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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico
Faculdade de Odontologia
Mayra Cardoso
Avaliação in vitro da variação do torque de remoção de parafusos para
fixação de pilares protéticos submetidos a ciclos de parafusamento e
desparafusamento
Rio de Janeiro
2009
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Mayra Cardoso
Avaliação in vitro da variação do torque de remoção de parafusos para fixação de
pilares protéticos submetidos a ciclos de parafusamento e desparafusamento
Dissertação apresentada, como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre, ao Programa
de Pós-Graduação em Odontologia, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área
de concentração: Prótese Dentária.
Orientadores: Prof. Dr. Daniel de Moraes Telles
Prof. Dr. Eduardo José Veras Lourenço
Rio de Janeiro
2009
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CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/CBB
Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
disssertação.
__________________________________ ____________________________
Assinatura Data
C268 Cardoso, Mayra.
Avaliação in vitro da variação do torque de remoção de parafusos para
fixação de pilares protéticos submetidos a ciclos de parafusamento e
desparafusamento / Mayra Cardoso. 2009.
37 f.
Orientadores: Daniel de Moraes Telles, Eduardo José Veras Lourenço.
Dissertação (mestrado) Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
Faculdade de Odontologia.
1. Implantes dentários osseointegrados. 2. Torque (Odontologia). 3.
Prótese dentária. I. Telles, Daniel de Moraes. II. Lourenço, Eduardo José
Veras. III. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de
Odontologia. IV. Título.
CDU
616.314
Mayra Cardoso
Avaliação in vitro da variação do torque de remoção de parafusos para fixação de
pilares protéticos submetidos a ciclos de parafusamento e desparafusamento
Dissertação apresentada, como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre, ao Programa
de Pós-Graduação em Odontologia, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área
de concentração: Prótese Dentária.
Aprovada em 1 de dezembro de 2009.
Orientadores:
_____________________________________________
Prof. Dr. Daniel de Moraes Telles (Orientador)
Faculdade de Odontologia da UERJ
_____________________________________________
Prof. Dr. Eduardo José Veras Lourenço (Orientador)
Faculdade de Odontologia da UERJ
Banca Examinadora:
_____________________________________________
Profª. Drª. Olivia Albertina da Silva Fraga
Faculdade de Odontologia da UERJ
_____________________________________________
Prof. Dr. William Meirelles Frossard
Faculdade de Odontologia da UERJ
_____________________________________________
Prof. Dr. Luiz Carlos Santiago da Costa
Faculdade de Odontologia da UFRJ
Rio de Janeiro
2009
DEDICATÓRIA
Ao meu pai, Mauricio, maior incentivador do meu ingresso na vida acadêmica, e meu
maior exemplo de vida, profissional e pessoal, dedico este trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus.
Aos meus pais, Mauricio e Maura, por todos os ensinamentos durante a vida, pelo
amor incondicional, pela dedicação, apoio e confiança, e por me ensinarem a viver em
família.
Ao meu irmão Mauricio, pela ajuda em muitos momentos, e por contribuir para que
sejamos uma família unida e feliz.
Ao Marcelo, por ter caminhado ao meu lado durante quase toda esta jornada, me
apoiando e me dando forças para seguir em frente.
À minha tia Marly, pela confiança e torcida, e por ser tão amorosa e dedicada.
Ao Prof. Dr. Luiz Carlos Santiago da Costa, por ser meu grande exemplo de
Mestre, sempre dedicado aos alunos, aos pacientes e à prática da Odontologia com retidão.
Seu incentivo foi fundamental para que hoje eu pudesse concluir mais esta etapa em minha
vida.
Ao Prof. Dr. Daniel de Moraes Telles, meu orientador, pelos muitos ensinamentos ao
longo deste curso, em várias áreas do conhecimento. Agradeço pelo carinho, competência e
por se preocupar em nos ensinar a ser Mestres.
Ao Prof. Dr. Eduardo José Veras Lourenço, meu orientador, por toda a ajuda, pelo
carinho e pelos ensinamentos transmitidos durante o curso.
Ao Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro, por sua total disponibilidade em ajudar, pela
enorme dedicação e cuidado, e por contribuir imensamente para a realização deste trabalho.
Ao Marcelo Ferreira Torres da Silva, meu amigo e companheiro de turma, por ter
dividido comigo todas as alegrias e as dificuldades deste curso. Para mim foi uma honra
termos trabalhado juntos ao longo destes dois anos.
À Prof. Mariana Ribeiro de Moraes Rego, minha amiga, por estar sempre disposta a
me socorrer quando preciso, e pelas sugestões sempre construtivas e bem-vindas.
À Profª. Drª. Maria da Glória Chiarello de Mattos, à Profª. Drª. Renata Cristina
Silveira Rodrigues e aos demais professores, funcionários, alunos e amigos do
Departamento de Materiais Dentários e Prótese da Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, pelo acolhimento, hospitalidade, pelo carinho com que me
receberam e pela grande ajuda na fase experimental deste trabalho.
À Engenheira Ana Paula Macedo, pela fundamental ajuda na realização dos ensaios,
sempre com muita disponibilidade e atenção.
Ao Prof. Dr. Ronir Raggio Luiz, pela ajuda com a análise estatística.
À Aline Abrahão, por me ajudar na busca dos artigos que só existiam na USP.
Aos amigos que acompanharam de perto a realização deste trabalho: Érika Hottz,
Fernanda Tilli, Patrícia Scapin, Camila Boasquevisque, Renato Fraga, Fábio Persegani.
E à Ludimilla, que acompanhou de longe.
Aos amigos do curso de Mestrado em Odontologia da UERJ, pelos bons momentos
que passamos juntos.
Aos professores, alunos e funcionários da UERJ que de alguma maneira
contribuíram para a minha formação ao longo deste curso.
À Neodent, pelo fornecimento do material, em especial à Drª. Ivete Sartori.
À Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, e especialmente ao Dr. Marcelo Freire,
pela possibilidade de reduzir parcialmente minha carga de trabalho, o que foi fundamental
para que eu pudesse me dedicar ao curso de Mestrado. Aos amigos de trabalho, Isabella,
Jarbas, Ozéas e Paulo, que entenderam minha ausência, muitas vezes sobrecarregando-os.
A todos os parentes e amigos que torceram por mim, compreenderam minhas
ausências, e que muito contribuíram para que eu me tornasse Mestre.
Por fim, agradeço a todos aqueles que me ajudaram desinteressadamente, sem exigir
nada em troca, nem mesmo gratidão ou reconhecimento. É a existência de pessoas assim que
me motivam a continuar acreditando no ser humano.
RESUMO
CARDOSO, Mayra. Avaliação in vitro da variação do torque de remoção de parafusos para
fixação de pilares protéticos submetidos a ciclos de parafusamento e desparafusamento.
2009. 37f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) - Faculdade de Odontologia, Universidade
do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
O afrouxamento dos parafusos protéticos é descrito na literatura como uma das
complicações mais frequentes das próteses sobre implantes.
Durante sua confecção, os
profissionais sentem necessidade de remover várias vezes as próteses e/ou componentes
protéticos, soltando e re-apertando os parafusos repetidamente. O principal objetivo deste
trabalho foi avaliar a variação do torque de remoção de parafusos de fixação de pilares
protéticos a implantes osteointegráveis após sucessivos ciclos de parafusamento e
desparafusamento. Outro objetivo foi avaliar a influência do hexágono da base do pilar no
torque de remoção dos parafusos. Para isso, foram utilizados 20 implantes de plataforma
regular com hexágono externo e 20 pilares protéticos sextavados, que foram parafusados aos
implantes com um parafuso de titânio, aplicando-se a este um torque de 32Ncm, por meio de
um torquímetro digital. Os conjuntos implante/pilar/parafuso foram divididos em dois grupos:
(1) pilares cujo hexágono da base foram removidos e (2) pilares convencionais, com
hexágono na base. Cada conjunto recebeu uma restauração provisória e foi submetido a
ciclagem mecânica por 15 minutos. Depois, os parafusos foram removidos, medindo-se o
torque de remoção. Esta sequência foi repetida dez vezes e então o parafuso foi trocado por
outro sem uso, e mais um ciclo foi realizado. Uma análise de regressão linear demonstrou nos
dois grupos uma queda do torque de remoção do parafuso ao longo dos repetidos ciclos de
inserção/remoção. A comparação entre os coeficientes da regressão nos dois grupos não
revelou diferença entre eles. Também não houve diferença entre as médias das 5 últimas
repetições e o 11° ciclo, com o parafuso novo. Concluiu-se que (1) repetidos parafusamentos
e desparafusamentos promoveram a diminuição progressiva do torque de remoção dos
parafusos, (2) a troca do parafuso por outro sem uso após dez ciclos de inserção/remoção não
aumentou sua resistência ao afrouxamento, e (3) a remoção do hexágono da base do pilar
protético não exerceu nenhum efeito sobre o torque de remoção do parafuso.
Palavras-chave: Próteses sobre Implantes. Parafusos protéticos. Torque. Hexágono Externo.
ABSTRACT
Screw loosening is one of the most common problems of implant-retained prostheses.
During their confection, dentists need to remove and re-install them several times, loosening
and re-tightening the screws repeatedly. The first purpose of this study was to evaluate the
effects of repeated insertion/removal cycles on the removal torque of retaining prosthetic
screws. The second purpose was to evaluate the influence of the hexagon of the abutment on
the removal torque. For that, 20 regular external hex implants were used and 20 hexagonal
abutments were tightened to the implants with a titanium alloy screw, with an insertion torque
of 32Ncm, given by a digital torque gauge. The implant/abutment/screw assemblies were
divided into two groups: (1) abutments with no hexagon on the base and (2) abutments with
an hexagon on the base. Each assembly received a provisional restoration and was submitted
to mechanical loading cycles for 15 minutes. After this, the screws were removed and the
removal torque measured. This sequence was repeated ten times and then, the screw was
changed for a new one, and another cycle was done. Linear regression analysis was performed
and showed that removal torque values tended to decrease as the number of insertion/removal
cycles increased, for both groups. Comparisons of the slopes and the intercepts between the
two groups showed no statistic difference between them. There was also no difference
between the mean values of last 5 cycles and the 11
th
cycle. It was concluded that (1) repeated
insertion/removal cycles promoted gradual reduction in removal torque of screws, (2)
changing screw by a new one after ten insertion/removal cycles did not increase resistance to
loosening, and (3) removal of the hexagon of the abutment base had no effect on the removal
torque of the screw.
Keywords: Implant-retained Prostheses. Prosthetic Screws. Torque. External Hex.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Bases dos pilares protéticos. Com hexágono à esquerda e sem
hexágono à direita...................................................................................
Equipamento de aplicação de torque com torquímetro acoplado na
parte superior e um corpo de prova na base............................................
Torquímetro digital.................................................................................
Aplicação de torque através de uma chave hexagonal presa ao
torquímetro digital...................................................................................
Coroa provisória experimental sobre o pilar protético............................
Equipamento de carregamento mecânico................................................
Cilindro antagonista, com a base usinada em uma forma cônica, com
inclinação de 30°, simulando as inclinações cuspídeas de um dente
antagonista...............................................................................................
Aspecto do relacionamento entre o conjunto implante/pilar/provisória
e o cilindro antagonista durante o carregamento mecânico....................
Uso de um contra-torque para impedir a rotação do pilar no momento
da aplicação do torque de inserção (grupo 1)..........................................
Gráficos de dispersão mostrando a queda progressiva do torque de
abertura. Acima, grupo 1. Abaixo, grupo 2.............................................
Teste t para amostras pareadas................................................................
Gráficos de caixa dos grupos 1 (acima) e 2 (abaixo), mostrando a
distribuição dos valores dos 5 primeiros ciclos, dos 5 últimos e do 11°.
20
21
21
22
22
23
24
24
25
27
29
29
SUMÁRIO
1
2
3
3.1
4
5
6
INTRODUÇÃO..............................................................................................
REVISÃO DA LITERATURA.....................................................................
PROPOSIÇÃO...............................................................................................
MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................
Análise estatística............................................................................................
RESULTADOS...............................................................................................
DISCUSSÃO...................................................................................................
CONCLUSÃO...............................................................................................
REFERÊNCIAS.............................................................................................
ANEXO - Medidas dos percentuais de perda (ou ganho) de torque de todas
as amostras nos onze ciclos de inserção/remoção............................................
11
13
19
20
25
27
30
33
34
37
11
INTRODUÇÃO
As próteses sobre implantes são hoje uma modalidade de tratamento reabilitador
fortemente consagrada e estão cada vez mais presentes na prática odontológica diária.
Independente do desenho da prótese, se fixa ou removível, unitária ou múltipla, cimentada ou
parafusada, quase sempre haverá ao menos um parafuso que a conecte ao implante,
diretamente ou através de um pilar protético intermediário. Assim, para que a prótese
permaneça funcional, é desejável que esta conexão se mantenha estável ao longo do tempo,
suportando adequadamente as forças que sobre ela incidem.
No entanto, uma das complicações mais frequentes das próteses sobre implantes é o
afrouxamento dos parafusos, levando ao aumento do número de consultas de manutenção,
consumo excessivo de tempo e incômodo ao paciente. Esta situação é ainda mais
problemática nos casos de próteses cimentadas, nas quais os parafusos que unem os pilares
protéticos aos implantes podem se soltar, ocasionando até mesmo a perda da prótese para sua
remoção. Estudos recentes relataram taxas de incidências de afrouxamento dos parafusos de
até 12,7%,
1
e esforços vêm sendo feitos no sentido de reduzir esta incidência.
Na rotina clínica diária, durante a confecção de uma prótese sobre implantes, os
profissionais têm necessidade de remover várias vezes as próteses e/ou componentes
protéticos, para ajustes de restaurações provisórias, procedimentos de moldagem e provas das
restaurações definitivas. Com isso, os parafusos que fixam as próteses provisórias aos
implantes são soltos e reapertados repetidas vezes. É importante determinar se estes
sucessivos apertos e desapertos influenciam de alguma forma a resistência do parafuso ao
afrouxamento. Na literatura esta questão ainda é controversa.
Alguns profissionais, empiricamente, ao instalar uma prótese definitiva, descartam o
parafuso que fora utilizado com a restauração provisória e utilizam um parafuso novo, sem
uso. Porém, carência de informações suficientes que embasem este procedimento e
justifiquem o gasto financeiro extra com um novo parafuso.
Também não está bem esclarecido na literatura se a estabilidade da conexão protética
com o implante pode ser influenciada pela presença de um dispositivo antirrotacional, como
por exemplo, um hexágono. Conceitualmente, uma maior adaptação entre o hexágono da
plataforma do implante e o hexágono da base do componente protético permitiria um menor
movimento relativo entre as duas estruturas e reduziria o potencial de soltura do parafuso.
2
12
Entretanto, alguns estudos apresentam discordâncias sobre o papel do hexágono no
afrouxamento do parafuso.
Em vista disso, este estudo avaliou o efeito de repetidos parafusamentos e
desparafusamentos na resistência ao afrouxamento de parafusos que unem pilares protéticos a
implantes, através das medidas dos torques necessários ao desparafusamento. Quanto menor o
torque necessário para soltar o parafuso, em relação ao torque de inserção deste, menor a
resistência ao afrouxamento. Além disso, foi avaliado também a influência do hexágono na
resistência à soltura do parafuso.
13
1 REVISÃO DA LITERATURA
A incidência de afrouxamento dos parafusos em próteses sobre implantes se mostra
bastante variável na literatura. Segundo Pjetursson, Bgger, Lang e Zwahlen,
1
em uma revisão
sistemática, a soltura dos parafusos é a segunda maior causa de complicações em próteses
fixas sobre implantes, sendo maior em coroas unitárias, e atingindo uma taxa acumulada após
5 anos de 12,7%. Este mesmo valor foi encontrado por Jung, Pjetursson, Glauser, Zembic,
Zwahlen e Lang.
3
Para próteses parciais fixas, outros estudos encontraram taxas um pouco
menores, como de 5,8%
4
e 6,7%.
5
Em outra revisão sistemática, Theoharidou, Petridis,
Tzannas e Garefis
6
mostram uma incidência de afrouxamento menor que 3% em implantes
unitários, enquanto que Jemt e Johansson,
7
em um estudo clínico com pacientes portadores de
prótese total fixa maxilar, não relataram nenhuma soltura de parafusos.
Quando um pilar protético é preso ao implante por um parafuso, são geradas três
forças de contato: uma na interface entre a cabeça do parafuso e o pilar, outra na interface
entre o pilar e o implante (chamada de clamping force”) e a terceira, na interface entre as
roscas do parafuso e as roscas da superfície interna do implante.
8
As duas primeiras têm
direções paralelas ao longo eixo do implante, enquanto que a terceira tem direção
perpendicular à superfície de cada rosca do parafuso em contato com o implante. A força que
converte a direção da terceira força de contato para que esta seja paralela ao eixo vertical do
implante (ou seja, sua decomposição no longo eixo do implante), somando-se ao longo de
toda a hélice do parafuso em contato com o implante, é definida como a pré-carga.
8,9
Os
conceitos de pré-carga e clamping force se confundem e na maioria das vezes elas são
consideradas como uma única força. De modo geral, pode-se dizer que a pré-carga é a força
que mantém unidos dois componentes presos por um parafuso.
10
A pré-carga é induzida em um parafuso quando o torque de parafusamento é aplicado,
e as duas grandezas são diretamente proporcionais entre si.
9
Em uma conexão na qual o pilar
protético é parafusado ao implante, pode-se entender o parafuso como uma mola. Ao se
aplicar um torque de inserção ao parafuso, ele se alonga, colocando a haste e as roscas sob
tensão. Em seguida, tende a sofrer uma recuperação elástica, o que cria a força responsável
por manter o pilar fortemente unido ao implante.
9,10
Um estudo recente com elementos finitos
realizado por Wang, Kang, Lang e Razzoog
8
demonstrou que durante o apertamento, o
parafuso sofre rotação no sentido horário, maior na cabeça do que na porção final, o que
indica que ele também sofre torsão; ainda uma expansão horizontal (também maior na
14
cabeça do parafuso) e o alongamento vertical. Quando o parafuso está em posição, é a
superfície superior das roscas que mantém contato com a superfície interna do implante.
O processo de soltura do parafuso é descrito por Bickford
11
em dois estágios.
Inicialmente, a incidência de forças externas, como por exemplo as forças mastigatórias,
causam um deslizamento entre as roscas, aliviando parcialmente o estiramento do parafuso e,
com isso, reduzindo a pré-carga. Neste estágio, quanto maior a pré-carga (dentro de um
determinado limite), maior será a resistência ao afrouxamento, pois as forças friccionais entre
as roscas serão maiores, e será necessária uma força externa de grande magnitude para causar
o deslizamento. O segundo estágio é atingido com a redução gradativa da pré-carga abaixo de
um nível crítico, no qual as forças e vibrações externas causam o giro do parafuso no sentido
anti-horário, e ele perde a sua função. Segundo Patterson e Johns,
12
as falhas se devem à
fadiga do metal, e ocorrem sob repetidas cargas em níveis abaixo da resistência máxima do
material. Existem dois principais locais de concentração de estresse no parafuso, onde se
inicia a falha por fadiga: um se localiza na junção entre a haste e a cabeça do parafuso; o
outro, na raiz da primeira rosca completamente carregada. A concentração de cargas
geralmente é maior neste segundo sítio, e é consequência das alterações no passo da rosca
produzidas pela força de tração no parafuso e de compressão nos componentes apertados.
A pré-carga é dependente de muitos fatores, dentre os quais destacam-se o torque
aplicado ao parafuso, a geometria e as propriedades físicas dos materiais em contato, e o
acabamento e a lubrificação de suas superfícies.
9,10,13
Os dois últimos fatores se relacionam
com as forças de fricção ou atrito entre as partes no momento da inserção do parafuso. As
variações na geometria e nas propriedades físicas dos materiais o bem menos importantes
quando comparadas ao coeficiente de atrito, µ, que aumenta com a dureza do material e a
rugosidade das superfícies. Segundo Haack, Sakaguchi, Sun e Coffey,
10
quando as superfícies
das roscas são ásperas e com muitas irregularidades, a energia aplicada com o torque é gasta
mais no sentido de suavizar as irregularidades do que no alongamento do parafuso e geração
da pré-carga. Isto significa que, para um mesmo torque de inserção, se o coeficiente de atrito é
reduzido, aumenta-se a pré-carga.
9
Martin, Woody, Miller e Miller
14
de fato encontraram
valores mais altos de pré-carga em parafusos com tratamentos especiais de superfície, com
coeficientes de atrito reduzidos (TorqueTite,
®
Nobel Biocare AB, Göteborg, Suécia e
GoldTite,
®
Biomet3i, West Palm Beach, EUA), em comparação a parafusos convencionais de
ouro e titânio. Outro experimento, de Stüker, Teixeira, Beck e da Costa,
15
comparou parafusos
de ouro, titânio com superfície tratada (Ti-tite,
®
Conexão Sistemas de Prótese, São Paulo,
Brasil) e titânio convencional e encontrou pré-cargas decrescentes nesta ordem, na qual
15
aumenta-se o coeficiente de atrito. Guda, Ross, Lang e Millwater
16
demonstraram com o
método dos elementos finitos que a probabilidade de se atingir uma pré-carga dentro dos
valores ideais é bem maior com parafusos lubrificados do que com não-lubrificados, pois a
lubrificação reduz o coeficiente de atrito. Também utilizando o mesmo método, Lang, Kang,
Wang e Lang
17
encontraram valores mais altos de pré-carga quando reduziram o coeficiente
de atrito entre os componentes.
Existe uma certa dificuldade em se determinar a pré-carga de um sistema. Para medi-la
diretamente é necessário o uso, por exemplo, de strain gages (localizados na haste do
parafuso ou nos componentes), de extensômetros ou de células de carga. Embora esta
medição direta seja preferível, ela não é nada prática. No entanto, podem ser utilizados
métodos indiretos para se estimar a pré-carga, através da medição do torque, do ângulo de
rotação da cabeça do parafuso, ou de ambos.
18
O controle do ângulo de rotação só é adequado
se ele for medido a partir do momento em que todas as partes do conjunto estão em contato, o
que é difícil de se identificar precisamente. Em geral, este método tem boa acurácia apenas
quando o parafuso é apertado até atingir a deformação plástica, mas este procedimento é
extremamente deletério.
9
O controle do torque é o método mais amplamente utilizado tanto na
Engenharia quanto na Odontologia, através do emprego de torquímetros mecânicos ou
eletrônicos. Segundo Sakaguchi e Borgersen,
13
quanto maior a pré-carga alcançada, maior
será a força necessária para soltar o parafuso, de onde se pode concluir que um maior torque
de remoção do parafuso em relação ao torque inicial significa que uma maior pré-carga foi
atingida.
Vários estudos analisaram o efeito de repetidos parafusamentos e desparafusamentos,
avaliando este efeito sobre a pré-carga ou sobre o torque de remoção do parafuso. Esta análise
é importante pois durante as etapas clínicas para confecção de uma prótese sobre implantes é
preciso remover a prótese e/ou componente protético algumas vezes, para ajustes da
restauração provisória, procedimentos de moldagem e provas da restauração definitiva.
Segundo Haack, Sakaguchi, Sun e Coffey,
10
desparafusamentos e reparafusamentos
sucessivos teoricamente suavizariam as microirregularidades das superfícies em contato,
reduzindo o coeficiente de atrito entre elas, o que consequentemente permitiria um maior
alongamento do parafuso, levando ao aumento progressivo da pré-carga. Ao longo de vários
ciclos de inserção/remoção do parafuso, a energia que no início era gasta para suavizar as
irregularidades, agora seria melhor aproveitada para a geração da pré-carga. No entanto, os
autores não encontraram evidências que comprovassem esta teoria. Eles utilizaram 5
parafusos de ouro e 5 de titânio, um implante e um pilar UCLA. Seccionaram uma porção
16
coronal do pilar e apical do implante, de modo que as extremidades do parafuso ficassem
expostas. Aplicaram torque ao parafuso e mediram seu alongamento, e mediram os torques de
inserção e de remoção do parafuso, por cinco vezes. Não encontraram relação entre o número
de repetições e o alongamento do parafuso ou o torque de remoção. Nos parafusos de titânio,
o torque de remoção diminuiu significativamente do primeiro para o segundo aperto, mas não
houve diferença do segundo ao quinto; nos parafusos de ouro, não houve diferença em
nenhuma das repetições. Os próprios autores explicaram parcialmente os resultados pelo fato
de ter sido utilizado um único implante, o que possivelmente ocasionou um desgaste muito
precoce de suas roscas internas.
Weiss, Kozak e Gross
19
avaliaram o torque de remoção do parafuso em sete sistemas
de implantes, ao longo de 200 ciclos de parafusamento/desparafusamento. Utilizando três
conjuntos implante-pilar-parafuso para cada sistema, os autores encontraram diferenças entre
os sistemas, mas de modo geral houve uma queda progressiva no torque de remoção para
todos eles, o que os levou a concluir que o número de parafusamentos e desparafusamentos
faz diminuir a resistência do parafuso ao afrouxamento. Foram também observadas áreas de
desgaste entre partes em contato.
Contrariamente, Tzenakis, Nagy, Fournelle e Dhuru
20
recomendaram a utilização de
um parafuso protético usado para a instalação final da prótese, pois encontraram em seus
estudos uma maior pré-carga após o uso repetido de um mesmo parafuso. Estes autores
utilizaram um aparato com uma célula de carga e strain gauges para a medição da pré-carga,
usando um implante, um pilar protético, 15 parafusos do pilar, 15 parafusos protéticos de ouro
e 15 cilindros protéticos de ouro. Os parafusos protéticos eram apertados a 10Ncm,
removidos, lubrificados com saliva e reapertados, por 10 vezes, e a pré-carga era mensurada.
Os resultados mostraram que a pré-carga na décima repetição foi mais alta do que na quinta,
que por sua vez, foi mais alta do que na primeira. A presença de saliva não influenciou
significativamente a pré-carga.
Örtorp, Jemt, Wennerberg, Berggren e Brycke
21
também mensuraram a pré-carga, em
infraestruturas de titânio e de ouro para próteses fixas, mas verificaram uma diminuição de
seus valores após cinco ciclos de torque e destorque. Esta diferença se manteve após a
aplicação do material estético sobre as infraestruturas, fosse ele cerâmica ou resina.
Outro estudo, de Byrne, Jacobs, O'Connell, Houston e Claffey,
22
também encontrou
redução da pré-carga após três sucessivos parafusamentos e desparafusamentos. Foram
avaliados três tipos de parafusos, sendo 10 de cada tipo: de titânio, de ouro e de ouro com
cobertura de ouro puro (GoldTite,
®
Biomet3i), e dois tipos de pilar protético: pré-fabricados e
17
fundidos com base metálica. Os parafusos de ouro com cobertura apresentaram os maiores
valores de pré-carga e uma maior tendência à queda após os repetidos apertos, enquanto que
os de titânio se mostraram mais estáveis ao longo das três repetições.
Coppedê, de Mattos, Rodrigues e Ribeiro
23
pesquisaram dois tipos de pilares pré-
fabricados com conexão cone morse, quanto ao efeito de repetidas inserções e remoções
destes pilares e de cargas cíclicas a eles aplicadas, no torque de remoção. Foram utilizados 34
pilares sólidos e 34 pilares com parafuso trespassante (Munhão Universal CM, Neodent,
Curitiba, Brasil), medindo-se o torque de inserção e o de remoção com um torquímetro
digital, por 10 vezes consecutivas. À metade dos pilares foi aplicada uma carga de 553g, a
uma frequência de 265 ciclos/min, durante 15 minutos. A outra metade não recebeu carga. Os
resultados mostraram que o torque de remoção dos pilares era progressivamente reduzido
enquanto se aumentava o número de inserções/remoções. Mostraram também que o
carregamento mecânico aumentou o torque de remoção, pois este foi significativamente maior
nos pilares que receberam carga em comparação com os que não receberam.
A influência da incidência de cargas clicas sobre a coroa protética no torque de
remoção do parafuso também foi verificada por Khraisat, Abu-Hammad, Dar-Odeh e Al-
Kayed.
24
Os autores utilizaram 15 implantes com hexágono externo, e o mesmo número de
pilares, parafusos e supraestruturas experimentais cimentadas sobre os pilares, divididos em
três grupos: os dois primeiros receberam cargas cíclicas de 50N, sendo que a quantidade no
primeiro grupo foi de 1.0x10
6
ciclos e no segundo grupo, de 0.5x10
6
ciclos; o terceiro grupo
não recebeu carga. Observou-se que quanto mais o conjunto foi submetido a cargas, menor foi
o torque necessário para a remoção do parafuso.
É ainda controverso na literatura o papel do hexágono em prevenir ou dificultar a
soltura do parafuso em conexões de hexágono externo. Para Binon,
25
quanto maior a
adaptação entre as paredes do hexágono externo da plataforma do implante e do hexágono
interno da base do pilar protético, maior será a resistência ao afrouxamento do parafuso, pois
haverá um menor deslocamento do pilar em relação ao implante. Para comprovar sua
hipótese, Binon testou 10 tipos de pilares protéticos sobre implantes com hexágono externo,
variando entre eles a dimensão do hexágono interno da base. Foram confeccionados pilares
com dimensões crescentes do hexágono, objetivando determinar a influência da liberdade
rotacional entre o pilar e o implante na estabilidade do parafuso. Após a aplicação de um
torque de 30 Ncm, as amostras foram submetidas a cargas cíclicas de 133N a uma frequência
de 1150 ciclos/min, até ocorrer o deslocamento do pilar. Os resultados mostraram que quanto
menor a liberdade rotacional do pilar, maior o número de ciclos necessários para soltá-lo. Os
18
pilares com menor liberdade rotacional necessitaram, em média, de 6.7 milhões de ciclos até a
falha da conexão, enquanto que os pilares com maior liberdade rotacional, de 1.4 milhão de
cilcos.
Em contrapartida, outro estudo, realizado por Cibirka, Nelson, Lang e Rueggeberg,
2
não confirmou estes achados. Os autores mediram os valores de destorque do parafuso,
utilizando implantes de hexágono externo com três desenhos diferentes dos hexágonos: um
com dimensões convencionais, outro com largura e altura reduzidas e o terceiro, com uma
forma circular ao invés do hexágono. Os pilares foram submetidos a cargas cíclicas de até
200N, por 5 milhões de ciclos, o que correspondeu a 5 anos de uso clínico. o houve soltura
nem deslocamento de nenhum pilar. Os valores de destorque não mostraram diferença
significativa, exceto entre a forma convencional e a circular, que se apresentou ainda maior.
Os autores concluíram que o aumento na altura ou no grau de adaptação entre o hexágono
externo do implante e o hexágono interno do pilar protético, ou mesmo a eliminação do
hexágono, não produziu um efeito significativo nos valores de destorque do parafuso.
19
2 PROPOSIÇÃO
Avaliar a variação do torque de remoção de parafusos de fixação de pilares protéticos
a implantes osteointegráveis após sucessivos ciclos de parafusamento e desparafusamento.
Além disso, avaliar a influência do hexágono da base do pilar no torque de remoção dos
parafusos.
20
3 MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 20 implantes (Neodent Implante Osseointegrável, Curitiba, Brasil) de
3,75mm de diâmetro e 13mm de comprimento, e plataforma de 4,1mm de diâmetro com um
hexágono externo no centro medindo 2,7mm de largura e 0,7mm de altura. A cada implante
foi parafusado um pilar protético do tipo sextavado com 4mm de altura e 1mm de cinta
(Neodent Implante Osseointegrável), por meio de um parafuso de titânio sem uso (Neodent
Implante Osseointegrável).
Para avaliar a influência do hexágono na resistência ao desparafusamento, os
implantes foram divididos em dois grupos de 10. No grupo grupo 1, os pilares sextavados
tiveram o hexágono de sua base previamente removido, o que permitiu que a liberdade
rotacional do pilar sobre a plataforma do implante fosse total. No grupo 2 foram utilizados
pilares sextavados convencionais, com hexágono em suas bases (Figura 1).
Figura 1 - Bases dos pilares protéticos. Com hexágono à esquerda e sem hexágono à direita.
Os implantes foram incluídos em resina acrílica (Jet, Clássico, São Paulo, Brasil) em
tubos cilíndricos de policloreto de vinila (PVC) com 26mm de diâmetro e 20mm de altura. Os
tubos foram posicionados na base de um equipamento de aplicação de torque desenvolvido
pelo Departamento de Materiais Dentários e Prótese da Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo. Na parte superior deste equipamento foi instalado um
torquímetro digital (TQ-680, Instrutherm, São Paulo, Brasil), conforme mostram as Figuras 2
a 4. Tomou-se o cuidado de posicionar os implantes no centro dos tubos, colocando-se um
pino no centro da base do equipamento, que é móvel, e encaixando-se justamente sobre ele
uma peça presa ao torquímetro; depois os implantes foram presos ao torquímetro por um
21
parafuso longo levemente apertado, para sua inclusão. Os pilares foram parafusados aos
implantes com um torque de 32Ncm aplicado ao parafuso, conforme recomendação do
fabricante. Os torques de instalação foram medidos pelo torquímetro digital com precisão
decimal.
Figura 2 - Equipamento de aplicação de torque com torquímetro acoplado na parte superior e
um corpo de prova na base.
Figura 3 - Torquímetro digital.
22
Figura 4 - Aplicação de torque através de uma chave hexagonal presa ao torquímetro digital.
Cada pilar recebeu uma restauração provisória de resina acrílica (Dencôr, Clássico,
São Paulo, Brasil), confeccionada a partir de uma matriz de silicone, com 8mm de altura e a
face oclusal cônica, simulando uma cúspide (Figura 5). As provisórias foram encaixadas
justamente aos pilares sem o uso de cimentos, e apresentaram-se visivelmente imóveis
durante os testes.
Figura 5 - Coroa provisória experimental sobre o pilar protético.
Cinco minutos após a instalação do pilar, os cilindros com o conjunto implante/pilar
foram instalados em um equipamento de carregamento mecânico desenvolvido pelo
Departamento de Materiais Dentários e Prótese da Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, que simula movimentos mastigatórios. Neste equipamento,
um motor elétrico move um braço de alavanca a uma frequência de 265 ciclos/min. Um
recipiente de acrílico é preso ao braço do equipamento, e realiza um curso horizontal de
23
10mm, resultando em uma velocidade linear de 88mm/s (Figura 6). O cilindro com o conjunto
implante/pilar foi instalado no interior do recipiente de acrílico. Sobre o recipiente de acrílico
se localiza uma haste com ajuste vertical, que, quando liberada, se posicionava sobre a
restauração provisória. Um cilindro de aço inoxidável com 26 mm de diâmetro e 18,2mm de
altura foi instalado na porção inferior da haste; a base deste cilindro foi usinada com uma
forma cônica de 30°, simulando as inclinações cuspídeas de um dente antagonista. Após a
completa soltura da haste, um peso total de 553g era aplicado sobre o conjunto
implante/pilar/provisória. Durante os testes o conjunto implante/pilar/provisória e o cilindro
antagonista foram completamente submergidos em água deionizada (Figura 7 e 8). Este
equipamento mecânico foi desenvolvido segundo a norma ISO/TS 14569-2 (Dental Materials
Guidance on testing of wear Part 2: Wear by two and/or three body contact, 2001), sob
Método Freiburg. Cada teste de carregamento mecânico foi realizado por 15 minutos,
realizando um total de 3.975 ciclos, o que correspondeu a aproximadamente 4 dias de função
oral normal.
23
Após carregamento mecânico, removeram-se as restaurações provisórias e os cilindros
com o conjunto implante/pilar retornaram ao equipamento de aplicação de torque, na mesma
posição inicial. Os parafusos foram removidos, e os torques de remoção foram medidos com o
torquímetro digital. Os parafusos eram completamente removidos e reinseridos. Dez ciclos de
inserção/carregamento mecânico/remoção foram realizados para cada conjunto implante/pilar.
A cada 5 ciclos a restauração provisória apresentava um desgaste de aproximadamente 1mm,
e por isso era acrescido resina utilizando a mesma matriz usada na confecção das
restaurações.
Figura 6 - Equipamento de carregamento mecânico.
24
Figura 7 - Cilindro antagonista, com a base usinada em uma forma cônica, com inclinação de
30°, simulando as inclinações cuspídeas de um dente antagonista.
Figura 8 - Aspecto do relacionamento entre o conjunto implante/pilar/provisória e o cilindro
antagonista durante o carregamento mecânico.
Com o objetivo de impedir a rotação do pilar sextavado no grupo 1, no momento
específico da aplicação do torque de apertamento nos parafusos, e assim diminuir as variáveis
entre os grupos, foi utilizado um contratorque (Nobel Biocare AB, Göteborg, Suécia), que era
imobilizado por uma haste fixa à base do equipamento (Figura 9).
25
Figura 9 - Uso de um contra-torque para impedir a rotação do pilar no momento da aplicação
do torque de inserção (grupo 1).
Para a remoção do parafuso, foi aplicado sobre ele um torque no sentido anti-horário,
através de uma chave hexagonal que se encaixava no torquímetro digital. O torquímetro
digital registrou o torque mais alto atingido imediatamente antes da soltura do parafuso.
Ao final dos dez ciclos de inserção/carregamento mecânico/remoção, o parafuso foi
trocado por um parafuso novo, e foi realizado mais um ciclo com este parafuso, da mesma
forma como descrito anteriormente.
3.1 Análise estatística
Foram calculados os valores percentuais dos torques de remoção em relação aos
torques de inserção dos parafusos, ou seja, o percentual de perda ou ganho de torque em
relação ao torque aplicado. Estes valores foram obtidos através da fórmula: (torque de
remoção x 100 / torque de inserção) 100. Valores negativos representam perda de torque e
valores positivos, ganho de torque.
Para analisar a variação do torque de remoção ao longo dos 10 ciclos de
aperto/desaperto do mesmo parafuso, foi realizada uma análise de regressão linear para cada
amostra separadamente, considerando a interdependência entre as amostras de um mesmo
26
grupo. O percentual de perda ou ganho de torque foi considerado como a variável dependente
e o número de ciclos de inserção e remoção do parafuso, como a variável independente.
A análise de regressão linear gera a seguinte equação:
Y = aX + b
onde Y é o percentual de perda ou ganho de torque, a é o coeficiente angular da reta
(inclinação), X é o número de ciclos consecutivos de inserção e remoção do parafuso e b é o
coeficiente linear (intercepto). O coeficiente angular da reta é calculado pela variação de Y
dividido pela variação de X; o coeficiente linear é o valor de Y quando X=0.
A comparação entre os dois grupos foi feita através de um teste t para amostras
independentes aplicado aos coeficientes angulares e aos coeficientes lineares de cada amostra.
A manutenção da pré-carga é considerada superior quando (1) o coeficiente linear é alto e
próximo ao torque de inserção e (2) o valor do coeficiente angular é próximo a zero.
19
Foram também comparadas as médias dos percentuais de perda ou ganho de torque
nas cinco primeiras repetições com as médias nas cinco últimas repetições, através de um
teste t para amostras pareadas. Para avaliar o efeito da troca de um parafuso usado por um
parafuso novo, as médias das cinco últimas repetições também foram comparadas com os
valores do 11° ciclo, quando os parafusos foram trocados. O valor de cinco repetições foi
escolhido por ser considerado o número mínimo de inserções/remoções necessário para a
confecção de uma prótese.
19
27
4 RESULTADOS
As medidas dos percentuais de perda ou ganho de torque de todas as amostras nos
onze ciclos de inserção/remoção encontram-se no anexo.
A análise de regressão linear demonstrou nos dois grupos uma queda do torque de
remoção do parafuso ao longo dos repetidos ciclos de inserção/remoção. Em geral, quanto
maior o número de repetições, maior foi a perda percentual de torque em relação ao torque
inicial, como ilustra a Figura 10.
Figura 10 - Gráficos de dispersão mostrando a queda progressiva do torque de abertura.
Acima, grupo 1. Abaixo, grupo 2.
28
O teste t para amostras independentes aplicado aos coeficientes angulares dos dois
grupos não apresentou diferença estatística significativa entre eles (P=0.759), para um nível
de significância de 0.05. Isto significa que nos dois grupos a tendência de queda do torque de
remoção ao longo dos ciclos foi semelhante, ou seja, não houve um grupo cuja reta tenha sido
mais íngreme ou mais rasa do que o outro. Também não foi encontrada diferença significativa
entre os coeficientes lineares nos dois grupos (P=0.173), o que demonstra que a perda de
torque inicial foi semelhante nos dois grupos. Os resultados o apresentados na Tabela 1, e
sugerem que a presença do hexágono não exerceu influência sobre o torque de remoção dos
parafusos, nem inicialmente nem ao longo de vários ciclos de
parafusamento/desparafusamento. O teste de Kolmogorov-Smirnov demonstrou a
normalidade das distribuições dos coeficientes angulares e lineares nos dois grupos, enquanto
o teste de Levene demonstrou haver igualdade de variâncias.
Tabela 1 - Coeficientes obtidos pela análise de regressão linear.
Coeficiente Angular
Coeficiente Linear
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 1
Grupo 2
0.22
-1.54
-15.75
-10.24
-1.27
-0.12
-14.39
-10.06
-1.24
-0.41
-16.24
-11.28
-0.66
-1.69
-12.97
-0.48
-2.07
-1.05
-7.42
-13.94
-1.17
-1.54
-6.73
-0.19
0.13
-2.18
-15,64
-5.63
-3.45
-1.10
-7.38
-10.04
-2.39
-0.65
-9.89
-26.46
-0.75
-5.73
-21,18
4.89
Teste t
P=0.759
P=0.173
Nas cinco primeiras repetições, houve uma perda média de torque de 16.2% (Desvio
Padrão 3.8) no grupo 1 e de 12.2% (DP 5.7) no grupo 2. Nas cinco últimas repetições, a perda
média foi de 23.3% (DP 7.1) no grupo 1 e de 20.5% (DP 8.5) no grupo 2. Nos dois grupos,
houve diferença significativa entre as cinco primeiras e as cinco últimas repetições (P=0.006
para o grupo 1 e P=0.01 para o grupo 2). Os valores do 11° ciclo, no qual o parafuso foi
trocado, apresentaram em média uma perda de torque de 25.1% (DP 12.2) no grupo 1 e de
29
20.7% (DP 9.2) no grupo 2. Em ambos os grupos, estes valores não se mostraram
significativamente diferentes das médias das cinco últimas repetições (P=0.708 para o grupo 1
e P=0.895 para o grupo 2). Estes dados podem ser visualizados no Quadro 1 e na Figura 11.
Quadro 1 - Teste t para amostras pareadas.
101010N =
GRUPO= 1,00
Ciclo 115 últimos ciclos5 primeiros ciclos
0
-10
-20
-30
-40
-50
-60
1,00
1,00
1,00
101010N =
GRUPO= 2,00
Ciclo 115 últimos ciclos5 primeiros ciclos
0
-10
-20
-30
-40
-50
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
Figura 11 - Gráficos de caixa dos grupos 1 (acima) e 2 (abaixo), mostrando a distribuição dos
valores dos 5 primeiros ciclos, dos 5 últimos e do 11°.
30
5 DISCUSSÃO
Os resultados encontrados no presente estudo indicam que quanto mais vezes um
parafuso protético é removido e reinserido, menor será o torque necessário para removê-lo
novamente, ou seja, menor será sua resistência ao desparafusamento. Estes resultados estão de
acordo com os resultados encontrados por Weiss, Kozak e Gross
19
e por Coppedê, de Mattos,
Rodrigues e Ribeiro,
23
que também verificaram uma relação inversa entre o número de ciclos
de inserção/remoção do parafuso e o torque de remoção. Também são resultados compatíveis
com os achados de Örtorp, Jemt, Wennerberg, Berggren e Brycke
21
e de Byrne, Jacobs,
O'Connell, Houston e Claffey,
22
que não mediram o torque de remoção, mas mediram
diretamente a pré-carga, e encontraram uma diminuição desta ao longo dos sucessivos
parafusamentos e desparafusamentos. Uma redução da pré-carga também reduz a resistência
ao desparafusamento.
Os achados deste trabalho não estão de acordo, porém, com os resultados de Tzenakis,
Nagy, Fournelle e Dhuru,
20
que encontraram valores mais altos de pré-carga com o uso
repetido de parafusos. No entanto, tanto sua metodologia quanto sua análise estatística foram
diferentes das utilizadas neste estudo. Os autores não avaliaram parafusos que prendiam o
pilar protético ao implante, mas sim parafusos que prendiam a coroa protética ao parafuso do
pilar, e utilizaram apenas um implante. A análise estatística foi realizada através de uma
análise de variância entre os valores de três momentos pontuais (primeiro, quinto e décimo
ciclos), sem considerar que as variações ocorrem ao longo de todos ao ciclos, e que todos são
interdependentes.
O modelo de regressão foi escolhido neste estudo pois ele analisa o comportamento de
uma variável (torque de remoção) em função da variação de outra (número de
parafusamentos/desparafusamentos). Ele considera a variação nos valores do torque de
remoção ao longo de todas as repetições sequenciais, e não somente em momentos
específicos. Este modelo também foi utilizado por Haack, Sakaguchi, Sun e Coffey
10
e por
Weiss, Kozak e Gross.
19
Estes últimos autores também utilizaram os coeficientes encontrados
pela análise de regressão para fazer comparações entre grupos distintos.
Nenhum outro estudo avaliou o efeito da troca do parafuso por um parafuso sem uso.
A opção pela inclusão de mais um ciclo com um novo parafuso se deu pois muitos dentistas,
empiricamente, trocam o parafuso que vinha sendo usado com a restauração provisória por
outro parafuso sem uso no momento da instalação da prótese definitiva. Este estudo não
31
encontrou evidências de que este procedimento, isoladamente, aumente a resistência ao
desparafusamento, possivelmente porque já tenha ocorrido um desgaste das roscas internas do
implante. Aparentemente, é mais importante restringir o número de remoções da restauração
do que trocar o parafuso no momento da instalação definitiva.
Quanto ao papel do hexágono na estabilidade da conexão protética com o implante, os
resultados deste estudo indicam que a presença do hexágono não influenciou os valores de
destorque do parafuso, ou seja, a presença de um dispositivo antirrotacional não contribuiu
para aumentar a resistência à soltura do parafuso. Estes resultados estão de acordo com os
achados de Cibirka, Nelson, Lang e Rueggeberg,
2
mas não são condizentes com os resultados
de Binon.
25
Este autor verificou que quanto maior o grau de liberdade rotacional do pilar
protético sobre o implante, menor a resistência ao afrouxamento do parafuso, mas que, a partir
de um determinado grau de rotação (por volta de 8°), esta resistência se torna relativamente
estável. No presente estudo, não foi medido o grau de liberdade rotacional do pilar com
hexágono, e é possível que ele seja grande o suficiente a ponto de não se detectar uma
diferença significativa em relação ao pilar com total liberdade rotacional.
Apesar de existir uma queda do torque de abertura ao longo das repetições, as
variações do torque para cada amostra foram relativamente grandes. Neste estudo foi
assumido que os valores de destorque são uma medida da pré-carga remanescente no parafuso
imediatamente antes da sua remoção, e que a pré-carga alcançada no sistema era sempre igual
para um mesmo torque de inserção.
2
Entretanto, os valores de torque são apenas uma medida
indireta da pré-carga, e não uma estimativa exata desta. O controle do torque não é um
método com precisão absoluta, mas é o método mais utilizado na Engenharia e na
Odontologia.
9
Além destas considerações inerentes ao método, outras podem ser feitas para
tentar explicar as variações dos dados. Apesar dos esforços em centralizar a aplicação do
torque, era necessário haver uma folga mínima entre o torquímetro e seu suporte para permitir
a rotação do primeiro no momento da aplicação do torque. Esta folga pode ter permitido uma
inclinação do torquímetro fora do longo eixo do implante. Todavia, se esta inclinação ocorreu,
ela foi mínima e distribuída por todas as amostras.
Este trabalho apresenta algumas limitações. A carga utilizada nos ciclos de
carregamento mecânico foi de 553g, ou seja, pouco mais de 5N, um valor bem inferior às
forças oclusais normais, que podem atingir mais de 100N. Outra limitação foi o número de
ciclos mastigatórios simulados, que representaram aproximadamnete apenas 4 dias de função
mastigatória normal. No entanto, esta carga e este número de ciclos limitados foram
suficientes para promover, em um trabalho prévio de Coppedê, de Mattos, Rodrigues e
32
Ribeiro,
23
um aumento da retenção de pilares cone-morse comparados a pilares que não
receberam carga alguma. O objetivo da aplicação de cargas cíclicas no presente estudo não foi
observar seu efeito sobre o torque de remoção dos parafusos, mas sim simular parcialmente as
condições dinâmicas encontradas na boca. Outros estudos que simulassem mais
adequadamente estas condições seriam interessantes.
33
6 CONCLUSÃO
Dentro das limitações deste estudo in vitro, foi possível concluir que:
Repetidos parafusamentos e desparafusamentos dos parafusos de fixação de pilares
protéticos a implantes osteointegráveis promoveram a diminuição progressiva do
torque de remoção destes parafusos.
A troca do parafuso por outro sem uso após dez ciclos de inserção/remoção não
aumentou a resistência à soltura do parafuso.
A remoção do hexágono da base do pilar protético não exerceu nenhum efeito sobre o
torque de remoção do parafuso.
34
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37
ANEXO Medidas dos percentuais de perda (ou ganho) de torque de todas as amostras nos onze ciclos de inserção/remoção. No 11°
ciclo o parafuso foi trocado por outro sem uso.
Amostra Número de ciclos de inserção/remoção do parafuso
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1 -15,94 -10,87 -17,19 -6,88 -22,81 -16,88 -20,81 -10,87 -14,72 -8,44 -30,94
2 -4,38 -22,22 -10,56 -32,41 -16,88 -33,44 -31,37 -15,31 -29,10 -18,21 -18,44
3 -17,19 -25,16 -20,31 -16,46 -17,81 -18,13 -34,38 -22,81 -28,75 -29,81 -25,63
4 -15,00 -9,69 -10,56 -12,19 -26,63 -19,38 -26,25 -13,13 -16,88 -16,15 -10,00
Grupo 1
5 -15,84 -10,56 -11,88 -9,01 -10,31 -29,38 -21,25 -25,00 -28,44 -26,40 -29,69
6 -12,50 -8,44 -9,69 -9,63 -8,75 -15,22 -10,31 -19,88 -15,31 -22,05 -23,44
7 -14,06 -17,39 -15,31 -16,88 -17,39 -12,50 -7,50 -14,69 -20,00 -13,75 -33,13
8 -13,31 -15,31 -25,94 -16,72 -16,88 -27,19 -35,63 -18,27 -40,63 -53,70 -9,06
9 -13,98 -18,50 -19,69 -15,63 -16,56 -16,88 -19,06 -34,06 -58,13 -17,81 -50,77
10 -19,25 -17,50 -20,31 -39,38 -20,31 -26,88 -26,88 -37,81 -20,19 -24,69 -20,00
1 -14,24 -15,31 -10,79 -15,00 -13,13 -26,63 -20,63 -19,81 -24,06 -27,19 -24,77
2 -19,69 -2,48 -10,00 -14,06 -11,56 -3,41 -8,44 -6,52 -11,18 -19,81 -14,38
3 -20,19 -5,31 -13,13 -16,41 -6,56 -13,35 -7,45 -18,75 -14,06 -19,94 -15,63
4 -5,00 0,31 -4,35 1,56 -7,81 -15,94 -16,15 -12,81 -15,94 -11,76 -7,43
Grupo 2
5 -25,78 -13,31 -14,69 -11,88 -19,06 -15,00 -20,00 -26,56 -19,06 -31,68 -20,31
6 -3,75 0,31 -2,15 -11,15 -2,19 -10,31 -17,19 -16,56 -11,80 -11,56 -17,70
7 -7,81 -5,31 -8,39 -22,19 -15,31 -32,81 -10,63 -18,13 -32,81 -22,91 -21,25
8 -17,19 -9,38 -8,39 -16,56 -12,50 -17,81 -16,88 -15,22 -30,31 -16,56 -15,48
9 -36,88 -34,38 -13,86 -13,98 -13,98 -27,81 -18,13 -17,70 -25,00 -27,24 -29,06
10 -9,94 -12,19 -15,53 -25,63 -2,46 -21,05 -24,06 -26,40 -56,72 -72,76 -40,63
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