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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
Área de Concentração: Infraestrutura e Meio Ambiente
Clenara Citron Muneroli
ARBORIZAÇÃO URBANA: ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS
E A CAPTURA DO CARBONO ATMOSFÉRICO
Passo Fundo
2009
Arborização urbana: Espécies arbóreas nativas e a captura do carbono atmosférico
Clenara Citron Muneroli
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2
Clenara Citron Muneroli
ARBORIZAÇÃO URBANA: ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS E A CAPTURA DO
CARBONO ATMOSFÉRICO
Orientador: Professor Juan Marcaró, Arquiteto,Dr.
Co-orientador: Elmar Luiz Floss, Engenheiro Agrônomo e Licenciado em Ciências, Dr.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia para obtenção do grau
de Mestre em Engenharia na Faculdade de
Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo
Fundo, na Área de concentração Infraestrutura e
Meio Ambiente
Passo Fundo
2009
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Clenara Citron Muneroli
Arborização urbana: espécies arbóreas nativas e a captura do carbono
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia para obtenção do grau
de Mestre em Engenharia na Faculdade de
Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo
Fundo na Área de concentração Infraestrutura e
Meio Ambiente
Data de aprovação: Passo Fundo, 27 de março de 2009.
Os membros componentes da Banca Examinadora abaixo aprovam a Dissertação.
Juan José Mascaró, Arquiteto Dr.
Orientador
Gutemberg Weingartner, Arquiteto Dr.
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
Rosa Maria Locatelli Kalil, Arquiteta Dra.
Universidade de Passo Fundo
Evanisa Fatima Reginato Quevedo Melo,Engenheira Florestal, Dra.
Universidade de Passo Fundo
Passo Fundo
2009
4
AGRADECIMENTOS
A DEUS por estar sempre do meu lado, perdoando minhas falhas e olhando por mim.
Ao Professor orientador Dr. Juan José Mascaró pelo incentivo, confiança, paciência e
principalmente pela grande contribuição na elaboração deste trabalho através de seus
ensinamentos e conhecimento.
Ao Professor Dr. Elmar Luiz Floss, pela coorientação e pelo seu grande conhecimento
na área da Fisiologia Vegetal contribuindo muito para o desenvolvimento da dissertação.
Ao meu esposo, Luiz Fernando Muneroli, e aos nossos filhos Fernando e Jéssica, pelo
amor, carinho e compreensão pelos momentos que não lhes dei atenção quando na elaboração
deste trabalho.
Aos meus pais Albino e Lourena, por terem se dedicado e muitas vezes passando
dificuldades para manter-me em bom colégio e universidade, pensando em meu futuro, o que
contribuiu muito para chegar até aqui.
Aos meus irmãos que são pessoas muito importantes na minha vida e aos meus
cunhados pelo apoio e incentivo.
A todos os professores, funcionários e ao coordenador do curso de Mestrado em
Engenharia, Professor Dr. Moacir Kripka, pelo aprendizado, incentivo, apoio e colaboração
nos momentos do aprendizado.
Aos colegas do curso de Mestrado, pela amizade, companheirismo e por entrarem na
minha vida de uma forma tão especial e irão permanecer assim de maneira muito carinhosa.
A todos os amigos que contribuíram para que pudesse concluir este trabalho através do
carinho, da ajuda e principalmente por acreditarem e torcerem por mim.
5
“A continuar a atual cegueira ambiental e exploração
irresponsável de nosso outrora pródigo meio natural,
serão inevitáveis calamidades de magnitude nunca
vista. (...) Somente uma transição rápida e atitudes
fundamentalmente novas, atitudes de respeito e
integração ecológica, poderão ainda evitar o
desastre. Encontramo-nos num divisor de eras.”
José Lutzenberger
6
Resumo
O objetivo dessa pesquisa é elaborar critérios ambientais para a arborização urbana na região
subtropical úmida do país, enfatizando os aspectos de amenização da poluição do ambiente
citadino principalmente, no que se refere a captura de carbono que as árvores realizam através
da fotossíntese. Vários são os benefícios que uma arborização urbana bem planejada oferece á
ambiência da cidade, não pelo aspecto ambiental, mas também, no que se refere à
qualidade de vida da população. A vegetação nativa também tem destaque dentro do ambiente
urbano, por apresentar características importantes ao seu desenvolvimento e desempenho
ambiental, tanto em áreas de florestas quanto nas cidades, pois são apropriadas para nossa
latitude, clima e morfologia. Essa é a contribuição original que esta pesquisa se propõe, além
de sistematizar a literatura existente sobre o tema como base para estudos posteriores. A
proposta é utilizar dois locais de estudo de caso, na cidade de Carazinho, RS, um bairro
residencial de baixa densidade de ocupação do solo urbano e outro de densidade maior. Para
desenvolver o estudo de caso foi realizado um levantamento da situação atual dos bairros de
estudo para analisar o material levantado e proceder à verificação sobre os aspectos
ambientais de interesse contatados nos trabalhos de campo, principalmente, aqueles
relacionados à eficiência das espécies arbóreas nativas na rede de infra-estrutura e na captura
do gás carbônico. A seleção de algumas espécies arbóreas nativas que apresentam
características especiais para a realização da fotossíntese é fator predominante, a fim de que
tais espécies sejam incorporadas à arborização urbana local.
Palavras-chaves: arborização urbana, espécies arbóreas nativas, captura do carbono e
ambiência urbana.
7
Abstract
The objective of this research is to elaborate environmental criteria for an urban arborization
in the subtropical damp region of the country, emphasizing the aspects of the pollution
improvement in the city environment, mainly, concerning the carbon capture, the trees do
through photosynthesis. There are many benefits, a well thought-out urban arborization offers
to the city environment; not only in relation of the environmental aspect but also in relation of
the quality population life. The native vegetation also appeals inside urban environment;
because it presents important characteristics concerning its environmental development and
performance, in the forests as well as in the cities, because they are appropriate to our latitude,
climate and morphology. This is the original contribution this research proposes, beyond
systematizing he reading about the subject as a grounding for future studies. The proposal is
to use two stud places of the matter in Carazinho city, RS, in a residential neighborhood with
a low occupation density of the urban soil and another with a higher density. To develop the
study of this matter, a survey of the current situation of the neighborhood was done to analyze
the proposed subject and to proceed the checking about the aspects of the environmental
interest, counted in the field work, mainly those related to the efficiency of the native
arboreous species in the infra-structure net and n the carbon dioxide capture. The selection of
some arboreous species to carry out the photosynthesis is a predominant fact, so that these
apecies are incorporated to the local urban arborization.
Key-words: urban arborization. native arboreous species, carbone dioxide capture, urban
environment.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Fotografia da arborização no passeio público em Mendoza - Argentina........ 23
Figura 2 – Fotografia de ambientes com diferentes densidade e tipos de arborização
urbana...............................................................................................................................
26
Figura 3 – Estrutura da célula de uma planta demonstrando seu cloroplasto ................. 30
Figura 4 - Aumento na concentração de dióxido de carbono de 280 ppm para 350 ppm.
35
Figura 5 - Aumento do gás metano na atmosfera em partes por bilhão (ppb) e o
Forçamento Radiativo (Wm
2
)..........................................................................................
35
Figura 6 - Aumento dos óxidos nitrosos e o Forçamento Radiativo.................................
35
Figura 7 – Foto demonstrando como realizar a medida de diâmetro na altura do peito... 41
Figura 8 – Esquema da instrumentação utilizada no Weblab........................................... 43
Figura 9 – Fotografia da Câmara de Topo Aberto............................................................ 43
Figura 10 – Fotografia com vista aérea da cidade de Carazinho..................................... 45
Figura 11 – Mapa da localização do Município de Carazinho..........................................
47
Figura 12 - Imagem de satélite do Município de Carazinho............................................. 47
Figura 13 – Praça Albino Hilebrant na Avenida Flores da Cunha....................................
49
Figura 14 – Mapa com a localização da bacia do Várzea ................................................ 52
Figura 15 – Gráfico com os valores médios mensais da umidade relativa do ar no
território carazinhense......................................................................................................
54
Figura 16 - Desenho com normas para o passeio público em zonas residenciais.......... 56
Figura 17 – Desenho com normas para o passeio público em zonas comerciais............. 57
Figura 18 - Mapa de parte da cidade de Carazinho com localização dos trechos A e B.. 58
Figura 19 – Caixa de rua com recuo dupla....................................................................... 59
Figura 20 – Sombreamento devido posição solar em uma lateral do recuo duplo.......... 59
Figura 21 – Foto e gravura da caixa de rua ordinária......................................................
60
Figura 22 - Gráfico com dados do questionário para a pergunta : Como você classifica
a arborização urbana de Carazinho.................................................................................
64
9
Figura 23 - Gráfico com dados do questionário para a pergunta :Qual seu grau de
satisfação em relação aos ambientes arborizados em Carazinho?....................................
64
Figura 24 - Gráfico com dados do questionário para a pergunta: Quanto a arborização
do centro da cidade e do bairro Loeff, como você avalia?...............................................
65
Figura 25 - Gráfico com dados do questionário para a pergunta:As árvores ajudam na
captura do carbono atmosférico?......................................................................................
65
Figura 26 - Gráfico com dados do questionário para a pergunta: Ao observar a
arborização de Carazinho qual sua opinião em relação ao planejamento?.......................
66
Figura 27 - Gráfico com dados do questionário para a pergunta: Quais as vantagens da
arborização urbana?..........................................................................................................
66
Figura 28 - Gráfico com dados do questionário para a pergunta: Quais as desvantagens
da arborização urbana?......................................................................................................
67
Figura 29 - Rua Bernardo Paz...........................................................................................
69
Figura 30 - Rua Pedro Vargas...........................................................................................
70
Figura 31 - Rua Alexandre da Motta................................................................................
70
Figura 32 - Avenida Flores da Cunha...............................................................................
71
Figura 33 - Avenida Flores da Cunha...............................................................................
72
Figura 34 - Avenida Flores da Cunha...............................................................................
73
Figura 35 - Quadra de estudo na Avenida Flores da Cunha.............................................
74
Figura 36 - Alternativa que pode ser utilizada em passeio público estreito......................
76
Figura 37 – Tipos de gola que envolvem o tronco das árvores separando do pavimento.
77
Figura 38 - Rua Monteiro Lobato.....................................................................................
77
Figura 39 - Rua Vila Lobos...............................................................................................
79
Figura 40 - Rua Antônio José Barlete...............................................................................
80
Figura 41 – Rua Marechal Deodoro..................................................................................
81
Figura 42 - Rua 3 de Maio................................................................................................
82
Figura 43- Rua Antônio Vargas........................................................................................
83
Figura 44 - Rua Plinio Brasil Milano................................................................................
84
Figura 45 – Gráfico de medidas da temperatura nos pontos 1,2,3 e4 dos trechos A e B.
89
Figura 46- Gráficos de medidas da umidade nos pontos 1,2,3,e 4 dos trechos A e B......
90
Figura 47 –Legenda com identificação da forma da copa das árvores............................
Figura 48 – Situação da arborização urbana em um trecho da Avenida Flores da Cunha
96
96
10
Figura 49 – Legenda com as espécies arbóreas da Avenida Flores da Cunha.................
97
Figura 50 – Distribuição de novas espécies arbóreas na Avenida Flores da Cunha........
98
Figura 51- Espécies arbóreas presentes em um trecho da Marechal Deodoro no Bairro
Loeff.................................................................................................................................
99
Figura 52 - Passeio público na Avenida Flores da Cunha às 16h, lado esquerdo com
sol sem pedestres e o direito com rios pedestres pela presença de sombra projetada
pela edificação...........................................................................................................
99
Figura 53 – Disposição da arborização na Rua Marechal Deodoro no Bairro Loeff.......
100
Figura 54- Relação das espécies presentes na quadra em estudo na Avenida Flores da
Cunha...............................................................................................................................
Figura 55- Disposição da nova proposta de arborização para o trecho B na rua
Marechal Deodoro.............................................................................................................
Figura 56- Modelo proposto para rua com passeio público estreito.................................
Figura 57 – Ampliação do passeio público para o plantio de árvores..............................
100
101
102
103
11
LISTA DE TABELAS E QUADROS
Tabela 1 - Taxa anual de captura de carbono obtida através das características das
árvores........................................................................................................................
39
Tabela 2 - Evolução da população urbana e rural do Município de Carazinho ............... 46
Tabela 3 - Principais espécies nativas das vias publicas e praças de Carazinho...............
50
Tabela 4 - Temperaturas médias observadas em Carazinho no ano de 2006....................
53
Tabela 5- Precipitação nos últimos 5 anos no Município de Carazinho..........................
53
Tabela 6 - Critérios de seleção para a escolha do trecho A e B........................................
57
Tabela 7 - Espécies arbóreas presentes na primeira quadra de estudo na Avenida
Flores da Cunha................................................................................................................
71
Tabela 8- Espécies arbóreas em um dos trechos de estudo da Avenida Flores da Cunha 73
Tabela 9 - Espécies arbóreas em uma das quadras da Avenida Flores da Cunha...........
74
Tabela 10 - Relação das espécies da terceira quadra da Avenida Flores da Cunha.......... 75
Tabela 11 - Relação das espécies presentes na Rua Monteiro Lobato, com suas
respectivas medidas e algumas características de cada espécie........................................
78
Tabela 12 - Espécies arbóreas da Rua Vila Lobos............................................................
80
Tabela 13 - Classificação das espécies arbóreas na Rua Antônio José Barlete................
81
Tabela 14 - Espécies arbóreas presentes na Rua Marechal Deodoro................................ 82
Tabela 15 - Espécies arbóreas da Rua 3 de maio.............................................................. 83
Tabela 16 - Apresenta as espécies arbóreas da Rua Antônio Vargas...............................
84
Tabela 17- As espécies arbóreas e suas características presentes na Rua Plínio Brasil
Milano...............................................................................................................................
85
Tabela 18 - Medidas que devem ser adotadas para a implantação da arborização
urbana................................................................................................................................
95
12
Tabela 19- Cálculo de captura de carbono da situação existente no trecho A..............
Tabela 20 – Cálculo simulando a captura do carbono na situação proposta para o
trecho A...................................................................................................................
Tabela 21 – Planilha com os dados das árvores e a captura de carbono na Rua
Marechal Deodoro.....................................................................................................
Tabela 22 – Planilha com os dados das árvores e a captura de carbono para a nova
proposta no trecho B.................................................................................................
Quadro 1 - Recomendação de localização em relação à rede aérea e subterrânea..........
Quadro 2 - Fatores que influem na fotossíntese...............................................................
Quadro 3 -. Planilha para cálculo da captura do carbono em árvores de áreas urbanas...
Quadro 4: Medição externa da temperatura e umidade no trecho A...............................
Quadro 5: Medição externa da temperatura e umidade no trecho B.................................
97
98
100
101
28
31
38
88
88
13
LISTA DE SIGLAS
AMAJA: Associação dos Municípios do Alto Jacuí
APO: Avaliação Pós-Ocupação
BA: biomassa de árvores vivas e mortas
BAVT: Biomassa Total de Árvores Vivas
CRE: Certificado de Redução de Emissão
CSW: Central & South West Corporation
DAP: Diâmetro na Altura do Peito
EIA: Energy Information Administration
FEPAM: Fundação Estadual de Proteção Ambiental
GEE: Gases de Efeito Estufa
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPCC: Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
MDL: Modelo de Desenvolvimento Limpo
ONG: Organização Não Governamental
ONU: Organização das Nações Unidas
OTC: Open-Top Chambers
ppm: parte por milhão
14
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO............................................................................................
16
1.1 Considerações iniciais................................................................................... 16
1.2 Problema da pesquisa.................................................................................... 17
1.3 Justificativa.................................................................................................... 18
1.4 Objetivos........................................................................................................ 19
1.4.1 Objetivo geral............................................................................................... 19
1.4.2 Objetivos específicos..................................................................................... 19
1.5 Escopo e delimitação do trabalho.................................................................. 20
1.6 Estrutura do trabalho......................................................................................
20
2
REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 21
2.1 Arborização urbana........................................................................................ 21
2.2 Benefícios da arborização urbana.................................................................. 23
2.3 Espécies arbóreas nativas.............................................................................. 24
2.4 Ambiência urbana.......................................................................................... 25
2.5
2.6
Planejamento da arborização urbana............................................................
Fotossíntese...................................................................................................
27
29
2.7 Protocolo de Kyoto........................................................................................ 31
2.8 Captura do carbono........................................................................................ 33
2.9 Créditos de carbono....................................................................................... 36
2.10 Métodos de cálculos para a absorção de carbono.......................................... 37
2.11 Procedimento para determinar a biomassa arbórea viva............................... 40
2.12 Câmara de topo aberto................................................................................... 42
2.13 Projetos de reflorestamento desenvolvidos por empresas no Brasil ............. 44
3
MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................... 45
3.1 Material.......................................................................................................... 45
3.1.1 Caracterização do município ........................................................................ 45
3.1.1.1 Localização.................................................................................................... 45
3.1.1.2 População....................................................................................................... 46
3.1.1.3 Localização geográfica.................................................................................. 46
3.1.1.4 Vegetação do Município de Carazinho..........................................................
47
3.1.1.5
Re Recursos hídricos
.......................................................................................... 51
3.1.1.6 Clima..............................................................................................................
52
3.1.1.7 Legislação...................................................................................................... 54
3.2 Seleção da área de estudo.............................................................................. 57
3.2.1 Descrição do trecho A....................................................................................
58
3.2.2 Descrição do trecho B.................................................................................... 60
15
3.3 Métodos e equipamentos............................................................................... 60
3.3.1 Aplicação do questionário............................................................................. 61
3.3.2 Levantamento das espécies arbóreas nos trechos A e B................................ 61
3.3.3 Medidas da temperatura e umidade............................................................... 62
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS PARCIAIS...... 63
4.1 Aplicação do questionário para usuários dos trechos A e B......................... 63
4.1.1
4.1.2
Resultado dos questionários .........................................................................
Conclusão parcial dos questionários aplicados..............................................
64
67
4.2 Inventário da arborização nos trechos A e B................................................. 68
4.3 Diagnóstico do trecho A................................................................................ 75
4.4
4.4.1
4.4.2
Inventário do trecho B..................................................................................
Diagnóstico do trecho B................................................................................
Conclusão parcial do inventário arbóreo do trecho A e B.............................
77
85
86
4.5 Medição da temperatura e umidade relativa do ar......................................... 87
4.6
4.6.1
Na Análise dos dados obtidos sobre a temperatura e umidade relativa do ar
nos pontos de estudo......................................................................................
C Conclusão parcial das medidas da temperatura e umidade relativa do ar.....
89
91
4.7 Critérios utilizados para seleção de espécies arbóreas nativas...................... 91
4.8 Proposta de arborização para ser utilizada no trecho A e B.......................... 95
4.9
4.10
Proposta de arborização para passeio público estreito...................................
Recomendações para implantação da arborização urbana e a captura de
carbono..........................................................................................................
102
103
5
CONCLUSÃO............................................................................................. 105
REFERÊNCIAS…………………………………………………………... 108
ANEXO A - Questionário aplicado para avaliação da opinião do cidadão
sobre a arborização urbana de Carazinho no geral e no trecho de estudo A
e B..................................................................................................................
116
ANEXO B - Catalogação das principais espécies arbóreas da região sul do
Rio Grande do Sul ........................................................................................
118
ANEXO C - Ficha com as características das espécies arbóreas
selecionadas do anexo C, para serem usadas na arborização urbana de
Carazinho.............................................................................................
122
ANEXO D – Chave de identificação ou chave dicotômica que auxilia na
descrição das características morfológicas dos vegetais.....................
135
ANEXO E – Desenho representativo de alguns itens das chaves de
identificação do anexo E................................................................................
136
ANEXO F - Planilha para anotação dos dados das espécies arbóreas
inventariadas nos trechos A e B.....................................................................
137
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações iniciais
Desde muitos anos, o homem tem trocado o ambiente rural para viver nas áreas
urbanas. Isso tem provocado um crescimento desordenado das cidades, sem que houvesse
tempo necessário para realizar um planejamento adequado, causando mudanças na qualidade
de vida e na ambiência urbana. Com o advento da era “desenvolvimentista” e da explosão
imobiliária na década de 1960, houve a perda dos jardins privados e a impermeabilização do
solo, e o patrimônio das áreas verdes das cidades ficou cada vez mais restritos à arborização
de ruas, praças, parques e maciços florestais (MILANO; DALCIN, 2000).
Das últimas declarações dos cientistas sobre as mudanças climáticas causadas pelo
Efeito Estufa, começa a surgir a preocupação e a necessidade de mudar os paradigmas que
vinham sendo adotados. Extrapolar as tendências e os desafios para assegurar um mundo mais
eqüitativo e sustentável, partindo do pressuposto que essas ações deverão ocorrer o mais
rápido possível a fim de reverter ou minimizar os efeitos provocados. Algumas decisões
adotadas no curto prazo exercem influência em longo prazo, tendo um tempo de ajustamento.
A superpopulação no meio urbano tem feito com que o homem procure, cada vez
mais, condições que possam melhorar a sua convivência no ambiente, muitas vezes, adverso.
A ocupação desordenada das cidades foi provocando mudanças, principalmente, no que se
refere à arborização, onde a utilização de uma vegetação apropriada é cada vez mais
necessária.
A vegetação é uma das formas de reter o gás carbônico (CO
2
) que é liberado na
atmosfera, tendo como causa principal, a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e
as queimadas. Por isso, é necessário, cada vez mais, voltar os olhos para a importância da
vegetação, pois, a cada dia, o desmatamento de florestas vem aumentando, sem que haja uma
fiscalização mais rigorosa. As emissões brasileiras atuais de CO
2
concentram-se em dois
17
setores: o primeiro, na queima de combustíveis fósseis, que libera por ano de 80 a 90 milhões
de toneladas de carbono; e o segundo, na alteração do uso da terra, principalmente a
substituição de florestas e savanas por agricultura e pastagem, que libera anualmente de 200 a
250 milhões de toneladas de carbono (NOBRE, 2004).
Muitas vezes, é necessário fazer um replanejamento da arborização, o qual consiste
em fazer uma revisão do que existe e traçar diretrizes. É importante que toda Prefeitura defina
um Plano Diretor de Arborização de vias públicas, para uma correta orientação cnica e
administrativa para não apresentar problemas futuros.
De forma específica, a proposta é arborizar o ambiente urbano utilizando espécies
arbóreas nativas, para que a população possa perceber a importância da arborização urbana
para melhoria da qualidade de vida, diminuição dos Gases de Efeito Estufa (GEE), e,
conseqüentemente, o aquecimento global.
1.2 Problema da pesquisa
Quando a arborização das cidades é implantada sem um planejamento prévio, acaba
gerando problemas na ambiência urbana, tais como: utilização de espécies arbóreas exóticas,
alergênicas, porte muito grande (atingem fiação elétrica), covas com medidas fora do padrão
recomendado (provocam rompimento de calçadas, atingem a rede pluvial subterrânea), não
adaptadas ao clima local, entre outros.
Outro fator que muitas vezes, passa despercebido pela população é sobre os benefícios
que este tipo de vegetação proporciona aos ambientes, pois aumentam a umidade do ar,
minimizam a temperatura, realizam o seqüestro do carbono, servem de alimentação aos
pássaros, diminuem a intensidade do vento e aliviam o estresse, não servindo apenas para o
embelezamento.
A arborização bem planejada é muito importante, independentemente do porte da
cidade ou em que região ela está localizada, ficando mais fácil de ser implantada. Caso
contrário, passa a ter um caráter de remediação, à medida que tenta se encaixar dentro das
condições já existentes, apresentando problemas de toda ordem.
Muitas dúvidas ocorrem quando necessidade de elaborar um projeto de arborização
para o ambiente urbano, principalmente, na escolha das espécies arbóreas adequadas, para que
não causem os problemas citados, mas que torne o ambiente cada vez mais propício aos
seres vivos, mantendo assim qualidade de vida.
18
O Brasil tem sido responsável pela emissão de carbono na atmosfera, principalmente
pelo desmatamento e queimadas. Esses problemas gerados não ocorrem tão somente nos
ambientes das florestas, mas também nas cidades, que devido ao seu crescimento, aumentam
os problemas com a destruição da vegetação existente, para dar lugar às novas edificações.
Dessa maneira, seria possível amenizar tais impactos, utilizando espécies arbóreas
nativas e critérios adequados para o planejamento da arborização urbana.
1.3 Justificativa
Com o aumento da população nos centros urbanos, as áreas de vegetação têm
diminuído, dando lugar a edificações e pavimentações de ruas e avenidas, provocando
mudanças no habitat original, ao mesmo tempo em que não ocorre planejamento para
reposição desta vegetação.
Torna-se necessário que a população e órgãos públicos percebam que o
desenvolvimento urbano deve ocorrer, mas sem agredir a paisagem natural dos espaços,
principalmente, quando são destacados todos os benefícios que a arborização urbana
proporciona ao equilíbrio dos biomas, contribuindo, de certa forma, com o meio ambiente.
Dessa forma, é extremamente necessária a realização de um estudo mais específico sobre a
importância da arborização, em diferentes ambientes com características individuais, a fim de
estabelecer as funções que cada ambiente pode proporcionar à população.
Destacando a relevância deste tema não apenas para o aspecto urbanístico e climático,
mas também na captura do gás carbônico, assunto que hoje é muito debatido em todos os
países. Existe um grande interesse das empresas em financiar projetos de reflorestamento ou
incentivo ao plantio direto na agricultura como forma de reter o carbono da atmosfera, porém
existe pouco estudo, principalmente no Brasil, sobre a captura do carbono realizado por
árvores no ambiente urbano.
As plantas apresentam um pigmento denominado clorofila, responsável pela absorção
da luz solar. Por isso a vegetação é um fator de estabilização que exerce papel fundamental na
redução do CO
2
, transformando o carbono em biomassa e assim, contribuindo com o
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que foi criado e introduzido no Protocolo de
Kyoto. Sendo assim, centros urbanos bem arborizados também podem contribuir na captura
do carbono da mesma forma que as florestas na comercialização dos créditos de carbono, com
países que não conseguem estabelecer as metas de redução, dos GEE (Gases de Efeito
Estufa). Essa será uma nova alternativa de investimentos que as empresas poderão utilizar, a
19
fim de investir, apoiar e financiar novos projetos que contemplem a reestruturação da
arborização urbana, através do aumento da quantidade de árvores, como forma de influenciar
para que as mudanças climáticas não interfiram nos ecossistemas naturais e afetem na
fisiologia e produtividade da vegetação.
Planejar a rede de arborização urbana é uma atitude que qualquer município pode
adotar, acompanhado por políticas públicas que demonstrem o quanto é importante investir na
melhoria desses ambientes, quando o trabalho é coletivo, promovendo a defesa e
sustentabilidade do Planeta.
1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivo geral
Este estudo de caso tem como objetivo estabelecer critérios para o planejamento da
rede de arborização urbana na cidade de Carazinho RS, visando amenizar os efeitos dos
poluentes atmosféricos e melhorar a ambiência urbana, utilizando espécies arbóreas nativas
do Rio Grande do Sul, que contribuam também para captura do carbono atmosférico.
1.4.2
Objetivos específicos
Selecionar espécies arbóreas nativas que podem ser utilizadas na arborização urbana, a
partir de critérios que permitam melhorar a captura do carbono sem interferir na rede
de infra-estrutura;
Demonstrar que a floresta urbana é também um meio para a captura do carbono, da
mesma forma que as demais florestas, ajudando a minimizar os impactos ambientais;
Caracterizar o efeito que ambientes arborizados produzem sobre a temperatura e a
umidade relativa do ar, nas áreas do estudo de caso;
Demonstrar a necessidade da elaboração do planejamento da arborização urbana para
que as funções ecológicas e químicas, que a vegetação proporciona ao meio ambiente,
possam realmente ser efetivadas;
Analisar métodos de quantificar a captura do carbono em diferentes espécies arbóreas
nativas do Rio Grande do Sul.
20
1.5 Escopo e delimitação do trabalho
O trabalho propõe o estudo de caso da cidade de Carazinho RS, com a análise de duas
situações específicas que diferem quanto ao uso do solo, visando analisar e propor critérios
para o planejamento da arborização e assim, proporcionar a melhoria da ambiência urbana.
1.6 Estrutura do trabalho
A estrutura do trabalho é composta por cinco capítulos. Além do presente capítulo,
no qual é apresentado o problema de pesquisa, a justificativa, os objetivos e as delimitações
do trabalho, este relatório está composto por mais quatro capítulos.
No Capítulo 2, é apresentada a revisão de literatura dos principais assuntos aos quais
se refere a presente dissertação.
No Capítulo 3, encontram-se relacionado os materiais e métodos utilizados para o
desenvolvimento da pesquisa.
No Capítulo 4, são apresentados os resultados e as discussões obtidos através das
medidas da temperatura e umidade bem como o levantamento das espécies arbóreas nos
trechos A e B do estudo de caso, através de um inventário que ocorreu nos logradouros dos
trechos citados. Também serão apresentadas as espécies arbóreas nativas catalogadas para
posterior seleção e utilização no planejamento da arborização urbana como propõe este
trabalho.
No Capítulo 5, apresentam-se conclusões da pesquisa bem como a análise dos
resultados obtidos e recomendações.
21
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Arborização urbana
Define-se arborização urbana como um conjunto de áreas públicas ou privadas com
cobertura arbórea natural ou cultivadas que uma cidade apresenta. Podem ser inseridas ainda,
as áreas verdes com cobertura não arbórea (GREY; DENEKE, 1978; SANCHOTENE, 1994).
Lorusso (1992) conceitua que áreas verdes urbanas entendem-se como o conjunto
composto por três setores individualizados que estabelecem interfaces entre si: 1) áreas verdes
públicas, compostas pelos logradouros públicos destinados ao lazer ou que oportunizam
ocasiões de encontro e convívio direto com a natureza; 2) áreas verdes privadas, compostas
pelos remanescentes vegetais significativos incorporados à malha urbana; e, 3) arborização de
ruas e vias públicas
.
No Brasil a constituição de áreas verdes estruturadas por densa vegetação arbórea, tem
início em jardins públicos, sendo um dos primeiros o Passeio Público do Rio de Janeiro,
construído em 1779 para servir a população da cidade (TERRA, 2000). Embora destinado a
um público muito pequeno, pois eram circundados por um muro, outros jardins surgiram
nessa época, em Belém, Olinda, Vila Rica e São Paulo. O plantio e o cultivo das primeiras
árvores aparecem inicialmente em praças; somente na segunda metade do século XIX, na
arborização das ruas, ainda que, por muitas vezes, pelas mãos de particulares (GOYA, 1992).
Para Mello Filho (1985), as principais funções da arborização urbana o: 1) função
química - absorção do gás carbônico e liberação do oxigênio, melhorando a qualidade do ar
urbano; 2) função física - oferta de sombra, absorção de ruídos e proteção térmica; 3) função
paisagística - quebra da monotonia da paisagem, pelos diferentes aspectos e texturas; 4)
função ecológica - abrigo e alimento aos animais; e, 5) função psicológica bem-estar às
pessoas proporcionado pelas massas verdes.
22
Mesmo condicionando tantos benefícios, de acordo com Lima (1993), as árvores de
ruas e avenidas, no geral, continuam sendo danificadas, mutiladas ou mesmo eliminadas,
quando se trata de alargamento de ruas, conserto de encanamentos, manutenção de fiação,
construção ou reforma de casas, entre outros.
No planejamento da arborização urbana, deve-se considerar o tipo de rua a ser
arborizada, pois vias comerciais, residenciais, entre outras, terão um tratamento estético
distinto. Em seguida, avaliar o espaço disponível, para selecionar o porte ideal da espécie a
ser utilizada. Antes da escolha, é necessário verificar os aspetos morfológicos e dimensionais
da composição e estrutura do espaço livre das vias e logradouros quanto à presença ou
ausência de fiação aérea, iluminação pública, a localização da rede de drenagem pluvial e da
rede de esgoto e de outros serviços urbanos, bem como a largura da calçada e afastamento
mínimo nas edificações. Uma forma de obter estas informações é por meio do cadastramento
e controle das ruas e praças que permitem uma correta implantação. (BATISTA, 1988).
A arborização do meio urbano é um fator extremamente importante para a qualidade
do ar. Uma cortina de árvores, por exemplo, é capaz de reter mais de 80% das partículas
inaláveis emitidas pelos motores a diesel (SIRKIS, 1999).
Muita pesquisa já desenvolvida foca a captura de carbono, realizada por plantas
cultivadas (soja, trigo, milho...) e por florestas, mas um esquecimento no que se refere às
florestas urbanas, termo este que não é muito usado no Brasil. A Sociedade Internacional de
Arborização emprega o termo “urban forestry” florestas urbanas algum tempo, e
caracteriza-a como o envolvimento de todo o conjunto de vegetação arbórea presente nas
cidades, independente de sua localização (COSTA, 1997). Sendo assim, este tipo de
arborização também é fator importante para a redução dos GEE, devendo ter a mesma ênfase
que as demais áreas de vegetação.
Yaakov et al. (1998) reforçam a importância da arborização nos centros urbanos,
devido à influência que a vegetação exerce nos parâmetros climáticos de diversas áreas e seus
arredores, reduzindo a radiação, a temperatura, gerando a elevação da umidade e reduzindo a
velocidade do vento. Alessandro e Schultz (1998), em estudo realizado na cidade de
Mendonça, no Sudoeste da Argentina, onde foi empregado para amostragem do material
particulado o dispositivo passivo Sigma II, puderam constatar nas áreas verdes com cultivo de
árvores um notável decréscimo da poluição atmosférica, sendo isso também percebido em
jardins urbanos.
23
2.2 Benefícios da arborização urbana
A arborização urbana pode interceptar a radiação emitida pelo sol, assim como as
refletidas pela superfície das edificações e do solo. A sombra emitida pelas árvores ajuda
diminuir a temperatura atmosférica da cidade, através da transpiração das folhas,
principalmente, nos locais com grande quantidade de concreto e asfalto (McPHERSOM,
1992, 1994).
No verão, a arborização, com sua sombra, ajuda a reduzir gastos com energia elétrica,
indicada, em regiões de inverno intenso, plantar espécies caducifólias permitindo maior
incidência do sol com a finalidade de aquecer as residências e diminuir o consumo de energia
elétrica com o uso de ar condicionado (SILVA, 2005).
Na cidade de Mendoza, província da Argentina, existe uma excelente arborização,
onde a maioria das árvores são caducifólias (Figura 1), favorecendo o clima, uma vez que
devido sua localização nas faldas dos Andes, tem um inverno frio e seco, cujas temperaturas
chegam a menos de 10°C e um verão quente e úmido com temperatura acima dos 25°C. Dessa
forma, este tipo de espécie arbórea favorece para que a cidade tenha melhor conforto térmico
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Mendoza_(Argentina,2008)).
Figura 1: Fotografias da arborização no passeio público em Mendoza, Argentina.
As árvores também reduzem a velocidade do vento funcionando como verdadeira
barreira, dependendo do tamanho das espécies, forma, folhagem e localização, sendo que sua
combinação com arbusto e distribuídas em fileiras, fornecem proteção. No que se refere à
24
qualidade do ar podem absorver poluentes, pelos estômatos presentes na superfície de suas
folhas, interceptando as partículas, sendo as árvores grandes capazes de remover mais ozônio
e gás carbônico do que as árvores pequenas (GREY; DENEKE, 1978).
A arborização tanto urbana quanto rural possui capacidade de interceptar as chuvas,
reduzindo a taxa e volume das enxurradas causadas pelas tempestades, contribuindo muito
para o ciclo hidrológico e redistribuição da umidade, a qual é influenciada pelo formato da
árvore, tamanho das folhas e período da desfolha (McPHERSON, 2002). Com a alta taxa de
absorção da água, as árvores garantem a umidade do ar, através da transpiração das folhas.
Além dos benefícios citados no texto, as árvores também o importantes para a
estética, pois renovam a paisagem urbana, quebrando a monotonia causada pelas edificações,
servem como alimento e abrigo para a fauna silvestre (PAIVA; GONÇALVES, 2002). Ainda
existe a questão estética relacionada com o valor econômico dos imóveis, sendo difícil
quantificar; contudo, com todos os benefícios que as árvores proporcionam, pode ser visto
que há diferença no preço de venda desses imóveis (McPHERSON; SIMPSON, 2002).
Em pesquisas realizadas, percebe-se a atenuação do barulho em locais com grande
quantidade de árvores, realizando tal fenômeno através da absorção, deflexão e difração do
som (PAIVA; GONÇALVES, 2002).
2.3 Espécies arbóreas nativas
A utilização de plantas nativas em projetos de arborização urbana tem sido usada com
muito sucesso, pois ajudam a constituir determinadas paisagens, podendo citar como
exemplo, as propostas de Lutzemberger (1985), Sanchotene (1985) e Santos e Teixeira
(2001).
As árvores em ambiente urbano estão submetidas a condições diferentes das que são
encontradas no seu ambiente natural. Dessa forma, é recomendado utilizar espécies que
ocorram naturalmente na região, sem comprometer seu crescimento, adaptabilidade e
desenvolvimento.
As condições artificiais dos centros urbanos em relação às áreas naturais têm causado
vários prejuízos à qualidade de vida dos habitantes. Sabe-se, porém, que parte desses
prejuízos pode ser evitada pela legislação e controle das atividades urbanas, e parte amenizada
pelo planejamento urbano, ampliando-se qualitativa e quantitativamente as áreas verdes e
arborização de ruas (MILANO, 1987).
25
A introdução de plantas exóticas é considerada a segunda maior ameaça à conservação
da biodiversidade mundial, perdendo apenas para a destruição de habitat pela exploração
humana direta. Em épocas mais recentes, a introdução de espécies voltou-se para o comércio
de plantas ornamentais, muitas das quais se tornaram invasoras (ZILLER, 2001).
É muito importante a heterogeneidade de espécies na implantação de uma arborização
urbana, pois além de ser uma forma de proteger, difundir e valorizar a flora brasileira favorece
a sobrevivência de animais que constitui importante elemento do equilíbrio ecológico
(TOLEDO; PARENTE, 1988).
De acordo com as recomendações de Grey e Deneke (1978), citados por Milano e
Dalcin (2000), cada espécie não deve ultrapassar 10-15% do total de indivíduos da população
arbórea, para um bom planejamento da arborização urbana. Segundo Paiva (2000), ao
escolher as espécies utilizadas na arborização urbana, deve-se avaliar alguns critérios, como o
ritmo e as exigências para o crescimento, o tipo de copa, o porte, a folhagem, as flores, os
frutos, os troncos, as raízes, os problemas de toxidez, a rusticidade, a resistência, a desrama
natural e a origem das espécies; além de considerar outros fatores relevantes, entre eles, a
largura da calçada, a fiação elétrica, o clima, o solo e a umidade.
2.4 Ambiência urbana
A grande concentração de pavimentos e construções nas cidades favorece a absorção
de radiação solar diurna e a reflexão noturna. O fenômeno das “ilhas de calor” provoca um
diferencial térmico bastante significativo se comparado a locais vegetados (LIMA, 1993).
Segundo Mascaró (2004), nas cidades, as plantas são substituídas por superfícies, tais como
asfalto, tijolos e concreto. O resultado é um maior aumento da temperatura do ar nas noites de
verão nas cidades e em seu entorno imediato. O desenvolvimento de edificações e indústrias
em áreas urbanas cresce ocupando o lugar da arborização, que não é replantada, gerando um
desconforto na ambiência urbana.
Essa transformação na paisagem, em um cenário urbano, modifica os elementos
naturais, como solo, temperatura, umidade, nebulosidade, mecanismos do vento,
pluviosidade, flora e fauna. Esses elementos naturais são responsáveis, no geral, pelas
condições de conforto ambiental (LOMBARDO, 1990; SANTOS; TEIXEIRA, 2001).
O efeito do ambiente sobre o comportamento humano não é analisado de forma
isolada, mas sob todo o contexto em que ele ocorre de forma recíproca, ou seja, tanto o
ambiente influencia o comportamento, quanto é influenciado por ele (OKAMOTO, 2002).
26
Considerando a bi-direcionalidade da relação pessoa-ambiente, ou seja, a pessoa
influencia o ambiente e é influenciada por ele, a Psicologia Ambiental concentra sua atenção
no estudo dos aspectos que permeiam as conexões entre os processos psicossociais e o
contexto físico-territorial e temporal em que ocorrem (ELALI, 2007).
É nesse sentido que um interesse em saber como o indivíduo reage às condições
adversas do ambiente, como, por exemplo, o estresse, que pode ser provocado por problemas
ambientais comuns nas grandes cidades (transporte, moradia, alta densidade demográfica,
ruído, poluição) têm uma influência sobre o indivíduo que vai depender da sua percepção e
analise dos diferentes aspectos que podem causar estresse decorrente do fato de viver num
ambiente movimentado (MOSER, 2004).
Observando o aspecto da importância que os ambientes arborizados causam ao bem
estar das pessoas, percebemos a influência que o verde proporciona, por ser a cor da firmeza,
constância, perseverança, resistência, esperança. E também da segurança, do amor-próprio, da
auto-afirmação e do orgulho. Segundo Kandinski (1996), “o verde absoluto é a cor mais
calma que existe. Não se acompanha nem de alegria, nem de tristeza, nem de paixão. Esta
imobilidade é uma qualidade preciosa, e sua ação é benfazeja sobre os homens e sobre as
almas que aspiram ao repouso. A passividade é o caráter dominante do verde absoluto, mas
esta passividade se perfuma de unção, de contentamento de si mesmo”.
As reações físicas relacionadas à cor verde são relacionadas ao fato de atenuar a tensão
e reduzir a pressão sanguínea, seu efeito é sedativo e relaxante (VALDIR, 2005). A Figura 2
demonstra duas situações de cidade bem arborizada e outra com pouca arborização.
Figura 2: Fotografias de ambientes com diferentes densidades e tipos de arborização urbana.
Fonte: http://images.google.com.br. Acesso em 03 jan.2009.
27
2.5 Planejamento da arborização urbana
Grande parte das cidades não apresenta projetos para a arborização urbana. No estado
de São Paulo, uma pesquisa realizada em 295 municípios, foi detectado que 26,44%
apresentavam projeto de arborização, enquanto que 69,15% não tinham nenhum tipo de
planejamento, tal questionário foi aplicado de forma aleatória (WINTERS et al, 1992).
Lorenzi (2001) alerta que é preciso planejamento”. (...) “é lógico que a maioria das
cidades não são planejadas e o espaço existente para as árvores exíguo”. “Não tem área para
absorção e infiltração da água”. Para evitar tais problemas em futuros plantios, deve-se levar
em consideração as características das árvores a serem utilizadas, condições do solo e da área
livre que seja compatível com o porte e outras exigências da espécie para crescimento da
árvore (DE ANGELIS, 2000).
Apesar de todo destaque que se sobre a importância de estabelecer um
planejamento na arborização das cidades, pelos rios tipos de benefícios que essa vegetação
proporciona não se obtiveram muitos avanços, pois poucas cidades brasileiras possuem um
inventário e um plano de manejo para suas árvores (TAKAHASHI, 1994). Um inventário
visa identificar as necessidades de plantio, manejo das plantas, necessidade de podas,
estimativa da taxa de crescimento, condições do local, danos em calçadas, remoção e proteção
das árvores (McPHERSON et al., 1999; McPHERSON; SIMPSON, 2002).
A falta de participação da comunidade nos programas de arborização de ruas e a falta
de conscientização da importância das árvores no ambiente urbano geram sérios prejuízos aos
plantios de árvores de ruas (MILANO, 1984).
O estabelecimento de políticas públicas de gestão sobre áreas verdes de uso público
reflete a preocupação com a qualidade do ambiente urbano, onde se busca a utilização dos
benefícios ecológicos, econômicos e sociais que a vegetação pode proporcionar para a
qualidade de vida dos usuários. Sendo necessário, nas cidades, onde está implantada a
arborização urbana, um acompanhamento técnico, um reformulamento planejado com
participação da comunidade, onde serão observadas os seguintes condicionantes: estudo da
espécie, comportamento no meio urbano, integralização com os outros elementos da cidade,
dimensões de ruas e passeios, altura das construções, presença de redes aéreas ou
subterrâneas, localização das diferentes atividades, condições de clima e solo, fluxo de
veículos e pedestres (CUNHA, 2005).
Existe um conjunto de elementos estruturais que deve ser observado na elaboração do
planejamento da arborização urbana, esses elementos são denominados redes de infra-
28
estrutura. O Quadro 1 fornece algumas recomendações de localização da arborização urbana
em relação aos elementos de infra-estrutura, apresentando seus possíveis conflitos e soluções.
Redes Conflitos Soluções Figura
Aérea
- atinge a fiação da energia
elétrica
- atinge a fiação de telefonia
- prejudica a iluminação
pública
- usar espécies arbóreas que
ficam abaixo ou acima da
rede elétrica.
- ter uma distância mínima
de 1m entre a copa da árvore
e a rede de baixa tensão e
telefônica ou 2m para a de
alta tensão.
- usar luminárias que
ultrapassa a copa da árvore
- uso de cabo ecológico para
a fiação elétrica.
- poda de manutenção
realizada por técnicos.
Subterrânea
- afloramento da raiz e
rompimento da pavimentação
- penetração da raiz nas
canalizações de esgoto e
água, rompendo ou entupindo
- poda da raiz por
profissionais
- cuidar o tipo de raiz das
espécies a ser usada
- construir muros de
proteção para que as raízes
cresçam dentro
- obedecer à distância
equivalente a 2/3 do raio da
copa da árvore, entre elas as
redes de esgoto e
abastecimento de água.
- utilizar tubulação resistente
- fazer valas profundas
Quadro 1: Recomendação de localização em relação à rede aérea e subterrânea.
Fonte: (Mascaró, 2002).
Roberto Burle Marx contribuiu de forma determinante na introdução de elementos
naturais junto às estruturas urbanas, valorizando a paisagem construída, inclusive, pela
presença de árvores ornamentais, procurando utilizar espécies que eram ignoradas por
paisagistas, o que permitiu que algumas fossem salvas de extinção (STRINGHETA, 2005).
A escolha da espécie adequada para ser utilizada em um determinado local é
fundamental quando se elabora o planejamento da arborização urbana. Uma escolha bem feita
irá diminuir os custos de manutenção que ocorrem quando colocadas em local errado, sem o
mínimo planejamento. Durante a fase de planejamento da arborização urbana, vários critérios
devem ser adotados: em canteiros centrais de avenidas e em ruas de calçadas largas, pode-se
optar por espécies de porte grande e médio, porém em calçadas estreitas, deve-se optar por
espécies de pequeno porte para não causar problemas (PAIVA, 2000).
29
Um projeto paisagístico vai além da escolha das espécies que mais se adaptam ao
clima, ao solo e à luminosidade de um determinado local, também é necessário estar atento a
todos os elementos que compõem o ambiente, de forma a aproximar mais as pessoas da
natureza.
2.6 Fotossíntese
O termo fotossíntese significa “síntese utilizando a luz”. Os organismos
fotossintetizantes utilizam a energia solar para sintetizar compostos carbonados, formando a
biomassa florestal. Essa forma de energia orienta a síntese de carboidratos a partir do dióxido
de carbono e água com liberação de oxigênio:
luz solar
6 CO
2
+ 6 H
2
O C
6
H
12
O
6
+ 6 O
2
clorofila
Os organismos fotossintetizantes datam de 3,4 bilhões de anos e seu aparecimento
modificou a atmosfera terrestre. cerca de 500 mil espécies capazes de realizar a
fotossíntese (WILSON, 1988).
O desenvolvimento da planta acontece na presença de luz, através da síntese da
clorofila, permitindo, assim, que inicie o processo fisiológico mais importante na vida das
plantas, a fotossíntese. A partir deste momento, a planta torna-se independente (autotrófica),
pois passa a produzir o seu próprio material orgânico, a partir de substância inorgânica gua
e gás carbônico) e utilizando como fonte de energia a luz solar (FLOSS, 2006).
A Figura 3 mostra os cloroplastos dentro da célula vegetal de uma folha, em seguida,
um cloroplasto ampliado para a observação de suas estruturas internas, destacando o tilacóide,
pois é nessa estrutura que se encontra a clorofila, o principal pigmento existente nos vegetais
responsáveis pela fotossíntese.
30
Figura 3: Estrutura da célula de uma planta demonstrando seu cloroplasto.
Fonte: www.herbario.com.br/cie/universi/teoria/1027clor.htm. Acesso em 22 set. 2007.
O cloroplasto encontrado nas plantas e algas é o local onde ocorre a fotossíntese, sua
estrutura marcante é o extenso sistema de membranas internas, os tilacóides, que possuem
uma variedade de proteínas essenciais à fotossíntese. A clorofila é um dos pigmentos mais
importantes do cloroplasto que absorve, principalmente, a luz vermelha e o azul do espectro
solar fazendo com que o comprimento de onda verde reflita para o olho humano. A clorofila a
e b são abundantes nas plantas verdes, e as c e d em alguns protistas e bactérias.
A deficiência de clorofila pode ser reconhecida pela coloração pálida ou mesmo
esbranquiçada da folha e ocasiona uma considerável redução na intensidade fotossintética.
Com o aumento do índice de área foliar, uma maior disponibilidade de superfície
fotossintetizante ativa, podendo ocorrer um aumento da taxa de produção de maneira
correspondente. Isso realmente acontece, quando os valores do índice de área foliar são
baixos. No entanto, quando as plantas estão muito próximas umas das outras, um intenso
auto-sombreamento das superfícies de assimilação e a radiação que atravessa a folhagem em
muitos pontos não é suficiente para manter um balaço do carbono (LARCHER, 2000).
Segundo Floss (2006), a realização do fenômeno fotossintético está relacionada com
fatores externos (ambiente) e internos (genéticos e fisiológicos) que atuam em conjunto. O
quadro 2 apresenta os fatores ambientais que influenciam no processo da fotossíntese.
31
FATORES EXTERNOS FATORES INTERNOS
Luz Idade das folhas
Temperatura Estrutura e arquitetura das folhas
Água Conteúdo de clorofila
Gás Carbônico Índice de área foliar
Nutrientes
Produtos químicos
Oxigênio
Quadro 2: Fatores que influem na fotossíntese
Fonte: FLOSS, 2006
A distribuição de espécies e o diâmetro da copa das árvores são dois parâmetros
fundamentais para determinar o carbono armazenado, pois cada espécie tem sua taxa de
carbono armazenado, espécies de pequeno porte apresentam pouco nível de carbono em
comparação com as de porte elevado. Dessa forma, plantar árvores urbanas de grande porte
torna-se um argumento forte no planejamento urbano por proporcionar a redução do nível de
carbono atmosférico (NOWAK, 1993).
As árvores urbanas podem diminuir o nível de carbono atmosférico, através da fixação
do carbono pelo processo de fotossíntese. Tais árvores apresentam quatro vezes mais carbono
do que as árvores individuais não urbanas, porque a diferença está relacionada com a variação
no tamanho do diâmetro das copas (NOWAK; CRANE, 2002). Mc Pherson (1995) num
estudo realizado com 118 árvores na cidade de Chicago constatou uma média de crescimento
anual do DAP de 1,1 centímetros, em comparação com 0,4 centímetros em árvores plantadas
em áreas florestais em Indiana e Illinois/Chicago - USA.
2.7 Protocolo de Kyoto
Esse Protocolo foi implantado efetivamente em 1997, na cidade japonesa de Kyoto, a
qual deu origem ao nome do protocolo, onde em reunião, oitenta e quatro países se
dispuseram a firmar o acordo, comprometendo-se a criar alternativas para diminuir a emissão
de gases que são responsáveis pelo aquecimento do planeta, denominados de GEE.
O documento propõe três mecanismos para auxiliar os países a cumprirem suas metas
ambientais:
1º Promover parcerias entre países, através da criação de projetos ambientais;
32
Permitir que os países desenvolvidos possam comprar créditos de carbono de países que
poluem menos;
3º Desenvolver o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
Com a criação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, pode-se cobrar que os
países do Anexo I se comprometam a elaborar e financiar projetos a países em
desenvolvimento como forma de cumprir suas metas, criando um comércio de emissões,
compensando suas necessidades de redução de emissões.
As possibilidades e a amplitude dos efeitos do MDL sobre a base florestal mundial
ainda são incertas. grandes variações nas tentativas de quantificar o mercado de carbono,
mas países como o Brasil, que possuem vastas áreas passíveis de reflorestamento e clima
favorável ao crescimento da biomassa, serão bastante beneficiados com a implantação de
novos projetos florestais, que permitirá a fixação de quantidades adicionais de carbono na
atmosfera, ou seja, as florestas existentes, que naturalmente retiram CO
2
da atmosfera, não
podem ser contabilizados.
Mediante tudo isso, o Brasil está se antecipando à regulamentação do MDL, criando
projetos de fixação de carbono em reflorestamentos passíveis de receberem o Certificado de
Redução de Emissão (CRE), criando vários fundos internacionais como o Prototype Carbon
Fund do Banco Mundial, que captou US$ 150 milhões para financiar projetos específicos de
“captura” de carbono.
A visão de que o mercado poderia auxiliar nesse processo já vinha sendo discutida,
ganhando consistência com a idéia de se criar uma unidade de valor transacionável para
reduções de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), a tonelada equivalente de carbono,
que se constitui em uma espécie de commodity ambiental (COSTA, 1997).
Foi com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, que cresceu a possibilidade do
carbono se tornar moeda de troca, através do mercado de créditos de carbono que pode ser
adquirido através da compra e venda.
Dessa forma, o Protocolo visa firmar acordos para que todos os países juntos possam
encontrar soluções para a redução na emissão dos gases de efeito estufa, principalmente, os
países industrializados, que devem continuar se desenvolvendo, porém, preocupando-se em
minimizar os efeitos impactantes ao meio ambiente, visando diminuir a emissão dos gases de
efeito estufa em torno de 5,2% entre 2008 e 2012.
Mesmo que as reduções previstas não sejam muito significativas, o acordo é visto
como positivo, pois tem um forte peso simbólico,uma vez que é a primeira vez que governos
se unem para enfrentar um problema que é de todos. Porém, discordando dos termos do
33
Protocolo, a comissão norte-americana se retirou do processo de negociação. O Governo Bush
não se comprometeu a liderar a restrição de suas emissões, delegando a responsabilidade por
estas ações ao setor privado.
Apesar do rompimento unilateral do Executivo americano, uma análise detida da
situação demonstra existirem nos EUA algumas ações de apoio à mitigação de mudanças
climáticas que são oriundas do Poder Legislativo e de governos estaduais, além de algumas
atividades relacionadas com Programas iniciados no Governo Clinton (PCF-Carbon Market 1,
2001).
O Brasil permanece apoiando os avanços na institucionalização do sistema de
mudanças climáticas, através dessas ações que representam o cumprimento do dever de casa,
pelo menos, temporariamente.
2.8 Captura do carbono
O conceito de captura ou seqüestro de carbono é a absorção de grande quantidade de
gás carbônico presente na atmosfera que foi consagrado pela Conferência de Kyoto, em 1997,
com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO
2
na atmosfera, visando à diminuição
do efeito estufa. A conservação de estoques de carbono nos solos, oceanos, florestas e outros
tipos de vegetação, a preservação de florestas nativas, a implantação de florestas e sistemas
agro-florestais e a recuperação de áreas degradadas são algumas ações que contribuem para a
redução da concentração do CO
2
na atmosfera, através do processo da fotossíntese
(SCARPINELLA, 2002).
Os resultados do efeito da captura do carbono podem ser quantificados através da
estimativa da biomassa da planta acima e abaixo do solo, do cálculo de carbono estocado nos
produtos madeireiros e pela quantidade de CO
2
absorvido no processo de fotossíntese. Para se
proceder à avaliação dos teores de carbono dos diferentes componentes da vegetação (parte
aérea, raízes, camadas decompostas sobre o solo, entre outros) e, por conseqüência, contribuir
para estudos de balanço energético e do ciclo de carbono na atmosfera, é necessário,
inicialmente, quantificar a biomassa vegetal de cada componente da vegetação (Portal
Ambiente Brasil, 2007).
O cálculo do potencial de carbono absorvido por árvores urbanas é muito complexo,
pois é necessária a observação quanto às diferentes espécies e sua taxa de crescimento.
três tipos de árvores que podem ser utilizadas na neutralização do CO
2
(as espécies de
34
crescimento lento, médio ou pido), pois, segundo Melo e Sanquetta (2008), a diferença de
absorção de carbono entre estes três grupos é muito grande.
Hoje existem estudos avançados para realizar o que os cientistas chamam de seqüestro
geológico de carbono. É uma forma de devolver o carbono para o subsolo. Os gases de
exaustão produzidos pelas indústrias são separados através de um sistema de filtro que coleta
o CO
2
. Esse gás é comprimido, transportado e depois injetado em reservatório geológico
apropriado, que podem ser campos de petróleo maduros, aqüíferos salinos ou camadas de
carvão que foram encontradas no solo (TONON, 2007).
O ciclo do carbono passou a despertar maior interesse a partir da década de 1970,
quando se tornou evidente o aumento contínuo e constante da concentração do gás carbônico
na atmosfera (NEVES, 2002).
São considerados Gases de Efeito Estufa: o dióxido de carbono (CO
2
) que hoje
representa 64% é produzido principalmente pela decomposição da matéria orgânica e queima
de combustíveis fósseis, 19% de metano (CH
4
) produzido pela decomposição anaeróbica, 6%
de óxidos nitrosos (N
2
O) produzidos pelo uso de fertilizantes nitrogenados e pela combustão,
os demais gases representam juntos 11%, o hexafluoreto de enxofre (SF
6
), as famílias dos
pefluorcarbonos (compostos completamente fluorados), em especial, o erfluormetano (C
2
F
6
) e
os hidrofluorcarbonos (HFC
5
) estes produzidos por atividades industriais e domésticas
(MIGUEZ, 2000). O acúmulo desses gases causou o aquecimento global e, em decorrência
dele, as mudanças climáticas, as quais já ocasionaram vários danos ao ambiente.
Desde 1850, com o aparecimento da civilização industrial, começa a dar início ao
aumento da produção dos gases de efeito estufa, causado principalmente pela queima dos
combustíveis fosseis. Segundo dados divulgados pelo IPCC (Painel Intergovernamental de
Mudanças Climáticas), se não forem adotadas medidas para reverter esse quadro, esses gases
vão continuar aumentando a temperatura no planeta.
As Figuras 4, 5 e 6 apresentam gráficos das concentrações atmosféricas de dióxido de
carbono, metano e óxido nitroso durante os últimos 10.000 anos (painéis grandes) e desde
1750 até 2005 (painéis internos). Essas medições foram realizadas nos núcleos de gelo
(símbolos com cores diferentes para estudos diferentes) e amostras atmosféricas (linhas
vermelhas). As forças radioativas correspondentes são exibidas nos eixos direitos dos painéis
grandes que demonstra a perturbação energética radiativa de um agente que força o
aparecimento de um desequilíbrio (gás carbônico, metano, óxidos nitrosos...), quando está
positivo (vermelho) indica um sobreaquecimento, quando negativo (azul) causa o
sobreresfriamanto (IPCC/ONU, 2007).
35
Figura 4: Aumento na concentração de dióxido de carbono de 280 ppm para 350 ppm.
Fonte: IPCC/ONU, 2007.
Figura 5: Aumento do gás metano na atmosfera em partes por bilhão (ppb) e o Forçamento Radiativo (Wm
2
).
Fonte: IPCC/ONU, 2007.
Figura 6: Aumento dos óxidos nitrosos e o Forçamento Radiativo
Fonte: IPCC/ONU, 2007.
10000
5000
0
10000 5000 0
10000 5000 0
36
Segundo Eneas Salati nos Anais do Seminário Emissão x Seqüestro de CO
2
(SALATI, 1994): “a concentração de dióxido de carbono (CO
2
) na atmosfera é determinada
pelas emissões de CO
2
a partir da queima de combustíveis fósseis e da mudança do uso da
terra e absorção de CO
2
pelos oceanos do mundo e também pelos ecossistemas terrestres. Por
pelo menos mil anos antes do início do século XIX, a concentração atmosférica variava em
menos de 10 ppmv (partes por milhão de volume). Desde 1800, a concentração aumentou de
280 ppmv para mais de 350 ppmv. O aumento não foi constante, mas nos últimos tempos tem
sido mais acelerado. O aumento anual na década de 1980 foi, em média, de 1,6 ppmv/ano”
(NEVES, 2002).
O atual crescimento dessa concentração deriva da injeção na atmosfera, por ano de
cerca de 8 a 9 bilhões de toneladas de carbono (na forma de CO
2)
, do total injetado, cerca de
3,2 bilhões de toneladas permanecem na atmosfera e o resto é absorvido pelos oceanos e pelas
plantas. A vida média do CO
2
supera os 100 anos, e 15% desse gás perdura por até cinco
milênios na atmosfera (NOBRE, 2004).
Outras formas de produção de dióxido de carbono são as queimadas e a decomposição
de material orgânico no solo. Os reservatórios de CO
2
na terra e nos oceanos são maiores que
o total de CO
2
na atmosfera, contudo, pequenas mudanças nesses reservatórios podem causar
grandes efeitos na concentração atmosférica.
2.9 Créditos de carbono
Os créditos de carbono são bônus, que dão o direito ao seu possuidor de emitir gases
nocivos correspondentes à cota adquirida, ou representam um compromisso de reduzir a
emissão de gases do efeito estufa. Esse mercado baseia-se no chamado "seqüestro de
carbono" por florestas, que farão parte do programa de reduções das emissões dos países
desenvolvidos, e que deverão ser implementados em países não pertencentes a este grupo.
Estes projetos estariam seqüestrando carbono e ao mesmo tempo, ajudando os países
em desenvolvimento, pois estes se beneficiarão de recursos financeiros aplicados nestes
projetos (RENNER, 2004).
A conversão do carbono em uma espécie de moeda (certificado de carbono) de troca
entre países ricos e pobres fez surgir um novo mercado, o de Crédito de Carbono. Os
certificados são títulos que poderão ser trocados entre países ou empresas e que devem
37
movimentar o comércio de carbono com a cotação da tonelada em dólar (REZENDE;
VALVERDE; CARVALHO, 2001).
A ONU (Organização das Nações Unidas) autorizou os países que estiverem aquém
das metas assumidas no Protocolo de Kyoto a participar de empreendimento em países em
desenvolvimento para a diminuição da emissão de GEE, podendo compensar a poluição
produzida em casa com a diminuição de poluição nos países em desenvolvimento ou
subdesenvolvidos através da compra de créditos de carbono.
O mercado de carbono oferece oportunidade para que os países pobres preservem seus
recursos, para vender seus créditos aos países poluidores. A prefeitura de São Paulo negociou
seus créditos de carbono obtidos pela captação do metano produzido pelo Aterro
Bandeirantes, com o projeto de biogás para gerar energia elétrica (Revista On Line, 2008).
2.10 Métodos de cálculos para absorção de carbono
Existem várias formas para realizar o cálculo de absorção de carbono em árvores, mas
o método mais usado é o da determinação do teor de massa seca, através de amostras secas
coletadas para poder obter o peso. A biomassa total das diferentes amostras de varias partes
da árvore é calculada em porcentagem de massa seca, usando a seguinte fórmula:
% da massa seca = (peso seco/peso úmido) x 100
As amostras, logo após serem coletadas, são pesadas em balança analítica,
posteriormente secas em estufa a 60ºC, para folhas, e 85ºC para as demais amostras, até
estabilização do peso e novamente pesadas. Com obtenção do peso seco, são aplicados
modelos matemáticos para realizar estimativas, a fim de verificar a correlação entre as
variáveis, utilizando uma matriz de correlação linear simples (SANQUETA, 2004).
A partir do peso seco podem ser aplicados vários modelos matemáticos, porém o
inconveniente é que diversas espécies arbóreas com DAP (diâmetro na altura do peito)
variados necessitam ser abatidas para pesagem e retirada das amostras, da raiz, do tronco, dos
ramos e das folhas. A maioria das orientações disponíveis para estimar a captura do carbono
não é aplicável para árvores urbanas, para isso a EIA (Energy Information Administration)
desenvolveu uma planilha para determinar a quantidade de carbono capturado em projetos de
florestas urbanas. Porém, é necessário levar em conta as diferentes espécies, taxa de
crescimento e o tempo de vida da árvore (Voluntary Reporting of Greenhouse Gases, 1998).
38
O método do cálculo para captura de carbono em árvores urbanas ocorreu através de
uma investigação realizada pelo pesquisador David Nowak. O guia elaborado por Nowak não
é a única forma de estimar a captura do carbono, mas este é um guia simples que pode ser
aplicado em vários locais, o relato do programa foi desenvolvido em parceria com o
Departamento de Energia dos Estados Unidos, para ser usado em florestas urbanas, por ser
uma ferramenta fácil de ser usada, podendo ser aplicada em uma grande variedade de locais
no ambiente urbano (Voluntary Reporting of Greenhouse Gases, 1998).
No modelo proposto é determinado o nome comum da árvore, a idade da árvore, seu
desenvolvimento (lento, moderado ou rápido), se a árvore é do tipo folhosa ou conífera e se
seu porte é pequeno, médio ou grande. O quadro 3 relaciona os itens que devem ser
observados para realizar o cálculo de captura do carbono pelas árvores. O item “A” determina
as características da espécie, como o nome, tipo de árvore se é folhosa ou conífera e a taxa de
crescimento, ou seja, se é lento, médio ou rápido. No item “B”, deve-se indicar a idade da
árvore. O item “C” quantas árvores é plantadas ou que existem num determinado local. O
item “D” vai estabelecer o fator de sobrevivência da árvore. Para obter esse dado, é necessário
o uso da tabela 1. No item “E”, para calcular o número de árvores que sobreviveram, tem que
multiplicar o resultado do item C com o item D. O item “F” demonstra a taxa anual que o
carbono é capturado, também é necessário consultar a tabela 1. O item “G” fornece o total de
carbono capturado, multiplicando o item E com o item F.
Para ser compatível com normas nacionais e internacionais o peso atômico do
Carbono deve ser multiplicado por 3,67 para transformar em peso molecular de CO
2
e dividir
por 1000 para transformar o valor obtido em toneladas.
A
Característica da espécie
Nome
Tipo de
árvore (F ou
C)
Taxa
crescimento
(L, M ou R)
B
Idade da árvore
C
nº de árvores plantadas
D
Fator de sobrevivência
(tabela 3)
E
Nº de árvores que
sobreviveram
(CxD)
F
Taxa anual do seqüestro
(tabela 3)
G
Seqüestro do carbono
(ExF)
Total de seqüestro de carbono
Total de Kg equivalente ao seqüestro de CO
2
x 3.67
Seqüestro de carbono equivalente em toneladas /1000
Quadro 3: Planilha para cálculo da captura do carbono em árvores de áreas urbanas.
Fonte:U.S Departament of Energy, 1998
39
A Tabela 1 apresenta os dados obtidos a partir de vários anos realizando medições do
DAP das espécies arbóreas, onde foi observada a taxa de crescimento e idade, com o objetivo
de elaborar uma tabela, para calcular a captura de carbono.
Tabela 1: Taxa anual de captura de carbono obtida através das características das árvores (continua).
Taxa anual do seqüestro de carbono por tipo de árvore e
crescimento
Taxa de crescimento
Folhosa Conífera
Idade
da
árvore
Lento Moderado Rápido Lento Moderado Rápido Lento Moderado Rápido
0 0.873 0.873 0.873 1.3 1.9 2.7 0.7 1.0 1.4
1 0.798 0.798 0.798 1.6 2.7 4.0 0.9 1.5 2.2
2 0.736 0.736 0.736 2.0 3.5 5.4 1.1 2.0 3.1
3 0.706 0.706 0.706 2.4 4.3 6.9 1.4 2.5 4.1
4 0.678 0.678 0.678 2.8 5.2 8.5 1.6 3.1 5.2
5 0.658 0.658 0.658 3.2 6.1 10.1 1.9 3.7 6.4
6 0.639 0.639 0.644 3.7 7.1 11.8 2.2 4.4 7.6
7 0.621 0.621 0.630 4.1 8.1 13.6 2.5 5.1 8.9
8 0.603 0.603 0.616 4.6 9.1 15.5 2.8 5.8 10.2
9 0.585 0.589 0.602 5.0 10.2 17.4 3.1 6.6 11.7
10 0.568 0.576 0.589 5.5 11.2 19.3 3.5 7.4 13.2
11 0.552 0.564 0.576 6.0 12.3 21.3 3.8 8.2 14.7
12 0.536 0.551 0.563 6.5 3.5 23.3 4.2 9.1 16.3
13 0.524 0.539 0.551 7.0 14.6 25.4 4.6 9.9 17.9
14 0.512 0.527 0.539 7.5 15.8 27.5 4.9 10.8 19.6
15 O.501 0.516 0.527 8.1 16.9 29.7 5.3 11.8 21.4
16 0.490 0.504 0.516 8.6 18.1 31.9 5.7 12.7 23.2
17 0.479 0.493 0.505 9.1 19.4 34.1 6.1 13.7 25.0
18 0.469 0.483 0.495 9.7 20.6 36.3 6.6 14.7 26.9
19 0.459 0.472 0.484 10.2 21.9 38.6 7.0 15.7 28.3
20 0.448 0.462 0.474 10.8 23.2 41.0 7.4 16.7 30.8
21 0.439 0.452 0.464 11.4 24.4 43.3 7.9 17.8 32.8
22 0.429 0.442 0.454 12.0 25.8 45.7 8.3 18.9 34.9
23 0.419 0.433 0.445 12.5 27.1 48.1 8.8 20.0 37.0
24 0.410 0.424 0.435 13.1 28.4 50.6 9.2 21.1 39.1
25 0.401 0.415 0.426 13.7 29.8 53.1 9.7 22.2 41.3
26 0.392 0.406 0.417 14.3 31.2 55.6 10.2 23.4 43.5
27 0.384 0.398 0.409 15.0 32.5 58.1 10.7 24.6 45.7
28 0.375 0.389 0.400 15.6 33.9 60.7 11.2 25.8 48.0
29 0.367 0.381 0.392 16.2 35.3 63.3 11.7 27.0 50.3
30 0.359 0.373 0.383 16.8 36.8 65.9 12.2 28.2 52.7
31 0.352 0.365 0.375 17.5 38.2 6.5 12.7 29.5 55.1
32 0.344 0.358 0.364 18.1 39.7 71.2 13.3 30.7 57.5
33 0.337 0.350 0.360 18.7 41.1 73.8 13.8 32.0 59.9
34 0.330 0.343 0.349 19.4 42.6 76.5 14.3 33.3 62.4
35 0.323 0.336 0.339 20.0 44.1 79.3 14.9 34.7 64.9
36 0.316 0.329 0.329 20.7 45.6 82.0 15.5 36.0 67.5
37 0.310 0.322 0.320 21.4 47.1 84.8 16.0 37.3 70.1
38 0.303 0.315 0.310 22.0 48.6 87.6 16.6 38.7 72.7
39 0.297 0.308 0.301 22.7 50.2 90.4 17.2 40.1 75.3
40 0.291 0.303 0.293 23.4 51.7 93.2 17.7 41.5 78.0
41 0.285 0.296 0.284 24.1 53.3 96.1 18.3 42.9 80.7
42 0.279 0.289 0.276 24.8 54.8 99.0 18.9 44.3 83.4
43 0.273 0.283 0.268 25.4 56.4 101.9 19.5 45.8 86.2
44 0.267 0.277 0.260 26.1 58.0 104.8 20.1 47.2 89.0
40
Tabela 1: Taxa anual de captura de carbono obtida através das características das árvores (conclusão).
Taxa anual do seqüestro de carbono por tipo de árvore e
crescimento
Taxa de crescimento
Folhosa Conífera
Idade
da
árvore
Lento Moderado Rápido Lento Moderado Rápido Lento Moderado Rápido
45 0.261 0.269 0.253 26.8 59.6 107.7 20.7 48.7 91.8
46 0.256 0.261 0.245 27.6 61.2 110.7 21.3 50.2 94.7
47 0.251 0.254 0.238 28.3 62.8 113.6 22.0 51.7 97.5
48 0.245 0.247 0.231 29.0 64.5 116.6 22.6 53.2 100.4
49 0.240 0.239 0.225 29.7 66.1 119.6 23.2 54.8 103.4
50 0.235 0.232 0.218 30.4 67.8 122.7 23.9 56.3 106.3
51 0.230 0.226 0.212 31.1 69.4 125.7 24.5 57.9 109.3
52 0.225 0.219 0.206 31.9 71.1 128.8 25.2 59.4 112.3
53 0.221 0.213 0.199 32.6 72.8 131.8 25.8 61.0 115.4
54 0.216 0.207 0.193 33.4 74.5 134.9 26.5 62.6 118.4
55 0.211 0.201 0.188 34.1 76.2 138.0 27.2 64.2 121.5
56 0.207 0.195 0.182 34.8 77.9 141.2 27.8 65.9 124.6
57 0.203 0.189 0.177 35.6 79.6 144.3 28.5 67.5 127.8
58 0.198 0.184 0.171 36.3 81.3 147.5 29.2 69.2 130.9
59 0.194 0.178 0.166 37.1 83.0 150.6 29.9 70.8 134.1
Fonte:U.S Departament of Energy,(1998)
2.11 Procedimento para determinar a biomassa arbórea viva
Outro procedimento que pode ser utilizado para calcular a absorção de carbono, é
através da biomassa arbórea viva, que é muito utilizado para florestas, mas pode ser adequado
para áreas urbanas, representado por toda a biomassa (tronco, ramos e folhas) das árvores com
diâmetros maiores de 2,5 cm. Para estimar o carbono armazenado na biomassa arbórea viva,
marcam-se, ao acaso 5 parcelas de 4 x 25 m, onde se realiza o inventário florestal, medindo se
a altura com aclímetro e o diâmetro na altura do peito (DAP) de todas as árvores com 2,5 até
30,0 cm de DAP, empregando-se a fita diamétrica (Figura 7),(AREVALO L. A, ALEGRE
J.C, VILCAHUAMAN,2002).
41
Figura 7:Foto demonstrando como realizar a medida do diâmetro na altura do peito.
Fonte:(AREVALO L. A, ALEGRE J.C, VILCAHUAMAN, 2002).
Se dentro dessa parcela encontram-se árvores com DAP maiores de 30,0 cm, é
necessário marcar-se uma nova parcela de 5 x 100m, superposta. Para as árvores, bifurcadas
abaixo do DAP, a biomassa é estimada depois de calcular o diâmetro geral da árvore,
utilizando a fórmula raiz quadrada da soma dos diâmetros das ramas individuais. Cálculo da
biomassa arbórea viva (kg/árvore):
BA = biomassa de árvores vivas e mortas em pé 0, 1184 = constante
DAP= diâmetro da altura do peito DAP (cm) 2,53 = constante
Para calcular a quantidade de biomassa por hectare, deve-se somar a biomassa de
todas as árvores medidas e registradas (BTAV) seja na parcela de 4m x 25m ou nas de 5m x
100m, ou seja:
BAVT = biomassa total de árvores vivos em t/ha
BTAV = biomassa total na parcela de 2m x 25m ou na de 5m x 100m
BA = 0,1184 DAP 2,53
BAVT (t/ha) = BTAV* O,1 ou BAVT (t/ha) = BTAV*0,02
42
0,1 = fator de conversão quando a parcela é de 4m x25m
0,02 = fator de conversão quando a parcela é de 5m x100m
2.12 Câmara de topo aberto
Câmara de topo aberto é uma estrutura que possibilita a alteração da concentração de
gases em seu ambiente interno, podendo ser aplicado para simular a resistência de
determinadas espécies vegetais quando expostas a uma elevada quantidade de gás carbônico,
presente na atmosfera, principal gás responsável pelo efeito estufa.
As câmaras são peças importantes para o estudo da influência de mudanças climáticas
e seus efeitos sobre as espécies de vegetais, mesmo não sendo possível recriar perfeitamente o
ambiente natural dessas espécies, pode-se aplicar alguns fatores que são importantes ao seu
desenvolvimento, tais como: luminosidade, umidade relativa, nutrientes do solo, temperatura
e precipitação podem ser reproduzidos muito parecidos com o habitat original (DE
ANGELIS; SCARASCIA; MUGNOZZA, 1998).
Estas câmaras também são conhecidas como OTCs (do inglês, Open-Top Chambers),
apresentam-se como uma ferramenta para estudar a influência das mudanças climáticas nas
espécies vegetais, pois permitem a simulação de uma atmosfera com elevada concentração de
CO
2.
A figura 8 demonstra o funcionamento da câmara de topo aberto que conta com um
sistema de ventilação, que além de ser responsável pelo enriquecimento de CO
2
, também
força a troca de ar no interior da estrutura para que não haja superaquecimento. Um ventilador
é acoplado à câmara por um duto circular e produz um fluxo de ar que entra na parte inferior
do revestimento da estrutura e sai pelo topo. O reservatório de CO
2
é equipado com uma
válvula eletrônica e mecânica para redução de pressão, para controlar o fluxo de gás que é
fornecido. O sensor de CO
2
monitora as condições do experimento. A placa grava os dados no
computador que apresenta um software desenvolvido para este tipo de instrumento. A figura 4
demonstra como fica OTC já com a vegetação em experimento em seu interior
.
(ROMANO,
2006).
43
Figura 8 :Esquema da instrumentação utilizada no Weblab
Fonte: Romano (2006)
Figura 9: Fotografia da Câmara de Topo Aberto
Fonte: Romano (2006)
44
2.13 Projetos de reflorestamento desenvolvidos por empresas no Brasil
Algumas empresas têm desenvolvido ou financiado projetos para reparar danos
ambientais, destacamos os projetos de reflorestamento como forma de captar o carbono
atmosférico e assim, poderem participar do MDL, comercializando os créditos de carbono.
Estas são algumas das empresas e os projetos que estão sendo desenvolvidos no Brasil, a
maioria em áreas para reflorestamento em áreas degradadas.
A Peugeot multinacional francesa pretende reflorestar uma área de 1.200
hectares no Mato Grosso em locais utilizados na pecuária que foram
degradados.
A Texaco está aumentando a reserva no Morro da Mina no Paraná em uma área
de aproximadamente 1.000 hectares.
A American Electrica Power 7.000 hectares General Motors 12.000 hectares,
também no Paraná.
A Companhia Vale do Rio Doce 387 hectares de plantio de Eucalipto com um
investimento de US$ 12 milhões e 73.000 hectares para um projeto de captura
de carbono.
A Petrobrás investe US$ 1,3 bilhões em 3.000 novos projetos, entre eles,
destinados ao reflorestamento.
Projeto Plantar da empresa Plantar tem planejado um investimento de US$ 23
milhões para plantar 23.000 hectares que irá captar aproximadamente 3 milhões
de toneladas de carbono em 21 anos.
A Central & South West Corporation (CSW) concessionária de energia elétrica
dos EUA, projeto de manejo de 7.000 hectares de Mata Atlântica no Paraná.
O projeto Florestal pretende plantar 4 milhões de árvores em 25 anos no estado
de São Paulo.
Além das empresas, também o envolvimento de universidades, ONGs e governo.
Diante disso, é importante o empenho máximo de todos para que estes e outros projetos
propostos possam obter os resultados esperados e assim, contribuir para que não haja um
super aquecimento do planeta, causado pelo aumento dos GEE (SCARPINELLA, 2002).
45
2 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Material
A área de estudo de caso está inserida na cidade de Carazinho – RS, sendo um trecho
do Centro da cidade e um trecho do Bairro Loeff.
Figura 10: Fotografia com a vista aérea da cidade de Carazinho
Fonte: Prefeitura Municipal de Carazinho,2006
3.1.1 Caracterização do município
3.1.1.1 Localização
O Município de Carazinho localiza-se, distante 295 km da capital do Estado, na
Região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul, com coordenadas geográficas globais
46
28°15’15” (latitude sul) e 52°42’20” (longitude oeste). O Município faz parte da Associação
de Municípios do Alto Jacuí AMAJA, que abrange 23 municípios. Juntamente a outros 22
municípios, Carazinho integra o Conselho de Desenvolvimento da Região da Produção
CONDEPRO (2008).
3.1.1.2 População
A população total do município de Carazinho, conforme estimativa do IBGE em 2007
é de 58.197 habitantes, distribuídos numa área territorial total de 665 km², sendo 114,75 km²
compreende no perímetro urbano e 550,25 km² de áreas rurais. A densidade populacional na
área urbana é de pouco mais de 508 habitantes/km², e a densidade populacional rural de
aproximadamente 6,50 habitantes/km². Existem em Carazinho 38.750 eleitores. A evolução
da população urbana e rural do Município é apresentada na Tabela 2, onde se pode constatar
que, nos últimos anos, a população foi migrando da área rural para a urbana.
Tabela 2. Evolução da população urbana e rural do Município de Carazinho.
População 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2007
Rural - 13.008 11.793 8.025 3.692 3.618 -
Urbana - 29.544 41.913 50.745 53.267 56.239 -
Total 31.881 42.552 53.706 58.770 56.959 59.857 58.197
. Fonte: CENSO IBGE, 2007.
3.1.1.3 Localização geográfica
O Município de Carazinho é considerado altamente estratégico, pois se encontra entre
o maior entroncamento rodoviário do sul do Brasil, no cruzamento entre a rodovia BR 386 e a
rodovia BR 285. Pela rodovia BR 386 (Estrada da Produção) são escoadas praticamente a
totalidade da produção de soja e trigo do Rio Grande do Sul, e devido à sua importância para
a economia do estado, estima-se sua duplicação em um futuro breve. A BR 285 (Rodovia do
MERCOSUL) é o eixo rodoviário que liga São Paulo a Buenos Aires, e caracteriza-se por ser
um grande corredor de exportação e fluxo de cargas entre os países do sul do continente e os
estados do centro do Brasil.
47
Figura 11: Mapa da localização do Município de Carazinho.
Fonte: Google Maps. Acesso em 12 jul 2008.
Figura12: Imagem da cidade de Carazinho.
Fonte: http://www.carazinho.net/fotos.html.Acesso 14 mar. 2008.
3.1.1.4 Vegetação do município de Carazinho
A vegetação presente na área urbana e rural no Município de Carazinho é
caracterizada por:
48
a) Vegetação das Formações Pioneiras
É uma vegetação bastante variada que ocorre nas planícies baixas e inundáveis do rio
da Várzea e rio Glória, desempenham uma grande importância ecológica, servindo de habitat
de aves, roedores, répteis e mamíferos.
Ao longo das margens dos rios nos locais onde a drenagem do solo é melhor,
predominam espécies arbustivas e arbóreas de médio e grande porte. A partir da colonização,
estas vegetações foram sendo progressivamente eliminadas, por diversas razões, sendo a
principal o uso do solo para a agricultura (soja, milho, trigo...).
b) Floresta Umbrófila Mista
A vegetação encontrada nesta área é classificada, dentro dos domínios da Floresta,
Umbrófila Mista, é uma formação vegetal cujo desenvolvimento está intimamente
relacionado à altitude, possui alta tendência ao gregarismo, principalmente, evidenciada em
Araucaria angustifólia, e várias espécies Nectandra sp., além de outras latifoliadas
(VELOSO; GOES FILHO, 1982).
Devido à ão antrópica, essas florestas têm sido afetadas de forma radical, por meio
da redução da área e até mesmo da eliminação de muitos dessas nas últimas décadas, restando
apenas capões de mata, que são manchas de vegetação arbórea com araucária, característica
do planalto médio, onde ocorre com maior freqüência.
c)Vegetação Secundária
Esta vegetação ocupa, de forma natural, as áreas em que a vegetação original florestal,
arbustiva ou herbácea foi removida. Encontra-se em vários estágios de desenvolvimento,
herbáceo, arbustivo e arbóreo, dispersos por toda a área do Município.
O acelerado aumento do desmatamento das florestas trouxe, como conseqüência o
surgimento de enormes áreas de vegetação secundária (ou seja, plantas que substituíram a
cobertura original, chamada vegetação primária) em vários estágios de desenvolvimento,
localmente chamada de “capoeira”.
Os campos (savanas) se caracterizam dentro deste tipo de vegetação por apresentar
estrato herbáceo constituindo basicamente por gramíneas cespitosase, em menor escala,
rizomatosas, que estão distribuídas de forma isolada ou pouco agrupadas.
As espécies arbóreas fazem parte de um estágio avançado de sucessão da vegetação,
que estão presentes em muitos locais no Município, geralmente, ao longo de arroios,
49
formando uma floresta de galeria. Como este diagnóstico é obtido através de dados
secundários, não atuais, é possível que muitos agrupamentos vegetais arbóreos não sejam
exclusivamente secundários, mas originais de Floresta Ombrófila Mista, que foi sendo
alterada.
d) Vegetação urbana
Na área urbana, a vegetação está localizada em praças, parque, áreas particulares e
vias públicas. O município dispõe de 12 praças que apresentam infra-estrutura de lazer para
uso da população, porém a maioria dos bairros não tem este espaço verde.
Destaca-se a Praça Albino Hilebrant no centro da cidade, com um fluxo maior de
pessoas que circulam diariamente no local e tem grande utilidade para o lazer nos finais de
semana, atualmente esta sendo realizado o manejo de algumas árvores danificadas ou
exóticas, substituídas por espécies nativas mais apropriadas.
Figura13: Praça Albino Hilebrant na Avenida Flores da Cunha
Quanto às vias públicas, em algumas áreas da cidade, apresentam uma quantidade
satisfatória de espécies arbóreas, porém em outras áreas poucas árvores ou até mesmo não
apresenta vegetação.
É comum encontrar árvores de espécies e porte inadequados,
necessitando de poda e supressão.
A Tabela 3 apresenta o nome popular, nome científico e o status de conservação das
principais espécies arbóreas das vias públicas e praças de Carazinho.
50
Tabela 3 - Principais espécies nativas e exóticas das vias públicas e praças de Carazinho.
Nome Popular Nome Científico Status de
Conservação
Aroeira-piriquita Schinus molle LC
Aroeira-vermelha Schinus terebinthifolius LC
Butiá Butiá capitata EN
Canafistula Peltophorum dubium LC
Chuva-de-ouro Senna multijuga LC
Figueira Fícus pertusa LC
Guapuruvu Schizolobium parayba DD
Jerivá Syagrus romanzoffianum DD
Ipê- roxo Tabebuia avellanedae NT
Ipê-amarelo Tabebuia umbellata NT
Jacarandá-mimoso Jacarandá mimosaefolia DD
Manduirana Senna macranthera DD
Paineira Chorisia speciosa LC
Pata-de-vaca Bauhinia candidans DD
Pau-ferro Caesalpinia férrea l. LC
Pinheiro-do-Paraná Araucária angustifólia VU
Sibipurana Caesalpinia peltophoroides NT
Umbu Phitolacca dióica NT
Uvaia Eugenia pyriformis LC
Acácia-trinervis Acácia longifólia DD
Cinamomo Melia azedarach DD
Hibisco Hibiscus rosa-sinensis DD
Cássia-imperial Cássia fistula DD
Ligustro Ligustrum japonicum DD
Grevilha-anã Gravillea preisii DD
Grevilha-robusta Grevillea robusta DD
Espatódea Spathodea campanulata DD
Escova-de-macaco Callistemon liniares DD
Espirradeira Neriun oleander LC
Fícus Fícus sp LC
Cipreste Cupressus lusitanica DD
Cipreste-italiano Cupressus semprepervirens DD
Acácia-mimosa Acácia podalyriaefolia DD
Ipêzinho-de-jardim Tecoma stans LC
Perna-de-moça Brachychiton populneum LC
Extremosa Lagerstroemia indica DD
Fícus Fícus sp DD
Uva do Japão Hovenia dulcis LC
Tipuana Tipuana tipu LC
Fonte: Plano Ambiental Municipal,2007.
A tabela 3, apresenta o nome científico, o nome comum e o status de conservação, das
principais espécies arbóreas das vias públicas e praças de Carazinho.
Status de Conservação das Espécies:
1) Regionalmente Extinta (RE) - espécies que estão sabidamente ou presumivelmente extintas
no estado.
(2) Criticamente em Perigo (CR) - espécies que, de acordo com os critérios específicos, estão
sob um risco extremamente alto de extinção na natureza.
51
3) Em Perigo (EN) - espécies que, de acordo com os critérios específicos, estão sob um risco
muito alto de extinção na natureza.
4) Vulnerável (VU) - espécies que, de acordo com os critérios específicos, estão sob um risco
alto de extinção na natureza.
5) Quase Ameaçadas (NT) - não está ameaçada no presente, mas é provável que esteja em um
futuro próximo.
6) Não Ameaçadas (LC) - são espécies que não estão ameaçadas no presente e apresentam
pouca probabilidade de estarem em um futuro próximo.
7) Dados Insuficientes (DD) - indica a necessidade de obtenção de mais dados,
principalmente, a respeito de abundância e distribuição, para que o status da espécie possa ser
corretamente avaliado.
3.1.1.5 Recursos hídricos
O Município de Carazinho encontra-se fisicamente entre as Bacias Hidrográficas do
Rio Uruguai e do Rio Guaíba, entre o limite das Bacias do Rio da Várzea e do Alto Jacuí.
A Bacia do Rio da Várzea possui uma área de 9.508,42 km², o que corresponde a
7,52% da área total da Bacia Hidrográfica do Uruguai; 170.078 pessoas residem na Bacia do
Rio da Várzea, o que equivale a 12,03% do total da população residente na Bacia do Uruguai;
possui uma vazão média anual de 276,51 m³/s. Os principais sistemas aqüíferos aflorantes
desta bacia são o Serra Geral I e Serra Geral II. Dentre os usos não consultivos da Bacia do
Rio da Várzea, destaca-se a geração de energia, a mineração, o turismo/lazer e a pesca.
Na Bacia do Rio da Várzea, Carazinho possui 50,98% do seu território, o que equivale
a uma área de 339,49 km², e um total de 1.273 habitantes.
A Bacia do Alto Jacuí possui uma área de 13.037,20 km², o que equivale a 15,42 do
território atribuído à Bacia Hidrográfica do Guaíba, possui 277.332 pessoas residindo sobre
sua área, o que equivale a 5,29% do total da população residente sobre a Bacia do Guaíba.
Possui uma vazão média anual de 316,39 m³/s, e possui os principais sistemas aqüíferos
aflorantes atribuídos ao Sistema Serra Geral I e Serra Geral II.
52
Figura 14: Mapa com localização da bacia do rio da Várzea
Fonte: Comitê de Bacia do Rio da Várzea,2007.
3.1.1.6 Clima
O clima local é descrito como subtropical úmido, com chuva bem distribuída durante o
ano e temperatura média do mês mais quente superior a 22ºC.
O Clima Subtropical Úmido é dominado pela massa Tropical atlântica, mas está
sujeito à penetração da massa Polar Atlântica, principalmente, no inverno. Apresenta as
maiores amplitudes térmicas entre os climas brasileiros: os verões são quentes e os invernos
são frios. A média pluviométrica é elevada (aproximadamente 1.500 mm) não sendo
observadas estações secas.
a) Temperaturas
A partir de estações bem definidas, as temperaturas observadas no Município de
Carazinho variam de temperaturas negativas nos dias de maior frio durante o inverno, a altas
temperaturas no verão, de até 36°C. As temperaturas médias observadas no Município de
Carazinho, no ano base de 2006, são apresentadas na Tabela 4.
BACIA DO RIO DA RZEA
Carazinho
53
Tabela 4. Temperaturas médias observadas em Carazinho no ano de 2006.
Mês
Temperatura
mínima
Temperatura
máxima
Temperatura
média do mês
Janeiro 15,6 35,3 23,9
Fevereiro 13,2 34,7 22,7
Março 10,4 34,3 22,1
Abril 6 30,7 18,6
Maio 2,2 27,8 13,9
Junho 4,1 27,2 15,2
Julho -0,8 27,1 15,6
Agosto 0 28,9 14,8
Setembro -1,9 31,3 15,6
Outubro 9 35,3 20,5
Novembro 6,9 34,2 20,8
Dezembro 15,2 36,7 24,2
Fonte: Cooperativa Cotrijal, 2007.
b) Pluviometria
Em termos pluviométricos, o território de Carazinho se caracteriza por apresentar
chuvas bem distribuídas, o que gera um regime fluvial homogêneo. Na região, as chuvas são
mais abundantes na primavera e no verão, diferentemente do que em outras regiões do estado,
como a Campanha, por exemplo, onde as estações mais chuvosas são o outono e o inverno.
Conforme tabela 5, observa-se que existe uma alta volatilidade entre as dias anuais
de chuvas no Município nos últimos 5 anos. O mês de agosto possuiu o menor volume de
chuvas dentre todos os meses e o mês de outubro com maiores precipitações.
Tabela 5. Precipitação nos últimos 5 anos no Município de Carazinho.
Mês 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Janeiro 174 193 119 129 194 124
Fevereiro 58,5 257 89 0 123 71
Março 434 141 30 104 128 112
Abril 136 136 188 311 53 181
Maio 254 43 263 333 27 284
Junho 305 189 186 419 141,5 39
Julho 135 167 97 104 157,5 283
Agosto 232 39 40 224 122 114
Setembro 318 95 244 148 104 329,5
Outubro 441 215 207 557 120 184
Novembro 201 186 204 282 319 -
Dezembro 357 548 71 152 91 -
Total do Ano 3045,5 2209 1738 2763 1580 -
Fonte: www.cotrijal.com.br, 2007.
54
c) Umidade Relativa do Ar
A umidade relativa do ar no território carazinhense apresenta uma média anual de 77%
com variações médias mensais entre 68 e 84%, correspondentes aos meses de dezembro
(menor umidade) e junho (maior umidade). A variação das médias mensais correspondentes
aos 12 meses do ano para a região de Carazinho é apresentada na Figura 15. Estes valores
médios indicam um clima significativamente úmido, característico dos municípios da região
sul do Brasil.
60
65
70
75
80
85
90
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Umidade Relativa (%)
Figura 15: Gráfico com os valores médios mensais da umidade relativa do ar no território carazinhense.
Fonte: Plano Ambiental do Município de Carazinho, 2007.
3.1.1.7 Legislação
No Código de Posturas do Município de Carazinho, Lei Complementar nº 03/1985, em
seu Artigo 20 O proprietário, titular do domínio útil ou o possuidor, a qualquer título de
imóvel situado em zona urbana do Município e em logradouro pavimentado é obrigado a
manter ou executar:
a) Muro ou cerca, na parte fronteira do logradouro;
b) Passeio pavimentado;
55
§1º - Danificados os passeios ou outros logradouros pela arborização das vias públicas,
repara-los-á o Município a sua custa.
§2º - Os passeios deverão ser em basalto regular antiderrapante nas Zonas Comerciais 1 e
2 e nas demais poderão ser feitos em concreto bruto.
§3º - Constatado o descumprimento do “caput” do presente artigo, o proprietário do
imóvel será notificado, pessoalmente, via correio ou através de publicação na imprensa
local para efetuar o melhoramento no período de 60 dias, sob pena de multa de mil reais
por trimestre do não cumprimento, até o máximo de três por exercício.
§4º - Decorridos dois meses sem que tenha o responsável executado as obras e serviços
previstos nesta Lei e constantes da intimação, poderá o Município executá-los, sem
prejuízo da multa referida no parágrafo anterior, cobrando o valor correspondente a seu
custo, com acréscimo de 20% a título de administração.
O município de Carazinho possui Lei de Arborização urbana 6653/2007, que foi
aprovada pelo legislativo municipal em dezembro de 2007, também no mesmo ano foi
aprovado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente o licenciamento ambiental. Hoje o
município é responsável por fiscalizar as Leis Ambientais que anteriormente era realizada
pela FEPAM- Fundação Estadual de Proteção Ambiental.
No município, para que ocorra corte ou poda de árvores, o contribuinte tem que obter
uma autorização no Departamento de Meio Ambiente, que pertence a Secretaria de
Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Habitação e Meio Ambiente. O licenciamento
realizado no município teve inicio no mês de janeiro de 2008, através da municipalização da
Lei Ambiental.
Todas as ações relacionadas com a arborização urbana seguem as regras expostas na
Lei nº 6653/2007, o mesmo para os atos de infração cometidos com a arborização, sejam eles
ocorridos em propriedade pública ou privada. No Capítulo VIII da Lei 6653/2007, que se
refere ao Plano de Arborização, destaca-se:
Art. 41. Os membros do DEMA, automaticamente, farão parte da equipe responsável pela
elaboração e implementação do Plano de Arborização, cabendo a este estruturar e planejar a
arborização da cidade, respeitada a legislação ambiental vigente.
Parágrafo Único. O Plano de Arborização será compatível com as definições do
Planejamento Urbano e textos legais vigentes, devendo considerar, pelo menos, os seguintes
aspectos, a serem normatizados pelo DEMA:
56
a) Normas para Arborização: espécimes, técnicas para plantio de mudas, tamanho, sanidade,
época, dimensões das covas, tipos de solo e adubação, tutoramento, amarração, uso de
protetores, canteiros e dimensões, localização e distanciamentos;
b) Inventário da arborização urbana: o inventário de arborização urbana deverá ser realizado a
cada três anos, através de técnicas e procedimentos adequados, dando-se publicidade;
c) Estabelecimento de índices mínimos de arborização por bairro: através do inventário da
arborização deverão ser estabelecidos índices nimos a serem ampliados, progressivamente,
através de campanhas educativas de plantio de árvores na cidade, obedecidas as normas
estabelecidas em Lei.
Dessa forma é importante que nesse plano de arborização seja também observado a
capacidade das espécies arbóreas em capturar o carbono atmosférico, procurando utilizar
aquelas que contribuam para minimizar o impacto que o carbono provoca ao meio ambiente.
No Plano Diretor, Código de Obras e Código de Postura não menciona medidas de
largura do passeio público, apenas normas que não estão regulamentadas em Lei, para passeio
público em zona residencial e em zona comercial. As figuras 16 e 17 apresentam medidas e
formas de revestimento para ser usado no passeio público.
Figura 16: Desenho com normas para passeio público em zonas residenciais
Fonte: Folder da Prefeitura Municipal, programa de passeio público – direito do pedestre, 2002.
Muro
Basalto
Grama
Meio Fio
Leito carroçável
1,50m
Variável
57
Figura 17. Desenho com normas para passeio público em zonas comerciais
Fonte: Folder da Prefeitura Municipal, programa de passeio público – direito do pedestre, 2002.
3.2 Seleção da área de estudo
O trabalho foi desenvolvido em duas áreas da cidade de Carazinho, RS, que são
denominadas de trecho A e trecho B. Foram realizadas observações e catalogação da
arborização urbana existente nos logradouros, bem como a coleta de informações, através da
aplicação de questionário, medição de temperatura e umidade, para propor um planejamento
para a arborização urbana que seja apropriada para as duas áreas de estudo.
As seleções das duas áreas ocorreram através de alguns critérios, apresentados na
tabela 6 que foram fatores determinantes para a escolha dos dois trechos de estudo.
Tabela 6: Critérios de seleção para a escolha do trecho A e B
Trecho A Trecho B
Alta densidade de ocupação do solo Baixa densidade de ocupação do solo
Caixa de rua larga Caixa de rua estreita
Maior fluxo de pessoas e automóveis Menor fluxo de pessoas e automóveis
Vegetação adulta que causa interferências na rede de
infraestrutura aérea
Vegetação nova que não causa interferência na rede
de infraestrutura
Menor interferência de vento pela edificação elevada Maior interferência do vento pela baixa edificação
Maior pavimentação do solo (asfalto) Menos pavimentação (pedra basalto)
Menor infiltração de água no solo Maior infiltração de água no solo
Zona residencial e comercial Zona residencial
Leito carroçavel
Calçamento
3 metros
58
Figura18: Mapa de parte da cidade de Carazinho com localização dos trechos A e B
Fonte:
http://maps.google.com.br/maps,2008
.
3.2.1 Descrição do trecho A
Este trecho é um recinto circular devido ao trânsito de veículos e pessoas, pois é um
bairro no centro da cidade que, além de ser residencial, também é comercial. As edificações
possuem na maioria dois pavimentos, com uma arquitetura da década de 1930, apresentando
alguns prédios mais modernos, porém, em menor proporção. O local é configurado como um
recinto consolidado, devido à maioria dos prédios serem antigos. Apresenta calçadas para
passeio largas com três metros e meio de largura, canteiro central com três metros de largura,
apresentando duas pistas asfaltadas com dez metros de largura cada lado, circulação de
veículos de pequeno porte, não sendo permitida a circulação de ônibus e caminhões.
A calçada para passeio no lado esquerdo sentido Leste/Oeste, não apresenta árvores,
no lado direito, a arborização existe apenas em uma das quadras estudadas, a maior parte das
árvores estão no canteiro central da Avenida. A rede de infra-estrutura responsável pela
distribuição de energia elétrica localiza-se acima das árvores do canteiro central, não tem
fiação nas calçadas do passeio lateral, quanto à canalização da rede pluvial, localiza-se na
lateral das calçadas do passeio. Os fios da rede de telefonia acompanham os da eletricidade no
canteiro central, porém um pouco mais abaixo.
59
Figura 19: Caixa de rua com recuo duplo.
A parte térrea dos prédios é ocupada por lojas comerciais de vestuários,
eletrodomésticos, móveis, farmácias, óticas, calçados, perfumes e bancos. Por esse motivo,
durante a semana, um grande fluxo de pessoas e veículos circulando, diminuindo no final
de semana.
Nesse trecho está localizada a praça principal da cidade, que é muito utilizada pela
comunidade, como área de lazer junto com a família e amigos. Tanto no verão quanto no
inverno, o lado esquerdo da avenida é ensolarado fazendo com que no verão haja um
desconforto provocado pelo calor do sol devido à falta de árvores. O canteiro central tem uma
boa quantidade de árvores que percorrem toda a Avenida, principalmente, no trecho de
estudo.
Figura 20: Sombreamento devido posição solar em uma lateral do recuo duplo.
60
3.2.2 Descrição do trecho B
O trecho B apresenta corredor com paisagem linear, permitindo criar passeios para
pedestres, os quais formam um recinto urbano amenizado pelo ruído dos veículos e a poluição
ambiental. É um bairro novo exclusivamente residencial, as edificações são de um ou dois
pavimentos, com edificação moderna em diferentes estilos. Não tem canteiro central, apenas
calçada lateral, algumas com três metros, outras com dois metros de largura e o calçamento
das vias de acesso tem paralelepípedo medindo nove metros de largura.
As árvores estão nas calçadas de circulação dos pedestres; em alguns pontos desse
trecho carência de espécies arbóreas ou até mesmo não possuem nenhuma árvore. É um
trecho bem calmo, devido ao baixo fluxo de pessoas e automóveis, não apresenta interferência
da rede elétrica com a arborização, pois a maioria das árvores ainda não atingiu sua altura
limite, no geral, são plantadas isoladamente, de copada pequena com grande espaço entre elas,
permitindo passagem da luz.
Figura 21: Foto e gravura com caixa de rua ordinária
3.3 Métodos e equipamentos
A coleta de dados foi realizada nos dois trechos de estudo, onde foi aplicado um
questionário aos usuários para avaliação do grau de satisfação em relação aos ambientes
arborizados e um inventário das espécies arbóreas para avaliação do tipo de vegetação
61
encontradas nestes locais de estudo. Medidas de temperatura e umidade foram realizadas em
ambientes arborizados e sem arborização para comparação dos dados levantados.
3.3.1 Aplicação do questionário
O questionário foi aplicado às pessoas que residem ou trabalham nos trechos A ou B,
para avaliar o grau de satisfação destes quanto à arborização urbana da cidade de Carazinho e
dos trechos pesquisados. No total, foram aplicados 50 questionários, sendo 40 no trecho A por
apresentar um universo maior de população, segundo dados levantados no censo do IBGE em
maio de 2007, possui aproximadamente 793 moradores distribuídos em 294 residências, e 10
questionários no trecho B, por apresentar aproximadamente 110 moradores em 33 residências.
O trecho A tem uma população aproximadamente seis vezes maior que o trecho B, o
número de questionários aplicados nos dois trechos foram determinados, baseando-se no
número de habitantes. Dessa forma foram aplicados 10 questionários no trecho B e 40 no
trecho A.
Os dados obtidos foram processados e tabulados a fim de gerar gráficos, que permitam
analisar as informações, tornando possível identificar a opinião dos usuários. O modelo de
questionário foi elaborado com base em APO, Avaliação Pós-Ocupação (ORNSTEIN, 1992).
A aplicação ocorreu através de entrevista face a face com livre escolha nas respostas.
Garantindo o anonimato dos respondentes, as perguntas não têm uma seqüência gica, onde
o roteiro estipulado segue os objetivos da pesquisa.
3.3.2 Levantamento das espécies arbóreas nos trechos A e B
O conhecimento do patrimônio público, através do inventário da vegetação, permite a
análise dos dados nos dois trechos de estudo, caracterizando as espécies arbóreas existentes
para assim estabelecer um diagnóstico da real situação das árvores de pequeno, médio e
grande porte que estão presentes em ambos os trechos, com o propósito de elaborar um
planejamento adequado a cada um dos locais.
O levantamento dos dados foi desenvolvido entre os meses de maio e junho,através do
preenchimento de uma planilha (anexo G), onde foram anotados os dados coletados,
relacionando o nome comum, o nome da espécie, a altura, o diâmetro da copa, o diâmetro do
caule na altura do peito - DAP, o estado geral, a injúria, o tipo de pavimento, o afloramento da
62
raiz, o tipo de fiação e o tipo de poda que deve ser realizada com o objetivo de analisar as
espécies existentes nos locais e seu atual estado de conservação.
3.3.3 Medidas da temperatura e umidade
No desenvolvimento da pesquisa, foram realizadas medições da temperatura e
umidade, em dois pontos de cada trecho estudado.
As medidas foram feitas com o aparelho termômetro/higrômetro de máxima e mínima,
modelo digital, desenvolvido pela TFA Germany (Alemanha), que mede em grau
Celsius/Fahrenheit a temperatura e umidade relativa do ar em porcentagem. A leitura da
temperatura e umidade ocorreu a um metro do solo, na sombra do corpo, com um tempo de
espera de dois minutos para realizar as anotações.
As medições foram registradas, observando o horário entre 10h às 16h, nos dois
trechos, onde as medidas ocorreram no mesmo dia com um intervalo de 10 minutos, entre um
trecho e outro.
Foram estabelecidos quatro pontos de medição, sendo dois no trecho A e os demais no
trecho B. No trecho A, o ponto 1 foi localizado na Avenida Flores da Cunha no canteiro
central em frente ao 1572 arborizado, o ponto 2 localiza-se em uma rua transversal da
Avenida, a Rua Alexandre da Mota nº 728 sem arborização.
No trecho B, o ponto 3 localiza-se na Rua Vila Lobos 125 com mais árvores e o
ponto 4 na Rua Antonio Vargas nº 581 não arborizada.
63
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo, são apresentados os resultados parciais obtidos na aplicação do
questionário, no inventário vegetal, medição de temperatura e umidade nos dois trechos em
estudo.
4.1 Aplicação do questionário aos usuários do trecho A e B
A aplicação dos questionários foi realizada face a face com o entrevistado, os critérios
para a quantidade aplicada em cada trecho ocorreu baseado em dados fornecidos pelo IBGE
de Carazinho, na coleta realizada no censo de abril de 2007. O trecho A faz parte da Zona
Comercial 1 - ZC1 de acordo com o Plano Diretor do Município. Durante a semana, triplica o
número de pessoas que se deslocam de seus bairros de origem para ir trabalhar nesse local, o
trecho B é Zona Residencial 1-ZR 1. Foram aplicados 40 questionários no trecho A e 10 no
trecho B, totalizando 50 questionários, as questões (anexo A) visam conhecer o grau de
satisfação dos usuários quanto aos ambientes arborizados na cidade de Carazinho, bem como
seu conhecimento a respeito da captura do carbono atmosférico realizado pela vegetação.
No trecho A, foram entrevistadas 40 pessoas sendo 18 homens e 22 mulheres, com
idade acima dos 20 anos, sendo 7 com ensino fundamental, 23 com ensino médio e 11 com
ensino superior.
No trecho B, foram entrevistadas 10 pessoas, 6 do sexo feminino e 4 do sexo
masculino, também com idade acima dos 20 anos, sendo 3 pessoas com ensino médio e 7 com
ensino superior.
Quando falamos em planejamento adequado para a introdução da arborização urbana
em determinados Bairros da cidade é importante saber o que os usuários pensam a respeito de
ambientes arborizados, para que as espécies introduzidas venham ao encontro das
expectativas da maioria dos moradores nos locais de estudo.
64
4.1.1 Resultado comparativo dos questionários
Os gráficos a seguir apresentam os resultados da aplicação dos 50 questionários aos
usuários do trecho A e B respectivamente.
Figura 22: Gráfico do questionário para a pergunta: Como você classifica a arborização urbana de Carazinho?
Esta pergunta teve como objetivo conhecer a opinião dos usuários sobre a situação
atual da arborização de Carazinho. A maioria dos entrevistados classificaram a arborização
como razoável, explicaram que faltam árvores e também destacaram os problemas
ocasionados por interferência na rede de infraestrutura.
Figura 23: Gráfico com dados do questionário para a pergunta: Qual seu grau de satisfação em relação aos
ambientes arborizados em Carazinho?
65
No trecho A, o número de usuários satisfeitos e pouco satisfeitos é muito parecido,
enquanto que, no trecho B, a maioria está pouco satisfeita com os ambientes arborizados em
Carazinho, reforçando a resposta da pergunta anterior, onde foi apontado que a arborização
urbana da cidade atualmente é razoável, ou seja, pode ser melhor estruturada.
Figura 24: Gráfico com dados do questionário para a pergunta: Quanto à arborização do centro da cidade e do
bairro Loeff, como você avalia?
Sobre a pergunta referindo-se a arborização do bairro onde o usuário mora e/ou
trabalha, os resultados das respostas mostra que a maioria dos usuários considera razoável ou
precária a arborização nestes locais em específico.
Figura 25: Gráfico com dados do questionário para a pergunta: As árvores ajudam na captura do carbono
atmosférico?
66
Os usuários na maioria demonstraram possuir um certo conhecimento sobre o assunto
abordado nesta questão, sendo importante a obtenção deste dado que este trabalho aborda a
melhoria da arborização urbana, para aumentar a captura do carbono e as árvores
desempenham papel fundamental neste processo através da realização da fotossíntese.
Figura 26: Gráfico com dados do questionário para a pergunta: Ao observar a arborização de Carazinho qual sua
opinião em relação ao planejamento?
Nas respostas desta questão, os usuários estão convictos de que realmente não
planejamento na arborização urbana de Carazinho, pois a maioria dos entrevistados definiram
não haver planejamento na arborização urbana de Carazinho, pelos vários problemas
encontrados e por que vários ambientes da cidade não possuem arborização.
Figura 27: Gráfico com dados do questionário para a pergunta: Quais as vantagens da arborização urbana?
67
Na elaboração de um projeto de arborização urbana, é importante saber como o
usuário se sente em relação ao seu ambiente e, a partir disso, poder traçar planos de ação para
implantar a arborização seguindo diretrizes que proporcionem ao usuário o conforto ambiental
esperado.
A escolha das vantagens que a arborização traz ao ambiente urbano os usuários que
responderam ao questionário puderam escolher três opções. Nos dois trechos de estudo A e B,
os três itens mais destacados quanto aos benefícios que as árvores proporcionam ao ambiente,
é a presença da sombra, a redução do calor e o aumento da umidade atmosférica.
Figura 28: Gráfico com dados do questionário para a pergunta: Quais as desvantagens da arborização urbana?
Também quanto às desvantagens o usuário optou por três situações que as árvores podem
causar ao ambiente em que estão inseridas. No trecho A o usuário apontou como desvantagem
a interferência das árvores com a rede elétrica, segundo a sujeira provocada pelos pássaros
através de suas fezes e em terceiro a sujeira causada pela queda das folhas.
No trecho B os itens apontados foram, a preocupação com os acidentes que podem
ocorrer pela queda de galhos ou mesmo da árvore em dias de temporais, a interferência das
árvores na rede elétrica e a sujeira provocada pela queda das folhas.
4.1.2 Conclusão parcial dos questionários aplicados
Os resultados dos questionários revelaram que muitos dos entrevistados nos dois trechos
de estudo sabem o quanto é importante ambientes arborizados para a melhoria da ambiência
urbana. Muitos usuários responderam não estar satisfeitos com a arborização urbana de
68
Carazinho, apontando como causa a falta de árvores na via de pedestres, canteiro central e
praças, bem como os problemas gerados pela interferência das árvores na rede de infra-
estrutura.
A maioria dos entrevistados tem convicção de que a falta de planejamento da
arborização urbana é a causa principal para que ocorram estas interferências, gerando assim
alguns conflitos com o meio ambiente local, provocando, muitas vezes, um desconforto para a
população.
No que se refere às vantagens proporcionadas por um ambiente bem arborizado, os
entrevistados conhecem os vários benefícios que a arborização proporciona ao ambiente da
cidade, através da sombra, da melhoria do clima, o qual fica mais úmido e fresco, ajudando a
amenizar as altas temperaturas. As desvantagens mais apontadas pelos usuários no
questionário aplicado foi referente à sujeira causada pela queda das folhas, que, em alguns
casos, poderá causar entupimento das calhas nas edificações.
Sobre a captura de carbono, demonstram possuir informações e conhecimentos sobre
este assunto, relacionando a importâncias das árvores para realização de tal fenômeno,
percebendo ser necessário investir mais no planejamento da arborização urbana.
4.2 Inventário da arborização nos trechos A e B
O levantamento das espécies arbóreas existentes nos dois trechos de estudo foi
importante para conhecer as particularidades das espécies inseridas nesses locais. No trecho
A, existem 60 árvores, sendo 46 nativas e 14 exóticas. Segundo as recomendações de Grey e
Deneke (1978), o número de espécies exóticas não deve ultrapassar 15% do total de
indivíduos de uma população arbórea, procurando dar preferência para espécies nativas
quando se realiza o planejamento da arborização urbana. Observa-se que, neste trecho, o
número de exóticas é duas vezes maior do que é recomendado e foram inventariadas as
árvores presentes nos logradouros, não sendo inventariadas as árvores da praça.
Foi observado também que não houve planejamento quanto à interferência na rede de
infra-estrutura, pois apresenta vários problemas com a rede elétrica e de telefone, são árvores
de porte elevado. Nas ruas transversais deste trecho não, árvores, pois as calçadas são
muito estreitas, dificultando a circulação dos pedestres.
As indicações usadas nas Tabelas 7 a 17 possuem informações claras sobre as árvores
existentes nesse trecho, onde são interpretados os seguintes dados:
DAP (Diâmetro na altura do peito): VR (várias ramificações);
69
Estado Geral: ótimo (O), bom(B), regular(R), péssimo(P), morta(M);
Injúria: lesão grave(G), lesão leve(L), lesão média(M), lesão ausente (A), vandalismo (V);
Local geral: canteiro central (CC), calçada(C), praça(P), via pública (VP);
Pavimento: terra(T), asfalto (A), pedra(P), cerâmica(C), grama(G);
Afloramento da raiz: calçada(C), canteiro (CC), construção (CCC);
Tipo de Fiação: elétrica (E), telefônica(T);
Poda: formação(F), manutenção(M), segurança(S), remoção da árvore(R), (i) imediata, (f)
futura.
Figura 29: Rua Bernardo Paz
A Rua Bernardo Paz apresenta calçadas muito estreitas com um metro e meio de
largura que acaba impedindo a realização do plantio de árvores, pois dificulta a passagem dos
pedestres.
Rua Bernardo Paz
Calçada(m): 1,5m
Rua(m): 9m
70
Figura 30: Rua Pedro Vargas
A Rua Pedro Vargas encontra-se na mesma situação da Rua Bernardo Paz, ou seja, via
de circulação do pedestre muito estreita e também o apresenta árvores plantadas ao longo
do trecho em estudo.
Figura 31: Rua Alexandre da Motta
Rua Pedro Vargas
Calçada(m): 1,5m
Rua(m): 9m
Rua Alexandre da Motta
Calçada(M): 1,5m
Rua(M): 9m
71
A Rua Alexandre da Motta o passeio para pedestre apresenta um metro de largura, é
muito estreito com poucas árvores, em apenas um ponto desse trecho há árvores, três Canelas
que foram plantadas pelos motoristas de um ponto de táxi em busca de sombra para
minimizar o calor no verão, quando ficam parados aguardando passageiros.
Figura 32: Avenida Flores da Cunha
Este trecho de estudo na Avenida Flores da Cunha apresenta 14 árvores, todas são
nativas da região, 6 variedades diferentes: ipê amarelo, ipê roxo, canela, pata de vaca e
jacarandá ( Tabela 7). Estas variedades de espécies deixam o ambiente mais agradável tanto
para saúde quanto para a estética deste espaço.
As árvores estão presentes somente no canteiro central, apresentam algumas
interferências com a rede de infra-estrutura, pois, quando foram introduzidas no local, não foi
observado o tipo de espécie que estava sendo utilizada.
Tabela 7: Espécies arbóreas presentes na primeira quadra de estudo na Avenida Flores da Cunha (continua)
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Canela Nectandra sp 4,5m 1,4m 20cm B A CC P - T -
Canela Nectandra sp 3m 1,5m 13cm R A CC P - - -
Canela Nectandra sp 4m 2m 22cm B A CC P - - -
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 3,5m 1,8m 38cm B A CC P - - -
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 9m 3,5m 75cm B A CC P - E M
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 6m 1,8m 34cm B A CC P - E M
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 7m 2m 46cm B A CC P - E M
Ipê roxo Tabebuia avellanedae 9m 3,5m 1,7m B A CC P CC E M
Avenida Flores da Cunha
Calçada(m): 3m
Rua(m): 9m
72
Tabela 7: Espécies arbóreas presentes na primeira quadra de estudo na Avenida Flores da Cunha (conclusão)
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Ipê roxo Tabebuia avellanedae 9m 3m 55cm B A CC P - E M
Ipê roxo Tabebuia avellanedae 6m 2m 49cm B A CC P - E M
Jacarandá Jacaranda micrantha 10m 4m 1,2m B A CC P CC E M
Pata de vaca Bauhinia candicans 6m 1,5m 58cm B A CC P - E M
Pata de vaca Bauhinia candicans 6m 1,8m 48cm B A CC P - E M
Pata de vaca Bauhinia candicans 4m 2m 30cm B A CC P - - M
Figura 33: Avenida Flores da Cunha
Esta quadra da Avenida Flores Da Cunha existe poucas árvores no canteiro central,
está localizada em frente à Praça Albino Hilebrant. Existem 6 árvores no canteiro central e
todas são nativas. As espécies nativas são muito importantes por possuírem um ótimo
desenvolvimento nesta região e proporcionarem uma ambiência urbana sem a interferência de
fatores climáticos impróprios.
Avenida Flores Da Cunha
Calçada(m): 3m
Rua(m): 9m
73
Tabela 8: Espécies arbóreas em um dos trechos de estudo da Avenida Flores da Cunha
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Canela Nectandra sp 4m 1,7m 26cm B A CC P - - -
Canela Nectandra sp 3m 1,5m 14cm B A CC P - - -
Ipê roxo Tabebuia avellanedae 8m 2,8m 86cm B A CC P - T M
Ipê roxo Tabebuia avellanedae 9m 3m 80cm B A CC P - E -
Ipê roxo Tabebuia avellanedae 9m 3m 1,2m B A CC P - - M
Ipê roxo Tabebuia avellanedae 8m 3m 1,1m B A CC P - E M
Figura 34: Avenida Flores da Cunha
O canteiro central dessa quadra da avenida tem três metros e meio de largura, para que
as pessoas possam circular nesse trecho sem ter a preocupação com as dimensões do local,
também podem utilizar os bancos para sentar, proporcionando conforto para os usuários.
Apresenta oito árvores de porte elevado e em bom estado de conservação, todas nativas. O
pavimento que cobre a avenida é asfalto e as calçadas e canteiro central com pedra,
apresentando um padrão no revestimento.
Avenida Flores da Cunha
Calçada e Canteiro Central(m): 3,5m
Rua(m): 9m
74
Tabela 9: Espécies arbóreas em uma das quadras da Avenida Flores da Cunha
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Aroeira pimenta Schinus terebinthifolia 6m 3m 90cm B A CC P - T -
Aroeira pimenta Schinus terebinthifolia 7m 4m 1,3m B A CC P - T -
Ficus Ficus sp 9m 3m 1,3m B A CC T - E -
Ficus Ficus sp 9m 3m 95cm B A CC T - T -
Pata de vaca Bauhinia candicans 5m 1,8m 1,8m B A CC T - - -
Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides 9m 3m 71cm B A CC P - - -
Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides 10m 4m 90cm B A CC P - - -
Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides 13m 5m 1,7m B L CC P C E M
Figura 35: Quadra de estudo na Avenida Flores da Cunha
Esta é a última quadra que foi inventariada na arborização do trecho na Avenida Flores
da Cunha, difere das demais quadras da avenida, pois além de ter árvores no canteiro central,
também existem espécies plantadas na via de circulação dos pedestres. Apresenta uma
diversidade de espécies, totalizando 29 árvores, sendo 15 nativas (sibipiruna, pau ferro, ipê
amarelo e canafistula) e 14 exóticas (espirradeira, fícus, hibisco, cheflera, grevilha anã,
grevilha robusta e perna de moça). Podem ser introduzidas mais espécies, seria importante
suprimir as duas espirradeiras, pois são espécies alergênicas.
Avenida Flores da Cunha
Calçada(m): 3,5m
Rua(m): 9m
75
Tabela 10: Relação das espécies da terceira quadra da Avenida Flores da Cunha
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Canafistula Peltophorum dubium 15m 7m 1,6m R L C P - - M
Cheflera Schefflera sp 2,5m 1,5m 32cm B A CC T - T -
Criptocaria Criptocária sf 10m 3m 1,3m R L C P - - M
Criptocaria Criptocária sf 10m 3m 1,1m R L C P - - M
Espiradeira Nerium oleander 5m 2m VR B A CC P - T M
Espiradeira Nerium oleander 5m 2,5m VR R L CC P - T M
Espiradeira Nerium oleander 5m 2,5m VR R L CC P - - M
Ficus Ficus sp 5m 1,5m 35cm B L CC T S T M
Ficus Ficus sp 7m 2,6m 1,4m B A C T - - -
Grevilha Grevilha robusta 8m 1,8m 90cm R M C P - - -
Grevilha Grevilha robusta 10m 2,5m 88cm R G C P C - R
Grevilha Anã Grevilea banksii 4m 2m 31m B A CC P - T M
Grevilha Anã Grevilea banksii 3,5m 1,8m 15cm B A CC P - - -
Hibisco Hibiscus rosa-sinensis 4m 1m 35cm R M C T - - -
Hibisco Hibiscus rosa-sinensis 3,5m 2m 29cm R L C T - - M
Hibisco Hibiscus rosa-sinensis 4m 1,8m 54cm R M C T - - -
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 5m 1,8m 50cm B A CC P - T M
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 8m 1,5m 43cm B A C P - - -
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 7m 1,6m 30m B A C P - - M
Jeriva Syagrus romanzoffiana 1,8m 60cm 35cm B A C T - - -
Pau ferro Caesalpinia ferrea 13m 4m 1,1m B A CC P C E M
Pau ferro Caesalpinia ferrea 9m 3m 58cm B A CC P - E M
Pau ferro Caesalpinia ferrea 12m 4m 1,1m B L CC P - E M
Pau Ferro Caesalpinia ferrea 8m 2m 60cm B A CC P - T
Perna de moça Brachychiton populneus 3m 80cm 30cm B A C P - - -
Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides 13m 5m 1,7m B L CC P C E M
Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides 9m 3m 70cm B A C P - - -
Sibipurana Caesalpinia peltophoroides 9m 2,5m 1,2m B L CC P - T -
Sibipuruna Caesalpinia peltophoroides 13m 4m 1,1m B A CC P - E M
4.3 Diagnóstico do trecho A
No trecho A tem uma extensão de área de estudo de 1.534m, onde foram inventariadas
60 árvores, sendo 46 nativas e 14 exóticas. A maioria das árvores desse trecho são nativas, o
que é o adequado quando se faz planejamento, porém podem ser introduzidas mais espécies,
pois a carência de árvores é muito grande, principalmente, nas ruas transversais. Na Avenida,
deveriam ser introduzidas mais árvores na via de circulação para pedestres no lado esquerdo,
sentido BR 285 à BR 386, onde no verão apresenta pouca circulação de pedestres. Devido à
76
grande incidência dos raios solares, as árvores são recursos eficientes contra o calor, além de
fornecer sombreamento e tornar a ambiência urbana mais agradável.
Nas ruas transversais, praticamente, não existe arborização, pois os passeios são muito
estreitos, tendo em média 1 metro de largura. Com essas medidas não é possível fazer o
plantio de árvores, uma vez que dificultaria a circulação dos pedestres. Uma solução seria
ampliar um dos lados da circulação de pedestres, deixando o local para estacionamento de
automóveis apenas em uma das laterais ou ampliar somente onde será introduzida a árvore.
Figura 36: Alternativa que pode ser utilizada em via de pedestre estreita.
Outro problema na Avenida Flores da Cunha é a falta de espaço para o
desenvolvimento das árvores, pois a gola é muito pequena impedindo a permeabilidade da
água e recebimento de nutrientes. Optar por uma gola maior, protegida por uma grade ou
pavimento permeável seria o ideal, permitindo assim maior permeabilidade, para que a planta
possa ventilar e absorver água da chuva (MASCARÓ, 2004).
A figura 37 demonstra como é a gola que envolve as árvores na Avenida Flores da
Cunha, com pouco espaço para penetração da água e outros dois tipos que permitem a
permeabilidade da água e nutrientes, através do uso de grades, usada em Santiago no Chile e
em Mendoza na Argentina.
77
Figura 37: Tipos de golas que envolvem as árvores separando do pavimento.
Há aproximadamente 28 anos, foram trocadas as árvores da Avenida Flores da Cunha,
pois apresentava apenas espécies exóticas do tipo Ligustro (Ligustrum japonicum), por outras
espécies nativas, porém não houve planejamento, introduziram árvores de grande porte que
acabaram por interferir na rede elétrica. Essas árvores são podadas com muita frequencia, o
que acaba provocando mutilações nessas plantas, mudando a disposição dos galhos e ficando
descaracterizadas.
4.4 Inventário do trecho B
°
Figura 38: Rua Monteiro Lobato
Rua Monteiro Lobato
Calçada(m): 3m
Rua(m): 9m
78
Na Rua Monteiro Lobato verificou-se a existência de seis tipos diferentes de espécies,
entre elas 13 são nativas (aroeira periquita, canela, ipê amarelo) e 11 são espécies exóticas
(cipreste, estremosa, ligustro), totalizando 24 árvores nas duas quadras do trecho de estudo. O
leito carroçável tem 9 metros de largura e é pavimentado com pedra basalto. As calçadas
possuem largura igual a 3 metros, tendo uma faixa central com pavimento e nas laterais
grama. Em determinados espaços dessa rua não tem árvores e nem pavimento na via de
acesso de pedestre, apenas grama.
Tabela 11: Relação das espécies presentes na Rua Monteiro Lobato, com suas respectivas medidas e algumas
características de cada espécie.
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral
total (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Aroeira periq. Schinus molle 7m 2m 1,18m R L C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 4m 1,5m 66cm R L C T - T -
Aroeira periq. Schinus molle 7m 3m 65cm B A C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 5m 1,5m 50cm R A C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 5m 98cm 55cm R A C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 5m 2m 55cm B A C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 3,5m 2m VR R L C T - - -
Canela Nectandra sp 2m 40cm 34cm R L C T - - -
Canela Nectandra sp 3m 1,4m VR B A C T - - -
Canela Nectandra sp 2,5m 1,3m 40cm B A C T - - -
Canela Nectandra sp 3m 1,5m 38cm B A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,70m 40cm 18cm B A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,50m 38cm 17cm B A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,70m 40cm 20cm B A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,82m 45cm 24cm B A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,60m 45cm 25cm B A C T - - -
Estremosa Lagerstroemia Indica 3m 1,5m VR B A C T - - -
Estremosa Lagerstroemia Indica 3m 1m 20cm B A C T - - -
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 3,5m 1,5m 23cm B A C T - - -
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 3m 1m 32cm B A C T - - -
Ligustro Ligustrum japonicum 2m 50cm 94cm B G C T C - -
Ligustro Ligustrum japonicum 2,50m 50cm 33cm B A C T - - -
Ligustro Ligustrum japonicum 3,5m 1,20 84cm B A C T - - -
Ligustro Ligustrum japonicum 3m 1m 72cm B A C T - - -
79
Figura 39: Rua Vila Lobos
A Rua Vila Lobos apresenta 4 espécies diferentes de árvores (aroeira periquita, canela,
cipreste e ligustro), sendo 11 árvores nativas e 16 exóticas. Apesar do logradouro estar bem
arborizado, a quantidade de árvores exóticas usadas nessa arborização provoca uma
descaracterização no ambiente, devido ao uso excessivo de Ciprestes, espécie esta que é
originária do sudoeste da Europa e Ásia Menor, não apresenta um papel importante para a
melhoria do clima local, pois é uma conífera de copa pequena, pouca superfície foliar, não
contribuindo significativamente para minimizar o calor em dias quentes e nem desempenhar
de forma eficiente a captura do carbono.
Tabela 12: Espécies arbóreas da Rua Vila Lobos (continua).
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Aroeira periq. Schinus molle 4m 2m 67cm B A C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 4,50m 2m 63cm B A C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 3,80cm 1,70cm 60cm B A C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 4,5m 2m 50cm B A C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 4m 1,80m 45cm B A C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 4m 2,20m 53cm B A C T - - -
Aroeira periq. Schinus molle 4m 1,5 34cm R L C T - - -
Canela Nectandra sp 8m 3m 97cm B A C T - - -
Canela Nectandra SP 5m 1,5m 41cm B A C T - - -
Rua Vila Lobos
Calçada(m): 3m
Rua(m): 9m
80
Tabela 12:
Espécies arbóreas da Rua Vila Lobos (conclusão).
Nome Comum
Espécie
Altura Geral
Diâmetro da copa
DAP
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Canela Nectandra SP 4m 1,2m 50cm B A C T - - -
Canela Nectandra sp 3m 1m 33cm B A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 3m 50cm 20cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,40m 34cm 26cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 2m 45cm 23cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,50m 50cm 22cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 2m 55cm 24cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 2,50m 50cm 27cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 3,5m 80cm 17cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 3m 75cm 15cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 3,50m 85cm 18cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 2,80m 70cm 20cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 3m 76cm 23cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 3m 80cm 17cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 2,5m 60cm 19cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 2m 60cm 23cm O A C T - - -
Ligustro Ligustrum japonicum 2,5m 1m VR B A C T - - -
Ligustro Ligustrum japonicum 3,5 1m VR B A C T - - -
Figura 40: Rua Antônio José Barlete
No trecho de estudo na Rua Antônio José Barlete, foram observadas apenas três
quadras, a via de circulação dos pedestres não tem um padrão estabelecido, alguns espaços
têm apenas grama outros são pavimentados. Por ser uma rua bem extensa, poderia ter mais
Rua Antônio José Barlete
Calçada(m): 2m
Rua(m): 9m
81
árvores, pois muitos espaço estão sem nenhuma espécie arbórea plantada. Apresenta 3
Canelas e 4 Ipês amarelo .
Tabelas 13: Classificação das espécies arbóreas na Rua Antônio José Barlete
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Aroeira periq. Schinus molle 5m 1,5m 42cm R L C T - - -
Canela Nectandra sp 2m 40cm 16cm O A C T - - -
Cemélia branca Camellia japonica 2m 50cm vr B A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 8m 80cm VR B A C T - - -
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 4m 1m 32cm B A C T - T -
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 7m 2m 53cm B A C T - - -
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 6,50m 1,80m 50cm B A C T - - -
Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha 6,50m 2m 48cm B A C T - - -
Figura 41: Rua Marechal Deodoro
A Rua Marechal Deodoro, nas suas duas quadras de estudo, apresenta a via de
circulação de pedestres sem pavimentação, sendo revestidas de gramíneas, as espécies
arbóreas são a maioria nativas, 6 Canelas e 9 Jerivás, as exóticas são no total 8, todas da
espécie Cupressus sempervirens cujo nome comum é Cipreste.
Mesmo tendo 15 espécies nativas e 8 exóticas, poderia ter mais variabilidade de espécie
para contribuir com o microclima urbano, pois o Cipreste é uma árvore que projeta pouca
sombra tanto no plano vertical como no plano horizontal.
Rua Marechal Deodoro
Calçada(M): 3m
Rua(M): 9m
82
Rua 3 de Maio
Calçada(m): 2m
Rua(m): 9m
Tabela 14: Espécies arbóreas presentes na Rua Marechal Deodoro
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 1,50m 30cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 1,40m 35cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 1,45m 30cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 1m 28cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 1,20m 36cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 1,44m 28cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 1,40m 30cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 1,30m 26cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 1,45m 36cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 1,44m 30cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 8m 3m 86cm B A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 8m 3m 80cm B A C T - - -
Canela Nectandra sp 4m 1,60m 64cm B A C T - - -
Canela Nectandra sp 4m 1,40m 48cm B A C T - T -
Canela Nectandra sp 4m 2m 52cm B A C T - T -
Canela Nectandra sp 4m 1,80m 55cm B A C T - T -
Canela Nectandra sp 4m 2,10m 45cm B A C T - T -
Canela Nectandra sp 3,50m 1,60m 40cm B A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 8cm 9cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 5cm 9cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 7cm 9cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 10cm 8cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 6cm 8cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 5cm 9cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 5cm 9cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 5cm 10cm O A C T - - -
Figura 42: Rua 3 de Maio
83
Esta rua é pouco edificada, pois o Bairro Loeff é novo, mas com várias residências que
estão em construção e ainda apresenta ruas sem pavimentação. Existe um pequeno espaço
arborizado, que apresenta oito árvores exóticas da espécie Cupressus sempervirens L.
Tabela 15: Espécies arbóreas da Rua 3 de maio
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 5cm 12cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 5cm 9cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 6cm 9cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 6cm 11cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 5cm 9cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 5cm 9cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L.
1,80m 8cm 9cm O A C T - - -
Cipreste Cupressus sempervirens L. 1,80m 5cm 9cm O A C T - - -
Figura 43: Rua Antônio Vargas
A Rua Antônio Vargas, apresenta aproximadamente 544,96m na parte onde foi
realizado o levantamento das espécies arbóreas, a via de circulação de pedestres tem 2 metros
de largura, um metro a menos que nas ruas transversais deste trecho. Apresenta apenas três
espécies de árvores (bolão de ouro, aroeira periquita e canela), em toda a extensão
inventariada. É uma via que comporta um número maior de árvores com o objetivo de
melhorar o aspecto urbanístico e ambiental do local.
Rua Antônio Vargas
Calçada(m): 3m
Rua(m): 9m
84
Tabela 16: Apresenta as espécies arbóreas da Rua Antônio Vargas
Nome Popular
Nome Científico
Altura Geral (m)
Diâmetro da copa
(m)
DAP (m)
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. Da raiz
Tipo de fiação
Poda
Bolão de ouro Senna macranthera 6m 2m 70 cm G G C T - - R
Aroeira periq. Schinus molle 4m 1,05cm 34 cm R L C T - - -
Canela Cupressus sempervirens L. 2m 1,50cm 40cm B L C T - - -
Canela Cupressus sempervirens L. 2m 1,40cm 43cm B - C T - - -
Figura 44: Rua Plinio Brasil Milano
Na Rua Plínio Brasil Milano, foi realizada a observação da arborização em duas
quadras. Em uma das quadras não tem árvores plantadas no passeio público e não tem
edificação, na outra quadra, as espécies arbóreas introduzidas são a maioria nativa como a
Canela e o Jerivá, apresentando apenas o Ligustro como exemplar exótico. A via de
circulação de pedestres tem três metros de largura, revestida em grande parte do trecho com
gramíneas e pouca pavimentação sobre o solo.
Rua Plinio Brasil Milano
Calçada(m): 3m
Rua(m): 9m
85
Tabela 17: As espécies arbóreas e suas características presentes na Rua Plínio Brasil Milano.
Nome Comum
Espécie
Altura Geral
Diâmetro da
copa
DAP
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
Canela Nectandra sp 2m 59cm 17cm O A C T - - -
Canela Nectandra sp 2m 62cm 17cm O A C T - - -
Canela Nectandra sp 2m 56cm 17cm O A C T - - -
Canela Nectandra sp 2m 60cm 17cm O A C T - - -
Canela Nectandra sp 4m 1,40m 48cm B A C T - T -
Canela Nectandra sp 4m 2m 52cm B A C T - T -
Canela Nectandra sp 4m 1,80m 55cm B A C T - T -
Canela Nectandra sp 4m 2,10m 45cm B A C T - T -
Espiradeira Nerium oleander 2,5m 1m VR B A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 2m 40cm 21cm R L C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 90cm 40cm 15cm O A C T - - -
Jerivá Syagrus romanzoffiana 90cm 40cm 15cm O A C T - - -
Ligustro Ligustrum japonicum 3m 80cm 23cm B A C T - - -
Ligustro Ligustrum japonicum 3m 83cm 28cm B A C T - - -
Ligustro Ligustrum japonicum 3m 67cm 27cm B A C T - - -
Ligustro Ligustrum japonicum 3m 76cm 25cm B A C T - - -
4.4.1 Diagnóstico do trecho B
O trecho B tem uma extensão de aproximadamente 1.473m de ruas que foram
inventariadas, apresentando 109 árvores, destas 60 são nativas e 49 exóticas. Possuem vias de
pedestres com largura de 2m e 3m, porém não existe um padrão na execução destas vias, que
em determinados pontos é revestida de grama ou grama/ pavimento e outros apenas
pavimento. Os locais que apresentam somente grama dificultam o trajeto dos pedestres em dia
de chuva, quando o solo fica encharcado de água, os saltos de sapato feminino que são
afinados ficam presos ao solo que é muito flexível, também dificultam a circulação de
deficientes físicos com suas cadeiras de rodas.
Nos locais onde tem grama/pavimento, permite melhor permeabilidade da água da
chuva no solo, permitindo melhor absorção pelas árvores que estão plantadas neste local, ao
mesmo tempo, em que permite melhor circulação dos pedestres pela firmeza do pavimento.
Quanto às espécies que foram introduzidas nesse trecho a maioria foi plantada pelos
moradores o que deveria ter sido realizado pelo órgão municipal responsável, de forma bem
planejada com projeto executado por biólogos, agrônomos ou técnicos da área.
As espécies nativas utilizadas são na maioria apropriadas para o local, porém existem
muitos exemplares de Jerivá que apresentam mais a função estética, não influenciando muito
na diminuição da temperatura, umidade e sobra no local, pois sua copa é pequena e muito
86
elevada, encontram-se na mesma situação quanto a presença do Cipreste, espécie exótica, que
não é indicado para ser usado na arborização devido seu porte ser grande e também por não
contribuir de forma significativa com o meio ambiente local.
Esse trecho tem muitos espaços sem arborização, ou seja, é extremamente carente de
árvores, devendo ser realizado um planejamento para a introdução das demais espécies que
deverão ser utilizadas no Bairro a fim de tornar a ambiência urbana mais agradável, pois
segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), para uma cidade ter uma boa
arborização, deve apresentar 2 árvores por habitante ou 12 m
2
/ habitante e neste Bairro como
os demais na cidade de Carazinho não chegam a uma árvore por habitante.
As vias de automóveis são revestidas de paralelepípedo, apenas um pequeno trecho da
Rua 3 de maio, apresenta a rua sem pavimento.
4.4.2 Conclusão parcial do inventário arbóreo dos trechos A e B
O levantamento da arborização nos dois trechos de estudo, permitiram obter um
conhecimento maior das espécies existentes nestes locais bem como a qualidade e quantidade
destas espécies.
O
inventário da vegetação atual é um meio importante para verificar os erros
e acertos na arborização de uma cidade.
No trecho A, as espécies existentes são a maioria nativas de vários tipos,
desempenhando um papel importante para o ambiente, pois as características são propícias
para seu desenvolvimento. O que ocorre neste trecho é a interferência das árvores com a rede
elétrica, uma vez que as espécies utilizadas são de grande porte, havendo a necessidade todos
os anos de realizar a poda.
Vários locais do trecho A não são preenchidos com árvores, principalmente, nas vias
de pedestres, sendo que estes espaços poderiam ser melhor aproveitado introduzindo novas
espécies, visando melhorar o aspecto urbanístico e a ambiência urbana. Um grande problema
encontrado neste trecho é a via de pedestre que, por ser muito estreita em alguns pontos,
impedem o plantio árvores, pois impediriam o livre acesso dos pedestres, principalmente para
a passagem de deficientes físicos.
No trecho B, existe um equilíbrio quanto à presença de espécies nativas e exóticas, não
ocorre muita interferência com a rede de infraestrutura, porém existe pouca variabilidade de
espécies, havendo o predomínio de canelas, jerivás e ciprestes. Ainda muito a se fazer
neste trecho, pois algumas vias de pedestres não estão arborizadas, causando desconforto em
dias muito quentes. Percebe-se também que a maior parte da arborização foi introduzida pelos
87
moradores, que se preocuparam muito com o aspecto de embelezamento do bairro. A largura
da via de pedestre, nesse trecho, permite a introdução de espécies arbóreas e a circulação dos
pedestres sem causar interferência.
4.5 Medição da temperatura e umidade relativa do ar
As medidas de temperatura e umidade relativa do ar realizadas nos quatro pontos
foram registradas em uma tabela, com sete medições em diferentes dias do ano, porém
quando ocorria o registro das medições estas eram realizadas nos quatro pontos procurando
intercalar a ordem para coleta dos dados, outro fator observado foi o horário da leitura dos
dados para que não houvesse a interferência de fatores de ruído na obtenção dos resultados, os
horários variaram entre as 10 horas e 16 horas. Nos demais horários, as medidas podem sofrer
mais alterações, provocadas pela queda ou elevação da temperatura e umidade do ar.
Cada medição teve duração de dois minutos para a leitura e anotação dos dados, com o
aparelho a um metro do solo e a sombra do corpo. Utilizou-se um aparelho que mede
temperatura e umidade com máxima e mínima, modelo Alemão digital, desenvolvido pela
TFA Germany.
Cada trecho com dois pontos de medição sendo um com arborização e outro um pouco
mais afastado sem arborização.
Os quadros 4 e 5 informam os pontos onde foram realizadas as medições com a
localização no mapa dos trechos estudados, fotografia, dados coletados demonstrando as
condições ambientais registradas nestes pontos.
88
Quadro 4: Medição externa da temperatura e umidade no trecho A
Quadro 5: Medição externa da temperatura e umidade no trecho B
Ponto1 Ponto 2
Condições ambientais nos pontos 1 e 2 do trecho A
TRECHO A
PONTO 1 com arborização PONTO 2 sem arborização
Temp. ºC Umid. % Temp. ºC Umid. %
DATA
HORA
max min max min max min max min
22/05/08 10h20min 25.4 24.6 63% 53% 25.6 25.0 57% 53%
01/06/08 14h10min 17.6 17.3 54% 54% 18.0 17.4 54% 52%
18/06/08 11h55min 17.4 16.7 53% 51% 18.0 17.9 51% 50%
29/06/08 13h 23.7 20.5 86% 64% 23.9 20.5 86% 61%
20/07/08 11h52min 21.3 20.2 58% 56% 23.1 22.2 54% 52%
04/08/08 13h20min 25.3 22.4 58% 52% 26.0 22.8 56% 51%
06/09/08 13h10min 11.9 11.7 69% 68% 12.9 11.2 69% 70%
Ponto 3 Ponto 4
Condições ambientais nos pontos 3 e 4 do trecho B
TRECHO B
PONTO 3 c/a PONTO 4 s/a
Temp.
ºC
Umidade % Temp. ºC Umidade %
DATA
HORA
max min max min max min max min
22/05/08 10h20min
28.9 28.4 49% 49% 29.3 28.9 48% 47%
01/06/08 14h10min
18.2 17.6 53% 51% 18.6 17.8 51% 51%
18/06/08 11h55min
20.5 20.3 48% 43% 20.8 20.8 46% 45%
29/06/08 13h
23.1 22.6 77% 63% 23.1 22.6 77% 63%
20/07/08 11h52min 28.1 27.3 49% 41% 28.3 27.0 45% 45%
04/08/08 13h20min 26.3 24.4 56% 53% 26.8 24.8 55% 54%
06/09/08 13h10min 11.7 11.4 70% 69% 12.4 11.7 70% 68%
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 4
Ponto 3
89
4.6 Análise dos dados obtidos sobre a temperatura e umidade relativa do ar nos pontos
de estudo
O equipamento utilizado na medição é de fácil manuseio eletrônico e mede
temperatura em graus Celsius e umidade relativa do ar em porcentagem. Os gráficos das
figuras 45 e 46 apresentam resultados das medições coletadas, com a realização de uma
média, a qual permitiu fazer uma relação da temperatura e umidade em lugares edificados e
arborizados, de locais edificados sem arborização.
Figura 45: Gráfico de medida da temperatura nos pontos 1, 2,3 e 4 dos trechos A e B
O gráfico da figura 45 apresenta os dados da temperatura relativa do ar onde o ponto 1
com arborização apresentou a temperatura máxima de 20,37 e a mínima foi 19,05, no ponto 2
sem arborização, a máxima foi 20,92 e a mínima 19,57, sendo o ponto 1 e 2 pertencentes ao
trecho A. No trecho B, o resultado da temperatura para o ponto 3 com arborização, a máxima
foi de 22,4 e a mínima de 22,71 no ponto 4, máxima foi de 22,75 e mínima 21,94. Em
analise aos dados obtidos, observa-se que nos pontos arborizados a temperatura foi menor em
relação aos trechos sem arborização. No ponto 1 a temperatura é menor que o ponto 3, pois o
ambiente é mais arborizado, ou seja, tem um número maior de árvores se comparado ao ponto
3.
90
Através dos dados obtidos, pode-se observar claramente que ambientes arborizados
apresentam uma temperatura menor em relação aos ambientes sem arborização. Tal fato
confirma o relato em artigos, periódicos e livros publicados que falam da importância que a
arborização proporciona nos ambientes tanto urbano quanto rural. Segundo Mascaró (2002),
as árvores e arbustos são responsáveis pelas temperaturas amenas em locais edificados,
intercambiando o calor com o ar do entorno e constituem uma fonte térmica considerável para
o sítio.
Figura 46: Gráfico de medida da umidade nos pontos 1, 2,3 4 dos trechos A e B
O gráfico da figura 46 apresenta os dados obtidos com a umidade relativa do ar nos
dois trechos, sendo que no trecho A o ponto 1 com arborização, a umidade foi máxima de
63% e a mínima de 56%, no ponto 2 sem arborização, a máxima foi de 61% e a mínima de
55%. No trecho B, o ponto 3 com arborização a máxima foi de 57% e a mínima de 53% e o
ponto 4 a máxima de 56% e a mínima de 52%. Pode-se contatar na obtenção destes dados é
que a umidade nos pontos 1 e 3 com arborização é maior que os pontos 2 e 4 sem arborização,
em que a umidade é menor. Em análise aos resultados, constatamos que os ambientes
arborizados apresentam maior umidade relativa do ar que nos locais sem arborização, fator
esse que se deve a transpiração dos vegetais.
As árvores podem transpirar uma média de 400 litros de água por dia principalmente,
quando isoladas umas das outras, situação esta em que se encontra a maioria das árvores da
91
área urbana, toda esta umidade é que mantém a atmosfera úmida nos ambientes bem
arborizados (PITT, 1988).
À medida que a evaporação se desenvolve, a umidade do ar se eleva, porque as
árvores constituem eficientes bombas hidráulicas, absorvendo a umidade do solo e liberando-
a na atmosfera (PITT, 1988).
4.6.1 Conclusão parcial das medidas de temperatura e umidade
As medições realizadas nos trechos A e B nos pontos 1 e 3 com arborização e 2 e 4
sem arborização, ocorreram de maio a setembro, onde foram anotados os resultados das
medições da temperatura e umidade do ar.
De acordo com Paiva e Gonçalves (2002), o vegetal atuara na amenização climática,
interceptando os raios solares, criando áreas sombreadas, reduzindo a temperatura ambiente e
umedecendo o ar devido à sua constante transpiração.
Os resultados das medições demonstraram que as plantas ajudam amenizar a
temperatura, pois nos dois pontos com arborização a média obtida das sete medições, a
temperatura foi menor que nos dois pontos sem arborização; com relação à umidade relativa
do ar, também pode-se destacar a importância dos ambientes arborizados, pois a umidade do
ar foi maior do que nos ambientes sem arborização.
4.7 Critérios utilizados para seleção de espécies arbóreas nativas
Uma das propostas deste trabalho de pesquisa foi relacionar algumas das principais
espécies arbóreas do Rio Grande do Sul, que podem ser introduzidas na arborização urbana.
Devido ao clima no Rio Grande do Sul ser temperado, isto é, apresenta as quatro
estações do ano, verão, outono, inverno e primavera, o agrupamento arbóreo maciço deverá
ser heterogêneo, por ser distinta a altura, permite a passagem do vento ou sua barreira,
também a variedade de espécies entre caducifólia e perenifólia permite maior sombreamento
no verão e passagem do sol no inverno que ameniza o frio, variando a temperatura e umidade
relativa do ar, conforme a estação do ano.
O espaço ocupado por uma vegetação heterogênea pode influenciar o ambiente
tornando-o mais agradável por apresentar diversas florações de diferentes cores, frutos e
folhagens, agindo assim como forma de atrair diferentes espécies da fauna, favorecendo a
biodiversidade local.
92
Quando os maciços arbóreos são homogêneos, pode-se melhorar o aspecto urbanístico,
porém não se tem todos os benefícios que o maciço heterogêneo proporciona, pois o ambiente
se torna quase sempre constante em relação à temperatura, umidade, luminosidade e vento.
Outro fator que se deve levar em conta é saber a distância entre as espécies escolhidas,
as quais devem ser plantadas quando se quer luminosidade. O perfil heterogêneo permite a
deflexão do vento produzindo maior ventilação nas diferentes direções quebrando o efeito
canal (MASCARÓ, 2004).
Vários são os aspectos que devem ser observados para a escolha da espécie arbórea a
ser utilizada na arborização urbana, visando alcançar um conjunto de fatores necessários para
manter o equilíbrio do ambiente e ainda amenizar o efeito do carbono na atmosfera.
Das espécies catalogadas, serão selecionadas aquelas que apresentarem características
apropriadas para serem usadas na arborização urbana de Carazinho, onde serão observados os
seguintes critérios:
a) Espécie nativa do Rio Grande do Sul: São espécies originárias do Brasil, sendo estas
próprias de cada região, ao contrário das exóticas que provêm de outros países. Burle Marx
(1980) disse ser necessária a utilização de plantas nativas em projetos de paisagismo urbano
para perpetuar as espécies para que a população compreenda a extraordinária riqueza que as
regiões possuem.
b) Celeridade de árvore:
A variação da capacidade de fixação de carbono entre as espécies
de árvores está relacionada em função de seu ritmo de crescimento. Melo (2007) explica que,
aos 20 anos de idade, uma árvore de crescimento rápido (como angico, por exemplo) teria
armazenado por volta de 450 quilos de carbono; uma de crescimento moderado (canafístula,
por exemplo) teria fixado cerca de 110 quilos e uma de crescimento lento (como a aroeira
periquita) teria fixado 35 quilos. Dessa forma, a taxa de crescimento da árvore influencia na
quantidade de absorção do carbono.
c) Nível de clorofila: Os receptores de radiação da clorofila podem ser identificados pela
coloração da folha, quando pálidas ou esbranquiçadas, ocasionam redução na intensidade
fotossintética, isso pode ocorrer geralmente no começo do seu desenvolvimento e novamente
no outono, em climas temperados quando as folhas ficam amareladas, porém quando as folhas
apresentam um verde mais intenso, aumenta a intensidade fotossintética (LARCHER, 2004).
93
d) Tamanho da copa: A copa das árvores são formadas pelo conjunto de galhos, ramos,
folhas, flores, frutos e sementes, sua forma pode mudar conforme a estrutura dos seus galhos,
densidade das ramificações e tipos de folhas, determinando assim a forma das copas, que
podem ser arredondadas, piramidal, umbeliforme, alongada e larga. Árvores com diâmetro de
copa menor que 4 metros são pequenas, entre 4 e 6 metros é média e acima de 6 metros a copa
é grande (MASCARÓ, 2004). Segundo Nowak (1993), árvores de copa grande têm
capacidade maior de captura do carbono se comparada com as que apresentam um diâmetro
menor.
e) Índice de área foliar (IAF): é a relação entre a área foliar verde das plantas em
determinada área do solo. Num determinado IAF, que esteja recebendo luz e realizando
fotossíntese e outra grande área foliar sendo auto-sombreada, estas irão baixar
significativamente a capacidade fotossintética (FLOSS,2006).
f) Persistência foliar: Quanto à persistência, as plantas estão classificadas em caducifólias,
espécies que perdem suas folhas em determinadas épocas do ano geralmente nos meses mais
frios, quando a circulação da seiva torna-se mais lenta, próprias para regiões de clima frio,
pois no inverno permitem a passagem dos raios do sol; as perenifólias são árvores que
permanecem com suas folhas o ano todo, a troca ocorre de forma gradual sem que se perceba,
própria para locais de clima quente, uma vez que ajudam a amenizar as altas temperaturas,
permitindo mais sombreamento.
g) Captura de carbono: Durante o crescimento da planta, para obter energia, ela absorve o
gás carbônico (CO
2
) da atmosfera e libera o oxigênio (O) através do processo da fotossíntese,
o carbono(C) fixa-se nos troncos, galhos, folhas e raízes, permanecendo ali armazenado. O
carbono será liberado à atmosfera, caso a árvore seja queimada ou decomposta por morte
natural.
h) Aspecto paisagístico urbano: É a introdução da vegetação à paisagem urbana que
permitirá formar um cenário aconchegante às pessoas que vivem nas cidades, onde o verde
das plantas é cada vez menos visível. As espécies utilizadas devem manter um equilíbrio com
o ambiente, criando espaços organizados para os tipos de edificações, as vias de passeio de
pedestres e fluxo de pessoas e automóveis, através de locais bem organizados.
94
i) Dimensões das ruas e passeios: Ao introduzir espécies arbóreas no passeio público, tem
que se observar as dimensões para que seja utilizada a espécie apropriada ao local, para que
mais tarde não acabe causando qualquer tipo de interferência. Em ruas estreitas com passeios
largos, o ideal é utilizar espécies de pequeno porte, quando tem rede elétrica média e pequena
na calçada oposta, sem fiação aérea. Em passeios largos e ruas largas podem ser espécies de
grande e médio porte, sem rede elétrica e pequeno porte se tiver fiação. Em ruas largas e
passeio estreito, pode ser alargado um lado do passeio de preferência aquele que não tem
fiação elétrica para o plantio da vegetação (MASCARÓ, 2004).
j) Altura das construções: Quando a edificação é baixa, deve-se optar por espécies
menores para que não cause obstrução de calhas e para não ocorrer invasão de galhos nas
residências, já em locais onde existem edificações mais elevadas, pode-se utilizar espécies
maiores de médio e grande porte.
k) Presença de redes aérea e subterrâneas: As redes de infra-estrutura também devem ser
cuidadas quando espécies arbóreas são introduzidas no passeio público, pois poderá causar
interferências graves a estas redes. Onde existe fiação elétrica, o ideal é usar espécies de
pequeno porte, no caso de redes subterrâneas, deve-se observar o tipo de raiz, se for muito
superficial, pode causar rompimento da pavimentação e, se for muito profunda, pode romper
canalizações ou entupi-las.
l) Condições do clima e solo: Existem plantas que são propícias para clima frio ou quente e
algumas resistem a variações de temperatura; dessa forma, é importante utilizar as nativas da
região, pois apresentam resistência ao clima local. O solo tem que ser sempre de boa
qualidade para que as árvores possam se desenvolver sem intervenções que possam vir a
inibir o seu crescimento.
Na tabela de catalogação (anexo C) estão relacionadas algumas espécies de árvores
nativas do Rio Grande do Sul, indicando o nome científico, a família, o nome vulgar, o
tamanho, o tempo de permanência das folhas (decídua e perenifólia) e locais onde podem ser
utilizadas no planejamento da arborização urbana.
Outros fatores que devem ser levados em consideração, quando é realizado o plantio
de árvores em determinados locais na cidade, é observar algumas medidas, como a distância,
altura e recuo para que não ocorram conflitos.
95
Tabela 18: Medidas que devem ser observadas para a implantação da arborização urbana
Características do local Medidas
Recuo mínimo da rua em relação ao meio-fio O, 50m
Distância mínima entre árvore e estradas de garagem 1,00m
Vão livre entre a copa das árvores e a rede de baixa tensão 1,00m
Vão livre entre a copa das árvores e a rede de alta tensão 2,00m
Altura máxima das árvores de pequeno porte 4,00m
Altura máxima das árvores de médio porte 6,00m
Distância mínima entre árvores de pequeno porte e placas de sinalização 5,00m
Distância mínima de árvores de médio porte e placas de sinalização 7,00m
Distância mínima das esquinas 7,00m
Fonte: http://www.ambientebrasil.com.br. Acesso em 20 nov. 2008.
4.8 Proposta de arborização para aplicar no trecho A e trecho B
Com base nos dados e diagnósticos obtidos das espécies arbóreas presentes nos dois
trechos de estudo e a opinião dos usuários sobre a arborização urbana, foi escolhido uma
quadra do trecho A e uma quadra do trecho B para propor uma arborização mais planejada
que melhore o conforto da população e capture uma quantidade maior de carbono da
atmosfera. Observando alguns critérios que devem ser observados no momento em que serão
introduzidas novas espécies arbóreas no passeio público presente nos dois trechos da cidade:
Caracterizar o bairro se é de alta ou baixa densidade de ocupação do solo urbano,
tipo de edificação e fluxo de pessoas e automóveis;
Permitir a participação dos usuários na elaboração do projeto de arborização;
Deixar as espécies que já estão no local e que não apresentam injúrias;
Manejar as espécies que estão causando interferências na rede de infraestrutura;
Introduzir novas espécies;
Dar preferência às espécies nativas previamente selecionadas;
Observar se a espécies é decídua ou perene, utilizando aquela que se adapte melhor
ao clima local, proporcionando espaços sombreados e espaços com passagem de
luz no inverno;
Em área comercial, observar o fuste da árvore para permitir a visibilidade das
vitrines das lojas;
Cuidar para que a espécie escolhida não interfira na rede de infraestrutura, seja ela
aérea ou subterrânea;
Levar em conta o aspecto paisagístico do bairro;
96
Padronizar a pavimentação do passeio público, observando as normas para áreas
residenciais e comerciais.
a) Proposta para o trecho A Avenida Flores da Cunha, com alta densidade de ocupação
do solo, caixa de rua larga, grande fluxo de pessoas e automóveis e zona comercial e
residencial.
Para essa proposta, no trecho A, foi usado apenas uma quadra da Avenida Flores da
Cunha, onde será apresentada a arborização atual, com a simulação do cálculo de absorção do
carbono.
Figura 47: Legenda com identificação da copada das árvores
Figura 48: Situação atual da arborização urbana em um trecho da Avenida Flores da Cunha.
97
Para a simulação do cálculo de captura de carbono foi padronizada a idade das árvores
(20 anos) para preenchimento da planilha elaborada por Nowak (quadro 2, tabela 1).
Tabela 19:
Cálculo de captura de carbono da situação existente no trecho A.
A
Característica da espécie
Nome
Tipo de
árvore (F ou
C)
Taxa
crescimento
(L, M ou R)
B
Idade da árvore
C
nº de árvores plantadas
D
Fator de sobrevivência
(tabela 3)
E
Nº de árvores que
sobreviveram
(CxD)
F
Taxa anual do seqüestro
(tabela 3)
G
Seqüestro do carbono
(ExF)
Sibipiruna F M 20 2 0.462 0.924 23.2 21.4368
Ficus F L 20 2 0.448 0.896 10.8 9.6768
Aroeira Vermelha F M 20 2 0.462 0.924 23.2 21.4368
Chiflera F M 20 2 0.462 0.924 23.2 21.4368
Total de seqüestro de carbono
73.9872
Total de Kg equivalente ao seqüestro de CO
2
x 3.67 271.533024
Captura de carbono equivalente em toneladas /1000 0.271533024
Para o mesmo local da avenida, uma nova proposta de arborização, utilizando melhor
os espaços que podem ser arborizados, proporcionando mais conforto aos pedestres.
Figura 49: Legenda com as espécies arbóreas da Avenida Flores da Cunha
98
Figura 50: Distribuição de novas espécies arbóreas neste espaço do trecho A.
A Tabela 20 apresenta as anotação das características apresentadas pelas novas das
espécies introduzidas nesse trecho de estudo.
Tabela 20. Cálculo simulando a captura do carbono na situação proposta para o trecho A.
A
Característica da espécie
Nome
Tipo de
árvore (F ou
C)
Taxa
crescimento
(L, M ou R)
B
Idade da árvore
C
nº de árvores plantadas
D
Fator de sobrevivência
(tabela 3)
E
Nº de árvores que
sobreviveram
(CxD)
F
Taxa anual do seqüestro
(tabela 3)
G
Seqüestro do carbono
(ExF)
Chuva-de-ouro F R 20 4 0.474 1.896 41.0 77.736
Ipê amarelo F R 20 6 0.474 2.844 41.0 116.604
Manacá-da-serra F M 20 8 0.462 3.696 23.2 85.7472
Ficus F L 20 2 0.448 0.896 10.8 9.6768
Chiflera F M 20 2 0.462 0.924 23.2 21.4368
Sibipiruna F M 20 2 0.462 0.924 23.2 21.4368
Canela F R 20 8 0.474 3.792 41.0 155.472
Total de seqüestro de carbono
488.1193
Total de Kg equivalente ao se
qüestro de CO
2
x 3.67 191.397831
Seqüestro de carbono equivalente em toneladas /1000
1.91397831
A absorção de carbono aumentou consideravelmente passando de 0, 2 toneladas para
aproximadamente 1,8 toneladas, isso demonstra que a Avenida Flores da Cunha pode ser
melhor arborizada, principalmente no passeio público, sem causar interferência na circulação
dos pedestres, pois apresenta uma largura adequada, as espécies utilizadas devem ter um fuste
maior para permitir a visibilidade das vitrines das lojas, copa grande para um melhor
sombreamento do passeio, proporcionando mais conforto aos usuários em dias quentes no
verão, uma vez que hoje os pedestres circulam em apenas um dos lados do passeio,
procurando protegerem-se do calor do sol.
O comércio no lado esquerdo da Avenida sentido Leste/Oeste que fica exposta ao sol,
é prejudicado, pois os pedestres circulam no lado direito, pois tem sombra o que acaba
99
favorecendo os comerciantes dessa via, os proprietários dos imóveis também têm o valor de
seus imóveis reduzidos em 10 a 15 %.
Figura: 51 - Passeio público na Avenida Flores da Cunha às 16 horas, lado esquerdo com sol sem pedestres e o
lado direito com vários pedestres devido à presença da sombra projetada pela edificação.
b) Proposta para o trecho B No Bairro Loeff, tem baixa densidade de ocupação do solo,
caixa de rua estreita, exclusivamente residencial com pouco fluxo de pessoas e automóveis.
Para o estudo de caso, neste Bairro, foi usada uma quadra da Rua Marechal Deodoro; o
quadro 10 apresenta a atual situação da arborização e a pavimentação do passeio público que
se apresenta de várias formas.
Figura 52: Espécies arbóreas presentes na quadra em estudo na Rua Marechal Deodoro
100
Figura 53: Espécies arbóreas presentes em um trecho da Rua Marechal Deodoro, no Bairro Loeff
Na simulação da captura de carbono foi padronizada a idade das árvores deste trecho
(10 anos) para o preenchimento da tabela.
Tabela 21. Planilha com os dados das árvores e a captura de carbono na Rua Marechal Deodoro
A
Característica da espécie
Nome
Tipo de
árvore (F ou
C)
Taxa
crescimento
(L, M ou R)
B
Idade da árvore
C
nº de árvores plantadas
D
Fator de sobrevivência
(tabela 3)
E
Nº de árvores que
sobreviveram
(CxD)
F
Taxa anual do seqüestro
(tabela 3)
G
Seqüestro do carbono
(ExF)
Jerivá F M 10 10 0.576 5.76 11.2 64.512
Canela F M 10 6 0.576 3.456 11.2 38.7072
Tota
l de seqüestro de carbono 103.2192
Total de Kg equivalente ao seqüestro de CO
2
x 3.67 378.14464
Seqüestro de carbono equivalente em toneladas /1000 0,3788144464
]Para o mesmo local na Rua Marechal Deodoro, a nova proposta de arborização, com
outras espécies deixando o local mais arborizado, também foi padronizada a pavimentação do
passeio público, seguindo as normas propostas pela prefeitura municipal.
Figura 54: Relação das espécies presentes na quadra em estudo da Avenida Flores da Cunha.
101
Figura 55. Disposição da nova proposta de arborização para o trecho da Rua Marechal Deodoro no Bairro
Loeff.
Planilha com os dados das espécies arbórea propostas para a quadra do trecho B e a
simulação da captura de carbono.
Tabela 22 . Planilha com o preenchimento dos dados das árvores e a captura do carbono para a nova proposta de
arborização no trecho B
A
Característica da espécie
Nome
Tipo de
árvore (F ou
C)
Taxa
crescimento
(L, M ou R)
B
Idade da árvore
C
nº de árvores plantadas
D
Fator de sobrevivência
(tabela 3)
E
Nº de árvores que
sobreviveram
(CxD)
F
Taxa anual do seqüestro
(tabela 3)
G
Seqüestro do carbono
(ExF)
Ipê-amarelo F R 10 8 0.589 4.712 19.3 90.9416
Ipê-roxo F M 10 3 0.576 1.728 11.2 19.3536
Canela F R 10 6 0.589 3.534 19.3 68.2062
Aroeia-periquita F R 10 5 0.589 2.945 19.3 56.8385
Jerivá F M 10 10 0.576 5.76 11.2 64.512
Manacá-da-serra F M 10 4 0.576 2.304 11.2 25.8048
Total de seqüestro de carbono
325.6567
Total de Kg equivalente ao seqüestro de CO
2
x 3.67 1195.160089
Seqüestro de carbono equivalente em toneladas /1000 1.195160089
Com o aumento no número de espécies arbóreas que, inicialmente eram de dezesseis,
na nova proposta passa para trinta e uma, aproveitando melhor os espaços que não estavam
arborizados, a absorção de carbono também teve um aumento significativo de 0, 3 toneladas
ano passando para 1,1 toneladas ano. Esse resultado demonstra que ainda muito para ser
feito na arborização urbana de Carazinho, que apresenta vários espaços, sem arborização e
aumentando o número de espécies arbóreas, também obteremos maior captura do CO
2
que
tem se acumulado ao longo dos anos na atmosfera fazendo parte do conjunto de gases que
102
formam o efeito estufa. A arborização desempenha cada vez mais seu papel de forma a
promover a ambiência urbana e a qualidade de vida da população.
4.9 Proposta de arborização em passeio público estreito
Em vários locais na cidade de Carazinho, principalmente nas ruas transversais da Avenida
Flores da Cunha, o passeio público é muito estreito com aproximadamente 1,5 metro de
largura, não havendo a possibilidade de implantação da arborização, para não dificultar a
passagem dos pedestres. Existem duas propostas para introduzir a arborização em via de
pedestre estreita:
a) Diminuir a largura da caixa de rua e aumentar um lado do passeio público para o plantio
de árvores, utilizando neste mesmo lado estacionamento dos automóveis para fornecer sombra
; esta proposta não prejudicaria o fluxo dos veículos, apenas reduziria os espaços para
estacionamento que podem ser solucionados com a criação de estacionamentos públicos ou
privados.
Figura 56. Modelo proposto para ruas com passeio público estreito.
b) Aumentar o passeio público em determinados espaços para o plantio de árvores,
intercalado com espaços para estacionamento.
103
Figura 57
. Ampliação do passeio público para o plantio de árvores.
O controle da vegetação pode ser aplicado nos demais Bairros da cidade, seguindo os
mesmos critérios apresentados nos dois trechos, porém destaca-se a importância de uma
avaliação e análise inicial para a elaboração do diagnóstico e assim elaborar as ações.
Estas propostas podem servir de base para outros projetos que visam à melhoria da
arborização urbana bem como promover um estudo mais completo sobre a eficiência desta
arborização para captura do carbono atmosférico, uma vez que existem poucas informações e
aplicações no Brasil.
4.10 Recomendações para implantação da arborização urbana e a captura do carbono
Plantar árvores em ambientes urbanos além de ser um importante sequestrador de
carbono, aumenta a cobertura do dossel, esfria as ilhas de calor urbano e ajuda a economizar
energia utilizada para resfriamento da edificação no verão. Para a implantação de um projeto
de arborização que vise melhorar os ambientes urbanos e faça uma captura eficiente de
carbono é fator fundamental estabelecer parcerias com empresas, políticos, prestadores de
serviços, escolas e voluntários para que juntos possam garantir o sucesso do projeto. É
importante traçar um roteiro que deixe claras as estratégias que serão usadas.
Alguns critérios devem ser estabelecidos para propor um programa de arborização
urbana, destaco aqui as orientações escritas por McPherson e Simpson (1999) e a forma de
quantificar a captura de carbono por Nowak (1998), pois ambos possuem vários trabalhos
científicos publicados em livros e artigos, com pesquisas e relatos sobre a importância da
arborização em áreas urbanas, que podem servir como guia em ações implantadas no
ambiente citadino. Relação de etapas que devem ser seguidas no planejamento da arborização
urbana:
104
Determinar uma quantidade de árvores para ser introduzida na arborização urbana
anualmente, propondo metas;
Selecionar espécies de árvores nativas que existem na arborização urbana, pois são
espécies que se adaptam bem ao clima local, solo e outras condições, tendo mais
chances de sobreviver;
Evitar ao máximo os conflitos com a rede de infraestrutura aérea e subterrânea;
Utilizar espécies que não seja necessária a realização de podas;
Manter os usuários informados sobre a importância e o sucesso do projeto, para que
haja mais participação e comprometimento na inserção e a conservação da
arborização;
Quantificar a captura do carbono através do preenchimento de planilhas que são
encontradas em programas de software, os quais armazenam dados das árvores e
podem fornecer a taxa de captura;
Optar por espécies de crescimento rápido, pois capturam melhor o CO
2
transformando
em biomassa;
Usar espécies nativas variadas para promover uma cobertura continua do dossel bem
como favorecer a fauna silvestre;
Escolher espécies caducifólias e perenifólias procurando adaptar de acordo com o
clima característico da região.
De acordo com as metas propostas e os recursos disponíveis, identificar os locais que
serão arborizados para determinar o número e o tipo de árvores que serão plantadas. O projeto
deve ser implantado gradualmente, de preferência onde a arborização necessita manejo, por
estar causando interferências na rede de infraestrutura, estar com problemas fitossanitários,
causar alergias ou apenas porque existem espaços que podem ser preenchidos com o plantio
de novas árvores.
A realização do inventário para analisar a arborização existente é importante, para
obter um diagnóstico da atual situação da vegetação. Usando com base o diagnóstico,
estabelecer quantas e quais espécies serão utilizadas, anotando os dados na planilha conforme
modelo do quadro 2, para o cálculo da captura do carbono e também para monitorar o
desenvolvimento das espécies. Este referencial é apenas uma ferramenta padronizada que
pode ser aplicado a uma grande variedade de locais para a elaboração de um relatório sobre a
captura do carbono em áreas urbanas.
105
5 CONCLUSÃO
Os espaços urbanos modernos têm menos vegetação que seu entorno. Essa diferença
afeta o clima, consumo de energia e habitabilidade das cidades. A redução da vegetação
urbana contribui para o aquecimento do ar nas áreas urbanas, levando a formação da ilha de
calor no verão. O tema central deste trabalho foi o uso da arborização urbana como estratégia
de controle da ambiência nos recintos urbanos do subtrópico úmido e critérios de seleção de
espécies arbóreas nativas que contribuam com a captura do carbono atmosférico.
Os estudos foram realizados para a cidade de Carazinho, RS, Brasil, através de
medições ambientais sazonais e aplicação de questionários à população para conhecer seu
grau de satisfação em relação à arborização pública.
A cidade de Carazinho assim como a maioria das cidades brasileiras, cresceu em
população e tamanho nas últimas cadas, passando de 13.008 habitantes rurais e 42.552
urbanos em 1970, para 3.610 e 59.857 respectivamente em 2000 segundo censo do IBGE. Da
mesma forma que nas demais cidades do país, o crescimento se deu sem planejamento, de
forma improvisada e caótica, afetando a qualidade de vida da população em consequência da
extensão do perímetro urbano, do adensamento da edificação, da falta da infraestrutura
imprescindível para a realização das atividades citadas.
A mudança ambiental tem como foco principal as atividades antrópicas que estão
ligadas a urbanização, que causaram os mais variados tipos de poluição bem como a redução
das áreas verdes urbanas, reforçando a idéia de que o problema não é apenas local, mas sim
global. Os fenômenos que estão ocorrendo na natureza demonstram a necessidade de ações
que visam mudanças de atitudes das populações.
A vegetação urbana de Carazinho, também apresenta impactos que surgiram com o
desenvolvimento não planejado da cidade. As observações realizadas in loco mostraram que a
arborização existente nos logradouros analisados é, no geral, precária, mal conservada,
106
algumas espécies são de grande porte, provocando conflitos com a rede elétrica. Foi
verificado que em determinados pontos das vias analisadas não tem nenhum tipo de
vegetação, fato grave numa cidade subtropical úmida com estação quente marcante que
precisa da sombra das árvores para amenizar o intenso calor no verão.
As medições de temperatura e umidade relativa do ar realizada confirmaram o que
existe de referência bibliográfica sobre o tema, o qual relata sobre os benefícios da
arborização urbana no controle da radiação solar, associado ao aumento da umidade relativa
do ar, fazendo com que a variação da temperatura seja menor, reduzindo a amplitude térmica
sob a vegetação, sendo maior durante o verão, pois a densidade foliar e a evapotranspiração
das plantas são mais intensas. A amplitude térmica sob grupamentos é sempre menor que sob
as árvores isoladas.
Os usuários dos recintos urbanos analisados (de acordo com os resultados dos
questionários aplicados), não estão satisfeitos com a situação descrita do estado da
arborização pública, não do seu bairro, mas também da cidade como um todo. Apontam a
necessidade de promover melhoria da situação atual sem, como é gico, esboçar medidas
concretas. Alguns entrevistados mostraram pouco interesse pela vegetação urbana, lembrando
os problemas que acarreta quando é mal implantada ou descuidada. Comprova-se, novamente,
a validade da opinião de especialistas que recomendam a participação da população tanto na
elaboração como na aplicação do planejamento da arborização urbana, instrumento técnico
legal imprescindível para o sucesso da rede verde. Carazinho está iniciando algumas ações
para reverter os problemas gerados por anos de arborização sem planejamento. O uso de
espécies nativas é outro aspecto fundamental para que a arborização urbana seja adequada.
É necessário que a arborização urbana seja planejada por técnicos habilitados, que
utilizam seus conhecimentos e as informações coletadas dos usuários, para estimular o
comprometimento das pessoas com as mudanças adotadas, para assim contribuir com o
desenvolvimento e preservação da vegetação.
Carazinho necessita proteger os recintos urbanos da radiação solar através do uso da
vegetação como forma de melhorar a qualidade de vida da população e promover a
sustentabilidade nas áreas urbanas. Diante de todos os dados obtidos e diagnosticados, fica
perfeitamente visível a importância da arborização urbana para minimizar os impactos
gerados.
Sobre a captura do carbono, podemos concluir que quanto mais utilizarmos os espaços
dos recintos urbanos com a arborização, maior será a absorção desse gás da atmosfera, uma
vez que as árvores estão diretamente envolvidas com a realização desse fenômeno. Os
107
investimentos em florestas urbanas proporcionam os mesmos benefícios que os projetos
desenvolvidos em áreas de reflorestamento, com a vantagem de, poderem ter um melhor
acompanhamento no seu desenvolvimento e reposição das árvores que não sobrevivem.
Novos trabalhos de pesquisa podem ser desenvolvidos a partir dos dados coletados nessa
pesquisa, buscando parcerias junto ao poder público e/ou privado para implantação de
projetos de arborização urbana e captura do carbono bem como desenvolver programas de
educação ambiental, que destaquem a importância das árvores para melhoria da ambiência
urbana, fomentando o compromisso da comunidade com a arborização.
108
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116
ANEXO A
Questionário aplicado para avaliação da opinião do cidadão sobre a arborização urbana de
Carazinho no geral e no trecho de estudo A e B
Trecho A ( ) Bairro Centro Trecho B ( ) Bairro Loeff
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Idade: ( ) < 20 anos ( ) 20 a 40 anos ( )> 40 anos
Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental
( ) Ensino Médio
( ) Ensino Superior
1. Como você classificaria a arborização urbana de Carazinho:
( ) Ótima ( ) Boa ( )Razoável ( ) Precária ( ) Péssima
2. Qual seu grau de satisfação em relação aos ambientes arborizados em Carazinho:
( ) muito satisfeito ( ) satisfeito ( ) pouco satisfeito ( ) insatisfeito
3. Quanto a arborização do seu bairro, como você avalia:
( ) Ótima ( ) Boa ( ) Razoável ( ) Precária ( ) Péssima
4. As árvores ajudam diminuir o aquecimento global, realizando a captura do carbono da
atmosfera, isto ocorre:
( ) sempre ( ) as vezes ( ) nunca ( ) desconhece o assunto
5. Ao observar a arborização de Carazinho qual sua opinião, quanto ao planejamento:
( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Precário ( ) Não tem planejamento
6. Quais as vantagens da arborização urbana, assinale três alternativas abaixo:
( ) sombra
( ) redução o vento
( ) redução da poluição sonora
( ) funciona como anti-stresse
( ) aumenta a umidade atmosférica
( ) diminui o calor
7.Quais as desvantagens da arborização urbana, assinale três alternativas abaixo:
( ) sujeira nas ruas e calçadas
( ) sujeira provocada por pássaros
( ) redução da iluminação pública
( ) problemas com a rede elétrica
( ) atrapalha os pedestres
( ) causa acidentes em dia de temporal
Opinião do Entrevistado
Perfil do Entrevistado
117
8. Na sua opinião quem é responsável pelo plantio de árvores nas ruas e praças da cidade de
Carazinho:
( ) os moradores
( ) a prefeitura
( ) as escolas
( ) prefeitura e moradores
( ) não sabe
9.Você sabe identificar o nome comum das árvores de ruas e praças:
( ) todas
( ) algumas
( ) poucas
( ) nenhuma
118
ANEXO B
Catalogação das principais espécies arbóreas presentes na região sul do Rio Grande do Sul.
Nome Científico Família Nome Popular Tamanho Persistência
foliar
Utilidade
Luehea divaricata Tiliaceae Açoita-cavalo 20 e 30m decídua Paisagismo
Chrysophyllum
gonocarpum
Sapotaceae Aguaí-da-Serra 10 a 15m semidecídua Arborização urbana
em ruas estreitas
Holocalyx balansae Caesalpinaceae Alecrim 10m semidecídua Arborização urbana,
fornece boa sombra
Parapiptadenia rigida Mimosoideae Angico 20-30m decídua Paisagismo,reflorest
amento
Rollinia sericea Annonaceae Araticum 6- 8m perenifólia Áreas degradadas -
Schinus molle Anacardiaceae Aroeira
Piriquita
6 - 10m perenifólia Arborização urbana
Litheaea molleoides Anacardiaceae Aroeira-branca 6-12m perenifólia Usada em parques e
jardins, pode causar
alergia
Schinus terebinthifolius Anacardiaceae Aroeira-
vermelha
5-10m perenifólia Arborização de ruas
estreitas,pode causar
alergia
Rheedia gardneriana Guttiferae Bacopari 5-7m perenifóloia Arborização urbana
Mimosa scabrella Mimosaceae Bracatinga 5 a 12m semidecídua Arborização de ruas
estreitas
Butia eriospatha Arecáceas Butiá 4-6m perenifólia Arborização de ruas
e praças
Gochnatia polymorpha Asteraceae Cambará 6-8m decídua Paisagismo em geral
Cupania vernalis Sapindaceae Camboatá-
vermelho
10-22m semidecídua Arborização de ruas
Myrcia selloi Myrtaceae Cambuí 4 - 5m perenifólia Arborização de ruas
estreitas e sob rede
elétrica
Peltophorum dubium Caesalpiniaceae Canafístula 15 - 25m deciduais Paisagismo em geral
Nectandra lanceolata Lauraceae Canela-amarela 15-25m semidecidua Arborização de áreas
abertas
Heliatta longifoliata Rutaceae Canela-de-
Veado
10- 20m perenifólia Arborização em
geral
Nectandra rigida Lauraceae Canela-
ferrugem
15-20 perenifólia Arborização em
geral, ornamental
Ocotea catharinensis Lauraceae Canela 20-25m Perenifólia Construção civil,
móveis
Nectandra
magapotamica
Lauraceae Canela-Preta 15-20m perenifólia Arborização de ruas
Ocotea odorifera Lauraceae Canela-
sassafrás
15-25m perenifólia Paisagismo,
arborização urbana
Rapanea umbellata Mirsinaceae Capororoca 10 - 12m perenifólia Arborização urbana
Jacarandá micrantha Bignoniaceae Caroba 8-12m decídua Arborização em
geral
Jacarandá puberula Bignoniaceae Carobinha 4-7m decídua Arborização de ruas
estreitas e sob rede
elétrica
Sapium
haematospermum
Rutaceae Carrapateira 4-5m perenifólia Arborização de ruas
estreitas sob fiação
elétrica
Roupala brasiliensis Protaceae Carvalho 15-25m decídua Paisagismo em geral
119
Nome Científico Família Nome Vulgar Tamanho Persistência
foliar
Utilidade
Drimys winteri Winteraceae Casca-de-Anta 3-4m decídua Paisagismo em geral
Cedrela brasiliensis Meliaceae Cedro 25-35m decíduas Paisagismo de
parques
Eugenia involucrata Myrtaceae Cerejeira 10 - 15m decídua Arborização de ruas
estreitas e sob redes
elétricas
Allophylus edulis Sapindaceae Chal-Chal 5 -7m Perenifólia Arborização de ruas
e praças
Cassia ferruginea Caesalpinoideae Chuva-de-ouro 8-15m decídua Paisagismo
Parkinsonia aculeata Caesalpiniaceae Cina-cina 5-10m perenifólia Arborização de ruas
Erythroxylum deciduum Erythroxylaceae Cocão 4 a 8m decídua Arborização de ruas
estreitas e sob redes
elétricas
Ilex dumosa Aquifoliaceae Congonha-
miuda
4-9m perenifólia Arborização urbana
Erythrina crista-galli Fabaceae Corticeira-do-
Banhado
6-10m decídua Usada em parques e
jardins
Lafoensia parari Lythraceae Dedaleiro 15-20m perenifólia Arborização urbana
Ilex paraguariensis Aquifoliaceae Erva-mate 4- 8m perenifólia Paisagismo
Cássia leptophylla Caesalpinoideae Falso-
barbatimão
8- 10m perenifólia Arborização de ruas
Coussapoa microcarpa Cecropiaceae Fiqueira 8-15m perenifólia Arborização de
parques e jardins
Oreopanax fulvum Araliaceae Fiqueira-do-
mato
6-12m semidecídua Arborização urbana
Cinnamomum glaziovii Lauraceae Garuva 20-30m semidecídua Arborização rural
Feijoa sellowiana Myrtaceae Goiaba Serrana 2 - 4m semidecídua Paisagismo em geral
Trema micrantha Ulmaceae Grandiúva 5-12m perenifólia Reflorestamento
Myrcianthes pungens Myrtaceae Guabiju 12-15m perenifólia Arborização urbana
e rural
Campomanesia
xanthocarpa
Myrtaceae Guabirobeira 15-25m perenifólia Paisagismo em
logradouros,
pomares domésticos
Patagonula americana Boraginaceae Guajuvira 10-25 semidecidua Paisagismo em geral
Blepharocalyx
salicifolius
Myrtaceae Murta 15-20m perenifólia Reflorestamento ao
longo das margens
de rios
Myrceugenia euosma Myrtaceae Cambuizinho 4 e 6m Semidecídua Arborização e
reflorestamento
Schizolobium parahyba Caesalpinoideae Guapuruvu 20-30m decídua Reflorestamento de
áreas degradadas
Casearia decandra Flacourtiaceae Guaçatunga 4-6m perenifólia Arborização urbana
Ocotea porosa lauraceae Imbuia 15-20m semidecidua Paisagismo em geral
Ingá sessilis Mimosoideae Ingá 12-20m semidecídua Reflorestamento
Inga marginata Mimosaceae Ingá-Feijão 5 - 15m Semidecídua Arborização urbana
Inga uruguensis Mimosoideae Ingá 5-10m semidecídua Paisagismo
Tabebuia umbellata Bignoniaceae Ipê-da-varzea 10- 15m decídua Paisagismo,
arborização de ruas
Tabebuia avellanedae Bignoneaceae Ipê-Roxo 25- 30m decidua Paisagismo, praças
Myrciaria cauliflora Myrtaceae Jaboticabeira 10 - 15m perenifólia Pomar doméstico,
paisagismo
Jacaranda micrantha Bignoniaceae Jacarandá 5-10m decídua Arborização de ruas
desprovidas de rede
elétrica
120
Nome Científico Família Nome Vulgar Tamanho Persistência
foliar
Utilidade
Syagrus romanzoffiana Arecaceae Jerivá 10-20m perenifólia Arborização de ruas
avenidas
Cordia macrocarpa Boraginaceae Louro-branco 10-20m caducifólia Arborização
paisagistica
Zanthoxylum rhoifolium Rutaceae Mamica-de-
cadela
6-12m semidecídua Arborização
urbana
Senna macranthera Caesalpiniaceae Manduirana 6-8m semidecídua Arborização de
ruas estreitas e sob
redes elétricas
Guapira opposita Nyctaginaceae Maria-mole 6-20m perenifólia Reflorestamento
Dalbergia brasiliensis Papilionoideae Marmeleiro 4 -16m perenifólia Arborização de ruas
e avenidas
Chorisia speciosa Bombacaceae Paineira 12 - 15m deciduas Arborização de ruas
e praças
Bauhinia candicans Caesalpiniceae Pata-de-Vaca 5 - 9m Decídua Arborização de ruas
estreitas e sob redes
elétricas
Caesalpinia ferrea Caesalpinoideae Pau-ferro 20 - 30m semidecídua Reflorestamentos
mistos
Aspidosperma australe Apocinaceae Peroba 8 - 20m decídua Arborização
paisagística
Capsicodendron dinisii Canellaceae Pimenteira 10 - 20m perenifólia Arborização urbana
Podocarpus lambertii Podocarpaceae Pinheiro-bravo 6- 15m perenifólia Paisagismo
Araucaria angustifolia Araucariaceae Pinheiro-do
Parana
20-50m perenifólia Alimentação
Eugenia uniflora Myrtaceae Pitangueira 6 - 10m semidecídua Paisagismo em
geral
Brunfelsia uniflora Solanaceae Primavera 1-2m perenifólia Arborização em
geral
Bougainvillea glabra Nyctaginaceae Três-Maria 10-20m perenifólia Arborização de
parques e jardins
Tibouchina sellowiana Melastomataceae Quaresmeira 4-5m perenifólia Arborização em
geral
Lonchocarpus
campestris
Papilionoideae Rabo-de-
macaco
5 - 12m decídua Arborização urbana
Campomanesia
guazumaefolia
Myrtaceae Sete-capotes 6-10m decídua Pomares domésticos
Caesalpinia
peltophoroides
Leguminosae Sibipurana 8-16m semidecídua Arborização de ruas
Pera glabrata Euphorbiaceae Tabocuva 8-10 m perenifólia Arborização de ruas
Phitolacca dióica Phitolaccaceae Umbu 20m decíduas Arborização de
praças
Eugenia pyriformis Myrtaceae Uvaia 5-15m perenifólia Arborização de ruas
estreitas
Allophylus guaraniticus Sapindaceae Vacum 5-10m perenifólia Arborização de ruas
Fonte: Lorenzi (1998) e Longui (1995)
121
ANEXO C
As fichas com as características das espécies arbóreas nativas, selecionadas do anexo C,
foram elaboradas para serem usadas na arborização urbana da cidade de Carazinho.
Nome comum: Aroeira-periquita
Nome cientifico:
Schinus molle
Família:
Anacardiaceae
Porte: Pequeno
Persistência foliar: Perene
Coloração da folha: Verde-clara
Tipo de raiz: Mista
Informações complementares
Tronco com 25-35cm de diâmetro
Folhas compostas com 4-12 jugos
Florescem durante os meses de agosto a
novembro
Frutos com maturação em dezembro e janeiro
Sementes podem ser armazenadas por um ano
Resistente a geada e a seca
Copa larga
Tempo de crescimento: Rápido
Uso: Árvore muito ornamental, amplamente empregada na arborização de ruas e no
paisagismo em geral.
Nomes populares: aroeira-salsa, aroeira, aroeira-mole, pimenteiro, terebinto.
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2a 3b 4a 5b 6c 7b 8a 9b 10c
11c
12a
A
122
Nome comum: Cambará
Nome cientifico: Gochnatia polymorpha
Família: Asteraceae
Porte: Médio
Persistência foliar: Decídua
Coloração da folha: Verde-clara
Tipo de raiz: Mista
Foto: LORENZI,1998
Informações complementares
Tronco tortuoso de 40-50 cm de diâmetro
Folhas simples
Florescem durante os meses de outubro e dezembro
Frutos com maturação de dezembro a fevereiro
Copa arredondada
Raízes ramificadas
Sementes podem ser armazenadas em torno de três
meses
Tempo de crescimento: Rápido
Foto: LORENZI,1998
Uso: Ornamental podendo ser usada no paisagismo em geral.
Nomes populares: Candeia, cambará-de-folha-grande, cambará-do-mato, cambará-guaçu
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2b 3a 4b 5a 6a 7a 8b 9b 10b
11c 12a
B
123
Nome comum: Jacarandá mimoso
Nome cientifico: Jacaranda mimosaefolia
Família: Bignoniaceae
Porte: Grande
Persistência foliar: Decídua
Coloração da folha: Verde-clara
Tipo de raiz: Mista
Informações complementares
Tronco com 40-60 cm de diâmetro
Folhas grandes opostas imparipinadas
com 4-8 pinas de 20-25cm de comprimento
Florescem durante os meses de outubro a
dezembro
Frutos com maturação em julho a setembro
Sementes devem ser plantadas logo que colhidas
Copa arredondada
Raízes mistas, com raiz principal e
ramificações laterais
Tempo de crescimento: Rápido
Uso: Ornamental principalmente quando possui flor, usada em paisagismo de jardins e na
arborização de ruas sem rede elétrica.
Nomes populares: Carobão, paraparaí, Caroba
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2a 3a 4a 5b 6a 7a 8c 9c 10c
11c
12a
C
124
Nome comum: Chal-chal
Nome cientifico: Allophyllus edulis
Família: Sapindaceae
Porte: Pequena
Persistência foliar: Decídua
Coloração da folha: Verde-escura
Tipo de raiz: Ramificada
Foto: LORENZI,1998
Informações complementares
Tronco com 20-30 cm de diâmetro
Folhas compostas trifolioladas, com folíolos de 8-12 cm de comprimento
Florescem durante os meses de setembro a novembro
Frutos baga com maturação em novembro e dezembro
Sementes podem ser postas ao plantio em menos de seis meses
Raízes ramificadas
Copa arredondada
Tempo de crescimento: Rápido.
Uso: Ornamental, muito usada na arborização
urbana de ruas e praças, os frutos servem de
alimentos para os pássaros.
Nomes populares: Vacum, vacunzeiro,
murta-branca, fruta-de-pombo
Chave de identi
ficação conforme anexo D:
Foto: LORENZI,1998
1b 2b 3a 4a 5a 6a 7c 8b 9b 10b
11c
12a
D
125
Nome comum: Bolão-de-ouro
Nome cientifico:
Senna macranthera
Família: Caesalpinoideae
Porte: Médio
Persistência foliar: Decídua
Coloração da folha: Verde-escura
Tipo de raiz: Pivotante
Informações complementares
Tronco com 20-30 de diâmetro
Folhas compostas com 2 pares de
folíolos opostos
Florescem de dezembro-abril
Frutos com maturação em julho a
agosto
Sementes devem ser postas a germinar
logo após a colheita
Copa larga arredondada
Tempo de crescimento: Rápido
Uso: Ornamental, empregada no paisagismo em geral arborização urbana.
Nomes populares: manduirana, aleluia, fedegoso
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2a 3b 4a 5a 6a 7b 8b 9b 10a
11c
12c
E
126
Nome comum: Jerivá
Nome cientifico: Syagrus romanzoffiana
Família: Arecaceae
Porte: Grande
Persistência foliar: Perene
Coloração da folha: Verde-escura
Tipo de raiz: Mista
Informações complementares
Tronco do tipo estipe
Folhas de 2-3 metros de comprimento
Florescem quase que o ano inteiro, com
mais intensidade de setembro até março
Frutos amadurecem nos meses de
fevereiro-agosto
Sementes devem ser colocadas em
germinação logo após serem colhidas
Tempo de crescimento: Moderado
Copa globular bem distribuída
Uso: Altamente decorativa fácil de ser transplantada usada na arborização de ruas e
avenidas.
Nomes populares: coqueiro-jerivá, coqueiro, baba-de-boi, coco - catarro
Chave de identificação conforme anexo D:
1a 2b 3b 4a 5b 6a 7c 8c 9b 10c
11b
12b
F
127
Nome comum: Manaca-da-serra
Nome cientifico: Tibouchina mutabilis
Família: Melastomataceae
Porte: Pequeno
Persistência foliar: Perene
Coloração da folha: Verde-escura
Tipo de raiz: Pivotantes
Informações complementares
Tronco com 25-30 cm de diâmetro
Foto: LORENZI,1998
Folhas rígidas, de 8-10 cm de comprimento
Florescem durante os meses de novembro
a fevereiro com cor branca e roxa na mesma árvore
Frutos cápsula com maturação em fevereiro-março
Sementes devem ser postas a germinar logo após
a colhida
Copa arredondada
Tronco liso
Raízes pivotantes
Tempo de crescimento: Moderado
Foto: LORENZI,1998
Uso: Árvore muito ornamental devido a beleza das suas flores.
Nomes populares: Flor-de-maio, flor-de-quaresma, pau-de-flor
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2a 3b 4a 5b 6a 7a 8b 9b 10a
11b
12a
G
128
Nome comum: Sibipiruna
Nome cientifico: Caesalpinia peltophoroides
Família: Leguminosae
Porte: Grande (cima de 10m)
Persistência foliar: Decídua
Coloração da folha: Verde-escura
Tipo de raiz: Pivotante
Informações complementares
Tronco com 30-40 cm de diâmetro
Folhas compostas bipinadas de 17-19 pares de pinas
Flores amarelas que florescem a partir de
agosto até novembro
Frutos com maturação final de julho a
meados de setembro
Sementes podem ser armazenadas
por um ano
Tempo de crescimento: Moderado
Uso: Canteiro centrais, parques,não pode ser utilizado onde tem redes aéreas, suas raízes
não danificam o calçamento do passeio público.
Nomes populares: Pau-brasil, sebipira, sepipiruna, coração-de-negro
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2a 3a 4a 5b 6a 7a 8c 9c 10a
11b
12c
H
129
Nome comum: Falso barbatimão
Nome cientifico: Cassia leptophylla
Família: Leguminosae
Porte: Médio
Persistência foliar: Perene
Coloração da folha: Verde-escura
Tipo de raiz: Pivotante
Informações complementares
Tronco com 30-40 cm de diâmetro
Folhas compostas bipinadas de 8-12 pares de folíolos
Florescem nos meses de novembro-janeiro
Frutos madurecem durante os meses de junho-julho
Sementes podem ser armazenadas por dez meses
Copa arredondada
Tempo de crescimento: Moderado
Uso: Paisagismo em geral, arborização de ruas.
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2a 3b 4b 5b 6a 7b 8b 9b 10a
11b
12c
I
130
Nome comum: ipê amarelo
Nome cientifico: Tabebuia alba
Família: Bignoneaceae
Porte: Médio
Persistência foliar: Decídua
Coloração da folha: Verde-clara
Tipo de raiz: Pivotante
Informações complementares
Tronco com 40-60 cm de diâmetro
Folhas compostas 5-7 folios
Florescem durante os meses de julho-setembro
Frutos cápsulas bivalvares com maturação dos
frutos iniciam no mês de outubro até final de
novembro
Sementes não devem permanecer mais que 4 meses
armazenadas
Tronco liso
Raízes profundas
Copa alongada e larga na base
Tempo de crescimento: Rápido
Foto: LORENZI, 1998
Uso: Árvore extremamente ornamental usada no paisagismo em geral.
Nomes populares: ipê-da-serra, ipê-mandioca, ipê-tabaco, ipê-mamona
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2a 3a 4a 5a 6c 7a 8b 9b 10a
11c
12c
J
131
Nome comum: Ipê-roxo
Nome cientifico: Tabebuia avellanedae
Família:Bignoneaceae
Porte: Grande
Persistência foliar: Decídua
Coloração da folha: Verde-escura
Tipo de raiz: Pivotante
Informações complementares
Tronco com 60-80 cm de diâmetro
Folhas compostas palmadas
Florescem nos meses junho e agosto
Frutos cápsula bivalvares, maturação em
agosto-novembro
Sementes devem ser plantadas logos após
serem colhidas
Copa larga
Raízes profundas
Tempo de crescimento: Moderado
Foto: LORENZI,1998
Uso: Ornamental, usada no paisagismo em geral.
Nomes populares: ipê-roxo-da-mata, ipê-preto, ipê-rosa, ipê-comum
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2a 3a 4a 5b 6c 7a 8c 9c 10a
11b
12c
L
132
Nome comum: Pata-de-vaca
Nome cientifico: Bauhinia forficata
Família: Leguminosae
Porte: Pequeno
Persistência foliar: Decídua
Coloração da folha: Verde-clara
Tipo de raiz: Mista
Informações complementares
Tronco tortuoso de 30-40 cm de diâmetro
Folhas glabras, dividida ao meio de 8-12 cm de comprimento
Florescem final do mês de outubro,
prolongando-se até o mês de janeiro na
cor branca
Frutos vagens compridas com maturação
durante os meses de julho e agosto
Sementes devem ser usadas logo após a
colheita
Raízes superficiais
Tronco liso
Copa arredondada
Tempo de crescimento: O desenvolvimento das mudas é rápido em menos de 5
meses.
Uso: Ornamental usada no paisagismo em geral, arborização de ruas estreitas e sob rede
elétrica.
Nomes populares: casco-de-vaca, mororó, pata-de-boi, unha-de-vaca
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2b 3b 4b 5b 6c 7a 8a 9a 10c
11c
12c
M
133
Nome comum: Ingá - feijão
Nome cientifico: Inga marginata
Família:
Mimosoideae
Porte: Médio
Persistência foliar: Perene
Coloração da folha: Verde-escura
Tipo de raiz: Pivotante
Informações complementares
Tronco com 30-40 cm de diâmetro
Folhas compostas paripinadas de 17-19 pares de
pinas
Florescem a partir de agosto até novembro
Frutos vagem com maturação entre dezembro e
fevereiro
Sementes podem ser armazenadas por um ano,
semelhantes a feijão
Raízes profundas e fortes
Copa arredondada
Tempo de crescimento: Rápido
Uso: Recomendada para parques, pois devido ao tipo de copa que se estende lateralmente,
não é muito indicada para passeio público, deve-se cuidar as redes aéreas.
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2a 3b 4a 5b 6a 7a 8b 9b 10a
11b
12a
N
134
Nome comum: Canela
Nome cientifico: Nectandra sp
Família: Lauraceae
Porte: Grande
Persistência foliar: Perene
Coloração da folha: Verde-clara
Tipo de raiz: Pivotante
Informações complementares
Tronco com 20 a 30 cm de diâmetro
Folhas compostas, bipinadas, pequenas, com
3-9 pares de pinas
Florescem em diferentes épocas do ano
depende da espécie
Frutos em diferentes épocas do ano
dependendo a espécie
Sementes podem ser armazenadas por um ano
Tempo de crescimento: Rápido
Uso: Ornamental principalmente pela copa arredondada, usada na arborização de ruas,
seus frutos servem de alimento aos pássaros.
Nomes populares: canela-preta, canelinha, canela-ferrugem, canela-amarela, canela fedida,
canela-sassafrás, canela cheirosa
Chave de identificação conforme anexo D:
1b 2b 3b 4b 5b 6a 7c 8c 9b 10a
11c
12b
O
135
ANEXO D
Chave de identificação ou chave dicotômica que auxilia na descrição das características
morfológicas dos vegetais.
1a Tronco sem ramificação com folhas no ápice
1b Tronco com ramificação, folhas distribuídas nos ramos
2a Folha composta
2b Folhas simples
3a Folhas bipinadas ou tripinadas
3b Folha pinada ou digitada
4a Folha disposta em forma oposta ao longo do ramo
4b Folha disposta de forma alternada ao longo do ramo
5a Folha com margem serreada
5b Folha com margem lisa
6a Copa arredondada
6b Copa alongada
6c Copa larga
6d Copa umbeliforme
6e Copa piramidal
7a Fruto seco deiscente
7b Fruto seco indeiscente
7c Fruto carnoso indeiscente
8a Porte pequeno: 4 a 6m
8b Porte médio: 6 a 10m
8c Porte grande: acima de 10m
9a Diâmetro da copa pequeno menos de 4m
9b Diâmetro da copa médio, 4 a 6m
9c Diâmetro da copa grande acima de 6m
10a
Raiz pivotante
10b
Raiz superficial
10c
Raiz mista
11a
Taxa de crescimento lento
11b
Taxa de crescimento moderado
11c
Taxa de crescimento rápido
12a
Semente-baga
12b
Semente-drupa
12c
Vagem
136
ANEXO E
Desenho representativo de alguns itens da chaves de identificação do anexo E
137
ANEXO F
Planilha para anotação dos dados das espécies arbóreas inventariadas nos trechos A e B
Nome Comum
Espécie
Altura Geral
Diâmetro da copa
DAP
Estado Geral
Injuria
Local Geral
Pavimento
Afloram. da raiz
Tipo de fiação
Poda
DAP (Diâmetro na altura do peito): VR (várias ramificações);
Estado Geral: ótimo (O), bom(B), regular(R), péssimo(P), morta(M);
Injúria: lesão grave(G), lesão leve(L), lesão média(M), lesão ausente (A), vandalismo (V);
Local geral: canteiro central (CC), calçada(C), praça(P), via pública (VP);
Pavimento: terra(T), asfalto (A), pedra(P), cerâmica(C), grama(G);
Afloramento da raiz: calçada(C), canteiro (CC), construção (CCC);
Tipo de Fiação: elétrica (E), telefônica(T);
Poda: formação(F), manutenção(M), segurança(S), remoção da árvore(R), (i) imediata, (f)
futura.
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