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Universidade Federal de Santa Catarina
Departamento de Botânica
Laboratório de Ficologia
Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal
DÁVIA MARCIANA TALGATTI
Florianópolis, SC
2009
Diatomáceas fitoplanctônicas de dois diferentes ambientes
costeiros da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil
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ii
DÁVIA MARCIANA TALGATTI
Diatomáceas fitoplanctônicas de dois diferentes ambientes costeiros da Ilha
de Santa Catarina, SC, Brasil
Orientadora: Dra. Roselane Laudares-Silva
Co-orientadora: Dra. Marinês Garcia
Florianópolis, SC
2009
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-
Graduação em Biologia Vegetal da
Universidade Federal de Santa Catarina,
como requisito parci
al para obtenção do
título de Mestre em Biologia Vegetal.
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Talgatti, Dávia Marciana
Diatomáceas fitoplanctônicas de dois diferentes ambientes costeiros da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil
f. 151, figs, tabs.
Orientador: Dra. Roselane Laudares-Silva
Co-orientador: Dra. Marinês Garcia
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de
Ciências Biológicas, Departamento de Botânica, Programa de Pós-Graduação
em Biologia Vegetal.
Bibliografia: f. 151
1. Diatomáceas marinhas; 2. Thalassiosira; 3. Skeletonema; 4.
Coscinodiscus
wailesii; 5. Sudoeste do Atlântico; 6. Ilha de Santa Catarina.
iv
À Roseli Souza-Mosimann,
pelo incansável esforço destinado ao estudo
das diatomáceas de Santa Catarina,
Com carinho e admiração, dedico.
v
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente à Professora Doutora Roselane Laudares-Silva pela
orientação, paciência, incentivo, confiança e pela acolhida em Santa Catarina. Também,
por me ensinar que, acima de tudo, cada trabalho deve ser realizado com dedicação e
ética.
À Professora Doutora Marinês Garcia, pela co-orientação, por ter aceitado
participar novamente de minha vida científica e pelo fundamental auxílio no
desenvolvimento deste trabalho. Por ser exemplo de profissionalismo e determinação.
À Professora Roseli Souza-Mosimann, pela carinhosa acolhida no mundo
diatomológico de Santa Catarina. Pela valiosa contribuição ao estudo das diatomáceas
no Brasil e pelo exemplo de dedicação e amor ao trabalho.
À Professora Doutora Maria Terezinha Paulilo pela confiança, incentivo, pela
dedicação ao curso de Pós-Graduação em Biologia Vegetal e por sempre procurar
resolver os problemas técnico-científicos dos alunos.
Ao curso de Pós-Graduação em Biologia Vegetal pela infra-estrutura para a
realização deste trabalho. Ao coordenador Professor Doutor Paulo Horta pelas
incansáveis visitas à Pró-Reitoria de Pós-graduação em busca recursos financeiros e
pelo incentivo dado através das prorrogações. Também pelos auxílios ficológicos.
À Professora Doutora Zenilda Bouzon por me apresentar ao Laboratório Central
de Microscopia Eletrônica (LCME), que foi imprescindível para realização deste
trabalho. Também pela confiança, acolhida, incentivo e por estar sempre disposta a
ajudar.
Ao cnico do LCME e operador do Microscópio Eletrônico de Varredura
Américo Cruz, pela paciência, pelo exemplo de persistência, pela dedicação ao trabalho,
e pela fundamental contribuição ao desenvolvimento desta dissertação.
Ao José Carlos Simonassi e à Mariana Coutinho Hennemann, por terem me
acolhido nos projetos de doutorado e conclusão de curso, respectivamente. Pelo auxílio
nas coletas das amostras e pela amizade.
À Professora Doutora Clarice Loguercio-Leite, pelo incentivo, pelo exemplo de
dedicação à Ciência, profissionalismo e pelas conversas científicas.
Aos professores do curso da Pós-Graduação, pelas disciplinas e ensinamentos
sobre Biologia Vegetal. Aos meus colegas e amigos de mestrado da turma de 2007,
vi
Adriano Darosci, Bárbara Neves, Carla Treiber, Fabiana Amorim, Jader Pereira,
Luciane Pereira, Morgana Vailatti, Rafael Kamke e Roberta Pereira.
À Vera Zapellini, secretária do Curso de Pós-Graduação em Biologia Vegetal,
pelos auxílios burocráticos, pela paciência e por estar sempre disposta a ajudar.
À CAPES e à Pró-Reitoria de Pós-Graduação pela bolsa de Mestrado.
Agradeço, aos meus pais, Eolo e Melânia, pelo incentivo, amparo e confiança,
também pelos ensinamentos não científicos, mas tão ou mais importantes que estes.
Pois, sem ética, trabalho e respeito não como desenvolver estudo sério algum. À
minha avó Josefa Prichua, tios e demais familiares. Aos meus irmãos Otaviano Luis e
Táliston Davi pelo apoio e confiança.
Aos meus fiéis amigos de longa data, Alessandra Martins da Rocha, João Iganci
e Michelli W. Ataíde pelo incentivo e amizade.
À minha amiga Taciane Finatto, pelo exemplo de perseverança e dedicação, pelo
incentivo e por estar sempre por perto, mesmo quando a distância é de um oceano.
Ao Roberto A. Finatto, pelo apoio, incentivo, pela prazerosa convivência e pelas
produtivas e relaxantes discussões sobre a terra, a água e o ar.
À Julia W. Reisser por provar, por a + b, a importância da ecologia, pela
amizade e produtivas discussões.
Ao Fernando Scherner, pelo auxílio nas traduções, companhia nos almoços no
Restaurante Universitário e amizade.
Às ficólogas mais importantes da minha vida, Bianca Vettorato, Débora Cabral,
Josimeire Leandrini e Julyana Farias. Agradeço pela amizade incondicional, ajuda,
pelos momentos de descontração e dialéticos e por terem tornado esse tempo, aqui em
Florianópolis, um dos mais felizes que já vivi.
À Bianca Vettorato, minha irmã de orientação, agradeço pela ajuda na
construção deste trabalho, pela amizade e companheirismo.
Aos ficólogos do LAMAR, Lidiane Scariot, Ticiane Rover, Carmem Zitta e
Éder, pelo incentivo, amizade e discussões ficológicas.
Às grandes e certamente inesquecíveis amigas que conheci em terras
catarinenses, Caroline H. Voltolini, Marisa C. Santana, Jóice Konrad, Thaysi Ventura
de Souza e Rafaella Tavares. Agradeço, cada segundo de convivência, cada palavra de
alento e cada momento de descontração. Também pelo incentivo, apoio e paciência.
À todos que direta ou indiretamente contribuíram para o desenvolvimento deste
trabalho e para minha formação acadêmica e social.
vii
“O verde do tapete que recobre
a maior parte dos continentes
e das algas que povoam os oceanos imensos
é símbolo de fartura
e a garantia da continuidade
da vida no planeta”
Alarich R. Schultz
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Resumo Geral
As diatomáceas são citadas como sendo o grupo dominante na costa brasileira.
Portanto, estudos relacionados à taxonomia e distribuição dos gêneros são bastante
relevantes para o entendimento do local onde são registrados e para subsidiar futuros
estudos ecológicos. A Ilha de Santa Catarina es localizada no sudoeste do oceano
Atlântico, em umas das regiões mais complexas, com relação à influência de massas
d’água, do mundo, conhecida como zona de Confluência Brasil-Malvinas. O objetivo do
presente estudo foi inventariar as diatomáceas marinhas (Capítulo 1), descrever e
ilustrar as espécies de Thalassiosira Cleve emend. Hasle (Capítulo 2) e Skeletonema
Greville emend. Sarno et Zingone (Capítulo 3), e ainda, analisar a distribuição anual e
densidade celular de Coscinodiscus wailesii Gran & Angst (Capítulo 4) em dois
diferentes locais estudados na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil. As coletas
foram mensais (janeiro/2007 a janeiro/2008) e realizadas em três estações de coleta:
duas no centro-oeste da Ilha (Baia Norte: Estação Ratones Grande e Estação Guarás) e
uma no sudeste da Ilha (Estação Pântano do Sul). As amostras foram analisadas em
Microscopia Óptica e Microscopia Eletrônica de Varredura. Foram identificados 139
táxons de diatomáceas. A classe mais representativa foi Coscinodiscophyceae (73
táxons). Foram encontrados 23 táxons do gênero Thalassiosira. Thalassiosira exigua, T.
mala e T. visurgis são primeiros registros para a costa brasileira e T. visurgis para o
sudoeste do Atlântico. A espécie que apresentou a maior freqüência relativa durante a
amostragem foi T. eccentrica (Ehrenberg) Cleve. As maiores freqüências relativas
registradas para o gênero foram observadas na primavera. O gênero Skeletonema foi
representado por três espécies: S. grethae Zingone et Sarno, S. pseudocostatum Medlin
emend. Zingone et Sarno e S. tropicum Cleve. Skeletonema grethae e S. pseudocostatum
ocorreram concomitantemente nos meses de maio, agosto, novembro e janeiro/08,
sendo as que apresentaram maior freqüência relativa de valvas. Enquanto que S.
tropicum foi registrado somente nos meses de janeiro/07 e maio, apresentando uma
baixa freqüência relativa de ocorrência. Na amostragem não foi encontrada S. costatum,
indicando que a espécie é menos comum no Sul do Brasil que as demais componentes
do complexo S. costatum sensu lato. Coscinodiscus wailesii foi observada nos meses
de janeiro/07, fevereiro, março, abril, julho, dezembro e janeiro/08. A densidade celular
variou entre 193,05 e 2316,6 cels.L
-1
. Houve correlação positiva significativa entre o
número de células e a salinidade na Estação Ratones Grande. Os resultados mostraram
que os dois locais estudados são semelhantes, considerando-se o número de espécies
registradas. Contudo, foram observadas diferenças quando a freqüência relativa de cada
espécie foi analisada. A costa da Ilha de Santa Catarina mostrou-se como um local
bastante diverso em relação ao número de táxons de diatomáceas registrados. Portanto,
precisa ser alvo de mais estudos e merece atenção, considerando-se o alto nível de
degradação ambiental que a região vem sofrendo.
Palavras-chave: Diatomáceas marinhas, Thalassiosira, Skeletonema, Coscinodiscus
wailesii, Sudoeste do Atlântico, Ilha de Santa Catarina.
ix
General Abstract
The group of diatoms is referred as dominant along the Brazilian coast, therefore
studies related to the taxonomy and distribution of the genera are very relevant for
understanding the area where they are registered and to subsidise future ecological
studies. The Santa Catarina Island is located in the southwest of the Atlantic Ocean, one
of the most complex regions in the world regarding the water masses influence, known
as Confluence Zone Brazil-Malvines. The present study inventoried the marine diatoms
(Chapter 1), described and illustrated the Thalassiosira Cleve emend. Hasle (Chapter 2)
and Skeletonema Greville emend. Sarno et Zingone (Chapter 3), and finally analyzed
the annual distribution and cell density of Coscinodiscus wailesii Gran & Angst
(Chapter 4) in two different areas on the coast of the Santa Catarina Island, SC, Brazil.
The samples were collected monthly (January/2007 to January/2008) in three sampling
stations: two in the central west of the Island (North Bay: Ratones Grande station and
Guaras station) and one in the southeast of the island (Pantano do Sul station). The
samples were analyzed using optical microscopy and scanning electron microscopy. 139
diatoms taxa were identified. The most representative class was Coscinodiscophyceae
(73 taxa). 23 taxa of the genera Thalassiosira were found. Thalassiosira exigua, T. mala
and T. visurgis were the first register for the Brazilian coast and T. visurgis for the
south-western Atlantic. The species that presented the highest relative frequency during
the sampling period was T. eccentrica (Ehrenberg) Cleve. The highest relative
frequencies registered for the genera were observed in the spring. The genus
Skeletonema was represented by three species: S. grethae Zingone et Sarno, S.
pseudocostatum Medlin emend. Zingone et Sarno and S. tropicum Cleve. Skeletonema
grethae and S. pseudocostatum occurred concomitantly in May, August, November and
January/08, and presented the highest relative frequency of valves while S. tropicum
was registered only in January/07 and May, presenting a low relative frequency of
occurrence. S. costatum was not found, indicating that the species is less common in the
south of Brazil than the other components of the complex S. costatum sensu lato.
Coscinodiscus wailesii was observed in January/07, February, March, April, July,
December and January/08. The cell density varied between 193,05 and 2316,6 cels.L
-1
.
There was significant positive correlation between the number of cells and the salinity
at the Ratones Grande station. The results showed that the two studied areas are similar
considering the number of species registered. However, differences were observed when
the relative frequency of each species was analysed. The Santa Catarina Island coast
presented a very diverse number of diatoms taxa registered. Therefore more studies and
attention should be given for the referred coast, considering the high level of
environmental degradation that has been occurring in the region.
Keywords: Marine diatoms, Thalassiosira, Skeletonema, Coscinodiscus wailesii,
Southwestern Atlantic, Santa Catarina Island.
x
Sumário
Introdução Geral
.....................................................................................................11
Capítulo 1.
Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC,
Brasil: lista de espécies e distribuição ............................................................................15
1.1 Introdução............................................................................................................16
1.2 Metodologia.........................................................................................................18
1.3 Resultados e Discussão........................................................................................21
1.4 Bibliografia..........................................................................................................48
Capítulo 2.
Espécies do gênero Thalassiosira Cleve emend. Hasle (Diatomeae) na
costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil ....................................................................51
2.1 Introdução...........................................................................................................52
2.2 Metodologia........................................................................................................54
2.3 Resultados...........................................................................................................57
2.4 Discussão..........................................................................................................105
2.5 Bibliografia.......................................................................................................109
Capítulo 3.
Espécies do gênero Skeletonema Greville emend. Sarno et Zingone
(Diatomeae) na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.........................................115
3.1 Introdução........................................................................................................116
3.2 Metodologia.....................................................................................................118
3.3 Resultados........................................................................................................121
3.4 Discussão.........................................................................................................134
3.5 Bibliografia......................................................................................................137
Capítulo 4.
Coscinodiscus wailesii Gran & Angst (Coscinodiscaceae - Diatomeae) na
costa da Ilha de Santa Catarina, sudoeste do oceano Atlântico: caracterização e
distribuição ...................................................................................................................140
4.1 Introdução........................................................................................................141
4.2 Metodologia.....................................................................................................142
4.3 Resultados........................................................................................................145
4.4 Discussão.........................................................................................................148
4.5 Bibliografia......................................................................................................150
11
Introdução Geral
A maior parte das espécies de diatomáceas vive como células simples livres na água
ou substrato (areia ou silte), outras vivem presas ao substrato através de “pedúnculos de
mucilagem”, formando colônias, que apresentam uma ampla variação de formas, tubos ou
ainda massas mucilaginosas (Cupp 1943). O grupo é considerado o mais importante com
relação a produção primária mundial (aproximadamente 25%) e apresenta a maior riqueza
de espécies, quando comparado com outros grupos de algas (Willén 1991).
As diatomáceas, como os outros organismos fitoplanctônicos marinhos, são
suscetíveis e influenciadas pelas condições oceanográficas, portanto, podem ser indicadores
de massas d’água, estado trófico do ambiente e ressurgências (Gaeta & Brandini 2006)
contribuindo para o conhecimento da hidrografia do local onde são estudadas.
Nas regiões estuarinas, além da influência dos fenômenos oceanográficos, a
dinâmica e composição do fitoplâncton é afetada por trocas nas condições do ambiente
acompanhadas por variações na mistura da água doce com a salgada, as quais apresentam
diferença de turbidez, substâncias orgânicas dissolvidas e nutrientes (Smayda 1983).
As diatomáceas são o maior componente de muitas teias alimentares. Portanto,
estimar a abundância, biomassa e taxa de crescimento do grupo, tem sido e será essencial
para o entendimento do ambiente marinho (Montagnes & Franklin 2001). Contudo, o
conhecimento ecológico do grupo nos ambientes aquáticos precisa ser reforçado com dados
relacionados à taxonomia, tendo em vista que sem a identificação correta dos táxons os
estudos ecológicos se tornam incompletos e perdem credibilidade.
Nas diatomáceas, apesar do avanço da biologia molecular (Medlin 2009), o estudo
taxonômico ainda é baseado essencialmente na morfologia da frústula silicosa, fato que
torna a Microscopia Eletrônica uma ferramenta indispensável na elucidação de caracteres
inconspícuos em Microscopia Óptica.
Os primeiros estudos com diatomáceas fitoplanctônicas no Brasil foram os de
Zimmermann, a partir de 1913. De 1913, até aproximadamente 1940, todos os estudos
realizados no fitoplâncton costeiro foram relacionados às diatomáceas (Villac, Cabral-
Noronha & Pinto 2008). No estado de Santa Catarina, os estudos foram iniciados por Cunha
& Fonseca (1918), posteriormente continuados, principalmente, pelos pesquisadores
Moreira Filho, Valente Moreira, Souza-Mosimann, Felício-Fernandes, Fernandes e
Laudares-Silva, que publicaram seus estudos entre os anos de 1967 e 2005.
12
Apesar do grande número de estudos realizados no estado de Santa Catarina, o uso
de Microscopia Eletrônica tem sido restrito a poucos trabalhos. O pioneiro foi o de
Fernandes (2003).
A Ilha de Santa Catarina, local escolhido para o desenvolvimento do presente estudo,
está localizada no sudoeste do Oceano Atlântico, em umas das regiões mais complexas do
mundo, com relação a influência de massas d’água, conhecida como zona de Confluência
Brasil-Malvinas (Souza & Robinson 2004). Outro fator atuante na região, de evidente
importância é a pluma do rio da Prata, que fertiliza as águas uruguaias e sul - brasileiras, é
rica principalmente em silicato e atua dependendo dos ventos (Piola et al. 2008).
A importância desta região tem levado os pesquisadores a levantar várias hipóteses à
respeito do funcionamento deste ecossistema, dentre as quais aquelas relacionadas a
produção primária e ciclagem de Carbono. O estudo aqui apresentado, foi desenvolvido
paralelamente com o projeto intitulado “Ciclagem de carbono e populações fitoplanctônicas
na região costeira da Ilha de Santa Catarina, SC”, de José Carlos Simonassi (Programa de
Pós-Graduação em Biologia Marinha, UFF/RJ), dando subsídios para este.
Considerando-se a representatividade das diatomáceas na composição do
fitoplâncton marinho, o conhecimento insuficiente desse grupo à luz da Microscopia
Eletrônica, a contribuição desses organismos na produção primária de ambientes costeiros e
a importância oceanográfica da região onde se localiza a Ilha de Santa Catarina, o objetivo
principal deste trabalho foi listar as diatomáceas registradas na costa da Ilha de Santa
Catarina, SC, Brasil, identificar e descrever morfologicamente as espécies do gênero
Thalassiosira Cleve emend. Hasle e Skeletonema Greville emend. Sarno et Zingone, bem
como contribuir com o aumento do conhecimento relacionado a distribuição anual de
Coscinodiscus wailesii Gran & Angst, uma espécie potencialmente produtora de Florações
Algais Nocivas.
O presente estudo será apresentado em capítulos, os quais estão organizados em
forma de artigo científico, formatados segundo as normas apresentadas para submissão de
manuscritos ao periódico “Diatom Research” (Journal of the International Society for
Diatom Research).
O Capítulo 1, intitula-se “Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa
Catarina, SC, Brasil: lista de espécies e distribuição”. Neste, será apresentada a lista e a
distribuição das diatomáceas registradas em três estações de coleta na costa da Ilha de Santa
Catarina. Apresentará, também a citação dos principais trabalhos realizados na região e a
comparação destes com os resultados encontrados no presente estudo.
13
O Capítulo 2, intitula-se “Espécies do gênero Thalassiosira Cleve emend. Hasle
(Diatomeae) na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil”. Neste, serão apresentadas as
espécies identificadas do gênero Thalassiosira, seguidas da descrição, distribuição, chave de
identificação e ilustrações.
O Capítulo 3, intitula-se “Espécies do gênero Skeletonema Greville emend. Sarno et
Zingone (Diatomeae) na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil”. Semelhante ao
Capítulo 2, neste serão apresentadas as espécies do gênero Skeletonema, seguidas da
descrição, distribuição e ilustrações.
Finalizando, será apresentado o Capítulo 4, intitulado Coscinodiscus wailesii Gran
& Angst (Coscinodiscaceae - Diatomeae) na costa da Ilha de Santa Catarina, sudoeste do
oceano Atlântico: caracterização e distribuição”. Neste, será mostrado a distribuição anual e
densidade celular registrada em três estações amostradas.
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Capítulo 1
15
Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC,
Brasil: lista de espécies e distribuição
Resumo
O acompanhamento da dinâmica e a identificação taxonômica específica das
diatomáceas nas zonas costeiras é bastante relevante para o entendimento da
comunidade fitoplanctônica, considerando-se que a biomassa de produtores primários
influencia diretamente a economia pesqueira e pode ser potencialmente indicadora de
alterações ambientais ocorridas no local. Este trabalho teve como objetivo inventariar as
espécies de diatomáceas registradas no fitoplâncton de três estações de coleta
localizadas na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil. As coletas foram realizadas
em duas estações localizadas no centro-oeste da Ilha: Ratones Grande (27º28’30.52”S -
48º33’27.27”W) e Guarás (27º33’20.09”S - 48º33’27.50”W) e em uma no sudeste:
Pântano do Sul (27º47’24.97”S - 48º30’39.31”W). A triagem realizada em lâminas
permanentes resultou no registro de 139 táxons de diatomáceas. A classe melhor
representada foi a Coscinodiscophyceae. As espécies que apresentaram maior
freqüência relativa de valvas foram Paralia sulcata, Psammodyctyon panduriforme,
Actinocyclus octonarius, Skeletonema pseudocostatum, Thalassiosira eccentrica,
Coscinodiscus wailesii, Thalassionema synedriforme e Pleurosigma affine. Os
resultados mostraram que os dois locais estudados são semelhantes, considerando-se a
riqueza de espécies registradas. Contudo, foram observadas diferenças quando a
freqüência relativa de cada espécie foi analisada. Não foram observadas diferenças com
relação a riqueza de espécies registradas durante as estações do ano, sugerindo que esse
fato pode estar relacionado ao aporte de nutrientes, pluviosidade e regime de ventos,
que à mudança de temperatura de acordo com a época do ano. A costa da Ilha de Santa
Catarina mostrou-se como um local bastante diverso em relação ao número de táxons de
diatomáceas registrados. Portanto, precisa ser alvo de mais estudos e merece atenção,
considerando-se o alto nível de degradação ambiental que a região vem sofrendo.
Palavras-chave: Diatomáceas fitoplanctônicas, Baia Norte, Pântano do Sul,
Florianópolis.
16
1.1 Introdução
Os principais componentes taxonômicos do fitoplâncton marinho são as
diatomáceas, dinoflagelados, cocolitoforídeos e alguns outros flagelados (Zyitzschel
1978). As diatomáceas, como os outros organismos fitoplanctônicos marinhos são
suscetíveis e influenciadas pelas condições oceanográficas, portanto podem ser
indicadores de massas d’água, estado trófico do ambiente e ressurgências (Gaeta &
Brandini 2006) contribuindo para o conhecimento da hidrografia do local onde são
estudadas.
As diatomáceas do estado de Santa Catarina vêm sendo estudadas desde 1918. O
trabalho pioneiro foi o de Cunha & Fonseca (1918). Neste, foram citados, além das
diatomáceas, outros grupos fitoplanctônicos. O primeiro trabalho relacionado,
exclusivamente, às diatomáceas fitoplanctônicas no Estado de Santa Catarina, foi o de
Moreira Filho, Maruo & Valente Moreira (1967), neste os autores estudaram as
diatomáceas da enseada de Porto Belo e encontraram 104 espécies, sendo a maioria
pertencente ao plâncton nerítico.
Em 1971, Corte-Real & Aguiar publicaram um estudo sobre as diatomáceas
planctônicas da Baia Norte e Palhoça. Neste os autores identificaram 64 espécies e
evidenciaram a influência das correntes frias, das Malvinas e quente, do Brasil na
formação da flora estudada. Também observaram que o local apresentou espécies
comuns aos estados do Paraná e Rio Grande do Sul sendo poucas exclusivas de Santa
Catarina.
Valente Moreira & Moreira Filho (1978) estudaram as diatomáceas litorâneas e
planctônicas de dezessete estações localizadas entre Ubatuba e Florianópolis, neste os
autores identificaram 180 táxons, entre espécies e variedades, distribuídos em 65
gêneros, com predominância de Coscinodiscus, Nitzschia, Cocconeis, Navicula,
Rhizosolenia e Pleurosigma.
Souza-Mosimann (1984) estudando a região da Ilha de Anhatomirim, próximo a
Florianópolis identificou 83 táxons com predomínio de espécies marinhas litorais sobre
planctônicas neríticas e oceânicas de águas temperadas e quentes, ocorrendo também
espécies de águas salobras, doces, bentônicas e epifíticas.
Na Baia Norte, Ilha de Santa Catarina, Souza-Mosimann (1985) utilizando rede
de plâncton de 50 µm, encontrou 97 táxons dentre os quais 6 foram novas citações para
o Estado de Santa Catarina.
17
Moreira Filho, Valente Moreira & Souza-Mosimann (1985) publicaram um
catálogo das diatomáceas marinhas e estuarinas do estado de Santa Catarina com base
em estudos realizados na região no período de 1918 a 1985. Os dados biológicos foram
relacionados com dados ecológicos.
Souza-Mosimann (1988), continuando seus trabalhos sobre as Baías da Ilha de
Santa Catarina publicou um estudo preliminar das diatomáceas da Baía Sul. Neste, em 6
estações de coleta, foram observadas 143 táxons sendo que destes 27 foram novas
citações para o estado de Santa Catarina.
Em 1990, Fernandes, Souza-Mosimann & Felício-Fernandes estudaram as
diatomáceas do Rio Ratones (baixo curso e estuário), Florianópolis. Neste, foram
inventariados 283 táxons infragenéricos.
Felício Fernandes, Souza-Mosimann & Moreira Filho (1994) estudaram o
manguezal do rio Tavares, Florianópolis. Neste, foram registrados 41 táxons.
Souza-Mosimann, Laudares-Silva & Roos-Oliveira (2001) publicaram uma nova
contribuição sobre as diatomáceas da Baía Sul, neste trabalho, o segundo realizado na
Baía Sul, foram identificados 108 táxons, destes Aulacodiscus margaritaceus Ralfs,
Coscinodiscus perikompson Rattray, Surirella armoricana Peragallo foram novas
citações para Santa Catarina.
O último levantamento de diatomáceas fitoplanctônicas foi publicado em 2005
por Souza-Mosimann & Laudares-Silva. Neste, foi estudado o complexo Lagunar do sul
do Estado de Santa Catarina. No estudo foram identificados 125 táxons infragenéricos.
O acompanhamento da dinâmica e a identificação taxonômica específica das
diatomáceas nas zonas costeiras é bastante relevante para o entendimento da
comunidade fitoplanctônica, considerando-se que a biomassa de produtores primários
influencia diretamente a economia pesqueira e pode ser potencialmente indicadora de
alterações ambientais ocorridas no local.
O presente estudo teve como objetivo inventariar as espécies de diatomáceas
registradas no fitoplâncton de três estações de coleta localizadas na costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil.
18
1.2 Metodologia
A Ilha de Santa Catarina localiza-se na região sul do Brasil (27°10’S e 27°50’S-
48°25’W e 48°35’W), no município de Florianópolis e é banhada pelo Oceano Atlântico
(Fig. 1). Para a realização do presente estudo, as amostras de água, foram coletadas em
duas estações no centro-oeste da ilha: Ratones Grande (ERG) (27º28’30.52”S -
48º33’27.27”W) e Guarás (EG) (27º33’20.09”S - 48º33’27.50”W) e uma no sudeste:
Pântano do Sul (EPS) (27º47’24.97”S - 48º30’39.31”W). As estações ERG e EG
localizam-se em uma baía fechada (Baía Norte) sofrendo influência de rios e dos
manguezais do Rio Ratones e Itacorubi (Pagliosa et al. 2005; Pagliosa et al. 2006). A
EG encontra-se localizada mais internamente na baía. A EPS localiza-se em mar aberto,
com menor influência continental.
Os locais onde foi realizada a amostragem na Baía Norte apresentam menor
profundidade que na EPS. Na ERG a profundidade coletada foi de aproximadamente 9
metros, na EG é de 3,5 metros e na EPS é de 13 metros. As coletas foram mensais no
período de janeiro/07 a janeiro/08.
As amostras foram concentradas com auxílio de rede de fitoplâncton com malha
de 25 µm, fixadas com formol a 4% e acondicionadas em refrigerador. Para a melhor
visualização das estruturas da frústula das diatomáceas foram confeccionadas 2 lâminas
permanentes por amostra, seguindo-se a técnica de Simonsen (1974). As lâminas foram
montadas utilizando-se a resina Naphrax (índice de refração 1,7). As lâminas
permanentes foram tombadas no Herbário FLOR do Departamento de
Botânica/CCB/UFSC e encontram-se registradas entre os números 13.004 e 13.039.
As lâminas foram analisadas em microscópio óptico da marca Olympus modelo
BX 50. As fotomicrografias foram feitas com câmara Olympus acoplada no mesmo
microscópio.
A fim de obter-se dados com relação a freqüência relativa do gênero, (após o
processo de oxidação) foram contadas nas lâminas permanentes de 400 a 500 valvas
(Schoeman 1973).
Para a observação do material em microscopia eletrônica de varredura (MEV), o
material foi colocado em suportes de alumínio (stubs), após seco foi recoberto com ouro
(~300 Angstrons) utilizando-se o metalizador Baltec, modelo CED030. O microscópio
utilizado foi o do Laboratório Central de Microscopia Eletrônica da Universidade
19
Federal de Santa Catarina, marca JEOL 6390 LV com distância de trabalho de 10 mm, a
20 KvO e spot size entre 25 e 30.
A classificação utilizada para enquadramento até Subfilo será a apresentada por
Cavalier-Smith (1998) e a partir de Classe, a apresentada por Round, Crawford & Mann
(1990).
As principais obras utilizadas para a identificação dos táxons foram Hasle &
Syvertsen (1996), Hendey (1964), Hustedt (1927-66, 1930, 1955, 1985), Cleve-Euler
(1953), Krammer & Lange-Bertalot (1986, 1988, 1991), Metzeltin & Lange-Bertalot
(1998), Navarro (1981, 1982), Patrick & Reimer (1966), Peragallo & Peragallo (1897 -
1908), Schmidt (1874-1959).
A distribuição e ilustração das espécies dos gêneros Thalassiosira e Skeletomena
será apresentada detalhadamente nos Capítulos 2 e 3, respectivamente. No presente
estudo os táxons serão somente citados. Coscinodiscus wailesii será ilustrado no
Capítulo 4.
20
Fig. 1. Localização das estações de coleta amostradas na costa da Ilha de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil. ERG:
Estação Ratones Grande, EG: Estação Guarás e EPS: Estação Pântano do Sul.
21
1.3 Resultados e Discussão
Os táxons encontrados serão listados a seguir, seguidos da distribuição, bem
como dos meses em que foram registrados.
COSCINODISCOPHYCEAE
THALASSIOSIROPHYCIDAE
THALASSIOSIRALES
Thalassiosira angulata (Gregory) Hasle
T. decipiens (Grunow) E.G. Jørgensen
T. eccentrica (Ehrenberg) Cleve
T. endoseriata Hasle & Fryxell
T. exigua Fryxell & Hasle
T. hendeyi Hasle & Fryxell
T. leptopus (Grunow ex Van Heurck) Hasle & G. Fryxell
T. lundiana Fryxell
T. mala Takano
T. minima Gaarder
T. nanolineata (Mann) Hasle et Fryxell
T. oceanica Hasle
T. oestrupii var. oestrupii (Ostenfeld) Hasle
T. oestrupii var. venrickae Fryxell & Hasle
T. proschkinae Makarov
T. punctigera (Castracane) Hasle
T. rotula Meunier
T. simonsenii Hasle & Fryxell
T. tealata Takano
T. tenera Proshkina-Lavrenko
T. visurgis Hustedt
T. cf. partheneia
Thalassiosira sp.
Minidiscus sp.1
Ocorrência: ERG, EG
Estação do ano/Mês: inverno e primavera (agosto, novembro).
Skeletonema grethae Zingone et Sarno
S. pseudocostatum Medlin emend. Zingone et Sarno
S. tropicum Cleve
Detonula pumila (Castracane) Schutt Figs. 70 - 72
Ocorrência: EG
Estação do ano/Mês: primavera (novembro).
22
Cyclotella litoralis Lange & Syvertsen Figs. 1, 73 – 77
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Cyclotella stylorum Brightwell Fig. 2
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses, exceto agosto.
Cyclotella striata (Kützing) Grunow Figs. 80 - 81
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Cyclotella sp. Fig. 78 - 79
Ocorrência: ERG, EG
Estação do ano/Mês: outono, verão (março, janeiro/08).
COSCINODISCOPHYCIDAE
MELOSIRALES
Podosira stelliger (Bailey) Mann Fig. 3
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, fevereiro, março, abril, julho, agosto,
setembro, outubro, dezembro).
PARALIALES
Paralia fenestrata Sawai & Naguno Fig. 83
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Paralia sulcata (Ehrenberg) Kützing Fig. 4
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
COSCINODISCALES
Coscinodiscus asteromphalus Ehrenberg
Ocorrência: ERG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, fevereiro, março, agosto, setembro).
Coscinodiscus granii Gough
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: verão (janeiro/07).
Coscinodiscus jonesianus (Greville) Ostenfeld Fig. 5
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, primavera (janeiro/07, março, maio, setembro,
dezembro, janeiro/08).
23
Coscinodiscus oculusiridis Ehrenberg
Ocorrência: EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, primavera (janeiro/07, maio, setembro, dezembro,
janeiro/08).
Coscinodiscus radiatus Ehrenberg Fig. 6, 84
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Coscinodiscus gigas Ehrenberg
Ocorrência: ERG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, primavera (janeiro/07, fevereiro, março, setembro).
Coscinodiscus wailesii Gran & Angst
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, fevereiro, março, abril, maio, julho,
outubro, novembro, dezembro, janeiro/08).
Palmeria hardmaniana Greville
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: outono (março).
Hemidiscus cuneiformis Wallich
Ocorrência: EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono (janeiro/07, fevereiro, março, abril, maio).
Actinocyclus octonarius Ehrenberg Fig. 7
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Actinocyclus octonarius var. crassuss (William Smith) Hustedt
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Actinocyclus octonarius var. tenellus (William Smith) Hustedt Fig. 85
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações do ano (janeiro/07, abril, julho agosto, setembro,
outubro, dezembro, janeiro/08).
Actinocyclus cf. curvatulus Janisch Fig. 8
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: primavera (setembro).
Actinoptychus campanulifer Schmidt Fig. 86
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, fevereiro, abril, maio, julho,
setembro, outubro, novembro, dezembro).
Actinoptychus senarius Ehrenberg Fig. 87
Ocorrência: ERG, EG, EPS
24
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, fevereiro, abril, julho, setembro,
utubro, novembro, dezembro, janeiro/08).
Actinoptychus splendens (Shadbolt) Ralfs Fig. 9
Ocorrência: ERG, EG
Estação do ano/Mês: outono, primavera (abril, novembro).
Roperia tesselata (Roper) Grunow ex Pelletan Figs. 10, 88
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (fevereiro, maio, julho, agosto, setembro,
novembro).
Asteromphalus flabellatus (Brébisson) Greville Fig. 11
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: verão (janeiro/07, fevereiro).
Asteromphalus hookerii Ehrenberg Fig. 12
Ocorrência: EG
Estação do ano/Mês: primavera, verão (novembro, dezembro).
BIDDULPHIOPHYCIDAE
TRICERATIALES
Triceratium favus Ehrenberg Fig. 13
Ocorrência: ERG, EG
Estação do ano/Mês: primavera (setembro, outubro).
Odontella aurita (Lyngbye) Agardh Figs. 14 – 15,
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Eupodiscus radiatus Bailey Fig. 16
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, fevereiro, março, abril, julho, agosto,
setembro, outubro, novembro, dezembro).
Cerataulus smithii Ralfs Fig. 17
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, primavera (janeiro/07, maio, setembro, novembro).
Auliscus punctatus Bailey Fig. 18
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: primavera (outubro).
Auliscus sculptus (William Smith) Ralfs Fig. 19
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: primavera (outubro).
Plagiogramma sp.
25
Ocorrência: ERG, EPS
Estação do ano/Mês: outono, primavera (março, outubro).
Dimeregramma minor (Gregory) Ralfs Fig. 20
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: inverno, primavera (julho, agosto, setembro/2007).
HEMIAULALES
Hemiaulus sinensis Greville (Fig. 90)
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, inverno, primavera (janeiro/07, agosto, novembro).
LITHODESMIOPHYCIDAE
LITHODESMIALES
Ditylum brightwelli (West) Grunow Fig. 21
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, maio, julho, setembro, outubro).
CYMATOSIROPHYCIDAE
CYMATOSIRALES
Cymatosira sp.
Ocorrência: EG
Estação do ano/Mês: verão, inverno, primavera (agosto, outubro, novembro, dezembro,
janeiro/08).
RHIZOSOLEBIOPHYCIDAE
RHIZOSOLENIALES
Rhizosolenia setigera Brightwell
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, inverno, primavera (janeiro/07, abril, maio, agosto,
outubro, janeiro/08).
Pseudosolenia calcaravis (Schultz) Sunds Fig. 22
Ocorrência: ERG, EG
Estação do ano/Mês: verão, outono (janeiro/07, abril).
CHAETOCEROTOPHYCIDAE
CHAETOCEROTOALES
Chaetoceros affinis Lauder Fig. 23
Ocorrência: ERG, EG
Estação do ano/Mês: primavera (setembro).
Chaetoceros decipiens Cleve Fig. 24
26
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: inverno, primavera (agosto, setembro, outubro, novembro).
Chaetoceros didymus Ehrenberg Fig. 25 – 26
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, inverno, primavera(janeiro/07, fevereiro, agosto, setembro,
outubro, novembro, janeiro/08).
Chaetoceros muelleri Lemmermann
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: primavera (novembro).
Chaetoceros peruvianus Brightwell Fig. 27
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: primavera (outubro).
Chaetoceros cf. lorenzianus Grunow Fig. 28
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: outono (maio).
Chaetoceros sp.1
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: outono, inverno (maio, agosto).
Bacterisatrum hyalinum Lauder Fig. 29
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: outono, inverno, primavera (maio, julho, outubro, novembro).
FRAGILARIOPHYCEAE
FRAGILARIOPHYCIDAE
FRAGILARIALES
Fragilaria gaillonii (Bory) Lange-Bertalot Fig. 30
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: primavera (setembro).
Fragilaria tabulata var. tabulata (C. A. Ag.) Lange Bertalot
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: verão, outono, inverno (janeiro/07, fevereiro, abril, maio, julho,
agosto).
Staurosira construens Ehrenberg
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: outono (maio).
Synedra goulardi Brébisson
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: primavera (outubro).
Opephora sp.
27
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, primavera (janeiro/08, outubro).
Trachysphenia acuminata Peragallo ex Tempère et Peragallo
Ocorrência: ERG, EG
Estação do ano/Mês: todas as estações (fevereiro, março, maio, agosto, outubro,
novembro, dezembro).
Asterionellopsis glacialis (Castracane) Round Figs. 31 - 32, 91
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: outono, inverno, primavera, verão (maio, agosto, novembro,
janeiro/07).
RHAPHONEIDALES
Perissonoë cruciata (Janisch & Rabenhorst) G. W. Andrews & V. A. Stoelzel Fig. 33
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: verão (fevereiro).
Rhaphoneis nodulifera (E. Grove & G. Sturt) A.W.F. Schmidt
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: inverno (agosto).
Delphineis surirella (Ehrenberg) Andrews Fig. 34
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, fevereiro, março, abril, julho,
setembro, outubro, novembro, janeiro/08).
Delphineis surirella var. australis (Petit) Navarro Fig. 35
Ocorrência: EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono (fevereiro, maio).
Neodelphineis pelagica Takano Figs. 36, 92 - 94
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Psammodiscus nitidus (Gregory) Round & Mann Fig. 37
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, primavera (fevereiro, março, abril, maio, setembro,
outubro, novembro)
THALASSIONEMATALES
Thalassionema frauenfeldii (Grunow) Tempère & Peragallo Figs. 95 - 97
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses
Thalassionema nitzschioides (Grunow) Van Heurck
Ocorrência: ERG, EG, EPS
28
Estação do ano/Mês: todas as estações do ano (janeiro/07, abril, maio, julho, outubro,
novembro, dezembro, janeiro/08).
Thalassionema synedriforme (Greville) Hasle Fig. 38, 98 - 100
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, fevereiro, abril, maio, julho, agosto,
outubro, novembro, dezembro).
Thalassiothrix cf. longissima Cleve & Grunow
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: primavera (outubro).
STRIATELLALES
Grammatophora oceanica Ehrenberg Fig. 39
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (fevereiro, maio, julho, setembro, outubro,
dezembro).
BACILLARIOPHYCEAE
EUNOTIOPHYCIDAE
EUNOTIALES
Eunotia incisa Gregory Fig. 40
Ocorrência: ERG, EPS
Estação do ano/Mês: outono, verão (março, dezembro).
LYRELLALES
Lyrella clavata (Greville) Mann Fig. 41
Ocorrência: EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, primavera (janeiro/08, fevereiro, setembro, outubro,
novembro, dezembro).
BACILLARIOPHYCIDAE
CYMBELLALES
Encyonema sp.
Eixo apical: 48µm. Eixo transapical: 20µm Estrias/10µm: 12
Ocorrência: EG
Estação do ano/Mês: verão (janeiro/08).
ACHNANTHALES
Achnanthes cf. longipes Agardh
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: inverno, primavera (julho, agosto, setembro).
Cocconeis placentula Ehrenberg
29
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: primavera (setembro).
Cocconeis cf. scutellum Ehrenberg
Ocorrência: EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, maio, julho, setembro, dezembro,
janeiro/08).
Cocconeis cf. disrupta Gregory Fig. 42
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: inverno (julho).
Cocconeis sp. Fig. 43
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (janeiro/07, março, abril, julho, setembro,
outubro).
Anorthoneis eurystoma Cleve Fig. 44
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: verão, primavera (janeiro, fevereiro, setembro).
Achnanthidium exiguum (Grunow) Czarnecki
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: outono (maio).
NAVICULALES
Cosmioneis grossepunctata (Hustedt) Mann Fig. 45
Ocorrência: ERG, EPS
Estação do ano/Mês: primavera, verão (setembro, dezembro).
Luticola inserata (Hustedt) Mann
Ocorrência: ERG, EG
Estação do ano/Mês: outono, primavera (março, setembro).
Sellaphora pupula (Kützing) Mereschkovsky
Ocorrência: EG, EPS
Estação do ano/Mês: outono (maio).
Fallacia nummularia (Greville) D.G. Mann Fig. 46
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, primavera (janeiro/07, fevereiro, abril, maio,
setembro, outubro).
Diploneis bombus (Ehrenberg) Ehrenberg ex Cleve Fig. 47
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, primavera (janeiro/07, fevereiro, março, maio,
novembro, dezembro).
30
Diploneis crabro (Ehrenberg) Ehrenberg Fig. 48
Ocorrência: EG, EPS
Estação do ano/Mês: outono, verão (abril, janeiro/08).
Diploneis interrupta (Kützing) Cleve Fig. 49
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: verão (dezembro).
Diploneis papula (Schmidt) Cleve Fig. 50
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Diploneis weissflogii (Schmidt) Cleve Figs. 101 - 102
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses, exceto novembro.
Navicula cryptocephala Kützing
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: outono (abril, maio).
Navicula pennata A. Schmidt Fig. 51, 103 - 10
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (março, maio, julho, agosto, setembro, outubro,
dezembro, janeiro/08).
Trachyneis antillarum Cleve Figs. 52 – 53
Ocorrência: EG, EPS
Estação do ano/Mês: outono, primavera, verão (abril, outubro, janeiro/08).
Pleurosigma affine Grunow Fig. 54, 105 – 106
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Pleurosigma angulatum (Quekett) William Smith
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações do ano (janeiro/07, fevereiro, março, abril, julho,
agosto, setembro, outubro, novembro, janeiro/08).
Pleurosigma diversestriatum Meister Fig. 55, 107
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Pleurosigma cf. elongatum William Smith Figs. 56 - 57
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, inverno, primavera (janeiro/07, agosto, novembro,
dezembro, janeiro/08).
Pleurosigma cf. strigosum William Smith
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: verão (janeiro/07, fevereiro).
31
Pleurosigma sp. Fig. 109
Ocorrência: EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, primavera (janeiro/07, fevereiro, setembro, janeiro/08).
Gyrosigma acuminatum (Kützing) Rabenhorst Fig. 58
Ocorrência: ERG, EG
Estação do ano/Mês: inverno, verão (julho, janeiro/08).
Gyrosigma balticum (Ehrenberg) Rabenhorst
Ocorrência: EG
Estação do ano/Mês: primavera (outubro, novembro).
THALASSIOPHYSALES
Catenula adhaerens (Mereschkowsky) Mereschkowsky
Ocorrência: ERG, EPS
Estação do ano/Mês: verão e outono (janeiro/07, maio).
Amphora sp.1
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, inverno (fevereiro, março, julho, agosto).
BACILLARIALES
Bacillaria sp. Fig. 59
Ocorrência: EG, EPS
Estação do ano/Mês: primavera, verão (setembro, outubro, janeiro/07).
Psammodyctyon panduriforme (Grunow) D. G. Mann Fig. 60, 110
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Triblionela sp.
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: verão (Fevereiro).
Nitzschia brevissima Grunow
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: primavera (setembro).
Nitzschia lorenziana Grunow Figs. 61 - 62
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses.
Nitzschia sigma (Kützing) William Smith Fig. 63
Ocorrência: EPS
Estação do ano/Mês: outono (maio).
32
Nitzschia sp.1 (foto filme 90)
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: janeiro/07 (verão).
Nitzschia sp.2
Ocorrência: ERG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, primavera (janeiro/07, março, abril, setembro).
Nitzschia sp.3
Ocorrência: ERG
Estação do ano/Mês: outono, inverno (março, agosto).
SURIRELLALES
Entomoneis alata (Ehrenberg) Ehrenberg Fig. 65
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações e todos os meses, exceto maio.
Surirella fastuosa var. recedens (A. Schmidt) Cleve Fig. 64, 111
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: verão, outono, primavera (janeiro/07, fevereiro, março, setembro,
outubro, dezembro, janeiro/08).
Espécies não inclusas no sistema de classificação proposto por Round et al. (1990)
Giffenia cocconeiformis (Grunow) Round et Basson, P. W.
Ocorrência: ERG, EPS
Estação do ano/Mês: verão (janeiro/07, janeiro/08).
Pseudo-nitzschia sp. Figs. 66 - 67
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: todas as estações (fevereiro, março, abril, maio, julho, agosto,
novembro).
Margaritum terebro (Leuduger- Fortmerel) H-Moreira Figs. 68 - 69
Ocorrência: ERG, EG, EPS
Estação do ano/Mês: outono, inverno, primavera (março, agosto, outubro, dezembro).
Durante o período estudado foram registrados 139 táxons de diatomáceas,
distribuídos nas classes: Coscinodiscophyceae (73), Fragilariophyceae (18) e
Bacillariophyceae (44). Quatro táxons não foram enquadrados no sistema apresentado
por Round, Crawford & Mann (1990), portanto, não foram contabilizados nas classes.
Os gêneros que apresentaram maior número de táxons foram Thalassiosira (23),
Chaetoceros (7) e Coscinodiscus (7).
33
Os táxons que apresentaram maior freqüência relativa de valvas durante os
meses amostrados na ERG, foram Paralia spp., Psammodyctyon panduriforme,
Thalassionema synedriforme, Actinocyclus octonarius, Skeletonema pseudocostatum e
Pleurosigma affine. Na EG foram, Psammodyctyon panduriforme, Paralia spp. e
Pleurosigma affine. E na EPS foram, Actinocyclus octonarius, Paralia spp.,
Coscinodiscus wailesii e Psammodyctyon panduriforme.
Skeletonema pseudocostatum e Coscinodiscus wailesii apresentaram alta
frequência relativa. Contudo, não apresentaram distribuição uniforme durante a
amostragem, ocorrendo em picos, provavelmente influenciados por fatores abióticos
como nutrientes e temperatura.
Poucos táxons apresentaram exclusividade de distribuição (34%). A grande
maioria das espécies foi encontrada em mais de uma estação de coleta amostrada (65%).
Esses dados sugerem que não flora específica da Baia Norte (ERG e EG) e do
Pântano do Sul (EPS). Portanto, a diferença entre os locais é observada na quantidade
de células encontradas de cada espécie e não no número de espécies.
Comparando-se o presente estudo aos trabalhos realizados no plâncton da costa
da Ilha de Santa Catarina (Souza-Mosimann 1984, Souza Mosimann 1985, Souza
Mosimann 1988, Fernandes, Souza-Mosimann & Felício Fernandes 1990, Felício
Fernandes, Souza-Mosimann & Moreira Filho 1994 e Souza Mosimann, Laudares-Silva
& Roos-Oliveira 2001) observou-se que os resultados foram semelhantes, considerando-
se o número de espécies encontradas, exceto quando comparou-se o presente estudo ao
trabalho de Fernandes, Souza-Mosimann & Felício Fernandes (1990) realizado no Rio
Ratones. Neste, o número de espécies encontradas pelos autores foi maior. Contudo, a
diferença é justificada pelo fato da adição de espécies dulciaquícolas encontradas no
curso do rio que não foram registradas no presente estudo.
As espécies encontradas nos trabalhos anteriores foram semelhantes às
registradas neste estudo. As principais diferenças se concentraram no maior número de
espécies identificadas nos gêneros Thalassiosira, Skeletonema e Thalassionema, por
estes, terem sido estudados detalhadamente em Microscopia Eletrônica de Varredura.
Considerando-se a distribuição das espécies durante as estações do ano, não
foram observadas diferenças marcantes. O que notou-se foram picos de algumas
espécies e gêneros em determinados meses (Skeletonema pseudocostatum,
Asterionellopsis glacialis, Pseudo-nitzschia sp. na ERG; Coscinodiscus wailesii na
34
EPS). Contudo, esse fato pode estar relacionado mais ao regime de chuvas, ventos e
aporte de nutrientes que a temperatura característica de cada estação do ano.
O levantamento taxonômico é de extrema relevância porque subsidia trabalhos
futuros relacionados à ecologia das espécies típicas dos locais estudados. O presente
estudo contribuirá para a elaboração da lista das diatomáceas marinhas e estuarianas de
Santa Catarina que está em desenvolvimento.
A costa da Ilha de Santa Catarina mostrou-se como um local bastante diverso
com relação ao número de táxons de diatomáceas registrados. Portanto, precisa ser alvo
de mais estudos e merece atenção, considerando-se o alto nível de degradação ambiental
que a região vem sofrendo.
35
Figuras 1
9
. Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
Fig 1:
Cyclotella litoralis. Fig. 2: C. stylorum. Fig. 3: Podosira stelliger. Fig. 4: Paralia sulcata. Fig. 5:
Coscinodiscus jonesianus. Fig. 6: C. radiatus. Fig. 7: Actinocyclus octonarius. Fig. 8: A. cf.
curvatulus.
Fig. 9: Actinoptychus splendens. Escala (barra): 10 µm.
36
Figuras 10
18
. Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
Fig. 10:
Roperia tesselata. Fig. 11: Asteromphalus flabellatus. Fig. 12: A. hookerii. Fig. 13:
Triceratium favus.
Fig. 14 - 15: Odontella aurita. Fig. 16: Eupodiscus radiatus. Fig. 17: Cerataulus smithii. Fig. 18:
Auliscus punctatus. Escala (barra): 10 µm.
37
Figuras 19
25
. Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
Fig. 19:
Auliscus sculptus. Fig. 20: Dimeregramma minor. Fig. 21: Ditylum brightwelli. Fig. 22:
Pseudosolenia
calcaravis. Fig. 23 Chaetoceros affinis. Fig. 24: C. decipiens. Fig. 25: C. didymus.
Escala (barra): 10
µm.
38
Figuras 26
33
. Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
Fig. 26:
Chaetoceros didymus. Fig. 27: C. peruvianus. Fig. 28: Chaetoceros cf. lorenzianus. Fig. 29:
Bacterisatrum hyalinum. Fig. 30: Synedra goulardi. Fig. 31 - 32: Asterionellopsis glacialis. Fig. 33:
Perissonoë cruciata. Escala (barra): 10 µm.
39
Figuras 34
43
. Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
Fig. 34:
Delphineis surirella. Fig. 35: Delphineis surirella var. australis. Fig. 36: Neodelphineis pelagica.
Fig.
37: Psammodiscus nitidus. Fig. 38: Thalassionema synedriforme. Fig. 39:
Grammatophora oceanica.
Fig. 40: Eunotia incisa. Fig. 41: Lyrella clavata. Fig. 42: Cocconeis cf. disrupta (valva com rafe).
Fig.
43: Cocconeis sp.. Escala (barra): 10 µm.
40
Figuras 44
52
. Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
Fig. 44:
Anorthoneis eurystoma (valva sem rafe). Fig. 45: Cosmioneis grossepunctata. Fig. 46:
Fallacia
nummularia. Fig. 47: Diploneis bombus. Fig. 48: D. crabro. Fig. 49: D. interrupta. Fig. 50: D.
papula.
Fig. 51: Navicula pennata. Fig. 52: Trachyneis antillarum. Escala (barra): 10 µm.
41
Figuras 53
60
. Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
Fig. 53:
Trachyneis antillarum. Fig. 54: Pleurosigma affine. Fig. 55: Pleurosigma diversestriatum. Fig. 56 - 57:
Pleurosigma cf. elongatum. Fig. 58: Gyrosigma acuminatum. Fig. 59: Bacillaria sp.. Fig.
60:
Psammodyctyon panduriforme. Escala (barra): 10 µm.
42
Figuras 61
64
. Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
Fig. 61
-
62: Nitzschia lorenziana. Fig. 63: Nitzschia sigma. Fig. 64: Surirella fastuosa var. recedens. E
scala
(barra): 10 µm.
43
Figuras 65
69
. Diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
Fig. 65:
Entomoneis alata. Fig. 66 - 67: Pseudo-nitzschia sp.. Figs. 68 – 69: Margaritum terebro.
44
5µm 5µm 5µm
5µm
1µm
10µm
5µm10µm
5µm 1µm
1µm
71
72
73 74 75
76
77
78
79
80
81
70
2µm
Figuras 70
-
81:
Microscopia Eletrônica d
e Varredura das diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha
de Santa Catarina, SC, Brasil. Fig: 70 - 72: Detonula pumila. Figs. 73 – 77: Cyclotella litoralis.
Figs. 78
– 79: C. striata.. Figs. 80 – 81: Cyclotella sp..
45
5µm
5µm
10µm
5µm
2µm
5µm 1µm
5µm
5µm
5µm
5µm
82 83 84
85 86
88
89
90
91
92
93
2µm
Figuras 82
-
93:
Microscopia Eletr
ônica de Varredura das diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha
de Santa Catarina, SC, Brasil. Fig. 82: Cyclotella sp. Fig. 83: Paralia sulcata. Fig. 84:
Coscinodiscus
radiatus. Fig. 85: Actinocyclus octonarius var. tenellus. Fig. 86: Actinoptychus campanulifer.
Fig. 87:
A. senarius. Fig. 88: Roperia tesselata. Fig. 89: Odontella aurita. Fig. 90: Hemiaulus sinensis.
Fig. 91:
Asterionellopsis glacialis. Fig. 92 - 93: Neodelphineis pelagica.
46
1µm
1µm
1µm
1µm
1µm 1µm 1µm
5µm
2µm
10µm
2µm 10µm
94 95 96
97
98
99
100
101
102
103 104
105
Figuras 94
-
105:
Microscopia Eletrônica de Varredura das di
atomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha
de Santa Catarina, SC, Brasil. Fig. 94: Neodelphineis pelagica. Fig. 95 - 97: Thalassionema frauenfeldii
.
Fig. 98 - 100: T. synedriforme. Fig. 101 - 102: Diploneis weissflogii. Fig. 103 - 104: Navicula pennata
.
Fig. 105: Pleurosigma affine.
47
20µm
1µm
20µm
50µm
5µm
10µm
106
107
111
108
109
110
Figuras
106
-
111
:
Microscopia Eletrônica de Varredura das diatomáceas fitoplanctônicas da costa da Ilha
de Santa Catarina, SC, Brasil. Fig. 106: Pleurosigma affine. Fig. 107: P.
diversestriatum
. Fig. 108:
Pleurosigma cf. elongatum
. Fig. 109:
Pleurosigma sp.
Fig. 110:
Psammodyctyon panduriforme
.
Fig. 111:
Surirella fastuosa var. recedens.
48
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Capítulo 2
51
Espécies do gênero Thalassiosira Cleve emend. Hasle (Diatomeae) na
costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil
Resumo
Thalasssiosira Cleve emend. Hasle é um gênero de diatomácea, marinho e
planctônico. A contribuição deste gênero nas regiões temperadas é bastante relevante. No
entanto, é pouco estudado em regiões tropicais e substropicais, principalmente no
continente americano. Visando aumentar o conhecimento das espécies de Thalassiosira na
região sudoeste do Atlântico, foram amostradas três estações de coleta na costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. As coletas foram realizadas em duas estações localizadas no
centro-oeste da Ilha: Ratones Grande (27º28’30.52”S - 48º33’27.27”W) e Guarás
(27º33’20.09”S - 48º33’27.50”W) e em uma no sudeste: Pântano do Sul (27º47’24.97”S -
48º30’39.31”W). As amostras de água foram concentradas com uma rede de plâncton (25
µm de abertura) e foram coletas mensalmente durante o ano de 2007 e 2008. Estas, foram
oxidadas e clarificadas. Logo após, foram montadas lâminas permanentes para a contagem
das 400 valvas, identificação e para as fotomicrografias. Uma alíquota do material foi
separada para a visualização em Microscopia Eletrônica de Varredura (JEOL 6390). Foram
registrados 23 táxons de Thalassiosira. Thalassiosira exigua, T. mala e T. visurgis são
primeiros registros para a costa brasileira e T. visurgis para o sudoeste do Atlântico. A
espécie que apresentou a maior freqüência relativa durante a amostragem foi T. eccentrica.
As maiores freqüências relativas registradas para o gênero foram observadas na primavera.
O local estudado apresentou um elevado número de espécies quando comparado com
outros inventários feitos em outros locais do mundo. Esses dados reiteram a importância do
estudo de Thalassiosira no Brasil e fundamentam a importância da costa da Ilha de Santa
Catarina na distribuição do gênero.
Palavras-chave: Taxonomia, Fitoplâncton, Sudoeste do Atlântico.
52
2.1 Introdução
Thalassiosira Cleve é o gênero tipo de Thalassiosiraceae Hasle, que além deste,
inclui Lauderia Cleve, Porosira Jörg., Skeletonema Grev., Stephanodiscus Ehrenb.,
Planktoniella Schütt, Detonula Schütt, Minidiscus Hasle, Bacterosira Gran e Cyclotella
Kütz (Hasle, 1973). Thalassiosira foi descrito por Cleve em 1873 e tem como espécie tipo
T. nordenskioeldii (Fryxell & Hasle, 1977).
As espécies de Thalassiosira são principalmente marinhas planctônicas, com
exceção de poucas que ocorrem na água doce e em águas estuarinas (Hasle 1973). O gênero
apresenta mais de 100 espécies e provavelmente é o melhor estudado com técnicas
modernas de análise (Microscopia Eletrônica e Biologia Molecular entre outras) na
atualidade (Hallegraeff 1984, Hasle & Syvertsen 1996).
Hasle (1973) emendou a descrição de Thalassiosira citando que as células formam
colônias ligadas por fios de mucilagem expelidos de tubos estruturados (fultopórtulas)
localizados na região central da valva; células raramente solitárias ou colônias usualmente
vastas. Sempre apresentam um ou mais anéis marginais de fultopórtulas, às vezes, estes se
localizam entre o centro da valva e a margem. A autora ainda cita a presença de um ou
muitos processos estruturados próximos a aréola central, quando muitos tubos estão
presentes, estes são agrupados em um regular ou irregular anel, em linha ou podem ser
irregularmente agrupados. Notifica ainda a presença de um ou mais processos labiados
localizados na região marginal, no centro ou entre eles. O padrão de areolação pode ser
radial, em secções, lineares ou curvadas tangencialmente ou ainda pode apresentar a
integração desses padrões de areolação. Finalizando a emenda, Hasle (1973), cita que a
estrutura da parede difere de espécie para espécie dependendo do grau de silicificação dos
indivíduos.
As espécies podem ser diferenciadas pela forma, número de fultopórtulas e
rimopórtulas (processos labiados) na valva, densidade de aréolas em 10 µm na face valvar e
no manto e ainda pela morfologia das bandas conectivais. (Hasle 1973).
Thalassiosira é um dos maiores e mais amplamente distribuído gênero de
diatomácea do mundo (Sar et al. 2002). A contribuição do gênero na composição do
53
fitoplâncton marinho é bastante relevante nas regiões temperadas e polares (Fryxell &
Hasle 1979). Hoppenrath et al. (2007) citam que Thalassisoria é, depois de Chaetoceros
Ehrenber, o gênero pelágico marinho mais diverso na comunidade fitoplanctônica desses
locais. No entanto, em regiões tropicais e subtropicais pouco se sabe com relação à
diversidade e biologia de Thalassiosira. Os estudos sobre o gênero nessas regiões, no
continente americano, são, na maioria da América do Norte (Fryxell 1975; Fryxell & Hasle
1980; Hasle 1983a; Mahood et al. 1986; Hernández-Becerril & Tapia Pena 1995; Aké-
Castillo et al. 1999), existindo poucos específicos da América Central e do Sul. Alguns
trabalhos utilizaram amostras vindas de locais do Atlântico Sul, como o de Hasle (1983a),
que mostra estudos com material coletado na costa brasileira (Ubatuba e Cananéia). No
entanto, esses trabalhos exploram somente algumas espécies, não apresentam inventários,
nem chaves de identificação regionais de Thalassiosira.
Para o estado de Santa Catarina são citadas somente seis espécies de Thalassiosira,
são elas: T. eccentrica (Ehrenberg) Cleve, T. leptopus (Grunow ex Van Heurck) Hasle & G.
Fryxell, T. nanolineata (Mann) Hasle et Fryxell, T. oestrupii var. oestrupii (Ostenfeld)
Hasle, T. oestrupii var. venrickae Fryxell & Hasle, T. punctigera (Castracane) Hasle.
Destas, as espécies mais freqüentemente encontradas na bibliografia são T. eccentrica e T.
oestrupii var. oestrupii.
A Ilha de Santa Catarina está localizada no sudoeste do Oceano Atlântico, em umas
das regiões mais complexas, com relação a influência de massas d’água, do mundo,
conhecida como zona de Confluência Brasil-Malvinas (Souza & Robinson 2004). Outro
fator atuante na região, de evidente importância é a pluma do rio La Plata, que fertiliza as
águas uruguaias e sul- brasileiras, é rica principalmente em silicato e atua dependendo dos
ventos (Piola et al. 2008).
Apesar da importância hidrográfica do sudoeste do oceano Atlântico e de
Thalassiosira na composição do fitoplâncton marinho e costeiro, poucos estudos foram
realizados com relação ao gênero neste local. Os trabalhos que abordaram taxonomia,
estrutura ou distribuição de Thalassiosira foram os de Lange et al. (1983), Sar & Ferrario
(1987), Ferrario (1988), Ferrario & Sar (1988), Torgan & Santos (2006), Torgan & Santos
(2007), Sar et al. (2002), Garcia & Odebrecht (2009a), Garcia & Odebrecht (2009b).
54
O objetivo do presente estudo foi descrever e ilustrar em Microscopia Óptica e
Microscopia Eletrônica de Varredura espécies do gênero Thalassiosira encontradas em três
estações de coleta na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
2.2 Metodologia
A Ilha de Santa Catarina localiza-se na região sudoeste do oceano Atlântico, sul do
Brasil (27°10’S e 27°50’S-48°25’W e 48°35’W), no município de Florianópolis (Fig. 1).
Para a realização do presente estudo, as amostras de água, foram coletadas em duas
estações no centro-oeste da Ilha: Ratones Grande (ERG) (27º28’30.52”S -48º33’27.27”W)
e Guarás (EG) (27º33’20.09”S - 48º33’27.50”W) e uma no sudeste: Pântano do Sul (EPS)
(27º47’24.97”S - 48º30’39.31”W). As estações ERG e EG localizam-se em uma baía
fechada rasa (Baía Norte), sofrem influência dos rios Ratones e Itacorubi e de seus
manguezais. A EG encontra-se localizada mais internamente na baía que a ERG. A EPS
sofre menor influência continental que as outras estações estudas, localiza-se em uma
enseada, porém, em mar aberto. A localização das estações de coleta está representada na
Figura 1.
Na ERG a profundidade coletada foi de aproximadamente 9 metros, na EG foi de
3,5 metros e na EPS foi de 13 metros. As coletas foram mensais no período de janeiro/07 a
janeiro/08.
As amostras foram concentradas com auxílio de rede de plâncton com abertura de
25 µm, fixadas com formoldeído com concetração final de 1,6%. Foram montadas 2
lâminas permanentes por amostra, seguindo-se a técnica de Simonsen (1974) para a
oxidação (limpeza das frústulas) e utilizando-se a resina Naphrax (índice de refração 1, 7).
As lâminas permanentes foram tombadas no Herbário FLOR do Departamento de
Botânica/CCB/UFSC e encontram-se registradas entre os números 13.004 e 13.039.
As lâminas foram analisadas em microscópio óptico da marca Olympus modelo BX
50. As fotomicrografias foram feitas com câmara Olympus acoplada no mesmo
microscópio. Para as fotomicrografias em contraste de fase foi utilizado o Microscópio
Óptico Olympus modelo BX41, equipado com câmara para captura de imagem digital
colorida com 3.3 mpixel QColor 3C da Q-imaging (BEG/CCB/UFSC).
55
A fim de obter-se dados com relação a freqüência relativa do gênero, (após o
processo de oxidação) foram contadas nas lâminas permanentes de 400 a 500 valvas
(Schoeman 1973). A contagem das valvas das espécies de Thalassiosira em Microscopia
Óptica (MO) não é segura, porque estas não são facilmente reconhecíveis, por isso optou-se
pela contagem geral a nível de gênero. No entanto, algumas espécies são facilmente
distinguíveis em MO, possibilitando a obtenção de dados de freqüência relativa. Os dados
específicos da contagem relativa serão apresentados no comentário das espécies e na
discussão do presente estudo.
Para a observação do material em microscopia eletrônica de varredura (MEV) o
material foi colocado em suportes de alumínio (stubs). Após a secagem foi recoberto com
ouro (~300 Angstrons) utilizando-se o metalizador Baltec, modelo CED030. O microscópio
utilizado foi o do Laboratório Central de Microscopia Eletrônica da Universidade Federal
de Santa Catarina, marca JEOL 6390 LV com distância de trabalho de 10 mm, a 20 KvO e
spot size entre 25 e 30.
A temperatura foi obtida com a utilização de um termômetro de Mercúrio e a
salinidade mensurada com Refratômetro Shibuya.
Para o cálculo do número de fultopórtulas em 1m foi utilizado a fórmula
(n.10/π.d) apresentada por Hasle (1983b), onde “n” é o número de fultopórtulas da valva e
“d” o diâmetro.
Para a descrição das estruturas morfológicas das frústulas foi utilizada a
nomenclatura apresentada por Hasle & Syvertsen (1996) e por Round, Crawford & Mann
(1990).
A classificação utilizada para enquadramento até Subfilo foi a apresentada por
Cavalier-Smith (1998) e a partir de Classe, a apresentada por Round, Crawford & Mann
(1990).
A descrição das espécies de Thalassiosira seguirá ordem alfabética.
56
Figura. 1
. Localização das estações de coleta amostradas na costa da Ilha de Santa Catarina, Santa Catarina,
Brasil. ERG: Estação Ratones Grande, EG: Estação Guarás e EPS: Estação Pântano do Sul.
57
2.3 Resultados
O gênero Thalassiosira Cleve emend. Hasle foi registrado em todos os meses e
estações de coleta amostradas na Ilha de Santa Catarina (Figs. 93a - b). As figuras 93a - b
mostram os resultados das análises da salinidade e temperatura da água durante a
amostragem, relacionando-as com a frequência relativa do gênero.
Durante o período estudado foram encontradas 22 espécies e uma variedade do
gênero Thalassiosira. A Tabela 1 apresenta os táxons e os caracteres diagnósticos mais
importantes de cada um.
Abaixo, será apresentada a chave de identificação das espécies de Thalassiosira
encontradas durante o período amostrado nas três estações de coleta estudadas, a descrição
de cada uma e as ilustrações.
Chave para a identificação das espécies de Thalassiosira encontradas na costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. Descrições das estruturas morfológicas marcadas em negrito
indicam a necessidade de Microscopia Eletrônica de Varredura para visualização.
I. Espécies com diâmetro menor que 10 µm...........................................................................1
1 Anel de fultupórtulas marginal proeminente......................................................2
2 Anel de fultupórtulas marginal com tubos complexos formando uma
estrutura em forma de “T” (vista externa)...................................T. tealata
(Figs. 78 - 81).
2’ As fultopórtulas do anel marginal, abrem-se no ápice de projeções
cônicas silicosas (vista externa)...................................................... T. exigua
(Figs. 11 e 46).
1’ Anel de fultopórtulas marginal não proeminente.... ........................................2’
2’ Presença de uma fultopórtula na face valvar............................3’
3’ Fultopórtula localizada excentricamente na face
valvar............................................................................T. mala
(Figs. 17, 55 - 56).
5’ Uma fultopórtula central.........................T. proschkinae
(Figs. 67 - 70)
58
2” Presença de duas fultopórtulas no centro da face
valvar....................................................................................T. minima
(Figs. 57 - 58).
II. Espécies com diâmetro maior que 10 µm..........................................................................1
1 Padrão de areolação linear....................................................................................... 2
2 Presença de duas rimopórtulas bem evidentes entre a face valvar e
o manto, distantes 180º uma da outra..................................................3
3’ Face valvar ondulada, linha marginal silicosa
entre a face valvar e o manto......................T. hendeyi
(Figs. 12 -13, 47 - 50)
3” Face valvar plana, linha marginal
ausente......................................................T. simonsenii
(Figs. 28, 72 – 77)
2’ Presença de uma rimopórtula evidente na margem da
valva...................................................................................................3’
3’ Aréola central diferenciada das demais..................4’
4’ Anel de fultopórtulas marginal evidente,
regularmente espassadas incluídas em
deposições silicosas em forma de
cunha...................................................T. tenera
(Fig. 29 – 30, 82 - 85)
5’ Anel de fultopórtulas com deposição de
camada de sílica ausente e areolação
delicada.............................................T. leptopus
(Figs. 14).
3” 1-6 fultopórtulas sobre a parede da aréola
central, anel de fultopórtulas evidente com camada
de sílica a redor da abertura externa do tubo....
.................................................................T. nanolineata
(Figs. 59).
59
3’” 6 fultopórtulas sobre a parede da aréola
central, costelas marginais presentes, sem anel de
fultopórtulas marginais e presença de aréolas
modificadas próximo a
aréola central....................................Thalassiosira sp.
(Figs. 32 – 33, 89 – 92).
3 Padrão de areolação excêntrico ..................................................................4
4 Uma fultopórtula e uma rimopórtula proeminentes localizadas
subcentralmente na face valvar..........................................................5
5 Rimopórtula distante 2-3 areolas da fultopórtula
...................................................T. oestrupii var. oestrupii
(Figs. 18 – 19, 61 – 63)
5’ Rimopórtula distante 4 aréolas da
fultopórtula..............................T. oestrupii var. venrickae
(Figs. 20 – 24, 64 - 66)
4’ Uma rimopórtula localizada na região marginal ...........................5’
5’ Presença de um anel irregular de espinhos entre a face
valvar e o manto............................................T. eccentrica
(Figs. 7 – 9 e 40 - 42).
6’ Uma rimopórtula marginal com tubo externo proeminente
localizada entre duas
fultopórtulas...........................................................T. decipiens
(Figs. 6 e 39).
7’ Um anel de fultopórtulas marginal com tubos longos em
forma de taça, uma rimopórtula com tubo longo
localizada entre duas fultopórtulas
marginais...............................................................T. angulata
(Figs. 1 -5, 34 - 38).
4 Padrão de areolação fasciculado...................................................................5
5 Um anel de fultopórtulas e uma rimopórtula
marginal...................................................................................6
6 Muitas fultopórtulas com tubos curtos espalhadas
sobre a superfície da valva, 20 a 30 estrias/10µm
60
fracamente silicificadas e diâmetro < 45
µm................................................................T. lundiana
(Figs. 15 – 16, 51 - 54).
8 10 a 15 estrias/10 µm bastante silicificadas e
diâmetro > 50 µm............................T. punctigera
(Figs. 25 – 26, 71).
5’ Um anel de fultopórtulas localizado próximo ao centro da
valva (6 7), uma rimopórtula localizada entre a margem
da valva e o anel central de
fultopórtulas......................................................T. endoseriata
(Figs. 10, 43 – 45).
6” Uma fultopórtula subcentral, tubos das fultopórtulas
marginais (vista interna) longos.................T. cf. partheneia
(Figs. 86 - 88).
5 Padrão de areolação radial...........................................................................6
6 Um grupo de fultopórtulas localizado no centro da valva,
fultopórtulas espalhadas sobre a face valvar e uma rimopórtula
proeminente localizada entre a face valvar e o manto, estrias pouco
evidentes..................................................................................T. rotula
(Fig. 27)
7 Uma fultopórtula central, um anel de fultopórtulas marginal
sem tubos internos e uma rimopórtula próxima de uma
fultopórtula
marginal.............................................................................T. oceanica
(Fig. 60).
6 Padrão de areolação irregular.......................................................................7
7 Duas rimopórtulas proeminentes localizadas entre o manto e a face
valvar e uma fultopórtula central..................................T. visurgis
(Fig. 31)
61
OCHROPHYTA Cavalier-Smith 1998
DIATOMEAE Cavalier-Smith 1998
COSCINODISCOPHYCEAE Round & Crawford 1990
THALASSIOSIRALES Glezer & Makarova 1986
THALASSIOSIRACEAE Lebour 1930 emend. Hasle 1973
Thalassiosira Cleve 1873 emend. Hasle 1973
1. Thalassiosira angulata (Gregory) Hasle, Norw. J. Bot., 25: 93, figs. 4, 41, 70 - 99, 1978.
Basiônimo: Orthosira angulata Gregory, Transactions of the Royal Society of Edinburgh
21: 498., pl. 10. figs. 43 e 43b, 1857.
Figuras 1 – 5, 34 - 38
Referências: Hasle (1978), Harris et al. (1995), Muylaert & Sabbe (1996), Sar, Sunesen &
Castaños (2001), Hoppenrath et al. (2007).
Diâmetro: 16 - 34,6 µm. Aréolas/10 µm: 11-14. Fultopórtulas/10 µm: 1,96 - 2,29.
A estriação é excêntrica, com aréolas convergindo da margem para o centro da
valva (Figs. 5 e 38). As estrias são bem evidentes, em MEV e em MO. Possui um anel
marginal de fultopórtulas com tubos externos longos (Figs. 34 e 38), formando na região
distal desses tubos uma estrutura silicosa em forma de taça que a envolve (Figs 36 – 37). As
fultopórtulas do anel distam 3 a 4 aréolas da margem da valva (Fig. 36). Na região central
alguns espécimes apresentaram uma fultopórtula central (Fig. 34). Apresenta uma
rimopórtula marginal, com tubo longo, localizada entre duas fultopórtulas, no entanto mais
próxima de uma que de outra (Figs. 4, 5, 34, 35 e 38).
Comentário: Nas descrições apresentadas na literatura (Hasle 1978; Harris et al. 1995; Sar,
Sunesen & Castaños 2001; Sar, Sunesen & Lavigne 2002) é citada a presença de uma
fultopórtula junto da aréola central. No entanto, no presente trabalho foi encontrado
espécimes sem a fultopórtula central (Fig. 36). Essa observação poderia embasar a hipótese
que de que esses espécimes, sem a fultopórtula central, não formariam colônias ligadas por
fios centrais de mucilagem que se originariam dessa fultopórtula, mas por ligação direta
62
entre faces valvares, outro tipo de formação de colônias observado nessa espécie (Hasle
1978). A maioria dos estudos realizados no Atlântico Sul (Lange 1985; Lange & Mostajo
1985; Sar, Sunesen & Castaños 2001; Sar, Sunesen & Lavigne 2002; Procopiak, Fernandes
& Moreira-Filho 2006; Garcia & Odebrecht) registraram a T. angulata, indicando que a
espécie é amplamente distribuída e importante no fitoplâncton do Atlântico Sul ocidental.
Hasle (1978) aponta o Atlântico Norte como principal área de distribuição de Thalassiosira
angulata.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange 1985; Lange & Mostajo 1985;
Sar, Sunesen & Castaños 2001; Sar, Sunesen & Lavigne 2002); Brasil (Procopiak,
Fernandes & Moreira-Filho 2006; Garcia & Odebrecht 2009a).
2. Thalassiosira decipiens (Grunow) JØrgensen, Bergens Mus. Skr. 1905: 96, fig. 3, 1905
Basiônimo: Coscinodiscus eccentricus var.? decipiens Grunow in Schneider, pg. 128, pl. 4,
fig.18, 1878
Figuras 6 e 39
Referências: Hasle (1979); Mahood, Fryxell & McMillan (1986), Hernández-Becerril &
Tapia Peña (1995), Muylaert & Sabbe (1996), Sar, Sunesen & Castaños (2001),
Hoppenrath et al. (2007), Tremarin, Ludwig & Moreira Filho (2008), Garcia & Odebrecht
(2009a).
Diâmetro: 10 - 18 µm. Aréolas/10 µm: 14-16. Fultopórtulas/10 µm: 8
A estriação é excêntrica, com aréolas arranjadas em curvas tangenciais, visíveis ao
MEV e ao MO (Figs. 6 e 39). Possui um anel de fultopórtulas no manto, com tubos
externos curtos (Fig. 38). Uma rimopórtula proeminente com tubo externo mais longo que
os das fultopórtulas (Figs. 6 - 39), localizada na margem da valva, entre duas fultopórtulas.
No entanto, levemente deslocada do anel de fultopórtulas, em direção ao centro da valva.
Apresenta uma fultopórtula na região central da valva (Fig. 39).
63
Comentário: O caracter diagnóstico da espécie, em MEV e MO, é a rimopórtula
proeminente na margem da valva. Thalassiosira decipiens foi encontrada com maior
freqüência relativa nas estações de coleta com maior influência de rios (tipicamente
estuarina) e com baixa profundidade: ERG (22%) e EG (11%), localizadas na Baia Norte.
Enquanto que na EPS, a que apresenta menor influência continental e maior profundidade,
a frequência relativa foi de apenas 3%. Na literatura é amplamente citado que T. decipiens é
encontrada principalmente em regiões estuarinas ou em águas com salinidade variável
(Hasle 1979; Mahood, Fryxell & McMillan 1986; Hernández-Becerril & Tapia Peña 1995)
como o observado no presente estudo.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange 1985; Lange & Mostajo 1985;
Sar, Sunesen & Castaños 2001), Brasil (Procopiak, Fernandes & Moreira-Filho 2006;
Villac, Cabral-Noronha & Oliveira Pinto 2008; Tremarin, Ludwig & Moreira Filho 2008;
Garcia e Odebrecht 2009a).
3. Thalassiosira eccentrica (Ehrenberg) Cleve, Conseil Permanent pour I'Exploration de
la Mer, Bulletin des Resultats aquit pendant les courses pdriodiques, 1903-1904: 216,
1904.
Basiônimo: Coscinodiscus excentricus Ehrenberg, Abh. Akad. Wiss. Ber., 1839: 146, 1839;
p. 371, pl. 3, fig. 5, 1841 (1843).
Figuras 7 – 9 e 40 - 42
Referências: Fryxell & Hasle (1972), Hallegraeff (1984), Mahood, Fryxell & McMillan
(1986), Harris et al. (1995), Hernández-Becerril & Tapia Peña (1995), Hasle & Syvertsen
(1996), Muylaert & Sabbe (1996), Sar, Sunesen & Castaños (2001), Hoppenrath et al.
(2007), Tremarin, Ludwig & Moreira Filho (2008), Garcia e Odebrecht (2009a).
Diâmetro: 19 – 61,11 µm. Estrias/10 µm: 6-8. Espinhos/10 µm: 1,4. Fultopórtulas/10 µm: 4
A estriação é fortemente excêntrica com estrias tangenciais arqueadas da margem
para o centro. Aréola central rodeada por 7 aréolas (Figs. 8 e 40). Junto da aréola central
está presente uma fultopórtula sem tubo externo (Fig. 40). Apresenta fultopórtulas sem
64
tubos externos espalhadas por toda face valvar (Figs. 40 - 41). Uma rimopórtula
proeminente, principalmente em MEV (Figs. 40 41) , na margem da valva. Em MO a
rimopórtula pode ser confundida com espinhos. Possui 2-3 anéis de fultopórtulas marginais
(Figs. 41 42). Apresenta um anel irregular de espinhos piramidais entre o manto e a face
valvar (Figs. 7, 9, 40 e 42).
Comentário: Os espinhos são visíveis em MEV e frequentemente em MO e são, juntamente
com a estriação fortemente excêntrica, características diagnósticas da espécie. Em vista
conectival, a ornamentação da valvocópula e os espinhos proeminentes na extremidade do
manto (Fig. 7) diagnosticam a espécie. Thalassiosira eccentrica foi encontrada em todos os
meses amostrados na ERG e EPS. Na EG não foi registrada nos meses de fevereiro, março
e janeiro/08. A espécie apresentou as maiores frequências relativas registras dentre as
espécies do gênero para a ERG e EPS. Na EPS, a espécie foi responsável pelo pico de
valvas do gênero em outubro (Fig. 93a). Sar, Sunesen & Castaños (2001) citam que na
Argentina, a espécie foi abundante no final do verão e Hoppenrath et al. (2007), em estudo
feito no mar do Norte, observaram que a espécie alcança a máxima freqüência no inverno,
diminuindo os valores de maio a julho. No presente estudo foi observado que T. eccentrica
apresentou a maior freqüência relativa na primavera (Fig. 93c), diferente do apresentado na
literatura.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange, Negri & Benavides 1983; Lange
1985; Lange & Mostajo 1985; Ferrario & Sar 1988; Sar, Sunesen & Castaños 2001; Sar,
Sunesen & Lavigne 2002). Brasil (Aguiar & Corte-Real 1973 (como Coscinodiscus
excentricus Ehrenberg); Rosa & Aguiar 1975; Souza-Mosimann 1984; Souza-Mosimann
1985; Moreira Filho, Valente Moreira & Souza-Mosimann 1985; Souza-Mosimann 1988;
Fernandes, Souza-Mosimann & Felício Fernandes 1990; Torgan & Biancamano 1991;
Souza-Mosimann, Felício-Fernandes, Laudares-Silva & Fernandes 1993; Felício-
Fernandes, Souza-Mosimann & Moreira Filho 1994; Souza-Mosimann & Roos-Oliveira
1998; Souza-Mosimann; Fernandes, Brandini, Gutseit, Fonseca & Pellizari 1999; Souza-
Mosimann, Laudares-Silva & Roos-Oliveira 2001; Souza-Mosimann & Laudares-Silva
2005; Procopiak, Fernandes & Moreira-Filho 2006; Villac, Cabral-Noronha & Oliveira
65
Pinto 2008; Tremarin, Ludwig & Moreira Filho 2008; Garcia e Odebrecht 2009a; Garcia e
Odebrecht 2009b).
4. Thalassiosira endoseriata Hasle & Fryxell, Nova Hedwigia, Beih., 54: 78 79. Figs. 45
– 49, 1977.
Figuras 10, 43 - 45
Referências: Fryxell & Hasle (1977), Hasle & Syvertsen (1996), Sar, Sunesen & Castaños
(2001), Garcia & Odebrecht (2009a), Garcia & Odebrecht (2009b).
Diâmetro: 26,81 – 46,25µm. Aréolas/10 µm: 11 – 15. Fultopórtulas/10 µm: 5
A estriação é fasciculada, visível em MO. Apresenta um anel de fultopórtulas (7 - 8)
sem tubo externo, entre a margem e o centro da valva, mais próximo desta (Figs.10, 43
44). A rimopórtula é única, não apresenta tubo externo e está localizada entre o anel central
de fultopórtulas e a margem da valva (Fig.43). Apresenta anel de fultopórtulas marginal
sem tubo externo com 5 – 6 fultopórtulas em 10 µm (Fryxell & Hasle 1977).
Comentário: O anel de fultopórtulas, localizado entre a margem e a região central, é uma
das principais características que diagnosticam a espécie e pode ser facilmente visto em
MO. O anel marginal não foi visualizado nos espécimes encontrados. As fultopórtulas do
anel marginal não apresentam tubo externo (Sar, Sunesen & Castaños 2001), sendo a
principal causa da dificuldade de visualização das estruturas. A freqüência relativa da
espécie foi baixa: ERG (0,23%), EG (0,24%) e EPS (não foi encontrada).
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange, Negri & Benavides 1983; Lange
1985; Sar, Sunesen & Castaños 2001; Lange 1985). Brasil (Garcia & Odebrecht 2009a;
Garcia & Odebrecht 2009b).
66
5. Thalassiosira exigua Fryxell & Hasle, Nova Hedwigia, Beih., 54: 30, Figs. 66 - 73,
1977.
Figuras 11 e 46
Referências: Hasle & Fryxell (1977), Hernández-Becerril & Tapia Pena (1995).
Diâmetro: 5,8 – 6,8 µm. Aréolas/10 µm: 20 – 22. Fultopórtulas/10 µm: 5, 09 - 5, 49
A estriação é linear visível em MEV e MO (Figs. 11 e 46). Apresenta um anel de
fultopórtulas marginal. Em vista externa, essas fultopórtulas se abrem no ápice de uma
deposição silicosa porosa irregular em forma de de cone (Fig. 46). A aréola central
apresenta-se em relevo quando comparada às demais da face valvar (Fig. 46). A
rimopórtula é única e marginal, localizada entre duas fultopórtulas (Fig. 46).
Comentário: Thalassiosira exigua é semelhante morfologicamente a T. tenera. No entanto,
a primeira apresenta menor diâmetro (Hasle & Fryxell 1977) e maior densidade de aréolas
que a segunda. Apesar do tamanho reduzido, T. exigua pode ser facilmente reconhecida em
MO, devido à areolação marcante e fultopórtulas marginais evidentes (Fig. 11). A espécie
foi rara durante a amostragem.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange 1985); Primeira citação para o
Brasil.
6. Thalassiosira hendeyi Hasle & Fryxell, Nova Hedwigia, Beih., 54: 25 26, Figs. 35
45, 1977.
Sinônimo: Coscinodiscus hustedtii Müller-Melchers; Thalassiosira hustedtii Poretzky &
Anisimova
Figuras 12 – 13, 47 - 50
Referências: Hasle & Fryxell (1977), Mahood, Fryxell & McMillan (1986), Muylaert &
Sabbe (1996), Sar, Sunesen & Castaños (2001) Sar, Sunesen & Lavigne (2002),
Hoppenrath et al. (2007), Garcia e Odebrecht (2009a), Garcia e Odebrecht (2009b).
67
Diâmetro: 53 - 76 µm. Estrias/10 µm: 5 – 6. Fultopórtulas/10 µm: 4
O padrão de areolação é linear. As aréolas apresentam forame externo que pode ser
visto em MEV (Fig. 48). A valva apresenta aspecto ondulado ou levemente côncavo em
MO (Fig. 12 e 13). A região central da valva apresenta uma fultopórtula levemente elevada,
sem tubo (Fig. 47). Em MEV, observa-se a presença de uma linha marginal silicosa (Fig.
48), sendo esta a continuação da face valvar, e consiste em um anel de pequenas aréolas
cercadas por uma costela fortemente silicificada (Hasle & Fryxell 1977). Na margem
valvar ainda se localizam fultopórtulas irregularmente distribuídas (Fig. 48). Apresenta
duas rimopórtulas com tubos externos proeminentes, distantes 180º uma da outra e
localizadas sobre a linha marginal silicosa (Figs. 47 e 50).
Comentário: Os principais caracteres diagnósticos para identificação da espécie são as
rimopórtulas proeminentes distantes 180º e a ondulação da face valvar. O anel de
fultopórtulas marginal foi de difícil visualização. Thalassiosira hendeyi apresentou
freqüência relativa semelhante nas três estações amostradas: ERG: 3,54%, EG: 4,36% e
EPS: 3,25%. No entanto, as maiores frequências relativas foram registradas no inverno e na
primavera (Fig. 93d). Happenrath et al. (2007) citam que, no Mar do Norte, a espécie
ocorre de agosto a maio, mostrando a grande flexibilidade de T. hendeyi com relação à
temperatura.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange 1985; Lange & Mostajo 1985;
Sar, Sunesen & Castaños 2001; Sar, Sunesen & Lavigne 2002), (Muller-Melchers 1953
(como Coscinodiscus hustedtii); Villac, Cabral-Noronha & Oliveira Pinto 2008), Uruguay
(Muller-Melchers 1953 (como Coscinodiscus hustedtii); Hasle & Fryxell 1977). Brasil
(Garcia & Odebrecht, 2009a; Garcia & Odebrecht, 2009b).
7. Thalassiosira leptopus (Grunow) Hasle & Fryxell, Nova Hedwigia, 54: 20 – 21, Figs. 1 –
14, 1977.
Basiônimo: Coscinodiscus (lineatus var.?) leptopus Grunow in Van Heurck. Pl. 131, Figs. 5
– 6, 1883.
68
Sinônimo: Coscinodiscus lineatus Ehrenberg
Figura 14
Referências: Fryxell & Hasle (1977), Hallegraeff (1984), Hernández-Becerril & Tapia
Peña (1995).
Diâmetro: 26 – 56,6 µm. Estrias/10 µm: 6 – 11. Fultopórtulas/10 µm: --
O padrão de estriação é linear, com aréolas visíveis ao MO. A aréola central é
distinta das outras da face valvar, sendo maior que as demais. A estriação da face valvar é
diferenciada da do manto, que é finamente areolada. A rimopórtula é única, com tubo
externo proeminente (Fig. 14) e está presente na margem da valva.
Comentário: Não foi possível registrar essa espécie em MEV. No entanto, o conjunto de
características analisadas em MO, tais como: a rimopórtula marginal proeminente, a aréola
central diferenciada das demais (maior) e o anel marginal de processos ocluídos, que
aparecem como pontos escuros em MO, possibilitaram a identificação da espécie. Embora
não sendo possível a visualização dos processos ocluídos em MEV, Hasle e Fryxell (1977)
os descreve como estruturas que apresentam 5 poros satélites em vista interna, tubo com
alas e são constrictos na parte distal. Possui 2-3 anéis de fultopórtulas marginais arranjadas
em zig-zag e um anel de processos ocluídos marginais irregularmente espaçados (Hasle &
Fryxell 1977). Thalassiosira leptopus, em MO, pode ser facilmente confundida com T.
tenera Proschkina-Lavrenko. Contudo, algumas estruturas as separam, a principal em MO é
a rimopórtula marginal proeminente (Fig. 14) em T. leptopus. Enquanto que em T. tenera a
rimopórtula está localizada entre duas fultopórtulas marginais e ela não é evidente em MO,
é confundida com uma das fultopórtulas.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Brasil (Aguiar & Corte-Real 1973 (como C. lineatus
forma minor); Rosa 1982 (como C. lineatus); Souza-Mosimann 1985; Moreira Filho,
Valente Moreira & Souza-Mosimann 1985; Torgan & Biancamano 1991 (como C.
lineatus); Rosevel da Silva et al. 2005; Souza-Mosimann & Laudares-Silva 2005;
69
Procopiak, Fernandes & Moreira-Filho 2006; Villac, Cabral-Noronha & Oliveira Pinto
2008; Tremarin, Ludwig & Moreira Filho 2008).
8. Thalassiosira lundiana Fryxell, Nova Hedwigia, Beih., 53: Figs. 12 – 24, 1975.
Figuras 15 – 16, 51 - 54
Referências: Fryxell (1975), Mahood et al. (1986), Sar, Sunesen & Castaños (2001),
Hoppenrath et al. (2007).
Diâmetro: 12,08 – 28,12 µm. Estrias/10µm: 38 - 40. Fultopórtulas/10 µm: 10
O padrão de estriação é fasciculado, com estrias delicadas, dificilmente
visualizáveis em MO (Figs. 15 16). Possui um anel de fultopórtulas marginal em zig-zag,
com tubos externos curtos (Figs. 52 - 53). Apresenta fultopórtulas espalhadas pela face
valvar com tubos externos curtos (Figs. 51, 53 55). Na região marginal, possui um anel
irregular de processos ocluídos (Figs. 16, 51 - 52) e costelas (Fig. 51).
Comentário: A rimopórtula de T. lundiana, de acordo com a descrição original (Fryxell
1975), é marginal e apresenta um tubo externo. No presente estudo, nos espécimes
analisados, não foi possível distinguir a rimopórtula dos processos ocluídos. Thalassiosira
lundiana é uma espécie próxima de T. punctigera (Castr.) Hasle (ver item 16) e estas são
facilmente confundidas. No entanto, a primeira apresenta um diâmetro menor e um maior
número de estrias em 10 µm. Além disso, a presença de fultopórtulas espalhadas pela face
valvar diagnostica T. lundiana. Em MO, a espécie pode ser facilmente distinguida.
Contudo, por apresentar estriação delicada pode passar despercebida na visualização em
MO.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Sar, Sunesen & Castaños 2001). Brasil
(Garcia & Odebrecht, 2009a; Garcia & Odebrecht, 2009b).
70
9. Thalassiosira mala Takano, Bull. Tokai Reg. Fish. Res. Lab., 42: 1 4, Figs. 1 (a m),
Pl. I, Figs. 1 – 8, 1965.
Figuras 17, 55 - 56
Referências: Takano (1965), Takano (1976), Hallegraeff (1984), Herndez-Becerril &
Tapia Peña (1995), Sar, Sunesen & Lavigne (2002).
Diâmetro: 4,70 - 5 µm. Aréolas/10µm: 40. Fultopórtulas/10 µm: 8,28 - 10
O padrão de areolação é linear a excêntrico, visível somente em MEV. Possui um
anel marginal de fultopórtulas, sem tubos externos e internos. Apresenta uma fultopórtula
excentricamente localizada (Fig. 55 - 56). As fultopórtulas marginais apresentam 4 poros
satélites, enquanto que a fultopórtula subcentral, 3 poros (Fig. 55). A rimopórtula é única,
não apresenta tubo, está localizada na margem da valva, entre duas fultopórtulas (Fig. 55 -
56).
Comentário: A espécie forma colônias mucilaginosas, que podem ser identificadas, antes
do processo de oxidação, pelo tamanho e forma dos plastos, principalmente antes da
divisão (Takano 1965). No presente estudo, na contagem das 400 valvas T. mala foi
encontrada agrupada mesmo após o processo de limpeza das frústulas (Fig. 17). A
identificação foi possível devido a forma da célula em vista conectival e presença de um
ponto brilhante que seria a fultopórtula excentricamente localizada (Fig. 17). A maior
freqüência relativa registrada foi no mês de novembro (27%, EG). Nos outros meses a
espécie foi encontrada. No entanto, a freqüência relativa foi menor que 10% (Fig. 93e).
Takano (1965), quando descreveu T. mala, citou que as colônias mucilaginosas foram
encontradas com maior freqüência em estações frias. No presente estudo, diferentemente, a
maior freqüência relativa foi registrada na primavera e em menor quantidade no outono.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Sar, Sunesen & Lavigne 2002). Primeira
citação para o Brasil.
10. Thalassiosira minima Gaarder, Rep. Sars N. Atl. Deep Sea Exped., 2: 31, Fig. 18, 1951
71
Sinônimos: Coscinosira floridana Cooper; Thalassiosira floridana (Cooper) Hasle.
Figuras 57 - 58
Referências: Hasle (1980), Belcher & Swale (1986), Ferrario & Sar (1988), Harris et al.
(1995), Sar, Sunesen & Lavigne (2002), Hoppenrath et al. (2007), Tremarin, Ludwig &
Moreira Filho (2008).
Diâmetro: 6,54 – 7,6 µm. Estrias/10µm: --. Fultopórtulas/10 µm: 4,38.
O padrão de estriação é radial. Apresenta um anel marginal de fultopórtulas sem
tubos internos e externos (Figs. 57 - 58). No centro da valva, estão localizadas duas
fultopórtulas sem tubos internos e externos (Fig. 57 - 58). A rimopórtula é única e se
localiza na margem da valva, entre duas fultopórtulas do anel. Porém, não pode ser
visualizada em MEV porque provavelmente estava recoberta por detritos (Fig. 58).
Comentário: A presença das duas fultopórtulas centrais é o principal caractere diagnóstico
da espécie em MEV. Contudo, em MO, é difícil distinguir rimopórtulas e fultopórtulas
centrais tornando arriscada a identificação segura sem o auxílio do MEV. Em MO, T.
minima pode ser confundida com T. proschkinae, que apresenta uma fultopórtula e uma
rimopórtula central (ver item 15). As medidas dos espécimes do presente estudo estiveram
de acordo com as apresentadas por Hasle (1980). No entanto, um pouco inferiores às
registradas por Ferrario e Sar (1988) em um estudo feito com amostras do Atlântico Sul.
Porém, a descrição dos caracteres distintivos foi idêntica em ambos os estudos.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Ferrario & Sar 1988; Sar, Sunesen &
Lavigne 2002), Brasil (Tremarin, Ludwig & Moreira Filho 2008).
11. Thalassiosira nanolineata (Mann) Fryxell & Hasle, Nov. Hedw., Beih., 54: 32,33, Figs:
74 – 80, 1977.
Basiônimo: Coscinodiscus nanolineatus Mann, Pg. 68, Pl. 14, Fig. 68, 1925
Figura 59
72
Referências: Fryxell & Hasle (1977), Hallegraeff (1984), Souza-Mosimann & Felício
Fernandes (1990), Sar, Sunesen & Castaños (2001), Sar, Sunesen & Lavigne (2002),
Souza-Mosimann & Laudares-Silva (2005), Tremarin, Ludwig & Moreira Filho (2008).
Diâmetro: 18 µm. Estrias/10µm: 8. Fultopórtulas/10 µm: 3,71.
O padrão de estriação é linear e as estrias são bem visíveis em MO. Possui um anel
marginal de fultopórtulas com tubos externos longos e expandidos na região distal (Fig.
59). A aréola central é diferenciada das demais por possuir na parede de 1 a 5 fultopórtulas
(Fig. 59). As fultopórtulas do anel distam 2 a 3 aréolas uma da outra (Fig. 59). O manto da
valva termina em costelas marginais (Fig. 59). Apresenta uma rimopórtula marginal,
localizada entre duas fultopórtulas (Fig. 59).
Comentário: As principais características que diagnosticam T. nanolineata são as
fultopórtulas sobre a parede da aréola central e o anel de fultopórtulas marginal com tubos
longos e expandidos na região distal. No presente estudo, foram encontrados espécimes, em
MO e MEV, com fultopórtulas centrais semelhantes a T. nanolineata. Contudo, as
fultopórtulas marginais não foram visíveis e a identificação não pode ser segura. Portanto,
optou-se por chamar esses espécimes de Thalassiosira sp.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange 1985; Lange & Mostajo 1985;
Sar, Sunesen & Castaños 2001; Sar, Sunesen & Lavigne 2002); Brasil (Fernandes, Souza-
Mosimann & Felício Fernandes 1990; Souza-Mosimann, Felício-Fernandes, Laudares-Silva
& Fernandes 1993; Souza-Mosimann & Roos-Oliveira 1998; Fernandes, Brandini, Gutseit,
Fonseca & Pellizari 1999; Souza-Mosimann, Laudares-Silva & Roos-Oliveira 2001; Souza-
Mosimann & Laudares-Silva 2005; Procopiak, Fernandes & Moreira-Filho 2006; Tremarin,
Ludwig & Moreira Filho 2008).
12. Thalassiosira oceanica Hasle, J. Phycol., 19: 220 – 223, Figs. 1 – 18, 1983.
Figura 60
73
Referências: Hasle (1983), Hallegraeff (1984), Harris et al. (1995). Garcia & Odebrecht
(2009a), Garcia & Odebrecht (2009b)
Diâmetro: 12,24 µm. Estrias/10µm: --. Fultopórtulas/10 µm: 2,34.
A estriação é radial e não é visível em MO. Possui um anel de fultopórtulas
marginais regularmente distantes entre si e uma fultopórtula central (Fig. 60). A
rimopórtula é única, marginal, de posição radial, localiza-se próxima de uma das
fultopórtulas marginais (Fig. 60).
Comentário: No presente estudo não foi encontrado, a valva em vista externa, em MEV. Os
caracteres diagnósticos foram a fultopórtula central, a localização da rimopórtula e o
número de fultopórtulas marginais em 10 µm. O padrão de estriação não foi visualizado em
MO e em MEV. A inclusão de T. oceanica no grupo das espécies com padrão de estriação
radial, na chave de identificação, foi de acordo com a literatura (Hasle 1983). A espécie é
de difícil visualização em MO, e portanto, não pôde ser quantificada nas lâminas
permanentes.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (não foi encontrada nos trabalhos
acessados); Brasil (Garcia & Odebrecht 2009a).
13. Thalassiosira oestrupii var. oestrupii (Ostenfeld) Hasle, Taxon, 21: 543 e 544, 1972.
Basiônimo: Coscinosira oestrupii Ostenfeld, in Knudsen & Ostenfeld 1900: 52
Sinônimos: Porosira (?) n. sp. Ostenfeld; Thalassiosira antiqua var. septada Proshkina-
Lavrenko
Figuras 18 – 19, 61 - 63
Referências: Fryxel & Hasle (1980), Hasle & Syvertsen (1996), Sar, Sunesen & Lavigne
(2002), Tremarin, Ludwig & Moreira Filho (2008), Souza-Mosimann & Laudares-Silva
(2005), Garcia & Odebrecht (2009a).
Diâmetro: 14,28 – 16,47 µm. Estrias/10µm: 5 - 10. Fultopórtulas/10 µm: 1,91
74
O padrão de areolação é excêntrico, com aréolas grosseiras e decrescendo de
diâmetro em direção a margem, facilmente visualizadas em MO (Figs. 18 - 19). Apresenta
um anel de fultopórtulas marginal com tubos longos em vista interna (Fig. 63). Possui uma
fultopórtula subcentral com três poros satélites (fig. 63). A rimopórtula é única e está
localizada 2 a 3 aréolas da fultopórtula central (Fig. 18 – 19, 61 – 63).
Comentário: Na bibliografia consultada (Fryxell & Hasle 1980; Sar, Sunesen & Lavigne
2002) a espécie não é citada com padrão de areolação excêntrico. No entanto, no presente
estudo os espécimes apresentaram padrão de areolação excêntrico (Figs. 18 - 19). As
características que diagnosticam a espécie são a rimopórtula e fultopórtula subcentrais
distantes 2 a 3 aréolas uma da outra e a presença de aréolas grosseiras, que diminuem de
tamanho do centro para as extremidades da valva (Fig. 61 - 62). A espécie é facilmente
reconhecida em MO. As maiores freqüências relativas foram registradas no outono e no
inverno (Fig. 93f), nos meses de março, maio e julho (Fig. 94g). Nesses meses as
temperaturas registradas foram as mais baixas ou se apresentaram em declínio (Fig. 93a). T.
oestrupii var. oestrupii foi registrada durante todo o ano na costa da Ilha de Santa Catarina,
em pelo menos uma das estações amostradas (Fig. 94g), mostrando-se como uma espécie
bem distribuída e representativa no grupo das diatomáceas do local.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange 1985; Lange & Mostajo 1985);
Brasil (Souza-Mosimann 1988; Fernandes, Souza-Mosimann & Felício Fernandes 1990;
Felício-Fernandes, Souza-Mosimann & Moreira Filho 1994; Souza-Mosimann & Roos-
Oliveira 1998; Fernandes, Brandini, Gutseit, Fonseca & Pellizari 1999; Procopiak,
Fernandes & Moreira-Filho 2006; Tremarin, Ludwig & Moreira Filho 2008; Souza-
Mosimann & Laudares-Silva 2005; Garcia & Odebrecht 2009a).
14. Thalassiosira oestrupii var. venrickae Fryxell & Hasle, Amer. J. of Bot., 67 (5): 810,
813, Figs. 11 – 19, 1980.
Figuras 20 – 24, 64 - 66
75
Referências: Fryxel & Hasle (1980), Aké-Castillo et al. (1999), Sar, Sunesen & Castaños
(2001), Garcia & Odebrecht (2009a).
Diâmetro: 19,28 – 31,25µm. Estrias/10µm:5 - 8. Fultopórtulas/10 µm: 1,65 – 2,8.
O padrão de areolação é excêntrico, facilmente visível ao MO (Figs. 20 - 24). As
aréolas diminuem o tamanho do centro, em direção a margem da valva. Apresenta um anel
marginal de fultopórtulas com tubos internos longos (Fig. 65). Possui uma fultopórtula
próxima da região central com três poros satélites (Fig. 66). A rimopórtula é única e
localizada a 4 (esporadicamente 3) aréolas de distância da fultopórtula central (Figs. 22, 64
- 66).
Comentário: A espécie é bastante característica me MEV. No entanto, em MO, quando não
são visualizadas a fultopórtula e a rimopórtula centrais pode ser confundida com T.
eccentrica. Isso se deve ao padrão de areolação de T. oestrupii var. venrickae ser
fortemente excêntrico. Thalassiosira oestrupii var. oestrupii e T. oestrupii var. venrickae
são semelhantes, tanto em MO como em MEV, por apresentarem uma fultopórtula e uma
rimpórtula centrais. No entanto, a distância entre essas estruturas é uma característica que
pode ser usada para a diferenciar as variedades. Outro caractere diagnóstico para
diferenciá-las é a areolação mais grosseira, com aréolas grandes que diminuem do centro
para a margem da valva, em T. oestrupii var. oestrupii. A maior freqüência relativa de T.
oestrupii var. venrickae foi registrada na EPS (7,36%) no mês de setembro (Fig. 94h). A
espécie apresentou uma distribuição e uma freqüência relativa uniformes durante a
amostragem, exceto nos meses de setembro e outubro, nos quais apresentou um maior
número de valvas contadas, na EPS (Fig. 94h). Thalassiosira oetrupii var. venrickae
apresentou as maiores freqüências relativas, principalmente na EPS, na primavera (Fig.
94i), diferente de T. oestrupii var. oetrupii que o maior número de valvas contadas foi no
outono e inverno (Fig. 93f), principalmente nas estações localizadas na Baía Norte (ERG e
EG).
76
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange & Mostajo 1985; Sar, Sunesen &
Castaños 2001), Brasil (Souza-Mosimann 1988; Souza-Mosimann & Roos-Oliveira 1998;
Procopiak, Fernandes & Moreira-Filho 2006; Garcia & Odebrecht 2009a).
15. Thalassiosira proschkinae Makarova, Bot. Zhurn., 64:922, Pl. 1, Figs. 1 – 7, 1979.
Figuras 67 - 70
Referências: Belcher & Swale (1986), Muylaert & Sabbe (1996), Sar, Sunesen & Castaños
2001, Hoppenrath et al. (2007), Tremarin, Ludwig & Moreira Filho (2008).
Diâmetro:3,5 – 4,09 µm. Aréolas/10µm: 31,84 – 36. Fultopórtulas/10 µm: --.
A estriação varia de excêntrica a irregular. Possui um anel de fultopórtulas
marginais sem tubo externo e interno. Apresenta uma fultopórtula central com quatro poros
satélites e rodeada por 6 a 7 aréolas (Fig. 68 e 70). A rimopórtula é única e está localizada
no centro da valva, distante, geralmente, uma aréola da fultopórtula, também central (Figs.
67 e 70).
Comentário: Thalassiosira proschkinae não foi encontrada em MO. Na bibliografia
consultada (Sar, Sunesen & Castaños 2001; Sunesen & Lavigne 2002) a variação de
diâmetro e de densidade de aréolas/10 µm é maior que o registrado nos espécimes
encontrados no presente estudo. A morfologia externa das fultopórtulas em T. proschkinae
é um caractere importante na identificação da espécie. A abertura das fultopórtulas,
principalmente a central, é circundada por um anel de sílica interrompido, levemente
elevado e descontínuo (Figs. 67 e 68).
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Sar, Sunesen & Castaños 2001; Sar,
Sunesen & Lavigne 2002), Brasil (Tremarin, Ludwig & Moreira Filho 2008).
16. Thalassiosira punctigera (Castr.) Hasle, Nord. J. Bot. 3, Phycol., 22: 602 604. Figs. 1
– 45, 1983.
Basiônimo: Ethmodiscus punctiger Castracane 1886: 176, Pl. 3, Fig. 1.
77
Sinônimos: Coscinodiscus punctiger (Castr.) H. Perag.; Ethmodiscus japonicus Castracane;
Coscinodiscus verecundus Mann; Coscinodiscus angstii Gran; Coscinodiscus angstii var.
granulomarginatus Gran & Angst; Thalassiosira japonica Kiselev.
Figuras 25 – 26, 71
Referência: Ferrario & Sar (1988), Mahood, Fryxell & McMillan (1986), Harris et al.
(1995), Hasle & Syvertsen (1996), Muylaert & Sabbe (1996), Sar, Sunesen & Castaños
(2001), Sar, Sunesen & Lavigne (2002), Hoppenrath et al. (2007), Tremarin, Ludwig &
Moreira Filho (2008), Garcia e Odebrecht (2009a).
Diâmetro: 70 - 75 µm. Aréolas/10µm: 12 - 15. Fultopórtulas/10 µm: 4,67 - 5,09.
O padrão de areolação é fasciculado. Possui um anel de fultopórtulas marginal com
tubos curtos (Fig. 26 e 71). Na margem está localizado, além do anel de fultopórtulas, um
anel de costelas achatadas, que são facilmente visíveis em MO e MEV (Figs. 26 e 71),
processos ocluídos, com tubos externos longos, irregularmente distribuídos (Fig. 25) e uma
rimopórtula, com tubo externo longo, localizada próxima das fultopórtulas do anel.
Comentário: A rimopórtula de T. punctigera não é de difícil visualização, porque pode ser
confundida com um dos processos ocluídos. Portanto esta, não foi ilustrada no presente
estudo. A espécie é de fácil identificação e visualização em MO devido ao grande diâmetro.
No entanto, pode ser confunidade com T. lundiana por, ambas apresentarem, padrão de
areolação evidentemente fasciculado, costelas marginais e processos ocluídos com tubos
externos longos. Contudo, se diferenciam com relação ao tamanho e presença, em T.
lundiana, de fultopórtulas espalhadas na face valvar (ver descrição de T. lundiana).
Thalassiosira punctigera apresentou maior freqüência relativa nos meses de inverno (Fig.
94j). A maior frequência relativa registrada foi na EPS (2,08%), no mês de julho (Fig. 95k).
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange, Negri & Benavides 1983 (como
Thalassiosira angstii); Lange 1985; Lange & Mostajo 1985; Ferrario & Sar 1988; Sar,
Sunesen & Castaños 2001; Sar, Sunesen & Lavigne 2002), Brasil (Aguiar & Corte-Real
1973 (Coscinodiscus punctiger); Hasle 1983; Fernandes, Souza-Mosimann & Felício
78
Fernandes 1990; Torgan & Biancamano 1991 (Coscinodiscus punctiger); Souza-
Mosimann, Felício-Fernandes, Laudares-Silva & Fernandes 1993; Tenenbaum et al. 2004;
Procopiak, Fernandes & Moreira-Filho 2006; Villac, Cabral-Noronha & Oliveira Pinto
2008 (como Coscinodiscus punctiger); Tremarin, Ludwig & Moreira Filho 2008; Garcia &
Odebrecht 2009a).
17. Thalassiosira rotula Meunier, Duc d’Orleans Campagne Arctique de 1907: 264, Pl., 29.
Figs. 67 – 70, 1910
Figura 27
Referência: Lange, Negri & Benavides (1983), Mahood, Fryxell & McMillan (1986),
Muylaert & Sabbe (1996), Sar, Sunesen & Castaños (2001), Hoppenrath et al. (2007),
Garcia e Odebrecht (2009a).
Diâmetro: 31 - 42µm. Aréolas/10µm:-- . Fultopórtulas/10 µm: --
O padrão de estriação é radial, pouco visível em MO. Apresenta um agrupamento de
fultopórtulas no centro da valva e muitas outras espalhadas irregularmente sobre a face
valvar (Fig. 27). A rimpórtula é única e se localiza entre a face valvar e o manto (Fig. 27).
Comentário: A espécie é delicadamente silicificada. Contudo, é facilmente reconhecível em
MO. Os pontos claros na face valvar em MO, que são as fultopórtulas, são mais visíveis
que as estrias (Fig. 27). A espécie não apresentou uma distribuição uniforme durante os
meses amostrados. A maior freqüência relativa registrada foi no mês de maio (12%), na
ERG (Fig. 94 l). Nesse mês a temperatura apresentou um declínio visível (Fig. 93a) e a
salinidade foi uma das mais altas registradas para esta estação de coleta (Fig. 93b).
Mahood, Fryxell & McMillan (1986) citam que a espécie foi restrita a porção mais salina
das estações amostradas. Hoppenrath et al. (2007) registraram as mais altas freqüências
relativas no outono (março, abril) e na primavera (outubro), coincidindo com o presente
estudo, no qual as mais altas freqüências relativas foram registradas outono e primavera,
em maio e novembro, respectivamente.
79
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange, Negri & Benavides 1983; Lange
1985; Lange & Mostajo 1985; Ferrario & Sar 1988; Sar, Sunesen & Lavigne 2002), Brasil
(Tenenbaum et al. 2004; Procopiak, Fernandes & Moreira-Filho 2006; Villac, Cabral-
Noronha & Oliveira Pinto 2008; Garcia & Odebrecht 2009a).
18. Thalassiosira simonsenii Hasle & Fryxell, Beihetft 54 Nov. Hedw., Beih., 54: 23 24.
Figs. 26 – 34, 97, 1977.
Figuras 28, 72 - 77
Referências: Hasle & Fryxell (1977), Mahood, Fryxell & McMillan (1986), Ferrario & Sar
(1988); Fryxel & Hasle (1980), Aké-Castillo et al. (1999), Sar, Sunesen & Castaños (2001),
Sar, Sunesen & Lavigne (2002), Garcia e Odebrecht (2009a)
Diâmetro: 22,7 – 36,42 µm. Aréolas/10µm: 6 – 8. Fultopórtulas/10 µm: 5 - 5,6.
O padrão de estriação é linear e facilmente visualizado em MO (Fig. 28). Possui
dois anéis de fultopórtulas marginais com tubos externos longos, alternando-se entre si
(Fig. 74 e 76). Na margem da valva localizam-se, além dos anéis de fultopórtulas,
processos ocluídos irregularmente distribuídos e em número variável (Fig. 73) e duas
rimopórtulas com tubos externos longos distantes 180º uma da outra (Figs. 72, 75 - 76).
Possui costelas marginais que são facilmente vistas em MO (Fig. 28) e em MEV (Fig. 73).
Na região central da valva está localizada uma fultopórtula com tubo externo curto (Fig.
72).
Comentário: Os principais caracteres que distinguem a espécie são as fultopórtulas
distantes 180º uma da outra, as costelas marginais e os processos ocluídos. A espécie é
facilmente reconhecida em MO. Thalassiosira simonsenii foi bem distribuída, tanto nas
estações de coleta, como nos meses amostrados (Fig. 95n). A maior freqüência relativa foi
registrada na EPS, no mês de maio. Neste mês, a temperatura registrada foi de 18,5 ºC e a
salinidade de 34,5 psu. Sar, Sunesen & Castaños (2001) citam que na Argentina a espécie é
mais comum no final do inverno e menos comum na primavera e verão. No entanto, no
presente estudo, esses resultados não se confirmam, a espécie foi encontrada com maior
80
freqüência relativa e melhor distribuída, nas estações de coleta, no outono e na primavera
(Fig. 95m).
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange, Negri & Benavides 1983; Lange
1985; Lange 1985; Lange & Mostajo 1985; Ferrario & Sar 1988; Gayoso & Podestd 1996;
Sar, Sunesen & Castaños 2001; Sar, Sunesen & Lavigne 2002), Brasil (Procopiak,
Fernandes & Moreira-Filho 2006; Garcia & Odebrecht 2009a)
19. Thalassiosira tealata Takano, Bull. Tokai Reg. Lab., 103: 55 – 58, Figs. 1 – 17, 1980.
Figuras 78 - 81
Referências: Takano (1980), Harris et al. (1995), Aké-Castillo et al. (1999), Tremarin,
Ludwig & Moreira Filho (2008).
Diâmetro: 8,28 µm. Aréolas/10µm: 40. Fultopórtulas/10 µm: 3
O padrão de areolação é radial. Possui um anel marginal de fultopórtulas, com tubos
externos longos, apresentando duas asas opostas, na parte distal, tendo o conjunto uma
forma de “T” (Figs. 78 - 80). Na região central da valva está presente uma futlopórtula,
com tubo externo curto (Fig. 81). A fultopórtula central se localiza junto da aréola central,
que é diferenciada das demais aréolas (Fig. 81). A rimopórtula é única, apresenta tubo
externo longo e está localizada na margem da valva, entre duas fultopórtulas (Figs. 78 e
80).
Comentário: A espécie não foi encontrada em MO. Contudo, a identificação com MEV foi
bastante segura, devido principalmente a morfologia dos tubos externos das fultopórtulas
do anel marginal. As medidas do diâmetro, do número de aréolas e do número de
fultopórtulas em 10 µm correspondeu às medidas apresentadas por Takano (1980), quando
descreveu a espécie. Thalassiosira tealata foi rara durante a amostragem. No entanto, é
considerada comum, no Japão, em águas quentes.
81
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Brasil (Tremarin, Ludwig & Moreira Filho 2008).
Segunda citação para o Brasil.
20. Thalassiosira tenera Proschikina-Lavrenko, Notul. Syst. Inst. Crystog. URSS 10: 33.
Pl. 1 Figs. 1 – 4, Pl. 2, Figs. 5 -7, 1961.
Sinônimo: Coscinodiscus lineatus var. ? Schimidt; C. lineatus var. tenera Truan & Witt
Figuras 29 - 30, 82 - 85
Referências: Hasle & Fryxell (1977), Mahood, Fryxell & McMillan (1986), Harris et al.
(1995), Hasle & Syvertsen (1996), Sar, Sunesen & Castaños (2001), Sar, Sunesen &
Lavigne (2002).
Diâmetro: 20 - 32µm. Aréolas/10µm: 11 -12. Fultopórtulas/10 µm: 3,2 - 3,6
O padrão de estriação é linear, facilmente visível em MO (Figs. 29 - 30). Apresenta
um anel de fultopórtulas marginais, cada uma delas incluída em uma deposição de sílica em
forma de cunha, com abertura no manto (Figs. 82 - 83). Entre as fultopórtulas marginais, as
aréolas diminuem de tamanho abruptamente (Fig. 85). A aréola central é diferenciada das
demais (Fig. 29). Apresenta, na região central, uma fultopórtula (Fig. 83). A rimopórtula é
única e está localizada entre duas fultopórtulas marginais (Fig. 82).
Comentário: Thalassiosira tenera, em MEV, pode ser confundida com T. exigua (ver
descrição no item 5), devido a semelhança da morfologia dos processos que envolvem as
das fultopórtulas marginais, em vista externa. Porém, a segunda apresenta um diâmetro
menor e uma maior densidade de aréolas que T. tenera. Em MO, pode ser confundidada
com T. leptopus (ver descrição no item 7). O principal motivo que colabora para a
dificuldade em diferenciá-las é o padrão de estriação bastante semelhante nas duas e o anel
de processos ocluídos proeminentes em T. leptopus, que se torna refringente como o anel de
fultopórtulas marginais com deposição de sílica em T. tenera. A maior freqüência relativa
de T. tenera foi no mês de maio, na EG (1,7%). A espécie ocorreu ininterruptamente entre
os meses de maio a dezembro (outono, inverno, primavera e verão). Hoppenrath et al.
82
(2007) registraram a maior frequência da espécie entre os meses de outubro e fevereiro,
outono e inverno, respectivamente. No presente estudo, a maioria das ocorrências foi
registrada nas estações localizadas com maior influência costeira (Fig. 1) como citado por
Hasle & Fryxell (1977). Apesar de ser bem distribuída durante o ano nas estações
analisadas na costa da Ilha de Santa Catarina, a frequência relativa foi baixa quando
comparada com outras espécies (Fig. 95o). A baixa freqüência relativa da espécie foi
citada por Sar, Sunesen & Castaños (2001), indicando que a espécie é mais rara na América
do Sul que na Europa e Japão, por exemplo, onde foi registrada como abundante (Hasle &
Fryxell 1977; Hoppenrath et al. 2007).
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (Lange 1985; Lange & Mostajo 1985;
Sar, Sunesen & Castaños 2001; Sar, Sunesen & Lavigne 2002), Brasil (Tremarin, Ludwig
& Moreira Filho 2008). Segunda citação para o Brasil.
21. Thalassiosira visurgis Hustedt, Die Diatomeen Flora dês Fluss-systems der weser im
gabiel Hansestadt Bremen, 34 (3), 1957
Figura 31
Referência: Mahood, Fryxell & McMillan (1986), Aké-Castillo et al. (1999).
Diâmetro: 11 - 15µm. Aréolas/10µm: 12 - 14. Fultopórtulas/10 µm: --
O padrão de areolação é irregular. As aréolas são visíveis no MO (Fig. 31). Possui
um anel de fultopórtulas marginal e uma fultopórtula central. Apresenta duas rimopórtulas
marginais proeminentes em MO e distantes 180º uma da outra (Fig. 31).
Comentário: A espécie não foi encontrada em MEV. No entanto, pode ser identificada em
MO, por apresentar duas rimopórtulas com tubos externos longos evidentes na margem da
valva. Thalassiosira visurgis é bastante semelhante a T. decipiens. Contudo, a última
apresenta somente uma rimopórtula evidente na margem da valva. A estriação de ambas é
parecida, porém T. visurgis apresenta padrão de areolação mais irregular que T. decipiens.
83
Thalassiosira visurgis foi rara durante toda a amostragem, nas estações de coleta
estudadas.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (não há citação), Brasil (1ª citação).
22. Thalassiosia cf. partheneia Schrader, “Meteor” Forsch-Ergebnisse, D, 10: 59. Pl. 1 2,
1975.
Figuras 86 - 88
Referências: Hasle (1983), Fryxell, Gould & Watkins (1984), Hallegraeff (1984).
Diâmetro: 11,4 µm. Aréolas/10µm: --. Fultopórtulas/10 µm: 1,67.
O padrão de areolação é fasciculado. Apresenta um anel marginal de fultopórtulas
com tubos longos (vista interna) e com dois poros satélites (Fig. 87). No centro da valva
possui uma fultopórtula com tubo curto (vista interna) e com quatro poros satélites (Fig.
88).
Comentário: Thalassiosira cf. partheneia foi encontrada somente uma vez em MEV (ERG,
novembro/07) e nenhuma em MO. Os caracteres diagnóstico foram os tubos longos, em
vista interna, das fultopórtulas marginais e a fultopórtula central com 4 poros satélites.
Contudo, não foi visualizado a rimopórtula marginal, esta pode estar na região da valva
quebrada ou estar ausente e segundo a literatura (Hasle 1983b) o mero de poros satélites
das fultopórtulas marginais é três. No espécime encontrado são somente dois poros
marginais (Fig. 87). Contudo, Aké-Castillo et al. (1999) citam que o número de poros
satélites não é uma característica taxonomicamente importante em Thalassiosira. Para a
identificação segura seria necessário a observação de um maior número de indivíduos.
Porém, a sugestão de espécie é válida para a comparação com futuros estudos que serão
realizados no local.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Argentina (não há citação), Brasil (não há citação).
84
23. Thalassiosira sp.
Figuras 32 – 33, 89 - 92
Diâmetro: 23,3 – 31,3 µm. Aréolas/10µm: 4 - 5. Fultopórtulas/10 µm: --
O padrão de areolação é linear a excêntrico (Figs. 32 e 89). Apresenta a margem do
manto expandida, terminado em costelas (Fig. 90). A “rimopórtula” é única e está
localizada na margem da valva (Fig. 91). Na parede da aréola central estão localizadas seis
fultopórtulas (?) e três “aréolas” modificas (Figs. 32 – 33, 92).
Comentário: A espécie foi encontrada em MEV e em MO. Contudo, os caracteres
evidenciados não conduziram a nenhuma espécie conhecida. A espécie mais próxima é
Thalassiosira nanolineata (ver item 11). As costelas na terminação do manto, a região
central e as medidas (diâmetro e aréolas/10 µm) são bastante semelhantes ao que é descrito
para a espécie citada acima. Porém, a ausência do anel marginal de fultopórtulas evidentes
em MEV e MO não permitiu a identificação como T. nanolineata. A espécie foi rara
durante a amostragem. Souza-Mosimann (1984) ilustra Coscinodiscus marginatus Ehr.
(Prancha IV, Fig. 27) com uma imagem semelhante a imagem de MO do presente estudo
(Fig. 33) indicando que a espécie foi encontrada anteriormente, próximo a Baía Norte, local
de coleta do presente estudo.
85
Tabela 1. Tabela comparativa das espécies de Thalassiosira
Cleve encontradas nas estações amostradas na costa da Ilha de Santa Catarina. ERG: Estação Ratones Grande; EG: Estação
Guarás e EPS: Estação Pântano do Sul.
Espécies Padrão de
estriação
Diâmetro
m)
Aréola/
10µm
Fultopórtulas Fultopórtulas/
10µm
Rimopórtulas Características
distintivas
local
Thalassiosira angulata
(Gregory) Hasle
excêntrico 16 – 34,6 11 - 14
1 anel marginal com tubos
longos;
uma central (alguns
espécimes não apresentaram);
1,96 - 2,29 1 localizada na
margem da
valva, entre duas
fultopórtulas;
- anel de fultopórtulas
marginal;
- tubos das fultopórtulas
(vista externa) em forma
de taça;
ERG,
EG, EPS
T. decipiens (Grunow) E.G.
Jørgensen
excêntrico 10 - 18
14 - 16 1 anel marginal;
uma central;
8 1 na margem da
valva;
- rimopórtula proeminente
na margem da valva;
ERG,
EG, EPS
T. eccentrica (Ehrenberg)
Cleve
excêntrico 19 – 61,11 6 - 7 2 - 3 anéis marginais;
várias espalhadas pela face
valvar;
uma no centro da valva, junto
da aréola central;
4 1 na margem da
valva;
- estriação fortemente
excêntrica;
- 7 aréolas ao redor da
aréola central
- 1 anel de espinhos
marginais (1,4/10µm)
ERG,
EG, EPS
T. endoseriata Hasle &
Fryxell
fasciculado 26,81 – 46,25 11 – 15 1 anel marginal;
1 anel central irregular
próximo da região valvar (7 –
8);
5 1 localizada
entre o anel
central de
fultopórtulas e a
margem da
valva;
- anel central irregular de
fultopórtulas;
- estriação fasciculada;
ERG,
EG
T. exigua Fryxell & Hasle linear 5,8 – 6,8 20 – 22 1 anel marginal;
uma central;
5,09 - 5, 49 1 marginal; - fultopórtulas marginais
em elevações cônicas;
- aréola central elevada;
ERG
T. hendeyi Hasle & Fryxell linear 53 - 76 5 - 6
2 anéis marginais;
uma central;
4 2 marginais,
distantes 180º
uma da outra;
- 2 rimopórtulas
marginais proeminentes;
- face valvar ondulada;
ERG,
EG, EPS
86
Espécies Padrão de
estriação
Diâmetro
m)
Aréola/
10µm
Fultopórtulas Fultopórtulas/
10µm
Rimopórtulas Características
distintivas
local
T. leptopus (Grunow ex Van
Heurck) Hasle & G. Fryxell
linear 26 – 40 6 - 11 2 -3 anéis marginais
-- 1 na margem
valvar;
- estriação linear;
- aréola central distinta
das demais;
ERG,
EG, EPS
T. lundiana Fryxell fasciculado 12,08 – 28,12 38 - 40 1 anel marginal em zig-zag;
várias espalhadas pela face
valvar;
10 1 na margem da
valva;
- estrias delicadas em
MO;
- processos ocluídos com
tubos externos longos
- fultopórtulas espalhadas
pela face valvar;
ERG,
EG, EPS
T. mala Takano linear a
excêntrico
4,70 - 5 40 1 anel marginal;
uma excentricamente
localizada;
8,28 - 10
1 entre duas
fultopórtulas
marginais;
- forma colônias
mucilaginosas;
- fultopórtula localizada
excentricamente;
ERG,
EG, EPS
T. minima Gaarder radial 6,54 - 7,6 --
1 anel marginal;
duas localizadas no centro da
valva;
4,38
1 entre duas
fultopórtulas do
anel marginal;
- duas fultopórtulas
centrais
ERG
T. nanolineata (Mann) Hasle
et Fryxell
Linear 18 8 1 anel marginal;
uma a 6 sobre a parede da
aréolas central;
3,71 1 localizada na
margem valvar
entre duas
fultopórtulas;
- anel de fultopórtulas
marginal evidente
- fultopórtulas sobre a
parede da aréola central;
ERG
T. oceanica Hasle radial 12,24 -- 1 anel marginal;
uma fultopórtula central
2,34 1 localizada
próximo de uma
das fultopórtulas
do anel marginal;
- fultopórtula central;
- rimopórtula entre duas
fultopórtulas, porém mais
próxima de uma delas;
ERG
T. oestrupii var. oestrupii
(Ostenfeld) Hasle
excêntrico 14,28 – 16,47 5 - 10 1 anel marginal;
uma na região central valva;
1,91 1 próxima a
região central da
valva;
- estriação grosseira;
- rimopórtula distante 2
3 aréolas da fultopórtula
central;
ERG,
EG, EPS
Continuação Tabela 1.
87
Continuação Tabela 1.
Espécies Padrão de
estriação
Diâmetro
m)
Aréola/
10µm
Fultopórtulas Fultopórtulas/
10µm
Rimopórtulas Características
distintivas
local
T. oestrupii var. venrickae
Fryxell & Hasle
excêntrico 19,28 – 31,25 5 - 8 1 anel marginal;
uma na região central valva;
1,65 – 2,8 1 próxima a
região central da
valva;
- estriação excêntrica;
- rimopórtula distante 4
(3) aréolas da fultopórtula
central;
ERG,
EG, EPS
T. proschkinae Makarov excêntrico
a irregular
3,5 – 4,09 31,8 - 36 1 anel marginal;
uma na região central da
valva;
-- 1 na região
central, distante
uma aréola da
fultopórtulas;
- distância entre
fultopórtula e rimopórtula
centrais é de uma aréola;
ERG
T. punctigera (Castracane)
Hasle
fasciculado 70 - 75 12 - 15 1 anel marginal 4,67 - 5,09 1 na margem da
valva
- estriação fasciculada;
- presença de costelas
marginais acahatadas;
ERG,
EG, EPS
T. rotula Meunier radial 31 - 42 -- Um grupo localizado no
centro da valva;
Várias espalhadas pela face
valvar;
-- 1 localizada
entre a face
valvar e o manto;
- estriação delicada em
MO;
- gurpo de fultopórtulas
localizadas no centro da
valva;
- fultopórtulas espalhadas
pela face valvar (pontos
refringentes em MO);
ERG,
EG, EPS
T. simonsenii Hasle & Fryxell linear 22,7 – 36,42 6 – 8 2 anéis marginais;
uma na região central;
5 - 5,6 2 na margem
valvar, distantes
180º uma da
outra;
- rimopórtulas distantes
180º uma da outra;
-costelas marginais
evidentes;
- fultopórtulas dos anéis
marginais alternadas;
ERG,
EG, EPS
T. tealata Takano radial 8,28 40 1 anel marginal;
uma na região central da
valva;
3 1 na região
marginal, entre
duas fulopórtulas
do anel;
- tubos externos das
fultopórtulas do anel
marginal com alas
laterais, em forma de “T”;
ERG
88
Espécies Padrão de
estriação
Diâmetro
m)
Aréola/
10µm
Fultopórtulas Fultopórtulas/
10µm
Rimopórtulas Características
distintivas
local
T. tenera Proshkina-Lavrenko linear 20 - 32 11 -12 1 anel marginal;
3.2 - 3,6 1 localizada
entre duas
fultopórtulas do
anel marginal
- fultopórtulas do anel
marginal incluídas em
uma estrutura silicosa em
forma de cunha;
ERG,
EG, EPS
T. visurgis Hustedt irregular 11 - 15 12 -14 1 anel marginal;
uma na região central
-- 2 localizadas na
margem da
valva, distantes
180º uma da
outra;
- rimopórtulas marginais
proeminentes, distantes
180º uma da outra;
ERG,
EG
T. cf. partheneia fasciculado 11,4 -- 1 anel marginal;
uma na região central
1,67 -- - tubos longos, em vista
interna, das fultopórtulas
do anel marginal;
- fultopórtula central com
4 poros satélites;
ERG
Thalassiosira sp. linear a
excêntrico
23,3 – 31,3 4 - 5 - seis (?) localizadas sobre a
parede da aréola central
-- 1 (?) localizada
na margem da
valva;
- fultopórtulas localizadas
sobre a parede da aréola
central;
- “aréolas” modificadas
localizadas junto da
aréola central;
ERG
Continuação Tabela 1.
89
Figuras 1
13
. Fotomicrografias de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de Santa Catarina em
Microscopia Óptica. Figs. 1 – 5: Thalassiosira angulata (cabeça de seta:
fultopórtulas do anel
marginal). Fig. 6: T. decipiens, MO em contraste de fase (seta: rimo
pórtula com tubo externo
longo). Figs. 7 9: T. eccentrica (setas: espinhos marginais observados em vista conectival (Fig.
7)
e em vista valvar (Fig. 9); cabeça de seta preta: 7 aréolas que circundam a aréola central). Fig. 10:
T.
endoseriata (cabeça de seta: fultopórtulas do anel localizado entre o centro e a margem da valva).
Fig. 11: T. exigua, MO em contraste de fase (cabeça de seta: fultopórtulas do anel marginal).
Figs.
12 – 13: T. hendeyi (seta: rimopórtulas marginais). Escala (barra): 10 µm.
90
Figuras 14
23
. Fotomicrografias de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de Santa Catarina em
Microscopia Óptica. Fig. 14: Thalassiosira leptopus (se
ta preta: rimopórtula marginal; seta branca: aréola
central diferenciada). Figs. 15 16: T. lundiana
(cabeça de seta preta: fultopórtulas espalhadas na face
valvar; cabeça de seta branca: processo ocluído marginal com tubo longo). Fig. 17: T. mala, esp
écimes
agrupados mesmo após o processo de limpeza das frústulas (cabeça de seta: fultopórtula localizada
excentricamente na valva. Figs. 18 19: T. oestrupii var. oestrupii
(seta preta: rimopórtula da face
valvar; cabeça de seta: fultopórtula da face valvar, distante duas aréolas da rimopórtula). Fig. 20 – 23:
T.
oestrupii var. venrickae
(seta preta: rimopórtula da face valvar; cabeça de seta: fultopórtula da face
valvar, distante 3 a 4 aréolas da rimopórtula). Escala (barra): 10 µm.
91
Figuras 24
33
. Fotomicrografias de espécies de Thalassiosira da costa da Ilha de Santa Catarina
, SC,
Brasil em Microscopia Óptica (MO). Figs. 24: T. oestrupii var. venrickae; Fig. 25 26: T. punctigera
,
Fig. 25: MO em contraste de fase (cabeça de seta branca: processos ocluídos); Fig. 26:
(seta preta:
costelas marginais achatadas; cabeça de seta: anel marginal de fultopórtulas). Fig. 27: T. rotula,
MO em
contraste de fase (seta branca: rimopórtula marginal; cabeça de seta branca: fultopórtula
s espalhadas na
face valvar) Figs. 28: T. simonsenii
(setas pretas: rimopórtulas marginais com tubo longo e distantes
180º uma da outra. Figs. 29 - 30: T. tenera (cabeça de seta: aréola central diferenciada). Fig. 31:
T.
visurgis (seta branca: rimopórtulas marginais). Figs. 31 – 33: Thalassiosira
sp. (cabeça de seta:
“aréolas” modificadas circundando a aréola central. Escala (barra): 10 µm.
92
Figuras 34 39. Microscopia Eletrônica de Varredura de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. Figs. 34 38: Thalassiosira angulata Fig. 34: (seta preta:
rimopórtula;
cabeça de seta: fultopórtula central), Fig. 35 (seta preta: rimopórtula; cabeça de seta: fultopó
rtula do anel
marginal). Fig. 36 (cabeça de seta: fultopórtulas do anel marginal com fultopórtula em forma de taça)
.
Fig. 37 (cabeça de seta: detalhe da dupla região distal da fultopórtula do anel marginal). Fig. 38 (seta
:
rimopórtula). Fig. 39: T. decipiens (seta preta: rimopórtula marginal; cabeça de seta preta: fultop
órtula
do anel marginal; cabeça de seta branca: fultopórtula central).
93
Figura
s 40
4
. Microscopia Eletrônica de Varredura de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. Figs. 40 42: Thalassiosira eccentrica, Fig. 40: (seta preta:
rimopórtula
marginal; cabeça de seta branca: fultopórtulas espalhadas pela face valvar; cabeça de seta preta:
fultopórtula central; seta branca: sete aréolas que circundam a aréola central). Fig 41: Vista interna (seta:
rimopórtula; cabeça de seta branca: fultopórtulas espalhadas pela face valvar; cabeça de seta preta
:
fultopórtulas dos anéis marginais), Fig. 42: (seta: espinhos marginais; cabeça se seta branca:
fultopórtulas
da face valavar; cabeça se seta preta: fultopórtulas dos anéis marginais). Figs. 43 45:
T. endoseriata,
Fig. 43: (seta: rimpórtula; cabeça de seta: fultopórtulas do anel central). Fig. 44: (cabeça de seta
:
fultopórtulas do anel central), Fig. 45: (cabeça se seta: fultopórtula do anel central).
94
Figuras 46
51.
Microscopia Eletrônica de Varredura de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. Fig. 46: Thalassiosira exigua (seta branca: rimopórtula; cabeça de seta:
fultopórtulas do anel marginal; seta preta: aréola central diferenciada); Figs. 47 50: T. hendeyi,
Fig.
47: (seta: rimopórtulas marginais distantes 180º uma da outra; cabeça de seta: fultopórtula central).
Fig.
48: (seta: linha marginal silicosa; cabeça de seta branca: fultopórtula da margem valvar; seta preta
:
forame externo). Fig. 49: (cabeça de seta: fultopórtula central). Fig. 50: (seta: rimopórtula); Fig. 51:
T.
lundiana (seta: costelas marginais; cabeça de seta preta: fultopórtulas marginais; cabeça de seta branca
:
fultopórtulas espalhadas pela face valvar).
95
Figuras 52
5
7
:
Microscopia Eletrônica de Varredura de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. Figs. 52 54: T. lundiana. Fig. 52: (cabeça de seta
: fultopórtulas marginais;
seta preta: processo ocluído). Fig. 53: (cabeça de seta preta:
detalhe das fultopórtulas espalhadas sobre a
face valvar; cabeça de seta branca: detalhe das fultopórtulas marginais). Fig. 54: (cabeça de seta:
detalhe
das fultopórtulas da face valvar). Figs. 55 56: T. mala. Fig. 55: (seta: rimopórtula; cabeça de seta
:
fultopórtula localizada excentricamente e os 3 poros satélites caracterísiticos da espécie). Fig. 56: (seta
:
rimopórtula; cabeça de seta branca: fultopórtula excentricamente localizada; cabeça de seta preta:
fultopórtula do anel marginal). Fig. 57: T. minima, (cabeça de seta preta: duas fultpórtulas centrais).
96
Figuras 58
63
.
Microscopia Eletrônica de Varredura de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha
de Santa Catarina, SC, Brasil. Fig. 58: Thalassiosira minima, (cabeça de seta preta: fultopórt
ulas
centrais; cabeça de seta branca: fultopórtula do anel marginal). Fig. 59: T. nanolineata (seta:
rimopórtula; cabeça de seta: fultopórtulas do anel marginal e a fultopórtula localizada so
bre a parede
da aréola central). Fig. 60: T. oceanica, (seta: rim
opórtula próxima a uma fultopórtula central; cabeça
de seta: fultopórtula central); Figs. 61 63: T. oestrupii var. oestrupii, (seta:
rimopórtula; cabeça de
seta: fultopórtula).
97
Figuras 64
69
.
Microscopia Eletrônica de Varredura de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. Figs. 64 66: Thalassiosira oestrupii var. venrickae (seta
: rimopórtula;
cabeça de seta: fultopórtula). Figs. 67 69: T. proschkinae, Fig. 67: (seta: rimopórtula
; cabeça de seta
preta: fultopórtula central; cabeça de seta branca: fultopórtula do anel marginal). Fig. 68: (seta preta:
a
rimopórtula; seta branca: 6 aréolas que circundam a aréola central). Fig. 69: (cabeça de seta:
fultopórtulas do anel marginal).
98
Figuras 70
75
.
Microscopia Eletrônica de Varredura de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. Fig. 70: Thalassiosira proschkinae
(seta: rimopórtula; cabeça de seta:
fultopórtula). Fig. 71: T. punctigera, (cabeça de seta preta: fultopórtulas do anel marginal;
cabeça de
seta branca: costelas marginais achatadas). Figs. 72 75: T. simonsenii, Figs. 72, 73, 75:
(seta branca:
rimopórtulas distantes 180º uma da outra; seta preta indica: costelas marginais; cabeça de seta branca:
fultopórtula central; cabeça de seta
preta: fultopórtulas dos anéis marginais que se intercalam entre si;
cabeça de seta preta: processos ocluídos).
99
Figuras 76
81
.
Microscopia Eletrônica de Varredura de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. Fig. 76 - 77: Thalassiosira simonsenii. Fig. 76:
(seta: rimopórtula marginal;
cabeça de seta: fultopórtula de um dos anéis marginais). Fig. 77:
Vista interna (cabeça de seta:
fultopórtula central); Figs. 78 81: T. tealata, (seta: rimopórtula; cabeça de seta preta: f
ultopórtulas em
forma de “T”; cabeça de seta branca: indica a fultopórtula central).
100
Figuras 82
-
87
.
Microscopia Eletrônica de Varredura de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. Fig. 82 - 85 : Thalassiosira tenera, (seta preta:
rimopórtula; cabeça de seta
preta: fultopórtulas marginais recobertas por sílica; seta branca: fultopórtula central; cabeça de
seta
branca: abertura de uma fultopórtula marginal). Figs. 86 – 87: Thalassiosira cf. partheneia
, vista interna
(cabeça de seta branca: fultopórtula do anel marginal; cabeça de seta preta:
indica a fultopórtula
subcentral).
101
Figuras 88
92.
Microscopia Eletrônica de Varredura de espécies de Thalassiosira
da costa da Ilha de
Santa Catarina, SC, Brasil. Fig. 88: Thalassiosira cf. partheneia,
(cabeça de seta: detalhe da fultopórtula
central); Figs. 89 92: Thalassiosira sp., Fig. 90: (seta branca: costelas marginais). Fig. 91:
(seta preta:
“rimopórtula”). Fig. 92: (seta branca: “aréola” diferenciada; cabeça de seta: fultop
órtula sobre a parede
da aréla central).
102
Figura 93
(a
f):
Frequência relativa (%) do gênero e das espécies de Thalassiora
nas estações amostradas
durante os doze meses do ano estudados na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil. ERG: Estação Ratone
s
Grande; EG: Estação Guarás e EPS: Estação Pântano do Sul. Fig. a: Freqüência relativa de Thalassiosira
(barras) e temperatura da água (linhas). Fig. b: Freqüência relativa de Thalassiosira
(barras) e salinidade (ups)
da água (linhas); Fig. c: Freqüência relativa de T. eccentrica. Fig. d: Freqüência relativa de T. hendeyi. Fig. e
:
Freqüência relativa de T. mala. Fig. f: Freqüência relativa de T. oestrupii var. oestrupii.
a
b
e
d
f
c
103
g
h
i
k
l
j
Fi
gura 94 (g
l
):
Frequência relativa (%) do gênero e das espécies de Thalassiora
nas estações amostradas,
durante os doze meses estudados na costa da Ilha de Santa Catarina
, SC, Brasil. ERG: Estação Ratones
Grande; EG: Estação Guarás e EPS: Estação Pântano do Sul. Fig. g: Freqüência relativa de Thalassiosira
oestrupii var. oestrupii. Fig. h: Freqüência relativa de T. oestrupii var. venrickae; Fig. i:
Freqüência relativa
de T. oestrupii var. venrickae (estações do ano). Fig. j: Freqüência relativa de T. punctigera (estações do ano)
.
Fig. k: Freqüência relativa de T. punctigera (meses amostrados); Fig. l: Freqüência relativa de T. rotula.
104
m
n
Fi
gura 95 (m
n
):
Frequência relativa (%) do gênero e das espécies de Thalassiora
nas estações amostradas,
durante os doze meses estudados na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil. Fig. m:
Freqüência relativa de
T.simonsenii (estações do ano); Fig. o: Freqüência relativa de T. tenera.
ERG: Estação Ratones Grande; EG:
Estação Guarás e EPS: Estação Pântano do Sul.
105
2.4 Discussão
Alverson, Kang & Theriot (2006) publicaram um estudo relacionado à descrição
de um novo gênero de Thalassiosirales. O gênero proposto é Shionodiscus e este,
agruparia as espécies de Thalassiosira do grupo “B” (Hasle & Syvertsen 1996), que
possuem a rimopórtula distante da margem valvar, portanto sobre a face valvar, tubos
internos das fultopórtulas longos e os externos não visíveis. Essas características
descritas transfeririam para o novo gênero as espécies como T. oestrupii var. oestrupii
(Ostenfeld) Hasle, T. oestrupii var. venrickae Fryxell & Hasle e T. endoseriata Hasle &
Fryxell. Contudo, no presente estudo optou-se por não seguir a nova combinação, tendo
em vista que é recente e ainda não está sendo amplamente utilizada pelos pesquisadores.
O gênero Thalassiosira foi bastante representativo na costa da Ilha de Santa
Catarina. Foi registrado em todas as estações e meses amostrados. Dentre as
diatomáceas, a freqüência relativa de ocorrência variou entre 1,2% (ERG, jan/2008) e
79,6% (EPS, out/2007). O mês de janeiro/2008 foi o mês que o gênero foi menos
importante na contribuição das diatomáceas para o fitoplâncton (Fig. 93a - b). Neste
mês as diatomáceas mais representativas foram Skeletonema pseudocostatum Medlin
(43,47%, ERG), Psammodictyon panduriformis (W. Gregory) D. G. Mann (45, 7%,
EG) e Coscinodiscus wailesii Gran & Angst (59,7%, EPS).
A baixa freqüência relativa observada em janeiro/2008 coincidiu com o aumento
da temperatura (Fig. 93a). Durbin (1974) observou, em análise do crescimento de
Thalassiosira em laboratório, que este é inibido em alta luminosidade e temperatura,
explicando o sucesso do gênero na primavera e outono. Contudo, outros fatores
certamente contribuem para tal distribuição, mas a temperatura, no caso de
Thalassiosira, é um fator bastante relevante.
A maior freqüência relativa para o gênero foi registrada no mês de outubro (Fig.
93a - b) na EPS (79,6%). As espécies responsáveis pelo pico de Thalassiosira neste mês
foram T. angulata e T. eccentrica, com freqüência relativa de 31,9% e 30,25%,
respectivamente. A ocorrência de T. angulata com grande número de lulas na
primavera foi registrada por Hoppenrath et al. (2007) para o Mar do Norte, formando as
florações de primavera. Para o Atlântico Sul, a espécie é citada como amplamente
106
distribuída. No entanto, não é registrada como formadora de florações ou encontrada
com grande acumulação de células (Sar, Sunesen & Castaños 2001).
Thalassiosira eccentrica, na literatura, é apresentada como uma espécie que
apresenta ampla distribução e encontrada em regiões estuarinas, bem como em águas
com elevada salinadade (Fryxell & Hasle 1972; Hasle 1976; Mahood et al. 1986; Harris
et al. 1995; Torgan & Biancamano 1991; Hernández-Becerril & Tapia Peña 1995). No
entanto, poucos estudos abordam a frequência relativa ou abundância da espécie no
fitoplâncton marinho.
Hoppenrath et al. (2007), registraram, para o hemisfério norte, a maior
abundância de T. eccentrica no inverno. Contudo, para o Atlântico Sul, Sar, Sunesen &
Castaños (2001), citaram que a espécie foi abundante no verão e outono. No presente
estudo, no entanto, T. eccentrica foi registrada com maior representatividade na
primavera (Fig. 93c). Os dados observados indicam que T. eccentrica possui ampla
faixa de tolerância à temperatura e portanto, o seu crescimento potencial para formação
de florações, pode ser influenciado por outros fatores, que não somente temperatura e
salinidade, mas pela concentração de nutrientes ligados a fenômenos oceanográficos,
como ressurgências (Brandini et al. 1997) e pela localização das estações de coleta,
mais próximas das regiões costeiras ou mais distantes da linha de costa. Na EPS a
frequência relativa desta espécie foi, aproximadamente o dobro das demais estações
amostradas (Fig. 93c). Embora a EPS, apresente menor influência de águas
continentais, esta sofre maior enriquecimento de nutrientes trazidos pelo ressurgimento
da ACAS e pela pluma do Rio da Prata.
Com relação ao número de espécies encontrado (Tabela 1), este trabalho
representa uma grande contribuição para o conhecimento da biodiversidade do gênero
para o estado de Santa Catarina, para o Brasil e para a região sudoeste do oceano
Atlântico. Para a costa brasileira, na literatura, são citadas 44 espécies de Thalassiosira.
Contudo, poucos apresentam ilustrações ou informações sobre dados morfométricos
(Garcia & Odebrecht 2009a), tornando os trabalhos que possuem essas informações
fundamentais para o conhecimento do gênero no país.
Dos 23 táxons registrados no presente estudo, 17 foram encontrados
anteriormente na costa brasileira (T. angulata, T. decipiens, T. eccentrica, T.
endoseriata, T. hendey, T. leptopus, T. lundiana, T. minima, T. nanolineata, T.
oceânica, T. oestrupii var. oestrupii, T. oestrupii var. venrickae, T. proschkinae, T.
punctigera, T. rotula, T. simonsenii, T. tealata e T. tenera) e 3 são primeiras citações
107
(T. exigua, T. mala e T. visurgis). No entanto, dos 3 primeiros registros para o Brasil, T.
exigua e T. mala foram citadas para a Argentina (Lange 1985; Sar, Sunesen &
Lavigne 2002). Enquanto que T. visurgis é nova citação para o sudoeste do oceano
Atlântico.
Comparando-se o número de espécies aqui registrados com as principais
trabalhos florísticos, que priorizam Thalassiosira no mundo, pode-se observar que a
região estudada apresenta um elevado número de táxons do gênero. Para o sudoeste do
Atlântico Sar, Sunesen & Castaños (2001), econtraram 20 espécies, Sar, Sunesen &
Lavigne (2002),18 espécies, Tremarin, Ludwig & Moreira Filho (2008), 13 espécies e
Garcia & Odebrecht (2009a), registraram 17 espécies. Para o nordeste do pacífico,
América do Norte, Mahood, Fryxell & McMillan (1986), encontraram 20 espécies,
Hernández-Becerril & Tapia Peña (1995), 21 espécies e Aké-Castillo, Hernández-
Becerril & Castillo (1999), 23 espécies. Para a Europa Harris et al. (1995), registraram
18 espécies, Muylaert & Sabbe (1996), 13 espécies e Hoppenrath et al. (2007),
encontraram 27 espécies. Para a Austrália, Hallegraeff (1984), registrou 23 espécies.
Os dados expostos acima reiteram a importância do estudo de Thalassiosira na
costa brasileira e fundamentam a relevância da diversidade presente na costa da Ilha de
Santa Catarina na distribuição do gênero.
A maioria das espécies de Thalassiosira encontradas (56%) pertence ao grupo
do microplâncton (20 – 200 µm): Thalassiosira angulata, T. eccentrica, T. endoseriata,
T. hendey, T. leptopus, T. lundiana, T. nanolineata, T. oestrupii var. venrickae, T.
punctigera, T. rotula, T. simonsenii, T. tenera e Thalassiosira sp.
As espécies pertencentes ao nanoplâncton (2 20 µm) são: Thalassiosira
decipiens, T. exigua, T. mala, T. minima, T. oceanica, T. oestrupii var. oestrupii, T.
proschkinae, T. tealata, T. visurgis, T. cf. partheneia). Contudo, a diferença do número
de espécies encontradas, que compõem cada grupo do plâncton, foi baixa. Portanto
essas observações podem indicar que na região estudada, a diversidade não é alterada
pelas condições ambientais, maior ou menor aporte de nutrientes, por exemplo. Mas,
essas condições podem influenciar no número de indivíduos de cada espécie, na
freqüência de ocorrência. Levando-se em consideração as estratégias do fitoplâncton
observa-se que as espécies menores tendem a se benificiar com os aportes de nutrientes
mais rapidamente, enquanto que nas maiores o processo é mais lento. A grande
contribuição de espécies pertencentes ao nanoplâncton em regiões estuarinas foi citada
por Fryxell, Gould & Watkins (1984).
108
Comparando-se as três estações amostradas na costa da Ilha de Santa Catarina,
foi possível constatar que a distribuição das espécies foi uniforme, não apresentando um
número expressivo de espécies exclusivas de cada estação. As estações localizadas na
Baía Norte (Fig.1) apresentaram maior mero de espécies que a EPS. As espécies
encontradas na ERG e EG e não observadas na EPS foram T. endoseriata, T. tealata e
T. visurgis.
As três espécies encontradas nessas estações, que sofrem maior influência
continental, são citadas na literatura como espécies estuarinas, costeiras ou de águas
menos salobras (Takano 1980; Mahood, Fryxell & McMillan 1986).
Os resultados do presente estudo mostraram que o gênero Thalassiosira está
bem representado na costa da Ilha de Santa Catarina, considerando-se a alta diversidade
de espécies encontrada, e comparando-se com outros inventários realizados em regiões
tradicionalmente conhecidas pela alta produtividade e grande diversidade
fitoplanctônicas, como o Golfo da Califórnia, Região do rio La Plata, na Argentina e
Austrália.
A relação das espécies de Thalassiosira com os fatores abióticos está
principalmente vinculada ao aporte de água doce dos rios, que se localizam próximo aos
locais de coleta, carreando água doce para o estuário, movimentando a coluna da água,
ressuspendendo o sedimento e trazendo um grande aporte de nutrientes como fósforo e
nitrogênio para as regiões adjacentes a costa (Pagliosa et al. 2005; Pagliosa et al. 2006).
Os trabalhos de levantamento de espécies, que compõem o fitoplâncton de
regiões costeiras, são muito relevantes, porque futuramente, subsidiarão estudos
ecológicos relacionados a dinâmica desses locais.
Glossário
Fultopórtula sem tubo em vista externa: Fultopórtulas quase que imperceptíveis
mesmo em MEV. Ex: Thalassiosira oestrupii var. oestrupii (Fig. 61), T. oestrupii var.
venrickae (Fig. 64) e T. endoseriata (Fig. 43).
Fultopórtula com tubo externo ou interno curto : Fultopórtulas cujo tubo não
ultrapassa 0,9µm de comprimento. Ex: T. decipiens (Fig. 39), T. lundiana (Fig. 52), T.
nanolineata (Fig. 59) e Thalassiosira cf. partheneia (Fig. 87).
Fultopórtula com tubo externo longo: Fultopórtulas cujo tubo é maior que m de
comprimento. Ex: T. angulata (Fig. 36).
Fultopórtula com tubo interno longo: Fultopórtulas cujo tubo é maior que m de
comprimento. Ex: T. oestrupii var. venrickae (Fig. 65).
109
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Capítulo 3
115
Espécies do gênero Skeletonema Greville emend. Sarno et Zingone
(Diatomeae) na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil
Resumo
O gênero Skeletonema Greville emend. Sarno et Zingone foi descrito por Greville
em 1865 e tem como espécie tipo Skeletonema costatum (Greville) Cleve. Skeletonema está
representado atualmente por aproximadamente 13 espécies. Destas, a melhor estudada e
mais citada em inventários e trabalhos sobre o gênero é S. costatum. Atualmente, estudos
estão mostrando que S. costatum sensu lato congrega um complexo de espécies que diferem
morfologicamente e geneticamente. O objetivo do presente estudo foi identificar e analisar
a distribuição de espécies de Skeletonema em três estações de coleta amostradas na costa da
Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil. As coletas foram realizadas em duas estações localizadas
no centro-oeste da Ilha: Ratones Grande (27º28’30.52”S - 48º33’27.27”W) e Guarás
(27º33’20.09”S - 48º33’27.50”W) e uma no sudeste: Pântano do Sul (27º47’24.97”S -
48º30’39.31”W). As amostras de água foram concentradas com uma rede de plâncton (25
µm de abertura) e foram coletas mensalmente durante o ano de 2007 e 2008. Estas, foram
oxidadas e clarificadas. Estudos com Microscopia Óptica e Microscopia Eletrônica de
Varredura mostraram que o gênero, no local estudado, está representado por três espécies:
S. grethae Zingone et Sarno, S. pseudocostatum Medlin emend. Zingone et Sarno e S.
tropicum Cleve. Skeletonema grethae e S. pseudocostatum ocorreram concomitantemente
nos meses de maio, agosto, novembro e janeiro/08, sendo as que apresentaram maior
freqüência relativa de valvas. Enquanto que S. tropicum foi registrado somente nos meses
de janeiro e maio, apresentando um baixa freqüência relativa de ocorrência. Na amostragem
não foi encontrada S. costatum, indicando que a espécie é menos comum no Sul do Brasil
que as demais componentes do complexo S. costatum sensu lato. A identificação das três
espécies de Skeletonema, as ilustrações e as descrições, subsidiarão estudos futuros de
inventários realizados no fitoplâncton da região e trabalhos de cunho ecológico, envolvendo
o gênero.
Palavras-chave: Skeletonema grethae, Skeletonema grethae, Skeletonema tropicum, Santa
Catarina.
116
3.1 Introdução
O gênero Skeletonema foi descrito por Greville em 1865 e tem como espécie tipo
Skeletonema costatum (Greville) Cleve. Skeletonema costatum foi descrita inicialmente por
Greville como Melosira costata em 1866 que, posteriormente foi transferida para
Skeletonema.
A espécie tipo de Skeletonema, antes de 1996 era Skeletonema barbadensis
Greville. Contudo, Sims (1994) publicou o gênero fóssil Skeletonemopsis, que incluía
Skeletonema barbadensis Greville, tranferindo a última para o novo gênero. Ross et al.
(1996) sugeriram a tipificação de Skeletonema costatum para substituir Skeletonema
barbadensis, que foi transferida para o gênero fóssil.
Em 2005, Sarno et Zingone emendaram a descrição de Skeletonema adicionando
informações relacionadas a dados de microscopia eletrônica e biologia molecular
(subunidades de rDNA).
Segundo, Sarno et Zingone (Sarno et al. 2005) em geral, o gênero é caracterizado
por apresentar células com formato cilíndrico, coloniais ou solitárias. As células
apresentam um, dois ou muitos cloroplastos. O diâmetro das células varia entre 2 e 32 µm.
As valvas são planas ou levemente convexas. O manto é obliquo ou perpendicular em
direção a face valvar. As fultopórulas estão localizadas em um anel marginal, com dois ou
três poros satélites. Em vista externa, as fultopórtulas apresentam tubos longos, abertos ou
fechados. Essas fultopórtulas marginais, de uma célula, conectam-se com as de outra célula,
através de terminações próprias de cada espécie. Cada fultopórtula pode se conectar a uma
ou duas fultopórtulas opostas.
Sobre a morfologia da rimopórtula, as mesmas autoras comentam que cada valva
possui uma única, localizada na região marginal, nas valvas intercalares da colônia, e sub-
central ou marginal nas valvas terminais. Estas apresentam tubos externos longos nas
valvas terminais e curtos ou longos nas valvas intercalares.
Skeletonema está representado atualmente por aproximadamente 13 espécies.
Destas, a melhor estudada e mais citada em inventários e trabalhos sobre o gênero é S.
costatum (Sarno et al. 2005; Zingone et al. 2005). A espécie é ainda indicada como uma das
117
mais representativas do fitoplâncton marinho em muitas regiões do mundo (Sarno et al.
2007).
No Brasil, S. costatum é amplamente citada em estudos de inventários e de ecologia
do fitoplâncton (Brandini et al. 1997, Tenenbaum et al. 2004; Gaeta & Brandini 2006,
Procopiak, Fernandes & Moreira-Filho 2006; Torgan, Pillar & Niencheski 2006; Villac,
Cabral-Noronha & Oliveira Pinto 2008). No estado de Santa Catarina a espécie foi
registrada pela primeira vez por Cunha & Fonseca (1918). Desde esse estudo, S. costatum,
vem sendo corriqueiramente citada em inventários realizados na região (Müller-Melchers,
F. C. 1957; Moreira-Filho et al. 1967; Corte Real & Aguiar 1971; Valente Moreira &
Moreira-Filho 1978; Souza-Mosimann 1984; Souza-Mosimann, 1985; Moreira-Filho,
Valente Moreira & Souza-Mosimann 1985; Souza-Mosimann 1988; Fernandes, Souza-
Mosimann & Felício Fernandes 1990; Souza-Mosimann, Felício-Fernandes, Laudares-Silva
& Fernandes 1993; Felício-Fernandes, Souza-Mosimann & Moreira Filho 1994; Souza-
Mosimann & Roos-Oliveira 1998; Souza-Mosimann, Laudares-Silva & Roos-Oliveira
2001; Souza-Mosimann & Laudares-Silva 2005).
Atualmente, estudos estão mostrando que S. costatum sensu lato congrega um
complexo de espécies que diferem morfologicamente e geneticamente (Kooistra et al.
2007). O estudo desse complexo é de extrema relevância no Brasil, considerando-se que no
país estão registrados na base de dados da Plataforma Lattes (a base de dados de
pesquisadores mais importante do país), 62 pesquisadores que tem no título de sua pesquisa
o nero Skeletonema, sendo que destes, 48 citam a S. costatum. Observado-se a produção
destes pesquisadores, constata-se que o gênero e a espécie são utilizados em estudos como
bioindicação de ambientes eutrofizados, toxicologia, aqüicultura e produtividade primária.
A distinção entre as espécies de Skeletonema é difícil, porque é necessário
observação de detalhes morfológicos relacionados a fina estrutura, que somente podem ser
elucidados com o uso de Microscopia Eletrônica de Varredura e Microscopia Eletrônica de
Transmissão (Cheng et al. 2008). Contudo, entre os principais caracteres a serem analisados
com a utilização destas ferramentas estão o número de fultopórtulas marginais, distância
entre elas, tamanho e forma dos tubos externos das fultopórtulas terminais e intercalares,
localização e tamanho da rimopórtula intercalar e terminal, areolação do manto e da face
valvar e ainda tipo de junção entre as células.
118
A Ilha de Santa Catarina está localizada na Plataforma Continental Sudeste, que
possui características dinâmicas típicas de plataformas continentais de latitudes médias,
sendo local de importantes fenômenos oceanográficos como as ressurgências (Castro et al.
2006).
A Plataforma Continental Sudeste, está contida, por sua vez, em uma das regiões
mais complexas do mundo com relação a produtividade primária e características
hidrológicas, conhecida como zona de Confluência Brasil-Malvinas (Souza & Robinson
2004).
Entre os fatores que tornam a região importante e relevante para o estudo da
biomassa e diversidade fitoplanctônica está a pluma do Rio da Prata. Esta, fertiliza as águas
uruguaias e sul-brasileiras, é rica principalmente em silicato e atua dependendo dos ventos
(Piola et al. 2008).
Considerando-se a importância da região sudoeste do Atlântico, da Plataforma
Continental Sudeste, do gênero na composição da comunidade fitoplanctônica estuarina e
marinha desses locais e da ampla utilização econômica e ecológica de S. costatum sensu
lato” no Brasil, o presente estudo teve como objetivo identificar e descrever as espécies de
Skeletonema, bem como registrar a distribuição destas em três estações de coleta
localizadas na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil.
3.2 Metodologia
A Ilha de Santa Catarina localiza-se na região sudoeste do oceano Atlântico, sul do
Brasil (27°10’S e 27°50’S-48°25’W e 48°35’W), no município de Florianópolis (Fig. 1).
Para a realização do presente estudo, as amostras de água, foram coletadas em duas
estações no centro-oeste da Ilha: Ratones Grande (ERG) (27º28’30.52”S -48º33’27.27”W)
e Guarás (EG) (27º33’20.09”S - 48º33’27.50”W) e uma no sudeste: Pântano do Sul (EPS)
(27º47’24.97”S - 48º30’39.31”W). As estações ERG e EG localizam-se em uma baía
fechada rasa (Baia Norte), sofrem influência dos rios Ratones e Itacorubi e de seus
manguezais. A EG encontra-se localizada mais internamente na baía que a ERG. A EPS
119
sofre menor influência continental, localiza-se em uma enseada, porém, em mar aberto. A
localização das estações de coleta está representada na Figura 1.
Na ERG a profundidade coletada foi de aproximadamente 9 metros, na EG foi de
3,5 metros e na EPS foi de 13 metros. As coletas foram mensais no período de janeiro/07 a
janeiro/08.
As amostras foram concentradas com auxílio de rede de plâncton com abertura de
25 µm e fixadas com formoldeído a 4%. Foram montadas 2 lâminas permanentes por
amostra, seguindo-se a técnica de Simonsen (1974) para a oxidação (limpeza das frústulas)
e utilizando-se a resina Naphrax (índice de refração 1, 7). As lâminas permanentes foram
tombadas no Herbário FLOR do Departamento de Botânica/CCB/UFSC e encontram-se
registradas entre os números 13.004 e 13.039.
As lâminas foram analisadas em microscópio óptico da marca Olympus modelo BX
50. As fotomicrografias foram feitas com câmara Olympus acoplada no mesmo
microscópio. Para as fotomicrografias em contraste de fase foi utilizado o Microscópio
Óptico Olympus modelo BX41, equipado com câmara para captura de imagem digital
colorida com 3.3 mpixel QColor 3C da Q-imaging (BEG/CCB/UFSC).
A fim de obter-se dados com relação a freqüência relativa do gênero, (após o
processo de oxidação) foram contadas nas lâminas permanentes de 400 a 500 valvas
(Schoeman 1973).
Para a observação do material em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), o
material foi colocado em suportes de alumínio (stubs), após seco foi recoberto com ouro
(~300 Angstrons) utilizando-se o metalizador Baltec, modelo CED030. O microscópio
utilizado foi o do Laboratório Central de Microscopia Eletrônica da Universidade Federal
de Santa Catarina, marca JEOL 6390 LV com distância de trabalho de 10 mm, a 20 KvO e
spot size entre 25 e 30.
A temperatura foi obtida com a utilização de um termômetro de Mercúrio e a
salinidade mensurada com Refratômetro Shibuya.
A classificação utilizada para enquadramento até Subfilo será a apresentada por
Cavalier-Smith (1998) e a partir de Classe, a apresentada por Round, Crawford & Mann
(1990).
120
Legenda: F: Fultopórtulas; FT: Fultopórtulas das valvas terminais da cadeia; FI:
Fultopórtulas das valvas intercalares da cadeia; RT: Rimopórtulas das valvas terminais da
cadeia; RI: Rimopórtulas das valvas intercalares da cadeia.
Figura 1
. Localização das estações de coleta amostradas na costa da Ilha de Sa
nta Catarina, Santa Catarina, Brasil.
ERG: Estação Ratones Grande, EG: Estação Guarás e EPS: Estação Pântano do Sul.
121
3.3 Resultados
O gênero Skeletonema foi encontrado em cinco dos doze meses estudados (Fig. 2).
Apresentou a maior freqüência relativa de valvas no mês de janeiro/2008, quando a
temperatura apresentou-se em elevação e a salinidade em declínio (Fig. 2a, 2b).
Somente no mês de novembro o gênero foi registrado nas três estações de coletas
amostradas (Fig. 2a). A ERG foi a única em que o gênero ocorreu em todos os meses
dentre os cinco onde Skeletonema foi encontrado na costa da Ilha de Santa Catarina (Fig.
2).
Os demais dados de temperatura, salinidade e frequência relativa de Skeletonema
durante a amostragem podem ser visualizados nas figuras 2a e 2b.
Durante o período de estudo Skeletonema foi representado por três espécies, que
serão descritas e ilustradas abaixo.
Os dados morfométricos das espécies encontradas no presente estudo, comparados
com os dados da literatura estão apresentados nas tabelas 1, 2 e 3.
OCHROPHYTA Cavalier-Smith 1998
DIATOMEAE Cavalier-Smith 1998
COSCINODISCOPHYCEAE Round & Crawford 1990
THALASSIOSIRALES Glezer & Makarova 1986
SKELETONEMATACEAE Lebour 1930
Skeletonema Greville emend. Sarno et Zingone 2005
1. Skeletonema grethae Zingone et Sarno, J. Phycol, 41: 156, fig. 3 (A-I), 2005
Figuras 3 – 7, 17 - 22
Referências: Sarno et al. (2005), Kooistra et al. (2007), Bergesch, Garcia & Odebrecht
(2009).
O diâmetro da valva variou entre 4 e 9,6 µm. MEV: As aréolas são arredondadas e
regularmente organizadas (Fig. 18). As fultopórtulas são alongadas e apresentam tubos
122
completamente abertos nas células intercalares e nas terminais (Figs. 18, 19 e 22). A
abertura começa próximo da região basal da fultopórtula (Fig. 22). O ápice das
fultopórtulas não apresenta espinhos longos e a estrutura apical lembra a letra “u” (Fig. 18).
A conexão entre as fultopórtulas intercalares é feita através da junção frontal dos ápices,
formando, entre uma fultopórtula e outra, um encaixe alinhado (Figs. 20, 21). A
rimopórtula das valvas intercalares está localizada próximo ao anel de fultopórtulas e
apresenta tubo externo curto e reto (Fig. 22). A rimopórtula da valva terminal apresenta
tubo longo, fechado e levemente expandido na região apical (Fig. 18). MO: As células
apresentaram um cloroplasto (Fig. 3). As cadeias são delicadas e retilíneas (Fig.4). O manto
é estreito e a areolação é inconspícua.
Comentário: A espécie somente pode ser identificada com auxílio de microscopia
eletrônica e posteriormente, relacionada as imagens de microscópio óptico. Sarno et al.
(2005) descreve que a S. grethae pode apresentar junção entre as fultopórtulas de 1:1 e
esporadicamente 1:2. Porém, nunca apresentando junção do tipo “zig-zag”, característico
de S. costatum. A espécie foi registrada para as três estações de coleta amostradas (Fig. 2c),
nos meses de maio, agosto, novembro e janeiro/2008. A maior freqüência relativa foi
encontrada em novembro, na EPS (39,4%). Portanto, S. grethae foi registrada nas quatro
estações do ano, com maior representatividade, em número de valvas, na primavera. A
espécie foi responsável pelo pico de valvas do gênero que ocorreu em novembro (Fig. 2a,
2b).
Distribuição no sudoeste do Atlântico: citação para a região leste da América do Sul.
Brasil (Bergesch, Garcia & Odebrecht 2009).
1. Skeletonema pseudocostatum Medlin, J. Phycol. 27: 522, figs. 3 - 4, 9 – 17, 1991
emend. Zingone et Sarno, J. Phycol, 41: 162, fig. 7 (A – I), 2005
Figuras 8 – 12, 23 – 34
Referências: Aké-Castillo et al. (1995), Sarno et al. (2005), Kooistra et al. (2007),
Bergesch, Garcia & Odebrecht (2009).
123
O diâmetro da valva variou entre 3,05 e 5,2 µm. MEV: As aréolas são hexagonais e
irregularmente organizadas (Figs. 29, 34). As fultopórtulas apresentam tubos longos e
completamente abertos nas valvas intercalares (Fig. 33) e fechados na base nas valvas
terminais (Figs. 26, 27, 28). A região terminal (apical) das fultopórtulas apresenta espinhos
proeminentes nas valvas terminais (Fig. 30). A junção entre os tubos das fultopórtulas pode
ser 1:1 e menos freqüente 1:2, formando uma forquilha (Fig. 25). A maioria das valvas é
fortemente convexa. A rimopórtula das valvas intercalares apresenta tubo curto e levemente
curvado para fora (Fig. 33). A rimopórtula da valva terminal apresenta tubo externo longo
fechado e com uma pequena expansão abrupta (Figs. 26, 27). MO: As cadeias são bastante
delicadas, sendo quase imperceptíveis em MO desprovido de contraste de fase (Fig. 8). As
fultopórtulas não são lineares, apresentam-se curvadas, provavelmente porque os tubos
destas, são exageradamente compridos em relação ao tamanho da valva (Fig.9, 11). As
aréolas são do manto são inconspícuas.
Comentário: A principal característica que diferencia S. pseudocostatum de S. grethae é a
presença, no primeiro, de base fechada nas fultopórtulas das células terminais e ausência
desse tubo nas fultopórtulas das células intermediares (Sarno et al. 2005). O número de
cloroplastos por célula não foi registrado, porque no material sem o processo de limpeza
das frústulas não foi encontrada a espécie. Skeletonema pseudocostatum foi registrada para
as três estações de coleta amostradas nos meses de maio, agosto, novembro, e janeiro/2008
(Fig. 2d) A maior freqüência relativa de valvas foi encontrada em janeiro/2008, na ERG
(43,47%). A espécie foi encontrada, portanto, em todas as estações do ano, com maior
freqüência relativa de valvas registrada para verão.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Brasil (Kooistra et al. 2007; Bergesch, Garcia &
Odebrecht 2009).
3. Skeletonema tropicum Cleve, Kongl. Svensk Vetensk. Arad. Handl., 1900
Figuras 13 - 16
124
Referências: Aké-Castillo et al. (1995), Sarno et al. (2005), Kooistra et al. (2007),
Bergesch, Garcia & Odebrecht (2009).
A espécie foi encontrada somente em Microscopia Óptica. O diâmetro das valvas
variou entre 6,6 e 14,8 µm. As células apresentaram de 2 a 4 cloroplastos (Fig.13). As
valvas são fortemente silicificadas (Fig. 14, 15) e as cadeias são retilíneas (Fig. 13). As
fultopórtulas formam ângulo reto com a valva. A areolação é grosseira e as aréolas são
visíveis em MO (Fig. 16).
Comentário: Skeletonema tropicum é facilmente reconhecida em MO, devido a areolação
conspícua. É comumente confundida com S. costatum por apresentar células fortemente
silicificadas. Contudo, se diferencia desta por não apresentar junção entre fultopórtulas em
“zig-zag” e por possuir maior número de cloroplastos por células (mais que dois).
Skeletonema tropicum foi encontrada em duas das três estações amostradas: ERG e EG, nos
meses de janeiro/2007 e maio (Fig. 2e). A maior freqüência relativa foi registrada no mês
de maio, na ERG (1,55%). A espécie ocorreu somente no verão e outono. Portanto, foi
menos freqüente e apresentou uma distribuição mais restrita que S. grethae e S.
pseudocostatum.
Distribuição no sudoeste do Atlântico: Brasil (Kooistra et al. 2007; Bergesch, Garcia &
Odebrecht 2009).
125
Tabela 1.
Dados morfométricos de S. grethae,
registrada na costa da Ilha de Santa Catarina e os
apresentados na literatura.
Tabela 2.
Dados morfométricos de S. pseudocostatum,
registrada na costa da Ilha de Santa Catarina e
os apresentados na literatura.
* Bergesch, Garcia & Odebrecht (2009)
: trabalho realizado
no sul do Brasil.
* Bergesch,
Garcia & Odebrecht (2009)
: trabalho realizado no sul do Brasil.
Variáveis morfométricas Presente estudo Sarno et al.
(2005)
Bergesch et al.
(2009)*
Diâmetro da célula (µm) min-max
méd
4-9,6
6,8
2-10,5
4,1
(6,6-9,4)
5
Aréolas/10 µm min-max
méd
30-42
37,33
33-48
41,7
30-40
33,3
Distância entre Fs (µm) min-max
méd
0,9-1,03
0,97
0,2-1,0
0,7
0,8-1
0,93
Nº de Fs (µm) min-max
méd
10-14
12
14-19
16,5
12-16
16(?)
Comprimento FTs (µm) min-max
méd
8-8,3
8,15
1,4-4,7
3,4
4,2-4,6
4,4
Comprimento RTs (µm) min-max
méd
8 1,8-3,6
2,9
4,4
Comprimento FIs (µm) min-max
méd
6,8-8,6
7,57
2,0-4,5
3,5
4,7-6,8
4
Comprimento RIs (µm) min-max
méd
0,5-0,8
0,65
0,3-0,3
0,3
0,4
Variáveis morfométricas Presente estudo Sarno et al.
(2005)
Bergesch et al.
(2009)*
Diâmetro da célula (µm) min-max
méd
3,05-5,2
3,47
2-9
4,7
3,8-7,5
6,1
Aréolas/10 µm min-max
méd
30-45
38,75
30-44
35,9
15(?) – 25 (?)
21,6 (?)
Distância entre Fs (µm) min-max
méd
0,7-0,9
0,83
0,4-1,3
0,7
--
Nº de Fs (µm) min-max
méd
6-9
7,2
7-18
11
6-8
7
Comprimento FTs (µm) min-max
méd
6,7-8,9
7,6
1,1-4.1
2,5
6,2-6,9
6.6
Comprimento RTs (µm) min-max
méd
6,08-7,8
6,9
0,6-2,9
1,5
4,3
Comprimento FIs (µm) min-max
méd
5,8-6,46
6,09
5,6- 10
2,6
4,8-7,8
6,3
Comprimento RIs (µm) min-max
méd
0,51-0,52
0,51
0,2-0,6
0,4
0,8-1,6
1,1
126
Tabela 3
. Dados morfométricos de S. tropicum,
registrada na costa da Ilha de Santa Catarina e os
apresentados na literatura.
* Bergesch, Garcia & Odebrecht (2009)
: trabalho realizado no sul do Brasil.
Variáveis morfométricas Presente estudo Sarno et al.
(2005)
Bergesch et al.
(2009)*
Diâmetro da célula (µm) min-max
méd
6,6 – 14,8
9,3
5,3-10
8
5,8-16,7
9,8
Distância entre Fs (µm) min-max
méd
-- --
--
Nº de Fs (µm) min-max
méd
-- -- --
Comprimento FTs (µm) min-max
méd
-- -- --
Comprimento RTs (µm) min-max
méd
-- -- --
Comprimento FIs (µm) min-max
méd
5-6,9
5,68
1,2-4,1
2,6
3,6-8,2
5,7
Comprimento RIs (µm) min-max
méd
-- -- --
127
Figura 2.
a
e
: Freqüência relativa do gênero e das espécies de Skeletonema
registradas da costa da Ilha
de Santa Catarina e dados abióticos obtidos durante a amostragem. Fig. a:
Freqüência relativa de
Skeletonema e dados de temperatura registrados durante a amostragem. Fig. b: Freqüê
ncia relativa de
Skeletonema e dados de salinidade registrados durante a amostragem. Fig. c: Freqüência relativa de
S.
grethae. Fig. d: Freqüência relativa de S. pseudocostatum. Fig. e: Freqüência relativa de S. tropicum.
a
b
c
d
e
128
Figuras 3
7:
Fotomicrografias em Microscopia Óptica (MO) de Skeletonema grethae.
Fig.
3:
MO
de
amostra não oxidada. Figs. 4, 5, 6, 7: MO em contraste de fase de amostras oxidadas. Escala (barra): 10 µm.
129
Figuras 8
12:
Fotomicrografias em Microscopia Óptica (MO) de Skeletonema pseudocostatum.
Figs. 9,
10, 11, 12: MO em contraste de fase. Imagens de amostras oxidadas. Escala (barra): 10 µm.
130
Figuras 13
16:
Fotomicrografias em Microscopia Óptica
(MO)
de
Skeletonema
tropicum.
Fig. 13:
MO
de amostra não oxidada. Fig. 14: MO em contraste de fase. Escala (barra): 10 µm.
131
Figuras 23
28.
Imagens em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) de Skeletonema pseudocostatum.
Figs. 23, 24: vista geral de valvas intercalares da cadeira. Fig. 25: junção 1:2 entre duas FIs. Fig. 26: valva
terminal da cadeia, (seta: espinho presente na FT, cabeça de seta: RT). Fig. 27:
valva terminal da cadeia
(seta preta: tubo na base da FT, seta branca: espinho da FT, cabeça de seta: RT. Fig. 28:
detalhe da valva
terminal da cadeia (seta: região basal da FT fechada).
132
2µm
1µm
0,5µ m
1µm
1µm
m
m
29
30
31
32
33
34
Figuras 29
34.
Imagens em Microscopia Eletrônica de Varredura de
Skeletonema
pseudocostatum
.
Fig
s.
29: valva terminal da cadeia (seta: tubo na região basal da FT). Fig. 30:
valva terminal da cadeia (note os
espinhos das FTs). Fig. 31: detalhe do da junção 1:1entre duas FIs. Fig. 32:
detalhe do espinhos em
forma de garra. Fig. 33: valva intercalar da cadeia (cabeça de seta: RI). Fig. 34
: conectivo de valva
intercalar, note que a base das FIs é aberta.
133
3.4 Discussão
Taxonomia
Sarno et al. (2005) classificou as espécies de Skeletonema em quatro grupos
morfológicos. No presente trabalho, as espécies encontradas pertencem ao mesmo grupo, o
grupo 1. As características morfológicas distintivas desse grupo, ressaltadas pelos autores
são: a forma das FTs (com a região distal (apical) estreita e truncada, com espinho ou com a
margem em forma de garra); a parte distal das FIs estreitas com junção apresentando
forquilha com nó e presença de uma estrutura silicosa na junção das Fs (morfologia
variável).
Contudo, as principais características que diferenciaram as espécies registradas no
presente estudo, foram o número de cloroplastos, diâmetro da valva, grau de silicificação e
forma das fultopórtulas intercalares e terminais. Skeletonema tropicum foi reconhecido e
diferenciado de S. grethae e S. pseudocostatum por apresentar mais de dois cloroplastos por
célula, areolação visível ao MO e forte silicificação das células. Skeletonema
pseudocostatum foi distinto de S. grethae por apresentar a região basal das FTs fechadas,
formando um tubo e pela presença de espinhos proeminentes nas FTs.
Skeletonema grethae, S. pseudcostatum e S. tropicum foram diferenciadas de S.
costatum, que não foi encontrada, por não apresentarem junção das fultopórtulas em “zig-
zag”, tubos nas FIs (achatados) e poro na base das FIs, entre outros (para descrição
completa da morfologia de S. costatum consultar Sarno et al. 2007).
As espécies registradas na costa da Ilha de Santa Catarina, apresentaram
discordâncias com a literatura, principalmente, relacionadas a morfometria (Ver Tabs. 1, 2
e 3). Em S. grethae o diâmetro da valva, areolação, distância entre Fs e número de Fs foram
semelhantes ao apresentado por Sarno et al. (2005). Contudo, o comprimento das FTs, FIs,
RTs e RIs apresentaram diferenças relevantes (Tab. 1). Em S. pseudocostatum as
diferenças se concentram, como em S. grethae, no comprimento das Fs e Rs intercalares e
terminais. O número de fultopórtulas por valva foi diferenciado, nos espécimes do presente
estudo foram registrados menos fultopórtulas por valva (Tab. 2).
134
As diferenças morfométricas são menos evidentes quando se compara os resultados
deste estudo aos dados mostrados por Bergesch, Garcia & Odebrecht (2009), em trabalho
realizado com amostras do estuário da Lagoa dos Patos (32º09’S e 52º06’W) e da praia do
Cassino (32º12’S e 52º10’W). Os dados morfométricos foram semelhantes aos registrados
para a costa da Ilha de Santa Catarina para S. grethae, S. pseudocostatum e S. tropicum.
Com diferenças menos marcantes (Tabs. 1, 2 e 3), principalmente entre o comprimento das
Fs intercales e terminais e para o diâmetro da valva.
No entanto, as diferenças na morfometria entre os espécimes do Brasil e das regiões
estudadas por Sarno et al. (2005) não impossibilitaram a identificação das espécies.
Considerando-se que outras características são diagnósticas (ver descrição das espécies),
sendo estas em conformidade com a literatura. As hipóteses que poderiam estar envolvidas
na explicação das diferenças morfométricas encontradas entre o material do Brasil e o de
outros estudos, são principalmente, as relacionadas com as diferenças biogeográficas, de
estações do ano (Aké-Castillo et al. 1995, Kooistra et al. 2007) e o fato do uso de material
ser proveniente de cultivo, como os usados por Sarno et al. (2005) e Medlin et al. (1991).
Ecologia
Skeletonema grethae e S. pseudocostatum apresentaram uma ocorrência e
distribuição semelhante (maio, agosto, novembro e janeiro). Foram registradas nas três
estações amostradas nestes meses (Figs.2c, 2d). Enquanto, que S. tropicum apresentou
distribuição restrita a janeiro/2007 e maio (Fig.2e), sendo registrada somente nas estações
da Baía Norte (ERG e EG).
A distribuição mundial de S. grethae, segundo Kooistra et al. (2007) seria a mais
restrita dentre as espécies de Skeletonema, ocorrendo somente na costa leste dos Estados
Unidos. Contudo, no presente estudo a espécie apresentou uma ocorrência e distribuição
ampla, sem apresentar um padrão definido, sendo registrada em temperaturas entre 16 e 28
ºC e salinidades entre 30 e 34 ups, ocorrendo concomitante com S. pseudocostatum. Estas
observações sugerem que S. grethae pode estar sendo confundida com S. pseudocostatum
ou que há lacunas no conhecimento de sua distribuição geográfica, indicando a necessidade
de mais estudos relacionados a levantamento de espécies do gênero e revisões taxonômicas.
135
A ocorrência de S. pseudocostatum em todas as estações do ano e em diferentes
temperaturas e salinidades, reitera o que é citado na literatura, relacionado a ampla
distribuição e a ocorrência dessa espécie predominantemente em regiões estuarinas e em
diferentes estações do ano (Aké-Castillo et al. 1995, Sarno et al. 2005, Bergesch, Garcia &
Odebrecht 2009).
Skeletonema tropicum é citada como a mais oceânica das espécies do gênero,
ocorrendo em salinidades altas (>29 ups), sendo restrita a ambientes tropicais e subtropicais
(Aké-Castillo et al. 1995, Kooistra et al. 2007). No presente estudo, a espécie foi a que
apresentou a menor freqüência relativa em número de valvas, ocorreu em altas salinidades
(> 34 ups), no verão e outono e em temperaturas entre 17 e 23 ºC (Fig.2e), concordando,
dessa forma, com os dados apresentados por Hulburt & Guillard (1968), Aké-Castillo et al.
(1995) e Kooistra et al. (2007).
Bergesch, Garcia & Odebrecht (2009), justificando o registro de cinco espécies de
Skeletonema encontradas em amostras do estuário da Lagoa dos Patos e Praia do Cassino,
apontam, como responsáveis, a proximidade do local com a Zona de Convergência
Subtropical e a influência da água doce da Lagoa do Patos e do rio La Plata.
A Ilha de Santa Catarina também sofre a influência da pluma do Rio da Prata, da
Zona de Confluência Brasil-Malvinas e de fenômenos oceanográficos, como ressurgências
(Piola et al. 2008, Souza & Robinson 2004, Matsuura 1986). Tais fatores justificam a
presença das espécies registradas e podem ter influenciado na distribuição e freqüência
relativa de cada uma.
A identificação das três espécies de Skeletonema, as ilustrações e as descrições,
subsidiarão estudos futuros de inventários realizados no fitoplâncton da região, trabalhos de
cunho ecológico, envolvendo o nero e embasarão o esclarecimento do complexo S.
costatum sensu lato”, amplamente citado no Brasil.
136
3.5 Bibliografia
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Capítulo 4
140
Coscinodiscus wailesii Gran & Angst (Coscinodiscaceae - Diatomeae)
na costa da Ilha de Santa Catarina, sudoeste do oceano Atlântico:
caracterização e distribuição
Resumo
Coscinodiscus wailesii Gran & Angst é frequentemente encontrada em altas
concentrações de células no fitoplâncton marinho. A espécie é considerada
potencialmente tóxica por produzir grande quantidade de mucilagem que prejudica a
atividade pesqueira, além de, devido a grande número de células e a rápida divisão,
causar depleção de oxigênio e nutrientes prejudicando o cultivo de mariscos e
macroalgas. O objetivo deste estudo foi caracterizar e discutir a distribuição de
Coscinodiscus wailesii na costa da ilha de Santa Catarina, relacionando-a com as
variáveis temperatura e salinidade. Na amostragem a espécie foi observada nos meses
de janeiro, fevereiro, março, abril, julho, dezembro e janeiro/2008. A densidade celular
variou entre 193,05 e 2316,6 cels.L
-1
. Houve correlação positiva significativa entre o
número de células e a salinidade na Estação Ratones Grande. Na costa de Ilha de Santa
Catarina o ciclo de vida de C. wailesii parece ser contínuo devido a formação de células
de repouso durante a estação desfavorável como apontado em estudos anteriores.
Palavras-chave: Fitoplâncton marinho, densidade de células, potencialmente tóxico,
América do Sul, Brasil.
141
4.1 Introdução
Coscinodiscus wailesii Gran et Angst é uma espécie considerada invasora, que
vem ocupando oceanos e regiões costeiras de todo mundo. Foi encontrada inicialmente
no Oceano Pacífico, onde foi descrita (Hasle & Lange 1992). Esta espécie é
frequentemente registrada em altas concentrações celulares no fitoplâncton, podendo ser
encontrada como organismo dominante, com densidades maiores que 90% (Dürselen &
Rick 1999; Edwards et al. 2001).
No Brasil, a espécie é considerada invasora por ter sido registrada somente em
trabalhos recentes como os de Valente-Moreira (1987), Moreira-Filho et al. (1990),
Souza-Mosimann et al. (1993), Fernandes et al. (2001) e Tenenbaum et al. (2004). A
primeira citação da espécie para Santa Catarina foi feita por Souza-Mosimann et al.
(1993). Supõe-se que C. wailesii tenha sido introduzida no país por água de lastro
(Fernandes et al. 2001). Para Santa Catarina, a introdução juntamente com as matrizes
de organismos aquáticos cultiváveis, é uma hipótese plausível, que possui cultivos de
ostras do Pacífico.
Coscinodiscus wailesii estabeleceu-se na costa francesa na década de 70, quando
as matrizes de ostras, até então cultivadas, foram substituídas por espécies do Oceano
Indo-Pacífico, resistentes à infecções (Rincé & Plaumier, 1986 apud Dürselen &
Rick,1999).
Como organismo invasor, C. wailesii substitui os organismos fitoplanctônicos
nativos por competição reduzindo, dessa forma, a biodiversidade (Edwards et al. 2001).
O sucesso da espécie perante os outros componentes fitoplanctônicos é atribuído à
tolerância a diferentes temperaturas e salinidades, alta tolerância a metais pesados
quando comparado a espécies nativas e, devido ao grande tamanho das células, ser
impalatável para os herbívoros planctônicos (Dürselen & Rick 1999).
Coscinodiscus wailesii é considerada uma espécie potencialmente nociva por
produzir grandes quantidades de mucilagem insolúvel, que prejudica a atividade
pesqueira (Edwards et al. 2001). A espécie forma grande biomassa, devido à rápida
divisão, ocasionando depleção do oxigênio e nutrientes, o que prejudica os cultivos de
mariscos e macroalgas (Fernandes et al. 2001; Proença & Fernandes 2004). A depleção
do nitrogênio inorgânico, em locais onde cultiva-se Porphyra (Nori), produz
142
branqueamento de seus talos, com grande prejuízo econômico (Nishikawa &
Yamaguchi 2008).
Tendo em vista a importância ecológica de C. wailesii nas regiões estuarinas e
costeiras, especialmente em Santa Catarina, onde desenvolvem-se grandes projetos de
maricultura, este trabalho teve como objetivo caracterizar e discutir sua distribuição na
costa da Ilha de Santa Catarina, relacionando-a com as variáveis temperatura e
salinidade.
4.2 Metodologia
A Ilha de Santa Catarina localiza-se na região sudoeste do oceano Atlântico, sul
do Brasil (27°10’S e 27°50’S-48°25’W e 48°35’W), no município de Florianópolis
(Fig. 1). Para a realização do presente estudo, as amostras de água, foram coletadas em
duas estações no centro-oeste da Ilha: Ratones Grande (ERG) (27º28’30.52”S -
48º33’27.27”W) e Guarás (EG) (27º33’20.09”S - 48º33’27.50”W) e uma no sudeste:
Pântano do Sul (EPS) (27º47’24.97”S - 48º30’39.31”W). As estações ERG e EG
localizam-se em uma baía fechada rasa (Baía Norte), sofrem influência dos rios Ratones
e Itacorubi e de seus manguezais. A influência desses rios e manguezais está
principalmente relacionada ao aporte de nutrientes, tais como fósforo e nitrogênio
trazidos através da drenagem de água doce das áreas continentais adjacentes (Pagliosa et
al. 2005; Pagliosa et al. 2006). A EG encontra-se localizada mais internamente na baía
que a ERG. A EPS sofre menor influência continental, localiza-se em uma enseada,
porém, em mar aberto. A localização das estações de coleta está representada na Figura
1.
As amostras foram coletadas com frasco de 100 mL, na subsuperfície da água. A
amostragem foi mensal, durante 12 meses, no período de janeiro de 2007 a janeiro de
2008.
A temperatura e a salinidade da água foram medidas in situ, utilizando-se
termômetro de Mercúrio e refratômetro Shibuya.
As células de Coscinodiscus wailesii foram quantificadas pelo método de
Utermöhl, em microscópio invertido Leitz Diavert. Uma câmara completa de 5 ml foi
contada para cada amostra.
143
As amostras foram oxidadas de acordo com a técnica de Simonsen (1974), e
preparadas para observação em microscópio eletrônico de varredura (MEV) da marca
JEOL 6390 LV. Para isto, o material oxidado foi colocado em suportes (stubs) de
alumínio e deixado secar naturalmente. Após seco, foi metalizado com ouro em
metalizador da marca Baltec CED030.
As medidas das frústulas e as fotomicrografias foram feitas em Microscópio
Óptico (MO) da marca Olympus BX 50.
Para verificar a correlação entre os fatores bióticos e abióticos (salinidade e
temperatura) foi aplicado o Coeficiente de Correlação de Spearman. O programa
utilizado para essa análise foi o BioEstat 5.0.
144
Fig
ura
1.
Localização das estações d
e coleta amostradas na costa da Ilha de Santa Catarina, Santa Catarina,
Brasil. ERG: Estação Ratones Grande, EG: Estação Guarás e EPS: Estação Pântano do Sul.
145
4.3 Resultados
Coscinodiscus wailesii Gran & Angst apresentou como caracteres distintivos a
altura do manto, ângulo reto entre o manto e parte marginal da face valvar e a área
central hialina com contorno irregular. O diâmetro das células variou entre 208 µm
(EPS em janeiro/08) e 362,5 µm (ERG em abril/07). A média dos diâmetros no outono
(301,5 µm) foi maior que na primavera (245,4 µm). O número de estrias variou entre 4
a 6/ 10 µm (n= 71).
O tamanho das aréolas aumenta do centro para a margem, diminuindo na junção
da face valvar com o manto. Coscinodiscus wailesii tem dois anéis de rimopórtulas: um
localizado na zona de junção vertical entre o manto e a face valvar e o outro na região
mediana do manto, este inclui duas macrorimopórtulas (Fig. 2e), apresenta também
pequenas rimopórtulas espalhadas na face valvar (Fig. 2c e 2f), sendo que estas
localizam-se no final de algumas estrias que iniciam-se no na região central (Fig. 2d).
9A região central apresentou descrição semelhante a apresentada por Fernandes et al.
2001).
Os cloroplastos são discóides, numerosos e distribuídos irregularmente pela
célula. Nas amostras analisadas foram encontradas células de repouso que se
caracterizam por terem citoplasmas descolados da frústula e concentrados no centro das
células, de acordo com Nagai et al. (1996).
A espécie foi quantificada nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio,
julho, dezembro e janeiro/2008 na ERG e EPS. Na EG, não foram encontradas células
de C. wailesii nas análises quantitativas .
A Figura 4 apresenta a distribuição e o número de células
de Coscinodiscus
wailesii durante a amostragem, bem como os dados de temperatura e salinidade da água.
Observou-se a ausência de crescimento nos meses mais frios. A densidade variou de
193,05 a 2316,6. Os maiores picos de crescimento foram verificados em abril/2007 com
2316,6 cels.L
-1
na ERG e dez/2007 com 1158,3 cels.L
-1
na EPS. A temperatura da água
apresentou uma amplitude de variação de 10,5
0
C entre o mês mais frio e o mais quente
na ERG e de 5,5
0
C na EPS. A salinidade apresentou uma amplitude maior de variação
em ERG (6,5) que na EPS (2,2) variando de 29,05 a 36.
Foi encontrada correlação positiva significativa entre densidade de C. wailesii e
e salinidade na ERG (Tabela 1).
146
Tabela 1.
Coeficientes de Correlação de Spearman entre Coscinodiscus wailesii (Cel.L
-
1
), temper
atura e
salinidade. *p>0.05.
A B
a
b
C
d
10 µm
10µm
c
20µm
E
e
m
f
2µm
5µm
Figura 2.
Imagens em Microscopia Óptica (Figs. a - b) e em Microscopia Eletrônica de Varredura (Figs.c -
f)
de Coscinodiscus wailesii. Fig. a: vista valvar. Fig. b: vista conectival. Fig. c
: vista geral da face valvar
mostrando as microrimopórtulas espalhadas pela valva (setas). Fig. d:
região central com interestrias variando
de tamanho e microrimopórtulas (setas). Fig. e: macrorimopórtula, vista interna (seta). Fig. f:
microrimopórtula da face valvar, vista interna (seta).
Locais amostrados Fator abiótico Correlação de Sperman
Ratones Grande (ERG) Temperatura
Salinidade
-0,1693
0,592*
Pântano do Sul (EPS) Temperatura
Salinidade
0,0132
-0,2049
147
E
P
S
0
5
0
0
1
0
0
0
1
5
0
0
2
0
0
0
2
5
0
0
j
f
m
a
m
j
a
s
o
n
d
j
M
e
s
e
s
C
e
l
.
L
-
1
0
5
1
0
1
5
2
0
2
5
3
0
3
5
4
0
S
a
l
i
n
i
d
a
d
e
(
u
p
s
)
Coscin
o
d
i
s
c
u
s
w
a
i
l
e
s
i
i
Salin
i
t
y
EPS
0
500
1000
1500
2000
2500
j f m a m j a s o n d j
Meses
Cel.L
-1
0
5
10
15
20
25
30
Temperatura C)
Coscinodiscus wailesii
Temperature
E
R
G
0
5
0
0
1
0
0
0
1
5
0
0
2
0
0
0
2
5
0
0
j
f
m
a
m
j
a
s
o
n
d
j
M
e
s
e
s
C
e
l
.
L
-
1
0
5
1
0
1
5
2
0
2
5
3
0
3
5
4
0
S
a
l
i
n
i
d
a
d
e
(
u
p
s
)
ERG
0
500
1000
1500
2000
2500
j f m a m j a s o n d j
Meses
C
e
l
.
L
-
1
0
5
10
15
20
25
30
T
e
m
p
e
r
a
t
u
r
a
(
º
C
)
a
b
c
d
Temperatura
Salinidade
Figura 3.
Densidade de Coscinodiscus wailesii (Cels.L
-
1
)
e dados abióticos da ERG e EPS, entre
janeiro/2007 e janeiro/2008. Fig 3a: Densidade de células e temperatura da ERG. Fig. 3b
: Densidade de
células e salinidade da ERG. Fig. 3c: Densidade de células e temperatura da EPS. Fig. 3d
: Densidade de
células e salinidade na EPS.
148
4.4 Discussão
A morfologia da frústula de Coscinodiscus wailessii está de acordo com as
descrições apresentadas na literatura (Schmid & Volcani 1983; Hasle & Lange 1992;
Fernandes et al. 2001). No entanto, as dimensões de diâmetro estão mais próximas dos
limites registrados por Fernandes et al. (2001) (195-385 µm), não atingindo o diâmetro
de 500 µm citado por Schmid & Volcani (1983).
A ocorrência de dois grupos distintos de diâmetros de frústulas, que ocorreram
nas amostras analisadas, pode indicar a presença de células de resistência, que têm
diâmetro menor que as células vegetativas, segundo Nagai et al. (1996).
A análise da dinâmica temporal de C. wailesii mostrou que os maiores picos de
crescimento da população ocorreram no outono (ERG) e dois picos na EPS no outono
também e final de primavera, com densidades da ordem de 10
3
cels.L
-1
. Estes valores
são da mesma ordem das florações de C. wailesii registradas para a Baia de Paranaguá e
adjacências (Fernandes et al., 2001) e para a costa da Alemanha (Dürselen & Rick,
1999). Para a costa do Japão, Nagai et al. (1996), registraram florações da ordem de 10
2
cels.L
-1
.
Nagai et al. (1996), em trabalhos realizados em Harima-Nada (Japão),
concluíram que células vegetativas de C. wailesii diferenciam-se em células de repouso,
permanecendo no sedimento, quando a coluna d’água está estratificada. A mistura das
camadas da coluna da água é o fator responsável pela ressuspensão das células bênticas
de resistência que, encontrando condições favoráveis de temperatura, salinidade,
nutrientes e luminosidade, crescem garantindo a continuidade do ciclo de vida de C.
wailesii (Nagai et al. 1996; Nishikawa & Yamaguchi, 2008). Desta forma, as florações
ocorrem no outono e primavera nesta região, quando ocorre desestratificação.
Em Harima-nada, Nagai et al.(1996) observaram que a ocorrência ou não de
florações de outono depende da quantidade de lulas de repouso presentes no
sedimento.
Sugere-se que na costa da Ilha de Santa Catarina o ciclo de vida de C. wailesii
tenha continuidade através da formação de células de repouso, durante a estação
desfavorável. As florações ocorreram no início de outono, e final de primavera. No
entanto, não foi observado correlação positiva entre a ocorrência de C. wailesii e
temperatura (Tabela 1), indicando que o ciclo de vida da espécie, nesse período, não é
influenciado pela temperatura. Outros fatores abióticos, como ventos, nutrientes e
149
luminosidade parecem interferir mais efetivamente na dinâmica da espécie que a
temperatura típica de cada estação do ano. A tolerância de C. wailesii à ampla variação
da temperatura (1
0
C a 30,9
0
C) é citado na literatura (Nagai et al. 1996, Dürselen &
Rick, 1999; Fernandes et al. 2001).
Na ERG, região estuarina e com salinidade variável, detectou-se uma correlação
positiva entre a densidade de C. wailesii e a salinidade (Tabela 1). O aumento de
salinidade, provavelmente, indicou a entrada de águas mais salinas ou a mistura da
coluna d’água, com aporte de mais nutrientes, que estimulou o crescimento da
população. Acredita-se que a pequena variação da salinidade não teria efeito direto
sobre o crescimento da população, uma vez que ela apresenta grande tolerância à
variação de salinidade (8 a 35 ups) (Fernandes et al. 2001).
Os dados do presente estudo demonstram que a espécie, na costa da Ilha de
Santa Catarina, apresenta uma dinâmica diferente da apresentada no estado do Paraná
(local, no Brasil, onde foi estudada em detalhe por Fernandes et al., 2001). Na Baía de
Paranaguá (PR), C. wailesii foi encontrado durante todos os meses do ano e
esporadicamente produzindo florações. A diferença entre o observado no estado do
Paraná, por Fernandes et al. (2001), e os resultados apresentados no presente estudo,
indicam que mesmo próximas as regiões apresentam condições oceanográficas
diferentes, reiterando a importância dos fatores abióticos como luminosidade,
salinidade, nutrientes, ventos e fenômenos oceanográficos no ciclo de vida de C.
wailesii.
O registro recente de C. wailesii em águas brasileiras, somente a partir de 1987,
pode também ser o resultado de problemas de diferenciação entre C. wailesii e C.
concinnus Wm. Smith., como foi enfatizado por Wiltshire & Dürselen (2004), pois
ambas espécies co-existem no Mar do Norte e apresentam dimensões similares. Este
fato indica que esta troca pode ter acontecido em trabalhos realizados no Brasil,
portanto, sendo possível a presença de C. wailesii em águas brasileiras bem antes da
citação da espécie em publicações.
Futuros estudos sobre a dinâmica populacional de C. wailesii deverão ser
acompanhados do estudo de variação do perfil térmico e salino da coluna d’água, da
análise de nutrientes, da quantificação de células vegetativas e células de repouso no
sedimento e do biovolume, que dará uma avaliação mais precisa da biomassa, por tratar-
se de células muito volumosas, comparadas com as demais células do fitoplâncton. A
quantificação de células de repouso no sedimento é imprescindível nos monitoramentos,
150
uma vez que estes dados, somados aos dados abióticos indicam, com antecipação, a
ocorrência de florações, possibilitando a tomada de medidas preventivas contra seus
efeitos nocivos.
4.5 Bibliografia
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