Download PDF
ads:
Ana Luiza Bossolani Martins
Análise citogenética em alta resolução de 2q37 e 22q13 e molecular
do gene SHANK3 em Doenças do Espectro Autístico
São José do Rio Preto
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Ana Luiza Bossolani Martins
Análise citogenética em alta resolução de 2q37 e 22q13 e molecular
do gene SHANK3 em Doenças do Espectro Autístico
Dissertação apresentada como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Mestre em Genética, junto ao Programa de
Pós-Graduação em Genética, do Instituto
de Biociências, Letras e Ciências Exatas
da Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho”, Campus de São Jo
do Rio Preto.
Orientadora: Profª. Drª. Agnes Cristina
Fett Conte
São José do Rio Preto
2010
ads:
Martins, Ana Luiza Bossolani
Análise citogenética em alta resolução de 2q37 e 22q13 e molecular
do gene SHANK3 em Doenças do Espectro Autístico / Ana Luiza
Bossolani Martins. - São José do Rio Preto: [s.n.], 2010.
86 f. : il. ; 30 cm.
Orientadora: Agnes Cristina Fett Conte
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Biociências, Letras e Ciências Exatas.
1. Citogenética. 2. Autismo em crianças - Aspectos genéticos. 3.
Crianças - Desvio do desenvolvimento - Aspectos genéticos. 4. Doenças
do espectro autístico - Aspectos genéticos. 5. 2q37. 6. 22q13. 7.
SHANK3. I. Fett-Conte, Agnes Cristina. II. Universidade Estadual
Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas. III. Título.
CDU - 575
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do IBILCE
Campus de São José do Rio Preto - UNESP
Ana Luiza Bossolani Martins
Análise citogenética em alta resolução de 2q37 e 22q13 e molecular
do gene SHANK3 em Doenças do Espectro Autístico.
Dissertação apresentada como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Mestre em Genética, junto ao Programa de
Pós-Graduação em Genética, do Instituto
de Biociências, Letras e Ciências Exatas
da Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho”, Campus de São Jo
do Rio Preto.
Banca Examinadora
Profª. Drª. Agnes Cristina Fett Conte
UNESP – São José do Rio Preto
Orientadora
Profª. Drª. Carina Tatiana Giunco
Fundação Padre Albino – Catanduva
Profª. Drª. Ana Elizabete Silva
UNESP – São José do Rio Preto
São José do Rio Preto
24/fevereiro/2010
V
Agradecimentos
À Deus.
Aos meus pais, Maria Inês e José Manoel, e aos meus familiares, pelo
incentivo ao ensino, por me ensinarem a lutar na dificuldade e a não desistir nunca
diante de um sonho, como esse.
À minha orientadora, Profa. Dra. Agnes Cristina Fett Conte, pela
confiança depositada, aos ensinamentos científicos acumulados no decorrer da
minha vida acadêmica, à paciência, o carinho e dedicação durante a realização
desse trabalho, além da amizade formada entre nós.
A todas as famílias do grupo de estudos de pacientes pela participação,
tempo disponível, pelo contato, essa parte com certeza de muita aprendizagem.
A Adriana Barbosa Gonçalves por transmitir sua experiência, seja ao lidar
com as famílias envolvidas nesse projeto, seja durante os procedimentos
laboratoriais, mas principalmente por seu dinamismo, atenção, pela confiança
depositada em mim nesses últimos três anos, e por todos os bons momentos que
passamos juntas nos finais de semana no laboratório.
Aos amigos do Laboratório de Genética Cristina Benitez Vendrame
Goloni, Valéria Cristina Ferrarese da Silva, Brasilina Fátima Mafei, Andrea
Borduchi e Paula Abdala com os quais eu aprendo lições de vida todos os dias.
A Profa. Dra. Flávia Cristina Rodrigues Lisoni pela orientação e
disponibilidade durante a execução de parte desse estudo.
Ao Prof. Dr. Maurício Lacerda Nogueira por pelo auxílio e precisão
durante a execução de parte desse estudo, e “por abrir as portas” do seu
laboratório.
Ao técnico do Laboratório de Marcadores Moleculares e Bioinformática
Médica, Tiago Henrique por todo auxílio, paciência e pela amizade formada entre
nós.
A técnica do Laboratório de Virologia, Silvia Helena Pereira Nunes por
realizar o processo final do sequenciamento de todos os indivíduos estudados e
também por sua atenção.
VI
A Profa. Dra. Eloiza Helena Tajara da Silva por “abrir as portas do seu
laboratório” e por toda a cooperação recebida nesse estudo.
Aos amigos do Laboratório de Marcadores Moleculares e Bioinformática
Médica pela atenção, pelo auxílio, pelo ambiente de cordialidade e respeito que
tornaram esse trabalho agradável.
Aos amigos Camila Ive Ferreira Oliveira, Carlos Fabian Mendiburu e
Paula Curi de Freitas por toda ajuda, paciência, carinho e companheirismo durante
esses dois anos de trabalho.
Aos amigos Ana Paula da Silva Perez, Gustavo Cassiano Cappati, Leandro
Pires Araújo, Vanessa Bellini Bardella, Lilian Nogueira, Fabiana Nakashima,
Daniela Prudente Teixeira Nunes, Camila Vieira, Fernanda Castanheira, Natália
Guelfi Furlani, Getúlio Minoru, Patricia Zazeri Leite, Felipe Micalli, Felipe
Cavassan, Adriana Sicuto de Oliveira, que me ajudaram e estiveram ao meu lado
nos meus melhores e nos meus piores dias.
Aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade e atenção.,
Ao Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, onde foi possível
iniciar meus conhecimentos científicos.
Ao Programa de Pós-Graduação em Genética do Instituto de Biociências,
Letras e Ciências Exatas pelo apoio e incentivo a participação de eventos
científicos durante esse período.
A Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes),
pelo auxílio financeiro concedido para o desenvolvimento deste projeto.
VII
“Seja responsável por aquilo que deseja se tornar.”
(Autor desconhecido)
VIII
RESUMO
As Doenças do Espectro Autístico incluem o Autismo, o Transtorno
Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação e a Síndrome de
Asperger. A etiologia é muito discutida, devido a sua variação e complexidade.
São doenças que se manifestam nos três primeiros anos de vida, com uma
variação clínica que inclui comportamento ritualístico, fala ausente ou pouco
desenvolvida, além de problemas graves de relacionamento. Em 5 a 37 % dos
casos são observadas em comorbidade com outras afecções. Em indivíduos com
estas doenças foram descritas alterações em todos os cromossomos e genes
propostos como candidatos de estarem envolvidos na etiopatogenia. Também,
relatos de casos com alterações subteloméricas, especialmente deleções,
envolvendo as extremidades distais dos braços longos dos cromossomos 2 e 22.
Mais recentemente foram observadas mutações no gene SHANK3, que está
localizado em 22q13.3, na população com Doenças do Espectro Autístico. Este
trabalho apresenta os resultados de um estudo citogenético e molecular realizado
em 48 indivíduos com doenças do espectro autístico. Foram estudados o cariótipo
por bandamento GTG convencional, as regiões 2q37 e 22q13 pela técnica de
bandamento GTG em alta resolução, os éxons 8 e 22 do gene SHANK3 por
seqüenciamento direto. A análise cariotípica convencional e dos éxons 8 e 22
revelaram resultados normais. A análise em alta resolução de um indivíduo
mostrou resultado com possível deleção em 2q37, que não foi confirmada por
técnica complementar. O número restrito de pacientes estudados deve ser
considerado, porém pode ser sugerido que alterações em 2q37, 22q13 e dos éxons
8 e 22 do gene SHANK3, sejam eventos mais raros do que se supunha em Doenças
do Espectro Autístico e sua investigação pode ser indicada na triagem de
pacientes e para o aconselhamento genético das famílias não seja justificada.
Entretanto, essas investigações poderiam ser indicadas nessa população quando
ela for selecionada quanto à presença de características dismórficas indicativas de
IX
possíveis deleções envolvendo as regiões 2q37 e 22q13. Além de avaliação
molecular do gene SHANK3, quando a região 22q13 estiver deletada.
Palavras-chave: doenças do espectro autístico, 2q37, 22q13, SHANK3.
X
ABSTRACT
The autism spectrum disorders including autism, Pervasive Developmental
Disorder Not Otherwise Specified and Asperger syndrome. The etiology is much
debated due to its variation and complexity. These are disorders that are
manifested in the first three years of life, with a clinical variant that includes
ritualistic behavior, speech absent or poorly developed, in addition to serious
relationship. In 5 to 37% of cases are observed in association with other diseases.
In individuals with these diseases have been described changes in all
chromosomes and genes are proposed as candidates to be involved in
pathogenesis. Also, there are reports of cases with subtelomeric changes,
especially deletions involving the distal ends of the long arms of chromosomes 2
and 22. More recently, mutations were observed in the gene SHANK3, which is
located on 22q13.3, in the population with autism spectrum disorders. This paper
presents the results of a cytogenetic and molecular study performed in 48
individuals with autistic spectrum disorders. We studied the karyotype by GTG
conventional regions 2q37 and 22q13 by GTG banding technique in high
resolution, the exons 8 and 22 SHANK3 gene by direct sequencing. The
conventional karyotype analysis and exons 8 and 22 point normal results. The
high resolution analysis of an individual with demonstrated results possible
deletion in 2q37, which was not confirmed by complementary technique. The
small number of patients should be considered, but may be suggested that changes
in 2q37, 22q13 and exons 8 and 22 of the gene SHANK3, are more rare than
previously thought on the autism spectrum disorders and their investigation may
be indicated in screening of patients for genetic counseling of families is not
justified. However, these investigations could be cited in this population when it is
selected for the presence of dysmorphic features indicative of possible deletions
involving regions 2q37 and 22q13. In addition to molecular analysis of gene
SHANK3, when the region 22q13 is deleted.
XI
Keywords: autistic spectrum disorders, 2q37, 22q13, SHANK3.
XII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Regiões associadas com DEA, com seus respectivos genes
candidatos.....................................................................................
24
Figura 2 Sinapse excitatória mostrando a proteína shank (circulada em
vermelho) com a neuroligina (circulada em rosa), ligada a
neuroxina (circulada em azul) que participam da formação do
complexo de densidade pós-sináptica (PSD)................................
30
Figura 3 Diagrama do cromossomo 2 à esquerda e par de cromossomos
2 à direita, em bandamento GTG em alta resolução, com
destaque da região 2q37 presente no par de homólogos..............
47
Figura 4 Metáfase em bandamento GTG em alta resolução. O ideograma
do cromossomo 22 à esquerda e as setas indicam a região
22q13.3 presente no par de homólogos.......................................
47
Figura 5 (a) Esquema representativo das bandas GTG do cromossomo 2
à esquerda e par de cromossomos 2 normais à direita. As setas
indicam 2q37 (b) Esquema representativo das bandas GTG do
cromossomo 2 à esquerda, cromossomo 2 normal no centro e
sugestivo de deleção em 2q37 do paciente (seta vermelha), `a
direita (c) Metáfase parcial submetida à técnica de FISH, com
os quatro sinais normais em vermelho. As setas azuis e pretas
indicam a região centromérica e a região 2q37,
respectivamente............................................................................
48
Figura 6 Perfil eletroforético em gel de agarose 2% correspondente a
amplificação do éxon 8 do gene SHANK3 nas colunas 2-7 e 9-
11. Marcação com Ladder de 100pb na coluna 1, ausência de
amplificação na coluna 8 e controle negativo na coluna 12
......................................................................................................
49
Figura 7 Perfil eletroforético em gel de agarose 2% correspondente a
amplificação do éxon 22-ponto1 do gene SHANK3 nas colunas
de 2-4 e 6-13. Marcação com Ladder de 100pb na coluna 1,
ausência de amplificação na coluna 5 e controle negativo na
coluna 14.......................................................................................
49
XIII
Figura 8
Perfil eletroforético em gel de agarose 2% correspondente a 3,
6, 8-10 e 12. Marcação com Ladder de 100pb na coluna 1,
ausência de amplificação nas colunas 2, 4-5, 7 e controle
negativo na coluna 13...................................................................
50
Figura 9 Eletroferograma parcial das sequências right e left do éxon 8
do gene SHANK3 contendo a região de 80-157pb do amplícon
total de 200pb analisadas no programa DS Gene 2.0 (Accelrys,
USA).............................................................................................
50
Figura 10 Eletroferograma parcial das sequências right e left do ponto 1
do éxon 22 do gene SHANK3 contendo os primeiros 80pb do
total do amplícon de 186pb analisadas no programa DS Gene
2.0 (Accelrys, USA).....................................................................
51
Figura 11 Eletroferograma parcial das sequências right e left do ponto 2
do éxon 22 do gene SHANK3 contendo a região de 50-127pb do
total do amplícon de 183pb analisadas no programa DS Gene
2.0 (Accelrys, USA)......................................................................
51
XIV
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracterização da casuística quanto à idade (em anos), sexo,
diagnóstico e procedência.............................................................. 33
Tabela 2 Resultados obtidos das diferentes análises realizadas em cada
caso estudado.................................................................................. 45
XV
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Programa de amplificação utilizado para os primers 1 e 2 do
gene SHANK3............................................................................... 39
Quadro 2 Programa de amplificação utilizado para o primer 3 do gene
SHANK3........................................................................................
39
Quadro 3
Condições de reação utilizadas para a amplificação dos éxons
oito e 22 do gene SHANK3............................................................ 40
Quadro 4 Primers para amplificação e sequenciamento do gene
SHANK3......................................................................................... 40
XVI
SUMÁRIO
Resumo.............................................................................................
VIII
Abstract............................................................................................
X
1
Introdução........................................................................................ 18
1.1 Caracterização dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento...... 18
1.2 Etiologia das DEA............................................................................ 21
1.3 Regiões subteloméricas e DEA........................................................ 24
1.4 Gene SHANK3.................................................................................. 26
2
Objetivos.......................................................................................... 30
3
Material e Métodos......................................................................... 31
3.1 Casuística.......................................................................................... 31
3.2 Métodos............................................................................................ 33
3.2.1 Cultura de linfócitos, bandamento GTG convencional e em alta
resolução............................................................................................
34
3.2.2 Extração de DNA.............................................................................. 35
3.2.3 Amplificação do DNA extraído........................................................ 36
3.2.4 Eletroforese em gel de agarose..........................................................
37
3.2.5 Purificação dos produtos de PCR para sequenciamento................... 40
3.2.6 Sequenciamento do gene SHANK3................................................... 40
4
Resultados........................................................................................ 42
5
Discussão.......................................................................................... 51
6
Conclusões........................................................................................ 57
7
Referências....................................................................................... 58
8
Anexos.............................................................................................. 68
8.1 Anexo A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido................. 68
9
Apêndices......................................................................................... 71
9.1 Apêndice A- Análise citogenética por bandamento GTG
convencional e em alta resolução da região 2q37 em pacientes
com doenças do Espectro Autístico.................................................. 71
XVII
9.2 Apêndice B- Molecular Evaluation of exon 8 e 22 of the SHANK3
gene in Autism Spectrum Disorders………………………………..
73
9.3 Apêndice C- Evaluation of 2q37 and 22q13 by High Resolution
Cytogenetics in Brazilians with Autism Spectrum Disorder……….
82
Introdução
18
1. INTRODUÇÃO
1.1 Caracterização dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento
A designação Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (Pervasive
Developmental Disorders - PDD) surgiu no final dos anos 60, derivada
especialmente dos trabalhos de M. Rutter, I. Kolvin e D. Cohen
(MERCADANTE; VAN DER GAAG; SCHWARTZMAN, 2006). Refere-se a
um grupo de doenças psiquiátricas que se caracterizam por manifestações em três
áreas (domínios): social, da comunicação e do comportamento. A interação social
e as habilidades de comunicação estão qualitativamente prejudicadas. O
comportamento padrão é caracterizado por repetições e estereotipias, com
interesses muito limitados, entre outros (APA, 1994).
A identificação dos PDD e suas manifestações seguem os critérios
diagnósticos descritos no Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação
Americana de Psiquiatria (DSM IV) (APA, 1994), e se baseia no número e
distribuição de aspectos comportamentais de cada domínio, assim como na idade
das manifestações. Incluem cinco diagnósticos: Autismo, Síndrome de Asperger,
Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância e Transtorno Invasivo do
Desenvolvimento Sem Outra Especificação (PDD-NOS). O Código Internacional
de Doenças (CID-10) inclui também outras duas categorias, Autismo Atípico e
Transtorno Hiperativo Associado com Retardo Mental e Movimentos
Estereotipados (CARVALHEIRA; VERGANI; BRUNONI, 2004; SCHMIDT et
al., 2008).
As manifestações cognitivas destas doenças psiquiátricas são altamente
variáveis e podem ser muito semelhantes. São descritos desde indivíduos com
quadros clínicos muito exacerbados, que incluem ausência total de linguagem
oral, retardo mental grave e auto-injúrias, até indivíduos com um QI acima da
média, apesar de apresentarem prejuízos na linguagem e habilidades sociais
19
inadequadas (GILLBERG; COLEMAN, 2000; BARON- COHEN et al., 2001;
MUHLE; TRENTACOSTE; RAPIN, 2004).
Indivíduos com PDD também podem apresentar outras manifestações
clínicas, como convulsões, que são observadas em cerca de 30% dos casos, o que
sugere a ocorrência de dano cerebral pela ação de fatores neurobiológicos
(HUGHES, 2009).
Dentre os diagnósticos, o Autismo é o mais estudado, provavelmente pela
precocidade das manifestações e maior freqüência populacional em geral
(HUGHES, 2009). Compromete quatro vezes mais meninos do que meninas e é
caracterizado por prejuízos no desenvolvimento global, que inclui respostas
anormais a estímulos auditivos e visuais, problemas graves de relacionamento
social, comportamento ritualístico, isolamento, aderência inflexível a rotinas e
rituais, preocupações persistentes com partes de objetos, estereotipias motoras,
agitar de mãos e balançar do corpo, capacidade diminuída para pensamentos
abstratos e simbólicos, ou para jogos imaginativos, e inteligência subnormal,
normal ou acima do normal. Também são observados déficits qualitativos na
comunicação, como a falta ou atraso no desenvolvimento da linguagem (não
compensada por outros meios de comunicação), dificuldade de abstração, uso
estereotipado de linguagem, incapacidade em iniciar e manter diálogo, entre
outros (NIKOLOV; JONKER; SCAHILL, 2006; BENÍTEZ-BURRACO, 2008).
O brincar também está comprometido no autista, que não participa de brincadeiras
imaginativas espontâneas e sociais imitativas que seriam apropriadas para sua
idade cronológica (LOSH et al., 2008; SINZIG et al., 2008).
O risco de recorrência na irmandade é alto e os estudos de gêmeos
monozigóticos mostram uma herdabilidade de 60 a 90 %, o que mostra a
participação de forte componente genético na etiologia da doença. Não relação
com status de imigração, condições socioeconômicas ou etnia (MUHLE;
TRENTACOSTE; RAPIN, 2004).
Na Síndrome de Asperger também há prejuízos precoces na interação
social, os interesses são restritos e o comportamento é repetitivo, como os
observados no Autismo, porém, não atraso significativo na linguagem, o
20
desenvolvimento cognitivo geralmente está preservado e a memória pode ser
prodigiosa. Os indivíduos com essa síndrome ficam isolados socialmente, mas não
por ficarem ausentes, mas porque na presença de outras pessoas eles se
aproximam, mas de forma excêntrica e totalmente inadequada. Por exemplo,
podem se apresentar ao interlocutor, geralmente um adulto, com uma conversa
caracterizada como longa e “pedante” sobre um assunto restrito e apenas de
interesse próprio (KLIN et al, 2003; KOPRA et al., 2008; ROY et al., 2009).
O Transtorno Desintegrativo da Infância é diagnosticado quando
regressão, a partir de cerca de três anos de idade, de habilidades anteriormente
adquiridas de comportamento, cognição e de linguagem. Os pais referem uma
total regressão do comportamento, que passa a apresentar características autísticas
(MORDEKAR et al, 2009).
A ndrome de Rett afeta predominantemente mulheres e também se
caracteriza por regressão do desenvolvimento, mas progressiva e acompanhada
por atrofia muscular e cerebral, que resulta em um quadro típico de estereotipia
manual e marcha alterada (BADOE, 2009).
PDD-NOS é uma categoria diagnóstica de exclusão. Um indivíduo pode
receber este diagnóstico se preencher critérios do domínio social e mais um dos
dois outros domínios (comunicação ou comportamento). Ocorrem prejuízos
graves no desenvolvimento da interação social recíproca e na capacidade de
comunicação verbal ou não-verbal, além de outros, mas em número insuficiente
para ser considerado o diagnóstico de Autismo ou outro PDD, de acordo com os
critérios convencionais (MERCADANTE et al., 2006; MATSON et al., 2008).
Assim, os PDD são doenças comportamentais com manifestações precoces
e muito semelhantes entre si, o que dificulta o diagnóstico diferencial (APA,
1994; BOSA, 2006; GUPTA; STATE 2006; SEGENRICH; MATTOS, 2007;
BENÍTEZ-BURRACO, 2008; LOSH et al., 2008). Em função desta dificuldade,
dada a sutileza e relativa subjetividade dos critérios diagnósticos, especialmente
entre Autismo, Síndrome de Asperger e PDD-NOS, essas três condições foram
incluídas em um grupo referido como Doenças do Espectro Autístico DEA
(CDC, 2006).
21
A prevalência das DEA ainda não está esclarecida estimativas muito
variáveis, de 3:10.000 indivíduos da população em geral, até 66:10.000, o que
equivaleria a 1:150, ou seja, extremamente alta. Discute-se se um aumento
progressivo real da freqüência destas doenças na população, e especulam-se
diversos fatores de risco, ou se este aumento resulta do fato dos diagnósticos
estarem se tornando mais precoces e dos profissionais da educação e da saúde
estarem mais atentos aos sintomas, o que levaria à identificação de um número
maior de casos (CURRENTI, 2009).
1.2 Etiologia das DEA
A etiologia das DEA possui um forte componente genético sugerido pelos
estudos de ligação, pela recorrência familial, alta concordância em gêmeos
monozigóticos e descrições de afetados com diferentes alterações em diversos
genes e regiões cromossômicas. Além disto, fatores ambientais também têm sido
sugeridos como importantes na etiologia e no aumento da prevalência das DEA,
não apenas pelos efeitos cerebrais disruptivos que causam no cérebro, mas por
seus possíveis efeitos sobre a regulação de alguns genes (HERBERT et al., 2006;
BUXBAUM et al., 2007; CURRENTI, 2009).
Entre os fatores ambientais sugeridos como envolvidos no
desenvolvimento das DEA estão: anticorpos maternos, que poderiam agir contra
proteínas do cérebro fetal e alterar seu desenvolvimento; terapias com
antipiréticos (antitérmicos), como acetaminofeno (paracetamol), que interferem no
desenvolvimento normal do cérebro; infecções virais durante a gestação, como
por rubéola, Hemophilius influenzae e citomegalovírus, que resultam em lesões
cerebrais, e exposição intra-uterina a medicamentos, como talidomida e valproato,
a metais pesados e a radiação eletromagnética (VORSTMAN et al., 2006;
BRAUNSCHWEIG et al., 2008; SINGER et al., 2008).
Na verdade, parece que fatores ambientais e genéticos combinados
definem o risco para as DEA, segundo a hipótese proposta por Deth et al (2008).
De acordo com a hipótese, o risco para o autismo não depende de fator isolado e
poderia ser influenciado por polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) em
22
qualquer nível das vias neuro-anatômicas ou metabólicas, associados com a
exposição a fatores de risco ambiental. Por exemplo, o polimorfismo MTHFR
C677T causa uma diminuição na atividade enzimática relacionada ao
metabolismo do folato. A não suplementação dos afetados com ácido fólico no
período pós-natal poderia resultar em regressão neurológica e risco aumentado
para autismo (CURRENTI, 2009).
As DEA são etiologicamente muito heterogêneas. Em apenas 10% dos
casos a causa pode ser conhecida, incluindo-se as genéticas. Entre elas, as mais
freqüentes são as mutações no gene FMR1, que resultam na síndrome do
Cromossomo X Frágil (FRAXA), nos genes TSC1 e TSC2 da Esclerose Tuberosa
e anormalidades cromossômicas (MOESSNER et al., 2007).
A análise do cariótipo mostra alterações em 3 a 6% dos casos. As deleções
e duplicações em 2q, 7q, 15q e 22q são comumente relatadas (DURAND et al.,
2007, NEWBURY et al., 2009). Contudo, o significado funcional destas
alterações permanece desconhecido, pois há variação do tamanho das regiões
cromossômicas e diversidade de loci envolvidos. Também, a maioria dos
rearranjos é observada em casos esporádicos nas famílias ou ocorre de novo em
indivíduos com história familial positiva de DEA, o que dificulta a interpretação
(BATTAGLIA; BONAGLIA, 2006).
Anormalidades cromossômicas têm sido investigadas em DEA porque os
afetados, além dos sintomas nas três áreas do prejuízo, também apresentam uma
variedade de alterações físicas e comportamentais comumente associadas com tais
anormalidades, como retardo mental, epilepsia e dismorfismos faciais (WASSINK
et al., 2007).
uma variedade de genes candidatos propostos como envolvidos na
etiologia das DEA. Apesar dos resultados promissores e dos estudos de
associação, os dados obtidos ainda são inconclusivos, o que se deve à
heterogeneidade genética, ao provável envolvimento de muitos genes que
interagem entre si, epistasia, interações gene-ambiente e variabilidade na
expressão, além da influência de mecanismos epigenéticos, como imprinting e
inativação do X (VORSTMAN et al., 2006).
23
Outro fator complicador na interpretação da etiologia é o fato da expressão
de alguns genes ser influenciada por regiões reguladoras específicas localizadas a
distâncias relativamente grandes, mesmo em outros cromossomos, o que dificulta
a seleção de genes candidatos. Entre os propostos, muitos se expressam no
cérebro ou durante o desenvolvimento cerebral, como os que codificam proteínas
envolvidas nas sinapses, no sistema serotoninérgico e genes do sistema ácido
gama-aminobutírico (VORSTMAN et al., 2006).
As regiões associadas com DEA, com seus respectivos genes candidatos,
são destacadas abaixo na Figura 1.
O desenvolvimento de microarray baseado em CGH (Comparative
Genomic Hybridization) tem possibilitado a detecção de microdeleções e
microduplicações submicroscópicas em pacientes com DEA. Estas têm sido
referidas como Variação no Número de Cópias (CNVs), que parecem ter um papel
fundamental no autismo, maior do que previamente se pensava. Um estudo
recente encontrou 51 CNVs específicas em 46 de 397 pacientes com DEA, que
possivelmente resultaram no desequilíbrio de dose de 272 genes, muitos dos
considerados candidatos. CNVs de novo também foram observadas em 7% das
famílias com DEA e somente em 1% das famílias controles (CHRISTIAN et al,
24
2009; SYKES et al., 2009; WANG et al., 2009). Inclusive, a descoberta de CNVs
ligadas ao X pode contribuir para explicar a prevalência aumentada em homens
(MARSHALL et al., 2008).
Contudo, as mudanças no número de cópias no genoma humano não
ocorrem exclusivamente em pacientes, pois também são observadas em
indivíduos não afetados. Embora a prevalência na população seja desconhecida, é
possível que os desequilíbrios genômicos sustentem a variação fenotípica humana,
mas também a susceptibilidade a doenças (VORSTMAN et al., 2006).
Em DEA também foram descritas alterações submicroscópicas em regiões
subteloméricas, muito difíceis de serem diagnosticadas em uma avaliação
cariotípica de rotina. A extremidade distal do braço longo do cromossomo 2
(2q37) e do 22 (22q13.3) são as regiões alteradas em alguns casos, principalmente
com deleções (WOLFF et. al., 2002; LUKUSA et. al., 2005, SEGURADO et. al.,
2005).
Muitos estudos preconizam a análise convencional do cariótipo e em alta
resolução (HRK) em pacientes com DEA. A análise em alta resolução não detecta
de forma precisa anormalidades menores que ~5Mb e também pode não detectar
anormalidade maiores não detectadas em bandamento GTG convencional. Estas
limitações são particularmente problemáticas na análise das regiões
subteloméricas, que são ricas em genes, susceptíveis a rearranjos, como deleções e
duplicações, mas que o pequenas e estão localizadas no interior de uma única
banda. Por esta razão, a Hibridização in situ Fluorescente (FISH) é uma técnica
indicada para superar algumas limitações e esclarecer achados da HRK
(WASSINK et al., 2007).
1.3 Regiões subteloméricas e DEA
As regiões de bandas quase terminais dos cromossomos são denominadas
regiões subteloméricas. São as regiões mais ricas em genes do genoma, o que é
sugerido pela quantidade aumentada de GC (JOYCE et al., 2001; WASSINK et
al., 2007).
25
Algumas síndromes genéticas resultam de microdeleções cromossômicas
distais, como em 1p36, 2q37, 3q29 e 22q13.3 (DURAND, et al., 2007).
Deleções em 2q estão associadas com um fenótipo caracterizado por baixo
peso ao nascimento, atraso do desenvolvimento, defeitos craniofaciais, pescoço
curto, além de hipotonia e comportamento autístico. A incidência da deleção
subtelomérica em 2q37 na população geral, entretanto, não está esclarecida
(GALASSO et al., 2008). A associação com DEA foi primeiramente sugerida por
Stein et al. (1992). Desde então, rios relatos destacam o fenótipo
comportamental autístico, observado em 24% dos pacientes revistos por Casas et
al.(2004) e em 35% dos casos relatados por Aldred et al. (2004). Características
autísticas ocorrem em associação com deleções terminais com pontos de quebra
em qualquer sub-banda de 2q37. Além dos comportamentos repetitivos e
prejuízos na comunicação e na interação social, os pacientes apresentam
movimentos esteriotipados, agressão intermitente, déficit de atenção, transtorno
obssessivo-compulsivo e distúrbios do sono, sugerindo uma nova ndrome
envolvendo essa região (FALK; CASAS, 2007).
Entre os genes sugeridos como candidatos que estão mapeados em 2q37,
se destaca o CENTG2 (Centaurin Gamma2 -2q37.2), pois é expresso em regiões
do sistema nervoso central como amígdala, cerebelo e hipocampo, que estão
descritas como alteradas em alguns autistas. O CENTG2 apresenta 4.112 pares de
bases e codifica uma proteína do citoesqueleto envolvida em processos neuronais
múltiplos do desenvolvimento e da maturação cerebral. Algumas mutações
detectadas neste gene foram relacionadas com susceptibilidade ao Autismo,
mas seu envolvimento na predisposição a esta doença não está esclarecido
(LUKUSA et al., 2004; WASSINK et al., 2005).
Entretanto, os estudos da associação CENTG2/autismo são contraditórios.
Por exemplo, Lukusa et al.(2004) descreveram três irmãos que apresentavam uma
deleção terminal em 2q37.3, atraso do desenvolvimento, deficiência mental,
anormalidades de mãos, pés e facies dismórficas, mas apenas um era autista.
Segundo os autores, esta diferença no fenótipo comportamental, apesar da deleção
terminal de 2q estar presente em todos eles, mostra a necessidade de uma
26
investigação para possíveis diferenças crípticas nos tamanhos dos segmentos
deletados, assim como a existência de outros fatores como penetrância incompleta
e imprinting (CASAS et al., 2004).
A Síndrome da Deleção 22q13.3, ou Síndrome de Phelan-McDermid, é
uma síndrome de microdeleção cromossômica caracterizada por hipotonia
neonatal, atraso global do desenvolvimento, crescimento normal a acelerado,
ausência a ou atraso grave da fala e características dismórficas menores. A
deleção ocorre com freqüência igual em homens e mulheres e foi relatada também
em mosaicismo. As características comportamentais incluem contato visual pobre,
movimentos estereotipados, socialização diminuída e prejuízos na linguagem,
consistentes com DEA. A incidência é desconhecida, porém é descrita uma
origem preferencialmente paterna (LUCIANI et al., 2003; PHELAN, 2008).
relatos de muitos pontos de quebra localizados no mesmo intervalo. Há uma
quantidade numerosa de seqüências Alu. Esses elementos Alu são conhecidos
como sítios de recombinação desigual, conduzindo a várias alterações
citogenéticas, como deleções, anéis ou translocações (LUCIANI et al., 2003). A
base molecular dos mecanismos que conduzem à deleção terminal ainda é pouco
definida, essencialmente por duas razões: os pontos de quebra podem ser
determinados no nível de pares de bases somente em poucos casos e podem ser
diferentes a partir dos pontos de quebra original, como conseqüência da ação de
mecanismos de reparo ativados por quebras no DNA dupla fita (BONAGLIA et
al., 2006).
As deleções em 22q13.3 têm sido um dos defeitos mais comumente
associados com autismo e parecem envolver principalmente o gene SHANK3
(PHELAN, 2008).
1.4 Gene SHANK3
A caracterização molecular das deleções em 22q13.3 mostra que três
genes localizados nessa região, a partir do centrômero: SHANK3, ACR e RABL2B.
27
As alterações em SHANK3 provavelmente sejam a causa dos sintomas
neurocomportamentais. Segundo Bonaglia et al. (2006) um hot spot localizado
dentro de SHANK3. Mais recentemente, mutações de novo foram encontradas em
pacientes com DEA (DELAHAYE et al., 2009).
O gene SHANK3 codifica uma proteína de densidade pós-sináptica (PSD)
de sinapses excitatórias que pode funcionar como suporte principal formando
grandes placas que compõem uma plataforma para a construção de um complexo
PSD. No complexo PSD, a proteína shank3 se liga a neuroliginas, que juntas com
as neuroxinas formam um complexo em sinapses glutamatérgicas, que sinaliza
moléculas e proteínas do citoesqueleto, presentes nas espinhas dendríticas e no
complexo PSD (Figura 2).
SHANK3, então, promove a formação, maturação e aumento de espinhas
dendríticas, num sistema complexo no qual perturbações em um número potencial
de moléculas, isoladas ou em combinação, podem resultar em quadros clínicos
comportamentais semelhantes (MOESSNER et al., 2007).
Alterações em SHANK3 foram associadas com DEA, deficiência
cognitiva grave e alterações de fala e linguagem (DURAND et al., 2007;
MOESSNER et al., 2007). Estudos mais recentes têm revelado deleções de novo e
mutações em SHANK3 em indivíduos com autismo, ressaltando um papel
importante deste gene no fenótipo autístico (SYKES et al., 2009).
Particularmente no éxon 22, que possui 2.254pb, foram encontradas
inserções e deleções de nucleotídeos que resultaram em mutações frameshift e na
formação de proteínas truncadas com perda de função. Por exemplo, foram
descritas a inserção de uma guanina na posição 3680 e uma deleção de 15
nucleotídeos na posição 4358-4372 do RNAm. Também no éxon 8, que tem 78pb,
foi encontrada uma mutação de novo, caracterizada pela troca A962G do RNAm,
que resultou na substituição Q321R em heterozigose. Os dados combinados
sugerem que a haploinsuficiência de SHANK3 pode causar uma forma
monogênica de autismo em uma freqüência suficiente para ser considerado em
testes diagnósticos de rotina (DURAND et al., 2007; MOESSNER et al., 2007).
28
Com estes achados ainda pouco explorados e não esclarecidos, o estudo de
alterações em 2q37 e 22q13.3, mutações no gene SHANK3 e dos fenótipos
clínicos correspondentes pode beneficiar pacientes, suas famílias e profissionais
que lidam com DEA.
A hipótese científica que foi testada neste estudo é que alguns pacientes
com DEA apresentam alterações em 2q37 e 22q13.3 que podem ser detectadas
por análise do cariótipo em alta resolução, além de mutações nos exons 8 e 22 do
gene SHANK3, numa freqüência que justifique sua avaliação rotineira nesta
população.
29
Figura 2. Sinapse excitatória mostrando a proteína shank (circulada em
vermelho) com a neuroligina (circulada em rosa), ligada a
neuroxina (circulada em azul) que participam da formação do
complexo de densidade pós-sináptica (PSD) (KIM; SHENG,
2004).
Objetivos
30
2. OBJETIVOS
Geral
Realizar a análise da ocorrência de alterações cariotípicas e moleculares de
indivíduos com Doenças do Espectro Autístico.
Específicos:
1- Estudar o cariótipo de indivíduos com diagnóstico de Doença do
Espectro Autístico pela técnica de bandamento GTG convencional;
2- Estudar as regiões 2q37 e 22q13 pela técnica de bandamento GTG em
alta resolução;
3- Avaliar a presença de mutações nos éxons 8 e 22 do gene SHANK3 por
seqüenciamento direto.
Material e Métodos
31
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Casuística
Em conformidade com as Normas Regulamentadoras de Pesquisas em
Seres Humanos, este projeto foi aprovado pelo CEP (FAMERP) e CONEP
(Processo 25000.015469/2007-59). Após a obtenção do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (Resolução 196/96) (Anexo I), foram estudados 48
indivíduos com diagnóstico de Doença do Espectro Autístico (DEA), segundo os
critérios do DSM-IV (APA, 1994). Os probandos foram provenientes da Escola
Municipal do Autista Maria Lúcia de Oliveira (EMA) de São José do Rio Preto
SP, da Associação dos Amigos dos Autistas (AMA) de Ribeirão Preto SP, do
Ambulatório de Genética da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
SP (AG), do Recanto Tia Marlene de Votuporanga SP (RTM) e de clínicas
especializadas (CE). Os diagnósticos foram realizados por psiquiatras e
psicólogos, membros de equipes interdisciplinares e especialistas em autismo.
Entre os indivíduos estudados, 35 (73%) eram do sexo masculino e 13
(27%) do sexo feminino. As idades variaram de três a 34 anos (X= 14,89) e
desvio padrão de 7,40. Quanto ao diagnóstico, 22 (46%) apresentavam Autismo,
20 (42%) PDD-NOS e seis (12%) Síndrome de Asperger. A Tabela 1 apresenta a
caracterização da casuística quanto ao sexo, idade, diagnóstico de PDD e
procedência.
Não foram incluídos no estudo pacientes com doenças de etiologia
genética ou ambientais, aqueles cujas famílias não concordaram em participar
deste estudo e aqueles que, mesmo com autorização do responsável para
participação do projeto, apresentaram desconforto exacerbado diante da
possibilidade da punção venosa.
32
Tabela 1. Caracterização da casuística quanto à idade (em
anos), sexo, diagnóstico e procedência.
Paciente
Idade
Sexo
Diagnóstico de
DEA
Procedência
1 12 M Autismo CE
2 13 M Asperger CE
3 8 M PDD-NOS AG
4 7 M PDD-NOS AG
5 13 M Autismo AG
6 19 M Asperger CE
7 17 F PDD-NOS AMA
8 13 M PDD-NOS AMA
9 7 M Autismo AMA
10 21 M PDD-NOS AMA
11 23 M PDD-NOS AMA
12 10 M PDD-NOS RTM
13 13 M Asperger CE
14 34 M PDD-NOS CE
15 22 F Asperger CE
16 13 F Autismo AMA
17 8 F Autismo AMA
18 3 M PDD-NOS CE
19 25 M Autismo AMA
20 13 F Autismo AG
21 12 M PDD-NOS RTM
22 29 F Autismo RTM
23 18 F Autismo RTM
24 7 F PDD-NOS RTM
25 27 M Autismo RTM
26 22 F Autismo RTM
27 3 M PDD-NOS CE
28 11 M PDD-NOS AG
29 9 M Autismo AMA
30 11 M PDD-NOS AMA
31 22 M Autismo AMA
32 19 F PDD-NOS EMA
33 15 M Asperger AMA
34 7 M Autismo AMA
35 23 M Autismo AG
36 30 M PDD-NOS AG
37 5 M Autismo AMA
33
Tabela 1- Continuação.
Paciente
Idade
Sexo
Diagnóstico de
DEA
Procedência
38 9 F PDD-NOS AMA
39 19 M Autismo AMA
40 18 M Autismo AMA
41 17 M Autismo AMA
42 14 M Autismo AMA
43 10 M PDD-NOS CE
44 13 M Asperger AG
45 10 M Autismo AMA
46 8 F PDD-NOS CE
47 8 F PDD-NOS CE
48
25 M Autismo AMA
EMA=Escola Municipal do Autista Maria Lúcia de Oliveira de São José do Rio Preto;
AMA=Associação dos Amigos dos Autistas de Ribeirão PretoSP; AG=Ambulatório
de Genética da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto SP; RTM=Recanto
Tia Marlene de Votuporanga – SP; CE=clínicas especializadas; F= feminino; M=
masculino.
3.2 Métodos
De cada paciente foram coletados cerca de 10ml de sangue periférico. A
coleta foi realizada com seringa estéril descartável, por profissional qualificado.
Destes, 5ml foram transferidos para tubo vacutainer com heparina, para cultura de
linfócitos e estudo citogenético, e 5ml para tubo com EDTA, para extração de
DNA e estudo molecular.
Todos os indivíduos foram investigados quanto a presença de
cromossomopatias. Para isto foi realizado o estudo cariotípico convencional em
metáfases obtidas de culturas de linfócitos submetidas ao bandamento GTG.
A análise das regiões 2q37 e 22q13 foi realizada pela técnica de
bandamento GTG em alta resolução, que também necessitou de cultura de
linfócitos prévia com agente indutor para obtenção de cromossomos
prometafásicos.
Mutações nos éxons 8 e 22 do gene SHANK3 foram investigadas por
sequenciamento direto.
34
3.2.1 Cultura de linfócitos, bandamento GTG convencional e em alta
resolução
As culturas de linfócitos foram desenvolvidas por 72 horas, segundo a
técnica de Moorhead et al., (1960), com modificações, de acordo com o protocolo
utilizado pelo Laboratório de Genética da Faculdade de Medicina de São José do
Rio Preto – FAMERP/FUNFARME.
Em três frascos foram colocados 5ml de meio de cultura RPMI 1640,
suplementado com 20% de soro fetal bovino, penicilina (100U/ml), fito-
hemaglutinina (PHA-Gibco 0,2ml/5ml de meio) e 0,2 ml de sangue total.
Para interrupção da divisão celular foi adicionado 0,1ml de solução de
colquicina Houdé (4x10M), que foi reincubado por 30 minutos antes da colheita.
Após o bloqueio celular, o material foi centrifugado a 900-1000rpm durante sete
minutos, o sedimento hipotonizado com 6ml de KCl a 0,075M por 10 minutos, a
37ºC, e fixado em metanol ácido acético (3:1). A suspensão celular foi, então
gotejada em lâminas limpas, molhadas e geladas.
Em dois frascos destinados à técnica de bandamento GTG em alta
resolução, após o período de incubação, foram adicionados 0,1ml de Actinomicina
D (concentração final de 2µg/ml), de acordo com o protocolo estabelecido no
Laboratório de Genética e estes foram novamente incubados à 37ºC por 40
minutos, após esse período foi adicionada colquicina Houdé (4x10M) durante seis
minutos e os frascos foram novamente reincubados na estufa a 37ºC. Após o
bloqueio celular, a colheita da cultura ocorreu igualmente aos demais frascos que
não receberam Actinomicina D.
Cada caso foi identificado durante toda a execução do projeto por um
código, que era conhecido apenas pelos responsáveis pela pesquisa.
As lâminas foram submetidas à técnica de bandamento GTG, realizada
segundo a técnica de Grouchy e Turleau (1984), com modificações.
As lâminas foram mergulhadas seqüencialmente em tampão Sorensen
pH6,8; solução de tripsina 0,2% e solução salina de PBS, respectivamente, por 15
35
minutos, dois a 10 segundos e um minuto. Posteriormente, foram coradas em
solução de Giemsa a 2% por três minutos e lavadas em água destilada.
O cariótipo convencional (resolução de 300-450 bandas) de cada indivíduo
foi analisado em 20 metáfases submetidas ao bandamento GTG. Para o estudo
cariotípico em alta resolução foram avaliadas outras cinco metáfases com
resolução mínima de 550 bandas. Todas as análises foram realizadas pela
mestranda e conferidas por outro orientadora, responsável pela conferência de
todos os resultados. Para determinação do padrão de resolução de bandas foram
selecionados segmentos dos cromossomos maiores (1-3) e o padrão observado foi
comparado às representações diagramáticas em diferentes resoluções contidas na
ISCN (2009).
Os achados e a descrição dos mesmos seguiram os critérios contidos na
ISCN (2009). As metáfases que apresentaram alterações foram fotografadas.
Para esclarecimento do resultado de um paciente, foram analisadas 10
metáfases pela técnica de FISH (Fluorescence in situ Hybridization) com a
utilização das sondas Tel Vysion 2q Spectrum Orange (Vysis) para a região
subtelomérica e CEP 2 Spectrum Orange (Vysis) para a região centromérica
controle, ambas com marcação em vermelho. A técnica foi realizada segundo as
instruções do fabricante e colaboração da doutoranda Adriana Barbosa Gonçalves.
3.2.2 Extração de DNA de leucócitos
O DNA genômico de cada indivíduo foi obtido a partir de leucócitos de
sangue venoso periférico segundo a técnica descrita por Miller et al. (1988), com
modificações.
Em um tubo de polipropileno de 15ml foram adicionados 3,5ml de
FICOLL PAQUE e 5ml de sangue periférico pela parede do mesmo. O material
foi centrifugado por 30 minutos a 3500rpm. O sobrenadante (plasma) foi retirado
e desprezado. O anel de leucócitos foi transferido com pipeta Pasteur descartável
para outro tubo e o volume de 15ml foi completado com PBS 1X. Nova
36
centrifugação foi realizada a 3500rpm por 12 minutos. O sobrenadante foi retirado
com pipeta Pasteur descartável, o pellet” suspenso e novamente completado o
volume de 15ml com PBS 1X. O material foi centrifugado a 3500rpm por 12
minutos e o sobrenadante recolhido com pipeta descartável. O “pellet” de
leucócitos foi novamente suspenso e em seguida foram adicionados 1ml de PBS
1X, 3ml de Lysis Buffer, 0,2ml de SDS 10%, 50µl de proteinase K (20mg/ml) e
40µl de RNAse (20mg/ml). O material foi agitado e incubado à 37ºC overnight.
Ao “pellet” de leucócitos foi acrescentado 1ml de NaCl 6M saturado. O
tubo foi agitado vigorosamente até formar espuma e colocado no gelo por 15
minutos. O material foi novamente agitado e centrifugado a 3500rpm por 15
minutos. O sobrenadante foi transferido para um novo tubo de 15ml e completado
com 10ml de etanol absoluto gelado, para a precipitação do DNA. O tubo foi
invertido delicadamente até a visualização do DNA precipitado. O DNA foi,
então, colocado em um eppendorf de 1,5ml com 500µl de etanol 70% gelado. O
material foi centrifugado a 14.000rpm por três minutos, o etanol 70% descartado e
o tubo deixado em repouso por 15 minutos. O DNA foi diluído em água estéril e
incubado a 37ºC por três a quatro dias para diluição. Após este período, o material
foi estocado a -20ºC. A estimativa da concentração foi realizada pela leitura em
espectrofotômetro NanoDrop ND 1000.
3.2.3 Amplificação do DNA extraído
Esta etapa contou com a colaboração das Profas. Dras. Flávia Cristina
Rodrigues Lisoni e Eloíza Helena Tajara da Silva, do Laboratório de Marcadores
Moleculares e Bioinformática Médica. A amplificação do éxons 8 e 22 do gene
SHANK3 foi realizada segundo a técnica de Saiki et al. (1998), com algumas
modificações.
Para a padronização das concentrações dos reagentes e condições de
ciclagem da PCR para os éxons 8 e 22 do gene SHANK3, foram realizados
diferentes testes com variações da concentração do DNA (50ng/l, 25ng/l e
20ng/l), do volume dos primers, com concentração final de 10M, (2,5l, 2,0l
37
e 1l) e também da temperatura de anelamento (57°C a 61°C). Após a
padronização, a amplificação dos dois éxons do gene foi realizada seguindo os
programas de amplificação e as condições de reação que estão descritas nos
Quadros 1, 2 e 3.
A reação em cadeia da polimerase (PCR) foi processada em termociclador
GeneAmp
®
PCR System 9700 da Applied Biosystems, em volumes de 25l. Em
todos os experimentos um dos tubos não recebeu DNA (controle de
contaminação).
O éxon 8 gera um produto de 200 pares de bases (pb), que correspondeu
ao primer 3, que flanqueia todo o éxon, ou seja, da posição 8671pb a 8870pb do
DNA.
Foram utilizados dois pares de primers para o éxon 22 do gene SHANK3,
pois se trata de um éxon grande. Foi flanqueando da posição 46748pb a 46934pb
do DNA, que correspondeu ao primer 1, e da posição 47435pb a 47617pb do
DNA, que correspondeu ao primer 2. Portanto, para o éxon 22 foram gerados
dois produtos de amplificação, um de 186 e outro de 183 pares de bases (pb).
Estas duas regiões estudadas foram chamadas respectivamente de pontos 1 e 2.
As sequências de bases dos primer utilizados estão descritas no Quadro 4.
3.2.4 Eletroforese em gel de agarose
Foram utilizados 5l de cada amostra, que foram aplicados em géis de
agarose a 2%, com brometo de etídeo (0,5 g/ml) e submetidos à eletroforese
horizontal por 30 minutos à corrente elétrica de 100 V constantes, conduzida em
tampão TEB 1x (Tris 89mM, EDTA 2,5mM e ácido bórico 89mM com pH 8,3).
Em todas as eletroforeses realizadas, foram utilizados como marcador o DNA
Ladder de 100pb.
38
Etapa Temperatura (°C) Duração
Desnaturação inicial
95 05 minutos
Desnaturação*
95 30 segundos
Anelamento*
57 30 segundos
Extensão*
72 01 minuto
Extensão final 72 10 minutos
*O ciclo desnaturação-anelamento-extensão foi repetido 30 vezes
Quadro 1. Programa de amplificação utilizado para os primers 1 e 2
do gene SHANK3.
Etapa Temperatura (°C) Duração
Desnaturação inicial
94 04 minutos
Desnaturação*
94 45 segundos
Anelamento*
62 45 segundos
Extensão*
72 01 minuto
Extensão final 72 10 minutos
*O ciclo desnaturação-anelamento-extensão foi repetido 35 vezes
Quadro 2. Programa de amplificação utilizado para o primer 3 do
gene SHANK3.
39
Reagentes Concentração final
Tampão
1X
MgCl
2
50 mM
dNTP
1,25 mM
Right Primers 1, 2, 3
10M
Left Primers 1, 2, 3
10 M
Taq DNA Polimerase (Invitrogen)
5 U
Água Milli-Q
q.s.p. 25 l
DNA
25-50ng/ l
Quadro 3. Condições de reação utilizadas para a
amplificação dos éxons 8 e 22 do gene
SHANK3.
Primer
Função
Primers 5´ a 3´
Posição
Tamanho do
amplicon (pb)
1
Right
CACAGCCGCTGACTGCAT
Éxon 22
(ponto
1)
46748pb
a
46934pb
186
Left GAAGTCACCCGAGGACAAGA
2
Right CCCCATAGCTTGGACCTTCT
Éxon 22
(ponto2)
47435pb
a
47617pb
183
Left CAAGCCCAAGCTCAAGTCC
3
Right GGGAAGAACCAAGGTTCAGA
Éxon 8
8671pb
a
8870pb
200
Left CAGCTGTGATTCCCTCTTCC
Quadro 4.
Primers para amplificação e sequenciamento do gene SHANK3.
40
Os géis de agarose foram visualizados sob luz UV no transiluminador
Hoefer MAcroVue UVis-20 da Amershan e armazenados em fotodocumentador
pelo sistema EDAS 290, o que permitiu observar se houve amplificação e se o
tamanho do segmento obtido coincidiu com o esperado.
3.2.5 Purificação dos produtos de PCR para sequenciamento
Os produtos obtidos em todas as reações de PCR foram purificados com
etanol, de acordo com metodologia descrita por Sambrook e Russel (2001). Os
amplicons foram inicialmente transferidos para tubos de 1,5ml, onde foi realizada
a purificação. A estes tubos foram adicionados 5l de acetato de sódio 3M
seguidos de 150l de etanol 100%. Os tubos foram, colocados em freezer -80ºC
por uma hora, para que o DNA fosse precipitado, e submetidos à centrifugação a
15.000rpm na centrífuga Sorvall Legend Match 1.6R da Thermo Scientific, por 20
minutos, a 4ºC. O sobrenadante foi descartado e o precipitado lavado com 150l
de etanol a 70% (Merck). Em seguida, foi realizada centrifugação por 20 minutos,
a 15.000rpm, a 4ºC para obtenção de um precipitado, que foi homogeneizado em
20l de água ultra-pura (Invitrogen). Em seguida, as amostras foram novamente
quantificadas em espectrofotômetro NanoDrop ND 1000 da Thermo Scientific.
3.2.6 Sequenciamento do gene SHANK3
As amostras amplificadas e purificadas foram submetidas ao
sequenciamento automático no aparelho de capilaridade 3130 Genetic Analyzer
(Applied Biosystems), gentilmente cedido pelo Prof. Dr. Maurício Lacerda
Nogueira, do Laboratório de Virologia (FAMERP).
As seqüências dos éxons 8 e 22 do gene SHANK3 foram determinadas
utilizando-se o kit Big Dye Terminator v3.1 (Applied Biosystems), segundo
recomendações do fabricante. O sequenciamento teve como finalidade confirmar
se os amplicons correspondiam realmente às regiões especificadas e analisar a
presença de alterações não nos pontos de mutações descritas, mas em todo o
41
amplicon. Na reação de PCR para sequenciamento foram utilizados 2,0µl de Big
Dye Terminator, 4,0µl de solução tamponante (5X), 1,0µl de primer específico
(3,2 µM), 1,0µl de DNA purificado com concentração aproximada de 200 ng/ml e
água Milli Q (Invitrogen) suficiente para completar 20µl de reação. Para cada
amostra foi realizada uma reação com o primer sense (right) e uma reação com o
anti-sense (left). As condições da PCR para sequenciamento estão descritas no
Quadro 5.
A análise das sequências foi realizada no programa DS Gene 2.0 (Accelrys,
USA) e feita uma comparação com sequências existentes no GenBank
(www.ncbi.nlm.nih.gov/blast).
Etapa Temperatura (°C) Duração
Desnaturação*
96 30 segundos
Anelamento*
50 15 segundos
Extensão*
60 04 minutos
Extensão final 4
O ciclo (*) foi repetido 25 vezes
Quadro 5. Programa de amplificação utilizado para reação de
sequenciamento do gene SHANK3.
Resultados
42
4. RESULTADOS
Foram investigados 48 indivíduos com Doenças do Espectro Autístico. A
análise citogenética convencional em bandamento GTG foi realizada nos 48
indivíduos e em alta resolução da região 2q37 e da região 22q13 em 43. O
sequenciamento direto do éxon 8 do gene SHANK3 foi possível em 31 indivíduos,
do ponto 1 do éxon 22 em 30 e do ponto 2 em 31 indivíduos.
A Tabela 2 apresenta os resultados das análises realizadas em cada caso.
Em alguns houve necessidade de repetição da cultura de linfócitos, por não
crescimento celular ou não obtenção de células em prometáfase ou metáfase
inicial, que não foi possível por dificuldade de contato com as famílias, recusa de
nova coleta, ou porque o indivíduo residia em locais muito distantes. Em outros
não foi possível o estudo do gene SHANK3 por problemas de amplificação das
amostras ou falta de tempo hábil para nova coleta de sangue e finalização.
Nenhum indivíduo apresentou alteração cromossômica numérica ou
estrutural pela análise convencional em bandamento GTG.
Com relação à análise citogenética por bandamento GTG em alta
resolução, 42 indivíduos apresentaram metáfases nitidamente normais para as
regiões 2q37 e 22q13 (Figuras 3 e 4, respectivamente).
Um paciente com diagnóstico de Síndrome de Asperger apresentou uma
alteração que foi caracterizada como possível deleção em 2q37, observada em um
dos cromossomos do par 2 em todas as metáfases analisadas (Figura 5a e b).
Contudo, para esclarecimento do achado, foi realizada a análise por FISH com a
sonda específica para a região subtelomérica do cromossomo 2 (2q37), que
mostrou os dois sinais normais esperados e afastou a suspeita da deleção nesta
região específica (Figura 5c).
Com relação à análise molecular por sequenciamento direto dos éxons 8 e
22 do gene SHANK3, todos os indivíduos mostraram as sequências selvagens
(normais).
43
As Figuras de 6 a 8 apresentam os géis de agarose para os amplicons de
200pb, 186pb e 183pb, correspondentes aos éxons 8 e pontos 1 e 2 do éxon 22,
respectivamente.
As Figuras de 9 a 11 apresentam os eletroferogramas parciais
correspondentes a partes de sequências do éxon 8 e das regiões selecionadas do
éxon 22.
Os artigos científicos originados à partir dos dados obtidos estão apresentados no
Apêndice.
44
Tabela 2- Resultados obtidos das diferentes análises realizadas em cada caso
estudado.
Caso
Cariótipo
convencional
Alta
resolução
2q37
Alta
resolução
22q13
Éxon 8 do
gene SHANK3
Éxon 22 do
gene SHANK3
(ponto 1)
Éxon 22 do
gene SHANK3
(ponto 2)
1 46,XY NL NL NR NR NR
2 46,XY NL NL NR NR NR
3 46,XY NL NL NR NR NR
4 46,XY NL NL NR NR NR
5 46,XY NL NL NR NR NR
6 46,XY NL NL NR NR NR
7 46,XX NL NL NR NR NR
8 46,XY NL NL S S S
9 46,XY NL NL S S S
10 46,XY NL NL NR NR NR
11 46,XY NL NL S S S
12 46,XY NL NL S S S
13 46,XY NL NL S NO S
14 46,XY NL NL NR NR NR
15 46,XX NL NL S S S
16 46,XX NL NL S S S
17 46,XX NL NL S S S
18 46,XY NL NL NR NR NR
19 46,XY NL NL S S S
20 46,XX NL NL S S S
21 46,XY NL NL NR NR NR
22 46,XX NL NL NR NR NR
23 46,XX NL NL NR NR NR
24 46,XX NL NL NR NR NR
25 46,XY NL NL NR NR NR
26 46,XX NL NL NR NR NR
27 46,XY NL NL NR NR NR
28 46,XY NO NO S S S
29 46,XY NL NL S S S
30 46,XY NL NL S S S
31 46,XY NL NL S S S
32 46,XX NL NL S S S
45
Cariótipo
convencional
Alta
resolução
2q37
Alta
resolução
22q13
Éxon 8 do
gene SHANK3
Éxon 22 do
gene SHANK3
(ponto 1)
Éxon 22 do
gene SHANK3
(ponto 2)
33 46,XY NL NL S S S
34 46,XY NL NL S S S
35 46,XY NL NL S S S
36 46,XY NL NL S S S
37 46,XY NL NL S S S
38 46,XX NO NO S S S
39 46,XY NL NL S S S
40 46,XY NL NL S S S
41 46,XY NO NO S S S
42 46,XY NL NL S S S
43 46,XY NO NO S S S
44
45
46
47
48
46,XY
46,XY
46,XX
46,XX
46,XY
NL
NL
NL
NL
NO
NL
NL
NL
NL
NO
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
S
NL = resultado nornal; NO= resultado não obtido; NR= resultado não realizado;
S= sequência selvagem.
Tabela 2- Continuação.
46
Figura 3. Diagrama do cromossomo 2 à esquerda e par de
cromossomos 2 à direita, em bandamento GTG em
alta resolução, com destaque da região 2q37
presente no par de homólogos.
Figura 4. Metáfase em bandamento GTG em alta resolução. O
ideograma do cromossomo 22 à esquerda e as setas
indicam a região 22q13.3 presente no par de
homólogos.
47
Figura 5. (a) Esquema representativo das bandas GTG do cromossomo 2
à esquerda e par de cromossomos 2 normais à direita. As
setas indicam 2q37. (b) Esquema representativo das bandas
GTG do cromossomo 2 à esquerda, cromossomo 2 normal
no centro e sugestivo de deleção em 2q37 do paciente (seta
vermelha), `a direita. (c) Metáfase parcial do paciente
submetida à técnica de FISH, com os quatro sinais normais
em vermelho. As setas azuis e pretas indicam a região
centromérica e a região 2q37, respectivamente.
48
Figura 6. Perfil eletroforético em gel de agarose 2%
correspondente a amplificação do éxon 8 do
gene SHANK3 nas colunas 2-7 e 9-11.
Marcação com Ladder de 100pb na coluna
1, ausência de amplificação na coluna 8 e
controle negativo na coluna 12 .
Figura 7.
Perfil eletroforético em gel de agarose 2%
correspondente a amplificação do
éxon 22-
ponto1 do gene SHANK3
nas colunas de 2-4 e
6-13. Marcação com Ladder de 100pb na
coluna 1, ausência de amplificação na
coluna 5 e controle negativo na coluna 14.
49
Figura 8. Perfil eletroforético em gel de agarose 2%
correspondente a amplificação
do (éxon 22-
ponto2)
nas colunas de 3, 6, 8-10 e 12.
Marcação com Ladder de 100pb na coluna 1,
ausência de amplificação nas colunas 2,4-5, 7 e
controle negativo na coluna 13.
3 e 4: Ausência de amplificação. A coluna 7 representa o
Figura 9. Eletroferograma parcial das sequências right e left do éxon 8 do gene
SHANK3 contendo a região de 80-157pb do amplícon total de 200pb
analisadas no programa DS Gene 2.0 (Accelrys, USA).
50
Figura 10. Eletroferograma parcial das sequências right e left do ponto 1 do éxon
22 do gene SHANK3 contendo os primeiros 80pb do total do amplícon
de 186pb analisadas no programa DS Gene 2.0 (Accelrys, USA).
Figura 11. Eletroferograma parcial das sequências right e left do ponto 2 do éxon
22 do gene SHANK3 contendo a região de 50-127pb do total do
amplícon de 183pb analisadas no programa DS Gene 2.0 (Accelrys,
USA).
Discussão
51
5. DISCUSSÃO
As DEA são um grupo de doenças de etiologia variável e muito complexa
que uma minoria de casos possui causa genética única conhecida. Entretanto, na
maioria fortes evidências da participação de componentes genéticos. Inclusive,
foram descritos rearranjos envolvendo praticamente todos os cromossomos em
indivíduos com DEA (DELLA MÔNICA et al., 2007). Neste estudo, nenhum
caso apresentou alteração detectada por análise citogenética convencional, o que
pode ter ocorrido em função da casuística ser pequena. Entretanto, mesmo assim,
como as descrições de alterações cromossômicas em DEA referem uma
freqüência de 3-6% (GIUNCO, 2002; DURAND et al., 2007; NEWBURY et al.,
2009), seriam esperados um ou dois resultados positivos. Também deve ser
considerado que tais alterações são mais freqüentes que em autistas do que em
portadores de outras DEA, e a casuística aqui foi heterogênea.
Entre as regiões propostas sugeridas como possivelmente envolvidas na
etiologia das DEA estão 2q37 e 22q13, observadas como alteradas em alguns
pacientes e que levaram a sugestão de alguns genes candidatos (BARTLETT et.
al., 2005; SURESH et. al., 2006; VORTSMAN et. al., 2006). Casas et al. (2004)
descreveram 60 indivíduos com deleções em 2q35, 2q36 e 2q37, dos quais alguns
apresentavam comportamento autístico como um dos efeitos neurológicos.
Na região 2q37, após revisão da literatura, Gallasso et al. (2008)
encontraram um total de 50 casos de deleções com pontos de quebra em 2q37.1
(18 casos), 2q37.2 (10 casos) e 2q37.3 (22 casos), sugerindo alguns genes
importantes nessas sub-bandas.
Na banda 2q37.3 alguns genes, como o KIF1A e o HES6. O gene
KIF1A participa do transporte axonal de precursores de vesículas sinápticas.
sugestões de que teria um possível papel crítico na plasticidade, manutenção e
maturação de neurônios, inclusive, no início da vida.
O gene HES6 codifica um co-fator de transcrição que é expresso em todo o
período de desenvolvimento do sistema nervoso central e desenvolve uma função
52
na neurogênese cortical e na diferenciação, pela inibição da atividade anti-
neurogênica de HES6 (GALASSO et al., 2008).
Embora muitos genes candidatos para o autismo tenham sido identificados
na banda 2q37.3, na síndrome da deleção em 2q37, a maioria das crianças com
autismo, como parte do quadro clínico, tem o ponto de quebra em 2q37.2. Nessa
região, estão mapeados o gene GBX2 ou gastrulation brain homeo box 2, que se
expressa na região cerebral anterior, e o gene CENTG2 ou centaurin gamma 2,
que se expressa em várias regiões do cérebro fetal (WASSINK, et al., 2005).
CENTG2 foi considerado um forte candidato para o autismo. Também se
expressa no cérebro adulto e a proteína desse gene é encontrada em vesículas de
crescimento neuronal, sinapses de desenvolvimento e em neurônios maduros. As
variantes encontradas neste gene geram substituição dos aminoácidos e pode ser
que variantes sinônimas podem alterar múltiplos aspectos da expressão gênica e
do processamento. Por outro lado, variantes não sinônimas, mais prováveis de
serem deletérias, frequentemente ocorrem sem qualquer associação com efeito
fenotípico (WASSINK, et al., 2005).
em 2q37.1 está localizado o gene NMUR1 (Receptor 1 da Neuromedina
U). As estruturas do sistema nervoso central expressam níveis menores da sua
proteína quando comparados os dos órgãos periféricos, mas proteínas Nmur1
foram detectadas em abundância no cerebelo, amidgala e hipocampo, o que sugere
um papel na modulação da ação dopaminérgica (GALASSO et al., 2008).
O potencial envolvimento destes genes, ainda não muito conhecidos, e a
ação sinérgica entre estes e outros genes envolvidos na função, diferenciação e
reparo neuronal, podem explicar as variações observadas nos déficts
neuropsicológicos associados com a síndrome da deleção em 2q37 e desperta a
atenção para o estudo desta região em DEA (GALASSO et al., 2008).
Contudo, deleções em 2q37 também foram descritas em afetados com
características fenotípicas específicas e nos seus pais fenotipicamente normais,
sugerindo se tratar de um polimorfismo familial em alguns casos, mas a maioria
dos portadores tem comprometimento clínico (KITSIOU-TZELI et al., 2007)
53
No presente estudo, nenhum indivíduo apresentou deleção em 2q37 após
análise por bandamento GTG em alta resolução. Entretanto, um com diagnóstico
de síndrome de Asperger, apresentou uma suspeita de deleção de 2q37, mas que
não foi confirmada por FISH. Não é possível descartar que o paciente apresente
uma outra alteração na região terminal do braço longo do cromossomo 2, porém
envolvendo outras regiões que não foram avaliadas neste estudo, mas que não
envolve 2q37. Pois a sonda utilizada hibridiza-se em parte da sub-banda 2q37.3 e
não inteiramente, não descartando então que na mesma sub-banda possa ter
ocorrido deleção ou até mesmo em outra sub-banda de 2q37.
Quanto à região avaliada do cromossomo 22, uma afecção denominada
síndrome da deleção de 22q13, ou síndrome de Phelan McDermid, caracterizada
por hipotonia neonatal grave (>97%), problemas globais do desenvolvimento
(>98%), incluindo comportamento autístico, crescimento normal a acelerado
(95%), fala ausente ou gravemente atrasada (>98%) e características dismórficas
menores (PHELAN, 2008; OMIM, 2009). O interesse científico crescente nesta
região decorre da sua ligação com quadros autísticos (HEILSTEDT et al., 2003;
RAVNAN et al, 2006). Inclusive, a deleção em 22q13 foi proposta como uma das
alterações cromossômicas mais comumente associadas com autismo (PHELAN,
2008).
Nesse estudo não foram encontradas deleções em 22q13.3 pela análise
citogenética em bandamento GTG em alta resolução. Desde que o tamanho dessas
deleções pode variar em tamanho, de 160Kb a 9Mb, a análise em alta resolução
pode realmente não detectar muitas delas. Há a necessidade de estudos pela
técnica de FISH para a confirmação de resultados (BARBOSA-GONÇALVES et
al., 2008). A análise em alta resolução pode realmente não ser suficiente para
detecção destas alterações (LUCIANI, et al., 2003), contudo, isto não ocorreu com
os casos aqui estudados, uma vez que através de um outro projeto vinculado ao
mesmo grupo de pesquisa da autora, todos foram avaliados por FISH e não
mostraram alterações em 2q37 e 22q13.3 (BARBOSA-GONÇALVES,
comunicação pessoal).
54
Nenhuma técnica é conclusiva quando é utilizada isoladamente. A análise
por FISH com sondas subteloméricas também pode gerar resultados ambíguos que
requerem avaliação cuidadosa da intensidade da hibridização do sinal (tamanho
do sinal). Apenas discriminar a presença ou ausência dos sinais não é suficiente
(LUCIANI, et al., 2003; BONAGLIA, et al., 2006).
Apesar do grande número de casos relatados de deleções nas regiões
referidas, muitos deles não foram descritos na literatura de DEA, pois alguns
estudos têm interesse específico em quadros autísticos e outros em citogenética,
mas não em ambos. Por exemplo, um caso pode ser apresentado com a
anormalidade citogenética bem descrita, mas sem a descrição do fenótipo
comportamental do afetado. Além disso, é provável que muitos casos clínicos não
foram publicados, enquanto ao mesmo tempo pode ocorrer um viés da publicação
em favor de casos clinicamente interessantes (VORSTMAN, et al., 2006).
Além disso, os indivíduos aqui estudados não foram selecionados quanto a
presença de quadros clínicos específicos que caracterizam as síndromes descritas
nas regiões 2q37 e 22q13.3, o que pode explicar também a não detecção de
alterações nessas regiões.
Portanto, em pacientes com DEA têm sido descritas alterações
cromossômicas subteloméricas crípticas, como em 2q37 e 22q13, mas estas são
mais raras que se supõe ou muito difíceis de serem diagnosticadas em uma
avaliação cariotípica convencional ou mesmo em alta resolução. Isto sugere que a
avaliação destas regiões na triagem de pacientes ou nos protocolos de investigação
laboratorial de rotina deve ser questionado.
A região 22q13.3 desperta interesse científico não pelas deleções
associadas a DEA, mas também pelas alterações no gene SHANK3, mapeado
22q13.3 (LINTAS; PERSICO, 2008). Casos investigados por Delahaye, et al.
(2009), por exemplo, confirmam a haploinsuficiência de SHANK3 no fenótipo da
síndrome da deleção de 22q13.3, que inclui autismo.
No presente estudo foram avaliados os éxons 8 e 22 do gene SHANK3.
Inicialmente, a proposta era estudar o éxon 21, de acordo com alterações descritas
por Durand et al. (2007) e Moessnner et al. (2007). Entretanto, observou-se que os
55
primers descritos anelavam-se à região correspondente ao éxon 21 da sequência
genômica do SHANK3, inicialmente derivada do gene SHANK3 de rato com
Expressed Sequence Tags (ESTs) humanas listadas no UCSC Genome Browser,
mas não com as do éxon 21 humano, e sim com as do 22 , de acordo com o
Genbank. Assim, após comunicação pessoal com um dos autores, este confirmou
que as alterações estavam localizadas no éxon 22 humano.
A análise das seqüências do éxon 8 e dos dois pontos escolhidos do éxon
22 por sequenciamento direto, revelou seqüências selvagens, ou seja, normais em
todos os indivíduos estudados.
Este resultado pode ser explicado pelo fato de que as mutações em
SHANK3 em pacientes com DEA são raras e têm sido investigadas mais
recentemente nessa população. Alterações envolvendo este gene ocorrem em
cerca de 1,1% dos indivíduos com DEA e o número de indivíduos estudados ainda
é restrito (LINTAS; PERSICO, 2008).
Contudo, um estudo realizado em 330 famílias com mais de um indivíduo
com DEA e em 76 casos esporádicos em suas famílias, investigou SNPs e CNVs
no gene SHANK3 e não encontrou alterações. Uma das justificativas do autor foi
que utilizaram técnicas de rastreamento e que alterações podem não ter sido
detectadas, uma vez que eles não realizaram sequenciamento do gene para
confirmar os achados (SYKES et al., 2009). Pode ser sugerido, com os dados
obtidos aqui, inclusive porque o sequenciamento das regiões descritas como
alteradas no gene SHANK3 foi feito, que os achados são raros, porém estudos com
casuísticas maiores são necessários para conclusão.
Assim, em DEA são inúmeras e variáveis alterações descritas, com
envolvimento de diversas regiões cromossômicas e muitos genes propostos como
candidatos, além do que foi investigado neste estudo. Esta complexidade resulta
em dúvidas quanto ao que merece ser inicialmente incluído nos protocolos de
investigação laboratorial dos afetados para ser utilizado no Aconselhamento
Genético das famílias.
Sociedade Americana Psiquiatria sugere que em casos de DEA seja
realizada seleção clínica criteriosa, avaliação por um geneticista clínico, além da
56
análise do cariótipo e investigação molecular da síndrome do Cromossomo X
Frágil (PHILIPPE et al., 2008).
Conclusões
57
6. CONCLUSÕES
A introdução da análise de regiões específicas como 2q37 e 22q13 no
protocolo de investigação genética de rotina dos indivíduos com DEA parece não
ser necessária em indivíduos não selecionados, porém indivíduos que apresentem
fenótipos clínicos compatíveis com as síndromes caracterizadas nessas regiões
podem ser indicados para investigação das mesmas.
As suspeitas de deleção ou qualquer outra alteração estrutural detectadas
pela técnica de bandamento GTG em alta resolução em sujeitos com DEA devem
ser confirmadas por técnicas complementares como a técnica de FISH.
Não sugestões de que a análise de mutações nos éxons 8 e 22 do gene
SHANK3 mereça ser investigada em protocolos de avaliação dos pacientes,
entretanto em indivíduos que apresentarem a ndrome da deleção de 22q13.3
após análise clínica e confirmação por um outro exame, como a técnica de FISH
específica para essa região, é sugestivo uma análise do gene SHANK3 para
investigação de alterações no mesmo.
Referências
58
7. REFERÊNCIAS
ALDRED, M. A et al. Molecular Analysis of 20 patients with 2q37.3 monosomy:
Definition of minimum deletion intervals for key phenotypes. Journal of Medical
Genetics, v. 41, n. 6, p. 433-439, 2004.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA) Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders, 4
th
ed. American Psychiatric Association:
Washington (DC), 1994.
BADOE, E. V. Classical Rett Syndrome in a Ghanaian child: a case report. West
African Jounal of Medicine, v. 28, n. 2, p. 134-136, 2009.
BARBOSA-GONÇALVES, A. et al. Subtelomeric region of chromosome 2 in
patients with autism spectrum disorders. Genetics and Molecular Research, v.
7, n. 2, p. 527-533, 2008.
BARON-COHEN, S. et al. The autism-spectrum quotient (AQ); evidence from
Asperger syndrome/high-functioning autism, males and females, scientists and
mathematicians. Journal of Autism and Developmental Disorders, v. 31, n. 1,
p. 5-17, 2001.
BARTLETT, C. W. et al. Three autism candidate genes: a synthesis of human
genetic analysis with other disciplines. International Journal Developmental
Neuroscience, v. 23, n. 2-3, p. 221-234, 2005.
BATTAGLIA, A.; BONAGLIA, M. C. The yield of Subtelomeric FISH Analysis
in the Evaluation of Autistic Spectrum Disorders. American Journal of Medical
Genetics Part C, v. 142C, n. 1, p. 8-12, 2006.
59
BENITEZ-BURRACO, A. A. Autism and language: some molecular aspects.
Revista de Neurologia, v. 46, n. 1, p. 40-48, 2008.
BONAGLIA, M. C. et al. Identification of a recurrent within the SHANK3 gene
in the 22q13.3 deletion syndrome. Journal of Medical of Genetics, v. 43, n. 10,
p. 822-828, 2006.
BOSA, C. A. Autism: psychoeducational intervention. Revista Brasileira de
Psiquiatria, v. Suppl 1, p. S47-53, 2006.
BRAUNSCHWEIG, D. et al. Autism: maternally derived antibodies specific for
fetal brain proteins. Neurotoxocologic, v. 29, n. 2, p. 226-231, 2008.
BUXBAUM, J. D.; et. al. Mutation analysis of the NSD1 gene in patients with
autism spectrum disorders and macrocephaly. BMC Medical Genetics, v. 8, n.
68, p. 1-7, 2007.
CARVALHEIRA, G.; VERGANI, N.; BRUNONI, D. Genetics of autism.
Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 26, n.4, p. 270-272, 2004.
CASAS, K. A. et al. Chromosome 2q terminal deletion: report of 6 new patients
and review of phenotype-breakpoint correlations in 66 individuals. American
journal of medical genetics, v. 130, n. 4, p. 331-339, 2004.
CDC Centers for Disease Control and Prevention. Mental health in the United
State: parental report of diagnosed autism in children aged 4-17 years-United
States. MMWR Morb Wkly Rep, v. 55, n. 17, p. 481-486, 2006.
CHRISTIAN, S. L. et al. Novel Submicroscopic Chromosomal Abnormalities
Detected in Autism Spectrum Disorder. Biological Psychiatry, v. 63, n. 12, p.
1111-1117, 2009.
60
CURRENTI, S. A. Understanding and Determining the Etiology of Autism.
Cellular e Molecular Neurobiology, 2009. No prelo.
DELAHAYE, A. et al. Chromosome 22q13.3 deletion Syndrome with a de novo
intersticial 22q13.3 cryptic deletion disrupting SHANK3. European Journal of
Medical Genetics, v. 52, n. 5, p. 328-332, 2009.
DELLA-MONICA, M. et al. A case of autism an interstitial 1q deletion (1q23.3-
24.2) and a de novo translocation of chromosomes 1q and 5q. American Journal
of Medical Genetic Part A, v.
143A, n. 22, p. 2733-2777, 2007.
DETH, R. et al. How enviromental and genetic factors combine to cause autism: a
redox/methylation hypotesis. Neurotoxicology, v. 29, p. 190-201, 2008.
DURAND, C. M. et al. Mutations in the gene encoding the synaptic scaffolding
protein SHANK3 are associated with autism spectrum disorders. Nature
Genetics, v. 39, n.1, p. 25-27, 2007.
FALK, R. E.; CASAS, K. A. Chromosome 2q37 Deletion: Clinical and Molecular
Aspects. American Journal of Medical Genetics Part C, v. 145C, n. 4, p. 357-
371, 2007.
GALASSO, C. et al. Deletion 2q37: an identifiable clinical syndrome with mental
retardation and autism. Journal of Child Neurology, v. 23, n. 7, p. 802-806,
2008.
GAUTHIER, J. et al. Novel de Novo SHANK3 Mutation in Autistic Patients.
American Journal of Medical Genetics. Part B: Neuropsychiatric Genetics, v.
150B, n. 3, p. 421-424, 2008.
61
GENBANK, 2008. Disponível em: <www.ncbi.nlm.nih.gov/blast>. Acesso em:
25 fev. 2008.
GILLBERG, C.; COLEMAN, M. The Biology of Autistic Syndromes. 3. ed.
London: Mac Keith Press, 2000.
GIUNCO, C. T. Avaliação Genético-Clínica e Citogenética Molecular das
Regiões 7q31-q33 e 15q11-q13 em Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento. Tese (Mestrado em Genética). Instituto de Biociências, Letras
e Ciências Exatas de São José do Rio Preto, São Paulo, 127p; 2002.
GROUCHY, J. DE. ; TURLEAU, C. Clinical atlas of human chromosomes,
New York: Wiley, 1984.
GUPTA, A. R.; STATE, M. W. Autism genetics. Revista Brasileira de
Psiquiatria, Supl 1, p. S29-38, 2006.
HEILSTEDT, H. A. et. al. Population data suggest that deletions of 1p36 are a
relatively common chromosome abnormality. Clinical Genetics, v. 64, n. 4, p.
310-316, 2003.
HERBERT, M. R. et al. Autism and Enviromental Genomics. Neurotoxocologic,
v. 27, n. 5, p. 671-684, 2006.
HUGHES, J. R. Update on Autism: a Review of 1300 Reports. Epilepsy and
Behavior, v. 16, n.4, p. 569-589, 2009.
ISCN: An International System for Human Cytogenetic Nomenclature,
Basel: Karger, 2009.
62
JOYCE, C. A. et al. Subtelomeric Rearangments: Results From a Study of Seletec
and Unselected Probandos with Idiopathic Mental Retardation and Control
Individuals by using high-resolution G-Banding and FISH. Human Genetics, v.
109, n. 4, p. 440-451, 2001.
KITSIOU-TZELI, S. et al. Array-CGH analysis and clinical description of 2q37.3
de novo subtelomeric deletion. European Journal of Medical Genetics, v. 50, n.
1, p. 73-78, 2007.
KLIN, A. Asperger syndrome: an update. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.
25, n. 2, p.103-109, 2003.
KOPRA, K. et al
.
Comparison of Diagnostic Methods for Asperger Syndrome.
Journal of Autism and Developmental Disorder, v. 38, n. 8, p. 1167-1573,
2008.
KUMAR, R. A.; CHRISTIAN, S. L. Genetics of Autism Spectrum Disorders.
Current Neurology and Neuroscience Reports, v. 9, n. 3, p. 188-197, 2009.
LINTAS, C; PERSICO, A. M. Autistic phenotypes and genetic testing: state-of-
the-art for the clinical geneticist. Journal of Medical Genetics, v. 46, n. 8, p. 1-8,
2008.
LOSCH, M. et. al. Defining key features of the broad autism phenotype: a
comparison across parents of multiple and single-incidence autism families.
American Journal of Medical Genetics Part B Neuropsychiatry Genetic, v.
147B, n. 4, p. 424-33, 2008.
LUCIANI, J. J. et. al. Telomeric 22q13 deletions resulting from rings, simple
deletions, and translocations: cytogenetic, molecular, and clinical analyses of 32
new observations. J Med Genet, v. 40, n. 9, p. 690-696, 2003.
63
LUKUSA, T. et al. Deletion 2q37.3 and autism: molecular cytogenetic mapping
of the candidate region for autistic disorder. Genetic Counseling, v. 15, n. 3, p.
293-301, 2004.
LUKUSA, T.; et. al. Terminal 2q37 deletion and autistic behaviour. Genetic
Counseling, v. 16, n. 2, p. 179-180, 2005.
MARSHALL, C. et al. Structural Variation of Chromosomes in Autism Spectrum
Disorders. The American Journal of Human Genetics, v. 82, n. 2, p. 477-488,
2008.
MATSON, J. L. M. et al. Symptoms in adults with intellectual disability: toward
an empirically oriented diagnostic model. Journal Autism Developmental
Disorder, v. 38, n. 3, p. 530-537, 2008.
MERCADANTE, M. T.; et. al. Saccadic movements using eye-tracking
technology in individuals with autism spectrum disorders: pilot study. Arquivos
de Neuropsiquiatria, v. 64, n. 3A, p. 559-562, 2006.
MERCADANTE, M. T.; VAN DER GAAG R. J.; SCHWARTZMAN J. S.
Transtornos invasivos do desenvolvimento não-autísticos: síndrome de Rett,
transtorno desintegrativo da infância e trasntornos invasivos do desenvolvimento
sem outra especificação. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 28, p. 12-20, 2006.
Suplemment.
MILLER, S. A; DYKES, D. D.; POLESKY, H. F. A simple salting out procedure
for extracting DNA from human nucleated cells. Nucleic Acids Research, v. 16,
n. 3, p. 1215, 1988.
64
MOESSNER, R. et al. Contribution of SHANK3 mutations to autism spectrum
disorder. American Journal of Human Genetics, v. 81, n. 6, p. 1289-1297,
2007.
MOORHEAD, P. S. et al. Chromosome preparations of leukocytes cultured from
human peripherial blood. Experimental Cell. Research, v. 20, p. 613-616, 1960.
MORDEKAR S. R et al. Corticosteroid treatment of behaviour, language and
motor regression in childhood disintegrative disorder. European journal of
paediatric neurology: EJPN: official journal of European Paediatric
Neurology Society, v. 13, n. 4, p. 367-369, 2009.
MUHLE, R.; TRENTACOSTE, S. V.; RAPIN, I. The genetics of Autism.
Pediatrics, v.113, n.5, p. 472-486, 2004.
NEWBURY, D. F. et al. Mapping of partially overlapping de novo deletions
across an autism susceptibility region (AUTS5) in two unrelated individuals
affected by developmental delays with communication impairment. American
Journal of Medical Genetics Part A, v. 149A, n. 4, p. 588-597, 2009.
NIKOLOV, R.; JONKER, J.; SCAHILL, L. Autistic disorder: current
psychopharmacological treatments and areas of interest for future developments.
Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 28, n. 1, p. 39-46, 2006. Suplemment.
PHELAN, M. C. Deletion 22q13.3 syndrome. Orphanet Journal of Rare
Diseases, v. 3, n. 14, p. 1-6, 2008.
PHILIPPE, A. et al. Neurobehavioral profile and brain imaging study of the
22q13.3 deletion syndrome in childhood. Pediatrics, v. 122, n. 2, p. e376-e381,
2008.
65
RAVNAN, J. B., et al. Subtelomere FISH analysis of 11688 cases: an evaluation
of the frequency of subtelomere rearrangements in individuals with developmental
disabilities. Journal of Medical Genetic, v. 43, p. 478-489, 2006.
ROY, M. Asperger´s Syndrome in Adulthood. Deutsches Arzteblatt
International, v. 106, n. 5, p.59-64, 2009.
SAIKI, R. K. et al. A. Primer-directed enzymatic amplification of DNA with a
thermostable DNA polymerase. Science, v. 239, n. 4839, p. 487-491, 1998.
SAMBROOK, J; RUSSEL, D. W. Molecular Cloning a Laboratory Manual. 3.
ed. New York: Cold spring harbor laboratory press, 2001.
SCHMIDT, G. L.; et. al. Impairments in phonological processing and nonverbal
intellectual function in parents of children with autism. Journal of Clinical and
Experimental Neuropsycholy, v. 30, n. 5, p. 557-567, 2008.
SEGENREICH, D.; MATTOS, P. Atualização sobre comorbidade entre
transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e transtornos invasivos
do desenvolvimento (TID). Revista de psiquiatria clínica, v. 34, n. 4, p. 184-
190, 2007.
SEGURADO, R. et al. Confirmation of association between autism and the
mitochondrial aspartate/glutamate carrier SLC25A12 gene on chromosome 2q31.
American Journal of Psychiatry, v. 162, n. 11, p. 2182-2184, 2005.
SINGER, H. S. et al. Antibodies against fetal brain in sera of mothers with autistic
children. Journal of Neuroimmunology, v. 194, n. 1-2, p. 165-172, 2008.
66
SINZIG, J.; et. al. Inhibition, flexibility, working memory and planning in autism
spectrum disorders with and without comorbid ADHD symptoms. Child and
Adolescent Psychiatry Mental Health, v. 2, n. 1, p. 4, 2008.
STEIN, C. K et al. Deletion of 2q37 a new syndrome? American Journal
Medical of Genetics, v. 51, p-1223, 1992. Supplement.
SURESH, R. et. al. New complexities in the genetics of stuttering: significant
Sex-specific linkage signals. American Journal of Human Genetics, v. 78, n. 4,
p. 554-563, 2006.
SYKES, N. H. et al. Copy Number Variation and Association Analysis of
SHANK3 as a Candidate gene for Autism in the IMGSAC Collection. European
Journal of Human Genetics, v. 17, n. 10, p. 1347-1353, 2009.
VORSTMAN, J. A. S. et al. Identification of novel autism candidate regions
through analysis of reported cytogenetic abnormalities associated with autism.
Molecular Psychiatry, v. 11, n. 1, p. 18-28, 2006.
WANG, K. et al. Common Genetic Variants on 5p14.1 Associate with Autism
Spectrum Disorders. Nature, v. 459, n. 7246, p. 528-533, 2009.
WASSINK, T. H. et al. Systematic for Subtelomeric Anomalies in a Clinical
Sample of Autism. Journal of Autism and Developmental Disorders, v.37, n. 4,
p. 703-708, 2007.
WASSINK, T. H. et. al. Evaluation of the chromosome 2q37 gene CENTG2 as an
autism. American Journal of Medical Part B Neuropsychiatry Genetic, v. 136,
n. 1, p. 36-44, 2005.
67
WOLFF, D. J. et al. Pilot assessment of the subtelomeric regions of children with
autism: detection of 2q deletion. Genetic Medical, v. 4, n. 1, p. 10-14, 2002.
Anexos
68
8. ANEXOS
8.1 Anexo A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)
Este documento tem o objetivo de convidar o
(a).............................................................................., pelo qual o (a) senhor (a) é
responsável legal, a participar do Projeto de Pesquisa “Análise Citogenética em
Alta Resolução de 2q37 e 22q13 e Molecular do gene Shank3 em Doenças do
Espectro Autístico”, que está sob a responsabilidade das pesquisadoras Prof
a
.
Dr
a
. Agnes Cristina Fett Conte (Depto de Biologia Molecular FAMERP) e
Ana Luiza Bossolani Martins (mestranda IBILCE/UNESP), cujos telefones
para contato são: (0xx17) 32015000 ramal 5813 (Comitê de Ética em Pesquisa) e
32015000, ramal 1931 (Serviço de Genética).
O objetivo é avaliar regiões específicas do material genético, denominadas
regiões subteloméricas dos braços longos dos cromossomos 2 (2q) e 22 (22q), em
pacientes com doenças do espectro autístico, que são doenças comportamentais,
como a que seu (sua) filho (a) apresenta. Estas regiões podem estar relacionadas
com a causa da doença e é isso que será estudado.
Para atingir este objetivo, será necessária a coleta de um pouco (5ml) de
sangue da veia do braço do (a) seu (sua) filho (a), sem necessidade de estar
em jejum. Será coletado por profissional especializado. Também serão tiradas
fotos em vistas frontal e lateral e será feita uma entrevista com os pais. O
Para uma investigação científica honesta e segura, a pessoa que vai
participar do estudo, ou o seu responsável legal deve dar seu consentimento
livremente, após ter sido muito bem informado sobre os riscos e benefícios do
estudo. É da responsabilidade do pesquisador lhe dar toda e qualquer informação
necessária e solicitada. Este termo de consentimento tem a finalidade de
proteger o participante do estudo.
69
sangue do paciente será utilizado única e exclusivamente para atingir o objetivo
deste estudo e após a sua utilização será descartado.
Os riscos para a saúde são: dor, ardência, infecção ou mancha roxa no
braço no local da retirada do sangue, mas todas as medidas de proteção serão
tomadas.
Para esclarecimento de dúvidas as pesquisadoras responsáveis podem ser
contatadas pelo telefone ou pessoalmente. Em caso de ser detectada alguma
alteração nos exames, os resultados serão muito bem esclarecidos e todas as
informações/esclarecimentos serão oferecidos em sessão de Aconselhamento
Genético, que será realizada pela pesquisadora orientadora deste estudo. Também
todas as informações obtidas da sua participação serão consideradas confidenciais,
ficando a identidade de toda sua família mantida em segredo, em qualquer
situação.As informações obtidas desta pesquisa poderão ser divulgadas em
reuniões ou revistas científicas e sem revelar o nome do (a) seu (sua) filho (a).
Se decidir não participar ou interromper a sua participação, em qualquer época,
você não terá nenhum tipo de prejuízo, não perderá nenhum benefício e não
precisará dar justificativas da sua atitude.
Ao assinar esse documento, você estará confirmando que o leu, recebeu
informações claras sobre este estudo, que teve oportunidade de fazer perguntas e
todas foram respondidas, que está de acordo em participar livre e
espontaneamente e sabe que, sob hipótese alguma receberá qualquer tipo de
gratificação pela participação.
Este estudo poderá contribuir para o conhecimento das causas e das
manifestações envolvidas na doença do tipo autístico e que, dependendo do
resultado, no seu caso, poderá auxiliar no diagnóstico e orientação genética para a
sua família.
Eu dou o meu consentimento para participação do (a) meu (minha) filho (a).
Nome do responsável legal: ...........................................................................
Vínculo: Pai( ) mãe( ) outro( ).....................................
Quero receber os resultados dos exames? Sim ( ) Não ( )
70
Data:....../........./.........
Assinatura:..................................................................................................................
.........
DECLARAÇÃO DE RESPONSBILIDADE: Expliquei a natureza, objetivos,
riscos e benefícios desta investigação. Coloquei-me à disposição para perguntas e
respondi a todas. Obtive o consentimento de maneira livre e me coloquei à
disposição para qualquer outro esclarecimento pelo telefone (0xx17) 3201-5000
ramal 1931.
Pesquisador:.....................................................................
RG:.............................................................
Data:......../........./.........
Assinatura:.......................................................................
Apêndices
71
9. APÊNDICES
9.1 Apêndice A- Análise citogenética por bandamento GTG convencional e
em alta resolução da região 2q37 em pacientes com doenças do Espectro
Autístico
72
O artigo intitulado “Molecular Evaluation of exon 8 e 22 of the SHANK3
gene in Autism Spectrum Disorders” foi submetido à revista Molecular
Psychiatry.
73
9.2 Apêndice B- Molecular Evaluation of exon 8 e 22 of the SHANK3 gene in
Autism Spectrum Disorders
Molecular Evaluation of exons 8 and 22 of the SHANK3 gene in
Autism Spectrum Disorders
AL Bossolani-Martins
1
, FC
Rodrigues-Lisoni
2
,
ML
Nogueira
3
, A Barbosa-Gonçalves
4
,
EH
Tajara
5
and AC Fett-Conte
5
1
Biology Department, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas,
Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, SP, Brazil;
2
Biology and
Zoology Department, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS), Ilha
Solteira, SP, Brazil;
3
Department of Dermatological, Infectios and Parasitic
diseases, Medicine School in São José do Rio Preto, São José do Rio Preto, SP,
Brazil;
4
Biology Department, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas,
Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, SP, Brazil.
5
Molecular
Biology Department, Medicine School in São José do Rio Preto, São José do Rio
Preto, SP, Brazil
Abstract
Autism spectrum disorders are a group of neurodevelopmental disorders with a
complex and heterogeneous etiology. Studies have shown that genetic factors play
an important role in the aetiology of these diseases. Recently, de novo mutations,
frameshifts and deletions have been described in the SHANK3 gene, also known
as ProSAP2 gene, which encodes a synaptic scaffolding protein. All the
participants of this study had normal karyotypes and underwent screening for
Fragile-X syndrome. Subsequently, they were analyzed by direct sequencing of
different points of exons 8 and 22 of the SHANK3 gene. None of the study
participants presented with changes in these regions. These findings may be due to
the fact that mutations, deletions and duplications of the SHANK3 gene are rare.
Key-words: Autism Spectrum Disorders, 22q13.3, SHANK3
Introduction
Autism Spectrum Disorders (ASDs) are a clinically complex group of childhood
disorders that have firm evidence of an underlying genetic etiology.
1
The group of
ASDs includes autism, as well as Pervasive Developmental Disorder not
otherwise specified (PDD-NOS) and Asperger’s syndrome.
2
The diagnosis of
ASDs is based on impairments in reciprocal social interaction and
communication, and restricted and stereotyped patterns of interests and activities
with abnormal development apparent within the first 3 years of life.
3
The
prevalence of ASDs is estimated at 1 per 150 children.
4
Cases are isolated or
associated and a recognized cause is identified in ~10% of individuals, most
commonly fragile-X syndrome, tuberous sclerosis and cytogenetically detectable
74
chromosome abnormalities.
5,6,7
Standard karyotype analyses show chromosomal
rearrangements in 3%-6% of cases, the most common being deletions and
duplications on chromosomes 2q, 7q, 15q and 22q.
8,9
The SHANK3 gene, mapped on chromosome 22q13.3, has been extensively
studied in this population. This gene encodes the postsynaptic density protein
(PSD) specialized at excitatory synapses, where it may function as a master
scaffolder forming large sheets that may well represent the platform for the
construction of the PSD complex, where it binds directly to neuroligins.
10,11
The
PSD is usually located at the tip of dendritic protrusions of about 1-2 m in
length, termed dendritic spines, and separated from the presynaptic transmitter-
containing terminal by the synaptic cleft. Thus shank proteins are not considered
to provide a direct scaffolding function for transmitter receptors, but rather work
indirectly by connecting different types of scaffold/receptor complexes, leading to
the concept of a “master” or “higher order” scaffold. This view is strongly
supported by different protein interactions in which Shank proteins are involved.
12
In addition to their function of assembling the PSD during synaptogenesis, the
SHANK3 protein may play a role in synaptic plasticity and in the regulation of
dendritic spine morphology.
13
SHANK3 mutations, deletions and duplications are rare, occurring in only 1.1% of
patients with ASD. However, the genotype-phenotype correlation suggests that
individuals with severe language and social impairment might be good candidates
for SHANK3 mutation screening.
14
Two recent studies reported possible correlations between mutations or small
cytogenetic rearrangements affecting the SHANK3 gene and an ASD phenotype
chiefly characterized by severe verbal and social deficits. The first study found a
deletion of 142 Kb in intron 8, one frameshift mutation (E409X) in exon 21, a
deletion of 800 kb, and R12C and R300C mutations in exons 1 and 8,
respectively.
8
The second work reported a missense mutation (Q321R) in exon 8,
a 15-nt deletion in exon 21 and deletions of 277 Kb, 3.2 Mb and 4.36 Mb in
22q13.
2
The lack of one functional copy of the gene would thus lead to severe
neurological deficits because individual neurons cannot provide enough Shank
proteins for synapse development and maintenance. In addition, it makes sense
that the amount of Shank protein in dendrites is tightly controlled, most likely by
local synthesis derived from dendritically transported mRNAs, and activity-
dependent degradation through the ubiquitin proteasome system.
12
This current pilot study evaluated exons 8 and 22 of the SHANK3 gene by direct
sequencing.
Subjects and Methods
This study was approved by the Research Ethics Committee (CEP) of the
Medicine School in São José do Rio Preto and CONEP (process
25000.015469/2007-59). After obtaining written informed consent from parents, a
total of 30 (22 male and 8 female) unrelated individuals with ASDs were studied.
These individuals, of mixed ethnicity and representative of the Brazilian
75
population, were aged from 5 to 30 years old (mean = 14.16 and standard
deviation = 6.30 years). Fifteen (50%) were diagnosed as autistic, 11 (36.67%)
with PDD-NOS and 4 (13.33%) with Asperger’s syndrome. The patients were
from two specialized autism schools and all individuals were conclusively
diagnosed by psychiatrists using different methods. Additionally, all were
evaluated by an interdisciplinary team composed of a psychiatrist, neurologist,
geneticist, psychologist, speech therapist and nurse before participating in this
study. Besides the clinical evaluation, the diagnosis of ASD was made if the
patient met the DSM-IV criteria. Patients were submitted to clinical and
karyotypic examinations and molecular investigations of the FMR1 gene. Only
those individuals with normal results for these tests were included in the study.
We also excluded patients with evidence of any other psychiatric or neurological
conditions and those with other genetic syndromes. Genomic DNA was isolated
from the leukocytes of peripheral blood
15
and the primer sequences were designed
using the Primer3 program.
For all patients, the entire exon 8 and parts of the coding region of exon 22 of the
SHANK3 gene were screened.
Exon 8 was targeted using the forward and reverse primers (5´-
CAGCTGTGATTCCCTCTTCC-3´ and 5´-GGGAAGAACCAAGGTTCAGA-3´)
flanking the positions 8671 and 8870 of DNA producing an amplification of 200
bp. Exon 22 was targeted using
two pairs of primers
; the first flanked the
positions 46748 and 46934 of DNA, producing an amplification of 186 pb
(forward primer 5´- GAAGTCACCCGAGGACAAGA-3´ and reverse primer 5´-
CACAGCCGCTGACTGCAT-3´) and the second flanked the positions 47435 and
47617 of DNA, producing an amplification of 183 pb (forward primer 5´-
CAAGCCCAAGCTCAAGTCC-3´ and reverse primer 5´-
GGGAAGAACCAAGGTTCAGA -3´).
Amplification was performed in a reaction volume of 25L containing 1x PCR
Buffer, 50mM of MgCl
2,
1.25mM dNTPs (GE Healthcare), 50ng genomic DNA,
10M of each primer, and 5U Taq DNA polymerase (Invitrogen). The PCR
reaction was carried out in a GeneAmp
®
PCR System 9700 (Applied Biosystems,
CA) with 4 min of denaturation at 94ºC, followed by 35 cycles of 94ºC for 45s,
45s at an annealing temperature of 62ºC, and for exon 8, an extension for 1 min at
72ºC, with 5 min denaturation at 95ºC, followed by 30 cycles of 95ºC for 30s, 30s
at the annealing temperature at 57ºC, and for each primers of exon 22, extension
for 1 min at 72ºC.
PCR products were purified with ethanol.
16
Sequencing reactions were carried
out with the Applied Biosystems Dye-Terminator v3.1 Kit (Applied Biosystems,
USA) and analyzed on a 3730 DNA analyzer (Applied Biosystems, CA). Analysis
of sequences was performed using the DS Gene 2.0 program (Accelrys, USA) and
a comparison with existing sequences was made using GenBank
(www.ncbi.nlm.nih.gov/nuccore/24137474).
To date 30 individuals have been investigated. Karyotyping was performed when
possible on probands resulting in 27 individuals and 9 subjects for molecular
genetic testing of the Fragile-X syndrome with one affected individual in each
76
family. Direct sequencing of exon 8 and two exon 22 regions of the SHANK3
gene was performed for all subjects.
Results
All subjects had wild sequences according to Genbank. Thus, all participants had
normal sequences from 8700 to 8870, the position of exon 8 in the SHANK3 gene.
Furthermore, they were normal considering the regions from 46748 to 46934 and
from 47435 to 47617 positions of DNA of exon 22 of the SHANK3 gene when
analyzed by direct sequencing.
Discussion
SHANK3 is located on chromosome 22q13.3, spans approximately 57kb and
contains 23 exons. Seven of the exons are alternatively spliced, which may
influence the spectrum of SHANK-interacting proteins. SHANK3 expression in
the brain seems to be confined to the cortex, hippocampus and cerebellum.
17
Owing to its emerging role in neuropsychiatric disorders, SHANK3 was first
implicated in the field of neuro-psychiatric disorders when a patient with 22q13.3
deletion syndrome was found to have a de novo reciprocal translocation that
disrupted the gene. Subsequent studies have identified de novo deletions and
mutations of SHANK3 in individuals with autism, thus corroborating with
previous reports about the role of the gene within the autistic phenotype.
18
Exon 8 of the SHANK3 gene has 78 pb and exon 21 has 2254 pb. A de novo
mutation has been described in exon 8, characterized by the exchange of A962G
mRNA, which resulted in a heterozygous Q321R substitution.
2
In this study the
entire exon 8 was screened in all participants but no changes were identified.
A frameshift mutation (E409X) and a 15-nt deletion have also been found in exon
21.
2,8
We initially chose to study this site (exon 21) as it had previously been
reported as disrupted
2,8
, but the sequences of primers described by the authors
correspond to exon 22 of the human SHANK3 gene according to GenBank data. In
personal correspondence with Christian R. Marshall, one of authors, it was noted
that the sequence described was correct, but that it corresponded to exon 22
instead of 21. Thus, we chose to study parts of exon 22 and all the subjects were
normal.
A correlation between mutations or small cytogenetic rearrangements affecting
different exons of SHANK3 and ASD is possible.
2,14,19
Based on diagnostic tests,
karyotyping and fragile-X testing must be requested for all patients with ASD. In
the presence of dysmorphic features and evident neurological symptoms, it is
reasonable to suspect the chromosomal rearrangements exist even if the karyotype
appears normal. Depending upon availability and cost, BAC or CGH analysis is
strongly advised in these cases. As these technologies will become progressively
more available, it will be important not to restrict them to patients with
dysmorphia, as microdeletions and microduplications are also common among
patients with idiopathic, non-dysmorphic ASD.
14
However genetic screening is a
powerful tool when dealing with monogenic Mendelian disorders that are
77
characterized by direct genotype-phenotype correlations. In the case of complex
disorders, such as ASD, widespread genetic testing would not only be expensive
and time-consuming, but also generally inappropriate due to the etiological
complexity.
20
Our findings were normal possibly due to the fact that mutations, deletions and
duplications in SHANK3 are rare events, only occurring in approximately 1.1% of
individuals with ASD
14,18,21
and in this pilot study we investigated a small number
of Brazilian subjects. Sykes et al. (2009)
21
not found
SNP association and copy
number variants (CNVs) in SHANK3 but so rare mutations potentially could have
been missed within the gene, cause sequence analysis was not conducted, but we
did and not found too.
There are numerous and variable changes in ASD, involving different
chromosomal regions and many genes have been proposed as candidates
including the one investigated here. Maybe genetic screening programs for the
SHANK3 gene could be implemented but not for all patients with ASD, only for
those patients with severe verbal and social deficits bearing in mind that some
SHANK3 mutations have also been found to be transmitted to unaffected siblings
of ASD probands.
2
The etiological complexity results in misinformation about what deserves to be
initially included in the protocols of laboratory investigations of affected
individuals.
Conflict of Interest Statement. The authors declare that they have no competing
interests.
Acknowledgements
We thank all the patients and families who collaborated with this study. We also
thank David A. Hewitt for the correction of English and idiomatic adaptations.
Bossolani-Martins
AL is grateful to the Brazilian agency Coordination for the
Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) for a Ph.D. scholarship.
References
1. Kumar RA, Christian SL: Genetics of Autism Spectrum Disorders. Curr
Neurol Neurosci Rep 2009; 9:188-97.
2. Moessner R, Marshall CR, Sutcliffe JS, Skaug J, Pinto D, Vincent J et al:
Contribution of SHANK3 mutations to autism spectrum disorder. Am J
Hum Genet. 2007; 81: 1289-1297.
78
3. Lord C, Cook EH, Leventhal BL, Amaral DG: Autism spectrum disorders.
Neuron 2000; 28: 355-363.
4. Herbert MR: Contributions of the environment and environmentally
vulnerable physiology to autism spectrum disorders. Curr Opin Neurol.
2010; Jan 16. Epub ahead of print 16 January 2010;
5. Folstein SE, Rosen-Sheidley B: Genetics of autism: complex aetiology for
a heterogeneous disorder. Nat Rev Genet 2001; 2: 943-955.
6. Xu J, Zwaigenbaum L, Szatmari P, Scherer SW: Molecular cytogentics of
autism. Curr Genomics 2000; 5: 347-364.
7. Veenstra-Vanderweele J, Christian SL, Cook EH Jr: Autism as a
paradigmatic complex genetic disorder. Annu Rev Genomics Hum Genet
2004; 5: 379-405.
8. Durand CM, Betancur C, Boeckers TM, Bockmann J, Chaste P,
Fauchereau F et al: Mutations in the gene encoding the synaptic
scaffolding protein SHANK3 are associated with autism spectrum
disorders. Nat Genet. 2007; 39: 25-27
9. Newbury DF, Warburton PC, Wilson N, Bacchelli E, Carone S;
International Molecular Genetic Study of Autism Consortium et al:
Mapping of partially overlapping de novo deletions across an autism
susceptibility region (AUTS5) in two unrelated individuals affected by
developmental delays with communication impairment. Am J Med Genet
A. 2009; 149A: 588-597.
79
10. Baron MK, Boeckers TM, Vaida B, Faham S, Gingery M, Sawaya MR et
al: An architectural framework that may lie at the core of the post-synaptic
density. Science 2006; 311: 531-535.
11. Meyer G, Varoqueaux F, Neeb A, Oschlies M, Brose N: The complexity
of PDZ domain-mediated interactions at glutamatergic synapses: a case
study on neuroligin. Neuropharmacology 2004; 47: 724-733.
12. Kreienkamp HJ: Scaffolding proteins at the postsynaptic density: shank as
the architectural framework. Handb Exp Pharmacol. 2008; 186: 365-80.
13. Bonaglia MC, Giorda R, Mani E, Aceti G, Anderlid BM, Baroncini A et
al: Identification of a recurrent breakpoint within the SHANK3 gene in the
22q13.3 deletion syndrome. J Med Genet. 2006; 43:822-828.
14. Lintas C, Persico AM: Autistic phenotypes and genetic testing: state-of-
the-art for the clinical geneticist. J Med Genet. 2008; 46:1-8.
15. Miller SA, Dykes DD, Polesky HF: A simple salting out procedure for
extracting DNA from human nucleated cells. Nucleic Acids Res. 1998; 16:
1215.
16. Sambrook J, Russel DW: Molecular Cloning a Laboratory Manual. Cold
spring harbor laboratory press: New York, USA, 2001.
17. Streng M, Kim E: The shank family of scaffold proteins. J Cell Sci. 2000;
113:1851-1856.
18. Gauthier J, Spiegelman D, Piton A, Lafrenière RG, Laurent S, St-Onge J et
al: Novel de novo SHANK3 mutation in autistic patients. Am J Med
Genet B Neuropsychiatr Genet. 2009; 150B:421-424.
80
19. Marshall CR, Noor A, Vincent JB, Lionel AC, Feuk L, Skaug J et al:
Structural Variation of Chromosomes in Autism Spectrum Disorder. Am J
Hum Genet. 2008; 82: 477-488.
20. Caglayan AO: Genetic causes of syndromic and non-syndromic autism.
Dev Med Child Neurol. 2010; Jan 5. Epub ahead of print 5 January 2010.
21. Sykes NH, Toma C, Wilson N, Volpi EV, Sousa I, Pagnamenta AT et al:
Copy Number Variation and Association Analysis of SHANK3 as a
Candidate gene for Autism in the IMGSAC Collection. Eur J Hum Genet.
2009; 17: 1347-1353.
81
O artigo intitulado “Evaluation of 2q37 and 22q13 by High Resolution
Cytogenetics in Brazilians with Autism Spectrum Disorders” será submetido a
revista Human Genetics.
82
9.3 Apêndice C- Evaluation of 2q37 and 22q13 by High Resolution
Cytogenetics in Brazilians with Autism Spectrum Disorders
Evaluation of 2q37 and 22q13 by High Resolution Cytogenetics in
Brazilians with Autism Spectrum Disorders
Ana L. Bossolani-Martins
1
 Adriana Barbosa-Gonçalves
1
 Agnes C. Fett-Conte
2
1
Biology Department, Instituto de Biociência Letras e Ciências Exatas,
Universidade Estadual de São Paulo, São José do Rio Preto, Brazil
2
Molecular Biology Department, Medicine School in São José do Rio Preto, São
José do Rio Preto, Brazil
Corresponding author: A.C. Fett-Conte
Departamento de Biologia Molecular
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto,
São José do Rio Preto, SP, Brasil
Abstract
Some reports have described an increased frequency of chromosomal
abnormalities in subjects with Autism Spectrum Disorders, including both visible
and cryptic anomalies such as deletions of 2q37 and 22q13. Using high resolution
G-banding techniques, we assessed these chromosomal regions in 43 patients with
sporadic cases of autism spectrum disorders
in their families
. All nonspecific
results were elucidated by Fluorescence in situ Hybridization. No abnormalities
were detected in these regions. We conclude that high resolution cytogenetic
analysis of the 2q37 and 22q13 regions should not be so broadly indicated in these
disorders. They seem to be rare events and this kind of investigation is not a
useful screening tool for the autism spectrum disorder population.
Key-words: Autism Spectrum Disorders, terminal deletions, 2q37, 22q13,
cytogenetics
Introduction
Autism Spectrum Disorders (ASD) are diagnosed in early childhood and include
Autism, Asperger’s disorder and Pervasive developmental disorder - not
otherwise specified (PDD-NOS). Thus, these disorders are associated to varying
degrees of dysfunctional communication and social skills, repetitive and
stereotypic behavior, as well as attention and learning disabilities (Theoharides
2009). ASD are about four times more common in boys than girls and currently 1
in 150 children are diagnosed with an ASD (Currenti 2009).
83
Chromosomal abnormalities have been the focus of research on the etiology of
ASD because individuals, in addition to core symptoms, also experience a variety
of physical and behavioral impairments that are commonly associated with
chromosomal abnormalities such as mental retardation, epilepsy, facial
dysmorphology and physical anomalies (Wassink et al. 2007). Different structural
chromosomal abnormalities have been reported in subjects with autism. There are
several reports of autistic patients who are described as having 22q13 and 2q37
monosomies resulting from simple terminal deletions involving the distal portions
of chromosomes (Bonaglia et al. 2006).
A diagnosis of autism or description of autistic behavior was reported by Casas et
al. (2004) in 24% of subjects with 2q37 deletions and by Aldred et al. (2004) in
35% of their cohort.
The 22q13 deletion has also been shown to be a chromosomal defect associated
with autism. It is known as Phelan-McDermid syndrome and manifests in patients
as dysmorphic features and with autistic behavior (Cohen et al. 2005).
High-resolution karyotyping has been proposed as a routine laboratory test for
patients with ASD because it detects cytogenetic anomalies in 5-10% of cases and
may discover the diagnosis of small chromosomal deletions (Conrad et al. 1995;
Wassink et al. 2007).
Here, we report on the results of a study that, using high resolution G-banding,
investigated the presence of abnormalities in the 2q37 and 22q13 regions in a
small cohort of selected probands with ASD.
Materials and Methods
Subjects
This study was approved by the Ethics Research Committee of the Medicine
School in São José do Rio Preto, São Paulo, Brazil. All families were recruited
from special clinics and schools for Pervasive Developmental Disorders.
The primary inclusion criterion for participation in the study was a DSM-IV
diagnosis for ASD. Diagnostic evaluations were conducted by psychologists,
psychiatrists, members of interdisciplinary teams and specialists in autism.
Subjects were excluded if they had been exposed to teratogenic agents, suffered
birth asphyxia or infections, any chromosomal abnormality detected by
conventional G-band, positive results of analysis for Fragile X syndrome or if
they had medical conditions or genetic syndromes associated with ASD. Forty-
three subjects, 31 males and 12 females, were evaluated in this study. Twenty
(46.52%) had been diagnosed with Autism, 6 (13.95%) with Asperger’s
Syndrome and 17 (39.53%) with PDD-NOS.
Cytogenetic Studies
Blood samples were collected from all participants in vacutainers containing
sodium heparin. Prometaphase chromosomes were prepared from
phytohemagglutinin stimulated peripheral lymphocytes using the standard method
for conventional and high-resolution GTG-banding techniques (>550 bands).
Cases with prometaphases suspected as having 2q37 deletions were submitted to
84
Fluorescence in situ Hybridization (FISH) using a Tel Vysion 2q Spectrum
Orange (Vysis) probe. In order to determine the banding resolution, we selected
segments of long chromosomes and compared them with diagrammatic
representations according to ISCN (2009).
Results
Normal karyotypes were obtained for all 43 probands by conventional and high
resolution G-banding. Cryptic rearrangements involving the 2q37 and 22q13
chromosomal regions were not detected in any of our patients. Cases with
prometaphases suspected as having 2q37 deletions were submitted to
Fluorescence in situ Hybridization (FISH) with the results proving to be normal.
Discussion
Cytogenetic abnormalities can lead to functional genetic changes in several ways:
dosage effects as a consequence of changes in gene copy number (e.g. as in
deletions or duplications), breakpoints associated with a rearrangement event may
directly disrupt a gene, genes may be separated from gene-regulatory sequences as
a consequence of a rearrangement (position effect) and deletions may lead to the
unmasking of a point mutation in a gene located in the corresponding region of
the non-deleted homologous chromosome (Vorstman et al. 2006). Because of this,
cytogenetic abnormalities are the focus of much research to investigate the
complex and heterogeneous etiology of ASD, including candidates such as 2q37
and 22q13.
Associations between deletions in the 2q37 and 22q13 regions and the diagnosis
of ASD do not seem to be common. These regions can be normal at the
cytogenetic level despite of presenting genes already described as being involved
in the autism phenotypes, such as CENTG2 in 2q37 and SHANK3 in 22q13.3. We
used the high resolution G-band technique which gave normal results for all
patients. However, this technique may fail to detect subtelomeric chromosomal
abnormalities of less than ~5Mb in length, which are gene-rich regions prone to
anomalies. The technique can also miss larger abnormalities that do not alter the
G-banding pattern (Salman, Jhanwar, Ostrer 2004). Thus, FISH can be used to
overcome some limitations in cases identified as positive by high resolution
banding analysis. The slides on which prometaphases were detected and thus
suggestive of abnormalities were subsequently submitted to FISH with all
demonstrating normal signals.
Hence, we conclude that high resolution cytogenetic analysis of subtelomeric
2q37 and 22q13 regions do not appear to prove useful as a cytogenetic screening
tool for Autism Spectrum Disorders.
85
Acknowledgements
We would like to thank the families who participated in this study. We would also
like to thank David A. Hewitt for the correction of English and idiomatic
adaptations.
Bossolani-Martins
AL is grateful to the Brazilian agency
Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) for a
Ph.D. scholarship.
References
Aldred MA, Sanford RO, Thomas NS et al (2004) Molecular analysis of 20
patients with 2q37.3 monosomy: definition of minimum deletion intervals for key
phenotypes. J Med Genet. 41: 433-439
Bonaglia MC, Giorda R, Mani E et al (2006) Identification breakpoint within the
SHANK3 gene in the 22q13.3 deletion syndrome. J Med Genet. 43:822-8
Casas KA, Mononen TK, Mikail CN et al (2004) Chromosome 2q terminal
deletion: Report of 6 new cases and review of phenotype-breakpoint correlations
in 66 individuals. Am J Med Genet Part A. 130A: 331-339
Cohen D, Pichard N, Tordjman S et al (2005) Specific genetic disorders and
autism: clinical contributions toward their identification. J Autism Dev Disord.
35: 103-116
Conrad B, Dewald G, Lopez M et al (1995) Clinical phenotype associated with
terminal 2q37 deletion. Clin Genet. 48:134-139
Currenti AS (2009) Understanding and Determining the Etiology of Autism. Cell
Mol Neurobiol.
Shaffer LG, Slovak LM, Campbeel LJ (2009) ISCN: International System for
Human Cytogenetic Nomenclature. Karger
Salman M, Jhanwar SC, Ostrer H (2004) Will the new cytogenetics replace the
old
Stein CK, Del Signore C, Belliger M et al (1992) Deletion of 2q37- a new
syndrome? Am J Hum Genet Suppl. 51: 1223
Theoharides TC (2009)
Autism spectrum disorders and mastocytosis. Int J
Immunopathol Pharmacol. 22:859-865
Vorstman JAS, Staal WG,Van Daalen E et al (2006) Identification of novel
autism candidate regions through analysis of reported cytogenetic abnormalities
associated with autism. Mol Psychiatry. 11: 18-28
86
Wassink TH, Molly L, Piven J et al (2007) Systematic Screening for Subtelomeric
Anomalies in a Clinical Sample of Autism. J Autism Dev Disord. 37: 703-708
Wong AC, Ning Y, Flint J et al (1997) Molecular characterization of a 130-kb
terminal microdeletion at 22q in a child with mild mental retardation. Am J Hum
Genet. 60: 113-120
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo