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A introdução de plantas exóticas é considerada a segunda maior ameaça à conservação
da biodiversidade mundial, perdendo apenas para a destruição de habitat pela exploração
humana direta. Em épocas mais recentes, a introdução de espécies voltou-se para o comércio
de plantas ornamentais, muitas das quais se tornaram invasoras (ZILLER, 2001).
É muito importante a heterogeneidade de espécies na implantação de uma arborização
urbana, pois além de ser uma forma de proteger, difundir e valorizar a flora brasileira favorece
a sobrevivência de animais que constitui importante elemento do equilíbrio ecológico
(TOLEDO; PARENTE, 1988).
De acordo com as recomendações de Grey e Deneke (1978), citados por Milano e
Dalcin (2000), cada espécie não deve ultrapassar 10-15% do total de indivíduos da população
arbórea, para um bom planejamento da arborização urbana. Segundo Paiva (2000), ao
escolher as espécies utilizadas na arborização urbana, deve-se avaliar alguns critérios, como o
ritmo e as exigências para o crescimento, o tipo de copa, o porte, a folhagem, as flores, os
frutos, os troncos, as raízes, os problemas de toxidez, a rusticidade, a resistência, a desrama
natural e a origem das espécies; além de considerar outros fatores relevantes, entre eles, a
largura da calçada, a fiação elétrica, o clima, o solo e a umidade.
2.4 Ambiência urbana
A grande concentração de pavimentos e construções nas cidades favorece a absorção
de radiação solar diurna e a reflexão noturna. O fenômeno das “ilhas de calor” provoca um
diferencial térmico bastante significativo se comparado a locais vegetados (LIMA, 1993).
Segundo Mascaró (2004), nas cidades, as plantas são substituídas por superfícies, tais como
asfalto, tijolos e concreto. O resultado é um maior aumento da temperatura do ar nas noites de
verão nas cidades e em seu entorno imediato. O desenvolvimento de edificações e indústrias
em áreas urbanas cresce ocupando o lugar da arborização, que não é replantada, gerando um
desconforto na ambiência urbana.
Essa transformação na paisagem, em um cenário urbano, modifica os elementos
naturais, como solo, temperatura, umidade, nebulosidade, mecanismos do vento,
pluviosidade, flora e fauna. Esses elementos naturais são responsáveis, no geral, pelas
condições de conforto ambiental (LOMBARDO, 1990; SANTOS; TEIXEIRA, 2001).
O efeito do ambiente sobre o comportamento humano não é analisado de forma
isolada, mas sob todo o contexto em que ele ocorre de forma recíproca, ou seja, tanto o
ambiente influencia o comportamento, quanto é influenciado por ele (OKAMOTO, 2002).