RESUMO
BARRETO NETO, Belchior Gomes. Potenciais interações medicamentosas
favorecidas pelo aprazamento em prescrições de pacientes críticos. 2009.
139f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de Enfermagem,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
O objeto foi o aprazamento de medicações pela enfermagem favorecendo
potenciais interações medicamento-medicamento em prescrições médicas de
pacientes críticos. Teve como objetivos identificar a distribuição de horários no
aprazamento; determinar os medicamentos prevalentes aprazados; medir a
frequência e características das Potenciais Interações Medicamentosas (PIM)
relacionadas ao aprazamento. Estudo transversal com análise documental sendo
amostradas 135 prescrições com 1847 doses. Foram prescritos 263 medicamentos
na Unidade Intermediária (USI) e 477 na Unidade de Terapia Intensiva. A média de
doses por prescrição foi de 8,8 (± 1,05) na USI e 17,6 (± 0,9) na UTI. Na USI, a
média de medicamentos por prescrição foi de 4,1 (± 1,05) e na UTI 6,7 (± 2,19)
constatado predomínio de aprazamento no serviço noturno (SN) (57,11%). No SD os
horários mais aprazados foram 10h, 12h, 14h e 18h e no SN às 22h, 24h e 6h. Os
grupos medicamentosos prevalentes foram os que agem no sistema digestório
(24,9%), antimicrobianos (23,9%) e cardiovascular (18,7%). Os medicamentos mais
prescritos na UTI foram: ranitina (83%), captopril (26,7%) e na USI foram ranitidina
(46,87%), captopril (26,56%). A prevalência de PIM foi 65,92%. Há associação entre
número de medicamentos aprazados e a frequência de PIM (
2
=21,71). Na USI, a
prevalência de PIM em prescrições com até cinco medicamentos foi 34,37% e na
UTI, 60,53% em prescrições com mais de cinco medicamentos. Odds Ratio para
prescrições com mais de 5 medicamentos mostrou uma chance de 5,70 de encontrar
PIM em relação às prescrições com menos de 5 medicamentos. Na UTI foram
encontrados 142 PIMs e 30 classificadas como de dano grave ao paciente. Na USI,
foram 78 PIMs sendo 13 graves. Os pares de medicamentos prevalentes envolvidos
em PIM com potencial para dano grave foram fenitoína e haloperidol, vancomicina e
rantidina espironolactona e captopril; fenitoína e fenobarbital. Conclui-se que o
aprazamento de medicamentos, com utilização de poucos horários aprazados,
favorece o aparecimento de PIM mesmo em prescrições com até cinco
medicamentos. Destaca-se que os pares de medicamentos com PIM de dano grave
não devem ser aprazados no mesmo horário. Ao aprazar no mesmo horário a
enfermagem deve identificar pacientes polifármacos, conhecer a indicação e suas
PIM, otimizando resultados terapêuticos, prevenindo ocorrência de erros de
medicação. Existem softwares que indicam PIM e seu uso pode auxiliar a realização
um aprazamento mais seguro, onde se respeite os princípios farmacológicos e
contribuindo para um tratamento medicamentoso eficaz e não como uma etapa de
trabalho simples.
Palavras-chave: Enfermagem. Interação Medicamentosa. Erros de Medicação.