olhar isso aí
Parece que saiu um aí ou foi fazer cirurgia alguma coisa e aí.
O sr. Já sentiu alguma coisa dentro da câmara?
Não no 2
o
dia na 1
a
vez eu senti o ouvido doer, só, engoli a saliva tal e mais só isso.
E houve necessidade do técnico intervir.
Não, não Graças a Deus não.
O Sr. Vai entrar nessa sessão agora? Não
O que o sr acha dos cuidados que os técnicos prestam para o sr.
Todos eles são excelentes, primeiro o Charles o magrinho, depois o Charles mais forte, e depois foi Silveira, e
normalmente a maior parte foi com Silveira e tive também com o Correia.
Dos cuidados que o sr recebeu qual o senhor acha o mais importante, o que o senhor destaca?.
Eu acho que todos são excelentes. Quando a gente já ta veterano, ele já sabe que a gente conhece tudo e fica
observando se a gente falha alguma coisa, Eu mesmo na hora que eu vou colocar a mascara eu esqueço de colocar o
elástico para cima na cabeça e aí eles vem em cima, me alertar.
No 1
o
dia fizeram as orientações para o senhor?
Sim fizeram...
Mas quando eu entrei quem me atendeu pela primeira vez foi o Charles, aí Charles me orientou tudo, depois quando
mudei ele tornou a me orientar
Dessas orientações qual o senhor achou que foi mais importante,
Todas foram boas, porque tudo a mesma coisa
Eu quero dizer assim, o senhor me falou que ele ajuda a colocar a mascara e que fez orientações, disso tudo o que o
senhor acha mais importante dessas orientações que o senhor recebeu?
Naturalmente eu acho que o mais importante é como colocar a mascara, eu acho importante porque comigo mesmo
aconteceu uma vez a minha máscara tava partida e aí ficou escapando ar, da outra vez veio a máscara grande e ficou
.... e teve uma vez que eu falei e eles trocaram a máscara e botaram uma mascar menor, mas sempre eles observam
Se o senhor tivesse que dar uma nota para os cuidados que o senhor recebe lá dentro, de 0 a 5 que nota o senhor
daria?
Todos eles que eu passei 5. Eu gostei muito
10. CFM - sexo masc. 65 anos, lesões isquêmicas MMII, IRC + diab
pac deprimido, fala arrastada, família presente, no quarto do hospital, muito carinhosa com ele. Choro
frequente
P.Queria que o senhor me falasse sobre a terapia hiperbárica no interior da câmara.
C. Dra, eu não tenho bem conhecimento, eu perguntei ao moço (o técnico) qual o beneficio. C. Ele me disse que era
chegar oxigênio para ferida. Eu desconhecia um pouco, né pra falar a verdade eu aceitei a Jesus como meu Salvador,
e acho que ele é capaz de fazer tudo.Usar a senhora usar outro para que nos traga o beneficio. Eu confio em Jesus
que eu vou ficar são, entendeu? é uma esperança que temos que é coisa boa, né.
Assim, alem dessa fé do senhor, lá dentro da câmara o senhor entra em um ambiente diferente, o que o senhor acha
daquele ambiente.
Moça, o ambiente deve trazer o beneficio que ele me falou, eu perguntei a ele né, o moço, qual o beneficio que nos
traz aquele serviço. porque ele é castigante, eu achei, entendeu, ele me tortura muito.
E porque, me diga.
É uma hora e meia não é, a duas horas não é?
De manhã é.
O beneficio as senhoras é que vão dizer
Me diga uma coisa, o senhor já falou inicialmente do ouvido. O senhor já sentiu dor no ouvido e mais alguma coisa
mais que dor no ouvido
Não só dor no ouvido mesmo.
E quando o senhor avisou o técnico ele fez o que?
Ele para porque ele nos avisou antes né. Ele pára, ele nos manda tomar a respiração e soltar pelo ouvido, para
melhorar, e aí vai tom... tom.... e ai vai melhorando, não pé e aí passa as dores, ele nos dá um queimado para a gente
ta chupando e engolir a saliva, porque aquela saliva é boa pra passar o ouvido.
243
Quando o senhor falou que era castigante, é porque o senhor fica cansado pelo tempo ou por alguma coisa no
ambiente que incomoda o senhor, me explique.
È pelo tempo moça, é pelo tempo, fica com aquele oxigênio ali, fica com os dois ouvidos, com aquela proteção,
aquele protetor né, que eu não sei porque sempre dói o meu ouvido. O primeiro dia não por causa do ouvido porque
tava sujo, passou remédio, no outro dia eu fiz güentei com a experiência deles já né,
O senhor tem sentido dores todos os dias?
Tenho moça. Não sei porque isso, tenho sentido moça,
Mas sr Celestino, a sessão inteira, a sessão inteira moça, não sei porque.
O Sr tem que falar
Eu falo moça, melhora ele pára, ele tem o cuidado de nos avisar a todos, ta doendo suspenda as mãos, pára e vê, aí
nos dá a instrução e aí melhora e continua
O senhor tem que evitar de sentir dor, ainda está usando o remédio no ouvido?
Não só usou uma vez .
O senhor falou que o técnico fica lá dentro acompanhando o senhor. O que o senhor acha dos cuidados que ele dá
É o melhor possível moça porque se eles não dão cuidado o camarada não ia agüentar, ia estourar o tímpano, não é,
do ouvido. Porque é muita dor, muita dor, ele pára e aí mandou, pára e aí nos dá essa instrução: respira bem pelo
nariz e solta pelo ouvido, e aí eu respiro de umas quatro a cinco vezes aí melhora, continua, se não tem isso não
resistia não é? e aí ele nos avisa tenha cuidado porque pode estourar os tímpanos. E ele diz doeu, fale.
Me diz uma coisa desses cuidados qual o senhor acha que é mais importante.
É dele ta sempre observando, junto conosco, né, qualquer dor, falar com eles, fazer o sinal com a mão, para saber o
que é e assim eu fiz e os outros também, né. Ele tem o cuidado nos dá o queimado, para ta engolindo, porque essa
saliva passa muito essas dores.
Agora quero que o senhor de uma nota de 1 a 5 dos cuidados que o senhor recebe lá dentro da câmara.
Pausa. Olhe moça, eu fiz com 3 moços lá, todos 3 dedicados, eu vou dar uma nota máxima, porque todos eles são
dedicados né. Eu gostei de todos eles.
11. PAA – sexo masc. , 82 anos, port. de úlcera varicosa infectada 02.03.05
Eu queria que o senhor me falasse sobre a sessão hiperbárica.
O que eu sinto bastante satisfeito e alegre, e gente aí é um irmão um com outro, e sai bastante piada, brincadeira, pra
gente, na hora do descanso, né. Fica todo mundo entusiasmado, um diz uma coisa outra diz outra não é? Coisa que a
gente sabe que o negócio fica exagerando, tem até um colega aí que falou que quem fez o mata mosquito foi o
Oswaldo Cruz, (risadas) o mata mosquito não, Oswaldo Cruz foi matar o mata mosquito. É a moriçoca foi outra
coisa...
Mas, em relação a sessão seu Pedro, como o senhor se sente? O senhor já sentiu alguma coisa.
Na primeira sessão a gente fica com aquela tensão naquela emoção de que vai ficar bom dessa...dessa...
Que emoção que o senhor fala?
Satisfação de estar aí, recebendo aquele aparelho, o oxigênio né, aí ficar bom da minha perna,
O senhor entra dentro da câmara e o que o senhor acha do ambiente?
eu acho bom, ótimo, cada um com seu aparelho, não é, recebendo o oxigênio, não é? o ar , não é?, a água..isso
(risadas)
Em alguma sessão o senhor já sentiu alguma coisa? Nunca?
O ouvido não.
O senhor fica acompanhado por um técnico, o que o senhor acha dos cuidados que o senhor recebe?
Muito bom, muito ótimo, parabéns felicidades para todos
Já que o senhor está falando que é muito ótimo, dos cuidados que o senhor recebe, me destaque um.
Eu destaco a importância dele, como encarregado pelo serviço dos pacientes, lá na hora da ligação dos aparelhos, de
preparação dos aparelhos...
Preparar assim como?
A gente, não bota o fone, não bota a máscara, ele prepara tudo deixa a gente já preparado quando vai começar.
Porquê o senhor acha que isso é mais importante?
Porque ta preparando a gente, pra começar o serviço, pra ficar perfeito, para ficar bom
Eu quero que o senhor dê uma nota de 1 a 5 dos cuidados que o senhor recebe lá. Que nota que o senhor daria para os
cuidados que o senhor recebe lá dentro.
5
244
12. RLS – sexo masc. , 36 anos, fixador de lizarov, fratura exposta c/ necrose 3
a
vez na terapia 29.01.05
Eu queria que você falasse sobre a sessão hiperbárica.
No começo foi difícil né, eu sentia uma sensação estranha, só que eu me adaptei em questão de dias, e para me isso
foi a solução do meu problema e eu acho, pretendo sair daqui só bom né. eu normalizei em parte a minha vida com
esse tratamento.
E o ambiente da câmara lá dentro o que o senhor acha?
Normal, normalíssimo não vejo nada lá dentro que venha me apavorar, nem que venha... o tratamento dos
funcionários.... , enfim tudo tudo bem
O ambiente fechado faz alguma diferença.
Não, nada, não tenho pavor, nada disso, me adaptei no primeiro dia.
Você sentiu alguma coisa no primeiro dia?
Só o ouvido doendo, mas alguns minutos, logo logo me adaptei porque eu já tinha algumas aulas de mergulho né e
aí me adaptei rápido.
Você tinha algumas aulas de mergulho porque você mergulha? Você é mergulhador?
Não, um colega é, ele aí me deu algumas aulas, a gente saia junto,m eu tenho um barquinho e a gente aí, mergulhava.
Quando você sentiu a dor o que você?
No ouvido? Comecei a fazer o que foi passado para me né?
Fazer a compensação do ouvido
Como você fazia a compensação?
Abrindo a boca, movimentando o malar só. É bem difícil eu usar a mão no nariz.
Você chamou o técnico e ele fez o que?
Chamei logo o técnico e aí ele passou as instruções, e eu fui logo me adaptando.
Ele parou a pressurização, como aconteceu?
Parou a pressurização e aí ele passou pra me, e depois foi continuar a pressurização.
Foi a única vez que você sentiu alguma coisa?
foi a única vez no primeiro dia .
Você já está a muito tempo. Qual a sua opinião sobre os cuidados de enfermagem?
Os cuidados vamos dizer assim, todos eles tem um padrão é... de eficiência. Todos os cuidados que eu acho que eu
teria de ter lá dentro eu to tendo
Me destaca um cuidado que seja mais importante?
A higienização e a forma de passar, de passar como a gente se comportar lá dentro, por que as vezes instrutores que
não sabe passar, e aqui os meninos passam de forma bem correta, que a gente num instante absorve.
Então você acha importante apreender a maneira de se comportar?
Isso ajuda muito, muito,muito, facilita a adaptação na câmara.
Queria que você atribuísse uma nota de 1 a 5.
Eu daria 4.9 porque o 5 eu acho que a gente a cada dia ta aprendendo, a gente ta sempre desenvolvendo os métodos
para poder , é difícil pra qualquer profissional, acho que 100% é difícil.
13. DVCF - sexo masc, 42 anos, amputação dos dedos mão D, manteve polegar com necrose por q
queimaduras face da mão, por esmagamento em máq de papelão, 15.02.05
Eu queria que o senhor me falasse sobre a sessão hiperbárica
Eu sinto uma satisfação imensa, principalmente porque eu não conhecia né, agora nesse processo aí eu vim a
conhecer a pouco tempo, agora através desse acidente. Eu me sinto bem lá dentro, principalmente porque até as
dores que eu tava no braço por causa do braço, por causa do negócio do soro, medicação, sentindo muitas dores
mesmo quando eu acabei aí e passou. Comentei até com as meninas lá no hospital, as enfermeiras, e ela tava
explicando depois que eu tomei a hiperbárica melhorou a dor, melhorou não, passou a dor mesmo não sinto mais
nada.
E o que o senhor acha da sessão?
É um negócio novo, modernizado, que tem que ter também força de vontade da gente para se curar, e a gente faz
muita amizade, através dali dentro, faz muita amizade ali.
O que é essa força de vontade para se curar?
Acreditar no processo, ter fé no que ta fazendo, só tomar aplicação, ter força de vontade, na aplicação bem eu vou me
curar através disso, tal, tal tal .....
. O sr já sentiu alguma coisa lá dentro?
245
No 1
o
dia eu senti, falta de ar fiquei tonto, fiquei com problema de controlar a respiração né para tirar aquela secção
do ouvido mas depois que o rapaz foi me orientando orientando aí pronto, hoje já fico só
Tirar o que do ouvido?
aquela pressão gente sente, que fica no ouvido, eles tem uma fórmula aí que melhor
Quando o senhor sentiu isso o senhor falou com o técnico?
Falei e aí ele me instruiu para eu prender a respiração e soltar pelo ouvido, quando a gente estiver sem a máscara né.
Com a mascara a gente engolir a saliva e eliminando, e dá resultado.
Foi a única vez que o senhor sentiu alguma coisa?
Foi a única vez que eu senti.
Dos cuidados que o senhor recebe lá dentro o que o senhor acha mais importante?
O mais importante eu acho que é a atenção deles com a gente, quando a gente ta.... principalmente assim, uma pessoa
deficiente assim como eu sou, da máscara, mas com todo mundo ele vem e bota a mascara, bota o abafador, ajeita a
máscara, fica prestando atenção se a gente está sentindo alguma coisa, pergunta, entendeu? sinto isso deles a atenção
que ele fica com a gente lá dentro, não só ele botar a gente e ficar, digamos assim, o como é que dá o nome, não se
preocupar, deixar a gente a vontade.
E porque o senhor acha isso importante.
Porque a pessoa que não tem experiência, como hoje em dia em certos lugares a gente vai nos lugares a pessoa passa
por você mais de mil vezes e não ta nem aí, sentou ali, ta bom deixa lá a vontade se ele quiser que ele venha me
perguntar, mas não pode ser assim, né. Quero que o sr dê uma nota de 1 a 5.
Pelos cuidados que eu tive eu dou 5.
14.ITMR – sexo masc, 19 anos, ulcera falcêmica 07.02.05 3
a
vez na terapia
Entrevista no quarto do hospital
Eu queria que você me falasse sobre a sessão hiperbárica.
Assim eu acho que com a sessão hiperbárica o paciente tem uma chance de melhora muito assim mais vezes, se
cuidando normalmente e também a cicatrização é mais rápida, melhora muito rápido mesmo
E sobre a sessão na câmara
Na câmara eu gosto porque, converso muito lá dentro, mas os aparelhos são... arranham um pouco o nariz, mas não
tem nada não, eu gosto também
Você falou que arranha um pouco o nariz, da última vez que eu te vi saindo você estava com o rosto todo vermelho.
Eu perguntei o que tinha acontecido
É porque a máscara como é de borracha ela tem tendência a apertar um pouco arranha um pouco o nariz
Mas o que você sente?
Incomoda um pouco porque, por causa do peso, ela pesa um pouco aí incomoda.
É todo dia
Você sai todo dia assim com a face avermelhada?
Você está com umas lesões no rosto, foram por causa da máscara?
Não
Quero que você me fale sobre o ambiente da câmara
O ambiente da câmara assim, é, sobre a máquina assim, é porque o pessoal fica mais trancado lá dentro, assim, é
meio chatinho. Mas dá para levar
Meio chatinho como?
Meio chatinho um pouco é, o pessoal fica quase duas horas trancado lá dentro, e aí passar o tempo é meio difícil
Mas você me disse que conversa.. como é isso?
É porque os pacientes falam uma coisa e a gente vai conversando a sessão toda
Você acha que isso te ajuda?
Ajuda a um pouco a passar o tempo e também pela dificuldade
Dificuldade do que?
Dificuldade de tá todos os dia repetidamente, fazendo a mesma coisa
Você já sentiu alguma coisa durante alguma sessão?
Não desde o inicio
Como foi o seu primeiro dia?
Foi um pouco de suspense um pouco, porque eu não sabia como era o tratamento, mas deu para passar.
O que você acha dos cuidados que você recebe lá dentro?
Os cuidados deles, é que são geralmente para os pacientes que são novatos, que não sabe assim utilizar a máscara,
mas com a gente assim é mais com conversa
246
Desses cuidados que você já viu, me destaque um
É assim, eu já participei com todos eles da sessão todos são muito bons, eu não tenho o que dizer não
Mas um cuidado que você acha mais importante, que você acha que não pode faltar
Assim, o novato, geralmente ele fica tenso ao entrar na câmara, só que, com a gente conversando, sempre trocando
um pouco de idéia e também com o técnico ensinando, incentivando como é, cimo vai ficar, acho muito bom
Você está querendo dizer que a explicação sobre como é a sessão é o mais importante?
É porque eles, geralmente quando ta entrando na 1
a
vez fica um pouco tenso de ta trancado, começando a sessão fica
um pouco tempo, fica preocupado são quase duas horas
Porque você acha que é importante essa conversa?
Eu acho que é importante porque, a gente geralmente imagina que é um ambiente mais tenso como se fosse uma sala
só para cada pessoa. Mas não é, são vários pacientes que ficam na câmara e começam a se relacionar bem
Dê uma nota de 1 a 5 para os cuidados que você recebeu
Eu daria 5 porque os cuidados são muito bons mesmo.
15. TPS – sexo feminino., 68 anos, necrose do coto amputação pododáctilos, 2a vez na terapia
Quero que a sra fale sobre a sessão hiperbárica
Me sinto bem, acho bom
A sra acha bom porque?
Porque eu to me sentindo bem
Mas a senhora ta sentindo, em relação a lesão
Sim tudo, do tratar deles
A sra achou que depois que a sra começou a fazer a hiperbárica teve diferença?
Tem diferença porque ta melhorando. A partir depois que eu fui fazer
A sra tem visto sua lesão?
Tem dias que eu olho mas tem dias que eu não quero olhar não, e ainda pergunto a enfermeira diga aí oque você ta
achando?
Mas em relação ao ambiente da câmara o que a senhora acha?
Não acho nada de mais não, para me é a mesma coisa, tudo normal
Mesmo no 1
o
dia?
Tudo normal
A senhor já sentiu alguma coisa
A gente chupa um queimado, né, para engolir a saliva pra não sentir dor no ouvido
A sra chegou a sentir dor?
Não, sinto lá dentro do ouvido assim um puf puf. Agora mesmo não to sentindo nada.
Essa sensação parece com o que?
Uma sensação parecida com.....Assim como se fosse uma coisa que a gente sente assim, uma coisa que chega assim
de repente e depois some
A senhora disse que nunca sentiu nada...que recebe um queimado e a senhora recebe outras orientações?
Não pode cochilar, né que é para poder assistir e respirar bem
O que a senhora acha dos cuidados que a sra recebe
Tudo igual, todos me tratam da mesma maneira
Eles tratam bem, mas em relação as orientações que a senhora recebe?
Normal porque é obrigação deles é ensinar o que a pessoa não sabe, né. Me trata muito bem, Me carrega para botar
na outra cadeira
Dos cuidados, qual a sra acha mais importante?
Não vejo nada de importante, tudo é a mesma coisa
Uma coisa que a senhora acha que se não fosse feito lá dentro...
Eu acho tudo importante
Dê uma nota de 1 a 5 para os cuidados
Ótimo. 5 que é o último né
247
16. AMMA - 52 anos, sexo feminino, úlceras varicosa múltiplas, obesa, 10.02.05
Queria que a sra me falasse sobre a sessão hiperbárica
Olha, a sessão hiperbárica eu estou amando, inclusive as enfermeiras os enfermeiros lá, tão tudo besta assim por
causa da maneira como a minha ferida esta cicatrizando entendeu? Eu to na sexta se não me engano, e eu to indo
muito bem, eu to gostando muito do tratamento.
Eles estão felizes a senhora o que está achando?
Eu to mais ainda Ta ótimo é uma coisa assim, sabe é uma tecnologia assim muito avançada porque, um ferimento
que tava com secreção cheio de coisas e tudo e de repente com duas eu já comecei a observar, todo mundo já
começou a observar subindo tudo direitinho e eu to me sentindo melhor to, dormindo melhor ?
Usa antibiótico
Não sei
O que a senhora achou do ambiente da câmara ?
Eu gostei muito, muito mesmo, achei muito seguro, você não tem como não sentir nada o ambiente, as pessoas são
amigas, tudo legal, os técnicos também muito atencioso eu gostei muito.
A senhora já sentiu alguma coisa na câmara?
Não. No 1
o
dia eu senti medo tava com as pernas tremendo e tudo e foi anteontem eu senti uma picadinha aqui no
ouvido, mas é como você disse é normal por causa da temperatura. Graças a Deus mais nada.
Esse medo foi em relação ao que?
Porque eu nunca tinha visto, mas foi o primeiro dia eu entrei com as pernas tremendo mesmo
Mas a sra sentiu medo por que
Porque eu não sabia como era. Era totalmente desconhecido.
Quando a sra sentiu a dor no ouvido comunicou ao técnico?
Comuniquei. Ele disse que era normal e que depois eu ia conversar com o médico por Causa do gelo a frieza, foi por
causa do gelo seco, frio.
Foi no momento da despressurização da câmara?
Foi quando vem.....
Quando abriu a porta, permaneceu com a dor?
Depois que abriu a porta aí já tinha passado um pouquinho, mas ainda tava doendo aí depois botou o remédio e
melhorou.
O que a senhora achou dos cuidados dos técnicos
Muito bom, muito responsável, muito atencioso a preocupação deles para com a gente é muito grande eu gostei
muito
Hoje na 6
a
sessão, que cuidados a senhora destaca
É a preocupação, como a gente ta reagindo durante a câmara, durante o tratamento eles ficam sempre observando
entendeu ai como a gente ta reagindo
Porque a senhora acha importante
Porque a gente pode o organismo, né, cada um tem um organismo e daí pode ser que não se sinta bem e aí já viu, eles
ficam lá de olho prestando atenção para ver como a gente está
Dos cuidados que a senhora recebeu lá dentro de uma nota de 1 a 5
Eu dou 5 eu to me sentindo bem, to feliz
17. KHM - sexo feminino, 19 anos, isquemia pós cirurgia redutora de mama não estética, 19.10.04
Fale sobre a sessão hiperbárica
Eu estou gostando muito do resultado meu médico gostou muito. Já está melhorando eu estou me sentindo melhor
depois que comecei a fazer hiperbárica. Me sinto bem, no final fico impaciente pelo tempo Duas horas sentada é
horrível, fico com agonia do tempo
O que acha do ambiente da câmara?
Na 1
a
vez eu achei que fosse quente mas não achei depois, acho o ambiente bom, tem que ser né
Você já sentiu alguma coisa?
Na 1
a
sessão enjoei depois me acostumei. Eu enjoei avisei e aí passou
Você avisou ao técnico?
Avisei, ele me disse para eu tirar a máscara, respirar normalmente, respirei e aí passou.
O que acha dos cuidados de enfermagem que recebe?
Eu não posso levantar o braço pela restrição da cirurgia da mama E, ele coloca a máscara...... eu acho bom.
Destaque um cuidado de enfermagem no interior da câmara
248
No 1
o
dia a orientação da compensação do ouvido porque dá agonia, incomoda muito, se eu não compenso fico
impaciente....
Dê uma nota para os cuidados de enfermagem.
5 eu acho bom
18. IDM – Sexo masc, 46 anos, fístula ano retal drenante, submeteu-se a 3 cirurgias fistolectomia
Eu conheci aqui pelo setor de queimados, do acidente que eu fiz. Eu tinha feito a 1
a
cirurgia da fístula teve a recidiva
e aguardei a cicatrização por um ano e inflamou e ele me disse que precisava de mais de uma cirurgia, fiz a
ressonância magnética e eu e quando eu fiz a 2a cirurgia eu falei para o meu médico que eu tinha descoberto a
medicina hiperbárica aqui em Salvador e minha cirurgia já tinha sido considerada de 2
o
porte cirurgias e falei para o
médico sobre o tratamento aqui e ele foi totalmente cético isso não funciona...Mas eu acho que pode contribuir eu
não quero correr o risco de uma 3
a
cirurgia. Se existe uma linha de pesquisa médica que não teve resultado a gente às
vezes encaminha pacientes que não tem jeito, eu pensei o seguinte vou aguardar os próximos 3 meses e já são dois
anos e eu resolvi falei com a Dra Núbia expliquei p/ ela, eu fiz a cirurgia em janeiro, já que ele era cético. Reduziu a
secreção, ainda não fechou totalmente, mas eu tenho tirado foto. Eu tenho sentido resultados de melhora na verdade
as dores que eu sentia depois da evacuação diminuíram na 5
a
ou 6
a
sessão usei quinoflox melhorou mesmo, Inclusive
porque eu quero mostrar para o médico o que aconteceu em um mês.
Em relação ao ambiente
Eu acho que tem claustrofobia... eu acho absolutamente tranqüilo. Na análise do processo a circulação do vento eu
acho que pode melhorar o barulho que provoca pelo vento. Eu acho que p/ o meu caso o meu caso pé menor a gente
fica um pouco constrangido com alguns casos como fraturas, principalmente quem não é da área da saúde.
Eu acho que eles trabalham bem
Já senti na 3
a
sessão um desconforto no ouvido um pouco de zumbido no dia seguinte. Não avisei alguma coisa como
mergulhar na praia, mas depois passa.
Destaca um cuidado
È o desconforto no processo de compressão chupar a bala p/ evitar aquela sensação de desconforto porque nunca
andaram de avião dar uma relação detalhada sobre isso, elas não percebem muito bem essa questão elas ficam mais
nervosas eu pensei que muita gente fica nervosa. Então acho que talvez pudesse ter uma preliminar e que deveria
explicar sobre a bala isso iria aliviar
A nota
5
Eu acho que o serviço é bem organizado e agente tem a oportunidade de ver resultados de outras pessoas e isso é
motivador
19. CFS – 20 anos, sexo masc., lesão de cotovelo e úmero por acidente de lancha em p.o – 24.02.05
Fale sobre a sessão hiperbárica
Rapaz, como assim.
O que você sente lá na câmara.
Eu sinto um pouco de calor né, aquela quenturazinha, a gente fica respirando normalmente lá né, com oxigênio com
a máscara normal.
O que você acha do ambiente da câmara?
Confortável, né. As cadeiras tudo direitinho, um ambiente legal tem até um sonzinho para gente se distrair né
Você já sentiu alguma coisa durante a sessão?
Logo no começo, que agente nas primeiras sessões, sentia dores dentro do ouvido, mas depois foi acostumando mais
né.
Sobre essas dores, você avisou ao técnico?
Pedi ajuda dele ajuda, para chupar bala e fazer o movimento assim
Você conseguiu resolver a sua dor?
Consegui, resolver aliviava mais né
Durante todo esse período que você já passou me destaca um cuidado
Pra me é o tratamento deles, né que, fica sempre atento ali a gente, é bem legal (pausa)
Tratamento como?
Eles fica assim preocupado com a gente, aí pergunta se tá tudo legal com a gente, aí é beleza.
Porque você acha que isso é importante?
Acho que ajuda né, a prova já ta aqui né. (mostrou o braço).
249
Em relação aos cuidados porque você acha importante o fato dele dar atenção a você?
Porque a pessoa fica lá, eu acho assim, que cada paciente tem a sua deficiência assim e ele fica atento assim né se a
pessoa tiver algum problema lá
Dê uma nota dos cuidados que você recebeu de 1 a 5
Daria 5 né
20. MJCS - sexo feminino, 35 anos, port. úlcera varicosa. 26.01.05. Em 15.01.05 não conseguiu compensar na
pressurização retirada da câmara após 20 minutos de iniciada a sessão prescrito desalex. Realizou 20 sessões.
Fale sobre a sessão hiperbárica.
Em que sentido você ta falando?
Sua opinião sobre a sessão, sobre o tratamento dentro da câmara.
Excelente, o enfermeiro trata a gente muito bem, o grupo que eu também to é um pessoal muito tranqüilo, tudo bem
Em relação ao ambiente interno da câmara
No inicio eu me sentia mal , nas 3 primeiras eu pensei que até que eu não ia conseguir, tava me sentindo sufocada,
chorava muito, mas agora não, eu to me sentindo muito bem eu acho que é porque a gente chega assim um pouco
fragilizada com a situação né? O tratamento, mas agora, graças a Deus ta ótimo. Venho tranqüila faço a sessão
Você disse que estava mais fragilizada nessa fase inicial e você sentiu alguma coisa?
A insegurança. Tava sentindo dores de ouvido e eu não sabia fazer a compensação direito, eu não sei se no inicio se
era mais forte ou se continua a mesma coisa, eu não to sentindo mais, eu já faço a compensação
Quando você sentiu a dor no ouvido você avisou ao técnico
Avisei o médico me acompanhou. Teve até um dia que eu cheguei atrasada e tive que ficar naquele outra câmara que
fica sozinha né, o médico inclusive entrou porque ele achou que era por estar com medo né, mas eu tava com dor de
ouvido eu tava gripando né tive até que faltar a outra sessão porque eu senti dores muito fortes. Mas foi relacionada a
gripe né, a gente não pode fazer.
Quem chamou o médico?
Foi o técnico.Eles sempre acompanham né se a gente ta sentindo alguma coisa,, a gente ta sendo filmado, eles estão
olhando direitinho...
Você acha que depois disso você conseguiu resolver?
Ele passou medicamento e daí eu melhorei da gripe e aí eu consegui fazer normal
Me destaca um cuidado que você recebe lá dentro da câmara.
Quem do enfermeiro? Ele fica acompanhando a máscara né se está saindo oxigênio direitinho, ele está sempre
prestando atenção,
Para você isso é o mais importante?
É
Por que?
Porque eu acho que a gente necessita que a gente tome o oxigênio certo, né. O tratamento é a base de oxigênio se a
gente tiver respirando direitinho eu acho que não vai fazer o mesmo efeito se você não tiver fazendo a respiração
certa né
Me de uma nota de 1 a 5 para os cuidados que você recebe lá dentro.
Eu daria 5
21. RNB – sexo masc., 75 anos, port. Lesão dif cicatrização coto amputação pé (2 pés amputados)
Queria que o senhor falasse da sessão hiperbárica.
Inicialmente a primeira foi uma pressão muito forte, nunca tinha tomado nenhuma sessão, mas depois da segunda em
diante já to me acostumando, e a turma que faz parte comigo é uma turma boa, brincalhona, o instrutor que fica com
a gente também é um excelente rapaz, é o que eu tenho a dizer
E do ambiente da câmara o que o senhor acha?
Eu sou novato aqui né o que eu posso dizer do ambiente?
A sua opinião em relação ao espaço da câmara, ao que é feito lá dentro o que o senhor acha? O senhor me falou
inicialmente em relação ao calor , me fale um pouco mais...
Um ambiente estranho, para quem sempre viveu em liberdade né, eu era fazendeiro vivia no campo a vida toda para
ficar confinado ali dentro a gente tem que ser... é uma transformação muito violenta entendeu
Isso incomoda o senhor?
No primeiro dia eu fiquei muito ansioso, uma ansiedade muito grande, agora nos outros eu to acostumando ouvindo
a piada de todos eles
250
O senhor já sentiu alguma coisa lá dentro.
Não, nada, até agora não a não ser o calor
Destaque um cuidado que o senhor viu o técnico fazendo
Atenção absoluta por parte desse que nos acompanha, sempre prestativo, obsequioso, educado uma boa pessoa
Porque o senhor destaca esse cuidado.
Porque ele não se julga importante ele é um instrutor que fica com a gente na câmara.
Atribua uma nota de 1 a 5 para os cuidados que o senhor recebe lá dentro
5
22. RLF - 70 anos, sexo masculino., necrose tendão de Aquiles, 28.01.05
Fale sobre a sessão hiperbárica
A gente sente que puxa muito a gente, você sente que ta puxando mesmo, você sente doer e tudo, durante a sessão e
é um tratamento muito bom, a realidade é essa, que é um tratamento muito bom
Me explica o puxar
Que nós sentimos o lugar do ferimento, sugar assim, meu ferimento não é muito grande mas ele puxa
O senhor sente dor durante a sessão?
É durante a sessão também dói
Em relação ao ambiente da câmara
O ambiente é muito bom, a gente brinca muito, a nossa turma ali é muito brincalhona, todo mundo , os 5 minutos
que a gente passa, de descanso é só brincando um com outro, boa, a equipe é muito boa, pelo menos a nossa equipe
das 8 horas é muito boa
E quanto a estrutura física da câmara
A estrutura também é muito boa, da câmara, eu mesmo só conheço essa, então gostei bastante
O sr já sentiu alguma coisa na câmara além desse repuxado na lesão?
Logo no inicio eu senti uma dorzinha no ouvido mas depois que eu fiz o procedimento
Nas primeiras sessões?
Nas primeiras sessões
O senhor sentiu dor e avisou o técnico?
Avisei, e ele me deu um queimado, e me deu um pouquinho de água e consegui resolver
Durante esse período que o senhor está na câmara o senhor recebe os cuidados por parte dos técnicos. O que o sr
acha desses cuidados?
Os técnicos cuidam muito bem, essa parte aí é muito boa, é uma das partes muito boas porque os meninos aqui são
muito dedicados ao serviço.
Destaque um cuidado mais importante
Acho que todos são importantes, principalmente porque eles chegam ali e distribuem uns lencinhos pra gente, no
meu caso mesmo que suo muito, aquilo ali é uma tranqüilidade, a gente fica enxugando suor, agora a temperatura
abaixou mas antes a gente se molhava todo de suor mesmo, então aliveia muito, e tem uma água gelada tem uns
queimado para fazer o procedimento para quem sente esse problema de dores principalmente no inicio da sessão
Me destaque o mais importante
Acho que todos são iguais.
Sim, mas qual o sr destaca
Para me o lencinho é muito importante no meu caso que eu souo muito aí
Porque?
Alguém que não soa pode até não ter valor, mas eu do valor a isso
Dê uma nota de 1 a 5 para os cuidados que o sr recebe
A única coisa que eu desconcordo, eu no meu caso é só a vestimenta, porque eu acho que deveria ter um
bermudinha, uma roupa e um pano bem mais leve, a roupa que nós usamos aí é muito pesada principalmente para
nossa temperatura aqui da Bahia que é muito quente. Aquela blusa não era para ter aquelas mangas, incomoda muito,
no meu caso que eu suo muito eu mesmo, só me sinto ruim aqui mesmo só a roupa
Mesmo na despressurização quando a temperatura diminui o senhor ainda acha a roupa desconfortável?
A única coisa que é desconfortável na hiperbárica é a roupa
Atribua uma nota de 1 a 5 para os cuidados de enfermagem que o senhor recebe lá dentro.
Os cuidados aí é 5 porque se fosse 10 eu dava dez
251
23.HSR - 21 anos, sexo masculino, úlcera falcêmica, 14.02.05
Fale sobre a sessão hiperbárica
Acho muito bom, porque ta cicatrizando bem mais rápido, eu acho bom, não tem problema não
Em relação ao ambiente da câmara
Também não tenho do que me queixar também não
Em relação as pessoas....
Não tenho nada a dizer
Você já sentiu alguma coisa durante a sessão
Só no primeiro dia aquela pressão a dorzinha no ouvido,
Você avisou a o técnico?
Avisei
E ele fez o que?
Parou, mandou diminuir e aí me deu as instruções para eu fazer as manobras para o ar desbloquear o ouvido
E quais foram as instruções que ele deu para você?
Foi 1
o
engolir a saliva, e se não desse certo fazer aquele negócio assim com a boca (abriu a boca e movimentou a
mandíbula demonstrando o procedimento pra me) fazer como se fosse soar o nariz e tampar o nariz para não deixar o
ar sair
Depois dessa orientação você resolveu o seu problema?
Resolvi
Dos cuidados que você recebe lá dentro qual você acha mais importante?
A colocação da máscara, porque ele coloca certinho pra não vazar
Você não coloca sozinho?
Ele sempre ajuda
O que é colocar certinho?
É porque as vezes fica folgado um pouco, e aí ele vem e aperta normal. Quando respira solta um pouquinho e aí bota
no lugar
O que você acha dos cuidados que você recebe?
A é bom, eles trata todo mundo igual, todo mundo certo
Porque você acha mais importante a máscara
Porque é a parte que influi no tratamento, por isso que eu acho
Quero que você de uma nota de 1 a 5 para os cuidados que você recebe
O 5, nunca fui maltratado lá, tudo normal
24. MM – sexo masc., 67 anos, port. úlcera infectada pós erisipela, durante o tratamento apareceu uma
furunculose com celulite braço, 08.03.05
Queria que o sr. me falasse sobre a sessão hiperbárica
Sobre a sessão? Pelo menos para me está uma beleza, não tenho nada o que dizer, nem da casa, nem do pessoal,
todos tratam bem a mim, Graças a Deus, to sendo bem atendido mesmo eu nunca pensei de ser tão assim, né, mas
graças a Deus ta ótimo
O que o sr achou do ambiente da câmara?
Ah! No primeiro dia eu fiquei com medo (risadas) fiquei com medo, mas depois fui tranqüilizando, os meninos disse
não seu Milton isso é assim, isso é assim, me levou numa boa aí Graças a Deus ta tudo tranqüilo
O sr. Teve medo do que?
Porque eu senti assim um remorso (risadas) assim, de ficar assim abafado (risadas), aí que foi que eu falei com o
menino, - eu quero sair daqui, eu quero sair daqui, aí graças a Deus ele falou é assim seu Milton, se tranqüilize
porque o sr vai engolindo a saliva e tal, chupe uma balinha aí graças a Deus no 2
o
dia eu não dei mais trabalho
Abafado como?
Eu sentia assim o coração, querendo ficar abafado, falta de ar, e aí Charles disse o sr faça assim, faça assim, agüenta
e ai tranqüilo até hoje
O senhor estava com medo do que exatamente
Não conhecia, eu pensei que fosse a gente chegar, e tratar lá dentro, e ficar sozinho mas no meio todo mundo ali não
aí tranqüilizou tudo
O sr. Sentiu alguma coisa além desse medo da sua ansiedade durante alguma sessão?
Nada Ta indo tudo bem
O que o sr acha dos cuidados que o senhor recebe lá dentro na câmara?
252
Genial, graças a Deus (pausa)
Queria que o sr, falasse uma pouco sobre eles....
É muito importante mesmo, porque ele fica ali observando né, o que falta, o que ta errado o que ta certo, se a pessoa
fizer qualquer coisa errada, não é assim... bota o fone, não é assim não...ta tudo porreta
Desses cuidados que o sr recebe qual o sr acha mais importante?
O mais importante mesmo, eu não tenho nem o que dizer, porque pelo menos eu mesmo sou bem cuidado, graças a
Deus, agora dos outros eu não sei, eu mesmo Graças a Deus, tanto por um como por outros até mesmo meus
camaradas mesmo, meus colegas . Até mesmo meus camaradas mesmo meus colegas mesmo me trata bem, - não o
senhor fica aí sentado, deixa eu sair primeiro, depois os sr sai, porque o senhor vai na cadeira de rodas e aí... Graças a
Deus
Sim, mas qual o senhor pode me dizer que é mais importante que não pode faltar
(pausa)Pelo menos não tem nenhum não
Quero que o sr, dê uma nota de 1 a 5
Pra me é nota 5, pronto. Pra mim tá tudo ótimo eu pensei que fosse a coisa mais absurda mas não é não, ta tudo
ótimo.
25. JLNS - sexo masc, 42 anos, osteomielite e úlcera por acidente de carro (crônica)
Fale sobre a sessão
Eu tinha muitas expectativas pelo que os médicos estavam dizendo, mas, é, não sabia é, ao certo né, como seria, mas
tive a grata surpresa de ter a recuperação acelerada coisa de 3 vezes mais rápido do que o normal, para me foi
recompensador
O que você achou do ambiente da câmara?
Bastante fechado, assim, dá a impressão que você está num submarino, assim, mas depois você se acostuma depois
da 1
a
3
a
sessão você se acostuma
Esse fechado incomoda?
Não, porque esse pessoal que fica lá dentro brincando e descontraindo, acabava desestressando mais
Você já sentiu alguma coisa durante a sessão?
Dores no ouvido, no inicio, quando desce né, quando mergulha, senti um pouco de dor no ouvido, mas aí fazia
alguns movimentos assim de fechar o nariz, e pressionar e aí parava mais, mas só no inicio, e daí aliviava geral, e a
máscara também na primeira senti um pouco de dor mas eu não tava acostumado com a pressão da máscara
Esse inicio, me explique
Sempre acontecia até as 3 primeiras sessões
Quando você sentiu dor no ouvido você chamou o técnico
Não, eu mesmo já sabia o procedimento, e fazia ao procedimento
Você melhorou depois das manobras
Com certeza
O que você acha dos cuidados que você recebe
Bom, muito bom.
Dos cuidados que você recebeu, qual seria o mais importante
Seria os cuidados psicológicos mesmo, você não tá acostumado, tá passando por um problema da saúde, então e você
fica apreensivo e o ânimo lá dentro, o cuidado que você tá entrando num ambiente super fechado, estranho , então
isso foi para me o principal, o mais importante
O apoio psicológico ajudou você?
Me ajudou a estar mais tranqüilo, a estar mais confiante no tratamento.
Esse apoio psicológico é dos técnicos ou das outras pessoas?
Dos técnicos
Você chegou a ter alguma interação com as outras pessoas?
Com certeza ficar uma hora e meia no ambiente fechado com outras pessoas não tem como não interagir
Atribua uma nota de 1 a 5 para os cuidados que você recebeu lá dentro
5
253
26. TAJ – sexo masc, 21 anos, port de queimadura de II grau face e tórax ac trabalho
Fale sobre a sessão hiperbárica
São tranqüilas nunca tive problemas nenhum, a primeira vez que eu vim o pessoal me ensinou a fazer o trabalho no
ouvido para não doer, não é, o procedimento, não é, e aí não tenho problema nenhum, Graças a Deus comigo não
acontece problema. Quando o ouvido começa a pressionar eu faço aquelas manobras de engolir a saliva, e aí
desbloqueia normalmente.
Me explica esse pressionar
Porque quando ta descendo né, a gente começa a sentir uma pressão no ouvido né, que vai aumentando, então se
você não engole a saliva ou faz aquela manobra com o nariz, fecha o nariz e faz pressão para sair o ar pelo ouvido, a
gente começa a sentir dor, mas eu o pessoal me explicou bem a forma de evitar essa dor , eu nunca senti dor , eu
sempre consegui compensar sem problema nenhum entendeu?
Sobre o ambiente da câmara
É um ambiente bom, tem a música pra descontrair, esse tempo todo ali dentro é assim meio nonótono né, tem a
música para relaxar e tem aquelas paradas de 5 minutos para descanso que a gente conversa também né, apesar de tá
todo mundo doente mas sempre tem um clima legal né, a gente conversa fala da vida de cada um, rapidinho
Em relação a estrutura física
Confortável, né, confortável, são 7 pessoas né , dá para todo mundo ficar a vontade, né tem lugar para botar os pés e
nada que seja......... a máscara que as vezes é um pouquinho difícil
de colocar
Difícil como?
As vezes é você tem que colocar ela, na cabeça né e puxar as presilhas laterais né, tanto de cima com a de baixo, né
as vezes as pessoas tem muitas dificuldades, mas com o tempo vai....
Só na fixação?
Na fixação e na aqui na face porque as vezes fica saindo um pouquinho de ar e agente tem que ta atento isso, para
não ficar, esse vazamento
Você nunca sentiu nada durante a sessão, inclusive durante as primeiras sessões?
Não. As primeiras sessões foram tranqüilas, inclusive quando eu fiz a primeira sessão o pessoal disse que talvez não
seja agradável porque eu fiquei na câmara na primeira vez né, o pessoal disse que ficar na cama é mais complicado,
mas eu fiquei na cama e não tive problema nenhum
O que você acha dos cuidados que eles fazem lá dentro?
Muito bom, dá assistência total, dá assistência plena quando as pessoas sentem algum problema eles param, eles são
atenciosos, muito atenciosos realmente, os técnicos são muito bem preparados
Destaque um dos cuidados
Um dos cuidados..... O maior destaque é a atenção né, deles para com a gente, né, mas na hora que vai fazer a
pressurização, acho que na hora que ta descendo né? Vai realmente doer e aí eles ficam realmente preocupados, eles
ficam preocupados com todo mundo acho que a atenção deles é o destaque maior
Porque a atenção foi a mais importante?
Porque como eu disse a você, tem pessoas como eu e outras que não sentem nada, tem pessoas que sentem dor
apesar deles explicarem, sobretudo as pessoas mais idosas né que tem dificuldade de fazer a manobra. Eles são muito
atenciosos, nesse sentido, eles ficam muito preocupados por isso que eu escolhi pela atenção.
Atribua uma nota de 1 a 5 para os cuidados que você recebe lá dentro
5
27. EST - sexo masc, 66 anos, amputação dedo, lesão isquêmica dedo pé (risco amp.)
muito ansioso – 4 vezes na terapia, 20.02.05. Em 06.02.05 foi retirado da câmara por extrema ansiedade.
Registro no livro de ordens e ocorrências. Realizou 18 sessões na 4
a
vez. Hipertenso, diabético, cardiopata com
ponte safena, uso bengala para deambular Ansioso
Me fale sobre a sessão hiperbárica
Boa , muito boa, foi o que me curou o pé de cá, eu fiz 92 sessões que eu tomei e realmente fechou tudo ela é muito
boa. Queria que você me perguntasse como é que ta?Agora o que você gostaria que eu falasse?
Fale sobre o ambiente da câmara
O ambiente da câmara nesse horário que eu estou, nesse horário de 8:20, é como é que se diz é muito alegre, eu gosto
muito de brincar, e eu peguei uma turma muito boa, a gente brinca a gente isso a gente inventa uma tem um senhor
254
que entrou agora, Seu José Luiz e ele estava na câmara era o mais fechadinho que tinha, já tava tomando sessão, e eu
fui brincar com ele, brincar assim, todo mundo brincando, dando risada, e tudo aí eu disse você gosta de carnaval?
brincando com ele, aí comecei a falar Daniela Mercury, quando eu falei no trio daquela....... Cláudia Leite caiu na
risada que pilou bem,e já ta começando a conversar. A turma que vai, nos acompanha, os técnicos né, são pessoas
boas, pessoas que já estão ali, que trata bem, nos ajuda muito ao ambiente melhorar. Agora o ar é que eu acho que
deve ser bem distribuído ali dentro. Que as vezes ta mais para um lado, mais pro outro, você precisa melhorar a
distribuição do ar.
Que ar o sr. tá falando?
O ar, a ventilação, você precisa melhorar mais um pouquinho. Segundo essa roupa nossa, que a gente veste, ela é
muito grossa e pesada para gente, podia ser uma roupinha mais.... assim mais leve para gente se vestir, não é...
Quando você... é uma opinião uma sugestão, quando o sujeito chegar aqui de manhã qualquer que seja, que seja
diabético, fazer o examezinho da glicemia, seria ótimo isso, segundo tirar a pressão, também seria uma coisa... é uma
idéia, é uma sugestão, bem faria isso que aí você controlava, você não precisava medir todo dia. Você media na
entrada e o outro tirava na saída seria ótimo para gente. A turma muito boa, os médicos também muitos bons, a
dedicação é boa de vocês
O senhor já sentiu alguma coisa durante a sessão?
No começo das 92 sessões, a questão do manuseio ali, é...., eu saí duas vezes pela antecâmara.
O senhor sentiu o que?
Senti abafado, a cabeça quente, acho que na hora da pressurização o que mais incomoda a gente é aquele dez
minutos ali, por mais que faça o manuseio, você sente alguma coisinha apesar de que eu já tenho muitas sessões
tomadas, mas tem outros que não sentem nada. e tem gente que chega a ficar sem fazer o treinamento né?
O senhor sente sempre ou só nas primeiras sessões?
Não, só foi nessas primeiras sessões.
E agora depois que o sr retornou?
Não agora eu faço a preparação da câmara , a preparação da respiração e a bala, né, e ta normal
Quando o senhor sentiu alguma coisa o senhor lembra o que o técnico fez?
Bom, ele pediu para parar e o pessoal parou, e eu me desabafei e o que ele fez foi mandar ter calma, e mandar ficar
respirando para ver se eu tava melhorando, também só vim a melhorar depois que eu saí
Esse abafamento que o senhor sentiu foi por causa do que ?
De fobia, eu não tava acostumado a ficar... como eu não estou em um ambiente, vamos dizer se eu estiver sozinho
aqui nessa sala, fechada, que pode ser menorzinha, tudo fechado na hora que eu vou abrir e não consigo, eu já fico
meio abafado, mas esse abafamento eu já comecei a controlar
O que o senhor acha dos cuidados que o sr. Recebe lá dentro?
São bons, os meninos, os técnicos, atendem muito bem a gente lá
Desse cuidados que o senhor recebe me diga uma que seja o mais importante
O mais importante , ele fica falando para pessoa os sr está se sentindo bem? Não ta? Acho que já é um cuidado que
ele tem com a pessoa, que lê fica sempre olhando, levantando para olhar pra ver como tá a pessoa
Porque o senhor acha isso mais importante?
Porque eu acho que ele tá se interessando pela pessoa que ta fazendo o trabalho que ele ta fazendo ali dentro, você ta
lá no fundo, ou quando vai botar a ventilação, ou quando pára a ventilação, ta olhando todo mundo. Viu. E as vezes
como eu, até hoje eu não acertei botar aquela mascara, ele levanta .... hoje eu fui lá pra o fundo, mas tudo bem,
levanta vai, bota a mascara, tira a máscara e acho que eles estão preparados para isso aí
Atribua uma nota de 1 a 5 para os cuidados que o sr. recebe
Consideraria 5 com certeza para os cuidados
28. JSL - sexo feminino, 33 anos, deiscência de sutura bilateral com sinais de flogose após cirurgia plástica
redutora de mama. 16.02.05 – a terapia como um momento p/ refletir sobre a vida
Eu queria que você me falasse sobre a sessão hiperbárica
A principio para me foi novo, eu lembro, que eu nem conhecia o tratamento, eu nem sabia que existia, de repente por
causa da cirurgia que eu fiz, da abertura dos pontos, meu vizinho que trabalha, me pediu e me falou que eu
perguntasse pra saber se meu plano cobriria isso, então eu liguei e vim, então pra me foi tudo muito novo, uma
descoberta e eu associei muito a questão assim a mergulho, no fundo do mar, a câmara assim eu associei aquela
viagem no fundo, eu imaginei que a gente tivesse que abaixar sei lá que a gente ia pra algum lugar, incrível, criei no
imaginário, mas assim, acho tranqüilo, eu tive uma certa dificuldade com o exercício da respiração, porque
255
geralmente eu respiro pela mais pela boca do que pelo nariz, fazer simultaneamente respirar pelo nariz e a salivação
exigiu um pouco de controle, né fazer as duas coisas simultaneamente, e aí eu fiquei um pouco tensa e logo uma
curiosidade que eu perguntei a Charles, o que faz com as máscaras, aí ele recolhe e disse que vai para higienização, é
um grupo em cada sessão, eu fiquei observando assim, as roupas eu já observei que cada um troca e ela é logo
recolhida. Ali dentro o ambiente é fechado, mas eu percebi a troca né que tem a cada 20 minutos, aí já me
tranqüilizou, pra me foi como se fosse uma viajem daquela da adolescência, daqueles filmes que viajavam naquela
navezinha, que viajavam no fundo do mar através do tempo, mais ou menos por aí, e eu fico assim curiosa realmente
da descoberta como é a associação do mergulho, oxigênio né, como é que funciona isso para cicatrização?
Principalmente das pessoas que são diabéticas né eu vi muitas pessoas que são diabéticas, né
Depois da entrevista eu te respondo.
Eu fiquei curiosa, mas como Charles falou, funciona. E meu namorado ta querendo fazer medicina, ele já sabia, ele
fez uma pesquisa na internet, mas eu acho que não é minha área né e aí tal, e ele não ele já sabia até vitiligo, né? tem
alguns pacientes sendo tratados
Não é uma indicação reconhecida mas o tratamento é feito para a ferida. Espero que me ajude a cicatrizar, que
restabeleça o mais rápido possível a minha cirurgia, e que assim, o que eu to esperando mais que além da
cicatrização seja rápida, que ela seja uma coisa que não fique aquela marca que seria de um processo feito
naturalmente, né por conta do ferimento que se abriu, da forma com que foi exposta, e eu já fiquei imaginando de
repente a cicatrização vai ficar toda boa e eu fiz todo processo. eu to acreditando que além de adiantar o processo da
cicatrização que também vai fazer com que não fique com a cicatriz, aquela coisa diferente
Em relação ao ambiente da câmara
Tive uma fantasia inicial, eu achei tranqüilo assim, pelo menos eu fiz isso, eu fecho os olhos aí eu entro em oração,
visualização criativa, meditação, tudo para poder favorecer o processo, e achei super legal assim porque é um
momento assim, que você sai de uma realidade e além de dar a possibilidade de você repensar uma série de coisas
né. Porque eu to ali? o que ta me dando o momento de ta ali? não é uma prisão, mas é um momento de parar tudo né,
minha mente, refletir , to ali recebendo oxigênio puro aquela coisa, vou aproveitar....
Você sentiu alguma coisa durante a sessão?
Eu senti assim somente a dificuldade de respirar pelo nariz, e engolir a saliva ao mesmo tempo, porque eu o hábito
mais de respirar pela boca então pouquíssimo eu respiro pelo nariz
Em relação aos cuidados de enfermagem o que você achou
Como eu já fui duas vezes com Gonçalves é até meio suspeito falar, porque ele é meu vizinho, amigo, e tudo né, mas
eu sou muito crítica, ele é extremamente cuidadoso, na hora tem a questão relação técnico paciente também, é muito
agradável, todo mundo interage e eu percebi que ele tem mesmo a preocupação, o cuidado com os pacientes a
questão assim que termina ele recolhe as máscaras direitinho já para higienização, foi uma coisa que eu prestei logo
atenção, então no conjunto isso é uma coisa nova, o tratamento que me foi dado, na recepção, da qual o plano ainda
nem tinha autorizado, mas vocês se preocuparam, não porque estou na sua frente mas achei o tratamento vip, 10, até
comentei lá em casa, com mainha, porque a gente vê muito por aí pessoas que estão na área da saúde pessoas, pelo
status, que por serem médicos enfermeiros, mas não muito se preocupando com o lado do bem estar da pessoa que
vai pra lá, de verdade, porque as vezes a gente chega em outros hospitais e a pessoa percebe assim, você chega
doente mas é mais um doente, e aqui não eu não percebi isso
Queria que você me desse uma nota de 1 a 5 para os cuidados que você recebeu
Só de 1 a 5 não pode ser de 1 a 10?
Não. Então 5
29. ECGC - 73 anos, sexo feminino, fratura calcâneo D, 02.03.05. Em 23.01.05. foi retirada da câmara por
queixa de dor intensa sendo encaminhada para o otorrino laringologista após 3 sessões retornou 28 dias
depois após alta do especialista. Registro em prontuário e livro de ordens e ocorrência
Fale sobre a terapia
Eu não gostei sei que é pra melhorar mas eu não estou agüentando o meu ouvido.... (silêncio) choro eu tenho
esperança de melhorar
A sra quer conversar em outro momento
Não minha filha podemos continuar
Fale sobre o ambiente
Eu não consegui me adequar ao ambiente é difícil pra me entende?
O que a senhora sentiu
Muita dor no ouvido, eu não vou ficar e médico tem que olhar o meu ouvido
256
E quando a sra sentiu, avisou ao técnico?
Avisei, ele parou mas, eu não consegui fazer aquilo com o nariz, minha neta faz medicina sabe ela quer mas eu.....
Me desculpe mas eu não posso falar....
A entrevista foi encerrada
30. AVP – 42 anos, sexo feminino, Lesão actínica em região plantar do pé pós radiodermite 08.04.05 – 2 vezes
no CMHN.
Fale sobre a sessão hiperbárica.
O que você gostaria que eu falasse?
Era uma coisa desconhecida, eu não sabia nem da existência, mas o que me foi passado pelos médicos é que seria
uma coisa onde eu iria conseguir oxigenar as extremidades, né e por isso a coisa iria fecha mais rapidamente e os
benefícios da questão de não ter a infecção. Em si a sessão pra me não foi sacrifício nenhum, assim em relação a
minha doença pra me foi tranqüilo eu entrava tranqüilo não foi uma questão assim que trouxesse claustrofobia que
me avisaram antes, e tal transcorreu muito bem ,não tive nenhuma dificuldade de adaptação não senti nenhum mal
estar nem nada
Em relação ao ambiente da câmara o que você achou?
É isso o ambiente que me passaram que talvez eu me sentisse com claustrofobia, agonia ser um ambiente fechado
com pressão e tal
E quem te passou essa informação
O médico que me atende no meu trabalho, é o médico clínico que já conhecia, então ele me disse, Verena pelo seu
modo de ser uma pessoa assim muito ativa esse dado e tal você vai ter dificuldade de ta ali dentro esse período é
como se você estivesse assim amarrada, não senti, não sei se eu tava esperando uma coisa pior sabe. Não senti foi
tranqüilo, não é uma coisa muito fechada, não, é tranqüilo, um ambiente normal, acho também que as pessoas que
estavam comigo ajudaram muito conversar e de trocar normalmente.
Em relação à estrutura física da câmara
Perfeita, confortável, a cadeira confortável, no meu caso que eu não podia ficar com a perna dobrada virada pra
baixo, eu colocava a perna naqueles quadrados que me davam uma posição muito confortável ,tranqüilo
Você já sentiu alguma coisa durante a sessão?
Nada nunca senti nada durante a sessão, entrava e saía como se nada estivesse acontecendo,
A única coisa que eu percebi que eu nem posso atribuir a câmara, a única coisa que eu supus era ter tido uma crise
alérgica, eu tive um ressecamento na área onde a máscara era colocada, e isso me deu um conforto tranqüilo pra eu
continuar e não ter mais
Quem colocou a gaze?
Eu mesma por que inicialmente, eu atribuo aquela toalhinha que a gente enxuga o rosto aí eu preferi não usar a
toalhinha pedi uma gaze, como eu tava com a gaze aí eu tive essa idéia entendeu?
Durante esse período
No primeiro dia logo da câmara eu sou mãe e tenho 3 filhos pequenos, e a participação de Kewin, me deixou de
coração partido e a relação dele com Jean é fantástica, tanto no 3
o
dia eu disse a Jean, puxa eu tiro o meu chapéu,
assim, teve a paciência, a intimidade dos dois, depois eu tive a experiência que foi com Charles com seu Ernesto um
senhor que no 1
o
dia dele ele começou a se bater ele disse eu quero sair quero sair e a minha primeira atitude foi não
calma seu Ernesto conversar, mas antes da não resposta dele eu me calei fiquei quieta e o processo foi muito bom
muito tranqüilo e ele até saiu da sessão nesse dia dando risada, muito interessante à participação dos dois.
Destaque o mais importante
Olhe assim eu achei a assepsia, eu achei, todo dia eu chegava mais cedo eu percebia que a sessão que tinha acabado,
o cuidado com o saco de recolher todo o material das luvas para tirar a máscara pra me foi uma coisa que me chamou
muita atenção
Porque a assepsia?
Foi uma coisa que eu vi com muito cuidado, muita organização, uma coisa muito bem organizada, a assepsia e se
você for olhar eu que sou leiga eu não entendia que aquilo entendeu ? pra tirar uma máscara precisar de uma luva?
De precisar entendeu? mas o cuidado mas na minha sessão não tinha ninguém sangrando, ninguém com ferida aberta
e no entanto a assepsia ocorria normalmente,
O que você chama de assepsia?
Assim o cuidado de sempre ta limpando, a gente tinha roupa lavada todos os dias, roupas novas, as luvas a proteção
de pés, como é que se diz, o saquinho de lixo, o copo descartável e eu via que quando a sessão acabava eles entravam
e limpavam todas as cadeiras tiravam as máscaras e colocavam de novo.
Quero que você atribua uma nota de 1 a 5 para os cuidados que você recebeu na câmara,
257
Eu fui extremamente bem atendida, eu daria 5.
31 MSG, sexo feminino 70 anos, ulcera infectada flogose intensa. Retirada da câmara
Quero que a sra me fale sobre a sessão, o que a sra acha.
Acho bom, só me senti mal no 2
o
dia, senti um mal estar parecia que eu tinha tomado um negócio, uma pressão
assim, aquele medo, aí eu pedi para sair e saí e aí o médico disse que eu tava muito ansiosa que eu tomasse um
relaxante e que eu falei com o meu cardiologista e ele passou para eu tomar uma bandinha de lexotan uma bandinha
Agora eu me sinto bem nem parece
O que a sra acha do ambiente da câmara /
Eu acho bom
Nem parece, a gente conversa a gente descontrai o rapaz o monitor que fica aí também muito educado, tem muita
paciência com a gente eu gostei
Depois do dia que a sra se sentiu mal sentiu mais alguma coisa?
Não so foi naquele dia. Eu tenho a impressão que é porque eu almocei e saí assim e saí logo, e estava cheia de assim
de gases, sabe, eu tenho a impressão que foi isso. Depois daquele dia eu não senti nada, eu almoço assim uma hora e
meio antes e fico descansando e relaxo.
A sra pode me explicar essa pressão que a sra sentiu...
Eu senti assim um negócio me tomando assim, me abafar assim e aí eu fiquei com aquele medo, eu senti medo
aquele pavor assim.
E depois que a sra saiu
Fiquei aí deitada. Aí relaxei cochilei e aí melhorei. Fiquei bem não senti mais nada não só foi naquele dia.
O que a sra acha dos cuidados que a sra recebe lá dento da câmara
Òtimo ele tem muito cuidado Ele pergunta ta sentindo alguma coisa? Ta tudo bem?
Eles são muito atenciosos Gostei muito. E esse daí (apontou para o técnico, esse daí é o que a gente gosta mais).
Dos cuidados que a sra recebe lá dentro qual a sra destaca
Eu acho assim, a atenção a gente passa lá dentro eu to sentindo que ta chegando a carne eu to notando que a carne ta
chegando porque a úlcera é muito grande vem daqui até aqui.
E aqui assim ta chegando a carne assim, que abriu uma bolha já recentemente e ela estourou e criou uma massa
branca e fazendo curativo a moça pegou e tirou e ficou um buraco, mas o resto está bem melhor.
Do que ele fez o que srª acha importante
Ele conversa ele explica a gente que aquele máscara é o oxigênio
Quero que a sra de uma nota de 1 a 5
5
O meu médico indicou e ele mandou o Dr. Paulo tenho certeza que a sra vai conseguir Dr. Paulo me atendeu fiquei
na fila esperando. Até ontem pedi que ele fizesse uma revisão, mas ta tudo bem estou sendo bem atendida pelos
funcionários.
32. DAO - sexo masc., 68 anos, necrose de calcâneo pé E.
A nota atribuída
A sessão Hiperbárica
O médico pediu que fizesse cinco já fiz a primeira a segunda e a terceira por sinal estou me sentindo agradável
O que o sr° acha do ambiente.
Cada qual é seu cada qual estou gostando bastante
Já sentiu alguma coisa
O calor
O sr já sentiu alguma coisa
Tem um procedimento que a gente tem que fazer.
O sr compensa com o queimado
O que o sr acha dos cuidados?
Eu acho ótimo
O cuidado destacado
258
A maneira de conduzir o negócio. O que o sr chama de conduzir. Conduzir é ele mandar na hora de mandar colocar a
máscara e tirar e aí eu que to com um problema no braço ele vem e coloca a máscara
Dê uma nota de 1 a 5
Dou a máxima
To satisfeito to me dando bem espero
33. APS - sexo feminino, 56 anos, necrose coto amputação podidáctilos, 10.03.05.
A sessão Hiperbárica
Eu to adorando, eu me dei muito bem eu acho que meu pé melhorou 100%.
É pena que eu não pude comprar nem um bombomzinho para ele
Logo no princípio que o ouvido foi doendo, fica aquele negócio assim pum pum, demora a parar um bucadinho,
assim do lado direito
O rapaz me ensinou a beber água
E depois disso melhorou, depois da 3
a
sessão
O que ta me incomodando mesmo é a dormência na mão.
O que a sra acha dos cuidados que a sra recebe lá dentro
Para me é ótimo. Nota 10 tem muita paciência
Para me pe a paciência que eles tem, tem uma paciência enorme!
Porque
Porque ele tem paciência , tem lugar que não tem paciência com velho
Quando eu terminar vou pedir para Dr Ítalo me avaliar para
Queria que a sra desse um nota de 1 a 5
Eu dou 5 né dra, me ajuda segura minha mão, me dá minha muleta. Todos 3 me trata muito bem.
34EON, Sexo feminino, 78 anos, port insuf. Venosa crônica, lesão isquêmica
A sessão Hiperbárica
Eu não sei porque eu não entendo assim desses problemas.
Eu quero que a sra me fale da sessão lá dentro, ele foi médico do finado meu velho ele era diabético e foi ele que me
encaminhou para Dr. Paulo e vim para cá e to achando maravilhoso Fusa à gente fica feliz.
Em relação ao ambiente da câmara
Eu não sei não posso lhe responder porque. A
A sra acha ruim ficar lá dentro
Os meninos têm aquele queimadinho, a água, pergunta se esta tudo bem.
A sra já sentiu alguma coisa dentro da câmara
Não
Porque velho é assim, é como criança, quando recebe uns cuidados das pessoas jovens é uma maravilha.
Destaque um cuidado
Tudo é importante.
A sra me falou da atenção porque?
Acho que tudo ta bom, maravilhoso.
Pela atenção das pessoas jovens, mas apesar deles serem enfermeiros, mas a atenção deles poxa
Dê uma nota
Eu daria 10 mais somos 5
35.AE, sexo feminino, 78 anos, úlcera varicosa, 21.03.05.
Ambiente da câmara
Confortável me sinto bem como se eu estivesse na minha casa a vontade
Já sentiu alguma coisa
No começo eu senti um probleminha no ouvido uma dorzinha eu fiz uns exercícios
E melhorou?
Melhorou muito
Ele tem muito cuidado eles vêm logo para dar assistência
Dos cuidado
259
Aquela água que ele dá para gente tomar é maravilhosa eles sente bem, aquele conforto que a gente tem eles acham
maravilhosos.
Porque
Eu sinto sede é gelada assim ainda é melhor
Dos cuidados que sra recebe lá dentro desse uma nota.
A nota que eu tenho a dizer esta casa é abençoada de Deus
Ô chente
5 só é 10
Só que a gente pensava que aqui tinha negócio de curativos né
Aqui não
36. MJR – sexo feminino. 70 anos, portadora. úlcera varicosa, 4 vezes na terapia
O que a Sra acha da sessão
Natural, graças a Deus!
Como assim
Natural porque eu me sinto
Eu não sinto a agonia que eu sentia lá na outra (outra experiência)
Em relação ao ambiente
Dentro da câmara no interior do equipamento
Acho bom, mais confortável.
A sra já sentiu alguma coisa durante a sessão
Lá eu sentia tudo abafado, mas aqui não.
E o ouvido, já sentiu alguma coisa no ouvido.
Ouvido não
Lá a sra já chegou a falar
Lá eu chorei
Aqui a sra não sentiu nada não é
O que a sra acha dos cuidados que a sra recebe
Tudo bem.
Qual o mais importante
Me trata bem né ta tudo direitinho.
Para me tanto faz quanto tanto fez
Porque tratar bem é o mais importante
Quero que a sra me dê uma nota dos cuidados que a sra recebe lá dentro
Eu dou 5
Tem alguma sugestão para o serviço?
Eu acho que fiquei boa né, eu vou voltar hoje de tarde para ela olhar.
37.E.A S, sexo feminino, 47 anos, amputação 4
o
quirodáctilo, fenômeno Renault, 1
a
vez 26 sessões, 2
a
vez , 29
sessões.
Bom durante a sessão demorada, mas necessário, eu acho que o que incomoda é o calor o calor é e a gente tem que
se adaptar.
Adaptar porque eu me acho estressada, mas é necessário.
O ambiente da câmara
A sugestão é a do calor, o calor é absurdo e os meninos auxiliares são muito bons são muito atenciosos isso facilita.
Em relação ao conforto
Eu acho que é uma coisa necessária eles sempre procuram deixar a gente numa situação bem confortável.
Já sentiu alguma coisa
O que incomoda nas costas é o calor, a cadeira né esquenta mais.
Quando você sente esse calor na maioria das vezes ele percebe pedem ventilações ontem mesmo me colocaram num
lugar melhor.
Isso ameniza nosso sofrimento. Eles são muito atenciosos.
Me destaca um cuidado
A atenção de estar olhando a máscara, atenção de ta apertando a mão. Porque você já imaginou agente estressada e
isso é um carinho
260
Dê uma nota de 1 a 5
5. Ele fazem o que podem
De alguma sugestão para o serviço
Talvez assim as pessoas mais debilitadas apesar de que talvez deixar mais próxima, deixar na ventilação no cantinho
eu acho melhor.
38. MJJ – sexo feminino, 78 anos, úlcera varicosa, 08.04.05
A sessão Hiperbárica
Ao bom acho normal bota aquele aparelho assim né a sra falou que tem suado muito nem toda hora durante o
tratamento a sra sua?
A sra já sentiu alguma coisa
Não
Nunca senti nada não
O ouvido?
Não senti nada não
Dos cuidados o que a sr acha importante
O aparelho a mascara, eu sinto abafada.
A sra já chegou a falara alguma vez que se sente abafada?
Dos cuidados que a sra de uma nota de 1 a 5
Hesitação
Um 5 né...
Tem alguma sugestão para melhorar o serviço
Eu to achando melhora viu graças a Deus está melhorando, esta cicatrizando graças a Deus.
39. SMA – sexo masc, 71 anos, lesão isquêmica c/ necrose
A sessão Hiperbárica
Acho a altura um tratamento espetacular, nos não tinha conhecimento desde quando eu morro perto de conquista
(falou sobre família netos e filhos).
O sr° já sentiu alguma coisa dentro da câmara/
Nada
O ouvido
Não
Desses cuidados que o sr° recebe qual o sr° acha importante.
Sempre a presença de dr° Ìtalo a presença das enfermeiras e espetacular os tratamentos, tudo e importante à câmara a
comunicação.
Desse uma nota de 1 a 5
Daria 5 10 se fosse dez
Tem alguma sugestão.
Não tenho nada a sugerir agora como também o tratamento do Dr. Ìtalo e chama examina ele é muito comunicativo
com os pacientes isso.
É o que vale
40.RP – sexo feminino. , 20 anos, lesão infectada, fratura exposta pé por atropelamento,
O tratamento que eu to fazendo eu to vendo bastante resultado
E do ambiente da câmara
E em relação ao conforto
Conforto é bom, gostei
Você já sentiu alguma coisa dentro da câmara
não
O ouvido
Normal
Nunca sentiu o ouvido
Não
O que você acha dos cuidados que você recebe
261
Eles tratam a gente muito bem
Dos cuidado me dá um mais importante
Hum da higiene, ele sempre ta falando pra gente
Falando o que
Dos cuidados..
De que
Da bactéria pra não ficar pegando na ferida
Você acha que isso seria o mais importante porque
Hesitação
Retorno à pergunta
Para não pegar as bactérias
Atribua uma nota de 1 a 5
Pelos cuidados que eu to tendo, nota 5
Tem alguma sugestão pelo serviço
Não
41. WVM, sexo feminino, 39 anos, extensas úlceras maleolares, insuficiência vascular periférica
Sessão hiperbárica
Ela é ótima, tinha dia que eu ficava assim impressionada com ela sabe porque? Às vezes eu tava triste, mas quando
chegava assim na metade da desse tratamento eu ficava alegre começava a sorrir, mesmo aborrecida, mas de repente
despertava assim dentro de me uma alegria e eu não sabia porque Meu Deus de onde vem essa alegria eu não
entendia porque, não sei se foi a hiperbárica que me causava isso, eu às vezes entrava aqui aborrecida chateada,
vinha de casa chateada aborrecida quando entrava aqui chegava quase no meio da sessão hiperbárica já sentia aquele
alívio como se um peso tivesse tirado de me eu começava a sorrir ficar alegre e conversava bastante porque eu gosto.
Fale sobre o poema para os técnicos
Porque eles aqui são legais, eles me trataram como gente (citou os nomes dos pacientes) por isso que eu tive assim
um amor um carinho por eles né deu um apelido para cada um dos técnicos.
O ambiente da câmara
Legal, gostei é ótimo é muito higiênico, eu gostei porque nos deixa a vontade e também é bastante higiênico e
também cheiroso é confortável, ótimo.
Sentiu
Eu senti uma vez foi muita dor no ouvido, mas foi só que botaram alto que eu mandei até abaixar porque graças a
Deus eu já tive problema de audição, hoje minha audição é normal aí aquele então tivesse ido rápido pra dentro como
se fosse pocar o ouvido aí eu senti aquela dor fina ai eu reclamei pra abaixar é como se o submarino tivesse descendo
rápido aí eu mandava abaixar aí ele mandou abaixar e melhorou né diminuiu a dor, dor na perna eu sentia sempre dor
e às vezes tava doendo e eu começava a fazer hiperbárica e a dor passava. Eu começava a fazer e doía senti a dor no
inicio quando tava começando, o ouvido parecia que ia explodir. Abaixavam e parava de doer
Eu fazia chupar a balinha que é muito gostosa eu pedia umas 3 ou 4, que são gostosas sempre pedia água porque
Charles às vezes se esquecia e eu... Eu perguntei porque não bota mais de 1 litro de água ele respondeu que era pra
não correr o risco para gente querer ir ao banheiro, tenho pensado nisso Uma vez tive vontade de ir ao banheiro tive
que sair por trás fazia respirar o ar tirar o fone dos ouvidos e tirar também a mascar do rosto Quando tira a máscara
eu gostava porque eu gosto de conversar né eu e o técnico.
Os cuidados
Eu achei legal, gostei.
Destaque um cuidado
Os 3 são cuidadosos, o ele se preocupava muito com a gente isso foi muito importante quando eu chegava aqui
também triste ele ficava preocupado, fica assim à minha filha o que é isso foi como uma família entendeu porque a
gente que vem de uma família violenta quando a gente encontra amor assim, como esse a gente fica feliz fica alegre
se sente bem, quando a gente é bem vindo em um lugar a gente se sente bem se sente querido, porque a gente sofreu
com a nossa família então pelo fato de eu ter sofrido com uma família violenta eu acho uma equipe maravilhosa
porque eles souberam transmitir para que eu, o amor o carinho a alegria e eles tb me corrigiram pro meu bem né eles
tb me ajudaram se tornaram meus amigos.
A nota para os cuidados 5 Pra me foi uma experiência ótima
262
42., MA, sexo feminino,. , 46 anos, úlcera vasculítica, 26.02.06, dificuldade de deglutição por estreitamento do
esôfago usa dieta pastosa
A sessão hiperbárica
Só acho muito ruim na hora de segurar o negócio que é pra fechar a boca para segura a expiração, aí fica doendo o
ouvido.
Depois o rapaz desliga um pouquinho aí a gente começa a engolir a saliva, daí vai aliviando a dor, não chupo bala eu
me engasguei um dia com a bala e eu não quero nem ver bala na minha frente.
Quando eu não to engolindo a saliva fico assim (fez o gesto) do pinçamento do nariz botando força pra ver se não o
ouvido (expirando). Dói um pouquinho.e depois aliveia. Logo no começo.Mas depois ele vai conversando comigo ai
eu vou aliviando. Eu fico soprando e engolindo, mas sempre nervosa a sessão fico muito nervosa. Até quando eu vou
ao médico, por exemplo, o médico ta marcado pra amanhã eu não durmo de noite eu fico nervosa a noite toda.
Gestos
Fico a sessão toda nervosa até quando eu vô no medico eu fico nervosa a noite toda
O meu problema todo pe só é o ouvido
O ambiente
Bom eu fico com medo de entrar ali dentro porque eu já sei que o meu ouvido vai doer
O que sentiu
Na hora que desliga aquele zoadinha e ele começa a conversar comigo e manda engolir vou respirando e vai
aliviando
Os cuidados de enfermagem
É bom
O cuidado destacado
Quando começa conversar com a gente. Porque ele começa a conversar com a gente a gente se sente mais segura a
gente vai distraindo o medo a gente fica mais segura
A nota
Eu dou nota 10 eles são muito legais
43. LAF – sexo masc, 69 anos, pé diabético, amputação hálux D e ferimento hálux E, artrose 06.02.05
A sessão hiperbárica
Isso é uma maravilha eu só comecei a melhorar foi depois que eu vim pras sessões. Excelente um tratamento muito
bom
O ambiente
Tudo bem muito bom mesmo pessoal muito atencioso
O que sentiu
Lá dentro mesmo não. Eu senti uma vez quando saí cheguei até a vomitar O ouvido dá aquela bala né, melhora...
Os cuidados de enfermagem
Extraordinário pessoal muito educado trata a gente muito bem
Pra me é aqueles cuidados que eles tem de colocar a mascara o abafador porque eu sinto dificuldade nos dedos,
parece que é reumatismo, né dói ficar movimentando muito as mãos dói 24 horas por dia, parece que é artrose, fui ao
médico...
Dos cuidados que o Sr. Recebe quero que o sr de uma nota.
De1 a 5? Eu dou 5 Eu não tenho outra coisa contrária
44. ESB, sexo feminino, 65 anos, perna D amputada, lesões isquêmicas pé
A sessão hiperbárica
Tudo bom Eles tratam a gente direito né, tratam a gente com cuidado, ensinam com cuidado Jesus abençoou. Jesus é
Pai. Eu to numa Igreja boa... A gente fica forte agora Deus pague a quem ta me ajudando os médicos as
enfermeiras... Nós pede a Jesus
Ele mandou eu suspender a cabeça e depois não teve mais nada
O ambiente
Ta tudo bem, porque eles colocam a gente no lugar né, limpa tudo, de vez em quando a gente vai e senta né e aí
quando terminar a gente vai sai pronto... Não é ignorante né trata bem, mas quando eu comecei a andar eu disse pêra
aí pera aí pegar esse peso todo dia aí Jesus ajudou e eu andei e to até hoje, tenho 15 filhos...no RJ SP glória a Deus...
263
Senti um dia que caiu um pouco de sangue no nariz porque eu abaixei aquele negócio assim ralo né o médico passou
um remédio. Foi só o sangramento. Falei com o técnico e ele falou ao médico Ele disse que foi... ele mandou eu
levantar a cabeça...
Os cuidados
Eu acho tudo bom trata a gente direito não reclama com a gente graças a Deus tudo bom. Todos eles são bons, todo
mundo diz que é bom Eu que tinha essas feridas todas, eram 6 feridas no corpo todo, eu me deitava e só eu sei o que
eu senti e ta melhor bem melhor, não dói mais até quando faço o curativo.
O cuidado mais importante
Todos eles são bons, eles ainda pegam aquele pesão e bota na cadeira com todo cuidado Eu só tenho mesmo osso,
esse dia eu fui levantando e a calça caiu, e ele me ajudou, se fosse outro ele nem ligavam, mas ele não, e ajudaram
Eles tem cuidado.
Queria que a sra desse uma nota de 1 a 5 que nota a sra daria?
Para me é 10
E porque a sra daria 10.
Porque me trata direito... Pega a pessoa assim e coloca no lugar com todo cuidado, e botou no banheiro leva para cá e
para lá, sai depois fala com a minha filha, legal todo mundo light, graças a Deus.
45. GCP - espanhol, sexo masc., 27 anos, DD TI 20/05/05, equimose e artralgia e parestesia ombro
Eu queria que você falasse sobre a sessão hiperbárica como foi para você? Bom é primeira vez que eu tomo uma
sessão hiperbárica pois o resultado foi ótimo ne? Eu achei que ia demorar, mas ne? Recuperar, pelo menos
perder essa dor foi bem, enquanto a sessão não aconteceu nada.
Então durante a cessão você não sentiu nada.
Não. Primeiro só me incomodou um pouquinho, foi a mascara no nariz.
Mas me explica, sentiu dor no nariz.
Estava apertando.
E do ambiente da câmara o que você achou do equipamento?
Bom.
Em relação ao grau de conforto você achou confortável? Com exceção da mascara, não foi isso?
Só ficou apertada a mascara, ela não coube no meu rosto.
Me diga uma coisa e quando você sentiu esse desconforto alguém te ajudou ? você recebeu ajuda é o rapaz me
ajudou.
Na sessão eu não podia me mexer tinha que ficar parado deitado.
E você me disse que o rapaz te ajudou, nesses três dias o que você achou dos cuidados no interior da câmara. Bem
não teve problema nenhum, esses três dias foram tudo ok alguma coisa em relação ao ouvido, compensação. Não,
nada diferente de esta mergulhando eu fiz a manobra de valsava. Me diga uma coisa e nesse dia ele fez varias coisas
uma delas nessa posição que você estava deitado ele te ajudou porque você não podia fazer nada, durante três dias o
que você achou que foi mais importante, você achou importante a presença dele ou você faria sozinho. Não, tem que
ter alguém para eu ajudar tirar o oxigênio colocar o oxigênio.Então me destaque um cuidado que ele teve com você
que você achou, mas importante, por exemplo, você não faria agora. Foi o que eu falei agora, nesse intervalo de
tempo tirar oxigênio. Eu queria que você me apresentasse uma nota de 1 a 5 dos cuidados que você teve lá dentro,
sendo que 1 é muito ruim 2 é ruim 3 razoável 4 foi bom e 5 muito bom. Eu daria cinco, você da cinco, jóia.
46. AOA - sexo feminino, 19 anos, úlcera crônica inespecífica no tendão de Aquiles, difícil cicatrização, O2 HB
20/06/05.
Queria que a você falasse sobre a sessão Hiperbárica.
No primeiro dia sentir um pouco de dor no ouvido, mas, com o tempo conseguir sustentar direitinho, dona Bárbara
me dando água e sentí dor de cabeça nos primeiros dias depois graça a deus não sentir mais nada.O que você achou
do ambiente da câmara hiperbárica, do ponto de vista do ambiente do aspecto físico da câmara, (hesitação) você
achou desconfortável qual foi sua opinião sobre o ambiente o ambiente é ruim, as pessoas, você ficou sentada muito
tempo, a cadeira é ruim?
As cadeiras são confortáveis, as pessoas são legais, tem uma senhora mesmo que conversa muito da risada, faz com
que se distrai, não é ruim não.
Então você me diria que a câmara para você foi confortável, foi confortável.
Porque você disse que sentiu dor de ouvido durante a sessão, sentiu, mas alguma coisa. Nos primeiro dias sentir dor
de cabeça e dor de ouvido, depois não sentir, mas nada, durante a sessão.
Sim.
264
Me diz uma coisa quando você sentiu essa dor de cabeça e essa dor de ouvido o que você fez.
Aqui
E, lá dentro da câmara.
A água para eu beber e o sangue pelo nariz.
Você avisou ao técnico.
Avisei ele ficou no meu lado para poder ficar me orientado.
Ele ficou no seu lado ele te deu água ou você que pediu.
Ele que me deu, ele me deu água, viu que eu não estava bem.
Você falou do nariz, foi ele que te orientou nessa hora.
Foi. Me diz uma coisa você estar com soro, por que você lavou o ouvido.
O ouvido parei de sentir a dor, o soro é porque o nariz que sagrou.
Há ta você estava sagrando, eu me lembro que naquele dia foi sua pressão que eu pedir para ele verificar, certo, mas
nenhuma alteração nada né, eu me lembro que não tinha dado nada e depois de intervenção do técnico você se sentiu
melhor.
Sentir.
Me diz uma coisa o que você achou dos cuidados que foi realizado lá dentro da câmara. Ele...... Eles botam as mais
velhas no canto e ficam orientando as pessoas que é novato, mas da atenção a todos.
Então veja bem, desses cuidados que você falou da atenção me diz o que você achou que seja mais importante estar
como cuidado que você tenha achado mais importante.
Os técnicos sempre prestativos estava sempre ali, estavam sempre atentos.
Você acha que essa atenção é muito importante na vida de vocês, principalmente nos primeiros dia.
E
Nos primeiros dias porque.
Porque esta mais tensa senti dor no ouvido e fica descontrolada.
Me diz uma coisa eu queria que você fizesse o seguinte desse uma nota de 1 a 5
Cinco com certeza.
Você que falar mais alguma coisa tem alguma sugestão na terapia
Não toda vez que eu venho aqui eu digo e a verdade será dita.
47. ML, sexo masc., 40 anos, lesão sacro cocígeana decorrente de queimadura da placa do bisturi elétrico O2
HB 28/06/05
Eu queria que você me falasse sobre a sessão Hiperbárica?
A sessão hiperbárica ela ajudou muito no meu tratamento, ajudou mesmo ela consegui como é que eu vou explicar
ela recuperou a ferida que eu tinha inclusive o médico do Hospital, não vou dar nome do hospital que não tem nada
haver disse que a câmara hiperbárica não tinha mas nada a fazer que no caso só restaria a cirurgia mesmo e graças a
Deus ela conseguiu encher toda a ferida completou, agora falta o processo de diminuir o tamanho e agora só falta
fechar esta pequena e agora só falta fechar o que eu acho do probleminha da câmara hiperbárica é a pessoa se adaptar
devida com pressão o problema que tem no ouvido que eu mesmo já tive, faz uma semana tive um problema.
Qual foi o seu problema?
Foi uma irritação no ouvido uma pele quando desceu eu não, devido ao meu problema eu não eu não fiz a secreção
como se chama né e ai o ouvido não a membrana ai inflamou ai o otorrino pediu que eu ficasse afastado uma semana
e graças a Deus não tive nenhum problema.
Você lembrar que sessão foi essa que sessão que você parou e depois retornou tinha muitas sessões foi mais de dez.
Já, já foi uma coisa assim rápida que aconteceu porque estávamos atrasados para não perder o horário ai a menina
chegou vamos, vamos que está no horário e foi uma coisa assim tão rápido que eu não estava preparado e ai desceu e
eu não tinha saliva o suficiente para o processo.
Então isso não aconteceu na primeira sessão.
Não, não na primeira sessão foi tudo tranqüilo tudo ok, correu tudo bem, não teve problema nenhum é um tratamento
malvado porem ouve efeito no meu caso surgiu efeito e agora vou continuar o processo em casa já que não estou a
fim de fazer a cirurgia vou continuar o processo em casa.
O que você acha do ambiente da câmara?
Nota dez, nota dez.
Ambiente físico?
Tudo, tudo seguro é uma coisa segura eu não tenho muito que falar não é bem tranqüilo, os técnicos deixam agente
bem confortável, bem relaxado, o processo todo é bem seguro.
265
Em relação à forma física, conforto.
Não, Não o conforto, eu não tive muito que me queixar o que deixa cansado também é aquelas cadeiras cansam um
pouco porque são reclinadas, fora isso é bem confortável, não tem muito que se queixar, quer dizer não tem o que se
queixar.
Você falou que sentiu o ouvido, só me explica o que é esse sentir você teve um probleminha na membrana.
Eu não sei explicar direito qual o processo do mercancio.... o que acontece na hora que desceu impossibilita o meu
tratamento e dois meses então o que acontece na hora que desceu nesse processo eu chupei uma bala tinha muita
saliva você vai progredido a saliva vai engolindo ai o ouvido vai soltando o ar fazendo aquela descompressão nos
locais de bloqueio ai o que acontece na reta eu não estava chupando a bala e eu não tinha saliva usuficiente para
engolir para soltar o ar, então foi uma coisa tão rápida que eu procurei a bala, a bala não tinha mais o que sai, ai ele
fechou e ai deu aquele estalo e ai começou a doer o ouvido, mas eu continuei a fazer a sessão.
Mais você avisou a alguém!
Avisei
E ai o quê que ele falou!
Ele pediu que eu procurasse um otorrino né
Mas durante a sessão você chegou a avisar um médico!
Eu disse a ele ô o ouvido doeu.
O quê que ele falou para vo
Estar doendo agora esta insuportável, doendo porem insuportável mas da para continuar e ai continuei a sessão, ai
quando cheguei em casa a tarde começou a doer principalmente quando estava deitado, se eu estivesse sentado ele
não incomodava mais eu deitado doía
Agora quando você sentiu essa dor já estava na profundidade
Já estava na profundidade
Essa dor não aconteceu nesse momento
Já estava na profundidade, já estava na profundidade.
E o técnico lhe orientou a fazer alguma coisa
Não, não ele só perguntou você agüenta, por que se não eles vão parar e ti tirar da coisa devido a esse problema que
você estar no ouvido a dor estava insuportável!
Nas três primeiras sessões você não sentiu
Não tive problema nenhum foi agora, não tem muito tempo isso 54, 55.
Me diz uma coisa, o quê que você achou dos cuidados que você recebeu.
Bom agente é bem atendido e não tem o que se queixar, eu fico na posição eles colocam na maquina direito, tudo
direitinho, então eu não tenho o que me queixar
E você precisa que alguém coloque a maquina
No meu caso e coloque a mascara aperte direitinho, ponha o fone devido ao som, não tenho muito que me queixar
não
Dos cuidados que você recebi me diz quais os mais importantes, me destaca um que você acha essencial.
Dormi (risos) estou brincando é essa dificuldade de todo mundo né no meu caso só e colocar a mascara e eles
colocam direito aperte aqui, aqui esta entrando ar e ai eles fazem direito.
Você falou da mascara, por que você acha mais importante a colocação da mascara
Por causa do escapamento do gás, por que fica escapando e você não pega o gás 100% na inspiração e expiração
você não pega o gás.
Agora eu queria que você fizesse o seguinte. Desse uma nota de um a cinco dos cuidados que você recebeu durante a
sessão. Sendo que um muito ruim, dois ruim, três razoável, quatro bom e 5 e muito bom.
Lá dentro, cinco.
Você tem alguma sugestão e gostaria de falar alguma coisa
Não
Atenção sobre o tratamento que você recebe
Comigo não teve problema nenhum, fui bem atendido mesmo com o problema do meu ouvido eu não tenho o que me
queixar, fui bem atendido, no outro dia ouve um problema vim para consulta mesmo sentindo a dor, quando eu
ficava sentado não sentia nada quando eu deitava a dor vinha, ai o médico olhou ai eu vim imediatamente para o
otorrino na mesma hora ai ele me encaminhou fui medicado e não tenho queixa nenhuma a fazer o atendimento e
excelente.
48. JAOS - sexo masc., 68 anos, pé amputado, risco de amputação da perna, coto infectado , aguarda
prótese,O2 HB 28/06/05
266
eu queria que o sr° me falasse sobre a sessão hiperbárica.
Eu estou tendo um resultado fabuloso.
Em relação ao ambiente da câmara, o que você acha do ambiente na parte física das cadeiras, das pessoas eu queria
que você falasse um pouco sobre isso.
Bom eu não tenho o que falar é confortável, eu gostei muito
O sr° já sentiu alguma coisa durante a sessão?
No primeiro dia eu sentir uma dor no ouvido porem falei com operador lá sair fui ao médico ele passou uma receita,
depois disso não tive mais problema.
Você disse que foi tratado com o operador lá dentro sim o quê que ele fez
Ele me explicou que era para narina e expirar.......
O sr° lembra se a câmara já tinha sido esterilizada ou já tinha acabado de esterilizar já estava na profundidade
como é que foi
Já estava......
Essa dor melhorou ou passou
No momento melhorou o operador fez aquele processo e melhorou
Foi só no primeiro dia
Só no primeiro dia
Me diga uma coisa quando ouve essa intervenção do técnico o que o sr° achou dessa intervenção o sr° achou que deu
resultado que não deu que teria de fazer outra coisa
Ele veio imediatamente ver se eu estava sentindo alguma coisa me explicou, foi muito bom.
Durante esse período que você fica lá, você fica sendo cuidado por técnicos, me diz o que o sr° acha desses
cuidados que você recebe dentro do interior da câmara.
Bom é ótimo né ajuda muito as pessoas .....
Dos cuidados que o sr° recebe lá dentro qual o sr° acha mais importante que e essencial destaca um cuidado.
Os técnicos por que eles perguntam se esta tudo bem oferece água aquela bala que ele da manda agente fazer uma
oração o tratamento e formidável lá dentro
O srº acha assim o sr° falou de vários cuidados qual o sr° acha mais importante
O momento da máquina agente não sabe ligar, eles vêm ligar, orienta coloca aperta direitinho o tratamento e
preferencial mesmo.
Porque o sr° acha que o tratamento é preferencial
Porque eu não sei apertar aquela máquina........
Eu queria que o sr° fizesse o seguinte desse uma nota de um a cinco dos cuidados que o sr° recebe lá dentro. Sendo
que um é muito ruim, dois é ruim, três é razoável, quatro é bom e cinco muito bom.
Cinco
Agora eu queria saber se o sr° tem alguma sugestão, falar alguma coisa pro serviço.
Minha sugestão deveria ter dois óculos na maquina enquanto um estava lá dentro o outro estava esterilizando eu acho
o tempo de ficar na máquina muito pouco é a minha opinião.
Você quer falar mais alguma coisa.
Não só isso que eu acho, o tratamento da hiperbárica é muito bom.
49. JDBR - O2 HB, 59 anos, sexo feminino, úlcera varicosa crônica MMII inço. vascular periférica 10 anos
perna E e 6 perna D – choro durante a entrevista 28/06/05
eu queria que a srª me falasse sobre a sessão hiperbárica
Bom, tantos medicamentos, tanta coisa que eu tenho feito estou muito confiante até onde eu faço curativo, as
meninas dizem que estar ótimo.
O que a srª achou do ambiente da câmara
Logo que cheguei fiquei um pouco receosa, mais depois fiquei normal.
Depois da segunda sessão idiante.
Digamos assim um mês por cauda do receio de como eu ia acontecer como eu ia ficar.
A srª já sentiu alguma coisa durante a sessão?
Eu só sentir o ouvido quer dizer minderam água mandaram eu chupar uma balinha
Quando foi isso
Já tem uns quinze dias
Nas primeiras sessões não
Foi depois
Nas primeiras sessões a srª não sentiu o ouvido
267
Não
Quando a srª sentiu essa dor no ouvido o que a srª fez.
Eu disse que estava com o ouvido doendo ai me deu água me deu uma balinha disse que eu fizesse um movimento na
boca e bebesse água bem devagarzinho
Melhorou a dor de ouvido
Quer dizer passou, pois não sentir mais, depois voltou mais não no mesmo dia, passou dois três dias eu sentindo dor
Quando a srª fica lá dentro a srª fica sobre cuidados, quais foram esses cuidados que a srª recebe dentro da câmara.
E muito bom eles são bastante atencioso e eu gosto muito.
A srª acha que esses cuidados são importantes.
São sim, eles ficam com cuidado com agente em colocar na câmara
Me explica quais desses cuidados a srª acha mais importantes e porque precisa tanto
Porque eles dão orientação e se preocupa com agente.
Eu quero que a srª desse uma nota de um a cinco dos cuidados que a srª recebe lá dentro
Se pudesse dava dez mais como é cinco dou cinco muito bom.
Agora que sugestão a srª daria para o serviço
Eu acho muito inteligente e muito bom o tratamento da forma que trata as pessoas.
50. MA - sexo masc. , 56 anos, amputação subpatelar pé E c/ necrose coto, isolamento de contato
(pseudomonas) O2 HB 28/06/2005 idade aparente maior que cronológica
Srª eu queria que falasse sobre a sessão hiperbárica
Eu não tenho o que dizer passam um monte de exame, pelo que estava esta bem melhor
Eu queria que me falasse sobre o ambiente da câmara hiperbárica o que a srª acha do equipamento em sim
Sinto uma agonia, não vou mentir
Isso foi na primeira sessão?
Foi na primeira
A srª já sentiu alguma coisa dentro da câmara assim falta de ar
Só falta de ar
Essa falta de ar a srª sentiu depois de usar essa roupa de isolamento
Eu estava sem sentir nada depois que vestir essa roupa sentir um calor uma falta de ar
E a srª já sentiu o ouvido?
O ouvido é aquela zoada ai o rapaz manda mecha a boca bebo água melhora.
O causador só e o ruído
Não é só azoada.
Quando a srª sentiu alguma coisa no interior da câmara a srª avisa ao técnico já falou com ele sobre isso.
Aviso ele manda eu puxar o nariz, abro a boca, bebo água
Melhora!
Melhora.
A srª disse que passa, para de fazer a zoada.
Agonia melhora
Dos cuidados que a srª recebe no interior da câmara que a srª acha
Acho muito bom, trata gente bem com cuidado
A srª acha que os cuidados ajudam contribui
Ajuda
Eu queria que a srª falasse um cuidado que a srª acha mais importante
Eles se preocupam perguntam se estamos sentindo alguma coisa
O cuidado que a srª acha mais importante e a preocupação dele
E
Por que e mais importante
Por causa da preocupação deles.
Agora eu quero que a srª desse uma nota de um a cinco sobre os cuidados que a srª recebe no interior da câmara.
Cinco muito bom.
A senhora tem alguma sugestão se tem alguma coisa para melhorar.o quê que a srª acha.
Eu acho aqui muito abafado, tenho problema de coração.
A srª diz que tem problema de coração, sabe qual o diagnostico.
Ah tem ponte.
268
51. JFO – sexo masc., 32 anos, uso de fixador de Lizarov, por acidente de trabalho. O2 HB 28/06/05
Srº eu queria que você falasse sobre a sessão hiperbárica?
A ajuda do tratamento muita gente pode ate não acreditar só que evolução e grande só quem esta fazendo o
tratamento sabe que vale a pena.
Eu queria que você falasse um pouquinho sobre o ambiente da câmara.
Muita gente estranha mais depois vai acostumando fica normal
Você acha a câmara desconfortável qual sua opinião sobre o ambiente
Bom não tem desconforto nenhum quando alguém procura o tratamento sendo desconfortável tinha que fazer.
Por que ele causa algum desconforto?
Aqui não, mas pessoa tem que fazer o tratamento e não vim atrás de conforto
Você já sentiu alguma coisa no interior da câmara?
Não
Nem ouvido.
Doeu um pouco na primeira vez
Na primeira sessão. Sim
Você avisou ao técnico
Avisei ele deu parada mandou que eu fizesse um .... Ficou normal
Quais foram às manobras que você fez.
Engolir a saliva puxar a respiração, fechar a boca jogar pro nariz voltou ao normal.
Desses cuidados que você recebe lá dentro acha favorável, queria saber sua opinião.
Acho favorável e ajuda muito agente e se não fosse assim seria pior.
Dos cuidados ‘que você recebi lá dentro destaca um que você acha importante
Ajuda do técnico, sabe como é as coisas, ajuda bastante a colocar a mascara, porque a pessoa vem sem saber de nada
em vês de melhorar atrapalha tudo
Desses cuidados que você recebe lá dentro me destaque o que você acha mais importante
A colocação da mascara. Porque?
Colocar não deixa sair o ar por cima eu acho isso mais necessário alem dos cuidados
Eu queria que você atribuísse uma nota de um a cinco dos cuidados que você recebe no interior da câmara.
Cinco
Você teria alguma sugestão para o serviço da hiperbárica alguma coisa que deva melhorar que agente possa mudar
Só que fosse mais atentiva com todo mundo a população mais baixa acho que seria melhor, só que não pode ser
assim, se pudesse mudar isso seria bem melhor.
52. RBF – sexo masc. , 48 anos, O2 HB 29/06/2005 coto infectado por amputação por acidente automobilístico
Eu queria que o srº falasse sobre a sessão hiperbárica?
Eu acho interessante a sessão hiperbárica, eu não conhecia, estou conhecendo agora no momento. No primeiro dia eu
sentir um pouco sufocado, no decorrer das outras sessões melhorei mais.
Esse sufocamento esta relacionada ao interior da câmara?
Eu acredito que sim, mas oxigênio e que não falta.
O que você achou do ambiente da câmara porque você deve ter criado uma expectativa, as pessoas falavam e você
não conhecia a câmara hiperbárica o quê que você achou.
Confortável um ambiente bem descontraído.
Você falou que sentiu uma dor de ouvido durante a sessão e depois sentiu alguma coisa.
No inicio sentir uma dor de ouvido passa aquele procedimento que e recomendado.
E no primeiro dia você sentiu dor de ouvido.
Sentir
Quando você sentiu essa dor de ouvido lá fizeram alguma coisa
Fiz o procedimento recomendado, tampar o nariz respirar fundo
Melhorou!
53. AAO, sexo masc., 74 anos, infecção e necrose do coto do pé D (amp. Parcial), 15.06.05, acuidade auditiva
reduzida
Eu queria que o senhor falasse sobre a câmara hiperbárica.
Sobre o que?
Sobre a sessão hiperbárica lá dentro da câmara, o que o senhor achou?
269
Muito bom.
É?
Pra me é muito bom, to me sentindo muito bem, né?
Não me senti mal hora nem ama que eu tenha entrado ai grassas a deus ta tudo bem então estou me sentindo bem
pelo menos porque não dói, mas, porque doía, já não dói, mas só ta me faltando agora são só os sapatos, arrumar os
sapatos porque esse aqui só de comprar sapato e cortar já to com um bolo velho de sapato que está só aos pedaços
andando pela metade né? E não tem o apoio certo pra pisar no chão
Você está falando que vai comprar a sapato ortopédico né?
É Eu vou comprar na medida exata pra poder pisar
Me diga uma coisa, eu queria que o senhor me falasse sobre o ambiente da câmara hiperbárica
É boa, muito boa
O senhor se sente confortável?
Graças a Deus sinto bem mesmo não
Durante o período do que o sr já sentiu
O que enche o saco é esse ouvido. Parece que tem um couro assim que veda
O que o sr sente no ouvido
O sr acha que no interior da câmara o sr se sente mais surdo?
Não pra me é normal
Um negócio que tampa né tem hora que tampa e destampa esse ouvido meu é um problema desgramada
Quando o sr sente isso foi nas primeiras sessões
Na primeira Foi na segunda sessão ele doeu um pouco né, mas não doeu mais parou
Quando o sr. Sentiu parou sozinho ou o sr teve a ajuda do técnico?
Não parou sozinho chegou a avisar o técnico que o sr tava com.
Eu só falei com ele da dor no ouvido e só senti, mas também aquela dor foi rápido nunca tinha sentido, mas eu não to
ligando mais não.
O sr continua sentindo
Foi até que sessão
Parece que foi até a 3
a
sessão
O que o sr acha dos cuidados
Bom ele todo muito direitinho
Dos cuidados que o sr recebe qual o mais importante
Não entendi
O técnico ajuda a colocar na maca dessa assistência me diga uma coisa que o sr acha que seja mais importante
Eu acho mais importante tudo o que ele faz lá não tenho nada a dizer tudo é importante que ele faz lá
Veja bem, mas isso tudo que lê faz lá
54. LBS – sexo masc, 23 anos, fratura de tíbia , pé e joelho por atropelamento de carro O2 HB 01/07/05
Queixava-se de muitas dores na lesão uso de fixadores externos
eu queria que você falasse um pouco da sessão hiperbárica, o quê que você acha sobre a sessão.
Eu acho que tem um tratamento excelente, que reduz 30% a 40% a internação do paciente, desde de quando eu vim
pra aqui a sessão esta sendo bem rápida e espero me curar aqui é muito boa.
O quê que vc está achando do ambiente da câmara lá dentro?
Às vezes sinto muito calor depois da segunda é bom eu gosto.
Como é que vc se senti nesse ambiente
Bem.
Vc acha desconfortável?
Não.
Vc já sentiu alguma coisa no interior da câmara?
Só o ouvido
O quê que vc sentiu no ouvido.
Foi nos primeiros dias que eu não conseguia fazer as manobras, mas agora eu consigo
Vc senti o que especificamente.
Aquela dor compensa mas agora estou conseguindo bem.
Quando vc sentiu isso vc pediu a ajuda do técnico.pedi
E ele fez o quê?
270
Mandou eu beber água.
Melhorou?
Melhorou.
Isso foi em todas as sessões ou só nas primeiras.
Nas primeiras.
Vc fica no interior da câmara recebendo vários cuidados. O que vc acha desses cuidados que vc recebe lá dentro?
Eu acho excelente porque eles não deixa agente tirar a mascara, explica porque não podemos tirar a mascara, diz que
e oxigênio e é pro nosso bem.
Desses cuidados que vc recebe lá dentro da câmara me destaca um que vc acha mais importante.
Quando eles perguntam se estou sentindo dor de ouvido se estou bem.
Isso que vc acha que é mais importante porque?
Porque eles pergunta quando estou sentindo a dor e antes eu não falava, agora falo quando sinto dor eles me da água.
Eu queria que vc atribuísse uma nota de um a cinco aos cuidados que vc recebe no interior da câmara.
Que nota vc daria?
Daria nota quatro.
Por que?
Por causa da falta de ar e pelos tratamentos deles daria cinco.
Vc quer da alguma sugestão?
Não.
55. MAAC – sexo masc. , 71 anos, ceratoacantoma com cicatriz hiperplásica, s/ neoplasia residual O2 HB
01/07/05
Eu queria que vc falasse sobre a sessão hiperbárica?
Eu acho que a sessão esta sendo bem conduzida, as pessoas que ficam dentro da câmara hiperbárica, eles consegui
de boa maneira, mas pelo meu horário toda vez que eu venho que fica mais conosco é um deles ai que e o Charles.
Eu acho o Charles sem quere dizer que os outros não queira agir corretamente. Ele tem uma maneira de ser e de
demonstrar a maior preocupação com aquele que estão sendo atendido ou que estão passando pela sessão
hiperbárica, não é que os outros não sejam iguais, eu só passei por duas pessoas diferente.Ele na maioria das vezes e
duas vezes apenas com o outro e na segunda vez que eu tive aqui não sei porque eu não me sentir bem tive
dificuldade pareceu na área um pouco de preocupação daquele que deveria estar para procura saber o que todo
mundo estava sentindo, apenas isso porque, tinha coisas que eu só via nos meus horários das sessões por que minha
equipe era sempre aberta.
Eu queria que me falasse sobre o ambiente físico da câmara sobre o equipamento.
Eu não conheço outras câmara essa e que faz parte, vc se sente a vontade fica tranqüilo, quer dizer, porque ninguém
tem constrofobia, não demonstra nada esta sempre satisfeito às vezes não escuto de direito porque esta cheio de
pressão no ouvido, mas é uma descontração muito grande entre os presente na sessão da câmara.
Em relação ao aspecto de conforto o que o sr° me diria.
Eu acho que o conforto é necessário.
O sr° já sentiu alguma coisa durante a sessão.
Somente o ouvido e faltou a presença do elemento ali para me esclarecer apesar de já saber o que já vivia.
Essa ocorrência foi logo nas primeiras sessões.
Foi na segunda, eu acho que faltou um pouco de assistência.
Desses cuidados que o sr° vem recebendo pelos técnicos, o quê que o sr°acha desse cuidados.Todas essas
intervenções que eles fazem com vc são cuidados que deve ser feita durante a sessão.
Eu acho que soubesse como agir u tenho impressão que esse rapaz que tem me acompanhado seria ex típico de como
agir eu não sei falta nos outro e aquele desembaraço,aquela preocupação e depende muito de cada um é que essa
pessoas que acompanha agente acha que qualquer ocorrência que não esta sentindo nada
Eu posso considerar que esse e o cuidado mais importante da câmara.
Sim, esta faltando alguma coisa a mais se a pessoa tiver algum problema diferente desse ai já seria uma situação
anormal, apenas que ele deveria pergunta se estamos sentindo alguma coisa e insistir na pergunta porque tem gente
que fica com medo de dizer que esta sentindo alguma coisa.
Vou pedir que o sr° atribuísse uma nota de um a cinco dos cuidados que o sr° recebe lá dentro.Cinco
O sr° tem alguma sugestão para deixar coma gente
Alem dos cuidados deve se preocupar e conhecendo aqueles que estão fazendo é um time que se repete, e às vezes
entra uma pessoa nova, chega para se entregar no grupo eu acho que esse elemento que chegou hoje deve ter um
cuidado especial.
271
56.RMB – sexo masc. , 38 anos, osteomielite halo péri fixador O2 HB 01/07/05
eu queria que me falasse sobre a sessão hiperbárica.
É tranqüila é ótimo e agradável todo mundo ajuda não tenho dificuldade nenhuma os funcionários excelentes da
clinica ate a porta da hiperbárica todo mundo trata bem.
Eu queria que me falasse um pouco do ambiente da câmara. O quê vc acha do ambiente do conforto.
Pra me o conforto é normal, eu mesmo dependo da minha perna estirada, ele colocam três bojo coloca minha perna
tem que ter espaço no canto é normal.
Vc já sentiu alguma durante a sessão.
Na semana passada minha perna apresentou uma inflamaçãozinha, mas depois melhorou.
E ouvido vc já chegou a sentir alguma vez. nunca
Nem nas primeiras sessões.
Porque eu não uso o abafador. Vc não usa porque?
Porque não gosto.
Vc fica durante a sessão sendo cuidado pelos técnicos eu queria que vc disese o que vc acha dos cuidados que vc
recebe lá dentro.
Tranqüilo, tudo normal eles trabalham direito tudo que preciso eles estão lá.
Desses cuidados queria que me destacasse um que vc acha mais importante.
Pra mim é normal, agora eles são bem atencioso com quem chega se alguém esta com alguma coisa manda parar da
sinal se alguém esta com dor de ouvido manda parar eu me adaptei e estou acostumado.
Por que vc acha que esse cuidado ajuda na intervenção na câmara?
Ajuda sim, no meu caso mesmo eu não uso abafador já sei usa a mascara sozinho sem ajuda deles.
Queria que vc desse uma nota de um a cinco dos cuidados que vc recebe lá dentro.
Cinco.
57. SCF – sexo feminino., 44 anos, obesa, osteomielite tíbia e erisipela, submetida a tireoidectomia. O2 HB
01/07/05. 75 sessões. Hipertrofia de adenóide. Epistaxe em 02.08.05 encaminhada ao otorrinolaringologista.
Eu queria que me falasse sobre a sessão hiperbárica, sua opinião?
Acho fantástica a oportunidade que estou tendo de respirar melhor, eu não caminhava tinha falta de ar cansaço, não
subia rampa não subia escada hoje já estou andando já estou subindo rampa degraus, meu sono está melhor minha
disposição, estou muito mais esperançosa e a própria sessão e muito distraída nossos colegas gostam muito da equipe
que trata da gente. No primeiro dia o ouvido doeu um pouco, alguém reclamou do calor mais eu sentia frio, eles tem
muito cuidados, Charles tem muito cuidado e extremamente muito cuidadoso agente sente segura.
E do ambiente da câmara da estrutura física, qual a sua opinião?
Acho um pouco apertado, mais acho fantástico na minha opinião poderia ter cama melhor.
Vc já sentiu alguma coisa durante a sessão.
Sentir um pouco de dor de ouvido mais de lá pra cá nunca mais.
Quando sentiu essa dor de ouvido chegou avisar o técnico
Avisei ele cuidou e agora esta ótimo.
Ele cuidou como?
Ele cuidou tirando o abafador me ensinou a engolir a saliva e a fazer a manobra do nariz e deu tudo certo.
Durante esse período que vc ficava sendo cuidada pelo técnico. O que vc acha dos cuidados que vc recebe no interior
da câmara.
Eles são perfeitos todos, já fui com todos, todos perfeitos.
Me destaque um dos cuidados que vc acha mais importante e porque?
Acho o cuidado com a água, com todo o procedimento eles são muito velozes em explicar o carinho, a preocupação,
acho que não precisaria tantos cuidados, bala a vontade água a vontade, atentos muito atentos.
Desses cuidados queria que desce uma nota sendo que essa nota seria de um a cinco.
Eu acho que todo mundo e pago pra ser bom se estão aqui porque e bom se não fosse não estaria aqui.
58. JP, sexo masc., 58 anos, úlcera crônica em calcâneo E, chateado com a nova lesão, 3
a
vez na terapia O2 HB
Sr eu queria que falasse sobre a sessão hiperbárica
Desde quando comecei a participar tem sido tranqüilo, eu comecei a me acostumar com ela, o inicio tem aquela
pressão no ouvido mais depois agente estabiliza convivência tranqüila lá dentro com outros pacientes e com pessoal
também que acompanha.
Isso acontece desde a primeira vez ou só agora.
272
Desde a primeira vez.
Em relação ao ambiente da câmara o aspecto físico o quê que vc acha.
Acho que e bastante cômodo, tem pessoas que tem aquela fobia, mas eu não.
Nunca teve.
Nunca tive
Já sentiu alguma coisa durante a sessão
Nada, o ouvido só no inicio.
Que inicio na primeira vez ou dessa vez.
No inicio
O que o sr° sentiu
Pressão no ouvido
Chegou a sentir dor.
Dor não só a pressão
Chegou a causar muito desconforto
Muito não, mas tem que aprender a estabilizar a coisa.
Esse aprender a estabilizar pode dizer a que é
E estabilizar as pessoas o que agente senti no ouvido e as técnicas que aprende aqui.
O que o sr° faz para estabilizar
Aperto o nariz pressiona pra dento e estabiliza.
Durante esse período que o sr° vem fazer as sessões fica sempre um técnico na câmara cuidando esse tempo todo, o
que vc acha dos cuidados que recebe.
Muito bom, o pessoal sempre deixa a gente sempre a vontade para não sentir as tais fobia, tudo ótimo.
Desses cuidados que vc acha mais importante e porque?
Eu nunca tive problema mais já vi, outro pacientes com problema e a pessoa que estava no momento fez de tudo para
ficar a vontade apesar da pessoa esta com problema querendo sair da câmara ele colocou a pessoa bem à vontade.
Nesse caso era uma pessoa que não estava querendo permanecer lá.
Essa intervenção dele foi o quê.
Foi fundamental para que o paciente continuasse tranqüilo lá dentro.
Pelo fato dele ter interagido.
Desses cuidados que o sr° recebe lá dentro atribuísse uma nota de um a cinco.
Cinco.
Em toda experiência que o sr° tem gostaria que deixasse uma opinião.
Esta tudo bem, não tem o que melhorar.
59. NMS – sexo feminino., 60 anos, coto amputação parcial do pé infectado, O2 HB
sobre a câmara hiperbárica
Excelente nota mil se pudesse dar.
A srª me falou que assim começou teve medo me conta um pouquinho essa historia.
Fiquei apavorada, mas cheguei a ponto de me desesperar mais foi tudo bem
E da sessão o que a srª acha
Legal, agente se diverte bastante rir muito, brinca muito, com a turma que eu faço e descontrai.
Do ambiente da câmara o quê que a srª acha do ambiente.
Bom não tenho nada contra.
Acha desconfortável
Não acho legal
Tranqüilo
A srª já sentiu alguma coisa durante a sessão.
Não.
Nunca sentiu nada nem no ouvido.
Não porque sei controlar, eles me explicaram e eu sei controlar.
Como e que a srª controla.
Eu não chupo bala, por que sou diabética não posso chupar mais eu controlo co minha boca mesmo quando eu sei
que estar entupindo engulo e ai ele volta.
Durante esse período todo que vc esta na hiperbárica os técnicos fica cuidando da srª no interior da câmara, eu queria
saber o que a srª acha dos cuidados que a srª recebe.
273
Muito bom, muito bom, eles são muito legais, gosto muito deles são muito pacientes com as pessoas, são muitos
legais, todos da hiperbárica eu gosto.
Me diz uma coisa que a srª acha mais importante e porque?
Eu acho que os cuidados de ficar sempre orientando as pessoas quem passou mal, passar mal não, não sabe ainda se
controlar e ai eles ficam com aquela paciência aquele jeitinho, explicando tudo, faca sim, eu acho isso importante os
cuidados que eles tem com os pacientes.
Porque a srª acha isso mais importante.
Porque as pessoas têm cuidados com os pacientes
Eu queria que a srª desse uma nota dos cuidados que a srª recebe lá no interior da câmara de um a cinco.
Daria mil se não pode da dou dez.
A srª tem alguma sugestão para da
Não tenho nada a dizer acho tudo, me tratam super bem abraço beijo, todos são legais e paciente com todos os
paciente.
60. LBSC – sexo feminino, 64 anos, insuficiência vascular crônica 10.06.05 O2 HB
Queria que falasse sobre a sessão hiperbárica.
Legal, quando precisamos de alguma coisa estão ali na hora, tem marcos me deixou super à vontade.
Em relação ao ambiente da câmara o quê que a srª acha.
Eu tenho medo de acontecer uma emergência de passar mal, mais e tranqüilo.
Medo de que forma que a srª tem.
Antes eu não sabia que tinha uma emergência aqui medo de passar mal aqui.
Minha pressão e alta só se me preocupar, me aborrecer a dispara fora isso fica tranqüila
A srª não usa medicação para pressão
Não, ela e emocional.
Seu medo e em relação à emergência como iria atender.E durante a sessão a srª sentiu alguma coisa.
Na ultima sessão não sei se e por ansiedade fiquei um pouco tonta, a srª respire engula a saliva, sempre no final.
Os técnicos pediram só que a srª fizesse isso
Respire e engula a saliva e melhora mesmo.E a srª fica ansiosa para sair
Eu fico sim por causa do curativo, eu fico muito ansiosa por que e hora marcada no curativo.
Não se preocupe eu já disse que a srª tem prioridade aqui, que não vai perder seu horário.
61. RAA – sexo feminino,. , 31 anos, deiscência sutura cesariana, O2 HB
Eu queria que a srª falasse sobre a sessão hiperbárica?
Eu senti logo resultados deixei de sentir dores durante o curativo, estou gostando muito.
O que vc acha do ambiente da câmara?
Eu me sinto bem, eu ate durmo lá dentro.
Vc acha confortável o aspecto físico da câmara.
Eu sinto um pouco de desconforto e com a mascara.
Porque? Como assim.
Ela pesa no meu rosto
Vc já sentiu alguma coisa durante a sessão, vc começou a me falar o quê que vc sentiu.
Dor no ouvido.
Quando vc sentiu essa dor vc pediu ajuda do técnico.
Pedir.
E ai o quê que ele fez.
Ele me deu água e esta me ajudando a fazer a manobra
Melhorou?
Melhorou.
Vc chegou a usar alguma medicação.
Não
Vc usa medicação em casa.
Às vezes analgésico, quando eu tenho sinusite que da dor de cabeça.
Quando vc tiver essa dor fale, que agente tem analgésico aqui.
Vc disse que melhorou, não passou.
Ficou como se o ar estivesse preso não era tão dolorido, era como se o ar estivesse abafado fazendo aquele barulho.
Durante esse período vc fica sendo cuidado pelos técnicos, o quê que vc acha desse cuidados?
274
Eles são ótimos trata agente super bem, são bastante paciente.
Dos cuidados que vc recebe eu queria que me disesse quais que vc acha mais importante. Porque?
Ele conversa com agente qualquer duvida eles tiram eles distrai, acho isso importante
Por que?
Pelo tratamento pela consideração.
Eu queria que vc atribuísse uma nota pelos cuidados que vc recebe lá dentro de um a cinco.
Eu acho muito bom, gosto muito de ficar lá dentro.
Então vc daria que nota.cinco
Vc gostaria de deixar alguma sugestão para melhorar o serviço, alguma coisa que vc acha que deveria melhorar.
Não tenho o que dizer para me e tudo bom.
62. WPC – sexo feminino. , 77 anos, úlcera varicosa extensas infectadas. Em 12.04.05 apresentou epistaxe
encaminhada para o otorrinolaringologista sendo suspensa da sessão . O2 HB DVD 39 faixa 2. Fez 10 sessões.
Eu queria que a srª falasse sobre a sessão hiperbárica?
Achei maravilhosa muito boa, eu falo muito lá fora com as pessoas é fabuloso
Em relação ao ambiente da câmara o quê que a srª acha.
Acho bem as pessoas, os funcionários tudo jóia.
Em relação ao aspecto de conforto.
Bem confortável.
A srª disse que teve um sangramento durante o período, sentiu mais alguma coisa.
Não de jeito nenhum.
E o ouvido?
Sim, fiquei meio surda e ficava dano pipoco ai fiquei um tempinho assim depois passou.
Depois que a srª teve isso ouve alguma intervenção precisou sair da câmara usou alguma coisa.
Não, graças a Deus não.
Teve o sangramento dentro do ouvido.
Dentro, depois eu falei e suportei, quando eu vim aqui no toalete que eu escarrei, fiquei a apavorada por causa do
sangue eu falei com os meninos não sei se foi no mesmo dia falei
com Dr° Paulo ele suspendeu logo.
Durante esse período que a srª estava no interior da câmara recebendo os cuidados dos técnicos o quê que a srª
achou.
Achei maravilhoso o cuidado, eles são maravilhosos os funcionários conversam com agente.
Dos cuidados que a srª teve qual a srª achou mais importante por quê?
A mascara eu achei tudo, fone principalmente a mascara por causa do oxigênio que entra no organismo da gente.
Queria que a srª atribuísse uma nota de um a cinco pelos cuidados que a srª recebeu durante a sessão hiperbárica.
Cinco foram muito bons
Queria que deixasse uma sugestão pelo serviço
Pelo menos quando fiz a sessões eu tive um sucesso, não tenho o que melhorar.
63. MRSA – sexo feminino. , 60 anos, doença vascular pé E, 3
a
vez na terapia O2 HB
Qual sua opinião sobre a sessão hiperbárica?
Acho legal muito bom.
A srª acha que teve alguma melhora.
Tive bastante
O quê que a srª acha do equipamento da câmara hiperbárica?
Muito legal, os rapazes as pessoas que cuida da gente muito educado.
Em relação as poltrona o equipamento.
Muito confortável legal.
A srª já sentiu alguma coisa durante a sessão.
Só o ouvido doer.
Em qual sessão.
Na segunda sessão
Quando a srª sentiu o ouvido doer o quê que a srª fez.
Falei com o técnico.
E ele fez o quê?
Mandou eu tirar o abafador engolir saliva e expirar ai passou.
275
O quê que a srª acha dos cuidados que os técnicos da para srª.
Muito legal muito interessante mesmo.
Desses cuidados que a srª recebe no interior da câmara eu queria que a srª falasse o mais importante.
Quando ele coloca a mascara e fica com o cuidado se esta folgada se esta apertada
Gostaria que a srª atribuísse uma nota de um a cinco dos cuidados que recebe na sessão.
Cinco, ate dez eu dava.
A srª tem alguma sugestão pelo nosso serviço, alguma coisa que poderia melhorar.
Não.
64. MVA – sexo masc., 65 anos, úlcera de grande extensão, 30.06.05 O2 HB
Eu queria que o srº falasse sobre a câmara hiperbárica?
Pra me esta ótimo
O sr° achou que melhorou
Estou melhorando, esta enxugando quando a mulher enxuga esta sarando,
O que o sr° acha do ambiente da câmara, da parte interna da câmara.
Boa, acho que esta boa.
O sr° acha confortável, como é que o sr° fica lá durante a sessão.
Bem.
O sr° já sentiu alguma coisa durante a sessão.
O ouvido doeu um pouco, logo, logo fiquei bom.
Doeu durante a sessão, como foi me conta um pouquinho.
Doeu na primeira, mas às vezes aperta um pouquinho.
Aperta como?
Doe um pouquinho
Toda vez que doe vc avisa o técnico, ele ensina o quê?
Prender a respiração e soltar pelo o ouvido, depois engolir saliva.
Depois que o sr° faz esse procedimento, melhora, passa.
Passa na hora.
O quê que vc acha dos cuidados que o sr° recebe pelos técnicos no interior da câmara.
Ótimo.
Durante esse período que o sr° esta lá dentro eles ajudam a colocar a mascara, da água, dão bala de todas essa coisas
que ele faz com o sr°, o que o sr° acha mais importante.
Pra me tudo é bom
Não tem uma coisa que o sr° ache que seja mais importante.
O tratamento e ótimo.
Dos cuidados que o sr° recebe lá dentro desse uma nota de um a cinco.
Cinco
Tem alguma sugestão para melhorar.
Pra me esta ótimo.
65. JS, sexo masc., 35 anos, lesão isquêmica por PAF, O2 HB faltoso ao tratamento
O que vc achou da sessão hiperbárica?
Achei ótima a primeira sessão que eu tive, o técnico que ajuda agente achei excelente passa tudo pra gente sentir um
pouco de nervosismo no primeiro dia, depois passou.
O quê que vc achou do ambiente da câmara.
Na primeira vez que entrei achei um pouco assustador quando fechou a porta mesmo, nunca tinha entrado eu pensei
ate que ia se mover.
Vc sentiu alguma coisa.
Não
O ouvido?
O ouvido sentir um pouquinho.
Sentiu o quê?
Uma sensação que ia explodir
E isso lhe causou desconforto.
Não
Ele mandou fechar a boca e respirar pelo nariz para poder aliviar.
276
E depois melhorou?
Melhorou bastante.
Qual a sua opinião em relação à ajuda do técnico?
Em relação a ele achei bastante profissional me explicou tudo direitinho e me acalmei mais.
Desses cuidados o que vc achou mais importante.
O mais importante foi à preparação dele que ele passou pra gente foi bem seguro, explicou direitinho o que ia
acontecer ia sentir um pouquinho de calor.
Vc acha importante passar essas informações.
E importante e é uma coisa para você ficar segura.
Dos cuidados que vc recebeu atribuísse uma nota de um a cinco.
Cinco
Vc tem alguma sugestão a dar
Não.
66. GS, sexo masc, 37 anos, osteomielite hipotrofia perna O2 HB 2
a
vez na terapia
Eu queria que me falasse um pouco sobre a sessão hiperbárica?
Eu gostei muito como eu estava com um ponto de infecção que não queria cicatrizar nesse período que vim fazendo
a hiperbárica no mês passado pra cá estou me sentindo melhor graças a Deus estou bem melhor.
Em relação ao equipamento que o sr° esta se tratando o quê que o srº acha.
Não tenho nada a declarar eu gosto.
E do aspecto do conforto.
Pra mim é normal não tenho nada a declarar em relação a isso.
O sr° me falou sobre sua dor de cabeça e dor de ouvido, pode me dizer quando o sr° sentiu isso.
No inicio quando eu vim fazer as primeiras sessões, a dor de cabeça era mais intensa.
O sr° sentiu essa dor e chegou a avisar o técnico.
Avisei.
E o quê que ele disse.
O ouvido ele olhou disse que estava normal e que a dor de cabeça seria uma gripezinha o catarro preso alguma coisa
assim.
Doía a cabeça, doía a face o quê que doía?
No inicio doía ate a arcada dentaria, testa e o lado direito
Não era bem a cabeça.
Não, era à parte da testa, depois que comecei a fazer o procedimento ai aliviava.
Que procedimento o sr° fazia.
Tampar o nariz fazer a compressão, tentar colocar o ar para fora.
Parava ou melhorava a dor.
Parava depois foi sendo eliminada.
O que o sr° achou dos cuidados que recebeu pelo técnico.
Ótimo, não tenho nada a declarar de ruim.
Vc acha que contribuiu para melhorar.
Contribuiu.
Me destaca um cuidado que o sr° acha mais importante lá dentro da câmara e por quê?
Colocar a bala na boca engolir a saliva que e mais importante e um dos procedimentos que eles passa pra gente que e
importante.
Eu queria que o sr° desse uma nota dos cuidados que recebe lá dentro de um a cinco.
67. SMCS – sexo feminino ,29 anos, desenluvamento pele perna c/ fratura exposta por atropelamento (aguda)
O2 HB
Eu queria que falasse sobre a sessão hiperbárica?
Interessante não conhecia esse método da medicina a minha medica disse que esta melhorando bastante o local.
E o ambiente da câmara o quê que vc acha.
Muito interessante e assustador
E em relação ao conforto.
Fico deitadinha fico confortada apesar de que me incomoda ficar deitada.
Vc já sentiu alguma coisa durante a sessão.
277
Não, só no dia que eu estava com febre, me sentí abafada com calor e queria que acabasse logo.
O ouvido.
Normal tampa fechar depois.
Já sentiu dor.
Nunca sentir dor nasal, no ouvido.
O quê que vc acha dos cuidados que vc recebe dos técnicos.
São ótimos sempre pergunta se esta sentindo alguma coisa, ajuda a colocar a mascara que e meio complicada, a
mascara eu uso deitada.
Dos cuidados que vc recebe lá dentro qual vc acha mais importante. Por quê?
A colocação da mascara e mais importante ate por que e para respirar, para não escapar o oxigênio. O colocar da
mascara e o mais importante.
Desse uma nota de um a cinco dos cuidados que vc recebe.
Cinco, muito bom da porta da frente à saída.
68. JP - sexo masc, 39 anos, lesão infectada hálux, 28.07.05. Barotrauma
Queria que vc me falasse sobre a sessão hiperbárica
Muito bom né, muito boa, e ta dando resultado, atendimento excelente das pessoas que acompanham a gente, então
to adorando
Me fale sobre ambiente
Muito bom, muito bem equipado não é muito bem preparada e volto a salientar as pessoas no seu mérito de trabalho
são muito bem orientadas, bem preparadas isso eu percebi desde a 1
a
sessão
Essa pressão no ouvido
Chegou a incomodar, mas eu fiz a manobra como me foi passado e logo passou
Que manobra você fez
Essa como se chama à aspiração, da saída do ar pelo ouvido
S isso?
Só isso
Depois desse procedimento passou
Passou
Isso aconteceu em que sessão?
Depois da 3
a
Isso já aconteceu em alguma outra sessão? Não
Durante p tempo que você fica no inteiro da câmara fica sendo cuidados pelos técnicos o que você acha dos cuidados
Hesitação
Eu acho os cuidado padrão ne, mas a pessoa tem assim o calor humano né a preocupação aquela coisa de você ta
fazendo tudo direitinho, né tudo ótimo, normal, perfeito!
Do que você observou me destaque um cuidado mais importante e disse porque
Eu acho que é o calor humano
Atribua uma nota de 1 a 5
Eu dou 5
69. RFP¸ 55 anos, sexo masc , , amputação pododáctilo, revascularização com lesão infectada. 2
a
vez na
terapia. Fez 20 sessões. Retirado da câmara pó ansiedade, não queria ficar. Relato no livro de ordens e
ocorrências em 21.07.05.
Quero que o sr fale sobre a sessão hiperbárica eu tinha feito na aliança a ponte de safena e eu fiquei por meses lá 90
mais ou menos 90 dias pra fechar e aqui em 10 dias um mês e aqui o resultado foi total, em 8 dias fechou aqui e essa
ponte daqui
O sr infartou?
Fui fazer a cintilografia e o cateterismo
Né mole não
O Sr. Usa medicação?
Uso várias medicações e a insulina um grupo de medicações para a parte cardíaca
Repetiu o nome das medicações por duas vezes
O que o sr acha do ambiente da câmara do equipamento
O que a hiperbárica?
Eu não conhecia não, mas acho a aceleração da cicatrização.
278
Mas em relação ao equipamento, como o sr sente em relação ao ambiente?
Bom... (pausa) eu não sente calor, não sente frio, só a sensaçãozinha assim que começa logo, que dá.... Ali a
sensaçãozinha... Dali pronto. O sr sentiu o ouvido
Não só senti no primeiro dia que eu não sabia, mas depois agora eu já to craque
O que o sr sentiu no ouvido
Só aquela compressãozinha no ouvido
O senhor descomprimiu como?
Tampou o ouvido
Depois da orientação
O se melhorou mas nunca mais tive não
O que o sr acha dos cuidados que recebe Pausa
É bom é ótimo eles trata todo mundo bem aí auxilia em tudo, tudo que pergunta ele responde, leva as coisas a ele eu
gostei.
O sr destaca um cuidado pra me dentro da câmara.......Qual o mais importante
Eles têm um treinamento uma dedicação que uma coisa que abserva ele o suor ele mandou o rapaz olhar e era o suor
essa dedicação que eles tem aí e o treinamento dele tudo não para, mas tem que reciclar por enquanto ta ótimo!
Porque o sr acha que a atenção
Porque a pessoa que nunca entrou numa câmara e quando ele presssuriza fica todos eles tem a maneira de controlar a
pessoa e acalma a pessoa e controla e eu mesmo um dia mesmo antes se eu ia fazer uma tomografia e eu fui entrando
e eles dizendo que não pode desligar e aqui eles não e o pessoal e eles acalmam o treinamento pode e eles podem
melhorar ainda mas por enquanto eu achei válido
Atribua uma nota ao cuidado que o sr. Recebeu
E eles treinado tudo tem que sei lá eles trabalha com pessoal de certa idade, tem que confortar o pessoal esclarecer
as coisas que ninguém sabe eu vi na Ana Maria Braga e o tratamento que eles está dando aí eu dou 5
Pra melhorar aqui só colocar outra câmara?
70. RJB – sexo masc. , 67 anos, úlcera crônica infectada 21.08.05
Fale sobre a sessão hiperbárica Eu achei ótimo
A bota Dr. Ítalo não botou mais o qual não conseguia ficar bom mas com a hiperbárica eu
E da câmara o que o sr
Eu tava com problema no ouvido e aí foi ótimo. Não depois que eu passei 4 dias depois que tira o abafador passou oi
normal o sr sentiu essa dor dentro a câmara
Lá é normal quase todo mundo que vai lá sente essa dor
O sr avisou
Ele perguntava e ele mas eu não fiz eu senti mas depois que f
Melhorou antes de fazer o tratamento aqui continuou a dor suspendeu e eu fui no otorrino
O que o sr acha dos cuidado
Ótimo me trata muito bem lá né, ele vai explicando tudo pra pessoa, sse está sentindo alguma coisa né
Dos cuidados o que o sr achou mais importante?
Todos eles a mesma coisa. O sr conseguia colocar a mascara sozinho?
Eu achei importante porque eu ainda não sabia, mas mesmo a gente colocando ele vem e vai olhando e eu vou fazer
o que mas no início logo o que tava pegando só era ouvido
Eu acho que quem pediu foi o Dr. Ítalo
Dê uma nota ao cuidado que o sr recebe?
Isso aí eu só tenho a dizer que tudo foi ótimo não teve nenhum que fosse melhor
Eu dou a nota melhor que tiver Eu dou 5
71. DM, sexo feminino, 58 anos, hemiplégica a E, lesão isquêmica pé E.11.07.05 Interrompeu as sessões por
Vômitos coercivos no quarto hospital
Fale sobre a sessão hiperbárica
A terapia hiperbárica é uma complementação que vem trazer as pessoas um melhoramento uma complementação de
melhoramento
Eu achei um ambiente muito bom são todos jovens que dá atenção as pessoas mais velhas com todo carinho Eu
gostei muito foi pena que eu não pude ficar mais dias
Em relação ao ambiente
279
Achei interessante Achei muito bom as pessoas que nos levam para a câmara que o mínimo que você sente eles
estão juntos
Desses cuidados o que a sra achou?
Gostei porque ele não só ajudou o meu tratamento como a pessoa mais velha se sente bem no ambiente em que os
jovens dão carinho
ótimo Já ta ficando boa já
A sra já sentiu alguma coisa
O ouvido no inicio doeu um pouquinho e eles dão aquela água,. Marcos me deu aquela água e passou rapidamente do
2
o
dia em diante não precisava mais ele dizer eu já utilizava os métodos
O que a sra achou dos cuidados?
Ele dá muita atenção. Por exemplo o Marcos que ficou com a minha turma eu tava um pouco tossindo ele vinha
tirava a náscar ae perguntava se já estava bom p´ra poder voltar
Porque
Poruqe hoje em dia é difícil os jovens estão se volvtando pra droga pra outras coisa na maior alegria tratando a gente
super bem eu já tinha dito hoje eu gostei tudo novinho
Eles são muito atenciosos
De uma nota de 1 a 5
Eu daria 5 porque eu estaria sentindo porque é como eu expliquei de ver aqueles jovens tratar a pessoa tão bem que a
gente parece um menino que sempre que o melhor ir pra frente.
A melhora que esperasse todos que tivesse a divisão , 1
o
horário de 7 as 8 e que todos tivessem a oportunidade
72. AA, 71 anos, sexo feminino, necrose pé E com exposição óssea. 26 sessões 30.04.05
Fechava os olhos durante a entrevista
O que a sra achou
Foi bem.. foi bem... achou que teve melhora é...
O que a sra achou da câmara
Uma coisa boa
Não ter uma pessoa só
Pra me foi eu não reclamei
A sra gostou?
Hesitação, pausa prolongada
Podia melhorar mais. O tempo a gente passa duas horas ali sentada
Já sentiu alguma coisa
Não Nada
O que a sra achou os cuidados que a sra recebeu
Eles eram muito bons pra me né?
O que a sra achou mais importante?
O cuidado dele com a gente assim
Como assim?
Se agente tava sentindo alguma coisa
Atribua uma nota de 1 a 5
Dou 5 mesmo
73. JCM, sexo masc, 58 anos, insuficiência arterial, lesão calcâneo, obesidade (leve) chorou durante a
entrevista.
Me fale sobre a sessão hiperbárica
Eu acho uma coisa assim surpresa e ao mesmo tempo eu não esperava que a pessoa adquirisse saúde principalmente
através da respiração a câmara é confortável todo mundo é muito atencioso e eu procuro sempre orientar para
acalmar para ela eu acho uma coisa o próprio médico e isso emociona mesmo (chora) eu não sabia que existia um
negócio desse para nos tratar
Importante na nossa vida não é eu não sei porque muitos médicos não conhecem isso aqui pra me isso é muito
impressionante como eu fiz como essa vizinha, eu procuro transmitir isso pe uma benção de Deus e eu não sei
porque não existe outra câmara em Salvador.
Sentiu alguma coisa
O ouvido no 1
o
dia
280
Senti uma dor no ouvido pensei em ser consultado e daí passou dar uma chupada na bala isso é uma coisa que vai
evitando e vai melhorando
O que acha dos cuidados
Maravilhosos (chorou junto com a esposa) eu acho o Marcos uma pessoa espetacular ele tiro lá dentro sempre se
preocupa se ta apertado a máscara todos são ótimos
Dos cuidados me diga qual é o mais importante
Mais importante lá dentro meu Deus (pausa)
Eu acho pelo que eu vejo do trabalho..... O mais importante é se preocupar se tem o mais importante pra nossa saúde
é respirar e essa preocupação porque será que ele bota tão perfeito pra poder respirar pra não deixar esse ar sair pelo
nariz nem nada e essa atenção é o mais importante pra nós
Dê uma nota
Eu daria 5 porque não é só aqui adiantar a roupa Nice me adianta a roupa, a atenção desde a recepção até os mínimo
Nota 5
74. CGS, sexo masc, 73 anos, amputação transmetatarsiana , úlcera plantar infectada, olho E cego. . Fez 5
sessões interrompeu p/ fazer prostatectomia
Fale sobre a sessão hiperbárica
Olha é o seguinte , até o momento eu não posso dizer nada porque são 3 vezes parece, eu não vi nada fora do comum
, ele disse um monte de coisa que eu faço esse negócio eu não entendi as coisas que ele disse que fazia não sei o que
no sangue, tudo bem, mas até o momento eu não achei melhora porque são só três dias tb e , mas eu queria fazer a
sessão completa e aí insistia porque eu vi que sara mesmo e o pessoal eu vi sarado pelo menos eu não vi ainda até o
momento então eu não posso dar uma definição eu não senti diferença nenhuma, não sei se completando a sessão dó
depois disso é que eu vou ter a certeza que as coisas vão melhorando, eu quero ver pra crer
Fale sobre o ambiente hiperbárico
Muito bom, muito legal só não gostei porque meu ouvido doeu demais (risadas)
O sr não conseguiu fazer?
Não, ele parava um pouco, depois ele mandava inspirar, fazer aqueles exercícios que a gente faz de expirar, engolir
a saliva apertar o nariz puxando assim, fazendo assim, aliviava
O sr disse q estava gripado .....
Foi .... Eu disse porque eu to sentindo e os outros não sente
E ele disse então
Eu to sentindo a uma dificuldade um pouco a laringe ta entupida
Quando ele parava fazia para executar as manobras que ele mandava melhorava e até o final não dói mais. A 1
a
vez
foi assim, fui dando continuação, já na 2
a
em diante terminou de fazer já não doía mais, fazia normalmente
O que o sr achou dos cuidados que recebeu?
legal as pessoa agradável , dá as orientação legal segura, gostei
Qual o cuidado mais importante?
Orientou que ele me orientou, esses problemas se estivesse doendo podia estourar o tímpano não sei o que lá, e
começa a sair sangue pelo nariz demais, que se não adaptar ele falou fala comigo, que então os exercicio que ele me
dedicou eu achei muito importante, ensinou, faça assim, mastigue, faça assim, e assim me aliviava, e esses
exercícios que ele me ensinou eu achei importante
Atribua uma nota de 1’ a 5
Eu ache muito bom vou dar o 5 não tenho nada a falar a respeito não eu gostei
Não posso dar sugestão não entendo mesmo, e aí só Deus. Só os exercícios mas o resto é legal é bacana
75. RJJ, sexo masc., 30 anos, tromboflebite obliterante, artralgia intensa, 19.07.05
Fale sobre a sessão hiperbárica
Eu acredito que de resultado, né viu porque é uma coisa, é a 1
a
vez que eu faço, meu dedo mesmo ele tava bastante
roxo e ta melhorando eu acho que vai dar resultado
Sobre o ambiente
Eu acho, não tenho nada a dizer não, ótimo, acho confortável trata a gente muito bem, não tenho dada a dizer não
O que vc acha dos cuidados
Melhor possível, trata você muito bem, na hora de colocar você mesmo explica tudo direitinho a pessoa ta sentindo
uma dificuldadezinha ele começa a explicar
Já sentiu alguma coisa
Na 1
a
eu já senti
281
A dor no ouvido?
E aí ele explicou para segura o ar aqui dentro na boca e expulsa o ar
Só senti até a 2
a
Qual o cuidado mais importante
Rapaz, eu acho que o mais importante é que quando a gente chega e vai fazer logo o tratamento começar o
tratamento e a pessoa chega meio confusa e ele explica e a pessoa fica tranqüilo, ele explica toda a situação e fica
mais tranqüilo é fundamental
Atribua uma nota aos cuidados
5 O cuidado lá é muito bom
76. SMRG – sexo feminino. , 56 anos, port lesão isq.
A sessão hiperbárica
Por enquanto eu ainda não posso dizer uma coisa assim fixa, mas quanto ao tratamento o tratamento é ótimo, a gente
é monitorizada, não tenho o que dizer não. Eu que tenho só 2 dias não tenho muito a dizer. As outras pessoas dizem
sempre que é ótimo, que é maravilhoso, pra me é ótimo, eu ainda não posso dizer, mas em termo de dizer que
melhorar não tenho o que dizer
A sra já sentiu alguma coisa
Senti o ouvido, a mesma coisa quando eu viajei de avião e aquela coisa assim, senti o ouvido assim, mas apertei o
ouvido assim como se tivesse tampando o ouvido ficou meio dolorido a 2
a
vez ficou dolorido marco mandou eu
fazer assim o exercicio, queimado me deu água e aí passou
O que acha do ambiente da câmara
Eu acho um luxo, eu acho tudo organizadinho, tudo controlado, tem as pessoas que trabalham, são assim atenciosas
eu acho que são pessoas que vestiram a camisa desse projeto e são atenciosas ta sentindo alguma coisa, e ficam ali
assim ligados, e se a pessoa tiver de sentir alguma coisa é que tem que ter mesmo, não por falta de cuidado
O que acha dos cuidados
Acho ótimo. Eu não tenho o q dizer aqui, nessa sessão e na outra também de curativo eu fui bem monitorizada pelo
pessoal, o pessoal é ótimo daqui, e que a gente não ta acostumado a ver funcionários assim devotos , que vestiu a
camisa do projeto, eu não tinha visto ates assim, a 1
a
vez que eu vim aqui esse Dr Paulo foi um gentleman aqui
comigo e o pessoal foi atrás também e todos que estão aqui o pessoal passa fala como vai a gente se sente em família
aqui sabia da portaria até aqui dentro, o 2
o
dia que eu estou aqui e eu senti da portaria até lá dentro
O que a sra acha dos cuidados que recebe
No 1
o
dia ele procurou me deixar a vontade me monitorizar isso dá uma segurança para gente que nunca foi ele te
deixa a vontade u mesmo fiquei a vontade meia hora depois da câmara ele me deixou relaxada não só a me como a
todos criou esse vínculo no dia em que mandarem M. para outro ele deixa a gente a vontade a gente fica com medo
por ser uma coisa assim desconhecida ele fala que tira o medo da gente, a gente relaxa e aí fica tudo bem
Dê uma nota de 1 a 5
Eu dou 5 se fosse mais eu daria mais
77. EPJ, sexo masc, 25 anos, grande queimado tórax, pescoço e braços
Fale sobre a terapia
É Eu acho boa, eu acho que tem procedimento, eu acho que to dando muito bem com ela
Sobre o ambiente
Muito bom lá dentro o paciente fica muito a vontade
Vc já sentiu alguma coisa lá dentro?
Não
O ouvido só a primeira vez, senti tapando o ouvido ele mandou engolir a saliva e depois passou isso foi na 1
a
sessão
Fale sobre os cuidados
Ótimo Charles é uma pessoa muito boa trata a gente ótimo
Qual o cuidado mais importante explique p
Eu acho que é ele me botar na maca e depois me botar lá dentro eu me boto em 3 macas. Porque eu estou sem
possibilidade de andar né e ele precisa me ajudar
Atribua uma nota ao cuidado
5 são muito bons
Sugestão
Não conheço muito bem o aparelho não, ta bom demais
282
78.EC, sexo feminino, 52 anos, fratura exposta tíbia e perônio, uso de fixador externo –
Fale sobre a sessão hiperbárica
Eu acho muito bom esse tratamento eu achei que evoluiu muito, acelerou a cicatrização e acho isso muito importante
pra cicatrização, essa hiperbárica
você começou a falar sobre a expectativa que você criou... que não conhecia....
eu fiquei preocupada em ter alguma rejeição em relação a entrada não conseguir ficar ou se algum problema assim de
medo de ficar assim ambiente fechado mas graças a Deus não houve problema nenhum, eu comecei pela manhã não
é, nunca tive problema nenhum, foi tudo ótimo
Você já sentiu alguma coisa?
nunca sentiu nada...
Como é a sua permanência na câmara no inicio?
Tranqüila tudo normal, eu fazia com a bala né Na sessão da tarde mudou um pouco eu preciso compensar
O que acha dos cuidados
Os cuidados são excelentes, fantásticos os meninos daqui são de ouro, todos eles tratam a gente muito bem, são
muito bons mesmo, eu to sempre elogiando eles
Destaque um cuidado
No inicio , Hoje a gente ta mais habituado a fazer tudo sozinha né, eles tão sempre preocupado com o negócio do
abafador do ouvido, e eles dizem olha futuramente vocês podem ter algum problema de ouvido, aí a gente não quer
colocar, a gente bota se quiser, mas eles estão sempre mostrando (dá risada) eles estão sempre ta acontecendo
alguma coisa, e a máscara ficar tirando ´porque.... Eu acho que é a máscara, né o mais importante porque o que você
faz é a oxigenação da perna, tratar a enfermidade né, a cicatrização da perna o que faz é a oxigenação né? Atender a
cicatrização. Eu até soube que essa oxigenação o organismo não atende mais é? O meu médico me falou hoje que o
organismo passa não atender mais
Atribua uma nota aos cuidados de 1 a 5
Eu daria 5
Sugestão para melhoria
Dá risadas.....
79. ZSFC, sexo feminino, 69 anos, necrose e rompimento tendão Aquiles
Fale sobre a sessão hiperbárica
Eu achei ótimo não tenho o que dizer o pessoal que atende é atencioso é maravilhoso tudo bem eu to adorando e to
bem mesmo, graças a Deus
Como
Já ta fechando o lugar do ferimento, demora, né a ficar logo boa mas eu tenho muita fé em Deus e eles estão sempre
ali junto tudo o que a gente precisa
Fale sobre o ambiente
Eu acho o ambiente maravilhoso tudo ótimo, me sinto muito bem
É na hora que bota o fone né a hora que bota a máscara né e ai eu disse a ele e ele parou e e perguntou e eu disse a
ele o que é ele faz aquele gesto na boca né depois me deu água e eu melhorei quando foi sábado eu tive de novo aí
parou estava resfriada
Eu tenho problema de alergia eu só fico meio rouca e o nariz entope não é pela câmara
A dor no ouvido aconteceu na 1
a
e 2
a
, e não tive mais e na última
Já sentiu alguma coisa?
Ele mandou chupar bala e beber água
A dor passou ou melhorou
Passou agora no sábado eu fiquei admirada
Fale sobre os cuidados
Não é fazendo média não, com eles não , mas eles são ótimos, são muito atenciosos atendem a gente muito bem se se
precisa de alguma coisa a gente tiver sentindo dificuldade, eles param , eu chamo logo né, mas tudo é ótimo to me
dando muito bem graças a Deus
O que acha mais importante Destaca um cuidado
É o cuidado né.
Me explica
283
Assim de estar presente o que a gente precisa eles vem, manda parar o andamento que está pra poder atender. Todos
são mas este na hora que a gente tá ali precisando né e eles estão ali.
Mas porque?
Venha cá se não tivesse o que seria da gente né, porque imendiatamente eles vem ta ali presente em tudo (ficou um
pouco nervosa com a entrevista)
Atribua uma nota
5
Terminou com risadas
80. MMS – sexo feminino, 56 anos, erisipela infectada, amputação dos dedos pé, tem o hálux
Fale sobre a sessão
Quando o dr falou a palavra hiperbárica não era mais novidade, quando eu operei a perna direta, o médico lá no
canela disse que tinha que fazer eu fui fazer, só que na época eu não consegui fazer porque era caríssima, mas só
tinha lá em Ondina , lá perto do Pastel Mel, meu plano não cobria , Porem quando foi em 2002 um amigo meu disse
que aqui tinha eu vim pra aqui mas o médico disse que eu não estava precisando , passou quando agora em 2005 eu
tive esse problema no foi aqui agora eu tive esse problema no calcanhar direito .mas quando eu cheguei aqui mesmo
com as orientações dos instrutores, eu senti muito medo quando eu vi aqueles negócio assim redondo o que eu mais
perguntava como é que eu vou sair e aí ele me explicaram tudo e quando eu entrei eu ouvi tátátátá eu olhei um
negócio estranho. Quando eles falavam vai descer, como é que eu vou sair, como aqui é o mar eu olhava pra uma
lado olhava pra o outro e nada de ver água, olhava No 1
o
dia eu senti os ouvido doerem e aí eles me explicaram que
tinha que respirar, aquelas instruções que eles dão. Aquela 1
a
semana toda foi uma semana de pavor todo mundo
dizia assim D..... a sra agora tem que tomar banho pra se arrumar para ir para Hiperbárica e aí o coração fazia tátátá
disparava e a pressão aumentou mas sem preocupar
essa palpitação apareceu dentro da câmara.
Era Meu coração disparava, e a pressão, só sentia palpitação, mas depois chegou umas meninas que começaram a
contar piada que eu até esquecia que a hiperbárica existia e aí eu relaxei por completo, até o dia que eu saí com os
ouvidos muito doendo que o médico aí olhou e disse que não tinha nada e mandou fazer exercícios com o maxilar
que melhorava e que foi que eu respirei na hora errada eu engoli oxigênio pelo canal errado
Em relação ao ambiente me fale sobre o seu medo
O ambiente era bom, justamente por isso a gente conversava com todo mundo, era como se eu tivesse sentada assim
numa sala de espera. Só um dia que eu me senti mal lá dentro a vê se a sra guenta ficar gente vai morrer aqui
embaixo da água e ninguém vai ver mas aí foi normal. Sentia dor no local da lesão
A dor no ouvido sentiu até quando ?
Uma semana
A sra avisava ao técnico?
O que ele orientava?
Ele mandava e eu bebia água, me dava bala e chupava bala e apertava o nariz e a dor
melhorava , passava
O que acha dos cuidados
Achei espetacular, muito bom mesmo, muita atenção
Destaque um cuidado
Quando ele via assim, por exemplo eu que falo demais como uma periquita, quando ele me viu muito calada, assim
meio sonolenta, ele vinha e dizia D. a sra está sentindo alguma coisa? Porque a sra não está falando hoje? O que a
sra está sentindo? A sra está sentindo alguma coisa? Fale. Aí eu tava soando muito, aí eles faziam com que a
ventilação chegasse mais até me, me trocaram, foi o que eu achei mais importante foi esse cuidado, eles me trocaram
de posição pra que eu não soasse tanto como o que eu vinha soando porque eu saía de lá de um jeito que tinha que
mudar roupa, assim que saí de lá tinha que trocar logo a roupa tava encharcada. Eu fazia com a do hospital, porque
não tinha como eu ficar me locomovendo
Atribua uma nota aos cuidados 5
Eu reclamei do pessoal da enfermagem do hospital eu tomava o café as 3he meia da manhã teve um dia que o grupo
de enfermagem me respeitasse isso eu conversei com a gerência, mas melhoraram
81. MAR – sexo masc. , 58 anos, lesão perfurante por prego, infectada de dif cicatrização, 20.08.05
Fale sobre a sessão hiperbárica
Acho interessante, eu nunca tinha visto pela 1
a
vez, e ai to gostando, achando que ta cicatrizando rápido
principalmente a 1
a
parte que foi aberta pelo dr ìtalo
284
O sr disse que sentiu um abafamento no ouvido, me fale
Pela pressão assim sai as vezes uma água assim entendeu, e até as vezes quando eu saio fica assim, mas é normal é
suportável
Avisou ao técnico
Avisou
Eles dão uns queimado, uma balas assim pra gente mastigar e aí alivia, resolveu
Em relação ao ambiente
Eu achei tudo... tudo normal, tudo tranqüilo, os meninos legal, companheiro também.
O que acha dos cuidados
legal tem uma vez que houve uma bobagenzinha mas isso em toda situação de trabalho acontece né, o sr disse em
relação ao que? mas o atendimento em geral talvez um atende mais do que outro, em todas as instituições tem um
mais interessado , mas tudo vai da dedicação de cada um né (deu risadas), mas não preocupa não
Destaca um cuidado
Sobre o atendimento lá? Eu não tenho nada anormal não, realmente tratam bem, como eu sou da área, não tenho
nada a falar sobre os meninos isso tb vai dos pacientes, as vezes irrita a pessoa, as vezes o quadro de funcionário é
pouco, no meu caso eu fico só quando termina a sessão, ta tudo normal.
Dá risada
Mas qual o mais importante dentro da câmara
Na câmara o que acho diferente deles eu nem sei porque é a 1
a
vez que eu participo, bem colocar aquela máscara, o
protetor do ouvido ta sempre ali orientando, ta sentindo o que?
Atribua uma nota de 1 a 5
Ótimo, muito bom, daria 5
Dá risadas Eu acho o atendimento deles excelente, ta entendendo?
82. JSS – sexo masc, 54 anos, osteomielite de coto remanescente da amputação parcial do pé E., 2
a
vez na
terapia
A 1
a
sessão que eu fiz senti bem né gostava de fazer chupando aqueles queimados na hora necessários
Em relação ao ambiente
Ótimo, o instrutor muito bem informado ele informava o que ia acontecer antes com a gente na hora ele explicava
tomava um liquido ele oferecia uma água pra gente na hora eu não tomava não mas eu me sentia bem. Tinha
momento que eu sentia assim, aquele calor quando desligava o oxigênio não sei bem mas depois voltava ao normal
O sr disse que sentia o ouvido...
Uma dor fina
Em qual sessão
Logo nos 3 1os dias
Essa dor o que
Eu comunicava ao instrutor ele parava a sessão, mandava engolir a saliva e dava uma bala pra gente chupar
Esse procedimento parava a dor senão eu não tinha condição de continuar
O que acha dos cuidados
Ótimos muito bons
O cuidado mais importante
O abafador e a máscara ele só me ensinou na 1
a
vez eu aprendi rápido eu depois eu usava normal sem o auxilio
dele....Ele ensinou e, eu e várias pessoas pegou aquele ensinamento dele fácil, e que a gente sentia confortável na
hiperbárica que a gente mesmo chegava e a que agente mesmo resolvia colocar na hora e ele dizia tudo pronto e tudo
bem
Atribua uma nota
4 ou 5 bom ou ótimo.
Discriminar um horário de inicio, não esperar alguém localizar, isso ficava puxado atrasa o lado de quem mora
longe
83. TSR – Sexo masc, 32 anos, DD II – 2
o
acidente de mergulho
Fale sobre a sessão hiperbárica
Eu achei bom, tive uma melhora mais rápido do que a outra do que o acidente que tive, eu levei só 8 dias na outra
levei 3 meses no HGE e 2 meses no Sarah pra me realibitar e voltar a andar
Sobre o ambiente
285
Tudo bom ótimo
Pausa- Falou com o médico sobre o Sarah
Me fale sobre a sua convulsão na câmara
Eu senti uma falta de ar, aí o rapaz falava respira que tem ar aí eu tive a convulsão eu mordi até o rapaz na barriga
Como foi depois
Não senti nada,
Fale sobre os cuidados
Òtimos
o me lembro de quase nada
Ele sempre falava que tem oxigênio
O mais importante
Ele sempre dizia pra mim calma calma a máscara te com ar, sempre me acalmando
Como vc saiu do barco?
O problema de mergulho é que tem que tomar oxigenio
Atribua uma nota de 1 a 5
84. CQGS, sexo feminino, 26 anos port paraplegia, , úlcera pressão por TRM, dermatografismos, 28.07.05
Fale
Isso foi uma alteração psicológica porque eu estava usando a máscara e eu estava com dificuldade para respirar, mas
aí já foi o incômodo da máscara e quando eu me saí senti um incômodo na testa saí com a cabeça meio pesada, mas
eu saí daqui fui dirigindo fui pra casa numa boa,
Fale sobre esse medo
A pessoa fica lá dentro né num lugar fechado você sabe que quando você está lá dentro numa pressão diferente daqui
de fora se acontecer alguma coisa não pode abrir rápido tem que aguardar e a gente fica com medo de alguém passar
mal acontecer alguma coisa e essa semana tb eu não sabia que qdo a umidade ta alta no 1
o
dia saia uma fumaça no
final eu não sabia e eu olhava pra cara de todo mundo, bem deve ser normal e tava todo mundo na boa e meu eu
fiquei quieta eu não tinha ouvido nenhum comentário a respeito.
Em relação ao ambiente
Você fala em relação ao que a ser confortável
Meu receio foi só no inicio depois acho que todo mundo fica ali confortável tem espaço suficiente pra todo mundo
Da sua alergia de contato como fica com a máscara?
A eu fico um pouquinho vermelho aqui, mas só fica um pouquinho aqui (na face) depois passo, não fica muito
vermelho depois eu vejo uma sombra.
O que vc sentiu no 1
o
dia?
Eu senti abafar, aí eu fazia a manobra do nariz eu ficava engolindo, mas achei que a ansiedade atrapalhou um pouco.
Depois da orientação do técnico passou?
Isso foi no meio da sessão. O ouvido passou depois que eu saí de lá
O que achou dos cuidados
Excelente
Eu acho o que mais incomoda é o ouvido em relação às manobras ele explicou sobre uma dor que a gente pode sentir
na cabeça isso foi o que incomodou mais
Atribua uma nota de um a cinco
5 Não tive problema nenhum eles são ótimos excelentes
85. LCS – sexo feminino, 66 anos, isquemia do coto amputação dedos pés, isolamento de contato
Fale sobre a sessão hiperbárica
Òtimo, a explicação que os médicos me disseram eu to observando por enquanto eu não vi resultado tem poucos dias
parei por conta da cirurgia.
O ambiente
Achei ótimo,
Já sentiu alguma coisa
Não. No 1
o
dia eu não senti nada ontem ainda deu uma saculejadazinha fica assim tipttiptiptip
Quando sentiu a sensação o que a sra fez?
Nada.
Já sentiu o ouvido?
286
Dentro faz uma zoadinha
Avisou ao técnico?
Não, por besteira por bobagem não falei não.
Depois com a bala passou?
Passou
O acha dos cuidados de enfermagem
Ótimo tem que ser né a gente não tem muita experiência e ele tem que passar pra nós
Destaca um cuidado mais importante e porque
Todos eles são importantes né. Os cuidados dele né. Colocar a máscara porque é o mais difícil pra me não porque é
devido ao oxigênio, eu nunca usei né é a primeira vez né e aí fica mais difícil.
Atribua uma nota
5. É ótimo.
86. JCPA – sexo masc, 25 anos, lesão infectada com perda de substância por esmagamento atropelamento
(crônica) dif cicatrização, com perda do tensão de aquiles – 13.08.05, Barotrauma ouvido em 10.08.06 com
epistaxe na despressurização, ansioso, sem acompanhante, encaminhado ao otorrinolarngolosgista hematoma
em membrana timpânica. Suspenso por 10 dias. Refere dores constantes no local da lesão faz uso de voltaren.
Fale sobre a sessão hiperbárica
Muito bom, os meninos trata a gente muito bem, é o que tem de bom aí, muito bom, não tenho nada pra falar mal
disso aí.
O ambiente
Limpeza, eu acho em primeiro lugar aí, eu vejo demais a limpeza, quando eu vejo a máscara, aí isso é coisa que a
gente vê aí, e a máscara muito limpa, não tenho nada a dizer muito bom... Eu acho o seguinte sempre tem aquele
descanso no meio que recupera o paciente ta preso emenda uma coisa com a outra, nada.
Já sentiu alguma coisa
Aquela bolhinha que dá assim, mas aquilo é o que a pressão só pegar o nariz e puxar um pouquinho que eu aliveio o
nariz soprar um pouquinho.
Avisou o técnico
Não ele mesmo desconfiou Seu Zé o sr está sentindo alguma coisa, e aí ele e disse o senhor abre a boca e fica
normal, eu mesmo resolvo.
Olha ele disse o senhor fecha a boca e isso é normal é normal isso
O acha dos cuidados de enfermagem
Ele ajuda...Bota a máscara tira a máscara...Muito bom
Destaca um cuidado mais importante e porque
O cuidado que ele tem com a gente, ele tem cuidado, principalmente quando ta na cama que eu fico olhando assim, o
paciente não pode sair dali pra nada e a gente pega eles com o braço e bota a gente direitinha, se não prestasse eu
falava...
Poxa eu to doente aqui fora, não agüento andar, o cara pega e larga a gente aqui fora, a gente vai ao contrário, ele não
quer nem que eu ande um pouquinho, querem me botar eu que não quero esse negócio de vim com cadeira eu to aqui
agoniado porque eu vou com cadeira de rodas lá pra cima, Dr ítalo que ta em cima de me pra eu não andar, que nada
rapaz, mas em compensação tem que ser assim mesmo pra fechar o corte, mas... Tudo bem
Porque eu acho que é mais importante...
Explique-me porque
Poxa eu to doente aqui fora ele não quer que eu ande, mas em compensação tem que ser assim mesmo pra fechar o
corte.
Atribua uma nota
Atendeu ao telefone...
Vou dar cinco
87. JCS, sexo masc., 64 anos, lesão por exerese de unha no pé D que não cicatriza, pé diab. – 11.08.05 2
a
vez na
terapia
Depois que eu comecei a fazer a sessão, não é achei um tratamento muito bom, senti como um tapa no tratamento a
perna teve melhora o ferimento tava cheio de secreção esses negócio, to vendo melhora (pausa) aí fala baixo. To
gostando muito.
O ambiente
Eu acho muito bom, o ambiente confortável, acho muito.
287
Já sentiu
Só uma dor no ouvido só... Foi nas 1as sessão apareceu um pouquinho que é normal. Depois com o tempo...
Avisou que ele fez
Ele falou que é normal, vai revertendo aos poucos que pode prejudicar falou depois dessa aí é normal,
A intervenção passou ou melhorou?
Melhorou, diminuiu só foi essa vez.
Segurar a narina fechar a boca e chupa um queimado que resolve
Na 1
a
sessão me conte
Cheguei nervoso, que nunca tinha feito, aí fiquei com aquela ansiedade toda, mas...
O que acha dos cuidados
Acho bom o serviço são pessoas que me dão liberdade e tudo, não tenho o que falar não.
Destacar um cuidado e porque
Acho que todas né, todos o negócio lá é importante mesmo pra todo mundo. No começo eu não colocava sozinho a
pessoa que chega agoniada ele não sabe ele ensina e é muito bom
Uma nota para o cuidado
Dá 5 né acho muito bons os cuidados
Pra me ta tudo bom
88. ASTN, sexo masc, 63 anos, necrose parcial em retalho da reconstrução cirúrgica extremidade do 5
o
pododáctilo por mordedura piranha
Fale sobre a sessão hiperbárica
Eu conheci quando eu vim fazer uma avaliação médica do curso de mergulho e eu peguei os prospectos de vocês e li
que tinha as aplicações terapêuticas, e me lembrei, de imediato ele achou ótima a sugestão indicações e eu liguei para
mais dois médicos de minha confiança, e eles acharam ótima a sugestão eu acho que o povo não tem muita
experiência nisso, na oxigenioterapia hiperbárica, talvez isso seja novidade, todo mundo aprovou aí eu vim aqui e
tava no plantão de Ítalo ele olhou e recomendou pra eu fazer 10 sessões e pronto hoje é a 10
a
. E o médico? O médico
de lá ele só fez me assustar dizer que tava com uma necrose e tinha que fazer para aquilo e aí Ítalo disse que tinha a
possibilidade de interromper se não conseguisse fazer faria um desbridamento hoje que ele vai avaliar a situação
Vc teve duas vivências, no teste...
David foi junto comigo
Uma no teste da câmara e outra como paciente me fale
Com o João foi uma coisa charmosa, vamos dizer assim entrou e ficou mostrando a voz e nhenheeeem, o negócio
assim com a pressão me explicando tudo e eu tenho uma necessidade de entender as coisas e tomar minhas decisões
e tenho um certo preconceito com médico, e então eu preciso que o médico me explique tudo porque médico tem a
tendência de dar ordem e eu não aceito, então eu exijo que ele me explique, eu entenda e eu decida, Estou no médico
fazendo uma consulta então ele me explica e a decisão obviamente é minha, o David me deu uma aula e eu fiquei
encantado. Na fase como paciente não foi uma coisa charmosa eu e o médico me dando instruções tava e um bando
de gente arrebentada, pé podre então não é uma coisa charmosa, mas, me dava a sensação de que estava tendo um
processo de proteção contra bactérias e oxigenar as pontas e que no fundo no fundo quando eu fiz a sugestão eu
queria era justificar porque eu como fumante não quero deixar de fumar, dando uma oportunidade ao meu organismo
de ter uma oxigenação adicional e eu continuar fumando meu cigarro, diminui pra menos da metade.
O ambiente
Eu não entendi porque a altura do banco é tamanha que precise botar aquele banquinho, só achei deve ter uma
explicação deve ser mais alto do que o normal. Hoje descobri que o banco tem regulagem, de frente e pra trás e pra
reclinar, duas das sessões o rapaz que ta queimado que fica lá na cama não veio e aí como eu sou o menos estragado
do grupo ele disse alguém quer ficar na cama? Aí eu brucutu, achei uma maravilha é muito mais confortável sem
dúvida nenhuma e dá a sensação que o fluxo de oxigênio circula mais, mas me dá uma sensação mais confortável de
estar deitado na cama, pode ser uma coisa psicológica e aquele plástico é muito antipático aquele plástico azul da
cadeira, é horrível, mas eu não sei se tem um material mais... Bem assim confortável tem, mas se pode, se é
asséptico, mas eu acho ele desconfortável.
A dimensão da câmara pareceu confortável para esse tamanho de gente, a velocidade de pressurização me pareceu
confortável a balinha é uma coisa imprescindível, a balinha permite que a velocidade de pressurização ele vá
pressurizando um metro a cada 2 minutos, 2m/min né? É teve um dia que o Silveira mandou parar parou testou o
cara deu um bombonzinho, né? Nesse aspecto à parte de pressurização eu achei confortável à parte de
despressurização também eu achei. O 1
o
dia que eu fiz a tarde que tinha uma pressão maior acho que foi 2,8 tinha
288
uma criancinha que tava do meu lado e a criancinha já tinha feito alguns e a criancinha se comportou muito bem, a
mãe estava no colo da mãe, o menininho de menos de dois anos entrou na câmara e funcionou tudo bem.
Já sentiu alguma coisa?
Senti às vezes, o som fica muito alto e chato, e aí eu pensei em trazer um cd de uma sinfonia, mas a platéia não ia
sentir gostar... Não ia ficar muito bem.
E o ouvido
Eu já mergulho, então eu acho que mergulhar ajuda muito quem nunca mergulhou pode ter algum susto acho que o
desenho da cadeira pode ser mais confortável...A cadeira não é confortável a cadeira não tem uma ergometria não...
Como o meu caso é muito mais simples do que muita gente pra mea era uma situação mais confortável, eu me mexia,
fazendo ginástica na minha simples ignorância, e talvez quem esteja numa situação outra não esteja ligando pra isso.
O acha dos cuidados de enfermagem
Satisfatório, ta treinado pra atender o pessoal que tá ali dentro, se comunicar com o cara ali fora.
Destaca um cuidado mais importante e porque
O trabalho do enfermeiro dentro da câmara?
È
Eu acho que o mais relevante é a simples presença do enfermeiro lá dentro, ta de olho nas pessoas todas e observar
qualquer irregularidade e interferir, isso que eu acho mais relevante é a simples presença dele lá. A operação em si
cada caso é um, caso são casos pequenos, mas porque a presença dele é que é o importante da história. Primeiro te
dá à sensação que qualquer coisa errada tem alguém ali para consertar segundo quando quer uma ajuda qualquer
impecilho que tenha uma máscara daquela ta enganchando eu um procedimento esqueço e cruzo a perna você
descruza a perna, descruze a perna porque senão sua circulação vai...E aí você vai, por umas duas vezes me reclamou
de posições de coisinha erradas assim então acho que a presença dele que é o crítico da história.
Atribua uma nota
Pausa. Entre 4 e 5
O desenho da cadeira pode ser mais confortável, a ergometria pode ser melhor é cansativo ficar uma hora e meio lá
dentro, o meu caso é mais simples eu só tenho um dedinho.
89. MJS – sexo masc, 70 anos, úlcera pé exsudativa e necrosada 04.08.05
Fale sobre a sessão hiperbárica
Eu gostei de ver que é uma coisa excelente pra cicatrização da coisa, mas a gente só pode dizer assim no detalhe
assim completa depois do tratamento de qualquer maneira ainda to em tratamento.
Mas o que o sr acha em relação ao ambiente
O ambiente é excelente, não vou dizer que seja ótimo, mas pe ótissimo, mas em geral tanto aqui quanto no hospital
geral a enfermagem me dr é gente muito boa, achei ta tudo bacana. Tudo asseado numa boa, pessoal bom,
alimentação boa, alimentação boa funcionária é bem amável se tiver que falar eu só tenho elogio não tenho que dizer
nada daqui.
Já sentiu alguma coisa
Sim o ouvido, mas depois que eu bebi um copo de água passou. Foi no 1
o
dia, depois senti uma dorzinha. Avisei o
técnico e ele mandou chupar um queimado, tomar um pouquinho de água alivia um pouco, ai passou tudo. Essa
incomodação foi a única coisa que sentiu
O acha dos cuidados de enfermagem
Excelente, qualquer coisa ele pergunta principalmente o 1
o
dia que eu cheguei com o Marcos excelente rapaz, eu só
tenho mesmo que agradecer a Deus pela vida de vocês todos.
Destaca um cuidado mais importante e porque
Sobre o tratamento? Eu não tenho pra dizer porque todos foram bons a não ser destacar pelo trabalho de dr Ítalo, mas
ele foi supercuidadoso podia perder o dedo, mas abaixo de Deus, aleluia. Os cuidados todos são todo igual viu
qualquer coisa que a gente tem aí dento ele vem logo ele é ativo em toda área, tem muito cuidado com a
gente.Qualquer sintoma ele vem logo perguntando se a gente ta sentindo alguma coisa,
Eu acho importante para atividade dele... Nós sabemos que estamos ali com uma pessoa acompanhando uma pessoa
cuidadosa prestativa a gente fica ali mais tranqüila mais à vontade a gente fica faço algumas perguntas ali se a gente
corre algum perigo ali até de explosão que eu perguntei a ele não... Não que não tem nada de anormal, não tem fio
não tem motor, a não ser os tubos que passam debaixo da câmara pela luz não tem nada ali tudo é controlado ali pelo
painel aí fui perdendo o medo perdendo o medo e to tranqüilo, só no 1
o
dia. Só teve um dia que eu fiquei sabe no dia
que o dr entrou ali pelo fundo e foi parando e ligando meu Deus se fosse no 1
o
dia eu ia sair correndo
Nesse 1
o
dia com o medo o Senhor Sentiu
289
Só um pouco de desconhecimento,
Teve algum sintoma?
Não nada
Atribua uma nota
Eu não sei nem o que dizer eu até multiplicava por 2 dava nota 10 falo com sinceridade sem demagogia e sem querer
relevar a coisa além do devido da realidade. Eu acho que deve divulgar eu tenho um privilégio de conhecer eu não
tenho nada contra
90. ESS, sexo feminino, 53 anos, amputação parcial hálux, 4
o
e 5
o
pododáctilos pé D, pé E, 3
o
4
o
e 5
o
podod.,
coto de dif cicatrização
entrevista acompanhada pelo marido
Fale sobre a sessão hiperbárica
Achei maravilhosa, muito bacana mesmo, muito bom muito bom muito bom da 1
a
vez que eu vim adorei e tá me
ajudando a cicatrizar minha... maravilha
O ambiente
Muito bem, maravilhoso, não tenho que me queixar de nada o pessoal me trata bem, são maravilhosos, não tenho que
me queixar de nada.
Já sentiu alguma coisa
Não, a não ser o 1
o
dia, o 2
o
mais ou menos do 3
o
em diante...
O q sentiu?
Senti o ouvido ficando surda, sentindo uma sensação, mas... Assim, mas engolindo a saliva fazendo com a boca
passou. No 2
o
dia já foi menos avisei o técnico e ele me orientou a balinha
O q acha dos cuidados de enfermagem
Maravilha eu não tenho o que falar não, os meninos tratam a gente maravilha são todos maravilhosos.
Destaca um cuidado mais importante e porque
Eu gosto mais quando ele vem com a máscara que eu não acertei botar, aí ele aperta direitinho, vê que o ar não sai aí
ele torna manda apertar maravilha. Porque a gente não pode sair ne, pelo nariz, a gente não pegar a respiração e sair,
tem que ficar toda abafadinha pra respirar legal né?
Atribua uma nota
Tenho que dar 5 não tenho como não dar...
Aqui não tenho nada que poderia melhorar pra me tudo aqui ta perfeito minha pressão é normal...
91. LCSB – sexo masc, 34 anos, ac trabalho, fratura exposta por torno de madeira
Fale sobre a sessão hiperbárica
Rapaz eu to achando ótimo minha perna ta melhorando bastante ta muito bom.
O ambiente
Bem mesmo.
Já sentiu alguma coisa
Não só no 1
o
dia senti vedando só mesmo chupei a bala, engoli a saliva normal. Explica-me o vedando A sensação
que o ouvido ta tapando, e passou. Só a perna quando você estira o lugar do ferimento fica latejando.
O acha dos cuidados de enfermagem
Muito bons o cuidado deles com o pessoal é bastante.
Destaca um cuidado mais importante e porque
Ele cuida bem do seu Luis, que sempre ta sempre na cama ele presta atenção se ta vazando alguma coisa o ouvido ele
presta sempre atenção se ta sentindo alguma coisa, tudo normal.
Atribua uma nota
Nota 5
92. ORCF – sexo masc., 54 anos, isquemia pós operatório revascularização por trombose de aneurisma de
poplítea 20.08.05
Fale sobre a sessão hiperbárica
Na realidade a sessão hiperbárica já existe há muito tempo já não é uma coisa... Existe até do século retrasado nem é
do século passado, que já fala das vantagens do oxigênio sob pressão e em concentrações maiores eu acho ainda
pouco difundida deveria ser mais difundida para os médicos que não tem nem idéia do que vem a ser isso algum não
tem nem idéia de como ela é aplicada tem gente que ainda acha que é pegar um tubo de oxigênio e botar diretor na
ferida em cima do pé, ou seja, lá o que for, mas na realidade é um tratamento efetivo e extremamente fisiológico, ou
290
seja, a grande vantagem da hiperbárica que eu acho é que é um tratamento que não agride a natureza pelo contrário
ele é natural e daí só vejo os grandes efeitos que ele venha a ter.
O ambiente
Olha um ambiente restritivo pela própria necessidade que existe da câmara ser uma câmara para permitir a aplicação
de uma pressão que às vezes realmente chega a limites às vezes até bastante elevados dependendo da necessidade do
caso o que pode haver é um pouquinho de claustrofobia em quem tenha algum traço, mas fora disso nenhum
problema.
Dos aspectos de conforto
Tranqüilo muito bom
Na realidade o que mais me surpreendeu é um grupo de pessoas que estão participando do fato de estarem com
algum problema de saúde que equivale praticamente a uma viagem de duas horas, no nosso caso específico de 2.2
atmosferas, ou seja, é como se todos os dias a gente se juntasse para viajar, e acaba criando uma camaradagem, um
conhecimento, em que a pessoa começa realmente a interagir com as outras e isso que tem um aspecto positivo
extremamente válido.
Já sentiu alguma coisa?
Não. O ouvido é normal, mesmo a gente que mergulha a gente sente, a pressão e tenta equilibrar a parte interna da
boca com a trompa de eustáquio, mas isso faz parte da adaptação.
O que sentiu no ouvido?
Aquela tendência de ir ficando surdo porque a diferença de pressão de um lado pra o outro aí você chupa um
queimado uma bala ou engole a saliva ou quem tem treinamento sabe abrir ou fechar a trompa de eustáquio sem
nenhum problema,
Você está falando da manobra de valsalva?
Não necessariamente, é o seguinte existem pessoas e eu tenho e todo mergulhador faz isso, que é automaticamente
agora, por exemplo, eu estou abrindo e fechando minha trompa de eustáquio aqui, eu consigo cantar dentro do meu
ouvido sem você ouvir, aqui, por exemplo, eu to cantando dentro do meu ouvido sem que o som sais porque é só
abrir a trompa de eustáquio ta entendendo é uma coisa difícil explicar como a gente faz.
Não sei explicar como é que eu faço
Sente desconforto?
Não
O que acha dos cuidados de enfermagem
Os cuidados são excelentes, inclusive ontem teve pela 1
a
vez o seu Antônio que fez uma sessão e os cuidados e o
que é interessante não somente do técnico, mas da turma toda que já ta mais tarimbada em fazer diz é assim mesmo
não se preocupe não vai aparecer uma bolhinha no ouvido isso acontece seguram um pouquinho é assim mesmo (deu
risadas) excelente é muito bom tranqüilo.
Destaca um cuidado mais importante e porque
O que me chamou atenção na realidade é a interação que ele consegue com todo mundo tá certo, ou seja, existe um
ambiente de uma camaradagem tão grande que os próprios pacientes fazem piada com o técnico a respeito do
trabalho dele pelo fato dele ta mais gordo ou mais magro (risadas) e isso aí e excelente, essa convivência aí o
principal aí é isso.
Porque chamou sua atenção
Por um motivo muito simples na realidade nós temos uma medicina extremamente técnica e infelizmente pelos
parâmetros e padrões que nós estamos seguindo atualmente de por legislação e de direitos do cidadão e tudo isso nós
estamos copiando muito da medicina americana que é aquela medicina do processo, eu quero me tratar com você,
mas cuidado senão eu te processo nós infelizmente estamos pegando isso não estou dizendo que a gente seja
irresponsável com o erro médico nada disso, mas nós estamos perdendo, já perdemos a medicina romântica essa não
existe mais estamos tentando salvar a medicina humanística, tomara que a gente consiga.
Atribua uma nota
5
Na realidade isso tudo é um processo extremamente dinâmico e a abordagem de cada pessoa é uma abordagem
extremamente individual por mais que a gente queira, é óbvio que tem que ter o parâmetro o protocolo que você
segue basicamente e que tem que ser adaptado a cada caso especial eu acho que isso tem sido seguido tranqüilamente
é uma coisa dinâmica obviamente vai haver casos em que as respostas não vão ser tão boas porque inclusive existe o
aspecto pessoal do indivíduo que estiver depressivo ou pessimista quanto ao tratamento, mas isso é uma coisa
extremamente individual e trabalha individualmente, de uma maneira geral acho que ta tudo correndo bem.
291
93.CFA - sexo masc, 69 anos, ostomielite do arco costal pós cirurgia cardíaca, asmático, informou
claustrofobia, chorou durante a entrevista O2 HB
A sessão hiperbárica
Na primeira sessão eu passei mal entrou um rapaz que é monitor e começou a conversar comigo como se fosse
psicólogo e me transformou, me disse se eu me sentisse mal ele se sentiria também, me retiraram da marca me
acompanharam que eu fizesse força para acompanhar ele que ele não iria sair da li, e hoje eu entro e saiu
tranqüilamente sem nenhuma preocupação.
O ambiente
Excelente tranqüilidade absoluta o tratamento do monitor e excelente eles tem cuidados não deixa passar um detalhe
se não esteja olhando, me sinto confortável e a ansiedade de ficar bom.
Sentiu alguma coisa
Sentí, por que eu tenho uma fobia triste um a fobia de prisão, altura, elevador eu sento uma angustia muito grande de
ficar preso, dor no ouvido no inicio da sessão mais não sinto mais nada.
Os cuidados
A postura e eficiência que eles teve em mudar tão rápido a minha mente e eu agradeci bastante eles, toda vez que
eles vem eu comprimento, todos são bons.
A nota atribuída
5
não tenho o que reclamar é tudo bom.
94.DEC , sexo feminino, 55 anos, necrose hálux pé E. O2 HB
A sessão hiperbárica
A principio eu tive um problemazinho, pois eu tenho fobia de lugar fechado, mais as pessoas me aconselhando, os
médicos, as pessoas que passaram por esses problemas, me contribuíram muito em deixar a fobia de lado.
O ambiente
Tenho fobia em lugares fechados, elevador, até banheiro pequeno se fechar à porta eu fico mal, eu superei na câmara
pelo fato de querer me curar, tentei me controlando mais a força de me curar foi maior.
Sentiu alguma coisa
Não
Os cuidados
Ótimo me adaptei a tudo, nunca sentí nada.
Porque
Todos eles são importantes.
O cuidado destacado
Acho que não tem destaque é um conjunto de coisas ele estão orientado a engolir a saliva respirar observar o ouvido
A nota atribuída
Muito, muito bom, nota 1000.
No setor eu achei faltando um pouquinho de esclarecimento, pois eu sou do plano geap e não cobre determinadas
coisas só na parte de internamento do Hospital Sagrada Família e a Hiperbárica e Pé Diabético já teve probleminha,
mais já resolveu.
E deverei ter dois vestiários na hora de trocar a roupa, para não atrasar.
95. EPS - sexo masc.,61 anos, lesão infectada no tendão de Aquiles, O2 HB idade aparente menor que
cronológica
A sessão Hiperbárica
Na minha concepção a hiperbárica tem sido muito positivo na minha recuperação, principalmente conversando com
algumas pessoas tem mostrado uma boa perspectiva o resultado estou gostando do resultado tenho acompanhado.
O ambiente
Inicialmente eu fiquei preocupado nervoso eu não conhecia tive orientação, mas fiquei apavorado, fiquei nervoso
mais no quarto dia fiquei melhor nenhum receio nenhuma duvida.
Sentiu alguma coisa
Os cuidados
Excelente os cuidados a presença dos técnicos eles procuram distrair, e eu acho muito importante.
Porque
292
Eu achei fabulosos os cuidados que eles tem pergunta se esta sentindo alguma coisa tranqüilo já me sinto
familiarizando, dor de ouvido já sentir mais não sinto mais tomo água e ai vai passando
A nota atribuída
Eu tenho duas notas a dar talvez uma é por que eu não conhecia a situação mais eu acho ótimo em relação ao
tratamento dos profissionais e ótimo esta bom
96. HMG - sexo masc, 68 anos, úlcera plantar O2 HB
A sessão Hiperbárica
Muito bom a melhor coisa que poderia ter acontecido, pois ajuda no tratamento de varias pessoas.
O ambiente
O ambiente é o melhor possível ate a enfermaria o atendimento é excelente e confortável os funcionários excelentes.
Sentiu alguma coisa
Não só um pouco de dor de ouvido, mais graças a Deus não sinto mais nada.
Os cuidados
Bom
O cuidado destacado
Pergunta se querem água dão bala, isso eu acho muito importante.
A nota atribuída 5.
97.JPB – sexo masc, 31 anos, úlcera falcêmica em maléolos O2 HB
A sessão Hiperbárica
Achei uma maravilha e estou muito alegre
O ambiente
Acho maravilhoso, por que estou me sentindo muito bem, me sinto confortável.
Sentiu alguma coisa
Não, foi tudo bem, mais na quarta sessão sentir o ouvido doer, ai os técnico me deram água e me tiraram de lá.
Os cuidados
Muito ótimo gostei muito
O cuidado destacado
Orientando conversa e brinca, porque agente se alegra quando esta lá dentro dando força e orientando bastante.
A nota atribuída
5
È muito ótimo melhorei bastante e aliviaram as dores
98.AGS – 70 anos, sexo feminino, amputação subpatelar, O2 HB. 12.09.05
A sessão Hiperbárica
Acho uma coisa boa e esta ajudando na recuperação a gente chega lá e fica a vontade não tem nada de ficar tensa no
primeiro dia não senti nada foi tudo normal colocar o abafador a mascara no ouvido sentir bem pouco mais eles dão
um caramelo e fica tudo bem
O ambiente
O ambiente é bom e é confortável tirar a mascara e o abafador é muito importante.
Sentiu alguma coisa
Não
Os cuidados
Ótimo eles ficam impaciente para saber se estamos sentindo alguma coisa muito lega
O cuidado destacado
O abafador
A nota atribuída
5
99. VSO – sexo feminino , 74 anos, amputação infrapatelar insuf arterial periférica, O2 HB
A sessão Hiperbárica
Ótima,
O ambiente
Me sinto bem é confortável
Sentiu alguma coisa
293
Não só o ouvido colocar um pouco de sangue, e o medico disse que era para colocar o sorine por que o sangue sai
pelo nariz.
Os cuidados
São ótimo todos eu gosto de tudo eles agradáveis e são cuidadosos
A nota atribuída
10 eles ficam com cuidado eles falam eu só tenho o que dizer bem
100. MCS sexo feminino, 60 anos , portadora lesão isquêmica
Fale sobre a sessão
Eu to preocupada, a câmara para me foi ótima, to sentindo melhorar muito. Meu médico adorou.
No 1
o
dia eu senti uma dificuldade na manobra porque eu fiz todas às vezes...Mas. Mas do 2
o
dia em diante normal.
Você sentiu alguma coisa?
Eu senti um pouco de dor de ouvido, mas, o Charles pede para gente avisar, aí eu avisei e ele me ensinou a fazer
direitinho.
No dia da dor do ouvido você avisou ao técnico e o que ele fez?
Imediatamente ele tirou e mandou eu fazer a manobra.
Tirou o que?
Tirou a mascara e o abafador e eu mandou eu fazer a manobra e eu fiz e pronto, foi botar o dedo no nariz e prender
para o ar sair pelo nariz, ele dá uma balinha à gente.
Em relação ao ambiente da câmara?
Tudo bem tem horas que é muito quente e refresca um pouco, mas... E eu acho que é confortável
Como você se sentiu lá dentro
Tudo bem, as pessoas são comunicativas, a gente procura conversar, quando a gente tem o intervalo de 5 minutos
agente procura conversar.
Dentre os cuidados me destaque um
Eu acho assim, a tranqüilidade do técnico, ele deixa a gente tranqüila à gente assim sente bem.
Dê uma nota de 1 a 5
5.
ANEXOS
297
Pág. 297/14
Anexo 2
PROGRAMA DE PREVENÇÃO
DE RISCOS AMBIENTAIS
Versão parcial
Elementos de Exposição dos profissionais
EMPRESA: CENTRO DE MEDICINA HIPERBÁRICA DO NORDESTE
LTDA.
Endereço: Rua PLÍNIO DE LIMA NR. 01 - CEP 42.520310
Salvador – Bahia
Tel.: (71) 32109225 e 32109228
Fax.: (71) 33128997
ELABORAÇÃO
Higienista Ocupacional, Méd. do trabalho João Rodrigues David Neto
Agosto / 2000
298
Pág. 298/14
4.0 DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO
1. Acionamento dos equipamentos de produção processamento e armazenamento
de Ar comprimido e O2 e check list de manômetros de pressão e monitores de
indicação dos equipamentos.
2. Recebimento do paciente externo (Ambulatorial, Internado no H.S.F. ou
removido de Ambulância de outra unidade Hospitalar).
3. Exame clínico Médico e de enfermagem adimissional e antes de cada sessão.
4. Colocação das máscaras e/ou Hood na câmara.
5. Preparo do paciente (Apósitos, sondas, dietas, prescrições, troca de roupa
privativa para sessão, retiradas de próteses, sinais vitais, glicemia capilar e
estado geral do paciente).
6. Check list e monitorização do painel de controle (fonia, monitorização de vídeo e
7. Posicionamento dos pacientes na câmara.
8. Check list dos procediemtos de segurança de comunicação e sinais de alarme.
9. Monitorização da equalização de cavidades aéreas dos pacientes.
10. Monitorização clínica dos pacientes durante a sessão.
11. Colocação e retirada de máscaras de O2 segundo prescrição terapêutica
12. Monitorização do processo descompressivo.
13. Retirada do paciente da câmara
14. Preparo do paciente para retorno a unidade de internação e/ou domicílio
15. Retirada do material para esterelização e antissepsia da câmara.
16. Fechamento dos equipamentos de produção processamento e armazenamento
de Ar comprimido e O2 e check list de manômetros de pressão e monitores de
indicação dos equipamentos.
Obs: A assistência durante as sessões é realizada por Médico hiperbarico
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO AO PACIENTE
Recebimento
do paciente
no serviço
Exame Médico /
enfermagem
Admissão do
paciente à
Câmara
Monitorização
da sessão
Retirada do
paciente
Follow-up
paciente
Encaminham
ento ao
299
Pág. 299/14
4.3 RISCOS POR SETOR
Setor Risco Fonte Geradora
EPCs
Existentes
ADMINISTRAÇÃO
Ergonômico
Mobiliário, microcomputador.
Mobiliário
ergonômico
Ergonômico
Postura Extintores
Biológico
Secreção e Mat. contaminado -
SERV. GERAIS
Químico
Produtos digermantes e
desinfetantes
Expurgo
Ergonômico
Carga manual de peso, esforço
físico, desconforto térmico
Físico
Ruído
Biológico
Secreção e Mat. contaminado
Técnico
(Médico,
Enfermeira e
Técnicos de
emfermagem)
Químico
Peróxido de hidrogênio, amônia,
álcool etílico, tioglicolato e óleos
minerais
Extintores,
5.0 CONDIÇÕES GERAIS DE SEGURANÇA
Condições Adequado Inadequado Obs.:
Pisos
X
Pé-direito
X
Instalações
Elétricas
- - Verificar NR-10
Transporte
Mecânico
X
Inadequado para subir rampa com carga de
250 Kg
Armazenamento
X Falta de espaço e arranjo físico
Ordem e Limpeza
X
Proteção contra
Incêndios
X -
Rever o sistema de proteção e combate a
incêndio no que diz respeito à sinalização e
desobstrução dos extintores
Sinalização
X
Implementar a sinalização de segurança em
conformidade com a NR-26
Iluminação
- -
Necessidade de avaliação, nos postos de
trabalho
Inspeções dos
Compressores
X -
300
Pág. 300/14
8.0 GRUPOS HOMOGÊNEOS DE EXPOSIÇÃO
Grupos
Homogêneos
de Exposição
Funções Integrantes do Grupo
Numero de
empregados
G H E 01
Auxiliar Administrativo (01)
Recepcionista (01)
02
G H E 02
Auxiliar de Serviços Gerais 01
G H E 03
Médicos, Enfermeira e Técnico de enfermagem 06
TOTAL
09
9.0 PRIORIZAÇÃO
GRUPO: GHE 01
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: 02 (vinte e oito)
RISCO GRAU DE EXPOSIÇÃO GRAU DE EFEITO
GRAU DE
PRIORIZAÇÃO
Ergonômico 2 2
II
GRUPO: GHE 02
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: 01 (doze)
RISCO GRAU DE EXPOSIÇÃO GRAU DE EFEITO
GRAU DE
PRIORIZAÇÃO
Biológico 3 2
II
Químico 1 1
I
Ergonômico 3 2
II
GRUPO: GHE 03
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: 01(um)
RISCO GRAU DE EXPOSIÇÃO GRAU DE EFEITO
GRAU DE
PRIORIZAÇÃO
Ergonômico 1 1
I
Físico (Pressão) 2 1
II
Biológico 3 2
II
Químico 2 3
II
Químico 1: Hidróxido de amônia, álcool etílico.
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