Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA - POSAGRO
ROBERSON DE OLIVEIRA CARVALHO
RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI AO PULGÃO-
PRETO, CIGARRINHA-VERDE, MANHOSO E CARUNCHO
BOA VISTA
RORAIMA - BRASIL
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ads:
ROBERSON DE OLIVEIRA CARVALHO
RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI AO PULGÃO-
PRETO, CIGARRINHA-VERDE, MANHOSO E CARUNCHO
Dissertação apresentada ao programa
de pós-graduação em Agronomia da
Universidade Federal de Roraima, em
parceria com a Embrapa Roraima, como
pré-requisito para obtenção do título de
Mestre em Agronomia, Área de
Concentração Produção Vegetal.
Orientador: Prof. Dr. Antonio Cesar Silva
Lima
BOA VISTA
RORAIMA - BRASIL
2009
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
S444i Carvalho, Roberson de Oliveira
Resistência de genótipos de feijão-caupi ao pulgão-
preto, cigarrinha-verde, manhoso e caruncho / Roberson
de Oliveira Carvalho – Boa Vista, 2009.
43f. : il
Orientador: Antonio Cesar Silva Lima.
Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-
Graduação em Agronomia POSAGRO Universidade
Federal de Roraima.
1 Entomologia. 2 Insecta. 3 Antixenose. 4
Resistência de planta a inseto. 5 – Antibiose. I Título. II
– Lima, Antonio César Silva.
CDU 444.44
ROBERSON DE OLIVEIRA CARVALHO
Resistência de genótipos de feijão-caupi ao pulgão-preto, cigarrinha-
verde, manhoso e caruncho
Dissertação apresentada ao programa
de pós-graduação em Agronomia da
Universidade Federal de Roraima, em
parceria com a Embrapa Roraima, como
pré-requisito para obtenção do título de
Mestre em Agronomia, Área de
Concentração Produção Vegetal.
Aprovada: dia 31 de Março de 2009
_____________________________________________
Prof. Dr. Antonio Cesar Silva Lima
Orientador – Curso de Agronomia - UFRR
___________________________________________
Prof. Dr. José Maria Arcanjo Alves
Curso de Agronomia – UFRR
___________________________________________
Pesquisador Dr. Aloísio Alcântara Vilarinho
Embrapa Roraima
_____________________________________________
Pesquisador Dr. José Oscar Lustosa de Oliveira Júnior
Embrapa Meio Norte
ii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais,
Shirley França de Oliveira e Manoel Macêdo
Carvalho, sem os quais atingir este objetivo
seria improvável.
iii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, a Deus, que sempre me deu forças para enfrentar esta
breve jornada da vida.
Aos meus pais, pela educação e boa índole que procuro ter como
exemplos por toda a vida.
Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Antonio Cesar Silva Lima, não
pela constante orientação neste trabalho, mas, sobretudo, pela sua amizade, apoio e
confiança.
Aos professores do curso pela atenção, ensinamentos transmitidos no
decorrer do curso e sobretudo pela amizade desenvolvida.
A minha namorada Marcela Campos Pinheiro, pela nobreza de caráter,
pelo apoio, paciência e compreensão.
Aos amigos discentes da UFRR do Mestrado em Agronomia: Hélio de
Oliveira, Carlos Filho, Diego Barberena, Roseane, Cylles, Shirlany, Gabriela, Marina
Keiko, aos da Graduação em Agronomia: Monaliza, Giovane, Mayra e Washington,
pelo apoio em todos os momentos propiciados e ao Engenheiro Agrônomo
Francisco Clemilton.
Aos bolsistas do Programa de Educação Tutorial do Curso de Agronomia
- PET-AGRO: Nádia, Jeysse, Adriano e Dianair.
Gostaria de agradecer também aos meus irmãos Rosilene, Rosivaldo e
Rutineia que acreditaram e me deram total apoio.
À coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior
CAPES, pela bolsa de estudo concedida.
Aos membros da banca examinadora deste trabalho formada pelos
doutores: José Maria Arcanjo Alves, José Oscar Lustosa de Oliveira Júnior e Aloísio
Alcântara Vilarinho, que muito contribuíram com suas sugestões para a redação final
deste trabalho.
MUITO OBRIGADO!
iv
BIOGRAFIA
ROBERSON DE OLIVEIRA CARVALHO, filho de Shirley de Oliveira Carvalho e
Manoel Macedo Carvalho, nasceu em 09 de junho de 1982, Boa Vista, Roraima.
Em dezembro de 2005, concluiu o curso de Bacharel em Agronomia, pela
Universidade Federal de Roraima.
Em março de 2006, ingressou no curso de s-Graduação “Lato sensu” em
Agroambiente da Universidade Federal de Roraima, submetendo-se à defesa de
monografia em 27 de março de 2008.
Em março de 2007, foi admitido no curso de Mestrado em Agronomia da
Universidade Federal de Roraima, submetendo-se à defesa da dissertação em 31 de
março de 2009.
.
v
CARVALHO, Roberson de Oliveira. Resistência de genótipos de feijão-caupi ao
pulgão-preto, cigarrinha-verde, manhoso e caruncho. 2009. f. 53. Dissertação de
Mestrado / Dissertação de Mestrado em Agronomia Universidade Federal de
Roraima, Boa Vista, 2009.
RESUMO
Genótipos de feijão-caupi, Vigna ungüiculata (L.) Walp., Apiaú, Iracema, Pingo de
Ouro, Epace 10, Pitiúba, BR3-Tracuateua, Inhuma, MNC99-542F-5, Canapuzinho,
TE97-204G-12, BRS-Milênio, Amapá, BRS-Paraguaçu, BR17-Gurguéia e BRS-
Marataoã, foram avaliados quanto à resistência, ao pulgão-preto, A. craccivora,
cigarrinha-verde, Empoasca sp. e ao manhoso, Chalcodermus bimaculatus, em
condição de campo, num delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições,
durante o ano de 2008, no CCA/UFRR, e os genótipos: Amapá, BRS-Novaera,
BR17-Gurguéia, BRS-Mazagão, BRS-Milênio, BRS-Paraguaçu, BRS-Patativa, BRS-
Guariba e BRS-Marataoã, para resistência ao caruncho, Callosobruchus maculatus,
em condição de laboratório, num delineamento inteiramente ao acaso com quatro
repetições. Constatou-se que: BR3-Tracuateua (0,25 cigarrinhas /bandeja) e Epace
10 (0,25) foram os menos preferidos pela cigarrinha-verde; o pulgão-preto
apresentou menor preferência pelos genótipos BRS-Paraguaçu (0,25
pulgões/pecíolo), BR17-Gurguéia (0,15) e Canapuzinho (0,10) e o BRS-Paraguaçu
foi o mais preferido para alimentação pelo manhoso. Em relação ao C. maculatus
verificou-se que: BRS-Patativa apresenta resistência do tipo não-preferência para
oviposição; BRS-Patativa e BRS-Paraguaçu apresentam resistência do tipo
antibiose, pois proporcionaram alongamento da fase da larval da espécie e que os
genótipos testados não apresentaram resistência do tipo não-preferência para
alimentação de C. maculatus.
Palavras Chave: Entomologia, Insecta, Antixenose, Antibiose, Resistência de
plantas a insetos.
vi
CARVALHO, Roberson de Oliveira. Resistance genotypes of cowpea to black aphid,
leafhopper, cowpea curculio and weevil. 2009. f. 56. Dissertação de Mestrado /
Dissertação de Mestrado em Agronomia Universidade Federal de Roraima, Boa
Vista, 2009.
ABSTRACT
Cowpea, Vigna unguiculata (L.) Walp., Apiaú, Iracema, Pingo de Ouro, Epace 10,
Pitiúba, BR3-Tracuateua, Inhuma, MNC99-542F-5, Canapuzinho, TE97-204G-12,
BRS-Milênio, Amapá, BRS-Paraguaçu, BR17-Gurguéia and BRS-Marataoã geno-
types were evaluated for resistance to the black aphid, A. craccivora, leafhopper,
Empoasca sp. and to the cowpea curculio, Chalcodermus bimaculatus, in field condi-
tion, in randomized blocks design experimental with four replications, during 2008, at
CCA/UFRR, and Amapá, BRS-Novaera, BR17-Gurguéia, BRS-Mazagão, BRS-
Milênio, BRS-Paraguaçu, BRS-Patativa, BRS-Guariba and BRS-Marataoã genotypes
for resistance to weevil, Callosobruchus maculatus, in laboratory condition, in a com-
pletely randomized experimental design with four replications. Results revealed that:
BR3-Tracuateua (0,25 leafhopper /tray) and Epace 10 (0,25) were the less preferred
by the leafhopper. The black aphid presented less preference for BRS-Paraguaçu
(0,25 black aphids /petioles), BR17-Gurguéia (0,15) and Canapuzinho (0,10) geno-
types and the BRS-Paraguaçu was the most preferred by the cowpea curculio for
feeding. In relation to C. maculatus results revealed that: BRS-Patativa presented re-
sistance to the non-preference type to oviposition. BRS-Patativa and BRS-
Paraguaçu presented resistance to the antibiosis type because they have provided
an increase in the larval phase of the species and that the tested genotypes haven’t
presented resistance to the non-preference type to C. maculatus feeding.
Key-Words: Entomology, Insecta, Antixenose, Antibiosis, Host plants resistance.
vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................
2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................
2.1. Pragas do Feijão-Caupi...................................................................................
2.1.1. Cigarrinha-Verde - Empoasca sp. (ROSS & MOORE, 1957).......................
2.1.1.1. Danos .......................................................................................................
2.1.2. Pulgão-Preto - Aphis craccivora (KOCH, 1854)...........................................
2.1.2.1. Danos .......................................................................................................
2.1.3. Manhoso – Chalcodermus bimaculatus (FIEDLER, 1936)..........................
2.1.3.1. Danos ......... .............................................................................................
2.1.4. Caruncho - Callosobruchus maculatus (FABRICIUS, 1775)........................
2.1.4.1. Danos .......................................................................................................
2.2. Resistência de Plantas a Insetos.....................................................................
2.2.1. Resistência do Feijão-Caupi a Insetos-Pragas.............................................
2.2.1.1. Resistência ao pulgão-preto......................................................................
2.2.1.2. Resistência à cigarrinha-verde...................................................................
2.2.1.3. Resistência ao manhoso............................................................................
2.2.1.4. Resistência ao caruncho ...........................................................................
3. ARTIGO A: RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI AO SOB
CONDIÇÕES DE CAMPO .....................................................................................
3.1. Resumo ..........................................................................................................
3.2. Abstract ..........................................................................................................
3.3. Introdução ......................................................................................................
3.4. Material e Métodos .........................................................................................
3.5. Resultados e Discussão .................................................................................
3.6. Conclusões ....................................................................................................
4. ARTIGO B: RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI, Vigna
unguiculata (L.) Walp. AO CARUNCHO, Callosobruchus maculatus (Fabr.)
(COLEOPTERA: BRUCHIDAE).............................................................................
4.1. Resumo ..........................................................................................................
4.2 Abstract ..........................................................................................................
4.2. Introdução ......................................................................................................
4.3. Material e Métodos ........................................................................................
4.4. Resultados e Discussão ................................................................................
4.5. Conclusões ....................................................................................................
REFERÊNCIAS......................................................................................................
1
3
3
4
4
5
6
6
7
7
8
8
10
10
11
11
12
14
14
14
16
18
20
24
25
25
25
27
29
32
37
38
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.5.1 Número médio EP) de Empoasca sp nas duas avaliações 22 e
36 d.a.p., obtidas pelo método de batida em bandeja com água
em diferentes genótipos de feijão-caupi em condições de campo.
Boa Vista-RR, 2008......................................................................... 20
Tabela 3.5.2 Número médio EP) de A. craccivora nas duas avaliações 28 e
42 d.a.p., obtidas pelo todo de contagem direta no pecíolo
foliar em diferentes genótipos de feijão-caupi em condições de
campo. Boa Vista-RR, 2008............................................................. 21
Tabela 3.5.3 Número médio EP) de cicatrizes totais das duas avaliações 53
e 58 d.a.p., tamanho da vagem (cm) e número médio de cicatrizes
por 10 cm de vagem de C. bimaculatus calculados nos diferentes
genótipos de feijão-caupi em condições de campo. Boa Vista-RR,
2008................................................................................................. 23
Tabela 4.5.1 Média EP) dos números de ovos viáveis, inviáveis e viabilidade
dos ovos (%) de C. maculatus, em sementes de diferentes
genótipos de feijão-caupi. Temperatura: 28 ± 5 ºC e UR: 63 ±
10%. Boa Vista – RR, 2008.............................................................. 32
Tabela 4.5.2 Média EP) do número de insetos emergidos, percentagem de
insetos emergidos (%) e Desenvolvimento total (ovo a adulto) de
C. maculatus em sementes de diferentes genótipos de feijão-
caupi. Temperatura: 28 ± 5 ºC e UR: 63 ± 10%. Boa Vista RR,
2008................................................................................................. 33
Tabela 4.5.3 Média EP) da massa seca de sementes consumida e massa
seca de sementes consumida/inseto em diferentes genótipos de
feijão-caupi. Temperatura: 28 ± 5 ºC e UR: 63 ± 10%. Boa Vista
RR, 2008........................................................................................... 35
Tabela 4.5.4 Coeficientes de correlação simples (r) obtidas entre as variáveis:
numero de ovos viáveis e número de insetos emergidos; número
de insetos emergidos e massa consumida; e número de insetos
emergidos e massa consumida por insetos, para os genótipos de
feijão-caupi em relação C. maculatus. Boa Vista RR,
2008.................................................................................................. 35
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Distribuição das pragas do feijão-caupi de acordo com sua
fenologia adaptado de Freire Filho; Lima; Ribeiro (2005)............ 13
Figura 3.5.1 Dados médios da precipitação pluvial e temperatura (máxima e
mínima), ocorridas entre os meses de setembro a novembro,
em Boa Vista RR, durante o ano de 2008. Fonte:
Temperatura: Instituto Nacional de Meteorologia INMET e
Precipitação Pluvial: Embrapa RR................................................ 23
Figura 4.4.1 Esquema do experimento desenvolvido no Laboratório de
Entomologia do CCA.................................................................... 30
1
1. INTRODUÇÃO
O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) é uma importante leguminosa
nas regiões tropicais e subtropicais, estando presente em 65 paises de diferentes
continentes, na Ásia e Oceania, sudeste da Europa, África, sudeste dos Estados
Unidos, América Central e América do Sul. Estima-se que seja cultivado em 14,5
milhões de hectares com uma produção anual em torno de 4,5 milhões de toneladas
(SINGH, 2002).
No Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, o feijão-caupi
constitui-se o alimento básico da população de baixa renda, sendo cultivado por
pequenos e grandes produtores (FREIRE FILHO; LIMA; RIBEIRO, 2005). Na região
Norte, os principais Estados produtores, com as maiores áreas plantadas são o Pará
e o Amazonas, (IBGE, 2009).
Em Roraima, o feijão-caupi ou feijão regional tem um importante papel na
vida dos pequenos produtores e assentados do Estado, não na alimentação
(fonte de proteínas, carboidratos, vitaminas e energia), como também pela renda
obtida com sua comercialização (OLIVEIRA JUNIOR; MEDEIROS; MOREIRA,
2000).
Vários fatores podem influenciar na produção de feijão-caupi, dos quais
podemos destacar: as cultivares, práticas culturais, tipo de solo e principalmente a
ocorrência de insetos-pragas e doenças.
Dentre as pragas de campo do feijão-caupi, destacam-se como as mais
importantes do estado de Roraima o pulgão-preto, Aphis craccivora (KOCH, 1854)
(Hemiptera: Aphididae), a cigarrinha-verde, (Empoasca sp.) (Hemiptera:
Cicadellidae) e o manhoso, Chalcodermus bimaculatus (FIEDLER, 1936)
(Coleoptera: Curculionidae). Quanto às pragas de armazenamento, a mais
importante é o caruncho, Callosobruchus maculatus (FABR. 1775) responsável pela
quase totalidade das perdas ocorridas nessas condições (BASTOS, 1974; VIEIRA,
1988; SANTOS; QUINDERÉ, 1988; QUINTELA et al., 1991; FREIRE FILHO; LIMA;
RIBEIRO, 2005).
O controle químico dos insetos-pragas do feijão-caupi, é o método mais
comum empregado pelos agricultores e também o que mais provoca efeitos
2
adversos, sobretudo quando não uma devida assistência técnica (QUINTELA et
al., 1991).
O emprego de cultivares resistentes para o controle de pragas, embora,
considerado ferramenta ideal no controle, por permitir a manutenção da praga em
níveis populacionais inferiores ao de dano econômico, sem causar prejuízos ao
ambiente e sem ônus adicional ao agricultor, infelizmente tem sido pouco utilizada.
Além do mais, a sua compatibilidade com os demais métodos de controle, torna
essa tática estratégia ideal para ser utilizada em qualquer programa de manejo
integrado de pragas (LARA, 1991; GALLO et al., 2002).
No Nordeste do Brasil, várias cultivares de feijão-caupi têm sido
desenvolvidas, por meio do melhoramento genético clássico, visando à
predominância de caracteres de interesse agronômico. Entretanto, o melhoramento
tem se concentrado principalmente na resistência a doenças, particularmente nas
causadas por vírus e produtividade (MIRANDA et al., 1996).
No continente africano, a Nigéria, um dos países que mais cultiva a espécie
V. unguiculata, conduz programas de melhoramento voltado para a resistência de
feijão-caupi a pragas como: o pulgão-preto, a cigarrinha, o tripes e o caruncho
(SINGH, 1990).
Em relação à resistência do feijão-caupi ao pulgão-preto, alguns trabalhos
conduzidos, tanto em condições de campo, quanto em casa-de-vegetação, tem
mostrado que as resistências são, principalmente, do tipo não-preferência e
antibiose (SINGH, 1990; MORAES, 2004), com os fenóis e flavonóides (MACFOY;
DABROWSKI, 1984) atuando como fatores químicos dessa resistência. Com relação
à cigarrinha, Empoasca dolichi, Singh e Jackay (1985), atribuíram à resistência
encontrada como sendo do tipo tolerância. Neves (1982) reporta-se à antibiose
como principal mecanismo de resistência do feijão-caupi ao manhoso
(Chalcodermus sp.), assim como Lima et al. (2001a) ao Caruncho.
Este trabalho teve por objetivo: a) avaliar a resistência de quinze genótipos
de feijão-caupi ao ataque do pulgão-preto, A. craccivora; da cigarrinha-verde,
Empoaca sp.; e do manhoso, C. bimaculatus, em condições de campo (artigo A) e
b) avaliar a resistência de nove genótipos de feijão-caupi ao caruncho, C. maculatus
(artigo B).
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. PRAGAS DO FEIJÃO-CAUPI
O inseto-praga, de uma maneira geral, ataca a planta somente quando ela
estiver produzindo alimento que corresponda a sua exigência trófica (alimentação).
Assim, podemos distribuir as pragas do feijão-caupi de acordo com a fenologia da
planta (Figura 2.1).
Paquinha
Paquinha, Lagarta elasmo,
Lagarta rosca, Larvas e
adultos Vaquinhas, Lagartas
desfolhadoras, Cigarrinha,
Pulgão, Mosca-branca,
Minador-das-folhas
Vaquinha, Pulgão,
Tripes, Lagartas
desfolhadora, Lagartas
das vargens, Mosca-
branca, Minador-das-
folhas, Percevejo,
Manhoso.
Percevejo, Manhoso
e Pragas dos grãos
armazenados:
Caruncho e Traça.
Dias
0 5 35 55 80
Florescimento
Germinação Fase Vegetativa Fase Reprodutiva Maturação/colheita
Figura 2.1 – Distribuição das pragas do feijão-caupi de acordo com sua fenologia
adaptado de Freire Filho; Lima; Ribeiro (2005).
Santos e Quinderé (1988) apresentaram um amplo estudo sobre a
importância e o manejo de praticamente todas as pragas que ocorrem em feijão-
caupi. Entre as pragas, os autores destacam: os percevejos (Nezara virídula,
Piezodorus guildini e Crinocerus sanctus), a cigarrinha-verde (Empoasca kraemeri),
a minadora das folhas (Liriomyza sativae), o tripes (Trhips spp.), o manhoso
(Chalcodermus bimaculatus) e a lagarta Elasmo (Elasmopalpus lignosellus). Nas
pragas vetoras de vírus, têm merecido atenção as vaquinhas, Cerotoma arcuata e
Diabrotica speciosa, vetoras do CpSMV; os pulgões (Aphis spp), vetores do CpAMV
e CMV e as moscas-brancas (Bemisia tabaci), transmissoras do CpGMV. Entre as
pragas da pós-colheita, o caruncho (Callosobruchus maculatus) é a mais importante,
sendo o responsável pela quase totalidade das perdas ocorridas nos grãos
armazenados.
Silva e Carneiro (2000) apresentaram uma relação das principais pragas do
feijão-caupi, e destacaram como as de maior freqüência na cultura em condições de
4
campo as vaquinhas, os percevejos, as cigarrinhas-verdes, as moscas-brancas, as
minadora-das-folhas, os pulgões, os tripes e o caruncho em condições de
armazenamento.
2.1.1. Cigarrinha-Verde - Empoasca sp. (ROSS & MOORE, 1957) (Hemiptera:
Cicadelidae).
A Cigarrinha-verde é um pequeno inseto com 3 mm de comprimento
aproximadamente quando adulto, de coloração verde com uma forma peculiar de
caminhamento, sempre de lado. No Nordeste do Brasil tem sido considerada com
uma das principais pragas de V. unguiculata, especialmente durante os meses mais
quentes e secos (GALLO et al., 2002).
O ciclo biológico dessa praga de acordo com Martins e Lenzi (1991), pode
variar da seguinte maneira: período de incubação dos ovos, 8 a 24 dias; período
ninfal, 11 a 18 dias e longevidade do adulto, 2 a 45 dias. Os Adultos e ninfas
localizam-se sempre na face inferior das folhas, onde se alimentam. As fêmeas
realizam postura endofíticamente de 60 ovos em média, ao longo das nervuras,
dando preferência à nervura central (GALLO et al., 2002; FREIRE FILHO; LIMA;
RIBEIRO, 2005).
2.1.1.1. Danos
O ataque da cigarrinha-verde provoca em geral, enfezamento nas plantas,
as quais ficam com os folíolos enrolados ou arqueados. Tais sintomas o
provocados pela introdução de substâncias tóxicas durante a alimentação na planta,
induzindo anomalia de caráter sistêmico. Moraes et al. (1980) menciona que os
maiores danos são causados quando a incidência do inseto se no período
próximo do florescimento e continua até a formação dos grãos, podendo chegar a
39,8% de perda na produção.
5
2.1.2. Pulgão-Preto - Aphis craccivora Koch, 1854 (Hemiptera: Aphididae)
De acordo com Ofuya (1993) A. craccivora, vulgarmente conhecido como
pulgão-preto, é uma das mais importantes pragas do feijão-de-corda, especialmente
na África, Ásia e América Latina. No Brasil, ocorre em todo o Nordeste, sobretudo,
no período sem chuvas, atacando as culturas de feijão-caupi sob irrigação (LAVOR,
2006).
Os hospedeiros preferenciais dessa espécie de afídeo são especialmente as
plantas pertencentes à família das leguminosas (URIAS; RODRIGUEZ;
ALEJANDRE, 1992; PETTERSSON, 1998).
O A. craccivora possui tamanho entre, 1,5 a 2 mm de comprimento, sua cor
pode variar no estágio de ninfa, de marrom claro a escuro, porém quando adulto sua
coloração é preto brilhante. Possui antenas com cerca de 2/3 do comprimento do
corpo. Os cornículos dessa espécie o quase cilíndricos e com tamanho,
aproximadamente, duas vezes maiores que a cauda. Os fêmures e as tíbias têm as
partes basais mais claras do que as partes distais. Os ápices das tíbias, tarsos e
tarsômeros são escuros e a nervura mediana das asas anteriores é ramificada
(URIAS; RODRIGUEZ; ALEJANDRE, 1992; OFUYA, 1997).
Os pulgões imigrantes reproduzem-se partenogeneticamente e, em
condições de alimento abundante e clima favorável, produzem sucessivamente
fêmeas ápteras que irão começar uma nova colônia. O crescimento,
desenvolvimento, fecundidade e longevidade desses afídeos depende das
condições climáticas, fertilidade e tipo de solo e planta hospedeira (SOGLIA et al.,
2003). Estudos de preferência demonstraram que o pulgão-preto tem predileção por
feijão-caupi, que nesse hospedeiro esse inseto tem uma alta taxa de crescimento
(OFUYA, 1997).
O pulgão-preto, normalmente, desenvolve suas colônias nos brotos
terminais, principalmente, nos pecíolos das folhas do feijão-caupi. O inseto passa
por 4 ínstares ninfais antes de atingir a fase adulta, na qual, seu tempo de
desenvolvimento do instar a adulto é de 3 a 5 dias, aproximadamente. Os adultos
podem viver até 15 dias. Sua progênie se diariamente podendo variar de 20 a
100 indivíduos, dependendo da fêmea (OFUYA, 1997).
6
2.1.2.1. Danos
O pulgão-preto, ao se alimentar sugando a seiva das plantas, injeta toxinas
e podem transmitir vírus. Pertencentes ao grupo Potyvirus, como: Cowpea Aphid
Borne Mosaic Virus (CABMV) e o Blackeye Mosaic virus (BICpMV) (LIMA, 1981).
A ação de sucção dos pulgões provoca o encarquilhamento das folhas e a
deformação dos brotos. Devido a sua alimentação ser exclusivamente de seiva,
esses insetos eliminam grandes quantidades de um líquido adocicado – “honeydew”,
do qual se alimentam formigas que, em contrapartida, os protegem dos inimigos
naturais.
O “honeydew” serve também de substrato para o desenvolvimento de
colônias de fungos do gênero Capnodium, denominado comumente de "fumagina",
de coloração escura, que pode cobrir totalmente a superfície foliar da planta,
prejudicando os mecanismos de fotossintetização e respiração (FREIRE FILHO;
LIMA; RIBEIRO, 2005).
Com o decorrer do tempo e com o aumento da população de pulgões, as
plantas atacadas ficam debilitadas em virtude da grande quantidade de seiva
retirada e de toxinas injetadas. Entretanto por serem transmissores de vírus, que
esses insetos constituem uma das pragas mais severas da cultura merecendo, por
isso, especial atenção (FREIRE FILHO; LIMA; RIBEIRO, 2005).
2.1.3. Manhoso Chalcodermus bimaculatus (FIEDLER, 1936) (Coleoptera:
Curculionidae).
Em alguns estados do Nordeste, o manhoso é considerado uma das
principais pragas do feijão-caupi, no entanto, nos estados do Piauí e Maranhão sua
ocorrência é esporádica, ocorrendo com mais freqüência em cultivos de feijão-caupi
irrigados e consecutivos (FREIRE FILHO; LIMA; RIBEIRO, 2005).
7
O adulto é um besouro com 5 mm de comprimento aproximadamente, de
coloração preta. Alimenta-se de folhas, ramos, mas principalmente das vagens.
Quando se alimenta em plantas jovens pode transmitir virose, como o Mosaico
Severo do Caupi (FREIRE FILHO; LIMA; RIBEIRO, 2005).
Os adultos fazem orifícios nas vagens que podem ser de alimentação e de
postura. Os orifícios de postura são mais profundos que os de alimentação. Neste
caso, quando as fêmeas através da inserção do seu aparelho bucal atingem o grão
dentro da vagem, ela introduz o seu ovipositor no orifício e deposita um ovo e cobre-
o com uma secreção que o protege dos inimigos naturais e inseticidas. Esse orifício
posteriormente forma uma cicatriz saliente, característica da postura do manhoso.
Enquanto os orifícios de alimentação permanecem abertos.
Cada fêmea pode ovipositar 120 ovos em média, um ovo em cada orifício de
postura. As larvas são recurvadas e branca-leitosas, chegam a medir 6 mm de
comprimento aproximadamente quando completamente desenvolvidas (QUINTELA
et al., 1991). Após seu completo desenvolvimento, que se dá no interior do grão, as
larvas abandonam as vagens para empuparem no solo. Essa fase se completa em
duas semanas, aproximadamente, segundo Quintela et al. (1991).
2.1.3.1. Danos
Uma larva pode consumir completa ou parcialmente um grão, podendo
proporcionar a redução do poder germinativo em até 27% (BATISTA; VENDRAMIM;
MARCHINI, 1992). As perdas econômicas causadas por esse inseto podem atingir
até 20% do valor da produção (PINHEIRO et al., 2004).
2.1.4. CARUNCHO - Callosobruchus maculatus (Fabr.,1775) (COLEOPTERA:
BRUCHIDAE)
Entre as pragas da pós-colheita, o caruncho, C. maculatus é a mais
importante, sendo o responsável pela quase totalidade das perdas ocorridas nos
grãos armazenados (FREIRE FILHO; LIMA; RIBEIRO, 2005).
8
O caruncho são besouros da espécie C. maculatus de 3 mm de
comprimento aproximadamente, apresentando nos élitros manchas amarronzadas
que em repouso formam um "X", vivem cerca de 5 a 8 dias. As meas põem 80
ovos em média, segundo Quintela et al. (1991) nas superfícies dos grãos. Ao
eclodirem, as larvas penetram nos grãos alimentando-se do conteúdo interno. O
caruncho quando dentro dos grãos, transformam-se em pupas e, após a
emergência, os adultos perfuram uns orifícios de saída, e fora dos grãos, reiniciam o
ciclo biológico.
2.1.4.1. Danos
O ataque desse caruncho proporciona redução do peso e da qualidade dos
grãos, bem como o poder germinativo e vigor das sementes (SANTOS, 1976;
DONGRE et al., 1986; LIMA et al., 2001a e b; COSTA; BOIÇA JUNIOR, 2004).
2.2. Resistência de Plantas a Insetos
A resistência de plantas é definida como a soma relativa de qualidades
hereditárias apresentadas pela planta, as quais influenciam a menor intensidade do
dano provocado pelo inseto, o que na prática agrícola, representa a capacidade de
certas cultivares apresentarem maior quantidade de produtos de boa qualidade em
relação às demais, sob um mesmo nível de população do inseto, quando cultivadas
em igualdade de condições ambientais e de plantio (LARA, 1991; LIMA; LARA,
2005; GALLO et al., 2002).
De acordo com a definição acima, deve-se considerar que a resistência é
relativa (havendo sempre necessidade de comparação com outras cultivares),
hereditária e específica a determinadas espécies de insetos, bem como a condições
ambientais, podendo ou não ser mantida em outras condições. A resistência pode
ocorrer tanto em materiais comerciais quanto em selvagens ou não cultivados. Em
alguns casos, a resistência nos materiais comerciais, em relação aos selvagens
9
passa despercebida pela falta de comparação entre eles. Assim, na introdução de
materiais exóticos deve-se considerar seu comportamento em relação às pragas
(LARA, 1991, GALLO et al., 2002).
O emprego de plantas resistentes a insetos é considerado o método ideal de
controle pela possibilidade de permitir a manutenção da praga em níveis inferiores
aos de dano econômico, sem causar prejuízos ao ambiente e sem ônus adicional ao
agricultor. Além disso, por sua compatibilidade com os demais métodos de controle,
torna-se uma técnica ideal para ser utilizada em qualquer programa de manejo de
pragas (LARA, 1991; GALLO et al., 2002).
Existem basicamente três tipos de resistência: não-preferência (ou
antixenose), antibiose e tolerância. Uma planta pode ter ao mesmo tempo os três
tipos de resistência, que os fatores genéticos que os condicionam podem ser
independentes.
Não-preferência ou antixenose ocorre quando o cultivar é menos utilizado
pelo inseto para alimentação, oviposição ou abrigo que outras cultivares em
igualdade de condições, ou seja, o cultivar provoca uma resposta negativa do inseto
durante o processo de seleção do hospedeiro. uma cadeia de estímulo da planta
que provoca uma cadeia de resposta do inseto, sendo que a cada estímulo positivo
correspondente a um negativo, o que leva o inseto a utilizar ou não a planta para
abrigo, oviposição ou alimentação (GALLO et al., 2002). Os principais estímulos
estão relacionados à:
a) Localização da planta: atraente (orienta o inseto em direção a planta) e
repelente (orienta o inseto em direção contrária a planta);
b) Movimento na planta: arrestante (Leva o inseto a cessar o movimento
quando em contato) e repelente (leva o inseto a locomover-se da
planta);
c) Início da alimentação e oviposição: incitante ou excitante, que leva o
inseto a iniciar a alimentação (mordida ou picada de prova) ou a
oviposição, e supressor ou supressante (negativo), que impede que o
inseto inicie a alimentação ou oviposição;
d) Manutenção da alimentação ou oviposição: estimulante (faz com que o
inseto mantenha a alimentação ou oviposição) e deterrente (impede o
inseto de continuar sua alimentação ou oviposição);
10
Esses estímulos podem ser de natureza química ou física e são governados
pelos fatores hereditários independentes com efeitos acumulativos.
Antibiose ocorre quando o inseto se alimenta normalmente do cultivar, mas
este exerce um efeito adverso sobre sua biologia, caracterizado por diversos
parâmetros do inseto como: mortalidade na fase imatura, prolongamento do período
de desenvolvimento, desenvolvimento, redução do tamanho e peso, redução da
fertilidade e período de oviposição etc (LARA, 1991; GALLO et al., 2002).
Tolerância ocorre quando a cultivar é menos danificado que os demais, sob
um mesmo nível de infestação do inseto-praga, sem que haja efeito no
comportamento ou biologia deste. Isso ocorre porque alguns cultivares apresentam
maior capacidade de tolerar o ataque de praga, o que leva a uma menor redução da
quantidade e/ou qualidade da produção (LARA, 1991; GALLO et al., 2002).
2.2.1. Resistência do Feijão-Caupi a Insetos-Pragas
2.2.1.1. Resistência ao pulgão-preto
Genótipos de feijão-caupi resistentes ao pulgão-preto têm sido identificados,
porém, a maioria tem apresentado baixo ou nenhum valor comercial, além de serem
suscetíveis a outras pragas.
Van Emden (1991) ressalta que a resistência genética do feijão-caupi ao
pulgão-preto é um fator regido por um gene simples dominante.
Ansari et al. (1989 Apud LARA, 1991) efetuaram testes com combinação de
enxertia em duas variedades de feijão-caupi resistentes (408-P2 e 337-3F) e em
uma suscetível (Prima) ao pulgão-preto. Os autores observaram efeitos de redução
nas fecundidades dos insetos quando da utilização de enxertos resistentes, em torno
de 96 e 84% nos genótipos 408-P2 e 337-3F, respectivamente, demonstrando
efeitos de antibiose nessas variedades. Moraes e Bleicher (2007), estudando o
mecanismo de resistência de nove genótipos de feijão-caupi ao pulgão-preto,
verificaram que os genótipos Epace 10 e BRS-Patativa foram os menos preferidos
pelo inseto.
11
2.2.1.2. Resistência à cigarrinha-verde
Na África a cultivar Vita-3 mostrou-se resistente à espécie Empoasca dolichi
(SINGH; JACKAI, 1985). Entretanto, a mesma cultivar, ao ser testado no estado de
Pernambuco, mostrou-se bastante susceptível ao ataque de E. kraemeri (MORAES;
OLIVEIRA, 1979).
Karel e Malinga (1980) avaliaram 11 cultivares de feijão-caupi por meio de
escala de notas, e verificaram que os principais mecanismos de resistência à
cigarrinha-verde foram de antibiose e não-preferência.
Barreto et al. (2000), avaliaram o comportamento de 42 genótipos de feijão-
caupi frente ao ataque de E. kraemeri, através de uma escala de notas (1 a 5), e
concluíram que nenhum deles apresentou-se imune aos sintomas do ataque de
cigarrinha. Porém, os autores destacam que algumas plantas sadias selecionadas
dentro da parcela, que receberam notas 1 ou 2, podem dar origem a linhagens
resistentes.
2.2.1.3. Resistência ao manhoso
Na Geórgia, Estados Unidos, Chalfant; Súber; Canerday (1972) avaliaram
247 acessos de V. unguiculata, em condições de campo, quanto à resistência ao
Chalcodermus aeneus. Os genótipos utilizados incluíam linhagens melhoradas,
introduzidas ou comercialmente cultivadas na região. Os autores avaliaram os
seguintes parâmetros nas vagens: cicatrizes externas provocadas por danos de
oviposição e alimentação, e danos internos avaliados por presença de ovos e larvas.
O tipo de resistência verificada, segundo os pesquisadores, foi não-preferência.
Mesmo assim, não foi descartada a possibilidade de antibiose, visto que, nos
materiais menos preferidos, houve interferência no desenvolvimento de ovos e
larvas do inseto.
12
Neves (1982) avaliou 18 genótipos de feijão-caupi em casa-de-vegetação,
dos quais, quatro linhagens demonstraram resistência mecânica ao ataque do
Chalcodermus sp., sendo que dois destes foram considerados promissores para a
resistência do tipo antibiose.
Moraes et al. (2006) avaliaram a resistência de diferentes genótipos de
feijão-caupi ao ataque do manhoso, em condições de campo. Os autores
observaram que alguns dos genótipos testados exibiram diferenças significativas em
relação ao número de puncturas externas e ferimentos na vagem, e concluíram que
os genótipos menos preferidos apresentaram resistência do tipo antixenose.
Carvalho (2008) avaliou a preferência de alimentação e oviposição do
manhoso, C. bimaculatus, em dez genótipos de feijão-caupi, em condição de campo
em Roraima. Na qual avaliaram os seguintes parâmetros: tamanho de vagem,
cicatrizes externas provocadas por danos de oviposição e alimentação, número de
grãos perfurados e número de grãos cheios. Onde concluiu que O tipo de resistência
verificada foi a não-preferência para alimentação e oviposição, sendo que o BRS-
Mazagão apresentou a resistência do tipo não-preferência para oviposição; o Pingo
de Ouro mostrou-se o mais preferido pelo manhoso tanto para alimentação quanto
para a oviposição; e que existe uma correlação positiva entre o número de cicatrizes
superficiais na vagem e a percentagem de grãos perfurados na mesma.
2.2.1.4. Resistência ao caruncho
Lima et al. (2001b) avaliaram a resistência de 30 genótipos de feijão-caupi,
provenientes da Embrapa - Centro de Pesquisa Agrofloretal do Meio Norte, ao
caruncho, C. maculatus, levando em consideração os seguintes parâmetros: número
de ovos/fêmea, viabilidade de ovos, duração e viabilidade da fase imatura, taxa de
aumento da população e índice de resistência. Os autores selecionaram genótipos
com resistência do tipo não-preferência para oviposição e antibiose.
Costa e Boiça Júnior (2004) avaliando o grau e os tipos de resistência em 21
genótipos de feijão-caupi ao caruncho C. maculatus, com base nos parâmetros:
número de ovos viáveis e inviáveis, número de insetos e porcentagem de insetos
emergidos, ciclo biológico (ovo a adulto), massa de semente consumida e massa de
13
semente consumida por inseto, em teste sem chance de escolha. Foram
identificados os tipos de resistência antixenose e antibiose, para alguns dos
genótipos testados.
3. ARTIGO A. RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI AO PULGÃO-
PRETO, CIGARRINHA-VERDE E AO MANHOSO SOB CONDIÇÕES DE CAMPO.
3.1 RESUMO
14
Este trabalho teve como objetivo avaliar a resistência de quinze genótipos
de feijão-caupi, Vigna unguiculata, ao pulgão-preto, A. craccivora, cigarrinha-verde,
Empoasca sp. e ao manhoso, C. bimaculatus, sob condições de campo. O
experimento foi conduzido no campo experimental, em área de primeiro plantio no
CCA/UFRR, durante os meses de setembro a novembro de 2008. Os genótipos
foram procedentes do Banco de sementes do CCA/UFRR (Apiaú e Iracema), da
UFC (Pingo de Ouro, Epace 10 e Pitiúba) e da EMBRAPA-RR (BR3-Tracuateua,
Inhuma, MNC99-542F-5, Canapuzinho, TE97-204G-12, BRS-Milênio, Amapá, BRS-
Paraguaçu, BR17-Gurguéia e BRS-Marataoã). O delineamento experimental
utilizado foi de blocos ao acaso com quatro repetições. A contagem de cigarrinha se
deu pelo método de batida de plantas sob bandeja com água e a dos pulgões foi
feita diretamente no pecíolo da última folha completamente aberta. A avaliação dos
danos pelo manhoso foi feita com base no número de cicatrizes superficiais em dez
vagens no ponto de grão verde/parcela. Constatou-se que as cultivares BR3-
Tracauteua (0,25 cigarrinhas/ bandeja) e Epace 10 (0,25) foram às menos preferidas
pela cigarrinha-verde. Os pulgões-pretos apresentaram menor preferência pelos
genótipos BRS-Paraguaçu (0,25 pulgões/ pecíolo), BR17-Gurguéia (0,15) e
Canapuzinho (0,10). BRS-Paraguaçu demonstrou ser o mais preferido para
alimentação pelo manhoso.
Palavras Chaves: Entomologia, Insecta, Antixenose, Resistência de Plantas a
Insetos, Vigna ungüiculata.
RESISTANCE OF COWPEA GENOTYPES TO THE BLACK APHID,
LEAFHOPPER AND COWPEA CURCULIO IN FIELD CONDITIONS
3.2 ABSTRACT
15
The aim of this work was to evaluate the resistance of fifteen cowpea
genotypes, Vigna unguiculata, to the black aphid, A. craccivora, leafhopper,
Empoasca sp. and to cowpea curculio, C. bimaculatus, in field conditions. The
experiment was carried out at an experimental station, in a first plantation at
CCA/UFRR during from September to November, 2008. The genotypes came from
the seeds bank of CCA/UFRR (Apiaú and Iracema), of UFC (Pingo de Ouro, Epace
10 and Pitiúba) and from EMBRAPA-RR (BR3-Tracuateua, Inhuma, MNC99-542F-5,
Canapuzinho, TE97-204G-12, BRS-Milênio, Amapá, BRS-Paraguaçu, BR17-
Gurguéia and BRS-Marataoã). The experiment was arraged in a randomized block
experimental design with four replications. The leafhopper counting was done by the
plant beat method under tray with water and the black aphid was done straight from
the last completely open leaf petioles. The cowpea curculio damage evaluation was
done grounded in the number of superficial scars in ten pods in the point of green
grains/part. Results revealed that BR3-Tracuateua (0,25 leafhopper /tray) and Epace
10 (0,25) cultivars were the less preferred by the leafhopper. The black aphid
presented less preference to BRS-Paraguaçu (0,25 black aphid / petioles), BR17-
Gurguéia (0,15) and Canapuzinho (0,10). BRS-Paraguaçu was the most preferred for
feeding by the cowpea curculio.
Key words: Entomology, Insecta, Antixenose, Host Plants Resistance, Vigna
unguiculata.
3.3. INTRODUÇÃO
16
O feijão-caupi tem um importante papel na vida dos pequenos produtores do
estado de Roraima, não na alimentação (como fonte de proteínas, carboidratos,
vitaminas e energia), como também no aspecto econômico, pela sua
comercialização.
A baixa produtividade do feijão-caupi em Roraima, de 501 kg.ha
-1
(IBGE,
2009) pode ser atribuída a diversos fatores, dos quais podemos destacar o ataque
de pragas. Dentre as principais pragas desta cultura destaca-se o pulgão-preto,
Aphis craccivora (KOCH, 1854) (Hemiptera: Aphididae), a cigarrinha-verde,
(Empoasca sp.) (Hemiptera: Cicadellidae) e o manhoso, Chalcodermus bimaculatus
(FIEDLER, 1936) (Coleoptera: Curculionidae) (BASTOS, 1974, VIEIRA, 1988,
SANTOS; QUINDERÉ, 1988; ARAÚJO; FREIRE FILHO; SANTOS, 1988; BATISTA
VENDRAMIM; MARCHINI, 1992; FREIRE FILHO; LIMA; RIBEIRO, 2005).
O pulgão-preto, ao succionar a seiva das plantas, injeta toxinas que
promovem o encarquilhamento das folhas e deformação dos brotos novos. Quando
em altas populações esses afídeos também eliminam grande quantidade de
substância açucarada denominada de “honeydew”, que ocasiona o aparecimento de
colônias de fungos do gênero Capnodium, de coloração escura, denominada
comumente de fumagina, a qual prejudica os processos de fotossíntese e
respiração, contribuindo para o enfraquecimento das plantas (GALLO et al., 2002;
FREIRE FILHO; LIMA; RIBEIRO, 2005). Contudo, as maiores perdas ocasionadas
por esses insetos-pragas estão relacionadas à transmissão de vírus, pertencentes
ao grupo Potyvirus, como: Cowpea Aphid Borne Mosaic Virus (CABMV) e o
Blackeye Mosaic virus (BICpMV) (LIMA, 1981).
A cigarrinha-verde, E. kraemeri (ROSS; MOORE, 1957), ao se alimentar das
plantas, introduz substâncias tóxicas que induzem a uma anomalia de caráter
sistêmico, que promove o enfezamento das plantas, as quais ficam com os folíolos
enrolados ou arqueados. Quando a infestação desta praga é severa, ocorre ainda o
amarelecimento das margens dos folíolos com subseqüente secamento (GALLO et
al., 2002; FREIRE FILHO; LIMA; RIBEIRO, 2005).
O manhoso, C. bimaculatus (FIEDLER, 1936), quando na fase adulto
alimenta-se de folhas, ramos e principalmente de vagens. Quando se alimenta de
plantas jovens pode transmitir vírus como o mosaico-severo-do-caupi (CPSMV)
(LIMA; LARA, 2005). Os adultos fazem orifícios nas vagens ainda verdes, que
podem ser de alimentação ou de postura. A postura é feita no grão e recoberta com
17
uma secreção que a protege de inimigos naturais e inseticidas. Ao eclodirem, as
larvas desenvolvem-se consumindo completamente ou parcialmente as sementes no
interior das vagens (ARAÚJO; FREIRE FILHO; SANTOS, 1988, QUINTELA et al.,
1991), podendo proporcionar a redução do poder germinativo em até 27%
(BATISTA; VENDRAMIM; MARCHINI, 1992). As perdas econômicas causadas por
esse inseto podem atingir até 20% do valor da produção (PINHEIRO et al., 2004).
Segundo Ghovlanov (1976), o desenvolvimento de insetos na planta
hospedeira depende de dois fatores principais: as características da planta e as
condições climáticas.
A influência da planta hospedeira no sucesso de uma espécie de inseto
pode ser medida sob três aspectos gerais: os estímulos que levam o inseto a
localizar e escolher a planta; as condições da planta que levam o inseto a iniciar e
manter a alimentação; e por último, as características da planta (especialmente do
ponto de vista nutricional) que garantem o desenvolvimento do inseto (FERNANDES
et al., 2001). O estudo destes fatores tem importância não somente para decifrar
aspectos da interação inseto-planta, mas também no manejo integrado de pragas,
através da obtenção de variedades agronômicas menos suscetíveis (MORAN;
WHITHAM, 1988).
A resistência da planta, embora seja reconhecida como uma tática
importante nos programas de manejo integrados de pragas (LARA, 1991), pouco
tem sido explorada em trabalhos de pesquisa realizado no Brasil em relação à
cultura do feijão-caupi e sua pragas.
O presente trabalho teve como objetivo, avaliar a resistência de quinze
genótipos de feijão-caupi ao pulgão-preto (A. craccivora), cigarrinha-verde
(Empoasca sp). e ao manhoso (C. bimaculatus), sob condições de campo, em
Roraima.
3.4. MATERIAL E MÉTODOS
18
O trabalho foi realizado no campo experimental, em área de primeiro plantio,
pertencente ao Campus do Cauamé, do Centro de Ciências Agrárias (CCA), da
Universidade Federal de Roraima (UFRR), localizada em Boa Vista, Roraima,
durante os meses de setembro a novembro de 2008.
Os quinze genótipos utilizados de Vigna ungüiculata (L.) Walp, pertenciam
ao banco de sementes do CCA/UFRR (Apiaú e Iracema), da Universidade Federal
do Ceará (Pingo de Ouro, Epace 10 e Pitiúba) e da EMBRAPA-RR (BR3-
Tracuateua, Inhuma, MNC99-542F-5, Canapuzinho, TE97-204G-12, BRS-Milênio,
Amapá, BRS-Paraguaçu, BR17-Gurguéia e BRS-Marataoã).
Antes do plantio realizou-se a análise química do solo que revelou: pH H
2
O =
4,8; P disponível = 0,32 mg dm
-3
; K = 0,02 cmol
c
dm
-3
; Al trocável = 0,54 cmol
c
dm
-3
Ca
+2
+ Mg
+2
= 0,39; cmol
c
dm
-3
e matéria orgânica = 7,5 g kg
-1
.
Com base nos dados da análise do solo, procedeu-se a correção do solo,
com aplicação de 1200 kg / ha de calcário dolomítico, aplicado manualmente e
incorporado através de uma gradagem. Para a adubação, utilizou 300 Kg ha
-1
da
formulação 10-26-26 (N-P-K), 50 Kg ha
-1
de FTE BR12 e 3,6 L de esterco bovino
curtido por linha.
As necessidades hídricas foram supridas através de irrigação e não houve
aplicação de inseticidas.
Os genótipos foram semeados em 10 de setembro de 2008, em parcelas de
3,6 x 5m, compostas por 4 fileiras espaçadas a 0,90 m, dispostas no delineamento
experimental de blocos ao acaso com quatro repetições. Dez dias após o plantio
(d.a.p.), procedeu-se o desbaste, deixando 5 plantas por metro linear.
As avaliações foram realizadas observando as ocorrências da cigarrinha,
Empoasca sp., do pulgão-preto, A. craccivora, e do manhoso, C. bimaculatus., nas
plantas da área útil de cada parcela, em duas épocas 28 e 42 dias após o plantio.
Para a contagem das cigarrinhas, utilizou-se o método de batidas de plantas
sob bandejas (7x38x26 cm), contendo 1L de água, com cinco gotas de detergente
neutro, cujo objetivo era a quebra da tensão superficial da água. Desta forma, era
realizada uma batida vigorosa e simultânea em duas plantas, situadas no centro das
fileiras centrais de cada parcela. Após a batida das plantas, contava-se o número de
cigarrinhas, que caiam na bandeja. Foram feitas duas avaliações aos 28 e 42 dias
após plantio (d.a.p.).
19
Os pulgões tiveram a primeira contagem aos 22 dias e a segunda aos 36
dias após o plantio. A contagem dos pulgões se deu de forma direta, utilizando uma
lupa de bolso com o aumento de 10x. Cinco plantas eram escolhidas ao acaso
dentro da área útil de cada parcela e na região do pecíolo da última folha trifoliolada
completamente aberta, efetuava-se a contagem, anotando os números de pulgões
presentes.
Para a avaliação do manhoso, realizou-se observações aos 53 e aos 58
d.a.p., época de frutificação das plantas. Para tanto foram coletadas aleatoriamente
10 vagens (no ponto de grão verde) de cada genótipo, nas fileiras centrais das
parcelas, e conduzidas ao laboratório onde se procedeu à contagem do número de
furos superficiais na vagem (CIC), comprimento de vagens por meio de uma régua
(CV).
Os danos nas vagens dos genótipos pelo manhoso foi calculado com base
no número médio de cicatrizes superficiais por 10 cm de vagem (CIC10V), a partir
de uma regra de três simples CIC10V = (CIC x 10)/CV. A necessidade deste
procedimento deveu-se ao fato de que somente a média domero de cicatrizes na
superfície da vagem, sem uma calibração, poderia prejudicar a análise do dano
causado pelo inseto, uma vez que o tamanho da vagem varia com o genótipo.
Os dados obtidos foram transformados em (x + 0,5)
1/2
e submetidos à análise
de variância (teste F) e as médias compradas pelo teste de Duncan a 5%.
3.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
20
Observando-se os valores da Tabela 3.5.1, não se constatou diferença
significativa entre os genótipos, na primeira (F=1,77ns) e segunda (F=1,57ns)
avaliação, mas entre as médias obtidas das avaliações realizadas aos 28 (primeira)
e 42 (segunda) d.a.p., obteve-se diferença significativa em relação ao número de
cigarrinhas coletadas nos genótipos (F=2,68*).
Tabela 3.5.1 Número médio EP) de Empoasca sp nas duas avaliações 22 e 36 d.a.p., obtidas
pelo método de batida em bandeja com água em diferentes genótipos de feijão-caupi em condições
de campo. Boa Vista-RR, 2008.
Genótipos
Número de Empoasca sp.
1ª Avaliação
22 d.a.p.
1
2ª Avaliação
36 d.a.p.
1
Média das
Avaliações
1
Iracema 3,00 ± 1,00 1,31 ± 0,35 2,15 ± 0,52 a
Apiaú 3,25 ± 1,98 1,09 ± 0,22 2,00 ± 1,19 ab
BRS-Paraguaçu 1,00 ± 0,65 1,31 ± 0,22 1,25 ± 0,43 b
TE97-304G-12 0,75 ± 0,22 1,18 ± 0,35 0,87 ± 0,13 bc
Amapá 1,25 ± 0,00 0,92 ± 0,43 0,75 ± 0,25 bc
Pingo de Ouro 0,75 ± 0,41 0,92 ± 0,43 0,62 ± 0,38 bc
BRS-Marataoã 0,75 ± 0,41 0,96 ± 0,25 0,60 ± 0,38 bc
Pitiúba 0,25 ± 0,22 1,09 ± 0,22 0,50 ± 0,00 bc
BRS-Milênio 0,75 ± 0,22 0,83 ± 0,22 0,50 ± 0,20 bc
Inhuma 0,25 ± 0,22 1,09 ± 0,22 0,50 ± 0,20 bc
Canapuzinho 0,25 ± 0,22 1,09 ± 0,22 0,50 ± 0,20 bc
BR17-Gurguéia 0,25 ± 0,22 1,09 ± 0,22 0,50 ± 0,20 bc
MNC99-542F-5 0,50 ± 0,25 0,83 ± 0,22 0,37 ± 0,24 bc
Epace 10 0,25 ± 0,22 0,83 ± 0,22 0,25 ± 0,14 c
BR3-Tracuateua 0,50 ± 0,25 0,70 ± 0,00 0,25 ± 0,14 c
F
1,77ns 1,56ns
2,68*
CV (%)
40,89 27,96
28,2
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Duncan (P>0,05);
* significativo a 5%; ns - não significativo.
1
Dados originais; para análise, os dados foram transformados em (x + 0,5)
1/2
;
EP = Erro padrão da média.
Verifica-se pelos dados médios das duas avaliações na Tabela 3.5.1, que o
genótipo BR3-Tracuateua (0,25 cigarrinhas/bandeja) e o Epace 10 (0,25) foram os
menos infestados pela cigarrinha quando comparado aos genótipos Iracema (2,12),
Apiaú (2,00) e BRS-Paraguaçu (1,25), bem como,o diferenciou significativamente
dos demais genótipos.
Moraes e Oliveira (1979), estudando o comportamento de três genótipos de
V. unguiculata em relação ao ataque de Empoasca kraemeri, em PE, observaram
que o genótipo Pitiúba, foi o menos atacado pelo inseto, enquanto no presente
trabalho o mesmo demonstrou comportamento intermediário.
21
Na Tabela 3.5.2, encontra-se o número de pulgões-pretos da primeira
(F=33,13**) e segunda (F=1,24ns) avaliação, bem como, as dias relativas ao
número de cigarrinhas-verdes (F=37,82**) obtidos nas avaliações realizadas aos 22
(primeira) e 36 d.a.p. (segunda).
Tabela 3.5.2 mero médio EP) de A. craccivora nas duas avaliações 28 e 42 d.a.p., obtidas
pelo método de contagem direta no pecíolo foliar em diferentes genótipos de feijão-caupi em
condições de campo. Boa Vista-RR, 2008.
Genótipos
Número de A. craccivora
1ª Avaliação
28 d.a.p.
1
2ª Avaliação
42 d.a.p.
1
Média das
Avaliações
1
Apiaú 14,45 ± 5,82 a 2,00 ± 7,21 8,22 ± 0,76 a
Pingo de Ouro 10,45 ± 3,14 b 0,00 ± 0,00 5,22 ± 0,09 b
BRS-Milênio 8,00 ± 5,06 bc 0,00 ± 0,00 4,00 ± 0,58 b
Pitiúba 5,90 ± 6,99 cd 0,00 ± 0,00 2,95 ± 1,07 c
BRS-Marataoã 5,20 ± 3,32 d 0,00 ± 0,00 2,60 ± 0,20 c
MNC99-542F-5 3,05 ± 3,95 e 0,00 ± 0,00 1,52 ± 0,48 d
Inhuma 1,80 ± 2,69 efg 0,60 ± 0,00 1,30 ± 0,73 de
Epace 10 1,90 ± 0,00 ef 0,15 ± 7,21 0,97 ± 0,08 def
BR3-Tracuateua 2,00 ± 9,12 ef 0,00 ± 0,00 0,95 ± 0,05 def
TE97-304G-12 1,20 ± 0,00 efgh 0,00 ± 0,00 0,60 ± 0,00 efg
Iracema 0,95 ± 9,12 fghi 0,00 ± 0,00 0,47 ± 0,03 efg
Amapá 0,70 ± 8,90 fghi 0,00 ± 0,00 0,35 ± 0,12 fg
BRS-Paraguaçu 0,20 ± 7,21 hi 0,30 ± 7,74 0,25 ± 0,05 g
BR17-Gurguéia 0,30 ± 7,21 ghi 0,00 ± 0,00 0,15 ± 0,15 g
Canapuzinho 0,00 ± 0,00 i 0,20 ± 1,00 0,10 ± 0,06 g
F
33,13** 1,24ns
37,82**
CV (%)
18,79 36,63
14,65
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Duncan (P>0,05);
* significativo a 5%; ns - não significativo.
1
Dados originais; para análise, os dados foram transformados em (x + 0,5)
1/2
;
EP = Erro padrão da média.
Na primeira avaliação (F=33,13**) obteve-se diferença significativa,
demonstrando que os genótipos Canapuzinho (0,00 pulgões/ pecíolo), BRS-
Paraguaçu (0,20) e BR17-Gurguéia (0,30), os menos atacados pelos afídeos,
diferiram dos genótipos MNC99-542F-5 (3,05), BRS-Marataoã (5,20), Pitiúba (5,90),
BRS-Milênio (8,00), Pingo de Ouro (10,45) e Apiaú (14,45), que apresentaram como
os mais preferidos pelos afídeos (Tabela 3.5.2).
Na segunda avaliação (F=1,24ns) não foi observada diferença significativa,
pois como observado na Tabela 3.5.2, o nível populacional da praga encontrava-se
baixo. Como a avaliação foi realizada aos 42 d.a.p., sugere-se que a idade da planta
pode ter influenciado no nível populacional dos afídeos.
22
Em relação às médias das duas avaliações (22 e 36 d.a.p.), constatou-se
pelos dados da Tabela 3.5.2 que os genótipos menos infestados por A. craccivora
foram: Canapuzinho (0,10 pulgão/pecíolo), BR17-Gurguéia (0,15) e BRS-Paraguaçu
(0,25), quando comparados aos genótipos BR3-Tracuateua (0,95), Epace 10 (0,97),
Inhuma (1,30), MNC99-542F-5 (1,52), BRS-Marataoã (2,60), Pitiúba (2,95), BRS-
Milênio (4,00), Pingo de Ouro (5,22) e Apiaú (8,22).
Moraes e Bleicher (2007) avaliando a preferência do pulgão-preto a
diferentes genótipos de feijão-caupi, observaram comportamento de suscetibilidade
para os genótipos Pingo de Ouro e Pitiúba. No entanto, o genótipo Epace 10, citado
pelo mesmo autor como resistente, comportou-se neste ensaio como um dos mais
atacados, e o BR17-Gurguéia citado como suscetível demonstrou-se como o mais
atacado.
Na Tabela 3.5.3, encontram-se os números médio de cicatrizes por 10 cm de
vagem na primeira (53 d.a.p.) e segunda (58 d.a.p.) avaliação e a média relativas as
duas avaliações.
Na primeira (F= 1,82ns) aos 53 d.a.p e segunda avaliação (1,64ns) aos 58
d.a.p. não foi observada diferença significativa entre os genótipos. Porém ao
estabelecer as médias relativas das duas avaliações, constatou-se diferença
significativa entre os genótipos (Tabela 3.5.3), onde os genótipos que apresentaram
as vagens menos danificadas pelo manhoso foram: Pitiúba (0,15 cicatrizes/ 10 cm
de vagens), Epace 10 (0,20), BR17-Gurguéia (0,25), BRS-Milênio (0,26), Amapá
(0,30), MNC99-542F-5 (0,32), BRS-Marataoã (0,34), Inhuma (0,40), TE97-304G-12
(0,41), Pingo de Ouro (0,45) e Iracema (0,48) cujas médias diferiram
significativamente do genótipo BRS-Paraguaçu (1,05).
É importante salientar que no presente estudo os baixos níveis
populacionais de cigarrinha, e de manhoso, podem está relacionado à época de
plantio, pois os meses de setembro a dezembro configuram-se como os mais secos
e quentes em Boa Vista, Roraima (Figura 3.5.1). Portanto, sugere-se que tais
condições climáticas sejam desfavoráveis aos referidos insetos-pragas.
Contudo, em relação à ocorrência do pulgão-preto no referido durante o
ensaio, reforçam a afirmativa de Lavor (2006), quando diz que nos períodos sem
chuva (secos) ocorrem os maiores ataques dessa praga.
Tabela 3.5.3 – Número médio (± EP) de cicatrizes totais das duas avaliações 53 e 58 d.a.p., tamanho
da vagem (cm) e número médio de cicatrizes por 10 cm de vagem de C. bimaculatus calculados nos
diferentes genótipos de feijão-caupi em condições de campo. Boa Vista-RR, 2008.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
J F M A M J J A S O N D
MÊS/2008
0
100
200
300
400
500
600
23
Genótipos
Cicatrizes/10 cm de Vagem
1
1ª Avaliação
53 d.a.p.
2ª Avaliação
58 d.a.p.
Média das
avaliações
BRS-Paraguaçu 1,29 ± 0,64 1,14 ± 0,13 1,05 ± 0,20 a
Canapuzinho 0,90 ± 0,29 0,94 ± 0,32 0,67 ± 0,32 ab
Apiaú 0,52 ± 0,54 1,05 ± 0,43 0,59 ± 0,22 ab
BR3-Tracuateua 0,63 ± 0,23 0,98 ± 0,27 0,56 ± 0,14 ab
Iracema 0,24 ± 0,08 1,10 ± 0,30 0,48 ± 0,13 b
Pingo de Ouro 0,57 ± 0,68 0,90 ± 0,28 0,45 ± 0,20 b
TE97-304G-12 0,12 ± 0,03 1,07 ± 0,48 0,41 ± 0,16 b
Inhuma 0,29 ± 0,29 1,00 ± 0,32 0,40 ± 0,32 b
BRS-Marataoã 0,35 ± 0,32 0,89 ± 0,27 0,34 ± 0,12 b
MNC99-542F-5 0,13 ± 0,10 0,98 ± 0,36 0,32 ± 0,12 b
Amapá 0,36 ± 0,29 0,84 ± 0,25 0,30 ± 0,14 b
BRS-Milênio 0,09 ± 0,06 0,96 ± 0,15 0,26 ± 0,09 b
BR17-Gurguéia 0,34 ± 0,41 0,80 ± 0,24 0,25 ± 0,14 b
Epace 10 0,06 ± 0,08 0,91 ± 0,20 0,20 ± 0,07 b
Pitiúba 0,24 ± 0,20 0,74 ± 0,08 0,15 ± 0,19 b
F 1,82ns 1,64ns 2,08*
CV (%) 24,17 18,03 16,01
Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo Teste de Duncan (P>0,05);
* significativo a 5%; ns - não significativo.
1
Dados originais transformados em (x + 0,5)
1/2
;
Temperatura (ºC)
Precipitação Pluvial (mm)
Figura 3.5.1 - Dados médios da precipitação pluvial e temperatura (máxima e mínima), ocorridas
entre os meses de setembro a novembro, em Boa Vista RR, durante o ano de 2008. Fonte:
Temperatura: Instituto Nacional de Meteorologia – INMET e Precipitação Pluvial: Embrapa RR.
3.6. CONCLUSÕES
24
Os genótipos BR3-Tracuateua e o Epace 10, nas condições observadas
foram os menos preferidos pela cigarrinha-verde, quando comparados com os
genótipos Iracema, Apiaú e BRS-Paraguaçu;
Os pulgões-pretos demonstraram menor preferência pelos genótipos BRS-
Paraguaçu, BR17-Gurguéia e Canapuzinho;
O genótipo BRS-Paraguaçu, demonstrou-se como o mais preferido para
alimentação pelo manhoso;
O genótipo Apiaú foi o mais preferido pelo pulgão-preto;
25
4. ARTIGO B RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI, Vigna
ungüiculata (L.) Walp. AO CARUNCHO, Callosobruchus maculatus (Fabr.)
(COLEOPTERA: BRUCHIDAE).
4.1. RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência de nove genótipos de
feijão-caupi, a Callosobruchus maculatus. O experimento foi conduzido em
condições ambiente do Laboratório de Entomologia (T = 28 ± C e UR = 63 ±
10%), do Departamento de Fitotecnia CCA/UFRR, durante os meses de março a
agosto de 2008. Os genótipos foram de procedentes do Banco de sementes da
Embrapa-RR: Amapá, BRS-Novaera, BR17-Gurguéia, BRS-Mazagão, BRS-Milênio,
BRS-Paraguaçu, BRS-Patativa, BRS-Guariba e BRS-Marataoã. Utilizaram-se quatro
repetições de 100g de sementes de cada genótipo que foram infestados por sete
dias com 20 insetos adultos coletados ao acaso da criação em laboratório, por sete
dias. Após o período de confinamento retirou-se os insetos e sub-amostrou-se 10g
de sementes da 100g infestadas inicialmente. As variáveis amostradas foram: o
número de ovos viáveis, inviáveis, duração da fase imatura (dias), número insetos
emergidos, percentagem de inseto emergido, massa seca consumida e a massa
seca consumidas/insetos. Conclui-se que: BRS-Patativa foi o menos preferido para
oviposição por C. maculatus, apresentando, portanto, resistência do tipo não-
preferência para oviposição à referida espécie; BRS-Patativa e BRS-Paraguaçu, são
portadores de resistência do tipo antibiose, que proporcionaram alongamento da
fase da larval de C. maculatus. Ademais, nenhum dos genótipos testados neste
experimento apresentou resistência do tipo não-preferência para alimentação de C.
maculatus.
Palavras Chave: Insecta, Resistência de Plantas a Insetos, Pragas dos Grãos Ar-
mazenados, Antibiose.
26
RESISTANCE OF COWPEA, Vigna ungüiculata (L.) WALP. GENOTYPES TO
WEEVIL, CALLOSOBRUCHUS maculatus (Fabr.) (COLEOPTERA: BRUCHIDAE).
4.2. ABSTRACT
The aim of this work was to evaluate the resistance of nine cowpea
genotypes to Callosobruchus maculatus. The experiment was arranged in
environment conditions of the Entomology Laboratory (T = 28 ± C and UR = 63 ±
10%), of the Plant Science Department CCA/UFRR, during the months of march to
august, 2008. The genotypes came from the Seed bank of Embrapa-RR: Amapá,
BRS-Novaera, BR17-Gurguéia, BRS-Mazagão, BRS-Milênio, BRS-Paraguaçu, BRS-
Patativa, BRS-Guariba and BRS-Marataoã. Four replications were used, each one
had 100g of seeds of each genotype which were infested for 20 adult insects
randomized collected in seven days during the laboratory creation. After the days of
feedlot the insects were removed and 10g of seed subsampled of the 100g first
infested. The varieties showed were: the number of viable, unviable eggs, immature
phase duration (days), number of emerged insects, emerged insect percentage, dry
matter consumed and the dry matter consumed/insects. Results revealed that: BRS-
Patativa was the less preferred for oviposition by C. maculatus, presenting, therefore,
non-preference type resistance to oviposition to the species referred; BRS-Patativa
and BRS-Paraguassú, are carrier of the antibiosis type resistance, as they have
provided an increase in the larval phase of C. maculatus. Furthermore, no one of the
tested genotypes in this experiment presented the non-preference type resistance of
feeding to C. maculatus.
Key words: Insecta, Host Plant Resistance, Pests of the Stored Grains, Antibioses.
27
4.3. INTRODUÇÃO
Em Roraima o feijão-caupi, Vigna ungüiculata (L) Walp. ou feijão regional
como é conhecido popularmente, constitui como uma das principais fontes de
proteína, energia e vitamina para as pessoas de baixa renda. É cultivado
principalmente por pequenos produtores, que o utilizam quase sempre para o
próprio consumo, comercializando apenas o excedente, o que contribui para a
insuficiência do produto no abastecimento do mercado local.
Outros fatores que reduzem a produção do Estado são: a baixa adoção de
tecnologias e o ataque de pragas, que ocorrem tanto no campo quanto no
armazenamento.
Dentre as pragas de armazenamento do feijão-caupi que ocorrem na região
Norte do Brasil, destaca-se como a mais importante o caruncho Callosobruchus
maculatus (FABR. 1775), pelo seu potencial destrutivo e desenvolvimento favorecido
pelas condições favoráveis de clima (LIMA et al. 2001b). Segundo Howe e Currie
(1964) a temperatura de 32,5ºC e umidade relativa do ar de 70% são condições
ótimas para o desenvolvimento do inseto, que completa o período de ovo a adulto
em 22 dias.
O ataque desse caruncho proporciona redução do peso e da qualidade dos
grãos, bem como o poder germinativo e vigor das sementes (SANTOS, 1976;
DONGRE et al., 1986; LIMA et al., 2001 (a e b); COSTA; BOIÇA JUNIOR, 2004).
A infestação inicia-se no campo, logo que as vagens amadurecem,
intensificando-se no armazenamento (SANTOS, 1976; FREIRE FILHO; LIMA;
RIBEIRO, 2005).
Embora o controle químico dessa praga possa ser feito com eficiência, as
condições de armazenamento disponível pela maioria dos agricultores e limitações
de ordem econômica dificultam o emprego deste método com sucesso, permitindo
assim reinfestações.
Deste modo, a utilização de variedades resistentes, é uma alternativa
promissora, por reduzir os danos e as perdas no armazenamento, apresentar
facilidade de utilização, sem a intoxicação do produtor, sem onerar custo e não
prejudicar o meio ambiente (LARA, 1991; LIMA et al. 2001a). Deste modo, várias
pesquisas têm procurado selecionar fontes de resistência a C. maculatus (LIMA et
28
al. 2001a; COSTA; BOIÇA JÚNIOR 2004), embora poucas fontes com alta
resistência tenham sido identificadas, o que tem dificultado o desenvolvimento de
cultivares resistente (LIMA et al. 2001b).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência de nove genótipos de
feijão-caupi, ao caruncho, Callosobruchus maculatus.
29
4.4. MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido em condições ambiente de dentro do Laboratório
de Entomologia, do Departamento de Fitotecnia, do Centro de Ciências Agrárias, no
Campus do Cauamé, da Universidade Federal de Roraima, durante os meses de
março a agosto de 2008.
Durante esse período, utilizando-se um relógio termo-higrógrafo digital,
registrou-se diariamente a temperatura e a umidade relativa do ar, cuja média foram
28 ± 5 ºC e 63 ± 10%, respectivamente.
A criação e multiplicação de C. maculatus se deram por três gerações, numa
massa de feijão-caupi tipo Fradinho, acondicionada em garrafas tipo Pet de dois
litros, cujas tampas foram perfuradas e recobertas com tela anti-afídeos.
Os nove genótipos de Vigna ungüiculata utilizados foram procedentes do
Banco de Sementes da Embrapa-RR: Amapá, BRS-Novaera, BR17-Gurguéia, BRS-
Mazagão, BRS-Milênio, BRS-Paraguaçu, BRS-Patativa, BRS-Guariba e BRS-
Marataoã, colhidos em novembro de 2007, posteriormente expurgados e
armazenados em câmara fria a 7ºC.
Antes da instalação dos ensaios, as sementes foram retiradas da câmara fria
e colocadas em recipientes plásticos com tampa própria perfurada, permitindo o
fluxo contínuo de ar.
Os genótipos permaneceram em condições de ambiente no laboratório
durante sete dias, para assim, estabelecer o equilíbrio higroscópico. Transcorrido
esse tempo, pesou-se quatro amostras de 110g de sementes de cada genótipo
(quatro repetições), que foram subdivididas da seguinte forma (Figura 4.4.1):
a) 100g das 110g amostradas inicialmente de cada genótipo foram acondiciona-
das em frascos plásticos com capacidade para 500ml e infestados com 20 in-
setos adultos, coletados ao acaso com 48 horas de idade, os quais permane-
ceram confinados para oviposição por 7 dias. Ao término desse período os in-
setos foram retirados dos frascos e novamente sub-amostradas 10g de se-
mentes, a qual foram utilizadas para a obtenção da variável número de ovos
viáveis (coloração branco firme) e inviáveis (coloração hialina). Depois da
contagem do número de ovos, as mesmas 10g foram acondicionadas em
30
frascos plásticos de cor preta com tampa própria perfurada, para avaliação
das variáveis: viabilidade dos ovos (%) - obtida em função do número de ovos
viáveis, em relação ao total de ovos; duração da fase imatura (dias) - calcula-
da pela fórmula: {[Σ(número diário de insetos emergidos x número de dias até
a eclosão)]/total de insetos emergidos}; insetos emergidos (%) obtida em
função do número total de insetos emergidos, em relação aomero de ovos
viáveis multiplicado por 100; massa seca consumida - ao término da emer-
gência dos adultos de todas as amostras (três dias consecutivos sem emer-
gência), estas foram secas em estufas a 105°C por 24h e pesadas, pela dife-
rença da massa seca das alíquotas (ver item b), foi possível determinar a
massa seca das sementes consumidas pelos insetos em cada genótipo; e a
massa seca consumidas/insetos calculada em função da massa seca con-
sumida dividida pelo número de insetos emergidos em cada repetição, obten-
do-se desta forma o consumo médio da massa de sementes por inseto.
110 g 110 g 110 g 110 g
Avaliões
100 g
10 g
90 g
10 g
Infestação com
20 insetos
adultos
, coletados ao acaso com
48 horas
de idade, que
permaneceram confinados para
oviposição por 7 dias.
Conduzidas a
uma estufa a
105°C por 24h,
para obteão
da massa seca
inicial.
Descarte
Câmara Fria (7ºC)
Condições Ambientais (7 dias)
Figura 4.4.1 – Esquema do experimento desenvolvido no Laboratório de Entomologia do CCA.
b) 10g das 110g inicialmente amostradas foram conduzidas a uma estufa a
105°C por 24h, para obtenção da massa seca inicial e assim determinar a
massa seca real consumida pelos carunchos.
31
O delineamento utilizado foi inteiramente ao acaso com nove tratamentos e
quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F) e as
médias comparadas pelo teste de Tukey (P>0,05). Para efeito da análise estatística,
os resultados foram transformados em (x + 0,5)
1/2
. Determinaram-se, também, as
correlações simples entre as variáveis, número de ovos viáveis, insetos emergentes,
massa seca de sementes consumida e massa seca de semente consumida/inseto.
4.5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
32
Na Tabela 4.5.1, encontram-se os dados referentes à oviposição de C.
maculatus em diferentes genótipos de feijão-caupi. Observou-se diferenças
significativas entre os genótipos, referentes ao número de ovos viáveis (F=3,25**).
Desta forma, o genótipo BRS-Patativa (20,00 ovos/10g de semente) foi o que
apresentou o menor número ovos viáveis, quando comparado a BRS-Mazagão
(45,75) o mais preferido para oviposição.
Não foram detectadas diferenças significativas para o número de ovos
inviáveis (F=1,11ns), nem para a viabilidade de ovos (F=0,78ns) (Tabela 4.5.1).
Contudo, verificou-se uma variação de 1,25 a 6,00 ovos inviáveis/10g de sementes.
Quanto à viabilidade dos ovos viáveis, esta variou de 86,11 a 96,51%, o que sugere
a inexistência de fatores que poderiam ter dificultado a penetração das larvas após a
eclosão dos ovos.
Lima et al. (2001a), testando a resistência de 30 genótipos de feijão caupi ao
C. maculatus, constataram uma variação significativa de 76,5 a 93,6% em relação a
viabilidade de ovos, e relataram que a presença de causas morfológicas e/ou
químicas, dificultaram a penetração, devido à dureza dos grãos ou provocaram a
morte das larvas recém-eclodidas.
Tabela 4.5.1 – Média (± EP) dos números de ovos viáveis, inviáveis e viabilidade dos ovos (%) de C.
maculatus, em sementes de diferentes genótipos de feijão-caupi. Temperatura: 28 ± 5 ºC e UR: 63 ±
10%. Boa Vista – RR, 2008.
Genótipos Ovos viáveis
1
Ovos inviáveis
1
Viabilidade de ovos
(%)
1
BRS-Mazagão 45,75 ± 6,97 a 6,00 ± 1,96 a 89,53 ± 2,68 a
BRS-Guariba 44,00 ± 2,12 ab 4,25 ± 1,55 a 91,79 ± 2,95 a
BRS-Marataoã 43,75 ± 4,78 ab 2,00 ± 1,15 a 94,93 ± 2,92 a
BRS-Milênio 36,25 ± 6,94 ab 6,00 ± 2,35 a 86,11 ± 5,91 a
BRS-Novaera 35,25 ± 4,37 ab 1,25 ± 0,95 a 96,51 ± 2,42 a
BR17-Gurguéia 29,25 ± 3,22 ab 3,25 ± 1,49 a 91,10 ± 3,67 a
BRS-Paraguaçu 27,75 ± 3,57 ab 2,75 ± 1,11 a 90,57 ± 4,12 a
Amapá 26,75 ± 5,04 ab 2,25 ± 1,11 a 93,85 ± 2,57 a
BRS-Patativa 20,00 ± 4,53 b 2,00 ± 0,91 a 91,83 ± 4,02 a
F 3,25** 1,11ns 0,78ns
CV (%) 15,01 30,25 3,84
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey (P>0,05);
** significativo a 1%; ns - não significativo.
1
Dados originais; para análise, os dados foram transformados em (x + ,05)
1/2
.
EP = Erro padrão da média.
O número e percentagem de emergência de C. maculatus em genótipos de
feijão-caupi podem ser visualizados na Tabela 4.5.2. Constatou-se que BRS-
Patativa (18,00 insetos emergidos/10g de sementes) foi o que apresentou o menor
33
valor de emergência de insetos, diferindo significativamente do número de insetos
emergidos nos genótipos, BRS-Marataoã (41,75), BRS-Mazagão (39,75) e BRS-
Guariba (39,75). Contudo, vale ressaltar que, embora BRS-Patativa, aparentemente,
apresente-se como um dos menos adequados ao desenvolvimento do caruncho,
verificou-se que a percentagem de emergência de insetos foi de 90,45%, dando
indício da inexistência de fatores relacionados à alimentação, uma vez que de
acordo com os dados da Tabela 4.5.3, não se identificam.
Tabela 4.5.2 Média EP) do número de insetos emergidos, percentagem de insetos emergidos
(%) e Desenvolvimento total (ovo a adulto) de C. maculatus em sementes de diferentes genótipos de
feijão-caupi. Temperatura: 28 ± 5 ºC e UR: 63 ± 10%. Boa Vista – RR, 2008.
Genótipos Insetos emergidos
1
Insetos emergidos (%)
1
Desenvolvimento Total
(ovo-adulto) (dias)
1
BRS-Marataoã 41,75 ± 2,82 a 94,36 ± 3,25 a 23,74 ± 0,26 ab
BRS-Mazagão 39,75 ± 2,84 a 88,01 ± 3,28 a 24,61 ± 0,44 ab
BRS-Guariba 39,75 ± 2,93 a 90,73 ± 3,38 a 24,58 ± 1,08 ab
BRS-Novaera 34,00 ± 2,33 ab 96,18 ± 2,69 a 23,98 ± 0,27 ab
BRS-Milênio 30,25 ± 7,08 ab 82,20 ± 8,17 a 24,59 ± 0,50 ab
BR17-Gurguéia 26,00 ± 3,79 ab 89,70 ± 4,37 a 23,48 ± 0,23 b
BRS-Paraguaçu 25,00 ± 4,50 ab 88,88 ± 5,20 a 25,93 ± 0,33 a
Amapá 24,50 ± 2,52 ab 93,21 ± 2,91 a 24,70 ± 0,79 ab
BRS-Patativa 18,00 ± 4,35 b 90,45 ± 5,02 a 25,97 ± 0,24 a
F 3,17** 0,88ns 2,99**
CV (%) 15,53 5,00 1,99
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey (P>0,05);
** significativo a 1%; ns - não significativo.
1
Dados originais; para análise, os dados foram transformados em (x + ,05)1/2.
EP = Erro padrão da média.
De acordo, com Costa e Boiça Júnior (2004), para a avaliação da resistência
de grãos de feijão-caupi a C. maculatus, a variável percentagem de adultos
emergidos e o índice de resistência são considerados parâmetros de grande
relevância, bem como a avaliação do tempo de duração de ovo a adulto, constatado
por Redden e Maguire (1983).
De acordo, com Costa e Boiça Júnior (2004), para a avaliação da resistência
de grãos de feijão-caupi a C. maculatus, a variável percentagem de adultos
emergidos e o índice de resistência, são considerados parâmetros de grande
relevância, bem como, a avaliação do tempo de duração de ovo a adulto, constatado
por Redden e Maguire (1983).
O desenvolvimento total (ovo a adulto) foi significativamente afetado pelos
genótipos (F=2,99*) (Tabela 4.5.2). Constatou-se que os maiores períodos de
34
desenvolvimento ocorreram nos genótipos BRS-Patativa (25,97 dias) e BRS-
Paraguaçu (25,93 dias), que diferiram dos encontrados para BR17-Gurguéia (23,5
dias). Portanto, os resultados obtidos para os genótipos BRS-Patativa e BRS-
Paraguaçu, sugerem-nos a presença de resistência do tipo antibiose, uma vez que
houve um evidente alongamento da fase larval de C. maculatus. De acordo com
Lara (1991), quando ocorre esse tipo de resistência, o inseto se alimenta
normalmente da planta e esta exerce um efeito adverso sobre sua biologia.
Araújo; Freire Filho e Santos (1988) relatam a relevância do alongamento do
período de ovo a adulto, bem como, da redução de insetos emergidos das posturas
de C. maculatus como fortes indicadores de antibiose em feijão-caupi. De acordo
com Ofuya e Credland (1995) a habilidade de um hospedeiro em retardar o
desenvolvimento de pragas indica que a taxa de multiplicação em condições
naturais será reduzida devido ao maior tempo médio de cada geração.
Testando a resistência de 21 genótipos de feijão-caupi a C. maculatus,
Costa e Boiça Júnior (2004), verificaram que o ciclo biológico do inseto variou
significativamente de 20 a 22 dias nos genótipos mais favoráveis ao
desenvolvimento da espécie, e de 33 a 37 dias nos genótipos menos favoráveis,
com destaque para o genótipo Cariri Hilo Vermelho (37 dias).
Analisando os valores relativos ao consumo de massa de semente pelos
carunchos, na Tabela 4.5.3, verifica-se que não houve diferença significativa entre
as médias dos genótipos estudados (F=1,31ns), embora o consumo pelos insetos
tenha variado de 0,54g (valor mínimo - BRS-Guariba) a 1,33g (máximo - BRS-
Marataoã). Quanto à massa seca de sementes consumida/inseto, também se
percebe uma variação de consumo por caruncho de 0,0139g (mínimo - BRS-
Guariba) a 0,0657g (máximo - BRS-Patativa), sem, contudo, se observar diferença
significativas entre as médias dos genótipos (F=1,90ns).
De acordo com os dados observados, pode-se descarta nos genótipos
testados a presença de fatores de não-preferência alimentação ou de deterrência,
uma vez que se constatou para a maioria dos genótipos uma correlação direta entre
o número de ovos viáveis e o número de insetos emergidos, bem como a não
existência de correlação significativa entre o número de insetos emergidos e o
consumo de massa seca de sementes pelos carunchos como um todo ou
individualmente (Tabela 4.5.4). Ademais, os dados da Tabela 4.5.3, reforçam essa
conclusão, que não foram detectadas diferenças significativas entre as médias do
35
consumo de massa seca de semente nos genótipos estudados, seja pelos insetos
como um todo ou individualmente.
Tabela 4.5.3 Média EP) da massa seca de sementes consumida e massa seca de sementes
consumida/inseto em diferentes genótipos de feijão-caupi. Temperatura: 28 ± 5 ºC e UR: 63 ± 10%.
Boa Vista – RR, 2008.
Genótipos
Massa de semente
consumida(g)
1
Massa de semente
consumida/inseto(g)
1
BRS-Guariba 0,54 ± 0,47 a 0,0139 ± 0,0063 a
BRS-Paraguaçu 0,72 ± 0,50 a 0,0310 ± 0,0137 a
Amapá 0,77 ± 0,43 a 0,0318 ± 0,0096 a
BRS-Mazagão 0,84 ± 0,48 a 0,0256 ± 0,0096 a
BRS-Novaera 0,96 ± 0,26 a 0,0326 ± 0,0044 a
BRS-Patativa 1,02 ± 0,51 a 0,0657 ± 0,0213 a
BR17-Gurguéia 1,05 ± 0,44 a 0,0427 ± 0,0082 a
BRS-Milênio 1,10 ± 0,23 a 0,0433 ± 0,0043 a
BRS-Marataoã 1,33 ± 0,59 a 0,0320 ± 0,0081 a
F 1,31ns 1,90ns
CV (%) 14,75 1,92
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tukey (P>0,05);
** significativo a 1%; ns - não significativo;
1
Dados originais; para análise, os dados foram transformados em (x + ,05)1/2.
EP = Erro padrão da média.
Tabela 4.5.4 Coeficientes de correlação simples (r) obtidas entre as variáveis: numero de ovos
viáveis e número de insetos emergidos; número de insetos emergidos e massa consumida; e número
de insetos emergidos e massa consumida por insetos, para os genótipos de feijão-caupi em relação
C. maculatus. Boa Vista – RR, 2008.
Genótipos
Ovos viáveis
X
Insetos emergidos
Insetos emergidos
X
Massa consumida
Insetos emergidos
X
Massa consumida/
inseto
BRS-Mazagão 0,98** -0,89* -0,91*
BRS-Paraguaçu 0,96** -0,01ns -0,40ns
Amapá 0,99** 0,99** -0,78ns
BRS-Guariba 0,69ns -0,32ns -0,39ns
BRS-Patativa 0,98** -0,20ns -0,77ns
BRS-Novaera 0,98** -0,96** -0,92*
BR17-Gurguéia 0,90* -0,32ns -0,58ns
BRS-Milênio 0,94* 0,84ns -0,97**
BRS-Marataoã 0,99** 0,55ns -0,04ns
**significativo a 1%; * significativo a 5% ; ns - não significativo pelo Teste t.
As variáveis de consumo de massa seca de semente pelos insetos ou por
inseto, são importantes parâmetros, no sentido de se identificar uma possível não-
preferência alimentar entre os genótipos, devido à presença de substâncias
inibidoras de alimentação ou deterrentes.
36
Substâncias inibidoras de alimentação de carunchos em feijão têm sido
citadas na literatura, a exemplo da arcelina (LARA, 1997; ORIANI; LARA, 2000) e de
antibiose, a exemplo, dos inibidores de tripisina e/ou α-amilase em feijão-caupi
(GATEHOUSE et al.1989 e ZHU et al. 1994).
4.6. CONCLUSÕES
37
O genótipo BRS-Patativa apresenta resistência do tipo não-preferência para
oviposição a C. maculatus;
Os genótipos BRS-Patativa e BRS-Paraguaçu são portadores de resistência
do tipo antibiose, pois proporcionaram alongamento da fase da larval de C.
maculatus;
Os genótipos testados neste experimento não apresentaram resistência do
tipo não-preferência para alimentação de C. maculatus.
38
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, J.P.P. de FREIRE FILHO, E.R.; SANTOS, J.H.R. Melhoramento de caupi
para resistência ao caruncho e ao manhoso. In: Araújo, J.P.P. de, E.E Watt. (Org.).
O caupi no Brasil. IITA/EMBRAPA, 1988, p. 303-22.
BARRETO, P.D.; QUINDERÉ, M.A.W.; SANTOS, A.A. DOS. Reação de genótipos
de feijão-de-corda ao ataque da cigarrinha-verde, no Estado do Ceará. Boletim de
Pesquisa, Fortaleza, n. 30. EMBRAPA Agroindústria Tropical/EMBRAPA Meio-
Norte, 2000, 15p.
BATISTA, G.C. de; VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C. In: Pragas do amendoim,
feijoeiro e caupi. Curso de entomologia aplicada à agricultura. Piracicaba.
FEALQ, 1992, p. 311-333.
BASTOS, J.A.M. Principais pragas das culturas e seus controles. São Paulo.
Nobel, 1974.
CARVALHO; R. de O. Preferência para alimentação e oviposição de genótipos
de feijão-caupi ao manhoso, Chalcodermus bimaculatus Fiedler
(COLEOPTERA: CURCULIONIDAE), sob condições de campo em Roraima. Boa
Vista. Monografia (Especialização em Agroambiente) Curso de Agronomia,
Universidade Federal de Roraima, 2008.
CHALFANT, R.B.; SUBER, T.D.; CANERDAY, T.D. Resistance of southern peas to
the curculio in the field. Journal of Economic Entomology, Manasha, v.65, p. 679-
682, 1972.
COSTA, N.P. da; BOIÇA JÚNIOR, A.L. Efeito de Genótipos de Caupi, Vigna
Unguiculata (L.) Walp., sobre o desenvolvimento de Callosobruchus maculatus
(Fabricius) (Coleoptera: Bruchidae). Neotropical Entomology. n.33, v.1, p.077-083,
2004.
DONGRE, T.K.; PAWAR, S.E.; THAKARE, R.G.; HARWALKAR, M.R. Identification
of resistant sources to cowpea weevil (Callosobruchus maculatus (F.)) in Vigna sp.
and inheritance of their resistance in black gram (Vigna mungo var. mungo). Journal
Stored Products Research. n.32, p. 201-204, 1996.
FERNANDES, A.M.V., FARIAS, A.M.I.; SOARES, M.M.M.; VASCONCELOS, S.D.
Desenvolvimento do pulgão Aphis gossypii Glover (Hemiptera: Aphididae) em três
39
cultivares de algodão herbáceo Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch.
Neotropical Entomology. n.30, p.467-470, 2001.
FREIRE FILHO, F.R., LIMA, J.A. de A.; RIBEIRO, V.Q. Feijão-caupi: avanços
tecnológicos. Brasília, DF: Embrapa informação tecnológica, 2005.
GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R.P.L.; BAPTISTA,
G.C. de; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.;
VENDRAMIM, J.D.; MARCHINI, L.C.; LOPES J.R.S.; OMOTO, C. Entomologia
agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002.
GHOVLANOV, H. Étude de divers aspects morphologiques et de leur terminisme
chez Aphis gossypii Glover. Étude biologique. Cotton Fibr. Trop. XXXI: 223-229,
1976.
GATEHOUSE, A.M.R.; GATEHOUSE, J.A.; DOBIE, A.M.; KILMINSTER, A.M.;
BOULTER, D. Biochemical basis of insect resistance in Vigna unguiculata. Journal
Science Food Agrícola. n.30, p.948-958, 1979.
HOWE, R.W.; CURRIE, J.E. Some laboratory observations on the rates of
development, mortality and oviposition of several species of Bruchidae breeding in
stored pulses. Bulletin Entomology Research. n.55, p.437-477, 1964.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA. Sistema IBGE de recu-
peração automática. Disponível em: <http//www.sidra.ibge.gov.br> Acesso em: 20
jan, 2009.
KAREL, A. K.; MALINGA, Y. Leafhopper and aphid resistance in cowpea varieties.
Tropical Grain Legume Bulletin. v.20, p. 10-11, 1980.
KORNEGAY, J.; C. CARDONA; POSSO, C.E. Inheritance of resistance to mexican
bean weevil in common bean, determined by biossay and biochemical tests.
Cropping Science. n.33, p.589-594, 1993.
LARA, F.M. Princípios de resistência de plantas a insetos. ed. São Paulo:
Ícone, 1991.
LARA, F.M. Resistance of wild and near isogenic bean lines with arcelin variants to
Zabrotes subfasciatus (Boheman). I- winter crop. Anuais Sociedade Entomologica
do Brasil, n.26, p.551-559, 1997.
40
LAVOR, M.T.F. de C. Atividade biológica de produtos domissanitários para o
controle alternativo do pulgão-preto no feijão-de-corda. 2006. 57f. Dissertação
(Mestrado em Fitotecnia) - Universidade Federal do Ceará.
LIMA, A.C.S.; LARA F.M. Mosca-branca (B. tabaci): morfologia, bioecologia e
controle. Jaboticabal – São Paulo. Funep. 2005
LIMA, J.A.A. Propriedades biológicas sorológicas, citológicas e sorológicas de um
Potyvirus isolado de feijão-de-corda no Ceará. Fitopatologia Brasileira. v.6, p. 205-
216, 1981.
LIMA, M.P.L.; OLIVEIRA, J.V.; BARROS, R.; TORRES, J.B.; GONÇALVES, M.E.C.
de; Identificação de Genótipos de Caupi Vigna unguiculata (L.) Walp. Resistentes a
Callosobruchus maculatus (Fabr.) (Coleoptera: Bruchidae). Neotropical
Entomology. n.30, v.2, p.289-295, 2001(A).
LIMA, M.P.L.; OLIVEIRA, J.V.; BARROS, R.; TORRES, J.B.; GONÇALVES, M.E.C.
de; Estabilidade da Resistência de Genótipos de Caupi a Callosobruchus maculatus
(Fabr.) em Gerações Sucessivas. Scientia Agricola, v.59, n.2, p.275-280, 2001(B)
MACFOY, C.C.; DABROWSKI, Z.T. Preliminary studies of cowpea resistance to
Aphis craccivora Koch (Homoptera: Aphididade). Zeitschrift für Angewandte
Entomologie. v.97, p. 202-209, 1984.
MARTINS, J.C.; LENZI, E.A. O controle das pragas sugadoras do feijoeiro. Correio
Agricola, n.2, p.14-17, 1991.
MIRANDA , P; PIMENTEL, M. DE H.; TAVARES, J. A.; RAPOSO, J. A. DE A.;
BARROS, E. O. C.; MARQUES, M. S.; CIPRIANO, G.; SILVA, J. G. DA; SOUZA, O.
P. DE. Desenvolvimento de germosplasma de caupi para condições de sequeiro. In:
EMPRESA PERNAMBUCANA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (Recife, PE).
Programação 1996/1996. Recife: IPA, 1996. p. 48-79. Relatório de pesquisa
apresentado a FACEPE.
MORAES, G.L., OLIVEIRA, C.A.V. Comportamento de variedades de Vigna
unguiculata Walp em relação ao ataque de Empoasca kraemeri Ross & Moore,
1957. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 10, p. 255-259, 1979.
41
MORAES, G.L.; OLIVEIRA, C.A.V; ALBUQUERQUE, M.M.; SALVIANO, L.M.C.;
POSSÍDIO, P.L. Efeito da época de infestação de Empoasca kraemeri Ross &
Moore, 1957 (Cigarrinha verde do feijoeiro) (Hom., Typhlocibidae) na cultura de
Vigna unguiculata Walp (Feijão macassar). Anais da Sociedade Entomológica do
Brasil, Londrina, v. 9, n. 1, p. 67-74, 1980.
MORAES, J.G.L. Preferência do pulgão-preto por diferentes genótipos de fei-
jão-de-corda. 27f. Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro
de Ciências Agrárias, Curso de Agronomia, Fortaleza, 2004.
MORAES, J. G. L; VIEIRA, F. V.; COSTA, J.V.T.A. Suscetibilidade de genótipos
de feijão-caupi ao ataque do manhoso. 2006. Dispoivel em:
<www.cpamn.embrapa. br/ anaisconac2006/ resumos/FS04.pdf>. Acesso em: 22 de
março de 2009.
MORAES, J.G.L.; BLEICHER, E. Preferência do pulgão-preto, Aphis craccivora
Hoch, a diferentes genótipos de feijão-de-corda, Vigna unguiculata (L.) Walp.
Ciência Rural, Santa Maria, v.37, n.6, p.1554-1557, 2007.
MORAN, N.A.; WHITHAM, T.G. Evolutionary reduction of complex life cycles: loss of
host-alternation in Pemphigus. Evolution, n.42, p.717-728, 1988.
NEVES, B.P. das. Determinação de resistência varietal ao “manhoso”
(Chalcodermus sp.) em caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.). In Resumos da 1
Reunião Nacional de Pesquisa de Caupi, Goiânia GO. Documento 4, Goiânia,
EMBRAPA-CNPAF, p. 62, 1982.
OFUYA, T. I. Evaluation of selected cowpea varieties for resistance to Aphis
craccivora, Koch (Homoptera: Aphididae) at the seedling and podding phase.
Annual Applied Biology. v. 123, p. 19-23 1993.
OFUYA, T. I. Control of the cowpea aphid, Aphis craccivora, Koch (Homoptera:
Aphididae), in cowpea, Vigna unguiculata (L.) Walp. Integrated Pest Management
Reviews. n. 2, p. 199-207, 1997.
OFUYA, T.I.; CREDLAND, P.F. Responses of three populations of the seed beetle,
Callosobruchus maculatus (F.) (Coleoptera: Bruchidae), to seed resistance in
selected varieties of cowpea, Vigna unguiculata (L.) Walp. Journal Stored Products
Research. n.31, p.17-27, 1995.
42
OLIVEIRA JÚNIOR, J.O.L. de; MEDEIROS, R.D.de; MOREIRA, M.A.B. A cultura do
feijão caupi (Vigna unguiculata (l.) Walp) no estado de Roraima. EMBRAPA
INFORMA. Centro de Pesquisa Agroflorestal de Roraima, Ano VI – Nº 01, 2000.
ORIANI, M.A.G.; LARA, F.M. Antibiosis effects of wild bean lines containing arcelin
on Bemisia tabaci (Genn.) biotype B (Homoptera: Aleyrodidae). An. Soc. Entomol.
Brasil, n.29, p. 573-582, 2000.
PETTERSSON, J.; KARUNARATNE, S.; AHMED, E.; KUMAR, V. The cowpea aphid,
Aphis craccivora, host plant odours and pheromones. Entomologia Experimentalis
et Applicata, v. 88, p. 177-184, 1998.
PINHEIRO, J.N.; SANTOS, J.H.R. dos; VIEIRA, F.V.; MELO F.I.O. Níveis adequados
para o controle do “manhoso”, Chalcodermus bimaculatus Fieldler, 1936
(COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) na cultura do caupi. Ciência Agronômica. v.
35, n. especial, p.206-13. 2004.
QUINTELA, E. D.; NEVES, B. P. das; QUINDERÉ, M. A. W.; ROBERTS, D. W. Prin-
cipais pragas do caupi no Brasil. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1991. 37p.
REDDEN, J.H.R.; MAGUIRE, J. The genetic evaluation of bruchid resistance in sed
of cowpea. Aust. Journal Agicola Research. n.34, p. 707-716, 1983.
SANTOS, J.H.R. Aspectos da resistência de cultivares de Vigna sinensis (L.)
Savi ao ataque do Callosobruchus maculatus (Fabr., 1775) (Col., Bruchidae),
mantidos no Estado do Ceará - Brasil. Piracicaba, 1976. 194f. Tese (Doutorado
em Entomologia) - ESALQ/Universidade de São Paulo.
SANTOS, J.H.R. dos; QUINDERÉ, M.A.W. Distribuição, importância e manejo das
pragas do caupi no Brasil. In: ARAÚJO, J.P.P.de; WATT, E.E. (Org.). O Caupi no
Brasil. Brasília: EMBRAPA. 1988.
SILVA, P.H.S. da; CARNEIRO, J. da S. Pragas do feijão caupi e seu controle. In
CARDOSO, M.J. A cultura do feijão caupi no Meio-Norte do Brasil. Teresina:
EMBRAPA MEIO-NORTE, 2000. 264p. (EMBRAPA MEIO-NORTE. Circular Técnica,
28).
SINGH, S.R.; JACKAI, L.E.N. Insect pests of cowpeas in Africa: their life cycle,
economic importance, and potential for control. In: SINGH, S.R.; RACHIE, K.O. (ed.).
Cowpea research, production and utilization. Chichester: Jonh Wiley & Sons,
1985.
43
SINGH, S.R. Insect pests of tropical food legumes. Chichester/Eng. John Wiley &
Sons. 1990.
SINGH, B.B. Cowpea [Vigna unguiculata (L.) Walp.] In: SINGH, R.J., JAUHAR, P.P.
(ed). Challenges and opportunities for enhancing sustainable cowpea produc-
tion. 2002. (ed.) Ibadan:IITA, p. 22-40.
SOGLIA, M.C. de. M.; BUENO; RODRIGUES, S.M.; SAMPAIO, M.V. Fecundidade e
longevidade de Aphis gossypii Glover, 1877 (Hemiptera, Aphididae) em diferentes
temperaturas e cultivares comerciais de crisântemo (Dendranthema grandiflora
Tzvelev). Revista Brasileira de Entomologia, N.47, v.1, p.49-54, 2003.
URIAS, C.; RODRIGUEZ, R.; ALEJANDRE, T. Afideos como vectores de vírus em
México: Identificacion de afidos de importância agrícola. Centro de Fitopatologia,
México. v. 2, 135 p, 1992.
VAN EMDEN, H.F. The role of host plant resistance in insect pest mis-management.
Bulletin of Entomology Research, v.19, p. 3-4, 1991.
VIEIRA, C. Doenças e pragas do feijoeiro. Viçosa, UFV: Impr. Univ, 1988.
ZHU, K., HUESING, J.E.; SHADE, R.E.; MURDOCK, L.L. Cowpea trypsin inhibitor
and resistance to cowpea weevil (Coleoptera: Bruchidae) in cowpea variety ‘TVu
2027’. Environ. Entomolgy. n.23, p. 987-991, 1994.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo